3 - Lembre-se de que seu/sua ex tem muitas qualidades

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3 - Lembre-se de que seu/sua ex tem muitas qualidades
O QUE TODO MUNDO DEVERIA SABER SOBRE CRIAÇÃO DE FILHOS POR PAIS SEPARADOS
por Daniela Teixeira
• Você é divorciada(o) e tem filhos?
• Quer reconstruir a sua história, mas está se sentindo “sem chão” após o divórcio?
• Pretende aprender a se relacionar bem com o(a) seu/sua ex, mas não confia nele(a) para
cuidar das crianças?
• Deseja criar seus filhos junto com seu/sua ex, mas não consegue parar de brigar com
ele(a)?
SAIBA QUE ESTE E-BOOK FOI FEITO PARA VOCÊ!
Eu costumo dizer que se fosse fácil lidar com ex, ele(a) seria “atual” e não ex. Fácil não é
para ninguém, mas pode ser simples se você seguir à risca as dicas que estão neste ebook. Registro aqui minha admiração e respeito a todas as mães e pais que criaram seus
filhos sozinhas(os) porque a outra parte, infelizmente, se recusou a cumprir seu papel.
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Minha História
Primeiramente, gostaria de me apresentar: meu nome é Daniela Teixeira, eu sou
Coach de Relacionamento e atuo nas áreas de separação, divórcio, convivência familiar
e guarda de filhos. Além disso, sou mãe do Miguel, filha de pais divorciados, criada
com guarda compartilhada, divorciada, COACH POR VOCAÇÃO, conciliadora,
apaixonada pela vida, motivada e motivadora. GOSTO MUITO DE GENTE e
possuo um interesse enorme em ajudar as pessoas a viverem melhor!
Quero contar um pouco da minha história, pois até pouco tempo eu também estava
enfrentando problemas parecidos com os que você tem hoje.
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Você conhece aquele tipo de casamento em que as pessoas se casam lutando contra
tudo e contra todos? O meu, infelizmente, foi assim. Em 2010 eu me casei e, logo
depois, me mudei de cidade para acompanhar meu marido. Aos poucos fui percebendo
que tinha algo muito errado acontecendo, pois meu casamento estava ruim, meu
emprego era horrível, meu salário era péssimo e meu chefe era pior que tudo isso
misturado. Eu sempre fui uma pessoa muito alegre (bem acima da média), mas
vivendo nessas condições, para surpresa de todos que me conhecem, em menos de dois
anos, eu entrei em depressão e cheguei a pensar que fosse morrer de tanta tristeza.
Em meio a essa turbulência emocional, encontrei uma profissional que foi para mim
muito mais que uma médica, ela se revelou um ser humano ímpar que me ajudou no
momento em que eu mais precisei. Costumo dizer que Deus nos manda anjos da
guarda quando percebe que estamos realmente precisando de apoio. Nesse caso, foi
essa médica maravilhosa quem me salvou!
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Aos poucos eu fui me recuperando e quando notei que já estava melhor, decidi que
queria ter um filho. Várias pessoas me alertaram que esse não parecia ser o momento
certo para eu tentar engravidar, mas eu teimosamente acreditava que isso pudesse
“salvar” meu casamento e preencher o vazio que eu sentia em meu coração. Tentei
engravidar por alguns meses, mas não tive sucesso. Quando percebi que meu
casamento realmente não tinha conserto e decidi que queria me separar, “chutar o pau
da barraca”, descobri que estava grávida.
Como terminar um casamento grávida? Voltei para a minha cidade e para o meu
emprego, pois eu realmente não aguentava mais a situação que estava vivendo, mas
continuei casada para não matar a minha família de desgosto. Tive uma gravidez
muito difícil e meu filho acabou nascendo prematuro.
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Miguel, meu filho, foi outro anjo que Deus colocou em minha vida. Ele não conseguiu
“salvar” meu casamento, mas quando eu entrei na UTI e o peguei em meus braços
pela primeira vez, reuni todas as forças que me faltavam até então para reconstruir
minha história e voltar a acreditar em felicidade.
