Imprensa - XIII MIRIN

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Imprensa - XIII MIRIN
XIII MODELO INTERCOLEGIAL DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
COMITÊ DE IMPRENSA
XIII MODELO INTERCOLEGIAL DE
RELAÇÕES
INTERNACIONAIS
COMITÊ DE IMPRENSA
Elaborado por:
Juliana Nadalutti
Lucas Paes
Luíza Botelho
Marina Costa
Vivian Vecchi
Rio de Janeiro
2016
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Sumário
1. Carta aos Delegados................................................................................................. 4
2. Histórico da Imprensa .............................................................................................. 5
2.1. A Imprensa Hoje .............................................................................................. 6
2.2. A Importância da Imprensa.............................................................................. 8
2.3. A Importância da Imprensa no Mundo ............................................................. 8
3. O Texto Jornalístico ................................................................................................ 10
3.1. Fundamentos ................................................................................................ 10
3.2. A Notícia e o Lead.......................................................................................... 11
3.3. O Telejornalismo ........................................................................................... 12
3.4. A Formação do Telejornal Diário .................................................................... 13
3.5. Dicas de Redação de um Texto para TV .......................................................... 15
3.6. Exemplos de Leads ........................................................................................ 15
4. O Funcionamento da Imprensa ............................................................................... 16
4.1. As Funções .................................................................................................... 16
4.2. Os Jornais Televisivos .................................................................................... 17
4.3. As Redes Sociais ............................................................................................ 18
4.3.1. Twitter ........................................................................................................ 18
4.3.2. Instagram .................................................................................................... 18
4.3.3. Snap Chat.................................................................................................... 19
4.3.4. YouTube...................................................................................................... 19
4.4. As Notícias Surpresa ...................................................................................... 19
4.5. As Coletivas de Imprensa ..................................................................................... 19
5. Linhas Editoriais ..................................................................................................... 19
5.1. CNN .............................................................................................................. 19
5.2. Globo News ................................................................................................... 20
5.3. Al Jazeera...................................................................................................... 21
5.4. BBC ............................................................................................................... 22
6. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 23
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1. Carta aos Delegados
Senhoras e senhores jornalistas,
É com um imenso prazer que estrearemos o comitê de Imprensa no
XIII MIRIN e, por isso, gostaríamos de agradecer a participação dos
senhores antes de introduzi-los ao guia de estudos. É necessário lembrar
também que esse serve apenas para conduzir os estudos dos delegados,
sendo de suma importância uma pesquisa mais aprofundada sobre os
comitês que os senhores farão a cobertura e a maneira como cada jornal
aborda
as
notícias
diante
de
temas
tão
variados.
Além disso, ressaltamos que o papel da imprensa vai muito além
do mero fornecimento de informações; é nosso dever como jornalistas
estarmos sempre atentos aos burburinhos de corredor e conversas paralelas
entre
as
sessões.
Por fim, nos colocamos à disposição para sanar quaisquer dúvidas
que possam surgir antes, durante ou depois do evento. Preparem suas
câmeras e nos vemos em breve!
Juliana Nadalutti
Lucas Paes
Luiza Botelho
Marina Costa
Vivian Vecchi
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2. Histórico da Imprensa
Um marco para o desenvolvimento dos veículos de comunicação
jornalísticos foi a reinvenção da máquina impressora pelo alemão Johannes
Gutemberg, no século XV. A palavra “reinvenção” é usada, pois há registros de
um processo de impressão semelhante empregado na China em pleno século XI.
De qualquer forma, Gutemberg inovou ao desenvolver seu sistema de tipos
móveis, que permitiu a materialização de livros e textos impressos.
Segundo Bandeira de Melo (2005), a partir do trabalho de Gutemberg,
começaram a surgir as primeiras impressões sobre a humanidade: gazetas, com
informações úteis sobre a atualidade; os pasquins, folhetos com notícias sobre
desgraças alheias; e os libelos, folhas de caráter opinativo. A combinação desses
três tipos de impressos resultou, no século XVIII, no jornalismo. O papel da
imprensa periódica, na emergência da esfera pública, revestiu-se de importância
especial. O aparecimento dos jornais no final do século XVII e princípios do
século XVIII fomentou um novo espaço público para o debate. De início, esses
jornais eram dedicados a assuntos literários e culturais, mas a temática foi se
alargando para questões de interesse social e político, o que gerou uma demanda
por essas informações. O público queria entender e participar do processo
decisório das instâncias de poder. Nesse novo espaço público, a sociedade
começou a obrigar os tomadores de decisão a se justificarem perante a opinião
pública.
Os jornais modernos tiveram origem nas primeiras décadas do século XVII,
com a proliferação de periódicos na França, Inglaterra, Alemanha e Estados
Unidos. Conforme o tempo passou e a industrialização se intensificou, o processo
de produção dos jornais ficou mais rápido, dinâmico e barato. Esse cenário
permitiu o aumento da popularização do jornalismo, simbolizado, por exemplo,
pelo “boom” de publicações sensacionalistas nos EUA.
A predominância dos jornais impressos só foi abalada com o aparecimento
de veículos eletrônicos de comunicação, como o rádio e a televisão. Trazendo
diferenças em relação ao jornalismo antes praticado, como a maior rapidez nas
informações e a presença de imagens (no caso da TV, especificamente), os novos
meios promoveram mudanças profundas no contato do público com as notícias. A
linguagem jornalística sofreu alterações e os profissionais da notícia tiveram de se
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adaptar a isso.
