Relatório anual de atividades - 2010
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Relatório anual de atividades - 2010
RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES 2010 GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL (GDA) Porto Alegre, 31 de janeiro de 2011 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 LISTA DE AUTORIDADES Governador do Estado do Rio Grande do Sul Sr. Tarso Fernando Herz Genro Vice-governador do Estado do Rio Grande do Sul Sr. Jorge Alberto Duarte Grill Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Agronegócio Sr. Luiz Fernando Mainardi Secretário de Estado Adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio Sr. Cláudio Fioreze Gerente da Gerência de Defesa Animal Med. Vet. Eraldo José Leão Marques 2 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ÍNDICE GERAL GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL (GDA).................................................................................1 ÍNDICE GERAL.................................................................................................. 3 ÍNDICE DE TABELAS ....................................................................................... 8 INDICE DE FIGURAS ...................................................................................... 11 GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL .................................................................. 14 Estrutura Organizacional .................................................................................................14 (1) Competência................................................................................................................14 (2) Atribuições...................................................................................................................15 (3) Organograma do Departamento de Defesa Agropecuária e da GDA ........................15 (4) Divisão de Defesa Sanitária Animal – DDSA ...............................................................16 (5) Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA ....................................18 (6) Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços – DFIS .................................................20 (7) Serviços Vinculados às Gerencias...............................................................................21 (8) Coordenadorias Regionais...........................................................................................23 (9) Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal - ULSAV............................................23 Atividades realizadas em 2010.........................................................................................24 DIVISÃO DE DEFESA SANITÁRIA ANIMAL.................................................. 25 Manual de procedimentos operacionais de Defesa Sanitária Animal ................................25 SERVIÇO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS ..............................................................................26 (1) Carrapatos...................................................................................................................26 (2) Mosca da bicheira .......................................................................................................26 (3) Piolheira e Sarna Ovina ...............................................................................................27 (4) Hidatidose e Cisticercose.............................................................................................27 (5) Informativo Técnico da GDA .......................................................................................28 (6) PNSCO – Programa Nacional de Sanidade Caprina e Ovina .......................................29 SERVIÇO DE DOENÇAS VESICULARES ................................................................................30 3 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 PROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO E PREVENÇÃO DA FEBRE AFTOSA........... 30 (1) Vacinação de bovídeos contra a febre aftosa.............................................................31 (2) Fiscalização de empresas que comercializam vacina contra a febre aftosa ..............35 (3) Vigilância Passiva ........................................................................................................36 (4) Vigilância ativa............................................................................................................37 SERVIÇO DE IDENTIFICAÇÃO ANIMAL...............................................................................39 Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos – SISBOV .. 39 SERVIÇO DE EXPOSIÇÕES E FEIRAS ...................................................................................43 SERVIÇO DE DOENÇAS INFECCIOSAS.................................................................................63 Programa Estadual de Sanidade Avícola.................................................................... 64 (1) Ações de vigilância ativa para doença de Newcastle e Influenza Aviária ..................65 (2) Acompanhamento oficial de colheitas para certificação de Micoplasma e Salmonela .........................................................................................................................67 (3) Vigilância epidemiológica em estabelecimentos mediante notificação.....................68 (4) Cadastro e fiscalização de estabelecimentos que comercializam aves vivas .............68 (5) Registro de granjas comerciais de corte e postura comercial, assim como as granjas de produção, reprodução e recria de outras espécies exploradas com objetivo de comércio ........................................................................................................69 (6) Cadastro e fiscalização dos estabelecimentos que abatem aves de descartes com inspeção municipal (SIM)..........................................................................................70 Programa Nacional de Prevenção e Controle das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis............................................................................................................. 71 Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos........................................... 73 Programa Nacional de Sanidade Apícola ................................................................... 75 Programa Nacional de Sanidade dos Eqüídeos .......................................................... 76 Programa de Sanidade Suína ..................................................................................... 77 AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA DE SANIDADE SUÍNA ...................................78 AÇÕES ROTINEIRAS / OPERACIONAIS ..............................................................................81 Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal no RS ...... 86 DIVISÃO DE INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL – DIPOA .. 92 SETOR DE QUALIDADE DE PRODUTOS - SQP.....................................................................94 Setor de Carnes e Derivados ............................................................................................98 SETOR DE FISCALIZAÇÃO................................................................................................ 100 Objetivo: .........................................................................................................................100 4 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ATIVIDADES SETOR DE FISCALIZAÇÃO ANO 2010...........................................................100 SERVIÇOS VINCULADOS À GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL ................ 102 APOIO ADMINISTRATIVO............................................................................................... 102 SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DE TRÂNSITO ................................................... 104 (1) Movimentação Animal ..............................................................................................105 (2) Animais Egressos do Rio Grande do Sul em 2010 .....................................................107 (3) Animais Ingressados no Rio Grande do Sul em 2010 ................................................109 (4) Movimentação Animal Internacional em 2010 – Animais Importados ....................111 (5) Movimentação Animal Internacional em 2010 – Animais Exportados.....................114 (6) Ingresso de Animais, Produtos, Subprodutos e Resíduos através dos Postos Fixos de Divisa.................................................................................................................115 (7) VIGILÂNCIA EM BARREIRAS SANITÁRIAS E FISCALIZAÇÃO DE CLANDESTINOS.........124 (8) Operação Litoral........................................................................................................126 (9) Estabelecimentos Clandestinos .................................................................................127 (10) Autos de Infração e multas .....................................................................................129 (11) Ingresso de carne no RS ..........................................................................................133 (12) Análise de documentação .......................................................................................134 Serviço de Educação Sanitária e Comunicação Social...................................................... 135 Serviço da Tecnologia da Informação............................................................................. 140 ATUALIZAÇÕESDOSISTEMASDA ................................................................................ 140 I - VersãoSDA/GDA1.8-10/02/2010................................................................................140 II - Versão SDA/GDA 1.9 - 17/03/2010 ...........................................................................141 III - Versão SDA/GDA 1.10 - 19/04/2010 ........................................................................141 IV - Versão SDA/GDA 1.11 - 31/05/2010........................................................................141 V - Versão SDA/GDA 1.12 - 17/06/2010.........................................................................141 VI - Versão SDA/GDA 1.13 - 16/09/2010........................................................................142 VII - Versão SDA/GDA 1.14 - 11/11/2010.......................................................................142 VIII - Versão SDA/GDA 1.15 - 08/12/2010......................................................................142 SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA E ESTATÍSTICA (SEE).......................................................... 143 Dados populacionais.......................................................................................................143 Dados dos Estabelecimentos registrados no DIPOA-RS .................................................143 Notificações compulsórias de enfermidades..................................................................144 TREINAMENTOS ............................................................................................................ 146 5 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Curso de Atualização em Sanidade Suína com Ênfase em Doenças de Notificação Oficial........................................................................................................................ 146 Curso de Capacitação de Novos Médicos Veterinários da GDA-SEAPA ................... 147 Curso em Desempenho, Visão e Estratégia para os serviços veterinários oficiais ... 147 Curso básico em TerraView ...................................................................................... 148 Capacitação em Padronização de Procedimentos de Atividades relacionadas à Avicultura.................................................................................................................. 148 Treinamento em Fiscalização e Trânsito .................................................................. 148 Projeto Mobilização, Educação Sanitária e Comunicação Social para a Sanidade Avícola ...................................................................................................................... 148 37º Reunião ordinária da COSALFA – Comissão Sul-Americana para a Luta contra Febre Aftosa.............................................................................................................. 149 Treinamento dos Médicos Veterinários Habilitados para emissão de GTAs no Sistema de Defesa Agropecuária ........................................................................................... 150 II Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios – AVISULAT 2010 .................................................................................................................................. 150 Curso de Gestão da Qualidade ................................................................................. 152 10th International Course on Transboundary Animal Disease (ICTAD) Plum Island, New York, EUA .......................................................................................................... 153 3º curso internacional de Análise de Risco............................................................... 154 Treinamento no Sistema de Análises de Negócios ................................................... 155 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) ........................................ 157 Superintendente da SFA/RS:...........................................................................................157 Chefe da Divisão Técnica - DT/SFA-RS ............................................................................157 Serviço de Sanidade Animal (SSA-RS) ....................................................................... 158 Chefe do SSA-RS..............................................................................................................158 INFORMES TÉCNICOS DA GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL ................................................ 159 Informativo Técnico N° 01/Ano 01 – abril de 2010 ........................................................160 Informativo Técnico N° 02/Ano 01 – maio de 2010 .......................................................165 Informativo Técnico N° 03/Ano 01 – junho de 2010 ......................................................173 Informativo Técnico N° 04/Ano 01 – julho de 2010........................................................177 Informativo Técnico N° 05/Ano 01 – agosto de 2010 ....................................................185 Informativo Técnico N° 06/Ano 01 – setembro de 2010 ................................................193 6 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 07/Ano 01 – outubro de 2010...................................................199 Informativo Técnico N° 08/Ano 01 – outubro de 2010...................................................206 Informativo Técnico N° 09/Ano 01 – novembro de 2010 ...............................................213 Informativo Técnico N°10 /Ano 01 –dezembro de 2010 ................................................216 7 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 01. Números de focos de piolheira e sarna ovina no ano de 2010, no RS.......... 28 Tabela 02. Casos de Cisticercose Humana no RS............................................................ 29 Tabela 03 – Dados das etapas de vacinação de 2010.................................................... 34 Tabela 04 – Número de colheitas e propriedades por município e por estudo.............. 37 Tabela 05 - Número de auditorias oficiais do SISBOV em ERAS realizadas no ano de 2010 no Estado do Rio Grande do Sul, por município. ................................................... 41 Tabela 06 - Número de propriedades rurais gaúchas aprovadas na lista TRACES, até o dia 20 de dezembro de 2010, por município. ................................................................. 42 Tabela 07 – Total de animais, por espécie ou raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na FENASUL 2010.............................. 44 Tabela 08 – Total de ovinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. ........................................................... 45 Tabela 09 – Total de bovinos de corte, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010.......................... 46 Tabela 10 – Total de bovinos de leite, mistos, bubalinos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. ........................................................................................................................................ 47 Tabela 11 – Total de eqüinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010.................................................... 48 Tabela 12 – Total de suínos, caprinos e pequenos animais, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. .. 49 Tabela 13 – Comparativo do total de ovinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. ............. 50 Tabela 14 – Comparativo do total de bovinos de corte, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. .... 51 Tabela 15 – Comparativo do total de bovinos mistos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. .... 52 8 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 16 – Total de bovinos de leite, e bubalinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. .......................... 53 Tabela 17 – Total de eqüinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. ....................................... 54 Tabela 18 – Total caprinos e suínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. .................................. 55 Tabela 19 – Total de bovinos de leite, mistos, bubalinos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. ........................................................................................................................................ 56 Tabela 20 – Total de outros animais participantes na EXPOINTER 2009 e 2010........... 57 Tabela 21 – Comparativo geral entre a EXPOINTER 2009 e 2010.................................. 58 Tabela 22 - Número de fiscalizações de alimentos de ruminantes realizadas em 2010 72 Tabela 23 – Municípios e suspeita de enfermidades em eqüinos em 2010 no RS. ....... 76 Tabela 24 – Propriedades certificadas e animais vacinados contra brucelose no RS em 2010 ................................................................................................................................ 86 Tabela 25 – Animais vacinados contra brucelose no RS em 2010.................................. 88 Tabela 26 – Propriedades e animais testados para brucelose e tuberculose em 2010 no RS. ................................................................................................................................... 89 Tabela 27 – Projeto Piloto Arroio do Meio – resultados em 2010.................................. 91 Tabela 28 - atividades realizadas pelo SQP no ano de 2010.......................................... 97 Tabela 29 – Atividades do Setor de Fiscalização – DIPOA - 2010................................. 101 TABELA 30 - Informações quanto ao projeto modernização da Defesa Agropecuária.103 Tabela 31 – Movimentação Animal no RS em 2010. Dados até 20/12/10. ................. 105 Tabela 32 – Movimentação Animal por finalidade no RS em 2010. ............................ 106 Tabela 33 – Movimentação animal por finalidade com origem no RS e destino para outros estados, em 2010. ............................................................................................. 108 Tabela 33.1 – Ingresso de animais no RS em 2010. * Dados até 13/12/2010 ............. 110 Tabela 34 – País de origem e finalidade das espécies que ingressaram no Rio Grande do Sul em 2010 (fonte: SSA-RS) ......................................................................................... 113 Tabela 35 – Movimentação animal: Finalidade e país de destino e das espécies que egressaram do Rio Grande do Sul em 2010 (fonte: SSA-RS) ........................................ 114 Tabela 36 – Valores em R$ das cargas que ingressaram no RS em 2010. ................... 117 9 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 37 – Quantitativo de animais que ingressou no RS através dos PFD por Estado de origem em 2010. * Dados até 13/12/2010. ............................................................ 118 Tabela 38 – Quantitativo de produtos de origem animal que ingressou no RS através dos PFD por Estado de origem em 2010. Dados até 13/12/2010. ............................... 119 Tabela 39 – Quantitativo de animais vivos que ingressaram no RS através dos PFD por espécie animal em 2010. Dados até 13/12/2010......................................................... 120 Tabela 40 – Quantitativo de produtos de origem animal (POA) que ingressaram no RS através dos PFD por tipo de produto em 2010............................................................. 122 Tabela 41 – Quantitativo de animais e produtos de origem animal destinados pelos PFD em 2010. ....................................................................................................................... 123 Tabela 42 – Número de barreiras sanitárias realizadas por mês em 2010.................. 125 Tabela 43 – N. de animais inspecionados em barreiras sanitárias no RS em 2010 ..... 125 Tabela 44 – Resumo das atividades da Operação Litoral 2010 ................................... 127 Tabela 45 – Resumo dos tipos de autuações e produtos apreendidos em 2010 ......... 128 Tabela 46 – Motivo da infração, número de autos de Infração e multa aplicados e valor arrecadado em 2010..................................................................................................... 130 Tabela 47 – Valores arrecadados nos últimos 05 anos, referente às aplicações de autos de infração e multa....................................................................................................... 132 Tabela 48 - Número de Requerimentos Autorizados pelo SFT por Unidade da Federação em 2010 ........................................................................................................................ 133 Tabela 49 - Médicos Veterinários do MAPA responsáveis pela coordenação, junto com a GDA, dos programas sanitários no Rio Grande do SUL. ............................................ 158 10 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 INDICE DE FIGURAS Figura 01 – Organograma da GDA/DDA/SEAPA-RS ....................................................... 16 Figura 02– Classificação das UF segundo risco de febre aftosa – 2009/2010. .............. 32 Figura 03 – Histórico de cobertura vacinal de bovídeos no RS de 2007-2010. .............. 33 Figura 04 – Índices vacinais da campanha de maio de 2010 no RS. .............................. 34 Figura 05 – Índices vacinais da campanha de novembro de 2010 no RS....................... 35 Figura 06 – Histórico de notificações de doenças vesiculares no RS.............................. 36 Figura 07 – Reidentificação de amostras para entrega ao LANAGRO. .......................... 38 Figura 08 – Número de Ovinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010....................... 59 Figura 09 – Número de Bovinos e Bubalinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010.. 59 Figura 10 – Número de Bovinos de Leite inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010........ 60 Figura 11 – Número de eqüinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. .................... 60 Figura 12 – Número de Suínos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. ...................... 61 Figura 13 – Número de Emas e Avestruzes inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010.... 61 Figura 14 – Número de pequenos animais inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. ... 62 Figura 15 – Número total de animais inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. ........... 62 Figura 16 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias .......................................................... 65 Figura 17 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias .......................................................... 66 Figura 18 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias .......................................................... 67 Figura 19 - Granja de Recria de Codornas Registrada em 2010 – Candelária - RS ........ 69 Figura 20 - Servidores Antônio Augusto (centro-esquerda) e André Corrêa (centrodireita) em acompanhamento à missão Chinesa no dia 15/11 em São Luiz Gonzaga. 79 Figura 21 - Auditoria PSS no município de Três Passos. Processo importante no diagnóstico e padronização das ações nas unidades locais........................................... 80 Figura 22 - Reunião da Equipe Técnica de suínos em agosto de 2010 no SEDESA-MAPA. ........................................................................................................................................ 81 Figura 23 - Proporção da origem do número de amostras encaminhadas para vigilância soroepidemiológica ........................................................................................................ 82 11 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 24 - Origem das Notificações Atendidas relacionadas ao PSS. ........................... 84 Figura 25 - Destino das fiscalizações relacionadas ao PSS em 2010.............................. 85 Figura 26 – Percentual de terneiras vacinadas contra brucelose no RS em 2010.......... 87 Figura 27 – Focos de brucelose no Rio Grande do Sul em 2010. .................................... 89 Figura 28 - Focos de tuberculose no Rio Grande do Sul em 2010. ................................. 90 Figura 29 - Nº. de estabelecimentos registrados no DIPOA auditados em BPF............. 96 Figura 30 – Quantidade de animais movimentados no RS, por espécie animal em 2010. ...................................................................................................................................... 106 Figura 31 – Animais enviados para o abate em 2010* * Dados até 13/12/2010........ 107 Figura 32 - Animais egressos do RS para reprodução em 2010 por espécie animal.... 109 Figura 33 – Número de animais que ingressaram no RS em 2010. Dados até 13/12/2010................................................................................................................... 111 Figura 34 – Pontos de ingresso de animais vivos e POA. As setas vermelhas indicam os Postos Fixos de Divisa em funcionamento 24 horas/dia. ............................................. 116 Figura 35 – Gráfico que demonstra relação entre as cargas que ingressaram no Estado através dos PFD em 2010. Dados até 13/12/2010....................................................... 117 Figura 36 – N. de atividades de barreiras sanitárias por Supervisão regional em 2010 ...................................................................................................................................... 126 *Dados de janeiro a novembro de 2010....................................................................... 126 Figura 37 – Motivos das infrações aplicadas em 2010 pelo GDA. ............................... 131 Figura 38 – Nº de Autos de infração e multa aplicados pelo GDA desde a implantação da Lei 11099.................................................................................................................. 131 Figura 39 – Valores totais, em reais, dos autos de infração e multa aplicados pela GDA desde a implantação da Lei 11099............................................................................... 132 Figura 40 – Alunos do projeto “piloto de educação sanitária” no município de Arroio Grande. ......................................................................................................................... 135 Figura 41 – Resumo das atividades de Educação sanitária desenvolvidas nas unidades locais -........................................................................................................................... 137 Figura 42.1 – Notificações recebidas nas unidades locais da GDA em 2010. Por síndrome e espécie animal afetada.............................................................................. 145 Figura 42.1 - Distribuição dos DIPOA que abatem suínos no RS .................................. 146 12 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 42.2 - Treinamento dos colegas Médicos Veterinários da SEAPA responsáveis pela fiscalização de abate suíno em estabelecimentos sob competência Estadual..... 147 Figura 43 - Estande dos Serviços Oficiais do RS no AVISULAT em Bento Gonçalves. ... 151 Figura 44 - Reunião entre os Serviços Oficiais responsáveis pela Sanidade Suína dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul no AVISULAT 2010............... 152 Figura 45 – Médicos Veterinários que realizaram o curso Gestão de Qualidade. ....... 152 Figura 46 - Aula prática de necropsia no Plum Island Animal Disease Center............. 153 Figura 1 - Quadrilátero esofágico normal .................................................................... 193 Figura 2 - Quadrilátero esofágico ulcerado.................................................................. 193 Figura 3 - Marcação imunoistoquímica positiva de PCV2 nas glândulas gástricas. .... 197 Figura 4 - Marcação positiva de PCV2 em núcleos e citoplasmas de células das glândulas gástricas. ...................................................................................................... 197 13 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Gerência de Defesa Animal Estrutura Organizacional (1) Competência À Gerência de Defesa Animal, subordinada diretamente ao Departamento de Defesa Agropecuária, compete: 1. Planejar, coordenar, executar, fiscalizar, avaliar e auditar planos, programas, projetos e atividades de profilaxia, controle ou erradicação de enfermidades de impacto econômico, sanitário ou de saúde pública; ações de educação sanitária e comunicação social; executar ações de vigilância sanitária e epidemiológica; realizar estudos epidemiológicos e elaborar análise de risco sobre danos à saúde animal e seus impactos e executar ações de controle sanitário sobre trânsito e concentrações de animais; 2. Promover e fiscalizar a manutenção e a preservação da qualidade higiênico- sanitária na obtenção, elaboração, manipulação, envase, transporte e conservação dos produtos de origem animal; registrar, inspecionar e fiscalizar os produtos e os estabelecimentos que produzam matéria prima de origem animal, bem como as que atuem no beneficiamento, transformação, industrialização, acondicionamento de produtos de origem animal que realizem comercialização intermunicipal; cadastrar, auditar e fiscalizar as inspeções municipais credenciadas junto ao Sistema Brasileiro de Inspeção – SISBI-POA; 14 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 3. Fiscalizar a qualidade e a idoneidade dos insumos e dos serviços agrícolas oferecidos à sociedade, visando à sanidade das explorações agropecuárias e a segurança alimentar; (2) Atribuições A Gerência de Defesa Animal possui as seguintes atribuições: 1. Coordenar e administrar as ações de fiscalização de Defesa Sanitária Animal e as ações de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal; 2. Compartilhar com a Gerência de Defesa Vegetal a coordenação e a administração da Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços. (3) Organograma do Departamento de Defesa Agropecuária e da GDA Estão subordinadas à GDA, a Divisão de Defesa Sanitária Animal (DDSA) e a Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA). A Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços (DFIS) está subordinada tanto à Gerência de Defesa Animal quanto à Vegetal. Além disso, existem os serviços vinculados às gerências (tanto Animal como Vegetal), que estão subordinados ao Diretor do DDA, que são: Apoio Jurídico, Apoio Administrativo, Serviço de Epidemiologia e Estatística, Serviço de Educação Sanitária e Comunicação Social, Serviço de Fiscalização de Trânsito e o Serviço de Tecnologia da Informação (figura 1). 15 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 01 – Organograma da GDA/DDA/SEAPA-RS (4) Divisão de Defesa Sanitária Animal – DDSA A Divisão de Defesa Sanitária Animal – DDSA, subordinada funcional e administrativamente à Gerencia de Defesa Animal e ao Departamento de Defesa Agropecuária, compete: a) Cadastrar e fiscalizar as propriedades voltadas à exploração de atividade pecuária; b) Executar os Programas Sanitários delegados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; c) Habilitar e credenciar os médicos veterinários e outros profissionais, bem como auditar seus procedimentos na área de defesa sanitária animal; d) Cadastrar e auditar laboratórios de identificação e diagnóstico de enfermidades de animais; 16 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 e) Compilar e analisar os dados referentes às doenças e pragas identificadas ou diagnosticadas no âmbito do Estado; f) Realizar o controle sanitário do trânsito estadual de animais, bem como dos respectivos produtos, subprodutos e despojos; g) Planejar, organizar, executar e fiscalizar campanhas de controle e erradicação de enfermidades; h) Planejar, organizar, executar estratégias de vigilância epidemiológica primárias, secundárias e terciárias; i) Estabelecer diretrizes e coordenar ações de emergência sanitária animal; j) Planejar e participar da elaboração e execução de projetos de erradicação de enfermidades; k) Controlar, inspecionar e fiscalizar sanitariamente os animais e seus respectivos produtos, subprodutos e despojos; l) Controlar ações de vacinação e aplicação de insumos veterinários; m) Cadastrar e fiscalizar as entidades constituídas com a finalidade de promover leilões, feiras, exposições e outros eventos que envolvam concentração de animais; n) Cadastrar, credenciar e fiscalizar os estabelecimentos de comércio de insumos veterinários; o) Realizar auditorias, inspeções e fiscalizações por solicitação dos Ministérios Público Estadual e Federal; p) Planejar, coordenar, executar e auditar as atividades de Rastreabilidade e Certificação Animal de interesse estratégico para o Estado; q) Fiscalizar o cumprimento da legislação de Defesa Sanitária Animal Federal e Estadual, como Órgão Estadual de Defesa Sanitária Animal – OEDSA; 17 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 r) Capacitar os recursos humanos para atuar no serviço veterinário oficial; e s) Estabelecer normas técnicas para fins de defesa sanitária animal. Compõem a DDSA: Serviço de Doenças Parasitárias (SDP), Serviço de Doenças Vesiculares (SDV), Serviço de Doenças Infecciosas (SDI), Serviço de identificação Animal (SIA), Serviço de Exposição e Feiras (SEF). (5) Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA A Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA, subordinada funcional e administrativamente a Gerencia de Defesa Animal e ao Departamento de Defesa Agropecuária, assume as atribuições da Coordenadoria de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal (DIPOA), compete: a) Registrar e fiscalizar os estabelecimentos que abatem animais, industrializem, armazenem ou beneficiem suas partes, produtos e subprodutos no âmbito de competência Estadual; b) Executar os Programas de Inspeção Industrial e Sanitária, delegados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; c) Autorizar, suspender e cancelar o funcionamento de estabelecimentos abatedouros e processadores de produtos de origem animal no âmbito de competência Estadual; d) Fiscalizar, inspecionar e avaliar as condições de higiene dos estabelecimentos que abatem e processam produtos de origem animal, localizados do Estado do Rio Grande do Sul e no âmbito de competência Estadual; e) Fiscalizar os produtos de origem animal para que atendam os padrões de identidade e qualidade previstos na legislação vigente; f) Estabelecer a padronização do uso de rótulos, etiquetas e embalagens dos produtos de origem animal; 18 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 g) Analisar, aprovar e registrar os rótulos dos produtos de origem animal produzidos nos estabelecimentos sob inspeção estadual, bem como as composições, formulações e processos de fabricação destes; h) Auditar os estabelecimentos registrados na DIFPOA, na implantação das Boas Práticas de Fabricação – BPF, Procedimento Padrão de Higiene Operacional – PPHO e Análise de Perigos e Pontos críticos de Controle – APPCC; i) Normatizar e regulamentar o Serviço de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, no Estado do Rio Grande do Sul; j) Analisar projetos de construções, reformas e re-aparelhamento de estabelecimentos que produzam ou processem produtos de origem animal; k) Coordenar os estudos, projetos e atividades atinentes à Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal; l) Programar e executar as atividades de Inspeção e Fiscalização Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal; m) Cadastrar laboratórios privados ou públicos para a realização de análises físicoquímicas e microbiológicas de água e de produtos de origem animal, beneficiados e/ou industrializados pelos estabelecimentos registrados na DIPOA e solicitar credenciamento destes laboratórios junto ao MAPA, ANVISA ou similares; n) Realizar a fiscalização de trânsito estadual, dos produtos e subprodutos de origem animal; o) Realizar auditorias, inspeções e fiscalizações por solicitação dos Ministérios Público Estadual e Federal; e p) Capacitar os recursos humanos para a atuação no serviço de inspeção e fiscalização de estabelecimentos que realizam o abate de espécies animais ou processam produtos e subprodutos de origem animal. 