I CHING - Um Conceito Chinês de Mudança
Transcrição
I CHING - Um Conceito Chinês de Mudança
IMPRESSO Informação, Cultura e Livre Expressão www.jperegrino.com.br Ribeirão Preto - SP - Ano IV - Nº 41 - Setembro/2003 - R$ 1,00 I CHING - Um Conceito Chinês de Mudança Páginas 6 e 7 NESTA EDIÇÃO - SUPLEMENTOS O Praticante - Tai Chi Pai Lin Literário - Academia Ribeirãopretana de Letras Veredas - Escola Waldorf João Guimarães Rosa Grupo e Psicodrama ... O Psicodrama, por ser uma metodologia que trabalha com o tripé psicologia- teatrosociologia, possui, em sua essência, conhecimento de grupo e sensibilidade do facilitador, uma vez que teoria e prática estão aliadas à vivência, à dinâmica e à direção do grupo... Página 10 Alegoria da Primavera - Botticelli Contar estórias, viver os mitos Existem contadores de estórias desde que o mundo é mundo. Quando não o faziam por palavras, criavam imagens. Assim, é que chegou até nós a história da humanidade. Saber a estória não é só a importância de fazer a história, mas de perceber que outras pessoas têm as mesmas fantasias... Página 2 A Borboleta Azul Ali fora banheira dos escravos, diziam à boca miúda os habitantes da região. Eles mudaram o curso do rio fazendo um dique com pedras grandes, de tal forma que a água despencava formando uma cachoeira, desembocando numa piscina natural... Página 4 2 Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 Editorial Informação, Cultura e Livre Expressão A Primavera se aproxima e nos perguntamos se podemos falar sobre ela da mesma forma que no passado. Acontece que não se fazem mais estações como antigamente. As flores já não nascem em tempo específico. O clima mudou. Os ciclos modificaram-se, por conta de nossa ignorância, seres humanos que alcançaram alta tecnologia e não souberam lidar com a natureza. Algo foi perdido, deixado para trás. Na suposição de que tudo sabemos e em nos acreditando deuses, inflamos, pairamos acima de nossos semelhantes e deixamos de cuidar de nossa mãe Terra, nosso útero, nossa segurança. Se não pudermos contar com nossas fontes, nossos rios, nossa terra, de que nos adiantará tanto conhecimento? Argumentarão alguns que este assunto é exaustivo, que tem sido por demais abordado. Não é nossa intenção fazer apologia ecológica. Nem cansar uns e outros. Não custa, porém fazer todos os dias uma prece pela Terra. Pode parecer estranho, mas não é. Todos sabemos do poder da palavra e do que ela pode fazer. Palavras são vibrações. Foi através de vibrações que caiu Jericó. Orar e rezar são conceitos agora sustentados fisicamente, portanto rezemos, oremos para que o Verbo possa transformar primeiro o que há a nossa volta, depois o que existe um pouco mais adiante, depois mais além, muito além. Podemos também economizar água, podemos plantar. Semear a terra para que ela se torne fértil e para que tenhamos infinitas primaveras, em tempo certo possamos colher daquilo que plantamos com fé. Mariza Helena Contar estórias, viver os mitos Existem contadores de estórias desde que o mundo é mundo. Quando não o faziam por palavras, criavam imagens. Assim, é que chegou até nós a história da humanidade. Saber a estória não é só a importância de fazer a história, mas de perceber que outras pessoas têm as mesmas fantasias que as nossas; saber que a questão do bem e do mal existe desde sempre e que sentimentos muitas vezes considerados negativos estão dentro de nós e, graças a Deus, dentro dos outros. Afinal quantos de nós não somos vítimas de madrastas horrorosas e temos que enfrentar a bruxa má? Quantos não necessitam de entrar na floresta escura para resgatar tesouros perdidos, quem sabe o da própria alma? Os contos de fadas são lições de vida, são possibilidades. Vivemos juntamente com o herói façanhas aparentemente impossíveis de serem realizadas e vencemos com ele o monstro mau, os desafios, as provas. O conto nos mostra também que vencemos nem sempre através do nosso intelecto e, sim através de nossa intuição. Basta que lembremos da estória do irmão bobo, aquele considerado pelo rei o mais tolo dos filhos, porém o vencedor das provas porque é capaz de entrar pelo alçapão abaixo e encontrar o tesouro perdido. O conto nos mostra que se tivermos coragem para deixar que chegue até nós a voz interna, nossa aliada, podemos acessar o que nossa alma anseia. Os contos, as estórias são fontes de conhecimento e maneiras de nos colocarmos como parte da humanidade. Dessa humanidade cheia de questionamentos e dúvidas. Dessa humanidade que recebe os mitos da essência divina. Para que nos seja possível responder mesmo que parcialmente a questões de quem eu sou, o que faço aqui, para onde vou. Para que nos seja possível estabelecer relação com o mundo que nos circunda. Porém, no momento em que chegam até nós essas estórias, no momento em que chegam até nós os mitos com sua grandeza, sabemos que fomos golpeados pelo divino, que os Deuses não podendo descer até nós, revelam-se através dos símbolos, permitem que vivenciemos o numinoso através dos mitos. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz e-mail: [email protected] Locais de Circulação Bibliotecas, Casa da Cultura, Livrarias, Bancas de Jornais, Lojas de Produtos Naturais, de Vestuário, Clínicas de Estética, Academias Despostivas, de Artes Marciais e de Danças, Farmácias Homeopáticas, Fitoterápicas e de Manipulação, Profissionais Liberais (Médicos, Psicólogos, Engenheiros, Arquitetos, Advogados, etc...), Terapeutas, Escolas e Oficinas de Arte, Escolas de Línguas. JPeregrino Comunicação Visual Ltda. Direção José Roberto Ruiz - MTb 36.952 Revisora Mariza Helena R. Facci Ruiz WebDesign Francisco G. R. Ruiz Suplemento - O Praticante Felício Bombonato Jr. Impressão Gráfica Spaço As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são de responsabilidade de seus autores e, não são expressão oficial do informativo, salvo indicação explícita neste sentido. Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - City Ribeirão - Ribeirão Preto - SP 14021-520 - Telefone: (0**16) 621 9225 / 9992 3408 Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: [email protected] Aos Poderosos, aos Inseguros, aos Solitários, aos Hipertensos, aos Desesperados, aos Medrosos, aos Desatenteos. Vivências / Datas Aceitação de si mesmo e das imperfeições dos outros - 06 de Setembro Sabedoria de ser um bom líder - 04 de Outubro Paz interior, segurança e coragem - 01 de Novembro Dia e Horário - Sábados das 14h às 18h Facilitadoras: Mariza Helena R. F. Ruiz - (16) 621 8407 / 9105 0529 Vera Lúcia Liberato Arantes - (16) 624 6609 Investimento: R$45,00 à vista ou R$50,00 em duas vezes. Informação, Cultura e Livre Expressão Assinatura 06 meses - R$15,00 / 12 meses - R$30,00 Através dos telefones (0**16) 621 9225 / 9992 3408, pelo email: [email protected], ou deposite no Banco Itaú Ag. 0332 - Conta: 74194-1 e envie o comprovante do depósito juntamente com seus dados para Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - Ribeirão Preto - SP - CEP: 14021-520. (16) 621 9225 / Comunicação Visual Ltda. 9992 3408 e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 Informação, Cultura e Livre Expressão 3 T. O. C. Falar deste transtorno não é tarefa fácil. Ele já foi tema de filme e reportagens de TV e há um número considerável de pessoas sofrendo deste mal. Trata-se de um Transtorno ansioso chamado Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Estranho aos olhos dos outros e muito doloroso para quem o tem. O obsessivo-compulsivo apresenta pensamentos obsessivos e atos compulsivos. Ficou difícil de entender? Explicarei mais detalhadamente. Pensamentos obsessivos são idéias que de repente invadem o pensamento repetidamente, sem que a pessoa consiga afastá-los. Geralmente estes pensamentos estão ligados á Contaminação (medo de ser contaminado). Dúvida (“será que fechei a porta?”). Agressividade (impulsos ou idéias contra si mesmo ou outros) e Obscenidades. As compulsões são comportamentos repetidos exaustivamente. Geralmente vem junto com pensamentos mágicos, do tipo “se eu não fizer isso, alguma coisa muito ruim vai acontecer”. A pessoa não consegue controlar nem o pensamento obsessivo nem o ato compulsivo. È uma doença muito cruel, pois o indivíduo tem plena consciência do absurdo que é seu comportamento, mas não tem controle e por isso sofre muito. Não tem sossego e sua vida acaba regida por rituais, repetições de atos e verificações. Com isso sua vida fica prejudicada, pois cada pequena coisa ganha proporções imensas, até tomar um simples banho pode levar horas. As compulsões mais freqüentes são: Verificação. Contar (contar várias vezes alguma coisa), repetir (por exemplo, abrir e fechar a porta um certo número de vezes já previamente pensado). Limpeza (lavar as mãos inúmeras vezes até chegar