Ciências da Natureza – 3º ano do Ensino Médio
Transcrição
Ciências da Natureza – 3º ano do Ensino Médio
ISSN 2237-8324 PAEBES 2015 PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO ESPÍRITO SANTO REVISTA PEDAGÓGICA CIÊNCIAS DA NATUREZA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO Paulo César Hartung Gomes Governador do Estado do Espírito Santo César Roberto Colnaghi Vice Governador do Estado do Espírito Santo Haroldo Corrêa Rocha Secretário de Estado da Educação Eduardo Malini Subsecretário de Estado de Administração e Finanças Caroline Falco Fernandes Valpassos Gerente de Informação e Avaliação Educacional Subgerência de Avaliação Educacional Fabíola Mota Sodré (Subgerente) Claudia Lopes de Vargas Denise Moraes e Silva Gloriete Carnielli Subgerência de Estatística Educacional Denise Pereira da Silva (Subgerente) Andressa Mara Malagutti Assis (Estatística) Elzimar Sobral Scaramussa Regina Helena Schaffeln Ximenes Apresentação Caro Educador, O Estado do Espírito Santo completou, em 2015, o 16º ano do Programa de Avaliação da Educação Básica (PAEBES). A implementação de uma avaliação em larga escala é imprescindível para um melhor monitoramento da qualidade e da equidade educacional. No decorrer dessa trajetória, o programa forneceu subsídios para a tomada de decisão e para o direcionamento de investimentos, com vistas à melhoria na qualidade da educação nas escolas, voltadas principalmente para a otimização do trabalho pedagógico na construção de estratégias de aprendizagem. A Coleção 2015 de divulgação do PAEBES apresenta os resultados das provas e dos questionários socioeconômicos aplicados nas turmas de 1º, 2º, 3º e 5º anos e 8ªsérie/9º ano do Ensino Fundamental e na 3ª série do Ensino Médio, possibilitando aos sistemas de ensino conhecer o desempenho de nossas crianças e jovens e refletir sobre o que as escolas podem fazer para melhorar esse ensino. Esse material precisa constituir-se em instrumento efetivo de consultas para gestores e professores no acompanhamento e no planejamento de intervenções, pois a avaliação não se relaciona apenas à “aprovação” ou “reprovação” dos estudantes, como também à análise dos resultados, de modo a contribuir para que cada escola realize seu planejamento à luz das necessidades de aprendizagem dos alunos. Nessa parceria, contamos com o compromisso dos nossos profissionais de Educação e aproveitamos para parabenizar a todos pelas melhorias conquistadas, o que, em última instância, significa a construção de uma sociedade com mais igualdade de oportunidades. Forte abraço, Haroldo Corrêa Rocha Secretário de Estado da Educação SUMÁRIO 17 11 COMO É A AVALIAÇÃO NO PAEBES? POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO? 13 O QUE É AVALIADO NO PAEBES? 71 COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO? 69 77 COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO PAEBES? QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES? Prezado(a) educador(a), Apresentamos a Revista Pedagógica do PAEBES 2015. Esta publicação faz parte da coleção de divulgação dos resultados da avaliação realizada no final do ano de 2015. Para compreender os resultados dessa avaliação, é preciso responder aos seguintes questionamentos. POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO? O QUE É AVALIADO NO PAEBES? COMO É A AVALIAÇÃO NO PAEBES? COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO PAEBES? 1 POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO? Uma das dúvidas mais frequentes, quando se fala em avaliação externa em larga escala, é: por que avaliar um sistema de ensino, se já existem as avaliações internas, nas escolas? PAEBES 2015 Revista Pedagógica Para responder a essa pergunta, é dem envidar esforços no sentido de dos estudantes, e concentrem seus es- preciso, em primeiro lugar, diferenciar estabelecer políticas que contribuam forços em levá-los a vencer as dificul- avaliação externa de avaliação interna. para a melhoria do desempenho dos dades apontadas por esses resultados. Avaliação interna é aquela que estudantes de toda a rede e também Essas estratégias passam por um ocorre no âmbito da escola. O edu- têm a possibilidade de atuar em casos estudo acurado dos materiais dispo- cador, que elabora, aplica e corrige o pontuais, como escolas ou regiões es- nibilizados para as escolas: os conteú- teste para, em seguida, analisar seus pecíficas que apresentem o mesmo dos do site do programa, as revistas de resultados faz parte da unidade esco- tipo de dificuldade. divulgação de resultados, os encartes lar em que o processo educacional é levado a efeito. Além da dimensão da rede de contendo os resultados da escola, em ensino, as escolas, individualmente, cada disciplina e etapa avaliada for- A avaliação externa em larga es- podem e devem utilizar os resultados mam um conjunto robusto de informa- cala, por sua vez, constitui um procedi- da avaliação para verificar o desen- ções que merece atenção e análise. mento avaliativo baseado na aplicação volvimento, pelos estudantes, das ha- Esse conjunto foi pensado com de testes e questionários padroniza- bilidades esperadas para a etapa de a intenção de fornecer, aos gestores dos, para um grande número de estu- escolaridade em que estão inseridos. e aos professores, o máximo de ele- dantes. Esses testes são elaborados É relevante lembrar que esses resulta- mentos para que possam avaliar, por com tecnologias e metodologias bem dos precisam ser pensados à luz dos meio de dados obtidos externamente definidas e específicas, por agentes conteúdos trabalhados à escola, como está o desempenho de externos à escola. A avaliação exter- pela escola: as Matrizes de Referên- seus estudantes, em comparação com na possibilita verificar a qualidade e a cia, base para a elaboração dos testes, as demais escolas da rede, e quais são efetividade do ensino ofertado a uma devem estar relacionadas a esses con- os pontos que demandam uma aten- determinada população (estado ou mu- teúdos, sem, no entanto, substituí-los. ção maior, no trabalho desenvolvido no nicípio, por exemplo). As unidades escolares têm a possibili- interior da escola. curriculares Mas como os dados obtidos por dade de observar se o currículo adota- Desse modo, fica patente que as esse tipo de avaliação podem con- do contempla as habilidades conside- informações obtidas a partir dos testes tribuir para melhorar os processos radas mínimas para que os estudantes da avaliação externa em larga escala, educativos, no interior das escolas, e, consigam caminhar, a cada etapa ven- isoladamente, não solucionam os pro- consequentemente, os resultados das cida, rumo à aquisição dos conheci- blemas da educação brasileira, nem redes de ensino? Esse é um questio- mentos necessários para se tornarem têm essa pretensão. A trilha que pode- namento muito observado entre as cidadãos críticos e conscientes de seu rá levar a essa solução é a forma como equipes gestoras e pedagógicas das papel na sociedade. os dados serão utilizados. E, nesse escolas que recebem os resultados da Verificada a correlação Currículo X aspecto, somente os educadores en- Matriz de Referência, gestores e pro- volvidos com o processo educacional É necessário ter em mente que fessores podem atuar de diversas ma- poderão estabelecer o melhor cami- a avaliação externa em larga escala neiras. Algumas estão indicadas nesta nho a seguir. tem como objetivo oferecer, por meio publicação, nas seções 5 - Como a As próximas seções têm o objeti- de seus resultados, um importante escola pode se apropriar dos resulta- vo de auxiliá-los nessa trajetória, ofe- subsídio para as tomadas de decisão, dos da avaliação? e 6 - Que estraté- recendo informações relevantes para inicialmente na esfera das redes de gias pedagógicas podem ser utiliza- que a apropriação e a análise dos re- ensino. Os dados oriundos dos testes das para desenvolver determinadas sultados da avaliação externa em larga respondidos pelos estudantes formam habilidades? O importante é descobrir escala sejam produtivas para sua esco- um painel que ilustra o que está sen- as estratégias mais adequadas para la e para sua prática profissional. do ensinado e o que os estudantes que todos os membros da comunidade estão aprendendo, em cada discipli- escolar se apropriem dos resultados na e etapa avaliada; de posse dessas da avaliação, compreendendo sua im- informações, os gestores de rede po- portância e seu significado para a vida avaliação externa. 12 2 O QUE É AVALIADO NO PAEBES? Antes de iniciar a elaboração dos testes para a avaliação, é imprescindível determinar, com clareza, o que se deseja avaliar. PAEBES 2015 Revista Pedagógica Matriz de Referência O QUE É UMA MATRIZ DE REFERÊNCIA? As Matrizes de Referência indicam as habilidades que As Matrizes de Referência relacionam os conhecimen- se deseja avaliar nos testes do PAEBES. Importa registrar tos e as habilidades para cada etapa de escolaridade ava- que as Matrizes de Referência são uma parte do Currículo, liada, ou seja, elas detalham o que será avaliado, tendo em ou da Matriz Curricular: as avaliações em larga escala não vista as operações mentais desenvolvidas pelos estudantes pretendem avaliar o desempenho dos estudantes em todos em relação aos conteúdos escolares que podem ser afe- os conteúdos presentes no Currículo, mas, sim, nas habili- ridos pelos testes de proficiência. No que diz respeito ao dades consideradas fundamentais para que os estudantes PAEBES, o que será avaliado está indicado nas Matrizes de progridam em sua trajetória escolar. Referência desse programa. O Domínio agrupa um conjunto de habilidades, indicadas pelos descritores, que possuem afinidade entre si. Os Descritores descrevem as habilidades que serão avaliadas por meio dos itens que compõem os testes de uma avaliação em larga escala. 14 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 MATRIZ DE REFERÊNCIA CIÊNCIAS DA NATUREZA 3ª SÉRIE EM I. MATÉRIA E ENERGIA D01 B Reconhecer os fluxos de matéria e de energia nos ecossistemas. D02 B Compreender o processo da fotossíntese e da respiração, reconhecendo seus reagentes, produtos e fases. D03 B Interpretar, em diferentes formas de linguagem, os ciclos do nitrogênio, do carbono, do oxigênio e da água, reconhecendo sua importância para a vida no planeta. D04 B Classificar os seres vivos quanto ao nível trófico que ocupam e ao hábito alimentar em cadeias e teias alimentares. D05 B Interpretar os diferentes tipos de pirâmides ecológicas, relacionando-as às cadeias alimentares. D06 F Aplicar as Leis de Newton em situações de interações simples entre corpos. D07 F Reconhecer as diferenças dos conceitos de massa e peso de um corpo. D08 F Aplicar o conceito de potência em situações do cotidiano envolvendo fenômenos elétricos e mecânicos. D09 F Reconhecer as relações entre a diferença de potencial, resistência e intensidade de corrente elétrica em circuitos simples. D10 F Aplicar o princípio de conservação da energia mecânica em situações do cotidiano, envolvendo trabalho e máquinas simples: alavanca, plano inclinado e roldanas. D11 F Identificar o princípio geral de conservação da energia em processos térmicos, elétricos e mecânicos. D12 F Identificar fenômenos ondulatórios (difração, interferência, reflexão e refração) em situações cotidianas. D13 F Estabelecer relações entre frequência, período, comprimento de onda e velocidade de propagação de uma onda. D14 F Aplicar a Primeira e a Segunda Lei da Termodinâmica em situações que envolvam transformações térmicas. D15 F Distinguir os conceitos de calor e temperatura em fenômenos cotidianos. D16 F Reconhecer calor como energia térmica e suas formas de propagação (condução, convecção e radiação). D17 F Analisar situações cotidianas que envolvam fenômenos de dilatação e contração térmica de materiais. D18 Q Reconhecer os critérios utilizados na organização da Tabela Periódica. D19 Q Identificar as propriedades periódicas dos elementos (raio atômico, eletronegatividade, potencial de ionização, afinidade eletrônica). D20 Q Reconhecer as propriedades das substâncias iônicas, covalentes e metálicas. D21 Q Identificar reações de neutralização ácido e base. D22 Q Calcular a quantidade de matéria, relacionando-a com o número de partículas, massa ou volume. D23 Q Balancear equações químicas por meio do método das tentativas. D24 Q Reconhecer as relações estequiométricas que ocorrem em uma reação química. D25 Q Classificar as soluções de acordo com o coeficiente de solubilidade. D26 Q Determinar as diferentes concentrações de soluções (mol/L, ppm e %). D27 Q Identificar fenômenos químicos ou físicos em que ocorrem trocas de calor (endotérmico ou exotérmico). D28 Q Calcular a variação de entalpia de transformações químicas ou físicas. D29 Q Calcular a energia envolvida na formação e no rompimento de ligações químicas. D30 Q Identificar os fatores que alteram a velocidade de uma reação química. D31 Q Reconhecer a cinética do consumo de reagentes ou da formação de produtos a partir de situações-problema ou da análise de gráficos ou dados tabelados. D32 Q Reconhecer as características do estado de equilíbrio. D33 Q Compreender o fenômeno do deslocamento do equilíbrio em reações químicas. D34 Q Determinar o valor de pH (ou pOH) de uma solução a partir do equilíbrio iônico da água. D35 Q Caracterizar os processos de oxidação e redução. D36 Q Reconhecer o princípio de funcionamento das pilhas. D37 Q Calcular a diferença de potencial das células eletroquímicas. D38 Q Reconhecer o princípio de funcionamento da eletrólise. D39 Q Classificar cadeias carbônicas. D40 Q Reconhecer os compostos orgânicos de acordo com os grupos funcionais hidrocarbonetos, alcoóis, fenóis, aldeídos, cetonas, éteres, ésteres, aminas e amidas. 15 PAEBES 2015 Revista Pedagógica MATRIZ DE REFERÊNCIA CIÊNCIAS DA NATUREZA 3ª SÉRIE EM II. TERRA E UNIVERSO D41 B Reconhecer as principais teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos e suas características. D42 F Identificar as principais unidades de medidas físicas no Sistema Internacional de Unidades. D43 F Reconhecer as características das grandezas físicas escalares e vetoriais. D44 F Realizar operações básicas com grandezas vetoriais. D45 F Relacionar as grandezas (distância, tempo, velocidade e aceleração) em operações algébricas nos movimentos retilíneos e circulares. D46 F Aplicar a Lei da Gravitação Universal ao movimento de planetas e satélites (naturais e artificiais) e fenômenos naturais. D47 F Compreender as propriedades dos ímãs e o funcionamento das agulhas magnéticas nas proximidades da Terra. III. VIDA E AMBIENTE D48 B Identificar a importância e o significado da nomenclatura e das classificações biológicas. D49 B Identificar os grupos de seres vivos dos reinos Monera, Protista, Fungi, Animallia e Plantae , quanto às características morfofisiológicas e evolutivas. D50 B Reconhecer a importância econômica e ecológica dos seres vivos dos reinos Monera, Protista, Fungi, Animallia e Plantae. D51 B Caracterizar a estrutura morfofisiológica dos vírus. D52 B Reconhecer a importância da reprodução sexuada e assexuada nos seres vivos. D53 B Reconhecer os processos de formação dos gametas. D54 B Identificar os componentes bioquímicos da célula e suas principais funções. D55 B Identificar a importância das organelas e do núcleo para o metabolismo celular. D56 B Associar características adaptativas dos animais vertebrados a diferentes ambientes. D57 B Reconhecer os processos de divisão celular. D58 B Compreender processo de síntese proteica. D59 B Identificar as relações ecológicas entre os seres vivos. D60 B Reconhecer causas de desastres ecológicos, relacionadas à ação antrópica. D61 B Compreender os conceitos básicos de genética. D62 B Identificar as principais etapas do desenvolvimento embrionário. IV. SER HUMANO E SAÚDE D63 B Reconhecer as estruturas e as organelas que compõem as células e sua importância. D64 B Resolver problemas que envolvam a Primeira Lei de Mendel, grupos sanguíneos, herança ligada, influenciada e restrita ao sexo. D65 B Associar estrutura e função dos tecidos, órgãos e sistemas do organismo humano. D66 B Caracterizar as principais doenças que afetam a população brasileira, destacando entre elas as infectocontagiosas, parasitárias, degenerativas, ocupacionais, carências, sexualmente transmissíveis e provocadas por toxinas ambientais. V. TECNOLOGIA E SOCIEDADE D67 B Reconhecer os impactos negativos e positivos da biotecnologia para o ambiente e a saúde humana. D68 F Interpretar grandezas físicas (potência, voltagem, intensidade de corrente, entre outros) em aparelhos eletroeletrônicos. D69 F Determinar o consumo de energia elétrica em aparelhos eletroeletrônicos. D70 F Reconhecer a Lei de Indução Eletromagnética no funcionamento de motores e geradores. D71 F Identificar processos de produção de energia elétrica. D72 F Identificar a presença de radiações em situações cotidianas raios x, radiação solar, micro-ondas, entre outros). D73 Q Reconhecer a evolução histórica dos modelos atômicos. D74 Q Relacionar alguns agentes poluidores de natureza química e seus efeitos no ambiente. D75 Q Identificar a aplicação de algumas das principais substâncias orgânicas com uso especial para a vida cotidiana, tais como metano, butano, propanona, etanol, metanol, éter etílico, aldeído fórmico, ácido acético. 16 3 COMO É A AVALIAÇÃO NO PAEBES? Para elaborar os testes do PAEBES, é necessário estabelecer como se dará esse processo, a partir das habilidades elencadas nas Matrizes de Referência, e como será o processamento dos resultados desses testes. PAEBES 2015 Revista Pedagógica 1ª ETAPA – ELABORAÇÃO DOS ITENS QUE COMPORÃO OS TESTES. Item 1. Enunciado – estímulo para que o estudante mobilize recursos cognitivos, visando solucionar o problema apresentado. O que é um item? 2. Suporte – texto, imagem e/ou outros recursos que servem de base para a resolução do item. Os itens de Mate- O item é uma questão utilizada nos testes das avaliações em larga escala. mática e de Alfabetização podem não apresentar suporte. 3. Comando – bilidade que se deseja avaliar, delimitando com clareza a Como é elaborado um item? O item se caracteriza por avaliar uma única habilidade, indicada por um descritor da Matriz de Referência do teste. O item, portanto, é unidimensional. texto necessariamente relacionado à ha- tarefa a ser realizada. 4. Distratores – alternativas incorretas, mas plausíveis – os distratores devem referir-se a raciocínios possíveis. 5. Gabarito – alternativa correta. 18 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Um item é composto pelas seguintes partes: Leia o texto abaixo. Curaçao, um simpático e colorido paraíso 5 10 15 Há uma lenda que explica a razão de Curaçao ser uma ilha tão colorida. Consta que um governador, há muitos anos, sentia dores de cabeça terríveis por todas as construções serem pintadas de branco e refletirem muito a luz do sol. Ele teria então sugerido algo a seus conterrâneos: colocar outras cores nas fachadas de suas residências e comércios; ele mesmo passaria a usar o amarelo em todas as construções que tivessem a ver com o governo. E assim nasceu o colorido dessa simpática e pequena ilha do Caribe. E quem se importa se a história é mesmo real? Todo o colorido de Punda e Otrobanda combina perfeitamente com os muitos tons de azul que você vai aprender a reconhecer no mar que banha Curaçao, nos de branco, presentes na areia de cada uma das praias de cartão-postal, ou nos verdes do corpo das iguanas, o animal símbolo da ilha. Acostume-se, aliás, a encontrar bichinhos pela ilha. Sejam grandes como os golfinhos e focas do Seaquarium, os lagartos que vivem livres perto das cavernas Hato, ou os muitos peixes que vão cercar você assim que entrar nas águas da lindíssima praia de Porto Mari. Tudo em Curaçao parece querer dar um “oi” para o visitante assim que o avista. A ilha, porém, tem mais do que belezas naturais. Descoberta apenas um ano antes do Brasil, Curaçao também teve um histórico [...] que rendeu ao destino uma série de atrações [...], como o museu Kura Hulanda, ou as Cavernas Hato. [...] Disponível em: <http://zip.net/bhq1CS>. Acesso em: 11 out. 2013. Fragmento. (P070104F5_SUP) (P070105F5) De acordo com esse texto, qual é o animal símbolo da ilha? A) A foca. B) A iguana. C) O golfinho. D) O lagarto. 