Laurentino Gomes

Transcrição

Laurentino Gomes
Edição nº 18 | Ano 07 | Ago/2011
Os DESAFIOS na era digital
Die Herausforderungen im digitalen Zeitalter
LIVROS: em papel ou no tablet?
BÜCHER: gedruckt oder im Tablet?
Laurentino Gomes
O contador de História
Laurentino Gomes
Erzähler der Geschichte
Professores estimulam a LEITURA
Lehrer regen das LESEN an
Editorial
Índice
03
Desafios dos educadores
Herausforderungen an die Lehrer
05
Alunos continuam fãs dos livros em papel
Schüler bleiben den gedruckten Bücher treu
05
Entrevista - Laurentino Gomes
Interview - Laurentino Gomes
08
Professores estimulam a leitura
Lehrer regen das Lesen an
10
O que aconteceu...
Was alles geschah...
Everton Augustin - Diretor Geral / Gesamtschulleiter
Dr. Hartmut Blank - Diretor Alemão / Deutscher Schulleiter
Há seis séculos dava-se um passo muito
importante na aceleração da produção
bibliográfica. A tipografia foi obra genial
do inventor alemão Johannes Gutenberg.
Desde então o livro veio ocupando cada
vez mais espaço nos lares da burguesia em constante ascensão. É preciso
ressaltar também a importância que teve
a secularização do ensino escolar na
formação de um público leitor. O reformador alemão, Martin Luther, foi um dos
protagonistas deste processo.
Não faz tanto tempo que a máquina de
escrever foi maciçamente substituída
pelo computador. Desde o evento destes
monstrengos, com pequena capacidade
de memória, até os aparelhos que permitem carregar uma pequena biblioteca entre o polegar e o indicador passou-se um
tempo curtíssimo. Esta evolução continua
numa progressão geométrica.
À revelia dos amantes do objeto livro
impresso, a evolução tecnológica permite
hoje o acesso rápido e a leitura de um
sem-fim de obras literárias, jornalísticas
ou científicas. Se o conceito e a noção
de tempo e agilidade mudaram, permanecem incontestáveis a importância do
saber selecionar a informação, do buscar
sentido no que se lê. Os motivos que
levam à leitura podem ser traduzidos pela
máxima latina “docere et delectare” (ensinar e deleitar) muito anterior à imprensa
e aos tablets, mas incontestável no seu
conteúdo.
O prazer de ler e, através dele, desbravar
mundos e sentimentos ainda desconhecidos está muito mais fácil. Basta, de fato,
saber ler.
Simples? Desafiador!
Vor sechshundert Jahren wurde ein äußerst
wichtiger Schritt getan, der zur Beschleunigung der bibliographischen Produktion
führte. Die beweglichen Lettern sind das
Werk des genialen Erfinders Johannes
Gutenberg. Seit dieser Zeit gewann das
Buch in den Häusern des aufstrebenden
Bürgertums stets an Bedeutung. Desweiteren muss hervorgehoben werden, dass auch
die Sekularisierung des Schulwesens einen
bedeutenden Beitrag zur Herausbildung
eines lesenden Publikums geleistet hat. Der
deutsche Reformator Martin Luther war einer
der Protagonisten dieses Prozesses.
Es ist noch gar nicht so lange her, als die
Schreibmaschine erfunden wurde. Diese
ist nun allerdings fast vollständig von den
Computern verdrängt. Der Übergang von
den ersten Computern mit geringer Speicherkapazität hin zu den Geräten, auf denen
man ganze Bibliotheken speichern und auf
Fingerdruck abrufen kann, ist in kürzester
Zeit erfolgt. Und dieser Prozess setzt sich mit
ungeahnter Geschwindigkeit fort!
Unter Ausschluss der Liebhaber des
gedruckten Buches ermöglicht die technische Entwicklung den schnellen Zugang
zur grenzenlosen Lektüre von literarischen,
jornalistischen oder wissenschaftlichen
Werken. Auch wenn sich der Begriff und das
Empfinden von Zeit und Schnelligkeit verändert haben, so bleibt unbestritten, dass man
Informationen auswählen und nach dem
Sinn des Gelesenen suchen muss.
Die unveränderbaren Gründe für eine
regelmäßige Lektüre wurden bereits in der
lateinischen Máxime “docere et delectare”
(belehren und unterhalten) festgehalten –
lange vor der Erfindung des Buchdruckes
und der tablets.
Die Freude am Lesen ermöglicht es uns, noch
unbekannte Welten und Empfindungen zu
erschließen. Es reicht, dass man lesen kann.
Einfach? Eine Herausforderung!
