Referênciais Europeus de Acção e de Formação da Relação de
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Referênciais Europeus de Acção e de Formação da Relação de
TRANSFERÊNCIA DOS PERFIS DE ACÇÃO – FORMAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA RELAÇÃO DE AJUDA AOS TRABALHADORES SOCIAIS QUE INTERVÊM JUNTO DE PÚBLICOS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO (CRIANÇAS, ADOLESCENTES, IDOSOS) Referênciais Europeus Referênciais Europeus Documento no. 3.3.pt de Acção e de Formação da Relação de Ajuda para os Trabalhadores Sociais que intervêm junto de crianças em Situação de Abandono Documento redigido por: Universidade "Alexandru Ioan Cuza" de Iasi - ROMÉNIA Referênciais Europeus de Acção e de Formação da Relação de Ajuda para os Trabalhadores Sociais que intervêm junto de crianças em Situação de Abandono Novembro de 2008 ÍNDICE I. Nota metodológica sobre a elaboração dos referenciais profissionais e de formação p 5 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. método de trabalho natureza e distribuição dos trabalhos composição do grupo profissional objectivos desta fase dos trabalhos apresentação das grelhas dos referenciais questão dos "níveis de formação" pessoas de contacto II. Referencial profissional da relação de ajuda a crianças em situação de abandono p 23 III. Referencial de formação para a relação de ajuda a crianças em situação de abandono 73 IV. Anexo : Guia de viagem para a transferência 3 p 97 p 4 ª PARTE I. NOTA METODOLÓGICA SOBRE A ELABORAÇÃO DOS REFERENCIAIS PROFISSIONAIS E DE FORMAÇÃO 5 6 1. Método de trabalho O método de trabalho para a elaboração dos referenciais profissionais e de formação foi elaborado no âmbito do projecto Leonardo Relais I (2000-2004), através dos trabalhos realizados em França, Itália e Roménia. Os trabalhos realizados em França, Itália e Roménia - sobre as condições de vida das crianças em situação de abandono - sobre as formas de intervenção social visando proporcionar-lhes uma ajuda adequada - sobre o diagnóstico das necessidades de profissionalização permitiram identificar pontos de convergência e de divergência entre os três países. Permitiram, em particular, especificar, a partir de algumas das profissões directamente relacionadas com a relação de ajuda, as diferenças eventualmente existentes entre as competências necessárias e as que os profissionais em actividade efectivamente possuíam. Esta análise foi efectuada cruzando as perspectivas dos profissionais que desempenham funções variadas com diferentes níveis de responsabilidade com as perspectivas dos "beneficiários" da ajuda. Um documento sintético centrado no diagnóstico das necessidades de competências, validado por todas as equipas 1 serviu de ponto de partida para modelizar a relação de ajuda sob a forma de um referencial profissional. Por último, foi decidido não se partir desta ou daquela profissão existente, que não tem necessariamente correspondência nos outros países, mas elaborar referenciais adaptáveis a uma grande diversidade de profissões da intervenção social, desde que as mesmas estivessem relacionadas com crianças em situação de abandono e que incluíssem ipso facto uma dimensão da relação de ajuda sobre a qual incidissem os referenciais. Esta escolha de uma perspectiva que se interessa primeiramente pelas pessoas necessitadas de ajuda, pelas suas situações concretas e pelos elos com elas estabelecidos, valoriza, sem dúvida, uma visão mais global do que é habitual na intervenção dos profissionais. A partir de exigências comuns, aproxima os profissionais que muitas vezes intervêm de forma compartimentada e de acordo com hierarquias que subestimam algumas das suas intervenções, sobretudo quando estas são levadas a cabo por profissionais com menos qualificações. Intervém na construção do conceito de competências de equipa e mais amplamente no conceito de competências colectivas. Esta abordagem deixa entrever uma eventual renovação das modalidades de formação (em equipa, inter-categorias…), juntando-se assim à preocupação de criar canais de comunicação entre as profissões, a despeito das resistências mais ou menos acentuadas que, todavia, convém reconhecer e ter em conta. É o sentido que se deve dar a este termo genérico que optámos por utilizar no singular: "profissão da relação de ajuda". Visar a coerência tendo em conta a especificidade e a heterogeneidade dos contextos: este desafio é permanente num projecto europeu. 1 In : Etat des lieux et diagnostic des besoins de professionnalisation des acteurs de la relation d'aide aux publics en situation d'abandon. Documento n°2 – Projecto Relais 1 7 Foi particularmente esse o caso neste projecto Relais 1 em que a situação em cada um dos países é por si só complexa e está em grande evolução. Mas através do diálogo, da confrontação, da discussão sem excessivas concessões, da preocupação positiva de não nos limitarmos ao menor denominador comum, progredimos para uma cultura comum que integra as especificidades de cada um, que se enriquece e se mantém suficientemente aberta para poder posteriormente ser adaptada a outros contextos ou outros públicos. No âmbito do projecto Relais II, a elaboração dos referenciais profissionais e de formação baseou-se na transferência e na valorização da metodologia utilizada no projecto inicial. Desta forma, no quadro do projecto Relais I, realizou-se uma síntese europeia do referencial profissional e de formação para a relação de ajuda a públicos em situação de abandono, que constituiu a estrutura de base na qual se integraram as contribuições dos novos parceiros – Portugal, Bulgária e Hungria. Os aspectos específicos evidenciados no que se refere à relação de ajuda nestes três novos países parceiros vieram enriquecer significativamente o referencial profissional e de formação elaborado no âmbito do primeiro projecto Relais. Na elaboração dos referenciais profissionais e de formação em Portugal, na Bulgária e na Hungria, utilizou-se: - o ponto de situação e diagnóstico das necessidades de profissionalização dos actores da relação de ajuda a públicos em situação de abandono, realizado em cada um dos 3 novos países parceiros - a metodologia dos referenciais profissionais e de formação criada no âmbito do projecto Relais I, ou seja, a utilização da metodologia dita dos “grupos profissionais”. A associação dos parceiros sociais nestes grupos de trabalho – que reuniram práticos / peritos que trabalham em diversos contextos profissionais representativos da relação de ajuda, formadores de todos os tipos de especialistas da relação de ajuda e gestores/decisores das instituições que apoiam a relação de ajuda – para incentivar análises pertinentes e propostas de enriquecimento . - os referenciais profissionais e de formação elaborados no quadro do projecto Relais I ; - os documentos nacionais de referência existentes que regulamentam a profissionalização das diversas categorias de especialistas implicados na relação de ajuda. O documento está organizado em função de dois eixos de análise, a saber: • Os locais/espaços onde se desenrola a intervenção profissional, bem como as actividades relacionadas com a ajuda às crianças em situação de abandono, nomeadamente: - Estabelecimentos; - Serviços; - Domicílios; - Locais públicos. • Dada a diversidade dos intervenientes sociais, as actividades realizadas junto do público-alvo diferem pela sua natureza e dividem-se em: - Actividades de contacto com o público, orientadas para a realização de actividades baseadas numa abordagem individual e colectiva; - Actividades orientadas para públicos colectivos. 8 A orientação geral seguida para esta fase do projecto foi a de tentar chegar a um perfil geral da relação de ajuda a pessoas em situação de abandono, definindo um perfil a partir de actividades transversais a todos os intervenientes da relação de ajuda. 2. Natureza, distribuição dos trabalhos Os trabalhos decorreram de forma um pouco diferente da primeira fase de elaboração do ponto da situação, pois cada um dos países estava encarregado de aprofundar o trabalho a partir de um dos públicos considerados, e de o propor em seguida para discussão com os parceiros. A distribuição foi a prevista pelo projecto, tendo havido um esforço no sentido de mobilizar ao máximo as competências disponíveis. No âmbito do projecto Relais I, a distribuição das responsabilidades na elaboração dos referenciais profissionais e de formação fora efectuada segundo o tipo de beneficiários da relação de ajuda: crianças, adolescentes, idosos, conforme segue Público País Crianças Roménia Adolescentes Itália Idosos França No âmbito do projecto Relais II, através da designação dos responsáveis pela transferência de metodologia e da supervisão dos trabalhos realizados pelos novos parceiros, a experiência acumulada no projecto anterior foi valorizada de forma óptima e generalizada; os parceiros responsáveis pela transferência tiveram a seu cargo a elaboração da síntese europeia dos referenciais profissionais e de formação no domínio de expertise presente também no Projecto Relais I, apoiado nos referenciais profissionais e de formação elaborados em cada um dos três novos países. As responsabilidades foram distribuídas da seguinte forma: Público País - Instituições Crianças Roménia - Universidade de Iasi Adolescentes Roménia – Partener Idosos França - GIP FIPAG O referencial profissional foi produzido em cada um dos países pelas equipas dos parceiros do projecto Relais às quais se juntaram profissionais em actividade em cada um dos sectores abrangidos, recorrendo à metodologia denominada "grupos profissionais" (membros associados). Os "grupos profissionais" constituídos por professores, formadores, consultores e profissionais reúnem-se, sempre que necessário, para analisar, em termos de funções e de actividades, a «profissão da relação de ajuda» a partir de grelha de referências apresentada mais adiante. 9 O documento aqui apresentado respeita aos referenciais profissionais e de formação para a relação de ajuda a crianças 2 3. Composição do grupo profissional No projecto Relais I, o grupo profissional romeno era composto por: Coordenador científico : Universidade «Alexandru Ioan Cuza» de Iasi, Faculdade de Psicologia e das Ciências da Educação: • Adrian NECULAU, professor, doutorado em psicologia • Cristina NEAMTU, professora universitária, doutorada em ciências da educação. Perito primeira infância: Associação PARTENER – Agrupamento de Iniciativa para o Desenvolvimento Local de Iasi: •Catalin ILASCU, presidente •Oana PETROVICI, assistente social •Contiu Tiberiu SOITU, professor universitário, doutorado em psicologia Profissionais: •Daniela RUSU, assistente social, Fundação WORLD VISION, delegação de Iasi, organização não governamental, desenvolvendo actividades no sector da protecção e da intervenção das crianças em situação de abandono •Daniela COSTACHESCU, assistente social, Direcção Distrital para a protecção dos direitos da criança, autoridade para a protecção da infância ao nível do distrito de Iasi •Veronica Bruma, assistente social, Fundação Holt, delegação de Iasi, organização não governamental, desenvolvendo actividades no sector da protecção e da intervenção junto de crianças em situação de abandono No projecto Relais II, a estrutura dos grupos de peritos segundo as profissões e segundo o país é a seguinte: 3.1. Portugal 2 Foram elaborados dois outros documentos para os referenciais profissionais e de formação respeitantes ao público dos idosos e ao dos adolescentes. Documentos n°3 e n°4 10 NOME INSTITUIÇÃO RESPONSABILIDADE/FUNÇÕES Casa Pia de Lisboa Director dos Serviços de Educação, Ensino e Acção Social da Casa Pia de Lisboa – Líder Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa – Universidade Lusíada Professor. Investigador Casa Pia de Lisboa Assessora de Serviço Social. Professora Inês Martins Associação para o Bem – Estar Infantil -ABEI Educadora de infância, (crianças dos 3 aos 18 meses ). Coordenadora de equipamento (para crianças até aos 3 anos). Profissional Samuel Branco ABEI Psicólogo. Trabalha com crianças provenientes de famílias carenciadas de Vila Franca de Xira. Profissional Maria Ivone Catarino Simões Monteiro Instituto da Segurança Social, I.P Técnica superior no sector da infância e da juventude do Departamento de Desenvolvimento social. Pedro Figueiredo Líder Jorge Ferreira Especialista Perito científico Graça André Acompanhamento da equipa de coordenação Paula do Carmo Rodrigues Paço Formadora Instituto de Apoio à Criança Responsável de equipa Profissional 11 3.2. Hungria Instituição Nome da pessoa Função da pessoa na agência Universidade de Pécs Gizella Cserné Adermann Líder Universidade de Pécs Teréz Reisz Perito científico Fundação «Tipegő» Judit Appl Profissional Centro regional de protecção da criança de Baranya Tamás Barka Profissional Escola de formação profissional para profissões sociais e sanitárias Éva Mikli Formadora Direcção das instituições sociais para crianças Ákos Komlósi Formador 12 3.3. Bulgária Instituição Nome da pessoa Função da pessoa Universidade de Sofia Nelly Petrova Líder Agência Estatal para a Protecção da Criança Vessela Banova Vice-presidente Perito científico Instituto de Actividades e Práticas Sociais (SAPI) Nadya Stoykova Director executivo Profissional Complexo para os serviços sociais de Shumen Veneta Gospodinova Assistente social, DirectoraProfissional Complexo para os serviços sociais de Shumen Nelly Alexandrova Assistente social, Responsável do serviço para as crianças - Profissional Complexo para os serviços sociais de Shumen Krassi Todorova Complexo para os serviços sociais de Shumen Diana Nincheva Centro "mamã e bebé" de Shumen Ivelina Ivanova Assistente social Comunidade para crianças e adolescentes em Novi Pazar Maria Hristova Directora Diana Ruseva Psicóloga. Galina Manova Psicóloga. Estabelecimento para crianças privadas de cuidados parentais em Detelina Estabelecimento para crianças privadas de cuidados parentais em Detelina Psicóloga – responsável pelo serviço de apoio à família - Profissional Assistente social – responsável pelo serviço de prevenção e formação Profissional Formador Formador 13 4. Objectivos e desenvolvimento desta fase dos trabalhos Esta fase do projecto visa consolidar os seguintes objectivos: - Elaborar os referenciais profissionais e de formação para os trabalhadores sociais que intervêm junto de crianças em situação de abandono; - Analisar as actividades exercidas na prática profissional a fim de identificar a diversidade das intervenções e das respostas em função da idade da criança em situação de abandono; - Sistematização dos referenciais profissionais e de formação no quadro da relação de ajuda às crianças em situação de abandono, susceptíveis de serem submetidos à crítica dos outros parceiros e cujos resultados finais possam ser transversais aos três tipos de públicos (crianças, adolescentes e idosos). O objecto deste trabalho consistiu em propor uma análise da actividade que fosse simultaneamente o mais exaustiva e o mais aberta possível para dar conta de situações diversificadas e em rápida evolução e permitir, conforme previsto, a elaboração de um programa de formação pertinente. Houve que ter em conta os condicionalismos inerentes ao exercício, mas que constituíam também a sua riqueza Existem vários métodos de análise do trabalho mas eles inscrevem-se em abordagens muito mais extensas ou segmentadas. Podemos evocar aqui o método ETED (Estudo do emprego em dinâmica elaborado em França pelo CEREQ 3 ), ou análises que incidem mais nos modelos ergonómicos e assentam na observação directa dos profissionais na sua actividade. O método aqui adoptado visa oferecer um quadro que permita articular de forma muito simples o referencial profissional e o referencial de formação, que esteja adaptado a contextos culturais diferentes e que leve simultaneamente em conta várias profissões em diferentes níveis de qualificação. As grelhas validadas no início dos trabalhos foram entretanto modificadas ao longo do processo, por forma a responder a uma necessidade de legibilidade e de simplificação, particularmente para todos os potenciais utilizadores que não tenham uma familiaridade espontânea com este tipo de instrumentos, que não tenham “mergulhado” na sua elaboração, mas que deverão poder aproveitar dos mesmos em função de preocupações específicas. A preocupação com a operacionalidade e a difusão deveria ser uma prioridade. Simultaneamente, era necessário fazer com que esta simplificação não fosse prejudicial à preocupação, senão de exaustividade, pelo menos de abordagem dos pontos essenciais Simultaneamente, era necessário fazer com que esta simplificação não fosse prejudicial à preocupação, senão de exaustividade, pelo menos de abordagem dos pontos essenciais Os seminários que pontuaram a progressão dos trabalhos constituíram a ocasião para estes diversos reajustamentos. O seu distanciamento temporal conferiu, evidentemente, um carácter um pouco laborioso a esta etapa, ainda que as trocas de ideias durante o intervalo prosseguissem, em especial por meio de um fórum na Intranet. 3 Centre d'études et de recherche sur les qualifications (França) 14 Pode dizer-se também, a contrario, que esta distribuição no tempo favoreceu uma maturação progressiva e evitou esquecimentos importante. Os seminários transnacionais foram também, na sua grande maioria, consagrados à apresentação e à explicação de cada uma das produções nacionais, à sua crítica e também ao enriquecimento dos conteúdos pelas equipas de outros países, por forma a que cada um pudesse finalmente reconhecer-se na produção proposta. Por vezes, foi necessário voltar a pôr em cima da mesa aquilo que já parecia ser um dado adquirido, mas que a progressão dos trabalhos obrigava a modificar. Todos se lançaram a essa tarefa com boa vontade. Os seis referenciais propostos apresentam na sua fase final a forma mais homogénea possível e testemunham a um tempo as transversalidades e as especificidades respeitantes à relação de ajuda aos três públicos considerados. 5. Apresentação das grelhas dos referenciais O referencial profissional e o referencial de formação são propostos numa versão separada por razões de comodidade de leitura e de utilização, mas devemos entendê-los como fazendo parte de um documento único que permite uma compreensão global das actividades decorrentes da "profissão da relação de ajuda", das competências que mobilizam e que a formação deve permitir adquirir. Está compreendido neste quadro reestruturado: Relação de ajuda às pessoas em situação de abandono Referencial profissional Metodologia Funções Activida de des realização Referencial de formação Pontos Condições de críticos realização Saberfazer Saberes associados Saberser Recursos Precaução de utilização: qualquer classificação organiza a realidade de forma parcialmente arbitrária mas tem por função propor a sua compreensão. A actividade constitui um todo e a divisão proposta seria contraproducente compreendêssemos como uma compartimentação da realidade. 