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FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA DO ESTADO DE GOIÁS
Novembro/2008
Cezar Ramos
ANO VII - N° 63
Encontro da Juventude
Cezar Ramos
Fátima Cristina
Com o tema: Sucessão Rural: Por que a juventude está saindo do campo? Jovens trabalhadores
rurais de todo o Brasil reuniram-se para debater políticas públicas para o campo.
Página 12
25 DE NOVEMBRO
Saiba como as mulheres do município de Edéia celebraram o Dia Internacional da Não
Violência Contra a Mulher.
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PLENÁRIA NACIONAL DAS MULHERES
Trabalhadoras rurais definem estratégias para avançar no processo de
organização das mulheres no MSTTR.
Mario Parreira
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SAÚDE E GÊNERO NO CAMPO
Trabalhos em grupo são destaque no módulo III do projeto Saúde e Gênero no Campo.
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
JORNAL DA FETAEG
Fátima Cristina
EDITORIAL
O ano de 2008 foi positivo para
a categoria de trabalhadores e trabalhadoras rurais. Conseguimos
bons resultados com o número de
famílias assentadas e aumento de
créditos para essas famílias.
Avanços na luta com relação à recuperação das agrovilas, grupo crescente no crédito fundiário.
Melhoria nos créditos para o
agricultor familiar que este ano
pôde ter uma nova casa por meio do
programa “Nova Morada”, que disponibilizou recursos para construção de mais de 400 casas para trabalhadores rurais em Goiás.
A nossa principal bandeira é a mação sindical, fazer com que a
luta pela terra e a manutenção do mulher seja mais participativa e
homem do campo no campo. Por conheça seus direitos, trabalhar com
isso, precisamos fazer com que as ações sociais, a agenda é bem ampla.
aplicações dos recursos do governo
Em 2009 o destaque será a camFederal sejam efetivadas na prática. panha de sindicalização, precisaCom isso o saldo será positivo para mos mostrar ao trabalhador e trabaas conquistas no campo. Em agosto lhadora a importância de estar denaconteceu o 8º Congresso do tro do sindicato. Não só de filiar,
Movimento dos Trabalhadores (as) mas participar da vida ativa do sinRurais no qual fui eleito e, onde cons- dicato, fazer os cursos.
truímos uma plataforma de mandaQueremos que esses trabalhato para os próximos anos.
dores que não são filiados, estejam
Nas convenções coletivas tive- participando do sindicado, da fedemos avanços significativos para os ração e da confederação. Somente
assalariados. Mas, ainda existe o assim seremos ainda mais fortes no
desafio no segmento canavieiro. Os estado de Goiás. Juntos, muito
cortadores de cana que vão perder o mais é possível. A conquista que
emprego, que estão deixando de cor- tivemos ao longo dos anos é portar cana. Por mais que essa profissão que estamos juntos. Apesar de
seja considerada como sofrida, qua- todas as dificuldades temos 115 sinlificada, como degradante, eles não dicatos no estado. Temos a maior
vão mais receber seu salário para sus- confederação da América Latina a
tentar a família.
Contag. Nós somos fortes e sereEsse é um desafio. Resolver a mos ainda mais fortes a partir do
situação desse trabalhador rural. momento em que os trabalhadores
Qualificá-lo, fazer com que migre entenderem que podemos ser a
para outra área, onde possa ter um categoria mais forte do país.
emprego, ganhar mais, e manter a
Outro assunto que merece relefamília. Agora temos muito mais vância é a organização da produção e a
para os anos que virão. Melhorar a comercialização desses produtos da
saúde e educação no campo, a for- agricultura familiar. A viagem à
Europa foi uma conquista e um desafio, para próximo ano precisamos estar
preparados para vender os produtos
que encontramos saídas no exterior.
Contudo, venho dizer que nesta
época do ano é momento de reflexão.
É nesse mês que devemos avaliar o que
passou e traçar metas para ano seguinte. Devemos pensar não só como família mas como comunidade. Para refletir nossa historia e do nosso país.
Pensar como vamos mudar as coisas
que nos afligem. Principalmente, nós
agricultores familiares, assalariados,
aposentados, enfim, os trabalhadores
que lutam pela terra.
No Natal e Ano Novo é quando
as famílias se encontram para conversar, abraçar e matar a saudade.
Acima de tudo, que Deus nos dê
entendimento, compreensão, coletividade e solidariedade. Em nome
de todos da Fetaeg desejo um ótimo
Natal e um Ano Novo repleto de realizações e conquistas.
Então que venha o próximo ano
com o Congresso da Contag, o Grito
da Terra Brasil e em Goiás e tantas
outras lutas.
Elias D' Angelo Borges
Presidente da Fetaeg
Historiador lança livro sobre origem rural de Itapuranga
O historiador e professor Valtuir Moreira da Silva lançou em 28 de novembro o livro “Itapuranga e a
(re)invenção do cotidiano”. O objetivo do escritor foi narrar à trajetória de organizações rurais do município, mostrando as inúmeras representações existentes que ainda
não foram evidenciadas, como a Sociedade da Vaca, Sociedade do Adubo, Associação dos Lavradores do Xixá.
A obra, que tem 216 páginas ilustradas, com fotografias históricas retiradas de documentos das inúmeras instituições pesquisadas e dos arquivos pessoais dos personagens e entrevistados da obra. A entrevista foi uma das
principais metodologias de história oral utilizadas como
forma de pesquisa para construir a obra. Valtuir ouviu
muito dos sujeitos históricos que participaram das experiências narradas, além de recorrer aos documentos de
arquivos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itapuranga, Diocese de Goiás, Comissão Pastoral da Terra
(CPT), documentos recolhidos na Prefeitura da cidade e
Delegacia de Polícia Civil.
www.fetaeg.org.br
A primeira edição de “Itapuranga e a (re)invenção do cotidiano” é o segundo livro escrito por Valtuir Moreira da
Silva e tem o apoio cultural do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e da Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga (Cooperafi).
