Se o E - Fundamentos

Transcrição

Se o E - Fundamentos
SEÇÃO E
COMO JESUS CONSTRÓI A SUA IGREJA ATRAVÉS...
E1: As Três Partes da Igreja
Parte 1: A Edificação da Igreja
E1.1 - O Plano de Deus Revelado: Criação .......................................... 783
E1.2 - O Plano de Deus Arruinado: Rebelião ....................................... 786
E1.3 - O Plano de Deus Restaurado: Redenção ................................... 791
E1.4 - A Nossa Grande Salvação .......................................................... 799
Parte 2: Os Líderes da Igreja
E1.5 - O Caráter do Líder: Fruto Espiritual ......................................... 811
E1.6 - O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo ........................ 815
E1.7 - O Poder do Líder II: Dons do Espírito ...................................... 821
E1.8 - O Chamado do Líder: Dons do Ministério ................................ 824
Parte 3: Membros dos Ministérios da Igreja
E1.9 - Ministério ao Senhor: Adoração ................................................ 831
E1.10 - Ministério Recíproco: Serviço ................................................... 835
E1.11 - Ministério ao Mundo: Testemunho .......................................... 845
E2: Louvor e Adoração
E2.1 - O Novo Sacerdócio .................................................................... 851
E2.2 - Elementos Vitais de Louvor ....................................................... 856
E2.3 - Louvor: Bênçãos e Barreiras ...................................................... 860
E2.4 - Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus ....................... 865
E2.5 - Oferecendo o Sacrifício de Louvor ............................................ 874
E2.6 - O Significado de Louvor e Adoração ......................................... 877
E2.7 - A Música no Louvor e Adoração ............................................... 879
E2.8 - Dirigindo um Culto de Adoração ............................................... 883
E2.9 - A Importância Profética do Louvor ........................................... 887
E3: Quebrando a Barreira Babilônica
E3.1 - A Barreira Babilônica ................................................................. 890
E4: Aprender Como Ganhar Almas
E4.1 - Métodos do Evangelismo .......................................................... 901
E4.2 - Porque Devemos Evangelizar .................................................... 903
E4.3 - Seguindo os Sinais do Evangelismo ........................................... 915
E4.4 - O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo .................................... 923
E4.5 - Sugestões Práticas Para Ganhar Almas ...................................... 928
E5: Dar Instruções aos Novos Convertidos
E5.1 - A Nova Vida .............................................................................. 935
E5.2 - Batismo na Água – Parte I ......................................................... 942
E5.3 - Batismo na Água – Parte II ....................................................... 948
E5.4 - Padrões da Moralidade Sexual ................................................... 952
E6: Planejamento Para o Crescimento da Igreja
Prefácio ................................................................................................... 955
E6.1 - Fazer um Inventário .................................................................. 955
E6.2 - Visão – A Chave Para a Realização ............................................ 963
E6.3 - Estabelecendo Alvos e Prioridades ............................................ 970
E
E6.4 - O Dom de Administração .......................................................... 976
E6.5 - Como Planejar ........................................................................... 979
E6.6 - Estratégia, Implementação, Avaliação ........................................ 982
E7: Conservando a Colheita
Prefácio ................................................................................................... 988
E7.1 - O Poder de um Profundo Desejo ............................................... 989
E7.2 - O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada ........................... 992
E7.3 - A Pregação Plena do Evangelho de Cristo ................................. 996
E7.4 - Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário 999
E7.5 - A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento .... 1002
E7.6 - Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã ....................... 1005
E7.7 - O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária .............................. 1008
E7.8 - Ministérios na Igreja Neo-Testamentária ................................ 1010
E7.9 - Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local ........ 1016
E7.10 - Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local ........................ 1020
E7.11 - Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização ........ 1026
E7.12 - O Chamado da Colheita ........................................................... 1029
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
SEÇÃO E1 / 783
SEÇÃO E1
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
(Cada Membro um Pastor)
UM FORMATO DE ENSINAMENTO PARA O PASTOR
Dr. Robert Frost e Ralph Mahoney
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
E1.l
E1.2
E1.3
E1.4
PARTE I: A EDIFICAÇÃO DA IGREJA
- O Plano de Deus Revelado
– Criação
- O Plano de Deus Arruinado – Rebelião
- O Plano de Deus Restaurado – Redenção
- A Nossa Grande Salvação
E1.5
E1.6
E1.7
E1.8
PARTE II: OS LÍDERES DA IGREJA
- O Caráter do Líder
– Fruto Espiritual
- O Poder do Líder: Parte I
– Batismo no Espírito Santo
- O Poder do Líder: Parte II
– Dons do Espírito
- O Chamado do Líder
– Dons do Ministério
PARTE III: MEMBROS DOS MINISTÉRIOS DA IGREJA
E1.9 - Ministério ao Senhor
– Adoração
E1.10 - Ministério Recíproco
– Serviço
E1.11 - Ministério ao Mundo
– Testemunho
PARTE I:
A EDIFICAÇÃO DA IGREJA
O Plano de Deus Revelado:
Criação
bem sucedido em ganhar almas (evangelismo), estabelecer igreja e desenvolver o ministério pastoral?’’
O Índice acima, foi a resposta a tal pergunta. São necessárias nove coisas. Elas são
o mínimo de conceitos bíblicos exigidos para
conduzir um ministério.
Introdução
Há alguns anos atrás, um grupo de líderes de igreja se reuniu a fim de responder à
pergunta:
“Qual o mínimo de entendimento bíblico necessário a um obreiro cristão, para ser
A. DEUS DESEJA UMA FAMÍLIA
Deus-Pai deseja uma família de filhos e
filhas. A forma pela qual Deus tencionava
produzir esta família era um mistério (ou
segredo divino) que foi revelado ao Apóstolo Paulo pelo Próprio Deus.
Capítulo 1
784 / SEÇÃO E1
Paulo menciona esta maravilhosa revelação em sua carta a Igreja de Éfeso:
1. Filhos Dele
“Antes que o mundo fosse criado, Deus
escolheu fazer de nós filhos Seus através de
Jesus Cristo...”
2. Unificados
“Ele planejou que todas as coisas, no
céu e na terra, fossem unificadas sob o Seu
poder.”
3. Um Corpo
“Ele O fez Cabeça da Igreja – que é o
Corpo de Cristo... “
4. Um Povo
“Neste Corpo, tanto os judeus como os
não-judeus tornaram-se um só povo... Pois
através de Cristo, todos podem ter acesso
ao Pai gratuitamente pelo mesmo Espírito” (Ef 1:5,10,22,23; 2:14-16,18 simplificado).
A palavra traduzida por “igreja” no grego do Novo Testamento é “ecclesia”. Ela
se refere a todos os que foram “chamados
para fora” do mundo para se tornarem membros da família do nosso Pai Celestial.
O mesmo Espírito que nos “batiza” ou
nos coloca no Corpo de Cristo também nos
“gera” ou nos introduz na família e no Reino de Deus. Veremos como a família, o Reino e a Igreja de Deus estão associados, durante o desenrolar da nossa narrativa.
B. DEUS REVELOU O SEU
PROPÓSITO
1. Revelação: Além da
Ciência e da Filosofia
Como poderemos descobrir e saber onde
nos encaixamos na família do Pai? O propósito divino é celestial, eterno e espiritual,
e vai muito além dos nossos limites – criaturas limitadas pelo que é terreno, pelo tempo e por nossas mentes. Os nossos maiores
E1.1 – O Plano de Deus Revelado: Criação
esforços não conseguem elevar-nos o suficiente – para conhecermos a mente de Deus.
O homem, através dos seus próprios esforços e capacidades, nunca conseguiria atingir um ponto suficientemente alto para tocar
o Deus Altíssimo, nem o método “do bom
senso” da ciência nem o método “da razão”
da filosofia conseguem nos levar a Deus.
2. Revelação: do Espírito Santo
O homem não consegue descobrir a Deus
por si só, mas Deus pode “revelar-Se” ao
homem. Em Seu amor, poder e sabedoria,
Ele escolheu fazer isto pelo Seu Espírito,
através do Seu Filho.
Jesus salientou esta mesma verdade com
as seguintes palavras: “Graças Te dou, ó
Pai, Senhor do céu e da terra. Louvo-Te,
pois ocultaste estas coisas dos que são sábios e entendidos, mas as revelaste aos que
são semelhantes às criancinhas. Sim, Pai,
esta é a Tua vontade e o Teu caminho” (Mt
11:25,26 simplificado).
Estes versículos realmente esclarecem a
questão. Não conseguimos encontrar Deus
através dos nossos próprios esforços – nem
conhecê-Lo através da nossa razão somente. A revelação de Deus vem à medida que
estivermos dispostos a submeter o nosso
espírito ao Seu Espírito numa fé simples e
semelhante à de uma criança.
Paulo estava falando com base em sua
própria experiência pessoal. Ele era sábio nos
caminhos do mundo – até mesmo no mundo
religioso. Era um homem com muita força de
vontade e ambições. No entanto, dispôs-se a
submeter o seu coração e a sua mente diante
do Senhor como uma criancinha ávida em
aprender. E aprender foi o que fez!
O Espírito Santo é um professor sábio e
poderoso. Paulo foi logo elevado além dos
limites da sua mente limitada pelo tempo e
do seu corpo limitado pela terra.
A revelação que recebeu havia estado
oculta no coração de Deus-Pai desde antes
de o tempo começar. Deus não somente revelou a Paulo o Seu propósito para as diver-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
sas épocas; Ele também o introduziu nesta
revelação – e a revelação nele. Ela veio do
coração de Deus para o coração de Paulo!
Deste ponto em diante, Paulo via tudo
de uma perspectiva diferente. Todas as coisas na terra e no tempo eram vistas sob a
luz do propósito celestial e eterno de Deus.
Ele era um homem transformado, como podemos verificar prontamente pelos resultados da sua vida.
Eis a história desta surpreendente e maravilhosa experiência com as próprias palavras de Paulo: “Há quatorze anos atrás, fui
arrebatado ao céu para uma visita. Não me
perguntem se o meu corpo estava lá, ou se
foi somente o meu espírito, pois eu não sei.
Somente Deus pode responder isto. De qualquer forma, lá estava eu no Paraíso. E ouvi
coisas tão maravilhosas que estão além da
capacidade do homem de expressá-las com
palavras...” (2 Co 12:2-4 simplificado).
De fato, o impacto total da revelação de
Paulo não dá para ser expresso com palavras. As palavras nascem a partir das experiências aqui na terra e, portanto, não conseguem se igualar às maravilhas do mundo
celestial. No entanto, Paulo faz o melhor
possível, usando palavras, para nos mostrar o propósito de Deus para a nossa vida
aqui na terra. Em seguida, Ele confia que o
Espírito Santo revelará ao nosso coração a
mesma verdade que Deus havia estabelecido em seu coração:
“Como as Escrituras dizem: Deus preparou coisas maravilhosas para os que O
amam – coisas que vão além do que o homem pode ver, ouvir, ou até mesmo imaginar. Além disso, Ele compartilhou conosco
– através do Seu Espírito – o Seu segredo.
Pois o Espírito perscruta e nos mostra os
segredos do próprio coração de Deus.
“Por esta razão, Deus nos deu de fato o
Seu Espírito... para que pudéssemos conhecer tudo o que Ele planejou para nós em
Sua graça” (1 Co 2:9-12 simplificado).
Vamos, então, orar “para que o Deus de
Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da gló-
SEÇÃO E1 / 785
ria, vos dê em seu conhecimento o espírito
de sabedoria e de revelação” (Ef 1:17).
C. FAZEMOS PARTE DA
FAMÍLIA DO PAI
O quadro do amor de Deus por Seu Filho
é algo maravilhoso de se contemplar. Com
base neste relacionamento de amor divino,
Paulo viu desvendar-se o plano de Deus para
as diversas épocas. E – maravilha das maravilhas – fazemos parte deste plano!
1. Muitos Filhos e Filhas
O grande desejo do Pai era expressar ainda mais a glória e a beleza do Seu Filho –
através de uma família de muitos filhos e
filhas. Cada membro desta família tornar-seia semelhante ao seu “Irmão Mais Velho”,
tanto na vida como no caráter. Quando Deus
criou o homem, Ele desejava que o homem
tivesse a imagem e semelhança de Cristo.
Ouça cuidadosamente enquanto Paulo
tenta expressar com palavras a maravilha
deste mistério:
“Há muito tempo atrás – antes mesmo
que Ele criasse o mundo – o nosso querido
Pai Celestial nos escolheu para que fôssemos
Seus. Ele planejou fazer isto através do que
Cristo faria por nós. O Pai decidiu então santificar-nos aos Seus olhos, deixando-nos totalmente imaculados. Ficaríamos diante d’Ele,
cobertos com o Seu amor. Sim, o plano imutável do nosso Pai sempre foi o de fazer-nos
filhos Seus. Este sempre foi o desejo e deleite
do Seu coração” (Ef 1:4,5 parafraseado).
“Desde o inicio, o nosso querido DeusPai conhecia os que escolheriam amá-lo.
Ele decidiu então que estes se tornariam
semelhantes ao Seu Filho. O desejo de
Deus era que o Seu Filho fosse o primeiro
de uma família de muitos filhos” (Rm 8:29
simplificado).
2. A Primeira Família
A revelação de Paulo dá um significado
muito maior à história da Criação. Podemos
observar pela narrativa de Gênesis que o
786 / SEÇÃO E1
E1.2 – O Plano de Deus Arruinado: Rebelião
desejo de Deus de ter uma família amada
(de membros semelhantes a Jesus) já existia
desde o principio:
“Façamos o homem a Nossa imagem e
que ele domine sobre todas as criaturas do
ar, da terra, e do mar. E assim Deus criou
o homem segundo a Sua Própria imagem...
macho e fêmea os criou.
“E aí então Deus os abençoou e disselhes: Frutificai e multiplicai-vos. Enchei a
terra e sujeitai-a. Dominai sobre todos os
seres vivos do ar, da terra e do mar” (Gn
1:26-28 simplificado).
A primeira família da Criação de Deus foi
um homem e sua esposa, com os quais Ele
tinha uma doce comunhão no frescor do dia
(Gn 3:8). Eram também uma família real, pois
Ele lhes havia dado um poder e autoridade de
reis. Possuíam o direito de governar sobre toda
a terra. Sim, a vontade de Deus em Cristo
Jesus deveria ser feita na terra – através deles.
Que prazer e deleite esta esperança deve
ter trazido ao coração do seu Pai e Criador.
Que linda cena de amor, alegria e paz para
um Pai e Sua família. Sim, que brilhante promessa para o futuro se desvendava diante
deles. Infelizmente, no entanto, apareceu
de repente uma sombra maligna. A leve e
adorável cena que acabamos de retratar não
duraria por muito tempo. Naquela sombra
obscura jazia uma astuta e linda serpente. E
dentro daquela serpente movia-se o espírito maligno do próprio Satanás!
Capítulo 2
O Plano de Deus Arruinado:
Rebelião
A. HOMEM: CRIADO À
IMAGEM DE DEUS
Sim, Deus criou o homem segundo a Sua
Própria imagem.
1. Livre Para Escolher
O Pai queria que Adão e Eva confiassem
em Seu grande amor, sabedoria e poder. Ele
ansiava que o homem recebesse e retribuísse o Seu amor – assim como o Pai e o Filho
Se amavam.
O amor, no entanto, por sua própria natureza, precisa ser dado livremente – não
pode ser forçado. Não podemos compelir
ou fazer com que alguém ame.
A mesma coisa se aplica à honra, ao respeito e à adoração. A adoração está ligada ao
valor de algo. Amamos, honramos e respeitamos o que achamos ser de grande valor ou
importância.
O amor é uma escolha. A adoração é
uma escolha. Escolhemos amar e adorar o
que julgamos ser de grande valor para nós
pessoalmente.
Deus é soberano. Ele tem total liberdade
de escolher e concretizar os Seus desejos.
Ele sempre escolhe o que é certo, bom e
bonito. Ele escolheu criar o homem à Sua
Própria imagem para que o homem pudesse
conhecer e expressar o Seu amor.
Isto significava dar ao homem o livre arbítrio. Com o poder de amar seguia-se o
direito de escolher. Devido ao seu livre arbítrio, o homem pode fazer a escolha de amar,
adorar e honrar a Deus.
Quando Deus, no entanto, deu ao homem esta liberdade de escolha, houve nisto
um certo risco. Significou que o homem poderia escolher o bem ou o mal – o certo ou o
errado. Ele poderia escolher qualquer um!
2. Criado Para Adorar
Todo mundo adora algo! A nossa vida
centraliza-se em nossos valores. Amamos,
honramos e respeitamos qualquer coisa que
julgamos ser mais “valiosa” para a nossa vida.
Não é uma questão “se” vamos adorar ou
não, e sim “o que” vamos adorar.
Deus criou o homem para que ele O adorasse. Com a adoração do homem a Deus
viriam em conseqüência o seu amor, a fé e a
obediência. Servimos e obedecemos o que
adoramos. Isso determina o nosso caráter e
a nossa conduta – as nossas atitudes e as
nossas ações.
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
Não é de se admirar que Jesus tivesse
dito: “Busquem primeiro o Reino de Deus
em suas vidas” (Mt 6:33 simplificado), pois
quando fazemos isso, tudo o mais se encaixa em seu devido lugar.
Deus permitiu que o homem fizesse a sua
escolha de adoração, colocando duas árvores
especiais no Jardim do Éden. Uma delas era
chamada de “Árvore da Vida”. Encoberto no
mistério dessa árvore estava o Autor da Vida
– o Próprio Senhor Jesus Cristo.
A outra árvore era a “árvore da morte”.
Era chamada de “Árvore do Conhecimento
do Bem e do Mal”. O homem foi admoestado a não comer dessa árvore. Ele não deveria estabelecer padrões do bem e do mal –
do que é certo e do que é errado – para a sua
vida, independentemente da sabedoria de
Deus: “Há um caminho que parece direito
à mente do homem, mas somente leva à
morte” (Pv 14:12 simplificado). Encoberto
no mistério dessa árvore estava o autor da
morte – o próprio Satanás!
B. SATANÁS: MALIGNO
EM SEU CORAÇÃO
Satanás, sob a forma de uma graciosa
serpente, entra agora em cena. Ele é sábio
nos caminhos do mal e há um propósito
maligno em seu coração. De onde veio ele?
Por que está ali? O que tentará fazer? Recorramos novamente às Escrituras para encontrar as nossas respostas.
A Bíblia usa às vezes cenários e pessoas
da terra para nos ensinar sobre as coisas
celestiais e espirituais.
1. Obras Através dos Homens
O profeta Ezequiel nos fala sobre um
certo rei de Tiro, o qual era muito ímpio. O
controle de Satanás sobre aquele rei era tão
completo que a narrativa revela um surpreendente quadro do próprio Satanás:
“Tu eras realmente perfeito em tua sabedoria e formosura. Estavas no Éden, o jardim de Deus. Tuas vestes eram adornadas
com preciosas jóias... todas em lindos en-
SEÇÃO E1 / 787
gastes do mais fino ouro. Tu as recebeste no
dia em que foste criado. Eu te escolhi para
que fosses o querubim guardião ungido. Tinhas o direito de vir ao monte santo de Deus.
Andavas por entre as pedras de fogo.
“Eras perfeito em tudo o que fazias desde a época em que foste criado. Sim, eras
perfeito até o dia em que o mal se achou em
ti. Tua grande riqueza te encheu com um
poder maligno e pecaste... Teu coração se
encheu de orgulho por causa da tua formosura. Usaste a tua sabedoria de maneiras
erradas para os teus próprios propósitos
orgulhosos. Assim sendo, Eu te expulsei e
te derribei para a terra” (Ez 28:12-19 simplificado).
O mesmo tipo de quadro é retratado pelo
profeta Isaías. Com palavras poderosas, ele
revela o caráter maligno do ímpio rei da
Babilônia. Uma vez mais, o profeta nos
mostra a figura maligna de Satanás operando através de um homem.
“Como caíste do céu, ó Lúcifer, estrela
da manhã! Foste lançado à terra –muito
embora fosses poderoso contra as nações
do mundo.
“Pois dizias em teu coração: Subirei
ao céu e dominarei os anjos. Tomarei o
mais alto trono. Governarei do alto do monte
santo de Deus. Subirei ao mais alto céu e
serei semelhante ao Altíssimo. No entanto,
serás derribado ao mais profundo abismo
do inferno” (Is 14:12-15 simplificado).
Cinco vezes Satanás se rebela contra “a
vontade de Deus” com “a sua vontade própria”. (É importante ressaltarmos que o Corpo de Cristo sofreu cinco ferimentos na
Cruz – o poder da rebelião ou vontade própria de Satanás foi totalmente destruído.)
2. Criado com Livre Arbítrio
Satanás, e todos os outros seres angelicais, foram criados com um livre arbítrio
para amarem, honrarem, adorarem e servirem a Deus. Como já dissemos anteriormente, a criação de seres com uma liberdade
de escolha traz consigo um grande risco – o
788 / SEÇÃO E1
perigo da rebelião. Esses seres têm o direito
de fazer escolhas erradas.
Os resultados dessas escolhas erradas
podem ser trágicos. A rejeição do amor, da
verdade e da bondade de Deus significa colhermos os resultados do ódio, do pecado e
do mal. Rejeitar uma opção significa escolher a outra – exatamente como o jogo de
cara ou coroa com uma moeda – um lado ou
o outro será o vencedor. Infelizmente, Satanás fez a escolha errada!
Sim, as Escrituras de Ezequiel e Isaías
parecem indicar que Satanás havia sido criado por Deus para um sublime e nobre propósito. Ele era perfeito em sua formosura e
sabedoria, e havia recebido um grande poder e autoridade.
Os querubins do Livro do Apocalipse
estão ligados à adoração celestial. É possível que Satanás tenha, outrora, não somente governado as hostes celestiais, mas também dirigido tais hostes em sua adoração a
Deus. O seu dever e responsabilidade eram
o de guardar a santa vontade e a palavra de
Deus e honrar ao Senhor sob todas as formas. Parece que ele era o “supervisor” dos
exércitos celestiais.
3. Cegado Pelo Orgulho
Devido à sua formosura e posição, o orgulho entrou no coração de Satanás. Paulo o usa
como um exemplo ao admoestar sobre o orgulho dos “supervisores” da Igreja Primitiva.
“O supervisor precisa ser irrepreensível
em todas as áreas da sua vida... Ele não
pode ser um novo convertido, pois ele pode
ser cegado pelo orgulho e entrar em julgamento, como foi o caso do diabo” (1 Tm
3:2,6 simplificado).
O Céu é santo e perfeito. Portanto, o
pecado de Satanás deve ter surgido em seu
próprio coração. O orgulho e a ânsia de
poder tornaram-se a sua derrocada. Ele encontrou mais prazer em sua própria formosura do que na glória de Deus. Tornou-se
altivo a seus próprios olhos e buscou a honra
e o poder que pertencem somente a Deus.
E1.2 – O Plano de Deus Arruinado: Rebelião
Satanás queria a adoração celestial e a
autoridade do Trono de Deus. E estava disposto a rebelar-se contra o Deus Altíssimo
para obtê-las. Infelizmente, um grande número das hostes celestiais uniu-se a Satanás
em sua rebelião (2 Pe 2:4; Jd 6).
Ficamos imaginando o motivo pelo qual
Satanás e suas hostes acharam que poderiam
ser bem-sucedidos em sua rebelião contra
Deus. As Escrituras dizem até que ele era
“cheio de sabedoria”.
Como já vimos, no entanto, existe uma
“cegueira” no orgulho. O engano significa
crer que algo esteja correto quando está errado, que seja bom quando é maligno!
Com o orgulho vem também o engano.
Satanás foi realmente enganado. Ele era esperto demais para tentar algo que fosse claramente fadado ao fracasso. Ele achava mesmo que poderia vencer!
4. Duvidou e Desobedeceu
Ninguém jamais havia desobedecido a
Deus. O Seu poder e a Sua autoridade nunca haviam sido testados. Os resultados da
rebeldia nunca haviam sido vistos. A morte
não era conhecida. Além disso, essa era a
primeira vez em que os poderes do bem e
do mal entravam em conflito. A batalha de
todos os tempos estava para começar!
Diferentemente de Deus, Satanás não era
“onisciente”, ou seja, ele não conhecia todas
as coisas. Sendo um ser criado, tudo o que
tinha para se nortear era a palavra de Deus.
Com o orgulho vem o engano. E com o
engano vem a dúvida. Satanás começou a
duvidar da palavra de Deus, e conseqüentemente, ele decidiu desobedecê-la.
Os elos da corrente do mal podem agora
ser claramente vistos: orgulho – engano –
dúvida – desobediência. O último elo era
desconhecido e imprevisto – era o elo da
“morte”!
5. Deus Sabia Desde o Princípio
Uma visão geral das Escrituras parece
indicar que Deus escolheu realizar o Seu
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
propósito na Criação através de criaturas
com o livre arbítrio. Os anjos, e mais tarde o
homem, foram criados com uma liberdade
de escolha.
Como foi dito anteriormente, isso envolvia um grande risco. Havia o perigo de
escolhas erradas e dos resultados maléficos
que se seguiriam. Deus previu essa possibilidade, porém descansou em Seu conhecimento de que no final:
a. O BEM venceria o MAL
b. O AMOR venceria o ÓDIO
c. A LUZ venceria as TREVAS
d. A VERDADE venceria o ENGANO
e. O CERTO venceria o ERRADO
Além disso, essas nobres qualidades do
caráter de Deus seriam expressas através
dos que escolheram amá-Lo, honrá-Lo e obedecê-Lo.
No Céu isso seria realizado através dos
anjos que escolheram permanecer leais ao
seu Criador.
Na terra isso se faria através de uma família real de filhos e filhas amados.
O “Primogênito” dessa família seria o
Próprio Senhor Jesus.
6. Expulso do Céu
É possível que Satanás tenha tido ciúme
do amor, da honra e da adoração que eram
dados a Deus pelas hostes celestiais. A rebelião de Satanás foi uma tentativa de tomar o lugar de Deus e receber a adoração
que pertencia ao Próprio Deus. Vocês se
lembram como o diabo ofereceu a Jesus os
reinos deste mundo numa tentativa de fazer
com que Jesus o adorasse no deserto (Lc
4:5-8)? Esse incidente nos mostra que o diabo desejava a adoração que pertencia somente a Deus.
Ao opor-se a Deus, Satanás delineou as
regras de guerra para o permanente conflito
entre o bem e o mal.
Como já sabemos pelas Escrituras já
mencionadas, Satanás não foi capaz de ser
vitorioso no Céu. Ele e sua hoste de anjos
caídos foram expulsos. O que perderam no
SEÇÃO E1 / 789
Céu, no entanto, tentariam recuperar mais
tarde na terra, no Jardim do Éden.
7. Engana a Eva
Deus criou o primeiro homem e a primeira mulher e lhes disse para sujeitarem a
terra e para enchê-la com uma família de
filhos amorosos e leais a Ele.
É, portanto, para essa terra e para essa
família que Satanás vem agora. A batalha
que começou no Céu alcança agora a nova
Criação de Deus. Satanás busca roubar da
primeira família terrena a sua herança, tentando-os a cometerem o mesmo pecado que
causou a sua derrocada dos pináculos celestiais – o orgulho e a rebeldia!
Ele vem a Eva sob a forma de uma sábia
e linda serpente. Ele não pode sobrepujá-la,
pois ela recebeu autoridade sobre todas as
criaturas da terra. Ele tem somente uma
maneira de alcançá-la com o seu propósito
maligno – o engano! Agora podemos ver o
motivo de Jesus ter chamado Satanás de “o
pai da mentira” (Jo 8:44).
O Apóstolo Paulo cita este engano em
sua segunda carta a Igreja de Corinto. Ouça
as suas palavras de admoestação:
“Temo por vocês. Tenho medo de que
as suas mentes sejam desviadas do seu puro
amor e lealdade para com Cristo. Foi isto o
que aconteceu a Eva ao ser enganada pelo
diabo – aquela astuta e esperta serpente”
(2 Co 11:3 simplificado).
Sim, Satanás usou a “Árvore do Conhecimento” (a mente do homem) como instrumento seu para alcançar as vidas deles.
Vocês se lembram que Deus Lhes havia dito
para não comerem daquela árvore especifica. Ouçamos novamente as Suas palavras
de advertência:
“Vocês poderão comer livremente de
qualquer árvore do jardim. Contudo, não
poderão comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois no dia em que dela
comerem certamente morrerão!’’ (Gn
2:16,17 simplificado).
a. Uma Corrente Maligna é Forja-
790 / SEÇÃO E1
da. Satanás começa estão a formar a sua
corrente do mal: orgulho – engano – dúvida
– desobediência – morte. Estudemos agora
cada um dos elos desta corrente da maneira
encontrada na própria narrativa:
“Ora a serpente era mais esperta e astuta do que qualquer outro animal selvagem que o Senhor Deus havia criado. Ela
disse a mulher: Deus disse mesmo que vocês não podem comer de nenhuma árvore
do jardim?
“A mulher disse a serpente: Deus disse
que poderíamos comer de qualquer uma
das árvores do jardim, exceto a árvore [do
conhecimento do bem e do mal] que se encontra no meio do jardim. Ele nos disse
para não tocarmos nela, ou certamente morreríamos.
“Vocês não morrerão certamente, disse
a serpente à mulher. Deus sabe que quando
vocês comerem dela, os seus olhos serão
abertos. Aí estão vocês serão como Deus,
sabendo a diferença entre o bem e o mal.
“Então a mulher viu que o fruto da árvore era bom para se comer e agradável aos
olhos. Era algo a ser desejado, pois daria
sabedoria às pessoas. Sendo assim, ela pegou um pedaço do fruto e o comeu. Ela também deu um pedaço ao seu marido, que o
comeu também’’ (Gn 3:1-6 simplificado).
Satanás lhes disse que o fruto da Árvore
do Conhecimento do Bem e do Mal não era
algo a ser temido, e sim para ser desejado.
Ao invés de morrerem como Deus havia
dito, começariam realmente a viver. Na verdade, tornar-se-iam semelhantes a Deus e
seriam capazes de decidir por si próprios o
que era bom ou mal – certo ou errado. Não
precisariam de Deus para dirigir suas vidas.
Poderiam conhecer a si próprios, serem eles
mesmos, e aperfeiçoarem-se ao máximo – e
tudo isso sozinhos. Aí então o reino, o poder e a glória seriam deles – só deles! Se
Deus os amasse de fato Ele Próprio lhes
teria dito isto.
E fácil vermos como Satanás primeiramente lançou as sementes do orgulho e do
E1.2 – O Plano de Deus Arruinado: Rebelião
desejo egoístico. Em seguida, ele os enganou com o intuito de fazê-los duvidarem de
Deus. Ele fez com que duvidassem da Palavra de Deus, do amor de Deus e do Seu
poder e autoridade. A dúvida deles os levou
à desobediência – e essa desobediência os
levou a morte!
C. HOMEM: DESOBEDECEU
E PERDEU TUDO
Ao tentar encontrar a sua vida independentemente de Deus, o homem perdeu tudo.
Infelizmente, a mentira funcionou tão bem
na terra como havia funcionado no Céu. Ao
crer nas mentiras de Satanás, a mulher desobedeceu e submeteu-se ao julgamento que
Deus havia prometido. Muito embora Adão
não houvesse sido enganado, ele também
escolheu pecar – e com isto, entregou-se ao
domínio de Satanás.
Satanás foi rápido em tomar o cetro – o
bastão real do domínio – em suas próprias
mãos. A autoridade que havia sido outorgada ao homem foi então assumida por Satanás. O homem encontrou-se sob a autoridade do reino das trevas e da morte.
Parecia que uma tragédia eterna havia se
manifestado. Muitas coisas foram perdidas
pelo homem como conseqüência do seu
pecado e desobediência:
1. Ele perdeu o seu relacionamento
como filho amado.
2. Perdeu a sua cobertura divina e a
sua autoridade outorgada por
Deus.
3. Perdeu a beleza da imagem de
Deus em sua vida.
4. Perdeu o seu destino no propósito
divino.
5. Perdeu a sua própria vida – em
espírito, alma e corpo.
Parecia que o plano de Deus havia se
arruinado antes mesmo de começar. Como
Satanás deve ter se alegrado nesta derrota
do santo propósito de Deus! Satanás pensou que a batalha perdida no Céu havia sido
ganha na terra. Agora ele se tornara o prínci-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
SEÇÃO E1 / 791
Amor
Sabedoria
Orgulho
O fruto da
obediência
Bondade
Verdade
Poder
Autoridade
Engano
Rebelião
Dúvida
Desobediência
A minha vontade, não a sua
será feita; O Reino, o Poder e a
Glória serão meus – para
sempre!
Morte
As Correntes da Maldade de Satã
pe deste mundo. E enquanto ele governasse
a terra, a glória e o poder do Filho de Deus
nunca reinariam nos corações dos homens.
Havia, no entanto, um aspecto do caráter de Deus sobre o qual Satanás não sabia
nada. Era a Sua graça! Satanás não conhecia
a força do amor de Deus – até onde iria para
que o homem pudesse ser salvo e restaurado. Gostaríamos de estudar cuidadosamente o grande plano de salvação de Deus, pois
nele encontra-se a esperança do homem para
a sua restauração – ou recuperação das suas
perdas.
Capítulo 3
O Plano de Deus Restaurado:
Redenção
A. TODOS NÓS PRECISAMOS
SER SALVOS
Antes de estudarmos o grande plano de
salvação de Deus, precisamos compreender por completo a nossa necessidade de
sermos “salvos”. Todos nós precisamos ser
salvos, tanto da penalidade como do poder
do pecado – porque todos somos pecadores. Somos pecadores por “natureza” e por
“prática”. As Escrituras esclarecem muito
esta base dupla do pecado:
1. Pecadores por Natureza
“O pecado entrou no mundo (na raça
humana) através de um homem – Adão. A
conseqüência do pecado foi a morte. Portanto, a morte espalhou-se a todos os homens porque (em Adão) todos pecaram”
(Rm 5:12 simplificado).
Como cabeça da raça humana, Adão
infectou – como numa enfermidade – toda a
humanidade com o seu próprio pecado.
Assim sendo, somos pecadores ao nascermos e por natureza. Nascemos com uma
natureza pecaminosa. As crianças não precisam aprender a pecar, pois são pecadoras
congênitas (como seus pais).
2. Pecadores por Prática
“Todos nós andávamos desgarrados
como ovelhas. Cada um se desviava pelo
792 / SEÇÃO E1
seu próprio caminho... Verdadeiramente
todos pecaram e estão destituídos da glória
de Deus [do Seu santo caráter]” (Is 53:6;
Rm 3:23 simplificado).
Todos somos pecadores, não somente
por natureza, mas também por escolha e
por prática. Todos cometemos atos de pecado. Todos escolhemos a nossa vontade
própria e o nosso caminho independentemente de Deus.
3. Morte: Penalidade do Pecado
Contudo, o caminho de Deus é o único
caminho para a vida eterna. Todos os outros caminhos levam à morte. Independentemente de Deus não temos nenhuma esperança. Perdemos tudo – para sempre.
O Apóstolo Paulo expressa essa verdade de uma forma bem clara, mas nos dá também a esperança que necessitamos com as
seguintes e conhecidas palavras:
“Porque a penalidade para o pecado é
a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna
através de Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm
6:23 simplificado).
4. Graça: Uma Dádiva de Deus
A graça é um dom que não adquirimos.
A misericórdia é uma bondade que não merecemos. Deus, por natureza, é cheio de graça e misericórdia. Estas são qualidades do
Seu amor.
Deus é amor, mas Ele também é santo e
justo. Pelo fato de Deus ser santo e justo,
Ele não pode fazer vista grossa ao pecado
do homem.
Se eu pecar (quebrar a lei) e for trazido
diante de um juiz justo (reto), ele honrará a
lei ou seja, imporá a penalidade prescrita
pela lei para o meu crime.
Quando um juiz da terra é empossado em
seu cargo, ele precisa jurar que honrará a lei.
Infelizmente, há juízes que quebram o seu
juramento – são juízes injustos e iníquos.
Deus é um juiz de retidão. Se Deus não
exigisse que a penalidade pelo pecado fosse
imposta (paga), então Ele seria um Deus
E1.3 – O Plano de Deus Restaurado: Redenção
iníquo. Qual é então a penalidade pelo pecado? E quem pagará por ela?
Como já vimos, a penalidade é a morte.
“A alma que pecar certamente morrerá!”
(Ez 18:4,20 simplificado). E o pecador é o
indivíduo que merece pagar esse preço. Somente desta forma a justiça de Deus pode
ser satisfeita.
Uma vez que a penalidade tenha sido
paga, somos “justificados” aos olhos da lei.
Esta é a única maneira pela qual podemos
ser “perdoados” de nossos pecados.
Morrer por nossos pecados significa separação. A morte física significa uma separação dos nossos corpos. A morte espiritual (que é a conseqüência ou penalidade pelo
pecado) significa uma separação de Deus.
O nosso Pai Celestial nos criou para que
tivéssemos comunhão em Sua família – uma
família que expressasse a gloriosa vida do
Seu Filho. O nosso pecado estraga esse lindo relacionamento – não somente para nós,
mas para Ele também.
Há alguma maneira possível para esse
relacionamento de amor e de vida poder ser
restaurado? Será que tanto Deus quanto o
homem precisam sofrer a dor da penalidade
do pecado para sempre? Será que há alguma
maneira que possa restaurar o homem ao
plano de Deus e à comunhão da família?
Louvado seja Deus! A resposta é sim! Chama-se “redenção”!
5. Redenção: a Graça
de Deus em Ação
“Que vocês possam ser sempre gratos
ao nosso Pai Celestial. Ele preparou muitas coisas maravilhosas para o Seu povo
que anda na luz. Ele nos capacitou a possuirmos todas estas coisas.
“O Pai fez isto, libertando-nos do poder
das trevas, e introduzindo-nos no Reino do
Seu amado Filho. Sim, fomos redimidos –
comprados e trazidos de volta – pelo Seu
sangue. Em Jesus temos de fato o perdão
dos nossos pecados” (Cl 1:12-14 simplificado).
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
“Redimir” significa comprar e trazer
de volta algo que foi perdido. Deus, em
Sua graça e misericórdia, veio ajudar o
homem, pois o homem não poderia redimir a si próprio. O Próprio Cristo morreu
no lugar do homem e pagou a sua penalidade de forma tal que as exigências da lei
quebrada e da justiça de Deus fossem satisfeitas.
Agora o homem pode ser “justificado”
diante da lei. Ele pode ter retidão diante de
Deus e ser perdoado do seu pecado. O seu
registro pode ficar limpo. Nenhuma falha
será agora colocada contra ele, se ele pedir
que Jesus perdoe o seu pecado. O homem
poderá então apresentar-se diante da santa
lei de Deus sem temor.
Sim, a penalidade pelo seu pecado foi
paga e quando você recebe a graça d’ Ele, a
sua culpa termina. Cristo morreu na Cruz
em seu lugar. Você e eu deveríamos ter morrido por nossos próprios pecados, mas “...
Cristo morreu por nós” (Rm 5:8).
O preço por nossa “redenção”, no entanto, não foi barato. Para nos comprar e
nos trazer de volta à Sua família, o Próprio
Deus teve de pagar a penalidade por nosso
pecado, o que Lhe custou a vida do Seu
Próprio Filho.
Jesus Cristo veio para esta terra na forma de homem para morrer como homem
pelos pecados do mundo, para que pudéssemos ser redimidos. O puro, santo, e imaculado Filho de Deus tomou sobre Si Mesmo o nosso pecado e morreu numa cruz.
Ele fez isto para que pudéssemos ser justificados diante de Deus e uma vez mais encontrarmos o nosso lugar em Sua família.
Ele morreu para que pudéssemos viver. Esta
é, de fato, a graça de Deus!
Tenho a certeza de que Satanás não contava que Deus chegasse tão longe a ponto
de enviar o Seu Próprio Filho para morrer
por nossos pecados. Mas Ele o fez! “Porque Deus amou o mundo [de pecadores] de
tal maneira que deu o Seu único Filho. Todos os que crerem n’Ele nunca perecerão
SEÇÃO E1 / 793
nem morrerão. Ao invés, viverão para
sempre” (Jo 3:16 simplificado).
6. Restauração: o Resultado
da Redenção
Deus não foi pego de surpresa pelo pecado do homem. A dádiva do Filho de Deus foi
feita até mesmo antes de o homem ser criado:
“Cristo foi escolhido para morrer por
vocês antes que o mundo (ou o homem)
fosse criado. Mas Ele foi revelado e manifestado ao mundo nestes últimos tempos.
“Deus pagou um preço para salvá-los
do vão estilo de vida que vocês herdaram
de seus pais. Contudo, vocês não foram
redimidos com algo perecível como a prata, ou o ouro. Vocês foram comprados e
restaurados com o precioso sangue de Cristo, um puro e perfeito Cordeiro” (1 Pe 1:1820 simplificado).
“Restauração” significa a volta de algo
ao seu lugar e condições originais – onde e
como se encontrava no início. Quando o
homem caiu, Deus não mudou de idéia com
relação ao Seu plano de possuir uma família
amada e real. O Seu propósito ainda era
encher toda a terra com filhos e filhas cujas
vidas refletissem a beleza do seu Deus. Portanto, tão logo o homem pecou e caiu do
seu lugar de autoridade real, o plano de redenção de Deus foi colocado em ação.
a. O Plano de Redenção Revelado. É
interessante que este plano tenha sido primeiramente revelado ao próprio Satanás
após a queda. Pela narrativa, parece que
Adão e Eva também estavam presentes. A
palavra do Senhor, no entanto, foi falada
diretamente à serpente:
“E o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita és, mais do que
todos os outros animais... De agora em diante tu e a mulher serão inimigos. Isto também se aplicará a toda a tua semente (descendência) e à Semente dela (Jesus). Ferirás o Seu calcanhar, mas Ele esmagará a
tua cabeça” (Gn 3:14,15 simplificado).
Havia duas promessas principais fei-
794 / SEÇÃO E1
tas por Deus; ambas foram dirigidas a Santanás:
1) Você Ferirá o Calcanhar Dele.
“Você [a serpente] ferirá [a semente da
mulher] o calcanhar dele...”
A “Semente da Mulher” refere-se a Jesus. Deus disse à serpente que ela feriria o
Seu calcanhar (de Jesus), mas que o ferimento, em última análise, não seria fatal.
Isto se refere à morte e ressurreição de Jesus. Satanás – que tomou de Adão o poder
da morte – não poderia reter Jesus na sepultura!
2) Ele Esmagará Sua Cabeça. A Semente (Jesus) esmagaria algum dia a cabeça
da serpente. Isto se refere a um ferimento
fatal, impossível de ser recuperado. A derrota e destruição da serpente seriam finais.
A expressão “esmagará a tua cabeça” é muito importante. A palavra “cabeça” refere-se
ao poder e autoridade para se governar.
A nossa história no Jardim do Éden torna-se agora bem dramática. O Próprio Deus
está dizendo ao diabo que algum dia a Semente da Mulher (Jesus) retomaria das suas
garras o cetro do governo mundial. Através
da morte de Cristo na Cruz, o homem seria
redimido e Satanás seria derrotado e despojado de todo o seu poder.
O domínio seria restaurado à família de
Deus. O Filho de Deus – nascido como Filho do Homem – recuperaria para a humanidade redimida a autoridade para governar
o que havia perdido através do pecado.
O Reino do Céu governará a terra algum
dia através da família de Deus, que é composta de reis e sacerdotes. Jesus, o nosso
Real Irmão Redentor é o “Primogênito”
desta gloriosa família. Através d’Ele temos
uma vitória que durará para sempre.
7. Aceite a Dádiva de Deus
Verdadeiramente, a nossa “redenção” é
uma grande maravilha da graça de Deus. A
dádiva do Filho de Deus revela o Seu grande
amor pelo homem pecaminoso. No entanto, muito embora Deus tenha feito isto tudo
E1.3 – O Plano de Deus Restaurado: Redenção
por nós em Cristo, ainda assim podemos
perder todas essas coisas.
Uma dádiva (ou presente) não tem valor
algum para quem é dada, a menos que seja
aceita. Se alguém nos der um copo de água
fresca, de nada nos servirá se não o bebermos.
Precisamos aceitar a dádiva da graça de
Deus “recebendo” a Jesus Cristo em nossos corações como nosso Senhor e Salvador. Nós também precisamos confessar que
somos pecadores e que precisamos ser salvos da penalidade do nosso pecado. Se perdermos o amor de Deus perderemos a vida
eterna – para sempre!
“Deus demonstrou o Seu grande amor
para conosco da seguinte maneira: Cristo
morreu por nós enquanto ainda éramos
pecadores...
“Assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos pelo Pai, assim também haveremos
de andar em novidade de vida...
“Porque Deus nos deu a vida eterna, e
esta vida está em Seu Filho. Quem tem o
Filho tem a vida, mas quem não tem o Filho
de Deus não tem a vida!...
“Portanto, somente os que recebem ao
Senhor Jesus como seu Salvador recebem o
direito de se tornarem filhos de Deus” (Rm
5:8; 6:4; 1 Jo 5:11,12; Jo 1:12 simplificado).
B. OS DOIS LADOS DA SALVAÇÃO
Imediatamente podemos ver pelo que foi
exposto que há dois lados em nossa salvação: a lado de Deus e o nosso lado. Ele faz
um papel que não podemos fazer. Nós,
porém, temos uma parte a cumprir que Deus
não faz. Podemos rever estes conceitos da
seguinte forma:
1. A Parte de Deus em
Nossa Salvação
Ele nos confronta e nos convence do
nosso pecado. Em outras palavras, Deus
nos confronta com as nossas falhas. Ele
prova que somos culpados e nos mostra a
penalidade que precisamos pagar por nosso pecado – a morte! Ele faz isto através da
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
Sua Palavra e do Seu Espírito. A palavrachave é “culpa”!
Aí então Ele nos revela como podemos ser
“salvos” da penalidade pelos nossos pecados
e como podemos encontrar o nosso lugar em
Sua família. Ele faz isto levando-nos a Jesus –
Seu Filho e nosso Salvador. A Sua morte na
Cruz prova que Deus não é somente santo e
justo, mas também amoroso e misericordioso. A palavra-chave é graça!
2. A Nossa Parte em
Nossa Salvação
Precisamos responder à nossa culpa e à
graça de Deus confessando o nosso pecado
e o Filho de Deus. “Confessar” significa
concordar, dizer a mesma coisa. Precisamos
concordar com Deus que somos pecadores
e que precisamos de um Salvador. A palavra-chave é confessar!
Precisamos então nos arrepender e receber
a Cristo como nosso Salvador. “Arrependerse” significa mudar de idéia. Portanto, escolhemos agora a vontade e o caminho de Deus
para nossa vida, ao invés da nossa própria
vontade e caminho. Fazemos isto, pedindo
que Jesus entre em nosso coração para ser
tanto Salvador como Senhor. Respondemos
ao amor de Deus pela fé em Seu Filho e pela
obediência à Sua Palavra. As palavras-chave
são arrepender-se e receber!
C. OS RESULTADOS DA SALVAÇÃO
Os resultados da nossa salvação são a conversão e a restauração. “Converter” significa
mudar a direção e seguir uma outra. Pela graça
de Deus mudamos a direção do nosso caminho de morte e passamos a seguir o Seu caminho de vida. A palavra-chave é conversão!
Outrora estávamos “alienados” ou separados d’Ele pelo nosso pecado e desobediência. Em Cristo fomos “restaurados” a
comunhão com a amada família real de Deus.
A palavra-chave é restauração!
Sim, precisamos receber a Cristo em
nosso coração como nosso Salvador para
sermos perdoados de nossos pecados – e
SEÇÃO E1 / 795
para termos a vida eterna. Porém, há ainda
mais coisas ligadas à nossa grande salvação.
Não somente os nossos pecados são perdoados em Cristo, mas também recebemos
muitos outros benefícios e bênçãos, os quais
são:
1. Um Novo Espírito
“Colocarei o Meu Espírito dentro de
vocês e farei com que andem em Meus caminhos e guardem as Minhas leis” (Ez
36:27 simplificado).
2. Uma Nova Vida
“Este é o testemunho: Deus nos deu a
vida eterna, e esta vida está em Seu Filho’’
(1 Jo 5:11 simplificado).
3. Um Novo Nome
“E chamar-te-ão por um novo nome,
dado pela boca do Senhor... E em Antioquia
os discípulos foram pela primeira vez chamados de cristãos” (Is 62:2; At 11:26 simplificado).
4. Uma Nova Natureza
“Portanto, se alguém estiver em Cristo
Jesus, esta pessoa é uma nova criação (tem
uma nova natureza). As coisas velhas se
passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co
5:17 simplificado).
5. Um Novo Coração
“Dar-lhes-ei um novo coração e colocarei um novo espírito dentro de vocês”
(Ez 36:26 simplificado).
6. Uma Nova Mente
“E sejam renovados no espírito de suas
mentes; revistam-se do novo homem [natureza] que é santo e reto como Deus... Pois
temos a mente de Cristo” (Ef 4:23,24; 1 Co
2:16 simplificado).
7. Uma Nova Autoridade
“E Eu (Jesus) lhes dei autoridade sobre
todo o poder do inimigo... Resistam ao dia-
796 / SEÇÃO E1
bo e ele fugirá de vocês “ (Lc 10:19; Tg 4:7
simplificado).
8. Uma Nova Família
“A todos os que O receberam, Jesus lhes
deu o direito de se tornarem filhos de Deus”
(Jo 1:12 simplificado).
9. Um Novo Destino
“Vocês são uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa – o povo especial
de Deus. Sim, Ele os chamou das trevas para
a Sua maravilhosa luz. Portanto, vocês devem declarar e demonstrar (mostrar e proclamar) o Seu louvor e glória – agora e para
sempre!” (1 Pe 2:9 simplificado).
Verdadeiramente, como cristãos, fomos
redimidos e restaurados. Fomos comprados e restaurados à amada família real do
Pai. O plano de Deus para os tempos não
mudou. Através do Seu Filho Jesus, Ele perdoou os nossos pecados e nos restabeleceu
a uma posição de poder e autoridade.
A primeira família fracassou no cumprimento do seu chamado divino.
Devido à vitória de Cristo sobre Satanás
na Cruz, a “nova família” de Deus será bemsucedida. Esta é a nossa gloriosa esperança; este é o nosso destino divino – como
filhos e filhas do Deus Altíssimo!
D. UM PADRÃO COM
TRÊS ASPECTOS
Ao revermos o “Fundamento da Igreja”,
podemos verificar um padrão com três aspectos:
1. Deus age;
2. Satanás reage, e então
3. Deus Se opõe.
A concretização da vontade de Deus começa com a Sua palavra, a qual é seguida
por uma ação. A Sua palavra funciona! Ele
fala e as coisas se concretizam! Com a Sua
palavra segue-se o poder do Seu Espírito,
e assim o Seu propósito divino é executado. Vemos isto na narrativa da Criação: “E
disse Deus: haja luz. E houve luz’’ (Gn
E1.3 – O Plano de Deus Restaurado: Redenção
1:3). Ele falou e a Sua ordem se concretizou!
Aí então Satanás “reage” à palavra e à
obra de Deus. Ele tenta estragar o propósito de Deus negando a Sua palavra e opondo-se à Sua obra. Ele se opõe à “ação” de
Deus com a sua própria “reação”. Se a história terminasse aqui, Satanás venceria essa
guerra de palavras e obras. Os seus propósitos malignos prevaleceriam e a vontade de
Deus não seria feita. Mas esse não é o fim
da história, pois em seguida Deus Se opõe.
Deus sempre tem a última palavra e a
ação final. No final o mal será vencido pela
Sua boa vontade e propósito. Isto, porém,
leva tempo e é um processo. Deus escolheu
falar e concretizar a Sua vontade através do
Seu Filho e de Sua família.
Como já vimos anteriormente, encontramos o nosso lugar na família de Deus através do Seu Filho. Quando isso acontece, o
poder do Espírito de Cristo fala e age através de nós. A família real de Deus em Cristo
Jesus governará algum dia toda a Criação.
Essa é a vontade de Deus desde o início de
tudo – e haverá de ser cumprida! Essa é a
nossa esperança; esse é o nosso destino!
E. DEFINIÇÃO DOS TERMOS
Esse padrão com três aspectos que citamos acima encontra-se em forma de esboço
a seguir. Definiremos cada um dos termos, a
seguir.
DEUS
SATANÁS DEUS
AGE
REAGE
SE OPÕE
________________________________
Cria
Planeja
Gera
Forma
Cobre
Concilia
Arruína
Destrói
Degenera
Deforma
Descobre
Aliena
Redime
Restaura
Regenera
Reforma
Recupera
Reconcilia
1. Redenção
“Redimir” significa comprar e trazer de
volta algo que havia se perdido ou havia
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
sido usurpado por outrem. O propósito de
Deus para o homem na Criação foi estragado ou arruinado quando o homem desobedeceu a Sua palavra. Através do seu pecado, ele se submeteu ao controle do diabo
e tornou-se seu escravo. O preço da redenção do homem foi a vida do Filho de Deus.
Pelo sangue de Jesus fomos “redimidos” do
poder do diabo.
2. Restauração
“Restaurar” significa restabelecer algo à
sua posição ou condição original (inicial)
depois de haver sido demolido ou desarraigado.
O homem caiu da sua posição de governo e de reino, e perdeu a imagem e semelhança de Deus quando desobedeceu. O santo propósito de Deus para a humanidade
foi destruído pelo diabo quando Adão e Eva
pecaram. Através de Jesus, Deus providenciou uma maneira de restaurar o homem ao
seu lugar legítimo de honra e autoridade.
3. Regeneração
“Regenerar” significa reviver algo que já
morreu. Ao pecar, o homem perdeu a sua
vida com Deus. Na Cruz, Cristo nos salvou
do poder de Satanás, do pecado, e da morte.
Quando recebemos a Cristo em nossa vida,
recebemos os benefícios da Sua morte e ressurreição. Ele morreu por nós para que pudéssemos ser vivificados n’Ele. Ele é a
nossa vida – agora e para sempre!
4. Reforma
“Reformar” significa restabelecer algo à
sua forma ou aparência original após ter sido
estragado, arruinado ou danificado. O homem foi criado segundo a bela imagem de
Deus. O pecado estragou a beleza desse quadro, o qual nunca conseguiu desenvolver-se
de acordo com o que Deus planejara.
No entanto, pelo poder do Espírito de
Cristo em nosso coração, podemos uma vez
mais crescer em Sua glória e graça. As falhas
e defeitos do pecado foram removidos. A
SEÇÃO E1 / 797
linda imagem de Jesus resplandece uma vez
mais com uma beleza ainda maior e mais
fulgurante.
5. Recuperação
“Recuperar” significa recobrar algo que
havia se perdido. Fomos criados para estar
sob ou “cobertos” pela luz, amor, e autoridade de Deus. Ao pecar, o homem saiu dessa cobertura e mergulhou nas trevas. Ao fazer isso, ele se expôs a ira e ao julgamento
de Deus contra o pecado.
Quando Jesus derramou o Seu sangue e
morreu por nós, a penalidade pelos nossos
pecados foi paga. Ele morreu para que os
nossos pecados pudessem ser cobertos pelo
Seu sangue. Quando pela fé nos submetemos a Cristo como nosso Salvador, recuperamos a nossa cobertura de luz, amor e autoridade de Deus.
6. Reconciliação
“Reconciliar” significa restabelecer alguém a um relacionamento de amizade. Deus
criou o homem para ter comunhão com ele.
Semelhantemente a Abraão, devemos ser
“amigos” de Deus. O pecado quebrou esta
amizade e tornamo-nos Seus inimigos. O
antigo relacionamento de amor se perdeu.
Deus ainda nos amava, porém escolhemos
não amá-Lo nem obedecê-Lo. Nós O expulsamos de nossa vida.
“Conciliar” significa fazer um amigo.
Quando Deus criou o homem, Ele o criou
para ser Seu amigo. “Alienar-se” significa
afastar-se de um amigo. A separação destrói
a amizade. O pecado do homem separou-o
da comunhão com Deus. Em Sua graça, Deus
– através da morte do Seu Filho – nos reconciliou Consigo. A comunhão foi restaurada!
Sim, o Reino de Deus há de vir! A Sua
vontade será feita – assim na terra como no
Céu. E virá e será feita através do próprio
povo de Deus, o qual é um povo especial –
um povo que foi redimido, restaurado, regenerado, reformado, recuperado e reconci-
798 / SEÇÃO E1
liado. Esta é a Sua palavra. E Ele sempre
tem a última palavra, a palavra final!
F. CONCEITOS IMPORTANTES
SOBRE A SALVAÇÃO
O “Fundamento da Igreja” assenta-se firmemente sobre o nosso grande Salvador,
Jesus! Há vários outros termos referentes à
salvação que foram usados neste artigo.
Devido à sua importância, seria bom citálos e defini-los agora.
1. Salvação
Refere-se à obra da graça de Deus em
Cristo pela qual somos:
a. Salvos “da” penalidade, poder e futura presença do pecado.
b. Salvos “para” o propósito de Deus
e estabelecidos em Sua família, onde expressamos a semelhança do Seu Filho.
Ao morrer na Cruz pelos nossos pecados, Cristo tornou-Se o nosso Salvador. Ele
morreu em nosso lugar e pagou o preço (penalidade) pelo nosso pecado. Quando o
recebemos pela fé como nosso Salvador,
recebemos também o poder da Sua vida
ressurreta. À medida que essa nova vida
flui para o nosso interior, ela traz consigo
uma integridade (cura) para o nosso espírito, alma e corpo.
“Ser salvo” significa ser perdoado, curado, liberto, completado e restaurado. Ficamos sãos, salvos e libertos. Ficamos livres
para nos tornarmos tudo quanto Deus nos
chamou para sermos.
2. Regeneração
O termo “gerar” significa criar ou produzir vida. Regeneração, como já aprendemos, refere-se à volta ou restauração da vida
após a morte.
Estamos “mortos” em nossos pecados.
Assim sendo, precisamos receber uma “nova
injeção” de vida espiritual (nascer de novo)
para sermos reintegrados na família de Deus.
Há somente uma forma pela qual podemos nascer numa família da terra, ou seja,
E1.3 – O Plano de Deus Restaurado: Redenção
pela transmissão ou “injeção” de vida natural. Isto ocorre através do processo da reprodução biológica. Os embriões formam a
vida que é necessária para se produzir um
novo bebezinho – menino ou menina.
O mesmo se aplica com relação ao “nascermos” na família de Deus. É preciso que
haja uma “injeção “ de vida espiritual – uma
semente divina. Esta “Semente de Vida’’ é
uma Pessoa – e esta Pessoa é Jesus. Quando recebemos a Cristo em nosso coração,
Ele é a Vida que nos gera na santa família
de Deus. Portanto, todos os cristãos têm
dois nascimentos: um nascimento natural e
um nascimento espiritual. É isto o que significa “nascer de novo”.
3. Expiação
A palavra “expiar” significa “remir a culpa e re-harmonizar-se com alguém”.
Ela retrata o acordo e a paz resultantes
da correção das transgressões.
O pecado é uma transgressão contra
Deus. Portanto, ele nos separa ou nos “aliena” de Deus. Precisamos ser “reconciliados” ou reintegrados à comunhão com Ele.
A única maneira pela qual os resultados
do pecado podem ser totalmente anulados é
através da justificação (considerar o pecador
como sendo reto). A justificação não é o ato
(como supõem alguns) de se fazer vista grossa
ao pecado ou de se ignorar cegamente as
transgressões. Um Deus santo e justo não
pode fazer vista grossa ao pecado.
O pecado somente poderá ser cancelado, coberto ou posto de lado se a penalidade pelo pecado tiver sido paga. Somente
assim a justiça poderá ser satisfeita e o pecado ser removido. Quando a penalidade
pela transgressão for, portanto, totalmente
paga, aí então é que a comunhão poderá ser
restaurada.
A penalidade pelo pecado é a morte. Jesus, em Sua graça e misericórdia, pagou a
penalidade em nosso lugar ao morrer na Cruz
pelos nossos pecados. Desta maneira, podemos dizer que o Seu sangue cobriu e can-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
SEÇÃO E1 / 799
celou o nosso pecado (“Cancelar” significa
tornar inteiramente sem efeito). A expiação
é portanto uma obra de Deus – através da
morte de Cristo – pela qual a nossa comunhão é restaurada. Entramos uma vez mais
em harmonia com Deus.
nova natureza – uma nova fonte de força
interior – pela qual podemos agora começar
a viver uma vida “reta”. A nossa “antiga
natureza” morreu com Jesus na Cruz, o que
nos dá o direito e a liberdade de expressarmos a nossa “nova natureza’’.
4. Retidão
Refere-se ao santo caráter de Deus. Ele
é sempre “reto” em pensamentos, palavras
e obras – em Suas atitudes e em Suas ações.
Ele é reto, bom e veraz, sob todas as formas
e em todas as coisas.
Este é o “reto” padrão da Lei. Tudo o
que não é reto é iníquo, maligno, e errado –
em suma, é pecaminoso. Por esta razão, o
homem pecaminoso nunca poderia estar
diante de um Deus santo. A retidão e a iniqüidade são eternas inimigas. Não há nenhuma base para algo de comum entre elas.
Por este motivo, Deus enviou o Seu Filho para “expiar” os nossos pecados. Quando aceitamos a Cristo em nosso coração
como nosso Salvador, os nossos pecados
são cobertos e cancelados. Deus não mais
nos vê em nossos pecados, e sim na retidão
do Seu Filho. Ele não somente está em nós,
mas nós também estamos n’Ele.
Isto se denomina retidão “atribuída”. A
palavra “atribuir” é um termo legal. Significa
que algo foi depositado em nosso favor por
uma outra pessoa. O que é dela agora também nos pertence. A sua posição e as suas
posses tornam-se a nossa posição e as nossas posses. É uma conta conjunta. A retidão
de Jesus torna-se a nossa retidão. A posição
de Jesus a destra de Deus torna-se a nossa
posição (Ef 1:20-22; 2:4,5).
Além da retidão “atribuída”, que é a nossa
posição legal, há uma retidão “conferida”.
“Conferir” significa outorgar algo. Quando nos
tornamos cristãos, algo é “outorgado” em
nossas vidas. Não somente estamos “em Cristo” no sentido legal, mas também Cristo está
“em nós” num sentido pessoal e prático.
Ao recebermos a Jesus, recebemos também a Sua natureza santa e reta. Temos uma
5. Justificação
“Justificar” significa acertar as coisas diante da lei e, portanto, libertar da culpa e da
condenação.
“Condenar” significa julgar alguém culpado diante da lei. O pecado é a quebra das
leis de Deus. Portanto, todos os pecadores
são culpados diante de Deus. A penalidade
para o nosso pecado é a morte. As exigências da lei não podem ser satisfeitas sem
que a penalidade pelo pecado seja paga. A
“justiça” não pode fazer vista grossa ao
pecado como se ele não tivesse acontecido.
No plano de redenção de Deus, a misericórdia e a justiça poderiam dar as mãos somente de uma maneira, que é a seguinte: o
Juiz (Deus), não somente pronuncia a sentença, mas também paga, Ele Próprio, a penalidade (a morte de Cristo). O indivíduo
culpado agora fica “justificado” diante da lei.
O pecador pode agora ser liberto porque
o seu Juiz foi não somente justo (o que Lhe
exigiu a aplicação da penalidade da lei), mas
também cheio de misericórdia (uma vez que
Ele pagou a penalidade que a Sua justiça
exigia que Ele impusesse sobre o pecador).
Foi isso o que Deus fez por nós através
da morte de Cristo na Cruz. O pecado foi
julgado. A penalidade foi paga, e nós fomos
perdoados e libertos! Fomos assim justificados!
Capítulo 4
A Nossa Grande Salvação
Introdução
“Como escaparemos se negligenciarmos a nossa grande salvação?” (Hb 2:3
simplificado).
800 / SEÇÃO E1
Se você não estiver interessado em sua
grande salvação, os profetas e anjos estão.
Os profetas do Antigo Testamento estavam muito interessados no grande plano de
salvação de Deus. Ansiavam em conhecer
os detalhes do plano de Deus, o qual seria
restaurado através da morte, sepultamento,
e ressurreição de Cristo – através da Sua
vitória sobre o pecado, Satanás, e a sepultura.
Não foram somente os profetas, no entanto, que ansiavam em conhecer o que agora nos é revelado – os próprios anjos ansiavam fervorosamente por compreender e
participar do grande plano que era somente
para você!
Mas este plano não era para os profetas
do Antigo Testamento – Deus não incluiu
nele nem mesmo os anjos – Ele o reservou
todinho para você!
Pedro expressa esse pensamento com as
seguintes palavras:
“Os profetas inquiriram cuidadosamente e tentaram aprender mais sobre esta grande salvação. O Espírito de Cristo estava
nestes profetas, e Ele lhes falava sobre as
coisas que Cristo sofreria – e a glória que
se seguiria.
“Eles queriam saber o tempo e para
quem seriam estas coisas. Aí então foilhes mostrado que a revelação não seria
cumprida em seus dias. Estavam, no entanto, falando da graça que viria para
nos.
“Sim, era para nós e para a nossa época. Recebemos as boas-novas da salvação
através de pregadores que se moveram
através deste mesmo Espírito Santo – enviado do Céu. Esta salvação é tão maravilhosa e grandiosa que os próprios anjos
anelam em saber mais a respeito dela!” (1
Pe 1:10-12 simplificado).
Os profetas do Antigo Testamento teriam dado tudo para conhecer o que a Bíblia nos diz sobre este fantástico e tremendo plano que Deus tem para você!
Contudo, se não soubermos quais as
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
grandes riquezas que temos em nossa salvação, esta falta de entendimento nos deixará num lugar de escravidão e pobreza espiritual.
Para que isto não acontecesse, o Pai nos
enviou o Seu Próprio Espírito Santo para
nos ensinar quem somos – e o que o Pai
nos deu e planejou para nós – no Senhor
Jesus.
O Apóstolo Paulo disse: “...recebemos o
Espírito de Deus para que pudéssemos conhecer e compreender o que Ele nos deu
gratuitamente” (1 Co 2:12 simplificado).
Muitos cristãos estão orando e fervorosamente pedindo coisas que Deus já lhes
deu. Fiz isto durante muitos anos. Quando
você ora pelo que já foi dado, você desperdiça o seu tempo e o tempo de Deus.
O Espírito Santo lhe foi dado para que
você saiba as coisas que Deus já lhe deu em
nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
Assim sendo, estudemos cuidadosamente o importante papel que a nossa salvação
tem no grande plano de Deus de todas as
eras!
A. A CONDIÇÃO DE PECADO
O primeiro problema que “A Nossa
Grande Salvação” precisa resolver é a
questão do pecado. É o nosso pecado que
nos separa da santa vontade de Deus e do
Seu propósito para a nossa vida.
Precisamos compreender porque somos
pecadores e porque pecamos se quisermos
compreender a grandeza da nossa salvação.
Isto levanta então duas importantes questões:
• Será que somos pecadores porque
pecamos?
• Ou será que pecamos porque somos pecadores?
Há séculos os teólogos e os estudiosos
das Escrituras vem debatendo estas questões.
A maioria das pessoas hesitam em responder porque elas próprias não têm certeza. Contudo, algo tão importante assim
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
deveria ser claramente respondido na Bíblia.
1. O Pecado Entrou no Mundo
Através de um Só Homem
A chave para compreendermos a relação
entre o pecado e o pecador pode ser encontrada em Romanos, Capitulo 5. Paulo está falando sobre a origem do pecado e como ele afeta
a cada um de nós. Ouça as suas palavras:
“O pecado entrou no mundo (na raça
humana) por um só homem – Adão. O resultado do pecado foi a morte. Portanto, a
morte se espalhou a todos os homens porque (em Adão) todos pecaram” (Rm 5:12
simplificado).
A palavra “mundo” é a mesma palavra
encontrada em João 3:16: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira...” Ela vem
da palavra grega “kosmos” e refere-se à raça
humana. Paulo está dizendo que, como cabeça da raça humana, Adão contaminou
toda a humanidade através do seu próprio
pecado. O resultado desta incrível contaminação pelo pecado foi a morte – tanto espiritual quanto física.
Paulo explica esta verdade da seguinte
forma. Entre a época de Adão e de Moisés,
ninguém foi julgado como culpado por seus
pecados, pois a lei ainda não havia sido dada.
Contudo, morriam assim mesmo. A morte
dessas pessoas, portanto, não poderia ser
devida diretamente aos seus pecados, uma
vez que não havia nenhuma lei que decretasse este julgamento.
Assim sendo, concluiu Paulo, a razão da
morte dessas pessoas só pode ser devida ao
pecado de Adão. Estávamos “em Adão”
quando ele desobedeceu a Deus. Portanto,
sofremos a penalidade desse pecado porque somos membros da raça adâmica.
Eis a história nas próprias palavras de
Paulo: “O pecado estava no mundo antes
que a lei de Moisés fosse dada. No entanto,
ninguém é condenado sem a lei. Apesar disto, os homens morreram nesta época, muito
embora nenhum deles houvesse pecado da
SEÇÃO E1 / 801
mesma forma que Adão pecou... O pecado
de um só homem (Adão) fez com que a morte dominasse através dele a toda a humanidade... Pelo fato de um só homem ter desobedecido a Deus, muitos foram feitos pecadores...” (Rm 5:13,14,17,19 simplificado).
a. Uma Doença Assassina. Um exemplo ajudará a nossa compreensão. Há uma
terrível doença incurável que está se espalhando rapidamente através da África e das
nações ocidentais chamada AIDS. Os médicos a denominam “Acquired Immune
Deficiency Syndrome” (Síndrome Adquirida de Deficiência de Imunização).
Como você sabe, os cortes e contusões
que rompem a pele causam a infiltração de
bactérias em seu sangue e carne que podem
originar terríveis infecções e enfermidades.
Geralmente, o seu corpo consegue resistir às enfermidades e infecções que entram
nele como conseqüência das bactérias. Isto
se deve ao fato de você possuir um sistema
de imunização.
No entanto, se você tiver AIDS, o sistema de imunização do seu corpo não funcionará mais – e numa questão de meses, terríveis furúnculos, feridas, e infecções penetrarão em todas as partes do seu corpo e,
dentro de um ou dois anos, você morrerá.
Mas qual é a pior coisa com relação a
AIDS? Se os seus pais a tiverem, você será
contaminado no útero da sua mãe. Você nascerá com ela – e devido a isto você morrerá
também, num curto período de tempo.
O pecado é semelhante a isto! O primeiro homem a viver – o nosso ancestral Adão
– pecou. O seu pecado contaminou não somente a si próprio mas também todos os
seus descendentes. Você e eu nascemos contaminados pelo pecado – e morreremos, física e espiritualmente, se alguém não nos
salvar milagrosamente.
2. Em Adão Todos Pecam
e Todos Morrem
A verdade é bem clara, todos nascemos
pecadores devido ao pecado de Adão. Inde-
802 / SEÇÃO E1
pendentemente de qualquer ato pecaminoso
da nossa parte, somos herdeiros do pecado
de Adão – e da sua natureza pecaminosa.
Até mesmo se nunca tivéssemos pecado
– nem mesmo uma só vez – ainda assim
seríamos pecadores. Pela ofensa de um só
homem, o julgamento veio sobre todos. “A
morte veio através de um só homem... Por
que em Adão todos morrem...” (1 Co
15:21,22 simplificado).
Em Adão todos pecamos, e em Adão
todos morremos. Este conceito ou idéia de
estarmos em Adão é um conceito importante, que precisamos compreender.
Como veremos nos capítulos posteriores, esse mesmo raciocínio se aplica ao nosso relacionamento de estarmos “em Cristo”, e esta será uma das verdades pelas quais
poderemos compreender muito melhor a
nossa grande salvação.
a. Um exemplo da Natureza. Esse
conceito de estarmos “num outro” também pode ser visto num exemplo da natureza. Ao tentarmos produzir uma melhor variedade de arroz, os cientistas da agricultura
expõem as sementes de arroz a raios de alta
energia. Esta radiação é capaz de transformar a constituição genética da semente.
Através desta radiação de alta energia, a
natureza da semente de arroz é transformada. A maneira pela qual ela cresce e sobrevive é alterada.
A maioria das transformações nos genes
(ou material hereditário) por radiação são
maléficas, mas as vezes, as transformações
produzem melhorias. As mudanças provenientes das radiações somente podem ser
conhecidas plantando-se a semente – e observando-se como é a colheita que ela produz.
Uma semente de arroz produz um talo
com muitas sementes. Cada uma destas
novas sementes da planta apresenta estas
transformações genéticas – quer sejam melhores ou piores. O mesmo acontece também com todas as gerações subseqüentes
destes grãos de arroz.
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
À medida em que as sementes são plantadas vez após vez, é possível que surja em
alguns anos uma grande colheita de arroz.
Cada planta terá as mesmas características
e a mesma qualidade que as que foram “fixadas” naquela primeira semente irradiada.
Se as transformações genéticas foram de
melhorias, de onde veio então esta grande
colheita de arroz com qualidade superior?
Daquela primeira semente! Muitos alqueires deste arroz melhorado estavam todos
“naquela única semente”.
A mesma coisa acontece se a transformação genética foi para o pior. Naquela
única semente ruim encontram-se muitos alqueires de arroz de qualidade inferior.
Os resultados da radiação serão transmitidos a todas as gerações subseqüentes.
Nenhuma radiação adicional é necessária para se transmitir os resultados prejudiciais que foram produzidos na primeira semente. A natureza do arroz foi transformada para todas as gerações futuras!
b. Nos Lombos de Adão. Agora podemos compreender melhor o que Paulo quis
dizer ao afirmar que “em Adão” todos pecamos. Quando Adão pecou, estávamos nos
lombos (corpo) de Adão. A semente de humanidade de onde você e eu viemos estava
em Adão desde o inicio. O que aconteceu
então a você e a mim quando Adão pecou?
Tornamo-nos pecadores! “Pela ofensa de
um só homem, o julgamento veio sobre todos” (Rm 5:18).
Davi tinha plena consciência desta verdade. Ele afirmou claramente este conceito
num dos seus Salmos: “Certamente eu era
pecaminoso quando do meu nascimento;
pecaminoso desde o tempo em que minha
mãe me concebeu” (Sl 51:5).
Davi estava confessando que havia nascido pecador. Ele havia sido feito pecador
(como todo outro ser humano) em Adão.
Ele sabia que precisava de um coração puro
e de um novo espírito, não somente por
causa dos seus pecados, mas também por
causa da sua natureza pecaminosa inata.
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
Sim, nascemos pecadores porque estávamos em Adão. Pecamos porque temos
uma natureza pecaminosa. Isto se torna evidente muito cedo em nossa vida.
Nós que somos pais já vimos isto em
nossos próprios filhos. Não foi necessário
que os ensinássemos a pecar. Eles simplesmente aprenderam naturalmente de seus pais.
Aprenderam rapidamente como satisfazer
suas próprias vontades e maneiras de ser.
Sempre que as suas vontades não eram
satisfeitas, suas pequeninas naturezas pecaminosas ficavam cada vez mais ruidosas
e fortes. Aquele traço de pecado parecia
crescer mais rapidamente do que eles próprios.
Qual era a razão para isto? Porque todos
puxamos ao nosso ancestral Adão. “Quando ele pecou, muitos foram feitos pecadores” (Rm 5:19). Todos estávamos em Adão
desde o início.
3. Pecadores de Nascença
É verdade também que você é pecador
porque peca. Sim, todos nascemos pecadores. No entanto, validamos isto pelos nossos muitos e repetitivos atos pecaminosos.
Paulo nos diz bem claramente que não há
“nenhum justo, nenhum sequer... Todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus” (Rm 3:10,23).
Portanto, se nos perguntassem: “Pecamos porque somos pecadores?” teríamos
que responder “Sim”. Se também nos perguntassem: “Somos pecadores porque pecamos?”, teríamos que responder “Sim” novamente. Ambas as respostas são corretas.
Não são duas afirmações do tipo “ou esta
ou aquela”.
Nascemos pecadores, e todos provamos
este fato pelos nossos muitos pecados. Portanto, fomos julgados como pecadores de
acordo com estes dois históricos – de acordo
com o nosso ancestral pecaminoso (Adão) e
de acordo com as nossas ações pecaminosas. São os dois lados da mesma moeda.
Sim, todos somos pecadores de nascen-
SEÇÃO E1 / 803
ça. No entanto, muitas pessoas religiosas
ainda não enxergam a necessidade de serem
salvas. Não se consideram pecadoras.
Vivem uma vida boa e honesta. Freqüentam uma igreja ou vão a um templo pagão
regularmente e o sustentam com suas finanças. Pagam suas contas, não bebem, e não
falam palavrões. Tentam guardar os Dez
Mandamentos, e crêem que irão para o Céu
– através de suas próprias obras de retidão.
Este é um erro trágico, pois estão errados, tremendamente errados! Todos somos
pecadores – duas vezes – por nascimento e
por nossas obras. É um fato da história, é
um fato da vida. Não há nada em nós mesmos que possamos fazer a respeito. Nenhuma quantidade de boas obras transformará a
nossa natureza pecaminosa, nem cancelará a
penalidade pelos nossos pecados.
As Escrituras dizem que, na melhor das
hipóteses, “as nossas justiças (retidão) são
como trapo de imundícia” (Is 64:6 simplificado). Não podemos ter a esperança de
cobrirmos os nossos pecados através de
nossas “boas obras”.
À luz resplandecente da santidade de
Deus, podemos somente ser vistos como
pecadores, como de fato somos. A nossa
esperança nunca pode estar ancorada em
nossa bondade – somente na graça de Deus.
Precisamos compreender que estamos com
uma doença fatal devido ao pecado de Adão
e aos nossos próprios pecados antes de podermos receber a Sua cura.
B. A PENALIDADE PELO PECADO
Já vimos que a condição de pecado é
“universal”. Com isto queremos dizer que
“todas as pessoas, em toda parte” são pecadoras. Além disso, a penalidade pelo pecado é universal. Todos estão condenados a
morrer devido a seus pecados. “Todos pecaram... e o salário (penalidade) do pecado é a
morte” (Rm 3:23; 6:23 simplificado).
1. Na Lista da Morte
A Bíblia descreve todos os seres huma-
804 / SEÇÃO E1
nos como estando na “lista dos condenados
a morte” – sob sentença de morte. Independentemente da graça de Deus, ninguém é
isentado. Todos enfrentamos o mesmo destino sombrio – a morte!
Desde o inicio, a sentença pelo pecado
tem sido a mesma. Deus, veemente e claramente, admoestou a Adão e Eva que a desobediência significava a morte.
“Não podeis comer da árvore... pois
quando dela comerdes, certamente morrereis” (Gn 2:17).
O profeta Ezequiel confirma a penalidade de morte pelo pecado nas seguintes palavras, simples, porém muito fortes: “A
alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:4,20
simplificado).
Nada poderia ser mais certo. O salário,
ou resultado, do pecado é a morte. Pela
nossa natureza e por nossas ações somos
pecadores. Escolhemos seguir o nosso próprio caminho, ao invés de seguirmos o caminho de Deus. “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho...” (Is 53:6).
Quais são os resultados de termos tudo
de acordo com as nossas próprias vontades
e de seguirmos os nossos próprios caminhos? “Há caminho que ao homem parece
direito, mas o fim dele são os caminhos da
morte” (Pv 14:12).
O caminho do homem é uma rua sem
saída! Não podia na verdade ser diferente,
pois Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (Jo 14:6).
A vontade e o caminho do Pai para a
vida centralizam-se em Seu Filho. Qualquer
outro caminho leva à morte. Quando escolhemos desobedecer a Deus e seguir o nosso próprio caminho, isto nos leva somente
numa direção: para baixo, em direção à destruição.
Uma definição do pecado é a seguinte: a
oposição à vontade e o caminho de Deus
com a nossa própria vontade e caminho.
Por sua própria natureza, a desobediência
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
pode somente nos levar à morte. É por isto
que todos os pecadores estão condenados à
morte. Todos escolhemos voluntariamente
a estrada errada.
Começou “em Adão” quando ele escolheu desobedecer a Deus. Não somente fomos vítimas dessa escolha, mas também a
nutrimos com nossos próprios atos de desobediência. Independentemente de Deus e
da Sua graça, estamos neste mundo sem esperança. A morte é o nosso destino!
C. A PROVISÃO DE DEUS
PARA O PECADOR
Todo pecador neste mundo não tem a
Deus e não tem nenhuma esperança. É de
fato uma escura noite de desespero. Contra
este negro pano de fundo, no entanto, brilha a resplandecente luz do amor de Deus.
A Bíblia nos diz que “onde há muito pecado, há muito mais ainda da graça de Deus”
(Rm 5:20 simplificado).
Podemos ser realmente agradecidos por
haver uma segunda parte no versículo que
declara: “...o salário do pecado é a morte...” Ela continua para nos trazer uma mensagem de esperança e amor: “... mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo
Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23).
1. A Vida Eterna: a Dádiva
do Amor de Deus
Somos informados sobre esta grande dádiva do amor de Deus numa passagem muito familiar do Evangelho de João:
“Porque Deus amou o mundo [de pecadores] de tal maneira que deu o Seu Filho
Unigênito, para que todo aquele que n’Ele
crê não pereça [morra], mas tenha a vida
eterna” (Jo 3:16).
a. Definição de Uma Dádiva. A definição legal de uma dádiva envolve três partes necessárias. Estes elementos são os seguintes:
1) Uma oferta;
2) Uma aceitação;
3) Sem pagamentos.
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
Uma dádiva é algo que foi oferecido gratuitamente e que foi aceito sem nenhum pensamento de pagamento.
b. Deus Fez a Sua Oferta. Deus fez a
Sua oferta quando deu o Seu Filho. No entanto, a Sua oferta não é legalmente uma
dádiva até que seja aceita.
Vocês se lembram que “Jesus veio aos
que eram Seus, mas os Seus não O receberam” (Jo 1:11). Pelo fato de os judeus que
viviam na época de Jesus não O terem
aceitado, não receberam os benefícios e
bênçãos da oferta de Deus. “Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o direito de
serem feitos filhos de Deus...” (Jo 1:12).
c. Salvação: Uma Dádiva Oferecida
Gratuitamente. Uma dádiva é algo que é
oferecido gratuitamente. Nenhum pagamento pode estar envolvido, ou a “dádiva” torna-se uma “aquisição”, algo que foi comprado.
O dom da salvação de Deus foi dado
gratuitamente. Ele não nos oferece algo que
temos de comprar – Ele nos oferece uma
dádiva.
“Todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus. Porém, qualquer pessoa
pode ser justificada ou reconciliada com
Deus através do dom gratuito da Sua graça... através de Jesus Cristo” (Rm 3:23,24
simplificado).
Algumas pessoas não compreendem totalmente que o dom da salvação de Deus foi
dado gratuitamente. Tentam, portanto, transformar o dom numa aquisição, tentando receber a graça de Deus pelo seu próprio merecimento.
No sudeste asiático, há um grupo de pessoas que tem se esforçado de uma maneira
extremamente trágica. São chamadas de
“flagelistas”. Na Sexta-Feira da Paixão (antes da Páscoa), dão chicotadas em suas costas até ficarem ensangüentadas. Alguns chegam a ponto de introduzirem pregos em suas
mãos numa cruz.
Por que as pessoas fazem essas coisas
terríveis em nome do cristianismo? É por-
SEÇÃO E1 / 805
que não compreendem que a sua salvação é
uma dádiva. A vida eterna é uma dádiva de
Deus.
Não há nada que possamos fazer para
merecermos ou adquirirmos a graça de Deus.
Somos salvos pela graça, e não pelas “obras”.
Caso contrário, poderíamos nos gabar de
nossos esforços (Ef 2:8,9).
A nossa salvação foi “totalmente paga”
no Calvário. Quando Jesus estava morrendo naquela Cruz, Ele disse: “Está consumado”. (Jo 19:30).
A nossa fé, portanto, fundamenta-se totalmente na obra consumada de Cristo na
Cruz.
É verdade que estas pessoas do sudeste
asiático são sinceras. Conversei com várias
delas. No entanto, são ignorantes. Não sabem, nem compreendem a grandeza da salvação de Deus.
Estão buscando a salvação, porém estão
fazendo as coisas à sua própria maneira.
São de fato muito zelosas, mas o zelo e a
sinceridade não nos salvam. Podemos ser
sinceros e estarmos enganados ao mesmo
tempo – terrivelmente enganados.
Paulo cita este zelo religioso em sua carta aos romanos:
“Conheço o zelo que eles tem por Deus,
porém isto não se baseia no conhecimento.
Eram ignorantes e não conheciam a justiça
que vem de Deus. Tentaram justificar-se
diante de Deus da sua própria maneira.
Não quiseram aceitar a maneira de Deus
de serem justificados, crendo em Cristo”
(Rm 10:2-4 simplificado).
O que podemos concluir? Será que estas
pessoas são sinceras? Sim. Zelosas? Sim.
Enganadas? Sim. Perdidas? Sim – através
da ignorância!
Não há nenhuma maneira pela qual possamos ser justificados diante de Deus através dos nossos próprios esforços ou obras.
Este não é o caminho de Deus para a vida
eterna.
A salvação é uma dádiva, e não uma
aquisição. Não pode ser comprada por ne-
806 / SEÇÃO E1
nhuma coisa que possamos fazer. A obra da
salvação já foi feita por Cristo na Cruz. A
nossa parte é recebermos o presente que
nos foi tão graciosamente dado. Não há
nenhuma outra maneira.
Muitas pessoas já aceitaram a Cristo
como seu Salvador e têm a vida eterna. Existem alguns, no entanto, que acham que de
alguma maneira precisam acrescentar algo à
obra consumada de Cristo na Cruz. Talvez
não cheguem a agredir seus corpos fisicamente, mas muitas vezes torturam-se de
outras maneiras.
Trabalham arduamente para ganharem a
aprovação de Deus, porém nunca se sentem totalmente aceitos. Estão sempre se esforçando para atingirem objetivos mais elevados, mas fracassam sempre. Aí então, dão
duras chicotadas em si próprios, com sentimentos de culpa e condenação. Sinceros?
Sim. Zelosos? Sim. Enganados? Sim. Perdidos? Bem... não perderam a sua salvação, e
sim a alegria da sua salvação – através da
ignorância!
d. A dádiva Precisa Ser Aceita. Billy
Graham, certa vez, chocou a muitas pessoas, dizendo: “Um dos grandes mistérios
da redenção é o seguinte: muitos homens
maus vão para o Céu, e muitos homens
bons vão para o inferno!”
Por que os homens maus vão para o Céu?
Porque aceitaram a dádiva de Deus da vida
eterna.
1) O Ladrão na Cruz. Vocês se lembram daquele ladrão crucificado ao lado de
Jesus, não é? Pouco antes de morrer, ele
disse: “Lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino!” (Lc 23:42).
Esta simples coração estava imbuída de
fé. Ela continha todos os elementos da fé
salvadora. Quais são eles?
a) Ele acreditou que Jesus era o Rei
(Senhor)
b) Ele acreditou que o Rei teria um
Reino
c) Ele pediu para ser incluso neste
Reino
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
Jesus respondeu: “Hoje estarás Comigo no Paraíso” (Lc 23:43). Jesus aceitou o
ladrão porque ele O aceitou como Senhor e
Rei.
Por que muitos homens bons vão para o
inferno? Porque recusaram a dádiva de Deus
e confiaram em suas próprias “boas obras”.
Jesus expressou esta mesma verdade aos
fariseus (que eram muito religiosos, porém
muito perdidos) da seguinte maneira: “Em
verdade vos digo que os coletores de impostos e as meretrizes entram adiante de
vós no Reino de Deus” (Mt 21:31).
Por que estes pecadores entravam no
Reino, e os fariseus eram deixados de fora?
Os fariseus eram homens muito religiosos –
freqüentavam o Templo, oravam, pagavam
os dízimos, tinham os seus dias de jejum e
de festas, e guardavam o Sábado.
Por que os fariseus iriam para o inferno,
e as meretrizes iriam para o Céu? Porque as
meretrizes recebiam a dádiva de Deus, e os
fariseus não queriam recebê-la. Ao invés,
tentavam assegurar a sua salvação através
de suas próprias obras de retidão. O Caminho Divino para a vida eterna estava bem
diante deles, mas escolheram seguir o seu
próprio caminho.
A pequena frase “submeter-se a retidão
de Deus” encontra-se em algumas versões
de Romanos 10:3. Refere-se à aceitação da
dádiva de Deus da salvação em Cristo Jesus.
Para muitos de nos, é difícil “submetermo-nos” a qualquer coisa. Algo dentro de
nós rebela-se contra qualquer tipo de autoridade – até mesmo a de um Deus sábio e
amoroso.
Ralph Mahoney (fundador do World
MAP – o ministério que fornece O Cajado
do Pastor) recorda-se dos tratamentos de
Deus em sua própria vida, quando ele era um
adolescente orgulhoso: “Fico impressionado por poder ter sido tão cheio do próprio
orgulho e auto-retidão. A coisa mais difícil
para mim foi submeter-me a dádiva da retidão de Deus. Acho que eu queria salvar a
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
mim mesmo e depois gabar-me diante de
Deus de como eu o havia feito!
“O que existe no coração humano que
nos torna tão orgulhosos e teimosos? Preferimos morrer – tentando fazer as coisas
da nossa própria maneira – do que recebermos de Deus o dom gratuito da retidão.
“Teria sido mais fácil para mim atravessar os Estados Unidos de joelhos do que
andar 10 metros em direção a um altar e
humildemente ajoelhar-me para orar em atitude de arrependimento.
“Fico muito contente de que o meu Pai
Celestial tenha sido paciente comigo durante esses primeiros anos da minha vida. Finalmente cheguei ao fim da minha estrada e
busquei a Sua saída. Finalmente, submeti a
minha vida à Sua vontade, e recebi a Sua
dádiva da vida eterna. Jamais me arrependi
de ter feito esta escolha... nenhuma vez sequer!”
D. O CORAÇÃO PATERNAL
DE DEUS
Há uma linda história no Antigo Testamento que ilustra claramente o coração paternal de Deus, repleto de amor.
Nessa história, Deus revela-Se não somente como um Pai-Criador, mas também
como um Pai-Redentor.
O profeta Isaías viu esta revelação dupla do caráter de Deus. “Mas agora, assim
diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te
formou, ó Israel: não temas, porque Eu te
redimi: Chamei-te pelo tem nome, tu és
Meu” (Is 43:1).
O Deus que cria também redime. Comprar o homem e restaurá-lo ao propósito da
família de Deus custou ao Pai a vida do Seu
Único Filho. A Sua vida foi dada – como um
Cordeiro Sacrificial – para nos redimir.
1. Abraão e Isaque: um Quadro
Profético do Amor Redentor
“E aconteceu depois destas coisas, que
tentou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão!
E ele disse: Eis-me aqui. E disse Deus: Toma
SEÇÃO E1 / 807
agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a
quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e
oferece-o ali em holocausto sobre uma das
montanhas, que Eu te direi.
“Então se levantou Abraão pela manhã
de madrugada e albardou o seu jumento, e
tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu a lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que
Deus lhe dissera.
“Ao terceiro dia levantou Abraão os
seus olhos, e viu o lugar de longe. E disse
Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com
o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e
havendo adorado, tornaremos a vós. E tomou Abraão a lenha do holocausto, e pô-la
sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e
o cutelo na sua mão, e foram ambos juntos.
“Então falou Isaque a Abraão seu pai e
disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui
meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o
holocausto?” (Gn 22:1-7).
Neste ponto da história, talvez pudéssemos perguntar o motivo pelo qual Deus
pediria que um homem matasse o seu único
filho. Isaque, que significa “riso”, foi um
“bebê-milagre” quando do seu nascimento.
Tanto Abraão quanto Sara estavam bem além
da idade de ter filhos.
Contudo, Deus havia prometido um filho a Abraão, e Ele havia mantido a Sua
palavra. Abraão havia esperado 25 anos por
aquela promessa e ficou extremamente alegre quando Isaque nasceu. Agora, após aproximadamente 20 anos, Deus diz a Abraão
para matar o seu único filho. Será que Deus
realmente faria uma coisa dessas? E, em caso
afirmativo, por quê?
Há um propósito divino para essa história estar na Bíblia. O seu propósito é revelar-nos uma importante verdade. Essa história deveria ser um quadro profético do
plano de Deus para a redenção. Ele quer
que compreendamos claramente as funções
que o Pai e o Filho precisam assumir na
obtenção da nossa salvação.
808 / SEÇÃO E1
a. Isaque – o Filho Obediente. Sabemos que Isaque, como filho obediente, é um
protótipo do Senhor Jesus. A madeira para
o holocausto foi colocada sobre os ombros
de Isaque enquanto subiam a montanha.
Dois mil anos mais tarde, o Único Filho de
Deus carregaria uma Cruz de madeira sobre
os Seus ombros, enquanto uma outra montanha era galgada: o Monte do Calvário!
Às vezes, subestimamos o fato de que
Abraão é um protótipo de Deus-Pai. Ficamos maravilhados ao imaginarmos a dor que
deve ter estado em seu coração enquanto
carregava em suas mãos o cutelo e o fogo.
Deus havia prometido a Abraão que através de Isaque viria uma família tão grande
em número quanto as estrelas do Céu.
Como poderia ser cumprida esta promessa,
se Isaque tivesse que morrer, e a menos que
houvesse a esperança de uma ressurreição?
(Hb 11:17-19).
b. E Caminharam Ambos Juntos. Há
um toque de muita ternura em nossa história quando lemos que “caminharam ambos
juntos”. Lado a lado, andando em silêncio –
um pai amoroso com o seu filho e um filho
amoroso com seu pai.
O pai Abraão move-se com os firmes
passos da fé e da obediência, mas há uma
grande dor em seu coração, a qual é somente aliviada pela esperança que ele tem
na promessa de Deus.
Finalmente, o silêncio é quebrado por
uma pergunta dos lábios de Isaque:
Onde Está o Cordeiro?
Escondido na resposta encontra-se um
lindo quadro profético do grande amor redentor de Deus.
“E disse Abraão: Deus proverá para Si
o cordeiro para o holocausto, meu filho.
Assim caminharam ambos juntos” (Gn
22:8).
A palavra “juntos” aparece pela segunda vez na narrativa e encontra-se repleta de
um tremendo significado. Ela retrata o amor
que um tinha pelo outro; retrata também a
fé e a obediência deles para com Deus.
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
Abraão deve ter contado a Isaque sobre
a vontade de Deus para a sua morte – e da
promessa de Deus para a sua vida. Ambos
estavam dispostos a se submeterem à Palavra do Senhor. Isaque era um jovem forte e
poderia ter reagido facilmente contra seu
idoso pai.
Que tremenda revelação profética do
amor de Deus! Um pai disposto a sacrificar
o seu filho amado, e um filho disposto a
submeter-se a este sacrifício. A única coisa
que podemos fazer é ficarmos observando
– em atônito silêncio!
Conhecemos o final da nossa história, é
claro. No último momento, Deus proveu de
fato um sacrifício, na forma de um carneiro
que estava preso num arbusto das redondezas. A vida de Isaque foi poupada, e Deus
renovou a Sua promessa a Abraão. Através
de Isaque viria um povo destinado a abençoar todas as nações da terra.
2. A Mesma História: Dois
Mil Anos Mais Tarde
Dois mil anos mais tarde, vemos o desenrolar da mesma história. A única diferença é que desta vez não há nenhum resgate de último minuto d’Aquele que entrega
a Sua vida como sacrifício.
a. Jesus – o Filho Amado. Estamos
falando do Filho de Deus, o Qual entregou
a Si Mesmo como “Cordeiro de Deus”.
Abraão e Isaque formam um lindo protótipo do relacionamento Pai-Filho dentro da
Trindade.
A primeira vez que uma palavra ou conceito importante aparece nas Escrituras estabelece um padrão para os seus usos subseqüentes. Assim sendo, o cenário em que
esta palavra se encontra pressupõe um significado muito especial.
Com isto em mente, é interessante descobrirmos que a palavra “amor” aparece primeiramente com referência ao amor de um
pai por um filho. Mais especificamente, foi
o amor de Abraão por Isaque. “Toma... teu
filho, Isaque, a quem amas...” (Gn 22:2).
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
A palavra “amor” no Novo Testamento
aparece pela primeira vez nos Evangelhos
Sinóticos nesta notável frase: “Tu és Meu
amado Filho, em Quem Me comprazo!”
(Mt 3:17; Mc 1:11; Lc 3:22). Se Abraão
amava o seu único filho, como é tremendamente maior o amor de Deus pelo Seu único
Filho!
O Evangelho de João é o Evangelho do
amor de Deus. Qual é a primeira referência ao grande amor de Deus neste livro especial? Quando descobrimos qual é, ficamos comovidos, grandemente maravilhados, e humildemente atônitos:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para
que todo aquele que n’Ele crê não morra,
mas tenha a vida eterna!” (Jo 3:16 simplificado).
b. Eles “Caminharam Juntos”. Sim,
o Pai sempre amou o Seu Filho. Desde toda
a eternidade passada, Ele O amou (Jo 17:24).
De fato, Eles Se amavam tremendamente.
No entanto, somos incluídos nesse amor
também. Jesus nos diz que o Pai nos ama
assim como Ele ama ao Seu Próprio Filho
(Jo 17:23).
Foi antes da fundação do mundo que o
Cordeiro de Deus foi morto. É quase além
da nossa compreensão, mas o Pai e o Filho
planejaram, em amor, a nossa redenção, antes mesmo que o mundo fosse criado. “Caminharam juntos” neste amor – por você e
por mim.
Mais do que isto ainda, Eles “executaram este plano juntos” na Cruz.
Muitos de nós pensamos erradamente
que o Pai estivesse estranhamente afastado
do Seu Próprio Filho durante aquela horrível hora em que Ele foi “abandonado”. É
verdade que um Deus Santo não pode contemplar o pecado – e que Cristo tomou sobre Si Mesmo o nosso pecado lá naquela
Cruz.
“O Pai fez com que o Seu Próprio Filho
– o Qual não conheceu nenhum pecado –
Se tornasse pecado por nós, para que n’Ele,
SEÇÃO E1 / 809
pudéssemos ser justificados diante de Deus”
(2 Co 5:21 simplificado).
Isto, porém, não significa que o Pai sentiu menos dor que o Filho, em Sua agonia na
Cruz.
Quando o santo, puro, e imaculado Filho de Deus tomou sobre Si Mesmo o nosso pecado, algo terrível aconteceu. Pela primeira vez em toda a eternidade passada, a
Sua comunhão com o Pai foi quebrada!
O pecado separa. A morte espiritual é
uma separação de Deus. Como Filho do Homem, Ele pagou por completo a penalidade
pelo nosso pecado – sozinho sobre uma Cruz.
O Pai, no entanto, também sentiu a dor
dessa penalidade por completo. Quando a
comunhão é quebrada, ambas as partes
compartilham dessa tremenda dor. Ambos
caminharam juntos por essa dolorosa estrada – até o final.
Paulo está alcançando o clímax do significado dessa terrível, porém maravilhosa
verdade nas seguintes palavras à Igreja de
Corinto:
“Deus-Pai estava pessoalmente presente em Cristo, reconciliando Consigo o mundo, para não mais imputar os pecados dos
homens” (2 Co 5:19 simplificado).
Esta é uma parte do mistério da Santíssima Trindade. Jesus disse: “Eu estou no
Pai e o Pai está em Mim” (Jo 14:10,11).
Quando Jesus nasceu da virgem, lemos
em Mateus 1:23 que O chamariam de
“Emanuel”, que significa “Deus conosco”.
João Batista, ao ver a Jesus, declarou: “Eis
o cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo!” (Jo 1:29).
c. “Eu Morrerei no Lugar Deles”.
Lembramo-nos que Abraão disse a Isaque:
“Meu filho, Deus proverá para Si um cordeiro para o holocausto” (Gn 22:8).
Estas palavras proféticas apresentam um
lindo quadro do amor pessoal de Deus por
nós. Deus proverá a Sua Própria Pessoa
como cordeiro Sacrificial pelo nosso pecado. Ele tomou sobre Si Próprio a responsabilidade pela nossa salvação.
810 / SEÇÃO E1
Um Deus santo e justo declarou: “A alma
que pecar, esta morrerá” (Ez 18:4). E com
isto, o Juiz de toda a terra condenou à morte toda a raça humana. Era a única coisa que
a justiça poderia fazer.
Contudo, o poderoso Criador do Universo e Juiz de toda a humanidade é também um
Pai-Redentor. Ele olha com amor e misericórdia o mundo pecaminoso e toma uma decisão incrivelmente maravilhosa, e contudo
terrível: “Morrerei no lugar deles. Pagarei a
penalidade que a justiça exige – para que possam viver. Eu os amo demais!”
E foi isto o que Deus fez. Ele estava em
Cristo Jesus reconciliando o mundo Consigo. Em Seu Filho, Ele reuniu toda a raça
humana, e morreu numa cruz. Agora, esta
passagem da carta de Paulo aos romanos
torna-se viva e com muito mais significado:
“Através do pecado de um homem
(Adão), a penalidade da morte veio sobre
todos os homens. Da mesma maneira, através do ato de justiça de um só Homem (Cristo), o dom gratuito da vida veio para todos
os homens, os quais foram n’Ele justificados diante de Deus.
“Pela desobediência de um só homem,
muitos foram feitos pecadores. Porém, pela
obediência de um só Homem, muitos serão
justificados... O pecado reinou outrora através da morte. Agora, a graça reina, justificando-nos em Jesus Cristo nosso Senhor.
Portanto, haveremos de viver para sempre” (Rm 5:18,19,21 simplificado).
Todo o louvor seja para o nosso Deus
pelo Seu amor, graça, e misericórdia em Cristo Jesus!
E. HOJE É O DIA DA SALVAÇÃO
E óbvio que isto não significa que todos
os homens sejam salvos sem se achegarem
pessoalmente a Cristo para receberem o Seu
dom da salvação. Lembramo-nos que uma
dádiva não é uma dádiva até que seja aceita.
Lemos em Romanos 5:17 que precisamos “receber” pessoalmente o dom gratui-
E1.4 – A Nossa Grande Salvação
to de Deus de vida em Cristo Jesus. Se não
for recebido, Ele não nos traz nenhum beneficio. A oferta já foi feita, mas precisa ser
aceita, Somente os que recebem ao Senhor
Jesus como seu Salvador, desfrutarão da vida
eterna.
“Ouçam por favor! Agora é o tempo
certo. Eis que hoje é o dia da salvação” (2
Co 6:2 simplificado). Deus o está chamando hoje para você fazer somente uma coisa:
receber o Seu Filho como seu Salvador.
Nada mais é realmente importante.
Charles Wesley escreveu o lindo hino:
“Nada trago em minhas mãos, somente a
Tua Cruz abraço.” E ele disse tudo.
Andrew Murray falou da seguinte maneira: “Todos os seres humanos deveriam
colocar todos os seus pecados numa pilha,
e todas as suas obras numa outra pilha. Aí
então, deveriam fugir de ambas as pilhas em
direção a Jesus!”
“Sim, o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna
através de Jesus Cristo nosso Senhor... Ele
veio aos Seus, mas os Seus não O receberam. Contudo, a todos quantos O receberam – e creram no Seu Nome – a estes deulhes o direito de se tornarem filhos de Deus”
(Rm 6:23; Jo 1:11,12). Aleluia, que grande
Salvador! E que GRANDE SALVAÇÃO temos N’Ele!
1. Uma Oração de Salvação
“Querido Senhor Jesus, eu Te recebo
como meu Senhor e Salvador. Abro a porta
do meu coração a Ti e peço-Te que entres e
vivas em mim. Creio no meu coração que
Deus Te ressuscitou dos mortos. Perdoame pelos meus pecados pois arrependo-me
verdadeiramente. Através da Tua ajuda e
do Teu Espírito, buscarei viver uma vida
que seja agradável a Ti. AMÉM.”
“Se você crer no seu coração que Deus
ressuscitou a Jesus, dentre os mortos, e se
você disser com a sua boca que Jesus é o
Senhor, então você será salvo” (Rm 10:9
simplificado).
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
Agora diga a alguém: “Acabei de receber
a Jesus como meu Senhor e Salvador!”
PARTE II:
OS LÍDERES DA IGREJA
Capítulo 5
O Caráter do Líder:
Fruto Espiritual
Introdução
Como é de fato o caráter de Cristo? Qual
é a natureza da Sua vida? Gostaríamos de
responder estas perguntas neste capítulo.
A “pessoa” de Cristo está, agora, à destra do Pai no Éden. Mas pelo Espírito D’Ele,
a Sua “presença” pode estar dentro de você
e dentro de mim; e dentro de cada crente
por todo o mundo.
“Vós porém não estais na carne [antiga
natureza pecaminosa.] O espírito de Deus
habita em vós” (Rm 8:9).
O bebê recebe dos seus pais a natureza e
o caráter da família. Esta natureza se desenvolve à medida que a criança continua a crescer. Muitas características físicas logo aparecem: os olhos, a pele, e a cor do cabelo. A
estrutura óssea e a altura levam mais tempo
para se desenvolverem, mas a “imagem” da
família é prontamente vista. Dizemos às vezes que “a criança é de fato a cara dos seus
pais”.
O mesmo se aplica à família de Deus. Ao
nascermos na família de Deus recebemos a
vida de Cristo – e a Sua natureza. Nós também devemos desenvolver-nos à semelhança da Sua imagem. A natureza e o caráter da
Sua vida devem crescer em nós à medida
que crescemos n’Ele. Este é o nosso destino divino – tornarmo-nos semelhantes a Jesus! Esta gloriosa esperança é claramente
declarada nas Escrituras: “Devido ao fato
de que os nossos rostos não estão cobertos, podemos refletir – como espelhos – a
glória do Senhor. Estamos sendo transformados à Sua imagem [semelhança] de gló-
SEÇÃO E1 / 811
ria para uma glória ainda maior. Esta transformação vem do Espírito do Senhor” (2
Co 3:18 simplificado).
Sim, devemos nos tornar semelhantes a
Jesus – em natureza, palavras, e obras.
A. O CARÁTER DE CRISTO:
O FRUTO DO ESPÍRITO
Como é de fato o caráter de Cristo? Qual
é a natureza da Sua vida? O tornarmo-nos
semelhantes a Jesus deve ser mais do que
um mero pensamento agradável. Deve ser
mais do que uma mera idéia genérica. Precisamos conhecê-Lo de fato para nos tornarmos semelhantes a Ele.
Lemos em 2 Coríntios 3:18 que o Espírito do Próprio Senhor é a fonte da nossa
nova vida.
Paulo cita as qualidades da vida de Cristo com as seguintes palavras:
“O fruto do Espírito é o amor, a alegria,
a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, e o auto-controle” (Gl 5:22 simplificado).
Os frutos do Espírito formam um lindo
“retrato falado” do caráter de Cristo. Cada
fruto é uma qualidade específica da Sua vida
– um aspecto do Seu “ser”.
A mesma coisa é observada na natureza.
A luz branca se divide em todas as cores do
arco-íris ao passar por um prisma de vidro.
Os Frutos do Espírito são as cores do
arco-íris da vida de Cristo.
Os Frutos do Espírito retratam os lindos aspectos da vida de Cristo. Poderíamos
talvez fazer um esboço dos frutos do Espírito da seguinte maneira:
1. Bênçãos Internas
a. Amor – sermos amorosos no coração
b. Alegria – sermos alegres no coração
c. Paz – termos paz no coração
2. Bênçãos Externas
a. Paciência – sermos pacientes com
os outros
812 / SEÇÃO E1
E1.5 – O Caráter do Líder: Fruto Espiritual
O “espírito” de
Jesus vem a nós.
A “pessoa” de
Jesus está no Céu.
A IMAGEM DE DEUS
A “presença” de habita
em nós.
b. Bondade – sermos bons para com
os outros
c. Benignidade – sermos benignos com
os outros
3. Bênçãos Ascendentes
a. Fidelidade – sermos fiéis a Deus
b. Mansidão/Docilidade – sermos dóceis diante de Deus
c. Auto-controle – sermos controlados
por Deus
Podemos ver prontamente que as “bênçãos” acima facilmente se interpolam. Se
formos amorosos em nosso coração seremos amorosos para com os outros e para
com o Senhor também.
Contudo, a ilustração mostra, de fato,
como os frutos do Espírito atingem todas
as direções para produzirem grandes bênçãos.
A lista acima inclui muitas das características importantes da vida de Cristo, mas
há outras também. Paulo nos dá estes nove
frutos como exemplos a serem estudados
por nós.
B. CHAVES PARA UMA
VIDA FRUTÍFERA
1. Ser Versus Sentir
É importante vermos que os frutos do
Espírito nos mostram o que Cristo “é”, pois
são qualidades do Seu “ser”. Cristo não é
somente amoroso – Ele é o amor. Ele não é
somente alegre – Ele é a alegria. Ele não
somente tem a paz – Ele é a paz. Assim
sendo, como resultado do que temos e somos n’Ele, nós também podemos ser amorosos, alegres e podemos ter a paz.
Tomemos o fruto da alegria como exemplo.
Temos a alegria, quer a estejamos sentindo ou não, porque temos a Cristo em
nossos corações. Ele disse que nunca nos
deixaria nem nos abandonaria – tampouco a
Sua alegria nos deixará. Os sentimentos ou
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
as emoções da alegria seguem a nossa fé
com relação a este fato. Eles são a reação
emocional à realidade espiritual. A alegria
do Senhor é o Senhor!
O fruto da alegria pode ser expresso de
diferentes formas. Às vezes, pode ser bem
intenso, alto e vivido. As pessoas podem
até cantar, gritar, dançar e rir:
“Transformaste o meu pranto [angústia] em dança. Mudaste as minhas vestes
de tristeza para vestes de alegria. O meu
coração cantará a Ti e não ficará em silêncio. Ó Senhor meu Deus, dar-Te-ei graças
para sempre” (Sl 30:1 1,12 simplificado).
Em outras ocasiões, a alegria do Senhor
pode fluir como um rio forte e plácido. Ela
pode até mesmo nos levar ao fruto da paz,
assim como uma cor do arco-íris se mistura
com a outra.