19 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Compõem a DIPOA: A DIPOA possui 6 setores: Setor de Fiscalização (SF), Setor de Registro de Produtos e Rótulos (SRPR), Setor de Registro de Estabelecimento (SRE), Setor de Laticínios, Ovos e Mel (SLOM), Setor de Carne e Derivados (SCD) e Setor de Qualidade de Produto (SQP), além do apoio administrativo e da Coordenação. (6) Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços – DFIS A Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços – DFIS, subordinada funcional e administrativamente às Gerencias de Defesa Animal e Vegetal, possui as seguintes atribuições: a) Promover a qualidade e a idoneidade dos insumos e dos serviços agrícolas oferecidos aos produtores, visando à sanidade das explorações agropecuárias e a segurança alimentar; b) Planejar e executar a inspeção do comércio de sementes e mudas; c) Cadastrar estabelecimentos que comercializam ou prestam serviços na aplicação de agrotóxicos fitossanitários e que comercializam insumos e produtos veterinários; d) Cadastrar e controlar os laboratórios de diagnóstico animal; e) Planejar, coordenar executar as ações de fiscalização de insumos agrícolas; f) Elaborar documentos técnicos e manuais de procedimentos, para orientar as equipes de campo na execução das ações voltadas à fiscalização de insumos e serviços agrícolas; g) Fiscalizar o comércio e o uso de agrotóxicos e fitossanitários; h) Fiscalizar as Empresas Prestadoras de Serviços na área de aplicação de agrotóxico fitossanitário e afins; 20 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 i) Fiscalizar o Comércio de Sementes e mudas; j) Fiscalizar o Comércio de insumos e produtos veterinários; k) Autuar, notificar e interditar pessoas físicas e jurídicas que estejam agindo em desconformidade com a legislação vigente; l) Apreender e definir destino aos insumos agrícolas que estejam em desconformidade com a legislação vigente; m) Abrir, instruir e julgar em primeira instância processos administrativos resultantes de autuações de pessoas físicas e jurídica; n) Coletar amostras de insumos agrícolas para análise sempre que necessário; o) Coletar Amostras de produtos vegetais e animais para análise de resíduos de agrotóxicos e insumos veterinários. (7) Serviços Vinculados às Gerencias Dos Serviços Vinculados às Gerencias, são serviços especializados cujo objetivo é de apoio as estratégias e ações desenvolvidas pelas Divisões e seus respectivos Serviços. Suas atribuições são estabelecidas através de regulamento interno, respeitando diretrizes administrativas, legais e sanitárias. a) Serviço de Educação Sanitária e Comunicação Social – SESCO que possui como atribuição a promoção de ações específicas de educação sanitária e comunicação social envolvendo gestores, comunidades, instituições e entidades, favorecendo o desenvolvimento e êxito das ações de políticas públicas em sanidade agropecuária, através do estimulo de intercâmbio de experiências, atualização e capacitação técnicas, educação continuada, voltados ao público interno e externo b) Serviço de Epidemiologia e Estatística – SEE, que possui como atribuição o gerenciamento das informações sanitárias e epidemiológicas, afim 21 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 estabelecer, recomendar e acompanhar ações de vigilância epidemiológica visando a prevenção de ocorrência de enfermidades e pragas, subsidiando e apoiando o processo de tomada de decisões no âmbito da defesa sanitária agropecuária. c) Serviço de Fiscalização Trânsito – SFT, que possui como atribuição o planejamento, o gerenciamento e a execução das ações de fiscalização de trânsito no âmbito do Rio Grande do Sul, visando manter o controle de ingresso e egresso de animais, vegetais, seus produtos e subprodutos. d) Serviço da Tecnologia da Informação – STI, que possui como atribuição administrar e desenvolver o SDA, sistema responsável pelo armazenamento de dados do DDA. f) Apoio Jurídico, que possui como atribuição analisar aspectos legais pertinentes e elaborar instrumentos jurídicos e administrativos necessários para a execução dos processos de defesa sanitária agropecuária. g) Apoio Administrativo, que deve executar atividades administrativas apoiando à Direção, as Gerências, as Divisões e a todas as demais ações desenvolvidas a campo. 22 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (8) Coordenadorias Regionais As Coordenadorias Regionais, são subordinadas administrativa e funcionalmente às Gerências Animal e Vegetal, com suas respectivas Divisões, possuem a seguinte atribuição: Coordenar e administrar as ações de fiscalização de defesa e Inspeção sanitária animal e vegetal, bem como questões administrativas referentes às ULSAV de sua jurisdição. (9) Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal - ULSAV As Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal – ULSAV -, são subordinadas administrativa e funcionalmente às Gerências Animal, Vegetal, através de suas Divisões e Coordenadorias Regionais e possuem a seguinte atribuição: Executar as ações de defesa e inspeção sanitária animal e vegetal, fiscalização de produtos e insumos agropecuários, bem como executar atividades derivadas de ordenamento das políticas sanitárias federais ou estaduais, definidas pelo DDA. 23 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Atividades realizadas em 2010 Este relatório de atividades, para uma melhor forma de apresentação, descreverá as atividades de cada Divisão da GDA pelos serviços que a compõem. Os serviços que compõem a DDSA são o Serviço de Doenças Parasitárias (SDP), o Serviço de Doenças Vesiculares (SDV), o Serviço de Doenças Infecciosas (SDI), o Serviço de identificação Animal (SIA) e o Serviço de Exposição e Feiras (SEF), além do apoio administrativo. Já a DIPOA é composta pelo Setor de Fiscalização (SF), Setor de Registro de Produtos e Rótulos (SRPR), Setor de Registro de Estabelecimento (SRE), Setor de Laticínios, Ovos e Mel (SLOM), Setor de Carne e Derivados (SCD) e Setor de Qualidade de Produto (SQP), além do apoio administrativo e da Coordenação. A Divisão de Fiscalização de Insumos e Serviços – DFIS, no ano de 2010, não teve atividades específicas, já que a mesma foi criada no final do ano. Os serviços vinculados às gerências (SESCO, SES, SFT, STI e apoio administrativo) também terão descritas suas atividades neste relatório, no que tange as informações da área animal. Ao final do relatório, haverá um capítulo com a descrição de todos os treinamentos realizados no ano de 2010 e outro com todos os Informes Técnicos publicados em 2010 pela GDA. 24 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Divisão de Defesa Sanitária Animal Manual de procedimentos operacionais de Defesa Sanitária Animal Com o intuito de padronizar os procedimentos adotados nas unidades locais (ULSAV), foi desenvolvido um manual de procedimentos que descreve como estes devem ser executados pelo serviço veterinário oficial da SEAPA na área de defesa sanitária animal. O objetivo deste manual é aumentar a eficiência e eficácia das atividades, direcionando-as para melhorar cada vez mais a sanidade dos rebanhos gaúchos, auxiliando na conquista de novos mercados. A partir da padronização dos procedimentos operacionais, pode-se garantir um atendimento homogêneo à população, além da adoção de procedimentos de acordo com as legislações estaduais e federais na íntegra, de uma forma organizada e transparente. A próxima etapa prevista é a de auditoria nas unidades locais para verificação da adoção da padronização dos procedimentos e correção de possíveis inconformidades. Os manuais serão atualizados periodicamente, sendo todas as unidades locais informadas quando de sua alteração. Estão disponíveis no site da SEAPA, no endereço abaixo: http://www.agricultura.rs.gov.br/servicos.php?cod=83 25 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE DOENÇAS PARASITÁRIAS Coordenador: Ivo Kohek Júnior Telefone: (51) 3288-7832 Fax: (51) 3288-7848 E-mail(s): [email protected]; (1) Carrapatos O Serviço de Doenças Parasitárias (SDP) está dando continuidade no trabalho de identificação de resistência dos carrapatos aos carrapaticidas de mercado no RS – Biocarrapaticidograma, em parceria com o Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF). Nesse trabalho, são coletadas teleógenas em propriedades rurais gaúchas e enviadas ao IPVDF para análise das mesmas quanto à resistência aos diversos princípios ativos utilizados nos produtos comerciais que visam eliminar esse parasita. (2) Mosca da bicheira Ainda, o SDP participou de reunião de encerramento do “Projeto de Erradicação da Mosca da Bicheira” no MAPA, em Porto Alegre, juntamente com os técnicos do Uruguai e Paraguai. (29 e 30/06/2010). Nesta reunião, o Serviço foi convidado a conhecer as instalações da COMEXA (empresa México-americana responsável pela radiação e produção de moscas estéreis) na cidade de Tuxtla Gutierres, México. 26 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 No mês de agosto, um técnico do Departamento (méd. vet. Ivo Kohek Jr.) foi para o México e, em conjunto com integrantes do Uruguai, Paraguai, México e EUA, participou da elaboração do documento “Estudo Epidemiológico da Cochliomyia hominivorax para um futuro programa de erradicação na América do Sul”. Este documento foi assinado por um representante de cada um dos cinco países e foi entregue ao MAPA. (3) Piolheira e Sarna Ovina Outro trabalho realizado pelo SDP, em 2010, é o monitoramento, controle e combate aos focos de Piolheiras e Sarna Ovina no Rio Grande do Sul. Na tabela 1 mostra-se os números de focos ocorridos no Estado em 2010. Após dez anos sem foco notificado de Sarna Ovina ocorreram dois focos dessa parasitose no município de Santana do Livramento. Os dois foram controlados, estendendo tratamentos às propriedades periféricas, totalizando 1.233 ovinos tratados com injeções de Ivermectina. (4) Hidatidose e Cisticercose Continua o trabalho de cooperação entre as pastas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e a SEAPA onde são compartilhados dados de prevalência da Hidatidose em animais no Estado. Com trabalho semelhante ao realizado com a hidatidose, existe uma troca de informações entre SES e SEAPA quanto à Cisticercose. As informações de achados de abate dos estabelecimentos DIPOA são repassadas à SES para cruzamentos de dados. Em contrapartida a SES repassa informações quanto à quantidade de internações autorizadas pelo SUS de casos de Cisticercose e Neurocisticercose humana no Estado, em 2010 (tabela 2). A partir destes dados será possível identificar mais precisamente as origens das infecções para um futuro trabalho de Educação Sanitária no Estado. 27 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 01. Números de focos de piolheira e sarna ovina no ano de 2010, no RS. Município Piolheira Fontoura Xavier 01 Jaguari 01 Maçambara 01 Putinga 01 Rosário do Sul 04 Salto do Jacuí 01 Caxias do Sul 01 Soledade 01 Santana do Livramento Sarna Ovina 02 Total 11 02 (5) Informativo Técnico da GDA O SDP também foi responsável pela implantação do “Informativo Técnico da GDA”, publicação mensal com informações técnicas relativas a temas importantes de Defesa Sanitária Animal. Desde março, mensalmente é publicado e divulgado um Informe, os quais estão disponíveis no site da SEAPA para consulta (www.agricultura.rs.gov.br) e no final desse documento. 28 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 02. Casos de Cisticercose Humana no RS 2008 2009 2010 Porto Alegre 11 3 5 Santa Maria 3 Rio Grande 1 Caxias do Sul 1 Passo Fundo 1 Palmeira das Missões 1 3 Lajeado 1 Boqueirão do Leão 1 São José do Herval 1 Cruz Alta 1 Tapejara 1 Sinimbu 1 (6) PNSCO – Programa Nacional de Sanidade Caprina e Ovina O Serviço de Doenças Parasitárias é também responsável pelo Programa Nacional de Sanidade dos Caprinos e Ovinos (PNSCO). O programa baseia-se na adoção de procedimentos de defesa sanitária animal compulsórios, complementados por medidas de adesão voluntária, destacando-se: O cadastro sanitário de estabelecimentos; o controle de trânsito de animais e a certificação voluntária de estabelecimentos. Pela grande importância histórica da ovinocultura no RS, além do PNSCO, existe um programa estadual específico para o combate e erradicação da sarna e piolheira ovina. 29 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE DOENÇAS VESICULARES Coordenadores: Fernando Henrique Sautter Groff, Lucila Carboneiro dos Santos & Marcelo Göcks; Auxiliares adm.: Ana Marta Cunha; Clediane Fernandes; Isabel Cristina Pacheco & Josiele V. Aguirre Telefones: (51) 3288-7835; (51) 3288-7836; (51) 3288-7838 Fax: (51) 3288-7848 E-mail(s): [email protected]; [email protected]; [email protected]. PROGRAMA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO E PREVENÇÃO DA FEBRE AFTOSA O programa tem como objetivo a Erradicação da febre aftosa em todo o território nacional e a sustentação dessa condição sanitária por meio da implantação e implementação de um sistema de vigilância sanitária apoiado na manutenção das estruturas do serviço oficial e na participação da comunidade. Seus objetivos encontram-se inseridos no Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa, que busca a eliminação da doença em toda a América do Sul. A estratégia para zonas livres visa o fortalecimento do sistema de prevenção, incluindo a implantação de análises técnicas e científicas contínuas para a identificação das vulnerabilidades e para orientação das ações de vigilância e fiscalização; Implantação de procedimentos normativos e técnicos considerando o sacrifício sanitário e a destruição de produtos de origem animal de risco para febre aftosa, ingressados de forma irregular ou sem comprovação de origem; adoção de 30 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 procedimentos para monitoramento da condição sanitária dos rebanhos suscetíveis; implantação e manutenção de fundos financeiros, públicos ou privados, para apoio ao sistema de emergência sanitária e implantação de estratégias e de cronograma de trabalho para a suspensão da obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa. Não houve alteração das classificações segundo o risco de febre aftosa em 2010 em relação a 2009. O Rio Grande do Sul é classificado como Risco Baixo (BR-2) ou como zona livre de febre aftosa com vacinação (figura 2). (1) Vacinação de bovídeos contra a febre aftosa A vacinação contra a febre aftosa no RS é sistemática e obrigatória e deve ser realizada em bovinos e bubalinos de todas as idades. É proibida a vacinação de caprinos, ovinos e suínos e de outras espécies suscetíveis, salvo em situações especiais com a aprovação do DDA e MAPA. Conforme está estabelecido no PNEFA, a vacinação contra a febre aftosa é de responsabilidade dos produtores rurais, que deverão comprovar a aquisição da vacina em quantidade compatível com a exploração pecuária sob a responsabilidade dos mesmos e declarar na unidade local sua aplicação dentro da etapa de vacinação (no Rio Grande do Sul). O Rio Grande do Sul, estado livre da febre aftosa com vacinação, teve os últimos focos de febre aftosa no ano de 2001. Desde aquele ano até o ano de 2010, as etapas de vacinação do rebanho bovino e bubalino ocorreram semestralmente, sendo que neste último ano, em maio, foram vacinados bovinos e bubalinos de todas as idades e em novembro, os de até 24 meses de idade. 31 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 02– Classificação das UF segundo risco de febre aftosa – 2009/2010. Na figura 03 podem ser observados os índices vacinais compilados das últimas nove etapas de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul. No ano de 2009, devido à adequação do calendário de vacinação, foram realizadas três campanhas. Como pode ser observada, nos últimos quatro anos obteve-se apenas uma campanha de reforço com índice abaixo de 90%, mesmo que muito próximo – 89,72%. Esta constância de dados comprovam o empenho e dedicação de todas as unidades envolvidas com esse processo. Demonstram, ainda, solidez na realização e coordenação de um programa preventivo em sanidade animal. 32 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 As figuras 04 e 05 demonstram os índices vacinais em cada município no RS. Medidas corretivas são implantadas naqueles municípios com índices vacinais abaixo de noventa por cento. 97,00% 95,31% 100,00% 95,00% 95,70% 94,53% 93,44% 93,94% 93,24% 92,16% 89,72% 90,00% 85,00% 80,00% 75,00% 10 v no 10 m ai 09 v no 09 ai m ja n 09 08 ju n 08 n ja n ju ja n 07 07 70,00% Figura 03 – Histórico de cobertura vacinal de bovídeos no RS de 2007-2010. Durante as campanhas de vacinação é realizada a fiscalização de todo processo, desde a comercialização das vacinas e conservação da mesma até sua aplicação nos bovídeos. A tabela 03 mostra os dados relevantes das etapas de vacinação de 2010. Podese observar que foram fiscalizadas as vacinações em 36.198 propriedades, correspondendo a 5,54% das propriedades existentes em média. Isto demonstra uma significativa presença do serviço veterinário oficial a campo. 33 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 04 – Índices vacinais da campanha de maio de 2010 no RS. Tabela 03 – Dados das etapas de vacinação de 2010. Etapa Propried. existentes Propried Bovídeos População fiscalizadas em proprid. de fiscalizadas Bovídeos Bovídeos Índices Vacinados Vacinais Mai 362.111 19.681 437.263 14.365.644 13.748.561 95,70% Nov 291.015 16.517 145.973 5.106.384 4.827.045 94,53% 36.198 583.236 2010 34 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 05 – Índices vacinais da campanha de novembro de 2010 no RS. (2) Fiscalização de empresas que comercializam vacina contra a febre aftosa Outra atividade coordenada pelo Serviço é a fiscalização de agropecuárias que comercializam vacina contra febre aftosa. É atividade corriqueira a fiscalização em agropecuárias que comercializam vacina contra febre aftosa com o objetivo de realizar a rastreabilidade da mesma, conferência de estoque físico e suas condições de conservação. São realizadas as fiscalizações no momento do recebimento de vacinas e semanalmente durante as etapas de vacinação. Nos períodos entre as etapas de vacinação, essas fiscalizações tornam-se mais esporádicas, sendo realizadas mensalmente. 35 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (3) Vigilância Passiva Outro aspecto importante para o PNEFA é o atendimento das suspeitas de doença vesiculares. As doenças vesiculares infecciosas são de notificação compulsória. Todo médico veterinário, produtor rural, transportador de animais, profissionais que atuam em laboratórios veterinários oficiais ou privados e em instituições de ensino e pesquisa veterinária que tenham conhecimento de casos suspeitos de doença vesicular, ficam obrigados, em prazo não superior a vinte e quatro horas do conhecimento da suspeita, a comunicar o fato ao serviço veterinário oficial. Todas as notificações de casos suspeitos de doença vesicular devem ser investigadas em até doze horas contadas a partir de sua comunicação, seguindo as orientações constantes no plano de ação adotado pelo DDA. Essas atividades devem ser registradas nos formulários de vigilância e encaminhados ao MAPA e OIE. No ano de 2010, nas unidades locais do DDA foram notificadas 24 suspeitas de doença vesicular, as quais foram devidamente investigadas, conforme figura 06. Essa figura demonstra as notificações de doenças vesiculares nos últimos anos. Notificações de suspeita de doença vesicular no RS 30 24 Notificações 25 20 15 10 10 5 7 3 0 2007 2008 2009 2010 Ano Figura 06 – Histórico de notificações de doenças vesiculares no RS. 36 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (4) Vigilância ativa No ano de 2010 foram desenvolvidos estudos para avaliação da circulação do vírus da febre aftosa e da comprovação dos dados de eficiência da imunização dos bovídeos para esta enfermidade. Os estudos envolveram um total de 401 propriedades localizadas em 130 municípios, sendo 315 propriedades no estudo de circulação viral e 86 no estudo da eficiência vacinal (tabela 04). Tabela 04 – Número de colheitas e propriedades por município e por estudo. Estudo Municípios Propriedades Colheitas Circulação viral 93 315 8.747 Eficiência vacinal 72 86 367 Para esta atividade foi realizada capacitação das equipes de colheita de amostras no campo, tendo sido treinadas 21 equipes. Foi realizada a colheita de sangue para exame sorológico em 9.144 bovinos num período de 23 dias. Além da colheita de sangue, foram inspecionados os animais das propriedades para verificação de sintomas compatíveis com síndrome vesicular, atividade fundamental para comprovação da inexistência da doença nos rebanhos. Estas propriedades, além da fiscalização inicial citada, sofrerão monitoramentos até o relatório final do estudo. Após a colheita de amostras, uma equipe montada na coordenação central, formada por cinco veterinários e dois auxiliares administrativos ficou responsável pela conferência dos relatórios de colheita e das amostras colhidas, bem como pela digitação de dados em programa específico disponibilizado pelo MAPA. A entrega das amostras referentes à circulação viral conforme preconizado pelo PNEFA foi efetuada 37 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 no dia 10 de dezembro de 2010 no LANAGRO/RS (figura 07). As amostras referentes à eficiência vacinal foram entregues no LANAGRO/MG no dia 09 de dezembro de 2010. Os resultados laboratoriais deverão ser entregues somente em 2011 pelo MAPA. Figura 07 – Reidentificação de amostras para entrega ao LANAGRO. 38 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE IDENTIFICAÇÃO ANIMAL Coordenadores: Fernando Henrique Sautter Groff, Lucila Carboneiro dos Santos & Marcelo Göcks; Auxiliares adm.: Ana Marta Cunha; Clediane Fernandes; Isabel Cristina Pacheco & Josiele V. Aguirre Telefones: (51) 3288-7835; (51) 3288-7836; (51) 3288-7838 Fax: (51) 3288-7848 E-mail(s): [email protected]; [email protected]; [email protected]. Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos – SISBOV O Serviço de Identificação Animal (SIA) coordena a realização das auditorias em estabelecimento rurais aprovados no Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos – SISBOV. Esta atividade, realizada por auditores da DDA/SEAPA e do MAPA, tem como objetivo atender a exigência da União Européia (Commission Decision – 61/2008, 18/01/2008, Official Journal of the Eupean Union) quanto à necessidade da realização de auditorias do serviço veterinário oficial para inclusão de novas propriedades na lista TRACES (lista de propriedades aptas ao fornecimento de bovídeos para abate com destino à União Européia). As tabelas 05 e 06 apresentam os dados referentes às auditorias realizadas no ano de 2010, assim 39 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 como o número de propriedade ERAS gaúchas na lista TRACES até 20 de dezembro 2010. Ainda no ano de 2010, o Rio Grande do Sul e mais cinco Estados brasileiros habilitados a exportação à União Européia receberam a missão 8493-2010 do Food and Veterinary Office – FVO da DG-SANCO-UE entre os dias 02 e 15 de março. Esta missão teve como objetivo avaliar controles relativos à produção de carne bovina destinada à exportação à União Européia, bem como os procedimentos de certificação, tendo como principal foco verificar a capacidade das autoridades competentes em atender os requisitos europeus nas áreas referentes à organização e coordenação das autoridades competentes, registro de propriedades, identificação animal, controles de movimentação, controles oficiais ao nível de frigoríficos e certificação da carne. A equipe de auditoria, composta pelos Médicos Veterinários Vasco Antunes, Agnes Kerti e Roger Schmit da FVO/DG-SANCO visitaram um frigorífico exportador localizado no município de Capão do Leão e um ERAS localizado em Cachoeira do Sul. O relatório final da missão está disponível no endereço eletrônico http://ec.europa.eu/food/fvo. 40 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 05 - Número de auditorias oficiais do SISBOV em ERAS realizadas no ano de 2010 no Estado do Rio Grande do Sul, por município. MUNICÍPIO Auditorias ACEGUÁ 4 ALEGRETE 4 BAGÉ 5 BOA VISTA CADEADO 1 CAÇAPAVA DO SUL 1 CACHOEIRA DO SUL 3 CAMAQUÃ 1 DOM PEDRITO 7 ITAQUI 2 LAVRAS DO SUL 3 MANOEL VIANA 1 PALMARES DO SUL 1 PEDRAS ALTAS 2 PIRATINI 1 RIO GRANDE 1 ROSÁRIO 1 SANTANA DO LIVRAMENTO 4 SÃO BORJA 1 SÃO GABRIEL 1 SÃO SEPÉ 1 SÃO VICENTE DO SUL 1 SANTA VITÓRIA DO PALMAR 1 TAPES 2 URUGUAIANA 1 Total geral 50 41 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 06 - Número de propriedades rurais gaúchas aprovadas na lista TRACES, até o dia 20 de dezembro de 2010, por município. MUNICÍPIO Propriedades TRACES ACEGUÁ 23 ALEGRETE 7 ARROIO GRANDE 1 BAGÉ 18 BOA VISTA CADEADO 1 CAÇAPAVA DO SUL 1 CACEQUI 3 CACHOEIRA DO SUL 2 CAMAQUÃ 1 CAMBARÁ DO SUL 1 CANDIOTA 1 COQUEIRO DO SUL 1 DOM PEDRITO 27 GARRUCHOS 1 HULHA NEGRA 2 ITACURUBI 1 ITAQUI 4 LAVRAS DO SUL 4 MANOEL VIANA 3 MORRO REDONDO 1 PEDRAS ALTAS 3 PEDRO OSÓRIO 1 PIRATINI 1 RIO GRANDE 1 ROSÁRIO DO SUL 4 SANTA MARIA 1 SANTANA DO LIVRAMENTO 6 SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES 1 SÃO BORJA 2 SÃO FRANCISCO DE ASSIS 1 SÃO GABRIEL 4 SÃO VICENTE DO SUL 1 TAPES 2 TUPANCIRETA 1 URUGUAIANA 4 Total geral 136 42 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE EXPOSIÇÕES E FEIRAS Coordenadores: José Arthur de Abreu Martins & Pablo Santini Charão Telefone: 51-32886369 E-mail(s): [email protected] O Serviço de Exposições e Feiras (SEF) desenvolveu no ano de 2010 as seguintes atividades: 1. Cadastramento, sistematização, classificação, elaboração, oficialização e publicação do Calendário de Exposições e Feiras Agropecuárias do RS e Brasil (parceria com o MAPA). Nesse ano foram 315 eventos publicados; 2. Acompanhamento e Supervisão das Exposições e feiras no interior do Estado, ficando a cargo das ULSAVs a responsabilidade pelo acompanhamento na recepção dos animais, pesagens, julgamentos de admissão, classificação, acompanhamento comercial e retirada dos animais; 3. Programação, elaboração da pauta, secretaria e arquivo de atas das Reuniões da Comissão Permanente de Exposições e Feiras; 4. Organização da FENASUL 2010 seguindo o planejamento em conjunto com a GADOLANDO. Ajuste da programação de julgamentos e leilões. Convocação, em conjunto com o gerente da GDA e o Chefe da DDSA, das equipes da SEAPA para atuarem na área de Zootecnia e Defesa Sanitária. Coordenação técnica durante o evento. Organização dos relatórios finais do evento. 5. Organização da EXPOINTER 2010 seguindo o planejamento da Comissão Executiva e check list desenvolvido pelo Serviço de Exposições e Feiras. Ajuste 43 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 da programação de julgamentos e leilões. Processamento das inscrições. Convocação dos funcionários, em conjunto com o gerente da GDA, Chefe da DDSA e chefes das equipes da SEAPA, para atuarem na área de Zootecnia e Defesa Sanitária. Coordenação técnica durante o evento. Nas tabelas 07 a 21, são demonstradas informações das principais feiras ocorridas no Rio Grande do Sul, no ano de 2010. Tabela 07 – Total de animais, por espécie ou raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na FENASUL 2010. ESPÉCIE / RAÇA INSCRIT COMPARECERA VENDIDO TOTAL VENDAS O HOLANDES 184 M 140 S 5 (R$) 16.700,00 JERSEY 72 58 16 51.500,00 ANGUS 80 49 ANGUS RUSTICO 81 51 51 115.200,00 APPALOOSA 10 3 ARABE 47 47 PAINT 2 2 MARCHADOR 97 83 TEXEL 38 29 HAMPSHIRE DOWN CAPRINOS 14 0 42 24 AVES 26 0 COELHOS 77 68 CHINCHILAS 48 28 TERNEIROS 1.500 1.473 1.284 771.031,00 TOTAIS 2.318 2.055 1.356 954.431,00 44 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 08 – Total de ovinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. RAÇA INSC COMP % VEND VENDAS PREÇO MAIOR COMP. (R$ & US$) MÉDIO PREÇO MERINO AUSTRALIANO 13 IDEAL 32 12 27 92,31 84,38 8 8 35.320,00 4.415,00 9.120,00 20.251,13 2.531,39 5.229,06 43.240,00 5.405,00 13.600,00 24.792,16 3.099,02 CORRIEDALE 47 ROMNEY MARSH 20 HAMPSHIRE DOWN 94 TEXEL 31 15 65,96 75,00 9 3 35.368,00 3.929,78 11.200,00 20.278,65 2.253,18 6.421,65 4.200,00 1.400,00 1.500,00 2.408,12 78 82,98 16 802,71 226 84,64 860,04 54.800,00 3.425,00 10.400,00 31.420,22 1.963,76 267 7.797,72 5.962,96 93 363.020,00 3.903,44 48.000,00 208.141,73 2.238,08 27.521,36 ILE DE FRANCE SUFFOLK 121 136 103 110 85,12 80,88 12 54.000,00 4.500,00 8.800,00 30.961,53 2.580,13 5.045,58 49 178.470,00 3.642,24 14.700,00 102.327,85 2.088,32 KARAKUL POLL DORSET 4 33 DORPER 27 WHITE DORPER CRIOULA 1 SANTA INES BERGAMACIA TOTAL OVINOS 40 17 2 854 8.428,42 4 100,00 30 15 90,91 17 59.980,00 3.528,24 14.400,00 34.390,23 2.022,95 8.256,41 17.320,00 1.154,67 1.920,00 55,56 1 100,00 37 92,50 17 100,00 15 3 9.930,62 662,04 1.100,85 1.000,00 333,33 400,00 573,36 191,12 229,34 2 100,00 708 82,90 233 846.718,00 3.633,98 485.475,60 2.083,59 45 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 09 – Total de bovinos de corte, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. RAÇA INSC COMP % VEND TOTAL PREÇO COMP. DAS MÉDIO VENDAS ABERDEEN 289 242 83,74 27 423.600,00 15.688,89 ANGUS 242.875,98 8.995,41 CHAROLÊS DEVON HEREFORD 93 50 10 83 43 9 89,25 86,00 90,00 POLL HEREFORD 51 LIMOUSIN 29 23 79,31 9 7 77,78 72 59 81,94 SHORTHORN BRAFORD 40 78,43 BRANGUS 83 63 CARACU 16 16 100,00 SANTA GERTRUDIS 48 22 45,83 SIMBRASIL 12 5 41,67 FRANQUEIRO 17 TOTAL BOVINOS DE CORTE 779 3 4 1 2 1 MAIOR PREÇO 52.000,00 29.814,80 16.800,00 5.600,00 6.300,00 9.632,48 3.210,83 3.612,18 35.980,00 8.995,00 12.600,00 20.629,55 5.157,39 6.000,00 6.000,00 3.440,17 3.440,17 17.000,00 7.224,36 8.500,00 11.000,00 9.747,15 4.873,57 5.400,00 5.400,00 3.096,15 3.096,15 6.306,98 75,90 17 100,00 629 80,74 38 504.780,00 13.283,68 289.421,48 7.616,35 46 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 10 – Total de bovinos de leite, mistos, bubalinos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. RAÇA INSC COMP % VEND VENDAS PREÇO MAIOR COMP. (R$ e US$) MÉDIO PREÇO PARDO SUÍÇO RED POLL SIMENTAL FLECKVIEH 10 5 182 9 90,00 5 100,00 113 62,09 TOTAL BOV. MISTOS 197 127 64,47 BRAHMAN 57 36 63,16 GIR MOCHO GUZERÁ NELORE 1 19 10 1 100,00 17 89,47 7 70,00 1 36 97 94,74 77,60 2 6 100,00 6 TABAPUÃ TOTAL ZEBUÍNOS JAFARABADI 38 125 6 34 216.720,00 124.258,93 34 216.720,00 124.258,93 1 4.000,00 2.293,45 MEDITERRÂNEO 11 10 90,91 9 MURRAH 12 11 91,67 6 TOTAL BUBALINOS 29 27 93,10 21 HOLANDÊS 180 103 57,22 14 JERSEY 230 162 70,43 6 PARDO SUIÇO LEITE GIR LEITEIRO TOTAL BOV. LEITE 5 71 486 4 62 331 80,00 87,32 68,11 6.374,12 10.800,00 3.654,67 6.192,31 6.374,12 3.654,67 4.000,00 2.293,45 6.000,00 6.000,00 3.440,17 3.440,17 10.000,00 5.733,62 42.960,00 24.631,62 54.720,00 31.374,35 41.760,00 23.943,58 139.440,00 79.949,54 85.350,00 48.936,41 31.680,00 18.164,10 5.000,00 2.866,81 4.773,33 12.000,00 2.736,85 6.880,34 6.080,00 7.680,00 3.486,04 4.403,42 6.960,00 12.000,00 3.990,60 6.880,34 6.640,00 3.807,12 6.096,43 12.000,00 3.495,46 6.880,34 5.280,00 7.280,00 3.027,35 4.174,07 20 117.030,00 5.851,50 67.100,51 3.355,03 47 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 11 – Total de eqüinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. RAÇA INSC COMP % COMP. 33 23 69,70 ÁRABE 161 132 81,99 CRIOULA 500 242 48,40 LUSITANO 17 8 47,06 MANGALARGA 100 51 51,00 MANGALARGA MARCHADOR 110 71 64,55 APPALOOSA VEND TOTAL DAS VENDAS (R$ e US$) PREÇO MÉDIO MAIOR PREÇO 50.040,00 8.340,00 11.520,00 MORGAN 4 PAINT HORSE 19 PERCHERON 9 6 28.691,02 4.781,84 6.605,13 4 100,00 15 78,95 9 100,00 1.700,00 1.700,00 PÔNEI QUARTO DE MILHA 99 81 81,82 130 36 27,69 1182 672 56,85 1 974,71 974,71 51.740,00 7.391,43 TOTAL DE EQÜINOS 7 29.665,73 4.237,96 48 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 12 – Total de suínos, caprinos e pequenos animais, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. RAÇA INSC COMP % COMP. ANGLONUBIANA 15 10 66,67 ANGORÁ 6 5 83,33 BOER 73 34 46,58 SAANEN 4 3 75,00 TOTAL DE CAPRINOS 98 52 53,06 DUROC 8 5 62,50 LANDRACE LARGE WHITE CRUZADOS 63 34 24 41 18 11 65,08 52,94 45,83 VEND 2 7 1 5 TOTAL DE SUÍNOS 129 75 58,14 15 AVES 633 567 89,57 380 COELHOS 481 407 84,62 65 PÁSSAROS 599 599 100,00 120 CHINCHILAS 36 25 69,44 TOT. PEQ. ANIMAIS 1749 1598 91,37 565 TOTAL DAS VENDAS PREÇO MÉDIO MAIOR PREÇO 1.900,00 950,00 1.000,00 1.089,39 544,69 573,36 3.700,00 528,57 1.000,00 2.121,44 303,06 573,36 700,00 700,00 401,35 401,35 8.120,00 1.624,00 2.200,00 1.261,40 4.655,70 931,14 14.420,00 961,33 8.267,87 551,19 46.000,00 121,05 26.374,63 69,41 9.750,00 150,00 5.590,28 3.205,25 10.200,00 85,00 5.848,29 48,74 65.950,00 116,73 37.813,20 66,93 1.966.798,00 SUB TOTAL EXPOSIÇÃO 4316 935 RÚSTICOS / NÃO INSCRITOS 1435 SEMEN, EMBRIÕES E COBERTURAS 19 TOTAL NÃO INSCRITOS 1454 1.127.686,49 11.816.659,00 8.234,61 6.775.218,74 4.721,41 428.440,00 22.549,47 245.651,05 12.929,00 12.245.099,00 7.020.869,79 14.211.897,00 TOTAL GERAL 5.628 4.316 -23,31 2.389 8.148.556,28 49 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A fim de estabelecer um comparativo entre as edições da Expointer, as tabelas 13 a 21 trazem dados das últimas exposições. Tabela 13 – Comparativo do total de ovinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. INSCRITOS COMPARECIDOS VENDIDOS RAÇA 2009 2010 % 2009 2010 % 2009 2010 % MERINO AUSTRALIANO 22 13 -40,91 19 12 -36,84 5 8 60,00 IDEAL 50 32 -36,00 34 27 -20,59 1 8 700,00 CORRIEDALE 57 47 -17,54 39 31 -20,51 15 9 -40,00 ROMNEY MARSH 21 20 -4,76 17 15 -11,76 4 3 -25,00 94 -16,07 100 78 -22,00 25 16 -36,00 HAMPSHIRE DOWN 112 TEXEL 290 267 -7,93 230 226 -1,74 69 93 34,78 ILE DE FRANCE 136 121 -11,03 105 103 -1,90 22 12 -45,45 SUFFOLK 157 136 -13,38 123 110 -10,57 31 49 58,06 KARAKUL 8 4 -50,00 5 4 -20,00 POLL DORSET 24 33 37,50 19 30 57,89 1 DORPER 26 27 3,85 25 15 -40,00 2 WHITE DORPER 7 1 -85,71 4 1 -75,00 CRIOULA 78 40 -48,72 75 37 -50,67 SANTA INES 10 17 70,00 8 BERGAMACIA TOTAL OVINOS 2 998 854 -14,43 21 17 112,50 17 1600,00 15 -28,57 3 2 803 708 -11,83 196 233 18,88 50 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 14 – Comparativo do total de bovinos de corte, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. RAÇA ABERDEEN ANGUS CHAROLÊS MOCHO CHAROLÊS DEVON HEREFORD POLL HEREFORD LIMOUSIN SHORTHORN BRAFORD BRANGUS CARACU SANTA GERTRUDIS SIMBRASIL FRANQUEIRO TOTAL BOV. CORTE INSCRITOS 2009 2010 292 289 45 93 63 COMPARECIDOS % 2009 2010 -1,03 263 242 106,67 36 83 -100,00 57 -12,28 52 % VENDIDOS % 2009 2010 -7,98 22 27 22,73 130,56 1 3 200,00 -100,00 6 43 -17,31 7 10 9 -10,00 57 50 10 10 48 51 6,25 41 40 -2,44 42 29 -30,95 11 23 109,09 10 9 -10,00 7 7 61 72 18,03 49 59 20,41 84 83 -1,19 69 63 -8,70 18 16 -11,11 14 16 14,29 42 48 14,29 19 22 15,79 15 12 -20,00 4 5 25,00 20 17 -15,00 14 17 21,43 807 779 -3,47 646 629 -2,63 -100,00 4 -42,86 1 6 2 1 1 43 38 -11,63 51 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 15 – Comparativo do total de bovinos mistos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. RAÇA INSCRITOS 2009 2010 COMPARECIDOS % 2009 2010 % VENDIDOS 2009 2010 NORMANDA 4 PARDO SUÍÇO 10 10 9 9 5 5 5 5 SIMENTAL FLECKVIEH 186 182 -2,15 57 113 98,25 34 TOTAL BOV. MISTOS 205 197 -3,90 71 127 78,87 34 75 57 -24,00 48 36 -25,00 -100,00 3 -66,67 RED POLL BRAHMAN % -100,00 GIR 3 GIR MOCHO 5 1 -80,00 3 1 GUZERÁ 6 19 216,67 6 17 NELORE 9 10 11,11 NELORE MOCHO 4 5 7 -100,00 2 1 -80,0 1 -100,0 TABAPUÃ 51 38 -25,49 41 36 -12,20 1 TOTAL ZEBUÍNOS 153 125 -18,30 103 97 -5,83 6 2 -66,6 52 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 16 – Total de bovinos de leite, e bubalinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. INSCRITOS RAÇA COMPARECIDOS 2010 % 2009 JAFARABADI 1 6 500,00 1 6 500,00 MEDITERRÂNEO 16 11 -31,25 11 10 -9,09 7 6 -14,29 MURRAH 20 12 -40,00 12 11 -8,33 4 9 125,0 TOTAL BUBALINOS 37 29 -21,62 24 27 12,50 11 21 90,91 HOLANDÊS 259 180 -30,50 119 103 -13,45 9 14 55,56 JERSEY 210 230 9,52 156 162 3,85 30 6 -80,00 PARDO SUIÇO LEITE 12 5 -58,33 9 4 -55,56 39 20 -48,72 TOTAL BOV. LEITE 71 481 486 % 2009 2010 % 2009 GIR LEITEIRO 2010 VENDIDOS 6 62 1,04 284 331 16,55 53 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 17 – Total de eqüinos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. RAÇA INSCRITOS COMPARECIDOS VENDIDOS 2009 2010 % 2009 2010 % 2009 APPALOOSA 36 33 -8,33 17 23 35,29 ÁRABE 150 161 7,33 129 132 2,33 CRIOULA 481 500 3,95 235 242 2,98 FRIESIAN 1 LUSITANO 15 17 13,33 11 8 -27,27 MANGALARGA 160 100 -37,50 76 51 -32,89 MANGALARGA 68 110 61,76 30 71 136,67 MORGAN 3 4 33,33 3 4 33,33 PAINT HORSE 21 19 -9,52 7 15 114,29 PERCHERON 6 9 50,00 5 9 80,00 PÔNEI 117 99 -15,38 111 81 -27,03 2 QUARTO DE MILHA 101 130 28,71 51 36 -29,41 20 TOTAL EQÜINOS 1159 1182 1,98 675 672 -0,44 22 2010 % 6 MARCHADOR 1 -50,00 -100,00 7 -68,18 54 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 18 – Total caprinos e suínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2009 e 2010. INSCRITOS RAÇA 2009 2010 COMPARECIDOS % 2009 ALPINA 2 -100,00 2 ALPINA AMERICANA 3 -100,00 2 ANGLONUBIANA 2010 % VENDIDOS 2009 13 15 15,38 9 10 11,11 3 6 100,00 2 5 150,00 BOER 45 73 62,22 28 34 21,43 SAANEN 14 4 -71,43 8 3 -62,50 TOTAL CAPRINOS 80 98 22,50 51 52 1,96 DUROC 23 8 -65,22 5 2 LANDRACE 75 63 -16,00 41 7 LARGE WHITE 51 34 -33,33 18 1 6 24 300,00 11 5 129 -32,46 75 15 ANGORÁ CRUZADOS PURO SINTÉTICO TOTAL SUÍNOS % 2010 36 191 55 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 19 – Total de bovinos de leite, mistos, bubalinos e zebuínos, por raça, inscritos, que efetivamente ingressaram na feira e quantidade de vendidos, na EXPOINTER 2010. INSCRITOS COMPARECIDOS VENDIDOS RAÇA 2009 2010 AVES 801 633 COELHOS 380 PÁSSAROS 2010 -20,97 666 567 -14,86 268 380 481 26,58 326 407 24,85 93 65 746 599 -19,71 708 599 -15,40 402 120 -70,15 99 36 -63,64 83 25 -69,88 TOT. PEQ. ANIMAIS 2026 1749 -13,67 1783 1598 -11,99 763 565 -25,95 SUB TOTAL EXPOSIÇÃO 6.137 5.628 -8,29 4.440 4.316 -2,79 1.080 935 -13,43 1284 716 -44,24 1284 716 -44,24 23 19 -17,39 2.387 1.670 -30,04 RÚSTICOS / NÃO INSCRITOS % SEMEN, EMBRIÕES E COBERTURAS TOTAL GERAL 6.137 5.628 -8,29 5.724 5.032 -12,09 2009 2010 % 2009 CHINCHILAS % 56 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 20 – Total de outros animais participantes na EXPOINTER 2009 e 2010. TOTAL DAS VENDAS RAÇA INSCR VEND US$ R$ RUSTICOS ABERDEEN ANGUS RUSTICOS DEVON RUSTICOS HEREFORD / BRAFORD FEIRA DE NOVILHAS SELECIONADAS QUARTO DE MILHA 85 32 228.900,00 131.242,47 100 24 101.600,00 58.253,54 91 13 86.220,00 49.435,24 1000 719 560.841,00 321.564,70 46 38 489.000,00 280.373,83 17 127.000,00 72.816,93 CRIOULOS - LEILÃO VIRTUAL CRIOULOS CAB. ESCONDIDA 43 37 784.498,00 449.801,04 CRIOULOS BT 42 48 1.360.000,00 779.771,80 CRIOULOS SANTA ANGÉLICA 43 43 1.331.500,00 763.431,00 CRIOULOS CARAPUÇA 41 33 1.967.500,00 1.128.088,99 CRIOULOS INFINITO 48 46 2.100.000,00 1.204.059,40 CRIOULO RAÇA 43 40 871.000,00 499.397,97 CRIOULOS DIVAS 37 29 1.786.000,00 1.024.023,85 FEIRA DE COELHOS 40 16 1.600,00 917,38 FEIRA DE PASSAROS 376 300 21.000,00 12.040,59 2163 1435 11.816.659,00 6.775.218,74 TOTAL TOTAL DAS VENDAS RAÇA QUANTIDADE R$ US$ RINCON DEL SARANDY - ELEIÇÃO 2010 2 116.000,00 66.509,95 COBERTURAS RAÇA 4 25.440,00 14.586,32 10 72.000,00 41.282,04 3 215.000,00 123.272,75 19 428.440,00 245.651,05 1454 12.245.099,00 7.020.869,79 COBERTURAS INFINITO EMBRIÕES DIVAS TOTAL TOTAL GERAL 57 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 21 – Comparativo geral entre a EXPOINTER 2009 e 2010. ESPÉCIES 2009 2010 % QTD OVINOS 710.180,00 846.718,00 119,23 233 BOVINOS 412.520,00 731.500,00 177,32 74 BUBALINOS 76.560,00 139.440,00 182,13 21 BOV. LEITE 192.700,00 117.030,00 -39,27 20 EQÜINOS 283.720,00 51.740,00 -81,76 7 SUINOS PEQ. ANIMAIS 15 14.420,00 69.890,00 65.950,00 -5,64 565 RÚSTICOS 6.728.345,00 12.245.099,00 181,99 1454 TOTAL GERAL 8.473.915,00 14.211.897,00 67,71 2389 Nas figuras 08 a 15, foi realizado um comparativo entre as informações das últimas cinco edições da EXPOINTER (2006-2010). 