Perfil
Valtuir Moreira da Silva, 39, graduado, mestre e
doutor em História, é professor da Universidade Estadual
de Goiás (UEG) de Itapuranga, onde leciona História da
América e História Regional nos cursos de graduação e
pós-graduação. Além da docência, ele coordena grupos
de pesquisa e o projeto de extensão Contando história na
sala de aula. Valtuir é membro da Associação de Radiodifusão Comunitária de Itapuranga, entidade mantenedora
da Rádio Alternativa 87,9 FM, e assessorou o Projeto de
Capacitação de Formação de Educadores do Campo,
coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg).
JORNAL DA FETAEG
FETAEG – Filiada à CUT
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás
Órgão de representação do Trabalhador Rural, com sede à Rua 16-A, lote 2-E, nº 409, St. Aeroporto, Goiânia - GO, CEP 74075-150
Fone: (62) 3225.1466 - Fax (62) 3212.7690 - (62) 8114.0202 - Email: [email protected]
Presidente: Elias D'Ângelo Borges / Vice presidente e Sec. de Assalariados: José Maria de Lima / 1ª vice presidente e Sec.Políticas Sociais: Sueli Pereira e Silva / 2ª
vice presidente: Antonio Lucas Filho / Sec. Geral e Política Sindical e Formação: Alírio Correa / 1ª Sec e Sec. de Política Agrária: Sandra Pereira Faria do Carmo / 2º Sec.
e Sec. de Agricultura Familiar: Divino Goulart da Silva / 3º Secretário: Wilson Hermuth Gottems / Tesoureiro Geral e Sec. de Administração: Alair Luiz dos Santos /
Secretária da Mulher Trabalhadora Rural: Ana Maria Dias Caetano / Secretária de Juventude: Eliane Divina Pereira Rosa
Produção e Edição: TAMBAÚ COMUNICAÇÃO - Luiz Henrique Parahyba, Mário Parreira e Fátima Cristina; Diagramação e Arte: Paulo Batista - Tiragem: 6.000 exemplares
O JORNAL DA FETAEG necessariamente não se responsabiliza pelas opiniões dos seus colaboradores ou entrevistados.
JORNAL DA FETAEG
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
Agricultores goianos fazem
o Roteiro do Algodão
“Nunca viajei de avião, mas deve
ser bom”, frase forte e com olhar no
horizonte; foi assim na madrugada
do dia 02 de novembro quando
encontramos Ildeu Medeiros. Ele é
assentado no município de Novo Planalto - GO. Já plantou algodão e quer
se aperfeiçoar para continuar sua produção. Ildeu fez parte da delegação
goiana que participou do intercâmbio do Algodão, viajando aos estados
da Paraíba e Ceará
O grupo composto de trabalhadores e técnicos conheceram
fábricas de fios em João Pessoa e
Campina Grande no estado da Paraíba. Na capital paraibana, o responsável pela UNITEXTIL, Amarildo de Paiva, garantiu que a
empresa tem uma preocupação
ecológica com o têxtil e prefere
comprar a matéria prima de produção orgânica e familiar.
No brejo paraibano, na cidade de
Sapé, os participantes do intercâmbio, conheceram também a estação
da EMEPA – Empresa Paraibana de
Pesquisa Agropecuária – que desenvolve um trabalho de pesquisa com
abacaxi. A visita foi motivada por
outra demanda apresentada aos agricultores goianos, que estão abrindo
mercado para exportação da polpa
do abacaxi para a Europa.
Ainda na região do brejo paraibano, os trabalhadores e técnicos
conheceram o Projeto de Assentamento “MARGARIDA ALVES”.
Acompanhados pelo engenheiro
a g r ô n o m o d a E M B R A PA ALGODÃO, Felipe Guimarães e Lindemberg Figueiredo do Comitê de
Entidades no Combate a Fome e pela
Vida, o grupo conheceu a "parcela"
do agricultor familiar Joselito Antônio da Silva, que tem 6 hectares e produz algodão no sistema orgânico.
Joselito disse que o Projeto de
Assentamento existe dede 1994 no
município de Juarez Távora. A comunidade dispõe de prensa, descaroçadeira e enfardadeira, cedidas pelo
COEP e EMBRAPA. A comunidade
local tem a participação de estudantes da UFPB, na elaboração dos projetos e desenvolvimento da produção
de algodão. Segundo informações de
Joselito Antonio, neste ano a comunidade de "Margarida Alves" deve
produzir cerca de 50 toneladas de
algodão orgânico.
A delegação goiana conheceu a
ERVEST, uma fábrica de fios que
compra matéria prima da agricultura
familiar. Ainda, em Campina Grande, os agricultores e técnicos goianos
visitaram a COOPERNATURAL,
uma cooperativa de empresários do
comércio varejista de roupas e também de artesãos. Quem apresentou a
dinâmica da cooperativa foi a diretora presidente, Maysa Motta Gadelha.
Segundo a presidente, a cooperativa
exporta para 11 países os seus produtos. “Já produzimos algodão, agora
estamos incentivando a produção de
Agricultores de Goiás e Parahyba
Fotos: Luiz Henrique Parahyba
Experiência do nordeste pode alavancar cultura em Goiás
Algodão irrigado - Bonsucesso
algodão colorido orgânico”, disse
Maysa aos trabalhadores goianos.
No sertão paraibano na cidade
de Patos, o grupo conheceu a
CAMPAL – Cooperativa Mista de
Produtores que existe desde 1951.
Mário Lemos, presidente da cooperativa, afirma que tem condições de
comprar toda a produção de algodão
da região. A CAMPAL ainda produz
sementes para os agricultores familiares. Um lote dessas sementes chegou até o Sítio Catolezinho, no município de Bonsucesso. Os membros da
delegação goiana ficaram empolgados com a produção de Raimundo
Marcos Ferreira; 3 hectares e garante
que vai colher 2.500kg de algodão
por hectare. Ele é acompanhado por
um técnico da CAMPAL. Na região
são 20 hectares de algodão branco.
