- Mestrado em Horticultura Irrigada
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) Pró-reitoria de Pesquisa e Ensino de Pós-graduação (PPG) Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) Programa de Pós-Graduação em Horticultura Irrigada – Mestrado (PPHI) Controle alternativo de Pragas e Doenças na Cultura do Meloeiro utilizando indutores químicos, no Pólo Agrícola de Juazeiro-BA. Marcelo Guedes Paranhos Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Horticultura Irrigada da Universidade do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como parte do requisito para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de Concentração: Horticultura Irrigada Orientador: : Profa Elizabeth Orika Ono Juazeiro-BA 2009 Paranhos, Marcelo Guedes Controle alternativo de pragas e doenças na cultura do meloeiro utilizando indutores químicos, no Polo Agrícola de Juazeiro-BA./ Marcelo Guedes Paranhos - Juazeiro:[s.n],2010. 104f.il Orientadora- Elizabeth Orika Ono Dissertação (mestrado)- Universidade do Estado da Bahia - Campus III Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais. Incluir referências e anexos. 1.Melão – cultura. 2.Melão – controle pragas. 3.Melão – controle doenças . l Universidade do Estado da Bahia- DTES. ll Título 635 ii CERTIFICADO DE APROVAÇÃO Marcelo Guedes Paranhos Controle alternativo de Pragas e Doenças na Cultura do Meloeiro utilizando indutores químicos, no Pólo Agrícola de Juazeiro-BA. Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Horticultura Irrigada da Universidade do Estado da Bahia (PPHI/UNEB/DTCS), como parte do requisito para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de Concentração: Horticultura Irrigada. Aprovada em: / / 2009 Comissão Examinadora __________________________________________ Prof. Dra. Elizabeth Orika Ono Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) ___________________________________________ Prof. Dr. Manoel Abílio de Queiróz Universidade do Estado da Bahia (DTCS/UNEB) _________________________________________ Dr. Daniel Terao Empresa de Pesquisa (Embrapa Semiárido) iii AGRADECIMENTOS A minha orientadora Prof. Dra. Elizabeth Orika Ono pelo apoio dado na fase inicial me ajudando no direcionamento da minha pesquisa, pela dedicação, confiança e pela orientação criteriosa. Ao Prof. Dr. João Domingos Rodrigues por ter contribuído muito na fase inicial do meu projeto, sugerindo caminhos e dando alternativas para a minha linha de pesquisa. Ao pesquisador Dr. Daniel Terao pela ajuda nos experimentos de campo e de laboratório realizados no campo experimental e no Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semiárido e pelas sugestões dadas no desenvolvimento do trabalho. À pesquisadora Dra. Maria Angélica Guimaraes Barbosa pela ajuda no campo, nas coletas de material e pelas sugestões para o desenvolvimento do trabalho. Ao Prof. Dr. Leonardo Cavalcanti da UNIVASF de Juazeiro-BA e toda a sua equipe de estagiários pela realização das análises de Peroxidase e Glucanase e pela sugestão da metodologia empregada. Aos funcionários do Laboratório de Fitopatologia da Embrapa Semiárido pelo grande apoio dado nas avaliações de pós colheita. À Embrapa e aos funcionários do Campo Experimental de Mandacarú pela estrutura disponibilizada e pelo grande suporte dado na implantação e condução do experimento de campo e, principalmente pelas observações pertinentes do Sr.Francisco ( seu Chiquinho), que foram muito valiosas nas avaliações de campo. Ao Prof. Dr. Carlos Aragão pela grande contribuição dada nas análises estatísticas e sugestões na organização dos dados e por ter disponibilizado iv seu laboratório para a realização das avaliações e preparo dos produtos (pesagem em balança de precisão) para a aplicação nos experimentos. Aos amigos Fabrício, Ramon e Benjamin pelas horas de estudo e pela condução de trabalhos durante o curso. Aos professores do curso de mestrado da UNEB, Juazeiro-BA, pela grande contribuição que me proporcionaram com seus conhecimentos. À Empresa Fenix Agro pelo apoio no fornecimento de todo o insumo necessário à nutrição das plantas e por ter disponibilizado o silício para a realização do experimento. À Empresa Syngenta pelo suporte técnico e fornecimento dos insumos para os tratamentos padrão e pelo fornecimento do insumo Bion. À Empresa Biolchim pelo fornecimento do fosfito de Cu e do aminoácido VitalL. À Empresa Plantebem pelo apoio de seus técnicos durante a condução do experimento e por ter viabilizado o dia de campo na fazenda Experimental de Mandacarú da Embrapa Semiárido, para apresentar os resultados obtidos no experimento de mestrado. Aos meus familiares pelo apoio que me foi dado e pela paciência nestes dois anos de trabalho. Em especial à minha esposa Beatriz que me ajudou muito e me apoiou, sendo a minha luz nos momentos de dificuldade e aos meus filhos que entenderam a importância deste momento e me apoiaram nesta jornada de conhecimento e que, muitas vezes, me ajudaram desenvolvidos durante o mestrado , irrigando nos experimentos plantas, coletando dados e registrando informações que contribuíram para os meus resultados. v SUMÁRIO AGRADECIMENTOS 4 RESUMO 15 ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 2. REVISÃO DE LITERATURA 17 19 23 2.1- A cultura de melão (Cucumis melo L.) 2.2- Mecanismos de Resistência em plantas a patógenos 23 28 2.3- Mecanismo de Resistência Adquirida (SAR) 2.4- Resistência Sistêmica Induzida (SIR) 2.5– Indutores de Resistência 30 31 31 2.6- Acibenzolar-S-metil (ASM) 2.7- Aminoácidos no desenvolvimento vegetal 32 2.8 - Silício no desenvolvimento vegetal 2.9 - Fosfito no desenvolvimento vegetal 39 42 3. MATERIAL E MÉTODOS 35 44 Tabela 1. Resultados da análise de solo da área experimental da Estação Experimental de Mandacarú daEmbrapa Semiárido, em 45 Juazeiro-BA, 2008. Tabela 2. Esquema da adubação foliar realizado durante todo o período do cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacarú da Embrapa Semiárido, em Juazeiro- 46 BA, 2008. Tabela 3. Adubação via fertirrigação realizada durante todo o período do cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacarú da Embrapa Semiárido, em Juazeiro- 46 BA, 2008 vi Tabela 4. Composição dos adubos utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers (% do elemento por kg 47 ou L de produto). Estação Experimental de Mandacarú da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Tabela 5. Tratamentos com os princípios ativos e produtos comerciais e as concentrações do p.a. utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de 48 Mandacarú da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Tabela 6 - Tratamento Padrão, nomes comerciais, princípios ativos e suas concentrações utilizadas no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacarú da 49 Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Tabela 7. Aminoácidos presente no produto comercial Aminoácido Vita-L e suas concentrações em g 100 g-1 do produto. 49 Tabela 8. Época de aplicação dos tratamentos realizados após o transplantio das plantas de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacarú da Embrapa Semiárido, em 49 Juazeiro-BA, 2008. Tabela 9. Esquema da aplicação dos produtos do tratamento padrão realizado após o transplantio das plantas de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacarú da 50 Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008 vii Tabela 10. Esquema da aplicação dos produtos do tratamento padrão realizados após o transplantio das plantas de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de 50 Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Figura 1- Escala diagramática para a determinação da severidade do míldio em curcubitáceas, expressa em porcentagem de área 52 foliar lesionada. Figura 2 - Escala diagramática da severidade de oídio do meloeiro em porcentagem de área foliar lesionada (UFAL, 2006). 53 Figura 3. Escala visual de notas, com 5 categorias, para classificação do nível de incidência do vírus do amarelão em frutos de 54 melão. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Figura 57 Figura 4.Matéria fresca da parte aérea(em g)e plantas de meloeiro(Cucumis mel L.) cv.RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 57 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 5. Matéria seca da parte aérea (em g) de plantas de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos(Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito 58 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. (Trata viii Figura Figura 6. Diâmetro (em cm) dos frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; padrão/Silicio; 5= ASM+Fosfito padrão/Fosfito de 2= Fosfito de cobre; de Cobre; Cobre+Silicio; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 59 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. . FiguF Figura 7 . Comprimento dos frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 60 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 8. Produção total (em kg) de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 61 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 9. Número de frutos produzidos por planta de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; padrão/Silicio; ASM+Fosfito 5= padrão/Fosfito de de Cobre+Silicio; Cobre; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 62 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura 10. Número de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers sem broca tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 63 3= ASM; 4= ix padrão/Silicio; 5= ASM+Fosfito padrão/Fosfito de de Cobre; Cobre+Silicio; 8= 6= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 11. Valores de pH do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; padrão/Silicio; 5= ASM+Fosfito padrão/Fosfito de 2= Fosfito de cobre; de Cobre; Cobre+Silicio; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 64 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 12.Teor de sólidos solúveis do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito 65 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 13. Relação sólidos solúveis/acidez titulável( Ratio) do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; Fosfito de cobre; 3= ASM; 2= 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 65 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 14. Firmeza da polpa (kg/cm) de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; padrão/Silicio; ASM+Fosfito 5= de padrão/Fosfito 2= Fosfito de cobre; de Cobre+Silicio; Cobre; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 66 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. x Figura Figura 15. Atividade da enzima peroxidase aos 21 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 67 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008 Figura Figura 16. Atividade da enzima peroxidase aos 36 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 68 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 17 Atividade da enzima peroxidase aos 51 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= 68 padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 18. Atividade da enzima peroxidase aos 66 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 69 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura19. Atividade da enzima glucanase aos 21 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers 70 tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de xi cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 20. Atividade da enzima glucanase aos 36 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= 70 padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 21. Atividade da enzima glucanase aos 51 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 71 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 22. Atividade da enzima glucanase aos 66 dias após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 71 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 23. Média de mosca branca no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; padrão/Silicio; de ASM+Fosfito 5= de padrão/Fosfito Cobre+Silicio; Cobre; 8= 6= 3= ASM4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 72 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. xii Figura Figura 24. Média de mosca minadora no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; padrão/Silicio; 5= ASM+Fosfito padrão/Fosfito de de Cobre+Silicio; Cobre; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 74 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 25. Média de broca das cucurbitáceas no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. silício; 2= Fosfito de cobre; (Tratamentos: 1= 3= ASM4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= 75 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 26. Avaliação dos resultados visuais para a determinação do índice de contaminação pelo vírus do amarelão nos frutos de melão amarelo RML Rogers 5006 de plantas tratadas com diferentes produtos para controle de doenças, tratados ou não em pós-colheita com ASM. (Tratamentos: 1= silício; padrão/Silicio; 5= ASM+Fosfito 2= Fosfito de cobre; padrão/Fosfito de de Cobre+Silicio; Cobre; 8= 6= 3= ASM; 4= 77 padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 27. Teste Elisa para a confirmação da ocorrência do vírus do amarelão em tratamento pós-colheita de frutos de melão com ASM (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers . (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 79 6= padrão/ASM; 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. ( Figura 28 Teste Elisa para a confirmação da ocorrência do vírus do amarelão em tratamento pós-colheita de frutos de melão sem ASM 79 (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers . (Tratamentos: 1= silício; xiii 2= Fosfito de cobre; 3= ASM Cobre; 4= padrão/Silicio; 5= 6= padrão/ASM; ASM+Fosfito de padrão/Fosfito de 7= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; Cobre+Silicio+aminoácido; 8= 9= padrão).JuazeiroBA,2008. F Figura 29 Produção por hectare nos diferentes tratamentos utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/Fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= 80 ASM+Fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+Fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura Figura 30. Custo por hectare nos diferentes tratamentos cultivo melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Juazeiro- de BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= Fosfito de cobre; padrão/Silicio; ASM+Fosfito 5= padrão/Fosfito de de Cobre; Cobre+Silicio; 8= 6= 3= ASM; 4= padrão/ASM; ASM+Fosfito 7= 81 de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 6. CONCLUSÕES 7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS 82 84 85 103 xiv PARANHOS, M.G. Controle alternativo de Pragas e Doenças na Cultura do Meloeiro utilizado indutores químicos no Pólo Agrícola de Juazeiro-BA.. 2009. 