Decidi postar essa fanfic porque gostaria que o

Transcrição

Decidi postar essa fanfic porque gostaria que o
Nota da Autora:
Decidi postar essa fanfic porque gostaria que o site tivesse um exemplo de uma história long
e, principalmente, que não fosse puramente romance, porque meu tipo favorito de história é
aquele onde os ships e o romance são apenas um elemento, onde o foco é uma trama nãoromântica, e é esse o estilo de livro que busco escrever.
Nome: Hogwarts Vampire Academy
Fanfic: Harry Potter e Vampire Academy
Autora: Belle Black
Tipo: Longfic
Gênero: Geral
Ship 1: Gina Weasley (Rose) / Sirius Black
(Dimitri)
Ship 4: Gina Weasley / Harry Potter (Mason)
Ship 5: Gina Weasley / Draco Malfoy (Jesse)
Ship 2: Hermione Granger (Lissa) / Pansy
Parkinson (Christian)
Ship 6: Hermione Granger / Ron Weasley
Ship 3: Gina Weasley / Hermione Granger
(Aaron)
Status: Em Andamento
Número de Páginas: Resumo:
Em um mundo onde a magia é um dom divino... poderia essa bênção se tornar uma
maldição? Realizar grandes feitos, fazer o bem, nem sempre é de graça. Pode consumir você, se
alimentar da sua alma, acabar com a sua sanidade.
Avisos:
Essa fanfic contém relacionamento afetivo entre duas mulheres. Não gosta, não leia.
Essa fanfic possui características de Universo Alternativo, sendo o mundo de Harry Potter
misturado com o mundo da saga Vampire Academy. No entanto, tentarei me manter fiel à história
e aos personagens o máximo possível. Não gosta, não leia.
Essa fanfic contém violência física. Não gosta, não leia.
Essa fanfic tratará superficialmente de distúrbios como depressão e automutilação. Não
gosta, não leia.
por Belle Black
- CAPÍTULO I -
Assim que minha cabeça pousou no travesseiro, medo tomou conta de mim e em seguida fui
cegada por uma luz forte, um cheiro de metal quente infiltrou minhas narinas, e por fim ouvi seus
gritos. Pulei rapidamente para a cama dela e a sacudi violentamente, gritando seu nome
desesperadamente a fim de arrastá-la para fora daquele pesadelo.
Hermione percebeu estar apenas sonhando assim que seus olhos abriram. Ela não costumava ser
muito sentimental ou pegajosa, mas nossa amizade era forte o suficiente para que um abraço meu
fosse tudo o que ela precisava para se tranquilizar. Eu queria dizer que fora só um sonho e que tudo ia
ficar bem, mas me calei. Eu sabia que não ia. Não havia como dizer que o passado ficaria bem, porque
não havia como mudar a ele ou a suas consequências devastadoras. E não era hipócrita o suficiente
para pronunciar aquelas palavras sem acreditar nelas. Contei cada segundo que ficamos abraçadas
desconfortavelmente, mas sem realmente me importar, até que pude sentir que ela já estava
controlada.
Apertei o botão do abajur com dificuldade exatamente no momento em que Bichento saltou
graciosamente da janela para o colo de Hermione, esfregando-se no pescoço dela e ronronando, mas
eu tive a impressão de que ele fez uma careta para mim. Gato maldito. Animais não se dão bem com
dhampires. Eles não têm nada contra os moroi, mas, para minha infelicidade, todos eles parecem amar
Hermione um pouco demais.
Examinei o rosto de Hermione com preocupação. Ela estava muito mais pálida do que o de
costume e olheiras escuras contornavam seus olhos. Ela estava fraca. Suspirei baixinho e levantei-me,
por Belle Black
jogando meu longo cabelo vermelho para trás. O meu pescoço exposto claramente incitou a fome de
Hermione, mas ela era educada - e reprimida - demais para avançar.
- Você está fraca. Não temos feito isso direito.
- Você estava ocupada com a escola e tudo o mais... então eu não quis incomodar...
- Deixa de ser obtusa, Hermione. Você precisa disso. Vem aqui.
