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2015
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PORTUGAL
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Sexta-feira, 6.3.2015
21 a 30 Agosto
[email protected]
na cidade de Lagoa
DIRECTOR
E
EDITOR: ARTHUR LIGNE
(CP 1253) -
Jornal Regional de Informação Geral e Opinião Política
26º. Ano - Nº. 1.266
Semanário
1€ (IVA 6% incluido)
Autarcas de Lagoa
dizem de sua justiça
Entrevistas conduzidas por Arthur Ligne
27.2.2015
6.3.2015
13.3.2015
20.3.2015
27.3.2015
24.4.2015
Entrevista a Joaquim João Lopes Paulo, Presidente
da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro
“... É muito gratificante para nós
conseguirmos ocupar e dar trabalho a
quem se desloca à junta para pedir ajuda
para comprar comida ou para pagar
as contas mensais...”
Desde a fundação deste jornal a 31.3.1989, elaborei
e publiquei algumas centenas de entrevistas aos políticos algarvios (e alguns empresários de nomeada) com maior enfoque para os lagoenses, mas não só entre os quais destaco Deputados algarvios no Parlamento Europeu, Deputados pelo Algarve na Assembleia da República, Governadores Civis, Presidentes
da Assembleia Municipal e da Câmara Municipal de
Lagoa e, até, Presidentes de Partidos Políticos. Elaborei,
também, vários ciclos de entrevistas aos Presidentes
das Juntas de Freguesia dos 16 Concelhos algarvios,
entre os quais Lagoa. Foram muito apreciadas as en-
trevistas do ciclo “Ipisis Verbis”. Quase todas foram
publicadas em “Gazeta de Lagoa” e algumas (muitas),
na minha revista “Tribuna do Algarve”, com sede em
Porches, cuja primeira edição foi posta a circular a
7.12.1982 (dia de Eleições Autárquicas, já lá vão 31
anos), que incluiu importantes entrevistas a dois autarcas socialistas: Abel da Silva Santos (Lagoa) e Arq.
Martin Gracias (Portimão), Presidentes das respectivas
Câmara Municipais.
Mais recentemente, entrevistei os Presidentes de
Juntas de Freguesia, pela novidade da alteração à Lei
(continua na pág. 2)
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GAZETA DE LAGOA - Nº 1266 - Sexta-Feira, 6 de Março de 2015
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Entrevista a Joaquim João Lopes Paulo
Presidente da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro
das Autarquias, “concebida e feita a martelo, à revelia
de tudo e de todos”. Uma das perguntas então feitas
tinha a ver com a provável extinção de algumas das
Freguesias no Concelho de Lagoa, entre as quais Carvoeiro, que poderia passar a ser incluída na de Lagoa,
ideia então liminarmente recusada pelos autarcas e
população que invocaram - quanto a mim, bem - conflitos e interesses históricos, políticos, económicos e,
até, sociais.
A Freguesia de Carvoeiro - com 11,7 km2 - tinha sido criada pela Assembleia da República, através da
Lei nº. 112/85, de 4 de Outubro, por desanexação da
Freguesia de Lagoa, tendo sido elevada à condição
de Vila a 19 de Abril de 2001.
Anexada que foi à Freguesia de Lagoa, foi criada a
União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro, por força
da Lei nº. 11-A/2013, de 28 de Janeiro, verificando-se
que, para apoio de proximidade, manteve a estrutura
física e funcional no mesmo local, com algumas das
competências que detinha. Hoje funciona, penso, como Delegação da União.
Criada a União, assumiu a sua presidência o cidadão socialista Joaquim João Lopes Paulo, de 57 anos,
natural da Freguesia de Estombar, residente na cidade
de Lagoa há mais de 30 anos, casado e pai de duas filhas. Tem o Curso Complementar de Contabilidade e
Administração (12º. ano). Foi oficial do Exército durante 6 anos, professor no Ensino Secundário e continua
sendo, profissionalmente, bancário. Já exerceu funções
como membro da Assembleia de Freguesia de Lagoa,
vereador na Câmara Municipal de Lagoa, membro da
direcção do Centro Popular de Lagoa, membro do comando de Bombeiros de Lagoa e treinador adjunto no
Grupo Desportivo de Lagoa, onde também foi atleta.
É, desde 29.9.2013, Presidente em regime de “não
permanência” da União das Freguesias de Lagoa e
Carvoeiro. É e com ele que vamos trocar algumas ideias
e sugestões.
