Loja de calçados - Projeto ALI

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Loja de calçados - Projeto ALI
Loja de calçados
Expediente
Presidente do Conselho Deliberativo
Adelmir Santana
Diretor-Presidente
Paulo Tarciso Okamotto
Diretor Técnico
Luiz Carlos Barboza
Diretor de Administração e Finanças
Carlos Alberto dos Santos
Gerente da Unidade de Capacitação Empresarial
Mirela Malvestiti
Coordenação
Nidia Santana Caldas
Autor
Paulo César Borges de Sousa
Projeto Gráfico
Staff Art Marketing e Comunicação Ltda.
http://www.staffart.com.br
Apresentação do Negócio
Calçado é o nome dado a sapatos, botinas, sandálias, enfim, a tudo que
cobre e protege os pés.
Antigamente, calçados se dividiam em categorias: aqueles que
protegiam a planta dos pés e eram atados com cordões e os que
cobriam inteiramente os pés.
Os primeiros correspondiam a caliga, calçado militar, que deixava os
dedos inteiramente livres, tais como a solea, crepida, baxae e
sandálias. Os outros, ao contrário, deixavam os pés cobertos com
couro, tais como calceus, mulleus, pero, coturno e phaecasium, e eram
fabricados em couro.
Os grandes borzeguins dos franceses e dos gauleses sucederam as
elegantes botinas galo-romanas que as Cruzadas mudaram pelas
batouches crochues, origem do famoso calçado “poulaine” – polaina.
No fim do século XV, foi adotado para todos os calçados o bico de
pato. Depois surgiram as formas longas Henrique III, as botas
quadradas Henrique IV. Sapatos e botas não tinham saltos. No século
XVII começou-se a usar o salto e bem depressa chegou-se ao excesso
no gênero, sendo o sapato chambre uma das referências desse estilo.
Na sequência, do tempo de Luís XV, voltaram os sapatos planos
trazidos pela moda inglesa, seguida somente pelos cortesãos. No
tempo de Napoleão I foi observada a moda do século anterior, mas os
homens usaram botas até a Restauração.
No tempo de Luís Filipe vemos aparecer os sapatos e botinas de
elástico e a bota de verniz, que era escondida pela calça. No Brasil
tornam-se características as chinelas bordadas das baianas. A maioria
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dos calçados são de couro, pelica, camurça, tecidos, palhas, cordas,
borracha, madeira e a indústria oferece couros infinitamente variados
em resistência, espessura, maciez, aspecto e cor.
Mercado
As lojas de calçados tiveram uma grande expansão nos maiores
centros urbanos do país, principalmente nos últimos 10 anos. Esse
crescimento se deveu muito a melhoria dos calçados comercializados
no país e também por uma mudança cultural, em que uma boa parte da
sociedade passou a preferir a compra de novos calçados em detrimento
de consertá-los, o que estimulou a demanda para esse segmento.
Nesse mercado apresentam-se como opção três tipos de lojas: as
multimarcas, tipo mais comum e que trabalha simultaneamente com
vários fornecedores e modelos de calçados; a franqueada, que negocia
especificamente os modelos fabricados pela marca representada e as
lojas de fábrica, que além de normalmente só negociarem o próprio
calçado, costumeiramente contam com preços competitivos.
Em relação às lojas multimarcas, é necessário possuir um bom feeling
na hora de contratar funcionários e muita habilidade para negociar
com fornecedores, representantes e até mesmo diretamente com a
clientela, pois tem que realizar o papel principal do estabelecimento,
apostando em novas marcas (em geral com preços mais atrativos) ou
em empresas consagradas (cujo público fiel costuma compensar os
preços mais altos dos produtos), e criando estratégias eficazes de
marketing.
Se for uma loja franqueada, as preocupações serão mais específicas.
Como a loja só irá negociar calçados fabricados pela empresa
escolhida, seu leque de negociações ficará mais restrito. Porém, vários
cuidados fundamentais, antes de contratar o negócio, devem ser
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adotados. O custo/benefício dos produtos, a contrapartida e as
garantias oferecidas ao franqueado são um bom começo.
