graffiti de odeith no observatório da quinta de santa iria
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graffiti de odeith no observatório da quinta de santa iria
cofre Revista do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado N.º 1 IV série Ano XX Jan/Fev 2016 www.cofre.org PVP €1,00 GRAFFITI DE ODEITH NO OBSERVATÓRIO DA QUINTA DE SANTA IRIA SUMÁRIO 1EDITORIAL | A PALAVRA DO PRESIDENTE 12INICIATIVA | ACÇÃO SOCIAL 2UNESCO | 2016 - ANO INTERNACIONAL DO ENTENDIMENTO GLOBAL 14PERFIL | NOVA SÓCIA Educar para a cidadania global 3 CARTAS DOS LEITORES A Avó veio trabalhar Helena Sofia Delgado dos Santos 5BOAS PRÁTICAS | DE TUDO UM POUCO A Lua e a Páscoa A nossa vida é uma viagem: já pensou em desenhá-la? Sem paciência para um certo Portugal 16COLABORAÇÃO ESPONTÂNEA | CURIOSIDADES DO FADO Da Maria Formosa ao Abílio Penteado 17COLABORAÇÃO ESPONTÂNEA | CARTA DE AMOR Eternamente namorados 18SAÚDE | CONSULTÓRIO MÉDICO A Saúde e a internet 21À MESA | RECEITA DO CHEF Delícia de abóbora FICHA TÉCNICA 24CIÊNCIA | COLUNA DE ASTRONOMIA 28OUTROS TALENTOS | URBAN SKETCHERS 6CENTENÁRIO | VERGÍLIO FERREIRA A ESCREVER E A PENSAR Nas estrelas há vida Queremos chegar mais longe, estando cada vez mais perto 26INFORMAÇÕES ÚTEIS | O QUE HÁ DE NOVO EM 2016 Crianças e ecrãs 8ENTREVISTA | DR.ª MARIA NATÁLIA BOTELHO 23QUEM É QUEM | EQUIPA DO FACEBOOK 30OFERTAS AO COFRE | LIVROS O meu gato e eu O meu cão e eu 32NOTÍCIAS | FORMAÇÃO NO COFRE 34NOTÍCIAS | O COFRE VISTO POR DENTRO PRESIDENTE: Tomé Jardim • [email protected] | DIRECTORA: Luísa Paiva Boléo • [email protected] | EDIÇÃO: Cofre de Previdência | CONSELHO REDACTORIAL: Tomé Jardim, Elder Fernandes, Manuela Charrua, Catarina Santos, Vitor Luz, Susana Inácio, Sónia Ferreira | EDITOR: Francisco Pinteus • [email protected] | IMAGEM DE CAPA: Paulo Muge | FOTOGRAFIA: Cláudia Peres DIRECÇÃO CRIATIVA E DESIGN: Cooperativa Átomo, CRL | PUBLICIDADE: Sara Ferreira | SECRETÁRIA: Sara Ferreira | COLABORADORES DESTE NÚMERO: Natália Botelho, Máximo Ferreira, Celso Barros, Katya Delimbeuf, José Jorge Letria, Ricardo Loureiro, Francisco Santos, Catarina Ribeiro, M. J. Lobo CONTACTOS DO COFRE: Rua do Arsenal, Letra E, 1112-8O3 Lisboa e Rua dos Sapateiros, 58, 11OO-579 Lisboa Telefone: 213 241 O6O | Fax: 213 47O 476 • [email protected] NIF: 5OO969442 | IMPRESSÃO: MULTIPONTO, S. A. | ISSN 2182-1437 | DEPÓSITO LEGAL: 324664/11 | REGISTO ERC: 119146 PERIODICIDADE: Bimestral | TIRAGEM: 44.0OO | PVP: 1,OO€ *A redacção da revista Cofre não obedece ao novo Acordo Ortográfico EDITORIAL A PALAVRA DO PRESIDENTE E Tomé Jardim ‘ O investimento para a angariação de novos sócios continua, tendo este núcleo trazido para a família Cofre 800 novos Associados stão perante a primeira Revista do ano e como podem constatar com um novo formato e grafismo. Será a iv Série - Ano xx. Optámos por divulgar nas nossas capas recantos dos nossos empreendimentos. Esperemos, como tem sido hábito, que gostem. Apesar de já os ter endereçado na última revista de 2015, insisto nos votos de saúde, paz e amor para podermos ultrapassar com optimismo as dificuldades ainda vigentes. O ano de 2016, como, infelizmente já entrou nos nossos hábitos, não será fácil. A crise económica, financeira e social continua, apesar de um leve desafogo nas nossas remunerações e aposentações. As prioridades relativas à redução das nossas despesas familiares, têm de continuar a ser feitas com cuidado, temos de saber gerir o nosso orçamento familiar. Devemos igualmente fazer um esforço para manter o nosso Cofre robusto na ajuda aos Associados mais necessitados. No ano transacto pagámos em subsídios por morte 611 115,96€; abonos reembolsáveis atribuídos de 608 7394,47€; empréstimos para habitação própria e obras foram 898 791,56€ e nos reembolsos pagos relativas às remunerações perdidas por doença 471 931,38€; sem esquecer as bolsas de estudo e as sénior atribuídas. Como podem constatar contribuímos para minorar a dificuldade de muitas famílias. O investimento para a angariação de novos sócios continua, tendo este núcleo trazido para a família Cofre 800 novos Associados. Nesta revista trazemos uma grande entrevista agora à astro- física Natália Botelho, na rúbrica “Quem é Quem”, continuamos a mostrar os nossos trabalhadores e a sua polivalência para as diversas actividades. Evocamos o centenário do escritor Vergílio Ferreira, apresentamos uma nova sócia; o consultório médico debruça-se sobre os cuidados a ter na relação com a internet que se conjuga com a nova rúbrica das Boas Práticas. A página da culinária passará a ser da responsabilidade da equipa de restauração da Quinta de Sta. Iria. A propósito onde estão as receitas caseiras, antigas e apetitosas dos nossos Associados, a doçaria conventual, um peixe assado no forno com aquelas batatinhas pequeninas a acompanhar tão gostosas, ou um prato vegetariano? Aguardemos. Gostava de ter mais uma página destinada às receitas das nossas avós, aqui vos lanço mais este desafio. O conselheiro Francisco Pinteus traz um curioso artigo sobre nomes de fadistas. Fomos visitar a "A Avó Veio Trabalhar" um projecto social premiado. O Prof. Máximo explica-nos o que é a "Lua de Páscoa". Lembrando o dia de S. Valentim, leia uma carta de amor e muitas outras noticias do que se faz no Cofre. Temos inúmeras viagens da parceria Abreu-Cofre e por fim desvendamos um pouco dos nossos planos para o próximo Verão. No interior inserimos o Boletim de Época Alta com data limite de entrega dia 15 de Abril. Continuamos a esperar por mais notícias do vosso lado, os contos, as fotografias, os vossos desenhos, as histórias de vida, dos locais de nascimento ou onde se encontram. Aqui os aguardamos. • www.cofre.org 1 UNESCO 2016 – ANO INTERNACIONAL DO ENTENDIMENTO GLOBAL Educar para a cidadania global A A cerimónia de Lançamento do «Ano Internacional para o Entendimento Global» decorreu a 2 de fevereiro de 2016 em Jena, Alemanha Missão da UNESCO consiste em contribuir para a consolidação da paz, a erradicação da pobreza, o desenvolvimento sustentável e o diálogo intercultural através da educação, das ciências, da cultura, da comunicação e da informação. Educar para a Cidadania Global pressupõe: – alcançar a educação de qualidade para todos e a aprendizagem permanente ao longo de toda a vida; mobilizar o conhecimento científico e as políticas relativas à Ciência com vista ao desenvolvimento sustentável; enfrentar e resolver os novos problemas éticos e sociais; construir sociedades do conhecimento inclusivas e integradoras com o apoio da informação e da comunicação. O Ano Internacional do Entendimento Global tem a finalidade de proporcionar uma compreensão profunda da maneira com que os povos devem conviver para garantir a sustentabilidade. Fundamento e Objectivos de um Ano Internacional do Entendimento Global ❱❱ O Ano Internacional do Entendimento Global criará, a nível mundial, um entendimento e uma consciência integral da tradição natural e cultural de toda acção humana; 2 www.cofre.org ❱❱ contribuirá para modificar os hábitos nocivos para o meio ambiente mediante a elaboração de modelos de práticas alternativas exemplares, quotidianas e essenciais, diferenciados segundo as culturas; ❱❱ promoverá a tomada de consciência da capacidade e das responsabilidades individuais relativas às decisões quotidianas; ❱❱ encorajará cientistas das ciências sociais, exatas e naturais, assim como estudiosos das humanidades, a participarem em investigações transdisciplinares sobre a sustentabilidade; ❱❱ produzirá módulos didácticos sobre directrizes de estudos que se aplicarão a todos os níveis de ensino e educação; ❱❱ servirá de catalisador para a cooperação transdisciplinar nas práticas sociais e melhorará a transferência de conhecimentos científicos diferenciados de acordo com as culturas. A informação será proporcionada em cooperação com grandes associados do sector privado para fomentar a sensibilização do público, por exemplo, por meio da imprensa escrita, jogos de computadores, redes sociais, plataformas de Internet (www.global-understanding.info) e programas de televisão. • CARTAS DOS LEITORES Rua do Arsenal, Letra E 1112-803 Lisboa ❱❱ Desejando a todos um ano de 2016 com Saúde, Paz e Amor. A minha mãe partiu aos 95 anos e lia a revista Cofre de fio-a-pavio e alguns artigos em voz alta. Dizia-me: «Temos de telefonar para lá, porque o teu pai (também funcionário público) já faleceu em 2004 e não sei se tenho de pagar quotas.» A minha mãe era uma grande mulher, faz-me muita falta e só queria dizer que ela achava a revista Cofre muito interessante e actual. Bem hajam. Maria Gabriela Rodrigues, Sócia n.º 36769 ❱❱ Ontem (e só ontem) recebi a revista do Cofre de Novembro/Dezembro de 2015, onde vi a menção ao programa de Carnaval da Quinta de Santa Iria. Liguei hoje para os serviços do Cofre e informaram-nos já estar a lotação esgotada nessas datas para alojamento na Quinta de Santa Iria. Ora, se a revista só ontem chegou a casa dos associados, como é possível já estar a lotação esgotada na Quinta de Santa Iria? Já no programa da passagem de ano foi igual, antes de eu ouvir falar nele já estava esgotado. Espero que este e-mail contribua para que estas situações não se repitam no futuro. Com os melhores cumprimentos Susana Rodrigues, Sócia n.º 90172 Do nosso sócio José Agostinho Cristino Joana, sócio n.º 57109 recebemos em mão as correcções seguintes ao artigo sobre os Presidentes da 1.ª República: ❱❱ Sidónio Pais nasceu em 27 de Dezembro de 1872 e não em 1918 como consta erradamente. NOTA: Todas as revistas se repor- [email protected] tam aos meses anteriores e não ao mês em que é recepcionada. A de Jan./Fev. de 2016 chegará aos sócios em Março. A revista pode ter notícias até ao último dia do segundo mês e só depois entra na gráfica, que demora o seu tempo a fazer e endereçar. Consoante a distribuição dos CTT e a zona do país, pode chegar entre 10 e 15 ou depois deste dia. Os sócios que usam, a internet podem aceder todos os dias e assim terem acesso às viagens e eventos mais cedo do que na revista em www.cofre.org no Facebook ❱❱ Gostaria de apresentar uma reclamação, embora saiba que esta de nada vai servir! Mas digo-vos: se não fosse por ter de perder estes anos de que sou sócia, eu desistiria! O Cofre de nada me está a servir! Recebi hoje a vossa revista de Nov./Dez. /2015, e pensei inscrever-me para ir à Quinta de Santa Iria. Qual não é o meu espanto quando vejo que já esgotaram todos os lugares! Por favor respondam-me. Não tem possibilidades mesmo de a revista chegar às mãos dos sócios no primeiro mês, neste caso Novembro? Durante uns anos ia ao Vau na época baixa, logo após me ter aposentado. Tinha o desconto de 50%. Passados uns tempos tiraram essa regalia e mais outras, das quais fiz na altura própria reclamação, de que de nada serviu! Deixei de ir para o Vau. Acabou-se. Quaisquer passeios ou viagens nunca me foram avisados atempadamente. Sou sócia para nada, ou só para a minha filha receber o dinheiro que lhe é devido. O Cofre há anos atrás levantou facebook.com/ cofredeprevidenciafae a hipótese de adquirir algum alojamento no Sotavento Algarvio. Fiquei radiante com a ideia, pois é a zona do Algarve que verdadeiramente me apaixona pela beleza da Ria Formosa. Ficou em nada e nunca mais falaram no assunto. Quando um dia reclamei pessoalmente, um senhor do Cofre que me atendeu respondeu-me que posso vir a precisar um dia dos Lares do Cofre! Poderá acontecer, mas enquanto tenho possibilidades gostaria de usufruir de algo mais do Cofre, que não fosse de um Lar. Achei muito deselegante este comentário! Agradeço que futuramente façam qualquer coisa, tomem medidas, para que a revista do Cofre chegue atempadamente às minhas mãos. Lamento tudo isto, mas não foi para estas situações que há anos me tornei associada do Cofre, e longe estava da idade de ir para lares... Maria Helena Rino de Moraes, Sócia n.º 70127 ❱❱ Venho por este meio informar V. Ex.ª que há bastante tempo que não tenho qualquer ligação com V. Ex.ª, por isso junto uma revista da Câmara Municipal de Elvas (Dezembro de 2015) em que mostra a beleza e cuidados e boa conservação do Forte da Graça, que é digno de se apreciar. Mais informo V. Ex.ª que a minha colecção de Relógios de Sol já tem mais figuras e em breve irei fazer uma exposição no Museu Municipal da Fotografia a cargo do Dr. João Carpinteiro. Peço desculpa desta minha letra, mas é culpa da minha doença. Com os melhores cumprimentos. Heraclides Oliveira, sócio n.º 47165 www.cofre.org 3 Douro 5 a 12 set.’16 Itinerário: 1º dia: Lisboa / Coimbra / Porto 2º dia: Porto / Régua / Bragança 3º dia: Bragança / Mirandela / Porto / Coimbra / Lisboa Preço (por pessoa): Mínimo 40 participantes: Duplo € 315 Individual € 365 Condições Inclui: autopullman de turismo + 1 noite de alojamento no Hotel Mercure Porto Gaia | 4 estrelas, em Vila Nova de Gaia, com pequeno-almoço e jantar incluído com bebidas + 1 noite de alojamento no Hotel São Lázaro | 3 estrelas, em Bragança, com pequeno-almoço e jantar incluído com bebidas + visita guiada ao Porto + visita guiada à cave do vinho do Porto com prova de vinhos + cruzeiro no Douro com almoço incluído (bebidas incluídas) + visita guiada a Bragança + acompanhamento por guia interprete nacional durante toda a viagem + seguro de viagem Abreu. Exclui: despesas de carácter particular + tudo o que não estiver devidamente mencionado como incluído no programa Nota: os preços foram calculados com base nas tarifas hoteleiras vigentes. Poderão eventualmente ser alterados caso se verifiquem variações significativas. Não efectuamos qualquer tipo de reserva. SEGURANÇA E COMPETÊNCIA A Agência em que os portugueses mais confiam para viajar. ESCOLHA DO CONSUMIDOR AGÊNCIAS DE VIAGENS A Agência de Viagens escolhida pelos portugueses. Consulte as facilidades de pagamento em: www.cofre.org Para mais informações e reservas: Cofre: 21 324 10 60 Agência Abreu: 21 355 21 70 NA SUA LOJA ABREU | ABREU DIRETO Telef.: 707 20 1840 | Web: www.abreu.pt Viagens Abreu, S.A • Capital Social € 7.500.000 • Sede: Av. dos Aliados, 207 • 4000-067 Porto • RNAVT 1702 • Operador • Cons. Reg. Com. do Porto nº 15809 • NIF: 500 297 177 • 2016 A sua marca de confiança BOAS DE TUDO PRÁTICAS UM POUCO Por Katya Delimbeuf (*) Crianças e ecrãs N ão, não é impressão: os miúdos andam mesmo grudados aos ecrãs. Isso não tem consequências? Tablets, consolas de jogos, smartphones (nem que sejam os dos pais), computadores, televisão… Cada vez mais, quando olhamos em volta e vemos crianças, elas estão agarradas a um aparelho electrónico. Sobretudo em locais públicos, quando os pais as querem «bem-comportadas» – mas também em casa. De facto as crianças passam muito tempo em frente a ecrãs. Contudo são crescentes os estudos que chamam a atenção para os efeitos negativos dessa prática. O uso diário desses aparelhos pode ser a causa de o seu filho andar irritado, cansado, mais excitado. Níveis de excitação crónicos têm impacto nas capacidades e memória e na aprendizagem. Ao contrário do que muitos pais pensam, não é precisa muita estimulação electrónica para afectar um cérebro em formação. Experiências em que estes gadgets (suportes) foram retirados às crianças, permitindo um reset (reposição) do sistema nervoso, tiveram excelentes resultados a nível da melhoria do sono, concentração e organização e registaram uma aproximação maior da criança à natureza, assim como um maior papel da imaginação. Há várias explicações: por um lado, o tempo de ecrã perturba o sono e desregula o relógio biológico, por causa da luz irradiada, que reduz a produção de melatonina, desencadeada pela escuridão. […] Além disso, a excitação não permite um sono profundo, e é através deste que o corpo e mente se reparam […]. A produção de dopamina libertada nos jogos é repetida vezes sem conta, e, à medida que isso acontece, a criança vicia-se e piora a sua capacidade de concentração. […] Tânia Gaspar, professora doutorada em Psicologia na Universidade Lusíada de Lisboa, confirma que, «em média, os jovens passam três a cinco horas com os media (entre televisão, computador e jogos) sendo este tempo superior ao de ocupação de tempos livres em actividades físicas e só ultrapassado pelo tempo passado a dormir. Segundo o estudo «Health Behaviour School-Aged Children» em Portugal, de Margarida Gaspar de Matos, em 2010, os jovens que passam três ou mais horas por dia em actividades de ecrã têm uma qualidade de vida menos positiva do que os que passam até duas horas por dia em frente do monitor. […] Mas a saúde «está no equilíbrio». «As actividades frente ao ecrã podem ser um factor protector e de desenvolvimento sócio-cognitivo e de bem-estar, desde que esse tempo não seja excessivo e tenha supervisão parental.» Fica o aviso. • (*) Artigo publicado na revista do jornal Expresso, edição n º 2332, de 08/08/2015 e devidamente autorizado pela autora www.cofre.org 5 CENTENÁRIO VERGÍLIO FERREIRA A ESCREVER E A PENSAR José Jorge Letria, Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores Sem paciência para um certo Portugal V Uma medalha e um selo postal foram lançados para assinalar o centenário do nascimento do escritor. 