Peregrino
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Peregrino IMPRESSO Informação, Cultura e Livre Expressão PREÇO NAS BANCAS R$1,00 www.jperegrino.com.br DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA Ribeirão - Ano VI41- -Nº 5 - Setembro/2005 RibeirãoPreto Preto - -SPSP - Ano IV - Nº Setembro/2003 - R$ 1,00 PRESERVEMANATUREZA EXPURGANDO-A DAS RATAZANAS Hoje é domingo, pede cachimbo. O cachimbo é de barro, bate no jarro. O jarro rola, bate na bola. A bola pula, bate na mula. A mula? Sou eu, cuja confiança no governo morreu! Se não morreu, seu moço,... Página 3 DE SUSTE EM SUSTO O título acima é de uma matéria na “Folha de São Paulo”, sobre a difícil comunicação entre pais e adolescentes. O problema é antigo e, hoje, globalizado. Muitos escritores... Página 9 Livro ...Quer seja ele didático, científico, filosófico, teológico ou literário, é ele a fonte da sabedoria. Steiner, professor em Oxford, como uma Cassandra moderna anuncia o massacre da cultura... Página 12 Classificação das línguas indígenas brasileiras No Brasil, hoje, são faladas mais de 170 línguas e dialetos pelos povos indígenas. Estima-se que, em 1500, passava de mil o número dessas línguas. Algumas das línguas... Página 14 Peregrino 2 Informação, Cultura e Livre Expressão Editorial Este jornal tem uma preocupação: a de falar sobre coisas positivas. Acreditamos de fato que a harmonia é algo que pode ser resgatado mesmo nas situações mais terríveis. Acreditamos que valores positivos não são uma falácia. A falácia é do domínio dos valores negativos. E o que são valores positivos, perguntaremos, nesta época de confusão total? Muito perigoso é que comecemos então a pensar no quão relativas são as coisas e a confundir o que de fato é com o que vai sendo transformado pelos muitos interesses. Bem, seja o que for que se entenda por valor, não podemos negar algo inquestionável: dentro de nós existe um elemento regulador que busca pela paz, pelo amor, pela ausência de violência, pela retidão, pela verdade. Fala-se dessas coisas desde sempre. Por isso, sempre que eu me deparar com outro ser como eu, membro desse planeta, chamado Terra, e eu o olhar nos olhos e me dispuser a vê-lo como alguém semelhante a mim, possuidor da mesma centelha divina que me foi presenteada por algo que me transcende, não me será possível enganá-lo, não me será possível pensar nele como alguém a quem lesar materialmente. Nada poderei tirar dele que não esteja me afetando também. Assim como nada poderei tirar da natureza de forma a prejudicá-la que não me prejudique também. Muitos argumentarão que é muito difícil pensar assim. Que chega a ser ingênuo. Afinal, há os que já se acostumaram com a sujeira, há os que tendem a procurar nela um motivo, há os que riem de suas próprias calças borradas. Pois é, podemos optar por valores que lutam para sair de dentro de nós. Podemos começar por dizer não ao que fere, ao que desrespeita nosso irmão. Podemos pensar não só no futuro próximo, mas naquele que desejamos para as próximas gerações. Poderemos pensar que nosso tempo de vida é extremamente curto e que devemos e podemos ser exemplo de integridade. Se acreditarmos numa vida futura, poderemos pensar em que bagagem levaremos para outro lado. Se formos julgados por algo superior a nós, não haverá mensalão que nos salve e certamente um Land Rover a levar-nos para o céu não tornará nossos juízes mais complacentes. Se formos julgados por nossa consciência, e mais cedo ou mais tarde, seremos, não haverá lugar para onde ir nem buraco algum para se esconder seja lá que modelito Daslu tenhamos comprado. Não se enganem. O harmônico reside dentro de nós. As estórias falam disso, os mitos falam disso, as tradições religiosas veiculam isso. Vamos começar, portanto, a extrair de dentro de nós lindas pérolas cultivadas. Para que não nos tornemos porcos e chafurdemos na lama. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz [email protected] JPeregrino (16) 621 9225 / Comunicação Visual Ltda. 9992 3408 e-mail: [email protected] CAPA Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 A importância do exercício das mãos no desenvolvimento infantil mãos, elas ativam seus potenciais e incorporam alguns valores essenciais a vida. É importante destacar alguns objetivos fundamentais ocorridos nestes processos: As mãos revelam infindáveis segredos em suas formas e gestos, pois através delas construímos nossa experiência de ação no mundo. Um aperto de mão, um desenho, um bordado, uma brincadeira... Nossas mãos captam do mundo diferentes temperaturas, texturas e sentimentos, além de nos proporcionarem o resgate da sensibilidade humana. Para o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.c.), a mão era considerada a “ferramenta das Ferramentas”, ela é o grande órgão executor de nossas vidas. Segundo o médico neurologista do Hospital Albert Einstein de São Paulo, João Radvany, as mãos, ao lado dos olhos e da boca, são as partes do corpo que têm a maior representação no córtex cerebral. ‘’E quanto mais o homem usa esses órgãos, mais essas áreas cerebrais se expandem”. As atividades artísticas e manuais, como: pintura, modelagem, jardinagem, e aquelas que utilizam fios nas mais diversas modalidades (macramé, tricô, crochê, tecelagem), possibilitam as crianças a estarem conectadas com o mundo e consigo mesmas, ressaltando que ao aprenderem com o corpo, jamais esquecem tais atividades. No entanto, torna-se imprescindível, agilizar as mãos e os dedos desde a infância, para que haja um desenvolvimento sadio infantil. Ao construírem com suas próprias - Desenvolvimento da autonomia; - Autocapacidade de realização; - Aumento da atenção e da concentração; - Ampliação do raciocínio lógico; - Maturidade Física; - Autoconfiança; - Flexibilidade de Pensamentos; - Auto-suficiência; - Respeito e compreensão pelo trabalho alheio; - Aprimoramento da coordenação motora; - Desenvolvimento da organização espacial; - Gratidão; - Segurança; Estas atividades desenvolvidas de forma terapêutica, contribuem para os problemas de aprendizagem, possibilitando crescimento criativo, cognitivo, afetivo e mental. “É preciso ativar as mãos, como instrumentos terapêuticos em suas inúmeras possibilidades de execução, pois a cada transformação externa com os materiais expressivos, analogamente são geradas transformações internas. E neste universo de mãos e materialidade, construímos nossa autonomia ex-pressiva e ativamos nosso processo criativo, e deste modo estas mãos são instrumentos potenciais de germinação e construção”. (Ângela Philippini) Lilian de Almeida Pereira Pedagoga e Psicopedagoga [email protected] Reprodução de Pintura Original Época das flores – Natalina Marcanoni www.apbp.com.br Original pintado com a boca. JPeregrino Comunicação Visual Ltda. Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000 Direção José Roberto Ruiz - MTb 36.952 Redatora Mariza Helena R. Facci Ruiz [email protected] WebDesign Francisco Guilherme R. Ruiz Impressão Gráfica Spaço Assinatura do Peregrino 06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00 As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são de responsabilidade de seus autores e, não são expressão oficial do informativo, salvo indicação explícita neste sentido. Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - City Ribeirão - Ribeirão Preto - SP 14021-520 - Telefone: (0**16) 621 9225 / 9992 3408 Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: [email protected] Telefones (0**16) 621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino 3 Informação, Cultura e Livre Expressão PRESERVEM A NATUREZA EXPURGANDO-A DAS RATAZANAS Hoje é domingo, pede cachimbo. O cachimbo é de barro, bate no jarro. O jarro rola, bate na bola. A bola pula, bate na mula. A mula? Sou eu, cuja confiança no governo morreu! Se não morreu, seu moço, pelo menos chegou ao fundo do poço. Leio a revista Época com data de amanhã. A reportagem de capa diz: “A crise sobe a rampa”. Na foto de capa, o presidente Lula está sisudo. Nas páginas internas há uma foto na qual o presidente, com a mão na testa, parece dizer: “Onde foi que amarrei minha égua?” Na reportagem principal, em outra foto, com aparência pesarosa e triste, parece que o presidente já descobriu onde amarrou a égua. Arrasto-me na leitura dos artigos relacionados com a corrupção de nossos políticos. Entre a raiva, a indignação e a desilusão, minha tendência é seguir a terceira opção. Perigosamente, sinto vontade de desistir de minha conscientização política. Mas lembro de “O analfabeto político” de Brecht e me recomponho. Estava nesse estado de perplexidade quando alguém tocou a campainha. Era um rapaz de baixa estatura, barbudo, risonho - como o presidente Lula no inicio do governo - vendendo lápis e canetas para ajudar não lembro se a si mesmo ou se a alguma entidade. Como parte do pacote da compra realizada, ele fez a leitura de um trecho bíblico e entregou-me o texto escrito a mão, que dizia: “Tira as escórias da prata e terás um vaso para o ourives. Afasta o mal da presença do rei e seu trono se firmará na justiça. (Prov. 25: 4-5)” Procurando o mesmo texto em “A Bíblia Viva”, li: “Purifique a prata da terra e dos metais que aparecem junto com ela, e terá um metal precioso para fazer um belo vaso. Tire os ajudantes desonestos e mal-intencionados do palácio real e o país crescerá por causa da justiça do governo.” Meu Deus, muito obrigado! Não acredito que isso tenha sido por acaso. Pena que eu não seja amigo pessoal do presidente para lhe passar esta mensagem. Esta mula, que Vos agradece, pede a Sua intercessão junto ao presidente. Dá-lhe discernimento para que deixe o papel de avestruz, tirando a cabeça do buraco, assumindo sua parte na responsabilidade dos fatos apre- sentados e ajudando na limpeza política do país, expurgando a natureza das ratazanas. E o povo? Este poderá assumir o papel de bem-te-vi – Bem-te-vi! Bemte-vi! Bem-te-vi! - ou de pombo Corrupto! Corrupto! Corrupto! denunciando as ratazanas, sem esquecer de seus nomes nas próximas eleições. É o momento de lembrar Maiakowski: “... conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E por que não dissemos nada... já não podemos dizer mais nada...” Voltemos então a Brecht: “Porém há aqueles que lutam por toda a vida; esses são os imprescindíveis” Colaboração: Edson Garcia Soares [email protected] Tudo que falamos Uma simples palavra tem a força de um vulcão. Depois de dita, a palavra não tem volta. Uma vez que sai da nossa boca, devemos nos responsabilizar pelas conseqüências. Quantas vezes nos arrependemos do que dissemos no passado? Quantas vezes nossas palavras fizeram alguém chorar ou rir? Falamos mais palavras de amor ou de raiva? Nervosismo ou acalento? E o mais importante: Quantas vezes dizemos coisas sem pensar? Não notamos, mas tudo o que dizemos marca de forma indelével tanto o outro como a nós mesmos. Muitas vezes dizemos: “Ah, só fiz um comentário bobo”, achando