memória - Leia Agora

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memória - Leia Agora
CONFIRA NOSSAS OFERTAS
PÁGINA 5
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO DE 2012
www.jornalleiaagora.com.br
Leia
AGORA
UM JORNAL A SERVIÇO DE SANTA LUZIA
CONFIRA NOSSAS OFERTAS
PÁGINA 3
Número: 143/ GRÁTIS
FOTOS LEIA AGORA
O SR. UBIRANEY FALOU QUE A PREFEITURA NÃO IA PAGAR NADA E QUE A GENTE NÃO PODIA
VENDER PORQUE A CASA IA SER TOMBADA. ENTÃO, MANDEI PASSAR O TRATOR EM TUDO’’
■ Antônio Monteiro, um dos herdeiros da casa onde funcionou a primeira escola do distrito de São Benedito
OS CINCO SENTIDOS
DE SANTA LUZIA
UM AROMA NA
MEMÓRIA
Na sequência da série
"Os cinco sentidos
de Santa Luzia",
moradores da cidade
revelam os aromas
que ficaram na
memória. Na foto, a
pequena Sofia Reis.
PÁGINAS 12 E 13
MENSAGEIRO DA
ESPERANÇA
Cobrador distribui
bilhetes com palavras
de esperança para
desejar boa semana
aos passageiros.
PATRIMÔNIO DA DÉCADA DE 1950, QUE ABRIGOU PRIMEIROS PASSOS DA EDUCAÇÃO NO SÃO BENEDITO, VIROU PÓ
DESCASO COM
A HISTÓRIA
Desinteresse público e privado se reflete na história do distrito de São Benedito, que acaba de perder um dos poucos,
senão único, imóvel de valor cultural da região: casa onde funcionou a primeira escola do distrito.
Sem reconhecimento oficial, tradições populares também são ameaçadas, como o futebol amador, que perdeu
espaço com a interdição do campo do Monte Castelo para obras, paralisadas há mais de um ano
PÁGINAS 4 , 6 E 7
PÁGINA 8
AMOR PELOS
ANIMAIS
Cães em situação de
risco, após receberem
cuidados especiais,
estão à espera de um
novo dono.
PÁGINS 16 E 17
COM OBRAS ABANDONADAS, CAMPO DO MONTE CASTELO GUARDA APENAS MEMÓRIA DAS DISPUTAS INICIADAS NA DÉCADA DE 1970
‘‘A PREFEITURA PODIA, PELO MENOS, TIRAR A TERRA DO CAMPO, PASSAR O TRATOR
PARA ALINHAR E DEVOLVER OS REFLETORES, PARA VOLTAR A TER JOGO,
POIS O TIME ESTÁ JOGANDO SÓ NO CAMPO DOS OUTROS’’
■ Dona Taquinha, caseira do campo, que acompanhou a história do Monte Castelo desde a fundação do clube
02
LEIA AGORA
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
OPINIÃO
CARTA AO LEITOR
PARTICIPAÇÃO POPULAR
Em constante processo de construção,a
cidadania implica na participação social ativa de
toda a população.Como é utópico falar em uma
maioria consciente e politicamente atuante no
Brasil,a formação de grupos,como associações de
moradores,é de grande valia para cobrar justiça e
eficiência do poder público,lembrando as
autoridades que todos os cargos servem para
atender as demandas da coletividade e não
interesses particulares.
É com essa visão que um grupo de moradores
do distrito de São Benedito começa a se organizar
para defender seus direitos de cidadão.Indignados
com a última gestão em Santa Luzia e conscientes
da responsabilidade da própria população sobre
todos os prejuízos sofridos pelo município - que
não contou com a fiscalização necessária por parte
dos moradores e,muito menos,de seus
representantes no Legislativo -,o grupo pretende
atuar ao lado do poder público,em benefício dos
quatro cantos da cidade.
Para o grupo,a construção do Fórum no Novo
Centro,dificultou o acesso da população do
distrito à Justiça (mais especificamente ao
Juizado de Pequenas causas,que funcionava na
Avenida Brasília),despertando assim a
necessidade de se organizar em busca de
melhorias mais democráticas,que garantam
acesso à segurança,transporte,educação,lazer,
justiça, cultura e saúde a toda a população
luziense,desde a região próxima ao Centro
Histórico ao entorno do Palmital.
Ainda sem nome definido,e aberto a sugestões,
o grupo convoca todos os moradores interessados
em promover uma gestão pública participativa
para colaborar com ideias e,principalmente,ações
em busca da construção de uma cidade melhor
para se viver. Com união,troca de informações e
experiências,será mais viável garantir qualidade
de vida para todos e evitar prejuízos sociais e
culturais,como a destruição de um dos raros
patrimônios do São Benedito e a degradação do
tradicional futebol amador no distrito,assuntos
abordados nas páginas 4,6 E 7.
Os interessados em participar das reuniões e
colaborar com ideias e sugestões para o exercício
da cidadania no município podem entrar em
contato pelo número (31)9744-6400.Boa leitura!
