Revista Ônibus 62 - SINETRAM | Sindicato das Empresas de
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Revista Ônibus 62 - SINETRAM | Sindicato das Empresas de
1 Revista Ônibus Revista Ônibus 2 3 Revista Ônibus Revista Ônibus 4 5 Revista Ônibus SUMÁRIO Revista Ônibus – Ano XI – Número 62 – Dezembro de 2010 / Janeiro de 2011 Solenidade de Abertura do 14º Etransport 14º Etransport tem início em clima de otimismo quanto ao futuro______________________ 12 Dia 10 Novidades da Indústria Fabricantes de chassis e carroçarias apresentam novos produtos e projetos________________ 14 Fórum Fetranspor de Segurança no Transporte Especialistas alertam para crise mundial no trânsito_ _____ 18 Palestra Magna: Uma Nova Visão na Mobilidade Urbana Besserman: modelo atual de desenvolvimento é insustentável____________________ 20 Dia 11 Dia 12 Painel 5 – RioCard: Inovação em Produtos e Serviços Pagamento eletrônico: vantagens para o negócio________ 48 Palestra: Conjuntura Econômica e Perspectivas para o Brasil Miriam Leitão prevê panorama positivo na gestão Dilma__________________________ 52 29º Encontro do Colégio de Advogados da NTU Processos licitatórios e sua importância para o transporte_ __ 54 Programa Rio Sustentável Prefeitura quer reduzir emissões de GEE em 8% até 2012_ ________________________ 56 Bienal de Marketing ANTP Exemplos internacionais e prêmios na Bienal da ANTP____ 65 Painel 1 – A Gestão Ambiental no Setor de Transportes: Desafios para o Licenciamento e a Sustentabilidade Fetranspor e Inea assinam termo de cooperação durante congresso_ ____________________ 22 Painel 6 – Tecnologias Voltadas para a Gestão Operacional e Informação ao Cliente Consórcios apresentam ações para a melhoria da mobilidade_ ____________________ 70 Painel 2 – Liderança em Desenvolvimento e Retenção de Talentos Futuro das empresas depende de bons líderes_ _________ 26 Fórum Boas Práticas em Educação para o Setor de Transporte de Passageiros Educação e conhecimento são os desafios empresariais do terceiro milênio ____________________ 73 Palestra – Fator Acidentário de Prevenção: Como Reduzir Risco e Promover Saúde Serviços médicos: melhor solução é investir_ ________________________ 28 Painel 3 – Jogos Olímpicos e Copa do Mundo: Oportunidades de Melhorias e Novos Negócios para as Cidades Sede Bons sistemas de transporte são essenciais para eventos mundiais___________________ 30 Seminário: Veículos Híbridos – Aplicações para Ônibus Urbanos / Painel: Aplicações de Ônibus Híbridos no Mundo – uma Visão Tecnológica Indústria mundial aposta em coletivos híbridos__________ 75 Mesa Redonda: Corredores Expressos para Ônibus: Novas Perspectivas BRTs têm menor custo e dependem de decisões políticas___ 78 Palestra – Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio Fetranspor e Instituto Ethos: parceria em prol da sustentabilidade_________________ 34 8ª FetransRio Feira reúne tecnologias voltadas para um transporte mais inteligente_ ____________________ 80 11º Encontro de Boas Práticas da NTU – Políticas Tarifárias de Integração e o Dilema do Custeio Encontro mostra soluções adotadas por quatro capitais brasileiras______________________ 38 Solenidade de Encerramento do 14º Etransport. Entrega do Prêmio de Mobilidade Urbana 2009/2010 Primeira edição do Prêmio Mobilidade Urbana: emoção no encerramento do Etransport_______________ 84 Cenário Econômico Brasileiro Economista vê com otimismo perspectivas para 2011_____ 42 Prêmio Alberto Moreira A hora do reconhecimento aos profissionais que fizeram a diferença em 2010_ __________________ 87 Painel 4 – Operação Consorciada de Transportes: Uma Solução para Redução de Custo? Porto Alegre, Goiânia e Fortaleza mostram como operam sistemas de consórcio_ ________________ 44 Revista Ônibus 6 Pesquisa Participantes dão notas altas a 14º Etransport e 8ª FetransRio_ ___________________ 89 AUDITÓRIO 1 AUDITÓRIO 2 AUDITÓRIO 3 Conheça o M2MFrota, o novo ambiente da M2M Solutions. O M2MFrota é um produto novo criado a partir das sugestões e feedback de nossos clientes e usuários. Baseado na tecnologia WEB 2.0, o M2MFrota é a evolução inteligente dos processos básicos de monitoramento por GPS. 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A Feira Rio Transportes – FetransRio – foi sucesso de público, com estandes lotados e expositores satisfeitos. Lançamentos de produtos e novidades da indústria do ramo levaram a imprensa a prestigiar a exposição, com destaque para ônibus híbridos e o modelo usado em sistemas de BRT e sua estação. Já consolidado e apontado como o mais importante congresso de transporte da América Latina, o Etransport busca contribuir para soluções de transporte coletivo eficientes, modernas, sustentáveis e capazes de tornar os espaços urbanos menos agressivos e mais agradáveis à população. A troca de informações técnicas, a apresentação de casos de sucesso e a reunião de empresários, técnicos e representantes do poder público num fórum tão expressivo criam oportunidades de reflexão que podem render bons frutos à mobilidade. Pela primeira vez, foram contabilizadas as emissões de carbono geradas por Congresso e Feira, para compensação Diretoria: Presidente: Lélis Marcos Teixeira Diretor Administrativo e Financeiro: Paulo Marcelo Tavares Ferreira Diretor de Mobilidade Urbana: Arthur Cesar de Menezes Soares Diretor de Marketing e Comunicação: João Augusto Monteiro Diretor Comercial e Marketing do RioCard: Edmundo Fornasari Conselho de Administração: Titulares: Presidente: José Carlos Reis Lavouras Vice-presidente: João Augusto Morais Monteiro Demais Conselheiros: Narciso Gonçalves dos Santos Generoso Ferreira das Neves Florival Alves José Carlos Cardoso Machado Marcelo Traça Gonçalves João dos Anjos Silva Soares Francisco José Gavinho Geraldo Alexandre Antunes de Andrade Amaury de Andrade Joel Fernandes Rodrigues Suplentes: Isidro Ricardo da Rocha Manuel João Pereira Manoel Luis Alves Lavouras ambiental dos eventos, tornando-os neutros. De forma coerente com esse posicionamento, o material produzido para os participantes utilizou papel reciclado e tecido natural. As premiações que tiveram lugar durante o Congresso reconheceram o desempenho profissional “A troca de informações técnicas, a de rodoviários de oito apresentação de casos de sucesso e dos dez sindicatos filiados à Federação (Prêmio a reunião de empresários, técnicos Alberto Moreira) e trabae representantes do poder público lhos produzidos nas áreas num fórum tão expressivo criam de Educação e Cultura; Jornalismo; Responsabioportunidades de reflexão que podem lidade Socioambiental; render bons frutos à mobilidade“ Relacionamento com o José Carlos Reis Lavouras Cliente e Tecnologia no é presidente do Conselho de Transporte (Prêmio MoAdministração da Fetranspor bilidade Urbana). Acreditamos que o Etransport, além de provocar reflexão, deixa à mostra o esforço contínuo do empresariado deste Estado em prol do tema desta edição: mobilidade inteligente. Aqui fica o agradecimento às entidades nacionais e internacionais que ajudaram a enriquecer o Congresso, assim como a palestrantes, organizadores e expositores da FetransRio e, claro, aos patrocinadores. Como desejava a mensagem estampada na saída da Marina da Glória, teremos novo encontro em 2012, durante o 15º Etransport e a 9ª FetransRio. Você já está convidado. Domenico Emanuelle Siqueira Lorusso Jacob Barata Filho Marco Antônio Feres de Freitas Conselho Fiscal: Efetivos: Valmir Fernandes do Amaral Luiz Ronaldo Caetano Humberto Valente Suplentes: Carlos Alberto Souza Guerreiro Jorge Luiz Loureiro Queiroz Ferreira Fábio Teixeira Alves Delegado representante / CNT Efetivo: Narciso Gonçalves dos Santos Suplente: Jacob Barata Filho Revista Ônibus Editora chefe: Tânia Mara Gouveia Leite Redação: Roselene Alves Renato Siqueira Andréa Cardoso Roberta Araujo Fotografia: Jorge dos Santos Revisão: Tânia Mara Patrícia Gonçalves Luiza Ribeiro Responsável comercial: Verônica Abdalla – (21) 3221-6300 Projeto gráfico: Vladimir Calado Editoração, impressão e representação comercial: www.ArquimedesEdicoes.com.br (21) 2253-3879 Distribuição: Fetranspor Correspondência para a Revista Ônibus devem ser encaminhadas para Revista Ônibus – Rua da Assembléia 10, 39º andar, Centro, Rio de Janeiro – RJ. CEP 20011-901 ou para o faz (21)2531-3711 ou, ainda, para o e-mail: [email protected] Rua da Assembléia 10, 39º andar – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20011-901 – Tel.: (21) 3221-6300 – Fax: (21) 2531-3711 9 Revista Ônibus Revista Ônibus 10 11 Revista Ônibus Solenidade de Abertura do 14º Etransport AUDITÓRIO 1 Dia 10/11 – 18h 14º Etransport tem início em clima de otimismo quanto ao futuro Júlio Lopes propõe desoneração e novas opções de financiamento para o setor de transportes Uma bela apresentação da Orquestra VillaLobos marcou o início da solenidade de abertura do 14º Etransport, na noite do dia 10 de novembro, na Marina da Glória. A Orquestra, formada por jovens de comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro, apresentou o Hino Nacional Brasileiro, o frevo “Água Morna”, de Pixinguinha, e “Corcovado”, de Tom Jobim, emocionando todos os participantes. Em seguida, foi apresentado um vídeo sobre o tema principal do Etransport – Mobilidade Urbana – destacando os desafios do Rio de Janeiro para atender melhor às necessidades da população, em termos de transporte, e algumas soluções propostas para o setor, como o BRT – Bus Rapid Transit. Revista Ônibus 12 O presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, e o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, representando o governador Sérgio Cabral, destacaram, em seus discursos, as mudanças que aconteceram no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro e, especialmente, no setor de transportes desde o último Etransport, realizado em 2008. Lélis Teixeira lembrou que, nestes dois últimos anos, o setor vive um momento mais otimista, com a priorização do transporte coletivo e os investimentos que estão sendo feitos para a realização de grandes eventos mundiais, como os Jogos Mundiais Militares, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “Nesse período, mudaram as condições do Brasil, que ganhou mais respeito Solenidade de Abertura do 14º Etransport em nível mundial, graças também à sua taxa de crescimento importante”, afirmou. Ele citou ainda grandes mudanças que já começaram a ocorrer, algumas perceptíveis, outras nem tanto. “Hoje, já temos o Bilhete Único Intermunicipal e o Carioca e o projeto do BRT”, ressaltou. Ele mencionou o fato de o Brasil ser predominantemente urbano, o que traz grandes desafios para o transporte, no sentido de garantir maior mobilidade para todas as cidades. “Por isso, precisamos discutir as melhores práticas para oferecer melhor qualidade no transporte e, consequentemente, melhor qualidade de vida à população. A Fetranspor tem o prazer de realizar um dos maiores eventos do país, não só em termos de inovações tecnológicas, mas no campo das ideias e propostas”, frisou Lélis. Júlio Lopes, por sua vez, destacou a criação do Bilhete Único como uma das maiores “Este evento orgulha o Rio de Janeiro e prestigia todo o esforço que o governo do Estado tem feito pela recuperação do transporte” “A Fetranspor tem o prazer de realizar um dos maiores eventos do país, não só em termos de inovações tecnológicas, mas no campo das ideias e propostas” Lélis Teixeira, Presidente executivo da Fetranspor Júlio Lopes, secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro conquistas dos últimos anos. Lopes também anunciou que o governo do Estado pretende oferecer novas alternativas de financiamento para o transporte e promover a desoneração do setor, de modo que as empresas possam se tornar mais competitivas em relação ao transporte ilegal. “Este evento orgulha o Rio de Janeiro e prestigia todo o esforço que o governo do Estado tem feito pela recuperação do transporte. Graças ao esforço coletivo, estamos conseguindo avançar na construção de um futuro melhor”, declarou. A mesa de abertura do 14º Etransport foi composta também pelo presidente do Conselho de Administração da Fetranspor, José Carlos Reis Lavouras; pelo secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão; pelo presidente da NTU, Otávio Vieira da Cunha; pelo vice-presidente da ANTP, Cláudio Senna Frederico; pelo presidente da Anttur, Martinho Ferreira de Moura, representando o presidente da CNT, Clésio Soares de Andrade, e pelo presidente da Fetranscarga, Eduardo Rebuzzi. 13 Revista Ônibus Novidades da Indústria AUDITÓRIO 1 Dia 10/11 – 15h Fabricantes de chassis e carroçarias apresentam novos produtos e projetos A estação BRT da Mercedes foi uma das atrações da feira No painel “As Novidades da Indústria”, algumas das mais importantes empresas, como Mercedes-Benz, MAN Latin America, Scania e a encarroçadora Marcopolo, mostraram seus planos para o futuro dos transportes no Rio de Janeiro, que sofrerá avanços em função das Olimpíadas e da Copa do Mundo. O gerente de Vendas e Mercado Interno da Marcopolo, Paulo Corso, anunciou a realização de campanhas de incentivo ao uso do ônibus na cidade de Caxias do Sul, assim como outras voltadas para os públicos interno e externo. Corso também falou sobre os investimentos realizados pela marca, ao longo dos últimos anos, em equipamentos e processos, e informou que, em 2010, foram investidos cerca de R$ 60 milhões somente na fábrica da Ciferal no Rio de Janeiro. “O Brasil é o mercado ao qual dedicamos a maior parte dos nossos investimentos”. Outro ponto destacado foi o volume de vendas das carrocerias G7. Em pouco mais de um Revista Ônibus 14 O diretor de Marketing da Fetranspor, João Augusto Monteiro, conduziu o painel que deu início ao congresso ano após o seu lançamento, atingiu o patamar de 3 mil unidades. Talvez por esse motivo, Corso aproveitou a ocasião e anunciou a ampliação da linha, com a concepção do Double Decker e do Low Driver, além de outro produto, ainda em fase de projetos, para atender à demanda proveFábricas de motores e niente da implantação dos BRTs no Brasil. encarroçadora mostraram Dentre as vantagens divulgadas por projetos para as demandas Corso a respeito das carrocerias que já inde transporte no Estado nos tegram a linha G7 – próximos anos como Viaggio 900 e 1050 e Paradiso 1050 e 1200 –, está a economia de combustível, comprovada graças ao acompanhamento nas garagens dos clientes, em função do menor peso, o que permite a outros componentes ter maior vida útil. Novidades da Indústria “O Brasil é o mercado ao qual dedicamos a maior parte dos nossos investimentos” Paulo Corso, gerente de Vendas e Mercado Interno da Marcopolo Com relação à carroceria voltada para os BRTs que serão construídos no país, Corso disse que, apesar dos projetos já estarem sendo concebidos, é preciso conhecer melhor as características dos sistemas que serão implementados. Mesmo assim, aposta no know how da empresa: “produzimos cerca de 2.500 ônibus para o Transmilênio e mais 400 unidades para os BRTs da África do Sul, sem contarmos os ônibus rodoviários”. Aguinaldo Mariano, gerente nacional de Vendas de Ônibus da Mercedes, apresentou os números da empresa, que detém 70% de partici- “Somos favoráveis ao biodiesel e ao diesel de cana. Esta é uma solução doméstica e pode ser utilizada tanto em veículos novos quanto nos existentes no mercado” Aguinaldo Mariano, gerente nacional de Vendas de Ônibus da Mercedes pação no mercado regional, e falou que o objetivo principal da marca é atender aos clientes, oferecendo custos operacionais compatíveis e segurança. Mariano também abordou os investimentos no uso de combustíveis alternativos, dando como exemplo principal o diesel de cana de açúcar. Além disso, mostrou o portfólio da empresa, com produtos capazes de atender às necessidades do BRT, tanto para linhas troncais quanto alimentadoras. “Temos chassis que comportam desde 20 até 160 passageiros. É marca da Mercedes desenvolver tecnologias com bom custo operacional. Somos favoráveis ao biodiesel e ao diesel de cana. Esta é uma solução doméstica e pode ser perfeitamente utilizada tanto em veículos novos quanto nos existentes no mercado”. Tamanha participação de mercado chancelou a fábrica no Brasil como centro de desenvolvimento capaz de produzir não somente para o mercado interno como para o resto do mundo. “Este ano estamos comemorando a venda do ônibus de número 400 mil para o mercado brasileiro”. Ricardo Alouche, diretor de Vendas e PósVendas da MAN Latin America, frisou que a marca vem se preparando para entrar no segmento de BRT, visando às transformações pelas quais as cidadessede da Copa do Mundo passarão, assim como o Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas em 2016. Alouche ressaltou o importante papel que a FetransRio tem para o mercado de ônibus no país, 15 Revista Ônibus Novidades da Indústria e disse que a MAN tem orgulho de ter participado de todas as edições da Feira. “O crescimento da FetransRio mostra que hoje é o grande símbolo para o setor de transporte de passageiros. A Feira se transformou na principal referência no transporte coletivo nacional. Aqui estamos para analisar tendências, possibilidades de novos negócios e saber o que podemos fazer no futuro”. Outro ponto citado pelo diretor de Vendas foi o otimismo da marca em relação à absorção de produtos pelo mercado nacional, em função dos investimentos que serão feitos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, refletido na forma de participação na Feira: “É a primeira vez que apresentamos toda a nossa gama de produtos, desde o micro-ônibus até o articulado” – disse. Este último ainda um protótipo, mas que Ricardo garantiu que estará à disposição dos frotistas a partir da metade de 2011. “Todas as montadoras e encarroçadoras estão preparadas para dar suporte aos projetos de BRT que serão implementados no país” Wilson Pereira, diretor executivo da Scania Revista Ônibus 16 Com tantas novida“A Feira se transformou des, Alouche encerrou a sua participação, anunna principal referência no ciando que a fábrica da MAN em Resende passou transporte coletivo nacional. a ser o centro de produção e desenvolvimenAqui estamos para analisar to de chassis de ônibus para países emergentes. tendências, possibilidades de Segundo Ricardo, a matriz alemã reconheceu a novos negócios e saber o que capacidade de desenvolpodemos fazer no futuro” vimento e produção de ônibus, principalmente Ricardo Alouche, diretor de Vendas pelo desempenho obtido e Pós-Vendas da MAN Latin America no mercado interno. Wilson Pereira, diretor executivo da Scania, encerrou o painel reafirmando os objetivos da montadora de trabalhar, pensando em longo prazo, entregando produtos, serviços e informando sobre a sua linha de financiamento. Pereira citou a volta da marca para o segmento de ônibus com motores dianteiros, após nove anos de ausência, e disse que o principal foco será no nicho de chassis de ônibus rodoviários. Ele garantiu que a empresa trabalha para mostrar ao mercado as principais soluções em transporte, como o ônibus movido a etanol. Pereira afirmou que todas as montadoras e encarroçadoras estão preparadas para dar suporte aos projetos de BRT que serão implementados no país. Anúncio BR 17 Revista Ônibus Fórum Fetranspor de Segurança no Transporte AUDITÓRIO 2 Dia 10/11 – 15h Especialistas alertam para crise mundial no trânsito É preciso urgentemente humanizar o trânsito e reduzir os altos índices de acidentes que ainda acontecem no Brasil e no mundo. Essa foi a principal