memória - Leia Agora
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CONFIRA NOSSAS OFERTAS PÁGINA 5 SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO DE 2012 www.jornalleiaagora.com.br Leia AGORA UM JORNAL A SERVIÇO DE SANTA LUZIA CONFIRA NOSSAS OFERTAS PÁGINA 3 Número: 143/ GRÁTIS FOTOS LEIA AGORA O SR. UBIRANEY FALOU QUE A PREFEITURA NÃO IA PAGAR NADA E QUE A GENTE NÃO PODIA VENDER PORQUE A CASA IA SER TOMBADA. ENTÃO, MANDEI PASSAR O TRATOR EM TUDO’’ ■ Antônio Monteiro, um dos herdeiros da casa onde funcionou a primeira escola do distrito de São Benedito OS CINCO SENTIDOS DE SANTA LUZIA UM AROMA NA MEMÓRIA Na sequência da série "Os cinco sentidos de Santa Luzia", moradores da cidade revelam os aromas que ficaram na memória. Na foto, a pequena Sofia Reis. PÁGINAS 12 E 13 MENSAGEIRO DA ESPERANÇA Cobrador distribui bilhetes com palavras de esperança para desejar boa semana aos passageiros. PATRIMÔNIO DA DÉCADA DE 1950, QUE ABRIGOU PRIMEIROS PASSOS DA EDUCAÇÃO NO SÃO BENEDITO, VIROU PÓ DESCASO COM A HISTÓRIA Desinteresse público e privado se reflete na história do distrito de São Benedito, que acaba de perder um dos poucos, senão único, imóvel de valor cultural da região: casa onde funcionou a primeira escola do distrito. Sem reconhecimento oficial, tradições populares também são ameaçadas, como o futebol amador, que perdeu espaço com a interdição do campo do Monte Castelo para obras, paralisadas há mais de um ano PÁGINAS 4 , 6 E 7 PÁGINA 8 AMOR PELOS ANIMAIS Cães em situação de risco, após receberem cuidados especiais, estão à espera de um novo dono. PÁGINS 16 E 17 COM OBRAS ABANDONADAS, CAMPO DO MONTE CASTELO GUARDA APENAS MEMÓRIA DAS DISPUTAS INICIADAS NA DÉCADA DE 1970 ‘‘A PREFEITURA PODIA, PELO MENOS, TIRAR A TERRA DO CAMPO, PASSAR O TRATOR PARA ALINHAR E DEVOLVER OS REFLETORES, PARA VOLTAR A TER JOGO, POIS O TIME ESTÁ JOGANDO SÓ NO CAMPO DOS OUTROS’’ ■ Dona Taquinha, caseira do campo, que acompanhou a história do Monte Castelo desde a fundação do clube 02 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 OPINIÃO CARTA AO LEITOR PARTICIPAÇÃO POPULAR Em constante processo de construção,a cidadania implica na participação social ativa de toda a população.Como é utópico falar em uma maioria consciente e politicamente atuante no Brasil,a formação de grupos,como associações de moradores,é de grande valia para cobrar justiça e eficiência do poder público,lembrando as autoridades que todos os cargos servem para atender as demandas da coletividade e não interesses particulares. É com essa visão que um grupo de moradores do distrito de São Benedito começa a se organizar para defender seus direitos de cidadão.Indignados com a última gestão em Santa Luzia e conscientes da responsabilidade da própria população sobre todos os prejuízos sofridos pelo município - que não contou com a fiscalização necessária por parte dos moradores e,muito menos,de seus representantes no Legislativo -,o grupo pretende atuar ao lado do poder público,em benefício dos quatro cantos da cidade. Para o grupo,a construção do Fórum no Novo Centro,dificultou o acesso da população do distrito à Justiça (mais especificamente ao Juizado de Pequenas causas,que funcionava na Avenida Brasília),despertando assim a necessidade de se organizar em busca de melhorias mais democráticas,que garantam acesso à segurança,transporte,educação,lazer, justiça, cultura e saúde a toda a população luziense,desde a região próxima ao Centro Histórico ao entorno do Palmital. Ainda sem nome definido,e aberto a sugestões, o grupo convoca todos os moradores interessados em promover uma gestão pública participativa para colaborar com ideias e,principalmente,ações em busca da construção de uma cidade melhor para se viver. Com união,troca de informações e experiências,será mais viável garantir qualidade de vida para todos e evitar prejuízos sociais e culturais,como a destruição de um dos raros patrimônios do São Benedito e a degradação do tradicional futebol amador no distrito,assuntos abordados nas páginas 4,6 E 7. Os interessados em participar das reuniões e colaborar com ideias e sugestões para o exercício da cidadania no município podem entrar em contato pelo número (31)9744-6400.Boa leitura! MEMÓRIA EXPEDIENTE Leia AGORA DIRETOR GERAL Luiz Augusto Nunes Thomazi [email protected] JORNALISTA RESPONSÁVEL Flávia Thomazi 01281/JP [email protected] COLUNISTA Roberto Elísio REPORTAGEM Luisa Santos e Giselle Araujo CONTATOS COM REDAÇÃO (31) 3641-5634 / 8364-7194 SANTA LUZIA, DÉCADA DE 70 No antigo Clube Luziense, Marco Antônio Fonseca (em pé), Bimbo, Conceição, Cotinha e Bilé PARA ANUNCIAR (31)8364-4868 ENDEREÇO Rua do Serro, 457, Centro Santa Luzia - MG PARTICPE DESTA COLUNA. MANDE FOTOS PARA A REDAÇÃO DO LEIA AGORA Rua do Serro, 457, Centro, Santa Luzia - MG - e-mail:[email protected] - Tel: (31) 3641-5634 UMA PUBLICAÇÃO DA MS EDITORA 04 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 MATÉRIA DE CAPA FOTOS LEIA AGORA DESCASO COM A HISTÓRIA Memória cultural do São Benedito fica abalada com demolição da casa onde funcionou a primeira escola e com o abandono do campo que dona Taquinha frequentou desde a fundação MEMÓRIA ABALADA Descaso das autoridades destrói e ameaça patrimônios culturais do distrito de São Benedito Giselle Araujo Provérbios e ditados populares são pequenas expressões que passam grandes lições de vida e moral. Um deles, consagrado nas ciências sociais e atribuído à socióloga Helena Pignatari, diz que "um povo sem memória é um povo sem história". O provérbio pode ser comprovado em um olhar mais atento sobre a realidade histórica do bairro São Benedito. Sem grandes patrimônios reconhecidos pelas autoridades municipais ou consagrados pela