Proposta de uma Infantaria Mecanizada para o Exército

Transcrição

Proposta de uma Infantaria Mecanizada para o Exército
1
Proposta de uma Infantaria Mecanizada para o Exército
Maj Júlio César Fortes da Silva
Mestre em Ciências Militares
O autor em sua dissertação “Opções para a organização de uma Brigada de
Infantaria Mecanizada que viabilizem o emprego pelo Exército” apresentou
propostas como sugestões ao processo decisório para o advento deste tipo de
organização na Força Terrestre.
Palavras chave: Infantaria Mecanizada. Organização. Emprego Viável.
A implantação de uma infantaria mecanizada no Exército Brasileiro é um assunto
considerado incipiente até o momento. As diretrizes sobre a estruturação ou
reestruturação da Força já trazem referências a respeito, como uma necessidade para a
modernização. Entretanto, somente estudos, a serem realizados em curto e médio
prazos, sem ações mais concretas, estão previstos.
Em diversos exércitos estrangeiros, a infantaria mecanizada encontra – se em
adiantado estado de implantação, não admitindo – se mais tropas de infantaria
motorizada, com mobilidade do homem a pé, sem proteção blindada que atenue o
número de baixas e sem potência de fogo, que auxilie a impulsionar ações ofensivas.
No escopo do trabalho desenvolvido pretendeu – se apresentar uma visão mais
atualizada acerca do assunto como sugestão que apóie o processo decisório. Assim, o
presente artigo é uma síntese da dissertação apresentada a Escola de Comando e
Estado – Maior do Exército (ECEME) sobre opções para a organização de uma brigada
de infantaria mecanizada, que possibilitem o emprego pelo Exército.
2
O QUE EXISTE A RESPEITO NO EXÉRCITO BRASILEIRO (EB)
Consideráveis estudos foram realizados até o momento, a maioria no campo
teórico. Na ECEME existem quatro monografias a respeito. A EsAO e a ECEME
produziram temas e documentos escolares, procurando flexibilizar o raciocínio do seu
corpo discente e colaborar com os estudos introdutórios sobre o assunto, seja dotando
tanto as forças amigas, como as inimigas, com este elemento de manobra. Alguns
artigos foram publicados chamando a atenção acerca da importância da implantação de
uma infantaria mecanizada no EB.
As discussões sobre a organização em GU e U foram as mais priorizadas.
Entretanto, devem ser conduzidas concomitantemente com a estruturação de pelotões
e subunidades, células – máter para se compreender mais precisamente a organização
nos escalões superiores e por conseguinte o emprego.
As conclusões das pesquisas anteriores focaram – se no como transformar a
Infantaria Motorizada em Mecanizada, comparação entre veículos sobre rodas (SR) e
sobre lagartas (SL), procurando demonstrar qual vetor torna – se mais adequado ao
emprego em prováveis Teatros de Operações (TO) no subcontinente, tipos de viaturas
com definição das plataformas mais adequadas e quais as implicações, particularmente
em termos de recursos, para viabilizar a aquisição do material a dotar a infantaria
mecanizada.
Contribuições importantes, quanto à organização e emprego, foram buscadas a
partir doutrina militar vigente no Brasil. Neste mister a existência da Infantaria Blindada
pode constituir – se em ponto de partida, uma vez que é conhecida por Mecanizada em
outros exércitos. A experiência de emprego de veículos blindados SR no EB
proporciona experimentações que na prática já são realizadas como os pelotões de
fuzileiros em viaturas SR, seja nas forças de paz ou em frações ditas provisórias da
cavalaria mecanizada.
As recentes modificações efetuadas nas brigadas blindadas tornando – as
quaternárias e com o equilíbrio entre elementos de manobra de cavalaria e infantaria
permitem uma maior flexibilidade no emprego, aumentando a capacidade ofensiva.
3
Esta tendência considerada mundial e por aqui adotada mostra a agregação
de poder de combate que terá a infantaria mecanizada com este equilíbrio, a despeito
de problemas nos campos de formação de pessoal e de adaptação ou construção de
instalações físicas.
A racionalização em meios e materiais, bem como uma configuração linear das
diversas frações nos diferentes níveis pode ser a resposta a este problema, fato a ser
abordado posteriormente.