6 www.cofre.org ergílio Ferreira, é bom que isso seja recordado e celebrado, foi um dos nossos mais importantes criadores literários de todos os tempos, mas também um homem do pensamento com uma ligação intensa a importantes correntes da filosofia do século xx. A sua obra memorialística e de registo do quotidiano, condensada nos vários volumes de Conta-Corrente tem páginas essenciais para o conhecimento do que foi a sua relação com a escrita, com a vida e com os outros. Nunca foi um crítico passivo das coisas do seu tempo, a começar pela política e a acabar na feira de vaidades que costuma envolver a literatura. Não tinha como meta nem como estratégia fazer amizades que o tempo fazia declinar e morrer sob o efeito implacável da decepção e do cansaço. Nesse sentido, poderá dizer-se que nunca pactuou com o óbvio e com o dispensável. Passou sempre adiante com a sua verve cortante e certeira. Para os leitores da sua obra, houve dois títulos – Pensar de 1992, e Escrever, livro póstumo de 2001 – que nos trazem a matéria profunda e envolvente de um pensamento filosófico e crítico sobre o acto de escrever e de reflectir acerca das questões centrais e inadiáveis da vida. Pertenço à geração de leitores que fez de obras como Vagão J e Manhã Submersa, entretanto adaptado ao cinema por Lauro António, textos de referência obrigatória que en- grandeceram a literatura portuguesa e construíram um universo ficcional mais de matriz existencialista do que filiado nos cânones do dominante neorrealismo com que nunca simpatizou ideologicamente, por se sentir politicamente afastado da área de intervenção e influência do PCP e dos marxistas em geral, fonte de tensões e afastamentos que muito marcaram o seu percurso intelectual e humano num país e numa capital sem liberdade nem democracia, onde foi professor destacado de escolas como o Liceu Camões. Pelas suas mãos como professor passaram algumas das mais marcantes figuras da vida intelectual e política de várias gerações. Em 1992 foi eleito para a Academia das Ciências e recebeu, muito merecidamente, o Prémio Camões, como reconhecimento definitivo de uma obra única no Portugal da segunda metade do século xx. No início de 1992 participei com Vergílio Ferreira nos Dias da Cultura Portuguesa em Frankfurt, cidade em cuja biblioteca central o escritor leu fragmentos de dois ou três romances entretanto lidos também na tradução alemã. Vencidas a secura e frieza iniciais de um homem que se sentia doente e não queria viajar, construímos uma relação de cordialidade e afecto que Vergílio Ferreira muito amavelmente menciona num dos volumes das Conta-Corrente. Visitámos exposições de pintura e falámos sobre literatura e sobre Portugal. Contou-me histórias pitorescas, e algumas até picarescas, dos Publicação da obra completa seus anos de estudo em Coimbra. No regresso a Portugal falou-me de Eduardo Lourenço, referindo, com ironia, a forma como o ensaísta e professor convertia em livro a sua correspondência com os escritores com quem mais se dava. De Eduardo Prado Coelho e de António Vitorino, seus alunos no Liceu Camões, disse-me com pontaria e gosto: «São inteligentes mas têm um defeito. Estão sempre a pensar!». E quem isto disse, para eu registar na memória, foi um homem do pensamento e do combate de ideias. Se acreditava na posteridade não mo disse, mas não parecia estar preocupado com a companhia que o ajudasse a chegar lá. Era assim mesmo e não disfarçava este traço dominante da sua forte personalidade, cheia de asperezas e impaciências Ainda o reencontrei uma ou duas vezes, uma delas em Fontanelas, onde tinha casa, talvez um ano antes da sua morte, em Março de 1996. Recordo-o sempre pela excelência da sua obra, pela qualidade do seu pensamento e pelas asas que conseguiu dar à escrita. Falou de temas tão duros como a ausência, a solidão ou a saudade, também retratos de um tempo e de um país que tão bem conheceu e amou e com o qual tantas vezes amuou e se zangou. Neste centenário, volta teimosa e eficazmente a estar entre nós e connosco, trazendo o seu nome e a sua memória o melhor do que nos deixou. De uma obra, única e pujante, que agora oportunamente se reedita. A não perder. • A editora Quetzal vai reeditar, ao longo de 2016, a Obra Completa de Vergílio Ferreira. O romance de estreia, O Caminho Fica Longe, de 1943, há longos anos fora do mercado com prefácio de Hélder Godinho, e que agora inclui as alterações feitas pelo autor sobre a primeira edição apreendida pela Censura, saiu no dia 22 de Janeiro a que se seguiu 1000 Frases de Vergílio Ferreira, organização de Luís Naves. Seguem-se Rápida a Sombra (1974) e uma das suas mais famosas obras Aparição. Está prevista para final de Fevereiro, coincidindo com um colóquio organizado pela Universidade de Évora, os cinco volumes de Espaço do Invisível em e-book, o formato digital em que também passarão a estar disponíveis os nove volumes do diário Conta-Corrente. Regressam às livrarias os dois inéditos que a Quetzal publicou há quatro anos, a novela A Curva de Uma Vida (1938) e o romance Promessa (1947). Em junho será reeditado Cântico Final (1960) e, em e-book Sobre o Humorismo de Eça de Queirós, com posfácio de Onésimo Teotónio de Almeida. A editora planeia que o ano do centenário de Vergílio se encerre com a publicação de Onde Tudo Foi Morrendo. (Condensado de Jornal de Letras, de 6 a 19 de Janeiro de 2016) www.cofre.org 7 ENTREVISTA DR.ª MARIA NATÁLIA BOTELHO Conduzida por Luísa Paiva Boléo Nas estrelas há vida O interesse pela Astronomia tem ganhado nos últimos anos um notório interesse por parte da população até aí alheada das coisas do Universo. A super Lua em 2015 despertou, até nas crianças, o gosto por saber mais sobre a origem e evolução de estrelas, planetas e galáxias. O Cofre de Previdência tem um Observatório astronómico na Quinta de Santa Iria com acções que têm des- pertado considerável afluência. Em 2015 deu-se em Portugal a fusão dos dois centros de investigação do Universo, do Porto e de Lisboa de que resultou o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço o que vai proporcionar que a cada dia tenhamos mais jovens a querer estudar a nível superior sobre a matéria. Entrevistámos a astrofísica Dr.ª Maria Natália Botelho que nos veio trazer mais luz sobre esse tema fascinante. Terminou a licenciatura em Química do ramo educacional, como chegou à Astronomia? O interesse pela Astronomia surge por volta de 1990/1994 quando o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa decide realizar a 1.º Astrofesta nacional na Serra d’Ossa. Também ajudou a ida a congressos e encontros sobre educação e ensino de Física, Química onde víamos trabalhos de professores de outros países que usavam a observação do céu como estratégia de ensino. Em 1994 inscrevi-me na APAA, Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores, para incentivar os jovens para a importância das ciências exactas. Gostou da docência? Qual a escola onde esteve mais tempo. Os alunos eram mais interessados do que hoje? Não se pode estar 35 anos no ensino sem se gostar do que se faz. Aliás a carreira de professor é (ou era até 2010) das poucas que exigiam exclusividade. Estive quase 30 anos na Escola Secundária de Pedro Nunes. Os alunos tinham pais mais envolvi- 8 Nota biográfica dos na comunidade escolar por via das Associações de Pais/Encarregados de Educação e porque estudar era a forma correcta de se ascender na vida. As turmas tinham 22 alunos no máximo, os turnos 12 alunos e a ida aos laboratórios era sagrada; não se andava a preparar para exame todo o ano. Abrir um livro era uma aventura. E depois a revolução que se passou após 1978/80 na Formação de Professores com ministros da Educação e da Ciência que sabiam do envolvimento de sua universidade de origem na coordenação de estagiários para ensino (Mariano Gago) se realizava apenas nas universidades públicas. Ao fim de um a dois meses mesmo as turmas com dois a três elementos mais difíceis estavam empenhadas. Quanto aos alunos de hoje serem piores ou iguais aos de ontem, se sabemos que há crianças de 4 anos que já têm em seu quarto televisor, ligação internet, consola de jogos, aparelhagem de som, lap top, e demais gadget que usam à sua inteira responsabilidade mas não se vê uma estante com livros (não os das aulas) que vão estes alunos fazer à escola!? Muitos entregues a empregadas ‘ Galileu foi o primeiro a usar a luneta que já era companhia de mestres marinheiros que nem português europeu falam. Exige-se aos professores uma multidisciplinaridade que não está em seu estatuto: ser médico, psicólogo, pai, mãe, padre, pastor e confessor. E nem foram sequer formados para substituir os pais e os avós dos jovens. Será que os senhores fazedores de leis dos últimos dez anos sentem a importância do professor na construção do futuro de um país? Todos os anos há fenómenos astronómicos que despertam a maior curiosidade E este ano de 2016? Este ano de 2016 temos um eclipse do Sol na Indonésia (Sumatra) para quem pode viajar. Aqui em Portugal teremos a 8 de Março Júpiter visível toda a noite; a 16 de Abril Marte estará na máxima aproximação à Terra; a 9 de Maio um trânsito de Mercúrio; e claro as perseídas á volta de 12 de Agosto e que este ano de acordo com os cálculos efectuados prometem ser de tal ordem que devemos marcar férias para locais escuros entre 9 e 17 de Agosto. Galileu Galilei foi mesmo o pioneiro do uso do telescópio? E na época de Ptolomeu como era? Galileu foi o primeiro investigador científico. Até aí os homens dedicavam-se a construir tabelas. Anotavam o que observavam no seu e com fins de prever o futuro e apoiarem a agricultura. Não lhes interessava interpretação ou explicação do que anotavam. Ora, um conjunto de dados referentes às manchas solares, por exemplo, não são investigação. Trata-se de uma colecção, um catálogo. Ora Galileu registou em caderno, interpretou e comunicou esses dados aos colegas professores da área de Matemática (a Física não estava separada da Matemática). Ele foi o 1.º a usar a luneta que já era companhia de mestres marinheiros. Adaptou-a à Natural de Paranhos (Porto), 25 de Dezembro de 1942. Licenciatura em Química, ramo educacional, pela Universidade de Lisboa; 1973/74 - Estágio na Escola Secundária de Passos Manuel, Lisboa; 1993/1994 - Pós-graduação em Ensino de Física e Química na Universidade de Aveiro; 1997 - 1.ª Escola de Verão em Física Atómica e Nuclear no IST; 2002 - Fusão Nuclear, TOKAMAK, ISTOC; 1.ª Escola de Astrofísica e Gravitação, escola de Verão no IST; 2002/2003 - Pós-graduação em Ensino de Ciências/variante Química na Universidade Aberta, Lisboa (robots seguidores de pista), IST e mais cursos sobre uso da informática no Ensino das Ciências, Gestão escolar, etc.; 2006 - Projecto EU-HOU. Hands On Astronomy; Curso sobre Segurança em Laboratórios e Edifícios Escolares na Universidade de Coimbra e cadeiras anuais de Geologia, Mineralogia, Cristalografia, Desenho de Máquinas; 2006/2008 - Mestrado em desenvolvimento curricular pela Astronomia/Mestrado em Ensino de Astronomia na Universidade do Porto; - Campeã de Robótica. Escolas onde leccionou em exclusividade: Quatro anos como docente do 11.º grupo em Luanda, Malanje e Cabinda; Escola Alfredo da Silva no Barreiro; quatro anos na Escola Secundária Passos Manuel; Escola Secundária de Alcácer do Sal, Escola Secundária de Pedro Nunes e Escola Secundária Professor Herculano de Carvalho. www.cofre.org 9 ENTREVISTA observação de astros comprando lentes aos melhores fabricantes de vidro que poliu e conjugou. Adaptou o tubo da luneta de modo a que o feixe de luz que vinha dos astros fosse menos aberto (uma espécie do que se chama hoje diafragma). A minha tese foi sobre O Mensageiro das Estrelas de Galileu Galilei e li mais de 100 livros. Ouvi falar nas Astrofestas. O que são? Astrofesta é um acontecimento anual que se realiza com apoio do Museu de Ciência e outras entidades científicas num local com céu escuro, por ocasião dos meses de férias e em noite ou perto de Quarto Crescente. Em geral ocorre entre 25 de Julho e 25 de Agosto. Nele se reúnem clubes de astronomia, grupos de ciência, centros Ciência Viva, astrónomos amadores com seus telescópios e para além das noites de 6.