No final do século XX e início do XXI, a Internet provocou uma nova
revolução para a comunicação, visto que agora há quase uma instantaneidade
entre o acontecimento do fato e a publicação da notícia.
2.1. A Imprensa Hoje
Nas primeiras décadas do século XIX, os jornais tinham um caráter muito
mais opinativo e cunhou-se o termo “jornalismo de partido”. As palavras eram
usadas como ferramentas políticas e de propaganda, sem grande preocupação com
a verdade. Foi somente em meados desse mesmo século, que mais notícias sobre o
cotidiano da sociedade começaram a aparecer, e os jornais, gradativamente,
deixaram de se dedicar apenas a questões políticas, econômicas e bélicas.
De acordo com Bandeira de Melo, (2005) a ocasião das duas Grandes
Guerras Mundiais contribuíra, por sua vez, para o incremento do aspecto
descritivo nos textos jornalísticos. Os repórteres, impedidos de irem aos fronts de
batalha, escreviam seus textos com base nos relatos de fontes. Distantes dos
acontecimentos, não podiam imprimir opinião às notícias, o que separou
comentários da informação principal. Tal separação só foi superada na década de
1960, quando os jornalistas seguiram a tendência de se especializarem. Agora na
condição de especialistas, poderiam comentar as notícias, sem, contudo, emitir
opinião pessoal.
O desenvolvimento tecnológico que veio após todos esses acontecimentos
também alterou o status quo jornalístico e ajudou na construção da ideia que
temos hoje da atividade. O aparecimento de novos meios de comunicação, como a
televisão, o rádio e a Internet, fez com que cada um deles passasse a praticar uma
forma específica de jornalismo. No caso do rádio, o mais antigo entre os veículos
tecnológicos, o calor humano é a alma do negócio. A presença de uma voz que
transmite as informações leva uma maior sensação de proximidade ao ouvinte e
faz com que ele se sinta parte do cotidiano jornalístico. Rapidez de informação é
uma das características mais valorizadas nas emissoras de rádio, acelerando o
fluxo de informações.
A televisão, sucessora do rádio, trouxe consigo o benefício das imagens. O
texto escrito deixa de ser fundamental – apesar de ainda importante -, pois as
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imagens também são capazes de contar uma história. O formato televisivo
demanda rapidez para que a informação não seja perdida. A edição é peça-chave
no jornalismo da TV, pois a transmissão da mensagem precisa ser bem-sucedida,
e a maneira como as informações são estruturadas e apresentadas faz toda a
diferença. Os telejornais são apresentados por âncoras, responsáveis pela
introdução das notícias, chamando os repórteres que entram com as informações
audiovisuais. Pela importância do aspecto visual, a figura do cinegrafista também
goza de prestígio, e é preciso pensar na melhor forma de montar a matéria por
meio de imagens.
Já a Internet, mais recente, tem como principal atributo a interação com o
público. As notícias, quando alcançam as pessoas, geram reações. Somente sites e
outras plataformas digitais oferecem o espaço para que essas reações sejam
manifestadas de imediato. É importante destacar as redes sociais. Esses ambientes,
que tinham inicialmente o objetivo de socialização, tornaram-se importantes
meios de divulgação de informações. A maioria dos veículos de comunicação
atuais, sejam eles impressos, televisivos ou radiofônicos, têm perfis na Internet
para entrar em contato com todo tipo de público.
Além disso, Rocha (2011) também destaca outras diferenças do jornalismo
online. Dentre elas, destacam-se a possibilidade de complementação das
informações – propiciada justamente pelo contato maior com o público, que pode
agregar ainda mais dados às notícias – e serviços oferecidos pela internet, como o
mecanismo de busca avançada, fóruns de discussão e compartilhamento de
material para mídias sociais.
As modificações na estrutura do jornalismo impactaram diretamente os
jornais impressos. Ainda que não tenham desaparecido, como foi previsto, tiveram
de se readaptar às novas condições do mercado. Eles não conseguem competir
com os demais veículos, que são mais rápidos. Por isso, recorreram à
profundidade da informação, tentando abordar ângulos dos fatos não enxergados
pelos concorrentes. Jornais não divulgam somente notícias; buscam o inédito
acerca delas.
Obviamente, a mudança de paradigma no jornalismo promoveu mudanças
também na figura do repórter. Como os veículos de comunicação, além de suas
plataformas tradicionais, se dedicam também à Internet, ou seja, o jornalista agora
é multimídia. Assim, ele precisa produzir conteúdo para o jornal, rádio ou TV,
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como também para o site ou perfil da instituição em que trabalha.
2.2. A Importância da Imprensa
O jornalismo sempre se pautou por perguntar o que não quer ser dito,
revelar o que está oculto e ser um instrumento de fomentar o antagonismo e
incomodar o Estado. A relação entre imprensa e democracia atraiu a atenção de
muitos cientistas políticos, filósofos e juristas no decorrer dos anos. Partindo do
preceito democrático de que os poderes econômico e político deveriam ser
controlados, os meios de comunicação constituíram ferramentas de fiscalização
das ações de grandes atores sociais. Ficaram conhecidos, por isso, como o “quarto
poder”, somados ao Executivo, Legislativo e Judiciário.