Deste mesmo ponto surgem questionamentos acerca de qual a natureza das
tropas de cavalaria que melhor atenderiam a composição de meios da brigada pelo
desempenho das missões desta arma, de forma a agregar um maior Poder Relativo de
Combate (PRC). O RC Mec é o único elemento existente até o momento e o chamado
Regimento de Carros de Combate Leve Sobre Rodas (RCCL SR) é apenas um esboço
originado da possibilidade de se mobiliarem frações com uma viatura blindada chamada
SUCURI, que foi projetada pela extinta ENGESA.
Este tipo de organização suscita dúvidas quanto à praticidade, haja vista existirem
poucas congêneres em outras forças e pelas dificuldades logísticas de monta
visualizadas com o seu advento.
Ainda acerca deste aspecto, no Brasil, a não ser a Compania de Carros de Assalto
do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), que adotou o Cascavel até recentemente, e as
experimentações nas chamadas frações provisórias de Pel e Esqd CC SR com o
mesmo material nos Esqd C Mec e RC Mec do EB, se constituíram em iniciativas pouco
difundidas a respeito.
Diversas opiniões e estudos feitos convergem para a adoção de viaturas blindadas
SR, com as vantagens conferidas em termos da continentalidade do país, sua rede de
estradas, manobrabilidade1 e economia de combustível. Também advoga – se a
adequação deste vetor como plataforma aos diversos elementos constitutivos da
brigada, sejam de combate ou apoio, com reflexos positivos para a manutenção e
suprimento.
1
A manobrabilidade deve ser entendida como a propriedade da viatura (vetor) possuir mobilidade através
campo (para as Vtr SR, possuir peso abaixo de 18 toneladas), dimensão que a torne aerotransportável
e capacidade anfíbia.
4
Os Requisitos Operacionais Básicos (ROB) para a adoção de uma nova
família de blindados de rodas, prioritariamente direcionados para a Cavalaria
Mecanizada, são fundamentais e não devem estar dissociados das necessidades para
implantação da Infantaria Mecanizada. Numa visão de conjunto isto proporciona
economia em termos de manutenção e suprimento pela padronização do veículo que
sirva de plataforma para todas as configurações requeridas.
Neste mister, encontra – se também a discussão sobre a viabilidade da plataforma
com veículos ENGESA ainda poder ser utilizada ou não. A retomada da produção não é
uma alternativa concreta, surgindo entretanto a redistribuição de material já recuperado
pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) com extinção de Unidades Mecanizadas.
O prolongamento da vida útil desta plataforma, com a adoção da nova família de
blindados pela cavalaria mecanizada, não é compensador pela situação de
obsolescência que o material poderá adquirir, agravada pela não agregação de
componentes mais modernos.
Contudo, ainda sobre o
tema
abordado
repatriação
de
marca
acima,
a
blindados
ENGESA,
prioritariamente os existentes
na América do Sul (BASTOS,
2004), agregado ao ‘know –
how’ adquirido pelo mesmo
AGSP, torna – se um pouco
mais viável, desde que com
recursos alocados para esta
País
Bolívia
Chile
Colômbia
Equador
Paraguai
Uruguai
Suriname
Venezuela
Total
Nec p/ 2 BI Mec
Nec p/ 1 RCCL S/R
Viatura Cascavel Viatura Urutu
24
106
128
32
20
15
6
0
331
12*
37
56
19
12
0
15
32*
139
108
54
Quadro 1- distibuição do material ENGESA na América do Sul
conseqüente *Urutu c/ torre monoposto e Can 20 mm
Em vermelho viaturas vendidas à empresa de Israel
recuperação (quadro 1).
repatriação
e
Nesta rápida visão, a infantaria mecanizada não pode ser somente a infantaria
motorizada que desmonta dos caminhões, jipes e picapes e embarca em viaturas
blindadas SR como o nacional URUTU, cuja produção foi encerrada no inicio da década
de 1990.