Desafios dos educadores
na Era Digital
Anna Schäfer estava na 5ª série quando o best-seller Harry
Potter foi lançado e sua professora de Português incluiu o
livro na leitura obrigatória. Foi assim, a partir da história do
bruxinho, que a ex-aluna do Humboldt se apaixonou pela
literatura. Estudante de Letras na USP, Anna sempre quis ser
professora e no curso conseguiu unir duas coisas que mais
gosta: literatura e língua alemã. Como futura educadora, ela
falou ao Planet Humboldt sobre os desafios da profissão com
a chegada da Era Digital.
Planet Humboldt – Com a chegada das novas tecnologias,
quais os desafios para os professores?
Anna Schäfer – A adaptação digital constituiu um desafio
porque implica em importar para o ensino uma tecnologia
que não foi pensada para o contexto. Isso exige que o professor abdique em alguns aspectos daquilo que está habituado a fazer em sala de aula e repense sua prática.
Planet Humboldt – A interatividade das mídias contribui
para o aprendizado?
Anna Schäfer – Para ser bem sucedido, ele precisa englobar a realidade do aluno. A interatividade é útil, por exemplo,
ao aprender um idioma. Sites confiáveis permitem que o
aluno treine a pronúncia sozinho. Livros didáticos recentes
incluem material virtual para completar a lição.
Planet Humboldt – O hábito da leitura pode mudar na Era
Digital?
Anna Schäfer – Sim, porque há uma tendência de leituras
em telas virtuais. Muita gente já prefere ler o jornal na internet. O papel do professor e da escola é estimular a leitura em
qualquer meio, pois se a criança toma gosto pela leitura, ela
nunca mais o perderá.
Planet Humboldt – Você acredita no fim do livro de papel?
Anna Schäfer – Não! Acho que ainda existem pessoas que
pensam como eu: a tela de um iPad não substituirá a experiência tátil de folhear um livro.
Anna Schäfer em frente à Universidade
de Freiburg (Alemanha) onde realizou
um curso de língua e cultura alemãs
com bolsa de estudos do DAAD.
Anna Schäfer vor dem Gebäude der
Universität Freiburg, wo sie als DAAD
– Stipendiatin einen Sprach-und
Landeskundekurs besuchte.
Herausforderungen an die
Lehrer im digitalen Zeitalter
Anna Schäfer war in der 5. Klasse, als der Bestseller Harry Potter auf
den Markt kam und ihre Portugiesischlehrerin das Buch als Pflichtleküre einsetzte. Die ehemalige Schülerin des Colégio Humboldt
gewann die Literatur über die Geschichte des kleinen Zauberers sehr
lieb. Anna, Studentin der Literaturwissenschaften an der USP, wollte
immer Lehrerin werden und konnte mit ihrer Studienwahl zwei Dinge
miteinander vereinbaren, die ihr besonders am Herzen liegen: die
Literatur und die deutsche Sprache. Als zukünftiger Lehrerin sprach
Planet Humboldt mit ihr und befragte sie zu den Herausforderungen,
die im digitalen Zeitalter an die Lehrer herangetragen werden.
Planet Humboldt – Welchen Herausforderungen müssen sich die
Lehrer mit der Ankunft der neuen Technologien stellen?
Anna Schäfer – Die Anpassung an die digitalen Medien stellt
insofern eine Herausforderung dar, als es darum geht, Technologien
in der Lehre einzusetzen, die ursprünglich nicht für diesen Kontext
entwickelt wurden. Diese Tatsache macht es notwendig, dass
Lehrer auf einige Aspekte ihres bisherigen Unterrichtes verzichten
und ihre Lehrpraxis insgesamt neu reflektieren müssen.
Planet Humboldt – Trägt die Interaktivität der Medien zum Lernprozess bei?
Anna Schäfer – Damit die Interaktivität zum Tragen kommt, muss
sie die Lebenswelt der Schüler mit einbeziehen. Die Interaktivität ist
beispielsweise beim Sprachenlernen nützlich. Vertrauenswürdige
Seiten ermöglichen es den Schülern, selbständig die Aussprache
zu üben. Die neuesten Lehrbücher enthalten bereits virtuelle Materialien, um einzelne Lektionen zu ergänzen.
Planet Humboldt – Werden sich die Lesegewohnheiten im digitalen Zeitalter verändern?
Anna Schäfer – Ja, denn es gibt eine starke Tendenz, auf virtuellen
Bildschirmen zu lesen. Viele Leute lesen ihre Zeitung bereits lieber
im Internet. Die Aufgabe der Lehrer und der Schule als Ganzes ist
es also, das Lesen in jeder Form anzuregen. Denn wenn ein Kind
erst einmal auf den Geschmack gekommen ist und gerne liest, wird
es diese Gewohnheit nicht mehr verlieren.
Planet Humboldt – Glauben Sie an das Ende der auf Papier
gedruckten Bücher?