Por fim, a loja pode ser do tipo fabricante, então poderá montar um
atacado juntamente com a loja de varejo de sua marca. Sendo que um
dos primeiros passos é definir em que local será instalada tal loja, pois
a localização deverá ser em local diferente da indústria.
Para aqueles empreendedores que acreditam que uma maior
tranquilidade poderá ser um bom negócio, poder-se-á iniciar seu
ingresso nesse novo mercado via franquia. Isto porque trata-se de um
produto conhecido do grande público, tornando-se mais prático e
talvez um pouco mais garantido que os outros tipos de lojas, como
exemplo cita-se algumas marcas que trabalham com o sistema de
fraqueamento: Via Uno, Samello, Arezzo, Andarella, entre outras.
Mas também tem a desvantagem de normalmente os preços não serem
tão atrativos, o que poderá ser um limitador de público-alvo.
Localização
A definição da localização do empreendimento, por parte do
empresário, deverá se basear tanto no estilo da loja que será montada
(multimarcas, franqueada ou fabricante), quanto no seu público-alvo,
incluindo ainda uma avaliação do tamanho de seu empreendimento, se
pequeno, médio ou grande porte, fatores que estão intimamente
ligados às expectativas comerciais.
Partindo da premissa citada no parágrafo acima, o empreendedor
deverá partir então para identificar a localização para instalar seu
empreendimento, primeiramente avaliando as facilidades de
identificação da empresa por parte dos consumidores (público-alvo),
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bem como de acesso, da mesma forma não poderá ser descartadas as
condições de estacionamento para a clientela, seja próprio ou prestado
por terceiros.
Tendo a idéia de localização e clientela, o empreendedor deverá
procurar o órgão específico da Prefeitura Municipal, visando levantar
a possibilidade de instalar esse tipo de empresa na localidade
escolhida. Isto se faz necessário uma vez que normalmente todos os
municípios brasileiros têm o seu Plano Diretor Urbano – PDU, no qual
é definido que tipo de negócio pode ou não ser instalado em
determinadas áreas, bairros, etc.
Exigências legais específicas
O empreendedor de uma loja de calçados deverá cumprir algumas
exigências iniciais e somente poderá se estabelecer depois de
cumpridas, quais sejam:
Etapas do Registro
1ª Etapa:
a) Registro da empresa nos seguintes órgãos:
• Junta Comercial;
• Secretaria da Receita Federal (CNPJ);
• Secretaria Estadual de Fazenda;
• Prefeitura do Município para obter o alvará de funcionamento;
• Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (empresa ficará
obrigada a recolher por ocasião da constituição e até o dia 31 de
janeiro de cada ano, a Contribuição Sindical Patronal);
• Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema
“Conectividade Social – INSS/FGTS”;
• Corpo de Bombeiros Militar.
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b) Visita a prefeitura da cidade onde pretende montar a sua empresa de
loja de calçados para fazer a consulta de local e emissão das certidões
de Uso do Solo e Número Oficial.
Estrutura
O tamanho da estrutura física para instalação de uma loja de calçados
varia, segundo a expectativa do empreendedor, na comercialização de
calçados e outros itens que compõe o seu empreendimento.
Assim, apresenta-se abaixo uma estrutura para uma loja de calçados de
médio porte, considerando a disponibilização de espaços específicos
para exposição dos produtos comercializados na loja,
atendimento/vendas, estoque/depósito e área
administrativo-financeira. Sugere-se que o ideal para o início de uma
loja de calçados seja de aproximadamente 60m².