5
COMO SE ORGANIZA A INFANTARIA MECANIZADA EM OUTROS
EXÉRCITOS
O ponto de partida para entender – se a organização em outros exércitos é a
Viatura Blindada de Combate de Infantaria (VBCI), principal vetor de combate. Esta
classificação de viaturas é inexistente no EB, porém já se faz menção a mesma nos
ROB da nova família de blindados no item 78 relativo à Viatura Blindada de Transporte
de Pessoal (VBTP).
É importante destacar as diferenças marcantes entre a VBCI e a VBTP. No
campo de batalha moderno a VBCI sobressai – se à VBTP, pelo fato de não transportar
somente fuzileiros e pelo armamento possuir uma letalidade maior que as
metralhadoras ponto 50 ou de 7,62 mm, cooperando de forma mais eficaz com a forma
de combater do combinado infantaria carros de combate.
Assim , no Exército dos Estados Unidos da América (US Army), a VBTP M 1132
(SL) foi substituída, a partir de meados da década de 1980, na infantaria mecanizada
deste exército pela VBCI Bradley M2 (SL), que já encontra – se na versão A33.
O Bradley ao contrário do M 113 possui uma menor capacidade de transporte de
fuzileiros (seis) em comparação com os 10 daquela, compensando esta característica
com o aumento do número de viaturas no pelotão ou do número de pelotões nas
companias de fuzileiros, ou ainda do número de companias nos batalhões.
A VBCI acoplou uma torre com canhão automático de 30 mm4 e alcance de 3000
m, este armamento conferiu uma maior letalidade possibilitando a destruição de
viaturas menores ou similares, formações de tropa maiores e de casamatas mais
elaboradas, cooperando ainda com a defesa anticarro do carro de combate principal.
O US Army em suas Divisões de Infantaria Mecanizadas adotou a VBCI,
aproveitando a característica fundamental de mobilidade através campo, que aliada a
2
3
4
Viatura utilizada pela maior parte dos exércitos no mundo, com mais de 45 anos de uso e cerca de 73
mil unidades fabricadas.
Esta versão incorpora inclusive mísseis TOW de última geração do tipo “atira e espera”, sem
necessidade de sinalização do alvo ou condução do tiro.
O M113 possui uma versão com uma torre dotada de canhão automático rotativo de 20 mm e alcance
de 2000 m denominada “VULCAN” e produzida na década de 1970, para uso na infantaria mecanizada,
também utilizada como unidade de tiro (UT) na artilharia antiaérea, em alguns países.
6
potência de fogo e proteção blindada da mesma VBCI e do CC principal, permite o
emprego da MASSA.
A predominância dos veículos SL restringe a projeção do poder, que é otimizada
pela disponibilidade de navios e aeronaves de transporte que esta Força possui, ao ser
aliada à pequena probabilidade de conflitos nos Estados Unidos continental (CONUS)
atestam a priorização por parte do US Army da opção pelos veículos SL.
Apesar do projeto do Bradley ter surgido em fins da década de 1970, como visto
anteriormente, produziu – se em menor escala o VULCAN para o US Army,
continuando esta Força a utilizar o M113 como viatura padrão de sua infantaria
mecanizada.
Outros exércitos produziram VBCI, na sua maioria SL, com aperfeiçoamentos
principalmente em termos de armamento, muito anteriormente ao Bradley, colocando –
se na vanguarda em termos de tecnologia e adestramento. Foi o caso do AMX 10P
francês de fins da década de 1960 e do SCORPION5 inglês de inicio dos anos 1970,
esta como plataforma para uma série de veículos de apoio utilizados como padrão na
brigada de infantaria mecanizada.
Entretanto, não só de veículos se constitui um exército. Devem existir sistemas de
suporte ao combate que tornem o soldado mais versátil e superior aos seus
adversários. Estes sistemas, agregados a um potencial humano preparado, são mais
do que simples equipamentos a serem transportados nos cintos de guarnição ou
mochilas, aliados à capacidade em ciência e tecnologia que distingue algumas nações
de outras, pode abreviar uma luta que seria prolongada.
Com isso, sistemas como o Felin francês e o Land Warrior britânico possuem a
finalidade de prestar o suporte ao combate e incorporam uma ampla gama de materiais
como óculos de visão noturna, máscaras contra gases e até palms de campanha, que
fornecem a correta localização das forcas amigas e transmitem a das forcas inimigas,
evitando assim o fratricídio e possibilitando a correta condução de tiros e alvos com a
precisão dos alvos identificados.
