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Lab
Jornal da cadeira de Laboratório em Jornalismo
Esporte de
primeira
MARCOS COLOMBO/ASCOM
RICARDO GIUSTI/PMPA
PÁGINA 18
2010/1 - Manhã
Faculdade de Comunicação da PUCRS
Shopping
popular
PÁGINA 8
A hora
de votar
é agora
NELSON JUNIOR/ASICS TSE
Eleição é uma competição. A
competição pelo seu voto. Logo,
tenha opinião ao escolher seu
candidato e o observe após as
eleições. Veja se ele cumpriu
o que prometeu e se fez um
bom mandato. Assim ficará mais
fácil de avaliá-lo nas próximas
eleições. (Lydia Camargo)
PÁGINA 6
FOTOS BÁRBARA SOUZA/LABJOR
Os efeitos da
Lei Seca no Rio
Grande do Sul
PÁGINA 16
Famecos forma
profissionais
de destaque
PÁGINA 4
opinião
Fim do papel? E a literatura?
Vicente Carcuchinski.
E a pirataria continua avançando, desenfreadamente.
No mercado do cinema e da música, ela é uma verdadeira praga e como tal é tratada. Apesar da facilidade em
comprar ou fazer o download de mídias piratas, é comum
vermos, nas grandes cidades, a polícia apreendendo material de contrabando.
Ok, ponto para as produtoras. Mas e quando o assunto
é a literatura e o mercado editorial? Baixar o PDF de um
livro qualquer é uma tarefa banal. Por que será que não
vemos ações inflamadas das editoras, a fim de combater
a pirataria?
Certo, agora chegamos ao senso comum: “Ler no computador é muito ruim, não adianta baixar o PDF a não ser
para uma leitura superficial de um livro que tenho vontade de comprar. As editoras acabam lucrando com isso, por
causa da divulgação”.
Sim, concordo. Afinal, é exatamente isso que faço antes
de comprar qualquer livro.
Mas, na verdade, quero levantar outro assunto para a
discussão. Cada vez mais, instituições culturais e educacionais fazem propagandas sensacionalistas sobre a leitura,
dizendo que ler é viver, a leitura dá asas à imaginação,
saia da televisão e vá ler um livro, e aquela coisa toda.
Ao menos curioso, é o fato de que as editoras literárias,
responsáveis pela publicação dos livros, muito raramente
promovem programas de incentivo à leitura, e, quando os
promovem, visam o lucro.
A literatura está sendo desvalorizada pelas editoras.
Já li diversas obras clássicas de várias editoras diferentes, de grande e médio porte. Não foram poucas as vezes em que me deparei com erros aparentes de digitação,
edição e tradução. Isso não é apenas coincidência. Todos
os anos surgem casos novos de plágios por parte das editoras.
Atualmente, cada vez mais, os diferentes campos de
difusão cultural deixam de se preocupar com as pessoas
e com o seu próprio trabalho, passando a visar exclusivamente o lucro.
Eu me vejo lendo uma edição atual de O Continente,
daqui a algumas décadas, e me deparando com anúncios
publicitários a cada mudança de capítulo, e achando isso
completamente normal. Pensando bem, me vejo lendo O
Continente em um desses novos Tablets, com os mesmos
anúncios, mas em forma de banners.
Laboratório de Jornalismo
A desgraça que eu amo
Lucas Boni Maróstica
Medicina, Administração, Publicidade e Propaganda, Relações Internacionais. Em comum a popularidade. Estão entre os
cursos mais procurados entre os vestibulandos. Estão sempre
na moda. Profissionais são geralmente bem remunerados. Requisitados. Sua entrada e ascensão no mercado de trabalho
não são tão tumultuadas quanto à de outras áreas. Não estou
desmerecendo, nem dizendo que são fáceis. Não. Eles também
encontram dificuldades.
Mas quero falar de uma profissão um pouquinho menos
glamurosa. Quase miserável. Jornalismo. Hm. Não há necessidade de diploma. Profissionais mal pagos. Desvalorizados. Engraçado, não foram poucas as vezes que encontrei jornalistapadeiro, jornalista-comerciante, jornalista-professor. Jornada
dupla é natural, consequência.
Mas como eu, estudante de jornalismo, posso estar escrevendo isso? Eu que escolhi entrar nesta vida desgraçada. Neste
caminho sem volta. “Meu filho, não vou te sustentar pro resto
da vida.” Como posso ter sido tão imbecil?
Do ponto de vista racional, tudo que foi dito até pode estar correto. Por todos esses motivos havia desistido do curso.
”Jornalismo não, vou fazer Engenharia Civil e enriquecer.” Por
dois anos tentei entrar na UFRGS e não consegui. Talvez isso
tenha sido um sinal, Deus me mostrando o caminho. Mentira.
Estudava pouco, saía muito.
Na hora da inscrição para o vestibular de verão da PUCRS,
deixei me levar pelo coração. Meio ressabiado, assinalei no
formulário “Comunicação Social – Jornalismo manhã”. Passei.
Havia dúvida na hora da matrícula. Foi então que comecei
ouvir histórias da famosa Famecos. Elogiada e conhecida por
muitos. Neste ponto parabéns a PUCRS, professores e alunos.
Fizeram um belíssimo trabalho de relações públicas. Publicidade gratuita, em forma de profissionais competentes e bem
sucedidos. Enfim, fui convencido.
As aulas começaram. Fiquei surpreso. A Famecos foi muito
além das minhas expectativas. A PUCRS oferece uma estrutura
incrível. Uma biblioteca modelo e, além disso, uma recepção
calorosa.
Hoje eu tenho vontade de morar no prédio sete. Estou
apaixonado pelo curso. Tenho professores que dão segurança
de estar me graduando no melhor curso de jornalismo do Brasil. Estou topando o salário baixo. A desvalorização. O turno
duplo e os dois empregos. Motivado por algo maior, o amor ao
jornal e a vontade de ver essa realidade de maneira diferente
no futuro.
EXPEDIENTE
Jornal da Cadeira de Laboratório de Jornalismo (I Semestre)
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Comunicação Social /Famecos
Reitor: Ir. Joaquim Clotet
Diretora da Famecos: Mágda Cunha
Coordenadora do curso de Jornalismo: Cristiane Finger
Professores orientadores: Eduardo Pellanda e Fábian Chelkanoff
Alunos: Airan Coimbra da Costa Albino, Ana Leticia Machado Madruga, Andre Vitor Zanella Pasquali,
2
Anna Karolina Veiga S. Helena, Antonia Kowacs Castro, Ariel Engster, Barbara Souza Santos, Bibiana
Lechmann Saldanha, Bruna Fernanda Suptitz, Camila Piccinini, Caroline Dickel, Claudia Santos
Jobim, Eduardo Schiefelbein, Ellen Doris Wolff Dick, Fernanda Gomes da C. Ferreira, Gabriela Ramires
Brasil, Guilherme Jaeger, Iasmine Birck Lopes, Isabele Jessica Sonda, Jeniffer Severo, Julia Lewgoy
Martini, Katherine Panerai D’avila, Laura Delgado Duro, Luana Cignachi Rossi, Lucas Boni Marostica,
Lucas Magalhaes Roca, Lucas Oliveira Kolton, Luiza Borba Menezes, Luiza de Conti Lorentz, Lydia
Christina B. de Camargo, Marcel Klein, Maria Carolina C. dos Santos, Maria Luiza Pozzobon Costa,
Mariana Mesquita Gonzalez, Marina Amaro Teixeira, Matheus Lamb Wink, Nicole Morello, Patricia
da Cunha Jardim, Pedro Leonardo C. T. Escouto, Priscila Leal Marques, Thiago Z. R. V. De Oliveira,
Vicente Carcuchinski Costa, Vitoria Forell Famer e Vivian De Melo Lengler
geral
Laboratório de Jornalismo
Meditação em movimento
BÁRBARA SOUZA/LABJOR
Bárbara Souza
T
odo último sábado de abril a arte
marcial chinesa “Tai Chi Chuan”,
também conhecida como uma
forma de meditação em movimento,
comemora o seu dia. A aplicação se dá
através do uso de movimentos suaves
e circulares. Sua origem vem da junçao da filosofia “Tai Chi” que significa
“o extremo equilíbrio entre dois pólos”
com a metáfora do “chuan”, o punho.
Eduardo Rocha, 33 anos, hoje
instrutor de Tai Chi Chuan e praticante
há 10 anos, explica que existem duas
versões sobre como a arte teria surgido: “Pela versão lendária, um monge
taoísta teria tido uma iluminação espiritual ao ver uma garça brigando com
uma cobra e dali percebido os princípios do T.C.C. Mas há uma vertente que
diz que essa prática teria sido criada
pelo general chinês Chen Wanting que
mesclou exercícios físicos, golpes, medicina oriental e o “I ching” - livro de
sabedoria chinesa.
Pesquisas médicas, como a feita
pela Universidade de Maryland de Medicina, nos Estados Unidos, em 2000,
têm comprovado os benefícios do esporte. Segundo a praticante da arte
Deise Dourado, 56 anos, “além da harmonia, da flexibilidade e do equilíbrio
corporal, ele previne muitas doenças.
Outra questão é que com ele eu acabo
com as possibilidades de me fraturar”.
A terapia tem se expandido entre os jovens. Muitos afirmam ter larga-
Eduardo Rocha e sua turma de aula comemorando o dia do Tai Chi Chuan
do as drogas com a prática dessa arte.
Rodrigo Terra de 16 anos, que
pratica há um ano, explica os benefícios sociais que o Tai Chi proporciona
para ele: “com a arte eu aprendi a ser
mais como a água e saber contornar os
obstáculos do dia a dia sem bater de
frente. Em uma festa, um bêbado queria brigar. Calmamente eu sorri e evitei
a briga”.
Já Rodrigo Leitão, praticante do
Tai Chi há dois anos, desabafa: “Usei
todos os tipo de drogas, desde os 13
anos. Já praticava várias artes marciais,
mas nenhuma me proporcionou a paz e
o equilíbrio que a prática me trouxe.
Por cinco anos tentei parar, com quatro
meses de Tai Chi, consegui”.
ENEM E SUAS COMPLICAÇÕES
Isabele Sonda
O ano de 2009 foi marcado pelas várias complicações na aplicação
do Enem. Noticiado por diversos jornais do país, o exame teve de ser cancelado, por se descobrir que houve vazamento do mesmo. Após o adiamento
do teste, os problemas ainda não haviam se encerrado: os alunos que pretendiam fazer o Enem, encontraram
dificuldade ao tentar se inscrever pelo
site do MEC, e mais tarde, encontrariam falhas no gabarito.
A polícia de defendeu junto aos
técnicos do Ministério da Educação
afirmando que os problemas citados
já estavam sendo avaliados e que não
voltariam a se repetir: “A nova estratégia é de domínio do MEC, mas já
temos um grupo técnico trabalhando
com o MEC hoje”, disse Luís Fernando
Corrêa, diretor geral da Polícia Federal.
