Agosto

Transcrição

Agosto
Boletim Informativo do Centro Espírita Irmao Clarêncio
Rua Begônia , 98 - Vila da Penha - RJ / CEP : 21.210-220
Fone : (21) 3252-1437
www.irmaoclarencio.org.br
Ano XI - Edição 131 - Agosto / 2014
Editorial
r Biblioteca “ Antônio Vieira
Mendes ”
Associe-se à nossa biblioteca e tenha
direito a empréstimos de livros
gratuitamente.
r Campanha
Doe uma lata de leite em pó desnatado
(não serve leite modificado) e
colabore com o trabalho de assistência
aos idosos da Obra Social Antônio
de Aquino ( obra social do Centro
Espírita Léon Denis ).
r Artesanato
Dia - toda segunda-feira.
Hora - 14:00
Local - C.E.Irmão Clarêncio.
r Visita aos idosos do “Abrigo
Cristo Redentor”.
r Visita aos enfermos nos
hospitais.
r Visita aos enfermos nos lares
em vários dias e horários.
r Confecção e distribuição de
“quentinhas” aos irmãos em
situação de rua .
À
Escola
de
Almas
medida que o tempo passa, a necessidade do estudo torna-se cada vez
mais importante para o processo de transformação do ser humano. Porém, como o homem é um ser integral, dotado de espírito e matéria,
necessita não só do progresso material, mas também do progresso moral .
O Centro Espírita é uma escola de almas onde se aprende o verdadeiro
sentido da vida. E, como toda escola, nos oferece a oportunidade de pôr em
prática os conhecimentos adquiridos. É através dos estudos, das pesquisas,
dos debates e da construção de respostas que aprendemos a exercitar conscientemente o livre-arbítrio. Em nossa Casa temos cursos, encontros e frentes de trabalho no bem. Não deixe passar essa oportunidade de crescimento
espiritual. Venha fazer parte da grande família “Clarenciana”.
E como nos diz Emmanuel:
“Em qualquer parte onde estiverdes, acordai para o bem!...
(...) “Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão e não vos esqueçais
de que, em qualquer condição, só no cultivo do amor puro, conseguireis edificar
para a vitoriosa imortalidade”.
Estudar e trabalhar no bem são as diretrizes que nos dá o Plano Maior.
E Kardec vem nos lembrar de que:
“O que caracteriza um estudo sério é a continuidade que se lhe dá”.
Que não nos faltem Determinação, Perseverança, Fé e Coragem!
Paz em nossos corações!
Nesta Edição :
Observação:
Mensagem Mediúnica:
Para participar das Frentes de Trabalho
acima citadas, o voluntário deverá dirigir-se
à Secretaria Administrativa do Centro
Espírita Irmão Clarêncio para obter orientação.
pág.3 Sebastian
(21) 3252.1437
pág7
Revista Espírita: Primeiras Lições
pág.5 de Moral da Infância
Céu e Inferno:
Código Penal da Vida Futura
Clareando as Ideias com Kardec:
pág.8 Marcha do Progresso
Na Seara dos Médiuns:
pág.9 Palavra
Obras Póstumas: As Cinco
pág.1 0 Alternativas da Humanidade
Yvonne Pereira:
pág.12 Depoimento - Premonições
Reforma Íntima:
pág.13 A Arte da Aceitação
Personalidade Espírita:
pág.16 Adélia Rueff
Suplemento Infantojuvenil:
pág.17 Pagar o Mal com o Bem
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 2 Semeando o Evangelho de Jesus
Motivos
P
de
Resignação
or estas palavras: Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que
hão de ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio
da cura. Também podem essas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram
contrair; suportadas pacientemente na Terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida
futura. Deveis, pois, sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis
agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir.
O homem que sofre assemelha-se a um devedor de avultada soma, a quem o credor diz: “Se
me pagares hoje mesmo a centésima parte do teu débito, quitar-te-ei do restante e ficarás livre;
se o não fizeres, atormentar-te-ei, até que pagues a última parcela.” Não se sentiria feliz o
devedor por suportar toda espécie de privações para se libertar, pagando apenas a centésima
parte do que deve? Em vez de se queixar do seu credor, não lhe ficará agradecido? Tal
o sentido das palavras: “Bem-aventurados os aflitos, pois que serão consolados.” São ditosos,
porque se quitam e porque, depois de se haverem quitado, estarão livres.
Se, porém, o homem, ao quitar-se de um lado, endivida-se de outro, jamais poderá
alcançar a sua libertação. Ora, cada nova falta aumenta a dívida, porquanto nenhuma
há, qualquer que ela seja, que não acarrete forçosa e inevitavelmente uma punição. Se
não for hoje, será amanhã; se não for na vida atual, será noutra.
Entre essas faltas, cumpre se coloque na primeira fiada a carência de submissão à vontade de Deus. Logo, se murmurarmos
nas aflições, se não as aceitarmos com resignação e como algo que devemos ter merecido, se acusarmos a Deus de ser injusto,
nova dívida contraímos, que nos faz perder o fruto que devíamos colher do sofrimento. E por isso que teremos de recomeçar,
absolutamente como se, a um credor que nos atormente, pagássemos uma cota e a tomássemos de novo por empréstimo.
Ao entrar no mundo dos Espíritos, o homem ainda está como o operário que comparece no dia do pagamento. A uns dirá
o Senhor: “Aqui tens a paga dos teus dias de trabalho”; a outros, aos venturosos da Terra, aos que hajam vivido na ociosidade,
que tiverem feito consistir a sua felicidade nas satisfações do amor-próprio e nos gozos mundanos: “Nada vos toca, pois que
recebestes na Terra o vosso salário. Ide e recomeçai a tarefa.”
Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec / Capítulo V / Item 12 / Editora FEB.
Reflexão
Na Grande Escola
A
Terra é uma grande e abençoada escola, em cujas classes
e cursos, nos matriculamos,
solicitando — quando já possuímos
a graça do conhecimento — as lições
necessárias à nossa sublimação.
Todas as matérias que constituem o patrimônio do educandário, se aproveitadas
por nossa alma, podem conduzir-nos aos
resultados que nos propomos atingir.
Não existe, porém, ensinamento gratuito
para a comunidade dos aprendizes.
Cada aquisição tem o preço que lhe
corresponde.
A provação da riqueza é sedutora, mas
repleta de perigos cruéis.
A passagem na pobreza é simples e enternecedora, contudo oferece tentação
permanente ao extremo desespero.
O estágio na beleza física é fascinante,
entretanto, mostra escuros abismos ao
coração desavisado.
A demora no poder é expressiva, todavia, atrai dificuldades infernais, que
podem comprometer o nosso futuro.
O ingresso na cultura da inteligência
favorece a posse de verdadeiros tesouros, no entanto, nesse setor, o orgulho
e a vaidade representam impertinentes
verdugos da alma.
A estação de calmaria na vida familiar
é tempo doce e agradável ao espírito,
mas aí, dentro, no oásis do carinho, o
monstro do egoísmo pode enganar-se o
coração.
Em qualquer parte onde estiverdes,
acordai para o bem!...
Recordai que o ouro e a intelectualidade, os títulos e as honras, as aflições e
os sofrimentos, as posses e os privilégios
são meros acidentes no longo e abençoado caminho evolutivo.
Lembrai-vos de que a vida é a eternidade em ascensão e não vos esqueçais de
que, em qualquer condição, só no cultivo do amor puro, conseguireis edificar
para a vitoriosa imortalidade.
Emmanuel
Psicografia de Francisco C. Xavier, em
Reunião Pública no Centro Espírita Luiz
Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo,
Minas, em 01/08/1952.
Fonte: Taça de Luz, Editora FEB.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 3 Mensagem Mediúnica
O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena. (E.S.E. cap. V : 13)
Q
ue todos guardem em seus corações a paz de Jesus e a certeza de que o Senhor da vida está sempre atento às necessidades de seus filhos.
Aqui presentes em Seu nome, Espíritos amigos trouxeram, da natureza próxima, elementos que somados, adicionados aos fluidos presentes puderam ser manipulados e desta forma transformaram-se em verdadeiros remédios que puderam
ser aplicados àqueles que hoje se apresentam enfermos ou aflitos diante das provas que atravessam na vida material.
Portanto, aí está, queridos filhos e filhas, a presença constante do amor de Deus, através dos seus mensageiros, dos
vossos guias e protetores espirituais que sempre estão dispostos a estender mãos amigas sobre as vossas cabeças, sobre os vossos
corações, principalmente nos momentos das dores e aflições.
Ninguém aqui está desamparado do amor de Deus; ninguém aqui está sozinho na vida, atravessando os seus momentos de dor; ninguém aqui está sem o socorro divino que se manifesta, que se materializa através dessas mãos espirituais que,
em nome dEle, por misericórdia dEle, são estendidas e todos recebem estas vibrações, estas energias que são uma resposta aos
pedidos sinceros que partiram de vossos corações.
Portanto, prossegui; não tenhais medo de passar pelas experiências que se façam necessárias. Através delas a aprendizagem vai ajudando todos a compreenderem melhor Deus e Suas Leis e, desta forma também, vamos todos nos redimindo
de erros cometidos, na busca dos acertos que nos conduzam à felicidade plena da paz de consciência daqueles Espíritos encarnados e desencarnados já plenamente identificados com Deus e com Deus em seus corações.
Que todos partam desta Casa, nesta noite de encontro, com as lições da Doutrina abençoada dos Espíritos, em paz,
com a paz de Cristo em seus corações.
Do irmão,
Sebastian
(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Joaquim Couto, no Centro Espírita Irmão Clarêncio, em 25 de junho de 2014).
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 4 Radio
Rio de Janeiro
1400 khz AM
“A emissora da Fraternidade”
Estrada do Dendê, nº 659
Ilha do Governador
Rio de Janeiro - RJ
CEP: 21.920/000
Fone: (21)3386.1400
Visite o site e ouça a programação
www.radioriodejaneiro.am.br
Espiritismo na
Web
www.cele.org.br
(Centro Espírita Luz Eterna)
www.caminhosluz.com.br
(Centro Espírita Caminhos de Luz)
www.casadocristo.com.br
(Instituição Espírita Casa do Cristo)
www.sociedadeespirita.com.br
(C. E. Fraternidade Francisco de Assis)
Cine CEIC
Dia 17 / 08 / 2014
15:00 horas
( Domingo )
Do Outro Lado da Vida
S enhora H élene M ichel
J
ovem de 25 anos, falecida subitamente no lar, sem sofrimentos,
sem causa previamente conhecida.