19 PAEBES 2015 Revista Pedagógica 2ª ETAPA – ORGANIZAÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE. CADERNO DE TESTE Cadernos de Teste Como é organizado um caderno de teste? A definição sobre o número de itens é crucial para a composição dos cadernos de teste. Por um lado, o teste deve conter muitos itens, pois um dos objetivos da avaliação em larga escala é medir de forma abrangente as habilidades essenciais à etapa de escolaridade que será avaliada, de forma a garantir a cobertura de toda a Matriz de Referência adotada. Por outro lado, o teste não pode ser longo, pois isso inviabiliza sua resolução pelo estudante. Para solucionar essa dificuldade, é utilizado um tipo de planejamento de testes denominado Blocos Incompletos Balanceados – BIB . O que é um BIB – Bloco Incompleto Balanceado? No BIB, os itens são organizados em blocos. Alguns desses blocos formam um caderno de teste. Com o uso do BIB, é possível elaborar muitos cadernos de teste diferentes para serem aplicados a estudantes de uma mesma série. Podemos destacar duas vantagens na utilização desse modelo de montagem de teste: a disponibilização de um maior número de itens em circulação no teste, avaliando, assim, uma maior variedade de habilidades; e o equilíbrio em relação à dificuldade dos cadernos de teste, uma vez que os blocos são inseridos em diferentes posições nos cadernos, evitando, dessa forma, que um caderno seja mais difícil que outro. Itens são organizados em blocos que são distribuídos em cadernos. CADERNO DE TESTE 20 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 VERIFIQUE A COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS DE TESTE DA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO: Ciências da Natureza 64 x 64 itens divididos em: 8 blocos de Ciências Naturais com 8 itens cada 8x 3 blocos (24 itens) formam um caderno com 3 blocos (48 itens) CADERNO DE TESTE 28x Ao todo, são 28 modelos diferentes de cadernos. 21 PAEBES 2015 Revista Pedagógica 3ª ETAPA – PROCESSAMENTO DOS RESULTADOS. Teoria de Resposta ao Item (TRI) e Teoria Clássica dos Testes (TCT) Existem, principalmente, duas formas de produzir a medida de desempenho dos estudantes submetidos a uma avaliação externa em larga escala: (a) a Teoria Clássica dos Testes (TCT) e (b) a Teoria de Resposta ao Item (TRI). Ao desempenho do estudante nos testes Os resultados analisados a partir da Teoria Clássica dos Testes (TCT) são padronizados é atribuída uma proficiên- calculados de uma forma muito próxima às avaliações realizadas pelo cia, não uma nota. professor em sala de aula. Consistem, basicamente, no percentual de acertos em relação ao total de itens do teste, apresentando, também, o percentual de acerto para cada descritor avaliado. Teoria de Resposta ao Item (TRI) A Teoria de Resposta ao Item (TRI), por sua vez, permite a produção de uma medida mais robusta do desempenho dos estudantes, porque leva em consideração um conjunto de modelos estatísticos capazes de determinar um valor/ peso diferenciado para cada item a que o estudante respondeu no teste de proficiência e, com isso, estimar o que o estudante é capaz de fazer, tendo em vista os itens respondidos corretamente. Não podemos medir diretamente o conhecimento ou a aptidão de um estudante. Os modelos matemáticos usados pela TRI permitem estimar esses traços não observáveis. A TRI nos permite: Comparar resultados de di- Avaliar com alto grau de Comparar os resultados en- ferentes avaliações, como o precisão a proficiência de tre diferentes séries, como o Saeb. estudantes início e fim do Ensino Médio. áreas de em amplas conhecimento sem submetê-los a longos testes. Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 A proficiência relaciona o conhecimento do estudante com a probabilidade de acerto nos itens dos testes. Cada item possui um grau de dificuldade próprio e parâmetros diferenciados, atribuídos através do processo de calibração dos itens. A proficiência é estimada considerando o padrão de respostas dos estudantes, de acordo com o grau de dificuldade e com os demais parâmetros dos itens. Que parâmetros são esses? Parâmetro A Parâmetro B Parâmetro C Discriminação Dificuldade Acerto ao acaso Capacidade de um item de discri- Mensura o grau de dificuldade dos Análise das respostas do estudan- minar os estudantes que desen- itens: fáceis, médios ou difíceis. te para verificar o acerto ao acaso volveram as habilidades avaliadas e aqueles que não as desenvolveram. Os itens são distribuídos de forma nas respostas. equânime entre os diferentes ca- Ex.: O estudante errou muitos itens dernos de testes, o que possibilita a de baixo grau de dificuldade e acer- criação de diversos cadernos com tou outros de grau elevado (situa- o mesmo grau de dificuldade. ção estatisticamente improvável). O modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões e reestima a proficiência para um nível mais baixo. 23 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Padrões de Desempenho Estudantil O QUE SÃO PADRÕES DE DESEMPENHO? Os Padrões de Desempenho constituem uma caracterização das competências e habilidades desenvolvidas pelos estudantes de determinada etapa de escolaridade, em uma disciplina / área de conhecimento específica. Essa caracterização corresponde a intervalos numéricos estabelecidos na Escala de Proficiência. Esses intervalos são denominados Níveis de Desempenho, e um agrupamento de níveis consiste em um Padrão de Desempenho. Padrão de Desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a ABAIXO DO BÁSICO Até 250 pontos etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os estudantes que se encontram nesse padrão de desempenho, deve ser dada atenção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por parte da instituição escolar. Padrão de Desempenho básico, caracterizado por um processo inicial BÁSICO De 250 até 325 pontos de desenvolvimento das competências e habilidades correspondentes à etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Padrão de Desempenho adequado para a etapa e área do conhe- PROFICIENTE De 325 até 375 pontos cimento avaliadas. Os estudantes que se encontram nesse padrão, demonstram ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à etapa de escolaridade em que se encontram. Padrão de Desempenho desejável para a etapa e área de conheci- AVANÇADO Acima de 375 pontos mento avaliadas. Os estudantes que se encontram nesse padrão demonstram desempenho além do esperado para a etapa de escolaridade em que se encontram. Apresentaremos, a seguir, as descrições das habilidades relativas aos Níveis de Desempenho da 3ª série do Ensino Fundamental, em Ciências da Natureza, de acordo com a descrição pedagógica apresentada pelo Inep, nas Devolutivas Pedagógicas da Prova Brasil, e pelo CAEd, na análise dos resultados do PAEBES 2015. Esses Níveis estão agrupados por Padrão de Desempenho e vêm acompanhados por exemplos de itens. Assim, é possível observar em que Padrão a escola, a turma e o estudante estão situados e, de posse dessa informação, verificar quais são as habilidades já desenvolvidas e as que ainda precisam de atenção. 24 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 ABAIXO DO BÁSICO - BIOLOGIA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Até 250 pontos Níveis de desempenho 1 Até 250 pontos »» Identificar o organismo produtor em um esquema de cadeia alimentar. »» Identificar o organismo decompositor em um esquema de cadeia alimentar. »» Identificar o desmatamento como uma ação antrópica que prejudica o meio ambiente. »» Reconhecer causas e consequências da poluição da água. »» Reconhecer ações humanas que degradam os solos. »» Reconhecer a relação ecológica de competição em uma imagem. »» Reconhecer o oxigênio como produto da fotossíntese. »» Identificar o modo de prevenção da dengue. »» Reconhecer o principal sintoma da doença degenerativa mal de Alzheimer. »» Identificar o útero por meio da descrição de suas características e funções. »» Reconhecer a proximidade evolutiva entre o homem e o chimpanzé. »» Reconhecer a função do DNA no comando da célula. »» Reconhecer o conceito de cromossomo. »» Reconhecer a função do núcleo celular. 25 PAEBES 2015 Revista Pedagógica (B120118G5) Leia o texto abaixo. “O importante é prevenir, evitando manter objetos com água parada e, sobretudo, procurar um médico para avaliação clínica e laboratorial assim que surgirem os primeiros sintomas, como febre alta e manchas avermelhadas pelo corpo”, alerta o médico Marcelo Mendonça, Infectologista. Disponível em: <http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/10643-oito-males-que-mais-ameacam-a-saude-dos-brasileiros/6>. Acesso em: 13 dez. 2014. Fragmento. As informações citadas nesse texto referem-se à A) catapora. B) dengue. C) hanseníase. D) malária. E) rubéola. Esse item avalia a habilidade de caracterizar as principais doenças que afetam a população brasileira, destacando entre elas as infectocontagiosas e as parasitárias. Para resolvê-lo, os estudantes precisam saber as principais características da dengue, como os sintomas, formas de contágio e formas de prevenção. Com o auxílio de um texto informativo, esses estudantes devem relacionar as medidas de prevenção informadas com os primeiros sintomas bem característicos da doença, como manchas avermelhadas pelo corpo. Os estudantes que fizeram essa relação desenvolveram a habilidade avaliada, uma vez que relacionaram corretamente as informações apontadas no texto com a doença conhecida como dengue. 26 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 BÁSICO - BIOLOGIA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 250 a 325 pontos Níveis de desempenho 2 De 250 a 275 pontos »» Reconhecer a relação ecológica de cooperação por meio de texto descritivo. »» Reconhecer a relação ecológica de canibalismo por meio de texto descritivo. »» Reconhecer a importância das bactérias na decomposição e ciclagem da matéria. »» Classificar um animal como mamífero a partir da descrição de suas características. »» Reconhecer a importância das flores na polinização. »» Reconhecer a importância da nomenclatura científica. »» Reconhecer a principal função do tecido epitelial. »» Identificar estruturas do sistema reprodutor humano. 27 PAEBES 2015 Revista Pedagógica (B120113G5) Observe a imagem abaixo. Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22440>. Acesso em: 8 nov. 2014. *Adaptada para fins didáticos. Nessa imagem, a estrutura comum ao sistema urinário e ao sistema reprodutor masculino aparece indicada pelo número A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 Esse item avalia a habilidade de reconhecer a estrutura e a função dos órgãos e sistemas do organismo humano. Os estudantes devem, inicialmente, reconhecer as estruturas apontadas pelos números na imagem e, em seguida, identificar qual é comum ao sistema reprodutor e urinário masculino. Os estudantes que seguiram essa linha de raciocínio identificaram corretamente a uretra, apontada pelo número três como um canal comum aos dois sistemas, uma vez que há a passagem de urina vinda do sistema urinário e de esperma. Tais estudantes desenvolveram, assim, a habilidade avaliada. 28 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 3 De 275 a 300 pontos »» Reconhecer o gás carbônico como reagente da fotossíntese. »» Reconhecer o processo de fotossíntese. »» Reconhecer a forma como os peixes respiram. »» Reconhecer a teoria evolutiva de Lamarck. »» Reconhecer a teoria evolutiva de Darwin. »» Reconhecer a função das vitaminas como reguladoras. »» Reconhecer os principais sintomas da tuberculose. »» Reconhecer formas de prevenção da doença de Chagas. »» Reconhecer a importância econômica das plantas. (B120075E4) Desde tempos remotos a humanidade se beneficia dos vegetais. À medida que os seres humanos foram evoluindo, foram também descobrindo novas maneiras de utilizarem as plantas. Atualmente,as plantas constituem um importante fator no quadro da economia mundial. Dentre as partes usadas dos vegetais, as que mais contribuem para a economia brasileira são A) as flores das dicotiledôneas utilizadas na indústria de produtos de beleza e chás. B) as sementes de leguminosas como a soja e a industrialização dos derivados destas. C) as raízes de angiospermas como as da mandioca cultivadas em aldeias indígenas. D) os caules das pteridófitas chamadas samambaiaçu para a produção de vasos de xaxim. E) os estróbilos das plantas gimnospermas utilizados pela indústria de produtos ornamentais. Esse item avalia a habilidade de reconhecer a importância econômica das plantas. Para resolvê-lo, os estudantes precisam identificar a estrutura da planta que possui importância comercial no Brasil. Os estudantes devem reconhecer que as leguminosas, tais como a soja, apresentam como principal característica o fruto em forma de vagem ou fava e que esse alimento contribui para a economia brasileira, pois o Brasil é o segundo maior produtor da soja, produção esta que tem crescido nas últimas décadas. Ao realizarem essa associação, os estudantes puderam identificar a alternativa B como sendo o gabarito, demonstrando, dessa forma, ter desenvolvido a habilidade avaliada. 29 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 4 De 300 a 325 pontos »» Interpretar uma pirâmide ecológica de números. »» Interpretar uma pirâmide ecológica de energia. »» Associar desastres ecológicos à ocupação irregular do solo. »» Interpretar um cladograma, indicando a ancestralidade dos animais. »» Interpretar um cladograma, apontando a ancestralidade comum do Homo sapiens e do Homo neanderthalensis. »» Reconhecer os fungos como causadores da micose. »» Reconhecer que o agente causador da doença de Chagas é um protozoário. »» Reconhecer o conceito de fossilização. »» Reconhecer o conceito de homologia. »» Reconhecer que reprodução assexuada produz indivíduos geneticamente idênticos. »» Reconhecer a produção de indivíduos geneticamente idênticos como uma desvantagem da reprodução assexuada. »» Reconhecer um impacto positivo da produção do algodão transgênico. »» Reconhecer a importância econômica dos fungos na produção de bebidas fermentadas. »» Identificar a localização do plasmídeo na célula bacteriana. »» Reconhecer a forma de transmissão da ascaridíase. »» Identificar o nome da membrana que envolve o núcleo celular. »» Reconhecer a molécula de amônia como precursora da molécula de DNA. »» Reconhecer a função das válvulas cardíacas. »» Associar o controle corporal e a coordenação motora às funções do cerebelo. »» Compreender a relação entre respiração pulmonar e celular. »» Identificar o gás oxigênio como um dos produtos da fotossíntese. 30 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (B120017G5) Observe a imagem abaixo, que representa o esquema da fotossíntese. Disponível em: <http://fazerbiologiaqueelegal.blogspot.com.br/2013/01/de-onde-vem-o-ar-que-nos-respiramos.html>. Acesso em: 21 nov. 2014. *Adaptada para fins didáticos. Qual número desse esquema representa o fluxo do gás oxigênio? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5 Esse item avalia a habilidade de identificar o oxigênio como um dos produtos da fotossíntese. Para resolvê-lo, os estudantes devem identificar os reagentes e produtos apontados por setas na imagem. Os estudantes devem reconhecer a fotossíntese como um processo que absorve gás carbônico e água do ambiente e que, pelo seu processo metabólico, libera gás oxigênio e produz glicose. Esses estudantes devem identificar a seta que representa a liberação de oxigênio a partir do conhecimento dos processos da fotossíntese. Os estudantes que marcaram a letra B, o gabarito, atingiram a habilidade avaliada, uma vez que associaram corretamente a direção da seta que corresponde à liberação do gás oxigênio. 31 PAEBES 2015 Revista Pedagógica PROFICIENTE - BIOLOGIA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 325 a 375 pontos Níveis de desempenho 5 De 325 a 350 pontos »» Identificar o nível trófico de seres vivos em uma teia alimentar complexa. »» Reconhecer as plantas como seres eucariontes e autótrofos. »» Reconhecer características adaptativas dos anfíbios. »» Compreender o processo de seleção natural. »» Diferenciar as teorias evolucionistas de Darwin e Lamarck. »» Reconhecer a glândula hipófise como responsável pela produção do hormônio do crescimento. »» Associar a mitocôndria à respiração celular. 32 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (B120043G5) Leia o texto abaixo. Cultivos valiosos, como a batata, algodão e amêndoas são frequentemente mortos por insetos minúsculos chamados de pulgões. Os inseticidas podem controlar os pulgões. No entanto, são caros, danificam as colheitas e matam os insetos benéficos e pragas. Em vez disso, muitos agricultores controlam os pulgões, introduzindo joaninhas em suas terras. A maioria das espécies de joaninha é predadora e alimenta-se de pulgões [...]. Disponível em: <http://www.ehow.com.br/insetos-auxiliam-agricultores-info_118888/>. Acesso em: 4 abr. 2014. Nessa situação, a joaninha exerce o papel de A) consumidor primário. B) consumidor secundário. C) consumidor terciário. D) decompositor. E) produtor. Esse item avalia a habilidade de classificar os seres vivos quanto ao nível trófico que ocupam nas cadeias alimentares em um texto descritivo. Para resolvê-lo, os estudantes precisam conhecer a definição de cadeia alimentar e a classificação dos níveis que cada ser vivo descrito ocupa. O texto descreve uma cadeia alimentar a partir de uma situação em que a joaninha é a predadora dos pulgões. Partindo dessa linha de raciocínio, os estudantes devem ser capazes de identificar as plantas como produtoras, uma vez que as mesmas sempre ocupam esse nível trófico e, a partir daí, classificar os pulgões como consumidores primários, pois se alimentam da plantação, justificando o problema apontado no texto. As joaninhas que se alimentam dos pulgões ocupam então o próximo nível trófico, consumidor secundário, alternativa B, gabarito do item. Os estudantes que fizeram essa associação atingiram a habilidade avaliada, uma vez que são capazes de classificar os seres de uma cadeia alimentar a partir de sua descrição. 33 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 6 De 350 a 375 pontos »» Reconhecer representantes do Reino Monera a partir da descrição de suas características. »» Reconhecer a importância ecológica das algas como base da cadeia alimentar aquática. »» Relacionar a importância econômica dos fungos aos seus processos metabólicos. »» Reconhecer a importância ecológica das algas na produção de oxigênio. »» Reconhecer o processo reprodutivo de partenogênese. »» Reconhecer o processo reprodutivo de metagênese em um esquema do ciclo reprodutivo de cnidários. »» Reconhecer a teoria da Abiogênese. »» Reconhecer o conceito de fenótipo. »» Aplicar a Lei de Mendel a grupos sanguíneos. »» Reconhecer a função da membrana plasmática nos processos de troca entre os meios intra e extracelular. »» Reconhecer a função dos órgãos do sistema digestório. »» Associar os sistemas nervoso, muscular e locomotor à realização de movimentos. »» Reconhecer formas de transmissão da candidíase. »» Reconhecer a função dos rins. »» Reconhecer as características evolutivas dos seres vivos. (B120025G5) Observe as imagens abaixo. Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/wp-content/uploads/8793.jpg>. Acesso em: 8 nov 2014.* Adaptado para fins didáticos. Que tipo de processo de evolução pode ser identificado nesses seres vivos? A) Analogia. B) Convergência adaptativa. C) Homologia. D) Irradiação adaptativa. E) Seleção artificial. Esse item avalia a habilidade de reconhecer as princi- Eles devem verificar que os animais da imagem apre- pais teorias sobre a evolução dos seres vivos e suas carac- sentam semelhanças quanto à organização do corpo, porém terísticas. Para resolvê-lo, os estudantes devem analisar a não possuem grau de parentesco. Partindo desse pressu- imagem que mostra três espécies diferentes adaptadas a posto, são capazes de identificar a convergência adaptativa, viver em um mesmo ambiente. alternativa B, como gabarito, atingindo assim a habilidade A partir dessa observação, os estudantes devem buscar avaliada. em seus conhecimentos as teorias de evolução que apresentam as ideias sobre adaptações. 34 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 AVANÇADO - BIOLOGIA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Acima de 375 pontos Níveis de desempenho 7 De 375 a 400 pontos »» Reconhecer a causa da destruição da camada de ozônio. »» Reconhecer que o fluxo de energia é decrescente em uma cadeia alimentar. »» Classificar um animal como anelídeo a partir de suas características. »» Comparar os sistemas nervosos de cnidários e platelmintos. »» Caracterizar os fungos quanto ao tipo de nutrição e digestão. »» Reconhecer características adaptativas dos répteis. »» Reconhecer o xilema e o floema como componentes do sistema vascular de plantas. »» Reconhecer características dos vírus que os tornam parasitas intracelulares obrigatórios. »» Reconhecer que a reprodução sexuada promove a variabilidade genética. »» Reconhecer a rapidez da reprodução assexuada como uma vantagem desse tipo de reprodução em relação à sexuada. »» Reconhecer a representação genotípica de um organismo homozigoto recessivo. »» Reconhecer o conceito de clonagem. »» Reconhecer a importância dos fósseis como evidências evolutivas. »» Reconhecer os órgãos vestigiais como evidências evolutivas. »» Compreender o processo de endocitose como a forma de obtenção de nutrientes pelas células. »» Reconhecer efeitos da carência de vitamina D no organismo humano. »» Reconhecer a glicose como produto da fotossíntese. 