a ponto de se machucar, ou limpar demais a casa, mesmo sabendo que já está limpa). Tocar determinado objeto certo número de vezes ou seguindo uma seqüência determinada. Esquiva (evita coisas que podem gerar uma compulsão, por exemplo, sentar-se sempre no mesmo lugar, usar um pano para abrir uma porta ou girar uma chave). Colecionar (guarda tudo, desde coisas úteis até lixo) e Ordenar (gasta horas arrumando objetos seguindo regras simétricas, ou por cor, ou regras próprias). Esta doença tem início geralmente na infância e adolescência e acompanha o indivíduo pela vida afora. Muitos se envergonham de seu comportamento e têm grande dificuldade em procurar ajuda, mas essa é realmente muito necessária. Se este é o seu caso procure um psiquiatra ou psicólogo para se informar melhor. Baseado no livro “Psiquiatria Básica” de Mário Rodrigues Louzã Neto e outros. As Doze Virtudes Polidez - Sensibilidade 22 de Setembro a 21 de Outubro Libra Polidez significa delicadeza, cortesia, civilidade. Delicadeza, eis aí um sentimento cada vez mais difícil de encontrar. Todos nós com certeza, podemos nos lembrar de períodos na vida em que não recebemos nenhum gesto de carinho de ninguém, nenhuma expressão de delicadeza, e pudemos saber como isso torna a vida mais difícil de ser vivida. A falta de polidez, de ética afasta as pessoas. As estatísticas revelam que são várias as causas do afastamento de um cliente, por exemplo. No entanto 80% das perdas decorrem da falta de polidez. A delicadeza consiste em expressar o bem que desejamos a outras pessoas, sem humilhá-las e sem faltar-lhes com o respeito. É óbvio que não é possível dizer somente coisas agradáveis o tempo todo, mas mesmo quando precisa- mos ser firmes ou dizer “não”, há formas agradáveis de fazê-lo, e é preciso cultivá-las. Por outro lado, também podemos observar como a cortesia se transformou em uma forma externa que facilita o convívio ou que se tornou um hábito superficial. Deixou de ser uma expressão genuína. A verdadeira cortesia é capaz de reconhecer o “Eu Superior” da outra pessoa e promover uma comunhão livre com Ele. Por isso, o que tanto nos magoa numa grosseria, além da nossa própria consternação, é reconhecer o rebaixamento daquele que foi descortês. A verdadeira cortesia consiste em vivenciarmos o outro e sentirmo-nos nele, permitindo que ela possa complementar e transformar pela autocompreensão, aquilo que está incompleto. Com isso, possibilitamos uma abertura com aqueles que encontramos, e aprendemos a criar certa distância diante de um comportamento que nosso próprio Ser rejeita. Assim se aperfeiçoa a nossa sen- sibilidade, que é a qualidade transformada da cortesia. Assim a delicadeza se transforma em “tato-do-coração”! Com o exercício dessa virtude, seremos capazes de fazer resplandecer nosso lado que é luz e a nossa herança divina. Desejo que possamos cultivar essa delicadeza genuína que com certeza foi plantada em cada um de nós. Talvez tenhamos que procurála bastante, além do superficial, além do hábito, além das boas maneiras. Quando nos encontrarmos com ela, nos tornaremos seres humanos mais sensíveis e o mundo com certeza, haverá de brilhar um pouquinho mais. “A vida não é tão breve que não haja tempo para a cortesia” Emerson. Colaboração: Leila Scaff Assistente Social, Profa. de Pintura em Madeira, Membro da Associação de Pedagogia Social com Base Antroposófica no Brasil e-mail: [email protected] Colaboração: Maria de Fátima Hiss Olivares Psicóloga e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 4 Informação, Cultura e Livre Expressão A Borboleta Azul Ali fora banheira dos escravos, diziam à boca miúda os habitantes da região. Eles mudaram o curso do rio fazendo um dique com pedras grandes, de tal forma que a água despencava formando uma cachoeira, desembocando numa piscina natural. Lugar de limpar o corpo e a alma oprimida pela violência branca, cheia de saudade, da África distante, da liberdade das savanas, dos ritos e mistérios da floresta. O guia exibia os conhecimentos daquele lugar e região. Atravessou uma pinguela e levou o grupo para o outro lado do rio. Eu fiquei. Disse-lhes que os esperava na volta. Escolhi uma pedra grande e achatada e entreguei-me à fala da natureza, aos segredos da mata e ao barulho característico das quedas. Elas funcionam como um mantra, acalmando o interior, relaxando o corpo. Quando estou frente a frente com uma cachoeira, não resisto. Deixo que ela cumpra suas inúmeras tarefas. Estes lugares são santuários diante dos quais o homem pode purificar-se. Banhar e equilibrar o cam- po magnético que o circunda e impregna. Entregar-se à força de um volume forte de água, nas costas e na cabeça, mesmo sem nenhum credo, é se deixar batizar pela natureza, descarregar os fluídos inconvenientes que se instalam no corpo, tirando a harmonia interior. Entretanto, naquele dia, hora e lugar, a cachoeira não seduziu meus bloqueios. Era.como se as estórias daquela gente sofrida e esmagada pelo tronco e escravidão, pairasse viva impregnando as árvores, as pedras, a areia no fundo do remanso. Um lamento triste brotava como uma névoa saída do chão e sugava o bálsamo das energias naturais. Inquieto, resolvi deixar o grupo que já estava distante, aprendendo com o guia, os segredos da fauna e flora do lugar. Voltei pela mesma trilha que viera. Uma borboleta azul me chamou a atenção. Eu caminhava e ela ia na frente, como que a me mostrar a saída da mata. Parei. Ela parou uns cinco metros adiante. Reiniciei a caminhada e ela continuou seu vôo. Parei de novo. Ela se conteve num arbusto como que à espera. De novo me pus a caminhar e ela continuou me acompanhando. Isto durou até chegarmos a uma bifurcação. Aí, parei. Uma trilha seguia reta e outra à direita. A borboleta azul percebeu a minha indecisão de escolha, e como que a mostrar-me o caminho de saída da floresta, seguiu a trilha da direita. Segui atrás dela, por impulso. Após duzentos metros, a estrada e saída da mata. Ela fez meia volta e sumiu por entre as árvores, floresta adentro. Como podia uma borboleta azul agir daquela maneira? Tudo aquilo poderia ter um significado. Inflei de contentamento. A ciência não buscava provas concretas para referendar certezas empíricas, temporariamente, irrefutáveis? Por que não poderia incluir nas minhas verdades uma crença que não pertencesse, somente ao ciclo das espécies, incluindo no espaço das coincidências, valores surrealistas? Busquei num dicionário de símbolos, o que aquele inseto da família dos lepidópteros diurnos, poderia representar. Vários eram os caminhos. Para uns povos ela era a metamorfose, a crisálida, saída do túmulo, ressurgindo no vôo de uma borboleta. Para os sinovietnamitas, ela exprime a longevidade todas as vezes que se acerca de alguém ou de um lugar. Para os astecas, entre outras representações, ela é um símbolo da alma, do sopro vital, que escapa da boca do agonizante, de um guerreiro caído nos campos de bata- lha. E a psicanálise moderna acaba vendo na borboleta, um símbolo de renascimento. Mas, afinal, o que aquela borboleta azul significou na minha pouca estadia naquele lugar? Minhas dúvidas sossegaram no momento em que eu pude compreender que aquele inseto, de belas asas, fosse o que fosse, guiou-me para fora dali. Eu não pertencia àquele sofrimento dos antepassados. O apelo daquela energia melancólica e sofrida de irmãos torturados pela incompreensão e ganância do colonizador, era muito intenso e escapava da dor compartilhada, que se perdia no tempo, no cabedal de informações, na história decorada de um passeio de final de semana. O meu renascimento deveria ser de outra forma. Não tinha competência para lidar com aquela sensação desconcertante, estranha. Que saísse dali. Fosse em paz. Colaboração: Marcos Zeri Ferreira (do Livro de crônicas “MARCOZERO” Ed. Funpec) O autor é membro da Academia Ribeirãopretana de Letras, Grupo Flamboyant de Literatura, Ordem dos V. Jornalistas e Proyecto Cultural Sur. Educando uma geração “Delivery” Com o passar dos tempos, a sociedade vai adaptando-se às transformações. Nos anos sessentas, ensinava-se aos filhos que a luta por um lugar ao sol valia a pena, todos se esforçavam nos estudos para “conquistar” uma vaga nas universidades. Garantida esta vaga e mais alguns anos de investimento intelectual o profissional estava apto a trabalhar e a ser reconhecido pelo seu esforço. Esta geração casou-se e tiveram filhos que ainda lutaram por um lugar ao sol. Agora estamos educando os netos dessa geração. Netos estes que vivem em tempos modernos onde o telefone resolve tudo e o cartão de crédito compra tudo mesmo que os pais se afoguem em dívidas. O que estamos ensinando a nossos filhos? Deveríamos ensiná-los a pescar, mas os ensinamos a receber tudo pronto e mastigado. Como