ª feira para sábado e sábado para domingo temos palestras técnicas sobre telescópios e astro fotografia, teóricas e estratégias de ensino. Por vezes as autarquias juntam-se e há a parte cultural da zona em visita. Para estar presente nelas nada se paga de inscrição e os astrónomos levam seu equipamento… É que sem eles nada se faz e tudo de graça. Para si que observa os céus deve ter uma «intensa vida nocturna». Fale-nos sobre isso. Algum episódio mais memorável. Nas astrofestas ou observações com público, não estudantes da área, às vezes surgem «coisas do arco-da-velha». Chamam-me «astróloga»! Para evitar tal, começo por me dizer astrofísica e depois mais à frente explico que não sou e porque detesto «maias» (não a abelha Maia). Estar a ver Marte e perguntarem: «e o que significa estar Marte ali? Vai ser mau?» E quando lhes mostro a ISS (estação Internacional) ficarem a 10 www.cofre.org Aurora no Pólo Sul de Saturno vista pelo telescópio espacial Hubble duvidar porque pensavam que seria como as naves dos filmes de ficção: um objecto enorme estilo disco voador. Também me sucedeu estarem as pessoas em fila para olharem pelo telescópio e como a escuridão é total pôr-me a explicar a Mariano Gago o que era aquela estrela azulada até que percebi que era mesmo ele. O que aconselha a quem vive em centros urbanos cheio de luzes nocturnas que são inimigas de uma boa observação? Para uma observação nocturna, e falo das que decorrem de 30 minutos antes do pôr-do-sol até às 5 ou 6 da madrugada, devemos levar agasalhos: sapatos de solas de borracha, barrete, luvas de lã, collants, creme protector para lábios, rosto, repelente, parkas e vestuário quente, xaile/ /cobertor, bebida quente não alcoólica, alimentos não salgados, como pastéis de bacalhau ou enchidos, que pedem água. Um binóculo mesmo do avô ou de teatro, uma lanterna com vidro vermelho. É proibido usar telemóvel, fumar num raio de 50 m do telescópio (as oculares são caras e não limpas como os óculos), usar flash ou qualquer luz branca ou verde. Apenas se pode usar luz vermelha e nunca a dirigirem para o rosto de outros. Usa-se lanterna Lançamento da Apollo 11 a bordo do foguetão Saturn V, no dia 16 de Julho de 1969 ‘ Astrofesta é um acontecimento anual que se realiza em geral entre 25 de Julho e 25 de Agosto APAA – Associação Portuguesa dos Astrónomos Amadores www.apaa.co.pt Ed White durante o primeiro passeio espacial em 1965, na missão Gemini 4 aprendem estando em contacto com os abstracts e a Sociedade Portuguesa de Astronomia. em que se pinta o vidro com duas camadas de verniz de unhas vermelho ou celofane vermelho. Convém levar uma cadeira ou banco cómodo pois 7 horas em pé é duro e no chão podem existir lacraus. O local deve ser escuro, longe de aldeias, localidades, estradas, no Alentejo com segurança! (sem bois, touros ou cavalos à solta…). Para quem vive em Lisboa o melhor local fica a 35 km vezes dois (ida e volta) de Lisboa, via ponte Vasco da Gama. Para se ir a 1.ª vez tem de se ir acompanhado de quem conheça. O terraço do Museu de Ciência em Lisboa é bom. É verdade que as ciências do espaço são a área de investigação que em Portugal tem maior impacto internacional, afirmação do astrónomo José Afonso? Para se seguir Astronomia, presentemente tem de se fazer uma licenciatura em Matemática, Física ou Química, Informática. (Não se faz hoje investigação em Astronomia sem um químico). A seguir procura-se a universidade que tenha um mestrado em Astronomia e faz-se concurso com currículos profissional e académico. Um engenheiro, arquitecto, médico pode fazer mestrado em Astronomia pois sabe física, química e matemática. Recordo que apenas as universidades públicas com astrofísicos, professores investigadores ligados à área são capazes de dar 12 cadeiras por ano deste mestrado: há aulas práticas e teóricas. Desconfiai sempre de cursos on line! Avisei. Presentemente as universidades mais envolvidas com Astronomia são a de Lisboa e a do Porto. Para os amadores da Astronomia e Astrofísica qual o primeiro passo a dar para saber mais? Para quem gosta de astronomia e saber o que vai ocorrer no mês podem usar-se os sites dos Observatórios Nacionais; para quem gosta a sério, uma revista sobre astronomia comprada ali perto do elevador da Glória, Restauradores como a Ciel & Espace, Astronomy, Astronomie, Sky and Telescope, Astronomy Now, Sky at Night. As revistas boas de astronomia para amadores devem estar nas bancas até dia 1 de cada mês e em geral saem a 28/29 do mês anterior. Os astrofísicos ou quem tem mestrado em Astronomia e Astrofísica Temos verificado na Quinta de Santa Iria do Cofre crianças muito interessadas e que querem saber mais. Qual a idade que recomenda? Idade para se iniciar observação do céu? Começa-se na aldeia junto aos avós e a olho nu aos 4 anos de idade. Aos 18 meses já sabem procurar a Lua desde que a família seja interessada. As noções de astronomia actuais não são as dos tempos de nossos pais ou avós. Agora o estudo mais sério começa no 7.º ano de escolaridade e vai até ao 10.º ano em Física e Química. Quanto a ensinar-se aos filhos e netos convém ir ao site Bad Astronomy para não se cometerem erros. Há livros em português na APAA escritos por Guilherme de Almeida, Pedro Ré e Máximo Ferreira que ultrapassam tudo o que venha do estrangeiro. Não costumo ter à volta do telescópio menores de 14 anos sem ser devidamente acompanhados e nunca para além das 20h00. As crianças têm de ser crianças. Terão a vida toda para ver eclipses e chuva de estrelas. Crianças não são adultos em miniatura e portanto não sabem que não se brinca às correrias à volta de telescópios. Levanta pó que estraga lentes de quase 500 euros! E recordai que as oculares são altas e se não andar com escadote, é que depois do telescópio em estação (no meu caso demora a colocar em estação mais de 30 min) não se pode apoiar no tripé ou telescópio no campo. Não falo em telescópio em observatório fixo. As crianças que já frequentam o 1.º básico podem estar em campo mas com astrónomo, professor que fale apenas para eles e que pela sua formação sabe comunicar com esses jovens. Não é o mesmo falar de relatividade para maiores de 14 e adultos… Ser professor não é para todos e claro também não se nasce professor. Como ocupa o seu tempo fora da Astronomia? O meu tempo é ocupado pelo apoio a atletas de alta competição de ginástica artística e acrobática nas áreas de Física e Química e na organização da conciliação de treinos, estágios e aulas em escola pública; no sindicato, reformados na APRE; na política europeia e do meu país e ainda na formação científica de fenómenos do dia-a-dia de adultos maiores de 65 anos. Conhece o Cofre de Previdência? É sócia? Depois de falar consigo já fiquei a saber das vantagens, e como já estou aposentada, vou ponderar fazer-me sócia. • www.cofre.org 11 INICIATIVA ACÇÃO SOCIAL Sónia Ferreira e Susana Inácio A Avó veio trabalhar C omo velhos conhecidos, fomos recebidos no ateliê na Rua do Poço dos Negros (Lisboa), e logo nos sentimos em casa. Enquanto as palavras se soltavam em torno de uma mesa cheia de peças em construção e colecções já terminadas, uma das avós, a D. Albertina, adiantava trabalho, já que a sua presença na cidade é sazonal. – Mas afinal, de que falamos? Nesta era dos significados, é valorizada a imagem e a história transmitida, subentendendo um envolvimento emocional. Com estas premissas em mente, junta-se o design de moda ao envelhecimento activo e surge «A Avó Veio Trabalhar». – Aqui, usa-se o design como “ferramenta de capacitação e transformação das pessoas», comenta Ângelo Campota, psicólogo de formação e que partilha com Susana António, a criação e coordenação deste projecto. – Mas de onde surge este projecto social que apresenta uma lógica que foge ao lugar-comum da visão tradicional dos idosos e da sua forma de estar perante a sociedade? De onde vem esta ideia, que reforça estes seniores enquanto peça central do modelo, pedindo-lhes que transmitam e até que aprofundem competências apuradas ao longo dos mais de «65 anos de experiência»? Em 2013, o Ângelo e a Susana criam a Fermenta, recuperando ideias e sonhos que ambicionavam desenvolver. Chegam à conclusão que querem trabalhar com a população idosa, explorando todo o seu potencial. Come12 www.cofre.org çaram na Junta de Freguesia de São Paulo (Lisboa) e nos Centros de Dia da zona, mas rapidamente abrem um espaço próprio, dando assim como concluída a primeira fase do projecto: a criação de uma identidade. Recuperando os lavores domésticos e as artes manuais, transformam o legado dos seus «mestres» em colecções atractivas, customizadas, contemporâneas e com impacto comercial, acompanhando as tendências. Criam produtos mas também serviços como as oficinas (workshops) ou peças para algumas entidades privadas. Trabalham a costura e o bordado em suportes tão diversos como a fotografia e a ilustração, e o trabalho do tear tradicional sobre o cartão e a serigrafia. A dinâmica de grupo é muito interessante. Ao compreenderem o sucesso obtido com as primeiras colecções de luvas e almofadas, as avós e os avôs estão hoje mais receptivos a conceitos mais arrojados e desafiam-se na utilização de cores ou formas que anteriormente seriam improváveis no seu léxico. É desta forma que Ângelo e Susana trabalham a educação visual, expondo o grupo a novas linguagens, materiais e conceitos onde não falta a apresentação de propostas de criativos internacionais. Sendo o grupo maioritariamente feminino, na equipa existe muito espaço para os avôs que, como o Sr. Domingos, exploram maioritariamente as técnicas de serigrafia e dos teares. Este ano, os alunos de design de moda da Faculdade de Arquitectura de Lisboa juntaram-se aos avós Início de projecto Collection Three Corega, 2016 ‘ Tem como missão impulsionar o poder de intervenção dos seniores na sociedade Alípio Padilha Pedro Sadio Ângelo Campota co-coordenador do projecto e criaram uma inovadora colecção de camisolas. Numa simbiose ímpar que já transpôs as paredes do ateliê, cada par aluno-avó/avô, desenvolveu conceitos e juntos meteram mãos... à lã. Esta colecção foi apresentada a 30 de Janeiro, fazendo render qualquer um à sua espectacularidade. O público-alvo das suas obras são maioritariamente turistas estrangeiros que encontram nestas obras verdadeiras peças de autor. Sónia Ferreira Alípio Padilha Susana António, co-coordenadora do projecto Mas trabalham já com uma loja em Paris que lhes encomenda as peças personalizadas. Em Portugal, estas podem ser adquiridas no ateliê na Rua do Poço dos Negros e no Museu das Comunicações. A consciencialização do valor deste capital humano também se faz através do investimento na qualidade das relações informais. Assim, nada mais natural que durante a conversa, se juntasse a nós mais uma mestre costureira. Sentada num sofá disse-nos que apenas aguardava a chegada do seu filho que a levaria a almoçar, não podendo demorar-se. Este ateliê tornou-se um ponto de segurança e de encontro que faltava a muitos residentes da freguesia de São Paulo. Este sentimento de apropriação do espaço estendeu-se a outros lugares, através da realização de oficinas dadas pelos mestres avós. São geralmente espaços comerciais que apesar de hoje já serem frequentados por esta população, numa primeira abordagem, sentiam-lhes vedado o seu acesso. A devolução do bairro a estes moradores foi o completar da segunda fase deste projecto. O objectivo seguinte passa por trabalhar a independência do grupo, incentivando à criação de uma rede informal de relações externas. Trata-se de um modelo que apela à organização social e ao seu intenso envolvimento. A relações públicas do projecto é a D. Fernanda que não se resignando com os seus 80 anos, representa o espírito desta marca: a vida, felicidade, dinâmica, a validade do seu lugar na sociedade sem subserviência. É o modelo social que se deseja para as pessoas desta faixa etária. Sendo uma marca emocional, apostam no Storytelling, criando narrativas que apelam ao imaginário e a etiqueta dos produtos, com uma fotografia do mestre que a criou, é um dos pontos mais fortes e apelativos. Estes pequenos detalhes são uma injecção para o ego destes mestres artesãos e tornam o produto mais humano e sincero para os seus compradores. E por último, falta-nos falar do Corvo Dourado que já canta na casa da avó e que durante a conversa, esteve tranquilamente pousado entre as luvas, camisolas, linhas e tecidos. Este projecto catalisador de ideias e de identidades foi reconhecido pela Time Out como a Melhor Ideia de 2015. Este merecido reconhecimento, impulsiona os seus mentores a abrir portas a novas aventuras. Estando este projecto consolidado no Poço dos Negros, expande-se agora a Campo de Ourique, procurando novos talentos com «mais de 65 anos de experiência». A nós, resta-nos desejar que continuem a entrelaçar ideias e vidas, criando esta grande teia social. E aos nossos associados do Cofre, aconselhamos uma visita ao ateliê do projecto e, quem sabe, a partilhar a sua experiência e revolucionar a moda do design português. Mas tem só 50 anos? Que pena, ainda é muito novo. Menores de 65, vá lá, 60 anos, não são admitidos. Mas pode sempre participar nas oficinas. Acima de tudo não deixe de se inspirar. • www.cofre.org 13 PERFIL NOVA SÓCIA Helena Sofia Delgado dos Santos, 39 anos, Sócia n.º 105125 Ver um bom filme é um dos meus prazeres Nota biográfica Nasci na Covilhã em Fevereiro de 1976. Vivo na Serra D’El Rei, com a minha filha e o meu marido e os dois filhos dele. Fiz mestrado em Marketing e Promoção Turística e hoje em dia trabalho na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar como Técnica Superior. Tenho 10 anos de experiência profissional no sector privado e em 2008 ingressei na função pública. O meu hobby actual é descansar. A minha filha tem 4 anos, os miúdos estão a caminho da universidade e a vida passa a correr… por isso aproveito sempre que posso para descansar. Gosto muito de cinema, ver um bom filme é um dos meus prazeres. Adoro conhecer sítios novos e ter novas experiências, mas o bom da vida vou sempre buscá-lo às pequenas coisas. 