O próprio Inep responsável pela
organização do Enem, afirmou lamentar o fato da necessidade do adiamento do testes, e admitiu saber o que
isso acarretaria: “Instituições importantes como USP, Unicamp, FGV e PUC
ficaram impossibilitadas de utilizar a
nota por força do seu calendário, diminuindo o estímulo dos alunos para
fazer a prova”.
O problema está no fato de que,
para os alunos que buscam entrar na
faculdade por meio de projetos como
o ProUni e dependem do Enem pra
isso, acabam perdendo suas vagas, ou
até mesmo desistindo delas.
Este ano, a prova, provavelmente, volta a ocorrer em outubro,
visto que o cartão de confirmação de
inscrição deverá ser entregue aos alunos até setembro. Os estudantes deverão portar seu CPF e pagar o valor
da taxa de inscrição de R$ 35.
Para mais informações, os interessados podem tirar suas dúvidas
acessando a página do Inep (www.
enem.inep.gov.br).
3
geral
Laboratório de Jornalismo
O fenômeno dos jornais populares
Vívian Lengler
O
direito à informação é um dos
principais fundamentos do Estado
Democrático de Direito, consolida
a cidadania e permite ao povo exercer o
poder estatal. Os jornais populares são
importantes porque, hoje, garantem o
acesso de muitas pessoas a esse bemcomum.
Vendidos a preços baixos, compostos por muitas imagens, linguagem
curta e direta, repletos de promoções
e publicidade, eles vêm ganhando espaço no país, especialmente após a crise,
conforme dados do Instituto Verificador
de Circulação (IVC), e nas classes mais
baixas devido a um aumento de poder
aquisitivo, segundo Odmar de Almeida
Filho, diretor executivo do mercado jornais do grupo Estado. Além disso, não
costumam ter serviço de assinatura e
são distribuídos por vendedores ambulantes terceirizados.
São exemplo os jornais “Extra”
do Rio de Janeiro, “Diário Gaúcho” do
Rio Grande do Sul e “Super Notícia” de
Minas Gerais. Todos estão na lista dos 10
maiores jornais brasileiros, e o último
VÍVIAN LENGLER/LABJOR
ainda assumiu a liderança no ranking de
vendas de periódicos diários do país, segundo dados de 2009 da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
Esse tipo de periódico já representa um percentual bastante alto das
tiragens do país. Os vendedores comprovam: Luís Vicente, que trabalha em
frente à PUCRS, afirma que vende, em
média, 180 Diários Gaúcho para 12 Zero
Horas por dia.
É bastante normal ouvirmos críticas destinadas a esse tipo de meio de
comunicação. Em contrapartida, este
ano o Diário Gaúcho comemorou seus 10
anos com uma festa realizada no Gigantinho, em Porto Alegre que contou com
mais de 20 atrações. O mesmo ainda
conseguiu a segunda colocação na categoria jornal como marca mais lembrada, logo após a Zero Hora, na pesquisa
Top of Mind 2010 realizada pela Revista
Amanhã e pela Segmento Pesquisas.
Há ainda quem acredite que é
muito mais difícil construir e manter um
jornal popular. O apelo visual deve ser
muito bem trabalhado e os jornalistas
são desafiados a conquistar diariamente
os leitores.
Luís vende em torno de 180 jornais
Famecos forma profissionais de destaque
Bárbara Souza
ARTE SOBRE FOTOS DE BÁRBARA SOUZA/LABJOR
Programa Acontece, mas
percebi que realmente
queria trabalhar na TV.
A Faculdade de ComuOs estágios me encannicação Social (Famecos) da
tavam. Hoje vejo como
PUCRS foi fundada em 1949.
essas experiências foram
Foi a primeira a ter graduaimportantes”, conta a
ção no Sul do país e a terceira
jornalista.
no Brasil. A Faculdade formou
Lu Adams, aprejornalistas de destaque da
sentadora do Estilo Zen,
mídia brasileira. Patrícia Potambém da TV COM,
eta, Ana Amélia Lemos, Crisexplica que se pudesse
tiane Finger, Cistina Ranzovoltar atrás, aproveitalin entre outros profissionais
ria muito mais o tempo
de renome da comunicação,
de aprendizado. “Eu era
passaram por aqui. TVCOM e
muito dispersiva. GosRBSTV, emissoras de destaque
taria de ter aproveitado
da região, afiliada da Rede
mais o universo de possiGlobo, contam com muitos
Os famequianos Ico (esquerda, acima), Carolina, Marcelo e Lu bilidades que a PUCRS me
Famequianos.
proporcionava”, diz qua“Os professores estão
se que como uma dica.
Carolina Ceolin, 27 anos, apreinteirados e atuando no merPara Marcelo Brasil, produtor na
cado de trabalho, esse é um ponto mui- sentadora do Programa Estilo Casa e Cia
to positivo. A Famecos tem uma estrutu- da TV COM fez publicidade e, depois RBS TV, “o jornalismo é maravilhoso, é
ra maravilhosa e, além disso, conta com de formada, percebeu que sua paixão nosso dever prestar serviço. Temos o
uma passarela maravilhosa”, confessa era pelo Jornalismo. Não hesitou em poder de passar as informações que as
Ico Tomaz, 35 anos, apresentador do escolher a Famecos novamente. “Em pessoas têm de saber, o que elas querem
Uruguaiana, minha cidade natal, criei o saber e o que elas deveriam saber”.
programa Patrola.
4
Laboratório de Jornalismo
Um problema inconstante
Guilherme Jaeger
U
m problema que atinge muitas
crianças nas escolas hoje em dia é
o bullying. O termo deriva da palavra inglesa “bully”, que é usada para
nomear o “valentão” do colégio. Várias
sofrem essas agressões físicas e morais,
e isso pode afetar a criança para o resto de sua vida. Mas o assunto ainda é
cercado por muita incerteza. Afinal, o
que seria o “bullying”? Carolina Carlet,
psicopedagoga do Centro Social Marista
Graças, opina: “Creio ser um sintoma de
uma doença que se origina na desestrutura familiar contemporânea. Isso passa
por vários fatores. Não é só porque uma
família parece ser bem estruturada, que
necessariamente o é.”
Sabendo que esse problema afeta crianças e adolescentes, o que as escolas fazem para ajudar quem passa por
essas situações? Sandra Steil, orientadora educacional da E.M.E.F. Dom Diogo
de Souza, esclarece: “Temos algumas
medidas. Conversar com os alunos que
sofrem e os que praticam este tipo de
ato, dar uma espécie de atenção especial aos que sofrem frequentemente
abuso dos colegas. Mostramos que eles
também têm qualidades. Falamos com a
família, pois na maioria das vezes essas
crianças também sofrem com problemas
familiares.”
As crianças sentem-se excluídas, e isso as afeta para o resto da vida
adulta. A menina menor H.B. de 9 anos
é vítima de bullying e conta o que sente
em relação a essas agressões: “Me sinto estranha, pois isso me magoa, e ao
mesmo tempo que me irrito com essa
pessoa, tenho pena, pois minha mãe
trabalha com crianças e me explica que
elas também passam por problemas na
família.”
No fim, tanto as crianças que recebem agressões, como as que agridem,
sofrem da mesma forma. Sandra conclui: “Não há no momento maneira de
prevenção, pois cada caso é um caso.
O que fazemos é “apagar incêndio”,
resolver os casos individualmente. Esperamos um dia poder evitá-los completamente.”
REALIDADE INDÍGENA
Fernanda Ferreira
Andando por pontos tradicionais de Porto Alegre, como a Praça da
Alfândega ou o Brique da Redenção,
é fácil notar a presença de um povo
que, apesar de marginalizado, faz
parte da nossa história e também do
nosso cotidiano: os Índios. Na capital gaúcha vivem três
povos indígenas: Guarani, Kaingang e
Charrua, os quais enfrentam diversos
problemas para preservar sua cultura. Segundo a estudante de Serviço
Social, Delmise Vasconcellos, que desenvolve projetos com os índios Kaingang em Porto Alegre, a luta deles
é pela manutenção de seus direitos,
principalmente o acesso a terras, pois
é através delas que eles podem preservar seus costumes e seu modo de
viver.
Outro ponto importante enfrentado por eles é a dificuldade de
inserção na sociedade. Uma das formas de minimizar esse problema são
as cotas em universidades federais
que servem para promover essa integração entre o indígena e a sociedade
em geral. Além de ser uma maneira
FERNANDA FERREIRA/LABJOR
A VOZ DA CHAMADA
A COBRAR
Alguma vez na vida todo brasileiro
ouviu a mensagem “Chamada a
cobrar. Para aceitá-la, continue na
linha após a identificação” ou então
“...diga seu nome e a cidade de
onde esta falando”. A voz da chama
a cobrar é da locutora paulista
Patrícia Godoy formada em Piano,
Educação Física e Laboratórios
Médicos. Patrícia também fez
novelas e apresentou telejornais no
SBT. A apresentadora trabalha como
locutora em comerciais atualmente.
(Bárbara Souza)
EM BUSCA DOS
REFÚGIOS RURAIS
Cansados do trabalho, dos prédios
e da poluição, muitos gaúchos
voltam-se aos locais rurais buscando
espairecer. Por serem próximos
da capital, e em geral, de custo
de vida barato, tornaram-se
ótimos refúgios da rotina urbana.
“Mesmo arborizada, a Capital é
sufocante e caótica. O interior nos
proporciona uma experiência de
tranqüilidade”, diz Karen Oliveira,
21 anos, estudante que há três
anos passa suas férias descobrindo
novas “pequenas cidades”. Mais do
que uma atividade turística, para
muitos é um hobby. “Custa menos
do que terapia e os resultados são
mais eficientes”, afirma Ademir
Machado, 51 anos, advogado. Seja
por turismo, tédio, ou tranqüilidade,
quase todos podem usufruir destes
cenários e conhecer melhor os
redutos rurais. Para isto basta
elaborar um roteiro e se preparar
para natureza. (Jeniffer Severo)
JENIFFER SEVERO/LABJOR
Índios no Brique da Redenção
de começar a carreira profissional, é
também um estímulo para que outros
jovens índios busquem seus sonhos e
promovam o fortalecimento de suas
comunidades.
Porém, a realidade é essa: depois de lutas e reivindicações, o povo
indígena ainda não conquistou seu
espaço na sociedade contemporânea.
E, mesmo após cinco séculos, índios
e brancos ainda não encontraram formas harmônicas de convivência. O contato com a terra é revigorante
5
política
Laboratório de Jornalismo
A nova legislação eleitoral
REPRODUÇÃO/LABJOR
Luiza Menezes
O
s políticos que estão participando das eleições em 2010 possuem
um novo recurso para ajudar na
divulgação de suas candidaturas: a internet. Isso porque o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva aprovou a lei de
número 12.034, que regulamenta o uso
da internet em campanhas eleitorais.