O grupo chegou ao município de
Pedra Branca no Ceará. A Tecelagem
Nossa Senhora de Fátima é anunciada como uma empresa de boas práticas ecológicas. Segundo a direção, a
empresa reutiliza água, retalhos e
subprodutos da indústria, servem
para a fabricação de peças de segunda linha. No pátio da Tecelagem,
encontramos dois fardos de algodão
colorido produzido em Goiás. A diretora da empresa garante que os primeiro contato foi realizado com
assessores da FETAEG durante uma
feira no Rio Grande do Sul.
Retornando a Paraíba, os trabalhadores visitaram a Unidade da
EMBRAPA-ALGODÃO. O engenheiro agrônomo Waltermilton Cartaxo,
ouviu os trabalhadores e técnicos goianos, sobre o roteiro de trabalho do
Algodão. A EMBRAPA se colocou à
disposição para continuar o incentivo
a cultura do algodão e distribuiu material sobre o trabalho desenvolvido
pelos técnicos da empresa.
Segundo Elias D'Angelo Borges, presidente da FETAEG, a direção da entidade vai apostar nos
resultados dos intercâmbios realizados pelos trabalhadores goianos.
“A nossa parceria com o FIALGO e
com a EMBRAPA é sólida e tem
bons resultados”, afirmou Elias.
Para o ano de 2009, a FETAEG e o
FIALGO, vão investir em na cultura
do algodão, incentivando assentados e agricultores familiares na
região norte do estado.
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JORNAL DA FETAEG
Agricultura familiar: um bom negócio
Leite, milho e alho movimentam a economia no "Vale do Inajá" em Caturaí
res (parte arrendada) e vende 15 mil/mão de milho
para as pamonharias da capital. "É um bom negócio, vendo ao preço de 16 reais/mão - cada mão de
milho são 60 espigas.
Moisés Correia é casado com Kátia Alves, tem
duas filhas e todos cuidam da propriedade, ele é o
tradicional agricultor familiar. Com 50 vacas, ele
consegue uma produção de 300 litros de leite/dia.
"O preço está bom, supero as crises e vendo o litro
por 72 centavos para uma multinacional", comemora Moisés.
Aproveitando o potencial de água na região do
"Vale do Inajá", Moisés, igualmente com o Gentil,
planta e comercializa, arroz, feijão e o milho. A
palha do milho é aproveitada para ração dos animais. O leite tem controle de qualidade e é armazenado num resfriador de 800 litros. "Vou comprar
um resfriador de 2 mil litros", anuncia Moisés.
Aproveitando o sucesso do negócio e a superação
das crises, Moisés diz: "Não pensamos em ganhar
muito, queremos ter as despesas cobertas, temos o
mínimo de lucro nos negócios".
participa das reuniões e cursos, sempre tem mais
chances de produzir melhor e ter mais lucros", salienta a presidente.
Elias D'Angelo Borges, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiás (FETAEG) - entidade que congrega 110 sindicatos de trabalhadores rurais - diz que os programas de financiamento para a Agricultura Familiar
no Brasil, têm ajudado o crescimento dos negócios. "O êxito do agricultor Moisés, em parte, foi possível por causa do acesso ao crédito do PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar. No caso da mini-indústria do Sr. Gentil e Dona Antônia, o Governo Federal, segundo
Elias Borges, precisa oferecer condições para esse
tipo de negócio sem tirar o trabalhador rural da sua
atividade principal na agricultura, ou seja, facilitar
a "vida fiscal" do agricultor que produz alimentos e
agrega valor com processamento do produto.
Luiz Henrique Parahyba
As margens do Córrego Inajá, no município de
Caturaí, é possível encontrar grande produção de
alimentos em várias pequenas propriedades rurais. São os AGRICULTORES FAMILIARES bemsucedidos no "Vale do Inajá". O endereço certo é a
Fazenda São Jorge, comunidade Santo Antonio dos
Lopes, casa do Sr.Gentil Ferreira da Luz e dona
Antônia Ferreira.
Milho, alho, feijão, arroz e uma grande variedade de frutas - mamão, laranja e banana. Tudo
isso numa área de 35 hectares. Mas a aposta principal do Sr.Gentil e dona Antônia, é o alho. Ele começa a conversa com uma constatação: "O nosso alho
nacional está acabando", reclama Gentil da importação do alho argentino e chinês. "Aqui na região
tínhamos mais de mil vendedores ambulantes de
alho, hoje são pouco mais de cem", pontua.
A realidade econômica do mundo não assusta
e não abafa o negócio na "Fazenda São Jorge". Produzindo mais de 30 toneladas de alho, Gentil e
Antônia fazem da pequena produção um grande
negócio. O alho tem três caminhos: venda no varejo nas cidades vizinhas; comercialização para o
estado do Piauí e a fabricação de tempero. Dona
Antônia cuida da mini-indústria de tempero (Sabor Crem'Alho) e vende para os supermercados da
região. "Estou buscando atender o comércio de
Goiânia", diz ela, com um tom empreendedor.
A produção de milho tem endereço certo: as
pamonharias de Goiânia. Sr. Gentil diz que o milho
é de melhor qualidade o que garante um delicioso
sabor da pamonha consumida pelos goianienses.
Mas se o negócio é milho, a conversa é com o Moisés Correia da Silva, ele tem uma área de 53 hecta-
ORGANIZAÇÃO DA
CATEGORIA
Gentil e Moisés são agricultores familiares que participam ativamente de organizações de classe. Eles
são sócios do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais (STTR) de Caturaí. Ilda Ferreira da
Costa, presidente da entidade, confessa que os agricultores que tem sucesso, na maioria das vezes, há
um histórico de participação no sindicato. "Quem
Hilda, Elias e Moisés
Resultados Positivos
Fátima Cristina
Viagem realizada em outubro à Europa poderá render bons frutos.