2. As Dificuldades Produzem
os Melhores Frutos
Isto nos conduz a uma outra verdade sobre os Frutos do Espírito. Eles crescem melhor no terreno difícil da nossa vida diária.
Enfrentamos muitas coisas, todos os dias,
que são opostas à nossa vida em Cristo.
Ao invés do amor, enfrentamos o ódio e
as hostilidades. Ao invés da alegria, deparamo-nos com a tristeza, com a angústia, e com
a dor. Ao invés da paz, encontramos as pressões, as tensões, as discórdias e as lutas.
Estas forças das trevas infiltram-se nas
pessoas, nos lugares, e nos eventos dos
nossos afazeres aqui na terra. Às vezes gostaríamos de poder correr e escapar disso
tudo. Em geral isto não é possível, e mesmo
se fosse possível, talvez não encontrássemos o alívio desejado. Este seria bem o caso,
se parte do problema se devesse às nossas
próprias atitudes e ações.
No entanto, Deus tem de fato uma resposta. A maioria dos nossos problemas –
internos ou externos – são causados por
forças opostas aos Frutos do Espírito. Podemos chamar estas forças de frutos da “carne” – a nossa antiga natureza pecaminosa.
SEÇÃO E1 / 813
FRUTOS DO
FRUTOS DA
ESPÍRITO
CARNE
_____________________________________
Amor
Ódio, Egoísmo, Ciúme,
Ressentimentos
Alegria
Tristeza, Desgosto,
Depressão,
Autocomiseração
Paz
Preocupação, Temor,
Lutas, Conflitos, Tensões
Paciência
Impaciência, Impetuosidade,
Irritabilidade
Bondade
Crueldade, Grosseria,
Rispidez, Agressividade,
Tirania
Benignidade Maldade, Perversidade,
Imoralidade, Avareza
Fidelidade
Negligência,
Irresponsabilidade,
Desonestidade,
Deslealdade
Mansidão
Orgulho, Dogmatismo,
Ineducabilidade, Criticismo
Auto-controle Rebeldia, Indisciplina,
Desordem,
Fraqueza de Vontade
Jesus sempre produz o fruto da “vida”
– o fruto do Espírito. Satanás sempre produz o fruto da “morte” – o fruto da carne.
Podemos escolher a qual deles nos entregaremos.
Em ocasiões de apuros somos geralmente tentados a reagir de acordo com a nossa
antiga natureza pecaminosa. Se este for o
caso, estaremos nos entregando à influência
errada. Isto somente trará uma nuvem de
trevas e morte sobre nós – e sobre os outros
também. Além disso, quanto mais nos entregamos à “carne”, pior ficamos.
Com o passar do tempo, estas características mortais fixam-se em nosso caráter.
Quando isto acontece, agimos e parecemos
mais com o diabo do que com o Senhor. O
quadro mais triste do mundo é o de um cristão derrotado. Ele tem a vida de Cristo em
seu coração, mas o Espírito de Deus encontra-Se tremendamente entristecido. Conse-
814 / SEÇÃO E1
E1.5 – O Caráter do Líder: Fruto Espiritual
ÁRVORE DA VIDA
FRUTO DA CARNE
ALEGRIA
AMOR
PAZ
FIDELIDADE
Crueldade
Orgulho
Tirania
Tristeza
AUTO-CONTROLE
Temor
Rispidez
BENIGNIDADE
Criticismo
PACIÊNCIA
BONDADE
Grosseria
Indisciplina
Maldade
Desonestidade
Egoísmo
TERRENO DAS CONDIÇÕES ADVERSAS
Ód i o
Desgosto
Lutas
qüentemente, a glória do Senhor não brilha
mais sobre a sua face – somente trevas podem ser vistas.
Esta história, porém, pode ser diferente
– bem diferente! Os tempos de dificuldades
também podem ser tempos de grande crescimento em Cristo. Se olharmos para a vida
e o poder do Seu Espírito dentro de nós,
poderemos nos fortalecer em nossas áreas
fracas.
A luz sempre vence as trevas. As trevas
nunca conseguem apagar a luz. Uma só vela
consegue expulsar as trevas de uma sala inteira.
A mesma coisa se aplica no âmbito do
Espírito. A luz do amor sempre pode expulsar as lúgubres trevas do temor, da ira, e
do pesar. Aliás, os melhores frutos do Espírito de Deus podem desenvolver-se nos tempos mais difíceis. A partir do solo da nossa
fraqueza, Ele aperfeiçoa a Sua força. O Seu
amor cresce melhor quando nos encontramos num cenário nada amoroso.
A nossa reação natural em tempos ruins
é a de reagirmos com ira ou temor. O Espírito Santo, no entanto, tenta vencer o mal
com o bem. À medida que nos submetemos
ao Seu Espírito, o amor de Deus fica cada
vez mais forte em nossa vida. Tornamo-nos
cristãos melhores e mais semelhantes a Jesus em nosso caráter. A Sua glória paira sobre nossa vida e tornamo-nos uma bênção –
para Deus, para os outros, e até mesmo
para nós próprios!
a. O “Espinho” de Paulo. Esta verdade sobre o desenvolvimento do caráter cristão é observada na vida do Apóstolo Paulo.
Ele recebeu um “espinho na carne” para
mantê-lo humilde. O que quer que tenha sido,
trouxe-lhe muita dor e dificuldades. Por três
vezes ele pediu que o Senhor o removesse,
mas o seu pedido foi sempre negado.
Por que Deus permitiria que algo tão doloroso fizesse parte da vida e do ministério
de Paulo? Por que Ele não o removeu quando Paulo orou? A resposta é simples. Deus
tinha algo melhor em mente – algo sobre o
qual o futuro ministério de Paulo poderia
estar firmemente estabelecido. Paulo nos
transmite esta verdade com as seguintes
palavras:
“Aí então Deus me disse: A Minha gra-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
ça será mais do que suficiente. Minha força, será aperfeiçoada na tua fraqueza. Portanto, gloriar-me-ei de bom grado na minha fraqueza, pois é assim que o poder de
Cristo poderá pairar sobre mim poderosamente... Pois é quando estou fraco que Ele
me fortalece!” (2 Co 12:9,10 simplificado).
O princípio do crescimento de frutos
bons é claramente visto: eles crescem melhor no solo das “condições contrárias” – as
pessoas e os lugares que se opõem aos frutos do Espírito.
Foi a partir do solo da “fraqueza” de
Paulo que o fruto da “força” de Deus pôde
desenvolver-se.
É a partir do solo da nossa tristeza e
tribulação, e também do ódio dos outros
por nós que o bom e doce fruto do amor, da
alegria e da paz pode desenvolver-se.
b. Nosso Bem/Sua Glória. Sim, Deus
permite que um certo grau de dor, de sofrimento, e de transtornos atinja a nossa vida.
Ele, porém, prometeu que nenhuma destas
coisas seria em vão. Tudo contribui juntamente para o nosso bem e para a Sua glória.
Esse “bem” e essa “glória” são o caráter
de Cristo. O nosso ministério a Ele, a Igreja,
e ao mundo requer de fato os frutos do Espírito em nossa vida.
A falta de caráter é a razão principal
pelos fracassos do ministério da Igreja. Os
ministros podem ser “chamados”, podem
ser altamente “dotados”, e até mesmo “bemsucedidos” em seus ministérios – por algum tempo. Mas não duram muito se não
tiverem o caráter cristão.
Os frutos do Espírito são o fundamento
para um ministério forte, firme e sólido para
Deus. Isto se aplicava ao Apóstolo Paulo e
também se aplica a nós hoje!
“Podemos, portanto, nos regozijar
quando nos deparamos com problemas e
tribulações. Sabemos que são bons para
nós, pois nos ajudam a aprender a ser pacientes. E a paciência desenvolve a força de
caráter em nós. Desta forma, aprendemos
a confiar em Deus cada vez mais.
SEÇÃO E1 / 815
“Finalmente, a nossa esperança e a nossa fé tornam-se fortes e firmes. Aí então
somos capazes de ter as nossas cabeças
erguidas, não importando o que aconteça.
Sabemos que tudo está bem e que Deus nos
ama com ternura. Sentimos o Seu caloroso
amor dentro de nós porque Deus encheu
nosso coração com o Seu Espírito Santo”
(Rm 5:3-5 simplificado).
Permita que os frutos do Espírito cresçam na sua árvore. Se você fizer isto, você
também será frutífero em seu ministério ao
Senhor, aos outros e ao mundo.
Capítulo 6
O Poder do Líder I:
Batismo no Espírito Santo
A. JESUS: O “BATIZADOR”
NO ESPÍRITO SANTO
Uma coisa é termos o Espírito Santo,
mas outra totalmente diferente é o Espírito
Santo ter a nós – encher todo o nosso ser.
Precisamos não somente da “vida” de Cristo dentro de nós, mas também do “poder”
para expressarmos essa vida ao mundo. Precisamos estar “cheios e fluindo” com a vida
e também com o poder de Deus.
E possível termos um relacionamento de
vida com Jesus como nosso “Salvador” e
ainda assim sermos cristãos bem fracos.
Também precisamos conhecer o Senhor Jesus como o poderoso “Batizador” com o
Espírito Santo. Essa é a nossa fonte de poder para sermos testemunhas vivas para o
Senhor.
João Batista “batizava” os seus convertidos nas águas do Rio Jordão. A palavra
“batizar” significa “introduzir”.
Os convertidos de João Batista eram introduzidos no Rio Jordão. Os seus corpos
eram totalmente cobertos (inundados) pela
água. João usa isso como uma figura do sermos batizados no Espírito Santo por Jesus:
“Na verdade eu vos batizo com água,
mas Alguém [Jesus] mais poderoso que eu
816 / SEÇÃO E1
E1.6 – O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo
virá logo... E Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo’’ (Lc 3:16 simplificado).
Jesus também falou sobre esse poderoso batismo no Espírito Santo pouco antes
de voltar ao Céu. Ele disse aos Seus discípulos que eles necessitavam do pleno poder do Espírito de Deus em sua vida para
serem Suas testemunhas no mundo:
“Enviarei a promessa do Meu Pai [o
Espírito Santo] sobre vocês. Portanto, esperem em Jerusalém até que sejam revestidos [cobertos] com poder do Céu...
“Porque João batizou com água, mas
logo vocês serão batizados com o Espírito
Santo... E receberão poder depois que o
Espírito Santo vier sobre vocês. Aí então
vocês serão Minhas testemunhas...” (Lc
24:49; At 1:5,8 simplificado).
E Jesus cumpriu de fato a Sua palavra
enviando a promessa do Pai, pois aconteceu no Dia de Pentecostes exatamente como
Ele havia dito:
“E quando o dia de Pentecostes havia
chegado, todos estavam reunidos no mesmo
lugar. E de repente veio do Céu um som,
como de um vento veemente e impetuoso... E
todos foram cheios com o Espírito Santo e
começaram a falar em línguas que não haviam aprendido” (At 2:1,2,4 simplificado).
Havia muitos judeus em Jerusalém naquela festa de Pentecostes. Logo eles formaram uma multidão que ficou observando
e ouvindo com grande estupefação. Aí então Pedro lhes explicou o que havia acontecido. O Espírito Santo havia sido derramado exatamente como fora predito pelo profeta Joel, ou seja, que Deus faria isto nos
últimos dias.
(Nota do editor: Os “últimos dias” nesse contexto refere-se ao tempo que vai da
Ascensão de Jesus ao Céu até à Sua Segunda Vinda à terra.)
Além disso, foi devido ao fato de que
Jesus (a Quem os romanos e os judeus haviam crucificado) ressuscitara dos mortos e
havia sido levado ao Céu. Lá, Ele recebeu
do Pai o Espírito Santo que havia sido
prometido e derramou-O sobre os discípulos que estavam orando no Cenáculo.
Pedro falou com eles no poder deste Espírito. Como resultado, os judeus foram
acometidos com temor e culpa, e perguntaram-lhe o que deveriam fazer. Pedro respondeu com as seguintes e importantes
palavras:
“Arrependam-se e sejam batizados em
nome de Jesus para que os seus pecados
possam ser perdoados. Aí então vocês receberão o dom do Espírito Santo. Esta promessa é para vocês, para os seus filhos, e
para todos em toda parte que Deus chamar
nestes últimos dias” (At 2:38,39 simplificado).
B. O PADRÃO COM TRÊS PONTOS
PARA A VIDA E O PODER
ESPIRITUAL
Na resposta de Pedro em Atos 2:38,39
encontramos um importante padrão, com três
pontos, para a obtenção da vida e do poder
espiritual. Este padrão foi seguido pela Igreja Primitiva em todo o Livro de Atos. Podemos fazer um esboço desse padrão usando
as palavras “arrepender-se”, “ser batizado”,
e “receber” como sub-tópicos:
1. ARREPENDER-SE (Esboço de um
Sermão Sobre o Arrependimento)
a. Abandonar o Pecado e Submeterse a Deus. “Arrependam-se! Mudem os
seus corações e voltem-se a Deus. Ele apagará os seus pecados e renovará as suas
vidas no Espírito do Senhor” (At 3:19 simplificado).
b. Crer em Jesus Como Salvador.
“...Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo tu e a tua casa” (At 16:31).
c. Receber o Seu Espírito de Vida.
“O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos filhos de Deus” (Rm
8:16).
d. Nascer na família de Deus. “O Espírito que temos nos torna filhos de Deus”
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
(Rm 8:15 simplificado). “Vocês são todos
filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Vocês
foram batizados em Cristo, e, portanto, revestidos d’Ele’’ (Gl 3:26,27 simplificado).
e. Ser Batizado no Corpo de Cristo.
“Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer
gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12:13).
f. Produzir os Frutos do Seu Espírito. “Quem vive em Mim – e Eu nele – esse
dá muito fruto... E o fruto do Espírito é o
amor, a alegria, a paz...” (Jo 15:5; Gl 5:22
simplificado).
2. SER BATIZADO (Esboço de um
Sermão Sobre o Batismo)
a. Ser Batizado na Água. “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados...” (At 2:38). “Quem crer e for batizado será salvo...” (Mc 16:16).
b. Fazê-lo com Fé e por Obediência.
“O dilúvio de Noé é uma figura da nossa
salvação. No batismo na água demonstramos que nós também fomos salvos...” (1
Pe 3:20,21 simplificado).
c. Fazê-lo Como um Testemunho da
Nossa Fé. “O dilúvio de Noé é uma figura
da nossa salvação. No batismo na água
demonstramos que nós também fomos salvos da morte – pela ressurreição de Cristo.
(1 Pe 3:20,21 simplificado).
d. Receber a Purificação do Pecado
Quando Você for Batizado. “No batismo
na água demonstramos que nós também
fomos salvos da morte. ..Isto não se deve
ao fato de os nossos corpos estarem sendo
lavados pela água, e sim por estarmos nos
voltando a Deus, pedindo-Lhe que Ele purifique os nossos corações do pecado.” (1
Pe 3:20, 21 simplificado).
e. Vê-lo Como um Sinal de Uma
Nova Vida. “No batismo vocês não foram
somente sepultados com Ele, mas também
ressuscitados a uma nova vida com Ele.
Isto foi possível porque vocês creram no
SEÇÃO E1 / 817
poder de Deus que O ressuscitou dos mortos” (Cl 2:12 simplificado).
f. Vê-lo Como um Sinal do Batismo
no Espírito Santo. “Eu (João) lhes batizo
na água, mas Ele (Jesus) lhes batizará no
Espírito Santo” (Mc 1:8 simplificado).
3. RECEBER (Esboço de Sermão
Sobre o Recebimento do Espírito
Santo)
a. Receber a Promessa do Pai. “Não
saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa do Pai... João batizou na água, mas
vocês serão batizados no Espírito Santo
dentro de poucos dias... Vocês receberão
poder depois que o Espírito Santo vier sobre suas vidas, e vocês serão Minhas testemunhas...” (At 1:4,5,8 simplificado).
b. Ser Cheio com o Espírito Santo.
“E quando o dia de Pentecostes finalmente chegou... Todos foram cheios com o Espírito Santo... um derramamento do Céu”
(At 2:1,4,33 simplificado).
c. Ser Batizado no Espírito por Jesus. “...mas o que me mandou batizar com
água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar,
esse é o que batiza com o Espírito Santo”
(Jo 1:33).
d. Receber o Poder do Espírito de
Deus. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vos...” (At
1:8).
e. Testemunhar ao Mundo. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há
de vir sobre vos; e ser-me-eis testemunhas...” (At 1:8).
f. Ser Excelente nos Dons Espirituais. “Desejem avidamente os dons espirituais... Mas procurem ser excelentes (fazer
bem) neles para que vocês possam edificar
a igreja com amor” (1 Co 14:1,12 simplificado).
C. UM BATISMO TRIPLO
É interessante observarmos que esse padrão com três pontos envolve um batismo
818 / SEÇÃO E1
E1.6 – O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo
“triplo”. Cada “batismo” se relaciona com
os outros de uma forma unificada. Todos
eles têm um papel importante no grande
plano de salvação de Deus.
Eles formam o fundamento para a nossa
redenção em Cristo Jesus e tem o seu significado em Jesus como nosso Salvador e
“Batizador”. É em Cristo – e pelo Seu Espírito – que recebemos o poder que gera a
vida (a capacidade de transmitirmos salvação, cura, e ajuda aos outros). Os frutos e
os dons do Seu Espírito fluem para o nosso
coração à medida que nos esforçamos para
termos um relacionamento de amor com
Cristo.
1. Três Coisas em Comum
Todos estes três “batismos” têm três
coisas em comum:
a. Um Candidato. É o novo convertido ou crente que está pronto para o batismo.
b. O “Batizador”. É a pessoa que batizará o novo crente.
c. O Meio. É o elemento no qual o crente é batizado.
Como veremos mais tarde, o “batizador”
e o meio são diferentes em todos os três
batismos.
2. Os Três Batismos e a Salvação
Os três batismos se relacionam com o
padrão de três pontos para a salvação da
seguinte forma:
a. ARREPENDER-SE – (Batismo no
Corpo de Cristo). “Todos nós fomos batizados num só Corpo por um só Espírito.
Todos nós compartilhamos juntos deste
mesmo Espírito” (1 Co 12:13 simplificado).
Quando nos arrependemos e voltamo-nos
a Cristo como nosso Salvador, somos ressuscitados da nossa condição de morte espiritual e recebemos a Sua vida transformadora. Pelo Seu Espírito somos batizados (introduzidos) em Seu Corpo. Assim sendo,
tornamo-nos membros do Corpo d’aquele
que é a nossa Cabeça. O Espírito Santo é o
“Batizador”. O Corpo de Cristo é onde somos introduzidos. Chamamos a isto de meio
ou seja, o lugar em que o batismo nos introduziu.
b. SER BATIZADO – (Batismo Na
Água). “Portanto ide, e ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, do
Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
Jesus ordenou que os Seus discípulos
batizassem os novos crentes na água. O
discípulo é o “batizador”. A água é o meio,
ou seja, o elemento em que são introduzidos.
c. RECEBER – (Batismo no Espírito). “Eu (João) lhes batizei na água, mas
Ele (Jesus) lhes batizará no Espírito Santo” (Mc 1:8 simplificado).
Este é o batismo no Espírito Santo. Jesus é o “Batizador”. O Espírito Santo é o
meio – o elemento em que somos introduzidos.
3. O Padrão de Três Pontos
no Livro de Atos
O padrão para a salvação esboçado acima pode ser seguido no ministério dos apóstolos como está registrado no Livro de Atos:
a. Filipe em Samaria. “E Filipe desceu à cidade de Samaria e pregou a Cristo... Quando eles creram (arrependeramse)... foram batizados na água... Aí então
Pedro e João vieram e oraram por eles
para que pudessem receber o Espírito Santo, pois Ele ainda não havia descido sobre
nenhum deles.
“Assim sendo, impuseram suas mãos
sobre eles e todos receberam o Espírito
Santo” (At 8:5,12,14-17 simplificado).
Observe a ordem:
1) Arrependimento
2) Batismo na Água
3) Batismo no Espírito Santo
b. Paulo em Éfeso. “Enquanto estava
em Éfeso, Paulo encontrou alguns discípulos ou seguidores de João Batista, aos quais
perguntou: Vocês receberam o Espírito Santo
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
quando creram? Replicaram-lhe: Nunca
chegamos a ouvir nada sequer sobre o Espírito Santo.
“Paulo então lhes perguntou: Que tipo
de batismo vocês tiveram? Eles responderam: O Batismo que João ensinou.
“Paulo disse então: O batismo de João
na água era para o arrependimento – corações e vidas transformadas. Depois João
Batista disse às pessoas para crerem em
Alguém que viria após ele. Este Alguém é
Cristo Jesus. Ao ouvirem isto, foram batizados em nome de Jesus. Em seguida Paulo
impôs as mãos sobre eles e o Espírito Santo veio sobre eles. E todos falaram em línguas e profetizaram” (At 19:1-6 simplificado).
Observe a ordem:
1) Arrependimento
2) Batismo na Água
3) Batismo no Espírito Santo
Há outros lugares em Atos onde esse
padrão pode ser encontrado (At 8:20-39;
9:17,18; 10:25-28; 34-38; 11:1-4, 15-18).
4. O Propósito Divino de Deus
Por detrás desse padrão divino encontra-se o propósito divino. O propósito de
Deus é que sejamos estabelecidos ou arraigados na vida e no poder do Seu Espírito.
Esta é a base para a nossa obra e testemunho no Corpo de Cristo. É tão importante
na vida da Igreja hoje como era naquela época. Somente o poder do Espírito de Deus
pode cumprir o propósito de Deus!
Talvez haja alguns leitores que gostariam
de receber pessoalmente o poder do Pentecostes em suas próprias vidas. Seguindo o
esboço abaixo, você poderá experimentar o
seu próprio batismo no Espírito Santo.
D. O CAMINHO PARA O
PODER COM DEUS
1. O Prometido Dom do Pai
a. Uma Palavra Pessoal. Deus prometeu batizar todos os cristãos no poder do
SEÇÃO E1 / 819
Seu Espírito Santo. O propósito deste batismo e capacitar cada crente a compartilhar a vida e o amor de Jesus com os outros. Ele é não somente o nosso Salvador,
mas também o nosso poderoso “Batizador”.
b. Versículos das Escrituras. “E João
disse a todos eles: Verdadeiramente eu Lhes
batizo na água. Contudo, há Alguém muito
maior que eu e que está prestes a vir... E Ele
(Jesus) Lhes batizará com o Espírito Santo
e com fogo” (Lc 3:16 simplificado).
“Antes de voltar ao Céu... Jesus disse a
Seus discípulos para não se ausentarem de
Jerusalém. Eles deveriam esperar pela promessa do Pai sobre a qual Jesus Lhes havia falado. João Batista batizou na água,
mas dentro de poucos dias vocês serão
batizados no Espírito Santo” (At 1:4,5 simplificado).
“Vocês receberão poder depois que o
Espírito Santo vier sobre suas vidas. E vocês serão Minhas testemunhas e falarão
sobre Mim em Jerusalém, na Judéia, em
Samaria, e nos confins da terra” (At 1:8
simplificado).
c. Pergunta Pessoal. Como posso ter
este batismo no Espírito Santo efetuado por
Jesus? O caminho para o poder com Deus
encontra-se nas Escrituras. Ele envolve três
passos simples, os quais se acham em forma de esboço abaixo.
2. Peça com Humildade
a. Uma Palavra Pessoal. O nosso Pai
Celestial conhece a necessidade e o desejo
do seu coração. O poder do Espírito Santo
em Sua plenitude é o Seu dom para você.
Jesus pagou sobre a Cruz o preço desse
maravilhoso dom (ou presente). Tudo o que
você precisa fazer é pedir que Deus lhe dê o
Seu dom e submeter-se a Jesus como seu
“Batizador”.
b. Versículos das Escrituras. “Tudo
o que vocês pedirem em Meu nome Eu farei
por vocês. Desta forma, o poder e a glória
do Pai serão vistos no Filho... Sim, pedirei
820 / SEÇÃO E1
E1.6 – O Poder do Líder I: Batismo no Espírito Santo
ao Pai e Ele Lhes dará um outro Ajudador
– o Espírito Santo. Ele estará com vocês
para sempre na qualidade de Espírito da
verdade” (Jo 14:13,16,17 simplificado).
“Assim sendo Eu Lhes digo: Peçam e
Deus Lhes dará... Verdadeiramente, se alguém continuar pedindo, esta pessoa receberá... Se um filho pedir ao seu pai no natural por pão... por um peixe... ou por um
ovo, será que ele receberia uma pedra...
uma cobra... ou um escorpião? Não, claro
que não! Até mesmo os maus pais sabem
dar coisas boas aos seus filhos. Certamente, portanto, o nosso Pai Celestial dará o
Espírito Santo àqueles que Lhe pedirem!”
(Lc 11:9,11,13 simplificado).
c. Oração Pessoal. “Pai Celestial, estou vindo a Ti na qualidade de filho Teu.
Peço-Te humildemente que eu possa ser
cheio com o poder do Teu Espírito Santo.
“Querido Senhor Jesus, batiza-me agora mesmo no Teu poderoso Espírito de poder, amor e louvor.
“Bendito Espírito Santo, convido-Te a
ser o meu sempre presente Ajudador e fonte interior de poder. Quero que a minha
vida seja um testemunho diário do amor e
da verdade de Cristo.”
3. Receba com Fé
a. Uma Palavra Pessoal. Jesus disse
que se você pedisse, você receberia. Tão logo
você se aproxime d’Ele com fé como seu
“Batizador”, Ele começará a batizá-lo no Espírito Santo. Você será cheio no seu interior e
transbordará para o exterior. O Próprio Espírito Santo trará uma calorosa sensação interior da Sua presença. Quando liberamos a
nossa fé, sentimos a paz, o descanso, o poder e a alegria de Deus em nosso coração.
b. Versículos das Escrituras. “Cristo
pagou a penalidade que a lei exige para o
nosso pecado... para que pudéssemos receber a promessa do Espírito pela fé” (Gl
3:13,14 simplificado).
“No último dia da grande festa, Jesus
levantou-Se e clamou em alta voz: Se al-
guém tiver sede, que venha a Mim e beba.
Todo aquele que crer em Mim, como dizem
as Escrituras, terá rios de água viva fluindo
do seu interior. Ele estava falando do Espírito Santo que todos os crentes deveriam receber” (Jo 7:37-39 simplificado).
c. Oração Pessoal. “Pai Celestial,
obrigado pelo dom do Teu Espírito Santo
em Sua plenitude. Eu O recebo agora com
uma fé semelhante à de uma criança.
“Senhor Jesus, obrigado por me batizar no poderoso rio do Teu Espírito Santo.
Faz com que o poder do Teu Espírito possa
fluir para dentro de mim, para operar em
mim, e para testificar através de mim.
“Bendito Espírito de Deus, obrigado por
me encher agora mesmo, com o amor, a
alegria, a paz, e o poder de Jesus.”
4. Expresse o Louvor
a. Uma Palavra Pessoal. A fé sempre
responde à presença do Espírito Santo. A
sua primeira resposta ao enchimento com o
Espírito de Deus deveria ser um transbordamento de louvor. Como observamos nas Escrituras, isto poderia tomar a forma de uma
oração ou cântico divinamente direcionado.
Isto acontecerá numa língua do Espírito.
Tal expressão verbal ou cântico constitui-se de sons e sílabas que não são entendidos pela mente humana. Isto é, no entanto,
agradável a Deus e edificante para você. É
um sinal divino do poder de Deus em sua
vida – para o seu bem e para a glória d’Ele!
b. Versículos das Escrituras. “A boca
fala do que está cheio o coração. Um bom
homem traz coisas boas do bom tesouro do
seu coração” (Mt 12:34,35 simplificado).
“Todos foram cheios com o Espírito
Santo. Aí então, começaram a falar em línguas desconhecidas, à medida em que o
Espírito Lhes concedia as palavras a serem expressas” (At 2:4 simplificado).
“Enquanto Pedro ainda estava falando,
o Espírito caiu sobre todos os que ouviam
as suas palavras. E eles... ficaram estupefatos... porque o Espírito Santo fora derra-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
mado sobre os que não eram judeus. Mas
isto era realmente um fato, pois eles os ouviram falar em línguas e glorificar a Deus”
(At 10:44-46 simplificado).
“Quando Paulo impôs sobre eles as suas
mãos o Espírito Santo veio sobre eles. E
falaram em línguas e profetizaram “ (At
19:6 simplificado).
“Aquele que fala numa língua desconhecida não fala aos homens, mas a Deus.
Ninguém entende o que está falando, mas,
no Espírito, ele está falando verdades divinas. Aquele que fala em línguas desconhecidas edifica-se a si mesmo no Senhor... Portanto, o que devo fazer? Orarei no Espírito
(línguas) e também com a interpretação.
Cantarei com o Espírito (línguas) e também cantarei a interpretação” (1 Co
14:2,4,15 simplificado).
“Assim sendo, continuemos a oferecer
o sacrifício de louvor – o fruto de nossos
lábios – sempre dando graças ao Seu nome”
(Hb 13:15).
c. Oração pessoal. “Pai Celestial, eu
libero agora a minha fé e correspondo ativamente à presença do Teu Espírito Santo.
Ele está fielmente me enchendo com louvor, adoração e ações de graças – neste exato instante.
“Querido Senhor Jesus, recebe a minha
adoração. Levanto agora a minha voz
numa expressão ou cântico divinamente
dirigido. Responderei ao Espírito Santo
dentro de mim, falando ou cantando em voz
alta sons e sílabas de louvor e adoração.
“Espírito Santo de Deus, submeto agora o meu membro mais rebelde – a minha
língua – ao Teu controle. Sei que Tu não
somente aperfeiçoarás a minha oração,
mas também todo o meu ser – para que eu
possa viver para sempre para o louvor da
Sua glória!”
d. Resposta Pessoal. Neste ponto, pare
de orar em português. Comece a falar ou
cantar em voz alta e com fé – até mesmo se
inicialmente forem somente alguns pequenos sons e sílabas. Não pare, pois o Espíri-
SEÇÃO E1 / 821
to Santo é fiel. Você não receberá uma “pedra” após ter pedido “pão”.
Quanto mais você orar ou cantar em sua
nova língua do Espírito, tanto mais facilmente
ela fluirá. Não duvide da promessa do seu
Pai, mas dê-lhe louvor e glória – em nome de
Jesus – e no poder do Seu Espírito!
Se no princípio você não encontrar uma
liberação total na sua língua espiritual, não
fique desanimado nem desiludido. Continue
expressando e cantando os Seus louvores,
pois Ele é fiel. Além disso, o nosso louvor
chega diante d’Ele como incenso suave. A
nossa adoração no Espírito é um sacrifício
que é agradável aos Seus olhos. Nisto encontramos a nossa liberdade em Seu Espírito.
Não duvide da obra interna de Deus em
sua vida. Tenha a expectativa de que o Espírito Santo Se moverá de novas formas
pelos Seus dons através de você. À medida
que você responder ao Espírito de Deus
com fé e obediência, você verá cada vez mais
o poder de Deus em operação na sua vida.
No próximo capítulo estudaremos os
dons do Espírito e como você pode recebêlos. Esteja em oração e tenha a expectativa
de receber novas coisas em sua vida e ministério, pois o Espírito Santo quer dar-lhe
um novo poder e autoridade para você fazer a obra do ministério. Lembre-se: o seu
ministério na qualidade de líder de igreja é o
de equipar os seus membros para que se
tornem ministros ao Senhor, uns aos outros
e ao mundo.
Capítulo 7
O Poder do Líder II:
Dons do Espírito
Introdução
O recebimento dos dons do Espírito é um
resultado natural do sermos batizados no
Espírito. Quando os crentes eram batizados
no Espírito na época da Igreja Primitiva (Igreja
da época em que o Novo Testamento foi
escrito), eles falavam em outras línguas, à
822 / SEÇÃO E1
medida que o Espírito Lhes concedia as palavras a serem expressas. Podemos ter a expectativa de que a mesma coisa aconteça
conosco quando recebemos o nosso batismo
no Espírito (At 2:1-6; 10:44-46; 19:1-6).
A. OS DONS DO ESPÍRITO: O SEU
PROPÓSITO E O SEU PODER
Os primeiros cristãos sobre os quais lemos no Livro de Atos, moviam-se no poder
de sua experiência pentecostal. À medida que
o faziam, os dons do Espírito tornavam-se
ativos em sua obra e testemunho para Deus.
As profecias e o falar em línguas (línguas nãoaprendidas) foram registradas nas passagens
bíblicas acima. Os outros dons – a palavra de
sabedoria, o discernimento das atividades de
espíritos malignos, a fé, as curas, etc. – encontram-se em todo o Livro de Atos.
Os Frutos do Espírito possibilitam a
nossa transformação à semelhança de Jesus
em Seu “caráter”, o qual se relaciona à Sua
“conduta”.
Os Dons do Espírito possibilitam a
nossa transformação à semelhança de Jesus
em Seu “poder”, o qual se relaciona às demonstrações sobrenaturais de “capacidade” (por exemplo: as curas, as expulsões
de demônios, etc.).
O Apóstolo Paulo fala sobre os dons espirituais em sua primeira carta à Igreja -de
Corinto (Caps. 12-14). Um estudo dos seus
espíritos revelam claramente que estes dons
não são capacidades naturais ou mentais. Eles
podem operar através da mente humana,
porém são provenientes do Espírito Santo e
são operados pelo Seu poder. São dons provenientes de Deus, concedidos aos Seus servos, para o Seu povo.
1. Os Dons São Concedidos
por Deus
a. Para um Propósito Específico
b. Num Tempo Específico
c. Através de um Grupo Específico
de pessoas
d. Para Pessoas Específicas
E1.7 – O Poder do Líder II: Dons do Espírito
Os dons nos são concedidos para que os
usemos para glorificarmos a Deus e para
ajudarmos as pessoas. Podemos ativá-los e
colocá-los em execução. Contudo, deveríamos sempre exercitá-los em submissão ao
senhorio do Espírito Santo. Deveríamos
sempre funcionar em submissão a Deus. Se
fizermos isto, Deus será glorificado e as necessidades das pessoas serão supridas através dessas capacidades sobrenaturais que
nos foram concedidas.
Eles não são “galardões” para as pessoas que vivem vidas boas e santas. São
“Dons” (dádivas) da graça de Deus que
operam através de homens de fé.
2. Perigo: Poder Sem Caráter
Infelizmente, isto significa que os dons
de Deus podem as vezes ser usados de maneiras erradas ou por motivos errados. Sansão é um bom exemplo do Antigo Testamento. O caráter de Sansão era falho. Ele
viveu com uma prostituta, a qual causou a
sua queda e destruição.
Estes usos errados trazem o julgamento
e a repreensão de Deus. Os resultados podem ser muito sérios para os ministros deste tipo – e também para os seus ministérios.
É por isto que o caráter de um homem é tão
importante. Os Frutos e os Dons do Espírito deveriam sempre funcionar juntos. O
“caráter” e o “poder” de Deus deveriam
sempre andar de mãos dadas.
3. Muitos Dons
Há muitos e diferentes dons espirituais.
Paulo cita alguns dos dons mais comuns em
sua primeira carta à Igreja de Corinto.
“Cada pessoa recebe um dom espiritual para que possa ser usado para o bem
de todos.
“O Espírito dá a uma pessoa a palavra
de sabedoria; a uma outra, uma palavra de
conhecimento. A outro este mesmo Espírito
dá uma palavra de fé. Outra pessoa ainda
recebe os dons de curas, ou o dom de milagres. O Espírito dá a alguns o dom de profe-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
cia, ao passo que outros recebem a capacidade de discernirem os espíritos bons dos
espíritos malignos. Alguns recebem o dom
de falar em línguas (línguas não-aprendidas)
e outros recebem a capacidade de interpretar (explicar) as línguas.
“O mesmo Espírito faz todas estas coisas. Ele decide quem receberá quais dons”
(1 Co 12:7-11 simplificado).
B. UM ESBOÇO DOS DONS
ESPIRITUAIS
Os dons do Espírito citados em 1 Coríntios 12:7-11 possibilitam ao cristão tornarse mais semelhante a Jesus em pensamentos, palavras e obras. Esta será a base do
seguinte esboço:
1. Dons de Revelação
(Pensamentos)
a. Palavra de Conhecimento. Através
deste dom, Deus faz com que saibamos detalhes sobre eventos ou coisas sobre os quais
não tínhamos conhecimento algum. É algo
sobrenatural e geralmente nos é dado através de uma suave impressão em nossas
mentes – um quadro que ali se forma ou um
sentimento em nossas almas (corações) (Jo
1:48; 4:17-19; At 5:3-5; 21:10,11).
b. Palavra de Sabedoria. A palavra de
sabedoria define a ação que deveríamos tomar à luz do que sabemos por meio de uma
palavra de conhecimento. Quando Deus nos
revela algo, precisamos saber o “como”, o
“quando”, o “onde” e o “através de quem”
a Sua vontade e o Seu plano poderão ser
cumpridos. Precisamos de uma sabedoria
prática sobre a forma de aplicarmos a palavra de conhecimento (Mt 22:18-21; Lc
12:12; At 15:13-31).
c. Discernimento de Espíritos. Esta
é a capacitação divina de distinguirmos se
a força espiritual por detrás de determinada atividade sobrenatural é
1) celestial,
2) humana ou
3) infernal.
SEÇÃO E1 / 823
Através do Dom de Discernimento de
Espíritos podemos saber que tipo de espírito está se manifestando através do instrumento humano que está sob o seu poder ou influência. Por exemplo: um espírito de adivinhação (ou feitiçaria) pode imitar a palavra de conhecimento. Um espírito de enfermidade pode camuflar a sua presença no corpo de uma pessoa como se
fosse uma doença normal. Um espírito de
impureza (imoralidade, etc.) pode muitas
vezes ser interpretado como se fosse um
amor verdadeiro, ao invés de concupiscência ou sensualidade (1 Co 14:29; At 16:1618).
2. Dons de Expressão Verbal
(Palavras)
a. Profecia. São expressões verbais (e
às vezes pregações) espontâneas e inspiradas pelo Espírito Santo e que geralmente
“proclamam” as palavras de Deus. O seu
propósito é edificar, consolar (alegrar) e
exortar (encorajar) o povo de Deus. O dom
de profecia é como um rio que flui e em cuja
correnteza pode vir à tona uma palavra de
sabedoria, a qual “prediz” o futuro (At
20:23; 21:4,10,11; 1 Co 14:3,24,25).
b. Línguas. São expressões verbais sobrenaturais numa outra língua e que vêm
sob a forma de sons e sílabas desconhecidos do próprio indivíduo. Em geral expressam orações a Deus, louvores ao Senhor, e
ações de graças. Estas três expressões são
às vezes acompanhadas por melodias dadas pelo Espírito. Neste caso, vêm numa
espécie de cântico ao Senhor.
Às vezes a expressão verbal em outras
línguas pode conter uma mensagem do Senhor para o povo de Deus, repleta de poder
e propósito espiritual. Este dom prepara
os corações do povo de Deus para a “interpretação”. Ele também pode ser um “sinal”
da presença de Deus ao incrédulo (1 Co
14:2, 13-16,22).
c. Interpretação de Línguas. Em geral é o equivalente (numa língua conhecida
824 / SEÇÃO E1
pelos que estão presentes) ao que foi falado
numa outra língua. O seu propósito é explicar o significado da língua desconhecida por
nós. Seria como uma tradução do que foi
falado em línguas. Se o falar em outras línguas foi uma oração, a interpretação poderia ser uma oração. Às vezes a interpretação é feita sendo acompanhada por um
cântico melodioso, ou por um louvor falado, ou por ações de graças a Deus, ou por
uma exortação à congregação (1 Co 14:5,6,
15).
3. Dons de Poder (Ações)
a. Fé. É uma fé sobrenatural (ou um
“saber” sem dúvida nenhuma) que faz com
que declaremos a palavra (rhema) e a vontade de Deus. O resultado disto é uma manifestação ou demonstração do poder miraculoso de Deus. Ela vai além dos sentimentos e da razão humana (Hb 11:1; Mt 21:21;
At 3:4-9, 16).
b. Dons de Cura. São obras divinas em
que almas e corpos são restaurados a uma
perfeita saúde. Há um dom especifico para
cada necessidade pessoal no propósito de
Deus (Mc 16:17,18; At 28:8,9).
c. Milagres. São maravilhas divinas de
poder no âmbito da natureza. São eventos
“sobrenaturais” – que excedem as leis da
física. O seu propósito é revelar o poder e a
autoridade de Deus (Mc 16:17-20; At 2:811; 19:11,12; 28:1-6).
C. CONCLUSÃO
Será de grande interesse para nós estudarmos os dons do Espírito mais detalhadamente. A esta altura, contudo, já ficou
claro que tanto os “frutos” como os “dons”
do Espírito são necessários para que nos
tornemos semelhantes a Jesus em caráter e
também no poder.
Além disso, como veremos, eles também são necessários para que sejamos realizados em nossos ministérios ou “chamados”. Este será o nosso próximo tema no
capítulo seguinte.
E1.8 – O Chamado do Líder: Dons do Ministério
Capítulo 8
O Chamado do Líder:
Dons do Ministério
O programa de Deus para a Igreja implica
em prepararmos todos os elementos a fim de
que se tornem membros ministrantes. De
acordo com Efésios 4:11, os dons de liderança do apóstolo, do profeta, do evangelista,
do pastor e do mestre têm o objetivo de preparar os membros da Igreja a fim de que eles
próprios façam a obra do ministério.
Os frutos e os dons do Espírito de Deus
nos capacitam, como líderes de igreja, a cumprirmos os nossos “chamados” ou ministérios no Corpo de Cristo. Como já afirmamos anteriormente, isto significa prepararmos os nossos membros para se tornarem
ministros. Com este chamado, Deus torna
acessível o poder e a autoridade para podermos concretizá-lo.
O Espírito Santo vem sobre nós para
nos conceder poder e autoridade. Na verdade, a pequenina palavra “sobre” quando se
relaciona ao Espírito Santo, quase sempre
se refere ao dever e à autoridade divinos.
A. O MINISTRO: O SEU PODER E
AUTORIDADE ESPIRITUAIS
1. Jesus: a Cabeça da Igreja
A Cabeça da Igreja é o Senhor Jesus
Cristo. A autoridade da Igreja precede da
sua Cabeça. Jesus disse que toda a autoridade – no Céu e na terra – Lhe havia sido
outorgada (Mt 28:18).
Observe através das seguintes passagens
bíblicas como a divina autoridade e o poder
de Cristo se relacionam com a presença do
Espírito Santo “sobre” Ele:
“E o Espírito do Senhor repousará sobre Ele: o Espírito de sabedoria, inteligência, conselho, poder, conhecimento, e temor
do Senhor. O Seu deleite será obedecer ao
Senhor. Ele não julgará pelo que vê nem
pelo que ouve, e sim pelo que é correto e
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
SEÇÃO E1 / 825
Autoridade do Líder
justo. Ele defenderá os pobres e os desamparados” (Is 11:2-4 simplificado).
“Eis aqui o Meu Servo, a quem sustenho.
Ele é o Meu Escolhido e n’Ele Se compraz a
Minha alma. Pus o Meu Espírito sobre Ele.
Ele produzirá a justiça e a verdade às nações... Ele trará a justiça a todos os que foram injuriados” (Is 42:1,3 simplificado).
“O Espírito do Senhor está sobre Mim.
Ele Me ungiu e Me chamou para que Eu
trouxesse boas novas aos pobres e aos que
são injuriados. Ele Me enviou para consolar aos quebrantados de coração, para libertar aos cativos, e para abrir os olhos
dos cegos... Pois Eu, o Senhor, amo a justiça” (Is 61:1,8 simplificado).
“E o Espírito Santo desceu sobre Ele... E
aí então Jesus voltou à Galiléia, cheio do
Espírito Santo e sob o Seu poder... E as
pessoas se maravilhavam com os Seus ensinamentos pois a Sua palavra tinha autoridade e poder... Com esta autoridade e
poder Ele ordenava que os espíritos malig-
nos saíssem – e eles saíam!” (Lc 3:22;
4:1,14,36 simplificado).
O Espírito Santo nos versículos acima e
abaixo é retratado como um “manto real”
sobre Jesus. Ele estava “revestido” (envolto) com poder e autoridade.
2. Revestidos de Poder do Alto
Lucas 24:49 é uma promessa maravilhosa para nós: “E eis que sobre vós envio
a promessa de meu Pai: ficai, porém, na
cidade de Jerusalém, até que do alto sejais
revestidos de poder.”
O “ombro” nos versículos abaixo referese à responsabilidade e autoridade divinas –
o direito e a capacidade (autoridade e poder) de se governar: “E o governo estará
sobre o Seu ombro... O Seu domínio de paz
aumentará e nunca cessará” (Is 9:6,7 simplificado).
“E revesti-Lo-ei com a tua túnica e colocarei o teu cinto ao redor d’Ele. E entregarei a tua autoridade e domínio real em Suas
826 / SEÇÃO E1
mãos. E a chave (governo) da Casa de Davi
estará sobre o Seu ombro... Sim, investirão
sobre Ele honra e o pleno peso do dever
real para a Casa de Seu Pai” (Is 22:21, 22,
24 simplificado).
Foi este tipo de glória, de honra, e de poder que foi dado a Adão e Eva após a Criação. Eles foram criados à imagem de Deus e
“revestidos” com uma autoridade divina. Sob
Deus, eles deveriam governar toda a terra.
Contudo, ao caírem no pecado, eles perderam o seu “manto real” de autoridade com
retidão. Satanás tomou o direito de domínio
deles e passou a reinar sobre o mundo – até
que Jesus veio. Na Cruz, ele foi despojado
do seu poder e foi derrotado. Cristo foi o
vencedor e recuperou o direito do homem
de governar a terra (Hb 2:14,15).
Jesus estabeleceu firmemente esta verdade nas mentes de Seus discípulos com as
seguintes palavras:
“Todo poder e autoridade no Céu e na
terra Me foram outorgados... Como o Pai
Me enviou, assim também Eu Lhes envio...
Verdadeiramente Eu enviarei a promessa
do Meu Pai sobre vocês. Assim sendo, esperem em Jerusalém até que vocês sejam
revestidos de poder do alto... Pois vocês receberão poder depois que o Espírito Santo
vier sobre suas vidas” (Mt 28:18; Jo 20:21;
Lc 24:49; At 1:8).
3. Sob Autoridade
Pela Palavra do Senhor e pelo poder do
Seu Espírito, recebemos autoridade sobre
os espíritos malignos e até mesmo sobre o
próprio diabo (Lc 10:19). Tiago explica claramente esta verdade em sua epístola:
“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo,
e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).
A palavra “sujeitar-se” no grego do Novo
Testamento é um termo militar e significa
“colocar-se num posto inferior” – colocarse sob a autoridade de um oficial de posto
superior. Os que estão em autoridade precisam estar primeiramente sob autoridade.
Quando nos colocamos “sob” autorida-
E1.8 – O Chamado do Líder: Dons do Ministério
de, esta autoridade vem “sobre” nós. Falamos e agimos no poder daquela autoridade,
e não no nosso próprio poder.
Esta mesma verdade se aplica à autoridade espiritual. Quando nos colocamos sob
a autoridade de Jesus, a Sua autoridade vem
sobre nós. Quando falamos as Suas palavras e obedecemos as Suas ordens, o poder
do Seu Espírito apóia as nossas ações. Estamos falando e agindo em Seu nome. Ele
está falando e agindo através de nós. Não é
de admirar que os demônios tremam e fujam!
B. COMO DESCOBRIR E
DESENVOLVER O SEU
MINISTÉRIO
Deus oferece a todos os líderes o poder
e a autoridade necessários ao cumprimento
de seus ministérios ou chamados. A questão é a seguinte: “Como descobrimos e desenvolvemos os nossos ministérios e os de
nossos membros? Como descobrimos os
nossos chamados? Como podemos nos preparar melhor para eles? Onde podemos começar a colocá-los em prática? Estas perguntas são boas e merecem boas respostas.
1. Chamados por Deus
Os nossos ministérios no Corpo de Cristo são escolhidos por Deus – e não por nós
mesmos ou por outros (Hb 5:4). O Próprio
Espírito determina um chamado em nosso
coração. À medida que ele se desenvolve,
Deus observa e dá a Sua aprovação e promoção, Davi disse: “Porque a promoção e
o poder não procedem de nenhum lugar da
terra, mas somente de Deus” (Sl 75:6,7).
Deus estabelece em Sua Igreja líderes locais que devem ser pastores do Seu Rebanho. Os pastores são chamados para protegerem, dirigirem, corrigirem, alimentarem,
ensinarem e tomarem conta das ovelhas.
Este tipo de supervisão é necessário para
que os ministérios dos membros se desenvolvam de uma forma equilibrada e saudável.
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
2. A Igreja Local
Isso significa que os membros deveriam
estar ligados ao Corpo de Cristo num contexto de igreja local. Se houver pastores locais que sejam sábios, amorosos e cheios do
Espírito Santo e de fé, a igreja local será o
mais sábio e seguro contexto onde os ministérios podem crescer e desenvolver-se.
Muitas dores, muitos problemas e muito tempo e energia desperdiçados podem
ser evitados por membros que conseguem
encontrar líderes sábios e amorosos. Será
que você é um deles? Este é o plano de
Deus para o Seu povo. Para que o Seu plano funcione, Ele precisa de pastores que
sejam amorosos, leais, fiéis e comprometidos com o Senhor e com o Seu Rebanho.
Nenhuma igreja local é perfeita. O Senhor não exige líderes que sejam perfeitos.
Ele usa líderes imperfeitos para aperfeiçoar
membros imperfeitos.
Se o Senhor o introduziu numa igreja local com um pastor senior (superior hierárquico), então honre a autoridade desse líder
como você honraria a própria autoridade de
Cristo. Faça o melhor possível para ajudá-lo
de todas as formas e sirva-o em dobro, como
você serviria ao Próprio Senhor.
3. As Prioridades dos Líderes
Os nossos ministérios no Senhor começam com os que fazem parte do nosso círculo de vida. Nossa vida toca muitas pessoas todos os dias. Deveríamos começar, portanto, com as pessoas do nosso próprio e
pequenino mundo – a nossa família, nossa
igreja, nossa escola, nosso trabalho, e nossa
vizinhança.
O nosso desejo é compartilharmos a vida,
o amor e a verdade de Jesus com estas pessoas. Gostaríamos de fazer isto de uma maneira
calorosa, prática e pessoal. Esforcemo-nos
para ajudar e servir aos outros da melhor forma possível – em nome do Senhor!
Confie no Espírito Santo para que Ele
venha a fluir diariamente através da sua vida
SEÇÃO E1 / 827
para trazer a Sua bênção às pessoas ao seu
redor. À medida que você ministrar o amor
de Deus nas pequenas coisas, oportunidades maiores surgirão. Enxergaremos o que
necessita ser feito e como executá-lo com a
ajuda dos outros.
À medida que nos esforçarmos para trazermos a vida de Deus através das nossas
palavras e ações, aprenderemos a confiar
no Espírito Santo para recebermos a Sua
ajuda e poder. Os frutos e os dons do Espírito funcionarão juntos de uma forma linda
e equilibrada. Talvez nem mesmo nos
conscientizemos de como são poderosos em
nossa vida. Os outros, porém, perceberão!
C. OS CINCO DONS BÁSICOS
DE MINISTÉRIO
De fato, os cinco dons de ministério do
apóstolo, profeta, evangelista, pastor e
mestre são o fundamento sobre o qual a
Igreja se firma (Ef 2:20; 1 Co 3:10-12). São
citados por Paulo em sua carta aos efésios:
“Cristo deu a cada um de nós um dom
especial proveniente do Seu grande depósito
de graça. É por isto que o salmista diz: Quando foi elevado ao Céu, Ele deu dons aos homens... Os dons que Ele deu foram homens
com diferentes ministérios: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Ele
fez isto para que o povo de Deus pudesse ser
melhor equipado para servi-Lo. Estes dons
são necessários para que o Corpo de Cristo
cresça e se torne forte e saudável” (Ef
4:7,8,11,12 simplificado).
Recapitulemos sucintamente estes cinco ministérios de liderança.
1. O Apóstolo
É o homem que assenta os fundamentos
de (ou implanta) novas igrejas. Ele designa
os líderes locais e os aconselha depois de
partir e seguir adiante. Ele mantém contato
com esses líderes locais e os informa sobre
o que Deus está fazendo na Igreja como um
todo. Os apóstolos de Cristo têm um chamado especial a ser cumprido em todas as
828 / SEÇÃO E1
gerações. Este dom de ministério é tão importante hoje quanto em qualquer outra
época da história da Igreja (veja Lc 11:49; 1
Co 12:28; Ef 2:20).
2. O Profeta
É o homem com uma mensagem oportuna do coração e da mente de Deus. Ele prediz
eventos e fala a líderes e outras pessoas sobre o que o futuro Lhes reserva se porventura se afastarem da perfeita vontade de Deus.
Sua função secundaria é “edificar”, “exortar”
(ou encorajar) e “consolar” (alegrar) o Corpo
de Cristo (At 11:28; 13:1; 21:10,11).
3. O Evangelista
É o homem que prega o Evangelho de
Cristo aos pecadores. Sua mensagem é simples, direta e no poder da Palavra de Deus.
As pessoas são tocadas a tomarem uma decisão com relação a Cristo (veja Atos 8:540, 21:8).
4. O Pastor
É o homem que tem o coração de um
pastor de ovelhas. Ele cuida de cada ovelha
pessoalmente, e, contudo, supervisiona o
rebanho como um todo. Ele procura dirigir,
proteger, corrigir, alimentar e consolar o
povo de Deus num contexto de igreja local.
5. O Mestre
É um homem que ama a Palavra de Deus
e o povo de Deus. Ele procura ensinar verdades divinas tanto de uma forma prática quanto pessoal. Ele ministra às mentes das pessoas para que possam saber como andar
sabiamente na vontade de Deus (veja Neemias 8:4-8).
D. DONS DE LIDERANÇA PARA
INSTRUIR E PREPARAR OS
CRENTES
O Apóstolo Paulo nos diz que Cristo
deu estes cinco dons de Liderança a fim de
preparar os crentes nascidos de novo para
se tornarem membros ministrantes. Os san-
E1.8 – O Chamado do Líder: Dons do Ministério
tos devem ser instruídos e preparados para
servirem.
1. Os Membros de Igreja
Devem Aprender a...
Os que foram chamados para um destes
cinco ministérios de Liderança têm um importante dever (constituído de três partes)
a cumprir. Eles devem ensinar os membros
de suas igrejas como:
a. ministrarem ao Senhor;
b. ministrarem uns aos outros;
c. ministrarem ao mundo.
2. Ensinar Como Fazer
A tarefa de instruir e preparar os membros para cumprirem essas três áreas de ministério significa ensinar-lhes como fazerem o seguinte:
a. Adorar em Espírito e em verdade;
b. Vigiar, orar, e interceder;
c. Lutar na batalha espiritual;
d. Estudar as Escrituras;
e. Crescer no caráter de Cristo;
f. Exercitar os dons do Espírito;
g. Ouvir a voz do Senhor;
h. Servir os santos – o povo santo de
Deus;
i. Testemunhar ao incrédulo.
Dessa maneira, os membros amadurecerão e desenvolver-se-ão no Senhor Jesus e
fortalecerão o Seu Corpo – a Igreja.
3. Cada Membro um Ministro
O povo de Deus não deve ser semelhante às criancinhas, sempre procurando o auxilio dos outros, mas sim crescer em Cristo,
para poder servir no Reino de Deus.
Eles tiveram este problema com os crentes judeus, nos tempos do Novo Testamento:
“Porque, devendo já ser mestres pelo
tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos
haveis feito tais que necessitais de leite, e
não de sólido alimento.
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
“Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino.
“Mas o alimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm
os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5:12-14).
Todo membro deve tornar-se membro
ministrante!
E. OUTROS MINISTÉRIOS
CITADOS POR PAULO
Além dos cinco dons básicos de Liderança de ministério citados acima, Paulo inclui outros ministérios para aqueles membros que se ajustariam dentro da categoria
de membros instrutores para:
• Ministração ao Senhor;
• Ministração uns aos outros; e
• Ministração ao mundo (descrentes).
Eles são os seguintes (Rm 12:6-8; 1 Co
12:28,29):
1. Serviços e Auxílios
Refere-se ao serviço prático na comunidade local. Incluiria o cargo de diácono,
porém inclui muitas outras atividades também.
2. Exortação
“Exortar” significa encorajar, inspirar,
admoestar e informar o povo de Deus. O
propósito desse ministério é incentivar os
crentes à adoração, à obra, à batalha espiritual e ao testemunho pelo Senhor. O “exortador” põe fogo em nossa fé.
3. Doação
Esse ministério envolve a doação dos
bens materiais de uma pessoa (em geral
dinheiro) para o sustento da obra de Deus.
O doador precisa ser honesto, sincero e
humilde. Além de ser sensível ao Espírito
e dotado de sabedoria. Somente assim a
quantia certa pode ser dada para as pessoas certas, na hora certa, para os motivos
certos.
SEÇÃO E1 / 829
4. Administração (Governo)
Esse ministério se refere aos líderes sábios, fortes e amorosos, e que sabem como
planejar, organizar, treinar e estabelecer orçamentos e responsabilidades na igreja.
Envolve a estrutura e a organização necessárias à supervisão dos afazeres da igreja
(veja Atos 6:3).
5. Misericórdia
Esse ministério requer solidariedade –
um sentimento de solicitude para com os
outros – e sabedoria para sabermos o que
fazer. A sabedoria está ligada às ações práticas. É um chamado que não somente supre as necessidades práticas, mas também
traz a fé, a esperança e o amor aos que
necessitam ajuda. Há uma enorme necessidade no Corpo de Cristo desses “alegres
anjos de misericórdia” (veja Tiago 2:1316).
6. Milagres e Curas
Os milagres demonstram o poder de Deus
e provam a Sua presença. O propósito deles é mostrar para os incrédulos o caminho
para Deus e edificar a fé dos santos. São
sinais do amor divino em ação pelos necessitados. Estes ministérios preparam o caminho para o Evangelho da graça de Deus.
Os dons de curas (no plural nos manuscritos originais em grego) devem suprir o poder de cura de Cristo aos que estão enfermos. Que grande bênção é termos estes dons
operando na vida dos crentes!
F. MAIS MINISTÉRIOS NO
CORPO DE CRISTO
Há muitos outros ministérios que são
corroborados pelas Escrituras. Depois de
uma pequena reflexão já poderíamos acrescentar outras funções à nossa lista.
1. Intercessão
A oração e o jejum a favor dos outros
sempre foram um poderoso ministério –
830 / SEÇÃO E1
muito embora muitas vezes seja em segredo
– na Igreja.
2. Hospitalidade
Boas-vindas calorosas num lar cristão
têm trazido muitas bênçãos a muitas vidas.
Muitos exemplos disto podem ser encontrados nas Escrituras.
3. Visitação
Podemos levar o amor de Deus aos outros quando eles não podem vir até nos.
Referimo-nos aos enfermos, aos idosos, aos
solitários e até mesmo aos que se encontram
na prisão. Jesus quer alcançar todos eles!
4. Solicitude Social
Deus quer de fato alcançar os pobres e
necessitados – os que foram marginalizados e rebaixados. Ele pode tocá-los somente através de nós.
5. Literatura
O poder da palavra escrita é muito grande. Deus deu o dom da escrita a muitos, o
qual varia de cartas pessoais a artigos e livros publicados. Requer grandes esforços,
mas as recompensas são enormes.
6. Mídia Moderna
Muitos avanços têm sido feitos no rádio, nos filmes, na televisão, e em outros
meios de comunicação. Estes são os métodos modernos que podemos usar para testemunharmos sobre o Evangelho. Deus dá
capacidade e treinamento aos que Ele deseja usar de maneiras criativas. Se não nos
movermos nestas áreas por Deus, o diabo
ficará contente em tomar o nosso lugar.
7. Belas-Artes
A graça que Deus deu á música cristã tem
sido uma grande bênção através dos anos. Já
é tempo para que as outras formas de arte
sejam totalmente restauradas ao santo propósito de Deus. Elas podem ser tocadas pelo
Espírito de Deus para nos ajudar em nossos
E1.8 – O Chamado do Líder: Dons do Ministério
ensinamentos, enriquecerem a nossa adoração e melhorarem o nosso testemunho ao
mundo. O lema não mais será “a arte pela
arte”, e sim, “a arte para a glória de Deus!”
8. Reconciliação
“Reconciliar” significa pacificar os que
têm sido inimigos. Antes de mais nada, obviamente, o estabelecimento da paz entre
uma pessoa e Deus. Em seguida, é necessário estarmos em paz uns com os outros.
Isto é verdadeiro de uma forma muito especial na Igreja. As hostilidades e as brigas
entre os crentes são como uma dolorosa ferida no Corpo de Cristo. Não é de admirar
que as Escrituras declarassem: “Bem-aventurados os pacificadores...”
G. ALGUNS PENSAMENTOS FINAIS
SOBRE O MINISTÉRIO
PESSOAL
E fácil percebermos que muitos dos ministérios acima sobrepõem-se ou funcionam
conjuntamente. Uma só pessoa pode ter mais
de uma função em seu serviço para o Senhor.
Além disso, um ministério pode tornar-se o
fundamento sobre o qual um outro ministério se edifica. Filipe, o “servo” fiel tornou-se
mais tarde Filipe, o ardente “evangelista”
(Compare Atos 6 com Atos 8).
Todos nós temos um chamado no Corpo de Cristo. Começamos onde estamos –
com o que temos – agora! O Espírito Santo, o nosso divino Auxiliador, suprirá os
frutos e os dons de que necessitamos para
os nossos chamados.
É nosso dever “cultivarmos” ou desenvolvermos os frutos, voltando-nos ao Espírito de Deus durante as horas difíceis. E
precisamos aprender a “ser excelentes” ou
sairmo-nos bem no uso dos dons espirituais. O nosso desejo é tornarmo-nos bons e
fiéis servos do nosso Senhor Jesus Cristo.
O ministério pessoal é descoberto e desenvolvido de uma forma melhor no contexto da comunhão de uma igreja local batizada no Espírito. Sob uma liderança sábia e
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
SEÇÃO E1 / 831
amorosa, encontraremos o nosso lugar e a
nossa função na família de Deus. Desta
maneira, a Igreja de Jesus Cristo tornar-seá forte e sadia.
Aí então estaremos prontos para ministrarmos ao Senhor, uns aos outros, e a todo
este imenso mundo!
ministrantes. Todos os membros deveriam
cumprir e preencher um lugar de serviço na
Igreja.
“Cristo nos fez um reino de sacerdotes
para servirmos ao Seu Deus e Pai... e governaremos e reinaremos sobre a terra”
(Ap 5:10 simplificado).
PARTE III:
MEMBROS DOS MINISTÉRIOS DA
IGREJA
B. NOSSO MINISTÉRIO
NA ADORAÇÃO
Todo ministério cristão deveria começar
com um ministério ao Senhor. A “adoração
a Deus” deveria ser a fonte de onde jorra a
nossa “obra para Deus”.
O nosso ministério sacerdotal a Deus
envolve quatro funções principais:
Capítulo 9
Ministério ao Senhor:
Adoração
A. TODO CRENTE É
UM SACERDOTE
Todos os crentes são sacerdotes no esquema do Novo Testamento.
“Vocês são um povo eleito, um sacerdócio real, uma nação santa. Vocês são um
povo especial, pertencente a Deus. Vocês
foram escolhidos para declararem os Seus
louvores – pois Ele os chamou das trevas
para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9 simplificado).
Este é um lindo retrato falado da Igreja de
Jesus Cristo. Somos um povo escolhido –
chamados para sermos sacerdotes reais na Igreja. “Ele nos reuniu em Seu Reino e nos fez
sacerdotes de Deus, o Seu Pai...” (Ap l:6).
Na qualidade de “sacerdócio real”, temos
um ministério sacerdotal que é amplo e maravilhoso em sua obra. As fusões desse ministério têm três aspectos em sua natureza:
1. Ministério ao Senhor
2. Ministério recíproco
3. Ministério ao mundo
Há apenas uma maneira pela qual uma
tarefa tão grande quanto ministrar ao mundo pode ser realizada, ou seja, com todos os
membros da Igreja tornando-se membros
1. Oração
2. Louvor
3. Ação de Graças
4. Adoração
Cada uma dessas funções tem um propósito especifico. Contudo, neste estudo,
colocaremos todas elas juntas sob o titulo
geral de “adoração”.
Deus é o nosso querido Pai Celestial. Acima de tudo, Ele quer o nosso amor e a nossa
adoração. A adoração retrata algo ou alguém
“digno” de ser adorado. Deus é “digno”
do nosso amor porque Ele nos amou primeiro – e como foi grande esse amor! (Jo
4:19).
Os fariseus tentaram certa vez enganar e
enredar a Jesus com uma pergunta dura e
difícil.
Perguntaram-lhe o seguinte: “Qual é a
maior lei ou mandamento de Deus?” Jesus, muito rapidamente, os envergonhou
com uma resposta muito simples, porém
poderosa:
“Ama ao Senhor teu Deus com todo o
teu coração, alma, e mente. Este é o primeiro e maior mandamento” (Mt 22:37,38
simplificado).
832 / SEÇÃO E1
Amamos o que adoramos e adoramos o
que amamos. A nossa adoração a Deus surge da nossa comunhão com Ele.
Sendo um Pai, Deus deseja ter comunhão com a Sua família. Ele quer e espera
até que respondamos ao Seu santo amor
com a nossa oração, louvor e adoração.
Quando nos achegamos a Ele, Ele Se achega
a nós (Tg 4:8). Aliás, o salmista Davi disse:
“Deus mora e habita nos louvores do Seu
povo” (Sl 22:3 simplificado).
A adoração a Deus e a comunhão com
Ele encontram-se divinamente associadas.
Não podemos ter uma delas sem a outra!
C. ADORADORES E, ENTÃO,
OBREIROS
Muitos acham que o maior desejo de
Deus é ter “obreiros”. Isso não é verdade.
Jesus disse claramente aos Seus discípulos
que o Pai estava buscando os que O adorariam em Espírito e em verdade (Jo 4:23).
O nosso maior e mais sublime chamado
é o de adorarmos a Deus – antes de tudo o
mais. Se fizermos isso, Deus não sofrerá
uma falta de obreiros. Os verdadeiros adoradores tornam-se sempre verdadeiros obreiros. O verdadeiro amor sempre busca agradar e fazer a vontade do ser amado!
Essa verdade é vista claramente na conhecida narrativa de Maria e Marta (Lc 10:3842). Marta encontrava-se na cozinha, trabalhando e preocupando-se. Maria estava aos
pés de Jesus, adorando e aprendendo a ouvir.
Jesus disse que a parte de Maria era a mais
importante e que não seria tirada dela.
Os cristãos, em princípio, não foram “salvos para servirem” e sim “chamados para
adorarem”. O Senhor quer isso de forma primordial – antes de qualquer outra coisa. Se
não iniciarmos um ministério ao Senhor, nunca teremos um ministério eficaz de uns para
com os outros, nem para com o mundo.
1. A Igreja de Antioquia
A Igreja de Antioquia demonstra que a
adoração precisa ter importância prioritária
E1.9 – Ministério ao Senhor: Adoração
– até mesmo com relação ao serviço. Ela era
uma igreja “trabalhadora”, mas antes da sua
obra vinha a sua adoração.
O que estava fazendo a igreja antes que
Paulo e Barnabé fossem escolhidos pelo Espírito e enviados como “obreiros” para o
campo missionário? Estavam adorando a
Deus!
“Enquanto ministravam ao Senhor e
jejuavam, o Espírito Santo disse: “ApartaiMe a Barnabé e a Saulo para a obra a que
os tenho chamado” (At 13:2).
É interessante observarmos que Atos
13:1 nos diz que havia profetas e mestres
da Palavra na igreja. Obviamente, a prioridade de ministério deles não era profetizar
nem ensinar, e sim adorar. Todos estavam
adorando (ministério ao Senhor). Do ministério de adoração fluiu a palavra profética
de Deus com relação à obra.
Os passos ou estágios vieram claramente na seguinte ordem:
a. Adoração
b. Palavra
c. Obra
O ministério ao mundo começa como ministério ao Senhor!
2. Sem Adoração não Vem a Chuva!
A prioridade divina da adoração é vista
nesta palavra profética proveniente dos lábios de Zacarias:
“E acontecerá que qualquer... que não
subir a Jerusalém para adorar ao Rei, o
Senhor dos exércitos, não virá sobre ela a
chuva” (Zc 14:17).
O princípio é óbvio: “sem adoração não
há chuva!” As atividades sem adoração produzem uma colheita muito pequena – não
importa quão duro seja o nosso trabalho.
Por quê? É necessário que tenhamos a chuva do Espírito de Deus para produzirmos a
colheita. Sem a nossa adoração, não teremos nenhuma chuva. Se não tivermos tempo para a adoração, o nosso tempo de trabalho produzirá poquíssimos frutos.
A ordem divina é adoração, e depois, o
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
trabalho. O ministério ao Senhor traz a
bênção do Seu Espírito sobre os nossos esforços. O Senhor está muito mais interessado em nosso relacionamento com Ele do
que em nosso trabalho para Ele!
D. ADORAR EM ESPÍRITO
E EM VERDADE
Por sete séculos os judeus e os samaritanos haviam estado discutindo sobre o lugar
apropriado de adoração. Enquanto passava
por Samaria, Jesus encontrou uma mulher
ao lado de um poço.
Para grande surpresa dela, Ele começou
a conversar com ela sobre o profundo desejo e anelo em seu coração para com Deus.
Na conversa entre eles, ela levantou a
antiqüíssima questão sobre o lugar de adoração correto. Ouçamos o diálogo deles:
“Senhor, posso ver que és profeta. Os
nossos pais adoraram neste monte, mas vocês, judeus, afirmam que o lugar onde devemos adorar é Jerusalém. Quem está certo?
“Mulher, cre-Me, respondeu Jesus, que
está vindo a hora em que vocês não adorarão ao Pai neste monte, nem em Jerusalém... Está vindo a hora – e já é chegada
agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade. Este é o tipo de adoradores que o Pai
procura” (Jo 4:19- 23).
1. Duas Partes Necessárias
A partir destas palavras de Jesus, a adoração pode ser claramente dividida em duas
partes:
a. ESPÍRITO...... que é a parte de
Deus
b. VERDADE....... que é a parte do
homem
Em outras palavras, tanto Deus quanto
o homem têm um papel a desempenhar para
que a adoração seja completa.
2. A Parte de Deus na Adorarão
A parte de Deus na adoração envolve
tanto o Seu Filho quanto o Seu Espírito. O
SEÇÃO E1 / 833
autor de Hebreus fala sobre o papel que
Jesus tem em nossa adoração. Ele cita um
salmo de Davi, onde o salmista está falando
em nome de Cristo:
“Pai, anunciarei o Teu nome aos Meus
irmãos. No meio da Igreja cantarei louvores a Ti” (Hb 2:12 simplificado).
Esse versículo nos propõe uma questão
interessante a ser considerada. Como Jesus
canta louvores ao Pai no meio da Igreja?
a. O Cântico de Louvor de Jesus.
Creio que Ele o faz através dos nossos lábios, usando as nossas vozes, à medida
que os Seus rios de adoração ao Pai fluem
do nosso interior.
A “Pessoa” de Jesus Cristo está agora à
destra do Pai. A “presença” do Senhor, no
entanto, está em nós pelo Seu Espírito.
Assim sendo, à medida que o Espírito nos
unge para adorarmos, o cântico de louvor
de Jesus pode encher a nossa boca e coração. Quando nos submetemos à ação do Seu
Espírito sobre nós, estamos adorando ao
Pai em Espírito.
Esse é o verdadeiro “cântico do Senhor”,
pois enquanto o Espírito está enchendo o
nosso espírito com a adoração de Jesus, nós,
por nossa vez, a expressamos ao Pai com as
nossas vozes.
b. Cheios com o Espírito. Infelizmente, é possível termos uma “forma” de adoração sem o envolvimento de Jesus ou do
Espírito Santo. Somente o Espírito de Cristo pode produzir a verdadeira adoração,
aceitável ao Pai.
Sem o envolvimento do Seu Espírito, a
nossa adoração, em sua melhor faceta, é
apenas um ritual vão. Foi isto o que Jesus
quis dizer ao falar sobre os líderes religiosos da Sua época:
“Este povo diz que Me honra e Me respeita, mas em seu coração não existe absolutamente nenhum espaço para Mim. Em
vão, portanto, Me adoram” (Mt 15:8,9 simplificado).
Por outro lado, quando o nosso coração
está entregue ao Espírito Vivo de Cristo, a
834 / SEÇÃO E1
adoração não é um formalismo vão. É um
estimulante transbordamento de amor e louvor. Paulo expressa essa verdade com estas
lindas palavras:
“Estejam sempre cheios e fluindo com o
Espírito Santo. Cantem salmos, hinos, e cânticos espirituais uns aos outros, e ofereçam
louvores ao Senhor. Cantem e façam melodias a Ele em seus corações, dando sempre
graças ao seu Deus e Pai em nome do Senhor
Jesus Cristo” (Ef 5:18-20 simplificado).
Observe no versículo acima que é à medida em que estamos sempre sendo cheios
com o Espírito Santo que podemos oferecer louvores ao Senhor, cantar e fazer melodias a Ele. Precisamos da ação do Espírito
Santo sobre nós para sermos verdadeiros
adoradores.
Sim, Deus nos deu o Seu Espírito para
que pudéssemos oferecer-Lhe o verdadeiro
louvor e adoração – de nosso coração!
3. A Parte do Homem na Adoração
“Quem poderá subir ao monte do Senhor? Quem poderá ficar no Seu lugar santo? Quem tem as mãos limpas e um coração puro. O que é honesto em todos os seus
caminhos. Este receberá a bênção do Senhor” (Sl 24:3-5 simplificado).
A parte do homem na adoração é achegar-se a Deus “em verdade”. Isso significa
que o coração do homem diante de Deus
deve ser limpo, puro, honesto e sincero.
a. As Regras do Tabernáculo. Vemos
um quadro nítido dessa verdade no ministério dos sacerdotes do Tabernáculo de Moisés. Na estrutura e no serviço do Tabernáculo encontram-se muitas coisas que retratam o que Jesus e Seus seguidores deviam
fazer. Todos os sacrifícios, purificações
unções e vestimentas eram exemplos importantes dos princípios espirituais futuros que seriam cumpridos por Jesus e pela
Igreja.
Antes que os sacerdotes pudessem servir e adorar ao Senhor no Lugar Santo, eles
tinham que ser:
E1.9 – Ministério ao Senhor: Adoração
1) purificados pelo sacrifício de sangue pelo pecado (Lv 4:3),
2) lavados com água,
3) ungidos para adoração e
4) vestidos com vestimentas sacerdotais (Êx 30:17-33).
Na verdade, eles estavam em perigo de
vida caso não estivessem adequadamente
preparados antes de entrarem na santa presença de Deus. Tinham que estar em retidão e prontos para a adoração!
b. A Nossa Preparação é em Cristo
Jesus. Nós também devemos:
1) aceitar o sacrifício de sangue de
Jesus na cruz (Ap 1:5);
2) estar adequadamente purificados pela água do batismo (At 22:16; Hb
10:22);
3) “estar ungido” para cerimônia,
sendo batizados no Espírito (Lc 4:18);
4) “estar revestidos” com poder (Lc
24:49) antes de servirmos adequadamente
ao Senhor.
c. As Escrituras Declaram. Louvado
seja Deus, pois todas essas necessidades
foram totalmente supridas em Cristo Jesus. As Escrituras declaram que fomos:
1) Purificados Pelo Seu Sangue.
“Se confessarmos os nossos pecados, Deus
é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de todo pecado e iniqüidade” (1 Jo 1:9 simplificado).
2) Lavados Pela Água do Batismo e
Pela Sua Palavra. “Cristo Se entregou pela
Igreja. Ele fez isto para torná-la santa e
limpa, lavada com água e pela Palavra”
(Ef 5:25,26 simplificado).
3) Ungidos Pelo Seu Espírito. “É
Deus que confirma a nossa fé com vocês em
Cristo. Ele nos ungiu e nos selou. Ele fez
isto colocando o Seu Espírito em nossos corações. Esta é a nossa promessa das coisas
vindouras” (2 Co 1:21,22 simplificado).
4) Revestidos em Sua Retidão. “Que
os Teus sacerdotes, ó Senhor, sejam vestidos de salvação... Ele me vestiu com vestimentas de salvação e me cobriu com o
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
manto de retidão...” (2 Cr 6:41; Is 61:10
simplificado).
d. Cristo Jesus: O Nosso Grande
Sumo Sacerdote. O escritor de Hebreus
sumariza o privilégio da adoração do homem lavado pelo Sangue com estas lindas
palavras:
“Queridos irmãos, agora estamos livres
para entrarmos diretamente no Lugar
Santíssimo – onde Deus está. Podemos fazer isto sem temor por causa do sangue
que Jesus derramou por nossos pecados.
Podemos entrar pelo novo e vivo caminho
que Jesus abriu para nós através do Seu
corpo na Cruz.
“Ele é o nosso grande Sumo Sacerdote
e Ele domina sobre toda a Casa de Deus.
Assim sendo, acheguemo-nos a Deus com
um coração verdadeiro e cheio de fé.
“Os nossos corações foram purificados
e fomos libertos de sentimentos de culpa. Os
nossos corpos foram lavados com as puras
águas do batismo. Portanto, apeguemo-nos
firmemente à esperança que confessamos.
Podemos confiar que Deus fará o que prometeu” (Hb 10:19-23 simplificado).
Sim, Deus nos deu o Espírito do Seu
Filho para que pudéssemos adorá-Lo de fato
em Espírito e em verdade.
Através do Seu Espírito, Jesus ainda
busca adorar ao Pai aqui na terra. Ele deseja
fazer isto através dos membros que compõem o Seu Corpo – a Igreja. É através de
nós e pelo Seu Espírito que o Filho deseja
adorar ao Pai.
E. SUMÁRIO
Vimos que:
1. A Parte de Deus
A parte de Deus na adoração envolve
tanto o Seu Filho quanto o Seu Espírito.
2. A Nossa Parte
Temos também uma parte a cumprir. Temos que nos apresentar diante do Senhor
com mãos limpas e um coração puro. Isto
SEÇÃO E1 / 835
significa que devemos confessar imediatamente os nossos pecados, falhas, e fracassos ao Senhor. Significa sermos purificados
e revestidos da Sua Graça. Significa que devemos manter os nossos pensamentos, palavras e ações corretos e santos aos olhos
de Deus – para que possamos viver sempre
“... para o louvor da Sua glória” (Ef 1:12).
Aí então seremos para Ele de fato “...
um povo escolhido, um sacerdócio real, e
uma nação santa” (1 Pe 2:9). Com alegria
haveremos de compartilhar o Seu amor e
graça a todo o mundo – com todo o nosso
coração. E tudo isto começa com a adoração. É isto o que queremos dizer quando
afirmamos que todos os crentes precisam
aprender a “ministrar ao Senhor”.
Por que você não entrega os seus lábios
e a sua voz ao Senhor agora mesmo para
começar a adorá-Lo? Diga-Lhe:
“Eu Te amo, ó Deus, e com a minha voz
Te adorarei ó meu Rei e
Te entoarei, sim o meu louvor
Que seja um doce, doce som, para Ti.”
Capítulo 10
Ministério Recíproco: Serviço
Introdução
O ministério recíproco significa “sustentarmos” uns aos outros. Devemos ajudar,
apoiar e curar uns aos outros – edificando
uns aos outros em nossa santíssima fé. Isto
significa um serviço muito prático e pessoal aos membros do Corpo de Cristo que
estejam passando por necessidades.
Esse tipo de serviço envolve o que podemos chamar de “sistemas de apoio bíblico”. Três sistemas básicos suprem as nossas mais importantes necessidades pessoais. Como líderes, precisamos treinar os nossos membros como ministrarem uns aos
outros através dos:
• Sistemas de apoio emocional;
• Sistemas de apoio financeiro; e
• Sistemas de apoio espiritual.
836 / SEÇÃO E1
Esta é a maneira de Cristo alcançar em
amor e ministrar ao Seu povo através dos
membros do Seu Corpo. Ele os sustenta
nos braços dos membros que compõem Sua
Igreja. Ele os toca com nossas mãos. Ele
quer falar com eles através dos lábios dos
membros do Seu Corpo – a Igreja!
Recorramos novamente ao Livro de Atos
para verificarmos como estes princípios
foram postos em prática – como os conceitos funcionam na vida real.
Nos versículos que se seguem, vemos
reafirmado o esboço que escolhemos para
explicar o que você (como um líder de igreja) deve instruir o seu povo a fazer. Foi o
que os membros da igreja em Jerusalém fizeram.
Os membros ministraram ao Senhor.
“Aí então os que creram no que Pedro havia dito foram batizados. Cerca de 3.000
novos crentes foram acrescentados a eles
naquele dia. Eles eram fiéis no ouvir os
ensinamentos dos apóstolos e leais à comunhão de crentes. Freqüentemente oravam e partiam o pão [Santa Ceia] juntos.
Muitas maravilhas e obras poderosas eram
feitas pelos apóstolos, e uma grande estupefação e temor santo estavam sobre todos
eles” (At 2:41,46,47).
Os membros ministraram uns aos
outros. “Todos os crentes ficavam juntos e
compartilhavam tudo uns com os outros.
Até mesmo vendiam o que possuíam e davam o dinheiro a todos os que estavam
passando por necessidades especiais. Reuniam-se diariamente no Templo. Em casa,
compartilhavam suas refeições com singela alegria em seus corações” (At 2:43).
O ministério deles ao mundo surgiu
dos outros dois. “Estavam sempre louvando a Deus, e todos os respeitavam e os
admiravam. E todos os dias, o Senhor Lhes
acrescentava os que estavam sendo salvos”
(At 2:47).
Do ministério deles a Deus e de uns para
com os outros surgiu o testemunho deles ao
mundo. Diariamente, muitos crentes novos
E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço
eram acrescentados à comunidade deles. Este
é um quadro perfeito do plano e propósito
de Deus em ação.
Estudemos agora os diferentes sistemas
de apoio que fazem parte do nosso ministério recíproco.
A. O SISTEMA DE APOIO
EMOCIONAL
O primeiro sistema de apoio em nosso
ministério recíproco refere-se às nossas necessidades emocionais – os nossos “relacionamentos”. Não fomos criados para “ficarmos ou fazermos as coisas sozinhos”.
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem... Não é bom que o homem
esteja só” (Gn 1:26; 2:18).
Na imagem de Deus encontramos o relacionamento. Fomos criados para termos
comunhão com Deus e uns com os outros
– para amarmos uns aos outros. Sem este
relacionamento estamos incompletos. E
isso não é bom. Precisamos muito uns dos
outros. Foi assim que Deus planejou as
coisas!
1. Koinonia
A palavra grega referente à “comunhão”
é koinonia. Ela significa
a. compartilhar a vida juntos
b. em torno de um propósito comum.
Para o cristão, o propósito comum é basicamente uma Pessoa – e esta Pessoa é Jesus! A vida que compartilhamos é a Sua
vida em nós.
2. Koinonia Encontra
Necessidades Emocionais
Contudo, isto é algo muito prático em
sua ação. A comunhão cristã tem o propósito de suprir as mais profundas necessidades e desejos do nosso coração. É interessante observarmos que “koinonia” era um
termo usado nos contratos conjugais (documentos legais) daquela época.
A palavra grega referente a “comunidade” também é “koinonia”. Uma “comuni-
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
dade” é um grupo de pessoas que estão
unidas em torno de um interesse comum.
Novamente, para a comunidade cristã, este
interesse é a vida do Próprio Senhor Jesus.
Em Sua vida encontram-se o Seu amor
e a Sua verdade. O Seu amor é incondicional, com o poder de perdoar, curar e restaurar. Devido a isto, podemos nos arriscar a
sermos genuínos – honestos e abertos –
numa verdadeira comunidade de cristãos.
Esse é o local onde podemos encontrar ajuda.
Quando:
Precisamos ser:
==================================
1. Fracassamos
Perdoados
2. Tropeçamos
Sustentados
3. Fomos feridos
Curados
4. Estamos presos
Liberados
5. Estamos errados
Corrigidos
6. Estamos perdidos
Direcionados
7. Estamos com medo Protegidos
8. Fomos rejeitados
Aceitos
9. Somos odiados
Amados
Estas são algumas das necessidades emocionais que podem ser encontradas em todas as comunidades cristãs. É somente através de um eficaz sistema de apoio na comunidade que estas necessidades pessoais podem ser supridas.
Estes sistemas de apoio são muito importantes em sociedades que se opõem veementemente ao Evangelho cristão.
Esse foi o caso da Igreja Primitiva em
Jerusalém logo depois do seu inicio. Os
líderes judeus da época não aceitaram calorosamente a recém-formada comunidade
cristã. Como já vimos em nosso estudo anterior, a Igreja Primitiva logo sentiu o fogo
da perseguição e do ódio religioso. Ela foi
tratada de formas cruéis e injustas.
Os novos crentes, portanto, reuniam-se
não somente para adorarem e para aprenderem mais sobre Jesus, mas também para
apoiarem uns aos outros dentro de uma sociedade hostil e adversa.
SEÇÃO E1 / 837
Estas comunidades, voltadas ao crescimento e apoio cristãos, têm se formado por
toda a história da Igreja. Não é de admirar
que o deus deste mundo (Satanás) tenha
sempre combatido os propósitos de Deus e
perseguido o povo de Deus.
3. O Papel Principal dos Grupos
Familiares de Comunhão
a. Apoio Prático. A forma prática pela
qual a Igreja Primitiva apoiava os seus membros era através da comunhão em seus lares. A Igreja de Jerusalém começou no domingo de Pentecostes com 3.000 membros.
A comunidade deles cresceu rapidamente,
pois um grande número de homens e mulheres era acrescentado à medida que se passavam os dias. Alguns crêem que talvez tenham crescido até 30 ou 40.000 membros
em 2 ou 3 anos. Como se abriga um grupo
desse tamanho?
Jesus os havia alertado que a cidade e o
Templo seriam destruídos. Não há registro
algum de haverem tentado encontrar ou construir um lugar de reuniões amplo. Em vez
disso, eles incentivaram as pessoas a se reunirem em lares. Em seguida, estabeleceram
presbíteros para se encarregarem das comunidades recém-formadas.
Foi a um destes grupos familiares que
Pedro e João relataram o seu encontro com
o conselho judaico após a cura do homem
coxo na porta do Templo (At 4:23).
As casas eram geralmente construídas
com o formato de um “U” e muradas na
parte de trás. Os diferentes cômodos da casa,
portanto, davam para um grande pátio interno, que era um lugar ideal para reuniões
de grupos familiares relativamente grandes.
A fonte ou cisterna central talvez tenha sido
usada para batismos.
Os apóstolos podiam então manter-se
em contato com todas as pessoas através
dos presbíteros que haviam sido instituídos em cada grupo familiar.
Os lares eram cenários naturais e simples para a comunhão e para o ministério
838 / SEÇÃO E1
prático. As grandes catedrais e o clero com
seus paramentos formais surgiram relativamente mais tarde na história da Igreja.
Infelizmente, esse tipo de progresso nos
formalismos externos parece estar ligado a
um declínio na vida espiritual. As pessoas
simples geralmente ficam perdidas nos grandes programas dos sistemas religiosos.
Aquele toque pessoal já não existe mais, e
as necessidades emocionais do amor e da
aceitação não são supridas.
b. Contato Pessoal. Tenho certeza que
muitos de vocês estão cientes de que as criancinhas precisam de algo mais do que a
simples alimentação e roupas adequadas. É
preciso que as acariciemos, falemos com elas
e as tomemos nos braços. Tem havido situações em grandes berçários onde pequeninos
bebês recém-nascidos tiveram todas as suas
necessidades físicas supridas, mas chegaram a morrer de fato devido à falta de amor.
Num certo lugar, esse problema foi resolvido com a colocação de cadeiras de balanço
no berçário a fim de que as enfermeiras pudessem segurar os bebês em seus braços
enquanto os alimentavam.
Os adultos também podem morrer por
falta de amor, muito embora esse seja um
processo mais lento. Para alguns é uma
morte em vida – são pessoas que não são
amadas, desejadas, necessárias, nem apreciadas. Nas nações ocidentais, a solidão é
um dos grandes males da nossa época. É
possível sentirmo-nos solitários no meio de
uma multidão, se acharmos que ninguém nos
conhece ou se importa conosco.
A Igreja precisa alcançar, de uma forma
especial e pessoal, os que se separaram da
vida da comunidade cristã. Isto se aplica
aos idosos, aos enfermos e a todos os que
se encontram afastados de um contato de
amor com os outros.
Como já dissemos anteriormente, uma
das razões para as reuniões de grupos familiares na Igreja Primitiva era fornecer o apoio
emocional que cada membro necessitava.
Cada indivíduo sabia que pertencia a um
E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço
grupo que orava e se interessava por ele,
que o aceitava e o amava no Senhor.
A comunidade era um lugar onde o amor
de Deus podia ser compartilhado de maneiras práticas e pessoais. As necessidades humanas básicas da afeição (amor) como também da autoridade (verdade) podiam ser supridas. Era a forma de o Pai dar direção, correção, proteção e provisão – tudo isto no
contexto caloroso e pessoal da Sua família.
Há um sentimento de segurança no sabermos que somos apoiados por mães e
pais, irmãos e irmãs na família de Deus. É
uma comunidade onde as nossas próprias
capacidades e dons divinos são necessários
e desejados. Verdadeiramente, é um lugar
onde podemos adorar, trabalhar, e testemunhar juntos.
B. O SISTEMA DE APOIO
FINANCEIRO
A segunda forma pela qual a Bíblia nos
ensina a ministrarmos uns aos outros é na
área das finanças. Para os nossos propósitos, isso incluirá não somente o dinheiro,
mas também outras coisas materiais e serviços práticos.
1. Na Igreja Primitiva
Vejamos como a Igreja Primitiva agia para
desenvolver um sistema de apoio financeiro
para os seus membros. Estaremos procurando princípios bíblicos que se apliquem à nossa época e contexto social. Começaremos com
a recém-fundada Igreja de Jerusalém.
“Todos os crentes ficavam juntos e compartilhavam tudo uns com os outros. Vendiam o que possuíam e davam o dinheiro a
todos os que estavam especialmente necessitados. Não havia sequer uma pessoa necessitada no meio deles. Os que possuíam
casas ou terras, vendiam-nas e traziam o
dinheiro aos apóstolos para que o repartissem justamente com os necessitados” (At
2:44,45; 4:34,35 simplificado).
O que fazemos com o nosso dinheiro (e
como o fazemos) geralmente revela o que
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
está em nosso coração – para o bem ou para
o mal. Deus protegeu a Igreja de Jerusalém
dos espíritos malignos do orgulho e do engano (mentira) de uma forma realmente notável. Eis o que aconteceu:
“José, a quem os apóstolos chamavam
de Barnabé (filho da consolação), era levita, natural de Chipre. Ele vendeu uma propriedade e trouxe o dinheiro aos apóstolos
para ser dado aos necessitados.
“Havia um homem e sua esposa, chamados Ananias e Safira, que também venderam umas terras. Contudo, mantiveram
uma parte do preço, mas agiram como se
estivessem trazendo o valor total aos apóstolos.
“Pedro, vendo o interior de seus corações, disse diretamente: Ananias... por que
mentiste ao Espírito Santo?... As terras e o
dinheiro eram teus e podias fazer com eles
o que quisesses. Não mentiste a nós, mas a
Deus. Ao ouvir isto, Ananias caiu ao chão e
morreu!” (At 4:36-5:11 simplificado).
Em seguida, como vocês se lembram, o
mesmo fim trágico aconteceu a Safira, sua
esposa.
a. Descoberta dos Princípio. Vários
pontos ou princípios importantes e práticos podem ser vistos claramente nesta história sobre o sistema de apoio financeiro da
Igreja do Novo Testamento.
1) Os Pedidos de Auxilio Eram Investigados. Os membros que tivessem vivido uma vida de auxílio aos outros, e que
estivessem necessitados, seriam ajudados.
Paulo estabeleceu princípios práticos
para o apoio financeiro aos membros da Igreja. Por exemplo, ele achava que devíamos
ser responsáveis pelas viúvas: “Honra as
viúvas que verdadeiramente são viúvas”
(1 Tm 5:3).
a) Idosa ou Fraca. Para ser ajudada,
a pessoa tinha que ser idosa ou fraca e estar
incapacitada para trabalhar e se sustentar.
“Nunca seja inscrita viúva com menos de
sessenta anos...” (1 Tm 5:9).
b) Trabalhe se Você Puder. Aque-
SEÇÃO E1 / 839
les que estiverem física e mentalmente aptos para trabalhar, devem fazê-lo. Eles não
serão sustentados pela Igreja. “... quando
ainda estávamos convosco, vos mandamos
isto, que se alguém não quiser trabalhar,
não coma também.”
“Porquanto ouvimos que alguns entre
vós andam desordenadamente... A esses
tais, porém, mandamos e exortamos por
nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão”
(2 Ts 3:10-12).
c) Os familiares Tomam a Responsabilidade. Os familiares devem se responsabilizar pelos parentes que sejam muito idosos ou fracos para trabalhar. “Mas, se
alguma viúva tiver filhos, ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com
a sua própria família, e a recompensar seus
pais; porque isto é bom e agradável diante
de Deus.
“Mas se alguém não tem cuidado dos
seus, e principalmente dos da sua família,
negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Tm
5:4,8).
Os líderes de igreja devem ensinar isso e
pedir que as famílias assumam, prazeirosamente, a responsabilidade pelos seus próprios familiares.
d) Devem ser merecedores. Aqueles a quem for concedida ajuda financeira,
devem ser merecedores da mesma. “Nunca
seja inscrita viúva com menos de sessenta
anos... se exercitou hospitalidade, se lavou
os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se
praticou toda a boa obra.” (1 Tm 5:9-10).
e) O exemplo da Igreja em Jerusalém. Muitos dos crentes eram de outras
cidades e haviam vindo a Jerusalém para a
Festa de Pentecostes (At 2:5-12). Após
confessarem a Cristo como seu SalvadorMessias, eram batizados na água,
batizados no Espírito Santo, e uniam-se à
comunidade cristã em Jerusalém. Em seguida, submetiam-se fielmente aos ensinamentos dos apóstolos e trabalhavam dentro daquela crescente comunidade.
840 / SEÇÃO E1
Eventualmente, o dinheiro de muitos se
acabava. Teriam de ter partido se a igreja não
tivesse suprido as suas necessidades. Da forma pela qual estavam organizados, essas necessidades eram prontamente relatadas à comunidade cristã. Isto provavelmente acontecia no contexto dos grupos familiares, onde
todos eram bem-conhecidos.
Os laços de amor dentro da família de
Deus eram tão fortes que muitos eram levados a venderem o que possuíam. O dinheiro
recebido era então doado aos apóstolos e
líderes para ser distribuído de forma justa
aos necessitados.
2) Ninguém Era Forçado a Dar. Não
havia nenhuma pressão sendo feita sobre o
povo para vender o que possuía. Eles correspondiam a necessidades conhecidas, dando o que tinham, livremente e com alegria,
aos que não tinham nada. Isso eles faziam
sob a supervisão de seus líderes. Assim sendo, tudo era feito de uma maneira justa e
ordenada.
O pecado de Ananias e Safira não foi o
fato de haverem retido parte do dinheiro
que receberam proveniente da venda de suas
terras. Era direito deles ficar com todo o
dinheiro da venda, caso quisessem. Os apóstolos não teriam ficado irados se eles tivessem guardado todo o dinheiro. Até mesmo
Deus não teria ficado irado se este tivesse
sido o caso. Na verdade, muitos não venderam tudo o que possuíam, ou não teria havido mais nenhuma casa onde pudessem ter
reuniões.
Não! O pecado de Ananias e sua esposa
foi que eles mentiram sobre o dinheiro que
deram. Eles fingiram e agiram como se estivessem dando tudo a Deus, quando de fato
não estavam. Talvez pensassem que a sua
doação Lhes traria um grande privilégio aos
olhos dos apóstolos e do povo.
A questão é que não era necessário eles
darem e não era necessário mentirem. Ainda
assim teriam sido amados e aceitos pela
comunidade se o seu coração estivesse correto diante de Deus.
E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço
3) Direção Honesta Era um Dever! A Igreja Primitiva era dotada de líderes
corretos – homens honestos e de bom caráter.
Os Apóstolos haviam sido treinados pelo
Próprio Senhor Jesus. Contudo, houve um
homem do grupo deles que foi vencido pelo
diabo porque era desonesto e ganancioso.
No final ele perdeu sua vida de forma trágica. Ele não somente vendeu a si próprio a
Satanás, mas também a seu Senhor aos que
O crucificaram. O seu nome era Judas. Como
deveria ser isso uma grande admoestação a
todo o povo de Deus de todas as épocas!
Talvez essa tenha sido a razão pela qual
Pedro lidou de forma tão severa com Ananias e Safira. Ele discerniu que o mesmo
espírito que havia impulsionado e movido a
Judas estava tentando infiltrar-se na comunidade cristã de Jerusalém.
O Próprio Espírito Santo moveu-Se rapidamente para desarraigar esse mal antes
que pudesse espalhar-se por toda a comunidade. Todos observaram o ocorrido, pois
“um grande e santo temor veio sobre toda
a igreja” (At 5:11).
b. A Política Financeira. Agora podemos compreender o motivo pelo qual os
apóstolos eram tão cuidadosos em certificarem-se de que as finanças estavam sendo
manipuladas de forma justa e honesta. Era
um dever muito sério que tinham diante do
Senhor. Baseados no registro de Atos, descobrimos que eles prepararam um plano ou
política financeira com muito cuidado e sabedoria, e que é, portanto, algo digno do
nosso estudo.
1) Os que Eram Honestos e Cheios
com o Espírito. Eram homens sábios e honestos, com um caráter e conduta conhecidos pela comunidade. Não eram intrusos
desconhecidos, e sim servos fiéis da comunidade. Suas vidas diárias e seus afazeres familiares pessoais provavam que poderiam
ser dignos de confiança.
2) A Ajuda às Pessoas Vinha Primeiro. Quando surgiam necessidades pessoais,
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
a comunidade era informada ou comunicada
a respeito. Não havia nenhuma pressão ou
desonestidade nos apelos que eram feitos
pelos líderes. As pessoas sabiam das necessidades e de como o dinheiro seria usado.
Assim sendo, davam com liberdade e alegria.
Não eram ameaçadas com a punição de Deus,
nem subornadas com as bênçãos de Deus.
Em outras palavras, não faziam doações
motivadas pelo temor do que Deus faria caso
não doassem. Tampouco ofertavam com a
idéia de que Deus sempre as recompensaria
com grandes lucros financeiros. Davam simplesmente porque o amor de Deus as impulsionava a ajudarem seus irmãos e irmãs em
Cristo. Diferentes pessoas, portanto, davam
a medida em que o Espírito Santo as orientava.
3) De Acordo com as Necessidades
de Cada um. Os líderes distribuíam os fundos “de acordo com a necessidade de cada
um”. O sistema de apoio da Igreja de Jerusalém foi instituído para suprir as verdadeiras
necessidades do povo – nada mais e nada
menos. Todos recebiam o seu justo quinhão.
Isso era possível porque as pessoas necessitadas eram conhecidas de fato pelos participantes de seus grupos familiares.
Qualquer um que fosse e que não quisesse trabalhar ou servir na comunidade recebia muito pouco em termos de ajuda financeira. As pessoas egoístas e tolas e que
acumulavam grandes dívidas não podiam
esperar que a igreja as saldasse.
Há uma disciplina ou ordem divina que
Deus quer que sigamos em nossas finanças.
Sempre que contraímos dívidas, subjugamonos a uma escravidão que atrapalha a nossa
liberdade de servirmos ao Senhor.
Para os que estão enfrentando problemas financeiros, uma regra muito simples
de ser seguida é a seguinte: “Se você; não
precisa, não adquira. Se você não tem recursos, não compre!”
Ficarmos afundados em dívidas não somente limita o nosso serviço para Deus,
mas também destrói o nosso testemunho
SEÇÃO E1 / 841
perante o mundo. Um sinal de maturidade
espiritual é o uso sábio do nosso dinheiro.
A política financeira da Igreja Primitiva
também evitava um outro problema:
4) Cuidado com o Ministro AutoDesignado. O ministro auto-designado acha
que os santos lhe devem o seu sustento.
Algumas pessoas saem para a obra de Deus
sem nunca terem sido enviadas por um grupo responsável. Entram em cena e informam a comunidade local que foram enviadas por Deus e precisam do seu apoio financeiro. Não se encontram sob a autoridade de ninguém, porém desejam o respeito
de todos – e dinheiro.
Paulo cita esse tipo de ministros em suas
epístolas e alerta o povo com relação a eles.
Esse problema ainda existe. Precisamos estar cientes disso para não sermos enganados. Verdadeiramente, há segurança e sabedoria nas diretrizes dadas por Deus referentes às finanças da igreja.
c. Relacionamento: a Chave Para
Êxito dos Sistemas de Apoio. Já vimos
que a Igreja Primitiva tinha um sistema de
apoio emocional que colocava a liderança
em contato com o povo. Deste relacionamento desenvolvia-se um sistema de apoio
financeiro.
Não somente as necessidades emocionais das pessoas deviam ser supridas dentro da comunidade cristã, mas também as
necessidades físicas e financeiras. Devido
ao fato de que os líderes consagrados a Deus
e os seus membros conheciam uns aos outros no Senhor, uma política financeira sábia e justa era formada. O Senhor enviava a
Sua bênção, “e não havia sequer uma pessoa necessitada no meio deles”.
C. O SISTEMA DE APOIO
ESPIRITUAL
A Igreja de Jerusalém ministrava uns aos
outros não somente em suas áreas de necessidades emocionais e financeiras, mas também em suas necessidades espirituais. Eles
faziam isto através de um sistema de apoio
842 / SEÇÃO E1
espiritual que pode ser visto em seus grupos familiares.
1. O Grupo Familiar: o Melhor Lugar
Para o Crescimento
O melhor lugar para uma árvore frutífera crescer é num pomar. O pomar é um
lugar onde as árvores são protegidas dos
perigos externos através de uma cerca. Suas
raízes crescem profundamente no solo
aguado e enriquecido com fertilizantes. Seus
galhos são aparados e podados para que
possam crescer frutos da melhor qualidade. As doenças e pragas vegetais são tratadas imediatamente. É um cenário cuidadosamente planejado a fim de que cada árvore possa tornar-se tão frutífera quanto possível.
O pequeno grupo familiar é como um
pomar. É um lugar de proteção.
2. O Grupo Familiar: o Melhor Lugar
Para o Aprendizado
Aprendemos fazendo as coisas, porém
no fazer talvez cometamos muitos erros.
Como é bom sabermos que no amor de
Deus a correção nunca traz a rejeição.
Podemos cair sem o temor de sermos expulsos. Caso contrário, talvez tenhamos
tanto medo de cometermos um erro que
nunca absolutamente nos arriscaríamos a
movermo-nos pela fé.
A caminhada de Pedro sobre as águas
com Jesus é um bom exemplo disso. O pulo
e a caminhada de fé de Pedro tiraram-no do
barco e o lançaram naquele tempestuoso
mar. Quando ele começou a afundar de
medo, Jesus o pegou, e aí então ensinou-lhe
sobre os perigos de duvidarmos da Palavra
de Deus.
Após aprender a sua lição, Pedro andou
de volta ao barco no meio da tempestade
com Jesus – dois homens de fé, lado a lado.
O passo de fé por parte de Pedro – mesmo
com os seus altos e baixos – foi grandemente abençoado por Deus. Somente Pedro levou a sério a palavra de Jesus. Somente
E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço
Pedro aprendeu a andar pela fé sobre as
águas! (Mt 14:22-34).
Sim! O grupo familiar também é um lugar onde podemos aprender com segurança
e sabedoria a andarmos no Espírito. Felizmente, existirão no seu grupo familiar, aqueles que, sabiamente, poderão protegê-lo e
corrigi-lo, quando você duvidar e cometer
erros.
a. Aprender a Usar os Dons Espirituais. Paulo diz: “Todos podemos profetizar... para que todos possamos aprender”
(1 Co 14:31 simplificado). Este Versículo
tem dois significados:
• “Aprendemos” como profetizar, fazendo-o.
• “Aprendemos” com o que ouvimos,
quando alguém profetiza.
A profecia, geralmente, contém instrução. É importante vermos que as coisas do
Espírito não são somente dadas por Deus,
mas que também precisam ser aprendidas
pelo homem.
Não é suficiente sermos chamados e dotados por Deus. Precisamos aprender como
sermos “excelentes”, ou seja, fazermos as
coisas bem e com sabedoria em nossos ministérios. Isso leva tempo, treinamento e
experiência prática.
O sistema de apoio espiritual da Igreja,
deveria proporcionar sessões para aqueles
desejosos de aprender a usar os dons do
Espírito – ou um dom de ministério, de pregação ou ensinamento.
3. Ensinar nas Grandes Reuniões
Nos encontros onde centenas de pessoas
possam estar reunidas, também é possível
ensinar aos membros como ministrar uns aos
outros. Eis a maneira de se fazer isto:
a. Forme Círculos de Oração. Faça
com que as pessoas formem “círculos de
oração,” tendo cada círculo, de quatro a seis
pessoas. Elas farão isto se colocando em
círculo, de frente umas para as outras e se
dando as mãos. Aí, então, elas farão o seguinte:
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
1) Introdução. Cada pessoa do circulo de oração se apresenta, dizendo o próprio nome.
2) Partilhando Pedidos de Oração.
Cada pessoa partilha, então, um pedido de
oração. Este pedido de oração seria por algo
que ela gostaria que as outras pessoas orassem junto com ela como, por exemplo, pela
própria cura física ou mesmo para que Deus
a ajude a conseguir um emprego.
3) Todos Oram. Então, a pessoa número um ora pela pessoa número dois (com o
restante orando silenciosamente) durante um
ou dois minutos, pedindo a Deus para atender ao pedido feito. A seguir, a pessoa número
dois ora pela número três, do mesmo modo.
Continuam fazendo isso, até que todos, no
círculo de oração, tenham orado por todos.
4) Partilhando as Percepções. Enquanto isso está acontecendo, o Espírito
Santo colocará algumas vezes, em nossa
mente um quadro (uma visão) que represente a necessidade daquela pessoa pela qual
estão orando. Algumas vezes é dada uma
“oração profética”. Talvez, um versículo das
Escrituras possa vir à mente, o que deve ser
partilhado. Todas essas coisas (dadas pelo
Espírito) devem ser partilhadas com a pessoa pela qual estão orando.
5) Peça a Confirmação. Devemos, então, perguntar à pessoa com a qual partilhamos a visão, oração profética ou versículo das
Escrituras, “O que foi partilhado, corresponde à sua necessidade? Foi dirigido ao motivo
da sua preocupação? Estava correto?”
Se a pessoa disser NÃO! A pessoa que
falou erroneamente, deve responder: “Estou aprendendo e, algumas vezes, cometo
erros. Desculpem, eu orarei mais na próxima semana e pedirei ao Senhor para que me
ajude a fazê-lo melhor da próxima vez.”
Se a pessoa disser SIM! Então agradeça
ao Senhor por ajudá-lo a ajudar aos outros.
b. Princípios dos Círculos de Oração. Se o esboço dos princípios acima forem seguidos, os círculos de oração se tornarão tempos valiosos de aprendizado. Não
SEÇÃO E1 / 843
se esqueça de que esses princípios exigem
três coisas:
1) Liberdade para as pessoas tentarem e, tentando ocasionalmente, cometerão
erros.
2) Limite. Isto significa que alguém
deve verificar se o que está sendo partilhado é correto e verdadeiro.
3) Falibilidade. Isto significa que somos capazes de cometer erros.
O nosso caráter e o nosso chamado devem
desenvolver-se juntos – de mãos dadas. Ninguém se torna um grande “profeta” da noite
para o dia. Há um tempo de treinamento e
testes de aprendizado e de correspondência
aos caminhos e ações do Santo Espírito de
Deus. Que possamos aprender as nossas lições bem, pois somente assim teremos ganho
o nosso direito de sermos ouvidos!
A maioria das escolas bíblicas e seminários dão muito pouco tempo e atenção aos
dons do Espírito. Quando o fazem, quase
nunca ensinam aos alunos como reagirem às
ações do Espírito Santo. Nunca poderemos
aprender como nos movermos no poder do
Espírito Santo somente através das linhas
gerais de uma palestra. É preciso que haja
uma experiência concreta, onde observamos
e trabalhamos com outras pessoas que possuam ministérios dotados.
c. A Igreja Primitiva. Os novos crentes viam nos pequenos grupos familiares demonstrações de como deviam mover-se no
poder do Espírito Santo. Podiam aprender
como falar e agir pela fé e, contudo, de acordo com a ordem divina. Eram encorajados e
corrigidos por líderes sábios e amorosos.
Os frutos e os dons do Espírito Santo
eram mantidos em equilíbrio. Os novos crentes podiam, portanto, crescer tanto no caráter como em seus chamados. Verdadeiramente, Deus Se importa tanto com o “obreiro” quanto com a “obra”.
Precisamos do aconselhamento de líderes devotos a Deus e da comunhão de nossos irmãos e irmãs para crescermos no Senhor. Aprendemos pela ministração mútua
844 / SEÇÃO E1
da vida d’ Ele e de uns para com os outros.
Não fomos criados para “fazermos as coisas sozinhos”!
No contexto dos grupos familiares, precisamos enfrentar os frutos de nossas ações
para com os outros. Isto mantém a nossa
vida em equilíbrio. O nosso caráter e o nosso chamado – as nossas motivações e o nosso
ministério – desenvolvem-se de uma forma
certa e segura.
Aí então, quando estivermos prontos a
sairmos para ministrarmos ao mundo lá
fora, sairemos com a bênção, com a aprovação, e com o apoio da comunidade local.