67p. Dissertação (Mestrado em Horticultura Irrigada) Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Juazeiro, 2009 . RESUMO- No cenário internacional o Brasil ocupa a vigésima posição entre os países produtores de melão e é o terceiro exportador desta fruta. Os países importadores exigem que os melões apresentem ótima qualidade e que sejam produzidos dentro das normas internacionais de segurança alimentar, respeito ao meio ambiente e bem estar dos trabalhadores. Entre estes um dos maiores desafios é que sejam isentas de resíduos de agrotóxicos. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar produtos alternativos que induzam a resistência à pragas e doença que permitam a redução na utilização de defensivos, produzindo frutos com menor quantidade de resíduos e menor custo. Os produtos avaliados foram o silício (150 mL . 100 L-1 ), fosfito de Cobre (300 mL . 100 L-1 ) e acibenzolar-S-metil (5 g . 100 L-1 ) aplicados isoladamente ou combinados entre si, ou consistiu na aplicação com aminoácido e com o tratamento padrão que de tiametoxan (250 g kg-1), abamectina (18 g L-1), cyromazine (750 g kg-1), lambda-cialotrina (50 g L-1), difenoconazol (250 g L-1) e azoxistrobina (500 g kg-1), aplicados de acordo com um programa fitossanitário. Foram realizados sete monitoramentos de pragas e doenças, seguindo as normas da produção integrada para melão, para avaliar o nível de infestação. Os produtos foram aplicados semanalmente e nas primeiras horas do dia. O experimento teve a duração de 70 dias, sendo que no final do ciclo foram avaliados : atividade das enzimas peroxidase e glucanase; teor de sólidos solúveis; tamanho e formato de fruto; produtividade; custo de produção; peso xv da matéria fresca e seca da parte aérea e firmeza do fruto. Além disso, também foram realizados tratamentos dos frutos em pós-colheita com acibenzolar-Smetil e avaliação pelo teste Elisa para a determinação da quantidade do vírus do amarelão. Os resultados obtidos para atividade enzimática de peroxidase e glucanase não foram conclusivos para afirmar que os tratamentos realizados proporcionaram ação de indução de resistência na cultura do melão para as pragas e doenças estudadas. Os frutos tratados em pós-colheita com acibenzolar-S-metil apresentaram menor sintoma visual do vírus do amarelão e o tratamento padrão controlou adequadamente todas as pragas avaliadas. O controle da mosca branca foi satisfatório com os tratamentos padrão com acibenzolar-S-metil e fosfito de cobre. Em todos os tratamentos houve baixa incidência de mosca minadora, Liriomysa trifolli, mas os tratamentos com fosfito de cobre e acibenzolar-S-metil, apresentaram a ausência da praga na maioria das avaliações. Em todos os tratamentos houve baixa incidência de brocas das curcubitáceas, Diaphania nitidalis e D. hyalinata, abaixo do nível de dano econômico, com melhores resultados para os tratamentos que utilizaram inseticidas, entretanto, o tratamento com silício parece ter evitado o ataque das brocas na fase inicial do cultivo. O silício pode ter ocasionado o engrossamento da casca do fruto e ramos, podendo ter dificultado o ataque das brocas, mas isto deve ser melhor investigado, uma vez que não foi realizada uma avaliação para determinar a grossura das folhas e ramos. Todos os tratamentos alternativos que foram conciliados com o tratamento padrão tiveram produção acima de 40 ton ha -1, demonstrando serem estes as melhores opções de tratameto para o controle de pragras e doenças, possibilitando uma boa produtividade. Palavras-chave: fosfito de cobre, silício, acibenzolar-S-metil, produtividade. xvi PARANHOS, M.G. Alternative control of Pests and Diseases in the melon crop using chemicals inducers in the Agricultural Pole of Juazeiro-BA .. 2009. 67p. Dissertation (Masters in Irrigated Horticulture) - University of Bahia (UNEB), Juazeiro, 2009. ABSTRACT- Brazil is among the twenty-producing countries and is the third exporter of melon.. Importing countries require that the melons have excellent quality and are produced within the international standards of food safety, respect for the environment and welfare of workers. Among these is one of the greatest challenges that are free of pesticide residues. The objective of this study was to evaluate alternative products that induce resistance to pests and disease to enable the reduced use of pesticides, producing fruit with less waste and lower costs. The products evaluated were silicon (150 mL. 100 L-1), Copper phosphite (300 mL. 100 L-1) and acibenzolar-S-methyl (5 g. 100 L-1) applied alone or in combination, or amino acid and the standard treatment that consisted of tiamethoxan (250 g kg-1), abamectin (18 g L-1), cyromazine (750 g kg-1), lambda-cyhalothrin (50 g L-1) , difenoconazole (250 g L-1) and azoxystrobin (500 g kg-1), applied according to a program of plant health. Seven were conducted monitoring of pests and diseases, following the rules of integrated production for melon, to assess the level of infestation. The products were applied weekly during the first hours of the day. The experiment lasted 70 days, and at the end of the cycle were evaluated activity of peroxidase and glucanase; soluble solids content, size and shape of fruit, productivity, cost of production, fresh weight and dry top shoot and fruit firmness. In addition, treatments were performed in fruit post-harvest with acibenzolar-S-methyl and evaluation by the ELISA test for determining the amount of yellowing virus. The xvii results obtained for enzymatic activity of peroxidase and glucanase were not conclusive to say that the treatments provided the action of induced resistance in the melon crop to pests and diseases studied. Melons postharvest treatment with acibenzolar-S-methyl showed lower visual symptoms of yellowing virus and standard treatment all pests controlled adequately evaluated. Control of whitefly was satisfactory with standard treatments with acibenzolar-S-methyl phosphite and copper. In all treatments there was a low incidence of leaf miner, Liriomyza trifolli, but treatment with phosphite and copper acibenzolar-S-methyl showed the absence of the pest in most assessments. In all treatments there was a low incidence of drills curcubitáceas, Diaphania nitidalis and D. hyalinata below the economic injury level, with better results for treatments of insecticides, however, the silicon treatment appears to have avoided the attack drills at the initial stage of cultivation. The silicon may have caused the thickening of the skin of the fruit and branches and may have hindered the attack of the drills, but this should be further investigated, since no evaluation has been conducted to determine the thickness of leaves and branches. All alternative treatments that have been combined with the standard treatment had production above 40 ton ha-1, demonstrating these are the best options tratament to control plagues and diseases, allowing a good productivity. Key words: phosphite copper, silicon, acibenzolar-S-methyl, productivity. xviii 1- INTRODUÇÃO No Brasil, o cultivo do melão teve seu início no estado de São Paulo e Rio Grande do Sul na década de 60, sendo mais tarde na década de 80, também cultivado no Nordeste (Della Vecchia, 2007). Até então, todo melão consumido pelos brasileiros era importado, principalmente da Espanha e do Chile. Hoje a região nordeste do Brasil se destaca como o maior produtor e exportador de melão do país, sendo a Chapada do Apodi, localizada entre os rios Jaguaribe (CE) e Açu (RN), responsáveis por aproximadamente 80% da produção nacional. Mossoró, no Rio Grande do Norte, também é um centro de referência na produção de melão para exportação . Existem dois pólos de produção de melão na região do nordeste brasileiro, a região de Mossoró/Açu (RN / CE) e Juazeiro (BA), regiões com sistemas de cultivo bem diferentes, sendo a região de Mossoró/Açu (RN/CE) um pólo de alta tecnologia, especializado na produção para o mercado de exportação, enquanto em Juazeiro (BA) a produção está concentrada em pequenas propriedades com pouca tecnologia, sendo a produção voltada para o mercado interno, cenário este, que em 2007 começou a mudar em virtude do potencial de exportação da região. Hoje a região de Juazeiro (BA) já aplica em algumas propriedades a mesma tecnologia utilizada em Mossoró, visando, principalmente, o mercado externo. A grande dificuldade na produção do melão são os constantes aumentos no custo de produção com mão de obra, embalagens, transporte, irrigação, fertilizantes e insumos usados para o controle das principais pragas e doenças da cultura. O mercado consumidor também está mais exigente, cobrando do produtor frutos de alta qualidade, com segurança alimentar e que no processo de produção sejam respeitadas a legislação trabalhista e os impactos ao meio ambiente. Com a modernização da agricultura é visível o aumento do uso de defensivos agrícolas sempre com o objetivo de alcançar a máxima 19 produtividade. Entretanto, o uso indiscriminado de fungicidas e inseticidas tem contribuído para a rápida degradação do meio ambiente, expondo os operários a riscos de contaminação durante o processo de produção. Além disso, o uso excessivo de alguns produtos, principalmente dos inseticidas e fungicidas, tem favorecido a resistência dos patógenos às substâncias que a princípio foram criadas para o seu controle. Todas as plantas tem mecanismos de respostas aos danos causados por ataque de pragas, doenças, variação climática e estresses. O processo evolutivo também tem contribuído para a adaptação das espécies vegetais as novas condições de cultivo. Os vegetais sofrem agressões constantes por agentes bióticos e abióticos, sofrendo agressão intensa do meio ambiente, ações não naturais, causadas pela poluição do ar, solo e água. Estas condições podem favorecer o aparecimento de pragas e doenças, decorrentes do desequilíbrio ambiental. As plantas, por sua vez, tentam se defender destas mudanças ativando substâncias de proteção. Os cultivos comerciais são os que sofrem os maiores danos, pois são muito vulneráveis às adaptações genéticas criadas para obter a máxima produção e, muitas vezes, responsáveis pela diminuição na produção de substâncias de proteção. As profundas alterações ocasionadas por estas mudanças interferem na síntese de proteínas de defesa, proteínas essas que atuam de várias formas na resistência e sobrevivência das plantas. Os mecanismos e formas de respostas envolvidas no processo de defesa das plantas tem sido bastante estudados, mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas quanto ao modo de ação dos mecanismos de defesa. O sistema de defesa das plantas é bastante complexo e pode atuar na forma de resistência constitutiva, resistência localizada e resistência sistêmica adquirida. A forma de resistência constitutiva acontece mesmo sem a ação de agentes agressores, esta forma de defesa acontece por herança genética transmitida pelos ancestrais, tornando a planta imune a maioria dos patógenos. Já a resistência localizada é ativada no local da infecção/ataque, age no ponto da agressão, sendo os indutores de resistência ativados perto da área infectada na tentativa de proteger a planta do ataque do patógeno. A eficiência 20 deste sistema está diretamente ligada à capacidade da planta em reconhecer a presença do agressor, desencadeando a liberação das substâncias de defesa. Se a resposta ao ataque for rápida a planta consegue se defender do patógeno e se o tempo de reação for lento a planta será contaminada pelo agressor. Este tipo de resposta é conhecido por reação de hipersensibilidade (HR ou hypersentive reaction), levando à morte das células infectadas. Assim, a planta tende a proteger as células vizinhas ao ataque, limitando a área de infecção. O sistema de ação fisiológico na reação de hipersensibilidade (HR) ocasiona um aumento rápido e transitório de agentes oxidantes e a perda de íons potássio (K+) e o ganho de íons hidrogênio (H+) pelas células. Também ocorre o engrossamento da cutícula e parede celular, assim como a liberação de fitoalexinas e proteínas ligadas à defesa, conhecidas como proteínas PR (pathogenesis related) . A resistência sistêmica adquirida (SAR– systemic acquired resistance), protege a planta de novos ataques de um mesmo patógeno. A SAR é induzida por diferentes agentes, tornando a planta resistente e esta proteção, é eficaz contra um grupo de patógenos, e não a todos, variando de acordo com o tipo de planta. O mercado tem sinalizado por alternativas como o controle biológico e uso de produtos que agem estimulando a planta a produzir substâncias com efeito de indutores de resistência, que contribuem para uma agricultura sustentável e ecologicamente correta. O controle biológico de doenças se dá através da ação direta de um micro-organismo sob outro micro-organismo, o qual pode agir por meio de antibiose, parasitismo, predação e competição (Cook & Baker, 1983). Já a resistência induzida se dá através de ações que envolvem a ativação de mecanismos latentes de resistência de uma planta onde reações bioquímicas e fisiológicas induzem as mesmas a produzirem e acumularem fitoalexinas e proteínas relacionadas à patogênese (Hammerschmit & Dann, 1997) . O fosfito é denominado quimicamente como um sal inorgânico do ácido fosforoso, produto bastante utilizado em fruticultura, onde apresenta ação como fitossanitário natural, induzindo ao aumento na produção de fitoalexinas, 21 substâncias naturais da planta e responsáveis pela sua resistência, especialmente, contra o ataque de fungos. Com o ataque dos patógenos a planta aumenta o acúmulo de fitoalexinas nos tecidos da região sob risco eminente de infecção. Os fungos que sofrem ação dos fosfitos são do gênero Phytophthora, Pythium, míldios mais comuns, fusarioses, rizoctonias e algumas antracnoses. Outro produto utilizado na agricultura com fins de aumentar a resistência das plantas a doenças e pragas é o silício (Si). Epstein & Bloom (2005) ressaltam que plantas crescendo em ambiente rico em Si devem diferir daquelas presentes em ambientes deficientes nesse elemento, principalmente, quanto à composição química, resistência mecânica das células, características da superfície foliar e tolerância ao estresse abiótico. As plantas tratadas com silício, provavelmente, desencadeiam mecanismos naturais de defesa, como por exemplo a produção de compostos fenólicos, quitinases, peroxidases e acúmulo de lignina, que podem interferir no crescimento e desenvolvimento de insetos-praga. O acibenzolar-S-metil (ASM- Bion) também tem sido estudado devido às características que tem apresentado como protetor a diversas espécies de planta. A proteção que o produto proporciona está ligada ao efeito fisiológico do produto na planta. O ASM é um ativador de plantas e não tem ação direta contra os patógenos. Aplicado na parte aérea das plantas ele ativa os seus próprios mecanismos naturais de defesa e aumenta sua resistência às doenças. Diante da necessidade de se buscar uma forma alternativa e segura de produção agrícola e que seja sustentável, enfocando a utilização de produtos alternativos, com características de induzir a planta a produzir substâncias que a protejam, este trabalho teve como objetivo adotar práticas de manejo no cultivo do meloeiro (Cucumis melo L.), que reduza a utilização de defensivos agrícolas através da aplicação de produtos com capacidade de induzir a resistência a pragas e doenças pela produção de fitoalexinas, compostos fenólicos e pelo engrossamento das folhas. 