14 www.cofre.org N asci na Covilhã, passei pela Guarda, Coimbra, Caldas da Rainha e Peniche. Na Guarda tirei o bacharelato em Comunicação e Relações Públicas, em Coimbra concluí a licenciatura em Comunicação Organizacional, nas Caldas da Rainha trabalhei e em Peniche trabalho actualmente na ESTM – Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar. Foi também nesta escola que obtive o grau de Mestre em Marketing e Promoção Turística. Fui casada, mas passados três anos vimos que afinal o nosso futuro não era em conjunto, mas felizmente há segundas oportunidades e vivo em união de facto há já 10 anos com a minha alma gémea. Temos uma filha em comum com 4 anos e mais dois filhos do anterior casamento do meu marido, com 16 e 18 anos. Iniciei a minha vida profissional depois de terminar o curso, em 1998 com um estágio nas Caldas da Rainha. De estágio passou a contracto numa agência de publicidade. Depois passei por uma empresa de produtos químicos, fui professora de espanhol em escolas de línguas e numa escola profissional e fui também consultora imobiliária na Nazaré onde trabalhava exclusivamente o mercado estrangeiro, o que me fez desenvolver a perícia nas línguas, pois o espanhol e inglês eu já dominava, mas melhorei muito o francês. Foi uma experiência totalmente diferente com pessoas de hábitos e culturas diferentes, viajei pelo país inteiro e considero que este foi o meu maior desafio profissional, pois fez-me crescer como pessoa, desenvolver várias aptidões e também perder o medo do desconhecido evoluindo assim profissionalmente. Em 2004 tornei-me consultora pedagógica da Porto Editora, onde trabalhava parte do distrito de Leiria. Só em 2008 ingressei na função pública ficando assim com duas visões diferentes do mercado de trabalho, do público e do privado. Realizei o meu maior sonho quando fui mãe e o maior sonho por realizar seria viver sem preocupações para viajar pelo mundo. Soube da existência do Cofre de Previdência por colegas de trabalho, ponderei os benefícios e achei que valia a pena este investimento. Já conhecia a revista e acho que tem mudado no último ano, para melhor, principalmente a nível gráfico. Acho que devem continuar. Se tenho um cofre em casa? Gostava de ter um cofre muito grande e cheio de euros, mas não, não tenho nenhum. Como trabalho em Peniche conduzo toda a semana, porque moro na Serra D’El Rei, o percurso de ida e volta são uns 30 km por dia. Não é muito, mas para conciliar os horários familiares, o transporte público no meu caso não dá. Gosto de ouvir rádio no trabalho – normalmente a Comercial ou a M80. No carro tenho sempre uns CD’s que o meu marido me grava com Cisnes Selvagens de Jung Chang ‘ A Vida é Bela de Roberto Benigni Realizei o meu maior sonho quando fui mãe ’ as minhas músicas preferidas, mas não tenho músicas que marquem a minha vida. Gosto muito da música dos anos 50 e dos anos 80, mas oiço de tudo. O meu filme preferido é A Vida é Bela de Roberto Benigni, mas tenho outros que foram marcando etapas da minha vida como o Dirty Dancing de Emile Ardolino, Os Outros de Alejandro Amenábar, As Pontes de Madison County de Clint Eastwood, Os Condenados de Shawshank de Frank Darabont, e tantos outros como A Lista de Schindler, O Pianista, Como Água para Chocolate, Crash, Forrest Gump, Avatar, Seven e também gosto de sagas, como O Senhor dos Anéis, Twilight. E adoro ver filmes de terror. Agora com uma filha pequena vejo sempre com ela os filmes de animação, desde os clássicos aos mais recentes. Como moro perto da praia e, felizmente, posso aproveitar bem os dias de calor, nas férias escolho sempre ir para o interior. Gosto muito da minha Serra da Estrela, para onde vou sempre, pois a minha mãe ainda mora na Covilhã. Para passear acho que qualquer local de Portugal é lindo, mas para passar férias prefiro sempre locais muito calmos, onde o barulho e as actividades ficam para depois. Não fazer nada é o meu lema para as férias. Gostaria muito de viajar até aos Açores. Ainda na área do lazer gosto de eventos desportivos, apesar de não gostar de multidões. Sobre leituras estou a ler Cisnes Selvagens de Jung Chang. É muito bonito e está a dar-me a conhecer um pedaço de história que estou a adorar. Está quase no fim. Gosto muito de ler apesar de agora não ter muito tempo, mas a escrita que mais me emociona é a da Isabel Allende, de quem já li vários livros e fico sempre presa às histórias sem conseguir parar de ler. Um livro que deixei a meio foi A Tulipa Negra de Alexandre Dumas. Se não vivesse em Portugal acho que gostava de viver no Norte da Europa - Dinamarca, Noruega, Suécia, Áustria, creio que em qualquer um destes países me sentiria bem, principalmente por achar que devem ser países organizados e cívicos. • www.cofre.org 15 COLABORAÇÃO CURIOSIDADES ESPONTÂNEA DO FADO Francisco Pinteus Da Maria Formosa ao Abílio Penteado G osto dos trocadilhos com as palavras. Se estivermos atentos, por vezes parecem ter vida e querer dizer-nos mais do que o seu significado quando juntas com outras. Escrevi recentemente um texto que resultou da feitura do índice de um livro sobre Zeca Afonso, que originou acasalamentos altamente improváveis. Exemplo: António Bronze/António Ferro; Cardeal Cerejeira/Carlos Antunes (PRP/BR), etc. (vd. n.º 4 da nossa revista). Estes jogos seduzem-me. Já quando comecei a trabalhar na R. F. de Vila Franca de Xira (1970) os nomes dos funcionários eram curiosos. O chefe era o Sr. Barata, o sub-chefe era o Sr. Pinto (um abraço para o Orlando e para o Pedro), e ainda tínhamos o Galinha e o Bacalhau. Era um mini-jardim zoológico. Isto a propósito de que ao fazer o índice do livro de Eduardo Sucena Lisboa, o Fado e os Fadistas (que me foi oferecido pelo meu saudoso amigo Tiago Mexia – um abraço para a Eduarda Sucena e para as filhas), dei por mim a rir-me com o nome de alguns proeminentes fadistas dos finais do séc. xix princípios do séc. xx, e não resisti a juntá-los de forma a encontrar algumas sequências com alguma lógica. Assim, nada melhor do que começar pelo José Um. Depois, para alindar a prosa, nada melhor que Julieta Rocha, a Princesinha do Fado e a Custódia Maria, a Formosa. 16 www.cofre.org Antecipando a Diva, a Rainha do Fado, tivemos uma Amália Bexigosa. Muitos fadistas com nomes de animais; Álvaro Cão, Chico Macaco, Roberto Camelo, Zangão de Carcavelos, João da Burra, e o José Borrego. Como a aristocracia também se apaixonou pelo fado através, entre outros, do conde de Vimioso, ouvia-se o Joaquim Real. Mas, esquisito, era o apelido da Severa: «Onofriana». Antes das questões postas por pessoas «diferentes» fazerem parte deste governo, já isso se passava no fado de então: tivemos a Luzia Cigana, o Joaquim Cegueta, Januário Ceguinho, João Maria de Melo «o cego», a Umbelina Cega, mas também a Rosário dos óculos. Graffiti de Amália por Jef Aerosol Mas a Sra. secretária de Estado é invisual... cegos já tivemos demais. Mas havia outros deficientes a cantar o fado: Costa Marreco, Coxo da Trafaria, e o Inácio Torto, Calcinhas Narigudo, Hermenegildo Ratado, o António Maluco. Noutro registo: o Epifânio Mulato, o João da Preta, o Martinho Preto (ou Preto Martinho), o Preto da Ti Leocádia e o Rui Preto. Também os havia com nomes de localidades, que, normalmente, indicariam a sua origem: Francisco de Alcochete, Luís Carlos Soares «o Sevilhano», José de Belém; pelo menos dois saloios: da Portela e de Campolide e o Frutuoso França. Dos religiosos, a Maria de Fátima e a Maria de S. Pedro dos Milagres. De questões capilares: a Barbuda, o Augusto Peludo e o Abílio Penteado. Nomes com profissões: o maior de todos: Alfredo Marceneiro, mas para isso também o Alfredo Madeira; mas tivemos o Rosa e o Alfredo Sapateiro e o Joaquim Sapateirinho, o Chico Toureiro, o Rafael Serralheiro e muitos mais. Também havia os gastronómicos: Aguiar Batata, Alfredo Bacalhau, Alves Coelho e o Alexandre Bravo, o José Carapau, o Cachucho e o Eduardo Besugo, e para a sobremesa o Pedro Banana e a Amélia das Laranjas; de tudo isto resultou o Sales Patuscão. E alguns nomes próprios esquisitos, tais como Orémio Jesus Gonçalves, Egipton (sic) Amaral Lopes (um abraço para o Dr. Jorge Lopes), Hermog e apelidos ou alcunhas como Radamanto, Piscalarete, Zaraquitana, para além do Carga d’Ossos, Cága Dinheiro e o Pontapé na Cara, para além da Orquestra Aldrabófona. E como isto já vai longo, também havia um fadista alcunhado de «Minuto». Já agora, o meu apelido Pinteus, também não é muito frequente. • COLABORAÇÃO CARTA ESPONTÂNEA DE AMOR Amélia Eternamente namorados M eu Amor. Hoje vou escrever-te umas linhas, acordei após uma noite intranquila, solitária, como aquelas noites grandes do início do Outono, com o grande desejo de falar contigo, dizer-te das minhas coisas, dos meus segredos, do meu dia-a-dia triste e vazio, apetecia-me tanto falar contigo, olhar para ti, acariciar-te as mãos, porque não mimar-te. Não estavas, já não tenho presente os anos, que deixaste de estar comigo, de dividir experiências, problemas, dificuldades, foste-te ausentando a pouco e pouco da nossa casa, da nossa vida, embora estivesses presente fisicamente. Fiz sempre questão de contar-te tudo, de mim de ti, dos nossos três filhos, dos nossos netos, da nossa bisneta, não sei se me ouvias, mas, olhavas fixamente para mim. Sabes, apetece-me recordar os setenta anos que te conheço, o nosso primeiro olhar, o teu sorriso, os caracóis do meu cabelo, apetece-me lembrar a cumplicidade cada vez que nos cruzávamos. Que eternas foram as palavras que me disseste, que bela e importante me senti, quando tu me contaste que era a moça mais linda que tinhas conhecido. Namorávamos, tu na rua em frente da minha janela, eu no 1.º andar daquela casa grande e velha, onde mais tarde vivemos, mais de 60 anos, onde fomos tão felizes, já que arranjámos sempre tempo para namorar. Perguntam- Escultura de Robert Indiana no National Sculpture Garden em Washington DC, EUA -me como posso namorar quase 70 anos e amar-te hoje como naquele dia em que te conheci e reconheci em ti o melhor e maior homem do mundo. Quantas alegrias, quantas tristezas, quantos momentos difíceis ultrapassámos, em nome daquilo que conquistámos juntos. Sabes, estas lembranças mantêm-me viva, todos os dias espero que amanhã ou hoje, se possível, seja diferente e que tu, tal como eu há setenta anos atrás, naquela janela me esperas e quem sabe, talvez digas o meu nome. Vou visitar-te a Vila Fernando, levo sempre o coração cheio de esperança e o saco cheio de mimos. Vejo-te, digo o teu nome e como o teu filho diz «dou-te mais de 500 beijos» e tu… nem te recordas do meu nome. Reparo em ti, vejo uma sombra do que foste, mas és tu, manténs o mesmo brilho no teu olhar e a mesma vontade de viver que sempre tiveste. Sinto-te frágil, comento que estás velhinho e gasto e desta forma aproveito para mimar-te, passear-te e contar-te baixinho da minha vida e dos nossos filhos, da nossa casa. Tu, não sei se ouves, mas não é importante, porque o que de verdade é importante, é que ainda te posso contar tudo, embora não respondas. Estou magoada com a vida, gostaria tanto que estivesses na nossa casa, de ter a possibilidade de cuidar de ti, mas as forças já não são as mesmas, estou a fraquejar… preciso de apoiar os nossos filhos e preciso de continuar a abrir a janela da nossa casa. Talvez um dia voltes…! Se não voltares vou contar-te um segredo, gostaria que partisses primeiro que eu, para eu poder partir descansada, se assim não for, quero meu amor que saibas que estarei sempre contigo, como agora, mesmo sem me reconheceres e sem te lembrares do meu nome. Porque o que realmente é importante para mim, não é tu saberes quem eu fui ou sou, mas sim, saber o que tu foste e és para mim. Beijos • NOTA: Da Residência de Vila Fernando, nos dias que seguiram ao São Valentim, chega-nos um tesouro até agora bem guardado. Mantemos o anonimato dos protagonistas, porque uma história de amor perde algum encanto quando os segredos são desvendados. Revelamos apenas que se a voz desta apaixonada ainda nos delicia com a sua presença, o «Meu Amor», destinatário desta carta, já partiu. A memória deste amor perdurará no tempo e na lembrança de quem ler estas linhas repassadas de ternura. www.cofre.org 17 SAÚDE CONSULTÓRIO MÉDICO Celso Barros, médico A Saúde e a internet D esde que a internet se popularizou, no final do século xx, o mundo mudou. Hoje o mundo não é imaginável, particularmente para os jovens, sem aquele aparelho fantástico que nos põe em contato com todo o mundo, onde encontramos resposta para quase tudo e que dá pelo nome de computador, ou tablet, ou iPad, ou iPhone. Muitos nomes para designar um propósito comum – comunicação. A internet tudo mudou… Ao nível da informação – um acontecimento em qualquer recanto do mundo, minutos depois já é conhecido no mundo inteiro. Ao nível da maneira de trabalhar nas empresas – hoje as pessoas, internamente, comunicam por mail e intranet. Ao nível das relações comerciais – hoje, compramos quase tudo através da internet. Ao nível das relações interpessoais, podemos conhecer pessoas novas com os mesmos interesses que nós, podemos manter conversas com pessoas distantes que não conhecemos pessoalmente, podemos ver e falar directamente com familiares que estão noutros continentes, podemos criar uma página pessoal e mostrar o nosso trabalho, o nosso pensamento, as nossas ideias, podemos criar «amigos» em todo o mundo. Podemos ver filmes, ouvir música, fazer pesquisas sobre coisas que gostamos ou sobre temas de trabalhos que temos de elaborar. Tudo está e tudo acontece na internet, na «net» como é mais conhe- 18 cida. Hoje o uso da internet é acessível praticamente a todos – miúdos e «graúdos», mas são os jovens o grupo mais vulnerável ao que a internet tem de menos bom. PERIGOS PARA OS MAIS JOVENS As crianças, os adolescentes e jovens adultos, são os principais utilizadores da internet e, consequentemente, as principais «vítimas», desta nova maneira de viver a contemporaneidade do mundo. O que a internet tem de menos bom e que, em muitos casos, pode mesmo ser um «malefício» para a saúde, traduz-se ao nível da componente física, da componente mental e da componente social. Os malefícios da internet ao nível da componente física podem traduzir-se no campo oftalmológico, em que o uso prolongado do computador ou de outro equipamento electrónico, com ecrãs muito pequenos, pode causar miopia de acomodação em crianças, entre os 9 e 12 anos, pelo excessivo esforço para ver ao perto. A miopia é um erro de refracção no qual as imagens são focalizadas antes da retina, fazendo com que a visão ao longe fique desfocada. Esta patologia pode ser hereditária, mas também pode ser causada pelos factores ambientais referidos. Outro problema que afecta 50% a 90% dos utilizadores do computador durante longos períodos seguidos de tempo, quer seja por motivos profissionais ou lazer, é uma sobrecarga da visão, que se traduz por dor nos olhos e na cabeça, sensação de cansaço, olhos secos, visão turva com ardor, vermelhidão. Como o utilizador fixa muito tempo os olhos no monitor, não movimenta as pálpebras para fechar os olhos o que provoca secura dos mesmos. As imagens no ecrã do computador ou tablet são formadas, por pequenos pixels, que estão em constante movimento, obrigando o utilizador a um esforço extra para focar as imagens digitais e isso prejudica a visão. Os malefícios da internet ao nível da componente mental resultam da dependência em internet que atinge cerca de 13% dos jovens portugueses, com idades compreendidas entre os 12-14 anos até aos 25 anos. Esta dependência tem levado a que os padrões de comunicação e de relação na sociedade e nas famílias se tivessem alterado. As pessoas falam cada vez menos entre si e a internet passou a assumir uma importância crescente no dia-a-dia das famílias. As crianças ficam aparentemente mais sossegadas, mais calmas, mais tranquilas graças ao computador, aos jogos, às redes sociais o que é visto pela família como algo positivo, contudo, fica de parte a socialização, os «amigos» existem mas são virtuais… Se lhe tirarmos o «brinquedo» o jovem transforma-se e não sabe como viver. Quando o «vício em internet» se instala na vida de um jovem este passa a dedicar horas e mais horas jogando na internet, falando na internet, ouvindo música na internet e ignorando as suas obrigações pessoais e esquece a sua vida social, ao ponto de faltar às aulas ou ao trabalho. Isto constitui muitas vezes uma fuga à realidade. Na vida real, tem de haver esforço, determinação, integração social, confrontação de ideias… no mundo virtual a história é diferente, nada é posto em causa. Estudos credíveis apontam que os mecanismos