Peregrino

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Peregrino
Peregrino
IMPRESSO
Informação, Cultura e Livre Expressão
PREÇO NAS BANCAS R$1,00
www.jperegrino.com.br
DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA
Ribeirão
- Ano
VI41- -Nº
5 - Setembro/2005
RibeirãoPreto
Preto - -SPSP
- Ano
IV - Nº
Setembro/2003
- R$ 1,00
PRESERVEMANATUREZA
EXPURGANDO-A DAS
RATAZANAS
Hoje é domingo, pede cachimbo.
O cachimbo é de barro, bate no jarro.
O jarro rola, bate na bola. A bola
pula, bate na mula. A mula? Sou eu,
cuja confiança no governo morreu!
Se não morreu, seu moço,...
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DE SUSTE EM SUSTO
O título acima é de uma matéria
na “Folha de São Paulo”, sobre a
difícil comunicação entre pais e
adolescentes. O problema é antigo
e, hoje, globalizado.
Muitos escritores...
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Livro
...Quer seja ele didático,
científico, filosófico, teológico ou
literário, é ele a fonte da sabedoria.
Steiner, professor em Oxford,
como uma Cassandra moderna
anuncia o massacre da cultura...
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Classificação das línguas
indígenas brasileiras
No Brasil, hoje, são faladas mais
de 170 línguas e dialetos pelos
povos indígenas. Estima-se que, em
1500, passava de mil o número
dessas línguas.
Algumas das línguas...
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Peregrino
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Informação, Cultura e Livre Expressão
Editorial
Este jornal tem uma preocupação: a de falar sobre coisas positivas. Acreditamos
de fato que a harmonia é algo que pode ser resgatado mesmo nas situações mais
terríveis. Acreditamos que valores positivos não são uma falácia. A falácia é do
domínio dos valores negativos.
E o que são valores positivos, perguntaremos, nesta época de confusão total?
Muito perigoso é que comecemos então a pensar no quão relativas são as coisas e
a confundir o que de fato é com o que vai sendo transformado pelos muitos interesses.
Bem, seja o que for que se entenda por valor, não podemos negar algo
inquestionável: dentro de nós existe um elemento regulador que busca pela paz,
pelo amor, pela ausência de violência, pela retidão, pela verdade. Fala-se dessas
coisas desde sempre.
Por isso, sempre que eu me deparar com outro ser como eu, membro desse
planeta, chamado Terra, e eu o olhar nos olhos e me dispuser a vê-lo como alguém
semelhante a mim, possuidor da mesma centelha divina que me foi presenteada por
algo que me transcende, não me será possível enganá-lo, não me será possível
pensar nele como alguém a quem lesar materialmente. Nada poderei tirar dele que
não esteja me afetando também. Assim como nada poderei tirar da natureza de
forma a prejudicá-la que não me prejudique também.
Muitos argumentarão que é muito difícil pensar assim. Que chega a ser ingênuo.
Afinal, há os que já se acostumaram com a sujeira, há os que tendem a procurar nela
um motivo, há os que riem de suas próprias calças borradas.
Pois é, podemos optar por valores que lutam para sair de dentro de nós.
Podemos começar por dizer não ao que fere, ao que desrespeita nosso irmão.
Podemos pensar não só no futuro próximo, mas naquele que desejamos para as
próximas gerações. Poderemos pensar que nosso tempo de vida é extremamente
curto e que devemos e podemos ser exemplo de integridade. Se acreditarmos numa
vida futura, poderemos pensar em que bagagem levaremos para outro lado. Se
formos julgados por algo superior a nós, não haverá mensalão que nos salve e
certamente um Land Rover a levar-nos para o céu não tornará nossos juízes mais
complacentes. Se formos julgados por nossa consciência, e mais cedo ou mais
tarde, seremos, não haverá lugar para onde ir nem buraco algum para se esconder
seja lá que modelito Daslu tenhamos comprado.
Não se enganem. O harmônico reside dentro de nós. As estórias falam disso, os
mitos falam disso, as tradições religiosas veiculam isso. Vamos começar, portanto,
a extrair de dentro de nós lindas pérolas cultivadas. Para que não nos tornemos
porcos e chafurdemos na lama.
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
[email protected]
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Comunicação Visual Ltda.
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CAPA
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
A importância do exercício das mãos
no desenvolvimento infantil
mãos, elas ativam seus potenciais e
incorporam alguns valores essenciais a
vida.
É importante destacar alguns
objetivos fundamentais ocorridos nestes
processos:
As mãos revelam infindáveis segredos em suas formas e gestos, pois
através delas construímos nossa experiência de ação no mundo.
Um aperto de mão, um desenho, um
bordado, uma brincadeira...
Nossas mãos captam do mundo
diferentes temperaturas, texturas e
sentimentos, além de nos proporcionarem o resgate da sensibilidade
humana.
Para o filósofo grego Aristóteles
(384-322 a.c.), a mão era considerada a
“ferramenta das Ferramentas”, ela é o
grande órgão executor de nossas vidas.
Segundo o médico neurologista do
Hospital Albert Einstein de São Paulo,
João Radvany, as mãos, ao lado dos
olhos e da boca, são as partes do corpo
que têm a maior representação no córtex
cerebral. ‘’E quanto mais o homem usa
esses órgãos, mais essas áreas cerebrais
se expandem”.
As atividades artísticas e manuais,
como: pintura, modelagem, jardinagem,
e aquelas que utilizam fios nas mais
diversas modalidades (macramé, tricô,
crochê, tecelagem), possibilitam as
crianças a estarem conectadas com o
mundo e consigo mesmas, ressaltando
que ao aprenderem com o corpo, jamais
esquecem tais atividades. No entanto,
torna-se imprescindível, agilizar as mãos
e os dedos desde a infância, para que
haja um desenvolvimento sadio infantil.
Ao construírem com suas próprias
- Desenvolvimento da autonomia;
- Autocapacidade de realização;
- Aumento da atenção e da
concentração;
- Ampliação do raciocínio lógico;
- Maturidade Física;
- Autoconfiança;
- Flexibilidade de Pensamentos;
- Auto-suficiência;
- Respeito e compreensão pelo
trabalho alheio;
- Aprimoramento da coordenação
motora;
- Desenvolvimento da organização
espacial;
- Gratidão;
- Segurança;
Estas atividades desenvolvidas de
forma terapêutica, contribuem para os
problemas de aprendizagem, possibilitando crescimento criativo, cognitivo, afetivo e mental.
“É preciso ativar as mãos, como
instrumentos terapêuticos em suas
inúmeras possibilidades de execução,
pois a cada transformação externa com
os materiais expressivos, analogamente
são geradas transformações internas.
E neste universo de mãos e materialidade, construímos nossa autonomia
ex-pressiva e ativamos nosso processo
criativo, e deste modo estas mãos são
instrumentos potenciais de germinação
e construção”. (Ângela Philippini)
Lilian de Almeida Pereira
Pedagoga e Psicopedagoga
[email protected]
Reprodução de Pintura Original
Época das flores – Natalina Marcanoni www.apbp.com.br
Original pintado com a boca.
JPeregrino Comunicação Visual Ltda.
Peregrino - 1ª edição - Maio / 2000
Direção
José Roberto Ruiz - MTb 36.952
Redatora
Mariza Helena R. Facci Ruiz
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WebDesign
Francisco Guilherme R. Ruiz
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Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
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PRESERVEM A NATUREZA EXPURGANDO-A DAS
RATAZANAS
Hoje é domingo, pede cachimbo. O
cachimbo é de barro, bate no jarro. O
jarro rola, bate na bola. A bola pula, bate
na mula. A mula? Sou eu, cuja confiança
no governo morreu! Se não morreu, seu
moço, pelo menos chegou ao fundo do
poço.
Leio a revista Época com data de
amanhã. A reportagem de capa diz: “A
crise sobe a rampa”. Na foto de capa, o
presidente Lula está sisudo. Nas páginas
internas há uma foto na qual o
presidente, com a mão na testa, parece
dizer: “Onde foi que amarrei minha
égua?” Na reportagem principal, em
outra foto, com aparência pesarosa e
triste, parece que o presidente já
descobriu onde amarrou a égua.
Arrasto-me na leitura dos artigos
relacionados com a corrupção de nossos
políticos. Entre a raiva, a indignação e a
desilusão, minha tendência é seguir a
terceira opção. Perigosamente, sinto
vontade de desistir de minha conscientização política. Mas lembro de “O
analfabeto político” de Brecht e me
recomponho.
Estava nesse estado de perplexidade
quando alguém tocou a campainha. Era
um rapaz de baixa estatura, barbudo,
risonho - como o presidente Lula no
inicio do governo - vendendo lápis e
canetas para ajudar não lembro se a si
mesmo ou se a alguma entidade. Como
parte do pacote da compra realizada,
ele fez a leitura de um trecho bíblico e
entregou-me o texto escrito a mão, que
dizia: “Tira as escórias da prata e terás
um vaso para o ourives. Afasta o mal
da presença do rei e seu trono se firmará
na justiça. (Prov. 25: 4-5)”
Procurando o mesmo texto em “A
Bíblia Viva”, li: “Purifique a prata da
terra e dos metais que aparecem junto
com ela, e terá um metal precioso para
fazer um belo vaso. Tire os ajudantes
desonestos e mal-intencionados do
palácio real e o país crescerá por causa
da justiça do governo.”
Meu Deus, muito obrigado! Não
acredito que isso tenha sido por acaso.
Pena que eu não seja amigo pessoal do
presidente para lhe passar esta
mensagem. Esta mula, que Vos agradece,
pede a Sua intercessão junto ao
presidente. Dá-lhe discernimento para
que deixe o papel de avestruz, tirando a
cabeça do buraco, assumindo sua parte
na responsabilidade dos fatos apre-
sentados e ajudando na limpeza política
do país, expurgando a natureza das
ratazanas.
E o povo? Este poderá assumir o
papel de bem-te-vi – Bem-te-vi! Bemte-vi! Bem-te-vi! - ou de pombo Corrupto! Corrupto! Corrupto!
denunciando as ratazanas, sem esquecer
de seus nomes nas próximas eleições.
É o momento de lembrar Maiakowski: “... conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta. E por que
não dissemos nada... já não podemos
dizer mais nada...”
Voltemos então a Brecht: “Porém há
aqueles que lutam por toda a vida; esses
são os imprescindíveis”
Colaboração: Edson Garcia Soares
[email protected]
Tudo que falamos
Uma simples palavra tem a força de
um vulcão.
Depois de dita, a palavra não tem
volta.
Uma vez que sai da nossa boca,
devemos nos responsabilizar pelas
conseqüências.
Quantas vezes nos arrependemos do
que dissemos no passado? Quantas
vezes nossas palavras fizeram alguém
chorar ou rir? Falamos mais palavras de
amor ou de raiva? Nervosismo ou
acalento?
E o mais importante: Quantas vezes
dizemos coisas sem pensar?
Não notamos, mas tudo o que
dizemos marca de forma indelével tanto
o outro como a nós mesmos. Muitas
vezes dizemos: “Ah, só fiz um
comentário bobo”, achando que nossas
palavras não tem importância, mas elas
podem ser usadas tanto para a
destruição quanto para o engrandecimento de alguém. Muitas vezes uma
simples palavra nossa, era a gota que
faltava para transbordar o copo, e você
não sabia. Mas terá que arcar com as
conseqüências dela. Outro aspecto
interessante é que nunca sabemos quem
está prestando atenção em nós. Sempre
existirão pessoas se espelhando em
nossas atitudes, usando o nosso
exemplo. Somos exemplos para nossos
filhos, sobrinhos, e talvez para aquele
colega de trabalho, aquela vizinha, ou
um amigo.