Os espaços indicados acima devem ser dotados de layout adequado,
respeitando a facilidade de movimentação, conforme segue:
a. Exposição dos produtos: espaço dotado de expositores de calçados,
de preferência em amplas vitrines de vidros voltadas para a área de
trânsito de pedestres;
b. Atendimento/Vendas: essa área deve ser ampla o suficiente para a
alocação de cadeiras/sofás ou outras formas de assentos que
possibilitem aos clientes provarem os calçados de seu interesse. Esse
espaço será utilizado para que os vendedores abordem os clientes que
entram na loja de calçados;
c. Estoque/Depósito: nesse espaço deverão estar dispostas as
prateleiras que receberão os pares de calçados, em caixas, a serem
comercializados;
d. Administrativo-financeiro: esse espaço é destinado à elaboração das
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tarefas administrativas e financeiras da loja de calçados, tais como
fechamento do caixa, conciliações das vendas via cheque, dinheiro,
cartões de crédito, crediário, contas a pagar, dentre outros. Também
será executado nessa área as tarefas de controle de estoques, compras
e outras atividades de escritório.
Não existe uma regra clara e objetiva para a definição da estrutura
física necessária para instalação de uma loja de calçados. Mas como
em qualquer outro empreendimento, os departamentos deverão ser
separados da melhor forma para que seja possível conseguir a maior
produtividade possível de cada colaborador.
Pessoal
O quadro de pessoal de uma loja de calçados irá variar de acordo com
o tamanho do empreendimento. Apresenta-se abaixo o quadro de
pessoal para uma loja de médio porte, que deverá ser
aproximadamente 06 (seis) funcionários:
• Dois vendedores;
• Um estoquista;
• Um auxiliar administrativo;
• Um caixa;
• Um gerente.
Os vendedores, estoquista e o gerente deverão conhecer bem das
mercadorias comercializadas na loja de calçados.
Ressalta-se ainda que o proprietário do negócio deverá estar presente
em todas as operações da empresa, principalmente acompanhando a
área de vendas e estoque, bem como a parte de gestão
administrativo-financeira da empresa.
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Equipamentos
Os principais equipamentos para o funcionamento de uma loja de
calçados são:
a. Prateleiras;
b. Vitrine;
c. Balcão para atendimento geral;
d. Mostruário;
e. Máquina de calcular;
f. Máquina registradora ECF;
g. Microcomputador;
h. Impressora;
i. Cadeiras/sofás;
j. Telefone;
k. Fax.
Basicamente são esses os itens principais que são requeridos em uma
loja de calçados. A parte de tecnologia não é tão expressiva, contudo
faz-se necessário que o empreendedor invista na aquisição de um
software que auxilie no controle de estoque, frente de caixa, contas a
receber, crediário, contas a pagar, etc..
Matéria Prima / Mercadoria
O principal e praticamente único produto que uma loja de calçados
normalmente oferece é especificamente calçados. Claro que esse tipo
de empreendimento tem alguns produtos complementares, tais como
cintos, meias, bolsas, dentre outros.
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Organização do processo produtivo
O processo produtivo de uma loja de calçados tem seus principais
pontos na apresentação da loja, a distribuição dos produtos no interior
da loja, enfim, sua loja deverá causar uma boa impressão a todos que a
visitam. Para que tudo funcione adequadamente é necessário um
layout despojado, atraente e funcional. Com esses pontos indicados
acima, espera-se que sejam garantidas as funcionalidades das
atividades e seu resultado influencie diretamente as vendas. Cita-se
abaixo alguns pontos importantes a serem observados:
• Fachada: esse item é extremamente importante a ser elaborado, pois
será um excelente meio de oferecer uma visão positiva da loja. Assim,
a fachada deverá ser elaborada o mais adequado possível, visando com
isto que o público veja a loja de calçados e ache a bastante
interessante, sendo então um atrativo a mais na busca de clientes.
• Entrada: a porta de acesso principal da loja de calçados deve facilitar
ao máximo a entrada de pessoas ao seu empreendimento. Assim, a
largura mínima deve comportar a passagem de cadeirantes e de outros
clientes que sejam portadores de quaisquer necessidades especiais. Se
a porta de acesso tiver que permanecer fechada, é melhor que seja de
vidro, para que o cliente possa visualizar o interior da loja. A porta
mais indicada é a de dupla face, com uma folha abrindo para dentro e
outra para fora, com os avisos "empurrar / puxar" bem visíveis. Quem
atende uma clientela feminina deve pensar na entrada e na circulação
de carrinhos de bebê, evitando desníveis no piso, o que facilita
também o acesso de PNE.