D. PONDO OS PRINCÍPIOS
EM PRÁTICA
Colocamos diante de vocês vários princípios referentes aos sistemas de apoio emocional, financeiro, e espiritual. Três coisas,
no entanto, deveriam ser mantidas em mente, quando a questão é colocarmos estas
idéias em prática:
1. Precisamos Fazê-lo Cuidadosa
e Vagarosamente
“Os planos dos que são cuidadosos e
firmes em seus esforços serão amplamente
concretizados, mas um espírito impetuoso
e impaciente produzirá a perda e a vergonha” (Pv 21:5 simplificado).
Deus não está com pressa. Ele quer fazer
as coisas bem e com sabedoria. Isto significa
a cuidadosa colocação de um sólido fundamento. Isto começa ensinando-se paulatinamente às pessoas o propósito divino por
detrás das mudanças que estão diante delas.
Elas precisam saber que tipo de papel
terão e as bênçãos que Deus tem guardado
para elas. Isto acalma os temores que muitas pessoas têm das mudanças e do desconhecido. Todos precisam compreender:
2. Precisamos Fazê-lo
com Boa Vontade
“ ...Que Me tragam a oferta; de todo
homem cujo coração o mover para isso,
E1.10 – Ministério Recíproco: Serviço
dele recebereis a minha oferta.” (Êx 25:2.)
A adoração, a obra, e o serviço que são agradáveis ao Senhor não podem ser forçados.
Isto é contrário à lei do amor, o qual precisa
ser dado gratuitamente. As pessoas que são
informadas e inspiradas – ensinadas e tocadas pelo Espírito de Deus – respondem com
alegria e liberdade. O pastor sábio, com
amor, e pacientemente, dirige o seu rebanho
a coisas novas. As ovelhas não podem ser
empurradas ou apressadas.
3. Precisamos Fazê-lo com
Todos em União
“Quando toda a igreja se congrega num
lugar... que todos estejam prontos para
darem um salmo, um ensinamento, uma
revelação, uma língua, ou uma interpretação. Que tudo seja feito de uma forma
que edifique a igreja... Pois todos vocês
podem profetizar, um após o outro, para
que todos possam aprender, e todos possam ser encorajados” (1 Co 14:23, 26,
31).
O pensamento-chave nestes versículos
é que os princípios dos sistemas de apoio
são aprendidos somente à medida que são
colocados em prática, na comunhão da igreja. Aprendemos fazendo as coisas uns com
os outros e de uns para com os outros.
O uso de Paulo da palavrinha “todos”,
repetidas vezes, mostra-nos claramente que
todos devem fazer parte do ministério. Não
é somente para aqueles poucos que por natureza são mais extrovertidos e dotados.
Todos têm um lugar e uma função no Corpo
de Cristo. No plano de Deus, todos devemos aprender uns com os outros através do
Seu Espírito.
E. CONCLUSÃO
Deus sabiamente nos deu princípios e
padrões divinos. Através deles, a Sua vontade para os nossos dias pode ser feita por
meio do Seu povo.
Ao pesquisarmos a Palavra de Deus descobrimos que:
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
1. Todo Membro é um Sacerdote
Ele estabeleceu líderes na Igreja para
equiparem e prepararem a todos para serem sacerdotes reais por direito próprio.
2. Todo Membro Tem um Ministério
Todos os membros têm um ministério que
pode ser descoberto e desenvolvido no contexto pessoal de pequenos grupos familiares.
3. Pequenos Grupos Familiares
são Importantes
É aqui que podemos aprender com segurança a:
a. Adorarmos a Deus juntos;
b. Ministrarmos nos dons espirituais juntos;
c. Sairmos para testemunhar ao
mundo.
É assim que nos tornamos membros maduros do Corpo de Cristo. Esta é a vontade
de Deus e o caminho de Deus!
4. Os Líderes Devem Fornecer
Na qualidade de líderes da Igreja, estabeleçamos portanto os sistemas de apoio para
garantirmos o desenvolvimento espiritual
de nossos membros. Forneçamos a eles:
a. Sistemas de Apoio Emocional: Comunhão (Koinonia)
b. Sistemas de Apoio Financeiro: Dinheiro para os necessitados
c. Sistemas de Apoio Espiritual: Treinamento nos dons espirituais
Se você fizer estas coisas cuidadosamente e em oração, o Senhor acrescentará à sua
igreja os que Ele salvar.
Capítulo 11
Ministério ao Mundo:
Testemunho
•
Introdução
Todos precisam entender:
O plano...
O QUE será feito
SEÇÃO E1 / 845
•
•
•
•
•
O propósito...
PORQUE será feito
Os métodos...
COMO será feito
As pessoas...
QUEM o fará
O lugar...
ONDE será feito
O programa...
QUANDO será feito
Jesus disse aos Seus discípulos que no
final dos tempos o mundo enfrentaria uma
época de grandes sofrimentos e dificuldades. O temor, o ódio, e a cobiça fariam com
que as nações do mundo entrassem em guerra umas contra as outras. Os “últimos dias”
serão dias sombrios de fato (Mt 24; LC 21),
“Porque eis que as trevas cobriram a
terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti
o Senhor virá surgindo, e a sua glória se
verá sobre ti” (Is 60:2).
Há, no entanto, uma radiante esperança
para a Igreja Cristã. As Escrituras também
afirmam que nos últimos dias Deus “derramará o Seu Espírito sobre todas as pessoas em toda parte... E todos os que invocarem o nome do Senhor serão salvos”
(At 2:18,21 simplificado).
Isso nos ensina que mais pessoas ouvirão o Evangelho e serão salvas nessa hora
escura do que em qualquer outro período da
história. Haverá um grande reavivamento
de final dos tempos, à medida que a luz do
Evangelho brilhar e penetrar as trevas de
um mundo agonizante. Deus sempre traz
um “aviso” e um “testemunho” antes de
ocasiões de grandes julgamentos.
Por esse motivo, Deus deseja unificar a
Igreja em sua adoração, obra, batalha espiritual e testemunho do Evangelho. O reavivamento virá somente à medida que o poder e
a glória de Cristo forem revelados através
do Seu Corpo por todo o mundo.
“Pai, oro para que todos possam ser
um... para que o mundo possa crer que Tu
Me enviaste... Pois este Evangelho do Reino precisa ser pregado no mundo todo
846 / SEÇÃO E1
como um testemunho a todas as nações. Aí
então virá o fim” (Jo 17:21; Mt 24:14 simplificado).
A. RECONCILIAÇÃO: PLANO
DE DEUS/NOSSA MISSÃO
“Reconciliação” é uma palavra linda e
maravilhosa. Significa reunir e pacificar os
que haviam quebrado a comunhão que tinham. Ao pecar, o homem se opôs a Deus e
subjugou-se ao controle do Seu inimigo –
Satanás. A desobediência a Deus é pecado.
E o pecado nos separa de Deus e nos faz
Seus inimigos.
Deus, em Sua graça, quer perdoar os
nossos pecados e restaurar-nos à Sua família. Em suma, Ele quer que sejamos “reconciliados” e que estejamos em paz com Ele.
É por isto que Ele enviou o Seu Filho ao
mundo: para morrer por nossos pecados.
Deus quer ser nosso Pai. Ele quer ser nosso
amigo!
Sim, “reconciliação” é uma palavra repleta de um santo maravilhamento. Foi expressa bem do âmago do coração do Próprio Deus. Ela retrata o Seu amor e graça
para toda a humanidade. Retrata o Seu de-
E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho
sejo de trazer a Si todas as nações do mundo.
As nações compõem-se de pessoas. E
Deus ama as pessoas – até mesmo as pessoas que pecaram e buscaram a sua própria
vontade e os seus próprios caminhos. Através do pecado, o homem perdeu-se do seu
caminho com Deus e tornou-se Seu inimigo. Através de Cristo, Deus busca restaurar
o mundo inteiro a um relacionamento correto com Ele.
“Pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu único Filho. Qualquer
pessoa que n’Ele acreditar não morrerá,
mas terá a vida eterna” (Jo 3:16 simplificado).
Deus revelou ao Apóstolo Paulo o Seu
grande amor pelas nações do mundo. Além
disto, colocou esse mesmo amor no próprio coração de Paulo. Ouça cuidadosamente
estas palavras escritas à Igreja de Corinto.
“Deus nos reconciliou Consigo através
de Cristo. E Ele nos deu esta missão de
pacificarmos todas as pessoas com Ele.
Sim, Deus estava em Cristo reconciliando
o mundo Consigo... Somos, portanto, embaixadores da paz. Somos ministros reais,
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
enviados com esta mensagem divina: Reconciliem-se com Deus!” (2 Co 5:18-20
simplificado).
Verdadeiramente, esse é o plano de Deus
para as nações – que se reconciliem com
Ele. O propósito de Deus sempre foi o de
ter uma família composta pelo mundo todo.
Ele quer um povo que O conheça, que O
ame, que O adore, e que O sirva com todo o
seu ser. Ele nunca mudou de idéia. Este ainda é o profundo desejo do Seu coração.
1. Homens com Uma Missão
O Livro de Atos é a narrativa de homens
com a missão de alcançarem o mundo para
Cristo. Nos primeiros capítulos do livro
encontramos homens sendo escolhidos, chamados, e preparados para as suas tarefas.
O Senhor Lhes deu o tempo e o treinamento necessários para “crescerem” nos
frutos do Espírito – e para “serem excelentes” nos dons espirituais. Esse tempo de
crescimento envolvia o ministério ao Senhor
e o ministério recíproco. Finalmente chegou a hora em que já estavam equipados
para ministrarem ao mundo.
A história deles fala sobre homens comuns sendo usados de maneiras muito incomuns. Homens pequenos com um grande
Deus numa gloriosa missão – alcançarem o
mundo para Cristo!
Atos 7 e 8 registram como começou o
primeiro movimento missionário na Igreja
Cristã.
a. Estêvão – um Mártir. O Capítulo 7
é uma história sobre um leigo chamado Estêvão. Vocês se recordam que ele foi um dos
sete escolhidos para servirem as mesas. Ele
se tornou um grande homem de fé e executou muitos sinais e maravilhas no meio do
povo.
Ele era também um veemente defensor
da fé e tornou-se o primeiro cristão a dar a
sua vida por Jesus. Estêvão absorveu bastante de Deus em sua curta vida para Deus!
O Capítulo 7 assinala um ponto crucial no
Livro de Atos. As ações não mais se centra-
SEÇÃO E1 / 847
lizarão principalmente nos apóstolos em
Jerusalém. O plano de Deus para que “todos os membros sejam ministros” na Igreja
de Cristo será posto em ação, o que resultará numa “explosão evangelística” – uma
Bomba do Evangelho – que será vista e ouvida em toda parte.
Como isso aconteceu e quem estava envolvido constituem uma leitura muito interessante.
b. Saulo – um Perseguidor. Após a
morte de Estêvão, um homem chamado Saulo entra em cena, e a Igreja de Jerusalém
nunca mais seria a mesma. Permitamos que
o registro bíblico fale por si mesmo:
“Saulo alegrou-se com a morte de Estêvão pois achava que ele merecia morrer...
Aí então Saulo começou a destruir a Igreja
de uma maneira muito cruel e terrível. Ele
passava de casa em casa, arrastando para
fora homens e mulheres, e aprisionando-os...
“Como resultado, todos os cristãos –
com exceção dos apóstolos – foram forçados a fugirem de Jerusalém. Espalharamse para as regiões circunvizinhas da Judéia e Samaria. Onde quer que fossem, pregavam a Palavra – as boas-novas do Evangelho’’ (At 8:1,3,4 simplificado).
Ficou muito óbvio que agora todos estavam cada um por si. Não podiam mais recorrer aos apóstolos para pedir direções ou
ajuda. Será que haviam sido adequadamente
treinados e preparados para aqueles violentos e difíceis dias que Lhes aguardavam?
Será que poderiam funcionar independentemente da liderança de Jerusalém? Será que
Saulo havia destruído a única igreja neo-testamentária que existia na época?
Os tratamentos cruéis que são feitos
para se destruir um grupo especial de pessoas são chamados de “perseguição”. Será
que Saulo fora bem-sucedido nesses esforços contra suas vitimas desamparadas? Será
que o fogo da perseguição enchera de temor
os corações dos crentes? Será que ousariam
levantar a voz em nome do seu Senhor?
As Escrituras nos dão a resposta de uma
848 / SEÇÃO E1
forma muito clara: “Onde quer que fossem,
pregavam a Palavra!” Saulo havia cometido o maior erro de sua vida. Ele havia lutado
não somente contra a Igreja do Cristo Vivo,
mas também contra o Cristo da Igreja Viva.
Em seus esforços para extinguir o fogo do
Espírito em Jerusalém, ele foi “bem-sucedido” somente em espalhar e iniciar fogueiras por toda a região.
Sim, os apóstolos haviam cumprido a
sua tarefa de forma satisfatória – “equipar
os santos para o serviço”. Eles os ensinaram como orar e pregar por si mesmos, como
ouvir e obedecer a voz de Deus. Portanto,
quando a hora chegou, a Igreja de Jerusalém
estava pronta para continuar levando o seu
testemunho à “Judéia, Samaria, e aos confins da terra’’ (At 1:8). Deus na verdade
usou a arma de Satanás da “perseguição”
como um meio de pôr a Sua Igreja em ação.
2. Uma Missão Para o Mundo
Deus sabia que quando o Seu povo estivesse finalmente pronto para ir, todos
teriam um papel a cumprir em Seu plano
divino. Seriam de fato “um povo especial,
um reino de sacerdotes, uma nação santa”
(1 Pe 2:9).
A sua obra e testemunho não seriam fáceis. Mas seriam “fortes e corajosos porque sabiam que Deus estava com eles e que
seriam bem-sucedidos onde quer que fossem” (Js 1:6-9).
E “ir” foi exatamente o que fizeram! E
com um tremendo êxito! A dolorosa partida
de Jerusalém tornou-se uma gloriosa missão ao mundo. Onde quer que fossem em
fraqueza, o Evangelho ia com poder!
a. Todos Devem Ouvir. A missão da
Igreja Primitiva é a missão da Igreja hoje.
Deus ainda quer reconciliar as nações. Ele
quer que as Boas-Novas de Jesus Cristo se
espalhem por toda a terra.
A palavra “nação” nas Escrituras referese a um povo que tenha uma língua comum
e laços culturais e/ou geográficos. É um agrupamento social onde as pessoas encontram
E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho
uma identidade. Essas “nações” são chamadas de “grupos étnicos”.
Nenhuma tribo, língua, ou “grupo étnico” deve ser menosprezado. Todos devem
ter o direito ou privilégio de ouvir sobre o
amor de Deus por eles. A tarefa é grande.
Muitas pessoas no mundo todo nunca ouviram o nome de Jesus – nem ao menos uma
vez!
Há quase 5 bilhões de pessoas no mundo hoje, de acordo com o U.S. Center For
World Missions (Centro Americano Para
as Missões Mundiais). Estas pessoas podem ser divididas em cerca de 24.000 diferentes “grupos étnicos”.
Cerca de 7.000 grupos étnicos já foram
alcançados com o Evangelho de Cristo, e
incluem cerca de 2,3 bilhões de pessoas.
Aproximadamente 17.000 grupos étnicos,
ou 2,4 bilhões de pessoas, no entanto, nunca ouviram falar sobre o Senhor Jesus Cristo. Estes números se aproximam a 50% da
população do mundo!
Quem são essas pessoas que ainda estão
por serem alcançadas com o Evangelho? Os
grupos principais podem ser incluídos na
seguinte lista:
GRUPOS ÉTNICOS – POPULAÇÃO
Tribais
5.000
135 milhões
Chineses
4.000
774 milhões
Muçulmanos
2.000
416 milhões
Hindus
3.000
561 milhões
Budistas
1.000
264 milhões
Outros
2.000
281 milhões
b. Um Alvo Missionário. Sim, a tarefa
é grande, porém não é impossível. Alias,
muitos líderes missionários crêem que a
Grande Comissão de Cristo de levarmos o
Evangelho a todas as “nações” poderia ser
realizada antes do ano 2.000.
Em 1983 havia cerca de 1,4 bilhões de
cristãos no mundo. Isto significa que 1 entre
3 indivíduos se considera cristão. Além disso, a população cristã está crescendo agora a
razão de mais de 28 milhões por ano.
A cada ano, mais de 50.000 novas igrejas
AS TRÊS PARTES DA IGREJA
são formadas na Ásia e na África somente.
Há 100 anos atrás não havia nenhuma igreja
na Coréia. Em 1970, somente 10% dos sulcoreanos eram cristãos. Em 1980, este número havia crescido para 20%. Em 1984,
a estimativa já alcançava quase 30%.
Em 1949-1950, havia cerca de 1 milhão
de cristãos na China. Os comunistas expulsaram todos os missionários e tentaram destruir completamente a Igreja.
Nos últimos anos, pelo fato de as portas
para a China terem sido abertas uma vez
mais, descobriu-se que a força da Igreja que
sobreviveu era realmente surpreendente. Ao
invés de morrer, ela havia crescido de 30 a
50 milhões de membros!
A Igreja está crescendo rapidamente em
muitos lugares. Em outros lugares, no entanto, o trabalho de evangelização é muito
mais difícil ou até mesmo impossível. Há
um pequeno ou nenhum crescimento (e
poucos cristãos conhecidos) na República
Popular da Mongólia, na Albânia, na Líbia e
no Afeganistão. A França, Israel e Bangladesh
são também lugares muito difíceis de se divulgar o Evangelho.
Contudo, 90% do mundo ainda se encontra aberto ao Evangelho. Em alguns lugares, até mesmo as portas fechadas se reabriram. Infelizmente, não tiramos o máximo proveito destas portas abertas.
Há mais de 2,8 bilhões de não-cristãos
no mundo hoje. E, como já foi afirmado anteriormente, cerca de 2,4 bilhões de pessoas nunca (nem mesmo uma vez) ouviram as
Boas-Novas do amor de Deus.
Para podermos alcançá-las, barreiras culturais terão de ser transpostas. O testemunho pode vir somente de fora, pois na parte
de dentro não há absolutamente nenhuma
igreja.
Serão necessários tanto um amor pelos
perdidos quanto esforços bem direcionados
para alcançarmos essas ”pessoas escondidas” por quem Cristo morreu. É por isto
que precisamos estar informados. As informações são necessárias para canalizarmos
SEÇÃO E1 / 849
o poder do amor de Deus para essas partes
do mundo que são mais carentes.
Somente assim, a Grande comissão do
Senhor Jesus Cristo poderá ser obedecida
e a tarefa completada neste século. Ela pode
ser feita – se olharmos, ouvirmos, orarmos
e obedecermos!
c. Investir em Missões. Em vista disto,
o povo de Deus não pode nunca ficar satisfeito até que todas as “nações” tenham sido
alcançadas com o Evangelho. Este deveria
ser o nosso mais alto alvo e o maior objetivo.
Infelizmente, muitos estão mais interessados em “receber” do que em “dar”. Oramos pelo dia em que a maior parte do povo
de Deus estará tão disposta a investir em
missões quanto em coisas materiais.
As casas e os bens materiais são importantes em nosso mundo moderno, mas não
são tão importantes assim. Os tijolos, tábuas e metais brilhantes acabarão algum dia,
mas as almas dos homens são eternas.
Jesus disse que o nosso coração e os
nossos tesouros sempre andariam de mãos
dadas. Onde encontramos um, encontramos
também o outro (Mt 6:21).
Os nossos desejos e interesses (coração)
sempre indicam a direção dos nossos valores (tesouro). Damos da nossa vida, tempo,
talentos e energia ao que achamos que é precioso para nós e de grande valia.
As palavras de Jim Elliot, o missionário-mártir aos índios aucas, falam diretamente ao nosso coração: “Não é nenhum tolo
aquele que dá o que não pode guardar, para
ganhar o que não consegue perder!”
d. Ide por Todo o Mundo. Dizem que
as últimas palavras de uma pessoa geralmente são as mais importantes de sua vida.
As palavras de grandes homens foram registradas pouco antes de morrerem para o
benefício dos que ficam – ou ainda estão
por nascer.
Sabemos disto com certeza: as últimas
palavras de Jesus foram registradas e são
muito importantes. Suas palavras de des-
850 / SEÇÃO E1
E1.11 – Ministério ao Mundo: Testemunho
pedida aos Seus discípulos foram claras e
diretas: “Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a todos e em toda parte” (Mc
16:15 simplificado).
Jesus disse para “irmos”. As Escrituras nos dizem que, em simples obediência,
eles “foram”. “E o Senhor foi com eles
pelo Seu Espírito e confirmou as suas palavras com sinais e maravilhas” (Mc 16:20
simplificado).
O que Ele disse para eles e fez por eles
Ele está dizendo para nós e também fará
por nós hoje. Se formos e obedecermos,
Cristo honrará a Sua Palavra em nossa vida
– e em nosso mundo – como Ele o fez no
caso deles.
e. O que Devemos Fazer. Todo crente deveria ser ensinado e preparado para
cumprir este mandamento e, então, sair
para pregar o Evangelho e orar por aqueles
que ofertam o seu dinheiro – seja muito ou
pouco – para ajudar financeiramente aqueles que foram escolhidos para pregar o
Evangelho em tempo integral. Lembre-se
de que esse serviço só pode ser feito na
estação da colheita, pois depois que ela
passa e começa o inverno, então será muito tarde. O mesmo acontece com a Colheita das Almas. Devemos pregar o Evangelho hoje.
Na eternidade, os pobres pecadores com
os quais falhamos ao falarmos sobre Cristo,
lamentarão, “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” (Jr 8:20).
Quando chegarmos ao Céu, esta falha também poderá nos fazer chorar e lamentar por
uns tempos. “E Deus limpará de seus olhos
toda a lágrima...” (Ap 21:4).
Não é de admirar que o apóstolo Paulo
nos adverte: “Vigiai... e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento
de Deus” (1 Co 15:34). Paulo está nos advertindo de que podemos pecar através de
falha em não obedecer à Grande Ordem.
Espere, em oração de adoração, até que
você tenha sido batizado no Espírito. Comece, dizendo aos seus familiares e aos seus
amigos o que Jesus tem feito por você.
Se eles necessitarem de cura, imponha
suas mãos sobre os enfermos e ore para que
sejam curados. Espalhe as bênçãos e a vitória de Cristo. Triunfe sobre Satanás, onde
quer que você vá.
Assim sendo, ouçamos, aprendamos,
confiemos e obedeçamos – para que de fato
nos tornemos “um povo peculiar, um sacerdócio real, uma nação santa e um poderoso testemunho” da verdade e do amor de
Deus... aos confins da terra.
“E este Evangelho do Reino será pregado no mundo todo como um testemunho a
todas as nações – e aí então virá o fim...
Ora vem Senhor Jesus!” (Mt 24:14; Ap
22:20 simplificado).
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
LOUVOR E ADORAÇÃO
SEÇÃO E2 / 851
SEÇÃO E2
LOUVOR E ADORAÇÃO
Gerald Rowlands
INDICE DESTA SEÇÃO
E2.1 - O Novo Sacerdócio
E2.2 - Elementos Vitais de Louvor
E2.3 - Louvor: Bênçãos e Barreiras
E2.4 - Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus
E2.5 - Oferecendo o Sacrifício de Louvor
E2.6 - O Significado de Louvor e Adoração
E2.7 - A Música no Louvor e Adoração
E2.8 - Dirigindo um Culto de Adoração
E2.9 - A Importância Profética do Louvor
INTRODUÇÃO DO AUTOR
Louvor e adoração é um dos temas bíblicos de maior importância. É também um dos
mais negligenciados. Se não tivermos uma plena apreciação e a prática de um louvor e
adoração espirituais puros, perderemos, então, um aspecto vital do nosso mais elevado
chamado em Cristo.
Nos últimos anos, Deus tem restaurado esse ministério ao Seu povo. Uma característica importante da grande renovação espiritual que está varrendo o mundo é a restauração
à Igreja do louvor e adoração, assim como foi profetizado por Joel (Jl 2:21,23,26).
Sei que muitos livros bons, sobre este importante assunto, foram publicados recentemente. Não tenho a ilusão de que este estudo aperfeiçoe o que já foi dito nestes excelentes
trabalhos.
Caso haja uma dimensão que eu, pessoalmente, possa adicionar, pode muito bem ser a
da simplicidade. Uma das razões principais de haver compilado este estudo é que a grande
maioria dos meus leitores são de nações do Terceiro Mundo, onde estes livros sobre o
louvor não são muito acessíveis. É a esses líderes, principalmente, que este estudo é
dedicado. A oração do meu coração é que estas paginas possam ajudar, inspirar e motivar
a muitos dos meus leitores a tornarem-se louvadores e adoradores de Deus. É isto que o
Pai está buscando – “adoradores, que adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:23).
Capítulo 1
O Novo Sacerdócio
No Antigo Testamento, Deus ordenou
um sacerdócio que representasse Seu povo
diante Dele. Esse ministério envolvia um
complicado sistema de rituais e cerimônias.
Essas cerimônias eram símbolos das reali-
dades espirituais futuras. Eram a sombra
dessas coisas, e não a substância em si.
O ministério sacerdotal de Cristo preencheu todos os tipos ou símbolos implícitos
no sacerdócio do Antigo Testamento. Ele cumpriu todos os simbolismos. Ele é o cumprimento de todos os protótipos ou símbolos.
Os sacerdócios levítico e aarônico foram
852 / SEÇÃO E2
suplantados por um novo sacerdócio. Nos
termos da Nova Aliança, todo crente é ordenado para ser um sacerdote a Deus. Não
oferecemos sacrifícios de animais, como os
sacerdotes da Antiga Aliança ofereciam. Somos chamados para sermos “um sacerdócio santo e para oferecermos sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por Jesus
Cristo” (1 Pe 2:5).
Um dos sacrifícios espirituais que somos ordenados a oferecer é o “fruto de nossos lábios.” “Portanto ofereçamos sempre
por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o
fruto dos lábios, dando graças ao Seu Nome” (Hb 13:15).
A palavra grega traduzida por “ofereçamos” é “anaphero”, que significa “trazer,
levantar, oferecer”. É a palavra usada em
Êxodo 24:5 (na versão Septuaginta), onde
ofereceram “holocaustos e sacrificaram ao
Senhor sacrifícios pacíficos de bezerros”.
A. ASPECTOS DO SACERDÓCIO
NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra “sacerdote” significa “aproximar-se”. Nos termos da Lei, é usada com
relação a alguém que pode aproximar-se da
Presença Divina (Êx 19:22; 30:20). É em
geral aplicada aos filhos de Aarão, mas tem
também uma aplicação muito mais ampla.
É também usada com relação a Melquisedeque (Gn 14:18), Jetro (Êx 3:1), e aos sacerdotes mencionados em Êxodo 19:22, os
quais exerciam ministérios sacerdotais antes da instituição do sacerdócio aarônico.
1. Três Atribuições do Sacerdócio
no Antigo Testamento
Em números 16:5 vemos as três coisas
que pertencem ao sacerdócio do Antigo Testamento: “O Senhor fará saber quem é seu;
e quem é santo; e fará com que aquele a
quem escolher se achegue a Ele.”
a. Separados para Jeová – “aqueles
que são Seus.”
b. Santos – “e que são santos.”
c. Ordenados a se aproximarem de
E2.1 – O Novo Sacerdócio
Deus – “E fará com que se acheguem a
Ele.”
2. Descrição das Três Atribuições
a. Posição. O primeiro item descreve a
posição do sacerdote. Ele é santificado –
separado do mundo, para Deus.
b. Condição. O segundo descreve a sua
condição. Ele é santo – consagrado ao Senhor. Todos os vasos oferecidos a Deus tornavam-se santos ao Senhor (Lv 27:28).
c. Ministério e Função de Sacerdotes e Comunidade. O terceiro descreve o
seu ministério e função – aproximar-se de
Deus. Isto se refere a todas as funções que
os sacerdotes exerciam.
Uma vez que o sacerdócio representava
o povo, a sua função também representava
os elementos essenciais nos quais toda a
comunidade de aliança estava baseada. Deveriam ser:
1) Um grupo “chamado para fora”,
separado.
2) Uma nação santa, um povo peculiar.
3) Um reino de sacerdotes a Deus.
(Êx 19:4-6).
3. O Papel Para o Povo
da Nova Aliança
O Novo Testamento também descreve o
papel que Deus designou para o Seu povo
da Nova Aliança.
a. Somos a “Ecclesia” (Igreja) – o grupo dos que foram “chamados para fora”;
chamados para fora do Egito, do pecado e
do reino de Satanás, e separados para o Reino
de Deus e Seu Filho querido (Cl 1:13).
b. Devemos ser um povo santo. A santidade é essencial para uma comunhão com
Deus. “Sem santidade ninguém verá a
Deus” (Hb 12:14).
c. Devemos nos aproximar de Deus
e oferecer sacrifícios espirituais. “...sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2:5).
LOUVOR E ADORAÇÃO
SEÇÃO E2 / 853
“Portanto ofereçamos sempre por Ele a
Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
nossos lábios...” (Hb 13:15).
mas quatro cores do véu pendurado diante
do Lugar Santo.
d. Um barrete de linho.
B. Considerações de Mais Alguns
Aspectos do Sacerdócio no
Antigo Testamento
6. Unção
O candidato ao sacerdócio era conduzido à porta do Tabernáculo.
a. Seu corpo era lavado com água.
b. Ele era vestido com as vestimentas
oficiais.
c. Era ungido com óleo santo (símbolo
do Espírito Santo) (Êx 30:30).
1. Condição de Filhos
Deus escolheu os filhos de Aarão para
serem sacerdotes (Êx 6:18-20; 28:1). Aarão
foi o primeiro sumo sacerdote. Somos filhos de Deus e descendentes de nosso Sumo
Sacerdote, Jesus Cristo.
2. Ordenação
Os filhos de Aarão foram ordenados ao
sacerdócio por Moisés. Somos também ordenados para sermos reis e sacerdotes para
Deus por Jesus Cristo (Ap 5:10).
3. Integridade
“Nenhum homem... em quem houver alguma deformidade se chegará para oferecer as ofertas queimadas do Senhor” (Lv
21:17-21).
4. Purificação
Exigia-se que os sacerdotes lavassem as
mãos e pés antes de entrarem no Tabernáculo (Êx 30:17-21; 40:30-32).
5. Vestuário
Mesmo quando não estavam em serviço
no Tabernáculo, os sacerdotes usavam um
vestuário distinto. Sempre era possível reconhecê-los como sacerdotes do Senhor. No
entanto, ao ministrarem no santuário, Exigia-se que usassem suas roupas oficiais, as
quais consistiam de quatro partes. Quatro
é o número do Reino de Deus. Portanto,
era óbvio que eram servos do Reino. Estas
quatro partes são:
a. Um calção de linho (Êx 28:42).
b. Uma túnica, tecida em uma só peça,
sem costura alguma.
c. Um cinto multicolorido, com as mes-
7. Ministério Sacerdotal
(no Tabernáculo, ao Senhor)
a. No pátio:
Manter o fogo constantemente aceso no
altar de sacrifícios (Lv 6:9,13).
Tirar as cinzas do altar (Lv 6:10,11).
Oferecer os sacrifícios da manhã e do
entardecer (Êx 29:38-44).
Abençoar o povo depois dos sacrifícios
diários (Lv 9:22; Nm 6:23-27).
Oferecer os sacrifícios no altar.
Tocar as trombetas de prata, ou a corneta do jubileu.
b. No Lugar Santo:
Queimar incenso no altar de ouro de
manhã e de tarde.
Limpar e acender as lâmpadas todas as
noites.
Colocar o pão da proposição em sua
mesa todos os sábados.
Isto nada mais é que um breve esboço
das funções sacerdotais. No entanto, pode
ser usado como um guia das nossas funções
como “um Reino de Sacerdotes” ao nosso
Deus.
C. ASSIM TAMBÉM DEVEMOS SER...
1. Filhos de Deus
Somente os filhos de Deus (aqueles que
verdadeiramente nasceram de novo)
têmacesso ao SACERDÓCIO real. É através
do novo nascimento que o espírito humano
é “vivificado” para Deus. Até que isto acon-
854 / SEÇÃO E2
teça, somos totalmente incapazes de oferecer a adoração espiritual que o Pai procura
(Jo 4:24). Adoração espiritual é o Espírito
de Deus adorando através de nossos espíritos redimidos e renovados.
2. Sacerdotes ao Nosso Deus
Na qualidade de filhos de Deus, nascidos de novo, somos “um sacerdócio real,
uma nação santa, um povo peculiar” (1 Pe
2:9).
Cristo nos transformou “num reino de
sacerdotes para servirmos ao nosso Deus”
(Ap 5:10).
3. Íntegros
As imperfeições e defeitos físicos descritos em Levíticos 21:17-21 são usados em
relação ao sacerdócio da Antiga Aliança, mas
são também simbólicos, e neste sentido são
usados em referência aos adoradores de hoje.
Não são as imperfeições físicas que nos
proíbem que cumpramos o nosso papel
como sacerdotes, mas sim as imperfeições
espirituais. As imperfeições físicas são um
protótipo ou símbolo das imperfeições espirituais. Deus deseja os louvores de um
povo íntegro. A nossa vida cristã deve ser
compatível com o que professamos pela
nossa adoração a Deus.
Uma fonte não pode jorrar água doce e
amarga ao mesmo tempo. Tampouco pode
a boca pronunciar bênçãos e maldições
(Tg 3:9-11) não podemos louvar a Deus
e, com a mesma boca, amaldiçoarmos os
homens. Não convém que isto aconteça
(vers. 10).
4. Purificados
a. Exemplo do Antigo Testamento.
Jacó exigiu que a sua casa “tirasse os deuses estranhos que estavam entre eles, que
se purificassem [lavassem] e que mudassem os seus vestidos” (Gn 35:2) antes de
subirem a Betel para construírem um altar
ao Senhor, para que pudessem adorar Aquele
que “o ouviu em sua angústia.”
E2.1 – O Novo Sacerdócio
Moisés também insistiu que Israel se
santificasse e lavasse as suas roupas (Êx
19:10) em preparação para a manifestação
do Senhor no terceiro dia.
Deus insistia que os sacerdotes lavassem suas mãos e pés na pia de cobre antes
de entrarem para ministrar no Tabernáculo
(Êx 30:18-21; 40:12-16).
Nadabe e Abiú morreram diante do Senhor por não haverem cumprido os requisites que Deus havia estabelecido para os sacerdotes que ministravam diante Dele (Lv
10:1-3). Deus disse: “Serei santificado naqueles que se achegam a Mim, e serei glorificado diante de todo o povo” (vers. 3).
Precisamos encarar isso como um sinal
de alerta. Não é algo leviano nos apresentarmos diante do Senhor. Exercer a função
de sacerdote na Antiga Aliança era um imenso
privilégio. Isto não mudou nem um pouco
até hoje. Aliás, é um privilégio ainda maior
agora. Os termos da nossa Aliança são bem
superiores aos da Antiga Aliança. É importante que não sejamos relaxados na nossa
preparação para a adoração.
O ministério sacerdotal de muitas congregações cessou porque, assim como
Nadabe e Abiú, não foram cuidadosos em
cumprirem os requisitos que Deus estabeleceu para os adoradores.
b. Resultados: Observe agora cinco resultados da purificação pelo Sangue, pela
Palavra e pelo Espírito:
1) Uma Consciência Pura. A nossa
aproximação a Deus não está mais associada com a necessidade de nos espargirmos
com o sangue de animais. O sacrifício de
Cristo cumpriu tudo o que isto simbolizava. Agora, é com o sangue de Cristo que
somos espargidos.
À medida em que, pela fé, recebemos o
Seu poder, nossos corações são “purificados da má consciência e os nossos corpos
são lavados com água limpa” (Hb 10:22).
Somente desta maneira podemos nos aproximar de Deus com plena certeza de fé.
2) Mãos Limpas. “Une o meu cora-
LOUVOR E ADORAÇÃO
ção ao temor [reverência] do Teu nome” (Sl
86:11).
“Chegai-vos a Deus, e Ele Se chegará a
vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de
duplo ânimo, purificai os corações...
Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos
exaltará” (Tg 4:8,10).
Temos aqui o equivalente da Nova Aliança do requisito da Antiga Aliança – a lavagem das mãos antes de se ministrar ao Senhor. Precisamos purificar os nossos corações de desejos dúbios. Não deveríamos
nunca tentar oferecer adoração, a menos que
as nossas mentes estejam inteiramente voltadas ao Senhor. Oferecer louvor enquanto
os nossos pensamentos estiverem em outras coisas é um insulto terrível à Pessoa e
ao caráter de Deus.
3) Um Coração Puro. “Quem subirá
ao monte do Senhor, ou quem estará no Seu
lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e
puro de coração, que não entrega a sua
alma à vaidade, nem jura enganosamente”
(Sl 24:3,4). Um coração puro indica motivações corretas. Por que estamos louvando
a Deus? Nossas motivações são corretas ou
temos motivações secretas e dissimuladas?
4) Um Coração e Espírito Humildes. “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”
(Sl 51:17). O “espírito quebrantado” a que
Davi se refere não é um quebrantamento
de coração no sentido de alguém que esteja
triste e com um peso no coração.
O espírito quebrantado refere-se a um
espírito que foi “amansado” pelos tratamentos de Deus, assim como um cavalo é domado; um espírito que aprendeu a disciplina e se submete ao Senhorio de Cristo. Um
coração contrito é um coração arrependido e humilde. Isto descreve a condição em
que o coração de Davi se encontrava após
os severos julgamentos do Senhor devido
ao seu pecado de adultério com Batseba.
5) Reverência e Temor Santo. “Deus
deve ser temido em extremo na assembléia
SEÇÃO E2 / 855
dos santos, e grandemente reverenciado por
todos os que O cercam” (Sl 89:7).
5. Revestidos
Não somos chamados para usarmos vestes especiais, como os sacerdotes da Antiga
Aliança, mas, espiritualmente, há um sentido bem real em que devemos ser “revestidos”.
a. Revestidos com a Salvação. No
Salmo 132:16, Deus diz que Ele “revestirá
os Seus sacerdotes com salvação.” As vestimentas de linho dos sacerdotes eram simbólicas de duas coisas:
1) O Encobrimento da Carne. –
“Para que nenhuma carne se glorie em Sua
presença.”
2) Livre da Maldição e Seu Esforço
Próprio. Deus estipulou o linho ao invés
da lã porque o linho não causa transpiração,
como acontece com a lã. A transpiração é
um símbolo da maldição e do esforço próprio (Gn 3:19). Além disso, o linho pode
ser completamente lavado – o que nunca
seria possível com a lã.
b. Revestidos com Humildade. Em 1
Pedro 5:5 somos exortados a sermos “revestidos com humildade, porque Deus resiste aos soberbos.” O orgulho carnal não
tem lugar na presença de Deus.
c. Revestidos com a Retidão. “Uma
grande multidão... estava diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos” (Ap 7:9).
Lemos em Apocalipse 19:8 que o linho
fino (vestes brancas) é a retidão dos santos.
d. Revestidos com Poder. Em Lucas
24:9, Jesus ordenou aos discípulos que esperassem em Jerusalém até que fossem revestidos com poder do alto.
Como os sacerdotes de antigamente eram
ungidos com óleo antes de começarem os
seus ministérios, assim também precisamos
ser revestidos com o poder do Espírito, para
que possamos cumprir apropriadamente a
nossa função de sacerdotes.
856 / SEÇÃO E2
O Próprio Jesus não começou o Seu ministério até que fosse revestido pelo Espírito no Jordão (Mt 3:16).
6. Ministros na Qualidade de
Sacerdotes da Nova Aliança
Oferecendo a Deus
a. Nós Mesmos. “Assim sendo, meus
irmãos, por causa das muitas misericórdias
de Deus para conosco, rogo-vos, portanto,
que ofereçais a vós mesmos, como um sacrifício vivo a Deus, consagrado ao Seu serviço e agradável a Ele. Esta é a verdadeira
adoração que devíeis oferecer” (Rm 12:1).
Isto significa apresentarmos todo o nosso ser a Deus, para que sejamos total e eternamente Dele e para que possamos bendizer ao Senhor com tudo o que há em nós (Sl
103:1). “E todo o vosso espírito, e alma, e
corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts 5:23).
Somos seres tripartidos – espírito, alma e
corpo. Davi nos instruiu a “bendizermos ao
Senhor com tudo o que há em nós” (Sl 103:1).
1) Espírito. “Meu espírito se alegra
em Deus meu Salvador” (Lc 1:47).
2) Alma. “Bendize, ó minha alma ao
Senhor” (Sl 103:1).
3) Corpo. “E toda a carne [corpos]
louve o Seu santo nome” (Sl 145:21).
b. O Sacrifício de Louvor (Hb 13:15,
16).
O termo “sacrifício de louvor” indica
que nem sempre é fácil ou conveniente fazermos isto. Devemos louvar ao Senhor em
todas as ocasiões, e não somente quando é
fácil fazê-lo. O nosso sacrifício de louvor é
o “fruto dos nossos lábios”; é o louvor que
é verbalizado, expresso audivelmente.
c. Demonstrações de Louvor. “...para
que anuncieis os louvores Daquele que nos
chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
d. Cânticos Espirituais, de Salmos e
de Hinos (Ef 5:19; Cl 3:16).
e. A Nossa Renda. “Honra ao Senhor
E2.2 – Elementos Vitais de Louvor
com a tua fazenda, e com as primícias de
toda a tua renda; e se encherão os teus
celeiros abundantemente, e transbordarão
de mosto os teus lagares” (Pv 3:9,10).
Na Antiga Aliança, Deus exigia que, ao
se apresentarem diante Dele, os sacerdotes
nunca viessem “de mãos vazias.” Deveriam
sempre trazer uma oferta (1 Cr 16:29; Êx
23:15; 34:20; Dt 16:16,17).
Nunca deveríamos nos apresentar diante Dele com as mãos vazias. Deveríamos
vir com louvor, adoração e ações de graças,
e expressando este nosso louvor com cânticos, com regozijo e com nossas rendas.
Capítulo 2
Elementos Vitais de Louvor
A. O QUE É LOUVOR?
Se pudéssemos dissecar e analisar o louvor, o que descobriríamos em seu âmago?
Qual é a essência, a substância e a natureza do louvor? Do que consiste o verdadeiro louvor? Quais são os elementos vitais
nele envolvidos?
Examinemos, primeiramente, algumas
das palavras do Antigo Testamento que são
traduzidas por louvor, a fim de descobrirmos alguma coisa sobre o significado e importância que elas devem transmitir:
1. Palavras do Antigo Testamento
Traduzidas por “Louvor”
a. Hallal. É a palavra traduzida por
louvor mais freqüentemente usada no Antigo Testamento. Ocorre cerca de 88 vezes.
Seu significado básico é “produzir um som
claro.” Seu significado adicional é “gabarse, celebrar, elogiar com grande entusiasmo,
gloriar-se.” O verdadeiro louvor, portanto,
deveria apresentar um som claro e distinto.
Não deveria haver confusão alguma quanto
a sua função. Deve ser claramente reconhecível pelo que é, ou seja, uma menção de
celebração, o nosso gloriar no Senhor com
entusiasmo.
LOUVOR E ADORAÇÃO
b. Hilluwi (derivada de hallal). É uma
“celebração de ações de graças pelo término
da colheita.” Tal louvor deve ser expresso
com alegria. Uma cena pós-colheita, em
qualquer pais agrícola, ilustraria a essência
desta palavra. Os longos meses de espera
se passaram. A colheita já está armazenada
com segurança. O trabalho duro já terminou, as ferramentas foram colocadas de lado
e a safra está segura. É tempo de se celebrar
o término da colheita com sucesso. É tempo de alegria e celebrações. Cânticos e danças são a ordem do dia. O regozijo é uma
expressão de ações de graças e de louvor.
c. Tehillah (uma outra palavra derivada de hallal). Desta vez, a ênfase é no cantar. Assim sendo, cantamos o nosso “hallal,”
a nossa celebração! Cantamos com clareza
um cântico de louvor a Deus. Celebramos o
Senhor com cânticos. Muitos dos nossos
cânticos e hinos são obscuros e abstratos.
No entanto, deveriam ser cânticos claros e
inconfundíveis de louvor a Deus. Devemos
nos gloriar com entusiasmo a respeito do
Senhor, tanto na letra como na música.
d. Shabach. Significa “gritar com alta
voz, um grito de triunfo, gloriar-se na vitória.”
O louvor nem sempre tem que ser um
som alto. Nem sempre temos que gritar. Há,
no entanto, ocasiões em que um grito triunfante é a única maneira apropriada de louvarmos ao nosso Deus. “Gritai a Deus com
voz de triunfo” (Sl 47:1).
Quando ocasiões assim aparecerem, não
hesite – permita que o seu grito de louvor
realmente ressoe.
e. Zamar. Significa “dedilhar ou tocar
as cordas.” Esta é uma referência óbvia a
louvar a Deus com instrumentos musicais.
Ela tem também o sentido de “cantar louvores com acompanhamento de instrumentos musicais.” Como é maravilhoso tocarmos para o Senhor todos os tipos de instrumentos, fazendo um glorioso hino de louvor a Deus!
f. Yadah. O significado básico é “ex-
SEÇÃO E2 / 857
pressar uma confissão de agradecimento.”
Contudo, esta palavra também transmite a
idéia de “estender-se as mãos,” ou de dar
graças com as mãos estendidas em direção a
Deus.
g. Towdah. Esta palavra vem da mesma raiz que “yadah” e tem, obviamente, um
significado bem semelhante, mas é ainda
mais especifica. Significa “a extensão das
mãos em adoração e ação de graças.”
h. Barak. Significa “ajoelhar-se em adoração.” Neste caso, a postura do corpo inteiro fala muito sobre o louvor. Ajoelhar-se
diante de alguém significa manifestar humildade e demonstrar a dignidade e superioridade da posição dessa pessoa.
2. Ingredientes de Louvor
Pensemos por um momento em alguns
dos ingredientes que observamos nestas
formas de louvor:
a. Expressão Física. São os atos e demonstrações físicas de percepções espirituais. O louvor e a adoração são, em principio, uma resposta do interior do coração à
revelação de Deus e Sua grandeza. Para que
seja um louvor verdadeiro, é preciso ser
manifesto.
b. Som Audível. A possível exceção seria barak – “ajoelhar-se em adoração.” Esta
postura de adoração poderia ser realizada
em silêncio. No entanto, podemos também
ficar ajoelhados e cantarmos ou clamarmos
a Deus.
c. Ação Física. O louvor exige uma participação física ativa. Não pode ser sempre
silencioso e inativo.
O louvor é algo que fazemos!
d. Liberação Emocional. Louvar a
Deus não é um exercício emocional, e sim
uma atividade espiritual. Contudo, é necessário que haja uma liberação emocional.
Muitos e muitos cristãos têm medo de
expressões emocionais. Sempre tentam suprimi-las por pensarem que sejam carnais.
Expressões bíblicas de louvor requerem uma
liberação emocional positiva e controlada.
858 / SEÇÃO E2
Deus nos deu as nossas emoções, as quais
têm o propósito de glorificá-Lo. Davi diz
que devemos “bendizer ao Senhor com
tudo que há em nós” (Sl 103:1). Isto inclui
as nossas emoções. As emoções humanas
precisam ter expressão.
Se não permitirmos uma liberação positiva e saudável, então haverá uma liberação negativa e doentia. Louvar a Deus é a
maneira mais saudável de liberarmos as
nossas emoções. É a maneira estabelecida
por Deus!
e. Reverência. Toda expressão de louvor verdadeira é reverente. Reverenciar
significa honrar e respeitar alguém apropriadamente. Nunca deveríamos permitir
que atividades de louvor se degenerem em
excessos irreverentes. Louvar a Deus não
é um mero instrumento de diversão própria.
O louvor não tem o objetivo básico de
ser uma diversão humana, ainda que a sua
expressão nos traga muita alegria. É, e sempre deveria ser, uma expressão de reverência a Deus. Ao liberarmos as nossas emoções no louvor, o que é tanto bíblico quanto
legitimo, deveríamos, com todo o cuidado,
evitar entrar em excessos e meramente fazer um “espetáculo” na carne. A verdadeira reverência é sempre um ingrediente essencial do louvor.
B. POR QUE DEVERÍAMOS
LOUVAR AO SENHOR?
Salmos 47:7 diz que devemos “cantar
louvores com entendimento.” Deveríamos
saber a razão de estarmos oferecendo louvores a Deus. Aqui estão algumas das razões bíblicas para O louvarmos:
1. Por Quem Ele é
“Louvai ao Senhor” (Sl 149:1). Em outras palavras, louvai-O porque Ele é o Senhor. Ele é a autoridade suprema, o mais
alto poder, o Rei de todos os reis e Senhor
sobre todos os senhores. Ele era antes de
todas as coisas e é o Criador de todas as
E2.2 – Elementos Vitais de Louvor
coisas. Portanto, Ele é maior que todas as
coisas. “Grande é o Senhor e mui digno de
louvor” (Sl 48:1; 96:4).
2. O Louvor Glorifica a Deus
“Qualquer um que oferece louvor Me
glorifica” (Sl 50:23). Certamente, este deveria ser o grande desejo de todo o povo de
Deus: glorificá-Lo.
3. Porque Deus nos
Ordena a Fazê-Io
“Louvai ao Senhor” não é uma sugestão ou pedido. É um mandamento.
4. Porque Devemos Bendizer ao
Senhor por Todos os Seus
Benefícios (Sl 103:1-3).
5. Porque Devemos Louvá-Lo pela
Sua Bondade (Sl 107:21).
6. Porque Devemos Louvá-Lo pelos
Seus Atos Poderosos (Sl 150:2).
7. O Agradecimento é Bom
(Sl 92:1,2; 147:1).
8. O Senhor é Digno de Louvor
(2 Sm 22:4; Sl 18:3).
9. O Louvor Engrandece a Deus
(Sl 69:30).
10. O Louvor é Apropriado... para
os Retos! (Sl 33:1)
A palavra traduzida por “apropriado”
significa “próprio, certo, adequado, conveniente, digno e condizente.” Infelizmente, parece que alguns cristãos acham que
louvar a Deus é inconveniente e impróprio. Preocupam-se em não darem a aparência de pouco decoro ou pouca linha.
Por alguma razão, pensam que esta assim-chamada “dignidade” seja a atitude
adequada aos cristãos. No entanto, a Bíblia ressalta uma idéia totalmente oposta.
LOUVOR E ADORAÇÃO
Deus diz que as vestes de louvor são realmente adequadas neles. Regozijar-se em
Deus e louvar ao Senhor são condizentes
e apropriados para os filhos de Deus. Prefiro, de fato, ter a aprovação de Deus do
que a dos homens!
11. Deus Habita nos Louvores do
Seu Povo (SI 22:3)
O Santo de Israel habita em nossos louvores! Se o nosso coração estiver cheio de
louvor, então estará também cheio com a
presença de Deus, pois Ele habita em nossos louvores. Isto também se aplica aos
nossos lares ou igrejas. Se os enchermos
com louvores, estarão então cheios da presença de Deus. Podemos nos cercar da presença de Deus, cultivando a atitude de louvor. Certamente ficaremos mais conscientes de Sua presença do que de problemas,
dificuldades e circunstâncias adversas. Há
muitas bênçãos que experimentamos como
resultado de louvarmos a Deus.
12. O Louvor Gera o Poder
No Salmo 84 Davi diz: “Bem-aventurados os que habitam em Tua casa: louvarTe-ão continuamente... Bem-aventurado o
homem cuja força está em Ti... Segue de
força em força...” O homem que louva a
Deus tem o Senhor como sua força. Ele também conhece a alegria do Senhor através do
louvor, e a alegria do Senhor é a sua força
(Ne 8:10).
13. A Alma que Louva Deleita-se
no Senhor e Deus lhe Dá os
Desejos de seu Coração
(Sl 37:4)
Muitas pessoas dizem: “Se ao menos
Deus me concedesse os desejos do meu coração, como eu O louvaria por isto!” A ordem divina é o oposto disto. Quando O
louvamos e regozijamo-nos Nele, então Ele
nos dá os desejos de nosso coração, pois o
coração que louva tem os desejos corretos.
Suas prioridades estão na ordem certa, e
SEÇÃO E2 / 859
Deus, então, Se alegra em conceder tais desejos.
14. O Louvor Precede a Vitória
Em 2 Crônicas 20, o rei Josafá liderou o
povo de Deus numa batalha contra seus inimigos. Deus o instruiu que ordenasse cantores ao Senhor. Estes foram diante do exército, louvando a Deus e dizendo: “Louvai ao
Senhor, porque a Sua benignidade dura para
sempre. E, ao tempo que começaram com
júbilo e louvor, o Senhor pôs emboscadas
contra os filhos de Amom e de Moabe e os
das montanhas de Seir, que vieram contra
Judá, e foram desbaratados” (vers. 21,22).
Imagine só um exército sendo liderado
por um coral! Como é estranho à mente
natural irmos à batalha dessa maneira! Mas
as armas de nossa luta não são carnais. São
fortes para derrubarem fortalezas. Ao enfrentarmos o nosso inimigo nos dias de hoje,
precisamos compreender uma vez mais o
poder do louvor e entrarmos na batalha com
os altos louvores de Deus em nossas bocas.
Podemos então ter a expectativa de vermos
a salvação de Deus. As pessoas que realmente aprendem a louvar ao Senhor são
aquelas que demonstrarão a Sua presença e
poder.
C. QUEM DEVERIA LOUVAR
AO SENHOR?
1. Todos os Homens em Todo Lugar.
(Sl 145:21; 148:11-13; 150:6).
2. Toda Carne. (Sl 145:21).
3. Tudo que Tem Fôlego. (Sl 150:6)
4. O Povo de Deus. (Sl 67:3,5; 78:4;
79:13).
5. Os Retos. (Sl 140:13).
6. Os Santos (Sl 145:10).
7. Os Redimidos (Sl 107:1,2).
8. Os que Temem ao Senhor. (Sl
22:23).
860 / SEÇÃO E2
9. Os que Conhecem e Crêem na
Verdade. (1 Tm 4:3).
10. Os Servos de Deus. (Sl 113:1;
134:1; 135:1).
11. Todos os Seus Anjos. (Sl 148:2).
12. Toda a Natureza. (Sl 148:3-10).
D. QUANDO DEVEMOS LOUVAR AO
SENHOR?
1. De Manhã Até a Noite
“Desde o nascimento do sol até o anoitecer, seja louvado o nome do Senhor” (Sl 113:3).
2. Durante o Dia Todo
“A minha boca se encherá do Teu louvor e da Tua glória o dia todo” (Sl 71:8).
3. Enquanto Vivermos
“Enquanto eu viver louvarei ao Senhor...” (Sl 146:2).
4. Em Todo o Tempo
“O Seu louvor estará continuamente na
minha boca” (Sl 34:1).
5. Em Ocasiões de Depressão
“Por que estás abatida, ó minha alma, e
por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei. Ele é a
salvação da minha face, e o meu Deus” (Sl
42:11).
6. Em Tudo
“Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor
Jesus Cristo” (Ef 5:20).
E. ONDE DEVEMOS LOUVAR
AO SENHOR?
1. Na Grande Congregação
“Louvar-Te-ei no meio da grande congregação” (Sl 22:22).
E2.3 – Louvor: Bênçãos e Barreiras
2. Entre os Povos
“Louvar-Te-ei, Senhor, entre os povos;
cantar-Te-ei entre as nações” (Sl 57:9).
3. Em Seus Átrios
“Entrarei por Suas portas com louvor”
(Sl 100:4).
4. Na Assembléia dos Anciãos
“Exaltem-No na congregação do povo,
e glorifiquem-No na assembléia dos anciãos” (Sl 107:32).
5. Entre as nações
“Louvar-Te-ei entre os povos, Senhor, e
a Ti cantarei salmos entre as nações” (Sl
108:3).
6. Entre a Multidão
“Louvá-Lo-ei entre a multidão” (Sl
109:30).
7. “NA CONGREGAÇÃO...”
(SI 149:1).
8. “NO SANTUÁRIO...” (Sl 150:1).
Capítulo 3
Louvor: Bênçãos e Barreiras
A. COMO O LOUVOR TRAZ AS
BÊNÇÃOS DE DEUS
1. Ciclo Hidrológico
Na natureza há um ciclo que traz grandes bênçãos a terra. É conhecido como ciclo hidrológico.
A Bíblia tem muito a dizer a respeito
disto. É um processo de duas etapas:
a. Evaporação. A água evaporada dos
oceanos ou dos lagos sobe aos céus, formando as nuvens.
b. Chuva. A umidade se condensa e cai
como chuva, para molhar a terra. Isto faz com
que a terra se torne frutífera e produtiva.
LOUVOR E ADORAÇÃO
É usado para ilustrar princípios espirituais, os quais nos ensinam que, de acordo
com a medida de nossos louvores que sobem ao Céu, assim é a abundância das bênçãos que Deus chove sobre nós.
“Porventura se pode entender a extensão das nuvens?” (Jo 36:29). Você entende
o processo pelo qual Deus produz as nuvens?
“Deus espalha luz sobre o oceano” (Jo
36:30). Deus faz com que o sol brilhe sobre
o oceano.
O calor faz com que a água se evapore.
Na forma de vapor quente, a água sobe aos
céus, onde este vapor forma as nuvens.
Quando o vapor se resfria, há uma destilação e formação de gotas de água. Isto forma a chuva que cai abundantemente sobre o
homem (Jo 36:28).
2. Verdades Espirituais
Este processo natural ilustra verdades
espirituais.
a. Deus faz com que Suas bênçãos
brilhem sobre os homens assim como o
sol brilha sobre os oceanos.
b. O coração do homem deveria se
aquecer com relação a Deus, em resposta às
bênçãos que Deus tem “brilhado” sobre ele.
c. Os louvores do homem devem subir a Deus assim como os vapores que são
criados pelo sol nos oceanos.
d. Estes louvores formam nuvens de
bênçãos.
e. Deus faz com que elas se destilem em chuva, a qual cai sobre a terra.
f. A bênção da chuva torna a terra frutífera e próspera, fornecendo a semente para
o semeador e pão ao que come.
g. A chuva em excesso forma rios, os
quais correm para o mar, de onde ela veio
originalmente, e todo o processo começa
novamente.
3. Ilustrações das Escrituras
Considere as seguintes escrituras, as
quais ilustram este processo:
SEÇÃO E2 / 861
a. Amós 5:8; 9:6. Deus “chama as
águas do mar, e as derrama sobre a terra...”
Amós era um fazendeiro e entendia muito bem o processo pelo qual a chuva é formada. Nestes versículos ele descreve o processo de evaporação. Deus “chama as águas
do mar.” Ele faz com que os oceanos se
evaporem, e deste vapor, faz com que a
chuva caia sobre a face da terra.
b. Salmo 147:7,8. “Cantai ao Senhor
em ação de graças; cantai louvores ao nosso
Deus sobre a harpa. Ele é que cobre o Céu
de nuvens, que prepara a chuva para a
terra, e que faz produzir erva sobre os
montes.”
c. Provérbios 11:25. “A alma generosa
engordará, e o que regar também será regado.” À medida que cantamos louvores a
Deus, Ele forma nuvens de bênçãos dos
nossos louvores, de onde Ele envia chuva
sobre a terra. A quantidade de bênçãos é
proporcional a quantidade de louvor que
elevamos a Deus. A nossa generosidade estimula uma resposta liberal de Deus. Durante o futuro reino milenar de Cristo sobre
a terra, todos os reis do mundo serão obrigados a visitarem Jerusalém anualmente para
adorarem a Jeová. Se não o fizerem, Deus
impedirá que chova em suas nações (Zc
14:17). Se não houver adoração, tampouco
haverá chuva!
d. Eclesiastes 1:7. “Todos os rios vão
para o mar, e contudo o mar não se enche;
para o lugar para onde os rios vão, para aí
tornam eles a ir.”
e. Eclesiastes 11:3. “Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a
terra...”
f. Oséias 6:3. “Ele (o Senhor) virá a
nós como a chuva, como chuva serôdia que
rega a terra.”
g. Isaías 45:8. “Destilai vos, Céus,
dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza-se salvação...”
h. Zacarias 10:1. “Pedi ao Senhor chu-
862 / SEÇÃO E2
va no tempo da chuva serôdia: o Senhor,
que faz os relâmpagos, Lhes dará chuveiro
de água, e erva no campo a cada um.”
i. Isaías 55:10. “Porque, assim como
desce a chuva e a neve dos Céus, e para lá
não torna, mas rega a terra, e a faz produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e
pão ao que come...”
j. Tiago 5:7. “Sede pois irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o
lavrador espera o precioso fruto da terra,
aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia.”
4. Derramamento no
Final dos Tempos
Estas passagens bíblicas mostram claramente que haverá um derramamento do Espírito de Deus, no final dos tempos, antes
da vinda do Senhor. Este período será conhecido como “o tempo da chuva serôdia’’
(Zc 10:1).
O Espírito cairá do Céu como um dilúvio de chuvas. Joel prediz um derramamento sem precedentes: “a chuva temporã e a
serôdia [juntas] no primeiro mês” (Jl 2:23).
Israel tinha regularmente duas estações
chuvosas: uma no inicio do ano, o que facilitava o plantio das sementes, e a segunda,
após muitos meses secos e quentes, no final do ano, o que desenvolvia a lavoura antes da colheita.
Estas chuvas eram chamadas de temporã
e serôdia, respectivamente. Mas o glorioso
derramamento do Espírito de Deus no final
dos tempos será como se ambas estas chuvas viessem juntas!
O Agricultor Celestial está pacientemente esperando por esta chuva copiosa para
que Ele possa finalmente fazer a grande colheita. O que causará esta grande chuva? Os
louvores abundantes do povo renovado de
Deus!
Ele levantará um povo que O louva desta maneira nestes últimos dias. Levantarse-ão como um exército poderoso, marchando pela terra. Os altos louvores de Deus
E2.3 – Louvor: Bênçãos e Barreiras
estarão em suas bocas, e espadas de dois
gumes em suas mãos. Seus louvores formarão nuvens abundantes de bênçãos.
Deus as destilará e enviará chuvas de bênçãos mais copiosas do que jamais se viu
antes. Amadurecerão a grande colheita final da terra e o povo de Deus guardará a
Festa dos Tabernáculos ao Senhor!
B. BARREIRAS AO LOUVOR
Até mesmo quando algumas pessoas estão convencidas de que o louvor é bíblico,
correto e apropriado, ainda assim nem sempre é fácil para elas começaram a louvar a
Deus. Muitas desculpas são dadas para isso.
As pessoas esforçam-se em explicar a razão de não poderem louvar a Deus. Alguns
tentam se desculpar com base em suas tendências ou temperamentos. Alegam que são
tímidos, ou o fato de não serem “expansivos” ou de não demonstrarem seus sentimentos.
A verdade é que a Bíblia não isenta ninguém por nenhum destes motivos. Davi diz:
“Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor.
Louvai ao Senhor!” (Sl 150:6). Se você tem
fôlego, então você deve louvar a Deus!
“Os mortos não louvam ao Senhor, nem
os que descem ao silêncio” (Sl 115:17).
Há algumas barreiras definidas com relação ao louvor, mas Deus quer lidar com todas elas e vencê-las. Ele não aceita nenhuma
delas como uma razão válida de não O louvarmos.
1. Pecado
O pecado é a primeira barreira ao louvor.
Esta é a razão básica pela qual os não-convertidos não louvam a Deus. É também o
motivo pelo qual alguns cristãos não louvam. O pecado que não foi confessado nos
inibe na presença de Deus. Não nos sentimos livres ou à vontade na presença de Deus
se estivermos conscientes de algum pecado
em nossa vida que não tenha sido perdoado. Davi disse: “Se eu atender a iniqüidade
no meu coração (se estiver consciente de
LOUVOR E ADORAÇÃO
pecados em minha vida), o Senhor não me
ouvirá” (Sl 66:18). O pecado e a iniqüidade nos separam de Deus (Is 59:2), e perdemos qualquer comunhão que possamos ter
desfrutado antes. A percepção de que há
algum pecado em nossa vida amarra as nossas línguas diante do Senhor. A única coisa
que realmente nos sentimos livres de falarLhe, nestas circunstâncias, é sobre o nosso
pecado.
Há uma resposta bem óbvia a essa barreira: confesse o pecado a Deus e sinceramente aceite o Seu perdão e purificação, a
fim de que um relacionamento correto possa ser restaurado e o fluir do louvor liberado
(1 Jo 1:9).
2. Condenação
Mesmo quando já fomos perdoados pelo
Senhor, nem sempre é fácil aceitar esse perdão por completo e perdoar a nós mesmos.
Muitos cristãos permanecem na condenação. Ainda que Deus os tenha perdoado graciosamente, eles não podem perdoar a si
mesmos.
Isto em geral resulta numa sensação de
demérito. A liberdade de se adorar é bloqueada. Tendem, então, a “abaixarem suas
cabeças” na presença de Deus. A sensação
da presença de Deus tende a fazê-los mais
conscientes de sua indignidade do que da
misericórdia e a graça de Deus que Ele
Lhes estendeu.
Esta espécie de atitude origina-se em geral
do fato de alguém ser demasiadamente consciente de si mesmo, ao invés de ter consciência de Deus. Se ficarmos constantemente
sondando o nosso coração com uma atitude
negativa, sempre procurando faltas e fraquezas, é óbvio que as encontraremos. Ninguém é perfeito. Esta auto-inspeção ultracrítica não é saudável. Sempre focaliza a
sua atenção no ego, e não em Jesus.
A Bíblia nos exorta a “olharmos para
Jesus, que é o autor e consumador da nossa fé” (Hb 12:2). Isto realiza pelo menos
duas coisas:
SEÇÃO E2 / 863
Em primeiro lugar, desvia nossos pensamentos e atenção de nós mesmos para
Jesus.
Em segundo lugar, quanto mais olharmos para Jesus, pensarmos Nele, meditarmos Nele, ocuparmos nossos pensamentos
com Ele, tanto mais desejaremos louvá-Lo.
É assim que o louvor começa: olhando-se
para Jesus. A nossa admiração e apreço por
Ele crescerão continuamente à medida que
fizermos isto. A nossa conscientização do
valor Dele aumentará, e isto promoverá pensamentos de louvor e adoração a Ele.
3. Mundanismo
Oliver Cromwell certa vez definiu “mundanismo” como “tudo o que esfria a minha
afeição por Jesus Cristo.” Mundanismo é
o oposto de espiritualidade. É a condição
predominante quando nossas mentes e pensamentos estão centralizados nas coisas
deste mundo, ao invés das coisas de Deus e
Seu Reino.
Pessoas com mentes mundanas acham
que louvar a Deus é extremamente embaraçoso e que isto ofende seus sentidos carnais de dignidade. A cura para este problema é tornar-se cada vez mais centralizado
em Cristo. À medida que a nossa conscientização e apreço por Ele aumentam, o mundanismo decresce proporcionalmente.
Um dos sintomas do mundanismo é uma
obsessão em manter uma dignidade e decência, uma conscientização excessiva de “o
que as pessoas pensarão?” – ou muita preocupação sobre quais seriam as reações das
pessoas. O nosso primeiro interesse como
cristãos é agradarmos ao Senhor. Isto nem
sempre agrada ao homem carnal. Se ficarmos muito preocupados em agradar aos
homens e ganhar a aprovação deles, certamente correremos o perigo de desagradar a
Deus.
4. Um Conceito Errado de Deus
Isto é freqüentemente uma forte barreira
ao louvor. Muitos têmuma visão de Deus
864 / SEÇÃO E2
completamente negativa. Eles O vêem como
alguém que está constantemente tentando
pegá-los em alguma falta para poder condená-los, alguém oposto a tudo que fazem.
Pensam que há pouca esperança de agradáLo e de usufruir de Sua aprovação. Vêem a
Deus como um bicho-papão, alguém determinado a impedir que as pessoas se divirtam de qualquer forma.
Como é que alguém jamais poderia pensar em louvar um Deus assim?
O louvor começa a levantar-se em nosso
coração somente quando recebemos um conceito certo de Deus. O Espírito Santo precisa mostrá-Lo a nós da maneira como Ele
realmente é. A leitura da Palavra de Deus é
uma cura maravilhosa para os conceitos errados de Deus, mas isto somente acontece
quando estamos abertos e permitimos que
o Espírito Santo nos revele a verdade. Muitos dos que lêem a Bíblia têm as suas mentes fechadas à verdade. Uma verdadeira
conscientização de Deus, quem e o que Ele
é, certamente nos conduzirá ao louvor e adoração.
5. Tradições Religiosas
Nos dias de Cristo, muitos permitiam
que vãs tradições dos homens invalidassem
a Palavra de Deus (Mt 15:6). Infelizmente,
há muitos hoje em dia que fazem a mesma
coisa. Muitos cristãos que cresceram em
assim-chamadas tradições cristãs desaprovam o louvor e a adoração. Tais tradições
condenam o louvor como um mero emocionalismo.
Lembre-se que “a Religião oprime,
mas a Redenção libera.” As pessoas que
estão aprisionadas nas tradições dos homens em geral também têm conceitos errados de Deus. Deus é um Ser extremamente
negativo em suas opiniões. Ele é totalmente
desprovido de emoções, e severo e proíbe
tudo.
Os que crêem num Deus assim tornamse, eles próprios, pessoas com estas falsas
características de Deus. A cura para esta
E2.3 – Louvor: Bênçãos e Barreiras
condição é termos a coragem de ousadamente
expormos as nossas tradições à Palavra de
Deus, com coração e mente abertos. Sempre que o Espírito Santo revelar os erros
das suas tradições, esteja disposto a abandoná-las e a abraçar a Palavra de Deus em
seu lugar.
6. Orgulho
Eis aqui outra barreira à liberação do louvor. Este é um problema difícil de ser tratado por causa da nossa falta de disposição
em reconhecermos o orgulho do coração. O
nosso próprio egoísmo não permite que façamos isto! Deus, porém, pode quebrar um
orgulho assim e libertar o prisioneiro.
O orgulho se refere à preocupação com a
auto-imagem, o desejo constante de uma boa
reputação, de sermos vistos fazendo o que
é considerado certo e apropriado.
7. Temor dos Homens
Provérbios 29:25 nos diz que “o temor
dos homens traz uma armadilha.”
O temor dos homens, seus pensamentos e opiniões criam uma verdadeira armadilha onde muitos são apanhados.
“O temor do Senhor é o principio da
sabedoria...” (Pv 9:10). Se realmente reverenciamos o Senhor, nunca é preciso temermos aos homens.
Deveríamos sempre buscar agradar ao
Senhor em todas as coisas, e certamente precisamos louvá-Lo para fazermos isto. Se os
homens não gostam disso, é problema deles. Nunca permita que as opiniões deles o
impeçam ou atrapalhem o seu desejo e intenção de dar a Deus o louvor que Lhe é
devido.
8. Repressão Satânica
Chegamos finalmente à mais seria de todas as barreiras: uma repressão do louvor,
satanicamente inspirada.
E difícil entendermos o profundo ódio
que Satanás tem por Deus e o quanto ele
detesta ouvir as pessoas louvando a Deus.
LOUVOR E ADORAÇÃO
Foi o profundo ciúme de Satanás em relação a Deus que causou a sua queda. Em
seu orgulho, ele pensa ser maior que Deus.
Ele se enche de um ciúme irracional sempre
que ouve Deus sendo louvado e engrandecido. Ele, portanto, tenta desanimar e suprimir todo louvor desse tipo.
Quando alguém está sob o controle direto de Satanás ou um de seus demônios, sabemos que uma pessoa assim não pode sequer falar o nome de Jesus. Se for encorajada a fazê-lo, sua garganta se paralisa. A palavra simplesmente não sai. Observa-se também que, quando o nome de Jesus é pronunciado na presença de tais pessoas, os
demônios dentro delas começam a enfurecer-se. Satanás reage violentamente até mesmo com a simples menção deste Nome. As
vítimas às vezes espumam na boca, entram
em convulsões, xingam e blasfemam, de tão
violenta que é a reação contra o louvor a
Deus ou Jesus.
C. CONCLUSÃO
Sempre que o cristão estiver ciente de
alguma aversão ao louvor, uma sondagem
sincera e honesta do coração deveria ser feita. Ele deveria pedir a Deus em oração que
Ele lhe revele a natureza de seu problema, e
o que está restringindo ou bloqueando o fluir
do louvor. Depois que isto for descoberto,
é preciso que haja um arrependimento e
abandono desse impedimento.
A pessoa precisa, então, direcionar o seu
coração no sentido de ser obediente a Deus
e de dar louvores a Ele.
Se ainda parecer impossível o fluir no
louvor, a pessoa deveria buscar auxilio de
alguém maduro e espiritualmente sensível.
Talvez haja uma repressão satânica na vida
dessa pessoa que precisa ser quebrada. Até
que isso seja feito, ela nunca poderá servir a
Deus adequadamente.
Uma incapacidade de louvar e adorar a
Deus indica uma rebeldia em alguma área.
Há obviamente um problema básico que
precisa ser tratado. Continue buscando a
SEÇÃO E2 / 865
Deus até que a vitória venha e que rios de
louvor sejam liberados do seu interior!
Capítulo 4
Maneiras Bíblicas Para
Louvar e Adorar a Deus
A. LOUVOR E ADORAÇÃO: EXISTE
UMA DIFFERENÇA
1. Ação de Graças
Louvor é basicamente uma expressão
de admiração e aprovação. Em seu sentido
mais amplo, também inclui uma expressão
de gratidão e ações de graças por favores
recebidos. Assim sendo, louvor e ações de
graças são freqüentemente interligados.
Contudo, as formas mais puras de louvor não incluem agradecimentos ou gratidão. São em essência expressões de admiração e adoração ao objeto de louvor, independentemente do fato de favores haverem
sido recebidos ou não.
2. Adoração
Adorar a Deus, portanto, significa basicamente a exaltação de Sua pessoa, caráter,
atributos e perfeição. É a adoração de Deus
por quem é o que Ele é, e não por nada que
Ele tenha feito e que tenha sido para o nosso benefício. “Grande é o Senhor e muito
digno de louvor...” (Sl 145:3).
A adoração é primeiramente uma conscientização interna de um valor. É, subseqüentemente, uma expressão externa deste
apreço interno. Não se torna adoração até
que encontre uma expressão externa.
Enquanto se encontra no interior do coração e da mente e admiração. Quando encontra expressão e se torna vocal ou visível
torna-se então adoração.
B. EXPRESSÕES VOCAIS DE
LOUVOR E ADORAÇÃO
Há muitas maneiras bíblicas pelas quais
podemos expressar o nosso louvor a Deus.
866 / SEÇÃO E2
E2.4 – Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus
Passaremos, a seguir, a examinar algumas
delas. Talvez a nossa lista não seja completa. Você poderá encontrar outras maneiras
que são também bíblicas. Creio que Deus
quer que todo cristão seja livre o suficiente
em seu espírito para poder louvá-Lo em
qualquer e em todas as maneiras encontradas na Bíblia.
Se você estiver consciente de um louvor
em seu coração, o qual nunca teve uma expressão adequada, permita-me sugerir que
você estude estas várias expressões. Examine as referências bíblicas citadas e considere, em oração, o contexto e o significado
delas. Em seguida, pratique qualquer que
seja a expressão que você estiver considerando.
Por exemplo: se você estiver estudando
as referências bíblicas do nosso clamar a
Deus em voz alta, então siga em frente e
grite (clame) ao Senhor. Você descobrirá um
tremendo alívio ao fazê-lo. Algo será liberado em seu interior. Uma nova dimensão de
alegria será liberada dentro de você, pois
você estará sendo obediente a Deus e estará
começando a Louvá-Lo nas novas maneiras
que Ele ordenou para você em Sua Palavra.
Se você tiver a oportunidade de ensinar
a outros estes princípios de louvor, digalhes que façam cada um deles, à medida que
você os ensina. Não se contente em somente falar sobre estes métodos de louvor. Encoraje as pessoas a participarem e a realmente fazerem o que você estiver ensinando.
1. Louvar a Deus com a Voz
“Os meus Lábios exultarão quando eu
Te cantor, assim como a minha alma que
Tu remiste. A minha língua falará da Tua
justiça todo o dia...” (Sl 71:23,24).
“Para publicar com voz de louvor, e
contar todas as Tuas maravilhas” (Sl 26:7).
Davi constantemente pronunciava os
louvores de Deus, dizendo coisas como:
“O Senhor é a minha força e o meu escudo;
Nele confiou o meu coração, e fui socorri-
do; pelo que o meu coração salta de prazer,
e com o meu canto O louvarei” (Sl 28:7).
Deveríamos também cultivar o hábito de
falarmos sobre o Senhor e de exaltarmos as
Suas obras maravilhosas. Comece todos os
dias pronunciando louvores a Deus. DigaLhe quão grande e maravilhoso Ele é; o quanto você O ama e O aprecia. Agradeça-Lhe
por um novo dia e comece a Louvá-Lo pela
Sua presença com você durante aquele dia
todo. Cante um cântico de louvor e agradecimento a Deus. Use a sua voz, seus lábios
e sua boca. Faça deles instrumentos de louvor. Você ficará surpreso de quão rapidamente você cultivará o hábito do louvor.
“Louvarei ao Senhor em todo o tempo:
o Seu louvor estará continuamente na minha boca” (Sl 34:1).
“Folguem e alegrem-se em Ti os que Te
buscam: digam constantemente os que
amam a Tua salvação: engrandecido seja
o Senhor” (Sl 40:16).
“Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei
ouvir a voz do Seu louvor” (Sl 66:8).
2. Clamar a Deus
O louvor verbal do qual falamos na seção anterior exige apenas um volume de conversação. Estamos falando com Deus, como
numa conversação normal, dizendo-Lhe
nossa opinião Dele e expressando o nosso
apreço. Contudo, há também ocasiões em
que é apropriado e bíblico levantarmos as
nossas vozes e realmente clamarmos ou gritarmos a Deus. “Clamai a Deus com voz
de triunfo”, diz Davi em Salmos 47:1.
Muitas pessoas conservadoras têm uma
aversão muito grande a clamores ou a qualquer tipo de ruído alto. Pensam que é algo
sem dignidade. Alguns até dizem: “não há
necessidade alguma de se gritar. Deus não
é surdo!” A nossa resposta deveria ser:
“Deus não fica nervoso tampouco!”
Há ocasiões e lugares apropriados para
o som festivo e para o grito de louvor, e não
deveríamos ter medo de executá-los quando
estas ocasiões chegarem.
LOUVOR E ADORAÇÃO
“Mas alegrem-se todos os que confiam
em Ti; exultem eternamente...” (Sl 5:11).
“Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos,
vós os justos; e bradai alegremente todos
vós que sois retos de coração” (Sl 32:11).
“Exultem e alegrem-se os que amam a
Minha retidão...” (Sl 35:27).
“Vistam-se os Teus sacerdotes de retidão, e exultem os Teus santos... e os seus
santos rejubilarão” (Sl 132:9,16).
“Exulta e canta de gozo, ó habitante de
Sião, porque grande é o Santo de Israel no
meio de ti” (Is 12:6).
“Canta alegremente, ó filha de Sião:
rejubila, ó Israel: regozija-te, e exulta de todo
o coração, ó filha de Jerusalém” (Sf 3:14).
“E a glória do Senhor apareceu a todo
o povo... o que vendo todo o povo, jubilaram e caíram sobre as suas faces” (Lv
9:23,24).
“E sucedeu que, vindo a área do concerto do Senhor ao arraial, todo o Israel
jubilou (gritou de alegria) com grande júbilo, até que a terra estremeceu” (1 Sm 4:5)
3. Cantar
“Apresentai-vos a Ele com cânticos” (Sl
100:2).
Os cânticos são as reações mais simples
e naturais com relação a maravilha que é
Deus. São uma expressão espontânea de
uma emoção alegre. Sempre foram uma expressão de louvor válida entre o povo de
Deus. Imediatamente após o êxodo do Egito, quando Deus os conduziu em segurança
através do Mar Vermelho, Miriã guiou aos
filhos de Israel nos cânticos de louvores a
Deus, o Qual tão maravilhosamente os havia libertado das mãos de seus inimigos.
“E Miriã Lhes respondia: Cantai ao Senhor porque sumamente Se exaltou, e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro”
(Êx 15:21).
Há muitas referências ao cantar em toda
a Bíblia. Estes são apenas alguns exemplos:
“Eu cantarei ao Senhor; salmodiarei ao
Senhor Deus de Israel” (Jz 5:3).
SEÇÃO E2 / 867
“Por isso, ó Senhor, Te louvarei entre
os gentios, e cantarei louvores ao Teu
nome” (2 Sm 22:50).
“Cantai-Lhe, salmodiai-Lhe, atentamente falai de todas as Suas maravilhas”
(1 Cr 16:9).
“Então ordenaram o rei Ezequias, e os
príncipes, aos levitas que cantassem louvores ao Senhor com as palavras de Davi,
e de Asafe, o vidente. E cantaram louvores
com alegria e se inclinaram e adoraram”
(2 Cr 29:30).
“Eu louvarei ao Senhor segundo a Sua
retidão, e cantarei louvores ao nome do
Senhor Altíssimo” (Sl 7:17).
“Em Ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao Teu nome, ó Altíssimo” (Sl 9:2).
“Cantai louvores ao Senhor, que habita
em Sião...” (Sl 9:11).
“Cantarei ao Senhor, porquanto me tem
feito muito bem” (Sl 13:6).
“Exalta-Te, Senhor, na Tua força; então
cantaremos e louvaremos o Teu poder” (Sl
21:13).
“...Cantarei, sim, cantarei louvores ao
Senhor” (Sl 27:6).
“Cantai ao Senhor, vós que sois Seus
santos, e celebrai a memória da Sua santidade” (Sl 30:4).
“Cantai-Lhe um cântico novo: tocai bem
e com júbilo” (S1 33:3).
“Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai
louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra,
cantai louvores com entendimento” (Sl
47:6,7).
“Preparado está o meu coração, ó Deus,
preparado está o meu coração; cantarei, e
salmodiarei” (Sl 57:7).
“Eu porém cantarei a Tua força; pela
manha cantarei com alegria a Tua misericórdia; porquanto Tu foste o meu alto refúgio, e proteção no dia da minha angústia. A
Ti, ó fortaleza minha, cantarei louvores;
porque Deus é a minha defesa, e o Deus da
minha misericórdia” (Sl 59:16,17).
868 / SEÇÃO E2
E2.4 – Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus
“Assim cantarei salmos ao Teu nome
perpetuamente, para pagar os meus votos
de dia em dia” (Sl 61:8).
Há muitas outras referências bíblicas a
cânticos de louvores a Deus, mas as poucas
que apresentamos são suficientes para que
tenhamos uma idéia da importância do nosso cantar a Deus.
O cantar é um sinal de alegria e contentamento.
É um sintoma de alegria e indica uma
satisfação com aquilo que recebemos em
nossas vidas.
É uma expressão saudável de emoções
positivas, que ministra uma vitalidade a todo
o nosso ser.
Deus Se deleita ao ouvir-nos cantando
os Seus louvores.
a. Uma Variedade de cânticos. Em
Efésios 5:19 e Colossenses 3:16 a Bíblia
nos exorta a cantar salmos, hinos e cânticos
espirituais ao Senhor.
Os Salmos nos fornecem um material tremendamente vasto para a adoração em forma de cânticos – desde antigos hinos tradicionais até corinhos modernos que são diretamente tirados deles.
Os hinos têm também fornecido grandes
temas para a inspiração da Igreja e para o
seu louvor a Deus.
Os cânticos espirituais são um tanto diferentes das duas categorias anteriores. São
cânticos dados diretamente pelo Espírito e
são cantados espontaneamente, à medida
que o Espírito supre tanto a letra como a
melodia.
Esses cânticos podem ser na língua da pessoa que os está cantando. Neste caso, são cantados “com o entendimento” (1 Co 14:15).
Em outras ocasiões, a letra pode ser em “outras línguas.” Neste caso, o entendimento da
pessoa fica “sem frutos” (1 Co 14:14).
Sua mente fica sem qualquer entendimento natural do que está sendo cantado, ainda
que, intuitivamente, ela saiba que o Espírito
está louvando e engrandecendo a Deus, com
as “línguas dos anjos.” Em ambos os casos,
estes cânticos são totalmente espontâneos e
não são planejados. Os cânticos são executados pela fé. O cantor, ouvindo o Espírito de
Deus em seu próprio espírito, fielmente segue a melodia e a letra que Ele supre.
C. EXPRESSÕES FÍSICAS DE
LOUVOR E ADORAÇÃO
Além de expressões verbais e audíveis
do louvor, a Bíblia cita muitas maneiras pelas
quais podemos usar expressões físicas a fim
de adorarmos a Deus.
1. Ficar em Pé
Ficar em pé é sempre um sinal de respeito. Se uma pessoa de importância entra
num recinto, os que estão presentes se levantam para honrar e mostrar respeito a
esta pessoa. O Espírito Santo freqüentemente nos inspira a ficarmos em pé diante do
Senhor como um ato de adoração e reverência. “Tema toda a terra ao Senhor; levantem-se com um temor respeitoso todos
os moradores do mundo” (Sl 33:8).
“Eis aqui, bendizei ao Senhor todos vos,
servos do Senhor, que vos levantais na casa
do Senhor todas as noites” (Sl 134:1).
“Louvai ao Senhor. Louvai o nome do
Senhor; louvai-O, servos do Senhor. Vós
que vos levantais na casa do Senhor, nos
átrios da casa do nosso Deus” (Sl 135:1,2).
2. Erguer as Mãos
As mãos levantadas são um sinal universal de rendição. Ao levantarmos nossas
mãos diante do Senhor, estamos reconhecendo que estamos completamente entregues a Ele.
Dizemos a Ele, novamente, que somos
incondicionalmente Dele, que não temos desejo algum de nos rebelarmos contra Ele e
que não temos nenhuma arma em nossas
mãos para lutarmos contra Ele.
As pessoas que não estão totalmente
entregues a Deus têm grandes problemas
para fazer isso, ainda que pareça ser uma
coisa tão simples. Elas resistem energica-
LOUVOR E ADORAÇÃO
mente a essa forma de adoração. No entanto, uma vez que o tenham feito, uma grande
liberação ocorre e tornam-se em geral capazes de expressar o louvor de muitas outras
maneiras também.
“Levantai as vossas mãos no santuário, e bendizei ao Senhor” (Sl 134:2). Isto é
também um sinal de um profundo desejo
por Deus. “Ouve a voz das minhas súplicas, quando a Ti clamar, quando levantar
as minhas mãos para o oráculo do Teu santuário” (Sl 28:2). É também simbólico de
sede espiritual por Deus.
“Estendo para Ti as minhas mãos; a
minha alma tem sede de Ti, como terra sedenta” (Sl 143:6).
3. Bater Palmas
Quando alguém faz algo que merece a
nossa admiração e aprovação, e queremos
que esta pessoa saiba disso, geralmente batemos as nossas mãos numa salva de palmas. Se um pianista, por exemplo, tocar
algo realmente bonito e que for muito apreciado pela platéia, em geral ocorre uma salva de palmas espontânea. Se a platéia deseja expressar a sua aprovação de uma forma
ainda mais óbvia, então ela se levanta e também bate palmas. Chamamos a isto de “aclamação publica de pé.” Se Deus é tão maravilhoso e tem feito tantas coisas gloriosas
que merecem a nossa admiração e aprovação, então seria tão estranho assim o desejo
de O aplaudirmos?
De fato somos até ordenados a bater palmas para Deus (Sl 47:1). É um sinal de
alegria, regozijo e aprovação.
4. Inclinar-se ou Ajoelhar-se
Geralmente, quando as pessoas são tomadas pelo sentimento da presença e glória de Deus, elas espontaneamente caem
de joelhos ou se inclinam diante de Deus.
É um gesto de reverência e respeito.
“Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos;
ajoelhemo-nos diante do Senhor que nos
criou” (Sl 95:6).
SEÇÃO E2 / 869
Um dia todos os joelhos se dobrarão
diante Dele (Fp 2:10).
5. Prostrar-se Diante de Deus
Eis aqui uma outra forma de homenagem
e adoração extrema. Prostrar-se diante de
alguém é um sinal da mais profunda reverência. É um ato nosso de humildade para
aumentarmos o sentido da elevação Daquele diante do Qual nos prostramos.
6. Dançar
Devido ao fato de que a dança é uma
forma de louvor altamente demonstrativa e
talvez um tanto emocional, ela tem encontrado muitas criticas e oposições, especialmente de pessoas conservadoras. Por causa
desta controvérsia, dediquei um espaço
maior à consideração deste assunto.
O dançar envolve o uso de todo o corpo
a fim de expressar-se alegria, louvor e adoração diante do Senhor. As palavras em hebraico e em grego traduzidas por “dança”
na Bíblia tem uma variedade de significados, como: “saltar,” “pular,” “levantar os
pés.” Estas traduções retratam um pouco a
natureza espontânea e sem estruturas destas danças. Estas danças não são em geral
de acordo com movimentos prescritos e
programados, mas muito mais respostas
simples e espontâneas de alegria diante do
Senhor.
Acontecimentos como o que foi registrado em Atos 3:8, onde o homem que anteriormente era manco saiu “andando, e saltando, e louvando a Deus” podem agora
ser vistos de um ângulo diferente, especialmente quando nos lembramos do papel indispensável que as danças sempre tiveram
na adoração do povo de Israel.
“Louvem o Seu nome com danças...”
(Sl 149:3).
“Louvai-O com pandeiros e com danças” (Sl 150:4).
a. Alguns exemplos de danças na Bíblia:
1) Para a Celebração de Salvação
870 / SEÇÃO E2
E2.4 – Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus
ou Libertação. “Então Miriã, a profetisa,
a irmã de Aarão, tomou o tamboril (uma
espécie de pandeiro) na sua mão, e todas
as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças” (Êx 15:20).
“Vindo pois Jefté a Mizpa, a sua casa,
eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com
pandeiros e com danças...” (Jz 11:34). Jefté
havia retornado de uma grande vitória.
2) De Regozijo por uma Restauração. Quando a Arca da Aliança estava sendo restaurada para Jerusalém:
“Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor...” (2 Sm 6:14).
“Mical... via ao rei Davi saltando e dançando diante do Senhor...” (2 Sm 6:16).
“... Mical... viu ao rei Davi dançando e
tocando...” (1 Cr 15:29).
Jeremias profetizou sobre a gloriosa restauração por vir: “Então a virgem se alegrará na dança, e também os mancebos e
os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e transformarei em
regozijo a sua tristeza” (Jr 31:13).
De acordo com Lamentações 5:15, as
danças deles haviam sido transformadas em
pranto, ao serem levados para o cativeiro.
Em Jeremias 31:13, vemos que as danças
foram restauradas quando eles novamente
foram trazidos do cativeiro.
Em Joel 1:12, vemos que a sequidão e a
esterilidade vêm sobre o povo de Deus quando “a alegria se seca entre os filhos dos
homens.”
A alegria e o riso que acompanham uma
saída do cativeiro são um testemunho aos
incrédulos de que “o Senhor fez grandes
coisas por nós, e por isso estamos alegres”
(Sl 126:3).
3) As danças no Novo Testamento.
Os que se opõem às danças na Igreja hoje,
argumentam que elas eram meramente um
fenômeno do Antigo Testamento e que não
têm lugar algum na Igreja do Novo Testamento. Contudo, é óbvio ao lermos o Novo
Testamento que essa expressão encontrase lá também.
Jesus disse: “Regozijai-vos nesse dia,
exultai; porque, eis que é grande o vosso
galardão no Céu...” (Lc 6:23).
Uma das palavras gregas traduzidas por
alegria e que aparece freqüentemente no
Novo Testamento é agalliao, que significa
literalmente “saltar de alegria.”
Este não é um tipo de alegria lá no profundo do nosso íntimo, e sim uma expressão dinâmica e emotiva de uma tremenda
alegria, a qual faz com que literalmente “saltemos de alegria.” Em seguida apresentamos algumas referências do Novo Testamento onde ela ocorre:
“...Jesus Se regozijou (agalliao) no Espírito...” (Lc 10:21).
Disse então Maria: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se
alegra (agalliao) em Deus meu Salvador”
(Lc 1:46,47).
O carcereiro “...alegrou-se (agalliao) na
sua crença em Deus, com toda a sua casa”
(At 16:34).
Os crentes saltam de alegria por causa
do poder de Deus para salvar e pela gloriosa herança que está reservada para eles (1
Pe 1:3-7).
Bem no final do Novo Testamento encontramos uma exortação: “Regozijemo-nos
e alegremo-nos (agalliao – salte de alegria)
e demos-Lhe (a Cristo) glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a Sua
esposa se aprontou” (Ap 19:7).
Quando o filho pródigo foi restaurado
ao seu pai, houve “música e danças” (Lc
15:25). Quando ocorrer a restauração de
todas as coisas descritas pelos profetas, é
preciso que haja danças também, pois esta
é uma das coisas preditas pelos profetas
(Jr 31:13).
b. Alguns Aspectos da Dança Bíblica:
1) E espontânea e não é sofisticada
em seu estilo. Não tem uma forma estruturada, exercitada e precisa.
É expressa com saltos, pulos e rodopios.
LOUVOR E ADORAÇÃO
Era às vezes acompanhada por instrumentos musicais (1 Cr 15:29; Sl 149:3).
Era em geral acompanhada de cânticos
(Êx 15:20,21).
2) Pode ser praticada por um indivíduo ou por um grupo. Davi dançou diante do Senhor. Miriã e todas as mulheres
dançaram.
3) Não é executada com membros
do sexo oposto. Miriã e todas as mulheres
dançaram (Êx 15:20). Homens jovens e velhos juntos (Jr 31:13).
4) Não há limites de idade. Jovens e
velhos juntos.
5) Os cânticos e as danças em geral
vinham juntos. “Não é este aquele Davi,
de quem uns aos outros cantavam nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares,
porem Davi as suas dezenas de milhares?”
(1 Sm 29:5).
6) Há uma hora apropriada para as
danças. “Tempo de chorar... e um tempo
de dançar” (Ec 3:4).
7) Deus profetizou uma restauração das danças. “...e sairás nas danças
dos que se alegram” (Jr 31:4).
“Então a virgem se alegrará na dança...” (Jr 31:13).
c. CUIDADO!!! As danças de natureza carnal estão associadas com o abandono
da fé, idolatria, imoralidade e mundanismo,
como, por exemplo, as danças ao redor do
bezerro de ouro (Êx 32:19).
Satanás tem uma falsificação para tudo.
As falsificações, no entanto somente
provam a realidade do genuíno e original.
O fato de que Satanás pode falsificar algo,
não significa que não deveríamos praticar o
genuíno.
7. Instrumentos Musicais
Eram freqüentemente usados na Bíblia
para expressarem louvor e adoração. Podem ter também um papel vital na adoração
hoje.
A Bíblia nos ordena: “Louvai-O com o
som de trombeta; louvai-O com o saltério e
SEÇÃO E2 / 871
a harpa. Louvai-O com o pandeiro e a flauta; louvai-O com instrumento de cordas e
com órgãos. Louvai-O com os címbalos
sonoros” (Sl 150:3-5).
a. Tocar “no Espírito”. Os músicos
que desejam oferecer louvores em seus instrumentos devem buscar a excelência nisto.
Precisam aplicar-se para “tocarem os
seus instrumentos com habilidade” (Sl 33:3).
Isto não significa necessariamente uma
habilidade perfeita. Não é uma oferta da
habilidade humana. É uma habilidade espiritual, e não um talento natural.
A habilidade não está somente no tocar
o instrumento, mas na interpretação da direção do Espírito. Chamamos a isto de “tocar no Espírito.”
1) A harpa tocada com habilidade
por Davi expulsava os espíritos malignos
de Saul (1 Sm 16:23).
2) Os músicos podem produzir um
ambiente que conduza ao exercício dos
dons espirituais.
3) 4.000 músicos louvaram ao Senhor com seus instrumentos na consagração do Templo de Salomão (1 Cr 23:5). “E
ouvi uma voz do Céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um
como cântico novo diante do trono...” (Ap
14:2,3).
8. Com Silêncio
Em total contraste ao som dos cânticos,
instrumentos musicais, danças etc. é a expressão do louvor através do silêncio.
“...tempo de ficar calado, e tempo de calar” (Ec 3:7).
Não tenha medo do silêncio. Às vezes o
Espírito Santo traz um silêncio santo sobre
as congregações. Nessas ocasiões, o silêncio se torna profundo e eloqüente. Há em
geral um grande senso de respeito e reverência nessas ocasiões. Podemos ficar em
pé ou sentados silenciosamente diante de
Deus, contemplando-O, adorando-O e ve-
872 / SEÇÃO E2
E2.4 – Maneiras Bíblicas Para Louvar e Adorar a Deus
nerando-O. “Aquietai-vos, e sabei que Eu
sou Deus...” (Sl 46:10).
9. Chorar
Esta pode ser também uma resposta legitima de louvor a Deus. Não é o choro de
tristeza e pesar, mas de gratidão. Às vezes,
ao meditarmos na grandeza e bondade de
Deus, a única resposta apropriada à Sua
bondade é chorarmos lágrimas de gratidão.
Não tenha medo de fazer isto. Não é um
sinal de fraqueza. Deixe que as lágrimas corram. A nossa reação humana é, em geral,
reter as lágrimas.
Contudo, o choro pode, às vezes, expressar os desejos mais profundos do nosso ser, de uma maneira como nenhuma outra. Ele geralmente traz uma libertação profunda. Não deveríamos, no entanto, ser dados a muito choro, pois isto pode ser um
sinal de que algo está errado em nosso intimo, e, em casos assim, talvez haja uma necessidade de uma cura interior. Quando
Neemias começou a ler e explicar a Palavra
de Deus, o povo chorou ao ouvir.
Neemias permitiu que eles chorassem
por algum tempo, mas então interrompeu o
choro deles e os instruiu assim: “Ide, comei
as gorduras, e bebei as doçuras, ...não vos
entristeçais, porque a alegria do Senhor é a
vossa força” (Ne 8:10). Muito choro nos
enfraquece, enquanto que a alegria do Senhor é uma fonte de força.
10. Risos
Realmente existe algo chamado de “risada santa,” quando um desejo de rirmos
para o Senhor nos sobrevém. Não é uma
resposta a algo engraçado que alguém tenha dito. É uma expressão de uma alegria
tão elevada no Senhor que a única maneira
que podemos expressá-la é através da risada.
O povo de Israel experimentou isto após
o seu retorno do cativeiro. “Então a nossa
boca se encheu de riso e a nossa língua de
cânticos...” (Sl 126:2).
“Eis que Deus não rejeitará ao reto...
até que de riso te encha a boca, e os teus
lábios de louvor” (Jo 8 :20,2 1 ).
11. Marchar
Deus freqüentemente mandava que o Seu
exército marchasse. Provavelmente, o melhor exemplo conhecido foi a marcha ao redor de Jericó (Js 6:2-5). Israel marchou em
resposta ao mandamento de Deus, e Jeová
derribou as muralhas de Jericó. Muitas
muralhas ainda caem quando o povo de
Deus marcha em resposta à Sua direção (muralhas de orgulho, incredulidade, escravidão
espiritual, etc.).
Josafá e seu exército marcharam e cantaram louvores a Deus, e Deus entregou os
seus inimigos em suas mãos, ainda que estes últimos fossem em muito maior número
(2 Cr 20:20-22).
Muitas congregações têmfeito marchas
em resposta a direção do Espírito. Marchar
ao redor de uma igreja pode parecer à mente
natural tão ridículo quanto marchar ao redor de Jericó. Mas em geral os resultados
têm sido quase tão dramáticos quanto aquele. Muralhas de escravidão, orgulho e amargura têm sido derribadas. Esse tipo de marcha é chamado às vezes de “Marcha de
Jericó.” Outros o chamam de “marcha de
glória.”
A Noiva de Cristo é retratada como um
exército marchando em frente e em união
(Ct 6:4,10).
12. Regozijando-se no Senhor
Esta é ainda uma outra maneira de se
louvar ao Senhor. Quando Neemias entrou
na presença do rei com um rosto triste, o rei
soube imediatamente que algo estava drasticamente errado. Neemias disse: “Eu nunca antes estivera triste diante do rei. E o rei
me disse: Por que está triste o teu rosto,
pois não estás doente. Não é isto senão tristeza de coração” (Ne 2:1-2).
Neemias atemorizou-se. Entrar na presença do rei com um rosto triste parecia ser
LOUVOR E ADORAÇÃO
uma indicação de que ele estava descontente no serviço do rei. Isto seria um insulto ao
rei e não seria tolerado por ele. Por isso é
que Neemias atemorizou-se e rapidamente
começou a explicar o motivo de seu rosto
triste e que não tinha nada a ver com as
condições nas quais estava servindo ao rei.
Ninguém ousaria entrar na presença do
rei com um rosto e gestos tristes. Contudo,
muitos cristãos entram na presença do Rei
dos reis de uma maneira triste e lamuriante.
Fazer isso é um insulto a Deus. É uma indicação de que estamos longe de estarmos satisfeitos com a nossa porção sob Seu governo.
A maneira adequada de entrarmos na presença do Rei é com regozijo, o que indica
que estamos muito satisfeitos com a nossa
posição e que somos gratos pela honra que
nos foi concedida de sermos servos do Rei!
Freqüentemente, o seguinte era dito ao povo
de Deus: “E regozijareis diante do Senhor
teu Deus” (Dt 12:12).
Deus estava instituindo um lugar onde
Ele pudesse Se encontrar com eles: “Então
haverá um lugar que escolherá o Senhor
vosso Deus para ali fazer habitar o Seu
nome; ali trareis tudo o que vos ordeno; os
vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios,” e os vossos dízimos, e a oferta alçada
da vossa mão, e toda a escolha dos vossos
votos que votardes ao Senhor. E vos alegrareis perante o Senhor vosso Deus, vós,
e vossos filhos, e vossas filhas, e os vossos
servos...” (Dt 12:11,12).
Assim sendo, Deus decretou que, ao chegarmos no lugar que Ele ordenou para nos
encontrarmos com Ele, deveríamos nos
apresentar com regozijo. Davi entendeu isto
ao dizer: “Entrai por Suas portas com gratidão, e em Seus átrios com louvor...” (Sl
100:4).
Quando o povo de Israel guardava as
Festas do Senhor, eles deviam fazê-lo com
regozijo diante Dele, “...e vos alegrareis
perante o Senhor vosso Deus...” (Lv
23:40). O regozijo é uma maneira de ex-
SEÇÃO E2 / 873
pressarmos a nossa gratidão e o louvor.
Quando damos um presente a alguém, o
regozijo dessa pessoa indica o prazer e a
apreciação dela.
Assim também quando nos regozijamos
diante do Senhor, estamos expressando nosso prazer Nele e nossa apreciação por Ele.
É uma pena muito grande que tantas igrejas
incutiram a idéia de que a reverência é solenidade, quietude e sobriedade. Parece que
elas pensam que o expressar alegria é o ápice da irreverência. Nada poderia estar mais
afastado da verdade.
Os cristãos deveriam ser as pessoas mais
alegres da cidade, e o seu regozijo deveria ser
óbvio a todos. A Igreja, em suas reuniões,
deveria ser uma celebração. Ela atrairia, então, muito mais pessoas, pois ela refletiria
mais fielmente a verdadeira natureza de
Deus. Em vez disso, muitas igrejas modernas afastam, muitas vezes, as pessoas devido à sua frieza e tristeza. São tão solenes e
pesadas. O ambiente é tão rígido e formal.
As pessoas se comportam de uma maneira
tão falsa, tão religiosa, e sem naturalidade
alguma. Não deveria ser assim. Voltemos ao
espírito de regozijo diante do Senhor.
Há muitas maneiras pelas quais o nosso
regozijo pode ser expresso. Cantando cânticos alegres, ao invés de cânticos melancólicos, é uma maneira”. Levantando as nossas
mãos, batendo palmas e dançando são algumas das outras maneiras. O regozijo no Senhor faz com que estejamos muito mais
descontraídos na presença de Deus. Precisamos de menos formalidade e de mais realidade! Este mundo já é um lugar triste o suficiente sem que precisemos acrescentar a nossa
contribuição de tristeza. Procuremos
abrilhantá-lo, pois somos a luz do mundo.
No Novo Testamento, a palavra grega
“agallia” (já estudada anteriormente; veja
a ação “dançar”) é traduzida por ”regozijarse”! Isto significa literalmente ”pular de alegria, regozijar-se extraordinariamente, ficar
extremamente contente, com uma alegria
enorme.” Esta é uma forma de alegria que é
874 / SEÇÃO E2
E2.5 – Oferecendo o Sacrifício de Louvor
livre, desinibida, espontânea e expressiva.
É tão livre que pode fazer com que saltemos de alegria como se fôssemos crianças!
D. RESUMO
Lembre-se de que estas expressões de
louvor só serão válidas se elas estiverem
expressando verdadeiramente o louvor que
está em nosso coração.
A mera execução dos movimentos, como
os de um robô mecânico, não constitui o
louvor. São, apenas meios de expressarmos
a admiração, gratidão e respeito que estão
dentro de nós.
Capítulo 5
Oferecendo o Sacrifício de
Louvor
“Portanto ofereçamos sempre por Ele a
Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos
lábios que confessam o Seu nome” (Hb
13:15).
A. O QUE É SACRIFÍCIO
DE LOUVOR?
Há uma grande diferença entre louvar a
Deus e oferecer o “sacrifício de louvor”.
Para um filho de Deus que esteja num relacionamento correto com o Pai, o louvor é,
em geral, algo que flui facilmente. Temos
tantas coisas pelas quais podemos louvar a
Deus, que sempre que pensamos n’Ele, deveria haver um fluir espontâneo de louvor
do nosso coração. Geralmente o nosso louvor inclui também ações de graças e ministramos a Deus com louvores por todas as
bênçãos e benefícios que Ele trouxe para a
nossa vida.
O “sacrifício de louvor” é um tanto diferente. Em geral não flui fácil e espontaneamente. Não é o louvor que oferecemos
porque tudo está indo bem e estamos felizes e abençoados. O sacrifício de louvor é
algo que oferecemos a Deus quando não sentimos o desejo de louvá-Lo.
Tudo parece estar indo errado. O nosso
mundo parece estar caindo aos pedaços.
Nessas circunstâncias, louvamos a Deus, não
por causa dessas circunstâncias, mas a despeito delas. O nosso louvor não se eleva por
nos sentirmos maravilhosamente bem e por
querermos dar expressão aos nossos sentimentos agradáveis. Nestas situações, louvamos a Deus pela fé. Nós O louvamos por
obediência. Nós O louvamos por Quem Ele
é, e não especificamente pelo que Ele fez.
Este tipo de louvor não vem facilmente. Não
é algo barato, e sim bem caro. Contudo, traz
uma alegria especial ao coração do Pai, o Qual
muito aprecia receber o sacrifício de louvor.
1. É um Louvor Contínuo
Davi aprendeu esse segredo. Ele disse:
“Louvarei ao Senhor em todo o tempo: o
Seu louvor estará continuamente na minha
boca” (Sl 14:1).
Este louvor não é espasmódico e errático.
Não é um louvor de “quando tudo vai
bem”.
Não é um louvor barato e fácil que não
custa nada.
Não é um louvor sentimental.
Não é superficial e vazio.
É consistente. É oferecido a Deus continuamente.
Nos bons tempos, e nos maus tempos,
quando tudo está bem, e quando nada parece estar dando certo.
Nas ocasiões em que “o Senhor dá”.
E nas ocasiões em que “o Senhor tira”.
E somos capazes de dizer: “... bendito
seja o nome do Senhor” (Jo 1:21).
Significa louvarmos a Deus quando o
bebê morre e não entendemos o porquê.
Significa louvarmos a Deus quando as
doenças atacam e os médicos dizem que não
há esperança alguma.
Significa louvarmos a Deus ao perdermos o nosso emprego, ou quando estamos
a quilômetros de distância da “civilização”,
sem um macaco, e com um pneu furado em
nosso carro.
LOUVOR E ADORAÇÃO
E especialmente nas ocasiões em que os
céus parecem ser de bronze. Parece que
Deus está a milhões de quilômetros de distância. Parece que as nossas orações não
são ouvidas e muito menos respondidas.
Quando não podemos, de imediato, pensar em nada pelo qual queiramos louvar a
Deus, mas O louvamos de qualquer maneira. Isto é o sacrifício de louvor.
É o louvor que oferecemos a Deus quando realmente nos custa algo para fazê-lo.
Nossos sentimentos naturais argumentam
em contrário. Nossos amigos nos desanimam. Nosso coração está pesado e não
estamos saltitantes em nossos passos. O
Diabo nos diz: “O que você tem como motivo de louvar a Deus? Não se pode esperar
que Ninguém louve a Deus nessa espécie de
situação. Nem mesmo Deus esperaria que
você fizesse isto. Seria fanatismo!”
No entanto, sabemos no profundo do
nosso ser que Deus é digno de ser louvado.
Sabemos que Ele ainda está no Trono.
Ele ainda é o Todo-Poderoso, o Deus de
todo o Universo.
Ele não mudou de maneira nenhuma.
Ele é o mesmo, ontem, hoje e para sempre.
Louvado seja o Seu maravilhoso Nome!
2. É um Louvor Audível
É o fruto de nossos lábios. Nossos lábios produzem as palavras e nos ajudam a
verbalizarmos os nossos pensamentos.
Assim também, o sacrifício de louvor é
algo que dizemos.
Algo que falamos audivelmente.
Satanás pode ouvi-lo.
As pessoas podem ouvi-lo.
Nós mesmos podemos ouvi-lo.
E, o mais importante de tudo, é que Deus
pode ouvi-lo.
Foi o sacrifício de louvor que Paulo e
Silas ofereceram a Deus à meia-noite, quando estavam acorrentados na mais profunda
masmorra.
Haviam sido atirados ao cárcere por falarem sobre Jesus. Não eram criminosos.
SEÇÃO E2 / 875
Não haviam cometido nenhum crime horrendo. Estavam divulgando as Boas Novas
do Reino e foram jogados na cadeia por seus
esforços.
Haviam sido surrados com muitas chicotadas. Suas costas estavam cortadas e sangrando. Estavam doloridos. Suas feridas ainda estavam sensíveis. Cada nervo de seus
corpos gritava de dor. Suas mãos e pés estavam acorrentados à parede.