conclusão do Fórum Fetranspor de Segurança no Trânsito, que ocorreu no dia 10 de novembro, durante o 14º Etransport. A coordenadora de Educação do Detran, Janete Bloise, revelou que o órgão está muito esperançoso porque o Rio de Janeiro está “acordando”. “Precisamos de um pouco mais de solidariedade no trânsito”, afirmou, acrescentando que o Detran tem buscado fazer a sua parte através de maior investimento na formação dos profissionais. O presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, por sua vez, destacou que o trânsito é o grande espelho da irregularidade e mencionou que, após o Código Brasileiro de Trânsito, observou uma menor incidência de acidentes. “Mas ainda clamamos que o Código seja mais cumprido e cobrado”, declarou. O coronel da PM e membro do Conselho Estadual de Trânsito no Rio (Cetran), Antônio Germano, representou o presidente do órgão no evento, e lembrou que, para termos um trânsito mais seguro, é fundamental que as três partes funcionem perfeitamente, tanto a fiscalização, como a educação e a engenharia. Tragédia anunciada “São mais de 50 mil mortes anuais causadas pelo trânsito no Brasil e cerca de 400 mil feridos” José Mauro Braz de Lima, professor, diretor do Hospital-Escola São Francisco de Assis Revista Ônibus 18 Para o professor José Mauro Braz de Lima, diretor do Hospital-Escola São Francisco de Assis, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, quando se fala em saúde e mobilidade, estamos falando de uma tragédia anunciada. “Segundo o DPVAT, são mais de 50 mil mortes anuais causadas pelo trânsito no Brasil e cerca de 400 mil feridos, dentre eles, 25% ainda ficam com sequelas”, alertou. O diretor de Comunicação da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, falou do trabalho da Associação e de sua preocupação com “Continuamos a nossa luta em busca do Acidente Zero” Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor de Comunicação da Abramet todos os agentes envolvidos no trânsito – transeuntes, motoristas ou passageiros do transporte coletivo. Dirceu Rodrigues lembrou que as mortes no trânsito superam os óbitos nas últimas guerras. Falou também daquelas pessoas que são feridas nos acidentes e que ficam com graves sequelas, incapacitadas de voltar ao mercado de trabalho. “Continuamos a nossa luta em busca do Acidente Zero”, concluiu. A coordenadora nacional da ONG Criança Segura, Alessandra Françóia, abordou o trabalho da organização no sentido de promover a prevenção de acidentes com crianças de até 14 anos. Até 2015, a meta da ONG é reduzir em 25% o número de mortes por acidentes entre crianças e adolescentes. Para atingir esse objetivo, a ONG utiliza três estratégias: a comunicação, a mobilização e a sugestão de políticas públicas que ofereçam maior segurança à criança dentro dos veículos. Alessandra Françoia destacou que, graças ao trabalho da ONG nos Estados Unidos, já consegui- Fórum Fetranspor de Segurança no Transporte ram reduzir em 20% os acidentes, mas lamenta que os números continuem assustadores, pois 830 mil crianças ainda morrem todos os anos em decorrência de acidentes de trânsito e 90% dessas mortes acontecem em países em desenvolvimento. “Hoje, 830 mil crianças morrem todos os anos vítimas de acidentes de trânsito”, alertou. Elas são mais atingidas pelos acidentes, em virtude da baixa estatura, da menor base de conhecimento, da estrutura física em desenvolvimento, da menor tolerância e do tamanho da cabeça. “Hoje, 830 mil crianças morrem todos os anos vítimas de acidentes de trânsito, 90% em países em desenvolvimento” planeta causados pelos acidentes no trânsito. Dentre essas pessoas, 54% não estavam nos veículos. Outra constatação assustadora é que 90% das vítimas são de países de baixa e média renda. “Vivemos uma verdadeira crise mundial no trânsito, que pode devastar o futuro do mundo, pois tem impacto na economia, na sociedade e no desenvolvimento. AIDS, tuberculose e malária matam menos que violência e trânsito”, destacou. Ao final do fórum, foi lançado “Um livro que fala de Medicina o livro “Medicina do Transporte”, de Transporte, escrito por organizado pelo consultor médico da Fetranspor, Fernando Moreira, especialistas renomados, e que que aborda temas como tabagismo, avaliação de condutores, doenças oferece muitas informações cardiológicas, gestão de saúde nas empresas, abusos de bebidas alcoópara quem trabalha com esse licas, obesidade e distúrbios do sono. Moreira não escondeu sua satisfação assunto” com o lançamento do livro. “Fiquei Fernando Moreira, realmente emocionado de ver esse consultor médico da Fetranspor projeto concretizado e a qualidade final do trabalho. É um livro que fala de Medicina de Transporte, escrito por especialistas renomados, e que oferece muitas informações para quem trabalha com esse assunto”, contou. Alessandra Françóia, coordenadora nacional da ONG Criança Segura Mas a coordenadora anunciou também uma notícia positiva: há uma tendência de queda dos acidentes no Brasil. E lembrou a obrigatoriedade do uso de bebê conforto para crianças de até um ano de idade, de cadeirinha, até 4 anos, e do assento de elevação, de 4 a 7,5 anos. Em seguida, o representante da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Marcos Musafir, falou sobre a criação da Década do Trânsito pela ONU (Organização das Nações Unidas) e OMS (Organização Mundial de Saúde) e os grandes desafios a serem superados, devido à magnitude do problema. Afinal, são 3 mil óbitos por dia no 19 Revista Ônibus Palestra Magna: Uma Nova Visão na Mobilidade Urbana AUDITÓRIO 1 Dia 10/11 – 16h30min Besserman: modelo atual de desenvolvimento é insustentável Em sua palestra magna, na abertura do 14º Etransport, Sergio Besserman, assessor da Prefeitura do Rio, enfatizou que o modelo atual de desenvolvimento é insustentável. Na análise do economista, para se alcançar o desenvolvimento sustentável, é necessário que o conceito de sustentabilidade seja compreendido e respeitado, principalmente pelas instituições. Ele afirma que a vida no planeta vai mudar amplamente, quando todos assimilarem e aplicarem este conceito no dia a dia. Besserman afirmou que o desenvolvimento não é sustentável porque as relações de consumo cometeram um equívoco em relação aos recursos naturais. “A visão do século XX não é mais útil neste século. Foi cometido um grande equívoco no século passado, a começar pelo pensamento de que não precisávamos do planeta. A ideia central era o desenvolvimento econômico de um lado e a vida do outro. Nas últimas décadas, descobrimos que estamos degradando a qualidade dos serviços da natureza. Há um custo. E terá que ser colocado, institucionalmente, nos preços de todos os negócios”, advertiu o especialista, que é responsável pelo Programa Rio Sustentável. Sobre a proposta do congresso, o economista teceu elogios à Federação. “A Fetranspor está antenada à questão da sustentabilidade. E isto é decisivo para quaisquer negócios, que estarão submetidos a altíssimos preços, caso não compreendam esta necessidade”. E completou: “A vida no planeta vai mudar se todos compreenderem esta relação de negócio e sustentabilidade”, frisou. “A Fetranspor está antenada à questão da sustentabilidade. E isto é decisivo para quaisquer negócios, que estarão submetidos a altíssimos preços, caso não compreendam esta necessidade” Sergio Besserman, assessor da Prefeitura do Rio Revista Ônibus 20 Palestra Magna: Uma Nova Visão na Mobilidade Urbana Besserman acrescentou que nos dias a tuais só existe a possibilidade de crescimento do ponto de vista da sustentabilidade. Neste momento, traçou um paralelo com o tema da palestra: “Uma nova visão na mobilidade urbana. Estamos fadados a nos debruçar sobre esta questão. A sustentabilidade é a essência do conceito para a mobilidade urbana. É ela quem decidirá o futuro. Cabe-nos a responsabilidade de como pensar e gerar a mobilidade dos cidadãos com o menor custo para o planeta. E estamos juntos diante deste desafio”, sinalizou. O economista fez uma síntese dos diversos tipos de agressões ambientais no mundo. Ao todo, segundo ele, são 21 acontecimentos. Destes, destacou seis casos: desertos crescentes; extinção dos semiáridos; erradicação do solo verde; buraco da camada de ozônio; escassez de água doce; aumento de acidez nos oceanos, alterando a ecologia e provocando mudanças climáticas. Para ele, a escassez de água doce já é motivo de guerra e poderá ser causa de inúmeros conflitos por todo o globo terrestre, destacando casos recentes na Cisjordânia. Em relação às mudanças climáticas, Besserman afirmou que, cada vez mais, haverá aumento de chuvas em alguns lugares e diminuição em outros. “Com o aquecimento global, principal fator das mudanças climáticas, continuará chovendo tanto ou mais, porém, não nos mesmos lugares”. Após enumerar as catástrofes causadas ao meio ambiente no último século, Besserman disse que é necessário um esforço em todos os níveis da sociedade para que esses problemas sejam resolvidos nos próximos dez anos. “Para que surja um novo mundo, precisamos que surjam mudanças de todas as formas. E o setor de transportes é importante para que consigamos ganhar esta guerra. Mudanças não apenas na tecnologia, mas no modo de vida, de pensar e de gerar a mobilidade”. De acordo com ele, a cidade do Rio já está à frente na corrida em prol da sustentabili- “O Rio é uma capital ecológica. Isto é uma marca. E o mundo vai colocar os olhos no Rio, principalmente nos próximos anos de grandes eventos” dade. “A agenda do mundo é a sustentabilidade. E isto envolve os negócios. Trilhões de dólares serão movimentados, de acordo com as mudanças climáticas. O Rio é uma capital ecológica. Isto é uma marca. E o mundo vai colocar os olhos no Rio, principalmente nos próximos anos, de grandes eventos. E esta é uma chance de fortalecer esta marca”. Ao final da palestra, o economista lançou um desafio para o setor de transportes. “Chegar ao Rio + 20 com um BRT diferente, ou seja, sustentável. E valorizando o espaço público, preocupandose com a redução da emissão de gases poluentes. Além disso, focando em uma governança de sustentabilidade, cujo modelo de negócio contribua para que as cidades se tornem mais eficientes”. 21 Revista Ônibus Painel 1 – A Gestão Ambiental no Setor de Transportes: Desafios para o Licenciamento e a Sustentabilidade AUDITÓRIO 1 Dia 11/11 – 9h30min Fetranspor e Inea assinam termo de cooperação durante congresso A gestão ambiental no setor de transportes foi tema do primeiro painel de debates do 14º Etransport, que contou com a presença do presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino. Na ocasião, o presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, e Luiz Firmino assinaram o Convênio de Cooperação entre a Federação e o Inea, com o intuito de promover e facilitar o processo de licenciamento ambiental das empresas de ônibus. Esse licenciamento é o processo administrativo pelo qual o Inea autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos utilizadores de recursos considerados efetiva ou potencialmente poluidores e que podem causar degradação ambiental. “Durante muito tempo, houve um distanciamento entre o setor de transportes e o órgão de meio ambiente. E a Fetranspor vem quebrando esta distância, inclusive com o lançamento do Selo Verde. Este convênio reforça o interesse da Federação em continuar aproximando as empresas do Inea. E reflete a preocupação da Fetranspor com o licenciamento ambiental das empresas”, afirmou Luiz Firmino. Para Lélis, a assinatura do convênio com o Inea é motivo de orgulho. “Neste congresso, procuramos reafirmar o nosso objetivo para o setor de transportes, que é a mobilidade inteligente, uma mobilidade sustentável. Temos a consciência de querer atuar, com a intenção de preservar para o futuro os recursos naturais. Por isto, esta assinatura é um motivo de orgulho”, comemorou. O gerente de Operações da Mobilidade Urbana, Guilherme Wilson, acredita que o convênio vai ampliar as chances das empresas conquistarem a A assinatura do Termo de Cooperação vai facilitar o processo de licenciamento ambiental das empresas de ônibus Revista Ônibus 22 Painel 1 – A Gestão Ambiental no Setor de Transportes: Desafios para o Licenciamento e a Sustentabilidade “Inclusive as empresas que têm passivo “Durante muito tempo, houve um ambiental poderão solicitar um dos distanciamento entre o setor de transportes licenciamentos, que é a Licença de e o órgão de meio ambiente. A Fetranspor Operação e Recuperação” vem quebrando esta distância” Ana Cristina Henney, diretora de Licenciamento Ambiental do Inea licença ambiental. “Este convênio é um marco inédito para o Sistema Fetranspor, porque ele significa uma aproximação entre as empresas e o órgão ambiental. E o Centro de Serviços Ambientais da Fetranspor vai intermediar esta relação, traduzindo as exigências legais. Hoje o Centro de Serviços pode assumir o licenciamento de uma forma integral, cuidando do processo até a sua liberação”. A diretora de Licenciamento Ambiental do Inea, Ana Cristina Henney, apresentou o novo sistema de licenciamento (SLAM), instituído pelo Decreto Estadual nº 42.159, de 2 de dezembro de 2009. O SLAM estabelece oito tipos de licença ambiental (ver Box), os quais já podem ser conferidos e solicitados através do portal do Inea. “Este sistema vai viabilizar o licenciamento no Estado do Rio. Inclusive empresas que têm passivo ambiental poderão solicitar um dos licenciamentos, que é a Licença de Operação e Recuperação”, disse Ana Cristina. Participou também deste painel o diretor de Infraestrutura e Monitoramento do Inea, Carlos Alberto Fonteles, que destacou a preocupação do Instituto com a sustentabilidade, dando ênfase Luiz Firmino, Presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) ao monitoramento da qualidade do ar, realizado para determinar o nível de concentração dos poluentes presentes na atmosfera. Seus resultados não só permitem um acompanhamento sistemático da qualidade do ar na área monitorada, como também constituem elementos básicos para a elaboração de diagnósticos sobre a mesma, subsidiando ações governamentais para o controle das emissões. Segundo Fonteles, dentre as diversas fontes que contribuem para a degradação da qualidade do ar na Região Metropolitana, os veículos se sobressaem, contribuindo com a parcela mais significativa de emissão de poluentes, que corresponde a 77%. Nesse sentido, a própria rede de monitoramento está voltada, na quase totalidade das suas estações de amostragem, para a medição das concentrações de poluentes provenientes do tráfego de veículos. Para fazer o monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana, o Inea opera uma rede de amostragem constituída por 22 estações manuais e cinco automáticas (quatro estações fixas e uma móvel). 23 Revista Ônibus As licenças só têm validade quando a sua concessão é publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro e em um jornal de grande circulação, no prazo de 30 dias após seu recebimento. A não publicação da licença pode acarretar sua anulação ou a aplicação das penalidades previstas nos artigos 84 e 87 da Lei nº 3.467, de 14 de setembro de 2000. A Central de Atendimento e as Superintendências Regionais do Inea fornecem os gabaritos para a publicação das licenças. As cópias das publicações devem ser enviadas para a Central de Atendimento ou para a Superintendência Regional que concedeu a licença, dentro desse prazo de 30 dias. As licenças concedidas pelo SLAM são: Licença Prévia – É concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento e estabelece as condicionantes a serem atendidas nas próximas fases da implantação. Licença de Operação – Expedida após a verificação do efetivo cumprimento do que consta nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e demais condicionantes determinadas para a operação. Licença Prévia e de Instalação – Atesta a viabilidade ambiental de empreendimentos e, concomitantemente, aprova sua implantação, quando a análise de viabilidade ambiental da atividade ou empreendimento não depender da elaboração de EIA/Rima nem RAS, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que deverão ser observadas. Licença Ambiental de Recuperação – Aprova a remediação, recuperação, descontaminação ou eliminação de passivo ambiental existente, na medida do possível e de acordo com os padrões técnicos exigíveis, em especial daqueles em empreendimentos fechados, desativados ou abandonados. Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro Licença de Instalação – Autoriza a instalação do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes. A LI pode autorizar a pré-operação, por prazo especificado na licença, visando à obtenção de dados e elementos de desempenho necessários para subsidiar a concessão da Licença de Operação. Licença Ambiental Simplificada – Concedida em uma única fase, atesta a viabilidade ambiental, aprova a localização e autoriza a implantação e/ou a operação de empreendimentos. E também estabelece as condições e medidas de controle ambiental que deverão ser observadas. Licença de Instalação e de Operação – Aprova a instalação e a operação de empreendimentos cuja operação represente um potencial poluidor insignificante, estabelecendo as condições e medidas de controle ambiental que devem ser observadas na sua implantação e funcionamento. Licença de Operação e Recuperação – Autoriza a operação do empreendimento concomitante à recuperação ambiental de passivo existente em sua área, caso não haja risco à saúde da população e dos trabalhadores. 