- Câmara de Comércio Americana
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Especial Porto do Rio - Séc. 21: Um novo ciclo econômico dá fôlego ao potencial logístico Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Desde 1921 nº276 jul/ago 2012 Energia: visões para o futuro do setor Por Manuel Fernandes | Guillermo Quintero | Marcos Sawaya Jank | José Virgílio Lopes Enei | Rafael Jaen Williamson Sala de visualização em 3D, no Cenpes/Petrobras Entrevistas O presidente da BG Brasil, Nelson Silva, e os investimentos e planos para o País Dennis Hearne: a despedida do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio Conselho editorial Helio Blak Henrique Rzezinski João César Lima Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco Robson Barreto Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected] Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Areas (fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Giselle Saporito e Sol Mendonça (textos) foto da capa: agência petrobras Canal do leitor [email protected] Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Publicidade Liliane Dippolito [email protected] A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por Ernst & Young Terco Impressão: Walprint Uma publicação da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Praça Pio X, 15, 5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201 [email protected] www.amchamrio.com Leia a revista também pelo site amchamrio.com Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ P assados os Jogos Olímpicos de Londres, todas as atenções se voltam agora para o Brasil e, mais particularmente, para o Rio de Janeiro. As expectativas com relação à realização da Copa em 2014 e, mais ainda, com a Olimpíada em 2016 irão aumentar ainda mais a nossa exposição ao noticiário mundial. Os desafios são grandes, e boa parte deles já vem sendo atacada com as obras de infraestrutura em curso, mas o caminho ainda é longo e o tempo cada vez mais curto. Nesse contexto, algumas ações importantes são objeto de atenção dos nossos governantes e da iniciativa privada, visando não só preparar a cidade e o País para os grandes eventos, mas, principalmente, garantindo que as transformações em curso se reflitam verdadeiramente em melhorias na qualidade de vida e beneficiem toda a população. Trata-se do tão esperado legado. Nesta edição procuramos avançar na discussão de alguns dos temas que mais podem ajudar nessa transformação sob o ângulo da infraestrutura. Um desses temas é a questão da nossa matriz energética, uma das mais diversificadas do mundo, mas que ainda hoje se beneficia menos do que poderia em função da sua diversidade. Buscamos trazer nesta edição matérias e artigos sobre o tema, enfatizando esse potencial a explorar e cobrindo não só a indústria de óleo e gás como de outras fontes energéticas. O tema da infraestrutura portuária também é tratado nesta edição, em um artigo especial, voltado para as propostas de modernização e ampliação do Porto do Rio de Janeiro, para o qual já estão aprovados diversos projetos, que são detalhados no texto fartamente ilustrado. Em função dos grandes eventos e da tendência de crescimento do comércio exterior fluminense, teremos importações cada vez mais expressivas de equipamentos e componentes, acarretando um crescimento da movimentação de cargas conteinerizadas. Qualquer atraso nos cronogramas originais pode acarretar a perda de um market share arduamente conquistado pelos operadores locais, detentores das concessões licitadas e que já efetuaram transformações organizacionais significativas. Temos menos de dois anos até o início da Copa de 2014 e estamos a quatro anos da Olimpíada. Ao mesmo tempo que enormes oportunidades se abrem, também os desafios são da mesma dimensão e precisam ser superados com muita competência. Queremos contribuir para que o País e o Rio de Janeiro possam projetar uma imagem positiva sobre a nossa capacidade de criação e realização. Esperamos que o setor público e a iniciativa privada assumam essa tarefa de mãos dadas. Divulgação/BG Brasil editorial artigos relacionados 34 Conteúdo local impulsiona P&D em óleo e gás no Brasil, por Manuel Fernandes, sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e chairperson do Comitê de Energia da Amcham Rio 36 Os biocombustíveis, a Rio+40 e os carros “verdes”, por Marcos Sawaya Jank, especialista em agronegócio e agroenergia, ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar 38 Em busca dos mercados globais para o etanol, por José Virgílio Lopes Enei, sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados 40 Entrevista, com Guillermo Quintero, presidente da BP no Brasil Henrique Rzezinski, presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro Caso não esteja recebendo o seu exemplar ou queira atualizar seus dados, entre em contato com Terezinha Marques: (21) 3213-9220 ou [email protected] 42 A guerra por talentos, por Rafael Jaen Williamson, diretor de Assuntos Corporativos da Chevron Brasil Petróleo 06 10 14 16 18 22 24 26 32 34 44 46 Em Foco Notícias sobre os acontecimentos recentes e a agenda de eventos e cursos da Amcham Rio Entrevista O presidente da BG Brasil, Nelson Silva, fala sobre os investimentos e planos de negócios no País Radar Carinho e atenção ao cliente: é o que recomenda às empresas o CEO da Case Benefícios e Seguros, Rafael Sampaio da Motta Ponto de Vista A habilidade de desenvolver competência e a sobrevivência das empresas, no artigo da senior consultant da KornFerry International Mariana Abbud Entrevista As memórias e os feitos do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, Dennis Hearne, que se despede do posto, mas não do seu “país do coração” From the USA EducationUSA: esta será a maior missão educacional já enviada pelos EUA ao Brasil – e pela primeira vez liderada por um subsecretário do Departamento de Comércio Ponto de Vista As novas exigências de prestação de contas do Siscoserv referente ao comércio exterior, por Marluci Azevedo Rodrigues, sócia do escritório de contabilidade Domínio Assessores Porto do Rio – Séc. 21 O novo projeto de reformulação do Porto do Rio e o potencial do corredor logístico de cargas, na visão do presidente do Conselho de Administração da Multiterminais, Richard Klien Ponto de Vista A diretora da ID Projetos Educacionais e doutora em educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal, mostra como o caso da Volkswagen desenvolve líderes e consolida a alta performance Especial – Energia: desafios e promessas da matriz energética brasileira Ponto de Vista O diretor-executivo da Amcham Espírito Santo, Clóvis Abreu Vieira, traça um panorama econômico das perspectivas para o Brasil Amcham News 8º Prêmio Brasil Ambiental e os eventos realizados pela Amcham Rio CASA DA CRIAÇÃO A gente ama cuidar de você. ANS - Nº 417165 Tudo que a sua empresa precisa: know-how, comprometimento e muito carinho. O Grupo Case é especializado em gestão de planos de saúde e corretagem de seguros corporativos para empresas de médio e grande portes. Há 15 anos, mais de 300 mil clientes apontam nosso maior diferencial: o atendimento extremamente próximo, carinhoso e sempre atento. Se sua empresa precisa de um parceiro reconhecido por sua competência e expertise, procure o Grupo Case. O carinho e a energia positiva vêm de brinde. Tel. (21) 3216-9292 www.grupocase.com.br em foco Brazil Energy & Power 10 debateu em Houston, no Texas, Estados Unidos, o setor de energia 6_Edição 276_jul/ago 2012 Sócio-líder de Tax Effective Supply Chain Management ( 11 2573 5259 O sócio da KPMG Steve Estes ey.com.br O capitão Ed Stanton, da EVP, O’Brien’s Response O gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone; o presidente da Bratecc, Orlando Azevedo; o diretor-executivo da Bratecc, Ricardo Peduzzi; o representante da Mitsubishi International Corporation Makoto Fujiwara e o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski • Auditoria • Consultoria • Impostos • Transações TM Rio 2016 O diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos Arango; a superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Claudia Rabelo; a diretora de Comunicação da BG Brasil, Maria Luiza Soares; e o coordenador do Comitê de Relações Externas da Comissão para Assuntos de Regulatórios de Energia e Petróleo do IBP, Flavio Ofugi Rodrigues Gestão A eficiência tributária cadeia de suprimentos estratégica de na pode trazer mais impostos em competitividade para empresa. supply chain. sua Fale com Marcelo Lira O vice-presidente da CenterPoint Energy (Houston), Kenneth Mercado Trabalhe conosco: ey.com.br o dia 13 de agosto, representantes do setor público e privado do Brasil e dos Estados Unidos estiveram reunidos na décima edição da conferência internacional Brazil Energy and Power (BEP), em Houston, no Texas (EUA). O encontro é realizado anualmente pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) em parceria com a Brazil-Texas Chamber of Commerce (Bratecc) e, este ano, com o apoio do Brazil-U.S. Business Council. A superintendente de Promoção de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Claudia Rabelo, o coordenador do Comitê de Relações Externas da Comissão para Assuntos de Regulatórios de Energia e Petróleo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Flavio Ofugi Rodrigues, e o diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos Arango, integraram o primeiro painel do dia, com o debate O Marco Regulatório do Setor de Petróleo e Gás no Brasil, Investimentos e Desafios Logísticos, moderado pela diretora de Comunicação da BG Brasil, Maria Luiza Soares. Em seguida, sob o tema Eficiência Energética: Criando um Mundo Sustentável Através do Uso Inteligente da Energia Elétrica, falaram o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone, o vicepresidente da CenterPoint Energy (Houston), Kenneth Mercado, e o representante da Mitsubishi International Corporation, Makoto