população, imóveis tradicionais são destruídos ou entram em ruínas sem a valorização que merecem enquanto símbolos de um povo, necessários para a construção da identidade dos moradores do São Benedito. Outro ditado ensina que não adianta chorar sobre o leite derramado. Depois de perder a casa onde funcionou a primeira instituição de ensino do bairro, Escola Rural Municipal Gervásio Lara e de ver o campo do Monte Castelo, um espaço tradicional de esporte, lazer e convivência, desativado por descaso do poder público, a população do distrito só tem uma saída: lutar, no exercício da cidadania, para valorizar a memória da região, preservando os elementos que compõem a sua história. "É importante preservar nossa memória porque é isso que dá identidade à população, que constrói nossa história. É o que nós vivemos e fizemos até hoje que define quem nós somos, quem é o povo do São Benedito, como é sua cultura", explica o historiador e líder comunitário Fernando de Castro, morador do Via Colégio. Com a demolição do imóvel onde foram dados os primeiros passos da Educação no São Benedito, a cidade perde um espaço que poderia ter se tornado referência cultural para o distrito - abrigando uma biblio- teca, um centro de informática ou o arquivo público. A propósito, a criação do arquivo público foi incluída na Lei Orgânica do Município, promulgada na década de 1990, por sugestão de Fernando, mas até hoje não foi regulamentada, segundo o historiador. A antiga casa foi destruída e nada pode ser feito, mas o campo de futebol amador Monte Castelo ainda pode ser resgatado. Fundado na década de 1970, o campo funcionou até 2010 sem necessidade de grandes intervenções. "Quando os políticos inventaram de colocar a mão, não teve mais jogo. As obras estão paradas", diz a caseira do campo, Maria do Socorro Gomes, conhecida como Taquinha. Ela acompanhou a história do clube desde o início, ao lado do marido Antônio Paulino de Carvalho, o falecido Toninho Rasteiro, um dos fundadores do Monte Castelo. 06 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 MATÉRIA DE CAPA DESCASO COM A HISTÓRIA TEMPO PERDIDO Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. O conselho popular poderia ter evitado o final infeliz da história de uma verdadeira relíquia, talvez a única edificação histórica do bairro São Benedito. A pequena casa, onde funcionou a primeira escola do bairro, fundada na década de 1950, foi demolida. A despeito do alerta feito em uma matéria publicada em maio pelo LEIA AGORA, em que o historiador e lider comunitário Fernando de Castro ressaltou a relevância do imóvel para a preservação da memória coletiva da região, nenhuma medida concreta parece ter sido tomada para proteger a casa, que foi demolida por ordem dos herdeiros, cinco meses depois da publicação. Tudo começou quando uma possível compradora procurou a prefeitura para tomar conhecimento da situação do imóvel e foi informada de que a casa era um patrimônio cultural. "Perdemos a venda e a mulher ficou com tanta raiva que nem quis conversar com a gente", diz o herdeiro Antônio Monteiro, que procurou a prefeitura. "Eu e minha advogada fomos muito mal recebidos", afirma. "O sr. Ubiraney falou que ninguém podia trocar nem uma lâmpada sem autorização da prefeitura e que se acontecesse alguma coisa com a casa, nós seríamos processados", diz Antônio. "Mas, como, isso é possível, se o imóvel é nosso, de direito?", questiona. Indignado, Antônio decidiu destruir a casa. "O sr. Ubiraney falou que a prefeitura não ia pagar nada e que a gente não podia vender porque a casa ia ser tom- FOTOS LEIA AGORA Desconhecimento e informação equivocada levam herdeiro a demolir casa que abrigou primeira escola do bairro Sem projeto de preservação, casa ficou só na lembrança Antônio (à direita) e sr. José: herdeiros de Juca Bispo bada. Então, mandei passar o trator em tudo", revela Antônio, apoiado pelo desconhecimento do valor histórico do imóvel que, se preservado e restaurado pela prefeitura, poderia ter se tornado, além de símbolo da Educação na cidade, uma homenagem à me- mória de Juca Bispo, o proprietário original, que cedeu o imóvel para o funcionamento da primeira escola. "O que vale uma casa velha? Tem que modernizar", argumenta Antônio. A Prefeitura de Santa Luzia, através da Procuradoria munici- Fernando lamenta perda de um patrimônio do bairro pal, informa que o imóvel, estava em processo de inventário e que os proprietários tinham pleno conhecimento de que qualquer intervenção na casa teria que ser autorizada pelo poder público. Ainda segundo a Procuradoria, o município vai tomar as medidas judiciais cabíveis, acionando, inclusive, o Ministério Público. Sobre o suposto mal-estar entre o secretário de cultura e um dos herdeiros do imóvel, a Prefeitura informa que testemunhas disseram não ter havido qualquer desrespeito entre as partes. 07 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 MATÉRIA DE CAPA DESCASO COM A HISTÓRIA RETRATO DO ABANDONO De boas intenções o inferno está cheio. Com esta expressão, os jogadores e amigos do Monte Castelo, nome do time e do campo localizado no bairro São Benedito, traduzem o sentimento de indignação e desesperança que toma conta dos frequentadores da Praça Anchieta (onde fica o campo), desde que as obras para reforma foram paralisadas, em setembro de 2011. "É um lugar tradicional do bairro,que está se perdendo por falta de compromisso das autoridades com o povo", desabafa Maria do Socorro Gomes, a donaTaquinha, que vê de perto a deterioração da sede do clube. Com vista para o novo Centro Administrativo do Governo de Minas, o campo começou a ser reestruturado em outubro de 2010, a partir do convênio nº 203/09, firmado