que nossas palavras não tem importância, mas elas podem ser usadas tanto para a destruição quanto para o engrandecimento de alguém. Muitas vezes uma simples palavra nossa, era a gota que faltava para transbordar o copo, e você não sabia. Mas terá que arcar com as conseqüências dela. Outro aspecto interessante é que nunca sabemos quem está prestando atenção em nós. Sempre existirão pessoas se espelhando em nossas atitudes, usando o nosso exemplo. Somos exemplos para nossos filhos, sobrinhos, e talvez para aquele colega de trabalho, aquela vizinha, ou um amigo. Muitas vezes é quem menos imaginamos. Só de convivermos em grupo somos observados e analisados pelos outros e nossas palavras e atos podem servir de inspiração, podem direcionar atitudes e pensamentos, modificar uma vida. O cuidado deve ser redobrado se temos como profissão o aconselhamento, a medicina, a psi- cologia, o magistério, e profissões onde levamos a nossa palavra a outras pessoas como o jornalismo, a tv e o rádio, e se somos pais e temos a vida dos filhos sob nossa responsabilidade. Não somos responsáveis só por nós. Somos responsáveis pelos outros também, por todos que nos cercam. Nossa contribuição no mundo pode ser fantástica ou catastrófica. Pense na repercussão das palavras de Hitler. Ele mobilizou o mundo, milhões de pessoas inocentes foram mortas nos campos de concentração, destruiu famílias e quem sobreviveu carregou, para sempre, o terror dentro da mente e do coração. Pense agora nas palavras de um outro homem: Jesus Cristo. Também serviu de exemplo, mobilizou milhares de pessoas na sua época, só que suas palavras continuam vivas até hoje, trazendo paz, esperança e impulsionando o ser humano para a evolução. Ele falou de amor, enquanto o outro falou de ódio. Jesus nos deu o exemplo e nos disse como viver de forma boa e digna. Tanto um como o outro, são ótimos exemplos de como cada um faz uso das suas palavras. Perceba a diferença que estas fizeram no mundo. Será que não é hora de você também começar a prestar mais atenção no que diz? Maria de Fátima Hiss Olivares Psicóloga clinica [email protected] Peregrino 4 Informação, Cultura e Livre Expressão Condor A ficha do bicho Nome popular: Condor, condor-dosandes Nome científico: Vultur gryphus Hábitat: Montanhas andinas, desce até a Amazônia Quanto mede: 3 metros de envergadura Quanto pesa: Até 12 quilos. O que come: carniça, bichos moribundos e recém-nascidos Filhotes: Um por vez, incuba o ovo por 58 dias. O condor é a maior ave do mundo, pois tem 12 quilos e 3 metros de envergadura, isto é, de ponta a ponta das asas abertas e é por ter asas tão grandes que ele consegue planar muito tempo, procurando com a vista aguçada os animais mortos de que se alimenta. Durante muito tempo os estudiosos diziam, brincando, que no Brasil havia somente penas de condor, porque algumas tinham sido encontradas na Amazônia. Agora, porém, está comprovado que a distribuição dessa ave alcança nosso país, pois em 1973 os condores foram vistos numa ilha do Rio Jauru, em Mato Grosso, em busca de carniça, em 1991 a ave foi registrada no oeste do Paraná e cientistas encontraram restos de condor com 13 mil anos de idade nas cavernas de Lagoa Santa, em Minas. Embora tenha muita fama de ave nobre, e seja símbolo de empresas, companhias de cinema e até de países, o condor não passa de um urubuzão sem graça, malcheiroso, que gosta de comer carne podre, mas é incrivelmente imponente. Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão de Luiz Roberto de Souza Queiroz. Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 O “ISOLAMENTO SOCIAL” PELA PERDA AUDITIVA O estresse e a falta de paciência são comuns atualmente. Quanto mais a humanidade tem evoluído, o convívio social, principalmente no âmbito familiar, inexoravelmente tornou-se parte de um plano secundário. Não podemos negar que estamos sempre sem tempo para olharmos mais atentamente aqueles que fazem parte da nossa vida. Se na maioria das vezes deixamos de lado os que julgamos não precisarem de uma atenção especial, imagine então, como estamos tratando os que necessitam de um pouco mais de carinho. Infelizmente, as vítimas são as pessoas que de um modo ou de outro não estão dentro da normalidade com parte dos seus “sentidos”. Desta feita, vou detalhar apenas o caso dos que não ouvem bem. Sem me reportar diretamente à sua idade ou a causa da sua “Perda de Audição”, quero destacar apenas o fato de alguém que não pode participar de nosso dia-a-dia, por precisar de um “olhar” mais atencioso dos que vivem ao seu redor. Quase sempre, pelo fato de termos que, rotineiramente, repetir tudo o que dizemos para esta pessoa, a nossa falta de paciência, indiretamente, sem qualquer intenção de ferir, nos condiciona a afastar, ou pior, evitar um diálogo com aqueles que não podem mais nos ouvir com clareza. O isolamento social é a primeira causa da “Perda Auditiva”. O fato é que com o passar do tempo, outros distúrbios surgem na vida de quem sofre desse mal:- Depressão, desinteresse, solidão, angústia, desestímulo e a sensação de ser um enorme peso na vida dos que ama são os principais problemas causados pela “Perda de Audição”. Precisamos prestar maior atenção a esse tipo de problema. Soluções simples como amor, carinho e paciência, são apenas o primeiro passo. É muito importante amenizar o sofrimento dos acometidos pela “Perda de Audição”. O avanço tecnológico apresenta cada vez mais soluções para os que sofrem por não ouvir bem. Uma prótese auditiva hoje em dia tem se tornado principal fator de reintegração social. Procure conhecer melhor como você pode se ajudar, ou auxiliar quem realmente precisa de você. Um simples aparelho pode tornar-se o único remédio para muitos, cuja esperança de ter uma vida normal já não existe mais. Todavia, nunca devemos nos esquecer que, apesar de tudo o que o nosso dinheiro puder comprar, o “amor” jamais deixará de ser o ingrediente principal para uma receita de vida harmoniosa. Viver em paz e feliz depende diretamente do quanto somos capazes de amar o próximo como a nós mesmos. CHARLES BERBARE Biomédico e Administrador de Empresas Consultor na área de Audiometrias Ocupacionais [email protected] Para anunciar ligue: (16) 621 9225 / 9992 3408 Prezado Leitor, nesta coluna, espero poder esclarecer algumas dúvidas a respeito da Língua Portuguesa. 1. ... Se for para eu DESEMBOLSAR DO BOLSO todo este dinheiro, prefiro não comprar o carro... Correto. Apenas vamos chamar a atenção em relação à redundância: desembolsar do bolso. Depois, analisaremos a situação do carro!!! 2. Ele usa a ESPONTANIEDADE para conversar com todos seus amigos... Dessa forma, a conversa ficará difícil... Continue com esse estado de espírito, mas com o Português escrito e falado corretamente. O certo é ESPONTANEIDADE (NEI e não NIE). Note: espontâneo, espontaneidade com S no começo da sílaba.Muitos trocam essa letra por X (está incorreto). 3. Quem não gosta de uma boa gastronomia??!! Muitos dizem que não comem peixe que tem ESPINHO. Eu também não. Acredito que ninguém!!! ESPINHA é isso que algumas espécies de peixe têm. Frase correta: Muitos dizem que não comem peixe que tem ESPINHA. Colaboração: Renata Carone Sborgia Advogada e Profª de Português e Inglês [email protected] Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino 5 Informação, Cultura e Livre Expressão “O que se passa no Planeta Terra?” Acredito que todos nós estamos nos questionando sobre o porquê de tantas mudanças, alterações e aparentes confusões. Tudo parece estar tão rápido. As recuperações, evolução das doenças. Temos mudado de valores tão bruscamente e se não mudamos, aparecem tantos sintomas físicos e psicológicos. Na verdade, nada mudou a não ser o estímulo à evolução que está mais forte. Por isso a sensação de que tudo está mais rápido. Estamos constantemente recebendo estímulos para ampliar nossa Consciência, para lapidar nosso Ego, enfim para elevar nosso padrão vibratório. Deixo aqui um dos muitos textos que estão sendo canalizados por vários Faróis de Luz, mensagens vindas de dimensões amplificadas: “O que se passa no planeta Terra? Movendo-se através da densidade.” Por Karen Bishop. “Ainda nos encontramos em um tempo importante. O momento decisivo ou o ponto médio que chegou em 21 de Junho iniciou um movimento que não pode ser mudado, mas que é necessário para a implementação do Novo Mundo e, embora ele possa não ser sentido assim, resultará em uma mudança muito necessária e em um melhor ambiente para todos nós.” “Isto é o que está ocorrendo: como sempre de acordo com o plano, o Céu e a Terra estão se ligando. Como as mudanças ocorrem com mais e mais freqüência e com maior e maior intensidade, esta fusão se torna mais e mais próxima já que o Céu se aproxima mais e mais da Terra.” “Então, como se manifesta tudo isto para nós? A fusão das dimensões, por assim dizer, sempre cria muitos cenários. Com a recente chegada do 7.7.2005, também alcançamos outra nova realidade que agora servirá para apoiar nosso novo projeto, já que muito está em andamento como sempre!” A “fusão” e as energias do 7.7 criaram outra fase de “desprender” Conheça as plantas (*) Azaléia-anã (Rhododendron catawbiense) Nos meses mais frios do ano, as azaléias atingem seu esplendor. As flores tomam conta da planta inteira. Leve alguns vasos para casa e os conserve em local de destaque até a floração acabar. Luz: Alta intensidade, bem junto a uma janela ensolarada de face norte ou leste. Temperatura: 15 a 29ºC, tolerando até -4ºC. Água: Espere a superfície da terra do vaso secar antes de regar novamente. Adubação: A cada 2 meses faça aplicações de salitre-do-chile. Propagação: Estacas de ponteiros com mais de 3 folhas. Cuidados especiais: Replante quando o vaso estiver pequeno. Utilize mistura com 50% de matéria orgânica. Pode as pontas dos ramos a fim de estimular a floração. Problemas comuns: Cuidado com os ácaros. o que já não nos serve e assim nos mover para o novo. Quando estamos liberando, podemos chorar e chorar sem razão aparente. Podemos sentir uma grande tristeza e não saber por que. (Algo da tristeza é de recolher as energias relacionadas com os recentes bombardeios em Londres, mas a maior parte é devido ao “abandono do velho”).” “Como se mencionou com tanta freqüência nos alertas de energia mais recentes, as energias agora se movem rapidamente para ajudar com este “empurrão” através do velho. E, além disso, muitos se encontram em momentos decisivos de suas vidas. A velha bagagem e as densas energias em relação às carreiras, relacionamentos e residências estão a ponto de serem liberadas e deixadas para trás. Recordam no último alerta quando mencionei o fenômeno de “deixar ir?” Isto se aplica em muitas áreas e irá continuar.” “Este sem dúvida alguma está se tornando o “nosso tempo” e isto naturalmente começará o processo em que muitos de nós entraremos em novas situações e oportunidades aonde possamos cumprir nossos propósitos específicos