nº 51 - Julho a Setembro
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INFORMATIVO DA TRACTEBEL ENERGIA . ANO 10 . No 51 . OUTUBRO DE 2014 Parque Ambiental Tractebel completa um ano Resultados do 3º TRI Sucesso de reassentados da UHE São Salvador Novos projetos eólicos Investimentos da GDF SUEZ em gás SUMÁRIO 12 16 27 03 04 06 11 12 2 MENSAGEM DO PRESIDENTE 03. Confiança na recuperação 360º 04. Parque Teixeira Soares 04. Projeto Usina na Escola 05. Outubro Rosa 05. Encontros Tractebel SUSTENTABILIDADE 06. Em um ano, 100 mil visitantes 10. Mais um Centro de Cultura a caminho EMPRESA 11. Rankings diversos 18 22 27 USINA 12. A energia que emana do vento 14. Termelétrica Ferrari com obras avançadas 15. Modernização da Hidrelétrica Passo Fundo avança 16. Entra em operação comercial Usina Cidade Azul Tractebel Energia 31 ENTREVISTA 18. Professor Ricardo Rüther - Um espacialista em energia solar MEIO AMBIENTE 22. Cuidando do Rio Bonito 24. Associações e cursos beneficiam famílias autorreassentadas 26. Resíduo vira renda GDF SUEZ 27. Terminal de GNL nos Estados Unidos 28. Gasoduto no México 29. GDF SUEZ apresenta expertise internacional na Rio Oil & Gas ALTA VOLTAGEM 31. Tractebel Energia melhora resultado no 3T14 MENSAGEM DO PRESIDENTE Confiança na recuperação A Tractebel Energia possui uma matriz energética semelhante à do Brasil, com aproximadamente 80% de sua geração obtida a partir de aproveitamentos hidrelétricos. É uma excelente fonte de energia, limpa e renovável. Mas no caso de um longo período de estiagem, como verificado nos últimos três anos, essa fonte de energia precisa ser suplementada por outras que não dependam do clima para a geração, tais como térmicas a gás natural ou a carvão mineral. Esta é a principal causa das atuais dificuldades por que passa o setor elétrico. A falta de chuvas nas principais bacias hidrográficas do País tem exigido a utilização de fontes de geração de energia térmica, mais caras, e essenciais para garantir o abastecimento neste tipo de situação, o que efetivamente tem ocorrido. Entretanto, o aumento de custo resultante do uso intensivo de uma energia mais cara causou importante impacto financeiro sobre os principais agentes do setor, tais como geradoras e distribuidoras. Felizmente esta é uma situação transitória que será resolvida à medida que a chuvas cheguem aos reservatórios das hidrelétricas situadas na Região Sudeste do Brasil, responsáveis por expressiva parcela da capacidade de geração hidráulica do País. Apesar das dificuldades decorrentes deste cenário, temos conseguido manter certo equilíbrio frente às adversidades que representa, uma vez que possuímos uma boa capacidade em geração termelétrica e eólica, e adotamos como prática de gestão de nosso portfólio a manutenção de uma reserva de energia não contratada, de modo a minimizar as perdas econômicas que ocorrem quando a produção hidrelétrica é reduzida drasticamente, como tem acontecido neste ano. Esta estratégia nos possibilitou recuperar no terceiro trimestre, ainda que parcialmente, os resultados dos primeiro e segundo trimestres do ano. Também nos cria uma expectativa positiva para o quarto trimestre, com uma possível melhoria das condições hidrológicas, o que deve nos Manoel Zaroni Torres – presidente da Tractebel Energia levar a fechar o ano mais próximo dos resultados que estabelecemos em nosso planejamento para 2014. concretizados – nos permitirão aumentar nossa oferta futura de energia. Aprendemos com as adversidades e acreditamos no potencial de São projetos como a Usina Termelétrica Pampa, de 340 MW, no Rio crescimento do Brasil. Por isso, estamos investindo em novas fontes Grande do Sul, e o Complexo Eólico Campo Largo, de 326,7 MW, na de energia elétrica, fortalecendo em nosso portfólio a capacidade Bahia. Além desses projetos, estamos nos credenciando a investir com de geração eólica e térmica, de forma a melhor atender a crescente maior vigor em energia solar e em geração a partir de biomassa. Todas demanda por energia elétrica, mesmo em situações de estiagem. estas ações devem manter a Tractebel Energia como a maior geradora Por essa razão, desenvolvemos projetos ambiciosos que – uma vez privada de energia elétrica do Brasil. BoasNovas 3 360o Parque Teixeira Soares A implantação do Parque Natural Mata do Rio Uruguai Teixeira Soares, Eduardo Silva no município de Marcelino Ramos (RS), pela Tractebel Energia, está na reta final e deve ser concluído no início de 2015. Com 429 hectares, o Parque faz parte da compensação ambiental da Usina Hidrelétrica Itá e tem importância para a proteção de um ecossistema bastante ameaçado: a Floresta do Rio Uruguai. De forma organizada e controlada, o Parque vai permitir estudos para fins científicos, de educação ambiental, turismo e lazer. O Centro de Visitantes, por exemplo, está quase pronto, com a cobertura metálica já instalada. “A praticidade e a rapidez da montagem das estruturas chamou muito a atenção, já que Sede do parque recebe estrutura metálica que permitirá aproveitamento da água da chuva assumiram a forma de pirâmides invertidas, o que vai possibilitar a captação da água da chuva e também a iluminação natural dos espaços do Centro”, diz José Lourival Magri, gerente de Meio Ambiente da Tractebel Energia. Outro espaço com obras avançadas é a Trilha da Passarela, cuja ponte de 45 metros de extensão e junto às copas das árvores está pronta. Durante essa travessia, será possível ao visitante apreciar as belezas das árvores, de um paredão rochoso com um curso d’água temporário e admirar um vale. A ideia da Tractebel Energia, além de conservar, é valorizar essa floresta. Evandro Carbonera A trilha da passarela está pronta e deverá ser um dos pontos turísticos principais do parque Projeto Usina na Escola Argus Vasco Alunos do Ensino Fundamental de Charqueadas (RS) participam, desde julho, do projeto Usina nas Escolas, que trabalha de forma lúdica e diferenciada as diferentes fontes de geração de energia. Segundo o palestrante e coordenador do Núcleo Administrativo da Usina Termelétrica Charqueadas, Jair Luiz Marcílio, já participaram do projeto mais de 700 alunos e cerca de 150 pais e professores. “É muito bom sentir a curiosidade e o interesse demonstrado pelas crianças. Além da geração de energia abordamos outros temas, como o futuro dos jovens, saúde, segurança, drogas e respeito”, observa Jair. O projeto tem a parceria do Consepro (Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública), Câmara de Vereadores, Brigada Militar, Delegacia de Polícia, entre outros. Palestras vão além da geração de energia e abordam cidadania e vida em sociedade 4 Tractebel Energia 360o Outubro Rosa Murilo Wolff A Tractebel Energia apoiou a campanha de conscientização sobre o câncer de mama “Outubro Rosa” mantendo, durante todo o mês, sua logomarca e a fachada da Sede iluminadas em tom de rosa. A localização privilegiada do prédio, na Avenida Beira-mar Norte, em Florianópolis, permitiu que a adesão da Companhia fosse vista de diferentes pontos da Ilha de Santa Catarina. “Essa foi uma forma de apoiarmos a necessidade de chamar atenção para a prevenção do câncer de mama”, comenta o diretor administrativo da Tractebel, Luciano Andriani. O coral de empregados da Companhia também aderiu, com uma apresentação na Catedral Metropolitana de Florianópolis. Coral da Tractebel Energia e outros corais de Florianópolis fizeram apresentação na abertura do Outubro Rosa. Encontros Tractebel Valdir Amorim de Oliveira No dia 18 de setembro, a Tractebel Energia reuniu, no Hotel Unique, em São Paulo, seus clientes para discutir com especialistas os rumos da economia e da política do País, no programa Encontros Tractebel 2014. Mediado pelo jornalista Salomão Schvartzmon, participaram do debate o mestre e doutor em Ciências Políticas, José Luciano de Mattos Dias, e o economista Gustavo Loyola. Estiveram presentes cerca de 100 clientes e potenciais clientes, além dos diretores da Tractebel Energia, Edson Luiz da Silva e Marco Antonio Amaral Sureck, e o gerente comercial, Gabriel Mann dos Santos. Os rumos da economia brasileira foram debatidos no encontro em São Paulo BoasNovas 5 SUSTENTABILIDADE Em um ano, 100 mil visitantes Parque Ambiental Tractebel se torna referência em lazer e cultura gerando benefícios sociais para região sul de Santa Catarina Quase 100 mil pessoas passaram durante um ano pelo Parque “Nossa Política de Gestão Sustentável estabelece que a Companhia Ambiental Tractebel, em Capivari de Baixo, no Sul de Santa