22 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1- A cultura do meloeiro (Cucumis melo L.) O melão (Cucumis melo L.) é o fruto de uma olerícola muito apreciada e de grande popularidade no Brasil e no mundo, sendo consumido em larga escala na Europa, Japão e Estados Unidos. O melão é rico em vitaminas A, B, B2, B5 e C, sais minerais como potássio, sódio e fósforo e apresenta valor energético relativamente baixo; é consumido in natura ou na forma de suco. O fruto maduro tem propriedades medicinais, sendo considerado calmante, refrescante, diurético e laxante. É recomendado no controle da gota, reumatismo, obesidade e prisão de ventre (Gomes P.M - Senar 2007). Com relação à comercialização, a vantagem brasileira do cultivo do melão é que o auge da sua safra, de setembro a janeiro, coincide com a entressafra mundial. Cerca de 95% da produção no Brasil está nos estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco, sendo o Rio Grande do Norte responsável por 50% da produção nacional. Em 2005, tornou-se a segunda fruta mais exportada pelo país, com o mercado internacional estimado em 1,6 milhões de toneladas por ano (Gomes,P.M-SENAR, 2007). A cultura do meloeiro teve seu marco na década de 80, sendo a região Nordeste a principal região produtora. Esta década foi marcada pelas exportações tornando-se uma região de grande importância comercial e isto se deve ao aumento da área de produção e pela alta tecnologia aplicada, tornando-se referência nacional no cultivo do melão ( Souza, 1994). O clima tem grande influência na produtividade e qualidade do melão, sendo a temperatura, luminosidade e umidade fatores de grande importância na produção do melão. A temperatura é o principal fator climático que afeta a cultura do melão, interferindo na germinação e desenvolvimento da cultura. Para o crescimento de raízes e desenvolvimento da planta, a temperatura ideal deve ficar em torno de 15 a 30ºC. O crescimento da parte aérea é afetado por temperaturas baixas. Alguns autores afirmam que abaixo de 12ºC o crescimento do meloeiro é interrompido ( Souza, 1994). 23 Embora as condições climáticas ideais encontrem-se no Nordeste, pouca chuva e muito sol, pode-se também produzir melão em qualquer parte do país. Outros fatores podem exercer influência no desenvolvimento e produção do meloeiro, como dias e noites quentes com baixa umidade relativa do ar e com pouca água no solo, favorecendo o seu desenvolvimento e melhorando a concentração de açúcares nos frutos (Gomes ,2007) Além dos fatores climáticos, o tipo do solo, espaçamento, densidade de plantio, poda de condução e raleio dos frutos, tratos culturais e polinização, são aspectos que exercem influência direta no desenvolvimento e produção do meloeiro. O meloeiro prefere solos de textura franco-arenosa, leves, profundos, com pH entre 5,5 a 7,4 e bem drenados(Gomes , 2007). O meloeiro é muito exigente em solo, principalmente no que diz respeito à fertilidade e a ausência de acidez. O meloeiro não gosta de solos ácidos e quando cultivados em solos com pH abaixo de 5,5 tem seu crescimento comprometido, não conseguindo manter a folhagem até o final do ciclo, o que interfere na qualidade dos frutos O espaçamento recomendado para o cultivo de melão é de 2,0 x 0,40m ou 2,0 x 0,50m (uma planta por cova) e 2,0 x 1,0m (duas plantas por cova). As adubações devem ser realizadas de acordo com os resultados da análise de solo e de folha, sendo uma prática muito importante para garantir produtividade e qualidade (Gomes ,2007). Existem vários tipos e variedades de melões. O formato, tamanho, cor da casca e da polpa, sabor e aroma diferem entre as variedades desta cucurbitácea. Todos os melões tem em comum a polpa suculenta e suavemente adocicada. A seguir segue uma breve descrição dos principais tipos de melão (segundo Gomes 2007): 24 1) Amarelo- É o melão mais cultivado no País. Pertence ao grupo inodorus e seus frutos apresentam formato redondo ovalado, com a casca levemente enrugada de cor amarela dourada, polpa esbranquiçada e espessa. Seu peso médio varia de 1,2 a 2,0 kg. Tem bom potencial produtivo, resistência ao manuseio e a conservação pós-colheita, suportando o transporte a longas distâncias. 2) Pele de sapo- Melão do grupo inodorus, apresenta os frutos com a casca mosqueada entre verde-escura e verde-clara, levemente enrugada de formato ovalado com polpa creme-esverdeada. Seu peso médio varia de 1 a 1,5 kg. 3) Cantaloupe ou Japonês– São melões com aroma marcante e de origem americana, sendo os mais plantados no mundo. Apresentam casca com reticulado intenso de formato esférico e polpa de coloração salmão. O peso médio dos frutos varia de 1 a 1,5 kg. Exigem um manuseio mais cuidadoso e utilização da cadeia de frio durante a pós-colheita. 4) Gália- São melões aromáticos de origem israelense. Apresentam casca verde que muda para amarelo quando amadurecem e tem polpa branco-esverdeada. O peso médio dos frutos varia de 0,7 a 1,3 kg. Exigem manuseio mais cuidadoso e utilização da cadeia de frio durante a pós-colheita. 5) Charentais- São melões aromáticos de origem francesa com formato arredondado. Apresentam casca lisa ou reticulada com suturas ou costelas verde-escuras e polpa de coloração salmão. O peso médio dos frutos varia de 1 a 1,2 kg. Exigem manuseio mais cuidadoso e utilização da cadeia de frio durante a pós-colheita. 6) Orange- São melões redondos com casca lisa de coloração creme e polpa laranja-escura ou creme esverdeada, com peso médio variando de 1,5 a 1,8 kg. Exigem manuseio mais cuidadoso e utilização da cadeia de frio durante a pós-colheita . 25 A época ideal de plantio é aquela em que ocorrem as condições climáticas mais favoráveis, períodos secos o que evita os riscos de doenças foliares e de raiz. Deve-se dar especial atenção à variação de preços do produto no mercado interno, bem como observar as janelas de exportação, no momento de planejar o seu plantio. Plantios realizados em épocas de chuva além de serem favoráveis às doenças reduzem a produtividade da cultura e diminuem sua qualidade. Nos períodos de chuva é exigido um maior número de pulverizações com defensivos agrícolas. Deve-se evitar as pulverizações durante o dia para não matar insetos polinizadores (Gomes ,2007). A classificação e seleção dos frutos podem ser quanto ao tamanho: a) tamanho de 6 a 10: mais cotado para o mercado nacional; tamanho 10 a 12: mais cotado para o mercado argentino e tamanho 12 a 16: mais cotado para o mercado europeu ( MAPA - Portaria SARC N° 495, de 12 de setembro de 2002, em homologação ). A seleção e classificação dos frutos deverão ser criteriosas, visando garantir a homogeneidade e qualidade do produto final. A seleção é feita com base em critérios como: danos mecânicos, manchas, ataques de pragas e doenças, dentre outros. A classificação dos melões deve ser feita de acordo com o MAPA (Portaria SARC N° 495, de 12 de setembro de 2002), considerando: a) “Grupos”- I para os melões com casca reticulada, polpa aromática e de coloração intensa; II para melões com casca lisa ou rugosa sem retícula e III, para melões com casca rugosa em listras ou com gomos; b) “Classes”- de acordo com o peso dos frutos em quilogramas, variando de <0,65 kg a >4,00 kg e c) “Categorias”- extra, com 0% de defeitos graves e 5% de defeitos leves, categoria I com 3% de defeitos graves e 10% de defeitos leves; II, com 10% de defeitos graves e 35% de defeitos leves e III, com 20% de defeitos graves e 100% de defeitos leves. São considerados como defeitos graves frutos imaturos e que apresentem sintomas de ataque de viroses, podridões e mancha grave, entre 26 outros. Frutos amassados, apresentando lesão cicatrizada, “barriga branca” ou deformação, entre outros, são considerados como apresentando defeitos leves (portaria SARC 495, 2002). A produção mundial de melões está estimada em, aproximadamente, 27,5 milhões de toneladas (FAO, 2004). Sabe-se que a produção brasileira é uma pequena fração disso (155.000 ton, cerca de 2% da produção mundial); entretanto, é importante salientar o fato de que, nas últimas duas décadas, enquanto a produção mundial triplicou, a brasileira aumentou 20 vezes (Souza,1994). O principal produtor de melão no mundo é a China (14.338.000 ton), seguida da Turquia (1.700.000 ton), Estados Unidos (1.240.000 ton) e Espanha (1.000.000 ton). Outros países como Israel, Costa Rica, Honduras e Panamá também possuem uma participação no mercado internacional (Souza, 1994). A vantagem brasileira é que sua safra coincide com a entressafra espanhola, de setembro a abril. O melão brasileiro entra no mercado internacional entre os meses de setembro a março, competindo com a Costa Rica, Honduras e Panamá, somente a partir de janeiro. O melão de Israel é encontrado nos meses de novembro a janeiro, atendendo à demanda por melão nobre dos tipos Gália e Cantaloupe. Embora os Estados Unidos sejam responsáveis por boa parte das importações mundiais (32,49%), o produto brasileiro ainda não tem expressão no mercado norte-americano em decorrência das barreiras fitossanitárias, que elevam os custos de exportação . As variedades de maior expressão em relação ao tempo de produção e mercado internacional são os melões do tipo Cantaloupe e Honey Dew, produzidos, principalmente, pela Espanha, Estados Unidos e Israel. No Brasil, plantam-se, sobretudo, cultivares ou híbridos do tipo amarelo (yellow honey dew). Entretanto, outros cultivares tem sido utilizados pelos produtores, visando atender às referências de consumidores mais exigentes e até mesmo de alguns importadores. Há uma tendência de aumento da demanda por melões aromáticos e aumento na procura pelos híbridos, em função da produtividade e uniformidade dos frutos. 27 2.2- Mecanismos de Resistência em plantas a patógenos Segundo a teoria evolucionista as plantas para sobreviverem nos mais diferentes ambientes criaram mecanismos de defesa aos agentes externos, adaptando-se as condições de clima, solo e aos agentes estranhos ao ambiente em que se desenvolveram (Harborne, 1997). Estes mecanismos de defesa podem ser originários de mutações herdadas, seleção natural e mudanças evolutivas (Taiz & Zeiger, 2009). Contudo, deve-se observar que a condição de suscetibilidade a doenças surge nas plantas cultivadas. Em comunidades naturais as plantas possuem resistência natural ou apresentam relação simbiótica com os parasitas não promovendo danos consideráveis (Harborne, 1997). Respostas de plantas a infecções fúngicas foram primeiramente relatadas por Ward, em 1905 na Inglaterra, posteriormente, na França, por Bernard em 1911. Estes relatos descrevem as diferentes reações de patógenos desenvolvendo-se ou não em plantas suscetíveis ou resistentes (Purkayastha, 1995). Há uma grande variedade de formas pelas quais as plantas defendemse e esses mecanismos podem ser locais ou sistêmicos, constitutivos ou induzidos (Kessmann et al., 1994). Alguns dos mecanismos pelos quais as plantas defendem-se de agentes patogênicos são constitutivos, outros podem ser ativados quando do contato desses agentes (Sticher et al., 1997). Didaticamente estes mecanismos de defesa vegetal podem ser divididos em duas categorias: pré-formados, que são constitutivos, já presentes nas plantas, passivos e os pós-formados, que são induzíveis, podendo existir em baixas quantidades nas plantas e ativos ao ataque dos patógenos. Essas categorias podem ser subdivididas em estruturais e bioquímicas (Pascholati & Leite, 1995). A primeira defesa da planta em relação ao ataque dos patógenos é a superfície na qual o patógeno irá fixar-se, algumas das barreiras físicas préformadas envolvidas nesta defesa inicial incluem a cutícula; os estômatos e lenticelas, sua localização e formato e células epidérmicas diferenciadas 28 (Agrios, 2005). Tais estruturas presentes na planta possibilitam barreiras que dificultam ou impedem a colonização por parte do patógeno. Quanto às defesas bioquímicas estas podem ser representadas por vários compostos como fenóis, quinonas, lactonas, glicosídeos, terpenos, saponinas e taninos . Tais compostos, em sua maioria são representados pelos metabólitos secundários. Um exemplo de defesa química inerente à planta pode ser citado em cebola, espécie na qual a presença de ácido protocatéico, um composto fenólico, em uma variedade de cebola permite