Muitas vezes é quem menos
imaginamos. Só de convivermos em
grupo somos observados e analisados
pelos outros e nossas palavras e atos
podem servir de inspiração, podem
direcionar atitudes e pensamentos,
modificar uma vida. O cuidado deve ser
redobrado se temos como profissão o
aconselhamento, a medicina, a psi-
cologia, o magistério, e profissões onde
levamos a nossa palavra a outras
pessoas como o jornalismo, a tv e o
rádio, e se somos pais e temos a vida
dos filhos sob nossa responsabilidade.
Não somos responsáveis só por nós.
Somos responsáveis pelos outros
também, por todos que nos cercam.
Nossa contribuição no mundo pode ser
fantástica ou catastrófica. Pense na
repercussão das palavras de Hitler. Ele
mobilizou o mundo, milhões de pessoas
inocentes foram mortas nos campos de
concentração, destruiu famílias e quem
sobreviveu carregou, para sempre, o
terror dentro da mente e do coração.
Pense agora nas palavras de um outro
homem: Jesus Cristo. Também serviu
de exemplo, mobilizou milhares de
pessoas na sua época, só que suas
palavras continuam vivas até hoje,
trazendo paz, esperança e impulsionando o ser humano para a evolução.
Ele falou de amor, enquanto o outro
falou de ódio. Jesus nos deu o exemplo
e nos disse como viver de forma boa e
digna. Tanto um como o outro, são
ótimos exemplos de como cada um faz
uso das suas palavras. Perceba a
diferença que estas fizeram no mundo.
Será que não é hora de você também
começar a prestar mais atenção no que
diz?
Maria de Fátima Hiss Olivares
Psicóloga clinica
[email protected]
Peregrino
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Condor
A ficha do bicho
Nome popular: Condor, condor-dosandes
Nome científico: Vultur gryphus
Hábitat: Montanhas andinas, desce
até a Amazônia
Quanto mede: 3 metros de envergadura
Quanto pesa: Até 12 quilos.
O que come: carniça, bichos moribundos e recém-nascidos
Filhotes: Um por vez, incuba o ovo
por 58 dias.
O condor é a maior ave do
mundo, pois tem 12 quilos e 3 metros
de envergadura, isto é, de ponta a
ponta das asas abertas e é por ter
asas tão grandes que ele consegue
planar muito tempo, procurando com
a vista aguçada os animais mortos
de que se alimenta.
Durante muito tempo os
estudiosos diziam, brincando, que
no Brasil havia somente penas de
condor, porque algumas tinham sido
encontradas na Amazônia. Agora,
porém, está comprovado que a
distribuição dessa ave alcança
nosso país, pois em 1973 os
condores foram vistos numa ilha do
Rio Jauru, em Mato Grosso, em
busca de carniça, em 1991 a ave foi
registrada no oeste do Paraná e
cientistas encontraram restos de
condor com 13 mil anos de idade nas
cavernas de Lagoa Santa, em Minas.
Embora tenha muita fama de ave
nobre, e seja símbolo de empresas,
companhias de cinema e até de
países, o condor não passa de um
urubuzão sem graça, malcheiroso,
que gosta de comer carne podre,
mas é incrivelmente imponente.
Fonte: 100 Animais Brasileiros
publicados no Estadão de Luiz
Roberto de Souza Queiroz.
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
O “ISOLAMENTO SOCIAL”
PELA PERDA AUDITIVA
O estresse e a falta de paciência
são comuns atualmente. Quanto
mais a humanidade tem evoluído, o
convívio social, principalmente no
âmbito familiar, inexoravelmente
tornou-se parte de um plano
secundário.
Não podemos negar que
estamos sempre sem tempo para
olharmos mais atentamente aqueles
que fazem parte da nossa vida. Se
na maioria das vezes deixamos de
lado os que julgamos não precisarem
de uma atenção especial, imagine
então, como estamos tratando os
que necessitam de um pouco mais
de carinho.
Infelizmente, as vítimas são as
pessoas que de um modo ou de
outro não estão dentro da normalidade com parte dos seus
“sentidos”.
Desta feita, vou detalhar apenas
o caso dos que não ouvem bem. Sem
me reportar diretamente à sua idade
ou a causa da sua “Perda de
Audição”, quero destacar apenas o
fato de alguém que não pode
participar de nosso dia-a-dia, por
precisar de um “olhar” mais
atencioso dos que vivem ao seu
redor.
Quase sempre, pelo fato de
termos que, rotineiramente, repetir
tudo o que dizemos para esta
pessoa, a nossa falta de paciência,
indiretamente, sem qualquer
intenção de ferir, nos condiciona a
afastar, ou pior, evitar um diálogo
com aqueles que não podem mais
nos ouvir com clareza.
O isolamento social é a primeira
causa da “Perda Auditiva”. O fato é
que com o passar do tempo, outros
distúrbios surgem na vida de quem
sofre desse mal:- Depressão,
desinteresse, solidão, angústia,
desestímulo e a sensação de ser um
enorme peso na vida dos que ama
são os principais problemas
causados pela “Perda de Audição”.
Precisamos prestar maior atenção a esse tipo de problema.
Soluções simples como amor,
carinho e paciência, são apenas o
primeiro passo. É muito importante
amenizar o sofrimento dos acometidos pela “Perda de Audição”.
O avanço tecnológico apresenta
cada vez mais soluções para os que
sofrem por não ouvir bem. Uma
prótese auditiva hoje em dia tem se
tornado principal fator de reintegração social.
Procure conhecer melhor como
você pode se ajudar, ou auxiliar
quem realmente precisa de você. Um
simples aparelho pode tornar-se o
único remédio para muitos, cuja
esperança de ter uma vida normal já
não existe mais.
Todavia, nunca devemos nos
esquecer que, apesar de tudo o que
o nosso dinheiro puder comprar, o
“amor” jamais deixará de ser o
ingrediente principal para uma
receita de vida harmoniosa. Viver em
paz e feliz depende diretamente do
quanto somos capazes de amar o
próximo como a nós mesmos.
CHARLES BERBARE
Biomédico e Administrador de
Empresas
Consultor na área de
Audiometrias Ocupacionais
[email protected]
Para anunciar ligue:
(16) 621 9225 / 9992 3408
Prezado Leitor, nesta coluna,
espero poder esclarecer algumas
dúvidas a respeito da Língua
Portuguesa.
1. ... Se for para eu DESEMBOLSAR
DO BOLSO todo este dinheiro,
prefiro não comprar o carro...
Correto. Apenas vamos chamar a
atenção em relação à redundância:
desembolsar do bolso.
Depois, analisaremos a situação do
carro!!!
2. Ele usa a ESPONTANIEDADE
para conversar com todos seus
amigos...
Dessa forma, a conversa ficará
difícil...
Continue com esse estado de espírito, mas com o Português escrito e
falado corretamente.
O certo é ESPONTANEIDADE (NEI
e não NIE).
Note: espontâneo, espontaneidade
com S no começo da sílaba.Muitos
trocam essa letra por X (está
incorreto).
3. Quem não gosta de uma boa
gastronomia??!!
Muitos dizem que não comem peixe
que tem ESPINHO.
Eu também não. Acredito que
ninguém!!!
ESPINHA é isso que algumas
espécies de peixe têm.
Frase correta: Muitos dizem que não
comem peixe que tem ESPINHA.
Colaboração: Renata Carone
Sborgia
Advogada e Profª de Português e
Inglês
[email protected]
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Peregrino
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Informação, Cultura e Livre Expressão
“O que se passa no Planeta Terra?”
Acredito que todos nós estamos
nos questionando sobre o porquê
de tantas mudanças, alterações e
aparentes confusões.
Tudo parece estar tão rápido.
As recuperações, evolução das
doenças.
Temos mudado de valores tão
bruscamente e se não mudamos,
aparecem tantos sintomas físicos e
psicológicos.
Na verdade, nada mudou a não
ser o estímulo à evolução que está
mais forte.
Por isso a sensação de que tudo
está mais rápido.
Estamos constantemente recebendo estímulos para ampliar
nossa Consciência, para lapidar
nosso Ego, enfim para elevar nosso
padrão vibratório.
Deixo aqui um dos muitos textos
que estão sendo canalizados por
vários Faróis de Luz, mensagens
vindas de dimensões amplificadas:
“O que se passa no planeta
Terra? Movendo-se através da
densidade.”
Por Karen Bishop.
“Ainda nos encontramos em um
tempo importante. O momento
decisivo ou o ponto médio que
chegou em 21 de Junho iniciou um
movimento que não pode ser
mudado, mas que é necessário para
a implementação do Novo Mundo
e, embora ele possa não ser sentido
assim, resultará em uma mudança
muito necessária e em um melhor
ambiente para todos nós.”
“Isto é o que está ocorrendo:
como sempre de acordo com o plano,
o Céu e a Terra estão se ligando.
Como as mudanças ocorrem com
mais e mais freqüência e com maior
e maior intensidade, esta fusão se
torna mais e mais próxima já que o
Céu se aproxima mais e mais da
Terra.”
“Então, como se manifesta tudo
isto para nós? A fusão das dimensões, por assim dizer, sempre cria
muitos cenários. Com a recente
chegada do 7.7.2005, também
alcançamos outra nova realidade
que agora servirá para apoiar nosso
novo projeto, já que muito está em
andamento como sempre!”
A “fusão” e as energias do 7.7
criaram outra fase de “desprender”
Conheça as plantas (*)
Azaléia-anã (Rhododendron catawbiense)
Nos meses mais frios do ano, as azaléias atingem seu esplendor. As
flores tomam conta da planta inteira. Leve alguns vasos para casa e os
conserve em local de destaque até a floração acabar.
Luz: Alta intensidade, bem junto a uma janela ensolarada de face norte ou
leste.
Temperatura: 15 a 29ºC, tolerando até -4ºC.
Água: Espere a superfície da terra do vaso secar antes de regar novamente.
Adubação: A cada 2 meses faça aplicações de salitre-do-chile.
Propagação: Estacas de ponteiros com mais de 3 folhas.
Cuidados especiais: Replante quando o vaso estiver pequeno. Utilize
mistura com 50% de matéria orgânica. Pode as pontas dos ramos a fim de
estimular a floração.
Problemas comuns: Cuidado com os ácaros.
o que já não nos serve e assim nos
mover para o novo. Quando estamos
liberando, podemos chorar e chorar
sem razão aparente. Podemos sentir
uma grande tristeza e não saber por
que. (Algo da tristeza é de recolher
as energias relacionadas com os
recentes bombardeios em Londres,
mas a maior parte é devido ao
“abandono do velho”).”
“Como se mencionou com tanta
freqüência nos alertas de energia
mais recentes, as energias agora se
movem rapidamente para ajudar com
este “empurrão” através do velho.
E, além disso, muitos se encontram
em momentos decisivos de suas
vidas. A velha bagagem e as densas
energias em relação às carreiras,
relacionamentos e residências estão
a ponto de serem liberadas e
deixadas para trás. Recordam no
último alerta quando mencionei o
fenômeno de “deixar ir?” Isto se
aplica em muitas áreas e irá
continuar.”
“Este sem dúvida alguma está se
tornando o “nosso tempo” e isto
naturalmente começará o processo
em que muitos de nós entraremos
em novas situações e oportunidades
aonde possamos cumprir nossos
propósitos específicos enquanto
deixamos ir o que já de longe não se
sente bom ou correto.”
“Com esta fusão do Céu e da
Terra chegando tão mais perto ao
mesmo tempo agora, resultará em
muito caos também. Enquanto as
energias negativas e mais densas
estão sendo “expulsas” dos seus
lares, pode se sentir e parecer como
um tempo muito turbulento na
Terra.”