entre Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e a Prefeitura Municipal de Santa Luzia em 26 de novembro de 2009. Depois da paralisação das obras, em 2011, o local se transformou em ponto de encontros para usuários de drogas. "A prefeitura podia, pelo menos, tirar a terra do campo, passar o trator para alinhar e devolver os refletores, para voltar a ter jogo, pois o time está jogando só no campo dos outros",reivindica dona Taquinha. Ela ressalta que todas as melhorias do espaço, fundado na década de 1970, foram garantidas pelos frequentadores. "Tudo foi feito aqui pela turma do futebol, que, agora, vê tudo destruído pelas mãos dos próprios políticos, que deveriam ajudar", diz a caseira da sede, onde estão os inúmeros troféus conquistados pelo clube ao longo dos anos, além dos uniformes, fotos, recortes de jornal e toda a história do Mon- FOTOS LEIA AGORA Obras paralisadas interrompem jogos no campo do Monte Castelo e abalam tradição de futebol amador no distrito Campo está cheio de terra desde 2010, quando foi interditado Dona Taquinha preserva a históra do time em fotos que enfeitam a casa te Castelo. "O bar onde todo mundo se reunia depois dos jogos, todo fim de semana, é uma tristeza só, tudo parado. Mas a gente ainda espera poder continuar nossa história. Quem sabe o novo prefeito resolve, né?", diz dona Taquinha. A Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Esportes, informa que a diretoria do Monte Castelo Esporte Clube, a Secretaria de Obras e o Governo do Estado nego- ciaram o depósito da segunda parcela do convênio junto ao município para dar continuidade à obra. Entretanto, para haver o depósito, é necessário que o município esteja em dia com a prestação de contas dos convênios contraídos pelo poder público. A Prefeitura informa, ainda,que a prestação de contas foi feita, está sob análise e o município aguarda resposta positiva para finalizar a obra. Entretanto, nenhu- Poeira encobre inúmeros troféus guardados na sede desativada ma previsão para a retomada e conclusão das obras foi informada pelo poder municipal. RECURSOS Há cerca de seis meses, quando o LEIA AGORA apurou a situação de descaso em relação ao Monte Castelo, a prefeitura já havia recebido R$786.491,03 dos recursos que o Governo do Estado deveria repassar para a realização das obras (que incluem vestiários e arquibancadas), segundo informou a Setop, na época. O valor total dos investimentos para as obras no campo seria de R$1.965.140,13, sendo que o montante de R$1.786.491,03 ficou sob responsabilidade do Estado e o restante, da prefeitura. A paralisação teria ocorrido devido à necessidade de alterações na planilha de execução do projeto, segundo havia informado a prefeitura no início do ano. 08 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 GERAL Mensageiro do bem Bastar usar a criatividade e ter boa vontade para fazer a diferença. É isso que o cobrador Denilson Viriato, de 26 anos, comprova ao começar cada semana de trabalho espalhando mensagens de conforto e esperança entre os passageiros. Há cinco anos na profissão, sendo três na linha 4255 - Via Colégio, Viriato decidiu, há cerca de dois meses, apostar no poder das palavras e oferecer, uma vez por semana, bilhetes com mensagens bíblicas a todos que passam pela roleta. "São promessas de que tudo vai dar certo, para que as pessoas tenham uma boa semana", explica Viriato. A ideia surgiu a partir das conversas do cobrador com vários passageiros que, nas viagens diárias até a capital, acabam dividindo alegrias e tristezas. "A experiência no ônibus me fez ver que muita gente precisava de uma palavra de incentivo,de esperança. Sempre ouvi desabafos, lamentos, e achei que poderia ajudar a aliviar a carga da semana com uma mensagem de fé e esperança", afirma Viriato, ressaltando que a maioria das pessoas faz muitas reclamações. "Principalmente as mulheres. Os homens já não gostam de falar muito", conclui. As mulheres são,também,mais receptivas às mensagens, segundo o cobrador. "A princípio, os homens rejeitam, mas depois gostam da ideia e levam a promessa", diz. Durante sua jornada de trabalho, que começa às 6h e termina às 13h30, Viriato distribui as cerca de 200 mensagens que leva,toda terça-feira,guardadas em um pote de plástico transparente. "Eu entregava toda segunda,mas muita gente estava tirando folga nesse dia e chegava na terça pedindo a mensagem. Então, mudei a data", explica. Uma das usuárias da linha que recebe de coração aberto as mensagens semanais é a identificadora da Polícia Civil Hanny Jéssica Pacheco, de 23 anos. "Tem dia que a gente lê e diz: isso é pra mim", afirma a passageira, que aprova a iniciativa de Viriato. "É muito bacana. Se um dia não dá pra pegar,a gente sente falta e cobra depois", afirma Hanny. "O retorno dos passageiros, em geral, é muito legal. A gente se enturma mais e cria laços com pessoas que, antes, nem davam bom dia", enfatiza o cobrador. FOTOS LEIA AGORA Cobrador distribui bilhetes com palavras de esperança para desejar boa semana aos passageiros Usuária da linha 4244, Hanny gosta de receber as mensagens de Viriato 10 LEIA AGORA MÚ SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 SO EXTR Consagrada no circuito underground, banda luz Assim como diversas cidades do Brasil e do mundo, Santa Luzia também tem fortes representantes da cultura underground. Uma das principais bandas do cenário luziense é a Mortifer Rage, que, com 13 anos de estrada, consagra o estilo death metal entre outras referências do metal extremo espalhadas pelos quatro cantos do mundo e submundo da música. (Entenda-se por metal extremo um gênero que reflete atitudes e pensamentos em um “som visceral, mais direto, sem firulas”, segundo a banda). Técnica, velocidade e brutalidade