15 se a O quadro permite observar sucessivamente os diferentes aspectos desta realidade. Os termos utilizados poderiam eventualmente dar origem a debate, mas a dada altura é necessário optar por uma terminologia e assegurar a maior clareza possível. Cada pessoa poderá privilegiar alternadamente uma leitura horizontal a partir das funções ou uma leitura vertical coluna a coluna, e evidentemente navegar a seu gosto entre estes seis documentos, sendo que as ferramentas multimédia constituirão uma outra porta de acesso 4 . Discriminamos aqui o que convém saber em cada uma das rubricas seleccionadas. Referencial profissional: descreve a actividade exercida por diversos tipos de profissionais que ocupam funções variadas mas estão empenhados numa relação de ajuda a um dos públicos-alvo do projecto. Referencial de formação: descreve o conjunto dos saberes que devem ser adquiridos numa formação ou que, caso já o tenham sido antes da formação, devem ser re-situados e o seu domínio validado de forma a que o profissional possa justificar a sua competência Funções: a escolha das oito funções propostas decorre do trabalho em torno das competências transversais e específicas julgadas necessárias para uma relação de ajuda com qualidade. É a divisão que estrutura toda a sequência do trabalho. Convém ter sempre em mente que se trata de um sistema em que cada função remete para as outras. Abordar a actividade a partir das funções, é de alguma forma fazer um «zoom» sobre um aspecto que se torna prioritário. Mas passando agora para o segundo plano, as outras funções não estão menos presentes, e sem elas o sentido da relação de ajuda e a intervenção junto da pessoa não passariam de palavras vãs. As zonas de sobreposição parcial são evidentes. A formação integrará o trabalho sobre as relações entre as funções: a inteligibilidade do sistema impõe-se. Uma função, neste aspecto, desempenha um papel específico, o da profissionalização, pois tratase menos de uma função própria da relação de ajuda, e mais de uma forma de exercer a profissão que permite adquirir competência, aperfeiçoar-se, fazer-se reconhecer, evitar o esgotamento próprio das profissões de relacionamento com públicos em situação difícil, retomar de alguma forma o sentido daquilo que se faz, de o questionar, de o colocar em perspectiva, de se tornar um "praticante reflexivo". 4 Para este efeito e no âmbito deste projecto, foram produzidos um DVD e um CD-ROM. 16 Profissionalização Acolhimento Escuta Comunicação Socialização animação Funções da relação de ajuda Identificação das necessidades Assistência à vida quotidiana Protecção Acompanhamento Apresentação das diversas funções tal como foram diferenciadas e articuladas para a construção dos referenciais profissionais e de formação. Actividades: é um conjunto de tarefas complexas, aquilo que é necessário ser capaz de realizar para cumprir a missão. São, portanto, formuladas através de verbos que exprimem acção. Este agrupamento constitui uma espécie de crivo de malha grossa para subdivisão das funções em tarefas concretas, agrupando-as, porém, no pressuposto de que ainda não chegámos à pormenorização de todas as tarefas possíveis, que são em número quase ilimitado, tendo em conta a diversidade de cada situação. Esta "malha" permite organizar a actividade, articular as intenções do profissional com a expectativa do beneficiário da ajuda. É em torno destas actividades que ocorre o encontro dos actores cujas expectativas estão por vezes em tensão, ou pelo menos não são espontaneamente acordadas. A dificuldade aqui reside em fazer compreender o relacional que suporta estas actividades, que não é directamente visível mas lhes confere sentido. 17 Metodologia de realização: trata-se de especificar de que forma as actividades são implementadas. A malha é mais fina a fim de descrever aquilo que o profissional executa; a descrição é mais segmentada; também neste caso, não poderíamos ser exaustivos, mas as situações descritas são suficientemente numerosas para dar a ver a relação de ajuda consubstanciada nas situações mais concretas, das mais corriqueiras às mais excepcionais. A pedido dos profissionais associados, e numa preocupação de simplificação, o número foi voluntariamente reduzido. A metodologia utilizada é de natureza qualitativa, sabendo-se que a fonte directa de dados é o ambiente natural e que o pesquisador constitui o instrumento principal, isto é, que os profissionais/investigadores frequentam os locais de estudo, que eles analisam as acções no ambiente em que estas habitualmente ocorrem. Neste trabalho, a metodologia consiste na manifestação da maneira/modo de fazer, de ensinar, segundo os princípios e em função de uma certa orientação. É o modo de actuação baseado nos princípios de uma ciência ou de um quadro de referências técnicas. A metodologia utilizada para este trabalho assume as dimensões de uma intervenção individual e colectiva, fundada em matrizes de intervenção multidisciplinar e transdisciplinar. Condições de realização: trata-se de dispor de uma ferramenta para análise do contexto no qual a intervenção é realizada, sendo este contexto multidimensional descritível a partir de vários pontos de vista. Esta grelha de leitura do contexto é, a nosso ver, absolutamente essencial quando se faz um esforço de melhoria do desempenho. Permite ancorar os projectos, especialmente os de formação, numa realidade situada, datada, apoiando-se em recursos materiais e humanos. Favorece o exercício de uma responsabilidade efectiva. Permite igualmente ultrapassar a abordagem frequentemente muito individualista da relação de ajuda, reduzida a um frente-a-frente. Convida a re-situar a prestação na sua dimensão de equipa, nas suas dimensões institucionais e de parceria. As condições são também a base material, os meios concretos de que os profissionais dispõem para realizar as tarefas que lhes são confiadas. Pontos críticos: esta rubrica é original e permite introduzir um certo número de elementos para os quais os profissionais ou os beneficiários chamam a atenção. Alguns destes pontos críticos reaparecem como um leitmotiv nos "grupos profissionais". São como sinais de alerta que podem fazer balançar a intervenção no sentido oposto ao que se pretende, a despeito das intenções declaradas, e por vezes mesmo à revelia dos protagonistas. Estes pontos críticos estão vocacionados para alimentar a formação, permitindo igualmente abrir pistas para recomendações. Os pontos críticos foram estruturados com base numa análise Swott, tendo em conta os pontos fortes, os pontos fracos e as alterações a implementar. Os saberes: para realizar as actividades, há que ser capaz de mobilizar saberes com diferentes registos. Para maior simplicidade, a opção é a de manter a tripartição, de ora em diante clássica, nas análises de competência: saber-fazer, saberes, saber-ser. Foi possível complexificar esta organização através da referência a uma classificação mais precisa das formas de inteligência, em especial no que se refere à sua dimensão emocional. Mas mais do que as distinções, são os elos que importam. Também neste caso dissociados por necessidades de análise, os três tipos de saberes que compõem as competências são totalmente indissociáveis, ainda que as formas de aquisição não sejam idênticas. 18 É a articulação dinâmica destas três formas de saberes, mobilizadas de forma original em cada uma das situações encontradas pelo profissional, que permite falar de competência e de profissionalismo. É ela que permite "fazer face ao acontecimento". O referencial de formação testemunha a ambição do projecto de jogar nestes três registos, seja qual for o nível dos profissionais. Obviamente, os graus de aprofundamento teórico não serão os mesmos para todas as tarefas de cada profissional, mas a formação deve dar a todos ocasião de ligar estes três tipos de saber. Trata-se de, num mesmo passo, fornecer ao profissional simultaneamente o domínio das técnicas que lhe conferem desembaraço na sua intervenção, mas também referências mais teóricas que lhe permitam dar sentido à sua prática, analisar as situações novas e efectuar transferências entre as situações familiares ou as que o são menos ou o não são de todo. A rubrica saber-ser é, sem dúvida, a mais complexa: esta noção é, desde há muito, objecto de numerosos debates teóricos, em especial sobre a educabilidade da pessoa, e sobre os modos de aprendizagem possíveis e de modificação dos comportamentos que radicam na estrutura da personalidade. A aposta da profissionalização reside no facto de existirem neste registo possibilidades de aquisição, de maturação, de revisão crítica da sua maneira de ser profissional que, por sua vez, está ligada à maneira de ser pessoal, mas que pode e deve distinguir-se desta. Também neste caso é a composição original entre estes diferentes registos que permite a cada um funcionar num quadro de referências explícitas mas sem colocar entraves às margens de iniciativa e de expressão pessoal. Recursos: este termo designa o conjunto da logística pedagógica que permite tornar as situações de formação mais apropriadas à diversidade das pessoas em formação. Estes recursos fazem eco das condições concretas da actividade, tal como descritas no referencial profissional. Bem entendido, estes recursos evoluem em função das inovações pedagógicas e do grau de sofisticação da engenharia. No entanto, elas mantêm-se sempre na ordem dos meios e não saberiam prevalecer na dos fins. 6 A questão dos "níveis de formação" Esta questão surge recorrentemente no decurso dos trabalhos, testemunhando visões muito diferentes, mais uma vez ligadas aos contextos que simultaneamente condicionam as maneiras de pensar e constrangem as possibilidades objectivas. Na realidade, esta questão decompõe-se, pelo menos, em três sub-questões: - uma questão de ordem técnica que é a das equivalências e que pressuporia que as hierarquias em vigor em cada um dos seus países fossem unívocas, o que está longe de ser o caso. - uma questão mais estratégica: quais as pessoas a formar prioritariamente para melhorar a qualidade dos serviços: as pessoas já formadas, supostamente "de bom nível" e susceptíveis de ocupar lugares de gestão ou pelo menos de coordenação de equipa e capazes de desmultiplicar as competências adquiridas, ou as pessoas com menos formação até à data, caracterizadas como "de baixo nível" mas que estão muitas vezes "na primeira linha" e realizam tarefas falsamente simples? - e ainda uma interrogação de ordem mais pedagógica: convirá organizar acções de formação por níveis supostamente homogéneos ou trata-se não apenas de uma ilusão, mas até de um mau 19 preconceito, sendo a heterogeneidade, pelo contrário, uma escolha pedagógica positiva para a confrontação e o enriquecimento de experiências que não decorrem dos níveis mas do posicionamento e da sensibilidade? As respostas serão progressivamente elaboradas Foi decidido não fazer constar nos referenciais os indicadores de níveis, por um lado para não tornar a sua apresentação ainda mais pesada, e por outro porque pareceu mais sensato que estes referenciais pudessem servir de suporte à elaboração de uma oferta formativa acessível ao maior número de pessoas possível 5 . Isto reflecte-se nos programas de formação destinados às pessoas já em actividade, em primeiro lugar, bem entendido, os funcionários, mas sem excluir as pessoas com um estatuto muito mais ambíguo, por vezes a meio caminho entre o profissional e o voluntário, que ainda existe muito, sem esquecer as pessoas em regime de trabalho não declarado que poderiam progressivamente ganhar visibilidade através do acesso à formação e que não devem ser remetidas para a sombra através das barreiras dos níveis. Em contrapartida, pareceu possível fazer distinções de níveis, que geralmente envolvem menos a natureza dos conteúdos e mais o seu grau de aprofundamento, no que se refere aos candidatos a emprego, para os quais foram elaboradas propostas diversificadas. Foi adoptada a nomenclatura francesa; era necessário escolher uma, sem lhe atribuir qualquer superioridade, abordando também as categorias propostas pela Itália e pela Roménia. Níveis dos ajudantes e dos ajudados, níveis das actividades, níveis das formações, níveis de reconhecimento social: tudo isto se imbrica e atravessa todo o tipo de hierarquias. A tentativa de acordar ou pelo menos de clarificar as dificuldades específicas contribui para a clarificação do posicionamento das profissões de intervenção social. 5 Referir-nos-emos à oferta de formação no documento n°8 : Formação sobre a relação de ajuda a crianças em situação de abandono 20 Tabela dos níveis de formação a partir da nomenclatura utilizada em França, com indicação de alguns diplomas atribuídos nestes níveis Nível de referência considerado França Itália Roménia Espanha Portugal Hungria Bulgária para o projecto VI Sem qualificação, fim da escolaridade obrigatória Escola Formação Escolaridade Escola Matura Certificado de aptidão Aprendizagem Formação secundária +2 profissional de obrigatória secundária +2 (Exame de fim profissional (CAP) profissional anos de escola nível 2 (nível I) anos escola de escolaridade V Diploma de estudos profissional profissional não profissionais (BEP) sancionador) Bacharelato Formação Bacharelato Maturità Bacharelato Formação Escolaridade profissional profissional profissional, Diploma profissional de obrigatória e Diploma de técnico, Diploma nível 3 formação profissional IV profissional profissional Diploma de estudos profissionais (nível II) Formação Escola Diploma de técnico IFTS Escola pós-liceal Formação superior secundária superior profissional/ profissional III Diploma universitário Formação técnica de tecnologia Bacharelato (nível III) Licenciatura Diploma Colégio Diploma Formação técnica, Diploma do nível Universidade bacharelato « Bacalavar » profissional universitário universitário universitário ou pós-secundária (4 anos) II engenharia Certificado de técnica aptidão profissional (nível IV) Diploma do nível Universidade Mestrado, diploma de Laurea Licenciatura 1, 2 Licenciatura ou Diploma licenciatura «Mestrado» engenheiro 34 engenheiro universitário, Doutoramento superior Licenciatura, I (5 anos) Mestrado, diploma especializado (nível V) 21 7. Pessoas de contacto : PORTUGAL Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa – Universidade Lusíada Jorge FERREIRA 00.351 21 3611500 00.351 21 3648050 @ [email protected] Casa Pia de Lisboa Graça ANDRÉ 00.351 21 3614000 00.351 21 3633448 @ graç[email protected] 7,2. HUNGRIA Universidade de Pécs Terézia Reisz Tel:003672501500 @ [email protected] 7,3. BULGÁRIA Instituto de Actividades e Práticas Sociais (SAPI) Sofia Nadya Stoykova Tel : (+ 359 2) 852 4713 ; 953 31 47 @ [email protected] 7.4. ROMÉNIA Universidade «Al.I.Cuza» de Iasi Cristina Neamtu Tel : (00 40) 232 215 535 ; 0745 943 627 @ [email protected] 22 ª PARTE II - REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 23 24 REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades Metodologia de realização • Diminuir a ansiedade • da criança e/ou dos pais A C O L H I M E N T O • Desenvolver uma escuta empática, activa E E S C U T A • Utilizar a observação participativa Criar um espaço adequado de recepção, agradável para as crianças. • Utilizar tons cromáticos com um efeito calmante. • Utilizar música de fundo relaxante. • Convidar a criança a escolher uma guloseima ou um brinquedo. • Estar permanentemente acessível e disponível para a criança/adulto. • Encorajar as crianças a exprimirem os seus sentimentos. • Aceitar todos os sentimentos transmitidos pelo interlocutor, seja qual for a sua natureza, sem emitir juízos • Receber todas as mensagens com interesse, sem julgar, sem rejeitar. • Assegurar-se permanentemente de que o especialista manifesta claramente a sua disponibilidade, a sua benevolência e a compreensão correcta da mensagem que lhe é transmitida. • Reflectir perante o interlocutor o sentimento expresso por este. • Utilizar o contacto físico ou, dependendo das reacções da criança, a distância ideal em relação ao seu rosto, um tom amigável, tranquilizador, benévolo. • Utilizar as grelhas de observação relativas ao comportamento dos pais na interacção paiscriança, o comportamento da criança na situação de jogo, na interacção com os 25 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em perigo • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda • Situação suicida • Situação de depressão permanente • Situação de mudança de vida • Reconhecendo a sua situação difícil • Não reconhecendo a sua situação de vida difícil • Subjugação/ sujeição Pontos críticos • Experiências traumatizantes da criança que constituem um entrave à sua participação activa • Intervenção das diversas barreiras de comunicação: - culturais - psicológicas - sociais - linguísticas • • • Local de intervenção • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) • Em instituição permanente • Em instituição ocasional • (hospital) • Em centro de dia • • À distância • No domicílio temporário do itinerante Falta de meios humanos e financeiros para um acolhimento personalizado da criança Tendência para dar prioridade à linguagem verbal em detrimento da linguagem para-verbal / não verbal. Modo de vida, valores familiares, costumes e práticas das comunidades cigana e turca (casamento prematuro, patriarcado) Papel marcante da família na educação das crianças. Não aceitação por parte da criança da substituição da família pela instituição para esta função. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades Metodologia de realização E E S C U T A Pontos críticos • Dificuldades de identificação das pessoas •Fazer por ser bem criança em perigo itinerantes por não • Respeitar a especificidade sociocultural da recebido em casa da •No local de residência dos estarem registadas criança família (nomeadamente para as crianças parentes e vizinhos da família Registo Civil. pertencentes a uma população etnocultural •Administração social local / minoritária). distrital (municipalidade • Descontinuidade da •Apresentar a intervenção como uma local/distrital, departamento história institucional da oportunidade de mudança benéfica para a social e político da juventude, criança. criança e igualmente para os pais. autoridade tutelar • Os órgãos administrativos / • Mudança de local de policiais (serviço de trabalho do especialista (a •Integrar a opinião dos pais nas decisões de estrangeiros, polícia, relação desenvolvida é intervenção profissional e estabelecer as alfândega, serviços de interrompida) responsabilidades dos pais até à reintegração imigração •Fazer com que a da criança na família (se for o caso). e respectivos campos, asilos, ajuda seja aceite etc.) • Incompatibilidade de •Informar-se para obter uma imagem clara •Estabelecimento social/de temperamentos entre o (verificada por todas as fontes acessíveis) da educação/ de higiene mental educador e a criança. história psico-médico-social da criança e dos /creche, escola, internato) problemas. •Instituição de lazer (campos • Construir passo a passo uma nova relação com para crianças e jovens, locais • Inacessibilidade a •Intervir na área do informações claras sobre a criança e ganhar a sua confiança através de de recreação e de lazer) sofrimento, dos mausos momentos importantes uma atitude benévola, aberta, sincera, paciente •Serviços de prevenção tratos, ser capaz de da história da criança. (prevenção do alcoolismo, da fazer face à indigência, e perseverante. toxicodependência) trabalhar na reparação, •Tolerar as manifestações de desconfiança, • Transmissão da violência hostilidade e rejeição. •Serviços de ambulâncias pelos meios de •Integrar o ponto de vista da criança nas decisões •Rua, estação, meios de comunicação a tomar. transporte • Localização da instituição •Respeitar a intimidade de cada criança. num ambiente violento •Meios especiais (floresta, •Respeitar os prazos estabelecidos com a esconderijos abandonados) criança. •Locais públicos frequentados •Motivar a criança a aceitar a relação de ajuda por prostitutas e traficantes de • Na família e no ambiente da profissionais da relação de ajuda. A C O L H I M E N T O Condições de realização 26 REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 A C O L H I M E N T O E E S C U T A Actividades Metodologia de realização sem fazer promessas que não possam ser honradas. •Colocar a criança em contacto com exemplos de êxito da relação de ajuda. •Envolver outras crianças do grupo na relação de ajuda. •Encorajar a criança a personalizar o seu espaço de vida. •Conhecer a história de sofrimento da criança • Colocar os seus limites e introduzir a •Observar e anotar a evolução da criança. complementaridade, a •Respeitar as recomendações do psicólogo e não omnipotência, ser criar oportunidades de valorização da criança. capaz de explicitar o •Utilizar histórias e jogos terapêuticos. seu papel. •Abordar com a criança o fenómeno dos maustratos em geral, discutindo as causas e os efeitos a longo prazo. •Conhecer e utilizar as técnicas de neutralização dos efeitos do sofrimento da criança. •Utilizar o contacto físico ou situar-se a uma distância correcta em relação ao rosto da criança, utilizar um tom caloroso, tranquilizador. •Ajudar a criança a situar-se numa relação •Definir o seu papel no âmbito da relação de ajuda, utilizando como referência o plano de substituição, a individual de intervenção que estabelece encontrar referências etapas que favorecem o desenvolvimento da em laços complexos criança). •Conhecer a actuação e a metodologia dos outros especialistas envolvidos na relação de ajuda. 