Luís Carmelo «roda» novo livro no YouTube

Transcrição

Luís Carmelo «roda» novo livro no YouTube
Açordas
em congresso
Portel ~ página 5
€1
www.noticiasalentejo.pt
Ano II Nº 11 Março 2007
Luís Carmelo «roda»
novo livro no YouTube
Associação
Académica
promove
concurso
de bandas
~página 19
Quatro curtas metragens,
especialmente dirigidas ao serviço de partilha de vídeos online YouTube, marcam no início
deste mês a apresentação do
décimo romance de Luís
Carmelo - «E Deus Pegou-me
pela Cintura». Os vídeos foram
realizados por Teresa Maria
Carmo, produzidos pela empresa Retina Azul e contam com a
participação de dois actores profissionais, António Fonseca e
Júlia Correia.
Luís Carmelo disse ao
Notícias Alentejo que a realização dos vídeos produzidos especialmente para a apresentação
do livro (marcada para as livrarias do El Corte Inglés de Lisboa,
no dia 6, e Gaia, dia 13) conta
com o patrocínio de uma empresa ligada ao sector do turismo.
O livro conta a história de
uma jornalista portuguesa raptada no Líbano, cruzando a actualidade com as vivências portuguesas desde a revolução de
1974.
A promoção do novo romance
de Carmelo não se fica pelo ineditismo da utilização dos vídeos
e pelo recurso ao YouTube. Provocou já alarido na blogosfera.
O autor e a editora (Guerra
e Paz) deram «vida» à ficção,
fazendo rodar na Internet a “notícia” do sequestro de uma jor nalista portuguesa no Líbano.
Tratou-se de uma operação de
marketing que baralhou narrativa ficcional e realidade.
«Évora ao Espelho»
celebra Património
Mundial
~página 9
As marcas da paisagem
L
uís Carmelo nasceu em Évora em
Agosto de 1954.
As marcas que lhe
ficaram, diz, estão
directamente relacionadas com paisagem plana,
a opulência da Sé, os claustros
austeros do liceu (nos dias de
hoje de novo universidade)
e com o silêncio espesso dos
verões «muito quentes que
pareciam querer abençoar uma
graça incomum». Hoje
é escritor e publicou ensaios,
poesia e romance.
É professor universitário
e um membro (muito) activo
da comunidade internauta.
Antes passou por Évora, por
Utreque, por Amesterdão e por
Lisboa, além de Reguengos de
Monsaraz, onde foi professor
do ensino secundário. Mas
é Évora, de onde faz o vai-vém a Lisboa para trabalhar,
que parece ser a sua cidade
de eleição.
No romance, conta com
vários títulos publicados.
Entre outros: A Falha (1998,
Editorial Notícias, Lisboa;
2ª edição, 2001, Planeta
Agostini, Lisboa; 3ª edição,
Editorial Notícias, Lisboa;
romance adaptado ao cinema
por João Mário Grilo em
2002); As Saudades do Mundo
(1999, Editorial Notícias,
Lisboa); O Trevo de Abel,
(2001, Editorial Notícias,
Lisboa); Máscaras de
Amesterdão (2002, Editorial
Notícias, Lisboa e O Inventor
de Lágrimas (2004, Editorial
Notícias, Lisboa).
Reguengos
reclama obras
na EN 256
~página 7
pub
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
LER
PARA
SER
REGUENGOS DE MONSARAZ
~ páginas 3 e 4
www.noticiasalentejo.pt
2
entrada~
Carlos Trigo
Notícias Alentejo
on-line desde 9 de Junho de 2003
www.noticias alentejo.pt
~@
Ficção
e realidade
[email protected]
«E Deus Pegou-me Pela
Cintura», o décimo
romance de Luís Carmelo
(editado pela Guerra e Paz)
traz de volta a discussão
sobre as diversas possibilidades de interacção entre
ficção e realidade. Carmelo
usou a blogosfera para o
que chamou de «operação
performativa».
Na «ante-estreia» do seu
décimo romance, o autor
lançou na Internet uma
curiosa (ousada e polémica) campanha, em que deu
«vida» à personagem principal da ficção que apresenta no início deste mês.
Ou seja, colocou na rede
uma história construída
a partir do enredo do livro
- uma jornalista por tuguesa, Rute Monteiro, foi raptada no Líbano por um
grupo extremista islâmico
e apenas um jornalista freelancer (também ele virtual) se dedicou ao assunto.
A cumplicidade que caracteriza a blogosfera fez o
resto, ou seja fez rodar a
novidade. O facto foi criado, mesmo antes de escritor e editora assumirem
que se tratava de uma
acção de promoção da obra,
transpondo para a realidade aquilo que era apenas do
domínio da ficção.
As reacções foram
diversas. Luís Carmelo sustenta que a «comunicação
actual é a herdeira dos
antigos mitos clássicos que
habitavam num limbo
entre a ficção e o real»
e responde aos que criticaram a sua ousadia com
duas perguntas: «Por que
terá a ficcionalidade de
um romance, nos nossos
dias, de arrumar-se entre
a capa e a contracapa de
um livro? Não poderá a ficcionalidade de um romance também saltar para o
meio da realidade do vivido e misturar-se com ela?»
A fronteira entre ficção
e realidade sempre foi
navegável. Da Antiguidade
recebemos o legado de poemas épicos e de lendas,
como a que está associada
à conquista de Tróia e ao
genial Odisseu (ou Ulisses).
O poema atribuído a
Homero (Ilíada) está carregado de ficção e realidade.
Hoje, no dia-a-dia, da
política e da economia,
quantas vezes a ficção condiciona a realidade?
Não será que vivemos
rodeados de antecipação
ficcional em quase tudo
o que se refere a OPAs
e a mega-projectos de
investimento?
03.2007 Sumário
Ficha Técnica
Devagar, devagarinho...
com Açordas em Congresso
Página 5
Reguengos vai ter Internet
em todas as Freguesias
Página 7
Na capa: José Calixto
Vice-Presidente da Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz
A Opinião que
marca a diferença
Páginas 14 e 15
Ciência & Tecnologia,
por Afonso de Almeida
Páginas 16 e 17
A crónica de
Luís Carmelo
Página 20
Prazeres... da Fotografia,
por João Espinho
Página 22
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506596818, com sede na Rua
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Direcção Editorial: Luís Rego
([email protected])
Direcção Gráfica:
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Fotografia: Susana Rodrigues
Colaboradores: Benjamim
Formigo, José Frota, Jorge Reis
(www.lusomotores.com),
Mara Alves e Rute Marques
Opinião: Afonso de Almeida,
Alberto Magalhães, Antonio Sáez
Delgado, Manuel Ferreira Patrício,
João Espinho, Joaquina Margalha,
José Gabriel Calixto, Luís
Carmelo e Rui Namorado Rosa
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notíciasalentejo~ Março 2007
3
~destaque
Antecipação
ficcional
Promoção do
último livro de
Luís Carmelo
provoca alarido
com notícia ficcional
lançada na blogosfera
Luís Carmelo apresenta este
mês o seu novo livro - «E Deus
Pegou-me Pela Cintura», editado pela Guerra e Paz. Será o
décimo romance de um dos
mais produtivos autores da
nova geração de escritores portugueses e o enredo centra-se
no rapto de uma jornalista em
cenário de guerra. A promoção
do livro provocou alarido na
blogosfera, quando se espalhou
a “notícia” do sequestro de uma
jornalista portuguesa no
Líbano. Tratava-se, contudo,
de uma operação de marketing
que baralhou narrativa ficcional e realidade.
Editor do blogue «Miniscente» (http://wp.luiscarmelo.net),
professor Universitário, escritor, colaborador de jornais,
entre os quais o Expresso e o
Notícias Alentejo, Luís
Carmelo é uma referência na
blogosfera portuguesa, com
experiências como a novela
interactiva «Um Amor Catalão»
(em http://luiscarmelo.
blogspot.com ou em http://
theminion.blogspot.com). Não
será, por isso, de estranhar esta
experiência de marketing na
Internet para promover o seu
mais recente romance.
O autor utilizou um blogue,
o «freelance» (http://freelance.
weblog.com.pt), para, utilizando o nome de Olavo Aragão,
referenciado como jornalista
independente, lançar uma campanha sobre uma jornalista portuguesa que teria sido raptada
no Líbano. Chegou mesmo a
colocar no YouTube um vídeo
com imagens de Rute, a jornalista sequestrada, para dar
força à “notícia”. Tudo ficção,
desde o jornalista Olavo à
sequestrada Rute, mas uma ficção que, partindo da rede de
cumplicidades que caracteriza
a blogosfera, se pode tornar
numa nova form a (ousad a
e polémica) de promover um
produto.
Uma ideia simples
«Tratou-se de uma ideia simples: uma antecipação ficcional», explica Luís Carmelo,
para quem, nos dias de hoje, no
mundo, «a ficção e a realidade
andam de mãos dadas» um
pouco por todo o lado e não apenas nos Reality Shows. «Aquilo
que os teóricos da comunicação
designam por “metaocorrência” é a transformação
nos media de ocorrências reais
em autênticas efabulações
que dão permanentemente a
volta ao mundo», acrescenta
Carmelo.
Assumindo a ousadia de complementar a realidade com ficção, Luís Carmelo interroga:
«por que terá a ficcionalidade
de um romance de arrumar-se
entre a capa e a contracapa de
um livro? Não poderá a ficcionalidade de um romance também saltar para o meio da realidade do vivido e misturar-se
com ela? Eu creio que sim. E foi
o que aconteceu com esta operação performativa».
O autor confessa que tem
sentido reacções muito interessantes à fórmula encontrada
para promover o livro. Essas
reacções, diz, consideram a «antecipação ficcional como um
gesto artístico que expandiu o
do livro a outras realidades»
mas reconhece que recebeu
outras de teor bem diferente,
mais adversas ao classifica de
«corrente de ar».
Jogo de aparências
«É um jogo de aparências, tal
como é todo o jogo de imagens
em que globalmente vivemos.
De facto, quando em Janeiro se
discutia o paradeiro da jornalista Rute Monteiro, já se estava a discutir uma realidade dos
últi mos c apít ulos do me u
romance. Da mesma maneira
que, quando se discutem os
melhores portugueses de sempre, já se está a discutir uma
realidade que tem que ver com
as narrativas do nosso quotidiano», sustenta, advertindo, contudo, para a necessidade de
olhar o marketing como uma
actividade nobre.
O recurso à Internet para
fazer correr a notícia de um
rapto de uma portuguesa promoveu, necessariamente, a
curiosidade dos jornalistas.
Carmelo recorda que os principais jornais de referência contactaram o jornalista virtual
Olavo Aragão. «Eu e o meu editor acabámos por decidir respeitar os códigos dos jornalistas e informámo-los, com pedido de reserva, acerca da antecipação ficcional. O que não impede que não tenha havido diversos órgãos de comunicação social que fizeram notícia do caso
comunicacional gerado pela
antecipação ficcional do meu
romance. E fizeram bem, pois
vivemos todos num mundo da
comunicação».
O livro é apresentado nas
Livrarias do El Corte Inglés
(18,30h): Lisboa, dia 6, com
Francisco José Viegas; e Porto
(Gaia), dia 13, com João Pereira
Coutinho.
~ página seguinte
O enredo da história recente
Editado pela editora
Guerra e Paz, o décimo
romance de Luís Carmelo
promete fazer correr muitas páginas na Internet.
De acordo com o autor,
o enredo do novo romance
cruza a actualidade
(o rapto de uma jornalista
portuguesa após a guerra
do Líbano de Julho/Agosto
passados) com uma radio-
grafia retrospectiva de
Portugal, desde a revolução de 1974 ao 09/11.
«O romance articula
a vertigem de se narrar
em tempo real com
a nossa história mais
recente», diz o autor deste
romance, cujo enredo
envolve uma teia de interesses num cenário de
guerra mas também nos
meios políticos e diplomáticos de países como
Portugal, Itália e Líbano.
Para quem já tem um
romance adaptado ao cinema, Carmelo confessa que
no que escreve há sempre
o «bichinho do cinema».
Por isso, admite a ideia de
ver «E Deus Pegou-me
Pela Cintura» em formato
cinematográfico.
notíciasalentejo~ Março 2007
4
destaque~
De Évora a Évora,
com passagem
em Amesterdão
Luís Carmelo nasceu em Évora
- na Judiaria de Évora, como
gosta de dizer em Agosto de
1954. As marcas que lhe ficaram, diz, estão directamente
relacionadas com paisagem plana, a opulência da Sé, os claustros austeros do liceu (nos dias
de hoje de novo universidade) e
com o silêncio espesso dos
verões «muito quentes que pareciam querer abençoar uma
graça incomum».
Hoje é escritor e publicou
ensaios, poesia e romance, é professor universitário e um membro (muito) activo da comunidade internauta. Antes passou
por Évora, por Utreque, por
Amesterdão e por Lisboa, além
de Reguengos de Monsaraz,
onde foi professor do ensino
secundário. Mas é Évora, de
onde, nos dias de hoje, faz o
vai-vém a Lisboa para trabalhar, que parece ser a sua cidade de eleição.
