Notizie Magazine nº 3 (Portugues)

Transcrição

Notizie Magazine nº 3 (Portugues)
NÚMERO 2/4 ANO 2010
NÚMERO 2/4 AÑO 2010
EDITORIAL
DIRETORES NOTIZIE: Jorge Arévalo + Pablo Torres.
DIRETOR DE ARTE: Jorge Arévalo. COORDENAÇÃO E MODA: Ana Moya
EDITA: Fedrigoni España y Entreplanta Comunicación
CONSELHO DE REDACÇÃO: Roberto Mancini / Nino Murcia / Sylvia García /
COORDENAÇÃO PORTUGAL: Ana Isabel Antão.
NOTIZIE MAGAZINE / Antonio Maura 8, 28014 Madrid
www.notiziemagazine.com / [email protected]
Publicidade: (+34 91 522 59 50). Depósito legal: B-40137-2009
Coberta, Fedrigoni Splendorlux Bilucido Premiun White de 210 gr.
Interior, Fedrigoni Stucco Tintoretto Gesso 120 gr.
Quem nos observa da capa é PAOLO MALDINI. IL BELLO. IL CAPITANO. SŐO
PAOLO, APOLO MALDINI, O ETERNO.
Talvez o melhor defesa da história do futebol mundial. Jogador do Milan durante 24
temporadas. Internacional italiano 126 vezes. Um jogador que conseguia ganhar a
bola a qualquer outro, sem faltas, sem violência. Expulso por cartão vermelho directo
uma única vez em toda a sua carreira.
Jogadores do gabarito de ZIDANE, FIGO, IBRAHIMOVICH OU RONALDINHO
elogiaram a sua capacidade de defesa, a dificuldade para o fintarem, a sua inteligência
para se posicionar no campo de jogo. Mas, sobretudo, elogiaram a sua grande segurança.
O seu domínio requintado da bola.
“O Maldini até os do Inter querem”, dizem, esses que são seus inimigos irreconciliáveis.
Em resumo: um tipo com bom aspecto. Com elegância, estilo e classe. As qualidades
que tornam um jogador numa lenda, em ícone intemporal. Os valores que admiramos
em NOTIZIE MAGAZINE.
A ilustração é de SILVIA PRADA. Vê-se logo, não é verdade? Escolhe sempre desenhar
gente bonita, com um encanto especial. Ela também esbanja estilo.
Adiante. Nesta edição vamos falar
de futebol. Não somos peritos. De
certeza que os nossos leitores,
sabendo o sector a que nos dirigimos,
serão também apenas idealistas. Mas
vamos tentar mostrar-vos o lado
mítico do desporto rei. Porque
acalenta paixões. Porque é um jogo
elegante, furiosamente estético,
inteligente.
Como MALDINI. Como NOTIZIE
MAGAZINE. Como o Fedrigoni
Splendorlux Bilucido Premium White
de 210 gramas que serve de pele para
o retrato da capa ou o Fedrigoni Stucco
Tintoretto Gesso 120 gramas das
páginas interiores.
Buone vacanze!
3
S I LV I A P R A D A
8
NEW YORK COSMOS
13
BRAZIL
16
BAGS,BIJOUX, BALLS
22
FOODBALL
24
ÁFRICA DO SUL
NOSSA CAPA
Paolo Maldini por Silvia Prada.
silvia
Ela dirá que a comparação é excessiva, mas SILVIA
PRADA (Ponferrada, 1969) é o mais próximo de
Warhol que se viu em Espanha na última década.
Uma artista da mercadotecnia que não quer prenderse a uma disciplina concreta. Uma estudiosa da cultura
pop, como alguns exageram. Alguém que reúne nas
suas festas o jet set de cada cidade para que dancem
ao ritmo dos seus discos.
Não acreditamos que o futebol seja uma das suas
paixões, mas depois de fazer ilustrações para The
Face, para Dazed&Confused ou para Interview,
desenha o retrato sereno de Maldini que vos
apresentamos na capa e responde às nossas perguntas
sobre o tema.
3
silvia
Bom dia, Silvia. Deixe-nos ser indiscretos:
O que faz nesta altura pelo Jap o?
Bom dia! Estou de visIta a uns amigos e
escrevo para um blog. Além disso, a minha
namorada, Kim Ann (Kim Ann Foxman,
dos Hercules and Love Affair, N. do E.),
vai actuar em várias cidades do Japão e que
melhor desculpa para comprar mochi!
Soubemos que, a dada altura, aproveitou
a ilustra o como ferramenta para se dar
a conhecer. Detectou esse nicho vazio,
uma car ncia no mercado, e aproveitou?
uma artista de planifica o? Como v a
ilustra o hoje em dia? Continua a ser uma
tend ncia?
Gosto sempre de dizer que o que mais me
apaixona no meu trabalho é o marketing.
Quero dizer que um artista deve ser bom no
acto de criar, mas deve também ser excelente
no trabalho de vender e promover a sua obra,
especialmente nos dias que correm.
Quando comecei, a ilustração não era uma
tendência, pelo menos da forma como eu
a fazia. Por isso foi tão inovador. No
entanto, agora o panorama de ilustradores
não tem identidade. Há apenas alguns
originais que marcam a tendência e são
pioneiros. Os restantes são uma espécie de
desenhadores gráficos que se passam para
o mercado da ilustração e matam qualquer
estilo a preços irrisórios, intitulando-o de
mainstream.
É por isso que há já alguns anos que só faço
projectos com galerias e museus, ou com
revistas realmente de qualidade. Não quero
associar-me à ilustração a pedido nem à
ilustração de moda, pois estão saturadas
daquilo que vos comentava há pouco.
