Universidade Estadual Paulista

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Universidade Estadual Paulista
Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Ciências e Letras
Departamento de Economia
Grupo de Estudos em Economia Industrial
Relatório Parcial de Atividades:
A inserção das filiais brasileiras na rede corporativa mundial:
uma análise das estratégias adotadas pelas empresas industriais globalizadas a partir da gama
de produtos, das etapas produtivas e das funções corporativas*
Bolsista: Carolina A. A. de Andrade
Orientador: Prof° Dr. João Furtado
Agosto de 2001
*
Este projeto insere-se no âmbito do GEEIN – Grupo de Estudos em Economia Industrial que contou com o
Auxílio 98/15115-6.
2
Índice
A. Descrição das atividades ....................................................................................................3
B. Resultados: os históricos das empresas ........................................................................ 13
1. Alcatel ....................................................................................………...................14
2. Cisco Systems Incorporation .................................................................................21
3. Coca-Cola Company .............................................................................................26
4. Compaq Computer Company ...............................................................................30
5. Danone ................................................................................................................. 35
6. Electrolux AB ……….............................................................................................42
7. Ericsson AG ……..................................................................................................49
8. Hewlett-Packard Company ....................................................................................59
9. Intel Corporation ………………...........................................................................65
10. Motorola Incorporation ........................................................................................70
11. Nestlé S.A. .…………...........................................................................................78
12. PepsiCo Incorporation …………………...............................................................87
13. Raytheon Company ……………….......................................................................91
14. Toshiba Corporation ..............................................................................................99
15. Whirlpool Corporation .........................................................................................106
C. Análise preliminar dos resultados ...............................................................................113
D. Cronograma para as próximas atividades ...................................................................126
3
A. Descrição das Atividades
Este relatório parcial de Iniciação Científica tem por objetivo apresentar as atividades
desenvolvidas pela bolsista durante o primeiro semestre de auxílio para o projeto “A inserção
das filiais brasileiras na rede corporativa mundial: uma análise das estratégias adotadas
pelas empresas industriais globalizadas a partir da gama de produtos, das etapas produtivas
e das funções corporativas”, cujo objetivo principal é determinar o papel reservado à filial
brasileira dentro do contexto das estratégias globais de uma grande empresa ou grupo
industrial através, como mostra o título, da análise de estratégias referentes aos produtos, às
etapas produtivas e às funções corporativas.
As atividades se desenvolveram no âmbito do GEEIN – Grupo de Estudos em
Economia Industrial – permitindo que as atividades individuais fossem complementadas pelas
coletivas. As atividades coletivas, das quais a bolsista vem participando desde janeiro de
2000, inicialmente em caráter voluntário, referem-se à realização de duas reuniões semanais
com os integrantes do grupo, assim como com o seu coordenador. Nelas se fazem
apresentações do andamento de pesquisas individuais e de seus resultados, além de discussões
de textos e artigos relevantes para o tema Economia Industrial e subtemas específicos
relacionados com a pesquisa da Fapesp (AP 98/15115-6) e com os projetos de iniciação
científica dos bolsistas1. Atualmente, o grupo faz acompanhamento e catalogação de
reportagens de quatro jornais – Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil
e Valor Econômico – com intuito de sistematizar informações pertinentes dos temas de
pesquisa.
As atividades individuais da bolsista dizem respeito ao desenvolvimento do
cronograma proposto inicialmente para a realização da pesquisa, conforme quadro abaixo, e
cujo detalhamento é feito a seguir.
1
Processos 99/09208-4, 00/06295-2 e 00/06294-6.
4
Quadro 1: Cronograma proposto
Atividades
Meses/Horas
1 2 3 4 5 6
X X X X X X
X X X
X X X X X X
1. Bibliografia selecionada
2. Estudo de software estatístico
3. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades
das empresas da amostra referentes à gama de produtos e análise
preliminar
4. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades X X X
das empresas da amostra referentes às etapas produtivas e
análise preliminar
5. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades X X X
das empresas da amostra referentes às funções corporativas e
análise preliminar
6. Caracterização nacional das atividades empresariais
X
7. Preparação de seminário de pesquisa
X
8. Participação em seminário de pesquisa
9. Elaboração de relatório de atividades
X
X X
X
X X
X
X X
X
X X
Uma atividade que acompanhou e forneceu embasamento para o trabalho foi a leitura
de bibliografia selecionada, que pode ser separada em dois blocos. O primeiro corresponde a
artigos que apresentam e analisam a realidade brasileira sob abertura comercial e
estabilização. A escolha dos artigos procurou, sobretudo, abranger tanto visões otimistas
quanto críticas sobre o processo. São eles:
BARROS, J.R.M. e GOLDENSTEIN, L. Avaliação do Processo de
Reestruturação
Industrial Brasileiro. Revista de Economia Política, vol. 17, nº 2, 1997, p. 11-31.
BELLUZZO, L.G. e COUTINHO, L. Desenvolvimento e inserção externa nos anos 90: uma
crítica à visão de Gustavo Franco, Texto preparado para o IEDI, novembro de 1996.
CASTRO, A. B. A capacidade de crescer como problema, in: VELLOSO, J. P. dos R. O
Real, o crescimento e as reformas, José Olympio, RJ, 1996, p. 76-93.
FRANCO, G. H. B. A inserção externa e o desenvolvimento. Revista de Economia Política.
vol. 18, nº 3 (71), julho-setembro/1998, p. 121 a 147.
NETTO, A. D. O Plano Real e a armadilha do crescimento econômico, in: MERCADANTE,
A. (org.). O Brasil pós-Real: a política econômica em debate, Campinas, São Paulo:
UNICAMP. IE, 1998, p. 89-100.
5
SAYAD, J. Observações sobre o Plano Real, in: MERCADANTE, A. (org.). O Brasil pósReal: a política econômica em debate, Campinas, São Paulo: UNICAMP. IE, 1998, p. 71-88.
TAVARES, M.C. A economia política do Real. in: MERCADANTE, A. (org.). O Brasil pósReal: a política econômica em debate, Campinas, São Paulo: UNICAMP. IE, 1998, p. 101129.
O segundo bloco de textos procurou abarcar questões mais específicas do tema
pesquisado. Assim, as leituras permitiram aprofundar o modelo proposto por Sturgeon – no
qual
uma porção significante de firmas está se adaptando às condições dos mercados,
crescentemente competitivos, através do fornecimento externo de funções produtivas,
enquanto confirmam o controle sobre as funções de definição, desenho e marketing do
produto, conservadas in-house – contextualizando a importância da Função Produção e
fornecendo base teórica para a sua recente subcontratação. Entre eles, um artigo da área de
Engenharia de Produção apresentou a maneira como a questão aparece pelo lado das
subsidiárias brasileiras. Desse bloco, fazem parte os seguintes textos:
FLEURY, A. Estratégias, Organização e Gestão de Empresas em Mercados Globalizados: a
experiência recente do Brasil, in: Revista Gestão&Produção, nº 3, vol. 4, dez/1997, p. 264277.
IETTO–GILLIES, G. Different conceptual frameworks for the assessment of the degree of
internationalization: an empirical analysis of various indices for the top 100 transnational
corporations, in: Transnational Corporations – United Nations Conference on Trade and
Development Division on Investment, Technology and Enterprise Development, nº 1, vol. 4,
abril/1998, p. 17-39.
SLACK, N. Vantagem Competitiva em Manufatura: atingindo competitividade nas operações
industriais, São Paulo, Atlas, 1993.
STURGEON, T. Turnkey Production Networks: A New American Model of Industrial
Organization? Working Paper 92A, Berkeley Roundtable on the International Economy
(BRIE), August 1997.
Ao mesmo tempo em que se realizavam as leituras, buscando a fundamentação teórica,
foi feita a coleta de dados, no sentido de situar a filial brasileira da grande empresa
6
multinacional no contexto mais amplo do conjunto de atividades que são desenvolvidas
globalmente. O primeiro passo para a realização desta atividade foi a composição de uma
amostra de empresas – 15 apresentadas neste relatório – conforme parâmetros definidos no
projeto.
No início do ano 2000, foi feita a consolidação de três listas de classificação
empresarial de 1998, divulgadas pelo sítio internético do Financial Times. Cada lista
correspondia às 500 maiores empresas, por faturamento, de três regiões: América, Europa e
Ásia. Deste total de 1500 empresas, foi retirado, num segundo momento, aquelas que
integravam o setor serviços (conforme classificação própria do periódico digital), restando,
então, 781 empresas. Das 100 primeiras empresas dessa lista, serão retiradas as 25 que
constituem o objeto dessa pesquisa.
Para este primeiro relatório, foram feitos históricos de 15 empresas e analisadas 10
delas. O critério de escolha para a amostra foi a existência de fonte de dados que permitissem
o mapeamento de suas atividades, além de se escolherem diferentes setores, de forma que, ao
final, apesar das particularidades de cada um, fosse possível a visualização de uma tendência,
geral com matizes de natureza setorial.
O quadro abaixo, apresenta as empresas e seus respectivos países de origem, setores,
data de fundação e início das atividades no Brasil. As empresas que foram analisadas neste
trabalho estão destacadas em cinza:
Quadro 2: A amostra
Empresa
País de Origem
Setor
Alcatel
Cisco Systems
Coca-Cola
Compaq
Danone
Electrolux
Ericsson
Hewlett-Packard
Intel
Motorola
Nestlé
PepsiCo
Raytheon
Toshiba
Whirlpool
França
Estados Unidos
Estados Unidos
Estados Unidos
França
Suécia
Suécia
Estados Unidos
Estados Unidos
Estados Unidos
Suíça
Estados Unidos
Estados Unidos
Japão
Estados Unidos
Equipamentos de comunicações
Equipamentos de comunicações
Bebidas/Refrigerantes
Computadores
Processamento de alimentos
Eletrodomésticos duráveis
Equipamentos de comunicações
Computadores
Eletrônica
Eletrônica
Processamento de alimentos
Bebidas/Refrigerantes
Aeroespacial/Defesa
Eletrônica
Eletrodomésticos duráveis
Data de Atividades
fundação
Brasil
1898
1981
1984
n.d.
1886
1963
1982
1992
1966
1970
1901
1926
1876
1924
1939
1967
1968
n.d.
1928
1971
1866
1920
1898
1988
1922
n.d.
1895
1939
1911
1945
7
Constituída, então, a amostra, dois tipos de dados foram coletados. O primeiro deles
consistiu na montagem de históricos das empresas. Para isso foi utilizado o Relatório Anual
da empresa2, seu sítio internético, sítios especializados como o profiles.wisi e a base
internacional de dados Info-Trac. Para os dados sobre patentes foi utilizado o banco de dados
digital Delphion. Nessa fase, houve dois grandes esforços: o primeiro, de separar quais as
informações relevantes para a caracterização almejada e, o segundo, o de padronizá-las para
todas as empresas, de forma a ser possível uma análise relativamente homogênea para todas
as empresas. O grande número de informações de algumas empresas, por um lado, e a
dificuldade em encontrá-las em todos os casos, por outro lado, foram os principais obstáculos
dessa fase de coleta.
Nos históricos apresenta-se também outra atividade constante do cronograma
proposto, a caracterização nacional das atividades empresariais. Num primeiro momento
foram coletadas informações nos Relatórios Anuais das empresas, em seus sítios internéticos,
e também no sítio profiles.wisi. A idéia era apresentar as atividades das empresas da amostra
no Brasil, seus principais valores financeiros e, quando disponível, informações de como a
matriz encara as atividades da sua filial no país. Assim, ao final de cada histórico, procurouse montar um quadro com textos encontrados nas fontes já citadas que revelavam essa visão.
O segundo tipo de dados coletados foram os referentes ao comércio exterior brasileiro.
Os dados são provenientes da SECEX, Secretaria de Comércio Exterior, fornecendo
informações sobre valores de importações e exportações para os anos de 1989 e 1997, assim
como a origem das importações e o destino das exportações. Escolheu-se estes anos com o
objetivo de abarcar o efeito da abertura comercial. Esses dados foram manipulados através de
um software estatístico, conforme explicado nos itens referentes aos produtos e etapas
produtivas.
Os históricos permearam toda a análise dos elementos propostos, a saber: produtos,
etapas produtivas e funções corporativas. Sua maior contribuição foi fornecer um panorama
geral das atividades das empresas, além de permitir conhecer suas especificidades, mais
explícitas ainda quando comparadas com uma de mesmo setor ou semelhante. Já os dados de
comércio permitiram uma análise mais pontual, mas tiveram o mesmo grau de contribuição
no que diz respeito a traçar tendências.
A apresentação da metodologia adotada para cada um dos três elementos analisados,
com objetivo de identificar a distribuição global das atividades da empresa, é descrita a seguir
2
O GEEIN conta, atualmente, com um acervo de aproximadamente 750 relatórios.
8
em forma de itens. Para efeitos de análise preliminar foram estudadas 10 empresas.
1. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades das empresas da
amostra referentes aos produtos e análise preliminar
A
distribuição
das
atividades
referentes
aos
produtos
foi
acompanhada,
complementarmente, através dos dados de comércio. Através do software estatístico, separouse os produtos de cada uma das 10 empresas (conforme Nomenclatura Comum do Mercosul),
os seus valores importados e exportados para os dois anos analisados e o respectivo valor
médio. Este valor é definido pela razão entre o valor da transação em dólares correntes FOB e
seu peso em quilogramas, feito com dados de 1998. Assim, admite-se que não houve grandes
variações em termos de valor em comparação aos anos estudados, uma hipótese que pode ter
efeitos negativos em outros estudos mas neste serve principalmente para associar os produtos
a patamares de valor. Foi adotada para análise a hipótese de que produtos com maior
conteúdo tecnológico possuem valor médio mais elevado. As tabelas 1 e 2 abaixo resumem os
dados analisados neste item:
Tabela 1: Valor médio das Importações, 1989/1997
Produto
Importação 1989
Importação 1997
Valor Médio
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados da SECEX, 1989 e 1997.
Tabela 2: Valor médio das Exportações, 1989/1997
Produto
Exportação 1989
Exportação 1997
Valor Médio
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados da SECEX, 1989 e 1997.
2. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades das empresas da
amostra referentes às etapas produtivas e análise preliminar
Neste trabalho, destacam-se três etapas produtivas: produção, fabricação e montagem.
Conforme apresentado no projeto de pesquisa, não se trata, necessariamente, de três elos do
9
processo produtivo que se complementam seqüencialmente. Cada etapa pode ser a única
dentro de todo o processo, tornando mais clara a hierarquia dos países dentro da atividade
global da empresa. Portanto, o histórico da empresa foi fundamental para a análise deste item,
pois permitiu conhecer o que a empresa fazia e onde, orientando a análise dos dados de
comércio.
Os dados de comércio foram tratados de forma a se conhecer, tanto na origem das
importações, quanto no destino das exportações, o conteúdo tecnológico comercializado. O
ponto de partida foi a nomenclatura CTP – Commodity Trade Pattern – uma classificação
que abarca todos os setores econômicos e os agrupa segundo suas características principais.
Essa nomenclatura divide os produtos em 12 classes, a saber:
CTP – classificação por tipo de produtos3
1. Primários Agrícolas
2. Primários Minerais
3. Primários Energéticos
4. Manufaturados Agroalimentares
5. Manufaturados Intensivos em Outros Recursos Agrícolas
6. Manufaturados Intensivos em Recursos Minerais
7. Manufaturados Intensivos em Recursos Energéticos
8. Manufaturados Intensivos em Trabalho
9. Manufaturados Intensivos em Escala
10. Manufaturados Produzidos por Fornecedores Especializados
11. Manufaturados Intensivos em P & D
12. Não Classificados
Um estudo recente sobre Balanço de Pagamentos Tecnológico, desenvolvido no
âmbito do Projeto de Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapesp, classificou
os produtos da pauta de comércio internacional do Brasil por características de similaridade
3
Um agradecimento especial deve ser feito aos colegas Célio Hiratuka e Rodrigo Sabbatini, do
NEIT/UNICAMP, pelo auxílio na classificação das informações de base, originárias da SECEX – Secretaria
de Comércio Exterior, ligada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
agradecimento que deve ser estendido ao coordenador daquele Núcleo de Economia da Indústria e da
Tecnologia, Prof. Dr. Mariano Laplane.
10
setorial e tipo de produção, condensando a pauta brasileira em doze categorias distintas,
baseadas na CTP apresentada acima. Foram essas doze utilizadas neste trabalho:
Classificação do Padrão de Comércio de Mercadorias
I.I.P.D. – Industriais Intensivos em P&D
F.E. – Fornecedores Especializados
I.I.T. – Industriais Intensivos em Trabalho
I.I.R.M. – Industriais Intensivos em Recursos Minerais
I.I.E. – Industriais Intensivos em Escala
P.P.A. – Produtos Primários Agrícolas
I.A. – Industriais Agroalimentares
I.I.O.R.A. – Industriais Intensivos em Outros Recursos Agrícolas
I.I.R.E. – Industrias Intensivos em Recursos Energéticos
P.P.E. – Produtos Primários Energéticos
P.P.M. – Produtos Primários Minerais
Assim, a tabela 3 e 4 apresentam o tipo de informações conseguidas para 10 empresas
da amostra, utilizadas na análise das suas etapas produtivas:
Tabela 3: Origem das Importações, 1989/1997, por Categoria de Produto
Países
Categorias
Total
X89
X97
X89
X97
X89
X97
X89
Total
X97
X89
Part. (%)
X97
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados da SECEX, 1989 e 1997.
Legenda: X = exportação
Part. (%)
11
Tabela 4: Destino das Exportações, 1989/1997, por Categoria de Produto
Países
Categorias
Total
Part. (%)
X89
X97
X89
X97
X89
X97
X89
Total
X97
X89
Part. (%)
X97
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados da SECEX, 1989 e 1997.
Legenda: M = importação
Para os objetivos desta pesquisa, interessa menos o conteúdo tecnológico em si e mais
o que cada categoria implica em termos de etapas produtivas. A etapa produção foi definida
como mais ligada à gênese do produto e, por isso, mais próxima de atividades como pesquisa
e desenvolvimento de engenharia. Assim, considerou-se que a participação brasileira nas
exportações dos itens Industriais Intensivos em P&D (I.I.P.D.) e Fornecedores Especializados
(F.E.) representa a presença da etapa produção no país. Da mesma forma, através de dados
sobre a origem das importações desses itens, consegue-se a distribuição mundial dessa etapa.
No caso das indústrias do setor Processamento de Alimentos, foi considerado produção a
participação comercial também do item Industriais Agroalimentar (I.A.).
Pelo fato de a etapa de fabricação estar diretamente relacionada com o processo de
transformação de recursos, e não muito ligada ao desenvolvimento do produto, considera-se
ser uma atividade mais contínua ao longo do tempo e, dessa forma, a participação de
comércio no item Industriais Intensivos em Escala (I.I.E.) explicita a sua presença. A
montagem aparece no item (I.I.T.) e, da mesma forma que as outras etapas, a participação nas
exportações representa a sua realização no país e, através dos dados sobre a origem de suas
importações, obtém-se os outros países onde ela também é realizada.
Como análise preliminar, esses foram os principais itens utilizados. As outras
categorias não foram, por ora, consideradas.
12
3. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades das empresas da
amostra referentes às funções corporativas e análise preliminar
A fonte básica de informações deste item foram os históricos das empresas. Isso
porque o que se buscava era a distribuição geográfica das atividades da empresa referentes às
suas funções corporativas, ou seja, informações primordialmente qualitativas. Para grande
parte das empresas, conseguiu-se mapear essa distribuição que pôde, depois, ser
complementada com o item específico do histórico referente às patentes.
Enquanto os investimentos em P&D refletem o esforço da empresa em
desenvolvimento de novos produtos e inovação, o número de patentes depositadas é reflexo
do real desempenho da empresa nesta atividade. Entretanto, o número de depósitos também
pode indicar que, no país em que houve o registro, a empresa quer ter exclusividade de
produção. Assim, com o intuito de separar os dois efeitos, buscou-se, além do número total de
registros feitos no país sede da empresa e no Brasil, a origem dos registros brasileiros.
Considerou-se, então, que registros brasileiros originários do próprio país traduziriam algum
tipo de atividade de Pesquisa e Desenvolvimento no Brasil. A tabela abaixo, apresentada nos
históricos das empresas, sintetiza as informações coletadas:
Tabela 5a: Patentes
Total de Depósitos
País Sede
Brasil
Total de Depósitos
no Brasil
Origem: País Sede
Origem: Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
Origem: Brasil
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no banco de dados da base Delphion, 2001.
No decorrer da pesquisa, a bolsista participou de pequenos seminários realizados nas
próprias reuniões de grupo, em que apresentou textos lidos e a metodologia de montagem de
históricos. Em maio foi enviado resumo para apresentação oral no Congresso da Unesp
realizado em outubro deste ano, ora em fase de avaliação. Foi também preparado um painel
com os primeiros resultados encontrados para apresentação no II Seminário de Economia
Industrial, promovido pelo GEEIN, na segunda semana de agosto.
A próxima parte do relatório apresenta os históricos feitos para as 15 empresas da
amostra. Em seguida é feito uma análise preliminar dos dados referentes aos produtos, às
etapas produtivas e às funções corporativas para 10 empresas.
13
B. Resultados: os históricos das empresas
Os históricos de 15 empresas, feitos segundo a metodologia citada acima, são agora
apresentados. Procurou-se mapear o máximo de atividades possíveis das empresas, na busca
de evidências dos objetivos propostos neste trabalho, sendo as discussões com o grupo sobre a
padronização das informações muito úteis. Acredita-se que os próximos 10 históricos, de
forma a completarem as 25 empresas propostas inicialmente, serão feitos com menor
dificuldade, visto já se conhecer melhor as fontes utilizadas e ter-se alcançado um padrão para
a sistematização das informações. Numa última parte é apresentado o cronograma para as
próximas atividades da pesquisa.
14
1. Alcatel
1.1. Principais Características
Matriz: Alcatel
Localização: Paris, França
Ano de fundação: 1898
Internet: www.alcatel.com
Faturamento (2000): US$ 26.900 mi
Empregados (2000): 131.598
1.1.a. Atividades principais – manufatura de telecomunicações, sistemas de rede,
comunicações móveis, sistemas de transmissão de rádio, sistemas espaciais e de defesa, cabos
de telecomunicações e de energia, automação de transporte e outros serviços. São seis as suas
divisões:
Rede de trabalho – switching fixos e móveis, infraestrutura móvel, redes de trabalho e
concepção.
Transporte e acesso – transmissão terrestre e sub-marina, sistemas de acesso de telefonia,
satélites.
Empresas e Consumidores – PBX, redes de trabalho corporativas, terminais.
Componentes de telecomunicações – cabos de rede e de dados, componentes móveis, sistemas
de energia e componentes mecânicos para sistemas de telecomunicações.
Cabos de Energia – cabos de energia e fios esmaltados.
Outros – incluem negócios fora das atividades principais da empresa, como automação postal
(vendida para a Mannesmann, em 1998), atividades de defesa (vendida para a Thomson_CSF
em 1998), aquisições corporativas, atividades bancárias e seguros.
1.1.b. Origem e desenvolvimento – o engenheiro francês Pierre Azaria montou, em 1898, a
Compagnie Générale d’Electricité (CGE), com a intenção de ser uma empresa como a AEG, a
Siemens e a General Electric. Em 1966, a CGE absorve a Societé Alsacienne de
Constructions Atomiques, de Télécommunications et d’Electronique (Alcatel). Em 1982, a
empresa pública de telecomunicações Thomson Télécommunications e suas operações de
comunicação de negócios são fundidas em uma companhia holding, Thomson
Télécommunications, controlada pelo grupo CGE. Em 1985, a fusão entre a CIT-Alcatel e a
15
Thomson Télécommunications formou uma nova entidade com o nome de Alcatel. Em 1988,
um acordo entre a CGE e a General Electric montou a CGE Alsthom. Em 1990 a CGE
adquiriu as operações norte-americanas de cabo da Ericsson. No mesmo ano a CGE mudou
seu nome para Alcatel Alsthom. Em 1995 ela foi renomeada para Alcatel.