Fujiwara. A moderação do painel foi do presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski. Os atuais destaques na indústria de energia foram foco do terceiro e último painel da conferência, com destaque para a palestra do capitão Ed Stanton, da EVP, O’Brien’s Response, sobre as consequências em Macondo, e do sócio da KPMG Steve Estes, sobre o gás de xisto ou shale gas. O objetivo da conferência é identificar as oportunidades e os desafios do setor no Brasil, fomentando trocas de experiências e possibilidades de negócios entre os dois países. © 2012 EYGM Limited. Todos os direitos reservados. N em foco agenda 2012 Amcham Rio SETEMBRO A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) retoma, no mês de agosto, o Amcham Rio Professional Development, projeto de especialização e reciclagem profissional voltado para associados e não associados. Com uma grade de cursos cuidadosamente selecionada, a proposta é oferecer treinamentos de alta qualidade direcionados ao nível gerencial e executivo, sempre alinhados com as necessidades do mercado. Os diversos temas serão ministrados por professores de alto nível, utilizando metodologias diversificadas, atuais e apoio tecnológico que garantem dinamismo e alta performance em sala de aula. Há descontos para grupos entre 10% e 20%, a depender do número de participantes. Os cursos vão acontecer na sede da Amcham Rio, na Praça Pio X, 15, 5º andar, Centro. Mais informações com Carla Careys: (21) 3213-9203 e carlacareys@amchamrio. com. Confira a programação já confirmada na agenda. Café de Novos Sócios 8_Edição 276_jul/ago 2012 4/9 Seminário Marketing Jurídico: Desafios e Oportunidades 12/9 Seminário Anticorrupção 13/9 Curso A Liderança do Gestor Financeiro, com Sérgio Carvalho 12 e 13/9 Evento PI nos Esportes 17 a 20/9 Rio Oil & Gas Expo 25/9 Curso Infrações e Penalidades Aduaneiras, com Gláucio Bastos On the Road O Centro Latino-americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual, presidido por Steve Solot, organizou um evento de despedida ao cônsul-geral dos EUA no Rio, Dennis Hearne, com a pré-estreia do filme On the Road, sobre a obra de Jack Kerouac, em parceria com a Amcham Rio, BG Brasil e Case Benefícios e Seguros, em 9 de julho, no Espaço Itaú de Cinema. OUTUBRO 2/10 Curso Gestão da Inteligência Competitiva, com Elisabeth Gomes 5/10 Café da Manhã Gestão do Risco Aduaneiro 18/10 Curso Blindagem de Lucros, com Sérgio Carvalho 19/10 Seminário Portos do Rio: Desafios e Perspectivas 27 e 28/10 Curso Matemática Avançada para Finanças, com Sérgio Carvalho Membros das empresas recentemente associadas à Amcham Rio estiveram reunidos em um café da manhã, no começo de agosto, oferecido pela instituição em sua sede, para apresentar os planos de trabalho e ouvir os novos membros sobre suas áreas de negócio e atuação. Edição 276_Brazilian Business_9 entrevista Nelson Silva Presidente da BG Brasil Com investimentos multibilionários para o País, a BG Brasil é considerada um dos principais destaques das operações do BG Group no mundo. A organização vai abrigar no Rio de Janeiro o Centro Global de Tecnologia, com mais de US$ 2 bilhões destinados somente à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico até 2025. “O Brasil passou a ser o centro da estratégia global de tecnologia do BG Group”, é o que revela o presidente da BG Brasil, Nelson Silva, em entrevista exclusiva à Brazilian Business Brazilian Business: Qual o balanço desse período de quase 20 anos de atuação no Brasil? Nelson Silva: A BG Brasil é parte do BG Group, uma companhia integrada de gás natural, e está presente no País desde 1994. A BG Brasil atua na exploração e produção de hidrocarbonetos na Bacia de Santos como a maior parceira da Petrobras na exploração, no desenvolvimento e na produção de óleo e gás do pré-sal. Sob a operação da Petrobras, a BG Brasil e seus parceiros têm uma impressionante taxa de sucesso desde o início do programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, em 2005. Também estão reduzindo consideravelmente o número de dias de perfuração, economizando milhões de dólares com o uso de tecnologia e processos de ponta. A grande quantidade de descobertas na Bacia de Santos proporciona a oportunidade de desenvolver projetos de longo prazo em exploração e produção no Brasil. A BG Brasil mantém compromisso de longo prazo com o País, estando alinhada com as prioridades do Governo Federal para maximizar o conteúdo local, ampliar a proteção ao meio ambiente e a segurança operacional e promover o desenvolvimento científico e tecnológico, além do progresso social. Por meio da Estratégia de Sustentabilidade da BG Brasil, estamos investindo em projetos que contribuem para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. A estratégia tem por base quatro pilares: pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento social (sobretudo em educação), conteúdo local e meio ambiente e segurança (incluindo biodiversidade). Acreditamos que o investimento nessas áreas tem potencial para oferecer benefícios permanentes ao Brasil, bem como apoiar os objetivos corporativos de longo prazo da BG Brasil. “A grande quantidade de descobertas na Bacia de Santos proporciona a oportunidade de desenvolver projetos de longo prazo em exploração e produção no Brasil” 10_Edição 276_jul/ago 2012 verno brasileiro, estamos contribuindo para a inovação no País por meio de uma série de projetos. O Brasil passou a ser o centro da estratégia global de tecnologia do BG Group e, assim, a companhia está implantando o Centro Global de Tecnologia no Rio de Janeiro. O objetivo é desenvolver tecnologias avançadas para aplicação de inovação tecnológica na promoção de melhorias na indústria de óleo e gás. A BG Brasil terá o mais significativo investimento em P&D entre as empresas internacionais de petróleo no Brasil – mais de US$ 2 bilhões até 2025 – e temos certeza de que isso trará benefícios em longo prazo tanto para o Brasil quanto para a companhia. A partir desse centro serão coordenados quase todos os projetos de P&D do BG Group no mundo, trabalhando em proximidade a universidades brasileiras e contribuindo para o aumento de conteúdo local em bases competitivas internacionalmente. Criaremos uma série de parcerias tecnológicas com universidades, laboratórios e instituições nacionais e internacionais, além do Governo Federal. BB: Que tipo de parcerias? NS: A companhia foi, por exemplo, pio- neira no apoio ao programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, e pretende investir até US$ 100 milhões em bolsas de estudo internacionais a estudantes e pesquisadores brasileiros, contribuindo para a integração da indústria com a academia na pesquisa aplicada e fortalecendo a sociedade do conhecimento. O projeto é uma parceria com o CNPq e contempla o intercâmbio para a formação de estudantes brasileiros nas melhores universidades do mundo, além da formação de parcerias com os centros de excelência acadêmica do País, permitindo a transferência de tecnologia visando sua aplicação prática. Divulgação/BG Brasil Compromisso com o Brasil BB: Como é feito o investimento em tecnologia da companhia no Brasil? NS: Alinhados com as prioridades do go- Edição 276 Brazilian Business_11 entrevista nelson silva da para programas de monitoramento nos ambientes marítimos em que nossos investimentos e operações estão localizados. Tais estudos são importantes para a compreensão desses locais e permite que planejemos nossas atividades para minimizar os impactos no meio ambiente. O monitoramento é realizado em parceria com outras empresas, governo, universidades e instituições não governamentais. Por exemplo, a Bacia de Santos, área onde se encontram campos do pré-sal, será acompanhada por meio de um sistema inédito de monitoramento oceânico. As informações contribuirão para a segurança e eficiência de operação no setor de óleo e gás e para o melhor conhecimento e preservação do meio ambiente, entre outras finalidades. A iniciativa foi viabilizada por um convênio assinado entre a Coppe/ UFRJ, a BG Brasil e a Prooceano. Batizado de Projeto Azul, prevê investimento de R$ 20 milhões da BG Brasil, e seu banco de dados poderá ser conectado a sistemas globais de monitoramento já existentes na Europa e nos Estados Unidos, ampliando o uso e a influência das informações. A BG Brasil também vem apoiando o programa de monitoramento de baleias e golfinhos realizado pelo Instituto Aqualie na Bacia de Santos. Além disso, estamos trabalhando com universidades parceiras para desenvolver um programa de monitoramento mais amplo na região, uma vez que esse ambiente é bem menos estudado que a Bacia de Campos. Já o Projeto Baía de Guanabara, implantado pela BG Brasil, pelo Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael, pela Prooceano e pelos laboratórios LAMMA/LAMCE-UFRJ, é dedicado ao estudo das correntes oceânicas e de vento na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Também contempla o desenvolvimento de um modelo matemático pioneiro para prever correntes, similar aos modelos de previsão climática, e com acesso gratuito pela internet. O projeto recebeu investimento de R$ 1,1 milhão da BG Brasil. 