Era bom que houvesse mais talento e menos
gente a copiar. É um pouco aborrecido ver
o mesmo em todo o lado. E, respondendo
à questão da tendência… suponho que sim,
pois está no mercado mainstream.
4
Onde v agora essa rea com lacunas, essa
oportunidade para as pessoas que queiram
fazer nome no mundo do arte? Que
caminho a Silvia segue agora?
Neste momento é altura para esperar e para
nos prepararmos. Depois deste marasmo
que tanto afectou a área da cultura, virá um
ciclo em que teremos que estar prontos
para oferecer qualidade, e muita.
Pessoalmente, estou numa fase de
investigação com alguma produção especial,
mas aproxima-se a tormenta!
Outra das suas facetas mais conhecidas
nos ltimos tempos a de DJ e de
organizadora de festas no seu Tropicana
Club. As suas sess es converteram-se num
must. outra forma de fazer arte?
Claro que sim. Creio que é uma forma de
fazer cultura, e é importantíssimo o acto
de relacionamento e de interrelacionamento com pessoas do nosso
próprio grémio, para que a economia cresça
no mundo da cultura. O que faço com as
minhas festas, à parte de ser um
comportamento de natureza puramente
pop, é comunicar o factor social do meu
trabalho, algo realmente importante e que
não se pode ignorar.
E, j que falamos nisso, que tal foi a
actua o para o FedrigoniClub com o seu
amigo Jordi Labanda? Como foi a sensa o
de passar m sica num armaz m de pap is?
Adorei! Toda a agente acabou a dançar
e a aplaudir, como eu gosto. A
introdução do Jordi foi elegantíssima.
Passar música num armazém de papel é
uma das experiências mais sexys do
mundo.
O tema deste n mero a vertente est tica
do desporto rei. H alguma coisa mais pop
que o futebol?
Tem ilustradores favoritos?
Tudo o que traga consigo cultura de
consumo é POP e, por isso, o futebol é
muito pop.
Como vos disse, dou valor a muito poucos
ilustradores. Respeito apenas os que, no
início de 2000, renovaram a linguagem da
ilustração, como Julie Verhoeven, Charles
Anastase ou Marlene McCarty.
Depois de nos desenhar o belo Maldini,
n o pensou em esquecer os jovens da Mtv
e passar para os futebolistas? Que outros
atletas s o t o sensuais que possam ganhar
um lugar nos seus desenhos?
Todos os que estiverem envolvidos no
fashion system podem ser vítimas do meu
lápis!
H alguma coisa mais, para al m destas
pequenas divindades, que se possa salvar
na iconografia deste desporto? Elementos
ou t picos que te atraiam visualmente?
O que realmente me atrai é essa tendência
para a moda que o futebol tem, o cuidado
com a imagem revelado por alguns
futebolistas. Actualmente é muito
importante que os futebolistas transmitam
um modo de vida cool extremamente chique.
Isto encanta-me.
Tem estado a exibir o seu Pin-up Poster
em v rias cidades e galerias. O que nos
conta sobre isso? Tem outros projectos num
futuro pr ximo?
Este é o primeiro poster que faço. Com ele
recupero a cultura dos anos 70 de colar coisas
na parede, e também destaco a ideia do
poster como objecto de decoração de luxo.
De facto, e falando de papel, este poster
tem um verniz especial que o faz envelhecer
precocemente, amarelecer para que tenha a
sua própria vida. Estou a trabalhar noutra
peça baseada na mesma ideia.
No Notizie n o podemos deixar de
perguntar pelo papel. Que import ncia tem
como suporte nas suas ilustra es? Tem
formatos favoritos?
O papel é o material mais nobre em que
posso pensar, especialmente para a
linguagem do meu trabalho, em que o
importante é a beleza e a ausência de artifício
para que as obras sejam um verdadeiro luxo.
As ideias mais brilhantes partem sempre do
básico e dos materiais mais nobres.
Se tiver que escolher outro material, fico
com as paredes e os muros brancos dos
museus e galerias. Mas isso, como ideologia,
acaba por ser equivalente ao papel.
Entrando nos quarenta, f cil continuar a
acompanhar essa cultura juvenil imediata
que tem sido a sua especialidade? N o tem
medo de ficar presa em novos cl ssicos e de
perder a modernidade?
Eu diria mais o contrário. É a própria cultura
juvenil dos últimos dez anos que olha para
o passado e está presa nos novos clássicos,
repetindo modelos e protótipos dos anos
setenta, oitenta e noventa. Talvez quando
comecei a interpretar as minhas personagens
tenha sido um bom momento. Agora, cerca
de uma década depois, tudo isto se converteu
em recessão cultural e ejaculação precoce da
modernidade. A própria Mtv é um constante
reality show de muito mau gosto.
De facto, os meus temas actuais afastam-se
da cultura juvenil contemporânea e recriam
a beleza dos anos setenta e oitenta, desde a
interpretação decorativa dos clássicos, como
a beleza masculina da cultura pin-up, até à
música da época.
Grazie mille, Silvia!
O papel é o material mais
nobre em que posso
pensar, especialmente
para a linguagem do meu
trabalho, em que o
importante é a beleza e a
ausźncia de artifício para
que as obras sejam um
verdadeiro luxo. As ideias
mais brilhantes partem
sempre do básico e dos
materiais mais nobres.
Foto: Hugo de la Rosa
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COLABORADORES
Gema
Fernández
Esteban
/ ESCRITORA
O normal é viver do conto. Após décadas a trabalhar em
publicidade, dentro de uma jaula, abandona a profissão com
um desafio: viver de escrever. Embora seja a receita do Passatelli*.