58 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 08 – Número de Ovinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. Figura 09 – Número de Bovinos e Bubalinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. 59 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 10 – Número de Bovinos de Leite inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. Figura 11 – Número de eqüinos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. 60 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 12 – Número de Suínos inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. Figura 13 – Número de Emas e Avestruzes inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. 61 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 14 – Número de pequenos animais inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. Figura 15 – Número total de animais inscritos na EXPOINTER de 2006 a 2010. 62 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE DOENÇAS INFECCIOSAS Coordenador: Nilton Rossato Telefone: (51) 3288-7811 Fax: (51) 3288-7848 E-mail(s): [email protected]; Esse serviço é o maior da DDSA, sendo responsável pela coordenação de sete programas sanitários, dentre os quais: 1. Programa de Sanidade Avícola (PESA) 2. Programa de Controle da Raiva Herbívora e outras encefalopatias (PNCRH) 3. Programa de Sanidade dos Animais Aquáticos (PNSAQ) 4. Programa de Sanidade Apícola (PNSAp) 5. Programa de Sanidade dos Eqüídeos (PNSE) 6. Programa de Sanidade Suína (PNSS) 7. Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) As atividades realizadas em 2010, pelo SDI, serão descritas dentro de cada programa sanitário. 63 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa Estadual de Sanidade Avícola Coordenadores: Flávio Chassot Loureiro e Rita Dulac Domingues Estagiária: Simone Jardim Rosa Telefone: (51) 3288-7841 Fax: (51) 3288-7834 E-mail(s): [email protected]; [email protected]; [email protected] O Programa Nacional de Sanidade Avícola, no âmbito do Rio Grande do Sul, é exercido pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA), instituído pela lei estadual 12.731, a qual foi publicada em 26 de junho de 2007. O PESA está inserido conjuntamente com outros programas sanitários dentro do Serviço de Doenças Infecciosas (SDI) da Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária Animal (DDSA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA). O programa tem por objetivo promover o controle sanitário dos estabelecimentos avícolas, bem como impedir a introdução de doenças exóticas e controlar ou erradicar aquelas existentes no Estado. O mercado de exportação de carne de frango é responsável pelo destino de cerca de 65 % da produção avícola gaúcha, ou algo em torno de 800 mil toneladas/ano, gerando uma receita anual de US$ 1,4 bilhões. E, somando-se à produção do mercado interno, mantém cerca de 10.300 famílias sob o sistema de integração. Dessa forma, as ações do PESA promovem a segurança alimentar e a saúde pública, assegurando empregos no campo e a manutenção da renda. Dentre as principais atividades do programa, destacam-se: 64 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (1) Ações de vigilância ativa para doença de Newcastle e Influenza Aviária O PESA realiza a vigilância ativa no Estado através da colheita de material em aves migratórias, presentes nos sítios de invernada, assim como em reprodutores de descarte (previamente ao abate). O monitoramento das aves migratórias é realizado nos dois sítios de invernada de maior relevância em nível de risco sanitário, localizados em território gaúcho, no caso o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (PNLP) e na Reserva Ecológica Banhado do Taim (Figura 16). Este trabalho conta com a participação de outras entidades relacionadas como Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres (CEMAVE/ICMBio), Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O programa conta ainda com a participação do Fundo de Desenvolvimento em Defesa Sanitária Animal (FUNDESA) para aquisição de materiais de consumo para as expedições. 1 2 Figura 16 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias No ano de 2010 foi realizada uma expedição à Reserva Ecológica Banhado do Taim no período de 30 de julho a 15 de agosto, com a participação de 06 médicos veterinários da SEAPA, 04 médicos veterinários do MAPA, 01 bióloga do ESEC/ICMBio, 03 técnicos agrícolas da SEAPA, 02 administrativos da SEAPA e 02 estagiárias do 65 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 MAPA. Nesta expedição foram capturadas aves migratórias para anilhamento e colheita de material para pesquisa de Doença de Newcastle e Influenza Aviária de Alta Patogenicidade. Porém o principal objetivo da expedição foi realizar a colheita de material nas aves de subsistência das propriedades no entorno de 10 Km da reserva, bem como, atualização cadastral, censo e georreferenciamento destas propriedades. Ao todo foram colhidas 1794 aves, em 391 propriedades, cujas amostras foram enviadas ao LANAGRO - Campinas para análise. O PESA aguarda os resultados das análises. Em 2010 foi também realizada a expedição ao Parque Nacional da Lagoa do Peixe, realizado no período de 03 a 14 de dezembro. Nesta atividade foram colhidas amostras de 74 aves migratórias, assim como identificação e anilhamento das mesmas (Figura 17 e 18). Participam deste trabalho o CEMAVE, SES-RS, MAPA, SEAPA E ICMBio. A etapa de atualização cadastral das propriedades localizadas no entorno de 10 km do parque, colheita de aves domésticas e atividades de educação sanitária está prevista para acontecer em março de 2011. Figura 17 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias Conforme determina o Ofício Circular/DSA nº7, de 24 de janeiro de 2007, o Serviço de Defesa Sanitária Animal deverá selecionar aleatoriamente no mínimo 10 estabelecimentos por mês para realizar a vigilância ativa para Doença de Newcastle e Influenza Aviária. A colheita deve ser realizada no estabelecimento de criação das aves 66 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 pelo Serviço Oficial antes da saída das aves para o abate, e as amostras devem ser encaminhadas ao laboratório oficial. Figura 18 - Vigilância Ativa em Aves Migratórias (2) Acompanhamento oficial de colheitas para certificação de Micoplasma e Salmonela A escolha dos estabelecimentos a serem amostrados é realizada pela Coordenação do PESA a partir do cronograma de colheitas de amostras para certificação de Micoplasma e Salmonela que as empresas enviam mensalmente ao MAPA. A partir do cronograma enviado pelas empresas são selecionados os lotes com idades mais avançadas (mais perto de serem descartadas) aproveitando-se a mesma data informada pelas empresas para procedermos assim a colheita de vigilância ativa, restringindo o estresse e a manipulação das aves à apenas 01 dia. Até o mês de outubro foram colhidas amostras de 108 granjas para vigilância ativa de Doença de Newcastle e Influenza Aviária em aves de descarte. A certificação de granjas reprodutoras para Micoplasma e Salmonela é competência do MAPA, que delega a atividade de fiscalização da colheita de amostras ao serviço de defesa animal estadual. As colheitas devem ser preferencialmente acompanhadas pelo médico veterinário oficial, porém em caso de impossibilidade, 67 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 pode ser autorizada a realização da colheita sem a presença do serviço oficial, desde que devidamente identificada a autorização no formulário de envio de amostras ao laboratório. Foram feitas 1.613 colheitas de amostras para certificação, sendo 1.099 autorizadas e 514 com acompanhamento do serviço oficial. (3) Vigilância epidemiológica em estabelecimentos mediante notificação O médico veterinário oficial realiza vigilância passiva em estabelecimentos cuja mortalidade ultrapassou os limites considerados aceitáveis, ou ainda mediante suspeita de ocorrência de doença de notificação obrigatória, informações estas que devem ser fornecidas pelo médico veterinário responsável técnico do estabelecimento, conforme determina o Ofício Circular /DSA nº 7, de 24 de janeiro de 2007. Foram realizadas 116 visitas à estabelecimentos com notificação de alta mortalidade, resultando em 05 casos de sinistros, 21 casos de manejo inadequado e 63 casos de ocorrências de doenças. (4) Cadastro e fiscalização de estabelecimentos que comercializam aves vivas Os estabelecimentos que comercializam aves vivas devem estar cadastrados no órgão oficial para poderem realizar esta atividade, conforme preconizado pela Instrução Normativa nº 17, de 07 de abril de 2006. Os estabelecimentos interessados devem procurar as unidades locais para fazerem o cadastro, que é remetido ao nível central onde é aberto um processo e gerado um número de autorização para comercializar aves vivas. Estes estabelecimentos têm que prestar contas de todas as aves recebidas, mortas e vendidas à unidade veterinária local mensalmente, através da apresentação das GTA’s e relatórios de venda. Em 2010 foram autuadas 53 casas agropecuárias em situação irregular, através de ações de fiscalização das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal, totalizando 854 casas agropecuárias autorizadas a comercializar aves vivas este ano. 68 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (5) Registro de granjas comerciais de corte e postura comercial, assim como as granjas de produção, reprodução e recria de outras espécies exploradas com objetivo de comércio No decorrer deste ano foram abertos pelo nível central 95 processos de requerimento para registro, sendo que até o momento 03 estabelecimentos tiveram seu registro concluído, sendo 02 de codornas (figura 19) e 01 de galinhas (postura comercial). O principal entrave informado pelas empresas integradoras tem sido a dificuldade em realizar a adequação física das granjas mais antigas aos requisitos exigidos pela legislação, assim como a obtenção da documentação completa junto aos produtores rurais. A questão da Anotação de Responsabilidade Técnica também foi relatada como um entrave. Figura 19 - Granja de Recria de Codornas Registrada em 2010 – Candelária - RS 69 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (6) Cadastro e fiscalização dos estabelecimentos que abatem aves de descartes com inspeção municipal (SIM) Os abatedouros que abatem aves de descarte devem estar previamente autorizados pelo Serviço Oficial a receber estas aves, através do cadastro na SEAPA. Para tal, estes estabelecimentos devem encaminhar requerimento para cadastro juntamente com os documentos solicitados, apresentar um médico veterinário Responsável Técnico pelo estabelecimento e um médico veterinário para realizar a inspeção sanitária, emitir os informativos de abate e encaminhá-los às unidades locais. Hoje existem 05 estabelecimentos SIM autorizados a abater aves de descarte no RS, sendo que 01 teve recentemente sua autorização suspensa por irregularidades cometidas. 70 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa Nacional de Prevenção e Controle das Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis Coordenadores:: Nilton Rossato & Gustavo Nogueira Diehl Telefone: (51) 32887827 ou 32887843 E-mail(s): [email protected] A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e a Paraplexia Enzoótica dos Ovinos (Scrapie) são doenças de notificação obrigatória e suas ocorrências ou suspeitas devem ser imediatamente informadas à unidade veterinária local, regional ou nível central da GDA no RS. Desde 1990 o Brasil vem adotando medidas preventivas relacionadas a EEB. As medidas de controle da EEB estão baseadas no controle da importação de ruminantes seus produtos e subprodutos e no controle da alimentação de ruminantes (principal via de transmissão). Além destas medidas o programa adota medidas de vigilância realizando exames de EEB em bovinos enquadrados na população alvo, medidas de mitigação de risco como remoção de materiais de risco e vigilância ativa de alimentos para ruminantes em estabelecimentos de criação. Com objetivo de melhorar a classificação do País com relação às categorias de risco para EEB que, atualmente é classificado como de risco controlado (mesma de países que já notificaram a doença, apesar desta nunca ter sido notificada no Brasil). No RS foram intensificadas e aprimoradas no ano de 2010 as medidas de mitigação de risco como controle da movimentação de bovinos importados, fiscalizações de alimentos para ruminantes em estabelecimentos de criação (realizadas em parceria com o MAPA, tabela 22 e treinamento de equipe de técnicos da SEAPA para realizar esta atividade. 71 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 22 - Número de fiscalizações de alimentos de ruminantes realizadas em 2010 MÊS MUNICÍPIO Fiscalizações realizadas Nº fiscalizações Nº fiscalizações Nº total ativas passivas fiscalizações mar/10 VIAMÃO 1 0 1 mar/10 GLORINHA 2 0 2 abr/10 ELDORADO DO SUL 1 0 1 abr/10 TRIUNFO 1 0 1 abr/10 DOIS IRMÃOS 1 0 1 mai/10 TAQUARA 1 0 1 mai/10 CARLOS BARBOSA 1 0 1 mai/10 SALVADOR DO SUL 2 0 2 mai/10 PANTANO GRANDE 1 0 1 mai/10 PAROBÉ 1 0 1 jun/10 DOIS IRMÃOS 2 0 2 jun/10 PAROBÉ 1 0 1 jul/10 IBIRUBÁ 4 0 4 jul/10 NOVA ROMA DO SUL 1 0 1 agosto CAPIVARI DO SUL 1 0 1 agosto IPÊ 1 0 1 agosto PINHEIRO MACHADO 1 0 1 setembro GARIBALDI 2 0 2 setembro BOA VISTA DO SUL 1 0 1 setembro BENTO GONÇALVES 1 0 1 outubro FARROUPILHA 2 0 2 outubro CAXIAS DO SUL 2 0 2 outubro TUPANCIRETÃ 1 0 1 novembro CASCA 2 0 2 novembro ERECHIM 2 0 2 dezembro GRAVATAÍ 1 0 1 dezembro PORTO ALEGRE 2 0 2 39 0 39 Total 72 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa Nacional de Sanidade dos Animais Aquáticos Coordenadores:: Gustavo Nogueira Diehl Telefone: (51) 32887843 Fax: (51) 32887845 E-mail(s): [email protected] O programa nacional de sanidade dos animais aquáticos visa realizar o controle sanitário nos estabelecimentos de aqüicultura que desenvolvem atividades relacionadas com a reprodução, o cultivo, a comercialização e outras atividades dos animais aquáticos, bem como impedir a introdução de doenças exóticas e controlar ou erradicar aquelas existentes no país. Segundo a divisão de pesca da SEAPA a costa oceânica do nosso estado possui uma extensão de 630 km, de Torres ao Chuí, sendo toda a área considerada boa para a atividade pesqueira, apresentando diversas espécies de peixes e camarões. O manancial aquático interior é muito grande, possuindo rios, lagos e lagoas, com um bom e diversificado estoque pesqueiro. Em dezembro de 2009 estavam registrados no Rio Grande do Sul, aproximadamente 21 mil pescadores profissionais artesanais que têm na pesca sua principal fonte de renda, e um número parecido de pescadores amadores que utilizam a pesca como lazer. A aqüicultura, o cultivo de espécies aquáticas no estado, é representada quase que exclusivamente pela piscicultura, embora já existam alguns trabalhos em carcinicultura. O potencial em piscicultura é muito grande pela quantidade expressiva de açudes, tanques e represas, permitindo que o pequeno produtor rural tenha mais uma fonte de renda e, num futuro próximo, possa viver exclusivamente desta atividade. A piscicultura gaúcha é predominantemente centrada na criação de espécies de carpas. 73 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Estão cadastradas no ano de 2010 no SAN 3.886 propriedades que exploram a produção de animais aquáticos, com uma população de 8.250.703 exemplares declarados em 2009. No ano de 2010 o PNSAq/RS iniciou discussões com a Coordenação Geral de Sanidade Pesqueira e Aqüícola do Ministério da Pesca e Aqüicultura - MPA sobre ações e convênios para a área de defesa sanitária de animais aquáticos. O Programa estadual está participando da Comissão Técnica formada em conjunto com representantes da Divisão de Pesca da SEAPA e com técnicos da SEMA formada para reavaliação da situação dos peixes Dourado (Salminus brasiliensis) e Surubim (Pseudoplatystoma corruscans e P. fasciatum) incluídos na lista de espécies da fauna silvestre do RGS ameaçados de extinção, elaborada em 2002 que determina a proibição de seu uso comercial, a reavaliação tem o objetivo de determinar se existe a possibilidade ou não da liberação da exploração comercial destas espécies. Também foi elaborado o Manual de Procedimento Padrão para o Programa Estadual de Sanidade dos Animais Aquáticos neste ano. 74 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa Nacional de Sanidade Apícola Coordenador: Gustavo Nogueira Diehl Telefone: (51) 32887843 Fax: (51) 32887845 E-mail(s): [email protected] O PNSAp visa o fortalecimento da cadeia produtiva apícola por meio de ações de vigilância e defesa sanitária animal. O PNSAp têm como objetivos a promoção: da educação sanitária; de estudos epidemiológicos; do controle de trânsito; do cadastramento, fiscalização e certificação sanitária e da intervenção imediata quando da suspeita ou ocorrência de doença ou praga de notificação obrigatória. O Rio Grande do Sul foi o maior produtor de mel entre os Estados brasileiros do ano de 2001 ao ano de 2005 e foi o quinto maior exportador de mel em 2009. Segundo dados do SAN no ano de 2010 existem 2535 propriedades cadastras do RS explorando a atividade apícola. A variedade da flora e do clima expressa-se de forma inconfundível com um mel rico em cores, aromas e sabores. Graças às abelhas africanizadas, que são altamente resistentes a doenças, o mel brasileiro é produzido sem o uso de medicamentos. Em 2010 foi elaborado Manual de Procedimento Padrão para o programa. 75 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa Nacional de Sanidade dos Eqüídeos Coordenador:: Gustavo Nogueira Diehl Telefone: (51) 32887843 Fax: (51) 32887845 E-mail(s): [email protected] O PNSE visa o fortalecimento do complexo agropecuário dos eqüídeos, por meio de ações de vigilância e defesa sanitária animal. Neste ano foram identificados diversos procedimentos do programa de sanidade eqüina que precisam sofrer uma reavaliação e/ou reestruturação buscando melhorias para que o programa venha a cumprir seu objetivo de uma forma mais eficiente. No RS, em 2010 houve três notificações para Anemia Infecciosa Eqüina nas unidades locais da GDA. Também foram notificadas as doenças de eqüinos descritas na tabela 23. Tabela 23 – Municípios e suspeita de enfermidades em eqüinos em 2010 no RS. Município Suspeita Resultado Jaguari Síndrome Nervosa Tiflite Porto Alegre Síndrome Nervosa Negativo raiva/sem diagnóstico Barra do Ribeiro Síndrome Nervosa Pendente Jaguari Síndrome Nervosa Pendente Montenegro Síndrome Nervosa Negativo raiva/sem diagnóstico Triunfo Síndrome Nervosa Pendente Charqueadas Anemia Infecciosa Positivo Uruguaiana Anemia Infecciosa Positivo Vila Lângaro Anemia Infecciosa Pendente/Reteste 76 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa de Sanidade Suína Coordenadores:: Ildara Nunes Vargas, Antônio Augusto Rosa Medeiros, André Mendes Ribeiro Corrêa & Roberto Moreira de Azambuja Telefone: (51) 32887842 ou 32887811 ou 32887839 E-mail(s): [email protected] O Programa de Sanidade Suína (PSS) visa o controle da saúde do rebanho suíno, bem como a manutenção da zona livre de Peste Suína Clássica, bem como garantir que doenças exóticas não acometam o rebanho suíno gaúcho. Os objetivos específicos do Programa de Sanidade Suína: 1. Controlar e/ou erradicar as principais doenças dos suínos; 2. Manter sob vigilância e controle as síndromes e demais doenças, analisando os fatores epidemiológicos de disseminação e contaminação; 3. Prevenir a introdução de doenças exóticas; 4. Fomentar o processo de parceria e o desenvolvimento técnico e científico do setor; 5. Garantir o controle sanitário nos estabelecimentos de criação de suídeos que 6. Desenvolver atividades relacionadas com a produção, reprodução, comercialização, distribuição de suídeos e material de multiplicação de origem suídea; 7. Participar ativamente na geração de competitividade às cadeias produtivas de segmentos do agronegócio, com vistas a superar restrições mercadológicas, 77 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 que evoluem em grau de exigência cada vez maior, tanto no âmbito interno como externo; 8. Atingir níveis de saúde animal que permita expandir mercados internos e externos. Além disso, o PSS realiza ações de vigilância ativa e passiva em saúde animal, com o objetivo específico de incrementar a sensibilidade do sistema de atenção veterinária, visando a detecção precoce de doenças hemorrágicas dos suídeos; a detecção de demais doenças dos suídeos, principalmente aquelas de interesse econômico e/ou com potencial zoonótico; a produção de dados para suporte aos processos analíticos de risco na suinocultura; o auxílio na definição de estratégias sanitárias e na tomada de decisões para suporte ao PSS, a documentação de atividades e conhecimento da realidade produtiva e sanitária da suinocultura, bem como o treinamento contínuo dos técnicos que atuam nestas atividades. O Programa no RS é gerido por uma equipe técnica composta por 04 médicos veterinários do nível central (GDA) e representantes técnicos das Coordenadorias Regionais de Agricultura onde a suinocultura é expressiva. Todas as atividades são planejadas estrategicamente com a participação das equipes regionais responsáveis pelo PSS. Esta programação está relacionada às atividades de identificação de problemas sanitários, a definição de objetivos e metas a serem alcançados, bem como a previsão de cursos de ação a serem seguidos. Ao mesmo tempo são identificados e destinados os recursos e as responsabilidades de acordo com os compromissos assumidos pelos participantes. Uma vez feita à programação, a coordenação técnica do programa encarrega-se, de examinar, monitorar, supervisar, coordenar e modificar cursos de ação, revisar responsabilidades, redistribuir recursos e avaliar os resultados de acordo com os indicadores considerados. AÇÕES DESENVOLVIDAS PELO PROGRAMA DE SANIDADE SUÍNA 78 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (1) Reuniões Regionais para Padronização de Ações do PSS Com o intuito de uniformizar as ações do PSS da SEAPA, foram realizadas reuniões com as Coordenações Regionais de maior importância em Suinocultura. O objetivo principal foi demonstrar a necessidade da padronização das ações tendo em vista ás possíveis missões estrangeiras para abertura de mercados internacionais para exportação de produtos suínos. Foram realizadas reuniões em Erechim (Regionais de Erechim, Palmeira das Missões e Lagoa Vermelha), Ijuí (Regionais de Ijuí, São Luiz Gonzaga e Santa Rosa) e Passo Fundo (Regionais Passo Fundo, Soledade e Cruz Alta). (2) Acompanhamento da Missão Internacional Chinesa Missão internacional do governo chinês esteve visitando o Estado do Rio Grande do Sul no período de 09 até o dia 18 de novembro deste ano. A comitiva teve o intuito de certificar a produção de suínos do Estado, sendo este mais um passo para a exportação da carne para o mercado daquele país. Durante os dez dias de visitação, os chineses foram a cinco frigoríficos sob inspeção federal e a uma propriedade de terminação de suínos. Nesta, localizada no município de São Nicolau e pertencente ao produtor Erson Ledur, os estrangeiros foram acompanhados pelos Veterinários da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPA), Antonio Augusto Rosa Medeiros e André Mendes Ribeiro Corrêa (figura 20). Figura 20 - Servidores Antônio Augusto (centro-esquerda) e André Corrêa (centrodireita) em acompanhamento à missão Chinesa no dia 15/11 em São Luiz Gonzaga. 79 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 De acordo com os técnicos, foram avaliadas questões de biossegurança da granja e de controles sanitários realizados pela empresa integradora e pelo Serviço Veterinário Oficial. A inspeção nos frigoríficos objetiva analisar as estruturas físicas e tecnológicas dos estabelecimentos e o controle dos documentos das empresas. Além dos veterinários da Secretaria já citados, participaram da visita à propriedade outro técnico da Agricultura, responsável pela Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAV) de Cerro Largo, Alexandre Kolankiewicz e o técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Édison Fauth. (3) Realização de auditorias internas 2010 do PSS O PSS realiza auditorias anuais nas ULSAVs com objetivo de avaliar a implementação e desempenho das ações do Programa, bem como os resultados obtidos. Estas informações são utilizadas como subsídio em reuniões da equipe técnica para avaliação e estabelecimento de estratégias do PSS, bem como suporte para tomadas de decisões à Nível Centra (figura 21). Figura 21 - Auditoria PSS no município de Três Passos. Processo importante no diagnóstico e padronização das ações nas unidades locais. 80 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Em 2010 as auditorias foram realizadas no mês de dezembro. Na ocasião foi aplicado formulário de auditoria, elaborado em conjunto pelos membros do SDI. (4) Reuniões Equipe Técnica do Programa de Sanidade Suína - RS Como mencionado anteriormente, a equipe técnica do PSS é composta por 04 Médicos Veterinários do Nível Central mais 13 Médicos Veterinários representantes de Regionais da SEAPA onde a suinocultura é representativa. Além destes, correntemente estão presentes nas reuniões representantes da SFA/RS-MAPA (figura 22). Em 2010 foram realizadas três reuniões da Equipe Técnica do PSS em Porto Alegre. Figura 22 - Reunião da Equipe Técnica de suínos em agosto de 2010 no SEDESA-MAPA. AÇÕES ROTINEIRAS / OPERACIONAIS O programa de Sanidade Suína desenvolve por meio da ULSAVs ações de vigilância relativas à preservação e promoção da saúde animal. 81 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 1- Vigilância soroepidemiológica Exames laboratoriais realizados em 2010: Certificação de Granjas de Reprodutores Suínos- 12.163 exames realizados Vigilância em propriedades - 4.663 exames realizados Inquérito Soro epidemiológico para Peste Suína Clássica (PSC) em Criatórios Suídeos Durante o mês de abril de 2010 foi realizado o Inquérito Soro epidemiológico em 320 propriedades “criatórios” (criação de fundo de quintal) nas 19 Coordenadorias Regionais da SEAPA, totalizando 1123 amostras colhidas (figura 23). As coletas foram realizadas em tempo recorde pelos servidores da GDA e Equipe Técnica de Suínos evitando conflito temporal com a campanha de vacinação contra Febre Aftosa em maio. Fica aqui o registro e agradecimento da Coordenação do PSS pelo empenho dos colegas no cumprimento de suas atribuições com enorme eficiência e rapidez. Atualmente, as amostras se encontram congeladas e estocas no Serviço de Doenças Infecciosas, 5º andar do GDA, aguardando determinação do MAPA para encaminhamento das mesmas para exames em Minas Gerais, no LANAGRO Pedro Leopoldo. 322; 2% 1123; 6% GRSC 4663; 26% Mortalidade em Granjas Inquérito Criatórios Estabelacimento de Abate 12163; 66% Figura 23 - Proporção da origem do número de amostras encaminhadas para vigilância soroepidemiológica 82 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 2 - Certificação de Granjas de Reprodutores Suídeos A certificação de granjas de reprodutores possui caráter estratégico para o programa de sanidade suína, garantindo a manutenção dos níveis de sanidade na base da cadeia produtiva. O Estado conta atualmente com 84 estabelecimentos certificados. Nestes estabelecimentos são realizadas avaliação de vulnerabilidade à entrada de patógenos externos, monitorias sorológicas semestrais para Peste Suína Clássica, Doença de Aujeszky, Brucelose e Leptospirose, além de inoculação de tuberculina para diagnóstico de tuberculose e raspado de pele para diagnóstico de sarna. 3 - Notificações de enfermidades Todas as notificações demandam ações de acompanhamento na propriedade, bem como colheita de material para diagnóstico laboratorial, pelas Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal (ULSAVs). Estas notificações são provenientes dos Serviços de Inspeção Federal (SIFs), de médicos veterinários que atuam no setor privado e produtores rurais. Serviço de Inspeção Federal - SIF Identificação de lesões sugestivas de síndrome hemorrágica A maior parte das notificações feitas por SIFs tratam-se de casos de lesões compatíveis com erisipela suína, detectadas no abatedouro. Médicos Veterinários Habilitados e Produtores Notificações atendidas pelas ULSAVs 83 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Em 2010 foram realizadas 156 notificações, sendo 07 notificadas pelo SIF, a partir da identificação de lesões sugestivas de síndrome hemorrágica, 138 pelos RTs das granjas, principalmente por alteração dos índices de mortalidade no lote acima dos valores previsto na Norma Interna de vigilância par PSC e 11 diretamente por proprietários (figura 24). 140 138 120 100 80 60 40 11 7 20 0 SIF Proprietários Habilitados Figura 24 - Origem das Notificações Atendidas relacionadas ao PSS. Propriedades inspecionadas pelas ULSAVs Ainda em 2010 houve 915 fiscalizações em propriedades com suínos pelo serviço veterinário oficial do RS. Sendo 481 em criatórios, 231 em GRSCs e 203 em granjas convencionais (figura 25). 84 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 203 Granjas Convencionais Granjas Convencionais 231 GRSCs GRSCs Criatórios 481 Criatórios 0 100 200 300 400 500 Figura 25 - Destino das fiscalizações relacionadas ao PSS em 2010. 85 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal no RS Coordenadora:: Ana Cláudia Mello Groff Auxiliar adm.: Andréia Santi Telefone: (51) 32887840 E-mail(s): [email protected] [email protected] O Programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose animal (PNCEBT) tem como objetivos específicos: baixar a prevalência e a incidência da brucelose e da tuberculose e certificar um número elevado de estabelecimentos de criação, nos quais o controle e erradicação destas enfermidades sejam executados com rigor e eficácia, objetivando aumentar a oferta de produtos de baixo risco para a saúde pública. A tabela 24 mostra o número de propriedades certificadas como livres e monitoradas para a brucelose e tuberculose no Rio Grande do Sul em 2010. Tabela 24 – Propriedades certificadas e animais vacinados contra brucelose no RS em 2010 Tipo de propriedade Status Propriedades certificadas existentes Livres Monitoradas Propriedades em processo de certificação Livres Monitoradas Quantidade 48 1 38 _ 86 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A vacinação de terneiras contra a brucelose é considerada prioritária pelo PNCEBT nas regiões onde a prevalência é alta. No RS, o estudo soro-epidemiológico realizado em 2005 apontou regiões de prevalência elevada (circuitos produtores sul, fronteira-oeste, missões-central e litoral norte), onde se deve buscar todos os anos uma cobertura vacinal alta, a fim de diminuir a prevalência com baixo custo. A vacinação contra brucelose no ano de 2010 teve um acréscimo significativo em relação ao ano de 2009. Este fato deve-se ao desenvolvimento de um módulo no SAN (Sistema de Análise de Negócios), que possibilitou a busca da vacina registrada no SDA. No ano anterior, tivemos uma falha na informação da vacinação, pois parte era registrada somente no SDA e parte no Informativo Mensal, que era a fonte dos dados utilizada até o ano de 2009. A tabela 25 apresenta o número e o percentual de terneiras vacinadas conta a brucelose por regional do RS, no ano de 2010. A figura 26 mostra o percentual de animais vacinados contra a brucelose em 2010. Figura 26 – Percentual de terneiras vacinadas contra brucelose no RS em 2010. 