Reunião em Uruana
O presidente da Federação dos Trabalhadores
na Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg), Elias
D' Angelo Borges, esteve em viagem no Vale do São
Patrício, nos municípios de Uruana e Jaraguá, para
repassar aos representantes dos produtores algumas especificações necessárias para exportação de
frutas à Europa.
Em Uruana, a reunião aconteceu na sede do
Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) com o presidente do sindicato, Mário
Rodrigues Braga, o presidente da Associação dos
Produtores de Melancia e Irrigantes de Uruana e
Região (ASPMIUR), Márcio Velasco, o representante da Secretaria da Agricultura (SeagroUruana), Francisco Delmont, e o presidente da
Cooperativa dos Produtores de Uruana (Coopruana), Carmo Barbosa.
A cidade de Uruana é destaque na produção
de melancia, fruta de interesse na Polônia. “Geralmente, o peso das melancias varia de 15 a 20 quilos,
mas para o mercado na Polônia as frutas devem ter
no máximo oito quilos. A demanda é de 400 toneladas ano,” diz o presidente da Fetaeg. Essas, são
algumas das recomendações necessárias para a
exportação das frutas de Goiás.
Elias foi falar um pouco sobre a viagem e verificar se há interesse dos produtores em realizar
essas adequações. De acordo com Mário Velasco,
para que parceria ocorra vai depender da união de
todos. “Vamos unir com a cooperativa e expor para
os agricultores as exigências solicitadas. Creio que
seja possível, sim.” explica o presidente da
ASPMIUR.
Em Jaraguá, estiveram presentes no Centro
Tecnológico da Moda (CETEMJ), o presidente da
Cooperativa dos Produtores e Agricultores Familiares de Jaraguá e Região (Cooperfamiliar), Geraldo
de Deus, o engenheiro agrônomo, Laércio Cordei-
ro, o presidente do Sindicado de Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais da cidade, Vanderlei Ribeiro
de Souza e o agricultor familiar, Adenilson Cavalcante.
Em breve na cidade funcionará uma fábrica
para beneficiamento do abacaxi, com produção de
polpa, por isso a urgência da reunião. “O mercado
tem interesse no concentrado da fruta e a fabrica
terá que realizar algumas modificações para produzir o concentrado”, pontua Elias.
O mercado europeu tem preferência pelo abacaxi gold (que se destaca por ser mais doce que
outras variedades da fruta, ter casca e polpa amarelas, formato retangular e a folha não têm espinhos). De acordo com Elias, parcerias serão buscadas com a UFG e Embrapa Arroz e Feijão para plantio dessa variedade da fruta e para assistência técnica para esse experimento.
“Se o mercado europeu pede gold, vamos produzir gold, temos que nos adequar as especificações, mas sem deixar de atender a demanda interna”, diz otimista o agricultor familiar Adenilson
Cavalcante.
No encontro ficou definido que alguns estudos serão realizados para verificar a viabilidade do
negócio. Questões como custo de produção e selo
de qualidade também estiveram em pauta.
JORNAL DA FETAEG
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Grupo analisando caderno temático do projeto
Mário Parreira
acordo com ele todo ser humano tem
direito a alimentação regular com qualidade, “eu quis mostrar o caminho
que eles devem seguir para conseguir
seus direitos”, disse o palestrante.
A participação da mulher no
desenvolvimento da propriedade
rural foi destaque também. O técnico
agrícola João Batista, falou que é fundamental a mulher trabalhadora rural
ter uma visão de empreendedorismo,
“com uma visão detalhista ela é protagonista no processo. Por isso deve
conhecer o mundo para se adequar a
ele, e, eu vim mostrar um pouco desse
mundo nessa palestra”.
Após a distribuição dos materiais
educativos os participantes se dividiram em grupos, estudaram as questões e apresentaram os trabalhos.
Mário Parreira
No módulo III do projeto Saúde e
Gênero no Campo líderes sindicais,
trabalhadores (as) rurais e agentes da
saúde fizeram um resgate do que foi
visto nos módulos I, II. Participaram,
ainda, de discussões em grupo e dinâmicas. Na palestra que abordou saúde
e meio ambiente, os representantes
dos municípios de Jussara, Itapirapuã,
Itaberaí, Faina e Goiás conheceram o
projeto Praficar - que trata sobre o
reordenamento da agricultura familiar, como: organização da produção,
agregação de valor aos produtos,
incentivo ao cooperativismo.
O secretário executivo do conselho estadual de Segurança Alimentar,
Nirlan Arruda de Abreu, explicou o
que é segurança e soberania alimentar, foi outro assunto relevante. De
Fátima Cristina
Saúde e Gênero no Campo
termina com ações positivas
Secretária de Mulheres da Fetaeg Ana Maria
Fátima Cristina
Abertura do Módulo III do projeto Saúde e Gênero no Campo
Palestrante Nirlan
Alguns fizeram teatro, teve até programa de rádio. Todos aprovaram as
dinâmicas. “Foram muito boas as apresentações, pois mostrou a realidade.
Na que falou sobre violência contra a
mulher, por exemplo. Hoje com a lei já
diminuiu muito os casos”, afirmou a
trabalhadora rural, do acampamento
Estrela Dalva, em Itapirapuã, Silvania
Teixeira de Brito.
Quem passou por lá aprovou o
que aprendeu e vai ser o multiplicador
no seu município. “Gostei muito do
módulo I. No II falamos muito de saúde, conversamos com médicos, foi
muito valioso. E agora falamos muito
de meio ambiente. Tudo que foi visto
aqui vai ser multiplicado no município, pois passaremos as informações
para a população da cidade e rural”,
diz a agente de saúde de Itaberaí,
Maria Benedita
“O objetivo é fortalecer o
debate a respeito dos direitos sexuais, reprodutivos e qualificar os participantes para atuarem nos processos de mobilização e controle social
das políticas de saúde”, explica a
secretária de Mulheres Trabalhadora Rural da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de
Goiás (Fetaeg), Ana Maria Caetano.