Publicou o livro de contos, “DESPENTEADAS”, e a novela
“O MUITO QUE NÃO CHOVE POR AQUI”.
Escrever, escrever e escrever.
Escreve textos para os livros do ilustrador JORGE ARÉVALO
“RETRATOS” e “KINGS”. Escreve contos infantis para
projectos educativos. Escreve artigos on-line e colabora em
diversas publicações. Também escreve para todo o tipo de
projectos literários e publicitários, como brand books ou
conteúdos para páginas web.
Viver a escrever, mesmo que seja no Metro de Madrid ou a
voar até à Emilia Romagna.
*Sopa de queijo Parmesčo, típica da regičo de Emilia Romagna.
Rodrigo /
Menéndez
COOLHUNTER E FUNDADOR DA ISOLÉE
Depois de passar pelo mundo da publicidade e da televisão, fundou (com apenas 25
anos) a ISOLÉE, a primeira CONCEPT STORE de Espanha. Esta loja para
gourmets, connoisseurs e fashionistas começou o seu caminho em CHUECA, em
2005. Desde há um ano conta com um novo espaço na MILLA DE ORO de
MADRID, em pleno bairro de Salamanca.
Dois espaços vanguardistas, onde se reúnem as últimas tendências da gastronomia,
complementos, óptica ou livros, uma luxuosa boutique com marcas dos melhores
designers internacionais e ainda com um exclusivo bubbleroom da MOËT &
CHANDON.
A PRESTIGIADA WALLPAPER e o FINANCIAL TIMES RECOMENDARAMNA COMO um dos LOCAIS DE VISITA IMPRESCINDÍVEL em MADRID. ASSIM,
JÁ SABEM.
Rodrigo colocou ao nosso serviço o seu savoir faire, para nos auxiliar nos artigos sobre
snacks futebolísticos e na personalização das nossas havaianas.
www.isolee.com
Ana
Himes /
ILUSTRADORA E FOTÓGRAFA
Itália. EUA. Canadá. Austrália. Israel.
Argentina. Polónia. Brasil. Não são selecções
participantes no último mundial de futebol.
São os países onde, de uma forma ou outra, foi
exibido o trabalho de ANA HIMES (Burgos,
1982). Por exemplo, através de revistas como
NEO2, LAMONO, MIXTAPE OU
FROZZEN.
A verdade é que esta garota vai a todas:
fotografia, ilustração, colagem, redacção…
Qualquer disciplina em que haja um “bichocarpinteiro” (como ela se define) e que possa
dar asas à sua criatividade. Mais em
www.anahimes.es
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8
FOI-NOS VENDIDO COMO SE FOSSE UM SONHO.
Mas pensem mais num pequeno esquadrão de velhos mercenários
curtidos em mil batalhas que decidem alugar os seus serviços
para invadir um país numa última guerra que parece fácil, quase
ganha desde o princípio.
Era assim NEW YORK COSMOS. A equipa de futebol da
cidade de Nova Iorque nos anos setenta, que viveu uma época
de esplendor no final dessa década, ganhando cinco vezes a
jovem Liga de Futebol Norte-americana.
A lenda é-nos também apresentada como a aposta pessoal de
adeptos apaixonados por um desporto e dispostos a investir
dinheiro na sua paixão incompreendida. Um projecto dirigido
pelo visionário Steve Ross, presidente da Warner Communications,
e pelos irmãos Ertegün, Ahmet y Nesuhi, que transformavam em
ouro tudo em que tocavam através da Atlantic Records.
Num país onde o futebol (o soccer), como mostra um famoso
episódio dos Simpsons, era, e é, visto como um desporto
aborrecido, incompreensível e do terceiro mundo. Com períodos
de jogo demasiado longos para a capacidade de concentração do
norte-americano médio. Um jogo que facilmente podia acabar
em empate numa cultura onde só vale ganhar ou perder.
Mas em cima do sonho, sempre o negócio.
Porque o COSMOS era um produto bem pensado. Cosmos de
Cosmopolitans, como os Mets (de Metropolitans). Com o
emblema e o equipamento nas cores da bandeira do Brasil. Como
mascote escolheram o carismático Bugs Bunny (embora primeiro
tenham tentado com o Harold, um chimpanzé amestrado que
sabia jogar à bola e que fez chichi à frente das câmaras no dia
em que foi apresentado)
Mas o mais importante era o seu plantel de estrelas. O melhor
de cada equipa naquela altura. Giorgio Chinaglia, Carlos Alberto,
Franz Beckenbauer, Johan Neeskens, até, eventualmente, Johan
Cruyff. 14 nacionalidades nos balneários.
Brilhando sobre todos eles estava Edison Arantes do Nascimento.
Pelé. O jogador mais famoso na história do desporto, que, com
apenas 17 anos, levou o Brasil a vencer a primeira das suas cinco
Taças do Mundo. Mais de mil golos durante a sua carreira,
autênticas obras de arte. A sua figura inspiradora transcendia o
desporto: quando, em 1967, visitou a Nigéria, dividida por uma
guerra civil, as duas partes acordaram um cessar-fogo de 48 horas.
O próprio Henry Kissinger, um homem com mais poder que o
próprio presidente, telefonou pessoalmente ao governo brasileiro
para pedir que Pelé aceitasse a oferta “em nome das boas relações
entre os EUA e o Brasil”. Depois, durante os anos de glória, essa
enigmática personagem nunca faltaria nas bancadas do estádio.