• Espaço: normalmente, os espaços de uma loja de calçados, quaisquer
que sejam as proporções, sempre parecerão apertados se os móveis
ocuparem mais de 40% da área. Se a loja for pequena, existem
algumas soluções engenhosas, como recursos de iluminação, pintura
em cores claras e espelho, que aumentam a sensação de espaço e a
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luminosidade deve ser de preferência natural.
• Circulação: a área de circulação no interior da loja deverá ser
estruturada, de preferência, com corredores amplos e planejados para
que os clientes circulem na direção que preferir, preservando sempre
uma visão plena dos produtos.
• Vitrine externa: além de elemento da fachada, é onde se exibem
produtos. Dá também uma idéia da personalidade da loja e é o
primeiro contato do cliente com o interior da loja, que ele vê através
do vidro.
• Prateleiras: as prateleiras deverão funcionar como um prolongamento
da vitrine, buscando com isso ampliar o espaço para exposição dos
produtos comercializados em outros ambientes.
• Caixa: o posicionamento do caixa deverá ser em um local
estratégico, tanto em relação à facilidade de localização pelo cliente
quanto de ser um ponto de observação para controlar o movimento da
loja, evitando assim possíveis extravios de mercadorias e também
manter um bom controle do atendimento pelos vendedores.
Automação
O nível de automação para esse tipo de empresa é de nível médio, não
requerendo soluções tecnológicas inovadoras e tão avançadas. O
empreendimento requer equipamentos(microcomputadores) com boa
capacidade de processamento, bem como de um software que auxilie
no controle de estoque, frente de caixa, contas a receber, crediário,
contas a pagar, etc., de forma que seja possível gerir a empresa,
facilitando, por meio desse processo, uma gestão profissional de seu
empreendimento.
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Esse tipo de empreendimento deverá contar com uma automação
específica que é a Máquina Registradora ECF (Emissora de Cupom
Fiscal). Ressalta-se que essa máquina deverá ser registrada junta à
Secretaria de Receita de seu Estado para sua utilização, incluindo a
licença de software autorizado pelo mesmo órgão estadual.
Canais de distribuição
Para esse tipo de empreendimento, as vendas ocorrem de
forma direta ao consumidor final, sendo assim, não se aplica a esse
tipo de empreendimento.
Investimentos
O investimento para montar uma loja de calçados deverá girar em
torno do que segue abaixo:
EQUIPAMENTOS PARA A ÀREA OPERACIONAL
1. Prateleiras - 8 – R$ 1.400,00
2. Vitrine - 3 – R$ 1.270,00
3. Balcão para atendimento - 2 – R$ 800,00
4. Cadeiras – 15 – R$ 2.250,00
5. Espelhos – 4 – R$ 800,00
6. Máquina de calcular portátil – 6 – R$ 150,00
7. Máquina registradora - 1 – R$ 1.250,00
8. Microcomputador – 3 – R$ 3.900,00
Total Equipamentos........................R$ 11.820,00
MOBILIÁRIO PARA A ÁREA ADMINISTRATIVA
1. Microcomputador – 2 - R$ 2.600,00
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2. Impressora laser – 1 - R$ 600,00
3. Mesa - 2 - R$ 500,00
4. Cadeira – 6 - R$ 900,00
5. Fax – 1 - R$ 450,00
6. Telefone – 2 - R$ 100,00
Total Mobiliário..................... R$ 5.150,00
TOTAL DE EQUIPAMENTOS/MOBILIÁRIO - R$ 16.970,00
Em relação ao investimento para aquisição de mercadorias será
aproximadamente de R$ 60.000,00, distribuídos entre os itens que são
necessários para estruturar inicialmente uma loja de calçados. Esse
montante deverá ser distribuído entre os produtos que serão
comercializados em seu empreendimento.
Observação: se a loja for em formato de fraqueada, o franqueador tem
definido o montante de investimento inicial.