a resistência à antracnose provocada pelo fungo Colletorichum circians (Agrios, 2005). Após a reação de hipersensibilidade, resultante da interação do patógeno com o hospedeiro, algumas reações tanto físicas como bioquímicas passam a ocorrer. Quanto às reações físicas inclui-se a formação de papilas e halos em torno do patógeno, formação de camadas de abscisão, cortiça e tiloses, além de lignificação (Pascholati & Leite, 1995). Em trabalho com diferentes espécies da leguminosa forrageira como Stylosanthes, Jerba et al. (2006) não constataram correlação positiva entre o número de estegmatas, estruturas sílicas presentes nas folhas destas leguminosas, e a incidência de Colletotrichium gloesporioides. Contudo, tal fato pode ser devido ao acúmulo de quitinases e β–glucanases, síntese de peroxidases, deposição de caloses ou agregação citoplasmática. Em seringueira (Hevea brasiliensis (Wild ex Adr. Juss.) Mull. Arg.), observaram aumento da espessura da cutícula nas folhas da planta infectada por Phythophtora capsici ao estudarem a infecção deste patógeno na planta hospedeira. Relacionados à Resistência Sistêmica Adquirida (SAR) incluem-se os mecanismos de defesa bioquímicas induzidas pela infecção do patógeno, mecanismos pós-formados. Estes são representados pela formação de espécies ativas de oxigênio (ROS), moléculas altamente reativas formadas no caminho metabólico da transformação do oxigênio molecular em água; fitoalexinas, metabólitos secundários, antimicrobianos produzidos em resposta a condições de estresse; proteínas relacionadas à patogênese, que atuam no processo de infecção e enzimas associadas aos mecanismos de defesa, 29 oriundas de alterações metabólicas correlacionadas a mudanças na atividade de enzimas-chave do metabolismo primário e secundário, como a peroxidase (Cavalcanti et al., 2006). Dentre as proteínas relacionadas à patogênese, avaliando a atividade da β–1, 3–glucanase e quitinases, após a utilização de elicitores biológicos e químicos em tomateiro, Cavalcanti et al. (2006) demonstraram o aumento da atividade destas enzimas com o emprego dos elicitores em relação à mancha bacteriana causada por Xanthomonas campestris pv. vesicatoria. 2.3- Resistência Sistêmica Adquirida (SAR) Em 1933, Chester revisou cerca de duzentos trabalhos que tratavam da resistência de plantas a doenças e levantou a hipótese de que as plantas teriam um sistema imunológico semelhante aos dos mamíferos. Segundo Bonaldo et al. (2005) os primeiros relatos sobre indução de resistência a patógenos datam de 1901, em trabalhos realizados por Ray e Beauverie, ambos com a interação Botrytis cinerea x Begonia sp. (Kessmann et al., 1994). Em 1940, Müller & Börger realizaram trabalho clássico com tubérculos de batata e observaram que a inoculação de uma área do tubérculo com uma raça avirulenta de Phytophthora infestans aparentemente protegia os tecidos contra a infecção com uma raça virulenta inoculada 24 horas após. Ryals et al. (1996), citando Ross (1961), demonstraram que estes autores foram os primeiros a caracterizar em detalhe a ocorrência de SAR em plantas de fumo (Nicotiana tabacum L.) que exibiam lesões locais quando infectados pelo vírus do mosaico do fumo (TMV). SAR é um mecanismo de defesa induzida que tem o papel de oferecer resistência à patógenos (Ross, 1961). A SAR é induzida por inúmeros patógenos que causam necrose em tecidos, desde a resposta de hipersensibilidade (RH) (Ross, 1961) até lesões de doenças (e é caracterizada por uma resistência duradoura para um grande espectro de patógenos. A SAR pode ser dividida em duas fases: iniciação e manutenção. A fase de iniciação pode ser transitória e inclui todos os eventos que levam ao estabelecimento da resistência. A segunda fase, que envolve o período de 30 manutenção, descreve a resistência estável que resulta da fase de iniciação (Ryals et al., 1994; Silva, 2002; Bonaldo et al., 2005). 2.4- Resistência Sistêmica Induzida (SIR) A divisão entre SAR e SIR mostra-se como um artifício didático para facilitar o processo de entendimento do processo de resistência sistêmica em plantas. Sticher et al. (1997) demonstram que apesar de semelhantes fenotipicamente, por atuarem de maneira sistêmica após a indução por determinados agentes, os fenômenos de SAR e SIR diferem em determinados aspectos até o estabelecimento da resistência sistêmica. A SAR envolve o acúmulo de proteínas-RP como mecanismos induzidos de defesa da planta, sendo sua indução salicilato-dependente, podendo resultar em alterações visuais (necroses, por exemplo) na planta que sofreu indução e, geralmente, induzida por patógenos ou ativadores químicos. Em SIR, não há acúmulo de proteínas-RP, a planta que sofreu indução não exibe alterações, o agente indutor é usualmente um micro-organismo não-patogênico e sua indução não é salicilato-dependente, parecendo haver outra rota de sinalização associada a jasmonatos e etileno (Bonaldo et al., 2005). 2.5– Indutores de Resistência Os chamados indutores de resistência apresentam-se como compostos de diferentes origens capazes de ativar os mecanismos de defesa da planta atuando no mesmo papel dos agentes patogênicos que naturalmente induzem os mesmos mecanismos. Dentre estes indutores enquadram-se os indutores abióticos e os indutores bióticos . 31 A indução de resistência por meio do uso de agentes bióticos tem sido relatada em diversas culturas como: pepino, mostarda, fumo, tomate, melão, batata, trigo e cereja. Estes indutores são organismos vivos ou partes destes capazes de ativar respostas de defesa localizada ou sistêmica em plantas. Estes podem ser bactérias, fungos, vírus, nematóides e insetos (Di Piero et al., 2005). Os indutores abióticos são separados em duas categorias distintas: os indutores químicos e os físicos. Os indutores químicos podem ser: o ácido salicílico, acibenzolar-S-metil (ASM), ácido jasmônico, ácido β-aminobutírico (BABA), ethephon, carboidratos derivados da quitina, probenazole, extratos foliares de Nim (Azadirachta indica), extratos concentrados de folhas de Reynoutria sachalinensis, etc. Os indutores físicos podem ser: a temperatura, radiações utravioleta (UV) e gama. A resposta de defesa ocorre geralmente quando os receptores vegetais, localizados na membrana plasmática das células, interagem com moléculas presentes na parede celular dos micro-organismos ou com substâncias secretadas por esses. Após o reconhecimento é desencadeada uma cascata de eventos associadas com transdução de sinais intracelulares e posterior ativação dos mecanismos de defesa (Métraux, 2001). Sendo assim, a indução de resistência pode ser obtida com o uso de patógenos ativos ou inativos, raças avirulentas de micro-organismos patogênicos, não-patógenos e com metabólitos desses micro-organismos que atuam como elicitores. 2.6- Acibenzolar-S-metil (ASM) Em 1996, o composto sintético acybenzolar-S-methyl, pertencente ao grupo dos benzotiadiazoles (BTH), foi introduzido na Alemanha (produto comercial Bion®) para o controle de oídio em trigo. O composto não tem ação antifúngica direta, mas induz quimicamente o desenvolvimento de mecanismos de resistência da planta . 32 O Bion, acibenzolar-S-metil (ASM),comercializado no Brasil como Bion® é um ativador de defesa vegetal que age quimicamente e vem se tornando uma alternativa viável para as novas estratégias de manejo de doenças em vegetais . O Bion é um produto que tem rápida absorção e é translocado por toda planta gerando um sinal sistêmico que desencadeia a ação de defesa, possibilitando a proteção das plantas contra um amplo espectro de doenças nas culturas do tomate, citros e cacau (Uknes et al., 1992 Resende, 2002). Cavalcanti e Resende (2005) e Perez (2002), conduziram trabalhos que comprovaram a eficiência do ASM como indutor de resistência conferindo uma proteção significativa de 55,4 % na severidade em mudas de cacaueiro contra Verticillium dahliae e de 50 % contra Crinipellis perniciosa. Apesar de apresentar mecanismo de ação, como mensageiro secundário, semelhante ao ácido salicílico (AS), o ASM parece atuar de forma independente do AS ou de qualquer outra molécula sinal, levando a expressão de genes relacionados à SAR (Benhamou & Bélanger, 1998;). O ASM é o ativador de resistência melhor estudado e o primeiro produto comercial sob os nomes de BION®, ACTIGARD™, BOOST® (Venâncio et al., 2000). No Brasil, esta molécula vem sendo testada em cacau, tomate, pimentão, trigo, citros, café, algodão e em outras culturas, apresentando resultados promissores no controle de fungos e bactérias (Ishida, 2004). A aplicação de ASM em trigo induziu a planta a produzir proteínas-RP, quando desafiados com Fusarium graminearum . Em pimentão, o ASM se mostrou eficiente para induzir a resistência a diversas bactérias, como Erwinia carotovora pv. carotovora, Xanthomonas axonopodis pv. vesicatoria e X. campestris pv. Vesicatoria (Venâncio et al., 2000). O composto derivado do benzotiodiazol (BTH) (acibenzolar-S-methyl) tem sido citado como um agente ativador dos mecanismos de defesa de plantas, protegendo-as sistemicamente contra uma larga gama de doenças causadas por fungos e bactérias, sem mostrar efeito tóxico direto e significativo contra estes fitopatógenos (RUESS et al., 1995). OBTH na maioria dos casos 33 estudados não apresenta atividade antimicrobiana direta sobre o patógeno, o que praticamente elimina o risco de seleção de raças resistentes ao produto.Além disso, é um composto de baixo impacto pois apresenta baixa toxicidade (DL50 oral em ratos > 2.000 mg/kg), e nenhumefeito carcinogênico, mutagênico ou teratogênico (RUESS et al., 1996), Os indutores podem atuar de diferentes formas, porém, sempre levando à ativação do sistema de defesa das plantas. O ASM é um análogo do AS, que age induzindo a ativação de genes que codificam proteínas PR e enzimas relacionadas com a produção de fitoalexinas e lignina (Cole, 1999; Resende et al., 2000). Provavelmente, o BABA induz a produção de proteínas PR, como ocorre com o ASM (Jakab et al., 2001), enquanto que a ação da quitosana pode se dar através da criação de uma barreira estrutural, pela lignificação da parede celular, ou pelo efeito inibitório sobre o crescimento de fungos fitopatogênicos (Benhamou et al., 1998). Dentre as proteínas PR ativadas pelos indutores encontram-se as hidrolases β-1,3-glucanase e quitinase, que promovem a desorganização da parede celular dos patógenos, as peroxidases, e a fenilalanina amônia liase (PAL), que estão diretamente envolvidas no processo de lignificação da parede celular (Oliveira et al., 2001). Dann & Deverall (2000) observaram a ativação da resistência sistêmica em ervilha a Uromyces viciae-fabae (Pers.) J. Schroet, quando as plantas foram tratadas com altas dosagens de ASM e isolados avirulentos de Pseudomonas syringae pv. pisi (Sackett) Young, Dye & Wilkie, associadas ao aumento da atividade de β-1,3-glucanase e peroxidase. Em caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.], plântulas tratadas com ASM e inoculadas com Colletotrichum destructivum O'Gara apresentaram aumento da resistência, comprovada com o aumento das enzimas PAL e chalcone isomerase (Latunde-Dada & Lucas, 2001). Vários trabalhos têm demonstrado uma reação de imunidade fisiológica provocada pela ativação de SAR, mas alguns autores, como Ward et al. (1991), por exemplo, identificaram nove grupos de genes que, conjuntamente, foram elevados a altos níveis durante a ativação de SAR. O ácido salicílico desempenha um importante papel na SAR. Ele é acumulado nas plantas após 34 a infecção local, e a SAR não pode ser biologicamente induzida se a planta não for capaz de acumular ácido salicílico, indicando que esse ácido é uma importante molécula envolvida na indução de SAR . Diversos produtos químicos têm sido citados como ativadores de SAR. Até o momento, a única substância derivada de plantas que demonstrou ser um indutor de SAR é o ácido salicílico . Posteriormente, foi sintetizado o ácido 2,6 dicloroisonicotínico (INA), análogo do ácido salicílico que também tem sido demonstrado como ativador de SAR (Metraux et al. 1991). No entanto o uso destas duas substâncias tem apresentado fitotoxidez para a maioria das plantas cultivadas. Recentemente um outro análogo do ácido salicílico, benzothiadiazole (BTH), demonstrou ser um potente ativador de SAR e tem possibilitado a proteção em condições de campo contra um amplo espectro de doenças em diversas culturas (Moraes 1998, Kempster 1998, Dann et al. 1998). A ativação de SAR por BTH foi observada nas culturas de arroz, trigo, fumo, banana, tomate entre outras, geralmente contra doenças causadas por fungos e bactérias (Novartis 1997). Para que os próprios mecanismos de defesa da planta ativada demonstrem toda a sua atividade é necessário um período de tempo entre a aplicação do ativador de plantas e o início da infecção (Novartis, s.d.). A aplicação de BTH em trigo, antes da infecção, resultou em resistência duradoura contra o mildio pulverulento causado por Erisiphe graminis f.sp. tritici. Segundo Gorlach et al. (1996), uma única aplicação de 30 g/há de BTH pode proteger o trigo contra o míldio pulverulento no campo durante toda a estação, combinando proteção duradoura com uma desejável baixa taxa de aplicação. 