Pode ter sido esse telefonema ou os sete milhões de dólares que lhe
ofereceram.
No dia da apresentação de Pelé o relvado seco do modesto estádio
foi pintado de verde. A estrela pensou que os seus pés estavam
verdes no final do jogo devido a um misterioso fungo e esteve quase
a renunciar.
Muitos anos antes de Florentino Pérez, o COSMOS inventou o
conceito de Galácticos. Uma equipa de estrelas criada a troco de
um livro de cheques, pensada para vender mais pela sua imagem
do que pelo seu jogo.
Essas velhas glórias garantem hoje que sentiam que tinham uma
missão. Que não era apenas um retiro confortável e bem pago.
Queriam tornar o futebol no desporto rei dos USA. Todos menos
Pelé, que fica silencioso e parece não querer recordar essa fase.
Em parte conseguiram o seu intento. Vestiram o futebol de
glamour. Passou a ser uma tendência entre a nova intelectualidade.
O desporto rei conseguiu minutos na televisão americana, até
conseguir equiparar-se ao basebol e ao futebol americano. Num
ano, o estádio dos Giants passou de 3.000 espectadores a lotação
esgotada com 78.000 adeptos.
Mas o que brilha em excesso consome-se rapidamente. Ninguém
sabe muito bem porquê. Talvez porque a Warner decidiu encerrar
filiais. Ou porque o Mundial de Futebol que tentaram realizar nos
Estados Unidos em 86 acabou no México. No início da década de
oitenta a equipa tinha deixado de ser rentável. O negócio deixou
de funcionar. As ratazanas abandonaram o barco e a Liga de Futebol
Norte-americana, criada à sua medida, também desapareceu.
O que resta trinta anos depois de uma glória tão efémera? Uma
autorização de acampamento para miúdos gordos. Alguns direitos
sobre a marca que se compra e vende, mas que ninguém rentabiliza.
O boato, ano após ano, de que se está a tentar relançar a equipa.
Acima de tudo, resta um sorriso melancólico em alguns velhos
futebolistas.
TALVEZ UM SONHO.
9
As ilustraćões sčo do livro "Kings", que
será publicado no próximo outono
10
NOVA IORQUE estava na sua pior fase em meados
dos anos setenta. Era uma cidade estrangulada pela
crise do petróleo e pelas dívidas do pós-Vietnam. No
entanto, a mesma depressão económica que esvaziou
os edifícios industriais e os armazéns da rua
HOUSTON, permitiu que os artistas em busca de
espaço os comprassem.
NASCIA O SOHO,
EPICENTRO DA CULTURA
UNDERGROUND E DA
MODERNIDADE, QUE
POSSIBILITOU O
RENASCER DOS NYC COMO
CAPITAL MUNDIAL DO
GLAMOUR. NO SOHO, OS
NEW YORK COSMOS ERAM
MAIS UM DIAMANTE NA
COROA.
Claro que tudo estava personalizado. NŐO HÁ
NINGUÉM COMO OS AMERICANOS PARA
MANIPULAR O MERCHANDISING. A bola
oficial é hoje uma peça de colecção bem cotada.
A equipa tinha uma autêntica
horda de fans entre a elite da
época. Era cool ser-se visto nas
suas festas. BARBRA
STREISAND, ROBERT
REDFORD, ELTON JOHN,
PETER FRAMPTON ou
ROD STEWART eram
presença habitual nos seus jogos.
Um jovenzinho MICK
JAGGER foi expulso do
balneário por gorilas que não
sabiam que aquele puto pálido
e com pinta de metediço era o
líder dos ROLLING STONES.
OS COSMOS TINHAM UMA
MESA RESERVADA TODAS AS
SEGUNDAS-FEIRAS ň NOITE
NO STUDIO 54, a mítica
discoteca que passou a ser quase
um segundo balneário para a
equipa. Era normal vê-los lá de
madrugada, dançando disco com
ruivas corpulentas e rodeados por
uma corte de fans famosos.
A equipa e o clube viveram glórias
paralelas e morreram quase ao
mesmo tempo. A noite do
encerramento definitivo do Studio
54, numa festa intitulada "THE
END OF MODERN-DAY
GOMORRAH", Sylvester
Stallone bebeu a última bebida
servida.
A direcção da equipa
não gostou muito que
SHEP MESSING, o
porteiro, posasse nu
(bem, em algumas
fotografias usava
luvas) e com grande
êxito para a revista
PLAYGIRL,
NUMA ALTURA
EM QUE OS
HOMENS COM
BIGODE AINDA
ERAM SEXYS.
QUALQUER
PUBLICIDADE É
BOA, DIZEM.
OS JOGADORES PARTILHAVAM, ALÉM DA SUA
TÉCNICA IMPECÁVEL, O GOSTO PELA
DIVERSŐO, PELO CHIVAS REGAL E PELAS FANS
ATREVIDAS. Era normal ver o PELÉ, a PÉROLA
NEGRA, com o seu eterno sorriso e uma ruiva sentada
em cada joelho. Viviam-se os últimos anos de liberdade
sexual antes de aparecer a SIDA.
11
F E T I C H ENOTIZIE
Do Brasil a Itália, de Copacabana às baías de Portofino.
A areia tépida ou quente. Personalizámos umas
HAVAIANAS. Azul “azzurro”, ouro das legiões romanas
e cristais de SWAROVSKI para a glória no campo. Pode
personalizar a suas HAVAIANAS em Isolée
www.isolee.com.
12
Por Gema Fernández
Ginga pura para o futebol
PELÉ E GARRINCHA
A ginga é magia, elegČncia, bamboleio, ritmo,
um passo de danća e um passo de luta.