MEMÓRIA
EXPEDIENTE
Leia
AGORA
DIRETOR GERAL
Luiz Augusto Nunes Thomazi
[email protected]
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Flávia Thomazi
01281/JP
[email protected]
COLUNISTA
Roberto Elísio
REPORTAGEM
Luisa Santos e Giselle Araujo
CONTATOS COM REDAÇÃO
(31) 3641-5634 / 8364-7194
SANTA LUZIA, DÉCADA DE 70
No antigo Clube Luziense, Marco Antônio Fonseca (em pé), Bimbo, Conceição, Cotinha e Bilé
PARA ANUNCIAR
(31)8364-4868
ENDEREÇO
Rua do Serro, 457, Centro
Santa Luzia - MG
PARTICPE DESTA COLUNA. MANDE FOTOS PARA A REDAÇÃO DO LEIA AGORA
Rua do Serro, 457, Centro, Santa Luzia - MG - e-mail:[email protected] - Tel: (31) 3641-5634
UMA PUBLICAÇÃO
DA MS EDITORA
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LEIA AGORA
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
MATÉRIA DE CAPA
FOTOS LEIA AGORA
DESCASO COM A HISTÓRIA
Memória cultural do São Benedito fica abalada com demolição da casa onde funcionou a primeira escola e com o abandono do campo que dona Taquinha frequentou desde a fundação
MEMÓRIA ABALADA
Descaso das autoridades destrói e ameaça patrimônios culturais do distrito de São Benedito
Giselle Araujo
Provérbios e ditados populares são pequenas expressões que passam grandes lições de vida e moral. Um deles, consagrado nas ciências sociais e atribuído à socióloga Helena Pignatari, diz que "um povo sem memória é
um povo sem história". O provérbio pode ser comprovado em um olhar mais atento sobre a realidade histórica
do bairro São Benedito. Sem grandes patrimônios reconhecidos pelas autoridades municipais ou consagrados
pela população, imóveis tradicionais são destruídos ou
entram em ruínas sem a valorização que merecem enquanto símbolos de um povo, necessários para a construção da identidade dos moradores do São Benedito.
Outro ditado ensina que não adianta chorar sobre o
leite derramado. Depois de perder a casa onde funcionou
a primeira instituição de ensino do bairro, Escola Rural
Municipal Gervásio Lara e de ver o campo do Monte Castelo, um espaço tradicional de esporte, lazer e convivência, desativado por descaso do poder público, a população do distrito só tem uma saída: lutar, no exercício da cidadania, para valorizar a memória da região, preservando os elementos que compõem a sua história.
"É importante preservar nossa memória porque é isso
que dá identidade à população, que constrói nossa história. É o que nós vivemos e fizemos até hoje que define
quem nós somos, quem é o povo do São Benedito, como
é sua cultura", explica o historiador e líder comunitário
Fernando de Castro, morador do Via Colégio.
Com a demolição do imóvel onde foram dados os
primeiros passos da Educação no São Benedito, a cidade perde um espaço que poderia ter se tornado referência cultural para o distrito - abrigando uma biblio-
teca, um centro de informática ou o arquivo público. A
propósito, a criação do arquivo público foi incluída na
Lei Orgânica do Município, promulgada na década de
1990, por sugestão de Fernando, mas até hoje não foi
regulamentada, segundo o historiador.
A antiga casa foi destruída e nada pode ser feito, mas
o campo de futebol amador Monte Castelo ainda pode
ser resgatado. Fundado na década de 1970, o campo funcionou até 2010 sem necessidade de grandes intervenções. "Quando os políticos inventaram de colocar a mão,
não teve mais jogo. As obras estão paradas", diz a caseira
do campo, Maria do Socorro Gomes, conhecida como Taquinha. Ela acompanhou a história do clube desde o início, ao lado do marido Antônio Paulino de Carvalho, o falecido Toninho Rasteiro, um dos fundadores do Monte
Castelo.
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LEIA AGORA
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
MATÉRIA DE CAPA
DESCASO COM A HISTÓRIA
TEMPO PERDIDO
Não deixe para amanhã o que
se pode fazer hoje. O conselho
popular poderia ter evitado o final infeliz da história de uma
verdadeira relíquia, talvez a única edificação histórica do bairro
São Benedito. A pequena casa,
onde funcionou a primeira escola do bairro, fundada na década
de 1950, foi demolida. A despeito
do alerta feito em uma matéria
publicada em maio pelo LEIA
AGORA, em que o historiador e
lider comunitário Fernando de
Castro ressaltou a relevância do
imóvel para a preservação da
memória coletiva da região, nenhuma medida concreta parece
ter sido tomada para proteger a
casa, que foi demolida por ordem
dos herdeiros, cinco meses depois da publicação.
Tudo começou quando uma
possível compradora procurou a
prefeitura para tomar conhecimento da situação do imóvel e
foi informada de que a casa era
um patrimônio cultural. "Perdemos a venda e a mulher ficou
com tanta raiva que nem quis
conversar com a gente", diz o herdeiro Antônio Monteiro, que procurou a prefeitura. "Eu e minha
advogada fomos muito mal recebidos", afirma. "O sr. Ubiraney falou que ninguém podia trocar
nem uma lâmpada sem autorização da prefeitura e que se
acontecesse alguma coisa com a
casa, nós seríamos processados",
diz Antônio. "Mas, como, isso é
possível, se o imóvel é nosso, de
direito?", questiona.
Indignado, Antônio decidiu
destruir a casa. "O sr. Ubiraney
falou que a prefeitura não ia pagar nada e que a gente não podia
vender porque a casa ia ser tom-
FOTOS LEIA AGORA
Desconhecimento e informação equivocada levam herdeiro a demolir casa que abrigou primeira escola do bairro
Sem projeto de preservação, casa ficou só na lembrança
Antônio (à direita) e sr. José: herdeiros de Juca Bispo
bada. Então, mandei passar o trator em tudo", revela Antônio,
apoiado pelo desconhecimento
do valor histórico do imóvel que,
se preservado e restaurado pela
prefeitura, poderia ter se tornado,
além de símbolo da Educação na
cidade, uma homenagem à me-
mória de Juca Bispo, o proprietário original, que cedeu o imóvel
para o funcionamento da primeira escola. "O que vale uma casa
velha? Tem que modernizar", argumenta Antônio.
A Prefeitura de Santa Luzia,
através da Procuradoria munici-
Fernando lamenta perda de um patrimônio do bairro
pal, informa que o imóvel, estava
em processo de inventário e que
os proprietários tinham pleno conhecimento de que qualquer intervenção na casa teria que ser
autorizada pelo poder público.