5
A referida família SCORPION possui versões de nome sugestivo para viaturas de apoio como o
SAMRITAN (ambulância), SULTAN (Posto de Comando).
7
Pela pesquisa que foi realizada, não existem diferenças marcantes na
organização da infantaria mecanizada em outros países, apenas algumas variações
significativas. A organização das diversas frações obedece quase as mesmas regras
gerais, aplicadas com sucesso nas coalizões formadas na 2ª Grande Guerra.
Assim, a adoção de organizações mistas, de veículos S / R ou não, a reunião dos
apoios (à exceção da artilharia e da engenharia) em um batalhão ou grupamento,
priorizando a centralização são algumas das diferenças que dependem dos cenários e
das missões atribuídas pelo poder político de uma nação a sua expressão militar.
Fatores como a fisiografia (extensão, relevo e posição relativa a prováveis
inimigos), rede de estradas, aplicação da MASSA, demonstrando capacidade
dissuasória e ainda a projeção de poder são as principais razões determinantes de
uma organização militar em tempos presentes.
Isto posto, o Exército Brasileiro deve estabelecer por meio de estudos quais o
cenários de emprego da infantaria mecanizada e assim quais as tropas passíveis de
evolução. Haja vista que nem toda a infantaria do país se transformará em mecanizada,
tanto em termos de recursos financeiros como de necessidades de existência de
demais tropas especializadas no país, seja pelo tipo de ambiente em que atuará, seja
pela missão que deverá estar apta a cumprir.
AS PROPOSTAS APRESENTADAS
O trabalho de pesquisa se valeu em parte da bibliografia, buscando experiências
externas acerca do assunto, porém foi realizada uma pesquisa de campo por meio de
um questionário direcionado a diversos segmentos do Exército e analisado por meio de
freqüências
e
percentagens.
Por
intermédio
desta
puderam ser
formulados
internamente princípios e fundamentos para a criação desta estrutura no Exército
Brasileiro, atendidas as peculiaridades, deficiências e necessidades deste.
O advento de uma unidade de cavalaria ao invés de uma subunidade é uma
realidade demonstrada pela pesquisa, variando ainda quanto à quantidade de
subunidades que deverá ter, até mesmo senão composta de duas, caso quaternária.
8
Alguns problemas surgem em decorrência disto, não só em termos de
instalações físicas, como também com o aumento e diminuição de efetivos dependendo
da habilitação ou qualificação.
As mudanças concebidas na estruturação desta brigada trazem adaptações ao
dimensionamento dos apoios para atender as demandas dos elementos de combate.
Por outro lado racionalizações podem ser obtidas nos ditos elementos de manobra. A
redução das armas de apoio de tiro tenso como metralhadoras e armas anticarro, e por
conseguinte das suas guarnições, nas subunidades de fuzileiros pode ser obtida, pois a
VBCI transporta as mesmas acopladas.
Racionalização pode ser obtida com a possibilidade de cumprimento de algumas
missões acessórias em segunda prioridade, pois trata – se de uma tropa mecanizada.
Por isso a existência do Esquadrão de Cavalaria Mecanizada com suas missões em
prol da brigada pode tornar – se dispensável. Basta para isto que a Brigada cumpra
também missões de reconhecimento e segurança não só em proveito de forças maiores
como destacando de seus meios uma subunidade força – tarefa equilibrada em CC S/R
e fuzileiros mecanizados que cumprirão estes tipos de missão para a Brigada.
O gráfico abaixo demonstra que a maioria dos respondentes se posicionou
favoravelmente ao aumento do papel da cavalaria na futura organização.
6
Gráfico 1 - Análise total das propostas
Fonte: O Autor (2004)
6
Proposta 1: 3 BI Mec + Esqd C Mec.
Proposta 2: 2 BI Mec + RCCL S/R.
Proposta 3: 2 BI Mec + RC Mec.
Proposta 4: 3 FT BI Mec (BI Mec com 3 Cia Fuz Mec + Esqd CCL S/R).