“A ginga é uma forma de nčo se levar nada muito a sério,
usar bem os pés, o tacčo e a cintura durante o jogo e fora dele”.
(Ruy Castro, jornalista brasileiro).
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É algo inexplicável que se tem ou não se
tem, como o duende flamenco mas com
uma bola nos pés. Para além da razão ou
da destreza. Falamos de algo prodigioso.
mental, não apto para o jogo em equipa”,
segundo o psicólogo da selecção. Foi
indiferente. Transformou a poliomielite em
arte.
Da capacidade para desatar a voar com o
esférico nos pés e olhando para a frente.
Puro génio. Puro instinto. Samba puro com
a bola.
De saber fintar como o S maiúsculo de
BraSil, de poder driblar desenhando Zês
impossíveis de BraZil.
Capaz de ziguezaguear e de trocar a bola a
uma velocidade inacreditável.
De correr com a bola nos pés até ao infinito,
como nessas séries de futebol japonesas de
desenhos animados, em que o horizonte
se torna curvo, como se o campo de futebol
incluísse a vida inteira, como se marcar
golo permitisse viajar para além do planeta
terra.
Pode ser coisa da ginga, pois quando se
pensa em escapar, lembramo-nos logo do
Brasil. Copacabana, Salvador da Baía e
Pernambuco, tão distante.
PELÉ E
GARRINCHA
Do outro lado do espelho
Escapar ainda que apenas em sonhos.
Como GARRINCHA, que já na decadência
mais absoluta, com o álcool como seu único
companheiro, confessou que aquilo de que
mais sentia falta era de driblar. “ňs vezes
sonho que finto e caio da cama”.
Graças ao futebol GARRINCHA escapou,
possuidor dessa ginga inexplicável que o
tornou num génio, embora tivesse tudo
contra ele.
Era analfabeto, inapto, coxo, com a perna
direita 6 centímetros mais comprida do
que a outra, com os joelhos trocados. “Débil
14
Capaz de fazer dançar, de desbaratar e de
tourear os defesas.
“Olé e Olé”, gritavam-lhe das bancadas.
E GARRINCHA fugia num corrida
desconcertante.
Puro excesso. Álcool puro e puro sexo.
Perdeu a vida atrás de uma bola, a beber e
a fazer filhos.
A lenda conta mais de trinta filhos e
quarenta amantes, embora a cantora Elsa
Soares tenha sido o amor da sua vida. Por
ela abandonou a mulher e as suas oito filhas.
“A melhor cantora do Universo” disse dela
à BBC em 2000. Mulher de samba.
Ouvi-la é como andar de tobogan.
GARRINCHA atirou-se de cabeça para a
amar. Não podia ser de outra forma para o
Anjo das pernas tortas. Para esse Anjo
pornográfico e desgarrado como um tango.
Talvez por isso Tom Cruise tenha dito “o
Brasil encanta-me, sou amante desta terra onde
o melhor é o tango”
Também O REY PELÉ, rei da ginga,
escapou.
Deixou para trás um destino de lambebotas.
Afastou-se das bolas feitas dos jornais de
ontem atados com cordel, que se desfaziam
como os sonhos de tantas crianças da favela.
Sabia que tinha magia nos pés chatos e não
hesitou em a utilizar.
“Pensa, decide e executa”, disse a si próprio
diante do espelho partido que era
GARRINCHA. Esse companheiro de
magia que ele jamais copiaria por ser suicida.
Não, PELÉ PELÉ decidiu que nunca se
deixaria cair. Como os equilibristas que só
podem seguir em frente, nem para um lado,
nem para o outro, um passo em falso e
despenham-se. Com ele isso não iria
acontecer.
Ele era raciocínio puro. Puro génio. Pura
força de vontade.
Esse Pelé que, embora parecesse um
fenómeno paranormal quando jogava
futebol, foi sempre um homem sério. “Sou
um homem serio e nčo me entretenho com
tolices”, dizia aquele homem de negócios
de ““O Principezinho” que acreditava que
as estrelas do céu lhe pertenciam e passava
o dia a fazer contas.
Tal como PELÉ , passou a vida a fazer
contas, mágicas, mas sempre contas.
“Marquei 3 golos num jogo cerca de 100 vezes.
Marquei 4 golos num jogo mais de 30 vezes.
Marquei 5 golos num jogo 6 vezes. Uma vez
marquei 8 golos num jogo. No total marquei
1.280 golos, em 1.363 jogos. Um frequźncia
de 0,93 golos por jogo”.
Tudo isto em sua casa, o Santos, sem sair
da sua terra.
Fazendo as suas contas, até que, na década
de 70, lhe ofereceram 7 milhões de dólares
para se mudar para Nova Iorque. Para jogar
n o C o s m o s , c o m C HI N A G L I A ,
BECKE NB A UE R E C ARLOS
ALBERTO.
Há muito tempo que a sombra de
GARRINCHA tinha ficado para trás. Já
não era um equilibrista e tinha pouco a
temer, por isso aceitou.
Pagaram-lhe sete milhões de dólares. São
assim os magnatas da comunicação quando
querem alguma coisa. Tudo e todos têm um
preço. Paga-se e ponto final.
“Nčo fui por dinheiro, fui para tornar grande
o futebol”, disse PELÉ, que sabia sempre
muito bem o que devia dizer em cada
ocasião. Ao contrário do Garrincha.
Dois génios do futebol e duas faces do
mesmo Brasil. De um Brasil que nunca caiu
quando os dois jogavam juntos.