Catarina, busque a melhoria da qualidade de vida e da inclusão social, localizado ao lado do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda. Lá as valorizando a cultura das regiões onde atua”, explica o diretor pessoas desfrutaram de diversificadas atividades, desde uma simples Administrativo da Tractebel, Luciano Andriani. O Parque Ambiental caminhada, passando por congressos, feiras, shows e teatros, até é uma dessas políticas sociais, já que gera benefícios às pessoas. ações educativas, piqueniques e exposições. “Ali pode-se caminhar com a família, andar de bicicleta, assistir a Ocupando 35 hectares anteriormente utilizados como depósito uma peça de teatro, a um show e também fazer um piquenique”, de carvão, o local é administrado pela Associação Jorge Lacerda, diz Andriani. Mas o espaço, principalmente o Centro de Cultura e composta por representantes da Tractebel Energia, ASES Sustentabilidade, também está sendo utilizado por promotores (Associação dos Empregados), Unisul (Universidade do Sul de Santa de eventos, que têm levado bons projetos e espetáculos; e por Catarina), Fucap (Faculdade de Capivari) e Amurel (Associação dos professores e colaboradores para capacitação profissional. Municípios da Região de Laguna). Luana Faustino de Freitas Caminhar entre as árvores virou rotina para quem é da região Luana Faustino de Freitas Parque Ambiental recebeu diferentes eventos Luana Faustino de Freitas Luana Faustino de Freitas População conta com local aprazível para realizar piqueniques em família 6 Tractebel Energia Educação ambiental de crianças é uma das práticas mais comuns no parque SUSTENTABILIDADE MAIS DE 70 EVENTOS EM 365 DIAS Elke Schuc Neste primeiro ano de atividades foram mais de 70 eventos, artísticos na maioria. “Oferecemos à comunidade da região atividades culturais, recreativas e educativas, como a Exposição de Willy Zumblick; shows, como o Pife na Manga; a Mostra de Cinema Infantil e palestras sobre energia solar e eólica”, diz o presidente da Associação Jorge Lacerda, Marcelo Delpizzo Caneschi. O local é usado, principalmente nos finais de semana, para piqueniques, pedaladas, encontro de amigos e familiares. A peça de teatro As Árvores que Falam e o espetáculo Caxambu, da Aldeia SESC, foram muito bem recebidos. A Casa do Papai Noel e a Feira de Artesanato receberam 6,9 mil visitantes em dezembro do ano passado. De 25 a 27 de julho, as comemorações do Dia da Paz, organizadas pela Frente Integrada de Cultura e Arte e pela Prefeitura de Capivari de Baixo, também levaram um bom público. Dançarinos do Bolshoi encantaram o público no Teatro do Parque Ambiental Em outubro de 2013, 11 mil pessoas compareceram à inauguração do Para comemorar um ano de atividades, o Parque Ambiental Tractebel Parque, no show de Chitãozinho e Chororó, até agora o maior público. ofereceu de 7 de outubro a 1º de novembro, uma série de atrações “Queremos contribuir com o desenvolvimento sustentável, com a para a comunidade da região. Apresentações musicais infantis, inclusão social e digital; gerar emprego e renda, além de reduzir o êxodo oficinas, filmes, shows e espetáculos, como Ballet Bolshoi e Renato para os grandes centros urbanos, principalmente entre os jovens”, Borghetti, fizeram parte da programação. explica o diretor Administrativo, Luciano Andriani. “O Parque Ambiental já está consolidado como atração para o lazer, o entretenimento e a cultura da região. Nosso objetivo maior é manter o Ballet Bolshoi e Renato Borghetti foram as atrações de aniversário interesse da população com um bom programa anual de atividades e ver crescer ainda mais o número de visitantes”, comenta Paulo Cesar da Rosa, administrador do parque. Luana Faustino de Freitas Luana Faustino de Freitas Caravanas de turistas que passam pela região agora buscam o Parque Ambiental como alternativa turística Luana Faustino de Freitas Escolas de Tubarão e Capivari de Baixo têm mais acesso à cultura no parque Teatro é utilizado para levar adiante a mensagem de sustentabilidade Luana Faustino de Freitas Parque Ambiental possibilita integração de atividades ao ar livre e espaços criados para receber os visitantes BoasNovas 7 SUSTENTABILIDADE A IMPORTÂNCIA DO PARQUE AMBIENTAL Duda Hamilton Já vi muita coisa boa nesse um ano, corais daqui da região, música, filme e nos últimos dias assisti o Renato Borghetti com uns músicos excelentes, e também a Escola do Ballet Bolshoi. Quando que eu ia pensar em ver tudo isso aqui em Capivari de Baixo? Fiquei muito orgulhoso também quando teve a Conferência do Rotary, eram mais de 500 pessoas e tudo saiu perfeito, o local atendeu todas as expectativas e os colegas elogiaram o Parque Ambiental. Edson Souza de Oliveira Arquivo pessoal O Parque Ambiental Tractebel é uma ferramenta sociocultural que vai despertar um processo de inovação nas pessoas. Não tão só pela grandiosidade mas pelo novo, diferente e atraente. Ali, resgata-se memórias com espírito criativo e científico sobre vida e saúde em toda a amplitude de seu conceito. Participe, divulgue esta joia do sul catarinense. Assim, você também terá motivos para orgulhar-se. Prof. Expedito Michels - FUCAP Adilson Guedert Silveira Minha maior alegria é ver as famílias, as pessoas frequentando, elogiando, se exercitando, fazendo piquenique, dando sugestões positivas e voltando sempre. Marcelo Delpizzo Caneschi - Presidente da Associação Jorge Lacerda e Coordenador de Utilidades e Meio Ambiente do Complexo Termelétrico A criação desse Parque Ambiental foi muito boa para nós, pois antes não tínhamos um local adequado para caminhadas. Virou um cartão-postal da cidade e quando recebemos a visita de parentes de outras cidades os trazemos aqui para conhecer o lugar. Braz João Gomes, e a esposa Cleusa Costa Gomes Marcelo Becker 8 Tractebel Energia SUSTENTABILIDADE O Parque Ambiental cumpre com função importante para o desenvolvimento local e regional, como meio propagador edificador de políticas sociais, culturais, e efetiva proteção do meio ambiente natural, cultural e artificial. Patrícia Aires Laureano/ UNISUL Valdezia Pereira - Unisul Marcelo Becker Nossa vida mudou muito com o Parque Ambiental da Tractebel. Quando saíamos para caminhar nas ruas da cidade a preocupação com o trânsito era grande, em vez de relaxar ficávamos ainda mais preocupados. Aqui no parque fazemos caminhadas ou passeios de bicicleta com toda segurança e tranquilidade. Idelson Mafra e a esposa Maria José Mafra O que de mais importante aconteceu neste primeiro ano foi a consolidação de uma programação e também do hábito de visitação. As pessoas já sabem o caminho do Parque Ambiental, e nos finais de semana virou rotina as famílias estarem lá para as mais diversas atividades. Prefeito de Capivari, Moacir Rabelo da Silva Prefeitura de Capivari de Baixo Marcelo Becker Um parque como esse é excelente para nós que moramos aqui perto. Tem muita opção de lazer. É o lugar ideal para o nosso filho ou qualquer outra criança brincar. Marcelo Miguel, a esposa Deise Medeiros e João Vitor Adilson Guedert Silveira O Parque Ambiental trouxe uma maior conscientização à população sobre o meio ambiente e tornou-se um espaço de cultura e de lazer. Nossa maior alegria é ver as pessoas sorrindo e se divertindo de forma saudável em nosso parque. Sezio Saturno Marcos, ASES BoasNovas 9 SUSTENTABILIDADE Mais um Centro de Cultura a caminho Divulgação SEMURB Até o final do ano, o município de Concórdia (SC) conclui a construção de seu Centro de Cultura, em uma parceria entre a Tractebel Energia e a Prefeitura Municipal. A construção, num investimento de aproximadamente R$ 2 milhões, ficou por conta da Prefeitura, já a Empresa vai entrar com os custos do mobiliário e equipamentos internos do Centro, num aporte de cerca de R$ 600 mil com recursos incentivados por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Este será o quinto Centro de Cultura que conta com o apoio da Empresa e o terceiro em Santa Catarina. Já funcionam nas cidades de Entre Rios do Sul (RS), Alto Bela Vista (SC), Quedas do Iguaçu (PR) e Capivari de Baixo (SC). Para 2015 a previsão é inaugurar mais Cobertura verde do terraço, onde haverá um pequeno anfiteatro ao ar livre e espaços de estar para que os visitantes um, desta vez na cidade de Minaçu (GO), onde está localizada a Divulgação SEMURB Usina Hidrelétrica Cana Brava. O diretor Administrativo, Luciano Andriani, ressalta que são utilizados vários incentivos fiscais na construção e programação desses Centros de Cultura e em outros projetos de