Ela continuou hesitante, mas sabia que precisava. Hermione veio até mim, delicada, e tocou meu
pescoço com as pontas dos dedos. Adrenalina correu pelas minhas veias, lembrando-me o quanto, no
fundo, ainda que odiando essa sensação, eu desejava aquilo. Eu não era uma viciada nem nada, mas
gostava das endorfinas provenientes da mordida de um moroi. Assim como eu gostava de ficar bêbada
ou fumar um pouco de maconha de vez em quando. Não era um vício, não era uma dependência, mas
era prazeroso. Mas também era uma fraqueza e eu não podia lidar com ela.
Mordi o lábio para não soltar um gemido quando os caninos dela perfuraram minha pele e a dor
imediatamente foi substituída por um maravilhoso e extasiante prazer. Era muito melhor do que estar
bêbada. Era muito melhor do que beijar. Era inebriante. E então, assim como veio, tudo se foi.
- Você está bem?
- Estou... – murmurei meio cambaleante e me deitei na cama. – Só preciso dormir.
- Não, você tem que comer. Você precisa de alguma glicose e sódio. Vou pegar alguma coisa.
- Mão, Miome... – meu protesto apenas confirmou o quão tonta eu estava pela perda de sangue
e ela saiu antes que eu pudesse projetar o ‘Não, Mione’.
A sensação maravilhosa de ser mordida não estava mais em meu corpo, mas ainda havia
endorfinas nele e então um sorriso bobo apareceu no meu rosto. Virei minha cabeça alegremente para
contemplar Bichento que lambia a pata com um ar presunçoso, é por isso que eu não gosto de
animais: cachorros já pensam que são humanos, mas gatos ainda pensam que são Deus. Argh. Mas eu
vi que ele parou de se limpar abruptamente e encarou um ponto lá fora. De repente, ele se arrepiou
todo, eriçando seus pêlos e esticando suas patas e rosnou como uma pequena onça. Meu sorriso
desapareceu e eu me forcei a sentar, o mundo girou e eu pensei que fosse desmaiar, mas felizmente
isso não aconteceu.
Me levantei com cuidado e a vertigem não passou, mas eu tropecei até a janela e espiei o que
fizera Bichento se irritar.
A rua estava escura e quieta. Eram três horas da manhã. Nós alugávamos um quarto numa rua
residencial com casas feias que não combinavam. Do outro lado da rua, a luz de um poste piscava,
quase pronta para queimar. Isso me lembrou dementadores, me fazendo ficar em alerta
por Belle Black
imediatamente. A última coisa que precisávamos era monstrengos do Ministério que poderiam
facilmente sair do controle e sugar nossa alma para o abismo precisamente quando não podíamos fazer
magia. Mas ainda havia luz o suficiente para que eu pudesse perceber as silhuetas das casas, dos
carros, das árvores... e de um homem olhando diretamente para mim. Eu me joguei para trás,
surpresa.
A pessoa estava longe, e ainda perto o suficiente para ver que eu tinha alimentado outra pessoa
com meu próprio sangue. Ele estava perto o suficiente para chegar até Hermione - distraída e
preocupada, cozinhando para mim no andar de baixo. Eu só podia identificar sua altura, e seu sexo, e
que ele não estava sozinho. Mas Bichento podia identificar algo mais. Bichento não gostava daquelas
pessoas, e Bichento não tinha nada contra ninguém, exceto contra mim. Aquelas pessoas não tinham
feito nada que ameaçasse o gato, mas ele sentiu alguma coisa, alguma coisa que o colocava de
sobreaviso. Alguma coisa similar ao que ele sente sobre mim, ao que ele sente sobre dhampires.
Recuei rapidamente, vestindo o primeiro par de calças que encontrei no chão, quase caindo no
processo. Peguei meu casaco e minha carteira, lançando-me escada abaixo desesperadamente.
- Você não devia estar de pé. - ralhou Hermione assim que me viu.
- Nós temos que ir. Agora! - tive que me controlar para não gritar.
Ela levou alguns segundos para entender, e seus olhos se arregalaram de medo e surpresa.
- Pegue a chave do carro dele.
Hermione entendeu na hora - e eu a abençoei por ser tão sagaz - e se direcionou a Jeremy sem
hesitar. A confiança dela fluiu até mim através da ligação. Ela tinha certeza de que se eu agisse, tudo
daria certo. Quem ela pensa que eu sou? O Harry Potter?
- Nós precisamos pegar seu carro emprestado - ela disse com uma voz gentil. - Onde estão as
suas chaves?