35 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Durante a fase fotoquímica ou fase de escuro da fotossíntese, ocorre a assimilação do gás carbônico que, ao reagir com átomos de hidrogênio provenientes da fotólise da água, produzem moléculas de carboidratos com função energética. O carboidrato produzido nessa fase fotoquímica da fotossíntese é denominado de (B120005G5) A) amido. B) glicogênio. C) glicose. D) maltose. E) sacarose. Esse item avalia a habilidade de compreender o proces- léculas de glicose e devem lembrar que essa síntese ocorre so da fotossíntese, reconhecendo seus reagentes, produtos durante um complexo ciclo de reações (chamado ciclo das e fases. Para resolvê-lo, os estudantes devem reconhecer pentoses ou ciclo de Calvin-Benson), no qual participam vá- as etapas da fase de escuro da fotossíntese e identificar rios compostos simples. seus reagentes e produtos. Esses estudantes devem compreender que, durante o Os estudantes devem reconhecer que, na fase química, ciclo, moléculas de CO2 unem-se umas às outras, formando ou fase de escuro, a energia contida nos ATP e os hidrogê- cadeias carbônicas que levam à produção de glicose, iden- nios dos NADPH2 serão utilizados para a construção de mo- tificada na alternativa C, o gabarito. 36 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 8 De 400 a 425 pontos »» Reconhecer características dos vírus. »» Reconhecer a associação existente entre bactérias fixadoras de nitrogênio e raízes de plantas leguminosas. »» Diferenciar a hipótese autotrófica da heterotrófica para a explicação do surgimento dos primeiros seres vivos. »» Classificar um organismo como fungo a partir da descrição de suas características. »» Reconhecer as características gerais dos invertebrados por meio dos seus principais representantes. »» Reconhecer, a partir de imagem, características de representantes sésseis do Filo Cnidária. »» Reconhecer exemplos de órgãos homólogos. »» Compreender o processo de divisão celular por meiose. »» Avaliar, a partir de esquema, a importância do crossing over para a variabilidade genética. »» Relacionar o cloroplasto à captação de energia luminosa durante a fotossíntese. »» Associar a estrutura bioquímica da membrana plasmática à permeabilidade seletiva. »» Reconhecer a função das microvilosidades. »» Compreender a técnica do DNA recombinante. »» Associar a atrofia muscular ao baixo consumo de proteínas. »» Identificar organismos como pertencentes ao reino Monera a partir da descrição de suas características. (B120198E4) Determinados organismos são unicelulares, não apresentando núcleo individualizado nem organelas membranosas como mitocôndrias e cloroplastos. Esses organismos pertencem ao reino A) Animalia. B) Fungi. C) Monera. D) Plantae. E) Protoctista. Esse item avalia a habilidade de identificar os grupos Esses estudantes devem compreender que essas ca- dos seres vivos do reino Monera de acordo com suas ca- racterísticas são marcantes no reino Monera, o mais primitivo racterísticas morfofisiológicas. Para resolvê-lo, os estudantes de todos, e que o mesmo engloba as bactérias, arqueobaté- devem ser capazes de relacionar as características descritas rias e cianobactérias. Este é o único reino existente que se no comando aos grupos de seres vivos apresentados nas classifica como procarionte; todos os outros são eucariontes alternativas. (possuem membrana que divide a célula). Os estudantes devem identificar os seres vivos que Os estudantes que realizam essa associação atingem a possuem apenas uma célula e que não apresentam mem- habilidade avaliada, uma vez que associam os seres perten- brana nuclear e organelas membranosas. centes ao reino Monera, alternativa C, com as características apontadas no item. 37 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 9 De 425 a 450 pontos »» Compreender o ciclo do CO2. »» Reconhecer a relação ecológica de amensalismo a partir de texto descritivo. »» Comparar, por meio de imagens, os gêneros Australopithecus e Homo, reconhecendo o processo evolutivo que ocorreu do primeiro para o segundo. »» Classificar um organismo como protozoário a partir da descrição de suas características. »» Classificar uma planta no grupo das Angiospermas a partir de suas características. »» Relacionar o complexo de Golgi à função de secreção celular. »» Reconhecer as etapas do processo de síntese proteica. »» Relacionar a ocorrência da eritroblastose fetal ao genótipo dos pais e descendentes. »» Reconhecer os processos de formação dos gametas. No homem, a formação dos gametas acontece nos testículos. O processo de formação dessas células tem início com a proliferação das células germinativas desse órgão. Cada uma dessas células germinativas formará, ao final do processo A) um espermatozoide. B) dois espermatozoides. C) quatro espermatozoides. D) oito espermatozoides. E) dezesseis espermatozoides. (B120065G5) Esse item avalia a habilidade de reconhecer os processos de formação dos gametas masculinos. Para resolvê-lo, os estudantes devem identificar as fases da gametogênese masculina, assim como o quantitativo de células em cada uma delas. Para isso, os estudantes devem ter o conhecimento do processo como um todo, que inicia com apenas uma célula e sofre várias divisões mitóticas e meióticas, chegando à última fase, conhecida como espermiogênese, com quatro células chamadas espermátides. Além disso, os estudantes precisam identificar essa fase como a responsável pela conversão das espermátides em espermatozoides, identificando assim o quantitativo de quatro espermatozoides, alternativa C, gabarito do item. 38 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 10 Acima de 450 pontos »» Comparar, por meio de imagens, Briófitas e Pteridófitas, identificando características comuns aos dois grupos. »» Reconhecer, por meio de imagens, representantes de Pteridófitas e Angiospermas, identificando as aquisições evolutivas de um grupo em relação a outro. »» Classificar os protozoários de acordo com sua forma de locomoção. »» Concluir, a partir de situação experimental, a função dos vasos condutores de seiva nas plantas com sementes. »» Analisar gráficos referentes ao ponto de compensação fótico de duas espécies de plantas. »» Reconhecer diferentes tipos de nutrição das classes de vertebrados. »» Compreender as etapas e finalidades do processo de clonagem. »» Resolver situações-problema relacionadas à herança ligada ao sexo a partir da análise de heredograma. »» Resolver problemas que envolvem a Segunda Lei de Mendel. (B120100E4) O esquema abaixo mostra o cruzamento de dois fenótipos diferentes de sementes de ervilhas. Disponível em: <http://interna.coceducacao.com.br/ebook/content/pictures/2002-71-141-49-i001a.gif>. Acesso em: 21 jul. 2012. A probabilidade de germinar uma planta lisa e amarela ou verde e rugosa em F2 é A) 1/16 B) 2/16 C) 3/16 D) 9/16 E) 10/16 Esse item avalia a habilidade de resolver problemas que envolvem a Segunda Lei de Mendel. Para resolvê-lo, os estudantes devem ter o conhecimento prévio dos conceitos como mostrado no quadro abaixo. Os genótipos em negrito se referem às características pedidas no comando. cruzamento mostrado na imagem se refere à Segunda Lei RV Rv rV rv RV RRVV RRVv RrVV RrVv Rv RRVv RRvv RrVv Rrvv rV RrVV RrVv rrVV rrVv rv RrVv Rrvv rrVv rrvv Para concluir a resolução do item, os estudantes devem de Mendel por mostrar a herança simultânea de duas ca- reconhecer a regra de probabilidade que prevê que os va- racterísticas. lores correspondentes às características são somados caso de genética e saber diferenciar a Primeira Lei de Mendel da Segunda para aplicar seus conhecimentos na realização das operações. Esses estudantes devem reconhecer que o Para realizar o cruzamento e, consequentemente, iden- haja a conjunção “ou”. Nesse caso, os estudantes devem so- tificar a probabilidade do fenótipo pedido, os estudantes de- mar as probabilidades de a planta ser lisa e amarela (9/16) e vem inicialmente saber os genótipos da geração F1 para, en- de ser verde e rugosa (1/16). Partindo desse raciocínio, esses tão, realizar o cruzamento. Com a proporção dos genótipos estudantes identificam a alternativa E (10/16) como a correta do autocruzamento, os estudantes podem gerar o quadro e atingem a habilidade avaliada. que prevê os resultados esperados para a descendência, 39 PAEBES 2015 Revista Pedagógica ABAIXO DO BÁSICO - FÍSICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Até 250 pontos Níveis de desempenho 1 Até 250 pontos »» Reconhecer que a força responsável pela manutenção dos satélites em órbita em torno de planetas é regida pela Lei da Gravitação Universal de Newton. »» Representar circuitos reais e simples envolvendo resistores (como lâmpadas), fontes (como pilhas) e condutores, utilizando símbolos convencionais de representação. »» Reconhecer o dínamo como um artefato gerador de energia elétrica (corrente elétrica) a partir da conversão do trabalho mecânico. »» Reconhecer a dilatação térmica. 40 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (F120195E4) A imagem abaixo mostra uma barra de metal sendo aquecida por uma chama. À medida que a barra de metal é aquecida, ela tem seu comprimento aumentado. T0 ΔL L0 T = T0 + Δ T L Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/oitava_serie/Calor.php>. Acesso em: 6 maio 2013. Esse processo é chamado de A) capacidade térmica. B) condução térmica. C) convecção térmica. D) dilatação térmica. E) irradiação térmica. Esse item avalia a habilidade de o estudante reconhecer o aumento das dimensões de uma barra metálica devido ao fenômeno da dilatação térmica. Para resolver esse item, o estudante deve analisar o suporte e identificar que a barra, ao ser aquecida pela chama da vela, sofre um acréscimo ∆L em seu comprimento inicial e, portanto, seu comprimento final passou a ser L = L 0 + DL. Nesse sentido, para encontrar o gabarito, alternativa D, o avaliando deve reconhecer que esse aumento no comprimento da barra ocorre devido ao fenômeno da dilatação térmica. Os estudantes que optaram por essa alternativa demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. 41 PAEBES 2015 Revista Pedagógica BÁSICO - FÍSICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 250 a 325 pontos Níveis de desempenho 2 Nível 2 - De 250 a 275 pontos »» Reconhecer os riscos das descargas elétricas. »» Reconhecer as formas de proteção contra descargas elétricas, como o uso de para-raios, aterramentos e blindagens. »» Interpretar a grandeza física potência em aparelhos eletroeletrônicos, identificando o conceito de potência como energia por unidade de tempo. »» Compreender o princípio de funcionamento de agulhas magnéticas. »» Identificar as grandezas físicas voltagem e potência em aparelhos eletroeletrônicos. »» Identificar o deslocamento de um corpo a partir de dados fornecidos em tabela. »» Aplicar a convecção térmica na melhoria da eficiência de aparelhos como ar-condicionado. 42 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 A imagem abaixo representa uma bússola caseira, uma agulha imantada foi colocada sobre a água de forma que ela possa girar livremente. (F120215E4) Disponível em: <http://nautilus.fis.uc.pt/astro/hu/magn/images/imagem60.jpg>. Acesso em: 27 jan. 2013. A agulha se orienta na direção norte – sul devido à interação da agulha com o campo A) magnético da Terra. B) magnético da agulha. C) elétrico da Terra. D) elétrico da agulha. E) elétrico da água. Esse item avalia a habilidade de o estudante compreender o princípio de funcionamento da agulha magnética de uma bússola caseira. Para resolver esse item, o estudante deve compreender que a agulha da bússola é magnética e, portanto, interage com o campo magnético terrestre, alinhando-se ao longo da direção norte-sul, devido ao fato de o polo norte magnético da agulha ser atraído pelo polo sul magnético do planeta Terra, assim como o polo sul magnético da agulha é atraído pelo polo norte magnético da Terra. Logo, os estudantes que assinalaram a alternativa A, o gabarito, demonstraram compreender a interação que ocorre entre a agulha magnética de uma bússola e o campo magnético terrestre. 43 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 3 De 275 a 300 pontos »» Reconhecer as propriedades dos materiais magnéticos, como ímãs. »» Reconhecer a configuração das forças de atração e repulsão magnéticas de materiais magnéticos. »» Reconhecer as características básicas dos movimentos retilíneos. »» Reconhecer que um objeto em movimento retilíneo uniforme movimenta-se sempre na mesma direção, no mesmo sentido e com velocidade constante. »» Aplicar a Lei de Ohm em um circuito em série. »» Reconhecer os conceitos de massa e peso de um corpo. »» Identificar a unidade de medida de potência no Sistema Internacional. Os aparelhos elétricos apresentam especificações para facilitar o seu uso e manuseio de maneira correta sem causar danos. Algumas especificações são para segurança e trazem informações ao consumidor sobre o aparelho. Observe no quadro abaixo algumas grandezas. (F120569E4) Aparelho Grandeza 1 Grandeza 2 Grandeza 3 Televisão 45 W 110 – 220 V 60 Hz Secador de cabelo 1 900 W 110 V 50 – 60 Hz Chapinha cabelo 36 – 41 W 110 – 220 V 50 – 60 HZ Chuveiro 5 500 – 6 800 W 127 – 220 V 60 Hz Computador 500 W 127 V 60 Hz Disponível em: <http://goo.gl/pdq0C1>. Acesso em: 28 nov. 2014. *Adaptado para fins didáticos. A grandeza 1 é denominada A) corrente elétrica. B) frequência. C) potência. D) resistência elétrica. E) tensão elétrica. Esse item avalia a habilidade de reconhecer a unidade de medida, de acordo com o Sistema Internacional de Unidades, da grandeza física potência elétrica. Para resolvê-lo, o avaliando deve identificar que a unidade de medida, apresentada no suporte do item, para a grandeza 1 é o watt (W). A partir dessa informação, ele deve reconhecer que essa é a unidade de medida da grandeza física potência elétrica e, portanto, a grandeza 1 traz informações sobre a potência dos aparelhos. Os estudantes que marcaram a opção C, o gabarito, demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. 44 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 4 De 300 a 325 pontos »» Reconhecer que a transferência de calor se dá de um corpo à temperatura mais alta para outro à temperatura mais baixa. »» Reconhecer as aplicações práticas cotidianas dos processos de troca de calor. »» Reconhecer as características de uma grandeza vetorial. »» Reconhecer o princípio de funcionamento de uma usina termoelétrica. (F120043G5) Leia o texto abaixo. [...] a primeira etapa consiste na queima de um combustível fóssil, como carvão, óleo ou gás, transformando a água em vapor com o calor gerado na caldeira. A segunda consiste na utilização deste vapor, em alta pressão, para girar a turbina, que por sua vez, aciona o gerador elétrico. Na terceira etapa, o vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia térmica para um circuito independente de refrigeração, retornando a água à caldeira, completando o ciclo. A potência mecânica obtida pela passagem do vapor através da turbina – fazendo com que esta gire – e no gerador – que também gira acoplado mecanicamente à turbina – é que transforma a potência mecânica em potência elétrica. A energia assim gerada é levada através de cabos ou barras condutoras, dos terminais do gerador até o transformador elevador, onde tem sua tensão elevada para adequada condução, através de linhas de transmissão, até os centros de consumo. Daí, através de transformadores abaixadores, a energia tem sua tensão levada a níveis adequados para utilização pelos consumidores. [...] Disponível em: <http://goo.gl/7BT22F>. Acesso em: 14 abr. 2015. Fragmento. A descrição desse texto refere-se a qual tipo de obtenção de energia elétrica? A) B) C) D) E) À usina termelétrica. À usina nuclear. À usina hidrelétrica. Ao parque eólico. Ao parque solar. Esse item avalia a habilidade de reconhecer o princípio de funcionamento da usina termelétrica. Para resolver esse item, o estudante deve extrair do texto informações sobre as características dessa fonte de obtenção de energia elétrica que lhe darão pistas para reconhecer o tipo de usina. Com apenas duas informações contidas no texto, tais como: o tipo de combustível utilizado, nesse caso queima de combustível fóssil, e a utilização de vapor de água para girar as turbinas, é possível perceber que se trata de usinas termelétricas. Esse resultado encontra-se na alternativa A, portanto, aqueles que optaram por essa resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. 45 PAEBES 2015 Revista Pedagógica PROFICIENTE - FÍSICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 325 a 375 pontos Níveis de desempenho 5 De 325 a 350 pontos »» Representar circuitos elétricos em série com diferentes componentes, tais como: interruptores, fontes, resistores, etc. »» Distinguir os conceitos de calor e temperatura. »» Aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica em uma expansão térmica de um gás. »» Reconhecer o combustível utilizado em usinas nucleares para obtenção de energia. 46 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (F120044G5) O esquema abaixo mostra as etapas de funcionamento de uma usina nuclear. Disponível em: <http://www.biodieselbr.com/i/energia/nuclear/reator-nuclear-agua.jpg>. Acesso em: 14 abr. 2014. De acordo com esse esquema, o principal combustível usado na usina nuclear para obtenção de energia é A) cana-de-açúcar. B) carvão mineral. C) metano. D) petróleo. E) urânio. Esse item avalia a habilidade de identificar o combustível utilizado em usinas nucleares. O estudante deve ser capaz de identificar um elemento radioativo como fonte primária de obtenção de energia nesses tipos de usinas. Para resolvê-lo, o estudante deve reconhecer que, no processo de obtenção de energia nas usinas nucleares, a energia resultante da fissão nuclear de elementos radioativos é transformada em energia elétrica através dos processos apresentados no suporte do item. Portanto, para encontrar o gabarito, o avaliando deve identificar a alternativa que contém um material radioativo. Assim, entre as alternativas apresentadas, o urânio é o material radioativo utilizado para obtenção de energia elétrica em usinas nucleares. Portanto, os estudantes que assinalaram a alternativa E demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item. 47 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 6 De 350 a 375 pontos »» Reconhecer materiais bons e maus condutores de eletricidade. »» Reconhecer processos de carga e descarga de materiais condutores de eletricidade. »» Reconhecer o uso da radiação eletromagnética de baixa potência, como o raio X, em situações práticas da área médica. »» Reconhecer propriedades dos materiais quanto ao uso da radiação eletromagnética. »» Reconhecer fenômenos eletrostáticos presentes no cotidiano. »» Calcular a corrente elétrica em circuitos simples, constituídos de artefatos do cotidiano, dados a tensão e a resistência. »» Reconhecer parâmetros de tensão e potência de artefatos do cotidiano a partir das indicações desses parâmetros. »» Reconhecer a necessidade da presença de uma fonte luminosa para o objeto iluminado ser visto por um observador. »» Aplicar o Princípio de Propagação Retilínea da Luz. »» Reconhecer as unidades de medida de distância e de massa no Sistema Internacional. »» Reconhecer a unidade de medida de carga no Sistema Internacional. »» Reconhecer a unidade de medida de campo elétrico no Sistema Internacional. »» Reconhecer a unidade de medida de força no Sistema Internacional. »» Aplicar a relação entre potência, voltagem e corrente elétrica. »» Calcular a velocidade média de um móvel a partir de informações de posição e tempo. »» Calcular o módulo da aceleração de um móvel em uma situação na qual são conhecidos os módulos da velocidade instantânea em um dado intervalo de tempo. »» Compreender as transformações de energia que ocorrem em cada etapa do processo de produção energética nas usinas hidrelétricas. Um corredor amador de motocicleta tenta percorrer um trecho da pista em movimento retilíneo uniforme. Ele parte da posição inicial de 5 km e chega à posição final de 35 km em 0,5 h. A velocidade média na unidade de medida km/h nesse percurso é de (F120561E4) A) 15. B) 20. C) 30. D) 35. E) 60. Esse item avalia a habilidade de calcular a velocidade O estudante deve extrair a informação de posição ini- média de um móvel, a partir de informações sobre o tempo cial (5 km) e final (35 km) no enunciado do item, e, assim, de duração do movimento e as posições final e inicial. substituir os valores juntamente com o tempo de duração Para resolver esse item, o avaliando deve ser capaz de efetuar o cálculo da velocidade média a par- (0,5 h) na equação anterior, para então executar o seguinte cálculo: . tir da equação, Esse resultado encontra-se na alternativa E, portanto os es- média, , onde Vmed é a velocidade é o deslocamento do objeto calculado por tudantes que marcaram essa opção de resposta demonstra- e ram ter desenvolvido a habilidade de calcular a velocidade para executar o deslocamento. o tempo levado média de um objeto em movimento. 