87 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 25 – Animais vacinados contra brucelose no RS em 2010 Coordenadoria Regional Terneiras vacinadas Percentual ALEGRETE 198.514 100,00 BAGE 120.373 88,37 CAXIAS DO SUL 35.207 59,75 CRUZ ALTA 19.428 58,34 ERECHIM 12.705 54,31 ESTRELA 17.280 40,54 IJUI 21.881 47,08 LAGOA VERMELHA 24.844 56,45 OSORIO 20.345 70,88 PALMEIRA DAS MISSOES 18.269 53,57 PASSO FUNDO 16.467 37,97 159.499 86,14 PORTO ALEGRE 19.281 50,74 RIO PARDO 53.573 71,76 SANTA MARIA 78.967 83,07 SANTA ROSA 23.038 54,28 106.041 90,87 11.493 68,75 181.942 96,24 1.139.147 79,54 PELOTAS SAO LUIZ GONZAGA SOLEDADE URUGUAIANA TOTAL 88 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O PNCEBT preconiza a realização de testes de diagnóstico indireto para brucelose e tuberculose para bovinos e bubalinos. A tabela 26 demonstra as propriedades e animais testados e os resultados dos testes realizados no Rio Grande do Sul em 2010. A figura 27 mostra os focos de brucelose, e a figura 28 os focos de tuberculose, ocorridos no Rio Grande do Sul em 2010. Tabela 26 – Propriedades e animais testados para brucelose e tuberculose em 2010 no RS. Enfermidade Propried. Propried. Animais Animais testadas Positivas Testados Positivos BRUCELOSE 8.626 81 75.620 296 (0,39%) TUBERCULOSE 9.419 260 156.465 792 (0,51%) Figura 27 – Focos de brucelose no Rio Grande do Sul em 2010. 89 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O PNCEBT no RS dispôs, em 2010, de 388 Médicos Veterinários Habilitados para realizar testes de diagnóstico e atuar no processo de certificação de propriedades, e com 1261 Médicos Veterinários privados cadastrados para executar a vacinação contra a brucelose. No ano de 2010, o PNCEBT no Rio Grande do Sul contou com o apoio do FUNDESA - Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal, para a indenização de produtores que tiveram bovinos encaminhados ao sacrifício sanitário por serem reagentes à brucelose e/ou a tuberculose. Foram indenizados 202 produtores, destes, 178 são produtores de leite, que receberam um total de R$ 431.900,00 em indenizações, e 24 produtores de bovinos de corte que receberam um total de R$ 3.600,00 em indenizações. Figura 28 - Focos de tuberculose no Rio Grande do Sul em 2010. 90 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O “Projeto Piloto Comarca Arroio do Meio”, cujo objetivo principal é erradicar a tuberculose e brucelose nos municípios de Arroio do Meio, Capitão, Coqueiro Baixo, Nova Bréscia, Pouso Novo e Travesseiro, através da certificação como livres de brucelose e tuberculose, de todas as propriedades com bovinos e bubalinos localizada nesses municípios, que começou a ser executado em novembro de 2009, avança com índices satisfatórios, devendo ainda se estender durante o ano de 2011. Este trabalho envolve a realização de testes de diagnóstico em aproximadamente 34.400 bovinos de 2.800 propriedades existentes na região. Até o final do ano de 2010, foram entregues os certificados de livre de brucelose e tuberculose para 16 propriedades do município de Capitão, e 04 de Nova Bréscia. A tabela 27 apresenta alguns resultados encontrados no ano de 2010. Tabela 27 – Projeto Piloto Arroio do Meio – resultados em 2010. Enfermidade Propried. testadas Propried. Positivas Animais Testados Animais Positivos BRUCELOSE 2.716 36 22.453 59 (0,26%) TUBERCULOSE 2.716 118 34.072 285 (0,83%) 91 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA A Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) assumiu as atribuições da Coordenadoria de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal (DIPOA), conforme portaria n. 138/2010 publicado no DOE em 17/08/2010. A DIPOA é o órgão da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, vinculado ao Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), responsável pela inspeção de produtos de origem animal que são comercializados dentro do Estado. A DIPOA atua em estabelecimentos de abate de bovinos, bubalinos, ovinos, suínos, javalis, aves, pescado e coelhos. Seus fiscais também trabalham junto a entrepostos de carnes, pescado, laticínios, mel, ovos e na industrialização de seus derivados. Suas principais atribuições em relação aos produtos de origem animal são: 1. Promover a preservação da saúde pública contra enfermidades transmitidas por alimentos. 2. Autorizar o funcionamento de estabelecimentos abatedores e processadores de alimentos de origem animal. 3. Inspecionar e fiscalizar as condições de higiene dos abates e da fabricação nos estabelecimentos registrados. 4. Fiscalizar o trânsito de produtos e sub-produtos de origem animal. 5. Fiscalizar o abigeato, o abate e a industrialização clandestina de produtos de origem animal. 92 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A DIPOA possui 6 setores: Setor de Fiscalização (SF), Setor de Registro de Produtos e Rótulos (SRPR), Setor de Registro de Estabelecimento (SRE), Setor de Laticínios, Ovos e Mel (SLOM), Setor de Carne e Derivados (SCD) e Setor de Qualidade de Produto (SQP), além do apoio administrativo e da Coordenação. 93 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SETOR DE QUALIDADE DE PRODUTOS - SQP Coordenadores:: Carina Philomena T. Gottardi & Karla Prestes Pivato Oliz Auxiliares adm.: Adriana Kuhn e Fábio Mendes da Silva Júnior Telefone: (51) 32887818 E-mail(s): [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] O Setor de Qualidade de Produto (SQP) é responsável pelo recebimento de laudos físico-químicos e microbiológicos de água e produtos registrados nesta coordenadoria e manuais de Boas Práticas de Fabricação (BPF). A Resolução nº 020/2003 SAA estabelece a obrigatoriedade do cumprimento por parte das empresas com registro junto à DIPOA do cronograma de análises físicoquímica e microbiológica de água de abastecimento interno e de produtos de origem animal. A água de abastecimento utilizada no estabelecimento assim como os produtos de origem animal industrializados por essas empresas devem obedecer a padrões higiênico-sanitários que são estabelecidos por legislações. As coletas de amostras de água e produtos são realizadas pela inspeção local no estabelecimento. Devem ser lacradas pelo serviço oficial e serem encaminhadas juntamente com uma requisição para análise pelo estabelecimento para qualquer laboratório. Nessa requisição o médico veterinário responsável pela inspeção solicita uma via do laudo para a inspeção. Caso o resultado da análise esteja em acordo com a legislação fica arquivado na Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal, caso contrário, deve ser lavrado um auto de infração e encaminhado ao SQP. O SQP recebe laudos de análises físico-químicas e microbiológicas em desacordo com a legislação vigente, ou seja, impróprios ao consumo humano, juntamente com o 94 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Auto de Infração que foi lavrado pela inspeção local e encaminha para o Setor de Fiscalização para abertura de processo administrativo. Em algumas situações, ocorre a suspensão de atividades do estabelecimento, como por exemplo, quando não há cumprimento do cronograma previsto pela Resolução 020/2003 SAA ou quando o estabelecimento apresenta duas análises de água em desacordo, consecutivamente. No entanto, quando apresenta laudos de análises de produtos de origem animal em desacordo, esse produto tem sua produção imediatamente suspensa, até que sejam verificadas as causas da contaminação. O SQP também analisa manuais de Boas Práticas de Fabricação, que passaram a ser exigidos mediante a Portaria nº 211/2009 SEAPA. Esses manuais após analisados são auditados pelo grupo de auditores da DIPOA. As auditorias são organizadas pelo SQP junto com a coordenação da DIPOA. Os auditores são convocados, normalmente em duplas, e o SQP envia o manual, os relatórios, as planilhas e comunica o estabelecimento com antecedência mínima de 7 dias. Em 2008 a DIPOA capacitou 46 auditores em Boas Práticas de Fabricação, através de curso ministrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Esses auditores são médicos veterinários lotados em todo estado e também no nível central. Muitos deles têm várias atividades, respondem por uma Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal, são supervisores da DIPOA, são responsáveis por um setor, além de fazerem todo o serviço de defesa na Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal. Além disso, o SQP organiza treinamentos e palestras de Boas Práticas de Fabricação para os colegas. Em 2009 foi firmado um convênio com a Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para treinamento em Boas Práticas de Fabricação de todos os colegas do interior. Nesse projeto, em 2009 foram capacitados 40 médicos veterinários lotados no interior, no mínimo um por regional. Na figura 29 tem-se o número de estabelecimentos registrados até dezembro de 2010, assim como o número de estabelecimentos que foram auditados nesse período. 95 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Destes 25 estabelecimentos que sofreram auditoria em 2010, 16 deles obtiveram parecer favorável em Boas Práticas de Fabricação, isto é, implantaram as normas de BPF. O baixo número de estabelecimentos auditados, ou seja, 7,4% do total deve-se ao fato da quantidade excessiva de atividades que os médicos veterinários têm para realizar. Estabelecimentos registrados na CISPOA auditados em BPF 400 350 334 300 nº. 250 200 150 100 50 25 16 Auditados BPF implantadas 0 Registrados em atividade Estabelecimentos Figura 29 - Nº. de estabelecimentos registrados no DIPOA auditados em BPF. Na tabela 28 citam-se as atividades realizadas pelo SQP durante o ano de 2010. Como podemos observar, foram realizadas 29 auditorias no decorrer do ano em 25 estabelecimentos. Dessas 29 auditorias, 16 obtiveram parecer favorável, isto é, têm as normas de BPF implantadas. O número de auditorias é maior que o número de estabelecimentos auditados porque alguns estabelecimentos sofreram mais de uma auditoria. Foram analisados pelo SQP 122 manuais de BPF e 64 (52%) foram considerados não aptos para auditoria. São considerados não aptos os manuais que não contemplam os requisitos mínimos para auditoria. 96 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 28 - atividades realizadas pelo SQP no ano de 2010 ATIVIDADES REALIZADAS 2010 Número Nº auditorias realizadas 29 Nº manuais analisados 122 Nº produtos suspensos 46 97 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Setor de Carnes e Derivados O nível central dos colegas envolvidos na cadeira produtiva da carne nas indústrias registradas na DIPOA e/ou envolvidas em programas sociais desenvolvidos por esta Secretaria, como o AGREGAR-RS, no ano de 2010, até a presente data, recebeu 220 (duzentos e vinte) projetos para análise, tanto para registro de empresas como para reformas, ampliação e melhorias afins de estabelecimentos já registrados no Serviço de Inspeção Estadual. Dos projetos recebidos, 97 (noventa e sete) foram aprovados, 25 (vinte e cinco) devolvidos sem análise por não estarem completos, 71 (setenta e um) foram indeferidos e o restante aguarda análise. Quanto a atendimento interno e externo, o Setor de Carnes e Derivados desta Coordenadoria registrou o atendimento telefônico de 550 (quinhentos e cinqüenta) telefonemas neste ano, até agora, sendo 272 (duzentos e setenta e dois) de empresas, 222 (duzentos e vinte e dois) de colegas envolvidos com a inspeção, e 56 (cinqüenta e seis) de outros fins, recebeu 121 (cento e vinte e uma) empresas para pré-análise de projetos e esclarecimentos de questões técnicas e estima ter recebido 240 (duzentos e quarenta) correspondências eletrônicas, todas devidamente respondidas, e enviado mais 60 (sessenta). Ao todo foram enviadas 82 (oitenta e duas) informações internas a colegas e expedidos 6 (seis) memorandos aos colegas de fora do nível central. A fim de aprimorar a inspeção sanitária animal no Estado, 2 (duas) Instruções Normativas foram elaboradas e devidamente publicadas pelo Setor. Foram solicitados aos colegas 78 (setenta e oito) vistorias, 51 (cinqüenta e uma) em estabelecimentos registrados junto à DIPOA, 15 (quinze) em estabelecimentos com registro junto à Inspeção Municipal, para o AGREGAR-RS, e 12 (doze) em estabelecimentos sem registro. Foram analisadas em torno de 70 (setenta) vistorias realizadas e firmados 36 (trinta e seis) Termos de Compromisso com as empresas. 98 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Ofícios foram ao total 351 (trezentos e cinqüenta e um), sendo 1 (um) Ofício de Notificação, 5 (cinco) encaminhados ao AGREGAR-RS, 97 (noventa e sete) aprovando projetos, 25 (vinte e cinco) devolvendo projetos, 71 (setenta e um) indeferindo projetos, e 140 (cento e quarenta) para outros fins, endereçados sempre a empresa, Inspeção Local e/ou Supervisão Regional. Foram realizadas reuniões internas entre os Médicos Veterinários, Técnicos Agrícolas e funcionários administrativos da DIPOA, já com o AGREGAR-RS foram 6 (seis) reuniões, e 1 (uma) com a Supervisão Regional. 99 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SETOR DE FISCALIZAÇÃO Coordenadores:: Ângela Antunes de Souza & João A. Lucho do Prado Auxiliares adm.: Aldemar Antonio da Silva Netto Telefone: (51)3288-7807 E-mail(s): [email protected] Objetivo: O Setor de Fiscalização tem como objetivo a Fiscalização dos estabelecimentos registrados na DIPOA e é responsável pela centralização das informações recebidas pelos setores técnicos desta Coordenadoria e pelas Supervisões Regionais, no que se refere aos desvios ou falhas apresentadas pelas empresas registradas, emitindo autos de infração, autos de suspensões, autos de liberações e demais documentos de notificação. O Setor realiza o acompanhamento do histórico e dos processos administrativos de cada estabelecimento até sua conclusão e faz a aplicação da penalidade administrativa (multa ou advertência) em acordo com a Coordenação, bem como a análise dos recursos administrativos apresentados pelas empresas. Outras atividades relacionam-se ao recebimento de denúncias, solicitação de vistorias e encaminhamento das autuações realizadas em barreiras sanitárias referentes aos estabelecimentos registrados em qualquer Serviço de Inspeção, quer seja Municipal, Estadual ou Federal. Além das distribuidoras alimentícias, vinculadas às Secretarias de Saúde. ATIVIDADES SETOR DE FISCALIZAÇÃO ANO 2010 Este Setor se estabeleceu a partir do segundo semestre de 2008, quando foi desvinculado do SFT. Durante o ano de 2009 foram revisados e encaminhados todos os processos existentes no Setor, dando andamento aos mesmos, aplicando as penalidades cabíveis e finalizando-os. Alguns processos encontravam-se em aberto desde 2003. 100 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Passado este primeiro período de organização, pôde-se em 2010 concentrar as atividades na fiscalização de empresas historicamente problemáticas e nos processos mais recentes (anos 2008, 2009 e 2010), o que permitiu o cancelamento do registro de uma destas empresas com graves problemas e de outras fechadas há mais de três anos que, no entanto, ainda tinham seus registros em aberto. Ainda foi estabelecida uma parceria com o FEASP para troca de informações sobre os estabelecimentos e seus processos, facilitando a cobrança das multas em aberto (algumas empresas possuíam mais de R$ 80.000,00 em multas não pagas). Na tabela 29 cita-se os números do SF em 2010. Tabela 29 – Atividades do Setor de Fiscalização – DIPOA - 2010 OFÍCIOS DE NOTIFICAÇÃO 965 DECISÕES ADMINISTRATIVAS 965 AUTOS DE INFRAÇÃO EMITIDOS NA DIPOA 164 AUTOS DE MULTA 425 AUTOS DE ADVERTÊNCIA 506 AUTOS DE SUSPENSÃO Suspensões de Produtos Suspensões de Estabelecimentos 72 52 10 AUTOS DE LIBERAÇÃO Liberações de Produtos Liberações de Estabelecimentos 53 38 15 AUTOS DE CASSAÇÃO DE REGISTRO 01 AUTOS DE CANCELAMENTO DE REGISTRO 00 AUTOS DE RESTABELECIMENTO DE REGISTRO 00 AUTOS DE INTERDIÇÃO - 01 AUTOS DE DESINTERDIÇÃO - 02 DENÚNCIAS ANÔNIMAS - 16 PEDIDOS DE VISTORIA 17 PROCESSOS ABERTOS Sendo 164 Autos de Infração emitidos pela DIPOA e 586 recebidos das ULSAVs e das Barreiras Sanitárias VALOR TOTAL DAS MULTAS ENCAMINHADAS 750 R$ 471.529,83 101 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇOS VINCULADOS À GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL APOIO ADMINISTRATIVO Responsável: Valéria J. Mayer Ancinello Auxiliares adm.: Admir Molinos Villanova; Antonio Carlos Gomes do Santos; Cintia Jurema Santos Duarte; Ione Salete Barro; Marlise Barth; Patricia Rios Schossler; Teresinha Maria Scher. Telefone: (51) 3288-7813 Fax: (51) 3288-7834 E-mail(s): [email protected] O apoio administrativo da GDA é responsável pelo controle de materiais de custeio como combustível, diárias e passagens aéreas. Além disso, nesse setor é realizado o acompanhamento de processos administrativos para aquisição de materiais para unidades locais, regionais e nível central. O Projeto Estruturante Terra Grande do Sul, na área de modernização da Defesa Agropecuária foi coordenado pelo apoio administrativo da GDA e as informações estão mostradas na tabela 30. 102 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 TABELA 30 - Informações quanto ao projeto modernização da Defesa Agropecuária. Projeto Modernização da Defesa Agropecuária (1) Informatização da base de dados e do atendimento a. Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal Qtidade Valor previsto 08.12.2010 R$ 1.900.000 259 informatizadas e Supervisões b. Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal não 8 informatizadas c. Postos Veterinários informatizados d. Postos Veterinários não informatizados e. Escritórios do DPV informatizados (2) Recuperação e modernização de bases físicas 157 4 25 08.12.2010 a. Construção de postos de fiscalização 3 b. Atualização de postos de fiscalização 1 R$ 510.000 32 R$ 1.600.000 d. Reforma de ULSAVs - Em andamento 3 R$ 266.000 e. Reforma de ULSAVs - Em processo de licitação: 7 R$ 900.000 c. Reforma de ULSAVs - Concluídas (3) Renovação da frota 08.12.2010 155 R$ 3.900.000 b. Veículos entregues 2010 - Licitação 2009 56 R$ 1.400.000 c- Empenhado e em processo de entrega 40 R$ 1.300.000 a. Veículos novos adquiridos e entregues em 2009 (4) Reforço do quadro técnico a. Engenheiros Agrônomos - contratação b. Médicos Veterinários - contratação c. Nomeação de Agentes Administrativos 08.12.2010 9 44 100 103 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO E CONTROLE DE TRÂNSITO Coordenadores:: Rodrigo Nestor Etges e Gabriela Maura Cavagni Auxiliares adm.: Felipe Silveira da Silva e Cristhian Michailoff de Araújo Telefone: (51) 3288-7846 Fax: (51) 3288-7845 E-mail(s): [email protected] O SFT é responsável por integrar e coordenar as ações fiscalizatórias da DDSA e de movimentação de animais, seus produtos, subprodutos e resíduos. O Serviço proporciona dados que podem ser utilizados e analisados por outros programas sanitários para a tomada de decisões e planejamento estratégico de ações. Estes dados são gerados em conjunto com as Unidades Locais e são de grande relevância para a manutenção da sanidade dos rebanhos gaúchos. As informações quanto à movimentação de animais com origem em municípios gaúchos, relacionando a quantidade de Guias de Trânsito Animal (GTA), emitidas pelas unidades locais do GDA e a respectiva quantidade de animais movimentados estão demonstradas na Tabela 31 e Figura 30. Cabe salientar que os dados apresentados foram extraídos do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA). Assim, os números mostrados correspondem às emissões pelo serviço oficial e também médicos veterinários habilitados. Eventualmente, documentos emitidos de forma manual e que não foram lançados no SDA não estão demonstrados. 104 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (1) Movimentação Animal Tabela 31 – Movimentação Animal no RS em 2010. Dados até 20/12/10. ESPÉCIE Nº GTAS Nº. ANIMAIS AVES 75.018 493.109.923 475.566 7.310.109 2.039 38.497 CAPRINOS 442 5.787 COELHOS e CHINCHILAS 163 12.975 18.112 53.340 51 124 22.367 936.827 124.568 13.297.233 PEIXES 510 7.056.567 OUTRAS ESPÉCIES 143 9.731 718.979 521.831.113 BOVINOS BUBALINOS EQUINOS ASININOS e MUARES OVINOS SUÍNOS e JAVALIS TOTAL* Como pode ser observado na Tabela 31, foram emitidas mais de 718 mil guias de trânsito animal, movimentando mais de 521 milhões de animais. Aproximadamente 66% do total de guias emitidas foram para a espécie bovina, enquanto que aves e suínos representam 27% e outras espécies em torno de 6%. A análise das movimentações por finalidade é demonstrada na Tabela 9, onde são expostos os três tipos principais de finalidades, quanto aos animais movimentados em 2010. 105 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 AVES BOVINOS BUBALINOS EQUINOS OVINOS SUÍNOS e JAVALIS Figura 30 – Quantidade de animais movimentados no RS, por espécie animal em 2010. Tabela 32 – Movimentação Animal por finalidade no RS em 2010. ESPÉCIE ABATE AVES ENGORDA REPRODUÇÃO TOTAL* 114.831.286 145.223.754 11.571.766 271.626.806 1.996.432 3.769.840 567.851 6.334.123 14.638 15.198 3.337 33.173 153 3.794 725 4.672 COELHOS e CHINCHILAS 8.570 132 2.224 10.926 EQUINOS 7.104 3.989 11.061 22.154 47 9 5 61 375.809 337.976 112.995 826.780 4.210.519 8.622.244 186.387 13.019.150 224.052 2.077.232 4.121.507 6.422.791 101 3.394 39 3.534 121.668.711 160.057.562 16.577.897 BOVINOS BUBALINOS CAPRINOS ASININOS e MUARES OVINOS SUÍNOS e JAVALIS PEIXES OUTRAS ESPÉCIES TOTAL* Segundo a Tabela 32 observa-se que foram enviados para abate aproximadamente 121 milhões de animais, mais de 97% destes sendo aves e suínos, 1,6% bovinos e 0,51% representando as demais espécies (Figura 31). 106 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 AVES BOVINOS BUBALINOS OVINOS SUÍNOS e JAVALIS PEIXES Figura 31 – Animais enviados para o abate em 2010* * Dados até 13/12/2010 (2) Animais Egressos do Rio Grande do Sul em 2010 A análise do fluxo animal entre o Rio Grande do Sul e as outras unidades da federação é muito importante, pois tal movimentação pode representar um risco para a introdução de novos patógenos ou enfermidades, caso não sejam respeitadas algumas regras preconizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em 2010, cerca de 14 milhões de animais deixaram o RS para outras unidades federativas, sendo que 54% destes eram aves e 48% dos animais foram destinados ao abate. Através da Tabela 33 pode-se observar o fluxo de animais egressos do Rio Grande do Sul para abate, engorda ou reprodução. O maior número de egressos é relativo às aves, que representam cerca de sete milhões de animais que saíram do Estado, seguido pelos peixes, com o egresso de aproximadamente 6 milhões de animais. Essas duas espécies (aves e peixes) foram responsáveis por 97,7% dos animais egressos do RS em 2010. 107 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 33 – Movimentação animal por finalidade com origem no RS e destino para outros estados, em 2010. ESPÉCIE AVES ABATE ENGORDA REPRODUÇÃO TOTAL* 6.397.898 786.989 441.444 7.626.331 306 26.451 4.378 31.135 BUBALINOS - 55 34 89 CAPRINOS - 59 44 103 8.570 - 353 8.923 EQÜINOS 4 336 3.070 3.410 ASININOS e MUARES - - 1 1 OVINOS 17.953 17.987 2.996 38.936 SUÍNOS 225.492 3.261 2.838 231.591 3.800 1.843.991 4.121.507 5.969.298 50 167 83 300 6.654.073 2.679.296 4.576.748 BOVINOS COELHOS e CHINCHILAS PEIXES OUTRAS ESPÉCIES TOTAL* Ainda, do total de animais que saíram do RS em 2010, aproximadamente 19% foram destinados para engorda, onde os peixes responderam por 68% desse total e as aves representaram 29% dos animais egressos do RS destinados a essa finalidade. Conforme pode ser visualizado na Figura 32, dos animais oriundos do RS destinados a reprodução, 9,6% eram aves, 0,095% bovinos, eqüinos, ovinos e suínos 108 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 representam 0,19%. Os 4.576.748 animais oriundos do RS destinados a reprodução em outros estados representaram próximo de 33% do total dos animais egressos do RS em 2010. AVES BOVINOS PEIXES Figura 32 - Animais egressos do RS para reprodução em 2010 por espécie animal De acordo com o MAPA, os animais susceptíveis à febre aftosa, para ingressarem no estado de Santa Catarina, que é livre da doença sem vacinação, necessitam de autorização especial, encaminhada através deste serviço. Durante o ano de 2010, 1.099 suínos, 358 ovinos e 16 caprinos foram enviados do Rio Grande do Sul para Santa Catarina através de 37 autorizações especiais de ingresso. Estes animais foram submetidos à sorologia para febre aftosa, com exceção dos suínos oriundos de granjas GRSC, que estão dispensados conforme Instrução Normativa nº. 44 de 2007. (3) Animais Ingressados no Rio Grande do Sul em 2010 O Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2010, recebeu 9.659.334 animais, de outros Estados da Federação. A grande maioria dos animais ingressados foi composta por galinhas (94%). Podem ser visualizados os dados dos animais de produção que 109 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ingressaram no solo gaúcho em 2010 (Tabela 33). Os dados são referentes às GTAs cadastradas no SDA pelos Postos Fixos de Divisa ou unidade local de destino dos animais. Tabela 33.1 – Ingresso de animais no RS em 2010. * Dados até 13/12/2010 ESPÉCIE ANIMAL Bovinos Nº GTAs Nº ANIMAIS 203 1.712 6 244 Eqüinos 521 1.725 Galinhas 987 9.045.648 25 420 3 1.171 Peixes 23 262.050 Suínos 2.524 315.297 20 31.067 4.312 9.659.334 Caprinos Ovinos Pássaros Outras espécies TOTAL* Analisando a Tabela 33.1, percebe-se que das 4.312 cargas que ingressaram no Rio Grande do Sul provenientes de outros Estados da federação, 58% delas são 110 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 relativas a suínos, 4,7% a bovinos, 12% a eqüinos, 23% a galinhas e 1,8% das demais espécies. Galinhas Peixes Suínos Outras espécies Figura 33 – Número de animais que ingressaram no RS em 2010. Dados até 13/12/2010 Na Figura 33, podemos visualizar a quantidade de animais que ingressaram no RS em 2010. Duas espécies principais, galinhas (80%) e suínos (11%), foram responsáveis por mais de 90% do ingresso de animais no RS. Em resumo, em 2010, ingressaram no RS 9.659.334 animais e egressaram para outros estados da federação mais de 22 milhões de animais. (4) Movimentação Animal Internacional em 2010 – Animais Importados O controle do trânsito animal internacional é de responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Conforme as informações da Tabela 34 observa-se que ingressaram no Estado do Rio Grande do Sul em 2010, 378.655 exemplares, entre animais e material de multiplicação animal, sendo a maioria composta de bovinos, embriões e sêmen bovino, seguido pelos ovinos. Além dessas espécies, aves, eqüinos e suínos também ingressaram no RS em 2010, com origem em outros países. 111 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Observa-se ainda que a grande maioria dos animais ingressados foram destinados à reprodução e à multiplicação animal, além de outras finalidades como abate e competição. Pela proximidade e característica semelhante de produção, o maior exportador de animais para o Rio grande do Sul em 2010, assim como em 2009, foi o Uruguai. Porém, França, Argentina, Chile, Canadá e Estados Unidos também enviaram animais para o Rio Grande do Sul. 112 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 34 – País de origem e finalidade das espécies que ingressaram no Rio Grande do Sul em 2010 (fonte: SSA-RS) ESPÉCIE FINALIDADE PAÍS ORIGEM Nº ANIMAIS Aves de 1 dia Reprodução França 3.647 Bovina Abate Uruguai 3.546 Reprodução Multiplicação Animal Argentina Uruguai Argentina 31 621 689 Competição Canadá EUA Uruguai Argentina 101 198 280 16 31 103 20 30 01 13 5.750 Embriões Bovinos Eqüina Ovina Abate Uruguai Argentina Chile EUA Inglaterra Uruguai Uruguai Sêmen Bovino Reprodução Multiplicação Animal Uruguai Argentina 87 113.050 1.350 500 121.095 2.140 35.618 12.534 70.530 6.425 200 Reprodução Sêmen Ovino Multiplicação Animal Austrália Canadá EUA França Uruguai Argentina EUA Uruguai Uruguai Suína Reprodução EUA Reprodução TOTAL 49 378.655 113 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (5) Movimentação Animal Internacional em 2010 – Animais Exportados Tabela 35 – Movimentação animal: Finalidade e país de destino e das espécies que egressaram do Rio Grande do Sul em 2010 (fonte: SSA-RS) ESPÉCIE FINALIDADE PAÍS DESTINO Nº ANIMAIS Aves de 1 dia Ovos (galinha) Reprodução Férteis Reprodução Paraguai 572.000 Venezuela 244.800 Ovos Férteis (perus) Reprodução Peru 57.000 Bovinos Reprodução Abate Venezuela Egito 32.200 10.000 Abate Líbano Turquia Uruguai 14.500 8.161 70 Eqüinos Competição Reprodução Sêmen Bovino Suína Multiplicação Animal Reprodução TOTAL Argentina Uruguai Argentina Chile EUA Paraguai Uruguai Argentina 01 69 13 04 03 23 79 1.360 Paraguai Argentina 9.935 31 950.249 De acordo com a Tabela 35, o Rio Grande do Sul em 2010, exportou animais para dez países (Argentina, Chile, Egito, EUA, Líbano, Paraguai, Peru, Turquia, Uruguai e Venezuela), sendo que a maior quantidade foi para o Paraguai, para onde foram enviadas 572.000 aves de 1 dia. Para o Líbano foram enviados 14.500 mil bovinos para abate, seguido pelo Egito, que importou 10.000 bovinos para mesma finalidade. Foram enviados suínos para a Argentina e também eqüinos para o Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Chile e Paraguai. 114 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Em conclusão, em 2010 o Rio Grande do Sul importou 378.655 animais de oito países e exportou 950.249 animais para dez países, aumentando o número de países que participaram do agronegócio gaúcho quando comparado com os anos anteriores, 2008 e 2009. (6) Ingresso de Animais, Produtos, Subprodutos e Resíduos através dos Postos Fixos de Divisa No Rio Grande do Sul, os animais de produção e os produtos de origem animal ingressados no Estado provenientes de outras unidades da federação devem passar por um dos seis pontos de ingresso localizados na divisa com o Estado de Santa Catarina, nos municípios de Iraí, Goio-En, Marcelino Ramos, Barracão, Vacaria e Torres, conforme mostra a Figura 34. Em março de 2010 implantou-se uma fiscalização permanente em quatro pontos de ingresso (pontos assinalados em vermelho - figura 14) durante 8h/dia. A partir do mês de agosto, a fiscalização passou a funcionar durante 24h/dia nos sete dias da semana em quatro Postos Fixos de Divisa – PFD (Irai, Marcelino Ramos, Vacaria e Torres) e passou-se a utilizar um banco de dados com o registro individual de todas as cargas ingressadas no Estado. Atualmente, o banco de dados utilizado para registro das informações dos PFD é alicerçado na plataforma Access. Nos PFD que possuem acesso à internet, as cargas vivas ingressadas no RS têm sua GTA cadastrada no SDA pelo próprio PFD, de forma que a ULSAV de destino da carga tem a informação da chegada dos animais no(s) seu(s) município(s). No Rio Grande do Sul, entre os dias 03/08/10 e 13/12/2010, foram fiscalizadas 10.890 cargas, sendo que 2.065 (19%) dessas cargas foram de animais vivos e 8.825 (81%) de cargas de Produtos de Origem Animal, conforme pode ser visualizado na Figura 35. 115 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Quando analisado o valor das cargas fiscalizadas nos PFD (Tabela 36), desde agosto de 2010, o montante contabilizou mais de R$ 740 milhões, sendo que 12% representam o valor das cargas vivas fiscalizadas e o restante, cerca de R$ 648 milhões (88%), correspondem às cargas de produtos de origem animal que ingressaram no Estado a partir de outras unidades da federação. Figura 34 – Pontos de ingresso de animais vivos e POA. As setas vermelhas indicam os Postos Fixos de Divisa em funcionamento 24 horas/dia. 116 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ANIMAL VIVO PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL Figura 35 – Gráfico que demonstra relação entre as cargas que ingressaram no Estado através dos PFD em 2010. Dados até 13/12/2010. Tabela 36 – Valores em R$ das cargas que ingressaram no RS em 2010. TIPO DE CARGA VALOR EM REAIS (R$) Animais Vivos 91.794.531,00 Produtos de Origem Animal 648.807.433,00 TOTAL* 740.601.964,00 Pelos Postos Fixos de Divisa ingressaram no Rio Grande do Sul produtos de origem animal e animais vivos de 22 diferentes Unidades da Federação. A grande maioria de animais vivos é oriunda do Estado de SC, seguido por São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (Tabela 37). 117 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A maior parte do quantitativo de produtos de origem animal que ingressa no Estado através dos PFD também é oriunda do Estado de Santa Catarina, seguido de Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, conforme pode ser visualizado na Tabela 38. Nas Tabelas 39 e 40 estão demonstrados os quantitativos em números das espécies animais e dos produtos de origem animal que ingressaram no Estado a partir do mês de agosto de 2010. É possível perceber que as aves e os suínos são responsáveis por aproximadamente 94% do fluxo de animais vivos que entram no RS através dos PFD, seguidos pelos ovos embrionados (4%) e pelos peixes (1,7%). Tabela 37 – Quantitativo de animais que ingressou no RS através dos PFD por Estado de origem em 2010. * Dados até 13/12/2010. ESTADO DE ORIGEM ANIMAIS VIVOS SANTA CATARINA 8.441.853 SAO PAULO 1.510.338 PARANA 1.375.674 MINAS GERAIS 157.579 MATO GROSSO DO SUL 109.268 MATO GROSSO 62.882 RIO GRANDE DO SUL 4.293 GOIAS 1.402 BAHIA 775 ESPIRITO SANTO 15 DISTRITO FEDERAL 13 RIO DE JANEIRO 10 TOTAL* 11.664.102 118 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 38 – Quantitativo de produtos de origem animal que ingressou no RS através dos PFD por Estado de origem em 2010. Dados até 13/12/2010. ESTADO DE ORIGEM QUANTIDADE DE POA SANTA CATARINA 94.838.880 PARANA 36.505.109 SAO PAULO 14.854.835 MATO GROSSO 11.505.345 MATO GROSSO DO SUL 11.270.390 GOIAS 3.977.306 MINAS GERAIS 2.982.656 RONDONIA 1.233.040 ACRE 1.140.018 RIO GRANDE DO SUL 563.289 DISTRITO FEDERAL 407.253 PARÁ 363.089 BAHIA 312.527 RIO DE JANEIRO 304.049 MARANHAO 216.350 ESPIRITO SANTO 166.621 CEARÁ 133.482 PARAÍBA 96.000 RORAIMA 91.832 TOCANTINS 76.325 RIO GRANDE DO NORTE 38.000 PERNAMBUCO TOTAL* 680 181.077.076 119 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Levando em consideração os produtos de origem animal, a carne de frango e o leite lideram o ingresso no Estado, sendo responsáveis por 25% e 21% do fluxo, respectivamente. A carne bovina fica apenas em terceiro lugar, representando 14,4% dos produtos que ingressam em solo gaúcho. Tabela 39 – Quantitativo de animais vivos que ingressaram no RS através dos PFD por espécie animal em 2010. Dados até 13/12/2010. ESPÉCIE ANIMAL Aves Nº ANIMAIS 10.509.723 Suína 479.166 Ovos embrionados 469.400 Peixes 202.888 Eqüina 1.511 Caprina 711 Bovina 505 Ovina 193 Outras Espécies TOTAL* 5 11.664.102 Na tabela 41 mostram-se todas as cargas rechaçadas pelos PFD desde agosto de 2010. Como se pode perceber, os maiores problemas enfrentados com as cargas vivas é 120 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 na espécie bovina devido a inconformidades na GTA (quanto a sexo ou idade). Já quanto aos POA, a maioria dos problemas está relacionada com a falta do CIS-E nos produtos de resíduos de aves. 121 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 40 – Quantitativo de produtos de origem animal (POA) que ingressaram no RS através dos PFD por tipo de produto em 2010. TIPO DE POA QUANTIDADE Carne Frango 46.156.486 Leite 38.228.896 Carne Bovina 26.177.099 Carne Suína 19.153.752 Outros POA 18.206.265 Derivados do Leite 11.686.577 Outros prod. Suínos (banha, etc.) 6.792.334 Embutidos 5.652.815 Resíduos Aves (cama, restos) 4.257.840 Ovos 2.083.260 Outros prod. Aves (pena, pele) 1.572.450 Pescado 679.035 Vísceras 197.316 Resíduos Suínos 153.397 Carne Ovina 68.131 Mel 11.423 TOTAL* 181.077.076 122 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 41 – Quantitativo de animais e produtos de origem animal destinados pelos PFD em 2010. TIPO DE CARGA Aves (cb) LIBERADA INFRACIONADA E APREENDIDA INFRACIONADA E LIBERADA RETORNO À ORIGEM TOTAL 10.509.723 10.509.723 Bovina (cb) 493 Caprina (cb) 711 711 1.511 1.511 5 5 193 193 Eqüina (cb) Outras Espécies (cb) Ovina (cb) 505 12 Peixes (unidades) 201.888 Suína (cb) 479.166 479.166 Ovos embrionados (dz) 469.400 469.400 1.000 202.888 Carne Bovina (kg) 26.161.096 Carne Frango (kg) 46.156.486 46156486 Carne Ovina (kg) 68.131 68.131 Carne Suína (kg) 19.143.482 Derivados do Leite (kg) 11.686.577 11.686.577 5.652.815 5.652.815 Embutidos (kg) Leite (l) Mel (kg) Outros POA (kg) 15.503 270 500 10.000 38.193.888 35.008 26.177.099 19.153.752 38.228.896 11.423 11.423 18.196.385 9.880 18.206.265 Outros prod. Aves (pena, pele) (kg) Outros prod. Suínos (banha, etc.) (kg) 1.567.450 5.000 1.572.450 6.787.334 5.000 6.792.334 Ovos (dz) 208.3260 Pescado (kg) Resíduos Aves (cama, restos) (kg) 2.083.260 678.950 85 679.035 4.167.691 90.149 4.257.840 Resíduos Suínos (kg) 153.397 153.397 Vísceras (kg) 197.316 197.316 TOTAL* 192.568.771 270 15.503 156.634 192.741.178 123 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (7) VIGILÂNCIA EM BARREIRAS SANITÁRIAS E FISCALIZAÇÃO DE CLANDESTINOS A vigilância ativa através da realização de barreiras sanitárias é uma ferramenta muito importante sob o ponto de vista de coibir o trânsito de animais, produtos, subprodutos e resíduos que se encontram irregulares e/ou em desconformidade com a legislação. Desse modo, o SFT trabalha para que patógenos não se disseminem nos rebanhos gaúchos e também para que não se comercializem produtos que possam ameaçar a saúde dos consumidores. As barreiras sanitárias são realizadas através das unidades locais do GDA, em todo o Estado, e também através de Operações Especiais tais como a Operação Litoral. As Operações Especiais acontecem em períodos e regiões pré-determinadas, para que a vigilância no trânsito de animais e produtos de origem animal possa ser intensificada. No Rio Grande do Sul em 2010, houve um grande aumento no número de barreiras sanitárias realizadas (Tabela 42). Foram vistoriados em 987 barreiras de trânsito, 835.966 animais sendo que a ampla maioria estava com a documentação sanitária regular, conforme pode ser visualizado na Tabela 43. Os animais e produtos de origem animal que se encontram irregulares por ocasião da fiscalização através de barreiras sanitárias são passíveis de Autos de Infração e Multa (para animais susceptíveis à febre aftosa) e Autos de Infração e/ou Autos de Apreensão e Inutilização (para produtos). Na Figura 36, pode-se observar o desempenho de cada Supervisão Regional nas atividades de barreiras sanitárias, levando em consideração o número total de barreiras realizadas durante o ano de 2010. 