Na parte do imóvel, o montante a ser investido em reforma e
adequação às necessidades da empresa é extremamente variável, pois
dependerá do material de construção que será empregado, bem como o
espaço a ser utilizado. No entanto, como deve ser uma estrutura com
um visual bastante chamativo, o custo nesta área irá girar entre R$
12.000,00 a R$ 25.000,00.
Não está previsto no investimento acima indicado o valor do software
para automação da loja de calçados, isto porque o empreendedor
poderá encontrar soluções tecnológicas de valores variados.
Capital de giro
Capital de giro é um montante de recursos financeiros que a empresa
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precisa manter para garantir a dinâmica do seu processo de negócio.
O capital de giro precisa de controle permanente, pois tem a função de
minimizar o impacto das mudanças no ambiente de negócios onde a
empresa atua.
O desafio da gestão do capital de giro deve-se, principalmente, à
ocorrência dos fatores a seguir:
• Variação dos diversos custos absorvidos pela empresa;
• Aumento de despesas financeiras, em decorrência das instabilidades
desse mercado;
• Baixo volume de vendas;
• Inadimplência por parte dos clientes;
• Pagamento das parcelas de possíveis financiamentos, com em
relação a aquisição de equipamentos, mobiliário e de mercadorias;
• Aumento do custo operacional;
• Altos volumes de estoques.
O empreendedor deverá ter um controle orçamentário rígido de forma
a não consumir recursos sem previsão.
O empresário deve evitar a retirada de valores além do pró-labore
estipulado, pois no início todo o recurso que entrar na empresa nela
deverá permanecer, possibilitando o crescimento e a expansão do
negócio. Dessa forma, a empresa poderá alcançar mais rapidamente
sua auto-sustentação, reduzindo as necessidades de capital de giro e
agregando maior valor ao novo negócio.
O empreendedor deverá realizar um levantamento criterioso da
Necessidade de Capital de Giro que seu empreendimento irá requerer
em um determinado período pré-definido, por exemplo, 90 dias. Com
base nesse levantamento, deverá ser multiplicada essa Necessidade de
Capital de Giro para tantos quantos períodos similares entender que
será necessário para suportar a movimentação operacional da empresa
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até que o negócio empresarial atinja sua auto-sustentação.
Nesse segmento, normalmente a Necessidade de Capital de Giro é de
nível alto e tenderá a variar na ordem de 85% a 120% do investimento
total.
Custos
São todos os gastos realizados na produção de um bem ou
serviço e que serão incorporados posteriormente no preço dos
produtos ou serviços prestados, como: aluguel, água, luz, salários,
honorários profissionais, despesas de vendas, matéria-prima e insumos
consumidos no processo de produção, depreciação de maquinário e
instalações.
O cuidado na administração e redução de todos os custos envolvidos
na compra, produção e venda de produtos ou serviços que compõem o
negócio, indica que o empreendedor poderá ter sucesso ou insucesso,
na medida em que encarar como ponto fundamental a redução de
desperdícios, a compra pelo melhor preço e o controle de todas as
despesas internas. Quanto menores os custos, maior a chance de
ganhar no resultado final do negócio.
Os custos para abrir uma loja de calçados devem ser estimados
considerando os itens abaixo:
1. Salários, comissões (caso os atendentes/vendedores percebam
remuneração variável) e encargos;
2. Tributos, impostos, contribuições e taxas;
3. Aluguel, condomínio, segurança;
4. Água, luz, telefone e acesso a internet;
5. Produtos para higiene e limpeza da empresa e funcionários;
6. Recursos para manutenções corretivas;
7. Valores para quitar possíveis financiamentos de equipamentos,
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mobiliário e mercadoria;
8. Assessoria contábil;
9. Propaganda e Publicidade da empresa;
10. Aquisição de mercadoria para revenda;
11. Despesas com vendas.
Diversificação / Agregação de valor
Diversificar nesse segmento não é tão fácil, pois normalmente
todas as lojas de calçados existentes no mercado comercializam os
mesmos produtos, quando trabalham com a estrutura de multimarcas.
Sendo assim, deve-se procurar comercializar produtos e marcas que
denotem excelente qualidade.