Não podiam sentir-se confortáveis, não
importa o que tentassem.
Agora era meia-noite. A hora em que o
espírito humano está em sua maré mais baixa, a hora em que o espírito deles estaria
normalmente nas profundezas da depressão e do desespero. Provavelmente não haviam nunca sentido menos vontade de louvar a Deus do que naquele exato momento.
Mas à meia-noite começaram a cantar
louvores a Deus. Abriram suas bocas e começaram a cantar audivelmente os louvores
do Senhor. Como isto deve ter alegrado o
coração de Deus.
Ali estavam dois de Seus servos, sofrendo vergonha, dor e desespero pelo Seu Nome.
Definhando na prisão porque haviam feito o
que Deus Lhes havia ordenado. Será que O
amaldiçoariam? Será que O negariam? Será
que diriam: “Em que estávamos pensando
ao entrarmos nesta confusão toda?” Será
que O culpariam, dizendo: “não estaríamos
nesta complicação se não fosse por Deus!”
Não! Mil vezes não! Começaram a cantar
os Seus louvores.
À meia-noite.
Na hora mais escura.
Quando tudo parecia escuro e desanimador.
De repente, as paredes da prisão começaram a tremer. Suas correntes se soltaram.
Gosto de pensar que, ao ouvir o culto de
louvor deles da meia-noite, o Senhor ficou
tão entusiasmado que Se uniu a eles e gritou
“Aleluia” tão alto que os muros da prisão
começaram a ecoar!
876 / SEÇÃO E2
Esses homens estavam oferecendo o sacrifício de louvor. Estavam louvando a Deus
apesar de todas as adversidades. Estavam
escalando até o topo de suas circunstância
se bradando: “Glória a Deus de qualquer
maneira!”
Os santos de Deus por todo o mundo
ainda estão oferecendo esses mesmos tipos
de sacrifícios. De celas de prisões em muitas partes desta Terra, onde os santos de
Deus sofrem por haverem dado testemunho sobre Jesus, estão eles oferecendo seus
sacrifícios de louvor a Deus.
3. Pode Ser Feito Apenas
Através de Jesus
“Portanto ofereçamos sempre por
Ele...” Somente Jesus pode fazer com que
esse tipo de oferenda seja possível. É por
isso que Cristo é tão maravilhosamente
glorificado nesse exercício. O Pai sabe
muito bem que Ninguém poderia oferecer
louvores e ações de graças num tipo de
situação assim, a menos que o Senhor o
ajudasse.
Assim sendo, Deus vê a maravilha do
Seu Filho nesta oferenda. É a graça de Seu
Filho que realizou este milagre. Eis aí uma
pessoa que anteriormente poderia ter amaldiçoado a Deus numa situação assim, mas
que agora, por causa do triunfo da graça de
Deus em sua vida, está, na verdade, agradecendo e louvando a Deus, dizendo:
“Não estou entendendo porque isso está
acontecendo, Deus, mas eu O louvo de qualquer maneira. Não posso entender porque
isso deveria acontecer com a minha família
e comigo. Não posso discernir a razão ou
imaginar o propósito, mas eu O louvo de
igual modo.”
Sempre que um sacrifício de louvor é
oferecido, Jesus Cristo é glorificado!
4. É a Ação de Graças
ao Seu Nome
Deus quer conduzir-nos ao lugar em que
podemos sinceramente “dar sempre gra-
E2.5 – Oferecendo o Sacrifício de Louvor
ças por tudo a nosso Deus e Pai” (Ef 5:20).
Observe que não significa dar graças ao Pai
por todas as coisas. Isso é muito mais difícil. Primeiramente, Deus nos ensina a darLhe graças em todas as coisas. Podemos
fazer isto somente quando realmente cremos na soberania de Deus. Quando verdadeiramente “... sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o Seu propósito” (Rm 8:28).
B. COMO OFERECER O
SACRIFÍCIO DE LOUVOR
1. Determine de Antemão que
Você Vai Louvar a Deus
Faça isto todo o tempo e em qualquer
situação.
2. Comece a Fazê-lo Agora Mesmo
Louve a Deus todos os dias e o dia todo,
não importa o que possa surgir no seu dia,
louve a Deus nessa situação, por ela e através dela. Entre no bom hábito de louvar a
Deus continuamente.
3. Se os Problemas Vierem no Seu
Caminho, ou Você se Encontrar
em Dificuldades, Determine-se a
Louvar ao Senhor
Davi disse: “Aquele que oferece sacrifício de louvor Me glorificará; e aquele que
bem ordena o seu caminho Eu mostrarei a
salvação de Deus” (Sl 50:23). Determinese a louvar a Deus na sua situação difícil, e
Deus preparará uma forma de libertação para
você.
4. Comece a Fazê-lo Pela fé
Fale audivelmente palavras de louvor.
Pela fé, agradeça a Deus em voz alta, ainda
que você” talvez não compreenda pelo que
está agradecendo a Ele. Comece a louvá-Lo
por haver-lhe trazido uma libertação. Você
ainda não pode ver de que maneira. Você
ainda não sabe como Deus o libertará, mas
LOUVOR E ADORAÇÃO
já está agradecendo-O e louvando-O do mesmo modo. Você já está na vitória.
5. Uma Vez que Você Começou,
Continue Louvando-O
Deixe que os seus louvores se elevem
cada vez mais alto. Deixe que o Espírito de
louvor realmente Se apodere de você. Grite
louvores a Deus. Cante para Ele. Dance diante d’ Ele. Glorifique-O e engrandeça o Seu
Nome. Ele trará uma forma de salvação para
você.
Capitulo 6
O Significado de Louvor e
Adoração
A. O QUE É ADORAÇÃO?
Louvar significa falar bem de algo, expressar admiração, cumprimentar, elogiar,
congratular, aplaudir, “gabar”, enaltecer.
Adorar significa expressar reverência, ter
um sentimento de admiração reverente, prostrar-se diante do objeto de adoração, fazendo-lhe mesura.
A adoração é a forma mais elevada do
louvor. Em geral começamos com o louvor e
depois entramos na adoração.
A palavra adoração significa “apreciar o
valor de alguma coisa e dar uma resposta
apropriada a este valor.”
SEÇÃO E2 / 877
ser “bombeados” ou forçados a saírem. O
nosso cálice, como o de Davi, deveria
“transbordar de alegria” (Sl 23:5).
3. Um Derramamento
Em terceiro lugar, é o derramamento
da alma em profundas expressões de reverência, admiração, maravilhamento e adoração.
B. AS PRIMEIRAS REFERÊNCIAS
BÍBLICAS À ADORAÇÃO
Um dos princípios da interpretação bíblica é a “lei da primeira menção”, segundo a qual a primeira menção bíblica de qualquer assunto nos dá uma indicação clara do
seu significado e importância, onde quer que
ocorra na Bíblia. É a chave para a compreensão do significado desta palavra ou assunto por toda a Bíblia.
A primeira menção da palavra adoração
está em Gênesis 22:5. Abraão, dirigindo-se
aos moços que o acompanharam e a Isaque
ao Moriá disse: “... eu e o moço iremos até
ali; e havendo adorado...” A palavra usada aqui é shachah, que significa “prostrar-se diante, inclinar-se com uma humilde reverência, respeito e fazendo mesura.
Examinemos agora algumas das implicações
desta primeira menção de adoração.
1. Uma Atitude
A adoração é antes de tudo uma atitude
do coração. É a ocupação reverente do coração humano com o seu Criador. Ela começa
com uma contemplação interior do coração;
uma meditação profunda sobre a grandeza e
dignidade de Deus. É o sabor de admiração
por Deus. É um sentimento interior de reverência e respeito pelo Todo-Poderoso.
1. Deus Ordenou que
Abraão Fosse Adorar
O louvor e a adoração não são uma opção que podemos decidir fazer ou não fazer, de acordo com os nossos caprichos.
São um mandamento de Deus. Quando a
Bíblia diz “louvai ao Senhor”, isto não é
uma sugestão ou um pedido, e sim um mandamento. Não há nenhuma exceção. Todo e
qualquer filho de Deus deve ser um louvador
e adorador de Deus.
2. Um Extravasamento
Em segundo lugar, é um extravasamento
destes pensamentos e emoções, os quais
fluem espontaneamente. Eles não deveriam
2. A Resposta de Abraão
Foi a Obediência
Esta obediência foi essencial para o seu
relacionamento de aliança com Deus. Deus
878 / SEÇÃO E2
e ele haviam entrado numa aliança, a qual
exigia uma obediência absoluta e um compromisso total de Abraão com Deus. Deus
estava a ponto de testar a sinceridade e integridade do compromisso de Abraão. Ele
estava exigindo o sacrifício da própria coisa
que Abraão considerava mais preciosa: Isaque, o filho da promessa.
3. O Ato de Adoração é Algo Caro
Este ato de adoração custaria a Abraão a
sua melhor e mais preciosa oferta. Deveria
realmente ser um “sacrifício de louvor”
(Hb 13:15). Uma vida de adoração exige
tudo o que somos e temos (Rm 12:1,2). É
preciso que haja uma rendição total de todo
o nosso ego a Deus para que nos tornemos
verdadeiros adoradores. Davi também entendia este princípio ao dizer: “Ofereceria
eu a Deus o que não me custa nada?” (2
Sm 24:24 parafraseado).
4. O Ato de Adoração é um Ato de Fé
Todos os passos dados por Abraão naquele dia foram passos de fé. Enquanto subia o Monte Moriá, sabendo que Deus havia exigido a oferta do seu bem-amado filho,
ele sabia, pela fé, que de alguma maneira ele
e Isaque voltariam juntos (Gn 22:5).
5. A Rendição do Ego
Abraão estava não somente preparado
para oferecer Isaque. Ofereceria também a
Deus os seus próprios planos, desejos,
ambições e vontades para o futuro. Seu
futuro estava inevitavelmente atado a este
rapaz. Este era o filho que Deus lhe havia
prometido e através do qual todas as promessas da aliança seriam cumpridas.
Entregá-lo em obediência significava entregar a expectativa de tudo quanto ele desejava ver cumprido. Ele entregou a si mesmo.
Nunca podemos entrar numa verdadeira adoração até que haja uma rendição total
do nosso ego a Deus. O nosso ego sempre
se interpõe em nossa adoração. Portanto,
E2.6 – O Significado de Louvor e Adoração
precisamos entregá-lo por completo a
Deus.
6. O Louvor Glorifica a Deus
O alto preço do ato de adoração de Abraão glorificou a Deus. Uma reação normal
seria: “Quão grande e glorioso deve ser Aquele por Quem Abraão estaria disposto a sacrificar o seu filho amado a fim de oferecer a
adoração de obediência e fé!”
Deus diz: “Aquele que oferece sacrifício
de louvor Me glorificará...” (Sl 50:23). Todos os verdadeiros atos de adoração glorificam a Deus.
7. O Adorador Também é
Abençoado
A resposta de Deus ao ato de adoração
de Abraão indica o Seu grande prazer e também o Seu desejo de abençoar a todos os
adoradores.
“Porquanto fizeste esta ação, e não Me
negaste o teu filho, o teu único, que deveras
te abençoarei, e grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos
céus, e como a areia que está na praia do
mar; e a tua semente possuirá a porta dos
seus inimigos... porquanto obedeceste a
Minha voz” (Gn 22:16-18).
A história de Maria, a qual ungiu os pés
de Jesus com um ungüento precioso, é um
lindo símbolo de adoração (Jo 12:3). João
nos diz que mais tarde ela “... enxugouLhe os pés com os seus cabelos...” Imagine a doce fragrância que ela deve ter levado
em seu cabelo. Onde quer que fosse as
pessoas ficavam cientes daquele doce aroma. É assim também com os adoradores.
Suas vidas carregam uma doce fragrância
onde quer que vão. É a fragrância da presença do Senhor!
C. AADORAÇÃO RETRATADA
NO TABERNÁCULO
Um outro princípio de interpretação bíblica é a “lei de muitas menções”. Este principio diz que a quantidade de menções e
LOUVOR E ADORAÇÃO
SEÇÃO E2 / 879
espaço dada a um determinado assunto indica a sua importância. Quando consideramos quanto espaço é devotado à descrição
do Tabernáculo (cinqüenta e um capítulos)
em toda a Bíblia:
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Hebreus
15 Capítulos
18 Capítulos
13 Capítulos
2 Capítulos
3 Capítulos
Percebemos como este assunto é importante.
1. Natureza Vital da Adoração
Uma vez que o propósito principal do
Tabernáculo era a adoração a Deus, vemos
que Deus nos está transmitindo a natureza
vital da adoração e a tremenda importância
que Ele dá para isto.
A primeira peça do Tabernáculo que Deus
descreve é a Arca da Aliança, a qual era
superposta pelo propiciatório. Deus disse:
“E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do
propiciatório...” (Êx 25:22). O Lugar
Santíssimo, onde a Arca ficava, era o lugar
onde Deus Se encontrava e comungava com
o homem, face a face. Era o lugar de adoração.
No sistema da Antiga Aliança, este tremendo privilégio era concedido somente ao
sumo sacerdote, e isto em apenas um dia do
ano, o Dia da expiação. Quão abençoados
somos, sob os termos da Nova Aliança, por
termos o privilégio de um continuo acesso
pelo sangue de Cristo.
O ensinamento básico para nós, cristãos,
implícito no Tabernáculo é o da adoração.
Deus havia tirado o Seu povo do Egito “com
grande força e uma forte mão” (Êx 32:11).
Uma vez que a libertação deles do Egito
estava completa, a primeira coisa que Ele
fez foi incumbir Moisés de construir o Tabernáculo. O primeiro desejo de Deus, após
a nossa libertação do Egito (o pecado e sua
escravidão), é o de iniciar-nos no ministério
da adoração.
2. Ordem e Progressão da
Adoração
O Tabernáculo nos ensina a ordem e
progressão da adoração. Ao entrarmos no
pátio externo do Tabernáculo, a primeira
coisa que vemos é o altar de cobre para os
sacrifícios. É aqui que os nossos pecados
e iniqüidades são tratados e recebemos o
perdão de Deus.
Em seguida vinha a pia de cobre, a qual
era símbolo da purificação através da água da
Palavra. O adorador em potencial tinha que
passar por essas duas experiências antes de
chegar à cortina do Lugar Santo.
Dentro do Lugar Santo ficavam a mesa
dos pães da proposição, o candelabro de
sete pontas e o altar de ouro para o incenso,
os quais têm um significado profundo no
ensinamento da adoração.
Por último, havia o Lugar Santíssimo,
aquele local sagrado e solene de comunhão,
o qual tipifica as formas mais elevadas e
puras de louvor e adoração. É nesse lugar
que o Espírito quer nos levar. Há uma progressão bem definida no aprendizado das
habilidades da adoração. Deus quer nos conduzir através de todas as fases até que, finalmente, possamos entrar no último estágio da adoração sagrada, aquele lugar dentro
do véu com Ele.
Capítulo 7
A Música no Louvor e
Adoração
A. A MÚSICA É IMPORTANTE
NA ADORAÇÃO
A música sempre teve um papel importante na adoração a Deus. Há muito tempo
atrás, no início da Criação, “as estrelas da
alva juntas alegremente cantavam, e todos
os filhos de Deus rejubilavam” (Jo 38:7).
A música hebraica era predominantemente vocal. Havia bem poucos instrumentos
nos primeiros dias de sua história. A voz
880 / SEÇÃO E2
humana era o instrumento mais acessível e
popular com o qual a música podia ser feita.
A primeira menção bíblica de música e
cânticos encontra-se em Gênesis 31:27 e associa-se com a expressão de júbilo. A adoração com cânticos é primeiramente mencionada em Êxodo 15:1-21. Moisés e os filhos
de Israel cantaram ao Senhor; Miriã e todas
as mulheres, com pandeiros e danças, responderam ao cântico de Moisés.
A escavação do poço em Beer foi celebrada com cânticos (Nm 21:17,18).
Débora e Baraque celebraram sua vitória
com cânticos (Jz 5:1-31).
As mulheres de Israel celebraram a vitória de Davi sobre Golias com cânticos (1
Sm 18:6,7).
Quatro mil levitas louvaram ao Senhor
com instrumentos quando Salomão foi levantado como rei sobre Israel.
“E os filhos de Israel... celebraram a festa dos pães asmos sete dias com grande alegria: e os levitas e os sacerdotes louvaram
ao Senhor de dia em dia, com instrumentos
fortemente retinintes ao Senhor” (2 Cr 30:21).
“E disse Davi aos príncipes dos levitas
que constituíssem a seus irmãos, os cantores, com instrumentos musicais, com
alaúdes, harpas e címbalos, para que se
fizessem ouvir, levantando a voz com alegria” (1 Cr 15:16).
E óbvio que a música e os cânticos são
uma parte vital do louvor e adoração a
Deus. Isso é retratado em toda a Bíblia, de
Gênesis a Apocalipse. Hoje em dia ainda é
assim. São uma expressão vital, gloriosa e
positiva de louvor a Deus.
B. SATANÁS USA A MÚSICA
É também verdade que Satanás usa a
música muito eficientemente para alcançar
os seus propósitos. Antes de sua queda,
Lúcifer era um chefe dos músicos. Ezequiel
28:13 nos diz: “a obra dos teus tambores e
dos teus pífaros estava em ti; no dia em que
foste criado foram preparados.” Lúcifer era
um músico mestre. Ele deveria usar este dom
E2.7 – A Música no Louvor e Adoração
para a glória de Deus, mas quando se rebelou contra o Senhor e teve que ser expulso
do Céu, ele prostituiu este dom e começou
a usá-lo para o mal, ao invés do bem. Ele
tem feito isso muito eficientemente até o
dia de hoje.
Foram os descendentes de Caim que inventaram tanto os instrumentos de música
como os instrumentos de guerra (Gn 4:21,22).
Quando Moisés voltou do seu encontro
com Deus na montanha, ele descobriu que
os filhos de Israel haviam se afastado de
Deus e voltado à adoração de ídolos. Estavam dançando e cantando ao redor do bezerro de ouro. O som de suas músicas era
tão confuso aos ouvidos de Moisés que ele
não podia discernir imediatamente o significado daquele som.
Este tipo de música, cheio de confusão,
tem a marca registrada de Satanás, pois
ele é um enganador. Muitas músicas modernas estão repletas de confusão. Transtornam e perturbam as pessoas.
A música devota, piedosa, tem um efeito exatamente oposto. Ela acalma ao invés
de confundir. Talvez ela nos motive, mas
nunca faz com que percamos o controle de
nossas emoções. Ela nos fortalece, ao invés
de nos enfraquecer.
Nabucodonosor, rei da Babilônia, usava
instrumentos musicais de varias espécies para
induzir as pessoas à adoração da imagem de
ouro que ele havia erigido (Dn 3:5-7).
Herodes sucumbiu à música e dança sedutoras da filha de Herodias e tolamente ordenou a morte de João Batista (Mt 14:6).
A música satanicamente inspirada da
Babilônia será finalmente destruída quando a cidade da Babilônia for derribada. O
som de sua música não mais será ouvido
(Ap 18:22).
C. A MÚSICA PODE INSPIRAR
A ADORAÇÃO A DEUS
O Espírito Santo também pode usar a
música para a glória de Deus e para a edificação das pessoas.
LOUVOR E ADORAÇÃO
Observe o poderoso efeito terapêutico
que a música ungida tinha sobre Saul (1
Sm 16:23). Davi havia sido ungido por
Deus. Ele era um músico habilidoso, um
compositor dotado e um doce cantor.
Quando tocava e cantava sob a unção do
Espírito, o espírito maligno se retirava de
Saul, o qual passava a se sentir renovado
e melhor.
Quando Josafá precisou de um profeta numa ocasião de crise nacional, ele chamou Eliseu. O profeta chamou um músico. “E sucedeu que, tangendo o tangedor,
veio sobre ele (Eliseu) a mão do Senhor.
E disse: Assim diz o Senhor...” (2 Rs
3:11,15,16). A música obviamente ajudou a criar uma atmosfera e uma disposição para que o dom de profecias operasse.
O rei Davi designou 4.000 homens para
que profetizassem com harpas, saltérios e
címbalos (l Cr 25:l).
Foi somente quando Israel estava em cativeiro na Babilônia que eles cessaram de
cantar e tocar. A música ungida deles cessou
e penduraram suas harpas nos salgueiros
(Sl 137).
Quando os seus captores babilônicos os
incitavam a que cantassem, replicavam:
“Como entoaremos o cântico do Senhor
em terra estranha?”
Quando o cativeiro deles terminou, após
70 anos, voltaram para casa com cânticos
alegres e com risos. Havia louvor em seus
lábios (Sl 126:1,2). É somente quando a
Igreja está em cativeiro espiritual que a sua
música ungida cessa. Quando este cativeiro
é rompido e as pessoas novamente se libertam, a música, os cânticos, o louvor e as
danças e os risos são todos a elas restaurados.
D. A MÚSICA E OS CÂNTICOS
NO NOVO TESTAMENTO
1. Os discípulos cantaram hinos
juntos. (Mt 26:30; Mc 14:26).
SEÇÃO E2 / 881
2. Paulo e Silas cantaram louvores
a Deus na prisão. (At 16:25).
3. O Apóstolo Paulo instruiu a
Igreja com relação aos cânticos
ungidos.
Eles deveriam cantar:
a. Salmos (os Salmos músicados).
b. Hinos (cânticos de louvor a Deus).
c. Cânticos Espirituais (cânticos espontâneos dados pelo Espírito).
Os cânticos da Igreja Primitiva eram louvores ao Senhor. O seu objetivo primário
nos cânticos era louvar e engrandecer a
Deus. Não cantavam para causarem um
impacto ou para entreterem os outros. Os
seus cânticos não eram centralizados no
homem. Eram dirigidos a Deus, para o Seu
prazer somente.
E. COMO TER UM MINISTÉRIO
DE MÚSICA UNGIDA
Este tipo de música e cânticos ungidos,
dirigidos a Deus com louvor e adoração, é
muito raro na Igreja hoje. Contudo, Deus
está restaurando esse ministério ao Seu
povo.
Aqui estão algumas sugestões para ajudálo a introduzir a sua comunidade num ministério de música ungida com louvores a Deus:
1. Comece Todas as Reuniões com
Ações de Graças e Louvores em
Forma de Cânticos
“Entrai por Suas portas com ações de
graças, e em Seus átrios com louvor;
agradecei-O, e bendizei o Seu nome” (Sl
100:4)
2. Peça, em Oração, ao Espírito
Santo que o Lembre de Cânticos
ou Hinos Apropriados
Deus tem um tema ou mensagem para
cada culto. Em geral, os cânticos apropriados preparam o caminho para o tema ou
mensagem.
882 / SEÇÃO E2
E2.7 – A Música no Louvor e Adoração
3. Não Tenha Medo de Cantar os
Cânticos Mais de Uma Vez –
ou ainda, uma parte especifica deles por
parecer especialmente ungida ou abençoada.
ção, o que poderá resultar na direção para a
reunião. Talvez alguém mais profetize e a
exortação venha a fornecer o tema para o
resto do culto.
4. Exorte as Pessoas a Realmente
“Cantarem ao Senhor”
Os hinos são muitas vezes cantados porque é a nossa tradição e costume cantá-los.
Temos, porém, um propósito muito mais
valioso que este, ou seja, cantar ao Senhor,
ou dirigir a nossa atenção para o Céu através de cânticos.
9. As Manifestações do Espírito
Deveriam Ser Expressas nos
Cultos de Adoração dos Crentes
(1 Co 12:8-11)
Não “apague” o Espírito (1 Ts 5:19).
Incentive a participação e expressão através destes dons espirituais. Contudo, o líder designado e ungido deveria em todo o
tempo reter a autoridade espiritual sobre o
culto.
5. Comece com Cânticos de Louvor
e Ações de Graças
Permita que as pessoas expressem, genuinamente, seus louvores através deles. Os
cânticos não são louvores em si mesmos.
São meros veículos através dos quais podemos expressar o nosso louvor.
É bem possível cantarmos muitos hinos
e cânticos sem expressarmos nenhum louvor verdadeiro.
6. Os Cânticos de Louvor Inspiram
as Pessoas a Adorarem
Em geral começamos com o louvor e, em
seguida, as pessoas passam progressivamente pelos vários níveis do mesmo até que
entrem na adoração, que é o nível mais elevado de louvor.
7. Não “Faça Correndo” o
Culto de Louvor
Muitos pastores consideram essa parte
do culto como uma “preliminar”, uma necessidade maçante, porém tradicional. Conceda esse tempo para cantar, louvar e adorar. Estes são os atos mais importantes da
nossa reunião.
8. Dê Oportunidades Para a
Participação da Congregação
Incentive as expressões espontâneas.
Alguém pode dirigir a congregação em ora-
10. Todas as Coisas Deveriam Ser
Feitas Para a Edificação Mútua
Todas as manifestações bíblicas são legitimas e apropriadas, mas tudo que é feito
e a maneira com que é feito tem que ser para
a edificação de toda a congregação (1 Co
14:26).
11. Evite “Contribuições” que
Geram Confusões
“Deus não é autor de confusão” (1 Co
14:33). Se o culto começar a ficar confuso,
tome a frente e tire-o da confusão. Se necessário, faça uma pausa e explique à congregação o que está acontecendo, esclarecendo
assim a situação. Use situações assim para
ensinar a maneira certa e errada de se fazer
as coisas.
12. Tudo Deveria Ser Feito Para o
Senhor e Para a Glória de Deus
Lembre-se que o alvo de todas as reuniões é glorificar a Deus e edificar os crentes.
13. Use um Livreto de Cânticos ou
um Retroprojetor Para que as
Pessoas Possam Participar
Não tenha medo de, num dado momento, colocar de lado o livreto ou a letra dos
cânticos e simplesmente adorar ao Senhor
de coração.
LOUVOR E ADORAÇÃO
14. É Claro que Há Certas
“Técnicas” Para a Direção de
um Culto de Cânticos ou de
Adoração –
mas você precisa evitar, ao máximo, tornar-se muito mecânico ou formal. Permita
que haja uma liberdade subjacente. Seja flexível. Não insista em seguir o programa. Seja
sempre sensível à direção do Espírito e esteja disposto a segui-la. Para uma boa direção
de louvor e cânticos é necessário muito mais
do que a movimentação dos braços, ainda
que isso seja feito corretamente. A liberdade
do Espírito e a espontaneidade são mais importantes que a precisão técnica.
15. Procure Ficar Escondido –
para que as pessoas possam “ver a Ninguém, senão unicamente a Jesus” (Mt
17:8). Eu me lembro de uma igreja que eu
pastoreei por muitos anos em Brisbane,
Austrália. Na primeira vez que subi ao púlpito, vi algumas palavras entalhadas nele.
Elas confrontavam a todos que subiam àquele púlpito para falarem ou ministrarem. As
palavras eram:
“Queremos ver a Jesus” (Jo 12:21).
Sempre deveríamos ter isto em nossas mentes. As pessoas não vieram para nos verem
ou nos ouvirem. Vieram para verem e ouvirem a Jesus. A nossa tarefa, com a ajuda do
Espírito, é abrir o véu, para que todos os
olhos possam ver o Senhor e adorar diante
d’ Ele. Este deveria ser o objetivo mais importante de todos os servos de Cristo que
dirigem cultos de adoração.
Capítulo 8
Dirigindo um Culto de
Adoração
A. AS FUNÇÕES MAIS
IMPORTANTES DE UMA IGREJA
A adoração da congregação é um elemento extremamente importante da Igreja
SEÇÃO E2 / 883
do Novo Testamento. O chamado básico
dos cristãos do Novo Testamento é a adoração a Deus. As funções mais importantes
de uma igreja, em ordem de prioridade,
são:
1. Adoração a Deus
2. O Ministério ao Corpo –
Edificação dos Santos
3. Ministério ao Mundo –
Evangelismo
Todas as igrejas deveriam ser uma comunidade de adoradores. No desenrolar de
uma adoração conjunta da congregação,
muita coisa depende dos dirigentes da adoração.
B. QUALIDADES DOS DIRIGENTES
DA ADORAÇÃO
1. Dirigir a Adoração é um
Ministério Especial
Nem todos têm esse ministério. Em geral, os pastores não têm essa habilidade específica. Sendo assim, eles deveriam encontrar alguém na congregação que realmente
possua esse dom e estar dispostos a deixar
que essa pessoa tome a frente nessa área em
particular.
2. O Dirigente Precisa
Ser um Adorador
É essencial que os que são chamados a
dirigirem os outros à adoração sejam capacitados e competentes na adoração a Deus.
É impossível dirigir os outros, a menos que
o dirigente já tenha aprendido as exigências
e a arte da adoração. Os dirigentes deveriam
ser livres em seu próprio espírito e capazes
de livremente louvarem e adorarem a Deus
em sua vida pessoal.
3. Maturidade Espiritual
O dirigente da adoração deveria ser uma
pessoa com experiência e maturidade nas
884 / SEÇÃO E2
coisas do Espírito. O seu desenvolvimento
espiritual deveria ser igual (ou preferivelmente superior) ao da congregação que ele
está tentando dirigir. Uma maturidade assim dá ao dirigente uma confiança, o que
resulta num sentimento de segurança na congregação.
Ele deveria ser capaz de controlar o seu
próprio espírito para que os seus pensamentos, sentimentos e emoções pessoais
não se intrometam na reunião. Ele também
precisa ser um homem de fé, não somente
capaz de discernir a direção do Espírito Santo, mas também com fé para implementar o
que o Espírito possa estar dizendo à congregação dos santos. Ele deveria ser um exortador, alguém que possa motivar e animar
os crentes.
4. Sensibilidade Espiritual
O dirigente ideal desenvolveu ouvidos
sensíveis para a voz do Espírito Santo. O
Próprio Espírito dirige o culto se o dirigente da adoração se move ativamente de
acordo com as direções que o Espírito lhe
dá. Os cultos de adoração deveriam ser
dirigidos pelo Espírito Santo. Contudo,
Ele sempre usa canais humanos. Portanto, é preciso que haja uma conscientização espiritual profunda no dirigente da
adoração. Isto é transmitido á congregação também, a qual começará a desenvolver a habilidade de ouvir as direções do
Espírito e de quieta e confiantemente
mover-se nelas.
5. Humildade Genuína
Um bom dirigente sempre busca “esconder-se atrás da Cruz.’’ Nada arruína a atmosfera espiritual de um culto mais rapidamente do que um dirigente egocêntrico que
constantemente se projeta na reunião. O
Espírito Santo ama a glorificação de Cristo
e não está, absolutamente disposto a mudar
o centro da atenção em Cristo para nenhum
ser humano. Nenhuma carne deveria gloriar-se diante de Deus. Ao invés de focalizar
E2.8 – Dirigindo um Culto de Adoração
a atenção da congregação em si mesmo, o
dirigente deve sempre buscar focalizar a
atenção das pessoas em Cristo.
6. Preparação em Oração
Antes do culto, o dirigente da adoração
deveria sempre passar algum tempo sozinho em oração. O tema da reunião pode
ser discernido de antemão desta maneira.
O espírito do dirigente pode sintonizar-se
com o Espírito de Deus, e desta forma, a
reunião pode facilmente entrar nos propósitos de Deus desde o seu inicio. Não deveria haver coisas como “partes preliminares” num culto de adoração. Todo o culto, desde o primeiro momento, é dedicado
ao louvor e à glória de Deus. Muitos e
muitos pregadores consideram tudo o que
vem antes de seus sermões como coisas
preliminares – necessárias, porém sem
importância. A verdade é que o que precede o sermão é em geral muito mais importante, pois o sermão é dirigido às pessoas,
mas a nossa adoração é dirigida ao Próprio
Deus!
7. Conceda Tempo Suficiente
Para a Adoração
A maneira pela qual muitos “cultos de
adoração” são feitos às pressas é um insulto à majestade de Deus. Precisamos reconhecer a importância da adoração conjunta
da congregação e dar tempo suficiente para
a mesma. O tempo de adoração não deveria ser desperdiçado com conversas desnecessárias do dirigente da adoração. Sua tarefa verdadeira é harmonizar a congregação com o Espírito de Deus tão rápida e
suavemente quanto puder. Conversas e comentários desnecessários podem ser contraproducentes.
As pessoas vêm para adorar a Deus e
querem se entregar a Ele em louvor e adoração. Torna-se uma coisa triste quando tais
pessoas são atrasadas e impedidas por aquele que foi ordenado a dirigi-las nessa adoração.
LOUVOR E ADORAÇÃO
8. Seja Aberto ao Espírito Santo
É preciso uma fé legítima para se dirigir
um culto numa adoração verdadeira, pois
uma adoração assim não pode ser prescrita
ou programada de antemão. Muitos dirigentes acham que eles precisam ter um programa pré-determinado. Querem saber exatamente o que vai acontecer num determinado culto, e exatamente quando vai acontecer. A adoração espiritual exige mais flexibilidade que isto.
Uma vez que o culto tenha começado,
procure ficar silenciosamente consciente do
caminho pelo qual o Espírito o está conduzindo. Esteja preparado para seguir a Sua
direção passo a passo. Ele o instruirá com
relação ao momento exato em que a adoração deve ser feita. Nem todos os cultos serão iguais. Deus é um Deus de variedade.
Ele não tem que fazer a mesma coisa todas
as vezes. Ele tem um propósito especial
para cada reunião.
O dirigente precisa aprender a discernir
qual é esse propósito e fluir junto com ele, à
medida que o Espírito o revela passo a passo. Deus pode até mesmo mudar a ordem e
direção do culto durante o seu prosseguimento. Um bom dirigente é capaz de discernir os cânticos exatos que deveriam ser cantados, quantas vezes deveriam ser cantados,
e com que espécie de ênfase! Às vezes, o
culto é radiante e cheio de regozijo. Outras
vezes o Espírito pode dirigir-nos de uma
maneira muito mais quieta, até mesmo com
períodos de silêncio, os quais podem ser extremamente profundos e significativos.
9. Esteja Ciente de Tudo o
que Está Acontecendo
O dirigente da adoração deveria evitar
fechar os seus olhos e ficar “perdido na adoração”. É maravilhosamente possível ficarmos completamente envolvidos na adoração e ainda continuarmos cientes das pessoas e sensíveis a elas. O dirigente deveria
ter uma sensibilidade ao Espírito e, ao mes-
SEÇÃO E2 / 885
mo tempo, exercitar um controle dócil, porém bem definido sobre o culto.
C. ALGUMAS DIRETRIZES SIMPLES
PARA A DIREÇÃO DA ADORAÇÃO
1. Comece Exatamente Onde
as Pessoas Estiverem
Procure fazer um contato imediato com a
congregação, exatamente onde as pessoas estiverem. Estabeleça silenciosamente a sua liderança sobre elas. Ajude-as a reconhecerem
que Deus o ordenou a dirigir a adoração daquele culto e que, se cooperarem e o seguirem,
serão dirigidas exatamente ao Lugar Santíssimo
e terão uma gloriosa experiência de adoração.
2. A Direção dos Cânticos não é
Necessariamente a Direção da
Adoração
Há muitos bons dirigentes de cânticos que
não têm a habilidade de levarem as pessoas à
adoração. Contudo, o dirigente da adoração
deve ser capaz de dirigir os cânticos, e também de prosseguir conduzindo as pessoas à
adoração. Geralmente, os cultos de adoração
começam com cânticos. Quando os cânticos
apropriados, aqueles que louvam a Deus e
falam de Sua grandeza, poder e esplendor,
são cantados, isto ajuda as pessoas a abstraírem-se de si mesmas e de seus problemas, e
se voltarem ao Senhor. Os cânticos de louvor
e ações de graças são em geral apropriados e
convenientes. O cântico da comunidade é
também uma boa maneira de se fazer com
que as pessoas entrem em unidade. À medida que suas vozes se combinam, também se
combinarão suas mentes e espíritos. Uma
vez que esta unidade tenha sido alcançada,
então as pessoas poderão ser conduzidas à
esfera da adoração. Começamos com o louvor e prosseguimos para a adoração.
3. Permita que o Espírito
Santo Dê as Direções
Isto pode acontecer de qualquer uma
dentre várias maneiras. Pode surgir do pri-
886 / SEÇÃO E2
meiro cântico que foi cantado, o que poderá
estabelecer o tema para o culto inteiro. Em
geral o Espírito nos dirige de um cântico ao
outro, todos no mesmo tema ou temas pertinentes. Se há pessoas presentes com dons
carismáticos, o Espírito talvez as use para
nos indicar o curso que o culto deve seguir.
Isto pode ser-nos comunicado através de
uma profecia ou de alguma revelação. Às
vezes, o propósito do Espírito é levado a
efeito no culto de uma forma muito quieta e
nada dramática. É somente após a reunião,
ao olharmos para trás, que podemos ver tão
claro quão maravilhosamente o Espírito nos
dirigiu e que unidade e harmonia foram entrelaçados na urdidura do culto.
4. Evite Intrusões e Correntes
Contrárias
É aqui que a maturidade espiritual do
dirigente é tão necessária. Ele precisa ser
capaz de discernir uma nova ênfase que talvez seja introduzida e que não é do Espírito. Ele precisa estar alerta espiritualmente
para reconhecer tais tendências. As reuniões
podem ser redirecionadas muito sutilmente
se não formos cuidadosos e vigilantes. Uma
vez que o Espírito tenha estabelecido o curso e a direção, seja sensível a qualquer intrusão que possa mudar esta ênfase. A intrusão pode parecer bastante inofensiva.
Poderá vir na forma de um belo corinho,
bem bíblico quanto ao seu conteúdo, e contudo mudando completamente a direção em
que Deus está buscando levar as pessoas.
O dirigente precisa ser amável, porém firme, mantendo a adoração no alvo.
Há muitas maneiras pelas quais ele pode
redirecionar a reunião. Ele poderá dizer diretamente: “E agora, amigos, vamos continuar na direção em que o Espírito está indicando e não nos desviemos dela.” Ou poderá começar um outro corinho que reforce o
tema original do Espírito. Talvez haja, ainda, uma outra palavra de profecia, dirigindo
as atenções uma vez mais ao tema original.
É necessário que o dirigente da adoração
E2.8 – Dirigindo um Culto de Adoração
tenha fé e ousadia. Ele precisa exercitar discernimento e tato, porém sem comprometer o propósito de Deus para a ocasião. Isso
em geral exige muita sabedoria e graça. O
Espírito Santo nos fornece estas coisas se
confiamos n’Ele implicitamente.
5. Reconheça as Transições
e Mudanças
O Espírito pode dirigir um determinado
culto de qualquer maneira que desejar. Isto
freqüentemente significa que pode haver
uma mudança na ênfase durante o andamento do culto. Aliás, isto pode acontecer muitas vezes. Esses períodos de transição são
muito importantes. O dirigente precisa estar à frente das pessoas, antecipando o que
o Espírito está querendo fazer. Ele precisa
exercitar uma liderança clara e firme durante
esses períodos transicionais, a fim de que a
reunião não comece a vagar sem qualquer
objetivo. Se permitimos que um período de
indecisão se desenvolva, talvez alguém seja
tentado a dar direções e uma nota errada
poderá se introduzir. O dirigente da adoração tem que se lembrar sempre que Deus o
ungiu e o designou para dirigir as pessoas e
é, portanto, responsável para fazer exatamente isto. Não domine a reunião com uma
mão pesada. Não tente impor a sua vontade
às pessoas. Mantenha um controle firme,
porém suave sobre a direção e o desenvolvimento da adoração.
6. Mantenha o Propósito em Mente
Nunca perca de vista o objetivo e o propósito da reunião. É o de primeiramente
louvarmos e glorificarmos ao Senhor. Em
segundo lugar, de edificarmos e abençoarmos as pessoas. Nunca permita que a reunião se degenere em nada menos que estes
objetivos básicos.
7. “Faz-nos Uma Sinfonia”
Um dos muitos corinhos bons que o
Espírito está introduzindo hoje diz: “Senhor, faz-nos uma sinfonia, uma sinfonia
LOUVOR E ADORAÇÃO
de adoração.” A palavra grega symphoneo,
da qual a nossa palavra “sinfonia” se deriva,
significa “concordar”. Jesus disse: “Se dois
de vós concordarem.” Ele usou esta palavra
(“symphoneo”) para “produzir uma sinfonia de sons.” Um culto de adoração deveria
ser como uma sinfonia. Tudo deveria combinar-se harmoniosamente. Todas as vozes
deveriam se combinar, os instrumentos deveriam se combinar, todas as diferentes partes do culto deveriam se combinar. Esse é
um dos propósitos básicos que Deus procura alcançar através da nossa adoração em
grupo: combinar a todos nós juntos numa
gloriosa harmonia. Ao fazer isto Ele nos introduz e nos incentiva à unidade nos níveis
mais profundos do nosso ser. Um famoso
sacerdote disse: “A família que ora unida,
permanece unida.” Poderíamos também dizer que “a congregação que verdadeiramente
aprende a adorar unida, permanecerá unida.”
8. Incentive a Participação
Muitas vezes, hoje em dia, os membros da
congregação se tornam meros expectadores,
ao invés de participantes. Freqüentemente
encontramos os ministros fazendo tudo e a
congregação meramente observando e ouvindo. O Novo Testamento incentiva a participação de todo e qualquer membro. Contudo,
ensinamentos bons e sólidos referentes a este
assunto precisam ser dados primeiramente.
Deveríamos ensinar ao povo de Deus
que Ele quer ouvir as vozes de todos os
membros, levantadas em adoração. Temos
de ensiná-los como participarem e, uma vez
que isto seja feito, temos de dar-lhes oportunidades para que o façam. Incentive verbalmente as pessoas para que comecem a
fazê-lo. Exorte-as a levantarem suas vozes
em louvor. Dê oportunidades para elas expressarem os seus louvores.
9. Que Tudo Seja Feito
Decentemente e com Ordem
Muitas igrejas usam este versículo (1 Co
14:40) como uma desculpa por não permi-
SEÇÃO E2 / 887
tirem nenhuma participação da congregação. Desejam tanto manter a “decência e a
ordem” que não permitem que nada seja feito. Não é isto o que a Bíblia diz. Ela não diz:
“que nada se faça decentemente e com ordem.” Ela diz: “que tudo seja feito.” Que
haja participação. Que haja profecias, revelações, salmos, hinos, cânticos espirituais.
Mas que sejam feitos de uma maneira tal
que não haja confusões, pois Deus não é o
autor de confusões (1 Co 14:33).
10. Procure Ser Excelente
O nosso objetivo, ao aprendermos a louvar e adorar a Deus, deveria ser o de finalmente nos tornarmos excelentes nestas coisas. Deveríamos desejar progresso e desenvolvimento nessas áreas vitais. Essa excelência não é uma excelência humana. Não é
o desenvolvimento do talento e habilidade
humanos. Não é o uso de profissionais com
maestria e precisão. É o aprofundamento
da vida espiritual. É o aguçamento da sensibilidade espiritual, o crescimento da consciência espiritual e da capacidade de darmos respostas espirituais às direções do
Espírito de Deus.
O objetivo final da nossa adoração é elevarmos e glorificarmos a Deus. Quanto mais
eficientemente pudermos fazer isso, tanto
mais agradável será o nosso louvor.
Capítulo 9
A Importância Profética do
Louvor
A. PREPARAÇÃO PARA O REINO
DE DEUS NA TERRA
A importância do louvor é enfatizada em
toda a Bíblia. O louvor sempre foi importante. Contudo, nos últimos dias dessa era,
o louvor e a adoração são especialmente importantes e têm um papel especial no cumprimento dos propósitos de Deus. É por
isto que Deus está atualmente restaurando
o louvor ao Seu povo. Estamos nos moven-
888 / SEÇÃO E2
do rapidamente em direção ao reino manifesto de Cristo na Terra. Uma das grandes
características dessa Era será o louvor e adoração. Assim sendo, Deus está preparando
o Seu povo para essa época. Já estamos
entrando no Reino, e parte da nossa preparação é sermos excelentes no louvor e adoração.
1. Os Altos Louvores de Deus
(Sl 149:6)
A primeira parte do Salmo 149 está cheia
de exortações e mandamentos para louvarmos ao Senhor. Há pelo menos dez mandamentos claros para louvarmos a Deus de
várias maneiras. Somos ordenados a cantar
a Ele, a regozijarmo-nos n’Ele, a alegrarmonos no nosso Rei, a dançarmos diante d’
Ele, a louvá-Lo com instrumentos musicais,
etc.
No versículo 6 alcançamos a expressão
mais elevada desse louvor, o nível mais alto
do louvor puro. Davi o intitula: “os altos
louvores de Deus’’. As últimas armas do
exército de Deus dos últimos dias são “os
altos louvores de Deus em suas bocas e
uma espada de dois gumes em suas mãos.”
Com essas armas podemos fazer guerra vitoriosamente contra o inimigo e ganhar a
grande vitória final, em nome do nosso Deus.
a. Deus Está Tentando... nos ensinar
muitas coisas sobre o louvor. Ele está nos
dirigindo de uma verdade a outra, progressivamente, e sempre buscando purificar ainda mais os nossos louvores, até que, finalmente, possamos entrar nos altos louvores
do Senhor. Ele está buscando:
1) Ampliar o nosso entendimento
a respeito do louvor;
2) Purificar as nossas motivações
no louvor;
3) Refinar as nossas expressões de
louvor;
4) Estabelecer o Seu trono nelas
(Sl 22:3);
5) Manifestar a Sua autoridade
através delas.
E2.9 – A Importância Profética do Louvor
No versículo 8, Deus nos diz o que Ele
realizará quando começarmos a exercitar estes altos louvores. Ele “prenderá reis com
cadeias, e os seus nobres com grilhões de
ferro.” Estes reis e nobres não são humanos e terrenos. São os principados e poderes que exercitam o domínio espiritual sobre as nações pagãs. Em resposta aos altos
louvores do Seu povo, Deus prenderá esses
principados satânicos e libertará os povos
que eles mantiveram cativos, para que possam receber a bênção do Evangelho do Reino. Isto preparará o caminho para o maior
reavivamento espiritual que o mundo já presenciou. As grandes nações pagãs da Terra
abrir-se-ão para o Reino de Deus. As multidões que Joel viu profeticamente no “vale
da decisão” vão ser libertas da escravidão
espiritual por séculos e estarão livres para
receberem as bênçãos do glorioso reino de
Deus.
2. A Salutar Salvação de Deus a
Todas as Nações (Sl 167)
Este salmo profético inicia-se com um
clamor para que a misericórdia e bênção de
Deus sejam reveladas a todas as nações. Ele
termina com a predição de que Deus certamente nos abençoará, de que a terra dará o
seu fruto, e de que “todas as extremidades
da terra O temerão.” A chave que libera
uma bênção universal assim são os louvores do povo de Deus (vers. 3 e 5).
a. Observe a Progressão do Louvor:
1) Que o Povo de Deus Te Louve, ó
Deus. Isto se refere ao povo de Deus, o Seu
povo redimido. Eles deverão ser os líderes
de um exército de louvadores. Enquanto o
povo de Deus não entrar nessas áreas do
louvor, esse plano de redenção do mundo
continuará dormente. O gatilho que dá início
à grande bênção do Senhor para toda a Terra
são os louvores do Seu povo redimido.
2) Que Todos os Povos Te Louvem.
Isto significa um tempo em que o louvor
não mais estará limitado ao povo redimido
de Deus, mas que o louvor se espalhará mui-
LOUVOR E ADORAÇÃO
to além dos redimidos. Até mesmo os que
não foram regenerados começarão a louvar
ao Senhor. Começarão a reconhecê-Lo como
o único Deus verdadeiro e como o único
digno de louvor e adoração.
3) Que as Nações se Alegrem e se
Regozijem em Cânticos. A esta altura, nações inteiras começarão a falar favoravelmente e em louvor ao Senhor. Começarão a
perceber que a única solução para seu dilema humanamente impossível de se resolver
é a intervenção do governo de Deus.
Quando o gatilho dessa reação em cadeia de louvor tiver sido puxado pelo povo
de Deus, ele trará o governo e justiça de
Deus à terra (vers.4). Somente isto pode
fazer com que “se conheça na terra o Seu
caminho e em todas as nações a Sua salvação” (vers.2).
A palavra traduzida, neste versículo, por
“salvação” é “yeshuah”, que significa
saúde, libertação, vitória, prosperidade,
bem-estar, etc. Todas estas bênçãos são inerentes a uma Pessoa. Seu Nome é Jesus.
Ele é a única resposta aos múltiplos dilemas do mundo. É somente a Ele que buscamos. A Sua vinda será acelerada quando entrarmos nos altos louvores de Deus.
3. O Governo do Reino (Sl 72)
O Salmo 72 é um salmo messiânico glorioso e profético, o qual esboça muitos aspectos maravilhosos do Reino vindouro do
nosso Messias, Jesus.
SEÇÃO E2 / 889
O salmo inteiro está cheio de fatos maravilhosos sobre esse Reino. Contudo, mencionaremos apenas dois deles, os quais estão de acordo com o tema em questão: “E
todos os dias O (Messias) bendirão” (vers.
15b). “O Seu nome permanecerá eternamente; o Seu nome se irá propagando enquanto o sol durar; e os homens serão abençoados n’Ele: todas as nações Lhe chamarão bem-aventurado’’ (vers. 17).
Uma das características fundamentais do
governo eterno e universal de Deus sobre a
Terra será a adoração a Jeová, o Senhor. O
Trono de Deus será estabelecido em Jerusalém. Cristo assentar-Se-á nele. (Jr 30:9;
Ez 37:24,25).
Todas as nações subirão a Jerusalém ano
após ano para adorarem ao Rei e para guardarem a Festa dos Tabernáculos (Zc 14:16).
A Casa do Senhor será estabelecida no cume
da montanha, e as pessoas de todas as nações virão para serem ensinadas pelo Senhor (Is 2:2,3).
Dirão uns aos outros: “Vinde, e subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus
de Jacó, para que nos ensine os Seus caminhos, e nós andemos pelas Suas veredas...”
(Mq 4:2).
Qualquer um que negligenciar ou recusar-se a ir adorar perderá o direito às chuvas
em suas terras (Zc 14:17).
Naquele dia a senha será “SANTIDADE
AO SENHOR” (Zc 14:20).
Ó VINDE E ADORAI-O! AMÉM!
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
890 / SEÇÃO E3
E3.1 – A Barreira Babilônica
SEÇÃO E3
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
Ralph Mahoney
Capítulo 1
A Barreira Babilônica
Introdução
Há TRÊS GRANDES OBSTÁCULOS à
propagação do Evangelho. Estas coisas dificultam a evangelização dos que nunca ouviram as boas novas sobre o que Jesus Cristo fez para salvar e abençoar a todas as nações. Estes obstáculos são:
•
•
•
CLERICALISMO
DEFICIÊNCIAS
PNEUMATOLÓGICAS
CONSTRUÇÃO DE CATEDRAIS
Nesta seção, Quebrando a Barreira
Babilônica, você aprenderá como vencer a
CONSTRUÇÃO DE CATEDRAIS .
Os outros dois obstáculos serão abordados em outras seções.
A. BARREIRA BABILÔNICA
A maioria dos líderes cristãos dos dias
de hoje não sabem que os eventos de cinco
mil anos atrás estão influenciando hoje os
seus valores e ações. A influência de Babel
ainda se encontra muito presente em nosso
meio, substituindo o que Deus ordenou pela
sua agenda humanística, egocêntrica e narcisista. Isto está roubando de nós o verdadeiro propósito de Deus na Igreja.
1. Histórico de Babel
Quando Noé e seus filhos saíram da área,
as instruções de Deus foram claras. “Deus...
Lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e
enchei a terra’’ (Gn 9:1). Deus tinha um
propósito mundial para toda a terra. “Mas
vos, frutificai e multiplicai-vos; povoai abun-
dantemente a terra, e multiplicai-vos nela”
(Gn 9:7).
O propósito de Deus para todos os sobreviventes do Dilúvio era que eles “frutificassem e se multiplicassem, e enchessem a
terra” (Gn 9:1,7).
a. Pecado e Desobediência. Em Gênesis 10, os descendentes de Noé são citados como sendo Sem, Cão e Jafé. Os descendentes de Sem e Jafé foram abençoados.
Cão e os seus descendentes (os cananeus)
foram amaldiçoados.
“E Cão, o pai de Canaã, viu a nudez de
seu pai... E Noé despertou do seu vinho, e
soube o que o seu filho menor lhe fizera. E
disse: Maldito seja Canaã...” (Gn 9:22, 24,
25).
Muitos estudiosos acreditam que estes
versículos descrevem um ato homossexual
cometido por Cão contra o seu pai Noé.
Assim sendo, o julgamento veio sobre Cão
e os seus descendentes, os cananeus.
O primeiro filho de Cão foi Cuse. “Cuse
gerou a Ninrode, o qual se tornou poderoso
na terra” (Gn 10:8). A palavra hebraica
GIBBOWR (traduzida por poderoso) significa “um poderoso guerreiro tirano”. Ele caçava homens para subjugá-los e escravizálos. Ele estava totalmente tomado por um
ardente desejo de exercer poder sobre a vida
das outras pessoas. O versículo 10 nos diz
que “o início do seu reino foi Babel.”
b. Um Sistema Religioso Falsificado. Babel foi o resultado do povo camítico,
sob a liderança de Ninrode, introduzindo
no mundo um sistema religioso falsificado.
Ninrode agiu sob uma inspiração satânica e
demoníaca para produzir esse substituto da
coisa verdadeira.
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
Eu gostaria de identificar o que é essa
religião babilônica, como você pode reconhecê-la e como você pode abordá-la, a fim
de que você possa quebrar a barreira babilônica na sua igreja e na sua vida. Essa antiga
influência ainda se faz presente em nosso
meio nos dias de hoje.
2. Babel – Impede o
Propósito de Deus
O que foi que se tornou o grande obstáculo ao propósito de Deus? Deus desejava
que o Seu povo “se multiplicasse e enchesse toda a terra, e a fizesse frutífera.” O que
se interpôs como obstáculo neste objetivo
de o mundo todo tornar-se frutífero e repleto do conhecimento de Deus?
Foi o “fator Babel”. A influência de
Ninrode entremeou-se no propósito divino
para neutralizar o que Deus havia objetivado.
“E era toda a terra de uma mesma língua, e de uma mesma fala. E aconteceu que,
partindo eles do Oriente, acharam uma planície na terra de Sinear, e habitaram ali.
“E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos, e queimemo-los bem. E foi-lhes
o tijolo por pedra, e o barro por argamassa.
“Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma
torre cujo cume toque nos Céus, e façamonos um nome. Façamos tudo isto para que
não sejamos espalhados sobre a face de toda
a terra” (Gn 11:1-4).
Deus queria que o Seu povo se dispersasse por várias regiões, para frutificar, multiplicar-se, e encher a terra. Babel existia
para impedir isto. Eles construíram a sua
torre “para que isso não acontecesse”, isto
é, para impedir que isso acontecesse.
A religião de Ninrode ainda é muito proeminente no mundo, e a sua influência projeta uma espessa sombra sobre a Igreja Cristã.
B. QUAIS ERAM AS MARCAS
DE BABEL?
1. Façamos
Primeiramente: “Façamos tijolos e
argamassa.” A iniciativa humana, indepen-
SEÇÃO E3 / 891
dentemente e em contraposição à vontade
de Deus, elevou-se e disse: “Façamos!’’
Contraste isto com Mateus 16:17,18,
onde Jesus diz: “Eu farei! Sobre esta rocha,
Eu farei a edificação...” Esta é a iniciativa
divina. A iniciativa humana se exalta contra
o propósito de Deus. A iniciativa divina
complementa o propósito de Deus. A afirmação de Babel é: “Façamos!” A afirmação divina é: “Eu farei!”
Na qualidade de líder de igreja, a qual
destes dois você quer hoje entregar a sua
fidelidade? O “Eu farei” de Jesus ou o “Façamos” da sua própria iniciativa? Você tem
de fazer essa escolha. O “Façamos’’ leva às
torres de Babel dos dias atuais. O “Eu farei” nos leva a um envolvimento na evangelização do mundo.
2. Construamos
Em Segundo Lugar: “Construamos
uma cidade.” Uma vez mais, contraste isto
com as palavras de Jesus: “Sobre esta rocha edificarei a Minha Igreja.” Quem vai
fazer a edificação? será que o “Façamos’’
fará a edificação? Ou será que vai ser o “Eu
edificarei’’?
Você não sabe que Jesus é um grande
construtor? O Seu propósito é mundial, e o
que Ele faz nunca, nunca, nunca será localizado. A coisa babilônica será totalmente localizada. Será totalmente enfocada num só
local, em si próprios. A ênfase será na IGREJA “LOCAL”. (A palavra “local” não se encontra na Bíblia.) Esta é a distinção principal e você precisa observá-la e se precaver
com isto.
Isso soa de maneira semelhante às ambições de muitos pastores das nações ocidentais? Sim, de fato. Muitos deles são “Ninrodes” da atualidade, apropriando-se indevidamente de suas ambições locais, egos,
planos de construção e vontade contra o
propósito de Deus de evangelização mundial.
Assim sendo, em contraste com o “Construamo-nos uma cidade – construamo-nos
892 / SEÇÃO E3
uma torre; edifiquemos para cima”, a Grande Comissão é sairmos para todo o mundo,
levando o Evangelho a toda criatura. O propósito de Deus ainda é o de “... sairmos e
enchermos a terra”. O espírito babilônico
é “edificar para cima”, ao invés de “para
fora”. Qual dos dois hoje está você fazendo, pastor?
a. Construtores de Catedrais. Não é
por acaso que Ninrode e Babel ainda influenciam a arquitetura das igrejas.
A torre de Ninrode era chamada de um
Zigurate, que significa um “memorial”. Ela
tinha mais de 180 metros de altura (equivalente a um prédio de sessenta andares).
Olhando-se diretamente do Céu, num
plano perpendicular a ela, o seu formato era
semelhante ao de uma Cruz de Colombo.
Do norte, sul, leste e oeste, novecentos degraus de escada subiam de cada lado numa
linha reta, da sua base até o topo.
O seu perfil era muito semelhante ao de
uma pirâmide.
“E disseram... edifiquemo-nos... uma
torre, cujo cume possa tocar nos Céus...”
(Gn 11:4).
Por que os líderes de igrejas das nações
ocidentais constroem catedrais com elevadíssimas torres de igreja? Será que existe
um único versículo em toda a Bíblia que nos
diz para erigirmos catedrais ou prédios de
igreja de qualquer tipo – muito menos os
que possuem “...cumes nos Céus’’?
Se você conhecer qualquer versículo, por
favor me avise. Em mais de quarenta anos
ainda não encontrei um único versículo sobre isto.
A seguinte afirmação é um sumário de
Babel: “Façamo-nos uma cidade, uma torre cujo cume esteja no Céu. Façamo-nos
um nome, para que não sejamos dispersos.”
Tenho dito freqüentemente: “A maneira
pela qual os líderes de igrejas nas nações
ocidentais esbanjadamente gastam todo o
dinheiro em argamassa (construções) nos
levaria a crermos que a Grande Comissão
E3.1 – A Barreira Babilônica
foi: Ide por todo o mundo e edificai catedrais para toda a criatura.”
Jesus e os primeiros apóstolos enfatizaram a MENSAGEM, E NÃO A ARGAMASSA!
Não havia nenhuma catedral até a época
de Constantino (cerca de quatro séculos depois de Cristo). Este imperador romano
“convertido” radicalmente alterou e politizou a Igreja. Ele converteu os templos pagãos em catedrais – introduzindo assim as
vaidades de Ninrode na tradição da Igreja. A
sua influência, em última análise, produziu
a apostasia de mil anos, chamada de “Idade
Média” (ou “Eras Escuras”).
A Igreja nas nações ocidentais ainda não
está livre da influência de Ninrode e de Constantino.
3. Recebamos Adoração
Ninrode tomou o lugar de Deus. A cada
ano, Ninrode exigia ofertas de adoração, a si
próprio, de centenas de quilos de incenso
de nardo, no cume do Zigurate de Babel, o
que valia milhões de dólares.
Esta foi a mesma espécie de nardo que
foi posto sobre os pés de Jesus (Veja Mateus 26:7 e João 12:3: “Então veio até Ele
uma mulher com uma caixa de alabastro
com ungüento muito precioso, de nardo,
muito caro...”).
Ninrode se proclamou governador e deus
de Babel. Ele se tornou a primeira deidade
política. Ele iniciou o sistema de governantes deificados, assim como é o caso do imperador do Japão, onde o governante é adorado e venerado como se fosse Deus.
Por que Daniel, séculos mais tarde, foi
lançado na Cova dos Leões? Foi porque o
Rei Dario decretou que Ninguém fizesse petições a nenhum outro deus ou homem, exceto a ele próprio. A recusa de Daniel significou a sentença de morte. Daniel estava se
opondo à religião de Ninrode, que percorreu o mundo nos tempos antigos.
De onde os Césares romanos tiveram a
idéia de que eram deuses? Na época em que
o Novo Testamento foi escrito, era contra a
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
lei romana o uso da palavra grega Kurios
(traduzida por Senhor) para qualquer outra
pessoa, além do César. Isto também veio da
influência de Ninrode. Os primeiros discípulos correram o risco de serem aprisionados e mortos por chamarem a Jesus de
“Kurios” (Senhor – veja Romanos 10:9,10).
Para mim é muito interessante o fato de
que a palavra grega traduzida por anti-Cristo
seja definida na Concordância de Strong da
seguinte forma: “anti, significando ao invés
de; no lugar de; sendo, portanto, geralmente
usada para denotar uma substituição.”
Ela não é simplesmente uma palavra de
oposição a Cristo, mas significa “tomar o
lugar de Cristo”. Você já ouviu dizer sobre o
principal prelado da Igreja Romana, que ele
é o “Vigário de Cristo na terra” e que ele
toma o “lugar de Cristo”?
Os nossos queridos bispos anglicanos
são “Senhores espirituais” e “Senhores temporais”. Na qualidade de “Senhores espirituais”, eles governam na Igreja. Na qualidade de “Senhores temporais”, desfrutam de
um assento reservado na CASA DOS LORDES (ou SENHORES) no Parlamento da Inglaterra.
Eu seria o primeiro a reconhecer que muitas pessoas boas e tementes a Deus já ocuparam e ocupam esses cargos nas Igrejas
Romana e Anglicana (e também Protestantes).
Contudo, os conceitos e a teologia associados com estas práticas são uma escandalosa contradição dos claros ensinamentos de
Jesus aos Seus Apóstolos sobre o assunto.
“Mas Jesus os chamou para junto de Si,
e disse: Sabeis que os príncipes dos gentios
exercem domínio sobre eles, e os grandes
exercem autoridade sobre eles. Mas não será
assim entre vós; todo aquele que quiser ser
grande entre vós, que seja o vosso servo. E
qualquer um que quiser ser o primeiro dentre vós, que seja o vosso servo, assim como
o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em
resgate de muitos” (Mt 20:25-28).
SEÇÃO E3 / 893
Pastor? Líder de igreja? Você crê nas
palavras de Jesus e as pratica?
4. Façamos um Nome
Para Nós Próprios
“Façamos um nome para nós próprios,
para que não sejamos dispersos.” Isto é
um denominacionalismo sectário, impregnado de orgulho, em sua pior faceta.
A palavra “denominar” significa “nomear”. Esta influência tem perturbado a Igreja
desde o primeiro século. O denominacionalismo sectário encontrava-se nos discípulos de Jesus:
“E João respondeu e disse: Mestre, vimos um que em Teu nome expulsava os
demônios e o proibimos porque não Te segue conosco” (Lc 9:49).
Paulo teve que lidar com isto junto aos
cristãos carnais de Corinto: “Cada um de vós
diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de
Cefas, e eu de Cristo. Pois enquanto um diz:
Eu sou de Paulo, e outro, eu sou de Apolo,
porventura não sois carnais?” (1 Co 1:12).
A nossa identificação ou o fato de pertencermos a uma família eclesiástica específica (denominação) não é errado. O que é
errado é o orgulhoso elitismo, exclusivismo
e sectarianismo – e não deveria ter NENHUM
lugar no coração e na mente de nenhum verdadeiro seguidor de Cristo.
Observe a resposta de Jesus ao seu Próprio discípulo: “E Jesus lhe disse: não o
proibais, porque quem não é contra nós, é
por nós” (Lc 9:50). Senhor! Livra-nos dessas barreiras de sectarismo babilônico – quer
se originem do nosso orgulho denominacional, ou da nossa arrogância por sermos uma
igreja “independente”.
C. BABELAINDA VIVE!
Quando o julgamento de Deus veio sobre Babel e eles foram dispersos, eles levaram consigo a sua falsa religião.
1. Ela Circundou o Globo Terrestre
O sistema religioso de Ninrode é visto
894 / SEÇÃO E3
nas pirâmides do Egito – que eram Zigurates
modificados. Encontramos a influência de
Ninrode no Novo Mundo, dentre os astecas
e os incas, os quais construíram os seus
Zigurates com um modelo bem semelhante.
Encontramos a religião de Ninrode na
Índia hoje em dia, nos templos hindus. Nós
a encontramos também no Tibete, Laos, e
Camboja, dentre os budistas. Esta antiga
influência religiosa circundou o globo terrestre e implantou o seu domínio satânico
sobre a raça humana, com todas as maldições que a acompanharam.
Coexistentes com Babel (os descendentes de Cão), encontravam-se os descendentes de Sem e Jafé, os quais permanecem
fiéis ao verdadeiro conhecimento de Deus.
A história secular dos tempos nos conta
que os semitas eventualmente se levantaram contra Ninrode e o mataram pela blasfêmia – de se fazer como Deus.
2. Ela Frustra o Propósito de Deus
de Evangelização
A religião de Babel enfocava as expressões de religião que eram localizadas, e que
serviam e ministravam a si próprias, em
contraposição a visão e causa mundiais que
Deus tinha em Sua mente. Ela tem sido o
obstáculo através dos séculos, para antagonizar e frustrar os propósitos de Deus. Ela
tem sido o inimigo da propagação do verdadeiro conhecimento de Deus e do Evangelho, desde a época de Ninrode até agora.
D. DEUS PROMETE ABENÇOAR
TODAS AS NAÇÕES
1. Abraão – o Primeiro
Missionário de Deus
Foi cerca de um milênio após o Zigurate
de Babel, que Deus chamou a Abraão para
que ele saísse de Ur dos Caldeus, como o
Seu primeiro missionário.
Jeová fez uma aliança com Abraão. Esta
aliança exigia dele algo difícil: “O SENHOR
havia dito a Abraão: Deixa o teu país, o teu
E3.1 – A Barreira Babilônica
povo, e a casa de teu pai, e vai para a terra
que te mostrarei” (Gn 12:1). Assim sendo,
foi renovada a visão de Deus por um povo
que faria com que todo o mundo O conhecesse. Isso exigiria que fosse deixada a família e se fosse a povos de outras nações, línguas e culturas. Abraão tornou-se o primeiro missionário de Deus.
A Aliança Abraâmica incluía sete promessas. A sétima era a mais importante.
“Em ti todas as famílias (no hebraico =
mishpachah, significando “tribos ou grupos
étnicos”) da terra serão abençoadas” (Gn
12:3).
Para que não fosse deixada nenhuma
dúvida com relação ao que Deus quis dizer
com isto, Paulo esclarece, sem sombra de
dúvida, que Deus estava falando sobre a
evangelização do mundo.
“As Escrituras previram que Deus justificaria os gentios pela fé e anunciaram o
Evangelho de antemão a Abraão: ‘Todas
as nações serão abençoadas através de ti’”
(Gl 3:8).
Dois mil anos antes de Cristo, Deus declarou a Abraão o Seu desejo de que o mundo
pagão fosse justificado e evangelizado. Foi
uma promessa que seria frustrada pela influência de Babel. “Façamo-nos... edifiquemonos... para que não sejamos dispersos.”
a. Um Fracasso de Responsabilidade. Deus havia feito o Seu povo Israel “uma
luz para iluminar os gentios” (Is 42:6,7).
Será que eles cumpriram este papel? Não!
Eles fracassaram miseravelmente.
Jeová contou a Abraão o que aconteceria
com os seus descendentes. “Saibas, de certo, que os teus descendentes serão estrangeiros numa terra que não é deles, e serão
escravizados e afligidos por quatrocentos
anos... na quarta geração, os teus descendentes voltarão aqui...” (Gn 15:13,16). Isso
aconteceu! Jacó mudou a sua família de setenta almas para o Egito na época de José
(Gn 46:26, Êx 1:5).
Moisés os tirou de lá quatro séculos mais
tarde, como Deus havia dito a Abraão. “E
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
aconteceu, no final dos quatrocentos e trinta anos... que todos os exércitos do SENHOR
saíram da terra do Egito” (Êx 12:41).
2. Israel Deveria Ser um
Reino de Sacerdotes
Quando Israel saiu do Egito, a primeira aliança que Deus Lhes ofereceu abrangia a responsabilidade e o privilégio que
possuíam a nível mundial. Ele disse: “Se
obedecerdes a Minha voz e guardardes a
Minha aliança, farei de vós um reino de
sacerdotes, uma nação santa” (Êx 19:5,6).
Por que Deus precisaria de uma nação
santa de 2,5 milhões de sacerdotes (ex
12:37)? O único motivo racional seria o cumprimento da promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó.
“Visto que Abraão certamente virá a ser
uma grande e poderosa nação, e todas as
nações da terra serão abençoadas nele?”
(Gn 18:18).
“E em tua semente serão abençoadas
todas as nações da terra, porquanto
obedecestes a Minha voz” (Gn 22:18).
“E multiplicarei a tua semente como as
estrelas do céu, e darei à tua semente todas
estas terras; e em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas” (Gn 26:4).
“E a tua semente será como o pó da
terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua
semente todas as famílias da terra serão
abençoadas” (Gn 28:14).
Deus queria abençoar todas as nações
(tribos, grupos étnicos), e Ele precisava
de um grande número de sacerdotes missionários para comunicarem a Sua verdade a
essas nações. A esperança de Deus era que
Israel tivesse fé para aceitar a Sua oferta e
cumprir o seu destino. Mas isto não aconteceu! “Por isso Me indignei contra esta
geração... [porque] ...a mensagem que ouviram não Lhes foi de valor algum, porque
os que a ouviram não a combinaram com a
fé” (Hb 3:10;4:2).
a. Duas Condições. A aliança (contra-
SEÇÃO E3 / 895
to) oferecida tinha duas condições para os
israelitas:
1) “obedecer a Minha voz” e
2) “guardar a Minha aliança.”
Só precisamos ler Êxodo 20 para vermos que Israel rejeitou a primeira condição: “obedecer a Minha voz’’.
“E disseram a Moisés: Fala tu conosco,
e ouviremos; mas que Deus não fale conosco...” (Êx 20:19).
“...cuja voz os que a ouviram suplicaram que a palavra não mais Lhes fosse
dirigida” (Hb 2:19).
Tendo rejeitado a voz de Deus, era impossível para esses israelitas cumprirem a
vontade e o propósito de Deus para eles no
sentido de serem um “reino de sacerdotes”.
Alguns capítulos mais tarde vemos que
os israelitas também violaram a segunda
condição: “guardar a Minha aliança”.
“E Moisés voltou e desceu do monte e
as duas tábuas do testemunho [aliança] estavam em suas mãos...”
“E aconteceu que, tão logo se aproximou do arraial, ele viu o bezerro e as danças, e acendeu-se o furor de Moisés, e arremessou as tábuas das suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte” (Êx. 32:15,19).
Moisés somente fez o que os israelitas
já haviam feito através do seu pecado e desobediência – eles haviam quebrado a aliança; não haviam guardado a aliança. Assim
sendo, Moisés arremessou as tábuas em que
estava escrita a aliança e as quebrou. “... a
aliança que fiz com os seus pais no dia em
que os tomei pela mão para tirá-los da terra do Egito; aliança esta que eles quebraram...” (Jr 31:32).
3. O Sacerdócio Levítico
A promessa feita a Israel no Sinai de serem feitos “um reino de sacerdotes” não se
refere ao sacerdócio levítico. Os levitas se
tornaram sacerdotes como conseqüência do
fracasso e da desobediência delineados acima.
A primeira condição – “obedecer a Mi-
896 / SEÇÃO E3
nha voz” – foi quebrada. Como Deus poderia manter a Sua aliança e promessa de
fazê-los “um reino de sacerdotes’’ uma vez
que não queriam ouvir a Sua voz?
O propósito de Deus foi uma vez mais
frustrado quando os israelitas quebraram a
aliança. Naquele dia, Deus decretou um julgamento: “Moisés ficou na entrada do arraial e disse: Quem é do S ENHOR, venha a
mim. Então, todos os levitas se ajuntaram
a ele. Aí ele Lhes disse: Isto é o que o SENHOR, o Deus de Israel diz: Cada um ponha
a sua espada sobre a sua coxa. Voltai e
percorrei o arraial de uma extremidade a
outra, com cada um matando a seu irmão,
e amigo, e ao seu próximo” (Êx 32:26,27).
No final das contas, havia apenas uma
tribo com armas prontamente disponíveis:
a Tribo de Levi. O que havia acontecido
com todas as outras tribos? O registro diz:
“Aarão os havia despido na presença de
seus inimigos.”
Ao ler isto, temos a impressão de que
eles estavam circulando sem nenhuma roupa! não é isto, no entanto, o que a palavra
hebraica significa. Eles se encontravam militarmente expostos (nus) na presença dos
seus inimigos. Eles haviam deposto as suas
armas, muito embora estivessem rodeados
por inimigos.
Os filhos de Israel haviam retirado do
Egito todo o ouro e toda a prata. Eles haviam multiplicado uma quantia equivalente a milhões de dólares pelos padrões de
hoje.
Lá estavam eles, os herdeiros do tesouro
do mundo antigo, mas haviam deposto as
suas armas. Não estavam protegendo a herança. Encontravam-se militarmente nus!
Que tolice!
Os levitas foram a única tribo fiel. Estando armados, entraram no meio dos desarmados e mataram três mil pessoas naquele dia. Deus designou os levitas para
serem sacerdotes porque eles haviam mantido as suas armas ao seu lado. Eles foram
os defensores da nação e de sua herança.
E3.1 – A Barreira Babilônica
Todos os demais haviam comprometido a
segurança e o bem-estar da nação.
“Os levitas fizeram conforme o que
Moisés ordenara. E naquele dia, cerca de
três mil pessoas morreram. Aí então, disse
Moisés: Vós [levitas] fostes consagrados
ao SENHOR hoje... e Ele vos abençoou neste
dia” (Êx 32:28,29). Assim sendo, a Tribo
de Levi tornou-se a tribo sacerdotal.
Entretanto, o propósito de Deus de ter
uma nação sacerdotal foi adiado por mais
quinze séculos. A maior parte do mundo
agora teria que esperar muitas gerações antes de poder conhecer sobre o único Deus
verdadeiro.
Através de toda a história os Zigurates
continuariam a ser construídos ao redor do
mundo. A influência de Ninrode aumentaria
e obscureceria o conhecimento do Único
Deus Verdadeiro.
O mundo esperaria durante mais de um
milênio por um povo que “obedeceria a
voz de Deus” e “guardaria a Sua aliança”.
4. A Promessa Cumprida
“Mas, quando a plenitude dos tempos
chegou, Deus enviou o Seu Filho, nascido
de mulher, nascido debaixo da lei, para
redimir os que se encontravam debaixo da
lei, para que pudéssemos receber a adoção
de filhos” (Gl 4:4,5).
E. POR QUE JESUS VEIO?
1. Jesus Veio Para Dar a Israel
Uma Última Chance
De Abraão a Cristo passaram-se 2.000
anos – vinte séculos em que Israel deixou de
se apossar das promessas feitas a Abraão.
Todas as nações não estavam sendo abençoadas, como Deus havia objetivado. Israel
não estava iluminando os gentios, como
Deus desejava. “Eu, o SENHOR, te chamei em
retidão... para uma luz dos gentios.”
“E Ele disse: também te darei para ser
uma luz aos gentios, para que possas ser a
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
Minha salvação até aos confins da terra”
(Is 42:6;49:6).
Em vez de ser a luz de Deus para os
gentios, isto é o que foi dito a Israel: “Pois
o nome de Deus é blasfemado dentre os
gentios através de vós...” (Rm 2:24). “E
santificarei o Meu grande nome... o qual
profanastes no meio delas; e os pagãos [gentios] saberão que Eu sou o SENHOR...” (Ez
36:23).
Quando Jesus veio, Ele chorou sobre Israel e a sua capital: “Ao Se aproximar de
Jerusalém e ver a cidade, Ele chorou sobre
ela e disse: Se tu ao menos soubesses neste
dia o que te traria a paz...
“Os dias virão sobre ti em que os teus
inimigos... te derribarão, a ti, e a teus filhos
dentro dos teus portões. Eles não deixarão
pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo da visitação de Deus para ti”
(Lc 19:41-44).
Ao ser finalmente rejeitado pelos judeus,
Jesus disse: “Portanto Eu vos digo: O Reino de Deus será tirado de vós e será dado
a uma nação que dê os seus frutos’’ (Mt
21:43). Quem foi essa nação a quem foi concedido o Reino? Descobriremos isto logo
em seguida.
Israel pecou e perdeu o seu dia de oportunidade, a sua última chance de ser a nação
missionária de Deus – um reino de sacerdotes. Agora outros receberiam a bênção e a
chance de serem os sucessores naquilo em
que Israel havia fracassado.
2. Jesus Veio Para Acabar com os
Templos e a Construção Deles
Ele veio para quebrar o poder do sistema religioso de Ninrode, o qual se orgulhava muito das construções religiosas.
“E enquanto alguns falavam sobre o
Templo, de como era adornado com formosas pedras e dádivas, Ele disse: Quanto
a estas coisas que contemplais, os dias virão em que não será deixada pedra sobre
pedra que não seja derribada” (Lc 21:5,6).
“E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês es-
SEÇÃO E3 / 897
tes grandes edifícios? Não ficará pedra sobre
pedra que não seja derribada” (Mc 13:2).
Havia uma boa razão pela qual Jesus acabaria com os templos. “Assim diz o SENHOR:
O céu é o Meu trono, e a terra é o escabelo
dos Meus pés. Onde está a casa que Me
edificaríeis?” (Is 66:1)
“...o Altíssimo não habita em templos
feitos por mãos humanas...” (At 7:48). “O
Deus que fez o mundo e tudo o que nele há,
sendo Senhor do céu e da terra, não habita
em templo feito por mãos humanas” (At
17:24).
Deus queria habitar no coração do Seu
povo. Este era o Seu plano.
“Não sabeis que sois o templo de Deus,
e que o Espírito de Deus habita em vós?”
(1 Co 3:16).
“...Deus habita em nós, e o Seu amor é
aperfeiçoado em nós” (1 Jo 4:12).
“...pois sois o templo do Deus vivo,
como Deus disse: Neles habitarei, e entre
eles andarei, e Eu serei o seu Deus, e eles
serão o Meu povo” (2 Co 6:16).
Pastor, você é como o rico insensato da
parábola de Jesus? “E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros
maiores...” (Lc 12:18).
Seja como Jesus e os primeiros apóstolos, os quais enfatizaram A MENSAGEM –
E NÃO A ARGAMASSA (construções). A
MENSAGEM produz corações prontos a
fornecerem a Deus um lugar de habitação. A
argamassa (Catedrais – Zigurates) acaricia
os egos dos que constroem essas coisas.
3. Jesus Veio Para Abençoar
TODAS as Nações
Jesus veio para reavivar a antiga promessa e o propósito de Deus – de que todo
o mundo fosse abençoado através do conhecimento de Deus.
Ao ressuscitar dos mortos, Ele disse:
“Todo poder Me é dado no céu e na terra, e
eis que estou convosco sempre, até a consumação dos séculos... Portanto IDE!” (Mt
28:18-20).
898 / SEÇÃO E3
Qual era o significado disto? Jesus estava renovando a antiga “Comissão” a Noé e
seus filhos. Ele estava reavivando o chamado missionário a Abraão e sua descendência. “Portanto... Ide!”
Bem, a Igreja foi... mas somente até Jerusalém. Desde a época de Noé até agora parece que o principal problema do Senhor tem
sido o de encontrar pessoas com uma visão
mundial. A preocupação comigo, com a minha família, com os meus desejos e ambições
parece personificar a maioria de nós. Muitos
de nós, crentes pentecostais, temos a seguinte atitude: “Eu, minha esposa, meus dois filhos – nós quatro e fim de papo, Atos 2:4.”
Antes que a Igreja Primitiva implementasse a clara comissão de Jesus: “Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
criatura” (Mc 16:15), o Senhor teve de
permitir a perseguição. Foi necessário isto
para tirá-los de seus confortáveis ninhos e
para obedecerem o que Ele havia ordenado.
Mesmo assim, não foram os pregadores (os
apóstolos) que obedeceram.
“E naquela época houve uma grande
perseguição contra a igreja que estava em
Jerusalém; e todos eles foram dispersos por
todas as regiões da Judéia e Samaria, exceto os apóstolos” (At 8:1).
Foi um movimento “conduzido por leigos” que quebrou a exclusiva franquia dos
Apóstolos Judeus sobre o Evangelho. “Portanto, os que foram dispersos [nenhum
apóstolo – somente leigos] foram por toda
parte, pregando a Palavra” (At 8:4).
4. Jesus Veio Para nos Fazer Uma
Nação de Sacerdotes
Os apóstolos judeus não prestaram
maior atenção à Comissão de Jesus do que
nós o fazemos hoje em dia. Eles ficaram
sentados, desfrutando do reavivamento e
das bênçãos em Jerusalém.
Até o Oitavo Capítulo de Atos, quando
veio a perseguição, eles não estavam fazendo nada a respeito do propósito mundial de
Deus de propagação do Evangelho. Os lei-
E3.1 – A Barreira Babilônica
gos finalmente responderam, quando a perseguição os dispersou.
Pedro diz: “Mas vós sois um povo escolhido, um sacerdócio real, uma nação
santa, um povo que pertence a Deus...” (1
Pe 2:9). A mesmíssima coisa que Deus havia prometido aos filhos de Israel, em Êxodo
19, cumpre-se agora em nós.
Deus não estabelece condições. Ele simplesmente diz: “VÓS SOIS sacerdotes reais
[reis e sacerdotes], uma nação santa!” Não
condicionalmente, como era sob a Antiga
Aliança, mas incondicionalmente.
“Eis que dias vem, diz o SENHOR, em que
Eu farei uma nova aliança com a Casa de
Israel, e com a Casa de Judá:
“Não de acordo com a aliança que fiz
com os seus pais no dia em que os tomei
pela mão para tirá-los da terra do Egito, e
esta Minha aliança eles quebraram...”
“...Depois daqueles dias, diz o SENHOR,
Eu colocarei a Minha lei no seu interior, e
a escreverei em seus corações...” (Jr 31:3133).
Agora, na verdade, Deus está dizendo:
“Eu farei”. “Tentei obter a cooperação voluntária da Minha nação, Israel, mas eles
recusaram. Agora vou fazer a obra, independentemente deles.”
Não existe nenhum “clero” nem “leigo”
em nenhuma parte da Bíblia. Jesus nos declara “reis e sacerdotes”. “E nos fez reis e
sacerdotes para Deus e Seu Pai; a Ele seja
a glória e o domínio para todo o sempre.
Amém” (Ap 1:6). “E para o nosso Deus
nos fizeste reis e sacerdotes; e reinaremos
sobre a terra” (Ap 5:10).
F. O QUE QUEBRARÁ A BARREIRA
BABILÔNICA?
O que quebrou a barreira babilônica foi o
fato de Deus haver descido e feito com que
todos eles falassem em outras línguas. “Por
isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o SENHOR a língua de toda a
terra, e dali os espalhou o SENHOR sobre a
face de toda a terra” (Gn 11:6-9).
QUEBRANDO A BARREIRA BABILÔNICA
Era isso o que o Dia de Pentecostes objetivava alcançar: espalhar sobre toda a terra os que falaram novas línguas – para pregar o Evangelho de Cristo. Tal acontecimento
foi para quebrar a barreira babilônica.
O propósito daquele Dia não foi o de
formar clubinhos do tipo “abençoe-me” que
edificam para cima, ao invés de alcançarem
os que estão de fora, e sim o de nos capacitar para irmos a todo o mundo e tornarmonos mártires para Jesus Cristo (At 1:8). Foi
a confusão das línguas que quebrou a barreira babilônica.
1. Enfoque a Evangelização Mundial
Deus queria que o Pentecostes (At 2:4)
fosse isto para a Sua Igreja. O derramamento
do Espírito Santo deveria fazer com que nos
tornássemos internacionais e globais em nossa forma de pensar em nossa mentalidade. O
Pentecostes deveria fazer com que percebêssemos que há pessoas de outras nações e
línguas que estão esperando pelo Evangelho.
Todas as vezes que você fala em línguas
você deveria lembrar-se do programa global
de Deus para todos os povos de “...todas
as tribos e línguas, e povos, e nações.”
O Livro do Apocalipse nos leva ao Céu
e nos mostra o resultado da Era da Igreja.
Reunida diante do Trono encontra-se uma
multidão inumerável.
“E cantavam um novo cântico: Tu és
digno... porque... com Teu sangue compraste homens para Deus de toda tribo, e língua, e povo, e nação, e para o nosso Deus
os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão
sobre a terra” (Ap 5:9,10).
Se é a vontade de Deus que essas pessoas “de toda tribo, e língua, e povo, e nação” estejam no Céu, é melhor que você ore
para que o Deus Todo-Poderoso o ajude a
fazer a sua parte, a fim de que elas possam
receber o Evangelho.
Um enorme segmento do mundo ainda
espera pelo Evangelho. Duas entre cinco
pessoas (dois bilhões de seres humanos)
ainda estão esperando que a Igreja obedeça
SEÇÃO E3 / 899
o mandamento de Cristo de IR e pregar – de
cooperar com o desejo de Deus de justificar
os pagãos através da fé em Jesus Cristo.
Até cerca de 200 anos atrás, a Igreja encontrava-se totalmente presa nesta escravidão babilônica. A Idade Média havia trazido a total imersão do propósito divino sob
o sistema religioso de Ninrode. Era chamado de “cristianismo”, mas, na verdade, era
algo totalmente Ninródico. Era um sistema
político com líderes religiosos dirigindo o
espetáculo.
2. Pare de Construir “Templos”
O que a Igreja fez durante aquelas trevas
da Idade Media? Ela descartou o mandamento de evangelizar o mundo e começou a
construir catedrais com lindas e altas torres
“...cujo cume toque nos Céus...”
De que espírito você acha que isto saiu?
Será que saiu da Grande Comissão? Será
que saiu do amoroso coração de Jesus “que
veio para buscar o que se havia perdido”
(Lc 19:10)?
Não! Saiu da religião de Ninrode, a qual
espalhou os seus tentáculos de trevas sobre
a Igreja e a amaldiçoou, e produziu a venda
dissoluta de indulgências para financiar a
construção de torres e catedrais em direção
ao Céu – não, como se afirmava, para a glória de Deus, mas sim para a vaidade carnal
do homem.
Não sou contra o aspecto de a Igreja ter
as suas dependências para executar a Sua
obra, mas a construção desvairada de torres de Babel para satisfazer o ego do homem é uma maldição pecaminosa sobre a
Igreja. Deus nunca ordenou isto. Deus nunca deu este mandamento. Não há sequer
uma palavra de autoridade para isto, de
Gênesis a Apocalipse.
No entanto, em que nós, líderes de igrejas do ocidente, enfocamos a maior parte
dos nossos recursos, tempo e esforços. Na
minha opinião, a predominância dos líderes
são “Ninrodes”, dizendo: “Façamo-nos!
Edifiquemo-nos! Para que não sejamos dis-
900 / SEÇÃO E3
persos – e acabemos indo para todo o mundo com o Evangelho.” (Considere isto como
um sarcasmo.)
As nossas torres de igrejas se projetam
em direção ao céu e competimos uns com
os outros para vermos quais os edifícios
mais ostentosos que podem ser erigidos. É
o antigo sistema de Ninrode levantando a
sua horrenda cabeça: “Para que não sejamos dispersos por toda a terra para cumprirmos o propósito divino.” Não seria uma
tragédia se isto acontecesse? (Esta pergunta é um sarcasmo divino).
Esse é um problema antigo, que não desaparecerá com o Ralph Mahoney pregando sobre ele uma vez.
Mas se você for um líder com coragem e
fé, você poderá levantar-se e quebrar a barreira babilônica. Você poderá começar a orar
contra ela, amarrando aqueles antigos e demoníacos principados e potestades que dominam mortalmente as finanças da Igreja e
se recusam a liberá-las para a grande colheita do mundo.
3. Re-Ordene as Prioridades
Financeiras
Nos Estados Unidos, damos 3 centavos
de cada 100 dólares doados em nossas igrejas (não 3 centavos de cada dólar, mas sim 3
centavos de cada cem dólares) para a evangelização missionária. Este é um triste comentário sobre uma Igreja dominada pela
escravidão de Babel.
Quarenta por cento do mundo ainda não
possui o Evangelho. Essas pessoas nunca o
ouviram e não se encontram ao alcance do
Evangelho hoje. Que crime!
Quase dois mil anos se passaram desde
que Jesus disse aos Seus seguidores o que
Ele queria especificamente que fizessem.
E3.1 – A Barreira Babilônica
Quatro mil anos se passaram desde que Deus
contou a Abraão sobre o Seu desejo de possuir um povo que abençoaria a todas as nações. Cinco mil anos se passaram desde que
Deus falou sobre o Seu plano mundial a
Noé e seus filhos – e o mundo nãoevangelizado ainda está aguardando.
“Despertai para a retidão e não pequeis;
pois alguns ainda não têm o conhecimento
de Deus: Falo isto para vergonha vossa”
(1 Co 15:34). Se era uma vergonha trinta
anos após o Pentecostes, quando Paulo escreveu isto, é uma vergonha dupla, hoje em
dia, o fato de que alguns ainda não possuem
o conhecimento de Deus.
Nós, líderes de igrejas em nações ocidentais, temos decisões a tomar sobre quando, onde, e como nos levantaremos para
quebrarmos a barreira babilônica. Precisamos ter como nossa prioridade número 1 a
pregação do Evangelho – espalharmos a
mensagem e pararmos de espalhar tanta “argamassa” (a construção de apriscos maiores para abrigarmos as ovelhas). As ovelhas
foram feitas para o campo e não para os
apriscos. “O campo é o mundo” (Mt
13:38).
Digo pela terceira vez que a ênfase da
Bíblia é a mensagem. A ênfase do cristianismo ocidental é a argamassa. Pense nisto!
G. CONCLUSÃO
Um dos principais obstáculos à evangelização mundial é o conceito das catedrais.
As catedrais absorvem a maior parte dos
recursos financeiros que deveriam ser usados para a propagação do Evangelho. “Senhor! Faça com que nos arrependamos deste terrível pecado contra os não-evangelizados. AMÉM!”
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
SEÇÃO E4 / 901
SEÇÃO E4
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
Ralph Mahoney e Dr. T. L. Osborn
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
E4.1 - Métodos do Evangelismo
E4.2 - Porque Devemos Evangelizar
E4.3 - Seguindo os Sinais do Evangelismo
E4.4 - O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo
E4.5 - Sugestões Práticas Para Ganhar Almas
Capítulo 1
Métodos do Evangelismo
Os cristãos das nações ocidentais acham
que o ganhar almas é feito dentro dos auditórios das igrejas. Enquanto muitos encontram a Cristo nos prédios das igrejas, nos
tempos bíblicos o ganhar almas era feito do
lado de fora, onde as pessoas viviam.
Portanto, deixe que a cruz seja levantada
novamente no centro do mercado, da mesma forma como na parede da igreja.
Jesus não foi crucificado numa catedral
entre dois candelabros, mas numa cruz entre dois ladrões numa encruzilhada percorrida pelos povos de tantas nações que eles
tiveram que escrever a denominação d’Ele
em Hebraico, Latim e Grego.
O Filho de Deus foi crucificado num lugar onde os cínicos falavam obscenidades,
onde os ladrões blasfemavam e onde os soldados jogavam jogos de azar. Por ter sido
este o lugar onde Cristo morreu e esta a
razão porque Ele morreu, é ali que os cristãos podem compartilhar melhor a Sua mensagem de amor porque é para isso o verdadeiro cristianismo.
A. DOIS MÉTODOS DE
EVANGELISMO
No Livro de Atos havia somente dois
métodos de evangelismo: o evangelismo em
massa ou o evangelismo pessoal.
1. O Evangelismo em Massa
“E descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões
unanimemente prestavam atenção ao que
Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia. E havia grande alegria
naquela cidade” (At 8:5,6,8). A enorme cruzada de Filipe, na cidade, é um exemplo de
evangelismo em massa.
Vemos em Atos 8:26-38 este mesmo
evangelista, Filipe, praticando o evangelismo pessoal.
“E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De
si mesmo, ou de algum outro? Então Filipe,
abrindo a sua boca e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8:34,35).
“Como nada, que útil seja, deixei de vos
anunciar, e ensinar publicamente [evangelismo em massa] e pelas casas [evangelismo pessoal]. Testificando tanto aos judeus
como aos gregos, a conversão a Deus e a
fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:20,
21).
Um século depois do Dia de Pentecostes a discussão teológica tomou o lugar do
ganhar almas na Igreja, o que resultou em
indiferença e apostasia espiritual. Por volta
do quarto século começou a Era das Trevas.
902 / SEÇÃO E4
Foi somente depois do século 18 que o
evangelismo em massa começou a reaparecer representado por John Wesley (fundador da igreja Metodista). O evangelismo
pessoal, como praticado pela Igreja no Livro de Atos, somente começou a ser redescoberto nesse último século.
2. O Ganhar Almas, Pessoal
Durante muitas gerações, os cristãos
evangelizaram na Igreja, nas salas de aulas
de suas escolas, nos bancos de igrejas; mas
não evangelizaram o mundo dos incrédulos.
As pessoas eram recrutadas pela classe e
pela sociedade, e eram convidadas para a
igreja, onde se esperava que elas receberiam
a Cristo como o seu Salvador e Senhor.
Isto funcionava para aqueles que iam à
igreja. Porém 90 por cento, ou mais, das
pessoas jamais freqüentarão a igreja e, portanto, elas nunca poderão ser ganhas lá.
A nossa maior oportunidade está fora
da igreja. Os cristãos devem ganhar almas
no seu local de trabalho, nos parques, nas
ruas e nas casas. Devemos sair pelo mundo
afora, onde as pessoas estão.
A Igreja nasceu de uma chama do ganhar
almas pessoal. Almas eram ganhas nas casas, num ministério cara a cara.
“...E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e da Samaria, exceto os apóstolos.”
“Mas os que andavam dispersos iam
por toda a parte, anunciando a palavra”
(At 8:1,4).
Nota: Era o “leigo” que ia a toda parte
pregando a Palavra e guiando o povo para
Cristo. Os “apóstolos” permaneceram em
Jerusalém. Aquela foi a maneira que Deus
planejara.
Os líderes foram colocados na igreja para
“...a obra do ministério” (Ef 4:12).
Todo membro devia ser instruído pelo
líder da igreja a como trazer outros para
Cristo.
E4.1 – Métodos do Evangelismo
Uma brisa refrescante do Novo Testamento estilo evangelismo, está soprando
através do mundo inteiro.
O lema de vida dos cristãos é muito simples: Um Caminho! Um Trabalho! O Caminho é Jesus! O Trabalho é ganhar almas!
Não existe alegria como a de dar as boas
novas a todos, em toda parte – ganhar almas, onde as pessoas estão!
“Porque o Filho do homem veio buscar
e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10).
“e o que ganha almas é sábio” (Pv 11:30).
“Os entendidos pois resplandecerão,
como o resplendor do firmamento; e os que
a muitos ensinam a justiça [ganhadores de
almas] refulgirão como as estrelas sempre
e eternamente” (Dn 12:3).
Tornar-se sócio com Jesus na Sua obra
poderosa de salvar almas perdidas é a coisa
mais importante no mundo.
a. Uma Visita a Áquila. Venha comigo, numa visita a cidade de Éfeso. Iremos
visitar Áquila e Priscila, pessoas de negócios e líderes de igreja, leigos.
“Boa noite Áquila. Sabemos que você é
um dos membros desta igreja. Podemos entrar um pouco para visitar?”
“Certamente que sim! Entrem!”
“Se você não se importa, gostaríamos
que nos contasse de que maneira as igrejas
aqui na Ásia Menor cuidam dos seus programas de ganhar almas. Lemos que você
tem sido um membro da igreja de Corinto e
de Roma, assim como desta aqui em Éfeso.
Você deve ser muito qualificado para nos
falar sobre o evangelismo da Igreja no Novo
Testamento. Se você não se importar, gostaríamos de visitar a sua igreja, enquanto
estivermos aqui.”
“Sentem-se. Vocês já estão no local de
reuniões. A igreja se encontra aqui na minha casa.”
“Você não tem um prédio da igreja?”
“O que é um prédio de igreja? Não, acho
que não temos.”
“Diga-nos, Áquila, o que a sua igreja está
fazendo para evangelizar Éfeso? O que você
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
está fazendo para alcançar a cidade com o
Evangelho?”
“Oh, nós já evangelizamos Éfeso. Todas as pessoas na cidade entendem o Evangelho claramente.”
“Como a igreja fez isto? Vocês não tem
rádio, televisão, comunicações eletrônicas
ou imprensa. Você teve muitas campanhas
evangelísticas?”
“Não. Como você provavelmente ouviu, nós tentamos as reuniões em massa
nesta área mas a maioria das vezes acabávamos na prisão.”
“Como você fez, então?”
“Nós simplesmente fomos a todas as casas na cidade. Essa foi a maneira que a igreja
em Jerusalém primeiro evangelizou aquela
cidade (At 5:42). Os discípulos lá, evangelizaram a cidade inteira de Jerusalém, num
curto espaço de tempo. Todas as outras na
Ásia Menor seguiram o exemplo deles.”
“É eficiente em toda parte?”
“Sim, e. há tantos convertidos que alguns dos líderes gentios temem que as religiões deles venham a morrer. Quando Paulo deixou Éfeso pela última vez, ele nos recomendou que continuássemos seguindo
este mesmo procedimento” (At 20:20).
“Áquila, isso é surpreendente! Neste grau
de velocidade, não há como dizer quantas pessoas estão ouvindo e reagindo ao Evangelho.”
“Oh, você não sabia? Nós já compartilhamos o Evangelho com cada pessoa na Ásia
Menor, com os judeus e os gregos” (At 19:10).
“Isto não é possível. Você não quer dizer todos!”
“Sim, todos.”
“Mas isto incluiria Damasco, Éfeso, dúzias de cidades grandes, assim como aldeias. E as tribos nômades no deserto? Quanto
tempo levou para que as igrejas chegassem
a todas essas pessoas?”
“Não muito tempo: 24 meses, para ser
exato” (At 19:10). “A mesma coisa está
acontecendo na África do Norte e no Sul da
Europa. O Evangelho já alcançou também
a Espanha. Ouvimos sobre uma terra cha-
SEÇÃO E4 / 903
mada Inglaterra e, neste momento, muitos
cristãos devem estar lá.”
“Áquila, o que você está nos contando é
incrível! Você tem feito mais, numa geração
do que nós temos feito em mil anos!”
“Isso é estranho. Tem sido muito simples
para nós, fazê-lo. É difícil de acreditar que
as coisas estejam caminhando tão vagarosamente para vocês. Talvez haja uma forma
melhor para espalhar as boas novas, do
que pregar nos prédios das igrejas. Talvez
vocês precisem tentar os nossos métodos.”
Licença Para Ganhar Almas
Dê-nos um lema para o momento
Uma palavra emocionante, uma palavra de poder;
Uma batalha clama, um fogo ardente
Um chamado para a conquista ou para
a morte;
Uma palavra para despertar a igreja
do repouso,
Para atender ao comando superior do
Mestre.
O chamado é feito, as hostes se levantam,
O lema é EVANGELIZAR!
Aos homens decaídos, uma raça agonizante,
Faça conhecer o dom da graça do Evangelho.
O mundo que agora jaz nas trevas, ó
Igreja de Cristo, EVANGELIZAR!
Capítulo 2
Porque Devemos Evangelizar
A. SETE RAZÕES PARA
GANHAR ALMAS
1. Porque Jesus Era um
Ganhador de Almas
“Esta é uma palavra fiel e digna de toda
a aceitação que Cristo Jesus veio ao mun-
904 / SEÇÃO E4
do, para salvar os pecadores...” (1 Tm
l:15).
“Porque o Filho do homem veio buscar
e salvar o que se havia perdido” (Lc 19:10).
a. Jesus Veio Para Salvar as Pessoas. Esta é a missão d’Ele. O primeiro grupo
a quem Jesus escolheu para segui-Lo, recebeu este desafio:
“...Vinde após mim e eu vos farei Pescadores de homens’’ (Mt 4:19).
O último grupo que seguiu Jesus para a
Sua ascensão, recebeu esta ordem: “Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo;
“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt
28:19,20).
“Mas recebereis a virtude do Espírito
Santo, que há de vir sobre vós; e ser-meeis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1:8).
A palavra cristão significa, como Cristo. Cristo veio para salvar as pessoas, para
procurar o perdido. Assim, se vamos ser
como Cristo devemos ser, também, ganhadores de almas.
b. Ele Foi Aonde as Pessoas Estavam.
Jesus levou a mensagem d’Ele para as pessoas. Ele foi aonde quer que as pessoas estivessem: nos mercados, nas esquinas das
ruas, nos lados das montanhas, nos litorais,
nas casas.
Ele foi criticado pelos líderes religiosos,
por Se identificar com as pessoas, aonde
elas estavam.
“...Este recebe pecadores e come com
eles” (Lc 15:2).
Ele nos encoraja: “...Sai pelos caminhos
e valados e força-os a entrar, para que a
minha casa se encha” (Lc 14:23).
Ele jamais disse, “Vá a igreja e ore para
que Deus envie pessoas para dentro dela.”
Ele disse, “...sai e força-os a entrar, para
que a minha casa se encha.”
Após a Sua ascensão, os seguidores de
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
Jesus agiram exatamente como Ele. Eles se
ocuparam testemunhando nos mercados,
nas ruas, nas casas; falando, argumentando,
testemunhando, persuadindo, pregando,
ganhando almas, forçando as pessoas a acreditarem no Evangelho – tudo como Jesus
fez.
A Bíblia diz, “E todos os dias, no tempo
e nas casas, não cessavam de ensinar, e de
anunciar a Jesus Cristo (At 5:42).
Tire um momento, diariamente, para
dar uma volta ao mundo no seu Novo Testamento. Enquanto as igrejas têmraramente, mais do que duas ou três reuniões por
semana, os casinos, os cinemas, os bares,
os parques de diversões e os salões de
darujas, estão realizando negócios diariamente.
Os cristãos do Novo Testamento estavam diariamente, ensinando e pregando
sobre Jesus Cristo, no templo e em todas as
casas.
c. Ele Disse “Vá e Traga-os.” Oramos para que as pessoas sejam salvas. Jesus disse, “Vá e traga-os.” Elas estarão
perdidas se tudo o que fizermos for orar.
“...Deus que nos reconciliou consigo
mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.
“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra
de reconciliação” (2 Co 5:18,19).
Deus nos deu o ministério e a palavra
de reconciliação para reconciliar os homens
com Deus. Deus tem feito tudo o que Ele
pode. “Deus... deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pareça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).
Cristo tem feito tudo o que Ele pode. “E
que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz... reconciliasse consigo
mesmo todas as coisas...” (Cl 1:20).
Ele nos incumbe de contar as boas novas
a todo o mundo, em toda parte. “Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo. Como pois invocarão aquele em
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
quem não creram? e como crerão naquele
de quem não ouviram? e como ouvirão, se
não há quem pregue?” (Rm 10:13,14).
A nossa parte é contar às pessoas, deixar que elas conheçam as boas novas sobre
o que o nosso Pai Celestial e Seu Filho tem
feito para nos salvar.
Todos devíamos ser ganhadores de almas, porque Jesus o era.
2. Porque a Colheita é Grande
“Então disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros” (Mt 9:37).
“E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes, como ovelhas que não têm
pastor” (Mt 9:36).
a. Jesus Enviou Obreiros Para os
Campos de Colheita. O que Jesus fez após
refletir sobre aquela multidão indigente? Ele
chamou doze discípulos, deu-lhes poder
para expulsar demônios e curar os enfermos, e os enviou para que ajudassem a ceifar aquela colheita.
Por causa da grande colheita, Ele escolheu outros setenta discípulos (veja Lucas
10:1-3). A eles Ele disse: “Eis que vos dou
poder para pisar serpentes e escorpiões, e
toda a força do inimigo, e nada vos fará
dano algum” (Lc 10:19).
Jesus fez alguma coisa sobre o amadurecimento dessa Colheita. Ele não Se acomodou simplesmente e ponderou e orou a respeito dela. Ele designou obreiros para os
campos dessa Colheita.
Nós também podemos ser movidos pela
compaixão na direção daqueles que não foram tocados pelo Evangelho. Se somos
“como Cristo”, nos tornaremos envolvidos,
fazendo alguma coisa sobre compartilhar o
Evangelho com eles.
b. Devemos Buscar Lá Fora. O ganhar
almas é feito lá onde as pessoas vivem,
trabalham e se divertem. É vital enfatizarmos esse principio básico de ganhar almas.
SEÇÃO E4 / 905
Não vamos pescar nas nossas banheiras. Se desejamos pegar peixes, atiramos a
nossa rede no oceano ou no lago. Colocamos a nossa isca no anzol e a jogamos no rio
ou no córrego – lá onde os peixes estão.
Ceifamos as nossas colheitas nos campos, lá onde o grão está preparado e pronto para ser colhido. Raramente ganhamos
almas, permanecendo dentro da igreja.
Para fazer a colheita dos não convertidos,
carregamos o nosso testemunho para fora
dos nossos santuários e o levamos para os
mercados, para as ruas, para as prisões, para
os hospitais, para as casas das pessoas, para
o meio deles. Isto é evangelismo.
Os hindus não vão a igreja. Os muçulmanos não entram num templo cristão. Os
xintoístas e budistas não tomam parte no
culto cristão. O excomungado não vai a igreja.
Devemos ir lá “...pelos caminhos e
valados e forçá-los a entrar...” (Lc 14:23).
Existe um princípio de urgência quando
chega a colheita. Se os campos não são ceifados rapidamente, a colheita pode se estragar. As tempestades podem arruinar o
trigo ou o milho. Se não forem colhidos rapidamente os frutos podem amadurecer
demais e se estragarem.
Paulo frisou para outros, o seu próprio
senso de urgência: “Isto, porém, vos digo,
irmãos, que o tempo se abrevia...” (1 Co
7:29).
Se realmente desejamos colher os frutos
da colheita da nossa geração, o segredo é
redescobrir a urgência, a paixão e o zelo da
Igreja primitiva. Os cristãos daquela época
saíram pelas cidades e aldeias, numa busca
constante de almas perdidas, mesmo colocando a sua vida em risco. Isto é ser como
Cristo. Isto é o verdadeiro cristianismo.
c. Mobilize Para Evangelizar. Como
líder de igreja, é seu dever iniciar o processo
de orar, mobilizar e planejar o ganhar almas.
Era esta a ordem no ministério de Jesus:
1) Ver. Jesus viu a colheita e foi movido pela compaixão.
906 / SEÇÃO E4
2) Orar. Ele então se pôs a orar para
resolver o problema dos obreiros para a Colheita. “E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em
oração a Deus” (Lc 6:12).
3) Escolher. Após orar, Ele selecionou
obreiros – os doze e os setenta – e os treinou e os equipou para que saíssem e colhessem os frutos da Colheita.
Ele viu – Agora, Ele quer que vejamos.
“...Eis que vos digo: Levantai os vossos
olhos, e vede as terras, que já estão brancas
para a ceifa” (Jo 4:35).
Ele orou – Agora, Ele quer que oremos.
“...rogai pois ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10:2).
Ele escolheu – Agora, Ele quer que escolhamos. “Escolhei pois, irmãos,... sete
varões... cheios do Espírito Santo... aos
quais constituamos sobre este importante
negócio” (At 6:3).
Este simples plano de ação – Ver, Orar,
Escolher – iniciará o processo de colheita.
Nosso Lema: Cada Cristão, um Testemunho!
Nossa Missão: Lá, Onde as Pessoas
Estão!
Esta é a segunda razão porque somos
ganhadores de almas: A Colheita é verdadeiramente excelente!
3. Porque os Obreiros São Poucos
“Depois disto ouvi a voz do Senhor que
dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por
nós? Então disse eu: Eis-me aqui, enviame a mim.” (Is 6:8).
a. Bilhões Precisam Ouvir. O número de pessoas no mundo está aumentando
numa proporção acima de 70.000.000 (setenta milhões) a cada ano. Menos que
3.000.000 (4%) delas estão sendo alcançadas pelo Evangelho.
Cerca de 40% das pessoas (dois bilhões)
no mundo, estão fora do alcance do Evangelho.
b. Sem Cristo as Pessoas Estarão
Perdidas. As pessoas não evangelizadas
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
nunca ouvirão o Evangelho, a menos que
você aja para quebrar esta “...fome de... ouvir
as palavras do Senhor” (Am 8:11). Mobilizando e treinando ganhadores de almas para
irem lá onde os pecadores estão é a única
solução para esse dilema.
Milhares de cidades e aldeias da China e
da Índia, ainda não têm quem Lhes fale sobre Cristo. Lá, as pessoas vivem e morrem
sem Cristo. Não porque elas O rejeitem mas
porque durante os 2.000 anos passados, nenhum cristão foi até lá para compartilhar
com elas o Evangelho do amor de Cristo.
Um em cada 500 líderes de igreja, dedica
sua vida a alcançar as pessoas. Necessitamos de um reencaminhamento aos princípios adotados pelo Apóstolo Paulo: “E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo houvera sido nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15:20).
Paulo sempre ia “Para anunciar o evangelho nos lugares que estão além... (2 Co
10:16), lá onde as pessoas ainda não tinham
ouvido sobre Cristo. Pedro também compreendeu que “O Senhor não retarda a sua
promessa... não querendo que alguns se
percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3:9). NÃO É A VONTADE
DE DEUS, que os homens se percam. Eles
se perdem porque não Lhes temos ofertado
o Evangelho.
