A boa fase do CDB já passou | Economia | Gazeta do

Transcrição

A boa fase do CDB já passou | Economia | Gazeta do
A boa fase do CDB já passou | Economia | Gazeta do Povo
01/08/15 23:16
Economia
RENDA FIXA
A boa fase do CDB já passou
Taxas acompanham a contração da Selic e não devem retornar aos patamares de fins
do ano passado
09/03/2009 21h10 Daliane Nogueira, com agências
Texto publicado na edição impressa de 10 de março de 2009
Após a escalada vivida em meio ao agravamento
Engenheiro diversificou e não se
arrependeu
Mesmo com a tendência de queda na
rentabilidade, o CDB ainda é visto como
boa opção por alguns investidores. O
engenheiro eletricista curitibano Rolf
Gustavo Meyer investiu R$ 55 mil em
CDB pós-fixado há seis meses e não se
arrepende. “Foi uma forma de diversificar
meus investimentos, pois tenho ações e
outros fundos de renda fixa. Cogitei a
poupança, mas o CDB está sendo mais
rentável”, declara.
De acordo com o engenheiro, um novo
investidor precisa pesquisar as cotações.
“Há bastante diferença entre as
instituições financeiras, mas dá para
conseguir boas taxas, porque mesmo
com a Selic em queda os juros ainda são
altos”, diz.
Como o CDB é um título emitido por um
banco, seu risco está totalmente atrelado
à saúde da instituição financeira. Por
isso, analistas aconselham sempre
adquirir um CDB de um banco mais
tradicional. Samir Bazzi, professor de
Administração Financeira da FAE Centro
Universitário reforça a vantagem de o
CDB ser protegido pelo Fundo Garantidor
de Crédito (FGC). “No caso de a
instituição financeira quebrar, os clientes
que tem investido até R$60 mil têm o
dinheiro protegido pelo FGC”, explica o
Bazzi. (DN)
da crise de 2008, os Certificados de Depósitos
Bancários (CDBs) começam a demonstrar perda
de fôlego. Além de os juros básicos terem
entrado em um ciclo de reduções, o "desespero''
dos bancos para captar recursos, que elevou as
taxas pagas pelos CDBs, se arrefeceu. Os juros
médios oferecidos pelos CDBs começam a se
afastar dos picos registrados entre setembro e
dezembro passado. Mesmo que fevereiro tenha
sido um mês atípico – além de ter menos dias
úteis, sofreu com os feriados de Carnaval –, com
os CDBs dando na média 0,81%, os analistas
não acham que as taxas da aplicação retomem
os patamares de poucos meses atrás.
Para este mês, a projeção do mercado é que os
CDBs retornem ao patamar de 0,90%, mas ainda
bem abaixo dos níveis recentes. Em outubro
passado, a taxa média da aplicação atingiu seu
topo, ao ficar em 1,11% ao mês. Essas taxas são
apenas um parâmetro e se referem à média das
principais instituições financeiras, calculada pelo
BC.
Cada banco analisa o perfil do cliente, o volume
que será aplicado e o prazo da operação para
definir a taxa que oferecerá. "As taxas não devem
retornar ao nível do ano passado, porque estão
ligadas à tendência de queda da Selic. Para
encontrar juros razoáveis o investidor precisa ter
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/a-boa-fase-do-cdb-ja-passou-bgs9jg4ptxsbk89cvzxvsklse
Página 1 de 2
A boa fase do CDB já passou | Economia | Gazeta do Povo
01/08/15 23:16
critérios para avaliar a instituição que oferece o
melhor retorno", diz Samir Bazzi, professor de
Administração Financeira da FAE Centro
Universitário.
O que se viu no ano passado, principalmente depois do agravamento da crise financeira mundial, em
setembro, foram os bancos com dificuldade cada vez maior para captar recursos. Nesse cenário,
uma opção foi elevar as taxas oferecidas pelos CDBs e aumentar a demanda por essa aplicação. Os
CDBs são títulos de renda fixa emitidos pelos bancos e oferecidos a seus clientes. Tanto as
pequenas como as maiores instituições financeiras do país ofertam CDBs e passaram a pagar juros
mais elevados nos últimos meses de 2008. Os investidores não deixaram a oportunidade passar, e o
resultado foi o expressivo salto no estoque de CDBs.
Segundo dados levantados pela Cetip (empresa que administra o mercado de títulos de renda fixa
públicos e privados), o estoque dos CDBs cresceu 106,5% no ano passado, indo a R$ 681,51
bilhões. Nos cinco anos anteriores, essa expansão ocorreu a um ritmo bem menos intenso, numa
média de 15% ao ano. Os bancos necessitam captar recursos para ter capital e conceder
empréstimos a seus clientes.
No segundo semestre do ano passado, primeiro os bancos encontraram dificuldades para levantar
recursos no mercado internacional, uma importante fonte buscada nos últimos anos. Depois, os
canais mais tradicionais oferecidos pelo mercado de capitais brasileiro, como as emissões de ações
e de debêntures, também esfriaram.
A saída dos bancos para não diminuir os montantes de crédito oferecido foi vender mais CDBs. "Os
juros dos CDBs têm caído em relação ao que alcançaram em 2008. Mas ainda continuam sendo
uma alternativa interessante. Não podemos esquecer que não cobram taxa de administração'', diz
Ricardo Humberto Rocha, professor de finanças do Ibmec-SP.
Os fundos de investimento cobram uma taxa de administração, destinada a pagar o trabalho dos
gestores, que costuma oscilar entre 1% e 4%. As aplicações de varejo, que exigem menor valor
inicial de investimento, normalmente cobram as taxas mais elevadas.
Uma taxa de 1% ou 2% pode não parecer muita coisa, mas no atual cenário de juros em queda,
representa uma fatia elevada dos ganhos. "A dica para o investidor é comparar o risco e a
rentabilidade. Acredito que a aplicação em CDBs ainda é boa, mas recomendo que o investidor
procure pelo CDB prefixado, para segurar o rendimento com a taxa atual", diz Ali Mohamed Abrão,
diretor executivo do Centro de Estudos em Finanças, Investimentos e Negócios (Cefin).
http://www.gazetadopovo.com.br/economia/a-boa-fase-do-cdb-ja-passou-bgs9jg4ptxsbk89cvzxvsklse
Página 2 de 2