Ainda segundo a Procuradoria, o
município vai tomar as medidas
judiciais cabíveis, acionando, inclusive, o Ministério Público. Sobre o suposto mal-estar entre o
secretário de cultura e um dos
herdeiros do imóvel, a Prefeitura
informa que testemunhas disseram não ter havido qualquer desrespeito entre as partes.
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LEIA AGORA
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MATÉRIA DE CAPA
DESCASO COM A HISTÓRIA
RETRATO DO ABANDONO
De boas intenções o inferno está
cheio. Com esta expressão, os jogadores e amigos do Monte Castelo,
nome do time e do campo localizado no bairro São Benedito, traduzem o sentimento de indignação e
desesperança que toma conta dos
frequentadores da Praça Anchieta
(onde fica o campo), desde que as
obras para reforma foram paralisadas, em setembro de 2011. "É um lugar tradicional do bairro,que está se
perdendo por falta de compromisso das autoridades com o povo", desabafa Maria do Socorro Gomes, a
donaTaquinha, que vê de perto a
deterioração da sede do clube.
Com vista para o novo Centro
Administrativo do Governo de Minas, o campo começou a ser reestruturado em outubro de 2010, a
partir do convênio nº 203/09, firmado entre Secretaria de Estado de
Transportes e Obras Públicas (Setop) e a Prefeitura Municipal de
Santa Luzia em 26 de novembro de
2009. Depois da paralisação das
obras, em 2011, o local se transformou em ponto de encontros para
usuários de drogas. "A prefeitura
podia, pelo menos, tirar a terra do
campo, passar o trator para alinhar
e devolver os refletores, para voltar
a ter jogo, pois o time está jogando
só no campo dos outros",reivindica
dona Taquinha.
Ela ressalta que todas as melhorias do espaço, fundado na década
de 1970, foram garantidas pelos frequentadores. "Tudo foi feito aqui
pela turma do futebol, que, agora,
vê tudo destruído pelas mãos dos
próprios políticos, que deveriam
ajudar", diz a caseira da sede, onde
estão os inúmeros troféus conquistados pelo clube ao longo dos anos,
além dos uniformes, fotos, recortes
de jornal e toda a história do Mon-
FOTOS LEIA AGORA
Obras paralisadas interrompem jogos no campo do Monte Castelo e abalam tradição de futebol amador no distrito
Campo está cheio de terra desde 2010, quando foi interditado
Dona Taquinha preserva a históra do time em fotos que enfeitam a casa
te Castelo. "O bar onde todo mundo
se reunia depois dos jogos, todo fim
de semana, é uma tristeza só, tudo
parado. Mas a gente ainda espera
poder continuar nossa história.
Quem sabe o novo prefeito resolve,
né?", diz dona Taquinha.
A Prefeitura Municipal, através
da Secretaria de Esportes, informa
que a diretoria do Monte Castelo
Esporte Clube, a Secretaria de
Obras e o Governo do Estado nego-
ciaram o depósito da segunda parcela do convênio junto ao município para dar continuidade à obra.
Entretanto, para haver o depósito, é
necessário que o município esteja
em dia com a prestação de contas
dos convênios contraídos pelo poder público. A Prefeitura informa,
ainda,que a prestação de contas foi
feita, está sob análise e o município
aguarda resposta positiva para finalizar a obra. Entretanto, nenhu-
Poeira encobre inúmeros troféus guardados na sede desativada
ma previsão para a retomada e
conclusão das obras foi informada
pelo poder municipal.
RECURSOS Há cerca de seis meses, quando o LEIA AGORA apurou
a situação de descaso em relação
ao Monte Castelo, a prefeitura já
havia recebido R$786.491,03 dos recursos que o Governo do Estado deveria repassar para a realização
das obras (que incluem vestiários e
arquibancadas), segundo informou a Setop, na época. O valor total dos investimentos para as obras
no campo seria de R$1.965.140,13,
sendo que o montante de
R$1.786.491,03 ficou sob responsabilidade do Estado e o restante, da
prefeitura. A paralisação teria
ocorrido devido à necessidade de
alterações na planilha de execução
do projeto, segundo havia informado a prefeitura no início do ano.
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LEIA AGORA
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
GERAL
Mensageiro do bem
Bastar usar a criatividade e ter boa vontade
para fazer a diferença. É isso que o cobrador
Denilson Viriato, de 26 anos, comprova ao começar cada semana de trabalho espalhando
mensagens de conforto e esperança entre os
passageiros. Há cinco anos na profissão, sendo
três na linha 4255 - Via Colégio, Viriato decidiu,
há cerca de dois meses, apostar no poder das
palavras e oferecer, uma vez por semana, bilhetes com mensagens bíblicas a todos que
passam pela roleta. "São promessas de que tudo vai dar certo, para que as pessoas tenham
uma boa semana", explica Viriato.
A ideia surgiu a partir das conversas do cobrador com vários passageiros que, nas viagens diárias até a capital, acabam dividindo
alegrias e tristezas. "A experiência no ônibus
me fez ver que muita gente precisava de uma
palavra de incentivo,de esperança. Sempre ouvi desabafos, lamentos, e achei que poderia
ajudar a aliviar a carga da semana com uma
mensagem de fé e esperança", afirma Viriato,
ressaltando que a maioria das pessoas faz muitas reclamações. "Principalmente as mulheres.
Os homens já não gostam de falar muito", conclui.