25 Revista Ônibus Painel 2 – Liderança em Desenvolvimento e Retenção de Talentos AUDITÓRIO 3 Dia 11/11 – 9h30min Futuro das empresas depende de bons Quais são as características de um bom líder? Segundo Luiz Carlos Cabrera, sócio-fundador da Panelli Motta Cabrera e palestrante do painel “Liderança em Desenvolvimento e Retenção de Talentos”, para ser um bom líder é preciso ter foco no resultado, promover ações socialmente corretas voltadas para o crescimento das pessoas, não ser superficial, não desdenhar o trabalho nem a educação e ter um propósito na vida. Na opinião do consultor, algumas empresas, durante determinados períodos, focaram tanto no resultado que perderam a perenidade. “Quando olho a profunda transformação que o setor de transportes vai passar observo que todas as empresas deverão trabalhar intensamente seus programas de desenvolvimento de talentos”, destacou. Para Cabrera, o bom líder tem de exercer sua liderança, necessita ter comprometimento e agir sempre com ética. “Ética é quando o que a gente combina para a gente vale para todos”, lembrou. Em sua opinião, o bom líder também precisa estar disponível, saber ouvir ativamente, ser íntegro, saber elogiar e ensinar. “Tem poder quem ensina, e não quem conserva o conhecimento”, aconselhou. O consultor revelou a sua imagem do líder ideal: é um zelador de valores e por isso deve sempre praticar a política do bem. Pessoas são diferentes A presidente da Vicky Bloch Associados, Vicky Bloch, que também participou do pai- Revista Ônibus 26 líderes nel, explicou de modo objetivo e simplificado o que é preciso para reter talentos. Segundo ela, a atração e a retenção de qualquer pessoa na empresa começam pela sua admiração em relação ao lugar em que ela está. “Sessenta e cinco por cento das pessoas que saem das empresas é porque não admiram seus chefes, as pessoas que deveriam ser responsáveis pelo crescimento delas”, destacou. “Ética é quando o que a gente combina para a gente vale para todos / Tem poder quem ensina, e não quem conserva o conhecimento” Luiz Carlos Cabrera, sócio-fundador da Panelli Motta Cabrera Painel 2 – Liderança em Desenvolvimento e Retenção de Talentos “Sessenta e cinco por cento das pessoas que saem das empresas é porque não admiram seus chefes, as pessoas que deveriam ser responsáveis pelo crescimento delas” Vicky Bloch, presidente da Vicky Bloch Associados Vicky Bloch lembrou os cem anos em que a relação de trabalho era baseada na troca, na simples obediência, por segurança no emprego, e que a nova relação só começou no final da década de 80, tendo, portanto, apenas 20 anos. “Temos apenas 20 anos de construção de um novo vínculo, baseado em trocas simbólicas. Vivemos a mudança de um modelo de concessão para um modelo de consórcio”, frisou. Para a consultora, quando as pessoas não falam com prazer e encantamento do trabalho, em geral, a responsabilidade é daquele que deveria servir ao outro com conhecimento, o líder. “Acredito que reter talento é ser solidário com o outro. A retenção de talento passa pelo conceito de sustentabilidade das relações”, afirmou. Segundo ela, a nova geração de profissionais precisa de motivação, de um sistema de avaliação ético, de um sistema de remuneração justo, baseado em performance, de poder equilibrar sua qualidade de vida, de ver os valores defendidos pela empresa aplicados na prática e de ser tratado com respeito e dignidade. E que tipo de líder, afinal, essa geração espera? Na opinião de Vicky Bloch, espera um líder que gere admiração, prepare o futuro da empresa, faça acontecer, engaje o profissional talentoso, invista na perenização (na capacidade de gerar talentos não só a curto prazo, mas que permaneça e sustente a próxima geração) e no profissional. O bom líder também deve focar a relação com os profissionais, reconhecendo que cada pessoa é diferente da outra; deve garantir a autoestima pessoal e coletiva das pessoas e ter compaixão com aqueles que convivem com ele. 27 Revista Ônibus Palestra – Fator Acidentário de Prevenção: Como Reduzir Risco e Promover Saúde AUDITÓRIO 3 Dia 11/11 – 11h Serviços médicos: melhor solução é investir As empresas de ônibus precisam fortalecer seus serviços médicos, trabalhando de forma mais preventiva, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos seus funcionários. Esta foi a opinião dos dois palestrantes do painel “FAP: Como Reduzir Riscos e Promover Saúde”. O médico Sérgio Barros, especialista em Medicina do Sono e responsável pelo Programa de Medicina do Sono da Viação Águia Branca e da Salutaris, na sua apresentação, alertou para a grande interferência dos problemas do sono na qualidade de vida e no desempenho profissional das pessoas. Citou a sonolência, junto com outros fatores como mau tempo, falha mecânica, falha do condutor, ingestão de álcool e vias mal conservadas, como as principais causas de acidentes de trânsito. Segundo afirmou, os “Temos que entender as problemas de sono dos funcionários resultam, por causas da insônia, porque exemplo, em maior absenteísmo, licenças e afastaela não é uma doença, mentos. O Programa avalia também como está o estaé um sintoma” do psicológico da pessoa, Sérgio Barros, médico especialista pois, na avaliação do méem Medicina do Sono dico, insônia e depressão andam juntas. “Não adianta tomar remédio contra a insônia. Temos que entender as causas da insônia, porque ela não é uma doença, é um sintoma”, frisou. Barros falou principalmente sobre o trabalho realizado há dez anos nas duas empresas, destacando a Sala de Simulação de Alerta, onde os motoristas praticam exercícios para combater os horários em que é normal sentir maior sonolência, e o programa de alimentação saudável. Graças a essas ações, os motoristas têm melhorado sua qualidade de vida e seu desempenho. A empresa também procura trabalhar com a autoestima dos colaboradores. “Todo mundo gosta de Sérgio Barros fala sobre interferência dos problemas do sono na qualidade de vida e no desempenho profissional Revista Ônibus 28 Palestra – Fator Acidentário de Prevenção: Como Reduzir Risco e Promover Saúde ser bem tratado. Noventa e sete por cento dos entrevistados reconhecem o Programa como fundamental para a melhoria da qualidade de vida”, destacou. Ao final da palestra, o médico sugeriu que as empresas do setor tenham uma maior preocupação com a seleção e a formação do condutor e que desenvolvam principalmente ações preventivas e educativas para garantir melhor qualidade de vida aos funcionários e menores riscos de acidentes de trânsito. Mais prevenção Já o médico Armando Pimenta, membro do Conselho Técnico Científico da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e da Comissão de Saúde da International Association of Oil & Gas Producers, falou especificamente sobre o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e seu impacto sobre o setor de transportes. Pimenta afirmou que o FAP apontou duas mil novas correlações entre doenças e ambiente de trabalho. “Houve um enorme aumento do auxílio-doença, pois, ao mudar a forma de cálculo, gerou-se um benefício de auxílio-doença maior do que o valor que o funcionário receberia se voltasse ao trabalho”, afirmou. Pimenta recomendou às empresas que invistam na prevenção de doenças, evitando que os funcionários fiquem enfermos e, se ficarem, que evitem encaminhá-los para o benefício previdenciário. “Agora, a melhor saída para as empresas de ônibus é fortalecer o serviço mé- “A melhor saída para as empresas de ônibus é fortalecer o serviço médico, saindo do aspecto tradicional do médico do trabalho e realizando um trabalho mais preventivo” Armando Pimenta, médico, membro do Conselho Técnico Científico da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho e da Comissão de Saúde da International Association of Oil & Gás Producers dico, saindo do aspecto tradicional do médico do trabalho e realizando um trabalho mais preventivo”, aconselhou. O médico citou, como sugestão, a criação de um posto de enfermagem, onde possa ser feito acompanhamento permanente da saúde dos funcionários e o incentivo a uma alimentação mais saudável. 29 Revista Ônibus Painel 3 – Jogos Olímpicos e Copa do Mundo: Oportunidades de Melhorias e Novos Negócios para as Cidades Sede AUDITÓRIO 1 Dia 11/11 – 11h Bons sistemas de transporte são essenciais para eventos mundiais Exemplo de Johanesburgo e projetos brasileiros conquistaram atenção do público Um dos painéis do segundo dia de atividades do 14º Etransport teve como temática central a preparação das cidades para as Olimpíadas e para a Copa do Mundo. Para referendar a pauta da apresentação, foram mostradas, como exemplos, as transformações pelas quais a cidade de Johanesburgo, na África do Sul, passou em função da construção dos estádios Soccer City e Ellis Park. Para falar do assunto, foi convidado o gerente de Infraestrutura do Departamento de Transportes da cidade, Wonder Matshiga. Sobre os projetos para duas cidades brasileiras, discorreram o gerente de Coordenação de Políticas de Sustentabilidade da BHTRANS, Marcelo Cintra, e o secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Alexandre Sansão. Também participaram do painel o superintendente da NTU, Marcos Bicalho, e o vicepresidente do Rio Ônibus, Octacílio Monteiro. Bicalho abriu a sua explanação dizendo que esse é um momento muito favorável para os serviços urbanos, tendo em vista os grandes investimentos que serão feitos nas 12 cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo em 2014. “É a oportunidade de recuperação dos serviços de transportes e para, enfim, termos uma política de mobilidade beneficiando toda a sociedade” – afirmou. Bicalho demonstrou entusiasmo em função dos 11,5 bilhões de reais que serão investidos Revista Ônibus 30 “É a oportunidade de recuperação dos serviços de transportes e para, enfim, termos uma política de mobilidade beneficiando toda a sociedade” Marcos Bicalho, superintendente da NTU Painel 3 – Jogos Olímpicos e Copa do Mundo: Oportunidades de Melhorias e Novos Negócios para as Cidades Sede “Os vencedores da licitação terão a responsabilidade de reorganizar o sistema face aos compromissos assumidos até a Copa e as Olimpíadas” Alexandre Sansão, secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro nas cidades, bem como pelo fato de que parte desse recurso será utilizado em projetos de mobilidade. “Ao todo serão 20 sistemas de BRT que serão implantados no país face à realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas em 2016”. Tanto Cintra quanto Sansão falaram sobre as ações em desenvolvimento para a reorganização dos sistemas de transportes das cidades, assim como a respeito das apostas em sistemas de BRT, que serão implementados nas respectivas capitais. Sansão deu ênfase aos três projetos que estão sob a responsabilidade do município, citou o processo licitatório pelo qual o transporte por ônibus da cidade do Rio passou, e disse que a tendência é a racionalização do sistema, pois os consórcios terão suas obrigações. “Essa foi a mudança dos modelos jurídico e operacional do sistema de transporte por ônibus. Os vencedores da licitação terão a responsabilidade de reorganizar o sistema face aos compromissos assumidos até a Copa e as Olimpíadas. Outro ponto destacado pelo secretário foi a implantação do Bilhete Único Carioca, instrumento que permite ao usuário fazer duas viagens pagando apenas uma tarifa e que vai servir aos consorciados para estimar demanda e racionalizar o sistema. Já Marcelo Cintra contextualizou os problemas de trânsito que assolam as grandes cidades, mas focou no plano para melhorar a fluidez em torno do estádio do Mineirão, facilitando, assim, os deslocamentos dos torcedores que irão assistir às partidas, uma vez que a Copa atrai pessoas do mundo inteiro. Assim como outras cidades do país, Belo Horizonte apostou em sistemas de BRT para aumentar a velocidade operacional na cidade, porém afirmou que não será uma tarefa das mais fáceis a implantação dos corredores em virtude das características do local. No entanto, Cintra aposta no sucesso dos sistemas, que trarão maior nível de inteligência para o transporte público. “Nós temos um transporte coletivo com nível de informação insuficiente e que não dá alternativa ao usuário de escolha nos seus deslocamentos. O Rio “Nós temos um transporte coletivo com nível de informação insuficiente e que não dá alternativa ao usuário de escolha nos seus deslocamentos” Marcelo Cintra, gerente de Coordenação de Políticas de Sustentabilidade da BHTRANS 31 Revista Ônibus Painel 3 – Jogos Olímpicos e Copa do Mundo: Oportunidades de Melhorias e Novos Negócios para as Cidade Sede O exemplo africano apresentado por Wonder Matshiga mostrou a receita para o sucesso da Copa – a união de esforços dos governos e também a participação popular de Janeiro deu um exemplo muito bom com o bilhete único, porque dessa maneira as pessoas podem escolher qual a melhor forma de usar o transporte público” – finalizou. O exemplo africano apresentado por Wonder Matshiga mostrou a receita para o sucesso da Copa – a união de esforços dos governos e também a participação popular. Segundo Matshiga, quatro anos é muito pouco tempo para se preparar uma Copa, mas com trabalho e dedicação foi possível realizar um grande evento. O gerente ainda destacou as melhorias na cidade, com muitas intervenções realizadas “Os investimentos do governo vão permitir aos empresários promover uma revolução no sistema de transportes” Octacílio Monteiro, vicepresidente do Rio Ônibus Revista Ônibus 32 principalmente ao redor dos estádios. Como exemplos, a instalação de sistemas de BRT e a recuperação de calçamentos e passarelas, além da sinalização, que foi totalmente renovada. Dentre os desafios citados por Matshiga, está a manutenção dos equipamentos públicos, a qual requer altos investimentos, sendo necessário assegurar a sustentabilidade dos mesmos. Para o sul-africano, é importante destacar que, além dos dois estádios construídos na cidade, outros projetos trouxeram bastante movimentação para Johanesburgo, como o centro de imprensa e os de treinamento, que serviram de base para algumas seleções. “Somente nos estádios Soccer City e Ellis Park foram realizadas 15 partidas durante toda a Copa do Mundo, com uma média de 84 mil torcedores. Para garantir o acesso de todos aos jogos, foi necessária a realização de um planejamento de utilização de toda a infraestrutura de transportes. Foi necessária a utilização de todos os meios de transportes em sua plena capacidade” – finalizou. Encerrando o debate, o vicepresidente do Rio Ônibus, Octacílio Monteiro, falou com otimismo sobre as perspectivas do Rio Janeiro para incrementar o sistema de transporte na cidade e servir bem a toda a população, assim como turistas e torcedores que vierem para a Copa ou para os jogos olímpicos. “Os investimentos do governo vão permitir aos empresários promover uma revolução no sistema de transportes. Era o passo que faltava para a melhoria do transporte no Rio de Janeiro”. 33 Revista Ônibus Palestra – Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio AUDITÓRIO 1 Dia 11/11 – 14h Fetranspor e Instituto Ethos: parceria em prol da sustentabilidade “Reflexão sobre o sentido de responsabilidade universal”. Foi desta forma que Celina Carpi, diretora do Instituto Ethos, iniciou sua fala durante a palestra Responsabilidade Social Corporativa e Sua Relação Com o Negócio, exibindo um vídeo sobre a Carta da Terra – documento que orienta a adoção de valores e princípios necessários para a construção de um planeta justo e sustentável –, mobilizando todos para refletirem sobre o assunto. Além de Celina, a diretora do projeto Rio Como Vamos, Tereza Lobo, também estava presente. A apresentação foi conduzida pela gerente de Responsabilidade Social Corporativa da Fetranspor, Márcia Vaz. Após o vídeo, Celina destacou que as empresas hoje vivem um grande desafio, que é criar uma sociedade de baixo carbono. “As empresas que estiverem dispostas a encontrar uma solução para esta questão encontrarão excelentes oportunidades de negócios. O único problema é que não há um caminho seguro para percorrer”, alertou ela. Em seguida, Celina esclareceu qual é o objetivo do Ethos em relação às empresas. “É o de criar um novo modelo de gestão empresarial, baseado em uma missão que envolva as questões econômica, social e ambiental. Então, é atuar pensando no progresso, no planeta e nas pessoas. É oferecer um suporte que as motive a trabalhar, alinhando as metas empresariais com o desenvolvimento sustentável”. Uma das dire- Revista Ônibus 34 trizes da missão do Instituto Ethos é disseminar a prática da responsabilidade social empresarial, ajudando a compreender e incorporar de forma progressiva o conceito do comportamento empresarial socialmente responsável. A Fetranspor, disposta a ampliar este conceito no sistema rodoviário, fechou uma parceria com o Instituto Ethos durante o 14º Etransport. O Instituto é uma organização sem fins lucrativos, caracterizada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Sua missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. É um pólo de organização de conhecimento, troca de experi- Celina Carpi, diretora do Instituto Ethos, e Maria Cristina Bumachar, Coordenadora do Instuto Ethos Palestra – Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio “Nosso maior desafio hoje e para as próximas décadas é a economia do baixo carbono” Celina Carpi, diretora do Instituto Ethos ências e desenvolvimento de ferramentas para auxiliar as empresas a analisar suas práticas de gestão e aprofundar seus compromissos com a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável. Além disso, o Ethos é uma referência internacional e vem desenvolvendo projetos em parceria com diversas entidades no mundo. “A Federação quer ajudar as empresas de ônibus e seus sindicatos a prosperar, contribuindo para um desenvolvimento social, econômico e ambientalmente sustentável. Por isto, decidiu fechar a parceria com o Instituto Ethos, por ser uma entidade que tem expertise no assunto. Desta maneira, acreditamos que vamos poder identificar formas inovadoras e eficazes de atuar em parceria na construção do bem-estar comum. Através de indicadores e orientações, o Ethos vai nos mostrar a relevância de um comportamento socialmente responsável, inclusive para o retorno sobre os investimentos. E, assim, esperamos prosperar mais e mais”, esclareceu Márcia Vaz. Celina acredita que a transparência é um dos principais geradores do compromisso sustentável. E, então, apresentou o relevante trabalho da Global Reporting Initiative (GRI) – uma ONG com sede em Amsterdã, na Holanda, cuja missão é desenvolver e disseminar diretrizes para a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Desde 1997, a GRI tem focado suas atividades no desenvolvimento de um padrão de relatório que aborde os aspectos relacionados à sustentabilidade econômica, social e ambiental das organizações. Futuro do Ethos De acordo com Celina, o propósito atual do Instituto é encontrar um modelo eficaz de atu- ação no mercado e na economia, influenciando os clientes. E este modelo, segundo ela, está relacionado ao futuro do Ethos. “Nosso maior desafio hoje e para as próximas décadas é a economia do baixo carbono. Ou seja, transformar o mercado em uma economia verde. Quais serão os instrumentos e os atores para esta conquista? Os governos são os grandes formadores de mercado. Então, devemos atuar integrando ações que nos tragam uma economia verde, responsável e inclusiva”, afirma. Celina completou: “Vamos fazer uma terceira geração de indicadores, que serão apresentados no Fórum Global pela Sustentabilidade. O Ethos está propondo um encontro anual para debater e agir neste tema, cuja primeira edição acontecerá no Rio de Janeiro em 2012. E o sistema de transporte tem de se adequar à economia do baixo carbono. O transporte tem uma missão importante, pois ele dá ao indivíduo e à sociedade a oportunidade de se desenvolver”, destacou. Tereza Lobo deu continuidade ao assunto, apresentando o programa “Rio Como Vamos”, o qual dirige. “O Rio Como Vamos é um movimento apartidário. O nosso objetivo é acompanhar e colaborar para a melhoria da qualidade de vida no Rio, medida por indicadores, técnicos e por meio de diálogos com todos os agentes Tereza Lobo, diretora do “Rio Como Vamos” 35 Revista Ônibus Palestra – Responsabilidade Social Corporativa e sua Relação com o Negócio públicos e privados. É possível ter uma economia verde e fazer com que as empresas tenham sucesso, sem degradar o meio ambiente e sem esquecer a questão social. A rede empresarial no Rio é muito ativa. Neste momento, está se formando uma série de ações para que se possa caminhar rumo à sustentabilidade”. Segundo Tereza Lobo, uma das prioridades do movimento é ouvir a população. Através das informações das pessoas, o Rio Como Vamos gera notícias que possam deixar claro o quanto é necessário melhorar. E aproveitou para lançar um desafio ao setor de transportes: “Ouvimos reclamações deste setor, mas agora é a hora de mudar para que surjam notícias positivas sobre os transportes. Queremos apresentar o Rio como a cidade da sustentabilidade. Vamos entrar numa década importante, na qual acontecerão muitas transformações, sobretudo no setor de transportes, visando à realização de eventos mundiais. E o mais interessante é que a população está otimista frente aos projetos que vão trazer mudanças para a cidade nos próximos anos”. cindível contra a evasão escolar. Essas e outras ações comprovam o interesse da Fetranspor na sustentabilidade”. Márcia também disse que neste ano Atuação da “Ouvimos reclamações deste foi iniciada uma pesFetranspor quisa para identifisetor, mas agora é a hora A gerente de Rescar ações e objetivos ponsabilidade Social relacionados à área de mudar para que surjam da Fetranspor, Márcia de responsabilidade Vaz, enumerou uma social das empresas notícias positivas sobre os série de iniciativas da de ônibus e sindicatos Fetranspor, ao longo que fazem parte do transportes” dos anos, comprovanSistema Fetranspor. Teresa Lobo, diretora do do o interesse consO resultado será diprojeto Rio Como Vamos tante da Federação vulgado em janeiro em gerar e conquistar de 2011. “Além dessa a sustentabilidade, para trazer bons resultados pesquisa, temos interesse em criar um Relatório aos negócios, à sociedade e ao planeta. “Uma Corporativo de Sustentabilidade para acomdas iniciativas da Fetranspor foi contribuir para panhar o crescimento de nossas iniciativas e a inclusão social na área da mobilidade. E o os resultados das nossas estratégias. E ainda Bilhete Único é o maior exemplo, possibilitando vamos lançar um Banco de Boas Práticas, onde uma economia diária ao cliente e promovendo ficarão armazenados os projetos sociais e/ou a inclusão social. Com a economia possibilitada socioambientais das nossas empresas, inclusive pelo Bilhete Único, o cidadão pode investir em disponíveis para todo o mercado”, finalizou. lazer, cultura e educação. O Vale-Transporte, sem dúvida, é outro exemplo, pois foi impres- Revista Ônibus 36 37 Revista Ônibus 11º Encontro de Boas Práticas da NTU – Políticas Tarifárias de Integração e o Dilema do Custeio AUDITÓRIO 3 Dia 11/11 – 14h Encontro mostra soluções adotadas por quatro capitais brasileiras As dificuldades parecem ser as mesmas. Entretanto, de acordo com cada região e divisão modal, as soluções são pensadas e colocadas em prática com o objetivo de proporcionar maior mobilidade para os usuários do transporte. A formulação de políticas tarifárias, tendo em vista o equilíbrio econômico financeiro do sistema e consequentemente dos seus operadores em quatro grandes cidades do país, bem como os desafios da implementação, representaram a tônica do 11º Encontro da NTU. Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro foram os exemplos apresentados no painel. Luis Claudio Rocha, superintendente da Transfácil de Belo Horizonte, falou sobre a distribuição dos cartões BH Bus, os modelos em circulação, as formas de aquisição e a quantidade de linhas que integram o sistema. Rocha dis- Batinga – “Distribuição de linhas foi o desafio para encontrar o modelo de integração” Rocha – Implantação gradativa e risco inicial para os operadores Revista Ônibus 38 se que, a partir da implantação do novo modelo, houve a absorção de mais de 110 mil novos passageiros, garantindo o equilíbrio do sistema, mas que, de acordo com os operadores, ainda é possível captar mais clientes. Com a implantação do sistema de bilhetagem sendo feita de forma gradativa – iniciada em 2004, mas reformulada em 2008 –, face ao processo licitatório pelo qual o sistema de transporte da cidade foi submetido, Rocha explicou que, no primeiro momento, as integrações só eram realizadas nos terminais BH Bus. “Temos cinco terminais, sendo quatro de integrações entre linhas de ônibus e um que permite a transação entre ônibus e metrô. Inicialmente só fazíamos as integrações em ambientes controla- 11º Encontro de Boas Práticas da NTU – Políticas Tarifárias de Integração e o Dilema do Custeio dos, depois foi possível fazer as integrações com as linhas já nas ruas”. Com todo o processo já devidamente implementado e sistema equilibrado, o desafio para os operadores da cidade mineira passa a ser outro. “Hoje todo o custo do sistema é coberto pela tarifa e este deve ser analisado. Estamos trabalhando para captar nova demanda e utilizar todo o equipamento, dando capilaridade ao sistema, utilizando a mesma frota”. O gerente operacional da Transcard de Salvador, Carlos Batinga, manteve discurso semelhante, apresentando os produtos relacionados ao Salvador Card. Segundo Batinga, a capital baiana foi uma das primeiras cidades do país a operar com bilhetagem eletrônica, e o grande desafio foi conceber um sistema capaz de integrar várias linhas de ônibus, logo que existia uma superposição de itinerários. “Salvador não teve critério na distribuição das linhas, o que gerou a indefinição de um modelo. A cidade tem mais de 400 linhas, com uma frota média de 5 ônibus por linha, ou seja, a demanda é grande e o sistema não apresenta regularidade”. Para tentar minimizar os reflexos dessa política de transportes, a cidade foi dividida em quatro grupos de linhas e a integração é realizada entre aquelas pertencentes a grupos diferentes. “Dentro de um mesmo bloco não existe a possibilidade do uso do benefício”. A alternativa encontrada para melhorar os deslocamentos na capital baiana foi a implantação de integrações para as linhas mais curtas. A integração temporal foi adotada no sistema denominado Amarelinho, cuja tarifa custa 50% menos do que as aplicadas no sistema regular. Luiz Mário Magalhães, gerente executivo da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre, falou que, na capital gaúcha, a implantação do sistema tarifário ocorreu de forma gradativa, com a integração ocorrendo sempre na segunda viagem. Magalhães citou que a implantação do sistema em Porto Alegre levou em consideração todos os perfis de usuários e foi concluída em 2008. Hoje a administração é feita por consórcios que “A integração não prejudica a recuperação de mercado e esperamos que seja uma tendência” Luiz Mario Magalhães têm participação direta no custo do sistema, que possui um caixa único para arrecadação, na busca do equilíbrio do mesmo. Luiz citou algumas particularidades do modelo adotado, como o risco assumido pelos controladores do sistema, ao cobrar 50% do valor da tarifa na segunda parte da viagem, assim como a forma de integração temporal que, segundo ele, “se fosse feita com um tempo uniforme, deixaríamos de contemplar satisfatoriamente linhas com viagens mais longas e daríamos um sobretempo para as mais curtas”. Outra característica apresentada por Magalhães foi a divisão das linhas por tempo de viagem em cinco grupos, todas integradas, com a única restrição para uso em um mesmo ônibus. Para chegar a esse modelo, o tempo de viagem considera sempre o primeiro grupo de linhas, que leva até 20 minutos para percorrer todo o seu trajeto. O segundo grupo de linhas, com duração de 21 a 40 minutos, até o quinto grupo, que inicia com mais de 81 minutos em seu percurso total. Magalhães finalizou, citando que, durante os primeiros nove meses de 2010, foi registrado 39 Revista Ônibus 11º Encontro de Boas Práticas da NTU – Políticas Tarifárias de Integração e o Dilema do Custeio Richele – “Redução da quantidade de tarifas foi o primeiro passo para concepção do bilhete único” um aumento de 1,6% no número de usuários em relação ao ano anterior. “Isso mostra que a integração não prejudica a recuperação de mercado e esperamos que isso seja uma tendência”. Finalizando o painel, a diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Richele Cabral, que mostrou como foi possível conceber os bilhetes únicos intermunicipal e da cidade do Rio de Janeiro, os quais possuem características similares, porém com valores tarifários distintos em função da abrangência de cada um. “O bilhete único intermunicipal exigiu tamanho esforço para a sua concepção pelo fato de haver em toda Região Metropolitana um universo de 74 tarifas. Não havia como se estabelecer uma tarifa única se somente de ônibus tínhamos tantos valores. Para isso, estruturamos um estudo, promovendo o zoneamento dos municípios, e mapeamos as tarifas praticadas por eles. Nosso primeiro passo foi reduzir o número de tarifas existentes”, informou Richele. “Graças ao apoio tecnológico da RioCard, gestora do sistema de viagens no Estado, foi possível fazer o planejamento de origem e destino, além de Revista Ônibus 40 estabelecer os níveis tarifários. Dessa forma reduzimos as distâncias entre os valores das tarifas e estabelecemos um limitador de valores para as tarifas que ficaram acima do determinado pela lei, que era de R$ 4,40”. De acordo com os dados da RioCard, 50% das viagens realizadas no Estado são feitas através dos cartões eletrônicos e 20% destes são bilhetes únicos. Com relação ao bilhete único municipal, Richele apresentou os primeiros números, visto que este foi implantado no dia 6 de novembro. Ele possui algumas caraterísticas diferentes em relação à política tarifária estabelecida no bilhete único do Estado. No bilhete único da cidade o valor é debitado de forma integral logo na primeira viagem. Além disso, no município, o tempo para integração é de duas horas, ou seja, trinta minutos a menos do que o período estabelecido para o benefício estadual. Outra diferença entre os bilhetes únicos: o do governo do Estado prevê o subsídio, enquanto no do município isso não ocorre. Por esse motivo a diretora de Mobilidade acredita que o transporte deve ser racionalizado. “Pelo fato de não haver subsídio, os empresários terão de promover a racionalização do sistema, caso contrário, perderão receita. Esta deve ser feita de forma imediata, para que haja a manutenção do equilíbrio do modelo” – finalizou. 41 Revista Ônibus Cenário Econômico Brasileiro AUDITÓRIO 1 Dia 11/11 – 15h30min Economista vê com otimismo perspectivas para 2011 “As perspectivas para a economia brasileira em 2011 são bastante otimistas, principalmente devido a quatro fatores: os juros baixos; o aumento da oferta de linhas de financiamento pelo governo, através do BNDES e da CEF; a confiança dos consumidores e dos empresários na economia; e a menor taxa de desemprego da história do Brasil.” A afirmação é do economista sênior do Banco Itaú, Luiz Cherman, que fez a palestra Cenário Econômico Brasileiro. “O PIB do ano tem expectativa de crescimento de 4,6%. É um número bastante forte e que nem sempre acontece”, explicou. Segundo Cherman, embora os juros do Brasil sejam considerados bem altos em termos mundiais, são baixos se comparados aos anos anteriores. Ele explicou também que a perspectiva é que o real fique valorizado, e que o governo está adotando uma série de medidas para evitar uma supervalorização. Cherman acredita que os juros vão ter que subir um pouco no próximo ano e que a distribuição de renda já está melhorando, assim como a expansão do crédito. O diretor financeiro do Banco Guanabara, Roberto Leonardo, que também participou do painel, perguntou ao economista do Banco Itaú quais são as expectativas em relação ao crescimento da economia proporcionado pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Na opinião de Cherman, as Olimpíadas devem trazer maior aquecimento para a economia do que a Copa do Mundo. Pelo menos isso é o que tem acontecido nos países que sediaram os dois eventos recentemente. Leonardo perguntou também ao economista do Banco Itaú sobre sua opinião acerca do endividamento das famílias. Cherman respondeu que, embora as pessoas gastem atualmente cerca de Revista Ônibus 42 25% de sua renda com juros e amortização, a inadimplência está reduzida. Respondendo a uma pergunta do presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, sobre a influência da política externa no mercado brasileiro, Cherman explicou que o mercado está cauteloso com a política que a economia americana está desenvolvendo, mas afirmou que há claros indícios de que a economia vai crescer e que esse cenário externo está favorável ao crescimento do Brasil. Concluindo a palestra, o economista destacou que a sociedade brasileira não precisa se preocupar, porque o Brasil melhorou muito nos últimos anos e ele imagina que o próximo governo siga o mesmo rumo. A mesa de debates teve também a participação do diretor administrativo financeiro da Fetranspor, Paulo Marcelo Marcelo Tavares Ferreira. Da esquerda para a direita: Luiz Cherman, Roberto Leonardo e Paulo Marcelo Tavares 43 Revista Ônibus Painel 4 – Operação Consorciada de Transportes: Uma Solução para Redução de Custo? AUDITÓRIO 1 Dia 11/11 – 16h30min Porto Alegre, Goiânia e Fortaleza mostram como operam sistemas de consórcio A operação consorciada foi o cerne do quarto painel do 14º Etransport. Experiências de três estados foram apresentadas ao público – Porto Alegre, Goiânia e Fortaleza –, com o intuito de que os presentes pudessem avaliar se a operação consorciada é ou não uma solução para a redução de custos. O vice-presidente da NTU, Claudio de Senna Frederico, foi o mediador da mesa, que reuniu o presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira; o diretor geral da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) da Grande Goiânia, Leomar Avelino; o engenheiro executivo da Associação de Transportes de Passageiros de Porto Alegre, Luiz Mário Magalhães; e o superintendente do Sindicato de Transportes de Passageiros do Ceará, Pessoa Neto. Revista Ônibus 44 Para Frederico, a operação consorciada é um fato que não tem volta. Ou seja, os demais estados que ainda não operam em sistema de consórcio não terão outra saída, a não ser optar por esta decisão. Ele relembrou sua época de secretário de Transportes de São Paulo, durante o governo de Mário Covas. “Confesso que, à época, minha intenção já era que houvesse uma transferência de parte das responsabilidades públicas para o sistema de consórcio, em busca de novas soluções e para satisfação do cliente”. Leomar Avelino afirmou que a crença de que a operação consorciada é a melhor para o setor e para o cliente é o que mais mobiliza todos os operadores nesta direção. Ele destacou três pontos favoráveis na operação de Porto Alegre: “A primeira é a crença. Acreditamos na Painel 4 – Operação Consorciada de Transportes: Uma Solução para Redução de Custo? Para Frederico, a operação consorciada será realidade em todos os estados. Quem ainda não opera em sistema de consórcio não terá outra saída, a não ser optar por esta decisão questão da inovação e de uma melhora contínua. Segundo, porque há uma valorização da integração. Temos um único gestor nos 18 municípios. Temos unidade no controle operacional. Temos unidade tarifária. E, por último, estamos aprendendo a dar foco na rede, no mercado, tendo o cliente como o mais importante”. A RMTC é dividida em três áreas operacionais e teve quatro lotes licitados. Possui 276 linhas e mais 35 sublinhas, operadas por 1.467 veículos. A rede conta com 4 mil empregados nos quatro consórcios. São quatro empresas e cada uma tem sua cota de participação no consórcio, de acordo com a participação no mercado. A operação possibilita mais de 20 milhões de viagens por mês, nos 50km de corredores exclusivos, e quase 4km de faixas exclusivas. “A palavra integração é muito importante para a nossa rede. Inicialmente, tínhamos a dúvida se o consórcio era ou não um serviço terceirizado. O consórcio não é terceirizado. Ele é a extensão das empresas operadoras. É a presença corriqueira dos empresários na definição de estratégias, diretrizes, enfim, tudo que é necessário para garantirmos qualidade ao serviço”, explicou Avelino. Segundo ele, o papel das operadoras é “disponibilizar a frota, motoristas capacitados e a receita para a operação do consórcio”. Avelino enfatizou que o consórcio vive da receita repassada pelas operadoras, mas que todas também participam do lucro. Cinco processos definem a rede: planejamento operacional, serviço de informação metropolitano, central de controle operacional, gestão de controle de terminais e gestão da qualidade. “A rede de consórcio já foi implantada dentro de uma gestão de qualidade, seguindo a base da NBR ISO 9001. Já passamos pela primeira auditoria e atingimos 80% de conformidade. Ainda não estamos 100% satisfeitos. Mas caminhamos com uma unidade bastante importante para o crescimento e fortalecimento do serviço”, comemorou Leomar Avelino. “Temos unidade no controle operacional. Temos unidade tarifária. E, por último, estamos aprendendo a dar foco na rede, no mercado, tendo o cliente como o mais importante” Leomar Avelino, diretor geral da RMTC 45 Revista Ônibus Painel 4 – Operação Consorciada de Transportes: Uma Solução para Redução de Custo? Operação de cooperação O superintendente do Sindicato de Transportes de Passageiros do Ceará, Pessoa Neto, mostrou as características do consórcio de Fortaleza. A principal diferença é que a operação não segue uma padronização do consórcio institucional. É uma operação de cooperação, que já agregou mais de 90% das empresas. Pessoa Neto relatou as inúmeras dificuldades no serviço de transporte coletivo em Fortaleza, culminando com a crise que se estendeu de 1997 a 2004. Apesar da dificuldade financeira, ele afirmou que as empresas não tomaram a decisão de operar em cooperação por conta dessa situação. “Todas estavam em busca de novas soluções, de melhorias. Ninguém aguentava mais atirar no próprio pé. Mas a tendência é que a implantação do consórcio institucional aconteça o mais depressa possível”, esclareceu Neto. O consórcio de Fortaleza opera com 19 empresas, das 22 existentes, com 1.611 veículos. Cerca de 93% dos clientes são pagantes. Para Neto, uma das principais vantagens é que as próprias empresas se fiscalizam. “O custo adicional é rateado entre as empresas. Todas cooperam mutuamente e se fiscalizam. A partir de 2008, passamos a ter mais proatividade. Além disso, todas estão procurando fazer interação e ter a melhor ordenação dentro da operação”. Já em Porto Alegre existem três consórcios e cada um segue uma padronização visual. O enge- Pessoa Neto Revista Ônibus nheiro executivo da Associação de Transportes de Passageiros de Porto Alegre, Luiz Mário Magalhães, disse que um dos destaques do consórcio de Porto Alegre é o fato de ser um caixa único de receita e lucro. “O princípio básico é o percentual de receita, que tem de ser igual ao custo”, explica. O sistema opera com 1.622 veículos, com 398 linhas. A tarifa única é de R$ 2,45. São 13 empresas privadas e uma pública, que circulam em 50km de corredores exclusivos e quase 4km de faixas exclusivas. “Não queríamos um modelo de gestão de fusão. Optamos pela permanência das empresas. A missão dos três consórcios é disponibilizar a frota para a operação. O ônibus sai da garagem e já fica à disposição do consórcio. Nosso principal objetivo é a racionalização dos serviços prestados, visando à qualidade com o menor emprego dos fatores de produção de transportes”. O presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, encerrou o painel pontuando como foi o processo licitatório no Rio. “O que emergiu entre as empresas cariocas é a compreensão da formação do consórcio. A formação ganhou a divisão de cinco áreas, e apenas quatro foram licitadas. Temos hoje quatro consórcios, que vão melhorar a qualidade de vida da população. O que se prevê no Rio não é um caixa único, mas sim a participação de todas as empresas no mercado. Compreendemos que atender bem a população de cada região dos consórcios é a maior qualidade do produto”, avaliou. Luiz Mário Magalhães 46 Lélis Teixeira 47 Revista Ônibus Painel 5 – RioCard: Inovação em Produtos e Serviços AUDITÓRIO 1 Dia 12/11 – 9h30min Pagamento eletrônico: vantagens para o negócio São Paulo, Rio e Fortaleza mostram experiências com cartões de transporte O advento dos meios eletrônicos de pagamento no setor de transportes é uma realidade. Operadores, nas grandes cidades do