sonora e ideológica são os principais elementos que mantêm Carlos Pira (vocais), Robert Aender (guitarra), Warley Alves (baixo e backing vocal), Ramon C (guitarra) e Wesley Adrian (bateria) na ativa, com trabalhos como o EP Hangmen’s Hate, gravado em 2000, que abriu portas para apresentações do grupo por todo o Brasil e incluiu o Mortifer Rage na coletânea Rock Soldiers Volume 4 – lançada pelo selo UGK Disccos, do Rio Grande do Sul. Os resultados positivos levaram o grupo a lançar o primeiro álbum, Legacy of Obssessions, em 2002. “Gravado de forma independente, esse álbum foi distribuído na Europa pelo selo português Hallucination Productions”, ressalta o vocalista. A música de peso expressa uma visão de mundo peculiar, mais crítica e menos “comercial”, que se baseia em convicções filosóficas. “O Mortifer Rage revi- sita certos conceitos culturais disseminados e impostos como verdades absolutas, como a religião, a moral, Deus, o diabo, ídolos”, explica Pira. Vale ressaltar que o vocal gutural (modificado pela garganta, atingindo sonoridade parecida com vozes sombrias de filmes de terror) é um dos elementos mais notáveis do death metal, assim como do black metal (estilo ligado ao satanismo). Contrário a qualquer forma de manipulação, o Mortifer Rage defende a capacidade humana de tomar decisões de forma livre e lamenta a restrição do sentido de cultura a manifestações populares e folclóricas, incluindo, ainda, produtos da indústria de entretenimento, formatados e consolidados através da SICA FOTOS LEIA AGORA OM REMO ziense exalta o gênero death metal há 13 anos grande mídia. “Ao contrário de cidades como Caeté, Pedro Leopoldo e Sete Lagoas, por exemplo, Santa Luzia não tem espaço para a cultura underground. Por mais que a gente busque apoio, faltam pessoas mais capacitadas, de visão, no poder público, que possam ampliar o conceito de cultura”, comenta Wesley. ESTRADA Com credibilidade entre os adeptos do metal extremo, a banda reforça suas convicções a partir da produção de novos trabalhos e da agenda de shows. Em 2004, o grupo lançou Deformity, eleito o melhor EP de death metal produzido no Brasil, segundo zines e sites especializados, naquele ano. A repercussão positiva do trabalho levou o Mortifer Rage a participar do Setembro Negro Festival, em São Paulo, dividindo o palco com outras bandas reconhecidas internacionalmente, como Hate Eternal (EUA) e Sadism (Chile), entre diversos grupos de expressão no cenário brasileiro. “Abrimos o show dos norte-americanos do Incantation, em Belo Horizonte”, diz Robert. Seguindo em ritmo acelerado de shows e produções próprias, a banda participou de duas coletâneas do metal extremo, em 2006: Extreme Underground e Killing All The Posers Volume 2. “Tocamos com o Krisiun (RS), em Brasília, e fizemos shows em Minas, Paraná e Espírito Santo”, ressalta Ramon. Gravado em 2008, o último álbum do grupo, Murderous Ritual, é resultado da parceria entre o Mortifer Rage e a Genocide Productions e Misathropic Records, de Brasília. “Estamos trabalhando no novo álbum e nos preparando para uma turnê pelo Brasil e exterior”, afirma Robert. PARA SABER MAIS: Contato: (31) 9867-0914 / (31)3637-5421 Myspace oficial: www.myspace.com/mortiferrage E-mail: [email protected] 12 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 ESPECIAL O S C I N C O S E N T I D O S D E S A N TA LU Z I A CIDADE EXALA SEUS AROMAS Cheiros que remetem a lugares, situações e pessoas encantam e conferem uma marca à cidade RENATO FONSECA ESPECIAL PARA O EM Pare,respire fundo,pense e responda: "Que cheiro tem Santa Luzia?". Pelos quatro cantos da cidade, existe uma gama variada de aromas. Do cafezinho coado na hora ao pão de queijo recém-saído do forno. Das frutas maduras, passando pelas ervas aromatizadas, aos temperos e quitutes das feiras e sacolões da Parte Alta e do Distrito. E se o assunto é cheiro,não podem faltar no imaginário luziense manjericão,rosmaninho e alecrim, todos juntos e nessa mesma ordem, encantando ainda mais as tradições da Semana Santa. Já os moradores mais antigos não deram dúvidas:a fragrância da dama-danoite é a mais característica do município. Mas,nessa profusão de perfumes,também há espaço para o odor fétido do lixo - principalmente nas últimas semanas, já que o descaso com a coleta impera - e das águas impuras do Rio das Velhas,principal bacia da Grande BH, que banha boa parte do território luziense. O inconfundível poder do olfato, sempre relacionado a sentimentos e lembranças,chega as páginas do LEIA AGORA para dar sequencia à série "Os cinco sentidos de Santa Luzia", publicada nas últimas edições. Agora, é a vez do principal sentido ligado às emoções e ao registro das memórias. O AROMA DA DEVOÇÃO Sexta-feira da Paixão. Dia de fé e emoção, marcado pela lembrança cristã do julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Cristo. Santa Luzia não foge à regra e, no meio deste rito religioso, o olfato se destaca. Braçadas de manjericão, rosmaninho e alecrim são levados para a Igreja Matriz, onde é montado o santo sepulcro. A tradição remonta aos tempos da crucificação. Depois da sua agonia, Jesus foi enrolado em lençois de linho e perfumado com óleos e ervas aromáticas. No território luziense, muitas famílias mantêm o costume, algumas cultivando as plantas durante todo o ano para distribuir os ramos entre os fieis. Dizem que, depois de secas, as plantas são ótimas para fazer chás e também para colocar no fogo e afastar as tempestades. O certo mesmo é que os ramos de manjericão, rosmaninho e alecrim enchem a Matriz de perfumes, que custam a sair da lembrança de qualquer um. Para conseguir um deles é uma verdadeira disputa. Todos fazem questão de levar um punhado para casa. CULINÁRIA - Da fé e devoção para o talento. A mesma fragrância do manjericão, capaz de encantar os fieis luzienses, também tem lugar na mesa. Para o chef Luiz Floriano dos Santos, conhecido como Cunhã, a erva não pode faltar, principalmente em seus pratos com molho bolonhesa. "Quando penso em que cheiro me lembra Santa Luzia, sem dúvida, logo imagino o manjericão. Lembro da minha mãe, que sempre participava da Semana Santa e, claro, adoro preparar pratos com ele", diz Cunhã. De uma planta para outra. A arborização tem lugar garantido no olfato de Santa Luzia. A cidade perdeu muito do verde para as novas construções, mas ainda possui fragrâncias que impressionam. É o caso da dama-da-noite, como mostra a dona de casa Carmen Ferreira, de 87 anos, moradora do Bom Jesus. A florzinha pequenina e cheirosa, existente há mais de dez anos na porta da cozinha, exala seu aroma por toda a rua. Bastante cuidadosa,Carmen está sempre regando, podando e dando atenção especial à arvore. (RF). Para Cunhã, Santa Luzia tem cheiro de manjericão, erva que não falta em seus pratos Seguindo a tradição da Semana Santa em Minas, braçadas de manjericão, rosmaninho e alecrim são levados para a Igreja Matriz, onde é montado o Santo Sepulcro 13 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 ESPECIAL O S C I N C O S E N T I D O S D E S A N TA LU Z I A DESCASO FÉTIDO Em Santa Luzia, a percepção do olfato, poderia ser melhor se não fossem os odores do Rio das Velhas e do lixo A mais importante bacia da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Teve grande relevância histórica para o desenvolvimento da região central de Minas, considerado um dos principais caminhos do chamado "Ciclo do Ouro". Corta cidades históricas como Sabará e Santa Luzia. Todo o valor do Rio das Velhas, porém, ainda não é suficiente para despertar ações concretas para salvar o curso d'água. Em Santa Luzia, a percepção do olfato, poderia ser ainda melhor se não fossem os odores fétidos do Rio das Velhas, principalmente na Ponte, na Parte Baixa da cidade. Moradores, comerciantes e visitantes reclamam do mau cheiro, que invade casas, prejudica o comércio e oferece riscos à saúde. "É um absurdo. Não bastasse o cheiro insuportável,principalmente nessa época de chuvas e forte calor, temos que conviver com a proliferação de aranhas, ratos, baratas e per- nilongos. É um desrespeito que parece nunca ter solução", diz um comerciante da região, que preferiu não se identificar. "Melhor não, porque estou admitindo que têm esses bichos aqui na minha loja, né?", acrescenta. Além da degradação do Rio das Velhas, a cidade tem passado por um momento complicado no que diz respeito à coleta de lixo. Moradores têm protestado, com frequência, da falta de recolhimento dos resíduos, deixando o município emporcalhado e fedorento. Manifestações pelo descaso da Prefeitura, com sacos de lixo despejados nas vias, estão ocorrendo diariamente. "A sujeira ficou espalhada pela cidade. Fede muito", diz o estudante Rafael Carvalho, de 17 anos. A Prefeitura de Santa Luzia alega que o contrato com a empresa que fazia o recolhimento de lixo deixou ser cumprido pela firma, que outra foi contratada e que o serviço já foi será normalizado. (RF). Muitos moradores da Parte Baixa da cidade reclamam do mau cheiro do Rio das Velhas 14 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 ACONTECE ■ PONTO DE ÔNIBUS DESATIVADO O ponto de ônibus localizado em frente ao supermercado Paranaíba, na Avenida Brasília, sentindo Belo Horizonte, foi desativado na penúltima semana de outubro. Entretanto, até agora, não há nenhuma placa informando a extinção do ponto e orientando os passageiros a se dirigirem ao outro local de parada, a cerca de 100 metros e muitos usuários ainda perdem tempo aguardando o coletivo no ponto desativado . "É uma falta de respeito com o passageiro e cidadão. Fiquei aqui, sem saber que não tinha mais ponto e me atrasei para o trabalho", diz o representante comercial Fábio Jorge Antunes. Em nota, Raimundo Gonçalves Rosa, da Coordenadoria de Controle e Fiscalização do Transporte, informou que a empresa operadora, no caso a Rodap, deve se encarregar de fazer os avisos à população. ■ FESTA DE SANTA LUZIA O ponto alto da Festa de Santa Luzia, Padroeira da cidade, acontece na quinta-feira (13) com vasta programação. À meia-noite é celebrada missa de abertura do Jubileu na Igreja Matriz, às 2h tem caminhada dos homens, saindo do Portal São Benedito em direção ao Santuário, onde também acontecem missas às 5h, 7h, 8h, 9h, 10h, 11h, 12h, 13h, 14h, 15h, e às 17h missa solene, seguida de procissão luminosa de Santa Luzia. Na chegada da procissão?, ocorre a benção do Santíssimo Sacramento. Este ano, o Jubileu tem como presidentes o casal Miriam e Lucas Gonzaga. A festa promete ser uma das mais organizadas dos últimos tempos. ■ FESTIVAL ROCK'N HO HO HO Acontece em 14 de dezembro, a partir das 21h, no Espaço Bar Natureza Urbana, na Avenida das Indústrias, 4165, próximo ao Mega Space, o Festival Rock'n Ho Ho Ho. Por ser beneficente e sem fins lucrativos, a entrada para o evento será a doação de um brinquedo em bom estado e/ou 1 kg de alimento não perecível. O festival contará com a apresentação de 11 bandas e dois Dj's. ■ COLÉGIO FÁBIA E ZIRALDO A noite de 23 de novembro foi iluminada pelo brilho dos alunos do Colégio Fábia, que autografaram os livros escritos por eles com um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil, o escritor e cartunista Ziraldo. O autor foi tema da Mostra Cultural promovida pela escola no auditório do Prodor, no Boa Esperança. Ziraldo foi parceiro da escola na Oficina do Texto, uma das atividades promovidas dentro do projeto pedagógico de incentivo à leitura Fábrica de