O evento foi desenvolvido pela Fetaeg em parceria com Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Sindicatos dos
Trabalhadores (as) Rurais dos Municípios participantes.
FALA
FETAEG
LUTA EM
FORMOSO
SAÚDE E GÊNERO
NO CAMPO
Fábio dos Santos –
Agente de saúde
do Programa Saúde da
Família- Faina
“O que aprendemos aqui
,repassamos para os moradores do mu nic ípio . De ssa
for ma aca bam os com o
medo da população, explicando quais são os direitos
que ela tem. E se eles souberem mais vão buscar mais os
seus direitos”.
Maria Abadia de Jesus e
José Aparecido
–
S a n t o s
d o s
ro
Assentamento Rio Cla
Eles decidiram participar para
conhecer o programa, aprender e passar para frente o que
viram nos três dias de atividades. “Agora já sei mais sobre
me io am bie nte , dir eit os
trabalhistas. Vou passar para
os me us com pan hei ros ”,
afirma o trabalhador rural
José Aparecido.
Wanderlei Modesto
07
Sildo R. da Silveira
ELEITOSigues da Silvei-
Simão durante visita
a Fetaeg
Simão Júlio Vieira, 66
anos, chegou em
Formoso-GO em 1950,
na fazenda "Coqueiro de Galho". Simão
participou diretamente da luta pela co
nquista da terra
da região e sentiu-se fo
rtalecido quando ouviu de José Porfírio
a seguinte frase: "Eu vou defender es
se povo". Simão
Júlio disse que na époc
a produziram alimentos e depois fora
m perseguidos
pelos grileiros na regiã
o.
O trabalhador rural Sim
ão Júlio fez uma
visita aos dirigentes da
FETAEG. Hoje ele
é assentado no PA "Noit
e Negra", município de Minaçu-GO.
“Continuo firme
na luta e tenho muita
disposição para a
produção de alimentos
”, disse Simão.
do Rodr
Wanderlei Modesto e Sil
res por meio do esforra foram eleitos vereado
s do Projeto de Assenço e empenho das família
no Distrito de Mata
tamento Joel da Mata,
nte Vidiu do Norte.
Azul, no município de Mo
apoio porque sempre
Eles conseguiram esse
comunidades ajudanforam atuantes nas suas
a “Pelos benefícios
do o próximo. Com o lem
s”, Wanderlei conquisdos trabalhadores rurai
tos. Ele entende que
tou vitória com 118 vo
vereador vai buscar
tendo maior poder como
buscar a aquisição de
mais melhorias. “Vamos
sso município é muito
patrulhas agrícolas. No
s. Então quero trazer
esquecido pelos político
entos”, explica.
melhoria para os assentam
“Nas mãos de Deus
Já Sildo escolheu a frase
Decidiu se candidatar
no coração do povo”.
s trabalhadores rurapara levar benefícios ao
ursos para dar uma
is. “Pretendo buscar rec
r a cada assentado.
condição de vida melho
o o recurso básico
Vamos iniciar solicitand
.
para o assentamento”, diz
TERRA
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da
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issão de posse
foi feita a em
ago-
Arquivo
Fátima Cristina
Fátima Cristina
Mário Parreira
Sueli Ferreira Trabalhadora Rural –
Jussara
“Nós mulheres queremos ser
igual , então precisamos
par tici par ati vam ent e de
todo processo. E para isso
temos que nos informar”,
afirma a trabalhadora rural
Sueli Ferreira sobre a palestra que falou sobre
Desenvolvimento Rural
Sustentável.
Edição n° 63 •- Novembro/2008
JORNAL DA FETAEG
Adonizete Pereira - pres
idente do sindicato
JORNAL DA FETAEG
Fotos: Mario Parreira
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Luiz Henrique Parahyba
06
as Macaúba,
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rones possui 27 famílias
começa a colher sua prime
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ira produção. Ele está loc
alizado no município de
moso, região histórica na
Forluta pela terra no estado
de Goiás. A falta de recurs
governo federal não desan
os do
imou os assentados. O pre
sidente do Sindicato dos
balhadores (as) Rurais (ST
TraTR) de Formoso, Adonize
te Jesus Nunes Pereira, de
a importância da organiza
sta
ca
ção destas famílias assentad
as no projeto, “foi por cau
da organização que está
sa
sendo possível a produção
”.
Segundo Adonizete o Ins
tituto de Colonização e
Reforma Agrária (Incra
tem que fazer a sua parte
-Go)
. “É preciso que o INCRA
faça os investimentos ini
que normalmente acontec
cia
is
e na criação de projetos
de reforma agrária. O PA
son José Verones foi criad
Jalio em 2006 e até o mome
nto não houve liberação
nenhum recurso” diz.
de
As famílias estão produzin
do feijão, milho e hortaliça
s, com destaque para o fei
jão. Em uma aérea de me
io hectare foram colhida
s
6
sac
as. Para as famílias de tra
balhadores (as) rurais é pre
ciso à liberação dos recurs
os para que ocorra o desen
volvimento do projeto.
-
RECESSO
Em função das festas comemorativas de Natal e Ano Novo, a Federação
dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás informa que suas
atividades serão encerradas em 18 de dezembro de 2008. A volta do
recesso está marcada para 12 de janeiro.
08
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JORNAL DA FETAEG
Por sete dias, cerca de 400 trabalhadores rurais da cana cruzaram os
braços na Usina Panorama, em Bom
Jesus de Goiás, à 265km de Goiânia.