país, veem na bilhetagem eletrônica a chave para a retenção e captação de clientes. Além disso, de posse de informações importantes,uma vez que os cartões utilizados são identificados, é possível ampliar os negócios, desde que as empresas criem mecanismos de inovação. Essa foi a questão debatida no primeiro painel do último dia do Etransport. Como convidados para a discussão, o superintendente da SPTrans, José Carlos Martinelli; o diretor do Crie/Coppe – UFRJ, Marcos Cavalcanti; o diretor do SindiÔnibus de Fortaleza, Paulo Cesar Barroso Vieira; e o diretor executivo de Negócios da Riocard, Edmundo Fornasari. Martinelli disse que, em São Paulo, a solução para a captação de novos clientes foi a integração das empresas vinculadas à EMTU, que cuida Edmundo conduziu o debate e apresentou o exemplo do Rio Revista Ônibus 48 do transporte na Região Metropolitana de São Paulo, com as operadoras da capital, assim como com trens e metrô. Segundo ele, graças a essa operação, o sistema de Bilhete Único corresponde hoje a 88% dos usuários de ônibus na capital e 58% de metrô. “A implantação da bilhetagem eletrônica na cidade se deve ao conceito de integração que foi levado em consideração desde o planejamento inicial”, citou. Este fato é comprovado pelo número de transações realizadas nos sistemas que abrangem a cidade e a Região Metropolitana de São Paulo, assim como pelo número de usuários cadastrados na SPTrans, totalizando 7 milhões de pessoas. Em seguida, Paulo Barroso apresentou um resumo da operação com o sistema de bilhetagem de Fortaleza, que, em função da parceria com a empresa Libercard, criou mecanismos incentivadores para o uso do cartão, gerando, assim, receitas para operadores do sistema de transporte e seus parceiros. A ideia foi conceber um cartão híbrido, aliando transportes e os produtos da rede Libercard, atendendo principalmente clientes das classes C e D, oferecendo uma série de produtos e serviços. Hoje o sistema conta com 1 milhão e 780 mil cartões ativos. De acordo com Barroso, em três meses, a quantidade de usuários aumentou, houve diminuição dos custos operacionais, e o valor Painel 5 – RioCard: Inovação em Produtos e Serviços “As razões do sucesso dos cartões foram a conversão de um cartão de transporte para um de funcionalidade híbrida, aumento da rede de recarga, adoção de políticas de venda eletrônica, além da forte campanha publicitária com a bandeira da Libercard” Paulo Barroso, diretor do SindiÔnibus de Fortaleza de negócios no período chegou à casa de 5 milhões de reais. “Atualmente o sistema conta com 715 mil recargas a bordo em seus 2.250 ônibus. Além disso, temos 320 vans regulamentadas. O setor conta com sete terminais de integração, onde funcionam as 29 empresas operadoras do serviço”. Paulo finalizou a sua apresentação dizendo que “as razões do sucesso do uso dos cartões foram a conversão de um cartão de transporte para um de funcionalidade híbrida, o aumento da rede de recarga, a adoção de políticas de venda eletrônica, além da forte campanha publicitária com a bandeira da Libercard”. Na sequência, Edmundo falou sobre os produtos RioCard, as iniciativas para a ampliação de mercado – como a implantação do seguro RioCard –, a implementação do sistema nas vans regularizadas pelo poder público, além do RioCard Jovem, com promoções para atrair a atenção dos adolescentes para o uso do cartão. “Não dá para pensar num produto somente para atender ao requisito legal. O nosso interesse é aumentar a participação nas pequenas empresas, até porque nas grandes corporações já estamos bem inseridos”, disse. “Entendemos que utilizamos o transporte como principal atividade, mas o negócio é transação eletrônica” Edmundo Fornasari, diretor executivo de Negócios da RioCard Fornasari foi enfático, quando afirmou que é preciso entender que a principal atividade da empresa é transporte e que, para isso, deve ser referência, citando a avaliação feita pela IBM, que considerou a RioCard uma empresa inovadora. Além disso, Edmundo apontou como vantagem a operação ininterrupta dos cartões em todos os modais, sendo o Rio de Janeiro um dos poucos estados que possuem essa abrangência em termos de pagamento de transporte. “Entendemos que utilizamos o transporte como principal atividade, mas o nosso negócio é transação eletrônica”, afirmou. Edmundo acrescentou um conceito maior ao sistema de bilhetagem eletrônica. Encerrando o painel, o professor e diretor do CRIE/Coppe, Marcos Cavalcanti, fez uma análise de como as empresas podem se beneficiar das informações sobre clientes, concorrentes e cenários, assim como adotar políticas para a retenção do capital intelectual, com o objetivo 49 Revista Ônibus Painel 5 – RioCard: Inovação em Produtos e Serviços de um melhor aproveitamento, o que ele considera um fator crítico para o sucesso de qualquer organização. Cavalcanti enfatizou o período pelo qual as empresas estão passando, em que a capacidade de gerar novos produtos e serviços – de governança, de inovação, de gerenciamento do capital humano – é primordial para a sobrevivência das mesmas. “Nenhuma dessas caraterísticas vai aparecer no balanço financeiro das empresas”. No caso das operadoras de transportes que trabalham com sistema de bilhetagem, Cavalcanti provocou. “É preciso criar valor a partir das informações e do conhecimento. As empresas precisam repensar o seu modelo de negócios e, assim, saber como utilizar as informações a seu favor. Com a bilhetagem eletrônica é possível saber os hábitos dos clientes e, portanto, oferecer-lhes novos serviços agregados a um único instrumento que, nesse caso, é o cartão” – afirmou. Revista Ônibus 50 “As empresas precisam repensar o seu modelo de negócios e saber como utilizar as informações” Marcos Cavalcanti, diretor do CRIE/Coppe 51 Revista Ônibus Palestra: Conjuntura Econômica e Perspectivas para o Brasil AUDITÓRIO 1 Dia 12/11 – 11h30min “Estamos no momento de dar um salto, de ficar ricos” Miriam Leitão Miriam Leitão prevê panorama positivo na gestão Dilma Na opinião da jornalista especializada em Economia do Jornal O Globo, da Rede CBN e da GloboNews, Miriam Leitão, o Brasil vive um momento positivo, de crescimento. E as expectativas para o novo governo, que tomou posse no dia 1º de janeiro, também são bastante otimistas. “Apesar do presidente Lula ter eleito a sucessora que ele escolheu pessoalmente, ela é muito diferente dele e, por isso, é certo que será um governo diferente. Essa eleição foi marcada pela forte presença do presidente como agente de propaganda. Pouca gente conheceu verdadeiramente a candidata. Há muitas dúvidas, por exemplo, como será a relação dela com a oposição e com a coalisão. De toda forma, acredito que não vai ser mais do mesmo jeito, porque tem muita coisa acontecendo na economia mundial, que vai fazer com que a Dilma enfrente muitos desafios”, declarou. Revista Ônibus 52 A jornalista afirmou que o principal desafio que a nova presidente do Brasil, Dilma Roussef, enfrentará será a escolha da equipe econômica. Além disso, ela terá de conseguir a aprovação do Congresso para as medidas que pretende adotar a fim de implantar a reforma tributária. “Todo mundo sonha com a reforma tributária, mas cada um da sua forma. E a nova presidente vai ter que conviver com o poder pulverizado, porque o eleitor brasileiro, que é mais inteligente do que se pensa, fez uma distribuição de poder”, afirmou. Miriam Leitão traçou um panorama positivo do Brasil. Explicou que o país reagiu muito rapidamente à crise econômica, porque tinha altas reservas cambiais e o governo criou estímulos fiscais que o ajudaram a sair mais rapidamente da crise. “O Brasil está crescendo, os investimentos aumentaram, os empregos sobem, as rendas au- Palestra: Conjuntura Econômica e Perspectivas para o Brasil tos, mas a população voltou a ter acesso ao crédito. mentam, os consumos se expandem, o crédito é A carga tributária brasileira é outro problema. Sobe abundante e há uma alta confiança do empresário o tempo todo. Às vezes, os impostos são irracionais no país”, destacou. A má notícia, segundo a pae empregar aqui custa caro, o que é contraditório lestrante, é que o Brasil não segura o crescimento. no momento em que o mundo todo quer criar em“O crescimento brasileiro sobe e desce. Parte dos prego. Ou seja, o problema do Brasil é que o país números do crescimento é recuperação e parte é ainda não removeu os obstáculos ao crescimento crescimento mesmo. A pergunta é se cresceremos e ele sonha e merece cresde forma sustentável, isto porque “O Brasil sonha e merece crescer de cer de forma sustentável. temos algumas dúvidas”, frisou. Se não enfrentarmos os A jornalista traçou também forma sustentável. Mas para isso tem problemas agora, depois um cenário da economia mundial. vai ficar difícil. Estamos no Disse que para a América Latina que vencer obstáculos, como a carga momento certo de dar um as previsões são otimistas, com salto, de ficar ricos”, afirexceção da Venezuela, que sofre tributária elevada e o problema da mou a jornalista. por não ser uma democracia. Os Ela citou alguns faEstados Unidos vivem o que Mieducação” tores favoráveis a esse riam Leitão chamou de paralisia crescimento, como o decisória, a Inglaterra tem uma fato de o Brasil ter uma liderança morna e a França tem população jovem, conum governo fraco, mergulhado centrada no auge da caem problemas sociais, segundo pacidade produtiva, e a a palestrante, que também charedução do número de mou a atenção para o fato de a filhos por família, como Alemanha ser a economia que deve confirmar o próximo mais cresce na Europa e que na censo demográfico. Mas China a população está enriquealertou que para o Brasil cendo, mas o sistema político crescer de fato, é preciso ainda é muito tosco. E afirmou que o país vença outros que o mundo deve continuar em desafios, como o problecrise, mas agora, diferentemenma da educação, cujos te da fase aguda, a crise é mais números ainda são muito ruins. Segundo a joreconômica.“O mundo rico cresce pouco e vai continalista, se antes os países cresciam se tivessem nuar crescendo pouco. Os Estados Unidos não conforça bruta, hoje crescem se tiverem “cérebro”. seguem sair dos 10% de desemprego”, ressaltou. Concluindo a palestra, Miriam Leitão citou também, entre outros desafios fundamentais Desafios ao crescimento para o crescimento do Brasil, a reforma da PrePara o próximo ano, a expectativa é que o Bravidência, a elevação da taxa da poupança, a gasil continue crescendo, mas que cresça menos. “O rantia de que o país cresça antes de envelhecer, Brasil cresce por causa da recuperação dos salários, as barreiras profissionais que dificultam e impeque tem puxado o consumo. Outra questão que dedem o melhor aproveitamento dos profissionais, vemos destacar é o aumento enorme do crédito. É a desigualdade que ainda existe entre os sexos parte das anormalidades de um país que viveu anos que precisa ser vencida, a reforma espacial e lode inflação e hiperinflação não ter crédito. Mas no gística – que depende principalmente da priogoverno Lula começou a recuperação do crédito. rização do transporte coletivo –, e a superação Aqui, o dinheiro é mais caro, os juros são muito aldos obstáculos ambientais. 53 Revista Ônibus 29° Encontro do Colégio de Advogados da NTU AUDITÓRIO 3 Dia 12/11 – 9h30min Processos licitatórios e sua importância para o transporte Com o auditório lotado, uma das principais preocupações do encontro foi a forma de aplicação do novo sistema de transporte no Rio de Janeiro A manhã do último dia do Congresso foi contemplada com o 29º Encontro do Colégio de Advogados da NTU, dirigido pelo vice-presidente da NTU, Eurico Galhardi. Participaram da mesa de trabalhos os palestrantes Maximino Gonçalves, representando a empresa Fontes e Tarso Ribeiro Advogados, do Rio de Janeiro; Guilherme Aquino, do Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano de Belo Horizonte; e Sacha Breckenfeld Reck, da empresa curitibana Guilherme Gonçalves Advogados Associados. Abrindo o ciclo de palestras, Maximino explanou sobre as licitações do Rio de Janeiro. Segundo ele, o Ministério Público (MP) questiona, desde 2004, a forma como o transporte por ônibus funciona na cidade. No que diz respeito aos consórcios, sua forma e regiões de atuação, o representante da Fontes e Tarso Ribeiro Advogados citou a dificuldade encontrada pela cidade para ajustá-los perfeitamente dentro de cinco áreas, pois alguns bairros, como a Tijuca, não se encaixam numa região específica, ficando, neste caso, dentro do Intersul, pela sua proximidade com a Zona Sul, embora seja um bairro da Zona Norte da cidade. Para Maximino, há vantagens e desvantagens para as empresas ao se associarem em consórcios. Segundo ele, hoje o Rio possui 8.800 ônibus, sendo 47 empresas operando na cidade. Entretanto, o edital de licitação exigia um mínimo de mil veículos circulando por dia. Sendo assim, a maneira mais lógica para as “É o nosso dever licitar, participar de uma licitação, pois isso vai nos trazer uma melhora muito maior” Guilherme Aquino atuais empresas operantes ganharem a licitação seria a junção delas em consórcios. “Isso foi um fator determinante para essa associação, pois nenhuma delas sozinha possui essa frota exigida”, esclareceu. De acordo com o edital, as empresas têm um prazo de dois anos para se adequarem à nova realidade, sendo que a líder de cada consórcio será a responsável legal pela aplicação das exigências, já que ela firmou o contrato. As demais empresas terão papel solidário, ajudando a principal no cumprimento dessas obrigações. A história da licitação Guilherme Aquino deu prosseguimento à palestra citando o gênio Albert Einstein, que dizia que “é mais fácil quebrar uma molécula Revista Ônibus 54 29° Encontro do Colégio de Advogados da NTU “Se uma empresa apresentar problema na licitação, todas as demais do consórcio serão desabilitadas” Representante da empresa curitibana Guilherme Gonçalves Advogados Associados, Sacha Breckenfeld Reck do que um preconceito”. Segundo Aquino, seus colegas do poder público têm dificuldade em aceitar uma licitação, mas, para ele, esse é o melhor caminho, em especial para o setor de transportes. Fatos históricos foram apresentados por Aquino, que revelou detalhes curiosos como a primeira concessão em terras brasileiras, que ocorreu no reinado de D. João VI; e que em 1837 chegou ao país um ônibus com quatro rodas e dois andares, porém tracionado por cavalos. “Mas foi somente em 1941 que surgiram os primeiros ônibus com formato semelhante aos de hoje”, ressaltou ele. Totalmente a favor dos processos licitatórios, o palestrante trouxe à tona o exemplo de Minas Gerais: “Em 2008, a Região Metropolitana de Minas Gerais licitou as linhas intermunicipais da região metropolitana e o Estado de Minas Gerais agora licita as linhas intermunicipais de transportes. Isso mostra que licitação é o caminho. É o nosso dever licitar, participar de uma licitação, pois isso vai nos trazer uma melhora muito maior”, enfatiza. O representante da empresa curitibana Guilherme Gonçalves Advogados Associados, Sacha Breckenfeld Reck, concorda plenamente com seu colega de profissão. Há cinco anos dedicando sua carreira de advogado ao transporte coletivo, Sacha apresentou o case de Curitiba, que também optou pelo sistema de consórcios para o transporte coletivo. “Antes de darmos início ao processo licitatório visitamos Belo Horizonte, São Paulo e Goiânia para pegar exemplos a serem aplicados em Curitiba. O que podemos dizer é que a questão da documentação foi um fator negativo para o consórcio, pois isso é algo que dá trabalho para conseguir nesse sistema. Algumas empresas são desclassificadas por causa de documentação”, explica Sacha. Antes de lançar o edital, Curitiba realizou auditorias em todas as empresas de ônibus para evitar transtornos durante o processo, “pois se uma empresa apresentar algum problema na fase de licitação, todas as demais do consórcio são desabilitadas e isso geraria muito transtorno. Em Curitiba, o sistema de concessão tem sido satisfatório”, esclareceu o advogado. Da esquerda para a direita, Guilherme Aquino, Eurico Galhardi e Maximino Gonçalves 55 Revista Ônibus Programa Rio Sustentável AUDITÓRIO 3 Dia 12/11 – 11h30min “Já conheci as cidades mais famosas do mundo e duvido que seja possível reunir tantas fotografias com essas maravilhas como conseguimos no Rio. Mas uma cidade não se sustenta apenas por sua beleza” Subsecretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, Altamirando Fernandes, Prefeitura quer reduzir emissão de GEE em 8% até Altamirando Fernandes fala sobre os planos do Rio para o meio ambiente Em pouco mais de uma hora e meia de palestra, realizada no dia 12 de dezembro, último dia do Etransport, o subsecretário de Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro, Altamirando Fernandes, falou sobre o Rio e suas maravilhas. “Já conheci as cidades mais famosas do mundo e duvido que seja possível reunir tantas fotografias com essas maravilhas como conseguimos no Rio. Mas uma cidade não se sustenta apenas por sua beleza”, disse ele, apontando para a sua apresentação em slide. Jogos Olímpicos Militares, em 2011; Rio+20, em 2012, quando todas as lideranças do mundo virão à cidade discutir a questão do aquecimento global; Copa das Confederações, em 2013; Copa do Mundo, em 2014; e Olimpíadas em 2016. Ou seja, muitos eventos importantes atrairão olhares do mundo para o Rio. “Esses eventos principais trazem eventos paralelos, como feiras, congressos, e isso é muito bom”, afirmou Altamirando. Segundo o subsecretário, a Prefeitura tem um planejamento estratégico com mais de 40 ações para fazer tudo acontecer sem riscos para as Revista Ônibus 56 pessoas e o meio ambiente. “O desenvolvimento precisa ser feito de forma sustentável. Não há desenvolvimento sem ser de forma sustentável. Essa é a nossa filosofia”, enfatizou. Metas e ações planejadas Redução dos gases que geram o efeito estufa no Rio de Janeiro em 8% até 2012. Essa é a meta da Prefeitura. “Se cada cidade fizer o seu papel a gente vai ter o bem-estar de todos porque o mundo é feito de cidades”, afirmou. Segundo ele, o sistema de transporte tem 36% de responsabilidade pelo efeito estufa, atrás apenas do lixo de resíduos sólidos, com 37% de responsabilidade sobre a emissão de CO2. “Trabalhando em cima disso, mais de 70% das emissões seriam reduzidas”, disse o subsecretário. Para melhorar a situação do meio ambiente, ações serão implantadas nos próximos anos como, por exemplo, a recuperação e ampliação da cobertura vegetal, através do plantio de árvores; 2012 Programa Rio Sustentável e a mitigação das emissões dos grandes grupos poluidores, por meio da desativação do aterro de Gramacho que, no final de 2011, deixará de receber lixo. “O Rio produz 9 mil toneladas por dia de lixo. Viena e Londres não têm problemas com o lixo, pois possuem centros de tratamento de resíduos para seu melhor reaproveitamento. O que está sendo feito em Seropédica resultará em algo semelhante, para produzir energia a partir do lixo que descartamos. Mas não apenas Seropédica será beneficiada; Itaguaí e a cidade do Rio também”, comentou ele, lembrando que um programa de coleta seletiva é importante para a cidade e que a Prefeitura está trabalhando para implantar esse conceito. “Esperamos, até o final do governo, ter 30% dessa coleta na cidade.” Entrar com a coleta seletiva na Zona Sul e em parte das zonas Oeste e Norte em 2011: essa é a meta. Hoje o centro da cidade já possui coleta seletiva desde 2010. Um