Por um momento Jer apenas a encarou, mas logo depois seus olhos ficaram vidrados e ele levou
a mão ao bolso, pegando as chaves e entregando diretamente a Hermione. Ela sorriu e eu me arrepiei.
Nós aprendemos que Compulsão, ou como chamamos popularmente, Imperius, é totalmente errado e
proibido, mas Hermione tinha certa habilidade para fazer isso melhor do que todo mundo e nós
precisávamos.
- Obrigada - agradeceu ela -E onde está estacionado?
- No fim da rua - ele disse sonhadoramente. -Na esquina. Perto da Brown.
Quatro quarteirões de distância, eu pensei. Droga.
por Belle Black
- Obrigada - ela disse novamente, recuando. - Assim que nós sairmos, eu quero que você volte a
estudar. Esqueça que nos viu hoje à noite.
- Ok – concordou ele.
- Gina, o Bichento... - ela disse, com uma expressão de sofrimento.
- Sinto muito, mas não temos tempo. - berrei já puxando-a para fora.
- Cuide do gato! - ela ordenou a Jeremy antes de desaparecermos porta afora.
Nós andamos depressa para fora. Eu ainda estava tonta tanto pelas endorfinas no meu sangue
quanto pela perda do mesmo, e continuava tropeçando, incapaz de me movimentar tão rápido quanto
queria. Hermione teve que me segurar algumas vezes para que eu não caísse. Timing maldito do
caralho. Hermione estar fraca era ruim, mas ela não podia proteger a si mesma, e nem a mim,
portanto era preferível que eu estivesse mais forte.
- O que vamos fazer se nos pegarem?
- Cale a boca. - ordenei. - Eles não vão! Vamos pegar o carro até a estação e de lá pegaremos
um trem.
Eu queria tanto, tanto, que menores pudessem usar magia sem ser encontrados. Compulsão era
a única coisa que Hermione podia fazer sem ser encontrada, porque fazia parte de sua natureza e ela
não precisava de uma varinha para isso. Aparatar, voar em uma vassoura, e esse tipo de coisa
totalmente útil em uma fuga levaria o Ministério da Magia diretamente até nós.
Hermione e eu éramos amigas desde o jardim de infância, quando nossa professora nos colocou
em duplas para exercícios de escrita. Forçar uma criança de cinco anos a soletrar nomes como Salazar
Slytherin e Rowena Ravenclaw era cruel, e eu respondi apropriadamente. Na realidade, eu atirei meu
livro na professora e a chamei de fascista bastarda. Eu não sabia o que aquelas palavras significavam,
mas eu sabia como acertar um alvo em movimento. Para profundo rancor da professora, nós duas
tínhamos sido inseparáveis desde então.
Eu usei cada grama da minha força de vontade para não desmaiar enquanto forçava meu
organismo enfraquecido a correr, golpeando o chão duro com mais dificuldade do que Hermione.
Normalmente eu a teria ultrapassado sem nenhum esforço extra, mas hoje era ela quem estava me
mantendo de pé.
Eu podia ouvir passos dos nossos perseguidores, mais alto e mais perto. Na nossa frente, eu
pude ver o modesto carro de Jeremy. Apenas a alguns passos de distância... se Merlim nos ajudasse...
se pudéssemos apenas tocar na porta... e então eu vi também as sombras de nossos perseguidores,
tocando as nossas, significando que eles tinham nos alcançado. Um homem pisou exatamente no
nosso caminho. Nós paramos bruscamente, e eu joguei Hermione para trás de mim, tentando protegêpor Belle Black
la como pude. Era o cara que estava nos observando da janela. Ele era mais velho que nós, uns trinta
e poucos, e muito alto. E sob circunstâncias diferentes - digamos, se ele não estivesse retardando
nossa fuga - eu diria que ele era gostoso. Mas sua gostosura era irrelevante. Ele era somente o homem
entre nós e nossa liberdade.
Apavorada e não inteiramente racional, agi por instinto. Mantive Hermione atrás de mim,
assumindo uma pose agressiva.
- Não toque nela. - rosnei.
O rosto dele era ilegível, mas ele levantou as mãos, como que dizendo para eu me acalmar. Não
esperei que ele tentasse me sedar como se eu fosse algum animal selvagem raivoso, eu o ataquei.