“Esta experiência de energias de
rápido movimento, caóticas,
desagradáveis, escuras e negativas
ao nosso redor continuarão por
algum tempo. Não há outra forma de
que este não seja o caso, já que estas
energias estão sendo forçadas a ir
embora.”
“Como sobreviver melhor? Saber
quem vocês realmente são e sobre o
que são na realidade e permanecer
neste curso. Também sigam um
percurso que sintam que é bom para
vocês. Se algo não for sentido como
correto ou bom, provavelmente
estão no lugar errado e precisam se
mover para um mais adequado.”
Dr. Osvaldo Coimbra Junior
Sintonizador do Sistema de
elixires Cristais de Oz
Médico Radiestesista Clínico
Geral
CRM: 54.243
[email protected]
O Segredo das frutas (*)
Máscaras revitalizantes - Pêra
Tire a casca da fruta madura e corte-a em fatias.
Amasse, formando um purê. Junte uma colher (sopa)
de mel e uma colher (sopa) de amido de milho. Misture
até que o purê adquira uma consistência bem pastosa.
Aplique no rosto limpo, evitando a região dos olhos, e
lave com água fria quinze minutos depois.
O segredo das ervas (*)
Alho (Allium sativum L.)
Conhecido desde a Antigüidade, foi muito utilizado por egípcios, gregos
e romanos. Hoje, além de condimento, é procurado por
suas propriedades medicinais. Combate o desânimo,
em casos de estresse. Um santo remédio para
regularizar a pressão sangüínea é deixar
macerar por uma noite uma mistura de três
dentes de alho e uma xícara (café) de água
potável. No dia seguinte, acrescente 1
xícara (chá) de álcool de cereais, coe em
tecido bem fino e tome 15 gotas duas vezes
ao dia.
Parte utilizada: Bulbo.
Ajuda a tratar de: Bronquite, difteria, fraqueza, febre, escorbuto, gripes,
hidropisia, infecções, pressão alta, prevenção do cólera, reumatismo, tifo,
tuberculose, verminose.
(*) Fonte: Flora - Essencial - Um guia prático para a saúde e beleza.
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Peregrino
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Animais de Estimação, Plantas e Reiki
Das origens do Reiki, sabemos que foi
redescoberto há mais de 200 anos por Mikao
Usui, teólogo, médico e professor de uma
universidade em Kioto (Japão), que encontrou a
chave da sabedoria antiga, nas antigas escritas
budistas: uma série de símbolos, sons e cores,
os quais acionados, ativam e captam a Energia
Vital Universal.
Posteriormente Mikao Usui ensinou a
sabedoria a vários japoneses e fundou o sistema
dos Mestres em Reiki. Um Mestre recebe uma
iniciação ligada a uma transmissão de energia
de um grão-mestre, e é assim qualificado para
despertar energias nas outras pessoas e
transmitir o “dom da cura”.
A americana de origem japonesa - Hawayo Takata - levou o Reiki para
o Ocidente nos anos 40 e, em 1983, o Reiki entrou pela primeira vez no
Brasil, trazido pelo Dr. Egídio Vecchio-Ph.D. e tendo a Dra. Claudete França
como Primeira Mestre em Reiki em toda a América do Sul.
O que é REIKI?
“Reiki é uma técnica simples, segura, natural, complementar, aplicada
com as mãos, com a qual você pode melhorar sua saúde e a qualidade de
sua vida, em todos os aspectos (físico-emocional-mental-espiritual) e
também nas áreas profissional, relacional, familiar e social, sem nenhuma
contra indicação, de múltiplo uso, podendo ser também utilizada em animais,
plantas, águas e alimentos.”
O Reiki é uma energia que atua em nosso organismo, insuflando-lhe
vida. Essa maneira de entender nosso mundo, apesar de já ter sido
incorporada pela física, é lentamente absorvida no nosso cotidiano.
REIKI nos animais de estimação, selvagens e plantas
Uma de nossas maiores alegrias é a de utilizarmos o Reiki em animais de
todas as espécies. Cada animal reage de acordo com sua própria maneira
interna, quando entra em contato com essa Energia. Quando se torna
possível a aplicação “do toque-sutil”, normalmente cria-se um elo Energético
Especial Radiante entre você e o animal. E quando não for possível a
aplicação do “toque sutil” ou não for apropriado (como nos animais
selvagens), você precisará do Segundo Nível de Reiki ou outro acima para
acessar, ativar e direcionar esta Energia Radiante. No Planeta Terra existem
vários reinos, todos em processo de desenvolvimento. É uma oportunidade
profunda de “ligação interna” e fortalecimento com o reino animal em sua
jornada para a LUZ. Somos Todos uma essência em nossa Luz Interior
Verdadeira.
Reiki é energia vital e portanto pode ser usado com eficiência em
qualquer coisa organismo vivo. Animais e plantas são parte integral de
nosso sistema planetário, e seu destino é ligado ao nosso. Certas espécies
de animais e plantas estão se tornando extintos porque a humanidade nas
sociedades modernas esqueceu de sua conexão com outras criaturas vivas.
Em nossa jornada em direção à harmonia nesta Nova Era, nós todos teremos
de aprender a dividir este planeta com animais e plantas nativos que não só
têm direito de estar aqui como também são uma parte integral e vital de todo
o nosso sistema ecológico. Animais e plantas apresentam uma vivacidade
diferente da nossa, porém dividem conosco inteligência, ciclos de
crescimento naturais, saúde, doença e morte. Diferente não que dizer inferior!
Na área de saúde e doença, animais e plantas são afetados como os
seres humanos pelos estragos do ar poluído, a água, e fontes de alimentos.
Por causa do seu contato próximo com humanos, animais domesticados
dividem, com um grau alto, as doenças que surgem atualmente na vida
contemporânea. Em tempos recentes, animais de estimação têm cada vez
mais doenças similares as nossas. Veículos motorizados são fontes
constantes de acidentes e morte para nossos animais. Psicólogos de animais
têm aparecido em cena para ajudar quando os animais apresentam
desajustes emocionais derivados de contato com seres humanos infelizes.
Recentemente, a revista TIME fez um artigo sobre o uso de terapia com
massagem para animais que sofrem de estresse físico causado pelas pressões
e rigores de vida moderna. A revista NOVA ERA apresentou uma estória
sobre técnicas quiropráticas para animais. De todos os livros disponíveis
sobre saúde holística e cura natural, quase nenhum oferece um capítulo
separado sobre animais em geral e de estimação.
O livro “O FATOR REIKI - Um Guia para a Cura Natural, Ajuda e
Totalidade” da autora Bárbara Web Ray, Ph.D., oferece um capítulo
significativo com relatos de muitas experiências com o uso da técnica Reiki
nos animais e plantas, de onde foi extraída a maior parte deste texto assim
como do livro Manual de Referência Ampliado - Reiki de A à Z da mesma
autora.
Pesquisas cientificas modernas têm nos fornecido dados sobre a
sensibilidade das plantas e seu sistema de alerta. Cuidar das plantas de
casa ou jardim é um empreendimento recompensador, porém sério. Temos
evidência de que as plantas reagem a nosso amor e atenção carinhosa e se
encolhem com os ataques de pessoas e animais. Sendo energia luz e vida,
Reiki é um instrumento eficiente para se usar ao trabalharmos com elas.
Reiki põe seu problema para fora. Reiki ajuda você a se ajudar!
Reiki é Amor. È Energia Superior!
Colaboração: Dra. Claudete França
Psicóloga, Pedagoga, Mestra em Reiki, Presidente da ABR-Associação
Brasileira de Reiki
Contato em Ribeirão Preto com Ercília Osti:
(16) 639-4271 / 9993-2054 - www.energiasuperior.com.br
Direitos autorais reservados à ABR-Associação Brasileira de Reiki.
Reprodução total ou parcial, somente com autorização.
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Peregrino
7
Informação, Cultura e Livre Expressão
ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS - ARL
QUANDO SETEMBRO VIER
E AGORA, PRESIDENTE?
Antônio Carlos Tórtoro (*)
Durante mais de dez anos, a ARL Academia Ribeirãopretana de Letras
realizou, no SESC, um evento
denominado “Quando Setembro Vier”,
idealizado e organizado pela acadêmica
Ely Vieitez Lisboa.
Esse evento reunia alunos, professores, escritores e admiradores da boa
leitura num momento raro de descontração, harmonia, participação e
alegria. Chegamos até a receber escolas
de municípios da região.
Agora, em 2005, quando setembro
vier, virá com ele a V Feira Nacional do
Livro de Ribeirão Preto, o quarto maior
evento voltado à divulgação do Livro
do Brasil e o segundo maior evento do
gênero, a céu aberto.
Pela primeira vez organizado/
realizado pela Fundação Feira do Livro,
o evento que é, também, uma realização
da Prefeitura Municipal de Ribeirão
Preto — Secretaria da Cultura, Educação
e Instituto do Livro — espera contar
com um publico de aproximadamente
300 mil pessoas e vender, pelo menos,
305 mil livros, além de propiciar aos
leitores de Ribeirão e região o contato
com grandes nomes da Literatura local,
regional, nacional e mundial.
A importância econômica e cultural
da Feira, para Ribeirão Preto, é
imensurável e indiscutível, mas qual a
importância da Feira para os autores
ribeirãopretanos?
Penso que deverá ser a oportunidade de divulgação dos escritores
locais e regionais de uma forma mais
efetiva e contundente.
Nas feiras anteriores, apesar dos
espaços cedidos pela organização do
evento — estandes, menção nos
folhetos e nas publicações da Secretaria
da Cultura, espaços, etc — muito pouco
espaço foi destinado, na mídia local, para
os escritores de Ribeirão e região: e esse
espaço, ninguém duvida, é fundamental
num momento em que os olhos do país
estarão voltados para nossa cidade.
É muito justo o destaque principal
a ser dado a personalidades do mundo
do livro que aqui estiverem, prestigiando
nossa Feira, mas também será fun-
damental, como ocorre em eventos
similares, em outros locais do Brasil,
que a mídia local e a assessoria de
imprensa da Prefeitura e da Fundação
Feira do Livro não se esqueçam do
importante papel desempenhado por
escritores e ativistas culturais que,
durante todo o ano, e durante muitos
anos, têm mantido um rico calendário
cultural na cidade com lançamentos de
livros, participação nos Cafés
Filosóficos, organização de concursos,
participando de eventos nas bibliotecas
municipais e nos promovidos pelas
entidades culturais de Ribeirão Preto.
Não é possível que ocorra, como em
anos anteriores, que a assessoria de
imprensa culpe a mídia pela não
divulgação de autores locais, e a mídia
justifique dizendo que não recebeu
informações da referida assessoria, num
jogo de empurra-empurra em que perdem
os reais realizadores da festa, aqueles
que colocam mãos à obra e que, ao final
de cada Feira, sentem uma profunda
frustração por notarem que suas
participações não passaram de recheio
para as atividades que os organizadores
acharam por bem classificar e tratar
como pontos altos do evento.
A Feira, segundo seu idealizador e
realizador, Galeno Amorim, não tem
dono; portanto, é, também, nossa, e essa
minha reivindicação não é minha mas da
grande maioria de escritores que fazem
a Literatura de Ribeirão e região apesar
de toda a dificuldade que encontram no
dia-a-dia, sendo autores que não têm
padrinhos.
Quando setembro vier, dessa vez,
que venha trazendo uma Feira que não
seja somente de meia dúzia de nomes
ribeirãopretanos, que, aliás, merecem
todo o respeito de nossa comunidade,
mas que não são os únicos.
(*) Presidente da ARL e ARE
PRESIDENTE DA ARLACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA
DE LETRAS
CONSELHEIRO DA FUNDAÇÃO
FEIRA DO LIVRO
[email protected]
Marco Zéri (*)
Como ficamos? Como ficam todas as pessoas que lhe depositaram confiança?