É preciso destacar que a esfera de atuação da imprensa não deve ser
restringida somente às grandes áreas políticas e econômicas da sociedade. Os
veículos jornalísticos também precisam atentar sobre alguns fatos cotidianos que,
mesmo sem importância estadual, nacional ou mundial, afetam a vida de certas
pessoas em determinado lugar. Segundo Arnt (2004), o envolvimento do
jornalismo diretamente com a sociedade remete aos séculos XVIII e XIX, quando
escritores de ficção estavam empregados nas redações de jornais. Por meio dos
folhetins, por exemplo, eles criavam histórias que funcionavam como espelhos
sociais, criando identificação com o público e auxiliando, inclusive, na
alfabetização das pessoas. Com o passar do tempo, os folhetins desapareceram
quase por completo e deram lugar à missão do jornalismo de prestar serviços à
sociedade, usando o faro por notícias para mostrar o que pode ser relevante na
vida de uma comunidade. Seja em escala ampla ou reduzida, os jornalistas têm
poder suficiente para auxiliar no andamento da sociedade democrática.
Perguntando o que precisa ser perguntado, descobrindo o que estava sendo
escondido e denunciando erros de quem quer que seja, evidenciam as fraquezas e
qualidades da democracia. Parte importante do todo social, meios de comunicação
não devem ser subvertidos ou tomados por interesses políticos e pessoais que
tirem o foco da luta por uma vida melhor para os cidadãos.
2.3. A Importância da Imprensa no Mundo
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Ao longo de sua existência, a imprensa esteve presente em grandes
acontecimentos da história da humanidade, ajudando a esclarecer os fatos
correspondentes a cada um deles. As duas Guerras Mundiais talvez não fossem
tão bem compreendidas se jornalistas não descrevessem minuciosamente os
detalhes das batalhas, com base nos relatos das fontes de que dispunham. O
escândalo Watergate, que culminou na renúncia do presidente norte-americano
Richard Nixon, não teria ocorrido sem o trabalho de pesquisa e apuração de dois
jovens repórteres do Washington Post - Bob Woodward e Carl Bernstein. Ainda
hoje, a maioria das informações que chegam aos cidadãos são fornecidas por
veículos jornalísticos, especialmente a televisão, que goza de mais popularidade.
Os conflitos na Síria e os desdobramentos das atividades do Estado Islâmico só
são conhecidos por todos nós, devido ao trabalho de jornalistas que arriscam suas
vidas indo aos campos de batalha, conversando com especialistas e pessoas
envolvidas nos fatos.
No caso específico da televisão, que será o meio mais explorado nesta
simulação, o poder sobre as pessoas aumenta. Características básicas da
linguagem televisiva, como a autenticidade, a cotidianidade e a simplicidade
fazem com que os indivíduos sintam-se próximos e representados pelos
telejornais. Além disso, o alcance, o envolvimento e o imediatismo da TV a
transformam no veículo mais respeitado e temido da atualidade. Na visão de Jesus
e Resende (2013), a partir de sua compreensão, a TV passa de simples meio
veiculador de mensagens para um objeto influente no meio social, que molda
hábitos, linguagens e que constrói uma cultura a partir do entendimento
(recepção) de seu conteúdo.
É preciso ter cuidado com seu uso, não se deixando levar por interesses
políticos e econômicos próprios, que podem deturpar um trabalho jornalístico
sério. A imprensa continua, portanto, no papel de principal provedora de
informações no mundo. Seja pelo jornal impresso, rádio, televisão ou Internet, o
jornalismo nos atinge causando sensações diversas. Podemos ficar felizes por
algum acontecimento positivo, mas também nos sentirmos mal diante de cenas de
fome e pobreza. A função de um jornalista é informar, mas, como consequência,
também impactar.
Por mais que as principais empresas de comunicação façam parte de grandes
conglomerados que apresentam interesses próprios - as principais emissoras da
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TV aberta brasileira estão nas mãos de algumas poucas famílias ricas, por
exemplo -, o jornalismo ainda é um importante instrumento de fiscalização das
diferentes instâncias do poder.
3. O Texto Jornalístico
Cada tipo textual tem uma motivação diferente. Enquanto as narrativas
descrevem uma história com início, meio e fim, os poemas se preocupam com a
sonoridade e a beleza das palavras para construir os versos. O texto jornalístico
não é diferente. Neste caso, independente de que formato tenha, ele tem a função
de transmitir um ideal, ser um agente de construção de pensamento, ou seja,
informar.
Todo jornalista carrega consigo uma responsabilidade de levar uma
realidade para mais perto do receptor. Independentemente do veículo, o
compromisso com o fato é um dos pilares de um bom jornalismo. Ainda assim, o
objetivo do jornalista e/ou do público-alvo interfere na construção de cada texto
jornalístico.
A coluna da Patrícia Kogut do jornal O Globo, por exemplo, costuma
informar os principais destaques da televisão brasileira, mas não em forma de
notícia, conforme observamos abaixo. A forma de apresentar ao leitor uma
novidade é por meio de uma nota, ou seja, uma versão reduzida de uma notícia
com apenas os detalhes mais importantes.
“Os produtores de elenco de “Sonha Comigo”, novela de
Maria Helena Nascimento para as 19h, estão em busca de uma
menina de até 11 anos para ser a filha dos personagens de
Alinne Moraes e Vladimir Brichta. Eles querem que seja um
rosto pouco conhecido do público de TV e que a criança seja
parecida com a atriz.” (O GLOBO, 2016)
Vamos entender melhor como funcionam os principais gêneros jornalísticos,
para que servem e como cada um impacta na recepção do leitor.