Na auto-biografia que colocou na sua página pessoal
(http://luiscarmelo.net), Luís
Carmelo confessa que, desde
pequeno, entende Évora como
uma caixa de surpresas - «Dela
se alimentam as sacadas solares, as cornijas voadoras, os brasões sem memória, as ombreiras de tom ocre, os ameados
entre sebes, as clarabóias coloridas, as escadarias abismadas,
as frestas simuladas, as amarras manuelinas, as águas-
furtadas ao vento, os jardins
oblíquos, as janelas namoradeiras, os logradouros de ervas aromáticas, os espectros dos frisos,
os balaústres fugitivos, os mármores enleados e os terraços
presos à névoa crepuscular».
No final da adolescência
viveu em Tomar e seguiu-se um
período que o próprio considera
«rico de ruptura, de transição,
de ímpeto», «on the road»
Europa fora.
Nos estudos seguiu sociologia e experimentou a carreira
de professor em Reguengos de
Monsaraz (secundário). Mas,
com os anos 80, voltou a atravessar a fronteira para regressar à Holanda. Numa dezena de
anos dedicou-se, em termos académicos, a uma intensa actividade - estudos na área literária
e também na área da filosofia
escritural islâmica (anos antes
estudou árabe), doutoramento
na Universidade de Utreque,
em Semiótica da Comunicação
Profética.
Em 1990, regressou a
Portugal e passou a viver em
Lisboa, iniciando a sua actividade literária cinco anos depois. Tem publicados dez romances, mais de uma dezena de
ensaios, além de poesia e crónicas.
As tecnologias, diz, tornaram
possível o sonho de «viver em
Évora, auscultando as virtualidades da periferia do mundo».
os livros
Romance
Entre o Eco do Espelho
» 1986, Peregrinação, BadenLisboa; tradução inglesa parcial, Revista New Wave, 20,
Universidade do Colorado,
Boulder, USA
O Trevo de Abel
» 2001, Editorial Notícias,
Lisboa
Máscaras de Amesterdão
» 2002, Editorial Notícias,
Lisboa
Cortejo do Litoral Esquecido
» 1988, Vega, Lisboa
O Inventor de Lágrimas
» 2004, Editorial Notícias,
Lisboa
No Princípio era Veneza
» 1990, Vega; 2ª edição, 1997,
Vega, Lisboa
Ensaio
Sempre Noiva
» 1996, Vega
A Falha
» 1998, Editorial Notícias,
Lisboa; 2ª edição, 2001,
Planeta Agostini, Lisboa; 3ª edição, Editorial Notícias, Lisboa;
tradução espanhola, La Grieta,
2002, Hiru Argitaletxea,
Hondarribia, Espanha; romance adaptado ao cinema por
João Mário Grilo em 2002
As Saudades do Mundo
» 1999, Editorial Notícias,
Lisboa
A Tetralogia Lusitana de
Almeida Faria
» 1989, Universidade de
Utreque, Holanda; Prémio da
Ensaio da Associação
Portuguesa de Escritores, 1988
La Représentation du Réel
dans des Textes
Prophétiques
» 1995, Tese de Doutoramento,
Universidade de Utreque,
Holanda
Sob o Rosto da Europa
» 1996, Pendor, Évora-Lisboa;
2ª edição e tradução inglesa,
Ontology Of The South, Sul,
Edição dos Encontros de fotografia de Coimbra, 1996
Anjos e Meteoros. Ensaio
Sobre a Instantaneidade
» 1999, Editorial Notícias,
Lisboa
Os Jardins da Voyance
» tradução inglesa, The
Gardens of vision and the
bright Ofélias of the Douro
» álbum-encomenda Os
Jardins de Cristal, edição da
Porto-2001 e Roterdão-2001,
com o fotógrafo José M.
Rodrigues
Islão e Mundo Cristão
» 2001, Editora Hugin, Lisboa
Água de Prata
» sobre a obra do Prémio
Pessoa, José M. Rodrigues;
2002, Casa do Sul, Évora
Músicas da Consciência
» com prefácio de António
Damásio; 2002, Publicações
Europa-América, Lisboa
Órbitas da Modernidade
» 2003, Editorial Mareantes,
Lisboa
Semiótica - Uma Introdução
» 2003, Publicações EuropaAmérica, Lisboa
Manual de Escrita Criativa
» 2005, Publicações EuropaAmérica, Lisboa
A Novíssima Poesia
Portuguesa e a Experiência
Estética Contemporânea
» 2005, Publicações EuropaAmérica, Lisboa
A Viragem Profética
» 2005, Publicações EuropaAmérica, Lisboa
Drama e Argumento
Nefertiti
» libretto de drama musical de
José Júlio Lopes, 2000,
Edisardo, Lisboa
A Falha
» argumento para a longa
metragem homónima de João
Mário Grilo, 2002, Lisboa
Poesia
Fio de Prumo
» 1981, Terramar, Torres
Vedras
Vão Interior do Rio
» 1982, Atelier 18, Amesterdão
Ângulo Raso
» 1983, Atelier 18, Amesterdão
Crónica
Do Milénio e Outras
Crónicas
» 2000, Casa do Sul, Évora
Quase a Respirar
» Um ano de biografia poética
aos cinquenta anos de idade;
2004, Edição de autor, Évora
notíciasalentejo~ Março 2007
5
~portel
Tigela
mais Original
Açordas
em congresso
O Congresso das
Açordas, iniciativa que se
assume como um fórum de
divulgação e valorização
de um dos pratos mais
emblemáticos da gastronomia alentejana e portuguesa, é um contributo forte
para afirmar o Alentejo,
o concelho de Portel a
região de Alqueva como
destino turístico de qualidade. O autarca Norberto
Patinho diz que a gastronomia pode dar um contributo relevante para a promoção turística da região.
A primeira edição do
Congresso (2 a 4 de Março)
dá a conhecer a vertente
gastronómica e cultural do
evento, incluindo a realização de uma feira gastronómica e de produtos regionais, mas conta também
com diversas iniciativas
culturais, como exposições
temáticas, concursos, animação, cante tradicional
e fado.
«Um contributo para promover uma região», diz
o presidente da Câmara de
Portel, que contou com
a colaboração da Confraria
Gastronómica do Alentejo
para organizar o evento.
Nos colóquios participam,
entre outros, Cláudio
Torres («Memória dos
Sabores Mediterrânicos»),
Alfredo Saramago («Açorda
Alentejana: Mito e
Identidade») e Maria de
Lourdes Modesto («As
Açordas com que Cresci»).
«E tendo uma gastronomia desta dimensão entendemos importante homenagear a açorda como um
aspecto relevante da nossa
cultura, sem esquecer
a sua maior relevância
para promoção turística,
no momento em que na
nossa região apostamos
fortemente no turismo
No âmbito do
I Congresso das Açordas,
a Câmara de Portel lançou o concurso «A Tigela
mais Original», dirigido
a todos os alunos das
escolas profissionais
e universidades portuguesas das áreas de
design, artes plásticas,
cerâmica artística ou de
outras áreas ligadas às
artes plásticas. Conta
com cerca de centena
e meia de inscrições.
como um caminho do
desenvolvimento. Faz sentido que possamos usar
todos os nossos recursos
em termos de promoção
turística e como tal nós
entendemos que valorizando a açorda estamos
valorizando a nossa gastronomia e estamos dando
um contributo forte para
afirmar o Alentejo, o concelho de Portel a região de
Alqueva como destino
turístico de qualidade»,
refere o autarca.
O Castelo
em Imagens
«Slow Food»
Em contraste com a «fast
food», o conceito de «slow
food» começa agora
a entrar em Portugal, associado a hábitos alimentares mais saudáveis e retomando a «dieta mediterrânica. Este conceito «slow
food» nasceu com uma
associação sem fins lucrativos, criada em 1986 em
Itália, e que três anos depois deu origem, em Paris,
a um movimento internacional. Integra membros
em 104 países, celebra
a diferença de sabores,
a produção artesanal de alimentos e os pequenos produtores. Borba, recorde-se,
aderiu em Fevereiro a este
movimento.
Norberto Patinho diz
que se trata de um «conceito interessante». «Hoje, a
geração fast-food é confrontada com as comidas
rápidas e com aquilo que
é universalista. Nós temos
uma série de produtos gastronómicos marcados pelo
montado e pela nossa condições naturais. Há valores
que temos que preservar
e valorizar como uma alimentação de excelente
valor nutricional».
Simples como a natureza
Uma simples açorda
- pão, água, azeite, alho,
sal e coentros - pode guardar os segredos da gastronomia alentejana, feita de
sabores, de saberes
e também de cheiros.
«A açorda, que veio de
um tempo pré-romano,
atravessou o império,
o tempo árabe e chegou
até aos nossos dias com
a mesma pujança e os
mesmos ingredientes»,
escreveu Alfredo Saramago na introdução de
uma das obras mais completas sobre a diversidade
da gastronomia do
Alentejo - «Concurso de
Cozinha Alentejana,
as melhores receitas»,
editado pela Câmara
Municipal de Évora,
em parceria com a Confraria Gastronómica do
Alentejo.
Seguindo a introdução
histórica de Alfredo Saramago percebe-se que
a cozinha transtagana foi
«escrita» por celtas, roma-
nos e árabes a partir de
uma matriz mediterrânica.
A diversidade gastronómica deve-se aos diversos povos que ocuparam
o sul da península, mas
também ao engenho e
arte de gente que foi obrigada a recorrer aos saberes para melhorar os sabores e aos cheiros para estimular os sentidos.
Aníbal Falcato Alves,
no livro «Os Comeres dos
Ganhões - Memória de
Outros Sabores» (Campo
das Letras), recorda tempos de pouca fartura
- «Claro que as açordas
comidas pelos trabalhadores não tinham os
requintes do bacalhau, da
pescada ou de qualquer
outro acompanhamento.
Mesmo o azeite não era
empregado na devida
quantidade. À açorda
assim comida chamava-se
'açorda pelada'. Às outras,
aquelas bem temperadas,
só os senhores tinham
acesso».
Regressa a Portel,
de 7 a 12 de Maio,
o Castelo em Imagens,
agora na sua quinta
edição. Fotografia,
Desenho, Pintura,
e Vídeo vão a concurso
(inscrições até 15 Abril)
numa edição que integra
ainda o 4º Concurso
Nacional Escolar.
O Castelo em Imagens
é uma aposta da Câmara
de Portel que começa
a ganhar espaço no
calendário dos festivais
de cinema. O número de
espectadores das edições
anteriores, as centenas
de jovens que se aventuram a concurso e a qualidade da selecção de
Lauro António (director
do festival) colocam
o certame como uma
referência a nível nacional. Em simultâneo
decorrerá, pelo quarto
ano consecutivo,
o Concurso Nacional
Escolar, destinado a alunos de todas as Escolas
e Universidades portuguesas (incluindo
Escolas e Universidades
de Audiovisual
e Cinema, ou de outras
áreas da Comunicação
Social).
pub
95.5fm104.7fm
Antena Sul
ALENTEJO
Opinião
que
marca
diferença.
~ páginas 14 e 15
6
publicidade~
notíciasalentejo~ Março 2007
notíciasalentejo~ Março 2007
7
~reguengos de monsaraz
Autarquia
reivindica
obras
na EN 256
O presidente d a C M
Reguengos de Monsaraz,
Victor Martelo, reivindicou
junto do Governo o ar ranque das obras de beneficiação na EN 256, cujo projecto
está aprovado desde há dois
anos pela empresa Estradas
de Portugal. O autarca deu
nota desta reivindicação ao
secretário de Estado
Adjunto, das Obras Públicas
e das Comunicações, Paulo
Campos, no decorrer da cerimónia de inauguração de
um troço da Estrada
Regional 255, que liga S.
Marcos do Campo a Amieira.
De acordo com o Gabinete
de Imprensa da autarquia,
Victor Martelo pretende
ainda obras nas estradas
S.Marcos/Reguengos e
Falcoeiras/Reguengos.
No que se refere à EN 256,
qu e li ga Regu en go s de
Monsaraz a Évora, o autarca
considera «imprescindível»
o alargamento e a correcção
do traçado, assim como a
construção de uma nova
ponte sobre o rio Degebe e
variantes na Vendinha (concelho de Évora) e Reguengos
de Monsaraz.
No que se refere à ER 255,
que recebeu obras de benefici aç ão e pa vi me nt aç ão
numa extensão de 6,5 km, a
estrada enquadra-se na
reformulação da rede viária
envolvente à albufeira de
Alqueva. «Um investimento
com repercussões intermunicipais e regionais ao possibilitar mais esta ligação à
rede de estradas nacionais e
ao Grande Lago, e resulta
numa franca melhoria da
rede de acessibilidades permitindo reduzir para cerca
de metade a distância viária
Internet
em todas as freguesias
entre o concelho de
Reguengos de Monsaraz e o
de Portel, aproximando os
habitantes dos dois municípios. Com estas obras, a
faixa de rodagem da ER 255
ficará com duas vias de 3,5
metros de largura cada e ber mas com 1 metro de largura», pode ler-se num comunicado da autarquia.
A conclusão e pavimentação da estrada foi reivindicada pela Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz
durante quase uma década.
Actualmente, esta via assume ainda mais importância
devido à sua proximidade ao
Grande Lago e aos empreendimentos turísticos que
estão projectados para a
região.
