Veja aqui - Casa de Cultura Taboada

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Veja aqui - Casa de Cultura Taboada
Rio Vermelho
Folha do
PUBLICAÇÃO EDITADA PELA CENTRAL DAS ENTIDADES DO RIO VERMELHO
JORNAL OFICIAL DO BAIRRO DO RIO VERMELHO
Nº 2 - OutubRo 2008
Casa de Cultura Carolina Taboada lança dois livros
Página 3.
Novembro começará com o lançamento de duas publicações
patrocinadas pela Casa de Cultura Carolina Taboada. Logo no dia
1º, no Salão de Eventos do Yacht Clube da Bahia, o livro “Família Taboada na Bahia” será oferecido aos convidados da família
biografada pelo historiador do Rio Vermelho, Ubaldo Marques
Porto Filho.
No Rio Vermelho, principal cenário onde a família se destacou,
a obra será apresentada no dia 7, tendo como palco o Salão Paroquial da Igreja Matriz. Nesta mesma solenidade, ocorrerá ainda o
lançamento da “Cartilha dos Logradouros do Rio Vermelho, também escrita pelo historiador do bairro. Página 3.
Os 40 anos da Biblioteca
No dia 23 de setembro, a Biblioteca Juracy Magalhães Júnior
completou 40 anos de inaugurada e de atividades ininterruptas. O slogan criado para a efeméride – “40 anos oferecendo
um mar de conhecimentos” – traduziu a importância que o
equipamento representa para o Rio Vermelho e bairros circunvizinhos. Uma vasta programação cultural foi desenvolvida
para celebrar o acontecimento. Página 6.
História de um ilustre filho do
Rio Vermelho
Nelson Taboada Souza foi um industrial que obteve destaque nacional e que também muito ajudou
o bairro onde nasceu, tendo inclusive uma relevante
participação na construção da atual Igreja Matriz de
Senhora Sant’Ana. Pelo transcurso do 25º aniversário
do seu falecimento, ocorrido em 1983, aos 71 anos,
a Folha publica um resumo biográfico deste filho do
Rio Vermelho. Páginas 4 e 5.
Rio Vermelho vai festejar seus 500 anos
Em 2009 o Rio Vermelho completará 500 anos. O episódio do descobrimento aconteceu na Enseada da
Prefeito receberá reivindicações
O prefeito que for eleito no próximo dia 26 de outubro irá receber, por encaminhamento da Central das
Mariquita, tendo como palco a Pedra da Concha, onde se deu o célebre encontro do náufrago Diogo Álvares
Entidades, um relatório elaborado pelo Conselho de Cultura e Turismo do Rio Vermelho. O documento con-
Corrêa com os índios tupinambás, dos quais ganhou o apelido de Caramuru. Em comemoração ao seu V
tém uma pauta com 12 itens prioritários. Página 7.
Centenário, está sendo preparada uma programação para ser desenvolvida por órgãos da comunidade, da
iniciativa privada e do setor público. Página 8.
1
Folha do
Rio Vermelho
Editorial
A Folha agora é o jornal
oficial do Rio Vermelho
A primeira edição da Folha do Rio Vermelho circulou em maio passado. O objetivo que norteou a sua criação foi o de
possibilitar que a Academia dos Imortais
do Rio Vermelho tivesse um veículo para
divulgação de fatos históricos, culturais e
artísticos do bairro descoberto em 1509
por Caramuru. O projeto era manter a
Folha em circulação semestral.
Porém, o sucesso provocado pelo
nível do conteúdo editorial, e também
pela qualidade gráfica, fez com que os
leitores dessa edição inaugural exigissem que a Folha tivesse a periodicidade
encurtada. Mas nisso, com a posse do
novo presidente da Central das Entidades
do Rio Vermelho, senhor Clóvis Bezerril,
surgiu a idéia da Central editar um jornal
que fosse de todas as entidades filiadas,
para ser o veículo porta-voz oficial do
bairro.
Em função dessa nova perspectiva, não seria mais recomendável que
qualquer entidade filiada à Central mantivesse um jornal em circulação bimensal,
trimestral ou até mesmo semestral. Seria
uma duplicidade de esforços e uma dispersão de ações. Afinal, o slogan da Central era A UNIÃO QUE FAZ A FORÇA.
Por isso, a Acirv resolveu engajar-se
na proposta de um jornal único, de um
só jornal para o conjunto das entidades.
E isso culminou na decisão da Acirv em
transferir à Central a editoria da Folha do
Rio Vermelho.
Evidentemente que, apoiada por todas as entidades que compõem a Central,
a Folha se fortaleceria e teria um raio de
ação bem mais amplo, pois passaria a cobrir as atividades de oito entidades.
Por ter saído sem anúncios, a primeira
edição provocou nos associados da Acirv
indagações do seguinte gênero: Quem
bancou os custos dessa edição luxuosa,
pois a Academia é uma entidade pobre
em recursos financeiros? Eis a resposta:
Foi uma entidade rica, a Casa de Cultura
Carolina Taboada!
A segunda edição da Folha está circulando com anúncios nos rodapés, mas
também teve seus custos totais patrocinados pela Casa de Cultura Carolina Taboada. A explicação é a seguinte: Esses anúncios foram publicados como retribuição
às doações e colaborações que a Acirv
recebeu, ao longo de seus cinco anos de
existência, tanto de pessoas físicas como
jurídicas, que se constituíram em baluartes da nossa entidade.
Por último, registramos publicamente
os agradecimentos ao empresário Nelson
Almeida Taboada, presidente da Casa de
Cultura Carolina Taboada. Graças a esse
benemérito, parceiro da Acirv desde o
início de 2006, quando foram iniciados
os trabalhos para a implantação do site
<www.acirv.org>, a Folha do Rio Vermelho nasceu e está dando seus primeiros
passos rumo à maturidade, que por certo
será rapidamente alcançada.
Diretoria da Acirv
2
outubro 2008
Central das Entidades do Rio Vermelho
Conselho de Cultura e Turismo do Rio Vermelho - Conturv
Conselho Paroquial do Rio Vermelho - Conparv
Academia dos Imortais do Rio Vermelho - Acirv
Associação Comunitária Caramuru - Ascar
Paróquia de Sant’ana do Rio Vermelho
Associação Yemanjá do Rio Vermelho
Casa de Cultura Carolina Taboada
Colônia de Pesca Z-1
Presidente: Clóvis Cavalcanti Bezerril - Vice-Presidente: Roberto Farias de Menezes - Diretor Administrativo-Financeiro: Ubaldo Marques Porto Filho - Diretor de Relações Comunitárias: Nelson Hanaque Esquivel. Conselho Fiscal:
Ítalo Dattoli, Layrtton Chaves Borges, Eulírio Menezes, Antonino Oliveira Viana, Gilson Alves dos Santos e Jorge Amorim.
A UNIÃO QUE FAZ A FORÇA
CONSELHO DE CULTURA E TURISMO
DO RIO VERMELHO (CONTURV)
Presidente
Ubaldo Marques Porto Filho
Vice-Presidente
Sydney Gomes de Rezende
Diretor Administrativo-Financeiro
Layrtton Chaves Borges
Diretor de Cultura
Eduardo Ávila de Oliveira
Diretor de Turismo
Antônio Carlos Ferreira Freire
Conselho Fiscal
Edgar Viana Filho
Ângelo Magno Carmo Lopes
Santiago Coelho Rodriguez Campo
Rita de Cássia Santos Souza
Eulírio Menezes
Gildásio Vieira de Freitas
CONSELHO PAROQUIAL DO
RIO VERMELHO (CONPARV)
Presidente
Pe. Ângelo Magno Carmo Lopes
Coordenador Administrativo-Financeiro
Ítalo Dattoli
Coordenador Litúrgico
Miguel Dratovsky Júnior
Coordenador de Ação Social
Dercy Souza Datolli
Coordenador de Eventos
Eny Alves Braga Duran
Coordenador de Relações Comunitárias
Ubaldo Marques Porto Filho
Coordenador Jurídico
Raul Affonso Nogueira Chaves Filho
Coordenador de Comunicação
Rosana Ramos Araújo
Conselho Fiscal
Antonino Oliveira Viana
Antônio Lobo Leite Filho
Alyrio João Damasceno
Elisabete Palácio
Anna Maria Alves
Aurora Maria Nascimento Gomes
ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA
CARAMURU (ASCAR)
Presidente
Ítalo Dattoli
Vice-Presidente
Antônio Lobo Leite Filho
Diretor Administrativo-Financeiro
Antonino Oliveira Viana
Diretor de Relações Comunitárias
Alyrio João Damasceno
Diretor de Comunicação Social
Rosana Ramos Araújo
Conselho Fiscal
Ubaldo Marques Porto Filho
Elisabete Palácio
Vanilde Araújo Souza
Luciano Souza Santos
Eduardo Ávila de Oliveira
Luiz Fernando de Castro Monteiro
ACADEMIA DOS IMORTAIS DO
RIO VERMELHO (ACIRV)
Presidente
Ubaldo Marques Porto Filho
Vice-Presidente
Luciano José Costa Figueiredo
Diretor Administrativo Financeiro
Roberto Farias de Menezes
Diretor Cultural
Clóvis Cavalcanti Bezerril
Diretor Social
Nelson Hanaque Esquivel
Conselho Fiscal
Márcio Santos Souza
Flávio Damásio de Paula
Hélio José Bastos Carneiro de Campos
Giuseppe Talento
Roberto Falcão de Almeida Souza
Gildásio Vieira de Freitas
COLÔNIA DE PESCA Z-1
Presidente
Eulírio Menezes (Tenente)
Diretor Secretário
Jorge Amorim (Azul)
Diretor Tesoureiro
Gilson Alves dos Santos (Comprido)
Conselho Fiscal
Romário Oliveira Ressureição
Fernando Gurritti
Joaquim Manoel dos Santos
ASSOCIAÇÃO YEMANJÁ DO RIO
VERMELHO
Presidente
Eulírio Menezes
Vice-Presidente
Jorge Amorim
Diretor Executivo
Sydney Gomes de Rezende
Diretor Administrativo-Financeiro
Luiz Carlos Flores Ramos
Diretor do Presente Principal
Joaquim Manoel dos Santos
Diretor da Festa de Yemanjá
Gilson Alves dos Santos
Conselho Fiscal
Marinaldo Gomes da Rocha
Ubaldo Marques Porto Filho
Walter Reis de Freitas Júnior
Emanuel Macedo Nuno de Souza
Roberto Farias de Menezes
Clóvis Cavalcanti Bezerril
PARÓQUIA DE SANT’ANA
DO RIO VERMELHO
Pároco: Padre Ângelo Magno
Carmo Lopes
CASA DE CULTURA
CAROLINA TABOADA
Presidente
Nelson Almeida Taboada
Vice-Presidente
Cláudio Pinheiro Taboada
Diretor Administrativo-Financeiro
Jaguaraci Xavier Araújo
Diretor Cultural
Ubaldo Marques Porto Filho
Conselho Fiscal
José Guido Grimaldi
Luiz Clóvis Santos Pereira
Maria Flávia Pinheiro Taboada
Emanuel Macedo Nuno de Souza
Roberto Farias de Menezes
Roberto Pinheiro Taboada
Rio Vermelho
Folha do
Nº 2 - OUTUBRO 2008
Editada pela Central das Entidades do Rio Vermelho
E-mail: [email protected]
Conselho Editorial
Clóvis Cavancanti Bezerril
Antonino Oliveira Viana
Eulírio Menezes
Ítalo Dattoli
Nelson Almeida Taboada
Ângelo Magno Carmo Lopes
Roberto Farias de Menezes
Sydney Gomes de Rezende
Ubaldo Marques Porto Filho
Consultores e Colaboradores
Affonso José Taboada Filho, Antônio Carlos
Ferreira Freire, Edgar Viana Filho, Eduardo
Ávila de Oliveira, Eneida de Almeida
Cavalcanti, Flávio Damásio de Paula, José
Hamilton da Silva Bastos, Layrtton Chaves
Borges, Luiz Carlos Flores Ramos,
Nelson Hanaque Esquivel, Roberto
Falcão de Almeida Souza, Rosana Ramos
Araújo e Vânia Kátia Sacramento Haute.
