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Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220 Fone : (21) 3252-1437 www.irmaoclarencio.org.br Ano XI - Edição 131 - Agosto / 2014 Editorial r Biblioteca “ Antônio Vieira Mendes ” Associe-se à nossa biblioteca e tenha direito a empréstimos de livros gratuitamente. r Campanha Doe uma lata de leite em pó desnatado (não serve leite modificado) e colabore com o trabalho de assistência aos idosos da Obra Social Antônio de Aquino ( obra social do Centro Espírita Léon Denis ). r Artesanato Dia - toda segunda-feira. Hora - 14:00 Local - C.E.Irmão Clarêncio. r Visita aos idosos do “Abrigo Cristo Redentor”. r Visita aos enfermos nos hospitais. r Visita aos enfermos nos lares em vários dias e horários. r Confecção e distribuição de “quentinhas” aos irmãos em situação de rua . À Escola de Almas medida que o tempo passa, a necessidade do estudo torna-se cada vez mais importante para o processo de transformação do ser humano. Porém, como o homem é um ser integral, dotado de espírito e matéria, necessita não só do progresso material, mas também do progresso moral . O Centro Espírita é uma escola de almas onde se aprende o verdadeiro sentido da vida. E, como toda escola, nos oferece a oportunidade de pôr em prática os conhecimentos adquiridos. É através dos estudos, das pesquisas, dos debates e da construção de respostas que aprendemos a exercitar conscientemente o livre-arbítrio. Em nossa Casa temos cursos, encontros e frentes de trabalho no bem. Não deixe passar essa oportunidade de crescimento espiritual. Venha fazer parte da grande família “Clarenciana”. E como nos diz Emmanuel: “Em qualquer parte onde estiverdes, acordai para o bem!... (...) “Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão e não vos esqueçais de que, em qualquer condição, só no cultivo do amor puro, conseguireis edificar para a vitoriosa imortalidade”. Estudar e trabalhar no bem são as diretrizes que nos dá o Plano Maior. E Kardec vem nos lembrar de que: “O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”. Que não nos faltem Determinação, Perseverança, Fé e Coragem! Paz em nossos corações! Nesta Edição : Observação: Mensagem Mediúnica: Para participar das Frentes de Trabalho acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se à Secretaria Administrativa do Centro Espírita Irmão Clarêncio para obter orientação. pág.3 Sebastian (21) 3252.1437 pág7 Revista Espírita: Primeiras Lições pág.5 de Moral da Infância Céu e Inferno: Código Penal da Vida Futura Clareando as Ideias com Kardec: pág.8 Marcha do Progresso Na Seara dos Médiuns: pág.9 Palavra Obras Póstumas: As Cinco pág.1 0 Alternativas da Humanidade Yvonne Pereira: pág.12 Depoimento - Premonições Reforma Íntima: pág.13 A Arte da Aceitação Personalidade Espírita: pág.16 Adélia Rueff Suplemento Infantojuvenil: pág.17 Pagar o Mal com o Bem Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 2 Semeando o Evangelho de Jesus Motivos P de Resignação or estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura. Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir. O homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor diz: “Se me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei do restante e ficarás livre; se o não fizeres, atormentar-te-ei, até que pagues a última parcela.” Não se sentiria feliz o devedor por suportar toda espécie de privações para se libertar, pagando apenas a centésima parte do que deve? Em vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido? Tal o sentido das palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” São ditosos, porque se quitam e porque, depois de se haverem quitado, estarão livres. Se, porém, o homem, ao quitar-se de um lado, endivida-se de outro, jamais poderá alcançar a sua libertação. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porquanto nenhuma há, qualquer que ela seja, que não acarrete forçosa e inevitavelmente uma punição. Se não for hoje, será amanhã; se não for na vida atual, será noutra. Entre essas faltas, cumpre se coloque na primeira fiada a carência de submissão à vontade de Deus. Logo, se murmurarmos nas aflições, se não as aceitarmos com resignação e como algo que devemos ter merecido, se acusarmos a Deus de ser injusto, nova dívida contraímos, que nos faz perder o fruto que devíamos colher do sofrimento. E por isso que teremos de recomeçar, absolutamente como se, a um credor que nos atormente, pagássemos uma cota e a tomássemos de novo por empréstimo. Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está como o operário que comparece no dia do pagamento. A uns dirá o Senhor: “Aqui tens a paga dos teus dias de trabalho”; a outros, aos venturosos da Terra, aos que hajam vivido na ociosidade, que tiverem feito consistir a sua felicidade nas satisfações do amor-próprio e nos gozos mundanos: “Nada vos toca, pois que recebestes na Terra o vosso salário. Ide e recomeçai a tarefa.” Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec / Capítulo V / Item 12 / Editora FEB. Reflexão Na Grande Escola A Terra é uma grande e abençoada escola, em cujas classes e cursos, nos matriculamos, solicitando — quando já possuímos a graça do conhecimento — as lições necessárias à nossa sublimação. Todas as matérias que constituem o patrimônio do educandário, se aproveitadas por nossa alma, podem conduzir-nos aos resultados que nos propomos atingir. Não existe, porém, ensinamento gratuito para a comunidade dos aprendizes. Cada aquisição tem o preço que lhe corresponde. A provação da riqueza é sedutora, mas repleta de perigos cruéis. A passagem na pobreza é simples e enternecedora, contudo oferece tentação permanente ao extremo desespero. O estágio na beleza física é fascinante, entretanto, mostra escuros abismos ao coração desavisado. A demora no poder é expressiva, todavia, atrai dificuldades infernais, que podem comprometer o nosso futuro. O ingresso na cultura da inteligência favorece a posse de verdadeiros tesouros, no entanto, nesse setor, o orgulho e a vaidade representam impertinentes verdugos da alma. A estação de calmaria na vida familiar é tempo doce e agradável ao espírito, mas aí, dentro, no oásis do carinho, o monstro do egoísmo pode enganar-se o coração. Em qualquer parte onde estiverdes, acordai para o bem!... Recordai que o ouro e a intelectualidade, os títulos e as honras, as aflições e os sofrimentos, as posses e os privilégios são meros acidentes no longo e abençoado caminho evolutivo. Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão e não vos esqueçais de que, em qualquer condição, só no cultivo do amor puro, conseguireis edificar para a vitoriosa imortalidade. Emmanuel Psicografia de Francisco C. Xavier, em Reunião Pública no Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas, em 01/08/1952. Fonte: Taça de Luz, Editora FEB. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 3 Mensagem Mediúnica O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena. (E.S.E. cap. V : 13) Q ue todos guardem em seus corações a paz de Jesus e a certeza de que o Senhor da vida está sempre atento às necessidades de seus filhos. Aqui presentes em Seu nome, Espíritos amigos trouxeram, da natureza próxima, elementos que somados, adicionados aos fluidos presentes puderam ser manipulados e desta forma transformaram-se em verdadeiros remédios que puderam ser aplicados àqueles que hoje se apresentam enfermos ou aflitos diante das provas que atravessam na vida material. Portanto, aí está, queridos filhos e filhas, a presença constante do amor de Deus, através dos seus mensageiros, dos vossos guias e protetores espirituais que sempre estão dispostos a estender mãos amigas sobre as vossas cabeças, sobre os vossos corações, principalmente nos momentos das dores e aflições. Ninguém aqui está desamparado do amor de Deus; ninguém aqui está sozinho na vida, atravessando os seus momentos de dor; ninguém aqui está sem o socorro divino que se manifesta, que se materializa através dessas mãos espirituais que, em nome dEle, por misericórdia dEle, são estendidas e todos recebem estas vibrações, estas energias que são uma resposta aos pedidos sinceros que partiram de vossos corações. Portanto, prossegui; não tenhais medo de passar pelas experiências que se façam necessárias. Através delas a aprendizagem vai ajudando todos a compreenderem melhor Deus e Suas Leis e, desta forma também, vamos todos nos redimindo de erros cometidos, na busca dos acertos que nos conduzam à felicidade plena da paz de consciência daqueles Espíritos encarnados e desencarnados já plenamente identificados com Deus e com Deus em seus corações. Que todos partam desta Casa, nesta noite de encontro, com as lições da Doutrina abençoada dos Espíritos, em paz, com a paz de Cristo em seus corações. Do irmão, Sebastian (Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no Centro Espírita Irmão Clarêncio, em 25 de junho de 2014). Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 4 Radio Rio de Janeiro 1400 khz AM “A emissora da Fraternidade” Estrada do Dendê, nº 659 Ilha do Governador Rio de Janeiro - RJ CEP: 21.920/000 Fone: (21)3386.1400 Visite o site e ouça a programação www.radioriodejaneiro.am.br Espiritismo na Web www.cele.org.br (Centro Espírita Luz Eterna) www.caminhosluz.com.br (Centro Espírita Caminhos de Luz) www.casadocristo.com.br (Instituição Espírita Casa do Cristo) www.sociedadeespirita.com.br (C. E. Fraternidade Francisco de Assis) Cine CEIC Dia 17 / 08 / 2014 15:00 horas ( Domingo ) Do Outro Lado da Vida S enhora H élene M ichel J ovem de 25 anos, falecida subitamente no lar, sem sofrimentos, sem causa previamente conhecida. Rica e um tanto frívola, a leviandade de caráter predispunha-a mais para as futilidades da vida do que para as coisas sérias. Não obstante, possuía um coração bondoso e era dócil, afetuosa e caritativa. Evocada três dias após a morte por pessoas conhecidas, exprimia-se assim: —“Não sei onde estou...Que turbação me cerca! Chamaste-me, e eu vim. Não compreendo por que não estou em minha casa; lamentam a minha ausência quando presente estou, sem poder fazer-me reconhecida. Meu corpo não mais me pertence, e no entanto eu lhe sinto a algidez.. Quero deixá-lo e mais a ele me prendo, sempre... Sou como que duas personalidades... Oh! Quando chegarei a compreender o que comigo se passa? É necessário que vá lá ainda... Meu outro eu que lhe sucederá na minha ausência? Adeus.” Nota - O sentimento da dualidade que não está ainda destruído por uma completa separação, é aqui evidente. Caráter volúvel, permitindo-lhe a posição e a fortuna a satisfação de todos os caprichos, deveria igualmente favorecer as tendências de leviandade. Não admira, pois, tenha sido lento o seu desprendimento, a ponto de, três dias após a morte, sentir-se ainda ligada ao invólucro corporal. Mas, como não possuísse vícios sérios e fosse de boa índole, essa situação nada tinha de penosa e não deveria prolongar-se por muito tempo. Evocada novamente depois de alguns dias, as suas ideias estavam já muito modificadas. Eis o que disse: —“Obrigada por haverdes orado por mim. Reconheço a bondade de Deus, que me subtraiu aos sofrimentos e apreensões consequentes ao desligamento do meu Espírito. A minha pobre mãe será dificílimo resignarse; entretanto será confortada, e o que a seus olhos constitui sensível desgraça, era fatal e indispensável para que as coisas do Céu se lhe tornassem no que devem ser: tudo. Estarei ao seu lado até o fim da sua provação terrestre, ajudando-a a suportá-la. Não sou infeliz, porém, muito tenho ainda a fazer para aproximar-me da situação dos bem-aventurados. Pedirei a Deus me conceda voltar a essa Terra para reparação do tempo que aí perdi nesta última existência. A fé vos ampare, meus amigos; confiai na eficácia da prece, mormente quando partida do coração. Deus é bom.” —Pergunta: Levastes muito tempo a reconhecer-vos? —Resposta: Compreendi a morte no mesmo dia que por mim orastes. —Pergunta: Era doloroso o estado de perturbação? —Resposta: Não, eu não sofria, acreditava sonhar e aguardava o despertar. Minha vida não foi isenta de dores, mas todo ser encarnado nesse mundo deve sofrer. Resignando-me à vontade de Deus, a minha resignação foi por Ele levada em conta. Grata vos sou pelas preces que me auxiliaram no reconhecimento de mim mesma. Obrigada; voltarei sempre com prazer. Adeus. Hélène. Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2ª Parte, Capítulo III, Editora FEB. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 5 Revista Espírita Allan Kardec, durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo (1858 – 1869), ofereceu-nos, ao vivo, toda a História do Espiritismo, no processo de seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove. (Introdução, Revista Espírita de 1858, EDICEL). Assim se expressa Allan Kardec sobre a Revista Espírita, em O Livro dos Médiuns, item 35 (4º): “Variada coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que complementam o que se encontra nas duas obras precedentes (O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns, conforme item 35-3º), formando-lhes, de certo modo, a aplicação”. P rimeiras L ições D e todas as chagas morais da sociedade, o egoísmo parece a mais difícil de extirpar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais alimentada pelos mesmos hábitos da educação. Tem-se a impressão que, desde o berço, a gente se esforça para excitar certas paixões que, mais tarde, se tornam uma segunda natureza, e nos admiramos dos vícios da sociedade, quando as crianças os sugam com o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção. Numa família de nosso conhecimento há uma menina de quatro a cinco anos, de rara inteligência, mas que tem os pequenos defeitos das crianças mimadas, ou seja, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem sempre agradece quando lhe dão alguma coisa, o que os pais levam a peito corrigir, porque, fora desses pequenos defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada. Vejamos como eles agem para lhe tirar essas pequenas manchas e conservar o ouro em sua pureza. Certo dia trouxeram um doce à criança e, como de costume, lhe disseram: “Tu o comerás, se fores ajuizada.” Primeira lição de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não acontece dizerem a uma criança que não comerá tal guloseima se chorar. Dizem: “Faze isto ou faze aquilo e terás creme”, ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela razão, mas tendo em vista a satisfação de um desejo sensual que incentivam. É ainda muito pior quando lhe dizem, o que não é menos frequente, que darão a sua parte a outra. Aqui já não é só a gulodice que está em jogo, é a inveja. A criança fará o que lhe pedem, não só para ter, mas para que a outra não tenha. Querem lhe dar uma lição de generosidade? Então dizem: “Dá esta fruta ou este brinquedo a alguém.” Se ela recusa, não de M oral deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei um outro.” Assim, a criança só se decide a ser generosa quando está certa de nada perder. Um dia testemunhamos um fato bem característico neste gênero. Era uma criança de cerca de dois anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: “Nós o daremos ao irmãozinho e tu não comerás.” E, para tornar a lição mais sensível, puseram a porção no prato deste; mas o irmãozinho, levando a coisa a sério, comeu a porção. À vista disto, o outro ficou vermelho e não era preciso ser pai ou mãe para ver o lampejo de cólera e de ódio que brotou de seus olhos. A semente estava lançada; poderia produzir bom grão? Voltemos à menina, da qual falamos. Como não levou em consideração a ameaça, sabendo por experiência que raramente a executavam, desta vez os pais foram mais firmes, pois compreenderam a necessidade de dominar esse pequeno caráter, e não esperar que a idade lhe tivesse feito adquirir um mau hábito. Diziam que é preciso formar as crianças desde cedo, máxima muita sábia e, para pô-la em prática, eis o que fizeram: “Eu te prometo – disse a mãe – que se não obedeceres, amanhã cedo darei o teu bolo à primeira criança pobre que passar.” Dito e feito. Desta vez não cederam e lhe deram uma boa lição. Assim, no dia seguinte de manhã, tendo sido avistada uma pequena mendiga na rua, fizeram na entrar, obrigaram a filha a tomá-la pela mão e ela mesma lhe dar o seu bolo. Acerca disto elogiaram a sua docilidade. Moralidade: Se eu soubesse disto – disse a filha – teria tido pressa em comer o bolo ontem. E todos aplaudiram esta resposta espirituosa. Com efeito, a criança tinha recebido uma forte lição, mas lição de puro egoísmo, da qual não deixará de da I nfância aproveitar outra vez, pois agora sabe o que custa a generosidade forçada. Resta saber que frutos dará mais tarde esta semente, quando, com mais idade, a criança fizer aplicação dessa moral em coisas mais sérias que um bolo. Sabem-se todos os pensamentos que este único fato pode ter feito germinar nessa cabecinha? Depois disto, como querem que uma criança não seja egoísta quando, em vez de nela despertar o prazer de dar e de lhe representar a felicidade de quem recebe, impõe-lhe um sacrifício como punição? Não é inspirar aversão ao ato de dar e àqueles que têm necessidade? Outro hábito, igualmente frequente, é o de castigar a criança mandando-a comer na cozinha com os empregados domésticos. A punição está menos na exclusão da mesa do que na humilhação de ir para a mesa dos criados. Assim se acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo, do orgulho, do desprezo aos inferiores, das paixões, numa palavra, que são, e com razão, consideradas como as chagas da Humanidade. É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável e onde não podem encontrar o contrapeso da vontade, nem da experiência. Assim, por pouco que aí se ache o germe das más paixões, o que é o caso mais comum, considerando-se a natureza da maioria dos Espíritos que encarnam na Terra, não pode senão desenvolver-se sob tais influências, ao passo que seria preciso espreitar-lhe os menores traços para abafá-los. Sem dúvida a falta é dos pais; mas, é bom dizer, muitas vezes estes pecam mais por ignorância do que por má vontade. Continua na pág. 6 Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 6 Revista Espírita Primeiras Lições de Moral da Infância Campanha CEIC O CEIC está em campanha para a construção do seu 2° pavimento . Necessita de ajuda financeira. Você gostaria de colaborar? O CEIC agradece desde já a sua colaboração. Conta para depósito: Ag. 0544 - c / c : 10227-0 Ag. 6020 - c /c : 16496-5 Convite Venha estudar conosco O Céu e o In f e r n o Allan Kardec (Continuação - pág. 5) E m muitos há, incontestavelmente, uma censurável despreocupação, mas em outros a intenção é boa, é o remédio que nada vale, ou que é mal aplicado. Sendo os primeiros médicos da alma de seus filhos, deveriam ser instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los. Não basta ao médico saber que deve procurar curar: é preciso saber como proceder. Ora, para os pais, onde os meios de instruir-se nesta parte tão importante de sua tarefa? Hoje se dá muita instrução à mulher, submetem-na a exames rigorosos, mas jamais exigiram de