12_Edição 276_jul/ago 2012 “A BG Brasil terá o mais significativo investimento em P&D entre as empresas internacionais de petróleo no Brasil – mais de US$ 2 bilhões até 2025” BB: O programa de investimento social da BG Brasil voltado à educação em ciências é único no País. Como funciona? NS: O programa de investimento social da BG Brasil visa à geração de benefícios duradouros para o País por meio de investimentos na educação em ciências, por intermédio do método STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e na capacitação profissional. O programa contribuirá para o desenvolvimento de capital humano, conhecimentos e mão de obra qualificada, potencializando os benefícios locais gerados pela exploração de recursos naturais, além de desenvolver uma economia de alta tecnologia. A companhia está apoiando a inovação para o aprimoramento do ensino de STEM na rede pública de ensino – assim como a capacitação, sobretudo no ensino profissionalizante. A BG Brasil atua em parceria e no apoio de instituições brasileiras, organizações não governamentais e serviços de aprendizagem que trabalham com ensino e capacitação profissional, em estreita articulação com órgãos públicos em todas as esferas governamentais. Os investimentos são destinados a toda a rede de ensino, compreendendo a educação infantil e os ensinos fundamental, médio e profissionalizante. Inicialmente, os investimentos se dirigem a dois Estados ligados ao desenvolvimento de óleo e gás do pré-sal: Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os recursos são originários dos fundos de investimento social voluntário da BG Brasil, separados da cláusula de P&D. Divulgação/BG Brasil BB: Como a companhia estrutura seus programas marítimos ambientais? NS: Atualmente, a BG Brasil está volta- radar O O cliente precisa de carinho escritor russo Anton Tchekhov, que atingiu seu apogeu no fim do século 19, tornou-se conhecido por traduzir a tragédia contida em pequenas coisas da vida. Um de seus contos, “A Palerma”, um diálogo entre uma governanta e seu patrão, retrata como o ser humano se submete facilmente à dominação e se sente subjugado diante de alguém mais assertivo, mesmo quando o opressor não tem razão. Embora a inspiração de Tchekhov tenha origem na sociedade russa do fim do século 19, a sensação de poder do patrão que se recusa a pagar o salário da governanta, que, submissa, não reclama, infelizmente ainda serve de espelho para muitos empresários em pleno século 21. Este desrespeito também se estende aos consumidores. Porém, o mundo mudou muito nos últimos 20 anos. As potências que ditavam as regras financeiras e comerciais na segunda metade do século 20, hoje, são obrigadas a obedecer a uma nova ordem mundial. A ascensão de economias que eram promessas de futuro no fim do século 20 é uma realidade no século 21. E, mesmo em países que nasceram sob a forma de colônias, como o Brasil, há uma mudança clara nas relações entre empregadores e empregados e entre empresários e clientes. Em um Brasil que ganha espaço no cenário econômico mundial e que assiste à oferta de crédito, proporcionando a ascensão da classe C ao consumo, está cada vez mais difícil encontrar profissionais que não hesitem em trocar empresas em que não são valorizados ou consumidores que não se mantenham fiéis ao mínimo sinal de desrespeito. A instituição do Código de Defesa do Consumidor no Brasil, pela Lei 8.078/90, foi um marco, mas foi preciso mais de três décadas para que houvesse uma mudança representativa na forma de o cliente exigir seus direitos. Por que nunca paramos para ouvir os principais interlocutores do nosso negócio: colaboradores e clientes? Cuide de quem faz a diferença no seu dia a dia ilustração pictomonstro Rafael Sampaio da Motta_CEO do Grupo Case Benefícios e Seguros 14_Edição 276_jul/ago 2012 Todas essas mudanças, no Brasil e no mundo, têm obrigado empresários a repensar a forma de desenvolver seus negócios e lutar pela fidelidade de clientes e colaboradores. Mais do que um serviço de qualidade, o consumidor quer atenção, quer se sentir único e ter voz ativa. Mais do que um bom salário, o colaborador precisa acreditar que a organização reconhece sua dedicação sob a forma de atenção quando ele precisa se ausentar para resolver um problema pessoal, de saúde ou investir no seu aprimoramento profissional. Mesmo com tantas evidências sobre a mudança de atitude do cliente/consumidor, por que ainda nos deparamos com situações em que operadoras de telefonia móvel são impedidas, pela Anatel, de comercializar chips e serviços? Diante de tristes episódios como este, constatamos que, apesar de o Brasil despertar orgulho pelo seu desempenho econômico nos últimos anos e por se tornar sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, ainda temos muita lição de casa para fazer antes de nos considerar um ambiente de excelência nas relações com o consumidor. Mas, como já expunha o milenar I Ching – O Livro das Mutações, em toda crise, há sempre oportunidade de crescimento, e é possível vislumbrar um seleto grupo de empresas que já perceberam o caminho da fidelidade de colaboradores e clientes: a atenção e o carinho. O mundo passa por uma reestruturação total de valores, e os conceitos ocidentais, que preconizavam a mais-valia e a busca desenfreada pelo lucro, dão cada vez mais lugar aos milenares conselhos orientais, em que um gesto de carinho e delicadeza não tem preço. Em tempos de conexão global, internet 2.0 e sucesso de empresas que nasceram em um notebook, na composição do valor de uma ação de uma companhia entra um elemento fundamental para o sucesso no século 21: o ativo intangível. Difícil de definir, o intangível se traduz em colaboradores comprometidos com a missão e os valores da instituição em que trabalham e em gestos que não se medem em planilhas de Excel, mas refletem resultados tangíveis em caixa, o cuidado em prestar mais do que um serviço de qualidade, um serviço capaz de surpreender o cliente quando ele menos espera. “Mais do que um bom salário, o colaborador precisa acreditar que a organização reconhece sua dedicação sob a forma de atenção“ Para exemplificar pontualmente algumas das práticas de negócios que precisam ser revistas, diria ser necessário pensar no cliente como prioridade de fato, os planos de negócios precisam acolher as demandas dos clientes nos tópicos sobre inovação e crescimento; entregar realmente o que promete, é preciso lembrar que a lei está do lado do consumidor, que, quando desrespeitado, exige seus direitos na Justiça; saber dimensionar suas necessidades e ter a estrutura adequada para entregar o produto vendido. Em tempo de redes sociais, reputação é algo que se perde em menos de dois cliques; equilibrar a área de vendas com a área de pós-vendas, só assim você honrará o que o cliente realmente espera; valorizar seus colaboradores, pois são ativos fundamentais para o seu sucesso; pensar de forma sustentável e se sentir corresponsável pelo futuro da comunidade, da cidade, do Estado e do País; ousar, inovar e colocar boas ideias em prática somente quando os serviços ofertados estiverem no ápice do sucesso, ou seja, funcionando perfeitamente; respeitar o cliente até as últimas consequências e tratar pessoas, colaboradores e consumidores com carinho e atenção – isso fará a diferença na sua organização e na sua vida. Se imaginássemos um empreendedor do século 21 subindo uma montanha para buscar conselhos com um mestre, certamente, no discurso do mestre, estariam toques que, de tão óbvios, muitos pensariam por que afinal subiram uma montanha tão íngreme para ouvi-los. A resposta é simples: porque nunca pararam para ouvir os principais interlocutores do seu negócio, seus colaboradores e clientes. Cuide de quem faz a diferença no seu dia a dia. Edição 276_Brazilian Business_15 ponto de vista Mariana Abbud senior consultant da KornFerry International Identificação e desenvolvimento dos futuros líderes: tendência ou sobrevivência? O tema sucessão e desenvolvimento de lideranças, que vem ocupando a agenda dos líderes de negócios há alguns anos, ganha agora atenção especial. Em um mercado cada vez mais competitivo e carente de profissionais qualificados, a capacidade de fomentar o desenvolvimento interno de líderes se torna um importante diferencial competitivo. Em recente pesquisa realizada com 365 CEOs da América Latina pela KornFerry International, em 2011 (CEO Vision Revisited), 68% dos entrevistados declararam que “desenvolver gente e gerenciar talentos” é uma de suas prioridades para os próximos três anos, superando itens como “melhorar produtividade” e “expandir mercado”. Se, por um lado, a sensação de urgência parece estar instalada, ainda há dúvidas práticas sobre como identificar os futuros líderes de forma assertiva, possibilitar que o desenvolvimento aconteça de forma eficaz e garantir a continuidade dos negócios sem rupturas causadas pela ausência de um líder. Até bem pouco tempo, o critério desempenho na posição atual (performance passada) era aceito como indicador de sucesso futuro em funções maiores ou mais complexas e, com base nessa avaliação, profissionais bem-sucedidos seriam promovidos continuamente até o que o Princípio de Peter chamou de “seu nível de incompetência”. “Em uma estrutura administrativa hierarquizada, as pessoas tendem a ser promovidas até o seu nível de incompetência” (Dr. Laurence J. Peter, 1960, Business Open Learning Archive). Em outras palavras, profissionais de sucesso eram reconhecidos por um trabalho benfeito, tendo como “prêmio” uma promoção, sem necessariamente terem desenvolvido competências e habilidades para um desempenho satisfatório nessa nova função. Em uma pesquisa de 2005 realizada pelo Corporate Leadership Council foi observado que, apesar de performance (desempenho consistente) ser um critério presente em 93% dos profissionais com alto potencial, apenas um terço dos profissionais com alta performance, de fato, tem potencial para assumir desafios maiores. Diante dessa realidade e da dificuldade de dimensionar o “potencial futuro”, o conceito de Agilidade de Aprendizagem traz uma nova dimensão à discussão de potencial: a abertura e capacidade de um profissional de aprender com suas experiências, incorporando esses aprendizados ao seu repertório. 