Rica e um tanto frívola, a leviandade de
caráter predispunha-a mais para as futilidades da vida do que para as coisas sérias. Não obstante, possuía um coração
bondoso e era dócil, afetuosa e caritativa.
Evocada três dias após a morte por pessoas conhecidas, exprimia-se assim:
—“Não sei onde estou...Que turbação me
cerca! Chamaste-me, e eu vim. Não compreendo por que não estou em minha casa;
lamentam a minha ausência quando presente estou, sem poder fazer-me reconhecida.
Meu corpo não mais me pertence, e no entanto eu lhe sinto a algidez.. Quero deixá-lo
e mais a ele me prendo, sempre... Sou como
que duas personalidades... Oh! Quando chegarei a compreender o que comigo se passa? É
necessário que vá lá ainda... Meu outro eu
que lhe sucederá na minha ausência? Adeus.”
Nota - O sentimento da dualidade
que não está ainda destruído por uma
completa separação, é aqui evidente.
Caráter volúvel, permitindo-lhe a posição e a fortuna a satisfação de todos
os caprichos, deveria igualmente favorecer as tendências de leviandade.
Não admira, pois, tenha sido lento o
seu desprendimento, a ponto de, três
dias após a morte, sentir-se ainda ligada ao invólucro corporal. Mas, como
não possuísse vícios sérios e fosse de
boa índole, essa situação nada tinha de
penosa e não deveria prolongar-se por
muito tempo.
Evocada novamente depois de alguns
dias, as suas ideias estavam já muito
modificadas. Eis o que disse:
—“Obrigada por haverdes orado por
mim. Reconheço a bondade de Deus, que me
subtraiu aos sofrimentos e apreensões consequentes ao desligamento do meu Espírito. A
minha pobre mãe será dificílimo resignarse; entretanto será confortada, e o que a seus
olhos constitui sensível desgraça, era fatal e
indispensável para que as coisas do Céu se lhe
tornassem no que devem ser: tudo. Estarei ao
seu lado até o fim da sua provação terrestre,
ajudando-a a suportá-la. Não sou infeliz,
porém, muito tenho ainda a fazer para aproximar-me da situação dos bem-aventurados.
Pedirei a Deus me conceda voltar a essa
Terra para reparação do tempo que aí perdi nesta última existência.
A fé vos ampare, meus amigos; confiai
na eficácia da prece, mormente quando
partida do coração. Deus é bom.”
—Pergunta: Levastes muito tempo a reconhecer-vos?
—Resposta: Compreendi a morte no mesmo
dia que por mim orastes.
—Pergunta: Era doloroso o estado de
perturbação?
—Resposta: Não, eu não sofria, acreditava sonhar e aguardava o despertar.
Minha vida não foi isenta de dores, mas
todo ser encarnado nesse mundo deve sofrer. Resignando-me à vontade de Deus, a
minha resignação foi por Ele levada em
conta. Grata vos sou pelas preces que me
auxiliaram no reconhecimento de mim
mesma. Obrigada; voltarei sempre com
prazer. Adeus.
Hélène.
Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 2ª Parte,
Capítulo III, Editora FEB.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 5 Revista Espírita
Allan Kardec, durante onze anos e quatro meses de trabalho intensivo (1858 – 1869), ofereceu-nos, ao vivo, toda a História do
Espiritismo, no processo de seu desenvolvimento e sua propagação no século dezenove. (Introdução, Revista Espírita de 1858, EDICEL).
Assim se expressa Allan Kardec sobre a Revista Espírita, em O Livro dos Médiuns, item 35 (4º): “Variada coletânea de fatos,
de explicações teóricas e de trechos isolados, que complementam o que se encontra nas duas obras precedentes (O Livro dos Espíritos
e O Livro dos Médiuns, conforme item 35-3º), formando-lhes, de certo modo, a aplicação”.
P rimeiras L ições
D
e todas as chagas morais da sociedade, o egoísmo parece a mais
difícil de extirpar. Com efeito,
ela o é tanto mais quanto mais alimentada pelos mesmos hábitos da educação.
Tem-se a impressão que, desde o berço, a
gente se esforça para excitar certas paixões
que, mais tarde, se tornam uma segunda
natureza, e nos admiramos dos vícios da
sociedade, quando as crianças os sugam
com o leite.
Eis um exemplo que, como cada um
pode julgar, pertence mais à regra do
que à exceção. Numa família de nosso
conhecimento há uma menina de quatro a cinco anos, de rara inteligência,
mas que tem os pequenos defeitos das
crianças mimadas, ou seja, é um pouco caprichosa, chorona, teimosa, e nem
sempre agradece quando lhe dão alguma coisa, o que os pais levam a peito
corrigir, porque, fora desses pequenos
defeitos, segundo eles, ela tem um coração de ouro, expressão consagrada.
Vejamos como eles agem para lhe tirar
essas pequenas manchas e conservar o
ouro em sua pureza.
Certo dia trouxeram um doce à criança
e, como de costume, lhe disseram: “Tu o
comerás, se fores ajuizada.” Primeira lição
de gulodice. Quantas vezes, à mesa, não
acontece dizerem a uma criança que não
comerá tal guloseima se chorar. Dizem:
“Faze isto ou faze aquilo e terás creme”,
ou qualquer outra coisa que lhe apeteça; e a criança é constrangida, não pela
razão, mas tendo em vista a satisfação
de um desejo sensual que incentivam. É
ainda muito pior quando lhe dizem, o
que não é menos frequente, que darão
a sua parte a outra. Aqui já não é só a
gulodice que está em jogo, é a inveja. A
criança fará o que lhe pedem, não só para
ter, mas para que a outra não tenha.
Querem lhe dar uma lição de generosidade? Então dizem: “Dá esta fruta ou este
brinquedo a alguém.” Se ela recusa, não
de
M oral
deixam de acrescentar, para nela estimular um bom sentimento: “Eu te darei
um outro.” Assim, a criança só se decide a ser generosa quando está certa de
nada perder. Um dia testemunhamos
um fato bem característico neste gênero. Era uma criança de cerca de dois
anos e meio, a quem tinham feito semelhante ameaça, acrescentando: “Nós
o daremos ao irmãozinho e tu não comerás.” E, para tornar a lição mais sensível,
puseram a porção no prato deste; mas
o irmãozinho, levando a coisa a sério,
comeu a porção. À vista disto, o outro
ficou vermelho e não era preciso ser pai
ou mãe para ver o lampejo de cólera e
de ódio que brotou de seus olhos. A semente estava lançada; poderia produzir
bom grão?
Voltemos à menina, da qual falamos.
Como não levou em consideração a
ameaça, sabendo por experiência que
raramente a executavam, desta vez os
pais foram mais firmes, pois compreenderam a necessidade de dominar esse
pequeno caráter, e não esperar que a
idade lhe tivesse feito adquirir um mau
hábito. Diziam que é preciso formar as
crianças desde cedo, máxima muita sábia e, para pô-la em prática, eis o que
fizeram: “Eu te prometo – disse a mãe
– que se não obedeceres, amanhã cedo
darei o teu bolo à primeira criança pobre
que passar.” Dito e feito. Desta vez não
cederam e lhe deram uma boa lição. Assim, no dia seguinte de manhã, tendo
sido avistada uma pequena mendiga na
rua, fizeram na entrar, obrigaram a filha
a tomá-la pela mão e ela mesma lhe dar
o seu bolo. Acerca disto elogiaram a sua
docilidade.
Moralidade: Se eu soubesse disto – disse
a filha – teria tido pressa em comer o bolo
ontem. E todos aplaudiram esta resposta
espirituosa. Com efeito, a criança tinha
recebido uma forte lição, mas lição de
puro egoísmo, da qual não deixará de
da
I nfância
aproveitar outra vez, pois agora sabe o
que custa a generosidade forçada. Resta saber que frutos dará mais tarde esta
semente, quando, com mais idade, a
criança fizer aplicação dessa moral em
coisas mais sérias que um bolo.
Sabem-se todos os pensamentos que
este único fato pode ter feito germinar
nessa cabecinha? Depois disto, como
querem que uma criança não seja egoísta quando, em vez de nela despertar o
prazer de dar e de lhe representar a felicidade de quem recebe, impõe-lhe um
sacrifício como punição? Não é inspirar
aversão ao ato de dar e àqueles que têm
necessidade?
Outro hábito, igualmente frequente,
é o de castigar a criança mandando-a
comer na cozinha com os empregados
domésticos. A punição está menos na
exclusão da mesa do que na humilhação
de ir para a mesa dos criados. Assim se
acha inoculado, desde a mais tenra idade, o vírus da sensualidade, do egoísmo,
do orgulho, do desprezo aos inferiores,
das paixões, numa palavra, que são, e
com razão, consideradas como as chagas da Humanidade. É preciso ser dotado de uma natureza excepcionalmente
boa para resistir a tais influências, produzidas na idade mais impressionável e
onde não podem encontrar o contrapeso da vontade, nem da experiência. Assim, por pouco que aí se ache o germe
das más paixões, o que é o caso mais
comum, considerando-se a natureza da
maioria dos Espíritos que encarnam na
Terra, não pode senão desenvolver-se
sob tais influências, ao passo que seria
preciso espreitar-lhe os menores traços
para abafá-los. Sem dúvida a falta é dos
pais; mas, é bom dizer, muitas vezes estes
pecam mais por ignorância do que por
má vontade.
Continua na pág. 6 
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 6 Revista Espírita
Primeiras Lições de Moral da Infância
Campanha CEIC
O CEIC está em campanha para a
construção do seu 2° pavimento .
Necessita de ajuda financeira.
Você gostaria de colaborar?
O CEIC agradece desde já a sua
colaboração.
Conta para depósito:
Ag. 0544 - c / c : 10227-0
Ag. 6020 - c /c : 16496-5
Convite
Venha estudar conosco
O Céu e o In f e r n o
Allan Kardec
(Continuação - pág. 5)
E
m muitos há, incontestavelmente,
uma censurável despreocupação,
mas em outros a intenção é boa, é
o remédio que nada vale, ou que é mal
aplicado. Sendo os primeiros médicos
da alma de seus filhos, deveriam ser
instruídos, não só de seus deveres, mas
dos meios de cumpri-los. Não basta ao
médico saber que deve procurar curar: é
preciso saber como proceder.