uma mãe que ela soubesse como agir para formar o moral de seu filho. Ensinam-lhe receitas caseiras, mas não a iniciam nos mil e um segredos de governar os jovens corações. Assim, os pais são abandonados, sem guia, à sua iniciativa, razão por que tantas vezes enveredam por falsa rota; também recolhem, nas imperfeições dos filhos já crescidos, o fruto amargo de sua inexperiência ou de uma ternura mal entendida, e a sociedade inteira lhes recebe o contragolpe. Considerando-se que o egoísmo e o orgulho são a fonte da maioria das misérias humanas, enquanto reinarem na Terra não se pode esperar nem a paz, nem a caridade, nem a fraternidade. É preciso, pois, atacá-los no estado de embrião, sem esperar que fiquem vivazes. Pode o Espiritismo remediar esse mal? Sem nenhuma dúvida; e não vacilamos em dizer que é o único bastante poderoso para fazê-lo cessar, a saber: por um novo ponto de vista sob o qual faz encarar a missão e a responsabilidade dos pais; fazendo conhecer a fonte das qualidades inatas, boas ou más; mostrando a ação que se pode exercer sobre os Espíritos encarnados e desencarnados; dando a fé inabalável que sanciona os deveres; enfim, moralizando os próprios pais. Ele já prova sua eficácia pela maneira mais racional pela qual são educadas as crianças nas famílias verdadeiramente espíritas. Os novos horizontes que abre o Espiritismo fazem ver as coisas de modo bem diverso; sendo o seu objetivo o progresso moral da Humanidade, forçosamente deverá projetar luz sobre a grave questão da educação moral, fonte primeira da moralização das massas. Um dia compreenderão que este ramo da educação tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa palavra, que é uma verdadeira ciência; talvez um dia, também, haverão de impor a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como impõem ao advogado a de conhecer o Direito. Fonte: Revista Espírita, Allan Kardec, fevereiro de 1864, Editora FEB. Procure a Secretaria de Cursos para informações Ler e bom... Ler o que e bom, e melhor ainda ! Atenção! Reunião de Trabalhadores do CEIC Agosto - dia 15 / 6ª Feira Horário - 19:00 Local - Centro Espírita Irmão Clarêncio Estudo - O Zelo da Tua Casa “O que torna um estudo sério é a continuidade que se lhe dá” (Allan Kardec) O CLE oferece ao sócio um Kit contendo : 01 Livro Espírita 01 DVD de Palestras 01 Edição da Revista de Estudos Espíritas ( publicação mensal do CELD) Custo do Kit : R$22,00 "O livro é um amigo sincero, bem-vindo tanto nos dias felizes quanto nos dias ruins. Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima ..." (Léon Denis - Depois da Morte, Cap. LIII) p Ter você como sócio será muito importante para nós. Aguardamos sua inscrição. Que Jesus nos ilumine e abençoe. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 7 Céu e Inferno - Esperanças e Consolações Código Penal da Vida Futura (4ª e última parte) Para o orgulhoso relegado às classes inferiores. é suplício ver acima dele colocados, cheios de glória e bem-estar, os que na Terra desprezara. O hipócrita vê desvendados, penetrados e lidos por todo o mundo os seus mais secretos pensamentos, sem que os possa ocultar ou dissimular; o sátiro, na impotência de os saciar, tem na exaltação dos bestiais desejos o mais atroz tormento; vê o avaro o esbanjamento inevitável do seu tesouro, enquanto que o egoísta, desamparado de todos, sofre as consequências da sua atitude terrena; nem a sede nem a fome lhe serão mitigadas, nem amigas mãos se lhe estenderão às suas mãos súplices; e, pois que em vida só de si cuidara, ninguém dele se compadecerá na morte. O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta, está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências. A situação do Espírito, no mundo espiritual, não é outra senão a por si mesmo preparada na vida corpórea. Mais tarde, outra encarnação se lhe faculta para novas provas de expiação e reparação, com maior ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se corrige, terá sempre uma missão a recomeçar, sempre e sempre mais acerba, de sorte que pode dizer-se que aquele que muito sofre na Terra, muito tinha a expiar; e os que gozam uma felicidade aparente, em que pesem aos seus vícios e inutilidades, pagá-la-ão mui caro em ulterior existência. Nesse sentido foi que Jesus disse: — “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V.) Certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre a consequência dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o caminho da redenção. Subordinadas ao arrependimento e reparação dependentes da vontade humana, as penas, por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares à cura do mal. Os Espíritos, em prova, não são, pois, quais galés por certo tempo condenados, mas como doentes de hospital sofrendo de moléstias resultantes da própria incúria, a compadecerem-se com meios curativos mais ou menos dolorosos que a moléstia reclama, esperando alta tanto mais pronta quanto mais estritamente observadas as prescrições do solícito médico assistente. Se os doentes, pelo próprio descuido de si mesmos, prolongam a enfermidade, o médico nada tem que ver com isso. As penas que o Espírito experimenta na vida espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que são consequentes às imperfeições do homem, às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas. z na vida corpórea que o Espírito repara o mal de anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se explicam as misérias e vicissitudes mundanas que, à primeira vista, parecem não ter razão de ser. Justas são elas, no entanto, como espólio do passado — herança que serve à nossa romagem para a perfectibilidade. 1 Deus, diz-se, não daria prova maior de amor às suas criaturas, criando-as infalíveis e, por conseguinte, isentas dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora preciso que Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo a adquirir, quer em conhecimentos, quer em moralidade. Certo, porém, Deus poderia fazê-lo, e se o não fez é que em sua sabedoria quis que o progresso constituísse lei geral. Os homens são imperfeitos, e, como tais, sujeitos a vicissitudes mais ou menos penosas. E, pois que o fato existe, devemos aceitá-lo. Inferir dele que Deus não é bom nem justo, fora insensata revolta contra a lei. Injustiça haveria, sim, na criação de seres privilegiados, mais ou menos favorecidos, fruindo gozos que outros porventura não atingem senão pelo trabalho, ou que jamais pudessem atingir. Ao contrário, a justiça divina patenteia-se na igualdade absoluta que preside à criação dos Espíritos; todos têm o mesmo ponto de partida e nenhum se distingue em sua formação por melhor aquinhoado; nenhum cuja marcha progressiva se facilite por exceção: os que chegam ao fim, têm passado, como quaisquer outros, pelas fases de inferioridade e respectivas provas. Isto posto, nada mais justo que a liberdade de ação a cada qual concedida. O caminho da felicidade a todos se abre amplo, como a todos as mesmas condições para atingi-la. A lei, gravada em todas as consciências, a todos é ensinada. Deus fez da felicidade o prêmio do trabalho e não do favoritismo, para que cada qual tivesse seu mérito. Todos somos livres no trabalho do próprio progresso, e o que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a recompensa. O romeiro que se desgarra, ou em caminho perde tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão de si mesmo. O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre, o homem não é fatalmente impelido para um nem para outro. Em que pese à diversidade de gêneros e graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode resumir-se nestes três princípios: 1º - O sofrimento é inerente à imperfeição. 2º - Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. 3º - Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina. (1) Vede 1ª Parte, Cap. V, “O Purgatório”, nº 3 e seguintes; e, após, 2ª Parte, Cap. VIII, “Expiações Terrestres”. Vede, também, O Evangelho segundo o Espiritismo Cap. V, “Bem-aventurados os Aflitos”. Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª parte, capítulo VII, Editora FEB. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 8 Cursos no C.E.I.C. Clareando as Ideias com Kardec Dia: Terça-feira / 19:30 às 21:00 A Família na visão Espírita. Obras de André Luiz (Nosso Lar / No Mundo Maior). Obras de Yvonne Pereira (Devassando o Invisível / Dramas da Obsessão). A vida de Yvonne A.Pereira COMP - Curso de Orientação Mediúnica e Passes. COTTE - Curso de Orientação para o Trabalho de Tratamento Espiritual. Dia: Quarta-feira / 17:30 às 18:30 Esperanto. Grupo de Estudos Antônio de Aquino. Dia: Quinta-feira / 15:00 às 16:30 O que é o Espiritismo. História do Espiritismo ( 2° Semestre) O Livro dos Espíritos. O Evangelho Segundo o Espiritismo. O Livro dos Médiuns. O Céu e o Inferno. A Gênese. Obras Póstumas. Obras de Léon Denis (Livro: O Problema do Ser e do Destino). Dia: Quinta-feira / 18:20 às 19:10 Estudos para o trabalho de Atendimento Espiritual (1ª, 2ª e 3ª Semanas) / Livro: Desobsessão, André Luiz,F.C.Xavier. Aprofundamento das Obras Básicas (4ª e 5ª Semanas): O Livro dos Espíritos. Dia: Quinta-feira / 19:30 às 21:00 O que é o Espiritismo. História do Espiritismo ( 2° Semestre) O Livro dos Espíritos. O Evangelho Segundo o Espiritismo. O Livro dos Médiuns. O Céu e o Inferno. A Gênese. Obras Póstumas. Obras de Léon Denis (Livro: O Problema do Ser e do Destino). Revista Espírita. Dia : Sábado / 15:00 às 16:30 Valorização da Vida (Aberto a Todos). Dia : Sábado / 16:00 às 17:30 O que é o Espiritismo. História do Espiritismo( 2° Semestre) O Livro dos Espíritos. O Evangelho Segundo o Espiritismo. O Livro dos Médiuns. O Céu e o Inferno. COMP- Curso de Orientação Mediúnica e Passes. Atualização para médiuns da Casa (4° sábado do mês) O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3° sábados do mês) Marcha do A força para progredir, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento? —“O homem se desenvolve por si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contacto social.” O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual? —“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.” a) Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral? —“Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.” b) Como é, nesse caso, que, muitas vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também? —“O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos, só passo a passo o atingem. Enquanto não se lhes haja desenvolvido o senso moral, pode mesmo acontecer que se sirvam da P r o g re s s o inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só com o tempo chegam a equilibrar-se.” Tem o homem o poder de paralisar a marcha do progresso? —“Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la.” a) Que se deve pensar dos que tentam deter a marcha do progresso e fazer que a Humanidade retrograde? —“Pobres seres, que Deus castigará! Serão levados de roldão pela torrente que procuram deter.” Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do homem opor-se-lhe. É uma força viva cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas más. Quando estas se tornam incompatíveis com ele, despedaça-as juntamente com os que se esforcem por mantê-las. Assim será, até que o homem tenha posto suas leis em concordância com a justiça divina, que quer que todos participem do bem e não a vigência de leis feitas pelo forte em detrimento do fraco. Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 779 a 781-a, Editora FEB. Gotas de Luz "Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã". (Lição 55) "Os prisioneiros da concepção de justiça implacável ignoram os poderosos auxílios do Todo-poderoso, que se manifestam através de mil modos diferentes; contudo, os que procuram a própria iluminação pelo amor universal sabem que Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber" . (Lição 92) "Se um ente amado permanece mais tempo sob a tempestade necessária, não te entregues a desesperos inúteis. A queixa não soluciona problemas. Ao invés de magoá-lo com soluços, aproxima-te dele e estende-lhe as mãos. (Lição 119) "É da Lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém contemplará o céu se acolhe o inferno no coração. (Lição 156) Fonte: Pão Nosso. Espírito : Emmanuel. Psicografia : Francisco Cândido Xavier. Seleção de textos : Mário Sérgio de S. Esteves Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 9 Na Seara Mediúnica P a l a v r a Reunião Pública de 18/4/60, Livro dos Médiuns, Questão nº 166 * Q uando te detenhas na apreciação da mediunidade falante, pensa na maravilha do verbo, recordando que todos somos médiuns da palavra. A glote vocal pode ser comparada a harpa viva em cujas cordas a alma exprime todos os cambiantes do pensamento. E sendo o pensamento onda criadora a integrar-se com outras ondas de pensamento com as quais se harmoniza, a fala, de modo invariável, reflete o grupo moral a que pertencemos. Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de toda realização. Com ela, propagamos as boas obras, acendemos a esperança, fortalecemos a fé, sustentamos a paz, alimentamos o vício ou nutrimos a delinquência. E isso acontece, porque, em verdade, nunca falamos sozinhos, mas sempre retratamos as influências da sombra ou da luz que nos circulam no âmbito mental. Toda vez que ensinamos ou conversamos, nossa boca assemelha-se a um alto-falante, em conexão com o emissor da memória, projetando na direção dos outros não apenas a resultante de nossas leituras ou de nossos conhecimentos, mas igualmente as ideias e sugestões que nos são desfechadas pelas criaturas encarnadas ou desencarnadas com as quais estejamos em sintonia. Não menosprezes, portanto, o dom de falar que nos facilita a comunhão com os outros seres. Guarda-o na luz do respeito e da justiça, da bondade e do entendimento, sem olvidar que atitude é alavanca invisível de ligação. Através de nossos conceitos orais, o pessimismo é porta aberta ao desânimo, o sarcasmo é corredor rasgado para a invasão do descrédito, a cólera é gatilho à violência, o azedume é clima da enfermidade e a irritação é fermento à loucura. Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto de ti, governa a própria emoção e pronuncia a palavra que instrua ou console, ajude ou santifique. Mesmo que a provocação do mal te instigue à desordem, compelindo-te a condenar ou ferir, abençoa a vida, onde estiveres. A palavra vibra no alicerce de todos os males e de todos os bens do mundo. Falando, o professor alça a mente dos aprendizes às culminâncias da educação, e, falando, o malfeitor arroja os companheiros para o fojo do crime. Sócrates falou e a visão filosófica foi alterada. Jesus falou e o Evangelho surgiu. O verbo é plasma da inteligência, fio da inspiração, óleo do trabalho e base da escritura. Todos somos medianeiros daqueles que admiramos e daqueles que ouvimos. Aprendamos, assim, a calar toda frase que malsine ou destrua, porque, conforme a Lei do Bem promulgada por Deus, toda palavra que obscureça ou enodoe é moeda falsa no tesouro do coração. (*) Complementação Doutrinária: Médiuns falantes Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas ideias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente. Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras. Voltaremos a ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando tratarmos dos médiuns intuitivos. Emmanuel Fonte: Seara dos Médiuns. Psicografia: Francisco Cândido Xavier. Editora FEB. Encontros Espíritas Em Agosto Em Setembro 24° Encontro Espírita Sobre a Vida e Obra de Bezerra de Menezes Tema - Vida e Obra de Bezerra de Menezes & Análise de uma Carta de Bezerra de Menezes Manhã de Estudos com André Trigueiro Valorização da Vida: Após a Tempestade Dia - 31 / 08 /2014 Hora - 8:30 às 13:00 Local: Centro Espírita Irmão Clarêncio Dia - 21/ 09 /2014 Hora - 9:00 às 12:00 20° Encontro Espírita Sobre Jesus Tema - Não vim destruir a Lei Dia - 28/ 09 /2014 Hora - 8:30 às 13:00 Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 10 Obras Póstumas - Derradeiros Escritos O livro Obras Póstumas “representa o testamento doutrinário de Allan Kardec. Reúne os seus derradeiros escritos e anotações íntimas, destinados a servir, mais tarde, para a elaboração da História do Espiritismo que ele não pôde realizar. (...) Essa obra nos desvenda os segredos de uma vida missionária. Quanto à grandeza, basta vermos o que os Espíritos Superiores dizem em suas comunicações aqui (neste livro) reproduzidas”. (J. Herculano Pires, Introdução do livro Obras Póstumas, 8ª edição, 1987, Editora LAKE). As Cinco Alternativas da Humanidade (PARTE 1/5) H á bem poucos homens que vivem sem se preocupar com o dia seguinte. Se nos inquietamos, portanto, com o que virá após um dia de 24 horas, com mais forte razão é natural nos preocuparmos com o que será de nós após o grande dia da vida, pois não se trata de alguns instantes, mas da eternidade. Viveremos ou não viveremos! Não há meio-termo; é uma questão de vida ou de morte; é a suprema alternativa!... Se interrogarmos o sentimento íntimo de quase a universalidade dos homens, todos responderão: “Nós viveremos.” Esta esperança é para eles uma consolação. Entretanto, uma pequena minoria se esforça, sobretudo de algum tempo para cá, para lhes provar que não viverão. Esta escola fez prosélitos, é preciso confessá-lo, e principalmente entre aqueles, que temendo a responsabilidade do futuro, acham mais cômodo gozar o presente sem constrangimento, sem serem perturbados pela perspectiva das consequências. Mas isto é a opinião de uma minoria. Se vivemos, como viveremos? Em que condições estaremos? Aqui, os sistemas variam com as crenças religiosas e filosóficas. Todavia, todas as opiniões sobre o futuro do homem podem se reduzir a cinco alternativas principais, que vamos resumir sumariamente, a fim de que a comparação seja mais fácil e que cada um possa escolher, com conhecimento de causa, a que lhe parece a mais racional e que melhor responde às suas aspirações pessoais e às necessidades da sociedade. Estas cinco alternativas são as que resultam das doutrinas do materialismo, do panteísmo, do deísmo, do dogmatismo e do Espiritismo. I. Doutrina materialista A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; ela nasce e morre com o organismo. O homem não é nada antes, nada após a vida corporal. Consequências: O homem, sendo apenas matéria, os gozos materiais são as únicas coisas reais e invejáveis; as afeições morais não têm futuro; os laços morais são partidos sem retorno com a morte; as misérias da vida não têm compensação; o suicídio torna-se o fim racional e lógico da existência, quando os sofrimentos não têm esperança de melhora; inútil impor-se um constrangimento para vencer seus maus pendores, viver para si o melhor possível, enquanto estamos aqui; estupidez aborrecer-se e sacrificar seu repouso, seu bem-estar por outrem; quer dizer, pelos seres que serão aniquilados a seu turno e que não se reverá jamais; deveres sociais sem base, o bem e o mal são meras convenções; o freio social está reduzido ao poder material da lei civil. Nota: — Talvez não seja