124 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 42 – Número de barreiras sanitárias realizadas por mês em 2010 Mês Barreiras Méd. Vet. Auxiliares Veículos Autuações Janeiro 12 8 6 78 2 Fevereiro 63 19 21 973 20 Março 26 26 24 439 2 Abril 58 81 60 994 11 Maio 95 99 66 1664 38 Junho 98 108 80 1721 41 Julho 99 83 67 2306 35 Agosto 107 108 102 2371 49 Setembro 136 143 123 1909 23 Outubro 160 136 120 2109 22 Novembro 133 104 85 1607 19 TOTAL* 987 998 342 7476 133 * Dados de janeiro a novembro de 2010. Tabela 43 – N. de animais inspecionados em barreiras sanitárias no RS em 2010 ESPÉCIE AVES FISCALIZADOS IRREGULARES 762.486 23.331 27.692 256 23 - 2.494 52 2 - OVINOS 8.526 3 PEIXES 6.510 6.500 SUINOS 28.233 2.004 TOTAL* 835.966 32.146 BOVINOS BUBALINOS EQÜINOS CAPRINOS 125 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 36 – N. de atividades de barreiras sanitárias por Supervisão regional em 2010 *Dados de janeiro a novembro de 2010 (8) Operação Litoral A Operação Litoral é realizada todos os anos, no período que compreende os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, no litoral norte e litoral sul do Rio Grande do Sul. São formadas equipes de médicos veterinários, técnicos agrícolas e funcionários administrativos que se deslocam para realizar atividades fiscalizatórias em trânsito e também em estabelecimentos clandestinos. Os dados da Tabela 44 resumem as operações realizadas no litoral do estado em 2010. 126 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 44 – Resumo das atividades da Operação Litoral 2010 Operação Litoral 2010 Total Nº Barreiras Veículos Vistoriados Carnes e Derivados kg Ovos Dz Leite e Derivados 217 4.767 2.027.748 69.129 860.032 Animais Fiscalizados 33.816 Peixes Fiscalizados kg 38.300 Nº Infrações 162 Nº Apreensões e/ou inutilizações Quantidade apreendida kg 98 41.454 (9) Estabelecimentos Clandestinos Além das atividades de barreiras sanitárias, são realizadas operações de fiscalização em estabelecimentos que possuem animais irregulares e/ou processam e comercializam produtos de origem animal sem estarem registrados no Órgão Oficial 127 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 competente. Dessa maneira, são expedidos pelo SFT pedidos de vistoria para estes tipos de estabelecimento, denominados de clandestinos. Em 2010, 29 pedidos de vistoria foram emitidos para unidades locais, além do recebimento de 06 denúncias anônimas para a fiscalização dos estabelecimentos clandestinos. Todos os estabelecimentos clandestinos descobertos pelo serviço oficial e também as apreensões de produtos de origem animal provenientes destes tipos de estabelecimentos são encaminhados ao Ministério Público, para a averiguação dos fatos. No ano de 2010, foram feitos por este serviço 97 encaminhamentos deste tipo de ocorrência ao Ministério Público. Na Tabela 45 os tipos de estabelecimentos fiscalizados, o número de autuações aplicadas bem como o quantitativo de produtos apreendidos neste tipo de atividade. Tabela 45 – Resumo dos tipos de autuações e produtos apreendidos em 2010 Tipo de Autuação Nº de Autuações Apreensão de Carne Leite (kg) Variados (kg) Estabelecimentos de 10 couros 13 2.796 2 1.020 70 9.342 7.530 66 18.025 1.599 Entreposto de carne 1 7.538 Entreposto de Mel 1 Entreposto Pescado 3 4.209 Fábrica de Embutidos 8 1.220 Abate Armazenar produtos sem inspeção Comercializar produtos sem inspeção Transportar produtos 651 dz sem inspeção 45 kg 30 kg massa TOTAL* 164 44.151 9.129 128 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (10) Autos de Infração e multas O controle dos processos e análise dos processos desses autos de infração e multas é de responsabilidade do Serviço de Doenças Vesiculares (SDV). As autuações realizadas, relativas à febre aftosa, estão alicerçadas na Lei Estadual nº 11.099 de 22 de janeiro 1998 e no Decreto Estadual 38.930 de 30 de setembro de 1998. Entre as principais exigências desta legislação destacam-se: 1. Declaração de todos os animais domésticos do produtor rural, por escrito, até 30 de abril de cada ano; 2. Vacinação contra a febre aftosa dos bovinos e bubalinos durante as etapas de vacinação semestrais; 3. Comercialização de vacina contra a febre aftosa com autorização ou credenciamento da empresa pela ULSAV (alvará) e 4. Movimentação animal acompanhada de guia de trânsito animal (GTA). Inconformidades constatadas em algum desses itens expostos caracterizam infração e determinam aplicações das sanções cabíveis (auto de infração e multa) além de eventuais interdições de estabelecimentos, sacrifício sanitário de animais e impedimento de atividades comerciais específicas. A aplicação dessas sanções é fundamental para o cumprimento da legislação vigente de forma íntegra, viabilizando importantes atividades de defesa sanitária animal, que são: controle da imunização de rebanho em todo seu processo e controle de trânsito animal com o objetivo final de controle sanitário dos rebanhos do Rio Grande do Sul para manutenção ou melhora da exportação, o que garante aos produtores um melhor preço do produto, inclusive de outras espécies. A Tabela 46 e a Figuras 37 demonstram o número de autos de infração e multa aplicados no ano de 2010 pelas unidades locais, bem como os motivos das infrações e o valor das multas aplicadas. 129 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Desde a implantação da Lei Estadual nº. 11099, já se aplicaram 17.185 autos de infração e multa (figura 18). Pode ser observada uma maior constância em aplicação de sanções nos últimos anos, o que demonstra uma maior aplicação da legislação vigente e uma maior presença do serviço veterinário oficial no campo, devido à melhoria na estrutura e capacitação de pessoal. A aplicação dessas sanções é fundamental para a obtenção de melhores índices vacinais e para incentivar o transporte de bovídeos com GTA. Tabela 46 – Motivo da infração, número de autos de Infração e multa aplicados e valor arrecadado em 2010. MOTIVO DA INFRAÇÃO Nº DE AUTOS DE VALOR (R$) INFRAÇÃO E MULTA Comercialização irregular de 02 3.810,05 Não declarar 1201 283.112,23 Não vacinar 2204 528.603,47 394 483.528,56 3801 1.299.054,31 vacina Transporte sem GTA TOTAL 130 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 0% 10% Não declarar 32% Não vacinar Transportar sem GTA Comercialização irregular de vacinas 58% Figura 37 – Motivos das infrações aplicadas em 2010 pelo GDA. Os valores de multas aplicadas desde a implantação da Lei 11.099 constam nas figuras 38 e 39. Os valores arrecadados nos últimos 05 anos constam na tabela 47. Os valores são diferentes dos valores das multas aplicadas pelo fato de alguns processos estarem abertos (recursos administrativos em 1ª ou 2ª instância). Nota-se, portanto, um incremento significativo a cada ano. Em 2010, a tabela 48 nos mostra um incremento de 13% na arrecadação, ainda que falte somar a esse valor a arrecadação de 05 coordenadorias regionais, que estão em processo de fechamento de valores 5000 4503 4500 4202 3801 4000 3500 3000 2276 2500 2000 1500 1105 1000 500 2 4 43 123 1998 1999 2000 2001 339 131 369 287 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Número de autos aplicados Figura 38 – Nº de Autos de infração e multa aplicados pelo GDA desde a implantação da Lei 11099. 131 1. 1. 1. 40 20 00 80 40 60 20 0. 0. 0. 0. 0. 0. 0. 00 00 00 00 00 00 00 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 00 00 00 00 00 00 00 00 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 1.299.054,31 1.140.785,03 727.807,93 290.888,18 301.927,88 91,98 831,93 1998 1999 144.210,86 128.906,75 113.573,17 29.010,25 2000 2001 2002 2003 178.353,24 85.289,67 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Valor total arrecadado Figura 39 – Valores totais, em reais, dos autos de infração e multa aplicados pela GDA desde a implantação da Lei 11099. Tabela 47 – Valores arrecadados nos últimos 05 anos, referente às aplicações de autos de infração e multa. ANO ARRECADAÇÃO (R$) 2006 59.823,77 2007 143.781,13 2008 373.151,52 2009 693.575,82 2010 784.135,19* TOTAL 2.226.952,18 * valor referente à arrecadação de 2010, em 14 das 19 coordenadorias regionais. 132 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (11) Ingresso de carne no RS O Serviço de Fiscalização e Controle de Trânsito também atua no sentido de fiscalizar e controlar a entrada de animais, produtos, subprodutos e materiais de multiplicação de animais susceptíveis à Febre Aftosa no Rio Grande do Sul, através da Portaria Estadual nº. 301, de 17 de dezembro de 2007. Deste modo, a entrada no estado de carne bovina e bubalina com osso está vinculada ao prévio requerimento, pela empresa que deseja trazer carne de outras unidades da federação e da autorização pelo serviço. No ano de 2010, foram emitidas 1.096 autorizações, o que significou a entrada de mais de 20 mil toneladas de carne no Rio Grande do Sul (Tabela 48). Tabela 48 - Número de Requerimentos Autorizados pelo SFT por Unidade da Federação em 2010 ESTADOS N° REQUERIMENTOS QUANTIDADE CARNE (kg) AUTORIZADOS AC 2 52.000 GO 247 5.650.000 MG 7 129.400 MS 612 9.848.300 MT 160 3.422.116 PR 49 883.000 RO 19 461.000 1.096 20.445.816 TOTAL* * Dados de janeiro a novembro de 2010. 133 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (12) Análise de documentação O SFT é responsável pela supervisão e análise de toda a documentação referente à movimentação animal no Estado. Assim, procede-se no sentido de corrigir e minimizar os erros decorrentes da emissão das Guias de Trânsito Animal. Em 2010, foram emitidas mais de 719 mil GTAs através do Sistema de Defesa Animal (SDA), sendo parte deste total analisado e em alguns casos específicos, averiguou-se com maior cuidado, a fim de que os objetivos deste documento sejam mantidos, garantindo assim, a sanidade dos rebanhos. 134 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Serviço de Educação Sanitária e Comunicação Social Coordenadores:: Rosane Collares Auxiliares adm.: Marisa Montano Telefone: (51) 3288-7837 E-mail(s): [email protected] [email protected] Figura 40 – Alunos do projeto “piloto de educação sanitária” no município de Arroio Grande. 135 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O planejamento e a implementação da política de sanidade animal pressupõe a interface entre governo e sociedade, por meio de projetos de ações conjuntas. A comunidade, além de explicitar suas expectativas e demandas, deve assumir responsabilidades nas tomadas de decisões e efetivação das ações, ampliando assim a perspectiva da participação social na gestão da saúde pública e sanidade animal. Prevenir, controlar e/ou erradicar enfermidades implica necessariamente em ações sanitárias que relevem da estrutura adequada dos serviços e de base técnica bem fundamentada. Entretanto, o sucesso das ações de política pública em sanidade, seja ela humana ou animal, não podem prescindir do apoio popular para atingir seu êxito. Desse modo, é imperativo que a população se sinta identificada, comprometida, co-responsável e partícipe dos trabalhos desenvolvidos em sanidade, com apoio da iniciativa privada e sob a coordenação da esfera pública. Estas atividades tem como foco principal o fortalecimento da vigilância primária, que se constitui em um dos eixos da manutenção do status sanitário, no tocante a sanidade animal, desenvolvendo consciência sanitária, capacitação dos produtores e seus funcionários, promoção de reuniões com entidades de classe, palestras em entidades de ensino, atividades específicas em propriedades de maior atenção veterinária, utilização de meios de comunicação massivos, participação em eventos agropecuários, com a utilização da unidade móvel ( motor-home) da GDA . A Educação sanitária tem importância fundamental na execução de todos os programas sanitários. O esclarecimento do produtor rural, quanto as enfermidades e os programas sanitários, é de vital importância para que ele sirva de aliado estratégico na realização das atividades de defesa sanitária animal. Cada programa sanitário, em conjunto com o Serviço de Educação Sanitária, estabelece programas e metas específicas. Na figura 41, pode se observar os dados do ano de 2010, quanto a comunicação social e educação sanitária desenvolvidos através das unidades locais. 136 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 41 – Resumo das atividades de Educação sanitária desenvolvidas nas unidades locais - Houve a participação do Serviço de Educação Sanitária na capacitação promovida pela Divisão de Defesa Sanitária Animal, onde no mês de abril, 31 médicos veterinários que ingressaram no serviço oficial, onde foram capacitados sobre as atividades desenvolvidas nas unidades locais em relação aos Programas de Sanidade Animal e Inspeção de Produtos de Origem Animal. No primeiro semestre, entre os meses de janeiro a março, o Serviço de Educação Sanitária se fez presente dando continuidade às atividades educativas para implantação do Projeto Piloto de Erradicação da Tuberculose e Brucelose nos seis municípios que compõem a Comarca de Arroio do Meio (Capitão, Nova Bréscia, Travesseiro, Pouso Novo, Coqueiro Baixo, Arroio do Meio). No segundo semestre foram realizadas reuniões de apresentação do Projeto e sensibilização dos produtores rurais nos municípios de Dois Irmãos e São Francisco de Assis. Houve a implantação do Projeto Piloto de Educação Sanitária nas escolas Rurais de Arroio Grande (figura 01), sendo desenvolvido em cinco entidades de ensino, incluindo alunos de nível médio e fundamental. No primeiro semestre os temas trabalhados inicialmente neste projeto foram: Tuberculose/Brucelose, Raiva Herbívora, Febre Aftosa, Inspeção de Produtos de Origem Animal, no segundo semestre foram trabalhados assuntos como Influenza Aviária, Leptospirose, houve duas reuniões de 137 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 avaliação, com representantes da SEAPA, Secretaria da Educação Municipal, bem como as diretoras responsáveis pelas escolas envolvidas, no primeiro semestre e a outra em dezembro para avaliação e diretrizes para 2011. Como parte de integração e envolvimento das escolas e alunos com o projeto foi criado um mascote relacionado com as atividades de Educação Sanitária desenvolvidas (figura 03), o aluno, criador da mascote vencedora, recebeu um computador e a escola receberá uma TV 21 polegadas, estes prêmios foram entregues na EXPOINTER 2010 onde houve o lançamento oficial do Projeto. Foram realizadas reuniões de apresentação com os municípios de Turuçú e Cerrito para implantação do Projeto no ano de 2011. Neste ano de 2010, o SES auxiliou o Programa de Sanidade Avícola elaborando um termo de Cooperação Técnica que foi implantado junto a ASGAV, resultando em atividades conjuntas de esclarecimentos sobre o PNSA e ações de defesa sanitária, nas reuniões promovidas por empresas ligadas a ASGAV junto a seus integrados. No mês de agosto foram realizadas palestras educativas no município de Rio Grande, complementando as atividades monitoramento de aves migratórias na Reserva Ecológica do Taim, através de informações para os moradores e entidades de ensino na região. Neste ano, a unidade móvel (motor-home), além de se fazer presente em feiras e eventos agropecuários, tais como FENASUL, EXPOINTER e diversos eventos no interior do estado, promovendo a divulgação dos programas prioritários do GDA, também participou de atividades denominadas “Rua da Cidadania”, onde em conjunto com outras instituições do governo, promoveu prestação de serviços e esclarecimentos voltados para sanidade animal e saúde pública para população local. 138 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 42 - “Sanitarito”, mascote escolhido por concurso no Projeto Piloto de Arroio Grande. 139 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Serviço da Tecnologia da Informação Coordenadores:: Eduardo Nemoto Vergara e Richard Daniel Soares Alves Auxiliares Adm.: Luciano da Silva Dias, Vinicius Gonçalves Maciel & Rosaura Catarina Moraes da Silva Telefone: (51) 3288-7805 ou 3288-7806 E-mail(s): [email protected] O Serviço da Tecnologia da Informação (STI) é responsável pelo desenvolvimento e manutenção do Sistema de Defesa Agropecuária (SDA). O SDA é utilizado por todas as ULSAVs, Coordenadorias Regionais e nível central da GDA. Nele estão todas as informações sanitárias e cadastrais dos animais e produtores rurais do RS. No ano de 2010, as alterações do SDA, sejam elas corretivas ou evolutivas, foram realizadas em oito atualizações (versões). As principais alterações em cada versão, estão listadas abaixo. ATUALIZAÇÕESDOSISTEMASDA I - VersãoSDA/GDA1.8-10/02/2010 (1) Incluído um "X" na marca de rebanho para Bovídeos, na GTA; (2) Ajuste no Relatório de Inadimplentes da vacinação contra a febre aftosa; (3) Melhorias na Declaração de Agronegócio; 140 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 II - Versão SDA/GDA 1.9 - 17/03/2010 (1) Incluídos botões para permitir a inclusão de evolução de rebanho ou de lançamentos sem movimentação a partir da Declaração de Agronegócio; (2) Ajuste no relatório de Inadimplentes na Declaração de Agronegócio; III - Versão SDA/GDA 1.10 - 19/04/2010 (1) Alterada a regra de nascimentos de bovídeos: deve ser de 100% do numero de fêmeas acima de 12 meses; (2) Inclusão para testes do Módulo Gerencial - Evento Agropecuário - Fiscalização de Trânsito - Movimentação de Animais - Autorização de Antígenos - Casa Agropecuária Educação Sanitária - Atividade Profilática - Vacinação - Diagnóstico - Fiscalização de Estabelecimento Informal - Vigilância Campo; IV - Versão SDA/GDA 1.11 - 31/05/2010 (1) Correções ortográficas gerais; (2) Mensagem de agronegócio inadimplente de declaração, na emissão da GTA, a partir de uma determinada data; (3) Permitir a desativação de uma propriedade ERAS; (4) Alerta de falta de vacinação contra febre aftosa na emissão de GTA de bovídeos; V - Versão SDA/GDA 1.12 - 17/06/2010 141 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 (1) Troca de botões Lupa por botões Pesquisa; (2) GTA: correções em vários campos conforme MAPA; (3) GTA estorno - obrigatório preencher observação; VI - Versão SDA/GDA 1.13 - 16/09/2010 (1) GTA Abate: não permitir estornar depois de dez dias da validade; (2) Relatório GTA: novos critérios de filtro de pesquisa: espécie animal e combo: Todas - estornadas - não estornadas. VII - Versão SDA/GDA 1.14 - 11/11/2010 1) Correções gerais VIII - Versão SDA/GDA 1.15 - 08/12/2010 (1) Impressão de Saldo de Rebanho: foi incluído a Data da Extração no cabeçalho do PDF; (2) Adaptações para a Declaração Agronegócio 2011. 142 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 SERVIÇO DE EPIDEMIOLOGIA E ESTATÍSTICA (SEE) Coordenadores:: Ana Carla Martins Vidor e Diego Viali dos Santos Auxiliares adm.: Elenice Helena Domingues e Maria Cristina Espírito Santo Telefone: (51) 3288-7833 E-mail(s): [email protected] Dados populacionais Anualmente, todo produtor rural deve declarar todos os seus animais nas unidades locais da GDA. Essas informações são confrontadas com as informações cadastrais, e depois de confirmadas, são cadastradas no Sistema de Defesa Agropecuária (SDA). Tendo como base essas informações, utilizando o Sistema de Análise de Negócios, o SEE realiza o levantamento pecuário gaúcho. Todos os dados, por município, espécie e ano, estão disponibilizados no site da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS (www.agricultura.rs.gov.br) dentro do local destinado a Área Animal Dados dos Estabelecimentos registrados no DIPOA-RS Os dados de todos os estabelecimentos registrados no DIPOA no RS são encaminhados mensalmente ao SEE. Assim, dados de abate de animais e produção de produtos de origem animal são compilados e analisados pelo SEE. Os dados e informações de abate e produção estão disponíveis no site da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, dentro do local destinado a área animal. 143 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Notificações compulsórias de enfermidades Muitas das enfermidades que afetam os animais são previstas nos programas sanitários em nível federal e estadual. É obrigação do produtor rural a notificação à unidade local de sanidade animal e vegetal de qualquer suspeita dessas enfermidades englobadas nesses programas sanitários. No ano de 2010, foram realizadas 336 notificações, sendo o maior nos últimos cinco anos. As notificações, por síndrome de enfermidade estão demonstradas na figura 42.1. Um maior número de notificações demonstra um maior comprometimento do produtor rural. Além disso, o atendimento dessas enfermidades num período menor do que 24 h por parte do serviço veterinário oficial (SVO) demonstram uma boa agilidade e capilaridade do SVO. Todas as enfermidades vesiculares e relacionadas a aves foram atendidas num período menor do que 24 horas. As enfermidades nervosas e hemorrágicas dos suínos tiveram mais de 90% das notificações atendidas dentro do período preconizado. Entretanto, já foram tomadas medidas corretivas para que no ano de 2011, todas as notificações de enfermidades nervosas e hemorrágicas de suínos sejam atendidas dentro do período preconizado. 144 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 42.1 – Notificações recebidas nas unidades locais da GDA em 2010. Por síndrome e espécie animal afetada. 145 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 TREINAMENTOS Os principais treinamentos e cursos realizados em 2010 foram compilados e serão descritos nesse capítulo. Curso de Atualização em Sanidade Suína com Ênfase em Doenças de Notificação Oficial Foram convocados 34 Médicos Veterinários das Coordenadorias Regionais onde existem estabelecimentos DIPOAS com alta carga de abate suíno (figura 42.1) para participar de Curso de Atualização em Sanidade Suína com Ênfase em Doenças de Notificação Oficial. Figura 42.1 - Distribuição dos DIPOA que abatem suínos no RS 146 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O curso foi realizado em Porto Alegre no Hotel Regente Harbor (figura 42.2), localizado na Rua Vigário José Inácio, 700 - Centro, de 15 a 18 de agosto. O principal objetivo desse treinamento foi o início das atividades de monitoria em suínos reprodutivos de descarte. Figura 42.2 - Treinamento dos colegas Médicos Veterinários da SEAPA responsáveis pela fiscalização de abate suíno em estabelecimentos sob competência Estadual. Curso de Capacitação de Novos Médicos Veterinários da GDA-SEAPA No mês de abril de 2010, em Capão da Canoa, foi realizado um treinamento de capacitação aos novos médicos veterinários que ingressaram na GDA. O treinamento teve duração de cinco dias e todos os responsáveis pelos programas sanitários apresentaram os objetivos e atividades que devem ser realizada para atender as demandas requeridas por cada programa sanitário. Curso em Desempenho, Visão e Estratégia para os serviços veterinários oficiais O Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) deu um curso para 30 médicos veterinários da GDA-SEAPA nos meses de maio e junho de 2010. O 147 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 curso teve duração de três dias e contou com a participação de médicos veterinários do MAPA. Curso básico em TerraView Em julho, a médica veterinária Ana Carla Martins Vidor repassou a cinco médicos veterinários do nível central da GDA, informações para a utilização do software Terraview. O treinamento ocorreu na sede da Procergs em Porto Alegre e teve a duração de 08 horas. Capacitação em Padronização de Procedimentos de Atividades relacionadas à Avicultura A Secretaria Estadual de Agricultura, em parceria com o FUNDESA, realizou um encontro de cinco dias, para capacitação em Padronização de Procedimentos de Atividades relacionadas à avicultura, no mês de abril. No total foram capacitados 29 médicos veterinários oficiais lotados em Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal. Foram abordados assuntos como preenchimento de formulários, legislação do PNSA, legislação estadual, principais doenças que acometem as aves de produção, SAN e SDA além de aula prática sobre técnicas laboratoriais e necropsia com colheita de material (ministradas no laboratório CGDA – UFRGS). Os encontros contaram com a participação de autoridades da ASGAV, Ministério da Agricultura e FUNDESA. Treinamento em Fiscalização e Trânsito Também foi realizado um treinamento em fiscalização e trânsito, ocorrido em outubro, quando foram treinados 14 médicos veterinários, todos os membros do Grupo de Emergência em Sanidade Animal (GESA). Projeto Mobilização, Educação Sanitária e Comunicação Social para a Sanidade Avícola 148 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Este ano o PESA juntamente com o Programa de Educação Sanitária elaborou um projeto denominado “MOBILIZAÇÃO EDUCAÇÃO SANITÁRIA E COMUNICAÇÃO SOCIAL PARA SANIDADE AVÍCOLA”, visando disseminar informações relevantes aos produtores rurais que trabalham na área de avicultura e também à população em geral. O projeto funciona com a colaboração de empresas integradoras interessadas em participar, que fornecem os cronogramas de suas reuniões internas com os avicultores integrados para que representantes das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal compareçam e apresentem uma pequena palestra sobre algum assunto relevante para o público alvo. Em 2010, a partir do mês de maio foram realizadas 36 participações em reuniões, onde cerca de 910 produtores assistiram às palestras. O Programa de Sanidade Avícola almeja no futuro próximo expandir o projeto para escolas, universidades, sindicatos rurais e outras entidades. 37º Reunião ordinária da COSALFA – Comissão Sul-Americana para a Luta contra Febre Aftosa Nos dias 11 e 12 de maio de 2010, o Serviço de Doenças Vesiculares esteve presente na 37º Reunião ordinária da COSALFA – Comissão Sul-Americana para a Luta contra Febre Aftosa, organizada sob liderança do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa – PANAFTOSA e OPAS/OMS – Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde. O evento ocorreu em Georgetown, Guyana, país livre de febre aftosa sem vacinação, onde foram debatidos temas relevantes a respeito dos rumos que serão tomados para erradicação da enfermidade na América do Sul. No ano de 2009 foram registrados 142 focos de febre aftosa na América do Sul, sendo 128 no Equador, 01 na Colômbia e 13 na Venezuela. Ficaram acordadas as seguintes resoluções: 1. Projeto de fortalecimento da cooperação técnica entre PANAFTOSA e OPAS/OMS com maior arrecadação de fundos; 2. Elaboração de novo Plano de Ação do PHEFA – Plano Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa para o período 2010-2020; 149 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 3. Quanto à situação dos programas sanitários dos países membros, resolve manifestar a grande preocupação pela situação de risco que representam alguns países como Bolívia, Equador e Venezuela; Reiterar às autoridades máximas desses países sobre a necessidade de fortalecer e manter as estruturas dos programas nacionais; Promoção de missões técnicas; Inclusão no PHEFA de mecanismos de avaliação e verificação do avanço dos programas sanitários relativos à Febre Aftosa em países que apresentam debilidades. Treinamento dos Médicos Veterinários Habilitados para emissão de GTAs no Sistema de Defesa Agropecuária Durante os meses de abril e maio, foram promovidos cursos padrões de capacitação de Médicos Veterinários Habilitados para a emissão de Guia de Trânsito Animal (GTA) no Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) da SEAPA. No total, para habilitados em suínos, foram treinados 48 Médicos Veterinários Habilitados. Ficou acordado entre MAPA e SEAPA que o prazo final para a adesão ao SDA pelos MV Habilitados seria no dia 15 do mês de Outubro. II Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios – AVISULAT 2010 “O Rio Grande do Sul anda sempre a passos largos para o desenvolvimento, que bom que os resultados dos trabalhos estão aparecendo e que nós pudemos participar nesses quatro anos desse processo”, disse Gilmar Tietböhl, secretário da Agricultura do Estado, durante a solenidade de abertura do II Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios - Avisulat 2010, que ocorreu de 17 a 19 de novembro, em Bento Gonçalves. O Serviço Veterinário Oficial do Rio Grande do Sul esteve presente com estande próprio utilizado em conjunto pelo MAPPA e pela SEAPA (figura 43). 150 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 43 - Estande dos Serviços Oficiais do RS no AVISULAT em Bento Gonçalves. O AVISULAT tem como fim a promoção do desenvolvimento e da gestão das cadeias produtivas da avicultura, suinocultura e laticínios, incentivando a busca de novos conceitos e novas tecnologias. Reúne pesquisadores, produtores, dirigentes técnicos, empresários e demais profissionais das áreas distintas, incluindo técnicos do setor público. Palestras e trabalhos científicos foram apresentados, bem como também foram debatidos resultados das últimas pesquisas realizadas aos temas abordados. Durante o evento foi realizada em dois turnos, duas Reuniões Regionais dos Serviços Oficiais de Defesa Sanitária Suína dos Estados de Santa Catarina (CIDASC e SFA/SC), Paraná (SEABI e SFA/PR) e do Rio Grande do Sul (SEAPA e SFA/RS). Esteve presente o Coordenador Nacional do Programa de Sanidade Suína Dr. Carlos H. Pizarro Borges (figura 44). 151 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 44 - Reunião entre os Serviços Oficiais responsáveis pela Sanidade Suína dos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul no AVISULAT 2010. Curso de Gestão da Qualidade Finalizou no mês de dezembro o curso de Gestão da Qualidade que os técnicos do núcleo central da GDA (figura 45), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA), participaram durante quatro meses, em Porto Alegre. Além dos encontros teóricos, os técnicos receberam consultoria para implantação daquilo que aprenderam. Dividido em cinco blocos, o curso, ministrado pelo professor Flavio Cazaroli, abordou princípios da qualidade, visão estratégica e gerenciamento de processos, entre outros conhecimentos. Figura 45 – Médicos Veterinários que realizaram o curso Gestão de Qualidade. 152 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 10th International Course on Transboundary Animal Disease (ICTAD) Plum Island, New York, EUA Entre os dias 23 de outubro e 06 de novembro do ano de 2010, os Médicos Veterinários André Mendes Ribeiro Corrêa e Fernando Henrique Sauter Groff do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA-RS) participaram do 10º Curso Internacional de Doenças Transfronteiriças de Animais (International Course on Transboundary Animal Diseases ICTAD) no Plum Island Animal Disease Center, em Plum Island, Nova Iorque, Estados Unidos da América (figura 46). O objetivo do curso foi treinar, atualizar e capacitar profissionais de serviços veterinários oficiais, de todas as partes do mundo, no diagnóstico epidemio - clínico patológico em doenças de interesse comum em saúde animal e que afetam o comercio mundial de carne e produtos de origem animal. O curso foi ministrado por profissionais da Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), U.S. Department of Agriculture's (USDA). Figura 46 - Aula prática de necropsia no Plum Island Animal Disease Center. Com o conhecimento adquirido será possível identificar prioridades em projetos na área de defesa sanitária animal, principalmente relacionadas ás políticas de prevenção e controle das enfermidades estudadas. O reconhecimento clínico- 153 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 patológico destas doenças pelos servidores treinados possibilita a acurácia em tomadas de decisões, melhor administração de prejuízos em episódios de “emergência sanitária”, mas, principalmente, a detecção precoce e encaminhamento correto das amostras a serem coletadas. O intercâmbio de conhecimento e informações, bem como a parceria entre Países, Serviços Oficiais Veterinários e Organizações Internacionais, foi freqüentemente comentado e incentivado pelos organizadores visando à geração de um sistema mundial uniforme e confiável de Sanidade Animal. 3º curso internacional de Análise de Risco Entre os dias 22 e 26 de novembro do corrente ano, os médicos veterinários do Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE), Ana Carla Martins Vidor e Diego Viali dos Santos, do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA-RS) participaram do 3º curso internacional de Análise de Risco, na Universidade Austral do Chile, em Valdívia. O objetivo do curso foi treinar profissionais, tanto da esfera governamental como da iniciativa privada, para o uso de princípios, ferramentas e técnicas de análise de risco em situações relacionadas com a saúde animal e com a saúde pública. O curso teve a participação de 12 profissionais de seis países. Do Brasil, havia cinco representantes dos estados do PR, SC e RS. O curso foi ministrado por profissionais da Universidade Austral do Chile, do Serviço de Saúde Animal da Holanda e do Centro de Investigações Epidemiológicas do Canadá. Com o conhecimento adquirido será possível desenvolver projetos na área de defesa sanitária animal, considerando a avaliação dos riscos com métodos científicos e permitindo maior consistência na tomada de decisões relativa à saúde animal do rebanho gaúcho. 154 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Treinamento no Sistema de Análises de Negócios O Serviço de Fiscalização e Controle de Trânsito, juntamente com o SEE e o SDV realizou treinamento no Sistema de Análises de Negócios (SAN) em 16 Coordenadorias Regionais, treinando 259 médicos veterinários no uso dessa ferramenta. Ainda, foram treinados todos os médicos veterinários do nível central da GDA, assim como os médicos veterinários do Serviço de Sanidade Animal da SFA-RS. 155 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 ANEXOS 156 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Superintendente da SFA/RS: Francisco Natal Signor Chefe da Divisão Técnica - DT/SFA-RS: José Euclides Vieira Severo Estimular o aumento da produção agropecuária e o desenvolvimento do agronegócio, com o objetivo de atender o consumo interno e formar excedentes para exportação. Essa é a missão institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que tem como conseqüência a geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a inclusão social e a redução das desigualdades sociais. A infra-estrutura básica do Mapa é formada pelas áreas de política agrícola (produção, comercialização, abastecimento, armazenagem e indicadores de preços mínimos), produção e fomento agropecuário; mercado, comercialização e abastecimento agropecuário; informação agrícola, defesa sanitária (animal e vegetal); fiscalização dos insumos agropecuários; classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal; pesquisa tecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e associativismo rural; eletrificação rural; assistência técnica e extensão rural. As unidades descentralizadas do MAPA, chamadas de Superintendências Federais de Agricultura (SFA), localizam-se nas capitais de todas as unidades da federação. Integram as SFA diversos serviços, dentre eles o Serviço de Sanidade Animal (SSA), serviço que compartilha responsabilidade com os órgãos oficiais estaduais de defesa sanitária animal na manutenção da saúde dos rebanhos das unidades federativas. 