1.1.c. Reestruturação recente – em 1995 a companhia começou sua reestruturação com foco
em telecomunicações. Em 1998 adquiriu a American DSC, que tem uma sólida posição no
mercado de acesso norte-americano. Nos próximos anos suas aquisições são feitas de forma a
focar no ramo das telecomunicações. Em 2.000 suas atividades de Cabos se tornaram
subsidiárias e foram renomeadas Nexans.
Tabela 5: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
(%)
Empregados
(%)
1991
20.902
11.1
213.100
98.085
1992
21.110
1.0
203.000
-4.7
103.991
1993
20.413
-3.3
196.500
-3.2
103.881
1994
21.889
7.2
196.900
0.2
111.169
1995
20.946
-4.3
191.830
-2.6
109.188
1996
21.166
1.1
196.900
2.6
107.494
1997
24.269
14.7
189.549
-3.7
128.034
1998
18.208
-25.0
118.272
-37.6
153.950
1999
19.719
8.3
2000
26.900
36.4
131.598
204.414
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2000, e no Relatório
Anual da empresa, 1998.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Tabela 6: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1998 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
Redes de trabalho
4.760
26.1
36.670
29.3
Transporte
5.317
29.2
27.414
23.2
Empresas e
2.685
14.7
15.320
13.0
Consumidores
Componentes de
2.582
14.2
23.815
20.1
telecomunicações
Cabos de Energia
2.533
13.9
11.638
9.8
Outros
330
1.8
5.415
4.6
Total
18.208
100.0
118.272
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1998.
16
Segundo a empresa, o segmento de Redes de trabalho foi afetado negativamente pela
crise asiática simultaneamente a um alto gasto com Pesquisa e Desenvolvimento. Contudo, a
China continua sendo um mercado dinâmico para comunicações móveis e as expectativas são
de que vai continuar sendo. O resultado do segmento Transporte e Acesso representa um
aumento de 41.5% em relação ao ano anterior, movimento explicado pelo aumento
substancial do volume do tráfico internético.
Tabela 7: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1995
66.066
8.3
1996
97.205
10.6
1997
155.330
11.3
1998
258.879
16.0
1999
264.421
14.8
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Os valores estão expressos em dólares canadenses.
Segundo a empresa, os gastos com P&D consistem primordialmente em gastos em
engenharia de software e hardware, custos associados com equipamentos e unidades
produtivas, e custos com pesquisa e desenvolvimento subcontratados. Os crescentes e
contínuos gastos com este item em 1998 e 1999 refletem o desenvolvimento de alta e baixa
capacidade de switches ATM e interfaces, desenvolvimento de switches, forwarding engines,
e redes de gerenciamento e serviços de software. Grande parte do aumento é resultado do
aumento dos salários com a equipe de engenheiros e o aumento da amortização associada com
o capital empregado em P&D.
Tabela 8: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem:França Origem: Brasil
Origem: Brasil
6.007
125
63
4
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
17
1.2. A Alcatel no Mundo
Tabela 9: Vendas por Área Geográfica
Vendas (US$ mi)
% do total
Área
Subsidiária
Mercado
Subsidiária
Mercado
França
7.026
3.153
38.6
17.3
Alemanha
2.086
1.783
11.5
9.8
Resto da Europa
5.343
5.802
29.3
31.9
Ásia
627
1.767
3.4
9.7
América do Norte
2.601
2.944
14.3
16.2
Resto do mundo
526
2.760
2.9
15.2
Total
18.208
18.208
100.0
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
Abaixo, países nos quais a empresa tem atividades:
Tabela 10: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Belize
Bermudas
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
Equador
Paraguai
Peru
Venezuela
Europa
Ásia/Oceania
Alemanha
Áustria
Bélgica
Dinamarca
Espanha
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Noruega
Portugal
Suécia
Suíça
Austrália
Coréia
Hong Kong
Japão
Bósnia Herzegovina
Bulgária
Croácia
Eslováquia
Hungria
Letônia
Polônia
República Czarina
Romênia
Rússia
Turquia
Bangladesh
Cazaquistão
China
Cingapura
Filipinas
Índia
Indonésia
Malásia
Tailândia
Taiwan
África
Israel
Albânia
Arábia Saudita
Argélia
Cambodia
Egito
Emirados Árabes
Etiópia
Irã
Iraque
Marrocos
Nigéria
Palestina
Paquistão
Serra Leoa
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
18
Na tabela abaixo, a empresa no mundo segundo as atividades desenvolvidas:
Tabela 11: Segmento de Telecomunicações
Américas
Brasil
Estados Unidos
México
Europa
Ásia/Oceania
África
Alemanha
Austrália
Áustria
Taiwan
Bélgica
Espanha
França (7)
Holanda (2)
Itália
Noruega
Polônia
Portugal
Reino Unido (2)
Suíça
Turquia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
Tabela 12: Segmento de Cabos e Componentes
Américas
Canadá
Estados Unidos
Europa
Ásia/Oceania
África
Alemanha (2)
Marrocos
Bélgica
França (4)
Itália
Noruega
Suíça
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
Em ambos os segmentos, percebe-se a ausência de atividades da empresa na África. O
segmento de Holding Financeiro e Serviços Financeiros são realizados pela matriz da empresa
na França. As unidades de Energia e Transporte e o segmento Nuclear estão localizados no
país-sede da companhia.
19
1.3. A Alcatel no Brasil
O Grupo Alcatel possui quatro unidades no Brasil, conforme descrição abaixo.
Empresa: Alcatel Telecomunicações
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1981
Faturamento (1999): US$ 262,5 mi
Empregados (1999): 2.000
Vendas/Empregado: 131.250
1.3.a. Atividades principais – manufatura de equipamentos de telecomunicações,
comunicação móvel, sistemas de redes e acessos. O desenvolvimento e a produção local
abrangem sistemas de comutação, transmissão de rádio, redes de acesso telefônico e sistemas
de comunicação corporativa. A maior parte dos funcionários trabalham com P&D.
1.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
1.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Alcatel Cabos Brasil S.A.
Localização: São Paulo, SP, Brasil (diretoria e centro operacional de vendas)
Santana de Parnaiba (indústria)
Ano de fundação: n.d.
Faturamento (1999): n.d.
Empregados (1999): n.d.
1.3.a. Atividades principais – produção de fibras ópticas, cabos ópticos telefônicos, cabos
LAN para informática, fios e cabos metálicos.
1.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
20
Empresa: Alcatel Data Cable S.A.
Localização: n.d.
Ano de fundação: n.d.
Faturamento (1999): n.d.
Empregados (1999): n.d.
1.3.a. Atividades principais – manufatura e integração de produtos de cabeamento LAN e
WAN.
1.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
1.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Saft-Nife
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1935
1.3.a. Atividades principais – produção de retificadores, inversores, conversores e fontes de
energia, baterias ventiladas de chumbo e baterias com gel technology para telecomunicações e
outras aplicações.
1.3.b. Origem e desenvolvimento – a empresa foi fundada no Rio de Janeiro e transferida
para São Paulo em 1948 como produtora de baterias para fins industriais e de
telecomunicações. Em 1972 começou a produzir retificadores para telecomunicações.
1.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 3: A Alcatel brasileira na ótica da matriz
n.d.
21
2. Cisco Systems Incorporation
2.1. Principais Características
Matriz: Cisco Systems Inc.
Localização: São José, Califórnia, Estados Unidos
Ano de fundação: 1984
Internet: www.cisco.com
Faturamento (2000): US$ 18.928 mi
Empregados (2000): 34.000
2.1.a. Atividades principais – concepção, desenvolvimento, produção e fornecimento de
suporte técnico de produtos e serviços de redes (networkings). Entre os principais clientes da
companhia estão corporações, agências governamentais, serviços industriais de utilidade
pública, instituições educacionais e outros. Entre os produtos da empresa estão routers, LAN
e ATM switches, dialup access servers e software de gerenciamento de rede. Abaixo, a
participação desses produtos no total do faturamento da empresa:
Router – 37%
Switches – 37%
Access – 12%
Outros – 14%
2.1.b. Origem e desenvolvimento – a empresa foi fundada por um casal, Leonard Bosack e
Sandra Lerner, da equipe da Universidade de Stanford. Bosack era o diretor do laboratório do
departamento de Ciência da Computação, e Lerner supervisionava os computadores na
graduação da escola. Em Stanford, Bosack inventou um modo de conectar as duas redes
locais de trabalhos nos respectivos departamentos onde ele e sua mulher trabalhavam.
Inicialmente, o casal tentou vender a tecnologia, sem sucesso. Então decidiram começar seu
próprio negócio. Em 1988, buscando suporte financeiro, o casal precisou recorrer a um
capitalista especulador, Donald Valentine, que passou a comandar a empresa. Em 1990, o
casal vendeu toda sua parte na empresa. A partir de 1993, as vendas internacionais se
tornaram parte importante dos negócios da Cisco, e subsidiárias foram estabelecidas no Japão,
Austrália, Bélgica e Hong Kong.
22
2.1.c. Reestruturação recente – a empresa fez várias aquisições na década de 90. No final de
1993, a empresa fez sua primeira aquisição, a Crescendo Communication, principalmente
pelo seu desenvolvimento da tecnologia ATM. Em 1996, adquiriu a Granite Systems e a
Grand Junction Networks, produtoras de tecnologias Gigabit Ethernet. Adquiriu, no ano
seguinte, a Ardent Communications e o Global Internet Software Group. Em 1999 a empresa
fez sua maior aquisição, a Cerent Corp., produtora de equipamento de fibra-ótica para redes
de trabalho. No mesmo ano, a Cisco adquiriu a unidade de sistemas óticos da Pirelli, na Itália,
em um acordo que inclui 10% das ações das operações de componentes óticos e cabos
submarinos da empresa italiana. Em 2000, a empresa adquiriu a ArrowPoint Communication,
produtora de network switch.
Tabela 13: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
Empregados
(%)
(%)
1991
0.183
162.5
505
362.741
1992
0.340
85.4
882
74.7
385.060
1993
0.649
91.1
1.451
64.5
447.302
1994
1.243
91.5
2.443
68.4
508.790
1995
1.979
59.2
4.086
67.3
484.316
1996
4.096
107.0
8.782
114.9
466.409
1997
6.440
57.2
11.000
25.3
585.470
1998
8.459
31.3
15.000
36.4
563.918
1999
12.154
43.7
21.000
40.0
578.762
2000
18.928
55.7
34.000
61.9
556.706
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Percebe-se uma elevação significativa tanto das vendas da empresa quanto do número
de seus empregados. Em 1996, a empresa faz duas aquisições, a Granite e a Grand Junction,
possuindo, com isso, unidades produtivas próprias do sistema Ethernet. O aumento do
faturamento de 98 para 99, segundo a empresa, é resultado, principalmente, de um aumento
das vendas de produtos com a tecnologia LAN.
23
Tabela 14:Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
702
10.9
1998
1,026
12.1
1999
1,594
13.1
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Segundo a empresa, uma parte do aumento de seus gastos com P&D de 98 para 99
decorre das aquisições da American Internet Corporation, Summa Four Inc., Clarity Wireless
Corp., Selsius Systems Inc., PipeLinks Inc. e Amtteva Technologies Inc. Os esforços em
desenvolver a tecnologia adquirida em produtos viáveis comercialmente consistem
principalmente no planejamento, concepção e testes necessários para determinar se o produto
pode satisfazer as expectativas do mercado. O fracasso em trazer os produtos ao mercado
rapidamente pode resultar em perdas de fatias de mercado. Nesse sentido, a empresa conclui
que os resultados foram consistentes com as expectativas quando feitas as aquisições.
Tabela 15: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
58
0
0
0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no banco de dados da base Delphion, 2001.
0
2.2. A Cisco Systems no Mundo
Tabela 16: Vendas por Área Geográfica
Área
1999 (US$ mi)
% do
total
1998 (US$ mi)
% do
total
Crescimento
(%)
Américas
8.069
66.4
5.731
67.5
40.8
Oriente Médio e
3.216
26.5
2.114
24.9
52.1
África
Ásia/Pacífico
825
6.8
535
6.3
54.2
Japão
566
4.7
459
5.4
23.3
Ajustes corporativos
(522)
(4.3)
(351)
(4.1)
Total
12.154
100.0
8.488
100.0
43.2
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
24
Tabela 17: Vendas por Área Geográfica
Área
1999 (US$ mi)
% do total
Estados Unidos
7.435
61.2
Internacional
5.241
43.1
Ajustes corporativos
(522)
(4.3)
Total
12.154
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Além de haver uma grande proporção das vendas nos Estados Unidos, país-sede da
empresa, percebe-se, confrontando esses dados com os da tabela anterior, que esse país
participa de 92.1% das vendas das Américas. Grande parte das vendas internacionais da Cisco
são realizadas através de distribuidores, enquanto nos Estados Unidos a maioria das vendas
são feitas diretamente por consumidores finais.
O escritório-sede da empresa está na Califórnia, EUA, assim como o seu escritório
sede das operações das Américas. Na Europa, seu escritório central está em Paris, França e na
Ásia, em Tóquio, Japão.
25
A empresa tem mais de 200 escritórios distribuídos no mundo resumidos na tabela
abaixo:
Tabela 18: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Europa
Alemanha
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Periferia
Argentina
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
México
Peru
Porto Rico
Venezuela
Ásia/Oceania
Austrália
Coréia
Hong Kong
Japão
Nova Zelândia
África
Israel
Croácia
China
África do Sul
Eslováquia
Filipinas
Arábia Saudita
Eslovênia
Ïndia
Cingapura
Hungria
Indonésia
Tailândia
Polônia
Malásia
Taiwan
República Czarina
Romênia
Rússia
Turquia
Ucrânia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
2.3. A Cisco Systems no Brasil
n.d.
26
3. Coca-Cola Company
3.1.Principais Características
Matriz: Coca-Cola Company
Localização: Atlanta, Geórgia, Estados Unidos
Ano de fundação: 1886
Internet: www.cocacola.com
Faturamento (2000): US$ 20.458 mi
Empregados (2000): 36.900
3.1.a. Atividades principais – produção, venda e distribuição de bebidas concentradas nãoalcoólicas, xaropes, refrigerantes e sucos.
3.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1886, dr. John Styth Pemberton criou uma fórmula
para dor-de-cabeça que depois se tornou a Coca-Cola. Pemberton passou a comercializar o
xarope como remédio e como refrigerante e a Coca-Cola, como marca registrada, foi
desenvolvida. Em 1892, A. G. Candler, seu irmão e mais três associados compraram dois
terços do negócio e abriram a Coca-Cola Co. na Geórgia. Em 1893 a Coca-Cola foi registrada
como marca patenteada pela primeira vez. Em 1919, Ernest Woodruff comprou a companhia.
A Coca-Cola foi introduzida no mercado internacional, em 1943, quando plantas foram
construídas no Norte da África e na Europa. Em 1979 a Coca-Cola entrou no mercado egípcio
e chinês. A Coca-Cola é introduzida na ex-União Soviética em 1985, e em 1994 a companhia
abriu, oficialmente, uma unidade produtiva de refrigerantes em Moscou.
3.1.c. Reestruturação recente – em janeiro de 2000 a empresa anunciou um rearranjo
organizacional que reduziu 5200 postos de trabalho em todo o mundo e transferiu
responsabilidades para o escritório central.
27
Tabela 19: Vendas e Empregados
Ano
Vendas
(US$ mi)
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
(%)
Empregados
(%)
1991
11.572
13.0
28,900
400,402
1992
13.074
13.0
31,000
7.3
421,737
1993
13.957
6.8
34,000
9.7
410,500
1994
16.172
15.9
33,000
-2.0
490,061
1995
18.018
11.4
32,000
-3.0
563,063
1996
18.546
2.9
26,000
-18.8
713,308
1997
18.868
1.7
29,500
13.5
639,593
1998
18.813
-0.3
n.d.
n.d.
1999
19.805
5.3
28,600
692,483
2000
20.458
3.3
36,900
29.0
554,417
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
Tabela 20: Gastos com Publicidade
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
1,576
8.4
1998
1,597
8.5
1999
1,699
8.6
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Tabela 21: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
469
158
106
5
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
3.2. A Coca-Cola no Mundo
Segundo a empresa, em países desenvolvidos os seus gastos se direcionam à
comercialização de suas marcas. Nos países em desenvolvimento, o objetivo é de aumentar a
penetração de seus produtos, sendo os investimentos direcionados a aumentar sua
infraestrutura, como unidades produtivas, redes de distribuição, equipamentos de venda e
28
tecnologia. Esses investimentos, ainda segundo a companhia, são feitos através de alianças
estratégicas com os chamados bottlers – empresas que compram o concentrado da CocaCola, o convertem em produtos finais embalados e fazem a venda aos consumidores –
combinando o conhecimento local com a experiência e os recursos da empresa.
Tabela 22: Vendas por Área Geográfica
Região
1999 (US$ mi)
% do total
América do Norte
7.149
38
Corporação
3.001
16
Europa
4.327
23
América Latina
1.881
10
Oriente Médio e Extremo Oriente
4.891
26
África
564
3
Total
18.813
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
O faturamento da empresa por região deriva da produção e venda da bebida concentrada e
xarope, com exceção da matriz, cujo faturamento se refere ao licenciamento de suas marcas e
merchandise.
3.3. A Coca-Cola no Brasil
Empresa: Coca-Cola Indústrias Ltda.
Localização: Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Ano de fundação: 1963
Internet: www.cocacola.com.br
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
3.3.a. Atividades principais – produção e distribuição de refrigerantes enlatados e
engarrafados.
3.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
3.3.c. Reestruturação recente – n.d.
29
Quadro 4: A Coca-Cola brasileira na ótica da matriz
A Coca-Cola no Brasil ocupa o segundo lugar em vendas no conjunto da América Latina, e
esta corresponde ao segundo bloco que mais vende produtos do grupo, precedido pela
América do Norte. Em relação ao crescimento anual, o caso do Brasil mostra que a indústria
cresceu mais que e empresa em si. Sinal este desfavorável para o grupo e que reforça o
interesse do grupo de fazer rearranjos ao redor do mundo para aumentar lucros. Foi verificado
um forte crescimento de 7% nas vendas no Brasil, fortalecido pela difusão de novos produtos
tal como a água Bonaqua.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
30
4. Compaq Computer Corporation
4.1. Principais Características
Matriz: Compaq Computer Corporation
Localização: Houston, Texas, Estados Unidos
Ano de fundação: 1982
Internet: www.compaq.com
Faturamento (2000): US$ 42.383 mi
Empregados (2000): 94.600
4.1.a. Atividades principais – a empresa fornece sistemas de computação. Concebe, produz e
comercializa hardware, software, soluções e serviços para a Internet. Entre seus produtos
estão servidores, monitores, produtos de armazenagem, computadores pessoais e produtos
relacionados. São quatro as suas divisões:
Soluções e Serviços Empresariais – servidores de missão-crítica, servidores padrão para
indústria, produtos para armazenagem e serviços profissionais e de consumo.
Computadores Pessoais Comerciais – computadores com base padrão com ênfase em acesso à
Internet, desktops, portáteis, monitores e equipamentos para acesso à Internet.
Bens de consumo – alvo em usuários domésticos: computadores pessoais com Internet,
portáteis, impressoras e produtos relacionados, acesso à Internet e e-services.
Outros – abrange a AltaVista e a Compaq Financial Services.
4.1.b. Origem e desenvolvimento – a Compaq foi fundada em 1982 por Rod Cânion, Jim
Harris e Bill Murto, três gerentes que deixaram a Texas Instruments e investiram em sua
própria companhia. Seu primeiro produto foi um computador pessoal portátil capaz de usar
qualquer software. Os fundadores apresentaram a idéia para Bem Rosen, presidente de uma
high-tech venture capital firm, que se impressionou com a inovação e concordou em fundar a
nova companhia, se tornando seu presidente. Em 1983 introduziu seus computadores na
Europa e em 1986 abriu uma unidade de montagem de printed circuit board (printed circuit
board assembly) em Cingapura. No mesmo ano, abriu uma unidade produtiva na Escócia. Em
1988 adquiriu uma unidade da Wang, também na Escócia, para operações de serviços. No ano
seguinte abriu um escritório em Berlim e anunciou planos de construir um centro de
distribuição na Holanda. Em 1990 entrou no mercado japonês. Estabeleceu um centro de
31
treinamento de computação na China em 1991. No final de 1992 cessou os negócios de
impressora. Em 1993 abriu uma unidade produtiva no Brasil e, no ano seguinte, uma na
China.
4.1.c. Reestruturação recente – em 1996, a empresa estabeleceu a Compaq Capital, uma
companhia financeira para financiamento ao consumidor, entre outros serviços. No mesmo
ano abriu uma companhia com os mesmo objetivos na Europa. Em 1997 adquiriu a Digital
Equipment Corporation, a maior aquisição da história da indústria de computadores. Também
em 1997 adquiriu direitos sobre o nome AltaVista, criando a AltaVista Company em 1998.
Adquriu, em 1998, a Shopping.com, que se tornou uma divisão da AltaVista. No início de
2000, a Compaq e a Yahoo! Anunciaram aliança de marketing e comercialização global. Em
março do mesmo ano proveu infraestrutura para o Centro de Tecnologia da Microsoft no Vale
do Silício. Atualmente, a estratégia da Compaq está totalmente orientada à Internet.
Tabela 23: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
Empregados
(%)
(%)
1991
3.271
-9.1
10.000
327,137
1992
4.100
25.3
9.500
-5.0
431,553
1993
7.191
75.4
10.541
11.0
682,193
1994
10.866
51.1
21.137
100.5
514,075
1995
14.755
35.8
23.884
13.0
617,778
1996
18.109
22.7
18.863
-21.0
960,028
1997
24.584
35.8
32.565
72.6
754,921
1998
31.169
26.8
71.000
118.0
439,000
1999
38.525
23.6
n/a
n/a
2000
42.383
10.0
94.600
448,023
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Em 1993 a companhia introduziu seu primeiro sub-notebook, o Compaq Aero e
também anunciou o lançamento de seu primeiro servidor. No mesmo ano realizou
investimentos na sua unidade produtiva em Hounston e em Cingapura. O ano de 1998 foi
marcado por um maior esforço no ramo de negócios na Internet.
32
Tabela 24: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Soluções e Serviços Empresariais
20.136
52.3
Computadores Pessoais Comerciais
12.185
31.6
Bens para consumo
5.994
15.6
Outros
210
0.5
Total
38.525
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Tabela 25: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1996
695
3.8
1997
817
3.3
1998
1,353
4.3
1999
1,660
4.3
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999.
Tabela 26: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
1.384
10
7
0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
4.2. A Compaq no Mundo
As principais unidades produtivas da empresa estão localizadas nos Estados Unidos,
Canadá, Escócia, Brasil, Austrália e Cingapura. Na tabela abaixo estão os países onde a
Compaq tem presença.
33
Tabela 27:Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Equador
México
Paraguai
Peru
Porto Rico
Uruguai
Venezuela
Europa
Ásia/Oceania
África
Alemanha
Áustria
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Luxemburgo
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Austrália
Coréia
Hong Kong
Japão
Israel
Eslováquia
Hungria
Polônia
República Czarina
Rússia
Bangladesh
China
Cingapura
Índia
Malásia
Taiwan
África do Sul
Angola
Arábia Súdita
Argélia
Bahrain
Botswana
Burundi
Butão
Chipre
Congo
Egito
Emirados Árabes
Etiopía
Gabão
Ilhas Maurício
Jordânia
Kuwait
Líbano
Malawi
Moçambique
Namíbia
Oman
Qatar
Quênia
República
Dominicana
Rwanda
34
Tanzânia
Uganda
Yemen
Zambia
Zimbabwe
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
4.3. A Compaq no Brasil
Empresa: n.d.
Localização: n.d.
Ano de fundação: 1992
Internet: www.compaq.com.br
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
4.3.a. Atividades principais – n.d.