O Município de
Reguengos de Monsaraz
assinalou, em Fevereiro,
o quinto aniversário do
Espaço Internet de
Reguengos de
Monsaraz, que registou
desde a abertura ao
público quase cem mil
utentes. Na mesma ocasião, a autarquia anunciou que vai criar, até
ao final do ano, Espaços
Internet nas sedes de
freguesia - S. Marcos do
Campo, Campinho,
S. Pedro do Corval,
Monsaraz. Trata-se de
um investimento superior a 187 mil euros,
financiado a 65% pelo
Programa Operacional
da Sociedade do
Conhecimento, do
Ministério da Ciência,
Tecnologia e Ensino
Superior. O Espaço
Internet de Reguengos
de Monsaraz dispõe de
10 computadores com
ligação à Internet em
banda larga e devida-
mente equipados para
cidadãos com necessidades especiais. Os utentes podem utilizar o
espaço para realizar trabalhos, pesquisas na
Internet ou simplesmente por lazer. Desta
forma, a autarquia pretende proporcionar de
forma gratuita a todos
os munícipes a utilização das novas
Tecnologias da
Informação e
Comunicação disponibilizando também em permanência um técnico
especializado para
esclarecer e auxiliar os
utentes. O Espaço
Internet de Reguengos
de Monsaraz está aberto ao público de segunda a sexta-feira entre as
10:00 horas e as 20:00
horas, e nos fins-desemana das 10:00 horas
às 13:00 horas e das
14:00 horas às 18:00
horas.
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8
publicidade~
notíciasalentejo~ Março 2007
notíciasalentejo~ Março 2007
9
~évora
PCP quer suspender
encerramento de
urgências
Évora ao espelho
“Évora ao Espelho” é um título comum para a um livro
e uma exposição que foram
apresentados no Palácio de
D. Manuel pela Câmara
Municipal de Évora e pela
Delegação Regional da Cultura
do Alentejo. Serviram de mote
para o encerramento do programa das Comemorações dos
20 Anos de Évora Património
Mundial, que teve início o ano
passado.
A autarquia eborense reuniu
quatro fotógrafos - Aníbal
Lemos, David Infante, Duarte
Belo e José Manuel Rodrigues e um escritor, José Luís Peixoto,
que actualizaram, através de
uma perspectiva artística,
a imagem da Évora do nosso
tempo, não esquecendo os traços do seu passado. O trabalho
individual de cada um destes
cinco criadores foi cristalizado
num livro, a que se deu o nome
de “Évora ao Espelho”, e as imagens que o compõem estarão
patentes até 10 de Março no
Palácio de D. Manuel.
A apresentação crítica do
livro esteve a cargo do jornalista Carlos Pinto Coelho, que partilhou com a assistência algumas das suas sensações ao
folhear o livro, lendo também
algumas passagens escritas por
José Luís Peixoto, um jovem
escritor que desde 1997 se tem
revelado como um dos talentos
da literatura portuguesa, tendo
sido distinguido através da atribuição de inúmeros galardões,
do qual se destaca o Prémio
Literário José Saramago (2001)
pelo seu romance “Nenhum
Olhar”.
“Évora ao Espelho” contou
com a colaboração de quatro
O líder do PCP defendeu a suspensão do processo de encerramento de urgências e a realização de um "grande debate"
sobre a reestruturação do
Serviço Nacional de Saúde
(SNS). Jerónimo de Sousa criticou o que classificou de "teimosia" do ministro Correia de
Campos.
fotógrafos que, apesar de uma
paixão comum pela fotografia,
possuem uma sensibilidade e
um sentido estético diferentes.
José M. Rodrigues iniciou o seu
percurso na fotografia em
Amesterdão, nos anos 60, e já
foi distinguido pelo Prémio
Pessoa em 1999 pelo conjunto
da sua obra artística e pela sua
contribuição às artes em
Portugal. Aníbal Lemos também
é um fotógrafo de carreira e fez
a sua formação superior em
fotografia na Faculdade de Arte
e Design da Universidade de
Derby, na Inglaterra, que em
1998 lhe conferiu o “PrizeWinner”, possuindo uma vasta obra
que tem sido divulgada em
exposições e inúmeras publicações. Duarte Belo é formado em
arquitectura, actividade com
que partilha o seu interesse
pela fotografia, tendo já realizado um vasto trabalho no campo
fotográfico, inclusivamente através da sua colaboração com
o historiador José Mattoso na
publicação de “Portugal
- O Sabor da Terra” (14 volumes). David Infante é o fotógrafo mais jovem deste grupo, com
24 anos, que vê nesta participação mais uma oportunidade
para continuar a consolidar
o seu trabalho da imagem fotográfica, que já lhe valeu o primeiro lugar do prémio Pedro
Miguel Frade, atribuído pelo
Centro Português de Fotografia
a jovens talentos.
A exposição “Évora ao
Espelho” está aberta ao público
no Palácio D. Manuel de segunda a sexta-feira, das 10:00 às
12:00 e das 13:00 às 17:00,
e Sábados só no período da tarde, encerrando ao domingo.
EDP vai patrocinar
a eleição das
Novas 7 Maravilhas
pub
A EDP vai patrocinar a eleição
das Novas 7 Maravilhas do
Mundo. O apoio da empresa à
iniciativa - onde competem,
por exemplo, o Cristo
Redentor (Rio de Janeiro), a
Torre Eiffel (Paris) e o Kremlin
(Moscovo) - insere-se na política de patrocínios da EDP,
que visa contribuir para preservar o património históricocultural. O anúncio do vencedor será feito numa cerimónia
em Lisboa, agendada para 7 de
Julho deste ano. Até lá decorre uma votação, organizada
pela New7Wonders, a fundação suíça, sem fins lucrativos,
responsável pela iniciativa. A
7 de Julho, no Estádio da Luz,
serão ainda eleitas as sete
maravilhas de Portugal, que
contam também com o incentivo da EDP. Da lista constam,
por exemplo, o Mosteiro do
Jerónimos (Lisboa), o Templo
de Diana (Évora), as
Fortificações de Monsaraz e o
Palácio da Pena (Sintra).
PSD-Évora denuncia
agravamento do
desemprego
A Comissão Política Distrital
de Évora do PSD denunciou,
em comunicado, «os graves
erros das políticas económicas
e sociais do Governo PS, por
nomeadamente agravarem
o desemprego e as condições
de vida dos Alentejanos e dos
Portugueses em geral». Diz
a estrutura social-democrata
que a publicação dos resultados trimestrais da taxa de
desemprego verificadas no
4º trimestre de 2006 atingiu
o valor de 8,2% o mais alto dos
últimos 20 anos. «Verifica-se
que no Alentejo aquele valor
é de 9,2% e em Évora ainda
é superior, afectando principalmente os jovens licenciados. É altura de perguntar ao
Governo onde estão os
150.000 postos de trabalhos
prometidos em campanha»,
pode ler-se na nota distribuída
à imprensa pelo PSD-Évora.
notíciasalentejo~ Março 2007
10
agenda~
ÉVORA
ESPAÇO CELEIROS
OBSERVAÇÃO ECLIPSE
Alto de S. Bento | 21:00H
Núcleo de Astronomia da
Escola Secundária Gabriel
Pereira
[email protected]
VASCO AGOSTINHO
TRIO - JAZZ
23:00H | SHE - Sociedade
Harmonia Eborense
01 MAR | 23:00h
Concerto/Baile Dites 34
(Jazz/Folk/Trad)
5 músicos desenvolvem uma
nova e original música de festa,
adicionando novas cores ao
mundo da música tradicional.
Esta mistura musical original
repleta de energia, abre novas
trajectórias entre os mundos do
jazz, da música tradicional
e improvisada. Com os Dites 34,
a música tradicional sai dos
seus limites e mostra uma surpreendente capacidade de se
auto-renovar
O3 MAR | 23:30h
Concerto/Concert
João Madeira e Pedro
(Versões de Bossa, MPB
e Música Portuguesa)
05 MAR | 22:00H
CICLO DE CINEMA
ALTERNATIVO
Sociedade Harmonia Eborense
06 MAR
PASSEIO TEMÁTICO
NA ECO-PISTA | VEGETAÇÃO
17:30H | Bebedouro da
Eco-pista (Bacelo Oeste)
GRUPO DE CANTE
ALENTEJANO
Espaço Celeiros | 20:00H
08 MAR | AULA ABERTA
“A COR COMO
VOCABULÁRIO”
Colégio do Espírito Santo,
Universidade de Évora
Anfiteatro |18~20:00h
19 MAR
PROCURA ACTIVA
DE EMPREGO
Palácio D. Manuel | 18:00H
21 MAR
“POESIA ITINERANTE”
Centro Histórico | 12~18:00H
artX
22 MAR
REDE EURES- REDE
EUROPEIA DE EMPREGO
Palácio D. Manuel | 18:00H
23 MAR
JOVENS À PROCURA
DE (IN) FORMAÇÃO
Palácio D. Manuel | 17:00H |
IPJ
CANTE ALENTEJANO
Palácio D. Manuel | 21:30H
26 MAR | 18:00H
AULA ABERTA HIP-HOP
Palácio D. Manuel
30 MAR | 23:00H
CONCERTO | THE GIFT
FÁCIL DE ENTENDER
Saiba mais em
www.cm-evora.pt
09 MAR
10/11 MAR
A Leste das Tradições”
Projecto financiado pelo
Programa Juventude e organizado pela Oficina da Courela,
que se alia à Pedexumbo para a
realização desta actividade.
Este projecto tem por objectivo
o fomentar do conhecimento de
aspectos da cultura tradicional
de países de Leste, por forma a
melhorar a compreensão e consequente integração de imigrantes oriundos desses países.
MÊS DA JUVENTUDE
01 MAR | 17:00H
GIGABOMBOS
Jardim Publico
02 MAR | 18~20:00H
Workshop - o teatro:
EU E O OUTRO
APF - Escola de Pais,
Cruz da Picada
03 MAR
10º CAMPEONATO NACIONAL
DE SKY SURF E 2ª PROVA DO
II SKY SURF PRÓ TOUR
Aeródromo | cme / Federação
Portuguesa de Paraquedismo
SCREAM DE ÉVORA
- DANÇAS URBANAS
Pavilhão da universidade '
10~19:00H
INAUGURAÇÃO DA
EXPOSIÇÃO MATEMÁTICA
EM JOGO
Mercado MuniciPal de Évora |
17.00H | CME - Departamento
de Matemática da Universidade
de Évora / Associação Ludus
JOGOS DE MATEMÁTICA
Palácio D. Manuel | 9~19:00H
PASSEIO BTT
CAMINHOS DE MONFURADO
8:30H | Évora-hotel
(PONTO DE ENCONTRO)
Évora Jovem - Núcleo de BTT
PASSEIO GUIADO AOS
CROMELEQUES - PIC-NIC
CENTRO AMBIENTAL DE
S.MATIAS
9:30H
Palácio D. Manuel | 18:00H
Évora Jovem
14 MAR
DIA ROMANO - VISITA
ROMANA
Palácio D. Manuel (PONTO DE
ENCONTRO) | 15.00H
TERTÚLIA
“OS JOVENS E A CIDADANIA”
Palácio D. Manuel | 18~20:00H
Núcleo de Estudantes de
Filosofia da U.E.
OBSERVAÇÃO ASTRONÓMICA
NO TEMPLO ROMANO
21:00H | Núcleo de Astronomia
da Escola Gabriel Pereira
CICLO DE CINEMA
Palácio D. Manuel | 21:00H
15 MAR | AULA ABERTA
“A COR NO DESIGN
E NA PUBLICIDADE”
Palácio D. Manuel | 18:00H
giePcn
16 MAR
MODA JOVEM
Palácio D. Manuel | 21.30H
PORTEL
CINEMA
05 Março
As bandeiras os meus Pais
12 Março
Flyboys
18 Março
Artur e os Minimeus
19 Março
Diamante de Sangue
26 Março
5 Dias, 5 Noites
EXPO | 3~29 Março
“O Cante…e o Alentejo”,
Cerâmica Artística de António
Duro - (Capela de Sto. António)
TEATRO (Auditório Mun. Portel)
4 Março
“A Açorda do Rei” - por Alunos
do 1º Ciclo (Encerramento do
Congresso das Açordas)
22 Março
“Tenho um Morto na Minha
Cama”, Teatro Experimental de
Pias (Comemoração do Dia do
Teatro a Amador)
24 Março
Cismenae Vita, a partir da
Comédia de Rubena, de Gil
Vicente, pela “AMAIA” (Associação
de Teatro Jovem de Portalegre)
01 Abril
“Falar Verdade a Mentir”, de
Almeida Garrett, pelo Grupo de
Teatro Amadores de Vila Viçosa
O Debate
“Estratégia de Lisboa
Crescimento e Emprego”
Conteúdo / apresentação
Definição e enquadramento da temática |
Novos desafios para a UE na viragem do século |
Conselho Europeu de Lisboa - Março de 2000:
lançamento da Estratégia | 2005 - Balanço da
Estratégia de Lisboa | Relançamento da
Estratégia de Lisboa - focalização no Crescimento
e no Emprego | Um novo ciclo de governação
entre a UE e os Estados-Membros | Perspectivas
Financeiras 2007-2013 | Aplicação da Estratégia
de Lisboa a nível nacional | Programa Nacional
de Acção para o Crescimento e o Emprego
(PNACE) 2005-2008 | Medidas emblemáticas
Os debates previstos
para a Universidade de Évora
Dia 15 de Março de 2007, pelas 10h30,
no Auditório do Colégio do Espírito Santo da
Universidade de Évora | para alunos do 12º ano
Dia 15 de Março de 2007, pelas 14h30,
na Sala 131 (Anfiteatro) do Colégio do Espírito
Santo da Universidade de Évora | para alunos
do Ensino Superior
notíciasalentejo~ Março 2007
11
~debate
Interrupção Voluntária da Gravidez
O "Sim" ganhou o referendo sobre a despenalização
do aborto, com quase 60 por cento dos votos.