serão essas crianças quando adultos? Que tipo de maridos e esposas serão? Que tipo de profissionais? E, pior ainda, que tipo de pais serão? Hoje eles já não querem estudar. Mas, estudar para quê? Aprenderam que “ter” significa mais do que “ser” e para ter basta estalar os dedos, ou discar o telefone ou ainda, digitar as teclas do computador. Além de tudo há pais que tentam pagar para que seus filhos sejam aprovados de ano mesmo quando não atingem condições mínimas para isso. Pai nobre, filho rico, neto pobre! Tenho visto as últimas gerações acabarem com patrimônios particulares, pois, não aprenderam a construir e sim a usufruir! Colaboração: Débora Mourão Montovanini Psicopedagoga, Professora de Psicologia da educação e metodologia do ensino superior. Tel.: (16) 3916 2277 Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 5 Informação, Cultura e Livre Expressão Noite escura - Vem comigo? - Não. Estou cansada. Vou dormir a paz e o silêncio de uma noite no sítio. - Vou levar o cachorro comigo, você ficará sozinha... Não tente ser corajosa. - Vai. Terei mais medo desse temporal que você vai enfrentar na estrada. Procure não demorar; com esse barulho com certeza ficaremos sem telefone. Ele se foi antes de fechar o casarão. Coube a mim a tarefa de descer as vidraças e cerrar pesadas venezianas. O vento aumentava arrastando tudo. Portas batiam e os clarões dos relâmpagos anunciavam tempestade brava. Mal dei conta de verificar minha segurança e um grande estrondo fez tremer o chão. A casa há muito fechada havia sido aberta para arejar. A tormenta apressava meu trabalho. Com certeza o pára-raios resistiu a mais uma descarga elétrica. Senti-me segura, mas um pouco apreensiva...Pensei em José na estrada enfrentando a lama e o vento pagando por sua teimosia. Não tinha nada a fazer. Fui dormir. Mal alcancei a cama, a luz apa- gou-se. Pronto. E agora? Com certeza só a luz do sol no dia seguinte. Eu sabia de velho como era o desfecho das tempestades na fazenda. O barulho continuava do lado de fora e a preocupação aumentava do lado de dentro. Não era medo, mas uma grande apreensão. Eu só, noite fechada, escura, iluminada por coriscos, musicada pelo uivo dos ventos em fortes rajadas, e os estrondos dos trovões. Bela paz , pensei. Comecei a inquietar-me. Apelei a Santa Bárbara. Pedi proteção aos que estivessem do lado de fora, inclusive e, sobretudo, José. Dormir? Como? O fato de estar só, meio àquela situação, fazia sentir-me tão impotente... Divagava e rezava procurando o sono, quando um grande baque surdo e forte bateu no soalho do quarto ao lado, ressoando pelo porão. Algo que se desprendeu do teto? Que susto!! Mas meu coração disparou mesmo quando ouvi em seguida passos vindo em minha direção. Gelei! Cobri a cabeça não sei porque. Pensei: – fantasmas não existem... Um grito estranho respondeu-me afirmativamente, ali bem perto. En- dureci!!! A cadeira de ninar balançava no canto do quarto a meus pés. Outro grito, outro baque no chão e a cadeira balançando novamente. Apelei a todos os santos: São Miguel, São Rafael, São Gabriel, ora pro nobis! Livrai-nos Senhor das insídias do demônio. E a cadeira balançando teimosamente. Meu Deus, que cheiro é esse? Enxofre? Santo Ambrósio, São Jerônimo, São Bento! É esse! – Achei, lembrei-me: São Bento deve ser o protetor dos covardes. - São Bento, livrai-me por favor do medo, que na gaveta do lado tem fósforos. Confiante tirei a mão de dentro das cobertas, tateei a gavetinha salvadora. Iria provar que não existem fantasmas. Achei a caixinha milagrosa. Mais um pouco só de coragem ou menos covardia eu iria constatar quanto vale um palito de fósforo aceso. A cadeira ainda balançava. Minhas mãos mais que ela. Com o coração saindo pela boca consegui o milagre. Fiat Lux! Mas o que consegui foi apenas Aeroporto Estava de partida, esperando o vôo que me levaria de volta para casa. Fiz uma pausa no café, observando o movimento. Já tinha notado as belas mulheres que desfilam pelo aeroporto.Acho-as mais bonitas aqui do que em qualquer outro lugar. Segui com o olhar a primeira que surgiu, era uma princesa simples, talvez por isso uma princesa. Seu olhar calmo escondia uma certa urgência.Os cabelos compridos atados por uma presilha pendiam sobre o colo e as costas graciosamente. O acobreado dos cabelos davam-lhe uma auréola dourada. Vestia-se discretamente. Andava em passos rápidos e espaçados. Singelos sapatos de salto baixo (que não faziam ruído), compunham o visual clássico daquela perdida princesa em meio a tantos plebeus. Procurava algo com o olhar, talvez alguém. Um passageiro agitado fez cair-lhe a bolsa, que se abriu espalhando tudo. Apressei-me oferecendo ajuda, na ânsia calculada de saber mais sobre ela. - Dia agitado, hein? Deixe que eu ajudo! Ouvi um vago – Sim, obrigada, como resposta. Calei-me. Não sabia como continuar a conversa. Entre seus pertences estava um passaporte alemão, cheio de nomes com consoantes, daqueles que a gente inventa quando quer imitar um estrangeiro. Frida? Sonja? É Sonja é um bom nome para ela, sei que quer dizer bonita em alemão. Uma voz mais grossa tirou-me da pasmaceira. Era um homem claro, olhos azuis, maxilar proeminente e um másculo furo no queixo. Lembrei-me do filme de Jim Carey (Eu, Irene e eu mesmo) em que ele interpretava um personagem, com dupla personalidade. A tímida e a saliente. A mais agressiva tinha, nos seus muitos momentos de presença, feito uma cirurgia plástica no queixo para ”ganhar as garotas”, o que deixava a tímida irada. Pausa. Recolhi tudo e entreguei a minha adorável princesa, decerto comprometida com aquele gorila albino. Que desperdício! Exclamei para mim mesmo. Sonja, esse era seu nome, já sorria e dava o braço para aquele mastodonte que grasnava em alguma língua eslava. Afastei-me e esperei melhores momentos. Pedi um outro café, o primeiro já estava frio. De longe, observava o casal, beijaram-se e abraçaram-se carinhosamente. Achando tudo perdido, procurei outra distração para enganar a espera.Depois de alguns minutos, ela aproximou-se de mim e perguntou-me num bom português: - Você deixou cair um isqueiro, quando me ajudou a recolher a bolsa! Agradeci, ela continuou parada na minha frente. Procurei disfarçadamente vestígios do gorila albino, mas ele havia sumido. Animei-me a entabular conversa. - Está esperando alguém? - Não, só vim entregar um documento que meu pai havia esquecido quando saiu para o Aeroporto. Convidei para um café e papeamos longamente até o meu vôo sair. Aliás, foi uma pena! Realmente, as mulheres do Aeroporto são mais bonitas! Yole Pagano e-mail: [email protected] iluminar dois olhos vermelhos pregados no encosto da cadeira, fixos na breve chama. Céus!!! São Fabiano e Sebastião, João e Paulo, Cosme e Damião... Mas os Santos machos não me ajudavam! O medo era maior agora. Apelei à Virgem Maria, Santa Águeda, Luzia, Inês, Cecília Anastácia, Sophia... Quem sabe as santas mulheres me entendem melhor... Foi quando o clarão de um candeeiro iluminou o cômodo sinistro. José chegava para preencher minha solidão, esvaziar meu medo e provar que realmente um gambá em noite escura, pode fazer muita travessura. J Yanni e-mail: [email protected] Caminhos Ah! Os caminhos te parecem planos mas além da curva, o espinheiro Tentas ultrapassá-lo e te fere Não há como retornar O tempo segue sem piedade te leva adiante pelas trilhas agora estreitas Desencontros, injustiças... Era amor? Era o ódio que oprime e contagia? Palavras de lâmina bifronte penetram e rasgam o peito que sangra Alma exangue, exaurida emerge de um mar de dor Palpita e tremulante oscila sobre pés no espinheiro em flor Quando a alegria te encontra, surpreende Não sabes o que fazer dela Tão fugaz, apenas um momento Mas os caminhos seguem como a vida Desilusões, abismos, vórtices e turbilhões ficam para trás e são memória Brisa sobre as chamas que se apagam na lareira Belmira Melchor e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 6 Informação, Cultura e Livre Expressão I CHING Um Conceito Chinês de Mudança * Larry J. Wright, F. R. C. Que é o I Ching? Trata-se de um dos clássicos da literatura chinesa antiga. De certo modo, o I Ching é para a cultura chinesa o que a cabala é para o misticismo ocidental. É uma parte da sabedoria tradicional da China. A tradução de I Ching é Livro das Mudanças. Este título descreve a essência da matéria do livro. Tratase de uma consideração abstrata, matematicamente deduzida, dos estados cíclicos de mudança. De modo geral, parece que esses estágios de mudança podem ser aplicados a mudanças de natureza física, psicológica, ou espiritual. O I Ching integra os três níveis de mudança em sua visão abrangente da consciência humana e de sua relação com os campos físico e espiritual. Enfatizando mudanças psicológicas, o