48 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 AVANÇADO - FÍSICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Acima de 375 pontos Níveis de desempenho 7 De 375 a 400 pontos »» Comparar temperaturas nas escalas Celsius e Kelvin, realizando transformações de unidades entre uma e outra. »» Aplicar a Primeira Lei da Termodinâmica na transformação térmica isovolumétrica de um gás. »» Caracterizar a luz como radiação eletromagnética. »» Reconhecer que a cor de um objeto é resultado da absorção e reflexão de determinadas frequências da luz. »» Aplicar o Princípio da Conservação da Quantidade de Movimento na resolução de problemas. »» Reconhecer o efeito de campos elétricos e magnéticos sobre cargas elétricas em movimento. »» Reconhecer o modelo heliocêntrico como um modelo de descrição do Sistema Solar. »» Reconhecer a potência elétrica de aparelhos eletrodomésticos como componente importante para o consumo de energia elétrica. »» Reconhecer o motor como conversor de energia elétrica em trabalho e calor. »» Realizar operações com grandezas vetoriais identificando o módulo, a direção e o sentido do vetor resultante. »» Calcular a corrente máxima suportada por um disjuntor a ser instalado em um circuito com a finalidade de proteção. »» Identificar o fenômeno ondulatório da refração. »» Interpretar a grandeza física voltagem em aparelhos eletroeletrônicos, identificando o conceito de voltagem como energia por unidade de carga. »» Reconhecer as unidades de medida de massa e peso no Sistema Internacional. 49 PAEBES 2015 Revista Pedagógica (F120021G5) A imagem abaixo mostra um exemplo de processo termodinâmico que ocorre sem a variação do volume. V = cte P1 = P P2 = 2P T1 = T T2 = 2T Disponível em: <http://www.profpc.com.br/gases.htm>. Acesso em: 16 abr. 2015. De acordo com essa imagem e considerando a 1° Lei da Termodinâmica, em um processo termodinâmico com volume constante, a grandeza termodinâmica A) Q = 0. B) W = Q. C) ΔU = 0. D) ΔU = Q. E) ΔU = – W. Esse item avalia a habilidade de aplicar a Primeira Lei em que é a variação da energia interna do gás durante da Termodinâmica em um processo térmico isovolumétri- o processo, co, ou seja, processos em que o volume do gás é mantido formação termodinâmica, o trabalho é nulo uma vez que o constante enquanto as outras variáveis termodinâmicas são volume se manteve constante, é fácil perceber esse resulta- modificadas. do a partir da equação Para resolver o item, o estudante deve perceber no é o calor e τ é o trabalho. Nesse tipo de trans- da Primeira Lei se torna, . Nesse caso, a equação . enunciado e no suporte do item que se trata de um processo Portanto, aqueles que marcaram a alternativa D, o gabarito, isovolumétrico e, a partir dessa informação, aplicar a equa- demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo ção referente à Primeira Lei da Termodinâmica, , item. 50 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 8 De 400 a 425 pontos »» Identificar materiais classificados como bons ou maus condutores térmicos em função dos seus usos em diferentes situações. »» Reconhecer o conceito de calor específico. »» Reconhecer que um fio condutor percorrido por uma corrente elétrica cria um campo magnético a seu redor e, com isso, gira uma agulha magnética colocada não perpendicularmente em suas proximidades. »» Relacionar força e variação de velocidade para movimentos de objetos sob a ação de forças constantes. »» Reconhecer grandezas físicas vetoriais. »» Calcular o consumo energético em aparelhos eletrônicos. »» Aplicar a Segunda Lei de Newton em situações com mais de um corpo. »» Reconhecer as formas de propagação do calor (condução, convecção e irradiação). Um chuveiro elétrico tem potência igual a 3 500 W. Ana utiliza esse chuveiro 30 minutos por dia. Sendo R$ 0,40 o valor de cada kWh, qual o valor que Ana paga ao utilizar esse chuveiro durante 30 dias? (F120180E4) A) R$ 21,00 B) R$ 12,00 C) R$ 3,50 D) R$ 1,75 E) R$ 0,70 A habilidade avaliada por esse item é a de calcular o valor a ser pago na conta de energia elétrica pela utilização de um aparelho eletrodoméstico. Nesse item, o avaliando deve ser capaz de relacionar as informações sobre a potência do aparelho, o tempo de utilização e o valor de cada kWh de energia gasto. Para resolver o item, o estudante deve utilizar a equação que é a energia em kWh, consumida durante o intervalo de tempo horas, e , em , em é a potência do aparelho em kW. Utilizando a equação acima . De posse do valor para a energia gasta durante os 30 dias de uso do aparelho, o estudante deve multiplicar o valor de cada kWh cobrado pela concessionária de energia pela quantidade de kWh utilizados no período, ou seja, . Portanto, Ana gastou 12,00 reais pela utilização do chuveiro durante esses 30 dias. Esse resultado encontra-se na alternativa B e os estudantes que a assinalaram evidenciaram que desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. 51 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 9 De 425 a 450 pontos »» Identificar as diferentes forças atuando sobre objetos, em condições estáticas ou dinâmicas. »» Distinguir massa e peso. »» Reconhecer as alterações de peso relacionadas às alterações da gravidade. »» Calcular o peso de um corpo em ambiente de gravidade diferente ao da Terra. »» Calcular a quantidade máxima de lâmpadas que podem ser ligadas simultaneamente em um circuito protegido por um fusível. »» Calcular o rendimento máximo de uma máquina térmica. »» Identificar o fenômeno ondulatório da reflexão. »» Reconhecer a dilatação anômala da água. »» Aplicar a relação entre as grandezas elétricas potência, corrente e resistência. (F120015G5) Um resistor, cujo valor da resistência elétrica é R = 15 Ω, é percorrido por uma corrente elétrica i = 3 A. A potência elétrica dissipada por esse resistor é A) 675 W. B) 135 W. C) 45 W. D) 5 W. E) 3 W. A habilidade avaliada por esse item é a de relacionar as grandezas elétricas corrente, potência e resistência. O estudante deve ser capaz de aplicar a equação que relaciona esses três parâmetros, ou seja, utilizar a equação da Lei de Ohm, juntamente com a equação da potência , chegando à relação . Para resolver esse item, o estudante deve substituir os valores de R e i na equação obtida acima para encontrar a potência do resistor. Dessa forma, . Essa resposta encontra-se na alternativa B e aqueles estudantes que marcaram essa opção de resposta demonstraram saber relacionar as grandezas físicas potência, corrente elétrica e resistência. 52 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 10 Acima 450 pontos »» Utilizar a conservação de energia mecânica (cinética mais potencial) em problemas práticos. »» Relacionar frequência, período, comprimento de onda, velocidade de propagação e amplitude de uma onda. »» Reconhecer a Primeira Lei da Termodinâmica como consequência do Princípio da Conservação da Energia. »» Reconhecer a Lei de Faraday no funcionamento de usinas hidrelétricas, termelétricas e eólicas. »» Calcular a velocidade angular do movimento de um corpo em situações em que é conhecida a frequência do movimento. »» Aplicar a Segunda Lei de Newton em um corpo sob a ação de duas forças ortogonais entre si. »» Extrair o valor do comprimento de onda na representação gráfica de uma onda e calcular a velocidade de propagação e frequência dessa onda. »» Aplicar a Lei da Gravitação Universal. »» Reconhecer as características de grandezas escalares. »» Aplicar o Teorema da Energia Cinética. (F120058G5) Um objeto de massa 1 kg é lançado por uma mola sobre uma rampa sem atrito, em um local onde a aceleração da gravidade vale 10 m/s2. Essa mola possui constante elástica de 200 N/m. A altura máxima atingida por esse objeto foi 2,5 m. Qual era a deformação x da mola no momento do lançamento? A) B) C) D) E) 0,25 m 0,35 m 0,50 m 1m 4m A habilidade avaliada por esse item é a de aplicar o Princípio da Conservação da Energia Mecânica. O estudante deve ser capaz de compreender que, em um sistema em que as forças externas que agem sobre ele são forças conservativas, a energia mecânica desse sistema é constante, ou seja, não varia. Nesse caso, o enunciado diz que o sistema está livre de atrito e sujeito apenas às forças gravitacionais e elásticas, que são exemplos clássicos de forças conservativas, logo o Princípio da Conservação da Energia é válido. Para resolver esse item, o avaliando deve igualar a energia mecânica do objeto, calculada imediatamente antes de ser lançado (ponto 1), à energia mecânica . A energia quando o objeto atinge a altura máxima (ponto 2), ou seja, mecânica no ponto 1 apresenta-se na forma de energia potencial elástica devido , enquanto que no ponto 2 a energia à deformação da mola, portanto mecânica se apresenta na forma de energia potencial gravitacional, uma vez que na altura máxima o objeto encontra-se parado, portanto . Igualando as , isolando a variável de interesse, ou energias encontradas obtém-se seja, a deformação x da mola encontra-se , substituindo os valores for- necidos no enunciado do item, encontra-se o valor da deformação da mola no mo. mento do lançamento como sendo Essa resposta é encontrada na alternativa C e os estudantes que a assinalaram evidenciaram ter desenvolvido a habilidade avaliada por esse item. 53 PAEBES 2015 Revista Pedagógica ABAIXO DO BÁSICO - QUÍMICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Até 250 pontos Níveis de desempenho 1 Até 250 pontos »» Reconhecer o símbolo do elemento químico a partir do nome. »» Reconhecer as propriedades dos metais referentes à condução de calor e de eletricidade. »» Identificar as substâncias poluidoras da atmosfera que provocam a chuva ácida. »» Identificar o nome da substância orgânica presente no vinagre. »» Identificar o agente poluidor responsável pelo aquecimento global. 54 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (Q120107G5) Leia o texto abaixo. Uma porção da radiação solar é absorvida pela natureza, e outra é liberada. Graças ao efeito estufa da atmosfera terrestre, uma boa parte dessa energia solar fica retida na Terra. Não fosse tal fenômeno, a temperatura média de nosso planeta seria de -19 °C. Então, esse fenômeno é uma coisa boa e mantém a vida em nosso planeta, desde que haja um equilíbrio entre a quantidade de calor que entra e a que sai. O problema do efeito estufa começa quando a atmosfera retém mais calor e, como consequência, aumenta a temperatura da Terra além do normal - é o famoso aquecimento global. Isso acontece por causa da emissão de gases em excesso, através de indústrias e carros, por exemplo. [...] Disponível em: <http://bit.ly/1GyLIsf>. Acesso em: 30 abr. 2015. Fragmento. Um dos principais causadores do problema citado nesse texto é o A) gás amônia. B) gás carbônico. C) gás cloro. D) gás etano. E) gás oxigênio. Esse item avalia a habilidade de identificar o agente poluidor responsável pelo aquecimento global. Para respondê-lo, os estudantes devem reconhecer que a maioria dos veículos automotores como os carros são movidos a gasolina e a óleo diesel, combustíveis derivados do petróleo e constituídos basicamente de hidrocarbonetos, que, ao sofrerem combustão, levam à formação do gás dióxido de carbono. E o crescente aumento da concentração desse poluente na atmosfera se deve também às indústrias e, em menor grau, às queimadas de florestas, sendo assim, um dos grandes responsáveis pelo aquecimento global. Esse resultado encontra-se na alternativa B e os estudantes que optaram por essa resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada. 55 PAEBES 2015 Revista Pedagógica BÁSICO - QUÍMICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 250 a 325 pontos Níveis de desempenho 2 De 250 a 275 pontos »» Relacionar, por meio de dados apresentados em gráfico, a solubilidade das substâncias à variação da temperatura. »» Reconhecer, por meio de imagens, um sistema como mistura homogênea ou heterogênea. »» Classificar a cadeia carbônica de um composto, quanto à ligação entre os átomos de carbono. 56 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (Q120289E4) Observe a imagem abaixo. OH Esse composto possui A) aromaticidade. B) cadeia fechada. C) duas ramificações. D) heteroátomo. E) ligações insaturadas. Esse item avalia a habilidade de classificar a cadeia carbônica de um composto orgânico quanto à ligação entre os átomos de carbono. Uma habilidade importante, pois contribui para a capacidade de identificar e caracterizar as substâncias orgânicas. Para encontrar o gabarito, os estudantes devem analisar a fórmula estrutural do composto orgânico, representado pela imagem, segundo um dos critérios para classificação de cadeias carbônicas, verificando que o composto apresenta três duplas ligações entre os átomos de carbono. Portanto, caracteriza-se como uma cadeia insaturada. Nesse sentido, aqueles que optaram pela alternativa E desenvolveram a habilidade avaliada. 57 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 3 De 275 a 300 pontos »» Reconhecer o papel do cloreto de sódio como inibidor do processo de deterioração dos alimentos. »» Identificar as equações que representam as reações químicas de formação de substâncias que tornam a chuva ácida. »» Reconhecer o número atômico de um elemento a partir de uma situação-problema. »» Identificar o grupo funcional da função álcool de um composto orgânico. »» Calcular a concentração de cálcio em g/L, presente em um copo de leite desnatado, dado o volume em litros. O cálcio é um dos elementos mais abundantes presentes no corpo humano e encontrado principalmente nos ossos e dentes. Para suprir a quantidade diária de cálcio, um adulto necessita de 3 copos de leite, com o intuito de prevenir a osteoporose e diabetes tipo 2. Um copo de 0,2 L de leite desnatado apresenta 0,25 g de cálcio. A concentração de cálcio no leite desnatado, em g/L, presente em um copo é (Q120158G5) A) 0,00625. B) 0,0312. C) 0,0936. D) 1,25. E) 3,75. Esse item avalia a habilidade de calcular a concentração de cálcio em g/L, presente em um copo de leite desnatado. Para encontrar o gabarito, alternativa D, os avaliandos devem primeiramente identificar na situação-problema o valor de massa de cálcio, igual a 0,25 g, presente em um copo com um volume de 0,2 L de leite desnatado, com o intuito de calcular a concentração de cálcio como demonstrado abaixo: C = m : C = 0,25 = 1,25 g/L. V 0,2 58 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 4 De 300 a 325 pontos »» Reconhecer os nomes das substâncias orgânicas presentes em materiais usados no cotidiano. »» Identificar, por meio de fórmula, a ligação covalente como um tipo de ligação que une átomos de ametais em um composto. »» Identificar, por meio dos valores do pH, o caráter ácido ou básico de um material. »» Calcular, a partir de dados sobre a concentração da solução dispostos em uma tabela de dupla entrada, a quantidade de soluto dissolvido em gramas e em mol por determinado volume. »» Identificar substâncias e misturas a partir da descrição dos materiais. »» Calcular o valor das massas de reagentes e produtos de acordo com as leis de conservação e proporcionalidade de massa. »» Reconhecer a ocorrência de uma reação química pela liberação de gases. »» Reconhecer a propriedade de eletronegatividade pela posição do elemento na Tabela Periódica. »» Reconhecer a propriedade de ponto de ebulição alto para substâncias metálicas. 59 PAEBES 2015 Revista Pedagógica (Q120088G5) Leia o texto abaixo. A ligação metálica é a que se estabelece entre os metais. [...] Como os metais são formados por átomos do mesmo tipo, a fórmula das substâncias metálicas é representada pelo próprio símbolo do elemento, como por exemplo, a fórmula da substância prata é Ag, da substância ferro é Fe, da substância ouro é Au, e assim por diante. A ligação metálica não possui fórmula eletrônica. [...] Disponível em: <http://educacao.globo.com/quimica/assunto/ligacoes-quimicas/ligacao-metalica.html>. Acesso em: 20 abr. 2015. Fragmento. As substâncias citadas nesse texto caracterizam-se por A) serem pouco resistentes à tração. B) serem pouco maleáveis. C) serem opacas e quebradiças. D) possuírem baixa condutividade térmica. E) possuírem altos pontos de ebulição. Esse item avalia a habilidade de identificar a propriedade de ponto de ebulição elevado para as substâncias metálicas. Para resolver esse item, os estudantes devem reconhecer que as substâncias com ligação metálica como a prata e o ferro, exemplificadas no texto, são constituídas de um retículo cristalino dos metais sólidos, que consistem em grupamentos de cátions fixos, rodeados por um verdadeiro mar de elétrons livres. E devido à presença desse mar de elétrons, os átomos metálicos se mantêm altamente unidos, o que explica os altos pontos de fusão e ebulição destas substâncias. Tal conclusão é apresentada na alternativa E, portanto, os estudantes que escolheram essa opção de resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada. 60 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 PROFICIENTE - QUÍMICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 De 325 a 375 pontos Níveis de desempenho 5 De 325 a 350 pontos »» Resolver problemas relacionando dados relativos à concentração das soluções. »» Identificar, a partir da análise de um gráfico, o catalisador como fator que altera a velocidade reacional. 61 PAEBES 2015 Revista Pedagógica O gráfico abaixo apresenta dois caminhos (I e II) possíveis para a reação de formação do ácido sulfúrico (H2SO4). (Q120162G5) Entalpia I II H2SO3 + +3 Caminho I - Sem Fe Caminho II - Com Fe+3 1 O 2 2 H2SO4 Caminhos da reação Disponível em: <http://blogdoenem.com.br/apostilas/quimica-web-resources/image/aula16_fig009_fmt.jpeg>. Acesso em: 17 jun. 2015. A diferença na velocidade reacional dos caminhos representados nesse gráfico deve-se ao fator A) catalisador. B) concentração dos reagentes. C) energia de ativação. D) pressão. E) temperatura. Esse item avalia a habilidade de identificar, a partir da análise de um gráfico, o catalisador como fator que altera a velocidade reacional. Para encontrar o gabarito, alternativa A, os estudantes devem analisar graficamente os dois caminhos (I e II) possíveis para a reação de formação do ácido sulfúrico. Verificando que o caminho II, com a presença do íon metálico Fe+3, apresenta um caminho alternativo que exige menor energia de ativação comparado ao caminho I, fazendo com que a reação se processe de maneira mais rápida. Assim, os avaliandos reconhecem que o íon metálico Fe+3 atua como catalisador, já que esta substância foi a responsável por esta diferença na velocidade da reação química. 62 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 6 De 350 a 375 pontos »» Calcular a concentração percentual em massa, em termos de quantidade de massa do soluto em 100 g de solução. »» Resolver problemas que envolvem o conceito de diluição. »» Reconhecer o papel das enzimas ao acelerar uma reação, diminuindo a energia de ativação. »» Calcular, por meio de dados de concentração dos reagentes e do tempo de reação, a velocidade média de uma reação. »» Reconhecer uma reação de neutralização de uma base sobre o ácido estomacal, por meio de uma descrição. »» Reconhecer as fórmulas de ácidos e bases em uma equação química que representa uma reação de neutralização. »» Relacionar a característica ácida ou básica do meio, de acordo com a cor do indicador e o valor do pH. »» Identificar, por meio da representação do modelo de Dalton, substâncias simples e compostas. »» Relacionar os modelos atômicos à composição do átomo. »» Determinar o número de prótons, elétrons e nêutrons a partir da representação de uma espécie química. »» Nomear, a partir de representações por fórmulas estruturais condensadas, compostos orgânicos de acordo com a IUPAC. »» Interpretar, por meio de gráfico, fenômenos químicos de acordo com os valores de entalpia. »» Calcular a variação de entalpia em processos endotérmicos e exotérmicos por meio de dados representados no gráfico. »» Reconhecer o processo de funcionamento da eletrólise. »» Identificar uma equação química que representa uma reação de oxidação e redução, reconhecendo as fórmulas dos compostos químicos. (Q120286E4) A passagem de corrente elétrica em uma substância iônica no estado de fusão ou a passagem elétrica através de um líquido condutor são processos químicos não espontâneos. Esses processos são conhecidos como A) pilha. B) galvanização. C) eletrólise. D) bateria. E) anodização. Esse item avalia a habilidade de reconhecer o processo de funcionamento da eletrólise. elétrica através do sistema, para produzir as reações químicas. Assim, verifica-se que essas são condições necessárias Para respondê-lo, os avaliandos devem identificar que, para o funcionamento do processo denominado eletrólise. nos processos químicos não espontâneos descritos na si- Esse resultado é apresentado na alternativa C, os estudan- tuação-problema, as substâncias estão fundidas ou em tes que optaram por essa alternativa demonstraram ter de- solução aquosa, o que favorece a passagem de corrente senvolvido a habilidade avaliada. 