A lei vai ser alterada no Parlamento.
A abstenção foi de 56,4 por cento e, apesar de
este ano terem votado mais 1,1 milhão de eleitores
do que na consulta de 1998, o referendo voltou
a não ser vinculativo. Que leitura política?
Diamantino Dias
PCP
Palma Rita
PSD
Norberto Patinho
PS
‘Valorizar
resultados do Sim’
‘Sociedade mais aberta
e mais justa’
‘Nulidade e desperdício
de recursos’
O referendo sobre a IVG, foi a terceira iniciativa referendaria realizada no nosso País, após a consignação
deste na Constituição da República, logo não existe
ainda uma cultura política para assumir este instituto
constitucional como uma prática, por isso é positivo
a evolução verificada nesta consulta, se considerarmos
o referendo como um instrumento de consulta que não
deve ser banalizado.
È preciso também alertar os detractores do referendo para duas questões, a democracia participativa não
deve restringir a democracia representativa e vice-versa. Por exemplo esta consulta teria sido evitada se
o Partido Socialista em sede da Assembleia da
Republica tivesse assumido a questão da despenalização da IVG com uma medida legislativa e assumido as
suas responsabilidades no quadro da democracia
representativa, o que a tinha valorizado, lembrar que
a matéria referendaria era um problema muito delicado e para o qual já tinha sido feito uma consulta em
1998, havendo agora a possibilidade de o resolver em
sede do parlamento. Lembrar ainda que além do que
é obrigatório o referendo deve ser usado em questões
cruciais que contribuam para a participação popular
e considerado como um instrumento de reforço da
democracia participativa e não banalizá-lo.
É importante valorizar os resultados no SIM pois
mostrou, uma evolução muito positiva, ficando claro
que valeu a pena persistir nesta luta contra o aborto
clandestino sendo agora urgente sem demoras fazer
cumprir a expressão maioritária deste referendo, a despenalização das mulheres que por diversas razões tem
de recorrer a uma Interr upção Voluntária da Gravidez,
apesar dos votantes não terem chegado aos 50%, registou-se uma evolução muito positiva, o que levou numa
matéria tão sensível a existir uma convergência política para transportar os resultados do referendo para
uma proposta de lei a ser votada na Assembleia da
República, para a qual devem ser transportados os interesses das mulheres portuguesas, colocando fim
à humilhação de que estas são vítimas, não permitindo
também que exista qualquer período de aconselhamento obrigatória como a direita procura que exista.
Logo a conclusão política é que valeu a pena lutar,
esta é antes de mais uma grande vitória das mulheres,
em como ficou patente que há lugar para se continuar
a aperfeiçoar a democracia participada e representativa, instrumentos se bem usado podem e devem servir
as populações. Valeu a pena persistir.
O “Sim” ganhou o referendo sobre a IVG, com 59%
dos votos, contra 41% do “Não”.
A interrupção voluntária da gravidez até às dez
semanas em estabelecimento de saúde legalmente
autorizado vai deixar de ser crime.
Foi dado mais um passo firme na construção de
uma sociedade mais aberta, mais tolerante e mais
justa.
Finalmente Portugal vai virar uma página negra da
sua história - a do aborto clandestino, a do medo, a da
indignidade, a da humilhação, a de uma lei penal
injusta e inadequada à realidade.
Na consulta popular do passado dia 11 de
Fevereiro votaram mais 1,1 milhões de eleitores do
que em 1998.
Apesar deste substancial e significativo aumento
de votantes, o referendo voltou a não ser juridicamente vinculativo pois registou uma taxa de participação inferior aos cinquenta por cento, previstos na
nossa legislação.
Um referendo vinculativo obriga o Parlamento a
agir em função do resultado do mesmo respeitando a
vontade popular.
Um referendo não vinculativo obriga o poder político a ter em conta em conta o seu resultado e permite ao Parlamento legislar de acordo com a vontade da
maioria. Sobretudo quando se trata de uma diferença
de votos tão significativa.
Com a vitória do “Sim” o legislador fica autorizado
a legislar no sentido proposto da despenalização mediante a alteração do Código Penal.
Face ao resultado inequívoco do referendo, o
Primeiro-Ministro honrando o compromisso assumido com os portugueses, fica “obrigado” à alteração da
lei respeitando a decisão expressa pela maioria dos
que votaram.
O resultado da consulta popular evidencia de
forma clara que os portugueses desejam um virar de
página na questão do aborto, votando claramente a
favor da alteração da lei.
Há que respeitar a sua vontade.
Segundo estimativas do STAPE, referendo custou no
mínimo 9 milhões de €uros, com base nos 2,7 milhões
de votos efectivos em 1998. Agora, votou mais 1,1
milhões de eleitores, pelo que os custos terão sido certamente acrescidos em quase 30%.
Mas, o resultado prático foi o mesmo: nulidade e
desperdício de recursos. Os benefícios para o PS
foram no entanto maiores: distraiu os portugueses da
crise económica e financeira, da maior fuga de
empresas estrangeiras de que há memória, dos
incomportáveis níveis de desemprego jovem altamente qualificado, da liberalização de funções nucleares
do Estado essenciais ao desenvolvimento, da dispensa
de funcionários de um Estado que não conseguem por
a trabalhar melhor, da demagogia permanente.
Tudo isto à custa de mais de uma dezena de
milhões de €uros dos nossos impostos que todos os
dias aumentam (contrariando as promessas eleitorais,
como em tudo o resto) na carga do IVA, na gasolina e
gasóleo, já para não falar na sobrecarga fiscal sobre
os bens essenciais.
Por isso se empenhou o Primeiro-Ministro de corpo
e alma na campanha eleitoral, procurando mobilizar
o eleitorado a favor da sua perspectiva. Mas, foi incapaz de encantar o eleitorado para o seu lado e, apesar
de ter ganho em votos, perdeu contra os mais de 50%
de abstenção que o esmagou.
Não tenhamos dúvidas: foi Sócrates quem mais
pediu o referendo e que mais força fez para que o
resultado fosse vinculativo. Mas, não foi assim o
resultado nem o empenho dos portugueses.
O referendo em Portugal morreu, por culpa de
alguns que poderão ter interesse em fazer agora passar no parlamento decisões tão importantes quanto
esta, para a vida dos portugueses, à conta da justificação demagógica dos resultados.
Deveria uma questão de consciência como a do
aborto ter sido referendada? A resposta não é simples.
Mais simples é no entanto a regionalização. Venha
a lei, agora sem referendo (objectivo de legitimidade
que o PS conseguiu), para afundarmos o resto deste
pequeno quintal.
notíciasalentejo~ Março 2007
12
referendo~
A geografia
do «Sim»
entre”aspas”
'O "sim" no referendo sobre a despenalização do aborto não constituiu uma vitória da Esquerda
sobre a Direita. Foi a resposta
cívica a uma obscenidade que
a Igreja e as forças mais reaccionárias têm apoiado. Também não
representou o triunfo "político"
de José Sócrates sobre a massa
circundante'
«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária
da gravidez, se realizada, por
opção da mulher, nas primeiras
10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?». A esta pergunta, a maioria dos eleitores que respondeu
à chamada respondeu «Sim».
O concelho de Aljustrel, distrito
de Beja, registou a maior percentagem de votos no «Sim».
O «Sim» recolheu 3867 votos
em Aljustrel (90,4 por cento),
entre os 4320 votantes. No concelho de Câmara de Lobos, na
Região Autónoma da Madeira,
o «Não» recebeu 9399 votos
(84,1 por cento), entre os 11378
votantes.
São Bento de Ana Loura
(Estremoz, distrito de Évora),
a freguesia com menor número
de eleitores inscritos em todo o
país, voltou a ser «caso único»
'Consistiu numa derrota parcial
do Portugal velho, infligida,
sobretudo, pelo Portugal novo,
que vai despontando no horizonte fosco, ainda tingido pela ignorância, pela superstição, pelo
analfabetismo e por abjectos
manipuladores de consciências.
Estes últimos foram, de facto,
os grandes vencidos. A ira indisfarçada dos seus mais visíveis
próceres demonstrou a face semioculta do jogo, no qual participou, com milhões de euros,
o banco do Opus Dei'
Baptista Bastos
www.negocios.pt
'Este Portugal calaceiro, atávico,
medalhado no queixume e na
lamúria, podia ser um País de
comédia, uma espécie de enclave
anedótico e provinciano para
o qual a esmagadora massa de
cidadãos olharia de quando em
vez para se lembrar do País que
não quer. Mas não. Esse Portugal
miudinho, tão afoito na corrida
à maledicência e ao desprezo,
é a nossa maior tragédia.
Ao mesmo tempo que «elege»,
sem sair do sofá, um Salazar de
concurso televisivo «para pôr
ordem nisto», não descalça as
pantufas para ver a revolução
passar à porta. Este Portugalzinho está aí, pelos vistos para
durar. E com grande audiência.
Pena que o outro País, o daqueles
que, bem ou mal, votam, escolhem e questionam, não possa
mudar de canal. E tenha de
tomar decisões andando à chuva.
E molhando-se'
Miguel Carvalho
www.visaoonline.clix.pt
As reacções (na noite do Referendo)
José Sócrates (PS) » ‘Um resultado inequívoco...
O povo falou e falou de for ma clara e veio reforçar
a legitimidade do espaço político e legislativo que
estava em causa’
Jerónimo de Sousa (PCP) » ‘O respeito pelos
resultados torna imperiosa e urgente a necessidade
de conclusão do processo legislativo iniciado na
Assembleia da República’
www.siconline.pt
'Umas semanas antes do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez assisti, na
Universidade Lusófona, no Porto,
a uma conferência de Cândido de
Oliveira, professor catedrático
da Escola de Direito da
Universidade do Minho.
Estudioso do comportamento eleitoral dos portugueses, o professor tem uma opinião pouco abonatória sobre a forma como os
eleitores usam os direitos de cidadania que a democracia tornou
possíveis. Nessa sessão - e de
forma desassombrada - Cândido
de Oliveira traçou um retrato
a negro dos portugueses. Faço um
resumo, de memória: no geral,
os cidadãos nacionais gostam de
entregar o destino das suas
opções nas mãos de outros, demitem-se das suas responsabilidades, não fiscalizam os eleitos
e mantêm traços bem vincados
de submissão. Ou seja, os portugueses não têm consciência dos
seus direitos e deveres, sentemse confortáveis por saber que
alguém manda e nisso não disfarçam a velha mentalidade salazarenta. Com um povo assim,
muito dado à má-língua entre um
penalty duvidoso e a lamechice
de telenovela, é natural que os
mandatários se abstenham de
prestar contas e facilmente assumam tiques de... mandantes»'
num acto eleitoral - 100 por
cento de votos no «Sim"».
Votaram metade dos 30 eleitores inscritos. Segundo a SIC
Online, o «Não» teve igualmente
um caso de 100 por cento
- Parada de Monteiros, concelho de Vila Pouca de Aguiar,
distrito de Vila Real, onde foram
às urnas 33 dos 135 eleitores
inscritos.
Em termos nacionais, o «Sim»
venceu com 59,24 por cento dos
votos expressos e o «Não» recolheu 40,75 por cento. A abstenção ultrapassou metade dos
votantes, com 56,40 por cento.
A consulta não foi juridicamente vinculativa, mas os líderes da
maioria dos partidos com assento parlamentar consideraram
os resultados politicamente
relevantes.
Francisco Louçã (BE) » ‘Foi uma vitória extraordinária, que não é de partidos políticos. A democracia
vinculou a decisão da despenalização e do combate
ao aborto clandestino’
Marques Mendes (PSD) » ‘A maioria dos portugueses
votou 'sim' no referendo. Entendo que, apesar de
o referendo não ser juridicamente vinculativo,
essa vontade deve ser respeitada’
Ribeiro e Castro (PP) » ‘Renovo o nosso compromisso,
como partido, pelo direito à vida e à saúde’
2007
56,39% dos inscritos
59,24%
40,76%
Abstenção
SIM
NÃO
68,09%
48,70% 51,30%
1998
notíciasalentejo~ Março 2007
13
~interrupção voluntária da gravidez
perguntas&respostas
Depois do Referendo,
tudo o que se relaciona com a Interrupção
Voluntária da Gravidez fica à espera do
processo legislativo.