27 Condições de realização Pontos críticos droga/álcool; •Locais dos serviços de ajuda telefónica ou on-line, etc. • Resignação, sentimento de impotência, fatalismo Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina • Nocturna • Confusão entre o seu papel profissional e os restantes papéis. Sistema de actores • Reduzido • Complexo • Coerente e inteligível • Fiável • Conflitual • Resistência à mudança • Tendência para remeter para terceiros a responsabilidade pelas dificuldades • Risco de favoritismo em relação a certas crianças Modo de intervenção • a solo • em equipa • em rede • em complementaridade com a família •A falta de um mínimo de Posição do interveniente • responsabilidade total • responsabilidade delegada • em complementaridade com a família •As relações hierárquicas Qualidade do interveniente • estreante ou experiente profissionalismo e ética atrasa a eficácia da actividade de assistência podem levar à desvalorização dos valores profissionais, humanos, à corrupção moral e material REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades Metodologia de realização • Ser capaz de definir os valores específicos da sua intervenção na relação de ajuda A C O L H I M E N T O E E S C U T A • Explicar o seu papel à criança / aos pais. •Solicitar informações e expertise da parte dos outros especialistas. •Participar na realização de certas formas específicas de seguimento, supervisão clínica, etc. • • • • • Receber bem a criança e fazê-la compreender que é aceite sem juízos de valor. Apresentar a criança aos outros. Apresentar-se a si próprio, as outras crianças e os colaboradores. Explicar o seu papel profissional e propor à criança modalidades de cooperação Apresentar a instituição, as instalações, as regras de funcionamento e favorecer o acesso a todas as oportunidades proporcionadas pela instituição • Respeitar as preferências e o ritmo da • • criança, permitir-lhe expressar-se e levar em conta a suas opiniões. Personalizar a relação, respeitar a intimidade, o segredo Oferecer permanentemente um feedback positivo específico, comentar o comportamento de cada criança, favorecendo o processo de comparação 28 Condições de realização • estagiário; aprendiz Organização do trabalho • organigrama • utilização específica das novas tecnologias no processo de qualidade • espaço e tempo dedicados á conversa, adequados ao estado e ao ritmo de desenvolvimento de cada criança. • existência de um espaço tranquilizador e familiar para encontros de carácter confidencial • acessibilidade às informações significativas sobre a história psico-médico-social da criança. • Apoio da equipa interdisciplinar. • Recursos materiais necessários. • Seguimento e apoio por parte da equipa de especialistas • Existência de espaços para onde a criança se possa retirar e descarregar a sua agressividade sem incomodar ninguém. • Relação adequada entre o número de crianças acompanhadas pelo educador Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 A C O L H I M E N T O E E S C U T A Actividades Metodologia de realização social •Oferecer apoio para que todas as crianças consigam tomar consciência das suas diferenças, dos seus atributos e das oportunidades de valorização • Observar e identificar as diferenças culturais e sociais, valorizá-las • Recorrer à escuta activa • Proporcionar um sistema de valores estável e constante • Observar as interacções entre as crianças • Estimular a criança a personalizar o seu espaço de vida • Contribuir para a manutenção e interpretação das relações da criança com a sua família • Favorecer o papel da família e dos colaboradores na relação de ajuda. 29 Condições de realização e as particularidades das crianças • Acessibilidade às informações significativas sobre a criança. • Espaço personalizado de residência da criança em função da idade, do sexo, dos interesses (através de diversos brinquedos, livros, objectos pessoais, etc.) Encontros periódicos para análise da situação, das necessidades, da evolução de cada criança - com a participação de cada uma das pessoas envolvidas Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 Actividades • Efectuar um I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S diagnóstico completo do estado actual da criança do ponto de vista médico, sóciofamiliar e psicológico • Interpretar o comportamento da criança Metodologia de realização • Informar-se para obter uma imagem clara (verificada por todas as fontes acessíveis) da história psico-médico-social da criança e dos seus problemas. • Solicitar informações e expertise da parte dos outros especialistas. • Observar o comportamento lúdico, a interacção com os adultos e as outras crianças, o comportamento alimentar, as características da actividade de instrução, a presença de tiques, de estereótipos psicomotores, as características do sono, etc. Condições de realização Pontos críticos Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em sofrimento • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda • • • • • Tomada de consciência por • • • parte da criança dos acontecimentos e lesões que a afectam • Abordar sistematicamente as necessidades da • Hierarquizar e/ou • Rejeição por parte da criança • determinar as criança das histórias de • Determinar a ordem de prioridades na prioridades na fracasso do destino da sua satisfação das necessidades. satisfação das vida • Identificar e obter os recursos necessários às necessidades da • Incapacidade de a criança necessidades da criança. criança pedir socorro (porque não a • Avaliar regularmente as necessidades da aprendeu) criança, comparando-as com as avaliações precedentes • A criança só consegue levar • Determinar a cabo as actividades da modalidades de • Adaptar as próteses às características vida com assistência compensação ou de antropométricas e funcionais da criança. • Capacidade da criança de realização de • Formar novos hábitos adaptativos para tomar decisões autónomas próteses compensar os hábitos perdidos. em harmonia com a sua para as crianças com idade deficiências • Evidenciar – seja qual for a situação – os sensoriais e/ou • Não há tomadas de decisão aspectos positivos do comportamento dos pais neuromotoras por parte da criança • Oferecer modelos de interpretação do comportamento dos pais Local de intervenção 30 Psicopatologia dos pais Deficiência física dos pais Psicopatologia das crianças Situações de abusos graves por parte dos pais Situação de pobreza, dificuldades socioeconómicas graves dos pais (desemprego, precariedade) Falta de meios Preocupação pecuniária da família de substituição superior aos interesses da criança Incompatibilidade de temperamento com a criança. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 Actividades • Ajudar a criança a I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S reflectir sobre a inadequação dos seus pais ou sobre a sua ausência. • Avaliar os sintomas associados ao abandono, remediálos em função da idade Metodologia de realização • Assegurar à criança que ela não é a causa do Condições de realização • abandono • Observar e registar o comportamento dos pais na relação com a criança • Avaliar e fazer recomendações – com base nos factos observados – sobre a oportunidade de manter a relação com os pais • Oferecer à criança critérios de apreciação do comportamento dos adultos / dos pais. • Identificar e desenvolver estratégias de adaptação aos comportamentos inadequados dos adultos / pais. • Elaborar uma lista completa dos sintomas determinados pelo abandono • Utilizar grelhas de observação, registar continuamente os sintomas e compará-los com a norma • Interpretar o comportamento da criança como revelador de necessidades insatisfeitas • Anotar os diferentes sintomas em função dos critérios considerados pelos especialistas: o momento do dia, o tipo de actividade, etc. • Recorrer à escuta activa • Realizar as actividades terapêuticas recomendadas pelo psicólogo e pelo médico • Envolver a criança nas suas actividades preferidas • Deixar a criança exprimir o seu sofrimento • Envolver a criança nas actividades baseadas na cooperação, utilizando como recursos outras crianças que tenham ultrapassado os efeitos 31 • • • • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) Em instituição permanente Em instituição ocasional (hospital) Em centro de dia À distância Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina • Nocturna Pontos críticos • Incapacidade de tolerar e gerir a agressividade da criança • Perda de confiança da criança nos adultos Sistema de actores • reduzido • complexo • coerente e inteligível • fiável • conflitual • cooperação de especialistas no diagnóstico do nível de gravidade, do tipo e acumulação de handicaps das crianças desfavorecidas • O pessoal está assegurado • Durante o processo de assistência, • Perturbações do comportamento na criança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S Actividades Metodologia de realização • • do abandono. Dar à criança diversas responsabilidades em função das suas preferências Construir um sentimento de pertença e de identidade em função das outras crianças Condições de realização Pontos críticos aperfeiçoamento das funções jurídicas e profissionais dos participantes e definição precisa e clara dos níveis de intervenção e de responsabilidade. • Pouca tolerância do adulto à frustração • Atenuar a competição e promover a cooperação • Gerir as descontinuidades (associadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento…) • • • • • • • • entre as crianças. Conhecer o historial da relação de ajuda Recorrer à escuta activa e dar à criança oportunidade de falar das suas experiências pessoais, dos acontecimentos significativos do seu passado, Identificar as pessoas às quais a criança ainda se sente ligada e recomendar / facilitar a manutenção desses laços, utilizando-os como recursos Participar na avaliação dos sintomas produzidos pela descontinuidade Recorrer a modalidades terapêuticas adequadas, recomendadas pelo especialista. Avaliar o nível de integração da criança no que respeita ao seu percurso institucional Interpretar/explicar à criança o modo de funcionamento do sistema de protecção de menores para a ajudar a captar a coerência da relação de ajuda, para lá das descontinuidades Proporcionar modelos alternativos de interpretação positiva das suas experiências de colocação anteriores 32 Qualidade do interveniente • estreante ou experiente • estagiário; aprendiz Organização do trabalho • organigrama • contributo específico das novas tecnologias • processo de qualidade • existência de informações referentes à relação paiscriança. • Espaço adequado para os encontros • Colaboração com a equipa pluridisciplinar, sobretudo com o psicólogo • Existência de recursos materiais • Política institucional flexível e aberta - que permite a integração das pessoas significativas para a criança na actividade da instituição • Cooperação com o • Risco de atraso no crescimento e desenvolvimento psíquico e social da criança institucionalizada, especialmente para os adolescentes de etnia cigana e para as crianças de rua, devido à sua pobreza extrema e às discriminações • Falta de profissionais • Dificuldades do ajudante em ver as qualidades da criança, para lá dos seus problemas REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O Actividades • Assegurar-se de que todas as crianças • • • Avaliar o risco de marginalização e de maus-tratos da criança D A S N E C E S S I D A D E S Metodologia de realização Favorecer a reconstrução narcísica • • • • • • • • • Pontos críticos professor/director da e comportamentos escola, desviantes Participação nas actividades comuns das crianças • Discernir entre o não pedido Recursos materiais e a solicitação permanente Relação adequada entre o número de crianças acompanhadas pelo educador e as particularidades das crianças • Falta de profissionais que • Espaço habitacional falem a língua das minorias personalizado compreenderam que as descontinuidades são determinadas pelo funcionamento do sistema • e não por culpa sua. Preparar a criança para fazer face às mudanças • previstas na relação de ajuda. • Manter o contacto com a criança após a transferência para outro enquadramento (família de origem/adopção/colocação noutra instituição) • Acompanhar a adaptação escolar da criança, • Avaliar a vulnerabilidade específica da criança, • Avaliar a integração social da criança no grupo • Condições de realização de actividade, Avaliar o risco de a criança maltratar outras crianças, • Realização do exame de saúde por especialistas (pediatra, pedopsiquiatra) Colaborar com o psicólogo para a diminuição das dificuldades associadas à situação de • Realização de testes estandardizados por abandono profissionais Observar e registar o comportamento da criança • Ferramentas de avaliação Identificar as necessidades da criança simples e eficazes Avaliar o nível de auto-estima da criança concebidas por uma equipa Desenvolver programas terapêuticos de profissional pluridisciplinar. consolidação da auto-estima Criar oportunidades de valorização da criança, Período de intervenção: tendo em conta as suas preferências Ajudar a criança a descobrir-se e a aceitar-se - Semanal utilizando a comparação social - A longo prazo Facilitar a auto-avaliação da criança num processo permanente Ajudar a criança a estabelecer metas e 33 • A avaliação errónea do nível de validade dos traumas e das necessidades • Monotonia profissional, REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S Actividades Metodologia de realização • • • • • • • • objectivos realistas, adaptados às suas possibilidades e ao contexto Utilizar uma abordagem cognitivocomportamental na relação com a criança que se confronta com um fracasso Proporcionar permanentemente um feedback positivo específico Atribuir responsabilidades às crianças e partilhar o poder de decisão com elas Recorrer à escuta activa e encorajar as crianças a exprimirem os seus sentimentos Identificar as crianças com auto-estima negativa, isoladas, não cooperantes e orientálas para programas de remediação Utilizar o role play para facilitar a identificação da criança com os modelos de sucesso em todos os domínios Encorajar as crianças a falarem dos aspectos que não lhes agradam na instituição e a procurarem soluções Organizar eventos para festejar os momentos importantes para cada criança (o aniversário, um êxito) 34 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A Actividades • Dinamizar, favorecer • o desenvolvimento dos • recursos da pessoa ajudada, a sua • resiliência • À • V I D A Q U O T I D I A N A Metodologia de realização • • • Apreciar as necessidades de cada pessoa (materiais, psicológicas, sociais, culturais, espirituais) • • • • Reconhecer e valorizar as aptidões e capacidades de cada criança Proporcionar experiências e ambientes diversos Envolver a criança em todas as actividades específicas da vida familiar adaptadas à idade, à cultura e ao sexo Ajudar as crianças a aprenderem com os fracassos sofridos e a desenvolverem estratégias de adaptação e de integração. Proporcionar à criança critérios de apreciação do grau de confiança que pode ter perante as pessoas / situações de risco. Ensinar a criança a evitar as pessoas mal intencionadas e a falar disso Proporcionar estímulos diversos e modelos de reacção a esses estímulos Informar-se sobre a história de cada criança para poder fazer face às suas necessidades Interpretar todo o comportamento da criança como um possível indicador de uma necessidade não satisfeita. Completar e verificar permanentemente as suas próprias observações sobre a criança com as opiniões, observações e informações das outras pessoas do seu meio: a equipa pluridisciplinar, as crianças (colegas, amigos), os pais, etc. Criar oportunidades de valorização, de formação e de desenvolvimento da autoestima. 35 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em sofrimento • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda Local de intervenção • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) • Em instituição permanente • Em instituição ocasional (hospital) • Em centro de dia • À distância • No domicílio das famílias itinerantes. Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina • Nocturna Sistema de actores • reduzido Pontos críticos • Experiências traumatizantes da criança que constituem um entrave à sua participação activa • Tendência para considerar como suficiente a satisfação das necessidades materiais e de saúde. • Tendências autoritárias • Atitude superprotectora e asfixiante • Tendência para utilizar excessivamente os métodos/técnicas educativas compatíveis com o estilo cognitivo do educador, ignorando a diversidade de estilos cognitivos das crianças. • Conflito de funções e ciúmes das outras crianças. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À Actividades • • Desenvolver a capacidade das crianças para pedirem e oferecerem ajuda. • Adaptar o tipo de ajuda às particularidades da criança e à situação V I D A Q U O T I D I A N A Metodologia de realização Proporcionar modelos culturais diversos. • Utilizar métodos da pedagogia dramática e da pedagogia social (animação sociocultural) • • • Favorecer a • autonomia • • • • • • • • complexo coerente e inteligível fiável conflitual Modo de intervenção que o adulto deve contribuir com a sua ajuda e • a solo aquelas em que deve ser a própria criança a • em equipa • em rede ajudar. Graduar a intensidade da assistência, para que • em complementaridade com a família a criança não se torne passiva ou dependente • do adulto: Posição do interveniente Prestação incondicional de apoio emocional. • responsabilidade total • responsabilidade delegada Criar situações em que as crianças tomem decisões sozinhas, em total segurança física e emocional Encorajar e recompensar a realização correcta de uma tarefa por parte da criança Transformar os fracassos em situações de aprendizagem, encorajar as iniciativas Aceitar os sentimentos expressos e as diversas modalidades de comunicação das necessidades da criança (verbal, não verbal) sem juízos de valores. Apoiar a criança na construção da sua identidade pessoal Utilizar as crianças e as relações entre as crianças como fontes de aprendizagem. • Encontrar o equilíbrio entre as actividades em • Condições de realização 36 Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Q U O T I D I A N A Actividades • Formar para a autonomia pessoal e social as crianças portadoras de deficiências sensoriais e/ou psicomotoras • Definir o quadro (higiene, trabalhos domésticos, segurança, ergonomia) Metodologia de realização • Realizar exercícios de deslocação/orientação • • • • • • • • • • espacial dentro da instituição e no espaço social aberto. Utilizar as oportunidades de lazer da comunidade. Encorajar a participação independente das crianças nas actividades da comunidade sem as expor a situações de risco. Ensinar as crianças a planificarem e a organizarem diversas actividades. Participar em todos os eventos organizados pelas crianças. Inscrever as intervenções técnicas numa relação de ajuda, isto é, uma relação que leve realmente em conta as necessidades da pessoa (educação gestual, manutenção, higiene, conforto, primeiros socorros, segurança, alimentação, tarefas domésticas, diligências externas, socialização…) Identificar e compreender as necessidades da criança Aplicar diferentes métodos e técnicas educativas para a formação da autonomia pessoal da criança Seleccionar e integrar as intervenções técnicas necessárias à criança em função dos objectivos que se pretende alcançar Utilizar diversas variantes de um método ou técnica para realizar um objectivo preciso. Dar prioridade aos métodos activos e 37 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 Actividades A S S I S T Ê N C I A Metodologia de realização • • • À V I D A Q U O T I D I A N A • • • Desenvolver a motivação para o ensino e a formação de novas competências • • • participativos (centrados na criança e não na autoridade do adulto) Encorajar rapazes e raparigas a serem responsáveis pela sua própria higiene, pela arrumação e cuidados do espaço privado, em função da sua idade Ensinar a criança a utilizar e a cuidar dos electrodomésticos específicos para as actividades domésticas. Ensinar as crianças a efectuarem pequenas reparações (mudar uma pilha, uma lâmpada, um fusível, etc.) em condições de total segurança Escolher materiais didácticos ergonomicamente adequados às particularidades da criança Organizar um acompanhamento escolar regular (se possível quotidiano) e de qualidade Propor actividades educativas lúdicas Facilitar o acesso à cultura (biblioteca gratuita, espectáculos para crianças...) Adaptar as infra-estruturas, os métodos de aprendizagem, etc... às necessidades das crianças deficientes 38 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A A S S I S T Ê N C I A Actividades • Desenvolver valores cívicos Metodologia de realização • Criar hábitos de colaboração e de ajuda • • recíproca. Cultivar os valores cívicos – a solidariedade, a participação, o envolvimento – por meio de actividades adequadas à idade. Formar no respeito pelos outros. À V I D A Q U O T I D I A N A 39 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades • Compreender os diferentes modos de comunicação (verbal, não verbal…) C O M U N I C A Ç Ã O • Escutar, observar, transmitir observações oralmente, por escrito Metodologia de realização • Interpretar as reacções da criança na presença de outras pessoas. • Aceitar sem juízos de valor as diversas modalidades de expressão das necessidades da criança (verbais, não verbais) • Distinguir os aspectos reais dos imaginários nas narrativas da criança • Identificar as palavras-estímulo da comunicação da criança e interpretar adequadamente o seu valor psicológico. • Analisar o valor simbólico e o sentido da comunicação da criança através do jogo, do desenho, etc., • Reformular o discurso da criança. • Interpretar o comportamento da criança e validar esta interpretação através de reformulações e de perguntas. • Adaptar o comportamento não verbal à conduta da criança. • Investigar e verificar as informações provenientes de outras fontes, referenciar a pessoa com quem a criança mantém uma boa comunicação. • Respeitar o silêncio da criança, conceder-lhe o tempo necessário para se exprimir. • Diferenciar e interpretar os diversos tipos de choro. • Interpretar a agressividade/auto-agressividade como expressão de necessidades não satisfeitas. • Estar permanentemente acessível e disponível para a criança durante o programa 40 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em perigo • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda • Com uma motivação comunicativa normal • Com uma motivação comunicativa defeituosa, confusa • Com um problema de fala devido a hábitos de comunicação reduzidos • Capacidade da criança para elaborar e interpretar os seus problemas • Incapacidade da criança para falar dos seus problemas Local de intervenção • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) • Em instituição permanente • Em instituição ocasional (hospital) Pontos críticos • Interferência das diversas barreiras de comunicação: - culturais - psicológicas - sociais - linguísticas • Dificuldades em associar e motivar certos interlocutores / pais • Experiências traumatizantes da criança que constituem um entrave à sua participação activa • Tendência para julgar os pais • Tendência para responsabilizar os outros (pais / crianças / especialistas) pelas dificuldades • O conflito entre o papel de confidente da criança e o de principal fonte de informações para os colaboradores REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização • C O M U N I C A Ç Ã O • • • • • • Manter uma conversa • • • • • • • de trabalho. Encorajar a criança a comunicar através de uma atitude aberta, benevolente, com um sorriso e um tom caloroso Condições de realização • • • Em centro de dia • À distância No domicílio temporário do itinerante • Observar na criança os elementos Período de intervenção significativos para os diferentes profissionais • Quotidiana (assistente social, psicólogo, médico, etc.) • • Pontual Realizar o contacto visual com a criança, cada • Urgente vez que haja comunicação verbal, não verbal • Vespertina com ela. • Nocturna Respeitar o ritmo de comunicação da criança • e adaptar-se a ele. Sistema de actores Informar o referente e a equipa de trabalho de • reduzido todas as alterações no desenvolvimento da • complexo criança. • coerente e inteligível Analisar e registar o comportamento da • fiável criança utilizando todos os instrumentos • Conflitual • elaborados com os especialistas. Verificar as informações imprecisas ou Modo de intervenção passíveis de várias interpretações diferentes; • a solo • Ordenar as informações segundo a fonte, a • em equipa credibilidade e a utilidade • em rede Preparar o encontro estruturando as • em complementaridade com a família informações a receber e a transmitir. Encorajar a comunicação através de uma Posição do interveniente atitude benévola Demonstrar interesse pelas informações • responsabilidade total recebidas, dando provas de tolerância, de • responsabilidade delegada • em complementaridade aceitação e de disponibilidade com a família Demonstrar flexibilidade ao tomar uma decisão Encontrar o meio termo entre a manifestação - Qualidade do interveniente quando esta se impõe - de uma atitude firme, • estreante ou experiente • estagiário; aprendiz 41 Pontos críticos Obsessão da exaustividade, Auto-suficiência, Tendência de uniformização institucional Dificuldade em tomar consciência dos seus preconceitos e em renunciar aos mesmos Falta de motivação Resistência à mudança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização • C O M U N I C A Ç Ã O • Emitir uma mensagem adequada à situação, ao interlocutor • • • • • • • Transmitir informações • • • • • • de autoridade, e a atitude benévola e acessível Adaptar-se aos interlocutores de meios sociais e culturais diferentes. Verificar permanentemente a justeza da interpretação da mensagem recebida / transmitida, através de reformulações Condições de realização Organização do trabalho • organigrama • contributo específico das novas tecnologias • Processo de qualidade • Acessibilidade às informações significativas Exprimir-se de forma clara oralmente e por para a história psicossocial escrito da criança permitindo a Captar a atenção da criança aceitação de Utilizar uma linguagem adequada à situação / comportamentos à pessoa específicos. Respeitar o ritmo de comunicação da criança e adaptar-se a ele. • Disponibilidade das Utilizar todos os métodos e meios para informações fornecidas realizar uma comunicação eficaz (tom pelas pessoas que tiveram amável, frases curtas e linguagem adequada, relações significativas com a em consonância com as mensagens verbais, criança. os outros não verbais e para-verbais, a intimidade e a especialistas, os membros segurança do espaço de discussão, etc.) da família de origem, etc. Transmitir as informações - seja qual for a sua natureza - de forma não ameaçadora. • Utilização de um plano Utilizar "as mensagens EU" e a autoindividual de intervenção descoberta para o desenvolvimento da Comunicar com a criança através do contacto criança a fim de favorecer a físico, do sorriso, à distância óptima do seu sua evolução harmoniosa, rosto, e adoptar um tom caloroso, tranquilizador. • Observância dos protocolos Utilizar gestos, objectos, exclamações, previstos interjeições, incentivar a aprendizagem pela imitação de um modelo. • Existência de redes Usar o mais possível as palavras utilizadas / funcionais de comunicação preferidas da criança no interior da instituição Utilizar as palavras familiares à criança 42 Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização • • C O M U N I C A Ç Ã O • • • • • Identificar as diferentes fontes de informação • • • • Desenvolver a capacidade de expressão verbal e não verbal da criança • • • Condições de realização Definir muito claramente junto da criança as • Acessibilidade dos recursos palavras necessárias à comunicação educativos adequados (o acesso às manifestações Utilizar uma linguagem adequada para cada culturais, religiosas, o categoria de pessoas com as quais se acesso às tradições). trabalha (crianças, pais, colegas / especialistas) Controlar permanentemente a correspondência entre a linguagem não verbal e a mensagem comunicada verbalmente • Existência de uma base de Repetir as informações de forma diferente dados com informações (escrita, oral, através do desenho, da mímica, que permitam entrar em do gesto) para assegurar que a criança as contacto com os assimila especialistas (morada, telefone, etc.) Integrar as novas tecnologias na comunicação em rede com os parceiros da equipa interdisciplinar Transmitir à criança as informações de forma tranquilizadora, não ameaçadora. Dar à criança todas as informações solicitadas e / ou significativas, não atraiçoar o seu sentido Avaliar o impacte das informações na criança e adaptar a comunicação em função da pessoa. Avaliar a justeza e utilidade das informações em função da fonte Estabelecer correlações entre as informações provenientes de diversas fontes, Transmitir a todas as pessoas envolvidas as novas informações obtidas. Realizar actividades de enriquecimento do vocabulário. 43 Pontos críticos • Efeitos nocivos da avaliação verbal fundada em princípios inconstantes • Avaliação incorrecta das vantagens/desvantagens do plurilinguismo • Ignorância dos elementos normativos e morais da comunicação • Efeitos negativos da comunicação dos média (violência) • Efeitos nocivos da televisão, do computador, do vídeo que servem de mãesubstituta • A bagagem cognitiva e comunicacional da criança não lhe permite compreender completamente a sua situação (tomadas de posição da autoridade...) • Reticência em reconhecer publicamente os seus próprios limites e a necessidade de ajuda REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades Metodologia de realização • • Corrigir as C O M U N I C A Ç Ã O perturbações da linguagem das crianças • • • • • Formar as crianças para as aptidões metalinguísticas • Abrir novas vias de comunicação com as crianças Condições de realização Pontos críticos Realizar as actividades de educação da expressividade da fala. Realizar exercícios de adaptação da comunicação ao interlocutor e ao contexto. Realizar exercícios de expressividade mímicocorporal. Aplicar técnicas ortofónicas de melhoramento da pronúncia, do ritmo e da fluidez do discurso. Fazer exercícios de correcção da linguagem escrita, de aprendizagem da língua mímicogestual utilizada pelas crianças surdas profundas • Realizar exercícios de aprendizagem de novos termos. • Ajudar a criança a estruturar a sua linguagem. • Realizar exercícios de interpretação da linguagem. • Criar e manter circuitos de comunicação com os pais, com os especialistas • Ter em conta a interculturalidade • Realizar exercícios de criatividade linguística, jogos verbais. • Utilizar o desenho, a música, a dança, os animais de companhia, a informática, etc. com as crianças que não comuniquem verbalmente • Construir uma base de dados que integre as • coordenadas dos parceiros da relação de ajuda e a sua actualização periódica. Identificar as novas fontes de informação • Valorizar a interculturalidade do grupo de 44 • Falta de profissionais que dominem as línguas das minorias turca e sobretudo cigana. • Falta de ajudantes oriundos de culturas diferentes • Falta de tempo e reticências de alguns ajudantes em reconhecer o grau de compreensão das crianças REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 C O M U N I C A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização crianças, favorecendo a aprendizagem em grupo. • Ajudar as crianças a compreender a sua própria cultura. • Disponibilizar informações correctas sobre os diversos modelos culturais. • Conhecer as especificidades socioculturais das crianças oriundas das minorias • Assegurar a comunicação com as crianças na língua materna. • Ajudar as crianças a utilizarem a língua do país em que vivem • Tomar consciência dos seus próprios preconceitos e efectuar permanentemente um esforço de eliminar / diminuir a sua manifestação. • Na falta de um intérprete, estabelecer uma comunicação não verbal com a criança que não fala a língua do interveniente. • Desenvolver nas crianças o espírito de tolerância apresentando os valores / realizações de cada cultura. Analisar com as crianças os preconceitos revelados pela multiculturalidade. Respeitar as opiniões e possibilitar a realização de certos costumes ligados à cultura / religião da criança. • • 45 Condições de realização Pontos críticos • Avaliação correcta das situações REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Metodologia de realização • Elaborar o plano de • Transformar as necessidades não satisfeitas da criança em objectivos a alcançar. • Identificar os recursos necessários, determinar as modalidades de avaliação da intervenção dos especialistas. intervenção personalizada • Personalizar a • relação A C O M P A N H A M E N T O • • • • • • Situar-se numa • • Constituir a partir de todas as fontes acessíveis uma imagem clara da história psico-médico-social da criança e dos seus problemas. Adaptar-se e experimentar diversos comportamentos para encontrar a via de comunicação mais eficaz Saber o apelido da criança e tratá-la pelo nome próprio ou por uma outra variante da preferência da criança. Conhecer as eventuais alcunhas utilizadas pelas crianças e empregá-las, mas apenas se não tiverem carácter pejorativo ou embaraçoso. Organizar e participar em eventos para festejar os momentos importantes para cada criança (aniversário, sucessos, festas da comunidade). Interessar-se pelas preferências / paixões de cada criança e tê-las em conta sempre que possível. Respeitar o ritmo da criança. Guardar confidencialidade. relação de apoio Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em perigo • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda Local de intervenção • No domicílio do interveniente (família de acolhimento) • Em instituição permanente • Em instituição ocasional (hospital) • Em centro de dia • À distância • No local de permanência do itinerante Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina • Semanal (consultas) Sistema de actores 46 Pontos críticos • Descontinuidade da história institucional da criança. • Mudança de local de trabalho do profissional (a relação desenvolvida é interrompida) • Interferência das diversas barreiras de comunicação: - culturais - psicológicas - sociais - linguísticas • Aceitação das origens de cada criança • Transmissão da violência pelos meios de comunicação • Resignação, sentimento de impotência REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 A C O M P A N H A M E N T O Actividades Metodologia de realização (saber encontrar a • distância correcta, fazer a distinção entre • o seu desejo e o desejo do outro) • • • • • • • • Construir a capacidade de autoconhecimento da criança • • • • Oferecer apoio incondicional e um sentimento de permanência. Responder prontamente às solicitações de cada criança / pessoa com a qual existe um relacionamento Aceitar sem juízos de valor os sentimentos expressos e as diversas modalidades de comunicação da criança (verbal, não verbal). Encorajar a iniciativa da criança e proporcionar oportunidades para que ela possa tomar decisões sozinha Ensinar as crianças a tomar decisões prevendo as consequências, e não apenas em função dos seus impulsos de momento. Proporcionar um sistema de valores coerente e aberto. Interpretar e cultivar os valores. Ter em conta os desejos dos outros, mesmo que não correspondam aos seus próprios desejos Ajudar a criança a tomar consciência das suas próprias necessidades, interesses e sentimentos. Seguir a criança nos seus espaços de brincadeira, de actividade. Condições de realização • • • • • reduzido complexo coerente e inteligível fiável Conflitual • Falta de um ajudante de origem turca ou cigana Modo de intervenção • a solo • em equipa • em rede • em complementaridade com a família • Incompatibilidade de temperamentos entre o profissional e a criança. Posição do interveniente • responsabilidade total • responsabilidade delegada • em complementaridade com a família Qualidade do interveniente • estreante ou experiente • estagiário; aprendiz Organização do trabalho • organigrama • contributo específico das Informar-se sobre a história pessoal e social da novas tecnologias criança. • processo de qualidade • Espaço de residência da Utilizar a comparação social e dos métodos criança securizado e para obtenção de sucesso. personalizado em função Utilizar as técnicas psicológicas de diagnóstico. 47 Pontos críticos • Encontrar o equilíbrio entre o envolvimento e o distanciamento • Conflito de papéis • Tolerar a agressividade da criança • Tendência para evitar a moralização • Descontentamento dos ajudantes quanto a certos assuntos (tabu) • Dificuldade dos ajudantes em encontrar o equilíbrio entre o respeito pela cultura e o interesse da criança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades • Desempenhar o A C O M P A N H A M E N T O papel de mediador com o ambiente escolar, socioeconómico e cultural • Intervir na área do Metodologia de realização • Realizar actividades de aconselhamento do ponto de vista da orientação. • Abrir a criança ao conhecimento, ajudá-la a • Ajudar as crianças oriundas de culturas diferentes a integrarem-se no seio da sociedade de onde são nacionais. • Acompanhar a criança no reconhecimento da riqueza das origens de cada um, a fim de preparar a sua socialização • • • tipos de maus-tratos (físico, psicológico) aceitar as mudanças corporais. • Informar-se sobre os costumes das diferentes populações, e em particular das minorias étnicas, a fim de facilitar a sua integração na sociedade. • sofrimento, dos maustratos, ser capaz de • fazer face à • indigência, trabalhar na reparação, • • Prevenir todos os Condições de realização • • • Conhecer a história de sofrimento da criança Observar e anotar a evolução da criança. Respeitar as recomendações do psicólogo e • criar oportunidades de valorização da criança. Utilizar histórias e jogos terapêuticos. Abordar com a criança o fenómeno dos maus- • tratos em geral, discutindo as causas e os efeitos a longo prazo. Conhecer e utilizar as técnicas de • neutralização dos efeitos do sofrimento da criança nas suas próprias práticas educativas. • Criar ferramentas adequadas à criança (cartazes, livros, concursos de desenho, etc...) para lhe ensinar que o seu corpo lhe pertence 48 da idade, da cultura, dos interesses (através de diversos brinquedos, livros, objectos pessoais, etc.) Recursos materiais para organizar pequenos eventos, aniversários, etc... Pontos críticos (esperam por vezes em vão que a criança exprima o seu sofrimento para assinalar o seu caso junto do departamento de protecção de menores) • Medo das repreensões... Consultas de acesso fácil (formalidades de marcação • Perda da confiança da reduzidas ou sem criança nos adultos marcação) • Pouca tolerância do adulto à frustração Acolhimento de urgência (célula de crise), acolhimento mãe-criança • Tendência para acusar a ,acolhimento de irmãos... família do abandono da criança Estabilidade do profissional • Recusa das famílias no posto de trabalho • Estereótipos associados ao universo prisional Apoio da equipa • Isolamento da instituição, interdisciplinar. dificuldades de acesso • Conflito de papéis Tempo suficiente para o • Pais com problemas desenvolvimento da relação gravíssimos • Dificuldades de Conhecimentos e acompanhamento devido à experiências de negociação ligação ambivalente da e de mediação de conflitos criança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Metodologia de realização • • A C O M P A N H A M E N T O • • • Colocar-se como • profissional numa • relação de substituição • à família de origem • • • e tem valor, dar-lhe meios para