inútil lembrar aqui, aos nossos leitores, algumas passagens de um artigo que publicamos sobre o materialismo, no número de agosto de 1868, na Revista Espírita. “O materialismo, dizíamos, fixando-se como nunca tinha feito em época alguma, colocando-se como regulador supremo dos destinos morais da humanidade, teve como efeito aterrorizar as massas, pelas consequências inevitáveis das suas doutrinas para a ordem social; por isso mesmo, provocou, em favor das ideias espiritualistas, uma enérgica reação que deve lhe provar que está longe de ter simpatias tão gerais quanto ele o supõe, e se ilude se espera um dia impor suas leis ao mundo. Certamente as crenças espiritualistas do passado são insuficientes para este século; não estão no nível intelectual de nossa geração; elas estão, em muitos pontos, em contradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito, ideias incompatíveis com a necessidade do positivo que domina na sociedade moderna; além disso, cometem o erro imenso de se impor pela fé cega e de prescrever o livre exame; daí, sem nenhuma dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maioria; é bem evidente que se os homens fossem alimentados, desde sua infância, apenas com ideias de natureza a serem mais tarde confirmadas pela razão, não haveria incrédulos. Quantas pessoas reconduzidas à crença pelo Espiritismo, disseram- nos: Se sempre nos tivessem apresentado Deus, a alma e a vida futura, de uma maneira racional, nunca teríamos duvidado! Pelo fato de que um princípio recebe uma má ou uma falsa aplicação, segue-se que se deva rejeitá-la? Acontece com as coisas espirituais o que se verifica com a legislação e com todas as instituições sociais; é preciso apropriá-las aos tempos, sob pena de sucumbir. Mas, ao invés de apresentar algo melhor que o velho espiritualismo, o materialismo preferiu suprimir tudo o que o dispensava de pesquisar, e parecia mais cômodo àqueles a quem a ideia de Deus e do futuro importuna. O que se pensaria de um médico que, achando que o regime de um convalescente não é bastante substancial para seu temperamento, lhe prescrevesse não comer absolutamente nada? O que causa espanto é de encontrar na maioria dos materialistas da escola moderna, o espírito de intolerância levado aos seus últimos limites, eles que reivindicam incessantemente o direito de liberdade de consciência!... ...Há, neste momento, da parte de certo partido, um levante geral contra as ideias espiritualistas em geral, nas quais o Espiritismo se encontra naturalmente envolvido. O que ele procura, não é um Deus melhor e mais justo, é o Deus matéria, menos embaraçoso porque não há contas a lhe prestar. Ninguém contesta a esse partido o direito de ter sua opinião, de discutir as opiniões contrárias; mas o que não se lhe poderia conceder, é a pretensão, pelo menos singular, para homens que se colocam como apóstolos da liberdade, de impedir os outros de crerem à sua maneira e de discutir as doutrinas de que não partilham. Intolerância por intolerância, uma não vale mais do que a outra...” Fonte: Obras Póstumas, Allan Kardec, 1ª parte, Editora Léon Denis. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 11 Educação — Senda de Luz “A Educação consiste na arte de formar os caracteres, incutir hábitos (...). Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável”. (LE, q. 685- nota de Kardec) “Só a Educação poderá reformar os homens ”. (LE, q. 796) A etimologia da palavra educação significa “trazer à luz uma ideia”, vem do latim educare ou educere — prefixo “e” mais ducare ou ducere — levar para fora, fazer sair, extrair, tirar. Filosoficamente é fazer a ideia passar da potência ao ato, da virtualidade à realidade. À luz dos conceitos espíritas, educar é ir de encontro aos germens da perfeição que se encontram potencializados na alma desde a sua criação, é despertar, dinamizar as qualidades superiores que todos trazemos nas profundezas da vida inconsciente. Frente ao montante de lutas e conflitos que amealhamos na afanosa caminhada do egoismo, fica a indagação: Como educar sentimentos para adquirir reações e interesses novos afinados com esses “valores excelsos” depositados em nós mesmos? Justo agora em que a ciência avança na busca de novas alternativas para que o homem entenda a si mesmo, verificamos uma lastimável epidemia de racionalização varrendo todas as sociedades mundanas, impedindo o homem de mover-se com o necessário domínio sobre sua vida emocional. A educação de nossos sentimentos é algo doloroso, semelhante a “cirurgias corretivas” que fazem do mundo emocional um complexo de vivências afetivas de longo curso, quais sejam: A renúncia de hábitos, a perda de expectativas, a ansiedade por novas conquistas, a tristeza pelo abandono de vínculos afetivos, os conflitos de objetivos, a vigilância na tentação, o contato com o sentimento da inferioridade humana, a tormenta da culpa, a severidade na cobrança, a sensação de esforço inútil, a causticante dúvida sobre quem somos e o que sentimos a insatisfação perante tendências que teimam em persistir, o desgaste dos pensamentos nocivos que burlam a vontade, o medo de não conseguir superar-se, os desejos inconfessáveis que humilham os mais santos ideais, o sentimento de impotência ante os pendores, a insegurança nas escolhas e outros tantos “dramas afetivos”. “Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna”. Eis a feliz recomendação de Santo Agostinho. O sábio de Hipona acrescenta:“Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar.Perguntai ainda mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos espíritos, onde nada pode ser ocultado? ” Portanto, essa educação das emoções é o imperativo de penetrarmos partes ignoradas de nossa intimidade espiritual no resgate de valores divinos adormecidos. Considerando a extensão do trabalho a ser feito, anotemos algumas diretrizes práticas que não devemos olvidar, a fim de renovarmos o desalento que pode ser absorvido pelo clima da esperança motivadora e do consolo reconfortante, quando peregrinamos pelos caminhos do desconhecido país de nós próprios, guardando mais lúcida visão no serviço da autoconquista pelo estudo de nossas reações: As intenções são o “dial da consciência”. Por elas sintonizamos com as faixas mentais que desejamos naturalmente o que escolhemos pelo poder de decisão da vontade. Conhecê- las naquelas vivências e identificar seu teor moral será rica fonte informativa sobre a vida subconsciencial : com que intenção pratiquei tal ato? Qual a intenção ao dizer algo a alguém? Aprendamos a dar nome aos sentimentos que vivenciamos a fim de dilatar o discernimento sobre a vida emocional; escolha um episódio de teu dia e interrogue perseverantemente : que sentimento estava por trás daquele acontecimento? Cuidemos de não ampliar nossas refregas íntimas com mecanismos de fuga e suposta proteção como a negação daquilo que sentimos. Se não tivermos coragem para o enfrentamento interior não faremos muito progresso na arte de descobrir nossas mazelas e mesmo nossas qualidades. Imprescindível será admitir o que sentimos, sem medos e subterfúgios de defesa, mas com muita responsabilidade para que não penetremos os meandros da fantasia: por que (nomear o sentimento) em relação a essa criatura? Qual a razão desse meu sentimento em circunstâncias como a que experimentei? Nossas reações aos desafios da vida, mesmo que não sejam felizes expressões de equilíbrio, são valorosas medidas aferidoras dos nossos sentimentos. Indaguemos sempre em cada ocasião do caminho: qual o sentimento nos “impulsionou” nessa ou naquela situação? Cultivar a empatia. Aprender a se colocar no lugar do outro e sentir o que sente, entender-lhe as razões e procurar estudar os motivos emocionais de cada pessoa. Todos temos uma razão no reino do coração para fazer o que fazemos, então questionemos: por que motivo aquela pessoa agiu assim comigo? Que motivações levam alguém a fazer o que fez? Portanto, como diz Hahnemmann em nossa introdução, nossa tarefa reeducativa exige muita perseverança e esforço. Isso leva muitos a preferirem a ilusão de cultivar a ideia falsíssima de que é impossível mudar nossa natureza. Ledo engano! Deveríamos nos dar por muito satisfeitos no dia de hoje pelo simples fato de não recorrermos intencionalmente ao mal. O grave equívoco é que muitos lidadores da Nova Revelação acreditam que renovar é angelizar!!! Fonte: Reforma Íntima Sem Martírio - Cap. 11. Espírito: Ermance Dufaux. Psicografia:Wanderley S. de Oliveira. Editora Dufaux. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 12 Yvonne Pereira - uma Seareira de Jesus Convite Venha estudar conosco a V ida e as Obras de Yvonne A. Pereira Procure a Secretaria de Cursos para informações Convite Venha estudar conosco as obras de Léon Denis Procure a Secretaria de Cursos para informações Convite Venha estudar conosco as obras de André Luiz Procure a Secretaria de Cursos para informações Convite Venha estudar conosco A Família na Visão Espírita Procure a Secretaria de Cursos para informações “Esta mulher extremamente corajosa enfrentou, sem revoltas, uma encarnação de renúncias, de sofrimentos e de carências inomináveis e teve como prova mais dura, a meu ver, o conhecimento de várias encarnações passadas em que faliu sistematicamente” . (Vera Leal Coutinho – Revista “O Médium”) - Fonte: O Voo de Uma Alma. D epoimento : P remonições "... o mais interessante de quantos sonhos premonitórios me advertiram, ocorrido em minha juventude, quando já eu adotara convictamente os compromissos com a Doutrina Espírita e os dezoito anos floresciam repletos de sonhos e aspirações ternas e lindas. Trata-se de uma parábola por mim vivida sob as sugestões da entidade espiritual designada para a advertência que me deveria fortalecer para renúncias muito dolorosas e difíceis, a tempo de maiores dissabores não infelicitarem ainda mais os dias de minha existência. Como veremos, a técnica usada pelos instrutores espirituais, a fim de me profetizarem as lutas e os sofrimentos por que eu deveria passar, foi semelhante às das demais premonições e também idênticas às encenações vividas para o recebimento dos livros românticos que me foram concedidos através da psicografia. É de notar que esse sonho, lúcido por excelência, mostrava cenários tão reais e cenas tão vivas que eu afirmaria que tudo era sólido, material e não fruto de uma sugestão forte, durante a qual fora criado, pelo poder da vontade mental. O certo foi que eu me vi, pelos meus dezoito anos de idade, diante de uma grande ponte em ruínas, que eu deveria atravessar para galgar a margem oposta. Em baixo rolava em turbilhões um rio tenebroso, de águas encachoeiradas e revoltas, rugindo e sacudindo a ponte a cada novo embate das águas convulsionadas, que pareciam ocasionadas por uma grande enchente. Eu me via lindamente trajada com vestes vaporosas, como de gaze imaculada, que voejavam ao soprar dos ventos que subiam do leito das águas, cabelos soltos e coroada de rosas brancas. A noite, aclarada pelo plenilúnio, era bela e sugestiva, deixando ver o azul do céu e as estrelas que brilhavam, límpidas. Á meu lado percebi uma entidade elevada, que reconheci como sendo Bittencourt Sampaio, envolta em túnica romana vaporosa e lucilante, e coroada de louros, como os antigos intelectuais romanos e gregos. E ele dizia: — 'Será necessário que atravesses... É o único que recurso que tens... Serás auxiliada...' Pus-me a chorar, desencorajada, pois, se ensaiava entrar na ponte, esta oscilava com o meu peso. Ele, então, Bittencourt Sampaio, tomou do meu braço, amparando-me, e repetiu: — 'Vamos, sem temor! Tudo consegue aquele que quer! Não sabes que a fé transporta montanhas? Serás ajudada, confia! ' Assim amparada, atravessei a ponte, timidamente, desfeita em lágrimas, enquanto as águas rugiam em baixo, ameaçando tragá-la e também a mim. A cada passo novas oscilações da ponte, cujo soalho em ruínas me deixava entrever o abismo que corria sob meus pés. Em chegando ao lado oposto, lembro-me ainda de que o grande amigo repetiu o aviso do futuro que me esperava, o que não constituía novidade para mim, porque outras profecias já eu tivera sobre o assunto: — 'É o único recurso que terás para poder vencer: Dedicar-se ao Evangelho do Cristo de Deus, à Doutrina dos Espíritos. Nada esperes do mundo, porque o mundo nada terá para te conceder. És espírito culpado, a quem a clemência do Céu estende a mão para se poder reerguer do opróbrio do pretérito. Não conhecerás o matrimônio, não possuirás um lar, e espinhos e lutas se acumularão sob teus passos... Mas, unida a Jesus e à Verdade, obterás forças e tranquilidade para tudo suportar e vencer...'. Com efeito, a premonição realizou-se integralmente, dia a dia, minuto a minuto: minha existência há sido travessia constante sobre um caudal de dores que o Consolador amparou e fortaleceu". Fonte: Recordações da Mediunidade, Yvonne A. Pereira, Capítulo 9, Editora FEB. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 13 Reforma Íntima Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Questão 919) “Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida”. Carl Gustav Jung (Entrevista e Encontros; Editora Cultrix). A Arte da Aceitação “O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre...”. “... contentar-se com sua posição sem invejar a dos outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta; ele haure nisso uma calma e uma resignação...” (Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 5, Item 13). A ceitar nossa realidade tal qual é representa um ato benéfico em nossa vida. Aceitação traz paz e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e realizar satisfatoriamente nossa transformação interior. Só conseguimos modificar aquilo que admitimos e que vemos claramente em nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o presente e, consequentemente, não depararemos com a realidade. A propósito, muitos de nós fantasiamos o que poderíamos ser, não convivendo, porém, com nossa pessoa real. Desgastamos dessa forma uma enorme energia, por carregarmos constantemente uma série de máscaras como se fossem utilitários permanentes. A atitude de aceitação é quase sempre característica dos adultos serenos, firmes e equilibrados, à qual se soma o estímulo que possuem de senso de justiça, pois enxergam a vida através do prisma da eternidade. Esses indivíduos retêm um considerável “coeficiente evolutivo”, do qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porquanto aprenderam a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências necessárias a seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual. Quando não enfrentamos os fatos existenciais com plena aceitação, criamos quase sempre uma estrutura mental de defesa. Somos levados a reagir com “atitudes de negação”, que são em verdade molas que abrandam os golpes contra nossa alma. São consideradas fenômeno psicológico de “reação natural e instintiva” às dores, conflitos, mudanças, perdas e deserções e que, por algum tempo, nos alivia dos abalos da vida, até que possamos reunir mais forças, para enfrentá-los e aceitá-los verdadeiramente no futuro. Não negamos por ser turrões ou teimosos, como pensam alguns; não estamos nem mesmo mentindo a nós próprios. Aliás, “negar não é mentir”, mas não se permitir “tomar consciência” da realidade. Talvez esse mecanismo de defesa nos sirva durante algum tempo; depois passa a nos impedir o crescimento e a nos danificar profundamente os anseios de elevação e progresso. Autoaceitação é aceitar o que somos e como somos. Não a confundamos como uma “rendição conformada”, e que nada mais importa. De fato, acontece que, ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa rivalidade com nós mesmos. A partir disso, ficamos do lado da nossa realida- de em vez de combatê-la. Diz o texto: “O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre”. Aceitação é bem uma maneira nova de “encarar” as circunstâncias da vida, para que a “força do progresso” encontre espaços e não mais limites na alma até então restrita, pois a “vida terrestre” nada mais é do que o relacionar-se consigo mesmo e com os outros no contexto social em que se vive. Aceitar-se é ouvir calmamente as sugestões do mundo, prestando atenção nos “donos da verdade” e admitindo o modo de ser dos outros, mas permanecer respeitando a nós mesmos, sendo o que realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios. Em vista disso, concluímos que aceitação não é adaptar-se a um modo conformista e triste de como tudo vem acontecendo, nem suportar e permitir qualquer tipo de desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes, é ter a habilidade necessária para admitir realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir os objetivos pretendidos. Fonte: Renovando Atitudes / Espírito: Hammed / Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto / Editora Boa Nova. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 14 Sermão da Montanha Agora o "Centro Espírita Irmão Clarêncio" também está na web !!! Acesse e confira www.irmaoclarencio.org.br Festa Caipira Data : 03 / 08 / 2014 Os Evangelhos nos dão conta de quatro sermões proferidos por Jesus Cristo: o Sermão da Montanha, também conhecido por Sermão das Bem-aventuranças; o Sermão Profético; o Sermão do Cenáculo e outro Sermão que representou severa reprimenda aos seus figadais detratores: os escribas e os fariseus. (...) Sem dúvida alguma, o Sermão da Montanha é o mais expressivo dentre os quatro. (Paulo Alves Godoy - Os Quatro Sermões de Jesus). Eis, então, o Sermão da Montanha (Parte 4ª/9): “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus”. er Deus? Mas, Jesus Cristo afirmou V nos Evangelhos que somente Ele via a face do Pai. As falhas oriundas de ensinamentos religiosos, divorciados dos Evangelhos, levam muitos a acreditar que, após ultrapassarem o limiar do túmulo, poderão ver a face de Deus e até cantar hosanas em Seu louvor ou adorá-Lo sob a forma de contemplação beatífica. Afirmou Jesus que, dentre os homens que nasceram na Terra, João Batista era o maior, mas o menor que existe nos planos superiores da Espiritualidade era maior do que ele. Deste modo, temos que convir que, abstração feita do próprio Cristo, que foi o maior dentre os Espíritos encarnados na Terra, João Batista era o de maior destaque. É óbvio que João Batista havia atingido essas culminâncias espirituais através das vidas sucessivas, nas “muitas moradas que compõem a Casa do Pai”, ou seja, em alguns dos mundos que gravitam no espaço infinito e que formam o Universo. No entanto, nas entrelinhas dos ensinamentos evangélicos se deduz que nem João Batista via a face de Deus, pois, somente Espíritos da hierarquia de Jesus desfrutam dessa prerrogativa. Limpos de coração são aqueles que são isentos de quaisquer sentimentos impuros. Sem sombra de dúvida, todos nós atingiremos esse estado, porém, para isso é imperioso viver milhares de vidas, neste e em outros mundos, através da escalada dos séculos, a exemplo do que fez Jesus e outros Espíritos da sua hierarquia, pois, segundo o Evangelho de João: “antes do mundo ser Ele já era”. O mundo tem bilhões de anos e, antes