enquanto deixamos ir o que já de longe não se sente bom ou correto.” “Com esta fusão do Céu e da Terra chegando tão mais perto ao mesmo tempo agora, resultará em muito caos também. Enquanto as energias negativas e mais densas estão sendo “expulsas” dos seus lares, pode se sentir e parecer como um tempo muito turbulento na Terra.” “Esta experiência de energias de rápido movimento, caóticas, desagradáveis, escuras e negativas ao nosso redor continuarão por algum tempo. Não há outra forma de que este não seja o caso, já que estas energias estão sendo forçadas a ir embora.” “Como sobreviver melhor? Saber quem vocês realmente são e sobre o que são na realidade e permanecer neste curso. Também sigam um percurso que sintam que é bom para vocês. Se algo não for sentido como correto ou bom, provavelmente estão no lugar errado e precisam se mover para um mais adequado.” Dr. Osvaldo Coimbra Junior Sintonizador do Sistema de elixires Cristais de Oz Médico Radiestesista Clínico Geral CRM: 54.243 [email protected] O Segredo das frutas (*) Máscaras revitalizantes - Pêra Tire a casca da fruta madura e corte-a em fatias. Amasse, formando um purê. Junte uma colher (sopa) de mel e uma colher (sopa) de amido de milho. Misture até que o purê adquira uma consistência bem pastosa. Aplique no rosto limpo, evitando a região dos olhos, e lave com água fria quinze minutos depois. O segredo das ervas (*) Alho (Allium sativum L.) Conhecido desde a Antigüidade, foi muito utilizado por egípcios, gregos e romanos. Hoje, além de condimento, é procurado por suas propriedades medicinais. Combate o desânimo, em casos de estresse. Um santo remédio para regularizar a pressão sangüínea é deixar macerar por uma noite uma mistura de três dentes de alho e uma xícara (café) de água potável. No dia seguinte, acrescente 1 xícara (chá) de álcool de cereais, coe em tecido bem fino e tome 15 gotas duas vezes ao dia. Parte utilizada: Bulbo. Ajuda a tratar de: Bronquite, difteria, fraqueza, febre, escorbuto, gripes, hidropisia, infecções, pressão alta, prevenção do cólera, reumatismo, tifo, tuberculose, verminose. (*) Fonte: Flora - Essencial - Um guia prático para a saúde e beleza. 6 Peregrino Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Animais de Estimação, Plantas e Reiki Das origens do Reiki, sabemos que foi redescoberto há mais de 200 anos por Mikao Usui, teólogo, médico e professor de uma universidade em Kioto (Japão), que encontrou a chave da sabedoria antiga, nas antigas escritas budistas: uma série de símbolos, sons e cores, os quais acionados, ativam e captam a Energia Vital Universal. Posteriormente Mikao Usui ensinou a sabedoria a vários japoneses e fundou o sistema dos Mestres em Reiki. Um Mestre recebe uma iniciação ligada a uma transmissão de energia de um grão-mestre, e é assim qualificado para despertar energias nas outras pessoas e transmitir o “dom da cura”. A americana de origem japonesa - Hawayo Takata - levou o Reiki para o Ocidente nos anos 40 e, em 1983, o Reiki entrou pela primeira vez no Brasil, trazido pelo Dr. Egídio Vecchio-Ph.D. e tendo a Dra. Claudete França como Primeira Mestre em Reiki em toda a América do Sul. O que é REIKI? “Reiki é uma técnica simples, segura, natural, complementar, aplicada com as mãos, com a qual você pode melhorar sua saúde e a qualidade de sua vida, em todos os aspectos (físico-emocional-mental-espiritual) e também nas áreas profissional, relacional, familiar e social, sem nenhuma contra indicação, de múltiplo uso, podendo ser também utilizada em animais, plantas, águas e alimentos.” O Reiki é uma energia que atua em nosso organismo, insuflando-lhe vida. Essa maneira de entender nosso mundo, apesar de já ter sido incorporada pela física, é lentamente absorvida no nosso cotidiano. REIKI nos animais de estimação, selvagens e plantas Uma de nossas maiores alegrias é a de utilizarmos o Reiki em animais de todas as espécies. Cada animal reage de acordo com sua própria maneira interna, quando entra em contato com essa Energia. Quando se torna possível a aplicação “do toque-sutil”, normalmente cria-se um elo Energético Especial Radiante entre você e o animal. E quando não for possível a aplicação do “toque sutil” ou não for apropriado (como nos animais selvagens), você precisará do Segundo Nível de Reiki ou outro acima para acessar, ativar e direcionar esta Energia Radiante. No Planeta Terra existem vários reinos, todos em processo de desenvolvimento. É uma oportunidade profunda de “ligação interna” e fortalecimento com o reino animal em sua jornada para a LUZ. Somos Todos uma essência em nossa Luz Interior Verdadeira. Reiki é energia vital e portanto pode ser usado com eficiência em qualquer coisa organismo vivo. Animais e plantas são parte integral de nosso sistema planetário, e seu destino é ligado ao nosso. Certas espécies de animais e plantas estão se tornando extintos porque a humanidade nas sociedades modernas esqueceu de sua conexão com outras criaturas vivas. Em nossa jornada em direção à harmonia nesta Nova Era, nós todos teremos de aprender a dividir este planeta com animais e plantas nativos que não só têm direito de estar aqui como também são uma parte integral e vital de todo o nosso sistema ecológico. Animais e plantas apresentam uma vivacidade diferente da nossa, porém dividem conosco inteligência, ciclos de crescimento naturais, saúde, doença e morte. Diferente não que dizer inferior! Na área de saúde e doença, animais e plantas são afetados como os seres humanos pelos estragos do ar poluído, a água, e fontes de alimentos. Por causa do seu contato próximo com humanos, animais domesticados dividem, com um grau alto, as doenças que surgem atualmente na vida contemporânea. Em tempos recentes, animais de estimação têm cada vez mais doenças similares as nossas. Veículos motorizados são fontes constantes de acidentes e morte para nossos animais. Psicólogos de animais têm aparecido em cena para ajudar quando os animais apresentam desajustes emocionais derivados de contato com seres humanos infelizes. Recentemente, a revista TIME fez um artigo sobre o uso de terapia com massagem para animais que sofrem de estresse físico causado pelas pressões e rigores de vida moderna. A revista NOVA ERA apresentou uma estória sobre técnicas quiropráticas para animais. De todos os livros disponíveis sobre saúde holística e cura natural, quase nenhum oferece um capítulo separado sobre animais em geral e de estimação. O livro “O FATOR REIKI - Um Guia para a Cura Natural, Ajuda e Totalidade” da autora Bárbara Web Ray, Ph.D., oferece um capítulo significativo com relatos de muitas experiências com o uso da técnica Reiki nos animais e plantas, de onde foi extraída a maior parte deste texto assim como do livro Manual de Referência Ampliado - Reiki de A à Z da mesma autora. Pesquisas cientificas modernas têm nos fornecido dados sobre a sensibilidade das plantas e seu sistema de alerta. Cuidar das plantas de casa ou jardim é um empreendimento recompensador, porém sério. Temos evidência de que as plantas reagem a nosso amor e atenção carinhosa e se encolhem com os ataques de pessoas e animais. Sendo energia luz e vida, Reiki é um instrumento eficiente para se usar ao trabalharmos com elas. Reiki põe seu problema para fora. Reiki ajuda você a se ajudar! Reiki é Amor. È Energia Superior! Colaboração: Dra. Claudete França Psicóloga, Pedagoga, Mestra em Reiki, Presidente da ABR-Associação Brasileira de Reiki Contato em Ribeirão Preto com Ercília Osti: (16) 639-4271 / 9993-2054 - www.energiasuperior.com.br Direitos autorais reservados à ABR-Associação Brasileira de Reiki. Reprodução total ou parcial, somente com autorização. Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino 7 Informação, Cultura e Livre Expressão ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS - ARL QUANDO SETEMBRO VIER E AGORA, PRESIDENTE? Antônio Carlos Tórtoro (*) Durante mais de dez anos, a ARL Academia Ribeirãopretana de Letras realizou, no SESC, um evento denominado “Quando Setembro Vier”, idealizado e organizado pela acadêmica Ely Vieitez Lisboa. Esse evento reunia alunos, professores, escritores e admiradores da boa leitura num momento raro de descontração, harmonia, participação e alegria. Chegamos até a receber escolas de municípios da região. Agora, em 2005, quando setembro vier, virá com ele a V Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, o quarto maior evento voltado à divulgação do Livro do Brasil e o segundo maior evento do gênero, a céu aberto. Pela primeira vez organizado/ realizado pela Fundação Feira do Livro, o evento que é, também, uma realização da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto — Secretaria da Cultura, Educação e Instituto do Livro — espera contar com um publico de aproximadamente 300 mil pessoas e vender, pelo menos, 305 mil livros, além de propiciar aos leitores de Ribeirão e região o contato com grandes nomes da Literatura local, regional, nacional e mundial. A importância econômica e cultural da Feira, para Ribeirão Preto, é imensurável e indiscutível, mas qual a importância da Feira para os autores ribeirãopretanos? Penso que deverá ser a oportunidade de divulgação dos escritores locais e regionais de uma forma mais efetiva e contundente. Nas feiras anteriores, apesar dos espaços cedidos pela organização do evento — estandes, menção nos folhetos e nas publicações da Secretaria da Cultura, espaços, etc — muito pouco espaço foi destinado, na mídia local, para os escritores de Ribeirão e região: e esse espaço, ninguém duvida, é fundamental num momento em que os olhos do país estarão voltados para nossa cidade. É muito justo o destaque principal a ser dado a personalidades do mundo do livro que aqui estiverem, prestigiando nossa Feira, mas também será fun- damental, como ocorre em eventos similares, em outros locais do Brasil, que a mídia local e a assessoria de imprensa da Prefeitura e da Fundação Feira do Livro não se esqueçam do importante papel desempenhado por escritores e ativistas culturais que, durante todo o ano, e durante muitos anos, têm mantido um rico calendário cultural na cidade com lançamentos de livros, participação nos Cafés Filosóficos, organização de concursos, participando de eventos nas bibliotecas municipais e nos promovidos pelas entidades culturais de Ribeirão Preto. Não é possível que ocorra, como em anos anteriores, que a assessoria de imprensa culpe a mídia pela não divulgação de autores locais, e a mídia justifique dizendo que não recebeu informações da referida assessoria, num jogo de empurra-empurra em que perdem os reais realizadores da festa, aqueles que colocam mãos à obra e que, ao final de cada Feira, sentem uma profunda frustração por notarem que suas participações não passaram de recheio para as atividades que os organizadores acharam por bem classificar e tratar como pontos altos do evento. A Feira, segundo seu idealizador e realizador, Galeno Amorim, não tem