Eles reclamavam das condições de
trabalho e irregularidades no contrato. Os trabalhadores criaram uma
comissão de 10 membros, para negociar com os usineiros. A principal
denúncia é sobre o contrato de trabalho. "Fomos enganados, a usina fez
um contrato de experiência e depois
outro contrato de safra com outro
nome", denuncia um dos grevistas.
A Federação dos Trabalhadores
na Agricultura de Goiás (Fetaeg),
esteve no município e juntamente
com o Sindicato de Trabalhadores
(as) Rurais (STTR) de Bom Jesus formalizaram a denúncia a Justiça do
Trabalho. Segundo assessoria Jurídica da FETAEG, esse artif ício utilizado pela usina é para tentar descaracterizar um contrato de tempo indeterminado e assim não pagar os direitos trabalhistas no final do contrato.
A denúncia foi confirmada pelo
presidente da FETAEG - Elias Borges. A Usina contratou os canavieiros
por 90 dias em nome da Vale do Verdão SA, e depois renovou o contrato
em nome de Susana Ribeiro, Agropecuária Primavera e Libório Manoel, o
que significa que há uma tentativa de
fraude contra os trabalhadores.
Os canavieiros permaneceram
na porta do alojamento às margens da
BR 452 (liga Bom Jesus à Rio Verde).
A situação ficou tensa com a chegada
da Polícia Militar que esteve na porta
Fotos: Luiz Henrique Párahyba
Canavieiros cruzam
os braços em Bom Jesus
do alojamento dos canavieiros para
despejar os trabalhadores rurais do
alojamento da empresa, na tentativa
de impedir que os líderes da greve continuassem na mobilização. A ordem
foi Juiza Rosene Gomes de Meneses,
da vara do trabalho em Itumbiara. Os
trabalhadores resisitiram.
Além das irregularidades nos contratos, eles reclamam a qualidade da
alimentação e a precariedade dos alojamentos. A presidente do STTR, Suelene Alves Miranda esteve no local
para garantir a permanência dos canavieiros. Os membros da Comissão de
Pastoral da Terra-CPT - também apoaram a ação dos canavieiros.
A intermediação do Ministéro
Público do Trabalho (MPT) e da
FETAEG impediu que as demissões e
o despejo dos canavieiros fossem concretizados. O Procurador do MPT,
Dr. Marcelo Ribeiro, disse que as irregularidades dos contratos na Usina
Panorama, serão investigadas.
Elias Borges, presidente da
FETAEG, disse que a organização
dos trabalhadores e a presença do
MPT foi determinante para impedir
a demissão dos grevistas. "Vamos
apurar com detalhes as denúncias
sobre a qualidade da alimentação dos
trabalhadores e também a falta de
equipamentos de segurança para os
cortadores de cana", disse Elias. A
FETAEG assinou um termo com os
usineiros, que dá garantia que os
canavieiros não serão perseguidos e
receberão todos os direitos trabalhistas no final da safra.
Entre os dias 10 e 13 de novembro
no Centro de Treinamento Educacional da CNTI, na cidade de Luziânia,
foi realizada a 4º Plenária Nacional de
Mulheres Trabalhadoras Rurais, organizada pela Comissão de Mulheres
Trabalhadoras Rurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag).
Mais de 700 mulheres do campo e
da floresta analisaram o cenário político nacional e a atuação no Plano de
Desenvolvimento Rural Sustentável e
Solidário. Durante quatro dias, as trabalhadoras rurais discutiram e elaboram propostas para fortalecer a participação delas nas plenárias regionais,
quando se preparam para o 10º Congresso da Contag. Além de avaliar e
estabelecer estratégias para avançar
no processo de organização das
mulheres no Movimento Sindical de
Trabalhadores (as) Rurais (MSTTR).
Estiveram presentes representando o estado de Goiás, 28 delegadas. De acordo com a secretária da
Mulher Trabalhadora Rural da Fetaeg,
Ana Maria Dias Caetano, as mulheres
precisam estar atentas e serem participativas. “O encontro serve para organizar, orientar e conduzir as mulheres
para que elas sejam empreendedoras,
produtivas. Para que elas busquem
novos horizontes”, enfatiza.
Cezar Ramos
Trabalhadoras rurais definem estratégias
Da direita para a esquerda Ana Maria Dias Caetano
JORNAL DA FETAEG
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
Fotos: Fátima Cristina
Mulheres de Edéia
na luta contra a violência
Elas ficam atentas aos exclarecimentos das palestras
Em 25 de novembro em que se
celebra o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, o Sindicato de
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
(STTR) da cidade de Edéia, região sul
do estado de Goiás, em parceria com a
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Goiás (Fetaeg) organizou ato
de Combate à Violência Contra as
Mulheres Trabalhadoras Rurais. Com
o lema “Abram os olhos para seus direitos”, mulheres da cidade, trabalhadoras rurais, assentadas, agentes da
saúde e lideranças sindicais fizeram
barulho pelas principais avenidas de
Edéia, o que movimentou a cidade.
Moradores saíram nas sacadas
para acompanhar a passeata, pessoas
que estavam na rua aderiram ao movi-
mento, panfletos foram distribuídos
sobre o motivo do evento. Até profissionais que estavam trabalhando
como foi o caso da vendedora Ivone
Maria de Oliveira deu um jeitinho de
olhar as mulheres lutando por seus
direitos. “Eu achei muito importante
porque está conscientizando as
mulheres. Dessa forma elas vão
denunciar o que os homens fazem. Se
acontecer elas vão buscar, procurar
auxílio”, diz a vendedora.