Que o senhor não tivesse curso superior e que nunca fez questão de estudar, isto já
era motivo sério para não lhe confiar o voto nas urnas. Entretanto, o povo brasileiro
confiou no seu discurso, na imagem do sindicalista apoiado pela Igreja, preparado
por um punhado de intelectuais das universidades, para assumir o poder e dar
conta do recado.
Confiou no seu carisma e imagem de metalúrgico que parecia conhecer os grandes
problemas que assolam cronicamente este país. Vínhamos cansados de mentiras de
governos anteriores, certos de que o senhor teria coragem para renegociar a dívida,
de forma tal que os juros pagos não prejudicassem o crescimento do Brasil, que
cuidaria da educação e saúde do seu povo e oferta de trabalho para os jovens que
saíssem da universidade. Que não permitiria negociatas envolvendo empresas
nacionais e transnacionais.
Tudo não passou de mentiras, de um grande marketing publicitário. De 10 em
10 anos o Brasil aborta mais um sonho de democracia sadia. Mais um recomeço que
encontra respaldo na válvula de escape do futebol e nos deboches dos programas de
humor da televisão brasileira.
Todos os que lhe depositaram os votos sentem-se órfãos. Querem confiar no
seu desconhecimento da situação, mas as evidências cada vez mais rondam o seu
gabinete presidencial.
A zona, se me permite de forma chula desabafar, articulada pelos seus
colaboradores, transformaram o país, começando por Brasília e alastrando-se por
todo o território nacional, numa escola fértil de corrupção, desvio de dinheiro
público, inchaço da máquina administrativa, e a maracutaia jogando farpas e
enlameando a parte íntegra dos Três Poderes. Faltaram-lhe um Projeto Nacional,
um espírito nacionalista forte, honradez e coragem para fazer a mea-culpa, mesmo
que isto lhe custe o impeachment.
A sede de poder é maior do que a retórica escamoteadora de que está Presidente
e de que tem a consciência de que isto pode acabar amanhã. O enlameamento das
instituições foi tão grave e fundo, que mostra o lado podre, não só do seu, mas
também dos outros partidos e governos anteriores.
Torcemos muito pela sua gestão, contudo, não é possível mais lhe outorgar o
mesmo respaldo que o fez vitorioso.
Confiamos nas suas promessas, mas não podemos deixar de denunciar toda
esta mazela que o senhor insiste ignorar. Não podemos deixar de denunciar o seu
distanciamento da crise política, e a dialética estranha de convivência e
companheirismo entre os Ministros da casa.
Se o povo brasileiro sair do seu sono letárgico, desta vez não se contentará com
um acórdão. Pressionará a parte boa do Congresso para uma reforma política mais
dura, eficiente, permitindo a blindagem da população e das riquezas naturais que
ainda restaram neste país de achaques constantes, desde o tempo do descobrimento.
Se a pizza vier, rechacemo-la com vigor, passeatas, panelaços, panfletagem e
protestos organizados, até que ela se transforme em pão para todos, não só para
uma minoria de privilegiados. Isto é melhor do que a fome, a violência e a desordem
social, desafios para o próximo governo. E agora, Presidente?
(*) Membro da ARL e OVJ
[email protected]
Marilda, Ely e Waldomiro - Membros da ARL e ARE
durante reunião ordinária
8
Peregrino
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
RELER É PRECISO, LER NEM TANTO
Waldomiro W. Peixoto (*)
A releitura de obras emblemáticas,
em todos os ramos do conhecimento, se
faz necessária para o resgate de nossa
memória cultural. Acabamos de reler
uma “pequena” obra crítica de Alceu
Amoroso Lima, publicada em 1956,
Quadro Sintético da Literatura Brasileira, onde se sistematiza nossa literatura
em fase colonial (1530 -1830), imperial
(1830 -1890) e moderna (1890 - data da
publicação). A obra, ainda hoje,
surpreende pela modernidade da
escritura, justeza dos conceitos e lucidez
com que trata autores e obras nacionais
de então, antecipando, em muitas
oportunidades, a consagração de nomes
inexpressivos na época.
Seus conceitos são firmes e, mesmo
hoje, incontestes como “O século XVI
fora uma tomada de posse. O século
XVII já vem a ser uma tomada de
consciência... mas sem nenhuma ligação
com os ensaios literários de classe
superior”. Ou ainda “Gregório de
Matos... é a figura mais considerável de
toda a nossa literatura colonial”. Os
estudiosos da literatura brasileira sabem
que nossa verdadeira tomada de
consciência literária, com riqueza de
argumentos e consistência expressiva,
só viria a acontecer com o poeta
Gonçalves Dias e o prosador José de
Alencar e, do ponto de vista do cultismo
e conceptismo – os dois pilares do
Barroco – Gregório de Matos é, deveras,
insuperável. Portanto, as assertivas do
ensaísta são pontos de vista irrefutáveis
até mesmo para especialistas.
Segundo AAL, “o Romantismo ia
surgir como expressão da independência
nacional” – o que implicitamente quer
dizer que essa escola literária transcende
a arte literária; era, a rigor, um jeito de
ser da alma brasileira em todos os
quadrantes; era um estilo de vida. Mais
à frente, afirma com rara felicidade que
“nenhuma escola literária, até hoje,
correspondeu tão espontaneamente à
psicologia do povo brasileiro como o
Romantismo”.
Como juízo intrinsecamente literário,
ele afirma que “podemos mesmo
considerar Gonçalves Dias como o
verdadeiro fundador da literatura
nacional”. E não há quem possa contestar
essa afirmativa levando em conta a
grandiosidade de sua poesia tanto na
linguagem como no conteúdo e nas
temáticas abordadas. Ainda hoje,
Gonçalves Dias continua inexcedível.
Grandes poetas como Manoel Bandeira
e Cassiano Ricardo, por exemplo,
consideram-no a mais alta expressão da
poesia nacional.
AAL foi lapidar ao dizer que “com
o romance Iaiá Garcia,... Machado de
Assis firmou a mão”. Quem conhece a
obra do Bruxo de Cosme Velho sabe que
esta obra é, de verdade, um divisor de
águas por apresentar a linguagem
machadiana já depurada; seus fortes
traços realistas já se insinuavam para
fazer parte de seus melhores contos e
da trilogia Brás Cubas, Quincas Borba e
D. Casmurro. Alfredo Bosi, em História
Concisa da Literatura Brasileira, divide
com ele essa opinião.
A divisão da fase moderna de nossa
literatura em Simbolismo (1890-1900),
Pré-Modernismo (1900-1920), Modernismo (1920-1945) e Neo-modernismo
(1945 em diante) são da lavra de AAL
Uma leitura atenta dos poetas
simbolistas vai revelar a modernidade
de nossa literatura, pois o embrião da
reação contra a gerontocracia de nossas
letras começa com Cruz e Sousa e Mário
Pederneiras – este o introdutor do verso
livre no Brasil. O simbolismo também é
forte traço de modernidade em outras
literaturas ocidentais, onde o verso livre
já é técnica consagrada.
Vale a pena transcrever suas palavras
sobre a literatura do primeiro qüinqüênio
do século XX. “O modernismo passou
por três fases mais ou menos distintas:
a fase inicial, de 1920 a 1930, em que se
lançaram as bases do movimento...
marcada pela Revolução Estética...; a
fase central... que conta com o novo
espírito, nascido no pós-guerra de
1918... terminando com o fim da Segunda
Guerra, em 1945; e a fase final... o pósmodernismo que começa a anunciar um
‘neomodernismo’... O modernismo
nasceu de um choque. O neomodernismo está surgindo de uma entrega.
Aquele foi uma batalha, uma conquista,
uma revolução. Este está sendo uma
transmissão voluntária de poderes de
uma geração a outra... O modernismo
era contra a Academia e o parnasianismo, ou contra Coelho Netto e o
helenismo, ou contra Rui Barbosa e a
vernaculidade. Era uma insurreição, uma
guerra estética... a intenção era de
chocar, de surpreender, de escandalizar
o burguês... A partir de 1945, o
neomodernismo vem chegando de
mansinho, sem grandes chefes, sem
manifesto, sem gritos de combate... sem
o caráter de cruzada...”. Sábias palavras
que ficarão para sempre como registro
lúcido de nossa historiografia literária.
É também AAL o primeiro intelectual a chamar a atenção para o caráter
exclusivamente masculino de nossa
literatura até o surgimento de Raquel de
Queirós na prosa, de Cecília Meireles
na poesia e de Lúcia Miguel Pereira na
crítica literária, até desaguar, vinte anos
depois, em Adalgisa Néri, Clarice
Lispector, Lygia Fagundes Teles. E
arremata que “nunca houve coisa igual
em toda a história de nossas letras. (A
presença feminina) é um fenômeno
totalmente novo, que, aliás, coincide,
também,... com a fundação das
Faculdades de Filosofia e Letras. É,
pois, um traço característico do neomodernismo...”.
Afrânio Coutinho afirma que os dois
maiores críticos do modernismo
brasileiro foram Mário de Andrade e
Alceu Amoroso Lima, sendo o primeiro
mais impressionista e o segundo
expressionista, com boa dose de impressionismo, nos moldes preconizados por
Machado de Assis no famoso artigo
Instinto de Nacionalidade. AAL é um
grande precursor da Nova Crítica, cujo
maior representante no Brasil é o
próprio Coutinho. A sua cultura
acadêmica e o gosto literário, ambos
aliados à sua lucidez – até profética em
relação a muitos autores – prestaram
serviços inestimáveis à literatura
brasileira.
Nilce Rangel Del Rio, em sua tese
As Múltiplas Vozes de Tristão de
Athayde, publicada pelo JO Editora em
1988, afirma que “as categorias
precursoras da crítica e da história
literária são antevistas por Tristão
(Alceu Amoroso Lima) muitos anos
antes do aparecimento da nova crítica e
da crítica literária moderna, sendo talvez
essa clarividente intuição o seu maior
mérito”.
No final da releitura do Quadro
Sintético da Literatura Brasileira, um
marco da historiografia nacional, fica a
interrogação instigante nas entrelinhas
de sua capacidade de apreender o país
além do fato literário: a literatura
brasileira consolida-se no primeiro
qüinqüênio do século XX aos olhos dos
brasileiros, mas continua inexpressiva
aos olhos do mundo. Mistérios da
economia de mercado que vão além do
fato literário? Quase cinqüenta anos
depois, continua a mesma coisa ou
mudou o quadro da literatura nacional
em tempos de globalização? A releitura,
levando em conta novos contextos, pode
colaborar com a resposta mais exata e
consciente, porque reler é preciso.
Com a palavra, os especialistas.
(*) Membro da ARL e Grupo
Flamboyant
[email protected]
Livro a ser lançado em setembro
durante a Feira Nacional do
Livro, com fotos do grupo Amigos
da Fotografia e textos poéticos
do presidente Tórtoro
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Peregrino
ESTAMOS EM TEMPORADA DE CAÇA
Carlos Roberto Caliento (*)
Alguns jornais e, principalmente, as
TVs Bandeirante e Globo têm dado
muito alarde aos capítulos da novela
Jefferson, Delúbio, Marcos Valério &
Cia. Ltda.
Estas televisões ficam enfocando e
repetindo o assunto por mais de meia
hora, nos seus jornais da noite, todos os
dias. A exemplo das demais novelas, as
cenas e os assuntos não mudam, não
progridem, são repetitivos. E ficamos
esse tempo todo ouvindo as mesmas
falas, as mesmas denúncias. Não dá para
entender onde querem chegar, onde vai
dar.