dono; portanto, é, também, nossa, e essa minha reivindicação não é minha mas da grande maioria de escritores que fazem a Literatura de Ribeirão e região apesar de toda a dificuldade que encontram no dia-a-dia, sendo autores que não têm padrinhos. Quando setembro vier, dessa vez, que venha trazendo uma Feira que não seja somente de meia dúzia de nomes ribeirãopretanos, que, aliás, merecem todo o respeito de nossa comunidade, mas que não são os únicos. (*) Presidente da ARL e ARE PRESIDENTE DA ARLACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS CONSELHEIRO DA FUNDAÇÃO FEIRA DO LIVRO [email protected] Marco Zéri (*) Como ficamos? Como ficam todas as pessoas que lhe depositaram confiança? Que o senhor não tivesse curso superior e que nunca fez questão de estudar, isto já era motivo sério para não lhe confiar o voto nas urnas. Entretanto, o povo brasileiro confiou no seu discurso, na imagem do sindicalista apoiado pela Igreja, preparado por um punhado de intelectuais das universidades, para assumir o poder e dar conta do recado. Confiou no seu carisma e imagem de metalúrgico que parecia conhecer os grandes problemas que assolam cronicamente este país. Vínhamos cansados de mentiras de governos anteriores, certos de que o senhor teria coragem para renegociar a dívida, de forma tal que os juros pagos não prejudicassem o crescimento do Brasil, que cuidaria da educação e saúde do seu povo e oferta de trabalho para os jovens que saíssem da universidade. Que não permitiria negociatas envolvendo empresas nacionais e transnacionais. Tudo não passou de mentiras, de um grande marketing publicitário. De 10 em 10 anos o Brasil aborta mais um sonho de democracia sadia. Mais um recomeço que encontra respaldo na válvula de escape do futebol e nos deboches dos programas de humor da televisão brasileira. Todos os que lhe depositaram os votos sentem-se órfãos. Querem confiar no seu desconhecimento da situação, mas as evidências cada vez mais rondam o seu gabinete presidencial. A zona, se me permite de forma chula desabafar, articulada pelos seus colaboradores, transformaram o país, começando por Brasília e alastrando-se por todo o território nacional, numa escola fértil de corrupção, desvio de dinheiro público, inchaço da máquina administrativa, e a maracutaia jogando farpas e enlameando a parte íntegra dos Três Poderes. Faltaram-lhe um Projeto Nacional, um espírito nacionalista forte, honradez e coragem para fazer a mea-culpa, mesmo que isto lhe custe o impeachment. A sede de poder é maior do que a retórica escamoteadora de que está Presidente e de que tem a consciência de que isto pode acabar amanhã. O enlameamento das instituições foi tão grave e fundo, que mostra o lado podre, não só do seu, mas também dos outros partidos e governos anteriores. Torcemos muito pela sua gestão, contudo, não é possível mais lhe outorgar o mesmo respaldo que o fez vitorioso. Confiamos nas suas promessas, mas não podemos deixar de denunciar toda esta mazela que o senhor insiste ignorar. Não podemos deixar de denunciar o seu distanciamento da crise política, e a dialética estranha de convivência e companheirismo entre os Ministros da casa. Se o povo brasileiro sair do seu sono letárgico, desta vez não se contentará com um acórdão. Pressionará a parte boa do Congresso para uma reforma política mais dura, eficiente, permitindo a blindagem da população e das riquezas naturais que ainda restaram neste país de achaques constantes, desde o tempo do descobrimento. Se a pizza vier, rechacemo-la com vigor, passeatas, panelaços, panfletagem e protestos organizados, até que ela se transforme em pão para todos, não só para uma minoria de privilegiados. Isto é melhor do que a fome, a violência e a desordem social, desafios para o próximo governo. E agora, Presidente? (*) Membro da ARL e OVJ [email protected] Marilda, Ely e Waldomiro - Membros da ARL e ARE durante reunião ordinária 8 Peregrino Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 RELER É PRECISO, LER NEM TANTO Waldomiro W. Peixoto (*) A releitura de obras emblemáticas, em todos os ramos do conhecimento, se faz necessária para o resgate de nossa memória cultural. Acabamos de reler uma “pequena” obra crítica de Alceu Amoroso Lima, publicada em 1956, Quadro Sintético da Literatura Brasileira, onde se sistematiza nossa literatura em fase colonial (1530 -1830), imperial (1830 -1890) e moderna (1890 - data da publicação). A obra, ainda hoje, surpreende pela modernidade da escritura, justeza dos conceitos e lucidez com que trata autores e obras nacionais de então, antecipando, em muitas oportunidades, a consagração de nomes inexpressivos na época. Seus conceitos são firmes e, mesmo hoje, incontestes como “O século XVI fora uma tomada de posse. O século XVII já vem a ser uma tomada de consciência... mas sem nenhuma ligação com os ensaios literários de classe superior”. Ou ainda “Gregório de Matos... é a figura mais considerável de toda a nossa literatura colonial”. Os estudiosos da literatura brasileira sabem que nossa verdadeira tomada de consciência literária, com riqueza de argumentos e consistência expressiva, só viria a acontecer com o poeta Gonçalves Dias e o prosador José de Alencar e, do ponto de vista do cultismo e conceptismo – os dois pilares do Barroco – Gregório de Matos é, deveras, insuperável. Portanto, as assertivas do ensaísta são pontos de vista irrefutáveis até mesmo para especialistas. Segundo AAL, “o Romantismo ia surgir como expressão da independência nacional” – o que implicitamente quer dizer que essa escola literária transcende a arte literária; era, a rigor, um jeito de ser da alma brasileira em todos os quadrantes; era um estilo de vida. Mais à frente, afirma com rara felicidade que “nenhuma escola literária, até hoje, correspondeu tão espontaneamente à psicologia do povo brasileiro como o Romantismo”. Como juízo intrinsecamente literário, ele afirma que “podemos mesmo considerar Gonçalves Dias como o verdadeiro fundador da literatura nacional”. E não há quem possa contestar essa afirmativa levando em conta a grandiosidade de sua poesia tanto na linguagem como no conteúdo e nas temáticas abordadas. Ainda hoje, Gonçalves Dias continua inexcedível. Grandes poetas como Manoel Bandeira e Cassiano Ricardo, por exemplo, consideram-no a mais alta expressão da poesia nacional. AAL foi lapidar ao dizer que “com o romance Iaiá Garcia,... Machado de Assis firmou a mão”. Quem conhece a obra do Bruxo de Cosme Velho sabe que esta obra é, de verdade, um divisor de águas por apresentar a linguagem machadiana já depurada; seus fortes traços realistas já se insinuavam para fazer parte de seus melhores contos e da trilogia Brás Cubas, Quincas Borba e D. Casmurro. Alfredo Bosi, em História Concisa da Literatura Brasileira, divide com ele essa opinião. A divisão da fase moderna de nossa literatura em Simbolismo (1890-1900), Pré-Modernismo (1900-1920), Modernismo (1920-1945) e Neo-modernismo (1945 em diante) são da lavra de AAL Uma leitura atenta dos poetas simbolistas vai revelar a modernidade de nossa literatura, pois o embrião da reação contra a gerontocracia de nossas letras começa com Cruz e Sousa e Mário Pederneiras – este o introdutor do verso livre no Brasil. O simbolismo também é forte traço de modernidade em outras literaturas ocidentais, onde o verso livre já é técnica consagrada. Vale a pena transcrever suas palavras sobre a literatura do primeiro qüinqüênio do século XX. “O modernismo passou por três fases mais ou menos distintas: a fase inicial, de 1920 a 1930, em que se lançaram as bases do movimento... marcada pela Revolução Estética...; a fase central... que conta com o novo espírito, nascido no pós-guerra de 1918... terminando com o fim da Segunda Guerra, em 1945; e a fase final... o pósmodernismo que começa a anunciar um ‘neomodernismo’... O modernismo nasceu de um choque. O neomodernismo está surgindo de uma entrega. Aquele foi uma batalha, uma conquista, uma revolução. Este está sendo uma transmissão voluntária de poderes de uma geração a outra... O modernismo era contra a Academia e o parnasianismo, ou contra Coelho Netto e o helenismo, ou contra Rui Barbosa e a vernaculidade. Era uma insurreição, uma guerra estética... a intenção era de chocar, de surpreender, de escandalizar o burguês... A partir de 1945, o neomodernismo vem chegando de mansinho, sem grandes chefes, sem manifesto, sem gritos de combate... sem o caráter de cruzada...”. Sábias palavras que ficarão para sempre como registro lúcido de nossa historiografia literária. É também AAL o primeiro intelectual a chamar a atenção para o caráter exclusivamente masculino de nossa literatura até o surgimento de Raquel de Queirós na prosa, de Cecília Meireles na poesia e de Lúcia Miguel Pereira na crítica literária, até desaguar, vinte anos depois, em Adalgisa Néri, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Teles. E arremata que “nunca houve coisa igual em toda a história de nossas letras. (A presença feminina) é um fenômeno totalmente novo, que, aliás, coincide, também,... com a fundação das Faculdades de Filosofia e Letras. É, pois, um traço característico do neomodernismo...”. Afrânio Coutinho afirma que os dois maiores críticos do modernismo brasileiro foram Mário de Andrade e Alceu Amoroso Lima, sendo o primeiro mais impressionista e o segundo expressionista, com boa dose de impressionismo, nos moldes preconizados por Machado de Assis no famoso artigo Instinto de Nacionalidade. AAL é um grande precursor da Nova Crítica, cujo maior representante no Brasil é o próprio Coutinho. A sua cultura acadêmica e o gosto literário, ambos aliados à sua lucidez – até profética em relação a muitos autores – prestaram serviços inestimáveis à literatura brasileira. Nilce Rangel Del Rio, em sua tese As Múltiplas Vozes de Tristão de Athayde, publicada pelo JO Editora em 1988, afirma que “as categorias precursoras da crítica e da história literária são antevistas por Tristão (Alceu Amoroso Lima) muitos anos antes do aparecimento da nova crítica e da crítica literária moderna, sendo talvez essa clarividente intuição o seu maior mérito”. No final da releitura do Quadro Sintético da Literatura Brasileira, um marco da historiografia nacional, fica a interrogação instigante nas entrelinhas de sua capacidade de apreender o país além do fato literário: a literatura brasileira consolida-se no primeiro qüinqüênio do século XX aos olhos dos brasileiros, mas continua inexpressiva aos olhos do mundo. Mistérios da economia de mercado que vão além do fato literário? Quase cinqüenta anos depois, continua a mesma coisa ou mudou o quadro da literatura nacional em tempos de globalização? A releitura, levando em conta novos contextos, pode colaborar com a resposta mais exata e consciente, porque reler é preciso. Com a palavra, os especialistas. (*) Membro da ARL e Grupo Flamboyant [email protected] Livro a ser lançado em setembro durante a Feira Nacional do Livro, com