Ora, para os pais, onde os meios de instruir-se nesta parte tão importante de sua
tarefa? Hoje se dá muita instrução à mulher, submetem-na a exames rigorosos,
mas jamais exigiram de uma mãe que ela
soubesse como agir para formar o moral
de seu filho. Ensinam-lhe receitas caseiras,
mas não a iniciam nos mil e um segredos
de governar os jovens corações. Assim,
os pais são abandonados, sem guia, à sua
iniciativa, razão por que tantas vezes enveredam por falsa rota; também recolhem,
nas imperfeições dos filhos já crescidos, o
fruto amargo de sua inexperiência ou de
uma ternura mal entendida, e a sociedade
inteira lhes recebe o contragolpe.
Considerando-se que o egoísmo e o
orgulho são a fonte da maioria das misérias humanas, enquanto reinarem na
Terra não se pode esperar nem a paz,
nem a caridade, nem a fraternidade. É
preciso, pois, atacá-los no estado de embrião, sem esperar que fiquem vivazes.
Pode o Espiritismo remediar esse mal?
Sem nenhuma dúvida; e não vacilamos em
dizer que é o único bastante poderoso para
fazê-lo cessar, a saber: por um novo ponto
de vista sob o qual faz encarar a missão e a
responsabilidade dos pais; fazendo conhecer a fonte das qualidades inatas, boas ou
más; mostrando a ação que se pode exercer
sobre os Espíritos encarnados e desencarnados; dando a fé inabalável que sanciona
os deveres; enfim, moralizando os próprios
pais. Ele já prova sua eficácia pela maneira mais racional pela qual são educadas
as crianças nas famílias verdadeiramente espíritas. Os novos horizontes que
abre o Espiritismo fazem ver as coisas de
modo bem diverso; sendo o seu objetivo o progresso moral da Humanidade,
forçosamente deverá projetar luz sobre a
grave questão da educação moral, fonte
primeira da moralização das massas. Um
dia compreenderão que este ramo da
educação tem seus princípios, suas regras, como a educação intelectual, numa
palavra, que é uma verdadeira ciência;
talvez um dia, também, haverão de impor
a toda mãe de família a obrigação de possuir esses conhecimentos, como impõem
ao advogado a de conhecer o Direito.
Fonte: Revista Espírita, Allan Kardec, fevereiro de
1864, Editora FEB.
Procure a Secretaria de Cursos
para informações
Ler e bom...
Ler o que e bom,
e melhor ainda !
Atenção!
Reunião de Trabalhadores
do CEIC
Agosto - dia 15 / 6ª Feira
Horário - 19:00
Local - Centro Espírita Irmão Clarêncio
Estudo - O Zelo da Tua Casa
“O que torna um estudo sério é a
continuidade que se lhe dá”
(Allan Kardec)
O CLE oferece ao sócio um Kit contendo :
01 Livro Espírita
01 DVD de Palestras
01 Edição da Revista de Estudos Espíritas ( publicação mensal do CELD)
Custo do Kit : R$22,00
"O livro é um amigo sincero, bem-vindo tanto nos dias felizes quanto nos dias ruins.
Referimo-nos ao livro sério, útil, que instrui, consola, anima ..."
(Léon Denis - Depois da Morte, Cap. LIII)
p
Ter você como sócio será muito importante para nós.
Aguardamos sua inscrição.
Que Jesus nos ilumine e abençoe.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 7 Céu e Inferno - Esperanças e Consolações
Código Penal da Vida Futura (4ª e última parte)
Para o orgulhoso relegado às classes inferiores. é suplício ver acima dele colocados,
cheios de glória e bem-estar, os que na Terra desprezara. O hipócrita vê desvendados,
penetrados e lidos por todo o mundo os
seus mais secretos pensamentos, sem que
os possa ocultar ou dissimular; o sátiro, na
impotência de os saciar, tem na exaltação
dos bestiais desejos o mais atroz tormento;
vê o avaro o esbanjamento inevitável do seu
tesouro, enquanto que o egoísta, desamparado de todos, sofre as consequências da sua
atitude terrena; nem a sede nem a fome lhe
serão mitigadas, nem amigas mãos se lhe estenderão às suas mãos súplices; e, pois que
em vida só de si cuidara, ninguém dele se
compadecerá na morte.
O único meio de evitar ou atenuar as
consequências futuras de uma falta, está no
repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de
uma falta, tanto mais penosas e rigorosas
serão, no futuro, as suas consequências.
A situação do Espírito, no mundo espiritual,
não é outra senão a por si mesmo preparada
na vida corpórea. Mais tarde, outra encarnação
se lhe faculta para novas provas de expiação e
reparação, com maior ou menor proveito, dependentes do seu livre-arbítrio; e se ele não se
corrige, terá sempre uma missão a recomeçar,
sempre e sempre mais acerba, de sorte que
pode dizer-se que aquele que muito sofre na
Terra, muito tinha a expiar; e os que gozam
uma felicidade aparente, em que pesem aos
seus vícios e inutilidades, pagá-la-ão mui caro
em ulterior existência. Nesse sentido foi que
Jesus disse: — “Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados.” (O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. V.)
Certo, a misericórdia de Deus é infinita,
mas não é cega. O culpado que ela atinge
não fica exonerado, e, enquanto não houver
satisfeito à justiça, sofre a consequência dos
seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter que Deus não é inexorável, deixando
sempre viável o caminho da redenção.
Subordinadas ao arrependimento e reparação dependentes da vontade humana, as
penas, por temporárias, constituem concomitantemente castigos e remédios auxiliares
à cura do mal. Os Espíritos, em prova,
não são, pois, quais galés por certo tempo
condenados, mas como doentes de hospital sofrendo de moléstias resultantes da
própria incúria, a compadecerem-se com
meios curativos mais ou menos dolorosos que
a moléstia reclama, esperando alta tanto mais
pronta quanto mais estritamente observadas as
prescrições do solícito médico assistente. Se os
doentes, pelo próprio descuido de si mesmos,
prolongam a enfermidade, o médico nada tem
que ver com isso.
As penas que o Espírito experimenta na vida
espiritual ajuntam-se as da vida corpórea, que
são consequentes às imperfeições do homem,
às suas paixões, ao mau uso das suas faculdades e à expiação de presentes e passadas faltas.
z na vida corpórea que o Espírito repara o mal
de anteriores existências, pondo em prática resoluções tomadas na vida espiritual. Assim se
explicam as misérias e vicissitudes mundanas
que, à primeira vista, parecem não ter razão de
ser. Justas são elas, no entanto, como espólio do
passado — herança que serve à nossa romagem
para a perfectibilidade. 1
Deus, diz-se, não daria prova maior de
amor às suas criaturas, criando-as infalíveis
e, por conseguinte, isentas dos vícios inerentes à imperfeição? Para tanto fora preciso que
Ele criasse seres perfeitos, nada mais tendo
a adquirir, quer em conhecimentos, quer em
moralidade. Certo, porém, Deus poderia fazê-lo, e se o não fez é que em sua sabedoria
quis que o progresso constituísse lei geral. Os
homens são imperfeitos, e, como tais, sujeitos
a vicissitudes mais ou menos penosas. E, pois
que o fato existe, devemos aceitá-lo. Inferir
dele que Deus não é bom nem justo, fora insensata revolta contra a lei. Injustiça haveria,
sim, na criação de seres privilegiados, mais ou
menos favorecidos, fruindo gozos que outros
porventura não atingem senão pelo trabalho,
ou que jamais pudessem atingir.
Ao contrário, a justiça divina patenteia-se na
igualdade absoluta que preside à criação dos
Espíritos; todos têm o mesmo ponto de partida e nenhum se distingue em sua formação
por melhor aquinhoado; nenhum cuja marcha progressiva se facilite por exceção: os que
chegam ao fim, têm passado, como quaisquer
outros, pelas fases de inferioridade e respectivas provas. Isto posto, nada mais justo que a
liberdade de ação a cada qual concedida. O
caminho da felicidade a todos se abre amplo,
como a todos as mesmas condições para atingi-la.
A lei, gravada em todas as consciências, a
todos é ensinada. Deus fez da felicidade o prêmio do trabalho e não do favoritismo, para
que cada qual tivesse seu mérito. Todos somos
livres no trabalho do próprio progresso, e o
que muito e depressa trabalha, mais cedo recebe a recompensa. O romeiro que se desgarra,
ou em caminho perde tempo, retarda a marcha e não pode queixar-se senão de si mesmo.
O bem como o mal são voluntários e facultativos: livre, o homem não é fatalmente
impelido para um nem para outro.
 Em que pese à diversidade de gêneros e
graus de sofrimentos dos Espíritos imperfeitos, o código penal da vida futura pode
resumir-se nestes três princípios:
1º - O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º - Toda imperfeição, assim como toda
falta dela promanada, traz consigo o próprio
castigo nas consequências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da
ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister
de uma condenação especial para cada falta
ou indivíduo.
3º - Podendo todo homem libertar-se das
imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar
a futura felicidade.
A cada um segundo as suas obras, no Céu
como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina.
(1) Vede 1ª Parte, Cap. V, “O Purgatório”,
nº 3 e seguintes; e, após, 2ª Parte, Cap.
VIII, “Expiações Terrestres”. Vede, também,
O Evangelho segundo o Espiritismo Cap.
V, “Bem-aventurados os Aflitos”.
Fonte: O Céu e o Inferno, Allan Kardec, 1ª parte,
capítulo VII, Editora FEB.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 8 Cursos no C.E.I.C.
Clareando as Ideias com Kardec
Dia: Terça-feira / 19:30 às 21:00
A Família na visão Espírita.
Obras de André Luiz (Nosso Lar /
No Mundo Maior).
Obras de Yvonne Pereira (Devassando
o Invisível / Dramas da Obsessão).
A vida de Yvonne A.Pereira
COMP - Curso de Orientação Mediúnica
e Passes.
COTTE - Curso de Orientação para o
Trabalho de Tratamento Espiritual.
Dia: Quarta-feira / 17:30 às 18:30
Esperanto.
Grupo de Estudos Antônio de Aquino.
Dia: Quinta-feira / 15:00 às 16:30
O que é o Espiritismo.
História do Espiritismo ( 2° Semestre)
O Livro dos Espíritos.
O Evangelho Segundo o Espiritismo.
O Livro dos Médiuns.
O Céu e o Inferno.
A Gênese.
Obras Póstumas.
Obras de Léon Denis (Livro: O Problema do Ser e do Destino).
Dia: Quinta-feira / 18:20 às 19:10
Estudos para o trabalho de Atendimento
Espiritual (1ª, 2ª e 3ª Semanas) / Livro:
Desobsessão, André Luiz,F.C.Xavier.
Aprofundamento das Obras Básicas (4ª
e 5ª Semanas): O Livro dos Espíritos.
Dia: Quinta-feira / 19:30 às 21:00
O que é o Espiritismo.