galpão na Zona Portuária foi comprado pela Prefeitura do Rio para que os catadores de lixo possam ter uma assistência social e um local específico para o lixo que recolhem do centro da cidade. “Os grandes prédios do Centro estarão contribuindo com essa separação para facilitar o trabalho desses catadores”, explicou Altamirando. De acordo com o palestrante, grandes cidades do mundo inteiro estão investindo na bicicleta como transporte principal para médias distâncias e para fazer a interligação com o transporte público. No entanto, ele ressalta que, para isso, é preciso que a cidade do Rio tenha uma infraestrutura adequada através de bicicletários, malha cicloviária, pontos para aluguel de bicicletas, locais para encher pneu e um transporte coletivo de qualidade para essa integração. “O Rio de Janeiro está voltado para isso. Temos que lembrar que nas cidades onde as pessoas se transportam de bicicleta as taxas de obesidade e de hipertensão são baixas”, ressaltou Altamirando. Para ele, investimento é a palavra-chave. Em 2009, o Rio tinha 149 km de ciclovia. Entretanto, tudo isso está voltado para o lazer, na orla da cidade. “Estamos com uma meta de em 2012 termos 300 km de ciclovia. O metrô da Pavuna tem bicicletário, assim como na estação Arco Verde, e isso incentiva a população a usar suas bicicletas. Na Zona Oeste até tem muita gente que usa a bicicleta para fazer interligação com transporte público, porém não há uma infraestrutura (ciclovias) para isso acontecer com segurança e qualidade. Por este motivo, estamos implantando isso na Zona Oeste também”, finalizou o subsecretário. A era do transporte sustentável Num segundo momento, o subsecretário do Meio Ambiente resolveu abordar a questão do transporte sustentável, já que é um fator determinante para o Rio de Janeiro evitar a emissão de CO2. “A era do automóvel acabou; foi bom enquanto durou. Não dá para pensar que cada um pode ter seu automóvel, senão vamos fica parados em vez de andar, pois a cidade não aguenta mais tantos carros nas ruas”, elucidou ele, citando o exemplo de Berlim, onde é caro ter automóvel, pois não se tem garagem e os estacionamentos são caros. “Em compensação, Berlim tem bondes, ligações com trens, corredores exclusivos para ônibus... É essa filosofia que queremos implantar no Rio, senão daqui a cinco anos estaremos como São Paulo”, disse ele. 57 Revista Ônibus Revista Ônibus 58 59 Revista Ônibus Revista Ônibus 60 61 Revista Ônibus Revista Ônibus 62 63 Revista Ônibus Revista Ônibus 64 Bienal de Marketing ANTP AUDITÓRIO 2 Dias 11/11 e 12/11 Exemplos internacionais e prêmios na Bienal da ANTP No segundo dia do Etransport, a inovação tecnológica se fez ainda mais presente. No auditório 2, onde aconteceu a Bienal de Marketing da ANTP, Michael Lichtenegger, CEO da UITP (União Internacional de Transporte Público), participou via satélite, com tradução simultânea, e apresentou exemplos que mostram a importância do marketing no transporte público. Para ele, é preciso enxergar o mercado de transporte público como qualquer outro. “Se os clientes estão exigindo um serviço melhor, é preciso trabalhar junto com o marketing para essa imagem do TP melhorar”, explicou Michael, dizendo que em sua cidade isso funcionou muito bem. Com dados em tela, Lichtenegger mostrou que, em Viena, 28% da população não utilizava o transporte público por falta de conhecimento ou por não gostar do serviço. Nesse caso, foi preciso investimento em marketing para ganhar essa parcela da população, criando uma mu- 65 Revista Ônibus Bienal de Marketing ANTP dança no conceito de transporte de massa. O para cada grupo e preparar uma estratégia CEO da UITP lembrou que conhecer o público- de marketing para cada um deles são formas alvo é de suma importância para saber onde corretas para lidar com a situação. e como trabalhar novas ideias. Segundo ele, é fundamental motivar cada grupo de clientes, Mais contribuições para o mas também é necessário dar atenção aos marketing no transporte funcionários. “É preciso motivar os rodoviários Na mesa da Bienal estavam presentes a para eles trabalharem de maneira mais eficaz. Por isso, o marketing interno da empresa é coordenadora técnica da ANTP, Valeska Perez; o diretor de Marketimportante”, coming da Fetranspor, João pletou, salientando Augusto Monteiro; a “Este seminário deve servir que os clientes degerente de visão da vem ser divididos para que as empresas copiem América Latina da UITP, – a fim de melhorar Eleonora Pazos; e o via pesquisa para deos bons exemplos” ce-presidente da ANTP, senvolvimento da Valeska Perez, coordenadora Claudio de Senna Freestratégia de matécnica da ANTP derico. “A ideia de que rketing – em quatro o transporte público só grupos distintos: os é bom se for invisível VIPs, que sempre utilizam o TP como meio de transporte e em está no passado. Temos que conquistar os emitinerários longos; os jovens da era 2.0 (uma presários, mostrando que marketing não é gasto parte da população que está se tornando cada e sim investimento, que serve para fortalecer a vez mais usuária do TP); a população acima organização deles”, enfatizou Valeska logo no dos 50 anos, que está envelhecendo e usando início da Bienal. Já Eleonora Pazos utilizou como exemplo mais o transporte de massa para se locomover; e os chamados de “heróis verdes” (pessoas que Dubai, ao falar sobre a importância do marketing preferem os ônibus, trens e metrôs para não para o transporte público nas grandes cidades. colaborarem com a poluição do planeta e com Segundo ela, esse emirado árabe se espelhou nos o caos no trânsito). Olhar de forma diferente exemplos de Paris, Viena e Nova Iorque através de um benchmarking, chegando à conclusão de que essas cidades têm ótimos transportes de massa. Sendo assim, percebeu que, para sua cidade se tornar visível e positivamente reconhecida pelo mundo, era preciso investir pesadamente no transporte e na propaganda mais acertada. Michael Lichtenegger apresentou um case de Viena, mostrando como eles utilizaram a comunicação para chamar a atenção dos clientes. “Colocamos histórias, imagens familiares com frases curtas, nos pontos de transportes públicos – como plataformas de trens e metrôs e em pontos de ônibus –, com o objetivo de tocar o cliente, fazer com que ele se identifique com aquilo que está vendo e, assim, perceba que nos importamos com a sua qualidade de vida, tempo e bem-estar”, sintetizou Michael. Valeska acredita que a troca de experiências entre países é importante para o sistema de transporte público Revista Ônibus 66 Bienal de Marketing ANTP “Se os clientes estão exigindo um serviço melhor, então, é preciso trabalhar junto com o marketing para essa imagem do TP melhorar” keting premiou cases de sucesso em diferentes categorias – Marketing Promocional, Marketing Institucional, Endomarketing, Marketing de Produto, Responsabilidade Social e Marketing de Relacionamento. As empresas que mais subiram ao palco, para receberem seus troféus em diferentes categorias inscritas, foram a Endec, de Campinas (SP), e a carioca Metrô Rio. Michael Lichtenegger, CEO da UITP Entrega da Menção Honrosa Ao final do primeiro momento, Valeska Perez agradeceu a participação de todos e a contribuição de Michael, enfatizando que a troca de experiências entre países, ainda que culturalmente diferentes, é válida, já que acrescenta muito ao sistema de transporte público urbano. Premiações para os melhores projetos realizados Um breve intervalo foi suficiente para deixar os concorrentes aos prêmios mais ansiosos para saberem se levariam o troféu em formato de ovo de avestruz, todo trabalhado e coberto com folhas de ouro. Transmitida ao vivo para o programa “Em Movimento”, da ANTP TV, a Bienal de Mar Encerrando esta edição da Bienal de Marketing, o vice-presidente da ANTP, Claudio de Senna Frederico, entregou, no dia 12 de novembro, a menção honrosa para as empresas Itamaracá, Metrô Rio e Consórcio de Transportes Grande Recife. A menção honrosa técnica foi para a CBTU Metrô de BH, premiada no dia 11, na categoria Marketing Promocional, pelo projeto BH Music Station. A mediadora desta Bienal, Valeska Perez, lembrou que a webloteca disponível no site da ANTP abrigará as mais de 200 peças originárias dos 55 trabalhos apresentados no evento, e que “este seminário deve servir para que as empresas copiem os bons exemplos apresentados aqui”, enfatizou a coordenadora técnica da ANTP. 67 Revista Ônibus Bienal de Marketing ANTP Valeska Perez (E) entrega o prêmio para Juliana Cabral, gerente de Marketing da Fetranspor CRC da Fetranspor ganha prêmio em Relacionamento com o Cliente A Central de Relacionamento com o Cliente (CRC) da Fetranspor foi a grande vencedora da categoria Marketing de Relacionamento. Antes do anúncio da vitória, a gerente de Marketing da Fetranspor, Juliana Cabral, fez uma breve apresentação sobre a Central. A CRC concorreu com trabalhos de diversas regiões do país: “Estação Aberta” – CBTU/Metrô BH; “Hora do Conto, Um Encontro Marcado com a Fantasia” – ACTU; “Escovódromo Itamaracá” – Transportadora Itamaracá; “4ª Rodada nas Comunidades, garantindo voz e vez à sociedade para as questões da Mobilidade Urbana” – Emdec; “Cadastre-se ou Recadastre-se 2010” – Setransp Aracaju; “Mídias Sociais – A Entrada do Metrô Rio nas Redes Sociais” – Metrô Rio; “Projeto Encontros” – Metrô SP; “Reestruturação da Central de Atendimento e Criação da Ouvidora” – Viação Piracicabana; “Vem Ver Cultura” – Rodoviária Caxangá. Para a coordenadora da Central, Patrícia Araújo, apesar de reconhecer o valor do serviço Revista Ônibus 68 para as empresas, o resultado acabou surpreendendo, pois foi a primeira vez que a CRC havia sido inscrita em uma premiação. “Na verdade ficamos apreensivos quanto ao resultado, pois a qualidade dos projetos inscritos era muito boa. Contudo, sabemos que a CRC é um case de sucesso que, inclusive, serve de benchmarking para outras federações; sabíamos que tínhamos grandes chances”. Patrícia completa dizendo que o trabalho de parceria foi fundamental para que a Central tivesse esse reconhecimento. Também citou que o prêmio chega para concretizar o êxito de um trabalho desenvolvido de forma ampla graças à magnitude do projeto. “A CRC foi e é um projeto muito ousado. Vê-la recebendo um prêmio de uma das maiores instituições do setor de transportes do país é a realização de um sonho. O projeto CRC foi uma herança do Rio Ônibus que foi adaptado para todo o setor, e agradecemos muito aos nossos parceiros”. Bienal de Marketing ANTP Os premiados Marketing Promocional: Edmundo Fornasari recebe prêmio destinado ao RioCard Jovem • Metrô Rio: “Parcerias Culturais: Cartão Pré-pago”; • Emdec – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas: “Programa Preferência pela Vida”; • CBTU-Metrô de BH: “BH Music Station”. Marketing Institucional: • Viação Piracicabana: ”Projeto Transportando Vidas”; • Emdec: “O Novo Portal da Emdec”; RioCard JOVEM premiado na categoria Marketing de Produto • Metrô Rio: “Campanha Réveillon Solidário”. O recebimento do prêmio da Bienal de Marketing legitima o esforço da RioCard em agregar tecnologia e praticidade aos usuários de transportes públicos do Rio de Janeiro, bem como a posiciona como uma empresa inovadora no que se refere à bilhetagem eletrônica. O cartão, com design e material diferenciados, foi criado para atrair o público jovem a utilizar o transporte público. Mais do que uma simples divulgação comercial, a campanha “Seu Mundo”, do RioCard Jovem, criou uma plataforma de comunicação que usava os diferentes perfis do universo jovem para informar sobre atividades de interesse. Através das redes sociais (sobretudo o Twitter e Orkut), os perfis criados pela campanha forneciam informações sobre cursos, concursos, vestibulares, festas, shows, eventos esportivos, dicas de passeios ecológicos etc. Esse foi o principal diferencial da campanha do RioCard Jovem, um produto segmentado que buscou “falar a língua” do seu público-alvo. Outro ponto forte do case foi o concurso cultural “Cheguei de RioCard” no qual diversos jovens participaram enviando fotos sobre seus pontos preferidos da cidade. Os vencedores ganharam relógios exclusivos que pagam a passagem e estão funcionando como pilotos dessa tecnologia que promete agregar ainda mais praticidade aos produtos RioCard. • Metrô Rio: “Implantação do Cartão Pré-pago”; Marketing de Produto: • Concessionária Novo Rio: “O Novo Cartão Postal da Cidade Maravilhosa – Terminal Novo Rio”; • RioCard: “RioCard Jovem – Criação, Lançamento e Campanha”. Endomarketing: • Viação Belém Novo: “Programa Portas Abertas”; • Emdec: “Motorista Nota 10”; • Metropolitana: “Produtividade: Profissional Modelo Top 2010”. Marketing de Relacionamento: • Fetranspor: “CRC – Central de Relacionamento com o Cliente”; • CBTU-Metrô BH: “Estação Aberta”; • ACTU: “Hora do Conto: Um Encontro Marcado Com a Fantasia”. Responsabilidade Social: • Transportadora Itamaracá: “Projeto Moeda Maracás”; • Viação Flecha Branca: “Projeto Ir e Vir em Cachoeiro de Itapemirim”; • Metrô Rio: “Abrindo Caminhos – Programa de Inclusão e Empregabilidade de Pessoas com Deficiência”. 69 Revista Ônibus Painel 6 – Tecnologias Voltadas para a Gestão Operacional e Informação ao Cliente AUDITÓRIO 1 Dia 12/11 – 14h Consórcios apresentam ações para a melhoria As experiências da Grande Goiânia e da Grande Vitória em desenvolvimento e gestão de sistemas de informação ao cliente foram o destaque do Painel 6, do 14º Etransport, que abordou o tema Tecnologias Voltadas para a Gestão Operacional e Informação ao Cliente. A diretora de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Richele Cabral, mediou os debates. O diretor geral do Consórcio da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos da Grande Goiânia, Leomar Avelino Rodrigues, explicou aos participantes como funciona o SIM – Serviço de Informação Metropolitano – e quais são os principais benefícios deste sistema para os clientes. Através do SIM, o usuário tem acesso a dados sobre trajetos, linhas, pontos de parada e horários em tempo real, bem como pode ainda ser atendido Revista Ônibus 70 da mobilidade Durante o dabate, foram discutidas soluções como: SIM – Serviço de Informação Metropolitano, da Grande Goiânia; o Sistema da Grande Vitória, operado pela Ceturb – GV; e outras soluções de informação Da esquerda para a direita, Miguel Sérgio Lima, Richele Cabral, Leomar Avelino e Antônio Carlos Dias integrada, com exemplos de diversas cidades do mundo online para fazer elogios, sugestões, reclamações e denúncias, entre outras vantagens. Para transmitir essas informações aos clientes, o Consórcio utiliza vários instrumentos de comunicação, como totens de embarque, sinalização de terminais, call centers, o site institucional, displays nos pontos de parada e balcões de informações dentro dos terminais, sistemas de som e envio de mensagens aos clientes cadastrados através de SMS. “Para nós, gestão operacional e informação aos clientes são fundamentais para que ele possa viajar bem e voltar bem”, destacou. Já o assessor de Desenvolvimento Organizacional da Ceturb – GV, Miguel Sérgio Lima, falou sobre o sistema da cidade, que gerencia dez terminais de integração, com 28 linhas troncais e 211 alimentadoras, além de uma tarifa única. Segundo ele, a maior missão da Ceturb é administrar o transporte coletivo de Painel 6 – Tecnologias Voltadas para a Gestão Operacional e Informação ao Cliente pessoas, buscando uma mobilidade eficaz. “O fato de repetirmos isso como um mantra aumenta nosso compromisso perante o usuário”, ressaltou. Lima explicou que o sistema de gerenciamento de informações ainda será implantado (está Enquanto o sistema não entra em funcionamento, a Ceturb presta outros serviços ao usuário, através do Disque-Ceturb e do site, além do Ceturb Móbile, que possibilita o download de um programa para acesso às linhas de ônibus e aos horários. É um processo interessante e simples, que será incorporado “Para nós, gestão ao sistema maior quando este for adotado. O cliente operacional e informação aos paga apenas uma vez pelo ao programa e pode clientes são fundamentais acesso usá-lo sempre que precisar. “Nosso usuário quer regupara que ele possa viajar laridade e pontualidade. Conseguimos regularidade, bem e voltar bem” mas nem sempre pontualiLeomar Avelino, diretor geral do Consórcio da Rede Metropolitana dade. Pontualidade só vade Transportes Coletivos mos conseguir com o BRT”, da Grande Goiânia destacou Lima. A hora da verdade O executivo de Soluções para o Governo da IBM “Nosso usuário quer América Latina, Antonio Dias, também palesregularidade e pontualidade. Carlos trante do painel, destacou Conseguimos regularidade, que só é possível definir se o sistema de informação é bom ou não na hora da mas nem sempre verdade, quando o cliente pontualidade. Pontualidade só está no ponto esperando o ônibus e precisa que o mesvamos conseguir com o BRT” mo atenda às suas necessiMiguel Sérgio Lima, assessor de dades. Dias faz parte de um Desenvolvimento Organizacional time da IBM que tem trabado Ceturb – GV lhado no setor de transportes, pensando como pode integrar todos os sistemas que estão crescendo em fase de licitação), mas a maior preocupação nas cidades. “A área de transportes é responsáda Ceturb é que o mesmo atenda realmente às vel pela mudança cultural do cidadão, de como necessidades do consumidor. “Através do siste- ele gasta o tempo dele. Ou seja, o transporte ma, o usuário vai acompanhar todo o processo. provoca uma mudança comportamental na vida Na licitação está previsto tudo que há de mais das pessoas. É fundamental, também, que os modais de transporte e a infraestrutura como moderno para atender o cliente”, disse. 71 Revista Ônibus Painel 6 – Tecnologias Voltadas para a Gestão Operacional e Informação ao Cliente “A área de transportes é responsável pela mudança cultural do cidadão, de como ele gasta o tempo dele. Ou seja, o transporte provoca uma mudança comportamental na vida das pessoas” Antonio Carlos Dias, executivo de Soluções para o Governo da IBM América Latina um todo funcionem perfeitamente e de forma interligada, pois se não funcionar assim, uma parte prejudica a outra”. Na opinião de Antônio Carlos Dias, é preciso analisar os sistemas de informação sob a ótica do cidadão e levar em conta tanto a parte do transporte público como a do tráfego, Revista Ônibus 72 bem como verificar como este está afetando o transporte e sendo afetado por ele. “Temos que ter essa noção de ecossistema, porque no meio disso tudo está o usuário, ávido por informações relevantes, que tenham utilidade no seu dia a dia”, frisou. Segundo o executivo, a experiência de Cingapura mostra que o usuário está mais exigente. Há um slogan conhecido na cidade que diz que operação em tempo real é tarde demais. “Saber que o trânsito está engarrafado não ajuda ninguém. O cliente quer saber como o trânsito vai se comportar daqui a duas horas, qual é o tempo de chegada do ônibus”, alertou. Ele falou também sobre o sistema adotado por Londres, operado pela IBM, onde há cobrança de pedágio para os automóveis entrarem no centro. Dias citou ainda a experiência de Estocolmo, na Suécia, considerada muito positiva, que também desestimulou a circulação de automóveis no centro, através da cobrança de pedágio. Com isso, metade da população deixou de usar o transporte individual, substituindo-o pelo coletivo, ou alterou o horário de ida ao centro. As empresas aumentaram a frota em 10%, mas a verdade é que, com a redução do tráfego, os mesmos ônibus conseguiram circular mais vezes. O resultado foi um serviço de transporte mais rápido, pontual e com menor lotação. “Outros benefícios da iniciativa foram a redução de 25% do trânsito dentro do anel viário, a diminuição em 15% das emissões de CO², o aumento da receita para o município de Estocolmo e o fato de que as taxas de congestionamento vão financiar melhorias para o trânsito”, concluiu. Fórum Boas Práticas em Educação para o Setor de Transporte de Passageiros AUDITÓRIO 2 Dia 12/11 – 14h Educação e conhecimento são os desafios empresariais do 3º milênio “Educação, conhecimento e aprendizagem suas histórias: clássico, motivacional, estraestão em pauta nas empresas para os próximos tégico e competitivo. Esses modelos foram anos, pois é impossível pensar em retenção formados pelas histórias das empresas, mas de talentos sem pensar nesses três pontos”. também pela expectativa dos clientes”, comAssim, começou o Fórum de Boas Práticas, plementou Fischer. com as palavras do professor e doutor da Usando como exemplo a rede de fast food FIA/USP, André Fischer, no último dia do 14º McDonald´s, ele disse que, mesmo tendo uma Etransport, que abordou o tema taxa de rotatividade elevada Educação e Conhecimento: Desafios (cerca de 70%), ela é boa para “O mercado deve mudar. da Gestão de Pessoas na Empresa o país porque treina rapidaContemporânea. mente o jovem, que entra no O mais provável é que os Segundo o professor, o Brasil tem mercado inexperiente, mas sai uma rotatividade de 42% por ano da empresa com um padrão de dirigentes tornem-se mais nas empresas, sendo que, no setor de atendimento válido para o seu transportes, esse número representa profissionalizados e os clientes crescimento profissional. 