desenvolvimento das comunidades locais, como a Lei Rouanet, a Lei do Audiovisual, o Fundo Municipal da Infância e Adolescência, Fundo Municipal dos Idosos, Pronon e Pronas. “Também estamos iniciando estudos com a Lei Federal dos Esportes, em benefício de crianças e adolescentes, desenvolvendo um modelo sustentável com centros ou quadras poliesportivas nas cidades onde temos empreendimentos”, adianta o diretor. A Biblioteca contará com espaço para o acervo e mesas de estudo CENTRO DE CULTURA DE MINAÇU APROVADO Divulgação Tractebel O Centro de Cultura de Minaçu, que está sendo projetado para a Praça Jovina Seabra Campos, vai contar com teatro para 300 pessoas, biblioteca, salão de exposições, salas para música, dança e pintura; brinquedoteca e um jardim de inverno. O projeto também contempla as condições de acessibilidade, com banheiros adaptados e equipados para portadores de necessidades especiais, rampas e poltronas especiais. Centro de Cultura de Minaçu será o primeiro fora da região Sul 10 Tractebel Energia EMPRESA Prêmios e rankings destacam gestão da Tractebel No segundo semestre de 2014, a Tractebel Energia recebeu vários No ranking 1000 Melhores & Maiores da Revista Exame, a Tractebel reconhecimentos, entre destaques, rankings e prêmios, como os aparece como a Companhia de maior valor de mercado do setor concedidos pelas revistas Exame, Istoé, América Economia, Amanhã, e elétrico brasileiro; é a oitava Empresa mais produtiva; a oitava maior pelo jornal Valor Econômico. Projetos como o Parque Ambiental Tractebel, pagadora de Dividendos; e a 19ª empresa de maior valor de mercado. no Sul de Santa Catarina, e os Centros de Cultura e Sustentabilidade A geradora aparece também bem posicionada no ranking 500 Maiores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná foram premiados da América Latina, da revista América Economia. É a 253ª maior pelas instituições Câmara do Comércio Norte-americana e Câmara Faturamento (convertido em US$), a 12ª maior Margem Ebtida, a 22º do Comércio França-Brasil. maior Retorno sobre Vendas e a 39º maior Retorno sobre Patrimônio. A Tractebel ficou no topo do ranking da Istoé Dinheiro – Setor Elétrico, Já o ranking do jornal Valor 1000, coloca a empresa como o como a melhor empresa nas gestões Sustentabilidade Financeira, Inovação 15º maior Lucro Líquido, a sétima maior rentabilidade no Setor e Qualidade. Além disso, a Companhia está entre as duas primeiras de Energia Elétrica brasileiro e a sétima maior Empresa da Região empresas nas gestões Recursos Humanos e Responsabilidade Social. Sul, além de ser a quinta maior margem Ebtida no setor elétrico Na colocação da revista Amanhã, a geradora está entre as 100 maiores e a 80ª maior empresa do País em Receita Líquida. empresas de Santa Catarina, sendo a nona colocada e a líder quando trata-se do maior Lucro Líquido. PRÊMIOS A Tractebel Energia foi premiada com o Troféu Locais com o case Centros de Cultura e Sustentabilidade. Com o mesmo Transparência, da ANEFAC (Associação Nacional projeto, a Tractebel é finalista do Prêmio Fundação Coge, na categoria Ações de dos Executivos de Finanças, Administração e Responsabilidade Socioambiental. Contabilidade) como a Empresa Destaque na Por fim, a Tractebel também recebeu o Selo Distinção Melhores no Brasil - Benchmarking categoria Faturamento de até R$ 5 bilhões. O do Capital Humano, da Sextante Brasil, cujo o objetivo é distinguir as empresas que reconhecimento deu-se por diversos fatores, apresentam os melhores resultados na Pesquisa Brasileira em Gestão de Pessoas e entre eles, a qualidade e grau das informações Negócios para a Sustentabilidade. A cada ano, mais de 100 empresas, representando contidas nas demonstrações e notas explicativas, cerca de 30% do PIB nacional, concorrem ao selo. A Tractebel Energia é a única empresa transparência das informações prestadas e dentre as participantes que se mantém no ranking de premiação. qualidade do relatório da administração. No Prêmio Brasil Ambiental, da Amcham (Câmara do Comércio Americana), a Tractebel venceu em duas categorias: Responsabilidade Social, com o projeto Parque Ambiental Tractebel; e Emissões Atmosféricas, com o projeto Ações Para Controle de Redução de Emissões Atmosféricas, que consiste em um conjunto de ações da Empresa no Complexo Jorge Lacerda (SC) e na Usina Termelétrica Charqueadas (RS), que reduziram a emissão de CO2 das duas plantas. Promovido pela Câmara do Comércio França-Brasil, a XIII edição do Prêmio LIF concedeu à Tractebel o terceiro lugar na categoria Apoio às Comunidades Jonathan Koiti / ANEFAC Gerente de Contabilidade da Tractebel (esq), Roberto Fragoso – Vice-Presidente de Administração da ANEFAC (centro) e diretor Financeiro e de Relações com Investidores (dir) Ana Paula Amorim Diretor de Produção José Carlos Cauduro Minuzzo e gerente de Meio Ambiente da Tractebel Energia, José Lourival Magri recebem prêmio da Amcham BoasNovas 11 USINA A energia que emana do vento Tractebel acredita na força dos ventos com projetos no Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Brasil é um dos países do planeta que possui maior potencial eólico. Charles Robson Nos últimos anos o Brasil vem apostando na energia eólica e só neste ano o País vai adicionar mais de 2 GW em seu parque gerador, elevando para 5 GW o total de capacidade instalada, segundo dados do Ministério de Minas e Energia, divulgados em setembro. Atualmente, são quase 200 parques eólicos em operação e a previsão é de que, em 2015, o Brasil alcance o 7º lugar no ranking mundial. A Tractebel Energia segue essa tendência e investe nos bons ventos que estão soprando no setor. Com seis parques eólicos gerando energia (veja Box), a Empresa iniciou em outubro a construção do Complexo Santa Mônica (CE), e se debruça em dois outros projetos, que juntos somam mais de 1.200 MW – Santo Agostinho (RN) e Campo Largo (BA). “Estamos acompanhando atentamente o crescimento desta fonte de energia renovável e aproveitando as oportunidades que estão surgindo, como a compra desse projeto no Rio Grande do Complexo Eólico Santa Mônica aproveitará acessos e estrutura de transmissão do Complexo Trairi Norte”, diz o diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos, José Luiz Jansson Laydner. OBRA INICIA NO COMPLEXO SANTA MÔNICA Santo Agostinho é o primeiro projeto da geradora e Localizado perto do Complexo Eólico Trairi (115,4 MW), o Complexo Santa Mônica é comercializadora de energia no Rio Grande do Norte. composto por quatro centrais eólicas - Santa Mônica (18,9 MW), Cacimbas (18,9MW), “É um bom desafio, já que devemos conhecer as Ouro Verde (29,7 MW) e Estrela (29,7 MW). Juntas totalizam 97,2 MW de capacidade condições locais, o processo de licenciamento e as instalada. As obras iniciaram em agosto, com os acessos externos e, em outubro, autorizações referentes ao Governo do Estado”, explica com os acessos internos. o diretor, acrescentando que Rio Grande do Norte é Responsável pela obra, o engenheiro Nilde Augusto Lopes de Oliveira Filho, explica que muito receptivo a projetos eólicos e que a Empresa essa é a etapa inicial, com o pico ocorrendo em setembro do próximo ano, quando cerca espera as mesmas condições encontradas no Ceará. de 400 pessoas estarão no canteiro de obras. “No final do ano, iniciamos as fundações dos Já o Complexo Eólico Campo Largo, na Bahia, foi aerogeradores. No total serão 36 torres Alstom, modelo ECO 122, a serem confeccionadas adquirido no ano passado. Lá, a Empresa pretende perto do canteiro”, afirma. construir um parque eólico com capacidade Diferente do Complexo Trairi, Santa Mônica, com 97MW de capacidade instalada vai instalada de 623,7 MW, mas também não descarta contar com torres de 2,7 MW, rotor com 119 metros (em Trairi 80), 122 metros de diâmetro investimento no local em energia solar. (101, em Trairi) e com pás de 59,3 metros. 