4.3.b. Origem e desenvolvimento – a empresa criou sua subsidiária brasileira em 1992,
iniciando dois anos depois as atividades industriais no país, com a unidade de manufatura
e logística situada em Jaguariúna, que atualmente atende com sua produção o mercado
latino-americano.
4.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 5: A Compaq do Brasil na ótica da matriz
A Compaq está crescendo a passos rápidos no Brasil e a tendência é crescer ainda mais. O
desempenho da companhia no país é reflexo da estratégia da Compaq baseada em três fatores:
inovação no desenvolvimento de produtos, integração desses produtos em soluções sob
medida para os clientes e uma forte atuação global. Em 2000, a Compaq foi considerada a
melhor subsidiária na região da América Latina e Caribe.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio brasileiro da empresa, 2001.
35
5. Danone
5.1. Principais Características
Matriz: Groupe Danone
Localização: Paris, França
Ano de fundação: 1966
Internet: www.danonegroup.com
Faturamento (2000): US$ 12.717 mi
Empregados (2000): 86.657
5.1.a. Atividades principais – produção de laticínios, biscoitos, água mineral engarrafada e
recipiente de vidro. São quatro as suas divisões:
Laticínios – produção de iogurtes, queijos frescos, sobremesas e produtos de baixa caloria.
Bebidas – produção de água engarrafada e cerveja.
Biscoitos – produção de bolachas e biscoitos de baixa caloria.
Outros Produtos Alimentícios – produção de molhos e condimentos, massas e “baby foods”.
Recipientes de vidro – produtor de garrafas e jarras.
5.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1966, a francesa Souchon-Neuvesel, empresa
familiar produtora de garrafas de vidro, funde-se com a também francesa Glaces de Boussois,
produtora de vidro fino, em uma nova empresa chamada Boussois-Souchon-Neuvesel (BSN).
Em 1968, a empresa se diversificou entrando no ramo de processamento de alimentos.
Adquiriu a cervejaria francesa Brasseries Kronenbourg em 1970, além da Societé des Eaux
mineral d’ Evian, produtora de água mineral e a Societé Europeenne de Brasseries, produtora
de cerveja. Em 1973 a BSN fundiu-se com a Gervaise-Danone, produtora francesa de
iogurtes, queijos e massas, passando a se chamar BSN-Gervaise Danone. Em 1978 a empresa
adquiriu ações de cervejarias na Bélgica, Itália e Espanha. Devido ao aumento de custos e
diminuição de lucros, a empresa vende suas operações de vidro, concentrando seus esforços
na indústria de alimento e bebida. Em 1981, a BSN adquiriu a Dannon Co., produtora de
iogurte nos Estados Unidos. Em 1989 adquiriu as subsidiárias da RJR Nabisco na França,
Itália e Reino Unido. Em 1991 a empresa adquiriu a Amoy, produtora de óleo de soja em
Hong Kong. Em 1992 fez aquisições e joint-ventures na Tchecoslováquia, Hungria, Espanha,
China, Tailândia e Moscou. Em 1994 a empresa decidiu se renomear para Groupe Danone –
36
Danone era a marca de um iogurte da BSN desde 1991. Em 1995, a empresa adquiriu o
controle da Aymoré, produtora brasileira de biscoitos e da Clover S.A. na África do Sul.
5.1.c. Reestruturação recente – a empresa fez uma série de aquisições importantes em 1996.
Adquiriu uma produtora de água engarrafada nos Estados Unidos, 70% de uma cervejaria na
China, adquiriu o controle de uma produtora de água mineral na Argentina e entrou no
mercado de bebidas à base de leite na China. Ainda no mesmo ano, a Coca-Cola e a Danone
fizeram uma joint-venture para produzir, distribuir e vender os sucos Minute Maid Danone.
Em 1999, a empresa vendeu seus negócios de comida pronta (convenience food).
Tabela 28: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
Empregados
(%)
(%)
1991
8.966
24.9
59.158
151,553
1992
9.613
7.2
58.063
-1.9
165,561
1993
9.514
-1.0
56.419
-2.8
168,625
1994
10.424
9.6
68.181
20.8
152,894
1995
10.781
3.4
73.823
8.3
146,043
1996
11.391
5.7
81.579
10.5
139,627
1997
12.006
5.4
80.631
-1.2
148,903
1998
11.514
-4.1
78.945
-2.1
145,847
1999
11.833
2.8
75.965
-3.8
155,769
2000
12.717
7.5
86.657
14.1
146,755
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Em 1991, o grande aumento das vendas coincidiu com o início da produção de
iogurtes com a marca Danone. No mesmo ano, a ainda BSN adquiriu uma empresa em Hong
Kong e vendeu suas ações em empresas de champanhe. Em 1994 alguns movimentos podem
explicar o aumento do número de empregados, como a produtora canadense de água mineral,
Aquaterra; o acordo com a Seagull chinesa, formando a Shangai Amoy-Seagull Foods,
produtora de óleo de soja e a aliança com a Euralim, membro do grupo São Luís, que criou a
Panzalim, produtora de congelados e comidas prontas.
37
Tabela 29: Vendas e Empregados por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi) % das vendas Empregados
% no total
Laticínios
5.139
45.0
22.023
30.0
Bebidas
3.063
26.8
27.846
36.7
Biscoitos
2.425
21.2
23.031
30.3
3.065
4.0
Outros
Produtos
453
4.0
Alimentícios
Recipientes de vidro
430
3.8
Vendas intra-grupo
(88)
(0.8)
Total
11.422
100.0
75.965
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Tabela 30: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1998
103,1
0.93
1999
104,8
0.87
2000
107,4
0.87
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio da empresa, 2000.
Tabela 31: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem:França Origem: Brasil
Origem: Brasil
176
14
5
8
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
5.2. A Danone no Mundo
Tabela 32: Vendas e Empregados por Área Geográfica
Região
França
Restante
União
Européia
Pacífico Asiático
Restante do Mundo
Américas
Desinvestimentos
Total
1999 (US$ mi)
4.264
4.368
% das Vendas
37.3
38.2
963
3.402
(1.575)
11.422
8.4
29.8
(13.8)
100.0
Empregados % do Total
15.801
20.8
25.068
33.0
24.309
10.787
75.965
32.0
14.2
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
38
Tabela 33: Empregados por Área Geográfica
Região
1996
1997
1998
1999
2000
União Européia
50.770
44.863
42.170
33.764
28.023
Participação no total
62.2
55.6
53.4
44.4
32.3
Resto do Mundo
30.809
35.768
36.775
42.201
58.634
Participação no total
37.8
44.4
46.6
55.6
67.7
Total
81.579
80.631
78.945
75.965
86.657
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 2000.
Na tabela abaixo se apresenta a distribuição geográfica das atividades do Grupo
Danone:
Tabela 34: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Brasil (1970)
Colômbia
México (1974)
Europa
Alemanha
Áustria
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Portugal
Reino Unido
Suécia
Ásia/Oceania
Hong Kong
Japão
Nova Zelândia
África
Israel
Bulgária
China
África do Sul
Croácia
Cingapura
Marrocos
Hungria
Índia
Tunísia
Letônia
Indonésia
Polônia
Malásia
República Czarina
Paquistão
Romênia
Tailândia
Rússia
Turquia
Ucrânia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
39
Tabela 35: Unidades Exportadoras
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Europa
França
Portugal
Suécia
Ásia/Oceania
África
Austrália
Japão
Periferia
México
China
Cingapura
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
Tabela 36: Holdings Financeiras
Américas
Centro
Estados Unidos
Europa
Ásia/Oceania
África
França
Alemanha
Bélgica
Holanda
Itália
Luxemburgo
Portugal
Reino Unido
Periferia
México
China
Cingapura
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
5.3. A Danone no Brasil
Empresa: Danone S.A. DG Serviços
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: n.d.
Internet: n.d.
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
5.3.a. Atividades principais – Recursos Humanos
5.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
40
5.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Danone S.A.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1970
Internet: n.d.
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
5.3.a. Atividades principais – Produção de Laticínios.
5.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
5.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Danone S.A.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1994
Internet: n.d.
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
5.3.a. Atividades principais – Produção de Biscoitos.
5.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
5.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Aymoré Produtos Alimentícios
Localização: Contagem, Minas Gerais
Ano de fundação: 1958
41
Ano de Entrada do Grupo: 1996
Faturamento (2000): US$ 57.200 mil
Empregados (2000): 3.184
5.3.a. Atividades principais – Produção de Biscoitos.
5.3.b. Origem e desenvolvimento – o Grupo Danone se inseriu no mercado de leite fresco no
Brasil em 1970. Neste mesmo ano comprou uma parte da LPC do Brasil, que em 1981 se
tornou um dos principais produtores de leite fresco no país. Em 1994 a Danone se incorpora
no mercado de biscoitos no país através da Campineira, segunda maior produtora de biscoitos
no Brasil.
5.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 6: A Danone brasileira na ótica da matriz
No segmento de laticínios, as vendas no Brasil aumentaram 6% , devendo-se levar em
consideração o ritmo perdido no mercado com a desvalorização do real. A Danone empenhase, nesta área de negócios, em uma política de marketing baseada em lançamentos múltiplos e
em relançamentos. Contudo, a forte competição
do setor limita o espaço para preços
inferiores.
Mesmo sob tendências econômicas não favoráveis, a demanda por biscoitos permaneceu
sem alterações em 1999, após cinco anos de forte crescimento. Ao mesmo tempo, o sucesso
da nova escala da Danone permitiu que o grupo aumentasse sua fatia de mercado, com vendas
acima de 10%. A desvalorização do real aumentou os custos dos bens vendidos.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
42
6. Electrolux AB
6.1. Principais Características
Matriz: Electrolux AB
Localização: Estocolmo, Suécia
Ano de fundação: 1901
Internet: www.electrolux.com
Faturamento (2000): US$ 11.537 mi
Empregados (2000): 86.270
6.1.a. Atividades principais – concepção, produção, desenvolvimento e distribuição de bens
duráveis e produtos profissionais. São três as suas divisões:
Bens Duráveis: linha branca, equipamento para jardim e motosserras elétricas.
Produtos Profissionais Indoor: equipamentos de alimentação para hotéis, restaurantes e
instituições, equipamento de lavanderia, compressores e motores, entre outros.
Produtos Profissionais Outdoor: motoserras de alta-performance, cortadeiras elétricas,
ferramentas de diamante e equipamentos relacionados para cortar cimento e pedra.
6.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1901 foi fundada a Lux AB, produtora de lâmpadas
de querosene. Em 1910 foi formada a Elekromekaniska AB para produzir motores para
aspirador de pó. No mesmo ano o presidente da Lux propôs uma joint-venture com o
presidente da Elekro para produzir e comercializar um aspirador de pó elétrico. Em 1919 a
Lux AB e a Elekro se fundiram e formaram a AB Electrolux, e em 1924 ela estabeleceu
companhias de venda na Europa e nos Estados Unidos. Em 1925 a empresa adquiriu uma
produtora de refrigeradores e no ano seguinte já vendia na Austrália e na América do Sul,
além de abrir sua primeira unidade produtiva estrangeira na Alemanha, e em seguida na
Inglaterra e na França. Em 1945 ela abriu operadoras na Austrália, Venezuela e Colômbia.
Em 1974 a companhia adquiriu a Eureka, uma das companhias mais antigas de aspiradores de
pó nos Estados Unidos. Em 1978 adquiriu a Husqvarna, da área de refrigeradores comerciais
e produção de equipamentos florestais. Em 1989 a companhia fez um acordo com a Sharp
para distribuir seus produtos no Japão.
43
6.1.c. Reestruturação recente – em 1996 a empresa adquiriu a Refripar, fabricante brasileira
de produtos de linha branca, que logo se tornou a Electrolux do Brasil. Em 1997 a empresa
anunciou um programa de reestruturação, com objetivos de aumentar a utilização da
capacidade e cortar custos. No total, 11.000 empregados foram cortados e 21 plantas e 45
armazéns fechados. Na Europa, o processo de reestruturação envolveu a integração de
atividades como administração, desenvolvimento de produtos, marketing, posicionamento de
marcas, produção e logística em uma base pan-européia, gerenciada por uma nova companhia,
a Electrolux Home Products, em Bruxelas, na Bélgica. Em 1999 a empresa descontinuou suas
operações de vending machines e de equipamentos de refrigeração. O seu core business
passou a consistir, a partir de 1998, utensílios domésticos, utensílios profissionais e produtos
outdoor. Em 1999 formou uma aliança com a Toshiba Corp. para desenvolvimento e
distribuição de produtos e estabeleceu uma joint-venture com a Ericsson, para desenvolver e
comercializar produtos e serviços para uma networked home.
Tabela 37: Vendas e Empregados
Ano
Vendas
(US$ mi)
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
(%)
Empregados
(%)
1991
7.323
-4.1
130.300
56,204
1992
7.454
1.8
119.163
-8.5
62,553
1993
9.278
24.5
109.400
-8.2
84,810
1994
10.009
7.9
114.103
4.3
87,717
1995
10.731
7.2
111.015
-2.7
96,664
1996
10.194
-5.0
110.200
-0.7
92,502
1997
10.472
2.7
103.000
-6.5
101,667
1998
10.891
4.0
93.864
-8.9
116,029
1999
11.079
1.7
92.916
-1.0
119,236
2000
11.537
4.1
86.270
-7.2
133,729
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
44
Tabela 38: Vendas e Empregados por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Empregados % do total
Eletrodomésticos
8.828,41
72.8
74.034
79.7
Utensílios profissionais
1.112,40
9.2
7.761
8.4
Produtos “outdoor”
2.164,42
17.8
10.237
11.1
Outros
28,723
0.2
884
1.0
Total
12.134
100.0
92.916
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Tabela 39: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1999
157.742
1.3
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Tabela 40: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: Suécia Origem: Brasil
Origem: Brasil
2.615
111
51
43
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
6.2. A Electrolux no Mundo
Tabela 41: Vendas e Empregados, por país
América do Norte 1999 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
Estados Unidos
4.441,41
36.6
21.955
94.7
Canadá
397,46
3.3
1.219
5.3
Total
4.838,87
39.9
23.174
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
45
Tabela 42: Vendas e Empregados por país
Europa
Alemanha
Reino Unido
Itália
França
Suécia
Espanha
Holanda
Dinamarca
Finlândia
Áustria
Bélgica
Irlanda
Grécia
Portugal
Luxemburgo
Total
Resto da Europa
Suíça
Noruega
Polônia
República Tcheca
Hungria
Rússia
Turquia
Estados Bálticos
Romênia
Eslováquia
Eslovênia
Bulgária
Outros
Total
Total Europa
1999 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
1.396
699,52
692,92
626,13
448,82
299,21
207,76
203,09
176,80
137,63
125,34
60,18
48,41
45,06
12,58
5.179,90
11.5
5.8
5.7
5.2
3.7
2.5
1.7
1.7
1.5
1.1
1.0
0.5
0.4
0.4
0.1
42.7
7.713
3.059
12.959
2.470
8.881
3.273
737
2.661
362
847
237
136
89
61
196
43.681
14.8
5.9
24.9
4.7
17.1
6.3
1.4
5.1
0.7
1.6
0.5
0.3
0.2
0.1
0.4
84.0
220,65
192,03
98,25
76,63
51.8577,56
1.8
1.6
0.8
0.6
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
0.2
0.2
0.0
0.3
7.5
50.2
1.140
618
202
250
3.957
79
142
116
1.507
260
27
20
33
8.351
52.032
2.2
1.2
0.4
0.5
7.6
0.2
0.3
0.2
2.9
0.5
0.1
0.04
0.1
16.0
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
46
Tabela 43: Vendas e Empregados por país
América Latina 1999 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
Brasil
261,66
2.2
3.383
51.7
México
62,52
0.5
1.442
22.0
Argentina
46,58
0.4
108
1.6
Venezuela
13,09
0.1
146
2.2
Paraguai
8,73
0.1
334
5.1
Colômbia
6,70
0.1
324
4.9
Equador
5,68
0.0
235
3.6
Chile
5,38
0.0
76
1.2
Peru
4,77
0.0
434
6.6
Uruguai
2,64
0.0
Outros
48,01
0.4
66
1.0
Total
465,77
3.8
6.548
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Tabela 44: Vendas e Empregados por país
Extremo Oriente
Japão
China
Índia
Tailândia
Hong Kong
Indonésia
Coréia do Sul
Malásia
Cingapura
Taiwan
Vietnã
Filipinas
Outros
Total
Oriente Médio
Arábia Saudita
Emirados Árabes
Irã
Líbano
Kuwait
Outros
Total
Total Ásia
1999 (US$ mi)
104,64
101,80
96,72
30,14
21,11
19,28
15,12
14,10
13,29
10,04
4,56
4,06
17,35
452,29
% do total
0.9
0.8
0.8
0.2
0.2
0.2
0.1
0.1
0.1
0.1
0.0
0.0
0.1
3.7
Empregados
646
2.696
3.108
1.460
109
712
51
895
272
161
33
227
10.370
19,08
11,87
9,33
8,32
8,12
18,77
75,51
527,78
0.2
0.1
0.1
0.1
0.1
0.2
0.6
4.3
10.370
% do total
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
6.2
26.0
30.0
14.1
1.1
6.9
0.5
8.6
2.6
1.6
0.3
2.2
100.0
100.0
47
Tabela 45: Vendas e Empregados por país
África
1999 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
Egito
30,75
0.3
África do Sul
24,56
0.2
359
90.9
Argélia
11,97
0.1
Tunísia
10,96
0.1
36
9.1
Outros
26,99
0.2
Total
105,25
0.9
395
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Tabela 46: Vendas e Empregados por país
Oceania
1999 (US$ mi)
% do total
Empregados
% do total
Austrália
81,50
0.7
315
30.9
Nova Zelândia
19,89
0.2
82
8.1
Outros
3,45
0.0
61.0
Total
104,48
0.9
1.018
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
6.3. A Electrolux no Brasil
Empresa: Electrolux do Brasil S.A.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1926
Internet: www.electrolux.com.br
Faturamento (1999): US$ 265.2 mi
Empregados (1999): 431
6.3.a. Atividades principais –
produção e comercialização de eletrodomésticos como
refrigeradores, fornos microondas, fogões e aparelhos de ar-condicionado. A companhia
também produz produtos de jardinagem industrial, assim como partes e componentes.
6.3.b. Origem e desenvolvimento – em 1926 foi fundada a Electrolux no Brasil, em São
Paulo, com venda direta. Em 1949 foi fundada a Refripar, em Curitiba. Em 1993, a unidade
brasileira da Electrolux inaugurou uma nova unidade fabril, em Guarulhos, pólo mundial de
fabricação de enceradeiras do Grupo Electrolux. Em 1996, a empresa adquiriu o controle
acionário da Refripar, mudando o nome da empresa, no ano seguinte, para Electrolux do
48
Brasil S.A. A Refripar era uma empresa familiar, com faturamento de US$ 860 milhões
anuais e 5000 funcionários.
6.3.c. Reestruturação recente – em 2000 a empresa inaugurou uma fábrica de motores para
aspiradores de pó em Curitiba e uma fábrica de motosserras em São Carlos.
Tabela 47: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
(%)
Empregados
(%)
1991
0,019
278.5
3.201
6
1992
0,390
1.944
3.531
10.3
111
1993
12,698
3.152
3.776
6.9
3,363
1994
164,791
1.197
4.150
9.9
39,709
1995
264,272
60.4
4.974
19.9
53,131
1996
345,775
30.8
5.193
4.4
66,585
1997
340,039
-1.7
n.d.
n.d.
1998
268,347
-21.1
n.d.
n.d.
1999
252,317
-6.0
n.d.
n.d.
2000
307,165
21.7
n.d.
n.d.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Ano
Vendas
(US$ mi)
A tabela abaixo apresenta a localização das unidades da empresa no país:
Tabela 48: Distribuição Geográfica por atividade
Localização
Atividade desenvolvida
Unidade Administrativa
São Paulo, SP
Administração
Unidades Fabris
Guabirotuba, Curitiba, PR
Refrigeradores e freezers
CIC, Curitiba, PR
Aspiradores de pó e lavadoras de alta pressão
São Carlos, SP
Lavadoras de roupa e refrigeradores
Distrito Industrial, Manaus, AM
Condicionadores de ar e fornos microondas
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados do sítio da empresa, 2001.
Quadro 7: A Electrolux do Brasil na ótica da matriz
n.d.
49
7. Ericsson AG
7.1. Principais Características
Matriz: Ericsson AG
Localização: Estocolmo, Suécia
Ano de fundação: 1876
Internet: www.ericsson.com
Faturamento (2000): US$ 26.676 mi
Empregados (2000): 105.129
7.1.a.
Atividades
principais
–
fornecimento
de
sistemas
e
equipamentos
de
telecomunicações, incluindo estações base de rádio e telefones móveis. São três suas divisões:
Operações de rede e fornecimento de serviços – desenvolvimento e comercialização de
soluções de sistemas, trocas de circuito, redes de dados e telecomunicações, sistemas de
telefones móveis e fornecimento de serviços públicos de telecomunicações.
Produtos para consumidores – produção e venda de telefones móveis para consumidores
privados via distribuidores.
Soluções empresariais – soluções completas de telecomunicações para clientes empresariais.
A empresa contrata serviços de fornecimento e também de manufatura de eletrônicos. Isso
implica em fornecedores reconhecidos pelo conhecimento em tecnologias especiais, como
sistemas de hardware e software, componentes e equipamentos de teste e medição.
7.1.b. Origem e desenvolvimento – a companhia leva o sobrenome do engenheiro que
fundou uma oficina para reparos em telégrafos, em 1876, em Estocolmo. Começou a produzir
telefones em 1878. Em 1881, seus negócios internacionais eram pequenos e limitados a outros
países nórdicos, mas no final da década a empresa entrou na Europa Ocidental, Grã-Bretanha
e Rússia. Em 1890 a companhia começou a vender telefones na Austrália e Nova Zelândia e
no final da década, na África do Sul. Em 1953, Marcus Wallenberg Jr., do banco Stockholms
Enskilda Bank, se tornou presidente da empresa, e agregou a Ericsson nos negócios da
família. Em toda a sua história, a empresa se caracteriza por ter um pequeno mercado
doméstico, e grande parte de suas vendas advirem de suas exportações.
50
7.1.c. Reestruturação recente – em 1988, a empresa vendeu suas operações de
computadores e terminais para a Nokia Corp.. Em 1989, entrou na era digital. Em 1990, a
Nippon, empresa japonesa de telecomunicações, escolhe a Ericsson, a Motorola e a AT&T
para serem parceiras no desenvolvimento de sistemas digitais de telefones móveis – o que dá
à empresa acesso ao mercado japonês de telefones móveis.
Tabela 49: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
(%)
Empregados
(%)
1991
4.465
0.2
71,247
62,673
1992
4.585
2.7
66,232
-7.0
69,225
1993
6.139
33.9
69,597
5.1
88,203
1994
9.4
8.050
31.1
76,144
105,719
1995
11.0
9.632
19.7
84,513
113,971
1996
11.2
12.117
25.8
93,949
128,976
1997
7.3
16.356
35.0
100,774
162,307
1998
2.9
17.985
10.0
103,667
173,484
1999
-0.4
21.004
16.8
103.290
203.350
2000
1.8
26.676
27.0
105,129
253,743
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1998.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Tabela 50: Vendas e Empregados por segmento de negócios
Segmentos
1998 (US$ mi) % do total Empregados % do total
Operações de rede e Fornecimento
12.013
67.0
68.645
66.2
de serviços
Produtos para consumidores
4.407
25.0
14.193
13.7
Soluções Empresariais
1.570
9.0
10.486
10.1
Outras operações
1.336
7.4
10.343
10.0
Vendas duplicadas
(1.341)
(7.5)
Total
17.985
100.0
103.667
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
51
Tabela 51: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
2.468
12.5
1998
2.974
13.7
1999
3.815
15.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1998 e
1999.