Anna Schäfer – Nein! Ich denke, es gibt noch Personen, die so
denken wie ich: Der Bildschirm eines IPad kann die Erfahrungen
des Um- und Durchblätterns von Büchern nicht ersetzen.
03
04
Alunos do Humboldt continuam fãs dos livros em papel mesmo
com a chegada dos tablets no Brasil
O mundo dos jovens é repleto de tecnologia: computadores, celulares,
videogames, iPad, iPhone e tantas outras. Mas na hora de estudar e
ler um bom livro, eles preferem que seja tudo no papel. Pelo menos é
essa a opinião dos alunos do Colégio Humboldt. Em uma pesquisa
exclusiva realizada para esta reportagem do Planet com os alunos do
10º ao 12º ano, 84% não abrem mão do livro em papel.
Os e-books já viraram febre entre os jovens norte-americanos. A nova
tecnologia agrega à leitura vídeos e áudios. Apesar da novidade, os
alunos do Humboldt defendem o papel. “É melhor para estudar e se
concentrar. Eu consigo me lembrar melhor do conteúdo quando leio no
livro em papel”, conta Victoria Josefine, aluna do 10º ano.
Victoria não tem um tablet, mas mesmo quem tem e já leu mais de um
livro nele, ainda gosta mais do formato em papel. “O livro em papel não
prejudica a vista, é menos estressante e facilita a concentração”, afirma
Pedro Paulo, também do 10º ano.
Tablets na sala de aula
Quanto à leitura nos tablets, a opinião é unâmine; mas os alunos
do Humboldt ainda se dividem se a nova tecnologia pode ajudar no
aprendizado em sala de aula. Alguns acreditam que os tablets e afins
tirariam a concentração, outros acham que seria um incentivo para o
estudo. “A tecnologia atrai mais os jovens do que os livros tradicionais”,
revela Thais Lima, do 12º ano.
Se para os alunos o uso das novas tecnologias em sala de aula ainda
é um ponto de discussão, para a coordenadora pedagógica, Doroteia
Bartz, o importante é estar em sintonia com as novidades e saber
aproveitá-las. “Nós, educadores, precisamos ficar atentos ao dinamismo da nova realidade e oferecer aos jovens a possibilidade de aprender com o novo, cultivando culturas significativas”, afirma a Doroteia.
Die Schüler des Colégio Humboldt bleiben Anhänger der auf Papier
gedruckten Bücher, trotz der Ankunft der Tablets in Brasilien
Die Welt der Jugendlichen ist geprägt von Technik: Computer, Handy,
Videogame, IPad, Iphone und viele andere Dinge. Aber wenn es um
das Thema LERNEN geht, bevorzugen sie alles auf Papier. Jedenfalls
ist dies die Meinung der Schüler am Colégio Humboldt. In einer Umfrage von Planet Humboldt haben 84% der Schüler aus den Klassen
10 bis 12 ausgesagt, dass sie nicht auf Papier gedruckte Bücher
verzichten wollen.
E-Books sind bereits zu einem Fieber unter nordamerikanischen
Jugendlichen geworden. Die neue Technik ergänzt die Lektüre um
Vídeo- und Audioaufnahmen. Trotz dieser Neuigkeiten verteidigen die
Schüler des Colégio Humboldt das Papier. “Es ist besser zum Lernen,
denn man kann sich besser konzentrieren. Ich kann mich besser an
den Inhalt erinnern, wenn ich in einem auf Papier gedruckten Buch
gelesen habe“, berichtet Victoria Josefiue, Schülerin der 10. Klasse.
Victoria besitzt kein Tablet; aber selbst wer schon mehr als ein Buch
mit ihm gelesen hat, bevorzugt das Papierformat. “Das auf Papier
gedruckte Buch beeinträchtigt die Sehkraft nicht, ist nicht so stressig
und erleichtet die Konzentration”, bekräftigt Pedro Paulo, ebenfalls
Schüler der 10. Klasse.
Tablets im Unterricht
Was die Lektüre mit Tablets betrifft, sind die Meinungen einstimmig.
Allerdings gehen sie auseinander, wenn es um die Frage geht, ob der
Einsatz der neuen Technik im Unterricht das Lernen erleichtern kann.
Einige vertreten die Meinung, dass Tablets & Co. die Konzentration im
Unterricht behindern würden, andere halten dagegen, dass sie eine
weitere Motivation zum Lernen bedeuten könnten. “Die Technik wirkt
auf die Jugendlichen anziehender als die traditionellen Bücher”, verrät
Thais Lima, Schülerin der 12. Klasse.
Während für die Schüler der Einsatz der neuen Technik im Unterricht noch umstritten ist, ist es für Dorotéia Bartz, Koordinatorin der
brasilianischen Oberstufe, unerlässlich, mit der neuen Technik vertraut
zu sein und diese vorteilhaft einzusetzen. “Wir Lehrer müssen die
Dynamik begleiten, die die neue Wirklichkeit der Jugendlichen kennzeichnet und ihnen Gelegenheiten schaffen, unter Einsatz technischer
Neuigkeiten zu lernen und auf diese Weise bedeutsames Kulturkult zu
bewahren”, erklärt Frau Bartz.