3.1. Fundamentos
Muito se discute sobre a existência de uma verdade absoluta. Contudo,
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afirmá-la é impossível. Cada um enxerga o mundo de uma maneira, e a construção
de uma matéria está sempre submetida aos nossos ideais intrínsecos. Desde a
seleção da pauta, a subjetividade humana impede que sejamos totalmente
imparciais.
A respeito da pauta, talvez seja essa a parte mais importante da construção
de uma informação dentro de uma redação. Dentro de um determinado assunto,
ela é o foco que o jornalista quer ou deve dar na matéria. Podemos abordar
diversos temas de diferentes maneiras, como por exemplo:
“A juíza Cléa Ribeiro, da 68ª Vara do Trabalho de São
Paulo, deu ganho de causa ao ex-"CQC" Ronald Rios em razão
de uma ação trabalhista movida contra a Band. A emissora foi
condenada a pagar uma indenização ao jornalista, pois não
comunicou oficialmente a demissão dele antes de divulgar esta
informação à mídia. Além disso, a empresa não pagou horas
extras e férias ao ex-funcionário.” (O GLOBO, 2016)
Nesse caso, a pauta foi direcionada para o resultado de uma ação
indenizatória movida por um ex-funcionário da Rede Bandeirantes de Televisão
contra a emissora. O foco e os destaques dados no primeiro parágrafo do texto foi
o direcionamento escolhido pelo próprio jornalista. Caso fosse mais relevante ou a
vontade dele, a reação da Band ou os problemas da emissora com os funcionários,
isso poderia ter sido o fato em foco.
3.2. A Notícia e o Lead
A notícia é o principal tipo de texto do jornalismo, e tem como função
primordial informar um fato de forma objetiva e direta. Sua estrutura é formada
basicamente por abertura e corpo. Essa entrada é chamada de lead, onde devem
constar as informações principais, de forma resumida para atrair o leitor.
“A notícia é a matéria-prima do jornalismo, pois,
geralmente, somente depois que os assuntos são divulgados é
que eles são comentados e interpretados. Ou seja, na maioria
das vezes para a reportagem, o artigo ou um editorial existir, é
preciso que haja uma notícia que os instigue(...).
É o tipo textual predominante nos veículos jornalísticos.
Boa parte do conteúdo dos jornais impressos, radio jornais,
telejornais e, em especial web jornais, é formada por notícias,
em especial no atual cenário em que os leitores privilegiam a
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informação rápida e objetiva” (PAIXÃO, 2015).
Essa organização das informações é chamada de pirâmide invertida. Com a
evolução dos meios de comunicação, o sistema jornalístico vem se dinamizando.
Sua mudança decorre da necessidade de informar os leitores de forma criativa e
direta, capturando a atenção deles por meio de frases curtas e chocantes.
O lead é composto, principalmente, pelas respostas às chamadas “seis
perguntas”. Veja o exemplo:
1. O quê? Mataram um homem reconhecido como Marcos Antônio de
Oliveira Lima
2. Quem? Bandidos
3. Quando? Na tarde de domingo
4. Onde? No bairro Santa Margarida, em Campo Grande, na Zona Oeste do
Rio
5. Como? O homem estava acompanhado de um amigo em um bar quando
foi atingido por tiros
6. Por quê? Marcos Antônio era agente penitenciário alocado na Cadeia
Pública José Frederico Marques, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em
Bangu e tinha problemas com os presos.
Vale lembrar que essas características são do texto voltado para o jornal
impresso. Durante o XIII MIRIN, os textos de redação impressa serão voltados
para as notícias-surpresa.
3.3. O Telejornalismo
A cobertura do XII MIRIN irá muito além de notícias factuais no fim do dia.
Como na vida real, as notícias “relato” são mais cabíveis nos veículos online, e os
jornais televisivos se aprofundam em uma análise mais imediata do fato. Assim
como no jornal impresso, o telejornalismo segue regras semelhantes quanto à
informação e o comprometimento com a mesma. Nesse tópico, vamos explicar
melhor o funcionamento da formação de um texto voltado para informar com
imagens.
A internet trouxe a instantaneidade para dentro do jornalismo de forma
feroz. As redes sociais e os sites são responsáveis por atualizar as informações em
tempo real, trazendo a notícia do dia a dia. O computador agilizou as impressões,
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mas também foi responsável pela demissão de milhares de jornalistas e o
fechamento de redações.
O jornalismo impresso está se reinventando. Estudiosos da comunicação de
todo o mundo discutem o seu futuro, mas ninguém chegou a uma solução final.
Ao mesmo tempo, a mídia televisiva se prepara para a expansão da web com mais
força. Entre os estudiosos, um fato indiscutível é a transformação do mercado
televisivo no mundo (FEITOSA, 2015). Isso não quer dizer que a internet não seja
uma ameaça, mas a televisão trabalhando mais forte com o conceito de
convergência das mídias (DIEGUEZ, 2014). Ou seja, este meio organiza uma
forma de trazer o público das redes sociais, por exemplo, para a TV.
A mídia televisiva exerce um papel importante a partir das relações sociais
construídas por ela. Esta possui uma facilidade de informar através do visual, o
que facilita a compreensão do telespectador e confere uma maior legitimidade do
fato descrito (BOURDIEU, 1997). A expansão da TV aberta confere ainda mais a
responsabilidade do emissor com os receptores, pois se refere a uma mídia
gratuita que atinge todas as massas, independente da classe social.