24%. Fischer avisa que, desde 2006, a satisfação e a motivação dos emmais exigentes” Grupo JCA contribui pregados estão aumentando esses André Fischer, professor com suas experiências índices. “Com essas mudanças, o e doutor da FIA/USP João Cândido, dimercado deve mudar. retor do Grupo JCA, O mais provável é que contribuiu para o Fóos dirigentes tornemrum, apresentando a se mais profissionaexperiência do Grupo lizados e os clientes onde trabalha, e apromais exigentes”, enveitou para elogiar fatizou ele, lembrando bastante a UCT por que a comunidade de permitir que pessoas RH hoje tem instrudistantes possam ter mentos. “Ela mudou acesso ao seu conbastante e aprendeu teúdo. muito nesse período. Há mais de seis Com esse aprendizadécadas no mercado do, ela criou quatro e atuante nas regiões grandes modelos em 73 Revista Ônibus Fórum Boas Práticas em Educação para o Setor de Transporte de Passageiros João Cândido, diretor do Grupo JCA, elogia atuação da UCT, durante palestra no Painel 6 Sul e Sudeste do Brasil, com mais de 8 mil funcionários diretos, o Grupo JCA, ao longo dos anos, vem reformulando sua estratégia, pensando nos concorrentes que têm crescido, incorporando tecnologia e as transformações do mercado e da sociedade, e vendo que o perfil dos clientes está mudando, se tornando mais exigente. “Fizemos uma pesquisa de valores, um diagnóstico e, com isso, preparamos uma declaração de visão e missão, uma declaração dos valores e comportamentos e um contrato de liderança para fazer com que essa nova cultura do Grupo se firme e se realize efetivamente”, esclareceu João Cân“Para que os indicadores gerais da dido. A empresa, nesempresa sejam atendidos, é preciso se processo de reforque os indicadores individuais de cada mulação, usou 4.500 pessoas, entre sócios, motorista também sejam solucionados” gerentes, executivos André Cerqueira e colaboradores em geral, em sua pesquisa, para conhecer os valores pessoais de cada um e aqueles ligados à empresa. “Com isso, foi possível perceber se essas pessoas, com seus valores pessoais cruzados com os da empresa, estão satisfeitas com o emprego, ou não, e o que fazer para mudar um quadro não satisfatório”, completou o diretor, que enfatiza que jamais atingirão os clientes se não fizerem o trabalho de casa. Por isso, a importância das declarações (missão e visão) Revista Ônibus 74 voltadas para o clima organizacional, visando à satisfação dos colaboradores. A Viação Águia Branca, representada por Cerqueira, gerente operacional da empresa, apresentou seu case “Transportando Atitudes Seguras e Sustentáveis”, mostrando que a instituição se preocupa com seus colaboradores, treina constantemente seus motoristas, os quais só vão para as ruas quando se sentem preparados. Além disso, orienta seus funcionários sobre a importância da boa alimentação e do sono, bem como procura mantê-los motivados, através do Programa Motorista Top Ouro, que ensina, reconhece e valoriza o profissional. “Para que os indicadores gerais da empresa sejam atendidos, é preciso que os indicadores individuais de cada motorista também sejam solucionados”, disse André, lembrando que esse, quando na estrada, é o diretor, o gerente, o gestor da empresa. “Ele está representando toda a organização”. A qualidade do combustível, reduzindo partículas de enxofre na atmosfera, também é uma questão que tem a atenção do grupo Águia Branca. Prova disto é que 100% da frota da instituição é aprovada pelo Programa Despoluir. André Cerqueira, gerente operacional da Viação Águia Branca Seminário: Veículos Híbridos – Aplicações para Ônibus Urbanos / Painel: Aplicações de Ônibus Híbridos no Mundo – uma Visão Tecnológica AUDITÓRIO 3 Dia 12/11 – 14h Indústria mundial aposta em coletivos híbridos Cidades como Bruxelas, Londres e Gotemburgo usam tecnologia A busca por uma solução de transporte públi- Curitiba. Já a Agrale mostrou as características do co menos poluente pode ser considerada o ponto Hybridus, recém-lançado no Brasil, após testes no principal do painel que tratou da aplicação de veí- Chile e na Argentina, o qual também adota o sisculos híbridos no mundo. Os ganhos ambientais e tema em série por meio de ultracapacitores. Iniciando os debates, o diretor de Tecnolooutros benefícios para os operadores foram abordados durante as apresentações, que contaram gia da MAN citou que, ao aplicar a tecnologia com a participação de três palestrantes interna- híbrida, a empresa trabalha atendendo requisicionais: o diretor de Tecnologia da MAN, Eberhard tos sociais e políticos, além de considerar este Hipp; o diretor de Meio Ambiente da Volvo Bus, o caminho para a substituição de combustíveis Edward Jobson; e o diretor de Desenvolvimento líquidos em caminhões e ônibus. Hipp falou sode Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Christian bre a hibridização dos veículos, que pode ser de Flecksteiner. A contribuição nacional ficou por três maneiras: sistema paralelo, energia dividida conta dos diretores técnicos da Eletra, Antonio e serial – esta última empregada geralmente nos Vicente de Sousa, e da Agrale, Pedro Soares. Os ônibus híbridos podem As tecnologias disponíveis em cada uma ser competitivos em relação das montadoras ganharam foco nas palestras. a outros modais e deve ser Dentre elas, destacamse os sistemas em série, prioridade o uso de veículos utilizados pela Daimler Mercedes em seus veímenos poluentes, com culos híbridos em países menor emissão de ruídos da América do Norte, Europa e no Japão. Da mesma forma, a MAN aposta neste tipo de sistema, empregando-o em ônibus. Além disso, Hipp abordou os benefícios sua frota nas cidades de Nuremberg, na Alema- desta tecnologia – a redução da emissão de poluentes e do consumo de combustível –, mencionha, e em Paris, capital francesa. Já a Volvo optou pelo sistema paralelo – tam- nando os exemplos de Nuremberg e Paris. Na sequência, Edward Jobson afirmou que os bém com ótimos resultados no que diz respeito à eficiência energética –, apresentando exemplos ônibus híbridos podem ser competitivos em relade seu emprego em cidades como Bruxelas (Bél- ção a outros modais e que deve ser prioridade gica), Londres (Inglaterra), Gotemburgo (Suécia) e o uso de veículos menos poluentes, com menor 75 Revista Ônibus Seminário: Veículos Híbridos – Aplicações para Ônibus Urbanos / Painel: Aplicações de Ônibus Híbridos no Mundo – uma Visão Tecnológica emissão de ruídos, citando as recentes experiências em Curitiba com o Hibribus, que percorreu aproximadamente 45 mil quilômetros. Apesar do custo inicial, Jobson acredita perfeitamente que o investimento é recompensado. Já o diretor de Desenvolvimento de Ônibus da Mercedes, Christian Flecksteiner, discorreu sobre a legislação no mundo com o registro de emissões nas grandes capitais e o avanço de motores padrão Euro IV e Euro V. Além disso, apresentou os números de veículos híbridos em circulação em diferentes continentes. “São três mil na América do Norte, 60 na Europa e 1.000 no Japão, que é o centro de desenvolvimento dos veículos híbridos”. Christian também falou da busca por economia de combustíveis da ordem de 20% para toda a frota até 2020, bem como sobre o acúmulo de experiências em diferentes regiões, como Europa, Ásia e Estados Unidos, demonstrando que exemplos de cidades com topografias diferentes podem servir para atingir tal meta. Características, dificuldades e benefícios deram o tom das palavras de Antonio Vicente de Sousa, diretor-técnico da Eletra, que discursou sobre a possibilidade de produção de veículos elétricos com até 25 metros, o uso de motores com corrente contínua ou alternada, além da adoção de bancos de baterias. “Quanto mais leve o banco de baterias, melhor”. A produção de veículos elétricos em larga escala esbarra no custo da bateria. No Brasil existe somente um tipo, a de chumbo ácido (aproximadamente 25 mil reais). A ideal para essa espécie de veículo seria a de íon lítio, cujo valor é em torno de 100 mil dólares. Os benefícios apontados por Vicente são: alto grau de confiabilidade, rapidez na manutenção preditiva e corretiva, redução na emissão de poluentes, acarretando melhorias para a saúde da população. Pedro Soares, diretor-técnico da Agrale, foi breve em sua exposição e falou que o futuro do transporte converge para o uso de motores elétricos, mas antes passará pelos híbridos, e citou algumas características do modelo recémlançado pela marca, o Hybridus. Revista Ônibus 76 Pedro Soares apresentou as caraterísticas do Hybridus Sustentabilidade no transporte dá o tom no segundo painel Dando continuidade ao seminário que tratou do uso dos híbridos, foi realizada uma mesa redonda para abordar questões ligadas à aplicação dos veículos no cenário nacional, assim como para debater tecnologias alternativas em busca de um transporte sustentável. Inicialmente o moderador do debate, o gerente de Operações de Mobilidade Urbana da Fetranspor, Guilherme Wilson, falou sobre a possibilidade de substituição da matriz tecnológica no transporte público de passageiros com a hibridização de veículos. “Trouxemos a visão tecnológica com as principais montadoras que disponibilizam esse tipo de veículo no mercado e vamos tratar da eficiência energética com qualidade de combustível”. Participante do debate, o professor e engenheiro da Coppe, Marcio D´Agosto, relatou alguns entraves que dificultam o alcance de melhorias no transporte, como os congestionamentos. “Atualmente o transporte coletivo anda mais e transporta menos. A taxa de passageiros por quilômetro vem caindo. Aumenta a frota e consequentemente o consumo de combustível. O custo ponderado por quilômetro tem aumentado”. D´Agosto também disse que a tecnologia híbrida pode ser uma alternativa, com a redução de combustível, que representa o principal custo operacional. Ela permite diminuir a emissão de poluentes e ruídos, sem comprometer o alto torque, e se prevalecendo da eficiência energética durante a operação com o anda e para, característica das metrópoles brasileiras. Seminário: Veículos Híbridos – Aplicações para Ônibus Urbanos / Painel: Aplicações de Ônibus Híbridos no Mundo – uma Visão Tecnológica lio às grandes cidades, por meio do programa de redução de emissões de gases, assim como do fomento ao uso de energias limpas. Uma dessas ações é feita em conjunto com o ITDP, órgão que atua no desenvolvimento de soluções para um transporte mais sustentável, auxiliando e estruturando as cidades para emitir menos carbono, através da adoção de novas tecnologias, dentre elas, a híbrida, que Manuel considera importante Marcio D´Agosto alertou para o alto consumo de combustível e a diminuição do número de para o transporte nos próximos 15 ou passageiros transportados 20 anos. “Para isso é necessário apoio do governo, assim como de investidores, como bancos, para auxiliar nos investimentos da O presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos, Pietro Erber, destacou a recente estrutura do transporte”. Alex Messias, gerente de Marketing de Transredescoberta da tecnologia eletrônica, nos últimos 15 anos, a qual oferece amplas possibilidades de portes da Petrobras Distribuidora, encerrou o desenvolvimento, e citou algumas variáveis deter- painel, mostrando o que a empresa faz em prol minantes para a adoção da mesma. A disponibili- da sustentabilidade no transporte, como o incendade do uso de combustíveis fósseis no futuro, a tivo a teste com o diesel de cana-de-açúcar que preocupação com o ambiente urbano e problemas vem sendo realizado no município de São Paulo, de saúde, além da segurança energética devem e anunciou que “ano que vem faremos um teste ser verificadas para garantir o uso da eletricidade ainda maior no Rio de Janeiro”. Messias também falou sobre os planos da nos veículos. Erber criticou o fato de não haver incentivos no empresa voltados para a comercialização do Arla Brasil para as empresas utilizarem ônibus híbridos 32, solução à base de ureia que funcionará no ou elétricos e disse que essa pauta deve ser tratada sistema de pós-tratamento dos motores a diesel, com seriedade face aos benefícios, como a redução e que ajuda na redução da emissão de poluentes. de óxido nitroso (NOX) e material particulado. “É Finalizou anunciando um projeto para construção preciso pensar uma alternativa para que o investi- de uma unidade de produção de hidrogênio a ser mento inicial seja recuperado. O governo deveria utilizado em ônibus. dar incentivos”. Já o coordenador de Operações da Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Antonio Jofre, apresentou os projetos voltados para um transporte mais sustentável nas cidades, como os BRTs e as faixas exclusivas que a Prefeitura denominou de BRS (Bus Rapid Service), com o objetivo de dar prioridade e equilíbrio ao transporte por ônibus. “Nosso compromisso com o COI e a Fifa prevê a adoção dos BRTs, de 20 BRSs e o uso do biodiesel B20”. Em seguida, Manuel Oliveira, diretor-regional da Fundação Clinton, em Bogotá, citou o trabalho que vem sendo realizado pela instituição no auxí- Alex Messias, gerente de Marketing de Transportes da Petrobras Distribuidora, encerrou o painel 77 Revista Ônibus Mesa Redonda: Corredores Expressos para Ônibus: Novas Perspectivas AUDITÓRIO 1 Dia 12/11 – 16h30min BRTs têm menor custo e dependem de decisões políticas As perspectivas para o transporte do Rio de Janeiro, com a adoção de novas tecnologias e a implantação de sistemas de BRT (Bus Rapid Transit), foram os principais pontos da fala de Lélis Marcos Teixeira, presidente da Fetranspor, que considerou que o Estado terá futuro promissor, com as mudanças geradas pelos eventos de grande porte que aqui acontecerão, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Qualidade no gerenciamento dos projetos e excelência na operação dos corredores foram citados como itens de fundamental importância para o sucesso da implantação do sistema. Segundo Lélis, o Rio está sendo bem aquinhoado com projetos de BRT (Transoeste, Transcarioca, Transolímpico e Avenida Brasil) e há ainda estudos sobre a possibilidade de instalação de 20 BRSs (Bus Rapid Service), que poderão servir como pontos de integração importantes, dando acesso ao BRT. Segurança e adoção das melhores práticas operacionais são atributos que vão contribuir para o aumento da qualidade e do conforto dos clientes, na nova realidade do transporte coletivo de passageiros do Estado, que vai contar com novas tec- Revista Ônibus 78 nologias, como GPS e câmeras ligadas à polícia, afirmou Lélis Teixeira. Para Horácio Lucateli, superintendente do Sindicato de Transporte de Passageiros de Salvador, a capital baiana representa um exemplo interessante, pois foi criada como uma fortaleza, Legislação mais moderna, com para não ser mexida. A descontinuidade nos política setorial bem definida, investimentos em infraestrutura ao longo aliada a um plano diretor dos anos atrapalhou o desenvolvimento urbae à realização de estudos e no, e houve uma série de prejuízos para o seprojetos técnicos são caminhos tor. A implantação da a serem trilhados pela bilhetagem eletrônica foi importante para a capital baiana criação da Rede Integrada de Transportes (RIT) e continuará sendo para novos projetos. Lucateli apontou como um dos principais desafios para o transporte coletivo da cidade a questão da segurança, que apareceu, em recente pesquisa, Mesa Redonda: Corredores Expressos para Ônibus: Novas Perspectivas como o item mais citado espontaneamente pela população. A legislação também foi considerada como um ponto negativo, por ser obsoleta. Para Lucateli, o caminho para se obter as condições necessárias para que a capital baiana faça frente às expectativas que se desenham no horizonte, em nível nacional, é a criação de uma legislação mais moderna, com política setorial bem definida, aliada a um plano diretor e à realização de estudos e projetos técnicos. O colombiano Enrique Peñalosa concordou com Lélis Teixeira em suas declarações sobre o Rio de Janeiro e a implantação de sistemas de BRT. Para ele, não se trata apenas de uma questão de custo mais baixo, quando se decide entre um metrô e um BRT. “A questão principal é saber que tipo de cidade se quer. As soluções de transporte têm muito a ver com decisões políticas. O primeiro artigo da Constituição diz que todos somos iguais perante a lei, mas essa igualdade deve se refletir também no espaço viário das cidades”, lembrou Peñalosa. Se há uma decisão política de criar mais espaço para os automóveis, esta fará aumentar sua utilização. Uma cidade mais humana implica mais espaço para pedestres e sistemas eficientes de transporte público. A mobilidade humana e os engarrafamentos foram mostrados como problemas distintos, de soluções também diferentes. Uma boa política de transporte deve reduzir o uso do carro? Ou facilitar este uso? Para Peñalosa, criar mais vias para os automóveis, como acontece em muitas Enrique Peñalosa cidades americanas, é Itens como mais segurança e adoção algo como tentar apagar fogo com gasolina. das melhores práticas operacionais Ele aponta algumas verdades que parecem são atributos que vão contribuir para o ir contra a intuição humana, como “a terra aumento da qualidade e do conforto no gira em torno do sol”, transporte por ônibus no Rio e inclui, entre elas, “todos os transportes públicos são maravilhosos”. O ônibus precisa ser melhor aproveitado, segundo o especialista colombiano, que considera este o modal essencial para a mobilidade. Ele cita o exemplo de Londres que, com 8 milhões de habitantes, tem 1.800km de ferrovias e, ainda assim, desloca mais pessoas por meio de ônibus. Um dos empecilhos para os sistemas de BRT, na opinião de Peñalosa, é a percepção do ônibus como um sistema de transporte inferior. Contrariamente a isso, ele diz que, em Bogotá, o sistema Transmilênio incrementou o