12 Tractebel Energia USINA PRIMEIRA ETAPA DE P&D EÓLICO ESTÁ ADIANTADA Iniciado no final do ano passado, o projeto Desenvolvimento de Tecnologia “A fundação da torre, por exemplo, já está em fase final e a torre de Nacional de Geração Eólica, que está sendo desenvolvido pela WEG concreto, em fase de montagem”, explica Renato Coelho. As pás do e Tractebel, está com seu cronograma de obras bem adiantados, aerogerador já estão prontas, mas ainda na fábrica da Aeris, no Ceará. com a primeira etapa – desenvolvimento do aerogerador de A intenção é efetuar os primeiros testes do aerogerador de 2,1 MW 2,1 MW - quase concluída. até o final de dezembro ou, no máximo, em janeiro. Para isso, quase Com investimentos de R$ 160 milhões, sendo R$ 72 milhões de 50 pessoas estão envolvidas no projeto, entre funcionários da recursos da Tractebel, via P&D da Aneel, e R$ 88 milhões de Tractebel Energia e da WEG. contrapartida da WEG, o projeto está dividido em duas etapas O gerente de P&D da Tractebel Energia, Sergio Roberto Maes, explica principais. A primeira, segundo o gerente do projeto engenheiro que a segunda etapa é o desenvolvimento e a instalação do aerogerador Renato Coelho, envolve, principalmente, a preparação de toda a de 3,3 MW, um feito inédito no País. “Este projeto pode representar um infraestrutura do local, fabricação e instalação do aerogerador de grande salto para a geração eólica brasileira, pois vai criar e produzir 2,1 MW, testes e certificação, entre outros. aerogeradores com tecnologia 100% nacional, o que deve reduzir custos de implantação de usinas eólicas”, avalia. Divulgação Tractebel Divulgação Tractebel Divulgação WEG O aerogerador já está pronto e aguardando a finalização da torre para transporte ao site para montagem. Pás do aerogerador estão prontas na fábrica da Aeris no Ceará Fundação da torre já está em fase final USINAS EÓLICAS EM FUNCIONAMENTO Leandro Provedel Plinio Bordin Pedra do Sal (PI-18 MW) Beberibe (CE-26 MW) João Wendel Guajirú (CE-30 MW) João Wendel Trairi (CE-25 MW) João Wendel Flexeiras I (CE-30 MW) João Wendel Mundaú (CE-30 MW) BoasNovas 13 USINA Termelétrica Ferrari com obras avançadas Adquirida pela Tractebel Energia no início deste ano, a Termelétrica Ferrari é a terceira planta de biomassa da geradora, que já possui a Ibitiúva Bioenergética (33MW), em SP, e a Unidade de Cogeração Lages (28 MW), em SC Desde fevereiro, a Usina Termelétrica Ferrari, movida à biomassa de cana-de-açúcar, Nos próximos dois meses está prevista a ampliação está sendo ampliada. Atualmente, está com 45% do projeto já realizado, considerando da casa de força existente com a instalação dos as obras civis, o fornecimento e a montagem de equipamentos. A capacidade instalada pré-moldados e construção das lajes de apoio e da Usina vai ser ampliada de 65 MW para 80,5 MW, com a capacidade comercial fechamento em alvenaria. A caldeira, explica Marcio, pulando de 23 MW para 35 MW. deve estar com as partes de pressão montadas “Estamos na fase de transição das obras civis para a montagem eletromecânica, com a até dezembro, o que permitirá o primeiro teste caldeira em fase adiantada de montagem e a casa de força e torre de resfriamento ainda hidrostático. A fabricação dos demais equipamentos no processo de construção civil”, conta o engenheiro e responsável pela ampliação, principais, como o gerador, o transformador principal Marcio Daian Neves. Até agora, segundo ele, os maiores desafios estão associados à e a turbina também tem conclusão prevista para o construção de novos equipamentos ao lado da planta em operação, exigindo uma gestão último mês do ano. A montagem será iniciada em eficiente das interfaces e de saúde e segurança. “Temos um prazo justo de implantação janeiro, depois da conclusão da ampliação da casa de 15 meses e todo o trabalho é feito dentro dos mais rigorosos padrões de segurança de força. A ampliação da UTE Ferrari deve estar para os operários”, avalia o engenheiro. concluída no final de maio de 2015. Maria Belen Megias Fernandez Maior desafio é conciliar a operação da usina existente com instalação de novos equipamentos e obras civis 14 Tractebel Energia USINA Modernização da Hidrelétrica Passo Fundo avança A Usina Hidrelétrica Passo Fundo (2 X 113 MW), localizada no município a disponibilidade da produção de energia elétrica, atendendo os de Entre Rios do Sul (RS) já está com a Unidade Geradora 2 modernizada, requisitos de qualidade, por no mínimo mais 30 anos”, ressalta o após a conclusão dos testes realizados em setembro. A Unidade 1, diretor, acrescentando que estão sendo investidos R$ 60 milhões. também de 113 MW, iniciou sua modernização no dia 25 de setembro. Há 16 anos, essa hidrelétrica, que é a mais antiga no portfólio da “Na Unidade 2 iniciamos o trabalho no final de outubro de 2013 e Tractebel foi repotencializada, passando sua capacidade nominal finalizamos no início de setembro. A ideia é estar com as duas unidades de 110 MW para 113 MW. Em 2002, a Usina passou pelo processo aptas ainda no primeiro semestre do próximo ano”, afirma o diretor de de automação e operação desassistida, por controle remoto, com a Produção da Tractebel Energia, José Carlos Cauduro Minuzzo. implantação do Sistema de Controle e Supervisão Digital da Usina a O engenheiro Minuzzo ressalta também que ainda existem inspeções partir da Hidrelétrica Itá. Agora, explica Minuzzo, a modernização é contratuais de 4 mil e 8 mil horas com a finalidade de verificar e garantir caracterizada por intervenções em todos os sistemas de equipamentos, que o desempenho dos equipamentos modernizados está em focando na disponibilidade, na confiabilidade e na ampliação da conformidade com o projeto. “A importância dessa obra é garantir flexibilidade operacional da UHPF. NOVAS TECNOLOGIAS Divulgação Tractebel Divulgação Tractebel Coordenador da Modernização da Usina Passo Fundo, o engenheiro Guilherme Gorga Azambuja comenta o trabalho realizado nas duas unidades geradoras. “A modernização contempla intervenções em diversos equipamentos e sistemas da Usina, como substituição de componentes e equipamentos, reformas em fábrica, alterações de projetos e aplicação de novas tecnologias de mercado”, explica Guilherme, acrescentando que atualmente 150 pessoas trabalham no local. Técnicos acompanham a descida do estator Daqui pra frente, diz Guilherme, esse time vai acompanhar o fornecimento de todos os Válvula esférica é posicionada para instalação Divulgação Tractebel equipamentos para a modernização da Unidade Geradora 1, nas etapas de desmontagem, montagem e comissionamento desta unidade. Entre os desafios enfrentados, até o momento, estão efetuar o balanceamento das demandas e gerenciar os processos que envolvem a modernização, ou seja, elaboração do projeto, suprimento de equipamentos e atividades de fábrica, de acordo com os valores contratados. Pelo estator circula toda a energia elétrica gerada BoasNovas 15 USINA Entra em operação comercial Usina Cidade Azul Desde o dia 9 de agosto, a Usina Solar Cidade Azul, localizada em Tubarão (SC) está em No final do primeiro semestre de 2015 vai ser possível operação comercial. Até 9 de outubro foram gerados 524,29 MWh, que entraram na rede comparar os dados até agora captados e fazer uma de 13,8 kV da Celesc, o suficiente para abastecer 2,6 mil residências diárias. Concebida análise de qual das três tecnologias é melhor para a como uma usina experimental para fins de pesquisa, desenvolvimento e capacitação região Sul, já que o local mais apto para essa fonte técnica, objetivo do projeto P&D Estratégico nº 013/2011 da ANEEL, no qual a Tractebel de energia é o Nordeste, próximo à linha do Equador, Energia é a proponente, a usina solar é resultado do investimento de aproximadamente onde existe maior incidência de sol. R$ 30 milhões, dos R$ 56,3 milhões deste P&D. Realizada em parceria com a UFSC, a Além da Tractebel, que é a proponente, e da UFSC, planta solar é, atualmente, a maior usina fotovoltaica do Brasil. que é a executora, e da WEG, que forneceu os Composta de três tecnologias diferentes, a Usina quanto mais perto do Verão chegar, mais equipamentos e montou a Usina, são cooperadas chances vai ter de chegar à capacidade instalada de 3 MW gerados no pico, o suficiente para neste P&D as empresas Campos Novos Energia 2,5 mil residências diárias. O gerente do projeto, Maury Garret da Silva, explica que cada uma S.A; Centrais Elétricas Cachoeira Dourada; Central das três tecnologias de painéis fotovoltaicos (silício policristalino, silício amorfo microcristalino Geradora Termelétrica Fortaleza S.A.; Companhia e CIGS) utilizadas tem 1 MWp de capacidade instalada, juntas chegam aos 3 MWp. Energética Rio das Antas; Companhia Paulista Na opinião no diretor presidente da Tractebel Energia, Manoel Zaroni Torres, o mais de Força e Luz; Companhia Piratininga de Força e importante nessa usina solar é conhecer o comportamento da fonte, os custos envolvidos e Luz; Copel Geração S.A.; Energética Barra Grande o desempenho dos equipamentos implantados. “Acreditamos na energia solar como parte S.A.; Foz do Chapecó Energia S.A.; Light Serviços de um mix diversificado de energia