Não é de surpreender que Paulo fosse
tão veemente sobre esse assunto. “Vigiai
justamente e não pequeis; porque alguns
ainda não têm o conhecimento de Deus;
digo-o para vergonha vossa” (1 Co 15:34).
São deduzidos três pontos importantes:
1) A Igreja Dorme. As pessoas estão
perdidas porque a Igreja está dormindo. O
chamado é “Acorda para a retidão...; “...o
que dorme na sega é filho que envergonha”
(Pv 10:5).
2) É Pecado. É PECADO as pessoas
não saberem sobre Deus. Somos advertidos, “...não pequeis; porque alguns ainda
não têm o conhecimento de Deus...”
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
Isto é um pecado de omissão. “Aquele
pois que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4:17).
3) É Vergonhoso. Esse fato é causa
para vergonha. “... o que dorme na sega é
filho que envergonha” (Pv 10:5).
O lamento aflito dos perdidos se eleva
até o Céu, “Passou a sega, findou o verão, e
nós não estamos salvos” (Jr 8:20). Essa condição terrível existe porque são muito poucos os obreiros. “Rogai pois ao Senhor da
seara que mande ceifeiros para a sua seara” (Mt 9:38). Nós somos ganhadores de
almas porque os obreiros são muito poucos.
4. Por Causa da Grande
Incumbência
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc
16:15).
Todo crente é incumbido e chamado.
“Que nos salvou, e chamou com uma santa convocação... segundo o seu próprio propósito e graça...” (2 Tm 1:9).
a. Todo Crente Tem Responsabilidade. A “Grande Incumbência” para executar
e o “Chamado Santo” para testemunhar e
servir, é a autoridade de todo crente, dada
por Deus para ministrar.
Todo crente tem três ministérios sacerdotais:
1) Ministrar ao Senhor em oração,
louvor e adoração.
2) Ministrar uns aos Outros com relação afetuosa e apoio financeiro e espiritual; e
3) Ministrar ao Mundo (incrédulos)
através da cura de enfermidades físicas e
emocionais, expulsando demônios e lhes
contando as boas novas, “...que Cristo
morreu por nossos pecados, segundo as
Escrituras; e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15:3,4).
Quando os crentes são ensinados a como
realizar esses três ministérios, muitos assumirão seus privilégios e responsabilidades
SEÇÃO E4 / 907
dados por Deus e dirão, “...Eis-me aqui,
envia-me a mim” (Is 6:8).
b. Um Grande Privilégio. Cristo não
nos deixou um privilégio maior do que o de
proclamar o Evangelho para todas as criaturas.
Isto foi o que fizeram, dia e noite, os
primeiros cristãos. Eles curaram os enfermos; expulsaram demônios e pregaram o
Evangelho de casa em casa, nos mercados,
nas aldeias, nas estradas movimentadas, nas
ruas, nos lugares de encontros, nas celas
das prisões, nos calabouços, em toda parte.
Eles não tinham catedrais ou esmerados
prédios de igrejas, para inibir o seu regozijo
desenfreado de ministrar e compartilhar com
aqueles que esperavam ansiosamente para
receber a Cristo.
Eles foram lá onde os pecadores estavam e propagaram o Evangelho.
Devíamos viver e respirar para um único propósito: compartilhar o Evangelho com
o maior número de pessoas e através de
todos os meios possíveis.
Não temos que ser “ministros ordenados” para compartilhar o Evangelho. Isto é
um privilégio de todo crente. Os cristãos
não precisam de um chamado especial para
fazer as coisas que Deus autorizou que fossem feitas por toda parte, no mundo. Eles
só precisam aceitar a honra conferida a eles
de se tornarem embaixadores por Cristo.
c. Todo Crente é Incumbido. Porque
todo crente é incumbido e chamado, não é
necessário um “chamado especial” para ser
um ganhador de almas. O ensinamento de
Jesus é claro: “Assim resplandeça a vossa
luz diante dos homens... Sai pelos caminhos e valados e força-os entrar, para que
a minha casa se encha” (Mt 5:16; Lc 14:23).
Jesus disse, “...pregai o Evangelho a
toda a criatura.”
Se uma nação é 95 por cento cristã e uma
outra é 95 por cento não cristã, a nossa
escolha deve ser alcançar a nação não cristã.
Se um campo pequeno de grãos amadurecidos tivesse 100 ceifeiros trabalhando
908 / SEÇÃO E4
nele, e um campo grande tivesse somente
um ceifeiro, em qual deles você trabalharia
para salvar os grãos? Você deveria escolher
o campo onde a necessidade é maior e onde
há pouquíssimos obreiros para satisfazer
as necessidades.
Se dez pessoas estivessem levantando
um cepo, estando nove delas na extremidade menor e uma só pessoa na extremidade
maior, não seria difícil escolher onde você
se colocaria para levantar o cepo.
d. Deus Conduzirá. À medida que
você motivar os seus membros a orarem e
irem aos lugares que precisam do Evangelho, o Espírito de Deus começará a guiá-los
à medida em que eles caminham. Você
não pode conduzir um navio que esteja parado na água. O movimento do timão é necessário para guiar o navio.
Assim é com a orientação de Deus.
Em certa ocasião, Paulo estava a caminho da Ásia, mas “...foram impedidos pelo
Espírito Santo... intentavam ir para Bitínia,
mas o Espírito de Jesus não lho permitiu. E
Paulo teve de noite uma visão.” Nesta visão, “se apresentou um varão da Macedônia, e lhe rogou dizendo: Passa a Macedônia, e ajuda-nos” (At 16:6,7,9).
Este é o tipo de direção que você pode
receber se você permanecer suscetível e alerta
no seu espírito. Paulo já era um apóstolo,
um evangelista, indo pelo mundo pregando
o Evangelho. À medida que ele ia também a
“lugares que estão além,” ele recebia esta
orientação para a Macedônia.
Quando refletir onde colher, faça esta
oração: “Senhor, se existe algum campo, área
ou nação onde Tu nos queres, mostra-nos e
iremos.
Mas se não mostrares, escolheremos a
melhor oportunidade para ceifar a colheita
mais frutífera e continuaremos lá, ceifando,
até que Tu nos guies a um outro lugar.”
Ele prometeu, “...eu estou convosco todos os dias” (Mt 28:20). São muito claras
as ordens d’Ele para nós: “...IDE por TODO
o mundo, pregai o evangelho a TODA a
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
criatura.” As palavras de Cristo são para
serem cumpridas e não para serem analisadas, discutidas ou teorizadas.
Somos ganhadores de almas por causa
da Grande Incumbência que recebemos de
Jesus Cristo.
5. Por Causa do Não Cumprimento
das Profecias Concernentes à
Volta de Jesus
A volta de Cristo à terra é a esperança
abençoada de milhões, na Igreja oprimida.
Jubilosamente abraçamos esta esperança.
“Se esperamos em Cristo só nesta vida,
somos os mais miseráveis de todos os homens” (1 Co 15:19). Almejamos a volta
d’Ele.
a. A Pregação do Evangelho no Mundo Todo. Mas, a maioria que ensina isto
não está fazendo nada para tornar possível
a volta d’Ele. Muitos ensinam que não há
profecias não cumpridas prevenindo a volta d’Ele.
Jesus deixou bem claro. Existiriam certas condições antes que Ele pudesse voltar
à terra. A mais importante delas está em
Mateus 24:14: “E este evangelho do reino
será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o
fim.”
“Em verdade vos digo que... este evangelho for pregado em todo o mundo...” (Mt
26:13). “E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados em
todas as nações...” (Lc 24:47). “...ser-meeis testemunhas, tanto em Jerusalém como
em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1:8).
Na linguagem grega, a palavra nações é
ethnos. Ela se refere a grupos “étnicos.”
Especificamente a grupos de pessoas nãojudias, que têm identidade lingüística e cultural ímpares e que fazem deles diferentes
de qualquer outro grupo de pessoas no
mundo.
Na Índia há mais de 2.000 desses grupos
de pessoas. Muitos desses grupos nunca ou-
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
viram o Evangelho e a maioria deles não tem
um único versículo da Bíblia em sua língua.
b. Santos de Todas as Nações. Foi
dada ao Apóstolo João uma visão profética
para o futuro.
Ele viu uma cena celestial. “Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a
qual ninguém podia contar, de todas as nações, [ethnos] e tribos, e povos, e línguas,
que estavam diante do trono, e perante o
Cordeiro, trajando vestidos brancos e com
palmas nas suas mãos. Estes são os que...
lavaram os seus vestidos e os branquearam
no sangue do Cordeiro” (Ap 7:9,14).
Este é o resultado final da era da Igreja.
Os incontáveis milhões de redimidos que
compõem a Igreja, estão envolvidos no servir a Deus perante o Seu trono, por toda a
eternidade.
Observe que eles são de todos os grupos
étnicos (nações), de todas as tribos e grupos de idiomas.
Se Jesus viesse hoje, a era da Igreja terminaria e nós que O servimos seríamos
“...arrebatados... a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4:17).
Mas como existem milhares de grupos
de pessoas não alcançadas, que ainda não
ouviram o Evangelho, Jesus não pode voltar hoje.
Se Jesus viesse antes que todos os
“ethnos” tivessem ouvido o Evangelho, a
visão tida por João não poderia ser verdadeira. As pessoas que não ouvirem o Evangelho não irão para o Céu.
“Porque todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como
crerão naquele de quem não ouviram? e
como ouvirão, se não há quem pregue? E
como pregarão se não forem enviados?”
(Rm 10:13-15).
Essas perguntas sensatas deviam calar
fundo no nosso coração. Devemos compreender que existe alguma coisa que devemos
fazer para trazer o Rei Jesus de volta.
SEÇÃO E4 / 909
Jesus está perguntando aos líderes de
igrejas... “Vós sois meus irmãos, meus ossos e minha carne sois vós: por que pois
seríeis os últimas em tornar a trazer o rei?”
(2 Sm 19:12).
c. Pregue o Evangelho a Todas as
Criaturas. A Igreja está envolvida em fazer
muitas coisas boas, mas temos negligenciado a instrução mais importante que Jesus
nos deu, o Seu último mandamento: “...pregai o evangelho a TODA a criatura”
Isto, temos deixado de fazer.
“...deveis, porém, fazer estas coisas, e
não omitir aquelas” (Mt 23:23).
Milhões de pessoas que ainda não ouviram sobre Cristo, morrem sem ter tido essa
oportunidade. Elas ainda esperam que os
líderes de igrejas organizem um tempo de
prioridade, pessoas e dinheiro para fazer
com que elas consigam a sua primeira chance de ouvir sobre Jesus.
A Igreja discute sobre a segunda vinda
de Cristo, quando milhares de tribos e grupos não ouviram sobre a Sua primeira vinda.
Insistimos na segunda graça divina, enquanto aqueles esquecidos nunca experimentaram a primeira. Argumentamos sobre
um reenchimento, quando multidões nunca
experimentaram o primeiro enchimento.
É justo isso? Devem, aqueles que estão
na frente da fila, receber uma segunda rodada antes que os famintos, no fim da fila,
tenham recebido a primeira?
1) Os Cristãos Primitivos Eram
Motivados. Devemos nos arrepender desta
desobediência e dedicar o nosso tempo, o
nosso povo e o nosso dinheiro à tarefa de
levar o Evangelho ao mundo TODO e a
TODAS as criaturas.
Esse conceito de ganhar almas para trazer de volta o Rei, motivou de tal modo os
cristãos primitivos, que eles propagaram o
testemunho do Evangelho através do mundo mais conhecido por eles.
Através do Mar Mediterrâneo, a mensagem foi até a África do Norte, salpicada
910 / SEÇÃO E4
de lugares cristãos de adoração. Enfrentando tempestades e perigos no mar, e todos
os apuros concebíveis, eles propagaram a
mensagem com inigualável bravura.
2) A Queda das Trevas Espirituais.
Alguma coisa aconteceu após os primeiros
cem anos. Em vez de alugarem as caravanas
de camelos do Sul do Saara para as montanhas e florestas africanas, ou se compelirem para leste, além das barreiras continentais das montanhas ou para o norte, em direção às tribos gentias européias, eles se
tornaram mais interessados em conservar o
que tinham. Eles fracassaram no avanço
para fora das partes mais remotas da terra.
As disputas doutrinais tomaram o lugar
do testemunho pessoal. As assembléias começaram a substituir o evangelismo. As disputas denominacionais e o poder político
se tornaram mais importantes do que seguir
o Cordeiro.
Eles criaram organizações e as chamaram de “igreja.” A treva espiritual começou
a descer sobre a terra. A longa e sombria
noite dos longos mil anos da Era das Trevas, desceu sobre o mundo.
Jesus amou tanto o mundo, que morreu
por ele. A igreja, indiferente, abandonou esse
mundo para a conquista de Maomé, para as
devastações do poderoso mongol Ghenghis
Khan, para a espada manchada de sangue,
de Napoleão.
3) Os Morávios Oravam e Agiam.
Foram necessárias reuniões de orações durante vinte e quatro horas por dia, por mais
de cem anos, para quebrar essa ação mortal
de indiferença da Igreja. Aquele ministério
foi iniciado cerca de 250 anos atrás, através
da influência de um pequeno conhecido e
não muito considerado príncipe bavário,
chamado Conde Van Zinzendorf.
A Igreja Morávia, que foi creditada a ele
como sendo o seu fundador, desenvolveu
os primeiros (e por muitos anos, os únicos)
missionários evangélicos dos tempos modernos.
Os morávios oravam com paixão pelas
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
almas perdidas dos homens. Eles não oravam somente, eles agiam para levar o Evangelho até eles. Os morávios deram os melhores dos seus jovens, para se tornarem
soldados no exército do Senhor.
Dois daqueles jovens ouviram que numa
ilha do Mar do Caribe, 40.000 africanos estavam presos, na mais abjeta escravidão.
Ninguém era admitido na ilha, a não ser que
fosse como um escravo.
Os dois jovens morávios foram movidos pela compaixão daqueles escravos. Eles
imaginaram que aqueles escravos morreriam com os seus pecados se eles não levassem o Evangelho até lá.
Então, os dois jovens morávios venderam-se como escravos para poderem alcançar aqueles Africanos. À medida que eles
navegavam do cais em Hamburgo, Alemanha, suas últimas palavras ecoaram através
das marés do oceano: “Estamos indo ganhar para o Cordeiro, a recompensa do
Seu sacrifício.”
Eles acreditavam que pudessem ajudar a
trazer o Rei de volta. Eles acreditavam que
Jesus não pudesse voltar até que “...este
evangelho do reino será pregado em todo o
mundo, em testemunho a todas as gentes.”
4) Aprenda com os Revolucionários Políticos. Você já estudou, alguma vez,
como os revolucionários políticos ganham
as nações?
Eles infiltram líderes nas colinas, nas florestas, nos pântanos e de lá levam a sua
influência às tribos locais. Eles prometem
escolas, empregos, ajuda e prosperidade
(embora raramente cumpram suas promessas).
Uma vez entrincheirados entre aquelas
pessoas esquecidas, onde a doença e a pobreza são desmedidas, eles organizam bandos de
guerrilhas e começam o seu molestamento.
Primeiro as aldeias, depois municípios e cidades; o alvo deles e tomar o país inteiro.
Esses líderes políticos e mercenários buscam as pessoas que têm sido constantemente negligenciadas pela Igreja. Eles pagam
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
qualquer preço e fazem qualquer sacrifício
para viverem nas áreas mais difíceis.
Os mensageiros do Evangelho geralmente não são equipados ou encorajados a alcançar essas pessoas. Em geral, eles raramente sobrevivem em tais áreas e, assim, as
tribos têm sido deixadas sem Cristo.
Em contraste, os rebeldes políticos enviam os seus professores para viverem completamente de modo indígena e fazer sacrifício extremo (freqüentemente a própria
vida) para formar aquelas tribos em milícias
para os propósitos deles.
O que a Igreja não tem feito, os revolucionários fazem. As pessoas simples que
têm sido negligenciadas pela Igreja, têm se
tornado solo fértil para as sementes de revolução e derramamento de sangue. E através desses meios, eles tomam as nações.
Muitos líderes cristãos ensinam, “...todos os sinais da vinda de Jesus têm se realizado. Vem depressa, Senhor Jesus!” Mas
as palavras claras de Jesus refutam isto. “...
o evangelho seja primeiramente pregado
entre todas as gentes” (Mc 13:10).
As Escrituras nos mostram o que devemos fazer e o que deve acontecer antes que
Jesus possa vir novamente.
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos,
para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a
Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado.”
“O qual convém que o CÉU CONTENHA até aos tempos da restauração de
tudo...” (At 3:19-21).
Quando completarmos a obra que Ele
nos deu. Jesus retornará para a Igreja d’Ele.
É por isso que somos ganhadores de almas
– para trazer de volta o nosso Rei.
6. Porque Deus nos
Responsailizará
Deus adverte especificamente aos seus
servos de que eles devem transmitir a mensagem que Ele Lhes deu, às pessoas para as
SEÇÃO E4 / 911
quais Ele os envia. Do contrário, eles serão
responsabilizados pelo fracasso deles.
“Filho do homem: Eu te dei por atalaia
sobre a casa de Israel; e tu da minha boca
ouvirás a palavra, e os avisarás da minha
parte.
“Quando eu disser ao ímpio: Certamente
morrerás; não o avisando tu, não falando
para avisar o ímpio acerca do seu caminho
ímpio, para salvar a sua vida, aquele ímpio morrerá na sua maldade, mas o seu
sangue da tua mão o requererei” (Ez 3:17,
18).
“Mas se quando o atalaia vir que vem a
espada, não tocar a trombeta, e não for
avisado o povo; se a espada vier, e levar
uma vida dentre eles, este tal foi levado na
sua iniqüidade, mas o seu sangue demandarei da mão do atalaia.
“A ti pois, ó filho do homem, te constituí
por atalaia sobre a casa de Israel; tu pois
ouvirás a palavra da minha boca, e lha
anunciarás da minha parte.
“Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para desviar o ímpio do seu caminho, morrerá esse
ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue
eu o demandarei da tua mão” (Ez 33:6-8).
Alguns professores de Bíblia dirão que
esta advertência não se aplica aos cristãos.
Eles insistem em que não existe perigo para
os crentes. Mesmo que fracassemos ao obedecer os mandamentos de Cristo, referente
à pregação do Evangelho a TODA a criatura
em TODO o mundo, esses professores não
vêem punição ou conseqüências resultantes disso.
a. Paulo Reconheceu a Obrigação
Dele. O Apóstolo Paulo NÃO acreditou
naquilo. Ele disse, “Portanto, no dia de hoje,
vos protesto que estou limpo do sangue de
todos” (At 20:26).
Por que Paulo estava seguro de que suas
mãos não estavam “manchadas de sangue?”
A inocência dele estava baseada na sua obediência à Grande Incumbência.
Ele diz, “...Vós bem sabeis, desde o pri-
912 / SEÇÃO E4
meiro dia em que entrei na Ásia... Servindo
ao Senhor com toda a humildade e com
muitas lágrimas... Como nada que útil seja,
deixei de vos anunciar e ensinar publicamente e pelas casas, testificando, tanto aos
judeus como aos gregos, a conversão de
Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo”
(At 20:18-21).
Paulo havia desobrigado a ele próprio.
Ele afirma, “...não fui desobediente à visão
celestial” (At 26:19).
Paulo não estava presente a ascensão de
Cristo. Levaria alguns anos antes dele encontrar o ressurreto Cristo. Quando convertido, Paulo recebeu as instruções que os
outros apóstolos receberam na ascensão de
Cristo alguns anos antes.
“E ele, tremendo e atônito disse: Senhor,
que queres que faça? E disse-lhe o Senhor:
Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será
dito o que te convém fazer.”
O Senhor diz a Ananias para dizer a Paulo, “porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos
gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
“E logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus” (At 9:6,
15, 20).
Paulo não teve dúvida sobre o que ele
tinha que fazer. Ele reconheceu a sua dívida,
a sua obrigação de pregar o Evangelho –
com receio de que as suas mãos ficassem
manchadas de sangue por desobediência.
“Eu sou devedor, tanto a gregos como a
bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou
pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma” (Rm
1:14,15).
Paulo conhecia bem as Escrituras, “...o
seu sangue eu o demandarei da tua mão.”
Ele tinha a certeza de que havia cumprido a
sua dívida, a sua obrigação de pregar o Evangelho para os não-alcançados.
Ele escreveria, “...vos escrevi mais ousadamente, ...pela graça que por Deus me
foi dada... para obediência dos gentios, por
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
palavra e por obras; Pelo poder dos sinais
e prodígios, na virtude do Espírito de Deus;
de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico [uma área vasta], tenho
pregado o evangelho de Jesus Cristo. E
desta maneira me esforcei por anunciar o
evangelho, não onde Cristo houvera sido
nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio” (Rm 15:15,18-20).
Paulo foi aos perdidos, ao menor, ao último. Ele não queria o sangue dos não-convertidos em suas mãos.
b. Capte a Visão. Um grande ganhador
de almas escreveu, “Não alegamos que podemos ganhar o mundo sozinhos para Cristo, mas estamos comprometidos no evangelismo do mesmo modo, posto que os
planos de Deus dependem apenas de nós.
“Se não pudermos ganhar todos, certamente poderemos ganhar alguns – e devemos ministrar do mesmo modo como a
colheita que depende de nós inteiramente.
“Não queremos, nunca, que o sangue do
não-convertido seja requerido de nossas
mãos. É muito simples!”
Muitos estão captando a visão do evangelismo no mundo. Os filipinos estão indo
para a China. Os latinos americanos estão
ganhando almas no Alaska. Os indonésios
estão ganhando os perdidos, na Europa. Os
asiáticos estão indo para as ilhas do Caribe.
Nós somos Cristãos Mundiais.
Não deixe que o medo, a incredulidade, o
desentendimento ou a censura o detenha.
Lembre-se, “...não é a crítica que conta;
não é aquele que chama a atenção de como
uma pessoa poderosa tropeça, ou onde o
executor das obras poderia tê-las feito melhor.
“O crédito pertence àquele que está atualmente na arena – em ação – cujo rosto está
desfigurado pela poeira, pelo suor e pelo
sangue; que está se desgastando numa causa valiosa, que sabe o triunfo de empreendimento elevado; mas que fracassa enquanto
ousar desmedidamente.”
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
Quando você tiver se dedicado, dedicado o seu tempo, os seus recursos financeiros e o seu povo, a este ponto mais alto da
prioridade em proclamar o Evangelho, então “...se avisares o ímpio e ele não se converter da sua impiedade e do seu caminho
ímpio, ele morrerá na sua maldade, mas tu
livraste a tua alma” (Ez 3:19).
Nós somos ganhadores de almas porque
não queremos que o sangue dos pecadores
seja requerido de nossas mãos.
7. Por Causa da Experiência
que Tivemos
“Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a
qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que
a ouviram;
“Testificando também Deus com eles,
por sinais e milagres, e várias maravilhas
e dons do Espírito Santo, distribuídos por
sua vontade?” (Hb 2:3,4).
a. O Evangelho do Reino. Jesus chamou o Seu Evangelho de o Evangelho do
Reino.
“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o
evangelho do reino, e curando todas as
enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt
4:23).
“E percorria Jesus todas as cidades e
aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e
pregando o evangelho do reino, e curando
todas as enfermidades e moléstias entre o
povo” (Mt 9:35).
O Rei Jesus sempre demonstrou domínio através da cura dos enfermos e expulsando demônios.
Para entender este Evangelho, vamos
olhar para trás, por um momento. O domínio foi dado primeiro a Adão e Eva, no Jardim do Éden.
“E Deus disse: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine... macho e fêmea os criou. E...
lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e
SEÇÃO E4 / 913
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai... sobre... a terra” (Gn 1:26-28).
Em pouco tempo, Satanás estragou os
planos de Deus. Satanás queria o domínio
dado a Adão e Eva. Ele sabia que para obtêlo teria que fazer com que eles caíssem em
pecado. Se isso acontecesse, a coroa do domínio cairia de suas cabeças, e o cetro cairia
de suas mãos. Satanás estaria lá para pegálos e, deste modo, usurpar o domínio que
acertadamente pertencia ao homem.
Uma prova de que Satanás obteve este
domínio, é encontrada na tentação de Cristo.
“Novamente o transportou o diabo a
um monte muito alto; e mostrou-lhe todos
os reinos do mundo, e a glória deles. E
disse-lhe: Tudo isto te darei se prostrado
me adorares” (Mt 4:8,9).
Para ser uma tentação valida, o demônio
teve que fazer uma oferta válida. Se Satanás
não tivesse o domínio (os reinos do mundo)
para oferecer a Jesus, não teria havido tentação. É óbvio que Satanás tinha o domínio
– e ele o ofereceu a Jesus.
Jesus restaurou o domínio para o seu
legítimo herdeiro – o homem. Ele faria isto
através da Sua morte na cruz. Isto daria a
Ele o acesso ao reino da morte e do inferno.
Enquanto estivesse lá, Ele venceria a ambos
e libertaria os prisioneiros.
Davi descreveu esta luta heróica de Cristo, em Salmos 116:3: “Cordéis da morte
me cercaram, e angústias do inferno se apoderaram de mim...”
Isaías profetizou como Cristo libertaria
os pecadores, da morte e do inferno, em
Isaías 28:18. “E o vosso concerto com a
morte se anulará; e a vossa aliança com o
inferno não subsistirá...”
Jesus veio para que “...pela morte aniquilasse [tornou fraco] o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14).
Jesus tornou Satanás ineficiente e tomou
dele o domínio.
Jesus “regozijo da vitória” está registrado em Apocalipse 1:18: “E o que vivo e fui
914 / SEÇÃO E4
morto, mas eis aqui estou vivo para todo o
sempre. Amém. E tenho as chaves da morte
e do inferno.’’ Porque Ele tem as chaves,
Ele agora controla os portões do inferno e
da morte.
Quando Jesus Se levantou dentre os mortos Ele clamou, “É-me dado TODO O PODER no céu e na terra... eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28:18,20).
João descreveu os resultados deste triunfo, nestas palavras: “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai: a ele glória e
poder para todo o sempre. Amém” (Ap 1:6).
Essas são as boas novas do REINO: Jesus, agora, tem o DOMÍNIO! Ele está conosco
para restaurá-lo para nós. Agora somos sacerdotes soberanos. “Mas vós sois... o sacerdócio real [que significa sacerdotes soberanos]” (1 Pe 2:9).
Portanto, podemos proclamar as boas
novas de que Satanás não tem mais o domínio.
“E este evangelho do reino [Domínio
do Rei] será pregado em todo o mundo em
testemunho a todas as gentes...” (Mt 24:14).
b. Na Palavra e no Poder. Esse Evangelho do Reino foi o que os discípulos e
apóstolos primitivos proclamaram e demonstraram. “E os apóstolos davam, com
grande poder, testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus, e em todos eles havia
abundante graça” (At 4:33).
“Mas, como cressem em Filipe, que lhes
pregava acerca do reino de Deus...” (At
8:12).
“E muitos sinais e prodígios eram feitos
entre o povo pelas mãos dos apóstolos. . . E a
multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais.
“De sorte que transportavam os enfermos para as ruas, e os punham em leitos e
em camilhas para que ao menos a sombra
de Pedro, quando este passasse, cobrisse
alguns deles.
“E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzin-
E4.2 – Porque Devemos Evangelizar
do enfermos e atormentados de espíritos
imundos; os quais todos eram curados”
(At 5:12,14,15,16).
“E, havendo-lhe eles assinalado um dia,
muitos foram ter com ele... aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus,
e procurava persuadi-los a fé de Jesus...”
(At 28:23).
“A minha palavra e a minha pregação,
não consistiu em palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração
de Espírito e de poder” (1 Co 2:4).
Esse Evangelho do DOMÍNIO SOBERANO é o segredo para o bom êxito do testemunho, do crescimento da igreja, do apoio
financeiro adequado e para a maioria de outros problemas que contaminam a Igreja pelo
mundo inteiro.
Aqueles que têm o Evangelho somente
em palavras estão em grande dificuldade.
“Porque o nosso evangelho não foi a vós
somente em palavras, mas também em poder e no Espírito Santo, e em muita certeza...” (1 Ts 1:5).
Por causa da apostasia, grande parte da
Igreja rejeitou a capacitação sobrenatural do
Espírito Santo. (Veja Seção 4, Sinais e Prodígios Hoje, no Manual de Treinamento
de Líderes, para uma explicação mais completa.)
Eles pregam um outro evangelho. “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para
outro evangelho. O qual não é outro, mas há
alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl 1:6,7).
Se vamos aceitar TODA A GRANDE INCUMBÊNCIA e praticá-la, podemos ganhar
o mundo para Cristo. Se rejeitarmos o poder do Espírito Santo e falharmos em dar a
Ele o Seu legítimo lugar de Senhorio em nosso ministério, teremos muito poucos frutos.
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a toda a criatura. Quem
crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado” (Mc 16:15,16).
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
A Grande Incumbência não para aí. Ela
continua:
“E estes sinais seguirão aos que crerem; Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
“Pegarão nas serpentes; e, se beberem
alguma coisa mortífera, não lhes fará dano
algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
“Ora o Senhor, depois de Lhes ter falado, foi recebido no Céu, e assentou-se a
direita de Deus [no lugar de domínio].
“E eles, tendo partido, pregaram por
todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém” (Mc 16:1720).
Capítulo 3
Seguindo os Sinais do
Evangelismo
A. SINAIS E PRODÍGIOS DADOS
PARA CONFIRMAR A PALAVRA
À medida que você prega o Evangelho, é
importante lembrar que uma das principais
razões porque o Espírito de Deus tem sido
concedido, é para confirmar a Palavra d’Ele
através dos Dons do Espírito.
1. No Antigo Testamento
Milagrosamente, Elias levanta dentre os
mortos, o filho de uma viúva que diz, “...Nisto conheço agora que tu és homem de Deus,
e que a palavra do Senhor na tua boca é
verdade’’ (1 Rs 17:24).
2. No Novo Testamento
“E eles, tendo partido, pregaram por
todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mc 16:20).
Jesus disse: “E este evangelho do reino
será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o
fim” (Mt 24:14).
SEÇÃO E4 / 915
A palavra grega para testemunho, no versículo acima, é “maturion”, que significa
“alguma coisa comprobatória, com prova,
com evidência.” Em outras palavras, alguma coisa para verificar sua autenticidade.
Jesus estava dizendo que o evangelho
será pregado com alguma coisa para verificar a sua autenticidade e que é para
isso que temos os Dons do Espírito Santo.
3. A Aprovação de Deus
Demonstrada ao Ministério
de Cristo
“...Jesus Nazareno, varão aprovado
por Deus... com maravilhas, prodígios e
sinais que Deus por ele fez...” (At 2:22).
“Mas eu tenho maior testemunho do que
o de João; porque as obras que o Pai me
deu para realizar, as mesmas obras que eu
faço, testificam de mim, que o Pai me enviou” (Jo 5:36).
“Chegando pois à Galiléia, os galileus
o receberam, vistas todas as coisas [miraculosas] que fizera em Jerusalém no dia
da festa; porque também eles tinham ido à
festa” (Jo 4:45).
4. Verifique a Ajuda de Deus
ao seu Ministério
“Testificando também Deus com eles,
por sinais, e milagres, e várias maravilhas
e dons do Espírito Santo, distribuídos por
sua vontade” (Hb 2:4).
B. OS RESULTADOS MILAGROSOS
NA SALVAÇÃO DOS
INCRÉDULOS
1. Pedro Cura um Coxo –
Atos 3:1-11
Quando Pedro e João foram ao templo
para orar, Pedro foi guiado pelo Espírito
para curar um homem coxo.
Este acontecimento trouxe o povo para
ouvir a pregação dos apóstolos (vs 12-26)
e, enfim, muitos receberam o Senhor.
“Muitos, porém, dos que ouviram a
916 / SEÇÃO E4
E4.3 – Seguindo os Sinais do Evangelismo
palavra creram, e chegou o número desses
homens a quase cinco mil’’ (At 4:4).
“E foi isto notório por toda a Jope, e
muitos creram no Senhor” (versículo 42).
2. Os Apóstolos Oraram por
Autoridade – Atos 4:29-31
Tendo experimentado o sobrenatural, os
apóstolos oraram para pregar ousadamente a palavra e para fazer mais sinais e prodígios.
“Agora pois, ó Senhor, olha para a suas
ameaças, e concede aos teus servos que
falem com toda a ousadia a tua palavra;
Enquanto estendes a tua mão para curar, e
para que se façam sinais e prodígios pelo
nome do teu santo Filho Jesus. E, tendo
orado, moveu-se o lugar em que estavam
reunidos; e todos foram cheios do Espírito
Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.
7. Elimas o Mágico Cego –
Atos 13:6-12
O Espírito deu a Paulo os Dons do Espírito (a Palavra de Sabedoria e a Palavra de Conhecimento) que ajudaram a salvar o proconsul.
“Então o proconsul, vendo o que havia
acontecido, creu, maravilhado da doutrina
do Senhor” (versículo 12).
3. Os Apóstolos Fazem Sinais e
Prodígios – Atos 5:12-16
“... sinais e prodígios eram feitos entre
o povo” (versículo 12).
“E a multidão dos que criam no Senhor,
tanto homens como mulheres, crescia cada
vez mais” (versículo 14).
4. Filipe Faz Milagres – Atos 8:5-8
“E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque
ouviam e viam os sinais que ele fazia” (versículo 6).
5. Pedro Cura Enéias –
Atos 9:32-35
Enéias era paralítico há oito anos e após
Pedro tê-lo curado, muitos creram.
“E viram-no todos os que habitavam
em Lida e Sarona, os quais se converteram
ao Senhor” (versículo 35).
6. Pedro Levanta Dorcas Dentre
os Mortos – Atos 9:36-42
Uma mulher cristã, de nome Dorcas, foi
levantada dentre os mortos, na cidade de
Jope e muitos creram em Jesus.
C. SINAIS E PRODÍGIOS NÃO
GARANTEM FRUTOS
DURADOUROS
Não há garantia de que alguém seguirá
Jesus, mesmo após haver experimentado
pessoalmente o Seu poder milagroso.
Jesus Se moveu poderosamente em sinais
e prodígios, mas confessou o Seu desapontamento de que a maioria das pessoas que O
seguiram o fizeram por razões errôneas.
Elas estavam mais preocupadas em comer os pães e os peixes do que fazer Jesus
o Senhor de sua vida (Jo 6:26).
Lembre-se de que dez entre milhares de
pessoas que viram Jesus Se mover nos milagres, praticamente nenhuma se manteve
ao lado d’Ele durante a Sua crucificação.
Mesmo em Pentecostes, somente um restante de 120 discípulos (At 1:15) oravam,
apesar de 500 terem visto pessoalmente o
ressurreto Cristo (1 Co 15:16).
1. Somente um Creu –
Lucas 17:12-19
Jesus foi a uma aldeia e curou dez leprosos mas somente um deles se voltou para
expressar a sua gratidão e glorificar a Deus.
Apesar da sua vida ter sido milagrosamente tocada por Deus, 90 por cento deles seguiram o seu caminho sem vontade de submeterem o seu coração a seguir Jesus.
2. Alguns Creram, Alguns não –
Atos 14:1-7
Paulo e os outros discípulos continua-
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
ram a pregar ousadamente, e Deus confirmava as suas palavras, com sinais e prodígios.
“Detiveram-se pois muito tempo, falando ousadamente acerca do Senhor, o qual
dava testemunho a palavra da sua graça,
permitindo que por suas mãos se fizessem
sinais e prodígios’’ (versículo 3).
Mesmo com sinais e prodígios, alguns
creram e alguns não.
“E dividiu-se a multidão; e uns eram
pelos judeus, e outros pelos apóstolos.”
O povo quis apedrejá-los até a morte:
“E havendo um motim, tanto dos judeus
como dos gentios, com os seus principais,
para os insultarem e apedrejarem.”
“Sabendo-o eles, fugiram para Listra e
Derbe, cidades de Licaônia, e para a província circunvizinha. E ali pregavam o
Evangelho” (versículos 4,5,6,7).
Os discípulos foram “guiados pelo Espírito” (após quase serem apedrejados) a
deixarem aquela cidade estranha e a irem
pregar em outra parte.
“E aconteceu que em Icônio entraram
juntos na sinagoga dos judeus, e falaram
de tal modo que creu uma grande multidão,
não só de judeus mas de gregos’’ (versículo
1).
Paulo e outros foram pregar o Evangelho e muitas pessoas creram nas palavras
deles.
“Mas os judeus incrédulos incitaram e
irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos
gentios” (versículo 2).
Os incrédulos incitaram o povo contra
eles.
D. SINAIS E PRODÍGIOS
COMPROVAM A PALAVRA
DE DEUS
1. Uma Verdadeira História de Vida
A história, a seguir, mostra o que aconteceu na vida de um jovem missionário evangelista na sua busca pela eficácia em “seguir
os sinais do evangelismo.”
SEÇÃO E4 / 917
a. Fracasso na Índia. Há muitos anos
atrás, um jovem missionário cristão e sua
esposa, foram para a Índia. Eles não entendiam os versículos esboçados acima. Eles
não entendiam o milagre da fé. Eles guiaram
algumas almas para Cristo, mas na maioria
das vezes eles fracassaram.
Quando eles pregaram no nome de Jesus
Cristo, os hindus polidamente O aceitaram
na teoria, como qualquer outro bom deus,
para acrescentar aos vários milhões de outros deuses – mas nenhuma mudança ocorreu na vida deles.
Os muçulmanos argumentaram: “Como
você sabe que Jesus Cristo é o Filho de
Deus ou que Deus O ressuscitou dos mortos?” Eles declararam, “Ele era um homem
bom, mas não era o Filho de Deus e, certamente, não foi ressuscitado dos mortos.”
Eles argumentaram que o Alcorão era a
palavra de Deus e que Maomé era profeta
de Deus.
O jovem casal declarou que a Bíblia era a
Palavra de Deus e que Jesus Cristo era o
Seu Filho.
“Então provem,” escarneceram os muçulmanos.
“Provaremos. Olhem estes versículos.
Prestem atenção ao que eles dizem!” Eles
começaram a ler a Bíblia para os muçulmanos.
“Oh, não!” eles replicaram, “essa não é
a palavra de Deus. Isto não é prova. O Alcorão é a palavra de Deus.”
A BÍBLIA ou o ALCORÃO? Qual deles
era a palavra de Deus? Como poderia o jovem casal provar-lhes que a Bíblia era a
Palavra de Deus? Sem milagres, eles não
poderiam.
Eles almejaram uma experiência como
aquelas sobre as quais lemos na Bíblia. “E
os apóstolos davam, com grande poder, testemunho [maturion = evidencial, com prova] da ressurreição do Senhor Jesus...” (At
4.33).
O casal retornou ao seu país de origem
triste, desanimado e com o espírito desfei-
918 / SEÇÃO E4
to. Mesmo assim, eles não desistiram. Eles
jejuaram e oraram pela salvação das massas
desprivilegiadas sem o Evangelho. Qual foi
a resposta?
b. Uma Visão de Jesus. O desanimado
missionário conta a sua própria história.
Uma manha, às 6:00 horas, eu estava
acordado no momento em que Jesus Cristo
veio ao nosso quarto. Olhando para Ele permaneci lá, deitado como um morto. Eu não
conseguia mover um dedo sequer. Corria
água dos meus olhos, muito embora eu não
estivesse consciente do pranto.
Não sei por quanto tempo olhei fixamente para os Seus olhos penetrantes, antes que Ele desaparecesse, nem quanto tempo se passou até que eu pudesse sair da
cama. Pulei da cama com o rosto voltado
para o chão e permaneci prostrado diante
d’Ele, até a tarde.
Naquele dia, ao deixar o quarto, eu era
um novo homem. Eu havia encontrado Jesus! Ele não era somente uma religião. Ele
estava vivo e era real. Eu O vi! Ele Se tornou o Senhor da minha vida.
Desde aquele dia, a mim não importa o
que as pessoas pensam ou digam. Eu descobri o Cristo vivo e Ele Se tornou o Senhor da minha vida.
Seguindo aquela experiência, um homem
de Deus veio a nossa cidade, orando e pregando para os enfermos. Testemunhamos
centenas de conversões e momentos de milagres de curas, infalíveis. Eu fiquei completamente dominado pelo que vi.
Parecia que dez mil vozes rodopiavam
sobre a minha cabeça dizendo, “Você pode
fazer isto. Isto foi o que Jesus fez. Isto foi
o que Pedro e Paulo fizeram. Isto prova que
os métodos da Bíblia são para os dias atuais. Você pode fazer isto.”
Eu sabia que podia. Eu sabia que Cristo podia fazê-lo em mim e através de
mim. Ele nunca mudou.
c. Cruzadas de Evangelismo em
Massa
1) Os Caraíbas. Fomos, então, atrás
E4.3 – Seguindo os Sinais do Evangelismo
dos não-convertidos. Voamos para a Jamaica. Em treze semanas, mais de 9.000 almas
aceitaram a Cristo; 90 pessoas totalmente
cegas foram curadas; mais de 100 surdosmudos se recuperaram. Centenas de outros
milagres aconteceram “...cooperando com
eles o Senhor” (Mc 16:20).
A seguir, fomos para Porto Rico, onde
as cruzadas eram ainda maiores. Elas eram
mágicas! A nossa mensagem era simples e
as pessoas queriam realidade. Elas creram
quando “...via os sinais que operava sobre
os enfermos” (Jo 6:2).
Fomos, então, para o Haiti, onde a mesma coisa aconteceu. Multidões imensas demais para caber no pátio de qualquer edifício
ou mesmo nas pistas de qualquer rodovia.
Depois fomos para Cuba. Naquela época
começou a parecer mais do que uma simples
visitação espiritual espontânea, em alguns
países. Começou a surgir como um padrão.
Aquelas reuniões haviam sido anunciadas através do mundo.
Mas a tradição é forte na igreja. Ministros bem intencionados começaram a nos
consolar e a nos preparar para o fracasso
inevitável. Pois, certamente, nos foi dito que
não devíamos esperar que tais coisas acontecessem em toda parte.
Alguns nos disseram que de tempos em
tempos Deus predestina grandes acontecimentos, mas que poderiam não ser um padrão.
Nos foi dito que deveríamos estar preparados para a derrota, tanto quanto para o
sucesso, e que eles viriam porque Deus trabalha dessa forma, com receio de que nos
tornemos orgulhosos.
Tudo aquilo nos soou muito tradicional
e não aceitamos as palavras deles. Estávamos convencidos de que a Grande Comissão dada por Jesus era para “todas as nações, a todas as criaturas.” Ele prometeu
que esses sinais seguiriam “aqueles que crêem” e nunca mencionou exceção “até aos
confins da terra”.
Acreditamos que qualquer pessoa, em
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
qualquer nação, no mundo inteiro, creria
quando visse os milagres. Nos parecia lógico que se pregássemos o Evangelho, Cristo o confirmaria com milagres. Permanecemos firmes sobre este ponto.
Não estávamos preparados para fracassos e continuamos a não estar. Cremos no
sucesso. Cristo nunca falha. Sua Palavra
nunca falha. O Evangelho nunca falha.
Quando chegamos em Cuba, líderes espirituais conversaram conosco sobre a sabedoria do equilíbrio e da paciência, e nos
disseram que não devíamos esperar por uma
grande assembléia em Cuba por causa do
sucesso que havíamos experimentado na
Jamaica e em Porto Rico.
A lógica que eles defendiam era de que a
“Jamaica já era tradicionalmente cristã e que
Porto Rico, é claro, tinha sido tão influenciado pelos Estados Unidos que a oposição
religiosa não era um fator lá.
“Mas, aqui em Cuba,” eles disseram, “as
pessoas são radicais na sua tradição religiosa “cristã” e pode não ser a mesma coisa
aqui.”
A despeito dessas advertências, confirmou-se que as pessoas reagem exatamente
do mesmo modo quando o Evangelho do
Reino de Deus é pregado.
Uma procissão organizada, de uma centena de líderes “cristãos” da igreja tradicional, marchou pelas ruas para advertir o público contra a nossa cruzada mágica. Mas
milhares se voltaram para o Senhor, e a cruzada foi um sucesso.
2) Venezuela. Ainda me lembro do
que nos disseram lá:
“Oh, aqui é diferente. Em Cuba e Porto
Rico a oposição religiosa não conta muito
porque as pessoas são influenciadas pelos
Estados Unidos. Mas, aqui, vocês estão no
continente Sul Americano e poderiam ser
apedrejados até a morte, pelas pessoas da
igreja tradicional.”
Na Venezuela foi exatamente como em
Cuba. Multidões creram e milhares foram
salvos.
SEÇÃO E4 / 919
3) Japão. Quando a notícia de que estávamos a caminho se espalhou, muitas foram as cartas cheias de precipitação que recebemos: “Não venham até aqui. O Japão é
difícil. Os milagres não são para esta terra.
O Japão busca somente esclarecimento acadêmico. Eles olham para os seus ancestrais
como sua fonte espiritual.
Muitas das religiões, aqui, têm cultos de
curas. Nós cristãos não queremos que a
nossa religião seja identificada como a desses “curadores”. Além do mais, milagres jamais convencerão os japoneses, sobre Jesus Cristo.”
Outros disseram, “O Japão é budista e
xintoísta e vocês não estão acostumados a
eles. As pessoas do hemisfério ocidental são
fáceis de serem alcançadas. Elas já crêem na
Bíblia. Elas crêem que Jesus é o Filho de
Deus e que o Seu sangue foi derramado pelos nossos pecados; mas os japoneses jamais creriam nisto. Vocês não encontrarão
aqui o que encontraram nos outros países.
Estas pessoas não são emotivas e não reagirão.”
O padrão de sucesso em nossas cruzadas parecia apresentar uma ameaça ao verdadeiro alicerce de tradições da igreja no Japão, o qual provou ser bem ineficiente.
Naquela ocasião, era desconhecido ir-se
para uma nação pregar em lugares públicos
e colher milhares de almas. Os tradicionalistas disseram que aquilo devia ser “sentimentalismo”. Os convertidos do novo evangelismo em massa não durariam.
Os missionários e os líderes de igrejas
nunca fizeram desse modo, no ultimo século. Eles trabalharam pacientemente durante
muitos anos, para conseguirem uns poucos
convertidos. Assim, muitos achavam que o
evangelismo em massa era superficial e que
não suportaria a prova do tempo.
Um pastor na Índia me disse, “Tenho
ministrado aqui durante cinco anos e jamais
ganhei uma alma para Cristo. Na Índia é
assim. Você deve aprender a ser paciente.”
Um padrão revolucionário parecia estar
920 / SEÇÃO E4
tomando forma. Instintivamente, as mentes tradicionais rejeitam qualquer coisa nova
que ameace substituir as políticas e posições instituídas e aceitas pela igreja.
Parecia que Deus queria mostrar ao povo
d’Ele, em toda parte, que não existem exceções no evangelismo. Jesus quis que todos
soubessem que a Grande Comissão d’Ele
provasse eficácia onde quer que o Evangelho fosse proclamado com viva fé e
ações obedientes.
Nem todos os líderes de igrejas, no Japão, eram pessimistas e negativos.
Alguns escreveram, “Venham e nos ajudem também. Os conceitos teológicos modernos sobre Cristo não podem jamais
salvar os japoneses. Eles têm de ver milagres!”
Ainda me recordo a lógica de um pastor
batista que escreveu: “O Japão está cheio
de falsos cultos de curas. Os japoneses têm
que ver a coisa verdadeira. Falta o poder do
milagre nas nossas igrejas modernas. Venham e nos ajudem. Vocês têm o que precisamos para ganhar essa nação.”
Aceitamos o desafio e o Japão provou
ser exatamente como Cuba, Jamaica e Venezuela. Quando viram os milagres, os japoneses gritaram, choraram e se arrependeram
com muito mais emoção do que jamais havíamos visto em qualquer outro lugar.
Fomos ao coração histórico e religioso
do Japão – Kyoto. Lá, num grande campo
próximo a área do centro da cidade, milhares ouviram o Evangelho. Quarenta e quatro surdos-mudos afirmaram terem sido curados naquela cruzada. Muitos grandes milagres foram feitos.
Aqueles xintoístas e budistas reagiram
exatamente como os jamaicanos e os cubanos. Milhares creram sobre Cristo. Os japoneses reagiram como qualquer outro
povo.
4) Tailândia. Fomos à Tailândia, a poderosa monarquia budista no Sudeste da
Ásia. Alguns disseram: “Isto não será como
o Japão. Os japoneses budistas têm sido
E4.3 – Seguindo os Sinais do Evangelismo
influenciados pela ocupação pós-guerra. Os
japoneses são suscetíveis para com os americanos mas, aqui na Tailândia, temos os
budistas antiquados. Eles nunca foram governados por um poder estrangeiro. Eles
não ouvirão os estrangeiros.”
Quando ministramos pela primeira vez
na Tailândia, havia menos de uma dúzia de
pessoas, no país inteiro, que havia recebido
o batismo apostólico no Espírito Santo.
Mesmo aqueles líderes batizados no Espírito, não estavam entusiasmados em proclamar o Evangelho em lugares públicos ao
ar livre. Isso violaria a cultura tailandesa.
Tal aproximação pareceria agressiva demais para qualquer comunidade tailandesa.
Elas são pessoas muito serenas e sensíveis.
Qualquer aproximação com elas deve ser
em manter o tradicional equilíbrio delas.
É desnecessário dizer que quando o povo
tailandês viu os milagres – o cego enxergando, o paralítico andando, o leproso purificado e o surdo ouvindo – a reação deles não
foi diferente da dos japoneses, dos venezuelanos, dos cubanos, dos porto-riquenhos
ou dos jamaicanos. Eles receberam o Cristo
vivo e entusiasticamente começaram a segui-Lo.
Hoje, há milhares de cristãos cheios do
Espírito, por toda a Tailândia. Grandes ministérios de ganhar almas têm prosperado
lá, construindo igrejas poderosas.
5) Indonésia. Quando ministramos
pela primeira vez em Java, Indonésia, a população era 95 por cento muçulmana. Na
volta ao mundo, ouvimos o quanto era difícil atingir os muçulmanos. Eles não crêem
que Jesus é o Filho de Deus ou que Deus
ressuscitou Jesus dentre os mortos.
Recordamos como nos sentimos desamparados para convencer o povo da Índia.
Entretanto, quando atingimos a cidade da
capital na Ilha de Java, as coisas foram diferentes. Sabíamos como crer por milagres.
Na primeira noite em que preguei para a
multidão, fiz uma coisa incomum no final
da mensagem. Eu Lhes disse que não espe-
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
rava que eles aceitassem Jesus Cristo, a menos que Ele provasse estar vivo, através de
milagres infalíveis. Expressei meus sentimentos de que um Cristo morto não Lhes
faria nenhum bem.
Enfatizei o fato de que Jesus Cristo confirmava ser o Filho de Deus através de milagres há 2.000 anos atrás e que se Ele estava
vivo hoje, então Deus confirmaria esse fato
fazendo milagres infalíveis na presença deles.
Eles sabiam sobre o Jesus Cristo histórico. Eles tinham ouvido que Jesus era um
homem bom e um profeta com poderes
para fazer milagres de curas. Eles também
sabiam que Jesus tinha sido crucificado e
estavam convencidos de que o ensinamento
cristão de Sua ressurreição era falso.
Há somente uma mensagem para os muçulmanos: Se Jesus estiver vivo deixe-O fazer os milagres que Ele fez antes de ser
morto. Se Ele estiver morto, Ele não poderá
fazê-lo. Se Ele estiver ressuscitado, Ele o
fará.
Chamei pelas pessoas surdas e Lhes disse que oraria no Nome de Jesus. Se Cristo
estiver morto, o Seu nome não terá poder.
Se Ele estiver vivo, Ele fará o mesmo que
Ele fez, antes de morrer na cruz.
O primeiro homem por quem oramos,
era um sacerdote muçulmano, por volta dos
seus 55 anos de idade. Ele usava o seu barrete turco, preto, que indicava ser ele um
peregrino na venerável cidade muçulmana
de Meca, na Arábia. Ele era surdo de nascença, de um dos ouvidos e jamais ouvira
som algum naquele ouvido.
Eu testifiquei para ele sobre Jesus Cristo e, então, lhe disse como eu oraria. Expliquei que Deus estava olhando por nós e
testifiquei que Deus ressuscitou Seu Filho
dentre os mortos. Expliquei-lhe também que
Deus queria que as pessoas soubessem que
Cristo está vivo e que por essa razão daria
provas da Sua ressurreição dentre os mortos, fazendo milagres.
Então, eu disse à audiência, “Talvez seja
SEÇÃO E4 / 921
conhecido que Jesus Cristo é o Filho de
Deus, que Deus O ressuscitou dentre os
mortos, que somente através d’Ele e do Seu
sangue derramado podemos chegar a Deus
e receber a vida eterna. Deixe que isto seja
conhecido de acordo com as Escrituras, fazendo com que este ouvido surdo ouça, em
Nome de Jesus Cristo. Amém!”
A audiência inteira ofegou quando o sacerdote muçulmano pode ouvir o mais débil
murmúrio e mesmo o tic-tac de um relógio
de pulso.
Milhares levantaram as mãos naquela
noite, indicando o seu desejo de aceitar a
Jesus Cristo como seu Salvador. Como tudo
foi diferente do embaraço que sofremos ao
tentarmos convencer os muçulmanos na
Índia, há sete anos atrás!
Os muçulmanos eram exatamente como
os japoneses. Quando eles viram a prova
das boas novas, de que Jesus está vivo, eles
creram.
O cristianismo sem milagres não pode provar que Jesus está vivo. Retire os
milagres do cristianismo e tudo o que restará será uma outra religião morta.
Os muçulmanos sabem que o seu profeta Maomé está morto, mas nós sabemos
que o nosso Salvador Jesus está vivo. Quando isso é provado pelos milagres, as pessoas renunciam ao profeta morto e seguem
Aquele que está vivo. Sem milagres não há
prova.
Foi por isso que Jesus incumbiu a todos
os crentes de pregar ao mundo todo, prometendo que os sinais sobrenaturais os seguiriam – “em todo o mundo... até aos confins da terra.” Ele sabia que os milagres
seriam sempre exigidos para mostrar, realmente, que Jesus está vivo.
Quando estivemos na Índia, como jovens missionários, os muçulmanos nos desafiaram: “Provem que o seu Cristo vive!”
Ficamos desamparados e embaraçados.
Tivemos que deixar a Índia, ou aceitar o
estado atual daqueles que acreditavam que
“lealdade e paciência sem resultados” era
922 / SEÇÃO E4
uma virtude. Não podíamos nos levar a fazer aquilo.
Mas, na Indonésia foi diferente. Uma
noite, naquela grande campanha, um jovem
sacerdote muçulmano – um verdadeiro fanático – levantou-se bruscamente na plataforma, para me interromper, quando eu pregava. A minha esposa, Daisy, avistou-o vindo e o interceptou nos degraus.
Ele disse, “Aquele homem é mentiroso.
Jesus está morto e Ele não é o Filho de
Deus. Deixe-me falar para as pessoas sobre
Maomé, o verdadeiro profeta de Deus.”
Minha esposa tentou argumentar com
ele, mas ele estava muito agitado emocionalmente.
Por fim, ela lhe disse: “Ouça, eu sou uma
cristã e eis o que vou fazer. Eu interromperei o meu marido, com uma condição: Iremos juntos para o microfone e não discutiremos. Mostraremos qual dos dois profetas e verdadeiro e está vivo, chamando por
alguém totalmente cego para que venha até
aqui.
“Você vai orar por ele, na presença de
todas essas pessoas e em nome de Maomé.
Se ela enxergar, acreditaremos no seu profeta.
“Se o milagre não acontecer, orarei por
ela em Nome de Jesus. Se ela enxergar, então você e o seu povo reconhecerão que o
que a Bíblia diz é verdadeiro – que Ele é o
Filho de Deus e que Deus O ressuscitou
dos mortos para ser o Salvador do mundo.”
O jovem sacerdote muçulmano recusou o
desafio feito pela minha esposa. Ele virouse e foi embora enfurecido.
Isso foi o que não pudemos fazer na
Índia, como jovens missionários.
6) Norte da Índia. Finalmente, experimentamos a alegria de retornar ao Norte
da Índia, quatorze anos mais tarde, a mesma cidade onde havíamos fracassado tão
miseravelmente. Voltamos à universidade
da cidade de Lucknow, onde havíamos sido
incapazes de provar aos hindus e muçulmanos que Jesus Cristo é o vivo e
E4.3 – Seguindo os Sinais do Evangelismo
ressurreto Filho de Deus, e o Salvador do
mundo.
Dessa vez foi diferente! 20.000 a 40.000
pessoas se concentraram em frente ao gramado do grande estádio.
Pregamos que “Jesus Cristo é o mesmo
ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13:8). E,
então, oramos. O surdo ouviu; os paralíticos andaram; as pessoas cegas recuperaram
a visão; os leprosos foram purificados. Milhares aceitaram a Cristo.
Jesus estava Se mostrando à Índia, através de nós. A nossa busca pela Verdade havia sido paga. Esta foi a forma que o evangelismo mundial foi destinado a ser executado.
“...se apresentou vivo com muitas e infalíveis provas...” (At 1:3).
Um jovem estudante universitário hindu,
levantou-se na multidão, ridicularizando
tudo. Quando oramos, Jesus Cristo, repentinamente, apareceu para ele, vestido num
robe roxo. Ele abriu as Suas mãos trespassadas pelos pregos e as estendeu para o
jovem rapaz e ao fazê-lo, Ele disse essas
palavras: “Olhe para as minhas mãos, Eu
sou Jesus.”
O jovem caiu no chão chorando, se arrependendo e soluçante. Ele correu para o microfone e com lágrimas banhando o seu rosto ele contou o que tinha visto e incitou o
seu povo a acreditar sobre Jesus.
Como tinha sido diferente das nossas
assembléias, quatorze anos atrás! Com milagres, a Índia era como as outras nações.
7) África. Depois foi a África onde,
novamente, provamos que as pessoas são
iguais em toda parte.
Um mendigo muçulmano, na África, estava paralítico devido à poliomielite e há
trinta anos ele se rastejava pelo chão. Ele se
arrastou na poeira até alcançar a cruzada.
Ele ouviu o Evangelho e, quando creu sobre
Jesus Cristo, foi curado instantaneamente.
Ele ficou de pé na plataforma e, em lágrimas, exclamou: “Jesus Cristo deve estar
vivo, do contrário, como Ele poderia ter me
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
curado? Maomé está morto mas Jesus está
vivo. Olhem para mim. Vocês me conhecem
e sabem que tenho mendigado na suas ruas.
Agora posso andar. Olhem! Jesus vive!”
Que melhor sermão que este, poderia ser
pregado? Soava como o Livro de Atos sendo reinterpretado em nossos dias.
Temos visto pelo mundo inteiro que as
pessoas querem a Cristo. Elas procuram
realidade e crêem quando têm prova de que
Jesus está vivo e é verdadeiro.
Deus fez todos os seres humanos parecidos. As pessoas são criadas para caminhar com Deus. Instintivamente, elas procuram por Ele. Esta é a razão porque toda
tribo evangelizada pratica algum tipo de ritual religioso em busca de Deus.
Assim é o Evangelho: direto e em termos simples – não explicado, mas proclamado – “pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê...”
As pessoas querem o Evangelho. A nossa tarefa é pregá-lo, testemunhá-lo, contálo, confessá-lo em toda parte – para multidões ou individualmente, em lugares públicos ou nos lares privados. As pessoas querem o que temos. Nós temos provado isto
pelo mundo inteiro. Por isso é que somos
ganhadores de almas – por causa do que
temos visto.
Capítulo 4
O Verdadeiro Cristão –
Como Ser Salvo
Introdução
Há somente dois tipos de pregadores ou
obreiros cristãos: os negativos e os positivos – os céticos e os crentes.
Alguns pensam que se pregarem nas ruas
Ninguém ouvirá, e os transeuntes zombarão deles; que qualquer folheto que eles distribuam serão atirados ao chão e pisados;
que as portas serão batidas nos seus rostos.
Essa é uma atitude negativa sobre uma
oportunidade muito positiva.
SEÇÃO E4 / 923
Acreditamos que quando pregarmos nas
ruas, multidões se juntarão ao nosso redor
para ouvir a nossa mensagem; que os transeuntes se deleitarão em ver um cristão lá,
testemunhando.
Acreditamos que quando distribuirmos
folhetos sobre o Evangelho, eles serão avidamente recebidos, lidos e guardados.
Acreditamos que quando batermos às
portas, encontraremos famílias que nos agradecerão pela ajuda; pessoas enfermas que
necessitam de cura; problemas que precisam de soluções; corações e ouvidos abertos para o consolo e as orações de um cristão verdadeiro e dedicado, que tem vivido
na fé. Essa é uma aproximação positiva e
que funciona.
Somos ganhadores de almas e temos provado pelo mundo inteiro, em todas as circunstâncias concebíveis, que as pessoas
querem a Cristo, mas estão um pouco interessadas numa outra religião. Elas esperam por Deus, pela Sua salvação, pela vida
eterna, mas desdenham de mais regras de
religião sem vida.
Elas são feitas à imagem de Deus, para
ser como Ele, para falar e caminhar com Ele.
Elas nunca ficam satisfeitas até que encontrem Jesus Cristo, o Qual é o Caminho, a
Verdade e a Vida (veja João 4:6).
Com sessenta milhões de pessoas não
alcançadas sendo acrescentadas cada ano à
nossa geração – pessoas buscando a luz e a
vida – a nossa prioridade é testemunhar e
pregar o Evangelho e produzir para os cristãos as ferramentas para ganhar almas. Essa
é a nossa prioridade, até que Jesus regresse.
Esta é a sétima razão porque somos ganhadores de almas.
Sinta-se a vontade para reimprimir e usar
no ganhar almas, o que segue. Esta seção foi
especialmente preparada para os seguintes
grupos de pessoas:
• Se você não está certo sobre a sua
própria salvação ou não está certo de
que você realmente nasceu de novo;
ou
924 / SEÇÃO E4
•
•
Se você não sabe se é um verdadeiro
cristão; ou
Se você simplesmente aceitou uma
religião, juntando-se a uma igreja e
mentalmente concordado com a Bíblia, sem experimentar o novo nascimento.
• Eu apresento este capítulo para você
que nunca foi salvo ou convertido, e
sabe disso.
A Bíblia diz que “...sabemos que passamos da morte para a vida...” (1 Jo 3:14).
O que segue, ajudará você a saber, sem
dúvidas, que você experimentou este milagre interior da nova vida em Cristo. Acontecerá com você enquanto ler isto com respeito e fé.
Se você já é um cristão comprometido
em ganhar almas, esta seção pode servir
como um guia para ajudá-lo a mostrar aos
outros como experimentar o milagre do novo
nascimento.
A. O QUE SIGNIFICA SER SALVO
Quero dizer a você que você pode ser
salvo do inferno, salvo dos seus pecados,
salvo da morte, salvo das enfermidades, salvo do demônio.
A Bíblia diz “Esta é uma palavra fiel...
que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores...” (1 Tm 1:15).
A Bíblia diz “Porque Deus enviou o seu
Filho ao mundo, não para que condenasse
o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3:17).
Pedro disse, “...todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo” (At 2:21).
Você pode ser salvo hoje. Isso é o que
você precisa: ser salvo, reconhecer Jesus
Cristo como o Seu Salvador pessoal.
Mas, o que significa ser salvo?
1. Nascidos do Céu
Ser salvo significa ser nascido do céu
(nascido de novo), se tornar filho de Deus.
Jesus disse, “...Necessário vos é nascer de
novo” (Jo 3:7). Isto significa que você tem
E4.4 – O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo
que experimentar o nascimento celestial
ou espiritual – a contraparte do seu nascimento natural ou terreno. Isso é um milagre
do nascimento.
Quando é convidado, Cristo vem e mora
em você e você é feito novo, porque Ele
começa a viver em você. Isso não é aceitar
uma religião. Isso é aceitar a Cristo. Ele é
uma pessoa, não uma filosofia. Ele é realidade, não uma teoria.
Quando você se casa, você aceita a esposa, ou esposo, na sua vida. Você não recebe a “religião matrimônio”. Você recebe
uma outra pessoa.
Quando você é salvo recebendo Cristo,
você não recebe a religião cristã. Você recebe uma Pessoa, o Senhor Jesus. A minha
conversão foi uma experiência tão definitiva quanto o meu casamento. Em ambas as
ocasiões, uma outra pessoa foi recebida na
minha vida.
A Bíblia diz de Jesus Cristo, “...a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus...” (Jo
1:12).
Que maravilha, aquele que pode receber
um novo nascimento e ser nascido na família real de Deus! Você nasceu uma vez – em
pecado, um filho do pecado, um servo do
demônio.
Agora, Cristo diz, “...Necessário vos é
nascer de novo” (Jo 3:7). Você deve se converter – ser salvo, mudado, feito novo.
2. Os Pecados São Perdoados
Ser salvo significa ter os pecados perdoados.
A Bíblia diz, “É ele que perdoa todas as
tuas iniqüidades...” (Sl 103:3).
O anjo disse, “...e chamarás o seu nome
JESUS; porque ele salvará o seu povo dos
seus pecados” (Mt 1:21).
Deus disse, “...sou o que apaga as tuas
transgressões...” (Is 43:25). “E jamais me
lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades” (Hb 10:17).
“Quanto está longe o oriente do ociden-
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
te, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Sl 103:12).
3. Receber Uma Nova Vida
Ser salvo significa receber uma nova família espiritual e uma nova descendência.
Paulo diz, “Assim que, se alguém está
em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”
(2 Co 5:17).
Isto é exatamente o que acontece quando Cristo salva você. Acontece uma conversão. Os velhos desejos, hábitos e enfermidades morrem. Todas as coisas se tornam novas. Você recebe uma nova vida, uma
nova natureza, nova saúde, novos desejos,
novas ambições. Você recebe a vida de Cristo.
Ele disse, “...eu vim para que tenham
vida, e a tenham com abundância” (Jo
10:10).
4. Receber a Paz
Ser salvo significa receber a paz.
Jesus disse, “Deixo-vos a paz, a minha
paz vos dou...” (Jo 14:27). Ele disse, “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais
paz” (Jo 16:33).
A verdadeira paz somente chega com o
perdão e a salvação de Cristo. Em pecado
você nunca pode ter paz no seu espírito. A
Bíblia diz, “Os ímpios, diz o meu Deus,
não têm paz” (Is 57:21).
a. Dois Tipos de Paz
1) A Paz de Deus. A paz DE Deus é
aquele sentimento calmo e seguro de que
tudo está bem. Você sabe que Deus está no
controle e você está sem medo. Esta é uma
paz maravilhosa!
“E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações
e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”
(Fp 4:7). “Porque o reino de Deus... é...
justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”
(Rm 14:17).
Como pecadores, éramos inimigos de
Deus, vivendo em rebelião contra a vontade
SEÇÃO E4 / 925
e o propósito d’Ele. Estamos na batalha
com Ele.
“... se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu
Filho...” (Rm 5:10). “A vós também que...
éreis... inimigos... pelas vossas obras más,
agora contudo vos reconciliou” (Cl 1:21).
C. SETE PASSOS PARA A
SALVAÇÃO
Se você não está certo de ter aceito, pessoalmente, Jesus Cristo no seu coração
como seu Senhor e Mestre, então siga estes
sete passes devotadamente:
1. Compreenda que
Você é um Pecador
“Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus” (Rm 3:23).
“Se dissermos que não temos pecados,
enganamo-nos a nós mesmos...” (1 Jo 1:8).
2. Lamente Sinceramente Pelos
Seus Pecados e se Arrependa
Deles
“O publicano, porém, estando em pé,
de longe, nem ainda queria levantar os
olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo:
O Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” (Lc 18:13).
“Porque a tristeza segundo Deus opera
arrependimento para a salvação...” (2 Co
1:10).
3. Confesse os Seus Pecados a
Deus
“O que encobre as suas transgressões,
nunca prosperará; mas os que as confessa
e deixa, alcançará misericórdia’’ (Pv 28:13).
“Se confessarmos os nossos pecados [a
Ele] ele é fiel e justo, para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1:9).
4. Abandone os Seus Pecados
“Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se
926 / SEÇÃO E4
converta ao Senhor, que se compadecerá
dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is 55:7).
“...mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28:13).
5. Peça Perdão Pelos Seus
Pecados
“É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades” (Sl 103:3).
“Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor:
ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlate, eles se tornarão brancos como a
neve; ainda que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como a branca lã”
(Is 1:18).
6. Creia que Jesus o Salva
Através da Graça d’Ele
Graça significa favor não merecido, receber o oposto do que você merece.
“Porque pela graça [não merecida] sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus. Não vem das obras,
para que ninguém se glorie” (Ef 2:8,9).
7. Consagre Toda a Sua Vida a
Cristo
“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”
(Rm 12:1).
Conte aos outros sobre Cristo. “Portanto, qualquer que me confessar diante dos
homens, eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos céus” (Mt 10:32).
“Mas vós sois a geração eleita... para
que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).
D. ACEITE A CRISTO AGORA
“...eis aqui agora o dia da salvação” (2
Co 6:2). Não um outro dia – mas, agora,
neste exato dia!
“Buscai ao Senhor enquanto se pode
E4.4 – O Verdadeiro Cristão – Como Ser Salvo
achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta
ao Senhor, que se compadecerá dele; torne
para o nosso Deus, porque grandioso é em
perdoar” (Is 55:6,7).
Se você ainda não aceitou Jesus Cristo
como seu Salvador pessoal, o Senhor está
ouvindo a sua oração. Assim, antes de fazer
qualquer outra coisa, encontre um lugar onde
você possa estar a sós com Deus, onde você
não será perturbado. Ajoelhe-se e faça esta
oração ao Senhor, em alto e bom som:
1. Ore Para Ser Salvo
Querido Pai do Céu, venho perante a Ti
receber o dom que Tu prometeste na Bíblia,
a vida eterna. Reconheço que tenho pecado
contra Ti. Eu mereço morrer pelos meus
pecados porque Tu disseste, “a penalidade para o pecado é a morte.”
Creio que na Tua infinita misericórdia e
no Teu amor por mim, enviaste o Teu Filho,
Jesus, o Cristo, para morrer na cruz, para
sofrer a punição da morte, pelos meus pecados.
Sou eu quem deveria pagar a penalidade
pelos meus pecados, mas Jesus me amou o
bastante para pagar a penalidade, para sofrer e morrer por mim, no meu lugar.
Após morrer na cruz pelos pecados, creio
que Ele ressuscitou dos mortos, para viver
para sempre, como meu Salvador.
Lamento pelos meus pecados os quais
me separaram da Tua graça. Sinceramente
deixo o meu estilo de vida pecador e me
volto para Ti e Te peço perdão por todos
os meus pecados.
Recebo com alegria, aqui e agora, Jesus
Cristo no meu coração como o meu Salvador do pecado, do inferno e de todos os
poderes do mal.
Eu aceito Cristo como Senhor da minha
vida. Aqui e agora, dedico a minha vida para
agradar-Te. Aceito a aliança (promessas)
oferecida pelo Teu Filho, Jesus Cristo.
Agora, Senhor Jesus, quero falar Conti-
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
go. Tu disseste que, “...se eu vier a Ti, Tu
me receberás e não me expulsarás.” Venho
a Ti agora, Te querendo com todo o meu
coração, buscando salvação e confiando somente no sangue que derramaste pelos meus
pecados. Tenho a certeza de que não me
rejeitas, de que Tu me recebes agora.
Tu disseste, “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dos mortos,
serás salvo’’ (Rm 10:9).
Eu creio com todo o meu coração que
Tu és meu Senhor e que ressuscitaste dos
mortos. Confesso, aqui e agora, que Tu és
meu Mestre, meu Salvador, meu Senhor.
Te recebo, agora, no meu coração, através
da fé.
Porque Tu morreste por mim, sofrendo
a punição que eu deveria ter sofrido, sei que
meus pecados não podem me condenar novamente. Tu pagaste todo o preço pela minha redenção.
Porque a Bíblia diz, “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus...” (Jo 1:12), creio que
neste exato momento me dás o poder para
me tornar Teu filho.
Assim sendo, creio que me perdoas. Teu
precioso sangue lava todos os meus pecados. Foste ofendido pelas minhas transgressões. Foste ferido pelas minhas iniqüidades. A punição que eu deveria ter sofrido foi
colocada sobre Ti.
Eu sei que estou perdoado. Obrigado,
Senhor!
A partir deste momento, lerei a Tua Palavra e farei o melhor que puder para seguirTe e agradar-Te em tudo o que penso, faço e
digo. Agora, sou um cristão verdadeiro, um
representante de Jesus Cristo, na terra.
Agora eu sei que estou salvo.
Como um ato de fé, registre a sua aliança
com Jesus, assinando o seu nome embaixo
da aliança que segue.
2. Decisão e Aliança
Hoje li O Verdadeiro Cristão, e apren-
SEÇÃO E4 / 927
di o que significa ser salvo. Acompanhei
sinceramente os sete passos esboçados aqui
e, respeitosamente, fiz a oração.
Recebi Jesus Cristo em minha própria
vida e, agora, sou uma nova criatura. Empenho a minha vida para fazer o melhor para
agradar a Deus, em tudo o que penso, faço e
digo. Com a graça e a ajuda d’Ele, compartilharei Jesus Cristo com os outros.
Confiando n’Ele para manter-me na Sua
graça, tomei esta decisão hoje, em Nome de
Jesus.
Assinado __________________________
Data _____________________________
Existe um tempo, não sabemos quando,
Um lugar, não sabemos onde;
Que assinala o destino dos homens
Para a glória ou desespero.
Existe uma linha invisível
Que cruza todos os caminhos
Que assinala a fronteira entre
A misericórdia de Deus e a Sua ira
Mas naquela fronte Deus colocou
Indelevelmente uma marca;
Invisível para o homem, pois visto que
até o momento
Está cego e no escuro.
Ele sente, talvez, que tudo está bem
E que todos os medos estão serenos;
Ele vive, ele morre, ele caminha no
inferno,
Não somente condenado, mas maldito!
Oh, onde está aquela linha misteriosa
Que talvez possa ser atravessada pelo
homem,
Além da qual o Próprio Deus jurou
Aquele que a atravessar está perdido?
Uma resposta dos céus repete,
“Você que se afasta de Deus’’,
HOJE Oh ouça a voz d’Ele,
928 / SEÇÃO E4
E4.5 – Sugestões Práticas Para Ganhar Almas
HOJE, arrependa-se e não endureça o
seu coração.
Capítulo 5
Sugestões Práticas Para
Ganhar Almas
A. ORE POR AQUELES A QUEM
VOCÊ QUER GANHAR
Intercessão é a maneira que conduz o
ganhador de almas. Nenhuma igreja pode
prosperar sem ela. Nenhum cristão pode
crescer sem ela. A lei da vida exige reprodução “...mas Sião esteve de parto e já deu à
luz seus filhos” (Is 66:8).
Jesus intercedeu e labutou por mim.
“...porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas
ele levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercede” (Is 53:12).
Você começa a se preocupar com a espiritualidade do homem, quando passa a orar
por ele. “Fazendo sempre com alegria oração por vós em todas as minhas suplicas”
(Fp 1:4). “...orando sempre por vós” (Cl
1:3).
B. FAÇA CONTATO COM AQUELES
QUE VOCÊ QUER GANHAR
“Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias [que,
traduzido, é o Cristo]” (Jo 1:41).
Com Cristo veio a ênfase de buscar os
perdidos. “Porque o Filho do Homem veio
buscar e salvar o que se havia perdido”
(Lc 19:10).
O movimento do cristianismo, nesse
mundo, é biblicamente baseado no contato
pessoal. Quem realmente conhece Jesus,
quererá que outros O conheçam.
O segredo está nas palavras de André,
“...nós encontramos.” A procura por satisfação, no espírito do homem, e completada
num conhecimento vivo de Jesus Cristo.
Evangelismo pessoal é compartilhar essa
descoberta. “E levou-o a Jesus” (Jo 1:42).
Como isso é realizado? Cristo dá a resposta. “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4:19). O amor
por Cristo produz o amor pelos homens.
C. ELIMINE AS OBJEÇÕES;
RESPONDA ÀS PERGUNTAS
1. Algumas Perguntas/Justificação
e Suas Respostas
a. Pergunta: O que é Pecado?
Resposta: Pecado é quebrar as leis de
Deus (Jo 3:10).
Tudo o que não é moralmente certo é
pecado (Jo 5:17).
Incredulidade é pecado (Jo 16:8,9)
Vícios duvidosos é pecado (Rm 14:23).
Obrigação negligenciada é pecado (Tg
4:17).
b. Pergunta: Por que Deus Permite
o Mal no Mundo?
Resposta: A liberdade de escolha é o magnífico presente do Criador, para a raça humana. “Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto
a vida e a morte, a bênção e a maldição:
escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a
tua semente” (Dt 30:19). Este versículo da
Bíblia nos mostra que Deus dá ao homem a
escolha – vida ou morte, bênção ou maldição
– e estimula o homem a escolher a vida.
O pecado procede do homem e não de
Deus. Deus impede o domínio do pecado
(Rm 6:14).
Deus tem, às Suas próprias custas, conseguido o remédio para o pecado. “Mas
Deus prova o seu amor para conosco, em
que Cristo morreu por nós...” (Rm 5:8).
“Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós,
como nos não dará também com ele todas
as coisas?” (Rm 8:32).
c. Justificação: Meus Pecados São
Pequenos, Então por que me Preocupar?
Resposta: Porque qualquer pecado atormenta. “Mas os ímpios não têm paz, disse
o Senhor” (Is 48:22).
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
Porque qualquer pecado separa você de
Deus (Is 59:2).
Porque qualquer pecado escraviza você
(Jo 8:34).
Porque qualquer pecado termina em
morte (Rm 6:23).
Porque qualquer pecado exclui você do
Céu (1 Co 6:9).
d. Justificação: Eu Não Sou um Pecador; Eu Sou Tão Bom Quanto Você.
Resposta: Você está certo. Você é tão bom
quanto eu e talvez melhor do que eu. Mas
pense nisto: É necessária uma mentira para
fazer um mentiroso; um assassinato para
fazer um assassino. Da mesma forma, é necessário um pecado para fazer um pecador.
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e
tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos” (Tg 2:10).
“Não há um justo, nem um sequer. Porque todos pecaram...” (Rm 3:10,23). E
Deus diz, “Porque o salário do pecado é a
morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm
6:23).
Eu não estou salvo porque sou melhor
do que você. Eu estou salvo porque eu pedi
e recebi o perdão pelos meus pecados e
transgressões. Você não gostaria de fazer o
mesmo?
e. Justificação: Não Posso Superar
os Meus Pecados.
Resposta: Salvação é uma escolha de vida
ou morte. “...se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13:3).
Você não pode viver de uma maneira e
morrer de outra. “Porque o que semeia na
sua carne, da carne ceifará a corrupção;
mas o que semeia no Espírito, do Espírito
ceifará a vida eterna” (Gl 6:8).
Você não pode superar o pecado com o
seu próprio poder. “Se pois o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo
8:36). “Posso todas as coisas naquele que
me fortalece” (Fp 4:13).
Cristo pode alcançar você onde quer que
você esteja (Hb 7:25).
SEÇÃO E4 / 929
f. Justificação: Eu Sou um Grande
Pecador.
Resposta: Jesus veio para salvar todos
os pecadores. O Apóstolo Paulo, mesmo
tendo matado cristãos inocentes, escreveu,
“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a
aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo,
para salvar os pecadores; dos quais eu sou
o principal” (1 Tm 1:15).
Os seus pecados são escarlates? “Vinde
então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que
os vossos pecados sejam como a escarlate,
eles se tornarão brancos como a neve: ainda que sejam vermelhos como o carmesim,
se tornarão como a branca lã” (Is 1:18).
Você está perdido? “Porque o Filho do
homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido” (Lc 19:10).
Você está sem forças? “Porque Cristo,
estando nós ainda fracos morreu a seu tempo
pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo
bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova
o seu amor para conosco, em que Cristo
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:6-8).
Jesus não expulsará ninguém que vá a
Ele (Jo 6:37).
Deus não faz exceções na Sua oferta de
salvação. “E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é
justificado todo aquele que crê” (At 13:39).
O homicídio não é imperdoável. Davi
confessou o seu pecado e foi perdoado (Sl
32:5).
O furto não é imperdoável. O ladrão, na
cruz, arrependido, foi perdoado (Lc 23:43).
A blasfêmia não é imperdoável. Paulo
era um blasfemador e foi perdoado (1 Tm
1:13).
O adultério não é imperdoável. A mulher
de Samaria foi salva (Jo 4:18).
Um dos surpreendentes registros de perdão é encontrado em 1 Coríntios 6:9-11.
Paulo relaciona todos os pecados pelos quais
os coríntios foram perdoados.
“Não sabeis que os injustos não hão de
930 / SEÇÃO E4
herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas,
nem os ladrões, nem os avarentos, nem os
bêbedos, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o reino de Deus.
“E é o que alguns têm sido, mas haveis
sido lavados, mas haveis sido santificados,
mas haveis sido justificados em nome do
Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso
Deus.”
A pessoa que pede perdão sinceramente, jamais será rejeitada. “Deixe o ímpio o
seu caminho, e o homem maligno os seus
pensamentos, e se converta ao Senhor que
se compadecerá dele; torne para o nosso
Deus, porque grandioso é em perdoar” (Is
55:7).
“Vinde então, arguí-me, diz o Senhor:
ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlate, eles se tornarão brancos como a
neve: ainda que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como a branca lã”
(Is 1:18). Veja também Atos 10:43.
Paulo foi um grande pecador mas obteve
a salvação (1 Tm 1:12-16). Versículos que
podem ser usados mais adiante: Mateus
9:13, Hebreus 7:25, Lucas 23:39-43.
g. Justificação: Jesus Cristo é Somente um Grande Homem da História.
Resposta: Ele afirma ser Deus. “Que,
sendo em forma de Deus, não reteve por
usurpação ser igual a Deus” (Fp 2:6). Ele
foi levado para a morte por esta afirmação
(Mt 26:63-65). A ressurreição evidenciou
essa afirmação. “Ao qual Deus ressuscitou,
soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (At 2:24).
A grandeza moral de Sua vida supera
qualquer coisa nos registros. “Quem dentre
vós me convence de pecado? E se vos digo
a verdade, por que não credes?” (Jo 8:46).
Ninguém influenciou tanto a história como
Cristo (Lc 2:34). Existe um testemunho repetido de experiência pessoal.
“...já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido e
E4.5 – Sugestões Práticas Para Ganhar Almas
sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4:42).
Existe um desafio para provar a divindade d’Ele. “Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina conhecerá se
ela é de Deus, ou se eu falo de mim mesmo”
(Jo 7:17).
h. Justificação: Existem Muitos Hipócritas.
Resposta: Os hipócritas são perdidos.
Se você permitir que os hipócritas o impeçam de ser salvo, você passará a eternidade
no inferno com eles.
Além do mais, você tem que ser menor
do que aquilo onde você se esconde atrás.
Se você se esconde atrás de um hipócrita,
você deve ser menor do que ele.
Versículos que podem ser usados mais
adiante: Zacarias 13:6, Atos 1:16, Hebreus
12:2, Atos 17:30,31, Romanos 14:12, Mateus 7:1-5, Romanos 2:16, 1 Samuel 16:7.
i. Justificação: Deus é Injusto.
Resposta: Quem é Deus? Quem é você?
Injustiça é pecado. Você tenciona acusar
Deus de pecado? Deus é tão justo que Ele
nunca exige dois pagamentos pelo mesmo
débito. Jesus pagou seu débito do pecado
na cruz. Portanto, quando você aceita a Cristo, você não tem aquele débito do pecado
para pagar.
j. Justificação: As Pessoas Ririam.
Resposta: É melhor deixar que elas riam
do que Deus rir. “Também eu me rirei na
vossa perdição, e zombarei, vindo o vosso
temor” (Pv 1:26).
Evite as más companhias. “Não entres
na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. O caminho dos ímpios é
como a escuridão: nem conhecem aquilo
em que tropeçam” (Pv 4:14,19).
Não se envergonhe de Cristo. “Portanto, qualquer que me confessar diante dos
homens, eu o confessarei diante de meu Pai,
que está nos Céus. Mas qualquer que me
negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus”
(Mt 10:32,33).
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
k. Justificação: Tenho Medo de Perseguição.
Resposta: É uma coisa covarde renegar
Jesus Cristo. “Mas quanto aos tímidos... a
sua parte será no logo que arde com fogo e
enxofre; o que é a segunda morte’’ (Ap
21:8).
“Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar
de mim e das minhas palavras, também o
Filho do homem se envergonhará dele,
quando vier na glória de seu Pai, com os
santos anjos” (Mc 8:38).
É pedido muito pouco em retorno, pelo
muito. “Porque para mim tenho por certo
que as aflições deste tempo presente não
são para comparar com a glória que em
nos há de ser revelada’’ (Rm 8:18).
É tudo ou nada. “Se sofrermos, também
com ele reinaremos; se o negarmos também ele nos renegará” (2 Tm 2:12).
Junte-se a companhias seletas. É uma
chance de fazer, na vida, alguma coisa que
valha a pena.
“Bem aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso
nome como mau, por causa do Filho do
homem.
“Folgai nesse dia, exultai; porque, eis
que é grande o vosso galardão no céu, pois
assim faziam os seus pais aos profetas”
(Lc 6:22,23).
l. Justificação: Agora Não.
Resposta: Sempre que você diz não, fica
mais difícil dizer sim. O tempo e o dia são
agora. “... eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação” (2
Co 6:2).
Busque o Senhor enquanto Ele pode ser
encontrado. A demora é decisão para o caminho errado. “Hoje, se ouvirdes a sua voz,
não endureçais os vossos corações” (Hb
4:7).
O amanhã é o dia quando o homem inútil
trabalha, quando o ladrão se torna honesto,
quando o bêbado fica sóbrio. O amanhã é
SEÇÃO E4 / 931
um período que não se encontra em parte
alguma exceto, talvez, no calendário do tolo.
O chamado de Deus não é um chamado para
amanhã e, sim, para hoje.
m. Justificação: Creio que Deus é
Bom Demais Para Condenar Alguém.
Resposta: Isto não é o que a Bíblia diz.
“Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos
justos. Porque o Senhor conhece o caminho dos justos: mas o caminho dos ímpios
perecerá” (Sl 1:5,6).
Deus coloca a sua salvação ou condenação na sua aceitação ou rejeição de Jesus
Cristo (Jo 12:48).
Deus não é injusto. O coração humano é
que o é. “Mas, segundo a tua natureza e teu
coração impenitente, entesouras ira para ti
no dia da ira e da manifestação do juízo de
Deus” (Rm 2:5).
Todo representante de Deus procura
guiar você para o arrependimento (2 Pe 3:9).
n. Justificação: Como Posso Harmonizar a Doutrina do Inferno com a da
Salvação Cristã de Deus?
Resposta: “Então dirá também aos que
estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de
mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos’’ (Mt 25:41).
Deus preparou o inferno para o diabo e seus
seguidores. Se você seguir o diabo, você viverá com ele eternamente.
“... Judas se desviou, para ir para o seu
próprio lugar” (At 1:25). O lugar para o
transgressor é o inferno.
“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas
é longânimo para convosco, não querendo
que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe 3:9). Deus
não quer mandar ninguém para o inferno.
Ele quer que todos se arrependam e sejam
salvos.
“Desejaria eu, de qualquer maneira, a
morte do ímpio? diz o Senhor Jeová: não
desejo antes que se converta dos seus caminhos e viva?” (Ez 18:23). Aqueles que
932 / SEÇÃO E4
deixarem o pecado e se voltarem para Cristo, desfrutarão a vida atual e a vida eterna.
“E irão estes para o tormento eterno,
mas os justos para a vida eterna” (Mt
25:46).
“... Filho, lembra-te de que recebestes
os teus bens em tua vida, e Lázaro somente
males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lc 16:25).
“Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?” (Mt
23:33).
“... temei antes aquele que pode fazer
perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt
10:28).
o. Pergunta: Não Há na Bíblia Inconsistências e Contradições?
Resposta: Onde estão elas? A Bíblia é
revelação. “Porque os meus pensamentos
não são os vossos pensamentos, nem os
vossos caminhos os meus caminhos, diz o
Senhor. Porque, assim como os céus são
mais altos do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais
altos do que os vossos pensamentos” (Is
55:8,9).
A Bíblia é um livro fechado para um
coração fechado. “Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas
os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios
entenderão” (Dn 12:10).
“Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parecem loucura; e não pode entendêlas, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2:14).
Certamente, há mistérios introduzidos
na Palavra de Deus! Pedro disse, das cartas
de Paulo, “...como em todas as suas epístolas... pontos difíceis de entender...” (2 Pe
3:17).
Conheça-O e você conhecerá o Livro
d’Ele.
p. Pergunta: Como Posso Saber que
Existe um Deus?
E4.5 – Sugestões Práticas Para Ganhar Almas
Resposta: Há três fontes de onde podemos retirar a resposta para esta pergunta.
Primeiro, existe a Bíblia. “Examinais
as Escrituras, porque... elas... de mim testificam” (Jo 5:39).
Segundo, existe a Criação. Não poderia
existir a Criação sem um Criador.
Paulo diz que aqueles que nunca tiveram
a Bíblia ainda podiam saber sobre Deus,
por causa da Criação. “Porquanto o que de
Deus se pode conhecer neles se manifesta,
porque Deus lho manifestou... desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder,
como a sua divindade...” (Rm 1:19,20).
Terceiro, existe o homem. “Quando
vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a
lua e as estrelas que preparaste; Que é o
homem mortal para que te lembres dele?...”
(Sl 8:3,4).
Alguns grupos tribais primitivos, deixaram os antropólogos em dúvida quanto a
classificá-los como humanos. Eles criaram
um teste: Eles tinham objetos de adoração?
Se tivesse, eles eram humanos, pois animais não adoram. Somente o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e somente o homem é cônscio de Deus.
Os três itens acima tornam evidente que
existe um Criador. Nada poderia ter sido
criado por acidente.
q. Pergunta: Por que Eu Preciso do
Sangue?
Resposta: Essa é a lei eterna da redenção,
acreditada por todas as civilizações e encontrada entre todos os povos. “Porque a alma
da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação
pelas vossas almas: porquanto é o sangue
que fará expiação pela alma” (Lv 17:11).
Jesus morreu por você e por mim! (Mt
26:28). Alguém teve que tomar o meu lugar
e carregar a minha culpa porque... “...sem
derramamento de sangue não há remissão”
(Hb 9:22).
Ele experimentou a morte por mim. Portanto, Ele suportou a penalidade máxima
dos meus pecados (Rm 5:9,10).
APRENDER COMO GANHAR ALMAS
Foi pago o maior preço no universo.
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que
por tradição recebestes dos vossos pais.
“Mas com o precioso sangue de Cristo,
como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1:18,19).
r. Justificação: Não Vejo Nenhum
Mal nas Diversões Mundanas
Resposta: A condução do crente a essa
pergunta, deve ser sempre positiva e não
negativa. Em vez de perguntar, “Que mal
há nisso?” deveria perguntar, “O que há de
bom nisso?”
“E, quanto fizerdes por palavras ou por
obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl
3:17).
“Portanto, quer comais quer bebais, ou
façais outra qualquer coisa, fazei tudo para
glória de Deus” (1 Co 10:31).
“Todas as coisas me são lícitas, mas
nem todas as coisas convêm: todas as coisas me são lícitas; mas eu não me deixarei
dominar por nenhuma” (1 Co 6:12).
Como cristão, sou responsável por usar
o meu corpo e a minha mente para a glória
de Deus (1 Co 6:19,20).
Fortes advertências aparecem no Novo
Testamento: “Se alguém destruir o templo
de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1 Co
3:17).
“Pelo que saí do meio deles, e apartaivos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2 Co 6:17).
“Confessam que conhecem a Deus, mas
negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para
toda a boa obra” (Tt 1:16).
A minha meta deve ser sempre dar o máximo para a Supremacia d’Ele (2 Tm 2:4).
D. VIVER A VIDA CRISTÃ
Após adotar todos os passos esboçados
no Capítulo 4, “O Verdadeiro Cristão –
SEÇÃO E4 / 933
Como Ser Salvo,’’ você precisa ensinar ao
novo convertido a fazer o que segue, para
que ele continue a sua nova vida como um
discípulo de Jesus.
1. Regozije-se Publicamente
Dê o seu testemunho por Cristo. Conte
aos outros o que Ele tem feito por você.
“Se com a tua boca confessares ao Senhor
Jesus, e em teu coração creres que Deus o
ressuscitou dos mortos, será salvo. Visto
que com o coração se crê para a justiça, e
com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10:9,10). Veja também Mateus
10:32,33.
2. Peça o Batismo na Água
Isso é um testemunho exterior para uma
transformação interior. “Quem crer e for
batizado será salvo; mas quem não crer
será condenado” (Mc 16:16). O batismo
sem crer é inútil.
“De sorte que fomos sepultados com ele
pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória do
Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
“Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte,
também o seremos na da sua ressurreição” (Rm 6:4,5).
3. Leia a Bíblia
A Bíblia, a Palavra escrita de Deus, é a
fonte da sua fé. “Estas coisas vos escrevi,
para que saibais que tendes a vida eterna, e
para que creiais no nome do Filho de Deus”
(1 Jo 5:13). Veja também Romanos 10:17,
Salmos 119:105.
4. Fale com Deus em Oração
A oração é a conversa com Deus. A vida
é sustentada pela união e comunhão (Ef 6:18,
Tg 4:2).
“E esta é a confiança que temos nele,
que, se pedirmos alguma coisa, segundo a
sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos
934 / SEÇÃO E4
que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos” (1 Jo 5:14,15).
5. Resista a Tentação
A Tentação não é pecado. Pecado é permitir a tentação. “Bem aventurado o varão
que sofre a tentação; porque, quando for
provado, receberá a coroa da vida, a qual
o Senhor tem prometido aos que o amam.
“Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus
sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
“Depois, havendo a concupiscência
concebido, dá a luz o pecado; e o pecado,
sendo consumado, gera a morte.
“Não erreis, meus amados irmãos” (Tg
1:12-16).
“Porque não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém um que, como nós, em
tudo foi tentado, mas sem pecado.
“Cheguemos pois com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno” (Hb 4:15,16).
6. Faça Uma Reparação
A sua culpa acabou-se e você está perdoado. Agora, você pode provar para os
outros a sua nova fé encontrada, fazendo
uma reparação àqueles com os quais você
possa ter sido injusto, quando você ainda
era um incrédulo.
E4.5 – Sugestões Práticas Para Ganhar Almas
“...e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém [injustamente], o restituo quadruplicado” (Lc 19:8). “E por isso procure sempre ter uma consciência sem ofensa,
tanto para com Deus como para com os
homens” (At 24:16).
7. Devolva a Deus as Coisas
que São de Deus
Comece a dar, imediatamente, o dízimo
(10 por cento) da sua renda para sustentar a
Igreja. “Roubará o homem a Deus?... Trazei
todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
exércitos, se eu não vos abrir as janelas do
céu, e não derramar sobre vós uma bênção
tal, que dela vos advenha a maior abastança’’ (Ml 3:8,10). Veja também 1 Coríntios
16:2.
8. Assista Regularmente a
Comunidade da Igreja
Associe-se, imediatamente, às pessoas
de Deus (Hb 10:25). “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de
sábado, segundo o seu costume, na sinagoga, e levantou-se para ler” (Lc 4:16). “E
no primeiro dia da semana, ajuntando-se
os discípulos para partir o pão, Paulo...
falava com eles...” (At 20:7).
9. Estude o Manual de Treinamento
de Líderes em Algum Lugar
Neste Livro
“Examinais as Escrituras, porque...
são elas que de mim testificam” (Jo 5:39).
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
SEÇÃO E5 / 935
SEÇÃO E5
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
E5.1
E5.2
E5.3
E5.4
-
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
A Nova Vida
O Batismo na Água – Parte I
O Batismo na Água – Parte II
Padrões de Moralidade Sexual
INSTRUÇÃO PARA OS LÍDERES: Você
(ou alguém que você designe) deve rever
esta informação com cada novo crente, num
período de um ou dois dias da decisão dele
para receber a Cristo. Se você tem aulas ou
curso de estudo para Novos Crentes, matricule-os. Caso você não tenha, designe
alguém (ou faça você mesmo) para ensinálos, todas as semanas, a matéria do Manual de Treinamento Para Novos Crentes.
NOTA : As citações das Escrituras nesta
matéria, são da Bíblia Viva e foram usadas
com permissão.
Capítulo 1
A Nova Vida
Por Paul Collins
A. COMEÇA UMA NOVA VIDA
Você começou uma dimensão de viver,
totalmente nova quando recebeu Jesus dentro da sua vida. Certa vez, um homem disse: “Quando você encontra Jesus, a vida
encontra você!”
A Bíblia Viva coloca isto desta maneira:
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é: as coisas velhas já passaram;
eis que tudo se fez novo” (2 Co 5:17).
1. O que Significa Ser “Salvo”?
Salvação não é alguma coisa que você
faz, mas alguma coisa que Jesus faz quando
você O recebe em sua vida. Você pode sal-
var a si mesmo tanto quanto um náufrago
pode salvar a si próprio. O náufrago necessita da ajuda de alguém mais e só é salvo
quando coloca a sua total confiança no salva-vidas.
Isso foi o que Jesus fez por nós. Ele nos
resgatou de uma vida totalmente dominada
pelo pecado, sob o controle de Satanás e
nos guiou para o bem merecido julgamento
de Deus. Ele plantou os nossos pés no chão
firme do domínio de Deus, afastando-nos
da nossa antiga natureza e nos dando a vida
eterna.
A Bíblia diz que Deus “nos tirou da
potestade das trevas, e nos transportou
para o reino do Filho do seu amor. Em
quem temos a redenção pelo seu sangue, a
saber, a remissão dos pecados” (Cl 1:13,
14).
Uma transação eterna ocorreu quando
Jesus morreu na cruz. Ele representou a você
e a mim, perante ao Seu Pai. O justo julgamento de Deus nos pronunciou culpados
porque havíamos pecado, mas o Seu imenso amor enviou o Seu Filho para receber,
em nosso lugar, a punição que nós merecíamos.
Quando recebemos Jesus em nossa vida,
essa foi a troca maravilhosa que ocorreu...
“Aquele que não conheceu pecado, o fez
pecado por nós; para que nele fôssemos
feitos justiça de Deus” (2 Co 5:21).
Agora, uma nova maneira de viver se espalha diante de nós e tudo gira em torno de
uma pessoa especial... Jesus Cristo. Quan-
936 / SEÇÃO E5
do nós abrimos a nossa vida para Ele, começamos a viver sob o Seu controle.
2. O que Significa Ser
“Nascido de Novo”?
A Bíblia tem uma outra maneira de descrever o que nos aconteceu. Chama-se ser
“nascido do Espírito”.
Uma noite, um homem veio a Jesus. Ele
era muito religioso mas, olhando para ele,
Jesus logo soube que faltava nele a coisa
mais importante de todas.
“Nicodemos”, disse Jesus, “você deve
ser nascido de novo!”Pobre Nicodemos,
ele jamais ouvira semelhante coisa. Ele achou
aquilo muito difícil de entender. Como ele
poderia entrar no útero de sua mãe e nascer
pela segunda vez? Jesus, então, explicou-lhe:
“Na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5).
Jesus usou o nascimento como um esclarecimento.
Um bebê não tem conhecimento ou contato com o mundo exterior, antes do seu
nascimento. Da mesma forma, todo indivíduo que não tenha sido nascido do Espírito
de Deus, não tem conhecimento ou contato
com Deus e com as coisas do Céu e da eternidade.
Durante nove meses antes de nascer, o
bebê está vivo. Ele tem todo o potencial de
vida mas sem a habilidade para usá-lo.
a. Tem Olhos Mas Não Pode Ver. Existe uma outra visão que se encontra adormecida em cada um de nós, esperando ser “despertada” pelo Espírito de Deus. É a capacidade para entender as coisas de Deus.
Imagine dois bebês ainda não nascidos e
que pudessem se comunicar entre si, e um
dizer para o outro, “Não acredito no que
ouvi sobre a vida após o nascimento!’’
Parece ridículo para nós, quando imaginamos todas as tremendas possibilidades
que se encontram diante de uma jovem vida,
como é nascer para o mundo. A mesma coisa acontece com a vida espiritual.
E5.1 – A Nova Vida
A Bíblia coloca isso desta maneira:
“Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parecem loucura; e não pode entendêlas, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2:14).
b. Tem Ouvidos Mas Não Pode Ouvir. Muitas vezes, antes de falar para as
multidões, Jesus exclamava: “Ele tem ouvidos... deixai-o ouvir!”.
Existe uma habilidade para se ouvir Deus
através de ouvidos espirituais. Deus sempre deseja se comunicar conosco. Ele nos
fez vivos no Espírito para que possamos
ouvi-Lo!
c. Tem Boca Mas Não Pode Falar. Um
bebê também tem boca e o potencial da fala
antes dele nascer, mas não tem a habilidade
para se comunicar.
Deus quer ter companheirismo conosco. Em outras palavras, Ele quer ter uma
comunicação mútua... para falar conosco
e para que falemos com Ele. Isso só é
possível quando estamos espiritualmente vivos.
d. Tem Pulmões Mas Não Pode Respirar. A primeira coisa que um bebê faz ao
nascer, é chorar. Ele respira o ar pela primeira vez.
A Bíblia chama o Espírito de Deus de
“sopro de vida”. Quando recebemos Jesus
em nossa vida, Deus “soprou” o Seu Espírito para dentro de nós e fomos “nascidos
de novo’’.
e. Lavado ao Nascer. A enfermeira, então, lava o bebê. Quando somos nascidos
espiritualmente, uma limpeza acontece em
nossa alma. Toda a sujeira e lodo que acumulamos em toda parte de nossa vida, de
coisas que pensamos, dissemos e fizemos,
são levados embora pelo Espírito de Deus.
f. Vestido com Roupas Novas. Pense
nas horas que a mãe gasta preparando aquelas pequeninas peças de roupas, para o
novo membro da família. A Bíblia diz que
Deus veste os Seus filhos espirituais com
as vestimentas da Sua retidão (Is 61:10).
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
g. Protegido e Alimentado. O Apóstolo Pedro escreveu aos novos cristãos e
Lhes disse:
“Desejai afetuosamente, como meninos
novamente nascidos, o leite racional, não
falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pe 2:2).
Cresceremos em nossa fé através da leitura da Palavra de Deus, a Bíblia, que é o
nosso alimento espiritual.
h. Dado o Nome de família. Quando
nascemos no Espírito, nos tornamos parte
da família de Deus. Deus é o nosso Pai Que
nos ama e que cuida de nós. Agora, carregamos o Nome d’Ele e onde quer que vamos
havemos de representá-Lo.
3. Uma Nova Perspectiva
Nos apressamos para o limiar de uma
nova dimensão de viver. De repente, vemos
a vida ao nosso redor com uma nova perspectiva.
Nos sentimos tão limpos interiormente
e tão cheios da alegria que Deus nos concedeu, que as árvores e as flores parecem mais
esplendorosas. Vemos os nossos amigos , e
mesmo os nossos inimigos, numa luz diferente. Compreendemos, então, porque algumas vezes eles agem da maneira que
agem... eles precisam de Jesus exatamente
como nós precisamos.
Deus tem sido muito bom conosco e,
agora, em vez de ficarmos cheios de pensamentos egoísticos, devemos ajudar aos outros, trazendo-os para a mesma bênção que
recebemos. A vida é maravilhosa. Eis o que
Jesus disse que Ele tinha vindo fazer: “...
eu vim para que tenham vida, e a tenham
com abundância” (Jo 10:10).
4. Um Conhecimento Novo
Não é somente isso. Também achamos
que temos um novo conhecimento das realidades eternas. Deus não é mais, somente,
alguma grande influência em algum lugar no
firmamento. Ele é uma pessoa real para nós.
Ele é um Pai amoroso!
SEÇÃO E5 / 937
Jesus é tão real que podemos falar com
Ele todos os dias, e ouvi-Lo falar conosco
com aquela voz calma e profunda. Jamais
estaremos sozinhos novamente. Jesus disse: “...eu estou convosco todos os dias...
não te deixarei, nem te desampararei” (Mt
28:20; Hb 13:5).
Todos os dias, pelo resto de nossa vida
natural, iremos descobrir mais e mais sobre
o nosso maravilhoso Senhor.
5. Um Mapa é um Manual
Necessitaremos de um mapa e um guia
para ajudar-nos, e Deus providenciou ambos. A Bíblia é a Sua Palavra escrita, para
nós. Ela projeta para nós tudo o que Jesus
fez, está fazendo e fará.
Ela contém todas as promessas maravilhosas de Deus, que agora nos pertencem
porque pertencemos a Ele. É um manual
completo para a vida e que inclui instruções
e promessas para cada aspecto da sua vida
e do seu futuro.
Vamos querer ler, mais do que fazer qualquer outra coisa. À medida que formos lendo, iremos conhecendo as maravilhas do
amor de Deus por nós e os planos d’Ele
para a nossa vida atual e para todo o sempre na eternidade. Começaremos a ter revelada para nós, a plenitude do que Jesus nos
tem concedido e o tipo de pessoas que somos agora, porque pertencemos a Ele.
6. Um Companheiro e Guia
Assim como Deus nos deu a Bíblia para
ser o nosso mapa da vida, também nos deu
o Espírito Santo para ser o nosso constante
companheiro e guia.
À medida em que começamos a caminhar ao longo da nossa estrada de descobertas, o Espírito Santo vai guiando cada passo do nosso caminho.
A Sua função é nos guiar para toda a
verdade e nos revelar as muitas qualidades
do caráter de Deus. Não somente nos mostrando como Deus é, mas nos modificando
para que sejamos como Ele.
938 / SEÇÃO E5
O plano de Deus é para que vivamos
com Ele para sempre. Portanto, os anos que
vivemos na terra nos são concedidos para
desenvolver a capacidade de viver confortavelmente na Sua atmosfera de pureza, santidade, paz, regozijo e veracidade.
A obra do Espírito Santo em nós, representa o milagre inicial do novo nascimento
e, depois disso, faz com que continuemos a
crescer em nossa nova vida. Um dia, todos
os cristãos estarão completamente amadurecidos e perfeitamente preparados perante o Senhor.
Eis como a Bíblia descreve a obra do
Espírito Santo em nossa vida:
“Mas todos nós, com cara descoberta,
refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em
glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3:18).
7. Um Novo Parentesco
Essa é uma ocasião de verdadeiro regozijo. Agora fazemos parte da família de
Deus... a família real do Universo! Filhos
do Rei! O Apóstolo Paulo descreve desta
maneira:
“Assim que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos santos, e
da família de Deus;
“Edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo
é a principal pedra da esquina.
“No qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para templo no Senhor.
“No qual também vós juntamente sois
edificados para morada de Deus em Espírito” (Ef 2:19-22).
A Bíblia usa muitas ilustrações para descrever o nosso novo parentesco com Deus
e a nossa nova família espiritual. Somos chamados de “pedras vivas, sois edificados
casa espiritual” (1 Pe 2:5), ou “soldado de
Jesus Cristo” (2 Tm 2:3). Mas, talvez a
principal ilustração que Deus usa é aquela
do corpo.
“E sujeitou todas as coisas a seus pés, e
E5.1 – A Nova Vida
sobre todas as coisas o constituiu como
cabeça da igreja. Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos”
(Ef 1:22,23).
“Por que assim como o corpo é um, e
tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, são um só corpo assim é
Cristo também
“Ora vós sois o corpo de Cristo, e seus
membros em particular” ( 1 Co 12: 12,27).
Nos tornamos parte de um Corpo espiritual e, assim como cada parte do nosso
corpo físico é importante para o resto dele,
também somos importantes para o resto do
Corpo de Cristo, e todo indivíduo cristão é
importante para nós.
8. Um Novo Tipo de Regozijo
O regozijo que experimentamos é um
produto do nosso novo parentesco com
Deus, através da nossa fé em Jesus.
Compreendemos que a nossa salvação
não aconteceu pelo que fizemos, pois ela
foi uma dádiva. Deus planejou e iniciou a
nossa experiência de vir a conhecê-Lo.
Assim como aprendemos que é impossível obter a nossa salvação por nós mesmos, também é verdade que é impossível
viver a vida cristã sem a ajuda de Deus.
Da mesma maneira que confiamos n’Ele
para perdoar os nossos pecados, também
confiamos n’Ele para viver vitória e regozijo, no nosso dia a dia. O regozijo ocorre
continuamente, como resultado desse novo
parentesco de confiança no poder do Espírito Santo.
Os cristãos do passado viveram tempos
de muitas dificuldades, mas a história e a
Bíblia confirmam que os crentes experimentam alegrias sob qualquer circunstância.
O Apóstolo Paulo escreveu no Novo
Testamento, a respeito dessa experiência.
“Sendo pois justificados pela fé, temos
paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
“Pelo qual também temos entrada pela
fé a esta graça, na qual estamos firmes, e
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
nos gloriamos na esperança da glória de
Deus.
“E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas tribulações; sabendo que a
tribulação produz a paciência.
“E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
“E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que
nos foi dado” (Rm 5:1-5).
9. Sempre Existirão Tentações
Todos somos tentados. Estaremos mais
alertas do que estivemos no passado, a respeito da tentação do pecado à nossa volta.
Até Jesus foi tentado quando esteve na
terra, há 2000 anos atrás. Mas a Bíblia esclarece que mesmo tendo sido tentado, Ele
jamais pecou. Ele iluminou o caminho à nossa frente para que nós possamos, também,
viver diariamente em vitória.
A tentação é obra do diabo. Ele sempre
tenta fazer com que desacreditemos na nossa experiência com Jesus. O Apóstolo Tiago fez uma surpreendente declaração quando disse:
“Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1:14).