As mulheres são,também,mais receptivas às
mensagens, segundo o cobrador. "A princípio,
os homens rejeitam, mas depois gostam da
ideia e levam a promessa", diz. Durante sua jornada de trabalho, que começa às 6h e termina
às 13h30, Viriato distribui as cerca de 200 mensagens que leva,toda terça-feira,guardadas em
um pote de plástico transparente. "Eu entregava toda segunda,mas muita gente estava tirando folga nesse dia e chegava na terça pedindo a
mensagem. Então, mudei a data", explica.
Uma das usuárias da linha que recebe de coração aberto as mensagens semanais é a identificadora da Polícia Civil Hanny Jéssica Pacheco, de 23 anos. "Tem dia que a gente lê e diz: isso é pra mim", afirma a passageira, que aprova
a iniciativa de Viriato. "É muito bacana. Se um
dia não dá pra pegar,a gente sente falta e cobra
depois", afirma Hanny. "O retorno dos passageiros, em geral, é muito legal. A gente se enturma mais e cria laços com pessoas que, antes, nem davam bom dia", enfatiza o cobrador.
FOTOS LEIA AGORA
Cobrador distribui bilhetes com palavras de esperança para desejar boa semana aos passageiros
Usuária da linha 4244, Hanny gosta de receber as mensagens de Viriato
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LEIA AGORA
MÚ
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
SO
EXTR
Consagrada no circuito underground, banda luz
Assim como diversas cidades do Brasil e do mundo,
Santa Luzia também tem fortes representantes da
cultura underground. Uma das principais bandas do
cenário luziense é a Mortifer Rage, que, com 13 anos
de estrada, consagra o estilo death metal entre outras
referências do metal extremo espalhadas pelos quatro cantos do mundo e submundo da música. (Entenda-se por metal extremo um gênero que reflete atitudes e pensamentos em um “som visceral, mais direto,
sem firulas”, segundo a banda).
Técnica, velocidade e brutalidade sonora e ideológica são os principais elementos que mantêm Carlos Pira (vocais), Robert Aender (guitarra), Warley Alves
(baixo e backing vocal), Ramon C (guitarra) e Wesley
Adrian (bateria) na ativa, com trabalhos como o EP
Hangmen’s Hate, gravado em 2000, que abriu portas
para apresentações do grupo por todo o Brasil e incluiu o Mortifer Rage na coletânea Rock Soldiers Volume 4 – lançada pelo selo UGK Disccos, do Rio Grande
do Sul.
Os resultados positivos levaram o grupo a lançar o
primeiro álbum, Legacy of Obssessions, em 2002.
“Gravado de forma independente, esse álbum foi distribuído na Europa pelo selo português Hallucination
Productions”, ressalta o vocalista.
A música de peso expressa uma visão de mundo
peculiar, mais crítica e menos “comercial”, que se baseia em convicções filosóficas. “O Mortifer Rage revi-
sita certos conceitos culturais disseminados e impostos como verdades absolutas, como a religião, a moral, Deus, o diabo, ídolos”, explica Pira.
Vale ressaltar que o vocal gutural (modificado pela
garganta, atingindo sonoridade parecida com vozes
sombrias de filmes de terror) é um dos elementos
mais notáveis do death metal, assim como do black
metal (estilo ligado ao satanismo).
Contrário a qualquer forma de manipulação, o Mortifer Rage defende a capacidade humana de tomar
decisões de forma livre e lamenta a restrição do sentido de cultura a manifestações populares e folclóricas, incluindo, ainda, produtos da indústria de entretenimento, formatados e consolidados através da
SICA
FOTOS LEIA AGORA
OM
REMO
ziense exalta o gênero death metal há 13 anos
grande mídia. “Ao contrário de cidades como Caeté,
Pedro Leopoldo e Sete Lagoas, por exemplo, Santa Luzia não tem espaço para a cultura underground. Por
mais que a gente busque apoio, faltam pessoas mais
capacitadas, de visão, no poder público, que possam
ampliar o conceito de cultura”, comenta Wesley.
ESTRADA Com credibilidade entre os adeptos do
metal extremo, a banda reforça suas convicções a
partir da produção de novos trabalhos e da agenda de
shows. Em 2004, o grupo lançou Deformity, eleito o
melhor EP de death metal produzido no Brasil, segundo zines e sites especializados, naquele ano.
A repercussão positiva do trabalho levou o Mortifer
Rage a participar do Setembro Negro Festival, em São
Paulo, dividindo o palco com outras bandas reconhecidas internacionalmente, como Hate Eternal (EUA) e
Sadism (Chile), entre diversos grupos de expressão no
cenário brasileiro. “Abrimos o show dos norte-americanos do Incantation, em Belo Horizonte”, diz Robert.
Seguindo em ritmo acelerado de shows e produções
próprias, a banda participou de duas coletâneas do
metal extremo, em 2006: Extreme Underground e Killing All The Posers Volume 2. “Tocamos com o Krisiun (RS), em Brasília, e fizemos shows em Minas, Paraná e Espírito Santo”, ressalta Ramon.
Gravado em 2008, o último álbum do grupo, Murderous Ritual, é resultado da parceria entre o Mortifer
Rage e a Genocide Productions e Misathropic Records,
de Brasília. “Estamos trabalhando no novo álbum e
nos preparando para uma turnê pelo Brasil e exterior”, afirma Robert.
PARA SABER MAIS:
Contato: (31) 9867-0914 / (31)3637-5421
Myspace oficial: www.myspace.com/mortiferrage
E-mail: [email protected]
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LEIA AGORA
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ESPECIAL
O S C I N C O S E N T I D O S D E S A N TA LU Z I A
CIDADE EXALA SEUS AROMAS
Cheiros que remetem a lugares, situações e pessoas encantam e conferem uma marca à cidade
RENATO FONSECA
ESPECIAL PARA O EM
Pare,respire fundo,pense e responda: "Que
cheiro tem Santa Luzia?". Pelos quatro cantos
da cidade, existe uma gama variada de aromas. Do cafezinho coado na hora ao pão de
queijo recém-saído do forno. Das frutas maduras, passando pelas ervas aromatizadas,
aos temperos e quitutes das feiras e sacolões
da Parte Alta e do Distrito.