A utilização da web através de sites,
redes sociais, blogs e correios eletrônicos possibilita aos candidatos ter um
maior contato para promover seus feitos entre os eleitores, principalmente
os jovens.
Nesta nova legislação eleitoral,
alguns artigos das leis de número 9.096
(leis dos paridos políticos), 9.504 (normas para as eleições) e 4.737 (código
eleitoral) foram alterados ou tiveram
alguma norma vetada. Também foram
acrescentados outros que regulamentam a propaganda eleitoral, especificamente na internet.
Entre os artigos alterados está
o de número 23 que prevê doações via
internet, até mesmo com cartão de
crédito, sendo que para pessoas físicas
há o limite de 10% da renda bruta do
ano anterior, mas responsabiliza o doador caso haja uma eventual fraude ou
erro ao usar esse sistema de doação.
Já nos artigos vetados, está o 43 que
regulamentava a propaganda eleitoral
na imprensa, onde permitia a propaganda até a antevéspera das eleições e
a divulgação de no máximo um 1/8 de
Candidatos se mobilizam pelas Redes Sociais para atrair eleitores mais jovens
página de jornal por edição para cada
candidato, coligação ou partido. Agora, permite que a imprensa escrita e
a reprodução na internet do jornal impresso, até a antevéspera da eleição,
admitam até dez anúncios por veículo
ocupando 1/8 de página de jornal em
diversas datas para cada candidato.
Nos artigos que regulamentam
a propaganda eleitoral na internet, o
NELSON JUNIOR/ASICS TSE
A ESCOLHA CERTA
Lydia Camargo
Primeiro você deverá escolher
uma posição política. Assim ficará
mais fácil de escolher um representante para suas idéias. Entretanto, é
importante procurar saber mais sobre
a carreira dos candidatos. Procure sobre o seu passado, se já se envolveu
em escândalos e se seus mandatos anteriores tiveram sucessos.
Sites da Câmara, do Senado e
Assembléias Legislativas são ótimas
fontes. Contudo, não se governa um
país, estado ou município sozinho.
Avalie também o candidato a vice, o
6
57-B permite que os candidatos utilizem mídias sociais para complementarem a divulgação em seu website.
Já os artigos 57-E a G regularizam o uso de correios eletrônicos, não
permitindo a venda de cadastros de
endereços eletrônicos e pagamento de
multas caso os candidatos não retirem
o contato de um eleitor a pedido do
mesmo.
partido e as alianças.
Analise o horário político eleitoral. Desconfie de muitas promessas.
Elas poderão ser cumpridas, mas é necessário saber como serão colocadas
em prática. Desconfie das respostas
simples a questões complexas. E claro,
não vá na conversa de quem somente
aponta o defeito dos adversários.
Eleição é uma competição, a
competição pelo seu voto. Logo, tenha
opinião ao escolher seu candidato e o
observe após as eleições. Veja se este
cumpriu o que prometeu e se fez um
bom mandato. Assim ficará mais fácil
de avaliá-lo nas próximas eleições.
Consciência na hora de confirmar
Laboratório de Jornalismo
Rio Grande do Sul e a
diversidade partidária
Nicole Morello
BRUNA FERNANDA SUPTITZ/LABJOR
O
passado da política pode falar
muito sobre o crescimento de
um estado. Em época de eleições é interessante prestar atenção
nisso. Se olharmos para trás poderemos reparar, por exemplo, que desde
o início das eleições diretas o governo
do Rio Grande do Sul não repete partidos consecutivamente. Esse fato pode
explicar muitos dos acontecimentos no
estado, incluindo o sucesso ou insucesso de cada projeto feito ao longo desse
tempo.
Em ordem cronológica, tivemos
como governadores eleitos Jair Soares,
pelo PDS/PFL; Pedro Simon, pelo PMDB;
Alceu Collares, pelo PDT; Antônio Britto, pelo PMDB; Olívio Dutra, pelo PT;
Germano Rigotto, pelo PMDB; Yeda
Crusius, pelo PSDB. Salvo o período entre 1990-1991, em que Sinval Guazelli
(PMDB), assumiu o governo para que
Pedro Simon pudesse se candidatar a
senador, não há registro de repetição
de partidos por eleições diretas.
A atual governadora Yeda Cru-
Palácio Piratini, sede do governo do RS
sius, do PSDB, será candidata a um
segundo mandato. Porém, pesquisas
já mostram que os favoritos ao governo estadual são Tarso Genro, do PT, e
José Fogaça, do PMDB. Apesar disso,
só saberemos se será levada adiante
a tradição de diversidade partidária
depois das eleições, que ocorrerão em
outubro.
Número elevado de siglas
Bruna Fernanda Suptitz
A lista de partidos políticos registrados no TSE contabiliza 27 siglas.
Parece muito? E é. Porém apenas uma
pequena parcela deles são conhecidos
pela população. A dúvida que fica disso é pertinente: qual a importância de
um partido político pequeno dentro de
uma grande eleição?
As bandeiras levantadas por um
grupo que compartilha ideais, na luta
para defender uma causa e com isso fazer história; esses são apontados como
os principais motivos para se lançar à
candidatura um partido pouco conhecido. Quando um partido político é criado, ele precisa se consolidar através de
uma campanha. Mesmo que a votação
do seu candidato não seja expressiva, é
através do espaço ganho na mídia e de
toda a divulgação que gira em torno de
uma eleição que ele se tornará conhecido e influente.
Mas não é sempre assim que
acontece. Aproveitando a situação, algumas siglas utilizam os minutos concedidos pelo horário eleitoral obrigatório
em rádio e televisão para estabelecer
coligações que possam favorecer os demais partidos. Aqueles maiores e mais
conhecidos, ganham em tempo de exposição na mídia. Os de pequeno porte,
por cederem seus minutos à coligação,
ganham com cargos no governo futuro.
Nesse jogo de trocas e alianças,
quem perde é a população. O partido
com o qual simpatizam nem sempre estará disposto a defender sua ideologia
até o fim de uma campanha. Mas há um
ponto em que todos concordam a respeito da quantidade de partidos políticos no Brasil: são muitos e repetitivos.
Não existe tanta divergência de opiniões e a união de siglas com propostas
semelhantes seria uma boa opção para
criar grupos mais unidos em torno de
uma mesma causa.
CAMPANHAS
VALORIZAM O VOTO
A Campanha Vota Brasil, produzida
pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), em parceria com os Tribunais
Regionais Eleitorais (TREs), busca
conscientizar o eleitor e valorizar
o voto. Em meio a uma crise de
imagem na política brasileira, o
TSE veiculou em 2006, a campanha
criada pela W\Brasil, dirigida pelo
publicitário Neil Ferreira. Já em
2008, foi ao ar a propaganda dirigida
por Rui Branquinho, enfatizando
que quando se perde uma chance,
ela demora muito para aparecer
novamente, fazendo alusão aos
quatro anos do mandato político.
Este ano a União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas (UBES)
promove a campanha “Se Liga 16,
2010 é a nossa vez!” que circulará
nas escolas do país com o objetivo
de conscientizar os jovens de 16
anos sobre o direito ao voto. É
importante lembrar que cabe ao
eleitor refletir sobre a importância
do voto à manutenção da
democracia.(Ana Letícia Madruga)
DE OLHO NO
CALENDÁRIO
Nas próximas eleições os brasileiros
escolherão, além do novo presidente
da república, governadores,
senadores, deputados federais e
estaduais. É importante estar atento
ao calendário eleitoral divulgado
desde 2009 pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). As convenções
partidárias para a escolha de
candidatos deverão ser realizadas
entre 10 e 30 de junho e o registro
dos candidatos até o dia 5 de julho. A
propaganda eleitoral será permitida
a partir do dia seguinte. No rádio
e na televisão, o horário eleitoral
gratuito inicia no dia 17 de agosto
e termina em 30 de setembro. Se
houver segundo turno, a propaganda
deve começar até 16 de outubro.
O primeiro turno das eleições será
no realizado no dia 3 de outubro.
Esta também é a última data para
mudança de filiação partidária e
de domicílio eleitoral. Caso haja
necessidade de segundo turno
para escolha do novo presidente e
dos governadores, a data é 31 de
outubro. (Ana Letícia Madruga)
7
economia
Laboratório de Jornalismo
Um ano depois: a realidade no
Camelódromo de Porto Alegre
RICARDO GIUSTI/PMPA
Bibiana Saldanha, Iasmine Birck
Lopes e Júlia Lewgoy
“V
amos ver se nós achamos
uma loja que tem carregador”, é o que comenta uma
compradora que circula pelo Shopping
do Porto, o novo camelódromo, localizado na rua Voluntários da Pátria, no
centro de Porto Alegre. É bem provável
que ela encontre o que procura, pois a
variedade e quantidade de produtos é
imensa. Agora, quem vai ao camelódromo encontra bancas organizadas, estacionamento, seguranças, banheiros e
até praça de alimentação.
Inaugurado em fevereiro de
2009, o Shopping do Porto reúne antigos vendedores ambulantes da Praça XV
e da rua Vigário José Inácio. A iniciativa
da Secretaria Municipal de Indústria e
Comércio (SMIC), junto ao investimento da empresa licenciada Verdi Construções S/A, abrigou grande parte dos
camelôs da Capital em uma estrutura
que comporta atualmente cerca de 800
lojas. Segundo Isabela Tonin, assessora
de imprensa do Centro Popular de Compras, o objetivo do empreendimento
foi acabar com o aglomerado que havia
em torno da Praça XV e fazer uma revitalização do centro. Além disso, Isabela afirmou que foi uma atitude digna
abrir um novo espaço para as pessoas
fazerem o seu comércio e que, antes
da transferência para o shopping, os
ambulantes foram treinados em cursos
do Sebrae.
A iniciativa, entretanto, desagradou muitos vendedores que entraram para o empreendimento com diferentes expectativas. “Em 2007 a gente
passava muito trabalho, sol, chuva...
Um conselho da prefeitura falou que
iam fazer um shopping. Só que não avisaram das taxas e prometeram aluguéis
baixos”, é o que disse um ex-ambulante
que não quis se identificar. As principais
reclamações são referentes ao preço
do aluguel das bancas, cerca de R$ 400
mensais já com a taxa de condomínio,
à fiscalização dos produtos pirateados
e à diminuição de movimento em relação às ruas. “Ganhei muito dinheiro
no centro. Tudo que eu tenho é de lá”,
conta o vendedor.