fotos do grupo Amigos da Fotografia e textos poéticos do presidente Tórtoro Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino ESTAMOS EM TEMPORADA DE CAÇA Carlos Roberto Caliento (*) Alguns jornais e, principalmente, as TVs Bandeirante e Globo têm dado muito alarde aos capítulos da novela Jefferson, Delúbio, Marcos Valério & Cia. Ltda. Estas televisões ficam enfocando e repetindo o assunto por mais de meia hora, nos seus jornais da noite, todos os dias. A exemplo das demais novelas, as cenas e os assuntos não mudam, não progridem, são repetitivos. E ficamos esse tempo todo ouvindo as mesmas falas, as mesmas denúncias. Não dá para entender onde querem chegar, onde vai dar. Conversando com alguns mais esclarecidos, estes são unânimes em afirmar suas dúvidas sobre os reais interesses que podem estar fomentando toda essa ênfase. Será que estão faltando notícias para publicar e informar a nossa população? Antes do início desta novela, assistíamos a uma variedade de informações, como mortes, tráfico, contrabando, transporte, educação, economia, etc. De repente, tudo isso parou de acontecer neste país? No jornal O Diário, de Ribeirão Preto, edição de 05/08/05, um renomado advogado afirma que a Veja doou dinheiro para a campanha política do candidato Serra, nas últimas eleições presidenciais. Diz dos valores e para quem o dinheiro foi entregue. Conclui também que isto justifica a ênfase que esta revista dá seguidamente à novela O Mensalão. Ênfase contra o atual Governo. Como Serra perdeu a eleição, naturalmente a Veja parte para a desestabilização do atual Governo. Quem sabe não esteja ocorrendo o mesmo com determinados veículos da imprensa escrita e televisiva no atual momento? Uma outra coisa intrigante. Um tal deputado denunciador, réu confesso, depois de ter recebido mais de cinco milhões de reais, repete suas denúncias, por várias vezes, no cenário da Câmara, com a agravante de a cada repetição apresentar uma nova, geralmente envolvendo mais alguém. Por que ele não apresentou todas as denúncias da primeira vez? Por que todos ficam atentos? Por que, até hoje não se fez nada contra esse deputado? Por que até hoje não caçaram os seus direitos políticos? Parece só haver uma explicação: todos os parlamentares temem esse deputado. Ouvem suas denúncias repetidas vezes, acrescentadas de outras mais novas, com toda 9 Informação, Cultura e Livre Expressão atenção, talvez esperando, tremendo e temendo que seus nomes sejam divulgados. Será isso? Tenho certeza que todos os telespectadores já estão cansados de continuar ouvindo a mesma lengalenga todos os dias. Se a pretensão é a desmoralização do Governo, parece que estão gastando muita lenha neste caso, pois os mesmos donos desse país conseguiram derrubar o então presidente Collor com muito mais facilidade, não precisando gastar tanta saliva. E eu e a população desse país até hoje não ficamos sabendo por que caçaram o mandato de Collor, decretando o seu “Impedimento”... Esta dúvida paira em todos os brasileiros. Mas temos certeza de que o presidente Collor estava contrariando os interesses de muitos políticos, grupos econômicos e outros. O que pintaram para a população foi a existência do tesoureiro P. C. Farias, que veio do nada e de repente administrou milhões numa campanha política milionária, feita pelos mesmos donos desse país, usando caixa 2, caixa 3 etc. Usando laranjas, tangerinas e outras frutas. E, no final, como sabemos, optaram pela simples extinção de PC Farias, para a segurança de muita gente graúda. Como vemos, se é verdade que tudo se repete, a temporada de extinção está aberta. Quem será o próximo? (*) Membro da ARL [email protected] Renata e Cassoni, membros da ARE durante reunião no Centro Universitário Barão de Mauá. DE SUSTE EM SUSTO Ely Vieitez Lisboa (*) O título acima é de uma matéria na “Folha de São Paulo”, sobre a difícil comunicação entre pais e adolescentes. O problema é antigo e, hoje, globalizado. Muitos escritores abordaram a problemática, realçando o abismo que existe entre o mundo dos adultos e das crianças. Eles são quase incomunicáveis, os valores são diversos. Desde há muito, sempre foi mais fácil trocar experiências entre si, que procurar orientação materna ou paterna. Há até a anedota como conselho aos pais: Ensine algo ao seu filho sobre sexo, antes dos dez, onze anos. Depois que ele cursar a quinta série do primeiro grau, ele lhe dará aulas sobre o assunto. Entende-se. Os jovens acreditam na sua “tribo”, na turma. Só os amigos sabem verdades que os pais ignoram. Uma vez uma garota de dezesseis anos confessoume: Se eu falar tais assuntos com meus pais, eles desmaiam. Não sabem de nada. Retruquei-lhe: “Será? Você veio ao mundo como?”. Modernamente, os e-mails e blogs facilitam mais a comunicação entre os adolescentes. Com sua linguagem estropiada, falam de tudo. A reportagem da “Folha” citou uma menina de quinze anos, que mandou um e-mail à mãe, contando-lhe que não era mais virgem. A mãe, tentando ser moderna, perguntou à filha se queria discutir o caso por telefone... Ela não quis. Na realidade, nada é fácil. Tem-se que, desde muito cedo, propiciar uma intimidade entre pais e filhos, uma “democracia controlada”, um companheirismo que permita se falar de qualquer assunto. Só assim, os adolescentes não vão procurar “orientação” (sempre destorcida) com seus pares da mesma idade. Se não houver mente aberta (mas sem a perda da hierarquia paterna e materna), a confiança dos filhos não poderá ser alimentada. Admiro pais sutis que conseguem ter uma convivência franca com os filhos, sem censura, passando-lhes a firmeza de amigos confiáveis. Há alguns anos, após uma sessão de Laboratório de Redação, uma jovem de dezessete anos, segredoume: “Dormi ontem, pela primeira vez, com meu namorado”. Estranhei que ela me contasse. Perguntei-lhe: “Contou à sua mãe?” “Você está louca, ela é muito pudica, antiquada. Contei ao meu pai. Ele só me perguntou se eu amava meu namorado, se foi bom, se ele foi carinhoso comigo”. É fácil perceber a diferença de mentalidade do casal. Não acredito em conselhos, mas na comunicação franca e sem barreiras, entre pais e filhos. Em casa, quando as meninas estavam com quatorze, quinze e dezessete anos, tínhamos reuniões noturnas, após a escola, para trocar novidades e dúvidas. Eram horas divertidas, quando se podia contar tudo, ou perguntar o que se quisesse. Há pais e mães que “terceirizam” a orientação e querem que a Escola faça tal trabalho. É até razoavelmente possível, mas deve haver uma parceria entre Escola e Família. Quando passou a minissérie “Anos Dourados”, combinei com os alunos mais velhos, do primeiro grau, de assistirmos aos capítulos e comentarmos, após, em classe. No final, o narrador resume o destino das personagens. Havia uma garota que sempre aparecia deitando-se com os meninos. No epílogo, foi dito: “Fulana casou-se virgem”. No dia seguinte, os alunos estavam curiosos. Como, virgem?! Ela tirava o soutien, abria a braguilha dos rapazes e os dois deitavam-se no tapete!... Senti dificuldade de explicar-lhes sobre a relação sexual incompleta. Chamei a professora de Biologia, mulher objetiva e despachada. Ela desenhou na lousa um pênis e uma vagina. Explicou tudo, biologicamente, com detalhes. Nunca vi uma classe tão interessada e atenta... Fala-se muito em introduzir a Educação Sexual nas Escolas. Poderia dar certo, mas a dificuldade é de se ter sempre professores capazes, sérios, e perspicazes, para ministrar as aulas. Do contrário, será desastroso. Ou como naquela história: quando o menino pergunta ao pai ingênuo sobre sexo, ele, acabrunhado, começa: “Você sabe, querido. As abelhinhas...” E o menino, desalentado, olha para o pai inocente e pensa: “Que droga! Até ele chegar no ponto G!” Em pleno século XXI, com a vida corrida e complicada, os horários vários da família, muitas conversas necessárias foram deixadas de lado. E as crianças, desde muito cedo, aprendem tudo nos programas da Globo, nos sites arrojados, repletos de muito lixo e aberrações, nos blogs discutíveis. Estamos na era da Comunicação, mas nem sempre ela é adequada ou saudável. A televisão e o computador, nesse campo, quase sempre, prestam um desserviço, são perniciosos. Como é impossível cassá-los, só uma boa orientação servirá de antídoto contra a inoculação, a contaminação dos vírus perniciosos, dos conceitos pervertidos, dos valores inversos. É uma atração fatal, uma influência contra a qual não há prevenção, nem profilaxia. A Guerra das Máquinas não é só a de Spielberg. Ela acontece, no mundo todo, tecnologicamente, no dia-a-dia. Os adolescentes e os jovens são as vítimas mais frágeis, com pouca resistência. Assim, na inexorabilidade da vida, não há como eliminar pedras e alçapões. Antes, preparar-nos e aos jovens guerreiros, contra todos os percalços que, é certo, virão. De sobressalto em sobressalto, vai-se vivendo, derrubando algumas barreiras, sucumbindo diante de outras. E no final, na hora do desembarque e da prestação de contas, não serão contadas só as vitórias e/ou as derrotas, mas também o persistente espírito de luta e o da reta intenção. (*) Membro da ARL, ARE, UBE e Grupo Flamboyant [email protected] Peregrino 10 Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 O MARGINAL IMORTAL VIAGEM Nilva Mariani (*) Com esse título, a Folha de São Paulo publicou, há alguns meses, um artigo sobre Lima Barreto, noticiando também a reedição de suas obras, o que é ótimo, pois, infelizmente, ainda é desconhecido por muitos, mesmo aficionados à literatura. Eu sempre gostei das obras de arte do pobre mestiço que viveu à margem da sociedade e morreu no ano da Semana de Arte Moderna, tendo sido reconhecido e valorizado (pouco) somente depois que o Modernismo se instalou no país. A sociedade foi sempre o foco maior de seus livros e, embora o subúrbio predomine, toda a sociedade de seu tempo aí aparece analisada, criticada, ironizada, porque o autor pretende uma vasta compreensão humana da justiça e do direito de igualdade. Desde criança, como confessa em Diário Íntimo, sentiu a grande injustiça social. Esse sentimento acompanhou-o a vida toda, e por isso, sua obra aparece com um fim determinado, segundo sua compreensão de arte, definida por Francisco de Assis Barbosa, um dos estudiosos do escritor, “estabelecendo entre o escritor e o público um compromisso para ajudálo a conhecer o drama íntimo de cada um, como também as competições, erros e misérias da sociedade em que vivemos”. É provável que a própria condição e Lima Barreto lhe tenha ditado o caráter de sua obra; mestiço, pobre, cheio de complexos e recalques, desajustado no lar e na sociedade, verdadeiro pária, escreveu “para escandalizar”, como ele mesmo disse (finalidade que muitos modernistas abraçaram), mas, sobretudo, em defesa de outros tantos párias que habitam o Brasil, vítimas de injustiças. Lima Barreto levantou problemas, apontou falhas, sugeriu correções através de suas personagens que