E-mail da Redação
[email protected]
Processamento de Dados
Ubaldo Marques Porto Neto
Projeto Gráfico
José Carlos Baião
Editoração Eletrônica
Artemapas Ilustrações
Impressão
Press Color
Locais de Distribuição
Biblioteca Juracy Magalhães Júnior
Igreja Matriz de Senhora Sant´Ana
Restaurante Casa da Dinha
Eventos realizados no Rio Vermelho
outubro 2008
Ações da Casa de Cultura
Depoimento
Carolina Taboada
Fase da maturidade
Tive a honra de suceder o Padre Ângelo Magno Carmo Lopes no comando da
Central das Entidades do Rio Vermelho.
Ao pároco do bairro, primeiro presidente,
coube a fase da consolidação administrativa do órgão da representação máxima
do bairro de Caramuru. Nos quatro anos
da sua gestão (maio de 2003 a maio de
2008), a entidade pioneira na Bahia, em
reunir organismos representativos de um
bairro, ganhou credibilidade, pois percorreu sem percalços as três fases iniciais:
infância, adolescência e juventude.
Ao assumir a presidência da Central
já a encontrei ingressando na fase adulta. Já a encontrei também pronta para
a implantação de um novo desafio, que
constou como primeira meta do plano
de ação da nova diretoria: “Editar o jornal oficial do bairro, com a participação
direta de todas as entidades filiadas à
Central das Entidades, tendo cada uma
um representante no Conselho Editorial
e espaço reservado à divulgação de suas
atividades”.
Já tínhamos um nome proposto para
o jornal da Central. Seria “Gazeta do Rio
Vermelho”. Porém, ante a decisão da
Academia dos Imortais do Rio Vermelho
em repassar a editoração da Folha para
a Central, aceitamos imediatamente a
oferta, pois já partiríamos com um jornal
que causou excelente impacto junto à comunidade riovermelhense. Os moradores
mais antigos – que conheceram todos os
periódicos do bairro, desde os heróicos
tempos do professor e jornalista Aurélio
Souza, lá pelo final da década de 1950 –,
foram unânimes em afirmar: “A Folha
do Rio Vermelho é o melhor jornal que
surgiu no Rio Vermelho nos últimos 50
anos”.
Isso aumentou, em muito, a nossa
responsabilidade, pois teríamos de garantir a continuidade do excepcional
padrão de qualidade da primeira edição.
Felizmente, herdamos também a participação da equipe técnica que criou a
Folha. E a continuidade da excelência do
padrão editorial sempre será exigida pelo
Conselho Editorial.
Agora, o grande desafio reside na
garantia do respaldo financeiro para as
próximas edições. A nossa meta é conseguir que a Folha seja uma publicação
bimensal. Mas, para alcançar esse objetivo é necessário o apoio da classe empresarial estabelecida no Rio Vermelho. É indispensável que esse segmento acredite
realmente nos propósitos e na importância do nosso veículo informativo, onde
a história, a cultura e o turismo terão
tratamentos prioritários. A seriedade no
trato de todas as matérias também será a
tônica da nossa gestão.
Enfim, para que realmente a Folha
possa circular de dois em dois meses,
necessitamos da efetiva colaboração
dos empresários. Oxalá que o exemplo
do empresário Nelson Almeida Taboada
possa ser seguido e multiplicado.
Até dezembro, com a edição nº 3.
Clóvis Cavalcanti Bezerril
Presidente da Central
Com menos de um ano de existência, a Casa
de Cultura Carolina Taboada já apresenta
um leque de importantes realizações.
LIVROS CONCLUÍDOS
“Família Taboada na Bahia” é o título da primeira obra patrocinada pela Casa Taboada. Trata-
se de um livro volumoso, com 412 páginas em papel couchê, um luxuoso acabamento nas capas
e acondicionado numa sofisticada caixa protetora. Escrito por Ubaldo Marques Porto Filho, o
trabalho resgata a saga dos três ramos de uma família milenar, cujos pioneiros saíram da Galícia,
na Espanha, para se estabelecerem em Salvador, onde construíram um rico patrimônio profissional e familiar. O primeiro a chegar, em 1892, foi José Taboada Vidal, que se transformou numa
referência na história do Rio Vermelho. “Família Taboada na Bahia” terá dois lançamentos: um no
Yacht Clube da Bahia, no dia 1º de novembro; e outro no Salão Paroquial do Rio Vermelho, no dia
7 de novembro.
Ainda no dia 7 de novembro, sob o patrocínio da Casa de Cultura Carolina Taboada, será
lançada a “Cartilha dos Logradouros do Rio Vermelho”, também escrita pelo historiador do Rio
Vermelho, Ubaldo Marques Porto Filho.
A Tarde, 14.09.2008
Coluna 7 Dias
Therezinha Cardozo
Era o ano de 1892, e o navio saído da Espanha
deixava em Salvador o galego José Taboada Vidal, nascido na província de Pontevedra. A saga desse vitorioso
patriarca vira um livro daqueles que os historiadores disputam - Família Taboada na Bahia, de Ubaldo Marques
Porto Filho, com apresentação de Reginaldo Trigo Carreiro e prefácio de Lise Weckerle.
A luxuosa edição sai com a força e a sensibilidade de um mecenas, ex-ás do automobilismo baiano,
Nelson Taboada, terceira geração de um clã que fez
história na Espanha, desde o século XIII (quando os
cristãos derrotaram os muçulmanos), e entre nós, na
indústria e no comércio.
A capa é de couro, bordada a ouro com técnica
que exigiu autorização da patente americana. E agora,
o melhor: vai ser dado a convidados especiais, em jantar de gala no Yacht e em sofisticado coquetel no Rio
Vermelho.
LIVROS EM ANDAMENTO
Dentro do projeto de resgate da historiografia do Rio Vermelho, a Casa de Cultura
Carolina Taboada está investindo recursos nos
serviços da editoração eletrônica de mais quatro obras, todas escritas por Ubaldo: “Dois de
Fevereiro no Rio Vermelho”, “Diogo Álvares,
o Caramuru”, “Rio Vermelho Cronológico,
1509-2009” e “José Taboada Vidal, Benemérito do Rio Vermelho”.
PISO DO SALÃO PAROQUIAL
Foi colocado o piso da área externa do
Salão Paroquial (entrada e lateral), com 900
metros quadrados. Com esse patrocínio, a
Casa de Cultura Carolina Taboada retomou a
tradição dos bons serviços que a família Taboada sempre prestou à Paróquia do Rio Vermelho, desde os tempos da antiga igrejinha
do Largo de Santana. Ressalte-se ainda que
a atual Igreja Matriz, inaugurada em 26 de
julho de 1967, somente pode ser edificada
graças ao decisivo empenho do clã Taboada:
José Taboada Vidal, avalista das obras; Nilza
Taboada Souza, gestora financeira; Nelson
Taboada Souza, industrial que presidia a
Cerâmica Santa Maria, doadora de todos os
blocos e telhas; Nelson Almeida Taboada, jovem economista que comandava a Cerâmica
da família; Maria Antonieta Almeida Taboada,
que muito ajudou nas campanhas para a ar-
Folha do
Rio Vermelho
Notícias
Dia do Rio Vermelho
O Rio Vermelho foi descoberto em
1509, por Diogo Álvares Corrêa, o Caramuru, lendário personagem da história
brasileira, especialmente da baiana e em
particular do Rio Vermelho. Seu falecimento ocorreu na Cidade do Salvador,
em 5 de outubro de 1557. Esse dia e mês
foram adotados, seguindo o exemplo da
tradição dos santos católicos, como o Dia
do Rio Vermelho e também como referência comemorativa do seu descobrimento.
Este ano o 5 de outubro foi num domingo, tendo o Padre Ângelo, na missa da
manhã, com a Igreja de Sant’Ana completamente lotada, com quase mil pessoas,
dedicado a celebração à memória do
descobridor, que naquele dia completava
451 anos de morto, e também em regozijo
pelos 499 anos da descoberta do Rio Vermelho.
Estatuto da Colônia Z-1
Já se encontra em vigor, desde 12 de
setembro deste ano, quando foi registrado
em microfilme, no Cartório do 2º Ofício
das Pessoas Jurídicas, o novo Estatuto da
Colônia de Pesca Z-1, aprovado em assembléia geral presidida por Ubaldo Marques
Porto Filho e secretariada por Sydney
Gomes de Rezende, sócios beneméritos
desde 1988.
Os trabalhos da preparação do novo
Estatuto da Z-1, que é a mais antiga
colônia de pesca do país, tiveram o apoio
da Central das Entidades do Rio Vermelho,
já na gestão do presidente Clóvis Bezerril.
A assessoria jurídica coube ao advogado
Aníbal de Senna Paim.
Sebrae
recadação de recursos financeiros; e Affonso
José Taboada Souza, diretor da empresa
Irmãos Taboada, também grande colaboradora na construção da nova Igreja.
FOLHA DO RIO VERMELHO
A Casa Taboada subsidiou as duas primeiras edições (anterior e atual) da Folha do Rio
Vermelho, pois confia nos bons propósitos
deste jornal e acredita que se transformará
numa referência informativa e de divulgação
do bairro do Rio Vermelho.
AJUDA AOS CARENTES
A Casa de Cultura Carolina Taboada está
desenvolvendo, em total anonimato, um trabalho de amparo a algumas famílias que se
encontravam na penúria total. A prioridade
das ações está voltada àquelas que têm crianças.
SITE DA CASA TABOADA
Até o final deste mês de outubro, estará
disponível aos internautas o site <www.
casataboada.com.br>, que disponibilizará
informações completas da Casa de Cultura
Carolina Taboada, do livro “Família Taboada
na Bahia”, que poderá ser lido e até copiado,
além de informações sobre o bairro do Rio
Vermelho, que foi o principal cenário de ambientação da obra.