Após 22 dias do nascimento do Miguel, eu e meu ex-marido nos separamos. Antes
dele sair de casa para recomeçarmos nossas vidas, conversamos muito e decidimos
CRIAR NOSSO FILHO JUNTOS, independente de todas as diferenças que acabaram
nos levando ao divórcio. Sabíamos desde o início que não seria fácil, mas decidimos
que a felicidade do NOSSO filho seria sempre prioridade.
Hoje eu sei que para manter uma relação é preciso existir amor, admiração e respeito.
Quando um casamento acaba é porque esse tripé não consegue mais se sustentar. As
pessoas sofrem e muitas vezes passam anos vivendo extremamente infelizes só para
manter as aparências e evitar a reprovação social, mas eu não quis viver assim.
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Eu sou 100% a favor do casamento, mas nunca fiquei casada um dia sequer “pelo”
Miguel. Não acho que manter um casamento somente pensando no bem estar dos
filhos seja garantia de que eles crescerão felizes e sem traumas.
“Para infelicidade dos conservadores,
nada indica que as crianças criadas
por pais separados sejam mais
problemáticas que as de lares
tradicionais” - Regina Navarro Lins
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Estou aqui compartilhando com você um pouco da minha história porque eu tenho um
sonho: eu acredito que ex-casais possam criar filhos juntos, independente das
diferenças que os separaram. Eu acredito nesse sonho, porque fui criada dessa forma e
hoje crio meu filho junto com meu ex-marido. Se meus pais conseguiram, se eu estou
conseguindo fazer isso, você também poderá conseguir e eu estou aqui para ajudar no
que for preciso. Infelizmente, hoje essa é a realidade de menos de 5% dos casais
separados no Brasil, mas vou fazer tudo o que for possível para ajudar outras pessoas
a entenderem que, para uma criança, é tão importante conviver com o pai quanto
conviver com a mãe. Conto com a sua ajuda para aumentar essa estatística, ok?
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1 - Existe ex-marido e ex-esposa, mas não existe ex-mãe, ex-pai e ex-filho
Quando nos decepcionamos muito com um namorado, terminamos a relação, cada um
vai pra sua casa, excluímos “a criatura” das nossas redes sociais, paramos de sair com
as pessoas que conviviam conosco quando éramos um casal e, alguns meses depois, a
dor da decepção acaba e cada um segue a sua vida.
Terminar um casamento é muito mais complexo. Quando existem filhos envolvidos
neste processo, o relacionamento entre o ex-casal não acaba com o divórcio. Sendo
assim, é importante que os pais busquem o equilíbrio dessa nova relação familiar para
evitar que a frustração de não terem conseguido formar uma família "tradicional e
feliz" se perpetue e surjam novos conflitos.
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Claro que vocês não precisam ser amigos e conversar sobre vida pessoal, mas é
necessário aceitar que terão uma relação eterna. Quanto mais rápido você entender
que a relação ex-marido/ex-mulher não pode ser confundida com a de pai/mãe,
melhor será para você e seus filhos.
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2 - Não compensa alimentar sentimentos negativos
Você acha que compensa passar anos alimentando sentimentos como frustração, raiva,
rancor, inveja, ciúme, tristeza e transmitindo isso para outras pessoas? Com certeza o
seu corpo irá adoecer se você seguir por esse caminho! Pode não parecer, mas quem
age dessa maneira é sempre o principal prejudicado. Funciona como se você estivesse
tomando um veneno com objetivo de envenenar o outro.
E não sou somente eu que penso assim! Diversos estudiosos e especialistas da área
comportamental já demonstraram o quanto é prejudicial alimentar sentimentos
negativos. Só para citar um dos inúmeros exemplos, o neurologista Ricardo Teixeira,
diretor do Instituto do Cérebro de Brasília/ICB, afirma que a intensidade da dor
depende da forma que você pensa sobre ela: “Se você tem uma expectativa negativa,
certamente as chances de que a dor seja mais intensa são maiores. É o caso de quem vai ao
dentista tremendo de medo do motorzinho: até o barulho causa dor".
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Tente ser educada(o) e respeitosa(o) com seu ex, pois além de garantir mais qualidade
de vida para vocês dois, essa boa relação vai trazer mais segurança emocional aos seus
filhos.