8
Inaugurado em fevereiro de 2009, o Shopping do Porto reúne antigos ambulantes
FOTOS BIBIANA SALDANHA/LABJOR
A maioria da bancas aceita cartões
Serviços também são oferecidos
A cargo da SMIC ficam a fiscalização de produtos pirateados e a execução de ordens de despejo, que ocor-
rem quando o aluguel não é pago em 6
semanas. Em março de 2010, depois de
a direção ter dado o prazo de um ano
para o pagamento de atrasados, houve
o despejo dos inadimplentes. A ação
causou tumulto e quase provocou o fechamento do empreendimento.
Apesar das reclamações de muitos vendedores, a maioria dos consumidores aprovou a mudança. Entre os
pontos destacados estão organização,
praticidade e maior segu rança do novo
ambiente.
No Centro Popular de Compras,
por exemplo, a maioria das bancas
aceita cartão de crédito, o que há pouco tempo parecia distante para o público que frequenta o local, formado majoritariamente pelas classes C, D e E.
O objetivo agora é mudar a imagem do local, que ainda é associada à
marginalidade, para atrair o público.
Os próprios lojistas buscam maneiras
de se destacar e valorizar seus produtos. Bancas como a do Zé fazem o seu
marketing: “Novidade! MP10 que funciona sem bateria!”. E assim, aos poucos, se concretiza o foco do projeto:
transformar os vendedores ambulantes
em empreendedores como qualquer
outro lojista.
Laboratório de Jornalismo
iPad é sucesso no Brasil
antes mesmo de chegar
Júlia Lewgoy
ÃO DO SITE
REPRODUÇ
U
ma transformação da mídia impressa
parece estar perto
de ocorrer. Um novo
dispositivo eletrônico foi lançado pela
Apple, no mês de
abril, e promete
gerar mudanças no
hábito de leitura.
O iPad, como é
chamado, substitui
a folha de papel e
disponibiliza livros,
revistas e jornais
coloridos na íntegra em rede wi-fi.
Com previsão de chegar a Porto Alegre no início do segundo semestre,
o lançamento pretende abalar as revendedoras da Apple no país. “Nove entre
dez pessoas que entram na loja perguntam sobre o iPad”, diz o vendedor
Ricardo Cauduro, da loja do Shopping
Iguatemi de Porto Alegre, especializada
na marca. Segundo ele, as expectativas
são de que o novo dispositivo venda inicialmente tanto quanto o iPhone.
Principal concorrente do Kindle,
APLLE
o iPad se diferencia
por apresentar o display colorido. Nele
é possível navegar
na internet como
em qualquer outro
computador, tendo
acesso a sites de interesse. As novidades
do produto justificam
a diferença de preço
em relação ao Kindle.
Os valores poderão chegar a R$ 3
mil no Brasil, onde
já será lançado em
sua segunda versão,
conectada ao sistema
3G. A demora do iPad
para chegar ao país
ocorre porque as operadoras precisam criar
novos planos de conexão, que acompanhem a nova tecnologia.
O lançamento promete ter memória de 64 GB, o dobro da capacidade
máxima de um iPhone. Suas vantagens?
É de fácil portabilidade, não agride o
meio ambiente como o papel e, a longo
prazo, torna-se mais barato do que os
impressos. Para saber as desvantagens,
só pagando para ver. E, pelo visto, essa
vai ser uma opção bem sucedida.
PREÇO DE UMA CATÁSTROFE
Maria Carolina Santos
O terremoto no Haiti e as enchentes no Rio de Janeiro representaram um baque para a economia.Catástrofes refletem em endividamento
para a reconstrução dos locais prejudicados e, no caso do Haiti, há prejuízo na produção devido a destruição
das safras, o que refletirá em inflação
pela escassez de produtos.
O Haiti sofreu as perdas de
uma tragédia que deixou marcas profundas no país com 67% da população
abaixo da linha de pobreza. As estimativas apontam uma perda de US
7,7 bilhões,121% do PIB anual. A ONU
estimou um valor de US 11,6 bilhões
para a reconstrução do país mas, apesar da ajuda financeira internacional,
é uma soma alta para uma nação cuja
renda per capita,antes do terremoto,
era de US$ 560.
No Rio de Janeiro as enchentes
causaram a morte de mais de 230 pessoas. Auxílio-moradia, indenizações e
reparações chegam a R$ 5 milhões,
valor distante dos RS 200 milhões estimados para sua reabilitação. Obras
como o acesso ao Cristo Redentor estão em andamento, mas o principal
desafio no RJ são as favelas.
A catástrofe no Haiti, por ter
uma dimensão maior, prejudicou mais
a frágil economia daquele país. Apesar de tragédias muito diferentes, países atingidos por desastres naturais
têm a economia diretamente atingida
e levam um tempo considerável até
se reabilitarem novamente.
IPI REDUZIDO:
RECORDE DE VENDAS
O fim da redução do IPI para
automóveis, eletrodomésticos
e móveis, causou uma corrida
às lojas em março. No caso dos
automóveis foi batido o recorde
mensal de vendas, chegando a
320 mil unidades, um aumento de
11% em relação ao ano anterior.
A linha branca também obteve
bons resultados. O crescimento no
período chegou a 30% e os produtos
mais vendidos foram os fogões e
as máquinas de lavar. (Bibiana
Saldanha)
SETOR TÊXTIL
PREVÊ CRESCIMENTO
Após o registro de perdas
econômicas em 2009, o setor têxtil
está otimista para os próximos
meses do ano. A Associação
Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT)
estima crescimento de 4% no setor.
Na geração de empregos, esperase que sejam criados mais de 40
mil postos de trabalho. Segundo
dados da associação, o faturamento
anual na área superou a marca de
US$ 47 bilhões em 2009, com cerca
de 1,7 milhão de trabalhadores
empregados nas mais de 30 mil
empresas do País. (Antônia Kowacs)
INVESTIMENTO
NO BEM-ESTAR
Estresse e cansaço infuenciam
diretamente na vida profissional.
Trabalhadores produzem menos e
têm redução na imunidade. Com a
pressa, até mesmo a alimentação
é prejudicada. Empresas estão
investindo nos chamados Programas
de Bem Estar Social, que propiciam
integração de funcionários e
reduzem faltas, acidentes e lesões
de trabalho. A maioria proporciona
atividades como alongamentos,
ginástica laboral, yoga e shiatsu.
Outros inovam e controem ambientes
de lazer, como sala de cinema. Esse
investimento reduz os gastos. A
produtividade dos funcionários pode
aumentar em até 5% e as faltas no
trabalho podem ser reduzidas em até
15%. (Iasmine Birck Lopes)
9
cultura
Laboratório de Jornalismo
Só o Beco salva!
GABRIELE GUARAGNA/ARQUIVO PESSOAL
Open Beco é uma das festas que se repete todas as semanas na casa
Priscila Marques
Marina Teixeira
e
A
té pouco tempo, a cena noturna de
Porto Alegre se resumia a uma série
de barzinhos na Cidade Baixa. Boates com “prazo de validade”, que saíam
de moda e rapidamente perdiam o público para lugares mais novos. Foi aí que
surgiu o Beco.
Começou com apenas uma sede na
Avenida João Pessoa. Logo, tornou-se um
refúgio para os “moderninhos” da cidade, que procuravam um lugar para curtir
o indie e o electrorock que não tocavam
nas rádios, e, assim como quem não quer
nada, se espalhou por diversos pontos da
Capital. Hoje, o Beco 203 é uma produtora responsável por duas casas noturnas,
um bar, vários festivais e festas itinerantes, além do selo de discos Beco 203
Discos, sem perder o estilo alternativo e
descolado da ideia original.
A iniciativa de criar lugares como
esse numa cidade sedenta por novidades
partiu de Vítor Lucas, 36 anos, proprietário e fundador.
LabJor − Como surgiu a ideia de
criar o Beco?
Vítor Lucas − Eu sempre trabalhei
com bares de rock e pop rock. Resolvi
criar um lugar mais underground, com estrutura diferenciada. Aí criei o Beco 203.
LabJor − O público que frequenta o local é o mesmo desde a criação?
Vítor − Não. A casa está prestes a
completar 6 anos. Uma parte ainda é a
mesma do início, mas como o público da
noite evolui, os frequentadores da casa
10
também mudaram. Existem novos adeptos e curiosos.
LabJor − Quais foram as inovações para o ano de 2010?
Vítor − Investimos mais em teatro,
moda e atrações internacionais, além da
reforma que transformou o antigo Porão
em uma casa com palco, que pode receber tanto atrações nacionais quanto internacionais de médio porte.
O ARTISTA
ENFURECIDO
Os artistas León Ferrari e Mira
Schendel estarão expostos
na Fundação Iberê Camargo
até 11 de julho com a mostra
Alfabeto Enfurecido. Ferrari e
Schendel trabalharam de forma
independente, sem relação
direta e sem estarem ligados a
movimentos artísticos específicos,
mas construíram, paralelamente,
trajetórias que dão destaque à
linguagem. Em entrevista à Folha de
São Paulo, o artista conta que, após
ganhar o Leão de Ouro em Veneza,
sua vida mudou completamente:
“Antes do prêmio, minha obra
não valia quase nada, era muito
barata. Agora, ela vale muito mais
do que eu mesmo acho”. Ferrari,
aos 89 anos, continua mostrando
personalidade forte e ideais
calcados na vivência de um regime
militar. (Priscila Marques e Marina
Teixeira)
DE CHANEL A
AUDREY HEPBURN
REPRODUÇÃO
LabJor − Como elas estão sendo
aceitas?
Vítor − O nível de aceitação do público é alto devido a nossa credibilidade
junto a ele.
LabJor − Muita gente acredita
que o rock seja um ritmo morto. O que
tem o mantido vivo em Porto Alegre?
Vítor − O rock morreu? No Beco
essa afirmação não é válida. O rock é um
estilo que tem mais de 60 anos de idade e
esta aí até hoje, se renovando. Ele evolui
e se subdivide em vários outros estilos. Indierock e electrorock são duas das novas
variantes do rock original. Gêneros que
trabalhamos minuciosamente nas nossas
casas e eventos.
LabJor − Muitas boates da Capital
fecham depois de pouco tempo de funcionamento. Como o Beco se mantém
“vivo” depois de quase seis anos?
Vítor − Nos mantemos vivos através do nosso espírito de vanguarda e
inovação. O público se cansa do mesmo.
A gente toma a frente, pesquisa e apresenta novidades mundiais para os nossos
clientes.
Hepburn foi um ícone da moda
A estilista Coco Chanel e a atriz
Audrey Hepburn são ícones de estilo
que marcaram época e até hoje
influenciam o mundo da moda.