Os avanços tecnológicos favoreceram essa expansão a partir do momento
que potencializam a possibilidade de captação, transmissão e recepção de dados
informados (EMERIM, 2010).
“A imagem está mais acessível, mais rápida e mais perto
de ser “tocada’, a cada dia, por um número maior de pessoas. A
internet derrubou as barreiras de transmissão de dados à
distância e criou novas expectativas quanto à comunicação dos
seres no planeta. Isto se refletiu diretamente na mídia televisiva,
que hoje se reconfigura, tentando entender que público é este
que acessa sob estas novas bases.” (ENERIM, 2010)
O contexto sócio-cultural em que estamos inseridos confere força e poder às
imagens do jornalismo na televisão. Estas permitem que visualizemos a realidade
do outro lado do mundo e aproxima o que os olhos não veem. Uma linguagem
valorizada por cenas e um texto fácil de entender também são resultados dessa
nova mídia estabelecida no campo da comunicação.
3.4. A Formação do Telejornal Diário
Ao contrário do jornal impresso, as funções dentro de uma redação de
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telejornal são mais estabelecidas e a produção de conteúdo é mais segmentada.
Durante os quatro dias de simulação, vamos encurtar essa linha de trabalho, mas
devo explicar aqui como cada telejornal costuma ser montado.
A reunião de pauta do Jornal Nacional, por exemplo, ocorre na manhã do
dia anterior a transmissão. As matérias costumam ser gravadas no mesmo dia com
uma mistura de factuais e os VTs produzidos. Esses são marcados com
antecedência pela figura do produtor, e, em seguida, o pauteiro fica responsável
por descrever todos os detalhes da pauta para o repórter chegar preparado na
entrevista.
No nosso caso, vamos trabalhar apenas com notícias factuais. Estas
necessitam do esforço do repórter para ir atrás das entrevistas na hora,
independente de marcação ou não. Além da preocupação com a entrevista, esse
profissional deve está atento às imagens relevantes para a ilustração das matérias.
Por exemplo, uma notícia sobre assalto fica difícil de ser contada sem imagens
dos casos ocorridos. Ao contrário das outras mídias, a falta de conteúdo
audiovisual pode tornar uma matéria pobre.
Ao voltar da rua, o repórter deve escrever um roteiro, ou seja, o
encaminhamento do texto ao lado das possíveis filmagens. Além disso, ele não
pode esquecer de acrescentar a “cabeça de locutor”, o lead do texto de
telejornalismo, que deve ser lida antes da entrada da matéria na introdução do
apresentador.
Os offs são peças fundamentais de um roteiro de telejornalismo, pois ele é a
narração do repórter feita por baixo das imagens de apoio. Além disso, as
entrevistas presentes na matéria são conhecidas como sonora e devem estar
devidamente editadas na descrição do roteiro. A correção do roteiro é feita pelo
editor de texto (no nosso caso será realizada pelo editor-chefe, ou seja, os
diretores). O texto final é chamado de lauda e o material finalizado de VT.
Em caso de falta de imagem ou até na dificuldade de cobertura para todos os
assuntos, um recurso utilizado é o das notas cobertas ou peladas. A primeira
compreende no texto lido pelo apresentador ou por um repórter com pequenas
informações e imagens de cobertura. Os comentaristas também costumam utilizar
deste recurso. A união de várias notas cobertas é chamada de lapada, mais
conhecido como “giro de notícias”. As notas peladas são aquelas notícias curtas
dadas pelo próprio apresentador, sem o apoio de imagens. Estas podem ser
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elaboradas por qualquer membro da redação: editor, repórter, apresentador, etc
(RUA, 2016).
3.5. Dicas de Redação de um Texto para TV
- Sempre destaque as informações principais no lead. Ao contrário do texto
impresso, o texto de televisão não requer que o lead fique logo no começo do VT.
- No desenvolvimento, mantenha, em todos os parágrafos, a informação
mais importante como tópico frasal; ou seja, a primeira oração do parágrafo.
- Divida os parágrafos em assuntos ou abordagens diferentes, sempre
lembrando da hierarquização promovida pela ‘’ pirâmide invertida’’. Ou seja, as
informações mais importantes devem estar logo no começo das matérias.
- Enxugue o texto, corte palavras e informações desnecessárias.
- Não coloque títulos imprecisos, pois eles confundirão o leitor. É necessário
evitar a construção de títulos somente a partir de substantivos, porque assim são
omitidas as ações principais da notícia, exprimidas por verbos.
- Não esqueça: o texto de televisão requer IMAGENS. Caso a sua pauta não
renda para o vídeo, é necessário pensar melhor o que pode ser feito. Vídeos de
internet e arquivo podem ser a solução.
3.6. Exemplos de Leads
1) “As terapias complementares têm atraído cada vez mais o interesse dos
brasileiros. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), os acupunturistas
da rede pública atenderam, em 2014, cerca de 440 mil pessoas. As consultas
homeopáticas passaram de 350 mil, mais que o dobro de atendimentos do ano
anterior. A ioga, fitoterapia e a musicoterapia também fazem parte desse grupo de
tratamentos, e são ótimas opções para quem busca uma vida mais saudável e
equilibrada”.
2) “Vascaíno desde criança, Vanderlei de Oliveira se surpreendeu, ontem,
ao levar a esposa para o Maracanã. Em plena torcida do seu clube, quase foi
linchado ao proteger a mulher, que inevitavelmente se levantou e vibrou com o
gol do Flamengo, no primeiro tempo da partida... na Delegacia de Polícia ela
apresentou queixa contra o marido...” (PENA, 2007, p. 44).