refletem o anseio de toda uma coletividade. Escreveu, talvez, para vingar-se da sociedade que o repudiou, porém escreveu ainda por “amor, para sofrer menos”, conforme o crítico Alceu Amoroso Lima; escreveu para realizar o que registrou em seu Diário, a propósito de uma alusão a ele e a um macaco: “Desgosto! Desgosto que me fará grande.” O grande desgosto era sua cor e sua origem; a grande recompensa era a inteligência e a obra que ficaria para a posteridade. A sociedade, para Lima Barreto, está dividida em duas: de um lado, “os espertos que sobem à custa de mão alheia; de outro os honestos, os humildes que não conseguem ascensão justamente porque são honestos. A sociedade tem mais defeitos que virtudes porque ‘o pequeno povo’ é um eterno conformado com o jugo dos poderosos”. É uma sociedade de valores muito estranhos, em que “os desgraçados se deviam matar em massa” (Vida e Morte de M.J.Gonzaga e Sá) e a pátria não é mais do que uma exploração de uma minoria ligada entre si, estreitamente ligada, em virtude dessa mesma exploração, e que domina, fazendo crer à massa que trabalha para a felicidade dela.” (Recordações do Escrivão Isaías Caminha). Parece que nada mudou até hoje, não é mesmo? Com esse livro, Lima Barreto pretendeu provocar um escândalo, e o que fez foi enviar uma mensagem humana, profunda e comovente. Isaías, o anti-herói mulato é vítima da cor e do preconceito, além da pobreza; procura compensar com o estudo, só que nem a cultura adianta, a sociedade sempre foi a vencedora. Isaías seria sempre “humilhado, esmagado, enfraquecido por uma vida de estudo, a servir de joguete, de irrisão a esses poderosos todos por aí”. O autor não poupa a imprensa na análise da ironia, quando a aborda, revelando, com coragem e sinceridade, as falhas do que ele chama de “o quarto poder da república”. É realmente magistral a galeria de tipos do jornal em que trabalha a personagem. Em Gonzaga e Sá ressalta a mediocridade da burocracia; em Numa e a Ninfa, a análise dos hábitos e defeitos da vida política; em Clara dos Anjos, as condições de vida nos subúrbios cariocas, sempre desfavoráveis aos pobres e mestiços. Ninguém escapa à lente perscrutadora de LB, nem o poder militar e o presidente da então nova república, em Triste fim de Policarpo Quaresma. Quase todas as personagens de seus livros são tristes, infelizes, ou anti-heróis, como o major Quaresma, chamado de D. Quixote nacional, pelos críticos literários. Impossível mostrar toda a magnitude da obra de Lima Barreto, num artigo de suplemento, mesmo literário.Ele analisou, como ninguém, a sociedade suburbana, captandolhe a psicologia coletiva; salientou a natureza íntima de cada personagem, fixou aspectos dos pequenos acontecimentos sociais dos bairros pobres... Tudo, porém, em sua obra, clama por uma solução, que seria a igualdade de classes, a educação social e moral do povo, a organização civil e militar perfeitas e em consonância com a grandeza do país. Se foi um revoltado, um escandaloso como quis ser, o certo é que sua obra tem também muita ternura e não fere a sensibilidade com flechas de fogo, mas toca-a suavemente e se enraíza. Afinal, os sonhos de Lima Barreto ainda são os de todos nós, pelo menos daqueles que não pertencem ao grupo dos “espertos” e querem ver um país verdadeiramente civilizado, no amplo sentido da palavra. (*) Membro da ARL, ARE e OVJ [email protected] Nilva Mariani (*) Um derradeiro triste aviso... adeus... Dizê-lo? Mas se não há para quem!... O ônibus vai estrada afora e os meus olhos se voltam, procuram alguém que ficou e tão breve me esqueceu. Montanhas... vales... alguém cantarola a meu lado, em queixosa voz: “Só eu...” Só eu! Somente eu... e a tristeza rola... Além, uma cascata indiferente: os teus olhos cor de água! Um beija-flor pousando aqui e ali - a boca ardente murmurinhando nadinhas de amor. Sinos repicam: tanto que te quero! Uma velhinha anda a vender saudade pela estação. – Obrigada, eu espero perder a minha. Com que ansiedade desejo que ela se vá. Que atroz mágoa, que saudade cruel, que acerbo pranto! Boiando nos meus olhos rasos de água vejo-te a sorrir... ai! quero-te tanto! (*) Membro da ARL, ARE e OVJ [email protected] Homenagem póstuma da ARL à Sra. Maria José Ferreira Navarro, esposa do acadêmico José Magalhães Navarro falecida no dia 17 / 06 / 2005. Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino 11 Informação, Cultura e Livre Expressão Guia de Profissionais e Serviços Anuncie em nosso Periódico e tenha o SEU ANÚNCIO DIVULGADO EM NOSSO SITE www.jperegrino.com.br - GRATUITAMENTE. Para maiores detalhes contate-nos através dos telefones: (16) 621 9225 / 9992 3408 ou pelo e-mail: [email protected]. Assinatura do Peregrino 06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00 Telefones (0**16) 621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] Peregrino 12 Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 ALARP Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto LIVRO Quando um pequeno grupo de homens lúcidos e empreendedores desta cidade se reuniu e pensou, criou o que há de mais natural na face da terra: a fusão da arte com as letras e realizou o que parece ter sido a primeira manifestação correspondente a uma necessidade fundamental do ser humano: a comunicação. E surgiu a ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE RIBEIRÃO PRETO - ALARP A pré-história, que os arqueólogos têm nos mostrado nos vestígios encontrados em numerosos locais da Europa, África e Ásia, nas grutas do sul da França, no norte e oriente da Espanha e nos monumentos da Mesopotâmia são o testemunho da aliança da arte com a escrita. Heródoto considerava o Egito uma dádiva do Nilo que não só fertilizava o solo, mas também era via de comunicação com outros povos, transportava a pedra, a argila e a madeira. A palmeira além de elemento embelezador, foi a fonte primeira da escrita. A pedra, o bronze, as tábuas de madeira, as placas de argila, foram em passado remoto, o esqueleto do livro e da arte; os desenhos primitivos foram mostrados em filmes ao universo. A arqueologia deu ao mundo contemporâneo, por meio de reconstituições facilitadas pela evolução da química, os primeiros estágios do livro que aparece pela primeira vez na China, no segundo milênio a.C., fabricado com folhas de palmeira, tábuas de madeira polida, folhas de seda e na Assíria e Caldéia, com placas de argila. Na Ásia Menor, na Grécia e no mundo romano empregou-se o pergaminho (pele de carneiro, de cabra ou bezerro alvejados e polidos). No Egito usou-se o papiro (planta de folhas de grande porte). Quando Marco Pólo (1254? – 1328?) trouxe da China os rolos escritos e desenhados foi um sucesso na Europa. Johann Gutemberg associado a Fust e Scholer (1425?) aperfeiçoou o prelo e material impressor, dando a imprensa para a Europa. A Sorbonne instalou em sua universidade uma tipografia; e daí o mundo todo teve o privilégio de usufruir do seu maior bem: o livro. Quer seja ele didático, científico, filosófico, teológico ou literário, é ele a fonte da sabedoria. REVERENCIANDO um político! Dr. Joaquim Macedo Bittencourt (1862-1927) Ex-Prefeito de Ribeirão Preto Patrono da Cadeira Cultural nº 10 da Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, Titular - Pedro Tarlá Natural de Salvador. Formado médico se transfere para o Rio de Janeiro. Ouve falar da exuberância das terras de Ribeirão Preto onde chega em 1892. Salva muitas vidas da febre amarela. Jornalista fervoroso. Professor do Ginásio Otoniel Mota. Prefeito Municipal em duas gestões. Calçou Ribeirão Preto. NÃO RECEBIA PAGAMENTOS PELAADMINISTRAÇÃO, DOANDO AOS COFRES PÚBLICOS PARA OBRAS DE BENEMERÊNCIA. Viveu e morreu cercado de estima de grandes e pequenos. Faleceu em São Paulo em 10 de setembro de 1927. Um benemérito de Ribeirão Preto, na Medicina, Jornalismo e na Política. Diretoria Executiva, biênio 2005/06 - ALARP Steiner, professor em Oxford, como uma Cassandra moderna anuncia o massacre da cultura humana, substituída pela tecnologia. Não acredita na palavra, a literatura é vã. A Internet substituirá o livro. Para ele as artes serão vencidas pela ciência “A sensibilidade poética torna-se irrisória na sombra da praticidade científica” diz ele entre outras coisas. Quando um simples raio, uma descarga elétrica vinda dos céus destrói todo um arquivo internetiano, onde irá ele buscar novas fontes? Novo computador? E as condições financeiras? E o tempo perdido com o novo armazenamento de dados? Que a ciência é a luz dos novos tempos estamos de acordo, mas o homem alma, o homem sentimento, o homem pensamento que consegue extrair as idéias do seu interior, mesmo perdido no oceano informático de um mundo de máquinas, nunca será substituído. O poder da criatividade do homem capaz de transportar as pessoas a outros mundos, essa profunda necessidade humana de sonhos, ilusões e crenças que nos inspiram e nos lembram como somos finitos e por isso é necessário guardar sempre um lugar para devaneios e ilusões que a imaginação literária nos oferece. Cassandra vaticinava e não era acreditada – castigo dos deuses. Que os deuses estejam certos e que o livro tenha a vida eterna dos bem-aventurados. Amém. Sylvia Vallada Roselino cadeira 24 Patrono: Lydio de Oliveira Vallada - Presidente: Dr. Oscar Luiz de Moura Lacerda - Vice-presidente: Cleonice A Reis Silva - Presidente em Exercício - Secretária: Fúlvia Andréa Dantas Freitas - Tesoureira: Jair Yaani de Paula Eduardo - Bibliotecária: Maria Lúcia Cardoso dos Santos - Diretor de Patrimônio: Shozo Mishima Conselho Deliberativo - Vera Regina Marçallo Gaetani Presidente - Maria Mirlene Freire Rodrigues - José Velloni - Norma Luzano Campaz - Alcides Antiório dos Santos - Branca Marilene Mora de Oliveira - Secretária - Manoel Moacir Sisccati - Lucília Junqueira de Almeida Prado - Sylvia Vallada Roselino Conselho Fiscal Luiz Carlos Santos Minelli Rubens de Azevedo Pires Departamentos e Comissões a) Departamento Jurídico: Dra. Fernanda Castelo Moço Ripamonte b) Assessoria de Imprensa: Adriana Silva c) SOARTE - Sociedade Alarpeana Amigos da Arte: Jair Yanni de P. Eduardo ALARP E A COMUNIDADE Sob coordenação de Cléo Reis acadêmicas realizaram a classificação dos poemas do Concurso da Secretaria da Infra-estrutura, junto ao trabalho da Biblioteca “Mário de Andrade”. Foram juradas: Cléo, Sylvia Vallada e Jair Yanni. Cléo Reis coordenou o trabalho de classificação dos participantes do Concurso de Poemas e Redação realizado pela Casa de Detenção P1 - Serra Azul. Foram juradas: Cléo, Norma Campaz e Helena Agostinho. Cléo esteve presente representando a Academia no evento ocorrido em 18-08-05, para diplomação de reeducandos em alguns Cursos e entrega dos prêmios do Concurso, oportunidade em que realizou grande doação de livros para a Biblioteca daquela Casa. Peregrino Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 13 Informação, Cultura e Livre Expressão FEIRA DO LIVRO Por indicação da ALARP, este