Visando o desenvolvimento do Projeto
Empreendedorismo Cultural do Rio Vermelho, o Sebrae tem realizado reuniões
com a classe hoteleira e gastronômica do
bairro. O presidente da Central das Entidades do Rio Vermelho, Clóvis Bezerril,
esteve no encontro do dia 7 de outubro,
realizado no Hotel Pestana, quando representou as entidades que atuam no setor
cultural: Conselho de Cultura e Turismo do
Rio Vermelho e Academia dos Imortais do
Rio Vermelho.
Os objetivos básicos do projeto estão
voltados à capacitação dos empreendedores
da gastronomia local para o atendimento aos
turistas, à realização de um festival turísticocultural-gastronômico, à implementação de
um clube de excelência e à criação de uma
rede de negócios no Rio Vermelho.
2 Pontos
A 2 Pontos Web Experts acaba de ser
escolhida pela revista Webdesign, de circulação nacional, para integrar a relação das
empresas que mais se destacaram no país
na criação e implantação de sites. O critério foi técnico e a edição com a seleção das
melhores circulará em janeiro, sendo que
da Bahia figurarão apenas três: 2 Pontos,
Set Web e Bee Web.
Com seis anos de existência e uma
carteira que contabiliza 120 clientes, a
2 Pontos foi quem implantou, em 2006,
o site da Academia dos Imortais do Rio
Vermelho (www.acirv.org). Está agora
concluindo o portal da Casa de Cultura
Carolina Taboada (www.casataboada.
com.br), que será inaugurado no dia 27
de outubro.
Logomarcas
São de Luiz Carlos Flores Ramos, produtor cultural e designer gráfico, as criações
das belíssimas logomarcas da Colônia de
Pesca Z-1 e da Associação Yemanjá do Rio
Vermelho.
3
Folha do
Rio Vermelho
outubro 2008
Memória
NELSON TABOADA SOUZA, 25 ANOS DE SAUDADES
No dia 30 de julho de 1983, aos
71 anos, faleceu em Salvador Nelson
Taboada Souza, personalidade de
relevo na sociedade baiana e grande
benemérito do bairro onde nasceu, o
Rio Vermelho.
Empresário de destaque nacional,
Nelson foi cônsul da Bolívia na Bahia,
presidente da Federação das Indústrias
do Estado da Bahia e vice-presidente
da Confederação Nacional da Indústria. Representou a classe industrial
brasileira em dois eventos internacionais, realizados na Suíça e no Chile.
Filho de espanhóis da Galícia, Nelson Taboada Souza nasceu em Salvador, em 13 de
setembro de 1911, na casa de número 18 da
Rua do Raphael, atual João Gomes, no Rio Vermelho. Foi o quarto dos sete filhos do casal
José Taboada Vidal e Amália Souza Taboada.
Ao completar oito anos, idade em que o pai
colocava os filhos para trabalhar, além de frequentar uma escolinha na rua onde morava,
passou a cumprir, no outro turno, tarefas num
dos dois estabelecimentos que José Taboada,
próspero comerciante no Rio Vermelho (balneário do veraneio das famílias abastadas do
centro da capital baiana), era dono: Armazém
Rio Vermelho e Confeitaria Oceânica, ambos
localizados no Largo de Santana.
Com dez anos foi estudar no Colégio
Antônio Vieira, onde participou de um grupo
que no futuro teria vários integrantes influenciando nos cenários baiano e nacional, com
destaques para Antônio Balbino (governador
da Bahia e ministro da República), Tarcilo Vieira
de Mello (deputado federal e líder do governo
na Câmara) e Jorge
Amado (escritor e
membro da Academia Brasileira de
Letras). Com todos,
Nelson consolidou
amizades que perdurariam por toda
vida.
VIDA EMPRESARIAL – O jovem
vida, e também dos irmãos Adelino e Affonso,
chamou-os para que entrassem na sociedade.
Em agosto de 1940, as quotas do sócio principal, José Vieira Lemos, foram adquiridas e a
empresa transformada na Irmãos Taboada &
Cia., com Nelson dono de 60% do capital.
Com a nova razão social foram conquistadas novas representadas e a empresa ingressou no segmento dos produtos farmacêuticos
e de instrumentos cirúrgicos, que iriam se
transformar no filé da sua existência. Em maio
de 1941, com Irmãos Taboada colhendo os
primeiros êxitos comerciais, nasceu Nelsinho,
ensejando uma grande alegria para Nelson e
Antonieta.
Com um ritmo cada vez mais crescente na
representação dos medicamentos e equipamentos cirúrgicos, a empresa ganhou vasta credibilidade no mercado e consolidou-se como empresa
líder na Bahia nesse segmento. Com o nome já
firmado e conceituado, Nelson inicia, em 1954,
um novo ciclo na sua vida profissional com a
criação da Empresa Imobiliária e Construtora
do Rio Vermelho
poderia ter ingressado no curso de direito e conquistado o
prestigioso “anel de
doutor”. Pelo talento que carregava,
A família: Nelson, Nelsinho e Antonieta.
sem dúvida alguSenhor do Bonfim. No ano seguinte constitui a
ma, seria um advogado de renome. Mas esse
Corretagens Castor.
não era o seu desejo. Trazia no sangue, como
forte herança paterna, a vocação comercial.
Alimentava ambições de tornar-se um grande
empresário, ser um “doutor em negócios”.
ROTARY CLUB DA BAHIA – O 3 de agosto
Porém, esse anel não se obtinha em nenhuma
de 1953 teve um significado muito especial para
faculdade. Para transformar o sonho em realio empresário. Esse dia marcou seu ingresso no
dade, o caminho, necessariamente, passava por
Rotary Club da Bahia, um clube de serviço de orium outro tipo de aprendizado, fora das lides
gem americana que funcionava como verdadeiro
acadêmicas. Começou então a trabalhar, em
termômetro de prestígio, pois era integrado por
tempo integral, nas casas comerciais do pai, e
lideres de várias áreas na comunidade soterosendo, em agosto de 1933, admitido como sópolitana. Por isso, ser admitido no Rotary valia
cio da firma José Taboada & Cia. Estava prestes
como passaporte para o ingresso no fechado círa completar 22 anos quando se transformou no
culo da elite social e econômica. E Nelson saberia
primeiro e único dos herdeiros de José Taboada
aproveitar a oportunidade do privilégio que lhe
a conquistar essa distinção, um privilégio que o
fora concedido. Muito inteligente, comunicativo,
colocava, embora fosse o quarto no segmento
cativante, carismático e dinâmico, conquistou
dos nascimentos, na condição de líder entre
assento na alta sociedade da capital baiana.
os irmãos.
No Rotary Club da Bahia sua atuação foi
Em abril de 1939, Nelson entrou como
de destaque, tanto que, antes de completar
sócio da Vieira Lemos & Cia., que atuava na
sete anos de admitido, foi eleito presidente em
representação de guloseimas, tendo como
30 de junho de 1960. Exerceu o mandato de
carro-chefe os conhecidos Chocolates Pan.
um ano com proficiência exemplar, valorizando
E nessa época ele já estava de casamento
o companheirismo rotário, disseminando a
marcado com Maria Antonieta Cardoso de
fraternidade e o dever da solidariedade com as
Almeida, também moradora do Rio Vermelho.
comunidades sofridas. Foi um dos fundadores
O matrimônio foi realizado na Igreja de Nossa
da Escola Rotary, construída para prestar asSenhora da Vitória, em 13 de setembro, dia
sistência educacional às crianças carentes.
em que o noivo completava 28 anos.
Embora fosse uma empresa modesta, de
INDUSTRIAL – Em 31 de maio de 1957, Nelpequeno porte, a Vieira Lemos foi a janela pela
son Taboada participa da criação da Água Mineral
qual Nelson enxergou o mundo das represenDias D’Ávila Ltda., com mais quatro cotistas: Martações. Vislumbrou que esse campo proporcelo Gedeon, Carlos Guedes Gagliano, Giovanni
cionava boas oportunidades fora dos tradicioTambone e Justiniano Antônio Luiz dos Santos
nais balcões das lojas, armazéns, confeitarias,
Granjo. Para que a água mineral pudesse ser inpastelarias e bares. Enfim, convicto de que a
dustrializada e comercializada, havia necessidade
nova atividade poderia mudar o curso da sua
de uma licença federal, que teve uma tramitação
4
rápida graças a interveniência do deputado
federal Tarcilo Vieira de Mello, líder do governo JK na Câmara e fraternal amigo de Nelson
desde os tempos em que foram colegas no
Colégio Antônio Vieira.
Nelson Taboada também contribuiu de
forma decisiva para que, através da Lei 1625,
sancionada pelo governador Juracy Magalhães
em 22 de fevereiro de 1962, o distrito de Dias
D’Ávila, no município de Camaçari, onde ficava
a fonte da água mineral, fosse transformado
na Estância Hidromineral de Dias D’Ávila. Por
último, foi um dos incentivadores da implantação da primeira unidade hoteleira turística na
região, o Hotel Balneário Dias D’Ávila, idealizado
pela Solar Comércio e Imóveis, empresa que
também comandava.
O espírito empreendedor de Nelson não
pára, pois cria, em 1958, a empresa Representações de Máquinas e Peças (Remap), que
seria gerenciada pelo seu único filho, Nelson
Almeida Taboada, de apenas 17 anos, que já
demonstrava uma excepcional visão empresarial. Nelson também liderou, em janeiro de
1959, a constituição da Cerâmica Santa Maria,
localizada a 4 km da sede municipal de Camaçari, que iria se constituir na maior fabricante
de blocos e telhas da Bahia.
CÔNSUL DA BOLÍVIA
– Estreitamente
unidos pelos laços do amor, Nelson e Antonieta formavam um casal perfeito e muito
querido na sociedade. Elegantes e bem relacionados, os dois se destacavam pela fidalguia e como anfitriões de escol. A combinação desses fatores foi decisiva no momento
que o Ministério das Relações Exteriores da
Bolívia analisou o perfil das personalidades
indicadas para a escolha de quem seria o
cônsul honorário da Bolívia em Salvador. A
preferência recaiu em Nelson Taboada Souza, tendo a nomeação sido assinada em 14
de março de 1965.
INDÚSTRIA BAHIANA DE LAJES
- Em
19 de abril de 1966, Nelson comandou, com a
participação executiva do filho, o economista
Nelson Almeida Taboada, a fundação da Indústria Bahiana de Lajes (IBL), que provocaria uma
revolução nos métodos da construção civil na
Bahia. Com uma fábrica instalada em Camaçari, iniciou a produção de peças pré-moldadas, oferecendo com isso opção para os construtores encurtarem o tempo de suas obras e
reduzirem os custos.