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3) “A Secretaria de Controle Urbano foi impedida de atender ao público,
ontem, em consequência de verdadeiro bloqueio organizado nas proximidades da
Cinelândia por um grupo de cidadãos de sexualidade ambígua, em protesto contra
a decisão da juíza Maria da Glória, que não autoriza a retirada manifestação... Aos
gritos de ‘queremos homem’, os manifestantes se recusaram a ser atendidos pela
juíza...”. (PENA, 2007, p. 47).
4. O Funcionamento da Imprensa
O dia a dia da imprensa é caracterizado por coleta de material a partir da
observação dos fatos e da verificação com as fontes sobre os principais
acontecimentos e a transmissão do que foi analisado ao público. Faz-se necessário
que o jornalista apure a veracidade da notícia para que o leitor/espectador seja
sempre informado o mais corretamente possível. A capacidade de analisar e
perceber o que é relevante para o público na reportagem dá uma margem maior
para a excelência do jornal.
Após a apuração, tem-se lugar a elaboração das reportagens. Define-se a
necessidade de fotos, vídeos, áudios – respectivas transcrições em se tratando de
textos impressos –, entrevistas, e diversos outros recursos. Cabe ao repórter
procurar o máximo de informações, com os minuciosos detalhes mais
importantes, que sanem qualquer possível dúvida do espectador/leitor acerca do
assunto. Estabelece-se um compromisso com a verdade. Além disso, é importante
“cultivar a fonte”, criando um vínculo de confiança entre aquele que está mais
próximo do fato e aquele que dá ao acontecimento visibilidade mundial.
Como num jornal real, também objetivamos o máximo de precisão possível
nas reportagens. Esperamos que os jornalistas estejam sempre ligados ao que
acontece dentro de cada comitê e suas prováveis repercussões. É importante que
os delegados, ao se preparar, informem-se da pauta principal do dia e fiquem
atentos a qualquer mudança ao longo do decorrer das sessões.
4.1. As Funções
O XIII MIRIN ocorrerá em formato televisivo. Para tanto, os jornalistas
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delegados se dividirão em quatro jornais (CNN, Al Jazeera, GloboNews e BBC).
Numa produção oficial, conta-se com uma média de 25 cargos (JORNALISMO E
PRODUÇÃO EM TV, 2016) responsáveis pelas diversas funções de
encaminhamento e execução do telejornal. Por meio de uma adaptação,
elaboramos um esquema de cinco delegados por jornal: um editor e mais quatro
repórteres. Cada um deles obedecerá às questões estabelecidas pelo seu papel.
Dividem-se em:
•
Editor e também Chefe de Redação – o ponto de equilíbrio na
redação. Acompanha o trabalho dos repórteres e edita as matérias. Além de
conhecer bem o funcionamento da televisão e dos membros de sua equipe,
será responsável por selecionar o material coletado para adequá-lo ao texto do
repórter e alinhar a sequência de vídeo e áudio gravados, de acordo com os
critérios da edição. Fará, também, a cobertura de um dos comitês.
•
Repórter - Reúne informações, faz entrevistas e apronta o texto das
reportagens, dando o formato final. Negocia com o editor o tempo da
reportagem, sendo deste a palavra final.
Além disso, todos deverão exercer a função de repórter cinematográfico, em
formato de revezamento. Assim, devem captar as imagens que serão vistas pelo
telespectador. É importante que conheçam o conjunto da pauta e o objetivo da
reportagem, procurando compreender o contexto e o enfoque da matéria.
É recomendável que os jornalistas não apareçam no vídeo lendo o texto.
Sugere-se que ele seja decorado previamente e o repórter tenha segurança do que
será dito na filmagem. O profissional deve ter empatia com a audiência e boa voz.
Lembramos a importância de cada delegado portar uma câmera, podendo ser a de
celulares comuns, bem como, por jornal um computador com programa de edição
de vídeos. Recomendamos FinalCut.
4.2. Os Jornais Televisivos
As informações nos jornais televisivos costumam ter uma linguagem mais
acessível ao espectador, além de divulgar as informações rapidamente. É
interessante que as matérias sejam curtas e concisas. A possibilidade de voltar à
informação anterior é mais difícil, por isso, os jornalistas precisam ser claros,
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objetivos e diretos em seus textos. Há pouco tempo para compartilhar as
informações importantes de cada notícia. Dessa forma, as imagens exercem um
papel fundamental para prender a atenção do espectador, facilitando sua absorção.
A tendenciosidade também está presente no jornal televisivo. É importante
que os jornalistas atentem-se ao editorial do jornal, entretanto, procurar ser o mais
neutro e imparcial possível.
4.3. As Redes Sociais
Hoje em dia, com o avançar tecnológico, as redes sociais ocupam um espaço
imprescindível na cobertura das notícias, transmitindo ao espectador uma visão
completa dos fatos. Estas ferramentas são bastante úteis para divulgação de
imagens rapidamente. Elas são responsáveis por modificar as relações no mundo
e, portanto, cada jornal deverá criar uma conta em cada uma das plataformas
abaixo e divulgá-las aos demais delegados.
4.3.1. Twitter
O Twitter é caracterizado pela instantaneidade em que a notícia chega ao
público. Os jornalistas devem ser capazes de resumir em 140 caracteres a
principal informação, que depois virá a ser desmembrada num texto jornalístico.