Conversando com alguns mais
esclarecidos, estes são unânimes em
afirmar suas dúvidas sobre os reais
interesses que podem estar fomentando
toda essa ênfase. Será que estão faltando
notícias para publicar e informar a nossa
população?
Antes do início desta novela,
assistíamos a uma variedade de
informações, como mortes, tráfico,
contrabando, transporte, educação,
economia, etc. De repente, tudo isso
parou de acontecer neste país?
No jornal O Diário, de Ribeirão
Preto, edição de 05/08/05, um renomado
advogado afirma que a Veja doou
dinheiro para a campanha política do
candidato Serra, nas últimas eleições
presidenciais. Diz dos valores e para
quem o dinheiro foi entregue. Conclui
também que isto justifica a ênfase que
esta revista dá seguidamente à novela O
Mensalão. Ênfase contra o atual
Governo. Como Serra perdeu a eleição,
naturalmente a Veja parte para a
desestabilização do atual Governo.
Quem sabe não esteja ocorrendo o
mesmo com determinados veículos da
imprensa escrita e televisiva no atual
momento?
Uma outra coisa intrigante. Um tal
deputado denunciador, réu confesso,
depois de ter recebido mais de cinco
milhões de reais, repete suas denúncias,
por várias vezes, no cenário da Câmara,
com a agravante de a cada repetição
apresentar uma nova, geralmente
envolvendo mais alguém. Por que ele não
apresentou todas as denúncias da
primeira vez? Por que todos ficam
atentos? Por que, até hoje não se fez
nada contra esse deputado? Por que até
hoje não caçaram os seus direitos
políticos? Parece só haver uma
explicação: todos os parlamentares
temem esse deputado. Ouvem suas
denúncias repetidas vezes, acrescentadas de outras mais novas, com toda
9
Informação, Cultura e Livre Expressão
atenção, talvez esperando, tremendo e
temendo que seus nomes sejam
divulgados. Será isso?
Tenho certeza que todos os
telespectadores já estão cansados de
continuar ouvindo a mesma lengalenga
todos os dias. Se a pretensão é a
desmoralização do Governo, parece que
estão gastando muita lenha neste caso,
pois os mesmos donos desse país
conseguiram derrubar o então presidente
Collor com muito mais facilidade, não
precisando gastar tanta saliva.
E eu e a população desse país até
hoje não ficamos sabendo por que
caçaram o mandato de Collor, decretando o seu “Impedimento”... Esta
dúvida paira em todos os brasileiros.
Mas temos certeza de que o presidente
Collor estava contrariando os interesses
de muitos políticos, grupos econômicos
e outros.
O que pintaram para a população
foi a existência do tesoureiro P. C.
Farias, que veio do nada e de repente
administrou milhões numa campanha
política milionária, feita pelos mesmos
donos desse país, usando caixa 2, caixa
3 etc. Usando laranjas, tangerinas e
outras frutas. E, no final, como sabemos,
optaram pela simples extinção de PC
Farias, para a segurança de muita gente
graúda.
Como vemos, se é verdade que tudo
se repete, a temporada de extinção está
aberta.
Quem será o próximo?
(*) Membro da ARL
[email protected]
Renata e Cassoni, membros da ARE
durante reunião no Centro
Universitário Barão de Mauá.
DE SUSTE EM SUSTO
Ely Vieitez Lisboa (*)
O título acima é de uma matéria na “Folha de São Paulo”, sobre a difícil
comunicação entre pais e adolescentes. O problema é antigo e, hoje, globalizado.
Muitos escritores abordaram a problemática, realçando o abismo que existe
entre o mundo dos adultos e das crianças. Eles são quase incomunicáveis, os valores
são diversos. Desde há muito, sempre foi mais fácil trocar experiências entre si, que
procurar orientação materna ou paterna. Há até a anedota como conselho aos pais:
Ensine algo ao seu filho sobre sexo, antes dos dez, onze anos. Depois que ele cursar
a quinta série do primeiro grau, ele lhe dará aulas sobre o assunto.
Entende-se. Os jovens acreditam na sua “tribo”, na turma. Só os amigos sabem
verdades que os pais ignoram. Uma vez uma garota de dezesseis anos confessoume: Se eu falar tais assuntos com meus pais, eles desmaiam. Não sabem de nada.
Retruquei-lhe: “Será? Você veio ao mundo como?”.
Modernamente, os e-mails e blogs facilitam mais a comunicação entre os
adolescentes. Com sua linguagem estropiada, falam de tudo. A reportagem da “Folha”
citou uma menina de quinze anos, que mandou um e-mail à mãe, contando-lhe que
não era mais virgem. A mãe, tentando ser moderna, perguntou à filha se queria
discutir o caso por telefone... Ela não quis.
Na realidade, nada é fácil. Tem-se que, desde muito cedo, propiciar uma
intimidade entre pais e filhos, uma “democracia controlada”, um companheirismo
que permita se falar de qualquer assunto. Só assim, os adolescentes não vão procurar
“orientação” (sempre destorcida) com seus pares da mesma idade. Se não houver
mente aberta (mas sem a perda da hierarquia paterna e materna), a confiança dos
filhos não poderá ser alimentada.
Admiro pais sutis que conseguem ter uma convivência franca com os filhos,
sem censura, passando-lhes a firmeza de amigos confiáveis. Há alguns anos, após
uma sessão de Laboratório de Redação, uma jovem de dezessete anos, segredoume: “Dormi ontem, pela primeira vez, com meu namorado”. Estranhei que ela me
contasse. Perguntei-lhe: “Contou à sua mãe?” “Você está louca, ela é muito pudica,
antiquada. Contei ao meu pai. Ele só me perguntou se eu amava meu namorado, se
foi bom, se ele foi carinhoso comigo”. É fácil perceber a diferença de mentalidade do
casal.
Não acredito em conselhos, mas na comunicação franca e sem barreiras, entre
pais e filhos. Em casa, quando as meninas estavam com quatorze, quinze e dezessete
anos, tínhamos reuniões noturnas, após a escola, para trocar novidades e dúvidas.
Eram horas divertidas, quando se podia contar tudo, ou perguntar o que se quisesse.
Há pais e mães que “terceirizam” a orientação e querem que a Escola faça tal
trabalho. É até razoavelmente possível, mas deve haver uma parceria entre Escola
e Família.
Quando passou a minissérie “Anos Dourados”, combinei com os alunos mais
velhos, do primeiro grau, de assistirmos aos capítulos e comentarmos, após, em
classe. No final, o narrador resume o destino das personagens. Havia uma garota
que sempre aparecia deitando-se com os meninos. No epílogo, foi dito: “Fulana
casou-se virgem”. No dia seguinte, os alunos estavam curiosos. Como, virgem?! Ela
tirava o soutien, abria a braguilha dos rapazes e os dois deitavam-se no tapete!...
Senti dificuldade de explicar-lhes sobre a relação sexual incompleta. Chamei a
professora de Biologia, mulher objetiva e despachada. Ela desenhou na lousa um
pênis e uma vagina. Explicou tudo, biologicamente, com detalhes. Nunca vi uma
classe tão interessada e atenta...
Fala-se muito em introduzir a Educação Sexual nas Escolas. Poderia dar certo,
mas a dificuldade é de se ter sempre professores capazes, sérios, e perspicazes,
para ministrar as aulas. Do contrário, será desastroso. Ou como naquela história:
quando o menino pergunta ao pai ingênuo sobre sexo, ele, acabrunhado, começa:
“Você sabe, querido. As abelhinhas...” E o menino, desalentado, olha para o pai
inocente e pensa: “Que droga! Até ele chegar no ponto G!”
Em pleno século XXI, com a vida corrida e complicada, os horários vários da
família, muitas conversas necessárias foram deixadas de lado. E as crianças, desde
muito cedo, aprendem tudo nos programas da Globo, nos sites arrojados, repletos
de muito lixo e aberrações, nos blogs discutíveis. Estamos na era da Comunicação,
mas nem sempre ela é adequada ou saudável. A televisão e o computador, nesse
campo, quase sempre, prestam um desserviço, são perniciosos. Como é impossível
cassá-los, só uma boa orientação servirá de antídoto contra a inoculação, a
contaminação dos vírus perniciosos, dos conceitos pervertidos, dos valores inversos.
É uma atração fatal, uma influência contra a qual não há prevenção, nem profilaxia.
A Guerra das Máquinas não é só a de Spielberg. Ela acontece, no mundo todo,
tecnologicamente, no dia-a-dia. Os adolescentes e os jovens são as vítimas mais
frágeis, com pouca resistência.
Assim, na inexorabilidade da vida, não há como eliminar pedras e alçapões.
Antes, preparar-nos e aos jovens guerreiros, contra todos os percalços que, é certo,
virão.
De sobressalto em sobressalto, vai-se vivendo, derrubando algumas barreiras,
sucumbindo diante de outras. E no final, na hora do desembarque e da prestação de
contas, não serão contadas só as vitórias e/ou as derrotas, mas também o persistente
espírito de luta e o da reta intenção.
(*) Membro da ARL, ARE, UBE e Grupo Flamboyant
[email protected]
Peregrino
10
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
O MARGINAL IMORTAL
VIAGEM
Nilva Mariani (*)
Com esse título, a Folha de São
Paulo publicou, há alguns meses, um
artigo sobre Lima Barreto, noticiando
também a reedição de suas obras, o
que é ótimo, pois, infelizmente, ainda
é desconhecido por muitos, mesmo
aficionados à literatura.
Eu sempre gostei das obras de
arte do pobre mestiço que viveu à
margem da sociedade e morreu no
ano da Semana de Arte Moderna,
tendo sido reconhecido e valorizado
(pouco) somente depois que o
Modernismo se instalou no país.
A sociedade foi sempre o foco
maior de seus livros e, embora o
subúrbio predomine, toda a sociedade de seu tempo aí aparece
analisada, criticada, ironizada,
porque o autor pretende uma vasta
compreensão humana da justiça e
do direito de igualdade. Desde
criança, como confessa em Diário
Íntimo, sentiu a grande injustiça
social. Esse sentimento acompanhou-o a vida toda, e por isso,
sua obra aparece com um fim
determinado, segundo sua compreensão de arte, definida por
Francisco de Assis Barbosa, um dos
estudiosos do escritor, “estabelecendo entre o escritor e o
público um compromisso para ajudálo a conhecer o drama íntimo de cada
um, como também as competições,
erros e misérias da sociedade em
que vivemos”.
É provável que a própria
condição e Lima Barreto lhe tenha
ditado o caráter de sua obra;
mestiço, pobre, cheio de complexos
e recalques, desajustado no lar e na
sociedade, verdadeiro pária,
escreveu “para escandalizar”, como
ele mesmo disse (finalidade que
muitos modernistas abraçaram), mas,
sobretudo, em defesa de outros
tantos párias que habitam o Brasil,
vítimas de injustiças.
Lima Barreto levantou problemas, apontou falhas, sugeriu
correções através de suas personagens que refletem o anseio de
toda uma coletividade. Escreveu,
talvez, para vingar-se da sociedade
que o repudiou, porém escreveu
ainda por “amor, para sofrer menos”,
conforme o crítico Alceu Amoroso
Lima; escreveu para realizar o que
registrou em seu Diário, a propósito
de uma alusão a ele e a um macaco:
“Desgosto! Desgosto que me fará
grande.”
O grande desgosto era sua cor e
sua origem; a grande recompensa
era a inteligência e a obra que ficaria
para a posteridade.
A sociedade, para Lima Barreto,
está dividida em duas: de um lado,
“os espertos que sobem à custa de
mão alheia; de outro os honestos,
os humildes que não conseguem
ascensão justamente porque são
honestos. A sociedade tem mais
defeitos que virtudes porque ‘o
pequeno povo’ é um eterno conformado com o jugo dos poderosos”.