2.7- Aminoácidos no desenvolvimento vegetal As funções do ácido glutâmico (Glu) e da glutamina (Gln), aminoácido derivado deste, estão bem elucidadas no metabolismo vegetal (Taiz & Zeiger, 2009). Samuel et al. (1975) examinaram a distribuição de carbono (C) do ácido aminolevolúrico (ALA) in vivo em folhas de espinafre após aplicação exógena de Glu com radioisótopo C14 demonstrando que o esqueleto carbônico de 5 35 carbonos do Glu é incorporado intacto ao ALA, indicando que o primeiro precursor da síntese de clorofila é o Glu. No metabolismo do nitrogênio, as funções do Glu e Gln são bem descritos (Rhodes et al., 1980; Rhodes et al., 1986; Mayer et al., 1990), partindo do complexo Glutamina Sintase (GS) e Glutamato Sintetase (GOGAT) considerado a via metabólica primária na assimilação de amônia nas plantas superiores. O NH3 é incorporado ao radical amina da Gln no cloroplasto por uma isoforma de GS. O grupo amina da Gln é transferido para o composto 2-oxiglutorato através de uma reação no cloroplasto catalizada pela GOGAT, produzindo duas moléculas de Glu. Uma dessas moléculas de Glu pode ser utilizada na síntese de Gln, enquanto a outra é utilizada em outras reações do cloroplasto, ou exportada ao citoplasma e utilizada na síntese de dois aminoácidos, a prolina (Pro) e o gamaminobutirato (GABA). O Glu, Gln, Prolamina (Pro) e GABA definem os fluxos de aminoácidos mantendo constantes as proporções de aminoácidos do cloroplasto e citosol. No citoplasma, Pro é formada através da reação entre a carboxila gama do glutamato e o ATP resultando num composto denominado glutamato-5fosfato, que é reduzido por NADPH a glutamato-5-semialdeído (semialdeído glutâmico) que se torna cíclico espontaneamente formando o pirrolino-5carboxilato, este sofre uma redução final que resulta na formação da Pro (Câmara et al., 2000). Estudos desenvolvidos in vivo com isótopos radioativos C14 (Oaks et al., 1970; Boggess et al., 1976), C13-glutamato (Heyser et al., 1989a) ou N 15 (Rhodes et al., 1986; Rhodes & Handa, 1989) indicam que o glutamato é o principal precursor do acúmulo de prolina em plantas submetidas ao estresse osmótico. O acúmulo desse aminoácido é parte de uma adaptação ao estresse osmótico (Boggess et al., 1976; Rhodes et al., 1986; Rhodes & Handa, 1989; Berteli et al., 1995), defendendo os tecidos vegetais dos efeitos do estresse e atuando como protetor enzimático (Solomon et al., 1994; Liu & Zhu, 1997). O acúmulo de Pro envolve em parte: indução (Peng et al., 1996), ativação de enzimas de biossíntese de Pro (Boggess et al., 1976; Delauney & 36 Verma, 1993), decréscimo da oxidação de Pro a Glu (Stewart & Boggess, 1978; Huang & Cavalieri, 1979; Sells & Koeppe, 1981; Elthon & Stewart, 1982) pela redução da atividade da prolina dehidrogenase, enzima de degradação de Pro (Kiyosue et al., 1996; Peng et al., 1996) e decréscimo na utilização da Pro na síntese de proteínas (Fukutoku & Yamada, 1984). Segundo Girousse et al. (1996), o déficit hídrico induz ao incremento na concentração de Pro na seiva do floema em plantas de alfafa, indicando que a deposição de Pro no ápice radicular das plantas sob estresse hídrico (Voetberg & Sharp, 1991) ocorre em grande parte pelo transporte de Pro pelo floema. O gene, ProT2, relacionado com o transporte de Pro é fortemente induzido sob estresse hídrico ou salino em Arabidopsis thaliana (Rentsch et al., 1996). Homólogos aos genes relacionados ao transporte de Pro foram identificados em tomate LeProT1 e se expressam em grãos de pólen em germinação, codificando proteínas relacionadas com transporte de solutos (Schwacke et al., 1999). Plantas transgênicas de tabaco com super expressão de genes relacionados com a síntese e transporte de prolina apresentaram incremento na resistência a déficit hídrico e estresse salino (Kishor et al., 1995). Rossi et al. (1997) demonstraram que nas folhas de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) cultivado em solução contendo NaCl, ocorreu aumento nos níveis de prolina de até duas vezes. O aumento de prolina em situação de estresse teria efeito osmorregulador (Levitt, 1981), entretanto Hare & Cress (1997) sugeriram que esse efeito é secundário ao se considerar as implicações metabólicas da sua síntese e degradação. Em células em crescimento o nível de deposição de Pro é equivalente à combinação dos níveis de síntese e de Pro oriunda da degradação de proteínas e translocada pelo floema (força dreno), subtraída a quantidade de prolina catabolizada, exportada e a utilizada na síntese de proteínas e ainda a diluição causada pela entrada de água durante o crescimento (Rhodes & Handa, 1989; Voetberg & Sharp, 1991). Para a compreensão dos efeitos da Pro nas células de tecidos jovens, deve-se considerar as implicações da água da planta nas regiões de 37 crescimento, incluindo o potencial de água, potencial do soluto, turgor e a diferença de potencial entre o xilema e as células em crescimento (Nonami et al., 1997), bem como, o nível de metabólitos inibidores do crescimento como o áciso abscísico, cuja síntese ou compartimentalização promovem mudanças rápidas no turgor e no metabolismo, por exemplo, a alteração do pH celular (Rhodes, 1987). O feedback genético é complexo, pois o ácido abscísico, sinais osmóticos e o cálcio citosólico, alteram a expressão de genes que codificam enzimas de síntese de Pro (Kishor et al., 1995). Avendano et al. (2005), avaliando cultivares de milho quanto a tolerância à seca, verificaram que o acúmulo de Pro aumentou conforme se prolongou o período de seca em quatro variedades, em diferente proporção. As variedades melhoradas apresentaram maior acúmulo de Pro que as originais. Os resultados permitem estabelecer que as variedades melhoradas por seleção massal, em condições de umidade restringida no solo, desenvolveram um mecanismo de tolerância que lhes permite sobreviver em condições de seca e recuperar-se completamente reiniciando seu metabolismo normal de crescimento, uma vez que exista umidade. Nesse processo a Pro tem um papel preponderante. Nesse sentido, Bellinger et al. (1991) sugerem que a acumulação de Pro não é um indicador de resistência e sim um indicador de tolerância adquirida, visto que diversos experimentos demonstraram que células, calos e somaclones selecionados como tolerantes ao estresse apresentaram maior acumulação de Pro do que os não adaptados. Shevyakova et al. (1985) observaram a acumulação de Gln e Glu em células de Nicotiana sylvestris e Willadino et al. (1996) em calos de milho submetidos ao estresse salino. O estresse salino promove incremento na atividade das enzimas glutamina sintetase (GS) (Viégas & Silveira, 1999) e glutamato sintase (GOGAT) envolvidas na assimilação do íon amônio. O ciclo GS/GOGAT provavelmente desempenha importante papel no suprimento de Glu para a biossíntese de arginina e prolina em condições de estresse. A elevada produção de NH3-NH4+ durante o estresse abiótico, acompanhado de incremento da via biossintética de arginina, é considerado um mecanismo de 38 desintoxicação do íon amônio produzido (Slocum & Wiestein, 1990). A capacidade de incorporar esse amônio em condições de estresse, seja salino, osmótico ou nutricional, pode representar um mecanismo homeostático importante frente a condições de estresse em vegetais. 2.8- Silício no desenvolvimento vegetal O silício (Si) é um elemento com propriedades elétricas e físicas de um semi-metal, desempenhando no reino mineral papel cuja importância pode ser comparável ao do carbono nos reinos vegetal e animal (Lima-Filho et al., 1999). Semelhante a este, porém de modo menos intenso, o silicio possui a capacidade de formar longas cadeias, muitas vezes ramificadas. O silício é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, estando logo após do oxigênio. Compostos contendo o elemento silicio acumulam-se nos tecidos das plantas representando entre 0,1 a 10% da matéria seca (Raij, 1991). A definição das funções bioquímicas específicas do silicio na nutrição dos animais e das plantas ainda não foram bem esclarecidas. No entanto, em várias espécies vegetais a sua absorção traz inúmeros benefícios, para o crescimento e desenvolvimento, especialmente quando as plantas são submetidas a algum tipo de estresse, seja ele de caráter biótico ou abiótico (Epstein, 1999). É reconhecido que este elemento influencia na resistência apresentada pelas plantas em resposta a ataques de insetos, nematóides, doenças, estado nutritivo, transpiração e, possivelmente, algumas características de trocas gasosas, influenciando na eficiência fotossintética . A comprovação da essencialidade do Si é muito difícil de ser obtida, devido à sua abundância na biosfera. O silicio está presente em quantidades significativas mesmo em sais nutrientes, água e ar, altamente purificados (Werner & Roth, 1983). Apesar disso, o fornecimento de silicio é benéfico para muitas espécies vegetais e, em determinadas circunstâncias, para a maioria das plantas superiores (Marschner, 1995). O silicio pode estimular o 39 crescimento e a produção indiretamente, pela sua atuação na diminuição do auto-sombreamento, deixando as folhas mais eretas; decréscimo na suscetibilidade ao acamamento, maior rigidez estrutural dos tecidos; proteção contra estresses abióticos, como a redução da toxidez de Al, Mn, Fe e Na; diminuição na incidência de patógenos e aumento na proteção contra herbívoros, incluindo os insetos fitófagos (Epstein, 1994; Marschner, 1995). O silício, absorvido do solo na forma de ácido silícico, é depositado na parede celular podendo trazer efeitos benéficos para as plantas. É capaz de aumentar o teor de clorofila das folhas e a tolerância das plantas aos estresses ambientais como frio, calor, seca, desequilíbrio nutricional e toxicidade a metais, além de reforçar a parede celular e aumentar a resistência contra patógenos e insetos (Epstein, 2001). As plantas superiores podem ser classificadas em relação à absorção de silicio, em acumuladoras, intermediárias e não acumuladoras, sendo as gramíneas em geral, classificadas como acumuladoras de silicio (Miyake & Takahashi, 1983; Korndörfer et al., 1999 a, b). Apesar de ser um dos elementos mais abundantes da crosta terrestre e presente em consideráveis quantidades na maioria dos solos, os cultivos consecutivos podem diminuir o teor de Si até o ponto em que a adubação silicatada seja necessária para maximizar a produção . O ecossistema dos cerrados é caracterizado por solos que apresentam baixos valores de pH, excesso de alumínio (Al) trocável e baixa disponibilidade de Si para as plantas. Atualmente, o calcário tem sido amplamente utilizado para a correção do pH dos solos ácidos, mas o silicato vem se tornando uma nova opção, pois foi demonstrado que este pode corrigir em profundidade o pH dos solos (Korndörfer et al., 2002). O mecanismo pelo qual o silício exerce seu efeito protetor ao ataque de patógenos e insetos é ainda controverso ( Goussain et al. 2005). A proteção conferida às plantas pelo silício pode ser devida ao seu acúmulo e polimerização nas células, formando uma barreira mecânica que dificulta o ataque de insetos-praga e patógenos (Yoshida et al., 1962). A função do silício como reforço da resistência mecânica foi questionado por Menzies et al. (1992) 40 e Samuels et al. (1991). Segundo Chérif et al. (1992), o silício está relacionado com reações específicas de defesa das plantas. Gomes et al. (2005) sugeriram que o silício atua como elicitor do mecanismo de resistência induzida em plantas de trigo. Até recentemente, o silicio era encarado apenas como uma barreira mecânica passiva de defesa da planta contra o estresse ambiental. O efeito da proteção mecânica é atribuído, principalmente, ao depósito de Si na forma de sílica amorfa (SiO2.nH2O) na parede celular que provoca a formação de uma dupla camada de sílica cuticular, ao qual, pela redução da transpiração, faz com que a exigência de água pelas plantas seja menor. Este aspecto pode ser de extrema importância para as gramíneas que crescem em solos do cerrado onde o período de estiagem é longo e severo. A acumulação de sílica também torna a planta mais rígida e resistente à herbivoria ( Ma et al., 2001). Entretanto, a proteção mecânica, já não é a única hipótese para a explicação da função do Si na planta. Fawe et al. (1998) identificaram uma proteção ativa induzida pelo Si dentro das células vegetais. Estes autores demonstraram que o Si inicia uma sequência de reações que formam mecanismos de defesa bioquímica na planta infectada de pepino. Epstein (1999) sugere que o Si possa agir como um segundo mensageiro dentro da célula afirmando, também, que os mecanismos de defesa mobilizados pelo Si incluem acumulação de lignina, compostos fenólicos, quitinases e peroxidases. O fornecimento de silício tem beneficiado muitas espécies vegetais, estimulando o crescimento e a produção, além de propiciar proteção contra estresses abióticos e diminuir a incidência de insetos-praga e doenças (Marschner, 1995; Savant et al., 1997; Epstein, 1994, 1999). 41 2.9- Fosfito no desenvolvimento vegetal Atualmente, o processo produtivo agrícola sofre pressão da sociedade pela produção de alimentos de forma sustentável e sem resíduos . Por estas razões, existe uma busca contínua por alternativas que sejam capazes de auxiliar no controle de doenças, mas que não representem riscos ao homem e ao meio ambiente. Silicatos, ácidos cítricos e algas são alguns dos exemplos de substâncias com potencial de uso no controle de doenças (Peruah & Silva, 2005; Galvão et al., 2006). Os fosfitos são, provavelmente, as substâncias de maior destaque. Apesar de serem considerados adubos, os fosfitos, devido a sua incompleta oxidação, apresentam maior solubilidade e absorção, bem como provocam efeitos únicos sobre o metabolismo das plantas (Lovatt & Mikkelsen, 2006). Os fosfitos, sais derivados do ácido fosforoso, são considerados fertilizantes a base de fósforo com a adição de micronutrientes e que também podem estimular o mecanismo natural da planta contra a invasão de patógenos, bem como atuar diretamente sobre os fungos fitopatogênicos . O fósforo (P) é um elemento essencial necessário para todos os organismos vivos. O fosforo na forma iônica não aparece na natureza por ser muito reativo, combinando rapidamente, com o hidrogênio e o oxigênio. Quando ocorre sua completa oxidação, este se liga a quatro átomos de O 2, formando a conhecida molécula de fosfato. Mas, quando o fosforo não se oxida completamente, um átomo de H+ ocupa o lugar do O2 e a molécula resultante é denominada de fosfito. Esta simples mudança na estrutura molecular influencia na sua solubilidade e afeta a absorção e metabolismo das plantas (Lovatt & Mikkelsen, 2006). Segundo Lovatt & Mikkelsen (2006), o fosfato completamente oxidado é a forma mais estável de P no ambiente, assim, o fosfito depois de adicionado ao solo passa por uma transformação gradual até formar fosfato. O tempo médio para a oxidação do fosfito a fosfato no solo é de 3 a 4 meses, mas devido a sua alta solubilidade no solo este se encontra mais disponível aos micro-organismos e às raízes das plantas que o fosfato. 