Com o desenvolvimento do sistema financeiro da habitação, comandado pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), a utilização dos prémoldados cresceu vertiginosamente, levando a
IBL a ficar conhecida como uma das grandes
empresas nesse setor, a maior no Norte-Nordeste do país. Inicialmente a indústria baiana
fez uso de uma marca franqueada, a Lajes
Volterrana, de renome no Sul. Depois passou a comercializar a sua própria marca, IBL,
produzida numa fábrica localizada no Parque
Rural Ascensão, em Pau da Lima, subúrbio de
Salvador, onde empregava 300 operários. Posteriormente, foi transferida para uma área de
120 mil metros quadrados no Centro Industrial
de Aratu, e elevou para 500 o número de operários empregados.
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS - Como
delegado do Sindicato das Indústrias de
Cerâmica, no Conselho de Representantes da
Federação das Indústrias do Estado da Bahia
(Fieb), Nelson Taboada Souza teve o caminho
aberto para fazer parte da chapa encabeçada
por Ulisses Barbosa Filho, que disputou e venceu as eleições na Fieb em 14 de setembro de
1966. Seu cargo na Diretoria foi de 2° vicepresidente. Em 20 de setembro de 1968, concorrendo em chapa única, Ulisses Barbosa Filho
foi reeleito presidente, que agora passava a ter
mandato trienal. Nelson continuou fazendo
parte da Diretoria, agora na qualidade de 1°
vice-presidente.
Nos dois mandatos de Ulisses, Nelson Taboada teve destacada atuação, sempre presente às reuniões, sempre trabalhando em
prol do engrandecimento da entidade e sempre atuante na defesa dos interesses da classe
industrial. Por duas vezes, durante as viagens
do titular, assumiu a presidência da Fieb.
Por ter sido um vice-presidente dinâmico,
disseminador da concórdia, aglutinador de
forças e com trânsito livre em todos os grupos,
foi o nome de consenso para suceder Ulisses
na composição de uma nova chapa única,
eleita em 6 de outubro de 1971. Ao assumir
a presidência da Fieb tornou-se, por extensão,
presidente do Conselho Regional do Serviço
Nacional da Indústria (Senai/Bahia), diretor
regional do Serviço Social da Indústria (Sesi/
Bahia) e diretor regional do Instituto Euvaldo
Lodi (IEL/Bahia). Em suma, enfeixou o comando
de um sistema formado por siglas importantes:
Fieb, Senai, Sesi e IEL.
O mandato de Nelson coincidiu com a implantação do Pólo Petroquímico de Camaçari
– o segundo que se instalava no país, uma conquista do Governo do Estado e da classe empresarial –, que colocava a Bahia em posição de
destaque no cenário da economia nordestina,
com repercussão nacional. E Nelson passou a
ter a responsabilidade de liderar a representação da indústria baiana no processo de consolidação do complexo petroquímico.
Porém, sua participação não se restringiu aos empreendimentos de grande porte.
Paralelamente, trabalhou pela valorização das
médias e pequenas indústrias e, fundamentalmente, em favor da formação de uma mão-deobra especializada e também em benefício dos
trabalhadores e suas famílias. Numa retrospectiva da gestão de Nelson como presidente do
Sistema Fieb, pode-se, de maneira condensada,
destacar as iniciativas a seguir enumeradas.
1. Estudos, Pesquisas e Assistência Técnica: Com o objetivo de assistir
às pequenas e médias empresas, no âmbito da estruturação de projetos, captação de recursos e programas operacionais, foi criado o Centro de Assistência à
Média e Pequena Indústria (Campi).
2. Treinamentos: Foram ministrados
dezenas de cursos, voltados ao aprimoramento da mão-de-obra, para as indústrias localizadas na Região Metropolitana
de Salvador, Feira de Santana, Serrinha e
Itabuna.
3. Convênios: Visando ampliar a
capacidade de atendimento em diversos segmentos, foram firmados convênios com a Ufba, Secretaria Estadual
de Educação, Secretaria Estadual de
Saúde, Campanha Nacional de Alimentação Escolar, Instituto Nacional do
Seguro Social, Instituto Brasileiro de
Investigação do Tórax e Fundacentro,
órgão vinculado ao Ministério do Trabalho.
4. Valorização do Industriário:
Por meio de uma base triangular, formada pelo Senai, Sesi e IEL, a Fieb
desenvolveu e aprimorou dezenas de
programas nos setores da formação
profissionalizante, capacitação funcional, pesquisa tecnológica, intercâmbio
técnico, segurança no trabalho, higiene
industrial, serviço médico e odontológico, assistência escolar, promoção
humana, difusão cultural e artística,
entretenimentos diversos, campanhas
sócio-educativas e competições esportivas. O time de vôlei do Sesi, formado
por operários, ganhou diversos títulos
disputados em outros estados.
5. Promoção Industrial: O “Cadastro Industrial da Bahia”, publicado
desde 1966, sofreu uma completa reformulação, tendo a edição de 1973
sido lançada com 5.306 indústrias localizadas na Bahia. A publicação “100
Grandes Empresas Baianas”, também
foi revista e atualizada, passando a
reunir o perfil sumário das “200 Maiores
Empresas Baianas”. Visando prestar informações, identificar oportunidades de
negócios e assessorar exportações, foi
editado o trabalho “Bahia, Produtos de
Exportação”, que teve repercussão internacional.
6. Jubileu de Prata: Pelo transcurso dos 25 anos de fundação da
Fieb e do Sesi/Bahia, estiveram reunidos
em Salvador, de 25 a 29 de novembro
de 1973, os membros do Conselho de
Representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro fez
convergir à Bahia as atenções das mais
importantes lideranças industriais do
país. Também como parte da efeméride,
realizou-se em Salvador, com êxito total,
a I Olimpíada Operária Baiana, com disputas nas seguintes modalidades esportivas: futebol de campo, futebol de salão,
basquete, vôlei, natação, atletismo, corrida rústica, tênis de mesa e dama.
7. Reformas e Ampliações: No Estádio Presidente Dutra, na Avenida Luiz
Tarquínio, em Salvador, foram construídas arquibancadas cobertas para 2 mil
pessoas e colocada a iluminação para jogos noturnos; no Clube do Trabalhador,
em Salvador, foi construído um parque
aquático; o Centro Social João Marinho
Falcão, em Feira de Santana, recebeu
uma reforma geral; e o Auditório do Sesi,
em Salvador, também foi contemplado
com reforma completa.
8. Construções: Foram construí-
outubro 2008
dos o Centro Integrado Ulisses Barbosa
Filho, em Simões Filho; e os Pavilhões
de Artes Gráficas e Mecânica de Autos,
no Centro Profissional Luiz Tarquínio,
em Salvador.
9. Artesanato: Objetivando a
valorização do artesanato baiano,
procurando preservar a autenticidade
e as características que o tornaram
famoso e, sobretudo, visando transformá-lo numa fonte de receitas para
o fortalecimento da renda familiar do
trabalhador, foram criados o Centro
de Estudos e Pesquisas Artesanais e o
Centro de Formação Artesanal. Os dois
núcleos foram instalados num solar no
Caminho de Areia, em Salvador, tendo
como anexo um prédio construído para
os cursos de formação dos artesãos e
o desenvolvimento das atividades de
produção.
RECONDUÇÃO À PRESIDÊNCIA DA
FIEB – O sucesso da administração Nelson
Taboada fez surgir, no Conselho de Representantes da Fieb, um movimento para reconduzílo à presidência da entidade.Em 27 de setembro
de 1974, Nelson foi reeleito pela unanimidade
dos delegados. A solenidade de posse ocorreu
no dia 11 do mês seguinte, no auditório do
Sesi, que ficou pequeno para receber o grande
número de industriais e pessoas de destaque
na comunidade empresarial baiana e nacional,
além de diversas autoridades civis e militares,
dentre elas o ex-governador Luiz Viana Filho, o
governador Antônio Carlos Magalhães e o prefeito Clériston Andrade.
Considerado como dirigente de altos desígnios, voltados ao desenvolvimento industrial e ao bem-estar social dos trabalhadores,
com ações nos campos da educação, saúde
e lazer, Nelson Taboada também consolidou
a Fieb como entidade de classe integrada ao
esforço do progresso da Bahia. Ampliando o
raio de atuação, a Fieb participava ativamente
das discussões de ordem socioeconômica nos
fóruns regionais e nacionais. Fazia-se presente
em reuniões, mesas-redondas, seminários e
congressos, diligenciava por apoios creditícios
à produção e por incentivos às exportações
baianas.
No segundo mandato, Nelson incrementou
as relações do projeto Universidade-Indústria,
tendo como canal o IEL, que intermediava a
seleção e colocação de estagiários universitários à disposição das empresas. A grande importância desse programa residia nas oportunidades que oferecia às partes: à indústria, em
dispor de mão-de-obra treinada a custo baixo;
e aos recém-formados, de serem contratados
como profissionais de nível superior. No âmbito interno, foi implantado em Salvador o
Centro Diesel do Nordeste Roberto Simonsen,
com capacidade instalada para 642 treinandos,
nas áreas da mecânica geral de automóveis e
mecânica de motores diesel. Criou-se também
o Centro Móvel de Treinamento do Senai (Cemot), destinado à oferta de cursos volantes em
mecânica para autos.
Com o objetivo de homenagear personalidades que tivessem contribuído para o
engrandecimento da Bahia, Nelson instituiu
a Medalha do Mérito Industrial Luiz Tarquínio, que passou a ser a maior honraria
concedida pela Fieb. Os primeiros laureados,
numa solenidade realizada em 25 de maio de
1976, Dia da Indústria, foram os empresários
Orlando Moscozo Barreto de Araújo e Norberto Odebrecht.
Cronologia
Folha do
No tocante ao setor patrimonial, no segundo
triênio comandado por Nelson Taboada foram
concluídos e inaugurados diversos empreendimentos, com destaque para os seguintes:
1. Clube de Praia Augusto Viana Ribeiro dos Santos, no subúrbio de Coutos, município de Salvador, numa zona
residencial operária próxima ao Centro
Industrial de Aratu.
2. Ginásio Coberto Morvan Dias
de Figueiredo, no Centro Social Reitor
Miguel Calmon, no Largo do Retiro,
em Salvador, que também ganhou um
Nelson confraternizando-se com o empresário Norberto Odebrecht.
grupo escolar de primeiro grau.
3. Centro de Medicina Social Gilberto Mendes de Azevedo, junto ao Clube do Trabalhador
e do Centro de Formação Artesanal, no bairro de Itapagipe, em Salvador.
4. Praça de Esportes e Parque Aquático, no Centro Social João Marinho Falcão, em Feira
de Santana.
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – Na CNI, Nelson Taboada foi delegado
da Fieb durante nove anos (1971-1980). Integrou o Conselho Fiscal (1974-1977) e como vicepresidente participou da Diretoria no triênio 1977-1980. Representou o Brasil em dois eventos
internacionais: na Suíça, como um dos conselheiros técnicos do Brasil, esteve na 60ª Reunião da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada no Palácio das Nações, em Genebra, de 4
a 26 de junho de 1975, que reuniu 140 países. Fez parte do grupo da Comissão de Resoluções,
que apreciou 23 propostas encaminhadas por países membros da OIT, num trabalho de 22 dias
consecutivos, nos quais as delegações analisaram problemas internacionais e questões visando
o aprimoramento das relações de trabalho entre empregadores e empregados. De 14 a 17 de
maio de 1978, Nelson chefiou a delegação brasileira que foi ao Chile participar do XVI Congresso
das Indústrias Latino-Americanas, na cidade de Viña del Mar, quando foram debatidos temas da
maior importância para a América Latina.