Proposta 5: qualquer formação anterior, só que com os apoios permanecendo motorizados.
9
Os estudos já realizados foram muito incipientes, como anteriormente dito,
mas até o momento não se referiu acerca da forma de estender as discussões para que
idéias inovadoras sejam agregadas. O ensino que possui o efeito multiplicador e
criativo, não encontra unanimidade como este tipo de instrumento.
A diferente realidade do exército pode causar frustração e deixar de adaptar as
novas lideranças formadas ao que realmente encontrar. Entretanto, muitas idéias e
manuais de campanha surgiram de discussões escolares, mesmo antes da adoção do
material e das experimentações doutrinarias em adestramentos. Tais exemplos foram a
Aviação do Exército, a Guerra Eletrônica e a Defesa Química, Biológica e Nuclear, entre
outras.
Os respondentes da pesquisa de campo entenderam em sua maioria que o
assunto infantaria mecanizada ganhará impulso com as discussões escolares, como se
pode depreender do gráfico abaixo.
Gráfico 2 - Ensino, instrução da Inf Mec
Fonte: O Autor (2004)
Importantes contribuições forneceu o sistema de Ciência e Tecnologia do exército
como a informação da produção de morteiros médios e pesados de alcances mais
estendidos que os em uso e até ultrapassando a artilharia de tubo e que podem ser
utilizados pela futura infantaria mecanizada, bem como a intenção da montagem da
VBCI S/R PATRIA finlandesa em conjunto com empresas da África do Sul e Brasil.
10
Com isso, objetiva – se os mercados próximos da África e América Latina,
pela importância e localização estratégicas do Brasil neste contexto, além de já se
viabilizar a aquisição a preços mais acessíveis deste material para compor as cavalaria
e infantaria mecanizadas brasileiras.
Da análise, tanto da pesquisa documental como da de campo, inferiu – se as
organizações possíveis dos grupamentos constituintes (batalhões, regimentos,
companias, esquadrões e pelotões) da infantaria mecanizada, em função da qual a
brigada orbitará.
A tabela abaixo traz enumeradas as diversas possibilidades de estruturas de
acordo com a técnica do principal material empregado (particularmente a quantidade de
pessoal embarcado e material acoplado), a plataforma da VBCI padrão para todos os
componentes, inclusive para o CCL S/R, com o acréscimo de uma torre com
armamento principal sendo um canhão de 105 mm.
Tabela 1 - Constituição dos Grupamentos de Força para a Infantaria Mecanizada (sugestão)
Opção
Grupamento de Fuz Mec
1
- Metade das VBCI com Can de 75 ou
90 mm; e
- Metade das VBCI com Can Au 20
mm. (Pel c/ 4 Vtr)
2
- Totalidade das VBCI com Can Au
Constituindo uma U com Can de 105
de 20 mm. (Pel c/ 4 Vtr)
mm.
3
- Totalidade das VBCI com Can de 75
ou 90 mm. (Pel c/ 6 Vtr)
4
- A plataforma é apenas VBTP. (Pel
c/ 4 Vtr)
Fonte: O Autor (2004)
Grupamento de CCL
11
CONCLUSÃO
Haja vista a estrutura existente da Força Terrestre e a escassez de verbas
orçamentárias, vislumbra - se em longo prazo a implementação de uma Brigada de
Infantaria Mecanizada, não constituindo, no entanto, estes fatos óbices na busca do
aprimoramento e aperfeiçoamento da doutrina militar terrestre.
Apenas para se ter idéia desta magnitude, os custos para a equipagem apenas
em termos de blindados para duas GU desta natureza são um pouco superiores ao do
projeto F - X BR de aquisição de 12 caças.
E são facilmente explicáveis, em se tratando de 4 veículos para um pelotão, para
a SU, 13; para uma U, 41; para duas, 82; com o CCL, 41; totalizando 123; além de 18
Viaturas Blindadas Obuseiros de Artilharia (VBOA), 3 Ambulâncias (Amb), 4 Postos de
Comando Tático (PC Tat) , 2 Socorros, 6 Viaturas Blindadas Especializadas de
Engenharia (VBE), 6 Viaturas Blindadas para Unidades de Tiro (UT) AAe e 6 para as
Seções da Cia AC, perfazendo um total de 170 veículos para uma configuração básica
de brigada. A um custo unitário de U$ 2. 500.000,00 (tomando como exemplo o
PATRIA) serão necessários U$ 425.000.000,00 para apenas uma GU, subindo para U$
850.000.000,00 no caso de duas, sem contar o restante dos equipamentos.