Sabendo disso, a UniRitter estará
promovendo no 2° semestre do ano,
o curso chamado Dobradinha de
Estilo: de Chanel a Audrey Hepburn
- Dois Estilos que Marcaram o Século
XX . O curso será realizado de 5 de
julho a 19 de julho, às segundasfeiras, das 14h às 17h30min. O preço
é R$ 200 para alunos e ex-alunos
da UniRitter e 250 reais para os
demais interessados. Para mais
informações, entre em contato pelo
número (51) 3230-3333, ou acesse o
site www.uniritter.edu.br. (Priscila
Marques e Marina Teixeira)
Laboratório de Jornalismo
Bandas gaúchas: o problema é aqui?
LURINGA/DIVULGAÇÃO
Vitória Famer
do que contratar um show um
pouco mais caro dentro de SP
ou RJ. A mudança para São
ontar uma boa banda
Paulo melhoraria por causa da
não é fácil, muito medistância e do gasto. Simples.
nos fazê-la ficar famosa.
Não existe nada de preconceiInfelizmente, o Rio Grande do
to. É mais a logística. Não tem
Sul não possui um mercado de
nada a ver com a língua nem
bandas tão expressivo quancom o sotaque.
to Rio e São Paulo. Conversei
Se mudar seria uma
com um dos grandes produtoboa sugestão para obterem o
res musicais da atualidade, Edu
sucesso mais rapidamente, a
Martins, que já trabalhou com
banda Fresno o fez. Mudarammuitos famosos: desde mpb,
se para a capital paulista e,
como, Gal Costa, Milton Nascicom a ajuda da internet, ficamento, até rock, como Rita Lee
ram conhecidos nacionalmenentre outros, e perguntei como
te. Na verdade não importa o
as gravadoras estão reagindo a
local, e sim três fatores que
essa crise na indústria fonográfarão uma banda decolar ou
fica há alguns anos. Edu conta
não: conceito, marketing e
que, antes, as gravadoras, doqualidade.
nas do mercado, vendiam CDs Fresno em um dos shows em Santo André: casa lotada
É preciso ter um cone isso era um grande negócio.
Existe, também, muita dificul- ceito diferente, algo novo; deve ser bem
Com a internet e o mp3, porém, as músicas caem nas redes gratuitamente, dade por parte das bandas gaúchas de feito, uma boa foto, CD bem preparado,
causando o fim das gravadoras, que in- serem reconhecidas nacionalmente. O bem empacotado, figurino bem seleciofelizmente não têm planos para reverter principal motivo é que os grandes “pó- nado e o principal: necessita-se de muilos industriais e econômicos”, como São ta divulgação. Prático e matemático.
esse quadro até agora.
Um outro músico gaúcho que é
Apenas de 5% a 10% das músicas Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
circulam de forma oficial. O restante Brasília são muito próximos, e Rio Gran- conhecido por todo o país é o reggaeiro
é vendida de maneira “pirata” em ca- de do Sul é mais afastado. É muito mais Armandinho, que hoje mora em Santa
melôs, ou baixadas gratuitamente pela caro contratar uma banda do sul, pois se Catarina, mas não saiu da Região Sul e,
internet. O artista basicamente se sus- gastaria muito mais com deslocamento, por força do seu trabalho, está fazendo
passagem, transporte de equipamento, sucesso por qualquer lugar que vá.
tenta, atualmente, com shows.
M
Woodstock brasileiro
Eduardo Schiefelbein, Lucas
Roca e Lucas Kolton.
Após quatro décadas o Woodstock chega ao Brasil em sua 7º edição
com a promessa de grandes nomes da
música. O evento acontecerá nos dias
7, 8 e 9 de Outubro, na fazenda Maeda, situada em Itu, há 100 km de São
Paulo.
O festival original, de 1969,
contou com a presença de grandes astros do rock, como Jimi Hendrix e a
banda The Who. A festa durou apenas
quatro dias, mas foi o suficiente para
gerar uma série de mudanças culturais.
Fortaleceu a contracultura e o movimento hippie. Esses jovens radicais tiveram participação ativa na resistência
à Guerra do Vietnã e na questão política envolvida em todo esse processo.
O tradicional evento da música gerou muita polêmica. Além do uso
maciço de drogas, principalmente heroína, dois partos foram realizados em
meio à multidão e houve um atropelamento por trator.
No Brasil, serão três dias de
shows, menos conturbados que os da
versão original. A segurança do público está sendo tratada como prioridade. Para trazer toda essa estrutura ao
nosso país, foi necessária a cooperação
dos organizadores originários do Woodstock. O empresário Eduardo Fischer,
do festival Maquinaria, e Perry Farrel,
organizador do evento Lollapooza, são
alguns deles, e prometem não poupar
esforços para alcançar seus objetivos.
Há também a colaboração do grupo No
Limits, que cederá o local para a grande festa.
Entre as atrações cotadas estão Foo Fighters, Rage Against the Machine, Bob Dylan, Smashing Pumpkins,
Pearl Jam e Limp Bizkit. Como confir-
REPRODUÇÃO/LABJOR
Visão geral do público em 1968
mados estão o hardcore do Green Day
e o New Metal da banda Linkin Park.
Diante de todas essas atrações, só nos
resta esperar ansiosamente pelo Woodstock brasileiro.
11
cultura
Laboratório de Jornalismo
Os livros
no cinema
Priscila Marques
Marina Teixeira
REPRODUÇÃO/LABJOR
QUANDO O
VELHO VIRA NOVO
Por falta de idéias, ou por saber
da aceitação de certos filmes pelo
público, os remakes estão em alta
na indústria hollywoodiana. Veja
alguns deles que irão entrar em
cartaz nos próximos meses.
e
T
ornou-se comum ao longo da trajetória cinematográfica a adaptação
de obras literárias para as telas dos
cinemas. Não por um motivo qualquer:
o público gosta de ver histórias lidas e
imaginadas por eles contadas através dos
olhos de grandes cineastas. O fato é que a
literatura tem perdido espaço, tanto pela
preguiça, quanto pela falta de tempo no
cotidiano das pessoas. Essas adaptações
ajudam a relembrar esse velho hábito e
reviver antigas histórias já esquecidas
pelo público.
Quem não se lembra da primeira
adaptação da obra Lolita, de Vladimir Nabokov, dirigida por Stanley Kubrick? A icônica cena da menina tomando banho de
sol com os óculos escuros em formato de
coração entrou para a história do cinema.
Já no Brasil, Feliz Ano Velho mostra a vida
do escritor e jornalista Marcelo Rubens
Paiva após o acidente que o deixou tetraplégico, de uma forma positiva. Prova que
para viver, basta ter vontade.
Dentro das obras infanto-juvenis,
a saga Harry Potter, que incentivou toda
uma geração a se interessar pela leitura,
ganhou ainda mais visibilidade quando foi
adaptada. Assim como a saga Crepúsculo
que, mesmo contando uma história clichê
sobre vampiros, conquistou milhares de
pré-adolescentes ao redor do mundo.
A Hora do Pesadelo − O assassino
em série Freddy Krueger já
ganhou várias versões no cinema.
Primeiro foi A Hora do Pesadelo,
de 1984. Depois, ele voltou para
confrontar outro dos “astros”
mais temidos da indústria do
medo em Freddy VS. Jason, de
2003. O original ganhou uma
refilmagem ainda no início deste
ano. A direção fica no comando
de Samuel Bayer, já consagrado
no meio dos videoclipes de rock.
O filme estréia no Brasil em maio.
Não durma! Freddy está de volta.
Harry Potter foi campeão de bilheteria
O mais novo livro a ser adaptado
para o cinema é Comer, Rezar e Amar, de
Elizabeth Gilbert. Protagonizado por Julia
Roberts e tendo no elenco nomes como
James Franco e Javier Bardem, o filme
tem tudo para ser um sucesso de bilheterias.
As pessoas respondem melhor às
imagens do que às palavras. No entanto,
sempre haverá espaço para a literatura,
pois as grandes histórias fazem parte da
natureza humana, lembram as origens e
instigam a imaginação.
Qual (Con)vence?
Gabriela Brasil
Internet X TV. “Brasileiros gastam
mais tempo com a Web”; “Tire a televisão
de dentro do Brasil, e o país desaparece”.
Entre esses fenômenos meios de comunicação, resta a pergunta: qual convence?
Estudo realizado pela Deloitte (empresa
de auditoria), mostra que o brasileiro passa 32,5 horas semanais conectado na Web,
contra 9,8 horas em frente à TV. Por quê?
Interatividade, palavra que está em alta
entre as mídias: o usuário pode controlar
ações e a forma como o programa funciona. E é assim que a internet se apresenta:
ela construiu o “internauta autoritário”
que tem o poder de escolher o que quer
na hora que bem entender. Não é apenas
12
um observador como na televisão.
Nova atitude: a televisão quer
atrair de novo! Como? Atualização. A principal aposta desta mídia está no celular,
onde se espera que 50 milhões de usuários assistam TV aberta por ele. Boa concorrência? Sim, divisão de públicos entre
vários meios é sempre saudável e faz bem
para a economia também! Espera-se que
até junho de 2010 o consumo de internet
ultrapassará o da televisão. Apesar disso,
não há como negar que a TV já faz parte
da cultura nacional, sempre ditou regras,
comportamento, moda e formas de comunicação. E a internet ainda é “novata”
entre os brasileiros, por incrível que pareça. Uma coisa é certa: a televisão não vai
desaparecer por causa da web.
Piranhas − O título já deixa claro
o assunto do qual o filme trata.
Piranhas é a refilmagem do
clássico de terror Cult dos anos
70, onde peixes pré-históricos são
libertados por um tremor no lago
Victoria e passam a se alimentar
da carne de humanos. O filme é
despretensioso, não tenta ser algo
que não é. E com certeza não é
sério. Apelativo, mostra mulheres
seminuas, mortes sangrentas e
cenas de ação. Ideal para quem
quer ir ao cinema se divertir sem
ter que pensar muito. Estréia
em agosto. (Priscila Marques e
Marina Teixeira)
O FINAL DO
SERIADO LOST
O famoso seriado norte
americano “Lost” já tem data
para o seu fim. A emissora AXN
transmitiu o último episódio
da saga no Brasil no dia 25 de
Maio, dois dias depois de ser
exibido nos EUA. Após seis anos
e seis temporadas de drama e
suspense, os fãs da série terão de
se acostumar com a ausência nas
telas dos marcantes personagens
Jack Shephard (Matthew Fox) e
Kate Austen (Evangeline Lilly).
(Lucas Kolton)
mundo
Laboratório de Jornalismo
As catástrofes naturais que
ameaçam a população mundial
Camila Piccinini
e
VLADIMIR PLATONOW/ABR
Laura Duro
O
ser humano acredita poder controlar as forças da natureza. A
prova contrária a isso são as catástrofes naturais como os terremotos,
as enchentes, as erupções vulcânicas,
a seca, os tornados. Mas será que podemos chamar de catástrofes? “Não existem catástrofes naturais. Se um evento
qualquer é considerado natural, então
não pode ser catastrófico, a menos que
se conceba a natureza como catastrófica, o que seria um absurdo. Elas são
humanas, a natureza tem muito pouca
relação com isto”, defende Mario Leal
Lahorgue, professor de graduação da
Universidade Federal do rio Grande do
Sul (UFRGS) e doutor em geografia.