Ou ainda, dar lugar a um fato que não pode ser encaixado no jornal do dia. Esta é
a melhor ferramenta para a divulgação de um furo de reportagem.
4.3.2. Instagram
Nesta rede é possível postar imagens e vídeos para alcançar seus seguidores
de uma maneira mais espaçada. Aqui, o mais importante é a divulgação com o uso
de hashtags alcançando o máximo de leitores. Cabe divulgar uma imagem
fazendo uma prévia do que será desenvolvido no jornal diário; ou uma foto que
tenha alguma representação relevante. É necessário haver alguma legenda sucinta
que deixe o leitor ciente do assunto.
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4.3.3. Snap Chat
Plataforma ideal para imagens divertidas e vídeos instantâneos parecidos
com os relatos ao vivo. É possível fazer chamadas de divulgação do jornal.
4.3.4. YouTube
Os vídeos representam uma forma melhor de comunicar. (BEEWEB, 2016).
É visível a preferência por parte dos internautas em consumir conteúdos desse
canal. De forma geral, apresentam as principais informações de maneira concisa e
objetiva. Neste modelo, os vídeos são postados para que o leitor tenha acesso às
informações posteriormente à transmissão oficial.
4.4. As Notícias Surpresa
As notícias surpresa tem como principal objetivo influenciar os comitês.
Sendo assim, compreende a elaboração de uma reportagem que sirva de base para
novas discussões, gerando uma dinâmica nos assuntos abordados pelos
representantes dos países.
4.5. As Coletivas de Imprensa
A coletiva de imprensa é o contato direto entre os delegados jornalistas e os
que representam países nos outros comitês. Neste momento, os repórteres de cada
jornal fazem perguntas para que os diplomatas dos países selecionados respondam
imediatamente. É importante a colocação de questões que gerem repercussão no
comitê.
5. Linhas Editoriais
5.1. CNN
No dia 2 de junho de 1980, Ted Turner anunciou o surgimento da Cable News
Network (CNN) durante um congresso de comunicação em Las Vegas. A CNN
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foi lançada como a primeira rede de televisão dedicada unicamente às notícias,
com transmissões todos os dias do ano, 24 horas por dia. Dez anos depois, o
conceito de notícias ao vivo, transmitidas por satélite aos telespectadores 24 horas
por dia, por sistemas de cabo através do mundo todo, alcançaria o auge.
A CNN, que começou a transmitir em 1985, era inicialmente dirigida a
executivos americanos que se hospedavam em hotéis. No começo, a maioria da
programação consistia na emissão simultânea dos dois canais nacionais da CNN –
CNN/US e Headline News.
Com uma sede nova e maior, construída em 1994, Turner decidiu competir
com os programas de notícias da BBC World Service Television. A CNN
International (CNNi) surgiu como um canal de notícias internacional, com
jornalistas de diversas nacionalidades, apesar de manter uma tendência manifesta
pró-Estados Unidos. Hoje em dia, a CNNi é um canal de televisão de notícias,
atualidades e programas de negócios em inglês. É propriedade do grupo
americano de comunicação Time Warner, estando afiliada à CNN, que, por sua
vez, fica limitada aos Estados Unidos e ao Canadá, podendo ser vista também pela
web.
Na realidade jornalística estadunidense, a CNN se encaixa como uma emissora
politicamente de centro, não se posicionando à direita, como a Fox News, nem à
esquerda. Por isso, a posição da empresa não é forte e a análise tende a ter um viés
mais intelectual do que populista. O papel da CNN é analisar os fatos de acordo
com o seu real andamento, sem grandes paixões envolvidas na cobertura
jornalística.
5.2. Globo News
A Globo News, canal de televisão brasileiro fechado, foi fundada em
1996 e pertence ao Grupo Globo, o maior conglomerado de mídia do país. Foi o
primeiro canal de jornalismo da TV nacional com 24 horas de programação e,
hoje, é o maior e mais visto canal fechado de notícias do Brasil. Possui grande
influência e reconhecimento, tendo sido apontado em 2014 pelo Índice de
Prestígio de Marca do jornal Meio&Mensagem como o segundo veículo de
televisão por assinatura mais admirado do país.
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Inicialmente, a equipe era formada majoritariamente por jornalistas
recém-formados, tendo o ganancioso objetivo de superar telejornais já
consolidados como CNN e NBC. O primeiro, serviu de modelo para a Globo
News em seus primórdios, mas depois ela passou a produzir programas de
entrevistas, sobre curiosidades e diversos temas. Sua presença, no entanto,
restringe-se ao território nacional, assim como a produção de seu conteúdo, que é
100% brasileira, apesar de contar com correspondentes no mundo todo.
Detentor de importantes prêmios como PromaxBDA e o Festival de
Filme e Televisão de Nova York, o canal é referência entre a elite intelectual e
econômica do país. Chama atenção pelas coberturas ao vivo de assuntos
relevantes no Brasil e no mundo. Possui 22 telejornais de meia hora e um
principal de uma hora de duração, e conta com mais de 300 funcionários que se
revezam numa redação que trabalha 24 horas por dia, fazendo jus ao slogan
“Nunca desliga”.
Apesar de fazer parte do Grupo Globo, que possui uma linha editorial
fortemente marcada para a direita, a Globo News não é considerada tão
tendenciosa. Ainda assim, sofre duras críticas quanto à parcialidade, muitas vezes
velada, mas que tende a ir contra governos de esquerda.