Por duas vezes, em janeiro e março de 1978, por motivo de viagens do presidente Domício
Velloso da Silveira, Nelson respondeu pela titularidade do órgão de representação máxima da
indústria brasileira. Na segunda ocasião coube-lhe receber o príncipe Charles no dia 9 de março,
para um almoço na sede da CNI, no Rio de Janeiro. Na presença de dirigentes da entidade, de
vários empresários importantes e diversas personalidades, o herdeiro da coroa britânica foi agraciado com a Medalha do Mérito Industrial.
Rio Vermelho
FALECIMENTO – Após ter sido submetido
a uma série de exames, por causa do surgimento de incômodos no estômago, a equipe
médica do Hospital Português decidiu por uma
intervenção cirúrgica, entregue ao doutor Fernando Filgueiras, um dos melhores cirurgiões
da Bahia. Nelson foi operado em 27 de julho
de 1982, no mesmo dia da inauguração, no
Rio Vermelho, do Centro de Formação Artesanal II do Sesi, que ele havia idealizado quando
presidiu o Sistema Fieb.
A cirurgia foi de curta duração. Nada pode
ser feito, pois o doutor Filgueiras preferiu
encerrar a intervenção assim que constatou
uma descoberta terrível: câncer já em estágio
avançado. Para que Nelson pudesse ter uma
sobrevida maior, foi-lhe ministrado um tratamento quimioterápico, procedimento desconfortável e até traumatizante. O paciente suportou-o sem se queixar absolutamente de nada.
Se sofria dores, manteve-as guardadas dentro
de si, escondendo-as até da esposa.
No inexorável caminho da contagem
regressiva, Nelson foi emagrecendo e envelhecendo mais rapidamente, mas não
parou de trabalhar. Mesmo sabendo que o
seu tempo estava se esgotando, manteve-se
altivo e continuou ativo no escritório que
possuía na Irmãos Taboada. Recebia as pessoas como se nada de grave estivesse acontecendo. Cumpria até compromissos externos.
CENTRO INTEGRADO NELSON TABOADA SOUZA
– Num terreno em área nobre
do município de Camaçari, com 500 mil metros quadrados, adquirido no segundo triênio da
presidência de Nelson Taboada, o Sesi e o Senai construíram dois complexos para atender empresas e empregados do Pólo Petroquímico e áreas adjacentes.
Projetado na gestão de Nelson, o Centro Integrado Sesi-Senai de Camaçari foi concebido
para ser um empreendimento gigantesco, dividido em dois blocos: o Parque Poliesportivo do
Sesi, com ginásio coberto,
quadras, piscinas e um campo
de futebol, para recreação dos
trabalhadores e suas famílias:
e a Escola Profissionalizante do
Senai, para formação e treinamento da mão-de-obra industrial.
Construído na gestão de
Fernando Costa d’Almeida, o
Centro Integrado recebeu o
nome do ex-presidente e foi
inaugurado no dia 4 de março de 1983, na presença do
próprio Nelson, do governador
Antônio Carlos Magalhães e
de diversas personalidades dos
setores empresarial, político e
social da Bahia, além de várias
autoridades do cenário nacional.
Uma das últimas fotos de Nelson, com a esposa Antonieta,
o artista plástico Aldemir Martins e o filho Nelson
Almeida Taboada.
No dia 5 de julho de 1983 faleceu o irmão
Manoel, também vitimado por um câncer de
estômago, deixando Nelson muito abatido.
Mesmo assim, compareceu ao enterro e continuou freqüentando o escritório até que, no
dia 22, o seu estado de saúde piorou. Mas ele
não quis ser internado no hospital onde há
um ano fora operado. Preferiu permanecer no
apartamento em que residia, no bairro da Graça, onde faleceu na tarde do dia 30 de julho,
um sábado, ao lado da esposa Antonieta e nos
braços do filho Nelsinho, após ter recebido o
sacramento da unção dos enfermos, ministrado por um grande amigo, monsenhor Gaspar
Sadoc da Natividade.
OUTRAS HOMENAGENS
– No decurso de sua vida Nelson foi alvo de uma série de
homenagens. Uma das mais
importantes foi-lhe concedida
pelo Governo da Bahia. Em so-
Nelson ao lado do Príncipe Charles.
lenidade realizada no Palácio da Aclamação, no dia 15 de março de 1975, recebeu das mãos do
governador Antônio Carlos Magalhães a Ordem do Mérito da Bahia, no grau de Comendador. Em
3 de setembro de 1976 foi distinguido com a Medalha do Mérito Industrial Roberto Simonsen,
concedida pelo Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria. A outorga foi em reconhecimento ao trabalho desenvolvido no Sesi/Bahia, onde Nelson incrementou as atividades voltadas
à prestação de serviços aos industriários e seus dependentes.
Nelson recebendo do governador ACM a Ordem
do Mérito da Bahia.
Bolívia em Salvador.
24.01.1978: Assume interinamente, por quinze dias, a Contas da Associação Comercial da Bahia, onde 06.08.1973: Recebe diploma oferecido pela Colônia da 13.09.1911: Nasce Nelson Taboada Souza, em Salvador, no permanece por sete biênios consecutivos, até Bolívia na Bahia, por serviços prestados em 09.03.1978: Recepciona, como presidente em exercício da 1977.
05.1963: Toma posse como membro da Comissão de presidência da CNI.
favor da comunidade boliviana.
CNI, o Príncipe Charles, da Inglaterra, com um 14.04.1965: Nomeado cônsul honorário da Bolívia em 21.09.1973: Retorna de uma viagem de dois meses por almoço na sede da Confederação, no Rio de diversos países da Europa, tendo inclusive visi-
19.04.1966: Funda a Indústria Bahiana de Lajes S.A. (IBL).
tado a sede da Organização Internacional do 09.08.1933: Entra como sócio na José Taboada & Cia.
04.05.1966: Funda e preside o Sindicato das Indústrias de Trabalho (OIT), na Suíça.
das Indústrias Latino-Americanas, em Viña del 10.04.1939: Entra como sócio na Vieira Lemos & Cia.
27.09.1974: Reeleito presidente da Fieb, novamente em Mar, Chile.
13.09.1939: Casa-se com Maria Antonieta Cardoso de 14.09.1966: Eleito 2° vice-presidente da Federação das In-
28.11.1978: Funda a Administração, Serviços e Participação 27.12.1974: Funda a Agropecuária Vale Verde S.A.
09.09.1980: Eleito membro efetivo do Conselho Fiscal da bairro do Rio Vermelho.
1919: Começa a trabalhar com o pai, na José Taboada & Cia.
02.1922: Ingressa no Colégio Antônio Vieira.
Almeida.
Salvador.
Cerâmica do Estado da Bahia.
dústrias do Estado da Bahia (Fieb).
chapa única.
Janeiro.
05.1978: Chefia a delegação brasileira no XIV Congresso Ltda. (Adserpa).
10.08.1940: Transforma a Vieira Lemos na Irmãos Taboada 22.10.1966: Como um dos sócios, participa da fundação da 15.03.1975: Recebe a Ordem do Mérito da Bahia, no grau de Radiodifusão Educadora da Bahia Ltda., que 17.05.1941: Nasce o filho Nelson Almeida Taboada.
deu origem à segunda emissora de televisão na 03.10.1953: Ingressa no Rotary Club da Bahia.
Bahia, a TV Aratu, Canal 4.
conselheiro técnico indicado pela CNI, da 60ª ficando constatado que era portador de câncer 12.08.1954: Cria a Empresa Imobiliária e Construtora Senhor 26.07.1967: Participa da inauguração da nova Igreja Matriz Sessão da Conferência Internacional do Tra-
no estômago.
de Sant’Ana do Rio Vermelho, cuja construção balho, promovida pela OIT.
04.03.1983: Participa da inauguração do Centro Integrado 03.02.1955: Constitui a Corretagens Castor Ltda.
muito ajudou.
26.08.1976: Recebe diploma da Associação dos Diplomados Nelson Taboada Souza, gigantesco complexo 14.06.1957: Registra a ata de fundação da Água Mineral 17.11.1967: Cria a Solar Comércio, Imóveis e Representações construído pelo Sesi-Senai, em Camaçari.
03.09.1976: Recebe a Medalha do Mérito Industrial Roberto 30.07.1983: Vencido pelo câncer, Nelson Taboada Souza
& Cia.
do Bonfim Ltda.
Dias D’Ávila Ltda.
Ltda.
Comendador.
06.1975: Participa em Genebra, na Suíça, como
da Escola Superior de Guerra (Adesg).
Fieb.
27.07.1982: É operado em Salvador, no Hospital Português, 10.08.1958: Cria a Representações de Máquinas e Peças 20.09.1968: Eleito 1° vice-presidente da Fieb.
Simonsen, conferida pelo Conselho Nacional do falece em Salvador, aos 71 anos, sendo sepul-
17.11.1970: Cria a Serviços e Assistência Técnica Ltda.(Selta).
Serviço Social da Indústria.
tado no mausoléu da família, no Cemitério do 21.12.1970: Funda a Sociedade Industrial de Pedras e Areia 23.12.1977: Recebe, no Rio de Janeiro, o diploma de Campo Santo, onde já se encontravam os pais e Ltda. (Sipa).
Grande Oficial da Legião do Mérito Presidente os irmãos Adelino, Aníbal e Manoel.
06.10.1971: Eleito presidente da Fieb.
Antônio Carlos, outorgado pelo Instituto
11.10.1971: Renuncia ao cargo de cônsul honorário da Internacional de Heráldica e Genealogia.
Ltda. (Remap).
13.01.1959: Registra a ata de fundação da Cerâmica Santa Maria Ltda.
30.06.1960: Torna-se presidente do Rotary Club da Bahia.
5
Folha do
Rio Vermelho
outubro 2008
Biblioteca
40 anos oferecendo um mar de conhecimentos
A história da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior começa com o educador Aurélio Ângelo de Souza, que
também era jornalista e dirigia o Rio Vermelho Jornal, criado na década de 1950. Através do seu periódico,
o Professor Aurélio, como era chamado, incrementou em 1960 uma campanha para a construção de uma
biblioteca pública no bairro.
Construída defronte ao mar, no governo de Antônio Lomanto Júnior, a biblioteca batizada com o
nome de Juracy Magalhães Júnior, jovem deputado estadual falecido em 4 de abril de 1963, foi inaugurada pelo governador Luís Viana Filho no dia 23 de setembro de 1968. Começou como biblioteca infantil, mas em pouco tempo teve sua destinação ampliada para todas as faixas etárias, passando então
a ser muito freqüentada por estudantes, professores, pesquisadores e leitores de um modo geral.