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3 - Lembre-se de que seu/sua ex tem muitas qualidades
Uma pessoa pode ser profissionalmente medíocre e cozinhar muito bem, jogar futebol
bem e ser ruim em matemática, assim como pode ser um péssimo marido/esposa e
ótimo pai/mãe.
Com certeza seu/sua ex tem qualidades que lhe fizeram crer que seria agradável
passar o resto da vida ao seu lado. Atenção mãe, para deixar seus filhos com o pai e se
sentir tranquila, você terá que se lembrar dessas qualidades e acreditar que ele poderá
SIM ser um bom pai.
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“Se fico pensando nos pontos fracos de alguém, posso ficar chateado e até irritado. Eu
fico pensando “Por que essa pessoa tem que ser assim?” ou “Por que ela sempre faz
isso?”. Por outro lado, se eu penso sobre as qualidades dela, minha mente fica leve.
Assim sou influenciado pela doçura dessa pessoa e não pela fraqueza dela. O mundo é
um show variado e o papel de cada um é diferente.” - Brahma Kumaris
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4 - Faça a sua parte para combater a alienação parental
“Um dos maiores erros que as pessoas separadas cometem é criticar o ex-cônjuge na frente das
crianças. Ouvir algo negativo sobre um de seus pais faz com que elas se sintam inseguras,
principalmente quando se parecem muito com ele. Na verdade, quando você deprecia seu ex na
frente de seus filhos, a tendência é que eles tomem o partido dele. Ou seja, agir dessa forma
pode fazer um grande mal para sua relação com seus filhos”. Lisa René Reynolds
Se você está lendo este e-book e chegou à conclusão de que no seu caso será
impossível manter um bom relacionamento com o(a) seu/sua ex, porque ele(a) não
quer conviver com os seus filhos ou existe alguma situação que impeça o contato
entre eles, quero que consiga pelo menos não falar mal dele(a) na frente das crianças.
Se você conseguir “segurar sua língua” quando sentir vontade de falar mal dele(a), já
será o suficiente para fazer a sua parte como mãe/pai e cidadã(o) que entende a
importância do combate à alienação parental.
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Para quem não sabe, Síndrome de Alienação Parental – SAP é o termo proposto por
Richard Gardner, em 1985, para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a
treina para romper os laços afetivos com o outro cônjuge, criando fortes sentimentos
de ansiedade e temor em relação ao outro genitor. Para mais informações sobre SAP
acesse o site www.alienacaoparental.com.br .
Saiba que um dia seus filhos perceberão sozinhos quais são as qualidades e os defeitos
do pai/mãe deles e formarão a própria opinião. Você não precisa acelerar esse
processo, porque, ao fazê-lo, irá prejudicar sua própria relação com eles. Explique aos
seus pais e outros parentes a importância de combater a alienação parental e antes de
qualquer outra coisa: dê exemplo!
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5 - Facilite o contato com o seu ex
Algumas pessoas conseguem se sentar para conversar e estabelecer limites claros para
evitar confrontos. Se isso não der certo com você e seu/sua ex, vocês devem
considerar a opção de só se comunicarem através de mensagens por celular, e-mail ou
pelas redes sociais.
Mas atenção: esses tipos de comunicação podem ser guardados por um dos pais e
usados como provas em juízo contra o outro. Então, tenha muito cuidado com tudo o
que digitar e, principalmente, bom senso para evitar confrontos desnecessários.
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Sempre se esforce para manter o diálogo com seu ex. Por mais difícil que seja, isso é
fundamental para a segurança e o bem-estar de seus filhos. Não importa o que sinta
em relação a uma situação específica, você precisa apoiar a relação de seus filhos com
o(a) pai/mãe. Ajude a criança a se lembrar do aniversário dele(a) e sempre a encoraje a
ligar ou escrever para ele(a) contando as novidades. Envie vídeos e fotos por celular,
compartilhe com ele(a) informações sobre os progressos e dificuldades que seus filhos
vêm enfrentando na escola ou com os amigos mais próximos. Tudo isso facilitará o
surgimento de uma cumplicidade natural entre vocês.