O Primeiro-ministro
disse, logo após os
resultados, que seria
respeitada a vontade
popular e o Presidente da República, dias
depois, veio a público
recomendar que
a Assembleia da
República deverá
analisar as “boas práticas” existentes nos
países da União
Europeia antes de
legislar
O que se segue?
Seguindo a ideia do
ministro da Presidência,
Pedro Silva Pereira, que
o processo de regulamentação pelo Governo da
futura lei do aborto será
«eminentemente administrativo» e procurará
corresponder ao exercício
das melhores práticas
europeias, conforme
a vontade do PR.
O governante falou de
um «um trabalho imediato» na Assembleia da
República, em sede de
especialidade, mas adiantou que paralelamente,
«haverá também um trabalho a desenvolver pelo
Governo, que tem a ver
com a regulamentação de
aspectos eminentemente
administrativos e que
não implicam intervenção do poder legislativo
da Assembleia da
República». Os trabalhos
para a nova lei sobre a
interrupção voluntária
da gravidez (por opção da
mulher até às dez semanas em estabelecimento
legalmente autorizado)
deverão ficar concluídos
até final da sessão legislativa na Assembleia da
República.
O Serviço Nacional de
Saúde tem capacidade
de resposta?
O titular da pasta da
Saúde, Correia de
Campos, assegura que
o Serviço Nacional de
Saúde reúne as condições
necessárias para realizar
interrupções voluntárias
de gravidez até às
10 semanas. «O SNS tem
condições de realizar
aquilo que os portugueses pediram e dar serviços de qualidade e equidade», disse o ministro
na SIC. De acordo com
a Visão, o Ministério da
Saúde tem já contas feitas e o custo da nova realidade legal da IVG custará entre os 7,2 e os 10,8
milhões de euros. Logo
após a realização do
Referendo ficou a conhecer-se o interesse de clínicas privadas especialmente dirigidas a IVG,
com preços médios a rondar os 450 euros.
A objecção de consciência de médicos pode
limitar SNS?
Para alguns médicos,
o resultado do Referendo
vai ditar um aumento do
número de clínicos que
vão recorrer à figura da
objecção de consciência.
Por exemplo, o director
da Maternidade Alfredo
da Costa, Jorge Branco,
acredita que o sector
público não terá capacidade para atender todos
os casos de aborto, obrigando hospitais a contratar clínicos fora. Admitese, inclusivamente, a possibilidade do Estado contratualizar serviços com
entidades privadas.
fonte: stape
pub
Abertos das 12h00 às 15h30
e das 18h00 às 22h00
Encerram à Segunda-Feira
Os 21 finalistas
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de Mafra
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Palácio Nacional da Pena
Palácio Nacional de Queluz
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Ruínas de Conímbriga
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9 de Évora
Templo
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S.
Pedro
Corval de Belém
Torre
de do
S. Vicente
E-mail: [email protected]
Telef. 266 549 568
Fax. 266 519 896
Tlm. 969 067 073
notíciasalentejo~ Março 2007
14
emoutrapátria
A. Sáez Delgado
[email protected]
Excertos de ‘En Otra Pátria’,
escrito entre 1998 e 2002
Tradução: David Prazeres
“Na obscuridade das
entranhas” se intitula
o poema do libanês Khalil
H‚wi que cai hoje nas
minhas mãos e que traduzo da sua versão portuguesa, num terraço da
Baixa, para intentar
fazê-lo meu:
passai com mais doçura
sobre os nossos nervos,
caminhantes.
não, nós não estamos
mortos.
só fatigados
por uma neblina suja
com o rosto pútrido e falso
que se estira e se faz serpente, polvo, enigmas.
antes o ventre da terra
que este ar sem ar.
passai com mais doçura
sobre os nossos nervos,
caminhantes.
estamos no abrigo de um
tranquilo subsolo.
mitigando a febre,
recuperando o espírito,
cantamos.
escondemo-nos.
Joaquina Margalha
escondemos a nossa vida
longe das sendas
do tempo
viandantes, sobre os
nossos nervos
passai mais docemente.
intenta acomodar de imediato a realidade que o
rodeia à ordem circundante no seu próprio lugar de
origem. Viajamos acompanhados das nossas manias,
é verdade: ler o periódico
a esta hora, tomar um café
~
depois de almoçar, tomar
banho enquanto escutaVolto de uma viagem
mos as notícias, ler algo
a Londres, essa cidade
ligeiro antes de um sonho
cuja neblina nos converte
que, esse sim, nunca nos
em espectros, segundo
acompanha longe de
Pascoaes. Um temporal
esteve a ponto de frustrar casa... Viajamos para fugir
de uma rotina que inteno voo, convertendo-o em
mais acidentado do que já tamos de imediato instalar
no nosso novo reino, por
é em si qualquer regresso
muito provisional que este
ao lugar onde se vive.
Viaja-se intentando desco- seja. Essa é a verdade, da
qual faz tempo que aprenbrir-se a si mesmo, não
di a não fugir: a rotina
podemos negá-lo. E, sem
sem misericórdia é a caríembargo, passado o susto
cia mais plácida da vida, o
inicial (eu, que viajo
durante boa parte da sema- rosto mais sossegado e
na, continuo a pôr-me ner- terno de uma aventura
voso antes de apanhar um que se empenha obstinadamente em que olvideautocarro urbano), passado esse sobressalto de sen- mos as suas benévolas virtudes.
tir-se todavia extraterrestre numa terra em que
nada é familiar, o viajante
~
Inglaterra tem algo
de Portugal, é certo, ainda
que não tanto como dizia
Ramón Gómez de la Serna
que tinha Lisboa de
Londres. Ramón escreve
que passeia por Lisboa e
tem a impressão de fazê-lo
por uma Londres com
outra luz e outro clima.
Eu, que estou cansado de
fatigar as ruas de Lisboa,
não opino o mesmo.
Nunca antes, passeando
pelas ruas da Baixa, havia
sentido a nostalgia de algo
que agora tenho ante
meus olhos. Porque, com
efeito, não há pior nostalgia que a de algo desconhecido, como não há pior
(ou melhor) paixão que a
que sentimos por aquilo
que nos vela o seu verdadeiro rosto. Eu, se por acaso, digo alto e claro que,
nestes dias de passeios londrinos, pouco ou nada me
recordei de Lisboa, nem
para bem nem para mal.
A educação
e o nível cultural das famílias
[email protected]
É muitas vezes referido
que um dos factores condicionantes do sucesso educativo é o baixo nível cultural
das famílias. Mas, o que é
um nível cultural baixo?
É o contraponto de um nível
cultural alto? Então, quais
são os critérios que possibilitam afirmar que uma pessoa possui mais ou menos
cultura do que outra?
Usamos muitas vezes
estas expressões para definirmos pessoas que não partilham as nossas referências
em relação à educação; tendemos a considerar que
quem possui uma matriz de
conhecimentos diferente da
nossa, ou da que aspiramos
obter, é culturalmente
pobre. Não aceito a ideia de
que há grupos mais ricos ou
mais pobres na área do
conhecimento porque nem
todos ocupamos os tempos
livres da mesma forma, ou
apreciamos manifestações
culturais semelhantes, ou
utilizamos as mesmas fontes
do saber. E, isto não nos faz
mais, ou menos, dotados culturalmente. Apenas nos faz
diferentes. É por sermos
diferentes que construímos
projectos de vida diversos,
orientando as nossas pretensões num determinado sentido que não é, forçosamente, coincidente com os dos
outros. Fazemo-lo tendo
como base um sistema de
valores, atitudes e referências que são específicos de
cada família. Desta forma,
entendo que associar os
bons, ou maus, resultados
educativos, com tanta convicção, à condição cultural
da família é uma forma insuficiente de abordar o problema. A ser assim, seríamos
forçados a admitir que só as
pessoas/crianças que consideramos culturalmente favorecidas teriam sucesso.
Ao invés, importa aferir
o valor que cada família atribui ao saber, a atitude que
possui em relação à educação dos filhos, que exemplos
(referência) dão as famílias
aos seus descendentes.
Para o fazermos, teremos
forçosamente que formular
questões:
Quais são os projectos de
vida das famílias? Que lugar
tem neles a educação?
Quanto tempo disponibilizam os pais/famílias no apoio, em casa, à vida escolar
dos filhos? Como são estes
pais/famílias como cidadãos,
tanto social como profissionalmente?
Poderemos aplicar estas
perguntas a famílias, independentemente do seu
grupo cultural de pertença,
ou daquele em que as queiramos incluir. É que confundimos, com frequência,
a problemática da pertença
cultural com a social. Será,
possivelmente, devido a esta
confusão que tecemos afirmações como a que inicia
esta coluna: o sucesso educativo é influenciado pelo
nível cultural da família,
quando, na verdade, deveríamos remeter a problemática para as suas formas de
estar em relação à educação,
deixando de parte classificações de cariz social ou
cultural.
notíciasalentejo~ Março 2007
15
~opinião
José Calixto
Perceber o Futuro
[email protected]
Perceber o que é fundamental para o desenvolvimento, sustentado e sustentável, duma comunidade é um desafio colectivo.
Sabemos que os grandes
decisores se distinguem
normalmente por uma elevada capacidade de antecipar variáveis do futuro;
uma boa interpretação dos
chamados 'sinais dos tempos' ajuda a correcta formulação de cenários estratégicos para o nosso futuro colectivo.
No entanto, assim que
essa 'verdade' se encontra
minimamente consensualizada, deixa de pertencer
a pessoas em concreto e
passa a ser património
intelectual a toda uma
comunidade. Como o povo
sabiamente interpreta,
'ninguém é dono absoluto
da verdade...'.
Todos podemos e devemos dar contributos para
uma definição estratégica
do nosso futuro; no entanto, essas ajudas deverão
prever uma forte partilha
e interactividade com a
diversidade de formas de
pensar que sempre constituem uma comunidade.
É com esse espírito que
assumimos o nosso entendimento sobre o futuro de
Reguengos de Monsaraz.
Consideramos que um
dos sectores económicos
fundamentais para o nosso
desenvolvimento
é o Turismo; a implementação desta estratégia
deverá respeitar os mais
elevados padrões de qualidade e excelência da polí-
tica ambiental. Devemos
ter a capacidade para nos
tornarmos um destino
turístico de EXCELÊNCIA.
É igualmente importante partilharmos um conjunto de objectivos para
assegurar um futuro com
qualidade:
» Aproveitamento inteligente dos recursos e do
solo, preservando a nossa
enorme riqueza paisagística e ambiental;
» Promoção a revitalização
dos nossos agentes económicos, antecipando oportunidades, ameaças e os
novos instrumentos da
economia global;
» Criação de mais e melhores oportunidades para
a nossa juventude; é fundamental a aposta na
formação de qualidade
e adequada à economia
regional;
» Forte promoção de infra-estruturas de qualidade
nas áreas das acessibilidades, da saúde e da segurança;
» Preservação e dinamização da nossa cultura, das
nossas tradições e dos valores da nossa comunidade...
Perceber o futuro é, de
facto, um trabalho colectivo, no âmbito do qual
cada crítica sobre uma
determinada linha de pensamento deve dar origem,
de imediato, a uma nova
proposta!
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BREVEMENTE EM
REGUENGOS DE MONSARAZ
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TRAS
LIVRARIA
SER
notíciasalentejo~ Março 2007
16
emdia
Afonso de Almeida
[email protected]
profissões
Sabe o que é
um bioquímico?
Caro leitor: imagine que a sua
empresa o contrata para realizar
determinadas tarefas, e depois
o obriga a adquirir os meios para
que possa cumprir as mesmas.
Por exemplo, que lhe fornece um
espaço, mas que tem que comprar os materiais para produzir
um determinado bem ou, na
melhor das hipóteses, que tem
que pagar a gasolina para distribuir esses bem. E que os custos
a que fica obrigado para poder
cumprir as funções para que foi
contratado são bem superiores
à remuneração que aufere.
E que, se o não fizer, fica em
incumprimento profissional.
Incrível, não? Pois é o que se
passa com grande número de
professores universitários.
O Estatuto da Carreira destes
profissionais impõe-lhe a obrigação de efectuar investigação.
Contudo, as Universidades não
recebem do Estado, seu patrão,
qualquer orçamento de funcionamento destino à investigação!
O que se passa então? Os docentes
têm de concorrer com projectos
a mecanismos de financiamento
externos, alheios à Universidade.
Estes mecanismos têm vindo a
aprovar, nos últimos anos, pouco
mais de 20% de todas as candidaturas submetidas. Ou seja, os
docentes que integraram as candidaturas não aprovadas, a maioria, ficam condenados, pelo
menos durante os 3 anos seguintes, a não poderem cumprir aquilo a que estão obrigados pelo seu
Estatuto profissional. Bem, dirá
o leitor, é porque aquela maioria
não tem qualidade. Errado: projectos da Universidade de Évora
classificados pelos avaliadores
internacionais como MUITO
BONS e, até, EXCELENTES, não
têm sido financiados. As respectivas equipas ficam impossibilitadas de fazerem investigação,
ficam prejudicadas nas suas carreiras, e problemas a requererem
investigação, pelo menos a nível
regional e local ficam por resolver. Trata-se de uma situação
chocante no panorama profissional do nosso País. Mas ainda há
pior: uma equipa de investigação
que não consegue ver o seu
MUITO BOM projecto aprovado
num determinado ciclo de avaliação de candidaturas, fica irremediavelmente afastada da “competição” no futuro. Isto porque, três
ou mais anos depois, mesmo que
a sua proposta de investigação
seja EXCELENTE, fica prejudicada pelo facto desta equipa proponente não ter tantas “publicações” como as das outras equipas
que tiveram projectos aprovados
anteriormente. E a sua “exclusão” do sistema torna-se praticamente inevitável, com as gravíssimas consequências para
o desenvolvimento económico
e social do meio em que se inserem. Já nem sequer é a “mão de
obra” especializada barata do
nosso governo. Estamos na presença de “mão de obra” especializada barata e desprezada.
