3º prémio - encomenda

A exposição toma a forma de um modelo 1:1 do arquétipo
do atelier de arquitectura relocalizado no espaço
expositivo, criando um contexto reconhecível e significante
que pode ser usado como modelo organizacional e como
plataforma para os vários conteúdos.
Apesar do actual criticismo1, o concurso foi (é?), durante,
pelo menos, 2500 anos, um dos aspectos mais
característicos da prática da arquitectura. Desde o primeiro
concurso de que existe registo - para um memorial de
guerra na Acrópole de Atenas (448 AC) - assim foram
adjudicados muitos ícones da história da arquitectura, por
exemplo, e entre muitos outros, a cúpula da catedral de
Firenze (Filippo Brunelleschi, 1418-1420), a Casa Branca
(James Hoban, 1792), o Reichstag (Paul Wallot, 1872), a
Exposição Universal de Paris (Gustave Eiffel, 1889), a Ópera
de Sydney (Jørn Utzon, 1956), o Plano de Brasilia (Lúcio
Costa, 1956).
Um concurso também é uma cápsula do tempo, um arquivo
de informação relativa a um determinado período:
arquitectos mais ou menos jovens ou conceituados e
estratégias e abordagens mais ou menos inovadoras são
“congelados” num fotograma para a posterioridade. Uma
exposição desta natureza, afigura-se assim como o
“desenterrar” dessa informação, mas também se deveria
assumir como instrumento de investigação, modus operandi
para a criação de novo conhecimento: como espaço
produtivo.
É frequentemente numa exposição, fora do mundo real, que
a arquitectura pode adquirir uma “aura”2, pode ser
submetida a uma atenção diferente, mais concentrada e,
como resultado iniciar a produção de novas perspectivas,
interpretações e significados. Uma exposição de
arquitectura - “a mais lenta das formas de arte”3 - produtiva
só é possível se nos recordarmos que a produção
arquitectónica tem origem fora do museu e que é nesse
mundo exterior que a exposição quer exercer a sua
influência. É a esse mundo exterior, ao contexto, espaço
produtivo, onde as obras são concebidas, que o projecto do
espaço expositivo faz referência.
A exposição toma a forma de um modelo 1:1 do arquétipo do
atelier de arquitectura relocalizado no espaço expositivo,
criando, numa tentativa de fazer corresponder a realidade
com a representação, um contexto reconhecível e
significante que pode ser usado como modelo
organizacional e como plataforma para os vários conteúdos.
No entanto, apesar de ser imediatamente reconhecível, ele
não funciona como seria expectável, convidando-nos a
reajustar o modo como nos relacionamos com a
especificidade do espaço e do que está a ser exibido nele.
Esta solução para o espaço expositivo assenta na recusa da
arquitectura como object d’art, desligado do mundo real e
sem estar condicionado pelas leis da gravidade, função
(firmitas, utilitas). É possível argumentar que, no mundo da
arte, a exposição é fundamental, que sem a exibição da
obra, ela não existe. Pelo contrário a arquitectura já existe
no mundo real.
Recorre-se assim aos instrumentos, princípios e estratégias
da Arquitectura para contar uma história, para contar o
processo - “utilizando a arquitectura para fazer a curadoria
de arquitectura”4 - procurando enfatizar o conteúdo e não o
projecto expositivo.
Balcão
Concurso para
o projecto do
Espaço Expositivo
Arquitectura
em Concurso
Garagem Sul do
Centro Cultural
de Belém
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
01
Entrevista 1
Entrevista 2
Entrevista 3
Entrada Av. da Índia
Corte1
1) http://archpaper.com/news/articles.asp?id=7138#.Vjn5eIQV1h8
http://www.modative.com/modern-architects-blog/bid/31683/Why-OpenArchitecture-Competitions-Are-Bad-for-Architects, para nomear alguns.
2) Benjamin, Walter - The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction.
3) Patteeuw, Véronique; Vandeputte, Tom; Van Gerrewey, Christophe - “The
Exhibition as Productive Space". OASE Journal of Architecture. Rotterdam: OASE
Foundation & NAi Publishers. ISSN 0169–6238. 88 (October 2012) p.1-4.
4) Blau, Eve - “Curating Architecture with Architecture”. Log. New York: Anyone
Corporation. 20 (Fall 2010) p. 19-28.
CÓDIGO NR0506
0
Imagem de fundo: SOM Office,Chicago, Illinois, 1952
5
10m
1/3
Do ponto de vista conceptual a exposição organiza-se em 5
espaços: receção, circulação, espaço de trabalho, arquivo e
salas de apoio.
Sala de espera/
recepção
Arquivo
Espaço de trabalho
Circulação
Salas de apoio
Conceito
Acesso Jardim das Oliveiras
Aplicação de identidade gráfica
no pavimento, visível desde a
praça principal do CCB
Percursos
Pretende-se que a receção funcione como um espaço
autónomo, antecâmara ou sala de espera, preparando a
entrada no espaço expositivo.
No interior do espaço expositivo, cada núcleo temático é
composto pelo seu espaço de trabalho (mesa), onde é
exposto o concurso estruturante, e respectiva zona de
arquivo, onde são expostos os concursos de enquadramento.