De 1997 a 1999, a Ericsson elevou seus investimentos em P&D a fim de manter-se
competitiva em um período marcado pela convergência tecnológica. A empresa anunciou, em
1999, que seus investimentos em pesquisa estariam focalizados em sistemas de comunicação
móvel baseados na internet, o chamado celular de terceira geração.
Em 1998 foi criada a Ericsson Research, responsável pelos avanços recentes de
pesquisa. Principalmente pesquisa em sistemas móveis e telefonia móvel. Fora dessa área
principal, a companhia direciona joint-ventures com a HP, a Intel, a Sun Microsystems e a
Texas Instruments. No mesmo ano, a Ericsson, a Nokia e a britânica Psion formaram um
joint-venture, a Symbian, para desenvolver e comercializar o sistema operacional EPOC para
telefones móveis.
Tabela 52: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
8.361
1.568
362
42
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
A empresa dá grande ênfase na proteção de suas invenções, e isso se reflete no fato
dela ter submetido 1.200 aplicações para novas patentes em 1998. Como resultado de seu
trabalho de desenvolvimento durante a década de 80, a Ericsson tem também patentes novas
que são necessárias na conexão com a aplicação da tecnologia CDMA.
7.2. A Ericsson no Mundo
A empresa possui 40 companhias locais de P&D, 60 unidades produtivas no mundo, e 4
referentes aos seus produtos principais. Além disso, há uma unidade de pesquisa central, a
Ericsson Research.
52
Tabela 53: Vendas e Empregados por Área Geográfica
Área
1998 (US$ mi)
% do Empregados
total
52.8
74.900
% do Vendas/Em
total
pregado
72.3
126,875
Europa*, Oriente Médio,
9.502
África
Am. do Norte
1.809
10.1
9.800
9.5
184,672
Am. Latina
2.490
13.8
7.800
7.5
319,245
Pacífico Asiático
4.181
23.3
7.800
7.5
536,118
Total
17.985
100.0
103.700
100.0
173,433
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
* incluindo Suécia
Tabela 54: Empregados e Salários por Área Geográfica , 1998
Grupo Ericsson
Matriz
Empregados
Salários
Empregados
Salários
(US$ mi)
(US$ mi)
Europa, Oriente Médio, África
74.900
2.303,9
6.529
219,8
Suécia
41.554
1.297,0
5.910
209,9
América do Norte
9.800
468,6
América Latina
7.800
160,1
Pacífico Asiático
7.800
209,7
Total
103.700
3.142,4
12.439
429,7
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
Área
Tabela 55: Vendas, Gasto com P&D e Empregados, Internacional e País Sede
Região
1998 (US$ mi)
P&D (US$ mi)
Empregados
Internacional
17.985
2.974
103.667
Suécia
1.641
616,65*
44.979
% do total
9.1
20.7
43.4
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
* P&D mais outros custos técnicos
Importante ressaltar que, pelos dados acima, 79.3% dos gastos com pesquisa e
desenvolvimento da empresa estão fora de sua matriz.
53
Tabela 56: Vendas dos maiores mercados da empresa
País
1998 (US$ mi)
% do total
Europa, Oriente Médio, África
Grã-Bretanha
1.351,00
6.4
Itália
1.119,00
5.3
Suécia
829,71
4.0
Espanha
681,89
3.2
Alemanha
573,65
2.7
América do Norte
Estados Unidos
1.657,67
7.9
Canadá
152,12
0.7
Pacífico Asiático
China
2.181,49
10.4
Japão
469,12
2.2
Austrália
418,03
2.0
Taiwan
302,48
1.4
Cingapura
199,41
0.9
América Latina
Brasil
1.159,98
5.5
México
312,52
1.5
Chile
264,74
1.3
Argentina
209,35
1.0
Colômbia
138,95
0.7
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
54
Tabela 57: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Periferia
Argentina
Antilhas
Belize
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
El Salvador
Equador
Guatemala
Honduras
México
Nicarágua
Panamá
Paraguai
Peru
Porto Rico
Uruguai
Venezuela
Europa
Ásia/Oceania
Áustria
Alemanha
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Islândia
Itália
Luxemburgo
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Austrália
Coréia
Hong Kong
Japão
Nova Zelândia
Bósnia Herzegovinia
Bulgária
Croácia
Eslováquia
Eslovênia
Estônia
Hungria
Iugoslávia
Letônia
Lituânia
Malta
Moldávia
Polônia
República Czarina
Romênia
Rússia
Turquia
Ucrânia
Bangladesh
Cazaquistão
China
Cingapura
Filipinas
Índia
Indonésia
Kyrqyzstan
Macao
Malásia
Papua Nova Guiné
Paquistão
Sri Lanka
Tailândia
Taiwan
Uzbekistan
Vietnã
África
Argélia
África do Sul
Arábia Saudita
Bahrain
Botswana
Chipre
Costa do Marfim
Egito
Emirados Árabes
Etiópia
Gana
Irã
Jordânia
Kwuait
Líbano
Libéria
Líbia
Malawi
Marrocos
Nigéria
Oman
Quênia
Síria
Tunísia
Yemen
Zambia
55
Zimbabwe
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
Abaixo, a distribuição geográfica de algumas empresas – entre subsidiárias e
companhias associadas – separadas por tipo de atividade que desenvolvem.
Tabela 58: Companhias manufatureiras e distribuidoras
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos (2)
Europa
Suécia (11)
Áustria
Dinamarca
Finlândia
Noruega
Suíça
Alemanha
França
Irlanda
Itália
Holanda
Espanha (3)
Reino Unido (2)
Ásia/Oceania
África
Austrália
Japão
Periferia
Argentina
México (2)
Brasil
China (2)
Índia
Malásia (2)
Cingapura
Taiwan
Tailândia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
Tabela 59: Companhias Holding
Américas
Centro
Estados Unidos
Europa
Suécia (4)
França
Itália
Reino Unido
Holanda
Ásia/Oceania
África
Austrália
Periferia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
56
Tabela 50: Companhias de Desenvolvimento
Américas
Centro
Europa
Ásia/Oceania
África
Reino Unido
Suécia
Periferia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
Tabela 51: Companhias Financeiras
Américas
Centro
Europa
Ásia/Oceania
África
Irlanda
Suécia (3)
Periferia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
7.3.A Ericsson no Brasil
Empresa: Ericsson Telecomunicações S.A.
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1924
Internet: www.ericsson.com.br
Faturamento (2000): US$ 1.693 mi
Empregados (1997): 2.415
7.3.a. Atividades principais – manufatura, comercializa, instala e faz manutenção de
equipamentos de telecomunicações, produtos e sistemas para telefones móveis. Fornece
também serviços como comunicações por rádio, tecnologia digital AXE, equipamento de
transmissão para redes de comunicação, redes inteligentes e outras atividades relacionadas.
57
7.3.b. Origem e desenvolvimento – data de 1891 a instalação do primeiro equipamento
Ericsson no Brasil. Em 1955 é a inauguração, em São José dos Campos, da fábrica de
equipamentos de telecomunicações da empresa. A sua “nacionalização”4 ocorre em 1979,
com a maioria do capital votante sendo controlado pela Holding Matel S.A., integrada pelos
grupos Monteiro Aranha S.A. e Bradesco. Em 1997, a companhia inaugura sua primeira
fábrica de telefones celulares no Brasil, em São José dos Campos, São Paulo.
7.3.c. Reestruturação recente – em 1993, a empresa encerra suas atividades de produção de
telefones públicos na Amazônia. Em 1996 há a transferência do controle acionário de Matel
S.A. para Ericsson Holding International B.V., e em 1998 a LM Ericsson adquire quase a
totalidade das ações da empresa no Brasil. Em 2000, a companhia anuncia investimento de R$
116 milhões em P&D no Brasil, com a criação de dois centros: Indaiatuba e Fortaleza.
Tabela 52: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
Empregados
(%)
(%)
1991
438.1
3.576
7
1992
1.450,8
1994
0.121
2.101
57.382
1995
0.188
56.2
2.045
-2.67
92.066
1996
0.351
86.4
2.330
13.94
150.640
1997
0.594
69.2
2.415
3.65
245.910
1998
0.771
29.8
1999
1.317
70.8
2000
1.693
28.6
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2000.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Propriedades:
4
-
Escritório Central: São Paulo, SP
-
Escritório Brasília: Brasília, DF
-
Centro de Treinamento: São Paulo, SP
-
Fábrica São José dos Campos: São José dos Campos, SP
-
Fábrica São Bernardo do Campo: São Bernardo do Campo, SP
A Lei de Informática dificultava o controle de empresas fabricantes de equipamentos de telecomunicações por
capital estrangeiro. “Empresas de fachada” foram criadas para contornar a restrição.
58
Quadro 8: As atividades da Ericsson no Brasil na ótica da matriz
Em pouco tempo o Brasil tornou-se o 4º maior mercado da empresa, com 47% do total de
vendas da empresa na América Latina. A empresa tem mais de 40% do mercado dentre as
novas operadoras no setor móvel do Brasil e recebeu vários contratos que a empresa reporta
como estratégicos em 1998. Durante esse ano a empresa comprou a maioria das ações de sua
subsidiária Ericsson Telecomunicações S.A. A aquisição foi feita com base na visão positiva
para o mercado brasileiro de telecomunicações.
Com o investimento em P&D feito pela empresa no Brasil em 2000, a empresa coloca o
país entre os 5 maiores complexos mundiais de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo
Ericsson.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998,
e de seu sítio, 2001.
59
8. Hewlett-Packard Company
8.1. Principais Características
Matriz: Hewlett-Packard Company
Localização: Palo Alto, Califórnia, Estados Unidos
Ano de fundação: 1939
Internet: www.hp.com
Faturamento (2000): US$ 48.782 mi
Empregados (2000): 88.500
8.1.a. Atividades principais – a companhia concebe, produz e presta serviços de sistemas e
equipamentos para medição, computação e comunicações. São seis suas divisões:
Sistemas de Impressão e Imagem – impressoras laser e jato de tinta, copiadoras, scanners,
faxes, softwares de gerenciamento e produtos de fotografia digital
Sistemas de Computação – servidores PC, computadores e laptops, soluções de software e
armazenagem para mercados empresariais, comerciais e de consumo e software para
computadores pessoais
Serviços IT – serviços de consultoria, educação, concepção e instalação, além de suporte e
manutenção
Teste & Medição – produção de sistemas que são usados em funções de teste e medição em
eletrônicos e nas análises médica e química
Análises e serviços químicos – utensílios usados na análise química, sistemas de instrumento
biocientíficos, sistemas de gerenciamento de dados e informações laboratoriais, serviços de
suporte e manutenção
Componentes Eletrônicos – a produção de componentes eletrônicos consiste principalmente
em semi-condutores de microondas, dispositivos de fibra ótica e optoeletrônicos.
Primordialmente, esses produtos são vendidos para outros produtores para serem usados em
seus produtos eletrônicos, mas muito de seus produtos são usados pela própria HP
8.1.b. Origem e desenvolvimento – apesar da empresa ser fundada em 1939, seu primeiro
produto data de 1938 – o HP200A, um instrumento eletrônico utilizado para testar
equipamentos de som. A Walt Disney encomendou oito osciladores HP200B para a produção
de “Fantasia”. Em 1966 é estabelecida a primeira unidade central de pesquisa da empresa. A
internacionalização da companhia teve seu primeiro momento importante em 1959, quando
60
abre uma unidade produtiva na Itália e sua sede na Europa, em Genebra, na Suíça. Em 1985 a
empresa “entra” na China, formando a primeira joint-venture de alta tecnologia no país.
1.c. Reestruturação recente – em 1996, a empresa pára a manufatura de mecanismos de
disk-drive, cessando operações de sua Disk Memory Division em Idaho e na Malásia. Em
1997, A Celestica Colorado Inc. adquire suas operações de montagem de circuito. No mesmo
ano, junto com a Celestica, a empresa adquire a HP Exeter, operando pela Celestica New
England Inc. Em 1998, a Lucent Technologies adquire uma unidade de negócios da HP.
Atualmente, sua estratégia principal são os e-services. A empresa está trabalhando com a
Cisco Systems, uma fornecedora de redes de negócio (networking), com a EMC Corporation,
de sistemas de armazenagem e com a Oracle Corp., que atua no mercado de banco de dados.
Tabela 53: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
Empregados
(%)
(%)
1991
14.494
9.5
89,000
162,854
1992
16.410
13.2
92,600
4.0
177,214
1993
20.317
23.8
96,200
3.9
211,195
1994
24.991
23.0
98,400
2.3
253,974
1995
31.519
26.1
102,300
4.0
308,104
1996
38.420
21.9
112,000
9.5
343,036
1997
42.895
11.6
121,900
8.8
351,887
1998
47.061
9.7
124,600
2.2
377,697
1999
42.370
-10.0
84,400
-32.3
502,014
2000
48.782
15.1
88,500
4.9
551,209
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Há vários movimentos de desinvestimento da empresa entre 1998 e 1999, que talvez
expliquem tanto a queda nas vendas quanto no número de empregados . Em 98 há a venda de
uma unidade de negócios para a Lucent e a venda de uma unidade produtiva, a LaserJet
Solutions Group Formatter Manufacturing Organization para a Jabil Circuit Inc.
61
Tabela 54: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1998 (US$ mi)
% do total
Produtos, serviços e suporte para computadores
39.466
83.9
Produtos e serviços de teste e mensuração
4.169
8.9
Equipamentos e serviços de eletrônica médica
1.408
3.0
Componentes eletrônicos
1.052
2.2
Análises químicas e serviços
966
2.1
Total
47.061
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1998.
A partir dos dados acima, percebe-se a concentração das vendas no segmento referente
a computadores, que responde por mais de 80% da receita da empresa.
Tabela 55: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1996
3,355
7.1
1997
3,078
7.2
1998
2,718
7.1
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1998 .
Segundo a empresa, a evolução dos gastos em P&D refletem seus investimentos
continuados em novas arquiteturas de microchip e concepção e desenvolvimento de
hardware, assim como novas tecnologias de impressão e imagem. Além disso, como os ciclos
de vida do produto são curtos e a empresa busca sempre permanecer competitiva, ela deve
desenvolver novos produtos periodicamente.
Tabela 56: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
7.028
39
34
1
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no banco de dados da base Delphion, 2001.
0
62
8.2. A Hewlett-Packard no Mundo
Em 1998, as operações de marketing da empresa ocupavam aproximadamente 13.1
milhões pés quadrados, dos quais 5.5 milhões (42%) estão dentro dos Estados Unidos. No
mesmo ano, as unidades produtivas, unidades de pesquisa e desenvolvimento e unidades de
depósito e administração ocupam 40 milhões pés quadrados, sendo 27.3 milhões (68,2%)
dentro do país-sede da empresa.
Tabela 57: Vendas por Área Geográfica
Região
1998 (US$ mi)
% das Vendas
Estados Unidos
21.489
Internacional
25.572
Europa
16.090
Japão & Outros
6.612
América Latina & Canadá
2.870
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1998 .
46
64
40
16
7
Os principais escritórios de operação da empresa estão em Cupertino, nos Estados
Unidos, Genebra, na Suíça e Hong Kong. As localizações das principais unidades produtivas
e de desenvolvimento de produtos estão como se segue:
Tabela 58: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos (30)
Periferia
Brasil
México
Europa
Alemanha
Espanha
França
Holanda
Itália
Irlanda
Reino Unido
Ásia/Oceania
África
Austrália
Coréia
Japão
China
Índia
Malásia
Taiwan
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
63
Ainda segundo a empresa, uma porção da manufatura de produtos e componentes da
companhia, além de fornecedores chaves, estão localizados fora dos Estados Unidos.
A empresa emprega aproximadamente 800 pessoas em seus seis laboratórios de
pesquisa. A maior parte das atividades estão na Califórnia, nos Estados Unidos, onde estão
450 destas pessoas. Das 800, cerca de dois terços são pesquisadores.
Reino Unido, Bristol – é o segundo maior local de pesquisa depois da Califórnia, com cerca
de 250 empregados. Suas pesquisas estão focadas em e-services, e-publishing e tecnologias
para a próxima geração em imagens digitais.
Estados Unidos, Cambridge – operam os pequenos laboratórios, especializados em
tecnologias que estão na margem da arquitetura de CPUs e suas ferramentas.
França, Grenoble – a Corporate Research Laboratory foi criada em 1999, e seu trabalho é
focado em áreas tradicionais como matemática, física, força nuclear, materiais, eletrônicos,
computação ou magnetismo, ciência da vida e biologia estrutural.
Israel, Mount Carmel – localizado no campus de Technion, Instituto de Tecnologia de
Israel. O laboratório conduz pesquisa em áreas seletas da Ciência da Computação e Teoria da
Informação. O escopo da pesquisa inclui desenvolvimento de ferramentas fundamentais e
universais.
Estados Unidos, Califórnia – pesquisadores estão avançando em campos como e-services,
infraestrutura para Internet, utensílios de informação e sistemas de computação.
Japão, Tóquio – fundada em 1990, emprega cerca de 40 pesquisadores. O Hewlett-Packard
Laboratories Japan está situado em uma área que vem atraindo laboratórios de pesquisa e
desenvolvimento de muitas companhias. Para a HP o local é desejável por causa de sua
proximidade tanto com os mercados emergentes da região Ásia-Pacífico como pelo
conhecimento local em campos como linguagens e tecnologias asiáticas para mercados
domésticos e consumidores.
64
Tabela 59: Distribuição dos Empregados nos Laboratórios
Laboratório
Número de
Empregados
250
% do total
Reino Unido, Bristol
31.3
Estados Unidos, Cambridge
França, Grenoble
60*
7.5
Israel, Mount Carmel
Estados Unidos, Califórnia
450
56.3
Japão, Tóquio
40
5.0
Total
800
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
* por resíduo
8.3. A Hewlett-Packard no Brasil
Empresa: Hewlett-Packard do Brasil S.A.
Localização: Barueri, SP
Ano de fundação: 1967
Internet: www.hp.com.br
Faturamento (1999): US$ 534,953 mi
Empregados: 741
8.3.a. Atividades principais – produção de equipamentos eletrônicos incluindo calculadoras,
computadores, equipamentos médicos eletrônicos e impressoras.
8.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
8.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 9: A Hewlett-Packard do Brasil na ótica da matriz
n.d.
65
9. Intel Corporation
9.1. Principais Características
Matriz: Intel Corporation
Localização: Santa Clara, Califórnia, Estados Unidos
Ano de fundação: 1968
Internet: www.intel.com
Faturamento (2000): US$ 33.726 mi
Empregados (2000): 86.100
9.1.a. Atividades principais – concepção, desenvolvimento, manufatura e comercialização
de computadores, redes de trabalho e produtos de comunicação de vários níveis de integração.
A Intel é fornecedora de produtos para indústrias de computadores e comunicação. A
companhia está organizada em cinco segmentos:
Grupo Intel Arquitetura – seus produtos incluem microprocessadores, produtos relacionados e
chips.
Grupo Circuitos de Comunicação e Computação – entre seus produtos estão componentes de
hardware para celular digital, memória de flash e processadores de baixa potência.
Grupo Produtos de Comunicação – construção de plataformas para centro de dados para
Internet e redes de trabalho.
Grupo Redes de Comunicação – entre seus produtos estão componentes de silicone para
comunicação, como processadores de rede de trabalho.
Grupo Novos Negócios – fornece serviços de banco de dados para comércio eletrônico assim
como periféricos de conexão.
Os produtos da Intel, em todos os grupos, são vendidos diretamente para fabricantes de
equipamentos originais através de distribuidores industriais e varejistas.
9.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1968, a NM Electronics foi incorporada por Robert
Noyce e Gordon Moore, logo mudando seu nome para Intel, das primeiras sílabas de
“eletrônicos integrados” (integrated electronics). Para obter o capital inicial do negócio,
Noyce e Moore se aproximaram de Arthur Rock, um capitalista de negócios emergentes, com
uma carta de intenções de desenvolver circuitos integrados em larga escala. Rock forneceu o
66
capital. Em 1982 a IBM comprou 12% das ações da Intel, vendidas em 1987. Em 1998 houve
uma investigação federal antitruste sobre o domínio da Intel no mercado de chips para
computadores pessoais, e a empresa perdeu 50% de sua fatia de mercado neste segmento
industrial. Em resposta, começou a se mover para outros setores, como fotografia digital,
vídeo, equipamentos de comunicação e mercados eletrônicos na internet, produzindo chips
especiais.
9.1.c. Reestruturação recente – no início de 1998 a Intel adquiriu a rival Chips and
Technologies Inc., sua aquisição mais cara historicamente, com o objetivo de abastecer a
venda de computadores pessoais fornecendo gráficos e animações mais reais. Em 1999 ela se
expandiu para o mercado de processamento de redes de trabalho, oferecendo componentes de
processamento para esse setor. No mesmo ano, adquiriu 12 companhias, incluindo a Dialogic
Corp., a Level One Communication Inc., a BSP Communications Inc., a IPivot Inc. e a Parity
Software Development Corp. Em 2000 a empresa anunciou planos de expandir sua unidade
produtiva do México e de construir uma planta de produção na Irlanda.
Tabela 60: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
(%)
Empregados
(%)
1991
4.779
21.9
24.600
194,253
1992
5.844
22.3
25.800
4.9
226,511
1993
8.782
50.3
29.500
14.3
297,695
1994
11.521
31.2
32.600
10.5
353,405
1995
16.202
40.6
41.600
27.6
389,471
1996
20.847
28.7
48.500
16.6
429,835
1997
25.070
20.3
63.700
31.3
393,564
1998
26.273
4.8
64.500
1.3
407,333
1999
29.389
11.9
n.d.
n.d.
2000
33.726
14.8
n.d.
n.d.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Ano
Vendas
(US$ mi)
67
Tabela 61: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Grupo Intel Arquitetura
25.459
86.6
Todos os outros
3.930
13.4
Total
29.389
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
2000.
Tabela 62: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
2,347
9.4
1998
2,509
9.5
1999
3,111
10.6
2000
3,897
11.6
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Tabela 63: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
4.478
60
32
3
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no banco de dados da base Delphion, 2001.
0
9.2. A Intel no Mundo
A tabela abaixo mostra, em dólares, como estão divididos os ativos físicos da empresa.
Tabela 64: Propriedade, Plantas e Equipamentos, por país
Região
Ativos (US$ mil)
% do Total
Estados Unidos
8.127
69.4
Irlanda
1.312
11.2
Outros países
2.276
19.4
Total
11.715
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Há uma concentração de ativos físicos no país sede da empresa, provavelmente indicando
uma concentração da produção nos Estados Unidos.
68
Tabela 65: Vendas por Área Geográfica
Região
1999 (US$ mi)
% do total
Estados Unidos
12.740
43.3
Pacífico Asiático
6.704
22.8
Europa
7.798
26.5
Japão
2.147
7.3
Total
29.389
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Há uma nítida concentração das vendas da empresa em seu país-sede, Estados Unidos.
Grande parte das vendas é proveniente do Pacífico Asiático que, ao incluir o Japão, tem
participação maior que a da Europa.
Abaixo, a distribuição dos escritórios da empresa no mundo:
Tabela 66: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Brasil
Colômbia
Costa Rica
México
Porto Rico
Europa
Alemanha
Dinamarca
Espanha
França
Holanda
Irlanda
Itália
Reino Unido
Suécia
Polônia
República Czarina
Rússia
Turquia
Ásia/Oceania
Austrália
Coréia
Hong Kong
Japão
Nova Zelândia
África
Israel
China
África do Sul
Cingapura
Emirados Árabes
Filipinas
Índia
Indonésia
Malásia
Tailândia
Taiwan
Vietnã
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
69
9.3. A Intel no Brasil
Empresa: Intel Semicondutores do Brasil
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: n.d.
Internet: www.intel.com.br
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
9.3.a. Atividades principais – n.d.
9.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
9.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 10: A Intel brasileira na ótica da matriz
n.d.