Além da passeata as mulheres reuniram-se para assistir a palestra sobre
a Lei Maria da Penha (Lei nº 11740),
que exemplificou as várias formas de
violência. A lei aumenta o rigor das
punições das agressões contra a
mulher quando ocorridas no âmbito
doméstico ou familiar. De acordo com
a secretária de Política Agrária da Feta-
Mulheres movimentam a cidade com passeata pelas ruas
eg Sandra Pereira de Faria para as faz parte do projeto da Comissão
mulheres dos acampamentos e assem- Nacional de Mulheres Trabalhadoras
tamentos foi uma inovação. “Já diag- Rurais da Contag, que visa o combanosticamos muita violência com as te e enfrentamento da violência conmulheres nos acampamentos. Esta é a tra mulheres trabalhadoras rurais e
primeira vez que esse tema é aborada- de prevenção e combate ao câncer.
do para as mulheres trabalhadoras
O dia 25 de novembro foi escorurais. É o primeiro passo para dimi- lhido para celebrar a luta contra a vionuir os dados”, exclarece Sandra.
lência a mulher, em homenagem as
Outro assunto que esteve em des- três irmas dominicanas Patria,
taque foram os exclarecimentos à res- Minerva e Maria Teresa Mirabal, prepeito do câncer de mama e colo uteri- sas, torturadas e mortas em 1960. A
no. A palestra falou da importancia presidente do STTR de Edéia afirda prevenção. A coodenadora de pro- mou que o eventou serviu para unir a
jetos Leusa dos Santos de 44 anos, sociedade, “estamos desde de fevereestá com os exames em dia. “Sempre iro fazendo essa campanha e hoje é
faço o exame de mama. Acho que a um dia muito importante para as
palestra foi muito enriquecedora, mulheres. Queremos preservar a
pois nós mulheres dependemos saúde da mulher rural e urbana. Por
muito de um bom exclarecimento”, isso estamos reivindicando o mamódestaca Leusa dos Santos. Esta ação grafo para o nosso município.
Em cinco dias, uma média 300
mil pessoas passaram pela Marina da
Glória, na cidade do Rio de Janeiro
para conhecer os produtos da agricultura familiar. Milhares de expositores mostraram seus trabalhos na V
Feira da Agricultura Familiar e
Reforma Agrária realizada de 26 a 30
de novembro. As opções foram desde
alimentos, artesanatos, culinária
orgânica, roupas e acessórios.
O objetivo de trocar experiência,
vender produtos e estabelecer contra-
tos futuros foi alcançado. A feira movimentou cerca de 1,6 milhão em vendas
diretas e gerou negócios da ordem de 5
milhões. Isso aconteceu devido à grande diversidade e riqueza da produção
do Brasil Rural Contemporâneo.
A V Feira Nacional da Agricultura Familiar reuniu a maior variedade
em produtos de todos os estados brasileiros e de alguns países convidados
da América do Sul. O evento foi promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Cezar Ramos
Feira da Agricultura Familiar mostra
sua diversidade no Rio de Janeiro
Feira Nacional da Agricultura Familiar
No período de realização da
feira foi feito o lançamento da
campanha para o Enfrentamento
da Violência contra as Mulheres
do Campo e da Floresta. Com o
slogan "Mulheres donas da própria vida - Viver sem violência é
um direito das mulheres do
campo e da floresta", a campanha tem o objetivo de proteger e
prevenir as trabalhadoras rurais
da violência doméstica e familiar.
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
JORNAL DA FETAEG
1ª Mostra Rural da Faeg/Senar
Comercializados 70% dos produtos da
Mostra Rural da Faeg/Senar na Assembléia
Wandel Seixas e Antonio Pereira
Se a idéia era mais divulgar que
comercializar os produtos da 1ª Mostra Rural da Faeg/Senar no hall da
Assembléia Legislativa, a segunda
idéia prevaleceu nos três primeiros
dias de sua apresentação. Aproximadamente cinco mil pessoas transitaram pelo saguão, no período de 4 a 7
de novembro, provocando a comercialização de mais de 70% dos produtos expostos. Os “feirantes”, em sua
totalidade produtores rurais que fizeram cursos pelo Senar Goiás, venderam diretamente ao consumidor,
sem nenhuma intermediação.
Cleide Maria de Araújo, da Associação do Artesanato de Orizona, fez
sucesso com obras de artesanato,
sobretudo os de motivos natalinos.
Maria da Luz, de Goiânia, comercializou até ao meio dia do dia 7, encerramento da feira, cerca de 70% dos
bombons de cupuaçu, açaí e castanhas do Pará cristalizados. Neide
Rodrigues da Silva Ferreira, do povoado de Dois Irmãos, no município de
Pontalina, vendeu “tudo no primeiro
dia”, tendo que pedir uma segunda
remessa de queijos, doces e biscoitos.
Efigênia Perpétua da Luz, também de
Pontalina, não ficou atrás. “Vendi
80% do que trouxe apenas em três
dias”, confessou.
Maria de Lourdes da Silva, de
Aloândia, comercializou 50% das bolsas de fibras de bananeira, das obras
de argila, capim, bonecas de pano.
“Minha satisfação maior é de expor
os produtos artesanais da roça”, disse.
A Associação das Donas de
Casa, ADC, também confirma que
“a divulgação é mais importante do
que a comerciali z aç ão ne ste
momento”, observando que os produtos ficam conhecidos mais numa
cidade como Goiânia. A ADC expôs
toalhas, almofadas, colchas de
cama, panos de prato e chapéus feitos de cordão. De Bela Vista de
Goiás, José Ricardo Estrela e Auriluce.... comercializaram 60% do mel
de abelha do cerrado, doces de leite e
de caju, flores do cerrado e material
reciclado. “Vou virar um feirante
ambulante”, prometeu.
A 1ª Mostra Rural Faeg / Senar
surpreendeu a todos, apesar da beleza do material exposto, ninguém imaginou que a comercialização pudesse
atingir números fantásticos.