e, hoje, é uma das que mais cresce no mundo. No Brasil, de Eletricidade S.A. e Rio Grande Energia S.A. por exemplo, deve ser largamente aplicada nos próximos anos e isso nos leva a estudar e conhecer bem essa tecnologia para sair na frente”, observa Zaroni. Plínio Bordin Maior usina solar em operação no Brasil serve para a Tractebel conhecer melhor essa fonte de energia 16 Tractebel Energia USINA Plinio Bordin TECNOLOGIAS UTILIZADAS NA USINA Silício policristalino, é a mais consolidada mundialmente, contemplando cerca de 80% do mercado de energia solar, mas apresenta maiores perdas com o aumento da temperatura ambiente. Silício amorfo microcristalino, tecnologia de filme fino, é a que possui menores perdas com o aumento da temperatura. CIGS (Cobre-Índio-Gálio-Selênio), é um filme fino que apresenta perdas intermediárias devido à temperatura entre as duas tecnologias. Leve diferença de cores mostra as três tecnologias utilizadas na Usina REPERCUSSÃO NA IMPRENSA uol.com.br | 29 de Agosto de 2014 Diário Catarinense - Capa | 21 de Agosto de 2014 g1.globo.com | 20 de Agosto de 2014 pv-magazine-latam.com | 19 de Agosto de 2014 Diário do Sul - Capa | 21 de Agosto de 2014 BoasNovas 17 ENTREVISTA O presente e o futuro da energia solar O sol e a vida acadêmica sempre atraíram o engenheiro metalúrgico Ricardo Rüther, 50 anos. Formado pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Rüther tem mestrado sobre o crescimento de monocristais de semicondutor composto (GaSb), que pode ser utilizado para fabricar células solares fotovoltaicas; doutorado em Electrical and Electronic Engineering - The University of Western Australia; e pós-doutorado em Sistemas Solares Fotovoltaicos realizado em 1995, na Alemanha, no Fraunhofer Institute for Solar Energy, o principal instituto de energia solar da Europa. Depois de quase seis anos morando no exterior, o professor voltou ao Plinio Bordin Brasil em 1997, quando iniciou sua carreira na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Além de muito conhecimento, trouxe na bagagem o primeiro gerador solar fotovoltaico a ser integrado a uma edificação e conectado à rede elétrica pública do Brasil. Orgulhoso, o professor-doutor mostra o gerador, que em setembro último completou 17 anos de funcionamento ininterrupto, gerando energia na universidade. Seu projeto mais recente foi implantar, junto com a Tractebel Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a Usina Solar Cidade Azul, em Tubarão, Sul de Santa Catarina, hoje a maior em funcionamento no Brasil, com 3 MWp e três tecnologias distintas. Por reconhecer sua trajetória profissional e sua vasta experiência com a fonte solar, a revista BOAS NOVAS foi conversar com o professor Rüther e indagar sobre o futuro da energia solar no Brasil. Acompanhe a seguir. Quais as principais vantagens da fonte Solar? E as desvantagens? Professor da UFSC, Ricardo Rüther – As vantagens incluem o fato de ser uma geração renovável e descentralizada, que pode gerar energia junto ao ponto de consumo, sem produzir nenhum ruído ou emissões. As desvantagens se resumem ao elevado custo que a tecnologia tinha até recentemente, e ao fato de que apesar de ter custos de manutenção e operação desprezíveis, ela é intensiva em capital na instalação. Isso significa que você tem que investir pesado na hora da instalação e depois o seu custo de operação e manutenção é muito baixo. O problema passa a ser o de financiar a sua instalação e esta será a principal dificuldade na tentativa de aumentar a contribuição desta tecnologia na matriz elétrica brasileira. 18 Tractebel Energia Professor Ricardo Rüther é um dos maiores especialistas em energia fotovoltaica no Brasil ENTREVISTA Plinio Bordin Professor Rüther acredita que a energia fotovoltaica tem enorme potencial no Brasil O Brasil possui um dos mais elevados índices de irradiação solar do mundo e a tecnologia solar fotovoltaica pode contribuir de forma significativa na matriz de eletricidade brasileira. Nos últimos cinco anos quais os avanços na geração solar do Brasil? R.R. – Houve alguns avanços significativos e pode-se citar a Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL, que estabeleceu o sistema de compensação de energia (conhecido como net metering); o lançamento, também pela ANEEL, do P&D Estratégico (chamada 013/2011) para projetos de pesquisa e desenvolvimento olhando especificamente para aplicações em grande porte da geração solar; o reconhecimento crescente pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e pelo MME (Ministério de Minas e Energia) de que a tecnologia solar irá fazer parte de nossa matriz de energia; e, mais recentemente, o anúncio de um leilão de reserva específico para esta fonte. Ao mesmo tempo, nas universidades estão se nucleando mais e mais grupos de pesquisa nesta área, pois haverá a necessidade de formar, nos próximos anos, grande contingente de recursos Quais as vantagens de se gerar energia solar no Brasil humanos nesta área no Brasil. em comparação a outros países, onde esta fonte esta mais desenvolvida? Quantas plantas existem no País hoje? Somam quantos MW? R.R – O Brasil possui um dos mais elevados índices de irradiação solar R.R – Os números são ainda inexpressivos; as plantas somam do mundo e, pela característica descentralizada da geração solar e menos de uma dezena de unidades e a potência soma menos as dimensões territoriais de nosso País, a tecnologia solar fotovoltaica de 20 MWp. Mas a expectativa é que este cenário se altere pode contribuir de forma significativa na matriz de eletricidade brasileira. significativamente em breve. BoasNovas 19 ENTREVISTA Plinio Bordin Em sua opinião, a energia solar deve ser adotada em residências e condomínios ou deve ocupar grandes extensões para gerar mais? R.R – São aplicações distintas e não mutuamente excludentes da tecnologia solar. Gerar energia no seu telhado faz sentido porque você gera energia junto ao ponto de consumo e compara o custo desta geração com a sua tarifa (e não com o custo da geração convencional no barramento de uma usina centralizada que pode estar a várias centenas de quilômetros de distância do ponto de consumo); gerar energia solar em plantas centralizadas de grande porte pode fazer sentido em regiões de grande insolação e onde exista boa complementariedade com a geração eólica. A geração solar centralizada pode também auxiliar a economizar água nas barragens das usinas hidrelétricas e neste sentido pode tornar o sistema elétrico nacional mais robusto e flexível. Por que o aproveitamento da energia solar para a geração de energia elétrica apresenta um grande potencial no desenvolvimento social, econômico e ambiental do Brasil? R.R – A instalação de telhados solares residenciais, comerciais e industriais leva à necessidade de mão de obra local para executar estas instalações, o que movimenta a economia local e espalha, de forma totalmente distribuída ao longo de todo o território nacional, uma fonte de energia de baixo impacto ambiental. Alguns dos painéis testados pela equipe do professor Rüther estão em operação há mais de 17 anos Quais as perspectivas para essa fonte de energia Recentemente o BNDES anunciou as regras de conteúdo local nos próximos anos? mínimo para financiamento de usinas fotovoltaicas. Em sua R.R – Na medida em que os custos continuam a declinar e a tecnologia solar opinião, este foi um passo importante para o desenvolvimento começa a ser mais difundida no Brasil, a expectativa é de que ela passe a de uma indústria nacional para fabricação de inversores e aumentar sua contribuição na composição da matriz elétrica brasileira. módulos fotovoltaicos? R.R – Sim, mas ele somente terá sucesso se o investidor tiver a Qual a importância de se avaliar diferentes tecnologias sinalização de que haverá um mercado consistente e sustentado, fotovoltaicas no clima brasileiro? com volumes mínimos crescentes a cada ano, para que se viabilize R.R – Existem várias tecnologias fotovoltaicas comercialmente um investimento em capacidade produtiva no País. disponíveis, além de outras sendo ainda desenvolvidas e que poderão chegar ao mercado nos próximos anos. Cada uma delas O que o senhor considera que ainda deve ser feito para viabilizar tem peculiaridades que são consequência das características dos a energia solar no Brasil? semicondutores que as compõem e isto deve ser avaliado em cada R.R – É necessário desenvolver mecanismos de financiamento que um dos climas deste nosso grande País, pois levam a diferentes facilitem o acesso da