História do Espiritismo ( 2° Semestre)
O Livro dos Espíritos.
O Evangelho Segundo o Espiritismo.
O Livro dos Médiuns.
O Céu e o Inferno.
A Gênese.
Obras Póstumas.
Obras de Léon Denis (Livro: O Problema do Ser e do Destino).
Revista Espírita.
Dia : Sábado / 15:00 às 16:30
Valorização da Vida (Aberto a Todos).
Dia : Sábado / 16:00 às 17:30
O que é o Espiritismo.
História do Espiritismo( 2° Semestre)
O Livro dos Espíritos.
O Evangelho Segundo o Espiritismo.
O Livro dos Médiuns.
O Céu e o Inferno.
COMP- Curso de Orientação Mediúnica
e Passes.
Atualização para médiuns da Casa (4°
sábado do mês)
O pensamento de Emmanuel ( 1º e 3°
sábados do mês)
Marcha
do
A força para progredir, haure-a o homem em si mesmo, ou o progresso é
apenas fruto de um ensinamento?
—“O homem se desenvolve por si mesmo,
naturalmente. Mas, nem todos progridem
simultaneamente e do mesmo modo. Dá-se
então que os mais adiantados auxiliam o
progresso dos outros, por meio do contacto
social.”
O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?
—“Decorre deste, mas nem sempre o segue
imediatamente.”
a) Como pode o progresso intelectual
engendrar o progresso moral?
—“Fazendo compreensíveis o bem e o mal.
O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o
da inteligência e aumenta a responsabilidade
dos atos.”
b) Como é, nesse caso, que, muitas
vezes, sucede serem os povos mais instruídos os mais pervertidos também?
—“O progresso completo constitui o objetivo. Os povos, porém, como os indivíduos,
só passo a passo o atingem. Enquanto não
se lhes haja desenvolvido o senso moral,
pode mesmo acontecer que se sirvam da
















P r o g re s s o
inteligência para a prática do mal. O moral e a inteligência são duas forças que só
com o tempo chegam a equilibrar-se.”
Tem o homem o poder de paralisar a
marcha do progresso?
—“Não, mas tem, às vezes, o de embaraçá-la.”
a) Que se deve pensar dos que tentam
deter a marcha do progresso e fazer que
a Humanidade retrograde?
—“Pobres seres, que Deus castigará! Serão levados de roldão pela torrente que procuram
deter.”
Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está no poder do
homem opor-se-lhe. É uma força viva
cuja ação pode ser retardada, porém
não anulada, por leis humanas más.
Quando estas se tornam incompatíveis
com ele, despedaça-as juntamente com
os que se esforcem por mantê-las. Assim será, até que o homem tenha posto
suas leis em concordância com a justiça
divina, que quer que todos participem
do bem e não a vigência de leis feitas
pelo forte em detrimento do fraco.
Fonte: O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões
779 a 781-a, Editora FEB.
 





Gotas de Luz


"Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam.
Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a
experiência amanhã". (Lição 55)
"Os prisioneiros da concepção de justiça implacável ignoram os poderosos
auxílios do Todo-poderoso, que se manifestam através de mil modos diferentes;
contudo, os que procuram a própria iluminação pelo amor universal sabem que
Deus dá sempre e que é necessário aprender a receber" . (Lição 92)
"Se um ente amado permanece mais tempo sob a tempestade necessária, não
te entregues a desesperos inúteis. A queixa não soluciona problemas. Ao invés
de magoá-lo com soluços, aproxima-te dele e estende-lhe as mãos. (Lição 119)
"É da Lei que o Divino se identifique com o que seja Divino, porque ninguém
contemplará o céu se acolhe o inferno no coração. (Lição 156)
Fonte: Pão Nosso.
Espírito : Emmanuel.
Psicografia : Francisco Cândido Xavier.
Seleção de textos :
Mário Sérgio de S. Esteves

Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 9 Na Seara Mediúnica
P
a l a v r a
Reunião Pública de 18/4/60, Livro dos Médiuns, Questão nº 166 *
Q
uando te detenhas na apreciação da
mediunidade falante, pensa na maravilha do verbo, recordando que
todos somos médiuns da palavra.
A glote vocal pode ser comparada a harpa
viva em cujas cordas a alma exprime todos
os cambiantes do pensamento. E sendo o
pensamento onda criadora a integrar-se com
outras ondas de pensamento com as quais se
harmoniza, a fala, de modo invariável, reflete
o grupo moral a que pertencemos.
Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de
toda realização.
Com ela, propagamos as boas obras,
acendemos a esperança, fortalecemos a fé,
sustentamos a paz, alimentamos o vício ou
nutrimos a delinquência. E isso acontece,
porque, em verdade, nunca falamos sozinhos, mas sempre retratamos as influências
da sombra ou da luz que nos circulam no
âmbito mental.
Toda vez que ensinamos ou conversamos,
nossa boca assemelha-se a um alto-falante,
em conexão com o emissor da memória,
projetando na direção dos outros não apenas
a resultante de nossas leituras ou de nossos
conhecimentos, mas igualmente as ideias e
sugestões que nos são desfechadas pelas criaturas encarnadas ou desencarnadas com as
quais estejamos em sintonia.
Não menosprezes, portanto, o dom de
falar que nos facilita a comunhão com os
outros seres.
Guarda-o na luz do respeito e da justiça,
da bondade e do entendimento, sem olvidar
que atitude é alavanca invisível de ligação.
Através de nossos conceitos orais, o pessimismo é porta aberta ao desânimo, o sarcasmo é
corredor rasgado para a invasão do descrédito,
a cólera é gatilho à violência, o azedume é clima da enfermidade e a irritação é fermento à
loucura.
Desse modo, ainda que trevas e espinheiros se alonguem junto de ti, governa a
própria emoção e pronuncia a palavra que
instrua ou console, ajude ou santifique.
Mesmo que a provocação do mal te instigue
à desordem, compelindo-te a condenar ou
ferir, abençoa a vida, onde estiveres.
A palavra vibra no alicerce de todos os
males e de todos os bens do mundo.
Falando, o professor alça a mente dos
aprendizes às culminâncias da educação, e,
falando, o malfeitor arroja os companheiros
para o fojo do crime.
Sócrates falou e a visão filosófica foi alterada.
Jesus falou e o Evangelho surgiu.
O verbo é plasma da inteligência, fio da
inspiração, óleo do trabalho e base da escritura.
Todos somos medianeiros daqueles que
admiramos e daqueles que ouvimos.
Aprendamos, assim, a calar toda frase que
malsine ou destrua, porque, conforme a Lei
do Bem promulgada por Deus, toda palavra
que obscureça ou enodoe é moeda falsa no
tesouro do coração.
(*) Complementação Doutrinária:
Médiuns falantes
Os médiuns audientes, que apenas transmitem
o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns
falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada
ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da
palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se
serve do órgão que se lhe depara mais flexível no
médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido.
O médium falante geralmente se exprime sem
ter consciência do que diz e muitas vezes diz
coisas completamente estranhas às suas ideias
habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do
alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma,
nele, a palavra é um instrumento de que se serve
o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode
comunicar-se, como pode com o auxilio de um
médium audiente.
Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm
a intuição do que dizem, no momento mesmo
em que pronunciam as palavras. Voltaremos a
ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando
tratarmos dos médiuns intuitivos.
Emmanuel
Fonte: Seara dos Médiuns.
Psicografia: Francisco Cândido Xavier.
Editora FEB.
Encontros Espíritas
Em Agosto
Em Setembro
24° Encontro Espírita Sobre a Vida e Obra de
Bezerra de Menezes
Tema - Vida e Obra de Bezerra de Menezes &
Análise de uma Carta de Bezerra de Menezes
Manhã de Estudos com André Trigueiro
Valorização da Vida: Após a Tempestade
Dia - 31 / 08 /2014
Hora - 8:30 às 13:00
Local: Centro Espírita Irmão Clarêncio
Dia - 21/ 09 /2014
Hora - 9:00 às 12:00
20° Encontro Espírita Sobre Jesus
Tema - Não vim destruir a Lei
Dia - 28/ 09 /2014
Hora - 8:30 às 13:00
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 10 Obras Póstumas - Derradeiros Escritos
O livro Obras Póstumas “representa o testamento doutrinário de Allan Kardec. Reúne os seus derradeiros escritos e anotações íntimas,
destinados a servir, mais tarde, para a elaboração da História do Espiritismo que ele não pôde realizar. (...) Essa obra nos desvenda os
segredos de uma vida missionária. Quanto à grandeza, basta vermos o que os Espíritos Superiores dizem em suas comunicações aqui
(neste livro) reproduzidas”. (J. Herculano Pires, Introdução do livro Obras Póstumas, 8ª edição, 1987, Editora LAKE).
As Cinco Alternativas da Humanidade (PARTE 1/5)
H
á bem poucos homens que vivem
sem se preocupar com o dia seguinte.
Se nos inquietamos, portanto, com o
que virá após um dia de 24 horas, com mais
forte razão é natural nos preocuparmos com
o que será de nós após o grande dia da vida,
pois não se trata de alguns instantes, mas da
eternidade. Viveremos ou não viveremos!
Não há meio-termo; é uma questão de vida
ou de morte; é a suprema alternativa!...
Se interrogarmos o sentimento íntimo de
quase a universalidade dos homens, todos
responderão: “Nós viveremos.” Esta esperança
é para eles uma consolação. Entretanto, uma
pequena minoria se esforça, sobretudo de algum tempo para cá, para lhes provar que não
viverão. Esta escola fez prosélitos, é preciso
confessá-lo, e principalmente entre aqueles,
que temendo a responsabilidade do futuro,
acham mais cômodo gozar o presente sem
constrangimento, sem serem perturbados
pela perspectiva das consequências.
Mas isto é a opinião de uma minoria. Se vivemos, como viveremos? Em que condições
estaremos? Aqui, os sistemas variam com as
crenças religiosas e filosóficas. Todavia, todas
as opiniões sobre o futuro do homem podem
se reduzir a cinco alternativas principais, que
vamos resumir sumariamente, a fim de que
a comparação seja mais fácil e que cada um
possa escolher, com conhecimento de causa,
a que lhe parece a mais racional e que melhor responde às suas aspirações pessoais e às
necessidades da sociedade. Estas cinco alternativas são as que resultam das doutrinas do
materialismo, do panteísmo, do deísmo, do
dogmatismo e do Espiritismo.
I. Doutrina materialista
A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; ela nasce e morre com o
organismo. O homem não é nada antes,
nada após a vida corporal.