Por quê mais no Inverno? Porque está
frio? Não! Isso são histórias da avozinha. A gripe é provocada por vírus, por
exemplo vírus da gripe, que é contagioso. Um golo de água tomado pelo copo
do parceiro do lado, um beijo da sua tia
Gertrudes, ou mesmo um simples aperto
de mão podem contaminar. Ora, no
Inverno, passamos muito mais tempo
em “interiores”, normalmente mal arejados, “apinhados” de pessoas... com os
seus “micróbios”. É a proximidade que
favorece a transmissão da gripe.
No Verão, pelo contrário, anda-se mais
“por fora”, e o ar circula mais livremente. O vilão do vírus tem muito menos
“chance” de nos atingir. E ainda bem,
pois há tanta coisa gira para fazer
nas férias...
perguntámos
ao físico
Sendo o sol uma bola de fogo
que arde há milhões de anos,
donde vem tanto combustível, e quando é que se esgota?
O sol liberta tanta energia, sob
a forma de radiação e de calor, que
consegue iluminar e aquecer o nosso
planeta situado a 150 milhões de quilómetros. Esta energia é produzida
através de reacções nucleares que se
verificam no interior da estrela. Em
tais reacções, os átomos de hidrogénio “fundem-se” transformando-se
em átomos de hélio. Em cada segundo, 700 milhões de toneladas de
hidrogénio são convertidas em hélio.
O hélio resultante é mais leve que
o hidrogénio: uma diferença de
massa de 0,7% que se dissipa sob a
forma de energia pura. O sol perde,
assim, cinco milhões de toneladas de
energia por segundo (432 milhares
de milhão de toneladas por dia).
A este ritmo, ele esgota muito rapidamente as suas reservas de hidrogénio. Mas como é muito maciço, dispõe de enormes quantidades, o suficiente para “brilhar” ainda durante
5 milhares de milhões de anos.
dp
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Nos laboratórios, os bioquímicos são muitas vezes os
heróis silenciosos da medicina. Eles encontraram a “receita” que serve para “fabricar”
todos os seres vivos: a molécula de ADN. Descobriram
também o acetaminofeno (paracetamol), que nos livra de
muitas dores de cabeça. É graças a eles que sabemos que a
produção de insulina é deficiente nos diabéticos, e que dispomos actualmente de milhares de medicamentos. Não é,
pois, de surpreender que
encontremos bioquímicos na
maior parte dos laboratórios
por esses mundo fora. Eles
desenvolvem medicamentos,
asseguram se os desportistas
tomaram ou não “drogas”,
investigam causas das doenças. E tudo isso nos laboratórios. Servindo-se de produtos
químicos, de bactérias, e
mesmo da radioactividade,
eles conseguem manipular
moléculas tão pequenas que
não conseguem ser vistas nem
com um microscópio!
“Mão de obra”
especializada,
barata e desprezada
Maldita gripe
www.noticiasalentejo.pt
~
todos os dias são notícia
jornal on-line da universidade de évora
notíciasalentejo~ Março 2007
17
~ciência&tecnologia
A cor dos olhos é determinada por células “pigmentares” - melanocitos - da íris.
Estas células produzem um pigmento
castanho chamado melanina (o mesmo
pigmento que dá a cor à pele, pelos
e cabelo). Quando há muita células produtoras de melanina a íris é cinzenta-azulada, a cor das células da íris vistas
por transparência. Uma camada fina de
melanocitos produz cor castanha.
Combinando com o azul, obtém-se todas
as “nuances” do verde, avelã, etc. Ao nascimento, os bebés têm frequentemente
olhos azuis porque a sua íris ainda está
desprovida de melanocitos.
Gradualmente, estas células produzem
os seus pigmentos e a íris vai então
mudando de cor.
Repórter deprimido
Um repórter do The Guardian, jornal
britânico, submeteu-se a uma prova destinada a determinar a sua quota parte
de responsabilidade na poluição com carbono (CO2). Chegou à conclusão que, só
à conta do aquecimento central e do gás
da cozinha, contribuía com 14 quilos de
Carbono por dia. Somando as resultantes da luz de 6 lâmpadas de 100 watts
cada, do frigorífico, do automóvel, etc.,
a sua quota chegou a 5,5 a 8 toneladas
por ano! Saiba o leitor que, em média,
por cada litro de combustível consumido
por um motor de carro, são libertados
mais de 2,5 kg de CO2. Agora imagine
as consequências dos “engarrafamentos”
nas grandes cidades...
Os nossos fiéis amigos
podem ter sonhos cor de rosa?
Os cães e gatos podem sonhar
“a cores”...mas provavelmente não ver
a vida em cor-de-rosa. São capazes de
distinguir as cores que se aproximam do
vermelho e do rosa mas, percebem
muito melhor outras cores como o azul
e o verde. Para eles, o arco-íris não tem
sete cores! Isso porque a sua retina tem
muito poucos “cones”, as células que
detectam as cores. Pelo contrário, contem enormes quantidades de “bastonetes”, as células sensíveis à luz, o que
lhes dá uma visão mais “penetrante”.
Vêm melhor à noite que os seus donos.
Faça o favor de ser feliz
(emigrando)
Investigadores da Universidade de
Warwick verificaram existir uma relação directa entre o grau de felicidade
global de uma nação e os problemas de
tensão arterial dos seus cidadãos.
Os investigadores entrevistaram 15 000
pessoas de vários países europeus acerca
de todos os aspectos das suas vidas,
incluindo os seus níveis de satisfação
com a vida, saúde mental, e se tinham
problemas de tensão arterial. A tabela
classificativa, ficou assim constituída
(dos mais felizes para os mais infelizes):
Suécia, Dinamarca, Reino Unido,
Holanda, Irlanda, França, Luxemburgo,
Espanha, Grécia, Itália, Bélgica, Áustria,
Finlândia, Alemanha e Portugal. O mais
curioso do estudo é que o “ranking” relativo aos problemas de hipertensão teve
exactamente a mesma ordenação!
Caramba, por que sempre nós? E, já agora, o desenvolvimento económico não é
sinónimo de “bem-estar” humano.
Os governos não podem continuar
a olhar para o Homem como mero ser
“economicus”.
Respostas de Estudantes
curiosidades
O médico e o monstro
‘Germinar:
tornar-se natural
da Alemanha’
~
‘Planeta:
um corpo de terra
envolvido por céu’
~
‘Para a asfixia:
aplica-se respiração artificial
até que o paciente esteja morto’
O livro O médico e o monstro
foi inspirado em William
Brodie, um respeitado homem
de negócios. Durante o dia,
fazia parte do conselho da
cidade de Edimburgo mas,
descobriu-se, à noite era
chefe de uma quadrilha de
ladrões. O escritor Robert
Louis Stevenson ficou fascinado com a história desse
homem de dupla personalidade e criou as figuras do
Dr. Jekyll e de Mr. Hyde,
em 1886.
Sherlock Holmes
SÍTIO
DAS
LETRAS
LIVRARIA
Tenha calma!
Você é mesmo o pai da criança
Depois de observar qualquer
estranho, o dr. Joseph Bell,
um cirurgião de Edimburgo,
era capaz de deduzir muito
de sua vida e de seus hábitos.
Isso impressionou um dos
seus alunos, Conan Doyle,
que admitiu ter "usado
e ampliado os seus métodos
quando construiu o detective
Sherlock Holmes".
Conto do Vigário
COMPRE LIVROS E GANHE
UMA ASSINATURA ANUAL
DO NOTÍCIAS ALENTEJO
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266 508 010 * 266 508 017 (fax)
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REGUENGOS DE MONSARAZ
Uma imagem de Nossa
Senhora dos Passos doada
pelos espanhóis à cidade de
Ouro Preto (MG) originou
uma disputa entre os vigários
de duas igrejas, a de Nossa
Senhora do Pilar e a de Nossa
Senhora da Conceição. Para
resolver o impasse, o vigário
de Pilar sugeriu que a imagem fosse colocada em cima
de um burro no meio do caminho entre as duas igrejas.
O rumo que o animal tomasse
decidiria com quem ficaria
a imagem. Quando foi solto,
o burro imediatamente se dirigiu à igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele pertencia
ao vigário de lá.
notíciasalentejo~ Março 2007
18
figuras&factos~
faça chuva
ou faça sol
Universidade distingue
Vasco Graça Moura
A Universidade de Évora distinguiu Vasco Graça Moura com
o Prémio Vergílio Ferreira/07.
Ensaísta, crítico, tradutor, poeta
e ficcionista, Vasco Graça Moura é
um dos nomes de referência da cultura portuguesa contemporânea.
Recebeu inúmeros prémios literários, entre os quais o Prémio
Pessoa (1995), o Prémio de Poesia
do PEN Clube (1997), o Grande
Prémio de Poesia da Associação
Portuguesa de Escritores (1997)
e o Grande Prémio de Romance
e Novela APE/IPLB, 2004, bem
como três prémios internacionais
em Itália e macedónia. Em 1998
foi-lhe atribuída a Medalha de
Ouro da Cidade de Florença pelas
suas traduções de Dante. O Prémio
Vergílio Ferreira foi criado pela
Universidade de Évora em 1997,
para galardoar ensaístas e/ou
romancistas de língua portuguesa.
Na lista dos distinguidos constam
Maria Velho da Costa, Maria
Judite de Carvalho, Mia Couto,
Almeida Faria, Eduardo Lourenço,
Óscar Lopes, Vítor M. Aguiar e
Silva, Agustina Bessa Luís, Manuel
Gusmão e Fernando Guimarães.
PLUZZARTE
subiu ao palco
O grupo PLUZZARTE apresentou,
em Fevereiro, no Auditório
Municipal de Reguengos de
Monsaraz, a peça de teatro
“É urgente o amor”, de Luís
Francisco Rebello. A iniciativa,
organizada pela Câmara Municipal
de Reguengos de Monsaraz e pela
Escola Secundária Conde de
Monsaraz, teve como actores oito
alunos deste estabelecimento de
ensino. O grupo PLUZZARTE tem
existência dramática desde o ano
lectivo 2003/04 e, até ao momento,
as suas incursões de palco limitaram-se a pequenas actuações junto
da comunidade escolar da Escola
Secundária Conde de Monsaraz.
Constituído por 13 alunos, com idades compreendidas entre os 13 e os
18 anos, o grupo nasceu da paixão
comum pelas artes da representação e da vontade de aproximar
o teatro dos jovens.
Sócrates, o líder de quem
os espelhos gostam
Tomou posse em Março de
2005 levando no bolso uma
maioria absoluta na
Assembleia da República e
desde então tem mantido o PS
no topo das intenções de voto
e uma imagem positiva nas
sondagens. José Sócrates ameaça ser um «caso de estudo»
do marketing político, apesar
da carga fiscal, do desemprego
e das manifestações.
Visto de fora, o actual
Primeiro-Ministro é considerado como um exemplo de político frio e eficaz, que sabe utilizar o instinto e que se preocupa em manter a liderança
da agenda política. Por dentro,
alguns socialistas gabam-lhe o
espírito de iniciativa, mas
lamentam os desvios da
matriz social que caracteriza o
partido em áreas como a saúde.
O «actor» José Sócrates,
que sabe utilizar o teleponto e
«trabalhar» com as câmaras
de televisão, tem «semeado»
inimigos junto de corporações
de vários sectores, da saúde à
educação, sem esquecer a
Justiça. Ainda assim, o espelho adora-o e confirma-o
O Primeiro-Ministro
como o líder mais popular cá
do pedaço.
tem andado à chuva
Como se explica, então, o
mas não se molha
sucesso de Sócrates? Um
foto www.governo.gov.pt
recente trabalho da revista
Visão sobre este tema aponta
quatro ideias-chave: credibilidade, confiança, relevância e
centralização. É realmente verdade que tem marcado a diferença relativamente a Santana
Lopes, que ainda não saltou
do comboio em andamento,
como Guterres e Barroso, e
que tem conseguido manter
uma forte disciplina no seio
do Governo no que se refere a
entre”aspas”
«Um "documentário" exibido
na RTP (…) transformou-se no
exaltado panegírico de Salazar,
sob a manhosa aparência de
"objectivo". O autor, Jaime
Nogueira Pinto, é um homem
mensagens fundamentais.
astuto, mas não tão inteligente
Acrescente-se que tem consequanto. Ocultou, entre um rol
guido elogios à sua direita e
de malignidades, que o ditador
que, até ver, tem contado com fascista destruiu a incipiente
um partido conformado,
Escola de Matemática de
ficando as críticas mais feroLisboa, perseguiu e homiziou
zes a cargo do que resta da
gente da craveira dos profs.
esquerda não alinhada.