biológicos que levam os jovens a serem viciados em internet e terem desejos compulsivos por jogos online, são os mesmos que estão associados à dependência em substâncias químicas altamente viwww.cofre.org 19 SAÚDE ciantes, como os derivados do ópio (morfina, heroína). O aumento da incidência de viciados em internet tem atraído a atenção de psicólogos, psiquiatras e educadores. Estes últimos, devem estar atentos aos principais sintomas de dependência que se traduzem por: ❱❱ O jovem mentir acerca do tempo que costuma passar ligado à internet; ❱❱ Tornar-se mais caseiro e solitário; ❱❱ O jovem fica irritado quando está há mais de uma hora sem internet; ❱❱ Evitar sair de casa se for para ir a lugares sem internet; ❱❱ Só fala e sabe de jogos da web, redes sociais e «pessoas virtuais»; ❱❱ O jovem passa a ir mal na escola e as notas baixam; ❱❱ Não tem motivação para fazer nada que não passe pelo computador ou pela internet; ❱❱ Manifestar muito pouca autoestima; ❱❱ Poucas coisas lhe dão prazer, sente-se triste, ansioso e deprimido a maior parte do tempo; ❱❱ Antes os amigos ligavam e o jovem conversava ao telefone, depois passou a ser raro; ❱❱ O jovem ter mais de cinco amigos virtuais que, o educador não conhece pessoalmente; Quando o educador se apercebe destes sintomas, deve agir no sentido de ajudá-lo a ultrapassar esta dependência, recorrendo, se necessário, à orientação de psicólogos 20 ‘ O mundo não é perfeito, mas nada substitui as pessoas ’ ou psiquiatras que se preocupam com quem desenvolve este tipo de dependência em internet. Os malefícios da internet ao nível da componente social resultam do afastamento do mundo real privilegiando o mundo virtual como já foi referido antes. Na internet os jovens fazem amizades, mas as pessoas com quem falam podem não ser de facto as pessoas que dizem ser e podem ser enganados, particularmente os jovens adolescentes, cuja capacidade crítica não está suficientemente desenvolvida para poderem aferir da veracidade das conversas. Muitos adolescentes entram, muitas vezes, em «comunidade de fãs» de determinado assunto, quer seja música, filmes e até sexo, vendo aí a oportunidade de encontrar o grupo de amigos perfeito que não tem na vida real e/ou encontrar a/o namorada/o dos seus sonhos. Este envolvimento com pessoas desconhecidas condiciona o afastamento dos amigos reais, a mudarem de estilo de vida, desvalorizando os verdadeiros amigos e pessoas próximas com consequências muitas vezes devastadoras para o próprio e sua família. A questão que se coloca hoje com grande veemência aos educadores e aos próprios utilizadores é saber até onde podem os adolescentes levar a relação com a internet e com as tecnologias. Penso eu e pensam muitos profissionais ligados a este tema que o importante é haver uma utilização regrada, consciente e responsável, porque para tudo na vida é necessário algum equilíbrio. PROCURAR O EQUILÍBRIO ENTRE O MUNDO VIRTUAL E REAL Para que esse equilíbrio seja uma realidade e a vida não se resuma ao mundo da internet, deve haver outras actividades extra que motivem o jovem ou o adolescente, deve haver também normas familiares que facilitem a comunicação entre os elementos que a compõem, nomeadamente não ligar a televisão e o computador à hora das refeições, não permitir telemóveis em cima da mesa e assim fomentar o convívio familiar, o diálogo, a troca de experiências e vivências do dia-a-dia. O mundo não é perfeito, mas nada substitui as pessoas. A vivência com as pessoas, com as suas realidades diferentes, com as suas contradições, com as suas alegrias e tristezas é que dão sentido à vida. A vida existe com as pessoas e para as pessoas, o afastamento desta realidade nunca será benéfico para ninguém. Ser capaz de enfrentar desafios é viver intensamente a vida e ela não pode ser vivida quando o jovem se isola e/ou se fecha no seu quarto, mesmo que esteja em contacto virtual com o mundo inteiro. • À MESA RECEITA DO CHEF Por Francisco Santos Delícia de abóbora INGREDIENTES (para 4 pessoas) 100g c ompota de abóbora mogangueiro 400ml natas p/ montar 150g l eite condensado de lata 120gbolacha maria PREPARAÇÃO Coloque as natas a refrigerar durante duas horas no frigorífico. Tire e bata-as até ficarem bem montadas. No fim misture o leite condensado. Coloque num recipiente e guarde novamente no frigorífico. Coloque as bolachas maria numa picadora e pique até ficarem muito bem desfeitas. A compota de abóbora pode ser caseira ou de compra. Disponha as taças e de forma uniforme, coloque em camadas a compota, as bolachas maria desfeitas, uma camada do preparado de natas com o leite condensado, uma camada de bolacha maria e por fim mais uma camada de compota. Leve ao frigorífico uma hora antes de servir. DICA DO CHEF Se desejar uma sobremesa menos intensa pode colocar raspas de meio limão no preparado das natas, o que lhe vai conferir uma frescura muito agradável. www.cofre.org 21 Vale do Loire, Bretanha e Normandia 12 a 23 jul.’16 Itinerário: 1º dia: Lisboa / Paris / Reims / Cambrai / Arras 2º dia: Arras / Cemitério Militar Português de Richebourg / Amiens / Rouen 3º dia: Rouen / Lisieux / Caen 4º dia: Caen / Bayeux / Praias do Desembarque / Saint-Malo 5º dia: Saint-Malo / Mont St. Michel / SaintMalo 6º dia: Saint-Malo / Dinan / Rennes / Carnac / Nantes 7º dia: Nantes / Angers / Tours 8º dia: Tours / Chenonceau / Amboise / Blois / Tours 9º dia: Tours/ Cheverny / Chambord / Tours 10º dia: Tours/ Azay-Le-Rideau / Orleans / Chartres / Paris 11º dia: Paris / Versailles / Paris 12º dia: Paris / Lisboa Preço por pessoa: Duplo Mínimo 30 participantes € 1.960 Mínimo 20 participantes € 2.225 Suplemento Individual € 495 Condições Inclui: avião (TAP) Lisboa / Paris / Lisboa + transporte em autopullman de turismo para o percurso mencionado + 11 noites de alojamento em hotéis de 3 e 4 estrelas, em regime de meia-pensão (pequeno-almoço e jantar) + circuito em regime de pensão completa + entradas e visitas conforme descrito no itinerário acompanhadas por guia local + acompanhamento por um representante da Abreu durante toda a viagem + seguro multiviagens + taxas de aeroporto, segurança e combustível (€127,57). Exclui: bebidas às refeições + despesas de carácter particular + tudo o que não estiver devidamente mencionado como incluído no programa Nota: os preços foram calculados com base nas tarifas hoteleiras vigentes. Poderão eventualmente ser alterados caso se verifiquem variações significativas. Não efectuamos qualquer tipo de reserva. SEGURANÇA E COMPETÊNCIA A Agência em que os portugueses mais confiam para viajar. ESCOLHA DO CONSUMIDOR AGÊNCIAS DE VIAGENS A Agência de Viagens escolhida pelos portugueses. Consulte as facilidades de pagamento em: www.cofre.org Para mais informações e reservas: Cofre: 21 324 10 60 Agência Abreu: 21 355 21 70 NA SUA LOJA ABREU | ABREU DIRETO Telef.: 707 20 1840 | Web: www.abreu.pt Viagens Abreu, S.A • Capital Social € 7.500.000 • Sede: Av. dos Aliados, 207 • 4000-067 Porto • RNAVT 1702 • Operador • Cons. Reg. Com. do Porto nº 15809 • NIF: 500 297 177 • 2016 A sua marca de confiança QUEM EQUIPA DO FACEBOOK É QUEM OS ROSTOS POR DETRÁS DAS TECLAS Cláudia Peres Queremos chegar mais longe, estando cada vez mais perto São do tempo em que a Wikipédia se chamava «Lexicoteca – Moderna Enciclopédia Universal» e o corrector automático se chamava «Dicionário de Português – O dicionário que há-de servir sempre e bem.» Ah!, a saudosa era da cassete e do vinil. Sónia Ferreira e Susana Inácio são os rostos por detrás do Facebook do Cofre. F ez um ano que o Cofre se rendeu à rede social, revelando a jovialidade existente nesta instituição centenária. Esta é uma ferramenta que conduz a uma maior divulgação da entidade e das suas ofertas e, principalmente, à vontade de melhor servir o seu vasto público. Escolhemos esta rede social para divulgar o valor da marca Cofre. Na verdade, usamo-la também como um diário de experiências e um arquivo de memórias. A nossa máxima é «chegar mais longe, estando cada vez mais perto». É numa parceria simbiótica e descontraída, que trabalha as palavras e as imagens que partilhamos consigo. E se algo nos falta, vamos desembaraçadamente procurar. Este projecto levou-nos a conhecer e a interagir com outras entidades e iniciativas que difundem a portugalidade. De onde vem a inspiração? Bebemos das fontes culturais, dos livros, dos passeios, das sugestões que nos fazem chegar, das conversas informais. Gostamos de coisas com alma, que nos levam às suas raízes e essência. O contributo dos colegas dos Centros de Lazer, das Residências Seniores e Universitárias, dos que tratam dos protocolos e de restantes regalias e serviços é indissociável deste processo criativo. A partilha do seu trabalho, e até mesmo dos seus interesses e vivências, permite-nos abranger outras perspectivas. É o Cofre que se abre a outros públicos. Damos voz aos actores da instituição porque acreditamos que todos os acontecimentos devem ser valorizados. Falamos, claro, dos nossos associados, residentes e de todos aqueles que fazem parte desta comunidade. O Facebook permite-nos esta ligação. Já temos muitos seguidores e sabemos que valorizam o nosso trabalho. Contamos com mais de 2700 fãs e o número cresce a cada dia. Já faz parte desta comunidade? Se tiver conta nesta rede social, diariamente, ao início da noite, encontrará facilmente uma notícia em primeiríssima mão. Este é um projecto que está em constante construção e que nos acompanha para lá das portas do Cofre. Conciliamo-lo com as restantes tarefas a nosso cargo. Neste processo profundamente colaborativo, temos em comum o sentimento de que este ambiente de comunicação é uma oportunidade que levanta novos desafios. Não temos pressa, mas sempre em movimento continuaremos a desvendar este Cofre, cada vez mais dinâmico e atento, que é feito de pessoas para pessoas. E antes que a noite acabe, visite a página de Facebook em www.facebook.com/ cofredeprevidenciafae www.cofre.org 23 CIÊNCIA COLUNA DE ASTRONOMIA Prof. Máximo Ferreira A Lua e a Páscoa A Com um pouco de imaginação pode ver-se um coelho desenhado na Lua 24 www.cofre.org credita-se que muitas das festividades religiosas foram colocadas em datas em que – num passado mais ou menos longínquo – eram realizadas festas pagãs, na sua maior parte relacionadas com determinados momentos do ano, em particular os equinócios e os solstícios. Certamente, muito tempo antes de tais termos terem sido estabelecidos ou, pelo menos, conhecido o seu significado, não se deixaria de saudar o fim do período em que a duração dos dias findava a sua diminuição progressiva (o início do Inverno), associando-lhe uma espécie de renascimento da natureza que se preparava para acolher mais tempo de Sol e condições favoráveis ao aparecimento dos primeiros rebentos de árvores ou exaltar o começo da Primavera, época de floração e aparecimento dos primeiros frutos, das sementeiras, e de dias mais quentes e de maior duração do que as noites. Parece certo que os cultos religiosos terão escolhido tais ocasiões, não só por o seu simbolismo poder integrar uma visão divina mas também porque, não se afastando muito de momentos tradicionais, facilitariam a assimilação de hábitos pagãos. Naturalmente, os rituais que obrigavam a deslocações por distâncias consideráveis, terão conduzido à escolha – por religiões diversas – de ocasiões de Lua Cheia, dada a necessidade de assegurar a luz lunar aos viajantes nocturnos e mesmo, em algumas circunstâncias, iluminação durante cerimónias e actos religiosos. Da história mais recente consta a tradição romana de realizar inúmeros festivais, um deles por ocasião do fim do ano e o outro coincidente com o princípio da Primavera. No primeiro rogava-se para que o Inverno fosse brando, não se trabalhava e trocavam-se presentes. No segundo, faziam-se orações e oferendas para que o novo ano (o mês de Março era o primeiro mês do ano romano) e a Primavera trouxessem boas colheitas. A assimilação dos rituais pagãos, pelas religiões, foi lenta e, em alguns casos, não isenta de perturbações, embora sem descurar a preocupação de considerar o equinócio da Primavera e a Lua Cheia. Nas igrejas cristãs, por exemplo, a celebração da Páscoa gerou, inicialmente, algumas controvérsias pois, enquanto uns preferiam uma data certa (mesmo que fosse dia de semana), outros optavam pelo domingo seguinte a essa data. Depois de três séculos de conflitos, no ano de 325, na cidade de Niceia (actual Izniq – Turquia) reuniu-se um concílio de bispos que, para além de outros assuntos da Igreja cristã, tratou a questão da data da Páscoa, tendo estabelecido a regra de que a Páscoa é no domingo seguinte ao décimo quarto dia da Lua que atinge esta idade a 21 de Março ou imediatamente a seguir. Tal decisão – embora tivesse a intenção de conduzir a uma uniformização em toda a Igreja, em qualquer região geográfica do mundo – arrastaria consigo características ainda ‘ O Concílio de Niceia imporia uma data da Páscoa a vagabundear entre 22 de Março e 25 de Abril Ícone representando o Concílio de Niceia Papiro do séc. V com algumas das conclusões do Concílio de Niceia ’ hoje bem conhecidas: a data variável da Páscoa e, com isso, outros momentos com ela relacionados, como o Carnaval, e a particularidade de a definição da data, embora muito ligada às fases da Lua, nem sempre coincidir nos calendários eclesiástico e astronómico, pois o décimo quarto dia após a Lua Nova pode não corresponder, exactamente, à fase de Lua Cheia e o equinócio nem sempre ocorre a 21 de Março. Assim, o Concílio de Niceia imporia uma data da Páscoa a vagabundear entre 22 de Março e 25 de Abril, ou seja, a poder coincidir com trinta e cinco datas diferentes. O assunto voltou a ser abordado, em 1997, no Conselho Mundial das Igrejas realizado em Alepo (Síria), tendo então sido admitido que «a data da Páscoa passaria a coincidir com o primeiro domingo após a Lua Cheia astronómica posterior ao equinócio de Março». A «Lua Cheia da Páscoa» deste ano de 2016 ocorrerá no dia 23 de Março (quarta-feira), pelo que o domingo seguinte – 27 de Março – será «domingo de Páscoa», circunstância consideravelmente diferente do que acontecerá no próximo ano. A primeira Lua Cheia a seguir ao equinócio de Março de 2017 verificar-se-á a 11 de Abril (terça-feira) e, consequentemente, a Páscoa será comemorada no domingo seguinte, 16 de Abril. Para além de detalhes directamente relacionados com o equinócio e com a Lua, outros foram sendo incorporados, uns como resultado de reminiscências históricas, outros em consequência de estratégias comerciais que aproveitam todas as ocasiões possíveis – religiosas ou pagãs – para promover a venda de produtos cuja aparência, utilidade e custo as operações de marketing vão ajustando à evolução de gostos e hábitos das populações, em qualquer lugar do planeta. O «coelhinho da Páscoa» poderá corresponder à figura que – com boa dose de imaginação – se pode «ver» desenhada pelas sombras e crateras lunares. O coelho, considerado por povos antigos como símbolo de «nascimento e nova vida» ou, simplesmente, símbolo da Lua, acabaria por inspirar a lenda da mulher pobre que, sem outros recursos, coloriu alguns ovos das suas galinhas para os oferecer aos filhos como presente de Páscoa. No momento em que os encontraram (escondidos algures nos arredores da casa) passou um coelho a correr, o que gerou a história de ter sido ele que havia trazido os ovos. • www.cofre.org 25 O regresso dos feriados suprimidos INFORMAÇÕES O QUE HÁ DE ÚTEIS NOVO EM 2016 Recolha de L.P.B. Para os sócios/as que não têm acesso a toda a informação sobre alterações importantes em 2016 fizemos uma lista de algumas medidas que entraram ou entram em vigor até Dezembro de 2016. Solicitamos aos nossos/as associados/as que nos enviem mais medidas e alterações no decorrer de 2016 para publicação em próximas revistas. Sobretaxa CASADOS QUE ENTREGAM DECLARAÇÃO CONJUNTA Até €1.205.00 0% Até €2.888,00 1% Até €6.280,00 1,75% Até €5.786,00 Superior a €5.786,00 Até €10.282,00 Superior a €10.282,00 3% 3,5% IRS - novas datas MODELO 3 de IRS rendimentos do trabalho dependente ou de pensões Rendimentos empresariais, de capitais, prediais e patrimoniais Carta de Condução por pontos a partir de 1 de Junho Consoante a gravidade da infracção. Daremos mais pormenores em próximas revistas. 