É uma sociedade de valores muito
estranhos, em que “os desgraçados
se deviam matar em massa” (Vida e
Morte de M.J.Gonzaga e Sá) e a
pátria não é mais do que uma
exploração de uma minoria ligada
entre si, estreitamente ligada, em
virtude dessa mesma exploração, e
que domina, fazendo crer à massa
que trabalha para a felicidade dela.”
(Recordações do Escrivão Isaías
Caminha).
Parece que nada mudou até hoje,
não é mesmo? Com esse livro, Lima
Barreto pretendeu provocar um
escândalo, e o que fez foi enviar uma
mensagem humana, profunda e
comovente. Isaías, o anti-herói
mulato é vítima da cor e do preconceito, além da pobreza; procura
compensar com o estudo, só que
nem a cultura adianta, a sociedade
sempre foi a vencedora. Isaías seria
sempre “humilhado, esmagado,
enfraquecido por uma vida de
estudo, a servir de joguete, de irrisão
a esses poderosos todos por aí”.
O autor não poupa a imprensa
na análise da ironia, quando a
aborda, revelando, com coragem e
sinceridade, as falhas do que ele
chama de “o quarto poder da
república”. É realmente magistral a
galeria de tipos do jornal em que
trabalha a personagem.
Em Gonzaga e Sá ressalta a
mediocridade da burocracia; em
Numa e a Ninfa, a análise dos hábitos
e defeitos da vida política; em Clara
dos Anjos, as condições de vida nos
subúrbios cariocas, sempre desfavoráveis aos pobres e mestiços.
Ninguém escapa à lente
perscrutadora de LB, nem o poder
militar e o presidente da então nova
república, em Triste fim de Policarpo
Quaresma. Quase todas as personagens de seus livros são tristes,
infelizes, ou anti-heróis, como o
major Quaresma, chamado de D.
Quixote nacional, pelos críticos
literários.
Impossível mostrar toda a
magnitude da obra de Lima Barreto,
num artigo de suplemento, mesmo
literário.Ele analisou, como ninguém,
a sociedade suburbana, captandolhe a psicologia coletiva; salientou
a natureza íntima de cada personagem, fixou aspectos dos
pequenos acontecimentos sociais
dos bairros pobres... Tudo, porém,
em sua obra, clama por uma solução,
que seria a igualdade de classes, a
educação social e moral do povo, a
organização civil e militar perfeitas e
em consonância com a grandeza do
país.
Se foi um revoltado, um escandaloso como quis ser, o certo é
que sua obra tem também muita
ternura e não fere a sensibilidade
com flechas de fogo, mas toca-a
suavemente e se enraíza. Afinal, os
sonhos de Lima Barreto ainda são
os de todos nós, pelo menos
daqueles que não pertencem ao
grupo dos “espertos” e querem ver
um país verdadeiramente civilizado,
no amplo sentido da palavra.
(*) Membro da ARL, ARE e OVJ
[email protected]
Nilva Mariani (*)
Um derradeiro triste aviso...
adeus...
Dizê-lo? Mas se não há para
quem!...
O ônibus vai estrada afora e os
meus
olhos se voltam, procuram
alguém
que ficou e tão breve me
esqueceu.
Montanhas... vales... alguém
cantarola
a meu lado, em queixosa voz: “Só
eu...”
Só eu! Somente eu... e a tristeza
rola...
Além, uma cascata indiferente:
os teus olhos cor de água! Um
beija-flor
pousando aqui e ali - a boca
ardente
murmurinhando nadinhas de
amor.
Sinos repicam: tanto que te
quero!
Uma velhinha anda a vender
saudade
pela estação. – Obrigada, eu
espero
perder a minha. Com que
ansiedade
desejo que ela se vá. Que atroz
mágoa,
que saudade cruel, que acerbo
pranto!
Boiando nos meus olhos rasos de
água
vejo-te a sorrir... ai! quero-te
tanto!
(*) Membro da ARL, ARE e OVJ
[email protected]
Homenagem póstuma da ARL à Sra.
Maria José Ferreira
Navarro, esposa do acadêmico José
Magalhães Navarro
falecida no dia 17 / 06 / 2005.
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Peregrino
11
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Peregrino
12
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
ALARP
Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto
LIVRO
Quando um pequeno grupo de
homens lúcidos e empreendedores
desta cidade se reuniu e pensou,
criou o que há de mais natural na
face da terra: a fusão da arte com as
letras e realizou o que parece ter sido
a primeira manifestação correspondente a uma necessidade
fundamental do ser humano: a
comunicação.
E surgiu a ACADEMIA DE
LETRAS E ARTES DE RIBEIRÃO
PRETO - ALARP
A pré-história, que os arqueólogos têm nos mostrado nos
vestígios encontrados em numerosos locais da Europa, África e
Ásia, nas grutas do sul da França,
no norte e oriente da Espanha e nos
monumentos da Mesopotâmia são
o testemunho da aliança da arte com
a escrita.
Heródoto considerava o Egito
uma dádiva do Nilo que não só
fertilizava o solo, mas também era
via de comunicação com outros
povos, transportava a pedra, a argila
e a madeira.
A palmeira além de elemento
embelezador, foi a fonte primeira da
escrita.
A pedra, o bronze, as tábuas de
madeira, as placas de argila, foram
em passado remoto, o esqueleto do
livro e da arte; os desenhos primitivos foram mostrados em filmes
ao universo.
A arqueologia deu ao mundo
contemporâneo, por meio de
reconstituições facilitadas pela
evolução da química, os primeiros
estágios do livro que aparece pela
primeira vez na China, no segundo
milênio a.C., fabricado com folhas
de palmeira, tábuas de madeira
polida, folhas de seda e na Assíria e
Caldéia, com placas de argila.
Na Ásia Menor, na Grécia e no
mundo romano empregou-se o
pergaminho (pele de carneiro, de
cabra ou bezerro alvejados e
polidos). No Egito usou-se o papiro
(planta de folhas de grande porte).
Quando Marco Pólo (1254? –
1328?) trouxe da China os rolos
escritos e desenhados foi um
sucesso na Europa. Johann
Gutemberg associado a Fust e
Scholer (1425?) aperfeiçoou o prelo
e material impressor, dando a
imprensa para a Europa. A Sorbonne
instalou em sua universidade uma
tipografia; e daí o mundo todo teve
o privilégio de usufruir do seu maior
bem: o livro.
Quer seja ele didático, científico,
filosófico, teológico ou literário, é
ele a fonte da sabedoria.
REVERENCIANDO um político!
Dr. Joaquim Macedo Bittencourt (1862-1927)
Ex-Prefeito de Ribeirão Preto
Patrono da Cadeira Cultural nº 10 da Academia de Letras e Artes de
Ribeirão Preto, Titular - Pedro Tarlá
Natural de Salvador. Formado médico se transfere para o Rio de Janeiro.
Ouve falar da exuberância das terras de Ribeirão Preto onde chega em
1892.
Salva muitas vidas da febre amarela.
Jornalista fervoroso. Professor do Ginásio Otoniel Mota.
Prefeito Municipal em duas gestões. Calçou Ribeirão Preto. NÃO
RECEBIA PAGAMENTOS PELAADMINISTRAÇÃO, DOANDO AOS
COFRES PÚBLICOS PARA OBRAS DE BENEMERÊNCIA.
Viveu e morreu cercado de estima de grandes e pequenos. Faleceu em
São Paulo em 10 de setembro de 1927. Um benemérito de Ribeirão Preto,
na Medicina, Jornalismo e na Política.
Diretoria Executiva, biênio 2005/06 - ALARP
Steiner, professor em Oxford,
como uma Cassandra moderna
anuncia o massacre da cultura
humana, substituída pela tecnologia.
Não acredita na palavra, a literatura
é vã. A Internet substituirá o livro.
Para ele as artes serão vencidas
pela ciência “A sensibilidade poética
torna-se irrisória na sombra da
praticidade científica” diz ele entre
outras coisas.
Quando um simples raio, uma
descarga elétrica vinda dos céus
destrói todo um arquivo internetiano, onde irá ele buscar novas
fontes? Novo computador? E as
condições financeiras? E o tempo
perdido com o novo armazenamento
de dados?
Que a ciência é a luz dos novos
tempos estamos de acordo, mas o
homem alma, o homem sentimento,
o homem pensamento que consegue
extrair as idéias do seu interior,
mesmo perdido no oceano informático de um mundo de máquinas,
nunca será substituído.
O poder da criatividade do
homem capaz de transportar as
pessoas a outros mundos, essa
profunda necessidade humana de
sonhos, ilusões e crenças que nos
inspiram e nos lembram como somos
finitos e por isso é necessário
guardar sempre um lugar para
devaneios e ilusões que a imaginação literária nos oferece.
Cassandra vaticinava e não era
acreditada – castigo dos deuses.
Que os deuses estejam certos e
que o livro tenha a vida eterna dos
bem-aventurados. Amém.
Sylvia Vallada Roselino
cadeira 24
Patrono: Lydio de Oliveira Vallada
- Presidente: Dr. Oscar Luiz de
Moura Lacerda
- Vice-presidente: Cleonice A
Reis Silva - Presidente em
Exercício
- Secretária: Fúlvia Andréa
Dantas Freitas
- Tesoureira: Jair Yaani de Paula
Eduardo
- Bibliotecária: Maria Lúcia
Cardoso dos Santos
- Diretor de Patrimônio: Shozo
Mishima
Conselho Deliberativo
- Vera Regina Marçallo Gaetani Presidente
- Maria Mirlene Freire Rodrigues
- José Velloni
- Norma Luzano Campaz
- Alcides Antiório dos Santos
- Branca Marilene Mora de
Oliveira - Secretária
- Manoel Moacir Sisccati
- Lucília Junqueira de Almeida
Prado
- Sylvia Vallada Roselino
Conselho Fiscal
Luiz Carlos Santos Minelli
Rubens de Azevedo Pires
Departamentos e Comissões
a) Departamento Jurídico: Dra.
Fernanda Castelo Moço Ripamonte
b) Assessoria de Imprensa:
Adriana Silva
c) SOARTE - Sociedade Alarpeana Amigos da Arte: Jair Yanni
de P. Eduardo
ALARP E A COMUNIDADE
Sob coordenação de Cléo Reis acadêmicas realizaram a classificação
dos poemas do Concurso da Secretaria da Infra-estrutura, junto ao
trabalho da Biblioteca “Mário de Andrade”.
Foram juradas: Cléo, Sylvia Vallada e Jair Yanni.
Cléo Reis coordenou o trabalho de classificação dos participantes
do Concurso de Poemas e Redação realizado pela Casa de Detenção P1
- Serra Azul.
Foram juradas: Cléo, Norma Campaz e Helena Agostinho.
Cléo esteve presente representando a Academia no evento ocorrido
em 18-08-05, para diplomação de reeducandos em alguns Cursos e
entrega dos prêmios do Concurso, oportunidade em que realizou grande
doação de livros para a Biblioteca daquela Casa.
Peregrino
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
13
Informação, Cultura e Livre Expressão
FEIRA DO LIVRO
Por indicação da ALARP, este ano a Feira do
Livro tem como Patrona a acadêmica Lúcia
Junqueira de Almeida Prado.
Sua biografia e suas premiações demonstram o
seu grande trabalho e dedicação para com crianças
e jovens, tendo editado mais de 70 livros.
Entre seus prêmios mais importantes estão: o
Governador do estado de 1972, com a obra Lili do
Roncador; prêmio Jabuti 1972, com Uma Rua Como
Aquela, e prêmio Ari Quintela,1982, com Amor Um
Pássaro Vermelho.