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6 - Foque sua energia em você
"Pais que cuidam de si mesmos tem mais capacidade de serem fortes e presentes para seus filhos
do que os que não se cuidam. Se você tiver sempre em mente que cuidar de si mesmo está
diretamente relacionado com o bem-estar de seus filhos, vai conseguir usar a criatividade para
encontrar um tempinho só para você" Lisa René Reynolds
Toda pessoa precisa descansar e cuidar de si mesma. Quando seus filhos estiverem
com o pai/mãe, não se preocupe com o que eles estão fazendo. Aproveite esse tempo
para fazer algo de que realmente goste, como tomar um banho relaxante, assistir a um
filme, sair com amigos ou até mesmo tirar uma soneca.
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Arrisco-me a dizer que a separação pode trazer um grande benefício para o ex-casal.
Não é todo mundo que tem a oportunidade de descansar da rotina desgastante de
criar filhos. A saudade e o repouso funcionam como “remédios” revigorantes que
contribuem para a melhora da qualidade de vida de toda a família.
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7 - O dinheiro da pensão é para os seus filhos e não para você
Quem decide o valor da pensão que seus filhos estão recebendo é o juiz, com base na
capacidade que o ex-cônjuge tem para contribuir e de acordo com as necessidades das
crianças/adolescentes. Se você acha que eles estão recebendo menos do que deveriam,
ou que você está pagando mais do que acredita ser necessário e não consegue entrar
em acordo com o seu ex sobre essa questão, converse com o seu advogado e peça
revisão do valor que foi determinado na sentença.
Ao invés de se preocupar com o valor da pensão que seus filhos estão recebendo e em
como você poderá punir o seu ex pelo fim do relacionamento, busque um trabalho ou
atividade que lhe dê prazer. Se você fizer algo que realmente goste, o retorno
financeiro será mera consequência do bom trabalho realizado e você não terá que
gastar sua energia se preocupando com um dinheiro que não é seu.
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Assuma que você também errou, pois um relacionamento
só acaba quando as duas partes cometem erros. Aprenda
com seus erros e o mais importante: foque sua energia no
presente! O que passou não voltará... mude o que está ao
seu alcance HOJE!
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Conclusão
Eu poderia dar muitos outros conselhos a você sobre esse assunto, mas tenho certeza
de que, se você conseguir colocar em prática essas 7 dicas, seus filhos irão lhe
agradecer no futuro. Sabe como posso ter tanta certeza disso? Meus pais viveram essa
situação na prática e hoje eu e meus irmãos somos muito gratos a eles. Além disso,
sentimos muito orgulho por eles terem dado um exemplo tão grande de amor por nós
e que poderá ser copiado por outros pais que também pensem primeiro na felicidade
de seus filhos.
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Encerro este e-book com um trecho do livro “Ainda somos uma família” escrito por
Lisa René Reynolds:
"Não há dúvidas de que o divórcio causa uma ruptura dolorosa, mas ele não precisa
ser destrutivo. Todas as pessoas, inclusive as crianças, têm a capacidade inata de se
adaptar a novos ambientes e novas situações. Porém, ao longo do processo de
separação os pais acabam fazendo muitas coisas que tornam a experiência muito pior
para os filhos do que precisaria ser. Portanto, durante e após sua separação, sempre
pense, antes de agir, em como sua atitude vai afetar o bem-estar de seus filhos. Deixe
que eles sejam sua estrela-guia. Você tem mais poder do que imagina para minimizar
o sofrimento deles.”
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Espero que tenha gostado das dicas que preparei com muito carinho para você. Se gostou,
espalhe essas 7 dicas pelas redes sociais ou por boca-a-boca. Gostaria muito que você
compartilhasse minhas ideias com seus amigos, familiares e principalmente com o(a)
seu/sua ex.
Caso você tenha recebido este e-book por e-mail, impresso, de um amigo ou por qualquer
outra fonte que não eu mesma, gostaria de convidá-la(o) para conhecer o meu
site: www.reconstruindohistorias.com, curtir minha página no Facebook
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Nas redes sociais eu escrevo sobre separação, divórcio, relacionamento familiar, alienação
parental, família monoparental, abandono, diálogo entre ex-casais, amizade entre pais e
filhos, paternidade ativa, guarda de filhos, adoção, coaching, motivação de pessoas, etc.
Sei que estou fazendo um trabalho de formiguinha, mas não vou desistir de cumprir a
minha missão. Conto com o seu apoio!
Daniela Teixeira
Coach de Relacionamento
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