Divulgação
A divulgação de uma loja de calçados deverá seguir os conceitos
tradicionais da propaganda existente no mercado, via meios de
comunicação, por exemplo: Televisão, rádio, outdoors, jornais,
internet e revistas.
No entanto, a maioria desses meios de comunicação apresenta um
custo bastante expressivo, assim o empreendedor deverá trabalhar com
alguns diferenciais na área de atendimento e também variedade de
produtos, pois desta forma poderá ser possível receber uma divulgação
gratuita que é a do boca a boca.
Diante disto, o empresário deverá buscar uma consultoria altamente
especializada no sentido de divulgar sua empresa perante os meios de
comunicação, pois com um trabalho de divulgação bem feito haverá
sem dúvida uma aceitabilidade muito mais expressiva perante a
sociedade em geral, fator muito importante para que a loja de calçados
se torne conhecida e comentada por todos integrantes da sociedade
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consumidora.
Informações Fiscais e Tributárias
O segmento poderá optar pelo SIMPLES NACIONAL Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte, desde que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse a
R$ 240.000,00 (microempresa) ou R$ 2.400.000,00 (empresa de
pequeno porte) e respeitando os demais requisitos previstos na
Lei. Nesse regime, o empreendedor poderá recolher os seguintes
tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal – o
DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional):
• IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);
• CSLL (contribuição social sobre o lucro);
• PIS (programa de integração social);
• COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade social);
• ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços);
• INSS - Contribuição para a Seguridade Social relativa a parte da
empresa (Contribuição Patronal Previdenciária– CPP) Conforme a Lei
Complementar nº 128/2008, as alíquotas do SIMPLES Nacional, para
esse ramo de atividade, vão de 4% até 11,61%, dependendo da receita
bruta auferida pelo negócio. No caso de início de atividade no próprio
ano-calendário da opção pelo SIMPLES Nacional, para efeito de
determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, o
empreendedor utilizará, como receita bruta total acumulada, a receita
do próprio mês de apuração multiplicada por 12 (doze). Se o Estado
em que o empreendedor estiver exercendo a atividade conceder
benefícios de isenção e/ou substituição tributária para o ICMS, a
alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Na esfera Federal
poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou
COFINS. Microempreendedor Individual - entra em vigor a partir
de julho de 2009Se a receita bruta anual não ultrapassar a R$
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36.000,00, o empreendedor poderá se enquadrar como
Microempreendedor Individual – MEI, ou seja, sem sócio. Neste
caso, os recolhimentos dos tributos e contribuições serão efetuados em
valores fixos mensais conforme abaixo:O empresário não precisa
recolher os tributos acima (nem pelo sistema unificado), exceto: ISS
–valor fixo de R$ 5,00 (cinco reais) independente do faturamento e
ICMS – valor fixo de R$1,00 (um real), independente do faturamento
I) Sem empregadoR$ 51,15 mensais para o INSS relativa à
contribuição previdenciária do empreendedor;R$ 5,00 mensais de ISS
– Imposto sobre serviços de qualquer natureza. II) Com um
empregadoNeste caso o empreendedor recolherá mensalmente, além
dos valores acima, os seguintes percentuais: Retém do empregado 8%
de INSS sobre a remuneração;Desembolsa 3% de INSS patronal sobre
a remuneração do empregado. Conclusão: Para este segmento, tanto
como LTDA quanto MEI, a opção pelo Simples Nacional sempre será
muito vantajosa sobre o aspecto tributário, bem como nas facilidades
de abertura do estabelecimento e para cumprimento das obrigações
acessórias.
Fundamento Legal: Leis Complementares 123/2006, 127/2007,
128/2008 e Resoluções do CGSN – Comitê Gestor do Simples
Nacional.