16_Edição 276_jul/ago 2012 ATTORNEYS-AT-LAW www.veirano.com.br [email protected] Pessoas com alta Agilidade de Aprendizagem têm uma verdadeira abertura para aprender sobre si mesmas, sobre outros e ideias, seja por meio de feedback (constantemente solicitado) ou por tentativa e erro. São profissionais que refletem e experimentam, constantemente buscando novas formas de atuação. Esses profissionais frequentemente provocam mudanças, questionam o status quo e inspiram outros a desempenhar além do esperado. Com a crescente velocidade dos acontecimentos e mudanças, a escassez cada vez maior de profissionais qualificados e a grande demanda por talentos, os ciclos de carreira têm ficado cada vez mais curtos, com profissionais assumindo posições mais complexas precocemente. Frente a esse contexto, a identificação de executivos com alta Agilidade de Aprendizagem e a capacidade organizacional de desenvolver e reter tais talentos serão essenciais para a criação de uma pipeline de líderes futuros. Áreas de Prática | Practice Areas Administrativo Antitrust and Competition Aeronáutico Arbitration and Mediation Antitruste e Concorrência Ambiental Arbitragem e Mediação Bancário e Financeiro Comércio Exterior Capital Markets Compliance Consumer Law Contracts Corporate Corporate Immigration Energia Elétrica Credit Recovery & Corporate Reorganization Entretenimento Energy Financiamento de Projetos Entertainment Fusões e Aquisições Environmental Imigração Empresarial Imobiliário “Os ciclos de carreira têm ficado cada vez Infraestrutura mais curtos, com profissionais assumindo Mercado de Capitais Mineração Naval Petróleo e Gás Private Equity Propriedade Intelectual Recuperação de Créditos e de Empresas Seguro e Resseguro Societário Tecnologia da Informação Telecomunicações Trabalhista e Previdenciário Tributário SÃO PAULO Av. das Nações Unidas, 12.995 / 18º andar Brooklin – 04578-000 – SP Tel.: (55 11) 5505-4001 Fax: (55 11) 5505-3990 Banking and Finance Contencioso Governança RIO DE JANEIRO Av. Presidente Wilson, 231 / 23º andar Castelo – 20030-021 – RJ Tel.: (55 21) 3824-4747 Fax: (55 21) 2262-4247 Aviation Consumidor Contratos posições mais complexas precocemente” Administrative Aduaneiro PORTO ALEGRE Rua Dona Laura, 320 / 13º andar Rio Branco – 90430-090 – RS Tel.: (55 51) 2121-7500 Fax: (55 51) 2121-7600 Export / Import and Customs Information Technology Infrastructure Insurance & Reinsurance Intellectual Property International Trade Labor and Social Security Litigation Mergers & Acquisitions Mining Oil & Gas Private Equity Project Finance Real Estate Shipping Tax Telecommunications VEIRANO & PIQUET CARNEIRO ADVOGADOS BRASÍLIA SCN Qd. 2 – Ed. Corp. Financial Center – Bloco A 10º andar conj 1001 – 70712-900 – DF Tel.: (55 61) 2106-6600 Fax: (55 61) 2106-6699 entrevista Brazilian Business: Qual a sua avaliação desse período de três anos à frente do Consulado dos EUA no Rio? Dennis Hearne: Quando cheguei, em agosto de 2009, para as- Dennis Hearne cônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro sumir o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, senti a cidade diferente da que havia conhecido ao longo de 25 anos de carreira diplomática. Eram palpáveis e nítidos o dinamismo, o otimismo e o ambiente positivo que preenchiam o Rio de Janeiro com uma força que eu nunca tinha experimentado. Sabemos que o Rio passou por muitos anos de dificuldades por diversos motivos; perdeu influência política, relevância econômica, havia uma situação lamentável de segurança pública e a marginalização das comunidades. Em 2009, parecia ter havido uma mudança significativa desse cenário. Ao longo desses três anos de trabalho como cônsul-geral, trabalhamos para apoiar essa retomada positiva e construir um papel significativo nessas transformações tão relevantes à cidade. “O Brasil é o meu país do coração” Dennis Hearne deixa o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio em agosto, após três anos de trabalho à frente do time. Ele fala à Brazilian Business sobre os principais marcos de sua gestão e as oportunidades para as empresas e o País com os desafios vindouros Divulgação/Consulado dos EUA Por Andréa Blum 18_Edição 276_jul/ago 2012 BB: Quais as principais realizações e projetos que destacaria desse período? DH: O que disse ao meu time ao chegar é que tínhamos que ser uma equipe de transição para acompanhar e contribuir com essas mudanças positivas ao nosso redor. O Rio de Janeiro está cada vez mais relevante para o País e para a economia brasileira, e este consulado precisa funcionar como um ponto focal para as relações internacionais e para a diplomacia americana. Sabendo que a cidade vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016, queríamos fazer da nossa participação um exemplo para as relações bilaterais entre os dois países, com foco em projetos de educação, culturais e sociais, além do político-econômico. Nesse sentido, eu destacaria, na área consular, a expansão da nossa capacidade para acompanhar o ritmo de viagens dos brasileiros aos EUA, com uma maior agilidade na emissão de vistos para ajudar este movimento histórico do País. Processamos atualmente, em um dia normal, até 2 mil vistos. Em 2011, emitimos cerca de 1 milhão de vistos. O brasileiro atendido em nosso consulado do Rio, com agendamento pela internet, geralmente é recebido em até uma semana e, ao chegar ao consulado, se precisar passar pela entrevista, não leva mais que uma hora no processo. Temos muito orgulho de ter alcançado esse nível de agilidade e eficiência no atendimento. É uma das nossas principais conquistas nesses últimos três anos de trabalho. No envolvimento com a área de segurança pública, queríamos participar da integração das favelas à cidade, um desafio que parecia impossível para muitos cariocas e uma quebra de paradigma. Mas, convivendo com o secretário [José Mariano] Beltrame, entendi o que ele falava ao dizer que o policial sozinho não consegue segurar uma transformação perene. É papel de governos, sociedade civil, ONGs, escolas e empresas contribuir com essa mudança. Por essa razão, construímos um projeto de educação, o UP with English, com foco na empregabilidade, para levar às comunidades pacificadas, e vislumbrando os grandes jogos, o ensino da língua inglesa. Para o programa continuar tendo sucesso, a colaboração do setor privado é essencial. Nesse sentido, admiro o compromisso dedicado da Câmara de Comércio Americana do Rio e o apoio oferecido ao projeto pelas empresas BG Brasil, Amil, Case e Chevron. Edição 276 Brazilian Business_19 © 2012 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmasmembro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. entrevista dennis hearne Outra corrente que se evidenciou foi a expansão econômica da cidade, com o pré-sal e os grandes jogos. Ampliamos nossa capacidade comercial para facilitar visitas e seminários e aproximar entidades americanas de potenciais parceiros locais. Em termos de infraestrutura, criamos um crédito preliminar de US$ 1 bilhão acessível a esses grupos com projetos relacionados com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Tendo em vista os acordos bilaterais, nós temos promovido também diversos encontros, vislumbrando parcerias entre governos para projetos de inclusão social. Nesse período, também dobramos o nosso staff, atualmente com 90 americanos e 200 brasileiros trabalhando somente no Consulado dos EUA no Rio. BB: Qual a sua perspectiva em relação ao desempenho do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016? DH: Tenho certeza de que o Brasil vai se sair muito bem nos grandes jogos. É sempre difícil essa preparação, com desafios de infraestrutura, mas temos que perceber as oportunidades de transformações que se anunciam com um impacto permanente para a estrutura e os negócios da cidade. Acredito que ficaremos impressionados com o impacto que essas mudanças vão causar. BB: O senhor presenciou uma agenda entre os dois países bastante intensa, inclusive com a visita do presidente Obama ao Brasil e, recentemente, a da presidente Dilma aos EUA. Como percebe este momento e os marcos firmados entre os dois países? DH: Muitos desses acordos já existiam, mas essas visitas ajudam a formalizá-los e aumentam a capacidade de eles serem entregues – e mais rapidamente. Há um plano de trabalho bastante específico e denso que vai facilitar uma diplomacia de objetivos, voltada para fins práticos em diversos campos, seja energia, acordos comerciais, inclusão social, diálogos sobre assuntos consulares, receita e impostos. Em todas essas áreas há um framework para trabalhar de uma forma bastante prática e objetiva. Acho que a diplomacia vai ser, nos próximos anos, muito produtiva, e dará um retorno perceptível aos cidadãos dos dois países. Nunca vi um momento tão propício como agora para as relações entre Brasil e EUA. Sabemos o que precisamos fazer. “Gostaria de pensar que ajudei a colocar este consulado no caminho para ser o posto de trabalho que os EUA precisam no Rio de Janeiro, e que a cidade merece” BB: Quais as oportunidades de negócios para empresas americanas no Brasil? DH: Mesmo com uma longa tradição da atividade comercial entre os dois países, algo que me impressionou muito nesses últimos três anos foi o interesse das empresas americanas pelo Brasil, com uma agenda muito dinâmica de visitas, encontros e projetos de intenção para o País. Há muitas entidades que nunca pensaram em atividades comerciais, mas agora querem conhecer Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, Estados de nosso distrito. Estamos acompanhando esse movimento com muito entusiasmo. O desafio é criar as condições para essas companhias conhecerem melhor as oportunidades do País e entender como podem estabelecer suas operações. Costumamos dizer às empresas, grandes e pequenas, que vale a pena se estabelecer no Brasil neste momento dourado da economia brasileira. BB: Qual foi o grande marco de gestão como cônsul-geral dos EUA no Rio? DH: Gostaria de pensar que ajudei a colo- car este consulado no caminho para ser o posto de trabalho que os EUA precisam no Rio de Janeiro, e que a cidade merece; uma plataforma eficiente para facilitar o intercâmbio em todos os setores de atividade, com mais impacto e relevância para o Brasil. Outro legado é o UP with English, pois acredito que as UPPs são o modelo mais inspirador que vi nesses últimos