63 PAEBES 2015 Revista Pedagógica AVANÇADO - QUÍMICA 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 Acima de 375 pontos Níveis de desempenho 7 De 375 a 400 pontos »» Calcular, por meio de dados obtidos na Tabela Periódica, de fórmulas ou equações químicas, as quantidades em mol das substâncias. »» Representar o processo de combustão e de fotossíntese por meio de equação química. »» Identificar as fórmulas estruturais dos compostos, a partir das classificações de suas cadeias carbônicas. »» Associar a função orgânica ao grupo funcional presente na fórmula estrutural do composto. »» Reconhecer através da presença dos halogênios Cloro e Flúor nas moléculas orgânicas os compostos orgânicos CFC. »» Reconhecer, por meio do modelo de elétrons livres, a condução de eletricidade nos metais. »» Identificar os coeficientes de uma equação química de acordo com a conservação dos átomos. »» Identificar, a partir dos valores de entalpia, as equações químicas endotérmicas. »» Reconhecer a constituição e a propriedade térmica do material metálico dado na imagem. 64 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 (Q120037G5) A melatonina é o hormônio responsável pela regulação do sono. Com o cair da noite, em um ambiente tranquilo e de pouca luz, a glândula pineal (localizada no centro do cérebro) dá início à produção desse hormônio. Sua fórmula estrutural está representada abaixo. H3 C O HN HN CH 3 O Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/14/Melatonin2.svg>. Acesso em: 15 nov. 2014. Uma função orgânica presente nessa substância é A) a amida. B) a cetona. C) a nitrila. D) o éster. E) o fenol. Esse item avalia a habilidade de associar a função orgânica ao grupo funcional presente na fórmula estrutural da substância química. Para resolvê-lo, os estudantes devem identificar uma função nitrogenada presente na estrutura química do hormônio melatonina. Assim, associar corretamente a presença de um átomo de nitrogênio ligado diretamente ao grupo carbonila à função amida, representada pelo grupo funcional: Tal resultado é apresentado na alternativa A e os estudantes que escolheram essa opção de resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada. 65 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 8 De 400 a 425 pontos »» Reconhecer uma reação de neutralização ácido-base por meio da equação que representa a formação de H2O a partir de H+ e de OH-. »» Identificar o nome das famílias dos elementos químicos. »» Calcular o pH (ou pOH) de uma solução, dado a concentração ou o potencial hidrogeniônico. »» Reconhecer a superfície de contato como um dos fatores que afetam a velocidade de um material. »» Reconhecer a pilha de Daniell através de uma imagem. »» Calcular, a partir da massa, a quantidade de matéria da substância. A chuva ácida é um fenômeno climático que traz graves consequências para as regiões onde ela acontece. Um dos gases que contribui fortemente para sua formação é o dióxido de enxofre (SO2), liberado a partir da queima de combustíveis fósseis. Qual a quantidade de matéria, em mol, presente em 180 g de dióxido de enxofre? A) 0,35 Dados: B) 0,53 M.A. (g/ mol): S = 32; C) 1,87 O = 16 D) 2,81 E) 3,75 (Q120010G5) Esse item avalia a habilidade de calcular, a partir da massa, a quantidade de matéria de uma substância. Para encontrar o gabarito, alternativa D, os estudantes devem primeiramente calcular a massa molar do gás dióxido de enxofre (SO2), a partir das massas atômicas dos elementos dados no quadro. Em seguida, relacionar estequiometricamente a quantidade de matéria com a massa, através de um cálculo demonstrado abaixo: Massa Molar do SO2 = 32 + 2 x 16 = 64 g/mol. x mol ___ 180 g SO2 1 mol ___ 64 g x = 2,81 mol de SO2. 66 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Níveis de desempenho 9 De 425 a 450 pontos »» Calcular, por meio de gráfico, de equações termoquímicas e da aplicação da Lei de Hess, a quantidade de calor envolvida em uma reação química. »» Diferenciar partículas alfa, beta e gama. »» Identificar características do equilíbrio químico. »» Identificar o fenômeno físico fusão como endotérmico. »» Classificar uma solução como saturada, insaturada e supersaturada de acordo com o coeficiente de solubilidade, dado pela imagem. »» Reconhecer o gráfico que representa a cinética do consumo de reagentes de uma reação química. »» Reconhecer que o número de mol é a relação estequiométrica de uma equação química. »» Verificar uma característica do processo de oxidação de uma situação-problema. »» Calcular a concentração de uma solução em g/L, dado o volume em mL. (Q120241E4) Leia o texto abaixo. Gelo da Groenlândia e Antártica derrete cada vez mais depressa As geleiras da Antártica e da Groenlândia, as maiores do mundo, estão derretendo cada vez mais rapidamente, respondendo por um quinto da elevação do nível dos oceanos registrada nos últimos 20 anos. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/ciencia/gelo-da-groenlandia-antartica-derrete-cada-vez-mais-depressa-6879796>. Acesso em: 5 dez. 2012. Fragmento. Nesse texto, o processo físico descrito é A) endotérmico. B) exotérmico. C) isobárico. D) isotérmico. E) isovolumétrico. Esse item avalia a habilidade de os estudantes identificarem o processo físico fusão como endotérmico. Para encontrar o gabarito, alternativa A, eles devem primeiramente associar o fenômeno descrito no texto sobre o derretimento das geleiras da Antártida e da Groenlândia ao processo físico fusão, que consiste na transformação do estado sólido para o líquido. Em seguida, os avaliandos precisam reconhecer que para este fenômeno ocorrer deve haver absorção de calor, sendo assim, considerado um processo físico endotérmico. 67 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Níveis de desempenho 10 Acima de 450 pontos »» Relacionar a localização dos elementos em seus grupos da Tabela Periódica com o número de elétrons em seu último nível de energia. »» Aplicar o princípio de Le Chatelier em situação-problema. »» Identificar ligações iônicas, covalentes e metálicas. »» Usar modelo de ligação metálica para explicar o comportamento dos metais. »» Identificar o anodo e o catodo de uma pilha de Daniell. »» Identificar a fusão que ocorre no interior do Sol. »» Calcular a diferença de potencial de uma pilha, a partir dos potenciais de redução. »» Calcular, a partir das entalpias de formação, a variação de entalpia de uma reação química. »» Calcular, a partir dos valores de energia de ligação dada em uma tabela, a variação de entalpia das reações químicas. »» Identificar o elemento de maior raio atômico do quarto período da Tabela Periódica, dispostos em uma tabela. »» Reconhecer, por meio da representação do modelo ou das observações do experimento, os modelos atômicos. »» Calcular, a partir do número de moléculas, a quantidade de matéria da substância. (Q120297E4) Observe a imagem abaixo. Disponível em: <http://www.vestibulandoweb.com.br/quimica/teoria/modelo-atomico.asp>. Acesso em: 21 maio 2013. Nessa imagem, algumas partículas alfa sofreram desvios de trajetória ao atravessar a lâmina. Essa e outras observações foram feitas durante o experimento de A) Bohr. B) Dalton. C) Lavoisier. D) Rutherford. E) Thomson. Esse item avalia a habilidade de reconhecer, por meio das observações de um experimento, o modelo atômico. Para respondê-lo, os estudantes devem analisar a imagem que representa o experimento do modelo, o qual mostra que a maioria das partículas alfa (α), emitidas do material radioativo polônio, atravessaram a finíssima lâmina de ouro e algumas delas foram desviadas, comprovando que os átomos não poderiam ser maciços. Assim, identificariam que este experimento trata-se do modelo de Rutherford. Tal conclusão é apresentada na alternativa D e os estudantes que marcaram esta opção de resposta demonstraram ter desenvolvido a habilidade avaliada. 68 4 COMO SÃO APRESENTADOS OS RESULTADOS DO PAEBES? Realizado o processamento dos testes, ocorre a divulgação dos resultados obtidos pelos estudantes. PAEBES 2015 Revista Pedagógica O processo de avaliação em larga escala não acaba quando os resultados chegam à escola. Ao contrário, a partir desse momento toda a escola deve analisar as informações recebidas, para compreender o diagnóstico produzido sobre a aprendizagem dos estudantes. Em continuidade, é preciso elaborar estratégias que visem à garantia da melhoria da qualidade da educação ofertada pela escola, expressa na aprendizagem de todos os estudantes. Para tanto, todos os agentes envolvidos – gestores, professores, famílias – devem se apropriar dos resultados produzidos pelas avaliações, incorporando-os à discussão sobre as práticas desenvolvidas pela escola. O encarte de divulgação dos resultados da escola traz uma sugestão de roteiro para a leitura dos resultados obtidos pelas avaliações do PAEBES. Esse roteiro pode ser usado para interpretar os resultados divulgados no Portal da Avaliação http:// www.paebes.caedufjf.net/ e no encarte Escola à vista! 70 5 COMO A ESCOLA PODE SE APROPRIAR DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO? Apresentamos, a seguir, um Estudo de Caso de apropriação dos resultados da avaliação externa. Este estudo representa uma das diversas possibilidades de trabalho com os resultados, de acordo com a realidade vivida pela comunidade escolar. PAEBES 2015 Revista Pedagógica Mudanças a partir da apropriação dos resultados da avaliação externa Juliana era professora das sé- estava desatualizado. Ao consultar Localizada em um bairro periférico, ries iniciais do Ensino Fundamental os colegas, poucos conseguiram a escola enfrentava problemas de na escola Silmara Rosa. Quando se orientá-la sobre como proceder em cunho social para garantir a apren- formou em Pedagogia, Juliana esta- relação ao planejamento. Foi nesse dizagem de seus estudantes. Na va ciente do seu papel de alfabeti- primeiro contato que a professora sala dos professores, Juliana sem- zadora e sabia que haveria muitos começou a perceber que perten- pre escutava que a maior parte dos desafios a serem enfrentados para ceria a um universo bem diferente estudantes não possuía incentivo garantir a aprendizagem de seus daquele que imaginava encontrar. familiar e que os responsáveis qua- estudantes. No entanto, a professo- Suas preocupações, enquanto se não apareciam na escola para ra, recém-formada, não imaginava graduanda em Pedagogia, sempre saber da vida escolar de seus filhos. que diversos fatores iriam influen- foram voltadas para o saber ensinar Na verdade, por conta da pouca ciar em seu trabalho. e para o saber alfabetizar. Durante adesão, a direção já não realizava Ao ser efetivada em sua atual os momentos de formação, sua tur- mais reuniões de pais. Sem diálogo escola, a primeira ação de Julia- ma esteve em contato constante com a família, a responsabilidade na foi conhecer o Projeto Político com aspectos relacionados à impor- pela educação dos estudantes fi- Pedagógico, o PPP, como se refe- tância da utilização das orientações cava exclusivamente com a escola riam seus professores formadores. curriculares e da construção de pla- e, principalmente, com os professo- Além disso, buscou com os novos nos de aula, com foco no uso de res. Isso era uma queixa recorrente colegas, orientações sobre o plane- diferentes metodologias e práticas entre seus colegas de trabalho, que jamento e a proposta curricular da pedagógicas. alegavam não conseguir grandes rede. Entretanto, ao chegar à escola Além disso, algumas disciplinas avanços na aprendizagem dos seus e solicitar o PPP, o acesso ao docu- faziam referência constante ao PPP estudantes por conta dos fatores mento não foi simples e fácil, pois e Juliana sabia que ele deveria ser extraescolares e pela falta de apoio consultado e atualizado periodica- familiar. “ [...] na prática, era preciso, sim, saber ensinar, saber alfabetizar, saber planejar aulas [...] mas era preciso, também, saber lidar com a diversidade encontrada em sua sala de aula [...] mente pelos gestores e pela equipe Apesar de se sentir prepara- pedagógica. Esse documento de- da para enfrentar a vida docente, veria apresentar detalhes da esco- Juliana descobriu que, na prática, la, com os objetivos educacionais e era preciso, sim, saber ensinar, sa- os meios que seriam utilizados para ber alfabetizar, saber planejar aulas. um rendimento adequado pelos es- Percebeu que seus cursos foram tudantes. Assim, ao longo de sua de grande valia, mas era preciso, formação, considerando tantos ele- também, saber lidar com a diversi- mentos do contexto escolar, Juliana dade encontrada em sua sala de sempre buscou aproveitar todas as aula, com as histórias que seus es- oportunidades para se aperfeiçoar, tudantes traziam e com a realidade fazendo com dedicação vários cur- que envolvia a comunidade em que sos e estágios que julgava interes- sua escola estava inserida. E isso, santes para auxiliá-la nessas tarefas. inicialmente, foi um choque para a A escola em que Juliana foi professora novata, cheia de planos lotada era mediana, possuía, em seus três turnos, apenas 29 turmas. 72 e idealizações. Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Juliana sabia que não apenas avaliações nacionais, como a Ava- que a reunião seria produtiva, pois, a sua turma enfrentava essas difi- liação Nacional da Alfabetização na maior parte das vezes, as reu- culdades, sendo essa uma situação (ANA), a Prova Brasil e a Provinha niões viravam grandes discussões, vivenciada por toda a escola. Por Brasil, mas não conhecia qual era o Juliana resolveu participar, com a in- isso, seu primeiro passo foi conver- objetivo dessas avaliações, nem a tenção de esclarecer suas dúvidas sar com os outros professores mais metodologia utilizada. Sua reação, a iniciais, também, para conhecer me- experientes e com mais tempo na princípio, foi questionar o porquê de lhor o programa de avaliação. escola, para saber como lidavam mais uma prova, sendo que já exis- Na reunião, conduzida pela com esses fatores, sem que eles tiam outras. Como essa avaliação coordenadora pedagógica Rita, foi os desanimassem e atrapalhassem poderia ajudar, sendo que ela já sa- possível perceber que grande par- seus trabalhos. Nesse percurso, ela bia a situação de seus estudantes? te dos professores, apesar de estar ouviu diferentes histórias e opiniões Será que a intenção era avaliar o de- na escola havia bastante tempo, não de seus colegas de trabalho, algu- sempenho dos professores? Além estava envolvida com o programa. mas um pouco desanimadoras, mas de seus próprios questionamentos, E foi abordando essa situação que outras bem estimulantes. Juliana começou a ouvir o questio- Rita iniciou a fala dela, demons- Juliana era professora regente namento de seus colegas que já es- trando preocupação com o pouco da turma do 3º ano do Ensino Fun- tavam na rede desde o surgimento engajamento de sua equipe com a damental e, apesar de todas as di- do programa de avaliação estadual, avaliação e, também, com a mudan- ficuldades encontradas, julgou que e a cada fala ficava mais apreensiva ça negativa nos resultados de um o seu trabalho estava sendo de- com o objetivo daquela avaliação. ano para o outro. senvolvido com êxito, uma vez que A preocupação de Juliana justifica- A coordenadora pedagógica estava cumprindo o seu papel, inde- va-se pelo fato de ela mesma saber sabia de todas as dificuldades en- pendente das barreiras no caminho. que seus estudantes apresentavam frentadas pela escola e pelos seus Mas ela tinha consciência de que, dificuldades e, portanto, não teriam, professores, principalmente as re- mesmo com toda a sua dedicação dependendo do teste, um rendi- lacionadas ao pouco envolvimento e empenho, seus estudantes ainda mento satisfatório. Ela seria punida familiar e às condições socioeconô- apresentavam muitas dificuldades, e por isso? Seria vista pelos seus co- micas da comunidade. Além disso, estavam muito aquém daquilo que legas como uma má profissional? existiam algumas dificuldades em era esperado deles no 3º ano do Desde o início da faculdade, relação ao planejamento escolar. O Juliana sempre se preocupou em PPP, importante documento de ges- Em abril, Juliana foi convidada informar-se sobre os assuntos rela- tão dos resultados de aprendiza- para participar de uma reunião so- cionados à educação, mas o tema gem, por meio da projeção e da or- bre o programa de avaliação esta- avaliação externa não havia sido dis- ganização, e acompanhamento de dual que já existia há três anos na cutido durante o curso, e ela pouco todo o universo escolar, encontra- rede. Juliana conhecia pouco sobre tinha ouvido falar sobre esse assun- va-se desatualizado. Os professores avaliação externa, sabia de algumas to. Por isso, apesar de não acreditar não tinham o costume de consultar Ensino Fundamental. “ [...] sempre se preocupou em informar-se sobre os assuntos relacionados à educação, mas o tema avaliação externa não havia sido discutido [...] 73 PAEBES 2015 Revista Pedagógica “ [...] a avaliação externa poderia ser mais um importante instrumento para o planejamento pedagógico e, por meio dela, era possível acompanhar em quais habilidades os estudantes apresentavam dificuldade, em cada etapa de escolarização [...] A primeira estratégia seria, en- perguntas sobre cada escola citada tão, dado o relato de Juliana ao ini- como exemplo. Foi a primeira reu- ciar o trabalho na escola, era atuali- nião em que a coordenadora peda- zar o PPP da escola. Como estavam gógica enxergava algum interesse trabalhando, naquele momento, com por parte de seus professores. De- as informações sobre o rendimento pois de responder aos questiona- dos estudantes nas avaliações ex- mentos, Rita apresentou novamente, ternas, foi esse o primeiro esforço pois já o tinha feito em outra data, de atualização do documento. os resultados de participação e Rita estava envolvida com o pro- proficiência dos anos anteriores, e grama de avaliação desde o início, marcou uma reunião para a semana mas ainda não tinha conseguido seguinte. Nessa reunião, a coorde- uma forma de quebrar os tabus re- nadora capacitaria os professores, ferentes à avaliação e de fazer com para que eles pudessem analisar que a equipe da escola a enxergas- os resultados das avaliações e rela- se como um instrumento a favor do cioná-los ao trabalho realizado pela trabalho docente. Então, como se- equipe escolar. gunda estratégia, pensou que seria Juliana saiu da reunião mais ali- importante organizar uma reunião viada e com mais interesse sobre com os professores, mas seguindo o tema. De acordo com exemplos uma proposta diferenciada: antes de apresentados, a avaliação exter- falar da importância da aplicação do na poderia ser mais um importante teste, que seria em outubro, e co- instrumento para o planejamento a proposta curricular da rede. Rita mentar o resultado do ano anterior, pedagógico e, por meio dela, era sabia que um trabalho grande ainda Rita começou a apresentar alguns possível acompanhar em quais habi- haveria de ser feito. exemplos de ações em diferentes lidades os estudantes apresentavam A coordenadora pedagógica contextos escolares, mesmo que de dificuldade, em cada etapa de esco- conhecia detalhadamente os resul- outras redes de ensino, que tinham larização, e, também, saber em quais tados de sua escola, que nos dois conseguido aumentar a participação habilidades os estudantes possuíam últimos anos mostravam uma defi- dos estudantes na avaliação e me- mais facilidade. Juliana não estava ciência enorme na aprendizagem: lhorar os resultados obtidos a partir mais preocupada com o julgamento os resultados do primeiro ano da do trabalho feito com base nos re- que receberia por conta do resulta- avaliação foram ruins, muito abaixo sultados e na consulta aos docu- do de seus estudantes, mas ansiosa do que ela e a equipe pedagógica mentos oficiais da rede, como as para poder diagnosticar as dificulda- esperavam, e os do segundo ano propostas curriculares e o PPP. Para des e relacioná-las aos conteúdos foram ainda piores. Ela precisava re- poder apresentar tais exemplos, Rita apresentados nas orientações cur- verter essa situação, mas não conse- fez várias pesquisas e pediu apoio a riculares, apresentando, assim, um guia pensar sozinha em estratégias sua Coordenadoria Regional. Aquela norte para planejar seu trabalho. Ela e projetos: seria necessário ter o reunião já estava sendo preparada sabia que, provavelmente, as dificul- apoio dos professores e dividir com por Rita havia muito tempo. dades apresentadas por seus estu- eles as angústias e as responsabilidades. Após a apresentação, Rita per- dantes seriam as mesmas que eles cebeu que os professores come- já apresentavam em suas próprias çaram a conversar entre si e a fazer avaliações internas, mas seria possí- 74 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 “ Todos concordaram que incentivar a leitura era um caminho essencial para melhorar o desempenho dos estudantes e que seria interessante conseguir o apoio das famílias nesse trabalho. vel ter essa confirmação e saber se tudantes do 3° ano apresentavam tis e era pouco frequentada. Como essa era a realidade dos estudan- mais dificuldade, nas duas últimas apresentado nas orientações curri- tes de toda a escola ou, especifica- edições da avaliação, percebeu culares, ela sabia que trabalhar a lei- mente, de sua turma. Seria possível, que elas giravam em torno dos gê- tura de vários gêneros textuais iria também, saber se seus estudantes neros textuais e da produção escri- melhorar a interpretação textual e a conseguiriam, em um teste elabora- ta. Aqueles resultados não eram re- escrita de sua turma. Sua ideia inicial do por outras pessoas, demonstrar ferentes aos estudantes de Juliana, era montar um “Cantinho de Leitura” as habilidades que ela julgava que mas ela, através das suas avaliações na sua sala de aula, para estimular eles já tinham consolidado. internas, sabia que aquelas eram as o gosto pela leitura, e fazer visitas Como combinado, na segun- mesmas dificuldades que seus es- regulares à biblioteca escolar, moni- da reunião sobre o programa de tudantes apresentavam. Por curio- torando a escolha dos livros e a lei- avaliação, Rita apresentou como a sidade, Juliana resolveu conhecer tura dos mesmos pelos estudantes. avaliação externa era pensada, sua os resultados das outras etapas do Para a implementação da sua ideia, metodologia e seus instrumentos. A ciclo de alfabetização, e descobriu Juliana precisaria de alguns livros, coordenadora não era especialista que as dificuldades concentravam- por isso, resolveu conversar com no assunto, mas já o estava estu- -se, também, em questões ligadas à Rita para ver o que poderia ser feito. dando havia um bom tempo, e sen- leitura e à escrita. Para Rita, a ideia de Juliana era tiu-se segura para dividir com sua Foi bem desanimador para Ju- fácil de ser efetivada e muito inte- equipe o que ela havia aprendido. liana conhecer a realidade da sua ressante, por isso resolveu compar- Com o fim da segunda reunião, ela escola na avaliação, ver oficializado tilhá-la com os demais professores solicitou que os professores anali- aquilo que ela presenciava todos os do Ciclo de Alfabetização. Seria sassem os resultados obtidos nos dias. Mas o que mais a incomodava importante que todas as salas ti- anos anteriores e propusessem era o fato de alguns professores en- vessem o seu “Cantinho de Leitura” ações e projetos para melhorar o cararem aquela situação como nor- e, também, que fosse criada uma desempenho de seus estudantes. mal, pois já haviam se acostumado agenda regular para a visita à biblio- Rita passou o endereço do site para e não acreditavam que era possível teca. Incentivar e estimular a leitura que eles conhecessem as revistas reverter o quadro e conseguir me- com certeza traria benefício para a pedagógicas e a senha para que lhorar o desempenho dos estudan- aprendizagem dos estudantes, e a todos pudessem acessar os resul- tes. Para ela, era impossível aceitar escola possuía recursos (livros) para tados. trabalhar sem perspectiva de me- implementar tal projeto. Então, com o que havia apren- lhora, sem acreditar no seu trabalho Para apresentar a proposta do dido na reunião pedagógica e de e no pontecial de seus estudantes. “Cantinho de Leitura” para os outros posse das revistas e dos resultados, Era preciso ao menos tentar! professores, Rita convocou uma Juliana analisou os dados de anos Desde os seus primeiros dias reunião com os responsáveis pelo anteriores e tentou interpretá-los na escola, Juliana pensava em fazer Ciclo de Alfabetização. Na reunião, com o apoio da Matriz de Referên- algum trabalho com seus estudan- ela pediu que Juliana falasse sobre cia e da Escala de Proficiência. Ao tes utilizando a biblioteca, que pos- a interpretação que tinha feito dos pesquisar quais habilidades os es- suía um bom número de livros infan- resultados, das conclusões a que 75 PAEBES 2015 Revista Pedagógica chegou e sobre o “Cantinho de Lei- bilhetes e de reuniões na escola. dizagem dos estudantes. O projeto tura”. A fala de Juliana foi bem aceita Além disso, os professores iriam se “Cantinho de Leitura”, proposto por pelos seus colegas e, com o decor- reunir de 15 em 15 dias para com- Juliana, surgiu a partir da interpreta- rer da reunião, outras ideias com- partilhar seus trabalhos e trocar ex- ção dos resultados da avaliação ex- plementares ao seu projeto foram periências. terna, e conseguiu mudar a relação surgindo. Todos concordaram que Durante todo o ano, o projeto dos estudantes com a leitura e a vi- incentivar a leitura era um caminho foi levado a sério pela escola. O tra- são que a equipe pedagógica tinha essencial para melhorar o desem- balho compartilhado contribuiu não da avaliação externa. penho dos estudantes e que seria só para a aprendizagem dos estu- Quando apresentou o novo re- interessante conseguir o apoio das dantes, mas também para o entro- sultado, Rita parabenizou os profes- famílias nesse trabalho. Sendo as- samento da equipe pedagógica e sores por todo o empenho e pelo sim, tiveram, em conjunto, a ideia seu enriquecimento profissional. A aumento da proficiência. Como con- de fazer “O Dia do Livro na Escola” insistência da escola em buscar o sequência do trabalho realizado ao para inaugurar o “Cantinho de Leitu- incentivo dos responsáveis conse- longo do ano anterior, a escola teve ra”: esse evento teria como principal guiu o apoio de alguns, antes pou- um resultado satisfatório. A coor- foco sensibilizar os responsáveis co envolvidos com a educação de denadora pedagógica, nessa mes- sobre a importância de incentivar seus filhos. ma reunião, conversou com toda a a leitura dos estudantes e mostrar-lhes como poderiam fazer isso. Com todo o trabalho desen- equipe sobre as possibilidades de volvido, Juliana e os demais pro- continuidade e adaptação do proje- Nas duas semanas seguintes, fessores perceberam melhora no to para os próximos anos. Ela sabia Juliana e os outros professores tra- desempenho de seus estudantes, que ainda havia um longo caminho balharam na elaboração do evento: e estavam curiosos para conhecer pela frente, mas o primeiro passo já ensaiaram um grupo de estudantes o resultado da avaliação externa havia sido dado, quando os profes- para uma apresentação teatral, ela- aplicada naquele ano. Foi a primeira sores entenderam que os resulta- boraram os convites para os pais, vez que a escola desenvolveu um dos poderiam ser utilizados para a organizaram um “Cantinho de Lei- trabalho pautado nos resultados da melhoria do ensino da escola. Com tura” em cada sala e conseguiram avaliação externa da rede estadual, o apoio de todos, Rita tratou de ofi- doações de livros. No evento “O Dia por isso eles estavam ansiosos para cializá-lo no PPP, buscando conti- do Livro na Escola”, cada estudante ver como esse trabalho havia im- nuar a atualização dele para consul- ganharia um livro de presente para pactado os resultados e para quais ta dos profissionais da escola. ler em casa e os responsáveis se- caminhos eles iriam apontar. riam incentivados a acompanhar a Juliana que, inicialmente, havia No começo do ano seguinte, se assustado com a ideia da avalia- a coordenadora pedagógica Rita ção externa, viu nela a possibilidade Apesar de muitos pais não te- marcou uma reunião com os pro- de obter informações para trans- rem participado do evento, o grupo fessores do Ciclo de Alfabetização formar a sua prática, melhorando a de professores à frente do projeto para apresentar os resultados do aprendizagem de seus estudantes. ficou satisfeito com a participação e ano anterior e conversar sobre eles. Para o novo ano, a equipe pedagó- com o envolvimento dos que esta- Rita acompanhou o trabalho realiza- gica, que agora estava ciente do pa- vam presentes. A partir desse dia, do por Juliana e seus colegas, sabia pel dessa avaliação, planejou novas cada professor começaria a utilizar que aquele resultado estava sen- capacitações, para que todos pu- o “Cantinho de Leitura” de sua sala do esperado por todos e sentiu-se dessem conhecer mais esse instru- e a levar seus estudantes à biblio- realizada por ter conseguido que o mento e implementar novas ações. teca. Foi combinado, também, que resultado das avaliações transfor- os pais seriam sempre lembrados masse a prática de seus professo- da importância da leitura, através de res e, consequentemente, a apren- leitura dos estudantes. 76 6 QUE ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS PODEM SER UTILIZADAS PARA DESENVOLVER DETERMINADAS HABILIDADES? Os textos apresentados nesta seção oferecem propostas para a abordagem, em sala de aula, de algumas habilidades verificadas pelas avaliações externas em larga escala. PAEBES 2015 Revista Pedagógica O ENSINO-APRENDIZAGEM DO TEMA MICROBIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: PROPOSTAS E RECURSOS DIDÁTICOS PARA UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR 1- Ensino-Aprendizagem da Microbiologia na Educação Básica Um conteúdo de grande relevância das Ciências Biológicas é a Microbiologia, tendo em vista o papel dos micro-or- dos estudantes do Ensino Médio no desenvolvimento das habilidades elencadas no quadro abaixo (Quadro 1). Quadro 1: Descrição das habilidades avaliadas pelo CAEd nas avaliações externas, nas quais os estudantes de Ensino Médio apresentaram maiores dificuldades. ganismos no processo de evolução da vida, na ciclagem de nutrientes, no fluxo de energia, nas complexas relações que estabelecem com os outros organismos (a ponto de, no caso 1 – Reconhecer os fluxos de matéria e de energia nos da nossa espécie, termos mais células bacterianas em nosso ecossistemas. corpo do que células humanas), além da importância na indús- 2 – Reconhecer as principais teorias sobre a origem e tria, na agricultura, na pecuária, na medicina, na biorremediação, evolução dos seres vivos e suas características. na biotecnologia, etc. A construção de uma visão sistêmica so- 3 – Caracterizar a estrutura morfofisiológica dos vírus. bre o nosso planeta requer, inexoravelmente, a compreensão 4 – Associar estrutura e função dos tecidos, órgãos e sobre o papel dos micro-organismos no sistema Terra. sistemas do organismo humano. Apesar da grande importância desse tema, diversos pesquisadores do ensino de Biologia têm alertado para a negli- Assim, das quatro habilidades elencadas, duas estão gência com que a Microbiologia é tratada nas escolas. Assim, diretamente relacionadas à Microbiologia: a habilidade 1 – quando esse conteúdo é apresentado, os micro-organismos “reconhecer os fluxos de matéria e de energia nos ecos- são tratados apenas como agentes causadores de doenças, sistemas” –, visto que os micro-organismos têm um papel apesar de apenas cerca de 2% serem patogênicos. central tanto na produção de energia como na ciclagem de Tal abordagem tem impactos sobre as representações sociais acerca dos micro-organismos, uma vez que, apesar nutrientes, e a habilidade 3 – “caracterizar a estrutura morfofisiológica dos vírus”. dos diversos e importantes papéis desempenhados por eles, Vale destacar que, embora em menor grau, as outras da diversidade de contextos em que eles atuam e do grande duas habilidades também estão relacionadas ao estudo da crescimento das pesquisas em Microbiologia nas últimas dé- Microbiologia, tendo em vista que para compreender pro- cadas, a visão que a sociedade, de uma forma geral, tem so- cessos importantes, como, por exemplo, o mecanismo de bre os micro-organismos restringe-se ao seu papel enquanto causadores de doenças. “ Por outro lado, pesquisas que buscaram explorar as relações entre diversas doenças e seus agentes patogênicos evidenciaram que estudantes do Ensino Fundamental e Médio não identificam corretamente doenças causadas por vírus, bac- Ao analisarmos os resultados das pesquisas sobre o ensino de Microbiologia, percebemos certa coerência entre eles e os resultados das avaliações externas realizadas pelo Centro de Avaliação e Políticas Públicas em Educação (CAEd). térias e protozoários. Somado a isso, foi detectado também por essas pesquisas que os estudantes caracterizam os vírus como organismos unicelulares. Ao analisarmos os resultados das pesquisas sobre o ensino de Microbiologia, percebemos certa coerência entre eles e os resultados das avaliações externas realizadas pelo Centro de Avaliação e Políticas Públicas em Educação (CAEd), em diversos estados brasileiros, que apontaram maior dificuldade 78 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 resistência bacteriana a antibióticos ou as dificuldades de desenvolvimento de uma vacina para a AIDS, é necessário compreender os processos de evolução dos seres vivos, o que está relacionado à habilidade 2 – “reconhecer as principais teorias sobre a origem e evolução dos seres vivos e suas características”. Da mesma forma, na compreensão das causas, dos sintomas e do tratamento das doenças provocadas por micro-organismos, é necessário o entendimento das funções dos tecidos, órgãos e sistemas afetados, o que está relacionado à habilidade 4 – “associar estrutura e função dos tecidos, órgãos e sistemas do organismo humano”. Tendo em vista as dificuldades apresentadas pelos estudantes na aprendizagem da Microbiologia – bem como as dificuldades dos professores no ensino, uma vez que faltam “ (...) é importante que as concepções alternativas dos estudantes acerca dessa temática, construídas em interação com a sociedade, a família e com meios de comunicação digitais e impressos, sejam consideradas, ouvidas e contextualizadas. tanto os recursos didáticos apropriados quanto a disseminação de estratégias didáticas que permitam uma abordagem mais integradora e interdisciplinar do tema – nos propusemos neste artigo apresentar sugestões de estratégias e recursos didáticos para a abordagem deste tema no Ensino Médio. Para tal, tomamos como ponto de partida para a elaboração das propostas e a seleção dos recursos: I) as habilidades descritas no Quadro 1, com maior ênfase nas de número 1 e 3; II) as pesquisas sobre o ensino de Microbiologia; III) as novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2012) e o Programa Ensino Médio Inovador (2009), que apontam para a interdisciplinaridade, enquanto eixo estruturador do currículo, associando-a à problematização e à transformação da realidade. Considerando-se a polissemia do termo interdisciplinaridade, bem como a ausência de uma definição nos documentos curriculares oficiais, é importante explicitar nossa visão sobre esse conceito. Assim, entendemos a interdisciplinaridade como: tivas dos estudantes acerca dessa temática, construídas em interação com a sociedade, a família e com meios de comunicação digitais e impressos, sejam consideradas, ouvidas e contextualizadas, visto que é por meio da fundamentação e questionamento dessas ideias pré-existentes que os estudantes irão compreender os novos conceitos a serem tratados. Assim, cabe ao professor estimular seus alunos a pesquisar e realizar experimentos que envolvam Microbiologia, propondo diretamente a vinculação dos conteúdos escolares com a vivência do cotidiano, promovendo uma aprendizagem que tenha significado para o aprendiz. Apesar da importância de se ter o cotidiano do estudante como ponto de partida para a aprendizagem, é fundamental que ele consiga extrapolar esse limite, alcançando contextos sucessivamente mais amplos, inter-relacionando os assuntos e temas estudados do nível local ao global, especialmente considerando-se os avanços tecnológicos, responsáveis pela facilidade de transporte de um microrganismo de um extremo a outro do planeta, o que obriga o pro- Um conjunto de ações, modos de abordagem e posicionamentos frente aos conhecimentos, buscando evi- fessor a apresentar uma nova postura perante as questões inerentes ao mundo microbiano. denciar as ligações entre eles, respeitando-se, ao mesmo Antes de aprofundarmos nas propostas para o ensino tempo, as características próprias de cada disciplina, a da Microbiologia, é importante ressaltar, dada a abrangência fim de propiciar aos sujeitos a construção de uma visão nacional desta publicação, que as sugestões de projetos, mais complexa e integrada sobre a realidade, para que atividades e recursos que aqui apresentamos devem ser estes sejam capazes de entender o mundo em sua totali- adaptadas por vocês, professores e professoras, à realida- dade e, sobretudo, transformá-lo. de das escolas e das comunidades em que atuam, tendo No contexto do ensino-aprendizagem de Microbiologia, para a construção de uma visão mais integrada e complexa sobre a realidade, é importante que as concepções alterna- 79 em vista que a abordagem interdisciplinar tem como pres PAEBES 2015 Revista Pedagógica suposto a utilização das disciplinas para esclarecer uma já estudados (ou que ainda serão abordados), como classi- situação, resolver um problema ou compreender algo em um ficação dos seres vivos e biodiversidade, por exemplo. As- contexto o mais próximo o possível do real ou cotidiano. sim, consideramos que o estabelecimento de inter-relações Desse modo, a realidade da qual partimos, conside- entre os conteúdos da própria Biologia é de fundamental rando-se que “falamos” enquanto professor de Biologia, de importância para que, nas etapas subsequentes, os alunos uma determinada escola pública, localizada em uma deter- possam construir pontes entre a Microbiologia e as demais minada comunidade de uma cidade da região Sudeste é, disciplinas do currículo. certamente, diferente da realidade vivenciada por estudan- Busca-se então, a partir da discussão dessas questões, tes de qualquer outra escola, inclusive do mesmo município, mapear e problematizar as concepções prévias dos estu- tornando impossível a elaboração de propostas de aborda- dantes, de forma a “preparar o terreno” para a construção gens interdisciplinares “genéricas” para todo o território bra- coletiva de uma base sólida de conhecimentos sobre os mi- sileiro, por isso o destaque para a necessidade de adapta- cro-organismos. Nessa direção, a etapa seguinte busca “ba- ção das propostas que apresentaremos a seguir. lançar” ainda mais tais concepções, a partir da proposição de uma questão-desafio. 2 – Propostas para o ensino-aprendizagem de Microbiologia Em consonância com as discussões realizadas acima, 2.2 – “Abalando” as concepções alternativas e compartilhando significados apresentamos, nesta seção, uma sequência didática para o A fim de pôr em debate as concepções prévias dos ensino de Microbiologia organizada nas cinco etapas des- alunos sobre os micro-organismos, sugerimos a seguinte critas a seguir. questão-desafio: O que aconteceria se todos os micro-organismos do planeta Terra fossem extintos? 