157 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Serviço de Sanidade Animal (SSA-RS) Chefe do SSA-RS: Bernardo Todeschini O SSA-RS desenvolve atividades de vigilância, prevenção, profilaxia e controle de doenças e combate às pragas em animais e vegetais. Tem como parceiro importante na execução de suas atividades a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio – SEAPA/RS, que é o Órgão executor de defesa agropecuária no Estado. Ao SSA cabe a incumbência de supervisionar as ações desenvolvidas pela SEAPA/RS, quer sob a forma de parcerias estabelecidas ou ainda com base no Sistema Unificado de Saúde Animal e Sanidade Animal (SUASA). Os técnicos da SFA-RS e os programas os quais os mesmos coordenam no Estado do RS estão descritos na tabela 49. Tabela 49 - Médicos Veterinários do MAPA responsáveis pela coordenação, junto com a GDA, dos programas sanitários no Rio Grande do SUL. Nome do responsável Programa Sanitário Telefone Rafael Martins Trânsito interestadual e internacional 32849511 Gilson Evangelista de Souza SISBOV 30862906 Bernardo Todeschini* Educação Sanitária 32849513 Bernardo Todeschini* Epidemiologia 32849513 Bernardo Todeschini* PNEFA 32849520 Jorge Meana de Almeida PNCEBT 32849513 Gilson Evangelista de Souza PNCRHE 30862906 Tais Barnasque PNSA 32849513 Bernardo Todeschini* PNSA aquáticos 32849515 Bernardo Todeschini* PNS caprinos e Ovinos 32849513 Bernardo Todeschini* PNS apícola 32849513 Vanessa Bandeira PNS eqüídeos 32849517 Edison Eckert Fauth PNSS 32849519 Marco Antonio Rodrigues Chefe do SIPOA Alejandra Muller 32849595 Chefe SEFIA (fiscalização rações e 32849501 medicamentos) * Técnico cedido pela SFA-RS/MAPA para atuar como representante brasileiro na OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal), sediada em Paris, no período de 2011-2013. 158 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 INFORMES TÉCNICOS DA GERÊNCIA DE DEFESA ANIMAL O Informativo Técnico da GDA (antigo DPA) veicula artigos dos técnicos científicos da GDA, tanto do nível central como regional e unidades locais. O primeiro informe foi lançado em abril de 2010. Sua periodicidade é mensal. Os artigos, com até 3.500 caracteres, são encaminhados para o SDP (Serviço de Doenças Parasitárias) sob responsabilidade do médico veterinário Ivo Kohek, onde são analisados. Após a análise, cada artigo dependendo do assunto, é encaminhado para um médico veterinário da GDA referência no assunto e, após aprovação, é encaminhado para publicação. No ano de 2010 houve 10 informes técnicos publicados, sendo que todos estão anexados nesse documento. 159 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 01/Ano 01 – abril de 2010 Tome cuidado, seu tratamento contra o carrapato pode estar falhando! Ivo Kohek Jr.* O carrapato do bovino (Boophilus microplus) passa a maior parte do seu desenvolvimento no próprio animal hospedeiro. Seu parasitismo inicia pela larva que sobe no animal através do capim, fixando-se na pele, sob os pelos, ficando imperceptível a olho nu nos primeiros dias. No 3° dia de fixação aumenta 80% do peso inicial e no 4° dia esse aumento chega a 400% do peso inicial. Ao alcançar a forma adulta torna-se bem visível devido ao seu tamanho que, no dia que antecede à queda, o peso chega a 1400% do peso inicial. A maioria dos tratamentos é praticada no momento em que se começa a enxergar o carrapato. Este é o maior erro no controle deste parasita. Inúmeros trabalhos comprovam que o combate ao carrapato deve ser de forma estratégica, sendo realizado em épocas pré-determinadas, observando-se a biologia do parasita, de acordo com a região em que se encontra. No Rio Grande do Sul temos três gerações de carrapatos ao ano e são preconizados tratamentos estratégicos entre os meses de outubro/novembro; outro em janeiro e por fim, entre os meses de março/abril. O importante é tratar, mesmo não se vendo o parasita, pois ele está lá, alimentando-se de sangue e reproduzindo-se, pronto para deixar mais uma geração de descendentes no pasto. É justamente antes desta nova geração que se faz o controle. Todo banho carrapaticida deve contemplar o corpo inteiro do hospedeiro, por isso, de nada adianta pulverizar apenas superficialmente o pêlo dos bovinos, pois o produto deve atingir a pele onde realmente se encontra o carrapato, tanto a larva como o adulto. O pulverizador costal é um dos vilões nestes casos, pois com ele não se consegue pressão suficiente para o produto atingir a pele do bovino. Eles foram idealizados para serem utilizados na agricultura. Onde não há banheiros e o uso do pulverizador costal se faz necessário, deve-se usar um bico cujo jato saia em forma de leque. Este bico proporciona maior 160 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 pressão e faz com que a calda seja dirigida para baixo do pelo, atingindo o carrapato. Desta maneira as pequenas larvas, não observadas a olho nu, também serão banhadas. Também é necessário que todo o corpo do animal seja bem molhado, pois o carrapato está presente em praticamente todo o corpo, principalmente na região inferior do bovino e em locais onde a pele é menos espessa e mais protegida. A quantidade de calda utilizada não deve ser inferior a 4 litros por animal. Menos que isto, provavelmente não será possível proporcionar um banho eficiente. Se os banhos com carrapaticidas fossem sempre corretamente realizados, problemas de resistência às drogas carrapaticidas seriam minimizados e retardados. Muitas vezes é atribuída resistência do carrapato a alguma droga, mas na verdade o que ocorre é apenas falha de tratamento, principalmente na diluição do produto com a água, banho mal realizado e em época errada. Isto pode ser comprovado ao se fazer o teste de biocarrapaticidograma. No laboratório a droga funciona, mas na propriedade não. Típico caso de um manejo errado. Ao se banhar o gado com pouca calda ou produto mal diluído o parasita não morrerá porque foi exposto a uma pequena quantidade da droga, não suficiente para matá-lo e isto, sem dúvida, desenvolverá a resistência. Esta resistência é genética, portanto, transmitida às próximas gerações de carrapatos. O uso de produtos ineficazes, “empurrados” indiscriminadamente aos criadores, além dos prejuízos econômicos que provoca, proporciona uma significativa poluição ambiental. * Médico Veterinário - Serviço de Doenças Parasitárias, DFDSA/SEAPA Referências Bibliográficas • CAMPOS PEREIRA, M.; LABRUNA, M. B.; SZABÓ, M. P. J.; KLAFKE, G. M. Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Biologia, Controle e Resistência. MedVet Livros, 2008. 169 p. • KOHEK, I. Jr - Pulverização contra o carrapato exige cuidados no preparo e manejo para evitar falhas – Revista Nelore – Ano V, N° 38, agosto/96 161 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Potencialidade de ovinos para abate no Rio Grande do Sul Roberto Moreira de Azambuja * & Diego Viali dos Santos ** A população ovina no RS, segundo levantamento pecuário 2009 realizado pelo Departamento de Produção Animal (GDA/SEAPA) atingiu cerca de 3,5 milhões de animais. Na tabela abaixo é possível observar a população ovina por categorias, o número de produtores rurais e o número de propriedades com ovinos no RS em 2009. Ano machos até 6 m de idade fêmeas até 6 m de idade machos acima de 6 m de idade fêmeas acima de 6 m de idade Total Ovinos Propriedades Produtores 2009 441.822 514.149 417.512 2.065.620 3.439.103 39.512 37.855 Fazendo uma análise desses dados não se pode estimar a taxa de natalidade do rebanho ovino gaúcho, uma vez que a declaração anual de rebanho é realizada apenas uma vez ao ano (de janeiro a abril). Devido a esse fato, muitos cordeiros são abatidos antes mesmo de serem declarados pelo produtor rural. No ano de 2008, foram abatidos nos meses de outubro, novembro e dezembro 40.064 cordeiros (da safra). Ocorre o mesmo com os ovinos que morrem até o desmame, pois o produtor apenas declara os animais que possui (vivos) na data da declaração. Levando em consideração uma mortalidade, média, de 5% dos animais, pode-se estimar que cerca de 172 mil ovinos morrem anualmente no RS devido a doenças, predadores e abigeato. Das fêmeas acima de seis meses de idade, normalmente, cinco produções são encarneiradas. Existe, ainda, mais uma produção que é considerada de descarte ou “ovelha de invernada”, perfazendo 16,66% das fêmeas acima de 6 meses de idade, o que resulta em 326.926 ovelhas. Com base nos dados do levantamento, estima-se que há 1.635.413 fêmeas na reprodução (fêmeas acima seis meses de idade – 5% de mortalidade – 16,66% descarte). No RS é usual a utilização de 3% de carneiros nas fêmeas em reprodução. Assim sendo, são usados 49.062 carneiros. O número de machos adultos (capões) é igual ao número de machos acima de seis meses (417.512), 162 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 reduzindo-se os 5% de mortalidade e o número de carneiros. Com isso têm-se 347.574 capões. Calcula-se, ainda, que a reposição de carneiros seja de 20% ao ano. Assim, ter-se-ia uma reserva nos animais jovens (menores de seis meses de idade) de 13.083 ovinos. Num cálculo de 75% de seleção, ter-se-ia 9.812 carneiros selecionados para a reposição anualmente. Como 20% dos capões são abatidos anualmente, precisa-se de 20% dos animais jovens para essa reposição (69.515 cordeiros). Com esses cálculos, 337.133 cordeiros estão disponíveis para abate, anualmente. No caso das fêmeas, calcula-se que a reposição de ovelhas seja de 20% ao ano. Assim, ter-se-ia uma reserva nos animais jovens (menores de seis meses de idade) de 436.110 ovinos. Num cálculo de 75% de seleção, ter-se-ia 327.082 ovelhas selecionadas para a reposição anualmente. Na tabela abaixo, demonstra-se os ovinos potencialmente disponíveis para abate no RS anualmente. Categoria Ovelha de descarte Carneiros de descarte Capões para abate Cordeiros para abate Cordeiras para abate Carneiros não selecionados (25%) Borregas não selecionadas (25%) Total Animais 326.926 9.812 69.515 337.133 52.331 3.271 109.028 908.016 Demonstra-se na próxima tabela o número de animais abatidos em 2008, conforme dados oficiais. Inspeção Federal Estadual Municipal Total Ovinos abatidos 178.817* 60.694 38.234 277.745 *Desse total, 23.953 são ovinos oriundos do Uruguai Analisando-se as duas tabelas acima, percebe-se que em 2008 foram abatidos 253.792 ovinos com origem no RS em estabelecimentos com inspeção 163 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 oficial no Estado, descontando-se os 23.953 ovinos provenientes do Uruguai e abatidos no RS. Sabe-se que destes animais abatidos com origem no RS, 40.064 são de cordeiros da safra, assim temos 213.728 ovinos declarados e abatidos sob inspeção oficial. Com base nas informações das GTAs, sabe-se que 36.117 ovinos foram destinados a outros estados da federação, egressos do RS. Portanto, já que a população ovina no RS mantém-se estável nessa década, pode-se estimar que 658.171 ovinos [908.016 – (213.728 + 36.117 )] podem estar sendo abatidos informalmente no Estado, muitos destes nas próprias propriedades rurais para consumo ou, ainda mais grave, para abates clandestinos. Tal informalidade, além de trazer prejuízos econômicos ao Estado é um grave problema de saúde pública. * Médico Veterinário - Serviço de Doenças Infecciosas, DFDSA/SEAPA ** Médico Veterinário - Serviço de Epidemiologia e Estatística, DFDSA/SEAPA Referências Bibliográficas 1 - Artigo publicado no jornal da ARCO (associação Brasileira de Criadores de Ovinos), edição fev-mar de 2010 (página 13). http://www.agricultura.rs.gov.br/admin/docs_serv/1266859526Potencialidade_de _ovinos_para_abate_no_RS.pdf 164 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 02/Ano 01 – maio de 2010 Análise da movimentação de bovinos no Rio Grande do Sul em 2009 Ana Carla Martins Vidor* Nos últimos anos o Brasil vem se consolidando como um grande exportador do agronegócio, alcançando não só um valor elevado em volume, mas também em número de diferentes países compradores. Atualmente é o terceiro exportador mundial de produtos do agronegócio e possui enorme capacidade de expansão. Somente nos últimos cinco anos, as exportações agrícolas brasileiras duplicaram, passando de US$20 bilhões, em 2000, para US$58,4 bilhões em 2008 (Panorama do agronegócio brasileiro, 2008). No que tange à produção de carne bovina, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 195 milhões de bovinos, e desde 2004 assumiu a liderança nas exportações mundiais. Atualmente, a carne bovina brasileira alcança mais de 140 diferentes mercados e gera quase US$3 bilhões em receitas internacionais ao País (Intercâmbio comercial do agronegócio, 2009). Com a conquista de novos mercados pelos países em desenvolvimento, as regras para o comércio internacional passaram a desempenhar um papel cada vez mais relevante. No modelo atual do mundo globalizado, a dinâmica das exportações se estabelece não só pelas barreiras tarifárias, mas também pelas não tarifárias. Essas últimas vêm ganhando mais atenção dos mercados protecionistas que as utilizam para dificultar e para impedir a entrada de produtos estrangeiros nos seus mercados consumidores. Nesse cenário, o Serviço Veterinário Oficial (SVO) assume um papel fundamental, uma vez que é o responsável pela certificação sanitária dos produtos de origem animal destinados à exportação. De forma geral, os países compradores exigem a equivalência dos programas de qualidade, a rastreabilidade e a garantia do serviço veterinário oficial de fiscalização nas propriedades rurais, nas casas agropecuárias e nos estabelecimentos agroindustriais. Dentre as diversas atividades desempenhadas pelo SVO, o controle de trânsito animal destaca-se como uma das mais relevantes na área de fiscalização. Atualmente, o Departamento de Produção Animal (GDA) dispõe de um sistema informatizado – 165 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Sistema de Defesa Agropecuária (SDA) – capaz não só de emitir eletronicamente a guia de trânsito animal (GTA), mas também de controlar o saldo dos animais por meio de operações de créditos e débitos das contas dos produtores rurais. A partir das informações de emissão de GTA de bovinos geradas pelo SDA, realizou-se uma extração contendo os seguintes dados: (a) município de origem; (b) município de destino; (c) quantidade de bovinos movimentados; e (d) quantidade de guias de trânsito emitidas para todas as finalidades. Os dados foram agrupados por fluxo de movimentação (origem-destino) e somadas às quantidades de bovinos e de guias no ano de 2009. O trânsito realizado dentro do mesmo município com emissão de GTA (trânsito local ou doméstico) não foi considerado na análise, apenas a movimentação intermunicipal. A análise realizada no software Terraview1 demonstrou que em 2009 foram registradas 15.419 diferentes rotas de movimentação de bovinos no SDA, com um montante de 3.517.760 animais e 184.586 guias de trânsito emitidas. O valor máximo de animais e de guias emitidas foi de 32.453 e 1.093, respectivamente, referente ao trânsito do município de Dom Pedrito ao município de Bagé. O fluxo total intermunicipal apresentou uma média de 228 animais e 12 guias de trânsito, enquanto que a mediana foi de 41 animais e três guias. O fluxo predominante, calculado com ponto de corte em 20%, apresentou 494 rotas diferentes, com movimentação de 663.718 bovinos e emissão de 44.595 guias de trânsito. Como esperado, foram encontradas médias e medianas mais elevadas: 1.343 animais e 90 guias de média; 279 animais e 44 guias de mediana. A distribuição de freqüência do fluxo predominante demonstra que foram emitidas, ao longo do ano, menos de 100 guias de trânsito na maior parte dos fluxos de movimentação. Essa concentração pode ser observada, à esquerda, no histograma abaixo (figura 1). Figura 1 – Distribuição de freqüência do número de GTA emitidas no fluxo predominante. 166 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A análise da movimentação de bovinos indica que 75% dos fluxos predominantes foram responsáveis pela movimentação de apenas 21% dos animais e 29% das emissões de GTA, enquanto que os restantes 25% representaram a movimentação de 79% dos animais e 71% das emissões de guias. Para a melhor visualização das rotas principais, indicou-se no mapa do Rio Grande do Sul a distribuição espacial das movimentações com mais de cem guias de trânsito emitidas (figura 2). Pode ser observado que os fluxos em vermelho, com mais de 400 guias emitidas no ano (tabela 1), concentraram-se na região sul do Estado, enquanto que as regiões norte e central (setas verdes e azuis) apresentaram fluxos mais moderados. 1 – Software livre de geoprocessamento desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais. Figura 2 – Principais rotas de trânsito oficial de bovinos no RS em 2009. Nas tabelas a seguir estão descritos os municípios com maior recebimento e emissão de guias de trânsito no fluxo predominante. Os vinte municípios que mais receberam GTA (tabela 2) representam mais da metade do número de bovinos movimentados (50,7%) e do número de guias emitidas (57,5%). Já os vinte municípios 167 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 que mais emitiram GTA (tabela 3) detêm 25% dos animais movimentados e 36% das guias emitidas. Tabela 1 – Fluxos de movimentação de bovinos com mais de 400 guias de trânsito emitidas em 2009. Município de Origem DOM PEDRITO URUGUAIANA ACEGUA QUARAI RIO GRANDE SANTANA DO LIVRAMENTO TEUTONIA ALEGRETE HERVAL SANTA MARGARIDA DO SUL PIRATINI BARRA DO QUARAI ROSARIO DO SUL CANGUCU ITAQUI BAGE CAPAO DO LEAO Animais GTA Anim/GTA 32.453 25.652 17.016 21.959 14.005 15.886 1.206 15.165 7.326 10.239 6.202 13.395 12.404 3.272 15.179 13.114 6.312 1.093 880 850 789 670 651 583 562 523 508 496 491 474 468 462 448 409 30 29 20 28 21 24 2 27 14 20 13 27 26 7 33 29 15 Município de Destino BAGE ALEGRETE BAGE ALEGRETE PELOTAS SAO GABRIEL WESTFALIA SAO GABRIEL PEDRAS ALTAS SAO GABRIEL PELOTAS URUGUAIANA SAO GABRIEL PELOTAS MACAMBARA DOM PEDRITO PELOTAS A intensa movimentação de bovinos na região sul do Estado, caracterizada por uma maior quantidade de produtores de gado de corte e maior quantidade de frigoríficos com inspeção federal autorizados à exportação, confirma dados do SDA que indicam a predominância das finalidades de abate (29,5%) e engorda (48,8%) na emissão de GTA de bovinos. Para o Serviço Veterinário Oficial, as principais rotas de trânsito e os fluxos de movimentação mais importantes indicam regiões que demandam maior atenção em vigilância, uma vez que são regiões mais suscetíveis à introdução de doenças e exigem ações de fiscalização mais freqüentes. O presente estudo procurou analisar a movimentação oficial de bovinos em 2009, identificando o fluxo predominante de movimentação no RS. Uma vez identificadas as principais rotas e as regiões de maior fluxo, cabe ao SVO utilizar as informações para planejar e executar ações em defesa sanitária animal, melhorando a condição sanitária dos rebanhos e viabilizando cada vez mais o aumento do consumo interno e o incremento das divisas decorrentes das exportações. 168 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 2 – Municípios que mais receberam GTA de bovinos em 2009. Município de Destino PELOTAS BAGE SAO GABRIEL ALEGRETE SANTO CRISTO SANTA MARIA WESTFALIA SANTIAGO VACARIA HERVAL TRIUNFO GRAVATAI PASSO FUNDO SAO LUIZ GONZAGA SAO SEPE CONDOR SANTO ANGELO URUGUAIANA ALVORADA SANTA MARGARIDA DO SUL Animais GTA Animais/GTA 49.280 66.308 64.159 47.611 4.265 18.836 2.730 16.961 12.448 13.106 6.194 11.974 4.871 7.678 10.952 5.083 8.818 13.830 6.291 10.310 3.334 2.664 2.563 1.669 1.414 1.283 1.093 935 810 762 731 706 623 617 613 607 589 544 537 535 15 25 25 29 3 15 2 18 15 17 8 17 8 12 18 8 15 25 12 19 Tabela 3 – Municípios que mais emitiram GTA de bovinos em 2009. Município de Origem DOM PEDRITO URUGUAIANA ACEGUA QUARAI RIO GRANDE SANTANA DO LIVRAMENTO TEUTONIA ALEGRETE HERVAL SANTA MARGARIDA DO SUL PIRATINI BARRA DO QUARAI ROSARIO DO SUL CANGUCU ITAQUI BAGE CAPAO DO LEAO JAGUARAO CANDIDO GODOI SAO FRANCISCO DE ASSIS Animais GTA Animais/GTA 32.453 25.652 17.016 21.959 14.005 15.886 1.206 15.165 7.326 10.239 6.202 13.395 12.404 3.272 15.179 13.114 6.312 5.141 774 6.392 1.093 880 850 789 670 651 583 562 523 508 496 491 474 468 462 448 409 397 393 392 30 29 20 28 21 24 2 27 14 20 13 27 26 7 33 29 15 13 2 16 169 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 * Médica Veterinária – Serviço de Epidemiologia e Estatística – SEE/DFDSA/GDA/SEAPA-RS. Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Intercâmbio comercial do agronegócio: principais mercados de destino. Brasília. Ed. 2009. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 23 mar. 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Panorama do agronegócio brasileiro. Brasília. 2008. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 23 mar. 2010. Métodos de Controle dos Morcegos Hematófagos no Rio Grande do Sul - Brasil Nilton Antônio Rossato* A raiva é uma zoonose observada freqüentemente em animais silvestres e domésticos e qualquer mamífero é suscetível a esta doença, inclusive o homem (Mayr & Guerreiro,1988). Foi somente a partir da década de 30, que se cogitou a possibilidade dos morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) transmitirem a raiva aos bovinos e o papel dos morcegos não-hematófagos na disseminação dessa doença foi pesquisado e descrito por Málaga Alba, em 1965 (Mayr & Guerreiro, 1988). Na década de 50, através da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, esboçou-se um pequeno combate destes quirópteros, sendo que a partir de 1959, incrementou-se a luta de forma mais agressiva e maçal utilizando-se métodos físicos, tais como queima com o uso de gasolina e botijões de gás, queima de pneus, tiros, dinamite e pesticidas agrícolas. Estes métodos foram utilizados até meados da década de 70. O marco do controle da Raiva Herbívora no Estado do Rio Grande do Sul ocorreu no ano de 1976, com a criação dos Núcleos de Combate a Raiva (NCR) e introdução do método químico seletivo de controle, usando-se o produto químico denominado difenadiona e utilizando-se redes específicas para captura (rede nylon-seda ou mistnet). Em 1982 foi registrado um surto de raiva, com duração de quatro anos, atingindo praticamente todo o estado do Rio Grande do Sul, ocasionando sérias perdas econômicas à pecuária gaúcha, determinando com isto, uma modificação na forma de atuação nos focos e na estrutura do serviço de raiva. No ano de 1987, os Núcleos de 170 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Controle da Raiva passaram a utilizar um produto químico à base de warfarina, uma vez que o produto até então utilizado no combate ao morcego hematófago foi proibido pelo governo. Iniciou-se um estudo epidemiológico da raiva herbívora, bem como do comportamento das colônias de morcegos, visando atuar de forma preventiva, ou seja, adotar medidas de controle antes da ocorrência do problema. A partir deste estudo, elaborou-se um diagnóstico epidemiológico da raiva no Estado baseado na presença de animais com mordeduras, refúgios cadastrados com morcegos hematófagos, pesquisa de novos refúgios, animais com sintomatologia compatível com a raiva, a não vacinação de forma maciça dos animais, entre outros. A espécie bovina tem um papel importante dentro da cadeia epidemiológica da raiva herbívora no Estado, uma vez que foi constatada maior taxa de agressão dos morcegos hematófagos em bovinos do que em relação às outras espécies, seguido pelos eqüídeos, pressupondo-se o fato destes animais serem dóceis e de grande oferta alimentar. O Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH/RS) tem como ponto de partida o mapeamento do local, ou seja, o município na qual está inserida a propriedade, a presença de furnas e sua respectiva localização dentro da propriedade, identificação dos refúgios (ocos, furnas, bueiros, túneis, poços d’água abandonados, casas abandonadas, frestas entre rochas) e o seu georeferenciamento. Complementa-se com a identificação dos morcegos (se hematófagos ou não) e calculase a porcentagem de animais agredidos (através da leitura de mordeduras). Pelo menos duas vezes ao ano se faz revisão dos refúgios e coletam-se amostras para diagnóstico laboratorial, sendo esta uma das funções das Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal e Zootécnicas. Aos Núcleos de Controle da Raiva compete à elaboração de estratégias de ação para o Estado e para o foco, isto é, capturar e tratar os morcegos hematófagos, indicar ou não a vacinação estratégica (opcional), capacitar profissionais da área e realizar educação sanitária. O controle da raiva herbívora está fundamentado em três medidas, que devem ser adotadas de forma sistemática: vacinação, controle populacional do morcego hematófago e atuação em focos. A partir de uma comunicação ao serviço oficial, registrando a ocorrência de agressões por morcegos aos animais e presença de animais com sintomatologia nervosa, desencadeia-se uma série de ações visando o diagnóstico situacional, baseando-se na leitura de mordeduras. Confirmado laboratorialmente o foco de raiva, trabalha-se no sentido de fora para dentro do foco (centrípeta), numa distância de 10 a 15 km, seguindo-se cursos d’água e cadeias de montanhas, a fim de determinar a progressão do foco. Nesta área, através da leitura de mordeduras, determina-se a taxa de agressão, vacinação massiva dos animais, revisão de todos os refúgios cadastrados, localização de novos refúgios, captura e combate de morcegos hematófagos. É 171 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 realizada a colheita de materiais (cérebros) e de outros espécimes de morcegos para diagnóstico laboratorial e inicia-se um trabalho de educação sanitária através de reuniões, palestras, rádio, folders, cartazes, etc. Estas atividades visam conter o foco e interromper sua progressão. Na situação de rotina, ou seja, sem focos de enfermidade, o trabalho ocorre de forma preventiva, através da leitura de mordeduras. O método atual, utilizado pelo serviço oficial para o controle dos morcegos na raiva dos herbívoros é o método químico direto ou indireto. O método direto consiste na captura do morcego próximo ao seu refúgio, através de redes de contenção (redes de neblina), aprisionamento em gaiolas e besuntando-os com warfarina e, novamente soltos. No método indireto é aplicada a pomada vampiricida a 2% ao redor de feridas (mordeduras) recentes provocadas por morcegos hematófagos, acrescida de vacinação estratégica indicada pelo serviço oficial. * Médico Veterinário – Chefe da Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária Animal Coordenador do Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros, (PNCRH/RS). Referências Bibliográficas: MAYR, A. e GUERREIRO, M.G. Virologia Veterinária. 3ª Ed. Sulina, 1988. 476 p. 172 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 03/Ano 01 – junho de 2010 BRUCELOSE BOVINA E OS RISCOS PARA A SAÚDE HUMANA Juliane Webster de Carvalho Galvani* A Brucelose bovina é uma zoonose infecciosa crônica, causada pela bactéria Brucella abortus. Em vacas provoca aborto ou o nascimento de animais fracos ou mortos. Geralmente o aborto ocorre no terço final da gestação, causando retenção de placenta, metrite e, ocasionalmente, esterilidade permanente, diminuindo a produtividade de carne e leite. Após um ou dois abortos, algumas vacas podem não apresentar sinais clínicos, mas continuam a excretar as brucelas, contaminando o ambiente, o que pode promover uma fonte de infecção para as novilhas. Nos touros a doença manifesta-se por orquite, que acarreta baixa de libido e infertilidade. Outros sinais, como artrites, podem ser encontrados. No homem, a brucelose não está associada a sintomas característicos. Na fase aguda, são descritas dores musculares e variação ondulante de temperatura, similares aos de uma gripe forte. Pode haver outras complicações como endocardite e problemas articulares. Por serem os sintomas inespecíficos, é importante que aquelas pessoas, principalmente pertencentes aos grupos de risco e que possam ter sido expostas, alertem os médicos que as assistem sobre a possibilidade da doença. O homem se infecta pelo contato do agente com mucosas ou ferimentos. Nos grupos ocupacionais de maior risco (veterinários, trabalhadores de matadouros, etc.) isto ocorre durante manipulações de material de aborto ou parto e de carcaças de animais infectados. Outra fonte de contaminação importante para a população em geral é a ingestão de alimentos contaminados, entre eles o leite cru, produtos lácteos preparados com leite cru e carne crua ou mal cozida. A prevenção da brucelose humana depende essencialmente do controle da brucelose animal. Em países onde a brucelose animal foi controlada observou-se uma redução acentuada na ocorrência de brucelose humana. 173 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A estratégia no controle de brucelose bovina, no Brasil, é a vacinação OBRIGATÓRIA de fêmeas entre 3 a 8 meses de idade, com a amostra B19, que deve ser feita por médico veterinário. O animal receberá marca a fogo e o produtor receberá um atestado comprovando a vacinação, esse deverá ser apresentado na Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal de seu município. Além disso, o produtor deve ser cuidadoso na compra de animais, exigindo exames negativos para brucelose ao vendedor, evitando assim, a compra de animais infectados que possam contaminar seu rebanho. Do mesmo modo, deve separar e eliminar rapidamente os animais reagentes aos métodos de diagnóstico. A instrução normativa SDA Nº 33, de 24 de agosto de 2007, estabelece as condições para a vacinação, com a amostra RB51, de fêmeas bovinas com idade superior a 8 meses não vacinadas com a amostra B19, ou das adultas não reagentes que estão em criações com focos da doença, visando com isso, o aumento da cobertura vacinal dos rebanhos. *Médica Veterinária- ULSAV Arroio dos Ratos, DFDSA/SEAPA Referências Bibliográficas: 1- GALVANI, J.C. ”Brucelose bovina e os riscos para a saúde humana”. Correio de Notícias, p. 02, 05 de fevereiro de 2010. 2- GIL, A; SAMARTINO, L. Zoonosis em los sistemas de producción animal de las areas urbanas y periurbanas de América Latina. FAO, 2000. 3-LAGE, A.P. et al. “Brucelose bovina: uma atualização”. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.32, n.3, p.202-212, jul./set. 2008. Disponível em www.cbra.org.br. Acesso em 01 de fevereiro de 2010 4- RIET-CORREA, F. et al. Doenças de Ruminantes e eqüídeos. 3ª ed. Pallotti, 2007. 228-229p. PAPILOMATOSE BOVINA Ivo Kohek Jr.* Quem de nós, veterinários, mesmo não exercendo clínica de campo, não se deparou alguma vez com um bovino com Papilomatose? E quantos tratamentos para esta doença já passaram pelos nossos ouvidos? Tratamentos até estranhos para acadêmicos, mas que de uma maneira ou outra curaram os animais. Vamos rever alguns conceitos a respeito desta doença que vão nos ajudar a combatê-la. 174 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 A Papilomatose ou Verruga dos Bovinos é uma doença infecto-contagiosa causada por vírus (Papovavirus) e provoca o aparecimento de papilomas que se assemelham a tumores na pele e mucosa de bovinos de todas as idades. Apresentam superfícies pontiagudas, lisas, ásperas ou rugosas, chegando a ter um aspecto de couve-flor. Com tamanhos diversos, os papilomas medem de um milímetro a vários centímetros de diâmetro, podendo estar parcialmente aderidos à pele ou pendurados. Na maioria das vezes sua coloração mantém-se em tonalidades cinza claro ou escuro, esbranquiçados ou rosados. A doença é de fácil disseminação, tem distribuição mundial e é transmitida pelos animais doentes através do contato com material contaminado, como seringas, agulhas de injeção, material de castração ou descorna, cordas, cabrestos, arames farpados, ordenhadeira mecânica, carrapatos, moscas, piolhos e outros insetos hematófagos. Evita-se a doença não adquirindo animais com papilomas, pois uma vez instalada no rebanho, dificilmente será curada. A primeira providência a ser tomada em casos de aparecimento de papilomas em um animal é separá-lo do restante do rebanho e iniciar o tratamento. Para evitar a disseminação da papilomatose é importante esterilizar bem o material empregado em cirurgias, pistolas dosadoras e instalações em geral. Para tanto, os desinfetantes à base de formol ou soda cáustica são recomendados. Para as mãos do ordenhador, soluções à base de cloro ou iodo podem ser usadas após a ordenha de vacas com papilomas nas tetas e estes animais sempre devem ser ordenhados por último. Uma da maneiras de se tratar a papilomatose bovina é pela remoção mecânica, com ou sem cauterização dos tumores, e outra é através do uso de vacinas autógenas, isto é, preparadas com tecidos dos papilomas do próprio rebanho que receberá a vacina. Porém, em ambos os casos, os resultados apresentam inúmeras variações, mesmo quando realizados em animais de um mesmo rebanho. A vacina é mais eficaz quando realizada repetidas vezes, e depende da fase em que as lesões se encontram. Para prepará-las deve-se levar em conta o estágio de desenvolvimento do tumor e amostras para a fabricação da vacina não devem ser coletadas durante o período de desenvolvimento do papiloma (fase onde não há produção do vírus), bem como na fase de regressão da doença. A autovacina é específica para cada rebanho, por ser preparada a partir de papilomas de animais do próprio rebanho infectado. Esta técnica é de ação curativa e não preventiva. Em média, cerca de cinco gramas de papilomas por animal devem ser colhidas dos animais afetados e enviadas ao laboratório, sob refrigeração, o mais rápido possível. Este tratamento consiste na aplicação de cinco doses (10 ml cada) da vacina 175 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 em intervalos de 7 a 10 dias, exclusivamente nos animais afetados. As verrugas fibrosas e arborescentes, comuns aos animais jovens, normalmente cedem a este tratamento. No entanto, aqueles papilomas planos ou de teta, raramente respondem ao tratamento. A remoção cirúrgica é muito empregada e, embora seja um processo traumático, é recomendada para animais que possuam pequena quantidade de papilomas. Os produtos injetáveis à base de clorobutanol atuam sobre alguns tipos de papiloma e algumas vezes, quando associados com outros tratamentos, apresentam melhor resultado. O tratamento com esta droga é feito com uma ou duas doses de 50 mg/kg de peso, via subcutânea. A autocura ou regressão espontânea da doença poderá ocorrer em muitos casos, mas para tanto o animal deve estar com seu sistema de defesa em bom funcionamento. Outro procedimento que vem sendo empregado para tentar controlar a doença é a auto-hemoterapia, sendo que para este procedimento retira-se em torno de 20 ml de sangue da veia jugular externa ou da veia caudal, sem anticoagulante e, em seguida, o sangue é aplicado por via intramuscular profunda. Esta técnica baseia-se na tentativa de desencadear um estímulo de defesa no organismo do animal quando absorver o sangue venoso. Desta maneira o sistema de defesa é ativado e passa a produzir anticorpos, levando a eliminação da enfermidade. É muito empregado em determinadas regiões, porém sua eficácia precisa ser mais bem comprovada cientificamente. Já observamos a campo, em casos individuais, que ao se retirar mecanicamente alguns papilomas, sem fazer curativo algum, ocorreu à cura da doença. * Médico Veterinário - Serviço de Doenças Parasitárias, DFDSA/SEAPA 176 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 04/Ano 01 – julho de 2010 Análise das principais lesões encontradas nos abatedouros registrados na CISPOA Diego Viali dos Santos*, Maria Cristina Brum do Espírito Santo****, Elenice Helena Domingues****, Ivo Kohek Júnior**, Diego Viedo Facin*** & Ana Carla Vidor* Introdução Em 1989, com a implantação da Lei federal 7.889, as atribuições e responsabilidades da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal voltaram a ser a cargo dos governos federal, estadual e municipal, de acordo com o âmbito do comércio da indústria a ser inspecionada. Portanto, os estabelecimentos que elaboram produtos de origem animal devem dispor de registro (independentemente da instância) e inspeção para evitar a permanência na ilegalidade (FILHO, 2010). A Lei 7.889 estabelece três níveis de inspeção, dependendo da abrangência da área de comercialização, ou seja, para o comércio no próprio município o registro é obtido nas secretarias de Agricultura dos municípios (Serviço de Inspeção Municipal – SIM); os que comercializam em nível intermunicipal, o registro é obtido na Coordenadoria de Inspeção Industrial de Produtos de Origem Animal (CISPOA) do Departamento de Produção Animal (GDA) da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPA); e para comercialização interestadual ou internacional, o registro é obtido no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Serviço de Inspeção Federal – SIF) (FILHO, 2010). Materiais e métodos No Rio Grande do Sul, os técnicos do GDA fiscalizam os estabelecimentos que realizam comercialização de Produtos de Origem Animal (POA) intermunicipal, registrados na CISPOA. No caso de matadouros-frigoríficos, os quais recebem fiscalização permanente, todas as lesões encontradas são registradas e encaminhadas, mensalmente, ao Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE). Todas as informações encaminhadas pelos fiscais do GDA, no período de janeiro de 2001 até dezembro de 2009 foram analisadas e estão demonstradas nesse trabalho. 