três anos, e espero que o programa dê aos jovens uma perspectiva mais positiva para a vida. BB: Vai sentir saudades do Brasil? DH: Tenho procurado o autor de uma de- Divulgação/Consulado dos EUA claração que acho muito pertinente, que diz o seguinte: “Todo homem merece ter dois países, o país onde nasceu e o seu país do coração”. O Brasil é o país do meu coração há 30 anos. IMPULSIONE O CRESCIMENTO DA SUA EMPRESA A KPMG no Brasil criou uma nova unidade para atender especialmente as empresas do mercado empreendedor que desejam impulsionar seu desenvolvimento. Reunimos um time de profissionais de alta performance que atua nas áreas de Auditoria, Impostos e Consultoria e nossa sólida experiência permite-nos oferecer respostas ágeis e claras, simplificando os complexos desafios enfrentados por esse setor. Torne sua empresa mais competitiva. kpmg.com/BR 18_Edição 276_jul/ago 2012 from the usa Fortalecendo os laços educacionais bilaterais O Brasil receberá, em setembro, a maior missão educacional já enviada pelos Estados Unidos – pela primeira vez liderada por um subsecretário do Departamento de Comércio Por Mark A. Pannell_cônsul e diretor da seção de Imprensa, Educação e Cultura do Consulado dos Estados Unidos no Rio “São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro recebem representantes de 66 universidades dos EUA, que irão mostrar seus programas acadêmicos” 22_Edição 276_jul/ago 2012 E ntre 30 de agosto e 6 de setembro, o subsecretário de Comércio Francisco Sánchez irá liderar uma missão comercial educacional de 66 universidades dos Estados Unidos para o Brasil, com estada no Rio de Janeiro entre 4 e 6 de setembro. Mais de 96 representantes de universidades irão mostrar seus programas acadêmicos em três feiras da EducationUSA, em São Paulo, Brasília e no Rio. Cerca de 8.700 estudantes universitários brasileiros já estudam nos EUA, e a missão comercial e as feiras têm por objetivo levar não apenas alunos, mas profissionais, pesquisadores e executivos para o país. A EducationUSA, rede de orientação educacional que opera dentro do Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado, irá sediar a décima edição da feira no Rio, na quartafeira, 5 de setembro, no Windsor Atlântica Hotel. A feira de 2012 da EducationUSA irá fornecer a estudantes, universidades e empresários brasileiros informações sobre cursos de graduação, pós-graduação, MBAs, cursos de inglês e outros programas especializados oferecidos por universidades em todo os EUA. Os visitantes terão a oportunidade de assistir a apresentações e obter informações sobre o sistema educacional do país, vistos e o novo programa de bolsas Ciência sem Fronteiras, que pretende enviar 5 mil alunos para os EUA em 2013 (o prazo para as inscrições se encerra em 14 de setembro de 2012). Esta será a primeira vez que um subsecretário do Departamento de Comércio irá liderar uma missão comercial para a feira, a maior missão comercial educacional que os EUA jamais enviaram ao Brasil. O subsecretário Sánchez irá acompanhar representantes das universidades americanas em reuniões com entidades dos setores público e privado, escolas de segundo grau e universidades, com o objetivo de desenvolver vínculos com instituições do Brasil. Em seu tamanho e amplitude, a combinação da feira da EducationUSA com a missão comercial demonstra a importância de fortalecer os laços educacionais entre o Brasil e os EUA. Por que isso e por que agora? Os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff compartilham o compromisso de uma parceria inovadora entre o Brasil e os EUA que contemple as necessidades da força de trabalho no século 21. O objetivo do presidente Obama com o programa 100.000 Forte nas Américas é aumentar para 100 mil o número de alunos da América Latina e do Caribe estudando nos EUA e o número de alunos americanos estudando nessas regiões, até o ano de 2020. A iniciativa Ciência sem Fronteiras, da presidente Dilma, tem por objetivo enviar 101 mil estudantes brasileiros das áreas de ciência e tecnologia para o exterior nos próximos quatro anos. A missão comercial também apoia a Iniciativa Nacional de Exportação, do presidente Obama, cujo objetivo é dobrar as exportações dos EUA até o fim de 2014, estimulando assim o crescimento econômico e o aumento do número de empregos. Ambos os presidentes acreditam que a prosperidade de seu país está intrinsecamente ligada à educação de seu povo, a qual é enriquecida por experiências acadêmicas em outros países. A missão diplomática dos EUA no Brasil vem trabalhando para alcançar esses objetivos. Oferecemos imersões em língua inglesa aos alunos do Ciência sem Fronteiras e pagamos custos de inscrição para que alunos desfavorecidos ingressem em universidades americanas. A EducationUSA (EducationUSA.org.br) auxilia estudantes em todo o Brasil a encontrar universidades que atendam aos seus objetivos acadêmicos. Para os alunos do programa Ciência sem Fronteiras, foi desenvolvido um blog especial com diversas ferramentas de pesquisa (educationusa-cienciasemfronteiras.org). Outra prioridade da missão Feira da EducationUSA 5 de setembro de 2012, das 15h às 21h Hotel Windsor Atlântica, Leme/Copacabana Agenda das apresentações, inscrições e mais informações: www.educationusa.org.br/ novidade.php?id=51 tem sido melhorar os processos consulares. Hoje, praticamente não há mais tempo de espera para o agendamento da entrevista para qualquer categoria de vistos para não imigrantes. O processo passo a passo para a solicitação de vistos está detalhado na página da embaixada: portuguese.brazil.usembassy.gov/pt/nonimmigrant-visas.html. O que há nisso para você? A necessidade de desenvolver uma força de trabalho qualificada levou as companhias a buscar oportunidades para motivar seus funcionários mais promissores. Um certificado de curto prazo atinge esses objetivos. Muitas das instituições presentes na feira oferecem programas de três a nove meses de duração, que vão desde MBAs executivos até certificados em negócios, mídia, comunicação, finanças, turismo etc. Há também oportunidades oferecidas por escolas de Direito em educação legal avançada e programas de treinamento para engenheiros e técnicos em energia e outras áreas tecnológicas. Feira da EducationUSA, realizada em setembro de 2011, no Hotel Intercontinental, em São Paulo Marcelo Uchoa / Divulgação Associação Alumni Os grandes eventos esportivos e a abundância dos depósitos offshore de petróleo deram origem a um crescimento agudo do número de multinacionais que chegam ao Rio em busca de oportunidades de negócios e investimentos em infraestrutura, energia, segurança e diversos outros setores. O desenvolvimento de uma força de trabalho que domine o inglês irá permitir às empresas capitalizar oportunidades. Muitas instituições educacionais oferecem programas especializados de imersão em inglês, focados em vocabulário legal, negócios, ciência e tecnologia, entre outros. A página intensiveenglishusa.org lista diversas oportunidades no campo Inglês para Propósitos Específicos. A variedade de instituições, de diferentes portes e de todas as regiões dos EUA, de programas, acadêmicos e profissionais, de longo e curto prazo, garantem que haverá uma oferta ampla e de qualidade de oportunidades na Feira da EducationUSA. O ingresso é gratuito, e nós convidamos você a se inscrever e descobrir a sua oportunidade de estudar no país. Edição 276_Brazilian Business_23 ponto de vista Marluci Azevedo Rodrigues contabilista, advogada, sócia do escritório de contabilidade Domínio Assessores Nova prestação de informação referente a comércio exterior – Siscoserv O Siscoserv é um sistema informatizado, desenvolvido pelo Governo Federal, e a motivação para sua criação, segundo vasto trabalho disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), intitulado “Panorama Internacional de Serviços 2012”, é a apresentação histórica de déficits crescentes na conta de serviços do balanço de pagamentos. Entre 2007 e 2011, o déficit cresceu 202% e, diferentemente do comércio exterior de bens e mercadorias, registrados no Siscomex, caracteriza-se pela carência de informações detalhadas, o que compromete a visibilidade econômica do setor e a consecução de políticas públicas efetivas nos campos comercial, tributário, cambial, de garantias e financiamento. O público-alvo são os residentes e domiciliados no Brasil que realizam operações de comercialização de serviços intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das entidades, com residentes ou domiciliados no exterior. Foi criado pela Lei 12.546/2011, e a contextualização dos prazos, limites e condições de registro foram instituídos pela Portaria MDIC 113/12 e IN RFB 1.277/12. “Não obstante a necessidade das informações de comércio exterior de serviços, para as empresas é efetivamente mais uma obrigação que pode trazer pesadas multas” 24_Edição 276_jul/ago 2012 Esse sistema guarda conformidade com as diretrizes do Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (Gats), da Organização Mundial do Comércio (OMC), aprovado pelo Decreto nº 30/1994. Adicionalmente, foi instituída a NBS-Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variação no Patrimônio e suas Notas ExplicativasNEBS, pelo Decreto 7.708/12, que determina que as empresas deverão analisar o enquadramento dos serviços que compram ou prestam e os prazos limites para informar. Não obstante a necessidade das informações de comércio exterior de serviços, para as empresas é efetivamente mais uma obrigação que pode trazer pesadas multas. A melhor forma de prevenção seria realizar uma auditoria prévia na qual seja possível verificar a existência de eventuais problemas com as operações e a criação de procedimentos, tais como: • Revisão dos contratos de compra e venda de serviços internacionais e enquadramentos específicos na NBS; • Adoção de procedimentos internos para inclusão das informações diretamente no site da Receita Federal do Brasil, por