Ruy Luís Gomes, José Morgado,
Acrescente-se, por exemplo, os Aniceto Monteiro (criador da
famosa Escola de Matemática
argumentos utilizados por
da Argentina), Gustavo de
José Miguel Júdice ao abanCastro, Bento de Jesus Caraça,
donar o PSD. Segundo o
Manuel Valadares (que chegou
Expresso, o histórico sociala ser convidado por Albert
democrata diz que o partido
está «muito equívoco» e «mais Einstein para seu assistente),
Mário Silva, Pulido Valente,
conservador do que há 20
Francisco Martins - a lista
anos». Ainda segundo o
é inumerável. Está provado:
mesmo semanário, Júdice con- Salazar deu ordens directas
sidera que quem hoje ocupa «o para o assassínio de Humberto
lugar simbólico que antes tive- Delgado. A bestialidade das torram líderes como Sá Carneiro
turas na polícia política era dele
e Cavaco, é José Sócrates».
amplamente conhecida. Não
«José Sócrates transformou houve família portuguesa que
não tivesse um pai, um filho,
o Partido Socialista numa
um parente, um amigo, um commetáfora da rapacidade do
panheiro na cadeia ou no exílio.
cinismo neoliberal, cujas preA PIDE e, antes dela, as antetensões radicam em funções
cessoras com outro baptismo,
repressivas e no poder cego da possuíam fichas de quatro
imanência do económico sobre milhões e meio de portugueses,
o humano», escreveu, em
e dispunham de quase quatroMaio do ano passado, Baptista centos mil bufos. Eu próprio fui
Bastos, jornalista e escritor
denunciado por um canalha,
que não morre de amores pelo António Morais de Carvalho,
líder socialista.
redactor do jornal "A Voz"
Mas, como refere no mesmo e chefe de Redacção do semanário monárquico "O Debate",
artigo do Jornal de Negócios
além de procurador à Câmara
Baptista Bastos, o segredo do
sucesso de Sócrates tem ainda Corporativa. Era amigo do meu
Pai e conhecia-me de garoto.
outras razões: «A Direita não
Pela delação recebeu a imporse entende consigo própria.
tância de 200 escudos. Vivemos,
Assim sendo, como poderia
durante cinquenta anos,
entender-se com o País? Os
sequestrados pelo medo, pelo
seus chefes putativos, Luís
terror, pela brutalidade, sob
Marques Mendes e José
o beneplácito da Igreja e as bênRibeiro e Castro não possuem
çãos do cardeal Cerejeira.
«carisma» porque não dispõem Mesmo os recalcitrantes eclede qualquer projecto, minima- siásticos, como D. António
Ferreira Gomes, bispo do Porto,
mente verosímil, para impulsionar alguma alteração ao 'sis- Abel Varzim, Padre Américo,
Felicidade Alves, muitos mais
tema'».
outros, foram importunados.
Salazar, culturalmente medíocre, balizou o País segundo
a métrica da sua mediania.
Foi o mesquinho na mesquinhez. É uma história medonha,
impossível de esquecer apesar
dos constantes branqueamentos
com que inescrupulosos preopinantes tentam suavizar.
Lembro, a propósito, um poema
da grande Sophia de Mello
Breyner, a que chamou "O Velho
Abutre": "O velho abutre é sábio
e alisa as suas penas / A podridão lhe agrada e seus discursos
/ Têm o dom de tornar as
almas mais pequenas". O poema, assim como outros, de
incomparável beleza violenta,
compô-los Sophia em 1962
("Livro Sexto" - III "As Grades"),
e constituem um corajoso protesto contra esse "tempo de
silêncio e de mordaça", como
ela o definiu. Relembrar a poetisa é não só homenagear uma
extraordinária portuguesa,
como recusar o apagamento
da História. Sophia, a maior
entre os maiores»
A região em debate
é lá atrás, na página 11
~ notícias alentejo
Um PDM
no país da burocracia
pub
A Comissão Técnica de
Acompanhamento do PDM já deu
um parecer favorável sobre a proposta elaborada pela autarquia de
Évora, segundo a rádio DianaFm.
O presidente da Câmara de Évora,
José Ernesto Oliveira, explicou
que o documento entrou em fase
de consulta por parte de instituições e departamentos públicos que
não integram a comissão. Segue-se
o período de discussão pública
(60 dias). O Plano Director
Municipal de Évora entrou em revisão em 1998. Não terá chegado o
momento de analisar porque é
tudo tão demorado na
Administração Pública?
Assine o jornal
na página 22
É por ali »
Baptista Bastos
www.negocios.pt
notíciasalentejo~ Março 2007
19
~no fecho
Associação
Académica
promove
concurso
de bandas
Proporcionar oportunidades aos jovens com talento
na área musical, estimular
a formação e o trabalho
desenvolvido pelas chamadas bandas de garagem
e oferecer um evento
caracterizado por diferentes estilos musicais aos
jovens e à comunidade em
geral, são os objectivos da
realização do Concurso de
Bandas, organizado pela
Associação Académica da
Universidade de Évora.
O período de inscrição e
entrega de maquetas para
o Concurso e termina no
dia 7 de Março de 2007.
De acordo com a informação disponibilizada
classificados
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pela Associação Académica da Universidade de
Évora, o primeiro prémio
inclui a gravação de três
temas e a garantia de
actuação da banda no
encerramento do mês da
Juventude, na Queima
das Fitas e na Feira de
São João.
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OU OUTROS FINS, etc. DÃO
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Universidade de Évora
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7000-872 Évora
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Fax: 266 74 89 51
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ALUGA-SE QUARTOS
Évora recebe
«Matemática em Jogo»
A exposição “Matemática em
Jogo” realiza-se de 3 a 10 de
Março, das 9 horas às 17
horas, no Mercado Municipal
de Évora, organizada pela
Associação Ludus, pelo
Departamento de Matemática
da Universidade de Évora e
pela Câmara Municipal de
Évora e integrada no mês da
Juventude. Esta exposição,
que esteve recentemente no
Centro Cultural de Belém,
conta com uma parte histórica, em que se exploram alguns
dos jogos de estratégia que
acompanham a humanidade
desde tempos imemoriais até
aos nossos dias. Conta ainda
com réplicas em pedra de
jogos mais antigos e com tabuleiros e material diverso para
jogar outros jogos apresentados, cujas regras estarão à disposição, bem como apoio de
docentes do Departamento de
Matemática da Universidade
de Évora. Para além disso,
serão postas em evidência
algumas ligações inusitadas
entre a matemática e estes
jogos, para além da simples
proximidade entre o pensamento estratégico e o pensamento matemático. No dia 9
de Março, Évora recebe a final
do 3º Campeonato Nacional
de Jogos Matemáticos, no
Palácio D. Manuel.
Fundação Alentejo-Terra Mãe
expõe «Raízes»
«Raízes» é o título da exposição de pintura de Pantoja
Rojão que vai estar patente,
de 16 a 30 de Março, no
Salão de Exposições da
Fundação Alentejo TerraMãe em Évora. A inauguração da exposição terá lugar
no dia 16 de Março, sextafeira, a partir das 17h30, e
contará com a actuação do
grupo Cantares de Évora Coral Etnográfico. A mostra
apresenta ao público cerca
de três dezenas de óleos, acrílicos, guaches, aguarelas,
técnicas mistas e colagens,
incluindo também alguma
obra gráfica. Trata-se de um
conjunto de trabalhos atra-
vés das quais Pantoja Rojão,
um dos mais importantes
médicos pintores da actualidade, natural de Évora, procura essencialmente retratar “temas e situações ligados à vivência do Alentejo,
às suas origens e raízes”.
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notíciasalentejo~ Março 2007
20
crónica~
tópicos
A liberdade e a escrita:
literatura e blogues *
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Uma pessoa pode ser livre
e sentir-se livre, mas se
veste o anoraque de escritor
deixa imediatamente de
o ser. Um escritor está sempre condicionado por uma
forma que é a literária e por
um universo que dita regras
e eficácias de todo o tipo
(técnicas, comunicacionais,
hermenêuticas, etc.).
No entanto, esses limites
reais à liberdade é que acabam, paradoxalmente, por
construir o horizonte de
liberdade que o escritor
pode, ou não, usufruir.
Esse usufruto é afinal a sua
liberdade. E quanto mais
o escritor se sentir livre
para contornar as narrativas que 'andam no ar' (aqueles 'valores gerais' - políticos, meramente ideológicos
ou de “auto-ajuda”, como
agora se diz - que são respostas para tudo), mais esse
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paradoxo da sua liberdade
se torna eficaz e mais as
vozes criadas pelo escritor
serão tendencialmente
vozes livres e, portanto,
à procura de sentido.
A liberdade não é um presente que se receba do céu.
É antes uma disposição individual e um entendimento
geral que se poderão rever
um ao outro no mútuo usufruto dos actos do quotidiano. A literatura é um desses
actos, como qualquer outro.
Pelo meu lado, nunca sacralizei a actividade, nem tãopouco a entendi como particularmente “libertadora” no
sentido de poder estar ao
serviço de “causas”. É aí que
ela, precisamente, deixa de
ser usufruto para passar a
não ser livre. Para passar a
ser narrativa enclausurada
em narrativa. Grande parte
da história da literatura, do
bilhete postal
bilhete postal
Luís Carmelo
A sua sintonia 24 horas por dia
EMISSÃO ON LINE
www.rcalentejo.com.pt
Há 20 anos uma referência
Évora, por David Prazeres
porque o Alentejo merece
Foto: David Prazeres
século XVIII para cá, foi
feita nesta ou a partir desta
clausura. E sem que ninguém sublinhasse o facto,
ou pelo menos a importância que ela releva.
Nos blogues, a questão da
escrita, em si, não é substancialmente diferente.
O que muda é a provisoriedade (as formas em estado
de permanente subtracção
e adição), a enunciação síncrona e plural, a metacontextualidade (as formas
criam o seu próprio contexto, deixando de haver um
“de fora” e “um de dentro”
evidentes), a reversibilidade
(multimodalidade e coexistência de registos) e o incorpóreo (no sentido de um
agregado que não é motivado por um centro mas por
vários). O que muda é ainda
e sobretudo a posição relativa entre escritor e auditóri-
La Torada, por Pablo Picasso
os, assim como o tipo de
interacção que, na comunicação literária, acede ao
estético e que, nos blogues,
apenas acede à “estesia”
(a simultaneidade entre
a pura sinalização e um
certo regresso ingénuo
à poiesis: a linguagem que
joga com a linguagem).
Seja como for, a liberdade
nos blogues continua a não
ser uma coisa oferecida.
É o usufruto radical de um
acto de escrita, no perpétuo
pas de deux com os limites
desse mesmo acto, que
melhor escrutina e define
a liberdade. Ela - a liberdade - estará sempre lá, potencialmente, como um gesto
lapidar, ou insignificante
* publicado no
Expresso on-line
notíciasalentejo~ Março 2007
21
~música&letra
Pelo canto
do olho
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
LER
PARA
SER
J. Alberto Ferreira
[email protected]
Breves notas
sobre ciência
Gonçalo M. Tavares
complexos e paradoxalmente
simples. As Breves notas sobre
ciência não fogem a esta regra.
Lisboa, Relógio d'Água, 2006
‘Claro que o Perigo é a origem
dos métodos científicos mais
eficazes. / Se o Homem fosse
imortal ainda não teria
inventado a roda [...]’ (p. 11)
Perguntas (e respostas)
sobre investigação
Podem identificar-se ao longo
do livro temas nucleares, como
que FAQ's (frequently asked
questions, perguntas feitas frequentemente), ou o que sempre
Dos métodos
quis saber sobre investigação.
As respostas são, como as percientíficos
guntas, sempre parte do problema. A exigir uma leitura
A investigação científica está
Exactidão? «Ser exacto em
na ordem do dia, guindada às
ciências é errar num tom de
primeiras páginas dos jornais
e ao coração da agenda política. voz mais firme do que os
outros» (p. 17). Investigar?
E, por esta via, presente no
«Como seria possível caminhar
debate quotidiano com tonalie direcção ao Mistério?
dades de rigor matricial e freEm direcção ao que não sei?»
quentemente associada a pro(p. 20). A pergunta é feita com
messas de felicidade (tecnológiWittgenstein à vista. E a resca ou política, por exemplo) ou
posta também, desassombrada:
a garantias de futuro.
«Se caminho em direcção ao
Neste livro de Gonçalo M.