sistema aplica sua concepção de mudança primordialmente para dirigir a evolução da consciência humana desde a autoconsciência ao estado mais sublime de Consciência Cósmica. O I Ching pode mostrar o estado de harmonia ou desarmonia da nossa consciência individual para com a Consciência Cósmica de que fazemos parte. Em essência, o I Ching é um guia para maior autoconhecimento e o desenvolvimento do caráter e da personalidade. O objetivo primordial deste artigo será um exame dos conceitos matemáticos de mudança nesse clássico antigo. Os estágios cíclicos de mudança no I Ching serão comparados com a variação das notas de um piano. Natureza Cíclica da Mudança A natureza periódica ou Cíclica da mudança está representada no I Ching pelos oito trigramas primários. Um trigrama é uma figura de três linhas composta de linhas cheias yang e linhas quebradas yin (figura 1). Qualquer um dos oito trigramas pode ser combinado com qualquer outro trigrama para formar um hexagrama de seis linhas. São possíveis 8x8 ou 64 hexagramas. Oito dos sessenta e quatro hexagramas estão de proporções definem também uma oitava completa do teclado do piano. Essa correspondência é uma ilustração simbólica da interação do Céu Criativo com a Terra Receptiva, na criação de uma terceira condição que é sua união. Essa terceira condição é denominada Homem, a Lei do Triângulo e, na cabala, o Shekinah. Nessas linhas de correspondência vemos a representação simbólica do conceito universal da trindade. Além disso, a idéia da dualidade na manifestação trina ilustra o conceito tríduo da consciência como consci- Fig. 1 ilustrados na Figura 1. Na Figura 2, notamos que as seis linhas de um hexagrama estão associadas a diferentes notas do teclado do piano. As linhas do hexagrama correspondem a diferentes notas da oitava e representam todo um conjunto ou uma escala de mudanças em nível de energia, ou sucessivas mudanças na freqüência vibratória. A chave para se compreender essas mudanças de nível de energia e a relação de um hexagrama com uma oitava do teclado do piano é a proporção 3/2. A mudança tem natureza dual. É concebida como uma oscilação entre polaridades positivas e negativas. A mudança é devida a um constante dar e tomar entre as duas forças primárias que geram e regulam toda mudança. Essas duas forças opostas, mas complementares são denominadas Criativa e Receptiva. À Criativa é atribuído o número três e, à Receptiva, o número dois. Conseqüentemente, podemos dizer que três e dois constituem os dois ritmos básicos de criação. A proporção 3/2 expressa a relação entre a força Criativa e a Receptiva. Ainda na Figura 2, note-se que a freqüência de vibração para oito notas sucessivas do teclado do piano é definida pela proporção da força Criativa para a Receptiva (3/2). Por exemplo, do Dó para o Sol temos oito notas (contando notas naturais e semitons) e Sol/Dó = 24/16=3/2. Analogamente, Lá /Ré = 27/18=3/2, e Si/Mi = 30/20=3/2. Esses três conjuntos de proporções definem o que o I Ching e outros sistemas chamam de correspondência entre Céu, Homem e Terra (veja as linhas quebradas na Figura 2). Note-se que esses três conjuntos ência objetiva (física), consciência subjetiva (mental) e Consciência Cósmica. Construindo um Hexagrama Vamos examinar o procedimento matemático de que é derivado um hexagrama. O hexagrama é constituído por uma manipulação estatística tado em grupos de quatro talos. Novamente, os talos do último grupo (quatro ou menos) são postos de lado juntamente com os talos já retirados. Neste ponto, ou nove ou cinco talos terão sido postos de lado a partir dos quarenta e nove originais. Os talos que ficaram nos montes da direita e da esquerda são agora reunidos, redivididos, e o procedimento acima de contá-los em grupos de quatro é repetido. O número de talos postos de lado nessa contagem será quatro ou oito. Finalmente, esse processo de reunir, redividir e contar os talos é repetido mais uma vez. De novo o número de talos postos de lado é quatro ou oito. Após essa terceira contagem dos talos, o número total de talos postos de lado terá um de quatro possíveis valores. Esses valores são 13, 17, 21, ou 25. Para obter o valor numérico de uma linha de um hexagrama, esse número é subtraído de quarenta e nove. Por exemplo, 4913=36; 49-17=32; 49-21=28; ou 4925=24. Para obter o valor numérico de um hexagrama de seis linhas, todo esse processo é repetido seis vezes. Os resultados desse processo podem ser facilmente visualizados como um conjunto de oito trigramas (Figura 3). É importante notar aqui que os trigramas (Fig. 3) destinamse somente a ajudar a visualizar. Embora sua estrutura seja a mesma dos oito trigramas primários (metade de Fig. 2 de cinqüenta talos cortados de uma planta chamada milefólio (Achillea Millefoflum). No começo desse processo, um talo é posto de lado e somente os quarenta e nove restantes são usados para computar o valor numérico de um hexagrama. Os quarenta e nove talos são primeiro divididos aleatoriamente em dois montes, um à direita e outro à esquerda. Um talo é retirado do monte da direita e posto de lado. Em seguida, conta-se o monte da esquerda em grupos de quatro talos. Os talos do último grupo (quatro ou menos) são postos de lado juntamente com o que foi retirado do monte da direita. Depois, o monte da direita é con- um hexagrama), esses trigramas (Fig. 3) servem para ilustrar a estrutura interna de uma linha de um hexagrama. Para evitar confusão, os trigramas (da Fig. 3, que também aparecem na parte inferior da Fig. 2) serão chamados de trigramas elementares. Dependendo de como a pessoa divide os talos (um evento ao acaso), pode resultar qualquer uma das combinações de valores ilustradas na Fig. 3. Isto nos dá quatro possíveis valores de linha: 36 (velho Yang), 32 (jovem Yin), 28 (jovem yang), ou 24 (velho Yin). Ondas de Energia Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 7 Informação, Cultura e Livre Expressão Suponhamos que uma forma de onda pode ser concebida como uma unidade com quatro fases diferentes (Figura 4). Ora, tomemos essa forma de onda básica de quatro fases como unidade básica de energia. Depois, multipliquemos essa unidade básica de quatro pelos dois ritmos básicos de força Criativa (3) e força Receptiva (2). Isto aumenta a complexidade da forma de onda básica de modo sistemático e proporcional. Os resultados são 3x4=12, e 2x4=8 (Fig. 4). Doze e oito são os valores que foram ilustrados antes na Fig. 3 como os valores que, em combinações trinas, formam uma linha de um hexagrama. Voltando à Fig. 4, a ilustração gráfica de doze, quatro formas de onda unitárias, representa o uso dos quarenta e nove talos para obter os valores de linha de um hexagrama. O número total de unidades representado na ilustração é cinqüenta. Desses cinqüenta, um foi colocado de lado e somente quarenta e nove foram usados no processo da computação. Quando contamos os quarenta e nove talos em grupos de quatro, e contamos nove grupos completos de quatro (nove formas de onda), notamos que restam treze unidades individuais. (4x9=36 e 49-13=36). Analogamente, contando seis grupos de quatro (seis formas de onda), ficamos com vinte e cinco unidades individuais. (4x6=24 e 49-25=24). O valor velho yang de 36 representa um ciclo completo de nove ondas. Esse cicio completo é criativo e capaz de produzir unidades de quatro. O valor velho yin de 24 representa um ciclo de nove ainda incompleto. A linha velho yin pode, portanto receber unidades adicionais de quatro, para completar seu ciclo. Os valores jovem yang e jovem yin de 28 e 32 representam ciclos parcialmente vazios e parcialmente cheios. Completando um Círculo Pelos valores da linha velho yin (24) e da linha velho yang (36), podemos determinar o valor de um hexagrama completamente receptivo e de um hexagrama completamente criativo. Se, ao dividirmos e contarmos os talos, todas as seis linhas de um hexagrama são velho yin, o valor total do hexagrama é de 24x6=144. Mas, se todas as seis linhas são velho yang, o valor do hexagrama é de 36x6=216. Somando os valores dos dois hexagramas, obtemos 144+216 =360. Note-se que este valor é obtido de um total de doze linhas. Se são contadas tanto as notas naturais como os acidentes, há também doze notas numa oitava do piano. (Linhas e notas correspondentes são ilustradas na Fig. 4). Nas doze linhas ou nas doze notas, temos uma representação linear de um círculo de 360 graus. Naturalmente, não seria necessário lembrar que o círculo é o símbolo tradicional de eternidade, unidade, globalidade e inteireza. Note-se que, em nossa análise até este ponto, mudamos nossa onda básica para uma escala de ondas crescentemente complexas. To- linha sucessiva do trigrama elementar que representa uma linha ou nota. (Veja-se a chave para