JORNAL DA FETAEG
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
1ª Mostra Rural da Faeg/Senar
CAIC Darcy Ribeiro
A abertura da 1ª Mostra Rural
FAEG / SENAR aconteceu às 14:30 h,
do dia 4 de novembro, com um discurso do diretor secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de
Goiás, FAEG, Dirceu Cortez, que parabenizou a iniciativa da Assembléia
Legislativa, através do Centro de Cultura e Intercâmbio, na pessoa da Márcia Coutinho Rodrigues, e da Comissão de Agricultura, através do deputado Tiãozinho Costa, que não mediram esforços para que o evento se concretizasse. Dirceu Cortez enfatizou a
importância dos Sindicatos Rurais no
desenvolvimento das atividades rurais
e disse que o elo entre Senar, Faeg e
Sindicatos tem que ser tornar cada dia
mais forte para um mais rápido crescimento e desenvolvimento do setor
agropecuário estadual.
Em seguida, o coral do Caic
Darcy Ribeiro, de Aparecida de Goiânia, fez uma apresentação de gala.
Hino Nacional Brasileiro e o Hino de
Goiás fizeram parte do repertório do
coral. O Caic Darcy Ribeiro participou da 1ª Mostra Rural Faeg – Senar
expondo trabalhos reciclados feitos
pelos alunos. O Caic é uma das escolas de Goiás que integra o Programa
Agrinho do Senar Goiás.
Coral das fiandeiras
O Coral das Fiandeiras de
Hidrolândia atraiu o público em sua
apresentação na manhã do dia 6, no
hall da Assembléia Legislativa. As
músicas raízes tocadas pelos violeiros e acompanhadas pelas fiandeiras
receberam aplausos e pedidos de bis.
Degustação
Dia 5, à tarde houve uma degustação de carne de Nelore na sala vip
da Assembléia Legislativa, com a presença de vários deputados. No dia 6,
a Associação Brasileira dos Criadores de Nelore e a Associação Goiana
dos Criadores de Nelore realizaram
uma nova degustação no saguão da
Assembléia ao público presente. No
dia 7, nova degustação aconteceu a
partir das 9 horas e foi até ao meio
dia, quando a mostra se encerrou.
Mais de 60 quilos de carne
foram servidos pelo chef Paulo
Ramos, que veio especialmente de
São Paulo, apenas para este evento.
A idéia é promover a carne de Nelore, animal de origem indiana que se
deu bem no Brasil, sobretudo na
região Centro-Oeste.
A mostra teve o apoio da Associação das Donas de Casa, do Sebrae e da
Associação Brasileira dos Criadores de
Nelore e sua afiliada em Goiânia, além
de sindicatos rurais e da Comissão de
Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa.
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Edição n° 63 •- Novembro/2008
JORNAL DA FETAEG
De 03 a 06 de novembro aconteceu na cidade de Luziânia, localizada
na região leste do estado de Goiás, a
1ª Plenária Nacional de Jovens Trabalhadores Rurais, da Confederação
Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Em média 400 lideranças de todo o Brasil estiveram reunidas analisando e debatendo questões relacionadas à realidade do
jovem do campo.
A plenária teve como principal
tema: “Sucessão Rural: Por que a
juventude está saindo do campo?”. Já
na abertura de solenidade as lideranças jovens sindicais destacaram a
importância de políticas públicas,
acesso a terra, educação e saúde de
qualidade para o campo. Elas afirmaram que tudo isso é fundamental
para que o jovem permaneça no
Helenice Anastácio
campo e assim a agricultura familiar
possa se fortalecer. Disseram, ainda,
da necessidade do governo promover
programas que qualifiquem o jovem,
para que ele tenha melhores condições de trabalho.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que hoje, encontram-se no meio rural 23% dos
jovens. Mas que a previsão é que até
2018 existam apenas 10% desses
jovens no campo. A coordenadora da
Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores Rurais da Contag, Elenice
Anastácio, diz que existem vários fatores que contribuem para essa previsão. “Falta de autonomia na gestão da
propriedade rural, educação, emprego e melhoria das condições de vida,
são motivos que levam o jovem a
migrar do campo para a cidade”
Para que as lideranças sindicais
possam avaliar, propor, analisar e
organizar a juventude para participar de plenárias estaduais, especialistas foram convidados para ministrar painéis e abordaram os seguintes assuntos: Conjuntura Brasileira;
A complexidade da sucessão rural na
ótica regional; A importância da
juventude no processo de desenvolvimento rural sustentável; Porque as
mulheres jovens estão saindo do
campo?; Organização política da
juventude rural.
Palestrantes do painel sobre desenvolvimento rural sustentável
Fotos: Cezar Ramos
Jovens debatem políticas
públicas para o campo
Mística região Centro-Oeste e Sudeste
Reunião de gupo Temático
Com objetivo de promover o
conhecimento das propostas que
dizem respeito à juventude os participantes receberam o Documento
Base do 10º Congresso Nacional da
Contag a realizar-se em março de
2009. Os tópicos foram analisados e,
no último dia eles apresentaram as
alterações que o documento deve ter.
Também nessa data foi entregue ao
representante do Secretário Nacional da
Juventude a carta da 1ª Plenária,
cobrando agilidade no encaminhamento dos projetos apresentados ao governo
federal no 1º Festival Nacional da Juventude Rural em 2007 e O Grito da Terra
Brasil em maio de 2008. Com os tópicos: reforma agrária, educação no campo, fortalecimento da agricultura famili-
ar, melhoria nas condições de trabalho e
vida da juventude assalariada rural, sustentabilidade ambiental, política de saúde, integração das políticas públicas de
juventude e ação parlamentar.
“Queremos os jovens mais
envolvidos no Movimento Sindical.
Aqui eles estão sendo capacitados
para isso. A juventude rural precisa
ter conhecimento do que é o movimento”, explica a secretária de
Jovens, que esteve no encontro, com
uma delegação, representando a
Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado de Goiás (Fetaeg), Eliane Divina Pereira Rosa.
O evento foi organizado pela
Comissão Nacional de Jovens Trabalhadores Rurais da Contag (CNJTR).

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