comércio, valorizou o preço das terras, favoreceu a democracia. A grande capacidade dos ônibus permite o deslocamento diário de 1,8 milhão de passageiros, num percurso de 84 quilômetros. Seus ônibus conseguem ter um índice de passageiros transportados por sentido maior do que o de qualquer país da Europa. Tudo isso aliado a um transporte que permite que se veja a paisagem. Por esses motivos, Peñalosa destacou que soluções de transporte por sistemas de BRT vêm sendo adotadas em todo o mundo. Lélis Teixeira Horácio Lucateli 79 Revista Ônibus 8ª Feira Rio Transportes – FetransRio Dias 10, 11 e 12/11 Feira reúne tecnologias voltadas para um transporte mais inteligente Tradicionais e novos fornecedores se encontram com os profissionais que estão à frente do setor As cerca de 8.000 pessoas que visitaram os 16.000m² da 8ª edição da FetransRio constataram que o futuro do transporte por ônibus no Brasil passa pela implementação do BRT (Bus Rapid Transit). Os 90 estandes e mais de 70 ônibus expostos demonstraram claramente o interesse dos fornecedores em participar da transformação que a mobilidade inteligente trará ao Rio de Janeiro e ao país. O Sistema Fetranspor apresentou projetos e ações em várias áreas, que mostram a interação do setor com a população A Revista Ônibus distribuiu 2.000 ônibus articulados, símbolo da mobilidade, para montar Revista Ônibus 80 A direção da Fetranspor e autoridades do setor prestigiaram a abertura da 8ª FetransRio no dia 10 de novembro 8ª Feira Rio Transportes – FetransRio Estava disponível para a apreciação dos técnicos e investidores do setor toda a tecnologia envolvida na reestruturação do transporte de passageiros, incluindo: sistemas completos de BRTs, veículos de piso baixo, combustíveis alternativos, articulados e bi-articulados; controle e monitoração de frota; cartões de bilhetagem biodegradáveis e produzidos com materiais alternativos; securitização especializada; serviços em sistemas de acessibilidade; sistemas de troca de marchas servo-assistidos e automatizados; financiamento de consultoria em gestão e planejamento e call centers; além de todos os tradicionais produtos e serviços necessários para o crescimento e aperfeiçoamento do setor. O ônibus turístico “conversível” da Scania foi uma das atrações mais visitadas da feira A Marcopolo anunciou a ampliação da linha de ônibus Geração 7. Mais três modelos serão incorporados ao portfólio de produtos da marca A Man Latin America frisou que a marca vem se preparando para entrar no segmento de BRT Cerca de 8.500 pessoas foram à Marina da Glória nos três dias do evento 81 Revista Ônibus 8ª Feira Rio Transportes – FetransRio Dias 10, 11 e 12/11 A Mercedes-Benz apresentou a sua tecnologia em BRT e afirmou que o objetivo principal da marca é atender aos clientes com custos operacionais compatíveis e segurança, além do conforto para os passageiros em um sistema de transporte sustentável Estande do Bradesco A Volvo apresentou sua solução ecológica: o Hibribus. Com propulsão híbrida elétrica ou biodiesel Estande da APB Prodata, que atende mais de 5 países e já chegou à marca de 72.000 validadores vendidos Estande do Itaú A Mercedes-Benz apresentou seus novos modelos de chassi e ainda levou o modelo S400 Hybrid, maior e mais econômico sedã da marca, além de menos poluente A Scania apresentou chassis da Série F e Série K Revista Ônibus 82 RINO COM A excelência Scania no transporte de grande capacidade de passageiros. Alto desempenho, robustez, conforto e economia: a Scania, com sua solução completa em BRT, oferece tudo o que você precisa para ônibus com grande capacidade de transporte de passageiros, incluindo desde o chassi modelo 4x2, de 13,2 metros, até as versões do articulado de 3 ou 4 eixos para encarroçamento, com até 20,3 metros. Sem falar no exclusivo K270 de 15,0 metros. E, para deixar o seu ônibus sempre em dia, você conta com Peças e Serviços Scania, que asseguram atendimento especializado nas próprias garagens das empresas ou nas Casas Scania, presentes em mais de 100 pontos em todo o Brasil. A Scania tem sempre as melhores soluções para as necessidades de sua empresa. Scania. Tudo por Você. Faça revisões em seu veículo regularmente. 83 Revista Ônibus Solenidade de Encerramento do 14º Etransport. Entrega do Prêmio de Mobilidade Urbana 2009/2010 Dia 12/11 – 18h Primeira edição do Prêmio Mobilidade Urbana: emoção no encerramento do Etransport O 14º Etransport chegou ao fim por volta das 21 horas do dia 12 de novembro, mas não sem antes contar com os pronunciamentos de ilustres personalidades do setor e do poder público. A cerimônia teve momentos de emoção, com a entrega do Prêmio Mobilidade Urbana, promovido, pela primeira vez, pela Fetranspor. Dentre os cerca de 70 inscritos nas cinco categorias (Educação e Cultura, Jornalismo, Planejamento de Transportes e Tecnologia, Relacionamento com Clientes e Responsabilidade Socioambiental), foram eleitos os primeiros colocados em cada uma, bem como entregues menções honrosas a outros participantes. Na mesa, o presidente do Conselho da Fetranspor, José Carlos Lavouras; o ministro de Estado das Cidades, Márcio Fortes; Júlio Lopes, representando o governador do Rio de Janeiro; Rômulo Orrico, representando o prefeito do Rio de Janeiro; o presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira; e a coordenadora técnica da ANTP, Valeska Perez. Lélis Teixeira anunciou os impressionantes números da 14ª edição do Congresso: foram 23 fóruns, 6.993 pessoas nos três dias do evento, até a última apuração, além de palestrantes internacionais. “Não basta investir em quantidade, mas sim em qualidade. Depois da qualidade consolidada, a quantidade virá automaticamente”, frisou o ministro Márcio Fortes, comentando que, graças ao PAC da Moblidade, as gavetas do governo estão cheias, mesmo em época de final de mandato. Mesa de encerramento do 14º Etransport Revista Ônibus 84 Solenidade de Encerramento do 14º Etransport. Entrega do Prêmio de Mobilidade Urbana 2009/2010 Confira abaixo os trabalhos vencedores do Prêmio Mobilidade Urbana Categoria Educação e Cultura 1º lugar: “Programa Trânsito e Escola”, do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro; Menções honrosas: “Programa Circulando no Trânsito”, da Secretaria de Mobilidade Urbana de Macaé; e “Roteiros Geográficos do Rio”, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Categoria Jornalismo 1º lugar – mídia impressa: “O Y do Problema no Metrô”, de Amanda Pinheiro; Menções honrosas: “Sufoco nos Trilhos, Sufoco a Bordo”, de Eduardo Antonio Auler Monteiro e Silva; e “Bilhete Único Pode Acabar em Prejuízo”, de Mahomed Mahmud Saigg. 1º lugar – mídia eletrônica: “As Dificuldades Enfrentadas Pelos Passageiros de Trem e Metrô no Rio de Janeiro”, de Alexandre Mata Tortoriello; Menções honrosas: “Falta de Acessibilidade”, de Aline Santos Prado; e “Implantação do Bilhete Único na Região Metropolitana”, de Alexandre Mata Tortoriello. Categoria Planejamento de Transportes e Tecnologia 1º lugar: “Integração Tarifária Temporal – O Caso de Petrópolis”, do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis; Menções honrosas: “Rede de Mobilidade Sustentável: O Desafio do Transporte no Rio de Janeiro”, de Robert Jeferson de Melo e Silva; e “Corredor Metropolitano Alameda São Boaventura e Av. Feliciano Sodré”, de Niterói Transporte e Trânsito. Categoria Relacionamento com o Cliente 1º lugar: “SAC Rio Ônibus”, do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro; Menção honrosa: “Construção de Experiências Positivas em Transporte Coletivo Urbano de Passageiros”, da Empresa de Transportes Flores. Categoria Responsabilidade Socioambiental 1º lugar: “Rio Ônibus Criança”, do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro; Menção honrosa: “Atendimento Diferenciado para Pessoas com Mobilidade Reduzida”, da Secretaria de Acessibilidade e Cidadania de Niterói; e “CarUni – Carona Universitária”, de Fábio Brito da Fonseca. 85 Revista Ônibus Solenidade de Encerramento do 14º Etransport. Entrega do Prêmio de Mobilidade Urbana 2009/2010 Confira os cases ganhadores do Prêmio Mobilidade Urbana 2010 Programa Trânsito na Escola Integração tarifária temporal – o caso de Petrópolis O Detran do Rio de Janeiro apresentou seu case de sucesso para o PMU de 2010. O Programa Trânsito na Escola, desenvolvido pelo próprio órgão, consiste em levar educação sobre o trânsito a alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, cumprindo a Lei Estadual nº 4.864/06. Desde sua implantação, em junho de 2009, já foram beneficiados 5.394 alunos e 1.439 professores, em 11 municípios do Rio, sendo 1.130 escolas atendidas pelo Programa. Este case vencedor apresenta o projeto de integração temporal implantado no transporte coletivo de Petrópolis, município do Rio de Janeiro. Essa ação foi considerada pioneira dentre as realizadas nos municípios fluminenses e contribuiu significativamente para melhorar a mobilidade dos usuários do sistema integrado de transporte, já que possibilita a conexão entre as rotas de ônibus em qualquer ponto e não apenas no Terminal Centro. Para o sucesso da integração foram analisados alguns sistemas já implantados em outras cidades brasileiras, com o objetivo de reunir subsídios e referências, sobretudo quanto aos critérios e restrições que seriam adotados no caso de Petrópolis, para programar a matriz de integração. Superlotação e ligação perigosa entre as linhas 1 e 2 do Metrô Rio A reportagem vencedora do jornal impresso O Dia revelou que a ligação entre as linhas 1 e 2 do metrô pode provocar acidente grave por causa do declive existente nesse trecho e da sinalização ainda ser manual. Um doutor em Engenharia de Transportes foi ouvido pela jornalista para explicar sua tese de que há falhas no sistema de sinalização do Metrô Rio e como acidentes poderiam ser evitados. Passageiros também confirmaram as reclamações de superlotação nos trens. Embora a concessionária alegue que seu sistema controla o acesso de passageiros para evitar a superlotação, os entrevistados argumentam que sofrem com o excesso de pessoas dentro dos vagões. As dificuldades encontradas nos trens e no metrô do Rio de Janeiro A reportagem vencedora da categoria Mídia Eletrônica do PMU 2010 foi veiculada no Jornal do Rio depois de uma série de transtornos enfrentados pelos usuários do transporte ferroviário na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Com câmeras escondidas, os jornalistas embarcaram em Japeri e continuaram a viagem de metrô da Central do Brasil até Botafogo, constatando a falta de conforto nos trens da Supervia, que seguem lotados e com atrasos. Porém, as reclamações dos passageiros vão além, chegando ao Metrô Rio, que apresenta os mesmos problemas. Na época, o governo do Estado já havia renovado a concessão do Metrô até 2038 e planejava também estender o prazo de concessão da Supervia. Revista Ônibus 86 SAC Rio Ônibus Há oito anos, o Rio Ônibus criou o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), que uniu suas 47 empresas filiadas em uma única central de atendimento, facilitando assim o contato dos passageiros de ônibus da cidade do Rio com as empresas, além de estreitar o relacionamento do Sindicato com suas associadas. Este novo canal de comunicação fez parte do planejamento estratégico elaborado pelo Sindicato, objetivando um novo posicionamento no mercado e uma melhor política de atuação. Além disso, foi o embrião da atual Central de Relacionamento com o Cliente (CRC), mantida pela Fetranspor e que serve a todas as empresas de transportes por ônibus do Estado do Rio de Janeiro, atendendo os clientes de suas linhas. Rio Ônibus Criança Criado há 11 anos pela área de Recursos Humanos do Rio Ônibus, o Programa Rio Ônibus Criança promove o acesso de crianças e adolescentes de escolas municipais a espaços turísticos, esportivos e culturais. Através da cessão de ônibus para essas atividades extraclasse, o Programa visa a agregar valor ao currículo escolar, uma vez que essas atividades precisam estar atreladas ao Projeto Político Pedagógico das escolas participantes. Além disso, o Rio Ônibus Criança busca a conscientização dos jovens sobre a importância do transporte coletivo por ônibus e dos profissionais que nele atuam. Sendo assim, essa iniciativa amplia a visão do aluno a respeito da cidade onde vive e facilita a absorção de certos conteúdos. Prêmio Alberto Moreira Dia 11/11 – 19h Prêmio Alberto Moreira A hora do reconhecimento aos profissionais que fizeram a diferença em 2010 A ansiedade pelo anúncio dos nomes dos 15 melhores trabalhadores rodoviários do Estado do Rio de Janeiro nas categorias Administração, Manutenção, Operacional, Cobrador e Motorista, além da emoção e da alegria dos vencedores, marcaram a solenidade de entrega do Prêmio Alberto Moreira. A maioria dos trabalhadores rodoviários compareceu à solenidade acompanhada de seus familiares e organizou uma verdadeira torcida pela vitória. Foi, sem dúvida, uma noite inesquecível, de festa, alegria e confraternização para os representantes das empresas e todos os convidados ali presentes. Um show de humor com o cobrador da empresa Salutran, de Nova Iguaçu, Flávio Dias, abriu a noite de forma descontraída. Flávio levou os convidados às gargalhadas com imitações do apresentador Sílvio Santos, do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e do cantor Netinho. Em seguida, o Coral Infanto-Juvenil do TransÔnibus, composto por filhos de funcionários das empresas filiadas ao sindicato, cantou o Hino Nacional e as músicas “Depende de Nós”, de Ivan Lins, e “Assim Caminha a Humanidade”, de Lulu Santos, em uma apresentação que emocionou todos os participantes da solenidade. O presidente executivo da Fetranspor, Lélis Teixeira, lembrou que o evento foi realizado não apenas para premiar os vencedores, mas como reconhecimento ao trabalho dos 102 mil profissionais do setor. “Os trabalhadores rodoviários são os embaixadores do transporte, aqueles que representam nosso setor junto à sociedade. A valorização da categoria ultrapassa a festa. Hoje, as empresas investem bastante em gestão de pessoas”, frisou. Teixeira falou sobre a criação da Universidade Corporativa do Transporte (UCT), cujo principal objetivo é capacitar e promover os trabalhadores do setor para a vida pessoal e profissional. “As inovações apresentadas aqui na feira se perdem se não tiverem a participação dos rodoviários”, destacou. O presidente também dirigiu a palavra às famílias dos trabalhadores rodoviários ali presentes, sugerindo que elas se sentissem orgulhosas desses profissionais, que são responsáveis pelo deslocamento de tantas pessoas diariamente. 87 Revista Ônibus Prêmio Alberto Moreira Em seguida, o deputado federal Hugo Leal e o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes, que também fizeram parte da mesa da solenidade, destacaram a importância de valorizar o ser humano e os talentos nas empresas. A mesa foi composta ainda pela coordenadora do Fórum Permanente do Movimento Estratégico da Alerj, Geisa Rocha, pelo diretor do Banco Itaú, Marco Buckton, e por Daniel Moreira, filho de Alberto Moreira, ex-superintendente da Fetranspor, já falecido, que inspirou o prêmio pelo belo trabalho que realizou em busca de maior valorização dos profissionais do setor. Após os pronunciamentos, a hora mais esperada da festa: o anúncio dos nomes dos 15 vencedores dentre os 254 profissionais que concorreram ao Prêmio. Um momento de muita alegria e emoção para aqueles que conseguiram se destacar dentre pessoas tão qualificadas. Todos os 15 profissionais ganharam o Troféu Alberto Moreira; aqueles que conquistaram os terceiros lugares receberam cheques no valor de R$ 2.000,00; os segundos colocados, no valor de R$ 4.000,00; e os primeiros, de R$ 6.000,00. Os vencedores foram: Administrativo 1º lugar: Luiz Carlos Moreira dos Santos – Breda Rio Transportes 2º lugar: Ednei Francisco Raphael – Evanil Transportes e Turismo 3º lugar: Marcos Antonio Locatelis – Limousine Carioca Operacional 1º lugar: Joucenir Domingos da Silva – Transportadora e Industrial Autobus 2º lugar: Laudinel Ribeiro – Viação Cidade do Aço 3º lugar: Euzimar Crespo Alves – Transportes Amigos Unidos Manutenção 1º lugar: Manuel Salustiano da Silva – Viação Redentor 2º lugar: Custódio Dejair Soares – Transportes Amigos Unidos 3º lugar: Pedro Maximiniano da Silva Filho – Transturismo Oriental Cobrador 1º lugar: Armando da Costa – Transportes Amigos Unidos 2º lugar: Márcio Luiz Gomes de Sá – Evanil Transportes e Turismo 3º lugar: Márcia Maria da Silva – Viação Elite Motorista 1º lugar: Anildes Drumond Pinheiro – Evanil Transportes e Turismo 2º lugar: Arildo Bernardo Ferreira – Expresso Mangaratiba 3º lugar: André Luiz da Conceição Gesta de Andrade – Viação Senhor do Bonfim Revista Ônibus 88 Pesquisa Participantes dão notas altas a 14º Etransport e 8ª FetransRio Em pesquisa realizada durante os eventos, expositores e congressistas conferiram notas altas a itens como organização, apresentação visual e comunicação do 14º Congresso sobre Transporte de Passageiros e da 8ª Feira Rio Transportes. Aplicadas pela Sensor Pesquisas, 947 entrevistas com os dois diferentes públicos-alvo demonstraram elevado grau de satisfação em relação a ambos os eventos e a intenção de participar dos próximos. Para o diretor da Sensor, Hugo Aloy, “se tivesse de escolher uma única palavra para definir tanto o Congresso quanto a Feira, escolheria a palavra sucesso”. Já o diretor de Marketing e Comunicação da Fetranspor, João Augusto Monteiro, acredita que “agora é verificar tudo o que pode ser melhorado, pois a cada biênio o desafio é maior. Quanto maior o grau de satisfação do público, maior a nossa responsabilidade para os eventos posteriores”. Em decorrência do grande número de participantes desta edição, a pesquisa teve de aumentar a amostragem inicialmente prevista. O objetivo principal de sua realização foi verificar o nível de satisfação dos visitantes e suas expectativas quanto ao 15° Etransport e à 9ª FetransRio. A nota global dada ao Congresso foi 8,8, e à Feira, 9. Veja a seguir alguns dos resultados: Congresso Data escolhida 9% 45% 45% Ótima Boa Horários Ótimos Bons 10% 3% 37% Regulares NS/NR Regular NS/NR 10% 44% 45% Divulgação / Material de comunicação 50% Ótima Boa Regular NS/NR 89 Revista Ônibus Pesquisa Programação Visual 8% 31% 61% Ótima Boa Regular NS/NR 36% Notas de 0(zero) a 10(dez) atribuídas ao CONGRESSO de uma maneira geral. 24% 18% 15% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1% 0 1 2 3 4 5 6 5% 7 8 9 10 NS Feira Em relação aos objetivos comerciais, o resultado foi: 9% 45% 45% Bom Razoável Pequeno NS/NR 10% A FETRANSRIO atendeu às suas expectativas? 45% Sim Não 6%2% 28% Pretende participar da próxima edição da FETRANSRIO? 64% Certamente participará Provavelmente participará Não sabe se participará Certamente não participará 41% Notas de 0(zero) a 10(dez) atribuídas à FEIRA de uma maneira geral. 30% 22% 4% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2% 0 Revista Ônibus 90 1 2 3 4 5 6 7 1% 8 9 10 NS Como seria bom se a natureza tivesse mais verde e a cidade tivesse mais vida, com menos poluição e congestionamentos. Andar de ônibus ajuda a diminuir a emissão de poluentes nocivos à saúde, promove a redução de veículos nas ruas e rodovias e estimula a harmonia na sociedade. Andar de ônibus é bom, seguro e confortável. É bom para todos, inclusive você! marcopolo.com.br Respeite a sinalização de trânsito 91 Revista Ônibus Revista Ônibus 92
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