Um Brasil com essas vidas estragadas da
favela, que tão bem nos mostrou
FERNANDO MEIRELLES na sua
Cidade de Deus. Onde os miúdos jogam
no meio do desequilíbrio de sonhos e
realidade: serem deuses do futebol com
bolas de trapos ou serem narcotraficantes
com pistolas de cartão.
Um Brasil que joga futebol de praia descalço
ou de havaianas, na praia do Leme no Rio
de Janeiro, pelo ócio e pelo espectáculo
mais do que pela competitividade. Um tiro
à porta a cada 4 segundos, um golo a cada
30 segundos, essas são as estatísticas.
Um Brasil paraíso tropical, para onde
sonhamos escapar vindos de latitudes mais
sérias e sem ginga. Um Brasil que dança
Capoeira com ginga, movimento básico
desta dança.
Um Brasil que é café forte, quente e doce
como o amor.“Ao f im e ao cabo, o amor é
eterno enquanto dura” (Vinicius de Moraes).
E, se não houver amor, sempre temos o
futebol.
PELÉ e GARRINCHA, esses dois génios
da ginga que definem tão bem a realidade
do Brasil: “Beleza transbordante e imperfeićčo
natural.”
DE UM BRASIL
QUE É MUITO
MAIS
Um Brasil que é curvilíneo e sensual como
uma esfera de couro, como as suas fêmeas.
“O que me atrai é a curva livre e sensual, a
curva que encontro nas montanhas do meu país,
no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar,
no corpo da mulher preferida. De curvas é feito
todo o universo, o universo curvo de Einstein”,
disse o arquitecto OSCAR NIEMEYER,
outro génio brasileiro. Centenário,
insubornável, activo e lúcido.
Um Brasil com areia da praia de Ipanema
entre os dedos dos pés, que bebe cerveja e
caipirinha e faz sexo preguiçoso e doce à
hora da sesta, ao ritmo da Bossa nova.
VINICIUS, JOBIM E JOAO GILBERTO,
o pai, o filho e o espírito santo da música
brasileira.
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Fotografias JORGE CUETO
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..CALOR, CONTACTO, SUOR, PRECISÃO,
ESTILO... FUTEBOL PURO PARA A SESSÃO.
RELÓGIOS DE HERMES, ROUPA DE STELLA
MCARTNEY, CARTEIRAS DE F&B...BRILHOS
ACOLCHOADOS E AROS DOURADOS. AZUL
ITALIANO E ROSAS CARNAIS.
Impermeável
de treino de STELLA
MCARTNEY para
ADIDAS. Cintado acima
da cintura e com capuz
para a chuva. Em azul
intenso, muito italiano..
Maxibolsa da FUN&BASIC.
COLECÇÃO OUTONO-INVERNO
2010/11. Acolchoado em castanho chocolate
escuro. Com uma textura acetinada que nos
recorda o FEDRIGONI ADHOC
METAL GLOSS. Cabe lá toda a roupa de
treino.
Calções de treino de
STELLA MCARTNEY para
ADIDAS. Cinzento muito
escuro. Curtos, muito curtos.
SEXY!
Relógio feminino de HERMES. A
versão XL do modelo anterior da
colecção H. Brilhantes e bracelete de
pele rosa claro. Não passa despercebido.
Com o H da marca a fechar a caixa.
Para bonecas poderosas ou bonecas
pretensiosas.
Bola NIKE, homenagem ao
Brasil “ORGULHO E AMOR”.
Em amarelo canário e com o
desenho clássico. Para tornar o
“jogo bonito”.
Relógio feminino de
HERMES da
colecção H.
Brilhantes e bracelete
de pele rosa chiclete.
A pele recorda-nos o
FEDRIGONI
SPLENDOLUX
ARMADILLO.
Estilo e frescura. Com
o H da marca a fechar
a caixa. Pode levar-se
para o campo de jogo
ou exibi-lo depois do
treino. Para pequenas
bonecas.
Colar de argolas douradas
da FUN&BASIC.
Pode usar-se de improviso
à cintura.
Saco da FUN&BASIC acolchoado
negro. COLECÇÃO OUTONOINVERNO 2010/11. Ideal para
levar as sapatilhas de desporto.
Com várias bolsas. Impermeável
contra a água e o suor.
ANA MOYA, a nossa
redactora de moda e
nesta sessão estilista,
coloca os HERMÉS
no tornozelo da
modelo
O corpo espectacular para a sessčo é de
Johanna, jogadora de voley.
21
FUTEBOLISTA
Vuvuzelas, makarapas, shosholoza e outras notas de cor local.
22
Em 1995, um recém-eleito Mandela tinha que provar ao mundo que a África do Sul tinha
superado o Apartheid e podia funcionar como uma nação unida. A melhor forma de o fazer
foi organizar o CAMPEONATO MUNDIAL DE RUGBY desse ano. Não só o conseguiram,
como também venceram na final à equipa mais forte dessa altura, a selecção neozelandesa.
15 anos depois, o Mundial de Futebol 2010 na África do Sul é mais uma prova. Uma
confirmação de que a democracia no país cresceu com força, fechando as feridas do passado.
Ter-se realizado ali tem um significado especial: a selecção sul-africana foi arredada das
competições internacionais pela FIFA durante quase 30 anos como castigo pela suas políticas
segregacionistas.