Existe uma diferença importante entre
tentação e o próprio pecado. Todos somos
tentados, e o inimigo geralmente pega as
áreas mais fracas da nossa vida, como alvo.
Portanto, a tentação não se transforma
em pecado, a menos que comecemos a acolher e receber os pensamentos errados dentro da nossa vida. Quando um pensamento
maligno surge em nossa mente é importante
sabermos que o pensamento inicial não é
nosso, mas do inimigo apresentando uma
tentação, na esperança de que a receberemos. É nesse ponto que fazemos uma escolha, rejeitando a tentação no Nome de Jesus. Se fizermos isto, acharemos que o Espírito Santo estará lá para nos ajudar e nos
dar força para resistirmos ao diabo.
SEÇÃO E5 / 939
Existe uma promessa em Tiago 4:7:
“Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo,
e ele fugirá de vós”.
Uma coisa importante para termos em
mente, é permanecermos afastados das áreas, lugares e pessoas que podem provocar
uma tentação maior. Estamos cortejando o
perigo ao flertarmos com a tentação.
Deus nos deu uma promessa maravilhosa, e a vitória será sempre nossa se simplesmente vivermos pela Sua orientação.
“Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará
tentar acima do que podeis, antes com a
tentação dará também o escape, para que a
possais suportar” (1 Co 10:13).
B. AGORA, CAMINHE COM DEUS
Quando nos convertemos, demos uma
guinada em nossa vida. Portanto, não devemos parar nesse ponto; devemos começar a
caminhar com Deus.
Isso significa, vivermos o nosso dia a dia
com Ele e sermos guiados por Ele. O Senhor Jesus Cristo habita no nosso coração
pelo Seu Espírito, mas Ele controla somente aquela parte da nossa vida que entregamos a Ele.
1. Entregar Tudo a Ele
O Apóstolo Paulo escreveu aos cristãos
sobre isso:
“Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação
do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12: 1,2).
Porque o Seu Espírito agora habita em
nossos corpos; a única maneira d’Ele expressar a Sua vida e o seu amor é através
daquele que confia totalmente n’Ele.
Não espere que o Espírito Santo transforme a “casa do seu coração”, se você se
940 / SEÇÃO E5
recusa a deixá-Lo entrar em todos os cômodos.
Sei que você quer ter a certeza de que
entregou tudo a Ele, por isso eis aqui uma
sugestão:
Pegue alguns pedaços de papel e escreva
em cada pedaço, o dinheiro que possui, seu
carro e qualquer bem que possua, seus entes queridos e, por último, você mesmo.
Ore por um curto período de tempo e
faça a entrega a Deus. Dê cada uma dessas
coisas que você relacionou, a Deus – “Aqui
estão, Senhor, a minha conta bancária, a minha TV, a minha casa. Eu entrego tudo a
Ti”.
Quando nos entregamos a Deus, nos entregamos à vida, ao regozijo e a paz. Isto é
o que realmente significa ser um discípulo
de Jesus.
2. Comunicar-se com Jesus
A nossa vida crescerá e se desenvolverá
à medida que nos comunicarmos com Jesus. O Apóstolo Paulo dá um bom conselho em Filipenses 4:6,7: “Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas
petições sejam em tudo conhecidas diante
de Deus pela oração e súplicas, com ação
de graças.
“E a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações
e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
a. A Qualquer Hora, em Qualquer
Lugar. Orar é simplesmente falar a Deus.
Você pode falar com Deus a qualquer hora...
no ônibus, no trem, no carro ou em qualquer outro lugar. Contudo, é uma grande
idéia você ter um lugar especial e uma hora
especial do dia, para se retirar para um lugar
secreto com Ele.
Fique quieto e ouça. Traga os seus problemas e pedidos para a presença d’Ele. Eis
aqui uma promessa importante que Deus
fez para encorajar você:
“Mas tu, quando orares, entra no teu
aposento e, fechando a tua porta, ora a
teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que
E5.1 – A Nova Vida
vê secretamente, te recompensará” (Mt
6:6).
b. Encontre um Parceiro de Oração.
“Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso Lhes será feito por
meu Pai, que está nos céus” (Mt 18:19).
Esta é uma promessa especial para duas
pessoas quaisquer, que concordarem em orar
juntas, em harmonia e fé. Desta forma, uma
pode encorajar a outra a acreditar e ser positiva em sua fé. Isso acrescenta um poder
extra à sua vida.
Existe uma extensão ilimitada neste tipo
de oração. Na promessa que Deus fez, Ele
diz que devemos pedir QUALQUER COISA! Que possibilidades! Deus o fará do
Céu. Que experiência magnífica, juntar-se
aos poderes do Céu na visão dos milagres
na vida das pessoas!
No Antigo Testamento existe uma pergunta:
“...seria qualquer coisa maravilhosa
para mim?” (Jr 32:27).
A resposta é NÃO!
c. Junte-se aos Outros. Procure assistir a reuniões de oração e junte-se a outras pessoas na família de Deus, para orar.
Coisas importantes estão sendo realizadas
na terra através das orações da Igreja. Seja
parte delas.
3. Obedeça ao Espírito Santo
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:8).
Este é um bom conselho. Do mesmo
modo que você é assistido pelo Senhor para
orientá-lo no seu novo estilo de vida, essas
coisas acontecerão. Você se conscientizará
da fala de Deus, através da Sua Palavra à
medida que você a ler.
Uma convicção interior brotará no seu
coração de que uma determinada coisa está
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
certa. Obedeça esta convicção, pois este é
o modo como você está aprendendo a ser
guiado pelas direções d’Ele.
Há muitas vozes no mundo, mas a voz
do Espírito Santo nunca pedirá a você para
fazer qualquer coisa pecaminosa ou que possa ferir alguém, e nada que seja contrário ao
que está escrito na Bíblia.
Algumas vezes, as pessoas falharão com
você, mas não se sinta desanimado. Deus é
sempre o mesmo e o Seu caráter é totalmente de confiança.
Quando você se depara com uma decisão ou escolha entre dois caminhos, escolha sempre a estrada superior, aquela que é
melhor, mais pura, mais generosa e honesta. Se houver qualquer dúvida sobre alguma coisa, ela é provavelmente errada para
você.
4. Leia a Bíblia Diariamente
A Bíblia é o seu livro mais estimulante.
É o best-seller mundial. Neste livro (composto de 66 livros) está o pensamento de
Deus sobre tudo o que é importante. À
medida que você ler a Palavra de Deus você
se encontrará sendo desafiado a se modificar. Quando você encontrar uma área da sua
vida que esteja contrária à maneira de Deus,
você vai querer modificá-la.
Isto acrescentará alegria à sua vida. Ler a
Bíblia será como tomar um banho... trará
uma sensação de limpeza e de frescor.
O Salmista colocou isto desta maneira:
“Escondi a tua palavra no meu coração,
para eu não pecar contra ti” (Sl 119:11).
Compartilhamos da vida de Deus através das palavras d’Ele, e encontramos forças e autoridade para desafiar e derrotar as
tentações de Satanás. Em Efésios 6:7 nos é
dito que a espada do Espírito é a Palavra de
Deus.
Decida-se a ler a Palavra de Deus, diariamente. Comece lendo o Novo Testamento.
Ore e peça a Deus para falar a você enquanto
você lê.
É muito bom ter um caderno de anota-
SEÇÃO E5 / 941
ções ou um diário para escrever as lições e
os pontos importantes que você aprender,
enquanto você estiver lendo.
Tome nota, também, das coisas que Deus
está pedindo para você fazer. Há uma grande alegria em obedecer as instruções d’Ele,
pois elas produzem a verdadeira vida e o
caráter de Deus, dentro de nós.
5. Encontre um Lar Espiritual
É muito importante encontrar um lar espiritual onde você pode receber ensinamento e solidariedade para ajudar o seu crescimento e entendimento.
Você precisa encontrar um pastor (que
algumas vezes é chamado de ancião, pastor
ou ministro), alguém a quem você possa
respeitar e confiar a sua vida, e que poderá
vir a ser o seu pai espiritual.
Seja leal e fiel a ele e permita que ele o
ajude a direcionar sua vida. Se você tiver
áreas da sua vida nas quais não tem sido
capaz de conseguir vitória por si mesmo,
compartilhe-as com o seu pastor.
Lembre-se de que Deus deseja que você
seja completamente livre.
Jesus disse: “Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo
8:36).
6. Ajude a Obra de Deus
Deus deseja que você tenha êxito em sua
vida e deseja, também, atender às suas necessidades.
O que você deve fazer é honrar a Deus,
doando dinheiro e tempo para ajudar a obra
d’Ele. Isto é parte da nossa adoração e ajuda a estender o Reino d’Ele. Dessa forma,
outros terão a mesma oportunidade que
você, de ouvir as boas novas (o Evangelho).
Deus nos estimula a separarmos um décimo da nossa renda mensal para a obra
d’Ele, e levá-lo para o nosso lar espiritual
onde devemos oferecê-lo em adoração ao
Senhor, com todos os outros crentes.
Essa é a maneira de você expressar o seu
942 / SEÇÃO E5
amor e a sua gratidão a Deus, por tudo o
que Ele tem feito por você.
7. Dons de Ministério
Para Ajudar Você
Deus concedeu dons especiais de ministério para a Igreja, tais como instrutores e
mestres. Eles são chamados por cinco nomes diferentes: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres.
Você aprenderá a reconhecê-los à medida que participar da vida da Comunidade
Cristã. Eles são as provisões de Deus para
ajudar você. Você pode ler isso em Efésios
4:11-13.
8. Conte aos Outros Sobre Jesus
Compartilhe a sua vida com os outros.
Isto pode trazer desentendimento ou mesmo perseguição, mas Deus lhe dará a sabedoria de como compartilhar o Evangelho
com as pessoas.
Lembre-se de que eles necessitam de Jesus, desesperadamente. Ore por eles e compreenda que o Espírito de Deus está usando as suas palavras para agir no coração
deles, mesmo quando as evidências parecem indicar o contrário.
Você faz parte do mais poderoso exército de testemunho de crentes, ao redor do
mundo. Há, literalmente, milhões de pessoas se voltando para Cristo e Ele quer
que você também tenha a alegria de ganhar
alguém para Ele.
Que vida maravilhosa você tem agora!
Desfrute-a, e a Deus também.
Deus o abençoe e o receba na família
d’Ele.
C. CONCLUSÃO
Lembre-se:
• Deus ama você.
• Ele vive dentro de você.
• Ele está aí para ajudar.
• Obedeça, quando sentir que o Espírito Santo está lhe dizendo para fazer alguma coisa.
E5.2 – Batismo na Água – Parte I
•
•
•
•
Fale com Deus, constantemente, em
oração.
Leia e estude a Sua Palavra.
Conte aos outros sobre Jesus.
Tenha solidariedade com os outros
na família (Igreja) de Deus.
Capítulo 2
Batismo na Água - Parte I
Graham Truscott
Introdução
“Quem crer e for batizado será salvo...”
(Mc 16:16).
Depois de arrepender-se e de receber
Jesus Cristo como seu Salvador, o próximo
passo na sua vida cristã é o batismo na água.
Devemos observar cuidadosamente, que o
batismo na água é ordem de Deus: “...seja
batizado” (At 2:38).
O batismo na água não é algo para agradar a nós mesmos. É essencial que todo crente em Cristo obedeça essa ordem da Palavra
de Deus. Também é fundamental obedecêla da maneira bíblica. Jesus disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama...” (Jo 14:21).
A Bíblia nos conta em Samuel, que o
Rei Saul queria agradar a Deus com o sacrifício de animais, mas ele já havia desobedecido a ordem de Deus. O Senhor falou a ele através do Seu servo Samuel:
“Porém Samuel disse: Tem porventura o
Senhor tanto prazer em holocaustos e
sacrifícios, como em que se obedeça à
palavra do Senhor? Eis que o obedecer é
melhor do que o sacrificar; e o atender é
melhor do que a gordura de carneiros”
(1 Sm 15:22).
Hoje, essas palavras são como uma advertência para nós. Você talvez deseje fazer
muita obra para o Senhor e pode estar pronto
para isto. Você pode tentar servir a Deus de
muitas maneiras, como Saul.
Porém, se você não estiver pronto para
obedecer á ordem de Deus para “ser batiza-
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
do” na forma bíblica, o Senhor não aceitará
os seus serviços e sacrifícios.
Vemos a total necessidade de obedecer à
ordem do Senhor para “ser batizado” na
forma da Bíblia, quando vemos que Jesus
“veio a ser a causa de eterna salvação para
todos os que lhe obedecem” (Hb 5:9).
À luz desta sagrada advertência, examinemos a Palavra de Deus para ver o que Ele
tem a dizer sobre o batismo na água.
São cinco as perguntas feitas, usualmente, sobre o batismo na água:
• QUEM deve ser batizado?
• COMO devemos ser batizados?
• ONDE devemos ser batizados?
• POR QUE devemos ser batizados?
• QUANDO devemos ser batizados?
As ordens de Deus sobre o batismo na
água são muito diferentes das tradições dos
homens.
Portanto, devemos ter em mente a advertência do Senhor Jesus contra aqueles
que “assim invalidastes, pela vossa tradição [as regras legadas pelos seus antepassados] ...o mandamento de Deus” (Mt
15:6).
A. QUEM DEVE SER BATIZADO?
Antes de subir ao Céu, o Senhor Jesus
Cristo ordenou aos Seus discípulos:
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo,
pregai o Evangelho a toda a criatura.
“Quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado” (Mc
16:15,16).
Podemos ver que a ordem do Senhor Jesus Cristo é muito simples e clara. Somente
aqueles que se tornaram verdadeiros crentes, colocando a sua fé em Cristo, devem
ser batizados. É óbvio que aqueles a serem
batizados, devem ter idade suficiente para
tomar a sua decisão pessoal por Cristo.
Algumas crianças recebem a Cristo quando ainda são muito pequenas, mas se elas
tiverem uma fé verídica em Cristo, elas estarão prontas para o batismo.
A Bíblia parece se referir a uma “idade
SEÇÃO E5 / 943
de responsabilidade”. Esta idade chega,
quando a criança sabe a diferença entre o
certo e o errado. “...antes que este menino
saiba rejeitar o mal e escolher o bem...” (Is
7:16). Até aquela idade, os filhos dos crentes estão salvos e seguros pela fé dos seus
pais.
“...os vossos filhos seriam imundos;
mas agora são santos” (1 Co 7:14).
Novamente em Mateus 28:19,20, Jesus
autorizou aos Seus discípulos: “Portanto
ide, ensinai todas as nações, batizando-as
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo; Ensinando-as a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
Aqui também, o teor é claro. Somente
aqueles que se tornarem discípulos pela escolha de seguir o Senhor Jesus Cristo e Seus
ensinamentos, devem ser batizados.
Jesus disse que as condições para se tornar um discípulo são as seguintes: “Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu
pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos e
irmãs, e ainda também a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo. E qualquer que
não levar a sua cruz, e não vier após mim,
não pode ser meu discípulo” (Lc 14:16,27).
Portanto, vemos que aquele que for batizado será um discípulo de Jesus Cristo.
Um discípulo é aquele que escolheu fazer
Cristo o supremo amor de sua vida. Qualquer um que não tenha feito isto “Não pode
ser meu discípulo’’, disse Jesus.
E se eles não podem ser discípulos d’Ele,
eles não podem ser batizados.
“Ser batizado”: Quem? Aqueles que
colocaram sua fé pessoal no Senhor Jesus
Cristo. Aqueles que fizeram sua própria escolha de ser discípulo d’Ele e segui-Lo.
Não existe autoridade na Bíblia para batizar qualquer um, exceto aqueles que se
arrependeram dos seus pecados e tomaram
a sua decisão pessoal de aceitar a Cristo
como seu Senhor e Salvador e de segui-Lo.
Não podemos obedecer ao segundo man-
944 / SEÇÃO E5
damento – “ser batizado” – enquanto não
obedecermos ao primeiro – “arrependerse”. Mesmo aqueles, nascidos num lar cristão, devem arrepender-se verdadeiramente
e manter a sua vida de fé em Cristo.
1. Exemplos Bíblicos
Durante o ministério dos seguidores de
Cristo, somente aqueles que verdadeiramente se arrependiam, acreditavam e aceitavam
Cristo em seu coração, eram batizados.
a. O Dia de Pentecostes. “E, ouvindo
eles isto, compungiram-se em seu coração,
e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos?
“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e
cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos pecados...
“De sorte que foram batizados os que
de bom grado receberam a sua palavra; e
naquele dia agregaram-se quase três mil
almas” (At 2:37,38,41).
Observe que aqueles que receberam a palavra e obedeceram à ordem para se arrepender, foram batizados.
b. Os Novos Crentes em Samaria.
“Mas, como cressem em Filipe, que lhes
pregava acerca do reino de Deus, e do nome
de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres [sem menção a criança]” (At 8:12).
Quando Filipe exortou Cristo em Samaria e demonstrou o poder milagroso de Deus
pelos sinais de curas e maravilhas, estava
presente uma multidão de homens e mulheres. Nós lemos: “Mas como cressem... se
batizavam, tanto homens como mulheres”.
c. O Eunuco Etíope. “Então Filipe,
abrindo a sua boca e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus.
“E indo eles caminhando, chegaram ao
pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis
aqui água; que impede que eu seja batizado? E disse Filipe: É lícito, se crês de todo o
coração. E, respondendo ele disse: Creio
que Jesus Cristo é o Filho de Deus.
“E mandou parar o carro, e desceram
E5.2 – Batismo na Água – Parte I
ambos à água, tanto Filipe como o eunuco,
e o batizou” (At 8:35-38).
O batismo na água para os crentes, é
uma parte essencial das “boas novas sobre
Jesus”. Do contrário, o eunuco não teria
pedido pelo batismo..
As palavras do evangelista Filipe ao
eunuco, são muito claras: “...se crês de todo
o coração, [sejas batizado]”. Esta condição jamais mudou.
d. Saulo de Tarso (O Apóstolo Paulo). “E Ananias foi, e entrou na casa e,
impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo,
o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que
tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
“E logo lhe caíram dos olhos como que
umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado” (At 9:17,18).
Já vimos como Saulo se arrependeu dos
seus pecados, no caminho de Damasco’, e
chamou Jesus de “Senhor’’. Ananias era descrito como “um discípulo” (At 9:10). Ele
tratava Saulo como “Irmão Saulo”, porque
através da sua fé pessoal em Cristo, Saulo
havia se tornado seu irmão em Cristo. Então,
aquele que se tornaria o grande apóstolo Paulo,
foi batizado na água como um crente.
e. Cornélio e Sua Companhia. “Pode
alguém porventura recusar a água, para
que não sejam batizados estes, que também
receberam como nós o Espírito, Santo? E
mandou que fossem batizados em nome do
Senhor” (At 10:47,48).
Conforme vimos no nosso estudo sobre
arrependimento, Cornélio e sua companhia
primeiro creram e se arrependeram (At
11:17,18) e, então, receberam o Dom do
Espírito Santo. Observe que aqueles que
receberam o Espírito Santo exatamente
como os 120 discípulos receberam em Atos
2, foram batizados.
f. Os Coríntios. “... e muitos dos Coríntios, ouvindo-o creram e foram batizados” (At 18:8).
Não há lugar para debate: primeiro, eles
creram; depois eles foram batizados.
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
g. Os Discípulos em Éfeso. “... Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos... foram batizados em nome
do Senhor Jesus” (At 19:1,5).
Os discípulos em Éfeso eram seguidores
sinceros do Senhor Jesus. E o exemplo deles, como todos os outros, mostra que o
batismo na água, bíblico, vem após o arrependimento e a fé pessoal em Cristo. Não
há autorização na Bíblia, para batismo daqueles que nunca se arrependeram dos seus
pecados, nem tampouco receberam Jesus
Cristo em suas vidas.
“a Escritura não pode ser anulada” (Jo
10:35). Em todos os exemplos acima de
batismo na água, aqueles que foram batizados, primeiro se arrependeram dos pecados
e creram em Jesus Cristo.
Há na Bíblia, mais quatro exemplos de
batismo na água. Veremos, agora, como eles
também ensinam que a ordem do Senhor
“seja batizado” é para ser obedecida por
aqueles que primeiro têm que se arrepender
e crer n’Ele.
2. Os Batismos das Famílias
Há quatro referências na Bíblia, de batismos das famílias. Trataremos, agora, do
assunto de batismo da família, à luz do que
a Bíblia diz:
a. A Família de Estéfanas. “E batizei
também a família de Estéfanas” (1 Co 1:16).
“Agora vos rogo, irmãos, sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia,
e que se tem dedicado ao ministério dos
santos” (1 Co 16:15).
Lendo esses dois versículos, conseguimos mentalizar o quadro inteiro, do batismo da família de Estéfanas.
A primeira referência nos conta somente
que Estéfanas e a família dele foram batizados pelo Apóstolo Paulo.
Mas, no segundo versículo, ficamos sabendo que todos na família se “converteram” – significando que eles se arrependeram e se voltaram para Cristo. As palavras
SEÇÃO E5 / 945
“e que se tem dedicado ao ministério dos
santos” revelam duas coisas sobre essa família:
• Estéfanas e os membros da família
dele tiveram a salvação pessoal, através da crença em Cristo.
• Eles também dedicaram a sua vida ao
serviço do povo de Deus.
Por haverem se tornado crentes devotos
em Cristo, Paulo os batizou na água.
Os estudantes acham que a palavra “família” no Novo Testamento significava, nos
tempos da Bíblia, dependentes e servos. De
fato, cada um daqueles exemplos correspondente às instruções apostólicas – “Arrepender-se”, “Ser batizado”, “Receber o
Espírito Santo” – estabelece isto.
Todas as três experiências são para pessoas que recebem instrução, entendem o
Evangelho, se arrependem e têm fé.
b. O Carcereiro e Sua família. “E
eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo,
e será salvo, tu e a tua casa.
“E lhe pregavam a palavra do Senhor,
e a todos os que estavam em sua casa.
“E, tomando-os ele consigo naquela
mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões; e logo foi batizado, ele e todos os
seus.
“E, levando-os a sua casa, lhes pôs a
mesa; e, na sua crença em Deus alegrou-se
com toda a sua casa” (At 16:31-34).
Está bem claro que toda a família do carcereiro correu para a cela da prisão, quando
sentiu que o terremoto havia provocado a
libertação dos prisioneiros.
Paulo e o seu companheiro Silas, pregaram o Evangelho para todos eles na cela da
prisão e todos ouviram a Palavra do Senhor.
E todos creram e foram batizados. Do mesmo modo, a família do carcereiro ouviu e
creu na Palavra de Deus.
Portanto, todos foram batizados como
crentes e todos se regozijaram na alegria da
salvação recém encontrada.
Uma vez mais, então, vemos que foi um
batismo para crentes.
946 / SEÇÃO E5
c. A Família de Crispo. “E Crispo,
principal da sinagoga, creu no Senhor com
toda a sua casa; e muitos dos Coríntios,
ouvindo-o creram e foram batizados” (At
18:8).
O homem proeminente creu no Senhor,
juntamente com todos os membros da sua
família. Portanto, todos eles tiveram o direito de experimentar o batismo dos crentes. Os outros coríntios que creram, também foram batizados na água.
d. A Família de Lídia. “E uma certa
mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a
Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o
coração para que estivesse atenta ao que
Paulo dizia.
“E, depois que foi batizada ela e a sua
casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em
minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a
isso” (At 16:14,15).
O coração de Lídia se abriu para o Evangelho e para o Senhor Jesus. Ela se tornou
uma crente fiel e foi batizada.
Sobre o poder e autoridade dos exemplos anteriores, incluindo o de Lídia, concluímos que: Quer seja da família de Lídia
ou de qualquer outra família, todos os membros devem se arrepender dos pecados sinceramente, crer e receber o Senhor Jesus
Cristo e o Seu Evangelho, como uma experiência pessoal, antes que todos os membros da família possam ser batizados.
Já consideramos todos o exemplos do
batismo na água, no Novo Testamento. A
ordem para “Ser batizado” é para aqueles
que têm fé nas Boas Novas da salvação através de Cristo, e O receberam como seu Senhor e Salvador.
“Sepultados com ele no batismo”
B. COMO DEVEMOS SER
BATIZADOS?
Temos determinada na Bíblia a resposta
para a pergunta “QUEM deve ser batizado?” Deus nos responde em voz alta e cla-
E5.2 – Batismo na Água – Parte I
ramente com a Palavra d’Ele. O candidato
para o batismo na água deve ter se arrependido e ter experimentado a salvação pessoal
através de Cristo.
A próxima pergunta “COMO devemos
ser batizados?” Se desejamos sinceramente
construir um bom e firme alicerce para a
nossa vida cristã, é fundamental que encontremos a resposta certa.
Na linguagem grega, na qual o Novo Testamento foi escrito, a palavra batismo é
“baptizo”, que vem de “bapto” e significa
“mergulhar”, “submergir”, “afundar”.
Por exemplo, a palavra bapto era usada
entre os gregos para indicar a tintura de uma
vestimenta. Quando uma peça de roupa era
tingida, era mergulhada num líquido matizado até mudar para a cor da tintura.
Um outro exemplo do uso dessa palavra, era a retirada de água mergulhando um
vaso dentro de outro. O vaso usado para
retirar água era mergulhado na água, dentro
do vaso maior.
É de grande importância que a Igreja Ortodoxa Grega tenha conservado a palavra
“Baptizo” em sua linguagem litúrgica desde
o início, e que o significado tenha sempre
sido entendido como imersão na água.
Até aos dias atuais a Igreja grega batiza
na água pela imersão. Podemos ter a certeza
de que os gregos entendem o significado do
seu próprio idioma!
1. O Método Bíblico de Batismo
Porque a palavra na Bíblia significa “mergulhar”, “submergir”, “afundar”, devemos
presumir ser esse o batismo praticado na
Bíblia. E isso é exatamente o que encontramos.
a. João Batista. “Então ia ter com ele
[João Batista] Jerusalém, e toda a Judéia, e
toda a província adjacente ao Jordão, e
eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados” (Mt 3:5,6).
A Bíblia não poderia esclarecer de maneira melhor. Eles foram batizados nas águas
do rio Jordão.
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
De fato, a Bíblia ensina que ambos, João
Batista e Nosso Senhor Jesus, escolheram
um lugar onde havia muita água, para fazer
o batismo deles:
“Depois disto foi Jesus com os seus discípulos para a terra da Judéia; e estava ali
com eles, e batizava. Ora João batizava
também em Enom, junto a Salim porque
havia ali muita água; e vinham ali, e eram
batizados” (Jo 3:22,23).
Enom significa “fontes” ou “nascentes”. Podemos ir lá hoje, e ainda veremos
as abundantes nascentes de água. Uma
outra versão de João 3.23 é “porque lá
havia muitos tanques e córregos” (tradução de Weymouth). “Muita água” era
fundamental, porque eles eram batizados
pela imersão do candidato na água.
b. O Batismo de Cristo. “E aconteceu naqueles dias que Jesus tendo ido de
Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João,
no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os
céus abertos, e o Espírito, que como pomba
descia sobre ele” (Mc 1:9,10).
Nosso Senhor Jesus foi batizado na água.
Ele surgiu “deixando-nos o exemplo, para
que sigais as suas pisadas” (1 Pe 2:21).
Você seguiu o exemplo d’Ele? Você foi batizado na água e se levantou da água?
c. O Eunuco Etíope. “E mandou parar o carro, e desceram ambos a água,
tanto Filipe como o eunuco, e o batizou.
“E, quando saíram da água, o Espírito
do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu
mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu
caminho” (At 8:38,39).
Por que a Bíblia diz “eles se levantaram
da água?” Porque a palavra “batizar” significa mergulhar e o Novo Testamento não
fala de batismo de outra forma.
2. Sepultamento e Ressurreição
A Bíblia ensina que o batismo é um sepultamento. O candidato é enterrado totalmente na água: “Ou não sabeis que todos
quantos fomos batizados em Jesus Cristo
fomos batizados na sua morte?
SEÇÃO E5 / 947
“De sorte que fomos sepultados com ele
pelo batismo na morte; para que, como
Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida” (Rm 6:3,4).
“Sepultados com ele no batismo, nele
também ressuscitastes pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl
2:12).
Discutiremos, em breve, o significado espiritual disso. Observamos que todos que
foram batizados, foram enterrados na água,
do mesmo modo como Cristo foi enterrado
na terra. A Bíblia também ensina que o batismo é uma ressurreição para uma nova vida.
“De sorte que fomos sepultados com ele
pelo batismo na morte; para que, como
Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida” (Rm 6:4).
“Sepultados com ele no batismo, nele
também ressuscitastes pela fé no poder de
Deus que o ressuscitou dos mortos” (Cl
2:12).
“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus”
(Cl 12:12).
No batismo na água, após o candidato
ser enterrado ele é levantado de debaixo da
água. O batismo é um sepultamento e uma
ressurreição.
C. ONDE DEVEMOS
SER BATIZADOS?
Do nosso estudo de “COMO devemos
ser batizados?”, a resposta à nossa terceira
pergunta é óbvia. “ONDE devemos ser batizados?”
A Bíblia diz que eles batizavam na água,
onde havia muita água. Batize no mar, nos
rios, nas nascentes, nas piscinas, nas fontes
e nos-tanques. Onde for possível, batize ao
ar livre como na Bíblia como um testemunho público.
Contudo, algumas igrejas têm um tanque fundo, ou “batistério”, dentro do pré-
948 / SEÇÃO E5
E5.3 – Batismo na Água – Parte II
dio da igreja. Para seguir o padrão da Bíblia
é recomendado que o batismo aconteça num
lugar onde você possa ser enterrado e levantar-se; um lugar onde haja muita água.
Capítulo 3
Batismo na Água - Parte II
A. POR QUE DEVEMOS
SER BATIZADOS?
POR QUE devemos ser batizados? Porque o Senhor Jesus ordenou. Porque é o
segundo passo dos ensinamentos dos apóstolos, sobre o qual construiremos a nossa
vida como crentes.
Além do mais, há um significado espiritual profundo, no batismo na água. Poderiam ser escritos livros inteiros sobre o
significado espiritual do batismo. Porem,
só temos espaço para considerar rapidamente, os aspectos mais importantes.
1. Uma Consciência Pura
“Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a área na qual poucas (isto é, oito)
almas se salvaram pela água:
“Que também, como uma verdadeira
figura, agora vos salva, batismo, não do
despojamento da imundícia da carne, mas
da indagação de uma boa consciência para
com Deus, pela ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pe 3:20,21).
É um fato histórico e bíblico que por
causa do pecado do homem, Deus cobriu
toda a terra com um dilúvio, salvando numa
área apenas Noé e sua família. A terra ficou
completamente coberta pela água. A Bíblia
diz que o batismo “corresponde a isto”.
Como o batismo na água “responde a
Deus por uma consciência pura?” Significa
que Deus está nos perguntando se a nossa
consciência está pura. A Bíblia diz, “Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado
a Deus, purificará as vossas consciências
das obras mortas, para servirdes ao Deus
vivo?” (Hb 9:14).
Se a sua consciência pecadora foi lavada
e purificada no sangue de Cristo, você não
mais se sente culpado e envergonhado para
se apresentar diante de Deus. Sua consciência está limpa. Portanto o batismo é a confirmação a Deus de que a sua consciência
foi purificada pelo sangue de Cristo e que
ela está limpa. Louvado seja o Senhor!
2. Um Testemunho Público
“Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte” ( Rm 6:3).
Toda vez que alguém é batizado da maneira bíblica, está testificando ao mundo que
o Filho de Deus (Jesus Cristo) foi crucificado, derramou o Seu sangue e morreu pelos
nossos pecados.
O Seu corpo morto foi colocado no
túmulo, mas Ele não ficou lá. Após três dias
Ele se levantou da sepultura, vitorioso sobre o pecado e a morte.
Sempre que um crente é batizado, confessando a sua fé n’Ele, um testemunho publico é dado a este fato glorioso.
“De sorte que fomos sepultados com ele
pelo batismo na morte; para que, como
Cristo ressuscitou dos mortos, pela glória
do Pai, assim andemos nós também em
novidade de vida” (Rm 6:4).
3. O Sepultamento do
“Homem Velho”
Tem sido dito freqüentemente que o
“Batismo é um testemunho exterior de uma
experiência interior”. E é. Mas é muito mais
do que isto!
O batismo também é uma experiência!
Vemos, no estudo de Romanos 6 e Colossences 2, que existe uma profunda e preciosa identificação do crente com o Senhor
Jesus na Sua morte, no Seu sepultamento e
na Sua ressurreição, quando o batismo acontece:
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não
sirvamos mais ao pecado. Porque aquele
que está morto está justificado do pecado.
Porque o pecado não terá domínio sobre
vos...” (Rm 6:6,7,14).
“Sepultados com ele no batismo, nele
também ressuscitastes pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl
2:12).
Que língua pode falar da abençoada libertação que temos na Cruz de Cristo? Livres das lutas! Livres do pecado! Livres da
condenação, da culpa e do medo. O pecado
pregado na Cruz. O homem velho sepultado. Tudo isso é uma experiência interior
para aqueles que seguem o seu Senhor através das águas do batismo.
4. A Declaração de Vitória
“Sepultados com ele no batismo... “E,
despojando os principados e potestades, os
expôs publicamente e deles triunfou em si
mesmo” (Cl 2:12,15).
No batismo bíblico na água, o crente certamente está preparando um bom e firme
alicerce! O batismo comprova perante Satanás, junto com todos os seus espíritos
malignos, que o Senhor Jesus triunfou sobre todos eles, na Sua cruz. O batismo mostra que Jesus libertou o crente do reino e
dos poderes malignos. Aleluia!
5. Confissão de Fé
“Portanto, qualquer que me confessor
diante dos homens, eu o confessarei diante
de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o
negarei também diante de meu Pai, que está
nos céus” (Mt 10:32,33).
O Novo Testamento ensina que o primeiro caminho de um novo crente é confessar a sua recém-encontrada fé em Cristo,
sendo publicamente batizado na água.
Já vimos, no Novo Testamento, exemplos de que o batismo não é algo secreto
SEÇÃO E5 / 949
mas, sim, um aberto e ousado testemunho
diante de outras pessoas.
Esta confissão e este testemunho públicos reforçam a nossa fé e determinação para
seguir a Cristo.
O Senhor não quer discípulos secretos,
fracos e medrosos. Essa é a razão porque
Ele ordenou aos crentes para “Ser batizado’’ – para que O confessem perante os
homens.
6. Afirmar a Nossa
Unidade em Cristo
“Porque todos quantos fostes batizados
em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo
nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”
(Gl 3:27,28).
Quando o crente é batizado ele está testificando que é igual e um com todos os
outros crentes em Cristo.
Pelo derramamento do Seu sangue na
Cruz, o Senhor Jesus fez todos os crentes
n’Ele “...um; e derribando a parede de separação que estava no meio” (Ef 2:14).
Em Jesus Cristo não há cristãos judeus,
ingleses, africanos, indianos; não há cristãos ricos ou pobres, educados e não educados, servos ou mestres; não há cristãos
negros ou brancos, não há machos ou fêmeas, não há denominação ou missão –
“...pois todos vós sois um em Cristo Jesus’’.
Portanto, quando o crente é batizado,
ele está confessando esta igualdade. O novo
crente está afirmando unidade em Cristo
com todos os outros cristãos no mundo.
Ele está se juntando à família de todos que
confiam em Cristo e sendo batizado à maneira bíblica.
Qualquer crente batizado que ainda mantenha em mente qualquer tipo de sentimento de classe, preconceito racial, opinião sectária ou atitude de superioridade para com
outros cristãos, está vivendo contrário à verdade e testemunho do batismo. Tal pessoa
950 / SEÇÃO E5
precisa se arrepender e ser purificada novamente, no sangue de Cristo.
7. Aceitar os Propósitos de Deus
“Mas os fariseus e os doutores da lei
rejeitaram o conselho de Deus contra si
mesmos, não tendo sido batizados por ele”
(Lc 7:30).
Apesar deste versículo estar falando do
batismo por João Batista, a lição espiritual
nele e no batismo do crente em Nome de
Jesus Cristo é a mesma.
Quando somos batizados na água estamos confessando a nossa voluntariedade de
aceitar os propósitos de Deus para a nossa
vida. Deus tem um propósito – um plano –
para cada um de nós.
Mas se não obedecermos à Sua ordem
para “Ser batizado”, estaremos rejeitando
o propósito d’Ele para nós. Estou certo de
que os propósitos de Deus são os melhores, você não acha?
8. Separação da Vida Antiga
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis
que nossos pais estiveram todos debaixo
da nuvem, e todos passaram pelo mar, e
todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (1 Co 10:1,2).
O outro único incidente que nos é dado
pelo Antigo Testamento como um quadro
do batismo, é o batismo dos israelitas no
Mar Vermelho.
Apesar do nível da água estar bem acima
de suas cabeças e a água ser-lhes como nuro
à sua direita e à sua esquerda, “... os filhos
de Israel foram pelo meio do mar seco...”
(Êx 14:29).
Eles foram salvos do julgamento de Deus
através do sangue do cordeiro nas suas portas. Ele foram libertados da servidão e escravidão dos egípcios.
Mas o seu “batismo em Moisés” significou uma total e final separação do Egito, do
Faraó o rei do Egito e dos egípcios. As carruagens do Faraó e dos egípcios e seus cavaleiros, foram atirados no mar e destruídos de
E5.3 – Batismo na Água – Parte II
baixo da água que Deus trouxe sobre eles (Êx
15:19,21).
Da mesma forma, os crentes que têm
seguido o seu Senhor através das águas do
batismo (e aqueles que pretendem ser batizados) devem viver vidas de completa separação dos maus hábitos e dos caminhos
dos pecados do mundo (Egito).
9. Cumprir Toda a Retidão
“Então veio Jesus da Galiléia ter com
João junto do Jordão, para ser batizado
por ele. Mas João opunha-se- lhe, dizendo:
Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a
mim?
“Jesus, porém, respondendo, disse-lhe:
Deixa por agora, porque assim nos convem cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado...” (Mt 3:1316.)
Se o puro, imaculado Filho de Deus, o
Senhor Jesus, teve que ser batizado para
cumprir toda a retidão, então que somos
nós para dizer que não precisamos ser batizados na água como Ele foi? Os crentes, no
seu batismo, mostram que como o Senhor
deles eles também estão desejosos para cumprir toda a retidão.
10. Traz Regozijo
“E mandou parar o carro, e desceram
ambos a água, tanto Filipe como o eunuco,
e o batizou.
“E, quando saíram da água, o Espírito
do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu
mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu
caminho” (At 8:38,39).
“...e logo foi batizado, ele e todos os
seus... alegrou-se com toda a sua casa”
(At 16:33,34).
O eunuco retornou à Etiópia jubiloso e
plantou lá, as sementes da Igreja de Jesus
Cristo. Os resultados são evidentes até hoje,
aproximadamente 2.000 anos mais tarde.
O carcereiro não tinha nada para estar
feliz. Os prisioneiros estavam livres. A prisão estava arruinada. Mas a alegria da sal-
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
vação e do batismo encheu o seu coração e
ele se regozijou com toda a sua família.
Hoje, muitos procuram o regozijo de
uma forma que não está agradando a Deus.
Não há regozijo distante de Deus. “Farme-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundâncias de alegrias” (Sl
16:11).
À medida que você seguir o caminho
d’Ele que leva ao batismo, você também
estará se alegrando, pois existe uma ligação
direta na Bíblia entre o batismo na água e a
alegria – uma alegria profunda, espiritual e
duradoura, como resultado por obedecermos a Deus.
Poderíamos relacionar muitas outras razões porque devemos ser batizados, mas
estas mostram a ênfase que Deus colocou
no batismo. Observe que todas essas experiências do batismo na água são para aqueles que aceitaram e experimentaram a graça
e a bênção de Deus.
11. Circuncisão do Coração
“...nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne... a que é do coração, no
espírito, não na letra...” (Rm 2:28,29).
Paulo diz que “servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e
não confiamos na carne” (Fp 3:3).
O ritual da circuncisão externa foi substituído pela experiência interior de se remover o poder do pecado e os desejos carnais,
pelo batismo dos verdadeiros crentes. “E
estais perfeitos nele [Cristo] que é a cabeça
de todo o principado e potestade.
“No qual também estais circuncidados
com a circuncisão não feita por mão no
despojo do corpo da carne: a circuncisão
de Cristo;
“Sepultados com ele no batismo, nele
também ressuscitastes pela fé no poder de
Deus, que o ressuscitou dos mortos” (Cl
2:10-12).
O assunto está encerrado. O batismo é
para aqueles que aceitaram Cristo e a plenitude da vida d’Ele. Isso despe o corpo dos
SEÇÃO E5 / 951
pecados e desejos carnais, pela experiência
espiritual de ser enterrado com Ele, no batismo na água.
De acordo com a Bíblia, o batismo é para
aqueles que se arrependeram e que têm fé
salvadora em Jesus Cristo. Se você não foi
batizado desde que se arrependeu dos seus
pecados e aceitou a Cristo como seu Salvador, então seu próximo passo deve ser obedecer o mandamento de Deus para cumprir
toda a retidão, recebendo o batismo na água.
12. O Mandamento de Deus
“POR QUE devemos ser batizados?”
Por causa do glorioso testemunho e da
experiência abençoada do batismo na água.
Porque é um passo fundamental nos planos
de Deus para a nossa vida.
Acima de tudo, Deus ordenou que fôssemos batizados. Mesmo que não compreendamos todas as razões e significados espirituais do batismo na água, este é um fato
que deve nos obrigar a obedecer ao Senhor:
é uma ordem d’Ele.
Ele disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;
e aquele que me ama será amado de meu
Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele”
(Jo 14:21).
A verdadeira prova do nosso amor por
Cristo, não são as nossas palavras, não são
todas as coisas que fazemos por Ele, não
são as nossas orações, não é a nossa leitura
da Bíblia, não é a nossa ida a igreja; muito
embora todas essas coisas tenham o seu lugar. A prova verdadeira é esta: Nós obedecemos os mandamentos d’Ele?
“Apressei-me, e não me detive, a observar os teus mandamentos” (Sl 119:60). Você
está apressado para obedecer os mandamentos d’Ele para “...que fossem batizados em
nome do Senhor...” (At 10:48).
B. QUANDO DEVEMOS SER
BATIZADOS NA ÁGUA?
“E agora por que te detens? Levanta-te,
e batiza-te...” (At 22:16).
952 / SEÇÃO E5
Das respostas encontradas na Bíblia para
as nossas perguntas anteriores, a resposta
para a última pergunta é óbvia.
“QUANDO devemos ser batizados na
água?” tão logo nos arrependamos dos nossos pecados e creiamos no Evangelho, recebendo o Senhor Jesus Cristo em nosso coração.
A palavra para agir, sobre arrependimento e salvação é “agora”! “Mas Deus... anuncia agora a todos os homens, e em todo
lugar, que se arrependam” (At 17:30).
“...eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui
agora o dia da salvação” (2 Co 6:2).
Exatamente da mesma maneira, a palavra para agir, sobre o batismo na água é
“agora”. “E agora por que te detens? Levanta-te e batiza-te...” (At 22:16).
A Bíblia nada conhece sobre “aulas de
ensinamento”, “período experimental de
três meses”, “ver se vai durar”, “ficar pronto”, “esperar pelo próximo serviço batismal”
ou qualquer outra espera ou demora.
A ordem de Deus é “agora”. No dia de
Pentecostes, as três mil pessoas que se arrependeram dos seus pecados “foram batizados... naquele dia” (At 2:24). E não houve demora.
Os samaritanos foram batizados na água
“... como cressem...” (At 8:12).
O eunuco etíope foi batizado imediatamente após crer em Cristo, mesmo tendo
sido o primeiro sermão do Evangelho que
ele ouviu na sua vida (At 8:35-38).
O Apóstolo Paulo foi batizado pelo primeiro discípulo cristão que apareceu para
ele (At 9:17,18).
Cornélio e sua companhia foram batizados imediatamente, após terem crido (At
10:48).
O carcereiro e sua família foram batizados na mesma noite em que creram em Cristo (At 16:30-34).
Tão logo ouviram sobre o batismo de
Jesus, os efésios crentes foram batizados
por Paulo (At 19:4,5).
Não encontramos nenhum tipo de de-
E5.4 – Padrões da Moralidade Sexual
mora em qualquer dos exemplos dados na
Bíblia.
Quantas pessoas estão sendo roubadas
das maravilhosas bênçãos do batismo ao dizerem “Estou preparando o meu coração.
Tão logo eu esteja pronto, obedecerei a ordem para ser batizado.” As únicas condições encontradas na Bíblia para o batismo
na água, são arrependimento dos pecados,
fé pessoal em Jesus Cristo e a total promessa de ser Seu discípulo.
Neste momento o Senhor está falando
ao seu coração, a Sua Própria Palavra sobre
batismo. Você sente que deve seguir a ordem do seu Senhor para “Ser batizado”.
Aja de uma vez! Levante-se e vá a uma
igreja, a um pastor ou a um discípulo que
esteja vivendo de acordo com a Bíblia. Não
demore, pois Deus ordena a você: “E agora por que te detens? Levanta-te e batizate, e lava os teus pecados, invocando o nome
do Senhor’’ (At 22:16).
Se você se arrependeu e creu no Senhor
Jesus Cristo como seu Salvador e acredita,
de coração, que você é filho d’Ele, então
obedeça ao mandamento de Deus. Aja agora
mesmo sobre a Palavra d’Ele. “Levanta-te e
batiza-te!”
Capítulo 4
Padrões da Moralidade
Sexual
Zac Poonen
Hebreus 13:4 diz “Venerado seja entre
todos o matrimônio e o leito sem mácula;
porém aos que se dão à prostituição e aos
adúlteros Deus os julga”.
A. DEUS NOS CHAMA
PARA A PUREZA
Os crentes, primeiramente, devem ser
moralmente e sexualmente puros (compare
2 Co 11:2; Tt 2:5; 1 Pe 3:2).
A palavra “puro” ou “casto” significa
ser livre de toda e qualquer mácula daquilo
DAR INSTRUÇÕES AOS NOVOS CONVERTIDOS
que é lascivo. Ela sugere abster-se de todos
os atos e pensamentos que incitem desejos
que não estejam de acordo com a virgindade
ou com os votos do matrimônio.
Ela enfatiza a restrição e a anulação de
todas as ações sexuais e excitamentos que
manchariam, aviltariam ou depreciariam a
pureza de alguém perante Deus.
Ela abrange o controle de alguém sobre o
próprio corpo “em santificação e honra”
(Ts 4:4), e não em “concupiscência” ( Ts
4:5). Este ensinamento das Escrituras é para
aqueles que são solteiros e para os que são
casados.
Com respeito ao ensinamento bíblico referente à moralidade sexual, observe o seguinte:
1. Intimidade Sexual Reservada
Para o Casamento
A intimidade sexual é reservada para o relacionamento matrimonial e é aprovada e abençoada por Deus, somente nesta situação. Através do casamento, o homem e a mulher se
tornam um só corpo, de acordo com a vontade de Deus. Os prazeres físicos e emocionais
resultantes de um relacionamento fiel no casamento, são determinados por Deus e são mantidos na dignidade, por Ele (Hb 13:4).
2. Os Pecados Sexuais São
Severamente Condenados
Adultério, fornicação, homossexualidade, sensualidade, desejos impuros e paixões
degradantes, são considerados pecados graves na visão de Deus. Ele são uma transgressão à lei do amor e uma profanação ao
relacionamento matrimonial. Tais pecados
são severamente condenados nas Escrituras. A prática desses pecados coloca a pessoa fora do Reino de Deus (Rm 1:24-32; 1
Co 6:9,10; Gl 5:19-21).
3. Os Pecados Sexuais Ocorrem
Fora do Casamento
A imoralidade sexual e a impureza são
definidos como relações ou atos consuma-
SEÇÃO E5 / 953
dos fora do matrimônio. Qualquer ato de
prazer sexual com uma outra pessoa que
não seja o parceiro do matrimônio, é imoral.
Descobrir ou explorar a nudez de alguém
que não seja o seu cônjuge, leva ao julgamento de Deus.
Alguns professores contemporâneos dizem que qualquer intimidade sexual entre
jovens e adultos “comprometidos” mas que
ainda não são casados, é aceitável se essa
intimidade para um pouco antes de se consumar a união sexual. Esta idéia é contrária
à santidade de Deus e ao padrão bíblico de
pureza. Deus proíbe explicitamente a “exposição da nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa que não seja uma esposa ou um
esposo, casados pela lei (Lv 18:6-30; 20:11,
17,19-21).
4. Os Crentes Devem Exercitar
o Auto-Controle
O crente deve exercitar o autocontrole e
a restrição firme, com referência a todos os
assuntos sexuais antes do matrimônio. Justificar a intimidade pré-matrimonial sob o
pretexto de um compromisso legítimo, compromete, flagrantemente, os santos padrões
de Deus. As formas impuras do mundo justificam a imoralidade. Como crentes, não
ousemos.
Após o matrimônio, a intimidade sexual
deve se restringir ao parceiro matrimonial.
A Bíblia vê o aspecto do autocontrole como
fruto do Espírito. Isto evidencia em nossas
vidas, o comportamento puro e positivo
que é oposto aos atos sexuais imorais. Prazer, fornicação, adultério e impureza nunca
devem ser aceitos entre os crentes. O compromisso de alguém para com a vontade de
Deus, abre o caminho para receber o dom
do autocontrole (Gl 5:22-24).
5. Termos Bíblicos Para
Imoralidade Sexual
Os termos bíblicos usados para imoralidade sexual, descrita como o corpo do diabo, são os seguintes:
954 / SEÇÃO E5
E5.4 – Padrões da Moralidade Sexual
a. Fornicação. (Em grego, porneia)
descreve uma enorme variedade de atividades sexuais antes ou fora do matrimônio.
Qualquer atividade sexual íntima ou desempenho fora da relação matrimonial, incluindo o tocar as partes íntimas do corpo de
alguém, ou ver a nudez de uma outra pessoa, está incluída nesses termos e é uma
transgressão aos padrões morais de Deus
para o povo d’Ele (veja Levíticos 18:6-30;
20:11,12,17,19-21; 1 Coríntios 6:18; 1 Tessalonicenses 4:3).
b. Lascívia. (Em grego, aselgia ) denota a ausência de princípios morais puros;
especificamente o desprezo a discrição e a
restrição sexual que mantém o comportamento puro e casto (1 Tm 2:9). Ela inclui a
inclinação em direção à entrega ou à provo-
cação da concupiscência pecaminosa e, assim, pode levar alguém a participar de uma
conduta não bíblica (Gl 5:1; Ef 4:19; 2 Pe
2:2,18).
c. Enganar. (Em grego, pleonekteo) significa privar uma outra pessoa da pureza e
da castidade moral que Deus deseja para
ela, a fim de satisfazer seus próprios desejos egoísticos. Provocar desejos sexuais em
alguém e não poder realizá-los com retidão,
é enganar aquele alguém (1 Ts 4:6; Ef 4:19;
d. Concupiscência. (Em grego epithumid)
é ter um desejo imoral, o qual se realizaria
se surgisse a oportunidade (veja Mateus
5:28; Efésios 4:19,22; 1 Pe 4:3; 2 Pe 2:18).
A verdadeira moralidade é manter os Padrões de retidão quando ninguém, mas somente Deus, saberá o que estamos fazendo.
Escreva abaixo as suas anotações pessoais:
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
SEÇÃO E6 / 955
SEÇÃO E6
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA
IGREJA
Ralph Mahoney
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
Prefácio
E6.1 - Fazer um Inventário
E6.2 - Visão – a Chave Para a Realização
E6.3 - Estabelecendo Alvos e Prioridades
E6.4 - O Dom de Administração
E6.5 - Como Planejar
E6.6 - Estratégia – Implementação – Avaliação
PREFÁCIO
Quando eu era jovem e freqüentava a
Igreja Assembléia de Deus do Norte de
Hollywood, o Pastor Arne Vick ensinava
que as duas chaves para um ministério bem
sucedido eram oração e estudo, estudo e
oração e então mais oração e estudo. Nós,
os jovens, acreditamos nisso e tentamos
fazê-lo, mas não deu certo para nós.
O que não sabíamos é que por trás da
explicação simplista do irmão Vick, havia
talentos e dons, os quais ele próprio ignorava.
Após diversos anos, aos trancos e barrancos, comecei a entender que o estudo e a
oração, por mais fervorosos, fiéis e bem intencionados que fossem, não bastariam.
Depois que comecei, por mim mesmo, a
reunir e selecionar alguns Princípios Para
Realização, tornei-me mais produtivo na
obra do Senhor. Quero compartilhar esses
princípios com você.
Tais princípios não substituem os fundamentos espirituais do ministério e, sim,
os complementam. Entendo que o leitor já
tenha firmado as pedras fundamentais de
dedicação, santidade, consagração, interces-
são e um conhecimento básico das Escrituras. Suas motivações são puras. Sua vida
pertence totalmente ao Senhor.
Se estes fundamentos não fazem parte
da sua vida, os princípios que passo o compartilhar não o tornarão bem-sucedido. A
vida espiritual precisa estar em primeiro
lugar. Quando tudo isso estiver funcionando e em ordem, haverá ainda a necessidade
de princípios práticos com os quais se possa trabalhar, elementos práticos de entendimento.
Dedico esta seção a todos os líderes de
igreja dispostos a pagar o preço e investir
seus esforços para fazer a sua vida valer a
pena para o Senhor – por toda a eternidade.
Capítulo 1
Fazer um Inventário
Introdução
Existe no meio carismático um desequilíbrio tendente ao lado subjetivo do cristianismo. Nos círculos evangélicos, esse desequilíbrio tende para o lado objetivo.
Ser subjetivo significa literalmente viver
a vida a partir do sujeito, ou seja “daquilo
956 / SEÇÃO E6
que vem de dentro de você”. A intuição é
que dirige. O que você “sente por dentro” é
a principal fonte de direção para a sua vida
e ministério.
Ser objetivo significa “partir do objeto”
ou “daquilo que vem de fora de você”. A
razão, o intelecto e a lógica, avaliam cuidadosamente cada detalhe e você decide com
base na informação objetiva.
Já se disse que na experiência cristã subjetividade em demasia faz com que a pessoa
se “agigante” e objetividade demasiada faz
com que a pessoa se resseque; o equilíbrio
certo dos dois faz com que a pessoa “desenvolva e cresça”. É esta espécie de equilíbrio que desejo para mim mesmo, e que procuro desenvolver entre as pessoas a quem
sirvo.
Permita-me dar um exemplo de desequilíbrio subjetivo. Há alguns anos atrás,
um amigo meu e os presbíteros de sua igreja receberam o que pensaram ser uma “palavra do Senhor”, para que fossem a uma
certa ilha do Caribe a fim de evangelizar o
povo.
Depois de pedirem e receberem o apoio
dos membros da igreja, prepararam-se para
ir, compraram passagens numa agenda de
viagem e partiram com planos para uma
imensa cruzada evangelística.
Os grandes planos foram feitos sem que
pesquisassem a história anterior, necessidade atual ou oportunidade para a evangelização naquela ilha.
O avião aterrizou num campo cerca de
50 quilômetros da ilha destinada. Dali, colocaram o equipamento num pequeno barco a vela, pertencente a um guia nativo que
dizia saber a localização da tal ilha.
Velejaram contentes pelo plácido mar do
Caribe até o seu destino final. Ao se aproximarem da metade do caminho entre as duas
ilhas, o guia perguntou-lhes o que pretendiam fazer quando chegassem em terra. Entusiasmados, responderam
“Fomos enviados pelo Senhor para evangelizar esta ilha!”
E6.1 – Fazer um Inventário
“Bem, senhores,” replicou o barqueiro,
“não há pessoas naquela ilha. Sempre foi
desabitada. Tem apenas alguns quilômetros
de comprimento e só encontrarão nela alguns coqueiros.”
“Tem certeza?” perguntaram atônitos.
“Podem ver com os próprios olhos”, disse
o guia.
Ao chegarem, com apenas uns poucos
minutos de vistória da ilha, puderam verificar que o guia dissera a verdade. Eles eram
as únicas pessoas na ilha.
É isso o que eu chamo de “subjetividade” na experiência cristã. Subjetividade exagerada pode nos desviar do caminho. Se esses homens tivessem pesquisado um pouco, teriam evitado o fiasco.
Gastaram muito dinheiro e desperdiçaram tempo demais, ao seguir a suposta “direção do Senhor.” Se tivessem procurado
uma confirmação da “direção” subjetiva,
teriam poupado a eles mesmos e à sua igreja, esse problema.
Voltaram para a igreja e tiveram que relatar o fracasso à congregação. Tiveram que
explicar porque a grande cruzada nunca se
realizou. O povo os perdoou – mas jamais
se esqueceu da tolice daquela viagem. Mesmo com a vergonha e os pedidos de desculpas, levou algum tempo para restabelecer a
confiança em sua liderança.
Procuro equilíbrio, tanto no meu próprio ministério quanto no ministério dos
outros. Bons princípios de administração,
o “espírito de moderação” (2 Tm 1:7) deve
equilibrar a “direção do Espírito”. Esta seção do livro é para mostrar-lhe como oferecer uma administração objetiva a sua igreja
e ao seu ministério.
A. COMECE DE ONDE VOCÊ ESTÁ
É necessário um ponto de partida onde
podemos avaliar os recursos pessoais a disposição de cada um de nós no trabalho para
o Senhor. Sempre se começa de onde se
está, com aquilo que se tem naquela
hora.
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
RECURSOS PARA
O BOM ÊXITO
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O que é que eu tenho? Faça esta pergunta a você mesmo. Você tem aquilo que
você é por NASCIMENTO, por TREINAMENTO, pela GRAÇA DE DEUS e pela EXPERIÊNCIA. Esses são seus recursos e incluem tudo até onde você se encontra atualmente.
A fé sempre se apossa do futuro, trabalha sempre para ganhar o futuro e fazê-lo
produzir aquilo que Deus quer. Mas precisamos começar com o passado. O seu passado revela e produz os recursos de que
você necessita para conseguir realizar as
coisas no reino de Deus.
Paulo nos diz, “Porque pela graça que
me foi dada, digo a cada um dentre vós
que não pense de si mesmo além do que
convém, antes, pense com moderação segundo a medida da fé que Deus repartiu a
cada um... tendo porém diferentes dons
segundo a graça que nos foi dada...” (Rm
12:3-6).
O apelo de Paulo é para que avaliemos
com sobriedade aquilo que somos e aquilo
que temos. Utilizando essa avaliação podemos tornar frutífero o nosso trabalho para
o Senhor. Ele nos estimula a termos uma
opinião equilibrada de nós mesmos. Não
SEÇÃO E6 / 957
pense com orgulho sobre si mesmo, e nem
se subestime mais do que deve.
1. Seus Recursos Herdados
O primeiro item em nossa folha de dados é “dons provindos de nossos pais”. O
que foi que seu pai e sua mãe legaram a
você? Eles lhe deram APTIDÕES, TEMPERAMENTO e INTELIGÊNCIA.
Temos que nos conscientizar daquilo que
somos por nascimento porque isso terá um
impacto sobre os resultados futuros daquilo que fazemos para estender o reino de
Cristo.
Em 2 Timóteo 1:5 Paulo destacou uma
qualidade importante que Timóteo recebera desde o nascimento. Ele diz: “pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que primeiramente habitou em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice,
e estou certo de que também em ti’’.
A fé foi transmitida pela avó para a mãe
e finalmente para Timóteo pelo processo
genealógico. Paulo se refere a ela como “fé
sem fingimento” – a fé que veio a Timóteo
por nascimento.
a. Aptidões. Quando você examina as
suas aptidões, pergunte-se: “No que é que
eu sou bom?” A resposta, ou as respostas,
são suas aptidões, as coisas para as quais
você tem um dom natural.
Por exemplo, um pianista talentoso pode
fazer o seu instrumento “cantar”. Isto é resultado de uma certa qualidade nata. Mesmo com muito treino e prática, aqueles que
não possuem talento natural para a música,
não serão capazes de tocar no mesmo nível
dos que têm essa qualidade nata.
Conquanto Deus, por vezes, mude nossos dons naturais, em geral esse não é o Seu
método. Normalmente Ele opera através de,
e com esses dons. Pare, portanto, e em dez
ou quinze minutos escreva num pedaço de
papel uma lista de suas aptidões. Essa lista
será de muito valor para você, mais tarde.
Pare de ler agora mesmo, e faça essa lista!
b. Temperamento. A segunda coisa
958 / SEÇÃO E6
que você quer examinar é o seu temperamento. A pergunta, aqui, é “O que gosto,
realmente, de fazer?” Alguns cristãos têma
idéia de que seja pecado fazer aquilo de que
gostam. Existem coisas que talvez lhe dêem
prazer e que seriam pecado. Mas o fato de
você gostar de fazê-las não é o que as torna
pecado.
Do que você gosta pode, muita vezes,
ser uma indicação do que você deveria estar
fazendo. Isto é porque os nossos gostos e
antipatias, na maioria das vezes, indicam se
uma determinada posição é apropriada ou
não, para o nosso temperamento. Faça uma
lista das coisas que você gosta de fazer.
c. Inteligência. O terceiro fator que recebemos ao nascer, é a inteligência. “Como
é que me desempenho na resolução de problemas?”
Todo mundo é bom em algum raciocínio.
Mas entender qual é a nossa melhor habilidade, é uma de nossas dificuldades.
A inteligência é a capacidade de dar uma
contribuição útil aos outros e cuidar de si
mesmo.
Sua capacidade de pensamento claro e
lógico é essencial para uma boa liderança.
As conclusões do seu processo de raciocínio devem sempre concordar com os ensinamentos da Bíblia. Este é o teste final da
inteligência.
2. A Influência do Treinamento
A segunda área que precisamos avaliar é
a influência do treinamento sobre aquilo que
somos por nascimento. Há três aspectos
principais que causam impacto sobre a nossa
vida como crentes.
a. Família. Primeiro, a maior influência
sobre a vida de uma pessoa é a família. A
posição dos pais molda os filhos para certos hábitos, certo estilo de vida.
Se você nasceu num lar amoroso em
que o seu pai e a sua mãe se davam bem,
isso o ajudará. Se eles deram bastante ênfase positiva aos filhos, desde o nascimento, você terá maior auto-confiança e
E6.1 – Fazer um Inventário
talvez ouse arriscar-se onde outras pessoas teriam medo.
Se os seus pais demonstraram muito
amor, muito contacto físico, você naturalmente terá melhores chances de crescer e
tornar-se pessoa amigável, que se relacione
bem com os outros, tornando a vida um
sucesso.
Mas talvez você venha de uma família
menos ideal, como noventa por cento de
nós. Temos alguns fatores negativos no nosso
passado. Devemos estar cônscios deles.
Modelos negativos não são desculpas
para desobedecermos a vontade de Deus.
Mas estar consciente dos moldes de treinamento da família poderá ajudá-lo (com a
ajuda de Deus) a sobrepujar alguns dos aspectos negativos desse molde.
Entendendo isso, você pode aprender a
ser um obreiro muito mais forte e positivo
para o Senhor. Se você nunca se conscientizou dos efeitos da influência familiar, poderá passar pela vida ofendendo as pessoas
e impedindo-se de realizar muito mais, porque as suas atitudes não despertam cooperação nas outras pessoas.
b. Igreja. A segunda grande influência
em sua vida (se você foi criado num lar cristão) é a igreja. Uma igreja também pode exercer influência bastante negativa em sua vida,
dependendo do tipo de igreja em que você
cresceu. Nos meus primeiros anos de vida,
fui criado numa igreja em que a ênfase era
hiper-emocionalista.
Se você foi criado nesse tipo de igreja,
talvez pense que o emocionalismo seja espiritualidade e que é assim que a igreja deve
ser.
Nossa igreja de origem, pode nos fazer
crer que o cristianismo gire em torno de
certas ladainhas, certos ritmos, respondendo a certas piadinhas que o pregador insere em suas mensagens. Certos chavões provocam certas respostas emocionais. Tudo
isso faz parte da nossa cultura eclesiástica.
Se você vem de uma igreja muito conser-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
vadora, onde tudo é litúrgico e regulamentado, é óbvio que isso exercerá influência sobre o que você entende de Deus, do cristianismo e da Bíblia.
Em sua folha de avaliação, anote as influências positivas e negativas de sua igreja
em sua vida.
c. Escolas. O preparo acadêmico formal é fator de extrema importância neste
processo todo. O treinamento dado pela
família, igreja e escola, causa impacto sobre
a nossa vida e, junto com as nossas qualidades natas, nos tornam aquilo que somos.
O preparo é muito importante. Lucas
12:47 diz “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu senhor e não se
aprontou, nem faz segundo a sua vontade,
será punido com muitos açoites.” Preparo
e treinamento são necessários para que cumpramos a vontade do Senhor.
Aqueles que fazem parte de comitês de
avaliação de candidatos, devem prestar especial atenção ao que digo aqui. Vocês devem investigar cada candidato ao ministério
ou missões, a fim de saber quem são, de
nascença e por treinamento.
3. A Graça de Deus
A terceira área que necessitamos considerar em nosso inventário pessoal, é a graça
de Deus. Para alguns de nós, a graça é o
único fator compensador que possuímos.
Digo isto com sinceridade.
Se alguém tivesse avaliado a minha vida
com base no meu nascimento e instrução,
teria estimado zero possibilidades. Sou
muito grato pelo suprimento abundante da
GRAÇA de Deus na minha vida. Isto, para
o crente, é a grande recompensa.
O que significa a graça de Deus? Primeiramente, no contexto deste estudo, não estou falando de favor imerecido, embora seja
este um dos significados da graça. Não me
refiro à graça como “o oposto ao que merecemos”, embora isso também seja uma definição de graça.
Estou me referindo à “graça” conforme
SEÇÃO E6 / 959
Paulo usa em diversas passagens do Novo
Testamento.
a. Habilidade Divina. Em 2 Coríntios
12:9 Paulo relata que o Senhor lhe disse: “A
minha graça te basta porque o meu poder
se aperfeiçoa na fraqueza”.
O que o Senhor estava dizendo a Paulo?
Não estaria dizendo “Meu favor imerecido” é sucifiente para você. Não estaria dizendo “dando-lhe o oposto ao que você
merece,” é suficiente para você. Ele estava
dizendo “Minha habilidade divina” é suficiente para que você viva vitorioso, apesar
dos ataques do mensageiro de Satanás.
Se examinarmos nosso nascimento e instrução, nós, talvez, sejamos incompetentes. Temos que contar com a graça de Deus,
a habilidade divina que Deus pode trazer
para a nossa vida. Esta, para o crente, é a
dimensão compensadora que o incrédulo não
possui. A graça de Deus, habilidade divina,
pode ser a grande compensação.
Observamos isso na vida de Davi que,
quando ainda jovem, partiu para lutar contra Golias. O que foi que o fez ter êxito
contra Golias? Foi a habilidade divina, a graça de Deus em sua vida.
O que foi que fez José ser bem-sucedido
no Egito? Ele tinha muito bons antecedentes de nascimento, mas ele tinha somente
17 anos de idade quando foi preso; portanto ele não tinha muita educação formal.
Ele foi criado numa família nômade, nas
colinas da Judéia. Ele recebeu uma comunicação divina, uma habilidade divina em sua
vida, a qual fez com que se tornasse primeiro ministro do Egito.
Aqueles homens conheciam a abundância da graça de Deus. Anime- se! Jesus diz a
você “A minha graça te basta.’’
Outra vez Paulo se refere a essa graça em 1
Coríntios 15:10: “Pela graça de Deus (habilidade divina), eu sou o que sou; e Sua graça
que me foi dada, não foi em vão, mas labutei
mais do que todos eles; contudo não eu, mas
a graça de Deus que estava comigo”.
Paulo diz que a graça que lhe foi conce-
960 / SEÇÃO E6
dida, não foi em vão “Mas labutei mais
abundantemente do que todos eles: contudo, não eu mas a graça de Deus que estava
comigo”. Ele reconheceu que a graça de
Deus era a grande recompensa para as fraquezas e deficiências humanas.
Da perspectiva judaica, Paulo viera de
um bom lar. Ele era benjaminta. Quanto à
instrução, você não podia culpá-lo.
Ele se sentou aos pés de Gamaliel e foi
treinado para ser um membro do Sinédrio.
Para ser qualificado, ele teve que ser capaz
de citar, de memória, os primeiros cinco livros da Bíblia. Seu conhecimento do Velho
Testamento era sólido.
Ele disse: “Sou o que sou pela graça de
Deus – a grande recompensa!” O que Paulo era por nascimento e por instrução, fizeram dele um assassino, apedrejador de cristãos, aos quais arrastava às prisões, permanecendo impassível enquanto Estêvão era
martirizado, segurando as roupas daqueles
que o apedrejavam.
Paulo nasceu e foi educado como um assassino. Mas, pela graça de Deus, ele conduziu milhares à salvação e à vida, e fundou
muitas igrejas. Tornou-se um homem que
salvou as vidas de outros, conduzindo-os à
graça de Deus.
4. Experiência
Finalmente, precisamos avaliar nossa
“EXPERIÊNCIA ”. Não existe pessoa no
mundo mais perigosa do que a recém-formada pela escola bíblica. Não há, no mundo, ninguém mais perigoso do que o pastor
que acaba de formar-se em faculdade teológica.
Por que ele é tão perigoso? Talvez ele
possua fortes habilidades naturais e instrução. Talvez ele tenha recebido habilidade
divina (graça). O que lhe falta? experiência!
Assumir com presunção a liderança de
uma igreja, de um projeto de ministério para
o qual não se tem experiência, geralmente
resulta em desastre.
Você talvez tenha capacidade, preparo
E6.1 – Fazer um Inventário
e, até mesmo, graça confirmadora; mas sem
experiência, você pode gerar problemas para
si mesmo e, talvez, para milhares de outros.
a. Teste Suas Idéias. Quando chegam
homens com doutrinas novas, conceitos ou
idéias novos e que dizem revolucionarão a
igreja ou o mundo, lhes digo: “Irmãos, vão
testar as suas idéias, por uns dois anos,
com trinta pessoas, voltem e me digam se
funciona”.
Não quero ser parte de qualquer “experiência” sociológica ou religiosa, em massa
– porque é isso que será nos primeiros dois
a cinco anos.
A Bíblia nos admoesta em 1 Reis 20:11,
“Não se gabe quem se cinge como aquele
vitorioso se descinge”. Qual é a diferença?
Aquele que está vestido com a sua armadura, não tem experiência. Aquele que a está
despojando, está retornando da batalha, com
vantagem valiosa.
“Não se gabe quem se cinge como aquele
vitorioso que se descinge”. Isto nos ensina
que até que uma idéia seja testada pela escola da experiência, você pode levar a pique
você mesmo e muitas outras pessoas, no
processo.
Não existe coisa tão importante que não
possa ser testada a fim de provar sua validade. Se você tem princípios que funcionam, o mundo fará fila para aprendê-los –
porque todos desejam ser bem-sucedidos.
Porém, como líderes, devemos evitar
conceitos não testados, não provados, mesmo quando eles são populares e acompanhados de “fanfarra”. Não se gabe enquanto você está vestido com a armadura. Espere até que a tenha experimentado. Se você
testou a sua armadura no meio de várias
batalhas e ainda sobrevive, volte e conteme sobre a sua idéia. É provável que a sua
técnica funcione. Mas se você perde a batalha, eu terei que ser cauteloso quanto aos
seus princípios.
b. Davi Tinha Experiência. Vejamos
a história de Davi e Golias. Muitas vezes,
professores de escola dominical, interpre-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
tam-na como um relato de um jovem inocente e inexperiente, que foi capaz de derrotar um guerreiro gigante, munido apenas
de bravura e perícia para ajudá-lo.
Quero destacar uma coisa muito interessante nessa história.
Davi se ofereceu para lutar contra Golias.
Ele foi o único, em todo Israel, a se apresentar para a tarefa.
Davi nasceu na família certa. Teve a instrução certa. Ele já havia sido ungido pelo
profeta (1 Sm 16:12). Ele recebera a graça
de Deus e, com todas aquelas vantagens,
Davi não se aventurava a fazer algo além da
sua experiência.
Leia com cuidado 1 Samuel 17:34-40.
Você observará que Davi usou a sua experiência para convencer a Saul de que devia
deixá-lo lutar contra Golias. Qual era a sua
experiência?
Ele disse a Saul: “O teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão
e um urso, e tomava uma ovelha do rebanho; e eu sai após ele, e o feri, e livrei-a da
sua boca: e, levantando-se ele contra mim,
lancei-lhe mão da barba, e o feri, e o matei.
“Assim feriu o teu servo o leão como o
urso: assim será este incircunciso filisteu
como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.”
Disse mais Davi: “O Senhor me livrou
da mão do leão, e da do urso; Ele me livrará da mão deste filisteu.” Sobre o que foi
que Davi baseou o seu compromisso? experiência!
c. Não um Novato. Há uma mentalidade incrível na igreja, que diz que um homem
pode tornar-se apto para o serviço missionário, simplesmente por caminhar até ao
altar e “render-se ao chamado divino”.
Isso está além do alcance da razão. Não
entendo essa espécie de pensamento – no
entanto, é a única qualificação que muitos
aspirantes às missões possuem.
Quando é que fizeram um inventário dos
seus recursos? Quando é que eles (ou outros) avaliaram o que eram por nascimento,
SEÇÃO E6 / 961
instrução, pela graça de Deus ou pela experiência? Convém reconhecer que a experiência é parte importante da embalagem.
Note, um pouco mais adiante, em 1 Samuel 17:38, 39: “Saul vestiu a Davi, com a
sua armadura, e lhe pôs sobre a cabeça,
um capacete de cobre, e o armou com uma
couraça. Davi cingiu a sua espada sobre a
armadura e experimentou andar, pois jamais a havia usado: então Davi disse a
Saul: não posso andar com isso, pois nunca a usei. E Davi tirou aquilo de cima dele’’.
Davi não lutaria com armas e armadura com
as quais não tivesse experiência.
Paulo delineia qualidades de liderança dizendo, em 1 Timoteo 3:6,10 “... não seja
neófito, para não suceder que ensoberbeça,
e incorra na condenação do diabo”. Noutras palavras, tem que haver alguma espécie
de seleção na qual a origem e a experiência
sejam validadas antes da pessoa ser promovida a um cargo de liderança.
d. Uma História de Credibilidade.
Quando se toma um desafio de fé, este deve
ser precedido de realizações de fé do passado. Voltando ao exemplo de Davi: seu encontro com Golias não foi simplesmente
um caso de um pastorzinho jovem, cuja única
arma era a fé, contra um gigante enfurecido
por muitas batalhas.
Davi tinha um histórico anterior, de conquistas de fé.
Como ele disse a Saul: “O leão e o urso
vieram sobre minhas ovelhas e eu os matei, rasguei o leão – tive vitória, e vou fazer
o mesmo com aquele filisteu de boca suja”
(tradução livre).
O fato é que seus atos presentes têm
que estar de acordo com o seu histórico de
realizações de fé.
De vez em quando vejo pastores com
congregações de 300 pessoas, saltarem para
programas de construção de auditórios para
3.000 pessoas. Eles se gabam, “Irmão, Deus
me deu uma visão”.
Se você planejar saltar de 300 para 3.000,
você pode ter visão, mas é certo que não
962 / SEÇÃO E6
possui muita sabedoria. A Bíblia diz que
nos movemos “De fé em fé, de glória em
glória”. Isso significa que devemos dar passes menores com os quais podemos lidar.
Talvez você chegue a ter uma congregação de 3.000, mas é mais provável atingir
esse alvo andando em estágios organizados
de planejamento, “linha sobre linha, preceito sobre preceito”.
Se você tem trinta, construa primeiro
para sessenta. Quando atingir 80% do alvo
projetado, comece a implementar o próximo passo planejado. Por exemplo, quando
tiver 48, em seu alvo de 60, comece a construir para 120. Quando tiver cerca de 100,
comece a construir para 300, e assim por
diante até 3.000. Se você permitir tempo
suficiente, poderá atingir os 3.000 numa
série de passos progressivos de fé.
Não se vai de zero realizações, à conquista total, numa só batalha. Toma-se uma
série de passos de fé. Se você começa a
tomar uma série de passos de fé, talvez
nem sempre tenha todo o dinheiro para
começar o próximo passo. Mas se você
tem um histórico de realizações de fé, e
tem confiado em Deus, no passado, tendo-O visto operar no cumprimento de Suas
promessas você possui “fé verdadeira,” e
os recursos virão.
Se Deus lhe deu liderança e credibilidade
provada, no seu planejamento, o povo da
congregação dará as finanças para sustentar
a sua visão. Novas conquistas de fé crescem a partir das realizações de fé do passado. Quando você tem experiência, sabe que
Deus intervirá e você” verá mais milagres
como jamais viu em sua vida.
5. Sumário
São estas quatro áreas: nascimento,
instrução, graça e experiência, que formam as fundações sobre as quais construir
o seu futuro. Depois de fazer esta análise,
você está pronto para enfrentar o futuro e
agarrar os seus desafios e oportunidades.
(Veja o diagrama no inicio do capítulo).
E6.1 – Fazer um Inventário
Quero, agora, desafiá-lo: se você nunca
fez um inventário assim, em sua vida, ajoelhe-se, agora mesmo, para orar. Tome algum
tempo para olhar para o Senhor, e procure
escrever o inventário de sua vida.
Não se torne introspectivo, não fique
abatido com o que vê na área de suas aptidões, temperamento ou inteligência. Talvez
fosse fraca a sua instrução, mas olhe para a
graça de Deus. É a grande compensação para
as suas deficiências e fraquezas.
Se a graça de Deus não tem se desenvolvido em sua vida, ou se você não tem base
de experiência, adie um pouco o seu plano
de ação. Adie os seu alvos e planejamento
até que você tenha buscado o Senhor seriamente na oração, e tenha recebido a graça de
Deus e obtido alguma experiência que a comprove. Trabalhe com um líder bem-sucedido, por dois ou três anos. Obtenha experiência.
Você verá que ao tomar tempo para avaliar com sobriedade a sua medida de fé, você
será dirigido até ao ponto em que estará
pronto para lançar-se a um desafio novo
para o Senhor. E poderá realizar algumas
coisas, as quais você nunca imaginou ter
capacidade para completar.
Acompanhe-me inclinando o coração
em oração.
Senhor Jesus, confio que após cada um
ter avaliado cuidadosamente sua vida, poderá dizer com o apóstolo Paulo: “Pela
graça de Deus sou o que sou”.
Senhor, oro para que sejamos inspirados a sair e trabalhar mais diligentemente,
derramando nossa vida integralmente,
para que venham ao Teu reino, Tua vontade seja feita na terra, assim como no céu.
Senhor, livra-nos de altivez e ambição
humana e iniciativas em desacordo com Tua
Soberania. Que a compreensão do Teu propósito para a nossa vida, nos seja revelada
pelo Teu Espírito.
Ajuda-nos a servir-te mais plena e efetivamente, nestes dias gloriosos de oportunidades. Nós Te louvamos e Te agradece-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
mos, enquanto Te pedimos isto no incomparável nome de Jesus. AMÉM!
Capítulo 2
Visão – A Chave Para a
Realização
Introdução
Chegamos, agora, a uma encruzilhada
perigosa no nosso estudo de princípios de
realização. Descrevemos e analisamos os fatores importantes do nosso passado e estamos prontos para agarrar o futuro e tornálo nosso.
A. COMECE COM VISÃO
Observe, por um momento, o diagrama
na próxima página. É uma seta que aponta
para a frente. Aponta para o futuro.
Chamo isto de “seta de realização” porque são estes os passos pelos quais a realização chega à vida de um líder cristão. Toda
a realização, todos os alvos, todos os programas – tudo o que você deseja fazer –
deve começar com a ponta da seta que você
vê no diagrama. Deve começar com VISÃO.
1. Sem Visão
Para compreender, realmente, o que eu
quero dizer quando falo sobre visão, é útil
mencionar o que acontece, quando não há
visão. Provérbios 29:18 é muito conhecido
nos círculos missionários: “Onde não há
visão, o povo perece”.
A visão da qual o autor de Provérbios
fala, não é apenas uma visão para ganhar o
mundo para Cristo, embora eu não discuta
que se possa aplicá-la para isto. O autor
está falando sobre visão profética. Onde
não há visão profética, o povo perece.
a. O Povo Vive Negligentemente.
Uma tradução que eu gosto diz “Onde não
há visão, o povo vive desleixadamente,”
ou seja, ilegalmente, desenfreado; num estilo de vida sem propósito. É o que acontece,
“onde falta visão profética”.
SEÇÃO E6 / 963
Por exemplo: por muitos anos o meu
País (Estados Unidos) tem tido falta de visão e propósito. Esta nação tem sido como
um navio sem leme. Como resultado, o povo
habita desordenadamente. Vagamos sem
rumo, por recifes próximos à costa perigosa.
Quando eu era criança, nos davam um
senso de visão, na escola, um sentido de
destino individual e nacional, um propósito. Hoje, quando se fala em dar essa espécie
de visão aos jovens, muitos educadores nos
acusam de fanatismo reacionário.
Mas quando eu era jovem, ensinávamos
às crianças, um sentido de propósito e destine. Saudávamos a bandeira, com orgulho,
todos os dias; honrávamos e respeitávamos
os fundadores do nosso pais e julgávamos
ter a responsabilidade de ser luz para as
outras nações.
Escritos na Estátua da Liberdade estão
os dizeres: “Dêem-me os cansados, os pobres, as massas sofridas, que almejam respirar liberdade...”
Não fazem muitos anos, desde que agíamos como quem acreditasse que os Estados
Unidos fossem um refúgio de liberdade.
Hoje, vivemos descuidadamente.
2. A Necessidade de Visão Clara
Provenientes de uma origem onde se
pensa em valores teológicos abstratos, nós,
os pregadores, freqüentemente temos muitos conceitos estruturados de maneira ilógica. Expressamo-nos em termos ambíguos,
com definições, significados e interpretações generalizadas.
Quando alguém nos pergunta qual o alvo
de nossa vida, dizemos: “Meu alvo é glorificar a Deus”. Não soa espiritual? Não soa
maravilhoso? Quantos de vocês, percebem
que é uma declaração ambígua, especialmente para o homem de classe média, da
rua?
O comentário do homem comum que caminha pela rua, seria “O que é que aquele
palhaço está querendo dizer?”
964 / SEÇÃO E6
Se eu fosse perguntar aos leitores para
definir o que significa “glorificar a Deus”,
eu provavelmente receberia tantas respostas diferentes, quantos fossem os leitores. Uma declaração assim, não tem precisão.
a. A Visão Pode Ser Comunicada?
Você supõe que uma visão que não pode ser
comunicada a outros, terá algum resultado?
Meu trabalho com computadores, me
ensinou que eu precisava limpar o depósito
intelectual de minha própria mente. Ela estava empoeirada e cheia de teias de aranha,
chavões e expressões “espirituais” que são
comumente aceitas por pessoas religiosas,
de modo amplo, sem realmente serem compreendidas.
Seja qual for o seu chamado, primeiro
você deve definir a visão com palavras claras, compreensíveis, e não com um jargão
religioso.
É necessário que se comece com uma
visão claramente definida.
b. Conheça os Propósitos de Deus.
O mesmo se aplica para a sua vida e o seu
ministério. O ponto de destaque do meu
diagrama, é a visão. Se você não tiver uma
visão claramente definida, você experimentará a vida, como diz o famoso ditado: “Bem
aventurado aquele que gira em círculos todo
o dia, pois será chamado uma Roda Gigante.”
Você será levado pelo vento, porque não
terá bússola ou mapa para guiá-lo. Será como
o hindu fatalista, que se vê como uma folha
de outono lançada sobre o rio da vida, flutuando desorientadamente, para onde quer que
a corrente a leve. Muitos cristãos passam
assim pela vida.
Mas não foi assim que Deus planejou.
Ele determinou, segundo o Seu propósito,
que tenhamos direção e visão em nossa vida,
sabendo para onde vamos, determinados a
ganhar o prêmio. Nós temos um indício,
uma meta, uma visão, na direção dos quais
somos constantemente movidos. Mas não
é do feitio de Deus, forçar a visão a quem
E6.2 – Visão – A Chave Para a Realização
quer que seja. “Pedi e dar-se-vos-á”, disse
Jesus.
B. HOMENS BÍBLICOS DE VISÃO
Examinemos alguns exemplos bíblicos de
homens de visão.
1. José
Gênesis 37:5-11 relata a história da visão de José. Aos dezessete anos, de idade, José teve a visão para a sua vida, em
dois sonhos dados pelo Senhor. Em termos simples, ele deveria tornar-se um
governante entre os homens. Seus irmãos,
pai e mãe, um dia se curvariam perante
ele e o serviriam. Esta foi a visão de Deus
para José.
Todos nós sabemos, com que espécie de
“entusiasmo” ele se deparou, quando compartilhou a visão com seus pais e irmãos.
Gênesis 37:10 relata que o pai o repreendeu e lhe disse: “Que sonho é este que
tiveste?”
Um pouco antes, em Gênesis 37:8, a resposta dos seus irmãos, à visão de José, é
claramente determinada: “E eles o odiaram
ainda mais, por causa dos seus sonhos e de
suas palavras”. Na verdade, eles planejaram assassiná-lo, mas acabaram vendendoo como escravo, a fim de se livrarem do
estranho irmão e sua visão.
Quantos de vocês, acreditam que uma
visão trará afeto e respeito instantâneos?
Acreditem-me, não trará!
Como demonstra a história de José, uma
visão pode trazer dificuldades sérias. Sua
história teve, é claro, um final feliz, mas
existe alguma coisa de importância aprendida aqui, um padrão que devemos observar.
A visão do Senhor é sempre testada pelas
provações e tribulações.
2. Moisés
Moisés, como José, teve uma visão. Há
um trecho interessante em Atos 7:22-25,
que quero compartilhar com você:
“E Moisés foi educado em toda a sabe-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
doria dos egípcios, e era poderoso em palavras e ações. E quando completou quarenta anos, veio-lhe a idéia de visitar seus
irmãos, os filhos de Israel.
“E vendo um homem tratado injustamente, tomou-lhe a defesa e vingou o oprimido, matando o egípcio pois ele supôs que
seus irmãos teriam entendido como o Senhor, pela mão dele, os livraria dos egípcios, mas eles não entenderam”.
Deus dera a Moisés uma visão, uma
visão de que ele seria o libertador do seu
povo. Moisés supôs que seus irmãos entenderiam. Eles entenderam? Eles entenderam melhor do que os irmãos de José?
Não, não entenderam. A Escritura diz,
“...eles não compreenderam”.
“No dia seguinte, ele se aproximou de
uns que brigavam, e procurou reconduzilos à paz, dizendo: Homens, vós sois irmãos; por que vos ofendeis uns aos ou-
SEÇÃO E6 / 965
tros? Mas o que agredia ao próximo, o repeliu dizendo: Quem te constituiu autoridade e juiz sobre nós? Acaso queres matarme como fizeste com o egípcio?” (At 7:2629).
O fato de que seus irmãos não compreenderam, não significou que a visão não fosse de Deus, assim como no caso de José. As
visões de José e de Moisés eram de Deus.
Mas ambos tiveram que passar por um tempo de prova.
3. Abraão
O mais difícil exemplo de prova, no Velho Testamento, é o da visão de Abraão.
Deus ordenou-lhe que sacrificasse o seu
único filho, Isaque; uma ordem que parecia contradizer a visão que Deus lhe dera.
Naquele momento de desesperança, com
Isaque no altar, Deus interviu e ressuscitou a visão de Abraão. Ele trouxe Isaque de
O CAMINHO DA
BÍBLIA PARA A
REALIZAÇÃO
PLANO
PARA CADA
ALVO
*AÇÃO*
ALVOS
VISÃO
1)
2)
3)
4)
5)
Definitivo
Mensuráveis
Realizáveis
Comunicáveis
Tangíveis
(O QUE?)
RETROSPECTIVA
(“FEEDBACK”)
P
R
I
O
R
I
Z
A
R
1. COMO?
Programar
2. QUANDO?
Agendar
3. QUEM?
Administração
de Pessoal
4. CUSTO
Orçamento
I
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V
A
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O
966 / SEÇÃO E6
volta, e Deus cumpriu a Sua promessa para
Abraão.
4. Paulo
Paulo teve uma visão. Ele disse ao rei
Agripa: “Não fui desobediente à visão celestial” (At 26:19). A visão de Paulo lhe foi
comunicada durante a conversão dele, e a
sua vida foi dirigida, em grande parte, por
ela. Digo “em grande parte”, porque havia
exceções, sendo que a mais importante delas, leva uma lição de grande importância.
Estamos entrando, agora, num assunto
de controvérsias. Embora tenhamos a tendência para endeusar grandes homens da Bíblia, Paulo foi um homem vulnerável aos
mesmos problemas que você e eu. Ele não
era um super-santo sobre-humano. Ele tinha o seu lado humano, como todos nós.
Porque tinha grande desejo de ver a conversão dos judeus, Paulo não ficou dentro
dos limites da visão de Deus, para ele. Sua
falha, em permanecer dentro dos limites da
visão de Deus para a sua vida e ministério,
fez com que ele tivesse dificuldades.
Você acha que Paulo nunca teve problemas? Bem, eu acho que ele teve.
Atos 9:15 declara essa visão. Após a conversão de Paulo, o Senhor disse: “Este é
para mim, instrumento escolhido para levar o meu nome perante aos gentios e reis,
bem como perante aos filhos de Israel”.
Em Gálatas 2:7 Paulo escreveu que lhe
fora confiado o Evangelho da incircuncisão
(gentios). Ele seria o apóstolo dos gentios,
e ele bem o sabia. Paulo sabia em termos
bastante claros qual era a visão de Deus
para a sua vida.
Ele foi chamado para os gentios, mas
tinha uma preocupação. Quantos de vocês
sabem qual era a preocupação dele? Os compatriotas judeus eram o problema de Paulo.
Em Romanos 9:3, 4 ele escreve: “Eu desejaria ser excomungado por Cristo se, com
isso, conseguisse salvar meus parentes judeus” (Tradução livre).
a. Desviando se da Visão. Evidente-
E6.2 – Visão – A Chave Para a Realização
mente, Paulo não estava inteiramente satisfeito com a visão que Deus lhe dera, de ganhar os gentios para Jesus. Encontramos,
assim, um comportamento estranho na vida
de Paulo. Ele diz: “E agora, constrangido
em espírito, vou para Jerusalém’’ (At
20:22). Nesta ocasião ele se encontra em
Mileto, conversando com os presbíteros
efésios, compartilhando com eles suas últimas palavras antes de deixá-los.
Por que Paulo vai a Jerusalém? Porque
ele quer ganhar judeus para Jesus. Ele deseja testemunhar aos judeus e então diz: “Agora, constrangido em meu espírito, vou...
não sabendo o que me acontecerá lá, senão
que o Espírito Santo, de cidade em cidade,
me assegura que me esperam cadeias e tribulações”.
Por que o Espírito Santo estava dando a
mesma mensagem a Paulo em cada cidade?
será que o Espírito Santo desejava torturálo com cadeias e aflições, prisões e tribulações? Não!
Quando o Espírito Santo começar a testificar dessa forma em sua vida, você reconsiderara o seu rumo. Você reconsiderará sua
ação e direção e será livrado do sofrimento
desnecessário.
Em todo lugar onde Paulo ia, o Espírito
Santo testificava que cadeias e aflições o
aguardavam. Mas o velho e manso Paulo (digo
isso jocosamente) não permanecia indiferente a tais advertências. Ele não se dissuadiria.
Iria a Jerusalém, custasse o que custasse.
Paulo se colocou num curso diferente da
vontade de Deus para a sua vida. “Chegando em Tiro... encontrando os discípulos, permaneceram lá durante sete dias; e eles, movidos pelo Espírito, recomendaram a Paulo
que não fosse a Jerusalém” (At 21:4). O
Espírito Santo falou a Paulo através destes
irmãos “Não vá a Jerusalém”. E o que foi
que ele fez? Continuou rumo a Jerusalém!
Paulo prosseguiu para Cesaréia, onde
certo profeta de nome Ágabo, veio ter com
ele. O Senhor enviou Ágabo para fazer com
que Paulo se alinhasse com a Sua vontade.
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
Ágabo tomou o cinto de Paulo, amarrou seus
próprios pés e mãos e disse “Isto diz o
Espírito Santo: Assim os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios” (At 21:11). A
quem? Aos gentios!
Paulo queria ganhar judeus para Jesus,
mas a visão que Deus havia estabelecido
para a sua vida, seria cumprida, quisesse
Paulo ou não. Se continuasse até Jerusalém,
eles prenderiam suas mãos e pés e entregariam-no aos gentios (a primeira prioridade
do chamado e da visão de Paulo).
b. A Escolha de Paulo. Paulo poderia
fazer a sua escolha: ir aos gentios como homem livre ou, desprezando a advertência
do profeta e dos irmãos de Tiro e Cesaréia,
ir de mãos e pés amarrados.
Sabe o que ele escolheu?
Paulo foi a Jerusalém!
Estava orando no templo quando entrou
em transe e viu Jesus falando-lhe: “Apressa-te e sai logo de Jerusalém, porque eles
não receberão o teu testemunho a meu respeito” (At 22:18).
O que fez Paulo? Discutiu com o Senhor. Disse em conseqüência: “Senhor, não
sabes todos os fatos deste caso. Eles sabem
que eu aprisionei e açoitei em cada sinagoga, aqueles que criam em Ti.
“Quando se derramava o sangue de Estêvão, eu também estava presente, e até
consenti a morte dele, e guardei as vestes
dos que o mataram. Mas Ele [Jesus] me
disse: ‘Vai-te porque eu te enviarei para
longe, aos gentios.’”
O Senhor disse a Paulo “Eu te enviarei
aos judeus”? Era a missão de Paulo organizar os judeus para Jesus, apesar de todas as
admoestações e daquilo que o próprio Senhor dissera a Paulo?
Quase se tem vontade de gritar ao ouvido de Paulo: “Gentios para Jesus, Paulo!
Gentios para Jesus!”
Sabe como Paulo saiu de Jerusalém?
Em correntes.
A quem ele foi entregue?
SEÇÃO E6 / 967
Aos Gentios!
Creio que Paulo poderia ter vivido uma
vida mais longa e em liberdade, se tivesse
permanecido dentro dos limites da visão de
Deus, se tivesse concentrado o seu trabalho
entre os gentios. Ele amava, com carinho,
ao seu povo judeu e almejava vê-lo salvo.
Posso estar errado, mas penso que Paulo se ajustou à vontade permissiva de Deus,
ao ir para Jerusalém em vez de atender a
vontade perfeita de Deus.
A visão é extremamente importante, e
você deve se ater à visão que Deus lhe dá.
5. Mantenha a Visão
Precisamos aprender com os exemplos
bíblicos de homens de visão, como Abraão,
José, Moisés e Paulo.
Se uma organização, instituição ou indivíduo, se desvia da visão dada por Deus,
experimentarão a mesma espécie de problemas que Paulo.
Quando Deus estabelece uma visão, Ele
não muda de idéia, mesmo que os homens
mudem. O Senhor não é um homem que
tenha razão para se arrepender, nem filho
de homem a quem Ele mentiria. Quando Ele
fala, Ele espera que seja cumprido até ao
último ponto ou vírgula! Você pode dizer
“amém” a isto?
A visão pode ser cumprida, assim como
foi no caso de Paulo, sem fazer caso de abandoná-la. A escolha talvez seja boa, se nós
seguimos em obediência e permanecemos
livres, ou escolhemos a segunda como a
melhor, e terminamos em correntes e escravidão. A escolha é nossa. Você escolherá as
conseqüências da vontade permissiva de
Deus? Ou a alegria de Sua vontade perfeita?
Mantenha a visão e evite problemas. Seja
fiel e verdadeiro para com a visão de Deus
para a sua vida, e você terá menos castigo
para suportar.
C. VISÃO VERDADEIRA
Vamos fazer uma pausa, aqui, para explorar alguns fatores sobre uma visão ver-
968 / SEÇÃO E6
dadeira. Mais uma vez, quero enfatizar que
visão é extremamente importante. Sem visão, a liderança nada realiza. Sem visão, o
povo perece, vagueia sem rumo e vive desordenadamente.
1. A Visão é Iniciada por Deus
PRIMEIRO, uma visão verdadeira, é um
propósito que vem de Deus ao seu coração, seu espírito. Pode ser que não venha
através de sonhos, assim como os de José.
Pode ser que não venha como luz ofuscante no caminho para Damasco, derrubando
você da sua montaria, como aconteceu a
Paulo.
Pode ser que não venha como veio a Moisés. (A Bíblia não relata como Moisés soube, inicialmente, que ele seria um libertador,
mas o fato é que ele entendeu!) Sua visão
foi renovada na sarça ardente. Quarenta anos
antes, ele tentara cumprir a visão em sua
própria força, e falhara.
Pode ser que venha como ocorreu na
minha própria vida e na vida de outros. Através dos anos Deus, gradativamente, implantou a visão no fundo do meu espírito, convencendo-me de que haviam certas coisas
que deveriam ser realizadas através da minha vida. Eu sabia que a minha vida devia
ser dedicada a certos ministérios que nasceriam dessa visão.
Porém, quando a sua visão chega, tem
que vir de Deus.
2. A Visão Será Testada
SEGUNDO, uma visão será provada através de muitos problemas e adversidades.
Geralmente porá você em conflito com outras pessoas que procurarão fazer com que
você desista, dizendo que ela não procede
do Senhor. Toda espécie de ação poderá ser
feita contra você, se você se move em direção à visão que Deus lhe deu.
Essa é uma parte do processo de teste,
do Senhor, para a visão.
A Palavra do Senhor é sempre provada.
Sempre é testada e parte desse processo é a
E6.2 – Visão – A Chave Para a Realização
oposição que Deus permite que surja contra você, quando você começa a cumprir a
Sua visão.
3. A Visão Tem Limites
TERCEIRO, podemos permanecer dentro dos limites ou ir além dos limites da
visão. Deus pode nos dar a visão, mas é
possível andarmos de modo contrário a ela.
Isto se chama “livre arbítrio”. Quando vemos um homem dinamicamente consagrado
a Deus como foi Paulo, indo além dos limites da visão de Deus, temos que tomar cuidado. Amar a Deus não nos protege de erros do nosso próprio zelo.
4. A Visão Deve Ser Incubada
QUARTO, quando uma pessoa recebe
uma visão do Senhor, e sabe disso, parece
haver um impulso quase irresistível de correr, de apressar as coisas. Há, por vezes,
uma linha muito fina entre o zelo por Deus
e a impaciência e, assim, temos que pisar
com cuidado.
Yongi Cho (da Coréia) diz que a transmissão de uma visão é como a incubação de
um ovo. A galinha tem que sentar em cima
do ovo e ficar até que o ovo se abra numa
expressão de vida.
Em termos práticos, diz Yongi Cho, o
modo como “chocamos” uma visão é através de tempos de jejum, oração e meditação, quando trazemos à memória a visão
que Deus nos deu e refletimos no seu cumprimento e sua expressão, até que Deus esclareça os detalhes.
“A terra era sem forma e vazia, e havia
trevas sobre a face do abismo, e o Espírito
do Senhor pairava sobre as águas” (Gn
1:2). A palavra “pairava” no hebraico, significa literalmente “chocava”. Deus estava
sobre as águas transmitindo calor e vida para
que elas produzissem vida.
Deus tinha uma visão para o Seu mundo, produzido pelo Espírito Santo “chocando” sobre a escuridão que havia sobre a
face do abismo. Da profundeza rompeu a
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
palavra criadora que restaurou a terra tornando-a habitável para o homem.
Você tem uma visão clara? Se não tiver,
espere no Senhor até que Ele lhe dê uma.
Permita que Ele a comunique. A visão torna-se a seta, o ponto do propósito de Deus
para a sua vida. Quando vier a visão, “choque” sobre ela, permita que ela venha à luz.
5. A Visão Deve Ser Comunicada
“O Senhor me respondeu e disse: Escreve
a visão, grava-a sobre tábuas, para que a
possa ler, até quem passa correndo” (Hc 2:2).
O Senhor diz: “Escreve a visão”.
Escreva a visão. Compartilhe-a com outros. Os homens desejarão saber qual é a
sua visão, e enquanto ela está sendo comunicada a outros, alguns serão chamados para
trabalhar com você. Você formará uma equipe, e com essa equipe, naturalmente, realizará mais do que faria sozinho.
Um solitário não realiza muito no mundo.
Mas o homem que pode organizar outros,
para trabalhar por uma visão comum, um homem que edifica uma equipe, pode fazer um
trabalho significativo para o reino de Deus.
A Bíblia fala a respeito de uma pessoa
fazer mil fugirem, e dois, fazerem dez mil. É
um salto bastante grande! O que dizer de
três ou quatro, ou cinqüenta, trabalhando
juntos numa visão comum? Talvez façam
fugir milhões de pessoas e ganhem vitórias
poderosas no nome do Senhor.
Uma visão que possa ser comunicada
com clareza, é essencial para mobilizar homens e dinheiro para a realização da obra
que o Senhor quer ver feita.
Quando você é capaz de comunicar claramente onde você vai, muitos estarão dispostos a ajudá-lo a chegar lá. Os recursos virão.
O problema não é dinheiro; o problema é
liderança que não comunica visão ou alvos.
Talvez, um dos problemas mais simples
de liderança, seja o de resolver o problema
de sustento financeiro adequado. Há mais
dinheiro neste mundo, do que pessoas que
sabem usá-lo. Quando você começar a co-
SEÇÃO E6 / 969
municar a visão e os alvos, as pessoas se
disporão a ajudá-lo financeiramente e por
outros meios.
O problema financeiro que a maioria dos
pastores e demais líderes cristãos enfrentam,
surge porque eles não sabem para onde vão.
Não é interessante observar, quantos
problemas surgem por falta de visão? Quando um líder não tem visão, o povo vive desordenadamente.
Se você não tem visão, as pessoas não
desejarão contribuir para a sua igreja ou organização. Você precisa comunicar seus alvos e o seu rumo; e um plano claro de como
vai chegar onde você quer ir. Então obterá o
sustento.
Ouço reclamação freqüente de líderes que
não comunicam visão. Dizem que o seu
pessoal está mandando dinheiro para pessoas e organizações que possuem ministério de rádio e televisão, a “igreja eletrônica”,
como é chamada. Você pode adivinhar o
porquê? Claro que você pode.
Os “ministérios de rádio e televisão”,
estão comunicando a visão, metas e planos
deles, através da “igreja eletrônica”. Eles têm
uma visão e o povo colabora.
Digo aos líderes da igreja: “O povo da
sua igreja, não estaria mandando dinheiro
para outros lugares, se vocês estivessem
comunicando visão. Estariam apoiando vocês. Se vocês não sabem para onde vão, e os
membros de suas igrejas não sabem para
onde vocês estão indo, eles irão mandar o
dinheiro deles para alguém que saiba.”
Há, porém, uma cláusula qualificadora
para que Deus abra com abundância a Sua
bolsa para o sustento do ministério. Poderíamos dizer que está escrita com “letras miúdas” perto do final do contrato. Se você não
observá-la, poderá comunicar visão e, ainda
assim, perder seu sustento financeiro.
Qual é essa cláusula em letras miúdas?
Deus requer que usemos o dinheiro que Ele
providencia com sabedoria e integridade. Ele
não honrará o engano. Ele não continuará
um compromisso com um pastor ou um
970 / SEÇÃO E6
E6.3 – Estabelecendo Alvos e Prioridades
líder que estiver gastando de modo tolo, ou
vivendo em luxo exagerado.
Se você é um homem ou uma mulher de
integridade, se utiliza os fundos para aquilo
que você declara, sem desperdício, Deus
cuidará de suas finanças. Deus cuida do homem que é honesto, reto e ético em seus
afazeres. Ele derramará recursos mais que
suficientes, para realizar aquilo que você
foi chamado para fazer. Mas você tem que
comunicar visão e viver altruisticamente.
Oremos
Senhor Jesus, esclarece-nos, hoje, a visão que tens para nós e não permitas que
nos afastemos dela. Que a recebamos de
coração jubiloso e disposto. Dá-nos graça
para cumprir a Tua visão, e nós Te rendemos graças em nome de Cristo. AMÉM.
Capítulo 3
Estabelecendo Alvos e
Prioridades
A. OS PROPÓSITOS DOS ALVOS
Creio que a maioria de nós no trabalho
cristão poderia usar uma visão mais ampla.
Temos trabalhado próximos a algumas das
pessoas da “Campus Crusade for Christ”.
Algumas delas me disseram “Irmão Ralph,
um dos nossos problemas é que Bill Bright
(o fundador), está sempre aparecendo com
visões amplas, do Senhor. Aí, nós temos
que colocá-las em funcionamento’’.
1. Os Alvos Ajudam a
Realizar a Visão
Deus permita que tenhamos visões mais
amplas e as expressemos de modo prático e
concreto. Fazemos isso estabelecendo alvos e objetivos claros pelos quais trabalhamos, nos dedicamos e mobilizamos outros,
para ajudar na realização.
Quais são os alvos de sua igreja, para os
próximos cinco anos? Qual é a previsão de
sua fé? O que é que você espera do seu
trabalho, nos próximos seis meses?
2. Os Alvos São Previsão de Fé
É isso que os alvos são – previsões de
fé. Não limite o seu planejamento para aquilo que os homens podem fazer mas, sim,
para o que Deus quer que seja feito. “Se
credes, tudo é possível” (Mc 9:23).
3. Os Alvos Definem a Ação
O propósito dos alvos é definir a ação
que resultará em realizações específicas.
Uma visão se torna efetiva somente quando
é transformada em ação.
Para transformar visão em ação efetiva,
são necessários alvos divinamente direcionados.
B. QUALIDADES DE UM ALVO
Para entender o que é um “alvo”, devemos, primeiramente, deixar o domínio das
palavras religiosas e entrar no domínio da
linguagem comercial.
Muitos de nós empregamos uma terminologia religiosa, a qual um amigo meu denomina LRV – Lixo Religioso Verbalizado.
Nós, pregadores, usamos palavras altissonantes para encobrir nossa falta de pensamento concreto, cristalizado e claro.
“Qual é o seu alvo?”
“Oh, meu alvo é glorificar a Deus”.
“Isto é maravilhoso! Como é que você
saberá que glorificou a Deus? Qual é a ação,
ou quais os resultados que comprovarão que
você O glorificou?”
“Bem, Ele colocará uma paz especial no
meu coração”.
Soa familiar?
É claro que glorificar a Deus é algo maravilhoso. Mas quando falo de alvos, eu não
estou falando daqueles valores ambíguos,
subjetivos, indefiníveis, imensuráveis, que
nos deixam numa terra de ninguém, de conceitos nebulosos e imprecisos. Estou falando sobre uma ação prática que se pode medir.
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
Talvez o seu alvo seja estabelecer três
igrejas, nos próximos três anos, em comunidades perto da igreja sede.
Isto é um alvo.
Não é abstrato. É claro. Você sabe quando o realiza.
Em termos claros, alvos são:
1. Tangíveis
– (não abstratos.)
2. Comunicáveis
– (não idéias imprecisas ou confusas.)
3. Realizáveis
– (não pensamentos do mundo dos sonhos.)
4. Mensuráveis
– (quantitativo, não ideais que não podem ser medidos.)
5. Definitivo
– (de ação que você tomará.)
Um alvo útil para você, seria decorar,
agora mesmo, estas cinco características.
C. OS ALVOS DEVEM
SER DEFINIDOS
A definição dos alvos com estas cinco características, é necessária para o cumprimento da visão. Você tem que se agarrar a isto.
Não posso dizer quais as ações de alvos
a serem definidas para se cumprir a visão
que Deus lhe deu. Uma vez dada a visão,
você tem que ir ao Senhor e perguntar: “Senhor, quais os passos práticos que devo dar
para que esta visão se cumpra?”
Lembro-me, há alguns anos atrás, eu e
um grupo nos sentamos ao redor de uma
mesa de conferência, para fazer alguns planejamentos. Queríamos delinear o que sentimos que Deus queria que fizéssemos, para
os próximos cinco anos. Sentamo-nos para
fazer a nossa “previsão de fé” diante de
Deus, em oração e jejum, planejando coisas
que imaginávamos impossíveis.
SEÇÃO E6 / 971
Nos cinco anos que se seguiram, Deus
fez acontecer coisas que eram superiores a
todos os nossos planos. Ele sempre excede
aquilo que nos dispomos a fazer sob a Sua
direção.
Cinco anos mais tarde, ficamos atônitos
ao olharmos o nosso plano, o retrospecto
de cinco anos, porque Deus realizara “infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos’’ (Ef 3:20).
Sei que Deus honra a “previsão de fé”,
porque temos visto isto em funcionamento. Vemos o que acontece, quando homens
se sentam juntos, em fé, em oração, em jejum e tomam posse do futuro, sem temor,
certos de que Deus está Lhes preparando o
caminho.
Poderemos ter algum controle sobre esse
futuro, quando prevemos em fé, o que Deus
quer que sejamos ou façamos. À medida
que você exercita essa previsão de fé, os
resultados vão surgindo maiores do que aquilo que você planejou, se o seu plano estiver
de acordo com a vontade de Deus.
D. PRIORIDADES DEVEM
SER ESTABELECIDAS
Chegamos ao ponto onde devemos parar, para estabelecer prioridades. Numa de
nossas primeiras reuniões para verificar as
prioridades, percebemos que estávamos envolvidos em nada menos que vinte e sete
ministérios diferentes. Seria necessário um
exército de gênios, para gerenciar vinte e
sete alvos diferentes, consumidores de tempo e energia. Isto é demais. Ninguém pode
ministrar, adequadamente, em tantas áreas.
O problema com muitas organizações, é
que elas tentam fazer coisas demais, com
mediocridade, em vez de poucas, com perfeição. Organizações farão melhor se especializando e se aplicando em alguns alvos
bem definidos e bem planejados.
1. Três Categorias
No nosso caso, dividimos nossos vinte
e sete projetos em três categorias:
972 / SEÇÃO E6
a. Prioridade Máxima,
b. Manutenção de Posição e,
c. Alvos Adiados.