se proteger, para a levar a assinalar as situações de risco Identificar pessoas-recurso para levar a criança a falar disso Sensibilizar as crianças e as respectivas famílias por todos os meios possíveis e adequados (equipa móvel no terreno, acções de formação, campanhas de sensibilização, concursos de desenhos, cartazes...) Gerir a urgência Condições de realização • Seguimento e apoio por parte da equipa de especialistas • Existência de espaços para onde a criança se possa retirar e descarregar a sua agressividade sem incomodar ninguém. • Espaço personalizado de residência da criança em função da idade, do sexo, dos interesses (através de diversos brinquedos, livros, objectos pessoais, etc.) Recolher todos os dados disponíveis respeitantes à criança • Comunicação constante Observar, interpretar e registar os para criar na criança o comportamentos da criança sentimento de permanência Aceitar incondicionalmente a criança da relação. Respeitar o ritmo de expressão e as preferências da criança Construir uma relação terapêutica com a • Desenvolver serviços criança, fazendo-a entender que tem o direito sociais próximos do local de de ali estar, de usufruir da atenção e do afecto vida dos pais, incluindo da do adulto, que este está consciente da prisão presença da criança e que lhe atribui valor; Proporcionar um modelo de valores (uma • Política institucional flexível grelha de interpretação dos comportamentos / e aberta - que permita a situações quotidianas) estáveis e constantes integração das pessoas Convidar a criança a comunicar através do significativas para a criança 49 Pontos críticos • A falta de afecto e de confiança restringe a estabilidade das relações e o profissionalismo do acompanhamento • Os défices da avaliação, os feedback erróneos ou atrasados provocam a instabilidade do acompanhamento • Os preconceitos, os efeitos da estigmatização podem desencadear apatia, depressão, perturbações da relação • Métodos utilizados não são suficientemente variados REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Metodologia de realização • A C O M P A N H A M E N T O • • • • • • • Acompanhar a família de origem a fim de lhe permitir participar na educação da sua criança • na actividade da instituição seu comportamento, da sua atitude, o conteúdo e o modo de comunicação, através da sua disponibilidade, da sua abertura e da • Acessibilidade da sua sinceridade. instituição (proximidade geográfica e cultural). Apresentar regras de conduta, propor e negociar recompensas e sanções. Apresentar e discutir os direitos da criança. Participar nos eventos importantes da vida da criança (êxitos, fracassos). Brincar com as crianças Apoiar o processo de formação da identidade, ajudando as crianças a aproximarem-se umas das outras e a tomar consciência das suas diferenças. Valorizar as diferenças entre as crianças criando oportunidades de êxito para todas elas. Ensinar as crianças a planificarem e a organizarem as suas actividades. Proporcionar um feedback positivo • Colaborar com a família biológica / de adopção • Desenvolver serviços de apoio à família (consultas familiares, parentais...) Assegurar a manutenção dos laços entre os pais e os filhos em caso de prisão • Gerir as • descontinuidades (associadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento…) • • Condições de realização Conhecer o historial da relação de ajuda da criança Recorrer à escuta activa e dar à criança 50 Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Metodologia de realização • A C O M P A N H A M E N T O • • • • • • • Integrar a criança na sua própria família • • oportunidade de falar das suas experiências pessoais, dos acontecimentos significativos do seu passado, Identificar as pessoas às quais a criança ainda se sente ligada e recomendar / facilitar a manutenção desses laços, utilizando-os como recursos Participar na avaliação dos sintomas produzidos pela descontinuidade Tomar e aplicar medidas terapêuticas adequadas, recomendadas pelo especialista. Avaliar o nível de integração da criança no que respeita ao seu percurso institucional Interpretar/explicar à criança o modo de funcionamento do sistema de protecção da criança para a ajudar a captar a coerência da relação de ajuda, para lá das descontinuidades Proporcionar modelos alternativos de interpretação positiva das suas experiências de colocação anteriores Assegurar-se de que todas as crianças compreenderam que as descontinuidades são determinadas pelo funcionamento do sistema e não por culpa sua. Preparar a criança para fazer face às mudanças previstas na relação de ajuda. Manter o contacto com a criança após a transferência para outro enquadramento (família de origem/adopção/colocação noutra instituição) 51 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 A C O M P A N H A M E N T O Actividades Metodologia de realização • • • • • • • • Conhecer a história das relação da criança com a sua família Observar a interacção da criança com a sua família Contribuir para avaliar a oportunidade da continuidade da relação da criança com a sua família Discutir com a criança a sua família Facilitar a compreensão das necessidades da criança por parte da família Informar a família sobre a evolução da criança Convidar a família a participar nos eventos organizados na instituição Associar a família para desempenhar o seu papel na coerência e na continuidade. 52 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades • Favorecer o P R O T E C Ç Ã O desenvolvimento da resiliência da criança • Controlar e regular progressivamente o seu próprio lugar no seguimento Metodologia de realização • • • • S E C U R I Z A Ç Ã O • • • Securizar através de uma relação fiável, ser • capaz de recriar laços • • • • Propor modalidades de interpretação dos problemas de comportamento dos adultos/ das crianças. Formar para a capacidade de confrontação dos problemas – propor modelos e estratégias para abordar os problemas de forma construtiva e controlar progressivamente o seu próprio comportamento. Clarificar os riscos do comportamento do tipo "evasão" Treinar, através de role play, a capacidade da criança de resistir às pressões do grupo, quando os seus objectivos e os do grupo não sejam coincidentes. Manifestar disponibilidade. Dar provas de tolerância, de paciência e atitudes abertas, sinceras e benévolas constantes Aceitar sem preconceitos os sentimentos expressos e compreender as diversas modalidades de comunicação das necessidades da criança (verbal, não verbal). Propor à criança situações que permitam compreender a relatividade da verdade. Manifestar benevolência, amizade, cuidado, empatia, mesmo quando houver necessidade de transmitir mensagens de desaprovação. Ajudar a criança a descodificar a sua experiência de vida, o seu passado. Informar-se sobre as abordagens utilizadas na relação de ajuda com a equipa de educadores anterior, aplicar o que se revelou eficaz, 53 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em sofrimento • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda Pontos críticos • Experiências traumatizantes da criança que constituem um entrave à sua participação activa Local de intervenção • Interferência das diversas • No domicílio do barreiras de comunicação: interveniente (família de culturais; educativas; acolhimento) psicológicas; • Em instituição permanente - sociais • Em instituição ocasional (hospital) • Em centro de dia • Tendência para o • À distância autoritarismo Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina Sistema de actores • reduzido • complexo • coerente e inteligível • fiável • conflitual • Transmissão da violência pelos meios de comunicação • Localização da instituição num ambiente violento • A segurança em primeiro lugar em detrimento da responsabilização da criança. REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 P R O T E C Ç Ã O S E C U R I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização Condições de realização Pontos críticos Modo de intervenção • a solo • Risco de desvio para um • em equipa controlo excessivo e • em rede intrusivo • em complementaridade • Negociar com a criança as regras, os direitos, com a família os deveres, as recompensas. • certas derivas sectárias ou • Reduzir a ansiedade fanáticas Posição do interveniente • Seguir a criança no seu espaço de e/ou as fobias das brincadeira, de actividade. • responsabilidade total crianças • responsabilidade delegada • Avaliar o medo da criança. • em complementaridade • Conflitos de papéis. com a família • Utilizar a técnica da dessensibilização sistemática. do interveniente • Proporcionar modalidades de controlo do nível Qualidade • estreante ou experiente • Gerir a de ansiedade. • estagiário; aprendiz agressividade, os • Medo conflitos, as situações • Interpretar a agressividade da criança como Organização do trabalho de violência uma reacção normal à não satisfação de • organigrama certas necessidades legítimas. • Informar-se sobre a personalidade da criança: • contributo específico das • Resignação novas tecnologias agressividade, resistência à frustração, tipos de reacções agressivas, situações em que ela • processo de qualidade se torna agressiva. • Observar o comportamento da criança e • Indiferença • Securizar e personalizar o anotar os incidentes. espaço de residência da • Tomar consciência do risco de se tornar criança em função da idade, • Deficiências jurídicas da também uma fonte de frustração e de protecção de menores da cultura, dos interesses violência para a criança: ser correcto, (através de diversos • Opacidade dos graus de imparcial, não "rotular" as crianças, não as brinquedos, livros, objectos protecção em favor da ofender. pessoais, etc.) intervenção eficaz • Ensinar as crianças a resolverem os seus • Relação adequada entre o conflitos através da negociação. número de crianças • Identificar as fontes que geram manifestações acompanhadas pelo adulto agressivas. • procurar novas abordagens. Encorajar a criança a falar das suas relações com os adultos. 54 REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades • P R O T E C Ç Ã O • • • Securizar o acesso S E C U R I Z A Ç Ã O Metodologia de realização aos programas televisivos e a certos sites da Internet • • • • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança • • • • • • • Condições de realização e as particularidades das Oferecer alternativas às actividades, objectos, crianças situações que geram ou alimentam o conflito Oferecer à criança a possibilidade de libertar a • Disponibilidade de toda a informação necessária. sua agressividade de forma legítima e não • Conhecimentos e destrutiva. experiências de negociação Negociar / propor regras de conduta, limites e e de mediação de conflitos sanções quando estas são violadas. • Seguimento e apoio por parte da equipa de Elaborar um contrato com as crianças mais especialistas agressivas. • Existência de espaços para Bloquear o acesso aos sites pornográficos ou onde a criança se possa que contenham diversos tipos de violência. retirar e descarregar a sua agressividade sem Interpretar os comportamentos violentos incomodar ninguém. presentes nos programas televisivos e nas produções artísticas a fim de prevenir as imitações destes comportamentos. • Reuniões de monitorização para discutir problemas Aplicar as recomendações dos especialistas detectados sobre a educação da criança • Existência de critérios de Criar um meio securizado e adaptado às avaliação da qualidade e da necessidades da criança. segurança estabelecidos Identificar todos os riscos possíveis do meio com o empregador para de vida e das actividades específicas. avaliar o estado e a Diminuir os riscos identificados, adoptar evolução da criança e da comportamentos preventivos sua própria actividade Elaborar periodicamente relatórios sobre a • Existência de um manual de avaliação da criança. segurança. Avaliar o risco de maus-tratos e de abusos • Ambiente físico e social (físicos, emocionais) em função das tranquilizador. características da criança e da instituição. • Apoio especializado (psicológico, médico, social) Desenvolver os valores e os sentimentos 55 Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades • Formar P R O T E C Ç Ã O S E C U R I Z A Ç Ã O comportamentos prosociais Metodologia de realização • • • Prevenir as doenças e / ou prestar os primeiros socorros • altruístas, empáticos através de role play. sempre disponível onde necessário Respeitar e permitir a prática religiosa, favorecer • Colaboração com as todos os tipos de assistência (nomeadamente instituições do ambiente a emanente de congregações religiosas). social. Envolver nas acções de assistência as crianças com necessidades especiais. Isolar as crianças suspeitas de doenças contagiosas. • Dar formação sobre as regras de higiene corporal e alimentar • Manter um registo das pessoas que visitam a criança na instituição. • Ajudar a criança a reencontrar a autoconfiança e a confiança nos adultos • • • • • • • • • • Condições de realização Conhecer bem a personalidade das crianças, as suas preferências, as suas aptidões Individualizar a relação educativa e propor actividades adaptadas às preferências da criança para assegurar possibilidades máximas de sucesso Recorrer à escuta activa Aceitar incondicionalmente a criança Encorajar as iniciativas da criança, participar na sua realização Apresentar o fracasso como componente inevitável da vida Explicar à criança a relação entre o sucesso e a auto-confiança Explicar à criança a relação entre a autoconfiança e a confiança nos outros Recorrer ao role play e ao estudo de casos Ajudar as crianças a tomarem consciência e a analisarem em conjunto as qualidades das 56 • Encontro com profissionais de saúde ou especialistas em comportamentos adictivos. Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 P R O T E C Ç Ã O S E C U R I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização • • • • • Integrar a sua acção • numa política de prevenção (crianças • de rua, exploração, escravatura moderna) • • • • • • pessoas em quem elas confiaram ou confiam Respeitar os procedimentos acordados com as crianças Respeitar a confidencialidade Propor um modelo de adulto em que as crianças possam confiar Ajudar as crianças a encontrarem soluções para os seus problemas / dificuldades / censuras Realizar actividades para ganhar a confiança dos outros. Analisar com as crianças os riscos inerentes à vida na rua, ao trabalho clandestino, à infracção à lei, etc. Cooperar com as instituições da comunidade (Polícia, Igreja, Escola, etc.) para apresentar às crianças fenómenos como: o crime organizado, o alistamento em seitas, a prostituição, o tráfico de drogas, etc. Apresentar às crianças os seus direitos e elementos de legislação Acompanhar a evolução das crianças depois de terem deixado o centro Ensinar as crianças a fazerem a distinção entre as pessoas "perigosas" e aquelas em quem eles podem confiar Utilizar diversos modos de sensibilização (afixação de cartazes, reuniões, testemunhos...) Apresentar às crianças uma lista de instituições / pessoas às quais poderão recorrer se vierem a ser vítimas de exploração, de tráfico, etc. 57 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades Metodologia de realização • P R O T E C Ç Ã O • • • Prevenir as instituições competentes (Polícia, Ministério Público, etc.) da existência de certos casos de crianças exploradas Promover encontros entre as crianças da instituição e as que viveram a experiência da rua, situações de exploração, droga, etc., para dar a conhecer as situações de risco. Informar a criança sobre os diferentes tipos de drogas e os seus efeitos nocivos na saúde. Criar uma medida preventiva contra os efeitos nefastos do consumo de estupefacientes. S E C U R I Z A Ç Ã O 58 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades • Favorecer a A N I M A Ç Ã O Metodologia de realização • autonomia • • • • S O C I A L I Z A Ç Ã O • • • • • • Mobilizar as • técnicas de • animação adequadas • às idades, aos gostos • Criar situações em que as crianças tomem decisões sozinhas, em total segurança física e psíquica Encorajar e recompensar a realização correcta de uma tarefa por parte da criança Transformar os fracassos em situações de aprendizagem, encorajar as iniciativas Aceitar os sentimentos expressos e as diversas modalidades de comunicação das necessidades da criança (verbal, não verbal) sem juízos de valores. Apoiar a criança na construção da sua identidade pessoal Recorrer às crianças e às relações entre elas como fontes de aprendizagem. Encorajar a participação independente das crianças nas actividades da comunidade sem as expor a situações de risco. Ensinar as crianças a planificarem e a organizarem diversas actividades. Participar em todos os eventos organizados pelas crianças. Facilitar na criança o desenvolvimento da sua auto-consciência. Utilizar técnicas diferentes: role play, jogo didáctico, dramatização, torneio, etc. Ter em conta as preferências da criança Desenvolver a cooperação, em grupos reduzidos, a dois Participar com as crianças na organização de certas actividades propostas por elas. 59 Condições de realização Pontos críticos • Tendências autoritárias do Situação da pessoa ajudada profissional, da instituição • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Atitude de super-protecção • Maltratada que restringe a liberdade da • Em perigo criança • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda • Integração no programa • Equilíbrio entre a tónica nas individual de cenas preferências da criança e a conhecidas e valorizáveis necessidade de realizar de socialização da criança • Integração nos programas de determinados objectivos momentos de relacionamento com os pares • Problemas de acesso a determinadas tecnologias Local de intervenção em comunidades isoladas • No domicílio do interveniente (família de • Risco de dependência das acolhimento) novas tecnologias e perda • Em instituição permanente de hábitos de • Em instituição ocasional relacionamento directo (hospital) • Em centro de dia • Incompatibilidade de • À distância temperamentos entre o • No domicílio temporário do educador e a criança. itinerante Período de intervenção • Quotidiana • Experiências REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades Metodologia de realização • A N I M A Ç Ã O S O C I A L I Z A Ç Ã O • • Utilizar as novas • tecnologias • • • Saber impor um • enquadramento suficientemente amplo, firme e • coerente, sem ser • rígido, e adaptá-lo ao longo do tempo • Condições de realização • • Utilizar técnicas de estimulação da criatividade • colectiva e individual Utilizar os recursos do meio social. Informar-se sobre a possibilidade de utilizar as novas tecnologias no domínio educativo, cultural ou social. Integrar as novas tecnologias – sempre que possível – nas actividades realizadas com o grupo de crianças (comunicação na rede, tarefas de pesquisa na Internet, realização de certos produtos com a ajuda do computador, sistemas áudio / vídeo, utilização de imagens e de sons para ilustrar actividades organizadas pelas crianças, contactar através da Internet personalidades ligadas à cultura, ao desporto. Organizar concursos em rede com a participação de crianças de outras localidades. Encorajar as crianças a desenvolverem relações sociais com a ajuda da comunicação pela Internet Utilizar as novas tecnologias (computador, telefone, portátil, fax, etc.) nas actividades correntes. Explicar às crianças as regras da instituição Negociar com as crianças um número específico de limites, bem como as recompensas e as sanções que lhes estão associadas Formular os limites de forma simples, positiva, convincente 60 Pontos críticos traumatizantes da criança que constituem um entrave à sua participação activa Pontual Urgente Vespertina Sistema de actores • reduzido • complexo • coerente e inteligível • fiável • conflitual • Integração no desenvolvimento individual de um mentor por iniciativa da criança ou mediante escolha mútua Modo de intervenção • a solo • em equipa • em rede • em complementaridade com a família • Ciúme das outras crianças. • Manutenção do equilíbrio entre a autoridade e a permissividade, entre a tónica