população à possibilidade de ter um telhado desempenhos e a diferentes custos de geração. solar nas residências, no comércio, na indústria, por todo o lado. As regiões com melhor irradiação solar do Brasil estão próximas Quais os avanços significativos nos últimos 12 meses no Brasil aos locais de maior potencial para geração de energia eólica no setor de energia solar? (áreas de maior altitude do interior do nordeste). Esta proximidade R.R – A instalação das primeiras usinas solares de maior porte, no poderá auxiliar no desenvolvimento das duas fontes de energia? contexto do P&D ANEEL chamada 013/2011, com algumas usinas R.R – Certamente. Várias das primeiras usinas solares fotovoltaicas de de mais de 1 MWp que foram ou estão sendo instaladas. Entre elas grande porte a serem instaladas no Brasil irão acontecer junto a usinas está a Usina Solar Cidade Azul, na cidade de Tubarão (SC), com eólicas, para compartilhar os investimentos em conexão à rede. 3 MWp, considerada hoje a maior do País. 20 Tractebel Energia ENTREVISTA O Brasil possui toda a tecnologia em materiais para construir as próprias placas e inversores? R.R – Não. O desenvolvimento científico e tecnológico nesta área foi É necessário desenvolver mecanismos de financiamento que facilitem o acesso da população à possibilidade de ter um telhado solar nas residências, no comércio, na indústria, por todo o lado. feito através de grandes investimentos na Europa, EUA e Ásia e está protegido por patentes. O Brasil terá que pagar pela propriedade intelectual que não desenvolveu. Existem empresas nacionais nesse segmento ou todas são multinacionais? R.R – Para todas as tecnologias tem aquela história de “perder o bonde” e o Brasil perdeu o bonde também no desenvolvimento da tecnologia solar fotovoltaica. Pode sair correndo atrás agora tardiamente, mas terá que investir pesadamente para achar alguns nichos onde ainda pode ser possível participar. Este mercado é dominado por grandes empresas multinacionais que investiram pesadamente em desenvolvimento científico e tecnológico, coisa que o Brasil não fez. Conheço algumas empresas em que cada uma delas tem mais PhDs trabalhando nesta tecnologia do que todos os PhDs do Brasil que tem alguma experiência nesta área somados! Este tipo de estrutura não se faz de um dia para o outro, nem tampouco sem investimentos vultosos. Plinio Bordin Professor Rüther na bancada de testes da UFSC, no laboratório onde todas as pesquisas da universidade começaram BoasNovas 21 MEIO AMBIENTE Cuidando do Rio Bonito No final de agosto foi lançado, em Minaçu (GO), o projeto Cuidando do Rio Bonito, que propõe à comunidade do município um trabalho de conscientização ambiental e também de recuperação do rio. É um projeto de longo prazo, pois envolve ações que vão desde a nascente até a foz do Rio Bonito, cuja bacia hidrográfica tem a extensão de 242 km2. A iniciativa é da SAMA (S.A. Mineração Associadas) e da Tractebel Energia e conta com o apoio da SEMMA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), SEMARH (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), Prefeitura Municipal de Minaçu e proprietários das terras por onde Queremos promover uma mudança de cultura da comunidade em relação aos seus hábitos e costumes. passa o rio, tanto na zona rural quanto na urbana. A ideia é que o projeto seja desenvolvido num período de cinco a dez Welviston Marques Silva, gerente da Usina Hidrelétrica Cana Brava. anos, com trabalhos de recuperação do recurso hídrico (zona rural e urbana) e de conscientização ambiental. Simone Rodrigues Gonçalves Recuperação e proteção das margens do Rio Bonito é uma das prioridades do projeto 22 Tractebel Energia MEIO AMBIENTE Num primeiro momento foi realizado o levantamento PLANTIO DE MUDAS de campo em toda a bacia hidrográfica do rio Nas margens do rio está programado o plantio de mudas nativas do Cerrado, que para a elaboração de um diagnóstico. Agora, são produzidas no Horto da Usina Cana Brava. Segundo o gerente da hidrelétrica, esse diagnóstico está servindo como base para o plano é que os proprietários plantem, construam as cercas e mantenham as as ações de recuperação de todo o trecho do rio. áreas recuperadas. “A aceitação está sendo boa, temos um novo encontro com “Já tivemos a primeira reunião para apresentação os proprietários, num total de 46, em novembro. É uma oportunidade para sanar aos proprietários para que eles se tornem parceiros dúvidas sobre os projetos”, finaliza Welviston. e voluntários do programa”, explica Welviston. Simone Rodrigues Gonçalves Margens serão protegidas a partir de mudas produzidas no horto da Usina Hidrelétrica Cana Brava BoasNovas 23 MEIO AMBIENTE Associações e cursos beneficiam famílias autorreassentadas Divulgação Tractebel Durante a implantação da Usina Hidrelétrica São Salvador, entre 2006 e 2009, foram remanejados moradores que viviam na área de formação do reservatório, resultando em mudanças sociais e econômicas. O processo de remanejamento das famílias ofereceu duas formas de benefícios: o RRC (Reassentamento Rural Coletivo) e o Autorreassentamento, conhecido como Carta de Crédito (CC). Além disso, a Tractebel Energia, por meio de empresas especializadas, vem prestando assistência técnica e social nas duas modalidades, sendo que o usual era somente para os RRC. As 60 famílias que optaram pelo Autoreassentamento, entre 2007 e 2008, receberam, na época, R$ 70 mil para adquirir seu imóvel e mais R$ 4 mil para investimentos na melhoria e produtividade do imóvel, entre outros recursos. De lá pra cá muita coisa mudou para melhor. As famílias vêm se profissionalizando por intermédio de cursos, Associativismo foi incentivado como forma dos reassentados ampliarem possibilidades de renda dias de campo e feiras agropecuárias. Entre os cursos realizados pelos agricultores estão produção de Neste caso, a responsável pelo trabalho é a empresa Terra Serviços hortifrutigranjeiros; planejamento familiar e nutrição alimentar; Técnicos, Sociais e Ambientais Ltda., que além do apoio técnico e associativismo; produção de derivados de leite; processamento de social, incentivou e ajudou a viabilizar a criação da AFAP (Associação frutas do cerrado; inseminação artificial; fabricação de doces; dos Agricultores Familiares e Produtores Artesanais de Palmeirópolis e Dia de campo de Produção de Gado Leiteiro e Feira de Tecnologia Região), iniciativa inédita no setor elétrico brasileiro. Agropecuária do Tocantins, mais conhecida como Agrotins. Desde o início do processo de remanejamento, tanto a Tractebel quanto Tudo isso foi viabilizado pela equipe técnica especializada contratada a Terra compartilhavam o entendimento que somente com a união dos pela Tractebel para atuar na capacitação dos agricultores, fomentando agricultores familiares, por meio do associativismo ou cooperativismo, a organização social, fortalecendo a produção e, por consequência, seria possível viabilizar a melhoria da qualidade de vida das famílias e, gerando renda às famílias instaladas no Autorreassentamento. consequentemente, sua permanência no campo. COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS Divulgação Tractebel Foi por intermédio da AFAP, constituída em 2011 por 22 famílias autorreassentadas, que se viabilizou o ingresso de parte dessas famílias no PAA (Programa de Aquisição Alimentos), do Governo Federal, junto à CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento). E é por meio de um contrato com a AFAP, que a CONAB compra dos agricultores determinada quantidade de produtos e, simultaneamente, doa os alimentos a entidades beneficentes cadastradas no município de Palmeirópolis (GO). Atualmente, a associação conta com 36 famílias associadas. Os agricultores produzem grãos, leite e produtos hortifrutigranjeiros, com destaque para o processamento da produção, fabricação artesanal de derivados de leite - queijo, requeijão, mozzarella, doce de leite; processamento de frutas - polpas, compota e conservas -, além de derivados da mandioca (polvilho, farinhas); da cana-de-açúcar (rapadura, melado, caldo de cana) e do milho (pamonhas, doces, entre outros). Produtos feitos pela AFAP são comercializados para a CONAB 24 Tractebel Energia MEIO AMBIENTE Todos esses produtos ajudaram, inicialmente, a garantir a segurança Para o período 2014/2015 está sendo firmado um terceiro contrato, alimentar das famílias reassentadas e, hoje, o excedente é saltando para 36 o número de famílias de agricultores e seis unidades comercializado em feiras do