E se o assunto é cheiro,não podem faltar no
imaginário luziense manjericão,rosmaninho
e alecrim, todos juntos e nessa mesma ordem, encantando ainda mais as tradições da
Semana Santa. Já os moradores mais antigos
não deram dúvidas:a fragrância da dama-danoite é a mais característica do município.
Mas,nessa profusão de perfumes,também
há espaço para o odor fétido do lixo - principalmente nas últimas semanas, já que o descaso com a coleta impera - e das águas impuras do Rio das Velhas,principal bacia da Grande BH, que banha boa parte do território luziense.
O inconfundível poder do olfato, sempre
relacionado a sentimentos e lembranças,chega as páginas do LEIA AGORA para dar sequencia à série "Os cinco sentidos de Santa
Luzia", publicada nas últimas edições. Agora,
é a vez do principal sentido ligado às emoções
e ao registro das memórias.
O AROMA DA DEVOÇÃO Sexta-feira da
Paixão. Dia de fé e emoção, marcado pela
lembrança cristã do julgamento, paixão,
crucificação, morte e sepultura de Cristo.
Santa Luzia não foge à regra e, no meio deste rito religioso, o olfato se destaca. Braçadas
de manjericão, rosmaninho e alecrim são levados para a Igreja Matriz, onde é montado
o santo sepulcro.
A tradição remonta aos tempos da crucificação. Depois da sua agonia, Jesus foi enrolado em lençois de linho e perfumado com
óleos e ervas aromáticas. No território luziense, muitas famílias mantêm o costume,
algumas cultivando as plantas durante todo
o ano para distribuir os ramos entre os fieis.
Dizem que, depois de secas, as plantas são
ótimas para fazer chás e também para colocar no fogo e afastar as tempestades. O certo
mesmo é que os ramos de manjericão, rosmaninho e alecrim enchem a Matriz de perfumes, que custam a sair da lembrança de
qualquer um. Para conseguir um deles é
uma verdadeira disputa. Todos fazem questão de levar um punhado para casa.
CULINÁRIA - Da fé e devoção para o talento. A mesma fragrância do manjericão, capaz de encantar os fieis luzienses, também
tem lugar na mesa. Para o chef Luiz Floriano
dos Santos, conhecido como Cunhã, a erva
não pode faltar, principalmente em seus
pratos com molho bolonhesa. "Quando penso em que cheiro me lembra Santa Luzia,
sem dúvida, logo imagino o manjericão.
Lembro da minha mãe, que sempre participava da Semana Santa e, claro, adoro preparar pratos com ele", diz Cunhã.
De uma planta para outra. A arborização
tem lugar garantido no olfato de Santa Luzia. A cidade perdeu muito do verde para as
novas construções, mas ainda possui fragrâncias que impressionam. É o caso da dama-da-noite, como mostra a dona de casa
Carmen Ferreira, de 87 anos, moradora do
Bom Jesus. A florzinha pequenina e cheirosa, existente há mais de dez anos na porta
da cozinha, exala seu aroma por toda a rua.
Bastante cuidadosa,Carmen está sempre regando, podando e dando atenção especial à
arvore. (RF).
Para Cunhã, Santa Luzia tem cheiro de manjericão, erva que não falta em seus pratos
Seguindo a tradição da Semana Santa em Minas, braçadas de manjericão, rosmaninho
e alecrim são levados para a Igreja Matriz, onde é montado o Santo Sepulcro
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LEIA AGORA
SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
ESPECIAL
O S C I N C O S E N T I D O S D E S A N TA LU Z I A
DESCASO FÉTIDO
Em Santa Luzia, a percepção do olfato, poderia ser melhor se não fossem os odores do Rio das Velhas e do lixo
A mais importante bacia da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Teve grande
relevância histórica para o desenvolvimento
da região central de Minas, considerado um
dos principais caminhos do chamado "Ciclo
do Ouro". Corta cidades históricas como Sabará e Santa Luzia. Todo o valor do Rio das
Velhas, porém, ainda não é suficiente para
despertar ações concretas para salvar o curso d'água.
Em Santa Luzia, a percepção do olfato, poderia ser ainda melhor se não fossem os odores fétidos do Rio das Velhas, principalmente na Ponte, na Parte Baixa da cidade. Moradores, comerciantes e visitantes reclamam
do mau cheiro, que invade casas, prejudica o
comércio e oferece riscos à saúde.
"É um absurdo. Não bastasse o cheiro insuportável,principalmente nessa época de chuvas e forte calor, temos que conviver com a
proliferação de aranhas, ratos, baratas e per-
nilongos. É um desrespeito que parece nunca
ter solução", diz um comerciante da região,
que preferiu não se identificar. "Melhor não,
porque estou admitindo que têm esses bichos aqui na minha loja, né?", acrescenta.
Além da degradação do Rio das Velhas, a
cidade tem passado por um momento complicado no que diz respeito à coleta de lixo.
Moradores têm protestado, com frequência,
da falta de recolhimento dos resíduos, deixando o município emporcalhado e fedorento. Manifestações pelo descaso da Prefeitura, com sacos de lixo despejados nas vias,
estão ocorrendo diariamente.
"A sujeira ficou espalhada pela cidade. Fede muito", diz o estudante Rafael Carvalho,
de 17 anos. A Prefeitura de Santa Luzia alega
que o contrato com a empresa que fazia o recolhimento de lixo deixou ser cumprido pela firma, que outra foi contratada e que o serviço já foi será normalizado. (RF).