Fizemos da seguinte forma: Perguntamos:
“Se tivéssemos que abandonar tudo nesta
lista, exceto uma coisa, o que é que manteríamos?” Esta resposta se tornou a de número
dois, em nossas prioridades máximas.
Mantivemos este processo, até que todos os vinte e sete ministérios estivessem
arrumados em camadas de prioridades, manutenção e adiamento de alvos.
Quero compartilhar, com você, um pequeno segredo: Alvos adiados, geralmente
morrem por abandono, portanto, não se preocupe com eles. Talvez sejam a “vaca sagrada” de alguém – e, sendo assim, você não
quer matá-los.
Simplesmente deixe que morram por
negligência.
2. O Processo de Escolha
a. Afiar a Flecha. Muitas organizações
possuem inúmeras “vacas sagradas”, que
deveriam ser conduzidas ao “curral de alvos adiados”. Isso lhes daria uma “posição
santificada” e ninguém se preocuparia com
elas. Mas se você atira na “vaca”, todo
mundo se preocupa.
Dos vinte e sete itens, ficamos com seis
em nossa lista de prioridades. Consideramos esses seis alvos, como aqueles que
melhor cumpririam a nossa visão.
Colocamos mais seis itens na nossa lista
de “manutenção de posição”. Não permitimos que morressem mas, tão pouco, não
nos esforçamos para a sua expansão. Iriam
sobreviver, mas sem esforço especial.
O resto foi colocado em posição de “alvo
adiado” e a maioria deles morreu por abandono.
Quando podemos nos focalizar em algumas prioridades, dando a estas a ênfase devida, temos o que eu chamo de “afiar a flecha”. Veja o que acontece quando ela dispara. Voa direto para o alvo e o penetra profundamente.
E6.3 – Estabelecendo Alvos e Prioridades
Paulo disse “Uma coisa faço” (Fp
3:13). É possível que digamos, “Estas três
coisas...” ou “Fazemos estas seis...” Se houver mais do que isso, não seremos capazes
de realizá-las com perfeição. Tentar realizar
muitas prioridades simultaneamente, resultará, simplesmente, na proliferação da mediocridade, realizando pouco ou nada.
Estabelecer e manter prioridades, é uma
disciplina muito importante. Temos que nos
concentrar na única coisa que faríamos, se
tivéssemos que abandonar o resto. O que
seguraríamos? Qual é o impulso central da
visão que Deus nos deu? Determine qual é a
primeira prioridade, e faça dela a número
um em sua lista.
A seguir, determine números dois, três,
e assim por diante. Se o seu tempo, seu
pessoal e o seu dinheiro estiverem concentrados na obtenção de um número limitado
de alvos, dentro de poucos anos você olhará para trás e verá realizações muito significativas em sua igreja ou organização.
3. Previsão de Fé
No momento, estamos no processo de
fazer previsão de fé para os próximos cinco
anos. Deus tem nos aberto portas magníficas de oportunidades.
Num só pais, temos convite para entrar
e ministrar a milhares de líderes de igreja.
As implicações disto são estonteantes! Milhares de líderes, que pouco ou nada sabem
sobre o poder e a obra do Espírito Santo,
saberão, tão logo tiverem freqüentado a um
dos nossos Seminários de Renovação Espiritual do World MAP.
A oportunidade daquele pais, exigirá
mais de um milhão de dólares e vários anos
de tempo e esforço de uma equipe forte.
Estamos esperando no Senhor e pedindo a Ele fé, para cumprir os desafios que
surgem ao redor do mundo, em muitas nações. Deus está operando, procurando gente que atenda às oportunidades de colheita
que esta geração enfrenta.
Acredite, os próximos vinte anos serão
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
os mais importantes na história da igreja.
Deus está procurando homens aos quais Ele
possa comunicar visão e propósito. Homens que coloquem esses alvos em ordem
de prioridade, numa seqüência lógica, razoável e que comecem a implementá-los.
Aqueles que hoje se comprometem a fazer previsão de fé poderão, dentro de alguns anos, olhar para trás e ver resultados
maiores do que podiam imaginar.
Eu lanço um desafio: erga-se para um novo
nível de envolvimento na obra do Senhor.
Talvez você tenha andado desanimado, ou
não soubesse como começar. Tome estes princípios bíblicos para realização e dê um passo
à frente, um passo de fé. Espere grandes coisas e, conforme a sua fé, será feito.
E. IMPLEMENTAÇÃO DOS ALVOS
Há algumas coisas que precisamos entender sobre os alvos de ação divinamente
dirigidos. Um trecho do livro de Apocalipse ilustra isso. “Fui, pois, ao anjo, dizendolhe que me desse o livrinho. Ele então me
fala: Toma-o e devora-o; certamente, ele
será amargo ao teu estômago mas, na tua
boca, doce como o mel”.
“Tomei o livrinho da mão do anjo e o
devorei, e na minha boca era doce como o
mel, quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo” (Ap 10:9, 10).
Anos atrás, ouvi Bob Mumford dizer
“É assim com a visão. Quando Deus fala
sobre o que Ele quer que você faça, você
acha maravilhoso, doce e apaixonante! Mas
quando começa a dar luz à visão, quando
começa o trabalho duro de implementação
daquilo que Deus disse, poderá se tornar
amargo no seu estômago”.
1. Trabalho Árduo é Essencial
O famoso administrador e empresário
Peter Drucker, destacou que o problema
com visão e alvos, é que eventualmente degeneram para TRABALHO. Isto é, “quando
se junta a fome com a vontade de comer,”
como diz o ditado.
SEÇÃO E6 / 973
Lembro-me de um pastor, há alguns anos
atrás, que tinha uma congregação na sua igreja, com cerca de quinhentas pessoas. Ele
jogava golfe, uns três dias por semana, gozando um estilo de vida tranqüilo. Sua igreja pagava um bom salário. Ele estava numa
situação confortável e continuou com as
mesmas quinhentas pessoas, por vários
anos.
Um dia, no campo de golfe, o Senhor lhe
falou: “Você quer continuar o resto de sua
vida como pastor medíocre, de uma congregação medíocre, com responsabilidades
medíocres e um horário medíocre? Ou você
quer começar a trabalhar?”
Aquele pastor teve que decidir entre o
seu estilo de vida fácil e um verdadeiro trabalho. Essa é a decisão que geralmente é
tomada quando você se compromete à visão e alvos, em vez de ser levado pela vida.
Ele disse: “Senhor, quero trabalhar”.
Dentro de três anos, do tempo em que
ele se comprometera a gastar as horas, o
esforço e a responsabilidade que o Senhor
lhe oferecera, a sua igreja contava com cerca
de dois mil membros. Ele transformou em
ação, a sua visão.
Existem pastores que nunca aprenderam
a trabalhar. Sei, porque conheço muitos deles. No mundo inteiro, há pastores que vivem como semi-aposentados. Alguns, totalmente aposentados.
Eles perguntam por que nada acontece
em seus ministérios. Não estão dispostos a
trabalhar; são preguiçosos; não conseguem
levantar cedo de manhã, porque passaram a
metade da noite assistindo televisão. Você
não consegue fazê-los aplicarem-se para
responsabilidade e planejamento, visão e
crescimento.
Nações que se encontram em más condições são, freqüentemente, pobres porque a
maioria do povo não quer trabalhar.
É como uma doença, uma epidemia. Podemos chamá-la de “síndrome de procrastinação”.
Você sabe como funciona: “O sol está
974 / SEÇÃO E6
brilhando. Porque consertar o furo no telhado, hoje, se não está chovendo?” Então,
quando estiver chovendo, a mesma pessoa
dirá “Não posso consertar o telhado, agora,
porque está chovendo. Tenho que esperar
parar a chuva”.
Essa síndrome cobre o mundo como uma
praga. Nada de iniciativa, nada de responsabilidade, nada de disposição para o trabalho.
2. Tempo: Nosso ou do Senhor?
Quando a visão é traduzida em alvos,
alguém tem que trabalhar.
Quem você pensa que seja este “alguém”? Este “alguém” é você! Você tem
que liderar o bando – e não será emprego
das 8.00hs às 5.00hs. Os homens de visão
não trabalham com horários fixos Eles não
estão procurando por quatro semanas de
férias por ano e aposentadoria garantida.
Estão em busca de oportunidades para servir ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Homens de visão empregam tudo o que
têm num esforço total.
Você não faz o trabalho com salários e
regulamentações sindicais e semana de quarenta horas. A Bíblia diz “Seis dias trabalharás”. Eram jornadas de onze horas de
trabalho nos tempos bíblicos, do alvorecer
até o sol se pôr. Isso daria umas sessenta e
seis horas. Essa seria provavelmente uma
semana de trabalho, conforme a Bíblia.
Embora vivamos numa época de lazer,
toda visão, todo alvo, para ser atingido, se
resume em esforço de trabalho. Quem fará a
obra do Senhor? É aí que temos a diferença
entre os obreiros fixos e os contratados para
uma jornada de trabalho.
É claro que podemos falar o dia todo
sobre visão – falar é fácil – mas quando se
chega ao trabalho necessário para implementá-la, é aí que Deus separa os homens dos
meninos.
Quando comecei o trabalho de World
MAP na Califórnia em 1963, eu não tinha
dinheiro suficiente para me dar ao trabalho
de contá-lo.
E6.3 – Estabelecendo Alvos e Prioridades
Deus nos deu um abrigo para frangos,
para começar. Nós o limpamos, colocamos
uma pequena impressora e começamos a
trabalhar. Estávamos naquele “galinheiro”
fazendo nosso trabalho. Era a nossa sede de
publicações – um abrigo de frango que havíamos limpado!
Você sabe como eles constroem um abrigo para frangos?
Eles são construidos com dois metros e
vinte centímetros de altura na frente e um
metro e meio atrás, com o teto inclinado.
Isto nos mantinha em “posição constante de oração”, porque o telhado não era
suficientemente alto. Não podíamos ficar
em pé, direito. Muitas vezes trabalhei contente a noite inteira, curvado sobre as impressoras, naquele pequeno galpão. O trabalho tinha que ser feito e não tínhamos
dinheiro para contratar alguém que o fizesse. Assim eu trabalhava, muitas vezes mantendo duas impressoras funcionando simultaneamente.
Hoje o Senhor nos tem abençoado com
um lindo prédio, avaliado em mais de três
milhões de dólares. Mas Deus no-lo deu
por muito menos que isso.
Nossa bela sede World MAP em Burbank,
Califórnia, nos foi dada através de um dos
milagres maravilhosos do Senhor. A obra
começada num “galinheiro”, cresceu mediante trabalho duro e as bênçãos do Senhor,
e hoje é um prédio de três milhões de dólares.
É assim que nascem as visões. Se você
não estiver disposto a trabalhar, esqueça!
Una-se ao sindicato local e arrange um emprego rotineiro das oito às cinco. Entre em
semi-aposentadoria, e viva a sua vida de
descanso.
Se, por outro lado, você quer trabalhar,
Deus tem uma imensa oportunidade de serviço para você. Ele transformará suas longas horas em conseqüências fenomenais, resultados jamais imaginados. Ele multiplicará os frutos da sua semana de sessenta ou
setenta horas de trabalho, em grandes reali-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
zações para o evangelho. Deus recompensa
a dedicação e o compromisso.
3. Paulo Era Totalmente Dedicado
Quando lemos sobre o ministério de Paulo, vemos a dedicação que tinha a sua obra.
Ele pregava o evangelho com o risco de sua
própria vida.
Falando sobre suas dificuldades, Paulo
disse: “Cinco vezes recebi dos judeus uma
quarentena de acoites menos um; fui três
vezes fustigado com varas, uma vez apedrejado, em naufrágio três vezes, uma noite e um dia passei na voragem do mar; em
jornadas muitas vezes, em perigos de rios...
em trabalhos e fadigas...” (2 Co 11:24-27).
Por que ele estava cansado? Por que ele
estava em dores?
Quando olhamos para o trabalho de Paulo, de dia ele fazia tendas por profissão, ganhando sustento para si e mais sete homens.
Era professor, pregador e apóstolo à noite.
Realizava ambos os ministérios simultaneamente. Em relação aos demais líderes, ele disse
que labutava mais de que todos eles.
A graça de Deus, disse Paulo, não era
frustrada ou desperdiçada nele, porque ele
trabalhava mais e trazia mais consagração
ao seu trabalho do que todos os outros apóstolos. Os relatos históricos comprovam isto.
Com respeito a este assunto, em Éfeso
aconteceu algo interessante: “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos
lenços e aventais do seu uso pessoal diante
dos quais as enfermidades fugiam das suas
vítimas e os espíritos malignos se retiravam” (At 19:11, 12).
Esses “lenços” eram “trapos de suor” enrolados em volta da cabeça e da cintura de
Paulo para limpar o suor que escorria do seu
corpo, de seu trabalho árduo. Havia mais
poder no suor de Paulo do que nos sermões
da maioria dos pregadores! A unção acompanhava aqueles trapos, para as muitas pessoas que Paulo não podia visitar pessoalmente
– porque tinha que trabalhar longas horas.
SEÇÃO E6 / 975
Seria um exercício valioso para muitos
pastores preguiçosos tentarem por algum
tempo, o método de Paulo. Talvez conseguissem melhores resultados!
Quando Paulo escreveu aos Tessalonicenses, preocupado com a mentalidade deles, de “não trabalhar”, usou linguagem dura
para repreender a preguiça deles:
“Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (vs 10). Falou-lhes da necessidade de se ocuparem em trabalho frutífero, de evitarem a ociosidade e ter um
compromisso diário com a disciplina do trabalho árduo (2 Ts 3:6, 12).
Através das epístolas todas, ele faz referência ao seu compromisso de labutar, de
suor, de lágrimas, de esforço duro para propagar a causa de Cristo. Ele não procurou
carga horária leve e nem permitiu que a compensação financeira determinasse como e
onde trabalharia para o Senhor.
Ele entregou a sua vida plenamente, integralmente, sem reservas. Ele desejava ver
cumprida em sua vida a vontade e o propósito de Deus.
4. As Pessoas Apoiarão
Alvos de Valor
Você descobrirá que pessoas trabalharão
com você dando, sacrificadamente, para ajuda-lo com recursos e esforços, a alcançar os
seus alvos – se você sabe onde quer chegar.
Se você não souber, o dinheiro, o povo e o
sucesso seguirão os líderes que sabem onde
vão.
Se você vier com a visão e os alvos de
Deus, e começar a expressá-los comunicando aos outros a direção em que você vai,
eles o seguirão, dando apoio e trabalhando
juntos para alcançar os seus alvos. Isto é, se
você mostrar o caminho, pagar o preço e
trabalhar as horas necessárias.
Tão logo você saiba onde Deus quer que
você vá, e como você deverá chegar lá, encontrará pessoas ao seu redor dispostas a
trabalhar com você. Uma vez esclarecida a
visão, uma vez definidos os alvos, uma vez
976 / SEÇÃO E6
E6.4 – O Dom de Administração
os alvos traduzidos em comunicação clara
daquilo que Deus quer que você faça, você
verá que os resultados começarão a ultrapassar a sua capacidade para governar.
Oremos
Senhor, ajuda-nos no compromisso de
fazer a Tua obra. Ajuda-nos a dar passos
ousados na expressão da Tua visão para
nós. Faz com que nossa vida, nossos ministérios e as organizações com as quais
trabalhamos, promovam o Teu reino.
Ensina-nos a depender, não nestes princípios, mas no Autor dos mesmos, em prol
de quem os empregamos. Ensina-nos a colocar os nossos alvos dentro das prioridades da Tua vontade, para que expressemos
efetivamente a visão que nos deste. Damos
toda a glória a Ti e pedimos isso em nome
de Jesus. AMÉM!
Capítulo 4
O Dom de Administração
Introdução
No capitulo anterior discutimos a necessidade de tomar o passo crucial movendo da visão para a ação. Falamos sobre a
necessidade de alvos, e de colocá-los em
ordem de prioridade a fim de dirigir e focalizar corretamente a obra e a ação. Definimos os alvos como tangíveis, comunicáveis, atingíveis, mensuráveis e definidos,
especificando os atos que levarão à tradução de nossa visão em programas que funcionam.
Agora é necessário que nos perguntemos, “Quem é que vai juntar tudo isso?
Quem vai oferecer uma avaliação prática da
melhor forma de empregar nosso pessoal,
dinheiro e tempo para realizar a tarefa?”
Talvez você seja líder de um rebanho de
igreja, uma comunidade ou organização. Mas
será que você tem o tempo, a aptidão, o
treinamento, a experiência e a perícia para
planejar, coordenar e implementar todas
essas coisas necessárias, sobre as quais estivemos discutindo?
A. A ADMINISTRAÇÃO
É IMPORTANTE
Há, entre líderes cristãos, a necessidade
de buscar conselho sábio nas áreas nas quais
eles mesmos têm falta de aptidão, treinamento ou experiência. Isso nos leva a desempenhar o papel dos administradores e
da administração.
1. Um Projeto Fracassado
Líderes espirituais, freqüentemente se
afastam de conselho prático, conhecimento
e entendimento, à disposição dentro de suas
próprias congregações. Talvez, sem querer,
ergam um muro invisível ao seu redor. Como
fazem isso? Com pronunciamentos “divinos”.
“O Senhor me disse isto”, ou “O Senhor
me mostrou aquilo”, eles dizem.
Naturalmente, ninguém quer questionar
o Senhor. Se alguém ousa levantar uma duvida quanto ao plano do “Chefão”, esse tipo
de líder geralmente se torna um surdo a qualquer oposição.
No outono de 1935, um líder de uma
denominação pentecostal recebeu o que ele
disse ser uma revelação do Senhor. Nas
belíssimas montanhas do sul da Califórnia,
ele deveria erigir um grande tabernáculo onde
conduziria conferências e reuniões de acampamentos de verão da sua denominação.
Após comprar um pedaço de terra próximo ao Lago Grande Urso, ele contratou
uma turma de construção para começar a
edificar o tabernáculo.
O tabernáculo deveria ser bastante grande, de forma hexagonal, com telhado amplo
e achatado.
Alguns membros da sua congregação
possuidores de experiência em construção
nas montanhas, o procuraram dizendo, “Senhor, cremos que está cometendo um erro
fatal na maneira em que está construindo
este edifício”.
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
“Cavalheiros”, ele replicou, “não questionem o meu plano, pois o Senhor foi quem
o deu!”.
Mais tarde, um engenheiro municipal que
estava passando de carro, viu esse homem
dirigindo os construtores. Parou, aproximando-se do superintendente e tentou dizer-lhe que havia erros no desenho do prédio. A única resposta que recebeu por haver
se preocupado, foi uma fria repulsa.
Isso foi antes da existência de códigos de
construção, quando se era permitido construir qualquer tipo de prédio. Mas era também durante os anos da grande depressão
econômica, quando dinheiro era raro e cada
dólar era contado.
As pessoas que moraram em terra de
muita neve, podem advinhar o que havia de
errado com o desenho do tabernáculo. Cai
muita neve nos lugares mais elevados das
montanhas, mesmo na “ensolarada Califórnia”!
Ali estava um grande tabernáculo, de
cerca de duzentos pés de altura, com caibros
achatados e compridos, e sem sustentação.
No nível de seis mil pés de altura, onde se
encontrava, não é raro ter três ou quatro
pés de neve pesada no inverno. O que você
pensa que aconteceu?
O inverno chegou antes que realizassem
uma única reunião naquele tabernáculo. Os
ventos tempestuosos sopraram, neve caiu,
o prédio desabou – e grande foi a sua queda.
O peso da neve no telhado largo e achatado,
fez com que tudo desabasse estrondosamente, num monte imprestável sobre o
chão.
Agora, eu previno líderes contra a preocupação com a atitude “divina” no trabalho
cristão. Sempre que os homens se isolam
do conselho, sugestões e correções, eles estão se colocando (e em geral colocando outros) em posição difícil ou mesmo trágica.
2. Catástrofes Financeiras
Como membro de diretoria de diversas
organizações cristãs no oeste dos Estados
SEÇÃO E6 / 977
Unidos, tenho assistido reuniões nas quais
homens de empresa questionaram a falta de
planejamento financeiro para certos projetos e propostas de alguns líderes eclesiásticos.
Freqüentemente ouço pastores e líderes
de igrejas impedirem estes homens de falar,
usando chavões tais como, “Irmão, você não
entende. Não operamos esta organização
como uma empresa, operamos pela fé”.
Na semântica de círculos religiosos, “funcionamento pela fé” algumas vezes se traduz em pedir emprestado mais do que se
pode pagar, com taxas de juros exorbitantes
e termos de pagamento totalmente irrealistas. Chamam isso de “fé”.
O empresário, vendo que seu conselho
não é bem-vindo, se retira da situação e deixa que os líderes da igreja persistam em sua
loucura. Alguns anos mais tarde, e alguns
anos além na estrada da vida, muitos desses
projetos de fé acabam como catástrofes financeiras. São forçados à falência.
Muitos dos ministérios cristãos fracassaram porque um líder rejeitou o dom de administração de um irmão mais experiente.
Se você não é administrador, pelo amor
de Deus, tenha a humildade de admiti-lo, e
permita que aqueles que possuem dons nessa área, tragam ordem e efetividade para este
aspecto do seu trabalho para o Senhor.
Sem o dom da administração, qualquer
igreja ou ministério acabará em sérias dificuldades, ou com a comunidade ou dentro
dela.
B. A ADMINISTRAÇÃO NA
IGREJA PRIMITIVA
Na igreja primitiva, conforme descrito
em Atos, encontramos uma seqüência interessante de eventos. Isto tem se mostrado
útil para me ajudar a entender o desenvolvimento e progresso da organização.
• Em Atos, capítulo 1, Deus escolheu
certos homens.
• Em Atos, capítulo 2, Ele deu àqueles
homens um ministério.
978 / SEÇÃO E6
•
•
•
•
Em Atos, capítulo 3, vemos uma grande multiplicação.
Em Atos, capítulo 4, vemos o nascimento de um grande movimento.
Em Atos, capítulo 5, surge uma murmuração.
Em Atos, capítulo 6, os apóstolos
designam administradores.
O estágio da murmuração é o estágio crítico de um movimento. A liderança se depara com duas ou três opções neste ponto.
PRIMEIRO, eles podem silenciar os
dissensores dizendo, “Se vocês fossem realmente espirituais, não estariam se queixando”.
SEGUNDO, poderiam dizer, “Não desafiem a liderança que Deus deu. Submissão!
ou Separação!” A maioria de nós já ouviu
respostas como estas.
TERCEIRO, podem dizer “Irmãos, ouvimos que vocês têm um problema. Vamos
examiná-lo para ver se encontramos a solução”.
1. Resolvendo o Problema
A terceira abordagem foi aquela que a
igreja primitiva adotou. Eles seguiram uma
aproximação razoável ao responder a murmuração que surgira dentro do movimento.
Eles não procuraram silenciar as queixas;
resolveram o problema. Resolveram-no com
o dom da administração.
Os apóstolos dirigiram o povo na escolha de sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para
tomar conta do servir as mesas.
Freqüentemente as pessoas têm a impressão de que estes sete homens foram
designados para cuidar das mesas onde à
comida era servida. Mas estas não eram necessariamente mesas de comida. Mais provavelmente eram mesas de dinheiro. A palavra grega aqui empregada é trapeza, que indica uma mesa usada para alimentos ou para
negociações em dinheiro.
As viúvas gregas estavam sendo negligenciadas na ministração diária. É provável
E6.5 – Como Planejar
que elas não estivessem recebendo a sua parte certa em dinheiro. Havia nuances raciais
no problema, uma situação perigosa que poderia colocar os gregos contra os judeus.
Os apóstolos, orientaram o problema
complicado, problema racial, financeiro e social, pedindo que o povo escolhesse dentro
do seu próprio meio, homens com dons de
administração para supervisionar o dinheiro, a fim de que os apóstolos pudessem se
dedicar à oração e à ministração da Palavra.
2. Um Ciclo Contínuo
O dom de administração ou ministração,
conforme aqui empregado, surge dos seis
estágios pelo qual passa o reavivamento.
a. Homens movidos por Deus foram
dados um
b. ministério do qual veio
c. multiplicação de onde surgiu um
d. movimento de onde veio
e. murmuração, de onde teve que sair
f. administração.
Isso funciona num ciclo contínuo. Da
administração correta surgem mais homens,
para mais ministérios, para gerar mais multiplicação, que constrói um movimento
maior, de onde surge outra vez mais murmuração.
Enquanto se lida e se resolve o estágio
da murmuração, o movimento continua a se
desenvolver e a crescer.
Mas se você alcança o estágio onde administração é necessária, e esta é negligenciada, surgem grandes problemas. Não se
pode bloquear ou se esquivar do estágio da
murmuração. Se você negligencia ou tenta
passar por cima, garanto que dentro de
poucos meses seu trabalho entrará em colapso e caos. Qualquer que seja, caos fiscal
ou organizacional.
C. A ADMINISTRAÇÃO É
NECESSÁRIA PARA O
CRESCIMENTO
Se você deseja crescer, terá que dirigir-se
com responsabilidade fiscal e organizacio-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
nal. Isso significa que você precisa de administração.
Oitenta e cinco por cento de todas as
congregações de igrejas nos Estados Unidos têm menos de duzentas pessoas. Por
que as congregações não conseguem crescer
além do patamar de duzentos? Porque os
homens na liderança não reconhecem a necessidade da administração.
Um homem não pode lidar efetivamente com mais de cento e setenta e cinco pessoas, portanto, poucas igrejas vão além
desse estágio. Não estou dizendo que isso
é errado e nem critico as pequenas congregações.
Eu iniciei cada igreja que pastoreei, e
igrejas pioneiras contam com pequenas congregações. Os onze anos de trabalho pastoral pioneiro foram verdadeira bênção do
Senhor, pois foi naquele tempo que pude
ganhar a experiência que mais tarde me ajudaria em esferas mais amplas de responsabilidade.
A meu ver, um novo pastor deve ganhar
habilidades de administração, ou ele será
muito limitado em suas realizações. Quando você tem uma igreja e está apenas começando, não pode “convocar” alguém da congregação dizendo, “Eu preciso focalizar a
pregação e o aconselhamento, e assim quero que você enfrente e resolva quaisquer
problemas que surgirem, desenvolvendo
planos para o crescimento da igreja”. Não
pode fazer isso, pelo menos não logo de
início.
A não ser que um novo pastor saiba reconhecer e lidar com a “murmuração”, ele
estacionará bem cedo no seu ministério, em
termos de crescimento numérico. Se ele tenta
fazer seu trabalho sem se preocupar com a
administração, ele criará confusão fiscal ou
organizacional. O trabalho dele poderá desmoronar porque os eventos tendem a evoluir além da capacidade do pastor de lidar
com eles um de cada vez à medida que surgem.
Meu conselho para um pastor novo se-
SEÇÃO E6 / 979
ria: aprenda princípios básicos de administração e comece a colocá-los em prática imediatamente.
Capítulo 5
Como Planejar
Introdução
Temos falado a respeito de alvos e da
necessidade desses alvos serem mensuráveis,
atingíveis, comunicáveis, tangíveis e definidos. Os alvos oferecem objetivos específicos para a ação que tomaremos, a fim de
expressarmos a visão que o Senhor nos deu.
Já mencionamos a necessidade de colocar
esses alvos em ordem de prioridade.
Chegamos, agora, a um passo essencial
para o seu trabalho como administrador e
pastor ou líder de uma organização. É necessário haver um plano para cada alvo.
A. TEM QUE HAVER UM PLANO
Para cada um dos alvos em sua lista de
prioridades, tem que haver um plano. Mais
uma vez quero enfatizar que não se deve
trabalhar com mais de três a seis alvos
prioritários de cada vez.
1. Deus Teve um Plano
Deus tem “um plano de salvação”. Quando é que Ele fez esse plano? Antes da fundação do mundo!
Se pararmos para pensar, podemos chegar facilmente à conclusão de que Deus estava estabelecendo um exemplo a ser imitado.
Ele tinha um plano formulado antes da fundação do mundo. A Bíblia não diz que Ele foi
planejando enquanto fazia. Nós também precisamos estabelecer o plano antes de lançar
nossa fundação e começar a construir.
Porém, na minha experiência, não é assim que muitas organizações cristãs funcionam. Muitas tentam começar um projeto
sem pensar no planejamento.
Não foi assim que Deus ordenou. Deus
não começou sem ter um plano. Ele deli-
980 / SEÇÃO E6
E6.5 – Como Planejar
neou o plano d’Ele antes da fundação do
mundo, mais do que um arquiteto teria feito. Todo construtor sábio tem um plano
antes de iniciar a construção.
Com muita freqüência, parece-me que
cristãos não são construtores sábios. Paulo
enfatizou isto escrevendo em 2 Timoteo 2:5,
que não obteremos o prêmio se não lutarmos segundo a norma – de acordo com certas regras, certos princípios e planos.
Em 1 Coríntios 3:10 ele nos diz para
tomarmos cuidado em como lançamos o fundação. Isso envolve doutrina, mas envolve
também planejamento. Se você não tem um
plano, não deve tentar construir.
Em minha vida tenho observado a capacidade de muitos líderes de mobilizar as pessoas, inspirá-las e fazer com que iniciem
projetos maravilhosos. Mas, porque não haviam planejado, cinco ou seis anos adiante a
visão desmoronou, caindo em caos econômico e organizacional.
A não ser que homens estejam dispostos a trabalhar como Deus trabalha, creio
que eles encontrarão a ruína em algum ponto do caminho, e muito pouco alcançarão.
Temos que nos lembrar: Deus tinha um plano antes de começar.
1. Defina os Alvos
Se você já definiu claramente os alvos e
os colocou em ordem de prioridade, já completou o primeiro passo. Os alvos são uma
declaração de ações que você espera realizar a fim de implementar e cumprir a visão
de Deus para a sua vida e ministério.
2. Planeje com a Ajuda do Senhor
É essencial que o planejamento seja feito através de estar em contato com o Senhor em tempo de oração e meditação. Não
se pode fechar Deus do lado de fora do planejamento, esperando que dê certo. Você
deve orar dizendo “Senhor, mostra-me o
plano. Tu sabes para onde estás dirigindo,
sabes o que queres realizar, e como o realizarás. Agora, ajuda-me a fazê-lo conforme
o que Tu queres”.
Quando entramos em parceria com Deus,
seguimos Seu exemplo e desenvolvemos um
plano para implementar cada um de nossos
alvos. Assim, trabalhamos com a visão de
Deus, com os alvos de Deus, com o plano
de Deus.
Geralmente esses componentes surgem
2. Defina os Passos de Ação
Como o faremos? A definição de “como”
é um dos aspectos mais desafiadores da
realização. Definir como você irá implementar e atingir os alvos, requer trabalho –
trabalho duro – trabalho que consome o
seu tempo.
Um amigo meu trabalhava para a Marinha dos Estados Unidos. Sua tarefa era definir como chamar para a ativa a reserva do
contingente da Marinha. Milhares de reservistas tinham que estar prontos para lutar
dentro de trinta dias, em caso de emergência
nacional.
Frank chamou dez outros planejadores
de primeira categoria para ajudar. Levou três
anos para que esses onze homens definissem “como” implementar o alvo. Trinta e
da sabedoria de um grupo de irmãos que
procuram a Deus em oração e trabalham
juntos. A visão usualmente provém do coração e da mente de um homem, mas os
detalhes de como colocá-la em prática geralmente surgem de um grupo de irmãos.
B. CINCO PASSOS PARA UM PLANO
Cinco perguntas precisam ser respondidas com cuidado e completamente, antes
que se tenha um plano. São as seguintes:
• O que vamos fazer? (Definição dos
alvos).
• Como faremos? (Definição de passes para a ação).
• Quando o faremos? (Passos de planejamento de horário).
• Com quem o faremos? (exigências
de pessoal).
• Quanto custará? (Orçamento).
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
três anos-homem eram necessários para
definir “como” atingir o alvo.
Talvez seu alvo não seja tão complexo.
Para definir “como” implementar seu alvo,
não levará trinta e três anos-homem. Mas
não se engane: seu potencial para o sucesso
está diretamente relacionado com o tempo
gasto para definir como você fará para atingir os seus alvos.
3. Agende os Passos de Ação
QUANDO o faremos? Uma vez que os
passos de ação que definem o “COMO” estiverem completos, é necessário pegar um
calendário e calcular QUANDO cada passo
de ação será tomado.
Para isto, faca uma estimativa de quanto
tempo levará para realizar o primeiro passo. Depois, determine o tempo que leva
para o passo número dois. Faça uma estimativa do tempo para cada estágio do seu
plano e registre-o ao lado do plano de ação
definido no Segundo Passo.
Agora, determine datas limites (data no
calendário) para cada passo a ser realizado.
Quando tiver feito isto, você terá seu horário marcado para a implementação. Isto lhe
será muito útil mais tarde. Você poderá determinar se o projeto (alvo) está progredindo conforme o plano. Se estiver atrasado,
talvez haja necessidade de alguma ação para
apressar o andamento, ou então seja a
constatação de que algum ponto crítico terá
sido passado por cima, tornando impossível prosseguir para a realização do alvo.
Por exemplo, se você está planejando
uma conferência de mocidade, a fim de alcançar jovens para Cristo, deve anunciar a
data da convenção. Se os passos para a ação
estão definidos e as estimativas de tempo
estabelecidas, talvez você veja que vai levar
no mínimo seis meses para fazer o trabalho
de promoção para a conferência.
Se os anúncios não forem criados, impressos e distribuídos dentro do horário, talvez
você não tenha quem apareça na conferência.
Sei de um congresso em que os convites
SEÇÃO E6 / 981
vieram da impressora depois de ter acabado
o evento. Qual foi o resultado? Quase ninguém foi porque os anúncios nunca saíram.
Foi um desperdício de tempo, dinheiro e
um bom plano – resultado da falha numa
junção crítica de tempo, num passo importante da ação.
4. Delegue a Trabalho
Com QUEM o faremos? A maioria dos
planos envolve a mobilização de outros para
ajudar. Se você tenta fazer tudo sozinho,
você não é um líder. Um líder é aquele que
realiza as coisas através de outros. Ter passos de ação e implementação claramente
definidos (segundo passo acima), com estimativa de tempo para a realização, simplifica a tarefa de delegar o trabalho.
Para delegar trabalho, anote o nome da
pessoa (ou pessoas) que poderão implementar cada passo da ação.
Contate seus possíveis futuros ajudantes. Se eles estiverem dispostos, providencie o treinamento necessário para a tarefa,
então explique as datas-limite que terão que
cumprir, e mantenha-se a par do progresso
de cada um, para se certificar de que eles
permaneçam dentro do cronograma.
( NOTA: É EXTREMAMENTE importante lembrar que as pessoas não fazem o
que você ESPERA – farão aquilo que você
INSPECIONA. É essencial seguir de perto
após delegar ou, geralmente, o trabalho não
será feito.)
5. Determine os Custos
Financeiros
O que vai custar? Jesus disse “Ninguém
edifica uma torre sem primeiro calcular o
custo, a fim de ver se tem suficiente para
completá-la’’.
Determinar o custo financeiro exige o exame de cada passo da ação (Segundo Passo
acima) e estimar o custo da implementação
daquele passo. Quando você tiver feito isto,
some o custo de cada passo e você terá o
“custo total” para atingir o alvo.
982 / SEÇÃO E6
Se esse custo estiver acima dos seus recursos financeiros e da sua fé, você deve
revisar seu alvo ou seu planejamento. Essa
revisão deverá continuar até que o quinto
passo (orçamento) esteja dentro dos seus
recursos de finanças e/ou fé.
Quero adverti-lo para que não dê passos
presunçosos. A Bíblia nos ensina a dar passos de fé. Há uma grande diferença entre
saltos de presunção e passos de fé.
Passos de fé envolvem um progresso
gradativo, relacionado com o crescimento e
desenvolvimento espiritual. Uma criancinha
dá passos curtos e freqüentes para andar
um quilômetro. Um adulto forte e bem treinado, dá passos longos. Se a criancinha tentar pular um abismo de cinco metros de largura, ela cairá e morrerá. O adulto poderá
tentar saltar essa distância com facilidade e
segurança.
Sendo assim, se o seu alvo for além de
sua fé e de suas finanças, diminua-o em escala. Mate o seu leão e o seu urso antes de
enfrentar Golias (veja a seção sobre “Experiência”).
Quando você tiver tomado todos os passos acima, com cuidado, usando a mente sã
que Deus dá (2 Tm 1:7), suas chances de
sucesso são multiplicadas.
C. CONCLUSÃO
Quase noventa e oito, em cem novos empreendimentos, fracassam. Por quê? Porque os líderes tentam cortar caminho nestes
princípios bíblicos. Geralmente o resultado
é o fracasso.
Não permita que o seu tempo, energia e
dinheiro se desviem em atividades não relacionadas com a visão de Deus para a sua
vida e ministério. O inimigo se introduzirá
com toda a espécie de tentação e pressão,
para desviar os seus recursos com questões
secundárias irrelevantes e inúteis.
Alguma idéia de apelo fantástico pode
surgir de repente à sua frente, algo que parece ter mais valor do que aquilo que você está
fazendo. Permaneça firme, mantenha a fé e
E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação
certifique-se de que seus alvos continuem
relacionados a visão de Deus. Quando suas
prioridades estiverem estabelecidas, fique
firme nelas.
Capítulo 6
Estratégia, Implementação,
Avaliação
A. DESENVOLVENDO ESTRATÉGIAS
Estamos em guerra contra os principados e potestades espirituais que têm dominado as nações por séculos. Estamos desafiando esses poderes das trevas.
Deus nos ajudará a produzir planos e
estratégias para entrar nessas nações e derrubar principados e potestades, libertando
países não evangelizados para a penetração
do Evangelho.
1. Devem Ser Inspirados
Pelo Espírito Santo
Mas o diabo é uma pessoa astuta, com
vários milhares de anos de experiência em
contra-atacar os planos dos cristãos. Precisamos, portanto, de estratégia e planejamento inspirados pelo Espírito Santo, a fim de
derrubar o inimigo e nos livrarmos dos seus
contra-ataques.
Temos aqui espaço somente para ilustrar o gênio maravilhoso do Espírito Santo,
em várias das muitas estratégias que Ele tem
dado a empreitadas missionárias.
a. Uma Estratégia no México. Quero
relatar uma história de um irmão no México. Para começar, você deve compreender
que é muito difícil evangelizar no México, e
em alguns países da América Latina, devido
a vários tipos de restrições, e devido a certos costumes, certas barreiras culturais. Mas
Deus, pelo gênio do Espírito Santo, colocou um plano no coração do meu amigo, e
está sendo implementado com sucesso, hoje,
por todo o México.
Ele está mobilizando centenas de leigos
mexicanos nas igrejas do México, ensinan-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
do-lhes maneiras simples de testemunhar
efetivamente dentro do ambiente cultural
latino-americano. É simplesmente fantástico!
No México, quando se dá um presente a
alguém, torna-se uma pequena cerimônia
pública. A cortesia mexicana exige que ninguém se retire até que termine a cerimônia.
Retirar-se é fora de cogitação, segundo o
seu costume.
Meu amigo missionário e seus colaboradores combinam uma reunião de cerca de
trinta pessoas em casa de alguém, para presentear ao dono da casa com uma Bíblia em
Espanhol.
Quando a apresentação é feita, começam perguntando “por que oferecemos Bíblias aos chefes de família?” Eles, então,
explicam que quando Cristo entra no coração e na vida do chefe da família, ele se
torna melhor pai, um pai mais amoroso. Isso
estimula o crescimento de crianças estáveis,
que amam a Deus e serão melhores cidadãos do México.
Passam, então, a explicar o plano de salvação. Fazem uma apresentação simples
(que qualquer leigo no México pode aprender de forma a prender a atenção). Ninguém
irá embora durante uma hora.
No final da apresentação simples do
Evangelho, eles convidam todos para “honrar a família”, recebendo o Cristo de que
fala a Bíblia, que acabou de ser “apresentada”. Todos se ajoelham e fazem uma oração
de arrependimento e recebimento de Jesus
como Senhor e Salvador ressurreto. Muitos, assim, nascem de novo.
Então passam a explicar um programa
de estudo bíblico. Após isso, perguntam,
“Quantos de vocês gostariam de ter uma
apresentação assim no seu lar?” Naturalmente, muitos dizem “Sim, eu gostaria!”
No México, onde a evangelização é difícil, o gênio do Espírito Santo providenciou
essa estratégia simples. O Evangelho está
sendo espalhado por leigos, através de um
plano simples e maravilhoso.
SEÇÃO E6 / 983
Deus está disposto a dar estratégias se
você estiver sintonizado n’Ele, e permitir
que Ele comunique a Sua mente, a Sua vontade e o Seu entendimento.
B. IMPLEMENTAÇÃO –
MANTENHA-A FLEXÍVEL
Agora, estamos prontos para passar ao
estágio de implementação. Podemos definir
a implementação como “passos de ação planejados e executados em direção à conquista de um alvo”.
Se você tem um plano, você pode solucionar problemas não esperados, trabalhando em volta deles através do uso de uma
abordagem diferente.
Você pode isolar e corrigir pontos de dificuldades antes que a situação se torne desesperadora. Se você não tem um plano,
ficará afundado no lodo. Talvez não saiba o
que deu errado, ou porque, ou o que fazer a
seguir.
Seu plano é o seu projeto de implementação. Se você comparar um prédio em
construção com as especificações do projeto, e perceber que algumas coisas não estão
combinando, é evidente que quem está construindo não está seguindo o plano. Pode ser
que existam boas razões para isto. Talvez o
plano necessite de modificações.
1. O “Feedback” é Importante
Conforme já ressaltamos, uma coisa que
se pode esperar é – nada funciona exatamente segundo o plano. Por isso é necessário “feedback” na implementação. Temos
que aprender com os nossos erros e como
prosseguir adiante, apesar dos obstáculos
inesperados.
Aquilo que aprendemos na implementação, freqüentemente nos faz modificar o plano, ou para fortalecer um ponto fraco, ou
para tirar proveito de um ponto forte. Nisso
está a sabedoria de utilizar o “feedback”.
Um simples exemplo: suponhamos que
você estivesse construindo uma igreja e planejasse maçanetas folheadas a ouro para as
984 / SEÇÃO E6
portas, quando o ouro ainda estava a $35 a
onça. Então e o governo permitisse que o
preço do ouro fosse alterado, fazendo-o
subir para $600 por onça. Provavelmente
você modificaria o seu plano.
A notícia da subida do preço do ouro é
“feedback”. O “feedback” causaria uma modificação do plano porque o aumento do
valor do ouro faria subir o custo além do
seu orçamento. Portanto, você se contentaria com maçanetas de metal.
Durante o processo de implementação,
você encontra algo inesperado: esta informação é realimentada no plano que é, então,
modificado; a implementação continua com
base no plano modificado.
Em círculos cristãos, não é incomum encontrar pessoas “alérgicas” à avaliação ou
“feedback”.
Líderes que se dizem dirigidos “por revelação” podem se recusar terminantemente a modificarem os seus planos. “Quando
Deus diz, é isso mesmo, irmão. Eu não me
moverei”.
O problema é que, freqüentemente eles
não estão seguindo o plano de Deus, mas
alguma impressão deles mesmos, talvez
porque planejamento seja trabalho duro
demais. Para algumas pessoas é bem mais
fácil reivindicar revelações e visões, do que
fazer o trabalho árduo para desenvolver um
plano. É mais fácil dizer “O Senhor me
mostrou” ou “o Senhor disse...”
“Feedback”, conselho e avaliação, nesses casos, são vistos como crítica contra a
maneira como Deus quer fazer as coisas. E
quem ousaria criticar a Deus?
Não estou dizendo que Deus não possa
mostrar-lhe um plano, porque Ele pode.
Nem que Deus não possa falar, porque Ele
fala. Mas homens que substituem suas impressões do plano de Deus pelo trabalho
duro de verdadeiro planejamento, estão se
preparando para a decepção.
Estão enganando a si mesmos e ao seu
povo, porque podem encobrir com “O Senhor disse”. O povo acreditará e, dentro em
E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação
breve, o líder estará acreditando, até mesmo
quando for óbvio de que não é nada mais do
que uma decepção.
2. O “Feedback” Neutraliza
o Engano
Precisamos utilizar a avaliação para combater a possibilidade de engano ou falta de
sabedoria, naquilo que estamos fazendo, ou
as deficiências com que estamos implementando nosso plano.
Falo com certa quantidade de conhecimento e experiência nessa área, estando no
trabalho do Senhor desde 1947.
Por exemplo, conheço o caso de um pastor que disse ter recebido uma revelação de
ir a uma certa cidade distante, para construir uma escola bíblica. Não havia elaboração de plano algum.
Ele e um colega viajaram milhares de quilômetros para outro país, onde diziam que
o Senhor os levara diretamente à propriedade que deveriam adquirir. Foram guiados por
anjos e visões, se movendo totalmente por
direções subjetivas.
O pastor que liderava o projeto estava
se preparando para deixar uma grande congregação em crescimento, a fim de se dedicar totalmente à sua nova visão. Alguém lhe
perguntou, “Onde está o seu plano?”
“O Senhor me guiou para fazer isto”,
disse ele.
“Talvez sim, mas mesmo neste caso Ele
deseja que você tenha um plano. Ele teve um
plano antes da fundação do mundo e espera
que você também tenha um. Você não definiu
como, quando ou com quem irá implementar
o seu projeto. Não é assim que Deus age”.
Aqueles que expressaram preocupação
não foram apreciados, e os líderes se fizeram surdos ao conselho. Não estavam abertos à avaliação.
Não tenho estado próximo a tal situação
por muitos anos, mas sei que eles gastaram
milhares de dólares e ainda não têm uma
escola bíblica. Há confusão no trabalho daquela organização. Há um hiato de credibi-
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
SEÇÃO E6 / 985
lidade, que talvez leve anos para ser sanado. Pessoas têm sido feridas, e se perguntam se não foram enganadas.
sa e fixa). Faça o seu plano flexível, para
que possa ser modificado conforme o processo de implementação indicar.
3. O “Feedback” Mantém
um Equilíbrio
Por que acontecem coisas assim? Porque não buscaram confirmação objetiva para
aquilo que eles experimentaram subjetivamente. Sem alvos. Sem prioridades. Sem
planos.
Acreditem-me, não rejeito as comunicações subjetivas do Senhor. Deus usa nossos dons intuitivos, mas estes têm que ser
avaliados pelos fatos. “Feedback” mostra
quando o plano está – ou não está – de
acordo com os fatos objetivos.
Quando o subjetivo e o objetivo estiverem equilibrados, você está num terreno seguro. Está numa estrada de ferro que o conduzirá a algum lugar. Mas não se pode dirigir um trem num trilho único; ambos os trilhos são necessários. Direção subjetiva e
fatos objetivos, precisam andar juntos e
confirmarem-se mutuamente. Quando andam juntos, pode-se ter quase a certeza de
um bom resultado final.
Empreendimentos bem-sucedidos requerem um plano cuidadoso. Exigem trabalho árduo, planejamento bem-pensado e prático. Se
você não possui o dom de administração, procure alguém que o possua, para ajudá-lo.
Não importa o que o Senhor dá a você
em termos de visão e alvos, alguém tem que
planejar para a implementação deles de
modo ordeiro, seqüencial e lógico, para fazer com que aconteça.
Se você não segue estes princípios, posso quase garantir que fracassará ou terá desapontamentos em qualquer coisa que tentar fazer.
No estágio da implementação, não firme
seu plano em concreto. Depois de delineálo, deixe que o conhecimento dos fatos que
você descobre durante a implementação o
modifique.
Não pratique a teologia concreta (confu-
C. A AVALIAÇÃO É MUITO
IMPORTANTE
1. Ela nos Mostra se o
Alvo Foi Atingido
Quando você tiver implementado e completado o seu plano, sempre deve tirar tempo para uma avaliação. O alvo foi alcançado? Cumprimos os objetivos? Terminamos
o que começamos? A visão se tornou, finalmente, em realidade? Ou nós nos distraímos com algum truque do inimigo, ou de
nosso próprio orgulho ou obstinação?
Uma das áreas mais “pegajosas” em que
tenho entrado nos últimos vinte anos, é a
avaliação do ministério missionário. Em geral os missionários não querem ser avaliados. “ Apenas deixem que eu vá para a África glorificar a Deus, irmão, e não faça perguntas”. Com freqüência, esta parece ser a
atitude.
Quando se começa a avaliar os missionários com critérios objetivos, pode ser bem
duro. “O que você realizou na África, em
vinte anos, glorificando a Deus? O que aconteceu durante todos aqueles anos? Onde está
o fruto? Você pode descrever alguns resultados mensuráveis?”
Agora, não quero dar a impressão de que
uma equipe de avaliação é constituída de
generais hiper-críticos, de corações de pedra. Nossas equipes de avaliação não vão
ao campo missionário, alheias aos problemas e às condições locais, para dissecar a
vida e carreira de um missionário sofredor.
Não é assim.
As equipes de avaliação geralmente são
sensíveis quanto às condições em várias
partes do mundo. Quando encontram um
irmão missionário, conduzindo almas ao Senhor sob circunstâncias extremamente difíceis, eles o recomendam e o elogiam por sua
realização. É agradável encontrar missões
986 / SEÇÃO E6
bem-sucedidas, saudáveis, produtivas, e nós
louvamos ao Senhor por elas e pelas pessoas que as dirigem.
2. Ela nos Mostra se os Esforços
São Justificados
Mas muitos esforços missionários simplesmente não se justificam com base no
que se está fazendo, levando em conta o
número de pessoas, recursos, tempo, energia e fundos. É por isso que se torna necessária a avaliação. Onde ela estiver ausente, a
tendência é o desenvolvimento de abusos e
incompetência.
a. Desperdício de Tempo e de Dinheiro. Em uma parte do mundo, um missionário gastou cinco anos e 250.000 dólares, antes que uma equipe de avaliação fosse enviada para verificar como estava a obra
dele. Ele morava a um dia de distância, rio
acima, por barco a motor. Para ganhar tempo, a equipe de avaliação sobrevoou a selva
e finalmente chegou a um grande prédio de
blocos de concreto.
No meio da selva esse missionário estava planejando “uma escola bíblica para treinar as pessoas para evangelizar os nativos.”
O problema era que o vilarejo mais próximo
distava horas por barco a motor.
Mesmo este vilarejo mais próximo constava principalmente de 2.700 índios pobres
e analfabetos. Mesmo assim, teria sido um
local muito mais sensato para uma escola
bíblica. Estava no meio de nada, a quilômetros de distância do ponto de comunicação
mais próximo com o mundo de fora.
Toda a área era tão pouco habitada que
seria necessário sobrevoá-la de avião para
localizar pessoas que seriam evangelizadas
– e, assim mesmo, não havia muitas.
Para construir um prédio de concreto,
este missionário gastou 250.000 dólares em
cinco anos. O alto custo do transporte do
material, rio acima, e trabalhadores importados dos Estados Unidos, fizeram os custos subirem acima do que deveriam ser.
O que esse missionário tinha para mos-
E6.6 – Estratégia, Implementação, Avaliação
trar por seus cinco anos e duzentos e cinqüenta mil dólares? Ele ainda não tinha dado
uma única aula. Não tinha matriculado um
único aluno, e ali estava, com um pequeno
prédio.
Havia pessoas viajando em tempo integral pelos Estados Unidos, mostrando filmes dessa gloriosa aventura missionária nas
selvas, para angariar dinheiro. Eles diziam
“Louvado seja o Senhor, vamos evangelizar
os perdidos e ganhá-los para Jesus! Estamos construindo uma escola bíblica. Não é
lindo? Veja só que paisagens maravilhosas
da selva, olhe os macacos, papagaios, periquitos – uau!”
É necessário considerar o quadro todo.
Aqueles indígenas da região não podiam ler,
mas supondo que se conseguisse levá-los a
uma escola bíblica, por onde se começaria a
treiná-los? Primeiro, gastando de cinco a dez
anos ensinando-os a ler? Quando é que se
começaria a ensinar-lhes a Bíblia? Aquele
povo não sabia somar dois mais dois!
Não faria mais sentido encontrar pessoas que já sabem ler, e treiná-las para ir testemunhar aqueles indígenas? Estas são espécies de coisas que você tem que considerar
no trabalho missionário e na avaliação dos
esforços-missionários.
Há problemas especiais com a vida, em
áreas primitivas. Naquela região não havia
encanamento, eletricidade ou água potável.
O casal de missionários tinha que ferver a
água de beber. Eles se banhavam no rio. Estavam constantemente em tratamento por
causa de parasitas de diversas espécies. E
estavam tentando criar e educar os filhos no
meio de tudo isso.
Quando eles teriam tempo para dirigir uma
escola bíblica? Chegada a hora da verdade,
eles não tinham tempo. Levava oito ou nove
horas de cada dia, apenas para eles sobreviverem. Infelizmente este caso não é incomum ao que acontece no campo missionário.
A propósito, o missionário era um bom
sujeito e, caso ele fosse membro de sua igreja, você provavelmente gostaria dele. Mas
PLANEJAMENTO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA
durante a entrevista de avaliação, quando
ele foi confrontado com as realidades ilógicas da situação, ele finalmente confessou:
“Irmão, um dia esta terra vai ser valiosa.
Tenho duzentos alqueires e estou construindo isto para o futuro de meus filhos”.
A equipe avaliadora mal acreditara no
que ouvira. Herança para os filhos? Ele estava ludibriando pessoas em toda a América do Norte para construir uma escola bíblica no meio das selvas, em terreno-lixo, que
provavelmente não valerá dois dólares o
alqueire quando o Senhor vier!
Porque seus motivos eram errados, ele
foi enganado, e acreditava que essa terra iria
valer milhares de dólares por alqueire. Tudo
para deixar terras de herança para os filhos.
Ele gastou anos e parece convicto de continuar com o mesmo desperdício. Existem
pessoas na América do Norte tolas o suficiente para continuar enviando-lhe dinheiro,
cerca de cinqüenta mil dólares por ano.
Há grande necessidade de planejamento
com sanidade. A viabilidade da visão que
alguém, subjetivamente acha que foi dada
por Deus, precisa ser avaliada por uma equipe objetiva.
Do contrário, o que é que se tem? Tabernáculos com 2.000 lugares e telhados achatados, construídos em terra onde neva, entrando em colapso no primeiro inverno.
Temos pessoas viajando milhares de quilômetros para evangelizar uma ilha desabitada
no Caribe. Temos uma escola bíblica de um
quarto de milhão de dólares no meio da selva, sem um único aluno.
D. COMO CONFIRMAR O
VALOR DOS PROJETOS
Guardar-nos contra projetos sem valor
ou enganosos pode ser muito difícil.
Em Tessalonicenses 5:12, Paulo diz,
“Agora vos rogamos irmãos, que acateis
com apreço os que trabalham entre vós.”
Esta é a única proteção verdadeira que você
tem – conhecer bem aqueles que trabalham
entre nós. Auxilia a trabalhar dentro de uma
SEÇÃO E6 / 987
esfera de comunhão em que cada pessoa é
avaliada por outras, regularmente, e onde
todos sabem o que se passa.
Um bom exemplo disso está em Êxodo,
capítulo 25, quando Deus deu a Moisés a
visão do Tabernáculo. Esse projeto requeria a dedicação do que provavelmente chegaria a vários milhões de dólares em ouro,
prata, pedras preciosas e outros materiais.
O povo de Israel não tinha problema em se
comprometer com essa espécie de oferta alçada porque havia evidência clara de que Moisés estava escutando ao Senhor, com base nas
suas conquistas de fé e realizações passadas.
Mas se Moisés tivesse tentado começar
o tabernáculo, quando ele se juntou pela
primeira vez ao seu povo no Egito, não teria sido bem-sucedido. Ou, se ele tivesse
vindo juntar-se a eles como estranho no deserto, eles não teriam escutado tal proposta. Ele tinha estado com eles por muitos
anos e tinha um histórico de credibilidade.
Em segundo lugar, Moisés apresentou
um plano completo. Era mensurável, atingível, comunicável, tangível, e definido em
termos de alvos ou passos de ação. Quando
alguém pede a você que participe dum projeto ou doe dinheiro, não tenha medo de
fazer perguntas. Se eles não puderem ou
não quiserem oferecer respostas claras quanto aos alvos e planos, você tem boas razões
para refrear seu apoio.
E. CONCLUSÃO
São estes os princípios bíblicos para a
realização. Alguém disse: “O que Deus abençoa como suplemento, Ele amaldiçoa se for
substituído”. Se você tentar substituir estes
princípios por dedicação, oração, separação,
integridade e outros princípios espirituais,
eles se tornarão uma maldição para você.
Mas se eles forem um suplemento, ferramentas com as quais você trabalha para
elevar o reino do Senhor, tenho a certeza de
que eles serão uma bênção.
Que você tenha muitos feixes mais para
deixar aos pés de Jesus quando Ele voltar.
988 / SEÇÃO E7
E7.1 – Prefácio
SEÇÃO E7
CONSERVANDO A COLHEITA
Leo Harris
ÍNDICE DESTA SEÇÃO
E7.1 - O Poder de um Profundo Desejo
E7.2 - O Poder Ilimitado de Uma Dedicada Unidade
E7.3 - A Pregação Plena do Evangelho de Cristo
E7.4 - Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário
E7.5 - A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento
E7.6 - Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã
E7.7 - O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária
E7.8 - Os Ministérios na Igreja Neo-Testamentária
E7.9 - Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local
E7.10 - Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local
E7.11 - Todas as Igrejas Locais São Uma Base Para a Evangelização
E7.12 - O Chamado da Colheita
Prefácio
Você precisa compreender a palavra “igreja” da forma que é usada no Novo Testamento. Isto o capacitará a aplicar o seguinte
ensinamento à sua situação. A palavra traduzida por “igreja” vem da palavra grega
“Ekklesia”.
Ela é traduzida (na Bíblia Inglesa Versão
King James) por “assembléia” três vezes
(At 19:32,39,41).
Nessas passagens, ela significa um ajuntamento público de pessoas (neste caso, para
ouvirem as acusações feitas contra Paulo).
Ela é traduzida por “igreja” em 76 versículos e como “igrejas” em 35 versículos.
Nestas aplicações, elas se referem:
À Igreja Universal: (Mundial ou em
muitos lugares): Por exemplo: “Pois também Eu te digo... sobre esta rocha edificarei
a Minha Igreja; e os portões do Inferno
não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18).
“Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria tinham paz,... e
se multiplicavam” (At 9:31).
A Igreja de Uma Cidade: (Geralmente
constituída de muitas “igrejas locais”): “...E
o Senhor acrescentava à Igreja [da Cidade
de Jerusalém] diariamente aqueles que se
haviam de salvar” (At 2:47).
“...E, naquela época, houve uma grande perseguição contra a Igreja que estava
em Jerusalém...” (At 8:1; 11:2).
“Ao anjo da Igreja de Éfeso [a Igreja da
Cidade] escreve...” (Ap 2:1).
Você encontrará a igreja de uma cidade
citada em contraste a uma igreja “local” (ou
“caseira”). “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja [todas as igrejas
“caseiras” de uma cidade]...” (Rm 16:23).
À Igreja Local (ou “Caseira”): Contraste a última referência acima com relação
a “toda a igreja” e uma “igreja local” (ou
igreja “caseira”). “Saudai a Priscila e a
Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus. Saudai também a igreja que está em
sua casa” (Rm 16:3,5).
“Saudai aos irmãos que estão em
Laodicéia [igreja de uma cidade], e a Ninfa,
e à igreja que está em sua casa [igreja local
ou igreja caseira]” (Cl 4:15).
CONSERVANDO A COLHEITA
Você poderá observar que, quando Pedro e João foram libertos após a sua detenção, as Escrituras dizem: “E sendo libertos,
foram para os de sua própria companhia
[igreja local ou caseira], e relataram tudo o
que os principais sacerdotes e anciãos lhes
haviam dito” (At 4:23).
Quando o anjo libertou Pedro da prisão,
ele foi para a sua igreja local (ou “caseira”).
“...ele foi à casa [igreja] de Maria, mãe de
João, cujo sobrenome era Marcos, onde
muitos estavam reunidos e orando” (At
12:12).
As Igrejas Locais (ou “Caseiras”) Dentro de Uma Igreja de Uma Cidade: “Se
pois toda a Igreja [Igreja de uma cidade] se
congregar num lugar...” (1 Co 14:23).
“A Igreja toda” se refere as muitas “igrejas locais” (ou igrejas “caseiras”) de Corinto, que constituíam a “Igreja da Cidade”.
Ocasionalmente, todas as igrejas locais (ou
“caseiras”) se reuniam para comunhão e ministração num grande ajuntamento público.
Nesse contexto, Paulo deu instruções especiais sobre a maneira pela qual essa reunião
especial deveria ser conduzida.
Capítulo 1
O Poder de um Profundo
Desejo
Introdução
Estamos a ponto de considerar uma verdade que bem poderia revolucionar a sua
vida. Descobriremos a fonte de águas vivas.
Desta fonte jorram a verdadeira fé, a oração
eficaz, e todas as bênçãos da vitória espiritual. Estas bênçãos são destinadas a você,
individualmente, como também para a Igreja, coletivamente.
Não creio que jamais tenhamos concebido o tremendo poder que há no DESEJO.
Ouvimos muitas coisas sobre as nossas
orações. Já ouvimos muitos sermões sobre a
fé. Quando no entanto, abordamos os nossos desejos, estamos colocando as coisas
SEÇÃO E7 / 989
principais em primeiro lugar. O desejo é o
fundamento sobre o qual podemos construir
uma fé que remove montanhas é uma poderosa vida de oração. Eis aqui o segredo de
todo verdadeiro reavivamento espiritual.
A. O QUE É “DESEJO”?
Geralmente usamos esta palavra inadequadamente. Nós a usamos para indicar uma
vontade passageira, as nossas esperanças,
ou aquilo que “queremos”.
Há, no entanto, uma capacidade de desejarmos profundamente alguma coisa
que poucos jamais compreenderam. Um
profundo e forte desejo significa usarmos
a palavra em seu mais verdadeiro e profundo sentido.
1. Uma Forte Paixão
Este desejo é uma forte paixão por algo,
um apetite santo não-satisfeito que se origina de uma “visão”, um “conceito” que
motiva a nossa vida e molda os nossos destinos.
Poucos chegaram a conhecer um verdadeiro e notável sucesso sem que tivessem
sentido as chamas deste apaixonado desejo
ardendo em suas almas.
2. O Conhecimento e a
Visão Combinados
Há dois versículos interessantes que eu
gostaria de comparar:
O primeiro é Oséias 4:6: “O Meu povo é
destruído por falta de conhecimento.” O
conhecimento em si não traz o poder, mas o
nosso uso (aplicação) do conhecimento pode
trazê-lo.
O segundo versículo é Provérbios 29:18:
“Onde não há nenhuma visão, o povo perece.” A visão e a luz (revelação) que recebemos sobre o propósito de Deus para a
nossa vida e ministérios.
Estes dois versículos nos ensinam duas
coisas:
• As pessoas sem conhecimento estão
em perigo de destruição;
990 / SEÇÃO E7
•
Porém, as pessoas sem visão estão
perecendo. Estão, devagar e sempre,
perdendo a sua utilidade.
Um profundo desejo é o resultado da
combinação do conhecimento com a visão.
É o conhecimento incandescente dentro
de nós.
O conhecimento é semelhante a um maquinário, mas a visão produz o forte desejo,
o qual impulsiona (movimenta) esse maquinário.
3. Produz Uma Verdadeira Fé
É verdade que a fé vem através do nosso conhecimento da Palavra, mas o conhecimento em si não é suficiente. O nosso
conhecimento da Palavra de Deus precisa
criar dentro de nós o intenso desejo pelo
cumprimento da Sua Palavra.
Muitas pessoas conhecem as promessas de Deus, mas nunca agem com base nessas promessas porque carecem desse profundo e intenso desejo.
Um desejo desse tipo faz com que não
somente conheçamos as promessas de Deus,
mas que também constantemente PENSEMOS nelas, FALEMOS sobre elas, NOS REGOZIJEMOS nelas, e AJAMOS com base
nelas. Esta é uma fé verdadeira. É o tipo de
fé que produz uma VISÃO. É uma fé gerada por um forte desejo.
Muitos de nós gostamos muito das palavras de Jesus encontradas em Marcos 11:24:
“Tudo o que DESEJARDES, quando
ORARDES, CREDE que o RECEBEREIS, e
te-lo-eis.” Vemos aqui que a nossa oração,
o nosso crer, e o nosso receber – todos se
originam do nosso desejar.
É maravilhoso conhecermos o Evangelho, as boas-novas da salvação, a verdade
da cura divina, o batismo do Espírito Santo,
e todas as gloriosas provisões dessa mensagem do Evangelho.
O conhecimento dessas coisas, no entanto, não é suficiente para trazer a vitória
do reavivamento que precisamos. Vermos
as pessoas salvas, curadas, e batizadas no
E7.1 – O Poder de um Profundo Desejo
Espírito precisa se tornar o nosso intenso
desejo e a nossa constante visão. Somente
assim poderemos ver e provar o poder do
Evangelho.
B. QUAL É O MEU MAIS
PROFUNDO DESEJO?
É bom que cada um de nós se pergunte
isto de vez em quando. É bom para nós que
tenhamos um desejo de prioridade absoluta
em nossa vida.
Isto será determinado de acordo com:
• as nossas necessidades
• o chamado de Deus em nossa vida
• as nossas circunstâncias
• a nossa experiência espiritual
Pare agora mesmo e pergunte-se o seguinte:
“Qual é o meu mais profundo e mais
forte desejo?”
Aí então, faça a mesma pergunta coletivamente – como uma assembléia, uma igreja
local (ou “caseira”), como um grupo de crentes no Senhor.
C. HÁ PODER NA UNIDADE
DE DESEJOS
Um dos grandes segredos do sucesso sobrenatural da Igreja Primitiva era a unidade
deles. Dizia-se sobre eles que “estavam todos em comum acordo.” Eles tinham uma
unidade em seus propósitos, em suas orações, e em seus ministérios.
O Novo Testamento nos ensina que há
um vasto e ilimitado poder numa visão
unida: estarmos de comum acordo em nossos desejos e em nosso crer.
D. ÁREAS ONDE A UNIDADE DE
DESEJOS É NECESSÁRIA
Eis aqui algumas coisas em que deveríamos encontrar uma unidade de desejos:
1. A Salvação de Homens e
Mulheres
Isso deveria ser primordial em nossas
prioridades.
CONSERVANDO A COLHEITA
O Livro de Atos registra a constante conversão de almas, incluindo-se tanto as conversões em massa quanto o fato de homens
e mulheres serem ganhos para o Senhor no
dia-a-dia.
Há um grande perigo de as pessoas se
tornarem empolgadas com a idéia de resultados em massa, de um grande número de
pessoas se voltando para o Senhor de uma
só vez. Isto é muito maravilhoso e certamente tem o seu lugar no programa da igreja
hoje em dia, como acontecia nos dias em
que a Bíblia foi escrita. No entanto, nada
pode substituir a importância e o valor
de uma colheita de almas sistemática,
no dia a dia, semana após semana.
Em Atos 2:41 lemos que 3.000 almas
foram salvas no Dia de Pentecostes. Em
Atos 4:4, constatamos que 5.000 homens
foram ganhos para Cristo de uma só vez.
Estes são eventos notáveis de evangelização em massa.
Contudo, em Atos 2:47, encontramos o
padrão normal da evangelização feita por
uma igreja de cidade: “...e a cada dia Deus
lhes acrescentava todos os que estavam sendo salvos.”
Muitas e muitas vezes as igrejas contam com o ministério de um evangelista
especial, uma grande campanha com muita
publicidade, para trazerem almas ao seu
convívio. Isto é bom, e certamente deveria
haver ocasiões para tais eventos (se as circunstâncias o permitirem).
Nada, no entanto, pode substituir a maravilhosa eficácia de uma constante e sistemática salvação de almas. Isto somente poderá acontecer à medida que cada igreja local (ou “caseira”) for impregnada com uma
visão vital gerada por um intenso desejo
de se ganhar os perdidos.
Se Deus não houvesse incluído a salvação de almas em Seu plano para a Igreja, ela
teria perecido em sua infância. Graças a Deus
que ela não pereceu, e não perecerá enquanto os crentes e igrejas de cidades desejarem
acreditarem, orarem e trabalharem pela sal-
SEÇÃO E7 / 991
vação de almas, a fim de que possam ser
acrescentadas a Igreja dia a dia.
2. A Cura dos Enfermos
Há duas razões pelas quais também deveríamos desejar isto de todo o nosso coração:
• Porque nos movemos com compaixão pelos que sofrem, e
• Porque desejamos que os sinais confirmem o Evangelho que pregamos.
3. O Derramamento do
Espírito Santo
Que nunca esmoreçamos nem diluamos
a nossa mensagem e experiência do Espírito Santo. Esta ainda é a Dispensação do
Espírito Santo. Precisamos do Batismo no
Espírito Santo. Precisamos dos Dons do
Espírito Santo. Precisamos manifestar os
Frutos do Espírito Santo. Precisamos do
Seu poder em nossa vida e em nossos ministérios.
Certamente isso é algo do qual deveríamos ter sede e fome, algo que deveria ser
profundamente desejado. Que um verdadeiro reavivamento do Espírito Santo possa
ocupar sempre um lugar proeminente em
nossa visão!
4. Uma Igreja Neo-Testamentária
em Ação
Uma visão de reavivamento neo-testamentário inclui todas as bênçãos e todas as
provisões que Deus nos proporcionou. Que
não somente creiamos no Novo Testamento, mas que também possamos desejar, de
todo o nosso coração, trabalharmos, adorarmos, e evangelizarmos de acordo com o
padrão do Novo Testamento.
Amigos, estou convencido disto: Se estas coisas encherem a nossa visão, se este
conceito para todos os crentes e todas as
igrejas permear os nossos corações e mentes e se nos dedicarmos a estas coisas em
que cremos com toda a certeza, aí então
certamente veremos um reavivamento de
992 / SEÇÃO E7
E7.2 – O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada
proporções ilimitadas antes que esta era termine e Cristo volte.
Lembre-se: O conhecimento não é suficiente. Precisamos ter conhecimento, mas,
acima de tudo, precisamos ter uma visão e
um coração ardendo com desejos divinos.
Capítulo 2
O Poder Ilimitado de Uma
Unidade Dedicada
Introdução
Em nosso último capítulo, escrevemos
sobre o poder de um profundo desejo em
nossos corações e um desejo unido na igreja
local (ou “caseira”). Gostaríamos de desenvolver este tema mais detalhadamente e considerar o tremendo poder que é liberado
quando homens e mulheres cristãos entram
numa unidade dedicada.
O programa de cinco pontos para o reavivamento na Igreja é:
• Um profundo desejo
• Um programa definido
• Uma unidade dedicada
• Mentes disciplinadas
• Um ministério de libertação
O primeiro ponto foi abordado no Capitulo 1. O segundo ponto precisa ser elaborado por cada igreja local (ou “caseira”) ou
igreja de cidade, de acordo com as suas próprias circunstâncias (Veja o Capitulo 11).
Este capítulo aborda o terceiro e quarto
pontos, a saber: uma unidade dedicada e
mentes disciplinadas.
Certamente temos aqui duas chaves
muito importantes e que liberam o poder de
Deus num genuíno reavivamento neo-testamentário para qualquer igreja local (ou “caseira”) de crentes.
A. UM DEDICADO TRABALHO
DE EQUIPE
Quando falamos em unidade, muitas pessoas a imaginam no sentido passivo. Elas
acham que a unidade é alcançada pela mera
remoção de atritos ou desacordos no convívio das pessoas.
No entanto, o tipo de unidade que o
Novo Testamento retrata é mais do que uma
unidade passiva: é um agressivo trabalho
de equipe. É uma UNIDADE EM AÇÃO.
Este tipo de dedicada unidade pode ser
colocado em ação em qualquer nível – com
os líderes da igreja local, com os ministérios
ambulantes, com os membros de uma assembléia, ou de quaisquer grupos de crentes que se dedicam a um propósito comum
no serviço do Senhor.
1. Tripla Dedicação Necessária
Um trabalho de equipe dessa natureza
requer uma tripla dedicação:
a. Ao Senhor;
b. À visão, ou desejo da equipe, e ao
seu programa definido;
c. A Cada Membro da Equipe. Este é
um segredo essencial do reavivamento e da
bênção de Deus em qualquer igreja ou grupo de crentes. No entanto, por incrível que
pareça, é um segredo muito negligenciado.
Podemos orar pela unidade ou ter a esperança de que ela venha a existir, mas a unidade nunca será alcançada com êxito, a menos
que trabalhemos para isto com todo o nosso
coração. Os resultados que ela produz
serão um abundante galardão para todos
os esforços e trabalhos envolvidos.
2. Dois Benefícios do
Trabalho de Equipe
A Bíblia apresenta dois maravilhosos benefícios de um trabalho de equipe tão dedicado assim. São os seguintes:
a. A Proteção que Ele Proporciona. Vemos aqui o valor defensivo de um homem
dedicado. Considere a sabedoria de Salomão:
“Onde não há nenhum conselho, o povo cai;
mas na multidão de conselheiros há segurança’’ (Pv 11:14). Uma vez mais, vemos
em Provérbios 15:22: “Sem conselho, os
propósitos são frustrados, mas na multidão
de conselheiros eles são estabelecidos.”
CONSERVANDO A COLHEITA
As sutis táticas do “divida e conquiste” são tão velhas quanto o próprio Satanás. No entanto, onde os irmãos se
aconselham juntamente num trabalho
de equipe dedicado, os esforços do diabo
são frustrados e há segurança ou proteção para o povo de Deus.
Quantos propósitos dignos são “frustrados” ou deixam de ser cumpridos, por causa
da falta de uma unidade dedicada? Quando
os crentes compartilham um desejo comum
e possuem um trabalho de equipe unido e
dedicado, estes propósitos podem ser alcançados. Sim, amigos, a nossa mais segura defesa contra os ataques do diabo encontra-se
numa unidade dedicada em nosso meio.
Observemos agora o segundo beneficio:
b. O Poder que Ele Libera. Nunca podemos deixar de ficar maravilhados com a
profundidade e a amplitude do poder que
opera milagres, indicadas nas palavras de
Jesus encontradas em Mateus 18:19,20:
“Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu
Pai, que está nos céus.
“Pois onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, lá estarei Eu no meio
deles.”
Algumas Bíblias apresentam um titulo antes do versículo 20: “A FORMA MAIS SIMPLES DE UMA IGREJA CASEIRA”. Na verdade, os comentários de nosso Senhor do
Versículo 15 até o final do Versículo 20 são
especificamente aplicados à igreja local (ou
“caseira”). Aqui Ele nos mostra o poder ilimitado de um dedicado acordo entre os crentes.
O Livro de Atos (que é o registro histórico da Igreja Primitiva) chama a nossa atenção para esta vital e fundamental característica da unidade deles:
“Todos estes perseveravam DE COMUM
ACORDO em oração” (At 1:14).
“E cumprindo-se o Dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos DE COMUM ACORDO num só lugar” (At 2:1).
“E eles, perseverando diariamente DE
SEÇÃO E7 / 993
COMUM ACORDO no templo, e quebrando
o pão de casa em casa, comiam a sua comida com alegria e singeleza de coração” (At
2:46).
“Eles levantaram as suas vozes a Deus
DE COMUM ACORDO...” (At 4:24).
“E a multidão dos que criam tinha UM
SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA” (At 4:32).
3. Líderes “Chaves” São
Necessários
Os patriarcas da Igreja Primitiva tinham
um ditado: “Onde há três, aí há uma igreja.”
Poderíamos acrescentar: “Onde há três numa
unidade dedicada, aí há uma igreja poderosa”.
Há uma necessidade de pastores principais ou líderes “chaves” (Veja Jeremias
25:34,35,36).
Numa Igreja Neo-Testamentária, precisamos sempre reconhecer e seguir o líder
“chave” (ou pastor principal) que foi dado
por Cristo.
Contudo, este líder “chave” não pode
minimizar, de nenhuma forma, a necessidade imperativa de uma dedicada equipe de
líderes trabalhando conjuntamente.
Toda equipe precisa de um líder “chave”,
mas igualmente verdadeiro é o fato de que
todo líder “chave” precisa de uma equipe.
Toda igreja local (ou “caseira”) precisa
de um líder ou pastor principal. Frisamos
uma vez mais, no entanto, que todo pastor
ou líder torna-se muitas vezes mais eficaz
quando é rodeado e sustentado por uma
dedicada equipe de outros líderes.
B. MANTENHA A UNIDADE
A necessidade de estabelecermos uma
unidade dedicada iguala-se somente à necessidade de mantermos esta unidade. Com
isto em mente, consideremos o seguinte:
1. O Preço a Ser Pago
Não é necessário um estudo detalhado
do Novo Testamento para descobrirmos o
seguinte:
Todos os crentes e todas as assembléias
994 / SEÇÃO E7
E7.2 – O Poder Ilimitado de Uma Unidade Dedicada
são responsáveis pela manutenção da unidade que Deus criou no Espírito Santo.
“Empenhando-se em GUARDAR [ou
manter] a unidade do Espírito no vinculo
da paz” (Ef 4:3).
Uma paráfrase deste versículo seria o
seguinte: “Lutando com todos os meios possíveis à vossa disposição para manter a unidade do Espírito, tornando-vos prisioneiros da paz.”
Não nos foi dito aqui para “criarmos”
nem “organizarmos” uma unidade. Recebemos ordem para guardarmos ou mantermos uma unidade que já foi criada para nós
no Espírito Santo.
Há, no entanto, um preço a ser pago:
que dispostamente nos tornemos “prisioneiros da paz”.
Em outras palavras, a verdadeira liberdade tem as suas limitações. Teremos a liberdade de andarmos de bicicleta ou de dirigirmos
os nossos carros somente se observarmos as
leis de trânsito. Poderemos desfrutar de todos os privilégios da cidadania contanto que
cumpramos a lei e mantenhamos a paz.
A mesma coisa se aplica na Igreja Cristã.
Podemos manter a unidade do Espírito somente até o ponto em que aceitamos a responsabilidade de mantermos a paz com o
nosso irmão e irmã.
Esta é a responsabilidade que todos nós
precisamos aceitar se quisermos usufruir do
maravilhoso potencial de poder que pode
ser encontrado numa dedicada unidade. Em
seguida consideremos:
2. O Padrão a Ser Seguido
Certo dia, enquanto estava lendo a minha Bíblia e meditando sobre as necessidades de várias igrejas em que eu havia ministrado, as palavras de Paulo causaram um
forte impacto sobre mim:
“Mas, não importando o que aconteça comigo, lembrem-se sempre de viver como os
cristãos deveriam viver, a fim de que, quer eu
os veja novamente ou não, eu possa continuar a receber bons relatórios de que vocês
estão de pé e firmes, lado a lado, com um só
firme propósito – pregar as Boas Novas, destemidamente, independentemente do que os
seus inimigos possam fazer” (Fp 1:27,28).
“Apenas que a vossa conduta seja condizente com o Evangelho de Cristo: a fim de
que, quer eu vá e vos veja, quer esteja ausente, eu possa ouvir acerca de vós que estais
firmes num só espírito, com uma só mente,
combatendo juntos pela fé do Evangelho; e
em nada aterrorizados por vossos adversários” (Fp 1:27,28 Versão King James).
Vemos aqui o grande fardo sobre o coração do Apóstolo Paulo com relação às igrejas sob os seus cuidados.
Qual seria a melhor notícia que ele poderia receber com relação à igreja da cidade e
às igrejas locais (ou “caseiras”), com as quais
ele se preocupava tanto?
Isto é o que alegrava o seu coração mais
do que qualquer outra coisa: que eles ficassem firmes num só espírito, e com uma
só mente, combatendo juntos pela fé do
Evangelho.
Paulo sabia que se esta condição prevalecesse em qualquer igreja, o restante seguiria – a salvação de almas, a cura dos enfermos e a bênção do reavivamento. Observe
as duas coisas que preocupavam a Paulo:
• que os crentes permanecessem firmes NUM SÓ ESPÍRITO, e
• que com UMA SÓ MENTE eles combatessem em conjunto pelo Evangelho.
Eis aqui o padrão para a verdadeira unidade espiritual:
a. Firmes Num Só Espírito. Todos os
crentes nascidos de novo receberam um novo
espírito (Ez 11:19;18:31). Isto é algo que
Deus faz por nós quando cremos.
É no espírito (ou coração do homem)
que experimentamos a regeneração, a justificação, e o poder de Cristo que habita em
nós. Este é o milagre do novo nascimento.
Cada igreja local (ou “caseira”) é um grupo
de homens e mulheres nascidos de novo e
com Cristo habitando dentro deles.
CONSERVANDO A COLHEITA
Esta é então a base para a nossa unidade: Somos todos participantes do Espírito de Cristo.
Precisamos aceitar este fato e permanecer firmes nesta revelação. Este é o nosso
ponto de partida.
Aceitemos o que Deus operou em nossa
vida como indivíduos e saibamos que somos
um grupo de novas criaturas em Cristo.
Vamos ficar firmes num só espírito!
b. Com Uma Só Mente Combatendo
Juntos. Esta é a nossa responsabilidade!
O Novo Testamento tem muito a dizer
sobre a renovação de nossas mentes (Rm
12:2; Ef 4:23).
Enquanto meditava sobre estas considerações, continuei lendo até Filipenses Capitulo 2 e notei a ênfase que Paulo dava à
nossa responsabilidade de tomarmos conta
da nossa mente e pensamentos:
“Para que pensais o mesmo... de comum acordo, de uma só mente... numa atitude humilde... de sorte que haja em vós a
mesma atitude que houve também em Cristo Jesus...” (Fp 2:2,3,5).
A nossa mente inclui a nossa vontade, a
capacidade de raciocínio, os nossos pensamentos e emoções. É nossa responsabilidade tomarmos conta destas coisas através da
direção da Palavra de Deus e da ajuda do
Espírito Santo.
Deus já fez o que não podemos fazer. Ele
criou um novo espírito dentro de nós e nos
fez filhos de Deus. Agora precisamos viver e
caminhar de uma maneira digna do nosso
chamado. O fator controlador em nossas
condutas e a nossa atitude mental.
Deus nos deu o ponto de partida para a
nossa unidade, e, na revelação da nossa posição em Cristo, precisamos tomar uma decisão e permanecer firmes nela. Regozijemonos no que Deus operou em nós. Em seguida, estabeleçamos externamente a nossa vitória, dia após dia, através de nossa mente,
de nossos pensamentos, e de nossas ações.
1) Renove a Sua Mente. A mente é o
lugar onde o diabo trabalha. Em primeiro
SEÇÃO E7 / 995
lugar, ele tenta semear as sementes da desunião, pensamentos preconceituosos, ressentimentos, ciúme e desconfiança. As sementes de suspeitas são semeadas em nossa
mente antes mesmo de serem expressas em
nossas palavras e ações.
Se quisermos manter a unidade e usufruir os tremendos benefícios que podem
ser proporcionados através dela, então precisaremos estar dispostos a pagarmos o
preço por ela e seguirmos o padrão.
Precisamos ficar firmes num só espírito,
regozijando-nos no que Deus fez por nós;
em seguida, precisamos lutar conjuntamente, numa só mente, operando no exterior aquilo que Deus já operou dentro de nós. Se refletirmos sobre esta verdade, descobriremos
que é no mundo da nossa mente que encontramos os nossos maiores obstáculos.
Temos fé em nosso coração. No entanto, freqüentemente esta fé é obstruída pela
atitude negativa de nossa mente e emoções.
Toda a nossa vida espiritual pode ser limitada porque deixamos de ser renovados em
nossa mente.
Ajuste a sua atitude (mente) a revelação
de que a enorme energia ou poder de Cristo
está operando em você. Isto é o que Paulo
disse em Colossenses 1:29: “Este é o meu
trabalho, e somente posso cumpri-lo porque a poderosa energia de Cristo opera
dentro de mim.”
C. CONCLUSÃO
A Igreja Primitiva compreendia este segredo de ficarem firmes num só espírito
e de combaterem juntos com uma só
mente. Lemos Atos 4:32:
“E a multidão dos que criam tinha UM
SÓ CORAÇÃO [ou espírito] e UMA SÓ
ALMA.” Certamente há um poder ilimitado
a ser descoberto e demonstrado através de
uma unidade dedicada expressa num trabalho de equipe!
Que transformação poderia ser esperada se as igrejas locais (ou “caseiras”) de toda parte pudessem compre-
996 / SEÇÃO E7
E7.3 – A Pregação Plena do Evangelho de Cristo
ender o poderoso potencial de uma unidade dedicada, de acordo com o padrão
neo-testamentário!
Que reavivamento poderia ser experimentado se as assembléias locais (ou “caseiras”) pudessem receber e demonstrar este
glorioso conceito neo-testamentário da unidade em ação.
Eis aqui uma defesa certa contra os furiosos ataques divisórios do diabo. Esta é
a forma divinamente prescrita para o poder e a bênção de um reavivamento neotestamentário.
Capítulo 3
A Pregação Plena do
Evangelho de Cristo
Introdução
“Pois não ousarei falar de nenhuma das
coisas que Cristo não tenha operado através de mim, para tornar os gentios obedientes, por palavra e obras, através de poderosos sinais e maravilhas, pelo poder do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém e arredores, até ao Ilírico, tenho PREGADO PLENAMENTE o Evangelho de Cristo...
“E estou certo de que, indo ter convosco, chegarei com a plenitude da bênção do
Evangelho de Cristo” (Rm 15:18,19,29).
Em nossos capítulos anteriores, apresentamos vários segredos do reavivamento
na igreja de uma cidade ou na igreja local (ou
“caseira”), que certamente são fundamentais para o êxito em qualquer igreja. Contudo, precisamos ter uma mensagem, a mensagem certa, a mensagem de Deus de acordo
com a Sua Palavra.
Este, portanto, é um indispensável segredo do reavivamento: O Poder do Evangelho Pleno.
A. O QUE É O EVANGELHO PLENO?
Quando usamos o termo “Evangelho Pleno”, algumas pessoas acham que estamos
concluindo que há dois Evangelhos na Bíblia. Isto, obviamente, não é assim.
Creio que Paulo expressou o conceito
muito claramente ao escrever: “Tenho pregado PLENAMENTE o EVANGELHO de Cristo”, e, repetindo, “a PLENITUDE da bênção do EVANGELHO de Cristo”.
É o mesmo Evangelho na sua Bíblia e na
minha, mas a questão que devemos enfrentar é se o Evangelho está sendo “plenamente pregado” ou não. Será que estamos apresentando a “plenitude da bênção do Evangelho” ou não?
Não podemos ter um reavivamento neotestamentário a menos que preguemos o
Evangelho neo-testamentário. Não podemos obter os resultados que Paulo obteve a
menos que preguemos o Evangelho da maneira como Paulo o pregou.
Isto, portanto, é um desafio para nós –
individualmente, e como uma Igreja. Será
que estamos pregando como Paulo pregou?
Será que a nossa igreja está pregando como
Paulo pregou? Será que estamos pregando
plenamente o Evangelho de Cristo?
B. COMO PAULO PREGOU
O EVANGELHO?
Observamos que Paulo disse: “DE MANEIRA QUE... tenho pregado plenamente o
Evangelho de Cristo.” Vemos, portanto,
que havia certas coisas que eram essenciais
na mente de Paulo, para pregarmos plenamente o Evangelho.
Para compreendermos todos os detalhes
da mensagem de Paulo, seria necessário fazermos um estudo minucioso, tanto do Livro de Atos quanto das epístolas de Paulo.
Isto, obviamente, não podemos fazer aqui.
No entanto, há certos fundamentos notáveis do ministério de Paulo que serão estudados por nós.
1. Ele Pregou com Demonstrações
Paulo disse: “...para fazer os gentios
obedecerem o Evangelho, por palavra e
obras” (Rm 15:18). “Palavras e obras”
CONSERVANDO A COLHEITA
eram necessárias na pregação plena do Evangelho. Havia não somente palavras, mas
também obras sobrenaturais no ministério
de Paulo.
As boas novas (Evangelho) da ressurreição de Cristo não eram uma mera teoria no
ministério de Paulo. Ele havia visto o Senhor ressurreto. Ele provou a mensagem e a
confirmou por uma demonstração do poder
de Deus. Isto estava de acordo com todo o
ministério dos primeiros apóstolos e evangelistas do Livro de Atos.
Lucas, no primeiro versículo do Livro
de Atos, cita o Evangelho que escreveu: “Fiz
o primeiro tratado [Evangelho de Lucas], ó
Teófilo, de tudo o que Jesus começou, não
só a fazer, mas a ensinar (At 1:1). Aqui,
Lucas afirmava que o registro do ministério
de Jesus, contido em seu Evangelho, era “de
tudo o que Jesus começou, não só a FAZER,
mas a ENSINAR.”
Enquanto Lucas escreve o Livro de Atos,
ele está escrevendo o registro do ministério
da Igreja Primitiva – mostrando como, através do poder do Espírito Santo, Jesus continuou, não só a fazer, mas a ensinar. O
ministério do Novo Testamento precisa incluir o FAZER, como também o ENSINAR.
É preciso que haja obras de poder, como
também palavras de instrução.
De acordo com este padrão, o Apóstolo
Paulo pregou plenamente o Evangelho, através de palavras e ações.
2. Ele Pregou a Bênção da
Salvação
“E estou certo de que, indo ter convosco
chegarei com a plenitude da bênção do Evangelho de Cristo” (Rm 15:29). Ao dizer isto,
Paulo incluiu a bênção da salvação pessoal.
Anteriormente, em sua epístola, ele escreveu: “Estou pronto para pregar o Evangelho a vós que estais em Roma também.
Porque não me envergonho do Evangelho
de Cristo, pois é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê” (Rm
1:15,16).
SEÇÃO E7 / 997
Ao pregar plenamente o Evangelho de
Cristo e apresentar a plenitude da bênção
do Evangelho, Paulo ensinou que a salvação era uma experiência bem real e definida,
executada pelo poder de Deus.
Assim também hoje, o poder do Evangelho pleno que pregamos inclui uma experiência de salvação vital, que transforma os
corações. Precisamos pregar para salvarmos
as almas! Não ousamos nos contentar, a
menos que a nossa pregação, ou a pregação
da nossa igreja local (ou “caseira”) traga
homens e mulheres à salvação pelo poder
de Deus.
Como alguém pode afirmar que está desfrutando da plenitude da bênção do Evangelho se esta bênção não estiver trazendo a
salvação a homens e mulheres? Como alguém pode estar satisfeito em usufruir do
poder do Evangelho pleno se esse poder
não estiver tocando a vida dos que não são
salvos?
3. Ele Pregou a Bênção
da Obediência
Ele disse que o Evangelho que ele pregava era “para fazer os gentios obedientes”
(Rm 15:18). Crer verdadeiramente no Evangelho significa obedecê-lo. O primeiro passo de obediência para os que dizem que crêem no Evangelho é, obviamente, o de serem
batizados na água.
Basta-nos ler o Livro de Atos e as muitas passagens nas Epístolas de Paulo para
descobrirmos quão firmemente ele acreditava no batismo na água em obediência ao
mandamento de Cristo.
Um resultado prático da nossa pregação
plena do Evangelho será visto naqueles que
seguem a Cristo através das águas do batismo em obediência ao Seu mandamento.
4. Ele Pregou com Sinais e
Maravilhas
As palavras usadas por Paulo – “através de poderosos sinais e maravilhas” (Rm
15:19) – são traduzidas, numa outra ver-
998 / SEÇÃO E7
são, “pelo poder de sinais e milagres”. Foi
pelo poder de sinais e maravilhas sobrenaturais que Paulo pregou plenamente o Evangelho em seus dias. O Evangelho que pregamos hoje em dia precisa incluir as mesmas
manifestações sobrenaturais.
Ao lermos o registro do ministério de
Paulo, de acordo com o que encontramos
no Livro de Atos, é impossível não observarmos o lugar bem proeminente que é dado
ás curas milagrosas.
Em Atos 14, há o homem de Listra, que
era aleijado de nascença e foi milagrosamente curado através do ministério de Paulo.
Em Atos 19, lemos a respeito de milagres especiais executados através do ministério de Paulo. Lenços e aventais eram levados do seu corpo e colocados em enfermos
e endemoninhados, os quais eram, então,
curados e libertos.
Em Atos 28, lemos sobre a cura milagrosa de Públio e dos outros habitantes da ilha,
após o naufrágio que Paulo sofreu a caminho de Roma.
Aí então, em 1 Coríntios 12, Paulo escreve sobre o Dom da Fé, os Dons de Curas
e a operação de milagres sendo estabelecidos na Igreja como uma parte essencial do
seu ministério.
Amigos, o Apóstolo Paulo somente poderia pregar plenamente o Evangelho de
Cristo pelo poder de sinais e maravilhas.
Qualquer coisa inferior a isto não poderia ser chamada de “a plenitude da bênção
do Evangelho.” Qualquer coisa inferior não
poderia ser denominada de “pregação plena do Evangelho”.
Se quisermos pregar plenamente o Evangelho, se quisermos oferecer aos homens e
mulheres a plenitude da sua bênção, aí então (como era o caso com Paulo, assim também conosco), é preciso que haja o poder
de sinais e maravilhas, especialmente na cura
milagrosa dos enfermos. Não poderá haver
nenhum reavivamento neo-testamentário
onde estas manifestações naturais estiverem faltando.
E7.1 – Prefácio
A Igreja do Novo Testamento é uma Igreja que cura. O Evangelho do Novo Testamento é confirmado com sinais e maravilhas.
5. Ele Incluiu a Bênção
do Poder Espiritual
Paulo disse que pregou plenamente o
Evangelho “através do poder do Espírito
Santo” (Rm 15:19).
O Senhor havia dito em Atos 1:8:
“Recebereis poder depois que o Espírito Santo vier sobre vós.”
Paulo recebeu o Espírito Santo (At 9:17).
Paulo, da mesma forma, levou os crentes a
receberem o Espírito Santo e a serem revestidos de poder.
Em Atos 19, o apóstolo cumprimentou
os discípulos de Éfeso com a seguinte pergunta: “Recebestes o Espírito Santo quando crestes?”
Em seguida, ele impôs as suas mãos sobre eles, os quais receberam o Espírito Santo, com o resultado de que falaram em línguas e profetizaram.
A mesma coisa acontece hoje em dia. Nós,
os que afirmamos que pregamos um Evangelho pleno e que oferecemos a bênção plena do Evangelho, cremos e ensinamos que
todos os crentes deveriam ser batizados no
Espírito Santo.
Que não seja um ministério de palavras
somente, mas de palavras e obras, para que
possamos constantemente testemunhar esta
gloriosa experiência – homens e mulheres
batizados no Espírito Santo e revestidos de
poder do alto.
Esta é a vital e palpitante vida de todos
os crentes de todas as igrejas locais (ou “caseiras”). Não podemos ser “Evangelho Pleno”, nem podemos pregar plenamente o
Evangelho, sem a bênção do Espírito de
Deus.
6. Ele Pregou a Segunda
Vinda de Cristo
Como foram claros os ensinamentos de
Paulo sobre esta grande verdade! Ele afir-
CONSERVANDO A COLHEITA
mou veementemente que quando Cristo
voltar no final desta era, os crentes mortos
serão ressuscitados. Ele disse que os crentes vivos seriam transformados à imortalidade, e, juntos, seriam arrebatados para se
encontrarem com o Senhor na Sua vinda (1
Ts 4:17).
Creio que Paulo sumarizou os seus ensinamentos sobre a Segunda Vinda em Tito
2:13: “Aguardando a abençoada esperança e o glorioso aparecimento do grande
Deus e do nosso Salvador Jesus Cristo.”
Paulo disse que esta é a abençoada ou
feliz esperança do cristão. Se de fato formos salvos e estivermos aguardando o Senhor, nós também descobriremos que esta é
a nossa feliz esperança – que logo o Senhor
Jesus Cristo voltará.
O pensamento da volta do nosso Senhor certamente traz uma nota de urgência
ao nosso ministério de serviço para Ele. Se
em algum tempo devemos pregar plenamente o Evangelho, precisamos fazê-lo
agora. Se em algum tempo devemos ver
sinais e maravilhas sobrenaturais, agora é
o tempo.
Muitas e muitas pessoas desenvolveram
o hábito de esperarem estas coisas para o
futuro. No entanto, é AGORA que precisamos desfrutar e apresentar aos outros “a
plenitude da bênção de Cristo” (Rm 15:29).
C. SUMÁRIO
Os fundamentos que acabamos de considerar eram essenciais ao Apóstolo Paulo.
Ele pregou plenamente o Evangelho. Como
poderemos pregar algo inferior a isto? Como
poderemos crer em algo menor que isto?
Vamos nos dedicar ao poder do Evangelho
pleno – não somente em palavras, mas em
ações também.
Este Evangelho é a provisão de Deus
para o espírito, a mente e o corpo. É a maneira de libertação de Deus para os que estão aprisionados. É o caminho para o reavivamento do Novo Testamento.
No dia em que nos apresentarmos dian-
SEÇÃO E7 / 999
te do nosso Senhor, que possamos repetir
intrepidamente as palavras de Paulo: “Não
me esquivei de vos declarar todo o conselho de Deus” (At 20:27).
Capítulo 4
Os Pregadores e o Povo
num Reavivamento
Neo-Testamentário
Introdução
Eis aqui uma passagem do “Livro-Padrão” para a Igreja.
“E muitos sinais e maravilhas eram feitos entre o povo através dos apóstolos. E
estavam todos reunidos no Alpendre de Salomão.
“Nenhum dos outros ousava ajuntar-se
a eles, mas o povo os estimava grandemente.
“Contudo, mais do que nunca, os crentes eram acrescentados ao Senhor, em grandes números, tanto de homens como de
mulheres,
“De sorte que até mesmo transportavam os enfermos às ruas, e os colocavam
em macas e esteiras, a fim de que a sombra
de Pedro pudesse cair sobre alguns deles
enquanto ele passasse” (At 5:12-15).
Quando nos aproximamos do final do
Livro de Atos não há nenhum “Amém!”
(“fim”). Isto é porque este Livro ainda está
sendo escrito.
Atos fornece o registro inspirado das atividades da Igreja Cristã Primitiva. Deus quis
que estas atividades continuassem enquanto a Igreja estivesse sobre a terra, ou seja,
até que Cristo volte novamente.
Graças a Deus que este registro está sendo continuado em todas as partes do mundo hoje em dia. Relatórios de ministérios e
reavivamentos sobrenaturais de acordo com
o padrão neo-testamentário continuam a ser
escritos.
Vamos olhar mais de perto a narrativa
que citamos acima para ver se os nossos
1000 / SEÇÃO E7
E7.4 – Os Pregadores e o Povo num Reavivamento Neo-Testamentário
ministérios e igrejas atuais obedecem a este
padrão inspirado.
A. OS PREGADORES NUM
REAVIVAMENTO NEOTESTAMENTÁRIO
Uma coisa é óbvia: se tivermos pregadores neo-testamentários e um ministério neotestamentário, certamente teremos resultados neo-testamentários. Observe os seguintes pontos com relação aos pregadores deste reavivamento especifico:
1. As Mãos dos Apóstolos
Lemos o seguinte: “E pelas mãos dos
apóstolos muitos sinais e maravilhas eram
feitos entre o povo.”
Isto é muito emocionante. A Bíblia tem
muito a dizer sobre as mãos humanas como
um meio de contato com os nossos semelhantes.
As mãos dos servos do Senhor num reavivamento neo-testamentário têm um papel importante na ministração às necessidades do povo.
No Antigo Testamento lemos muitas
vezes sobre “o braço do Senhor”, o qual,
segundo se acredita, é uma referência ao Senhor Jesus Cristo. Lemos, por exemplo, em
Isaías: “...a quem o braço do Senhor foi
revelado?” (Is 53:1). E o profeta prosseguiu descrevendo os eventos associados com
a vinda do Messias.
Jesus Cristo, em Seu ministério terreno
foi “o braço do Senhor”, estendendo-se
sobre a humanidade, com salvação, cura, e
libertação.
Cristo está agora glorificado à destra do
Seu Pai. Mas ainda assim, Ele é “o braço
do Senhor”, estendendo-se em amor e misericórdia para salvar e curar através de pessoas que Ele chamou.
Assim sendo, quando os apóstolos estendiam as suas mãos para trazerem libertação às pessoas, eles estavam funcionando
como “o braço do Senhor’’. Eles eram uma
extensão do Seu ministério. Foi no Nome
de Jesus que continuaram o próprio ministério sobrenatural de Jesus sobre a terra.
Os pregadores de um reavivamento neotestamentário possuem braços e mãos dedicados à libertação das pessoas.
2. Muitos Milagres de Misericórdia
As nossas Escrituras nos dizem que através das mãos dos apóstolos “...muitos sinais e maravilhas foram feitos entre o povo.”
Isto é algo maravilhoso de se contemplar.
Um julgamento sobrenatural acabara de vir
sobre Ananias e Safira, que haviam mentido
ao Espírito Santo. Esta foi a primeira demonstração drástica de disciplina na Igreja
Primitiva. O resultado foi que “um grande
temor veio sobre toda a Igreja e sobre todos
os que ouviram estas coisas.”
E agora, imediatamente após este milagre de julgamento, lemos sobre muitos sinais e maravilhas trazendo libertação às pessoas. Que notável revelação da natureza e
do propósito de Deus nesta dispensação:
um milagre de julgamento seguido por muitos milagres de misericórdia.
3. Sinais e Maravilhas
O nosso relatório sobre este reavivamento neo-testamentário nos diz que muitos sinais e maravilhas foram feitos entre o povo.
Qual é a diferença entre “sinais” e “maravilhas”?
Um sinal é um ato sobrenatural do poder de Deus com o propósito de transmitir
um significado ou uma mensagem às pessoas. Ele tem um significado e alcança um propósito.
Por outro lado, uma maravilha tem
(como denota a própria palavra) o propósito de fazer com que as pessoas se maravilhem ou é para capturar a atenção delas.
Os pregadores do Novo Testamento deveriam ter sinais e maravilhas sendo demonstrados em seus ministérios em Nome de
Jesus Cristo.
A Grande Comissão, da maneira em que
se encontra em Marcos 16:15-18, declara que
CONSERVANDO A COLHEITA
“estes sinais seguirão aos que crêem...”
Estes sinais incluem a expulsão dos demônios, o falar com novas línguas, e a imposição
das mãos sobre os enfermos para a sua cura.
4. A Sombra de Pedro
Tão numerosos eram estes sinais e maravilhas no ministério dos apóstolos que o
povo de Jerusalém colocava os seus enfermos em camas e sofás nas ruas. Eles tinham
a esperança de que a sombra de Pedro pudesse passar sobre eles, enquanto ele caminhava pelas ruas.
Eles acreditavam que, se as mãos de Pedro não pudessem tocá-los, a sua própria
sombra poderia ser um meio para a cura
deles. Isto mostra o quanto os sinais e maravilhas haviam incitado a fé deles.
Este é o princípio visto numa outra parte do Novo Testamento: as mãos (ou a sombra) tornaram-se um meio de contato através do qual a fé das pessoas era liberada e
assim, podiam ser tocadas pelo Senhor.
Vocês se lembram que houve uma mulher que tocou a orla das vestes do nosso
Senhor (Mt 9:20).
Houve o caso dos “lenços ou aventais’’
sendo levados de Paulo e colocados sobre
os enfermos ou endemoninhados, os quais
eram curados (At 19:12).
Desta maneira, o povo de Jerusalém tornou a passagem da sombra de Pedro o meio
de contato com o seu ministério para que
pudessem ser curados.
5. Um Ministério de Libertação
A nossa narrativa descreve como “chegou também uma multidão das cidades
circunvizinhas a Jerusalém, trazendo os
seus enfermos e os que eram atormentados
com espíritos imundos: e todos eles eram
curados’’ (At 5:16).
Um ministério de libertação, segundo os
moldes do Novo Testamento, tem um poder
magnético. Ele atrai pessoas de lugares distantes, cujos corações estão abertos e prontos para receberem a Jesus como seu Senhor.
SEÇÃO E7 / 1001
Este mundo está repleto de pessoas que
estão sendo afligidas em seus corpos e mentes. Apesar de toda a oposição e perseguição que os líderes da Igreja Primitiva sofreram, as pessoas comuns buscaram o ministério deles para que pudessem ser libertas e
curadas.
Observamos que eles conheciam a diferença entre as enfermidades físicas e os tormentos de poderes demoníacos. O ministério da Igreja Primitiva trazia a cura aos enfermos e a libertação aos que estavam presos e atormentados. Que Deus possa levantar nestes dias uma manifestação ainda
mais poderosa de um ministério segundo os
moldes encontrados nos registros do Novo
Testamento.
B. O POVO NUM REAVIVAMENTO
NEO-TESTAMENTÁRIO
Em todo grande reavivamento há condições a serem satisfeitas tanto pelos pregadores quanto pelo povo. Vamos agora prestar atenção às condições do povo no reavivamento para nós descrito nesta passagem
bíblica.
1. De Comum Acordo
Lemos que “estavam todos de comum
acordo no Alpendre de Salomão” (At 5:12).
Esta é uma expressão que lemos freqüentemente no Livro de Atos. No Cenáculo, antes do Pentecostes, todos continuaram “de
comum acordo, em oração e súplicas” (At
1:14). No Dia de Pentecostes, os discípulos estavam “todos de comum acordo num
só lugar” (At 2:1). Imediatamente após o
Pentecostes, lemos que o povo “continuava diariamente de comum acordo no templo” (At 2:46). Num posterior derramamento do Espírito Santo, lemos que “a multidão dos que criam tinha um só coração e
uma só alma” (At 4:32).
E agora, no meio deste reavivamento, encontramos o povo, uma vez mais reunindose “de comum acordo no Alpendre de Salomão.” Certamente encontramos aqui segre-
1002 / SEÇÃO E7
E7.5 – A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento
dos infalíveis para o reavivamento numa
igreja de uma cidade: um ministério sobrenatural e uma igreja unida.
2. Temor e Simpatia
Lemos as seguintes e incomuns palavras:
“Nenhum dos outros ousava ajuntar-se a
eles, mas o povo os estimava muito.” Assim sendo, no meio de um reavivamento
neo-testamentário encontramos: (a) temor
e reverência, e (b) uma grande simpatia concedida ao povo de Deus.
Lemos sobre esta dupla reação em Atos
2:43,47: “E veio um temor sobre toda
alma...” ao passo que, ao mesmo tempo,
eles tinham “...uma simpatia diante de todo
o povo”.
Não há necessidade alguma de diluirmos
os padrões absolutos quando o poder de
Deus está em ação. As reações públicas encontrarão os seus próprios níveis quando o
Espírito do Senhor for manifesto no meio
do povo de Deus.
3. Acrescentados ao Senhor
Eis o emocionante resultado deste reavivamento neo-testamentário: “E os crentes
eram acrescentados cada vez mais ao Senhor, multidões, tanto de homens como de
mulheres.”
Este é o resultado de um ministério
sobrenatural, sustentado por um povo
unido. Esta deveria ser a experiência constante de todas as igrejas que estão desfrutando de um reavivamento neo-testamentário.
Observe a significativa expressão: “Acrescentados ao Senhor”. Esta é uma verdadeira salvação.
Não é suficiente sermos acrescentados a
igreja. Não é suficiente termos os nossos
nomes acrescentados a uma lista de membros. Estas coisas são boas em si, mas a
experiência vital, necessária a todos os homens e mulheres é que eles sejam “acrescentados ao Senhor” – unidos a Cristo
pela fé n’Ele.
Meu amigo, permita-me assegurar-lhe
que nestes dias importantes Deus está levantando pregadores e um povo que estão
se moldando ao padrão neo-testamentário.
O testemunho deles está sendo confirmado
com sinais e maravilhas.
A todos os que crêem, eles estão oferecendo o glorioso privilégio, a vital necessidade de serem acrescentados ao Senhor através da fé em Seu poder Salvador.
Capítulo 5
A Igreja Universal e as
Igrejas Locais no
Novo Testamento
Introdução
Vamos iniciar agora um estudo do padrão
do Novo Testamento para a Igreja Cristã.
Devido ao espaço limitado, será impossível fazermos deste estudo algo completo
e minucioso. Esperamos, no entanto, fornecer aos nossos leitores uma compreensão
do projeto bíblico para a Igreja de hoje.
A. O QUE SIGNIFICA A
PALAVRA “IGREJA”?
As palavras “igreja” e “igrejas” originamse da palavra grega “ekklesia”, que simplesmente significa UMA ASSEMBLÉIA
CHAMADA PARA FORA.
1. “Igreja” (aparece 80 vezes
no Novo Testamento)
A palavra “igreja” (no singular) se refere
à Igreja Universal, a igreja de uma cidade, ou a uma igreja local (ou “caseira”).
Ela nunca se refere a uma denominação nem
a um edifício de igreja.
Nos dois primeiros usos da palavra
“igreja” no Novo Testamento, a referência é
primeiramente à Igreja Universal, e, em segundo lugar à igreja local (ou “caseira”).
a. Igreja Universal. Primeiro Uso:
“Edificarei a Minha Igreja” (Mt 16:18).
Cristo está Se referindo à Igreja Univer-
CONSERVANDO A COLHEITA
sal, e não, a nenhuma seção ou divisão específica dela.
b. Igreja Local (ou “Caseira”). Segundo Uso: “...dize-o a igreja: e, se também não escutar a igreja...” (Mt 18:1517). Esta passagem trata das medidas disciplinares a serem seguidas quando a reconciliação for recusada pelo crente ofensor.
É bem claro, portanto, que a palavra
“igreja”, da maneira usada no segundo exemplo, se aplica à igreja local (ou “caseira”), e não à Igreja Universal.
Semelhantemente, em todas as 80 ocasiões em que a palavra “igreja” aparece no
Novo Testamento, o contexto mostra se a
passagem se refere à Igreja Universal ou a
uma igreja local (ou “caseira”).
c. Exceção: Israel Como um Símbolo da Igreja. Em Atos 7:38, há uma exceção
ao uso genérico da palavra “igreja”. Neste
versículo, lemos sobre “a igreja no deserto’’. Esta é uma referência a Israel em sua
jornada no deserto, após a sua libertação do
Egito através do Mar Vermelho.