177 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Foram analisadas informações com relação às espécies bovina, bubalina, caprina, ovina e suína. Nesse período do estudo foram abatidos mais de sete milhões de animais dessas espécies sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS. Ainda, para esse trabalho foram analisadas apenas as informações com relação a lesões correspondentes as quatro enfermidades: tuberculose, hidatidose, cisticercose e fasciolose. As três primeiras doenças, respectivamente, são especialmente importantes, pois são zoonoses e tem interesse na saúde pública. Já a fasciolose, devido a sua etiologia, tem condições ideais de ocorrência no Estado do RS, sendo uma enfermidade de grande importância veterinária por causar elevadas perdas econômicas (MULLER, 1999), portanto, as lesões provocadas por esta enfermidade também foram avaliadas nesse estudo. Resultados e discussão Com o histórico das lesões encontradas em abatedouros CISPOA para essas quatro enfermidades do período de 2001 a 2009, é possível realizar uma análise anual do percentual de animais afetados. Como se pode verificar na figura 1, o percentual de animais afetados com hidatidose e cisticercose, no período avaliado, têm uma curva de tendência descendente. Para essas duas enfermidades, a Secretaria da Saúde do Estado recebe as informações do GDA/SEAPA e realiza trabalhos específicos nas propriedades e municípios de origem dos animais afetados. Tal trabalho, aliado ao trabalho das unidades locais (ULSAV) do GDA de conscientização do produtor rural, poderia explicar essa diminuição de animais afetados entre os anos de 2001 a 2009. A fasciolose, devido a sua etiologia, tem sua ocorrência ligada à presença de hospedeiro intermediário (molusco do gênero Lymneae) e a condições climáticas adequadas. A fasciolose tem alta prevalência no RS, especialmente no sul e sudeste do Estado, onde é endêmica (SILVA, 2008). Outro aspecto relevante é que em áreas alagadiças como aquelas de restevas da orizicultura irrigada, em teoria, há uma maior probabilidade da ocorrência dessa enfermidade nos animais, devido à proliferação do caramujo veiculador. Assim, em anos em que existe uma maior área plantada dessas culturas no RS, haveria uma tendência de uma maior quantidade de animais afetados por fasciolose. Já a presença de lesões ao abate relativas à tuberculose mantém-se estável. Tendo uma prevalência anual constante, entre 2001 e 2009. 178 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Variação anual do % de animais afetados pelas 4 principais lesões 14,00% 12,00% Percentual 10,00% 8,00% 6,00% 4,00% 2,00% 0,00% 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Média Ano % Hidatidose % Cisticercose % Tuberculose % Fasciolose Figura 1 – Variação anual dos animais (%) encontrados com lesão, abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS de 2001 a 2009. Outra análise realizada foi à relação das lesões encontradas com a espécie animal. Bovinos e bubalinos possuem uma maior freqüência de lesões provocadas por fasciolose, entre os quatro tipos de lesões analisadas (figura 2). Como já citado, as regiões sul e sudeste têm a fasciolose endêmica. Nessas duas regiões está concentrado o maior rebanho bovino de corte do Estado (SEAPA, 2009) e, como conseqüência, tais lesões dessa enfermidade comumente são encontradas nos abatedouros. Outros trabalhos (MULLER, 1999) que analisaram abates na década de 1990 no RS também encontraram prevalência geral de 13% de fígados de bovinos condenados em matadouros e frigoríficos. O número de caprinos abatidos, anualmente, em estabelecimentos CISPOA é baixo, sendo em média 150 animais. Portanto, a amostragem para essa espécie animal foi baixa com relação às demais espécies analisadas. A hidatidose foi à principal lesão encontrada no abate entre as enfermidades analisadas nas espécies caprina, ovina e suína (figura 2). A prevalência de hidatidose no RS é alta (SEAPA, 2010), sendo maior onde os bovinos e ovinos são criados juntos. Nestas condições os ovinos representam excelente fonte de infecção para os cães que, por sua vez, contaminam as áreas pastejadas pelos bovinos e diretamente o ser humano. 179 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Percentual de animais abatidos com lesões (%) Hidatidose (%) Cisticercose (%) Tuberculose (%) Fasciolose 30,00% 25,00% Percentual 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% Bovina Bubalina Caprina Ovina Suína Total 10,31% 2,78% 1,36% 25,20% 1,87% 8,76% (%) Cisticercose 1,87% 0,31% 0,00% 1,65% 0,08% 1,35% (%) Tuberculose 0,25% 0,12% 0,00% 0,07% 0,03% 0,18% 13,34% 8,08% 0,00% 0,97% 0,29% 8,99% (%) Hidatidose (%) Fasciolose Espécie animal Figura 2 – Animais (%) com lesões, abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS de 2001 a 2009, por espécie animal. O GDA é subdividido em 19 supervisões regionais (SR), englobando todos os 496 municípios do RS, conforme pode ser visualizado na figura 3. Assim, a fim de analisar a região geográfica do Estado de origem dos animais abatidos com as lesões para as quatro enfermidades contempladas nesse trabalho, as regiões utilizadas foram as 19 SR do GDA. A origem dos animais e a prevalência encontrada em cada região para as quatro enfermidades podem ser visualizadas na tabela 1. Destacam-se em negrito as três prevalências mais elevadas para cada enfermidade. A maior prevalência da hidatidose, conforme esperado, ocorre nas SR da zona sul do Estado (Pelotas, Bagé e Uruguaiana). Além da criação conjunta de ovinos e bovinos na mesma área, favorece o aparecimento da hidatidose por ocasião da alimentação de caninos com vísceras cruas de ovinos, prática comum na zona sul do Estado. Figura 3 – Supervisões Regionais (19) do Departamento de Produção Animal do RS. 180 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 1 – Prevalência das quatro enfermidades, nas Supervisões Regionais, que compreendem os municípios de origem dos animais abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS. SRA % hidatidose % cisticercose % tuberculose % fasciolose Alegrete 7,49% 1,65% 0,04% 10,18% Bagé 15,38% 1,29% 0,10% 9,43% Caxias do Sul 0,92% 0,39% 0,11% 0,99% Cruz Alta 0,62% 0,19% 0,00% 1,01% Erechim 2,52% 1,58% 0,05% 5,57% Estrela 2,89% 0,25% 0,42% 4,62% Ijuí 2,18% 1,64% 0,00% 4,06% Lagoa Vermelha 4,28% 2,18% 0,08% 5,36% Osório 8,09% 0,70% 0,07% 24,36% Palmeira das Missões 0,75% 0,36% 0,01% 0,83% Passo Fundo 1,33% 0,40% 0,10% 1,22% Pelotas 18,62% 1,27% 0,20% 11,44% Porto Alegre 4,18% 1,01% 0,10% 12,74% Rio Pardo 9,93% 0,98% 0,11% 16,39% Santa Maria 6,11% 0,92% 0,21% 8,90% Santa Rosa 0,19% 0,01% 0,02% 0,62% São Luiz Gonzaga 2,99% 0,88% 0,02% 4,58% Soledade 9,17% 0,73% 0,05% 7,51% Uruguaiana 11,05% 1,40% 0,12% 9,47% Conforme visualizado na figura 2, a maior prevalência de cisticercose nas espécies analisadas ocorre em bovinos e ovinos. Com relação à origem dos animais afetados com cisticercose, conforme demonstrado na tabela 1, os municípios compreendidos nas SR de Lagoa vermelha, Ijuí e Alegrete são aqueles com maiores índices. Pressupõe-se que a ocorrência de cisticercose esteja correlacionada com as pequenas propriedades rurais, onde pode existir um contato próximo entre humanos e animais, aliado a uma falta de saneamento básico e educação sanitária. A tuberculose animal tem uma relação estreita com a criação de bovinos e bubalinos leiteiros. Assim, regiões com bacias leiteiras, quando do descarte de fêmeas tendem a possuir uma maior prevalência de tuberculose. Assim, na tabela 1 verifica-se que os animais oriundos das SR Estrela, SR Santa Maria e SR Pelotas foram aqueles com maior prevalência de lesões de tuberculose ao abate. A SR de Osório possui diversas lagoas (Patos, Mirim, entre outras) o que favorece a ocorrência de fasciolose. Conforme dados da tabela 1, os animais oriundos 181 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 dessa região, seguidos da SR Rio Pardo e SR Porto Alegre são aqueles com maior prevalência de fasciolose no RS. Por último, nas tabelas 2, 3, 4 e 5 são apresentados os cinco municípios do Estado com maior prevalência para cada uma das enfermidades analisadas. Nesse contexto, apenas analisou-se aqueles municípios que enviaram mais de 1.000 animais para abate em estabelecimento sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA, entre os anos de 2001 a 2009. Tabela 2 – Cinco maiores (%) municípios de origem dos animais abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS, encontrados com lesões de hidatidose. Município Animais abatidos Animais com lesão de hidatidose % animais abatidos com hidatidose Pedras Altas 1.544 497 32,19% Herval 114.559 34.740 30,32% Pinheiro Machado 84.734 22.766 26,87% Parobé 6.111 1.528 25,00% Arroio Grande 95.523 22.017 23,05% Tabela 3 - Cinco maiores (%) municípios de origem dos animais abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS, encontrados com lesões de cisticercose. Município Animais abatidos Animais com lesões de cisticercose % animais abatidos com cisticercose Viadutos 9.225 402 4,36% Esmeralda 15.951 643 4,03% Marcelino Ramos 6.365 242 3,80% Parobé 6.111 208 3,40% Ipê 10.810 363 3,36% 182 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 4 - Cinco maiores (%) municípios de origem dos animais abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS, encontrados com lesões de tuberculose. Município Animais abatidos Animais com lesões de tuberculose % animais abatidos com tuberculose Bossoroca 59.519 2.355 3,96% Bom Retiro do Sul 15.798 320 2,03% Quevedos 8.516 96 1,13% Vila Nova do Sul 18.618 177 0,95% Passo Fundo 36.238 279 0,77% Tabela 5 - Cinco maiores (%) municípios de origem dos animais abatidos em estabelecimentos sob inspeção de fiscais do GDA/SEAPA-RS, encontrados com lesões de fasciolose. Município Animais abatidos Animais com lesões de fasciolose % animais abatidos com fasciolose Pinheiro Machado 84.734 40.327 47,59% Nova Esperança do Sul 7.784 1.831 23,52% Herval 114.559 26.268 22,93% Canguçu 95.434 21.367 22,39% Imigrante 4.994 1.057 21,17% Conclusão: Com os dados apresentados, percebe-se que é vital um trabalho conjunto entre a área de defesa sanitária animal e a área de inspeção de produtos de origem animal. Com isso, será possível repassar as informações de abate aos produtores rurais e, assim, realizar trabalhos de educação sanitária nas áreas e propriedades rurais de maior prevalência dessas enfermidades, em especial aquelas com interesse em saúde pública e também, aquelas que acarretem prejuízos econômicos ao produtor rural. Ainda, o trabalho conjunto entre as diversas instituições públicas e privadas como a SEAPA, a Secretaria Estadual da Saúde (SES), as Secretarias municipais de Saúde, o Ministério da Agricultura, Pecuária, e Abastecimento (MAPA) e entidades ligadas ao agronegócio (SIPS, SINDILAT, FARSUL, FETAG, SICADERGS, etc.) é fundamental para que as ações sejam padronizadas e não segmentadas. Tal trabalho já é realizado pelo GDA/SEAPA, com a integração das informações de inspeção e defesa sanitária animal, além de uma parceria com a SES, onde o GDA repassa as informações das propriedades rurais de origem dos animais abatidos em CISPOA que tiveram lesões de cisticercose e hidatidose, para atuação dos profissionais da Saúde. Entretanto ainda é necessária a integração das informações entre os outros níveis de inspeção (federal e municipal) e uma participação efetiva das entidades ligadas ao agronegócio na 183 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 educação sanitária do produtor rural para, conseqüentemente, diminuir a prevalência dessas enfermidades nas propriedades rurais gaúchas. Agradecimentos: Aos fiscais e auxiliares do GDA/SEAPA que realizam a inspeção sanitária nos estabelecimentos registrados na CISPOA e encaminham as informações rotineiramente ao SEE, as quais foram a base desse trabalho. * Médicos veterinários do Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE/DFDSA/GDA) ** Médico veterinário do Serviço de Doenças Parasitárias (SDP/DFDSA/GDA) *** Médico veterinário da Coordenadoria de Inspeção Sanitária de Produtos de Origem Animal (CISPOA/GDA) **** Auxiliares administrativas do Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE/DFDSA/GDA) Referências Bibliográficas: FILHO, A. S & FONSECA, P.B.R. Breve história da inspeção sanitária animal no Brasil Disponível em: http://www.anffasindical.org.br/index.php?option=com_co ntent&view=article&id=515:artigo-breve-historia-da-inspecao-sanitaria-animal-no-br asil&catid=36:artigos&Itemid=62>. Acesso em: 14 de abril de 2010. MULLER, G, BERNE, M. E. A., RAFFI, L. L. et al. Influência da temperatura na longevidade de metacercárias de Fasciola hepática. Revista Brasileira de Agrociência, 1999; 5(2): 164-5. SEAPA, 2009 Disponível em: <http://www.agricultura.rs.gov.br/serviços.ph p?cod=66>. Acesso em 14 de abril de 2010. SEAPA, 2010 Disponível em:<http://www.saa.rs.gov.br/uploads/127551329 91253292854Hidatidose_no_Site_SEAPA.pdf>. Acesso em 14 de abril de 2010. SILVA, E. R.V et al., Fasciolose hepática, Revista Científica de Medicina Veterinária, ano VI, número 11, julho de 2008. 184 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 05/Ano 01 – agosto de 2010 Monitoramentos Soroepidemiológicos de Circulação Viral da Febre Aftosa - Garantias de Ausência da Doença Lucila Carboneiro dos Santos * Os monitoramentos soroepidemiológicos compõem uma das ações de vigilância sanitária ativa que devem ser efetuadas pelo Serviço Veterinário Oficial. Em última análise, essa atividade tem como objetivos demonstrar a inexistência do vírus febre aftosa nos rebanhos bovinos do território nacional, proporcionando subsídios à manutenção da condição sanitária de livre da doença frente à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e atender a exigência da União Européia da realização de um programa de sorovigilância de febre aftosa como pré-requisito à importação de carne bovina. Os primeiros estudos de vigilância sorológica no âmbito do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa – PNEFA foram realizados nos anos de 1995 e 1996, no Pantanal do Mato Grosso do Sul, para avaliação de anticorpos nãoestruturais contra o vírus da febre aftosa. Em 1997, outro estudo foi realizado nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina com o objetivo de embasar a solicitação de reconhecimento desses Estados como livres de febre aftosa com vacinação. Desde então, foram realizados diversos estudos soroepidemiológicos de circulação viral no país, visando à ampliação da zona livre, à manutenção da condição sanitária das já reconhecidas e ao apoio das atividades de emergência sanitária. O termo monitoramento epidemiológico aplica-se a verificação, em períodos preestabelecidos, de uma população amostral que não necessita representar a população alvo e tem como finalidade a comprovação da ausência de circulação viral em zonas com condição livre estabelecidas, diferentemente dos inquéritos que são realizados com o objetivo de apoiar ou certificar a restituição de zonas livres da doença e a população amostral é dirigida a todas as explorações pecuárias da área sob investigação. A população amostral elencada para a realização dos monitoramentos é constituída dos rebanhos bovinos, com idade entre 6-24 meses de idade, das propriedades de risco, isto é, estabelecimentos rurais com características de 185 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 exploração pecuária onde existe uma maior probabilidade de reintrodução e disseminação do vírus da febre aftosa. A determinação das propriedades de maior risco é feita pelos Médicos Veterinários das unidades locais de atenção veterinária dos municípios, considerando as características relacionadas na tabela I. Além das propriedades de maior risco, também são sorteadas para compor a população amostral do monitoramento sorológico algumas propriedades ERAS (estabelecimento rural aprovado no SISBOV). Tabela I: Relação das condições para eleição das propriedades de maior risco. Propriedades localizadas na linha de fronteira internacional ou na linha de divisa com Estados ou zonas de pior condição sanitária; Propriedades contíguas a locais onde ocorrem aglomerações de animais; Propriedades contíguas a abatedouros ou laticínios; Propriedades contíguas a aterros sanitários ou lixões; Propriedades contíguas a portos, postos de fronteira, aeroportos ou rodoviárias; Propriedades contíguas a laboratórios autorizados a manipular material infeccioso para febre aftosa; Propriedades de fluxo intenso de animais suscetíveis; Explorações pecuárias dentro de assentamentos rurais, aldeias indígenas ou qualquer outra situação na qual o sistema de produção pecuária que necessite de atenção veterinária especial por parte do serviço oficial; Propriedades localizadas a margem de estradas com grande fluxo de animais; Explorações pecuárias pertencentes a produtores que não declararam a vacinação contra a febre aftosa ou apresentaram resistência em adotar as medidas sanitárias estabelecidas pelo serviço veterinário oficial. A escolha da população alvo do estudo - animais entre 6-24 meses de idade - baseia-se na justificativa de que como esta faixa etária apresenta histórico de poucas vacinações contra a febre aftosa, seria mais provável a detecção da presença de circulação viral, caso realmente haja. Recomenda-se a não inclusão de bovinos com menos de seis meses de idade, em função da possível interferência de anticorpos provenientes da imunidade materna nos resultados laboratoriais, assim como de animais que receberam inúmeras doses de vacinas contra a febre aftosa ao longo dos anos, devido às constantes reações cruzadas observadas nos estudos anteriores. Os estabelecimentos rurais sorteados para o estudo são denominados Unidades Primárias de amostragem – UPA (aglomerado ou Cluster) e constituem-se de uma ou mais propriedades rurais próximas conforme as características da exploração pecuária e das condições de risco dos animais que irão compor a amostra. Após a determinação das UPAs pela coordenação do PNEFA/MAPA, as equipes de trabalho 186 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 dos serviços veterinários dos Estados realizam as atividades de campo que consistem no exame clínico das patas e boca dos bovinos a serem coletados, no preenchimento do inventário dos animais existentes na propriedade e datas de vacinações contra a febre aftosa, na realização da identificação individual dos animais que participarão do monitoramento e na colheita de soro sanguíneo dos mesmos. Finalizando as atividades de colheita, os proprietários dos animais amostrados devem ser informados da proibição da movimentação dos animais participantes do monitoramento para qualquer finalidade, assim como da vacinação contra a febre aftosa até que seja concluído o estudo e que devem notificar imediatamente o SVO qualquer ocorrência sanitária envolvendo os animais amostrados. O Método de diagnóstico adotado nos monitoramentos de circulação viral consiste na pesquisa de anticorpos contra proteínas não estruturais ou capsidais do vírus da febre aftosa, complementada com inspeções clínicas e colheita de amostras de líquido esofágico-faríngeo para pesquisa viral. Para os exames sorológicos são utilizados Kits de diagnóstico produzidos pelo PANAFTOSA, que consistem na aplicação, em seqüência, de dois testes laboratoriais: I – ELISA 3ABC (Indirect – Enzyme Linked Immunosorbent Assay), utilizado como teste de triagem, e EITB (Enzyme Linked Immunoelectrotransfer Blot Assay), como teste confirmatório. O intervalo entre colheitas sorológicas deve ser de aproximadamente 60 dias. Os animais amostrados positivos no EITB devem ser submetidos à colheita de líquido esofágico-faríngeo para a pesquisa viral. A figura 1 apresenta o fluxograma dos testes diagnósticos do monitoramento da circulação viral. O último monitoramento sorológico de circulação viral da febre aftosa foi realizado nos anos de 2007 e 2008, com conclusão em 2009. Assim como nos estudos anteriores, não foi evidenciada a presença do vírus da febre aftosa nos nove Estados da Federação que participaram do monitoramento (Figura 2). No Rio Grande do Sul, foram elencadas 10 ERAS e 100 propriedades rurais de maior risco, em 65 municípios das Coordenadorias Regionais de Alegrete, Bagé, Caxias do Sul, Cruz Alta, Erechim, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana, para a formação das UPAs, onde foram coletadas 3810 amostras de soro sanguíneo de animais entre 6-12 meses de idade, e 23 amostras de líquido esofágico-faríngeo dos animais reagentes ao teste sorológico confirmatório. As equipes de campo foram compostas por 25 Médicos Veterinários e 12 Técnicos Agrícolas do SVO do Estado. 187 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 1: Fluxograma – testes laboratoriais do monitoramento da circulaçação viral da febre aftosa. 188 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 2: Estados Brasileiros habilitados pela UE à exportação de carne bovina. * Med. Veterinária SDV/GDA Bibliografia: 1. Monitoramento para a avaliação de circulação do vírus da febre aftosa – 2007/2008 – Resultados finais – síntese – Coordenação PNEFA/MAPA; 2. Monitoramento para a avaliação de circulação do vírus da febre aftosa – 2007/2008 – orientações gerais – Coordenação PNEFA/MAPA; 3. Manual de vigilância veterinária de doenças vesiculares – PNEFA/MAPA – Brasília, DF, 2007; 4. Site Ministério da Agricultura, Pecuária e Agronegócio – www.agricultura.gov.br; 5. Site Organização Mundial de Saúde Animal – OIE - www.oie.int/eng/en_index.htm; 189 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Rastreabilidade bovina no Brasil Guilherme Coradini Fontoura da Silva * Da criação do SISBOV às atuais regras Conceitua-se rastreabilidade como um conjunto de informações e registros por meio do qual é possível ter controle de todas as fases de produção, industrialização, transporte, distribuição e comercialização, possibilitando a perfeita correlação entre o produto final e a matéria-prima que lhe deu origem. A crise da “vaca louca” foi considerada como o principal motivo para esta nova exigência do Mercado Comum Europeu aos seus fornecedores. Frente a este fato, no ano de 2002, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina - SISBOV, criado com o objetivo de identificar, registrar e monitorar, individualmente, todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou importados. Esta lei obrigava todas as propriedades rurais brasileiras, criadoras destes animais, serem cadastradas no SISBOV até o prazo máximo de dezembro de 2007. Desde sua implantação, diversas vezes alterou-se a legislação em busca de um sistema mais adequado à realidade brasileira, frente ao provável descumprimento dos prazos. Entretanto, a falta de informação dos produtores, as idas e vindas das regras e a ausência ou baixo incentivo pelos frigoríficos, fizeram com que uma crescente, mas pequena, porcentagem de pecuaristas aderissem ao SISBOV. Tentando corrigir as inúmeras deficiências, o MAPA anunciou em julho de 2006, por meio da Instrução Normativa 17, o então chamado “Novo SISBOV”. Das mudanças se sobressaíram à adesão voluntária e a criação do conceito de “Estabelecimento Rural Aprovado SISBOV”, o ERAS. De acordo com as novas regras, 100% dos animais de um ERAS devem ser obrigatoriamente identificados individualmente. No entanto, mesmo com as mudanças, eram correntes as fraudes do sistema por pecuaristas e frigoríficos. Estes fatos, aliados a erros de certificadoras e do próprio MAPA (que administra o banco de dados), levaram os inspetores da UE a decretarem o embargo à carne bovina brasileira para aquele bloco em fevereiro de 2008. Os embarques foram retomados dentro de 1 mês, porém apenas de propriedades que estavam na nova “Lista TRACES”, ou seja, que foram aprovadas numa segunda auditoria feita por fiscais do ministério (e Médicos Veterinários da SEAPA no RS) e não por técnicos da certificadora. Atualmente, a organização da propriedade rural para inclusão na lista Traces tornou-se bastante difícil, já que são avaliados mais de 50 itens num check-list padrão 190 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 desenvolvido. Como o sistema (lamentavelmente) não tolera nenhuma inconformidade, tanto na inclusão como na auditoria semestral de manutenção, a adesão de novas propriedades se dá em ritmo extremamente lento, com apenas 120 até o momento no RS. Procedimentos na fazenda e retorno econômico Para uma propriedade aderir ao processo de exportação de carne, algumas ações são necessárias, passando pela escolha da certificadora, preenchimento de uma série de cadastros e principalmente a identificação (por meio de brincos nas orelhas) de todos bovinos da propriedade. Esta é uma etapa trabalhosa e requer muita atenção, pois é necessário que sexo e idade dos animais informados sejam exatamente iguais ao que consta no cadastro do produtor na Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal. Após identificação e o cadastramento destes na base de dados, é feita uma vistoria na propriedade por um técnico da certificadora, que observa a veracidade dos documentos, confere individualmente a numeração de pelo menos 300 animais e observa, no mínimo, outros 300 (se houver). Para inclusão na Lista Traces, ainda é necessária uma segunda auditoria nos mesmos moldes, porém realizada pelo órgão oficial. Somente após aprovação nestas 2 auditorias é que a propriedade estará apta a fornecer carne para a UE, através da venda de gado para frigorífico com planta habilitada. A manutenção da propriedade na Traces necessita certos procedimentos, vistos por alguns como muito burocráticos e até inviáveis. Os principais são: preenchimento e remessa à certificadora dos comunicados de entrada, saída e morte de animais; identificação de todos terneiros até os 10 meses; manutenção da cópia das GTAs utilizadas na movimentação; comprovação do envio dos comunicados à certificadora no prazo hábil (até 30 dias); pedidos e armazenamento de brincos em aberto e arquivamento dos Documentos de Identificação Animal (DIAs). Em termos econômicos, há um gasto ao redor de R$ 2400,00 por ano com auditorias (por propriedade) e R$ 3,80 por animal quando identificado, pago apenas 1 vez. A bonificação paga pelo Frigorífico Marfrig no RS é de R$ 80,00 ou R$ 100,00 por cabeça, dependendo do peso. Vendo por outra forma, uma venda, por exemplo, de um boi com 245 kg de carcaça a R$ 5,80/kg, se transforma em R$ 6,21/kg (+6,6%), um preço que, via de regra, provavelmente nenhum frigorífico com gado para o mercado interno consegue pagar. O Frigorífico Silva, de Santa Maria, recentemente obteve habilitação para exportação para UE, porém ainda não disponibilizou aos pecuaristas uma tabela de preços diferenciada pelo gado da Lista Traces. Sabe-se de várias propriedades que estão tendo bons ganhos após entrada na Traces. Mesmo achando que o bônus deveria e poderia ser bem maior, acredito que se 191 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 uma média ou grande propriedade tenha mão de obra qualificada, razoável estrutura de mangueiras e alguma organização gerencial, as bonificações atualmente dão um satisfatório retorno financeiro ao processo, capazes inclusive de ressarcir os manejos extras com o gado e os incômodos trâmites das certificadoras. * Med. Veterinário ULSAV Santo Augusto Bibliografia: 1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 17, de 13 de julho de 2006. Estabelece a Norma Operacional do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV). 2. Cartilha do novo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos - SISBOV - Brasília : SDC/ABIEC/CNA/ACERTA, 2006. 192 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 06/Ano 01 – setembro de 2010 Úlceras Gástricas em Suínos André Mendes Ribeiro Corrêa, MV, MSc Dr. As ulcerações gástricas sempre ocorreram em suínos e seus primeiros relatos científicos datam do final da década de 50 e inicio da década de 60 do século passado (O’Brien, 1986). A ulceração do quadrilátero esofágico (pars oesophagea), ou ulceração gástrica, é sem dúvida a mais comum e importante patologia observada nos estômagos suínos (Embaye et al., 1990; Friendship, 1999). Essa região do estômago suíno, revestida por um epitélio escamoso estratificado, é desprovida de células secretoras de muco e tampouco apresenta uma camada extracelular de muco, nem um mecanismo local produtor de bicarbonato necessário para neutralizar a acidez gástrica (Friendship, 1999). A incidência de casos de úlceras gástricas aumentou significativamente nos últimos anos devido à intensificação do sistema de produção, mudanças na dieta e condições de confinamento (Kowalczyk,1969). Figura 1 - Quadrilátero esofágico normal Figura 2 - Quadrilátero esofágico ulcerado A etiologia das úlceras gástricas em suínos é considerada multifatorial (Tab. 1) e tem como principais responsáveis aspectos fisiológicos da espécie, componentes nutricionais e estruturais da dieta, microbiota residente e inúmeros fatores de manejo que contribuem de alguma forma para uma condição de estresse social aos animais, tais como o tipo e a freqüência do arraçoamento, superlotação, enfermidades, 193 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 contaminação ambiental com poeira ou amônia, entre outros (Embaye et al., 1990; Friendship, 1999; Amory et al., 2006). Tabela 1 - Fatores de risco relacionados com o desenvolvimento de ulcerações gástricas em suínos. Nutrição Manejo/instalações Outros Tamanho de partícula Tipo de confinamento Estação do ano Tipo de grão Tamanho do rebanho Doenças intercorrentes Moagem Mistura de animais Parição • Peletizada Superpopulação Hereditariedade • Martelo Manejo e transporte Somatotropina - exógena • Rolagem Nutrição Histamina Tipo de piso Infecção por ascarídeos Aquecimento Ausência de fibra na dieta Infecção por Helicobacter sp. Deficiência de Vitamina E/Se Infecção por PCV2 Rancificação da gordura Retirada da alimentação Fonte: Friendship, 1999 Em um recente trabalho, Krakowka et al. (2005), reproduziram ulcerações gástricas em suínos com a inoculação de Helicobacter pylori isoladas previamente de animais com casos clínicos de ulceração. Nos últimos anos, com o surgimento da infecção pelo circovírus suíno 2, com as diversas síndromes e doenças associadas, a constatação clínica do aumento do número de ulcerações gástricas foi levantada (Segalés, 2002; Barcellos & Driemeier - comunicação pessoal). Animais de recria-terminação com idade entre três e seis meses são mais comumente afetados pelas ulcerações gástricas, porém suínos adultos também podem ser acometidos (Friendship, 1999). Em fêmeas de descarte foram encontradas prevalências entre 32 a 65% (Ayles et al., 1996). Em suínos de abate as lesões gástricas podem ser verificadas em até 65% dos animais (Friendship, 1999). O primeiro passo para um bom monitoramento é reconhecer os sinais clínicos das ulcerações gástricas. A perda de sangue para o trato gastrintestinal é o principal sinal clínico e normalmente cursa com anemia e melena. A anemia severa resulta na palidez, fraqueza e respiração acelerada. Há diminuição de volume fecal e as fezes são escuras, com consistência até levemente pastosa, fato esse que difere do quadro de hemorragias entéricas causadas por agentes infecciosos como Lawsonia intracellularis e Brachyspira hyodysenteriae, que sempre cursam com diarréia (Friendship, 2004). Suínos com ulcerações extensas e profundas podem parecer sadios se a hemorragia gástrica for mínima. Em lesões crônicas, quando a abertura do esôfago no estômago é parcialmente obstruída por tecido cicatricial, também chamada de estenose do cárdia, os animais podem se alimentar e regurgitar logo em seguida. Esse processo costuma se repetir 194 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 algumas vezes e estes animais normalmente tem um desenvolvimento retardado em comparação aos companheiros de baia (Friendship, 2004). Freqüentemente, a perda de sangue é tão acentuada e aguda que os animais são encontrados mortos sem prévia visualização de sinais clínicos (Friendship, 2004). A patogenia das ulcerações gástricas ainda não é totalmente conhecida. Elas ocorrem principalmente na região do quadrilátero esofágico, enquanto que as ulcerações da região fúndica e pilórica são raras e normalmente associadas com infecções sistêmicas (Dufresne, 1998). O quadrilátero esofágico é exposto a uma nova ingesta com pH aproximado de 5.0. Diferentemente do resto do estômago, esta porção não é protegida por uma camada fina de muco e bicarbonato. Enquanto a diferença de pH é mantida entre as regiões esofágica e pilórica o estômago é desprovido de lesões. No entanto, quando ocorre a mistura do conteúdo estomacal e o gradiente (ou diferença) do pH não é mantido, existe um aumento da exposição do quadrilátero esofágico ao material ácido, enquanto a região pilórica é exposta a um conteúdo relativamente mais básico. A região pilórica, uma vez exposta a uma ingesta mais alcalina, tentará compensar este desequilíbrio com uma maior produção de ácido. Este mecanismo de compensação expõe o quadrilátero esofágico a um alto nível de acidez, resultando na hiperqueratose e erosão que, subseqüentemente, pode se tornar uma úlcera gástrica extensa. Esta patogenia já fora descrita por diversos autores (O’Brien, 1986; Embaye et al., 1990; Krakowka et al., 1995; Argenzio & Eisemann, 1996). Todos os fatores que contribuem para uma mistura irregular do conteúdo estomacal e perda do gradiente do pH aumentam o risco do surgimento de ulcerações gástricas (Dufresne, 1999). Qualquer condição que curse com um período relativamente longo de anorexia pode ocasionar mortalidades por hemorragia intragástrica ou aumento da intensidade das ulcerações gástricas situadas no epitélio aglandular (Straw et al., 1992). O manejo alimentar e a composição da dieta são fatores de risco já bem documentados para o surgimento de ulcerações gástricas. Rações com alta porcentagem de partículas finas (menores que 500µm) promovem homogeneização mais rápida e menor tempo de permanência do bolo alimentar no estômago. Possivelmente o gradiente de pH entre a pars oesophagea e a região pilórica desaparece permitindo assim o contato do ácido e enzimas com o epitélio desprotegido e sensível do quadrilátero esofágico (Maxwell et al., 1970). A ração peletizada promove lesões ulcerativas mais facilmente que rações fareladas e, em boa parte, isso se deve ao fato de que para formar um pellet de qualidade é necessário que a moagem inicial dos grãos utilizados seja fina (Griffing, 1963; Potkins et al., 1989a). A utilização do calor na fabricação da ração peletizada, 195 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 atingindo aproximadamente a temperatura de 80°C, provavelmente promove a gelatinização do amido e contribui para a formação de úlceras (Friendship, 1999). A aveia e a cevada são consideradas menos ulcerogênicas do que o milho e o trigo e isso em parte pode ser explicado pela composição destes cereais (Reese et al., 1966; Smith & Edwards, 1996). A adição de fibra vegetal bruta na dieta de suínos alimentados com ração finamente moída mostrou ser eficaz na diminuição do desenvolvimento de lesões gástricas. A porção fibrosa da dieta serviria como uma barreira física contra a acidez do conteúdo finamente granulado do bolo alimentar, prevenindo a ulceração do quadrilátero esofágico (Potkins et al., 1989b). A presença ou produção de ácidos graxos de cadeia curta também teria uma contribuição considerável na formação de úlceras gástricas. Interrupções e quebras no manejo alimentar influenciam diretamente o desenvolvimento de úlceras. Problemas com o fluxo de ração no cocho, interrupção no fornecimento de água, competição e hierarquização na hora da alimentação, doenças e calor excessivo associado com um padrão irregular de fornecimento de ração contribuem negativamente para a manutenção da integridade do quadrilátero esofágico (Friendship 1999). Segundo o resultado estatístico de Amory et al. (2006), a ração peletizada teve uma menor relevância do que o piso ripado no desenvolvimento e predisposição às úlceras gástricas. Foi também descrita a associação de ulcerações com a deficiência de Vitamina E e Selênio e a utilização de gordura rancificada, aumentando tanto a formação de peróxidos como a produção de ácido clorídrico (Van Vleet et al., 1970; Nafstad et al., 1967). Outro agente infeccioso encontrado em associação com úlceras gástricas foi o circovírus (PCV2), detectado através da técnica de PCR e imunoistoquímica, inclusive dentro de células do interior de glândulas gástricas (Pastor et al., 1998; Pérez-Martín et al., 2007). Corrêa et al. (2009) associou a presença do PCV2 em lesões ulcerativas com a técnica de imunoistoquímica. Grandes quantidades de antígeno do PCV2 foram observadas no citoplasma, núcleo e restos necróticos de células intralesionais das glândulas gástricas nas regiões do antro e cárdia; entretanto, na região do fundo, a marcação anti-PCV2 foi restrita às células da superfície mucosa e fossetas gástricas. A associação de antígenos PCV2 com células produtoras de muco lesadas na zona glandular gástrica sugere o envolvimento de PCV2 como um fator adicional para o desenvolvimento da úlcera gástrica suína. 