Muitos moradores da Parte Baixa da cidade reclamam do mau cheiro do Rio das Velhas
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SANTA LUZIA, 30 DE NOVEMBRO A 18 DE DEZEMBRO DE 2012
ACONTECE
■ PONTO DE ÔNIBUS DESATIVADO
O ponto de ônibus localizado em frente ao supermercado Paranaíba, na Avenida Brasília,
sentindo Belo Horizonte, foi desativado na penúltima semana de outubro. Entretanto, até
agora, não há nenhuma placa informando a extinção do ponto e orientando os passageiros
a se dirigirem ao outro local de parada, a cerca de 100 metros e muitos usuários ainda perdem tempo aguardando o coletivo no ponto desativado . "É uma falta de respeito com o
passageiro e cidadão. Fiquei aqui, sem saber que não tinha mais ponto e me atrasei para o
trabalho", diz o representante comercial Fábio Jorge Antunes. Em nota, Raimundo Gonçalves Rosa, da Coordenadoria de Controle e Fiscalização do Transporte, informou que a empresa operadora, no caso a Rodap, deve se encarregar de fazer os avisos à população.
■ FESTA DE SANTA LUZIA
O ponto alto da Festa de Santa Luzia, Padroeira da cidade, acontece na quinta-feira (13) com
vasta programação. À meia-noite é celebrada missa de abertura do Jubileu na Igreja Matriz,
às 2h tem caminhada dos homens, saindo do Portal São Benedito em direção ao Santuário,
onde também acontecem missas às 5h, 7h, 8h, 9h, 10h, 11h, 12h, 13h, 14h, 15h, e às 17h missa solene, seguida de procissão luminosa de Santa Luzia. Na chegada da procissão?, ocorre
a benção do Santíssimo Sacramento. Este ano, o Jubileu tem como presidentes o casal Miriam e Lucas Gonzaga. A festa promete ser uma das mais organizadas dos últimos tempos.
■ FESTIVAL ROCK'N HO HO HO
Acontece em 14 de dezembro, a partir das 21h, no Espaço Bar Natureza Urbana, na Avenida das
Indústrias, 4165, próximo ao Mega Space, o Festival Rock'n Ho Ho Ho. Por ser beneficente e sem
fins lucrativos, a entrada para o evento será a doação de um brinquedo em bom estado e/ou 1
kg de alimento não perecível. O festival contará com a apresentação de 11 bandas e dois Dj's.
■ COLÉGIO FÁBIA E ZIRALDO
A noite de 23 de novembro foi iluminada pelo brilho dos alunos do Colégio Fábia, que autografaram os livros escritos por eles com um dos maiores nomes da literatura infanto-juvenil, o escritor e cartunista Ziraldo. O autor foi tema da Mostra Cultural promovida pela
escola no auditório do Prodor, no Boa Esperança. Ziraldo foi parceiro da escola na Oficina
do Texto, uma das atividades promovidas dentro do projeto pedagógico de incentivo à leitura Fábrica de Leitores. As turmas expuseram suas obras realizadas com variadas técnicas
artísticas, houve apresentações de dança e um belo coral deu ritmo à noite da mostra.
Uma das principais atrações do evento foi a peça Flicts, do livro Flicts de Ziraldo, representado pelos alunos do 3º ano do ensino fundamental. Em outro momento de muita emoção, os pais dos estudantes receberam o livro autografado das mãos de seus filhos. Segundo a diretora Fábia Lara, para 2013, o projeto "Fábrica de Leitores" trará ainda mais novidades e os alunos terão a oportunidade de publicar novos livros com outros escritores famosos. Para saber mais acesse www.colegiofabia.com.br.
■ 40 ANOS DE HISTÓRIA
A Comunidade das Várzeas recebeu, em 15 de novembro, a Capela Todos os Santos, inaugurada
no Sítio da Vovó Geni. A anfitriã acolheu com muita alegria a visita da imagem peregrina de
Santa Luzia e também retribuiu a sua satisfação com uma linda festa para todos os presentes.
O Museu Histórico Aurélio Dolabella completa neste mês 40 anos de fundação. Várias
festividades estão sendo preparadas para comemorar o aniversário do museu da
cidade. Informações: (31) 3641-5204 (Marco Aurélio).
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MODA
Leveza, estampas exclusivas, cores vivas e muito brilho e glamour fazem parte da coleção alto verão Alkimia, que trabalha com marcas diferenciadas e peças únicas
Alkimia em festa
Loja comemora sete anos com coquetel para clientes e apresentação da coleção alto verão
Especializada em roupas e acessórios femininos, a
loja Alkimia, localizada na Rua do Comércio, acaba
de completar sete anos de fundação. Para comemorar a data, a boutique preparou um coquetel durante todo o sábado, dia 24 de novembro, para os clientes, que também puderam conhecer a coleção alto
verão 2013.
Leveza, estampas exclusivas, cores vivas e muito
brilho e glamour fazem parte da nova coleção. “Preparamos uma coleção diferenciada e pronta para
quebrar paradigmas. São peças com cores vivas, do
sol, e da inspiração que nos dá liberdade para imaginar cenários e imagens fascinantes”, ressalta o proprietário da loja, Leonardo Sousa (Leo).
Quem passou pela Alkimia no sábado também
conferiu acessórios modernos e de bom gosto, como
semijóias, cintos e bolsas, a maioria nos tons dourado, como manda a estação. “Toda coleção está maravilhosa e bastante moderna”, enfatiza Miriam Gonzaga, cliente Alkimia, que esteve na loja no sábado.
Marcas diferenciadas, como Lado Avesso, Afghan,
Vanessa Madsen e Realist também são exclusividade
da boutique, que leva o nome Alkimia por significar
transformação. “Escolhemos Alkimia, por ser um nome forte, que estimula o cliente a transformar os sonhos em realidade”, observa a proprietária, Amélia
Alvarenga.