70
10. Motorola Incorporation
10.1. Principais Características
Matriz: Motorola Incorporation
Localização: Illinois, Estados Unidos
Ano de fundação: 1928
Internet: www.motorola.com
Faturamento (2000): US$ 37.580 mi
Empregados (2000): 147.000
10.1.a. Atividades principais – produção de equipamentos para telefonia sem fio,
radiocomunicação bidirecional, produtos e sistemas de mensagens e comunicação por satélite,
produtos para redes e acesso à internet, sistemas eletrônicos integrados e soluções em
semicondutores. São quatro suas divisões:
Comunicação Pessoal
Semicondutores
Sistema Industrial, Governamental e Comercial
10.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1921, Paul Galvin e um amigo fundam em Chicago
uma companhia produtora de baterias, que termina sendo fechada dois anos depois por falta
de pagamento de impostos. Em 1924, os dois sócios inauguram uma nova companhia no
mesmo ramo de produção e criam um eliminador de bateria que permitia conectar rádios
diretamente à energia. Galvin e um irmão adquiriram a participação do amigo e iniciam o
abastecimento de grandes distribuidores. Em 1928, os dois irmãos fundam a Galvin
Manufactoring Corporation, produtora de eliminadores de bateria. Diante das profundas
restrições advindas da Grande Depressão, a empresa desenvolveu um novo produto para um
mercado praticamente inexplorado: receptores de rádio para carros. A comercialização do
novo produto é iniciada em 1930 sob o nome de Motorola – combinação de “motor”e
“vitrola”. No mesmo ano, a empresa estruturou a sua primeira rede de distribuição. Em 1947,
o nome da empresa é oficialmente mudado para Motorola, e a empresa ingressa na produção
de aparelhos de televisão. No ano seguinte, a descoberta de transistores pelos laboratórios
Bells marcou uma profunda mudança na Motorola, até então concentrada na manufatura de
bens de consumo. Em 1947, foi inaugurada, então, uma unidade de P& D nesta nova área, e a
71
Motorola tornou-se líder no mercado de semicondutores, posição que a colocou na incômoda
situação de fornecedora de transistores para seus concorrentes na área de eletrônicos de
consumo. Durante os anos 60 e 70, a empresa adotou uma política de expansão da empresa
além das fronteiras dos EUA – abriu uma fábrica no México e iniciou a comercialização de
produtos em oito diferentes países. Em 1961, a Motorola abriu um escritório no Japão. A
internacionalização da companhia ganhou ênfase ainda no ano de 1992 quando a Motorola
anunciou planos para instalar duas fábricas na República Popular da China e um laboratório
de engenharias de software na Índia. Em 1998 a empresa expandiu suas operações na Europa
que passou a contar com 18 laboratórios de P&D e 14 unidades produtivas.
10.1.c. Reestruturação recente – durante os anos 60 e 70, a empresa adotou uma política de
ajustamento e definições de novos segmentos a serem explorados. Uma de suas estratégias
foi, então, dar prioridade aos componentes eletrônicos de alta tecnologia. Assim, em 1974, a
empresa vendeu os negócios de aparelhos de televisão e fez uma série de aquisições, nos anos
seguintes, em setores como comunicação de dados, computadores, terminais e telefones
celulares. Os microchips da Motorola estavam embarcados em produtos da Apple Computer,
da Hewlett-Packard, da Sun Microsystems, entre outros. Nos anos 90, a empresa deixou de
priorizar o lado de fornecedora especializada para comercializar produtos de massa, como
pagers coloridos.
Tabela 67: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
(%)
Empregados
(%)
1991
11.341
4.2
102.000
111.186
1992
13.303
17.3
107.000
4.9
124.327
1993
16.963
27.5
120.000
12.1
141.358
1994
22.245
31.1
132.000
10.0
168.523
1995
27.037
21.5
142.000
7.6
190.401
1996
27.973
3.5
139.000
-2.1
201.245
1997
29.794
6.5
150.000
7.9
198.627
1998
29.398
-1.3
133.000
-11.3
221.038
1999
30.931
5.2
121.000
-9.0
255.628
2000
37.580
21.5
147.000
21.5
255.646
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2000, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
Ano
Vendas
(US$ mi)
72
Tabela 68: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Comunicação pessoal
11.392
38.6
Sistemas de rede
6.544
21.2
Semicondutores
7.370
23.8
Sistema Industrial, Governamental e Comercial
4.068
13.2
Outros produtos
3.736
12.1
Vendas cruzadas
(2.719)
(8.8)
Total
30.391
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Segundo a empresa, os segmentos Comunicação pessoal e Sistemas de rede sofreram
perda de competitividade, apesar de registrarem elevadíssimas taxas de expansão. As vendas
no segmento de Semicondutores declinaram quando comparadas com os outros anos (1997,
US$ 7.314 milhões e 1998 US$ 8.003 milhões) em decorrência da queda nos preços do
produto e do declínio da demanda no mercado internacional.
Tabela 69: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto P&D (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1995
2.197
8.1
1996
2.394
8.6
1997
2.748
9.2
1998
2.893
9.8
1999
3.438
11.1
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999.
Apesar das taxas de crescimento positivas para gastos em
Pesquisa e
Desenvolvimento, a proporção em relação às vendas tem se mantido abaixo daqueles
praticados, por exemplo, pela rival Lucent. A elevação em termos de
volume segue a
tendência das multinacionais de telecomunicações, que continuadamente precisam colocar
novos produtos e soluções no mercado para manter a competitividade e o faturamento.
Importante destacar que os anos de 1997 a 1999 foram marcados por mudanças tecnológicas
no setor, sobretudo no mercado de telefonia móvel.
73
Tabela 70: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
14.019
879
585
6
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
10.2. A Motorola no Mundo
Tabela 71: Vendas por Área Geográfica, subsidiárias
Região
1999 (US$ mi) % do total
1998 (US$ mi)
% do total
Estados Unidos
19.956
64.5
20.397
69.4
Reino Unido
6.221
20.1
5.709
19.4
Outros países
20.686
66.9
12.812
43.6
Ajustes e eliminações
(15.932)
(51.5)
(9.520)
(32.4)
Total
30.931
100.0
29.398
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Tabela 72: Vendas por Área Geográfica, mercado
Área
Fatia de mercado (%)
Estados Unidos
37
Europa
21
China
10
Pacífico Asiático
10
América Latina
8
Japão
7
Outros
7
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Considerando o item ajustes e eliminações da primeira tabela como fluxos de
comércio intra-grupo (pelo menos parte dele), é plausível supor que a Motorola mantenha
uma relação com o país sede muito mais forte que os sugeridos pela empresa. Contrapondo as
informações das duas tabelas, tem-se que o faturamento da Motorola estadunidense
corresponde a 64.5% do total do faturamento da empresa, enquanto que o mercado
estadunidense absorve 37% das vendas da empresa. As vendas do grupo estão concentradas
no país de origem, apesar de uma aparente tendência de crescente internacionalização da
empresa. Esta internacionalização parece estar fortemente direcionada para a Ásia,
74
especialmente para a China, segundo maior mercado estrangeiro da empresa e com maior
potencial de crescimento no mundo.
Abaixo, a distribuição dos escritórios da empresa no mundo:
Tabela 73: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
Guatemala
México
Peru
Porto Rico
República Dominicana
Uruguai
Venezuela
Europa
Áustria
Alemanha
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Ásia/Oceania
Austrália
Hong Kong
Japão
Nova Zelândia
África
Israel
Eslováquia
Hungria
Letônia
Lituânia
República Czarina
Romênia
Rússia
Turquia
Ucrânia
Bangladesh
África do Sul
Cazaquistão
Arábia Saudita
Cingapura
Egito
China
Emirados Árabes
Filipinas
Kwait
Índia
Marrocos
Indonésia
Malásia
Paquistão
Sri Lanka
Tailândia
Taiwan
Uzbekistan
Vietnã
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
A China é um mercado importante para a Motorola e com características particulares.
Os chineses representam 72% da mão-de-obra do quadro da empresa e 65% dos produtos
negociados pela filial chinesa foram produzidos domesticamente. Além de se manter líder no
mercado local de telefonia celular, o centro de pesquisa em softwares tornou-se o terceiro na
75
hierarquia corporativa, atrás dos Estados Unidos e Índia. Este centro desenvolve, produz,
comercializa localmente e exporta um produto que integra telefonia sem fio e internet.
Incluídas os empreendimentos conjuntos, a Motorola da China exportou US$ 2,5 bilhões em
2000, contabilizando um superávit comercial de US$ 865 milhões, o que a torna a maior
exportadora estrangeira no país. Para efeitos comparativos, a Motorola Malásia, radicada há
28 anos na região, conta com aproximadamente 8.000 funcionários e um centro de P&D com
40 patentes registradas.
10.3. A Motorola no Brasil
Empresa: Motorola do Brasil
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1992
Internet: www.motorola.com.br
Faturamento (1999): US$ 950 mi
Empregados (1999): 3.200
10.3.1. Produtos principais – celulares, estações de rádio-base para infra-estrutura celular,
semicondutores para indústria eletrônica, rádios bidirecionais, terminas iDEN, produtos para
acesso em banda larga na transmissão e recepção de dados, equipamentos para networking,
cabos de modem e serviços e soluções integradas para clientes corporativos.
Unidade no Campus Industrial e Tecnológico de Jaguariúna: linhas de produção para
celulares, infra-estrutura de celular, iDEN, rádios bidirecionais. O Campus ainda possui um
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de terminais celulares em hardware, software,
mecânica e desenho industrial e também um Centro de Tecnologia de Semicondutores.
10.3.2. Origem e desenvolvimento – em 1971 a companhia iniciou suas operações no Brasil,
com escritório de vendas de semicondutores e representantes na área de comunicação. Em
1992 foi criada a Motorola do Brasil, em São Paulo. Dois anos depois foram inaugurados o
escritório em Brasília. Em 1996 foi construída e inaugurada a fábrica de celular em
Jaguariúna e definido também o projeto Campus Industrial de Jaguariúna. No ano seguinte, a
Motorola do Brasil inaugurou, em Jaguariúna, a primeira fábrica de estações rádio base para
76
celular no país e, em Campinas, o Centro de Tecnologia de Semicondutores, o primeiro da
América Latina.
10.3.3. Reestruturação recente – n.d.
Informações gerais – A Motorola do Brasil importa mais de 90% dos itens utilizados na
fabricação de semicondutores, enquanto os componentes plásticos são adquiridos
nacionalmente em percentagem em torno de 60%. No final de 2000, a companhia contava
com apenas 27 fornecedores locais. Porém, a necessidade de reduzir os custos de logística e o
tempo de fornecimento está atrelada à sua política global para fornecedores, e a Motorola
tenta atrair seus fornecedores mundiais para os mercados regionais. A norte-americana
Intesys, por exemplo, que exportava peças à Motorola, se associou à brasileira Metagal que
passou a prover o abastecimento localmente. Recentemente a brasileira PWM, que vinha
desenvolvendo produtos para a filial brasileira, foi obrigada a se associar com uma empresa
coreana fornecedora global do grupo para manter-se em atividade.
O Brasil é a base dos negócios da Motorola na América do Sul. Entre 1995 e 1998 a
empresa investiu US$ 150 milhões na instalação de fábricas de celulares, pagers, etc. No final
de 1999 a empresa investiu mais de US$ 60 milhões para ampliação da capacidade de
produção de celulares. A planta é considerada de tecnologia mundial e centraliza a produção
de estações rádio-base que são exportados para operadoras celulares dos Estados Unidos e
América Latina. As exportações, que cresceram mais de 100% entre 1998 e 1999,
representam 30% da produção da unidade de Jaguariúna.
77
Quadro 11: A Motorola do Brasil na ótica da matriz
No Brasil, a Lei de Informática obriga as empresas a investir 5% do faturamento em P&D.
Para a Motorola, estes recursos, segundo seu presidente, “permitem criar soluções baratas
para as características do mercado brasileiro, que não se repetem em nenhum lugar do
mundo”. Foi por esta condição que a empresa desenvolveu no Brasil o atual padrão dos
telefones sem fio hoje fabricados na China e vendidos no mundo todo.
Em meados de 2000, a cidade de Porto Alegre foi escolhida para receber as instalações do
Centro de Excelência Ibero-Americano em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), com o
objetivo de fabricar e testar protótipos de chips. Segundo a direção da empresa não se trata de
um centro para a Motorola, mas de um pólo tecnológico na área da microeletrônica e que
centros deste gênero só existem na Alemanha, Estados Unidos, China e na Austrália. O
investimento total é de US$ 25 milhões com cerca de metade dos recursos da Motorola. O
restante dos custos serão divididos entre a iniciativa privada, o poder público e universidades.
No Brasil, a Motorola iniciou-se na área de pesquisa em 1996, procurando soluções locais
devido a defasagem tecnológica em relação aos Estados Unidos. Atualmente, o centro de
P&D da Motorola no país conta com 150 pesquisadores de telefonia celular e 65 de
semicondutores. Segundo a empresa, o centro de Jaguariúna desenvolve tecnologias para
outras unidades da empresa. Entre elas, soluções de softwares para mensagens pelo telefone,
de telefone sem fio e de banda simples. No início deste ano a empresa anunciou a intenção de
ampliar este centro.
Em maio de 2001 a empresa anunciou a intenção de inaugurar um centro de operações de
redes na América Latina, hoje existentes apenas no Estados Unidos e no Reino Unido. O
centro orçado em US$ 500 milhões estará localizado em um país a ser selecionado entre
México, Brasil e Argentina. Este centro se caracterizará pelo emprego de pequena quantidade
de mão-de-obra.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em Gazeta Mercantil, vários números.
78
11. Nestlé S.A.
11.1. Principais Características
Matriz: Nestlé S.A.
Localização: Vevey, Suíça
Ano de fundação: 1866
Internet: www.nestle.com
Faturamento (2000): US$ 47.092 mi
Empregados (1999): 230.929
11.1.a. Atividades principais – processamento de alimentos. São cinco as suas divisões, com
seus respectivos produtos:
Bebidas – café instantâneo, café torrado, chocolate, bebidas à base de malte e água mineral.
Derivados de leite, alimentos e sorvetes – leite longa vida e enriquecido, nutrição infantil,
alimentos dietéticos, iogurtes, cereais, sobremesas e sorvetes.
Chocolate e Confeitaria – tabletes de chocolate e especialidades infantis e de adultos.
Pratos preparados, condimentos e outros – produtos congelados, sopas, caldos, molhos,
massas, talharins e comida para animais.
Produtos farmacêuticos – drogas terapêuticas oftalmológicas, soluções para lentes de contato,
equipamentos e instrumentos cirúrgicos, lentes de contato e produtos usados durante cirurgias
e de uso dermatológico.
11.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1866 Charles Page estabeleceu a Anglo-Swiss
Condensed Milk Co. na Suíça. Em 1867, Henri Nestle começou a comercializar a Farinha
Láctea para bebês que recusavam leite materno. A Nestlé expandiu para a Inglaterra em 1872.
Em 1875, Nestle se aposentou e vendeu a companhia para Jules Monnerat. Em 1881, a AngloSwiss abriu sua primeira unidade produtiva nos Estados Unidos. Entre 1898 e 1900 a Nestlé
adquiriu uma companhia norueguesa e abriu unidades produtivas nos Estados Unidos, GrãBretanha, Alemanha e Espanha. Em 1904 a Nestlé entrou no segmento de chocolates e no ano
seguinte ela e a Anglo-Swiss se fundiram. Em 1906 a nova companhia iniciou produção na
Austrália. Em 1920 inicou-se produção na América Latina. Em 1930, subsidiárias foram
estabelecidas na Argentina e em Cuba, além de centros de produção em Copenhagen, Morávia
e Tchecoslováquia. Em 1936, a Nestlé e a Anglo-Swiss se tornaram uma companhia holding.
79
A Nestlé se fundiu com a Alimentana S.A., produtora de condimentos da marca Maggi em
1947, e a holding muda seu nome para Nestlé Alimentana Co. Em 1974 a Nestlé se tornou a
acionária majoritária da Loreal, companhia de cosméticos e em 1977 a Alcon Laboratories,
companhia farmacêutica, juntou-se à holding. Em 1979, Nestlé S.A. é adotado como nome
oficial da companhia.
11.1.c. Reestruturação recente – em 1991 a Nestlé se juntou com a Coca-Cola para
comercializar concentrados de suas bebidas – café, chá e chocolate. Em 1997 adquiriu a
companhia italiana de água mineral San Pellegrino. Em 2000, a Nestlé se juntou ao Grupo
Danone, à SAP AG e à Henkel para lançar a CPGmarket.com, primeiro mercado eletrônico
europeu para companhias de bens de consumo.
Tabela 74: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
Empregados
(%)
(%)
1991
29.200
8.9
201.139
145,171
1992
31.521
8.0
218.005
8.4
144,589
1993
33.248
5.5
209.755
-3.8
158,510
1994
32.906
-1.0
212.687
1.4
154,715
1995
32.669
-0.7
220.172
3.5
148,378
1996
34.986
7.1
221.144
0.4
158,203
1997
40.485
15.7
225.808
2.1
179,288
1998
41.496
2.5
231.881
2.7
178,955
1999
43.181
4.1
230.929
-0.4
186,988
2000
47.092
9.1
224.541
-2.8
209,726
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Ano
Vendas
(US$ mi)
O crescimento de 15.7% das vendas em 1997 coincide com a aquisição da italiana San
Pellegrino, produtora de água mineral.
80
Tabela 75: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Bebidas
12.065
27.9
Derivados de leite
11.227
26.0
Pratos preparados
11.675
27.0
Chocolate
5.897
13.7
Produtos farmacêuticos
2.317
5.4
Total
43.181
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Tabela 76: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
445,368
1.1
1998
466,769
1.1
1999
516,511
1.2
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999 .
Tabela 77: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: Suíça Origem: Brasil
Origem: Brasil
312
437
9
93
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
11.2. A Nestlé no Mundo
A Nestlé possui 509 unidades produtivas em 83 países. Destas, 68 são plantas de água
engarrafada e 17 de produtos farmacêuticos e dermatológicos.
81
Tabela 78: Vendas por Área Geográfica
Região
1999 (US$ mi)
% do total
Alimentos
Europa
15.672
36.3
Américas
12.751
29.5
África, Ásia e Oceania
7.872
18.2
Outras atividades
6.886
16.0
Total
43.181
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Tabela 79: Empregados por Área Geográfica
Região
1999
% do total
Europa
96.528
41.8
Suíça
6.375
(2.8)
Américas
76.207
33.0
África, Ásia e Oceania
58.194
25.2
Total
230.929
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
A tabela acima mostra que, apesar de grande parte dos empregados estarem na Europa,
apenas 2.8% deles estão na Suíça, uma indicação de que lá estão atividades pouco intensivas
em mão-de-obra.
Tabela 80: Empregados por Atividade
Atividade
1999
% do total
Unidades produtivas
138.191
59.8
Administração e Venda
97.738
42.3
Pesquisa e Desenvolvimento
3.500
1.5
Total
230.929
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
A tabela abaixo apresenta a atividade de cada país, segundo a seguinte legenda:
P&I = Produz e Importa
P = Produz simplesmente
I = Importa simplesmente
82
Tabela 81: Atividade por país
País
Américas
Canadá
EUA
Argentina
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
Cuba
El Salvador
Equador
Guatemala
Jamaica
México
Nicarágua
Panamá
Peru
Porto Rico
República
Dominicana
Trinidad
e
Tobago
Uruguai
Venezuela
Europa
Alemanha
Aústria
Bélgica
Bulgária
Dinamarca
Eslováquia
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Hungria
Itália
Noruega
Polônia
Portugal
Reino Unido
República da
Irlanda
República
Theca
Romênia
Rússia
Bebidas
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
I
P
P
P&I
P&I
P&I
P&I
Produtos de
Pratos
Chocolates e Farmacêuticos Fábricas
Leite e
preparados e Confeitaria
sorvetes
biscoitos
P&I
P&I
I
P
P
P&I
I
I
I
P&I
P
P&I
P
I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
P
P
P&I
P
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P
P
P
P&I
P&I
I
I
P&I
P&I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
P
P&I
I
P&I
I
I
P&I
P&I
I
P&I
I
I
I
I
I
I
I
I
P&I
I
I
I
P&I
I
11
59
6
23
7
3
2
2
1
4
1
2
16
1
3
2
1
3
P&I
P&I
P&I
I
I
1
P&I
P&I
I
P&I
I
P&I
I
P&I
I
I
1
4
P&I
P&I
P&I
I
I
I
P&I
I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
I
P&I
I
P
I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
I
I
P&I
I
I
P&I
I
P&I
P&I
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I
P&I
I
P&I
P&I
I
I
P&I
I
I
I
P&I
I
P&I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
29
1
3
1
2
1
23
3
39
5
8
2
28
4
5
6
26
3
P&I
I
I
P&I
I
5
P&I
I
I
1
6
P&I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
I
P&I
83
Suécia
Suíça
Turquia
Ucrânia
Ásia/Oceania
Austrália
Bangladesh
Camboja
Rep.
Pop.
China
Coréia
Filipinas
Ilhas
do
Pacíficos
Índia
Indonésia
Japão
Malásia
Nova Zelândia
Singapura
Sri Lanka
Tailândia
Taiwan
Vietnã
África
África do Sul
Arábia Saudita
Camarrões
Costa
do
Marfim
Egito
Emirados
Arábes
Gana
Guiné
Israel
Jordânia
Líbano
Marrocos
Nigéria
Paquistão
Quênia
Senegal
Síria
Tunísia
Zimbabue
P&I
P&I
P&I
I
P
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P
I
I
P&I
P
P&I
I
I
I
I
6
9
3
1
P&I
I
I
P& I
P
P&I
P&I
P& I
P&I
P&I
I
P& I
I
P& I
I
I
I
P& I
13
1
1
18
P&I
P&I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
I
I
I
1
8
4
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P
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P&I
I
P
P&I
P&I
P&I
P&I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
7
5
4
7
4
1
2
8
1
3
P&I
I
I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P
P
P
P
I
I
I
I
I
14
1
1
2
P&I
I
P&I
P&I
P
I
I
I
I
I
4
1
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&D
P&I
P&I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
I
P&I
I
I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P&I
P
P
I
I
P&I
P
P
P&I
P&I
P&I
I
P&I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
I
1
1
12
1
1
1
1
2
1
1
1
P&I
I
P&I
I
I
I
P&I
I
I
I
1
84
Abaixo, a distribuição geográfica das filiais da companhia:
Tabela 82: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Periferia
Argentina
Bolívia
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
Cuba
El Salvador
Equador
Guatemala
Honduras
Jamaica
México
Nicarágua
Panamá
Paraguai
República
Dominicana
Trinidad e Tobago
Uruguai
Venezuela
Europa
Ásia/Oceania
Alemanha
Áustria
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Grécia
Holanda
Irlanda
Itália
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Austrália
Coréia
Israel
Japão
Nova Zelândia
Bulgária
Eslováquia
Hungria
Polônia
República Czarina
Rússia
Turquia
Ucrânia
Arábia Saudita
Bangladesh
Cambodia
China
Cingapura
Emirados Árabes
Fiji
Filipinas
Índia
Indonésia
Jordânia
Kuwait
Líbano
Malásia
Nova Caledônia
Papua Nova Guiné
Polinésia Francesa
África
África do Sul
Camarões
Costa do Marfim
Egito
Gabão
Gana
Guinea
Ilhas Maurício
Marrocos
Nigéria
Quênia
Senegal
Tunísia
Zimbabwe
Síria
Sri Lanka
Tailândia
Taiwan
Vietnã
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
85
A Nestlé possui uma companhia de P&D e Assistência Técnica, a Nestec Ltd., em
Vevey, na Suíça, que oferece assistência técnica, científica, comercial e de negócios para a
companhia. Suas unidades fornecem conhecimento e assistência permanente para que as
companhias do Grupo operem dentro da estrutura de licenças e contratos. A tabela abaixo
mostra a distribuição e o número de unidades envolvidas:
Tabela 83: Unidades de P&D
Américas
Centro
Estados Unidos (4)
Europa
Ásia/Oceania
África
Alemanha (1)
Espanha (1)
França (5)
Itália (1)
Reino Unido (1)
Suécia (1)
Suíça (4)
Periferia
Cingapura (1)
Costa do Marfim (1)
Malásia (1)
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
11.3. A Nestlé no Brasil
Empresa: Nestlé Industrial e Comercial Ltda.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1920
Internet: www.nestle.com.br
Faturamento (2000): US$ 1.421,5 mi
Empregados (2000): 17.000
11.3.a. Atividades principais – manufatura de produtos a base de leite, café, chá, alimentos
infantis e dietéticos, confeitaria, chocolate, sobremesas, sopas, condimentos e carnes semiprontas.