196 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 3 - Marcação imunoistoquímica positiva de PCV2 nas glândulas gástricas. Figura 4 - Marcação positiva de PCV2 em núcleos e citoplasmas de células das glândulas gástricas. 197 Em um estudo, suínos criados em um ambiente socialmente enriquecido (sem estresse) não apresentaram nenhum caso de ulcerações gástricas. Já o grupo controle, criado em condições padrões de confinamento, com o piso parcialmente ripado, teve uma prevalência de 17.5 % de ulcerações gástricas (Ramis et al., 2005). A utilização de diversas formulações contendo antiácidos tem sido geralmente ineficaz na prevenção do desenvolvimento e na redução de mortes causadas pelas ulcerações gástricas (Friendship & Deen, 1997). Analisando o aspecto multifatorial do desenvolvimento da ulceração gastresofágica, todas as medidas para reduzir o impacto das variáveis predisponentes já identificadas deveriam ser aplicadas. Essas ações devem ser tomadas em conjunto, e uma monitoria sobre o seu resultado deve ser freqüente e criteriosa. Algumas mudanças não são economicamente aplicáveis, porém muitas outras são simples como, por exemplo, pequenas adequações de manejo. É importante a correção da granulometria da ração e a diminuição de fatores estressantes durante todo o processo de criação. Mais estudos no campo do enriquecimento sócio-ambiental suíno devem ser feitos buscando técnicas simples e baratas a serem aplicadas nas granjas. O aprofundamento das pesquisas sobre a participação dos fatores de risco e a busca de novos conhecimentos sobre a etiopatogenia do quadro devem ser intensificadas e contínuas. Além do enorme prejuízo econômico causado pelas ulcerações gástricas, deve-se pensar na questão do bem estar animal e de que maneira queremos que a nossa suinocultura seja rotulada pelo mercado. • Méd. Veterinário SDI – Programa de Sanidade Suína Tese de Doutorado do autor: Detecção do Circovírus suíno Tipo-2 (PCV2) e de Helicobacter pylori por imunoistoquímica em úlceras gástricas de suínos. Favet-UFRGS 2008. http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/13368/000646191.pdf?sequence=1 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 07/Ano 01 – outubro de 2010 Análise dos animais e dos produtos de origem animal ingressados no RS após a implantação da fiscalização permanente nos postos fixos de divisa do Estado Diego V. dos Santos*; Ana Carla M. Vidor*, Gabriela M. Cavagni** & Rodrigo N. Etges** No Rio Grande do Sul, os animais de produção e os produtos de origem animal ingressados no Estado provenientes de outras unidades da federação devem passar por um dos seis pontos de ingresso localizados na divisa com o Estado de Santa Catarina conforme mostra a figura 1. Em março de 2010, implantou-se uma fiscalização permanente em quatro pontos de ingresso (pontos assinalados em vermelho - figura 1), com a manutenção de fiscais nesses locais durante 8h/dia. Nesse primeiro momento, montou-se um banco de dados para registro das informações diárias das cargas ingressadas no Rio Grande do Sul e dimensionouse a quantidade de cargas que adentravam em cada um desses pontos de ingresso. Desde o último dia 03 de agosto, implantou-se a fiscalização permanente durante 24h/dia nos sete dias da semana nos quatro Postos Fixos de Divisa – PFD (Irai, Marcelino Ramos, Vacaria e Torres) e passou-se a utilizar um banco de dados com o registro individual de todas as cargas ingressadas no Estado. 199 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Figura 1 – Pontos de ingresso de produtos de origem animal e animais de produção. Marcados com setas vermelhas os PFD que já estão em operação 24 h/dia desde agosto. Ressalta-se que, até o final do ano, com apoio do FUNDESA, espera-se construir mais dois PFD (Goio-Ên e Barracão), assim como reformar o PFD de Vacaria e realizar as melhorias necessárias nos PFD de Irai, Marcelino Ramos e Torres. Dessa forma, a previsão é de que os seis PFD fiscalizem as cargas ingressadas no RS durante 24h/dia ininterruptamente até dezembro desse ano. Atualmente, o banco de dados utilizado para registro das informações dos PFD é alicerçado na plataforma Access. Entretanto, no futuro, pretende-se implantar um módulo no SDA para o registro dessas informações. Nos PFD que possuem acesso à internet, as cargas vivas ingressadas no RS têm sua GTA cadastrada no SDA pelo próprio PFD, de forma que a ULSAV de destino da carga tem a informação da chegada dos animais no(s) seu(s) município(s). O cadastro das GTAs nos PFD também está atrelado à existência no SDA do cadastro do destino da carga animal. Quando isso não ocorre, o fiscal no PFD entrega uma notificação ao condutor da carga animal para que o proprietário da carga compareça na ULSAV de destino em três dias úteis para regularização do cadastro. Nos primeiros dois meses desse procedimento, em análise realizada pelo Serviço de Fiscalização de Trânsito (SFT), apenas 26% dos proprietários não cadastrados compareceram nas ULSAV de destino para regularização do cadastro. Esse fato é preocupante, pois mostra que a cada quatro cargas vivas ingressadas no RS sem o destino cadastrado no SDA, três não comparecem na unidade local e seus animais não ficam sob supervisão do serviço veterinário oficial. Ou seja, ficam na clandestinidade. Tal fato poderia ser resolvido com a proibição do ingresso dessas cargas vivas no RS até que o proprietário de destino se regularizasse na ULSAV. Contudo, tal fato 200 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 acarretaria transtornos aos demais Estados e dependeria de uma tomada de decisão da alta cúpula do DDA e da própria SEAPA-RS. No Rio Grande do Sul, entre os dias 03/08/10 e 27/09/10, foram fiscalizadas 3.924 cargas, sendo que 79,1% dessas cargas foram de Produtos de Origem Animal e 20,9% de cargas vivas, conforme pode ser visualizado na figura 2. Cargas Ingressadas no RS desde agosto de 2010 Carga Viva; 820 Produtos de Origem Animal; 3104 Figura 2 – Tipo de carga ingressada no RS em agosto e setembro de 2010. Quando analisado o valor das cargas fiscalizadas nos PFD, desde agosto de 2010, o montante contabilizou cerca de R$ 150 milhões, sendo que 8,3% representa o valor das cargas vivas fiscalizadas e o restante (91,7%) de cargas de Produtos de Origem Animal (POA) conforme demonstrado na tabela 1. Tabela 1 – Quantidade e valor das cargas fiscalizadas nos PFD em ago/set-10. Tipo da Carga Qde cargas fiscalizadas Valor (R$) Carga Viva 837 (20,9%) 12.511.440 (8,3%) Produtos de Origem Animal 3.087 (79,1%) 137.426.749 (91,7%) Total 3.924 (100%) 149.938.189 (100%) O Rio Grande do Sul recebeu, no período de dois meses, POA e animais vivos de 17 diferentes Unidades da Federação. A grande maioria das cargas é oriunda do Estado de SC, região que tem status sanitário semelhante ao RS e não causa grande preocupação. No entanto, pode-se perceber pela figura 3 e pela tabela 2, que é extremamente importante a fiscalização de cargas nos pontos de ingresso do Estado, pois o estado gaúcho é destino de cargas provenientes de Estados do Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil. Alguns estados possuem condição sanitária abaixo da condição gaúcha e, portanto, os animais e 201 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 POA devem respeitar os requisitos previstos em Lei para ingressar no RS. A fiscalização nos pontos de ingresso é essencial para que se possa rechaçar, previamente a entrada no Estado, POA e animais que não tenham respeitado os requisitos legais e sanitários para ingresso no RS. Aliado a isso, as informações coletadas nos PFD também auxiliam a coordenação dos programas sanitários da DFDSA a mapearem os riscos e o trânsito de POA e animais, relativos a suas espécies de interesse. Com esse conhecimento é possível planejar atividades de fiscalização móvel e priorizar ações em locais com maior risco de introdução de patógenos. As tabelas 3 e 4 demonstram a quantidade de animais e POA, respectivamente, ingressados no RS pelos PFD desde agosto de 2010. Pelas tabelas é possível perceber que aves e suínos lideram a movimentação interestadual entre as espécies animais e, entre os POA, a carne bovina é a que mais ingressa no RS. Figura 3 – Número de cargas (POA e animais) ingressadas no RS por UF de origem. 202 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 2 – Número e valor da carga, de animais e de POA por UF de origem. UF Qde de carga Carga Viva POA Qde animais ou POA Valor da Carga (R$) Carga Viva Carga Viva POA POA AC 15 509.377 1.684.710 BA 5 115.527 198.184 CE 1 1.000 70.000 ES 4 82.224 607.259 GO 66 1.470.211 5.273.834 MA 4 135.350 146.678 MG 47 126 20.375 29.485.210 1.433.112 9.255.637 MS 50 182 46.761 3.186.043 577.302 10.453.451 MG 16 55 60.870 943.405 1.249.806 3.952.715 PA 18 PB 244.454 1 1.415.424 38.000 76.000 PR 157 672 453.885 19.238.554 1.222.405 32.130.092 RJ 1 4 1 47.300 10.000 111.520 RS 1 10 21 134.713 2.200 222.138 RO 17 443.446 2.582.966 SC 443 1.618 2.182.841 30.438.103 5.786.954 54.919.196 SP 105 302 685.555 4.301.274 2.129.666 14.239.771 TO Total 4 820 3.104 76.325 3.450.309 90.890.516 187.169 12.411.445 137.526.744 Tabela 3 – Quantidades e espécies de cargas vivas fiscalizadas nos PFD (ago/set-10). Espécie Animal Unidade Total Espécie animal: Aves Animal(is) 3.230.068 Espécie animal: Bovina Animal(is) 284 Espécie animal: Caprina Animal(is) 21 Espécie animal: Eqüina Animal(is) 522 Espécie animal: Outras Animal(is) 4 Espécie animal: Ovina Animal(is) 94 Espécie animal: Peixes Animal(is) 1.588 Espécie animal: Suína Animal(is) 56.789 Ovos embrionados Dúzias 225.400 Por último, na tabela 5 mostram-se todas as cargas rechaçadas pelos PFD desde agosto de 2010. Como se pode perceber, os maiores problemas enfrentados com as cargas 203 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 vivas é na espécie bovina devido a inconformidades na GTA (quanto a sexo ou idade). Já quanto aos POA, a maioria dos problemas está relacionada com a falta do CIS-E nos produtos de resíduos de aves. Os dados aqui apresentados são de extrema importância para o sistema de defesa sanitária animal do RS, pois a partir dessa fiscalização ininterrupta e permanente nos PFD foi possível mapear a origem e os produtos e animais que estão adentrando no Estado. Com esse conhecimento, pode-se mensurar de forma mais confiável o risco de ingresso de patógenos no rebanho gaúcho e, assim, planejar estratégias para minimizar e gerir o risco de forma mais eficiente. Tabela 4 – Quantidades de POA fiscalizadas nos PFD em ago/set-10. Tipo do Produto Unidade Total Prod. Orig. Animal: Carne Bovina Kg 41.125.258 Prod. Orig. Animal: Carne Frango Kg 14.112.697 Prod. Orig. Animal: Carne Ovina Kg 7.711 Prod. Orig. Animal: Carne Suína Kg 5.104.051 Prod. Orig. Animal: Derivados do Leite Kg 2.419.101 Litros 2.417.444 Prod. Orig. Animal: Embutidos Kg 1.378.435 Prod. Orig. Animal: Leite Kg 2.085.112 Litros 10.723.816 Kg 29.200 Litros 100.536 Kg 650.892 Litros 6.815 Kg 1.553.351 Litros 65.600 Prod. Orig. Animal: Ovos Dúzias 467.426 Prod. Orig. Animal: Pescado Kg 111.790 Prod. Orig. Animal: Resíduos Aves (cama, restos) Kg 1.629.190 Prod. Orig. Animal: Resíduos Suínos Kg 33.697 Prod. Orig. Animal: Vísceras Kg 52.490 Prod. Orig. Animal: Mel Prod. Orig. Animal: Outros prod. Aves (pena, pele) Prod. Orig. Animal: Outros prod. Suínos (banha, etc.) 204 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Tabela 5 – Quantidade e valor das cargas fiscalizadas nos PFD em ago/set-10. Tipo do Produto ou Espécie Animal Município da Origem MOTIVO Espécie animal: Bovina Lindóia do Sul/SC GTA COM INCONFORMIDADE DE SEXO Espécie animal: Bovina Lindóia do Sul/SC Sem informação Espécie animal: Bovina Lindóia do Sul/SC GTA INCONFORME CARGA. IDADES. Espécie animal: Bovina Lindóia do Sul/SC GTA COM IDADE. Espécie animal: Peixes Caxambu do Sul/SC Sem informação Prod. Orig. Animal: Carne Bovina Mato Leitão/RS Sem informação Prod. Orig. Animal: Carne Suína Londrina/PR Temperatura INADEQUADA Prod. Orig. Animal: Concórdia/SC RETORNO POR NÃO TER O CISE. Prod. Orig. Animal: Outros prod. Aves Palmitos/SC Problema no CIS-E Prod. Orig. Animal: Outros prod. Suínos Chapecó/SC Retornou por estar em temperatura inadequada Prod. Orig. Animal: Resíduos Aves Caibi/SC FALTOU O DOCUMENTO CIS-E Prod. Orig. Animal: Resíduos Aves Ouro/SC FALTOU O DOCUMENTO CIS-E COM A INCOMFORMIDADE. * Serviço de Epidemiologia e Estatística (SEE), Departamento de Defesa Agropecuária (DDA); ** Serviço de Fiscalização e Trânsito (SFT), Departamento de Defesa Agropecuária (DDA); 205 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 08/Ano 01 – outubro de 2010 Um Pouco de História da SEAPA Ivo Kohek Jr.* Caros leitores Há alguns dias atrás foram descobertas na GDA algumas caixas com livros antigos que já fizeram parte da história da nossa Secretaria da Agricultura. E continuarão fazendo. Entre eles, encontramos dois exemplares do Boletim da Diretoria da Produção Animal, um tipo de “Informativo Técnico” da época. Chamou-nos atenção a data dos boletins: 1955 e 1956. Já, naquela época, o Dr. Milton Guerreiro, sempre lembrado pelos seus livros como nosso mestre nas matérias de Bacteriologia e Virologia, havia instituído um tipo de informativo técnico, na essência, muito parecido com o nosso atual. De imediato pensamos em passar esta descoberta aos colegas da GDA, através do nosso Informativo Técnico, pois temos a certeza que revendo os artigos, tal qual foram veiculados, muitos se lembrarão do passado da nossa instituição. Transcrevemos como primeiro artigo o “Estudos Sobre a Hidatidose Animal” de Outubrino Corrêa, outro grande mestre que nos deixou, além de outros, seu livro “Doenças Parasitárias dos Animais Domésticos”. Neste artigo podemos observar como evoluímos pouco nestes 60 anos que se passaram, quanto a Hidatidose no RS. Fizemos um apanhado dos dados atuais (Serviço de Epidemiologia e Estatística), de 1998 a 2008 e observamos que as taxas desta parasitose, em achados de inspeção, são de 27,09% para Hidatidose Ovina e de 10,80% para Hidatidose Bovina. Comparando-se com o que tínhamos há mais de 60 anos atrás, ou seja, 28,88% de ocorrência de Hidatidose Ovina ficamos estagnados. Reduziram-se as taxas de Hidatidose Bovina, de 31,36% (dados de 1954) para 10,80% para os dias atuais, entretanto, consideramos que são taxas altíssimas para os tempos atuais, uma vez que possuímos pleno 206 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 conhecimento do ciclo e da biologia do parasita e temos em mãos os mais modernos fármacos eficientes para o controle desta parasitose, tanto nos cães como em nós, humanos. * Médico Veterinário - Serviço de Doenças Parasitárias, DFDSA/SEAPA 207 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 208 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 209 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 210 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 211 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 212 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N° 09/Ano 01 – novembro de 2010 O Médico Veterinário do Serviço Oficial do Rio Grande do Sul Ivo Kohek Jr.* A foto abaixo foi publicada no informativo eletrônico do nosso CRMV–RS deste mês e chamou à atenção, pois transmite de maneira simples e com poucas palavras o que a profissão de Médico Veterinário faz pela saúde da população. Poucos gaúchos sabem da importância que a profissão e o trabalho deste profissional têm em relação à Saúde Pública, principalmente com o consumo dos alimentos de origem animal. O Médico Veterinário é mais conhecido como “doutor dos cães, dos gatos, dos cavalos” (animais de estimação) ou, “doutor de bois, de vacas, de ovelhas, de suínos e de galinhas” (animais de produção comercial), entretanto, poucos sabem que uma das mais importantes funções que este profissional tem é relacionada à Saúde Pública, à saúde de cada cidadão gaúcho. Todo alimento de origem animal que consumimos deve antes passar pela fiscalização e inspeção de um Médico Veterinário. Aquele que não passa pela inspeção oficial é considerado alimento clandestino, criminalmente colocado no mercado, pois por não se conhecer sua procedência nem a forma como foi manipulado pode causar doenças e até a morte de quem os ingere. Antes de se adquirir um produto de origem animal é importante saber se o mesmo provém de animais saudáveis e se sua manipulação foi realizada com higiene e obedecendo às Boas Práticas de Fabricação. 213 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O Médico Veterinário do Serviço Veterinário Oficial do RS (SEAPA - Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio do RS e MAPA/RS – Ministério da Agricultura) é o profissional que garante que os produtos de origem animal foram produzidos dentro das normas legais de higiene e sanidade, desde a fiscalização do animal vivo, seu transporte, dos seus subprodutos e dos produtos oriundos do seu abate. Doenças como Febre Aftosa, Raiva, Hidatidose, Brucelose, Tuberculose, Doença de Aujeszky, Peste Suína Clássica, Influenza Aviária, Doença de Newcastle, Anaplasmose/Babesiose, Anemia Infecciosa Eqüina, Encefalopatia Espongiforme Bovina, entre outras, são contempladas mundialmente pela OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) como de notificação obrigatórias, portanto, rigorosamente combatidas. É aí que entra o trabalho do Médico Veterinário do Serviço Oficial, pois somente ele tem todos os atributos e qualificação para exercer tanto as ações de Defesa Sanitária Animal, assim como aquelas relativas à Inspeção de Produtos de Origem Animal. A SEAPA, através da sua Gerencia de Defesa Animal (GDA) do Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) no qual contempla o corpo técnico (Médicos Veterinários) tem por obrigação zelar pela saúde pública no Estado, protegendo a saúde do cidadão gaúcho de todos os males que uma zoonose (doença transmissível, comum ao homem e animais) pode causar; de todos os males que um alimento de origem animal clandestino pode causar e, também, proporcionar o controle e a erradicação de doenças que impedem o Estado e o país de exportar seus alimentos de origem animal, preservando, também, o RS do ingresso de doenças e zoonoses exóticas (aquelas não existentes na região). Os cerca de 300 Médicos Veterinários que fazem parte deste grupo de profissionais fiscalizadores da SEAPA estão distribuídos por todo o Estado. Há 30 técnicos na unidade Central da GDA e o restante está espalhado pelos municípios do Estado, em 19 unidades regionais e 248 unidades locais ou ULSAVs (Unidades Locais de Sanidade Animal e Vegetal), fazendo seu importante papel de Fiscalização, tanto na área de Defesa como na Inspeção. Cada um destes Médicos Veterinários, em conjunto com seus auxiliares (técnicos agrícolas, auxiliares de inspeção, etc.), é responsável por todo o alimento de origem animal inspecionado em estabelecimento Estadual consumido no Estado. São profissionais constantemente treinados para prevenir e combater agentes patogênicos que podem afetar o rebanho de animais produtores de alimentos do RS e, principalmente, garantir que este alimento ingerido por cada cidadão gaúcho seja de qualidade, higienicamente manipulado e proveniente de animais saudáveis. A importância desse profissional fica ainda mais evidente quando é demonstrado pela Organização Mundial da Saúde que cerca de 75% das novas doenças que têm afetado os seres humanos ao longo dos últimos 10 anos foram causadas por agentes patogênicos 214 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 provenientes de um animal ou de produtos de origem animal. Muitas destas doenças têm o potencial de se espalhar através de vários meios para longas distâncias e tornarem-se problemas globais. Este é o importantíssimo papel do Médico Veterinário do Serviço Oficial do Rio Grande do Sul, pois dele depende a saúde de cada cidadão gaúcho que ingere alimento de origem animal. Por trás de cada refeição, seja o café da manhã, almoço ou janta, está o serviço de um Médico Veterinário do Serviço Oficial. *Medico Veterinário do Serviço de Doenças Parasitárias/GDA/DDA/SEAPA (Agradecimento especial aos colegas Dra. Gabriela Cavagni, Dr. Diego Viali e Dr. Diego Facin pelas correções do texto). Bibliografia: OIE – Organização Mundial da Saúde Animal OMS – Organização Mundial da Saúde 215 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Informativo Técnico N°10 /Ano 01 –dezembro de 2010 PREVENÇÃO DA ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (EEB) NO BRASIL Gustavo Nogueira Diehl* Conceito A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) também chamada de doença da “vaca louca” é produzida por uma proteína infecciosa, chamada príon, que transforma as proteínas sãs, alterando sua forma. A EEB se enquadra dentro das encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), que inclui também enfermidades como Scrapie (que afeta ovelhas e cabras) e a doença crônica do cervo e do alce. Além disso, existe um grupo de EET que afeta o homem, como o “kuru humano” ou a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD). O príon é o único agente infeccioso conhecido que não tem genes e, por isso, não pode reproduzir-se como uma bactéria ou um vírus. Trata-se de uma proteína normal do cérebro, muito parecida nas vacas, nos humanos e em muitos outros animais. Em certas condições, adota uma forma anormal que vai se acumulando no cérebro até provocar a morte. Num processo muito lento, o príon anormal pode alterar a forma do príon normal que, por sua vez, propaga o defeito aos demais príons. Os sintomas mais comumente encontrados em bovinos são mudanças de comportamento, andar cambaleante, paralisia e morte. Sua principal fonte de transmissão é por meio da ingestão de alimentos contendo proteínas e gordura animal (farinha de carne e ossos, etc.). Pesquisas revelam que menos de um grama de material infectante é o suficiente para transmitir a doença, por isso, mesmo que a concentração de farinha de carne e ossos no alimento dos ruminantes seja baixa (como na cama de aviário, por exemplo) existe o risco de transmissão da doença, já que, a dose infectante também é reduzida. Os tecidos de maior risco, denominados “materiais específicos de risco” (MER), são o cérebro, a medula espinhal, os olhos, as amídalas, o baço e o intestino. As aves e os suínos não correm risco de desenvolver EEB, por isso, é permitido alimentá-los com produtos contendo proteínas de origem animal. 216 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 O principal perigo consiste em não existir um tratamento específico para a doença que é incurável e mortal tanto nos bovinos como nos seres humanos, além disso, não existe até o momento, qualquer método para diagnosticá-la no animal vivo. Outro problema para detecção da enfermidade é que os sintomas podem demorar mais de 10 anos para se manifestar em sua plenitude e o período de incubação médio é de cinco anos. Histórico A doença foi diagnosticada pela primeira vez em 1985, no Reino Unido. Posteriormente, foram detectados novos casos em outros países europeus como Holanda, França, Portugal, Alemanha, Itália e Espanha, entre outros. Há duas hipóteses para a origem do mal da vaca louca. A primeira delas afirma que, no começo dos anos 80, o método que os produtores britânicos usavam para as sobras de ovelhas na fabricação de rações foi alterado: a temperatura foi reduzida e alguns solventes foram eliminados da preparação. Como conseqüência, os príons que infectavam as ovelhas deixaram de ser inativos e contaminaram massivamente o gado que se alimentava da ração produzida com carcaças de ovelhas. A segunda hipótese diz que a enfermidade se originou numa mutação no gene que fabrica o príon. A forma como o príon atua ainda não está bem descrita, a princípio uma proteína não armazena material genético, contudo, alguns pesquisadores acreditam que o príon de alguma forma pode agir como um material genético, transmitindo informações que transformam proteínas normais em proteínas príon, mas esse mecanismo ainda não está bem esclarecido. As primeiras notícias sobre a possibilidade da transmissão da doença para humanos geraram pânico na população, então, para acalmar a situação, o Ministro da Agricultura britânico ofereceu, em 1990, um hambúrguer de carne bovina a sua filha de cinco anos diante das câmeras de TV, tentando mostrar que a doença não se transmitia ao ser humano. Em março de 1991, a Ministra da Saúde do governo britânico Stephen Dorell anunciou a morte de oito pessoas atingidas por uma variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD) ocorridas, provavelmente, pelo consumo de carne infectada pela EEB. Ela reconheceu, assim, a possível transmissão da doença da vaca louca ao homem. O anúncio britânico colocou a Europa em alerta. Em 1995, Stephen Churchill, de 19 anos, torna-se a primeira vítima humana da nova variante da enfermidade de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), a versão humana da doença da “vaca louca” e, em dezembro de 1995, já havia, no Reino Unido, 155.000 casos de vacas enfermas e 55 pessoas infectadas pela variante humana. Em 1996, um secretário de Saúde do governo britânico confirmou que todos os casos conhecidos de morte por vCJD estavam relacionados com o consumo de carne de vaca contaminada. 217 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Na época da crise da EEB a União Européia gastou aproximadamente U$ 2,5 bilhões de dólares apenas para destruir a ração com produtos de origem animal, além dos gastos com o abate de milhares de bovinos. Graves problemas sociais também ocorreram principalmente para os pecuaristas europeus que tiveram grandes prejuízos econômicos, mas o prejuízo não se restringiu somente ao setor primário, a indústria e o comércio também foram afetados pela diminuição do consumo de carne bovina. O Brasil, assim como a maioria dos países, parou de importar bovinos, seus produtos e subprodutos de países que tiveram casos da doença. Diferentemente da criação européia, a alimentação do gado brasileiro está baseada em proteínas vegetais como farelo de soja, milho, etc. Com isso, dificilmente haverá algum caso de “vaca louca” no país. Na verdade, a crise européia transformou-se numa oportunidade para o Brasil. Com a incineração da ração animal, os pecuaristas europeus tiveram que importar soja brasileira. Além disso, o medo do consumo de carne bovina na Europa fez com que as exportações de frango brasileiro aumentassem e a cotação do produto no mercado internacional aumentou. Por outro lado, a crise da vaca louca também trouxe problemas ao Brasil. No começo de 2001, o governo do Canadá proibiu a importação de carne brasileira alegando que esta estaria contaminada pela “vaca louca”. Este passo foi seguido pelos Estados Unidos e pelo México, parceiros comerciais do Canadá no Nafta. Contudo, a justificativa não procedia. Na verdade, esta era uma retaliação do Canadá contra o governo brasileiro que subsidia a produção de aviões da Embraer, principal concorrente da canadense Bombardier. Por fim, o embargo à carne bovina brasileira foi retirado pelo Nafta três semanas após ter começado. O Brasil nunca registrou caso desta doença e para evitar a introdução no país, toda a cadeia produtiva é fiscalizada e desde 1996. No Brasil é proibido alimentar ruminantes com determinados produtos de origem animal. A Instrução Normativa nº 8/2004 proíbe alimentar ruminantes, dentre outros produtos, com farinha de carne e ossos e resíduos de criação de aves e de suínos (pois na dieta desses últimos é utilizada a farinha de carne e ossos, que comporá também os resíduos da criação). Desde a primeira notificação de EEB até junho de 2006 foram notificados cerca de 190.000 casos, sendo que destes 96,95% ocorreram no Reino Unido. A última notificação de EEB, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), ocorreu em agosto de 2010 na Holanda. Este fato indica que mesmo com uma série de medidas tomadas em diversos países do mundo para prevenção da ocorrência de EEB ainda existe a possibilidade de ocorrerem novos casos. Essa proibição na alimentação de ruminantes, conhecida mundialmente como “feed ban”, é calcada em recomendação da OIE e representa um dos principais fatores avaliados 218 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 para a certificação sanitária de produtos bovinos a serem exportados, considerando o risco de EEB. O Brasil submeteu pleito de classificação à OIE nos anos de 2006 e 2009, e nas duas oportunidades foi considerado na categoria de risco controlado, que é a categoria intermediária, a mesma onde estão classificados países que já notificaram casos de EEB. Para que numa próxima avaliação seja alcançada a categoria de risco insignificante para EEB (categoria mais baixa), o Brasil terá que provar, dentre outros requisitos, o efetivo feed ban. Algumas regiões do Brasil, pelas características de produção, apresentam uma grande disponibilidade cama de frango. Observou-se que mesmo com a proibição do uso da cama para alimentação de ruminantes e o conhecimento sobre outros riscos sanitários já descritos como EEB, botulismo, presença de resíduos de antimicrobianos, associados com uso de cama de aviário na alimentação de ruminantes, esta prática ainda é uma rotina em certos locais no país. Cabe salientar que o bovino não deve ser visto como um potencial “exterminador” da cama de aviário, pois existem alternativas como a destinação da cama de aviário como fertilizante. Considerando os custos de outros tipos de fertilizantes, o aspecto nutricional da planta e estudos de instituições de pesquisa, o uso da cama como fertilizante tem se mostrado uma alternativa rentável, segura para o meio ambiente e para a cadeia de alimentação animal. Medidas de Prevenção para EEB realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) As medidas sanitárias que vêm sendo preconizadas pelo Ministério da Agricultura (MAPA) e pela Secretaria da Agricultura Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPA) são baseadas no conhecimento científico internacional, além de recomendações da OIE e do Comitê Científico do Mapa para Encefalopatias (CEET). a) controle de movimentação e proibição de abate de bovinos importados de países de risco para EEB: apesar da IN18/03 (que estabelece tais procedimentos), alguns desses bovinos foram, indevidamente, abatidos nos últimos 7 anos, e outros foram movimentados sem o devido controle, desconhecendo-se seu destino atual (que podem ter sido abatidos também, como pior cenário); b) vigilância no abate de emergência e remoção de material de risco específico para EEB: atualmente essas normas são aplicáveis nos matadouros sob SIF e nos matadouros sob inspeção estadual ou municipal ainda existe, na maioria dos casos, a necessidade de normatizarem tal medida e se harmonizarem com a norma federal; c) remoção de material de risco específico para EEB: quando não é feita adequadamente tal remoção, é significativa a presença de material de risco residual. 219 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Somando-se a estas medidas, visando monitorar a obediência à proibição do uso de proteínas de origem animal na alimentação de ruminantes, as seguintes ações de fiscalização estão sendo tomadas: a) fiscalizações em estabelecimentos produtores de alimentos para animais; b) fiscalização em estabelecimentos processadores de subprodutos animais (graxarias); c) fiscalizações de alimentos em propriedades de criação de ruminantes. Em decorrência destas atividades do SVO no Brasil, em outubro de 2010, um rebanho de mais de 1500 bovinos de uma propriedade do Estado do Mato Grosso do Sul foi abatido por ter sido alimentado com ração contendo proteína de origem animal. No Paraná 405 bovinos oriundos de 7 propriedades foram interditados e também foram encaminhados para o abate porque eram alimentados com cama de aviário. Coincidentemente, no mês de novembro, foi divulgado pela imprensa nacional a suspeita de que um médico de Campinas estivesse com sintomas da variante da doença da vaca louca, que dias mais tarde acabou ficando comprovado tratar-se da forma clássica da Doença de Creutzfeldt-Jakob, forma que ocorre normalmente em humanos na proporção de um caso a cada 1 milhão de habitantes e não é causada pela ingestão de carne bovina. Considerações Finais Desde o surto da doença da vaca louca na Grã Bretanha existe uma espécie de pânico na população quando os jornais ou a televisão noticiam qualquer ocorrência relacionada com a doença. Além disso, os mercados consumidores de produtos bovinos brasileiros exigem garantias sanitárias relativas a esta doença, no sentido de certificar a inocuidade destes produtos antes de ingressarem em seus países. Portanto é importante ressaltar que o Brasil nunca registrou caso desta doença e para evitar a introdução no país toda a cadeia produtiva deve ser efetivamente fiscalizada, como matadouros, graxarias, fabricas de ração e propriedades rurais. Devido a estes fatores descritos e práticas como aquelas que ocorreram no passado de utilizar barreiras sanitárias com objetivos comerciais, torna-se a necessário buscarmos a recategorização do Brasil com relação ao risco para EEB. Para que na próxima avaliação seja alcançada a categoria de risco insignificante para EEB será preciso que o SVO aprimore e efetivamente adote medidas de mitigação de risco, adequadas ao risco de introdução do agente no país. *Médico Veterinário, MSc. Serviço de Doenças Infecciosas, DFDSA Referências Bibliográficas: 220 Relatório Anual de Atividades da Gerência de Defesa Animal - 2010 Prevenção do Mal da Vaca Louca no Brasil e a Proibição de Alimentar Ruminantes com Cama de Aviário; Informativo da CRHE – 2010. FERREIRA, João Paulo Hidalgo M. “O Medo de Comer”– 2001. GONZÁLES, Hector E. “Encefalopatia Espongiforme Bovina” - MVZ-CORDOBA –2000. TREVITT, Clare R and SINGH, Pramil N. “Variant Creutzfeldt-Jakob Disease: pathology, epidemiology and public health implications” – 2003. Site Ministério da Agricultura, Pecuária e Agronegócio – www.agricultura.gov.br. Site Organização Mundial de Saúde Animal – OIE - www.oie.int/eng/en_index.htm; 221