42 Os fosfitos são produtos líquidos originados pela neutralização do ácido fosforoso (H3PO3) por uma base, sendo a mais utilizada o hidróxido de potássio, formando desta forma o fosfito de potássio. Este possui excelentes qualidades fitossanitárias, com atividade antifúngica, atuando diretamente sobre os fungos ou ativando mecanismos de defesa das plantas, induzindo a produção de fitoalexinas (Reuveni, 1996). Os fosfitos quando aplicados podem estimular a planta a ter uma rápida produção de fitoalexinas que são importantes mecanismos de ação das plantas .Este tem sido utilizado no controle de várias doenças, em fruteiras de clima temperado (Reuveni et al., 2003; Katsurayama & Boneti, 2005; Sonego et al., 2005), apesar de seu modo de ação não ter sido elucidado com exatidão (Boneti & Katsurayama, 2002). Alguns trabalhos demonstram que os fosfitos atuam diretamente sobre o fungo, enquanto outros afirmam que ocorre a ativação dos mecanismos de defesa das plantas (Lovatt & Mikkelsen, 2006). Neste caso, os fosfitos estimulariam a produção de fitoalexinas, substâncias naturais de defesa da planta, quando infectadas por algum patógeno. Os fosfitos têm sido aplicados com êxito no controle de míldio da videira (Dalbó & Schuck, 2003; Galvão et al., 2006), inclusive com resultados similares aos fungicidas (Sonego et al., 2005). 43 3. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na fazenda Mandacaru, localizada no município de Juazeiro (BA), na Estação Experimental da Embrapa Semiárido, situado à 09º 24’ de Latitude S, 40º 26’ de Longitude W e a 350 m de altitude. A área utilizada foi de 800 m2, com predominância do solo vertissolo. O clima da região é classificado como semi-árido quente BSh’W (classificação de KÖPPEN), com temperatura média anual do ar de 26,5 C, sendo a média das máximas de 28,5 C. A precipitação pluvial média anual é de 578,1 mm (Amorim Neto, 1989), com maior concentração nos meses de dezembro a abril. A variedade utilizada foi o melão amarelo (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers da Syngenta, o melão amarelo é o mais cultivado na região. As mudas foram produzidas em casa de vegetação utilizando-se bandejas de isopor com 96 células preenchidas com substrato Plantmax®, sendo estas transplantadas com 7 dias após a germinação (agosto de 2008). As mudas foram transplantadas para o campo em solo previamente irrigado pela manhã e após o transplantio, o solo foi irrigado por 2 horas. A partir do resultado da análise de solo (Tabela 1) realizada nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, foi realizada a adubação de fundação com 500 kg ha-1 de NPK 6-24-12, uma semana antes do transplantio. As demais adubações foram semanais, via fertirrigação e adubação foliar, conforme o esquema das Tabela 2 e 3. As composições dos adubos utilizados estão descritos na Tabela 4. 44 Tabela 1. Resultados da análise de solo da área experimental da Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Descrição M.O. matéria Unidade Amostra 0 a 20 Amostra 20 a 40 cm cm g/kg 14,17 11,89 orgânica pH H2O-1:2,5 - 8 8 C.E. Extrato dS/m 0,65 0,64 2 2 saturação P Fósforo mg/dm3 K Potássio cmolc/dm3 0,54 0,48 Ca Cálcio cmolc/dm3 27,1 25,8 Mg Magnésio cmolc/dm3 6,4 4,1 Na Sódio cmolc/dm3 0,18 0,3 3 Al Alumínio cmolc/dm 0 0 H+Al Acidez cmolc/dm3 0 0 S(bases) Soma bases cmolc/dm3 34,22 30,68 CTC troca catiônica cmolc/dm3 34,22 30,67 V Saturação % 100 100 potencial bases Cu Cobre mg/dm3 0,94 0,82 Fe Ferro mg/dm3 15,6 11,5 Mn Manganês mg/dm3 76,3 56,6 3 4,19 1,71 Zn Zinco mg/dm 45 Tabela 2. Esquema da adubação foliar realizada durante todo o período do cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Época aplicação (D.A.P.) de 5 12 19 26 33 40 47 54 Q. Z Q. nitro B 1 1 Q. Florada Q. Fe 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 Produto / dosagem (mL L-1) Q. Mg 8 Niphokam Q. K 30 1 2 1 3 2 1 2 1 3 1 3 2 3 3 3 Q. P Q.Arran 30W k Q.Mn 10 2 2 2 2 2 2 2 3 2 2 2 3 3 D.A.P.= dias após o transplantio Tabela 3. Adubação via fertirrigação realizada durante todo o período do cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Produto/ dosagem Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Sulf. Mg (kg) 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 Fernit (kg) 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 13-00-44 (kg) P 30 W (L) 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 1 1 1 1 1 1 1 1 Sulf. K (kg) 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 Nitrato Ca (kg) Niphokam (L) 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 1 1 1 0,5 0,5 0,5 Obs.: A quantidade utilizada foi semanal (irrigação de segunda a sexta feira– 5 dias/semana). O sistema de irrigação utilizado foi o de gotejo, com espaçamento de 0,50 cm entre os gotejadores e a quantidade de água fornecida foi de acordo com a evapotranspiração, sendo que a irrigação ocorreu durante 5 dias por semana. 46 O experimento foi conduzido em esquema de blocos casualizados com 9 tratamentos e 4 repetições, sendo cada repetição composta por 20 plantas. Os blocos foram montados em uma linha cada, com espaçamento entre plantas de 0,5 m e 1,0 m entre os tratamentos. Tabela 4. Composição dos adubos utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers (% do elemento por kg ou L de produto) . Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Produtos N P K S Ca Mg B Mo Fe Zn Mn Cu 0,1 0,1 1 0,5 0,2 Co Fundação / Fertirrigação Fernit 21,3 24,6 Sulfato K 50 Nitrato Ca 15 13-00-44 13 19 44 Sulfato Mg 9,5 6-24-12 6 24 Q. P 30 W 1 30 Niphokam 10 8 12 1,5 8 1 0,5 0,5 Foliar Q.Z nitro 10 15 Q.Boro L 10 Q.Florada 9 Q.Ferro 2,3 Q.Mg 8 4 1 0,1 1 0,5 0,2 5 3 0,6 8 Niphokam 10 Q.K 30 1 Q.P 30 W 1 Q. Arrank 1 8 8 1 0,5 0,5 0,1 0,5 0,06 10 30 30 1,5 4 Q.Mn 10 10 Os tratamentos utilizados foram: T1- silício (Si); T2- fosfito de cobre; T3- ASM; T4- silício alternado com tratamento padrão; T5- fosfito de cobre alternado com tratamento padrão; T6ASM alternado com tratamento padrão; T7- ASM + Si + fosfito de cobre; T8- ASM + Si + fosfito de cobre + aminoácido; T9- tratamento padrão (testemunha). A descrição dos tratamentos utilizados neste experimento e do tratamento padrão com seus princípios ativos, doses e nome dos produtos utilizados estão descritos nas Tabelas 5 e 6. 47 Dois dias após o transplantio nos tratamentos 4, 5, 6 e 9, foram aplicados o produto Actara a 50 mL de calda por planta (0,06 g do produto por planta). Esta aplicação teve o propósito de proteger as plantas contra o ataque da mosca branca, principal transmissor do vírus do amarelão. As demais pulverizações foram realizadas a cada 7 dias durante 8 semanas. Todos os tratamentos foram aplicados utilizando-se pulverizador costal de 15 L adaptado com regulador de volume com bico tipo leque, sendo as aplicações realizadas sempre pela manhã com início às 7:30 h. O volume de calda teve variação semanal em função do aumento da massa foliar do meloeiro (Tabela 7). Tabela 5. Tratamentos com os princípios ativos e produtos comerciais e as concentrações do p.a. utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Tratamentos Nome Comercial 1 Silício Princípio ativo (p.a.) Silício 2 Fosfito de cobre Fosfito de cobre 3 Bion Acibenzolar-SMethyl - ASM (Benzothiadiazole) 4 Tratamento padrão alternado com Silício Tratamento padrão alternado com Fosfito de cobre Tratamento padrão alternado com Bion Silicio+ Fosfito de Cobre+ Bion Bion + fosfito Cobre+ Silicio + Aminoácido Vita-L Tratamento padrão (Testemunha) 5 6 7 8 9 Concentração do p.a. 150 mL 100 L-1 H2O 300 mL 100 L-1 H2O 5 g 100 L-1 H2O 200 mL 100 L-1 H2O 48 Tabela 6 - Tratamento Padrão, nomes comerciais, princípios ativos e suas concentrações utilizadas no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Produto Princípio ativo P.A. Actara Tiametoxam 250 g kg-1 Vertimec Abamectina 18 g L-1 Trigard 750 WP Cyromazine 750 g kg-1 Karate Lambda-cialotrina 50 g L-1 Score Difenoconazol 250 g L-1 Amistar Azoxistrobina 500 g kg-1 Quimióleo Óleo vegetal (soja) 856 g L-1 Tabela 7. Volume de calda dos tratamentos utilizados por semana. Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 56 56 Volume de calda por tratamento em litros 10 16 28 28 40 48 45 No tratamento que incluiu a adição de aminoácidos, o produto utilizado foi o Aminoácido Vita-L da Biolchim, tendo o aminograma detectado a presença de vários aminoácidos como mostra a Tabela 8. Tabela 8. Aminoácidos presentes no produto comercial Aminoácido Vita-L e suas concentrações em g 100 g-1 do produto. Ácido aspártico– 5,70 Ácido glutâmico– 10,42 Alanina– 8,93 Arginina– 5,95 Cisteína– 0,37 fenilalanina– 2,48 Glicina– 25,31 Hidroprolina– 8,18 Isoleucina– 1,48 Histidina– 1,24 Leucina– 3,72 Lisina– 4,46 Metionina– 0,74 Prolina– 13,97 Serina– 1,73 Tirosina– 1,48 Treonina– 0,99 Triptofano– 0,37 Valina– 2,48 49 A época de aplicação dos tratamentos alternativos e do tratamento padrão (testemunha) utilizados no experimento seguiram o cronograma esquematizado nas Tabelas 9 e 10, respectivamente. Tabela 9. Época de aplicação dos tratamentos realizados após o transplantio das plantas de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Tratamentos 1 Semanas após o transplantio 2 3 4 5 6 7 8 1- Silício(Si) 2- Fosfito de cobre(Cu) 3- ASM (Acibenzolar S Metyl) 4- Padrão/Silicio 5- Padrão/fosfito de Cobre 6- Padrão/ASM 7- ASM+Silicio+fosfito de Cobre 8- ASM+Silicio+fostito de Cobre+aminoácido 9- Padrão Tratamento padrão Tratamentos Tabela 10. Esquema da aplicação dos produtos do tratamento padrão realizados após o transplantio das plantas de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Estação Experimental de Mandacaru da Embrapa Semiárido, em Juazeiro-BA, 2008. Produtos Abamectina Cyromazine Tiametoxan Lambda-cialotrina Difenoconazol Azoxistrobina 1 2 Semanas após o transplantio 3 4 5 6 7 8 Inseticidas Fungicidas 50 O experimento teve a duração de 70 dias e durante esse período foram realizadas 7 avaliações em campo, observando-se a incidência das principais pragas do meloeiro (broca do fruto, mosca minadora e mosca branca) e 4 avaliações da presença de doenças (míldio, oídio e bactéria). Para a avaliação das pragas foi utilizado os princípios do monitoramento da produção integrada de frutos (PIF)-melão, amostrando-se 10% das plantas/tratamento nas horas mais frescas do dia, preferencialmente entre 6 as 9 horas da manhã. Mosca-branca: Para adultos foi amostrado uma folha do terceiro ou quarto nó, a partir do ápice do ramo, observando-se a parte inferior da folha. Quando as plantas eram jovens, antes da emissão dos ramos, foi amostrada a folha mais velha. Para ninfas foi amostrada uma folha do oitavo ao décimo nó do ramo. Para a contagem das ninfas maduras ou pré-pupas com olhos vermelhos foi utilizado uma lupa de 10 vezes. A área de abrangência da lupa, na parte inferior da folha limita-se a 2,5 x 2,5 cm, próxima da nervura central das folhas. Na presença de sintomas do amarelão foi considerado o nível de controle de duas moscas adultos ou ninfas, em média nos 20 pontos amostrados. Na ausência de sintomas do amarelão, o nível de controle foi de dez moscas, adultos ou ninfas, em média nos 20 pontos amostrados. Mosca minadora: Amostragem foi plantas/tratamento, onde o local amostrado realizada em 10% das corresponde a folha mais desenvolvida da rama. Como os adultos são muito sensíveis ao movimento, a contagem dos indivíduos adultos nas folhas deve ser feita mantendo uma distância para que eles não dispersem. As larvas são observadas nas galerias que fazem nas folhas. O nível de controle em plantas com até 30 dias de desenvolvimento é de 5 larvas ou adultos, em média, nos 20 pontos amostrados. A partir dos 30 dias, o nível de controle é de 10 larvas ou adultos, em média nos 20 pontos avaliados. Esta amostragem é usada para parcelas de até 2,5 hectares. 51 Para a avaliar míldio e oídio foi utilizada a escala diagramática do míldio do meloeiro com diferentes porcentagens de área lesionada, severidade (UFAL, 2006) (Figura 1) e escala diagramática para a determinação da severidade de oídio em curcubitáceas, expressa em porcentagem de área foliar lesionada (Figura 2). Quanto à avaliação de doenças causadas por bactéria (Acidovorax avenae subsp. Citrulli) o critério utilizado foi o da presença ou ausência. As avaliações (monitoramento) de pragas e doenças foram realizadas no dia anterior às pulverizações. Figura 1- Escala diagramática para a determinação da severidade do míldio em curcubitáceas, expressa em porcentagem de área foliar lesionada. 52 Figura 2 - Escala diagramática da severidade de oídio do meloeiro em porcentagem de área foliar lesionada (UFAL, 2006). Na colheita (novembro de 2008), 70 dias após o transplantio, foram avaliadas as seguintes características: produção final de frutos de melão (em kg); número de frutos; tamanho dos frutos (comprimento e diâmetro da região mediana dos frutos em cm); massa fresca e seca da parte aérea (em kg e g, respectivamente); quantidade de frutos com broca e quantidade de frutos sem broca; incidência de oídio, míldio e bactéria; sintomas de podridão e amarelão (vírus) e o custo de produção por hectare dos tratamentos. Os frutos foram levados ao laboratório de fitopatologia da Embrapa Semiárido em Petrolina, PE para avaliação da qualidade interna dos frutos: teor de sólidos solúveis (SS) realizado com o auxílio de refratômetro manual ( oBrix); teor de acidez titulável (AT) determinado através da titulação de 10 gramas de polpa homogeneizada e diluída para 90 mL de água destilada, com solução padronizada de hidróxido de sódio a 0,1 N, utilizando-se como indicador o ponto de viragem da fenolftaleína ( Pregnolatto, W 1985), expresso em gramas de ácido cítrico por 100 gramas de polpa e relação SS/AT (“Ratio”) determinada pela relação entre o teor de sólidos solúveis e acidez titulável (Tressler & Joslyn, 1961). 