Ainda que Israel não fosse uma igreja
no sentido neo-testamentário, a palavra
“ekklesia” é aplicável a Israel em suas jornadas no deserto. Neste papel, a nação de
Israel era um símbolo da Igreja Cristã nesta dispensação.
• Israel havia sido redimida através do
sangue de um cordeiro,
• chamada para fora do Egito (o mundo), separada do Egito pelo Mar Vermelho (batismo na água),
• recebeu uma provisão sobrenatural
no deserto (maná do Céu e água da
Rocha – símbolos de Cristo),
• foi conduzida através do Rio Jordão
(Batismo no Espírito Santo) e estabeleceu-se em Canaã (um símbolo dos
lugares celestiais).
Assim sendo, Israel, uma assembléia chamada para fora, foi um símbolo da Igreja
Cristã. Atos 7:38 é a única ocasião no Novo
Testamento em que a palavra “igreja” é aplicada a qualquer outra coisa a não ser a Igreja
SEÇÃO E7 / 1003
Universal ou a uma igreja local (ou “caseira”).
2. “Igrejas” (aparecendo 35 vezes
no Novo Testamento)
A palavra “igrejas” sempre se refere a
igrejas locais (ou “caseiras”), e nunca a
denominações, grupos organizados de igrejas, ou prédios de igrejas. Alguns usos típicos da palavra “igreja” no Novo Testamento são os seguintes:
“... as igrejas dos gentios’’ (Rm 16:4);
“... as igrejas de Deus” (1 Co 11:16);
“... as igrejas dos santos” (1 Co 14:33);
“... as igrejas da Ásia” (1 Co 16:19),
etc.
Todas estas são referências a grupos de
crentes que se reúnem regularmente (geralmente na casa de alguém) para a adoração e
o culto.
3. “Assembléia” (aparecendo 5
vezes no Novo Testamento)
Consideremos agora a palavra “assembléia” da forma em que aparece no Novo
Testamento. É uma palavra geralmente usada com relação as nossas igrejas locais (ou
“caseiras”) de hoje.
Três das cinco vezes em que a palavra
“assembléia” aparece, a aplicação não é com
relação a uma igreja, e sim a um ajuntamento
comum de pessoas (veja Atos 19:32, 39, 41).
Os outros dois usos da palavra “assembléia” encontram-se em Hebreus 12:23, onde
a palavra significa literalmente “uma reunião em massa”, que é uma referência à
Igreja Universal, e em Tiago 2:2, onde a
palavra grega é literalmente “sinagoga”.
Foi bem apropriado que Tiago usasse
esta palavra, que simplesmente significa
“reunir-se”. A sinagoga judaica foi provavelmente o modelo para a reunião da igreja
local (ou “caseira”).
B. A IGREJA COMO DEUS A VÊ
O uso das palavras “igreja” e “igrejas” é
extremamente simples. A nossa compreen-
1004 / SEÇÃO E7
E7.5 – A Igreja Universal e as Igrejas Locais no Novo Testamento
são destas palavras nos fornece um firme
fundamento sobre o qual podemos basear o
nosso estudo sobre a Igreja do Novo Testamento.
Muito embora a palavra “igreja” seja hoje
geralmente usada com relação a uma denominação, como por exemplo, a Igreja Batista, a
Igreja Presbiteriana, ou o Pequeno Rebanho,
a Bíblia não usa a palavra desta maneira.
Do ponto de vista de Deus há apenas
uma Igreja Universal, abrangendo os crentes nascidos de novo de todas as terras e de
todas as línguas.
Deus vê esta grande Igreja de Jesus Cristo dividida apenas em igrejas locais (ou “caseiras”), grupos locais de crentes, reunindo-se regularmente em Seu nome.
Estritamente falando, a única organização eclesiástica que a Bíblia reconhece é a
que funciona dentro da igreja local (ou “caseira”). Todas as outras organizações são
formadas para conveniência destas igrejas e
como um meio de coordenação.
O Novo Testamento apresenta a igreja
local (ou “caseira”) como sendo soberana
(que significa “sob o controle dos freqüentadores”), dispondo do seu próprio sustento e governo, e propagando o Evangelho.
Igrejas locais (ou “caseiras”) de semelhantes doutrinas e experiências espirituais
podem preferir agrupar-se para a promoção de suas visões especificas. No entanto,
nunca deveríamos perder de vista este conceito do Novo Testamento: a Igreja Universal é dividida somente em reuniões caseiras
de crentes – a “Igreja” e as “igrejas” do Novo
Testamento.
C. UM SÍMBOLO DE IGREJAS NEOTESTAMENTÁRIAS
Em Apocalipse 1, encontramos uma representação simbólica da Igreja do Novo
Testamento organizada em suas muitas igrejas de cidades. O Apóstolo João, exilado na
Ilha de Patmos, encontrava-se no Espírito,
no Dia do Senhor, quando lhe foi mostrada
esta visão.
Ele viu “Um semelhante ao Filho do Homem” no meio de “sete castiçais de ouro”.
Em sua mão, Ele segurava sete estrelas.
No versículo 20, temos a interpretação
destes símbolos. Os sete castiçais de ouro
eram sete igrejas de cidades situadas na
Ásia Menor. As sete estrelas eram os anjos
(ou líderes) destas igrejas.
O Senhor Jesus Cristo aparece como um
Sumo Sacerdote cuidando dos castiçais. Eis
aqui o cumprimento (anti-tipo) dos tipos
encontrados no Tabernáculo de Moisés e no
Templo de Salomão do Antigo Testamento.
Ao lermos Apocalipse 2 e 3, descobrimos que o Senhor deu uma mensagem especial a cada uma das sete igrejas.
A maioria dos estudiosos do Livro do
Apocalipse concordam que estas igrejas de
cidades existiam na Ásia Menor.
No entanto, elas também retratavam sete
diferentes períodos da história da Igreja que
se desenrolaria nos séculos futuros desta
Era (Dispensação) da Igreja. Esta Era estender-se-ia desde os dias de João até a vinda do Senhor. (Veja a Seção Gl do Guia de
Treinamento de Líderes para mais detalhes sobre isto).
“Sete” nas Escrituras é o número que representa a perfeição. Portanto, os sete castiçais de ouro da visão de João podem ser considerados como que representando toda a
Igreja desta dispensação, com cada castiçal
simbolizando uma igreja de cidade.
Como é inspirador este nosso quadro: o
Cristo ressurreto no meio das igrejas de todas as terras e de todas as gerações através
desta presente era. Com cada uma delas,
Ele trata diretamente. Para cada uma delas
Ele tem uma mensagem especial: de repreensão, admoestação, aconselhamento, encorajamento, ou de elogio.
Isto se encontra em perfeita harmonia
com o conceito neo-testamentário da Igreja
de Jesus Cristo.
Ele não é somente a Cabeça sobre a Igreja Universal, pois a Sua liderança também é expressa em todas as igrejas de
CONSERVANDO A COLHEITA
cidades ou igrejas locais (ou “caseiras”).
Para cada uma delas Ele tem um propósito
e um plano. O Cristo vivo procura manifestar-Se em cada igreja de cidade ou igreja local (ou “caseira”), trazendo correções e afáveis encorajamentos e elogios.
Além disso, o ministério é segurado em
Suas mãos! Os anjos (ou ministros) recebem
as suas mensagens diretamente do Cristo vivo
para que possam transmiti-las às suas respectivas igrejas locais (ou “caseiras”) que
constituem a igreja de suas cidades.
Certamente uma visão como esta deve
nos ajudar a ampliar os nossos horizontes e
a compreendermos melhor o propósito do
Senhor, tanto para a Igreja Universal quanto
para as igrejas de cidades ou igrejas locais (ou
“caseiras”) do padrão neo-testamentário.
Capítulo 6
Analogias Neo-Testamentárias
da Igreja Cristã
Introdução
As analogias da Igreja são formas de explicarmos a Igreja Cristã, comparando-a com
coisas que já conhecemos. Por exemplo: às
vezes, a Igreja é como um prédio; outras,
como um corpo; e, ainda outra forma de vêla é como uma noiva.
Consideremos agora algumas analogias
neo-testamentárias da Igreja Cristã. Ao fazermos isto, temos em mente a Igreja Universal. Contudo, há um aspecto em que cada
igreja local (ou “caseira”) é uma representação em miniatura da Igreja Universal.
A. QUATRO ANALOGIAS
PRINCIPAIS
As quatro analogias principais da Igreja
encontradas no Novo Testamento são as
seguintes:
1. Um Edifício
Podemos observar que a Igreja Cristã
não é descrita como “edifícios”, no plural,
SEÇÃO E7 / 1005
mas sempre no singular. Há apenas uma
Igreja. Em 1 Coríntios 3, encontramos o
Apóstolo Paulo descrevendo a Igreja como
um edifício.
No versículo 9 ele diz: “Vos sois o edifício de Deus.” No versículo 10, Paulo afirma que ele, “como um sábio arquiteto”,
havia colocado os fundamentos no que se
referia à Igreja de Corinto. Ele disse que
outros ministérios, no devido tempo, edificariam sobre aquele fundamento. No versículo 11, esse fundamento é identificado como
sendo Jesus Cristo.
Isto se encontra em harmonia com as
palavras do Próprio Jesus em Mateus
16:13-18. Referindo-Se à revelação dada divinamente de que Ele era “o Cristo, o Filho
do Deus Vivo”, Jesus acrescentou: “Sobre
esta rocha [fundamento] edificarei a Minha
Igreja.”
Assim sendo, aceitamos o fato básico de
que a Igreja de Jesus Cristo, em seu aspecto
universal, é como um edifício. Ela está sendo edificada sobre esta única e grande verdade fundamental de que Jesus é o Cristo, o
Filho do Deus Vivo.
Voltando a 1 Coríntios 3, descobrimos
nos versículos 16 e 17 que Paulo continua o
seu tema. Ele cita a Igreja como sendo o
Templo de Deus, onde habita o Espírito de
Deus.
Esta analogia da Igreja como sendo um
edifício é repetida em Efésios 2:20-22. Aqui
Paulo cita “o fundamento dos apóstolos e
profetas”, mas acrescenta que “o Próprio
Jesus Cristo é a pedra fundamental.” E ele
continua acrescentando: “em Quem todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo
santo no Senhor: em Quem vós também
juntamente sois edificados para uma habitação de Deus através do Espírito.” Pedro
também semelhantemente descreve a Igreja
em 1 Pedro 2:5: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados como uma casa
espiritual.”
O propósito de Deus através desta era
tem sido o de completar o magnificente edi-
1006 / SEÇÃO E7
E7.6 – Analogias Neo-Testamentárias da Igreja Cristã
fício da Igreja, de forma que, nas eras vindouras ela possa manifestar o louvor e a
glória de Deus.
2. Uma Família
A Igreja é retratada como uma família
nos seguintes versículos:
“Se chamaram de Belzebu ao pai da família, quanto mais aos seus domésticos?”
(Mt 10:25).
“A família da fé...” (Gl 6:10).
“Agora portanto vós [crentes] não mais
sois estrangeiros, nem forasteiros, mas
concidadãos dos santos, e da família de
Deus” (Ef 2:19).
“...pois este Homem [Cristo Jesus] foi
considerado digno de uma maior glória do
que Moisés, pois o que construiu a casa
tem maior honra do que a casa... Cristo,
como Filho sobre a Sua Própria Casa, cuja
Casa somos nós...” (Hb 3:3,6).
Assim sendo, a Igreja é apresentada
como sendo uma família, sobre a qual Jesus
Cristo é o Chefe da família.
3. Um Corpo
Há no Novo Testamento varias referências à Igreja como sendo o Corpo de Cristo.
“Assim também nós, sendo muitos, somos
um só Corpo em Cristo, e todos somos
membros uns dos outros” (Rm 12:5).
“Pois assim como o corpo é um, e tem
muitos membros, e todos os membros deste corpo, sendo muitos, são um só corpo,
assim também é Cristo. Pois por um só
Espírito todos fomos batizados num só
Corpo” (1 Co 12:12,13).
“Ora vós sois o Corpo de Cristo e membros em particular” (1 Co 12:27). (Veja
também Efésios 1:22,23; 4:4,12,16).
O corpo humano, com o inter-relacionamento e coordenação de todos os seus membros, é usado por Paulo como uma analogia
da Igreja de Jesus Cristo. Essa analogia mostra a importância e a inter-dependência de
todos os membros da Igreja. O apóstolo
usa essa analogia especificamente para
demonstrar a total necessidade da unidade dentre os membros da Igreja.
4. Uma Noiva
Em Efésios 5:23-33, o Apóstolo Paulo
faz um paralelo entre o relacionamento de
Cristo e a Sua Igreja com o relacionamento
do marido com a sua esposa.
Nestes versículos, o relacionamento de
Cristo com a Sua Igreja é usado como uma
ilustração do marido e sua esposa. Consideremos agora os seguintes trechos desta
passagem:
“Porque o marido é o cabeça da mulher, ASSIM COMO Cristo é a Cabeça da
Igreja...”
“Portanto, ASSIM COMO a Igreja está
sujeita a Cristo, ASSIM TAMBÉM as mulheres sejam sujeitas aos seus próprios maridos em tudo...”
“Maridos, amai as vossas esposas, ASSIM COMO Cristo também amou a Igreja...”
“Assim devem os homens amar as suas
mulheres como a seus próprios corpos...
pois nenhum homem ainda odiou a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta,
COMO TAMBÉM o Senhor à Igreja.”
Alguns têm tido dificuldades em ver a
Igreja como sendo tanto a Noiva quanto o
Corpo de Cristo, mas, nestes versículos, o
Apóstolo Paulo afirmou categoricamente
que a Igreja é ambas as coisas.
Observe como ambas as analogias do corpo e da esposa são apresentadas nos versículos 30 a 32 deste capítulo: “Pois somos
membros do Seu Corpo, da Sua carne, e dos
Seus ossos. Por esta causa deixará o homem o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua
mulher, e os dois serão uma só carne. Este é
um grande MISTÉRIO: MAS FALO ISTO
COM RELAÇÃO A CRISTO E A IGREJA.”
À luz dos versículos acima, podemos
ver que a grande Igreja Universal de Jesus
Cristo é apresentada no Novo Testamento
como: UM EDIFÍCIO sendo edificado sobre
o fundamento do Próprio Cristo; UMA família sobre a qual Cristo é o Chefe; UM
CONSERVANDO A COLHEITA
CORPO do qual Cristo é a Cabeça; e UMA
NOIVA da qual Cristo é o Noivo.
Podemos observar também que há apenas uma Igreja – um Edifício, uma família,
um Corpo, uma Noiva – muito embora os
homens tenham, por várias razões, dividido esta Igreja Neo-Testamentária com barreiras denominacionais e doutrinárias.
Como já consideramos em nossos capítulos anteriores, a única divisão bíblica da Igreja
Neo-Testamentária deve ser encontrada na
organização das igrejas locais (ou “caseiras”).
B. INDIVÍDUOS NA IGREJA
Tendo considerado as analogias acima sobre a Igreja Cristã, é fácil compreendermos a
verdadeira natureza da nossa qualidade de
membros individuais da Igreja – ou seja,
da Igreja Universal. Muitos hoje em dia têm
presumido que a inclusão de seus nomes
numa lista de membros de uma igreja local
(ou “caseira”) lhes assegura a sua posição de
membros da Igreja de Jesus Cristo. Façamos, no entanto, uma breve revisão das quatro analogias do Novo Testamento apresentadas acima e consideremos o nosso relacionamento individual com cada uma delas.
1. Pedras Vivas Num Edifício
Lemos que somos, na qualidade de crentes, “edificados sobre o fundamento” e “edificados juntamente para uma habitação de
Deus através do Espírito” (Ef 2:20-22). Uma
vez mais o Apóstolo Pedro diz: “E, chegando-vos para Ele, como a uma pedra
viva... vós também como PEDRAS VIVAS,
sois edificados casa espiritual” (1 Pe 2:4,5).
É portanto claro que podemos ser membros da Igreja como um edifício somente à
medida que nós próprios nos tornamos pedras vivas através do nosso contato pessoal com Jesus Cristo, a Pedra Fundamental.
2. Nascidos Numa família
Em Gálatas 4:6,7 Paulo escreveu: “E
porque sois filhos, Deus enviou o Espírito
do Seu Filho aos vossos corações, claman-
SEÇÃO E7 / 1007
do: Aba, Pai. Assim que já não és mais
servo, mas filho; e, se és filho, és também
herdeiro de Deus através de Cristo.”
Uma família pode ter servos, ou até mesmo hóspedes, que podem vir e partir como
desejarem, mas entramos na família de Deus
através do novo nascimento. Pertencemos
à família do nosso Pai, e, na qualidade de filhos, compartilhamos da herança da família.
3. Membros do Corpo de Cristo
Assumimos o nosso lugar no Corpo de
Cristo através de tudo o que é simbolizado
pelo nosso batismo. Esta é a nossa identificação com Jesus Cristo (1 Co 12:13).
Tornamo-nos “membros de Cristo” através da Sua vida que se encontra em nós. É
uma união viva e vital com Jesus na qualidade de Cabeça do Corpo.
4. Parte da Noiva de Cristo
O nosso relacionamento individual com
o Senhor nesse sentido é apresentado em 1
Coríntios 6:17: “O que se une ao Senhor é
um só espírito.”
Este mesmo pensamento nos é apresentado em 2 Coríntios 11:2: “Porque estou
zeloso de vós com zelo de Deus; porque
vos tenho preparado para vos apresentar
como a uma virgem pura a um Marido, a
saber a Cristo.” Assim sendo, como parte
da Noiva de Cristo, estamos casados com
Ele e estamos unidos num só espírito.
C. CONCLUSÃO
Através destas ilustrações bíblicas tornase óbvio que o fato de sermos membros individuais da Igreja de Jesus Cristo não resulta
da nossa união formal a uma igreja local (ou
“caseira”), nem de colocarmos o nosso nome
numa lista de membros de uma igreja, mas
resulta de uma experiência pessoal vital
entre nós e o Senhor. Esta experiência é
chamada de salvação, ou de novo nascimento.
É possível que alguém seja colocado
numa lista oficial de membros de uma igreja
local (ou “caseira”), e, contudo, nunca ter
1008 / SEÇÃO E7
se tornado um membro da Igreja Universal
de Jesus Cristo.
Por outro lado, é possível que alguém
seja membro da Igreja de Cristo através do
novo nascimento e, contudo, não ter se ligado a uma igreja local (ou “caseira”) ou organização eclesiástica.
Como o Apóstolo Paulo declarou em 2
Timóteo 2:19: “Contudo, o fundamento de
Deus permanece firme, lendo este selo: O
Senhor conhece os que são Seus”.
A nossa inscrição como membros numa
igreja local (ou “caseira”) deveria somente
seguir a nossa inclusão como membros na
Igreja Universal de Cristo. Além disso, quando uma pessoa nasceu de novo, ela deveria, indubitavelmente, buscar a sua inclusão como membro numa comunidade de uma igreja local (ou “caseira”).
Temos a seguinte exortação em Hebreus
10:25: “Não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas
exortando uns aos outros, e tanto mais,
quando vedes que se vai aproximando
aquele dia.”
Cada um de nós precisa da comunhão,
da edificação, do encorajamento e da disciplina de uma igreja local (ou “caseira”). Tendo encontrado o nosso lugar na grande Igreja Neo-Testamentária do nosso Senhor através da fé em Cristo, que todos possamos
estar dispostos a nos comprometermos à
nossa inclusão como membros de uma igreja local (ou “caseira”), para que todos nós
unamos de todo coração, em adoração, testemunho e serviço ao Senhor.
Capítulo 7
O Sacerdócio da Igreja
Neo-Testamentária
A. DIFERENÇAS ENTRE O
SACERDÓCIO DO ANTIGO
E DO NOVO TESTAMENTO
Não conseguimos compreender plenamente o padrão neo-testamentário para a
E7.7 – O Sacerdócio da Igreja Neo-Testamentária
Igreja Cristã sem uma apreciação da diferença fundamental entre o sacerdócio do Antigo Testamento e o sacerdócio do Novo
Testamento.
1. O Sacerdócio Aarônico
Deus deu a Israel, nos dias antigos, a
oportunidade de se tornar um “reino de sacerdotes” (Êx 19:6). Israel, no entanto, fracassou e não se colocou à altura desse grande privilégio, o que fez com que o Senhor
estabelecesse o Sacerdócio Aarônico (Êx
28:1). O próprio Antigo Testamento registra o fracasso desse ministério de fielmente
servir ao Senhor e de ministrar em nome do
povo de Israel (Ez 22:26).
2. O Sacerdócio do Crente
Abrindo o Novo Testamento, descobrimos que o sacerdócio é privilégio de todo
crente verdadeiro (1 Pe 2:5,9). Como tais,
temos o glorioso privilégio de usufruirmos
do acesso a Deus através do nosso Sumo
Sacerdote, o Senhor Jesus Cristo.
O acesso do crente a Deus é claramente
apresentado em Hebreus 10:19-22:
“Tendo pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus,
por um novo e vivo caminho, que Ele consagrou para nós, através do véu, isto é, a
Sua carne; e tendo um Sumo Sacerdote
sobre a Casa de Deus; aproximemo-nos
com verdadeiro coração, em plena certeza
de fé, tendo as nossos corações purificados
de uma má consciência, e os nossos corpos
lavados com água limpa.”
Na atualidade, algumas denominações
cristãs citam somente os seus líderes como
sacerdotes. Isto não é sustentado pelo Novo
Testamento, pois é totalmente contrário ao
princípio fundamental da revelação neo-testamentária para a Igreja.
Considere as palavras de 1 Pedro 2:5,9:
“Vós também... sois... um sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus através de Jesus Cristo.
“Mas vós sois uma geração eleita, um
CONSERVANDO A COLHEITA
sacerdócio real... para que anuncieis os louvores d’Aquele que vos chamou das trevas
para a Sua maravilhosa luz.”
Esse é o maior privilégio da nossa experiência cristã. Temos acesso ao Santo dos
Santos, à própria presença de Deus através
de Jesus Cristo.
Quando o Salvador morreu no Calvário,
o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo.
Falando-se figurativamente, muitos têm tentado “costurá-lo” novamente, mas tem sido
um esforço em vão. O “tipo” foi cumprido
para sempre no “anti-tipo”. A “sombra” foi
substituída pela “substância”. Cristo está
vivo para sempre e é o único Mediador entre Deus e os homens.
Na Igreja Cristã, Deus nos forneceu vários ministérios, com pastores e outros, que
podem nos orientar e aconselhar. Ninguém,
no entanto, pode nos dar acesso a Deus.
Cristo fez isto de uma vez por todas. “Cheguemo-nos pois com confiança ao Trono
da Graça [Trono da Misericórdia], para
que possamos obter misericórdia e achar
graça a fim de sermos ajudados em tempo
oportuno” (Hb 4:16).
B. OS SACRIFÍCIOS DO
CRENTE-SACERDOTE
Assim como o sacerdócio do Antigo Testamento oferecia sacrifícios a Deus, semelhantemente nós, na qualidade de sacerdotes do Novo Testamento, temos ofertas a
apresentar ao Senhor. O Novo Testamento
nos mostra que o nosso sacrifício é triplo:
1. Os Nossos Corpos,
a Nossa Vida
“Rogo-vos pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo, e agradável a Deus, que é a vossa adoração espiritual” (Rm 12:1).
Vemos este sacrifício sacerdotal em seu
nível máximo em 1 João 3:16:
“Nisto percebemos o amor de Deus, porque Ele entregou a Sua vida por nós; e nós
SEÇÃO E7 / 1009
deveríamos entregar as nossas vidas pelos
irmãos.”
A verdade básica que aceitamos quando
nos achegamos ao Senhor é que os nossos
corpos são templos do Espírito Santo:
“Pois fostes comprados com um preço:
portanto, glorificai a Deus em vossos corpos, e em vossos espíritos, os quais pertencem a Deus” (1 Co 6:20).
2. O Nosso Louvor
“Por Ele, portanto, ofereçamos o sacrifício de louvor a Deus continuamente, ou
seja, o fruto de nossos lábios, dando graças ao Seu Nome” (Hb 13:15).
Os sacerdotes do Antigo Testamento ministravam ao Senhor no compartimento do
Templo conhecido como Lugar Santo.
A perfumada fumaça subia do Altar de
Incenso no Lugar Santo. Ela penetrava o
véu e entrava no Santo dos Santos, onde
Deus habitava acima do Propiciatório (trono de misericórdia).
Isto era um “tipo” (quadro profético) de
nós, sacerdotes do Novo Testamento, oferecendo o nosso louvor e ações de graças como
um sacrifício muito agradável ao Senhor.
O Novo Testamento não nos convida a
louvarmos ao Senhor somente como uma
expressão de sentimentos, mas também
para que o façamos como um ministério
sacrificial ao Senhor.
O sacrifício de louvor não deveria ser oferecido por causa das nossas circunstâncias,
mas, geralmente, apesar das nossas circunstâncias. Se fizermos isto, logo descobriremos que no sacrifício de louvor há vitória
sobre as circunstâncias. É nosso dever e
privilégio sacerdotal louvar ao Senhor!
3. O Nosso Dinheiro
Hebreus 13:16 é lindamente explicado
na Versão do Novo Testamento Amplificado em Inglês da seguinte maneira: “Não se
esqueçam nem negligenciem os atos de benevolência e bondade, de serem generosos
e de distribuírem e contribuírem com os
1010 / SEÇÃO E7
E7.8 – Ministérios na Igreja Neo-Testamentária
necessitados, pois estes sacrifícios são muito
agradáveis a Deus.”
Estes e outros versículos nos ensinam
que um sacerdote (crente) fiel dedica uma
parte do seu dinheiro para ser usada no cuidado com os menos afortunados do que ele
e para a obra de Deus.
zação criada pelos homens, precisa ter uma
liderança divinamente estabelecida e divinamente dotada. Infelizmente, a maior
parte do ministério de liderança cristã de hoje
em dia é baseada em realizações acadêmicas,
e no chamado e nomeação de homens.
O padrão neo-testamentário, no entanto, estabelece para a Igreja um ministério
sobrenaturalmente escolhido e divinamente
equipado.
Há certos cargos que funcionam em cada
igreja local (ou “caseira”). Os presbíteros e
diáconos servem dentro da igreja local (ou
“caseira”) e precisam possuir certas qualificações pessoais de acordo com as Escrituras. Estas qualificações serão posteriormente
consideradas por nós em nosso estudo. Mas
a liderança dotada, que Cristo forneceu para
a Sua Igreja, baseia-se em cinco dons ministeriais.
Estes dons ministeriais são sobrenaturalmente transmitidos pelo Próprio Cristo a
certas pessoas. Estes líderes continuam e levam avante o ministério do Senhor Jesus em
Sua Igreja na terra. Eles fazem o que Ele fez.
C. NENHUMA DISTINÇÃO ENTRE
O CLERO E OS LEIGOS
As palavras “clero” e “leigos” não se encontram na Bíblia. Elas passaram a ser usadas como conseqüência de líderes de igreja
ensinarem que possuíam um “status” privilegiado sobre os outros membros da Igreja.
Esta distinção feita entre o “clero” e os
“leigos” não se encontra na Igreja do Novo
Testamento. Certamente há vários ministérios e cargos ordenados por Deus, os quais
são dados para edificarem a Igreja e fornecerem à liderança ao povo de Deus.
O sacerdócio do Novo Testamento cria
uma irmandade de homens e mulheres nascidos de novo. Todos desfrutamos do mesmo privilégio de acesso a Deus através de
Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote.
Da mesma forma, todos somos membros do Corpo de Cristo, que é diretamente
governado por Jesus Cristo, a Cabeça do
Corpo (Ef 1:22; 5:23; Cl 1:18).
E vitalmente importante que esta verdade
do sacerdócio de todos os crentes seja claramente compreendida e plenamente apreciada.
Caso contrário, não valorizaremos os nossos
privilégios na Igreja Cristã. Podemos ser vítimas de um sacerdócio criado pelos homens
ou de uma hierarquia de líderes religiosos que
se assenhoreiam dos outros (1 Pe 5:3).
Capítulo 8
Ministérios na Igreja
Neo-Testamentária
Introdução
A Igreja Cristã, sendo um organismo divinamente ordenado, ao invés de uma organi-
A. CINCO DONS MINISTERIAIS
DADOS A IGREJA
“No entanto, Cristo deu a cada um de
nós habilidades especiais – tudo o que Ele
quiser que tenhamos do Seu rico depósito
de dons.
“O salmista nos fala sobre isto, pois ele
diz que quando Cristo voltou triunfantemente ao Céu após a Sua ressurreição e vitória
sobre Satanás, Ele deu generosos dons aos
homens.
“Observe que aí diz que Ele voltou ao
Céu. Isto significa que Ele havia primeiramente descido das alturas do Céu, muito
abaixo das mais baixas partes da terra.
“Aquele que desceu é também o Mesmo
que subiu de volta, para que pudesse encher todas as coisas, em toda parte, Consigo Próprio, desde o mais baixo até o mais
elevado” (Ef 4:7-10).
“Foi Ele que deu alguns para serem
CONSERVANDO A COLHEITA
apóstolos, alguns para serem profetas, alguns para serem evangelistas, e alguns
para serem pastores e mestres” (Ef 4:11).
Estes versículos deixam claro que, após
a Sua ascenção ao Céu para voltar à destra
do Pai, Cristo deu cinco dons ministeriais
aos homens dentro da Sua Igreja.
Estes dons ministeriais são expressões
parciais do Seu Próprio ministério completo. Nenhum líder de igreja por si só poderia
conter todo o ministério de Jesus. Uma variedade de “líderes servos” da Igreja recebem estes dons. Isto é assim para que o
ministério completo de Cristo pudesse aparecer novamente entre o Seu povo.
1. Somente Dados por Cristo
Estes cinco ministérios são os dons de
Cristo e são somente concedidos por Ele.
Eles não dependem da nomeação humana.
Cristo levantou e equipou estes homens
(e mulheres) para os seus ministérios
específicos na Igreja.
2. Funcionam Sob a Direção e o
Poder do Espírito Santo
É bom darmos o devido reconhecimento
a estes ministérios quando se encontram em
nosso meio. No entanto, quer os reconheçamos ou não, eles funcionam sob a direção
e pelo poder do Cristo Vivo.
3. Associados com
Homens e Mulheres
E interessante observarmos que os dons
ministeriais de Cristo estão sempre associados com homens e mulheres.
Em contraste, os dons do Espírito Santo
(1 Coríntios 12) estão mais associados com
o Doador do que com o recipiente. Nós os
chamamos de Dons do ESPÍRITO (o Doador). No entanto, não podemos desassociar
os cinco dons ministeriais das pessoas a
quem foram dados e que os exercem.
Nada lemos com relação a homens recebendo “um dom de apostolado” ou “o dom
de pastor”, mas lemos o seguinte: “Ele deu
SEÇÃO E7 / 1011
alguns para serem apóstolos, alguns para
serem profetas,” etc. O dom (ou capacitação) é a identidade deles – quem são e o que
são na Igreja.
Os próprios homens são os dons de Cristo à Sua Igreja. São batizados no Espírito,
equipados sobrenaturalmente – todos exercendo uma parte do glorioso e completo
ministério da Cabeça da Igreja – Cristo.
B. OS CINCO DONS MINISTERIAIS
DESCRITOS
Consideremos agora cada um destes cinco dons ministeriais.
1. Apóstolos
A palavra “apóstolo” vem da palavra grega “apóstolos”, que significa “alguém enviado” ou “aquele que é enviado (como
um embaixador)”. O Senhor Jesus Cristo é
O APÓSTOLO (Hb 3:1), Aquele que foi “enviado por Deus”. Ele colocou o fundamento
para a Igreja, a qual Ele agora está edificando.
a. Os Doze Apóstolos. Durante o Seu
ministério terreno, Cristo designou doze
apóstolos, a quem Ele plenamente equipou
para os seus ministérios e “os enviou” (Mt
10:16).
Estes apóstolos não foram nomeados por
homens, mas dependiam da comissão e da
capacitação (poder e autoridade) de Cristo.
Eles são citados como os “Apóstolos
do Cordeiro”. “E o muro da cidade tinha
doze fundamentos e neles os nomes dos doze
apóstolos do Cordeiro” (Ap 21:14).
Eles tinham um singular ministério e relacionamento com Israel e o povo judeu.
“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou,
dizendo: não ireis pelos caminhos dos gentios, nem entrareis em nenhuma cidade de
samaritanos. Mas ide antes às ovelhas perdidas da Casa de Israel” (Mt 10:5,6).
O galardão deles será o de se assentarem
em doze tronos, julgando as doze tribos de
Israel (Lc 22:28-30).
b. Outros Apóstolos. Um estudo do
Novo Testamento revela que havia outros
1012 / SEÇÃO E7
E7.8 – Ministérios na Igreja Neo-Testamentária
apóstolos além dos doze que Jesus escolheu para trabalharem com Ele enquanto Se
encontrava aqui.
Um dos doze primeiros, Judas, o traidor, foi substituído por Matias pouco antes do Dia de Pentecostes (At 1:26; 2:14),
restaurando assim o número necessário de
doze “Apóstolos do Cordeiro”.
No entanto, além de Matias, muitos outros apóstolos foram escolhidos por Cristo
e enviados por Ele após o Dia de Pentecostes. Talvez seja apropriado que os citemos
como os “Apóstolos da Ascensão”, uma
vez que foram dados depois que Cristo subiu de volta ao Céu.
Os “Apóstolos da Ascensão” geralmente possuem um relacionamento especial para
com a Igreja dos Gentios. Os mencionados
no Novo Testamento são Paulo e Barnabé
(At 14:14), Andrônico e Júnia (Rm 16:7),
Tiago (Gl 1:19), Silas e Timóteo (1 Ts 1:1;
2:6), e outros (1 Co 9:5; 2 Co 8:23).
Paulo e Barnabé (At 14:14) são notáveis
exemplos de apóstolos dados por Cristo à
Igreja após o Pentecostes.
Além disso, o fato de que a Igreja Primitiva tinha de ser repetidamente admoestada
contra a aceitação de “falsos apóstolos” (2
Co 11:13; Ap 2:2) indica que havia outros
apóstolos.
O versículo bíblico que afirma mais claramente um ministério apostólico contínuo
encontra-se em nossa passagem bíblica citada acima, a qual declara que Cristo “deu
alguns apóstolos” APÓS A SUA ASCENSÃO.
(OBSERVAÇÃO: Para mais informações sobre os cinco dons ministeriais, veja a Seção
C5.)
c. Ministério Apostólico. O apóstolo, sendo “alguém enviado” por Cristo, é
um pioneiro, colocando os fundamentos, estabelecendo as igrejas com ordem bíblica,
supervisionando e cuidando dessas igrejas,
como também confirmando-as na Palavra.
Ele exerce uma parte ou fragmento do ministério do nosso Supremo Apóstolo, Jesus Cristo. Ele é chamado e levantado por
Cristo, e recebe uma visão da obra que deve
executar (At 26:15-18).
A prova do seu ministério são os frutos da sua obra – o trabalho que ele deixa após a sua partida. Como Paulo escreveu aos coríntios, “Não sou eu apóstolo...
porque vós sois o selo do meu apostolado
no Senhor” (1 Co 9:1,2).
Paulo apontava o estabelecimento da
Igreja de Corinto como uma evidência do
seu ministério apostólico. Ele também afirmava que o seu ministério viera diretamente do Senhor e não dos homens.
“Paulo, um apóstolo, que não foi enviado pelo comissionamento humano nem por
autoridades humanas, mas sim por Jesus
Cristo e por Deus-Pai, o Qual O ressuscitou dentre os mortos” (Gl 1:1).
O ministério apostólico de se fundar
novas igrejas é visto nas palavras de Paulo:
“De acordo com a graça de Deus que me
foi dada, como sábio arquiteto, coloquei o
fundamento” (1 Co 3:10).
Esse ministério pioneiro ainda funciona hoje em dia. A Igreja é um organismo vivo, e não uma organização sem
vida. Novas igrejas locais (ou “caseiras”)
ainda estão sendo estabelecidas e novos
campos ainda estão sendo penetrados, à
medida que a Igreja continua a crescer
para cima e para fora.
Há evidências que indicam que o dom
ministerial apostólico pode incluir elementos dos outros quatro dons ministeriais.
Nesta função pioneira, de estabelecimento
de fundamentos e de supervisão, esse dom
ministerial requer alguns elementos dos ministérios profético, evangelístico, pastoral,
e de ensino. Contudo, o dom ministerial
apostólico permanece distinto e separado
dos outros.
2. Profetas
A palavra grega é “prophetes”, a qual se
origina de duas outras palavras gregas: Pro,
que significa “anterior”, ou seja, “em frente
de” é Phemi, que significa “mostrar ou fa-
CONSERVANDO A COLHEITA
zer conhecidos os pensamentos de alguém”,
ou seja, “falar ou dizer, afirmar”. Combinando-se as duas palavras, significa “alguém
que possa dizer (ou predizer) os pensamentos (a mente) de Deus ou, ocasionalmente,
os pensamentos de outras pessoas”.
Por exemplo, Pedro estava agindo sob
uma unção profética ao dizer a Ananias:
“...por que Satanás encheu o teu coração
para que mentisses ao Espírito Santo...?”
(At 5:3). Pedro conhecia os pensamentos
de Ananias e revelou o engano e hipocrisia.
Esta palavra também pode significar “um
preletor inspirado”. O registro neo-testamentário, no entanto, mostra que o ministério do
profeta é mais do que uma mera pregação.
Isso também é indicado pelo fato de que
todos os outros dons concedidos (como os
de evangelista, pastor, e mestre) envolvem
o falar.
O profeta é alguém que fala publicamente sob a inspiração do Espírito Santo, sem
nenhuma premeditação, nem preparação. O
seu ministério talvez envolva muitas vezes
o exercício do Dom da Profecia (1 Co 12:10),
mas certamente inclui os Dons de Revelação, como a Palavra de Conhecimento e a
Palavra de Sabedoria (1 Co 12:8).
O Dom da Profecia funciona dentro da
igreja de uma cidade ou da igreja local (ou
“caseira”) (1 Co 14), mas o dom ministerial
do profeta é para o benefício de todo o Corpo de Cristo.
O profeta transmite revelações de
coisas espirituais e de eventos ou circunstâncias presentes e futuros dos
quais ele não tem nenhum conhecimento humano. Ele não exerce um controle
(governo) sobre os líderes, seguidores,
ou igrejas, nem comanda as suas direções. Em vez disso, ele confirma o que
Deus já falou a um indivíduo.
Como já vimos em nossos estudos anteriores, há uma diferença fundamental entre
o sacerdócio do Antigo Testamento e o do
Novo Testamento.
Hoje em dia, todos os crentes são sacer-
SEÇÃO E7 / 1013
dotes para Deus, com acesso direto ao “Santo dos Santas”.
Todos os crentes têm um direito de acesso à mente de Cristo e a conhecerem a vontade de Deus, e não deveriam estar presos
pela direção de um profeta.
O profeta do Novo Testamento, no entanto, dá de fato um enfoque maior com
relação aos eventos presentes ou futuros, e
todos os crentes estão livres para agirem à
luz destas revelações. Vemos este ministério profético do Novo Testamento funcionando nos seguintes versículos:
Atos 11:27-30: Nesta passagem, o profeta Ágabo deu uma revelação com relação à
fome iminente. Os discípulos tomaram passos práticos à luz desta profecia e enviaram
ajuda aos irmãos de Jerusalém.
Atos 20:22-24: Neste trecho, lemos sobre a decisão de Paulo de ir a Jerusalém
apesar dos avisos do Espírito Santo (provavelmente através de um ministério profético) de que grilhões e aflições lá o aguardavam.
Atos 21:10-14: O profeta Ágabo deu
profecias ilustradas e predisse os sofrimentos que aguardavam a Paulo em Jerusalém.
Contudo, o apóstolo estava determinado a
continuar a sua jornada, e os outros disseram: “Faça-se a vontade do Senhor!”
Outros profetas do Novo Testamento
foram Judas e Silas (At 15:32).
Desta forma, recebemos algumas revelações quanto à função do dom ministerial
profético de acordo com o padrão neo-testamentário. Que Deus possa levantar esse
tipo de ministério de uma forma maior nos
dias vindouros e que Ele possa nos dar sabedoria para reconhecermos o seu funcionamento.
(OBSERVAÇÃO: Para mais detalhes sobre o ministério profético, veja a Seção C5.)
3. Evangelistas
A palavra significa “um pregador de
boas novas”. Talvez o dom ministerial do
evangelista seja o dom melhor compreendi-
1014 / SEÇÃO E7
E7.8 – Ministérios na Igreja Neo-Testamentária
do de todos. O seu lugar e função na Igreja
raramente tem sido alvo de controvérsias.
O evangelista não faz a obra do apóstolo
(fundar e estabelecer igrejas), nem a obra do
pastor.
Vemos um notável exemplo do ministério do evangelista em Filipe (At 8:5-40).
Filipe desceu a Samaria e pregou Cristo.
Muitos creram, à medida que sinais e maravilhas confirmavam o seu ministério. Filipe
os batizou na água, mas, em seguida, passou os convertidos (resultados) da sua evangelização aos cuidados dos apóstolos Pedro e João. Aí então, Filipe entrou no deserto para dar as boas novas ao eunuco etíope.
Desastres geralmente acontecem na obra
de alguns evangelistas hoje em dia. Isto geralmente se deve ao fato de que eles deixam
de reconhecer a verdadeira natureza deste
dom ministerial.
Pelo fato de Deus haver abençoado o
evangelista em seu ministério, ele então decide ficar permanentemente num certo local. Isto priva outras pessoas não-alcançadas, não-salvas dos benefícios do seu ministério evangelístico, como também impede que os seus convertidos recebam os benefícios de outros dons, como os ministérios
apostólico, pastoral e de ensino.
Lembre-se: a Igreja NÃO é edificada sobre o fundamento do evangelista, e sim
“edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas...” (Ef 2:20). A menos que os
ministérios apostólico e profético entrem
em cena para consolidar e confirmar os convertidos do evangelista, a Igreja que poderia
ter nascido raramente chega a existir. Caso
comece a existir, com o tempo ela fracassa
(ou cai) por falta de um fundamento.
O evangelista é o “braço” de Cristo, estendendo-se para alcançar o mundo. Os resultados do seu ministério deveriam ser reunidos e introduzidos em igrejas locais (ou
“caseiras”) e supridos com os outros ministérios que Cristo estabeleceu em Sua Igreja.
Em todos os casos do Livro de Atos (a
menos que os convertidos fossem o resulta-
do de um ministério apostólico), os apóstolos e profetas vinham logo após para colocarem os fundamentos. Isto transformava estes novos convertidos numa forte igreja.
Leia Atos 11:19-27. Muitos creram. Aí
então o Apóstolo Barnabé foi para o local.
Em seguida, ele foi buscar Saulo (Paulo) para
unir-se a ele em Antioquia. Logo depois, chegaram os apóstolos para ajudarem (vs. 27).
Ignoramos este padrão, colocando-nos em
perigo, como também aos novos crentes.
4. Pastores
Neste caso, a palavra grega é “poimen”,
que significa “um pastor”. O pastor de igreja é um “pastor de ovelhas”, que cuida do
rebanho de Deus e o alimenta. O seu ministério é muito semelhante ao do presbítero.
A sua personalidade e o seu ministério demonstram um amor, um cuidado e um interesse em alimentar as ovelhas.
A diferença básica do presbítero é que
ele geralmente é uma pessoa mais idosa (paternal) e nomeada devido a certas qualificações pessoais (1 Tm 3:1-7; Tt 1:5-9;
etc.). O trabalho do presbítero também é o
de “alimentar a igreja de Deus” (At 20:28).
O cargo de presbítero, no entanto, é local, ao passo que o dom ministerial do “pastor” é concedido para todo o Corpo de Cristo. O pastor pode viajar de igreja a igreja, ao
passo que o presbítero geralmente se encontra associado com apenas uma igreja local (ou “caseira”).
Alguns sugerem que Timoteo e Tito possuíam o dom pastoral. Estes jovens serviam
sob a supervisão geral de Paulo. Eles também foram comissionados por Paulo para
ordenarem presbíteros (Tt 1:5).
Os pastores também são geralmente qualificados como presbíteros, assim como o
Apóstolo Pedro afirmou ser um presbítero
(1 Pe 5:1).
O cargo de presbítero é restrito à igreja
local (ou “caseira”), ao passo que o dom
ministerial de pastor, ainda que funcionando em e através de igrejas locais (ou “casei-
CONSERVANDO A COLHEITA
ras”), é concedido para o benefício de todo
o Corpo de Cristo.
5. Mestres
A palavra grega é “didaskalos”, que significa “um instrutor”, e é traduzida em
nossas Bíblias por doutor e mestre. Há um
relacionamento muito íntimo entre os dons
ministeriais de pastor e mestre.
Isto é sugerido na própria construção do
texto de Efésios 4:11: “E Ele deu a alguns,
pastores e mestres...” A Versão Moffatt traduz este versículo da seguinte maneira: “Ele
concedeu alguns para serem evangelistas,
alguns para pastorearem e ensinarem.”
Não seria correto considerarmos as palavras “pastor” e “mestre” como sendo termos sinônimos. Não considere estes ministérios como sendo idênticos.
Há, no entanto, uma ligação muito íntima
entre os dois. O mestre trabalha com o pastor e o presbítero para o pastoreamento e o
ensino da igreja local (ou “caseira”), cuidando do seu bem-estar espiritual e da sua
instrução na Palavra de Deus. No ministério
de ensino, geralmente há uma certa
sobreposição. O ministério de ensino geralmente faz parte de um outro ministério. Por
exemplo, o Apóstolo Barnabé (At 14:14) é
citado como sendo um mestre também:
“E havia na igreja que estava em Antioquia certos... mestres, como Barnabé...” (At
13:1).
Paulo, semelhantemente, ilustra como
um indivíduo possui um dom ministerial
com muitas facetas. Ele escreve:
“Para o que fui constituído um pregador,
e um apóstolo, e um mestre dos gentios” (1
Tm 2:7; 2 Tm 1:11).
C. PROPÓSITO DOS DONS
MINISTERIAIS
Sabemos que todos os membros do Corpo
de Cristo têm o seu papel a cumprir na edificação da Igreja e na glorificação de Cristo.
Contudo, Cristo, após a Sua ascensão,
concedeu os cinco dons ministeriais com
SEÇÃO E7 / 1015
um propósito específico, descrito para nós
em Efésios 4:12: “Para o aperfeiçoamento
dos santos, para a obra do ministério, para
a edificação do Corpo de Cristo.”
A palavra “aperfeiçoamento” neste verso é traduzida da palavra grega katartismos,
que significa “completar”. Este termo origina-se da palavra katartizo, que significa “reparar ou ajustar; adequar, reparar; aperfeiçoar, preparar, restaurar”.
Isto descreve o motivo pelo qual foram
dados os cinco dons ministeriais. Uma outra tradução esclarece este significado:
“Para preparar o povo de Deus para
as obras de serviço a fim de que o Corpo de
Cristo possa ser edificado” (Ef 4:12).
Isto abre um novo e desafiante conceito
com relação ao propósito dos dons ministeriais na Igreja. Os dons ministeriais NÃO
são para executar a obra do ministério. Eles
devem reparar as vidas alquebradas e preparar os crentes, a fim de que os membros
façam a obra do ministério.
Este conceito é confirmado pelo Novo
Testamento Amplificado, o qual traduz Efésios 4:12 da seguinte forma: “A Sua intenção era o aperfeiçoamento e o pleno equipamento dos santos [o Seu povo consagrado] para que eles fizessem a obra da ministração tendo em vista a edificação do Corpo de Cristo [a Igreja].” Este conceito de
fato ilumina maravilhosamente o propósito
do ministério no Corpo de Cristo!
Na formação de um exército, os oficiais
são primeiramente treinados a fim de que,
por sua vez, possam treinar as tropas. Da
mesma maneira, Cristo dotou a certas pessoas da Sua Igreja, a fim de que, através dos
seus dons ministeriais, eles possam equipar os santos para ministrarem para o benefício de toda a Igreja.
Assim sendo, o Corpo de Cristo e cada
igreja local (ou “caseira”) deveriam ministrar e edificar a si próprios.
Muito embora nem todos os crentes
possuam dons ministeriais, todos, no entanto, possuem um ministério a executar
1016 / SEÇÃO E7
E7.9 – Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local
no desenvolvimento da Igreja e na edificação do povo de Deus. Que cada um de nós,
como membro do Corpo de Cristo, possa
descobrir o seu ministério e cumpri-lo.
“Temos diferentes dons, de acordo com
a graça que nos é dada. Se o dom de um
homem for profetizar, que ele o use proporcionalmente à sua fé.
“Se for servir, que sirva; se for ensinar,
que ensine;
“Se for encorajar, que encoraje; se for
contribuir com as necessidades dos outros,
que dê generosamente; se for liderar, que
governe diligentemente; se for demonstrar
misericórdia, que o faça com alegria” (Rm
12:6-8).
Capítulo 9
Os Dirigentes da Igreja de
Uma Cidade e da Igreja Local
Introdução
Havendo considerado os cinco dons ministeriais, que funcionam na Igreja Universal, em todo o Corpo de Cristo, examinemos agora, brevemente, os ministérios que
pertencem à igreja de uma cidade e à igreja
local (ou “caseira”). Vimos anteriormente
que o governo neo-testamentário baseia-se
na igreja de uma cidade ou na igreja local (ou
“caseira”).
O padrão original apresenta um quadro
de muitas igrejas locais (ou “caseiras”), com
governo próprio, onde os presbíteros guardam e alimentam o rebanho. Estas igrejas
locais (ou “caseiras”) dentro de uma cidade
(igreja) são coordenadas pelos bispos (supervisores) e cooperam para a expansão do
Reino de Deus.
Ao abordarmos o dom ministerial de pastor, observamos que há uma notável semelhança entre o ministério de pastor e o cargo
de presbítero.
A diferença fundamental entre eles é que
o dom pastoral, ainda que funcionando na
igreja local (ou “caseira”), não precisa ser
limitado a uma só igreja local (ou “caseira”).
É um dom que pode servir a qualquer igreja
local (ou “caseira”) que convidar a este pastor. O pastor serve a todo o Corpo de Cristo.
Basicamente há dois cargos na igreja de
uma cidade, a saber, os presbíteros (que
servem numa igreja local) e os diáconos (que
servem a todas as igrejas locais, dentro da
igreja de uma cidade).
Por exemplo, havia muitas igrejas locais
(ou “caseiras”) dentro da Cidade de Jerusalém. Esta igreja da cidade teve 3.000 novos
convertidos no Dia de Pentecostes e 5.000
homens (além de mulheres e crianças) pouco tempo depois (Compare At 2:41; 4:4).
Eles se reuniam em pequenos grupos nas
casas. Os que tinham dinheiro compartilhavam e davam diretamente aos pobres, segundo as suas necessidades (At 2:44,45).
Alguns, no entanto, davam o produto da
venda de terras e propriedades aos apóstolos, os quais, por sua vez, distribuíam o
dinheiro aos necessitados. Aparentemente,
o dinheiro não era guardado pelos presbíteros nas igrejas locais (ou “caseiras”). Em
vez disso, ele era dado aos apóstolos, os
quais escolhiam diáconos para distribuí-lo
às viúvas e outros necessitados (Compare
At 4:34-37; 5:3; 6:1-7).
Em Filipenses 1:1, Paulo escreve “a todos os santos em Cristo Jesus que estão em
Filipos [uma igreja de cidade] com os BISPOS e DIÁCONOS.” O bispo era um presbítero superintendente ou supervisor. Veja
também Tito 1:5,7. Examinemos agora este
cargo um pouco mais detalhadamente.
A. PRESBÍTEROS
1. O Trabalho Deles
Em Atos 20, lemos sobre a palavra de
Paulo aos presbíteros de Éfeso: “...e de
Mileto mandou a Éfeso, e chamou os presbíteros da igreja’’ (At 20:17).
Paulo Lhes disse; “Porque não me esquivei de vos declarar todo o conselho de
Deus.
CONSERVANDO A COLHEITA
“Olhai pois por vós, e por todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu supervisores, para alimentardes a
Igreja de Deus, a qual Ele adquiriu com o
Seu Próprio sangue” (At 20:27,28).
Nesta ocasião, Paulo falou com os PRESBÍTEROS e Lhes disse que o Espírito Santo
os havia feito SUPERVISORES (no grego =
presbuteros, que é traduzido como bispos
em todas as demais passagens da Versão
Autorizada Inglesa).
O apóstolo lhes ordenou a ALIMENTAREM o rebanho, sobre o qual eles haviam
tornado a supervisão. Isto mostra o intimo
relacionamento entre o ministério pastoral
e o cargo do presbítero, e, contudo, não há
nenhuma referência aqui a um dom ministerial sendo exigido.
Esta e outras passagens bíblicas nos fornecem o seguinte sumário do trabalho dos
presbíteros na igreja local (ou “caseira”):
a. Ficar Atento ao Rebanho. Eles precisam “olhar... por todo o rebanho, sobre o
qual o Espírito Santo lhes constituiu supervisores” (At 20:28).
b. Alimentar a Igreja. Eles devem
“alimentar a igreja de Deus” (At 20:28 –
veja também 1 Pedro 5:1,2).
c. Tomar Conta da Igreja. Eles devem “tomar conta da igreja de Deus” (1
Tm 3:5).
d. Governar Bem. Os presbíteros devem “governar”, e os que “governam
bem” devem ser “...bem pagos e deveriam
ser muito apreciados, especialmente os que
trabalham arduamente, tanto na pregação
como no ensino” (1 Tm 5:17).
e. Permanecer Fiel à Mensagem.
Uma outra responsabilidade do presbítero
é “...permanecer firme na mensagem que é
digna de confiança como foi ensinado, a
fim de que ele possa encorajar os outros
através da sã doutrina e refutar os que se
opõem a ela” (Tt 1:9).
f. Ensinar com Aptidão. O presbítero
precisa ser “apto [ou capacitado] para ensinar” (1 Tm 3:2).
SEÇÃO E7 / 1017
g. Visitar os Enfermos e Orar por
Eles. Os presbíteros precisam estar disponíveis quando são chamados para visitarem
os enfermos e para fazerem “a oração de
fé” (Tg 5:14,15).
Resumindo-se então: Aparentemente havia presbíteros que também eram apóstolos
(como era o caso de Pedro); os que tinham
responsabilidades em toda a cidade como
bispos (supervisão de outras pessoas); os
que eram especialmente dotados na pregação e no ensino; e os que, devido à sua idade
avançada e ao seu caráter, agiam como pais
espirituais numa igreja local (ou “caseira”).
2. As Suas Qualificações
As qualificações necessárias para o cargo de presbítero encontram-se em duas passagens: 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:6-9. Combinando-se estas duas passagens, temos a
seguinte lista de qualificações pessoais exigidas pelas Escrituras:
“O bispo precisa ser irrepreensível...
marido de uma só mulher... vigilante... sóbrio... de bom comportamento... dado a
hospitalidade... apto para ensinar... não
dado ao vinho... não espancador... não cobiçoso pelo dinheiro... paciente... não contencioso... não ganancioso... não obstinado... não iracundo... não recém-chegado à
fé [um noviço] para que, ensoberbecendose não caia na condenação do diabo...
“alguém que governe bem a sua própria casa, tendo filhos fiéis e que não sejam
acusados de tumultos e indisciplina, tendo
os seus filhos em sujeição, com toda austeridade...
“ser apreciador de homens bons... justo... santo... sóbrio... além do mais, ele precisa ter uma boa reputação dos que estão
de fora, para que não caia em afronta e no
laço do diabo.”
Portanto, vemos que as características
importantes de um presbítero biblicamente
qualificado encontram-se em sua vida pessoal.
Com relação ao seu ministério, ele deve
1018 / SEÇÃO E7
E7.9 – Os Dirigentes da Igreja de Uma Cidade e da Igreja Local
ensinar aquilo que ele próprio foi ensinado
e cuidar do rebanho.
3. Não Enfatize em Demasia
a Estrutura
Ainda que as estruturas que estabelecemos para conservarmos a Colheita possam
ser importantes, os líderes de igreja não deveriam enfatizar isto demasiadamente.
Qual é o mais importante? O vinho (a
Colheita) ou o odre (aquilo que conserva a
Colheita).
A Bíblia responde a esta pergunta: “...o
construtor de uma casa tem maior honra
que a casa em si” (Hb 3:3). Jesus está construindo a Sua Casa (a Igreja). Porém, sempre precisamos dar-Lhe muito mais honra
do que a Casa em si.
A liderança da igreja e os dons ministeriais são necessários para ajudarem na edificação da Igreja. As estruturas de liderança que adotamos para contermos e preservarmos a Colheita são menos importantes
que o Senhor da Colheita (Jesus) ou a Colheita em si (os crentes).
Portanto, NÃO enfatize demasiadamente o odre, a estrutura, o governo, e como as
coisas são organizadas. Adote aquilo que
funciona no seu país e na sua cultura. Peça
que o Senhor lhe dê sabedoria e o ajude a
estabelecer o mínimo de estrutura possível.
Lembre-se: a Igreja de Jerusalém tinha
mais de 5.000 famílias (30.000 pessoas ou
mais) e somente sete diáconos e doze apóstolos.
4. O Presbitério Local Inclui
os Dons Ministeriais
Os dons ministeriais de pastor e mestre
são estabelecidos na Igreja para servirem a
muitas congregações. O presbítero, no entanto, executa um ministério semelhante, em
seu cargo como presbítero, na igreja local
(ou “caseira”). Os pastores talvez venham
e se vão; os mestres talvez venham e se vão;
mas o cargo do presbítero permanece na
igreja local (ou “caseira”).
Os cinco dons ministeriais são (na maioria dos casos) presbíteros ambulantes. Aparentemente, o presbitério de uma igreja local (ou “caseira”) pode incluir qualquer um
ou todos os cinco dons ministeriais. Pelo
menos temos a evidência de que Pedro, que
era um apóstolo, também era um presbítero: “...aos presbíteros, que estão entre vós,
admoesto eu, que sou também presbítero
com eles...” (1 Pe 5:1).
O presbitério da igreja de uma cidade ou
de uma igreja local (ou “caseira”) pode incluir uma pessoa que tenha um dom ministerial apostólico, como é o caso de Pedro.
Como na Igreja de Antioquia (At 13:1-3),
talvez haja outros que possuam o dom ministerial de profeta, evangelista ou mestre,
que consideram uma determinada igreja
como sendo a sua igreja local.
Neste caso, esses homens podem servir
no presbitério de sua igreja local (ou “caseira”), e, contudo, os seus ministérios funcionam num âmbito muito maior, para o benefício de todo o povo de Cristo.
Além disso, talvez seja possível que uma
pessoa possua um dom ministerial, e, no
entanto, por algum motivo ela não se qualifique como presbítero desta igreja local (ou
“caseira”).
Se for este o caso, estes dons ministeriais
ambulantes, de acordo com o que cremos,
estariam submissos aos presbíteros que Deus
ordenou na igreja local (ou “caseira”).
Podemos sumarizar estes pensamentos,
dizendo que o presbitério constitui a supervisão local e é nomeado de acordo com
certas qualificações pessoais. Os dons ministeriais são concedidos pelo Senhor Jesus
Cristo para servirem a Sua Igreja em muitas
localidades sobre a terra, de acordo com a
Sua Própria vontade.
B. DIÁCONOS
1. O Trabalho Deles
A palavra “diácono” significa “servo”.
O trabalho do diácono é servir às necessi-
CONSERVANDO A COLHEITA
dades práticas dos líderes e membros da
igreja de uma cidade e da igreja local (ou
“caseira”). Há muitas maneiras pelas quais
os diáconos podem servir aos interesses
de uma igreja de uma cidade, mas estas maneiras podem ser melhor determinadas por
cada igreja e as suas circunstâncias específicas.
Em geral deveria ser compreendido que
os diáconos têm a responsabilidade de tomar conta dos aspectos materiais (financeiros) do trabalho da igreja de uma cidade.
Assim sendo, o ministério e a supervisão
são liberados para se devotarem às necessidades espirituais e ao bem-estar da igreja.
2. As Qualificações Deles
As qualificações pessoais do diácono foram citadas para nós em 1 Timóteo 3:8-13.
Elas incluem todos os aspectos da integridade pessoal, da espiritualidade e de se ter
uma vida doméstica bem ordenada.
O versículo 13 apresenta uma maravilhosa promessa aos diáconos fiéis: “Os
que se saírem bem como diáconos serão
bem recompensados, tanto pelo respeito
dos outros, como também pelo desenvolvimento da sua própria confiança e intrepidez no Senhor.” Toda a igreja de cidade ativa conhece o valor de diáconos
fiéis e eficientes.
C. OUTROS REPRESENTANTES
Em Atos 6:1-6, lemos sobre a escolha de
sete homens batizados no Espírito para aliviarem os apóstolos de suas responsabilidades domésticas, a fim de que pudessem
ser liberados para se dedicarem à oração e
ao ministério da Palavra.
Estes homens talvez tenham sido, como
crêem alguns, os primeiros diáconos. Mas
o registro bíblico não nos diz isto.
Contudo, vemos de fato nesta passagem
o princípio da separação dos deveres espirituais dos deveres naturais e domésticos
que consomem muito tempo, com relação à
SEÇÃO E7 / 1019
igreja de uma cidade e à igreja local (ou “caseira”).
Abrindo em Coríntios 12:28, encontramos uma lista de alguns dos ministérios e
cargos que o Senhor estabeleceu na Igreja,
os quais incluem “ajudas” e “governos” (administração). O Novo Testamento Amplificado em Inglês e a Versão Moffatt traduzem estas palavras como “ajudantes” e “administradores”.
Os líderes de igreja de comunidades maiores, ou que também estejam na liderança
de muitas igrejas locais (ou “caseiras”) de
uma cidade, podem nomear ajudantes na organização e na administração dos afazeres
da igreja da cidade.
Muitas igrejas nomeiam conselhos (um
grupo de diáconos) para supervisionarem
os assuntos comerciais envolvidos nos afazeres da assembléia. Provou-se que isto é
muito eficiente, especialmente na manipulação das exigências financeiras e legais da
igreja.
Como regra geral, talvez descubramos
que há muitos que são qualificados para
servirem à assembléia na qualidade de diáconos, mas que não são, necessariamente,
equipados para manusearem os aspectos
mais complicados da administração comercial.
Assim sendo, vemos a vantagem de conselhos sendo designados para suprirem esta
necessidade e para servirem à assembléia
sob a supervisão dos presbíteros.
D. SUMÁRIO
Sumarizando os nossos pensamentos sobre os cargos que funcionam dentro da igreja local (ou “caseira”), diríamos que o Senhor ordenou que:
• Os presbíteros constituíssem o governo e supervisionassem as necessidades espirituais da assembléia,
muito embora este presbitério também possa incluir irmãos que possuam dons ministeriais.
• Os diáconos fossem nomeados para
1020 / SEÇÃO E7
E7.10 – Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local
tomar conta do aspecto material (financeiro) das atividades da igreja local (ou “caseira”). O Novo Testamento permite a nomeação dos que
são especificamente qualificados
para aconselhar e também assistir
na administração da igreja da cidade
e dos afazeres da igreja local (ou “caseira”).
Todas as atividades, no entanto, deveriam funcionar sob a supervisão espiritual
do presbitério local.
Capítulo 10
Equipamento Sobrenatural
Para a Igreja Local
OBSERVAÇÃO: Para informações adicionais sobre este tema, estude a Seção D.
A. O CRENTE E O ESPÍRITO
SANTO
“Com relação aos dons espirituais,
meus irmãos, não quero que sejais ignorantes” (1 Co 12:1).
Com estas palavras, o Apóstolo Paulo
começa a nos ensinar sobre a natureza e a
operação dos nove Dons do Espírito Santo.
Estes três capítulos (1 Coríntios 12, 13 e
14) não são compreendidos pela grande
maioria dos mestres e estudantes da Bíblia.
Isto se deve ao fato de eles haverem negado
a bênção plena do Espírito Santo na vida do
cristão e a plena manifestação do Espírito
na Igreja dos dias atuais.
Contudo, quando concedemos ao Espírito uma livre expressão (quando Ele não é
apagado nem extinto), logo descobrimos
que não é o Novo Testamento que é antiquado, e sim a experiência do cristianismo
moderno.
O poder e a manifestação do Espírito
Santo são os mesmos hoje que os da época
em que a Bíblia foi escrita. Se permitirmos
que Ele tenha a liberdade para agir como
desejar, estes três capítulos da Carta de
Paulo aos Coríntios são compreendidos e
vivenciados.
1. “Um Outro Consolador”
Quando Jesus estava na terra em carne,
os Seus discípulos dependiam d’Ele dia após
dia, para o seu treinamento, poder, direção,
e correção. Eles contavam com a SUA fé,
com a SUA sabedoria e com o SEU poder.
Quando Ele lhes contou que precisava
deixá-los, eles ficaram extremamente angustiados. O que deveriam fazer agora? Com
quem poderiam contar?
Foi então que o Mestre lhes disse que se
Ele fosse embora, UM OUTRO CONSOLADOR (Ajudante) lhes seria enviado. Este
CONSOLADOR foi chamado de “a promessa do Pai” e “o Espírito da verdade”, o
Qual já estava habitando COM eles, mas
que mais tarde habitaria DENTRO deles (Jo
14:17).
Quando o CONSOLADOR (O Espírito
Santo) estivesse habitando DENTRO deles,
Jesus disse que os discípulos continuariam
a fazer as obras de poder que O haviam
visto fazendo.
Jesus ensinou aos Seus seguidores que
eles fariam obras ainda maiores do que as
que Ele fez porque, muito embora Ele retornaria ao Céu, o Espírito Santo capacitaria muitos discípulos em muitas partes
do mundo durante toda esta Era do Evangelho (veja João 14:12-17; 16:7-15).
Já que os primeiros discípulos dependiam completamente de Cristo, será que
não deveríamos depender completa e
constantemente deste OUTRO CONSOLADOR, o Espírito Santo? Ele foi enviado para nos capacitar a continuarmos o
miraculoso ministério de Jesus até a Sua
gloriosa Segunda Vinda.
Jesus disse aos discípulos: “Tudo o que
pertence ao Pai é Meu. Foi por isto que Eu
disse que o Espírito tiraria do que é Meu
para revelá-lo a vós.” O Espírito Santo
deveria ser o agente (representante) de Cristo DENTRO de todos os crentes – tomando
CONSERVANDO A COLHEITA
a sabedoria DE CRISTO, o SEU poder, a
SUA autoridade, o SEU caráter, e revelando
isto tudo dentro e através do crente, e de
todas as assembléias de crentes.
2. O Espírito Santo
Dentro do Crente
O Espírito Santo desceu do Céu no Dia
de Pentecostes e batizou os 120 discípulos
que estavam aguardando em oração no
Cenáculo de Jerusalém.
Depois disto, o Espírito deveria batizar
a todos os crentes espiritualmente famintos e sedentos e capacitar a cada um deles a
ser uma eficiente testemunha para Cristo
(At 1:8; 2:38,39).
O Espírito estava COM todos os crentes, mas os crentes deveriam RECEBER o
Espírito para ter o Espírito DENTRO deles.
Esta era uma experiência distinta da salvação e do batismo na água (At 8:12-17;
19:1-6). O padrão neo-testamentário é: ARREPENDA-SE, aí então CREIA EM CRISTO, seja BATIZADO na água, e RECEBA A
PLENITUDE DO ESPÍRITO SANTO (At
2:38,39; 19:1-7, etc.).
B. OS NOVE DONS DO
ESPÍRITO SANTO
Foi a uma assembléia de pessoas batizadas com o Espírito Santo desta forma que
Paulo escreveu estes três capítulos: 1 Coríntios 12, 13, e 14.
Ele estava explicando como o Espírito
Santo havia vindo para trazer vários DONS
(capacitações sobrenaturais), para que o ministério do Cristo exaltado pudesse ser continuado através dos membros do Seu Corpo (a Igreja) aqui na terra. Lá estava o equipamento sobrenatural de Deus para o ministério e para a adoração.
Por motivos de conveniência, geralmente dividimos estes nove Dons espirituais
em três categorias, com três Dons em cada
categoria, da seguinte maneira:
DONS DE REVELAÇÃO – Palavra de
SEÇÃO E7 / 1021
Conhecimento, Palavra de Sabedoria e Discernimento de Espíritos.
DONS DE PODER – Dom da Fé, Dons
de Curas e Operação de Milagres.
DONS DE FALA INSPIRADA – Dom
de Línguas, Dom de Interpretação de Línguas e Dom de Profecia.
1. Dons de Revelação
a. Palavra de Conhecimento. Não é
um conhecimento naturalmente adquirido e
amplificado, e sim uma transmissão sobrenatural da onisciência (ou conhecimento infinito) de Deus. É um Dom do Espírito Santo.
É uma transmissão milagrosa de um fragmento do conhecimento de Deus a um crente batizado no Espírito Santo. Assim como
uma PALAVRA pode expressar apenas um
fragmento do nosso próprio conhecimento,
semelhantemente a “PALAVRA de Conhecimento” é simplesmente uma expressão
fragmentada do infinito conhecimento de
Deus – exatamente o suficiente para suprir
a necessidade da ocasião.
Ela funciona quando estamos sob a unção e o poder do Espírito. É uma palavra
divinamente transmitida com relação a sabermos algo. Talvez seja um conhecimento
com relação a um evento, ou uma revelação
no tocante ao que está causando uma enfermidade (especialmente no ministério de curas).
Também poderia se referir ao conhecimento sobre certas circunstâncias. É um conhecimento espiritualmente transmitido e
que não poderia ser obtido de uma outra
forma.
É um fragmento do infinito conhecimento de Deus que é implantado no coração
humano para suprir uma necessidade específica no funcionamento do ministério do
Corpo de Cristo na terra.
A Palavra de Conhecimento não é dada
para satisfazer a nossa curiosidade! Ela é
dada com o mesmo propósito de todos os
outros Dons do Espírito: “para o bem co-
1022 / SEÇÃO E7
E7.10 – Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local
mum de todos” (1 Co 12:7). Ela serve para
capacitar os crentes batizados no Espírito a
continuarem o milagroso ministério de Jesus.
b. Palavra de Sabedoria. Não é uma
sabedoria natural, nem a sabedoria do filósofo ou do “pensador”. É o Dom sobrenatural do Espírito Santo. É uma transmissão
miraculosa de um fragmento da sabedoria
de Deus a um crente batizado no Espírito
Santo.
Assim como uma PALAVRA pode expressar somente um fragmento da nossa própria sabedoria, semelhantemente a “PALAVRA de Sabedoria” é apenas uma expressão fragmentada da infinita sabedoria de
Deus – exatamente suficiente para suprir as
necessidades da ocasião.
Os que têm sido abençoados com o exercício deste Dom sabem que ele vem, sobrenaturalmente, para suprir uma necessidade
específica. Ele funciona somente quando somos ungidos pelo Espírito Santo.
Este Dom geralmente funciona juntamente com (ou após) uma Palavra de Conhecimento. Através da Palavra de Sabedoria, sabemos (através do Espírito) o que fazer com
(como aplicarmos de uma maneira prática)
o conhecimento (as informações) que recebemos quando a Palavra de Conhecimento
veio até nós.
Certamente esta “Palavra de Sabedoria”
é necessária para a liderança e o ministério
de cada igreja local (ou “caseira”).
c. Discernimento de Espíritos. Este
NÃO é, como é freqüentemente citado erroneamente, o Dom de DISCERNIMENTO. O
discernimento de espíritos é estritamente
limitado ao mundo dos espíritos. Através
dele, podemos saber se um milagre ou manifestação é procedente do Espírito Santo,
do nosso espírito humano ou de um espírito demoníaco.
Ele é especialmente útil no ministério de
expulsão de demônios (Mc 16:17, etc.).
A palavra grega traduzida por “discernimento” é diakrisis, que significa “um jul-
gamento minucioso, um sumário, ou
uma avaliação.”
Este Dom do Espírito Santo nos capacita a totalmente sumarizarmos a instrução
no caso de possessão demoníaca, sabendo
o nome, a natureza e a força do demônio, e
possuindo o poder para expulsá-lo em nome
de Jesus.
Já que os poderes das trevas geralmente
se encontram por detrás dos tormentos
mentais e físicos nunca é demais enfatizarmos a importância deste Dom de Discernimento de Espíritos em nenhum ministério
de libertação hoje em dia.
2. Dons de Poder
a. Dom da Fé. Todos os cristãos possuem a fé como uma faculdade de seus espíritos humanos. A fé nasce no coração de
todos os homens e mulheres. Alguns possuem “pouca fé”, outros uma “fé hesitante”, e outros ainda uma “grande fé”. Este
Dom da Fé, no entanto, é uma transmissão
Sobrenatural da irresistivel fé de Deus
para o coração de um crente batizado no
Espírito Santo. É uma fé especial para
um propósito especial.
É um equipamento sobrenatural para levarmos adiante o milagroso ministério de
Jesus, e é um Dom do Espírito Santo. Este
Dom funciona sob a unção do Espírito. Os
crentes individuais e as assembléias locais
(ou “caseiras”) certamente poderiam alcançar grandes coisas para Deus se este Dom
fosse manifesto mais freqüentemente.
b. Dons de Curas. Estes Dons são para
a cura de enfermidades físicas.
Há muitas maneiras pelas quais as pessoas são curadas. Existe a cura através de métodos médicos, de métodos naturais de dieta, pelo desenvolvimento de um padrão de
pensamento correto, positivo, e saudável,
pela nossa própria oração e fé, ou pela oração e fé dos outros. Nenhum destes métodos, no entanto, inclui os DONS DE CURAS.
Os Dons de Curas são sobrenaturalmente
transmitidos ao crente batizado no Espírito
CONSERVANDO A COLHEITA
através do poder do Espírito Santo. O seu
propósito é o de nos capacitar a levarmos
adiante o ministério de cura de Jesus.
Eles NÃO se sobrepõem à necessidade
de fé por parte da pessoa enferma. Jesus
não podia curar onde não havia nenhuma fé
(Mc 6:5,6).
Entretanto, onde os Dons de Curas estiverem em funcionamento no ministério, o
poder de cura encontra-se disponível aos
que podem recebê-lo pela fé.
Muitos se perguntam o motivo pelo qual
Paulo usou o plural “Dons”. Aparentemente, vários Dons são necessários para vários
tipos de enfermidades. Seria como no mundo médico, onde há “especialistas” em diferentes enfermidades.
Vale a pena observamos que os Dons de
Curas deveriam ser uma parte integral do
ministério da Igreja – “ESTABELECIDOS”
na Igreja (1 Co 12:28).
c. Operação de Milagres. A palavra
grega é energemo dunamis, que significa literalmente “energia do poder”. Este Dom
do Espírito é para a demonstração do poder
de Deus. Ele pode ser visto em certas curas
milagrosas, como a consolidação instantânea de ossos quebrados, na dissolução de
um câncer, etc.
Este Dom, no entanto, vai muito além
do campo físico. Ele inclui os atos do poder
divino sobre a natureza, como a maldição
sobre a figueira (Mc 11), e sobre os elementos, como a transformação da água em vinho (Jo 2), a tempestade sendo acalmada
(Lc 8), etc.
Não há dúvida nenhuma de que, à medida que nos aproximamos do final desta era e
o derramamento do Espírito Santo aumenta, haveremos de ver muito mais sendo realizado por meio deste Dom espiritual da
“operação de milagres” do que jamais vimos em tempos modernos.
3. Dons de Fala Inspirada
a. Dom de Línguas. Não é a capacidade de aprendermos e falarmos em outras
SEÇÃO E7 / 1023
línguas, como supõem alguns. Tampouco é
o propósito deste Dom a pregação do Evangelho no estrangeiro.
No Dia de Pentecostes (At 2) 120 discípulos foram batizados com o Espírito e começaram a falar em outras línguas, de forma
que os visitantes de Jerusalém, procedentes de outras nações, puderam entender um
pouco aqui e um pouco ali, em suas línguas
maternas.
Mas quando foi necessário responder as
suas perguntas e pregar o Evangelho a eles,
Pedro se levantou e falou com todos eles
em aramaico, que era a língua falada naquela
parte do mundo. O resultado disto é que
3.000 almas se arrependeram e foram salvas.
Eles certamente compreenderam a pregação de Pedro. Portanto, as “outras línguas” foram uma evidência do batismo e da
capacitação do Espírito, mas não tinha o
propósito da pregação a estrangeiros.
Em 1 Coríntios 14:2, Paulo diz: “O que
fala numa língua estranha NÃO fala aos
homens, e sim a Deus.” E no versículo 4:
“O que fala numa língua estranha, edifica-se a si mesmo.”
No versículo 5 ele diz: “Eu gostaria que
todos vocês falassem em línguas”, no versículo 18: “Dou graças a Deus que falo em
línguas mais do que todos vocês”, e no versículo 39: “Não proíbam o falar em línguas.”
No Livro de Atos, Capítulos 2, 10 e 19,
as pessoas receberam o Espírito Santo, com
o resultado de que falaram em outras línguas. Este é o sinal inicial mais comum do
batismo com o Espírito.
Em 1 Coríntios Capítulos 12-14, Paulo
está escrevendo sobre o Dom de Línguas,
que é a capacidade de se falar numa reunião,
e que é seguido pelo “Dom Gêmeo” da Interpretação de Línguas.
Em 1 Coríntios 14:27 ele diz que, se um
intérprete estiver presente, dois ou TRÊS
poderão falar em línguas numa reunião. Se
não houver ninguém presente com o Dom
de Interpretação, a congregação deveria per-
1024 / SEÇÃO E7
E7.10 – Equipamento Sobrenatural Para a Igreja Local
manecer em silêncio com cada um falando
consigo próprio e com Deus (1 Co 14:27,
28).
Alguns ensinam que o Novo Testamento faz uma distinção entre:
• “línguas” como evidência inicial do
batismo do Espírito,
• “línguas” de adoração ou intercessão,
exercitadas em nossas devoções a sós,
e
• o DOM DE LÍNGUAS para ser exercitado numa reunião, seguido pelo
DOM DE INTERPRETAÇÃO , para
que todos possam ser edificados por
meio dele.
Este seu editor descobriu que quando os
crentes são adequadamente instruídos e, adquirem experiência com o Dom, eles podem
usá-lo em todas as dimensões acima.
Paulo também explica que quando uma
pessoa fala em línguas, a sua compreensão
(mente) é infrutífera (improdutiva) e o seu
espírito (e não a sua mente) está falando
com Deus (1 Co 14:14,15). “Por esta razão, qualquer um que falar numa língua
deveria orar para que pudesse interpretar
o que diz” (1 Co 14:13).
O Espírito Santo, o Mestre de todas as
línguas, move-Se sobre o próprio espírito
da pessoa e a inspira para que ela fale em
público numa língua que lhe é desconhecida.
Este é um Dom do Espírito Santo e é tão
sobrenatural quanto qualquer um dos outros Dons previamente estudados.
b. Dom de Interpretação de Línguas.
É um “gêmeo” do Dom anterior. Em 1 Coríntios 14:5 Paulo diz: “Maior é o que profetiza do que o que fala em línguas, a não
ser que interprete, para que a igreja possa
receber edificação.”
As “línguas”, por si só, são para o beneficio exclusivo do indivíduo (v. 4), a menos
que sejam seguidas pelo Dom de Interpretação de Línguas. Isto torna a mensagem
inspirada compreensível à congregação.
Por esta razão, Paulo diz no versículo
13: “Pelo que, o que fala a língua estranha,
ore para que possa interpretá-la.” Isto capacitaria a pessoa que fala em línguas a trazer edificação à congregação exercitando os
Dons gêmeos de Línguas e Interpretação de
Línguas.
A Interpretação de Línguas é tão sobrenatural quanto o Dom de Línguas, ou qualquer outro dos nove dons espirituais. Não
APRENDEMOS a língua, mas o mesmo Espírito Santo que inspira o falar em línguas
inspira também a sua interpretação.
Isto tampouco é uma TRADUÇÃO, a
qual é geralmente feita palavra por palavra,
ou é uma tentativa de uma interpretação
literal. Este Dom de Interpretação, no entanto, nos dá o SIGNIFICADO da mensagem em línguas. O Espírito interpreta o significado do que foi dito em línguas. Isto
significa que pode haver uma maior elaboração e explicação do que foi contido nas
palavras faladas em línguas.
Quando a língua for uma oração, a interpretação poderá ser um relatório em detalhe da oração na língua conhecida.
Ou ainda a interpretação poderia incluir
a resposta de Deus à oração, inteirando os
ouvintes sobre o que Deus vai fazer por
causa da oração – e quaisquer condições que
precisem ser satisfeitas para que a oração
seja respondida.
O elo entre o indivíduo que fala em línguas e o intérprete é o Espírito Santo inspirando a ambos.
c. Dom de Profecia. Finalmente, vamos considerar este terceiro Dom de fala –
Profecia.
Este dom não é uma pregação, muito embora a pregação possa, ocasionalmente, elevar-se a esta dimensão. Se este for o caso, aí
então o preletor estará pregando por profecia (1 Co 14:6). Há várias palavras gregas
referentes à “pregação” e que são usadas no
Novo Testamento.
Mas “profecia” significa “falar publicamente de acordo com a inspiração de
um outro”, “falar sob inspiração”, “ex-
CONSERVANDO A COLHEITA
pressão verbal não-preparada e não-premeditada”.
O Dom da Profecia é tão sobrenatural
quanto qualquer um dos outros oito Dons
espirituais.
Não é uma mensagem preparada e procedentes da mente natural, mas é uma mensagem que flui do interior do nosso espírito.
O seu propósito é triplo: “edificação
[desenvolvimento], exortação [encorajamento], e consolo [ânimo]” (1 Co 14:3).
Muito embora a profecia seja uma expressão verbal inspirada, este dom está sempre sob o controle da pessoa que fala. Assim sendo, lemos em 1 Coríntios 14:32: “Os
espíritos dos profetas estão sujeitos ao controle dos profetas.”
Isto significa que a própria vontade e as
faculdades da pessoa regulam o exercício
deste dom espiritual. A “Living Bible” (Bíblia Viva) traduz o versículo acima da seguinte maneira: “Lembrem-se de que a pessoa que tem uma mensagem de Deus tem o
poder de se conter ou de esperar a sua vez.”
Assim, consideramos brevemente os três
Dons de expressão verbal inspirada: Línguas, Interpretação de Línguas, e Profecia.
Estes Dons deveriam estar em funcionamento em todas as igrejas. Eles são características de uma igreja neo-testamentária e
fazem parte do padrão neo-testamentário
para a Igreja de hoje.
(OBSERVAÇÃO: A Seção D1 contém
mais ensinamentos sobre os Dons do Espírito.)
C. O CAMINHO MAIS EXCELENTE
Quando são confrontados com o desafio
dos dons espirituais hoje em dia, muitos
recorrem a um texto mal aplicado, que diz:
“Eu prefiro o CAMINHO MAIS EXCELENTE” (Veja 1 Coríntios 12:31, e o Capítulo
13).
É uma afirmação errônea que o “caminho mais excelente” é o caminho do amor
ao invés dos Dons.
SEÇÃO E7 / 1025
Será que devemos crer que o Apóstolo
Paulo nos ensinou que deveríamos ter o
AMOR, em vez dos DONS DO ESPÍRITO?
Absolutamente não!
O Capítulo 13 foi sabiamente colocado
entre os Capítulos 12 e 14 a fim de fornecer
um maravilhoso equilíbrio entre o FRUTO
DO ESPÍRITO (representados pelo amor) e
os DONS DO ESPÍRITO. O Fruto do Espírito nos capacita a demonstrarmos aos outros o caráter de Cristo. Os Dons do Espírito nos capacitam a demonstrarmos aos
outros o poder de Cristo. Precisamos desesperadamente de ambos.
O FRUTO (constituído de nove partes)
do Espírito é amplificado em Gálatas 5:22,
23, mas o AMOR sintetiza todo este fruto
espiritual.
O FRUTO é o resultado do crescimento.
É necessário algum tempo para que o fruto
cresça e amadureça. Da mesma forma, o
FRUTO do Espírito é o resultado do crescimento e maturidade espirituais. É a evidência do caráter cristão formado em nossa
vida pelo Espírito Santo.
Os DONS não são assim: são fornecidos
como um equipamento sobrenatural para o
serviço e o ministério. Os DONS são distribuídos (dados gratuitamente pelo Espírito). O FRUTO é produzido dentro de nós,
como parte de nós, pelo Espírito.
Assim sendo, Paulo pode escrever em 1
Coríntios 13 que até mesmo se ele tivesse
“as línguas dos homens e dos anjos... profecia... conhecimento... fé”, etc. (com tudo
isto sendo bom e recomendável), e, contudo, carecesse de amor em sua vida, ELE não
seria nada.
Em outras palavras, é possível possuirmos todos os DONS do Espírito para o serviço, e, contudo, não produzirmos o FRUTO para o caráter pessoal cristão.
1. Dons com Amor
Assim sendo, qual é o “caminho mais
excelente”? será que é o amor às custas dos
Dons? Ou os Dons às custas do amor?
1026 / SEÇÃO E7
E7.11 – Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização
Não! O “caminho mais excelente’’ são
os DONS COM AMOR. Não queremos os
dons sem o amor, nem o amor sem os dons.
Queremos um maravilhoso equilíbrio dos
dons (equipamento) com o fruto (caráter).
Tendo em mente que não havia nenhuma
divisão de capítulos nos escritos originais (estas divisões foram introduzidas pelos tradutores), vemos que o Capítulo 13 é sintetizado
no primeiro versículo do Capítulo 14: “Sigam o amor e desejem os dons espirituais.”
Este, portanto, é o “caminho mais excelente” para os crentes e as igrejas de hoje
em dia: “SIGAM O AMOR, E DESEJEM OS
DONS ESPIRITUAIS.” Este “caminho” inclui o fruto do caráter cristão, mais os dons
do equipamento sobrenatural.
Capítulo 11
Todas as Igrejas Locais: Uma
Base Para a Evangelização
A. A IGREJA NEO-TESTAMENTÁRIA
De acordo com o padrão neo-testamentário, as igrejas locais (ou “caseiras”) deveriam ser:
• sustentadas pelo dinheiro dado pelos membros,
• governadas por presbíteros locais, e
• servidas por diáconos localmente designados.
Elas deveriam também estar ocupadas
na evangelização e na propagação do Evangelho. Para que o Evangelho seja eficazmente
compartilhado com outras pessoas ao nosso redor, cada igreja local (ou “caseira”) precisa tornar-se uma base para atividades evangelísticas. Este era o padrão na Igreja NeoTestamentária Primitiva.
1. A Igreja de Jerusalém
Os sete primeiros capítulos do Livro de
Atos descrevem as atividades da primeira
igreja de Jerusalém.
Aparentemente houve vários anos de
treinamento e preparação dos novos mem-
bros para o ministério, após o derramamento do Espírito Santo no Dia de Pentecostes.
Aí então, a igreja assentou-se num conforto
espiritual e esqueceu-se das instruções dadas por Jesus.
Jesus havia dito: “Mas recebereis poder depois que o Espírito Santo vier sobre
vós; e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, e em toda a Judéia, e Samaria, e até
os confins da terra” (At 1:8).
O testemunho precisa começar em Jerusalém (nossas cidades natais), e aí então ser
levado às regiões vizinhas (Judéia), e aí então a pontos mais distantes e, finalmente,
aos confins da terra.
2. A Perseguição Produz
a Evangelização
Quando a Igreja de Jerusalém deixou de
obedecer este mandamento, o Senhor permitiu a perseguição que fez com que as pessoas
fossem dispersas. Somente assim o Evangelho foi levado por uma grande porcentagem
dos membros a outros lugares.
Atos 8 conta a história. Dentre os que
foram disperses pela perseguição encontrava-se Filipe. Ele desceu a Samaria e
pregou Cristo às pessoas. Seguiu-se um maravilhoso reavivamento.
No Capítulo 9 descobrimos que havia
crentes em Damasco, e, no versículo 31,
lemos sobre “as igrejas... por toda a Judéia, e Galiléia, e Samaria.”
Indo para Atos 11:19 lemos o seguinte:
“E os que foram disperses com a perseguição que surgiu por causa de Estêvão viajaram até a Fenícia, e Chipre, e Antioquia,
pregando a Palavra...”
3. A Igreja de Antioquia
Todos estes novos centros de cristianismo foram o resultado das atividades evangelísticas da Igreja de Jerusalém. Contudo,
em Atos 13, descobrimos que uma destas
novas igrejas desenvolveu-se e transformouse numa outra “base operacional”. Foi a
Igreja de Antioquia.
CONSERVANDO A COLHEITA
Durante um tempo de oração e jejum
em Antioquia, o Espírito Santo confirmou
o chamado de Paulo e Barnabé para fazerem uma viagem missionária a lugares distantes. Foi em Antioquia que eles impuseram as mãos nestes dois apóstolos e os
enviaram.
Os Capítulos 13 e 14 descrevem o itinerário de Paulo e Barnabé. Cerca de dois anos
depois que partiram lemos o seguinte:
“De Atália navegaram de volta a Antioquia, onde haviam sido encomendados à
graça de Deus para a obra que haviam acabado de completar.
“Ao chegarem lá, reuniram a igreja e
relataram tudo o que Deus havia feito através deles, e como Ele havia aberto a porta
da fé para os gentios.
“E ficaram lá por muito tempo com os
discípulos” (At 14:26-28).
A Igreja de Jerusalém sempre foi altamente respeitada como o centro original de
onde veio o Evangelho, mas eis que surgiu
Antioquia, patrocinando as suas próprias
atividades evangelísticas e tornando-se uma
base para operações missionárias.
Não foi a Jerusalém que Paulo e Barnabé retornaram para relatar as suas atividades, e sim a Antioquia – a igreja de cidade
que havia patrocinado a viagem pioneira
deles.
É verdade que Paulo, Barnabé e outros
irmãos foram a Jerusalém, onde houve uma
conferência de apóstolos e presbíteros (At
15). O propósito desta conferência era o de
se resolver uma questão doutrinária fundamental. No entanto, o quadro que nos é
apresentado no Livro de Atos é o de igrejas
de cidades e igrejas locais (ou “caseiras”)
localmente governadas, tornando-se envolvidas na evangelização.
Uma variedade dos cinco dons ministeriais funcionava sob a liderança de Jesus Cristo em Antioquia, os quais se moviam no poder do Espírito Santo e patrocinavam viagens evangelísticas e missionárias.
SEÇÃO E7 / 1027
4. Reconhecimento dos
Dons Ministeriais
Todas as igrejas locais (ou “caseiras”)
funcionavam sob a supervisão de seus presbíteros, mas todos reconheciam plenamente os dons ministeriais que Deus havia ordenado para a sua liderança, instrução e exortação.
Os ministérios apostólicos do Livro de
Atos geralmente funcionavam por vários
anos, provenientes de um centro. Verificamos que Paulo esteve em Antioquia durante “um ano inteiro” antes do seu itinerário
missionário descrito em Atos 13 e 14.
Após o retorno de sua viagem missionária, ele “permaneceu por muito tempo com
os discípulos” em Antioquia.
Em Corinto, Paulo ficou por dezoito
meses (At 18:11). Em Éfeso ele ficou durante três anos (At 20:17,31).
Assim sendo, vemos como o ministério
apostólico de Paulo usou estas igrejas, localizadas em cidades importantes, como
centros para o seu ministério durante longos períodos de tempo.
No entanto, estas igrejas de cidades e igrejas locais (ou “caseiras”) eram bases evangelísticas que dispunham do seu próprio governo para a propagação do Evangelho.
5. O Padrão Para Hoje
Este é certamente o padrão que o Senhor
queria que seguíssemos. Deveríamos continuar isto através dos séculos da Era da Igreja, durante toda a história da Igreja sobre a
terra.
Que Deus possa cada vez mais levantar
igrejas locais (ou “caseiras”) solidamente
estabelecidas e buscando vigorosamente um
programa para se evangelizar e ganhar as
almas. É a vontade de Deus que as igrejas
locais gerem outras igrejas locais.
Desta forma, através da lei da multiplicação composta, o Evangelho pode não somente ser propagado, mas assembléias locais (ou “caseiras”) também podem ser for-
1028 / SEÇÃO E7
E7.11 – Todas as Igrejas Locais: Uma Base Para a Evangelização
madas como lares espirituais para os que
são trazidos a Cristo.
B. MÉTODOS SUGERIDOS
PARA OS ESFORÇOS
EVANGELÍSTICOS DE
NOSSOS DIAS
O programa de cinco pontos para o reavivamento que foi esboçado no início desta
seção é:
• Desejo Profundo
• Programa Definido
• Equipe Dedicada
• Mentes Disciplinadas
• Ministério de Libertação
Todos estes pontos foram abordados,
com exceção do segundo ponto.
O programa definido, ou os métodos
de esforços evangelísticos de cada assembléia ou grupo de igrejas, precisam ser elaborados de acordo com as condições e as
circunstâncias locais. No entanto, eis aqui
sugeridas algumas formas de evangelização,
as quais estão provando ser eficazes em
muitos lugares e que podem ser adaptadas
conforme a orientação do Espírito Santo.
1. A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Nada pode substituir a pregação ungida
da Palavra de Deus. Este é o método ordenado por Deus para a salvação das almas.
Sob este título incluiríamos: a pregação em
lugares fechados, em igrejas, em salões, ou
em tendas, como também ao ar livre (Veja 1
Coríntios 1:21).
2. Campanhas com Evangelistas
Visitantes
O ministério ungido de um evangelista
pode causar um grande impacto. A evangelização é um método bíblico para a salvação
das almas. Há evangelistas chamados por
Deus, cuja integridade e qualificações são
provadas, e que podem ser usados com
muito proveito nos esforços evangelísticos
das igrejas de cidades ou das igrejas locais
(ou “caseiras”).
3. Filmes Cristãos
O êxito dos filmes dependerá muito das
diferentes condições de cada localidade. O
filme certo, na hora certa, no local certo,
pode ser muito usado pelo Senhor. Este
método de esforço evangelístico, se usado
com sabedoria, pode trazer muitas pessoas
novas para a igreja local (ou “caseira”), e
assim alcançá-las com o Evangelho.
4. A Página Impressa
A publicação da Palavra de Deus é uma
forma muito importante de esforço evangelístico. Muitas organizações já demonstraram o tremendo poder da página impressa.
Deveríamos objetivar a colocação de alguma literatura cristã nas mãos de tantas
pessoas quanto possível. Há grandes oportunidades para as assembléias locais no uso
deste método de esforço evangelístico.
5. Testemunhos Pessoais
Parece que a grande maioria das almas
que são salvas são ganhas através do testemunho pessoal. Um dos testemunhos mais
eficazes da igreja local (ou “caseira’’) é o
testemunho pessoal dos que já provaram a
graça e o poder de Deus em sua vida. Os
crentes podem exercer este ministério no
trabalho, em contatos sociais, e até mesmo
indo de casa em casa, conversando com as
pessoas.
6. Atividades com os Jovens
Dizem que uma coisa que falta em todo
criminoso juvenil é uma experiência cristã
vital. Eis aqui um vasto campo de oportunidades: alcançarmos os jovens, desde a mais
jovem criança até o adolescente de mais idade. As igrejas locais (ou “caseiras”) têm uma
maravilhosa oportunidade neste método de
esforço evangelístico.
7. Propagandas
Ainda que seja verdade que um milagre
pode fazer mais do que qualquer outra coi-
CONSERVANDO A COLHEITA
sa no sentido de fazermos publicidade do
Evangelho, podemos também usar eficazmente os vários veículos de comunicação
que se encontram disponíveis para nós.
A propaganda em jornais geralmente tem
provado ser eficiente. Folhetos e impressos
também podem ser usados com grandes vantagens. O rádio e a televisão também são duas
formas pelas quais podemos alcançar milhares de pessoas com as Boas-Novas.
Neste mundo moderno, as igrejas das cidades deveriam buscar usar todas as maneiras modernas de se alcançar esta geração
atual. O Evangelho nunca deixa de satisfazer os corações de todos.
Vamos tentar nos conformar ao padrão
neo-testamentário. Vamos aceitar o desafio
dos nossos tempos. Vamos nos engajar
numa “operação evangelística”. Vamos ganhar os perdidos a qualquer custo antes que
Cristo volte. Haveremos de ser bem recompensados com a alegria de servirmos ao Senhor aqui e agora, e recebendo a coroa das
Suas mãos quando Ele vier.
(OBSERVAÇÃO: Para mais ajuda sobre Como Ganhar Almas, veja a Seção E4.)
Capítulo 12
O Chamado da Colheita
“Enquanto isso, os Seus discípulos Lhe
rogaram insistentemente dizendo: Rabi,
come!
“Mas Ele Lhes disse: Tenho uma comida para comer que vocês não conhecem.
“Assim sendo, os discípulos disseram
uns aos outros: será que alguém Lhe trouxe algo para comer?
“Jesus Lhes disse: A Minha comida é
fazer a vontade d’Aquele que Me enviou e
terminar a Sua obra.
“Vocês não dizem: Ainda há quatro
meses até que venha a colheita? Eis que
Eu Lhes digo: Levantem os seus olhos e
olhem para os campos, pois já estão brancos para a colheita!
“E o que colhe recebe recompensas e
SEÇÃO E7 / 1029
ajunta frutos para a vida eterna: para que
tanto aquele que semeia como o que colhe
possam se regozijar juntos” (Jo 4:31-36).
A. SIGA O PADRÃO DO
CEIFEIRO MESTRE
Jesus sempre estava consciente do tempo de colheita, sempre pronto para aproveitar a oportunidade. Freqüentemente durante o Seu ministério terreno Ele citava a
colheita amadurecida e a necessidade de ceifeiros trabalhando nos campos. Ele era o
Ceifeiro Mestre, e Ele convoca outros ceifeiros a se unirem a Ele nos campos de colheita.
Consideremos agora o exemplo do Ceifeiro Mestre, para que possamos seguir o
Seu padrão. Nisto poderemos compartilhar
da Sua alegria no dia em que viermos com
regozijo, trazendo os feixes da colheita (Sl
126:6).
1. A Comida do Mestre Precisa
Ser a Nossa Comida
O início de João 4 nos dá o pano de
fundo desta história. No versículo 4 lemos
o seguinte: “Era-Lhe necessário passar por
Samaria.”
Isto não somente era necessário porque
a estrada seguia aquele caminho, mas também cremos que o Mestre sabia que havia
uma alma a ser salva. Como resultado desta
única alma, uma grande Colheita deveria ser
realizada.
O versículo 6 nos diz que Ele estava cansado e Se assentou ao lado do poço. Em
seguida, aproximou-se a mulher samaritana
para tirar água, e Jesus lhe pediu um pouco
de água. Lá estava o Seu ponto de contato e
uma abertura a um diálogo que levaria a uma
Colheita de almas em Samaria.
Considere o Mestre, ministrando a uma
congregação de uma só pessoa. Aí então os
discípulos voltaram com a comida que compraram na cidade. Eles Lhe ofereceram o
alimento, pois sabiam que Ele estava cansado e faminto. Para surpresa deles, Ele repli-
1030 / SEÇÃO E7
cou: “Eu tenho uma comida para comer
que vocês não conhecem!”
O cansaço do corpo e as dores agudas da
fome haviam sido esquecidos, pois a Sua
fome mais profunda havia sido satisfeita ao
ministrar e salvar uma alma da dor, da angústia, da aflição, e do tormento eterno.
a. Fazendo a Vontade do Pai. Não é
de admirar que Ele pode dizer: “A Minha
comida é fazer a vontade d‘Aquele que Me
enviou e terminar a Sua obra.” Isto era
uma comida mais nutritiva e que satisfazia
mais do que qualquer iguaria que os discípulos pudessem comprar.
Com que entusiasmo ávido o Mestre
havia testemunhado a uma única alma! Quão
absorto Ele havia estado nesta evangelização pessoal! Esta era a Sua comida: fazer a
vontade do Seu Pai!
Amigos, o Mestre nos ensinou que a comida da evangelização, de ganharmos almas,
é para ser mais desejada do que a comida
natural, o descanso e os confortos da vida.
Ele era completamente dedicado a vontade
do Seu Pai. Ele havia sido enviado para buscar e salvar os que estavam perdidos.
E não havia nada de “beliscar” nesta refeição. Alguns de nós talvez tenhamos a inclinação de “beliscar os alimentos” no que
se refere à vontade de Deus. O Mestre tinha um imenso apetite pela vontade do Pai:
“A Minha comida é fazer a vontade
d’Aquele que Me enviou E TERMINAR A
SUA OBRA. “Que nós também possamos
ser tão dedicados ao chamado de Deus em
nossa vida que nunca nos desviemos até
que a obra esteja terminada e a vontade de
Deus cumprida.
Sim, amigos, a comida do Mestre precisa ser a nossa comida!
2. O Momento do Mestre Precisa
Ser o Nosso Momento
Jesus estava sempre consciente do urgente desafio do momento: “Vocês não dizem que ainda há quatro meses até que venha a colheita? Eis que Eu Lhes digo: Le-
E7.12 – O Chamado da Colheita
vantem os seus olhos e olhem para os campos, pois já estão brancos para a colheita.”
Demorava quatro meses desde a semeadura até a colheita do milho, mas este não
era o caso com a colheita de almas. Aparentemente há simultaneamente uma semeadura e uma colheita.
A semente mal havia acabado de ser
semeada no coração dessa mulher samaritana
e a colheita já estava pronta para ser feita.
Levantem os seus olhos e vejam as multidões de samaritanos saindo de sua cidade:
“E muitos dos samaritanos daquela cidade
creram n‘Ele por causa da palavra daquela mulher” (Jo 4:39).
Uma pecadora salva – uma alma salva
testemunhando – e como conseqüência, multidões buscando o Senhor. Este é o padrão
que segue uma total obediência à vontade
do Pai.
Em Atos 8, Filipe, o evangelista, continua a fazer a Colheita Samaritana. Até mesmo depois que Cristo havia voltado ao Céu,
os efeitos do testemunho daquela mulher
foram evidentes.
Onde o Mestre havia feito a semeadura
e uma Colheita, Filipe agora faz uma Colheita ainda maior:
“E as multidões, unanimemente, prestavam atenção nas coisas que Filipe dizia,
ouvindo e vendo os milagres que ele fazia.
“Pois os espíritos imundos, clamando
em alta voz, saíam de muitos que eram possuídos por eles; e muitos paralíticos e coxos eram curados.
“E havia uma grande alegria naquela
cidade” (At 8:6-8).
a. Um Tempo Limitado. A Colheita é
um tempo designado. É um tempo de uma
oportunidade limitada, um tempo que precisa ser reconhecido e um momento que não
pode ser perdido.
Durante toda esta era tem havido muitos tempos de colheita, muitos períodos de
colheita com a foice do Evangelho.
No entanto, Jesus nos disse que haveria
uma grande colheita culminante no final desta
CONSERVANDO A COLHEITA
SEÇÃO E7 / 1031
era: “A colheita é no final do mundo [ou
era]” (Mt 13:39).
Estamos vivendo no tempo da “Colheita de todas as Colheitas”. Estamos vivendo
no final dos tempos. É um tempo preestabelecido, é um tempo limitado, é a oportunidade de todas as oportunidades.
“E olhei, e eis uma nuvem branca, e,
assentado sobre a nuvem, um semelhante
ao Filho do Homem, tendo sobre a Sua cabeça uma coroa de ouro, e na Sua mão
uma foice aguda.
“E um outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a Tua foice,
e colhe, pois chegou a hora para que colhas, pois a colheita da terra está madura.
“E O que estava assentado sobre a nuvem lançou a Sua foice sobre a terra, e
houve a colheita da terra’’ (Ap 14:14-16).
Cristo é o Ceifeiro Mestre. O momento
do Mestre precisa ser o nosso momento!
narmos sobre as curas; não é suficiente termos uma fé doutrinária neste ministério. São
as curas e libertações factuais pelo poder
de Deus que nos capacitam fazermos a Colheita do nosso tempo.
O Evangelho precisa ser confirmado com
sinais e maravilhas. As pessoas não somente necessitam ouvir as boas novas, mas necessitam também do poder do Senhor para
libertá-las.
Estes são os métodos que o Mestre
usou, e eles também precisam ser os
nossos métodos. Deus não mudou; Cristo
não mudou; a natureza humana não mudou;
e o poder de Deus ainda se encontra disponível para libertar as pessoas.
Estes métodos são adaptáveis a todas as
gerações, a todas as civilizações, e a todas
as pessoas. À medida que sairmos para fazermos a Colheita da nossa geração, façamos dos métodos do Mestre os nossos métodos!
3. O Método do Mestre Deve
Ser o Nosso Método
Em Mateus 9:36-38, Jesus citou a Colheita dos Seus dias e exortou: “Rogai pois
ao Senhor da seara, que mande ceifeiros
para a Sua seara.”
O versículo 35, no entanto, nos mostra
os métodos que o Mestre usava para fazer
a Colheita dos Seus dias: “...pregando o
Evangelho do Reino, e curando todas as
enfermidades e todas as doenças entre o
povo.”
Aparentemente, estas palavras sintetizariam o ministério de Jesus. Ele pregava
ou proclamava o Evangelho às pessoas. Ele
ensinava e instruía as pessoas na Palavra de
Deus. E, em toda parte, Ele trazia a cura aos
enfermos e a libertação aos cativos.
Na Colheita dos nossos dias, prevalecem os mesmos métodos: pregação das
boas novas, ensino da Palavra de Deus, e a
cura e libertação das pessoas.
a. Os Sinais e Maravilhas Confirmam o Evangelho. Não é suficiente ensi-
4. As Motivações do Mestre
Precisam Ser as Nossas
Motivações
Muitas são as motivações que levam as
pessoas ao serviço cristão, mas não é da
nossa alçada julgarmos isto. No entanto, é
imperativo que tenhamos as mesmas motivações que o Mestre tinha.
O que O levava adiante, impelindo-O a
buscar e salvar os perdidos e a trazer curas
aos enfermos? Encontramos a resposta em
Mateus 9:36: “Vendo as multidões, Ele teve
compaixão delas, porque eram molestadas
e estavam desamparadas como ovelhas
sem pastor.”
A compaixão era a motivação no ministério de Jesus. Ao levantar os Seus olhos e
ver as multidões, Ele as via como um vasto
campo de Colheita amadurecido. Ele ficava
comovido no mais profundo do Seu ser,
sentia compaixão, e agia, movido por esta
compaixão por elas.
a. A Compaixão nos Leva à Ação. A
compaixão não é só um sentimento de
1032 / SEÇÃO E7
pena. Talvez tenhamos dó das pessoas, mas
não fazemos nada para ajudá-las.
A compaixão não é um sentimentalismo. Muitas pessoas se comovem sentimentalmente pelas necessidades dos outros, e,
contudo, nada fazem para suprir as suas
necessidades.
A compaixão sempre leva as pessoas a
entrarem em ação.
Quando Jesus Se comovia com compaixão pelas multidões, Ele imediatamente convocava obreiros para entrarem na Colheita
e ministrarem às necessidades dessas multidões.
Considere estas ocasiões em que o Senhor Se moveu com compaixão e imediatamente agiu para suprir as necessidades das
pessoas:
“E Jesus... moveu-Se com compaixão
para com eles e curou os Seus enfermos”
(Mt 14:14).
“E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe:
Quero; sê limpo” (Mc 1:41).
“E Jesus... moveu-Se com compaixão
para com eles porque eram como ovelhas
que não tinham pastor, e começou a ensinar-lhes muitas coisas” (Mc 6:34).
“E quando o Senhor a viu, Ele teve compaixão dela e disse-lhe: não chores.” E então, ressuscitou o filho dela (Lc 7:13-15).
Estes e outros versículos demonstram
que a compaixão é muito mais do que um
sentimento de dó. A compaixão nos leva à
ação. A compaixão nos leva a orarmos. A
compaixão nos leva a testificarmos. A compaixão nos leva a estudar e a nos preparar
para um serviço ativo.
Quando a compaixão é a motivação dos
nossos ministérios, não ficamos satisfeitos,
a menos que as almas sejam trazidas a Cristo, que os enfermos sejam curados, que as
pessoas sejam abençoadas com a plenitude
do Evangelho.
Se quisermos seguir o exemplo do Ceifeiro Mestre, aí então as motivações do
E7.12 – O Chamado da Colheita
Mestre precisam ser as nossas motivações
também.
5. O Galardão do Mestre Precisa
Ser o Nosso Galardão
Um galardão é uma recompensa. Jesus
disse: “O que faz a colheita recebe galardões e ajunta frutos para a vida eterna”
(Jo 4:36).
Há uma recompensa para o serviço fiel.
Há uma coroa para o obreiro digno.
O Apóstolo Paulo escreveu: “Pois qual
é a nossa esperança ou alegria, ou coroa
de regozijo? Porventura não sois vós na
presença do nosso Senhor Jesus Cristo na
Sua vinda? Pois vós sois a nossa glória e
alegria” (1 Ts 2:19,20).
Que alegria haverá na presença do Senhor quando os feixes forem trazidos e quando a Colheita final for completada!
a. “Frutos Para a Vida Eterna”. No
entanto, não há somente os galardões futuros; há também os galardões presentes. Os
que fazem a Colheita ajuntam “frutos para
a vida eterna”.
Quando uma alma é salva, isto significa
mais do que “uma outra decisão”, ou “um
outro contato”, ou “um novo membro”.
Quando uma alma é salva, alguém acabou
de nascer para a vida eterna.
À medida que saímos para os campos da
Colheita embranquecidos, pregando o Evangelho de Cristo, estamos ajuntando “frutos
para a vida eterna”.
Aí então, quando o Senhor da Colheita
aparecer, os semeadores e os ceifeiros receberão juntos os seus galardões.
A última mensagem do Evangelho terá
sido pregada, o último testemunho pessoal
terá sido assegurado, o último contato terá
sido feito, o último feixe terá sido colhido.
Vamos compartilhar da visão do Ceifeiro Mestre. Vamos seguir os Seus passos.
Vamos nos engajar nesta “Operação Evangelística” e fazer a Colheita antes que Cristo volte e esta era termine. AMÉM!