P - Carvoeiro manteve a estrutura administrativa,
física e funcional, no mesmo local e com algumas das
competências que detinha. Por essa razão, eis a pergunta, mais pertinente do que se possa imaginar num
país onde a verdade política de hoje é a mentira administrativa de amanhã: o governo irá mandar encerrar as antigas sedes das Juntas de Freguesia anexadas e despedir o seu pessoal? Estarei a delirar ou
isso poderá acontecer mesmo?
R - No nosso caso em concreto e oficialmente, a
antiga sede da Junta de Freguesia de Carvoeiro foi encerrada, contudo, como frisou, as estruturas administrativas físicas e funcionais, mantiveram-se nos mesmos locais e com todas as competências que detinha.
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Relativamente ao pessoal a situação é idêntica, tudo
funciona como anteriormente e não vislumbramos despedimentos, pelo contrário, com o alargamento do espaço físico da união das freguesias e com a delegação
de competências que esta reorganização administrativa
prevê, terá que ser admitido mais pessoal.
P - A gestão administrativa e política da União
das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro tem sido facilitada pelo facto de ambas as Freguesias, antes da
anexação, terem sido geridas por autarcas do mesmo
partido (PS)?
R - Nesta nova realidade não existem fatores comparativos, pois trata-se de uma nova gestão administrativa, todavia, o trabalho desenvolvido pelos anteriores
autarcas está a ter continuidade e a ser melhorado nalguns aspetos e, nesta vertente, o trabalho ficou bastante facilitado, pelo motivo acima referido.
P - Quando tomou posse, garantiu que as populações da União seriam tratadas de igual modo e que
nenhuma teria privilégios diferenciados, apesar de
Lagoa ser a sede do Concelho, fundado há 242 anos
(16.1.1773). Tem havido ou não privilégios? Porquê?
R - Claro que não, o tratamento terá de ser sempre,
mas sempre, igual e não vimos razão para tal diferenciação. No seguimento do trabalho desenvolvido pelo
nosso executivo e para quem nos conhece, poderão
aferir que a nossa postura é e será sempre, muito ponderada e responsável.
P - É claro - e todos nós compreendemos isso que Carvoeiro é um dos principais pólos de atração
turística, estratégica e financeiramente falando, logo,
por todos os motivos e mais alguns, obtém receitas e
proveitos que ajudam à estabilidade económica das
famílias e contribui para estabilizar o rendimento
per capita de todo o Concelho de Lagoa. Estarei a
sonhar acordado, ou a ser menos democrata, se afirmar que Carvoeiro poderia, sem alarmes, usufruir de
alguns privilégios… Se sim, quais? Se não, porquê?
R - A Praia do Carvoeiro é de facto um dos principais
polos de atração turística do nosso Concelho, no Algarve e considerado até um dos melhores do País, o
que muito nos orgulha, contribuindo desse modo para
o desenvolvimento sustentado do concelho. Nós olhamos para Carvoeiro, tal como para Lagoa e para os
restantes polos habitacionais da União das Freguesias
de forma especial e privilegiada, atendendo às características de cada um.
P - Muito embora se não trate de uma obra da
União, a verdade é que algumas praias (areais e arribas) têm sido objeto de obras de reabilitação de
grande importância, no que se inclui a recente construção e inauguração do passadiço panorâmico
construído sobre as fragas, inovação de grande interesse na estrutura de oferta turística, social e, até,
cultural. Há mais obras semelhantes a realizar?
Quais? Onde? Porquê?
R - Sim, estão previstas mais obras. Como é do conhecimento público a Câmara irá construir um anfiteatro
entre o passadiço e o forte da Nª Sra da Encarnação
em Carvoeiro, que irá atrair mais gente e dar outra dinâmica áquela zona de Carvoeiro. Enquanto União das
Freguesias, temos projetado a construção de um miradouro por cima dos balneários da Praia do Carvoeiro,
que está previsto ser concretizado durante o ano de
2015.
P - Creio que o mentor de algumas dessas (e de
outras) obras é o actual Presidente da Câmara Municipal, Francisco Martins (também do PS), que foi
Presidente da Junta de Freguesia de Lagoa, seu antecessor e seu correligionário político. Numa outra
perspectiva, como analisa a sua (dele) determinação,
à frente da gestão da Câmara, na implementação do
Orçamento Participativo para 2015, sonho de todas
as populações e “cavalo de batalha” dos Partidos
Políticos?