meio do uso do certificado digital, com diversos itens, tais como: 2.1 Nome do vendedor ou comprador; 2.2 Endereço e país; 2.3 Número de Identificação Fiscal; 2.4 Dados do negócio; 2.5 Tipo de moeda; 2.6 Início e fim do serviço; 2.7 Valor total do câmbio. A execução consciente baseada na legislação criará condições para que o Brasil continue na sua vocação de crescimento, consolidando-se como país moderno e ciente de sua participação nos mercados mundiais. artigo Agora é o Porto do Rio de Janeiro A cidade do Rio de Janeiro acaba de receber o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana da Humanidade, concedido pela Unesco. Nessa paisagem se integram a vida urbana e a riqueza da Baía de Guanabara, com suas águas abrigadas e canal de acesso natural Por Richard Klien_presidente da Latinports, conselheiro da AEB e da Abratec, vice-presidente do Conselho de Administração da Santos Brasil, diretor da Amcham Rio e presidente do Conselho de Administração da Multiterminais A qui se instalou o Porto do Rio, indutor de atividade econômica nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e do intercâmbio com outros povos, cumulando em sucessivos ciclos do desenvolvimento regional: No século 19, a abertura dos portos às nações amigas, em 1808, com a chegada da corte de Portugal ao Brasil, impulsionou o crescimento com o estabelecimento de indústrias, a construção de estradas, a criação do Banco do Brasil e da Junta do Comércio; No século 20, reinaugurado o porto, em 1910, ao tempo do prefeito Pereira Passos, iniciou-se o novo ciclo econômico, acompanhando as obras de modernização, melhorias na integração porto-cidade, expansão do complexo portuário do Rio de Janeiro, bases de sustentação da chamada Cidade Maravilhosa; Neste começo do século 21, colhendo os frutos da Lei de Modernização dos Portos, editada em 1993, ocorreu a expansão de atividades mediante as licitações que transferiram as operações dos terminais portuários à iniciativa privada, com compromissos de vultosos investimentos em modernos equipamentos, sistemas e capacitação dos recursos humanos. 26_Edição 276_jul/ago 2012 Projeto de expansão do Porto do Rio desenvolvido pelo engenheiro Francisco Bicalho, em 1920 Edição 276_Brazilian Business_27 artigo Considerado um dos principais corredores logísticos de cargas do País, o Estado do Rio de Janeiro se insere na chamada Rótula Logística Nacional, em que o Porto do Rio ocupa o quarto lugar em valor de movimentação de cargas, com uma participação de mercado de 6,4%, apurada em 2011. A movimentação do Porto do Rio totalizou 8 milhões de toneladas, sendo que 65% desse total corresponderam a cargas conteinerizadas e veículos. Merece destaque o alto valor agregado de suas cargas, da ordem de US$ 2.063/t. Comparativamente, registra-se Santos com US$ 1.497/t e Paranaguá com US$ 864/t, sendo a média nacional da ordem de US$ 593/t. movimentacão de contêineres 6 500 5 Milhões de contêineres 600 400 300 200 4 3 2 1 0 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 100 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Bilhões de dólares corrente de comércio exterior “Em 2015, a cidade do Rio de Janeiro completará 450 anos de sua fundação com um porto moderno e vibrante e o centro histórico reconstruído” 28_Edição 276_jul/ago 2012 O reconhecimento desse potencial impulsionador do desenvolvimento mobilizou uma grande coalizão pró-porto, desde a primeira edição, em 2006, do programa Porto do Rio – Século XXI, até seus desdobramentos, que levaram à versão atual. A reunião dos stakeholders na elaboração do masterplan do Porto do Rio foi decisiva. A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), a Comissão Portos, o Sindicato dos Operadores Portuários (Sindoperj), o Sindicato das Agências de Navegação Marítima (SindaRio), a Fetranscarga e a Sindicarga, em ação conjunta com o Governo Federal (representado pela Secretaria de Portos – SEP, da Presidência da República, e pela Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ), o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio asseguram a exequibilidade do projeto. Estima-se, ao longo dos próximos cinco anos, investimentos na logística centrada no porto no valor de R$ 3 bilhões, que incluirão mais de R$ 1 bilhão de investimentos privados nas instalações portuárias. Os projetos públicos, com significativo aporte de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), promovem a adequação dos acessos marítimos e terrestres (nos modais rodoviário e ferroviário) ao porto. Como resultado final, a carga movimentada anualmente deverá dobrar e alcançar US$ 40 bilhões em cinco anos. Em decorrência do aumento progressivo dos navios porta-contêineres, são apurados continuados ganhos de escala nas operações marítima e portuária. No caso do Porto do Rio, a adequação espacial dos terminais de contêineres repercute também na reestruturação do cais para navios roll-on/roll-off. Os projetos de expansão desenvolvidos pelos terminais de contêineres LibraRio e MultiRio, e de veículos MultiCar, no Cais do Caju, recentemente aprovados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), possibilitarão a atracação simultânea de até quatro navios porta-contêineres Super Post Panamax. A linha de cais será aumentada para 1.600 metros, com um acréscimo de 522 metros. O Cais do Caju será o maior cais contínuo de grande calado do Brasil, após as obras que terão início ainda este ano Foto: Multiterminais Atendendo à crescente demanda da indústria automobilística, que conta com novas montadoras instaladas e outras em vias de implantação nos Estados do Rio e de Minas, o terminal roll-on/roll-off operado pela MultiCar adicionará um segundo berço de atracação com 180 metros de extensão, duplicando sua capacidade operacional. A estocagem de veículos será ampliada com a construção de edifícios-garagem, passando a capacidade para 326 mil veículos/ano e 450 mil veículos/ano em uma segunda etapa. Com 1.960 metros de extensão reunindo os terminais de contêineres e de veículos, o Cais do Caju, após as obras de expansão que se iniciarão ainda em 2012, será o maior cais contínuo de grande calado do País, possibilitando a quadruplicação da movimentação atual de contêineres e a duplicação da movimentação de veículos. Registre-se, ainda, o aumento expressivo de demanda ao porto de outros serviços, notadamente atividades de apoio offshore, em trecho do cais de São Cristóvão, estendendo-se à faixa de cais da Gamboa até o Armazém 14, em uma extensão de 1.800 metros. O principal fato gerador dessa demanda é o desenvolvimento das atividades nas plataformas de petróleo da Bacia de Santos, com vista aos novos potenciais de extração de petróleo identificados com a descoberta do pré-sal, além dos compromissos já firmados com a Petrobras para as atividades correntes das plataformas oceânicas. Na frente de mar do cais da Gamboa correspondente aos armazéns 7 a 13 estão programadas obras de reforço de cais para viabilizar os serviços de dragagem até a profundidade de 13 metros. Esta profundidade, garantida até a conexão com o canal de acesso principal ao porto, manterá as condições operacionais dos atuais terminais de uso múltiplo, servindo à movimentação de carga geral não conteinerizada (produtos siderúrgicos e importação de papel de imprensa, entre outras), e suprirá a recepção dos navios de importação de trigo, destinados à retroárea do cais de São Cristóvão. Entre os planos de expansão, destaca-se o Terminal de Passageiros, projeto estratégico para os planos da cidade, atendendo ao crescente fluxo de navios de cruzeiro marítimo e à Olimpíada de 2016. Para expandir o terminal, será construído novo píer de atracação, em formato de Y, para atracação adicional e simultânea de até seis navios de grande porte. Prevêse atender a mais que o dobro da quantidade de turistas pelo Porto do Rio, algo em torno de 1,5 milhão de passageiros/ano, em comparação com os atuais 650 mil. Na ocasião da Olimpíada, poderão se hospedar no porto, como em hotéis flutuantes, visitantes de todo o mundo, para acompanhar os XXXI Jogos Olímpicos. Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ Os resultados na modernização dos portos brasileiros se evidenciaram especialmente na movimentação de contêineres, em decorrência da tendência mundial de conteinerização de 70% da carga geral transportada globalmente, contrastando com uma participação de 20% na década de 1970. Adotando o modelo consagrado de Portos Públicos com Operação Privada, os terminais de contêineres geridos por arrendatários privados em ação conjugada com as Autoridades Portuárias (no caso do Rio de Janeiro, a CDRJ-Companhia Docas do Rio de Janeiro) quintuplicaram a movimentação de contêineres, contribuindo decisivamente para o deslanche da corrente de comércio internacional. Visão em conjunto das etapas de dragagem Edição 276_Brazilian Business_29 Imagem do projeto para o Porto do Rio em 2016 O Programa Nacional de Dragagem (dos acessos marítimos) empreendido pela Secretaria de Portos (SEP), da Presidência da República, por intermédio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), é vital para a competitividade do Porto do Rio. As diversas etapas do programa, ao longo do canal de acesso principal e às diferentes linhas de cais, têm a responsabilidade de assegurar o desempenho dos terminais especializados, permitindo o acesso dos meganavios plenamente carregados. O Porto do Rio necessita oferecer a maior profundidade por ser o primeiro grande porto na rota Norte-Sul e o último no sentido Sul-Norte, após o carregamento no Porto de Santos, com os navios operando plenamente carregados com o seu calado máximo. A visão antecipada do porto revitalizado, como produto dessa grande mobilização, apresenta o conjunto de todos os terminais em plena operação, em 2016, após a conclusão das obras de expansão. Acrescenta-se a essa imagem a reprodução do projeto de expansão do Porto do Rio desenvolvido pelo engenheiro Francisco Bicalho, em 1920, 36 anos antes de surgir no mundo o primeiro contêiner e 60 anos antes da disseminação dos modernos contêineres padrão ISO, de 20 e 40 pés de comprimento. A percepção visionária do traçado desse projeto, em píeres paralelos ao atual Cais do Caju, indica a vocação do nosso porto para a missão de integrar o país ao comércio marítimo internacional. 