A relação entre estes dois espaços será reforçada pela
presença de um grande tapete. Estes tapetes, além de
definirem os limites de cada núcleo temático, associados a
uma iluminação que se pretende ténue e difusa, contribuirão
para uma atmosfera mais intima e silenciosa e,
consequentemente, para possibilitar um olhar mais atento
aos conteúdos.
Concurso Singular
Entrevista
Entrevista
Entrevista
1
3
Concurso
Estruturante
Concurso Singular
2
Concursos de
enquadramento
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Núcleo Temático
Concurso Singular
Acesso Av. da Índia
Aplicação de lona com
identidade gráfica na fachada
Estrutura espacial da exposição e dos Núcleos Temáticos
Aos concursos singulares é dedicada a grande área de
circulação, transversal ao núcleos temáticos através do qual
se acedem aos restantes conteúdos, nomeadamente às
salas de apoio onde serão exibidas as entrevistas/vídeo e
onde também poderão ser realizadas as actividades
didáticas.
CÓDIGO NR0506
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ESTIMATIVA DE CUSTO DE CONSTRUÇÃO
A
ESTANTERIA
Fornecimento, transporte e montagem de
estanteria metálica para carga ligeiras com
1027x621x2000mm, tipo Metaliax MT40, com
estrutura pintada à cor cinza escuro, sem
parafusos (montagem por encaixe). Prateleiras
em aço galvanizado. Mínimo três prateleiras (em
cima, em baixo e uma ao meio) com possibilidade
de regulação de altura (cada 4cm). É possível
acrescentar mais prateleiras.
2
B
C
D
Painel de forex ou outro tipo de suporte para conteúdo
Projector suspenso ao tecto
3 ud
€1.500,00
10 ud
€2.854,00
10 ud
€2.500,00
Tela
A
ILUMINAÇÃO
Fornecimento e aplicação de luminária Osvaldo/
Matos, linear suspensa de luz directa em perfil
de alumínio lacado cor branco, com difusor em
policarbonato opalin, incluindo lampâdas tipos
T5, de 23W. A empresa Osvaldo/Matos patrocina
a exposição oferecendo o fornecimento a preço
de fabrico e fornecendo também o estudo
iluminotécnico e a aplicação e toda a existência
necessária.
6
€3.500,00
TAPETES
Fornecimento e aplicação de tapetes por medida
(13mX5m) em Alcatifa industrial Alcatifex Pop
Art Mousse, com base me Espuma
antiderrapante, anti-fogo e anti-estática.
5
10 ud
PLINTOS
Reaproveitamento de estruturas disponíveis no
espólio do CCB, incluindo fornecimento e
aplicação de forro em OSB, respectivo
barramento e pintura.
4
€5.900,00
MESAS
Fornecimento de mesas com estrutura em perfis
de aço e tampo em aglomerado cru.
3
108 ud
Arquivo/ Estanteria
Estantes metálicas Metaliax MT40 pintados à cor cinza escuro, sem
parafusos, c/encaixe. Prateleiras em aço galvanizado pintado. Mínimo três
prateleiras (em cima, em baixo e uma ao meio) com possibilidade de
regulação de altura (cada 4cm). É possível acrescentar mais prateleiras.
D
Luminária Osvaldo/ Matos U45,
linear suspensa directa em perfil
de alumínio lacado cor branco,
com difusor em policarbonato
opalino, incluindo lâmpada
Fluorescente T5 Seamless 28W/
830 HE
MOBILIÁRIO
Bancos e outras peças de mobiliário fornecidos
em empréstimo pela empresa Linha da Vizinha
como patrocínio.
Reaproveitamento de bancos disponíveis no
espolio do CCB
30 ud
€0,00
€0,00
€16.253,66
total c/ IVA
€19.992,00
60
200
total s/ IVA
variável
A
variável
1
B
tapetes por medida (13mX5m) em Alcatifa
industrial Alcatifex Pop Art Mousse, com base
me Espuma antiderrapante, anti-fogo e antiestática.
200
Recorre-se assim aos instrumentos, princípios e estratégias
da Arquitectura para contar uma história, para contar o
processo - “utilizando a arquitectura para fazer a curadoria de
arquitectura” - procurando enfatizar o conteúdo e não o
projecto expositivo.
400
B
200
Mesa
Mesa de estrutura em perfis de aço pintados e tampo em aglomerado de
madeira. Este suporte conforme o conteúdo pode ter algumas variações:
caso o conteúdo seja original, tal como desenhos ou fotografias, poderá ter
um tampo em acrílico (1); é possível articular informações na vertical, com
um painel de divisão (2); ou ter em anexo um arquivo de desenhos (3).
Bancos ArteK E60, concedidos sob
patrocínio da empresa Linha da Vizinha
(1)
C
Reaproveitamento de estruturas disponíveis no
espólio do CCB, incluindo fornecimento e aplicação de
forro em OSB, respectivo barramento e pintura.
(2)
apoios :
(3)
CÓDIGO NR0506
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