Segundo o professor, as catástrofes tendem a ser seletivas, pois não
alcançam a população como um todo,
e sim determinadas classes sociais. Ou
seja, atingem majoritariamente os pobres, e isso não é por acaso. São eles
que moram nas áreas de risco, porque
a economia de mercado não dá outra
opção para quem não pode pagar pelo
acesso à terra. Ele acredita que só
existem “áreas de risco” pela falta de
precaução humana, como na ocupação
de encostas e várzeas sujeitas a alagamentos, por exemplo. “Essa ocupação
dá-se quase que exclusivamente pelas
classes mais baixas da sociedade”, explica Lahorgue.
A desigualdade social fica evidente durante um desastre natural,
quando se percebe, por exemplo, a diferença entre a proteção oferecida por
uma casa de tijolos construída à beira
de um rio e outra na área nobre da cidade. É por essa razão que os alagamentos e deslizamentos no sudeste do
Brasil costumam desabrigar apenas os
mais necessitados. Em abril desse ano,
o efeito das fortes chuvas alagou toda a
cidade do Rio de Janeiro, e não apenas
as áreas das classes sociais mais baixas,
o que contraria esse raciocínio.
Contudo, são os terremotos que
se destacam por terem causado a maioria das mortes por desastres da última
década. Eles representam uma importante ameaça para milhões de pessoas
Estragos foram visíveis após o maior terremoto da história do Chile
CAROLINA GONCALVES/ABR
Desabrigados pelas chuvas no RJ
no mundo já que oito das dez cidades
mais povoadas do planeta se encontram
em cima de falhas geológicas, como explicou Margareta Wahlstroem, Representante Especial das Nações Unidas,
no começo desse ano. Essa afirmação
foi comprovada pelo caso do Haiti. Em
2010 o tremor ocorrido no país contribuiu para o maior número de mortes
anuais por causas naturais pertencente
a um único evento, porque teve mais
de 200 mil vítimas. Já no Chile, mesmo a magnitude do terremoto sendo
maior, o número de vítimas não passou
de mil.
São diversos os eventos criados
em busca do combate às mudanças climáticas forçadas pela ação humana.
Um dos mais conhecidos é a Cúpula do
Clima, onde os representantes de diversos países reúnem-se em busca de
soluções. Na opinião do professor “a
Cúpula é bem vinda e tem conseguido
mobilizar algum esforço para diminuir
o problema”. Mas, segundo ele, “uma
reversão verdadeira às mudanças climáticas só pode ser obtida acabando
com sua principal causadora: a sociedade produtora de mercadorias. Seria
preciso achar um outro modo de produção e de vida onde a natureza não
seja encarada simplesmente como um
‛recurso‛“, finaliza Lahorgue.
13
Laboratório de Jornalismo
Armas nucleares: alerta
para segurança mundial
MARCELLO CASAL JÚNIOR/ABR
Presidente Ahmadinejad (D) com ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge
Luana Rossi
e
Luiza Lorentz
E
m novembro de 2009, o governo
iraniano aprovou projetos para a
construção de dez novas usinas de
enriquecimento de urânio. No inicio do
ano, o chefe nuclear do Irã anunciou o
início de duas dessas instalações ainda
em 2010. Atualmente o país apresenta
duas usinas, uma em Natanz e outra em
Qom. Segundo o governo, o investimento é apenas para o setor energético.
Estados Unidos e aliados temem
uma possível produção de bombas atômicas por trás desse investimento. Recentemente, Irã e Coréia do Norte foram excluídos da nova doutrina nuclear
americana. Segundo ela, Washington se
compromete a não utilizar armamento
atômico contra um país que não possui
esse tipo de arma e que respeita as regras do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, criado em 1968.
Um grande número de especialistas em segurança concorda que
o terrorismo nuclear seja o risco mais
sério enfrentado atualmente pelos EUA.
Acredita-se que destruir o material atômico é bem mais eficaz do que bloquear
as fronteiras americanas.
O empenho global para reduzir a
ameaça avançou durante o encontro da
Cúpula sobre Segurança Nuclear, em Washington, nos dias 12 e 13 de abril, onde
fora assinados acordos entre os países
que objetivam destruir ou proteger os
estoques de plutônio e urânio altamente enriquecidos existentes. A cúpula que
reuniu 47 países, apresentou desafios
diferentes para as nações participantes,
mas com um interesse comum: construir
um mundo mais seguro.
Os países concordaram que a
ameaça terrorista nuclear é urgente e
apoiaram a meta de guardar em lugar
seguro, dentro de quatro anos, todo o
material nuclear que pode ser utilizado na construção de armas atômicas. O
presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, defendeu a criação de um fundo mundial de U$ 10 bilhões para a segurança nuclear do planeta.
DO APARTHEID À
COPA DO POVO
O assassinato do ativista Eugene
Terre’Blanche na África do Sul,
dois meses antes da Copa do
Mundo, reavivou a lembrança da
população sul-africana em relação
ao regime de segregação racial
que assolou o país por mais de 40
anos, o Apartheid. Em tempos de
expectativa sobre a realização da
primeira edição no continente do
evento que consegue reunir países
do mundo em torno de disputas
pacíficas, faz-se lembrar o clima de
preconceito que dominava o país.
Em 1948 os brancos de
origem européia assumiram
o controle político do país e
instituíram uma lei que pregava
a segregação racial. O Apartheid
durou até 1990, quando o líder
negro Nelson Mandela foi libertado
da prisão – submetido desde a
década de 60 devido as suas
manifestações contra o regime.
Durante o Apartheid, os negros
eram impedidos de participar
da vida política, não tinham
acesso à propriedade da terra e
eram obrigados a viver em zonas
residenciais determinadas pelo
governo. O casamento inter-racial
era proibido e havia um controle
da circulação de negros pelo país.
Para quem for à África do
Sul, é recomendado visitar o Museu
do Apartheid, em Johannesburgo.
Fotografias, painéis e vídeos
documentam conflitos, crimes
políticos e movimentos estudantis.
Apesar de existirem mais de
11 idiomas no país, o inglês é
suficiente para a comunicação.
EMILY VISSER/MEDIACLUBSOUTHAFRICA.COM
ENTENDA O TRATADO DE 1968
O pacto tenta evitar uma guerra nuclear e instaurar normas para a utilização civil da energia nuclear. Firmado em 1968, o acordo foi ratificado no final de 2002 por 188 países,
inclusive as cinco grandes potências
nucleares e membros permanentes do
Conselho de Segurança da ONU: EUA,
14
Reino Unido, Rússia, China e França. Índia e Paquistão, que realizam testes atômicos, não assinaram o tratado. Israel, que de acordo com informações dispõe de cerca de cem ogivas nucleares, não reconheceu publicamente
possuir esse arsenal militar e também
negou-se a assinar o tratado.
Continente espera turistas com alegria
polícia
Laboratório de Jornalismo
Denarc divulga
apreensões no RS
Ellen Dick
O
número de apreensões de drogas
aumentou no Estado, é o que
afirma o diretordo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), delegado João Bancolini. “Apesar de a maconha ser a mais
apreendida ainda, o crack aumenta seu
poder a cada dia, não só nas classes
mais baixas, como nas classes média e
alta”, explicou. O último levantamento
feito pelo departamento mostra que,
em 2008, cerca de 150 quilos de crack
foram apreendidos. No ano passado, o
número de apreensões subiu para 266
quilos. Somente nos primeiros três meses, quase 42 quilos da droga já foram
apreendidos (veja tabela ao lado).
O crack é uma variação da pasta
base de cocaína, material que também
pode se transformar no pó de mesmo
nome. “O crack vem proporcionando
um crescimento no poder e no lucro dos
traficantes e aumentando o número de
usuários, porque vicia rapidamente”,
afirmou Bancolini. “Mas a gente tem
que lembrar que quem bota essa máquina para funcionar são os usuários.
Quanto maior a demanda, maior a procura, em consequência, aumenta o tráfico”.
O diretor da Divisão de Investi-
gações do Narcotráfico (Dinarc) e responsável pelo depósito, delegado Luís
Fernando Martins Oliveira, diz que o
crescimento do tráfico influencia também no aumento do número de outros
crimes, como latrocínios e homicídios.
“A pessoa de classe média que compra
a droga contribui para que a roda da
criminalidade gire, para que roubos sejam feitos sob ação de drogas e acabem
se tornando latrocínios e homicídios”.
O produto apreendido no Estado
fica no depósito do Denarc até a liberação da Justiça. O número de incinerações realizadas no período de um
ano é determinado pela quantidade de
entorpecentes apreendidos pela Polícia
Civil e Brigada Militar.
APREENSÃO DE DROGAS
Ano
2008
2009
2010
Maconha
3.931.717
4.506.007,90
100,51
Cocaína
138.955,36
181.652,76
3.247,00
INCINERAÇÃO DAS DROGAS
Ano
2008
2009
Maconha
2.513.359,58
6.067.299,73
Segundo o delegado Paulo César
Jardim, da 1ª Delegacia de Polícia de
Porto Alegre, há grupos neonazistas em
pelo menos quatro estados brasileiros:
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Pregando a superioridade da raça ariana, esses grupos atacam
fisicamente pessoas que eles consideram de raça inferior. “Nós, quando matamos uma formiga, consideramos um
ato normal, porque no nosso inconsciente ela é uma subespécie. Pensamos
a mesma coisa dos negros, judeus, homossexuais e nordestinos”, já ouviu o
delegado Jardim de membros detidos.
Droga apreendida em Alvorada
Crack
150.099,48
266.775,34
36.258
Cocaína
48.66,68
110.570,91
Ecstasy
1027
1450
144
Crack
28.767,08
96.925,22
LSD
352
135
840
Haxixe
222,82
318,63
*Maconha, cocaína e crack – peso em gramas; Ecstasy – comprimidos; LSD – microponto –
multiplicado por quatro dá o número de doses; Levantamento até o dia 13 de abril de 2010.
LUTA CONTRA O NEONAZISMO
Mariana González
ELLEN DICK/LABJOR
“Eles dizem que os negros e nordestinos são sempre pobres, assaltantes ou
bandidos. São contra os homossexuais
porque sua conduta será contra a lei de
Deus. Alegam que os judeus compraram
a imprensa mundial e os Estados Unidos. Sempre negam o holocausto”, diz
o delegado. Punks, índios, deficientes
físicos e comunistas também sofrem
com o neonazismo.
No Estado, cerca de 25 pessoas
já foram indiciadas ou denunciadas em
decorrência dessa ideologia. Na Capital, os lugares considerados de maior
incidência de ataques são a Cidade Baixa e as proximidades da Avenida Oswaldo Aranha.