ano a Feira do Livro tem como Patrona a acadêmica Lúcia Junqueira de Almeida Prado. Sua biografia e suas premiações demonstram o seu grande trabalho e dedicação para com crianças e jovens, tendo editado mais de 70 livros. Entre seus prêmios mais importantes estão: o Governador do estado de 1972, com a obra Lili do Roncador; prêmio Jabuti 1972, com Uma Rua Como Aquela, e prêmio Ari Quintela,1982, com Amor Um Pássaro Vermelho. Reconhecida em todos o País recebe agora justa homenagem de nossa cidade. A ALARP organizou vários eventos que ocorrerão em diversos locais da Feira: de acordo com as parcerias e união com outras Instituições com as quais habitualmente trabalhamos na realização de eventos culturais. Teremos salas na Bauhaus sob coordenação de Helena Agostinho e Cléo - Em homenagem a Lucília - Exposição e venda de Livros de Acadêmicos - Exposição de Artes dos acadêmicos, incluindo Fotografia. - Exposição de textos dos acadêmicos no Painel – “Espaço do Poeta” idealizado por Helena Agostinho - Contação de Histórias dos livros da Lucília - Apresentação musical de Gilda Montans - Oficina Literária - A Arte de Escrever – Jair Yanni e Cléo Stand da Escola Moura Lacerda e Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto - ALARP - A Lucília estará presente no dia 15/09, às 15hs para atividades com alunos. - Exposição de Poemas dos acadêmicos - Exposição de livros - Distribuição de poemas ao público pelo projeto “Paz e Poesia” idealizado por Cléo Reis - Declamações dos acadêmicos e convidados Stand dos escritores locais - Venda de livros - Declamações - Projeto Paz e Poesia Os acadêmicos estarão presentes nos locais acima para contado com o público A Lucília fará discurso na abertura -Café Filosófico -Salão de Idéias Palestra “A Poesia Juvenil” no dia 10/09 às 15hs (dia a ser confirmado) Dias de autógrafos (a serem confirmados pela Editora) Presença no stand do Moura Lacerda / ALARP Obs: Ao fechamento desta edição ainda havia muitos eventos a serem concretizados que estarão na divulgação geral da Feira. CHUVAS Ah! O meu tempo vai acabar em chuvas E o meu dilúvio há que ser sempre a torrente Avassaladora de minha palavra... De quantas andanças ainda terei que tirar O alforje que me curva o corpo E que me impede de descansar? Vou fingir que não ofereço meus abraços E bem de mansinho acalentar A manhã tão pródiga E fecunda que teima em acordar-me... Acabado o minuto do pensamento Abro o meu peito ao compromisso Inadiável da poesia! Djalma Cano - Cadeira 52 Patrono - Antenor Pimenta ALARP EVENTOS Realizados Em homenagem a Ribeirão Preto - 149 anos - Entrega de Cds com gravação dos Hinos Cívicos a Escolas, Órgãos Públicos e cidades da região. Realizado na Câmara Municipal em 24-06-05. - Exposição do Acervo artístico da Academia na Galeria Bauhaus – de 18-06 a 10-7-05 - Posse Acadêmica de Francisco Amêndola - Sociedade Recreativa – 29-0605 SPLENDORI D´ ITÁLIA Evento da SOARTE - Sociedade Alarpeana Amigos da Arte Dia 26-08-05 no Espaço Cultural Thertúlia Houve exposição de arte de artistas italianos, música, declamações, palestra, e...comida italiana ... A serem realizados A ALARP – Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto e ADEVIRP – Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região têm o prazer de convidá-lo e Exma. Família para o lançamento do livro “A Menininha Loira” em Braille, de autoria de Vera Regina Marçallo Gaetani. Dia: 08 de setembro 2005 Hora: 20hs Local: Auditório da Instituição Moura Lacerda Rua Padre Euclides, 995 – Ribeirão Preto NOITE DAS ARTES No Teatro Pedro II Recital e Exposições: das 20h30 às 22h30. Haverá EXPOSIÇÕES: FOTOGRAFIA - Prédios Históricos da Cidade - autoria do Acadêmico, hoje Patrono, Tony Miyasaka - Fotos de temas diversos Acadêmicos: Fúlvia Andrea Dantas Freitas, Maria Inês N.G. do Prado e a convidada Camila Ruiz ARTES PLÁSTICAS Pinturas e Esculturas dos Acadêmicos Célia F. Palma Assalim Hélio Vanucchi Jair Yanni de Paula Eduardo Maria Mirlene Freire Rodrigues Marina Braghetto Miguel Ângelo Barbosa Norma Luzano Campaz Per Luigi Castelfrenchi Shozo Mishima Thirso Cruz Francisco Amêndola Roberto Constantini RECITAL Música Brasileira (com ênfase a autores ribeirão-pretanos) Apresentações das Acadêmicas Gilda Montans (Acordeom), Dinah Pousa Godinho Mihalef (Piano) e Gisele Ganade (Canto) Artistas convidados: Meire Genaro (Acordeom), Madrigal Minas e outros LITERATURA Textos de Acadêmicos e Escritores convidados declamados pelos acadêmicos Djalma Cano, Jorge Arévalo, Maria Lúcia. Peregrino 14 Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 A SÉTIMA TROMBETA DO APOCALÍPSE: A VOLTA DE JESUS praticamos o que o Cristo nos ensinou, ainda existem pessoas que não aceitam os ensinamentos de Kardec, já imaginaram se ele tivesse discorrido claramente sobre o contexto cósmico que envolve o Planeta Terra, transplantes de órgãos humanos, clonagem, computador e internet, discos voadores e choques de Galáxias? Seria visto como louco e seus ensinamentos destinados ao total fracasso. Tudo tem seu tempo certo. Tudo nos vem da Misericórdia Divina, em função do nosso estágio evolutivo. Isto é, da nossa capacidade de discernimento e assimilação, receptividade emocional, afetiva e cognitiva. Jesus na sua época, não poderia ter falado detalhadamente sobre um plano espiritual, sobre reencarnação, poder da mente, ectoplasma, psicografia e outras questões que foram explicadas e aprofundadas depois pelo Espiritismo. Se o que o Cristo ensinou, nem mesmo os apóstolos e Seus familiares compreenderam, imaginem se Ele se alongasse em certos assuntos? O mesmo aconteceu com Kardec, que com a ajuda do Espírito da Verdade, codificou o Espiritismo e revelou apenas o que era possível para aqueles tempos. Se até nos dias de hoje ainda não Tudo faz parte de um grande, Plano Superior. Então agora, nos é ofertado do Mais Alto, novas revelações e esclarecimentos, também, através do médium espiritualista, JAN VAL ELLAM, enfocando um contexto cósmico, universal e intergaláctico. Em todos os seus livros publicados e palestras proferidas, são abordadas questões singulares, complexas e polêmicas, conseguindo expressar aquilo que de mais difícil deve ser explicado, de maneira simples, clara e objetiva. As obras deste autor terreno, em concurso com seus mentores Espirituais e Cósmicos, discorrem sobre nossas realidades transcendentais, sobre nossa cidadania Universal e Cósmica, nossa origem Extraterrena, ou além do horizonte da Terra. Conta e elucida nossa Classificação das línguas indígenas brasileiras Aryon Dall’Igna Rodrigues No Brasil, hoje, são faladas mais de 170 línguas e dialetos pelos povos indígenas. Estima-se que, em 1500, passava de mil o número dessas línguas. Algumas das línguas indígenas faladas no Brasil são agrupadas, por sua semelhança, em famílias e troncos lingüísticos, revelando uma origem comum e uma diversificação ocorrida ao longo do tempo. Outras são famílias de apenas uma língua, também chamadas de línguas isoladas, por serem diferentes e não apresentarem semelhanças com nenhuma outra língua conhecida. Poucas línguas indígenas tiveram estudo aprofundado. Admite-se, para o Brasil, a existência de dois grandes troncos história, desde a “Rebelião de Lúcifer ou Doutrina dos Anjos Decaídos”, desde quando foi necessário sermos exilados do Sistema de Capela e retirados do convívio Cósmico por termos enlouquecido e adoecido gravemente. Este livro traz à tona, aspectos reveladores e esclarecedores que ficaram nos bastidores do tempo e de nossas memórias. E, com relação ao seu mais recente livro de nome acima, há tempos não e via um texto tão revelador e elucidativo quanto este. Porém, isto não nos causa surpresa, visto tratar-se de J. V. Ellam e seus Excelsos Mentores. Diversas são as obras, os estudos e discussões que discorrem sobre a temática das profecias contidas no Apocalipse de João. Quantas e quantas são, as interpretações, análises e avaliações que já foram emitidas em relação a tal livro. No entanto, apesar de tanta coisa referente ao tema, seu conteúdo ainda era um enigma, até hoje não havia sido desvendado, compreendido de forma tão racional e reflexiva. Mostra e esclarece também, toda a inimaginável GRANDEZA DE JESUS e os exaustivos preparativos para Sua primeira e segunda vinda a Terra, por Ele mesmo prometida. lingüísticos, o Tupi (dividido em 10 famílias) e o Macro-Jê (dividido em 9 famílias), e de outras 20 famílias lingüísticas não classificadas em troncos. Apenas nove línguas indígenas têm acima de 5.000 falantes: guajajara, (sateré-) maué, xavante, ianomâmi, terena, macuxi, caingangue, ticuna e guarani, estes últimos com 30.000 indivíduos. Cerca de 110 línguas contam com menos de 400 falantes. Conheça as línguas indígenas brasileiras, agrupadas em troncos e famílias, de acordo com a classificação do Prof. Aryon Dall’Igna Rodrigues, classificação que vem sendo trabalhada por ele há várias décadas e que consta de seu livro Línguas brasileiras : para o conhecimento das línguas indígenas, São Paulo, Edições Loyola, 1986, revisada posteriormente (setembro de 1997) para o site do Instituto Socioambiental. A grafia lingüística técnica utilizada para escrever o nome e as Assim, neste trabalho nos é informado que OS TEMPOS SÃO CHEGADOS, que o Apocalipse já está quase todo consumado, só faltando mesmo “tocar a sétima trombeta” e a chegada da “Jerusalém Celeste”. A quem interessar possa, informar-se melhor, refletir e tomar consciência destas e de outras questões, bem como se PREPARAR, O CONVITE ESTÁ FEITO. Na página sobre livros apresentamos a capa e uma sinopse do livro “A sétima trombeta do Apocalipse”. Os livros de J. V. ELLAM podem ser encontrados, em Ribeirão Preto, na Livraria Atlas, Rua Martinico Prado, 178/186 - Vila Tibério – Tel.: (16) 3977.6070 ou diretamente no site da Editora Zian, onde outras obras do autor podem ser visualizadas www.zianeditora.com.br – Tel.: (11) 3999.0169 / 9892.8314. Aparecida D. Osti [email protected] palavras de uma língua indígena é diferente da forma com que se escreve o nome e as palavras em português. Os lingüistas costumam empregar alfabetos fonéticos (que às vezes variam de um lingüista para outro, dependendo de sua nacionalidade, do alfabeto fonético de que se servem, etc.) além de lançar mão, alguns, do recurso de marcar a sílaba tônica com um acento (que também pode variar de um lingüista para outro - valendo-se ora do acento agudo, ora do circunflexo). Fonte: http:// orbita.starmedia.com/~i.n.d.i.o.s/ tupi/tupi1a.htm Nota Visite nosso site – www.jperegrino.com.br e, leia este texto em Esperanto e, faça também o “download” de um pequeno dicionário tupi-portuguêsesperanto. Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 Peregrino 15 Informação, Cultura e Livre Expressão O grande livro dos jogos e brincadeiras infantis – Debra Wise O livro traz mais de 450 brincadeiras devidamente ilustradas e cuidadosamente selecionadas para crianças entre 3 e 14 anos. Com explicações completas e de fácil entendimento, apresenta ótimas soluções de divertimento para qualquer ocasião: férias, dias de chuva, festas, jogos em equipe, brincadeiras na piscina e até mesmo distrações para as longas – e muitas vezes entediantes – viagens. Ótimo recurso de distração e, acima de tudo, de educação, que deve ser consultado não só em casa, pela família, mas também nas escolas pelos educadores. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br La Divenistino kaj aliaj rakontoj – Machado de Assis Centro Sathya Sai de Ribeirão Preto O Centro Sathya Sai de Ribeirão Preto realizará no dia 24 de setembro, das 14h às 17h, no Auditório da Câmara dos Vereadores de Ribeirão Preto, um Encontro Público gratuito para apresentar as idéias e as ações promovidas pelo mestre e educador indiano Sri Sathya Sai Baba. Além de expor nos últimos 65 anos conceitos filosóficos e práticos comuns a todas as tradições, culturas e religiões, liderou a realização de obras humanitárias na Índia que incluem três hospitais, uma universidade, inúmeros institutos e escolas, projetos de distribuição de água e de apoio a vilas e vilarejos —além de outros projetos em dezenas de países do mundo. Em Ribeirão Preto, está a sede do Instituto Sri Sathya Sai de Educação do Brasil, além da Escola Sathya Sai de Ribeirão Preto, cujas atividades na área de Educação em Valores Humanos são inteiramente gratuitas. Serão palestrantes o Prof. Dalton de Souza Amorim, da USP de Ribeirão Preto, e Marilu Martinelli, atriz e palestrante na área de educação e mitologia. Per cxi tiu unua volumo de la serio “Legu Plu!” ni regalas la esperantan legantaron tutmondan per alloga kolekto da rakontoj verkitaj de unu el la plej elstaraj brazilaj verkistoj, Machado de Assis, kaj modele esperantigitaj de Paulo Sergio Viana, jam tre konata tradukisto precipe cxe la brazila legantaro. “Legu plu!” serio malfermas la pordojn al diversepokaj kaj diverslokaj auxtoroj indaj al pli vastaj horizontoj. Editora Oportuno Tel.: (11) 6155 7978 / 6297 1400 www.editoraoportuno.com.br O ponto de mutação no ensino das ciências – Diamantino Fernandes Trindade A sétima trombeta do Apocalipse: a volta de Jesus – Jan Val Ellam Aya Fa Yel (o anjo Rafael, assessor cósmico de Jesus), Gamaliel (um dos membros do Sinédrio de Jerusalém aos tempos de João, o Evangelista) e o autor traçam um panorama inédito acerca do Apocalipse de João. Trazem revelações que podem despertar nossas consciências para o verdadeiro cenário dos atuais acontecimentos, bem como nosso papel frente à necessária formação da cidadania planetária. Nestes tempos que chegam, o mundo se prepara para mudanças sig-nificativas. Equipes e mais equipes de naves extraterrestres posicionam-se nos céus da Terra para assistirem ao grande espetáculo: o momento em que o Cristo e seu séquito de anjos virão iniciar a reintegração cósmica do planeta. Diante dessa realidade, que postura devemos tomar? Zian Editora Ltda Tel.: (11) 3999 0169 www.zianeditora.com.br Assinatura do Peregrino Esta obra é o resultado de um intenso trabalho de pesquisa a respeito de fatos científicos; não apenas nas ciências naturais, mas também na filosofia, da história e do conhecimento de modo geral. O presente estudo abrange a experiência do autor na disciplina História da Ciência, ministrada aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio do Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo. A Ciência, a História, a Vida e o Universo estão sempre em um contínuo processo de construção e desconstrução. Grupo Editorial Madras Tel.: (11) 6959 1127 – Fax: (11) 6959 3090 www.madras.com.br 06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00 Anunciar / Assinar Telefones (0**16) 621 9225 / 9992 3408 e-mail: [email protected] Caminho das Estações - Sezonvojoj - haicais / hajkoj - (Português / Esperanto) Editora Oportuno Dentro da lagoa uma diz “chove”, outra diz “não” Conversa de rã. Verdo-nuanco... Meze del’akvofluej’ Velkas la herbar’... Após chuvarada cheiro de mato pisoteado Tarde de verão Ene del’ lago sonalternas: “pluv” kaj “ne” Rankonversaci’. Nuance do verde... Entre o fio da nascente O capim fenece... Post la pluvado tretodoras herbaro Somera tago. Eunice Arruda Hazel de São Francisco Teruko Oda 16 Peregrino Informação, Cultura e Livre Expressão Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005 FUNCHO - Foeniculum vulgare O funcho é bem conhecido no Brasil, mas mesmo assim ainda é motivo de confusão com outras plantas, principalmente com a erva doce. O pé de funcho é muito parecido com o do endro, não sendo indicado o cultivo destas plantas na mesma área. Algumas espécies são amargas, outras lembram o aroma do anis e outras são adocicadas. Também varia muito o tamanho da planta de acordo com as espécies. No Brasil, o funcho doce, que é o mais utilizado, atinge em média cerca de 70 cm, podendo atingir até 1 metro ou mais dependendo das condições, mas na Europa pode chegar até a 2 metros de altura. A planta se caracteriza por produzir pecíolos, ou talos como a população os denominam, que partem da base, formando um verdadeiro pseudobulbo. Destes pecíolos, de cor verde claro a branco, saem limbos foliares muito ramificados, formando verdadeiros filetes, de cor verde claro. Após um certo tempo, inicia-se a produção de um caule que começa a se alongar, terminando com o lançamento de inflorescências. Estas são no formato de umbelas, com flores amarelas que logo dão lugar aos frutos de cor verde acinzentado, que quando maduros ficam de coloração amarelo acinzentado. Na Itália é conhecido como finocchio, e existem duas variedades, o selvagem e o doce. O selvagem é utilizado mais para fins medicinais e antigamente era utilizado para aromatizar bebidas. Já o doce é utilizado na culinária. O funcho é uma planta que se adapta muito bem em vários tipos de clima. Basta ter insolação o suficiente para promover o crescimento da planta. Em uma temperatura que não seja muito quente e nem muito fria, a planta se desenvolve muito bem. Praticamente utiliza-se toda a planta, tudo irá depender da variedade e para que será utilizado. As raízes podem ser utilizadas para fins medicinais, a parte aérea como hortaliça e as sementes para extração de óleos essenciais, fins medicinais e condimentares. Não resta dúvida que o componente mais importante das sementes de funcho são os óleos essências, utilizados tanto pela indústria alimentícia, farmacêutica e de cosméticos. O funcho possui uma ação carminativa muito boa, além de auxiliar nos processos digestivos. É muito empregado em casos de cólicas de recém nascidos. Possui uma ação calmante, aumenta a produção de leite nas mães que estão amamentando, e tem até uma citação que em uso veterinário pode-se dar o chá para cães e vacas para aumentar a produção de leite. Para abscessos podemos aquecer algumas folhas de funcho com um pouquinho de água em uma panela, e colocar na região em questão com uma temperatura morna. Para asma podemos pingar algumas gotinhas do óleo essencial em um pouquinho de açúcar e deixar dissolver lentamente na boca. Chega a cortar a crise instantaneamente. Para diarréia pode-se ferver por 20 minutos cerca de 25 g de raiz de funcho e ir tomando durante o dia. Serve também para mauhálito, menstruações difíceis e até tosse. Na culinária utilizam-se mais as partes aéreas, sendo que as sementes praticamente não são utilizadas. Quando vai se utilizar sementes, usamos as de erva doce, não as de funcho. Mas o pé de funcho é muito cultivado em hortas comerciais para atender principalmente à colônia italiana. É oferecido no mercado basicamente o pseudobulbo. Em restaurantes italianos é servido antes do prato principal o famoso antipasto, que nada mais é que alguns petiscos enquanto a gente espera o prato principal ser preparado. Podese cortar de comprido algumas cenouras, pepinos e a bainha do funcho, pingar algumas gotas de limão e pulverizar um pouco de sal. O funcho irá auxiliar a digestão do alimento que será ingerido. Um outro prato típico da Itália é Polo con Finocchio, ou frango com funcho. Refogue um frango, de preferência caipira, com alho e cebola. Coloque alguns pedaços de cenoura, tomate e salsão quando o frango já estiver bem dourado. Coloque um pouco de água e deixe ferver bem até a carne do frango ficar bem cozida. Se quiser pode adicionar o volume da água dividido em metade de água e metade de vinho tinto seco. Quando o frango já estiver pronto, adicione as bases das folhas do funcho picadas de comprido, e deixe cozinhar mais um pouco e desligue. Sirva com riso (arroz) ou com pasta (massa). As folhas verdes do funcho também podem ser utilizadas na culinária, são ótimas para temperar saladas e o feijão branco. E também podem ser utilizadas em substituição à erva-doce, perdendo um pouco a qualidade. Ademar Menezes Jr Eng. Agrônomo – Especializado em Plantas Medicinais [email protected] A cura pela natureza (*) Malva, a Erva Ela foi usada como verdura comestível antes de tornar-se conhecida como antiinflamatório e desinfetante bucal. Mas o que mais surpreende nessa incrível herbácea é o segredo de beleza que esconde em suas folhas. Quem usa periodicamente o creme de malva pode não conseguir a juventude eterna, mas retarda bastante o processo de envelhecimento. Na antiguidade, a malva era usada em saladas e muito apreciada não só pelo seu sabor agradável mas também por suas qualidades digestivas. Atualmente, ela não é utilizada como alimento, mas, em compensação, entra na composição de uma série de remédios receitados por dentistas e médicos que cuidam das vias respiratórias, além de ser considerada um eficiente remédio caseiro. Uma colher de malva cozida em um litro de água pode ser usada em bochechos e gargarejos. Suas folhas maceradas e colocadas sobre feridas aceleram o processo de desinflamação e de cicatrização. Além disso, esta erva é uma verdadeira panacéia para a pele. O creme de malva, que pode ser feito em casa, corrige as imperfeições cutâneas e rejuvenesce. Para fazêlo, recolha 4 punhados de folhas da erva (de preferência as mais velhas, que têm maior quantidade de sumo). Triture as folhas até ficarem reduzidas a 4 colheres (sopa). Junte 4 colheres de manteiga e cozinhe em fogo baixo até conseguir uma massa espessa. Passe o creme ainda quente por uma peneira. Guarde na geladeira e use-o no rosto e pescoço durante 10 dias no mês. Renove mensalmente o creme. Não esqueça que as folhas de malva só permanecem verdes de abril a novembro. Mas a malva não é um remédio restrito apenas ao uso externo. O chá da planta é indicado para dores no estômago, digestão difícil, reumatismos, inflamações do aparelho urinário e para o mau funcionamento do fígado. Este chá é feito com uma colher (chá) de erva para 1/4 de litro de água e deve ser tomado pelo menos três vezes ao dia. (*) Fonte: Flora - Essencial - Um guia prático para a saúde e beleza.
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