A Biblioteca que acabou se transformando numa referência no Rio Vermelho é uma das unidades da
Fundação Pedro Calmon, órgão integrante da estrutura da Secretaria de Cultura do Estado. De janeiro
de 2006 a setembro de 2008, atendeu uma média de 2.342 usuários mês.
INTERAÇÃO COM A COMUNIDADE - A Biblioteca Juracy Magalhães Júnior firmou-se não apenas como local para consulta de
livros e periódicos, mas também como núcleo de difusão cultural e artística. Inúmeras palestras, reuniões, exposições, oficinas, recitais,
lançamentos literários, programações teatrais, eventos recreativos e educacionais, tiveram como palco o espaço polivalente da BJMJ.
O livro “Rio Vermelho”, escrito por
Ubaldo Marques Porto Filho, foi lançado
na Biblioteca, na noite de 20 de dezembro de 1991. Na foto o autor com seus
pais.
NOVO PRÉDIO - Em face do desgaste da
estrutura do prédio inaugurado em 1968,
severamente castigado pela ação da maresia,
bem como pela exigência de um reordenamento no espaço físico interno, a Biblioteca
foi transferida para um outro imóvel, na
esquina da Rua da Paciência com Travessa
Lydio de Mesquita. Aí ficou alojada por quatro anos, até que o prédio original fosse totalmente recuperado. Na verdade, o imóvel
foi reconstruído e dotado de climatização
em todas as salas, para melhor conservação
do acervo técnico e proporcionar um melhor
conforto aos funcionários e usuários.
A reinauguração foi na noite de 16 de
junho de 2004. Logo após o retorno ao endereço antigo, na esquina das ruas Borges
dos Reis e Guedes Cabral, a Biblioteca deu
início ao projeto “Encontro com o Escritor”,
com o foco primordialmente direcionado à
classe estudantil. Diversos escritores, com
raízes no bairro, e também de outras origens, passaram a ser convidados para fazer
palestras no auditório da BJMJ, em dias de
verdadeiras festas literárias.
ACERVO - Com um acervo rico e diversificado, formado 25 mil obras, dos mais variados
campos de interesses, a “Biblioteca do Rio
Vermelho”, como tem sido chamada pelo
TAXI PROGRAMADO
6
povo, consolidou-se como um autêntico
centro educacional e cultural. Seu acervo
encontra-se distribuído por seis unidades.
1. Estudos e pesquisas: onde o usuário
encontra enciclopédias, dicionários, almanaques, livros didáticos e técnicos como
fontes de leitura e pesquisas.
2. Circulante: onde, mediante inscrição
prévia e gratuita, o usuário pode levar emprestado livros de literatura de autores nacionais e estrangeiros.
3. Infantil: espaço destinado às crianças, para leitura e pesquisa em livros e
revistas infanto-juvenis, além de oferecer
uma brinquedoteca, com brinquedos e jogos educativos para o desenvolvimento do
hábito da leitura.
4. Periódicos: setor que oferece jornais,
revistas, folhetos e recortes que mantêm o
usuário atualizado e integrado com as informações do dia-a-dia.
5. Memória do bairro: fotografias e
documentos referentes à história do Rio
Vermelho, doados pelos moradores, num
trabalho iniciado em 1984, pela professora
e historiadora Eneida de Almeida Cavalcanti, antiga moradora do bairro.
6. Infocentro: centro de inclusão digital, equipado com dez terminais. Oferece
acesso gratuito à internet a quem preencher
a ficha de filiação, com direito a 35 minutos
diários.
Estruturada com cursos de pintura, desenho e escultura, a Oficina de Arte foi
concebida para desenvolver a vocação
artística das crianças.
A FESTA DOS 40 ANOS
Durante quatro dias, uma vasta programação movimentou e registrou a passagem dos 40 anos da
inauguração da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior. A mesa da abertura das solenidades, iniciadas às 14
horas do dia 23 de setembro, foi composta por Ubiratan Castro de Araújo, diretor da Fundação Pedro
Calmon, que presidiu as celebrações; Kilma Alves, diretora da Diretoria de Bibliotecas Públicas do Estado
da Bahia; Sônia Morelli Rodrigues, diretora da Biblioteca Juracy Magalhães Júnior; Juracy Magalhães
Neto, filho do patrono; Clóvis Cavalcanti Bezerril, presidente da Central das Entidades do Rio Vermelho;
e Ubaldo Marques Porto Filho, presidente da Academia dos Imortais do Rio Vermelho. Eis a programação
completa:
Dia 23/09 – Apresentação da Camerata da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba); Exibição do vídeo “A
Biblioteca por seus usuários”, da cineasta Verônica Oliveira, contendo depoimentos de artistas, leitores
e moradores do bairro; Palestra do escritor Ubaldo Marques Porto Filho, sobre o tema “A trajetória da
Biblioteca e sua importância para a comunidade do Rio Vermelho”. Em seguida, foi inaugurada a Galeria
das Ex-Diretoras, com fotos de Marly Oliveira de Andrade, Suzana Mary Barros Presídio, Adelaide Maria
Veiga Dias, Rosália Alexandrina Santos Mendes, Nizete Santos Maricato e Maria Aparecida Correia Santana. A programação do dia foi encerrada com uma apresentação da Filarmônica Hora da Criança e um
coquetel de confraternização.
Dia 24/09 – Palestra “A hora de ouvir história”, com a educadora Myrna Deiró; Apresentação da peça
“Chapeuzinho Vermelho”, encenada por alunos do Colégio Hercília Moreira; “Na trilha do conhecimento”, uma visita guiada à Biblioteca, com a participação de um grupo de teatro do Colégio Hercília Moreira; Palestra “A leitura literária e a formação do leitor”, pela escritora Betty Coelho; Apresentação do
grupo musical da Associação Cultural Caballeros de Santiago.
Dia 25/09 – “No livro e na tela”, com a exibição de filmes produzidos a partir de clássicos da literatura
infantil; Oficina da Arte Milenar Quilling (Filigrana de Papel), com a oficineira Josefa Lima; Oficina de
Criação Literária de Cordel, com o cordelista Antônio Carlos Barreto; Oficina de Criação Literária de RAP,
com o rapper Uri Israel; Apresentação do Coral Arte e Canto, dos Correios, sob a regência do maestro
Alcides Lisboa; Encontro com ex-funcionários da Biblioteca.
Dia 26/09 – Oficina de Criação Literária em Poesia, com o poeta Marcos Peralta; Encontro com o Escritor,
com Maria Stella de Azevedo Santos (Mãe Stella de Oxossi), ialorixá do Terreiro Axé Opô Afonjá e autora
de três livros; Palestra de José Ribamar Feitosa Daniel, vice-presidente da Sociedade Cruz Santa do Ilê Axé
Opô Afonjá; Apresentação de capoeira com o grupo do Instituto Nzinga de Capoeira Angola.
A EQUIPE - O quadro de servidores da
Biblioteca encontra-se constituído por
24 pessoas: Alisson Carlos da Silva, Ana
Perpétua Rebouças Prates, Carlos Antônio
Santana de Carvalho, Célia Maria de Almeida Santos, Elvira Maria Aroucha Santana,
Eneida de Almeida Cavalcanti, Fábio Moraes
Machado, George Cardoso Lima, George
Jackson Santos, Isabel Meira Neta, Jaíra
Reis Rebouças, Laura Amélia Leite Mendes
Tavares, Maria Aparecida Correia Santana,
Maria Betty Coelho Silva, Maria Conceição
Souza Correia, Maria José Leal dos Santos,
Maria Wilma D’Ávila Oliveira, Mirna Maria
Deiró Santana, Odete Machado de Farias
Ribeiro, Patrícia Jesus da Hora, Robson dos
Santos Silva, Simone Jesus do Nascimento,
Sônia Morelli Rodrigues, Ubeilson Batista
Galvão e Verônica Anália Lima de Oliveira.
ATENDIMENTO PERSONALIZADO
NELSON: 71 9949.8733
A diretora Sônia Morelli Rodrigues (de amarelo) e parte da equipe de auxiliares.
Translados para: Aeroporto • Rodoviária • Shoppings • City-tours • Viagens • Eventos • Outros deslocamentos
outubro 2008
Folha do
Rio Vermelho
Cultura & Turismo
As reivindicações do Rio Vermelho
Um relatório contendo doze reivindicações, julgadas prioritárias para as necessidades
culturais e turísticas do Rio Vermelho, será encaminhado ao prefeito eleito no dia 26
de outubro. Elaborado pelo Conselho de Cultura e Turismo do Rio Vermelho, o documento foi aprovado pelo plenário da Central das Entidades do Rio Vermelho.
Entorno da Casa de Yemanjá
Situada num promontório a cavaleiro da Enseada de Santana, a Casa de Yemanjá é o centro de uma grande festa que se
realiza desde o dia 2 de fevereiro de 1924. Nos últimos vinte anos, a Festa de Yemanjá tem atraído para o Rio Vermelho uma
multidão calculada em torno de 200 mil pessoas num único dia. Por causa da repercussão, nacional e internacional, da devoção à protetora dos pescadores e ao culto à Yemanjá, que no sincretismo baiano corresponde à Nossa Senhora da Conceição
da Praia, a famosa casa é visitada diariamente por pessoas de todas as partes do país e também vindas do exterior. Porém, os
visitantes estão saindo decepcionados com a degradação no entorno da Casa de Yemanjá. Eis os principais problemas, que
carecem de solução em benefício do turismo e da legião dos adeptos de Yemanjá:
a. A área externa à Casa de Yemanjá tornou-se um antro de desocupados e falsos pescadores. A jogatina campeia livre, o
desrespeito impera e a sujeira surpreendem os turistas e soteropolitanos.
b. Os pescadores verdadeiros, que são pessoas humildes e trabalhadoras, sentem-se ameaçadas fisicamente e estão perdendo
o controle da Colônia de Pesca Z-1, o que trará seriíssimas conseqüências para o futuro da primeira colônia de pesca na Bahia
e no país, com graves reflexos na Festa de Yemanjá.
Urge pois, que os órgãos culturais, turísticos e da segurança pública adotem as seguintes medidas:
1. Saneamento da área no entorno da Casa de Yemanjá.
2. Apoio à classe dos pescadores.
3. Proteção à tradição da Festa de Yemanjá.
Em suma, a recomendação é no sentido do poder público colocar uma equipe para dar, por um período de um ano,
assistência técnica e social à Colônia de Pesca Z-I, visando os seguintes objetivos básicos:
• Revitalização administrativa da Colônia de Pesca Z-1.
• Recadastramento dos pescadores profissionais, para separar o joio do trigo.
• Disciplinamento no uso do espaço público na Praia de Santana, com a permissão para colocação na areia
apenas os barcos da pesca profissional, devidamente registrados na Colônia Z-1.