A concepção artística a seguir e o exemplo de uma família de blindados S / R,
ambas a partir da plataforma de um mesmo veículo (PATRIA), bem como a proposta de
um organograma para a Brigada de Infantaria Mecanizada dão a idéia espacial de tudo
o que foi desenvolvido de forma escrita.
12
Figura 1 - Tipos de Vtrs de Cmb para a Inf Mec (sugestão)
Fonte: O Autor (2004)
13
Figura 2 - FT Cia Fuz Mec (1ª Opção) - exemplo - sugestão
Fonte: O Autor (2004)
14
Figura 3 - Uma proposta para organização de uma Bda Inf Mec (sugestão)
Fonte: O Autor (2004)
15
Figura 50 - Exemplo de uma família de blindados S / R a partir da plataforma de um mesmo veículo
(PATRIA)
Fonte: PATRIA Industries (2004)
A partir do estabelecimento da dotação de material, parte-se para a materialização
da doutrina, ou seja do emprego, de com deve combater.
Contudo, as possibilidades ditadas pela técnica do material em adestramento em
campanha, na prática, por meio de experimentações é que tornarão conceituais e reais
os prováveis empregos de uma Infantaria Mecanizada no EB.
Isso não impede que meios sobre rodas existentes sejam reunidos em escalões
menores (frações, pelotões, subunidades) e com isso responder aos questionamentos
básicos em relação a dotação de
material e emprego, levantando outros
questionamentos, antecipando erros que poderiam ser cometidos no futuro.
As opções do presente trabalho não são conclusivas, apenas são apresentadas
como sugestões ao processo decisório, permanecendo o assunto em aberto,
necessitando de prosseguimento na pesquisa, pois ainda lacunas existem e até o
momento não puderam ser respondidas em sua plenitude.
16
REFERÊNCIAS
ARGENTINA. El Libro Blanco de la Defensa: base de datos en el 2000. 2004.
Disponível em: http://www.ser2000.org.ar/. Acesso em 4 jul.2004.
AÇÃO DE CHOQUE. Rio de Janeiro: Centro de Instrução de Blindados, n.1. 2001.
BARROS, Antônio Manoel de. Brigada de Infantaria Mecanizada: proposta de sua organização e
reflexos na doutrina de emprego. Rio de Janeiro, 2000. 70 p.
BACCHI, Reginaldo. Brigada Stryker de Combate. Tecnologia e Defesa. São Paulo, n. 93, p.54 - 59,
2003.
BASTOS, Expedito Stefani. A Grande Decisão. Tecnologia e Defesa. São Paulo, n. 97, p. 36 - 41, 2003.
BASTOS,
Expedito
Stefani.
El
Tanque
Argentino
Mediano:
TAM.
2004.
Disponível
em:
<http://www.defesa.ufjf.br/index.php?page=artigos.php>. Acesso em: 4 jul. 2004.
BASTOS, Expedito Stefani. Empresas Israelenses recuperam Blindados Brasileiros. 2004. Disponível
em: <http://www.defesa.ufjf.br/index.php?page=artigos.php>. Acesso em: 4 jul. 2004.
BASTOS, Expedito Stefani. Projeto Fênix: 2003 um novo futuro para blindados sobre rodas no Exército
Brasileiro. 2004. Disponível em:
<http://www.defesa.ufjf.br/index.php?page=artigos.php>. Acesso em: 4 jul. 2004.
BLINDADOS DE RODAS NO BRASIL. 2004. Disponível em: http://www.defesanet.com.br/rodas/.
Acesso em: 4 jul. 2004.
BRASIL. Engenheiros Especializados Sociedade Anônima. Catálogo Técnico do Transporte de Tropa:
EE - 11 Urutu. Barueri: ENGESA, 1986.