Entrevista / Interview
Laurentino Gomes
O CONTADOR DE HISTÓRIA
Laurentino Gomes é jornalista, escritor e desenvolveu o gosto pela leitura por influência do pai, que
trabalhava como cafeicultor no Paraná. Autor dos livros 1808 e 1822, conquistou o público narrando
fatos pitorescos da História do Brasil e permanece há mais de 130 semanas na lista dos mais vendidos. Juntas, suas obras já ultrapassaram 1 milhão de cópias e 1808 está disponível também em audiobook, uma inovação tecnológica. Atualmente está concentrado em seu novo trabalho, 1889, que
tratará do período da Proclamação da República e deverá ser lançado em 2013. O autor conversou
com o Planet sobre as implicações das novas tecnologias digitais para a leitura e a literatura.
ERZÄHLER DER GESCHICHTE
Laurentino Gomes ist Journalist und Autor. Er kam durch den Vater, Kaffeepflanzer im Bundesstaat
Paraná, auf den Geschmack des Lesens. Gomes ist Autor der Bücher “1808” und “1822” und hat das
Publikum mit kuriosen Fakten aus der brasiliansichen Geschichte erobert und steht mit beiden Werken
seit mehr als 130 Wochen auf den Bestseller – Listen des Buchhandels. Zusammen hat er bereits mehr
als 1 Million Exemplare verkauft, wobei „1808“ auch als Hörbuch veröffentlich wurde. Derzeit arbeitet
Gomes an seinem neuen Buch “1889”, das die Zeit der Ausrufung der Republik betrachten wird und
voraussichtlich 2013 auf den Markt kommt. Der Autor hat mit Planet über die Auswirkungen der digitalen Technologien auf Lesegewohnheiten und Literatur gesprochen.
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Entrevista / Interview - Laurentino Gomes
O CONTADOR DE HISTÓRIA
Planet Humboldt - As novas tecnologias incentivam o
acesso à Literatura?
Laurentino Gomes - Acredito que estamos às vésperas
de uma mudança radical nos hábitos de leitura. Os livros
digitais, incluindo os audiolivros, prometem universalizar o
acesso. São mais fáceis e baratos de produzir e distribuir.
E ainda pode ser ouvido por pessoas que passam muitas
horas no trânsito, por exemplo.
Planet Humboldt - Quando 1808 foi lançado, o Brasil não
tinha sido contaminado pela febre dos ebooks. O que representou a chegada dessa tecnologia no mercado literário?
Laurentino Gomes - No Reino Unido, a venda de ebooks
cresceu 300% em 2010. Isso não significa que os livros
estejam condenados à morte. O futuro do livro e o futuro
do papel são coisas diferentes. O formato papel parece estar mesmo com seus dias contados, mas o conteúdo dos
livros continuará a ser tão relevante quanto sempre foi.
Planet Humboldt - O ebook pode substituir o livro de papel?
Laurentino Gomes - Vivemos em um novo século, que
pede uma nova linguagem e novos formatos capazes de
atingir audiências ou novos públicos. Há um público jovem que, aparentemente, não está lendo muito no papel,
mas passa boa parte do tempo na internet e é seduzido
pela linguagem audiovisual. Nosso desafio, portanto, não
é o futuro do livro em papel, mas a qualidade do conteúdo adequado a esses formatos digitais.
Planet Humboldt - Você é adepto de tablets ou ebooks?
Compra ou “baixa” um livro?
Laurentino Gomes - Uso intensamente como leitor e
como escritor. Recentemente, adquiri um Kindle. Uso
para baixar livros digitais. São práticos e mais baratos do
que os livros em papel. Mas confesso que ainda prefiro ler
um livro no formato convencional.
Planet Humboldt – O uso dessas tecnologias em sala
de aula pode ajudar no aprendizado?
Laurentino Gomes – O impacto delas na escola será
enorme. É mais prático e barato distribuir livros digitais do
que gastar recursos no transporte de toneladas de exemplares em papel. As tecnologias digitais também facilitam
o acesso de professores e estudantes a novas fontes de
pesquisas. Existem bilhões de páginas disponíveis a um
clique. Mas é preciso ser criterioso, porque nem tudo que
está na internet é inteiramente confiável.
Planet Humboldt - Qual a importância da escola para a
formação de leitores?