nas regras e o encorajamento da iniciativa • O regulamento interno impede o desenvolvimento das exigências pessoais, da autonomia • As mudanças frequentes do pessoal de serviço ameaçam a segurança do programa de tratamento individual Posição do interveniente • responsabilidade total • responsabilidade delegada • em complementaridade com a família • O equipamento e o material Qualidade do interveniente • estreante ou experiente • estagiário; aprendiz • Os riscos das manifestações não permitem um nível de serviço satisfatório interpessoais dos grandes REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades Metodologia de realização • A N I M A Ç Ã O • • • S O C I A L I Z A Ç Ã O • Proporcionar um • ambiente estimulante • • • • • • • • Assegurar-se da compatibilidade dos limites negociados com as regras da instituição Avaliar permanentemente a validade dos limites, das regras e introduzir as alterações necessárias Respeitar as regras da instituição e os limites acordados com as crianças. Condições de realização Organização do trabalho • Organigrama • Contributo específico das novas tecnologias • Processo de qualidade • Meios materiais para a realização de diversas actividades Ser constante na aplicação das regras e dos • Articulação entre a limites e na avaliação da sua observância instituição e a comunidade Associar as crianças na interpretação e sanção dos comportamentos que infringem os limites acordados • Recursos financeiros, Identificar as necessidades de objectos e serviços desenvolvimento e de aprendizagem da dedicados às actividades criança recreativas dentro da instituição e na Identificar os recursos necessários para comunidade satisfazer as necessidades de desenvolvimento da criança Identificar as preferências de cada criança • Recursos documentais Individualizar a actividade em função das Acesso às tecnologias com necessidades / preferências de cada criança impacte educativo, cultural Participar no equipamento de um espaço ou social modular de recreação, de brincadeira, de aprendizagem que proporcione segurança e diminua o risco de acidentes Encorajar a personalização do espaço de aprendizagem para que este seja estimulante para as crianças Facilitar a aprendizagem oferecendo uma diversidade de estímulos e de formas de aprendizagem Utilizar um leque de recompensas tão 61 Pontos críticos grupos: rivalidades, relações pessoais não sinceras • Pouco tempo para dispensar individualmente à criança • Rigidez da disciplina • Acentuação dos estereótipos de género • Crença do ajudante na possibilidade de a criança ocupar um lugar na sociedade • Dificuldade em tomar consciência dos seus próprios preconceitos • Dificuldade em mobilizar as crianças para certas actividades culturais • Falta de meios REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades Metodologia de realização • A N I M A Ç Ã O • • • • • • Integrar agentes de S O C I A L I Z A Ç Ã O socialização no processo de desenvolvimento • • diversificado quanto possível Colocar a tónica no sucesso e não no fracasso Organizar actividades educativas segundo os centros de interesse Utilizar a fórmula "aprender fazendo" Diversificar as práticas culturais Utilizar a competição e a cooperação de forma equilibrada como processos de motivação Propor às crianças papéis e responsabilidades diversas. Utilizar métodos pertinentes para animar o ambiente. Propor experiências culturais variadas • Permitir escolhas • Integrar as crianças • Utilizar um estilo de direcção democrático, partilhar a decisão com as crianças portadoras de • Permitir o movimento e a livre expressão do deficiência em corpo da criança durante a actividade diversas actividades • Estimular e valorizar a criatividade comuns, para que • Utilizar no programa pessoal de apoio, os pais, tenham os representantes da Igreja, as pessoas que oportunidades iguais tenham participado ou assistido às situações de valorização. de vida anteriores da criança. • Propor actividades comuns para as crianças • Desenvolver a portadoras de deficiências e para as crianças criatividade das normais. crianças • Estimular a participação das crianças nos concursos de criação artística e científica e em • Desenvolver o projectos inovadores. espírito cívico • Realizar actividades de conhecimento dos direitos fundamentais da criança e do homem. • Favorecer a • Realizar actividades de conhecimento do modo formação da 62 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades Metodologia de realização identidade sexual A N I M A Ç Ã O • Valorizar a identidade cultural das crianças pertencentes às minorias étnicas • • • • • • S O C I A L I Z A Ç Ã O • de funcionamento da sociedade e dos valores da democracia Participar nas acções a favor de causas de interesse local, etc. Favorecer a identificação dos valores sexuais da criança Propor actividades adaptadas a cada sexo Propor actividades adaptadas para viver em conjunto em bom entendimento Apresentar os papéis sociais de cada sexo e fazer uma leitura crítica Realizar as actividades de conhecimento da língua, religião, tradições, valores, rituais, personalidades específicos de cada cultura Participar nos eventos importantes das minorias 63 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades • Ter formação Metodologia de realização • contínua • • P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O • • • • • Pedir ajuda • Procurar recursos Analisar e exprimir as suas próprias necessidades de formação em articulação com a entidade patronal Participar nos cursos de formação contínua Manter-se permanentemente informado sobre as alterações introduzidas na legislação e as práticas respeitantes à protecção da criança em dificuldade Informar-se e procurar novas aplicações no domínio das ciências sociais na sua prática profissional. Integrar as novas tecnologias na sua prática profissional Assistir às actividades terapêuticas implementadas por outros especialistas (ortofonista, psicólogo, fisioterapeuta, médico, etc.) e integrar na sua actuação profissional as técnicas necessárias à criança Consultar publicações da especialidade • Para os casos atípicos, analisar e verificar com os especialistas a justeza das suas interpretações / decisões / comportamentos. • Definir claramente o tipo de ajuda de que o interveniente necessita. • Para cada tipo de situação em que o interveniente tenha necessidade de ajuda, saber a quem se dirigir • Reencaminhar o caso para outros especialistas quando a situação ultrapassar as suas competências 64 Condições de realização Situação da pessoa ajudada • Com pedido • Sem pedido • Em dificuldades • Abandonada • Maltratada • Em perigo • Numa relação violenta • Em recusa de ajuda Pontos críticos • Complexidade dos dispositivos de formação contínua • Reticência em reconhecer publicamente os seus próprios limites e a necessidade de ajuda Local de intervenção • No domicílio do interveniente (família de • Resignação acolhimento) • Em instituição permanente • Em instituição ocasional (hospital) • Estilo de direcção autoritário • Em centro de dia • À distância Período de intervenção • Quotidiana • Pontual • Urgente • Vespertina • Nocturna Sistema de actores • reduzido • complexo • coerente e inteligível • Resistência à mudança • Ausência de recuo • Tendência para separar claramente o processo de REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades fora do âmbito da formação contínua Metodologia de realização • • • • • • • • Analisar a sua prática • • Acumular as relações profissionais e as relações pessoais com os seus próprios colegas e outros especialistas da área Identificar as modalidades de integração de novos recursos na instituição Condições de realização • • fiável conflitual Modo de intervenção Utilizar os recursos existentes na comunidade: • a solo • em equipa clubes de crianças, museus, bibliotecas, • em rede especialistas, grupos de apoio Reconhecer os sintomas de stress profissional • em complementaridade com a família grave e mobilizar os meios necessários para diminuir os efeitos. Posição do interveniente Integrar os seus centros de interesse e • responsabilidade total competências extra-profissionais na • responsabilidade delegada actividade educativa com as crianças. • em complementaridade Tentar especializar-se em certos problemas com a família (tais como: a gestão da agressividade, a criatividade, as actividades com a criança Qualidade do interveniente vítima de maus-tratos, portadora de • estreante ou experiente deficiência, etc.) tornando-se uma fonte de • estagiário; aprendiz informações / expertise para outros educadores / especialistas. Organização do trabalho Aproveitar as oportunidades de promoção • organigrama pessoal, social e de reconhecimento de • contributo específico das competências. novas tecnologias Utilizar sistematicamente os instrumentos de • processo de qualidade análise e de formalização da sua prática. • Existência de uma base de Utilizar formas específicas de seguimento: dados / biblioteca para observação a dois, acompanhamento clínico, informação / documentação etc. 65 Pontos críticos avaliação da actividade educativa e a avaliação global da criança • Flutuações do pessoal • Alterações rápidas / frequentes da legislação, da política e das práticas sociais • Esgotamento • Resignação • Fatalismo • Resistência à mudança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades Metodologia de realização • P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O • Avaliar a sua intervenção • • • • • • Gerir em conjunto o seu interesse e o da pessoa ajudada • • • • • Informar-se e estudar as actividades culturais, • Utilizar como elementos de análise da prática o plano individual de desenvolvimento da criança, a sua evolução, o grau de satisfação profissional e a medida na qual a sua prática apoia as acções terapêuticas dos outros especialistas. Comparar a sua prática com a dos colegas. Estabelecer indicadores de desempenho e critérios de avaliação para cada actividade projectada / desenvolvida. Utilizar o feedback dos outros especialistas para adaptar as suas actividades. Condições de realização • • Integrar a avaliação da sua própria acção nos • resultados de avaliação da relação global de ajuda. Considerar os desempenhos da criança como indicadores da eficácia da sua própria • actividade Ajudar a criança na formação da sua identidade e do seu auto-conhecimento. Associar proporcionalmente o sucesso pessoal aos êxitos da criança Facilitar o contacto da criança com os modelos de sucesso Oferecer à criança diversos modelos comportamentais. Ajudar a criança a fixar objectivos a curto / longo prazo 66 • • • em todas as áreas necessárias Encontros periódicos com as equipas pluridisciplinares da agência (eventualmente com convidados externos) para analisar as evoluções ao nível legislativo, de política pública ou de prática institucional. Política institucional que recompensa as inovações na educação e formação contínua Existência de oportunidades formais de formação contínua (cursos, conferências, seminários) Acesso às informações respeitantes à criança e respectiva família, e às alterações legislativas introduzidas no domínio da protecção de menores em dificuldade Disponibilidade de ferramentas de referenciação do stress Disponibilidade de recursos na comunidade de trabalho Disponibilidade dos exemplos profissionais de Pontos críticos • Rigidez • Competição entre colegas • Comportamento deslocado • Dificuldades de alguns ajudantes em aceitarem realizar uma intervenção global junto da criança devido à concepção que têm da sua profissão • Complexidade da relação de ajuda e riscos do seu tratamento unidimensional • Utilização excessiva do computador em detrimento das relações interpessoais directas • Formulação de diagnóstico e terminologia que estigmatizam a criança REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades Metodologia de realização desportivas… • destinadas às crianças a fim de lhes propor uma utilização inteligente dos seus tempos livres. Conhecer as actividades lúdicas apreciadas pelas crianças • • • • • • • • Conhecer o contexto institucional, político • • • Dispor de critérios de avaliação para cada uma das suas competências Condições de realização • Elaborar periodicamente relatórios que compreendam a avaliação da situação, das necessidades e da evolução da criança, mas também a auto-avaliação das suas necessidades e da relação criança– especialista e criança-criança. Relacionar permanentemente as práticas educativas com os critérios de avaliação fornecidos pelos especialistas. Verificar na prática a validade dos critérios e informar os especialistas. Participar nas reuniões de acompanhamento para analisar os problemas encontrados Definir muito claramente os seus objectivos Elaborar grelhas de observação Seleccionar os instrumentos adequados de avaliação em função da situação e da personalidade da criança. Utilizar formas específicas de monitorização: observação a dois, monitorização clínica, supervisão e intervisão. 67 • • Pontos críticos • Formação de voluntários valor Existência do plano individual de desenvolvimento da criança elaborado pelos especialistas • Ausência de formalização Critérios úteis de análise da das normas deontológicas prática da profissão Disponibilidade de um • Discriminação em relação leque de instrumentos de às minorias auto-avaliação e de avaliação dos • Estigmatização e desempenhos da criança encerramento das crianças Análise da actividade em representações falsas • Monitorização e apoio por parte da equipa de gestão e dos especialistas • Encontros periódicos de análise da situação, das necessidades, da evolução de cada criança - com a participação das pessoas envolvidas • Disponibilidade dos diversos modelos culturais. • existência de uma base de dados / biblioteca legislativa • Recursos materiais (computador, outros • Instabilidade da situação financeira profissional e organizacional das associações e instituições de assistência que trabalham com voluntários. Resulta dessa situação um risco para a manutenção da actividade de assistência • Deficiência das competências profissionais dos ajudantes.. • Ajuda que pode ser REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades Metodologia de realização • • P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O • • Adoptar uma dinâmica de adesão às novas políticas de intervenção junto da criança. • Integrar um conjunto • • Solicitar informações junto da entidade patronal relativamente às alterações legislativas e respectiva aplicação Analisar o impacte da política institucional sobre as actividades profissionais (condicionalismos e oportunidades) e identificar as adaptações necessárias Iniciar e participar nas actividades de recolha de fundos / atracção de novos parceiros Promover a instituição e o interesse da criança na comunidade Respeitar as normas deontológicas da profissão • Participar na implementação das novas políticas de intervenção junto da criança (reuniões…) • Informar e retransmitir a informação sobre as novas modalidades de intervenção • Participar na elaboração dos valores deontológicos e processuais • Interpretar a relação de ajuda como uma articulação dos factores de personalidade de referências específicos da criança com o conjunto de jurídicas, económicas, factores jurídicos, económicos, administrativos, administrativas, psicológicos, culturais, éticos, deontológicos, psicológicas, culturais, • Construir um sistema de referências para a éticas, deontológicas relação de ajuda centrado nas necessidades da criança • Identificar o impacte das condições jurídicas, 68 Condições de realização equipamentos, ligação à Internet, etc.) • Possibilidade de consultar um perito externo • Acesso aos diferentes meios de comunicação e informação Aceitação das origens de cada criança. Pontos críticos estigmatizante para a criança em perigo REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança • Utilizar Metodologia de realização económicas, administrativas, psicológicas, culturais, éticas, deontológicas na sua própria prática profissional • Informar-se e estudar as especificidades culturais (história, língua...) de cada minoria • • adequadamente os procedimentos profissionais, cumprir as formalidades administrativas • • Gerir o fim do acompanhamento social • Preparar o fim da intervenção com suficiente antecedência Estabelecer modalidades de comunicação com a criança após a conclusão formal da relação de apoio, comunicar as oportunidades de valorização socioprofissional que surjam, considerá-la como um recurso potencial para outras relações de ajuda. • Aprender a aplicar procedimentos especiais aconselhados por especialistas de outras áreas. • Tornar-se fonte de informação-formação para outros parceiros envolvidos na relação de ajuda • Desenvolver as aptidões de trabalho em equipa Utilizar o computador para criar bases de dados dos recursos territoriais; para elaborar e transmitir relatórios. Conhecer e utilizar correctamente os meios de comunicação e de informação (diversas formas de telefonia, correios, telégrafo, Internet, imprensa escrita e audiovisual, livros, etc.) para desenvolver e capitalizar as suas competências 69 Condições de realização Pontos críticos REFERENCIAL PROFISSIONAL DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SOTUAÇÃO DE ABANDONO Função Actividades 8 P R O • Participar na gestão F da instituição I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Metodologia de realização • Identificar novos recursos, gerir de forma optimizada os recursos existentes. 70 Condições de realização Pontos críticos ª PARTE III - REFERENCIAL DE FORMAÇÃO DA RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO 71 72 REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 Actividades • Diminuir a E E S C U T A Saber-fazer • Escolher um fundo musical e tons cromáticos com efeito calmante • Reflectir perante o interlocutor o expresso • Desenvolver uma sentimento por este. escuta empática, • Utilizar o contacto activa físico, a distância óptima em relação ao rosto da criança, um tom tranquilizador. • Utilizar a • Explicar o seu papel observação profissional à criança participativa / aos pais. • Integrar a opinião dos pais nas decisões da • Fazer por ser bem intervenção profissional. recebido em casa • Interpretar as da criança manifestações de desconfiança, hostilidade e rejeição da criança. • Integrar o ponto de vista da criança nas • Fazer com que a decisões a tomar. • Respeitar a ajuda seja aceite intimidade de cada criança. • Respeitar os prazos estabelecidos com a criança. ansiedade da criança e/ou dos pais A C O L H I M E N T O SABERES Saber associado • Psicologia do desenvolvimento / das idades • Teoria da comunicação • Técnicas de observação • Técnicas de escuta activa • Ética / deontologia • Elementos de arte teatral • Psicologia dos maus-tratos e do sofrimento • Conhecimento das instituições envolvidas na relação de ajuda • Elementos de direito e de legislação • Conhecimento da família • Conhecimento do contexto multicultural • Motivar a criança para Conhecimentos gerais: 73 Recursos Saber-ser • • • • • • • • • • • • Empático Paciente Perseverante Rigoroso Tolerante Criativo Motivado, Motivador Compreensivo Convincente Atento Envolvido na tarefa Equilibrado do ponto de vista emocional • Curioso • Ético na relação - Ser responsável e dominar o funcionamento da instituição - Disponível - Tranquilizador - Acessível Ferramentas pedagógicas • • • • role play jogos didácticos análise de casos tecnologias de informação Condições materiais gerais • • • • • • espaço especialmente equipado enquadramento formal e informal para análise de casos com uma equipa interdisciplinar de especialistas rede de computadores para a comunicação interna na organização (por escrito, áudio ou vídeo) base documental: diversos tipos de grelhas de avaliação, formulários de registo / relatórios, actos jurídicos internos e nacionais, etc. informações sobre os "actores sociais" do sector parceiros internos e externos à instituição Recursos humanos • Base de dados contendo informações sobre os actores sociais pertencentes ao contexto no qual os jovens se situam • Espaços lúdicos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 1 A C O L H I M E N T O E E S C U T A Actividades SABERES Saber-fazer aceitar a relação de • Intervir na área do ajuda • Informar-se sobre a sofrimento, dos história de sofrimento maus-tratos, ser capaz de fazer face da criança • Utilizar histórias e à indigência, jogos terapêuticos. trabalhar na • Personalizar a reparação, relação, respeitar a intimidade, o segredo • Recorrer à escuta • Colocar os seus • activa Proporcionar um limites e integrar a sistema de valores complementariestável e constante dade, a não • Observar as omnipotência, ser interacções entre as capaz de explicitar crianças o seu papel • Estimular a criança a personalizar o seu espaço de vida • Ajudar a criança a • Contribuir para a situar-se numa manutenção e relação de interpretação das substituição, a relações da criança orientar-se em com a sua família laços complexos • Favorecer o papel da família e dos colaboradores na relação de ajuda. Saber associado História, etnologia e sociologia das minorias; Psicologia etnocultural; Psicologia da família Técnicas de observação Expressão dramática Técnicas de optimização dos espaços Enquadramento jurídico e legal Metodologias • Trabalho de grupo com as crianças e os seus pares • Trabalho individual com as crianças 74 Recursos Saber-ser • Equipas multidisciplinares e pluridisciplinares Outros apoios: • • • Vídeos, CD-ROM, DVD, filmes, livros Serviços de apoio telefónico Documentos explicativos adequados: contos, desenhos explicando o funcionamento da intervenção. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 Actividades • Efectuar um I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S diagnóstico completo do estado actual da criança do ponto de vista médico, sóciofamiliar e psicológico • Interpretar o comportamento da criança • Hierarquizar e/ou determinar as prioridades na satisfação das necessidades da criança SABERES Saber-fazer • Solicitar informações e expertise da parte dos outros especialistas. • Observar o comportamento da criança • Estabelecer a ordem de prioridades na satisfação das necessidades. • Identificar e obter os recursos necessários às necessidades da criança. • Avaliar regularmente as necessidades da criança, comparando-as com as avaliações precedentes • Adaptar as próteses às N E C E S S I D A D E S características da criança • Determinar modalidades de compensação ou de realização de próteses para as crianças portadoras de deficiências sensoriais e/ou neuromotoras • Formar novos hábitos adaptativos para compensar os hábitos perdidos. • Oferecer modelos de interpretação do comportamento dos pais • Observar e registar o comportamento dos pais na relação com a criança Saber associado • • • • Saber-ser Psicologia social Pedagogia cooperativa Pedagogia participativa Psicologia do desenvolvimento • Conhecimentos psicológicos, etnológicos e sociológicos da interculturalidade • Teoria da comunicação • Regras deontológicas • Técnicas de aconselhamento • Teorias das necessidades • Teoria do apego Abordagem da literatura e do cinema • • • • • • • • • • • • • • Psicologia dos maustratos e do sofrimento • • • • • Conhecimento dos direitos da criança • Elementos de conhecimento do desenvolvimento psicomotor e elementos de conhecimento médico 75 Empático Paciente Perseverante Rigoroso Tolerante Criativo Motivado Motivador Compreensivo Convincente Atento Envolvido na tarefa Equilibrado do ponto de vista emocional • Curioso Resistente ao stress e à frustração Resiliente Dinâmico Ético Firme • Capaz de aculturação, particularmente nas intervenções no domicílio das pessoas itinerantes Recursos Ferramentas pedagógicas • Role play • Jogos didácticos • Análise de casos • Actividades lúdicas • Actividades artísticas • Actividades desportivas. Condições materiais gerais • espaço especialmente equipado • espelhos espiões • equipamento áudio/vídeo • enquadramento formal e informal para análise de casos com uma equipa interdisciplinar de especialistas • base documental: diversos tipos de grelhas de avaliação, formulários de registo/relatórios, actas jurídicas, manuais de boa prática, análises de casos significativos. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 SABERES Actividades Saber-fazer • Ajudar a criança a I D E N T I F I C A Ç Ã O D A S N E C E S S I D A D E S reflectir sobre a inadequação dos seus pais ou sobre a ausência destes. • Avaliar os sintomas associados ao abandono, remediálos em função da idade • Gerir as descontinuidades (associadas às decisões judiciais, às mudanças de família de acolhimento…) • Avaliar o risco de marginalização e de maus-tratos da criança • Identificar e desenvolver estratégias de adaptação aos comportamentos inadequados dos adultos / pais. • Elaborar uma lista completa dos sintomas determinados pelo abandono Saber associado • Convenções específicas em matéria de protecção da criança. • Teoria da resiliência - Teoria sistémica - Teoria das relações humanas - Sociologia da família • Aplicar modalidades terapêuticas adequadas, recomendadas pelo especialista. • Preparar a criança para fazer face às mudanças previstas na relação de ajuda. • Avaliar a integração social da criança no grupo de actividade, • Avaliar o risco de a criança maltratar outras crianças, • Avaliar o nível de auto- estima da criança • Favorecer a reconstrução narcísica • Criar oportunidades de valorização da criança 76 Saber-ser Recursos Recursos materiais diversos Ferramentas de avaliação das necessidades individuais REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 2 SABERES Actividades Saber-fazer • Saber associado Ajudar a criança a estabelecer metas e objectivos realistas. 77 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Q U O T I D I A N A SABERES Actividades • Dinamizar, favorecer o desenvolvimento dos recursos da pessoa ajudada, a sua resiliência Saber-fazer • Valorizar as aptidões • • • Apreciar as necessidades de cada • pessoa (materiais, psicológicas, sociais, culturais, espirituais) • Desenvolver a • capacidade das crianças para pedirem • e oferecerem ajuda. • Adaptar o tipo de ajuda às particularidades da criança e à sua situação • • • Incentivar a autonomia • • de cada criança Proporcionar experiências e ambientes diversos Envolver as crianças nas actividades específicas da vida em família Interpretar o comportamento da criança como um possível indicador de uma necessidade não satisfeita. Propor modelos culturais diversos. Utilizar métodos da pedagogia dramática e da pedagogia social (animação sociocultural) Graduar a intensidade da assistência, para que a criança não se torne passiva ou dependente do adulto Estimular as crianças a tomarem decisões. Transformar os fracassos em situações de aprendizagem. Realizar exercícios de deslocação/orientação Saber associado • Conhecimentos técnicos básicos: socorro de emergência, ergonomia, higiene, saúde pública. • Conhecimento da família • Psicologia social • Pedagogia cooperativa • Pedagogia participativa • Psicologia do desenvolvimento • Artes plásticas • Geografia e história locais • Desportos (de equipa) • Trabalhos manuais • Técnicas de criatividade • Técnicas de motivação • Elementos de direito e de legislação • Conhecimentos técnicos básicos: Socorro de urgência, • Ergonomia, higiene, saúde pública • Conhecimento da família • Psicologia social Som, música e luz. 78 Recursos Saber-ser • • • • • • • • • • • • • • • • • Empático Paciente Perseverante Rigoroso Tolerante Criativo Motivado Motivador Compreensivo Convincente Atento Emocionalmente equilibrado Resiliente Colaborador Com capacidade de iniciativa Capaz de se envolver numa reflexão e comunicação éticas e deontológicas com outros profissionais. Constituir um modelo para a criança através das suas acções quotidianas • Imparcial, não discriminatório • Sensível ao sofrimento psíquico associado às desigualdades sociais Condições materiais gerais • espaço especialmente • • • • • • equipado (ex. : espelho espião) registos audiovisuais e visionamentos das situações de comunicação dos profissionais registos áudio/vídeo (para amplificação) ferramentas de recolha de informação e avaliação base documental: diversos tipos de protocolos e guias, formulários, registo/relatórios, etc. meios materiais (incluindo transporte) para observar “na natureza ” formas específicas de comunicação: procissões, rituais, acontecimentos especiais, etc. Infra-estruturas adaptadas às crianças com deficiência REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 3 A S S I S T Ê N C I A À V I D A Q U O T I D I A N A SABERES Actividades • Formar para a autonomia pessoal e social as crianças portadoras de deficiências sensoriais e/ou psicomotoras Saber-fazer espacial dentro da instituição e no espaço social aberto. • Utilizar as • • • • Definir o quadro de vida (higiene, trabalhos domésticos, segurança, ergonomia) • • Desenvolver a motivação para o ensino e a formação de novas competências • Desenvolver valores cívicos • • oportunidades de lazer da comunidade. Utilizar diversas variantes de um método ou técnica para realizar um objectivo preciso. Ensinar a criança a utilizar e a cuidar dos electrodomésticos específicos para as actividades domésticas. Adaptar as infraestruturas, os métodos de aprendizagem, etc... às necessidades das crianças deficientes Criar hábitos de colaboração e de ajuda recíproca. Cultivar os valores cívicos – a solidariedade, a participação, o envolvimento - por meio de actividades adequadas à idade. Saber associado Conhecimentos das técnicas relacionadas com a relação de ajuda, das técnicas de acompanhamento social e psicológico, bem como das técnicas de desenvolvimento social e humano. Psicoterapias - terapia pela arte, musicoterapia Noções elementares de outras línguas (línguas das minorias) Conhecimento dos métodos educativos e de intervenção junto das crianças abandonadas e/ou deficientes Conhecimentos de gestão de recursos Recursos Saber-ser • Documentos explicativos adequados às crianças abandonadas e/ou deficientes, explicando o funcionamento, a organização da intervenção e os direitos e deveres da criança Ferramentas pedagógicas • Role play • Jogos didácticos • Análise de casos • Ferramentas lúdicas • Ferramentas ligadas às actividades artísticas • Ferramentas ligadas às actividades desportivas Rede Parceria com as municipalidades, as escolas 79 REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades • Compreender os Saber-fazer • Identificar as palavras- diferentes modos de comunicação (verbal, • não verbal…) • C O M U N I C A Ç Ã O • • • Escutar, observar, transmitir observações oralmente, por escrito • • • • • • Manter uma • conversa • • Emitir uma • mensagem estímulo na comunicação das crianças. Interpretar o sentido da comunicação da criança através do jogo, do desenho, etc., Parafrasear o discurso da criança. Adaptar o comportamento não verbal à conduta da criança. Procurar e verificar as informações provenientes de outras fontes. Interpretar os diversos tipos de choro. Interpretar a agressividade/ auto-agressividade da criança. Respeitar o ritmo de comunicação da criança e adaptar-se a ele. Informar o referente e a equipa de trabalho de todas as alterações no desenvolvimento da criança. Observar e registar o comportamento da criança Verificar as informações imprecisas. Preparar o encontro estruturando as informações a receber e a transmitir. Adaptar-se aos interlocutores de meios SABERES Saber associado • Psicologia social • Psicologia do desenvolvimento / das idades: • Teoria da comunicação • Técnica de escuta activa • Actividades de expressão • Sociologia / Método de observação • Metodologia da conversação • Ética / deontologia • Entrevista • Arte teatral • Linguística / ciência da linguagem • Técnicas de comunicação verbal e não verbal • Noções elementares de outras línguas (línguas das minorias) • Novas tecnologias • Técnicas de elaboração de relatórios e de registos • Técnicas de entrevista • Técnicas de análise de conteúdo • Convenção dos Direitos da Criança 80 • • • • • • • • • • • • • • • • • • Saber-ser Empático Paciente Perseverante Rigoroso Tolerante Criativo Motivado Motivador Compreensivo Convincente Atento Envolvido na tarefa Equilibrado do ponto de vista emocional Curioso Flexível, maleável Resiliente Capaz de aculturação Acessível Recursos Condições materiais gerais • espaço especialmente equipado (ex. : espelho espião) • registos audiovisuais e visionamento das situações de comunicação dos profissionais • meios materiais (incluindo transporte) para observar “na natureza ” formas específicas de comunicação: procissões, rituais, acontecimentos especiais, etc. • documentos explicativos adequados: contos, desenhos explicando o funcionamento da intervenção. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 Actividades adequada à situação, ao interlocutor C O M U N I C A Ç Ã O Saber-fazer • • • Identificar as • informações • • Desenvolver a capacidade de expressão verbal e não verbal da criança • Corrigir as perturbações da linguagem das crianças • Formar para as aptidões metalinguísticas • Criar e manter sociais e culturais diferentes. • Legislação nacional referente à família e à oralmente e por escrito criança Transmitir as informações de • Elaboração de forma não ameaçadora. genogramas Integrar as novas tecnologias na comunicação em rede com os parceiros da equipa interdisciplinar Avaliar a justeza e utilidade das informações em função da fonte Estabelecer correlações entre as informações provenientes de diversas fontes, Realizar actividades de enriquecimento do vocabulário. Realizar as actividades de educação da expressividade da fala. Aplicar técnicas ortofónicas de melhoramento da pronúncia, do ritmo e da fluência do discurso. Aplicar os exercícios de correcção da linguagem escrita, de aprendizagem da linguagem mímico-gestual das crianças surdas profundas Realizar exercícios de abordagem de novos termos. • Exprimir-se de forma clara • Transmitir diferentes fontes de informação SABERES Saber associado • • • • circuitos de • comunicação com os pais, com os especialistas • Realizar exercícios de 81 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 4 C O M U N I C A Ç Ã O Actividades Saber-fazer • Abrir novas vias de comunicação com as • • crianças • Ter em conta a interculturalidade • • • criatividade linguística, jogos verbais. Construir a base de dados. Utilizar o desenho, a música, a dança, os animais de companhia, o computador, etc. com as crianças que não comunicam verbalmente Ajudar as crianças a compreender a sua própria cultura. Conhecer as especificidades socioculturais das crianças oriundas das minorias Comunicar com as crianças na língua materna. Ajudar as crianças a utilizar a língua do país em que vivem SABERES Saber associado 82 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades Saber-fazer Saber associado Empático • Paciente • Perseverante • Rigoroso • • Sociologia / Métodos de observação • Tolerante • Psicologia social intervenção personalizada • Psicologia do desenvolvimento / das idades relação • Situar-se numa relação de apoio (saber encontrar a distância correcta, fazer a distinção entre o seu desejo e o desejo do outro) • Construir a capacidade de autoconhecimento da criança • Desempenhar o papel de mediador com o ambiente escolar, socioeconómico e cultural não satisfeitas da criança em objectivos a alcançar. • Organizar eventos para festejar os momentos importantes para a criança • Identificar as preferências de cada criança • Encorajar a iniciativa da criança • Ensinar as crianças a tomarem decisões • Proporcionar um sistema de valores coerente e aberto. • Ter em conta os desejos dos outros, mesmo que não correspondam aos seus próprios desejos • Utilizar a comparação social • Utilizar as técnicas psicológicas de diagnóstico. • Realizar actividades de conhecimento e aceitação das alterações corporais. • Explicar às crianças oriundas de minorias étnicas a sua cultura. • Informar-se sobre a história de sofrimento da criança • Teoria da comunicação • Técnicas de escuta activa Criativo • Metodologia de conversação • Motivado • Ética / deontologia • Motivador • Compreensivo • Convincente • Conhecimento dos maus-tratos • Atento • Teoria da resiliência • Envolvido na tarefa • Equilibrado do • Arte teatral • Conhecimentos médicos básicos: • Teoria do apego • Semiologia (interpretação dos símbolos • Psicologia dos maustratos e do sofrimento 83 Recursos Saber-ser • • Elaborar o plano de • Transformar as necessidades • Personalizar a A C O M P A N H A M E N T O SABERES ponto de vista emocional Ferramentas pedagógicas • • • • Role play Jogos didácticos Análise de casos Grupos de sociabilização • brainstorming Condições materiais gerais • espaço especialmente equipado (ex. : espelho espião) • registos audiovisuais e visionamento das situações de comunicação dos profissionais • meios de comunicação (telefone, computador, fax, etc.) • "actores" capazes de desempenhar diversos papéis (entre os estagiários, os formadores ou os profissionais) REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 Actividades SABERES Saber-fazer • Observar e anotar a evolução da criança. sofrimento, dos • Utilizar histórias e jogos maus-tratos, ser terapêuticos. capaz de fazer face à indigência, trabalhar • Gerir a urgência na reparação, • Explicar os direitos da criança • Brincar com a criança • Prevenir todos os • Recorrer à escuta activa tipos de maus-tratos • Assegurar a manutenção dos (físico, psicológico) laços entre os pais e os filhos em caso de prisão • Explicar à criança o modo de • Colocar-se como funcionamento do sistema de profissional numa protecção de menores relação de • Propor modelos substituição da alternativos de interpretação família de origem positiva das suas experiências de colocação anteriores • Preparar a criança para fazer • Acompanhar a face às mudanças previstas na família de origem a relação de ajuda. fim de lhe permitir • Conhecer a história da relação participar na da criança com a sua família educação da sua • Observar a interacção da criança criança com a sua família • Avaliar a oportunidade da • Gerir as continuidade da relação da descontinuidades criança com a sua família (associadas às decisões judiciais, às • Informar a família sobre a evolução da criança mudanças de família Saber associado • Curioso • Intervir na área do A C O M P A N H A M E N T O Saber-ser • Firme • História, etnologia e sociologia das minorias • Acessível • Psicologia etnocultural • Conhecimentos das • Aberto técnicas de intervenção nas situações de stress • Reactivo face às e de frustração Recursos • meios materiais (incluindo transporte) para observar “na natureza ” formas específicas de comunicação: procissões, rituais, acontecimentos especiais, etc. • base documental: diversos tipos de protocolos e guias, • Elementos de direitos situações de perigo, de formulários de da criança e do homem registo/relatórios, etc. crise • Teoria sistémica - Dinâmica de grupo • Assertivo - Teorias da • Programas de personalidade competências sociais - Necessidades • Confiante educativas especiais Rede • Teorias de advocacy e de empowerment • Técnicas de grupos de sociabilização (autoestima, controlo da agressividade) 84 Parceria com as municipalidades, as escolas, os outros profissionais REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 5 de acolhimento…) A C O M P A N H A M E N T O SABERES Actividades • Integrar a criança na sua própria família Saber-fazer Saber associado • Associar a família para desempenhar o seu papel na coerência e na continuidade. • Assegurar a manutenção dos laços entre os pais e os filhos em caso de prisão 85 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 Actividades • Propor modalidades de interpretação dos problemas de desenvolvimento da comportamento dos resiliência da criança adultos/ das crianças. • Propor modelos e estratégias de abordagem construtiva dos problemas. • Securizar através • Incutir nas crianças o de uma relação controlo sobre o seu fiável, ser capaz de próprio comportamento. recriar laços • Ajudar a criança a interpretar a sua experiência de vida. • Estimular a criança a falar • Reduzir a das suas relações com os ansiedade e/ou as