do mundo ser criado, Jesus já era um Espírito de grande elevação, pois, por isso foi nomeado o Governador do nosso Planeta. Ele foi, portanto, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, para dar cumprimento à vontade soberana de Deus, no sentido de conclamar os homens a fim de que, um dia, haja um só rebanho e um só pastor. Fonte: Os Quatro Sermões de Jesus / Autor: Paulo Alves Godoy / Edições FEESP. Sugestão de Leitura Acesse o Boletim Clareando através do site www.irmaoclarencio.org.br clique no link I nformativo do CEIC Se você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas : O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese. Em seguida, leia os Livros Clássicos da Literatura Espírita. Sugestão do mês: Transição Palnetária Espírito: Manoel Philomeno de Miranda Psicografia: Divaldo Pereira Franco Editora Leal Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 15 Personalidade Espírita A délia R ueff : A D oce F ace D a C aridade Nascida em Pinhal, Estado de São Paulo, no dia 05 / 06 / 1868 e desencarnada na mesma cidade, no dia 02 / 02 / 1953, com 84 anos de idade. D esde o seu surgimento na Terra, no ano de 1857, o Espiritismo enfrentou tenaz resistência por parte da religião majoritária do Brasil. Entretanto, na década de 1930, essa pressão acentuou-se de maneira inusitada, fazendo-se sentir em toda a sua intensidade. Na cidade de Pinhal, o clima não era diferente. Entretanto, como Deus situa em cada cidade um Espírito que desenvolve tarefas pioneiras e santificantes, aquele núcleo populacional do Estado de São Paulo, não poderia constituir exceção, por isso ali reencarnou o Espírito missionário de Adélia Rueff, mais conhecida por “Tia Adélia”, que teve a oportunidade ímpar de desenvolver santificante trabalho em favor do esclarecimento dos seus semelhantes, alicerçada na recomendação de Jesus do “Amai-vos uns aos outros”. A fim de propiciar aos nossos leitores uma apagada súmula biográfica dessa grande vida, passamos a transcrever um substancioso trabalho elaborado pelo confrade João Batista Laurito, que teve a oportunidade feliz de com ela conviver, locupletando-se com os frutos sazonados que ela tão bem sabia doar aos que usufruíram de sua benfazeja orientação espiritual. “Foi exatamente em 1936 que tive os meus olhos abertos para as claridades fulgurantes da Doutrina Consoladora. Embora nascido em berço espírita, foi somente nesse ano que, indo residir em Pinhal, a fim de estudar na “Escola Agrícola”, conheci o “Centro Espírita Estrela da Caridade”, brilhante fanel de luzes na Região Mojiana, centro de irradiação de caridade e amor a todos os que tinham a oportunidade de frequentá-lo. Essa Casa foi fundada em 11 / 01 / 1911 e, desde o dia de sua fundação até 1950, ininterruptamente, foi essa célula de fraternidade, sábia e amorosamente presidida por sua fundadora Adélia Ruef (Tia Adélia), assim chamada, porque solteira, abrigou em seu lar enorme contingente de sobrinhos de outras cidades, que na idade própria buscavam Pinhal, para aculturamento escolar, fato que durou muitos anos. E esses sobrinhos eram tantos, que generalizaram entre outras pessoas, a alcunha “Tia Adélia”. O Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, por ocasião de sua colação de grau como médico, houvera feito uma promessa no final do século 19 que se tudo transcorresse bem por ocasião de sua formatura, abriria um Centro Espírita, pois já nessa época professava a crença reencarnacionista. Mas como as coisas na ocasião eram, além de difíceis, o espírito popular muito antagônico, foi postergando a ideia até desencarnar. No mundo espiritual, viu a necessidade do cumprimento da promessa, e surgindo a primeira oportunidade, comunicou-se com Tia Adélia, pedindo-lhe que cumprisse por ele a promessa. Assim nasceu o “Centro Espírita Estrela da Caridade”. Durante cinco anos, moramos com ela. E às terças e sábados, às 19:30 , lá estávamos no “Estrela da Caridade”, e a sua voz, firme, inflexível, embora mansa e doce, ainda ecoa em nossos ouvidos, quando iniciava a sessão declamando: “Deus nosso Pai, que sois todo poder e bondade...” e ao encerrar: “Sublime estrela, farol das imortais falanges...” Nasceu no dia 5 de junho de 1868, ali mesmo em Pinhal, predestinada a somente servir, não casou. Durante toda a sua fértil existência, amou e deu tanto de si aos outros, que formou em seu derredor uma auréola de inenarrável admiração. Médium de exuberantes proporções bastava a imposição de suas compassivas mãos, para aliviar instantaneamente as pessoas, que a procuravam com tanta avidez, sem lhe permitir sossego ou descanso. Certa feita ela viajou. E nós, que aos domingos aproveitávamos para dormir até bem mais tarde, sem nenhuma alegria ou boa vontade, atendemos 17 pessoas que a procuraram para tomar passes, das 8 às 12 horas. Uma ocasião, um confrade de Jacutinga - Minas Gerais -, viajou, a pé, 26 quilômetros para presenteá-la com um saquinho de feijão verde, numa atitude de comovedora gratidão. A mesa diretora dos trabalhos era formada, na cabeceira principal sentava Tia Adélia, sob uma iluminada estrela de lâmpadas coloridas, símbolo do Centro, na outra cabeceira, o Vice-Presidente, Zé Café, as laterais para os médiuns, Dona Ordalha, Tereza, Idalina, Dona Eugênia, e a extraordinária Dona Adélia Neto, que quando recebia o Guia Espiritual do Centro, "Irmão Silviano", se colocava de pé, abria os olhos, e de uma criatura tímida e simples, embora bela, se transformava num tribuno imponente e erudito. Pudera, médium inconsciente dando passividade ao Espírito Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, médico, Presidente do Estado de Minas Gerais. Na porta de entrada, controlando com vigilância e severidade a admissão dos frequentadores, a Mariana e a Rosa Domiciano, zeladoras do grupo. Viajando em charretes, excepcionalmente em automóveis e quase sempre a pé, lá ia Tia Adélia, à periferia Pinhalense e aos sítios vizinhos, cumprindo a predestinação de sua encarnação como lídima missionária do Cristo: atendendo aos aflitos, curando os obsediados, levantando os caídos, vestindo as viúvas, alimentando as crianças e amparando os velhos. Que criatura extraordinária! Doce, mansa, boa. Jamais a vimos encolerizada, jamais a vimos levantar a voz. À medida que envelhecia, fruto de dois acidentes graves, se curvava, se encarquilhava, tornando-se menor. Fatos que nunca a fizeram perder a paciência. Olhos vivos, argutos, mente clara, pensamento limpo, conselheira oficial de quase toda a população pinhalense. Fato que lhe proporcionou tributo de grande admiração, respeito e afeição por seus contemporâneos. Médium de determinação na crença do trabalho doutrinário, Tia Adélia deixava sempre para segundo plano a necessidade de repouso físico, aproveitando todo tempo disponível no atendimento dos mais necessitados do caminho. Por ocasião das festividades comemorativas no “Estrela da Caridade”, com muito carinho e inteligência ela preparava seus discursos e em pé, inflamada, erecta, impressionava os presentes ao transmitir seus inequívocos conhecimentos a respeito da Doutrina. Empolgava tanto as suas palestras, que os menos avisados, desconhecedores das virtudes mediúnicas, não conseguiam reconhecêla na oradora. A residência de Tia Adélia era mais frequentada que o Centro Espírita. Era gente que entrava, era gente que saía, uns tomando passes, outros recebendo conselhos e orientações. Aos domingos verdadeiras filas se formavam, alguém querendo ser grato empunhava uma cesta de laranjas, um feixe de verduras; outro, uma braçada de flores, pacotes de cereais, frangos, ovos, lenha rachada, frutas, etc... Guardávamos tudo. Na segunda-feira, iniciávamos a caminhada inversa dos presentes. Eram necessitados de toda sorte que iam visitá-la, e após o passe reparador, a palavra conselheira e amiga, e um agradozinho representado por ovos, frutas, legumes, flores. Tudo que vinha no domingo saía na segunda-feira, numa vivência: “Dai de graça o que de graça receberdes”. Fonte: Grandes Vultos do Espiritismo. Autor: Paulo Alves Godoy. Seleção de textos: Mário Sérgio S. Esteves. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 16 A Família na Visão Espírita Curso : A Família na Visão Espírita Dia- todas as terças-feiras. Hora- 19:30. Local- Centro Espírita Irmão Clarêncio. Estudo aberto a todos os interessados. Agosto: Dia 05 - Educação sexual: princípios, importância e implicações, evolução do impulso sexual. Dia 12 - Educação sexual: padrões de comportamento sexual, heterossexualidade, bissexualidade, causas e consequências físicas e espirituais. Dia 19 - Educação sexual: prostituição, viciação das energias sexuais, sexo livre. Dia 26 - Educação sexual: assédio, estupro e abusos sexuais, aspectos físicos, jurídicos e emocionais. “ Dedica uma das sete noites Culto do Evangelho no Lar, a fim de que Jesus possa pernoitar da semana ao em tua casa.” Joanna de Ângelis Fonte : S.O.S. Família Médium: Divaldo Pereira Franco Atenção! Curso de Atualização para todos os Médiuns Agosto : dia 23 / Sábado Horário : 16 horas Local : Centro Espírita Irmão Clarêncio Presença Indispensável “O que torna um estudo sério é a continuidade que se lhe dá” (Allan Kardec) Atividades Doutrinárias Dia : 03 / 08 / 2014 - 16 horas Culto no Lar de Luíza Helena Rodrigues Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família? “Uma recrudescência do egoísmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec,Questão 775). V í n c u l o s F a m i l i a re s “... Afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos sentidos