Mistério é porque o Mistério já
Tavares, autor sobejamente
foi desvendado por mim». É que
conhecido por obras tão diver«não investigas, divertes-te.
sas como Jerusalém (da série
Crias dificuldades e conceitos
dos livros negros), A colher de
Samuel Beckett (teatro) ou os (já para atrasar a tua chegada. /
Amanhã chegarás ao esconderiseis) livros da série do bairro, a
questão vê-se colocada no plano jo onde ainda hoje escondeste a
resposta» (p. 21). O especialista?
do literário, mas nem por isso
«Queres trazer algo de novo a
deixa de pensar a felicidade e a
esta caixa quadrada de 1 metro
beleza da ciência. Com as marpor 1 metro? / Então procura
cas, reconhecíveis já, da escrita
algo fora dela [...] Como entenquase aforística deste professor
der, pois, os especialistas?»
da Universidade de Lisboa,
(p. 39). Objectividade? «Quem
escrita que se afirmou desde
defende a objectividade em ciênlogo única no panorama contemporâneo, pela inventiva radi- cia anula-se como sujeito e orgulha-se disso [...]. Porém, há pescal e pela permanente convocasoas que não acreditam em ciênção (raramente de forma linear
cia feita por objectos» (p. 46).
ou recorrendo ao argumento de
Instrumentos científicos? «Cada
autoridade) da reflexão filosófiinstrumento científico é uma
ca e epistemológica, de citações
resposta às necessidades do
de autores literários e pensadoinvestigador» (p. 48).
res (Borges e Wittgenstein, por
Metodologia? «Tu não usas uma
exemplo, ou Brecht e Barthes,
ou Valéry e Russell). Os resulta- metodologia. Tu és a metodologia que usas» (p. 62). A verdade:
dos são, numa produção que já
«Eis as verdades, e eis as menticonta número significativo de
títulos, surpreendentes e lumiras» (p. 70). O erro: «Os erros
nosos, divertidos e aliciantes,
científicos são erros de uma
comunidade científica» (p. 80).
A mentira: «A ciência proíbe
a mentira, porém, a mentira
existe, e tudo o que existe é verdadeiro» (104). Investigar outra
vez, para fechar o ciclo: «Investigar é não repetir um raciocínio. Eis o difícil» (p. 134).
Arte de
jardinar
Ressalvo que estas Notas breves não se apresentam com
o um manual de introdução
à investigação (embora o título
brinque com a ambiguidade
dessa expectativa), antes partilha com outros da produção de
Gonçalo M. Tavares (O livro da
dança ou Histórias falsas, por
exemplo) dessa dimensão de
inquirição pela linguagem
e pela beleza que caracterizam
a literatura deste autor.
É por essa via que esta teoria
da investigação científica (ficcionada? camuflada?) considera
exactamente uma dimensão sen-
sorial. É por aí que caracteriza
a metáfora como «ferramenta»
outra da investigação. Deixá-la
«fora da ciência exclui um conjunto de soluções possíveis e,
portanto, de problemas»
(p. 113). É um caminho, em última instância, em direcção à
beleza, porque o «cientista perfeito é também jardineiro: acredita que a beleza é conhecimento» (p. 36; cfr. ainda 37, 100).
Pensar
ligeiramente ao lado
«Observar pelo canto do olho é,
em ciência, começar a elaborar
a hipótese. [...] Observar a realidade pelo canto do olho, isto é:
pensar ligeiramente ao lado.
A isto chama-se criatividade.
Daqui saíram todas as teorias
científicas importantes» (p. 75).
Creio que devemos dizer o
mesmo desta, entre a poesia
e a ciência, entre a filosofia
e a beleza. Que outra forma
teria o autor de a escrever?
FEIRA DO LIVRO
Entre os dias 18 a 23 de Março decorrerá,
no espaço da Biblioteca Escolar Professor Manuel Talhante,
a Feira do Livro numa parceria entre a Escola Secundária
e a livraria SÍTIO DAS LETRAS
Aguardamos a sua presença
2007
Ano
Novo,
Livros
Novos
7
2007
SÍTIO DAS LETRAS
Rua S. João de Deus, 18
[email protected]
Tel. 266 508 010
REGUENGOS DE MONSARAZ
notíciasalentejo~ Março 2007
22
‘A desgraça
é fotogénica’
João Espinho*
...dafotografia
Fala do
Homem
Nascido
[email protected]
Anualmente, mais ou menos
por esta altura, são divulgadas
as fotografias premiadas pela
World Press Photo
(http://www.worldpressphoto.com/),
organização independente sedeada
em Amesterdão, vocacionada para
promover o fotojornalismo e responsável pelo maior e talvez mais prestigiado concurso de fotografia do
mundo. Com mais de 50 anos de existência, a WPP tem tido um trabalho
digno de destaque na descoberta de
novos valores no fotojornalismo,
ao mesmo tempo que confirma
a Fotografia como Arte. Refira-se
que a exposição itinerante da WPP
é vista anualmente por mais de
2 milhões de visitantes em 45 países. Portimão recebe a exposição de
21 de Julho a 12 de Agosto e na cidade da Maia estará patente ao público
durante o mês de Novembro.
Quem já teve o privilégio de
observar as obras patentes nas exposições da WPP, sabe que ali se fala,
essencialmente, de jornalismo, da
forma como é dada uma notícia,
como se transmite determinado
acontecimento, não através de textos, mas de fotografias.
Invariavelmente, são as imagens
captadas em teatros de guerra, ou de
desgraça, as mais premiadas. Serão
também, não duvido, as mais apreciadas. Corpos mutilados, exércitos
lado a lado com esqueletos, cidades
destruídas e crianças famintas, são
ingredientes que o leitor das imagens da exposição da WPP tem ao
seu dispor para construir a notícia.
Construir a notícia?
Deveria ser assim.
Mas o fotojornalismo dos dias de
hoje não deixa margem para interpretações. O leitor pode, quanto muito, avançar emotivamente com algumas questões, interrogar-se sobre
a crueldade das imagens. A fotografia é, assim, uma antecâmara da
exclamação de horror, da manifestação de repúdio. O espectador, magicamente, afasta o fotógrafo - o que
pôs em evidência a notícia - esquece
os timbres, as escalas, os contrastes
- a técnica - e transforma-se em juiz
do escândalo, em advogado de acusação dos senhores da guerra,
em causídico que denuncia a calamidade.
Por momentos - o momento da
visita - a notícia é-nos servida de
uma forma diferente.
Não vamos ver imagens de uma
guerra. Não vamos visitar registos
de um território dizimado. A exposição WPP serve-nos a guerra, a desgraça, o horror, como se de um
revista de culinária se tratasse
(e onde sabemos que vamos encontrar as iguarias muito bem compostas e ornamentadas).
A fotografia vencedora do
Concurso WPP 2007 é disso um bom
exemplo. Um grupo de jovens libaneses, de aspecto cosmopolita,
fazendo-se transportar num descapotável vermelho metalizado, passeia-se perante um cenário de destruição num bairro de Beirute. A imagem é servida a frio, retrata uma
contradição, e ao espectador não restará mais do que lamentar o facto de
a desgraça ser tão fotogénica.
* editor do blogue
http://pracadarepublica.weblog.com.pt
cupão de assinatura
1 ano, 12 números, 12 €
...dapoesia
venha
uma
dúzia
Nome
Venho da terra assombrada,
do ventre da minha mãe;
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém.
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui,
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci.
Trago boca para comer
e olhos para desejar.
Com licença, quero passar,
tenho pressa de viver.
Com licença! Com licença!
Que a vida é água a cor rer.
Venho do fundo do tempo;
não tenho tempo a perder.
Minha barca aparelhada
solta o pano rumo ao norte;
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada.
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham,
nem forças que me molestem,
correntes que me detenham.
Quero eu e a Natureza,
que a Natureza sou eu,
e as forças da Natureza
nunca ninguém as venceu.
Com licença! Com licença!
Que a barca se faz ao mar.
Não há poder que me vença.
Mesmo morto hei de passar.
Com licença! Com licença!
Com rumo à estrela polar.
Morada
Cód. Postal
Tel.
Localidade
E-mail
Envie para: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz ou para o Fax: 266 508 019
informações: Telefone: 266 508 012 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: [email protected]
Assine aqui
e o jornal
vai até aí.
António Gedeão
(Rómulo Vasco da Gama de Carvalho)
Nasceu em Lisboa em 1906. Em 1931
licenciou se em Ciências Físico
Químicas pela Faculdade de Ciências
da Universidade do Porto e em 1932
conclui o curso de Ciências Pedagógicas
na Faculdade de Letras. Professor,
investigador, pedagogo e historiador da
ciência, bem como o poeta, foi reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras
e da música. Faleceu em 1997.
notíciasalentejo~ Março 2007
23
~prazeres
2 concepts
híbridos
e o novo
Toyota Auris
em exibição
no Salão
Internacional
de Genebra
O empenhamento da Toyota
naquela que é a sua visão para
uma mobilidade sustentável
vai estar patente no Salão
Internacional de Genebra
2007. A revelação de dois concept híbridos demonstra uma
das possíveis soluções de aplicação desta tecnologia no
transporte no futuro de bens
e pessoas.
A mostra da tecnologia
híbrida vem reforçar o posicionamento da Toyota na pesquisa e aplicação de soluções
que tornem os automóveis
menos agressivos para o ambiente. O sistema Hybrid
Synergy Drive® encontra-se
no centro da estratégia, sendo
essencial para percorrer o
caminho em direcção ao veículo 100% ecológico. No Salão
Internacional de Genebra
2007, a Toyota vai marcar a
estreia mundial do Hybrid X
- um concept que apresenta
uma nova linguagem de
design para os veículos híbridos, assim como novas soluções técnicas para o futuro.
Por outro lado, o FT-HS,
Future Toyota Hybrid
Sports, apresenta-se como
um concept desportivo do
século 21 - motor frontal,
tracção traseira, design desportivo, projectado para uma
aceleração dos 0 - 100 Km/h
na fasquia dos quatro segundos. O FT-HS apresenta um
enorme potencial da tecnologia híbrida, oferecendo uma
nova e emocionante experiência de condução a par da
performance ambiental.
O novo Toyota Auris vai
ser revelado, pela primeira
vez na Europa, na versão de
três portas. Este Auris vai possuir uma cor distinta, assim
como jantes com um design
especial.
O Toyota Avensis, modelo
de topo na vasta gama Toyota,
foi melhorado com alguns equipamentos, entre os quais,
o sistema de navegação GPS
com ecrã de sete polegadas
sensível ao toque.
Citroën Grand C4 Picasso
vence título nacional de
«Carro do Ano - Troféu
Volante de Cristal - 2007»
recém-apresentado C4
Picasso de cinco lugares vem trazer mais uma novidade ao mercado nacional, isto porque é a primeira vez, desde que este
prémio foi instituído, em
Jorge Reis
[email protected] 1984, que um monovolume ganha o título de
Carro do Ano em
Portugal, curiosamente
No mesmo dia em que
no mesmo ano em que,
a Citroën apresentou, em
Barcelona, o novo Citroën em termos internacionais,
a Ford tinha dado o "ponC4, de cinco lugares, que
deverá chegar ao mercado tapé de saída" com a
nomeação de outro mononacional dentro de dois
volume, o S MAX, como
meses, a marca francesa
carro internacional do
em Portugal viu o agora
ano.
apelidado de Citroën
Em cerimónia organiGrand C4 Picasso, o modezada pelo AutoSport no
lo de sete lugares, ser
Blues Café, na zona ribeiescolhido por um painel
rinha de Lisboa, o Citroën
de 20 jornalistas, em
C4 ultrapassou assim os
representação de igual
restantes 22 modelos colonúmero de órgãos de
cados a concurso, naquele
Comunicação Social,
que foi a edição em que
como vencedor do título
houve mais modelos insnacional "Carro do Ano Volante de Cristal - 2007". critos para o título nesta
categoria que poderemos
Este acaba por ser o
classificar de "global".
segundo prémio para a
Na cerimónia desta
linha C4 da Citroen, isto
quinta-feira foram ainda
porque já em 2005 o júri
atribuídos prémios aos
do Carro do Ano, iniciativencedores das diversas
va do jornal AutoSport,
classes do Carro do
escolhera o Citroën C4
Ano/Troféu Volante de
como o vencedor nesse
Cristal, que tinham como
ano deste importante
propósito distinguir as
galardão para o mercado
melhores propostas do
automóvel nacional.
ano em cada segmento
Esta nomeação do
de mercado. Assim,
Citroën Grand C4 Picasso
- vamos chamar-lhe assim o Peugeot 207 foi nomeapara não o confudirmos, a do Utilitário do Ano, o C4
partir de agora, com o
Picasso acumulou com
o título de carro do ano
o de Monovolume do Ano,
enquanto que o Toyota
Avensis mereceu a distinção de Carrinha do Ano.
Ainda o Lexus GS 430h,
como Executivo do Ano,
o BMW 335i Coupé, como
Desportivo do Ano, e o
"português" Volkswagen
Eos, nomeado como
Descapotável do Ano,
a par do BMW X3, indicado como o Todo-o-Terreno
do Ano, completaram
o leque de nomeações da
noite em termos de produtos automóvel.
Esta iniciativa, que
como referimos atrás foi
promovida pelo semanário "AutoSport", homenageou a Renault como
"Entidade/Personalidade
do Ano", em homenagem
aos 25 anos de ligação da
marca francesa ao desporto automóvel nacional, de que, curiosamente,
se despede este ano com
a dedicação praticamente
exclusiva à aposta do
construtor na Fórmula
Um. Foram ainda distinguidos Filipe Albuquerque, como Piloto do Ano
em Portugal, e António
Félix da Costa como
Piloto Revelação.
SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA
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2007
Ano
Novo,
Livros
Novos
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notíciasalentejo~ Março 2007
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