Consequências: O homem, sendo apenas matéria, os gozos materiais são as únicas
coisas reais e invejáveis; as afeições morais
não têm futuro; os laços morais são partidos
sem retorno com a morte; as misérias da vida
não têm compensação; o suicídio torna-se o
fim racional e lógico da existência, quando
os sofrimentos não têm esperança de melhora; inútil impor-se um constrangimento para
vencer seus maus pendores, viver para si o
melhor possível, enquanto estamos aqui; estupidez aborrecer-se e sacrificar seu repouso,
seu bem-estar por outrem; quer dizer, pelos
seres que serão aniquilados a seu turno e que
não se reverá jamais; deveres sociais sem base,
o bem e o mal são meras convenções; o freio
social está reduzido ao poder material da lei
civil.
Nota: — Talvez não seja inútil lembrar
aqui, aos nossos leitores, algumas passagens
de um artigo que publicamos sobre o materialismo, no número de agosto de 1868, na
Revista Espírita. “O materialismo, dizíamos,
fixando-se como nunca tinha feito em época
alguma, colocando-se como regulador supremo dos destinos morais da humanidade,
teve como efeito aterrorizar as massas, pelas
consequências inevitáveis das suas doutrinas
para a ordem social; por isso mesmo, provocou, em favor das ideias espiritualistas, uma
enérgica reação que deve lhe provar que está
longe de ter simpatias tão gerais quanto ele o
supõe, e se ilude se espera um dia impor suas
leis ao mundo.
Certamente as crenças espiritualistas do
passado são insuficientes para este século; não estão no nível intelectual de nossa
geração; elas estão, em muitos pontos, em
contradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito, ideias incompatíveis
com a necessidade do positivo que domina
na sociedade moderna; além disso, cometem
o erro imenso de se impor pela fé cega e de
prescrever o livre exame; daí, sem nenhuma
dúvida, o desenvolvimento da incredulidade
na maioria; é bem evidente que se os homens
fossem alimentados, desde sua infância, apenas com ideias de natureza a serem mais tarde
confirmadas pela razão, não haveria incrédulos. Quantas pessoas reconduzidas à crença
pelo Espiritismo, disseram- nos: Se sempre
nos tivessem apresentado Deus, a alma e a
vida futura, de uma maneira racional, nunca
teríamos duvidado!
Pelo fato de que um princípio recebe uma
má ou uma falsa aplicação, segue-se que
se deva rejeitá-la? Acontece com as coisas
espirituais o que se verifica com a legislação e com todas as instituições sociais; é
preciso apropriá-las aos tempos, sob pena
de sucumbir. Mas, ao invés de apresentar
algo melhor que o velho espiritualismo, o
materialismo preferiu suprimir tudo o que
o dispensava de pesquisar, e parecia mais
cômodo àqueles a quem a ideia de Deus e
do futuro importuna. O que se pensaria de
um médico que, achando que o regime de
um convalescente não é bastante substancial para seu temperamento, lhe prescrevesse
não comer absolutamente nada? O que causa
espanto é de encontrar na maioria dos materialistas da escola moderna, o espírito de
intolerância levado aos seus últimos limites,
eles que reivindicam incessantemente o direito de liberdade de consciência!...
...Há, neste momento, da parte de certo
partido, um levante geral contra as ideias
espiritualistas em geral, nas quais o Espiritismo se encontra naturalmente envolvido.
O que ele procura, não é um Deus melhor
e mais justo, é o Deus matéria, menos embaraçoso porque não há contas a lhe prestar.
Ninguém contesta a esse partido o direito
de ter sua opinião, de discutir as opiniões
contrárias; mas o que não se lhe poderia
conceder, é a pretensão, pelo menos singular, para homens que se colocam como
apóstolos da liberdade, de impedir os outros de crerem à sua maneira e de discutir as
doutrinas de que não partilham. Intolerância por intolerância, uma não vale mais do
que a outra...”
Fonte: Obras Póstumas, Allan Kardec, 1ª parte,
Editora Léon Denis.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 11 Educação — Senda de Luz
“A Educação consiste na arte de formar os caracteres, incutir hábitos (...). Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada o homem terá no
mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável”. (LE, q. 685- nota de Kardec)
“Só a Educação poderá reformar os homens ”. (LE, q. 796)
A etimologia da palavra educação significa “trazer à luz uma ideia”, vem do
latim educare ou educere — prefixo “e”
mais ducare ou ducere — levar para fora,
fazer sair, extrair, tirar.
Filosoficamente é fazer a ideia passar da
potência ao ato, da virtualidade à realidade. À luz dos conceitos espíritas, educar
é ir de encontro aos germens da perfeição que se encontram potencializados
na alma desde a sua criação, é despertar,
dinamizar as qualidades superiores que
todos trazemos nas profundezas da vida
inconsciente.
Frente ao montante de lutas e conflitos
que amealhamos na afanosa caminhada
do egoismo, fica a indagação: Como educar sentimentos para adquirir reações
e interesses novos afinados com esses
“valores excelsos” depositados em nós
mesmos? Justo agora em que a ciência
avança na busca de novas alternativas
para que o homem entenda a si mesmo,
verificamos uma lastimável epidemia de
racionalização varrendo todas as sociedades mundanas, impedindo o homem
de mover-se com o necessário domínio
sobre sua vida emocional.
A educação de nossos sentimentos
é algo doloroso, semelhante a “cirurgias corretivas” que fazem do mundo
emocional um complexo de vivências
afetivas de longo curso, quais sejam: A
renúncia de hábitos, a perda de expectativas, a ansiedade por novas conquistas,
a tristeza pelo abandono de vínculos
afetivos, os conflitos de objetivos, a vigilância na tentação, o contato com o
sentimento da inferioridade humana, a
tormenta da culpa, a severidade na cobrança, a sensação de esforço inútil, a
causticante dúvida sobre quem somos
e o que sentimos a insatisfação perante tendências que teimam em persistir,
o desgaste dos pensamentos nocivos
que burlam a vontade, o medo de não
conseguir superar-se, os desejos inconfessáveis que humilham os mais santos
ideais, o sentimento de impotência ante
os pendores, a insegurança nas escolhas
e outros tantos “dramas afetivos”.
“Formulai, pois, de vós para convosco,
questões nítidas e precisas e não temais
multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns
minutos para conquistar uma felicidade eterna”. Eis a feliz recomendação de
Santo Agostinho.
O sábio de Hipona acrescenta:“Dirigi,
pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos
sobre o que tendes feito e com que objetivo
procedestes em tal ou tal circunstância, sobre
se fizestes alguma coisa que, feita por outrem,
censuraríeis sobre se obrastes alguma ação
que não ousaríeis confessar.Perguntai ainda
mais: Se aprouvesse a Deus chamar-me
neste momento, teria que temer o olhar de
alguém, ao entrar de novo no mundo dos
espíritos, onde nada pode ser ocultado? ”
Portanto, essa educação das emoções é o imperativo de penetrarmos
partes ignoradas de nossa intimidade
espiritual no resgate de valores divinos adormecidos.
Considerando a extensão do trabalho
a ser feito, anotemos algumas diretrizes
práticas que não devemos olvidar, a fim
de renovarmos o desalento que pode
ser absorvido pelo clima da esperança
motivadora e do consolo reconfortante,
quando peregrinamos pelos caminhos
do desconhecido país de nós próprios,
guardando mais lúcida visão no serviço
da autoconquista pelo estudo de nossas
reações:
As intenções são o “dial da consciência”. Por elas sintonizamos com as faixas
mentais que desejamos naturalmente o
que escolhemos pelo poder de decisão da
vontade. Conhecê- las naquelas vivências
e identificar seu teor moral será rica fonte
informativa sobre a vida subconsciencial :
com que intenção pratiquei tal ato? Qual
a intenção ao dizer algo a alguém?
Aprendamos a dar nome aos sentimentos que vivenciamos a fim de dilatar o
discernimento sobre a vida emocional; escolha um episódio de teu dia e interrogue
perseverantemente : que sentimento estava
por trás daquele acontecimento?
Cuidemos de não ampliar nossas
refregas íntimas com mecanismos de
fuga e suposta proteção como a negação
daquilo que sentimos. Se não tivermos
coragem para o enfrentamento interior
não faremos muito progresso na arte
de descobrir nossas mazelas e mesmo
nossas qualidades. Imprescindível será
admitir o que sentimos, sem medos e
subterfúgios de defesa, mas com muita
responsabilidade para que não penetremos os meandros da fantasia: por que
(nomear o sentimento) em relação a
essa criatura? Qual a razão desse meu
sentimento em circunstâncias como a
que experimentei?
 Nossas reações aos desafios da vida,
mesmo que não sejam felizes expressões
de equilíbrio, são valorosas medidas
aferidoras dos nossos sentimentos. Indaguemos sempre em cada ocasião do
caminho: qual o sentimento nos “impulsionou” nessa ou naquela situação?
Cultivar a empatia. Aprender a se colocar no lugar do outro e sentir o que sente,
entender-lhe as razões e procurar estudar os
motivos emocionais de cada pessoa. Todos
temos uma razão no reino do coração para
fazer o que fazemos, então questionemos:
por que motivo aquela pessoa agiu assim
comigo? Que motivações levam alguém a
fazer o que fez?
Portanto, como diz Hahnemmann
em nossa introdução, nossa tarefa reeducativa exige muita perseverança e
esforço. Isso leva muitos a preferirem
a ilusão de cultivar a ideia falsíssima
de que é impossível mudar nossa natureza. Ledo engano! Deveríamos nos
dar por muito satisfeitos no dia de hoje
pelo simples fato de não recorrermos
intencionalmente ao mal. O grave
equívoco é que muitos lidadores da
Nova Revelação acreditam que renovar
é angelizar!!!
Fonte: Reforma Íntima Sem Martírio - Cap. 11.
Espírito: Ermance Dufaux.
Psicografia:Wanderley S. de Oliveira.
Editora Dufaux.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 12 Yvonne Pereira - uma Seareira de Jesus
Convite
Venha estudar conosco
a V ida e as Obras de
Yvonne A. Pereira
Procure a Secretaria de Cursos
para informações
Convite
Venha estudar conosco as obras de
Léon Denis
Procure a Secretaria de Cursos
para informações
Convite
Venha estudar conosco as obras de
André Luiz
Procure a Secretaria de Cursos
para informações
Convite
Venha estudar conosco
A Família na
Visão Espírita
Procure a Secretaria de Cursos
para informações
“Esta mulher extremamente corajosa enfrentou, sem revoltas, uma encarnação de renúncias, de sofrimentos e de carências inomináveis e teve como prova mais dura, a meu
ver, o conhecimento de várias encarnações passadas em que faliu sistematicamente” .