Saltei numa manobra ofensiva que não usava há dois anos, mas ele era um Auror. Um Auror
habilidoso, não um novato que ainda não tinha terminado seu treinamento. E também não estava fraco
a ponto de desmaiar. Ele me golpeou, provavelmente apenas almejando me manter longe, mas minha
fraqueza me atirou diretamente ao chão, só que eu não o atingi. Da mesma forma rápida e ágil com
que ele havia me bloqueado, ele me segurou, evitando uma queda dolorosa.
Ele encarou meu pescoço sugestivamente, fazendo eu me lembrar da ferida recém-aberta. Por
instinto, levei minha mão aos dois furos na minha pele, sentindo o sangue pegajoso. Todo aquele
esforço físico fizera meu corpo voltar a sangrar, não era à toa que eu estava pior a cada minuto.
Envergonhada, joguei meu cabelo para frente. Embora seu rosto tenha se mantido impassível, quase
percebi um toque zombeteiro em seu olhar. Devolvi seu olhar audaciosamente, esperando demonstrar
um destemor que eu não tinha de fato, preparando-me para atacar novamente. De repente, as mãos
calmas de Hermione seguraram meus ombros. Ela não disse nada, mas balançou a cabeça para mim,
aceitando nossa derrota.
O homem à nossa frente deu dois passos em nossa direção antes de fazer uma longa reverência.
- Meu nome é Sirius Black - ele disse. Eu consegui sentir um leve sotaque russo e não entendi
por quê. - Eu vim para levá-la de volta à Academia de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Princesa.
Contrariando todos os princípios para ser um bom auror, levei quase cinco minutos para
compreender o que estava acontecendo. Abri meus olhos para um céu cinza e feio, que chacoalhava
em cima de mim. Eu podia ver algum tipo de mato correndo pela janela no mesmo ritmo em que o
chão duro e gelado balançava sob meu corpo. Eu estava em um trem. Eu estava no Expresso de
Hogwarts!
Levantei imediatamente, e agradeci a um deus no qual eu não realmente acreditava por não
estar mais tonta. Cerrei meus punhos enquanto marchava para fora da cabine, pronta para atacar a
primeira pessoa que aparecesse na minha frente que não fosse Hermione.
por Belle Black
- ONDE ELA ESTÁ? - berrei.
Apenas um pigarreio veio em resposta. Virei-me, envergonhada por não ter reparado nele
sentado na mesma cabine que eu. Marchei de volta para dentro, enquanto ele me explicava sem se
alterar o que havia acontecido.
Aparentemente eu havia desmaiado de fraqueza e um avião havia nos trazido até Londres, onde
havíamos embarcado no Expresso de Hogwarts. Obviamente aparatar não era uma opção, pois apenas
dhampires estavam conosco, e as lareiras poderiam fornecer uma situação perfeita para uma nova
fuga.
Eu odiei Black de tal maneira que, se pudesse, entraria em outro combate com ele ali mesmo.
Não bastava toda a humilhação na luta, ele ainda era inteligente o suficiente para não se contentar
com toda a artimanha de usar o trem, ele também mandara colocar a mim e Hermione em vagões
separados.
Com a falta de contato com ela e com a improvável teoria de que eu talvez pudesse derrubar os
dez aurores e ainda conseguir pular de um trem mágico em movimento e sobreviver, eu me convenci
que teria de pensar em algo mais simples, algo que envolva passar por vigilâncias mágicas e dez vezes
mais o número de aurores. Sem problemas. Sempre quis tentar suicídio mesmo.
Fui obrigada a esperar quase meia hora até poder desembarcar quando chegamos.
Provavelmente eles estavam me mantendo longe até Hermione estar devidamente acorrentada na sala
de Dumbledore, dentro do castelo.
Quando finalmente eu pude sair, três aurores me acompanharam até o mesmo destino de
Hermione. Sirius Black continuava andando ao meu lado, com toda sua gostosura irrelevante e seus
quase dois metros de altura.
- Você realmente planejava atacar a todos nós? - ele perguntou, durante o caminho.
- Não, eu ia ficar olhando e torcendo pra que vocês fossem embora.
Assim como no olhar, quase vi um sorriso brotando nos lábios dele.
- Foi muito corajoso. Imprudente, mas corajoso, proteger a Princesa Granger assim...