Com atendimento de qualidade, a Alkimia também facilita o pagamento, que pode ser feito com os
cartões Visa e Mastercard, além de cheques sob consulta. À vista, o cliente tem 10% de desconto. “Gostaríamos de agradecer a todos os clientes e amigos pela parceria ao longo desses sete anos e aproveitar para convidar os que não puderam estar aqui durante o
coquetel a conhecerem a coleção alto verão 2013, que
preparamos com muito carinho”, ressalta Amélia.
PARA SABER MAIS
A Alkimia fica na Rua do Comércio, 165, bairro Ponte. Informações:
(31)3642-2716. Facebook: Leo Alkimia Alkimia.
Localizada na Rua do Comércio, no bairro Ponte, a loja preza pelo bom atendimento e qualidade das peças. Nos pagamentos à vista, o cliente tem 10% de desconto
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GERAL
ADOÇÃO DE
ANIMAIS
Cães em situação de risco recebem cuidados especiais
em abrigo e ficam à espera de um novo dono
Luisa Santos
Cristina Gandra: “Resgato cachorros em situação de risco e cuido deles aqui em casa”
Mel e Bernadinho estão felizes da vida.
Os filhotes de cachorro, de pouco mais de
dois meses, foram adotados pela professora Vanusa Silva, de 38 anos e os filhos
Gleice e Arthur, de 22 e 10 anos, respectivamente. “É muita alegria. Eles já fazem
parte da família. Vão ao quarto todo dia
de manhã acordar a gente. Uma festa só”,
ressalta Vanusa, que adotou os cãezinhos
há cerca de três semanas no Abrigo Gandra’s, localizado no bairro Moreira.
O abrigo, idealizado pela professora de
educação religiosa Maria Cristina Gandra, de 55 anos, resgata animais em situação de risco que, após passarem por cuidados especiais, ficam à espera de um novo dono.
“Minha história com os animais é antiga. Desde que me mudei para Santa Luzia, há 20 anos, resgato cachorros em situação de risco e cuido deles aqui em casa com a ajuda dos meus filhos, genros,
noras e de alguns amigos”, ressalta Maria
Cristina.
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GERAL
que quando encontram um lar, sabem
dar valor”, ressalta a jovem. “O trabalho
realizado pelo abrigo é muito bonito, pois
mostrar o amor incondicional aos animais”, completa.
AJUDA
Novo lar: Arthur e Gleice brincam com os cães Bernadinho e Mel, que adotaram a pouco mais de dois meses no Abrigo Gandra’s
Hoje, o Abrigo Gandra’s conta com mais
de 30 cães para adoção. Todos os filhotes,
antes de serem adotados, segundo Maria
Cristina, são vacinados e vermifugados, e
os adultos, além desses cuidados, são castrados e fazem exame de leishmaniose.“A
pessoa assina um Termo de Compromisso
Adoção, passando a ser fiel depositário do
animal. Com isso, ela se compromete a
cuidar da saúde do cachorro, levar ao ve-
terinário, dar alimentação e condições
adequadas de sobrevivência”, explica a
proprietária do abrigo.
No caso de adoção de filhote, o novo dono também se compromete a castrar o
animal na idade apropriada. “Após a adoção, procuro ligar nas primeiras semanas
para saber como está sendo a adaptação
do cachorro e estou sempre à procura de
informações, pois o animal sai daqui bem
cuidado e precisa continuar sendo bem
cuidado no novo lar”, enfatiza Maria Cristina.
A técnica em saúde bucal Janaína Ferreira, de 28 anos, também adotou Simonal e Risoleta em meados deste ano. Dois
vira-latas que, segundo Janaína, são bastante companheiros. “Vale a pena adotar,
porque geralmente são animais que passaram por muitas dificuldades nas ruas e
Manter os animais do Abrigo
Gandra’s bem cuidados exige um gasto
mensal bastante elevado. Hoje, o gasto
médio com ração é de 60kg, além das vacinas e dos vermífugos. “Precisamos de
qualquer tipo de ajuda. Desde banho e tosa, até cobertores e jornais para manter a
limpeza do local”, ressalta Maria Cristina.
“Gostaria de agradecer o Rodrigo da
Duchacão que sempre nos dá uma força
em sua clínica veterinária quando há algum animal em risco e aproveitar essa
oportunidade para deixar claro que não
recolhemos animais nas ruas. Por isso,
peço às pessoas que não os deixem aqui
na porta de casa, pois não tenho condições financeiras para mantê-los”, completa Maria Cristina.
PARA SABER MAIS
Quem tiver interesse em adotar um cachorro pode
entrar em contato com o Abrigo Grandra’s pelo (31)
8818-6209 ou pelo Facebook: abrigodosgrandras.
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GERAL
CRÔNICA DE UMA CIDADE
ROBERTO ELÍSIO DE CASTRO SILVA
[email protected]
Retratos de uma época inesquecível
Sabedora - porque foi testemunha ocular - da
sincera amizade que o seu pai e eu nos dedicamos durante toda a vida dele, Teresa Maria, filha do sempre saudoso médico Oswaldo Ferreira, encaminhou-me há dias cópias de algumas
fotografias. Elas tiveram o sabor de uma viagem ao passado. Retratam uma das fases mais
auspiciosas da vida luziense. Fase em que a cidade não conhecia o fantasma do desemprego,
não conhecia a praga das drogas, não conhecia
a violência desenfreada nem a rotina dos assaltos.A cidade era,simplesmente,o singelo mundo dos luzienses - nascido ou não na mesma
origem - e isto nos bastava.Ao contrário do verso famoso do compositor Ataulfo Alves sobre o
seu "pequenino Miraí", onde ele "era feliz e não
sabia", naquele tempo em Santa Luzia todo
mundo era feliz e sabia que era feliz.Sem medo
da noite e da madrugada, o luziense convivia
romanticamente com uma e outra, principalmente se a convite de uma doce serenata, ao
embalo do compasso de um violão e do gemido
de uma clarineta.