R - É uma medida que o nosso Presidente tem exercido especial enfoque, trata-se no meu ponto de vista,
de uma preocupação bastante positiva. Pois é necessário e premente, envolver as nossas populações neste
tipo de projetos, elevando assim, o seu grau de intervenção e de responsabilização. É neste sentido que
poderemos arquitetar um futuro mais responsável, promissor e harmonioso!
P - O Senhor, ao assumir as suas funções de Presidente da União, preocupou-se, desde logo, com a
recuperação, arranjos e pinturas de muros e limpeza
de terrenos nas zonas de acesso à cidade e dos espaços públicos. É obra para continuar? Quando,
onde e porquê? Não esqueceu a mobilidade quer
para idosos, quer para pessoas portadoras de deficiências motoras e outras?
R - Sim, essas intervenções irão continuar porque
ainda há muito a melhorar na nossa Freguesia. É importante cuidarmos do que é nosso e dar uma imagem
digna para quem cá vive e para quem nos visita. É
nossa preocupação dignificar as entradas das nossas
localidades, iniciamos esse trabalho em Carvoeiro, com
pintura do mural, a colocação do barco de pesca e a
recuperação/colocação da placa toponímica da Vila
da Praia do Carvoeiro. Estamos neste momento a intervir na entrada de Lagoa norte e iremos intervir em mais
zonas da cidade. Dentro das nossas possibilidades,
temos vindo a realizar limpezas nos nossos espaços
públicos para que possamos ter brio e satisfação em
viver nesta nossa União de Freguesias.
Relativamente à mobilidade é importante realçar
que é uma preocupação de todos e que não foi esquecido por nós. Podemos dizer-lhe que o projeto que estava a ser executado na cidade de Lagoa não previa
uma única rampa de acesso para deficientes motores e
nós fomos os primeiros a chamar atenção desse fato.
Sabemos que este assunto é uma das prioridades da
GAZETA DE LAGOA - Nº 1266 - Sexta-Feira, 6 de Março de 2015
nossa Câmara Municipal que existe um estudo em curso e para ser executado curto/médio prazo. Também é
importante frisar, que até aos nossos dias, nunca foi
realizado qualquer intervenção nesta área, especialmente em Lagoa. Na Praia do Carvoeiro já tivemos
oportunidade de assinalar junto da Câmara Municipal
de Lagoa alguns locais de deverão ser melhorados.
P - Em Novembro de 2012, a cidade de Lagoa sofreu os efeitos de um tornado, com as consequências
que se conhecem! Se tal catástrofe natural ocorresse
hoje, a União teria meios para intervir, em conjugação com a Protecção Civil, para ajudar as vítimas,
designadamente no que respeita ao realojamento de
famílias, caso necessário?
R - Como é sabido, esta intervenção é responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal, através respetivo departamento de Proteção Civil. Nesse sentido, o
departamento estará certamente preparado, para intervir neste tipo de fenómenos naturais e imprevisíveis.
P - Uma das grandes inovações solidárias e sensíveis que tem mostrado, tem a ver com o destino a
dar aos chamados “gatos de rua” que vadiavam às
dezenas, em Carvoeiro e em Lagoa, aqui na Urbanização das Cercas de S. José e junto à Escola de
Trânsito! Mandou construir abrigos em madeira (gatis, do Projecto Gatos de Rua), castrar os animais
que foi possível apanhar, considerando que esses felinos são, na verdade, os nossos caçadores nocturnos
controlando a intrusão de roedores (ratos)… Há
mais projectos iguais? Faço a pergunta por me lembrar que, na rua 25 de Abril, junto à antiga Papelaria
Celinha, existem grandes famílias de gatos alimentados por “almas caridosas” e que também precisam
de ser cuidados, por fazerem falta à cidade no combate à fixação de pragas de roedores… embora a alimentação de animais de rua seja proibida por Portaria
da Câmara Municipal, que prevê multas. O que tem
para dizer sobre isto?
R - O projeto é único, global e contínuo, que irá
abranger toda a Cidade de Lagoa e outras zonas da
União das Freguesias que se entender por necessário.
Importa salientar que este projeto não confina apenas
à colação dos abrigos, mas essencialmente à captura,
esterilização e devolução dos animais ao seu habitat.
Existe uma situação que é real, que é a existência de
várias colónias, alimentadas pela população, muitas
vezes com falta de condições de higiene, colocando
em causa a saúde pública. O problema existe e, mesmo
com essa lei, o número de animais aumenta de dia para
dia e as pessoas continuam a alimentá-los. Desta forma, considerámos que era importante colocar em prática um projeto que controlasse o aumento de gatos e
de colónias, criando condições para que as pessoas
os alimentem, mas mantenham o local limpo. Não estamos a promover a proliferação dos gatos em meio
urbano, mas sim, estamos a controlá-los para que num
futuro próximo não sejam o dobro ou o triplo e a dignificar o espaço público.