26 www.cofre.org de Maio de Outubro SOLTEIROS E CASADOS (DECLARAÇÃO SEPARADA) Até €801 0% Até €1.683,00 1% Até €3.054,00 1,75% 3% 3,5% 26 5 1 1 Corpo de Deus. Este ano será a 1 a 30 de Abril em vez do período de 15 e Março a 15 de Abril 1 a 31 de Maio em vez das datas de 16 de Abril a 16 de Maio ADSE, MAIS PRÓXIMA DE SI Novo contacto telefónico 218 431 881 Com a parceria com a Agência para a Modernização Administrativa, I.P. (AMA) e a ADSE, tem à sua disposição 408 Espaços do Cidadão, complementares às Lojas do Cidadão. Atendimento online: http://www.adse.pt de Novembro de Dezembro Isenção de Taxa Moderadora Isentos os dadores de sangue, de células, tecidos e órgãos, bem como os bombeiros. Isenção também para os utentes atendidos em serviço de urgência, desde que referenciados pela Linha Saúde 24 e pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para um serviço de urgência, incluindo os actos complementares prescritos. E ainda isenção de taxa moderadora na IVG (interrupção voluntária de gravidez) no Serviço Nacional de Saúde. Redução gradual do valor das taxas moderadoras até ao limite de 25% do seu valor total. Abono de Família O abono de família é determinado em função dos rendimentos, não sendo atribuído aos agregados familiares com um rendimento superior a 1875 euros mensais. No primeiro ano o valor é maior e vai diminuindo conforme a criança vai crescendo. De acordo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social são estes os montantes dos abonos. Rendimentos do agregado familiar Escalão Até € 2.934,54 1º De € 2.934,55 a 5.869,08 2º De € 5.869,09 a 8.803,62 3º Estes são os valores de referência para enquadrar os agregados familiares nos três escalões existentes de abono de família. Para crianças até um ano de idade, são estes os montantes a receber: Escalão Valor do abono por criança 1.º €145,69 2.º €119,66 3.º €94,14 Para crianças com idade entre os 12 e os 36 meses, há outra variável no valor do abono: o número de filhos. Quanto mais filhos, mais o agregado familiar recebe de abono. É a chamada majoração do abono de família. Escalão 1 Filho 2 Filhos 3 ou mais Filhos 1.º €36,42 €72,84 €109,26 2.º €29,92 €59,84 €89,76 3.º €27,07 €54,14 €81,21 A partir dos 3 anos de idade (36 meses) o número de filhos deixa novamente de pesar nas contas. Para os três escalões, há apenas três valores distintos: Escalão Valor do abono por criança 1.º €36,42 2.º €29,92 3.º €27,07 Às alterações aos escalões continuarão ainda a ser aplicadas as «majorações para as famílias monoparentais e famílias numerosas ou o montante adicional atribuído no mês de Setembro para a compensação com os encargos escolares». ANTES DE CORRER PARA O HOSPITAL LIGUE Saúde 24 808 24 24 24 TODOS OS DIAS, 24 HORAS POR DIA Famílias numerosas e compra de carro Desde 1 de Janeiro de 2016 que as famílias numerosas, com mais de três filhos podem adquirir automóvel com mais de 5 lugares com 50% de desconto no ISV – Imposto Sobre Veículos. Apenas para um veículo por cada agregado familiar. O desconto aplica-se a veículos que emitam, no máximo 150 gr de CO2/km e que não custem mais de 7800 euros. Para beneficiar deste desconto tem de pedir autorização à AT – Autoridade Tributária e Aduaneira. O desconto no imposto pode aplicar-se aos agregados familiares com dependentes menores e também aos que tenham dependentes maiores de idade (até aos 25 anos) que sejam estudantes e não tenham rendimentos superiores à retribuição mínima mensal garantida. IVA na Restauração – 1 de Julho de 2016 A partir de 1 de Julho o IVA vai baixar dos actuais 23% para 13% nos alimentos e nas bebidas associadas a cafetaria (como o leite, água engarrafada e café). Nas restantes bebidas a taxa manter-se-á nos 23%. OUTROS URBAN TALENTOS SKETCHERS M. J. Lobo, Sócia n.º 48627 A nossa vida é uma viagem: já pensou em desenhá-la? O Diário gráfico da autora século xx mergulhou-nos no mundo das imagens do que nos rodeia das formas mais variadas: fotografias, diapositivos, filmes, a preto e branco primeiro, depois a reproduzir cores. O fascínio enorme que toda esta evolução causou levou a uma expansão quase sem limites de toda a espécie de aparelhagens captadoras e reprodutoras de imagens: máquinas fotográficas, das mais simples, quase um caixotinho, às mais sofisticadas com as suas enormes teleobjectivas e jogos de lentes, filtros, tripés, disparadores automáticos, um sem-fim de maravilhas da técnica. Os filmes, os vídeos que já se obtêm com um simples telemóvel, com os seus cabos, punhos e suportes, em modo selfie, lançaram a fotografia e o vídeo como meios de reprodução indiscutível da imagem num modo inimaginável... Que mais se seguirá? DA INVASÃO DA TÉCNICA À NOSTALGIA DO SENTIR Nos últimos anos cada vez mais pessoas sentem o apelo de tocar as imagens do que veem de uma forma humana, de as captar emocionalmente pelos seus próprios sentidos, como quem escreve uma carta em que conta como sentiu o que viu. E assim nasceu um movimento de expansão sobre o papel, com um lápis ou caneta, do que se vê e se observa, que dá pelo nome de Urban 28 www.cofre.org Sketchers e que se definem como desenhadores do quotidiano. Causa uma sensação inexprimível de criação sentir e captar com os nossos sentidos o que se observa, o que olhamos e tentamos reproduzir, de uma forma que jamais esqueceremos. Mais bem feito ou menos bem, o olhar que perscruta e leva a mão a tentar reproduzir o que se observa torna inesquecíveis as imagens que abraçamos com o olhar. Qualquer pessoa pode tentar e é estimulante a frase que encabeça o site1 dos Urban Sketchers portugueses: «Nunca encontrei ninguém completamente incapaz de aprender a desenhar» frase de John Ruskin, intelectual inglês do século xix. DE SEATTLE PARA TODO O MUNDO O primeiro grupo que se organizou oficialmente e criou uma presença em forma de blogue na internet, nasceu em Seattle, nos EUA, em 2007, criado pelo jornalista Gabriel Campanario, natural de Barcelona onde nasceu em 1969. Licenciado em jornalismo pela Universidade de Navarra, trabalha actualmente como artista de notícias no jornal Seattle Times onde começou a publicar, com muito sucesso, os sketches que traduziam aspectos do quotidiano. Em 2009 Gabriel Campanario estruturou os Urban Sketchers como uma comunidade global de artistas Urban Sketchers em Portugal Transcrevemos aqui a apresentação que de si mesmos fazem no blog já indicado: «Urban Sketchers são um colectivo de autores que desenham em diários gráficos as cidades onde vivem, os sítios por onde viajam, encontram-se para desenhar de vez em quando e respeitam o manifesto.» MANIFESTO URBAN SKETCHERS 1 Desenhamos in situ, no interior e no exterior, registando directamente o que observamos. 2 que praticam o desenho do quotidiano sob o lema «We show the world, one drawing at a time!»2 Actualmente a comunidade internacional, em forte expansão, gerou comunidades nacionais em muitos países. PARA COMEÇAR - SAIR COM UM GRUPO QUE DESENHE Com um caderno próprio para desenhar que encontra em qualquer papelaria, e uma caneta, descubra um grupo que costume sair para desenhar, geralmente aos fins-de-semana. Espreite blogues, inspire-se e reveja-se nas memórias que vai juntando. Ah, já me esquecia, em geral estes cadernos designam-se por diários gráficos e, por isso, podem incluir frases, comentários ou pequenas observações que os tornam verdadeiros diários de viagem do nosso dia-a-dia. A certa altura começamos a investigar como podemos dar cor... em geral pequenas caixas de aguarelas ou lápis aguareláveis. E pincéis com reservatório de água in- corporado que os torna muito mais autónomos. O SEU DIA-A-DIA NUNCA MAIS VAI SER O MESMO Depois de espreitar blogues, de descobrir que este ano será o 7.º Simpósio Anual internacional dos Urban Sketchers em Manchester – o 2.º foi em Portugal – tente inserir-se num grupo, mesmo que seja um pouco mais longe e experimente. Os seus olhos passam a descobrir aspectos do dia-a-dia que passavam despercebidos, vendo pormenores, semelhanças e diferenças que nos deixam enriquecidos. Em viagem por países de cuja língua não percebemos uma só palavra, o sketch aguça a curiosidade e a comunicação e origina histórias inesquecíveis. Da fotografia pode-se querer fugir, de uma tentativa de sketch nasce uma curiosidade e uma relação de dimensão sempre humana. Um desafio que lhe deixo! • 1 http://urbansketchers-portugal.blogspot.pt 2 «Mostramos o mundo, um desenho de cada vez» Os nossos desenhos contam a história do que nos rodeia, os lugares onde vivemos e por onde viajamos. 3 Os nossos desenhos são um registo do tempo e do lugar. 4 5 Somos fiéis às cenas que presenciamos. Usamos qualquer tipo de técnica e valorizamos cada estilo individual. 6 7 8 Apoiamo-nos uns aos outros e desenhamos em grupo. Partilhamos os nossos desenhos online. Mostramos o mundo, um desenho de cada vez. Os grupos estão-se a multiplicar, mesmo em Portugal, a uma velocidade surpreendente. A página de Portugal indica-nos imensas actividades em vários pontos do país. Experimente espreitar. www.cofre.org 29 OFERTAS LIVROS AO COFRE Por L.P.B. Sobre a autora: O meu gato e eu O meu cão e eu «O meu nome é Joana Pereira e sou veterinária há 10 anos. Trabalho essencialmente com cães e gatos e adoro aquilo que faço! Esta é uma profissão que implica muita paixão, mas também muitos sacrifícios. Desde pequenina que sempre sonhei em tratar de animais, mas tive de estudar muito para tirar o curso e continuo a estudar todos os dias para poder ajudar o melhor possível os meus pacientes! Sou casada, tenho 2 gatas (a Batata e a Faneca) e 2 cães (a Nala e o Ozzy).» Sobre a ilustradora: «Sou ilustradora infantil, porque me sinto muito no papel de criança. Tenho este apelo em criar para os mais pequenos, por isso o meu percurso profissional foi sempre nesta direcção. Inicialmente queria trabalhar em animação – fazer desenhos animados, mas o destino levou-me para o mercado editorial. Desde sempre trabalhei com empresas ligadas à área das edições infantis. Nasci no Brasil e vim para Portugal aos 7 anos, desde pequenina rodeada de cães e gatos, de papéis e canetas... sempre tive os animais e a ilustração como paixão pelo que não foi difícil ficar imediatamente apaixonada por este projecto.» 30 De Joana Pereira (veterinária) com ilustrações de Andréa Benoliel, Lisboa, Booksmile, 2015. A literatura infanto-juvenil tem para as editoras, cada vez mais, um espaço privilegiado, com as vendas a subir de ano para ano, pois as crianças ainda gostam de ler, desde que os pais e educadores lhes incutam esse hábito, logo desde tenra idade. Pela primeira vez os livros que hoje lhe apresentamos aqui e que foram oferecidos ao presidente do Cofre são dedicados inteiramente às crianças e são livros didácticos, escritos para os mais novos e valorizados com divertidas ilustrações. Estes dois livros só nos merecem elogios, pois, de forma simples e muito bem estruturada explicam aos mais pequenos (e aos pais e avós) como tratar do cão ou gato, desde a decisão da escolha até aos cuidados de saúde, passando pela alimentação, a educação, os cuidados diários, as viagens, convívio com bebés e no final tem páginas para cada dono/a preencher com dados e acontecimentos vividos com os seus animais de estimação. Recomendamos vivamente estes livros para quem ainda não sabe tudo sobre como cuidar dos seus amigos de quatro patas e as enormes diferenças entre o comportamento de um cão, mais afectivo e dependente e um gato mais independente. Boas leituras! • Sócio nº Sócio nº Centro de Lazer da Praia do Vau Boletim inscrição época do alta Vau Centro dedeLazer da- Praia 29 de junho a 7 de setembro de 2016 (entrega até 15 de abril) Boletim de inscrição - época alta Centro de deLazer da Praia do Vau 29 de junho a 7 de setembro 2016 (entrega até 15 de abril) Boletim de inscrição - época alta 29 de junho a 7 de setembro de 2016 (entrega até 15 de abril) Nome completo: _______________________________________________________________________________________________________ NIF: ______________________ Contacto(s): _____________________________________ Email: _____________________________________ Nome completo: Sócio_______________________________________________________________________________________________________ nº Morada: _______________________________________________________________________________________________________________ NIF: ______________________ Contacto(s): _____________________________________ Email: _____________________________________ Código Postal: _______ /_____ Localidade: _______________________________________________________________________________ Morada: _______________________________________________________________________________________________________________ Nome completo: ____________________________________________________________________________________________________ Código Postal: _______ /_____ Localidade: _______________________________________________________________________________ ______________________ Contacto(s): _____________________________________ Email: __________________________________ TipologiaNIF: / Assinalar pela ordem de preferência a sua pretensão Morada: _____________________________________________________________________________________________________________ 1º 2º 3º TipologiaCódigo / Assinalar pela ordem de preferência a sua pretensão CE B CG CE B CG CE B CG Postal: _______ /_____ Localidade: _____________________________________________________________________________ T0 / 4 pessoas (2 em beliche) / 26 apartamentos 1º 2º 3º CE B CG CE B CG CE B CG T1Menor / 4 pessoas (2 em beliche) / 13 apartamentos Tipologia / Assinalar pela ordem de preferência a sua pretensão T0 / 4 pessoas (2 em beliche) / 26 apartamentos T1Maior / 4 pessoas (2 em beliche) / 28 apartamentos *) T1Menor / 4 pessoas (2 em beliche) / 13 apartamentos 1º 2º 3º T2 Vista Terra / 5 pessoas / 2 apartamentos / apenas sábados CE B CG CE B CG CE B CG T1Maior / 4 pessoas (2 em beliche) / 28 apartamentos *) T2 Vista Mar 2 apartamentos sábados T0//54pessoas pessoas/ (2 em beliche) / /26apenas apartamentos T2 Vista Terra / 5 pessoas / 2 apartamentos / apenas sábados T1Menor / 4 pessoas (2 em beliche) / 13 apartamentos T2 Vista Mar / 5 pessoas / 2 apartamentos / apenas sábados ) T1Maior / 4 pessoas (2 em beliche) / 28 apartamentos * Cama extra (válido para T1 e T2) CE – Cama extra; B- Berço; CG – Canil/Gatil ) T2 Vistaadaptados Terra / 5para pessoas / 2com apartamentos / apenas sábados * Sendo 2 apartamentos pessoas mobilidade reduzida. Cama extra (válido para T1 e T2) CE – Cama extra; B- Berço; CG – Canil/Gatil T2 Vista Mar / 5 pessoas / 2 apartamentos / apenas sábados *) Sendo 2 apartamentos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Período de utilização / Poderá fazer a opção, por uma ou duas semanas, indicando em cada quadrado a ordem de preferência (de 1 a 6). No caso de pretender uma quinzena, deverá assinalar de forma inequívoca nos Cama extra (válido para/T1 e T2) fazer a opção, por uma ou duas semanas, indicando CE – Cama extra; BBerço; CG –a Canil/Gatil Poderá em cada quadrado respetivos quadrados. ) Sendo 2 apartamentos adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. * ordem de preferência (de 1 a 6). No caso de pretender uma quinzena, deverá assinalar de forma inequívoca nos respetivos quadrados. Entrada ao Sábado Entrada à Quarta-feira / Poderá fazer a opção, por uma ou duas semanas, indicando em cada quadrad 02/07 a 09/07 29/06 06/07 ordemEntrada de preferência (de 1 a 6). No caso de pretender umaaquinzena, deverá assinalar de forma inequívoca ao Sábado Entrada à Quarta-feira Período de utilização Período de utilização respetivos quadrados. 