não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não há de duráveis senão as afeições espirituais...” (E.S.E. capítulo 4, item 18.). A rigor, família é uma instituição social que compreende indivíduos ligados entre si por laços consanguíneos. A formação do grupo familiar tem como finalidade a educação, implicando, porém, outros tantos fatores como amor, atenção, compreensão, coerência e, sobretudo, respeito à individualidade de cada componente do instituto doméstico. Com o Espiritismo, porém, esse conceito de família se alarga, porque os velhos padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado, cedem lugar a um clã familiar de visão mais ampla de vivência coletiva, dentro das bases da reencarnação. Por admitir que os laços da parentela são preexistentes à jornada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos caem por terra, em face da possibilidade de as almas retornarem ao mesmo domicílio, ocupando roupagens físicas conforme as necessidades evolutivas. As afeições reais do espírito sobrevivem à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas, nutrindo-se cada vez mais de mútuas afinidades, enquanto que as atrações materiais, cujo único objetivo é as ilusões passageiras e os interesses do orgulho, extinguem-se com a “causa que os fez nascer”. Assim, vemos famílias que adotam a “eliminação quase total da vida particular”. A atenção é focalizada de forma exclusiva no grupo familiar, cujos integrantes vivem neuroticamente uns para os outros. Bloqueiam seus direitos à própria vida, à liberdade de agir e de pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual, para se ocuparem de cuidados improdutivos e alienatórios entre si. Vivem uns para os outros numa “simbiose doentia”. Os elementos que vivem presos a esse relacionamento de permuta egoísta afirmam para si mesmos: “Se eu me sacrifico pelo outro, exijo que ele se dedique a mim”. Não se trata de caridade, e sim de compromissos impostos entre dois ou mais indivíduos de juntos viverem, visando ao “bem-estar familiar”. Na verdade, não estão exercitando o discernimento necessário para enxergar a autêntica satisfação de cada um como pessoa. Não nos referimos aqui ao companheirismo afetivo, tão reconfortante e vital à família, mas a uma postura obrigatória pela qual indivíduos se vigiam e se encarceram reciprocamente. Encontramos também outras famílias que não se formaram por afeições sinceras; fazem comparações e observam características de outras famílias que invejam e que buscam copiar a qualquer custo: são as chamadas “alpinistas sociais”. Procuraram formar o lar afeiçoadas a modelos de elegância e a peculiaridades obstinadas de afetação social, moldando o recinto doméstico ao que eles idealizam a seu bel-prazer como “chique”. Vestem-se à imagem dos outros, comparam carros, móveis, gostos e comidas; negam a cada membro, de forma nociva, a verdadeira vocação, tentando sempre copiar modos de viver que não condizem com suas reais motivações. Há ainda outras agremiações familiares denominadas “exibicionistas”, em que os membros do lar se associam para suprir a necessidade que nutrem de ser vistos, ouvidos, apreciados e admirados. Ajudam-se mutuamente, ressaltando uns a imagem dos outros e focalizando áreas que podem ser valorizadas pelo social, como, por exemplo, a beleza física ou o recurso financeiro. As pessoas vaidosas desse tipo familiar, quando bem sucedidas ou conceituadas, alimentam exibição sistemática diante dos outros, como forma de compensação ao orgulho de que estão revestidas. Assim considerando, os laços de família formados em bases de fidelidade, amor, respeito e dedicação perdurarão pela Eternidade e serão cada vez mais fortalecidos. Os espíritos simpáticos envolvidos nessas uniões usufruem indizível felicidade por estar juntos trabalhando para o seu progresso espiritual. “Quanto às pessoas unidas pelo único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra: a morte as separa sobre a Terra e no céu”,1 conforme nos certifica literalmente o texto de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Fonte: Renovando Atitudes. Espírito: Hammed. Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto. Editora Boa Nova. (1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 4, Item 18. Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 17 Suplemento Infantojuvenil Pagar o Mal com o Bem C aminhando apressado rumo à escola, Orlando encontrou um sobre o meio-fio, batendo a cabeça na quina da calçada. Um filete de grupo de colegas com quem estava tendo problemas. Sem sangue escorreu pela sua testa. Sentindo muita dor, Pedro gemia. motivo, desde algum tempo, Pedro tomara-se de antipatia por ele Orlando aproximou-se, atencioso: — Você está bem? Quer ir para e passara a tratá-lo mal em qualquer lugar onde estivesse. Por isso, um hospital? Está ferido e precisa de cuidados. vendo que o grupo se aproximava, Orlando ficou preocupado. Surpreso ao ver quem o estava socorrendo, Pedro respondeu meio E não deu outra. Passando por ele, Pedro jogou a mochila de sem jeito: — Não foi nada. Foi só um susto. Orlando no chão, numa atitude provocadora, e depois se afastou — Graças a Deus! Quer que o ajude a chegar a casa? — perguntou dando uma gargalhada. Orlando, porém, não reagiu. Com tran- Orlando, recolhendo os tomates e cenouras que estavam espalhados quilidade, abaixou-se, apanhou a mochila, e continuou seu trajeto pelo chão. como se nada tivesse acontecido. Pedro estava perplexo. Não entendia porque Orlando mostrava-se Na escola, enquanto a professora escrevia no quadro-negro, Pe- tão bondoso com ele. Pensativo, ficou olhando para o garoto à sua dro levantou-se de sua carteira e jogou todo o material de Orlando frente. Afinal, não se conteve: no chão. Ouvindo o barulho, a professora virou-se. Pedro, já no — Orlando, você tem muitos motivos para me detestar. Trato-o muito seu lugar, ria disfarçadamente, acompanhado pelos demais alunos. mal e não perco oportunidade de desafiar, humilhar e diminuir você pe— O que houve, Orlando? — perguntou ela ao ver os cadernos rante os colegas. Por que está me ajudando?!... e livros espalhados no chão. Recolhendo o material, o menino des— Porque aprendi que não se deve retribuir o mal com o mal — culpou-se: — Não foi nada, professora. Derrubei sem querer. respondeu o garoto com simplicidade. E isso se repetia todos os dias. Pedro encontrava sempre novas maEspantado com a resposta do colega, Pedro falou: neiras de agredir o colega: no jogo de futebol, na escola ou na rua. — Agora entendo porque nunca aceitou uma provocação. Mas Orlando nunca reagia, o que deixava Pedro cada vez mais irritado. com quem foi que aprendeu essas coisas? Certo dia, Orlando estava passeando de bicicleta quando viu Pedro — Com Jesus. A professora da aula de Moral Cristã, do Centro e sua turma que vinham em sentido contrário. Tentou se esquivar, mas Espírita que frequento, falou sobre esse assunto outro dia. Jesus ennão teve jeito. Eles o encurralaram de encontro a um muro. sinou que devemos retribuir o mal com o bem. Que se alguém nos Orlando desceu da bicicleta, enquanto os garotos o cercavam. bater numa face, devemos apresentar a outra. E, mais do que isso, Pedro aproximou-se com ar ameaçador. — É agora que eu lhe que devemos amar, não apenas os nossos amigos, mas também os arrebento a cara, seu pirralho! E assim dizendo, levantou os pu- inimigos. É isso. nhos cerrados, prontos para espancar o outro. Orlando continuou Calado, Pedro ouviu as explicações de Orlando. Na verdade, naquele olhando-o sem dizer nada. — Vamos, seu covarde! Lute! Mas Or- momento se deu conta de que nunca havia conversado com ele, e não lando continuou calado, embora lágrimas surgissem em seus olhos. sabia como era, nem o que pensava. Agora, ouvindo-o, percebeu que A turma ria, incentivando Pedro que, cansado de esperar, par- Orlando era diferente dos outros colegas, mais consciente e responsável, tiu para cima do menino. Nisso, um homem que passava viu o apesar da pouca idade. que estava acontecendo e correu para socorrer Orlando. O bando, Pedro sentiu, naquele instante, que o rancor e a animosidade tinham assustado, saiu correndo, mas ainda a tempo de ouvir o homem desaparecido do seu coração. perguntar: — Sabe quem são aqueles meninos? Quer que os siga? — Obrigado! — disse simplesmente, afastando-se. Enxugando as lágrimas, o pequeno Orlando respondeu: — Não. Não No domingo, ao chegar ao Centro, Orlando teve uma grata surpresa. foi nada. Eles não fizeram por mal. Deixe-os ir embora, senhor. Apesar Lá estava Pedro, todo sorridente, embora um pouco encabulado, de admirado, o homem respeitou a vontade de Orlando. E, depois de para também participar da aula de evangelização. se certificar de que ele estava bem, afastou-se, aconselhando-o a tomar Tia Célia cuidado porque a turma poderia voltar. Na tarde do dia seguinte, Orlando saíra para fazer uma tarefa e viu Fonte: Revista O Consolador, setembro de 2008 Pedro que vinha de bicicleta descendo a rua. Certamente estivera (www.oconsolador.com.br) fazendo compras para sua mãe, porque trazia uma sacola presa no guidão. De súbito, tentando ajeitar melhor a sacola, Pedro não viu um buraco no asfalto. A bicicleta se desequilibrou e ele foi jogado Querido leitor Indicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião . Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos? Dica do mês : Aladim e o Livro Maravilhoso Adeilson Salles Editora FEEGO Aviso Importante Temos evangelização para crianças nos mesmos horários das Reuniões Públicas, e para jovens, nos horários das Reuniões Públicas Noturnas.