(Vera Leal Coutinho – Revista “O Médium”) - Fonte: O Voo de Uma Alma.
D epoimento : P remonições
"... o mais interessante de quantos sonhos premonitórios me advertiram,
ocorrido em minha juventude, quando
já eu adotara convictamente os compromissos com a Doutrina Espírita e
os dezoito anos floresciam repletos de
sonhos e aspirações ternas e lindas. Trata-se de uma parábola por mim vivida
sob as sugestões da entidade espiritual
designada para a advertência que me
deveria fortalecer para renúncias muito
dolorosas e difíceis, a tempo de maiores
dissabores não infelicitarem ainda mais
os dias de minha existência.
Como veremos, a técnica usada pelos
instrutores espirituais, a fim de me profetizarem as lutas e os sofrimentos por que
eu deveria passar, foi semelhante às das
demais premonições e também idênticas
às encenações vividas para o recebimento
dos livros românticos que me foram concedidos através da psicografia. É de notar
que esse sonho, lúcido por excelência,
mostrava cenários tão reais e cenas tão vivas que eu afirmaria que tudo era sólido,
material e não fruto de uma sugestão forte, durante a qual fora criado, pelo poder
da vontade mental.
O certo foi que eu me vi, pelos meus dezoito anos de idade, diante de uma grande
ponte em ruínas, que eu deveria atravessar
para galgar a margem oposta. Em baixo
rolava em turbilhões um rio tenebroso, de
águas encachoeiradas e revoltas, rugindo
e sacudindo a ponte a cada novo embate
das águas convulsionadas, que pareciam
ocasionadas por uma grande enchente.
Eu me via lindamente trajada com vestes vaporosas, como de gaze imaculada,
que voejavam ao soprar dos ventos que
subiam do leito das águas, cabelos soltos
e coroada de rosas brancas. A noite, aclarada pelo plenilúnio, era bela e sugestiva,
deixando ver o azul do céu e as estrelas
que brilhavam, límpidas. Á meu lado percebi uma entidade elevada, que reconheci
como sendo Bittencourt Sampaio, envolta
em túnica romana vaporosa e lucilante, e
coroada de louros, como os antigos intelectuais romanos e gregos. E ele dizia:
— 'Será necessário que atravesses... É o único que recurso que tens... Serás auxiliada...'
Pus-me a chorar, desencorajada, pois, se
ensaiava entrar na ponte, esta oscilava
com o meu peso. Ele, então, Bittencourt
Sampaio, tomou do meu braço, amparando-me, e repetiu: — 'Vamos, sem temor!
Tudo consegue aquele que quer! Não sabes
que a fé transporta montanhas? Serás ajudada, confia! '
Assim amparada, atravessei a ponte, timidamente, desfeita em lágrimas, enquanto as águas rugiam em baixo, ameaçando
tragá-la e também a mim. A cada passo
novas oscilações da ponte, cujo soalho em
ruínas me deixava entrever o abismo que
corria sob meus pés. Em chegando ao lado
oposto, lembro-me ainda de que o grande
amigo repetiu o aviso do futuro que me
esperava, o que não constituía novidade
para mim, porque outras profecias já eu
tivera sobre o assunto: — 'É o único recurso que terás para poder vencer: Dedicar-se ao Evangelho do Cristo de Deus, à
Doutrina dos Espíritos. Nada esperes do
mundo, porque o mundo nada terá para
te conceder. És espírito culpado, a quem a
clemência do Céu estende a mão para se
poder reerguer do opróbrio do pretérito.
Não conhecerás o matrimônio, não possuirás um lar, e espinhos e lutas se acumularão sob teus passos... Mas, unida a Jesus
e à Verdade, obterás forças e tranquilidade
para tudo suportar e vencer...'.
Com efeito, a premonição realizou-se integralmente, dia a dia, minuto a minuto:
minha existência há sido travessia constante
sobre um caudal de dores que o Consolador
amparou e fortaleceu".
Fonte: Recordações da Mediunidade, Yvonne A.
Pereira, Capítulo 9, Editora FEB.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 13 Reforma Íntima
 Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
“Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Questão 919)
“Nenhuma circunstância exterior substitui a experiência interna. E é só à luz dos acontecimentos internos que entendo a mim
mesmo. São eles que constituem a singularidade de minha vida”. Carl Gustav Jung (Entrevista e Encontros; Editora Cultrix).
A Arte
da
Aceitação
“O homem pode abrandar ou aumentar a amargura das suas provas pela maneira que encara a vida terrestre...”.
“... contentar-se com sua posição sem invejar a dos outros, de atenuar a impressão moral dos reveses e das decepções que experimenta;
ele haure nisso uma calma e uma resignação...” (Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 5, Item 13).
A
ceitar nossa realidade tal qual é
representa um ato benéfico em
nossa vida. Aceitação traz paz
e lucidez mental, o que nos permite visualizar o ponto principal da partida e
realizar satisfatoriamente nossa transformação interior.
Só conseguimos modificar aquilo que
admitimos e que vemos claramente em
nós mesmos, isto é, se nos imaginarmos
outra pessoa, vivendo em outro ambiente, não teremos um bom contato com o
presente e, consequentemente, não depararemos com a realidade.
A propósito, muitos de nós fantasiamos
o que poderíamos ser, não convivendo,
porém, com nossa pessoa real. Desgastamos dessa forma uma enorme energia, por
carregarmos constantemente uma série de
máscaras como se fossem utilitários permanentes.
A atitude de aceitação é quase sempre
característica dos adultos serenos, firmes
e equilibrados, à qual se soma o estímulo que possuem de senso de justiça, pois
enxergam a vida através do prisma da
eternidade. Esses indivíduos retêm um
considerável “coeficiente evolutivo”, do
qual se deduz que já possuem um potencial de aceitação, porquanto aprenderam
a respeitar os mecanismos da vida, acumulando pacificamente as experiências
necessárias a seu amadurecimento e desenvolvimento espiritual.
Quando não enfrentamos os fatos existenciais com plena aceitação, criamos quase sempre uma estrutura mental de defesa.
Somos levados a reagir com “atitudes de
negação”, que são em verdade molas que
abrandam os golpes contra nossa alma.
São consideradas fenômeno psicológico
de “reação natural e instintiva” às dores,
conflitos, mudanças, perdas e deserções
e que, por algum tempo, nos alivia dos
abalos da vida, até que possamos reunir
mais forças, para enfrentá-los e aceitá-los
verdadeiramente no futuro. Não negamos por ser turrões ou teimosos,
como pensam alguns; não estamos
nem mesmo mentindo a nós próprios.
Aliás, “negar não é mentir”, mas não se
permitir “tomar consciência” da realidade. Talvez esse mecanismo de defesa nos
sirva durante algum tempo; depois passa
a nos impedir o crescimento e a nos danificar profundamente os anseios de elevação e progresso.
Autoaceitação é aceitar o que somos e
como somos. Não a confundamos como
uma “rendição conformada”, e que nada
mais importa. De fato, acontece que,
ao aceitar-nos, inicia-se o fim da nossa
rivalidade com nós mesmos. A partir
disso, ficamos do lado da nossa realida-
de em vez de combatê-la. Diz o texto:
“O homem pode abrandar ou aumentar
a amargura das suas provas pela maneira
que encara a vida terrestre”.
Aceitação é bem uma maneira nova de
“encarar” as circunstâncias da vida, para
que a “força do progresso” encontre espaços e não mais limites na alma até então
restrita, pois a “vida terrestre” nada mais
é do que o relacionar-se consigo mesmo e
com os outros no contexto social em que
se vive. Aceitar-se é ouvir calmamente as
sugestões do mundo, prestando atenção
nos “donos da verdade” e admitindo o
modo de ser dos outros, mas permanecer
respeitando a nós mesmos, sendo o que
realmente somos e fazendo o que achamos adequado para nós próprios.
Em vista disso, concluímos que aceitação
não é adaptar-se a um modo conformista
e triste de como tudo vem acontecendo,
nem suportar e permitir qualquer tipo de
desrespeito ou abuso à nossa pessoa; antes,
é ter a habilidade necessária para admitir
realidades, avaliar acontecimentos e promover mudanças, solucionando assim os
conflitos existenciais. E sempre caminhar com autonomia para poder atingir
os objetivos pretendidos.
Fonte: Renovando Atitudes / Espírito: Hammed /
Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto / Editora
Boa Nova.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 14 Sermão da Montanha
Agora o
"Centro Espírita
Irmão Clarêncio"
também está na web !!!
Acesse e confira
www.irmaoclarencio.org.br
Festa Caipira
Data : 03 / 08 / 2014
Os Evangelhos nos dão conta de quatro sermões proferidos por Jesus Cristo: o Sermão da Montanha,
também conhecido por Sermão das Bem-aventuranças; o Sermão Profético; o Sermão do Cenáculo e
outro Sermão que representou severa reprimenda aos seus figadais detratores: os escribas e os fariseus. (...)
Sem dúvida alguma, o Sermão da Montanha é o mais expressivo dentre os quatro.
(Paulo Alves Godoy - Os Quatro Sermões de Jesus).
Eis, então, o Sermão da Montanha
(Parte 4ª/9):
“Bem-aventurados os limpos de coração,
porque eles verão Deus”.
er Deus? Mas, Jesus Cristo afirmou
V
nos Evangelhos que somente Ele
via a face do Pai.
As falhas oriundas de ensinamentos
religiosos, divorciados dos Evangelhos,
levam muitos a acreditar que, após ultrapassarem o limiar do túmulo, poderão
ver a face de Deus e até cantar hosanas
em Seu louvor ou adorá-Lo sob a forma
de contemplação beatífica.
Afirmou Jesus que, dentre os homens
que nasceram na Terra, João Batista era o
maior, mas o menor que existe nos planos
superiores da Espiritualidade era maior
do que ele. Deste modo, temos que convir que, abstração feita do próprio Cristo,
que foi o maior dentre os Espíritos encarnados na Terra, João Batista era o de
maior destaque.
É óbvio que João Batista havia atingido essas culminâncias espirituais através
das vidas sucessivas, nas “muitas moradas
que compõem a Casa do Pai”, ou seja, em
alguns dos mundos que gravitam no
espaço infinito e que formam o Universo. No entanto, nas entrelinhas dos
ensinamentos evangélicos se deduz que
nem João Batista via a face de Deus,
pois, somente Espíritos da hierarquia
de Jesus desfrutam dessa prerrogativa.