Naqueles tempos não tão distantes, as paixões políticas passavam com o término das
apurações eleitorais, porque as disputas, no
fundo,eram pelo prazer de servir aos interesses
da cidade, que a todos unia após o confronto
das urnas. Coincidentemente, a primeira das
fotos enviadas pela gentileza de Teresa Maria
recorda um jantar realizado no Clube Social São
João, no Bairro da Ponte Grande: uma ampla
confraternização comemorativa da escolha de
dois então jovens luzienses para trabalhar diretamente com o Governador Rondon Pacheco:
Bernardo Pinto Monteiro para as funções de secretário de Assuntos Municipais, e o modesto
autor destas linhas para o cargo de secretário de
Imprensa e Relações Públicas.. A extensa mesa,
forrada com toalhas de linho, mostra em primeiro plano a saudosa benemérita luziense
Mariinha Moreira - fundadora e mantenedora
do Instituto São Jerônimo - o prefeito Oswaldo
Ferreira, o juiz de Direito Newton Ribeiro da
Luz,eu e Bernardo,Carlos Megale (diretor da Copasa) e o vereador e líder político Modestino
Gonçalves Filho. Bem próximos, o ex-vereador
João Carlos Giovanini (Nhonhô Padeiro) e Francisco Lucindo Júnior,o bondoso Bimbo de Chico
Lucindo.Em outra foto,discursando,o entusiasmo de Lafayette Gonçalves, interpretando, como fazia sempre questão de ressaltar,"os sentimentos do povo de Ponte Grande". Uma realidade profundamente dolorosa: quase todos já
viraram saudade.
Seguem-se as lembranças: numa mesa de
bar, Dr. Oswaldo, ao som do violão de seu conterrâneo Rogério de Oliveira - ambos nasceram
em São Gonçalo, no Rio de Janeiro - microfone
em punho, busca algum samba no fundo do
baú. Talvez estivesse recordando a filha precocemente falecida: "Rosa, aonde vai morena Ro-
sa/ Com essa rosa nos cabelos/ E esse andar de
moça prosa/ Rosa,morena Rosa".Ao lado,atentos,o autor destas "mal traçadas" e Dinho,filho
de Pedro Paulo, que conheceu e ficou amigo de
Dr.Oswaldo quando morou no Rio de Janeiro.É
um desfile de recordações: Camilo Teixeira da
Costa, os deputados José Machado Sobrinho e
Lourival Brasil,o prefeito de Pedro Leopoldo César Julião de Salles, o seresteiro luziense Rolando de Brito, os vereadores Antônio Teixeira da
Costa (Bilé), Antônio Resende, José Olímpio da
Silva (Mesinho), Vicente Rogério, Zé do Rádio,
Zé Lourenço, Afonso e Dominguinhos (irmãos
de Dr. Oswaldo), Augusto Gonçalves de Castro,
o sempre lembrado Duca de Zeca. Outras três
fotos históricas em ocasiões distintas daqueles
tempos áureos: o Dr. Oswaldo Ferreira, médico
exemplar e homem público de visão e de prestigio, em animado e descontraído bate-papo
com os Governadores Rondon Pacheco, Aureliano Chaves e Francelino Pereira, que comandaram Minas Gerais, respectivamente, nos períodos de l97l a l975, de l975 a l979 e de l979 a
l983. Reflexo incontestável da respeitabilidade
política luziense naquela fase áurea é a constatação de que todas as três fotos foram tiradas
em Santa Luzia.
Enfim, para não ficar só em tristezas, um
pouco de amenidade mesclada às saudades:
numa das fotos que a boa amiga Teresa Maria
teve a delicadeza antiga de enviar,aparecem ao
lado de Dr. Oswaldo - e em torno de copos de
cerveja - o saudoso jornalista João Augusto Moreira Filho (nosso Joãozinho Barracão) e o também saudoso seresteiro e cantor sertanejo Sanica, que sempre foi um grande amigo de Santa Luzia e amante de suas noites de lua cheia.
Sanica costumava ficar hospedado na casa de
Joãozinho ou na casa de Antônio Tibúrcio, outro luziense e também jornalista, que deixou
imorredouras recordações. Em determinada
oportunidade,nem Joãozinho nem Tibúrcio se
encontravam em Santa Luzia. Consequência:
Sanica não teria aonde dormir. Em caráter excepcional e em nome do espírito sadio que
orientava nossas noites,Dr.Oswaldo encontrou
a fórmula salvadora:foi ao seu consultório médico e preencheu uma guia para que Sanica
fosse "internado" no Hospital de São João de
Deus. Na manhã seguinte, sem saber de nada,
uma prestimosa enfermeira entrou no quarto
e fez a pergunta tradicional ao "doente" em repouso: "O senhor está precisando de alguma
coisa"? E o velho Sanica, com a sua velha serenidade: "Estou necessitando de frutas. Frutas
variadas, se possível".
Meu doce e terno netinho Beto (ex-Zé Gordinho,por exigência do próprio),filho de Marcílio
e de Cristina, minha querida e inesquecível filha,herdou da mãe sinceridade e franqueza ao
emitir suas opiniões. Chamei-o a um canto e
lhe mostrei as fotos, numa das quais estou de
barba por fazer, de bigode e cabeludo. Ele, simplesmente, apontou com o dedinho: "Este aqui
é você"? Diante da confirmação,foi curto e direto: "Horrível"!

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