Leitores. As turmas expuseram suas obras realizadas com variadas técnicas artísticas, houve apresentações de dança e um belo coral deu ritmo à noite da mostra. Uma das principais atrações do evento foi a peça Flicts, do livro Flicts de Ziraldo, representado pelos alunos do 3º ano do ensino fundamental. Em outro momento de muita emoção, os pais dos estudantes receberam o livro autografado das mãos de seus filhos. Segundo a diretora Fábia Lara, para 2013, o projeto "Fábrica de Leitores" trará ainda mais novidades e os alunos terão a oportunidade de publicar novos livros com outros escritores famosos. Para saber mais acesse www.colegiofabia.com.br. ■ 40 ANOS DE HISTÓRIA A Comunidade das Várzeas recebeu, em 15 de novembro, a Capela Todos os Santos, inaugurada no Sítio da Vovó Geni. A anfitriã acolheu com muita alegria a visita da imagem peregrina de Santa Luzia e também retribuiu a sua satisfação com uma linda festa para todos os presentes. O Museu Histórico Aurélio Dolabella completa neste mês 40 anos de fundação. Várias festividades estão sendo preparadas para comemorar o aniversário do museu da cidade. Informações: (31) 3641-5204 (Marco Aurélio). 15 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 MODA Leveza, estampas exclusivas, cores vivas e muito brilho e glamour fazem parte da coleção alto verão Alkimia, que trabalha com marcas diferenciadas e peças únicas Alkimia em festa Loja comemora sete anos com coquetel para clientes e apresentação da coleção alto verão Especializada em roupas e acessórios femininos, a loja Alkimia, localizada na Rua do Comércio, acaba de completar sete anos de fundação. Para comemorar a data, a boutique preparou um coquetel durante todo o sábado, dia 24 de novembro, para os clientes, que também puderam conhecer a coleção alto verão 2013. Leveza, estampas exclusivas, cores vivas e muito brilho e glamour fazem parte da nova coleção. “Preparamos uma coleção diferenciada e pronta para quebrar paradigmas. São peças com cores vivas, do sol, e da inspiração que nos dá liberdade para imaginar cenários e imagens fascinantes”, ressalta o proprietário da loja, Leonardo Sousa (Leo). Quem passou pela Alkimia no sábado também conferiu acessórios modernos e de bom gosto, como semijóias, cintos e bolsas, a maioria nos tons dourado, como manda a estação. “Toda coleção está maravilhosa e bastante moderna”, enfatiza Miriam Gonzaga, cliente Alkimia, que esteve na loja no sábado. Marcas diferenciadas, como Lado Avesso, Afghan, Vanessa Madsen e Realist também são exclusividade da boutique, que leva o nome Alkimia por significar transformação. “Escolhemos Alkimia, por ser um nome forte, que estimula o cliente a transformar os sonhos em realidade”, observa a proprietária, Amélia Alvarenga. Com atendimento de qualidade, a Alkimia também facilita o pagamento, que pode ser feito com os cartões Visa e Mastercard, além de cheques sob consulta. À vista, o cliente tem 10% de desconto. “Gostaríamos de agradecer a todos os clientes e amigos pela parceria ao longo desses sete anos e aproveitar para convidar os que não puderam estar aqui durante o coquetel a conhecerem a coleção alto verão 2013, que preparamos com muito carinho”, ressalta Amélia. PARA SABER MAIS A Alkimia fica na Rua do Comércio, 165, bairro Ponte. Informações: (31)3642-2716. Facebook: Leo Alkimia Alkimia. Localizada na Rua do Comércio, no bairro Ponte, a loja preza pelo bom atendimento e qualidade das peças. Nos pagamentos à vista, o cliente tem 10% de desconto 16 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 GERAL ADOÇÃO DE ANIMAIS Cães em situação de risco recebem cuidados especiais em abrigo e ficam à espera de um novo dono Luisa Santos Cristina Gandra: “Resgato cachorros em situação de risco e cuido deles aqui em casa” Mel e Bernadinho estão felizes da vida. Os filhotes de cachorro, de pouco mais de dois meses, foram adotados pela professora Vanusa Silva, de 38 anos e os filhos Gleice e Arthur, de 22 e 10 anos, respectivamente. “É muita alegria. Eles já fazem parte da família. Vão ao quarto todo dia de manhã acordar a gente. Uma festa só”, ressalta Vanusa, que adotou os cãezinhos há cerca de três semanas no Abrigo Gandra’s, localizado no bairro Moreira. O abrigo, idealizado pela professora de educação religiosa Maria Cristina Gandra, de 55 anos, resgata animais em situação de risco que, após passarem por cuidados especiais, ficam à espera de um novo dono. “Minha história com os animais é antiga. Desde que me mudei para Santa Luzia, há 20 anos, resgato cachorros em situação de risco e cuido deles aqui em casa com a ajuda dos meus filhos, genros, noras e de alguns amigos”, ressalta Maria Cristina. 17 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 GERAL que quando encontram um lar, sabem dar valor”, ressalta a jovem. “O trabalho realizado pelo abrigo é muito bonito, pois mostrar o amor incondicional aos animais”, completa. AJUDA Novo lar: Arthur e Gleice brincam com os cães Bernadinho e Mel, que adotaram a pouco mais de dois meses no Abrigo Gandra’s Hoje, o Abrigo Gandra’s conta com mais de 30 cães para adoção. Todos os filhotes, antes de serem adotados, segundo Maria Cristina, são vacinados e vermifugados, e os adultos, além desses cuidados, são castrados e fazem exame de leishmaniose.