determinar freqüência vibratória real na Fig. 2). Para as seis notas receptivas, de Dó até Fá, esses valores são somados a 16 quando as linhas yin mudam para linhas yang. Para as seis notas criati- Fig. 3 mando por base a unidade de quatro e multiplicando-a pelos ritmos de três e dois, descrevemos uma série de mudanças crescentemente complexas em vibrações sonoras, sem usar freqüências reais no processo de computação. Embora não tenhamos usado freqüências vibratórias reais para obter o valor de linha de um hexagrama, essa freqüência de qualquer nota pode ser computada a par- vas, de Fá sustenido até Si, esses valores são subtraídos de 30 quando as linhas yang mudam para yin. Na oitava seguinte subindo a escala, todos esses valores seriam dobrados. Por exemplo, o Dó uma oitava acima do Dó ilustrado na Fig. 2 vibraria com uma freqüência de 32 vibrações por segundo. Os valores somados a 32 para sucessivas notas receptivas seriam 32+2, 32+4, 32+6, e Fig. 4 tir de informação contida na estrutura dos trigramas elementares. Lembramos que esses eram os trigramas que foram construídos como representação visual de possíveis valores de linha. O procedimento para determinar freqüências vibratórias reais está ilustrado na Fig. 2. Conhecendo a freqüência vibratória do Dá e/ou do Si, podemos determinar a freqüência das outras notas. Consegue-se isso dobrando-se o valor atribuído a cada assim por diante. O I Ching considera que tudo na natureza está em constante mudança ou movimento. As fortes linhas yang estão continuamente dando lugar às linhas yin que tendem a ceder. Um tipo está constantemente sendo transformado no outro. É fácil visualizar esse processo de transformação matematicamente, usando o valor yang de 12 e o valor yin de 8. Se admitimos que a onda de quatro unidades é a unidade básica de tro- ca, podemos conceituar o processo mediante simples adição e subtração. Yang fornece quatro unidades para se tornar yin, e yin toma quatro unidades para se tornar yang. Matematicamente, 12~4=8, e 8+4=12. Essa troca de unidades de quatro mudaria constantemente o valor das linhas de um hexagrama de um nível de vibração para outro e novamente de volta. Essa constante troca de energia manteria as linhas (ou o que elas representam) num estado perpétuo de oscilação entre o yang positivo e o yin negativo. Conseqüentemente, todos os diversos fenômenos da natureza, representados pelos hexagramas, irradiariam ou receberiam um número maior ou menor de vibrações por segundo, dependendo da freqüência de troca. Resumo Convêm notar que a comparação de um hexagrama, ou de hexagramas, com as notas de um piano é apenas uma abstração deduzida pelo autor deste artigo. As comparações e especulações sobre ondas sugeridas neste artigo não fazem parte do material do próprio I Ching. No entanto, parece evidente que a descrição de mudança feita no I Ching pode ser aplicada a uma compreensão de mudança em qualquer meio - físico, mental ou espiritual. Esta suposição está baseada no fato de que as leis matemáticas de relações podem ser aplicadas a mudanças de energia em qualquer ponto do espectro eletromagnético de energia. Por exemplo, as mesmas leis matemáticas que descrevem a relação das notas na escala musical podem ser aplicadas à compreensão do espectro de cores da luz. Os chineses antigos aplicaram essas leis de mudança a uma compreensão da mente humana e sua relação com seja o que for que a transcenda como fonte. O I Ching é um processo para se entrar em comunhão com o seu próprio Eu. A harmonização com a Consciência Cósmica resulta em mudanças construtivas de caráter e personalidade. * Texto extraído do O Rosascruz – Out/Nov/Dez – 1991. Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 8 Informação, Cultura e Livre Expressão Pintor Kandinsky, Amarelo, vermelho, azul, 1925 Wassily (Vasily Vasilyevich) Kandinsky (1866 – 1944), pintor e escritor russo naturalizado alemão em 1927 e francês em 1939, foi dos mais importantes pioneiros da arte abstrata. A partir de 1908, começou a eliminar os elementos representativos de seus quadros; entre 1910 e 1913, numa série intitulada Composições, Improvisações e Impressões, alcançou a abstração pura, usando a cor e o traço livremente, com vigoroso poder expressivo. Exerceu influência não apenas através da pintura, mas também através da obra escrita, que mostrava interesse pelo misticismo Kandinsky, Curvatura dominante, 1936 Del ahora y de lo que vendrá O Piano e a Música Popular El baile Flamenco de estos tiempos vive, ciertamente, un momento complicado. No podemos hablar del casi inmovilismo que aqueja al cante. Más bien puede preocupar esa febril ebullición que se percibe en muchos proyectos: ideas que se quieren poner en pie en seguida, sin hallarse suficientemente maduradas, ganas de cambiarlo todo de arriba abajo. Hay talento en el baile, esto es evidente. Personalidades con carisma, invenciones brillantes. Y al mismo tiempo equivocaciones de bulto. El baile tendrá que serenarse, seguramente, para reencontrar el camino acertado. Las bailaoras lo tienen probablemente más complicado que los bailaores. Las hay que bailan de maravilla, pero son pocas. Citemos, por citar algumas: Eva la Yerbabuena, Beatriz Martín, Sara Baras... Pero en términos generales, las bailaoras dominan absolutamente la técnica y hacen gala de facultades casi ilimitadas, aunque creo que se están equivocando en algunas cosas: se olvidan del baile de mujer para bailar como los hombres; ponen el acento, como los hombres, en los zapateados abusivos; se abandona eso tan hermoso – y tan femenino – que es el baile de cintura para arriba, el braceo, el juego de manos, la altivez de la cabeza, el tronío. Bien está la inquietud renovadora de muchas jóvenes bailaoras, incluso es necesaria la renovación, pero sin disvirtuar lo que siempre fue el baile flamenco de mujer. Dentre los bailaores, hay hoy día también grandes estrellas, pero también hay equivocaciones; algunos casi convierten el baile en un ejercicio circence del más difícil todavía. Citemos el buen arte de Javier Barón, Javier Latorre, Joselito Fernández... Antonio Canales y Joaquín Cortés introducen en sus bailes elementos de novedad que sin duda influirán en el futuro, para bien o para mal, no se sabe. Esperemos que prevalezca lo bueno. Cortés ya aclara que el suyo no es flamenco, sino un musical. Esta es la cera que, hoy por hoy, nos parece ahora mismo arde en el baile flamenco. Colaboração: Marina Díaz Profesora – Coreógrafa – Intérprete y Pesquisadora de Flamenco Tel.: (16) 3931 4001 / 9715 9475 e-mail: [email protected] Tocar por cifras é nos dias de hoje a grande moda. Esse sistema facilitou muito o estudo, além de permitir ao executante a facilidade para desenvolver sua criatividade, e o Piano que durante muitos anos foi considerado um dos instrumentos de mais difícil execução passou a fazer parte da Música Popular. É uma oportunidade de tocar músicas ricas e gostosas de uma forma simples. A música popular é tão artística quanto a erudita se lhe dermos a atenção merecida, tal como: dinâmica, interpretação, arranjos bem elaborados que devem ser desenvolvidos de uma forma didática para que o aluno não sinta maiores dificuldades na execução. O desenvolvimento do aluno é rápido dando-lhe condições de tocar as músicas que mais lhe agradem e a partir daí enriquecer, criar e personalizar os arranjos. Seguindo neste caminho de aprendizado, existe muita coisa boa que pode ser alcançada. Já foi suficientemente provado à consciência do homem que a música possui uma força harmoniosa. Quando aplicada, realmente, efetua-se um processo de bem estar e até de cura. “A Música é tão importante quanto o pão e a água”. (H. Villa Lobos) Colaboração: Maria Eliza Simões Profa. de Piano (Clássico e Popular) e de Teclado MC – Arte Musical Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 9 Informação, Cultura e Livre Expressão Baunilha (Vanilla fragrans) Comenta-se que os espanhóis levaram quase todos os tesouros dos Astecas, menos um, a baunilha. Esta era usada pelos Astecas para aromatizar uma bebida sagrada, que nada mais era que o chocolate. Os espanhóis tentaram levar a baunilha para ser cultivada na Espanha, mas por falta de insetos polarizadores não ocorria a formação das favas. Somente em 1836, quando o botânico Charles Morren conseguiu a polinização artificial, é que a baunilha se difundiu. Hoje a ilha de Madagáscar é responsável por cerca de 90% da produção mundial, que é calculada em cerca de 1.200 toneladas por ano. Já no ano de 1510 a baunilha já era conhecida na Espanha e já estava sendo difundida pela Europa toda, e era muito bem aceita. A baunilha é uma planta que pertence à família das orquídeas, só aí já dá para perceber que se trata de um produto caro. Possui raízes grossas, que se apóiam em troncos para o seu desenvolvimento. As folhas são ovais e lanceoladas, de pecíolo curto e apresentam sulcos de sentido vertical de coloração verde mais escuro. Possuem flores de coloração verde amarelada, e os furtos, que é a própria “fava” da baunilha, é alongado, medindo cerca de 20 a 25 cm de comprimento. O nome em castelhano é váina, que significa vagem, e acabou dando o nome de vainilla, e serviu de base para o nome do gênero. Devido o seu alto custo, produziu-se uma substância sintética chamada vanilina, mas que nem se aproxima do verdadeiro aroma de baunilha, isto devido à presença de outras substâncias que dão mais equilíbrio e intensidade ao aroma natural. No mercado americano a essência natural de baunilha ocupa cerca de 90% do mercado, enquanto a sintética fica com o restante. No Brasil provavelmente ocorre o contrário. Dizem que quando uma pessoa experimenta a baunilha nunca mais esquece seu aroma e sabor. A baunilha é nativa do sudeste do México, da Guatemala e outras regiões da América Central. Hoje já está um pouco mais difundida, na ilha de Madagascar, nas Ilhas Reunião e Comores. Existem algumas espécies nativas do Brasil, mas que não possuem mercado, pois seu flavor é muito diferente. Para que ocorra a colheita é indispensável a polinização artificial realizada manualmente. Colhem-se os frutos quando estes estiverem começando a amadurecer, quando sua ponta começar a amarelar. O processo de cura deve iniciar imediatamente, sendo este um processo lento, difícil, cheio de segredos, mas é o que determinará a qualidade da baunilha. O processo de cura é extremamente complicado e exige um grande conhecimento e paciência para obter os melhores resultados. Existem vários métodos que são muitas vezes guardados em segredos, mas o princípio básico é tratar inicialmente tizar algum medicamento de gosto ruim, como xaropes e tinturas. A descoberta da baunilha foi de um significado enorme para o mundo da gastronomia. Hoje qualquer doce fino utiliza este aromatizante natural, principalmente os que utilizam cremes e ovos. No Brasil, devido ao custo, as pessoas usam as essências artificiais, e dificilmente não vamos encontrar um pequeno frasco escondido em algum canto da geladeira. Mas em países europeus e nos Estados Unidos utilizam a essência natural, principalmente para sorvetes, doces, tortas. Uma forma simples de preparar uma deliciosa tintura aromática para uso culinário é deixar macerando em meio litro de álcool 90º GL cerca de 15 gramas de baunilha picada. Quanto mais picada a vagem estiver, maior será a intensidade da tintura preparada. Deixar macerando por cerca de 15 a 20 dias, depois de coado deve-se armazenar em um frasco escuro ao abrigo do calor e da luz. Também pode-se preparar um açúcar vanilado, para adoçar café, leite, chocolates ou qualquer outra bebida ou doce. Pegue uma fava picada e misture em 2 quilos de açúcar e guarde em uma lata bem tampada. Os aromas da fava irão volatilizar e se misturarão ao açúcar. Experimente colocar a baunilha em um cafezinho, e se deixe levar pelos prazeres dos Astecas. Colaboração: Ademar Menezes Jr Eng. Agrônomo – Especializado em Plantas Medicinais [email protected] as favas com calor e deixá-las posteriormente em processo de transpiração ou “deixar suar”. Desta forma as favas vão perdendo água e inicia-se todo um processo de transformação química nos aromas, intensificando-os ainda mais. A substância química que dá o aroma da baunilha é um aldeído chamado vanilina, que está presente nas essências em torno de 1,5%, ou no caso da essência produzida no Ceilão em quase 3%, que é sem dúvida a melhor. Para produzir esta essência colocam-se os frutos em maceração no álcool. Não confunda o termo essência empregado erroneamente para a baunilha, na verdade o que se prepara é uma tintura em álcool 90º. Não se emprega a baunilha como medicamento, mas sim para aroma- Torta de Banana 02 copos americanos e meio de água 01 pitada de sal 01 colher das de sopa de óleo 01 colherinha das de chá de fermento fleschman Adicionar a farinha de trigo integral até virar uma massa de bolo durinha (se quiser uma massa mais leve, misture a farinha de trigo integral com farinha de trigo branca, mais ou menos, meio a meio). Colocar a massa em uma assadeira untada e esparramá-la de forma bem uniforme por toda a assadeira. Amassar 20 bananas nanicas, colocar por cima da massa, salpicar uva passa sem semente cortadinha e canela em pó. Levar ao forno e assar. Forno alto o tempo todo. Colaboração: Floresta Produtos Naturais Tel.: (16) 636 5642 / TelFax: (16) 610 7230 [email protected] Comunicado aos nossos Leitores Atendendo a pedidos de nossos leitores, disponibilizamos em nosso site www.jperegrino.com.br, um banner – Fitoterapia, através do qual é possível ler e copiar todos os textos escritos pelo Engº Ademar Menezes Júnior para o Peregrino.Todos que queiram utilizar os textos, devem pedir autorização ao autor através do e-mail: [email protected]. e-mail Boa tarde Como integrante do Grupo de Recursos Humanos da Secretaria Estadual da Fazenda venho estender elogios a esse jornal que tem auxiliado de forma genérica em nossos trabalhos eventuais junto aos servidores públicos. Sueli – Ribeirão Preto – SP Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 10 Informação, Cultura e Livre Expressão Reiki - A Energia Poderosa É uma terapia natural e segura do toque de mãos, que promove a cura em todos níveis. É uma terapia antiga de cura que se acredita ser originária do Tibet (surgindo mais tarde no Japão com o nome atual), e só foi introduzida no Mundo Ocidental em meados dos anos setentas. Desde então o seu uso se espalhou globalmente pelo mundo inteiro, e agora, centenas de milhares de pessoas, tanto as que exercem a profissão de cura, como os leigos, têm o Reiki, e o utilizam para se ajudarem e ajudar os outros, o que favorece o processo de cura natural do corpo. O espaço que nos envolve – o Universo – vive impregnado de Energia Infinita e Inesgotável. É essa energia que nos mantém vivos, que nos dá saúde, que nos dá uma qualidade de vida, a nível físico, mental, emocional e espiritual; mas, o estresse do dia a dia, a má alimentação, a má respiração, os pensamentos destrutivos, as emoções em desequilíbrio, os problemas hereditários, vícios, etc..., vão criando bloqueios em nosso ser e nos distanciando de nossa natureza divina, que é Luz. Os bloqueios vão impedindo que a Luz flua livremente em nós e, então, nos desarmonizamos e adoecemos. Reiki é um instrumento de autoconhecimento, e uma forma de resgatarmos nossa natureza original e fazer brilhar nosso Eu Superior. O Reiki constitui, portanto, esta energia de cura natural, que passa a fluir de forma concentrada pelas mãos do terapeuta Reiki. O Reiki constitui uma grande ajuda para todos que se dedicam às profissões de cura, como médicos, enfermeiros, psicólogos, veterinários, fisioterapeutas, pois além de ser complementar, o Reiki envolve o uso da Energia não polarizada; sendo assim, não se choca com nenhum outro sistema de cura. O Reiki aumenta os efeitos positivos de outras terapias (Ex.: quimioterapia, homeopatia, quiropraxia, acupuntura, medicina, etc...). Esta é uma das razões porque é aceito tão prontamente por outras disciplinas. O Reiki pode ser usado tanto so- *Dra. Claudete França zinho como adjunto complementar para outro sistema. Mas, para se trabalhar com a Energia Reiki, a pessoa tem que passar por harmonizações dadas por um Mestre qualificado, tradicional. Reiki é uma experiência individual, na qual é canalizada a Energia Natural, promovendo o equilíbrio, a cura, a transformação e a expansão da consciência. Não pode ser aprendido em palestras, livros e nem por correspondência. Ao ser iniciado nesta poderosa técnica, uma profunda e intensa mudança se inicia em todo o ser. Adquire-se a capacidade de irradiar esta Energia curativa através das mãos. Uma fantástica aliada no combate a doenças, acelerando intensamente a recuperação e regeneração celular, potencializando centenas de vezes o processo regenerativo e curativo. Possibilita a realização de tratamentos à distância, onde quer que a pessoa esteja. Não se pode causar mal a ninguém com o uso do Reiki. A quantidade e a qualidade dessa Energia vai depender exclusivamente da necessidade do paciente. A Energia Reiki é uma Energia “inteligente”; ela vai agir aonde é necessária, vai tratar a causa e não apenas o sintoma da doença. Uma vez que alguém se torna um canal de Reiki ele permanece conectado a essa Energia Divina pelo resto da vida; e você tem um instrumento simples e eficaz com o qual pode tratar a você e aos outros (independente de religião, credo ou filosofia). REIKI É AMOR, É ENERGIA SUPERIOR. (*) Psicóloga, Pedagoga, Mestre em Reiki - Presidente da ABR Associação Brasileira de Reiki Colaboração: Ercilia Osti – Terapeuta Naturista Reikiana Representante da ABR em Ribeirão Preto e Região Tel.: (16) 639 – 4271 www.energiasuperior.com.br Obs.: Direitos autorais do texto da ABR. Reprodução total ou parcial, não autorizada. Grupo e Psicodrama Cada vez mais, a mudança de paradigma que estamos vivendo tem resgatado, entre outras coisas, o coletivismo e o trabalho com grupos. O crescente interesse pelos processos grupais, por conseguinte, exige uma preocupação, ou melhor, uma ocupação no preparo e aperfeiçoamento dos profissionais que trabalham com grupos. Independente da especialização: enfermeiro, assistente social, terapeuta ocupacional, musicoterapeuta, nutricionista, psicólogo, psicopedagogo, pedagogo, entre outros, este profissional precisa atualizar o conhecimento e burilar a sensibilidade. O Psicodrama, por ser uma metodologia que trabalha com o tripé psicologia- teatro-sociologia, possui, em sua essência, conhecimento de grupo e sensibi-l i d a d e do facilitador, uma vez que teoria e prática estão aliadas à vivência, à dinâmica e à direção do grupo. Hoje, mais do que nunca, proliferam-se nas livrarias, publicações sobre jogos e dinâmicas com uma preocupante perspectiva tecnicista. A técnica pela técnica deixa o encontro vazio e superficial. A dinâmica cai de pára-quedas e é aplicada sem se ater à fase do desenvolvimento do grupo e sem ser vivenciada anteriormente pelo profissional. A proposta moreniana de manejo de grupo tem uma fundamentação filosófica e teórica que garante a sinergia e o desenvolvimento do grupo. A unidade funcional (diretor e ego-auxiliar) é co-diretor e co-autor do processo grupal. Dessa forma, todos sabem e todos têm o poder de curar e criar! Esse processo só depende do grupo, que pode ser terapêutico ou pedagógico e da codireção. Por acreditar no ser humano como um todo, os encontros psicodramáticos valorizam: o círculo, o corpo e a respiração. O círculo, por- que além de possibilitar o encontro, representa o todo e o palco da vida; o corpo, porque além de ser o templo e a expressão da nossa alma, possibilita a ação e a interação e a respiração, porque além de ser o canal do nos liga com o divino em nós, nos dá vitalidade e controle de nossas emoções. Além de sustentar o contato visual com todos os membros, a codireção fica atenta aos comentários verbais e não verbais, à distribuição na sala, às interações espontâneas, às resistências e aos movimentos grupais como um todo. Na realidade é o grupo que acaba dirigindo o processo sob a atuação atenta da codireção. O fato é que o manejo de grupo numa postura psicodramática só é aprendido e apreendido quando vivenciado. O profissional, antes de dirigir um grupo, precisa se entregar ao processo grupal e dar significado à vivência em si. Dessa forma, o conhecimento se torna espontâneo, as palavras ganham sentido e a pessoa, por dentro do papel profissional consegue ser criativa e verdadeira. No Psicodrama, valoriza-se o saber do grupo e não o saber dos fastfoods, dos kits e livros de jogos e dinâmicas que, fora de contexto, possuem uma visão míope da interação do ser humano no grupo. A metodologia psicodramática dá ao profissional a oportunidade de ter o conhecimento vivido no corpo e ter interiorizado uma visão otimista do homem - este ser espontâneo-criador capaz de se fazer sujeito de sua própria história e fazer história no grande grupo chamado Humanidade. Colaboração: Mônica Silvestre Santos e Rosa M. Silvestre Santos Dirigentes do curso Psicodrama para Facilitadores de Grupo [email protected] AGENDA DO Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 11 Informação, Cultura e Livre Expressão Leitura Operação Cavalo de Tróia – J. J. Benitez Flores de Maria – Vera Lúcia Marinzeck Leitura recomendada para todos que desejam conhecer melhor o destino dos jovens no mundo dos espíritos, e – em especial -, àqueles que perderam entes queridos ainda nos primeiros anos de vida. A revelação de Rosângela é comovente: as crianças que morrem para o mundo material são amparadas em espírito, preparando-se para, um dia, retornar ao convívio daqueles que amam – guiadas pela Divina Providência. Petit Editora Tel.: (0**11) 6684 6000 www.petit.com.br Educação Infantil no Tempo Presente – Marcos Meira Mãe de Primeira Viagem – Dra. Maria Iraycles Feitosa Travessia do Amor – Eloísa de Sena Furtado Bolanho É um livro que vem ao encontro de pais, educadores, profissionais da área de humanas e de todos que se interessam pela educação infantil. Com uma linguagem fácil e sem subterfúgios, o autor desenvolve os capítulos de maneira crítica e objetiva procurando gerar a reflexão dos leitores. Editora Érica Ltda. Tel.: (11) 295 3066 / Fax: (11) 217 4060 www.editoraerica.com.br Livro realizado por uma pediatra, com uma linguagem clara e de fácil compreensão, que deve ficar na cabeceira da mãe que inicia a sublime arte de criar seu filho, para elucidar com tranqüilidade suas dúvidas quanto à aparência física do bebê e trazer os parâmetros de medida em relação à idade da criança, ao tempo gestacional da mãe e ao desenvolvimento do recém-nascido normal. Iátria Tel.: (11) 295 3066 / Fax: (11) 6197 4060 www.iatria.com.br Esta história tem início quando Simone, a protagonista deste romance, está contemplando o mar e vê um rapaz se afogando; tenta salvá-lo, não consegue.Desde então, ela começa a ter visões e, a partir daí, desenrola-se toda essa trama envolvente. Sensibilidade, vida, destino e alegria é o que você encontrará do início ao fim desta obra. Grupo Editorial Madras Tel.: (0**11) 6959 1127 Fax.: (0**11) 6959 3090 www.madras.com.br Datas comemorativas 01 - Início da Semana da Pátria 02 - Dia Internacional do Livro Infantil 05 - Dia do Oficial da Farmácia, Dia da Amazônia 06 - Dia do Hino Nacional 07 - Independência do Brasil 08 - Dia Nacional da Alfabetização 10 – Criação do 1º jornal no Brasil 16 - Dia Internacional para a Preservação da Ca mada de Ozônio 17 - Dia Da Compreensão Mundial 18 - Promulgação da Constituição do Brasil em 1946, Dia dos Símbolos Nacionais 19 - Dia do Teatro 21 - Dia da Árvore 22 - Dia da Juventude no Brasil 23 - Início da Primavera 25 - Nascimento de Roquette Pinto (médico e antropólogo). Rio de Janeiro-RJ (1884) 28 - Lei do Ventre Livre sancionada pela Prince sa Isabel (1871) 30 – Dia da Bíblia. Cursos, Palestras, Seminários e Workshops Setembro 05 e 06 – Curso “Preparatório para Aprimoramento e Residência na Área MúsculoEsquelética e Reciclagem Profissional” – Módulo 1 – IPES/CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 06 – das 14h às 18h – Vivência: Aceitação de si mesmo e das imperfeições dos outros (Dr Edward Bach / Rolf Gelewski) – Inf.: (16) 621 8407 / 9105 0529 / 624 6609. 06 e 07 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 Curso “Reequilíbrio Global pelas Técnicas de Cadeias Musculares” – Módulo 1 – IPES/ CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 06 e 07 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 Curso “Uroginecologia Clínico Funcional” – IPES/CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 13 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 - Curso “Acupuntura Auricular e Auriculoterapia” – IPES/CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. A programação dos eventos é fornecida pelos organizadores; o Peregrino não se responsabiliza por qualquer mudança ou alteração nela efetuada. Polêmica, a obra foi atacada pela Igreja, investigada por órgãos de segurança internacionais e há muita polêmica envolvendo sua publicação nos Estados Unidos. Investigando fenômenos não-explicáveis e combatendo a manipulação de informação pelos governos, Benítez vem ministrando conferências e debates sobre Ufologia e Mistérios em todo o mundo, há mais de 25 anos. O autor explica que “uma mão mágica guia o ‘Cavalo de Tróia’, que me colocou em contato com diversas peças, como se fosse um quebracabeça que tento ordenar”. Editora Mercuryo Tel/Fax: (0**11) 5531 8222 / 5093 3265 www.mercuryo.com.br Surpresas de Amor – Elizabeth Artmann Dezenas de sugestões para viver um romance saborosamente temperado com as deliciosas surpresas do amor especialmente preparadas para envolver, seduzir e apaixonar quem se ama. É impossível resistir à tentação de seguir agora mesmo uma delas, testando a força e o encanto dessas páginas inspiradas – por Cupido, São Valentim ou Afrodite? – que revelam a misteriosa e fascinante alquimia do amor, ao alcance do leitor. Butterfly Editora Tel.: (0**11) 6684 9392 www.editorabutterfly.com.br 13 – das 8h30 às 17h30 - Curso “Fisioterapia Dermato-Funcional Corporal e Drenagem Linfática Corporal” – Módulo 1 – IPES/CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 13 - das 10h às 12h, e das 14h30 às 16h30 Workshop - “Um caminho de autoconhecimento a partir da obra de João Guimarães Rosa” - Inf.: (16) 3916 4158. 