Mas não é a sua história que torna especial o futebol sul-africano. É a paixão com que o
vivem, como uma demonstração de UBUNTU (IRMANDADE), de união comunitária. E,
claro, por uma série de elementos próprios que o distinguem do futebol que se joga no resto
do mundo:
VUVUZELA
A protagonista indiscutível do MUNDIAL
2010 foi a venturosa trompeta africana. O
resto do mundo ensurdecido descobriu as
vuvuzelas no dia da inauguração e odiouas desde esse momento. Apesar das
queixas, o governo sul-africano entendeu
não ser necessário proibi-las nos estádios.
Apenas enquanto toca o hino nacional
(Nkosi Sikelel´iAfrica, Deus Abençoe a
África) deixa de zumbir no ar o seu som
irritante.
A BBC fez questão de o erradicar das suas
transmissões de futebol. Os franceses
culparam-no pelo seu empate com o
Uruguai. Um fabricante de móveis
considerou (com um êxito inconcebível)
o vuvuzelar como melodia. O seus
fabricantes vão modificá-la que as novas
apitem menos 20%. Será igual: não é o
volume, é a quantidade de bocas dispostas
a soprá-las.
B A F A N A
BAFANA
A SELECÇÃO NACIONAL RECIBE
RECEBE O APELIDO DE BAFANA
B A FA N A , Q U E E M Z U L U
SIGNIFICA “ OS RAPAZES, OS
RAPAZES”. Foram inúteis as tentativas
do governo para eliminar esse epíteto que
consideram indigno para a glória do país.
Claro, a selecção feminina não podia
chamar-se de outra forma que não fosse
B A N YA N A B A N YA N A ( “A S
RAPARIGAS, AS RAPARIGAS”) e a
selecção de sub-23 é conhecida por
Amaglug-glug, devido ao som do depósito
do automóvel quando se enche com o
combustível da empresa que os patrocina.
Mas a coisa não fica por aqui. Agora são
famosas as Vakhengula vakhengula (“as
avós, as avós”), uma equipa de futebol da
terceira idade que fez de mascote durante
os jogos da sua selecção no MUNDIAL
2010, com os seus lenços, a suas saias e as
suas chuteiras de futebol gastas.
LADUMA!
Laduma é a exclamação sul-africana que
equivale ao nosso grito de “gooolo!” e que
os adeptos fanáticos sul-africanos gritam
com entusiasmo. É uma palavra zulu que
significa literalmente “RETUMBA!” e que
descreve perfeitamente a sonante,
barulhenta e desenfreada reacção com que
o público celebra cada golo da sua equipa.
SHOSHOLO
ZA
Em qualquer jogo sul-africano o público
canta pelo menos uma vez o shosholoza,
originalmente uma canção típica dos
emigrantes do Zimbabwe que chegavam
à África do Sul para trabalhar nas minas.
Foi adoptada como cântico de alento para
as equipas. Em ZULU SIGNIFICA
“AVANTE!”. De certeza que aos seus
ouvidos, o nosso “Vamos a eles!” também
soa exótico.
MAKARAPA
Outro objecto interessante presente em
todos os jogos. O MAKARAPA É UM
CAPACETE DE MINEIRO DECORADO
COM QUALQUER COISA ň MŐO QUE
POSSA SERVIR PAR ISSO. Os adeptos
dedicam horas a enfeitar os seus makarapas
com as cores e o emblema da sua equipa
para os exibir nos jogos. Será para o caso
de levarem um abolada.
SANGOMAS
E N YA N G A S
OS SANGOMAS (ADIVINHOS) E
NYANGAS (CURANDEIROS) SŐO UMA
VERDADEIRA INSTITUIāŐO NA
ÁFRICA DO SUL. A população acredita
com fé cega no seu poder e nos seus muti
(medicinas). Tanto que a FIFA teve que
autorizar oficialmente que os futebolistas
os consultassem por não importar que
depois possam dar resultado positivo em
“caca de elefante” nos controlos anti-doping.
E OUTRAS
NOTAS DE
COR
Os adeptos sul-africanos não se contentam
com cânticos e trompetas. Estão sempre à
procura de formas novas e criativas para
animar os seus ídolos. Entre outras
demonstrações de carinho, dedicam-se a
pendurar peixe fresco nas grades em
homenagem a Mark Fish ou a pendurar
ao pescoço um par de sapatos velhos em
honra de John "Zapatones" Moshoeu.
FINALMENTE, E APESAR DE
TANTA COR E DE TANTA MAGIA
T R I BA L , A AC T UA Ç Ã O DA
SELECÇÃO SUL-AFRICANA NO
MUNDIAL 2010 FOI MODESTA. FOI
A PRIMEIRA EQUIPA DE UM PAÍS
ANFITRIÃO NA HISTÓRIA DOS
MUNDIAIS QUE NÃO CONSEGUIU
PASSAR AOS OITAVOS.
Mas de certeza que os avós contarão aos
seus netos, como antes se relatavam as
histórias de caça (transformando-se um
inofensivo impala num elefante enfurecido)
aquele Mundial glorioso em que a África
do Sul goleou a selecção francesa,
eliminando-a.
A banda sonora para esta batalha, o irritante
barulho das vuvuzelas, irritando como uma
forma de desafio o resto do mundo.
23
F O O D BALL
APERITIVOS
ESTRANHOS
PARA
UM JOGO
COMUM
01
ESTRELLA
DAMM INEDIT
Esquećam as ruivas
tradicionais da
pátria. Propomoslhe a delicadeza desta
cerveja de gás fino e
com um toque
peculiar de laranja,
concebida por Ferrán
Adriá.
0
O cenário é tão tópico que aborrece. Quatro
amigos. Um sofá. Uma televisão para ver o jogo.
Uma mesa baixa de sala de estar cheia de latas
de cerveja. Batatas fritas. Bandeirinhas. Uns
moluscos que nem sequer se tiram da lata. Talvez
uma faixa com as cores da equipa.