11.3.b. Origem e desenvolvimento – No Brasil, os produtos Nestlé são fabricados desde
1921, quando a empresa instalou sua primeira unidade industrial em Araras (SP). A empresa
86
começou a produzir chocolates no País em 1959, linha hoje concentrada na fábrica de
Caçapava. A fábrica de biscoitos São Luiz foi fundada em 1931, em São Paulo, tendo sido
adquirida pela Nestlé em 1967. Na década de 80, diante da necessidade de ampliar a
produção, a Nestlé passou também a utilizar a unidade de Marília, no interior paulista, para a
fabricação dos biscoitos São Luiz, que, além de atender ao mercado brasileiro, são também
exportados. Já a história da Tostines, que foi adquirida pela Nestlé em 1993, remonta ao ano
de 1927, quando foi fundada a fábrica de doces Carvalho & Lobo, em São Paulo. Em 1965,
com a inauguração da unidade industrial no bairro do Pari, foi lançada a marca Tostines, que
trazia uma inovação: era embalada em pacotes, o que só acontecia na Europa e na América do
Norte. Nestlé em Caçapava foi inaugurada em 1971, sendo responsável pela fabricação de
todos os chocolates Nestlé no País.
11.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Tabela 12: A filial brasileira na ótica da matriz
A Nestlé em Caçapava é uma das mais modernas fábricas da Nestlé no mundo. Produz mais
de 40 tipos de chocolate, além de caramelos, toffees e Mentex. Essa fábrica, que tem
capacidade para 76 mil toneladas/ano, entrou para o mapa da produção mundial de chocolates.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
87
12. PepsiCo Incorporation
12.1. Principais Características
Matriz: PepsiCo Inc.
Localização: Nova Iorque, Estados Unidos
Ano de fundação: 1898
Internet: www.pepsico.com
Faturamento (2000): US$ 20.438 mi
Empregados (2000): 124.000
12.1.a. Atividades principais – produção de refrigerantes, snacks e sucos. São três as suas
divisões:
Frito-Lay – produção, comercialização e distribuição de salty snacks.
Pepsi-Cola – produção de concentrado de Pepsi-Cola, Pepsi Diet, Mountain Drew e outras
marcas, engarrafamento e distribuição
Tropicana – produção, comercialização, distribuição e venda de sucos.
12.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1898, Caleb Bradham, um farmacêutico da Carolina
do Norte, criou a bebida Pepsi-Cola, inventada para competir com a Coca-Cola e levando esse
nome porque achava-se que curava dispepsia. Em 1902, Bradham abandonou sua farmácia e
passou a produzir a bebida, que se tornou marca registrada em 1903. Em 1920 o preço do
açúcar sobe, afetando os negócios de Bradham que pede, sem sucesso, ajuda a um banqueiro
de Wall Street, Roy Megargel. A Pepsi-Cola faliu em 1923 e seus ativos foram vendidos.
Megargel compra a marca registrada da companhia, recebendo direitos sobre a fórmula
secreta da bebida. Em 1928, Megargel reorganizou a companhia sob o nome de National
Pepsi-Cola Co. A companhia vai à falência em 1931. Charles Geeth, presidente da Loft Inc.,
uma “loja” de balas e sorvetes (candy and fountain store enterprise), assinou, no mesmo ano,
um acordo com Megargel para reviver a Pepsi-Cola e adquiriu 80% das ações da nova
empresa. Geeth modificou a fórmula da Pepsi e cancelou o contrato da Loft com a Coca-Cola.
Em 1934 a Pepsi-Cola Co. do Canadá foi formada e no ano seguinte foi a vez da Compania
Pepsi-Cola de Cuba. Em 1936, iniciou-se as operações da empresa em Londres. Em 1940 a
Loft se fundiu com a sua subsidiária Pepsi, sob o nome de Pepsi-Cola Co. Em 1965 a PepsiCo
Inc. foi fundada quando a Pepsi-Cola e a Frito-Lay se fundem. Em 1974 a Pepsi abriu uma
88
unidade na ex-União Soviética. Em 1977 ela adquiriu a Pizza Hut. Em 1982, ela abre uma
operadora na China.
12.1.c. Reestruturação recente – em 1997 a PepsiCo anunciou planos de se desfazer de suas
operações de restaurante: Taco Bell, Pizza Hut e Kentucky Fried Chicken. Em 1998 a
companhia adquiriu a Tropicana. No ano seguinte, a PepsiCo spins off sua unidade Pepsi
Bottling Group e volta a fazer e vender seus produtos, tanto refrigerantes quanto snacks.
Assim, enquanto a maior parte das empresas contratam distribuidores terceirizados, os
produtos da PepsiCo chegam ao mercado através de seu próprio sistema de distribuição direta,
ou seus próprios engarrafadores (bottlers). Esse sistema dá à empresa o controle sobre seus
negócios e fornece vantagens aos varejistas – já que a Pepsi leva seus produtos aos clientes
em seus próprios caminhões e os coloca na prateleira. Em 2000, a PepsiCo e a Quaker Oats
Company anunciaram sua fusão.
Tabela 84: Vendas e Empregados
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
Empregados
(%)
(%)
1991
19.608
10.1
338.000
58,012
1992
21.970
12.0
372.000
10.1
59,059
1993
25.021
13.9
423.000
13.7
59,151
1994
28.472
13.8
471.000
11.3
60,451
1995
30.421
6.8
480.000
1.9
63,377
1996
31.645
4.0
486.000
1.2
65,113
1997
20.917
-33.9
142.000
-70.8
147,303
1998
22.348
6.8
150.000
5.6
148,987
1999
20.367
-8.9
116.000
-22.7
175,577
2000
20.438
0.3
124.000
6.9
164,823
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1999.
Ano
Vendas
(US$ mi)
Em 1997, tanto a queda nas vendas da empresa de 33% quanto dos empregados em
70% podem ser explicadas pela venda de suas operações de restaurantes. O mesmo
movimento, dois anos depois, pode ser efeito da venda de sua unidade de distribuição.
89
Tabela 85: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
% do total
Frito-Lay
11.615
57.0
Pepsi-Cola
4.376
21.5
Tropicana
2.253
11.1
Operações de engarrafamento/Investimentos
2.123
10.4
Total
20.367
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Tabela 86: Gastos com Publicidade
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1997
1,800
8.6
1998
1,900
8.5
1999
1,800
8.8
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999.
Tabela 87: Patentes
Total de Depósitos
País Sede
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
3
1
1
0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no banco de dados da base Delphion, 2001.
0
12.2. A PepsiCo no Mundo
Tabela 88: Vendas por Área Geográfica, segundo as Divisões
Região
1999 (US$ mi)
% do total
Frito-Lay
América do Norte
7.865
38.6
Internacional
3.750
18.4
Pepsi-Cola
América do Norte
2.605
12.8
Internacional
1.771
8.7
Tropicana
Total
2.253
11.1
Operações de engarrafamento/Investimentos
2.123
10.4
Total
20.367
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
90
A Frito-Lay, na América do Norte, é responsável pela produção, comercialização e
distribuição de salty snacks. Internacionalmente, o mesmo, tanto para salty quanto para sweet
snacks. A Pepsi-Cola produz o concentrado de Pepsi-Cola, Pepsi Diet, Mountain Drew e
outras marcas na América do Norte para vender aos engarrafadores franquiados.
Internacionalmente, opera unidades de engarrafamento e distribuição. A Tropicana produz,
comercializa, distribui e vende sucos internacionalmente.
Tabela 89: Vendas por Área Geográfica
Área
1999 (US$ mi)
% do total
Estados Unidos
11.772
57.8
Internacional
6.472
31.8
Operações de engarrafamento/Investimentos
2.123
10.4
Total
20.367
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1999.
Para a Frito-Lay, os principais mercados mundiais incluem Austrália, Brasil, México,
Holanda, África do Sul, Espanha e Reino Unido. Para a Pepsi-Cola, os principais são
Argentina, Brasil, China, Índia, México, Filipinas, Arábia Saudita, Espanha, Tailândia e
Reino Unido. Os principais mercados da Tropicana são Bélgica, Canadá, França e Reino
Unido.
12.3. A PepsiCo no Brasil
Empresa: PepsiCo do Brasil Ltda
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1988
Internet: www.pepsico.com.br
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
12.3.a. Atividades principais – n.d.
12.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
12.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 13: A PepsiCo brasileira na ótica da matriz
n.d.
91
13. Raytheon Company
13.1. Principais Características
Matriz: Raytheon Company
Localização: Lexington, Massachusetts, Estados Unidos
Ano de fundação: 1922
Internet: www.raytheon.com
Faturamento (2000): US$ 16.895 mi
Empregados (2000): 93.700
13.1.a. Atividades principais – fornecimento de produtos e serviços nas áreas de eletrônicos
comerciais e defensivos e negócios de aviação e aeronaves para missões especiais. A empresa
é uma fornecedora para a indústria aeroespacial e de defesa. Seus produtos incluem sistemas
aéreos de mísseis defensivos e radares, entre outros. São oito suas divisões:
Sistemas eletrônicos – engloba o segmento de Sistemas de Defesa e o de Sistemas Eletrônicos
e Sensores
Sistemas de comando, controle, comunicação e informação – com serviços de controle de
tráfico aéreo e o Sistema para Vigilância da Amazônia, SIVAM, entre outros
Treinamento e Serviços
Sistemas de integração de aeronaves
Sistemas Limitados – incluindo serviços de inteligência, vigilância e reconhecimento, por
exemplo
Eletrônicos comerciais
Companhia Aérea – com linhas regionais e para missões especiais
Engenheiros & Construtores – ligados à parte de infraestrutura, operações e manutenção de
unidades produtivas e projetos do governo
Contrato de Manufatura de Eletrônicos: Entre suas atividades, a empresa apresenta o
chamado Contract Electronics Manufacturing, uma unidade produtiva que oferece serviços de
manufatura de eletrônicos através de contratos. A empresa desenvolve várias tecnologias de
processo produtivo, e esse conjunto permite o uso de diferentes tecnologias para o mesmo
produto. Esta vantagem proporciona à empresa a manufatura de produtos para uma ampla
série de mercados: automotivo, industrial, de consumo, computadores, comunicações, e
outros. A companhia também oferece outras atividades de suporte, complementando a
92
manufatura de eletrônicos. Entre elas estão: protótipos, aquisição e gerenciamento de
componentes, distribuição para o consumidor final, suporte técnico de alta qualidade e serviço
de vídeo conferência.
13.1.b. Origem e desenvolvimento – a Raytheon foi fundada em Cambridge, em 1922,
como American Appliance Company, uma produtora comercial cujos clientes eram grandes
empresas. Em 1925 foi adotado o nome Raytheon. Em 1964 a empresa passa a diversificar
sua linha de produtos de defesa através de uma série de aquisições comerciais estratégicas,
com o objetivo de harmonizar suas vendas entre grandes empresas e governo. Entre as suas
aquisições no período dos anos 60 até anos 80 estão uma fornecedora de serviços para
exploração de óleo e gás, uma companhia de softwares e uma produtora de equipamentos de
telefone.
13.1.c. Reestruturação recente – nos anos 90, com o objetivo de se focar nos mercados em
que é líder, eletrônicos comerciais e de defesa e aviação de negócios e aeronaves para missões
especiais, a empresa se desfaz de vários negócios não focados nestas atividades, como seus
negócios de utensílios domésticos e de aquecedores e aparelhos de ar-condicionado. Em julho
de 2000, a empresa vende sua subsidiária Engenheiros & Construtores.
Tabela 90: Vendas e Empregados
Ano
Vendas (US$ Crescimento Empregados Crescimento
Vendas/
mi)
das Vendas
dos
Empregados
Empregados
1991
9.274
0.1
71.600
129,528
1992
9.058
-2.3
63.900
-10.8
141,756
1993
9.201
1.6
63.800
-0.2
144,219
1994
10.013
8.8
60.200
-5.6
166,326
1995
11.716
17.0
73.200
21.6
160,049
1996
12.331
5.2
75.300
2.9
163,752
1997
13.673
10.9
119.200
58.3
114,706
1998
19.530
42.8
108.200
-9.2
180,499
1999
19.856
1.7
105.300
-2.7
188,566
2000
16.895
-14.9
93.700
-11.0
180,309
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
93
De 1996 para 1997, observa-se um crescimento significativo do número de
empregados, um provável resultado das fusões com a Hughes Electronics Corporation e a
Texas Instruments.
Tabela 91: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1999 (US$ mi)
5.215
2.695
3.576
% do total
26.8
13.6
18.0
Sistemas de Defesa
Sistemas Eletrônicos e Sensores
Sistemas de Controle, Comando, Comunicação e
Informação
Sistemas de Integração de Aeronaves, Treinamento e
3.003
15.1
Serviços, Eletrônicos Comercias e Outros
Total Eletrônicos
14.489
73.0
Engenheiros & Construtores
2.656
13.4
Aeronaves
2.696
13.6
Total
19.841
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1999.
Com base nos dados acima, percebe-se a concentração das vendas nos segmentos
eletrônicos, principalmente em Sistemas de Defesa, atividade principal da empresa.
Tabela 92: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto P&D (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1996
323
2.6
1997
415
3.1
1998
582
3.0
1999
508
2.6
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1999.
A empresa justifica o aumento dos gastos com P&D de 1996 para 1997 devido
principalmente à fusão com a Hughes Defense e à aquisição da Texas Instruments Defense. Já
a diminuição dos gastos em relação às vendas de 1998 para 1999 acontece, ainda segundo a
empresa, devido à eliminação das duplicações do P&D que ocorria antes da formação da
Raytheon Systems Company.
94
Tabela 93: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: EUA Origem: Brasil
Origem: Brasil
1.908
10
10
0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
13.2. A Raytheon no Mundo
A Raytheon tem operações em 42 estados dos Estados Unidos e escritórios em 34 países
ao redor do mundo. Além disso, a companhia atende clientes em mais de 80 países no mundo.
Tabela 94: Vendas por Área Geográfica
Ano
EUA (US$ mi)
% do total
Fora dos EUA * % do total Total (US$ mi)
(US$ mi)
1996
11.570
93.8
761
6.2
12.331
1997
12.827
94.4
766
5.6
13.593
1998
18.417
94.8
1.002
5.2
19.419
1999
18.549
93.5
1.292
6.5
19.841
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa, 1998 e 1999.
* principalmente Europa.
Conforme se observa no quadro acima, para os quatro anos, há uma concentração das
vendas da empresa nos Estados Unidos, país sede da Raytheon. A participação deste país nas
vendas varia entre 93% e 94% sobre o total. Percebe-se também a importância dada às
atividades na Europa. O quadro abaixo apresenta os países onde a empresa mantém seus
escritórios, mais as operações nos Estados Unidos:
95
Tabela 95: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos
Europa
Alemanha
Bélgica
Escócia
Espanha
França
Grécia
Holanda
Itália
Noruega
Reino Unido
República Tcheca
Ásia/Oceania
África
Austrália
Coréia
Japão
Periferia
Argentina
Brasil
Chile
Venezuela
Arábia Saudita
África do Sul
China
Egito
Cingapura
Emirados Árabes
Filipinas
Guam
Índia
Indonésia
Kwait
Malásia
Tailândia
Taiwan
Turquia
Turquia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
Canadá e Estados Unidos –
estabelecidas em 1952, as unidades desses países são
fornecedoras de subsistemas de precisão óptica, especializada na concepção e manufatura de
sistemas e sub-sistemas óptico-mecânicos e eletro-ópticos para os mercados médicos,
industriais, automotivos, de defesa e lazer. Unidades produtivas localizadas em Midland,
Ontário e Richardson, Texas, com 800 empregados no total.
Antártica – sob contrato com a Fundação Nacional de Ciência, a Raytheon Polar Services é
responsável pela ciência, operações e serviços de manutenção em três locais na Antártica:
McMurdo Station, Amundsen-Scott South Pole Station e Palmer Station. Também tem
estações em Christchurch, Nova Zelândia; Punta Arenas, Chile e Port Hueneme, Califórnia.
Seu escritório de gerência está em Denver, Colorado, Estados Unidos.
96
Austrália – a Raytheon Austrália Pty Ltd atua nos negócios de defesa eletrônica e sistemas
integrados. Baseia-se principalmente como contratada e integradora de sistemas, atuando em
plataformas aeroespaciais e navais, sistemas eletrônicos e de comunicação e outras
tecnologias que abastecem o mercado australiano. Possui capacidade necessária para assumir
contratos de projetos de defesa.
Alemanha – estabelecida em 1945, a Raytheon Marine Company teve um faturamento de
102.9 mi DM em 2000, com aproximadamente 460 empregados, atendendo clientes em 90
países. A empresa produz e distribui produtos eletrônicos marinhos, assim como
equipamentos e serviços. Para expandir campo de produtos em comunicação, a Raytheon
Marine adquiriu, em 1996, a sueca Standard Radio.
Espanha – inaugurada em 1992 para servir o mercado automotivo e de eletrônicos
industrial/comercial, a Raytheon Microelectronics España S.A. possui uma fábrica de alta
capacidade que oferece completos serviços de contrato de manufatura de eletrônicos. A planta
possui diferentes áreas de trabalho e equipamentos, de acordo com as atividades
desenvolvidas. Atualmente, tem clientes nos mercados automotivo, industrial, de consumo,
computadores, comunicação e identificação de freqüência de rádio.
Reino Unido – com atividades lideradas pela Raytheon Systems Limited, há 40 anos a
empresa atua no país. Concebe, desenvolve e produz ampla gama de produtos e sistemas
eletrônicos defensivos e comerciais.
13.3. A Raytheon no Brasil
Empresa: Raytheon do Brasil S.A.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: n.d.
Internet: n.d.
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
97
13.3.a. Atividades principais – produção de produtos elétricos incluindo máquinas de lavar
comerciais e domésticas, tumble driers, fridges e freezers, radares meteorológicos e unidades
de geração elétrica.
13.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
13.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Raytheon Brasil Sistemas de Integração Ltda.
Localização: Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Ano de fundação: n.d.
Internet: n.d.
Faturamento: n.d.
Empregados: n.d.
13.3.a. Atividades principais – n.d.
13.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
13.3.c. Reestruturação recente – n.d.
98
Quadro 14: As atividades da Raytheon no Brasil: o Sivam na ótica da empresa
A empresa é a principal fornecedora de equipamentos para o Sistema de Vigilância da
Amazônia (SIVAM). O SIVAM tem como objetivo ajudar o governo brasileiro a monitorar e
proteger os recursos da Amazônia, através de uma rede integrada de informação ligando
numerosos sensores a centros de coordenação regionais e nacionais com vistas ao
desenvolvimento sustentável da região. O trabalho filantrópico da empresa no Brasil tem
como foco, ainda, melhorar a educação primária local através do Programa de Educação da
Amazônia, prevendo o treinamento de professores em serviço e a mensuração concreta de
resultados.
Pelo contrato do Sivam, a Raytheon é responsável pelos radares de controle do tráfico
aéreo, monitores do meio-ambiente, radares e estações meteorológicas, equipamento de
comunicações, aeronaves de inspeção e processamento de dados da região Amazônica. A
Embraer, produtora de aviões brasileira, é responsável pelos sistemas de monitoramento aéreo
e sensores aéreos remotos. A Fundação Aplicações de Tecnologias Críticas (ATECH) servirá
como integrador brasileiro do programa.
Em junho de 2000, A Raytheon entregou a primeira aeronave-laboratório do SIVAM para
a Força Aérea brasileira do Rio de Janeiro. A empresa entregou um Hawker 800XP
modificado, aparelhado com equipamento eletrônico especial para ser usado na avaliação da
performance dos sistemas de controle aéreo, sistemas de instrumentos de pouso e sistemas de
comunicação entre ar e terra.
Segundo o presidente da Raytheon Brasil, “a Raytheon e o governo do Brasil têm
trabalhado juntos para garantir que esta aeronave represente o mais moderno e avançado
sistema de inspeção de vôo na América do Sul”. A aeronave será operada pelo Grupo Força
Aérea Brasileira de Inspeção de Vôo, responsável por comissionar e testar regularmente todo
o equipamento ATC no Brasil. A nova aeronave irá beneficiar todos vôos brasileiros e
internacionais na região amazônica e ajudar o governo brasileiro a executar as atividades de
teste relacionadas com a implementação do SIVAM.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em informações do sítio internético da empresa,
2000, e reportagens da imprensa.
99
14. Toshiba Corporation
14.1. Principais Características
Matriz: Toshiba Corporation
Localização: Minato-Ku, Tóquio, Japão
Ano de fundação: 1875
Internet: www.toshiba.co.jp
Faturamento (2000): US$ 47.950 mi
Empregados (2000): 190.870
14.1.a. Atividades principais – a empresa é voltada para pesquisa e desenvolvimento,
produção e venda de produtos eletrônicos e de alta-tecnologia incluindo sistemas de
informação e comunicação, aparelhos eletrônicos, aparelhos eletrônicos pesados para plantas
industriais, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e outros produtos de consumo. São
cinco suas divisões:
Sistemas de Informação e Comunicação – computadores pessoais, equipamentos de escritório
como copiadoras, fax e impressoras, discos rígidos, DVDs, equipamentos para o setor de
comunicações, satélites comerciais, sistemas de informação e imagem de equipamentos
médicos.
Aparelhos e materiais eletrônicos – semicondutores, memórias para computadores, visores de
cristal líquido, tubos catódicos para televisor colorido, baterias.
Sistemas Energéticos e Industriais – reatores, manutenção e construção de unidades
energéticas, unidades de geração de energia térmica e unidades de energia hidrelétricas,
aparelhos industriais elétricos e maquinaria, equipamento de transporte, elevadores.
Produtos de consumo – produtos de televisão e vídeo, equipamentos de imagem digital,
eletrodomésticos.
Serviços e outros – serviços financeiros para consumidores, serviços de leasing, serviços de
logística
14.1.b. Origem e desenvolvimento – a empresa foi formada em 1939 através da união de
duas produtoras de equipamento elétrico, a Shibaura Seisakusho Works e a Tokyo Electric
Company. A mais velha de todas, Shibaura, foi estabelecida em 1875, sendo a primeira
oficina de equipamentos de telegrafia, Seizo-sha. O nome Shibaura foi adotado em 1893. A
100
Tokyo Electric foi fundada em 1890 como a primeira produtora de lâmpadas incandescentes
do Japão. A fusão das duas, em 1939, criou a Tokyo Shibaura Electric Company, que logo
mudou o nome para Toshiba. Em 1967 a empresa já controlava 63 subsidiárias, e produzia,
entre outros, radares, televisores em preto e branco e computadores digitais. Em 1980 passou
a investir mais em setores de informática e comunicação. Em 1987, quando uma subsidiária
sua vendeu equipamento para um submarino da União Soviética, os Estados Unidos baniram
as importações de produtos da Toshiba por dois anos. Para compensar a perda do mercado
norte-americano, a companhia iniciou uma expansão em outros mercados. A joint-venture, em
1991, com a General Electric, representou esse esforço, ao desenvolver na Ásia negócios de
eletrodomésticos. No mesmo ano a empresa constrói uma unidade produtiva de montagem de
televisores a cor na Rússia.
14.1.c. Reestruturação recente – na década de 90, diante de um quadro de recessão global e
valorização do iene, a companhia adotou algumas estratégias de reorganização, em que se
destacam a preocupação em diminuir o ciclo de desenvolvimento dos produtos e em
diversificar sua linha de produtos de consumo, na qual 50% consistia em televisores
coloridos. A empresa passou a produzir produtos de alta-tecnologia como aparelhos celulares,
multimídia e eletrônicos móveis. Em 1992 a empresa fez acordos de joint-venture com IBM e
Siemens, e com IBM e Apple, para produção de equipamentos multimídia e software. Em
1995 a empresa construiu uma unidade produtiva de chips de computadores na Virgínia,
Estados Unidos.