P - A União, ao que julgo saber, é parceira da
CML na realização do “Mercadinho de Rua” e deverá avançar com a realização/reabilitação do antigo
Mercado/Feira de Lagoa. Há mais ideias para fazer
ressuscitar eventos de carácter popular que já foram
ícones da nossa cidade e Concelho? Que outros eventos de carácter cultural e social estão na sua agenda?
Porquê e para quê?
R - A União das Freguesias é parceira da Câmara
Municipal em todas as áreas e na cultura não é exceção.
Os mercadinhos de rua foram uma ideia conjunta mas
foi entendido que deveria ser a Câmara a realizar, uma
vez que tem mais condições para a realização destes
eventos.
O nosso mercado de S.Martinho/magusto, vem na
sequência do magusto já realizado no ano anterior no
Jardim 5 de Outubro e de uma tradição existente na
Praia do Carvoeiro, que entendemos realizá-la em Lagoa. Penso que já é público que a Câmara irá reabilitar
a antiga Festa Agrária, entre outros eventos. Um desses eventos, nomeadamente a antiga feira de Lagoa
(16 de Novembro), foi sugerida por nós.
P - Em termos de ordenamento do território,
economia e urbanismo acha que a União e as Juntas
de Freguesia deveriam ter a possibilidade de reprovar alguns projectos que possam ser lesivos para os
interesses e boa imagem do Concelho? Claro que a
proliferação comercial similar é importante, embora
uns tenham tratamento diferenciado em relação a
outros. Qual é a sua opinião?
R - Não se trata de reprovar ou aprovar, mas sim
participar de forma ativa na análise de alguns projetos
de interesse para a nossa União das Freguesias. É importante o desenvolvimento comercial sustentado no
Concelho, com um tratamento igual para todos. Se
eventualmente não existir igualdade de tratamento, tal
não deveria acontecer.
P - Verifica-se que a cidade de Lagoa está a sofrer
alterações de trânsito rodoviário que não agradam
a todos. A União foi chamada a dar algum parecer
ou sugerir modificações ao projecto?
R - Sabemos que esse projeto é muito antigo, no
entanto desconhecemos se os anteriores executivos
de Junta foram chamados ou não, para opinar sobre o
assunto. Quanto a sugerir alterações no projeto em
curso, desde o início que fomos para o terreno e verificámos que nem tudo estava a decorrer como era nosso desejo. Desta forma, fomos sugerindo a reavaliação
e suspensão do mesmo. Felizmente, com o bom senso
e o sentido de responsabilidade da Câmara, o mesmo
foi suspenso.
P - Existem muitos imóveis degradados, a “cair
aos bocados” ou, pelo menos, com sintomas de estarem abandonados, o que desfeia a cidade! Não existe
forma da União intervir, “obrigando” os seus proprietários à limpeza e pintura externa dos imóveis?
R - A União das Freguesias não tem competência
jurídica para obrigar os proprietários a preservar os
seus imóveis. No entanto, estamos preocupados com
a imagem da nossa freguesia e com os imóveis degradados existentes um pouco por todo o lado. Daí estarmos
a promover um projeto, desde Junho de 2014, que incentiva os proprietários a pintar as suas casas. Aproveitámos para apelar aos proprietários que aderiram
ao nosso projeto, que possibilita a pintura das fachadas das casas a um baixo custo, adquirindo tintas muito baratas, numa empresa da freguesia, utilizando mão
de obra de pessoas que estão desempregadas ou que
normalmente recorrem à ação social da Junta de Freguesia. É simples, temos um proprietário que quer pintar a sua casa degradada, temos firmas na nossa freguesia que nos vendem as tintas com 50% de desconto
e temos mão de obra mais barata de pessoas que estão
desempregadas e querem trabalhar e/ou requerentes
de ação social que passam por dificuldades e querem
trabalhar. Ou seja, a Junta de Freguesia é somente
promotora desta iniciativa e congrega uma série de sinergias para melhorar a imagem da nossa freguesia.
Não temos qualquer custo neste projeto. Adquirimos
o material, recrutamos os desempregados e eles pintam
as casas. No final o proprietário da casa faz um donativo à junta no valor total do material gasto mais o valor
do trabalho, que é encaminhado para os desempregados. Este é um projeto muito interessante, talvez único,
que permite melhorar a imagem da nossa freguesia e
permite ajudar quem mais precisa.