2.1 – Mapeando e problematizando as concepções prévias dos estudantes para organizar o processo de ensino-aprendizagem Tal questão foi elaborada a fim de favorecer o desenvolvimento da habilidade I, redefinida por nós, a partir do enfoque microbiológico, como “reconhecer [o papel dos micro-organismos] nos fluxos de matéria e de energia nos Tendo em vista as concepções sobre os micro-orga- ecossistemas”, de modo que o desenvolvimento dessa ha- nismos apresentadas na seção anterior, sugerimos que a bilidade poderá contribuir para desmitificação da visão de abordagem do tema seja iniciada pelo “mapeamento” das que todos os micro-organismos são “vilões”. concepções prévias dos estudantes, as quais serão fun- É interessante que a questão-desafio seja discutida pri- damentais para a definição das etapas posteriores da se- meiramente em pequenos grupos, estabelecendo-se um quência didática sobre Microbiologia. Assim, esta proposta, redator, que fará a síntese escrita das ideias do grupo, e um conforme já destacamos, deve ser adaptada em função das relator, que exporá para a turma as conclusões a que o gru- concepções apresentadas pelos estudantes. po chegou. Assim, depois de os grupos terem discutido e Dessa forma, para realizar o levantamento e a problema- realizado sua síntese, os relatores deverão expor para toda tização das concepções prévias, propomos que inicialmen- a turma os resultados das discussões. O papel do professor te sejam discutidas com os alunos as seguintes questões: neste momento deve ser o de um mediador, colocando no I) Onde podemos encontrar micro-organismos? II) Quando quadro as principais ideias de cada grupo, questionando-as falamos em micro-organismos, estamos nos referindo a e confrontando-as de modo a guiar a construção do conhe- quais seres? III) Considerando-se a classificação da Biodi- cimento científico. versidade em “Cinco Reinos”, a qual (is) desses reinos esses organismos pertencem? Após as discussões, é importante que o professor faça uma síntese geral das ideias dos grupos e, caso perceba As duas primeiras questões visam explorar as relações a persistência de concepções alternativas, é indispensável entre a Microbiologia e o cotidiano, partindo das concep- que proponha novas abordagens para permitir o avanço na ções prévias dos estudantes. Já a terceira (e também a se- construção do conhecimento, como, por exemplo, a utiliza- gunda em menor grau), visa situar o estudo da Microbiologia ção de jogos didáticos. no contexto da Biologia, relacionando-o com outros temas 80 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 2.3 – Brincando e Aprendendo abordadas por alguns dos jogos disponíveis no site, bem No site do projeto MicroTodos – Microbiologia a serviço da cidadania, coordenado pela professora Maria Ligia C. Carvalhal, do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo (USP), está disponível uma ampla gama de jogos envolvendo Microbiologia, todos eles acompanhados de um manual do professor, material de apoio e fotos. Assim, a escolha do(s) jogo(s) deve ser feita levando em consideração as dificuldades apresentadas pelos estudantes nas etapas anteriores. Para facilitar tal escolha, fizemos no quadro abaixo – Quadro 2 – uma síntese das temáticas como de suas características. Cabe destacar que utilizamos como critério para a seleção dos jogos que compõem o quadro abaixo as dificuldades e concepções discutidas no início deste artigo e o seu potencial em contribuir para a aprendizagem de Microbiologia. Desse modo, para o reforço da habilidade 1, propomos o jogo “Viagem do átomo de Nitrogênio”, e, para o desenvolvimento da habilidade 3 (“caracterizar a estrutura morfofisiológica dos vírus”), propomos a utilização do jogo “MicroMundo”. Quadro 2: Alguns dos jogos disponíveis no site do projeto MicroTodos: características e temas. Jogo Objetivos Pedagógicos Tema Características Microbiologia e coti- Jogo de associações Favorecer diano. de imagens com pa- trução de uma con- lavras cepção Microligue relacionadas a cons- Público-alvo Estudantes a partir de 7 anos. “correta” com o cotidiano do acerca dos micro-or- aluno. ganismos e suas interações com o mundo em que vive. Célula Micromundo Biota microbiana, Jogo tipo “cara a Conhecer e classifi- Estudantes a partir do suas corresponden- cara” em que para car os micro-organis- 6º ano do ensino fun- tes organelas e estru- jogar basta elaborar mos segundo suas damental. turas e estrutura (ace- boas e características morfo- lular) dos vírus. descobrir qual é o Mi- lógicas, estruturais e cro-organismo fisiológicas. que está na mão do Conhecer e classifi- Estudantes a partir Estudantes do 8º e 9º adversário. car os micro-organis- do 6º ano do Ensino ano do Ensino Funda- mos segundo suas Fundamental. mental e estudantes perguntas características morfológicas, estruturais e fisiológicas. 81 do Ensino Médio. PAEBES 2015 Revista Pedagógica Características Objetivos Pedagógicos Público-alvo Simulação de uma Levar os alunos a Estudantes do 7o ao viagem, em que o descobrirem que um 9o ano do Ensino átomo de Nitrogê- mesmo átomo de ni- Fundamental e estu- nio passa por sete trogênio permanece dantes do Ensino Mé- estações. Em cada circulando entre os dio e da Graduação. Viagem do átomo de estação o átomo en- vários organismos e Nitrogênio contra-se em deter- microambientes e fa- minado de cilitar o entendimento oxidação compondo da diversidade micro- uma molécula. biana e seu papel críti- Jogo Tema Ciclo do Nitrogênio. estado co na manutenção da vida no planeta. Micróbios patogê- nicos e respectivas doenças, Jogo de cartas que Introduzir o “mundo” Estudantes a partir de formam quartetos. dos micróbios pato- 7 anos. formas gênicos. Trabalhar de transmissão dos conceitos de higiene, agentes e de preven- saneamento, ção das doenças. ção, vacinas, infecção hospitalar, Microvilões em ação doenças sexualmente missíveis, polui- trans- mecanis- mos de defesa do organismo e preservação do ambiente como forma de prevenção de doenças emergentes. Micróbios patogêni- Jogo de tabuleiro cos, formas de trans- com uma trilha que missão e prevenção. tem início com o des- Um dia na Casa pertar de um dia onde Microassombrada microrganismos Idem ao item anterior Estudantes a partir de 7 anos. e outros seres coexistem harmonicamente dentro de uma casa. Fonte: Projeto MicroTodos (Disponível em: < http://www.icb.usp.br/bmm/jogos/jogos_intro.html> Acesso em 27 out. 2014) 2.4 – Construindo uma visão geral sobre o tema e consolidando a aprendizagem Para uma visão mais geral sobre o tema, é importante que sejam realizadas leituras e discussão de textos. Sugerimos assim, o texto “Microbiologia em Foco”, também de autoria da Maria Ligia C. Carvalhal. Embora esse texto seja de “apoio ao professor”, por apresentar uma linguagem muito acessível e simples, pode ser apresentado aos alunos na íntegra ou em partes. Tal texto fornece uma visão ampla sobre a Microbiologia (importância, história, classificação e reprodução dos micro-organismos, características dos vírus e dos demais micro-organismos, mecanismos de infecção, fatores de vi- 82 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 rulência e o sistema de defesa de nosso organismo, ação sentar os resultados da pesquisa para a turma ou para a co- dos antibióticos e causas da resistência bacteriana a es- munidade escolar de forma a promover o debate e a socia- ses medicamentos, bem como fundamentos, atualidades e lização dos conhecimentos construídos. Tais temas podem curiosidades sobre a Microbiologia) buscando, entre outros ser definidos pelo professor ou pela turma com a mediação objetivos, desmitificar a crença de que os micro-organismos do professor, de modo que sejam do interesse dos estudan- são exclusivamente causadores de doenças. O texto está tes e contribuam para ampliar suas visões sobre o assunto. disponível no site do projeto MicroTodos, no endereço: O envolvimento de professores de diferentes disciplinas, <http://www.icb.usp.br/~bmm/jogos/Microbiologia%20em%20Foco.pdf>. como Língua Portuguesa, Sociologia, Geografia, História, ou outras, é muito importante para enriquecer os debates. 2.5 – Relacionando o tema a questões sociais e a outras disciplinas do currículo A título de exemplo, a partir dos seminários que já realizamos com estudantes do 3º ano do Ensino Médio, poderíamos sugerir alguns temas, tais como: I) Ebola: ameaça global; Para finalizar a sequência didática, tendo em vista II) Impactos ambientais e doenças emergentes; III) Micro-or- o objetivo maior do ensino, que é possibilitar que os estu- ganismos e suas contribuições para o avanço Biotecnológi- dantes compreendam a realidade e possam participar dos co; IV) Vacinas – da revolta à erradicação de doenças: que debates atuais que envolvem a Microbiologia, propomos contribuições ainda estão por vir; V) Bactérias Super-resis- que questões de relevância social associadas ao tema se- tentes, Antibióticos e Evolução: Qual a relação?; VI) Micro- jam exploradas, estabelecendo-se “pontes” com as demais -organismos – de microvilões a heróis: contribuições para disciplinas do currículo. a Biorremediação; VII) Micro-organismos e Bioterrorismo: Para tal, sugerimos a organização de um seminário, em que os alunos divididos em grupos, a partir de um roteiro elaborado pelo professor, deverão pesquisar sobre temas de relevância social, relacionados à Microbiologia, e apre- 83 ficção científica ou risco iminente? Dentre as infinitas possibilidades, só nos resta desejar-lhes um bom trabalho! PAEBES 2015 Revista Pedagógica CALOR E OS FENÔMENOS TÉRMICOS A compreensão de fenômenos do mundo se deve, em Atualmente, o Exame Nacional do Ensino Médio diversos casos, ao ensino da Física. O ensino dessa discipli- (ENEM) pauta os currículos do Ensino Médio escolar, o edital na destina-se principalmente àqueles que não serão físicos observa competências e habilidades a serem trabalhadas pe- e terão na escola uma das poucas oportunidades de acesso los docentes ao longo dos três anos finais do ensino regular, formal a esse conhecimento. No entanto, as pesquisas sobre os conteúdos listados abaixo serão discutidos neste artigo, ensino e aprendizagem de Física produzem evidências de veja no quadro 1. que as crianças trazem para a escola um conjunto de concepções sobre vários aspectos do mundo, mesmo antes de qualquer introdução à ciência escolar. Essas concepções al- CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS O calor e os fenômenos térmicos ternativas são adquiridas a partir de sua inserção na cultura • Conceitos de calor e de temperatura comum e da experiência cotidiana com fenômenos e even- • Aplicações e fenômenos térmicos de uso cotidiano tos, e, frequentemente, interferem com a aprendizagem das • Leis da Termodinâmica ideias científicas. A aprendizagem significativa no ensino de Quadro 1: Apresentação de competências e habilidades referentes ao aprendizado do conteúdo. Física implica o entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significa- Antes de iniciarmos a discussão proposta, deve-se pre- dos. Isso põe o processo de construção de significados como viamente fixar a compreensão de matéria para os discentes. elemento central do processo de ensino e aprendizagem. Toda matéria é formada por moléculas e que a agitação des- Este artigo pretende auxiliar o professor a conceituar sas promovem os conceitos a seguir. fisicamente e relacionar eventos cotidianos, tendo o intuito de facilitar a compreensão e a relação desses fenômenos com o ambiente escolar. Sendo assim, o foco será voltado para a CALOR E TEMPERATURA SÃO A MESMA COISA? termologia, ou seja, o estudo do calor. O conceito de calor Invariavelmente tratamos os conceitos de calor e tem- será importante para desenvolver competências que permi- peratura como sinônimos, esses conceitos estão intimamen- tam lidar com fontes de energia, processos e propriedades te ligados, mas são diferentes. Temperatura é uma medida térmicas de diferentes materiais, permitindo escolher aque- do grau de agitação das moléculas de um sistema. Calor é les mais adequados a cada tarefa. Poderão ser promovidas, uma forma de transferir energia de um objeto ou sistema também, competências para compreender e lidar com as va- para outro decorrente, exclusivamente, da diferença de tem- riações climáticas e ambientais ou, da mesma forma, com os peratura entre eles. Conhecendo esses conceitos, devemos aparatos tecnológicos que envolvem o controle do calor em aprender a distingui-los em fenômenos cotidianos. ambientes. A utilização do calor para benefício do homem, em máquinas a vapor ou termelétricas, ou o calor como forma de dissipação de energia, impondo limites às transformações de energia e restringindo o sentido do fluxo de calor. Assim, calor, ambiente e usos de energia sinalizam os objetivos pretendidos para o estudo dos fenômenos térmicos. “ As pesquisas sobre ensino e aprendizagem de Física produzem evidências de que as crianças trazem para a escola um conjunto de concepções sobre vários aspectos do mundo, mesmo antes de qualquer introdução à ciência escolar. 84 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Exemplo 1: Bebidas quentes e geladas Em um café da manhã, podemos tomar bebidas quentes ou geladas. As moléculas de certa porção de café quente apresentam alto grau de agitação, ou seja, têm uma temperatura elevada. Já uma mesma porção de leite gelado possuirá um menor grau de agitação das moléculas, sendo assim, tem a temperatura mais baixa. Porém, se você misturar os dois líquidos, eles entrarão em equilíbrio térmico: o leite ficará morno e o café esfriará. O equilíbrio térmico ocorre devido à energia térmica que é transferida do líquido mais quente para o mais frio até que atinjam uma temperatura comum aos dois. A essa transferência de energia térmica do corpo mais quente para o mais frio chamamos CALOR. O exemplo 1 auxilia o professor a fixar os conceitos de equilíbrio térmico e energia térmica. Consegue-se ensinar que calor é um processo por meio do qual a energia é transferida até atingir o equilíbrio térmico em consequência de uma diferença de temperatura. A energia interna de um sistema é o total das energias cinética e potencial associadas a suas moléculas. PROPAGAÇÃO DE CALOR Ao reconhecer o calor como energia térmica em trânsito, entende-se que ele pode se propagar através dos corpos quando existe diferença de temperatura entre eles. Um dos fenômenos de transferência de calor é a condução, na qual a energia cinética dos átomos e moléculas é transferida através de colisões com átomos e moléculas vizinhas. A velocidade de ganho de energia térmica está relacionada com o calor específico de cada material, como vemos no exemplo 2. Exemplo 2: Condutores de calor Quando pegamos em uma maçaneta de metal, há uma rápida transferência de calor do nosso corpo para o metal, este material é um bom condutor de calor e a maçaneta nos parecerá fria. A porta de madeira, má condutora de calor, ao receber energia térmica do nosso corpo através do contato com nossa mão, não transfere energia rapidamente e nos parecerá mais quente do que o metal. 85 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Vemos, no exemplo, que o metal ganha energia térmi- ma a porção do líquido da parte inferior desse recipiente irá ca mais rápido do que a madeira, logo o calor específico se aquecer mais rápido do que da porção superficial. Isso do componente metálico é menor do que o da madeira. Os ocasionará uma dilatação da porção inferior, pelo ganho de materiais que têm menor calor específico são melhores con- energia e, consequente, aumento da agitação de suas partí- dutores de calor, já que, com alto calor específico, o calor culas, alterando sua densidade. A parte inferior se torna me- não será conduzido com facilidade. Os maus condutores de nos densa e sobe para a parte superior do recipiente. Dessa calor são aproveitados como isolantes térmicos, como iso- forma, a porção do líquido que ocupava a parte superior do por, agasalhos, cobertores, cabos de panelas, entre outros. recipiente, com menor temperatura e maior densidade, ten- Outro fenômeno de transferência de calor é a con- de a descer, estabelecendo uma corrente de convecção. vecção, fenômeno que ocorre exclusivamente em fluidos, Assim, o calor se espalha pelo líquido em uma corrente con- sejam eles líquidos ou gases. Nesse fenômeno, o processo tínua de subida e descida de líquidos. de transferência de calor é estabelecido através de movimentos do próprio fluido. Isso ocorre quando um recipiente No exemplo 3, podemos ver as aplicações cotidianas desse fenômeno. contendo um líquido é aquecido em sua base, dessa for- Exemplo 3: Correntes de convecção A convecção ocorre como consequência da diferença de densidade do ar. Ar quente é menos denso que o ar frio, por isso o ar frio e denso desce e força o ar mais quente e menos denso a subir. O ar mais frio é, então, aquecido pela superfície e o processo é repetido. Por esse motivo, os aparelhos de ar condicionado são instalados próximos ao teto. A última forma de propagação de calor é a radiação, para se propagar, sempre existirá uma transferência de calor que consiste na transferência de calor através de ondas entre dois corpos com temperaturas diferentes, dessa for- eletromagnéticas, que se propagam tanto em meio mate- ma, todos os objetos emitem radiação eletromagnética (cha- rial quanto no vácuo. Essas ondas transmitem energia e são mada de radiação térmica) por causa de sua temperatura. absorvidas pelos corpos. Essa absorção provoca uma alteração no estado de movimentação das moléculas alterando, também, a sua temperatura. É por meio desse processo que o calor do Sol chega a Terra. Sabe-se que toda superfície acima de uma temperatura maior que zero Kelvin emite energia na forma de ondas eletromagnéticas, como essas ondas não precisam de um meio 86 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Exemplo 4: Conservação de calor em garrafas térmicas A ampola interna da garrafa é feita de vidro, que é um mau condutor de calor, com paredes duplas, entre as quais há um vácuo para diminuir a perda de calor. A radiação é evitada, espelhando as faces da ampola de vidro que, assim, refletem a radiação térmica que nelas incide. Uma tampa bem ajustada isola a garrafa das possíveis correntes de convecção. Dessa forma, a temperatura dos líquidos é mantida praticamente invariável por um longo tempo. LEIS DA TERMODINÂMICA rida para o sistema (calor) e o trabalho realizado por esse sistema: (∆E = Q-T). Facilitando o entendimento, a queima A termodinâmica é o estudo da transferência do calor ou aquecimento de líquidos ou gases libera calor, transfor- de uma substância para outra. Ao investigar fenômenos mando a energia térmica em movimento. Considera-se que que envolvem o calor, trocas de calor e de transformação haja uma conservação da energia, sem perda para o meio da energia térmica em mecânica, abre-se espaço para uma externo. construção ampliada do conceito de energia. Desde o iní- A formulação da Segunda Lei da Termodinâmica pode cio do século XVIII, com a Revolução Industrial, a Inglaterra ser apresentada como a impossibilidade de construção utilizava máquinas a vapor em larga escala. O movimento de uma máquina térmica que, operando em um ciclo, não das máquinas era obtido pelo vapor de água à alta pressão, produza nenhum efeito além da absorção de calor de um transformando a energia interna de um gás em energia de reservatório e da realização de uma quantidade igual de movimento. trabalho. Ou seja, busca-se uma otimização de rendimento A Primeira Lei da Termodinâmica é um caso especial da da máquina térmica, já que se acredita que pode aconte- equação da continuidade para a energia. Pode-se aplicar cer dissipação de energia. Diversos exemplos são utilizados essa lei em situações em que a energia de um sistema é para ilustrar as máquinas térmicas: motores de combustão e trocado com o meio externo na forma de calor e trabalho. refrigeradores, veja no exemplo 5. Quando a energia é fornecida a um sistema, ela pode ser utilizada de duas formas: (1) uma parte é utilizada para realizar trabalho; (2) outra parte é absorvida pelo sistema, virando energia interna. A variação da energia interna desse sistema é igual à diferença entre à energia térmica transfe- 87 PAEBES 2015 Revista Pedagógica Exemplo 5: Máquinas térmicas ATIVIDADES E SUGESTÕES As atividades experimentais estão presentes no ensino de Física desde sua origem e são estratégias fundamentais do ensino. Podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas também pela natureza investigativa. Entende-se por atividade experimental toda atividade prática cujo objetivo inicial é a observação seguida da demonstração ou da manipulação, utilizando-se de recursos como vidrarias, reagentes, instrumentos e equipamentos ou de materiais alternativos, a depender do tipo de atividade e do espaço pedagógico planejado para sua realização. Retornando ao início da discussão, o professor deve identificar dois aspectos do ensino da Física na escola: a Física como cultura e como possibilidade de compreensão do mundo. Quando se observa a necessidade do ensino da Física com base na representação do cotidiano, esta realidade não é disciplinar e não se insere em uma única disciplina, já que seu objeto de investigação é mais complexo. Surge, então, a necessidade de se pensar sob uma perspectiva interdisciplinar. A interdisciplinaridade é muitas vezes confundida com o trabalho coletivo ou como oposição às disciplinas escolares. Sabe-se que cada disciplina científica possui enfoques particulares, recortes dessa natureza que conduzem a uma organização de saberes padronizados passíveis de serem comunicados. A interdisciplinaridade não é a busca de uma unificação desses saberes, pois admitir isso seria negar aspectos históricos e epistemológicos da construção desse conhecimento e negar as características específicas, com objetos de estudo bem definidos, como a Física, a Química e a Biologia. 88 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 O aluno, nos dias atuais, tem mais acesso a informações sobre o conhecimento científico, no entanto constantemente reconstrói suas representações a partir do conhecimento REFERÊNCIAS Imagens cotidiano, formando as bases para a construção de conheci- Exemplo 1: Adaptada do Livro Introdução ao Estudo da Física mentos alternativos, úteis na sua vida diária. Exemplo 2: Acesso em http://brasilescola.uol.com.br/fisica/ Buscando integrar a utilidade dos conhecimentos, interdisciplinaridade e despertar o conhecimento empírico do aluno, sugere-se mobilizar diversos temas que podem ter direta ou indiretamente o calor e seus fenômenos térmicos como parte da construção do conhecimento. Na lista abaixo, estão inseridos alguns temas que podem ser discutidos juntamente com as disciplinas Geografia, Química, Biologia, além dos cálculos que podem ser feitos em integração com processo-propagacao-calor.htm Exemplo 3: Acesso em https://terceirogz2013.wordpress. com/2013/11/03/transferencia-de-calor/ Exemplo 4: Acesso em http://images.slideplayer.com. br/6/1695140/slides/slide_18.jpg Exemplo 5: Acesso em http://media.escola.britannica.com.br/ eb-media/72/93572-073-ECAA44CF.jpg (motor) Adaptada do Livro Ciências para Pais e Filhos (refrige- Matemática. »» Relações com sistemas endotérmicos e exotérmicos com a termoregulação. »» Temas atuais como aquecimento global e efeito estufa. »» Movimentos de placas tectônicas. »» Correntes marítimas. »» Formação de rochas metamórficas. »» Estudo de comportamento de gases e moléculas. »» Usinas de energias renováveis. As sugestões foram propostas visando contribuir para a prática docente ampliando as possibilidades de abordar o conteúdo de forma mais participativa, e, assim, facilitar o aprendizado significativo dos alunos. 