101
Tabela 96: Vendas e Empregados
Ano
Vendas
(US$ mi)
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
das Vendas
dos
(%)
Empregados
(%)
1991
39.160
10.4
162.000
241.726
1992
39.385
0.6
168.000
3.7
234.433
1993
38.593
-2.0
173.000
3.0
223.083
1994
38.622
0.1
175.000
1.2
220.696
1995
39.955
3.5
190.000
8.6
210.289
1996
42.702
6.9
186.000
-2.1
229.578
1997
45.481
6.5
186.000
0.0
244.523
1998
45.524
0.1
186.000
0.0
244.752
1999
44.210
-2.9
198.000
6.5
223.280
2000
47.950
8.5
190.870
-3.6
251.217
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001, e no Relatório
Anual da empresa, 1998.
De 1994 para 1995 percebe-se, na trajetória da empresa, uma concentração de esforços
no setor de computadores. Além da construção da unidade produtiva de chips de memória nos
Estados Unidos, a empresa anunciou uma aliança com a Sun Microsystems para o
desenvolvimento de projetos na internet e tecnologias interativas – a Sun forneceria a
tecnologia, enquanto a Toshiba forneceria o hardware. O período coincide com um aumento
das vendas e crescimento expressivo do número de empregados. Em 1999, a depressão no
mercado de semicondutores leva a empresa à redução de custos – demissão de empregados e
redução de salários. Isso pode ter refletido na queda do faturamento em 1999 e do número de
empregados em 2000.
102
Tabela 97: Vendas por segmento de negócios
Segmento
1998 (US$ mi)
% do total
Sistemas de Informação e Comunicação
16.546
40.0
Aparelhos de materiais eletrônicos
10.165
24.6
Sistemas Energéticos e Industriais
8.482
20.5
Produtos para consumidores
7.881
19.1
Serviços e outros
3.182
7.7
Eliminações
(4.904)
(11.9)
Total
41.352
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa de
1998.
Pelos dados acima, percebe-se uma concentração das vendas em sistemas de
informação e comunicação, segmento cujos investimentos passaram a ser maiores somente na
década de 80.
Tabela 98: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1996
2,519
6.1
1997
2,446
6.0
1998
2,384
5.9
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1998 .
Uma parte significativa dos gastos com P&D em 1998 foram aplicados a atividades
relacionadas à multimídia, incluindo tecnologias de rede de nova-geração, computadores
pessoais e DVDs, aquisição de melhorias na produção de semicondutores, entre outros. A
estimativa da empresa era de que os gastos com P&D para o próximo ano iriam cair para US$
2,348 milhões.
Tabela 99: Patentes
Total de Depósitos
Total de Depósitos
no Brasil
Total de Depósitos no
País Sede
País Sede
Brasil
Origem: Japão Origem: Brasil
Origem: Brasil
156.231
3
3
0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no bando de dados da base Delphion, 2001.
0
103
14.2. A Toshiba no Mundo
Tabela 100: Vendas por Área Geográfica
Região
1998 (US$ mi)
% do total
Japão
25.900
62.6
Internacional
15.452
37.4
América do Norte
6.017
14.6
Ásia
4.752
11.5
Europa
3.760
9.1
Outros
923
2.2
Total
41.352
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa, 1998.
Os dados acima permitem observar a concentração das vendas dentro do país-sede da
empresa. Nota-se também que a Ásia é a segunda maior região de vendas da empresa,
perdendo apenas para a América do Norte. A Europa tem uma baixa participação,
representando apenas 9.1% do faturamento da empresa em 1998.
Na tabela a seguir, tem-se a distribuição geográfica das subsidiárias e filiais da
empresa:
Tabela 101: Distribuição Geográfica
Américas
Centro
Canadá
Estados Unidos (15)
Periferia
Brasil (4)
México (2)
Venezuela
Europa
Alemanha (4)
Áustria
Bélgica
Espanha (2)
França (4)
Holanda (2)
Itália (2)
Reino Unido (8)
Suécia
Suíça
Ásia/Oceania
África
Austrália
Coréia
Hong Kong
Cingapura (9)
África do Sul
China(15)
Egito
Filipinas
Indonésia (3)
Malásia (5)
Tailândia (5)
Taiwan
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
104
Na tabela abaixo, a distribuição geográfica dos escritórios da empresa:
Tabela 102: Distribuição Geográfica dos Escritórios
Américas
Centro
Europa
Áustria
Periferia
Argentina
Brasil
Colômbia
Ásia/Oceania
África
Hong Kong
Rússia
Arábia Saudita
África do Sul
China (3)
Egito
Emirados Árabes
Filipinas
Índia
Indonésia
Irã
Iraque
Tailândia
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do Relatório Anual da empresa,
1998.
14.3. A Toshiba no Brasil
A Toshiba possui três unidades no Brasil, conforme descrição abaixo.
Empresa: Semp Toshiba S.A.
Localização: São Paulo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1939
Internet: www.toshiba.com.br
Faturamento (1999): US$ 3,5 mi
Empregados (1999): 369
Vendas/Empregado: 9.485
14.3.a. Atividades principais – manufatura de equipamento elétrico e eletrodomésticos.
14.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
14.3.c. Reestruturação recente – n.d.
105
Empresa: Toshiba do Brasil S.A.
Localização: São Bernardo do Campo, SP, Brasil
Ano de fundação: 1945
Internet: www.toshiba.com.br
Faturamento (1999): US$ 35,8 mi
Empregados (1999): 450
Vendas/Empregado: 79.556
14.3.a. Atividades principais – venda de computadores, fotocopiadoras, máquinas de fax e
outros equipamentos de escritório.
14.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
14.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Empresa: Semp Toshiba Amazonas S.A.
Localização: Manaus, Brasil
Ano de fundação: 1973
Internet: www.toshiba.com.br
Faturamento (1999): US$ 158,5 mi
Empregados (1999): 1.515
Vendas/Empregado: 104.620
14.3.a. Atividades principais – produção de componentes eletrônicos.
14.3.b. Origem e desenvolvimento – n.d.
14.3.c. Reestruturação recente – n.d.
Quadro 15: A Toshiba brasileira na ótica da matriz
n.d.
106
15. Whirlpool Corporation
15.1. Principais Características
Matriz: Whirlpool Corporation
Localização: Benton Harbor, Michigan, Estados Unidos
Ano de fundação: 1911
Internet: www.whirlpoolcorp.com
Faturamento (2000): US$ 10.325 mi
Empregados (2000): 61.000
15.1.a. Atividades principais – a companhia manufatura e comercializa aparelhos
domésticos e produtos relacionados.
15.1.b. Origem e desenvolvimento – em 1911, a Upton Machine Co., predecessora da
Whirlpool, foi fundada em Michigan para produzir motor elétrico para máquinas de lavar. Em
1916 a Sears, Roebuck and Company faz um acordo com a Upton para fornecimento de
máquinas de lavar e em 1925 lançou sua própria marca, evitando ficar dependente da Sears.
Fundiu-se com a Nineteen Hundred Washer Company em 1929, mudando seu nome para
Nineteen Hundred Corp. Em 1948 a Nineteen introduziu a marca Whirlpool, nome adotado
em 1950. Em 1955, fundiu-se com Seeger Refrigerator Co., mudando seu nome para
Whirlpool-Seeger Corp. e iniciando a produção de refrigeradores e ar-condicionados. Voltou
a se chamar apenas Whirlpool em 1957, ano em que se fundiu com uma empresa produtora de
aspitador-de-pó e iniciou investimentos no mercado brasileiro. Em 1969 entrou no mercado
canadense em 1976 adicionou a Consul S.A. e a Embraco S.A. em sua holding brasileira. No
ano seguinte começou a produzir seus próprios motores. Em 1986 entrou no mercado italiano,
adquirindo a Aspera s.r.l., produtora de compressores. Em 1987 criou a TVS Whirlpool
Limited, uma joint-venture na Índia. Formou a joint-venture Vitromatic S.A. de C.V. no
México em 1988. Entrou no mercado holandês em 1989 e em 1991 formou uma joint-venture
na Tchecoslováquia.
15.1.c. Reestruturação recente – em 1998 a empresa se desfez de sua unidade de
financiamento de eletrodoméstico. No ano seguinte reorganizou suas operações norte-
107
americanas em duas divisões, gerenciamento de marcas e entrega de produtos. No ano de
2000 adquiriu as ações restantes de suas subsidiárias brasileiras, a Brasmotor S.A. e a
Multibrás S.A.
Tabela 103: Vendas e Empregados
Ano
Vendas
(US$ mi)
Crescimento Empregados Crescimento Vendas/Empregados
dos
das Vendas
(%)
Empregados
(%)
1991
6.770
2.2
37,886
178,694
1992
7.301
7.8
38,520
1.7
189,538
1993
7.533
3.2
39,590
2.8
190,275
1994
8.104
7.6
39,016
-1.4
207,710
1995
8.347
3.0
45,435
16.5
183,713
1996
8.696
4.2
48,163
6.0
180,554
1997
8.617
-0.9
61,000
26.7
141,262
1998
10.323
19.8
59,000
-3.3
174,966
1999
10.511
1.8
60.000
1.7
174,966
2000
10.325
-1.8
61,000
1.7
169,262
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do sítio profiles.wisi.com, 2001.
Tabela 104: Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento
Ano
Gasto (US$ mi)
Proporção das Vendas (%)
1996
197
2,27
1997
181
2,10
1998
209
2,02
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com dados do Relatório Anual da empresa de 1998 .
Tabela 105: Patentes
n.d.
108
15.2. A Whirlpool no Mundo
Tabela 106: Vendas e Empregados por região
Região
1999
(US$ mi)
% do total
Empregados
% no total
América do Norte
6.2
58.9
29.000
48.3
Europa
2.5
23.7
12.000
20.0
América Latina
1.7
16.2
16.000
26.7
Ásia
375
3.5
7.000
11.7
Total
10.511
100.0
60.000
100.0
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados do sítio da empresa, 2001, e no sítio
profiles.wisi.com.
A tabela abaixo apresenta a distribuição geográfica das unidades produtivas da
Whirlpool.
Tabela 107: Distribuição Geográfica
Américas
Europa
Ásia/Oceania
África
Centro
Canadá
Alemanha
Hong Kong
Estados Unidos
Áustria
Bélgica
Dinamarca
Espanha
Finlândia
França
Holanda
Irlanda
Itália
Noruega
Portugal
Reino Unido
Suécia
Suíça
Periferia
Argentina
Eslováquia
Cingapura
África do Sul
Brasil
Estônia
China
México
Hungria
Índia
Polônia
República Czarina
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
109
Na tabela abaixo, apresenta-se a distribuição dos centros de tecnologia da Whirlpool com
o número respectivo de unidades no local:
Tabela 108: Centros de Tecnologia
Américas
Centro
Estados Unidos (4)
Europa
Ásia/Oceania
África
Alemanha (2)
Itália (1)
Periferia
Brasil (1)
China (2)
Índia (1)
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base nos dados do sítio da empresa, 2001.
15.3.
W
h
i
r
l
p
o
o
l
n
o
B
r
a
s
i
l
A Whirlpool Corporation é, atualmente, a acionista votante majoritária do Grupo
Brasmotor, que tem como empresas associadas a Multibrás S.A. Eletrodomésticos e a
Embraco S.A.
Empresa: Brasmotor S.A.
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1945
110
Faturamento (2000) : US$ 1.304 mi
Empregados (2000): 40
15.3.a. Atividades principais – produção e fornecimento de eletrodomésticos, compressores
de refrigeração e componentes plásticos.
Matriz – holding do Grupo Brasmotor. Assessoramento às empresas associadas em
atividades como Auditoria, Comunicação, Assuntos Jurídicos e Recursos Humanos.
15.3.b. Origem e Desenvolvimento – quando fundada, em 1945, a Companhia Distribuidora
Geral Brasmotor inicialmente importava e distribuía veículos Chysler. Na década de 50 a
empresa se concentrou no mercado de eletrodomésticos e, em seguida, de componentes,
adquirindo os contornos apresentados atualmente.
15.3.c. Reestruturação recente – n.d.
A seguir, a descrição das empresas do Grupo Brasmotor.
Empresa: Embraco
Localização: Joinville, Santa Catarina
Ano de fundação: 1971
Faturamento (2000): US$ 670 mi
Empregados (2000): 9.000
15.3.a. Atividades principais – produção de compressores herméticos para refrigeração,
componentes elétricos e fundição.
15.3.b. Origem e desenvolvimento – em 1971, três empresas fabricantes de refrigeradores –
Consul, Springer e Prosdócimo – fundaram a Empresa Brasileira de Compressores S.A. –
EMBRACO. O objetivo era suprir a indústria brasileira de refrigeradores, então dependente
da importação do principal componente responsável pela geração do frio. Em 1976 a empresa
se associou ao grupo Brasmotor e no ano seguinte fez sua primeira exportação, para o Peru.
Em 1978 iniciou exportações para os Estados Unidos e o Canadá. Em 1987 abriu um
escritório comercial e de assistência técnica. Em 1990 instalou em Itaiópolis, Santa Catarina,
unidade própria para a fabricação de componentes elétricos. No ano seguinte, abriu um
111
escritório comercial e de assistência técnica na Alemanha. Em 1995 constituiu a Beijing
embraco Snowflake Compressor Company, joint-venture com sede na China.
15.3.c. Reestruturação recente – em 1999 a empresa inaugurou a Embraco Eslováquia e
constituiu a Embraco Asia Trading Pte. Ltd., com sede em Cingapura.
A tabela abaixo apresenta a localização das unidades da Embraco, suas respectivas
atividades e número de empregados:
112
Tabela 109: Distribuição Geográfica por atividade e empregados
Localização
Atividade
Atlanta, Geórgia, EUA Comercialização de compressores brasileiros e
italianos, prestação de serviços de assistência
técnica e fabricação de unidades condensadoras.
Rio Claro, SP, Brasil
Produção e processamento de fios elétricos,
fornecendo para indústrias de eletrodomésticos,
computação, automotiva e de telefonia.
Joinville e Itaiópolis, Sede da empresa e duas fábricas de compressores
SC, Brasil
herméticos. Em Itaópolis são produzidos
componentes elétricos.
Beijing, China
Produção de compressores herméticos para
refrigeração doméstica.
Spisská Nova Ves, Fabricação de unidades condensadoras e
Eslováquia
compressores para refrigeração comercial.
Riva Presso Chieri, Fabricação de compressores herméticos para
Itália
refrigeração doméstica e comercial.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base no sítio da empresa, 2001.
Empregados
27
618
5.002
1.039
350
2.330
Empresa: Multibrás S.A. Eletrodomésticos
Localização: São Paulo, SP
Ano de fundação: 1994
Faturamento (2000): n.d.
Empregados (2000): 370
15.3.a. Atividades principais – fabricação de todos os produtos da linha branca: geladeiras,
freezers, fogões, máquinas de lavar e de secar roupas, fornos de microondas, condicionadores
de ar, depuradores de ar e lava-louças.
15.3.b. Origem e desenvolvimento – a empresa foi criada em 1994 como resultado da fusão
e integração da Brastemp, Cônsul e Semer, empresas do Grupo Brasmotor.
15.3.c. Reestruturação recente – n.d.
A próxima tabela apresenta a localização das unidades da Multibrás, as respectivas
atividades desenvolvidas e o número de empregados:
113
Tabela 110: Distribuição Geográfica por atividade e empregados
Localização
Atividades
Empregados
Unidades Administrativas
São Paulo, SP, Brasil
Administração das marcas Brastemp e Cônsul,
informática, logística, vendas e marketing.
Buenos Aires, Argentina Administração, assistência ao consumidor,
distribuição e logística, vendas, marketing e
recursos humanos da operação Argentina.
Unidades Fabris
Joinville, SC, Brasil
Produção
de
geladeiras,
freezers,
condicionadores de ar e secadoras.
Manaus, AM, Brasil
Fabricação
de
fornos
microondas
e
condicionadores de ar.
Rio Claro, SP, Brasil
Produção de lavadoras de roupa e lava-louças.
São Bernardo do Campo, Produção de geladeiras de duas portas e freezers
SP, Brasil
de grande porte.
São Paulo, SP, Brasil
Produção de fogões.
São Luis, Argentina
Produção de geladeiras, fogões e lavadoras com a
marca Whirlpool e Eslabon de Lujo.
Santiago, Chile
n.d.
Fonte: Elaboração própria, GEEIN, com base em dados do sítio da empresa, 2001.
Quadro 16: A Whirlpool brasileira na ótica da matriz
n.d.
370
226
3.752
1.081
671
1.115
1.184
292
60
114
C. Análise preliminar dos resultados
Para efeito de análise preliminar, conforme proposto no cronograma inicial, optou-se
por uma descrição dos dados encontrados, assim como dos indícios que eles apontam. A
metodologia de análise adotada é a descrita no item A deste relatório.
A idéia foi sempre apresentar o que a empresa adota como estratégia global – para
produtos, etapas produtivas e funções corporativas – e o que a sua filial brasileira está
fazendo. Acredita-se que, com o levantamento de informações para caracterização nacional
das atividades, realizado em jornais como Gazeta Mercantil e Valor Econômico, a ter lugar na
segunda etapa de pesquisa, a dimensão local ficará mais clara.
Alcatel
A Alcatel, empresa francesa de equipamentos de telecomunicações, foi fundada em
1868. Passou a focalizar seus negócios no segmento de comunicações em 1995 e em 1998
suas vendas estavam concentradas nos segmentos de rede de trabalho e transporte e acesso de
telefonia, conforme a tabela 6. A tabela 9 mostra os dados do destino da produção das
subsidiárias da empresa. Nela percebe-se que tanto na França quanto na Alemanha, a empresa
atende o mercado do respectivo país e exporta o resto da produção – já que no caso da
Alemanha, por exemplo, as vendas da subsidiária correspondem a 38,6% do faturamento da
empresa enquanto apenas 17,3% destinam-se ao mercado alemão. Os dados sobre as outras
áreas geográficas indicam que há necessidade de importação nessas regiões para atender o
mercado. A empresa está no Brasil desde 1981, embora tenha comprado a Saft-Nife, fundada
em 1935. Dividindo-se o valor total das importações brasileiras de 1997 da empresa pelo seu
faturamento de 1999 (admitindo-se que não houve mudanças significativas de faturamento
entre os dois anos) tem-se um indicador de que ela depende bastante das importações para
atender sua demanda.
A análise dos dados de comércio da Alcatel no Brasil mostra que ela já era deficitária
(importava mais que exportava) em 1989, mantendo a situação em 1997. Em 1989 havia
quase 200 produtos na pauta importadora, e apenas um era exportado, o que possivelmente
traduz uma situação de montadora de componentes parcialmente produzidos e
numerosamente importados. Em 1997 houve uma diminuição de itens importados (em torno
de 140) e passaram a ser 5 os exportados. Isso pode indicar que, mesmo com a abertura
115
comercial, a empresa iniciou a produção no Brasil de produtos antes importados, e alguns
desses produtos, embora minoria, não se destinavam apenas para o mercado interno. Há pouca
diferença entre os valores médios das importações e exportações. Eles estão acima de 40,
indicando que os produtos da empresa são de valor agregado e conteúdo tecnológico elevados
– fato que possui alguma correspondência com os gastos com P&D, perto dos 15% do
faturamento da empresa. Entretanto, as importações tem valor médio maior que as
exportações.
Ao se analisar os dados de exportação por CTP, percebe-se que nos dois anos o
destino eram países da América Latina, com exceção de 1989, em que aparece Austrália e
Estados Unidos. Neste ano, mais de 95% dos produtos exportados correspondiam à categoria
I.I.P.D. e cerca de 4% à F.E., indicando a presença da etapa produção no país. A categoria
I.I.T. tem uma participação ínfima em 1989. Em 1997 toda a exportação da empresa foi de
produtos I.I.P.D.. As importações da empresa brasileira são oriundas principalmente de países
desenvolvidos, com raríssimas exceções, dos quatro continentes, sendo quase 100% da
categoria I.I.P.D. e F.E. Nos dois anos, as categorias presentes nas pautas são muito
deficitárias.
A análise do histórico da empresa indica que as suas atividades produtivas são
relativamente dispersas mundialmente, com exceção da África, em que há poucas
informações de atividades. Os dados sobre patentes mostram que, apesar de 125 serem
registradas no Brasil, apenas 4 são originárias no país. Isso leva a crer que, como as
informações da empresa são de que há atividades de pesquisa no Brasil, elas não dizem
respeito ao desenvolvimento de produtos novos.
Conclui-se, então, que a empresa tem produtos de alto valor agregado, concentra-se na
etapa produção e dispersa suas atividades produtivas pelo mundo, não havendo dados sobre a
dispersão da função de P&D. A empresa brasileira acompanha essa tendência geral, embora
com as restrições citadas durante a análise.
Coca-Cola
A Coca-Cola, empresa estadunidense do setor de bebidas, foi fundada em 1886. A sua
expansão internacional produtiva iniciou-se mais de quarenta anos depois, e mesmo assim a
produção do xarope da Coca-Cola continua sendo exclusividade da matriz. A empresa
declara, em seu Relatório anual, que seus gastos em países desenvolvidos se direcionam a
116
comercialização de suas marcas, enquanto que nos países em desenvolvimento o objetivo é
aumentar a penetração de seus produtos. Nesse caso, os investimentos são feitos através das
empresas locais que compram o xarope e o convertem em produtos finais, as chamadas
bottlers.
A Coca-Cola, como empresa, está no Brasil desde 1963. Os dados sobre os produtos
exportados e importados são curiosos. Em 1989 havia 16 itens exportados, entre eles alguns
derivados de cacau, suco de laranja e bolsas de couro. Em 1997 apenas um item foi exportado.
O número de itens importados nos dois anos foi o mesmo, embora não haja nenhuma
correspondência entre os dois anos. O saldo comercial da empresa era superavitário em 1989,
mas apresenta um pequeno déficit em 1997. A análise dos valores médios indica que foram
exportados produtos de alto valor agregado, valor médio perto de 30, enquanto o valor médio
das importações é cerca de 5, isto é, produtos de média intensidade tecnológica. Não há dados
sobre gastos com P&D para a empresa.
Os dados de exportação por categoria de produto para 1989 mostram que as vendas da
empresa brasileira se destinavam basicamente para países desenvolvidos, com destaque para a
participação de 16% dos Estados Unidos, 30% da Holanda e 13% da Suíça – valores
aproximados. Em 1989, cerca de 60% das exportações eram pertencentes à categoria I.I.R.M.
e aproximadamente 25% a P.P.A. Em 1997 as exportações se destinavam apenas ao México, e
correspondiam, em sua grande maioria, à categoria F.E. As importações da empresa brasileira
em 1989 eram provenientes de países desenvolvidos, com destaque para a participação em
mais de 50% do Reino Unido, e com mais de 90% dos produtos pertencentes à categoria
I.I.P.D. Em 1997 as importações vieram apenas dos Estados Unidos, com participação de
quase 60% da categoria I.I.T.
O histórico da empresa deixa claro que cabe às suas subsidiárias manipular o xarope
fornecido pela matriz, transformando-os em produtos finais e realizando a sua
comercialização. Os dados sobre patentes mostram que, apesar de 158 serem registradas no
Brasil, apenas 5 foram desenvolvidas no país.
Da forma como aparecem os dados para análise dos produtos e das etapas produtivas,
faz-se necessário recorrer a outras fontes, ou complementa-las com dados de outros anos, para
uma conclusão conforme a metodologia aqui adotada. Entretanto, há indícios de que a
empresa brasileira produz e comercializa produtos e que algum tipo de atividade de pesquisa é
desenvolvida no país (5 patentes).