Limpos de coração são aqueles que são
isentos de quaisquer sentimentos impuros. Sem sombra de dúvida, todos nós
atingiremos esse estado, porém, para
isso é imperioso viver milhares de vidas,
neste e em outros mundos, através da
escalada dos séculos, a exemplo do que
fez Jesus e outros Espíritos da sua hierarquia, pois, segundo o Evangelho de
João: “antes do mundo ser Ele já era”.
O mundo tem bilhões de anos e, antes
do mundo ser criado, Jesus já era um Espírito de grande elevação, pois, por isso
foi nomeado o Governador do nosso
Planeta. Ele foi, portanto, o Verbo que
se fez carne e habitou entre nós, para
dar cumprimento à vontade soberana de
Deus, no sentido de conclamar os homens a fim de que, um dia, haja um só
rebanho e um só pastor.
Fonte: Os Quatro Sermões de Jesus / Autor: Paulo
Alves Godoy / Edições FEESP.
Sugestão de Leitura
Acesse o
Boletim Clareando
através do site
www.irmaoclarencio.org.br
clique no link
I nformativo
do
CEIC
Se você deseja conhecer a Doutrina Espírita leia e estude primeiramente as Obras Básicas :
O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo,
O Livro dos Médiuns, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Em seguida, leia os Livros Clássicos da Literatura Espírita.
Sugestão do mês:
Transição Palnetária
Espírito: Manoel Philomeno de Miranda
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora Leal
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 15 Personalidade Espírita
A délia R ueff : A D oce F ace D a C aridade
Nascida em Pinhal, Estado de São Paulo, no dia
05 / 06 / 1868 e desencarnada na mesma cidade,
no dia 02 / 02 / 1953, com 84 anos de idade.
D
esde o seu surgimento na Terra, no ano
de 1857, o Espiritismo enfrentou tenaz
resistência por parte da religião majoritária do Brasil. Entretanto, na década de 1930,
essa pressão acentuou-se de maneira inusitada,
fazendo-se sentir em toda a sua intensidade.
Na cidade de Pinhal, o clima não era diferente. Entretanto, como Deus situa em cada
cidade um Espírito que desenvolve tarefas
pioneiras e santificantes, aquele núcleo populacional do Estado de São Paulo, não poderia
constituir exceção, por isso ali reencarnou o
Espírito missionário de Adélia Rueff, mais
conhecida por “Tia Adélia”, que teve a oportunidade ímpar de desenvolver santificante
trabalho em favor do esclarecimento dos seus
semelhantes, alicerçada na recomendação de
Jesus do “Amai-vos uns aos outros”.
A fim de propiciar aos nossos leitores uma
apagada súmula biográfica dessa grande
vida, passamos a transcrever um substancioso trabalho elaborado pelo confrade João
Batista Laurito, que teve a oportunidade
feliz de com ela conviver, locupletando-se
com os frutos sazonados que ela tão bem
sabia doar aos que usufruíram de sua benfazeja orientação espiritual.
“Foi exatamente em 1936 que tive os meus
olhos abertos para as claridades fulgurantes
da Doutrina Consoladora. Embora nascido
em berço espírita, foi somente nesse ano que,
indo residir em Pinhal, a fim de estudar na
“Escola Agrícola”, conheci o “Centro Espírita
Estrela da Caridade”, brilhante fanel de luzes na Região Mojiana, centro de irradiação
de caridade e amor a todos os que tinham a
oportunidade de frequentá-lo.
Essa Casa foi fundada em 11 / 01 / 1911 e,
desde o dia de sua fundação até 1950, ininterruptamente, foi essa célula de fraternidade, sábia e amorosamente presidida por sua
fundadora Adélia Ruef (Tia Adélia), assim
chamada, porque solteira, abrigou em seu lar
enorme contingente de sobrinhos de outras
cidades, que na idade própria buscavam
Pinhal, para aculturamento escolar, fato
que durou muitos anos. E esses sobrinhos
eram tantos, que generalizaram entre outras
pessoas, a alcunha “Tia Adélia”.
O Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão, por ocasião de sua colação de grau como
médico, houvera feito uma promessa no final
do século 19 que se tudo transcorresse bem
por ocasião de sua formatura, abriria um
Centro Espírita, pois já nessa época professava a crença reencarnacionista. Mas como
as coisas na ocasião eram, além de difíceis,
o espírito popular muito antagônico, foi
postergando a ideia até desencarnar.
No mundo espiritual, viu a necessidade
do cumprimento da promessa, e surgindo
a primeira oportunidade, comunicou-se
com Tia Adélia, pedindo-lhe que cumprisse por ele a promessa. Assim nasceu o
“Centro Espírita Estrela da Caridade”.
Durante cinco anos, moramos com ela.
E às terças e sábados, às 19:30 , lá estávamos no “Estrela da Caridade”, e a sua voz,
firme, inflexível, embora mansa e doce,
ainda ecoa em nossos ouvidos, quando
iniciava a sessão declamando: “Deus nosso
Pai, que sois todo poder e bondade...” e ao
encerrar: “Sublime estrela, farol das imortais falanges...”
Nasceu no dia 5 de junho de 1868, ali
mesmo em Pinhal, predestinada a somente servir, não casou. Durante toda a sua
fértil existência, amou e deu tanto de si aos
outros, que formou em seu derredor uma
auréola de inenarrável admiração. Médium de exuberantes proporções bastava a
imposição de suas compassivas mãos, para
aliviar instantaneamente as pessoas, que
a procuravam com tanta avidez, sem lhe
permitir sossego ou descanso.
Certa feita ela viajou. E nós, que aos domingos aproveitávamos para dormir até
bem mais tarde, sem nenhuma alegria ou
boa vontade, atendemos 17 pessoas que a
procuraram para tomar passes, das 8 às 12
horas.
Uma ocasião, um confrade de Jacutinga
- Minas Gerais -, viajou, a pé, 26 quilômetros para presenteá-la com um saquinho
de feijão verde, numa atitude de comovedora gratidão.
A mesa diretora dos trabalhos era formada, na cabeceira principal sentava Tia Adélia, sob uma iluminada estrela de lâmpadas coloridas, símbolo do Centro, na outra cabeceira, o Vice-Presidente, Zé Café,
as laterais para os médiuns, Dona Ordalha,
Tereza, Idalina, Dona Eugênia, e a extraordinária Dona Adélia Neto, que quando recebia o Guia Espiritual do Centro, "Irmão
Silviano", se colocava de pé, abria os olhos,
e de uma criatura tímida e simples, embora bela, se transformava num tribuno
imponente e erudito. Pudera, médium inconsciente dando passividade ao Espírito
Dr. Francisco Silviano de Almeida Brandão,
médico, Presidente do Estado de Minas
Gerais. Na porta de entrada, controlando
com vigilância e severidade a admissão dos
frequentadores, a Mariana e a Rosa Domiciano, zeladoras do grupo.
Viajando em charretes, excepcionalmente
em automóveis e quase sempre a pé, lá ia
Tia Adélia, à periferia Pinhalense e aos sítios
vizinhos, cumprindo a predestinação de sua
encarnação como lídima missionária do
Cristo: atendendo aos aflitos, curando os
obsediados, levantando os caídos, vestindo
as viúvas, alimentando as crianças e amparando os velhos.
Que criatura extraordinária! Doce, mansa,
boa. Jamais a vimos encolerizada, jamais a vimos levantar a voz. À medida que envelhecia,
fruto de dois acidentes graves, se curvava, se
encarquilhava, tornando-se menor. Fatos que
nunca a fizeram perder a paciência. Olhos vivos, argutos, mente clara, pensamento limpo,
conselheira oficial de quase toda a população
pinhalense. Fato que lhe proporcionou tributo de grande admiração, respeito e afeição por
seus contemporâneos.
Médium de determinação na crença do
trabalho doutrinário, Tia Adélia deixava
sempre para segundo plano a necessidade
de repouso físico, aproveitando todo tempo
disponível no atendimento dos mais necessitados do caminho.
Por ocasião das festividades comemorativas
no “Estrela da Caridade”, com muito carinho
e inteligência ela preparava seus discursos e
em pé, inflamada, erecta, impressionava os
presentes ao transmitir seus inequívocos conhecimentos a respeito da Doutrina.
Empolgava tanto as suas palestras, que os
menos avisados, desconhecedores das virtudes mediúnicas, não conseguiam reconhecêla na oradora.
A residência de Tia Adélia era mais frequentada que o Centro Espírita. Era gente
que entrava, era gente que saía, uns tomando passes, outros recebendo conselhos e
orientações. Aos domingos verdadeiras filas
se formavam, alguém querendo ser grato
empunhava uma cesta de laranjas, um feixe
de verduras; outro, uma braçada de flores,
pacotes de cereais, frangos, ovos, lenha rachada, frutas, etc... Guardávamos tudo. Na
segunda-feira, iniciávamos a caminhada inversa dos presentes. Eram necessitados de
toda sorte que iam visitá-la, e após o passe
reparador, a palavra conselheira e amiga,
e um agradozinho representado por ovos,
frutas, legumes, flores.
Tudo que vinha no domingo saía na segunda-feira, numa vivência: “Dai de graça o
que de graça receberdes”.
Fonte: Grandes Vultos do Espiritismo.
Autor: Paulo Alves Godoy.
Seleção de textos: Mário Sérgio S. Esteves.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 16 A Família na Visão Espírita
Curso :
A Família na Visão Espírita
Dia- todas as terças-feiras.
Hora- 19:30.
Local- Centro Espírita Irmão Clarêncio.
Estudo aberto a todos os interessados.
Agosto:
Dia 05 - Educação sexual: princípios, importância e implicações, evolução do impulso sexual.
Dia 12 - Educação sexual: padrões de
comportamento sexual, heterossexualidade, bissexualidade, causas e consequências
físicas e espirituais.
Dia 19 - Educação sexual: prostituição, viciação das energias sexuais, sexo livre.
Dia 26 - Educação sexual: assédio, estupro
e abusos sexuais, aspectos físicos, jurídicos e
emocionais.
“ Dedica uma das sete noites
Culto do
Evangelho no Lar, a
fim de que Jesus possa pernoitar
da semana ao
em tua casa.”
Joanna de Ângelis
Fonte : S.O.S. Família
Médium: Divaldo Pereira Franco
Atenção!
Curso de Atualização para
todos os Médiuns
Agosto : dia 23 / Sábado
Horário : 16 horas
Local : Centro Espírita Irmão Clarêncio
Presença Indispensável
“O que torna um estudo sério é a
continuidade que se lhe dá”
(Allan Kardec)
Atividades Doutrinárias
Dia : 03 / 08 / 2014 - 16 horas
Culto no Lar de Luíza Helena Rodrigues
Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?