BRASIL. Exército. ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS. Pub 7 - 20 - 1: O Batalhão de
Infantaria Mecanizado. Rio de Janeiro, 2003.
______. Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. QOES 100 - 1: Organização das Forças
Terrestres do Teatro de Operações Terrestres. Rio de Janeiro, 2002.
17
BRASIL. Exército. Estado-Maior. IP 100 -1: bases para a modernização da doutrina de emprego da Força
terrestre (Doutrina Delta). Brasília, DF, 2002.
______. Siplex 4: concepção estratégica do Exército. Brasília, DF, 2002.
______. Siplex 6: plano de estruturação do Exército. Brasília, DF, 1997.
______. Sistema de Doutrina Militar. Brasília, DF, 1999.
BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 11. Ed. Rio de Janeiro:
Fundação de Assistência ao Estudante,1986.
CASALES, Luciano Phaelante. Uma visão da organização das Grandes Unidades e Unidades de
Infantaria e Cavalaria. Ação de Choque. Rio de Janeiro, n.1, p. 4 - 8, 2001.
DA SILVA, Charles Domingues. A Infantaria Mecanizada. Ação de Choque. Rio de Janeiro, n.1, p. 9 12, 2001.
DEFENSA. Madrid: Edefa, n. 295. 1978 - . Mensal.
DEFENSA. Madrid: Edefa, n. 314. 1978 - . Mensal.
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO - MAIOR DO EXÉRCITO (Brasil). Manual Escolar: Fundamentos
das Operações Militares (Doc 2 p.9 e Nota Suplementar, Doc 10 p. 1 - 22). Rio de Janeiro, 2002. 1 v.
ESCOLA DE COMANDO E ESTADO - MAIOR DO EXÉRCITO (Brasil). Manual Escolar: Apresentação
de Trabalhos Acadêmicos, Dissertações e Teses. Rio de Janeiro, 2002.
______. Manual Escolar: Elaboração de Projetos, Trabalhos Acadêmicos, Dissertações e Teses. Rio de
Janeiro, 2002.
FOTOS DE DIVERSOS BLINDADOS. 2004. Disponível em: http://pro.corbis.com/. Acesso em: 4 jul.
2004.
GOMES, Marcelo Nascimento. Proposta de estruturação de uma Infantaria Mecanizada para o
Exército Brasileiro. Rio de Janeiro, 2000. 34 p.
18
INTERCAMBIO DE COOPERAÇÃO DE ESPACIALISTAS BRASIL E ESTADOS UNIDOS, 2003, Rio de
janeiro. Anais... Rio de Janeiro: EsAO, 2003.
JANSEN, Alexandre Eduardo. Proposta de uma Infantaria Mecanizada para o Exército Brasileiro. Rio
de Janeiro, 2001. 39 p.
MONTES, Celso José. Proposta de estruturação de uma Infantaria Mecanizada para o Exército
Brasileiro. Rio de Janeiro, 2000. 53 p.
PANORAMA
DE
BLINDADOS
NO
BRASIL.
2004.
Disponível
em:
http://www.defesanet.com.br/blindados/. Acesso em: 4 jul. 2004.
PATRIA
AMV
8x8.
2004.
Disponível
<http://www.armytechnology.com/contractors/armoured/patria_vehicles2/patria_vehicles23.html>.
Acesso em: 4 jul.2004.
REPORTAGENS DIVERSAS SOBRE O PATRIA AMV 8x8. 2004. Disponível em:
<http://www.defesanet.com.br/noticia/patriaamv1/>. Acesso em: 4 jul.2004.
TECNOLOGIA E DEFESA. São Paulo: Tecnodefesa, n. 93. 1984 - . Mensal.
TECNOLOGIA E DEFESA. São Paulo: Tecnodefesa, n. 96. 1984 - . Mensal.
TECNOLOGIA E DEFESA. São Paulo: Tecnodefesa, n. 97. 1984 - . Mensal.
THOMÉ, João Quaresma. Blindados ligeiros para fuzileiros [artigo científico]. 2004.
Disponível em: <http://www.terravista.pt/enseada/1973/docs/lavs/lavs.html>. Acesso em: 4 jul. 2004.
em: