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EDUCAÇÃO
Jornal Santuário de aparecida • 14 de aBril de 2013
INOVAÇÃO | ESPECIALISTAS AVALIAM QUE É NECESSÁRIO UM ENSINO MAIS TECNOLÓGICO E ATRATIVO
Métodos inovadores buscam motivar
aprendizado e interesse dos alunos
Arquivo Pessoal
Dois grandes desafios na educação
brasileira são garantia a qualidade do
ensino e da aprendizagem e promover
uma maior motivação para os alunos
e professores dentro das salas de aula.
Talvez, para o ensino público, isso ainda
seja algo distante, tendo em vista a deficiência em gestão e investimentos mais
efetivos e eficazes.
Imaginar estilos e métodos inovadores
na educação pública – enquanto que princípios e elementos básicos ainda não são
realidades – é algo muito difícil. Ainda há
escolas sem materiais escolares adequados,
salas de aula sucateadas e professores
com baixos salários, salvo exceções, como
as escolas Carmélia Dramis Malaguti,
em Itaú de Minas (MG), Santa Rita de
Cássia, em Foz do Iguaçu (PR), e CIEP
Glauber Rocha, no Rio de Janeiro (RJ),
com índices acima da média nacional no
Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB), superando os oito pontos
numa escala de zero a dez.
Diante de tais problemas, teria o Brasil
a missão de oferecer uma escola mais
atrativa, uma educação mais próxima da
realidade dos alunos, métodos de ensino
mais inteligentes, com o foco na pessoa, e
que atendam aos anseios de uma sociedade
em constante renovação?
Há quem diga que ser professor com
apenas giz, apagador na mão e um quadro
negro já é algo ultrapassado. Dentro
dessa realidade já tem gente em busca
de mudanças, de transformar aquilo que
já é costumeiro. Infelizmente, na maioria dos casos, somente as instituições
Carvalho: “A maior convicção de que
acertamos com novas metodologias
é a pesquisa de satisfação realizada
em todo final de aula com o aluno,
e nessa pesquisa a atual média é de
98% de satisfação”
Arquivo Pessoal
Eduardo Gois
[email protected]
Thalita: “Muitas experiências realizadas na
sala de aula, e fora dela, mostram que a
tecnologia, além de despertar interesse,
estimula a cognição, a criatividade e
torna o conhecimento mais ‘palpável’,
mais aplicável às situações cotidianas”
privadas estão chegando primeiro em
novos modelos e métodos, como inserir
o circo, tecnologia multimídia, cinema,
computadores, teatro, música e outras
manifestações artísticas como grandes
ferramentas para a educação.
O JS foi atrás de quem entende do
assunto e já colhe bons frutos para o futuro
da educação no Brasil.
Interatividade e tecnologia como
fortes aliadas
Na educação básica, os pequenos já são
verdadeiros nativos digitais. “São naturalmente atraídos pela tecnologia”, cita
a psicopedagoga da rede Ensina Mais,
Thalita Tomé. Ela partilha a experiência de que aliar tecnologia e educação é
fundamental para uma relação de ensino e
aprendizagem mais dinâmica, interessante
e, principalmente, rica em estratégias que
aliem conhecimento, criatividade e interatividade. “Fazem-se urgente políticas
públicas voltadas para uma transformação
no ensino, que engloba desde condições
mínimas de trabalho para os professores
até viabilizar o acesso à tecnologia nas
escolas públicas”, comenta.
Na teoria pode-se ouvir falar em
bonitos discursos político, que o Brasil já
conta com grandes avanços na educação,
mas na prática o que se tem visto é gente
chegando à faculdade sem saber interpretar simples textos, além de professores sem saber o que fazer. “É preciso que
os professores primeiramente se sintam
capazes e preparados para ministrar
aulas interativas e mais interessantes e
É preciso
professores
os alunos sintam-se mais motivados e
atraídos pelo conhecimento”, ressalta a
psicopedagoga.
Thalita acrescenta que pesquisas
evidenciam o impacto do uso das novas
tecnologias no processo de ensino-aprendizagem. Uma dessas pesquisas
foi desenvolvida pelo Grupo Prepara, do
qual ela faz parte, e identificou a necessidade de criar um ensino complementar que fosse atrativo, que dialogasse
com as necessidades dos estudantes e,
principalmente, que despertasse motivação e entusiasmo. O objetivo inicial
da proposta foi tornar o aprendizado
amplo, dinâmico, atraente e diferenciado. Com metodologias baseadas em
recursos multimídias exclusivos para
a interação com o aluno. “É fato que
os alunos sentem-se mais motivados
e dispostos a aprender. Muitas experiências realizadas na sala de aula, e fora
dela, mostram que a tecnologia, além de
despertar interesse, estimula a cognição,
a criatividade e torna o conhecimento
mais palpável, mais aplicável às situações
cotidianas”, cita.
Um dos diretores do Grupo Prepara,
Camilo Carvalho, observa que o histórico de satisfação dos alunos, somado à
eficácia no aprendizado, provam que o
ensino individualizado, atrelado à tecnologia, é muito importante e eficaz. “Essa
tecnologia, que é a linguagem universal da
nova geração, prova que sua introdução ao
ensino de base seria o grande avanço da
educação, ainda mais dentro de um país
em franca expansão como o Brasil, ainda
tão carente nesta área.”
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A própria evolução tecnológica acaba sendo o maior desafio para a educação no
Brasil. “Querer educar as crianças de hoje – que cada vez mais cedo estão mergulhadas
neste mundo tecnológico em uma velocidade ímpar – com uma metodologia de
ensino centenária é ir contra a maré da evolução. Precisamos cada vez mais buscar
formas e soluções, inovando sempre na questão do ensino, para poder acompanhar
o ritmo dessa nova geração”, cita Carvalho.
Na opinião de Thalita, é preciso dar condições de trabalho aos professores,
salários mais dignos e capacitação. Proporcionar programas simples de formação
nas próprias escolas que orientem e ensinem os professores a aplicar a tecnologia
na sala de aula e fora dela. Ela também avalia que são ações simples, viáveis
e urgentes. “Cabe aqui salientar que a tecnologia é móvel e o uso de tablets,
aplicativos, celulares e notebooks é muito comum por todas as classes sociais.
Portanto, aliar conhecimento e tecnologia faz-se urgente e necessário. É
fundamental que se invista em políticas públicas voltadas para essa formação
in loco e os professores sintam-se mais preparados, não temam a tecnologia
e compreendam que ela deixa a relação ensino-aprendizagem mais flexível e
atraente”, opina Thalita.
Jornal Santuário de Aparecida • 14 DE aBRIL DE 2013
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Hoje tem palhaçada? Tem sim, senhor!
E dentro da sala de aula!
Com o intuito de aprimorar a capacidade mental e física, algumas instituições escolares oferecem aulas de
circo às crianças. Agora é possível ser
um equilibrista ou um palhaço mesmo
sem ir ao circo. Em São Paulo (SP), as
crianças do Colégio Itatiaia, por exemplo, têm a chance de trazer a magia
do circo para dentro da sala de aula. A
instituição oferece aos alunos de seis a
11 anos um curso circense em que os
pequenos realizam atividades com tecido, malabares, interpretação e dança.
Para a assistente de coordenação
pedagógica da instituição, Débora Paschoal, esse tipo de atividade
pode trazer grandes benefícios para
os alunos, tanto no presente quanto
no futuro. “A arte possui uma grande
importância para o desenvolvimento
cognitivo e social das crianças; através
dela pode-se desenvolver diferentes habilidades”, completa.
Débora também diz ter observado
uma grande melhora no desempenho dos
estudantes que começaram a fazer as aulas
de circo, principalmente em relação à
perda de timidez, melhor comunicação
e desenvoltura. “A arte, enquanto recurso pedagógico, contribui muito também
para a socialização do aluno, propicia
maior criatividade e interação do grupo”,
comenta.
Pelo fato de o circo se tratar de um
universo mágico aos olhos de muitas
crianças, atividades circenses podem ser
uma boa alternativa para aquelas que
não gostam de praticar atividade física
e verão no malabarismo, na dança e nas
brincadeiras um atrativo muito maior
para movimentarem o corpo. “Através
da ludicidade que o ‘Circo’ produz
no imaginário infantil, ele se torna
um atrativo para o estímulo à pratica
esportiva”, diz.
Segundo Débora, os educadores se
deparam atualmente com o constante
desafio de inovar os recursos pedagógicos, a fim de proporcionar um maior
aproveitamento dos alunos. “É muito
importante que práticas como esta, de
caráter lúdico, estejam cada dia mais
associadas às práticas pedagógicas, pois o
circo está diretamente ligado ao brincar,
que é a melhor maneira de intensificar
o processo de ensino e aprendizagem,
afinal de contas é muito melhor aprender
brincando”, afirma.
Ela avalia que a sociedade está diante de uma geração que recebe informação durante todo o tempo, em quantidade e velocidade impressionantes.
Assim, os velhos recursos pedagógicos
não se mostram suficientes para
suprir os anseios dos alunos. Ainda
afirma que as aulas de circo podem
ser realizadas por crianças, a partir
dos cinco anos. É necessário apenas
que as atividades sejam coerentes ao
desenvolvimento motor da criança e
que as medidas de segurança sejam
respeitadas com relação aos materiais
e grau de dificuldade dos exercícios. No colégio Itatiaia as aulas
são ministradas por um professor de
Educação Física que também possui
especialização em circo.
“Nada melhor do que trabalhar o
corpo e a mente por meio de atividades
lúdicas e prazerosas e, se for por meio
de palhaçadas, mágicas e malabarismo,
melhor ainda para os pequenos que
tanto se encantam com esse mundo”,
ressalta a pedagoga.
Rede internacional possui conceitos inovadores
comprovados por especialistas
Conhecido internacionalmente como método educacional que
inspira as crianças a aprender por
meio de descobertas e experiências,
o FasTracKids nasceu há mais de 10
anos, está presente em 53 países e já
foi traduzido para 19 idiomas. É reconhecido por aproveitar o período de
maior absorção de conhecimento – a
primeira infância (até os oito anos) –
estimulando a criança a desenvolver
as mais diversas habilidades.
Testes independentes feitos pelo National Institute on Out-of-School Time (NIOST)
– ou em português, Instituto Nacional de
Programas Extracurriculares – demonstram
que um número significativo de crianças
norte-americanas entre três e seis anos matriculadas no método melhorou seu vocabulário e
habilidades sociais entre 100 e 150% mais rápido que crianças não matriculadas no programa.
O conceito foi criado a partir da observação de um empresário americano que
constatou que crianças estimuladas desde
pequenas a desenvolver suas competências terão mais facilidade para solucionar
problemas, interagir, relacionar se, absorver novas informações, comunicar se, etc.
De acordo com a sócia-diretora do
FasTracKids no Brasil, Ana Paula Harley,
o principal objetivo é oferecer qualidade
em métodos educacionais e proporcionar
diversão e interatividade nos primeiros
anos de aprendizagem. Inspirar o amor
por aprender em crianças entre a idade
pré-escolar e escolar fundamental para
que se destaquem em todo percurso
estudantil e profissional futuramente.
As 12 matérias que compõem o curso
são: biologia, criatividade, tecnologia,
planeta terra, metas e lições de vida, astronomia, matemática, literatura, ciências
naturais, oratória, teatro e artes, comunicação e economia. Durante o tempo que
está no FasTracKids, a criança é exposta
a diversas situações e assuntos através de
uma abordagem multissensorial (auditiva,
visual, tátil e sinestésica) de ensino.
Cinema na escola: uma educação participativa
A especialista em artes visuais,
intermeios e educação, Koraiça Prince
Tessari de Lima, conta que o ensino
de arte deveria ser mais valorizado,
pois nas práticas artísticas há também
o desenvolvimento de outras áreas da
inteligência, usadas em conhecimentos
matemáticos, linguísticos, geográficos,
científicos, contribuindo com a
formação integral de cada indivíduo. “O
cinema é importante porque trata de
questões de comunicação, interpretação
e produção de informações midiáticas,
repertório e visão crítica de mundo. Esses
temas são pouco abordados em disciplinas
do conteúdo programático, por haver
poucas atividades práticas”, observa.
Ela é idealizadora do projeto Cineminha
na Escola e na Praça, que é composto por
uma equipe interdisciplinar que atua na
área de educação para o audiovisual. O
método do projeto baseia-se na experiência
de cada arte-educador. Tenta-se com isso
ter um projeto que reúna diversas áreas da
educação, formação de público e produção
realizada pelos próprios alunos.
A especialista também destaca que
a educação precisa ser mais prática e
participativa, usando inúmeras ferramentas
como o vídeo, jogos, expressão corporal,
manuseio de objetos, estudo de campo,
entre outras atividades. “O importante é
como se utilizam os recursos, inclusive o
vídeo”, explica.
Ela também indica que as aulas
deveriam ser mais interativas e
participativas. “As crianças não querem
escutar a lição, mas sim, trocar ideias
e experiências. Os conteúdos devem
continuar sendo abordados, mas de
uma maneira mais transdisciplinar, com
foco nas possibilidades práticas que
cada ensinamento pode ter no tipo
de vida daquele grupo. Não adianta
apresentar um vídeo com equipamentos
de última geração, e o conteúdo não se
adequar às crianças que estão assistindo,
pois o conteúdo não fará sentido em seu
cotidiano. Já vi crianças se divertirem
muito com dobradura, que pode ser
feita até mesmo com embalagens que
seriam jogadas fora”, ressalta.

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