Eventos
FENAFIC - Feira Internacional de Couros, Máquinas e Componentes
para Calçados – realizada na cidade de Franca – SP http://www.fenafic.com.br/
FIMEC – Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Couro e do
Calçado realizada na cidade de Novo Hamburgo – RS http://www.fenac.com.br/fimec/
ASSINTECAL – Associação Brasileira de Empresas de Componentes
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para Couro, Calçados e Artefatos – essa associação realiza a Feira
Expoindústria que ocorre em São Paulo – SP, bem como realiza feiras
em diversas outras cidades no Brasil e também em diversos países http://ww3.assintecal.org.br/
No site http://ww3.assintecal.org.br/ encontra-se diversos eventos e
feiras que são realizados anualmente tanto no Brasil quanto no mundo.
Assim o empreendedor deverá acessar esse site e manter-se atualizado
com os eventos da área calçadista.
Entidades em Geral
ABECA - Associação Brasileira de Estilistas de Calçados e Afins http://www.abeca.org/
ABQTIC – Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da
Indústria do Couro - http://www.abqtic.com.br/
ABRAMEQ - Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e
Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins http://www.abrameq.com/
ASSINTECAL – Associação Brasileira de Empresas de Componentes
para Couro, Calçados e Artefatos –http://ww3.assintecal.org.br/
ABLAC - Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados http://www.ablac.com.br/
ABICALÇADOS - Associação Brasileira das Indústrias de Calçados http://www.abicalcados.com.br/
Normas Técnicas
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As normas técnicas são documentos de uso voluntário, utilizados
como
importantes referências para o mercado.
As normas técnicas podem estabelecer requisitos de qualidade, de
desempenho, de segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso
ou mesmo na sua destinação final), mas também podem estabelecer
procedimentos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar
classificações ou terminologias e glossários, definir a maneira de
medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio.
As normas técnicas são publicadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.
Glossário
Cortesão: povo de um determinado corte;
Restauração: Restabelecimento de antiga dinastia no trono que ela
perdera;
Pelica: Pele fina de cabrito ou carneiro, curtida e preparada para
calçados, luvas etc.;
Feeling: percepção pessoal do empreendedor ou prestador de serviço.
Layout: distribuição de mobiliário e outras peças componentes da
estrutura operacional de uma empresa, de forma harmônica e
adequada, segundo projeto elaborado por arquiteto.
Vitrina: Vidraça, por trás da qual se expõem mercadorias que estão
para ser vendidas.
Franquia: pagamento pelo uso de determinada marca;
Freguês: comprador, cliente;
Prateleiras: tábuas dispostas na posição horizontal, formando uma
estante.
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Idéias de Negócios - loja-de-calcados
Dicas do Negócio
O candidato a empresário no segmento de loja de calçados deve entrar
nesse negócio consciente de que terá que estar presente tempo integral,
devendo atentar para seu desprendimento com horário, inclusive aos
sábados, talvez domingos e até mesmo feriados, incluindo ainda
trabalhar durante o dia e parte da noite, pois a loja deverá estar aberta
nos horários que os consumidores possam sair para comprar seus
calçados e acessórios.
O empresário também deverá integrar a gestão das diversas áreas da
empresa, principalmente no início das atividades do novo
empreendimento, tanto na parte comercial, quanto operacional e na
gestão financeira do negócio.
Outro ponto bastante interessante é que o empreendedor tenha em seu
negócio, calçados para atender a moda masculina, feminina, infantil,
infanto-juvenil, bolsas, cintos, meias, cuecas e outros acessórios de
marcas renomadas em todo o território nacional e até mesmo
internacional, visando dar opção de compra para toda a família e não
apenas um determinado público.
Deve se ter um cuidado especial com a decoração da loja de calçados,
buscando aliar beleza e sofisticação sem ser agressivo ou inibir o
acesso de pessoas com menor condição financeira. O processo de
decoração deve ser o resultado de um conjunto de detalhes definidos
no projeto arquitetônico.
Esse projeto deverá conciliar mobiliário, pintura, iluminação,
revestimentos, tudo é importante para o efeito final que se pretende
dar ao ambiente da loja de calçados. O empreendedor deverá atentar
que tudo que for ser colocado na loja de calçados deverá respeitar o
seu público-alvo, evitando assim situações conflitantes e até mesmo
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inibidoras para seus clientes.