09/07 a 16/07 02/07 a 09/07 16/07 a 23/07 09/07 a 16/07 Entrada ao Sábado 23/07 a 30/07 16/07 a 23/07 30/07 a 06/0802/07 a 09/07 23/07 a 30/07 06/08 a 13/0809/07 a 16/07 30/07 a 06/08 13/08 a 20/0816/07 a 23/07 06/08 a 13/08 20/08 a 27/0823/07 a 30/07 13/08 a 20/08 27/08 a 03/0930/07 a 06/08 20/08 a 27/08 06/08 a 13/08 27/08 a 03/09 13/08 a 20/08 Importante 20/08 a 27/08 27/08 a 03/09 06/07 a 13/07 29/06 a 06/07 13/07 a 20/07 06/07 a 13/07 Entrada à Quarta-feira 20/07 a 27/07 13/07 a 20/07 27/07 a 03/0829/06 a 06/07 20/07 a 27/07 03/08 a 10/0806/07 a 13/07 27/07 a 03/08 10/08 a 17/0813/07 a 20/07 03/08 a 10/08 17/08 a 24/0820/07 a 27/07 10/08 a 17/08 24/08 a 31/0827/07 a 03/08 17/08 a 24/08 31/08 a 07/0903/08 a 10/08 24/08 a 31/08 10/08 a 17/08 31/08 a 07/09 17/08 a 24/08 24/08 a 31/08 1. Após a seleção ser-lhe-á remetido o boletim de marcação/confirmação. 31/08 a 07/09 2. A não-aceitação da atribuição do apartamento contará como utilização efetiva no concurso dos anos seguintes. Importante 3. Existindo débitos ao Cofre, o sócio não pode proceder à marcação sem que os mesmos se encontrem regularizados, exceto se 1. Após seleção ser-lhe-á remetido o boletim de cumprido. marcação/confirmação. existir aum acordo de pagamento pontualmente 2. A não-aceitação proibido da atribuição do apartamento contará como utilização efetiva no concurso dos anos seguintes. 4. É expressamente o acesso de animais de estimação aos apartamentos. 3. Existindo débitos ao Cofre, o sócio não pode proceder à marcação sem que os mesmos se encontrem regularizados, exceto se existir um acordo de pagamento pontualmente cumprido. 4. É expressamente Importanteproibido o acesso de animais de estimação aos apartamentos. 1. Após a seleção ser-lhe-á remetido o boletim de marcação/confirmação. 2. A não-aceitação da atribuição do apartamento contará como utilização efetiva no concurso dos anos seguintes. DATA: ______ / ______ ______ débitos ao Cofre, o sócio não pode proceder ______________________________________________________ 3. /Existindo à marcação sem que os mesmos se encontrem regularizados, exceto se (Assinatura do Sócio) existir um acordo de pagamento pontualmente cumprido. Cofre de Previdência dos 4. Funcionários e Agentes do Estado É expressamente proibido o acesso de animais de estimação aos apartamentos. DATA: ______e/Tesouraria: ______ / Rua ______ Sede, atendimento do Arsenal, Letra E Apartado 2500, 1112-803 Lisboa - ______________________________________________________ Tel: 213241060 - www.cofre.org Atendimento geral e Tesouraria: Rua dos Sapateiros, 58, Lisboa - Fax: 213470476 - email: [email protected](Assinatura do Sócio) Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado Sede, atendimento e Tesouraria: Rua do Arsenal, Letra E Apartado 2500, 1112-803 Lisboa - Tel: 213241060 - www.cofre.org NOTÍCIAS FORMAÇÃO NO COFRE ESTRATÉGIA E MARKETING DIGITAL Catarina Ribeiro Acompanhando a evolução das tendências de consumo Media, não segmentando por categoria de negócio, é visível uma evolução drástica nos últimos 5 anos no que refere ao consumo Digital. Foi com base nesta evolução que o Cofre procurou ferramentas e orientações específicas para acompanhar as tendências do mercado e estar cada vez mais próximo dos seus associados, não só comunicando de forma mais frequente, direccionada e focada, como criando uma relação mais personalizada, eficaz e relevante. Identificando esta necessidade, o Cofre promoveu uma acção de formação em Comunicação Digital exclusiva para os colaboradores responsáveis por esta área institucional da entidade, facilitando e melhorando os conteúdos e canais de comunicação entre a entidade e os associados. Orientada pela formadora Catarina Alves Ribeiro, com formação em Microsoft Office 365 Ricardo Loureiro Realizou-se no passado dia 22 de Fevereiro, no auditório da sede do Cofre de Previdência sito na Rua do Arsenal, uma acção de formação sobre a implementação 32 www.cofre.org Strategy and Digital Marketing, a acção decorrida no passado dia 28 de Janeiro 2016 nas instalações do Cofre de Previdência em Lisboa, foi divida em 3 módulos sequenciais, começando antes por um enquadramento estatístico sobre tendências de consumo media a nível mundial, afunilando em tendências de comportamento dos utilizadores portugueses nas diversas plataformas de comunicação digital. Após este ponto de partida, foram abordadas técnicas de pesquisa, de análise e de construção estratégica do nosso negócio, passando por identificar necessidades e objectivos de comunicação nas várias plataformas que mais se adequam ao utilizador com quem pretendemos comunicar. Foram então focadas linhas estratégicas para comunicar através de websites e redes sociais, retendo e acedendo a várias ferramentas que permitem facilitar os processos de análise nas diversas fases deste processo. Esta formação terá um grande impacto no resultado final do novo Sítio do Cofre, que está a ser estrategicamente pensado e desenhado para ser mais atraente, mais interactivo e mais direccionado a cada um dos nossos visitantes. Também com base na formação, foram percebidos os diferentes interesses do nosso target quanto às plataformas que utilizam e informações que pesquisam, levando assim à necessidade de estarmos presentes nas redes sociais por onde navegam e adequando a informação que partilhamos aos seus interesses. Com este passo à frente, iremos garantir uma comunicação mais eficaz e adequada para todos os targets que definimos, permitindo que o feedback seja bem recebido, analisado e utilizado em acções futuras para que melhorem os nossos serviços e relação com os associados e interessados, processo que terá acompanhamento por parte da formadora. nos serviços da instituição da nova aplicação Microsoft Office 365. Esta acção teve como públicoalvo todos os colaboradores dos diversos departamentos do Cofre com duração de 2 horas dividida em 2 sessões, uma de manhã e outra á tarde e foi ministrada pelo formador Sérgio Santos da Iten Solutions. Teve como objectivo o aumento de know-how dos colaboradores através do conhecimento das novas aplicações e funcionalidades do Microsoft Office 365, nomeadamente: Componentes – On Premise: Outlook; Skype for Business; Office 2016 Serviços Online: Exchange Online; Calendário; Pessoas; Tarefas; OneDrive; Sites (SharePoint Online) e Delve. (DES)COMUNICAR Sónia Ferreira No dia 29 de Janeiro iniciámos, a sul, a implementação do Plano de Formação Cofre para 2016. O tema «Comunicação – Técnicas e Barreiras», foi o escolhido para arrancar com o ano formativo, junto dos colaboradores do Centro de Lazer da Praia do Vau. A formação ficou a cargo da Dra. Sónia Ferreira que, juntamente com os sete participantes da acção, abordou elementos, barreiras, estilos e técnicas de comunicação. Quem trabalha no atendimento ao público debate-se com múltiplos desafios na capacidade de escuta e resposta aos seus interlocutores. Distintos comportamentos e personalidades obrigam a uma comunicação adaptada e facilitadora da relação. Com o conceito de empatia sempre em pano de fundo, abordou-se o acto de comunicar como um todo, do gesto à palavra ou… ao silêncio. Esta foi a primeira sessão de um cronograma continuado, que visa a melhoria dos nossos serviços, a capacitação técnica e acima de tudo, a promoção do bem-estar laboral e psicossocial dos nossos colaboradores. De acordo com as premissas da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, o stress está positivamente correlacionado com o acréscimo de riscos para a saúde física e mental dos trabalhadores. É sabido que a formação funciona como mecanismo de apoio à gestão de stress e à produtividade, promovendo a auto-estima enquanto elemento coadjuvante na consagração de objectivos. Dora Vicente, funcionária do empreendimento deixa-nos a sua apreciação deste dia: «Para mim teve muito valor no sentido de achar que é um crescimento a nível profissional e pessoal. Sem dúvida, o desenvolvimento pessoal e profissional estão interligados. Este tipo de formação vem dar mais algumas ferramentas para gerir melhor o nosso dia-a-dia! Quanto melhor for a preparação para as diversas situações no local de trabalho maior é a qualidade de serviço prestado ao sócio e também isso reflecte uma outra produtividade. Daí achar que deveríamos continuar para dar, ainda mais, o nosso melhor.» UM JORNAL DE REFERÊNCIA NA REGIÃO FAÇA-SE ASSINANTE www.cincoquinas.net [email protected] NOTÍCIAS O COFRE VISTO POR DENTRO CARNAVAL 2016 QUINTA DE SANTA IRIA Américo Gomes Nunes Sócio n.º 76056 Participei com um grupo de amigos em mais um evento na Quinta de Santa Iria, e pude reconfirmar a boa organização, simpatia e profissionalismo de toda a equipa que nos recebeu. Para melhor expressar o sentimento colectivo, seguem dois pequenos textos de dois dos convivas: «O Carnaval na Estrela» Dizem, mas eu nunca quis acreditar, que a montanha é traiçoeira. Quando menos se espera vem uma tempestade e os visitantes, surpreendidos pela mudança brusca das condições do tempo, ficam em apuros. Subimos à Serra da Estrela, no sábado, dia 6 de Fevereiro, em dois autocarros com a esperança de ver neve mas, ao chegar à Torre, encontrámo-nos no meio de uma nuvem. Nem neve, nem vista para coisa nenhuma. Foi uma frustração. Valeu-nos uma visita às lojas, cujos donos aproveitam estas condições agrestes para mostrar e vender as especialidades da região e o seu artesanato: queijos, enchidos, pantufas barretes e, para os mais abastados, casacos de pele. Descemos até Seia, e subimos, a maior parte de «comboio» e alguns, poucos a pé, até ao Museu do Pão, onde nos esperava um delicioso almoço no restaurante. Situado numa encosta de declive acentuado, a água escoava por canais e noras no interior do restaurante. Com tanta água por perto valeu-nos um vinho de qualidade para regar o repasto. No regresso molhado parámos em Manteigas para ouvir cantos folclóricos e ver stands de produtos regionais. Ao jantar a Quinta surpreendeu-nos com um buffet de Carnaval, máscaras e música ao vivo. 34 www.cofre.org O convívio e as danças animadas fizeram esquecer o dia de chuva e a noite de tempestade. De manhã, ao pequeno-almoço, havia a notícia que tinha nevado na Torre durante a noite. E assim, ficámos com a sensação que a Estrela, ao atrasar a queda de neve por umas horas, nos poupou de pregar a partida de ficarmos retidos na estrada. Seria uma brincadeira muito ao jeito da época carnavalesca, mas certamente todos preferimos o conforto da Quinta. (Carlos Vale) «Carnaval na Quinta… e por que não?» O programa do Cofre era aliciante, consultámos os amigos e decidimos ir. Levávamos a alegria que sempre surge quando estamos juntos e a expectativa de um Carnaval diferente. As pessoas da Quinta receberam- nos de braços abertos: o conforto dos apartamentos, o menu farto e delicioso, a elegância do «faraó» fez-nos desejar o dia seguinte com o «alto» do programa, a subida à Serra. O pequeno-almoço foi cedo, creio que fomos nós a acordar os galos desta vez. Iniciámos a subida com os olhos bem abertos a toda a paisagem envolvente e já perto da Torre confirmámos o que temíamos: a falta de neve! Ainda pedimos ao S. Pedro que fizesse o favor de nos presentear com uns farrapinhos, mas atrasou-se e o pedido foi concretizado quando já estávamos longe… Seguimos para Seia com almoço excelente no Museu do Pão e com as barriguinhas bem cheias e para não fazer perigar a nossa silhueta «esbelta» decidimos seguir a pé até ao autocarro. Demos a volta à Serra com a chuva a estragar a visão da paisagem e chegámos a Manteigas de noite. Quem não fez compras na Torre ou em Seia, aproveitou aqui ao som das concertinas. Voltámos para a Quinta, e a surpresa foi geral: tínhamos máscaras, serpentinas, papelinhos, música e boa comida! Esquecemos a chuva, o frio… e com os estômagos de novo bem aconchegados, veio o exercício, num pé de dança mais ou menos conseguido, mas nem por isso menos alegre. No dia seguinte, domingo, dia 7, depois de um brunch delicioso e com grande pena, partimos, mas ficou a pergunta: Quando haverá o próximo evento? Nas cerejas? (Maria Olinda Nunes) Residência Sénior de Loures Tal como sugerido no texto acima, que reflecte o sentimento de todos os restantes amigos, ficamos a aguardar o próximo evento. CARNAVAL 2016 RESIDÊNCIAS SÉNIOR No Cofre o Carnaval também percorreu o país. As nossas Residências Sénior revestiram-se de folia para celebrar esta época carnavalesca. Loures desfilou máscaras em cartão e golas de lã inspiradas nos tradicionais Caretos de Podence, elaboradas pelos residentes. Por sua vez a equipa técnica surpreendeu com os seus coloridos trajes a condizer com a animação sentida por toda a casa. O eclético grupo de Vila Fernando apresentou divertidas e aprimoradas farpelas para uma tarde de festa. Os residentes não quiseram ficar para trás e apoderaram-se de alguns adereços para se trajarem de acordo com a ocasião. Como veem não faltaram máscaras, sorrisos e muita animação. Numa cumplicidade que já nos é tão familiar, colaboradores e residentes partilham mais um momento de festa. Residência Sénior de Vila Fernando Residência Sénior de Vila