• Desenvolvimento de ações junto às polícias Civil e Militar, para o afastamento dos marginais e desocupados do entorno da Casa de Yemanjá.
• Atendimento aos turistas que se dirigem à Casa de Yemanjá.
Festa de Yemanjá
Realizada desde 1924, a Festa de Yemanjá é o mais importante evento que se realiza no mundo em homenagem à Rainha
do Mar. Porém, encontra-se carente de uma efetiva assistência pelo poder público. Em 2008, a Emtursa conseguiu um grande
patrocinador para promover um inédito carnaval no Rio Vermelho, mas não conseguiu quem patrocinasse os custos da festa
famosa nacional e internacionalmente.
Enfim, a comunidade entende que o carnaval foi uma boa promoção para o Rio Vermelho, mas reivindica
que a Festa de Yemanjá, como prioridade número um, tenha o efetivo apoio dos órgãos municipais de fomento à cultura e ao turismo.
Peixarias na sede da Colônia de Pesca Z-1
Em 1988, com as obras realizadas pela Prefeitura no anexo à Casa de Yemanjá, foram instalados pequenos boxes para
proporcionar melhores condições à venda do peixe fresco fornecido pelos pescadores da Colônia Z-1, com sede no local. Os
boxes eram operacionalizados pelos próprios pescadores.
Porém, esse objetivo foi totalmente desvirtuado, pois os
peixeiros, que passaram a dominar o comércio, e em face da
violenta queda no fornecimento do pescado (que ficou escasso
nas incursões das pequenas e precárias embarcações que saem
do Porto de Santana), passaram a vender nas peixarias da
Colônia Z-1 peixe congelado proveniente de fontes desconhecidas, num percentual que ultrapassa 90% do volume total das
vendas.
Essa prática, que prosperou por falta de uma fiscalização da Sesp, é danosa sobre todos os aspectos, pois burla a
vigilância sanitária, o fisco e engana os consumidores, que levam “gato por lebre”, ou melhor, compram peixe congelado
de procedência ignorada e de qualidade duvidosa, como se
fosse “peixe resfriado” (nome dado ao peixe fresco que passou
pouco tempo no gelo, o suficiente apenas entre o dia da pesca
e o da venda final).
Por isso, requer-se, como medida de proteção à
saúde pública, e de defesa dos consumidores, que a
venda do pescado clandestino, ou seja, do peixe
não-fornecido diretamente pelos pescadores da Colônia Z-1, seja proibida e combatida sistematicamente pelos órgãos municipais.
Praia de Santana no dia 2 de fevereiro.
Melhorias
na Colônia de Pesca Z-1
Todas as edificações existentes na sede da Colônia de Pesca Z-1, onde fica a Casa de Yemanjá, foram construídas
pela Prefeitura ao longo dos anos, a partir de 1972. Pela falta crônica de recursos dos pescadores, uma classe realmente
muito pobre, até as obras periódicas de manutenção também têm sido executadas pela Prefeitura.
Porém, há quatro anos, nenhuma intervenção foi realizada na recuperação dos desgastes provocados pela ação
impiedosa do salitre. Por essa razão, pede-se que a Prefeitura realize as seguintes pequenas intervenções:
1. Recuperação dos estragos ocasionados pela maresia, abertura de uma janela, colocação de um forro,
pintura e troca de telhas na ala que fica atrás da Igreja, onde deverá ser instalado o escritório administrativo da
Colônia de Pesca Z-1.
2. Troca de telhas na ala da Casa de Yemanjá.
3. Troca do piso e colocação de um forro na sala anexa à Casa de Yemanjá, cuja destinação deverá ser
exclusivamente ao atendimento público: devotos, jornalistas, pesquisadores e pessoas outras interessadas nas
temáticas sobre a Rainha do Mar e a Festa de Yemanjá.
Memorial
Caramuru
O local da chegada, em 1509, de Caramuru ao Rio Vermelho, na Enseada da Mariquita, encontra-se abandonado e
a caminho da completa favelização. Torna-se urgente, em nome da história, que esse sítio seja recuperado e valorizado
por um projeto que contemple a reurbanização da Praça Caramuru, casada com a requalificação do Mercado Municipal
(também chamado de “Mercado do Peixe”) e a implantação do Memorial Caramuru.
Na Fundação Mário Leal Ferreira, vinculada à Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio
Ambiente, encontra-se um projeto que foi elaborado em parceria com as entidades representativas do Rio Vermelho. Pede-se que esse projeto seja executado e inaugurado em 5 de outubro de 2009, Dia dos 500 Anos do
Rio Vermelho.
500
Anos da Chegada de Caramuru
Em 2009 completará 500 Anos que Diogo Álvares Corrêa chegou à Bahia, tendo como local a Enseada da Mariquita,
onde ocorreu o célebre encontro do náufrago com os tupinambás, que lhe deram o nome de Caramuru.
Não se sabe em que dia, nem o mês do naufrágio da nau em que viajava o europeu. Mas foi em 1509. O descobridor do Rio Vermelho, co-fundador da Cidade do Salvador e patriarca da Bahia faleceu em 5 de outubro de 1557.
O 5 de outubro é também celebrado como o Dia do Rio Vermelho. E essa deve ser a data do clímax das comemorações dos 500 Anos do surgimento de Caramuru no cenário da história brasileira, especialmente a baiana e em particular
a do Rio Vermelho.
do Rio Vermelho, elaborem um calendário festivo para homenagear esse personagem ímpar da nossa história.
Seria também muito importante que nessa data fosse inaugurado o Memorial Caramuru, projetado para o sítio
histórico localizado na Praça Caramuru, na Mariquita.
Praça
Monsenhor Antônio
da Rocha Vieira
Atendendo solicitações da comunidade, a Superintendência de Parques e Jardins elaborou um projeto para
reurbanização da Praça Monsenhor Antônio da Rocha
Vieira, situada na lateral do Salão Paroquial da Igreja Matriz de Senhora Sant’Ana.
Solicita-se que a reurbanização dessa pracinha,
conforme consta no projeto preparado pela SPJ, seja
viabilizada para que no local possam ser realizados
eventos culturais: exposições ao ar livre, apresentações de grupos de capoeira, retretas com filarmônicas
e outras manifestações artísticas.
Vista parcial da Praça Caramuru,
onde será construído o Memorial Caramuru.
Delimitação do Rio Vermelho
Encontra-se em andamento, num setor da Secretaria Municipal do Planejamento (Seplam), os estudos para fixação
oficial da área territorial de cada bairro de Salvador. Com exceção do Rio Vermelho, para todos os bairros o trabalho é
inédito e necessário, pois vai por um ponto final nas dúvidas de onde começa e termina este ou aquele bairro.
Em 1986, para poder viabilizar o Censo do Rio Vermelho, realizado com o apoio técnico do IBGE e a participação do
Colégio Estadual Manoel Devoto e Agência de Publicidade D&E, a Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho
(Amarv), numa iniciativa pioneira em Salvador, definiu os limites do Rio Vermelho. O trabalho de campo foi coordenado
por uma equipe da mais alta qualificação, que contou, além da participação de diversas entidades públicas e privadas,
de representantes da comunidade, dos historiadores do Rio Vermelho (Aurélio Ângelo de Souza, Licídio Lopes e Ubaldo
Marques Porto Filho) e de um grupo de antigos moradores que conheciam o bairro como a palma da mão, dentre eles
Tarquínio de Oliveira Gonzaga, Alberto Menezes França, Jorge Eduardo Liberato de Matos, Clóvis Cavalcanti Bezerril,
Nelson Hanaque Esquivel e Eneida de Almeida Cavalcanti.
Portanto, o Rio Vermelho possui sua geografia definida de forma bem criteriosa e dispõe de uma planta na escala
1:2000. Calculou-se inclusive a área – 2.270.800 metros quadrados (227,08 hectares).
Porém, nada disso foi importante para o grupo que está coordenando a delimitação dos bairros de Salvador, num
trabalho conveniado entre a Prefeitura, a Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e outros organismos. No Rio Vermelho os estudos estão, incompreensivelmente, ocorrendo à revelia do Conselho de Cultura e Turismo,
da Paróquia de San’Ana e de outras entidades filiadas à Central das Entidades do Rio Vermelho. Mas já se sabe que a
proposta mutila o patrimônio territorial e histórico do Rio Vermelho, através da cessão de parte de sua área para outros
bairros vizinhos.
Por essa razão, as entidades representativas do Rio Vermelho, capitaneadas pela Central das Entidades, apelam para que a Prefeitura não encaminhe à Câmara Municipal qualquer projeto-de-lei que desrespeite os limites
que foram estabelecidos em 1986 e já consagrados através de publicações aos longo dos últimos 22 anos.
Revitalização da Orla
Na gestão do prefeito Antônio Imbassahy, a Secretaria Municipal do Planejamento elaborou um projeto para reurbanização da orla do Rio Vermelho. O “Projeto Lorenzo”, como ficou conhecido, foi encaminhado ao Governo do Estado
para ser executado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), via recursos do Programa
de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste do Brasil (Prodetur Nordeste). Porém, o projeto – que foi elaborado à
revelia da comunidade, à qual foi negada uma simples visualização do que estava sendo proposto para o bairro –, ficou
engavetado na “fila dos atendimentos” e depois, com o novo governo estadual, saiu da pauta das prioridades.
O que se reivindica é a possibilidade do projeto ser examinado pelas entidades que se encontram filiadas
à Central das Entidades do Rio Vermelho: se o projeto for realmente bom para o bairro, como se espera que
seja, receberá todos os elogios. Mas, se houver alguns pontos discordantes serão oferecidas sugestões para que
sejam discutidas num fórum de verdadeira parceria com a comunidade. Enfim, deseja-se é que o projeto tenha
o total apoio dos principais organismos representativos do Rio Vermelho.
Centro
Cultural
Primeiro balneário turístico da Bahia, que reinou absoluto por meio século (1880-1930), e que teve os primeiros hotéis e restaurantes fora do perímetro do centro de Salvador, o Rio Vermelho foi perdendo, a partir de 1930, a importância como centro de veraneio da elite soteropolitana. Mas foi granjeando fama como reduto dos artistas, principalmente
das artes plásticas. Passou inclusive a ser carinhosamente chamado de “Bairro dos Artistas”.
No livro “Cidade do Salvador, Caminho do Encanto”, editado em 1958, Darwin Brandão & Mota e Silva registraram:
“O Rio Vermelho é o local preferido para residência de artistas. É o Montparnasse baiano”.
Além de morada dos artistas, o bairro ficou conhecido como local de concentração das galerias de arte. Porém,
em que pese sua condição de núcleo cultural, um status ainda persistente nos dias atuais, o Rio Vermelho nunca teve
um centro cultural.
O progresso avassalador, que a partir de 1972 alterou profundamente a fisionomia urbanística do bairro, foi
também engolindo as áreas livres. Hoje, a disponibilidade de um local para a construção de um centro cultural está
drasticamente reduzida. A rigor, só existe um. Fica num setor nobre e estratégico, junto ao pólo dos grandes hotéis:
Blue Tree Towers, Pestana, Mercure e Ibis. Trata-se de um terreno amplo e ainda sem edificações. É onde existiu a Maternidade Nita Costa, demolida em 1987, com frente para a Rua Marquês de Monte Santo e próximo do Posto Chaminé e
da McDonald’s.