5.3. Al Jazeera
A Al Jazeera1é a maior e mais importante rede televisiva do mundo
árabe, criada em 1996, no Catar. Em 1995, a empresa estatal saudita Orbit
Communications fechou um contrato com a britânica BBC, que passou a fornecer
material jornalístico para a televisão árabe, mas após a exibição da execução de
um opositor ao regime local, em 1996, o mesmo foi findado. Naquele ano, o
recém-empossado Emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al-Thani, financiou a
criação da Al Jazeera como conhecemos hoje em dia, a fim de desfazer a lacuna
que havia surgido na imprensa árabe.
Numa época em que a mídia apenas divulgava comunicados oficiais, a
emissora se destacou por seu alto nível de liberdade de expressão e de oposição.
Tinha o lema de “exibir as notícias como elas são”, indo contra a política de
censura que, para evitar rebeliões populares, não transmitia nenhuma matéria que
1
Em português “A Península”, por referência à Península Arábica.
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pudesse conter qualquer crítica aos regimes do Oriente Médio. O financiamento
do Emir permitia ao veículo uma liberdade incomum no contexto histórico e
geopolítico em que o canal se encontrava, fazendo com que sua audiência
crescesse e, assim, atraísse o descontentamento de países como Israel, Paquistão e
Bahrein, que chegaram a promover boicotes às suas programações.
A Al Jazeera já possuía atuação internacional com sucursais e
correspondentes, mas era vista com ressalvas no Ocidente, principalmente pelos
EUA. Começou a chamar atenção com as exibições feitas das manifestações
populares antiamericanas que seguiram a invasão dos EUA ao Afeganistão –
realizada sob a justificativa de combater o terrorismo devido aos atentados de 11
de setembro. As coberturas ininterruptas dos bombardeios e o fato de ter sido
escolhida para transmitir os pronunciamentos oficiais de grupos terroristas fizeram
com que a emissora ganhasse destaque internacionalmente.
Hoje em dia, a Al Jazeera continua sendo referência, principalmente em
assuntos relacionados ao Oriente Médio. Possui uma nítida linha editorial, que
apoia a unificação dos povos árabes, baseando-se nos princípios nacionalistas do
pan-arabismo moderno. Faz crítica à liderança preponderante norte-americana,
mas defende uma política pacifista.
5.4. BBC
A British Broadcasting Corporation (BBC) é a maior empresa
midiática da Europa e uma das mais importantes e influentes do mundo. Apesar
de ter suas maiores coberturas voltadas ao continente europeu, noticiou
internacionalmente acontecimentos cruciais para a história desde o século
passado. Foi fundada em 1922 por John Reith, na Inglaterra, juntamente com
empresas
do
setor
de
comunicação
(a
Metropolitan-Vickers,
Radio
Communication Company, General Electric, Western Electric e British ThomsonHouston) no formato de rádio, com a intenção de educar, informar e entreter a
população.
Em 1932, o alcance começou a ser expandido, primeiramente
restringindo-se a países que haviam feito parte do Império Britânico. Criou-se,
assim, o “Serviço do Império”, posteriormente chamado de “Serviço Mundial”
(BBC World Service), do qual o Brasil faz parte. Ainda naquele ano, a empresa
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conseguiu permissão para atuar na área televisiva, iniciando as transmissões nessa
mídia em 1936.
Durante a Primeira Guerra Mundial, as transmissões televisivas foram
interrompidas, mas as de rádio tiveram muita importância, com 98% da população
britânica acompanhando o programa War Report, que noticiava os acontecimentos
do conflito. Em 1950, a BBC já era a mais influente emissora de rádio e TV do
mundo, chegando a ter uma audiência de 20 milhões de pessoas na transmissão da
coroação da rainha Elizabeth, em 1953.
A BBC pertence hoje ao governo britânico e é considerada o maior
modelo de empresa pública de telecomunicações. Apesar de não poder divulgar
anúncios de qualquer espécie em nenhum dos meios midiáticos que possui, o
veículo apresenta uma linha editorial e administração autônomas. É tal o
distanciamento que, em 2003, a empresa e o governo do Reino Unido passaram
por uma grave crise.
A emissora havia acusado o então primeiro-ministro Tony Blair de
manipular informações para justificar a adesão britânica à invasão ao Iraque. Após
a contestação da reportagem e o aparente suicídio de uma fonte da mesma, o
inquérito Hutton foi aberto, a fim de solucionar o caso da morte. A confirmação
do erro da emissora levou à demissão do editor-chefe, do repórter e do presidente
da fundação da BBC, além de uma retratação. O ocorrido reabriu também o
debate na Grã-Bretanha sobre a necessidade de algum controle à atuação da BBC,
que se viu obrigada a fazer uma reforma editorial.
Em 2015, outra reforma atingiu a empresa. Dessa vez, a ordem era
prezar pela precisão da informação ao invés da velocidade. Segundo a BBC,
durante a cobertura do massacre de crianças na Rússia, naquele ano, muitas
críticas foram recebidas devido às fortes e perturbadoras imagens que, pelo desejo
de ser o primeiro a divulgar a notícia, eram veiculadas sem critério.
A emissora segue uma linha editorial de centro e, apesar do grave e
polêmico erro cometido em 2003, se mantém com um grande peso no cenário
midiático internacional. É sustentado pela conhecida isenção e independência, que
o levam a eventuais atritos com autoridades britânicas.
6. Referências Bibliográficas
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