ELLEN DICK/LABJOR
Del. Jardim, especialista no caso
15
polícia
Os efeitos da Lei Seca
no Rio Grande do Sul
IAN BRITTON/DIVULGAÇÃO
Patrícia Jardim e Caroline Dickel
D
esde que a Lei Seca foi implantada,
há cerca de dois anos, o número de
processos de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) abertos
pelo Departamento Estadual de Trânsito
(Detran) dobrou no Estado. Nos 21 meses
anteriores à lei foram abertos 9.325 processos e nos 21 meses posteriores foram
abertos 18.674. Nos dois anos que antecederam a lei seca, a participação dos
casos de embriaguez nos processos de
suspensão da carteira abertos pelo Detran
ficava entre 38,6% e 40,8%. O número de
processos por embriaguez saltou de 4.064
para 9.915. Desde a implantação da nova
lei, de 18,6 mil processos de suspensão,
os casos de embriaguez correspondem a
53% deles.
Até 19 de junho de 2008, eram raros os casos em que o motorista era preso
por dirigir embriagado, pois o Código de
Trânsito Brasileiro tolerava no bafômetro
0,30 mg/l (miligrama de álcool por litro
de ar expelido dos pulmões), o equivalente a 0,6 grama de álcool por litro no sangue. A lei previa a suspensão do direito de
dirigir por 4 ou 12 meses, e normalmente
a menor pena era aplicada. Porém, a partir de 20 de junho de 2008, a tolerância
ficou 3 vezes menor: a partir de 0,10 mg/l
o motorista é multado em R$ 957,70 e so-
alksj dhlskjd hl dsa dsa dsa dsa dsad
Motorista só reage por medo de multa
frerá processo de suspensão do direito de
dirigir por um ano. Se o condutor do veículo chegar a 0,30 mg/l ou exceder esse
valor, além de sofrer as mesmas sanções,
ele estará sujeito a prisão em flagrante,
com direito a fiança. Depois disso, ele poderá responder o processo criminal com
pena prevista de seis meses a três anos
de detenção. Os números comprovam
que a conscientização de não dirigir após
beber ainda é muito pequena.
Aumentam crimes contra os idosos
Thiago Zahreddine
DENUNCIE!
E 60% das vítimas de agressão à terceira idade são as
mulheres. Os ataques são
A preocupação com
Disque-Idoso
cometidos por vizinhos, fao idoso cresce paralela(0800-644-1401)
miliares e, em 54% dos camente às agressões. Tem
Delegacia do Idoso
sos, pelos próprios filhos.
sido notável o surgimento
(51) 3225-5304
As agressões abrangem vioe intensificação de serviços
lência física, negligência,
em prol dos idosos no Brasil
desde a aprovação do Estatuto do Idoso, abandono, uso indevido do dinheiro, vioem setembro de 2003, mas as agressões lência sexual e violência psicológica.
Devido à maior seriedade em relaparecem continuar. Apenas no Sistema
Único de Saúde (SUS), dos 93 mil idosos ção ao serviço e às penas, cada vez mais
que são internados anualmente, 26 mil os idosos têm denunciado os crimes e as
delegacias estão cada vez mais cheias.
são devido a agressões e violências.
Os idosos são hoje 14,5 milhões de
Dados divulgados recentemente
pela Universidade Federal do Rio Grande pessoas - 8,6% da população total do país.
do Sul (UFRGS) e por uma pesquisa reali- O envelhecimento do povo brasileiro, rezada pelo governo mostram a gravidade flexo do aumento da expectativa de vida
do problema. Segundo a Delegacia do e da redução da taxa de natalidade, torIdoso, 12% dos 18 milhões de idosos do na a denúncia e o combate a esses crimes
país já sofreram algum tipo de agressão. cada vez mais importante.
16
Laboratório de Jornalismo
QUAL É O LIMITE PARA
PODER DIRIGIR?
Para um copo de cerveja ou taça
de vinho, que tem teor baixo de
álcool, o tempo de eliminação
pelo organismo é de cerca de seis
horas, podendo variar de acordo
com a rapidez com que a bebida
foi ingerida, se foi acompanhada
de comida, entre outros fatores.
Já bebidas com teor elevado
de álcool demoram mais. Uma
dose de uísque pode ficar até 24
horas circulando pelo sangue. O
motorista também pode ser pego
pelo bafômetro se ingerir grande
quantidade de um doce que
contenha álcool.
CONHEÇA AS
PENALIDADES DA LEI
A Lei 11.705, a “Lei Seca”, entrou
em vigor em 20 de junho de 2008 e
proíbe o consumo de praticamente
qualquer quantidade de bebida
alcoólica por motoristas. Com a
lei, quem for pego excedendo o
limite de 0,2 grama de álcool por
litro de sangue paga multa de R$
957, perde a carteira por um ano e
tem o carro apreendido. Quem for
apanhado no bafômetro com mais
de 0,6 grama de álcool por litro de
sangue (equivalente a três latas de
cerveja) pode ser preso.
TIPOS DE ABUSO
•Físico
•Sexual
•Emocional/psicológico
•Exploração material/financeiro
• Abandono
•Negligência.
Negligência e o tipo mais frequente
de maus tratos aos idosos (48,7%),
seguido do abuso emocional/
psicológico (35,5%), abuso
financeiro (30,2%) e abuso físico
(26,6%).
Os filhos eram os principais
perpetradores(47,3%), seguidos
dos cônjuges (19,3%), outros
familiares (8,8%) e netos (8,6%).
esporte
Laboratório de Jornalismo
Adversários da Seleção
DAVID R. ANCHUELO/REALMADRI.COM
Airan Albino
N
osso primeiro adversário é um
mistério. A Coréia do Norte, apesar de ser cotada como fraca,
pode surpreender, pois foi assim que
ela ficou conhecida. Na única Copa em
que a seleção participou (1966), marcou seu nome na história. A pequena
seleção asiática desbancou a forte Itália, por 1 a 0. A Coréia foi eliminada
nas quartas de final, contra Portugal,
onde Eusébio se destacou marcando incríveis 4 gols, numa virada histórica, 5
a 3, quando os asiáticos venciam por 3
a 0. Seu principal jogador é o goleiro Ri
Myong-Guk, que justificou a confiança
da nação, contra a Arábia Saudita, no
empate em 0 a 0, na última partida das
eliminatórias. Na preparação para a
Copa, os nortecoreanos empataram em
1 a 1 com a Venezuela.
Classificada em 10 de outubro
de 2009, a Costa do Marfim jogará a
Copa representando a maior seleção do
continente sede da competição. Mesmo
com os nomes de Nigéria e Camarões
sendo os mais visados pela história das
copas, a seleção de Abdijan se apresenta como uma equipe a ser temida.
A maioria de seus jogadores são destaques em seus clubes, grande parte europeus. Os principais jogadores são Didier Drogba, Salomon Kalou (Chelsea)
e os irmãos Touré, Kolo e Yaya. Assim
como a Coréia do Norte, esta será a
segunda Copa desta seleção, e nova-
Cristiano Ronaldo, parceiro de Kaká no Real, será o maior adversário do Brasil
mente a equipe africana encontra-se
no grupo da morte. Em seu jogo mais
recente, decepcionou ao ser derrotada
por 2 a 0 pela Coréia do Sul.
Colonizador e ex-colonizado,
Portugal chega à África do Sul com a
esperança de fazer um bom mundial,
mesmo se classificando na repescagem
contra a Bósnia. Na última competição,
mostrou-se forte, terminando em quarto lugar. Além do confronto com Brasil,
o jogo contra a equipe nortecoreana
AS NOVIDADES DA COPA
Airan Albino
É a primeira vez que o maior
evento esportivo do futebol será realizado no continente africano, na parte
denominada subsaariana (África negra).
A Copa do Mundo se hospeda no país
mais desenvolvido: a África do Sul, que
apresentou o apartheid ao mundo e teve
a honra de receber a Copa.
Cada nação poderá definir seus
melhores 23 jogadores para representálos a partir do dia 10 de junho, e dentre
esses 736 jogadores existem alguns destaques que prometem fazer desta a melhor Copa de todas. Os principais nomes
da competição são Messi (Argentina),
Cristiano Ronaldo (Portugal), Kaká (Bra-
terá um gosto especial, pois o último
embate dos dois times em copas foi
fantástico. A seleção tem grandes jogadores que podem buscar não só a taça
de campeão, mas também a novidade
da competição: o anel de melhor jogador. Cristiano Ronaldo, Nani e Deco são
boleiros habilidosos que podem decidir
grandes partidas. A curiosidade da seleção portuguesa é o fato de ter em seu
elenco 3 jogadores brasileiros naturalizados: Deco, Liédson e Pepe.
REPRODUÇÃO PÁGINA JORNAL MARCA/LABJOR
sil), Fernando Torres (Espanha) e Rooney
(Inglaterra).
As principais novidades serão as
premiações ao melhor jogador e aos
campeões, uma ideia levada pelo empresário colombiano Ricardo Sotelo.
Assim como na Associação de Basquete
Norteamericana, a NBA, a equipe que se
sagrar campeã receberá anéis de platina
incrustados com esmeraldas.
É difícil prever se o torneio de
2010 entrará para história com a fama
de Copa mágica, como foram as de 1970
(o tri campeonato brasileiro com um
elenco de estrelas) e 1974 (carrossel holandês que parou apenas na final contra
o Kaiser Franz Beckenbauer), ou chata
como a de 1990.
Premiação será novidade na África
17
esporte
Laboratório de Jornalismo
Parque Esportivo da PUCRS
é referência nacional
RAMON FERNANDES/ASCOM
André Pasquali
C
om poucos anos de funcionamento,
o Parque Esportivo da PUCRS já ganhou notória reputação no Brasil e
fora dele. Não é à toa. Consegue reunir
em um mesmo local, espaços reservados
aos mais distintos esportes, desde o desconhecido squash até o universal futebol.
E tudo isso com uma infraestrutura de
dar inveja, tanto que já recebeu treinos
da dupla Gre-Nal e da Seleção Brasileira,
além de outros times e campeonatos de
outras modalidades.
O complexo conta com um estádio de futebol com campo de dimensões
oficiais, quadras de tênis e pista de caminhada e um prédio de nove andares com
piscinas, quadras poliesportivas, e áreas
para ginástica olímpica e artes marciais.
Além disso, possui um auditório para 210
lugares, laboratório de informática, entre outros. Isso reafirma as linhas de gestão da administração da Universidade,
baseadas na qualidade, na inovação, no
empreendedorismo e no relacionamento
com a sociedade.