É muito gratificante para nós conseguirmos ocupar
e dar trabalho a quem se desloca à junta para pedir
ajuda para comprar comida ou para pagar as contas
mensais. Por outro lado, este projeto alivia as nossas
despesas com a ação social. Este projeto, no seu auge,
faz com que seja o privado a financiar parte a nossa
ação social.
P - A pergunta que lhe faço a seguir, vai fazer
parte de todas as entrevistas deste ciclo com todos
os autarcas, incluindo os Presidentes da Assembleia
e da Câmara Municipal: A cidade de Lagoa é atravessada pela EN 125 e, especialmente no verão, sofre
constrangimentos sérios nos seus acessos. A União
das Freguesias já tomou alguma iniciativa junto da
Câmara, da Assembleia Municipal e do Governo Central no sentido de acabar com as portagens na Via
do Infante, ou criar um sistema mais alargado de
isenções para os residentes e comerciantes dos con-
GAZETA DE LAGOA - Nº 1266 - Sexta-Feira, 6 de Março de 2015
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celhos afectados, ainda que considerando que se poderia estar perante uma discriminação (mesmo positiva) que a Constituição não preconiza?
R - Este é um problema perfeitamente identificado
por todas as entidades públicas regionais, que nos
afeta a todos e que já tivemos, por variadas vezes,
oportunidade de manifestar a nossa preocupação junto
da Câmara.
P - Uma outra pergunta, cujo assunto me dirá
que não é da sua competência como autarca, mas sê-lo-á enquanto político ou cidadão: os candeeiros
de iluminação pública das duas rotundas que dão
acesso à Zona Norte de Lagoa estão “apagados” há
vários anos! Tem alguma opinião, pública ou privada, sobre este assunto?
R - Por diversas vezes, já manifestámos a nossa
preocupação e indignação sobre o assunto, situação
que está a ser devidamente acompanhada pela Câmara
e que esperamos que a sua resolução seja célere. Mais
uma situação que transcende a União das Freguesias
e a própria Câmara, onde existem duas entidades que
não se entendem quanto à responsabilidade do problema acima identificado. É muitas vezes o mal do nosso
país. É o jogo do empurra. Garanto-lhe que se nós tivessemos competência e capacidade para intervir, o
problema já estaria resolvido.
P - Dizem os nossos leitores - e dizemos nós - que
continua a haver falta de policiamento na cidade,
nomeadamente durante a noite. Já falei com o Sr.
Comandante da GNR… mas a verdade é que a sua
boa vontade não chega… e sem ovos não se fazem
omeletas… e os roubos e assaltos progridem… Este
problema tem estado na sua agenda?
R - Sim, este problema está na nossa agenda, porque a segurança dos nossos cidadãos é importante e
essencial. Temos ligação permanente com os Srs Comandantes da GNR de Lagoa e de Carvoeiro. Sabemos
das dificuldades que apresentam, temos plena confiança nos nossos agentes de autoridade e, caso a situação
se agrave, agiremos em conformidade.
P - Como complemento à pergunta anterior, pergunto-lhe se, como cidadão e como autarca, acha
que as zonas de Carvoeiro e Lagoa são seguras para
pessoas e bens? Porquê?
R - Face à conjuntura atual, pensamos que Lagoa
e Carvoeiro são zonas seguras. Aliás, consideramos
que a insegurança em Lagoa já foi maior e na Praia do
Carvoeiro, devido às suas características turísticas, é
sempre um foco de grande preocupação durante os
meses de verão. Contudo, consideramos que com o
esforço da GNR local, temos mantido a segurança de
pessoas e bens.
P - O Presidente da Câmara de Lagoa, seu antecessor na Presidência da Junta de Freguesia, fez uma
série de “Presidências Abertas” no sentido de se inteirar dos problemas e dos anseios das populações e
perceber as realidades conjunturais do Concelho. O
senhor já fez o mesmo em relação à União, pese embora o facto de exercer o cargo em regime de não
permanência? E já agora
pergunto: está no seu hoColeccionador
rizonte político suspende Moedas
der a sua actividade proCompro moedas, notas
fissional (bancário) e
e selos de todas as datas
passar a ser Presidente
e de todo o Mundo
da União a tempo inteie velharias
ro?