Reconhecida em todos o País recebe agora justa
homenagem de nossa cidade.
A ALARP organizou vários eventos que
ocorrerão em diversos locais da Feira: de acordo
com as parcerias e união com outras Instituições com as quais
habitualmente trabalhamos na realização de eventos culturais.
Teremos salas na Bauhaus sob coordenação de
Helena Agostinho e Cléo
- Em homenagem a Lucília
- Exposição e venda de Livros de Acadêmicos
- Exposição de Artes dos acadêmicos, incluindo Fotografia.
- Exposição de textos dos acadêmicos no Painel – “Espaço do Poeta”
idealizado por Helena Agostinho
- Contação de Histórias dos livros da Lucília
- Apresentação musical de Gilda Montans
- Oficina Literária - A Arte de Escrever – Jair Yanni e Cléo
Stand da Escola Moura Lacerda e Academia de Letras e Artes de
Ribeirão Preto - ALARP
- A Lucília estará presente no dia 15/09, às 15hs para atividades com
alunos.
- Exposição de Poemas dos acadêmicos
- Exposição de livros
- Distribuição de poemas ao público pelo projeto “Paz e Poesia” idealizado
por Cléo Reis
- Declamações dos acadêmicos e convidados
Stand dos escritores locais
- Venda de livros
- Declamações
- Projeto Paz e Poesia
Os acadêmicos estarão presentes nos locais acima para contado com o
público
A Lucília fará discurso na abertura
-Café Filosófico
-Salão de Idéias
Palestra “A Poesia Juvenil” no dia 10/09 às 15hs (dia a ser confirmado)
Dias de autógrafos (a serem confirmados pela Editora)
Presença no stand do Moura Lacerda / ALARP
Obs: Ao fechamento desta edição ainda havia muitos eventos a
serem concretizados que estarão na divulgação geral da Feira.
CHUVAS
Ah! O meu tempo vai acabar
em chuvas
E o meu dilúvio há que ser
sempre a torrente
Avassaladora de minha
palavra...
De quantas andanças ainda
terei que tirar
O alforje que me curva o corpo
E que me impede de
descansar?
Vou fingir que não ofereço
meus abraços
E bem de mansinho acalentar
A manhã tão pródiga
E fecunda que teima em
acordar-me...
Acabado o minuto do
pensamento
Abro o meu peito ao
compromisso
Inadiável da poesia!
Djalma Cano - Cadeira 52
Patrono - Antenor Pimenta
ALARP EVENTOS
Realizados
Em homenagem a Ribeirão Preto - 149 anos
- Entrega de Cds com gravação dos Hinos Cívicos a Escolas, Órgãos
Públicos e cidades da região. Realizado na Câmara Municipal em 24-06-05.
- Exposição do Acervo artístico da Academia na Galeria Bauhaus – de 18-06
a 10-7-05
- Posse Acadêmica de Francisco Amêndola - Sociedade Recreativa – 29-0605
SPLENDORI D´ ITÁLIA
Evento da SOARTE - Sociedade Alarpeana Amigos da Arte
Dia 26-08-05 no Espaço Cultural Thertúlia
Houve exposição de arte de artistas italianos, música, declamações, palestra,
e...comida italiana ...
A serem realizados
A ALARP – Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto e ADEVIRP –
Associação dos Deficientes Visuais de Ribeirão Preto e Região têm o
prazer de convidá-lo e Exma. Família para o lançamento do livro “A
Menininha Loira” em Braille, de autoria de Vera Regina Marçallo Gaetani.
Dia: 08 de setembro 2005
Hora: 20hs
Local: Auditório da Instituição Moura Lacerda
Rua Padre Euclides, 995 – Ribeirão Preto
NOITE DAS ARTES
No Teatro Pedro II
Recital e Exposições: das 20h30 às 22h30.
Haverá EXPOSIÇÕES:
FOTOGRAFIA
- Prédios Históricos da Cidade - autoria do Acadêmico, hoje Patrono, Tony
Miyasaka
- Fotos de temas diversos
Acadêmicos: Fúlvia Andrea Dantas Freitas, Maria Inês N.G. do Prado e a
convidada Camila Ruiz
ARTES PLÁSTICAS
Pinturas e Esculturas dos Acadêmicos
Célia F. Palma Assalim
Hélio Vanucchi
Jair Yanni de Paula Eduardo
Maria Mirlene Freire Rodrigues
Marina Braghetto
Miguel Ângelo Barbosa
Norma Luzano Campaz
Per Luigi Castelfrenchi
Shozo Mishima
Thirso Cruz
Francisco Amêndola
Roberto Constantini
RECITAL
Música Brasileira (com ênfase a autores ribeirão-pretanos)
Apresentações das Acadêmicas Gilda Montans (Acordeom), Dinah Pousa
Godinho Mihalef (Piano) e Gisele Ganade (Canto)
Artistas convidados: Meire Genaro (Acordeom), Madrigal Minas e outros
LITERATURA
Textos de Acadêmicos e Escritores convidados declamados pelos
acadêmicos Djalma Cano, Jorge Arévalo, Maria Lúcia.
Peregrino
14
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
A SÉTIMA TROMBETA DO APOCALÍPSE:
A VOLTA DE JESUS
praticamos o que o Cristo nos
ensinou, ainda existem pessoas que
não aceitam os ensinamentos de
Kardec, já imaginaram se ele tivesse
discorrido claramente sobre o contexto cósmico que envolve o Planeta
Terra, transplantes de órgãos humanos, clonagem, computador e
internet, discos voadores e choques
de Galáxias? Seria visto como louco
e seus ensinamentos destinados ao
total fracasso.
Tudo tem seu tempo certo. Tudo
nos vem da Misericórdia Divina, em
função do nosso estágio evolutivo.
Isto é, da nossa capacidade de
discernimento e assimilação, receptividade emocional, afetiva e cognitiva.
Jesus na sua época, não poderia
ter falado detalhadamente sobre um
plano espiritual, sobre reencarnação,
poder da mente, ectoplasma, psicografia e outras questões que foram
explicadas e aprofundadas depois
pelo Espiritismo. Se o que o Cristo
ensinou, nem mesmo os apóstolos
e Seus familiares compreenderam,
imaginem se Ele se alongasse em
certos assuntos? O mesmo aconteceu com Kardec, que com a ajuda
do Espírito da Verdade, codificou o
Espiritismo e revelou apenas o que
era possível para aqueles tempos.
Se até nos dias de hoje ainda não
Tudo faz parte de um grande,
Plano Superior. Então agora, nos é
ofertado do Mais Alto, novas
revelações e esclarecimentos,
também, através do médium espiritualista, JAN VAL ELLAM,
enfocando um contexto cósmico,
universal e intergaláctico. Em todos
os seus livros publicados e palestras
proferidas, são abordadas questões
singulares, complexas e polêmicas,
conseguindo expressar aquilo que
de mais difícil deve ser explicado, de
maneira simples, clara e objetiva. As
obras deste autor terreno, em
concurso com seus mentores
Espirituais e Cósmicos, discorrem
sobre nossas realidades transcendentais, sobre nossa cidadania
Universal e Cósmica, nossa origem
Extraterrena, ou além do horizonte
da Terra. Conta e elucida nossa
Classificação das línguas
indígenas brasileiras
Aryon Dall’Igna Rodrigues
No Brasil, hoje, são faladas mais
de 170 línguas e dialetos pelos
povos indígenas. Estima-se que, em
1500, passava de mil o número
dessas línguas.
Algumas das línguas indígenas
faladas no Brasil são agrupadas, por
sua semelhança, em famílias e troncos lingüísticos, revelando uma
origem comum e uma diversificação
ocorrida ao longo do tempo. Outras
são famílias de apenas uma língua,
também chamadas de línguas
isoladas, por serem diferentes e não
apresentarem semelhanças com
nenhuma outra língua conhecida.
Poucas línguas indígenas tiveram
estudo aprofundado.
Admite-se, para o Brasil, a existência de dois grandes troncos
história, desde a “Rebelião de Lúcifer
ou Doutrina dos Anjos Decaídos”,
desde quando foi necessário sermos
exilados do Sistema de Capela e
retirados do convívio Cósmico por
termos enlouquecido e adoecido
gravemente. Este livro traz à tona,
aspectos reveladores e esclarecedores que ficaram nos bastidores
do tempo e de nossas memórias.
E, com relação ao seu mais
recente livro de nome acima, há
tempos não e via um texto tão
revelador e elucidativo quanto este.
Porém, isto não nos causa surpresa,
visto tratar-se de J. V. Ellam e seus
Excelsos Mentores. Diversas são as
obras, os estudos e discussões que
discorrem sobre a temática das
profecias contidas no Apocalipse de
João. Quantas e quantas são, as
interpretações, análises e avaliações
que já foram emitidas em relação a
tal livro. No entanto, apesar de tanta
coisa referente ao tema, seu
conteúdo ainda era um enigma, até
hoje não havia sido desvendado,
compreendido de forma tão racional
e reflexiva. Mostra e esclarece
também, toda a inimaginável
GRANDEZA DE JESUS e os
exaustivos preparativos para Sua
primeira e segunda vinda a Terra, por
Ele mesmo prometida.
lingüísticos, o Tupi (dividido em 10
famílias) e o Macro-Jê (dividido em
9 famílias), e de outras 20 famílias
lingüísticas não classificadas em
troncos. Apenas nove línguas
indígenas têm acima de 5.000
falantes: guajajara, (sateré-) maué,
xavante, ianomâmi, terena, macuxi,
caingangue, ticuna e guarani, estes
últimos com 30.000 indivíduos. Cerca
de 110 línguas contam com menos
de 400 falantes.
Conheça as línguas indígenas
brasileiras, agrupadas em troncos e
famílias, de acordo com a classificação do Prof. Aryon Dall’Igna
Rodrigues, classificação que vem
sendo trabalhada por ele há várias
décadas e que consta de seu livro
Línguas brasileiras : para o conhecimento das línguas indígenas,
São Paulo, Edições Loyola, 1986,
revisada posteriormente (setembro
de 1997) para o site do Instituto
Socioambiental.
A grafia lingüística técnica
utilizada para escrever o nome e as
Assim, neste trabalho nos é
informado que OS TEMPOS SÃO
CHEGADOS, que o Apocalipse já
está quase todo consumado, só
faltando mesmo “tocar a sétima
trombeta” e a chegada da “Jerusalém
Celeste”.
A quem interessar possa, informar-se melhor, refletir e tomar
consciência destas e de outras
questões, bem como se PREPARAR,
O CONVITE ESTÁ FEITO.
Na página sobre livros apresentamos a capa e uma sinopse
do livro “A sétima trombeta do
Apocalipse”.
Os livros de J. V. ELLAM
podem ser encontrados, em
Ribeirão Preto, na Livraria
Atlas, Rua Martinico Prado,
178/186 - Vila Tibério – Tel.:
(16) 3977.6070 ou
diretamente no site da
Editora Zian, onde outras
obras do autor podem ser
visualizadas www.zianeditora.com.br –
Tel.: (11) 3999.0169 /
9892.8314.
Aparecida D. Osti
[email protected]
palavras de uma língua indígena é
diferente da forma com que se
escreve o nome e as palavras em
português. Os lingüistas costumam
empregar alfabetos fonéticos (que
às vezes variam de um lingüista para
outro, dependendo de sua nacionalidade, do alfabeto fonético de
que se servem, etc.) além de lançar
mão, alguns, do recurso de marcar a
sílaba tônica com um acento (que
também pode variar de um lingüista
para outro - valendo-se ora do acento
agudo, ora do circunflexo).