Zé Alberto Andrade, jornalista
da Rádio Gaúcha, que já esteve várias
vezes no Parque e realizou várias cober-
Tomada aérea do complexo Esportivo mostra toda sua grandiosidade
turas internacionais, constatou a imponência da estrutura. “Quem dera todas
as universidades tivessem um complexo
esportivo como o da PUCRS. Felizes dos
universitários, mas ganharia o esporte
como um todo, independente do vínculo
com a instituição. É um ganho para a coletividade”, afirmou.
Para ele, a estrutura do Parque
Esportivo é completa quanto à formação
de um esportista. “É o equipamento ideal para o desenvolvimento do atleta no
Soluções que surgem da base Gre-Nal
Pedro Trindade
Confiar na experiência ou apostar
na juventude? A cartilha do futebol recomenda a fusão entre ambos para um
modelo ideal de equipe. Entretanto, é
cada vez mais significativo o número de
jovens atletas que são promovidos pelos
grandes clubes brasileiros a cada ano.
Promover para o time principal jogadores
oriundos das categorias de base, além de
reconhecer o crescimento profissional,
faz com que os jovens atletas fiquem a
par das particularidades individuais e do
grupo principal.
A molecada das categorias de base
conquistou seu espaço definitivo a partir
de 2002, ano em que o Santos Futebol
Clube foi campeão brasileiro com uma
equipe recheada de atletas desconhecidos que surgiu para o futebol após uma
crise financeira do clube. Os “Meninos
18
da Vila” - como depois ficaram conhecidos - despontaram naquele momento de
dificuldade do clube como grandes jogadores. E apesar da pouca idade, tiveram
responsabilidade suficiente para conduzir o time ao título (a equipe ainda foi
vice-campeã da Copa Libertadores em
2003) e recuperar o prestígio perdido.
Com a dupla Gre-Nal não é diferente. No primeiro semestre de 2010,
Grêmio e Inter tiveram entre sua equipe principal vários jogadores oriundos
das categorias de base. No time tricolor,
Mithyuê, Mário Fernandes, Neuton, Maylson e Bergson subiram.
Do lado alvi-rubro, Walter, Juan,
Taison e Josimar foram promovidos da
base. Por sinal, impressiona a capacidade da Dupla não em revelar bons jogadores, mas em promover craques como
Lucas, Rafael Sóbis, Alexandre Pato e
Anderson.
nível universitário, visando aprendizado acadêmico. Cria, em minha opinião,
uma obrigação - um compromisso - de ser
acompanhado por um projeto de formação de atletas de alto rendimento. Quem
tem uma pista, um campo, ginásios, piscina nestes moldes, tem que investir para
- seguindo modelos internacionais - levar
o nome da instituição para campeonatos
estaduais, nacionais, internacionais e se
alçar, porque não, a um sonho olímpico”,
completa Andrade.
ASSESSORIA/GRÊMIO
Grêmio comemora o Brasileiro Sub-20
JULIANO SOARES/INTERNACIONAL
Inter levou o primeira brasileiro Sub-20
Laboratório de Jornalismo
entrevista
“O Internacional está rigorosamente
dentro do cronograma apresentado”
DIVULGAÇÃO/INTERNACIONAL
Marcel Klein
Daqui a quatro anos será
a vez do Brasil sediar a Copa
do Mundo. No Rio Grande do
Sul, o estádio escolhido para
receber jogos da Copa foi o
Beira-Rio. Para saber como
estão as obras no estádio do
Internacional, entrevistamos
o Vice-Presidente do Clube,
Pedro Affatato.
Lab - O Inter está seguindo o cronograma de obras corretamente? O que
diz nesse cronograma?
Affatato - O nosso cronograma de
obras, que foi apresentado para o pessoal
da Fifa, apresenta numa fase inicial, apenas projetos. O Internacional está rigorosamente dentro do cronograma apresentado, todos os projetos que entendemos
necessários para que as obras comecem,
já estão concluídos, alguns projetos estão
em fase de aprovação e outros já estão
aprovados. O cronograma está sendo
atendido corretamente, dentro daquilo
que apresentamos para a Fifa. Não são
obras físicas. Quando se fala em obras,
temos que entender que antes da obra,
vem o projeto.
Lab - Por que o estádio dos Eucaliptos não foi vendido ainda?
Affatato - Os Eucaliptos tinha
uma série de pendengas judiciais. Nós
conseguimos transferir essas pendengas
para outro patrimônio do clube, e isso já
está em fase final, dependendo apenas
da aprovação do juiz. Para nós isso não
importa porque esse recurso tem que vir
casado com o início das obras. Não é a
venda dos Eucaliptos que está atrasando
o início das obras.
Lab - Beira-Rio será interditado
durante as reformas?
Affatato - Nós desenvolvemos um
projeto onde a parte de execução não
interfere na vida do clube, principalmente em dia de eventos. Vamos executar o
projeto sem muitas intervenções. Talvez
algum setor do clube em algum período
Affatato (E) com Vitório Piffero e o Ministro de Esportes Orlando Silva
seja interditado, mas dificilmente isso vai
atrapalhar a vida do clube.
Lab - Como os torcedores irão
conviver com o estádio em obras no dia
dos jogos?
A obra mais
complexa é a
cobertura, feita
fora do estádio
Affatato - A obra mais complexa e
mais expressiva é a cobertura. Ela é totalmente fora do estádio, toda a estrutura
será feita fora das quatro linhas do estádio. Talvez tenhamos alguma interferência quando mexermos nas arquibancadas
inferiores, mas nós vamos setorizar uma
área da arquibancada, que será interditada e depois será substituída para outras
áreas. Isso não afetará em nada no uso do
estádio para a realização de eventos.
Lab - Após o fim das obras, qual
será a capacidade total do Beira-Rio?
Affatato - 60 mil lugares.
Lab - O torcedor da Popular, que
fica pulando o jogo inteiro, terá um espaço apropriado para fazer a sua festa e
pendurar as suas faixas?
Affatato - Eu acredito que sim.
Primeiro temos que fazer duas distinções.
Copa do Mundo e depois o estádio para
uso do Internacional. Para a Copa deve
ter acento para todos, todo mundo terá
que ficar sentado, não tem torcida organizada. É um padrão que a Fifa exige.
Mas para o uso doméstico, nada impede
de criarmos um setor diferenciado para
atender as exigências que uma torcida
organizada precisa para se manifestar e
fazer a festa que estão acostumados a fazer em dias de jogos.
Lab - O prazo inicial para que o
estádio Beira-Rio esteja pronto para
receber jogos da Copa do Mundo é 31
de dezembro de 2012. Esse prazo será
cumprido?
Affatato - Tem que ser cumprido,
caso contrário não poderemos sediar a
Copa das Confederações. O nosso objetivo é chegar nessa data com o estádio e
o seu em torno totalmente adequado ao
que a Fifa exige.
Leia a íntegra dessa entrevista no blog: http://
jaegereklein.wordpress.com/
19
Lab
Laboratório de Jornalismo
contracapa
O esporte ao alcance de todos
Anna Veiga
e
MARCELO RUSCHEL/DIVULGAÇÃO
Luíza Pozzobon
A
prender a lidar com problemas e
erros, tomar decisões, desenvolver o espírito esportivo e responsabilizar-se pelas próprias ações: tudo
isso é proporcionado pelo tênis, esporte
escolhido pelo fotógrafo Marcelo Ruschel, para realizar um projeto social em
Belém Novo, na Zona Sul de Porto Alegre. Batizado de WimBelemDom e criado em 2001, ainda sem a presença de
crianças, foi concretizado juntamente
com Suzana Bertoni, que ministra aulas
de tênis nos Estados Unidos em um projeto similar.
Com uma quadra de saibro, dois
vestiários — um masculino e um feminino — e um espaço para atividades
como “Hora da Leitura” e aulas de Inglês (atualmente suspensas por falta
de professores), WimBelemDom conta
com 64 alunos entre 8 e 17 anos, divididos em turnos de manhã e tarde. Objetivando principalmente desenvolver
a autoestima, confiança e disciplina
das crianças, tirá-las das ruas, mantêlas na escola e ampliar a sua visão de
mundo, uma vez que a maioria está
em situação de risco social, o projeto
é sustentado através de doações e do
apoio de grandes empresas que acredi-
Crianças da comunidade aprendem os fundamentos do tênis gratuitamente
tam neste trabalho.
Os encontros acontecem apenas
duas vezes por semana, devido à falta de pessoas que estejam dispostas a
encarar a distância e entender o real
valor do voluntariado. A ausência de
apoio pisco-pedagógico muitas vezes
dificulta o desenvolvimento dos alunos,
porém, apesar dos problemas, eles são
incentivados ao comprometimento não
somente em relação ao projeto, mas
FUTEBOL FEMININO GANHA ESPAÇO
Anna Veiga e
Katherine D’Ávila
também com suas outras atividades.
Para Luciane Barcelos, coordenadora do WimBelemDom, embora os
jovens participem de alguns campeonatos, “a principal ideia do programa
não é formar atletas profissionais, e
sim cidadãos de verdade”. Para este
ano, os organizadores buscam parcerias para a realização de cursos de
Educação Ambiental, inclusão Digital e
Línguas Estrangeiras.
KATHERINE D’ÁVILA/LABJOR
de investimentos. “As meninas
se dedicam e são persistentes,
apesar das dificuldades”, ressalta. Outro obstáculo enfrenO futebol feminino é
tado pelas jogadoras é a falta
um esporte que, apesar de
de apoio da família, conforme
antigo, vem ganhando espadiz Carolina Moraes, 16 anos,
ço no Brasil. A primeira parque pratica o esporte desde os
tida de futebol entre mu11. “Meus pais não acreditam
lheres aconteceu em 1896,
que o futebol feminino dê futuentre Inglaterra e Escócia.
ro”, desabafa.
No nosso país, o primeiro
Como prova do crescijogo foi realizado em 1921,
mento desse esporte, em 1991
em São Paulo. Essa prática
foi realizada a primeira Copa
era vista com preconceito Alunas da Galvão Sports jogam duas vezes por semana
do Mundo de Futebol Feminipela sociedade. Atualmente, com as conquistas internacionais, é e fundou sua própria instituição de fu- no, organizada pela FIFA, vencida petebol feminino. Com essa iniciativa, as los Estados Unidos. Em 2007, o Brasil
mais divulgada e aceita pelo público.
O destaque de jogadoras como alunas têm a oportunidade de disputar chegou à final do campeonato, perdenMarta e suas companheiras incentivou campeonatos e aprimorar muito a téc- do o título para a Alemanha. Apesar
desse avanço, essa é uma prática ainda
muitas meninas a procurarem escolas nica .
Para Luciano Branchi, professor pouco reconhecida e que necessita de
de futebol. Duda, ex-jogadora do Internacional de Porto Alegre, Milan e da Escola de Futebol da Duda, o prin- maior divulgação para que as meninas
Verona, da Itália, começou a dar aula cipal empecilho nessa prática é a falta não desistam de seus objetivos.

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