Paulo Silva
R - A nossa “PresidênTlm: 96 291 59 94
cia aberta” é permanente
[email protected]
porque andamos sempre
no terreno e pese embora o atendimento ao público
esteja agendado para segunda e sexta-feira de manhã,
recebemos a população a qualquer dia e hora da semana. Até ao dia de hoje, nunca deixámos de receber ninguém, interrompendo muitas vezes o que estamos a
fazer para ouvir as pessoas, sim porque as pessoas
estão e estarão sempre em primeiro lugar!
Não está nos meus horizontes qualquer alteração
à situação atual, mantenho total confiança no executivo
e até hoje temos respondido da melhor forma a todas
as situações que têm surgido.
P - Prometeu obras de requalificação na Urbanização das Cercas de S. José que envolvem a substituição da área “baldia” em terra batida - e viveiro de
bicharada diversa - que se situa nas traseiras dos
blocos habitacionais, por lajes, assim como a implantação de bancos de jardins, nas áreas arrelvadas
do Bairro. Isso vai acontecer? Que outras zonas estão
nos seus projectos, quer em Lagoa, quer no Carvoeiro?
R - Como é sabido são obras da inteira responsabilidade da Câmara, porém, temos vindo a sugerir algumas intervenções e a acompanhar de perto o desenvolvimento das mesmas. Temos indicações concretas
de que as obras irão ser concretizadas.
A curto/médio prazo iremos intervir em vários locais, tais como a reta de Vale de Deus (Circuito de
manutenção), entrada sul de Lagoa, entrada de Lagoa
(junto à Adega), largo de Carvoeiro e largo de Benagil,
entre outros.
P - Para terminar, ouso fazer-lhe uma pergunta
incómoda e emotiva, que corresponde a uma resposta
de entrevista feita ao então Presidente da Junta de
Freguesia de Lagoa, Francisco Martins, que na nossa edição de 2.9.2011, afirmou: “…não são raros os
casos de pessoas que, para poderem continuar a comer, deixam de pagar água, luz e de comprar medicamentos e depois… já em situação de desespero recorrem à Junta de Freguesia…”! A verdade é que
continua a haver famílias sem emprego, muito carenciadas, quer em termos de alimentação, vestuário e
até de medicamentos e esse cenário de debilidade
económica mantém-se e do qual somos testemunhas
vivas? O que tem a União feito para debelar esse terrível problema humanitário, que é mais grave do que
se possa imaginar?
R - É público que a nossa grande preocupação é a
debilidade económica e a nossa “bandeira” tem sido a
ação social. Desde o primeiro dia que temos trabalhado
para ajudar os mais carenciados, criando respostas
concretas aos problemas existentes na nossa comunidade. Começámos por atualizar os processos de ação
social, que atualmente somam cerca de 210. Candidatámo-nos ao FEAC (Fundo Europeu de Apoio a
Carenciados), para ajudar cerca de 100 famílias, realizámos uma recolha de alimentos angariando 4 toneladas de comida, distribuímos 127 cabazes sociais no
natal e ajudámos pontualmente as famílias nas despesas de bens essenciais, tais como água, luz, gás, ali-
mentação e medicamentação.
Brevemente iremos abrir um espaço exclusivamente
dedicado à ação social e continuaremos a desenvolver
ações privilegiando quem passa por dificuldades.
P - Peço-lhe uma mensagem institucional às populações da União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro.
R - Quero deixar um apelo a todos os residentes da
União das Freguesias de Lagoa e Carvoeiro. Um apelo
para participem ativamente em prol da comunidade,
em prol de um futuro mais risonho e de uma enorme
vontade de fazer diferente. Sinto que todos nós deixámos de acreditar, deixámos de ter confiança em nós e
nos outros, muitas vezes vivendo conformados com
o que temos. Vivemos tempos muito dificeis, é certo, e
com enormes desafios pela frente. Mas tenho a certeza
que, juntos, podemos mudar o rumo de um futuro que
parece mais cinzento, a cada de dia que passa e que a
chave está na proximidade entre todos. Não chega
apontarmos o dedo uns aos outros e esperar que sejam
os outros a fazer diferente. Não chega abstrair-nos
das nossas responsabilidades enquanto cidadãos e
dizermos que outros são todos iguais. Participem ativamente, comuniquem connosco, colaborem, indiquem o que gostariam de ver melhorado na União das
Freguesias, sejam exigentes convosco que nós continuaremos a ser exigentes connosco, dando uma resposta às vossas preocupações de forma célere como
temos feito até aqui.
Bem hajam!
Fotos cedidas pela UFLC
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