Esse terreno já pertenceu ao Estado, ao antigo Iapseb, mas hoje é propriedade particular. Em nome de uma
causa justa, para finalidades culturais e de utilidade pública, a Prefeitura poderia examinar a possibilidade de
chamar o empresário para tentar compatibilizar a integração de um equipamento cultural ao projeto privado. É
o local ideal para o Centro Cultural do Rio Vermelho.
Rio
Camorogipe
Entre o Largo da Mariquita e a confluência com a Praça Nelson Fonseca (defronte à foz do Lucaia), a Avenida
Juracy Magalhães Junior é popularmente chamada de “Rua do Canal”, pois é o trecho onde o extinto Rio Camorogipe
corria entre as contenções de pedra, construídas na década de 1970, quando as pistas de rolamento dos veículos foram
alargadas e pavimentadas. Por esse canal sobem as águas do mar durante as marés de enchente e descem os dejetos
lançados pela estação de tratamento do sistema de esgotamento sanitário de Salvador.
Esse trecho do antigo rio, onde se concentra uma importante área comercial do bairro, poderia ser urbanizado após o fechamento do canal com placas de concreto, a exemplo do que foi feito na Rua da Fonte do
Boi, acesso aos hotéis Pestana, Ibis e Mercure. Ali, surgiu um belo jardim sobre a valeta dos dejetos. Enfim,
que a “Rua do Canal” seja urbanizada, a exemplo do belíssimo projeto que a Prefeitura acaba de executar na
Avenida Centenário.
Escritório
de Valorização
A Prefeitura criou o Escritório de Revitalização da Área do Comércio, com excelentes resultados. E dentro desse
espírito e em face da rica história do Rio Vermelho, pela sua tradição cultural, pelo que ainda resta do seu patrimônio
arquitetônico, pela tradição de bairro boêmio, pelo pólo hoteleiro e por outros valores, bem que se poderia pensar no
ótimo exemplo do Comércio.
No Rio Vermelho, o escritório seria para valorização dos seus bens históricos, culturais, patrimoniais e naturais.
Teria grande importância no desenvolvimento das sugestões acima, na fiscalização no cumprimento de normais municipais, no fomento das atividades culturais, artísticas e turísticas, no apoio à grande Festa de Yemanjá e na capitação de
recursos para o desenvolvimento de programas e empreendimentos para o Rio Vermelho.
Em vista disso, fica sugerida a criação e implantação do Escritório de Valorização do Rio Vermelho.
Sugere-se que a Fundação Gregório de Mattos e a Emtursa, em conjunto com as entidades representativas
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Folha do
Rio Vermelho
outubro 2008
Os 500 anos do Rio Vermelho
A história do Rio Vermelho antecede em 40 anos à fundação da Cidade do Salvador. Tudo
começou em 1509, com Diogo Álvares Corrêa, europeu de aparecimento ruidoso na Pedra
da Concha, donde efetuou um disparo que matou uma ave à vista dos índios. Esse tiro simbolizou o descobrimento do Rio Vermelho e o nascimento do personagem Caramuru.
Num dia de 1509, uma embarcação européia naufragou no Rio Vermelho. Um jovem
tripulante conseguiu chegar à Pedra da Concha, uma minúscula ilha rochosa na Enseada
da Mariquita, bem ao lado do Morro do Conselho e defronte à foz do Camorogipe.
Sabe-se também que foi da Pedra da Concha que o náufrago efetuou o célebre
disparo que matou um pássaro em pleno vôo. Como desconheciam armas de fogo, os
índios, perplexos, começaram a exclamar: “Caramuru! Caramuru! Caramuru!”, que na
língua tupi significava “homem do fogo; filho do trovão; dragão saindo do mar”. Com
o tiro, além de salvar-se da antropofagia dos nativos, Diogo Álvares Corrêa conquistou
o respeito dos tupinambás e ganhou o nome que o tornaria lendário – Caramuru.
O que não se tem conhecimento, pois sempre foi um grande mistério, é do local
onde o europeu teria nascido. Também não se sabe a procedência da caravela que o
levou até a área do naufrágio. Nunca se encontrou qualquer tipo de registro que comprovasse a origem do personagem e da caravela.
Sob a ótica do historiador do Rio Vermelho, Ubaldo Marques Porto Filho – que durante vinte anos pesquisou tudo sobre Caramuru, para poder escrever o livro “Diogo
Álvares, o Caramuru”, que se encontra em fase de editoração eletrônica – o quadro das
probabilidades é o seguinte:
Caramuru numa concepção de Tito
Weidinger Baptista, num óleo sobre tela
de 1900. A obra pertence ao Instituto
Geográfico e Histórico da Bahia, doada
pelo próprio artista.
PRAÇA CARAMURU - Em 1972, a Praia da Mariquita e uma parte da lâmina d’água
na pequena enseada foram aterradas para permitir a instalação do canteiro de obras
da construção do emissário submarino, espinha dorsal do sistema de esgotamento
sanitário de Salvador. Em função da área aterrada, 20 mil metros quadrados, nasceu
o que tecnicamente é chamado de “terreno acrescido de marinha”, automaticamente
integrado ao patrimônio da União. O espaço, popularmente denominado de “aterro
do emissário submarino”, ganhou, por iniciativa do administrador municipal do Rio
Vermelho e da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho (Amarv), uma
nomenclatura oficial em 31 de maio de 2002, quando recebeu, pela Lei 6.126, o nome
de Praça Caramuru.
Mas, logo depois, preocupada com o futuro da Praça Caramuru, que se encontrava no caminho da favelização, a Academia dos Imortais do Rio Vermelho (Acirv)
tomou a iniciativa de propor a reurbanização da área situada num sítio histórico da
maior relevância.
MEMORIAL CARAMURU - Por se encontrar degradada e relegada ao abandono, a
Acirv iniciou em 2003 uma campanha para a revitalização urbanística dessa área privilegiada. Passou inclusive a propugnar, juntamente com as demais organizações filiadas à Central das Entidades do Rio Vermelho, para que, no contexto do projeto da
reurbanização, a Praça Caramuru recebesse alguns equipamentos receptivos e fosse
também provida de um memorial centrado na importância representada por Diogo
Álvares Corrêa, indiscutivelmente o mais importante personagem que a Bahia teve no
século XVI.
A Pedra da Concha no registro fotográfico mais antigo que se conhece,
feito em 1885, por Rodolfo Lindemann.
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PROGRAMAÇÃO BÁSICA
O Conselho de Cultura e Turismo do Rio
Vermelho e a Academia dos Imortais do Rio
Vermelho, com o apoio da Central das Entidades do Rio Vermelho, estão coordenando
a preparação de uma agenda comemorativa ao V Centenário do bairro descoberto
por Caramuru. Compõe-se, basicamente,
dos seguintes vetores:
1. Festa de Yemanjá - Realizada no dia 2
de fevereiro. Em 2009 será numa segundafeira, quando homenagens especiais serão
tributadas ao bairro e a Caramuru, pela
Colônia de Pesca Z-1 e pela Associação Yemanjá do Rio Vermelho.
2. Eventos Literários - Serão publicados
cinco livros, todos diretamente relacionados com o Rio Vermelho: “Diogo Álvares, o
Caramuru”, que narra a história do Descobridor do Rio Vermelho, Co-Fundador de
Salvador e Patriarca da Bahia; “Dois de Fevereiro no Rio Vermelho”, tudo sobre a Festa de Yemanjá, que se realiza desde 1924 e
que se afirmou como a mais importante do
mundo em homenagem à Rainha do Mar;
“Rio Vermelho Cronológico, 1509-2009”,
história dos 500 anos do bairro; “Dinha do
Acarajé”, biografia de Lindinalva de Assis, a
baiana que ficou famosa com um tabuleiro
no Largo de Santana; e “José Taboada Vidal,
Benemérito do Rio Vermelho”, biografia do
primeiro Taboada que se estabeleceu na
Bahia.
3. Festa da Padroeira - O clímax da festa
em louvor à Senhora Sant’Ana é vivido no
dia 26 de julho, que em 2009 cai num domingo. Pretende-se trazer do interior uma
filarmônica tradicional para uma apresentação de gala no Rio Vermelho.
4. Dia do Rio Vermelho - É comemorado no
dia 5 de outubro, que em 2009 será numa
segunda-feira. A programação constará de
um ciclo de palestras e, se possível, com a
inauguração do Memorial Caramuru, seguida de missa campal e shows folclóricos na
Praça Caramuru.
CAPTAÇÃO DE RECURSOS
A Pedra da Concha e parte da Praça Caramuru, vistas
do Morro do Conselho.
Em função do forte apelo histórico e cultural, o Memorial Caramuru poderia transformar a Praça Caramuru
num importante destino turístico, como centro para visitações de grande repercussão regional, nacional e até
internacional. Em vista disso, o Conselho de Cultura e
Turismo do Rio Vermelho conseguiu que a Secretaria Municipal do Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente,
através da Fundação Mário Leal Ferreira, preparasse o
projeto do Memorial.
COMO SERÁ O MEMORIAL - O conjunto que comporá o
Memorial Caramuru é formado pelos seguintes equipamentos: Monumento a Caramuru; Monumento aos Tupinambás; Módulo para exposição do artesanato indígena; Módulo administrativo, Mirante para contemplação
da Pedra da Concha e o mar de Caramuru; Arena para
shows folclóricos ao ar livre; Restaurante panorâmico; e
área para a colocação dos créditos aos patrocinadores
que viabilizarão o empreendimento, bem como os marcos simbolizando as homenagens que serão prestadas a
Caramuru pelas seguintes comunidades: Bairro do Rio
Vermelho, Cidade do Salvador, Estado da Bahia, Brasil,
Portugal, Espanha e França.
Além das entidades do Rio Vermelho, a
execução da programação deverá envolver
a Prefeitura (Fundação Gregório de Mattos, Emtursa, etc) e o Governo do Estado
(Fundação Pedro Calmon, Biblioteca Juracy
Magalhães Júnior, Fundação Cultural, Bahiatursa, etc).
É evidente que não se pretende ficar
exclusivamente na dependência financeira
dos órgãos públicos. A Central das Entidades do Rio Vermelho já está se movimentando no sentido de obter uma parte
dos recursos na iniciativa privada.
CAMPANHA DO BÔNUS
Independente das parcerias que possam
ser firmadas com algumas empresas, a Central das Entidades inicia, com esta edição
da Folha, uma ampla campanha pública
visando o recebimento de contribuições
das pessoas físicas e jurídicas. Toda a arrecadação, que for obtida pela Campanha
do Bônus (informações no rodapé desta página), terá a prestação de contas publicada
neste jornal, com a identificação nominal
dos doadores.

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