“Uma recrudescência do egoísmo”. (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec,Questão 775).
V í n c u l o s F a m i l i a re s
“... Afeição real de alma a alma, a única
que sobrevive à destruição do corpo, porque
os seres que não se unem neste mundo senão
pelos sentidos não têm nenhum motivo para
se procurarem no mundo dos Espíritos. Não
há de duráveis senão as afeições espirituais...”
(E.S.E. capítulo 4, item 18.).
A rigor, família é uma instituição social
que compreende indivíduos ligados entre
si por laços consanguíneos. A formação do
grupo familiar tem como finalidade a educação, implicando, porém, outros tantos
fatores como amor, atenção, compreensão,
coerência e, sobretudo, respeito à individualidade de cada componente do instituto
doméstico.
Com o Espiritismo, porém, esse conceito de
família se alarga, porque os velhos padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado,
cedem lugar a um clã familiar de visão mais
ampla de vivência coletiva, dentro das bases
da reencarnação.
Por admitir que os laços da parentela são
preexistentes à jornada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos
caem por terra, em face da possibilidade de
as almas retornarem ao mesmo domicílio,
ocupando roupagens físicas conforme as
necessidades evolutivas.
As afeições reais do espírito sobrevivem
à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas, nutrindo-se cada vez
mais de mútuas afinidades, enquanto que
as atrações materiais, cujo único objetivo é
as ilusões passageiras e os interesses do orgulho, extinguem-se com a “causa que os fez
nascer”.
Assim, vemos famílias que adotam a “eliminação quase total da vida particular”. A
atenção é focalizada de forma exclusiva no
grupo familiar, cujos integrantes vivem neuroticamente uns para os outros. Bloqueiam
seus direitos à própria vida, à liberdade de
agir e de pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual, para se ocuparem de cuidados improdutivos e alienatórios entre si.
Vivem uns para os outros numa “simbiose
doentia”.
Os elementos que vivem presos a esse relacionamento de permuta egoísta afirmam
para si mesmos: “Se eu me sacrifico pelo outro,
exijo que ele se dedique a mim”. Não se trata
de caridade, e sim de compromissos impostos entre dois ou mais indivíduos de juntos
viverem, visando ao “bem-estar familiar”. Na
verdade, não estão exercitando o discernimento necessário para enxergar a autêntica
satisfação de cada um como pessoa.
Não nos referimos aqui ao companheirismo
afetivo, tão reconfortante e vital à família, mas a
uma postura obrigatória pela qual indivíduos se
vigiam e se encarceram reciprocamente.
Encontramos também outras famílias que
não se formaram por afeições sinceras; fazem
comparações e observam características de
outras famílias que invejam e que buscam
copiar a qualquer custo: são as chamadas
“alpinistas sociais”. Procuraram formar o lar
afeiçoadas a modelos de elegância e a peculiaridades obstinadas de afetação social,
moldando o recinto doméstico ao que eles
idealizam a seu bel-prazer como “chique”.
Vestem-se à imagem dos outros, comparam
carros, móveis, gostos e comidas; negam a
cada membro, de forma nociva, a verdadeira
vocação, tentando sempre copiar modos de
viver que não condizem com suas reais motivações.
Há ainda outras agremiações familiares
denominadas “exibicionistas”, em que os
membros do lar se associam para suprir a necessidade que nutrem de ser vistos, ouvidos,
apreciados e admirados. Ajudam-se mutuamente, ressaltando uns a imagem dos outros
e focalizando áreas que podem ser valorizadas
pelo social, como, por exemplo, a beleza física
ou o recurso financeiro. As pessoas vaidosas
desse tipo familiar, quando bem sucedidas ou
conceituadas, alimentam exibição sistemática
diante dos outros, como forma de compensação ao orgulho de que estão revestidas.
Assim considerando, os laços de família
formados em bases de fidelidade, amor, respeito e dedicação perdurarão pela Eternidade e serão cada vez mais fortalecidos. Os espíritos simpáticos envolvidos nessas uniões
usufruem indizível felicidade por estar juntos trabalhando para o seu progresso espiritual. “Quanto às pessoas unidas pelo único
móvel do interesse, elas não estão realmente em
nada unidas uma à outra: a morte as separa
sobre a Terra e no céu”,1 conforme nos certifica literalmente o texto de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”.
Fonte: Renovando Atitudes.
Espírito: Hammed.
Psicografia: Francisco do Espírito Santo Neto.
Editora Boa Nova.
(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 4,
Item 18.
Clareando / Ano XI / Edição 131 / Agosto . 2014 - Pág . 17 Suplemento Infantojuvenil
Pagar
o
Mal
com o
Bem
C
aminhando apressado rumo à escola, Orlando encontrou um sobre o meio-fio, batendo a cabeça na quina da calçada. Um filete de
grupo de colegas com quem estava tendo problemas. Sem sangue escorreu pela sua testa. Sentindo muita dor, Pedro gemia. motivo, desde algum tempo, Pedro tomara-se de antipatia por ele
Orlando aproximou-se, atencioso: — Você está bem? Quer ir para
e passara a tratá-lo mal em qualquer lugar onde estivesse. Por isso, um hospital? Está ferido e precisa de cuidados. vendo que o grupo se aproximava, Orlando ficou preocupado. Surpreso ao ver quem o estava socorrendo, Pedro respondeu meio
E não deu outra. Passando por ele, Pedro jogou a mochila de sem jeito: — Não foi nada. Foi só um susto. Orlando no chão, numa atitude provocadora, e depois se afastou
— Graças a Deus! Quer que o ajude a chegar a casa? — perguntou
dando uma gargalhada. Orlando, porém, não reagiu. Com tran- Orlando, recolhendo os tomates e cenouras que estavam espalhados
quilidade, abaixou-se, apanhou a mochila, e continuou seu trajeto pelo chão. como se nada tivesse acontecido. Pedro estava perplexo. Não entendia porque Orlando mostrava-se
Na escola, enquanto a professora escrevia no quadro-negro, Pe- tão bondoso com ele. Pensativo, ficou olhando para o garoto à sua
dro levantou-se de sua carteira e jogou todo o material de Orlando frente. Afinal, não se conteve: no chão. Ouvindo o barulho, a professora virou-se. Pedro, já no
— Orlando, você tem muitos motivos para me detestar. Trato-o muito
seu lugar, ria disfarçadamente, acompanhado pelos demais alunos. mal e não perco oportunidade de desafiar, humilhar e diminuir você pe— O que houve, Orlando? — perguntou ela ao ver os cadernos rante os colegas. Por que está me ajudando?!... e livros espalhados no chão. Recolhendo o material, o menino des— Porque aprendi que não se deve retribuir o mal com o mal —
culpou-se: — Não foi nada, professora. Derrubei sem querer. respondeu o garoto com simplicidade. E isso se repetia todos os dias. Pedro encontrava sempre novas maEspantado com a resposta do colega, Pedro falou: neiras de agredir o colega: no jogo de futebol, na escola ou na rua. — Agora entendo porque nunca aceitou uma provocação. Mas
Orlando nunca reagia, o que deixava Pedro cada vez mais irritado. com quem foi que aprendeu essas coisas? Certo dia, Orlando estava passeando de bicicleta quando viu Pedro
— Com Jesus. A professora da aula de Moral Cristã, do Centro
e sua turma que vinham em sentido contrário. Tentou se esquivar, mas Espírita que frequento, falou sobre esse assunto outro dia. Jesus ennão teve jeito. Eles o encurralaram de encontro a um muro. sinou que devemos retribuir o mal com o bem. Que se alguém nos
Orlando desceu da bicicleta, enquanto os garotos o cercavam. bater numa face, devemos apresentar a outra. E, mais do que isso,
Pedro aproximou-se com ar ameaçador. — É agora que eu lhe que devemos amar, não apenas os nossos amigos, mas também os
arrebento a cara, seu pirralho! E assim dizendo, levantou os pu- inimigos. É isso. nhos cerrados, prontos para espancar o outro. Orlando continuou
Calado, Pedro ouviu as explicações de Orlando. Na verdade, naquele
olhando-o sem dizer nada. — Vamos, seu covarde! Lute! Mas Or- momento se deu conta de que nunca havia conversado com ele, e não
lando continuou calado, embora lágrimas surgissem em seus olhos. sabia como era, nem o que pensava. Agora, ouvindo-o, percebeu que
A turma ria, incentivando Pedro que, cansado de esperar, par- Orlando era diferente dos outros colegas, mais consciente e responsável,
tiu para cima do menino. Nisso, um homem que passava viu o apesar da pouca idade. que estava acontecendo e correu para socorrer Orlando. O bando,
Pedro sentiu, naquele instante, que o rancor e a animosidade tinham
assustado, saiu correndo, mas ainda a tempo de ouvir o homem desaparecido do seu coração. perguntar: — Sabe quem são aqueles meninos? Quer que os siga? — Obrigado! — disse simplesmente, afastando-se. Enxugando as lágrimas, o pequeno Orlando respondeu: — Não. Não
No domingo, ao chegar ao Centro, Orlando teve uma grata surpresa. foi nada. Eles não fizeram por mal. Deixe-os ir embora, senhor. Apesar
Lá estava Pedro, todo sorridente, embora um pouco encabulado,
de admirado, o homem respeitou a vontade de Orlando. E, depois de para também participar da aula de evangelização.
se certificar de que ele estava bem, afastou-se, aconselhando-o a tomar
Tia Célia cuidado porque a turma poderia voltar. Na tarde do dia seguinte, Orlando saíra para fazer uma tarefa e viu Fonte: Revista O Consolador, setembro de 2008
Pedro que vinha de bicicleta descendo a rua. Certamente estivera (www.oconsolador.com.br)
fazendo compras para sua mãe, porque trazia uma sacola presa no
guidão. De súbito, tentando ajeitar melhor a sacola, Pedro não viu
um buraco no asfalto. A bicicleta se desequilibrou e ele foi jogado
Querido leitor
Indicaremos mensalmente um bom livro doutrinário infantojuvenil, escrito
especialmente para você . Leia e nos envie sua opinião .
Que tal formar uma roda de leitura com seus amigos?
Dica do mês :
Aladim e o Livro Maravilhoso
Adeilson Salles
Editora FEEGO
Aviso Importante

Temos evangelização para crianças
nos mesmos horários das Reuniões
Públicas, e para jovens, nos horários das
Reuniões Públicas Noturnas.