município, nos programas de alimentos do recebedoras, o qual deve chegar à cifra de R$ 280 mil. Isso vem Governo Federal e vendas a varejo. proporcionando um incremento significativo na renda do produtor e, Para estimular o desenvolvimento da AFAP, a Tractebel criou parcerias concomitantemente, um grande benefício para área de assistência para a doação de uma patrulha agrícola, composta por trator e diversos social do município, que possui recursos limitados. equipamentos, e também doou recursos para construção da sede da Associação, em terreno doado pela Prefeitura de Palmeirópolis, que ficou pronta em setembro de 2013. Lá estão o depósito de insumos Divulgação Tractebel adquiridos de forma coletiva, a sala administrativa, um ponto de venda, além de um abrigo para guardar a patrulha agrícola e que viabiliza a realização de eventos maiores. CONTRATOS AUMENTAM DE VALOR ANO A ANO Em 2012, a AFAP assinou seu primeiro contrato com a CONAB para entrega de alimentos no PAA. Naquela oportunidade o projeto contou com 12 famílias fornecedoras e quatro entidades beneficentes, totalizando um valor de R$ 46 mil em alimentos a serem fornecidos. Um ano depois, novos associados se interessaram em aderir ao PAA e a AFAP firmou novo contrato, passando o valor para R$ 123 mil, com a participação de 22 famílias, contrato esse que foi concluído em junho último. O sucesso do programa chamou a atenção da Prefeitura Municipal, que passou a se interessar e apoiar a associação de diversas formas. Uma delas foi a implantação do SIM (Serviço de Inspeção Municipal), para viabilizar a comercialização de produtos de origem animal, os quais estavam impossibilitados de serem entregues no PAA. Produção dos reassentados também é vendida no varejo da região e tem ótima aceitação Divulgação Tractebel DEPOIMENTOS “Para nós, a AFAP junto com a Assistência Técnica, foi a melhor coisa que aconteceu na propriedade, pois possibilitou aumentar a produção, fazer a comercialização, gerando renda para nossa família. Os cursos de capacitação também nos ajudaram a ver outras oportunidades de ganhar dinheiro, ajudando a melhorar a qualidade dos produtos e o processamento da produção”. João Barbosa da Rocha e sua esposa Sandra Rosana Ribeiro dos Santos Rocha, família autorreassentada no município de Palmeirópolis, desenvolvem atividades pecuária de leite, produção de hortaliças e processamento de frutas. “Para mim, a AFAP-TO fortaleceu a união dos produtores, Divulgação Tractebel possibilitou o reconhecimento por parte dos órgão públicos e demais entidades. Os conhecimentos adquiridos nos tornaram referência para outros produtores e o sucesso e resultados obtidos pela AFAP até agora, em muito se deve ao apoio prestado pela Assistência Técnica.” Jeovanilton Barbosa Teixeira, agricultor autorreassentado no município de São Salvador do Tocantins. É o atual presidente da AFAP-TO e desenvolve atividades agropecuárias, criação de bovinos e ovinos. BoasNovas 25 MEIO AMBIENTE Resíduo vira renda Há mais de um ano quando Rosemirian do Carmo Sant’Anna e outros Atualmente, são 12 pessoas de Canaã capacitadas para a reciclagem colegas da Tractebel chegaram a Trairi, no Ceará, para executar o e são elas que vão ensinar outras pessoas. “Inédito na Empresa, o programa Resíduo não é Lixo não havia coleta adequada de resíduos projeto não tem uma data específica para terminar, pois vamos dar na região. O desafio era implantar o programa, conscientizar e estimular continuidade a ele em outras comunidades no entorno dos novos a reciclagem na população. De lá pra cá, bastante coisa já mudou e parques eólicos”, revela Rose. bons frutos foram colhidos, entre eles o projeto Dona Reciclô. Até agora, conta ela, o principal resultado do Resíduo não é Lixo é a Responsável pelo projeto, Rose, como é mais conhecida entre os colegas, conscientização desenvolvida pelas pessoas da comunidade sobre conta que após diversas oficinas sobre reaproveitamento de resíduos a importância da reciclagem para o meio ambiente. foi percebido uma preocupação das pessoas em separar os resíduos e aproveitá-los na confecção de objetos. Assim nasceu, em novembro de 2013, o Dona Reciclô, unindo reciclagem e criatividade e proporcionando atividade às pessoas da localidade de Canaã, interior do município. Os produtos mais reciclados são as garrafas PET, o papelão e as embalagens Tetrapak, que ganham outras formas e se transformam em móveis (pufes, sofás e mesas), luminárias, flores, guirlandas, móbiles, vasos, hortas verticais, carteiras, bolsas, entre outros. Esses objetos são uma fonte de renda para as pessoas da comunidade. Rosemirian do Carmo Sant’Anna Empregada da UO Financeiro, Cristiane Scholz Faisca Cardoso (centro) ensina a fazer luminárias a partir de garrafas PET Cristiane Scholz Faisca Cardoso Garrafas de refrigerante formam a base do pufe feito por Dona Maria e pelo empregado da Tractebel José Carlos Dutra 26 Tractebel Energia Hoje, existe o interesse em reaproveitar o óleo de cozinha, as garrafas plásticas e o papelão. Antes tudo isso era descartado na natureza. Cristiane Scholz Faisca Cardoso Coordenadora do projeto e empregada da área de Suprimentos, Rosemiriam (esq) e mulheres da comunidade fazem flores de plástico de garrafas PET Cristiane Scholz Faisca Cardoso Uma das oficinas trabalha o aproveitamento de tecidos para bordado. Na foto, Rosemiriam (esq) e Adriana Teresa de Souza Correa (dir), empregadas da Tractebel GDF SUEZ Terminal de GNL nos Estados Unidos A GDF Suez e suas parceiras no projeto LNG Cameron anunciaram a decisão final de “Estamos muito satisfeitos com a parceria de um dos investimento (FID) para a construção da planta de liquefação que está localizada na zona primeiros projetos de exportação de GNL nos EUA. industrial de Hackberry, Louisiana. O terminal irá produzir e exportar até 12 milhões de O projeto Cameron LNG é chave nesta ambiciosa toneladas por ano e terá três tanques de liquefação. A construção vai começar neste estratégia da GDF SUEZ que nos permitirá fornecer trimestre. O investimento total será de cerca de US$ 10 bilhões. A produção está prevista uma fonte segura de GNL aos nossos clientes ao para começar no início de 2018, e o segundo e terceiro tanques entrarão em operação no redor do mundo em médio e longo prazo”, disse final de 2018 e 2019, respectivamente. Gérard Mestrallet, presidente e CEO da GDF SUEZ. A decisão final de investimento deu-se após o recebimento da autorização para Ele também afirmou que o projeto Cameron será a construção, emitida pela Comissão Federal Regulatória de Energia (FERC) e o benéfico para os Estados Unidos e contribuirá para recebimento da aprovação condicional do Departamento de Energia dos Estados combinar as necessidades energéticas crescentes de Unidos (DOE) para exportar GNL para países com os quais os Estados Unidos não importação de países, especialmente da Ásia, e para a possuem Acordo de Livre Comércio. segurança do abastecimento de gás no mundo. Duka Lonnie Terminal nos Estados Unidos permitirá a exportação de GNL para países com os quais os americanos possuem Acordo de Livre Comércio BoasNovas 27 GDF SUEZ Gasoduto no México A GDF SUEZ, em conjunto com a PEMEX, iniciou a construção do gasoduto Ramones Fase II Sul (Ramones II Sul), trecho de 291 km do sistema de tubulação de gás natural Ramones, que interliga os Estados Unidos ao México, estendendo-se desde a fronteira do Texas ao México central. Ramones EUA Ramones Fase 1 Ramones Fase 2 Norte Ramones Fase 2 Sul O valor investido em Ramones II Sul para conectar San Luis Potosi O gasoduto Ramones tem comprimento total de mil km e a Apaseo El Alto é de US$ 1 bilhão. O gasoduto terá capacidade de desempenhará papel estratégico para a segurança energética do transportar 39,6 milhões de m³ de gás natural por dia. "Estamos México, permitindo a importação dos Estados Unidos de até 59,4 muito satisfeitos em iniciar a construção do gasoduto Ramones milhões de m³ por dia de gás natural. II Sul, que é a chave para a expansão do sistema de transporte O Grupo tem experiência significativa na gestão de grandes projetos de gás natural no México", disse Gerard Mestrallet, presidente e de gás natural no México e em outros países. A GDF SUEZ opera CEO da GDF SUEZ. "Este investimento demonstra a confiança atualmente quase mil km de gasodutos no país, desde que ingressou no do nosso Grupo no crescimento da economia mexicana e nosso mercado mexicano, 15 anos atrás. Além disso, no México, GDF SUEZ comprometimento em desempenhar importante papel nos opera três usinas de gás natural e possui seis empresas de distribuição investimentos em energia do México", complementou. de gás, atendendo a mais de 400 mil clientes. A GDF SUEZ vai operar e será responsável pela manutenção do gasoduto, cuja conclusão está prevista para o final de 2015. O projeto deverá gerar 1,5 mil empregos diretos e outros 3 mil indiretos na fase de implantação. 