Laurentino Gomes - A escola tem papel fundamental no
incentivo à leitura, mas não consegue enfrentar sozinha
esse desafio. O Brasil vem mudando para melhor nas últimas décadas. Caiu o número de analfabetos, aumentou o
de estudantes e há uma melhor distribuição de renda. Há
novos leitores, o que impõe novas responsabilidades para
nós, escritores, editores e distribuidores. Temos de ser
generosos com esse leitor, de modo a atraí-lo definitivamente para o fascinante mundo dos livros.
Planet Humboldt - Quando você era estudante, o que
mais gostava de ler?
Laurentino Gomes - História sempre foi uma grande
paixão. Lembro-me de ter lido ainda muito jovem uma
versão resumida de “A Ilíada”, de Homero, e “A Eneida”,
de Virgílio. Fiquei absolutamente fascinado pelos gregos
e troianos.
ERZÄHLER DER GESCHICHTE
Planet Humboldt – Motiviert die neue Technik den Zugang zur Literatur?
Laurentino Gomes – Ich glaube, dass wir kurz vor einer
radikalen Veränderung der Lesegewohnheiten stehen. Die
digitalen Bücher, einschließlich der Hörbücher, versprechen einen universalen Zugang zur Literatur. Sie sind
einfacher und billiger in der Herstellung und im Vertrieb.
Außerdem können Sie beispielsweise von Leuten gehört
werden, die stundenlang im Verkehr verbringen.
Planet Humboldt – Als das Buch “1808” veröffentlicht
wurde, war Brasilien noch nicht vom Fieber der E-Books
ergriffen worden. Was bedeutet die Einführung dieser
Technik für die Literatur?
Laurentino Gomes – In Großbritannien sind im Jahr
2010 die Verkaufszahlen von E-Books um 300% gestiegen. Das bedeutet aber nicht zwangsläufig, dass das
Buch zum Tode verurteilt ist. Die Zukunft des Buches
und die Zukunft des Papieres sind zweierlei Dinge.
Wie es scheint, sind die Tage des auf Papier gedruckten Buches tatsächlich gezählt. Der Inhalt der Bücher
allerdings wird weiterhin so bedeutsam sein wie in der
Vergangenheit.
Planet Humboldt – Wird das E-Book das auf Papier
gedruckte Buch ersetzen?
Laurentino Gomes – Wir leben in einem neuen Jahrhundert, das eine neue Sprache und neue Formen sucht, die
in der Lage sind, ein breitgefächertes und neues Publikum
zu erreichen. Es gibt beispielsweise das jugendliche Publikum, das scheinbar nicht sehr viele traditionelle Bücher
liest, allerdings einen Großteil seiner Zeit im Internet verbringt und sich von durch audiovisuellen Ausdrucksformen
angesprochen fühlt. Unsere Herausforderung besteht also
nicht darin, die Zukunft des auf Papier gedruckten Buches
zu garantieren, sondern die Qualität der Inhalte zu sichern
und an digitale Formate anzupassen.
Planet Humboldt – Kann der Einsatz der neuen Technik
im Unterricht den Lernprozess unterstützen?
Laurentino Gomes – Ihr Einfluss wird in der Schule gewaltig sein. Es ist praktischer und billiger digitale Bücher zu
verteilen als Tonnen von Papier zu transportieren. Desweiteren erleichtern die digitalen Technologien den Zugang von
Lehrern und Schülern zu neuen Forschungsquellen. Es existieren Millionen von Seiten, die auf einen Klick zur Verfügung
stehen. Aber man muss kritisch auswählen, denn nicht alles
was im Internet steht, ist vertrauenswürdig.
Planet Humboldt – Welche Bedeutung hat die Schule für
eine Erziehung zum Lesen?
Laurentino Gomes – Der Schule kommt eine herausragende Bedeutung bei der Motivation zum Lesen zu.
Allerdings kann sie dieser Herausforderung nicht alleine
gerecht werden. Brasilien verändert sich in den letzten
Jahrzehnten in eine positive Richtung. Die Zahl der Analphabeten ist gesunken, die Zahl der Schüler gestiegen
und die Einkommen sind gerechter verteilt. Dadurch gibt
es neue Leser, was für uns Autoren, Verleger und Buchhändler mehr Verantwortung bedeutet. Wir müssen mit
diesen Lesern behutsam umgehen und sie nachhaltig für
die faszinierende Welt der Bücher gewinnen.
Planet Humboldt – Haben Sie als Schüler gern gelesen?
Laurentino Gomes – Geschichte war immer meine große
Leidenschaft. Ich erinnere mich, dass ich als Jugendlicher
eine gekürzte Version der “Ilias” von Homer und der „Aeneis“ von Vergil gelesen habe. Ich war absolut fasziniert von
den Griechen und Trojanern.
Planet Humboldt – Sind Sie Anhänger von Tablets oder
E-Books? Kaufen Sie Bücher oder laden Sie sich diese
herunter?