30_Edição 276_jul/ago 2012 “Considerado um dos principais corredores logísticos de cargas do País, o Estado do Rio de Janeiro se insere na chamada Rótula Logística Nacional, em que o porto do Rio ocupa o quarto lugar em valor de movimentação de cargas, com uma participação de mercado de 6,4%, apurada em 2011” Em 2015, a cidade do Rio de Janeiro completará 450 anos de sua fundação com um porto moderno e vibrante e o centro histórico reconstruído. Considerando que as obras portuárias têm vida útil de mais de 50 anos, o programa Porto do Rio Século XXI deverá se tornar a fundação para um novo ciclo de desenvolvimento até 2065, quando a cidade estará comemorando os 500 anos de sua fundação. Projeto do programa Porto do Rio Século XXI, coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro – SETRANS/RJ artigo ponto de vista Andrea Ramal diretora da ID Projetos Educacionais e doutora em educação pela PUC-Rio Desenvolvimento dos líderes de célula: o caso de sucesso da Volkswagen do Brasil A escassez de talentos, inclusive no nível de liderança de equipes, gerência e supervisão, é uma preocupação das organizações brasileiras. Mas as empresas de ponta têm um método para enfrentar esse desafio: mapear e desenvolver as competências dos profissionais. É o caso da Volkswagen do Brasil, que, por intermédio da Escola de Excelência, desenvolve os líderes de célula e consolida a cultura de alta performance na excelência dos processos, produtos e serviços. A escola é liderada por Raimundo Ramos, gerente-executivo de Recursos Humanos. Venho participando desse processo desde 2010, ao lado da minha equipe, e compartilho aqui nossa experiência. O cenário do mercado automobilístico é cada vez mais competitivo e exigente. Isso requer soluções de desenvolvimento de talentos muito bem planejadas e estruturadas. No caso da Volkswagen, as células de produção são consideradas estratégicas e, portanto, também é decisiva a formação de seus líderes. O projeto começou com o desenho da estrutura curricular, definida a partir de competências organizacionais, técnicas e comportamentais específicas do líder de célula. A partir de entrevistas com especialistas (gestores de unidades, gerentes de plantas, supervisores, engenheiros de processo etc.), identificamos os conhecimentos técnicos e comportamentais necessários para o exercício da função, o perfil, a atuação e as competências a serem desenvolvidas. Desse processo derivou uma estrutura curricular assim definida: A segunda fase do projeto contou com a formação de instrutores internos e o desenvolvimento de materiais para cada curso. A formação de instrutores capacitou os empregados que eram referência em conhecimento a compartilhá-lo de forma eficaz, utilizando as melhores práticas da andragogia e da educação corporativa. Os treinandos receberam aperfeiçoamento didático e aprenderam técnicas de redes colaborativas de aprendizagem. Na construção dos materiais para os cursos, tanto presenciais como on-line, os especialistas participaram desde a definição dos objetivos e da estrutura dos cursos até as validações técnicas e as aplicações dos primeiros treinamentos. “A Volkswagen do Brasil desenvolve os líderes de célula e consolida a cultura de alta performance na excelência dos processos, produtos e serviços” Finalmente começou a implantação. Na modalidade presencial, as ações educativas contaram com a participação dos instrutores capacitados e materiais com recursos instrucionais específicos. Na modalidade on-line, os treinandos aprenderam com o auxílio da tecnologia, visualizando recursos e animações multimídia que possibilitaram mais interatividade com o conteúdo abordado. Para avaliar o processo de aprendizagem dos treinandos do Programa de Formação de Líderes de Célula, foram realizadas avaliações que aferiram a compreensão do conteúdo no processo de ensino-aprendizagem. Alinhado aos objetivos da área de educação corporativa da Volkswagen do Brasil, o programa enriqueceu o cotidiano dos líderes de célula por meio de novas trocas e experiências vivenciadas, proporcionando: Estrutura curricular Básico I - 92 horas Básico II - 84 horas Desenvolvimento - 50 horas Habilidades e Atitudes do Líder de Célula 4h Introdução à Gestão de Processos 8h Ética e Responsabilidade Social Liderança e Comunicação 8h Ferramentas de Qualidade e Masp 4h Coaching para Resultado 16h Concept Car 8h Motivação e Feedback 16h Introdução à Qualidade Ferramentas VW para Gestão de Pessoas I 6h 12h Saúde e Segurança Estratégia, Indicadores e Resultados Raciocínio Lógico Profiraum para Líderes de Célula How to Make a Car 8h Ferramentas VW para Gestão de Pessoas II Introdução à Logística VW 24h 8h Introdução a Finanças 4h Custos da Qualidade 8h Saúde e Segurança (Reciclagem) 8h Opcional on-line - 44 horas Qualidade de Vida Reuniões Eficazes Língua Portuguesa O Líder como Mediador de Conflitos Módulos Técnicos (previsto 24h) • Estamparia • Armação • Pintura • Montagem Final • PTO (transmissão e motores) Administração do Tempo Relações Interpessoais na Organização 16h 8h 24h • Ferramentas de suporte à gestão de pessoas, de orientação para a inovação tecnológica e excelência operacional; • Padronização e excelência na execução das atividades; • Treinamentos mais focados no negócio da empresa, alinhados com o conhecimento e a cultura da organização; • Fortalecimento da cultura de compartilhamento, criação, retenção e circulação de conhecimento, viabilizando a aprendizagem organizacional contínua; • Aceleração da aprendizagem dos novos empregados e gestão/retenção do conhecimento na empresa; • Criação das bases de um crescimento sustentável. Liderando para Resultados 176 horas 32_Edição 276_jul/ago 2012 Gerenciamento de Projetos 20h GEP 12h 2h Empreendedorismo 2h Trabalho em Equipe Edição 276_Brazilian Business_33 especial O divulgação Manuel Fernandes_sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e chairperson do Comitê de Energia da Amcham Rio “A valorização do uso do conteúdo nacional pode ser o pontapé inicial para a redução da dependência que o Brasil tem em relação à compra de equipamentos e aquisição de expertise e know-how no mercado externo” 34_Edição 276_jul/ago 2012 percentual de conteúdo local a ser aplicado no setor de Óleo e Gás no Brasil é ao mesmo tempo desafiador e promissor. Atingir até 68% de participação nacional na composição de todos os produtos, peças e equipamentos destinados à indústria tem sido uma das maiores preocupações das empresas que atuam e que desejam atuar neste segmento. Considerada um instrumento impulsionador da cadeia de fornecedores – responsáveis por entregar os produtos e serviços necessários para o aumento da produção –, a regra de conteúdo local ainda levanta questões polêmicas, como o modo de aferir os índices mínimos a serem aplicados e a certificação desse conteúdo exigido pela legislação brasileira. O Brasil segue os passos de outras nações, como Inglaterra e Noruega, que adotaram iniciativas que privilegiam o aumento do índice de nacionalização visando o fortalecimento da cadeia produtiva e o estímulo do desenvolvimento tecnológico do setor. E é indiscutível que o pré-sal promoverá a alavancagem da tecnologia nacional, fortalecendo a indústria local e colocando o País em uma posição mais competitiva no cenário mundial. Com isso, o Brasil poderá alcançar um novo nível econômico, social e, principalmente, tecnológico. Diante desse cenário promissor, tendo como pano de fundo a enorme demanda em todos os segmentos da indústria que o présal exigirá nos próximos anos, a valorização do uso do conteúdo nacional pode ser o pontapé inicial para a redução da dependência que o Brasil tem em relação à compra de equipamentos e aquisição de expertise e know-how no mercado externo. Essa exigência faz com que as empresas e o governo comecem a destinar parte de seus investimentos para P&D (pesquisa e desenvolvimento), o que tende a ser a mola propulsora do setor, principalmente para a cadeia de fornecedores, que se encarregará de atender à demanda do mercado interno. Na mesma direção, uma regra da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determina que 1% da receita das empresas do segmento seja destinado à P&D. Na corrida contra o tempo para atender a todas as expectativas da indústria já existe uma grande movimentação dos setores envolvidos para viabilizar tecnologias e projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento ligados ao setor de Óleo e Gás. A norma do governo motivou algumas das maiores empresas fornecedoras que atuam no setor a investir no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, onde também funciona o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), focado no desenvolvimento tecnológico de extração de petróleo em águas profundas. Ali estão gigantes como GE, FMC Technologies, Schlumberger e BG, que estão investindo na montagem de seus centros de pesquisa e que, juntas, formam o que poderá ser considerado um dos mais importantes centros de desenvolvimento de tecnologia em Óleo e Gás do mundo. No âmbito da União, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, oferece uma linha de crédito destinada à indústria, considerada estratégica para o órgão, e já vem realizando chamadas públicas voltadas especificamente para a área do pré-sal. Com isso, espera-se alcançar soluções para que sejam enfrentados os desafios tecnológicos gerados a partir das descobertas de reservas em águas profundas e, com essa seleção de empresas, atender a toda a cadeia produtiva, priorizando segmentos como o de