- Mas é óbvio. - eu disse lentamente, piscando meus olhos como se fosse uma débil mental. - Eu
sou a Guardiã dela.
Irritada e nervosa por toda a situação, fiquei aliviada ao encontrar Hermione enroscada nos
braços de seu tio, Victor Turpin. E Merlim, ele estava horroroso. Ele costumava ser bonito com seu
cabelo bem cortado e seus olhos tão castanhos quanto os de Hermione, mas agora ele estava acabado.
Ele estava doente quando fugimos, mas agora...
por Belle Black
- Estou feliz em te ver, Hermione. E você também, Gina.
Acenei tentando esconder meu choque.
A vice-diretora, Minerva McGonagall, deixou escapar mais alguns segundinhos em família e então
começou seu discurso, seu absolutamente furioso discurso. Eu apenas observei o escritório circular do
diretor enquanto ela dava um sermão sobre responsabilidade e imprudência, até que eu ouvi meu
nome, e dessa vez não era me citando, era me acusando.
- Você, srta. Hathaway, quebrou a mais sagrada promessa entre os da sua espécie: a promessa
de um guardião proteger um moroi. Você violou tudo ao levar a Princesa daqui. Os strigoi amariam
acabar com os Granger, e você deu todas as chances para que eles pudessem fazer isso.
- Eu a protegi! - berrei, indignada.
- Ela não me sequestrou. - interferiu Hermione, quase tão indignada quanto eu.
- Ainda que a Granger tivesse montado todo o plano, e eu duvido que foi o que aconteceu, era
seu dever impedi-la!
- Eu cumpri meu dever. Nenhum de vocês sabe o que aconteceu. Eu a levei porque era o que eu
tinha que fazer, ela não estava segura aqui. E eu a mantive salva todo esse tempo.
- Perdoe-me, senhorita Hathaway, por não entender a lógica de como tirar a princesa de um
ambiente altamente protegido e magicamente assegurado poderia protegê-la. - a voz arrastada, calma
e baixa de Severo Snape soou pela sala. - A não ser que haja algo que você não esteja contando.
Mordi meu lábio, enquanto Hermione me lançava olhares suplicantes.
- Foi o que imaginei. Se me permite especular, a única razão para vocês irem, além da novidade
que isso envolvia, sem dúvida, foi para evitar as consequências daquela terrível e destrutiva façanha
que você fez antes de desaparecer.
- Estou de pleno acordo com Severo. - sibilou McGonagall enquanto Snape mal podia esconder o
sorriso triunfante. - Como moroi, como princesa, Hermione deve concluir seus estudos e permanecer
na Academia para sua própria segurança, mas não temos nenhuma obrigação com você. Você está
expulsa e deve deixar o castelo o mais rápido o possível.
- Eu... o quê?
Além do meu próprio choque e terror, os sentimentos conturbados e intensos de Hermione
entrando em pânico me invadiram.
- Eu sou guardiã da Hermione! - protestei.
- Você não se formou. Você não é nem ao menos uma auror.
por Belle Black
- Mas meus pais... - começou Hermione.
- Se seus pais estivessem vivos, certamente eles estariam chocados e decepcionados com o atual
comportamento que Hathaway adquiriu nesses anos.
Levantei-me, carregando minha voz de sarcasmo e amargura, esquecendo qualquer chance de
que eu pudesse permanecer.
- Pra onde você vai me mandar? Pra minha mãe? Ela sequer sabe o que aconteceu? Ou quem
sabe você prefira me enviar para o meu pai? Ou, quem sabe, você esteja tentando me mandar para
uma casa de Meretrizes de Sangue.
Em meio aos sons das pessoas fazendo "oh" e segurando suas respirações, a voz baixa e
acentuada de Sirius Black falou.
- Elas têm uma ligação.
- Hey - protestei, perdendo o foco. - Como é que você sabe disso?
- Não. Isso é impossível. Isso não acontece há anos. - disse Snape.
- Os melhores guardiões tinham isso. - acrescentou Sirius.
- Certamente você não está sugerindo que ela fique. - vociferou Snape, sentindo sua vitória
ameaçada.
- Ela pode ser selvagem e desrespeitosa, mas ela tem potencial.
- Selvagem e desrespeitosa? - interrompi, furiosa. - E quem diabos é você, afinal?