Nesse processo de decoração, a exposição de produtos é uma parte
integrante. Sendo assim, deverá, mais uma vez, ser respeitado o seu
público-alvo, que poderá ser entendido conforme segue:
• Se o público da loja for composto pelas classes C e D, o melhor é
expor muitos produtos;
• No entanto, se a loja foca no público classe A e B, a dica é diminuir
a exposição, devendo ficar em exposição evidenciada os produtos
mais caros;
• Se a loja estiver localizada em um shopping, será necessário um
expositor melhor elaborado, sofisticado, pois as vitrines são o
chamariz de cada loja, enquanto nas lojas de bairro, por exemplo,
podem ser utilizados outros formatos de expositores.
Características específicas do empreendedor
O empreendedor que desejar ingressar no segmento de loja de
calçados deve ter algumas características básicas, tais como:
1. Ter conhecimento específico sobre compra e comércio de calçados,
dentre outras atividades ligadas à área comercial. Esse conhecimento
pode ser relativo à experiência de ter trabalhado no segmento ou
poderá ser adquirido com a participação em cursos e eventos sobre o
segmento de seu empreendimento ou ainda relacionados a outros
setores que atuam com comércio;
2. Tal conhecimento requer habilidades para analisar e montar grades
de compras de calçados, na qual deverá estar presente numeração
variada, modelos diversos, produtos segmentados por idade, sexo,
estilos, moda por estação do ano, dentre outros, buscando assim
agregar qualidade de seus produtos diante dos olhos dos clientes, bem
como valorizar sua loja;
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Idéias de Negócios - loja-de-calcados
3. Estar amparado nas tendências de mercado. Ser capaz de comprar
itens de seu mix de produtos que venham a despertar o interesse de
clientes que entrem em sua loja ou mesmo estejam apenas passando na
porta de seu empreendimento;
4. Ter noção de montagem de vitrine, procurando expor produtos que
denotem interesse nos passantes em parar para olhar a referida vitrine,
o que poderá ensejar em possibilidade de ter mais pessoas entrando em
seu estabelecimento comercial;
5. Sempre buscar melhorar o nível de seu negócio, participando de
cursos específicos sobre lojas de calçados, moda calçadista, tendências
por estação e de gestão empresarial;
6. Ter habilidade no tratamento com pessoas, tanto com seus
colaboradores quanto com clientes, fornecedores e outros empresários
de seu segmento, principalmente em reuniões de associações da classe,
enfim, com todos que de forma direta ou indireta tenha ligação com a
empresa;
7. Atuar antecipando tendências, com visão de futuro sobre o interesse
de consumo de novos estilos de calçados, para qualquer sexo e idade,
além de estar sempre atento às inovações de mercado;
8. Ter visão comercial. Procurar elaborar mix de produtos que
agradem e atendam aos anseios da clientela. Não tentar impor o seu
próprio gosto;
9. Apresentar disponibilidade total de horário para atuar no dia a dia
da loja de calçados, devendo estar presente o tempo todo em que a loja
estiver aberta para atendimento a clientes, sendo esse um ponto
bastante positivo perante a clientela.
O empresário que não possuir as características acima terá que se
Idéias de Negócios - loja-de-calcados
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esforçar um pouco mais. Neste caso, será necessário contratar
mão-de-obra mais qualificada, para auxiliá-lo no desenvolvimento de
seu empreendimento.
Bibliografia Complementar
Exposição atraente dos produtos garante vendas. Disponível em:
<http://www.exclusivo.com.br/?noticias/54...>. Acesso em: 15 julho
2008.
Vai montar uma loja? Todo cuidado é pouco. Disponível em:
<http://www.revistapassarela.com.br/?page...&id=818&pr=36>.
Acesso em: 15 julho 2008.
O Calçado - Breve Histórico. Disponível em:
<http://www.museudocalcado.com.br/incInte...&menu=hist_HistCalc.php>.
Acesso em: 15 julho 2008.
Franquia de calçados. Disponível em:
<http://www.dicasgratis.com.br/franquia-d...>. Acesso em: 16 julho
2008.
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