Laurentino Gomes – Ich benutze sie intensiv als Leser
und Autor. Kürzlich habe ich einen Kindle erworben. Ich
benutze ihn, um digitale Bücher herunterzuladen. Diese sind praktischer und billiger als auf Papier gedruckte
Bücher. Ich muss jedoch gestehen, dass ich weiterhin das
Lesen im traditionellen Buch bevorzuge.
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Professores estimulam a leitura por
meio de diferentes atividades
Com a chegada de tablets e Iphones
crescem os desafios dos educadores
para incentivar uma leitura clássica, sem o
imediatismo dessas mídias. No Humboldt, o
hábito da leitura é prioridade dos professores que se dedicam a projetos para que os
alunos não abram mão deste lazer necessário para o aprendizado.
Outra iniciativa é levar os alunos para a biblioteca que tem um acervo de mais de 35
mil livros. “Nós desenvolvemos no aluno o
hábito de ir à biblioteca e adquirir um repertório próprio. É um desafio porque a leitura
é um prazer a longo prazo, diferente das
mensagens da internet”, comenta a professora Carolina Yokota, do Fundamental.
Não importa a idade, os projetos do
Colégio aproximam os alunos dos livros e
despertam neles o interesse em ler sempre.
Para os pequenos leitores, tudo começa
com a biblioteca circulante. “O primeiro
passo é a identificação da criança com o
livro. Ela escolhe e o leva para casa. Os
pais ajudam a escola a criar uma rotina de
leitura”, explica a coordenadora da Educação Infantil, Mariane Bischof.
Quando o aluno desenvolve o gosto,
ninguém precisa mandá-lo ler. “O papel da
escola é tentar unir temas de interesse deles aos clássicos da Literatura. Só a leitura
dos clássicos pode distanciar o aluno deste
universo e ele acaba lendo por obrigação. E
não é isso que queremos. Hoje o mercado
editorial infanto-juvenil é muito vasto e tem
atraído os adolescentes”, destaca a professora Daniella Buttler.
Papel x Digital
O livro de papel vai deixar de existir? Muitos
educadores afirmam que não! A tecnologia vem para agregar. A coordenadora da
turma alemã, Anja Jütz, antecipa como os
dois podem se unir. “Existe um Jogo de
Perguntas sobre livros. Se o leitor responder às perguntas de forma correta, ele
ganha um diploma. É ou não é um incentivo
para leitura? Queremos trazer esse jogo
para o Humboldt”, conta Anja.
A coordenadora do Fundamental, Janice
Pontes, reforça a importância do livro em
qualquer idade. “Nada substitui o prazer,
a emoção e a percepção de cada um em
poder folhear os livros com os colegas,
observar as imagens e ouvir a professora
contar uma história”.
Aspas
“Existe uma cumplicidade entre o livro e o
leitor, cujo contato estabelece a descoberta
e a informação. Para mim, um livro não é
só um instrumento de trabalho e sim uma
excelente companhia”, Amanda Nornberg,
bibliotecária do Humboldt.
ä ge
Lehrer regen durch vielfalti
Aufgabenstellungen das Lesen an
Mit der Markteinführung von Tablets und
Iphones wachsen die Herausforderungen
an die Lehrer, die Schüler zur klassischen
Lektüre ohne die Unmittelbarkeit dieser
Medien anzuregen. Am Colégio Humboldt
ist es ein Schwerpunkt bei der Ausarbeitung
von Projekten, die Lesegewohnheiten der
Schüler zu pflegen, denn es handelt sich
hierbei um eine Freizeitbeschäftigung, die
für den Lernprozess unerlässlich ist.
Unabhängig vom Alter zielen die Projekte an
der Schule darauf, die Schüler an das Medium Buch heraunzuführen und ihr Interesse
an einer regelmäßigen Lektüre zu wecken.
Für die kleinen Leser beginnt dieser Prozess
mit einer ganz besonderen Klassenbibliothek: “Der erste Schritt ist, dass sich das
Kind mit dem Buch identifizieren kann.
Es wählt ein Buch aus und nimmt es mit
nach Hause. Auf diese Weise unterstützen
die Eltern die Schule bei der Aufgabe, die
Kinder an eine Leseroutine zu gewöhnen“,
erklärt Mariane Bischof, Koordinatorin von
Kindergarten und 1. Schuljahr.
Eine weitere Initiative ist es, die Schüler in
die Bibliothek zu führen, die über einen Bestand von mehr als 35.000 Büchern verfügt.
“Wir regen die Schüler dazu an, regelmäßig
die Bibliothek zu besuchen und sich ein
eigenes Leserepertoire anzueignen. Es handelt sich insofern um eine Herausforderung,
als es sich bei der Lektüre um einen langfristigen Genuss handelt, anders als dies
bei der Internetlektüre der Fall ist”, erläutert
Carolina Yokota Portugiesischlehrerin
der Mittelstufe.