“A pessoa assina um Termo de Compromisso Adoção, passando a ser fiel depositário do animal. Com isso, ela se compromete a cuidar da saúde do cachorro, levar ao ve- terinário, dar alimentação e condições adequadas de sobrevivência”, explica a proprietária do abrigo. No caso de adoção de filhote, o novo dono também se compromete a castrar o animal na idade apropriada. “Após a adoção, procuro ligar nas primeiras semanas para saber como está sendo a adaptação do cachorro e estou sempre à procura de informações, pois o animal sai daqui bem cuidado e precisa continuar sendo bem cuidado no novo lar”, enfatiza Maria Cristina. A técnica em saúde bucal Janaína Ferreira, de 28 anos, também adotou Simonal e Risoleta em meados deste ano. Dois vira-latas que, segundo Janaína, são bastante companheiros. “Vale a pena adotar, porque geralmente são animais que passaram por muitas dificuldades nas ruas e Manter os animais do Abrigo Gandra’s bem cuidados exige um gasto mensal bastante elevado. Hoje, o gasto médio com ração é de 60kg, além das vacinas e dos vermífugos. “Precisamos de qualquer tipo de ajuda. Desde banho e tosa, até cobertores e jornais para manter a limpeza do local”, ressalta Maria Cristina. “Gostaria de agradecer o Rodrigo da Duchacão que sempre nos dá uma força em sua clínica veterinária quando há algum animal em risco e aproveitar essa oportunidade para deixar claro que não recolhemos animais nas ruas. Por isso, peço às pessoas que não os deixem aqui na porta de casa, pois não tenho condições financeiras para mantê-los”, completa Maria Cristina. PARA SABER MAIS Quem tiver interesse em adotar um cachorro pode entrar em contato com o Abrigo Grandra’s pelo (31) 8818-6209 ou pelo Facebook: abrigodosgrandras. DICAS DE PRESENTES Não sabe o que comprar? confira as sugestões abaixo: BRINQUEDOS BOLSAS CRAVO E CANELA MALU MAGAZINE Completa linha de brinquedos para presentear a criançada. Na Cravo você encontra de tudo e com os melhores preços da região. Parcelamento: até 6x sem juros em todos os cartões. Bolsas em couro ecológico em várias cores e modelos. Na Malu você encontra de tudo e com os melhores preços da região. Parcelamento: até 6x sem juros em todos os cartões. Rua Francisco Lucindo Fonseca, 248 - N. Sra. das Graças -(31)3641-4611 Av. Raul Teixeira da Costa Sobrinho, 922 - Camelos- (31)3642-4569 Av. Hum, 139 - Frimisa (31)3641-5502 CALÇADOS SCHUTZ CORTINAS ZIOON BOUTIQUE CHRISTINA ENXOVAIS E DECORAÇÕES Calçados da Schutz, que são lindos, confortáveis e estilosos. A Zioon dispõe de vários modelos, inclusive nos tons dourados, que estão super em alta nesta estação. Cortinas para bastão e sob medida a partir de R$ 69,90. Na Christina você também encontra persianas, enxovais e decorações, além de bastão a partir de R$ 12,90. Praça Getúlio Vargas, 33 - Ponte - (31)3649-7873 Av. Brasília, 1.639 - São Benedito - (31)3637-1745 ALIANÇAS CALÇADOS RELOJOARIA DO PORTO MANIA DOS PÉS Alianças de compromisso, noivado e casamento em aço, prata ou ouro 18k. Vários modelos. Parcelamento: 6x no MasterCard, 10x no Visa ou à vista com desconto. Lindos calçados de marcas conceituadas como Vizzano, Dakota, Ramarim, Grendha, Bout's, Bull Terrier, entre outras, com os menores preços da região. Venha conferir! Rua do Comércio,18 A - Ponte - (31)3641-1063 Av. Brasília, 1.888, loja 20 - São Benedito - (31)3637-3274 CHURRASQUEIRAS JOGO DE PANELA CASA DO ALUMÍNIO PAG E PEG Churrasqueiras Minasca, vários modelos e tamanhos, em até 4x sem juros no cartão de crédito. Promoção: Compre uma Churrasqueira Minasca e ganhe um saco de carvão. Jogo de panela reforçado polido com cinco peças por apenas R$ 89.90. Temos grande variedade de utilidades domésticas. Parcelamento: até 3x nos cartões Visa e MasterCard. Avenida Brasília, 2.139 - São Benedito- (31) 3637- 1685 / 3634-2520 Av. Brasília, 2.308, loja C - São Benedito - (31)3637-4276 DICAS DE PRESENTES Não sabe o que comprar? confira as sugestões abaixo: BICICLETA BEN 10 SANDER BIKE - BY XUXA REGATAS DIVERSAS Bicicleta Infantil do Ben 10 Aro 16. Temos bicicletas adultos e personalizadas, além de acessórios. Consertamos sua bike. Parcelamento: até 5x nos cartões Visa e MasterCard. Lindas regatas, a partir de R$ 19,90. São diversos modelos e cores, como as fluors e estampadas. A loja trabalha com moda feminina, calçados e acessórios. SPAÇO FASHION Av. Presidente Afonso Pena, 40 - loja 08 - Boa Esperança (Shopping Village Mall) - (31)3641-3469 Rua do Carmo, 897 - Centro (31)3642-9250 BERMUDA BROOKSIDE VESTIDOS E MACACÕES IMAGINARIUM BOUTIQUE MODA ESPECIAL Bermuda Skinny, da Brookside. A Imaginarium trabalha com moda masculina e feminina completa. Parcelamento: até 3x em todos os cartões. Av. Presidente Afonso Pena, 40, loja 09 - Boa Esperança - (Shopping Village Mall) (31) 3641-5189 Lindos vestidos e macacões para o verão em vários modelos e estampas. Venha conhecer também a nova coleção de verão da Moda Especial. Rua Santa Luzia, 61 - Centro - (31) 3641-4883 / www.modaespecial.net CALÇA JEANS CAMISAS MMA ELITE QUARTO DA MODA LOJAS FERNANDES Calça jeans em lycra, com cós intermediário, modelo skinny, com numeração do 36 ao 52. Neste mês, o atendimento é de segunda a sábado, das 10h às 19h. Camisas masculinas, camisetas, regatas e machão da marca Lunender / MMA ELITE, em vários modelos e estampas. Temos moda feminina e infantil, calçados e acessórios. Rua José Martins, 92 - Conjunto Morada do Rio (31) 3649-6584; 8403-5301 ou 8721-3348 PLAYSTATION II GLOBOCELL CELULARES GAMES Playstation II Slim completo e desbloqueado, com 2 controles e 3 jogos de brinde. O melhor preço da cidade, promoção enquanto durar o estoque. Parcelamento: até 6x sem juros. Avenida Brasília, 2.050 - São Benedito - (31) 3637-3132 Rua do Serro, 82 - Centro - (31) 3641-2500 MOLINETES E CARRETILHAS PLANETA COUNTRY Molinetes e carretilhas das marcas Maruri, Daiwa, Mariner Sports, Ottoni, entre outras. Vários modelos e tamanhos para melhorar ainda mais a sua pesca. Av. Raul Teixeira da Costa Sobrinho, 247 - Centro (31) 3642-9945 / [email protected] 20 LEIA AGORA SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012 GERAL CRÔNICA DE UMA CIDADE ROBERTO ELÍSIO DE CASTRO