117
Danone
A Danone, empresa francesa do setor de processamento de alimentos, foi fundada em
1966, inicialmente atuando como produtora de vidro, focalizando no setor em que é conhecida
atualmente apenas dois anos mais tarde. Em 1999, 36% de suas vendas correspondiam ao
segmento de bebidas, e menos de 4% a recipientes de vidro, conforme observado na tabela 29.
Em seu histórico percebe-se, através da tabela 34, que entre 1996 e 2000, enquanto a
participação do numero de empregados na Europa diminuía tanto em termos relativos quanto
absolutos, o movimento inverso ocorria na categoria resto do mundo. As atividades da
Danone no Brasil tiveram início em 1970 e a empresa adquiriu a Aymoré, empresa familiar
mineira fundada em 1958, em 1996.
A empresa tem um déficit comercial significativo nos dois anos estudados. O número
de itens importados foi visivelmente maior que o número exportado e houve poucas
correspondências qualitativas em ambos os casos, ou seja, os produtos importados e
exportados em 1989 não foram os mesmos transacionados em 1997. O valor médios dos
produtos importados é 7,1 – indicativo de produtos de alta tecnologia, enquanto o valor
exportado correspondente é 2,7 – intensidade tecnológica média.
Em 1989, a maioria dos produtos exportados estavam na categoria I.A., indicando que
a etapa produção era realizada no Brasil. O destino dessas exportações foi primordialmente o
Chile. Em 97 as exportações se dividiram entre as categorias I.A. e I.I.T. , destinando-se, na
maioria, para a França. Isso dá indícios da continuidade da realização da produção no país,
além da venda primordialmente de produtos finais. Os produtos importados em 1989
correspondiam em mais de 40% da categoria I.I.E. e em quase 30% I.I.P.D. , originários
principalmente da Alemanha, França e Reino Unido. Em 1997 passaram a ter maior
participação as categorias F.E. e I.A , originários da Espanha , França e Uruguai.
O histórico da empresa não apresenta informações sobre as atividades de pesquisa e
desenvolvimento da empresa, mas os dados sobre patentes indicam que elas estão
concentradas em seu país-sede. Diferente do que ocorre nas outras empresas analisadas neste
relatório, de 14 patentes depositadas no Brasil, 8 são originárias localmente, quase 60% delas.
Conclui-se que a empresa brasileira produz bens de valor agregado médio enquanto
importa produtos intensivos em tecnologia. Além da etapa produção ser realizada também no
Brasil, a empresa desenvolve novos produtos localmente, como indicam os dados sobre
patentes.
118
Electrolux
A Electrolux, empresa sueca fundada em 1901, fusão entre uma produtora de
lâmpadas e um empresa de motores para aspirador de pó, tem como principais produtos bens
da linha branca e equipamentos de jardinagem. Sua expansão internacional teve início na
década de 20. Conforme apresentado no item 6.1.b, o programa de reestruturação da empresa
de 1997 envolveu, na Europa, a integração de funções corporativas consideradas nobres em
uma única divisão, em Bruxelas. Este fato pode ser remetido, em certa medida, ao modelo
apresentado por Sturgeon, embora não haja informações de subcontratação das funções
produtivas. A Electrolux no Brasil foi fundada em 1926 e em 1996 a empresa adquiriu o
controle acionário da Refripar, empresa curitibana fundada em 1949. A atividade brasileira é a
produção e comercialização de eletrodomésticos, produtos de jardinagem industrial, partes e
componentes.
Tanto em 1989 quanto em 1997 a empresa foi muito superavitária comercialmente.
Diferente das outras empresas aqui analisadas, ela passou de 42 itens importados em 1989
para nenhum em 1997. Comparando os dados de exportação dos dois anos, no primeiro havia
51 itens, passando a ser apenas 11 no ano seguinte, 1997, sendo indicativo que a produção é
bastante voltada para atender o mercado interno. O valor médio das exportações é 11,5
aproximadamente, indicando a produção de bens com alto valor agregado no país.
Os dados de comércio por categoria de produto indicam que, tanto em 1989 quanto em
1997, mais de 90% dos produtos exportados eram da categoria I.I.E., revelando, segundo a
metodologia de análise adotada neste trabalho, a predominância local da etapa fabricação. As
exportações se destinaram, em grande parte, a países da América Latina. Os dados de
importação para 1989 revelam que consistiam, em sua maioria, em produtos da categoria F.E.,
originários basicamente do país-sede. Isso pode ser indicativo da presença da etapa produção
dentro do processo produtivo da matriz.
A análise do histórico da empresa não explicita a distribuição das atividades de
pesquisa, mas dá indícios de que suas atividades produtivas são relativamente dispersas
globalmente. Cerca de 40% das patentes depositadas no Brasil foram desenvolvidas no
próprio país, revelando algum tipo de atividade de pesquisa local.
Enfim, conclui-se que o Brasil fabrica produtos de alto valor agregado, enquanto a
matriz realiza a etapa produtiva do processo. Como não há importações da empresa brasileira
em 1997 pose-se dizer que a empresa brasileira fabrica seus próprios produtos e componentes,
fato que possui alguma correspondência com o item 6.3.a e tabela 48 do histórico.
119
Ericsson
A Ericsson, empresa sueca do setor de equipamentos de telecomunicações, foi fundada
em 1868. Sua expansão internacional é logo iniciada, 1890, embora a empresa se caracterize
por ter um mercado doméstico pequeno e grande parte de suas vendas advirem de
exportações. Seu faturamento depende 67% do segmento de operações de rede e fornecimento
de serviços. A empresa também contrata a manufatura de eletrônicos, segmento em que não
trabalha diretamente, podendo-se remeter ao modelo proposto por Sturgeon. A tabela 54, que
faz referência aos salários médios por área geográfica da empresa, indica que os maiores
valores estão, por ordem, na América do Norte, Suécia, resto da Europa/Oriente
Médio/África. A América Latina e o Pacífico Asiático têm baixos salários médios. A Ericsson
está no Brasil desde 1924, embora apenas 31 anos depois ela tenha construído sua primeira
fábrica de equipamentos de telecomunicações, em São José dos Campos/SP.
Pela análise das pautas importadora e exportadora da Ericsson brasileira percebe-se
que, para ambos os anos estudados, as importações foram muito mais diversificadas que as
exportações. Mas enquanto o número de itens importados aumentou de 1989 para 1997, de
260 itens para 380, os itens exportados diminuíram de 65 para 34. Em ambos os anos a
empresa tem um superávit significativo, maior em 1997. Os altos valores médios indicam que
trata-se de uma empresa que trabalha com produtos de alto conteúdo tecnológico,
justificando, de alguma forma, os gastos com P&D entre 13 e 15%. Entretanto, enquanto o
valor médio das exportações fica em torne de 27, o valor das importações é próximo de 49.
Isso implica que, apesar de a empresa ter atividades produtivas no país, assim como gastos
com P&D declarados, ela ainda depende de tecnologia, através de produtos, importada. E os
produtos brasileiros têm menor conteúdo tecnológico que os produzidos em outros países.
Analisando os dados de exportação por categorias de produtos para 1989, a
participação das categorias I.I.P.D. e F.E. somaram quase 100% e se destinaram, em sua
maioria, para países da América Latina. Entretanto, mais de 40% das exportações brasileiras
deste ano foram para a Suécia, principalmente da categoria F.E. Itália e Espanha também
aparecem como destinos da pauta, embora com participação em torno de 5%. Em 1997 a
pauta se resumia em produtos da categoria I.I.P.D., e o único país fora da América Latina que
participa da pauta são os Estados Unidos. Os dados sobre importação, para ambos os anos,
mostram que elas vieram basicamente de países desenvolvidos, com cerca de 70% de
participação da Suécia. As categorias F.E. e I.I.P.D. também somaram 100% nos dois anos.
Assim, há indícios, por parte das importações, que a empresa está mais concentrada na etapa
120
produção, o mesmo ocorrendo para a filial brasileira, mostrado nos dados de exportação.
Todas as categorias apresentadas são deficitárias, pouco em 1989, mas de forma mais
acentuada em 1997.
A análise do histórico da empresa mostra que as atividades produtivas estão dispersas
globalmente, conforme mostra a tabela 58, embora concentradas na Europa. Os centros
financeiro e de pesquisa estão na Suécia, mas também na Irlanda
e Reino Unido,
respectivamente. Os dados sobre patentes mostram que, apesar de 1.568 serem registrados no
Brasil, apenas 42 foram desenvolvidas no próprio país. Entretanto, comparando-se com os
mesmos dados para a Alcatel, tanto o número de registros quanto os de desenvolvimento de
patentes no Brasil são maiores. Deve-se levar em conta, ainda, que a empresa investiu R$ 116
milhões em P&D no Brasil em 2000, o que segundo ela coloca o país entre os cinco maiores
complexos mundiais de P&D do Grupo Ericsson (Quadro 8 ).
Pode-se concluir desta análise que a Ericsson tem produtos de alto valor agregado,
concentra-se na etapa produção e dispersa suas atividades produtivas pelo mundo, com
exceção do continente africano (como a Alcatel). As informações sobre a distribuição da
função Pesquisa e Desenvolvimento indicam que há uma concentração no país-sede, embora
não seja elevada. Além disso, há um esforço por parte do Grupo em desenvolvê-la no Brasil.
A empresa brasileira, portanto, acompanha a tendência geral da matriz, com as limitações
citadas.
Intel
A Intel, empresa estadunidense fundada em 1968, atua no setor de computadores,
concentrando-se no segmento que denomina de Arquitetura. As informações do histórico da
empresa levam a crer que a matriz é a principal responsável pela produção da empresa,
seguida pela Irlanda, conforme tabela 64. Há indícios também de que não há subcontratação
da função produção por parte da empresa (ver item 9.1.a.). Não há informações qualitativas
disponíveis sobre as atividades da empresa no Brasil. Os dados de importação, por produto,
revelam que em 1989 havia apenas 2 itens na pauta, passando para 28 itens em 1997. Nenhum
produto da empresa no Brasil era exportado em 1989, e apenas um passou a ser em 1997.
Conseqüentemente, a empresa tem um saldo deficitário em ambos os anos. Os valores
médios, tanto para importação quanto para exportação, indicam produtos de valor agregado e
conteúdo tecnológicos elevados, embora o valor médio exportado seja quase o dobro do
121
importado. Os gastos com P&D da empresa em torno de 10% possui certa correspondência
com esses dados.
Os dados sobre as exportações por CTP de 1997, visto que elas inexistem em 1989,
mostram que elas correspondiam apenas à categoria F.E., divididos entre Argentina e México.
Isso é indicativo, conforme a metodologia adotada nesta análise, da etapa produção no Brasil.
As importações de 1989 se resumiam à categoria I.T.T., e eram provenientes basicamente dos
Estados Unidos. Isso pode indicar de que, na época, a filial brasileira comprava produtos
acabados da matriz e apenas os comercializava no país. Em 1997 as importações continuavam
concentradas nos Estados Unidos, mas originavam-se também de países como China, Irlanda,
México e Tailândia, basicamente produtos da categoria F.E. Esta categoria responde por cerca
de 60% de toda a importação de 1997, seguida pela categoria I.I.P.D. A participação de
produtos I.T.T. caiu para cerca de 16%.
A análise do histórico da empresa tem poucas informações sobre a distribuição das
suas atividades produtivas. Conforme já citado acima, a tabela 64 parece indicar que elas se
concentram nos Estados Unidos e na Irlanda. Os dados sobre patentes mostram que deve
haver pouco interesse de produção no Brasil, visto que apenas 60 patentes foram registradas
no país, comparado às 4.478 depositadas nos Estados Unidos.
Enfim, a análise preliminar das três categorias – produtos, etapas e funções – permite
concluir que trata-se de uma empresa com produtos de alto valor agregado, embora no país
eles tenham, relativamente, conteúdo tecnológico mais baixo. A empresa se concentra na
etapa produção, o que é condizente com o setor em que atua, e migrou para essa etapa do
processo produtivo no país de 1989 para 1997. A empresa concentra praticamente todas as
suas funções corporativas na matriz, e não há informações qualitativas disponíveis suficientes
para análise das atividades no Brasil.
Nestlé
A Nestlé é uma empresa do setor de processamento de alimentos, fundada em 1866, na
Suíça. Sua expansão internacional produtiva teve início já em 1881. A empresa concentra suas
vendas no segmento de bebidas (27,9%), atuando também em segmentos como chocolates,
congelados e produtos farmacêuticos, sendo acionista majoritária da L’Oreal, companhia de
cosméticos, e da Alcon Laboratórios. As suas atividades no Brasil começaram em 1920.
122
A pauta importadora da empresa é visivelmente maior que a exportadora. Em 1989,
189 itens foram importados, número que passou para 314 (quase o dobro) em 1997. O valor
médio das importações é um pouco maior que 2. O numero de itens exportados aumentou 10
unidades de um ano para o outro, havendo também uma mudança qualitativa na pauta, visto
que muitos itens deixaram de ser exportados e novos passaram a ser, comparando os dois
anos. O valor médio das exportações é de 4,86. Os dados indicam que trata-se de uma
empresa com produtos de intensidade tecnológica média, com aqueles produzidos localmente
de valor agregado mais elevado. A empresa foi deficitário para os dois anos, embora o déficit
em 1997 aumente consideravelmente.
Nos dois anos analisados, mais de 97% dos produtos exportados estavam classificados
na categoria I.A., indicando a realização da etapa produção no Brasil. Em 1989 o destino das
exportações eram principalmente Estados Unidos, Hungria, Japão e a atual Rússia. Em 1997
passaram a ser Rússia e Ucrânia. Os dados sobre importações indicam concentração nas
categorias F.E. e I.A., tendo a primeira aumentado a sua participação em 1997, ano em que a
categoria I.I.T. passou a participar em torno de 5% das importações da empresa brasileira. Em
1989 as importações vieram basicamente da Suíça, país-sede da empresa, mas em 97 vieram
principalmente da Argentina, EUA, França, Holanda e cerca de apenas 6% da Suíça.
A análise do histórico da Nestlé permite dizer que a empresa distribui suas atividades
produtivas no mundo mas concentra as de P&D em seu país-sede. Isso porque menos de 3%
do total de seus empregados estão na Suíça, como mostra a tabela 04, e a maioria dos seus
centros de P&D estão na Europa, 4 deles também na Suíça. Os dados sobre patentes indicam
algum tipo de atividade de P&D local, já que 9 patentes foram desenvolvidas no Brasil, em
um total de 118. Considerando-se o setor da empresa, é compreensível o seu esforço em se
adequar aos gostos locais.
Conclui-se que a Nestlé brasileira acompanha a estratégia adotada pela sua matriz
referente aos produtos, etapas produtivas e funções corporativas, com as devidas limitações
acima apresentadas.
PepsiCo
A PepsiCo, empresa estadunidense de bebidas, foi fundada em 1898, apesar do nome
atual ter sido adotado apenas em 1965. Atua em três segmentos: a produção dos conhecidos
“salgadinhos” (snacks), refrigerantes e sucos, concentrando suas vendas no primeiro (que
123
corresponde a 57% do total de vendas da empresa). Enfrentou diversas dificuldades até se
consolidar no setor, como mostra o item 12.1.a.. Seus gastos recentes com Publicidade e
Propaganda, tabela 86, correspondem à cerca de 8% do faturamento da empresa, equivalente
aos gastos de sua principal concorrente, a Coca-Cola. A empresa está no Brasil desde 1988,
segundo informações da base internacional de dados Info-Trac, embora inexistam
informações sobre transações comerciais do Brasil em 1989.
Analisando os dados de 1997, o déficit comercial apresentado é bastante significativo,
tanto em termos de qualidade quanto de quantidade. O déficit ultrapassa os R$ 20 milhões e
enquanto 114 itens eram importados, apenas um era exportado. Entretanto, o valor médio das
exportações é mais que o triplo do valor médio das importações, indicando a exportação de
produtos de intensidade tecnológica média e a importação de produtos de baixa intensidade
tecnológica.
As exportações, por categoria de produto, mostram que elas correspondem apenas a
produtos F.E. e se destinam primordialmente aos Estados Unidos. Isso pode estar indicando a
presença da etapa produção no país. No mesmo ano, cerca de 60% dos produtos importados
eram da categoria I.I.T., provenientes em sua maioria dos Estados Unidos. Em segundo lugar,
aproximadamente eram da categoria I.A., vindos em grande parte do México. Da categorias
I.I.P.D. vieram mais de 10% dos produtos, basicamente dos Estados Unidos.
Não há informações disponíveis sobre a distribuição das atividades da empresa, e nem
o que ela faz no Brasil. Há apenas três patentes depositadas no seu país-sede e uma no Brasil,
porém desenvolvida nos Estados Unidos.
Conclui-se, diante desses dados, que os produtos da empresa estão entre as categorias
média e baixa intensidade tecnológica, sendo a filial brasileira produtora dos primeiros. Ela
também comercializava produtos finais, visto os 60% de importação de produtos intensivos
em trabalho. Não há indícios de atividades de pesquisa no Brasil.
Toshiba
A Toshiba é uma empresa japonesa do setor eletrônico fundada em 1875. Em 1987 ela
foi forçada a expandir suas atividades para além do Estados Unidos devido à proibição, por
parte daquele país, da entrada das importações da empresa, pelo fato de ela ter mantido
relações comerciais com a União Soviética. Os dados mostrados na tabela 96 mostram que a
empresa não variou seus índices de produtividade na última década. A Toshiba iniciou suas
124
atividades no Brasil em 1939, possuindo atualmente 3 empresas no país. Uma delas está
instalada em Manaus, onde se localiza a zona Franca de Manaus, sendo responsável pela
produção de componentes eletrônicos.
A análise dos dados de comércio brasileiro da empresa mostra que em ambos os anos,
1989 e 1997, ela tem saldo superavitário, aumentando significativamente este superávit de um
ano para outro. Há um aumento do número de itens importados com a abertura comercial, e
também percebe-se uma diversificação qualitativa na pauta – produtos que eram importados
em 1989 o deixam de ser em 1997, assim como produtos que não eram importados naquele
ano passam a ser. Os dados de exportação indicam que, embora em quantidade o número de
itens vendidos tenham diminuído, em valor eles aumentaram de um ano para o outro. Os
valores médios, tanto para importação quanto para exportação, estão em torno de 6,
considerados de alta tecnologia. O valor médio importado é ligeiramente maior que o
exportado. Os gastos da empresa com P&D giram em torno de 6%, mais baixo que suas
empresas concorrentes.
Os dados sobre o destino das exportações por categoria de produto C.T.P. para ambos
os anos mostram uma concentração da categoria F.E., indicativo da etapa produção no país.
Entre as participações dos países destaca-se, em 1989, 15% do Chile, 66% dos Estados
Unidos e 9% do Japão, valores aproximados. As importações de 1989 eram principalmente
das categorias F.E. e I.I.P.D. Em 1997 elas passaram a se concentrar na categoria F.E., cerca
de 70% contra 40% em 1989, aproximadamente 16% da categoria I.E.E. e menos de 3% de
produtos I.I.P.D.
O histórico da empresa revela que suas filiais são distribuídas globalmente, embora
suas vendas estejam concentradas na Ásia, principalmente no Japão – como mostra a tabela
100. Das suas três unidades brasileiras, duas são produtivas. Não há dados qualitativos
disponíveis sobre a distribuição das atividades de P&D da empresa, mas os dados sobre suas
patentes sugerem que elas estão concentradas no Japão, país-sede da Toshiba, visto que
156.231 patentes foram lá depositadas. Apenas 3 foram depositadas no Brasil, todas
desenvolvidas no Japão.
Pode-se concluir, então, que a empresa trabalha com produtos de alto valor agregado,
produzindo-os também no Brasil. Trata-se de uma empresa centrada na etapa produção tanto
mundial quanto localmente (Brasil), mas com alguma participação da etapa fabricação (não
no caso Brasil). Os dados disponíveis apontam para a concentração de atividade de P&D no
país-sede da empresa.
125
Whirlpool
A Whirlpool, empresa do setor de eletrodomésticos fundada em 1911, é detentora das
marcas Brastemp, Consul, Inglis e Laden, entre outras. Quase 60% das vendas se destinam a
atender o mercado norte-americano, e aproximadamente 50% dos empregados também estão
nessa região. A Whirpool é acionista majoritária do grupo brasileiro Brasmotor, fundado em
1945, que tem como empresas associadas a Multibrás e a Embraco, que desenvolvem tanto
atividades nacionais quanto internacionais.
Em 1989, 139 itens eram importados, passando para 328 em 1997. Em valor, as
importações de 1997 representavam o dobro do ano de 89. O número de itens exportados
aumenta um pouco de um ano para outro, havendo também uma ligeira mudança qualitativa
na pauta, já que produtos que antes não eram exportados passam a sê-lo em 1997. Em valor,
as exportações de 97 representaram mais de cinco vezes as de 89. Em ambos os anos, o saldo
comercial teve um superávit significativo. Entretanto, enquanto o valor médio das exportações
se aproxima de 3, o das importações é cerca de 4,7. Esses dados indicam que trata-se de uma
empresa de produtos com média intensidade tecnológica, na qual os gastos com P&D estão
em torno de 2% do seu faturamento total.
Em 1989, mais de 80% dos produtos exportados eram da categoria I.I.E, e menos de
20% da categoria F.E. Em 1997, a participação da primeira categoria caiu para
aproximadamente 11% e a segunda aumenta para mais de 85%. Isso pode estar indicando uma
migração, no Brasil, da etapa fabricação para a produção, de um ano para o outro. Em ambos
os anos a categoria I.I.P.D. tem participação menor que 1%. As exportações se destinavam a
países da América Latina, prioritariamente, com exceção da participação de mais de 20% dos
Estados Unidos em 1989, que cai para menos de 5% em 1997. Não houve grandes mudanças
nas categorias importadas de 1989 para 1997, com cerca de 56% oriundas da categoria F.E. e
mais de 35% da I.I.E.. Assim, a empresa pode estar se concentrando nas duas etapas,
produção e fabricação. Entre os países dos quais o Brasil importou, no caso desta empresa,
estão Alemanha, Argentina, Itália e Estados Unidos.
A análise do histórico da empresa mostra uma certa distribuição global das atividades
de pesquisa da empresa, com centros tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, na
Alemanha, China e Índia – como mostra a tabela 108. No Brasil, as empresas são unidades
produtivas que produzem os próprios eletrodomésticos. Não há dados disponíveis sobre as
patentes da empresa.
126
Pode-se concluir, então, que os produtos da empresa são de intensidade tecnológica
média, mas os produzidos no Brasil tem menor intensidade, relativamente. A empresa realiza
o processo produtivo principalmente nas etapas produção e fabricação, sendo notado que no
Brasil centrou-se na primeira etapa, em 1997. A empresa realiza, no país, tanto atividades
produtivas quanto de pesquisa e desenvolvimento.
127
D. Cronograma para as próximas atividades
O quadro abaixo apresenta o plano de trabalho para os próximos cinco meses de vigor
da bolsa. Acredita-se poder cumprir as atividades propostas inicialmente no projeto de
pesquisa, visto que a padronização das informações das empresas já foi feita, tornando mais
rápido o mapeamento e análise das demais 10 empresas constituintes da amostra.
Quadro 17: Cronograma proposto
Atividades
1. Bibliografia selecionada
2. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades
das empresas da amostra referentes à gama de produtos e análise
preliminar
3. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades
das empresas da amostra referentes às etapas produtivas e análise
preliminar
4. Coleta de informações sobre a distribuição global das atividades
das empresas da amostra referentes às funções corporativas e análise
preliminar
5. Caracterização nacional das atividades empresariais
6. Confronto entre dimensão global e dimensão nacional das
atividades das empresas e proposição de uma tipologia de
comportamento
7. Preparação de seminário de pesquisa
8. Participação em seminário de pesquisa
9. Elaboração de relatório de atividades
10. Participação em Congresso de Iniciação Científica da Unesp
Meses/Horas
1 2 3 4 5
X X X X X
X X
X X
X X
X X
X X
X
X
X X
X X
X
X
X X
X