19 e 20 – Curso “Introdução de Massagem Oriental – Shiatsu” – Inf.: (16) 624 2321. 19 e 20 – Curso “Preparatório para Aprimoramento e Residência na Área MúsculoEsquelética e Reciclagem Profissional” – Módulo 2 – IPES/CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 20 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 - Curso “Métodos de Estabilização Funcional” - IPES/ CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 20 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 - Curso “Reabilitação em Neurologia Infantil” - IPES/ CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 27 e 28 – das 8h30 às 12h e das 13h às 17h30 Curso “Correlações Clínico-Radiológicas de Patologias Reumáticas no Idoso” – IPES/ CERME - Inf.: (16) 623 2869 / 3911 5822. 12 Ribeirão Preto - SP - Setembro/2003 Informação, Cultura e Livre Expressão O Ponto Idade - a entrada no segundo quadrante do mapa No primeiro artigo desta série sobre o Ponto Idade comentei que há, no sistema de casas de um horóscopo, quatro principais períodos vitais, com duração de dezoito anos, que marcam grandes mudanças de atitudes e de interesses. Esses períodos de mudança acontecem quando, no nosso caminhar pela Carta Natal, alcançamos um dos quatro pontos cardeais representados pelo AC ou Ascendente, que é o mais conhecido dos leitores, o IC (Fundo do Céu), aos dezoito anos, o DC (Descendente), aos trinta e seis anos e finalmente o MC (Meio do Céu), aos cinqüenta e quatro anos. Depois, voltamos ao AC aos setenta e dois anos e completamos toda a roda do Zodíaco, para começar de novo, agora com outro nível de consciência. No artigo anterior vimos a primeira fase do desenvolvimento do Eu, o período que vai de zero a dezoito anos. Todos sabem que este é o período mais importante da vida que nos forma, nos marca por meio da educação e do ambiente no qual vivemos e que determinará nossa vida futura. Todavia, somos inconscientes de nós mesmos e agimos por impulso e de maneira reflexa, reagindo às pressões externas ou nos adaptando a elas. A partir dos dezoito anos já podemos refletir sobre nós mesmos e sobre o que nos acontece e então poderemos agora nos deter em cada uma das casas. A passagem do Ponto Idade por cada uma das casas dura seis anos. Dos dezoito até os vinte e quatro anos estaremos vivendo as experiências da casa IV. A intenção deste artigo não é, evidentemente, trazer nenhuma novidade psicológica, nenhum fato que não seja já fartamente conhecido dos pais que prestam um pouco de atenção às atitudes de seus filhos. O que se pretende é mostrar como o horóscopo - ou mapa astrológico - está organizado, de modo a refletir todo o desenvolvimento do ser humano e as diversas fases de nossa vida. Estando conscientes dessas fases e do que nos é pedido no momento que estamos vivendo, as dificuldades ou desafios que surgirem à nossa frente, em vez de tomarem o caráter de punição divina, transtorno sem sentido ou de destino, passam a ter o significado de lições a serem aprendidas, de metas a serem atingidas, de condutas a serem melhoradas e de partes desestruturadas a serem integradas na consciência. Então vejamos alguns dados astrológicos que correspondem ao sistema de casas: - Aos dezoito anos atingimos o IC que marca o início da casa IV, a região mais abaixo do Mapa. A Casa IV tem uma motivação cardeal, de novos come- ços, de novos impulsos. Então, começa aí uma nova fase da vida. - A casa IV se refere à família, ao lar, às raízes, aos padrões coletivos de comportamento, à tradição, a tudo que recebemos por herança genética. - Ao mesmo tempo, a casa IV está em oposição a casa X que simboliza a obtenção da maturidade individual, da autonomia, da independência pessoal, da segurança em si mesmo e da individuação. Esta casa identifica tudo o que chegaremos a ser e o que queremos ser. - A casa IV pressupõe dependência do núcleo familiar, do calor do ninho, da segurança obtida pelas normas e padrões da sociedade, numa atitude conservadora do status quo. - A oposta casa X pressupõe liberdade individual, independência, liberdade de decisão e disponibilidade para assumir responsabilidade por si mesmo e para com a sociedade. Estes são os dados astrológicos. Vejamos o que acontece nesta idade, de forma muito natural e esperada por todos, na vida de nossos jovens dos dezoito aos vinte e quatro anos: - Ainda estão no meio da família (CIV), mas se preparam para exercer futuramente uma atividade produtiva na sociedade (CX). - Questionam os padrões, normas e regras que receberam na família (CIV) para atingir uma maior independência em relação a eles (CX). - Muitos abandonam o ninho onde se sentiam protegidos (CIV) para estudar fora, conhecer outros países e outras culturas e se aventuram para conquistar um lugar no mundo, trabalhando ou estudando. - Ao abandonar o ninho paterno (CIV), constroem seu próprio ninho, assumindo responsabilidade por ele. (CX). Transportando para a vida prática: toda e qualquer tentativa de independência de nossos filhos deve ser compreendida e estimulada. É interessante notar como gostamos quando ganham seu dinheiro, tomam conta de si mesmos, porque isto representa um alívio nos nossos trabalhos em relação a eles. Mas, por outro lado, ficamos muito bravos e frustrados quando os filhos ousam pensar ou conceber a vida de modo diferente de nós, tomando esta atitude de liberdade como uma afronta pessoal. Percebemos claramente, então, a correspondência entre o momento determinado pela nossa idade e a organização do mapa natal, com a colocação dos signos e o sistema de casa. Se compreendermos a Astrologia como a manifestação de forças da Natureza, nossa e do Cosmos, perceberemos a sua simplicidade. Tudo o que pertence à Natureza é extremamente simples. Nós é que complicamos, por sermos cegos e pouco perspicazes. Colaboração: Regina Martins Tels.: (0**16) 636 3896 / 3023 2187 [email protected] Cogumelo Agárico - (Cogumelo do Sol) Nome genérico de um tipo de cogumelo comestível e medicinal cultivado na América do Sul, mais especificamente no interior do Estado de São Paulo. Não é um cogumelo comum, mas o resultado da fusão de vários tipos de fungos, principalmente de blazei e silvaticus, com o nome científico de Agaricus Blazei Murril. Diferentemente dos demais cogumelos, que só desenvolvem na sombra e na umidade, a agárico cresce sob intenso sol; o que lhe vale o apelido de. “cogumelo do sol” (em japonês, tayo-no-kinoko). No agárico, foram identificados mais de 50 princípios ativos, entre eles grupos de polissacaridios, enzimas, aminoácidos e vitaminas, além de substâncias como a nicotinamida, de ação comprovada contra várias doenças. A composição desse cogumelo tem-se revelado, segundo recentes pesquisas realizadas nos laboratórios da King Drew University, de Los Angeles (EUA), mais poderosa que os cogumelos conhecidos, e aparentemente eficaz no tratamento dos mais diversos tipos de câncer, com relatos de casos de possíveis melhoras no quadro clínico de pacientes em estado avançado. O agárico ou cogumelo do sol está sendo usado como preventivo contra imunossupressores, tais como: estresse, poluição, histórico familiar de doenças cancerígenas e envelhecimento precoce. Seu uso também é indicado como coadjuvante nos tratamentos, convencionais, pois minimiza os efeitos colaterais característicos das terapias invasivas (quimioterapia, radioterapia). O cientista que mais estuda o agárico é o Dr. Mandooh Ghoneum catedrático da Universidade da Califórnia, cientista de origem egípcia que acumula títulos honrosos e é respeitado por suas pesquisas no combate a tumores. O Dr. Ghoneum iniciou suas experiências aplicando agárico em ratos portadores de algum tipo de tumor maligno, constatando uma evolução bastante significativa da atividade das células NK (Natural Killers, ou matadoras naturais), de 38 a 49 vezes acima daquelas observadas nos ratos de controle que não receberam o agárico. O cientista afirmou num congresso médico que o “cogumelo do sol está para o Câncer assim como a penicilina, na década de 40, estava para infecções”. O agárico é apresentado ao mercado sob forma de cogumelo seco e fragmentado em pequenos pedaços. Pode ser consumido em chás quentes ou frios, ou mastigado em pequenas quantidades. O único agárico disponível no Brasil é cultivado no Estado de São Paulo. O trabalho deste cientista, Dr. Mandooh Ghoneum, sobre o cogumelo do sol, foi premiado, em 1993, com o certificado de conclusão pelo “Adjuvant Nutrition”, durante a realização do simpósio sobre tratamento de câncer, promovido pela Sociedade Americana do Câncer. Colaboração: Quiron Central de Terapias Psicoenergéticas Tel.: (16) 624 6070