SILVA [email protected] Retratos de uma época inesquecível Sabedora - porque foi testemunha ocular - da sincera amizade que o seu pai e eu nos dedicamos durante toda a vida dele, Teresa Maria, filha do sempre saudoso médico Oswaldo Ferreira, encaminhou-me há dias cópias de algumas fotografias. Elas tiveram o sabor de uma viagem ao passado. Retratam uma das fases mais auspiciosas da vida luziense. Fase em que a cidade não conhecia o fantasma do desemprego, não conhecia a praga das drogas, não conhecia a violência desenfreada nem a rotina dos assaltos.A cidade era,simplesmente,o singelo mundo dos luzienses - nascido ou não na mesma origem - e isto nos bastava.Ao contrário do verso famoso do compositor Ataulfo Alves sobre o seu "pequenino Miraí", onde ele "era feliz e não sabia", naquele tempo em Santa Luzia todo mundo era feliz e sabia que era feliz.Sem medo da noite e da madrugada, o luziense convivia romanticamente com uma e outra, principalmente se a convite de uma doce serenata, ao embalo do compasso de um violão e do gemido de uma clarineta. Naqueles tempos não tão distantes, as paixões políticas passavam com o término das apurações eleitorais, porque as disputas, no fundo,eram pelo prazer de servir aos interesses da cidade, que a todos unia após o confronto das urnas. Coincidentemente, a primeira das fotos enviadas pela gentileza de Teresa Maria recorda um jantar realizado no Clube Social São João, no Bairro da Ponte Grande: uma ampla confraternização comemorativa da escolha de dois então jovens luzienses para trabalhar diretamente com o Governador Rondon Pacheco: Bernardo Pinto Monteiro para as funções de secretário de Assuntos Municipais, e o modesto autor destas linhas para o cargo de secretário de Imprensa e Relações Públicas.. A extensa mesa, forrada com toalhas de linho, mostra em primeiro plano a saudosa benemérita luziense Mariinha Moreira - fundadora e mantenedora do Instituto São Jerônimo - o prefeito Oswaldo Ferreira, o juiz de Direito Newton Ribeiro da Luz,eu e Bernardo,Carlos Megale (diretor da Copasa) e o vereador e líder político Modestino Gonçalves Filho. Bem próximos, o ex-vereador João Carlos Giovanini (Nhonhô Padeiro) e Francisco Lucindo Júnior,o bondoso Bimbo de Chico Lucindo.Em outra foto,discursando,o entusiasmo de Lafayette Gonçalves, interpretando, como fazia sempre questão de ressaltar,"os sentimentos do povo de Ponte Grande". Uma realidade profundamente dolorosa: quase todos já viraram saudade. Seguem-se as lembranças: numa mesa de bar, Dr. Oswaldo, ao som do violão de seu conterrâneo Rogério de Oliveira - ambos nasceram em São Gonçalo, no Rio de Janeiro - microfone em punho, busca algum samba no fundo do baú. Talvez estivesse recordando a filha precocemente falecida: "Rosa, aonde vai morena Ro- sa/ Com essa rosa nos cabelos/ E esse andar de moça prosa/ Rosa,morena Rosa".Ao lado,atentos,o autor destas "mal traçadas" e Dinho,filho de Pedro Paulo, que conheceu e ficou amigo de Dr.Oswaldo quando morou no Rio de Janeiro.É um desfile de recordações: Camilo Teixeira da Costa, os deputados José Machado Sobrinho e Lourival Brasil,o prefeito de Pedro Leopoldo César Julião de Salles, o seresteiro luziense Rolando de Brito, os vereadores Antônio Teixeira da Costa (Bilé), Antônio Resende, José Olímpio da Silva (Mesinho), Vicente Rogério, Zé do Rádio, Zé Lourenço, Afonso e Dominguinhos (irmãos de Dr. Oswaldo), Augusto Gonçalves de Castro, o sempre lembrado Duca de Zeca. Outras três fotos históricas em ocasiões distintas daqueles tempos áureos: o Dr. Oswaldo Ferreira, médico exemplar e homem público de visão e de prestigio, em animado e descontraído bate-papo com os Governadores Rondon Pacheco, Aureliano Chaves e Francelino Pereira, que comandaram Minas Gerais, respectivamente, nos períodos de l97l a l975, de l975 a l979 e de l979 a l983. Reflexo incontestável da respeitabilidade política luziense naquela fase áurea é a constatação de que todas as três fotos foram tiradas em Santa Luzia. Enfim, para não ficar só em tristezas, um pouco de amenidade mesclada às saudades: numa das fotos que a boa amiga Teresa Maria teve a delicadeza antiga de enviar,aparecem ao lado de Dr. Oswaldo - e em torno de copos de cerveja - o saudoso jornalista João Augusto Moreira Filho (nosso Joãozinho Barracão) e o também saudoso seresteiro e cantor sertanejo Sanica, que sempre foi um grande amigo de Santa Luzia e amante de suas noites de lua cheia. Sanica costumava ficar hospedado na casa de Joãozinho ou na casa de Antônio Tibúrcio, outro luziense e também jornalista, que deixou imorredouras recordações. Em determinada oportunidade,nem Joãozinho nem Tibúrcio se encontravam em Santa Luzia. Consequência: Sanica não teria aonde dormir. Em caráter excepcional e em nome do espírito sadio que orientava nossas noites,Dr.Oswaldo encontrou a fórmula salvadora:foi ao seu consultório médico e preencheu uma guia para que Sanica fosse "internado" no Hospital de São João de Deus. Na manhã seguinte, sem saber de nada, uma prestimosa enfermeira entrou no quarto e fez a pergunta tradicional ao "doente" em repouso: "O senhor está precisando de alguma coisa"? E o velho Sanica, com a sua velha serenidade: "Estou necessitando de frutas. Frutas variadas, se possível". Meu doce e terno netinho Beto (ex-Zé Gordinho,por exigência do próprio),filho de Marcílio e de Cristina, minha querida e inesquecível filha,herdou da mãe sinceridade e franqueza ao emitir suas opiniões. Chamei-o a um canto e lhe mostrei as fotos, numa das quais estou de barba por fazer, de bigode e cabeludo. Ele, simplesmente, apontou com o dedinho: "Este aqui é você"? Diante da confirmação,foi curto e direto: "Horrível"!
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