Fernando www.cofre.org 35 NOTÍCIAS O COFRE VISTO POR DENTRO Iniciativa Cofre O desafio foi lançado por uma das colaboradoras do Cofre e muitos se juntaram nesta acção solidária. A ideia foi reunir vários bens e oferecê-los a uma instituição de índole social. Feita a pesquisa, a Casa da Criança de Tires foi a escolhida. Esta organização pertencente à Fundação Champagnat, nasceu da necessidade de acolher crianças entre os 3 e os 10 anos cujas mães sejam reclusas no Estabelecimento Prisional de Tires ou outras crianças retiradas do seu meio familiar por questões de protecção. É que até aos 3 anos as crianças cujas mães estejam presas podem residir com as mesmas na «Casa das Mães» dentro da prisão de Tires. Mas passada essa idade e se a mãe se mantiver em regime prisional, os filhos são encaminhados para a família ou, na falta desta, para outra instituição. Assim surge esta Casa (Centro de Acolhimento Temporário) TOMADA DE POSSE DOS ORGÃOS SOCIAIS DA IBIS No passado dia 25 de Janeiro, o Presidente do Conselho de Administração do Cofre, Américo Tomé Jardim, na qualidade de Presidente da Assembleia Geral da Associação IBIS – Iniciativa Beira Inovação Social, deu posse aos Corpos Sociais dessa instituição. O acto decorreu na Câmara Municipal 36 que possibilita as visitas regulares às mães reclusas e uma proximidade à prisão, que é tão importante na rotina destas crianças. Verificadas as necessidades junto da equipa técnica da Casa da Criança de Tires, um grupo de funcionários do Cofre reuniu alguns bens alimentares para as crianças levarem para os lanches da escola e outros considerados materiais necessários. Estes donativos foram entregues directamente à Casa que nos enviou um carinhoso obrigado. De nossa parte, saudamos este valioso projecto que ajuda as crianças a crescer num ambiente seguro e cheio de amor. de Almeida. Esta parceria tem como eixos estratégicos o desenvolvimento de projectos de natureza social nas áreas do turismo, saúde, educação e novas tecnologias sempre ligadas à inovação social. A Associação IBIS nasceu da RUDE – Associação de Desenvolvimento Rural, a qual agrega 47 entidades tais como os municípios do Fundão, Sabugal, Belmonte, Santas Casas da Misericórdia da Covilhã e Fundão, a Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão e o Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes de Estado. A integração do Cofre neste núcleo será uma mais-valia para o alargamento da rede social e inclusão em projectos de intervenção na zona da Beira, região onde se localiza o Centro de Lazer da Quinta de Sta. Iria. A 2000 metros de altitude No Inverno, a Serra veste-se de um manto branco de neve e convida aos desportos de inverno e à prática de actividades radicais. Estes podem ser feitos na nossa estância de esqui, que está localizada na Torre, no centro do Parque Natural, concelho de Seia, a 2000 metros de altitude. A Estância está dotada de renovadas instalações, que albergam todas as infraestruturas de apoio necessárias e dispõe de modernos e sofisticados equipamentos: meios mecânicos de última geração, um sistema de identificação de forfaits dos mais modernos na Europa e um inovador processo de produção de neve artificial que permite assegurar 120 a 150 dias de neve por ano. E como as melhores férias de Inverno são passadas na neve, o Cofre de Previdência e a Estância de Ski da Serra da Estrela celebraram um protocolo para que os seus sócios e familiares possam usufruir da nossa idílica serra e de todos os desportos de Inverno que esta tem para oferecer, a preços mais baixos. Desconto de 20% em todos os preços de tabela. Oferta exclusiva para sócios hospedados no Centro de Lazer da Quinta de Sta. Iria. REGALIAS DOS ASSOCIADOS ABONO REEMBOLSÁVEL Os associados, com pelo menos 1 ano de vida associativa, podem usufruir de um abono reembolsável para acorrer a despesas com melhoramentos da habitação permanente ou, ainda, para saúde do próprio ou dos seus familiares. O abono máximo é de 5.000€ desde que não ultrapasse 5 meses de vencimento e é amortizável até 60 prestações mensais, à taxa de 8%. Este limite de financiamento pode ser ultrapassado em casos devidamente comprovados e justificados que possam envolver risco de vida ou deficiência permanente. FINANCIAMENTO DE CASA PRÓPRIA Financiamento para aquisição de casa, construção ou transferência de hipoteca, para o Cofre, para habitação própria e permanente. O montante máximo de financiamento a cada sócio é de 125.000€, à taxa de 3,25%, a amortizar até 30 anos em regime de prestações constantes ou progressivas. FINANCIAMENTO PARA OBRAS DE BENEFICIAÇÃO Pode ser concedido empréstimo, até ao montante de 20.000€, a amortizar até 15 anos, para obras de beneficiação a efectuar em casa própria dos sócios, destinada a habitação permanente, desde que não estejam hipotecadas ou cuja hipoteca seja transferida para o Cofre. Neste último caso o valor do financiamento não pode ultrapassar os 125.000€. REEMBOLSO DE VENCIMENTOS PERDIDOS POR DOENÇA Os sócios podem usufruir do reembolso de vencimentos perdidos por doença, não podendo exceder a parte do vencimento base perdido pelo sócio, durante noventa dias em cada ano, nem exceder o produto da percentagem de 7,5% sobre o subsídio inscrito, excepto para os sócios que não tenham subsídio inscrito, para os quais será considerado o valor equivalente à soma de 10 quotas (Acta n.º 35/12 de 3 de julho). Para ser concedido o reembolso é necessário que o sócio o solicite até ao último dia do terceiro mês seguinte ao do desconto no vencimento. SUBSÍDIO POR MORTE O subsídio por morte é inscrito no acto da admissão. No acto da inscrição, o proponente a sócio define um valor que será entregue, por morte, aos herdeiros ou a quem ele indicar em Declaração Testamentária. Este valor – Subsídio Inscrito – será a base para o cálculo das quotizações mensais. Esta forma de inscrição tem origem na fundação do Cofre, em 1901, uma vez que este foi constituído para «fazer face às despesas de funeral». RENDA VITALÍCIA O subsídio por morte, que é inscrito no acto da admissão, poderá ser transformado em renda vitalícia, a favor do próprio desde que tenha completado 35 anos de vida associativa e 65 de idade ou à pessoa nomeada em declaração testamentária. CARTÃO DE SAÚDE COFRE PREVIDÊNCIA Foi criado em 2012 o Cartão de Saúde Cofre Previdência que permite aceder à rede médica de prestadores Future Healthcare a preços convencionados. BOLSA DE ESTUDO / BOLSA SÉNIOR O Cofre atribui anualmente bolsas de estudo aos filhos e netos dos sócios, e ainda bolsas seniores, igualmente anuais, aos associados, cônjuges, pais e sogros. IMÓVEIS PARA ARRENDAMENTO O Cofre oferece condições vantajosas, em termos de prioridade de acesso e preços, no arrendamento do seu parque imobiliário. OUTRAS REGALIAS: ❱❱ Centros de Lazer ❱❱ Residências Sénior ❱❱ Residências Universitárias ❱❱ Protocolos Mais esclarecimentos para se fazer associado contacte: Telm: (+351) 210123008 e/ou [email protected] www.cofre.org 37 NOTÍCIAS O COFRE VISTO POR DENTRO PASSAGEM DO ANO NA QUINTA Francisco Santos Mais um ano que chegou ao fim, altura para alguma reflexão e introspecção e também muito convívio como vem sendo apanágio na Quinta de Santa Iria. Na passagem do ano a Quinta esteve completamente lotada com mais de 80 convivas no jantar de réveillon que foi servido pela equipa daquele Centro de Lazer. Da ementa constou o folhado de camarão, caldo de codorniz, lombo de salmão com queijo da Serra gratinado e ensopado de veado, terminando com uma trilogia beirã. À meia-noite, como já é tradição, lançou-se o fogo-de-artifício que é sempre deslumbrante, pois a 38 localização do Centro de Lazer, que tem a particularidade de não ter edifícios à volta, oferece uma grandiosa vista sobre o vale e a serra, tanto de dia como de noite. O ambiente pautou-se por uma enorme boa disposição entre sócios e funcionários e muita animação num baile abrilhantado por um trio musical antes e depois da meia-noite. Seguiu-se o buffet de Ano Novo com várias iguarias doces e salgadas, sem esquecer o caldo verde à entrada e o chocolate quente à saída. Recebemos o novo ano de braços abertos e com espírito livre. Todos dançaram, riram e falaram, mantendo o astral bem alto e a certeza de que se o ano de 2016 for como foi a primeira madrugada será um ano repleto de boa disposição, alegria e sucesso. Dizem que os anos bissextos trazem sorte. Oxalá tal aconteça. Pelo menos o nosso Cofre conta com boas perspectivas pois vamos em Lisboa ter uma nova sede, motivo de que o futuro está a acontecer. Chegadas as 3h00 da manhã começou a desmobilização dos sócios para o merecido repouso, após tamanho festejo. Cerca das 4h00 da manhã não havendo mais sócios no salão, a equipa de colaboradores empreendeu esforços na preparação do brunch de Ano Novo que foi servido no salão de eventos. Dando seguimento às festividades o serviço iniciou-se pelas 10h00 da manhã levando aos sócios os sabores da quinta com um pequeno-almoço repleto de iguarias regionais. Este prolongou-se até às 14h00 para que os mais dorminhocos pudessem ainda aproveitar esta última refeição, antes das despedidas e regresso a casa. Aproveitamos para desejar a todos os sócios um óptimo 2016 com muita saúde amor e sucesso. ESTÁ-SE BEM ENTRE AMIGOS NA QUINTA DE SANTA IRIA Fernando Lapa Numa sexta-feira de trabalho na Quinta de Sta. Iria deparámo-nos com um animado grupo de amigos que escolheu o nosso Centro para um encontro de fim-de-semana. Pedimos para nos escreverem umas linhas sobre a sua estadia; gentilmente cederam ao nosso pedido. Ao nosso sócio Fernando Lapa e a todo o grupo que o acompanhou queremos endereçar o nosso agradecimento, esperando que voltem a juntar-se a nós para outros momentos de convívio. «Por solicitação da Técnica Superior Dr.ª Sónia Ferreira em representação do Gabinete da Presidência, foi-me solicitado comentar o nosso fim-de-semana com amigos na Quinta. Para tal solicitei, como é nosso apanágio, apoio para uma opinião generalizada que abaixo reproduzo: «Só nos resta agradecer a simpatia, cordialidade e disponibilidade do Presidente que nos acolheu e simpaticamente deu as boas-vindas, o que não podemos de deixar de nos congratular, como também com a amabilidade dos funcionários, a qualidade e limpeza das instalações. O mais que podemos referir é que nos sentimos tão bem como em nossa casa! Estamos mais que certos que estes contributos com que hoje prestigiamos esta casa não são uma esperança no futuro mas a realidade de um melhor Futuro. Um bem-hajam pelo bom e prestigiante serviço prestado. Centro de Lazer da Praia do Vau 2016 Encontram-se abertas as inscrições para o nosso Centro de Lazer da Praia do Vau – Período de Época Baixa e Média. Não se deixe atrasar e venha desfrutar de uns dias de descanso junto à praia. Encontra-se disponível nesta revista, página 31 e na página do Cofre (www.cofre.org) o boletim de inscrição para o período de época alta, sendo a data limite de entrega, o dia 15 de Abril de 2016. O Cofre solicita a especial atenção para a leitura do Regulamento dos Centros de Lazer 2016. www.cofre.org 39 Colónia de férias Cofre 2016 PRAIA AZUL – TORRES VEDRAS Data De 4 a 13 de Julho Idades Dos 9 aos 15 anos Preço por participante 250.00€ Actividades de ar livre Iniciação à prática do surf; slide; escalada; cama elástica; escorrega na água; espaço aventura na mata; futebol; basquetebol; voleibol; petanca; iniciação à prática da modalidade “capoeira”. Actividades de interior dança; música; karaoke; ténis de mesa; matraquilhos; cinemateca; ateliers de cerâmica, de pintura e trabalhos manuais. Praia a 500 metros. Inscreva-se já! Informações: [email protected] – 213241060 Como habitualmente nos centros de lazer do Cofre da Quinta de Sta. Iria e Vau durante os meses de Verão haverá momentos de animação para todas as idades. Pode ajudar a UMAR, sem qualquer encargo para si! A UMAR é uma das entidades beneficiárias de consignação de imposto. Assim, pode decidir doar 0,5% do seu IRS, bastando preencher o quadro 9, do anexo H da sua declaração de rendimentos, com o número de contribuinte 501 056 246. x 5 0 1 0 5 6 2 4 6 Riviera Francesa e Lagos Italianos 5 a 12 set.’16 Itinerário: 1º dia: Lisboa / Nice / Cannes 2º dia: Cannes / Grasse / Saint-Paul de Vence / Juan-les-Pins / Antibes / Cannes 3º dia: Cannes / Villefranche / Èze-surMer / Beaulieu-sur-Mer / Mónaco / Génova 4º dia: Genova / Rapallo / Portofino / Região de Como / Lecco 5º dia: Lecco / Tirano / St. Moritz / Varenna / Lago di Como 6º dia: Lago di Como / Lugano / Locarno / Stresa 7º dia: Stresa / Isola Bella / Isola dei Pescatori / Milão 8º dia: Milão / Lisboa Preço (por pessoa): Mínimo 20 participantes: Duplo € 1.865 Individual € 2.185 Condições Inclui: avião (TAP) Lisboa / Nice, Milão / Lisboa + transporte em autopullman de turismo para o percurso mencionado + 7 noites de alojamento em hotéis de 4 estrelas, em regime de meia-pensão + 8 almoços em restaurantes locais + entradas e visitas conforme descrito no itinerário acompanhadas por guia local a falar português ou espanhol + acompanhamento por um representante da Abreu durante toda a viagem + seguro multiviagens + taxas de aeroporto, segurança e combustível (€125,67). Exclui: bebidas às refeições + despesas de carácter particular + tudo o que não estiver devidamente mencionado como incluído no programa. Nota: os preços foram calculados com base nas tarifas hoteleiras vigentes. Poderão eventualmente ser alterados caso se verifiquem variações significativas. Não efectuamos qualquer tipo de reserva. SEGURANÇA E COMPETÊNCIA A Agência em que os portugueses mais confiam para viajar. ESCOLHA DO CONSUMIDOR AGÊNCIAS DE VIAGENS A Agência de Viagens escolhida pelos portugueses. Consulte as facilidades de pagamento em: www.cofre.org Para mais informações e reservas: Cofre: 21 324 10 60 Agência Abreu: 21 355 21 70 NA SUA LOJA ABREU | ABREU DIRETO Telef.: 707 20 1840 | Web: www.abreu.pt Viagens Abreu, S.A • Capital Social € 7.500.000 • Sede: Av. dos Aliados, 207 • 4000-067 Porto • RNAVT 1702 • Operador • Cons. Reg. Com. do Porto nº 15809 • NIF: 500 297 177 • 2016 A sua marca de confiança APROVEITE CADA MOMENTO DA VIDA INTENSAMENTE, GARANTA MAIS PROTEÇÃO, E POUPE ATÉ 60%! 2015 FOI UM ANO MARCADO POR BOAS NOVIDADES. Com o seu Cartão de Saúde COFRE passou a ter acesso a um maior número de prestadores de cuidados de saúde, com possibilidade de utilização também em Espanha, e a um reforço (em número de dias e em Capital) na garantia de Subsídio Diário, entre outras vantagens. A pensar no seu conforto, também desenvolvemos o Cartão Virtual de Saúde, que garante que tenha o seu Cartão ou o Cartão dos seus familiares, sempre consigo e em qualquer dispositivo móvel. E 2016? COMECE ESTE NOVO ANO, COM UMA DOSE EXTRA DE PROTEÇÃO. Porque não podiamos ficar por aqui, desenvolvemos também outras soluções de seguros, desenhadas especificamente a pensar nos Associados do COFRE de Previdência. DESENHÁMOS SOLUÇÕES DE SEGUROS ESPECIALMENTE PARA SI. 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