89 rador) PAEBES 2015 Revista Pedagógica DESCRIÇÃO DOS INTERVALOS DE PROFICIÊNCIA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS: CINÉTICA QUÍMICA E OS ADITIVOS ALIMENTARES TÓPICO A As Ciências da Natureza envolvem disciplinas que reali- percepção de mudanças associadas à dada escala de tem- zam um estudo sistemático da natureza. Entre elas, citam-se a po; a compreensão e utilização de modelos explicativos para Química, Física e Biologia no âmbito do Ensino Médio, além da reelaborar conceitos e ideias sobre fenômenos químicos; a Astronomia e Geologia no âmbito do Ensino Superior. Dentro seleção e utilização de materiais e equipamentos para reali- desse contexto, a Química pode ser um instrumento de for- zar cálculos, medidas e experimentos; além da articulação e mação humana e educacional utilizado como um dos meios integração da Química com outras áreas de conhecimento. de interpretar o mundo e intervir na realidade, por meio de Nesse contexto, ressalta-se a importância dessa Ciência para uma apresentação dessa disciplina como Ciência, com seus a indústria como um todo, destacando o ramo alimentício com conceitos, métodos e linguagens próprios, e como constru- o desenvolvimento das técnicas de conservação dos alimen- ção histórica, relacionada ao desenvolvimento tecnológico e tos. A seguir, serão apresentadas três dessas habilidades – a aos muitos aspectos da vida em sociedade. influência da temperatura na velocidade das reações quími- Sabemos que a ocorrência de uma reação está liga- cas, os processos de reações químicas nos alimentos e o uso da à colisão entre as partículas das substâncias reagentes. dos conservantes e a importância dos aditivos alimentares Isso deve acontecer por meio de uma orientação adequada no aprofundamento dos conhecimentos de cinética química, e com uma energia maior que a energia mínima necessária além de sugestões de como tais habilidades podem ser tra- para a ocorrência da reação. Essa energia mínima que deve balhadas nas escolas de Ensino Médio. ser fornecida aos reagentes é denominada Energia de Ativação (Ea) e é influenciada diretamente pela temperatura. Um aumento na temperatura provoca um aumento no número de “ colisões entre as moléculas. Isso ocorre devido ao aumento da energia cinética média das moléculas, fato que irá acarretar aumento da velocidade da reação. O estudo das velocidades dessas reações, assim como dos fatores que as influen- A Química pode ser um instrumento de formação humana e educacional utilizado como um dos meios de interpretar o mundo e intervir na realidade. ciam, é denominado cinética química. O estudo de cinética química abrange conhecimentos relativos ao tempo envolvido nas transformações químicas, bem como à quantidade de produto formado e a transformação total dos reagentes em produtos. Além disso, o ensino engloba habilidades conceituais relacionadas ao tempo e às quantidades envolvidas nas transformações químicas, considerando a cinética da transformação e o estado de equilíbrio químico entre reagentes e produtos em constante interação. Ressalta-se ainda que a expressão matemática representativa do estado de equilíbrio deve ser entendida como uma relação entre as concentrações de reagentes e produtos e não como uma mera fórmula matemática. A cinética química pode ser desenvolvida em competências, como a identificação de transformações químicas pela 90 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 Influência da temperatura na velocidade das reações químicas “ Podemos verificar que, apesar de todos os avanços tecnológicos, muitas vezes o ensino de Química ainda se fundamenta na memorização de informações, nomes, fórmulas e conhecimentos como fragmentos desligados da realidade dos alunos. Ao contrário disso, pretende-se que o aluno reconheça e compreenda, de forma integrada e significativa, as transformações químicas que ocorrem nos processos naturais e tecnológicos em diferentes contextos, encontrados nas mais variadas reações químicas e suas relações com os sistemas produtivo, industrial e agrícola. No que diz respeito ao controle da rapidez das transformações no dia a dia, o ensino deve contemplar variáveis que modificam a rapidez de uma transformação química por meio da utilização de modelos explicativos. Dessa forma, considerando especificamente o ensino de cinética química, constata-se que as atividades didáticas, mui- atividades práticas mais simples, como o teste de solubilidade tas vezes, são baseadas em aulas expositivas, que não levam para compostos sólidos. O uso de objetos digitais de aprendi- em conta nem os conhecimentos prévios nem o cotidiano dos zagem configura-se como uma excelente estratégia para de- alunos. Isso torna o ensino desse tópico desmotivante. Nesse senvolvimento desse conteúdo na sala de aula, visto que são aspecto, o uso de alternativas dinâmicas para a construção dos inúmeros os sites que disponibilizam simulações relacionadas conceitos de cinética química tem extrema relevância. O estudo à influência da temperatura na velocidade das reações. Tais da influência da temperatura na velocidade das reações quími- instrumentos permitem ao aluno configurar cenários e avaliar cas, por exemplo, pode englobar desde a exposição teórica as implicações por ele trazidas. com a discussão de todas as unidades temáticas pertinentes, até aulas práticas com experiências simples como o aumento da velocidade de dissolução de sólidos com o aumento da temperatura ou a diferença de comportamento de soluções ácidas e básicas associadas e isoladas em diferentes temperaturas. Os processos de reações químicas nos alimentos e o uso dos conservantes A cinética química constitui um campo de pesquisa da Ciên- Baseado nisso, inicialmente, para o desenvolvimento cia Química que contribui para a compreensão de conceitos dessa habilidade, o professor deve trabalhar conceitos gerais advindos da evolução tecnológica e de seus benefícios para a sobre os aspectos dinâmicos das transformações químicas, sociedade e a melhoria na qualidade de vida das pessoas. destacando, aqui, o controle da rapidez das transformações Dentro desse contexto, a temática conservação dos ali- no dia a dia e o estado de equilíbrio químico como principais mentos surge como uma das possibilidades de transmitir o unidades temáticas. No que diz respeito ao controle da rapi- conhecimento de cinética química, pois permite aproximar o dez das transformações no dia a dia, o ensino deve contem- conhecimento químico à realidade do aluno, tornando-o, as- plar variáveis que modificam a rapidez de uma transformação sim, mais atrativo e interessante. Dessa forma, a contextuali- química por meio da utilização de modelos explicativos. Já zação do conhecimento químico não deve ser simplesmente com relação ao estado de equilíbrio químico, deve-se prio- um elo entre o conhecimento químico e o dia a dia do aluno. rizar a coexistência de reagentes e produtos, o estado de Deve-se ir além, apresentando exemplos práticos ao final das equilíbrio e a extensão da transformação, as variáveis que aulas, como ilustrações, além de situações e problemas reais modificam o estado de equilíbrio, as previsões quantitativas, que possibilitem ao aluno buscar o conhecimento necessário além dos próprios modelos explicativos. com a finalidade de entendê-los e tentar solucioná-los. Isso Após toda a explanação teórica, sugere-se ao profes- é reforçado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) sor o uso de recursos práticos que simulem a influência dos que defende que: “contextualizar o conteúdo que se quer fatores acima citados na ocorrência de uma reação. Como ser aprendido significa, em primeiro lugar, assumir que todo exemplo, cita-se aqui uma prática mais elaborada, envolven- conhecimento envolve uma relação entre sujeito e objeto” do ácidos e bases. Porém, não se descarta a possibilidade de (Brasil, 1999, p. 91). 91 PAEBES 2015 Revista Pedagógica to da conservação dos alimentos, portanto, não só contribui para ampliação dos conhecimentos de Química dos alunos, mas também para a formação de consumidores conscientes “ O objetivo é contextualizar o estudo de conceitos químicos importantes na formação acadêmica e presentes na vida cotidiana. e com hábitos alimentares saudáveis. Dentro da temática, é imprescindível que o professor contextualize o aluno quanto à importância do uso de aditivos alimentares, mostrando desde a deterioração dos alimentos e reações características desencadeadas durante esse processo, até o uso de técnicas diversificadas de conservação, incluindo o uso dos aditivos alimentares. Cabe aqui ressaltar a necessidade de esclarecimento quanto às variações do conceito de aditivos de acordo com as legislações vigentes, destacando os conservantes permitidos pela própria legislação brasileira. Desse modo, ao se trabalhar com o tema conservação Uma alternativa para se trabalhar a temática consiste dos alimentos na construção do conhecimento de cinética na formação júris simulados como estratégia de ensino para química, é possível conduzir o aluno à elaboração de concei- abordar os benefícios e malefícios que a utilização de edulco- tos, além de propiciar a tomada de decisão enquanto cidadão rantes e conservantes proporcionam. O objetivo é contextua- crítico na sociedade em que se insere, por meio de questio- lizar o estudo de conceitos químicos importantes na formação namentos pertinentes ao tema. Uma forma prática de trabalho acadêmica e presentes na vida cotidiana. Dentro desse ra- nesse sentido é a elaboração e aplicação de um questionário ciocínio, o professor ainda pode expandir a prática pedagógi- que discuta as seguintes questões: por que os alimentos es- ca para a avaliação de rótulos de alimentos e interpretações tragam? Que processos podem ser utilizados para evitar que acerca dos diferentes tipos de aditivos e aplicação de cada se deteriorem? Como esses processos atuam? Na sua casa, um deles como inibidores ou desaceleradores de reações são utilizadas técnicas de conservação de alimentos? Quais? químicas de hidrólise e degradação dos alimentos. Você sabe o que é um aditivo alimentar? Cite-o. Você acha importante o uso de aditivos alimentares? Por quê? Além disso, TÓPICO B recomenda-se o desenvolvimento de debates que discutam as questões acima levantadas, além de práticas de coletas Como mencionado anteriormente, as mudanças rápidas, de dados nos rótulos de alimentos e comparação com dados os avanços científicos e tecnológicos, o mundo da informação teóricos em sala de aula, destacando sempre a importância e da globalização constituem o atual cenário mundial, o qual do uso de conservantes na segurança alimentar. apresenta também grandes contrastes econômicos e sociais, exigindo do ser humano um repensar dos seus atos diante da A importância dos aditivos alimentares no aprofundamento dos conhecimentos de cinética química Os aditivos, juntamente com o congelamento, a pasteurização e outros processos, são exemplos do grande esforço que tem sido empreendido pela humanidade para conservar os alimentos. Os ácidos, nitritos, nitratos e outras substâncias, que fazem parte do currículo de Química do Ensino Médio, têm uma participação tão ampla na nossa alimentação diária que as aulas de Química poderiam prosseguir indefinidamente nas lanchonetes, restaurantes e supermercados. Os alunos sempre encontrariam novidades sobre as quais ficariam, no mínimo, curiosos. Abordar o tema aditivos, inserido no contex- vida. Ao repensar o contexto educacional, constata-se que as práticas pedagógicas observadas na maioria das salas de aula, principalmente no Ensino Médio, estão longe de atender às transformações do cenário mundial, pois são calcadas em metodologias tradicionais de ensino que não favorecem a produção do conhecimento, tampouco a transformação social. O que se observa é uma educação centrada no cumprimento de programas preestabelecidos sem a preocupação com a validade desses conhecimentos. Diante desse cenário, faz-se necessário, ao final do Ensino Médio, que os estudantes tenham desenvolvido habilidades relacionadas aos fatores que afetam a velocidade de uma reação química, tais como temperatura, superfície de contato 92 Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio PAEBES 2015 e concentração, por meio de descrições de experimentos e ra, utilizando solução supersaturada de sacarose, é uma alter- da proposta, além da utilização de modelos explicativos para nativa acessível aos professores de redes públicas e privadas interpretar a rapidez de uma transformação química. Dentro do Ensino Médio. desse contexto, os métodos de conservação dos alimentos Por fim, o trabalho com temas complementares, como as e aditivos surgem como temáticas complementares utilizadas reações de deterioração dos alimentos, a necessidade de para contextualização e execução prática do tema. métodos de conservação e o uso de aditivos, traz para o alu- O conhecimento sobre o conceito acerca de padrões de no a Química aplicada ao dia a dia. Aqui, deve-se priorizar o comportamento entre as substâncias e a previsibilidade de desenvolvimento de habilidades que visem proporcionar aos suas propriedades físicas e químicas a partir do entendimento alunos oportunidade de conhecer alguns aditivos alimentares: da tabela periódica é considerado uma habilidade essencial nomes, propriedades, características, utilização, benefícios e no aprendizado das transformações químicas. Dessa forma, riscos do seu emprego em nossa alimentação; levar o aluno a estudantes que se encontram em fase inicial de desenvol- familiarizar-se com algumas funções da Química por meio do vimento trabalham reconhecendo que em todo processo estudo de alguns aditivos alimentares mais comuns e de algu- de transformação química há influências características de mas reações de deterioração dos alimentos; criar oportunida- suas propriedades. Nesse sentido, o professor deve traba- de para que os alunos, por meio de atividades relacionadas lhar a ideia de que a organização dos elementos segundo ao cotidiano, conheçam um pouco sobre as reações relacio- a Lei Periódica define propriedades químicas semelhantes nadas à deterioração dos alimentos e algumas maneiras de que determinarão as tendências reacionais. Dentro desse impedir ou retardar essas reações; estudar alguns aspectos ponto, deve-se trabalhar conceitos buscando reconhecer e qualitativos e quantitativos envolvidos na rapidez com que identificar fenômenos envolvendo transformações químicas, ocorrem as reações de deterioração dos alimentos, além das identificando regularidades entre as substâncias envolvidas; e condições físico-químicas que favorecem a sua ocorrência; identificar o grupo a que pertencem os elementos presentes discutir questões relacionadas aos nossos hábitos alimenta- nas bases, ácidos e sais mais comuns. O trabalho com esses res com o objetivo de formar consumidores mais conscientes, alunos deve abranger tanto aulas convencionais, com o abu- exigentes e com hábitos alimentares mais saudáveis. so de exemplos práticos que demonstrem elementos de um mesmo grupo e suas similaridades e particularidades químicas, quanto a alternativa de aulas práticas, que contemplem a realização de experimentos simples e ilustrativos. Após o desenvolvimento dessas habilidades, os estudantes já são capazes de discriminar os fatores de influência em uma reação química, inserindo, nesse contexto, o conceito de cinética química. Inicialmente, deve-se trabalhar o conceito de energia envolvida nas diferentes reações químicas (eletrólise, oxidação e redução de espécies), destacando-se àquelas de formação e calor envolvido. Esse ponto envolve a exposição de habilidades como fazer cálculos relacionando dados sobre reações químicas e valores das energias envolvidas; fazer previsões sobre produtos em reações de combustão; e utilizar tabelas de dados sobre energias associadas às transformações de estado e reações químicas para fazer cálculos sobre calores envolvidos nas mudanças de estado e nas reações químicas. Talvez seja aqui o maior desafio do professor ao desenvolver tais habilidades, a praticidade em detrimento de aulas monótonas de cálculos por vezes tão incompreensíveis. Nesse aspecto, o uso de práticas simples como a execução de solubilidade dependente de temperatu- 93 “ Os alunos não conseguem identificar a relação entre o que estudam em Química e o seu cotidiano, e muitos acreditam que o estudo de Química se resume ao estudo de fórmulas, de memorização de nomes de compostos, de classificações de fenômenos e de resoluções de problemas por meio de algoritmos. PAEBES 2015 Revista Pedagógica TÓPICO C Conforme mencionado no tópico A, o Conteúdo Básico Comum (CBC) de Química do estado de Minas Gerais (ROMANELLI et al., 2007), estabelece que o ensino ao estudante do primeiro ano do Ensino Médio deve possuir uma visão bem geral da Química. Já para o segundo e terceiro anos do Ensino Médio, conteúdos complementares devem ser abordados. Com base nisso, este texto abordará o ensino de cinética química para alunos do segundo ano do Ensino Médio. O ensino de Química, na maioria de nossas escolas, vem sendo trabalhado de forma descontextualizada da sociedade e de maneira dogmática. Os alunos não conseguem identificar a relação entre o que estudam em Química e o seu cotidiano, e muitos acreditam que o estudo de Química se resume ao estudo de fórmulas, de memorização de nomes de compostos, de classificações de fenômenos e de resoluções de problemas por meio de algoritmos. Em relação à contextualização, muitos entendem que se trata de um ensino do cotidiano, no sentido restrito de abordagem de situações do cotidiano pela descrição nominal de fenômenos químicos com a linguagem científica. Para muitos professores, informar ao aluno que no seu estômago existe ácido clorídrico já se está ensinando Química do cotidiano. Isso, porém, é feito na escola sem explorar as dimensões sociais em que os fenômenos estão inseridos. Uma metodologia que é muito adequada a esse tipo de abordagem é o trabalho com projetos como as práticas investigativas de rótulos de alimentos e os júris e debates em sala de aula. Os projetos, quando bem planejados, envolvem uma diversidade de ações e de áreas do saber. Portanto configura-se como uma especial condição para a construção de conhecimento, bem como momento privilegiado para se incorporar a dimensão afetiva na formação dos alunos. Nesse tipo de abordagem, ficam contempladas as inventividades, a abertura para o novo. Almeja-se a formação de um sujeito crítico e capaz de desenvolver, apropriar, produzir e interagir com os tantos saberes desejáveis para se estabelecer uma comunidade mais harmoniosa e com maior qualidade social. Dessa forma, discussões acerca da segurança alimentar e nutricional podem ir muito além da simples vertente de conceitos relacionados à conservação dos alimentos, e sim constituir uma excelente ferramenta de aprendizado para a cinética química e seus fatores de influência, de maneira contextualizada e aplicável à realidade do aluno fora de sala de aula. 94 Vice-Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (em exercício da Reitoria) Marcos Vinício Chein Feres Coordenação Geral do CAEd Lina Kátia Mesquita de Oliveira Coordenação da Unidade de Pesquisa Tufi Machado Soares Coordenação de Análises e Publicações Wagner Silveira Rezende Coordenação de Design da Comunicação Rômulo Oliveira de Farias Coordenação de Gestão da Informação Roberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo Coordenação de Instrumentos de Avaliação Renato Carnaúba Macedo Coordenação de Medidas Educacionais Wellington Silva Coordenação de Monitoramento e Indicadores Leonardo Augusto Campos Coordenação de Operações de Avaliação Rafael de Oliveira Coordenação de Processamento de Documentos Benito Delage Ficha catalográfica Espírito Santo. Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo. PAEBES – 2015/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 ( jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 – Anual. Conteúdo: Revista Pedagógica - Ciências da Natureza - 3ª série do Ensino Médio. ISSN 2237-8324 CDU 373.3+373.5:371.26(05)
Documentos relacionados
Língua Portuguesa – 3º ano Ensino Médio - PAEBES
POR QUE AVALIAR A EDUCAÇÃO NO ESPÍRITO SANTO?
Leia mais