- Ele é o guardião da princesa. - anunciou Snape, triunfante mais uma vez.
- E tenho certeza de que não se importará de dividir o posto com a senhorita Hathaway, não é?
Eu sempre odiei as entradas triunfais de Dumbledore. Parecia ensaiado, ele tinha o dom de
deixar o circo pegar fogo e depois aparecer como autoridade máxima compreensiva e generosa.
Evidentemente que isso era bom para mim dadas as circunstâncias, mas ainda assim era irritante.
O diretor caminhou até sua própria escrivaninha, desculpando-se pelo atraso. Aparentemente ele
estava em uma partida de Xadrez de Bruxo interessantíssima com Ministro da Magia e não pôde sair
antes do fim. Blergh.
- Alvo, ela é totalmente indisciplinada. Nem todas as ligações psíquicas e potenciais imaturos do
mundo vão compensar isso. - começou Snape, determinado a cavar minha sepultura.
- Isso é uma escola, caro Severo. Nosso dever é conduzir, aprimorar e ensinar nossos alunos. Se
o que impede a senhorita Hathaway de ser uma boa auror, e, quem sabe, guardiã é a indisciplina,
então ensinemos disciplina. As aulas mal começaram.
por Belle Black
- Mas ela está dois anos atrasada!ff
- Então a dê treinamento extra. - sugeriu Black, ainda de seu canto.
- E quem vai ter todo esse trabalho, você? - exigiu Snape.
- Bem, não é o que eu...
- Foi o que pensei.
- Então pare de gastar suas horas pensando, que claramente esse não é seu forte, Severo.
Atenha-se ao seu kit de química. Eu vou ensinar a garota. O número de guardiões tem caído demais
para arriscarmos perder um com forte desejo e potencial. Uma garota, em particular.
- Eu não poderia concordar mais. - disse Dumbledore, com um de seus infinitos sorrisos cordiais.
- Vamos dar mais uma chance a você, senhorita. No entanto, sua matrícula é estritamente probatória.
Não saia da linha. Você está proibida de ter qualquer contato social. Só poderá frequentar as aulas, o
treinamento extra, e as refeições. O resto do tempo deverá permanecer em seu dormitório.
Não hesitei um segundo antes de dizer:
- Está bem, eu aceito.
Totalmente vencida e apavorada com a ideia de estar de volta àquele castelo, vi Hermione se
afastar em direção à Torre da Grifinória e eu caminhei acompanhada por outra auror que me levou
pelo saguão de entrada para o dormitório dos dhampires. Antigamente dhampires eram sorteados em
casas assim como os moroi, porém isso limitava a designação de guardiões para morois da mesma
casa que eles. Conforme o número de alunos da minha espécie foi caindo, essa divisão tornou-se
inviável.
Eu entrei no dormitório e me joguei na cama silenciosamente, encarando o teto. Minha garganta
ficou seca e eu mal consegui respirar com a vontade de chorar quando finalmente a ficha caiu e eu
percebi a verdade: Hermione estava em perigo novamente e além disso, nós estávamos
completamente separadas.
Felizmente, o dormitório dhampire ficava nas Masmorras, e, assim como o da Sonserina, as
janelas davam para o fundo do lago. Essa era provavelmente a minha coisa favorita sobre Hogwarts:
era lindo e eu me sentia em um mundo à parte. Quando mais nova, sempre havia alguma criança com
medo de as janelas se partirem, a água invadir o dormitório e nos afogar, ou de alguma das criaturas
que às vezes passavam pela janela, mas esses pensamentos nunca me afligiram. Pelo contrário, eu
gostava de me sentar à janela e ficar encarando todo o universo subaquático. Eu sempre tentava
chamar a atenção das criaturas e fazer contato com elas, todas me ignoravam solenemente, é claro,
mas eu nunca desisti.
por Belle Black
A familiaridade da luz esverdeada e fantasmagórica proveniente da água me acalmou o suficiente
para que eu notasse o quanto estava exausta. No fundo da minha consciência, meu cérebro
reconheceu que nos últimos anos eu inconscientemente havia me programado para um sono leve e
alerta, para o caso de eu precisar acordar rápida e funcionalmente com a perspectiva da menor das
ameaças. Então, pela primeira vez em dois anos, dormi profundamente.
por Belle Black
Belle Black
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por Belle Black

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