Wenn ein Schüler auf den Geschmack
gekommen ist, muss ihn keiner mehr zum
Lesen verpflichten. “Die Aufgabe der Schule
ist es, eine Verbindung herzustellen zwischen jugendgerechten Themen und den
Klassikern der Literatur. Das Lesen klassischer Bücher um ihrer selbst willen schafft
eine Distanz zwischen der Welt der Jugendlichen und der Bücher. Auf diese Weise wird
das Lesen zu einer Pflichtübung – und das
wollen wir nicht. Heutzutage ist der Büchermarkt für Kinder- und Jugendliteratur sehr
vielfältig und zieht die Jugendlichen an”,
betont Portugiesischlehrerin Daniella Buttler.
Papier x Digital
Wird das auf Papier gedruckte Buch aufhören
zu existieren? Viele Lehrer verneinen diese
Frage! Die Technik kommt, um etwas hinzuzufügen. Anja Jütz, Koordinatorin der deutschen
Grundschule, nimmt vorweg, wie sich beide
Formen ergänzen können. “Es gibt ein Quiz
über Bücher. Wenn der Leser die Fragen
richtig beantwortet, erhält er ein Diplom. Ist
das keine Anregung zum Lesen? Wir wollen
diesen Wettbewerb an das Colégio Humboldt
bringen”, berichtet Frau Jütz.
Die Koordinatorin der brasiliansichen Grundschule, Janice Pontes, unterstreicht die
Bedeutung der Bücher für jede Altersgruppe. “Nichts ersetzt Freude, Empfindungen
und Wahrnehmungen beim gemeinsamen
Durchblättern eines Buches, beim Betrachten
der Bilder im Buch oder beim Zuhören einer
vorgelesenen Geschichte”.
Zitiert
“Es exisitert eine Verbundenheit zwischen
Buch und Leser. Dieser Kontakt führt zu
Entdeckung und Information. Für mich ist ein
Buch nicht nur ein Handwerkzeug, sondern
eine ausgezeichnete Gesellschaft.” Amanda
Nornberg, Bibliothekarin des Colégio Humboldt.
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O que aconteceu...
Intercâmbio
Dezessete alunos do Humboldt-Gymnasium Berlin estiveram no Brasil
para conhecer o país e o Colégio. Eles ficaram hospedados nas casas
dos alunos, que, em 2010, foram à Alemanha. Além de São Paulo, os
alunos alemães conheceram o Rio de Janeiro, Paraty, Paranapiacaba
e Bertioga.
Esporte
Em abril, 17 alunos foram ao torneio de mini-basquete na Argentina.
Foi uma excelente experiência para os jovens atletas. Já em maio,
aconteceu a primeira edição do Festival de Atletismo. Mais de 140 alunos do 5º ao 9º ano participaram de várias modalidades. Todos foram
condecorados com medalhas.
Comemorações
Na Educação Infantil, a Páscoa foi celebrada com muita culinária, brincadeiras e pinturas de ovos. Não faltou o coelhinho, que deixou suas
pegadas, além de ovinhos escondidos. E a comemoração do Dia das
Mães foi com a presença delas. Alunos da Educação Infantil e do 1º
ano do Fundamental apresentaram uma peça teatral e participaram de
atividades com os professores de Educação Física, Música e Alemão.
Eventos
Durante a Semana de Artes, em abril, os alunos participaram de oficinas como Mangá e Aquarela, atividades circenses, construção de instrumentos, animais em biscuit e em papel-machê e danças circulares.
No dia 18 de junho aconteceu a tradicional Festa Junina. Mais de seis
mil pessoas compareceram. Além de degustarem a culinária alemã e
brasileira, os convidados divertiram-se com brincadeiras e assistiram
às apresentações dos alunos.
Na prática
Várias classes viajaram a estudo em maio. Os alunos do 7º ano foram
ao Parque Nacional do Itatiaia. Os do 9º ano conheceram as cavernas
do Petar. O 11º ano visitou as cidades históricas de Minas e os alunos
do 12º ano foram ao Vale do Paraíba.
Eleição para o Grêmio
Em abril, os alunos do 6º ao 12º ano participaram de uma eleição para
escolher dois professores que vão orientá-los na retomada das atividades do Grêmio Estudantil do Colégio. Os professores Rógerio Campos,
Filosofia/Sociologia, e Daniel Kuschel, Alemão/História, foram eleitos e
aceitaram o desafio. Antes das eleições, os alunos tiveram uma aula
com os professores tutores de cada turma, que reforçaram o funcionamento do grêmio e a sua importância, principalmente, em movimentos
políticos. O PQM (Gerência da Qualidade Pedagógica), cuja função é
buscar a melhoria dos diversos segmentos da escola, também dará
apoio aos professores e alunos do grêmio nesta nova fase.