adultos. fobias das crianças • Negociar com a criança as regras, os direitos, os deveres, as recompensas. • Gerir a • Avaliar o medo da agressividade, os criança. conflitos, as • Utilizar a técnica da situações de dessensibilização violência sistemática • Observar o comportamento da criança e anotar os incidentes. • Avaliar o risco de • se tornar o próprio uma fonte de frustração e de para a criança • Securizar o acesso • violência Ensinar as crianças a aos programas resolver os seus conflitos televisivos e a certos através da negociação. sites visuais • Canalizar a agressividade • Favorecer o P R O T E C Ç Ã O Saber-fazer • • • • • • • • • • • • • SABERES Saber associado Música e luz Modelagem Horticultura Ergonomia Design, arquitectura Psicologia do desenvolvimento / das idades Teorias e técnicas de comunicação e de mediação Regras deontológicas Técnicas de aconselhamento Teoria da comunicação Dinâmica de grupo Técnicas de negociação Princípios básicos das regras e protocolos de qualidade de segurança Saber-ser • Empático • Paciente • Perseverante • Rigoroso • Tolerante • Criativo • Motivado • Motivador • Compreensivo • Convincente • Atento • Envolvido na tarefa • Equilibrado do ponto de vista emocional • Curioso / interessado • Tranquilizador • Positivo • Responsável • Conhecimentos psicológicos, etnológicos • Participativo e sociológicos da interculturalidade • Parceiro na relação • Conhecimentos de • Cooperante segurança rodoviária. • Conhecimentos médicos: • Inovador • Resiliente - Higiene e segurança. - Nutrição / Estilos de • Elevado nível de vida saudáveis inteligência social e • Conhecer os emocional comportamentos de risco: comportamentos • Corajoso adictivos, toxicologia. • Conhecimentos básicos 86 Recursos Ferramentas pedagógicas • Role play • Jogos didácticos • Jogos desportivos • Terapia teatral • Análise de casos Condições materiais gerais • espaço especialmente equipado • equipamento audiovisual (registo e restituição de exercícios - projecções de trabalhos) • espelhos espiões • registos áudio/vídeo (para amplificação) • base documental: diversos tipos de protocolos e guias, formulários de registo/relatórios, etc. - Meios informáticos - Novas tecnologias de informação / comunicação - Robótica REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 6 P R O T E C Ç Ã O Actividades Saber-fazer da criança • Utilizar o contrato com as crianças mais agressivas. • Dominar os • Bloquear os sites para protocolos de adultos qualidade, de • Interpretar os segurança comportamentos violentos. • Criar um meio securizado. • Formar os • Diminuir os riscos comportamentos próidentificados. sociais • Avaliar o risco de maustratos e de abusos. • Prevenir as doenças • Utilizar o role play para e / ou assegurar os gerar sentimentos primeiros socorros, altruístas, empáticos. conforme o caso • Formar hábitos de observância das regras de • Ajudar a criança a higiene, de alimentação reencontrar a autosaudável confiança e a • Recorrer à escuta activa confiança nos • Encorajar as adultos • iniciativas da criança • Recorrer ao role play e ao • Integrar a sua estudo de casos acção numa política • Respeitar a de prevenção confidencialidade (crianças de rua, • Apresentar às crianças os exploração, seus direitos e elementos escravatura de legislação. moderna) • Informar a criança sobre as drogas e os seus efeitos nocivos na saúde. • Cooperar com a Polícia SABERES Saber associado de informática e Internet • Conhecimentos psicológicos, etnológicos e sociológicos da interculturalidade • Psicologia e sociologia da violência • Psicologia dos maustratos e do sofrimento • Técnicas cognitivocomportamentais 87 Saber-ser Recursos Base documental: • Diferentes tipos de protocolos e de guias • Formulários de registo (relatórios, grelha ecológica, genograma) REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 Actividades E A N I M A Ç Ã O Saber-fazer • Utilizar as crianças e as relações entre as crianças autonomia como fontes de aprendizagem. • Encorajar a participação das crianças nas • Mobilizar as actividades da comunidade técnicas de • Ensinar as crianças a animação planificarem ea adequadas às organizarem diversas idades, aos gostos actividades. • Utilizar o role play, o jogo didáctico, a dramatização, o torneio, etc. • Utilizar as novas • Utilizar técnicas de tecnologias estimulação da criatividade. • Utilizar as novas • Saber impor um tecnologias nas actividades enquadramento correntes. suficientemente • Negociar com as crianças amplo, firme e as regras, as recompensas coerente, sem ser e sanções que lhes estão rígido, e adaptá-lo ao associadas. longo do tempo • Associar as crianças na interpretação e sanção dos comportamentos que infringem os limites • Proporcionar um acordados ambiente estimulante • Identificar as preferências de cada criança • Incentivar a S O C I A L I Z A Ç Ã O SABERES Saber associado • Pedagogia cooperativa • Empático • Pedagogia participativa • Paciente • Psicologia do desenvolvimento • Perseverante • Conhecimentos psicológicos, etnológicos e sociológicos da interculturalidade • Teoria da comunicação • Regras deontológicas • Técnicas de aconselhamento • Dinâmica de grupo • Técnicas de gestão de conflitos • Artes plásticas • Desportos (de equipa) • Trabalhos manuais • Técnicas de criatividade • Conhecimentos informáticos básicos: 88 Recursos Saber-ser • Rigoroso • Tolerante • Criativo Ferramentas pedagógicas • • • • Role play Jogos didácticos Análise de casos Ferramentas para as actividades lúdicas • Ferramentas para as actividades artísticas • Motivado Condições materiais gerais • Motivador • espaço especialmente equipado (ex. : espelho espião) • Compreensivo • Convincente • Atento • Envolvido na tarefa • registos audiovisuais e visionamento das situações de comunicação dos profissionais, manuais de boas práticas • Equilibrado do ponto de • "actores" capazes de vista emocional desempenhar diversos papéis (entre os • Curioso / interessado estagiários, os formadores ou os • Resistente ao stress e profissionais) à frustração REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 S O C I A L I Z A Ç Ã O E A N I M A Ç Ã O Actividades SABERES Saber-fazer • Organizar actividades educativas segundo os • Integrar os agentes centros de interesse de socialização nos processos de desenvolvimento • Utilizar a fórmula "aprender fazendo" • Estimular e valorizar a criatividade • Integrar as crianças portadoras • Utilizar no programa pessoal a apoio dos pais de deficiência em ou das pessoas que diversas actividades tenham assistido às comuns, para que situações de vida tenham anteriores da criança. oportunidades iguais • Propor actividades comuns de valorização. para as crianças • Desenvolver a portadoras de deficiências criatividade das e para as crianças crianças normais. • Explicar às crianças o modo de funcionamento da sociedade e os valores da • Desenvolver o democracia. espírito cívico • Envolver as crianças nas acções a favor de causas de interesse local, etc. • Propor actividades • Favorecer a adaptadas para viver em formação da conjunto em bom Saber associado • Técnicas de motivação Saber-ser • Resiliente Competências sociais • Construção de • Activo no seu meio projectos de vida natural de vida (exercício • Orientação profissional da cidadania). • Técnicas de criatividade • Desenvolvimento da auto-estima • Conhecimentos de anatomia, de contracepção • Teoria da sensorialidade • Regras de higiene e segurança • Organização do quadro de vida • Maus-tratos e violência familiar • Técnicas de trabalho de grupo • Violência e desvio • Crianças com necessidades educativas especiais 89 Recursos • registos áudio/vídeo (para amplificação) • base documental: diversos tipos de protocolos e guias, formulários de registo/relatórios, etc. • meios materiais (incluindo transporte) para observar “na natureza ” formas específicas de comunicação: procissões, rituais, acontecimentos especiais, etc. • Documentos importantes referentes a cada problemática, objecto de acompanhamento. REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 identidade sexual S O C I A L I Z A Ç Ã O E A N I M A Ç Ã O SABERES Actividades • Valorizar a identidade cultural das crianças pertencentes às minorias étnicas Saber-fazer entendimento • Apresentar os papéis sociais de cada sexo e fazer uma leitura crítica • Realizar as actividades de • conhecimento da língua, religião, tradições, valores, rituais, personalidades e produtos específicos da respectiva cultura. Estimular a participação das crianças nos acontecimentos importantes da respectiva minoria Saber associado (abandono) • Políticas nacionais de saúde e de auxílio a crianças e às respectivas famílias • Religião e cultura • Legislação comunitária • Conhecimentos informáticos básicos • Internet • Técnicas de aconselhamento • Histórias de vida e processos identitários • Conceito de resiliência • Conceito de inteligência emocional • Participação e responsabilidade • Regras deontológicas • Trabalho em rede e recursos • Equipamento e gestão dos espaços educativos • Educação e vida privada 90 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 7 S O C I A L I Z A Ç Ã O Actividades SABERES Saber-fazer Saber associado • Recompensas e punições • Psicologia do desenvolvimento e puberdade • Sociologia da família • Modelo sistémico de trabalho com as famílias • Educação sexual E A N I M A Ç Ã O 91 Saber-ser Recursos REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 Actividades • Participar nos cursos de formação contínua • Informar-se permanentemente sobre as • Pedir ajuda novidades profissionais. • Assistir às actividades • Procurar recursos terapêuticas fora do âmbito da implementadas por outros formação contínua especialistas. • Reencaminhar o caso para outros especialistas quando a situação • Analisar a sua ultrapassa as suas prática competências • Reconhecer os sintomas do stress profissional grave. • Integrar os seus centros • Avaliar a sua de interesse e intervenção competências. • Utilizar formas específicas de seguimento: observação a dois, • Reconhecer os acompanhamento clínico, seus limites, eliminar etc. a omnipotência • Comparar a sua prática com a dos colegas. • Aceitar as • Estabelecer indicadores de frustrações, a não desempenho e critérios de reciprocidade avaliação para cada actividade. • Utilizar o feedback dos • Gerir em conjunto outros especialistas para o seu interesse e o melhorar as suas da pessoa ajudada • Ter formação contínua P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Saber-fazer • • • • • • • • • • • SABERES Saber associado Psicologia social Pedagogia cooperativa Pedagogia participativa Psicologia do desenvolvimento Conhecimentos, etnológicos e sociológicos da interculturalidade Teoria da comunicação Conhecimentos informáticos básicos: Regras deontológicas Conhecimentos informáticos básicos: Princípios básicos das regras e protocolos de qualidade de segurança Regras deontológicas • Metodologias formais e • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Empático Paciente Perseverante Rigoroso Tolerante Criativo Motivado Motivador Compreensivo Convincente Atento Envolvido na tarefa Equilibrado do ponto de vista emocional Curioso / interessado Resistente ao stress e à frustração Ético Organizado e sistemático Metódico Observador Objectivo • Confidente Espírito empresarial no • Aberto às novas domínio social políticas de intervenção Economia social Política social Antropologia cultural Análise crítica reflexiva sobre a prática profissional informais • Sociologia do trabalho • • Gestão e administração • social • • Saber-ser 92 Recursos Ferramentas pedagógicas • Role play • Jogos didácticos • Terapia teatral • Análise de casos • Reuniões • Testemunhos • Encontros profissionais Condições materiais gerais • espaço especialmente equipado • instruções / tutores com experiência na prática directa com as crianças e formação teórica adequada • ferramentas audiovisuais • espelhos espiões • base documental: diversos tipos de grelhas de avaliação, formulários de registo / relatórios, actos jurídicos internos e nacionais, manuais de boas práticas, • análises de casos significativos, etc. • E-learning • Nova tecnologias e REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades Informar-se e estudar as actividades culturais, desportivas, etc. destinadas às crianças, a fim de lhes propor uma utilização inteligente dos seus tempos livres. Saber-fazer • • • • • Dispor de critérios • de avaliação para cada uma das suas competências • • Conhecer o contexto institucional, político • Adoptar uma • dinâmica de adesão às novas políticas de • intervenção junto da criança. • Integrar um SABERES Saber associado actividades. Métodos de supervisão e de intervisão Definir claramente o seu papel na relação de ajuda. Comunicar com os outros especialistas Controlar a frustração para que ela não se reflicta na relação com a criança. Ajudar a criança a fixar objectivos a curto / longo prazo Informar-se sobre as actividades lúdicas apreciadas pelas crianças. Relacionar permanentemente as práticas educativas com os critérios de avaliação fornecidos pelos especialistas. Verificar na prática a validade dos critérios e informar os especialistas. Participar nas reuniões de acompanhamento para analisar os problemas encontrados Promover a instituição e o interesse da criança na comunidade Respeitar as normas deontológicas da profissão • conjunto de referências jurídicas, • económicas, administrativas, psicológicas, • Participar na culturais, éticas, implementação das novas deontológicas 93 Recursos Saber-ser • • meios informáticos Estudos Investigações REFERENCIAL DE FORMAÇÃO PARA A RELAÇÃO DE AJUDA A CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE ABANDONO Função 8 P R O F I S S I O N A L I Z A Ç Ã O Actividades • Dominar os protocolos de qualidade, de segurança Saber-fazer • • • Utilizar adequadamente os procedimentos profissionais, cumprir • as formalidades administrativas • • Gerir o fim do • acompanhamento social • Desenvolver as aptidões de trabalho em equipa • • Participar na gestão da instituição • políticas de intervenção junto da criança Informar e retransmitir a informação sobre as novas modalidades de intervenção Identificar o impacte das condições jurídicas, económicas, administrativas, psicológicas, culturais, éticas, deontológicas na sua prática profissional Informar-se e estudar as especificidades culturais de cada minoria Preparar o fim da intervenção a montante Estabelecer as modalidades de comunicação com a criança após o fim formal da relação de apoio Tornar-se a fonte de informação e formação para os outros parceiros envolvidos na relação de ajuda. Identificar os novos recursos, administrar eficazmente os já existentes. SABERES Saber associado 94 Saber-ser Recursos ª PARTE VI – ANEXO GUIA DE VIAGEM PARA A TRANSFERÊNCIA 95 96 Guia de viagem para a transferência 2 FAZER A MALA 9 3 ITINERÁRIO GRAUS DE SATISFAÇÃO 1 8 ENCONTROS Finalidade da transferência Bom-trato Dignidade Públicos em situação de abandono 7 TOMAR NOTAS TIRAR FOTOGRAFIAS 4 ACOMPANHANTES PARCEIROS 5 6 HISTÓRIA E CULTURA DO PAÍS 97 OS GUIAS 1 – FINALIDADE DA VIAGEM PERSPECTIVA DO CHEFE DE PROJECTO PERSPECTIVA ANGLO-SAXÓNICA ESCANDINAVA OBJECTIVOS OPERACIONAIS OBJECTIVO GERAL Pág. 51 - Diagnóstico das necessidades - Identificar os entraves - Visar os problemas Desenvolver Consolidar Relação de ajuda pág. 13 § 3.2 *definida pág.12 §2.1 Pág. 11 doc. 3 (referencial profissional) * PARA QUÊ VIAJAR? Finalidade *definida pág. 11 § 1.1 * Abandono dignidade Maus-tratos Bom-trato Desigualdade de oportunidades PERSPECTIVA AVALIADOR Pág. 32 § 1 pág. 9 pág. 23 docum. 2 ponto situação igualdade de oportunidades pág. 29 § 1 4.4 GESTÃO DA QUALIDADE Pág. 63 § E 1. 4 98 2 – FAZER A MALA • CAIXA DE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS PROFISSÃO - Parceria DE MONITORIZAÇÃO DE APOIO Definido pág. 48 Composição em anexo DE PRODUÇÃO Definido Pág. 19 § 10 - Pontos críticos - Processo de qualidade - Avaliação por critérios - Descompartimentação e transversalidade - Novos processos ILUSTRADO DOCUMENTO N°3 Definido pág. 17 § 715 pág. 63 pág. 64 pág. 17 § 717 § 17 § 72 • DESPERTADOR - Tempo concedido - Calendário de reuniões - Calendário de realização pág. 53 54 55 • ESCOVA DE DENTES - Inovação - Novas abordagens pág. 16 § 7 pág. 16 (alínea 71...) ACESSORIAMENTE MEDICAMENTOS - Paracetamol / aspirina - Tranquilizante «Isto dá-me cabo da cabeça» «Já estou pelos cabelos» «Estou farto» 3 – ITINERÁRIO (DA TRANSFERÊNCIA) 99 PONTO DE PARTIDA RELAIS I Que formas de abandono FRANÇA CONTROLOS DE RADAR Que relação de ajuda ITALIA Que profissionalização de actores ROMÉNIA CONTROLOS DE RADAR IDA-E- VOLTA DE: AVALIAÇÃO DE : DK : EXPERTISE TRABALHO SOCIAL DK : METODOLOGIA HUNGRIA PORTUGAL FASE I FASE II PONTO DE CHEGADA RELAIS II 100 BULGÁRIA 4 – ACOMPANHANTES – PARCEIROS DE VIAGEM I. QUEM? FAZ O QUÊ QUADRO SINÓPTICO (pág. 30-31 formulário) PARTENER - LÍDER ROMÉNIA PERITO CIENTÍFICO UNIVERSIDADE AIC-IASI GIP FIPAG - EXPERTISE CIENTÍFICA PROMOTOR GESTOR DO PROJECTO ROMÉNIA OS ANTIGOS FRANÇA OS NOVOS GRETA LEMAN BULGÁRIA HUNGRIA EXPERIMENTAÇÃO PORTUGAL PERITO CIENTÍFICO APROPRIAÇÃO Beneficiários da transferência DE PRO INNOVATION PERITO AVALIAÇÃO DK KOEDS SKOLE PERITO TRABALHO SOCIAL LÍDER FRANÇA VALORIZAÇÃO OS PERITOS II. OS ASSOCIADOS Quadro dos 55 organismos associados pág. 39, 40, 41, 42, 43, 44 FORMULÁRIO III . MODO DE FUNCIONAMENTO DA PARCERIA IV. FORMAS DE COOPERAÇÃO Em cada país Entre os países V. pág. 17 § 7,4 PARCEIROS SOCIAIS pág. 45 FORMULÁRIO TRABALHO EM REDE FORMAS DE ABANDONO COMPETÊNCIAS pág. 17 § 743 TRATAMENTO DIVERSIDADES SITUAÇÃO COMPARADA página 18 § 744 101 5 – OS GUIAS FORMULÁRIO pág. 47 II O LÍDER (pág. 47§ 262) O GRUPO DE APOIO Relatório Relatório III I PERITOS CIENTÍFICOS (pág. 47§263) CHEFE DE PROJECTO REPORTAM A CRIANÇAS ADOLESCENTES IDOSOS COMISSÃO DE CONTROLO (formulário pág. 47 § 2.6.1) GRUPO DE INVESTIGAÇÃO - PRODUÇÃO Observação IV. AVALIADOR DE EXPERTISE SOCIAL DK 102 Assistência 6 – HISTÓRIA E CULTURA FUNDAMENTO DOS VALORES PRIORIDADES DAS POLÍTICAS SOCIAIS VIDA ECONÓMICA HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES ESTRUTURA DAS PROFISSÕES DADOS SINGULARES Formulário pág. 13§ 32 BULGÁRIA PORTUGAL HUNGRIA CONSEQUÊNCIAS ABORDAGEM CONCEPTUAL ABANDONO RELAÇÃO DE AJUDA PROBLEMÁTICAS SOCIAIS RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DIAGNÓSTICO NECESSID. – EXPECTATIVAS PONTO DE SITUAÇÃO 103 PROFISSIONALIZAÇÃO ACTORES 7 – TOMADA DE NOTAS TOMADA DE VISTAS DEFINIÇÃO DOS CONCEITOS (a língua) METODOLOGIA VIDA DOS GRUPOS COESÃO IDENTIDADE VALORIZAÇÃO DOS CONTRIBUTOS RELATÓRIO RELAIS I PONTOS CRÍTICOS GRANDE ANGULAR ZOOM RELAIS II RELATÓRIOS DE EXPERTISE PONTO DE SITUAÇÃO ESTADO DAS NECESSIDADES FORMULÁRIO pág. 17§715 104 8 – ENCONTROS PARADOXOS DIFICULDADES METODOLÓGICAS OS PÚBLICOS CRIANÇAS ADOLESCENTES IDOSOS ESCOLHA DOS REPRESENTANTES QUEM FALA DE QUÊ QUEM DIZ O QUÊ GRUPOS REPRESENTATIVOS ESTUDO SOBRE ESPAÇOS DE EXPRESSÃO ESTUDO SOBRE FORMAS DE EXPRESSÃO ESCOLHIDAS POR QUEM EM QUE ESPAÇOS CRITÉRIOS DE ABANDONO PERTINÊNCIA CRITÉRIOS DE MAUS-TRATOS ACTORES - TRABALHADORES SOCIAIS INSTITUCIONAIS FUNCIONÁRIOS VOLUNTÁRIOS COLOCAÇÃO EM CAUSA DISCURSOS OFICIAIS INVESTIGAÇÕES COLOCAÇÃO EM CAUSA PROTECÇÃO DO ESTATUTO HIERARQUIA ORGANIZAÇÕES FAMÍLIAS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS PARCEIROS SOCIAIS INSTÂNCIAS REPRESENTATIVAS REIVINDICAÇÕES ESGOTAMENTO NO TRABALHO TEÓRICAS REAIS FUNCIONÁRIOS QUALIFICAÇÃO ANÁLISES RESPOSTAS 9 – GRAU DE SATISFAÇÃO RESPEITAR O CADERNO DE ENCARGOS 105 1. RESPEITAR OS OBJECTIVOS OPERACIONAIS ASSOCIADOS AOS OBJECTIVOS GERAIS 2. DOMINAR A CAIXA DE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS 3. CUMPRIR O ITINERÁRIO, OS PONTOS DE PARTIDA E DE CHEGADA 4. APOIAR-SE NOS PARCEIROS - ACOMPANHANTES 5. IDENTIFICAR - TRABALHAR COM OS GUIAS 6. SITUAR OS ELEMENTOS CULTURAIS PRÓPRIOS 7. PRESTAR CONTAS IDENTIFICANDO OS PONTOS CRÍTICOS 8. ENCONTRAR - QUESTIONAR OS PÚBLICOS, OS ACTORES COMUNICAR O que é transferido O que é transferível O que não o é : O cálice de Porto branco no cais do Douro A compota de pétalas de rosa no sopé dos Balcãs 106