Fonte: http://
orbita.starmedia.com/~i.n.d.i.o.s/
tupi/tupi1a.htm
Nota
Visite nosso site –
www.jperegrino.com.br e, leia este
texto em Esperanto e, faça também
o “download” de um pequeno
dicionário tupi-portuguêsesperanto.
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
Peregrino
15
Informação, Cultura e Livre Expressão
O grande livro dos jogos e
brincadeiras
infantis
–
Debra Wise
O livro traz mais de 450
brincadeiras devidamente ilustradas e cuidadosamente selecionadas para crianças entre 3 e
14 anos. Com explicações
completas e de fácil entendimento, apresenta ótimas soluções de divertimento para
qualquer ocasião: férias, dias de
chuva, festas, jogos em equipe,
brincadeiras na piscina e até
mesmo distrações para as longas
– e muitas vezes entediantes –
viagens. Ótimo recurso de distração e, acima de tudo, de educação,
que deve ser consultado não só em casa, pela família, mas também
nas escolas pelos educadores.
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La Divenistino kaj aliaj
rakontoj – Machado de Assis
Centro Sathya Sai de Ribeirão Preto
O Centro Sathya Sai de Ribeirão Preto realizará no dia
24 de setembro, das 14h às 17h, no Auditório da Câmara
dos Vereadores de Ribeirão Preto, um Encontro Público
gratuito para apresentar as idéias e as ações promovidas
pelo mestre e educador indiano Sri Sathya Sai Baba. Além
de expor nos últimos 65 anos conceitos filosóficos e práticos comuns a todas as tradições, culturas e religiões, liderou a realização de obras humanitárias na Índia que incluem
três hospitais, uma universidade, inúmeros institutos e escolas, projetos de distribuição de água e de apoio a vilas e
vilarejos —além de outros projetos em dezenas de países
do mundo. Em Ribeirão Preto, está a sede do Instituto Sri
Sathya Sai de Educação do Brasil, além da Escola Sathya
Sai de Ribeirão Preto, cujas atividades na área de Educação
em Valores Humanos são inteiramente gratuitas. Serão palestrantes o Prof. Dalton de
Souza Amorim, da USP de Ribeirão Preto, e Marilu Martinelli, atriz e palestrante na área
de educação e mitologia.
Per cxi tiu unua volumo de la
serio “Legu Plu!” ni regalas la
esperantan legantaron tutmondan per alloga kolekto da
rakontoj verkitaj de unu el la plej
elstaraj brazilaj verkistoj,
Machado de Assis, kaj modele
esperantigitaj de Paulo Sergio
Viana, jam tre konata tradukisto
precipe cxe
la
brazila
legantaro. “Legu plu!” serio
malfermas la pordojn al
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horizontoj.
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O ponto de mutação no
ensino das ciências – Diamantino Fernandes Trindade
A sétima trombeta do Apocalipse: a volta de Jesus – Jan Val
Ellam
Aya Fa Yel (o anjo Rafael, assessor cósmico de Jesus), Gamaliel (um
dos membros do Sinédrio de Jerusalém aos tempos de João, o
Evangelista) e o autor traçam um panorama inédito acerca do
Apocalipse de João. Trazem revelações que podem despertar nossas
consciências para o verdadeiro cenário dos atuais acontecimentos,
bem como nosso papel frente à necessária formação da cidadania
planetária. Nestes tempos que chegam, o mundo se prepara para
mudanças sig-nificativas. Equipes e mais equipes de naves
extraterrestres posicionam-se nos céus da Terra para assistirem ao
grande espetáculo: o momento em que o Cristo e seu séquito de anjos
virão iniciar a reintegração cósmica do planeta. Diante dessa
realidade, que postura devemos tomar?
Zian Editora Ltda
Tel.: (11) 3999 0169
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Assinatura do Peregrino
Esta obra é o resultado de um
intenso trabalho de pesquisa a
respeito de fatos científicos; não
apenas nas ciências naturais, mas
também na filosofia, da história
e do conhecimento de modo
geral. O presente estudo abrange
a experiência do autor na
disciplina História da Ciência,
ministrada aos alunos do terceiro
ano do Ensino Médio do Centro
Federal de Educação Tecnológica de São Paulo. A Ciência,
a História, a Vida e o Universo estão sempre em um contínuo processo
de construção e desconstrução.
Grupo Editorial Madras
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Dentro da lagoa
uma diz “chove”, outra diz “não”
Conversa de rã.
Verdo-nuanco...
Meze del’akvofluej’
Velkas la herbar’...
Após chuvarada
cheiro de mato pisoteado Tarde de verão
Ene del’ lago
sonalternas: “pluv” kaj “ne”
Rankonversaci’.
Nuance do verde...
Entre o fio da nascente
O capim fenece...
Post la pluvado
tretodoras herbaro Somera tago.
Eunice Arruda
Hazel de São Francisco
Teruko Oda
16
Peregrino
Informação, Cultura e Livre Expressão
Ribeirão Preto - SP - Setembro/2005
FUNCHO - Foeniculum vulgare
O funcho é bem conhecido no Brasil,
mas mesmo assim ainda é motivo de
confusão com outras plantas, principalmente com a erva doce. O pé de
funcho é muito parecido com o do
endro, não sendo indicado o cultivo
destas plantas na mesma área. Algumas
espécies são amargas, outras lembram o
aroma do anis e outras são adocicadas.
Também varia muito o tamanho da
planta de acordo com as espécies. No
Brasil, o funcho doce, que é o mais
utilizado, atinge em média cerca de 70
cm, podendo atingir até 1 metro ou mais
dependendo das condições, mas na
Europa pode chegar até a 2 metros de
altura. A planta se caracteriza por
produzir pecíolos, ou talos como a
população os denominam, que partem
da base, formando um verdadeiro
pseudobulbo. Destes pecíolos, de cor
verde claro a branco, saem limbos
foliares muito ramificados, formando
verdadeiros filetes, de cor verde claro.
Após um certo tempo, inicia-se a
produção de um caule que começa a se
alongar, terminando com o lançamento
de inflorescências. Estas são no formato
de umbelas, com flores amarelas que logo
dão lugar aos frutos de cor verde
acinzentado, que quando maduros ficam
de coloração amarelo acinzentado. Na
Itália é conhecido como finocchio, e
existem duas variedades, o selvagem e o
doce. O selvagem é utilizado mais para
fins medicinais e antigamente era
utilizado para aromatizar bebidas. Já o
doce é utilizado na culinária.
O funcho é uma planta que se adapta
muito bem em vários tipos de clima.
Basta ter insolação o suficiente para
promover o crescimento da planta. Em
uma temperatura que não seja muito
quente e nem muito fria, a planta se
desenvolve muito bem.
Praticamente utiliza-se toda a
planta, tudo irá depender da variedade e
para que será utilizado. As raízes podem
ser utilizadas para fins medicinais, a
parte aérea como hortaliça e as sementes
para extração de óleos essenciais, fins
medicinais e condimentares.
Não resta dúvida que o componente
mais importante das sementes de funcho
são os óleos essências, utilizados tanto
pela indústria alimentícia, farmacêutica
e de cosméticos.
O funcho possui uma ação
carminativa muito boa, além de auxiliar
nos processos digestivos. É muito
empregado em casos de cólicas de recém
nascidos. Possui uma ação calmante,
aumenta a produção de leite nas mães
que estão amamentando, e tem até uma
citação que em uso veterinário pode-se
dar o chá para cães e vacas para
aumentar a produção de leite. Para
abscessos podemos aquecer algumas
folhas de funcho com um pouquinho de
água em uma panela, e colocar na região
em questão com uma temperatura morna.
Para asma podemos pingar algumas
gotinhas do óleo essencial em um
pouquinho de açúcar e deixar dissolver
lentamente na boca. Chega a cortar a
crise instantaneamente. Para diarréia
pode-se ferver por 20 minutos cerca de
25 g de raiz de funcho e ir tomando
durante o dia. Serve também para mauhálito, menstruações difíceis e até tosse.
Na culinária utilizam-se mais as
partes aéreas, sendo que as sementes
praticamente não são utilizadas.
Quando vai se utilizar sementes, usamos
as de erva doce, não as de funcho. Mas
o pé de funcho é muito cultivado em
hortas comerciais para atender
principalmente à colônia italiana. É
oferecido no mercado basicamente o
pseudobulbo. Em restaurantes italianos
é servido antes do prato principal o
famoso antipasto, que nada mais é que
alguns petiscos enquanto a gente espera
o prato principal ser preparado. Podese cortar de comprido algumas cenouras,
pepinos e a bainha do funcho, pingar
algumas gotas de limão e pulverizar um
pouco de sal. O funcho irá auxiliar a
digestão do alimento que será ingerido.
Um outro prato típico da Itália é Polo
con Finocchio, ou frango com funcho.
Refogue um frango, de preferência
caipira, com alho e cebola. Coloque
alguns pedaços de cenoura, tomate e
salsão quando o frango já estiver bem
dourado. Coloque um pouco de água e
deixe ferver bem até a carne do frango
ficar bem cozida. Se quiser pode
adicionar o volume da água dividido em
metade de água e metade de vinho tinto
seco. Quando o frango já estiver pronto,
adicione as bases das folhas do funcho
picadas de comprido, e deixe cozinhar
mais um pouco e desligue. Sirva com
riso (arroz) ou com pasta (massa). As
folhas verdes do funcho também podem
ser utilizadas na culinária, são ótimas
para temperar saladas e o feijão branco.
E também podem ser utilizadas em
substituição à erva-doce, perdendo um
pouco a qualidade.
Ademar Menezes Jr
Eng. Agrônomo – Especializado em
Plantas Medicinais
[email protected]
A cura pela natureza (*)
Malva, a Erva
Ela foi usada como verdura
comestível antes de tornar-se
conhecida como antiinflamatório e
desinfetante bucal. Mas o que mais
surpreende nessa incrível herbácea
é o segredo de beleza que esconde
em suas folhas. Quem usa
periodicamente o creme de malva
pode não conseguir a juventude
eterna, mas retarda bastante o
processo de envelhecimento.
Na antiguidade, a malva era
usada em saladas e muito apreciada
não só pelo seu sabor agradável mas
também por suas qualidades
digestivas. Atualmente, ela não é
utilizada como alimento, mas, em
compensação, entra na composição
de uma série de remédios receitados
por dentistas e médicos que cuidam
das vias respiratórias, além de ser
considerada um eficiente remédio
caseiro. Uma colher de malva cozida
em um litro de água pode ser usada
em bochechos e gargarejos. Suas
folhas maceradas e colocadas sobre
feridas aceleram o processo de
desinflamação e de cicatrização.
Além disso, esta erva é uma
verdadeira panacéia para a pele. O
creme de malva, que pode ser feito
em casa, corrige as imperfeições
cutâneas e rejuvenesce. Para fazêlo, recolha 4 punhados de folhas da
erva (de preferência as mais velhas,
que têm maior quantidade de sumo).
Triture as folhas até ficarem
reduzidas a 4 colheres (sopa). Junte
4 colheres de manteiga e cozinhe em
fogo baixo até conseguir uma massa
espessa. Passe o creme ainda
quente por uma peneira. Guarde na
geladeira e use-o no rosto e pescoço
durante 10 dias no mês. Renove
mensalmente o creme.
Não esqueça que as folhas de
malva só permanecem verdes de
abril a novembro. Mas a malva não
é um remédio restrito apenas ao uso
externo. O chá da planta é indicado
para dores no estômago, digestão
difícil, reumatismos, inflamações do
aparelho urinário e para o mau
funcionamento do fígado. Este chá
é feito com uma colher (chá) de erva
para 1/4 de litro de água e deve ser
tomado pelo menos três vezes ao dia.
(*) Fonte: Flora - Essencial - Um
guia prático para a saúde e beleza.

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