E mesmo que realmente não lhe importe o
futebol, o conjunto tem alguma coisa. Uma
atmosfera familiar. Um certo encanto. Sentes
que és parte de algo maior, um espírito colectivo
que vocifera disperso em casas e bares.
Atordoado, chega a animar-se para celebrar um
golo.
d
p
d
02
CERVEJA KIRIN
ICHIBAN Diplomática e
sossegada como o seu país de
origem. Suave, nada amarga.
A cerveja ideal para passar da
Estrela Inedit para as seguintes
propostas alcoólicas.
Mas no Notizie rendemo-nos à sofisticação.
Futebol sim. Petiscar sim. Mas com estilo, por
favor.
Treze propostas diferentes para beber e comer.
Treze formas de viver o jogo com a nova
perspectiva que podem dar os sabores tão
distantes do futebol, como o caril, o wasabi ou
o caramelo.
24
03AZEITONAS AGRIDOCES As azeitonas nčo
podem faltar. Mas revisitadas ą moda oriental. Envoltas
individualmente, agridoces porque sčo maceradas em vinagre
e anis. Curiosas mas nčo para qualquer paladar.
05CERVEJA ASAHIContinuamos com cervejas japonesas.
A Asahi é uma cerveja karakuchi (seca) com pouco corpo e
muito gás, o que a torna quase num refresco. Insípida, ideal
se houver damas. (Aqui juntamente com a Saporo em garrafa).
06
GRÃO COM
WASABI
Nčo é o típico
aperitivo seco
nacional. Crocantes e
cobertos com uma
camada de wasabi que
fará saltarem-lhe as
lágrimas e escorrer-lhe
o nariz.
04BOLACHAS DE CEBOLINHOAs bolachas salgadas
sčo outro imprescindível. Fora com o peixinhos e as estrelitas:
estas tém cebolinho picado que as tornam menos aborrecidas
do que as de sempre.
08
INDIAN
MIXS Lentilhas,
07
sim. Diminutas
lentilhas vermelhas
com palitos de caril.
Sejam umas mčos
cheias ou tudo,
saber-lhe-á a caril
uma semana
depois.
MARSHMALLOWS Aqui chamamos-lhes nuvens
ou fiambres, mas os autźnticos marshmallows americanos
distinguem-se por serem esponjosos como nčo há nada neste
mundo. O toque doce para o apito final.
09BATATAS COM PIMENTABatatas snobs orgulhosas
11
CERVEJA
SAPPOROA nossa
de nčo terem nascido numa roulotte de churros. Auténtica
pimenta negra moída e sal marinho. O melhor é que nao
deixará a mesa cheia de dedadas gordurosas.
aposta pessoal para
acompanhar as
propostas picantes.
Fresca, aromática e
com mais álcool que
as suas irmčs, ideal
para acompanhar a
euforia do terceiro
golo da sua equipa.
10
PATÉ DE
COGUMELOS E
TRUFA dois
12SNACKS PICANTES DE GAMBAO menos
delicado da proposta. Abrir o saco é como esfregar ambientador
de marisco em toda a casa. De reserva, para o caso de acabar
o resto da comida.
sabores para
gourmets
tranformados
num creme para
barrar que
convida a molhar
o resto dos snacks
e descobrir fusões
impossíveis.
13PIPOCAS COBERTAS DE CARAMELO
Outra americanada nčo aconselhada a diabéticos
e com o feio hábito de se pegarem como chumbo aos
molares, mas perfeitas para os que queiram evitar
sabores exóticos.
25
PA R T Y FEDRIGONI
club
FEDRIGONICLUB É A PROPOSTA
DA FEDRIGONI ESPANHA PARA
AQUELES QUE SABEM APRECIAR
A S O P O R T U N I D A D E S PA R A
DESFRUTAR DO DISTINTO E DO
E X C E P C I O NA L . E PA R A S E
DIVERTIREM, CLARO.
A apresentação oficial desta exclusiva sociedade
foi uma festa glamourosa na sede da Fedrigoni
em Barcelona no passado mês de Junho. E é
apenas a primeira de uma série de celebrações
que pretendem reunir profissionais de destaque
da comunicação, do design, da publicidade e das
artes gráficas.
Gianluigi Scarpari,
director das Filiais Europeias da
Fedrigoni.
Fedrigoni
Deutschland, Itália, Franća, UK.
Wanda Barcelona fez com que
todos participassem com uma
demonstraćčo no evento.
Roberto Mancini, Director Geral
da Fedrigoni Espanha,
transbordando encanto italiano.
Fedrigoni EspaĖa
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Jordi Labanda, Silvia Prada e Kim
Ann Foxman no nosso photocall.
Jordi começou
com uma sessão
elegantíssima de
electrónica e pop.
Uma banda sonora
perfeita para a suas
ilustrações e
desenhos.
Jordi Labanda
DJ
Na festa foi
também anunciado
o eminente
lançamento do
novo
CATÁLOGO DE
PREÇOS 20102011 da
FEDRIGONI, que
pode ser solicitado
pela internet
www.fedrigoni.es
Silvia Prada
DJ
Silvia começou por
referências ao disco
italiano dos anos
80, continuou com
early house e
encerrou com
disco/funk. Um set
que se escapulia dos
temas e que
procurava,
sobretudo, divertir.
Para encerrar a festa os
convidados puderam
revelar a sua habilidade
p a ra o g ra f i t t i o u
fotomontagem sobre um
mural de papel Fedrigoni
Acquerello Bianco de 140g.
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