Sítio arqueológico Populina I
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Sítio arqueológico Populina I
XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2º SEMINÁRIO NACIONAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO ÁREA TEMÁTICA: INOVAÇÃO APLICADA AO PLANEJAMENTO: SUB-ÁREA: GEOTECNOLOGIAS E CARTOGRAFIA REPRESENTAÇÃO DE ARTEFATOS EM SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS POR ANÁLISE ESPACIAL: Sítio arqueológico Populina I Dimitri Bergmann Vieira1 Resumo A Arqueologia estuda as antigas etnias a partir dos vestígios deixados com o tempo. No entanto, esses vestígios estão localizados em determinado espaço, o que demonstra que a Geografia sempre fez parte da análise arqueológica. Atualmente a geoarqueologia aparece com destaque nas análises dos sítios arqueológicos e com o avanço das tecnologias na Geografia, esta passou atuar como ferramenta fundamental. Com isso, o SIG aparece como a principal ferramenta para a organização dos dados. A análise espacial, serve como uma forma de avaliar o comportamento dos sítios arqueológicos. Por fim, a Cartografia é a forma final de visualização que a Geografia oferece às análises dos sítios arqueológicos. Palavras-chave:Análise Espacial, Cartografia, Arqueologia. Abstract Archaeology studies the ancient ethnicities from the remnants left over time. However, these traces are located in a given space, which demonstrates that Geography has always been part of archaeological analysis. Currently geoarchaeology appears prominently in the analysis of archaeological sites and the advancement of technologies in Geography, this act passed as a fundamental tool. Thus, GIS appears as the main tool for data organization. Spatial analysis serves as a way to evaluate the behavior of the archaeological sites. Finally, the cartography is the ultimate form of visualization that Geography provides analyzes of archaeological sites. Keywords: Spatial Analysis, Cartography, Archaeology. 1 Graduando em Geografia [email protected] na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina Universidade do Estado de Santa Catarina. E-mail: 1 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 1. Introdução A Arqueologia é uma ciência que trabalha com muitos dados provenientes dos vestígios arqueológicos deixados pelas culturas passadas, os quais necessitam de certos cuidados ao serem resgatados, catalogados e armazenados, assim como os dados obtidos. Todos esses vestígios são encontrados em determinado local, isso faz com que a Arqueologia, além de trabalhar com o tempo, também trabalha no espaço. O fato dos vestígios arqueológicos estarem no espaço faz com que a Geografia esteja inserida na Arqueologia e como os vestígios arqueológicos geram uma enorme quantidade de dados, o SIG aparece como ferramenta fundamental para se trabalhar esses dados, aproximando ainda mais a Geografia da Arqueologia. O SIG quando utilizado para catalogo de dados e gerenciamento de sítios arqueológicos, possibilitam a manipulação de grande volume de dados, mesmo de fontes diversas, o que possibilita a realização de análises em arqueologia (Oliveira et al, 2005). Contudo, a análise desses dados deve ser representada de alguma forma, e a Cartografia aparece como mais uma disciplina oriunda da Geografia que auxilia nos trabalhos arqueológicos. Para (Santos, 2006), a Arqueologia faz uso da Cartografia essencialmente em dois pontos: como suporte ao trabalho de campo e na caracterização geo-espacial dos sítios arqueológicos. Os sítios arqueológicos são locais onde se encontra os vestígios arqueológicos, os quais inicialmente são descobertos pela visita a campo. Depois de constatado os vestígios, são realizadas sondagens para verificar os artefatos sob a superfície e por fim, caso a sondagem seja positiva, é realizada a escavação para resgatar esse material. O processamento e análise da informação arqueológica exige a manipulação dos diferentes dados, recolhidos nas fases de prospecção e escavação, sejam eles, alfanuméricos ou gráficos, relativos ao registro sedimentar, espacial ou artefatos (Ribeiro, 2001). Os dados recolhidos pelas escavações podem ser determinantes na espacialização e delimitação do sítio arqueológico. A localização dos sítios refere- se às coordenadas do ponto central da dispersão de vestígios e é baseada em identificações realizadas durante prospecções de campo (Santos 2006). Os sítios podem ser localizados através de seu tamanho, idade, número de artefatos, número de habitações, assim como auxiliados pelas variáveis ambientais (Oliveira ET. AL, 2005). Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 2 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Com todos os dados já armazenados no SIG o pesquisador deve realizar uma análise espacial e verificar como os artefatos podem influenciar na delimitação do sítio arqueológico. As análises espaciais são as principais ferramentas que os sistemas de informações geográficas oferecem (Oliveira ET. AL, 2005). Para realizar uma análise espacial, torna-se necessário ter informação sobre a qual se vai trabalhar. Dados, são observações diretas da realidade, ou seja, é uma coleção de fatos que podem ser armazenados, processados e transformados em informação (Rosa, 2011). A análise espacial pode ser simples, observando apenas a distribuição do fenômeno abordado no espaço. No entanto, os softwares atuais tem a capacidade de relacionar esses fenômenos entre si por cálculos matemáticos como estatísticas, densidades entre outras, o que pode trazer uma nova perspectiva na análise espacial dos artefatos arqueológicos e sua relação com os sítios arqueológicos. O trabalho busca representar a espacialização dos artefatos arqueológicos por ferramentas de análise espacial do software ArcGis e verificar se as relações realizadas por estas ferramentas podem auxiliar a delimitação e pesquisas dos sítios arqueológicos através da quantidade de artefatos. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 3 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 2. Sitio Arqueológico Populina I Localizado no município de Populina (Figura 1), no Estado de São Paulo, o sítio arqueológico recebe o mesmo nome deste (Populina I). O sítio está vinculado ao projeto da LT (Linha Transmissão) Porto Velho (RO) – Araraquara (SP), a qual se inicia no rio Madeira, no Estado de Rondônia e termina no município de Araraquara, no Estado de São Paulo. O trabalho de campo, primeiramente de prospecção e validação do sítio e posteriormente, o resgate dos artefatos encontrados no sítio, foi realizado pela equipe de pesquisadores da empresa Scientia Consultoria Científica, unidade Sul, localizada em Florianópolis. 3. Base De Dados Da Empresa Scientia Consultoria Científica Com o resgate, iniciou- se o trabalho arqueológico em laboratório e com o término dessa etapa foi possível catalogar todos os dados referentes aos artefatos, passar para o meio digital e totalizar a quantidade de artefatos de acordo com sua espacialização. Com isso, abre- se a possibilidade de se trabalhar esses dados com no SIG, realizar análises e representar espacialmente esses dados. 4. Organização Dos Dados No trabalho de campo, os dados chegam de duas formas, o trabalho do topógrafo, que possibilita a entrada no SIG e facilita o trabalho de análise e o trabalho dos pesquisadores com os artefatos, que são obtidos e catalogados de forma manuscrita. Os dados referentes aos artefatos do sítio arqueológico chegam ao laboratório de forma bruta. No entanto, para se trabalhar esses dados com o SIG, é necessário passar esses dados para o meio digital e assim, poder relaciona- lós com os dados obtidos pelo topógrafo. As funções do SIG compreendem a entrada de dados, edição e correção; manipulação e transformação e as saídas (mapas, gráficos, planilhas) e as análises espaciais são as principais ferramentas que os sistemas de informações geográficas oferecem (Oliveira ET. AL, 2005). Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 4 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Figura 1. Mapa de Localização do sítio arqueológico Populina I Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 5 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 5. Ferramentas De Análise Espacial Com os dados organizados, cabe ao pesquisador estudar quais ferramentas de análise espacial pode ser utilizada. No caso em questão, foi escolhido o software ArcGis (versão10.1), o qual fornece um leque de opções em análise espacial, das mias simples, que trabalha com sobreposição de fenômenos e as relações desses, às mais complexas, que utilizam cálculos matemáticos para realizar a análise. As ferramentas escolhidas foram a point statistic e point density. Ambas as ferramentas trabalham com o conceito matemático da mediana. (Nogueira, 2009), define que a mediana é utilizada para mostrar o elemento que ocupa a posição central em um conjunto de dados, obtido por: M = n/2, para números pares; M = (n + 1)/2, para números ímpares; Onde: M = Mediana. n = A soma dos valores relacionados. 5.1. Aplicando As Ferramentas Todas as ferramentas de análise espacial do software ArcGis têm como saída um arquivo matricial, portanto trabalha- se com pixels ao invés de arquivos vetoriais. Para as duas ferramentas, o tamanho de saída dos pixels escolhido foi de 1m², no intuito de haver uma comparação dos resultados. Mesmo as duas ferramentas trabalhando a partir da mediana, elas apresentam diferenças em suas aplicações. No caso da point statistics, ela considera todos os valores encontrados dentro de determinado raio, que foi escolhido de 11m. Já no caso da point density, ela considera o valor dos pixels ao redor e caso esse valor seja nulo, os pixels buscam o valor mais próximo e divide por trinta, para realizar o cálculo. No caso da point density, também é escolhido um raio, no entanto esse não modificará o resultado final. Novamente no intuito de buscar uma comparação, o raio escolhido foi de 11m. Depois de aplicadas as ferramentas sobre a quantidade de artefatos arqueológicos por sondagens, constatou- se que, mesmo as ferramentas point statistics e point density trabalharam com cálculos diferentes, demonstraram um resultado parecido sobre as áreas de maior concentração de artefatos no sítio arqueológico Populina I (Figuras 2 e 3). Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 6 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Figura 2. Mapa de Concentração de Artefatos do sítio arqueológico Populina I. Ferramenta Point Statistics. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 7 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC Figura 3. Mapa de Concentração dos Artefatos do sítio arqueológico Populina I. Ferramenta Point Density. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 8 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC 6. Conclusões As análises espaciais realizadas no trabalho demonstram espacialmente onde ocorrem as maiores concentrações de artefatos no sítio arqueológico Populina I. No entanto, esta é apenas uma ferramenta que o arqueólogo deve considerar ao analisar um sítio arqueológico. Aspectos da Geologia, como o solo e sua estratificação; da Geomorfologia, como o escoamento superficial e o fluxo de direção; e da própria Geografia, como o ambiente onde está instalado o sítio, devem ser considerados na análise final do sítio arqueológico. No entanto, os resultados obtidos na análise espacial do sítio Populina I, podem ser aplicados a qualquer sítio arqueológico, desde que seja feito o resgate dos fragmentos e que todos os fragmentos sejam catalogados corretamente. A transformação desses dados para informação, através da criação de mapas, facilita a visualização e interpretação desses pelos arqueólogos e também na relação desses dados com outros que serão fundamentais para o entendimento dos sítios arqueológicos. Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Florianópolis, Santa Catarina 9 XIV SIMGeo Simpósio de Geografia da UDESC BIBLIOGRAFIA CITADA CÂMARA, Gilberto; MONTEIRO, Antônio Miguel; FUCKS, Suzana Druck; CARVALHO, Marília Sá. Análise espacial e geoprocessamento. INPE – São José dos Campos, SP. 2002. 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