53 A firmeza da polpa foi medida como resistência à penetração, utilizandose um penetrômetro manual (Magner) com plunger de ponteira cilíndrica de 8 mm de diâmetro. Os resultados foram obtidos em libras força (kg cm-1). Também foi realizada a avaliação pós-colheita dos frutos tratados e não tratados com ASM. Assim, os frutos tratados foram imersos por 10 minutos em solução com 2,0mM de ASM. O grupo controle foi mergulhado em água. Dos frutos tratados com ASM após a colheita, metade foi inoculada com Fusarium e a outra metade não, sendo o mesmo procedimento realizado para o grupo de frutos não tratados com ASM. A inoculação foi feita mediante a realização de micro perfurações na casca do melão com material contaminado com fusarium. O objetivo de dividir em dois grupos foi a de permitir a avaliação do nível de contaminação dos melões . Os frutos inoculados permaneceram em câmara úmida por 48 horas,após este período de incubação os frutos foram mantidos em temperatura ambiente de 25ºC e avaliados durante uma semana. Elaborando-se uma escala de notas, com 5 categorias, para avaliar a severidade de manchas na casca dos frutos causadas pela incidência do vírus do amarelão . (Figura 3). Figura 3. Escala de notas, com 5 categorias, para classificação da severidade de manchas na casca de frutos de melão do tipo amarelo causadas pelo vírus do amarelão. 54 A partir da terceira semana de plantio foi realizado quinzenalmente a coleta de material vegetal para avaliação enzimática da peroxidase e βglucanase das folhas, totalizando 4 coletas. Para estas coletas utilizou-se tesoura para a retirada das folhas, que eram imediatamente acondicionadas em papel alumínio e colocadas em caixa de isopor com nitrogênio líquido para a sua conservação, evitando-se a oxidação. Este material foi armazenado e conservado em ultra-freezer a -40oC, no laboratório de química da Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF, Campus de Juazeiro (BA), até a realização das análises. A análise da atividade da Peroxidase foi realizada de acordo com a seguinte metodologia: Preparo da solução tampão Para a extração de proteínas (folhas) foi utilizado o tampão acetato de sódio 0,1 M. Preparou-se 100 mL de solução acetato de sódio a 1M. Retirou-se 2 mL desta e substituiu-a por 2 mL de EDTA 0,5 M. Após este procedimento, acrescentou-se 900 mL de água destilada para obter a concentração de 0,1 M. Após a diluição, adicionou-se 10 g de Polivinil pirrolidone ( PVP), que corresponde a 1% da solução; este antioxidante foi utilizado devido às folhas apresentarem muitas oxidases. Por fim, armazenou-se a solução tampão no refrigerador. Preparo do extrato Para a extração enzimática foram utilizadas folhas de meloeiros que foram previamente pesadas, maceradas em almofariz (previamente resfriado), juntamente com 20 mL do tampão acetato de sódio, onde a parte líquida da solução resultante, foi transferida para tubos Falcon (todo processo foi realizado mantendo vidrarias e auxiliares recobertos por gelo), mantendo-as a baixas temperaturas. Centrifugou-se a 14.000 rpm por 25 minutos a 4ºC e após, transferiu-se o sobrenadante para Eppendorfs que foram armazenados a -80ºC. 55 A análise da atividade da β-1,3 glucanase foi realizada de acordo com a seguinte metodologia: Pipetou-se 450,0 µL do extrato enzimático (obtido do extrato das folhas de meloeiro) em um tubo de ensaio, adicionou-se 450,0 µL de tampão acetato de sódio (100 mM/pH 5,0) e 450 µL de laminarina (4,0 mg mL-1). Para a preparação do branco adicionou-se água destilada no lugar da laminarina. Os tubos foram incubados a 40ºC por uma hora. Após, adicionou-se 0,5 mL de fenol 5% (v/v), 2,5 mL de H2SO4 concentrado e os tubos foram colocados em repouso por 10 minutos. Logo após, os mesmo foram agitados e colocados em banho-maria a 30º C, por 20 minutos. Efetuaram-se as leituras no espectrofotômetro a 480nm e 490nm em temperatura ambiente, sendo que as amostras foram diluídas em água destilada na proporção de 1:2 devido aos altos valores de absorbância apresentados nas leituras iniciais. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (teste F) pelo programa computacional Sisvar, sendo as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Também foi realizada a análise de regressão dos dados. 56 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para matéria fresca da parte aérea observa-se que houve diferença estatística significativa entre os tratamentos (F= 10,28*), sendo que o tratamento alternativo com fosfito de cobre associado ao padrão não apresentou diferença estatística do tratamento padrão (testemunha) e foi superior aos demais tratamentos.. No tratamento alternativo onde foi associado o fosfito de cobre com o padrão ocorreu maior produção de massa de matéria fresca da parte aérea que os demais tratamentos. A maior quantidade de matéria fresca permite a melhor eficiência fotossintética possibilitando uma melhora da relação energética da planta. Tendo a planta uma melhor relação energética a sua eficiência nas emissões de estímulos bioquímicos ligados a indutores de resistência tendem a ser mais efetivos. O tratamento alternativo, padrão + fosfito de Cu, apresentou resultado similar ao padrão demonstrando que pode ser uma alternativa para o bom desenvolvimento vegetativo do melão amarelo RML 5006 Rogers. Figura 4 .Matéria fresca da parte aérea (em g) de plantas de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Si; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. 57 Houve diferença estatística entre os tratamentos para matéria seca da parte aérea. Observando-se que os tratamentos alternativos com fosfito de Cobre associado ao padrão, e o ASM associado ao padrão não diferiram do tratamento padrão (testemunha).Estes tratamentos foram diferentes dos tratamentos com fosfito de Cobre; ASM; ASM + Silicio + fosfito de Cobre e ASM + fosfito de Cobre + Silicio + aminoácidos (Figura 5. O que fica claro é que o tratamento alternativo com fosfito de cobre intercalado com o tratamento padrão e o tratamento alternativo ASM associado com o padrão, juntamente com o tratamento padrão ( testemunha) foram superiores aos demais tratamentos, produzindo maior volume de matéria seca, sugerindo que estes tratamentos não interferiram negativamente na produção de massa seca, ou seja, na taxa fotossintética. Figura 5. Matéria seca da parte aérea (em g) de plantas de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Si; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. 58 O tratamento padrão (testemunha) foi significativamente superior aos demais tratamentos quanto ao diâmetro do fruto, evidenciando que este tratamento proporcionou frutos de maior diâmetro (Figura 6). Os frutos do tratamento padrão foram classificados com tamanhos entre 4 a 10, sendo este padrão de tamanho bastante aceito no mercado interno. Figura 6. Diâmetro (em cm) dos frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Si; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Co+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 59 O comprimento do fruto também foi influenciado pelos tratamentos, sendo os tratamentos alternativos ASM associado com o tratamento padrão; o fosfito de cobre associado ao tratamento padrão; o silício associado com o tratamento padrão; somente o fosfito de cobre; o ASM com fosfito de cobre com silício e aminoácido e o tratamento padrão (testemunha), foram superiores aos demais tratamentos. Com isto fica evidenciando que os tratamentos alternativos proporcionaram frutos de maior comprimento, consequentemente, frutos maiores (Figura 7). Figura 7. Comprimento dos frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Si; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 60 Quanto a produção total de frutos em kg os tratamentos alternativos como: aplicação somente do silicio; silício associado com tratamento padrão; fosfito de cobre associado com tratamento padrão; ASM associado com tratamento padrão; ASM mais fosfito de cobre e silício; ASM com fosfito de cobre com silício e aminoácidos e o tratamento padrão (testemunha) foram estatisticamente superiores aos demais tratamentos.Fica evidenciando que os tratamentos alternativos juntamente com o tratamento padrão proporcionaram maior produção de frutos (Figura 8). Estes resultados demonstraram ser possível obter produtividade com tratamentos alternativos, possibilitando a redução de defensivos e podendo ser uma alternativa para o manejo sustentado do meloeiro. Figura 8. Produção total (em kg) de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 61 Bem como aos números de frutos produzidos por planta não houve diferença estatística entre os tratamentos como pode ser observado na Figura 9. Isto demonstra que podemos avaliar a possibilidade em utilizar os tratamentos alternativos como uma possibilidade no manejo do meloeiro. Figura 9. Número de frutos produzidos por planta de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. 62 Para número de frutos de melão produzidos sem broca pode-se observar que houve diferença estatística entre os tratamentos. Percebemos que os tratamentos alternativos com silício associado com o tratamento padrão; fosfito de cobre associado ao tratamento padrão; ASM associado ao tratamento padrão; ASM com fosfito de cobre silício e aminoácido e o tratamento padrão ( testemunha) não diferem entre si, evidenciando que estes tratamentos tiveram menos frutos atacados por brocas , ou seja, esses tratamentos promoveram uma maior proteção dos frutos a esta praga (Figura 10). Os tratamentos contendo o padrão associado ao silício, fosfito de Cobre e ASM demonstram ser uma alternativa para o manejo da broca no cultivo do meloeiro, contribuindo para a redução no uso de defensivos . Figura 10. Número de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers sem broca tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 63 Não houve diferença significativa entre os tratamentos para as características interna dos frutos de meloeiro como pH, teor de sólidos solúveis (oBrix) e a relação sólidos solúveis/acidez titulável (“Ratio”) do suco da polpa (Figuras 11, 12 e 13, respectivamente). Os resultados demonstram ser possível a utilização dos tratamentos alternativos sem prejuízo das características internas dos frutos. Figura 11. Valores de pH do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. 64 Figura 12. Teor de sólidos soluveis do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. Figura 13. Relação sólidos solúveis/acidez titulável (“Ratio”) do suco da polpa de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 6=padrão/ASM; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 65 A Figura 14 mostra os resultados de firmeza da polpa dos frutos de melão verificando-se que os tratamentos alternativos com fosfito de cobre e com silício foram superiores aos demais tratamentos, sugerindo que estes tratamentos retardaram o amolecimento dos frutos. Os resultados demonstram ser possível a utilização destes tratamentos para melhorar a resistência dos frutos, possibilitando melhora na qualidade dos mesmos. Figura 14. Firmeza da polpa(kg/cm) de frutos de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 66 Não houve diferença significativa entre os tratamentos para a atividade da enzima peroxidase aos 21, 36, 51 e 66 dias após o plantio (Figuras 15, 16, 17 e 18, respectivamente). Figura 15. Atividade da enzima peroxidase aos 21 dias ( coleta 1) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 67 Figura 16. Atividade da enzima peroxidase aos 36 dias (coleta 2) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura 17. Atividade da enzima peroxidase aos 51 dias (coleta 3) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 68 Figura 18. Atividade da enzima peroxidase aos 66 dias (coleta 4) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. . 69 Também não houve diferença significativa entre os tratamentos para a atividade da enzima β 1,3 glucanase aos 21, 36, 51 e 66 dias após o plantio (Figuras 19, 20, 21 e 22, respectivamente). Figura 19. Atividade da enzima β 1,3 glucanase aos 21 dias ( coleta 1) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura 20 Atividade da enzima β 1,3 glucanase aos 36 dias ( coleta 2) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 70 Figura 21. Atividade da enzima β 1,3 glucanase aos 51 dias (coleta 3) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Figura 22. Atividade da enzima β 1,3 glucanase aos 66 dias (coleta 4) após o plantio de meloeiro (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 71 Figura 23. Média de mosca branca no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças em 7 avaliações. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. A Figura 23 representa o número de monitoramentos (7) realizados durante a condução do experimento. O objetivo foi avaliar a presença de mosca branca (Bemisia tabaci biotipo B) e determinar o nível de dano econômico causado por este inseto. Foi seguido os princípios do monitoramento de pragas preconizado pela produção integrada do meloeiro (referência manual PIF-melão / documentos 69 -1677-1915 outubro, 2007- Embrapa) . Um dos sintomas de ataque da mosca branca tanto em adultos como em ninfas é que estes insetos por sugarem continuamente a seiva da planta, provocam redução no tamanho do fruto, peso, produtividade e diminuição do teor de açúcar no fruto (oBrix). Com a constante exsudação da seiva causada 72 pelas colônias, ocorre o ataque de fumagina, diminuindo a fotossíntese da planta. A mosca branca é um forte vetor do vírus causador do amarelão. Assim, a Figura 23 mostra que nos tratamentos alternativos onde foi combinado o tratamento padrão + Si, tratamento padrão + fosfito de Cobre, tratamento padrão + ASM e somente o tratamento padrão (testemunha) apresentaram menor incidência de mosca branca, e com baixo nível de dano econômico. Nas duas últimas avaliações ocorreu aumento na incidência de mosca em todos os tratamentos atingindo alto nível de dano econômico. O tratamento padrão (testemunha) apresentou o melhor resultado tendo o índice de dano econômico ocorrido somente na última amostragem, já na fase final do ciclo do meloeiro. Os tratamentos alternativos com fosfito de cobre associado ao tratamento padrão juntamente com o tratamento alternativo ASM associado ao tratamento padrão apresentaram resultados interessantes indicando que estes tratamentos podem favorecer a redução da mosca branca, uma vez que os índices do monitoramento indicaram níveis de dano econômico a partir do quinto monitoramento, estes tratamentos requerem maior investigação para confirmar este indicativo. Os demais tratamentos apresentaram índices de dano econômico a partir do segundo monitoramento. A Figura 24 representa o monitoramento e a determinação da mosca minadora e o seu nível de dano econômico. Foram realizadas sete avaliações (monitoramento), mas não foram em todas as avaliações que ocorreu a presença da mosca minadora. O critério para a determinação do nível de dano econômico adotado foi o preconizado no manual de monitoramento de pragas na produção integrada do meloeiro ( documentos 69-1677-1915 outubro,2007Embrapa) . 