Ensino humanista bicultural para uma
consciência global
Bikulturelle Erziehung zu einem
globalen Bewusstsein
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Was alles geschah...
Schüleraustausch
17 Schüler aus dem Humboldt-Gymnasium Berlin bereisten Brasilien, um das Land und unsere Schule kennen zu lernen. Sie waren
bei den Schülern untergebracht, die im vergangenen Jahr Berlin
besucht hatten. Neben São Paulo besuchten die deutschen Schüler
auch Rio de Janeiro, Partay, Paranapiacaba und Bertioga.
Sport
Im April vertraten 17 Schüler die Schule beim Mini-Basketball
Turnier in Argentinien. Es war eine ausgezeichnete Erfahrung für die
jungen Athleten.
Im Mai fand das erste Leichtathletikfestival statt, an dem mehr als
140 Sportler aus den 5. bis 9. Klassen in verschiedenen Disziplinen
teilnahmen. Alle wurden mit Medaillen ausgezeichnet.
Feier
In Kindergarten und 1. Schuljahr wurde das Osterfest mit Backen,
Spielen und Ostereiermalerei begangen. Auch der Osterhase hat
nicht gefehlt und seine Spuren sowie natürlich viele versteckte
Ostereier hinterlassen.
Der Muttertag wurde gemeinsam mit den Müttern gefeiert. Die
Schüler führten ein Theaterstück auf und nahmen gemeinsam mit
ihren Müttern an Aktivitäten teil, die von den Fachlehrern für Sport,
Musik und Deutsch als Fremdsprache geleitet wurden.
Veranstaltungen
Während der Kunstwoche im April beteiligten sich die Schüler an
zahlreichen Werkstätten wie beispielsweise zum Thema Manga und
Aquarellmalerei, Zirkuskunst, Instrumentenbau, Tieren aus Knete
und Pappmaché sowie Kreistanz.
Am 18. Juni fand das traditionelle Junifest statt, das von mehr als
6.000 Personen besucht wurde. Dabei erfreuten sich die Besucher
nicht nur an der deutschen und brasilianischen Küche, sondern
auch an den zahlreichen Spielen und den Aufführungen der Schüler.
Wahl der Schülervertretung
Im April beteiligten sich die Schüler der 6. bis 12. Klassen an der
Wahl zweier Vertrauenslehrer, die sie bei der Wiederaufnahme der
Tätigkeiten der Schülervertretung der Schule anleiten werden. Die
Lehrer Rogerio Campos (Philosophie/ Soziologie) und Daniel Kuschel (Deutsch/ Geschichte) wurden von den Schülern gewählt und
haben diese Herausforderung angenommen. Vor der Wahl hatten
alle Schüler eine Stunde mit ihrem Klassenlehrer, in der die Aufgaben und die Bedeutung der Schülervertretung diskutiert wurde.
Die Steuergruppe PQM (Pädagogisches Qualitätsmanagement),
zuständig für die Koordinierung der Schulentwicklung, wird auch die
Arbeit der Schülervertretung begleiten.
In der Praxis
Eine Vielzahl von Schülern ging im Mai auf Klassenfahrt. Die 7.
Klassen lernten den Nationalpark Itatiaia kennen, und die 9. Klassen
erkundeten die Höhlen von PETAR. Während die 11. Klassen die
historischen Städte in Minas besuchten, fuhren die 12. Klassen in
die Region Vale do Paraíba.
Expediente Impressum
A Revista Planet Humboldt é uma publicação do Colégio Humboldt – Sociedade Escolar Barão do Rio Branco.
Die Zeitschrift Planet Humboldt ist eine Veröffentlichung des Colégio Humboldt – Sociedade Escolar Barão do Rio Branco.
Presidente / Schulvereinsvorsitzende: Giselle Welter
Conselho Editorial / Redaktionsteam
Representante da Diretoria / Vertreterin des Schulvorstandes: Giselle Welter
Diretor Geral / Gesamtschulleiter: Everton Augustin
Vice-Diretor Alemão / Stellv. dt. Schulleiter: Hans Wagner
Coordenadora do 10º ao 12º ano ACD / Koordinatorin der Klassen 10 - 12 ACD: Doroteia Bartz
Representante do Conselho Consultivo / Vertreter des Elternbeirates: Roberto Hauy
Jornalista Responsável / Koordination: Andrea Funk - MTB 24.345
Textos e Edição / Textredaktion: Communica Brasil
Versão para o alemão / Übertragung ins Deutsche: Roswitha Pusch-Saito
Fotografias / Bildredaktion: Andrea Schroeder Gáudio, Felipe dos Santos, Bruno Sellmer,
Arquivos pessoais dos entrevistrados, School Picture
Projeto Gráfico e Produção / Art Direction und Layout: hbmkt
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