28 Tractebel Energia GDF SUEZ GDF SUEZ apresenta expertise internacional na Rio Oil & Gas Grupo visa a oportunidades de negócio em sinergia com o setor elétrico A GDF SUEZ apresentou, durante a Rio OIL & GAS, a maior feira do setor Utilizando uma sólida experiência e especialidades técnicas de excelência, da América Latina, que aconteceu entre os dias 15 e 18 de setembro, essas empresas oferecem soluções eficientes e inovadoras, principalmente no Rio de Janeiro, sua ampla experiência na indústria de Óleo & Gás. para projetos complexos. As competências essenciais incluem a Empresas do Grupo com atuação mundial - GDF SUEZ E&P, Tractebel engenharia elétrica, informações críticas e sistemas de comunicação, Engineering e divisões da Cofely - estiveram pela primeira vez no evento soluções SCADA e de DCS, automação, refrigeração (HVAC), avaliando oportunidades no mercado brasileiro. equipamentos de combate a incêndios e sistemas de armazenamento, A partir de sua ampla presença geográfica e de sua atuação diversificada desde tanques únicos até terminais de armazenamento. – exploração, produção, transporte, liquefação, regaseificação e trading Maurício Bähr, CEO da GDF SUEZ no Brasil, está otimista com as novas de GNL - o Grupo encontra-se posicionado como um parceiro global oportunidades que se abrem para o Grupo no setor de Óleo & Gás: “O para projetos de Óleo & Gás, além de liderar a produção privada de Brasil está num momento especial que permite o desenvolvimento de energia elétrica no país. negócios na área de gás em sinergia com a geração elétrica, considerando Mundialmente, o Grupo conta com 382 licenças de exploração e/ou o aumento da demanda por energia, que vem levando ao despacho produção em 18 países. Aqui, possui oito licenças em fase de exploração. das térmicas. A combinação da experiência internacional da GDF SUEZ Com a terceira maior carteira de GNL no mundo (com 16 mtpa), a no setor de gás com a presença relevante no mercado de eletricidade GDF SUEZ administra uma frota de 14 cargueiros. Responsável pelas brasileiro resultará em uma atuação mais forte do Grupo no país”, prevê. atividades em vários terminais de liquefação e regaseificação, o Grupo O presidente da GDF SUEZ no Brasil cita o exemplo do Uruguai, país no é operador da primeira rede de gás natural da Europa. qual o Grupo está construindo um terminal de gaseificação e prestando Localizadas em quase 40 países, as divisões da GDF SUEZ outros serviços ligados ao setor. Bähr destaca a importância das também estão aptas a atender empresas atuantes em Óleo & Gás termelétricas na segurança do mix energético nacional. “Hoje, o Brasil com serviços de engenharia, construção e manutenção, tanto em não conta com reservatórios devido à construção de hidrelétricas a fio projetos offshore como onshore. d´água. Se pudermos usar o gás na geração termelétrica de base seria um casamento interessante”, avalia. PRESENÇA EM E&P NAS BACIAS DO NORDESTE A GDF SUEZ Brasil vem estudando a exploração e produção de gás no parte de seu plano de desinvestimento. A aprovação da ANP era o Brasil há cerca de dois anos, por meio de uma equipe de especialistas. último passo à concretização do negócio, que já havia sido liberado Estes profissionais têm analisado questões técnicas, ambientais, pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em regulatórias e comerciais, buscando encontrar oportunidades de janeiro. A aquisição do bloco BT-PN-2 continua em processo de investimento que possam beneficiar os negócios do Grupo no Brasil, aprovação pela agência reguladora. principalmente na geração termelétrica. A GDF SUEZ também participou da 12ª rodada de licitações da ANP, No final de julho, a companhia recebeu a aprovação da ANP (Agência em dezembro de 2013, com 100% de aproveitamento. A empresa foi Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ) para assumir ganhadora de seis blocos onshore, na bacia do Recôncavo Baiano, uma participação de 20% no contrato de concessão referente ao na Região Nordeste, em parceria com a Petrobras, Cowan Petróleo e bloco BT-PN-3, na Bacia do Parnaíba, no Maranhão. A participação Gás e Ouro Preto Óleo e Gás. pertencia à Vale, que vendeu o ativo, em novembro de 2013, como BoasNovas 29 GDF SUEZ A companhia tem 25% de participação em cada bloco arrematado mais dois anos, no segundo período de exploração. Os contratos de no leilão da ANP onde a Petrobras é a operadora, com 40%. A concessão foram assinados em 15 de maio de 2014. participação restante, de 35%, será da Cowan Petróleo e Gás, no A bacia do Recôncavo Baiano é o maior produtor em terra do Brasil. bloco REC-T-268, e da Ouro Preto Óleo e Gás, nos blocos REC-T-225 A produção começou em 1950 e até agora 1,6 bilhões de barris e 70 , 239 , 240, 253 e 254. Neste momento, os sócios trabalham na bcm3 de gás foram produzidos. Os maiores campos de petróleo em aquisição de dados sísmicos. terra, tais como Água Grande e Miranga, possuem reservas superiores O valor pago pelos seis blocos foi de aproximadamente R$ 6 milhões a 200 milhões de barris. Parte desta zona ficou inexplorada por causa em bônus de assinatura, e o investimento destinado ao Programa do pequeno interesse da indústria pelo gás nas últimas décadas. Com a Exploratório Mínimo será de cerca de R$ 100 milhões, com duração mudança do cenário e a valorização do gás, a região ganha relevância e de três anos, no primeiro período, com possibilidade de estender por é geologicamente adequada, segundo pesquisas da companhia. Karina Howlett Martin Estande da GDF SUEZ atraiu o público interessado em conhecer os projetos e soluções que o Grupo tem em todo o mundo 30 Tractebel Energia ALTA VOLTAGEM Tractebel Energia melhora resultado no 3T14 No terceiro trimestre de 2014 a Tractebel Energia apresentou lucro “Diferentemente de 2013, a estratégia de sazonalização de líquido de R$ 538 milhões, valor 34% superior ao do mesmo período 2014 favoreceu a segunda metade do ano, e o resultado do do ano passado, que alcançou R$ 402 milhões. Com esse resultado, a terceiro trimestre é uma forte sinalização disso”, ressalta o diretor empresa mostrou recuperação no seu desempenho anual, o que pode presidente da Tractebel, Manoel Zaroni Torres. Porém, ele lembra ser demonstrado pelo fato de o trimestre ser responsável por 60% do as dificuldades enfrentadas pelos agentes do setor elétrico no ano, lucro líquido acumulado no ano. em especial pelos geradores hidrelétricos. “Ainda aguardamos os O EBITDA, indicador de performance operacional, atingiu R$ 1,015 bilhão, números oficiais, mas o nível de geração hidrelétrica do País deve ou seja, uma elevação de 26% no período, se comparado ao terceiro ficar em torno de 14% aquém dos compromissos contratuais no trimestre de 2013. A margem EBITDA no 3T14 foi de 58,5%, incremento terceiro trimestre, e próximo a 8% no ano. Como todo esse déficit de 1,5 p.p. em relação aos 57,0% do 3T13. Já a receita líquida de vendas tem que ser adquirido no mercado de curto prazo, onde os preços alcançou R$ 1,737 bilhão, 23% maior, reflexo da elevação do preço médio têm sido de quatro a cinco vezes maiores do que os preços médios líquido de venda, do incremento do volume de energia vendida, da maior de venda, as hidrelétricas estão vendo suas margens severamente receita decorrente das transações realizadas no mercado de curto prazo, comprimidas. E, no caso da Tractebel Energia, 80% da capacidade e do reconhecimento dos direitos relativos à recomposição de receita na instalada vêm das hidrelétricas”, observa o executivo. câmara de comercialização setorial, a CCEE. Divulgação CESTE Usinas hidrelétricas estão na base da geração da Tractebel Energia e se ressentem com a falta de chuvas Coordenação e edição Leandro Provedel Kunzler Informativo da Tractebel Energia S.A, de responsabilidade da Assessoria de Comunicação da Diretoria Administrativa Reportagem e textos Dfato Comunicação [email protected] Jornalista responsável Duda Hamilton Concepção gráfica e editoração Dzigual Golinelli Foto da capa Luana Faustino de Freitas Tiragem 3.500 exemplares
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