73 Figura 24. Média de mosca minadora no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers tratadas com diferentes produtos para controle de doenças em 7 avaliações. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. A amostragem observa um total de 20 pontos, onde cada um corresponde a folha mais desenvolvida do ramo. Como os adultos são muito sensíveis ao movimento, a contagem dos indivíduos adultos nas folhas deve ser feita a distância. As larvas são observadas pelas galerias que fazem nas folhas. O ataque da mosca minadora (Liriomyza trifolli Burgess) leva à perda da capacidade fotossintética acarretando na redução da sua produção. Em altas infestações pode causar o ressecamento das folhas tornando-as quebradiças, permitindo a exposição dos frutos ao sol, os quais ficam queimados (manchados), ocasionando a depreciação do produto. O nível de controle em plantas com até 30 dias de desenvolvimento é de 5 larvas ou adultos, em média, nos 20 pontos amostrados. A partir dos 30 dias, o nível de controle é de 10 larvas ou adultos, em média nos 20 pontos avaliados. Esta amostragem é para parcelas de até 2,5 hectares. Observou74 se neste experimento que a praga não ocorreu com níveis de dano econômico em nenhum tratamento , mas verificou-se que os tratamentos alternativos com fosfito de Cobre, ASM e o tratamento padrão apresentaram incidência menor que os tratamentos padrão + Silicio, padrão + fosfito de Cobre, padrão + ASM, ASM + Silicio + fosfito de Cobre, ASM + Silicio + fosfito de Cobre + aminoácido . Não se pode afirmar que os tratamentos alternativos avaliados tiveram ação na redução desta praga. A Figura 25 representa o monitoramento e a determinação da presença da broca das cucurbitáceas (Diaphania nitidalis Vramer e D. hyalinata L.) e o seu nível de dano econômico. Foram realizadas sete avaliações (monitoramentos), mas não foram em todas as avaliações que ocorreu a presença da broca das cucurbitáceas. O critério para a determinação do nível de dano econômico adotado foi o preconizado no manual de monitoramento de pragas na produção integrada do meloeiro (documentos 69-1677-1915 outubro, 2007- Embrapa) . Figura 25. Média de broca das cucurbitáceas no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. 75 A broca das cucurbitáceas (D. nitidalis) pode atacar ramos, flores e frutos. O ataque nos frutos inviabiliza os mesmos para a comercialização. Já o ataque das mariposas (D. hyalinata), de coloração marrom escura ocorre, preferencialmente, nas folhas, podendo causar desfolha completa da planta, quando em altas populações. Para esta avaliação deve-se observar os frutos, ramos e folhas das plantas amostradas. Pela Figura 25 observa-se que a broca não ocorreu em nível de dano econômico em nenhum dos tratamentos realizados, mas é evidente que a sua ocorrência foi menor nos tratamentos padrão, com silício e padrão + fosfito de Cu, sendo o nível de controle de três lagartas, em média, nos 20 pontos amostrados. A Figura 26 representa o resultado visual da avaliação feita para a determinação do índice de contaminação pelo vírus do amarelão no melão amarelo RML Rogers 5006. Nesta avaliação os frutos de cada tratamento aplicado após o transplantio foram divididos em grupos e tratados na póscolheita com ASM (CBion) e sem ASM (SBion). 76 Figura 26. Avaliação dos resultados visuais para a determinação do índice de contaminação pelo vírus do amarelão nos frutos de melão amarelo RML Rogers 5006 de plantas tratadas com diferentes produtos para controle de doenças, tratados ou não em pós-colheita com ASM. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= Bion; 4= padrão/Si; 5= padrão/fosfito de Cu; 6= padrão/Bion; 7= Bion+fosfito de Cu+Silicio; 8= Bion+fosfito de Cu+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. Pela Figura 26 observa-se que o não tratamento dos frutos em pós-colheita com ASM promoveu maior contaminação dos frutos de melão pelo vírus do amarelão(efeito visual do problema), encontrando-se a maioria acima da nota 2, que significa frutos com danos consideráveis com depreciação de preço, podendo-se muitas vezes, serem descartados para o mercado in natura. Já o tratamento dos frutos com ASM na pós-colheita apresentaram baixo índice de contaminação pelo vírus do amarelão (efeito visual do problema), assim, situando-se dentro da escala de notas entre 0 e 1, portanto, sendo considerados frutos aptos para o mercado in natura. Eliciadores sintéticos, como o ASM (éster S-metil do ácido benzo-(1,2,3)tiadiazole-7-carbotióico), parecem atuar similarmente ao ácido salicílico e também induzem a SAR contra bactérias, fungos e vírus (Cole, 1999; Resende et al., 2002). 77 Não houve diferença significativa entre os tratamentos para a confirmação da ocorrência do vírus do amarelão pelo teste Elisa no tratamento pós-colheita com ASM e sem ASM (Figuras 27 e 28, respectivamente). O teste Elisa foi realizado nos dois tratamentos em pós-colheita, onde um dos tratamentos foi a imersão dos frutos por 10 minutos em solução com ASM e no outro, sem ASM. Esse teste foi realizado para confirmar a ocorrência do vírus do amarelão e verificar a sua incidência, uma vez que na avaliação visual o problema foi bastante visível, proporcionando a criação de uma escala para a determinação do grau de danos causados pelo vírus. Na avaliação estatística do teste não houve diferença entre os tratamentos, mas pode-se verificar a ocorrência do vírus nos dois grupos de frutos, o que pode sugerir que o tratamento com ASM exerceu algum efeito na proteção dos frutos, uma vez que o efeito visual causado pelo vírus foi mais brando naqueles tratados com ASM em pós-colheita (Figura 27). Todos os tratamentos que foram tratados com ASM tiveram seus frutos com menor incidência visual dos problemas acarretados pelo vírus do amarelão. 78 Figura 27. Teste Elisa para a confirmação da ocorrência do vírus do amarelão em tratamento pós-colheita de frutos de melão com ASM (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers . Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. Figura 28. Teste Elisa para a confirmação da ocorrência do vírus do amarelão em tratamento pós-colheita de frutos de melão sem ASM (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers . Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. 79 Figura 29. Produção final por tratamento de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).JuazeiroBA,2008. Os resultados obtidos demonstram que o tratamento padrão obteve a maior produção, no entanto os tratamentos combinados (alternativos) com padrão como silício+padrão; fosfito de Cu+ padrão e ASM+padrão obtiveram produtividade acima de 40ton por hectare, demonstrando ser uma alternativa ao tratamento convencional (testemunha),uma vez que possibilita a redução de defensivos e promove a diminuição nos custos. 80 Figura 30. Custo de produção por hectare nos diferentes tratamentos utilizados no cultivo de melão (Cucumis melo L.) cv. RML 5006 Rogers. Juazeiro-BA, 2008. (Tratamentos: 1= silício; 2= fosfito de cobre; 3= ASM; 4= padrão/Silicio; 5= padrão/fosfito de Cobre; 6= padrão/ASM; 7= ASM+fosfito de Cobre+Silicio; 8= ASM+fosfito de Cobre+Silicio+aminoácido; 9= padrão).Juazeiro-BA,2008. O cálculo do custo de produção foi obtido pela somatória do custo de adubação (fundação, foliar e fertirrigação) e do custo dos tratamentos fitossanitários realizados. O custo de mão de obra não foi incluído pelo fato dos tratamentos fitossanitários e as adubações (foliar e fundação) terem sido realizados manualmente e a estrapolação deste valor não ficaria de acordo com a realidade, uma vez que as atividades de pulverizações, adubação de fundação e foliares na cultura do melão são realizadas normalmente com máquinas (tratores e implementos) e pulverizadores. Foi observado que os tratamentos que tiveram maior custo não foram aqueles que apresentaram a maior produção, deixando claro que não existe correlação entre eles (Figura 30). O tratamento padrão (tratamento 9) foi o que apresentou maior produção e o seu custo não foi o maior entre os tratamentos. Todos os tratamentos que foram conciliados com o tratamento padrão tiveram produção acima de 40 ton ha-1, demonstrando ser possível a utilização destes tratamentos como alternativa de manejo da cultura do meloeiro sem perda de produtividade. 81 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos neste trabalho para atividade enzimática de peroxidase e β 1,3 glucanase não foram suficientes para afirmar que os resultados obtidos pelos tratamentos realizados neste trabalho foram decorridos da indução de resistência na cultura do melão no controle de pragas e doenças Ainda, os resultados obtidos neste experimento deixam claro que ASM aplicado nos melões em pós-colheita apresentou ação positiva na amenização dos sintomas visuais do vírus do amarelão na casca dos frutos. Entretanto, apesar de não ser detectado visualmente, o teste Elisa comprovou a presença do vírus no tratamento com a aplicação do ASM. Para o controle da mosca branca os tratamentos alternativos no qual foi associado o tratamento padrão com ASM (tratamento 6) e com fosfito de cobre (tratamento 5), não diferiram demonstrando ser possível a do tratamento padrão ( testemunha), sua utilização como alternativa no manejo sustentável do meloeiro para controle da mosca branca. Em todos os tratamentos houve baixa incidência de mosca minadora, Liriomysa trifolli, mas os tratamentos com fosfito de cobre (tratamento 2) e ASM (tratamento 3), assim como o tratamento padrão (tratamento 9) apresentaram ausência da praga em quase todas as avaliações, uma vez que não foi aplicado nenhum inseticida, isto pode ser um indicativo de que estes produtos podem induzir algum tipo de resistência a esta praga. Em todos os tratamentos houve baixa incidência de brocas das curcubitáceas, Diaphania nitidalis e D. hyalinata, ficando abaixo do nível de dano econômico, com melhores resultados para os tratamentos que utilizaram inseticidas (tratamentos 4, 5, 6 e 9). Entretanto, o tratamento com silício (tratamento 1) parece ter evitado o ataque das brocas na fase inicial do cultivo, apresentando o ataque de brocas apenas na última avaliação. O aumento da resistência da polpa (firmeza) , pode indicar maior dificuldade de penetração a broca. O maior volume de matéria fresca ocorreu nos tratamentos padrão e no tratamento com fosfito de cobre alternado com padrão, demonstrando serem 82 estes tratamentos aqueles que possivelmente tiveram a maior eficiência fotossintética por ter mais massa vegetal . Os tratamentos com fosfito de cobre e silício apresentaram a maior resistência de polpa, demonstrando retardamento no amolecimento dos frutos. Com este resultado seria possível utilizar estes tratamentos como alternativa viável para o manejo do meloeiro, proporcionando frutos de qualidade e mais resistentes. Os tratamentos alternativos onde foi associado o padrão com silício; padrão com fosfito de cobre e padrão com ASM tiveram produtividade acima de 40 ton por hectare ficando muito próximo da produção do tratamento padrão ( testemunha) com 45 ton por hectare, demonstrando ser possível a redução de defensivos nocivos ao homem e ao meio ambiente, sem prejuízo de produtividade. 83 6. CONCLUSÕES Mediante os resultados obtidos neste experimento pode-se afirmar que a combinação de alguns tratamentos alternativos com o tratamento padrão ou isoladamente podem contribuir para um manejo menos agressivo ao meio ambiente na cultura do meloeiro, contribuindo para a redução dos defensivos. A utilização do silício em plantios de melão demonstrou ser efetivo no controle de broca e melhorou a resistência dos frutos.. Já a utilização dos tratamentos padrão alternado com fosfito de Cu e com ASM demonstraram ter um bom resultado no controle da mosca branca apresentando-se como alternativa de manejo integrado da cultura do meloeiro. As plantas do meloeiro que receberam os tratamentos combinados padrão+silício; padrão+fosfito de cobre e padrão+ ASM, apresentaram boa produtividade com custo menor podendo ser recomendado para o cultivo de meloeiro no Vale do São Francisco. Além do mais reduz o uso de defensivos e proporciona a produção de frutos mais saudáveis. O tratamento dos melões em pós colheita com ASM reduziu o sintoma visual do amarelão, demonstrando ser um tratamento bastante promissor para este fim. 84 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGRIOS, G. N. Plant pathology. 5. ed. London, UK: Elvesier Academic Press, 2005. 530 p. AMORIM NETO, M. da S. Informações meteorológicas dos Campos Experimentais de Bebedouro e Mandacaru. Petrolina: EMBRAPA-CPATSA, 1989. 58 p. (EMBRAPA-CPATSA. Documento, 57). AVENDANO, AZZARATE, C. H.; TREJO LOPEZ, C.; MOLINA GALÁN, J. D.; SANTACRUZ VARELA, A.; CASTILLO GONZÁLEZ, F. Comparación de la tolerancia a la sequía de cuatro variedades de maíz (Zea mays L.) y su relación con la acumulación de prolina. Interciência, Caracas, v. 30, p. 79-91, 2005. BÉCOT, S.; PAJOT, E.; CORRE, D. le; MONOT, C.; SILUÉ, D. Phytogard (K2HPO3) induces localized resistance in cauliflower to downy mildew of crucifers. Crop Protection, Surrey, v. 19, p. 417-425, 2000. BELLINGER, Y.; BESSAOUD, A.; LARHER, F. 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Juazeiro-BA, 2008 Custo da adubação por hectare Fundação Foliar Ferti Total 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Tratamentos Silício Fosfito de cobre ASM - Acibenzolar S Metil Silício / padrão Fosfito de cobre /padrão ASM / padrão ASM+Fosfito cobre+ Silicio ASM+Fosfito cobre+ Silicio+ aminiácido Padrão( testemunha) 380,00 652,58 4429,00 5461,58 R$ por tratamento 1506,94 3304,69 R$ Adubação 5461,58 5461,58 R$ total 6968,52 8766,27 5281,69 5112,25 5461,58 5461,58 10743,27 10573,83 6055,75 7313,75 5461,58 5461,58 11517,33 12775,33 8559,94 5461,58 14021,52 10287,54 7413,63 5461,58 5461,58 15749,12 12875,21 103