válvulas, conexões/flanges, umbilicais submarinos, caldeiraria, construção naval e instrumentação/automação. A Finep ainda tem disponível o Inova Brasil, para atender empresas pequenas, médias e grandes e que visa dar um fôlego a mais aos planos de investimentos estratégicos em inovação das empresas brasileiras. Na mesma linha, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) lançou este ano o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, focado no aumento do conteúdo local com bases competitivas e sustentáveis e na geração de projetos para o desenvolvimento no País de itens que são majoritariamente importados. Segundo a Onip, a intenção é identificar os componentes que são importados por falta de competitividade da indústria local e os que não são feitos no Brasil buscando formas de viabilizá-los. Os exemplos listados mostram que este é o momento de governo e empresas privadas, formadas em grande parte pela cadeia de fornecedores, selarem parcerias para que o País se torne competitivamente forte perante o mercado global e assuma no cenário mundial o seu papel de potência energética e industrial. Somando forças será possível tirar o máximo proveito do potencial e dos benefícios que a exploração e produção no pré-sal trarão para o País e para as gerações futuras. agência petrobras Conteúdo local impulsiona P&D em óleo e gás no Brasil Edição 276_Brazilian Business_35 especial Cortesia UNICA - Foto Niels Andreas O Marcos Sawaya Jank_especialista em agronegócio e agroenergia, ex-presidente da Unica, a União da Indústria de Cana-de-açúcar “Quase metade da matriz brasileira é composta por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar, biocombustíveis, biomassa etc. Nenhum outro país foi tão longe” 36_Edição 276_jul/ago 2012 maior problema ambiental da humanidade se encontra na área energética, em função de sua imensa dependência de um único produto, o petróleo, cada vez mais escasso, poluente e um dos principais responsáveis pelas emissões que estão causando o aquecimento do planeta. Apesar de a Rio+20 ter realmente conseguido reunir uma quantidade e diversidade de pessoas preocupadas com o futuro do planeta, ainda assistimos a um desenvolvimento econômico pouco ou nada sustentável, insuficiente para produzir consensos mais amplos e resultados concretos. Em meio a tantas profecias e dissensos, pouca gente presente naquela conferência sabia que o país anfitrião foi um dos que mais contribuiu para solucionar esse problema. Primeiro, porque nas últimas décadas o Brasil diversificou fortemente a sua matriz energética, sendo o petróleo hoje responsável por apenas pouco mais de um terço da energia consumida no País. Segundo, porque graças a decisões sábias do passado, quase metade da matriz brasileira é composta por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar, biocombustíveis, biomassa etc. Nenhum outro país presente na conferência foi tão longe. Saindo de qualquer espaço da conferência, não muito longe dali, encontraremos vastas plantações com uma fabulosa máquina de transformação de luz solar, CO2 e água em energia, chamada cana-de-açúcar, a mais antiga atividade econômica do País, trazida pelos portugueses há quase 500 anos. Não dizemos isso, mas o Brasil foi pioneiro em transformar essa planta tropical na “canade-energia”, já que, com menos de 2% das terras aráveis, conseguimos substituir quase metade do consumo de gasolina e 9% do consumo residencial de energia elétrica do País. Ao mesmo tempo, essa planta é capaz de gerar uma grande quantidade de produtos de baixo carbono, como a bioeletricidade feita do bagaço da cana, os bioplásticos, os biocosméticos e até mesmo diesel de cana, biogasolina e bioquerosene de aviação. Nas últimas décadas, o país anfitrião também conseguiu provar que é, sim, possível produzir alimentos, bebidas, fibras naturais, papel e agroenergia com alta tecnologia. E que há, sim, soluções sustentáveis para o mundo póspetróleo, muito além do discurso catastrofista vigente nessas grandes conferências. O bom exemplo estava lá o tempo todo, visível, comprovado, facilmente disseminável. Só que o país anfitrião não fez direito sua “lição de casa”. De um lado, a descoberta de jazidas potenciais de petróleo em mares profundos “anestesiou” a nação, que passou a ver nessa promessa distante a solução para boa parte de seus problemas atuais. A sociedade se preocupou mais em “dividir o pirão do que pescar o peixe”, como disse um ex-presidente. Mas como solucionar o imbróglio? A resposta é simples: é preciso uma política clara e transparente de estímulo às energias renováveis, frente às alternativas fósseis. No caso do etanol, isso pode se dar por meio de uma política mais transparente de fixação de preços da gasolina a longo prazo combinada com uma carga de impostos estaduais e federais que realmente premiem a energia renovável. Todo o resto (investimentos, empregos, divisas, novas tecnologias etc.) virá se os sinais de médio e longo prazo das políticas tiverem solidez e credibilidade. Minha experiência de 25 anos com commodities agrícolas e energéticas mostrou que contamos com as melhores condições básicas para produzir mais, com alta tecnologia, geração de empregos de qualidade e baixo impacto ambiental. Mas sempre pecamos na questão da organização dos agentes e sua coordenação sistêmica. Levamos um tempo excessivo criando falsos fantasmas e debatendo problemas que não deveriam existir. Na hora do aperto, quase sempre chegamos ao óbvio, só que o atraso traz muito desânimo e custos elevados para a sociedade. Nas últimas quatro décadas, o setor sucroenergético ajudou o Brasil a conquistar diversificação energética, menor emissão de gases de efeito estufa, impactos positivos sobre a saúde pública e interiorização do desenvolvimento. Nos últimos dez anos, o País avançou ainda mais, com cerca de 100 modelos de carros bicombustíveis feitos por 13 montadoras, o que nos coloca à frente de qualquer outro país quando se fala de frotas efetivas de veículos de baixo carbono. Quando fizermos a Rio+40, pergunto se teremos uma cidade cercada de poços de petróleo falando na necessidade de investir em carros elétricos ou simplesmente o óbvio ululante: carros flex e produção de biocombustíveis pela fotossíntese das melhores plantas tropicais. agência petrobras Os biocombustíveis, a Rio+40 e os carros “verdes” Para combater a inflação, o governo conteve artificialmente os preços nominais do diesel e da gasolina na bomba por mais de seis anos. Considerando a inflação do período, isso significa uma redução superior a 30% no valor real da gasolina. Não me recordo de outros produtos que tenham preços fixos no País. Como aprendemos no passado, congelamentos de preços são fáceis de entrar, mas difíceis de sair. E quanto mais o tempo passa, mais complicado fica. Do outro lado, acreditando no crescimento exponencial do mercado de etanol, os usineiros dobraram a produção de cana a partir de 2003, quando surgiram os veículos flex e as margens do negócio eram positivas. Só que a crise financeira de 2008 atingiu exatamente as empresas que mais tinham investido, ao mesmo tempo que os custos de produção subiam fortemente. As margens do setor se tornaram negativas, empresas em dificuldades mudaram de dono (quase um terço do setor se reestruturou) e, em consequência, não ocorreram investimentos em novas unidades. O setor estagnou, com níveis lamentáveis de produtividade após graves problemas climáticos e dificuldades operacionais. A planta que ainda apresenta os melhores resultados em termos de produtividade física e de balanço energético e ambiental, a cana-de-açúcar, cresceu apenas 0,7% ao ano entre 1998 e 2008 – o milho cresceu 1,85% ao ano e a beterraba 2,8% ao ano – e precisa urgentemente correr atrás do tempo perdido para os concorrentes. Ao contrário do que pode parecer para muitos, produzir ao mesmo tempo açúcar, etanol e bioeletricidade é uma das atividades mais complexas e sofisticadas do agronegócio. Ela consome uma enormidade de capital anos antes de aportar algum resultado, a cana é perecível e tem baixíssimo valor por tonelada, a gestão é complicadíssima, a logística dos produtos finais é deficiente e a regulamentação tem sido incerta e volátil, com a atuação de mais de dez ministérios e agências reguladoras. O fato concreto é que o Brasil – país do pré-sal e da cana-deaçúcar – tornou-se importador de gasolina, diesel e etanol. A conta não fecha para a Petrobras, que, em 2011, deparou-se com um déficit de US$ 10 bilhões na balança comercial de derivados de petróleo, perdendo muito dinheiro com a importação de gasolina e diesel, mais caros no exterior. E também não fecha para os usineiros, que viram suas margens desaparecerem frente ao forte aumento de custos e ao teto imposto pelo preço administrado da gasolina. Os carros flex estão usando menos etanol e mais gasolina, boa parte importada. Se o consumo de todos os carros flex fosse reduzido a um único tanque, este teria passado de 1/3 gasolina, 2/3 etanol, em 2008, para 2/3 gasolina e 1/3 etanol, este ano. Para combater a desaceleração da economia, o governo recentemente baixou o IPI na compra de automóveis. Atendendo a uma quase súplica da Petrobras para permitir um aumento de 8% no preço da gasolina na refinaria, o governo zerou a alíquota da Cide, eliminando o pequeno diferencial tributário por litro que ainda existia entre gasolina e etanol. Só que, como o etanol tem 30% menos energia que a gasolina, na maior parte dos Estados brasileiros hoje se paga mais imposto sobre o combustível renovável do que sobre o fóssil. Trata-se de um imenso contrassenso em tempos da prática global corrente de conceder incentivos para a energia renovável. Edição 276_Brazilian Business_37 especial Em busca dos mercados globais para o etanol José Virgílio Lopes Enei_sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados 38_Edição 276_jul/ago 2012 mercado de biocombustíveis no Brasil é amplamente dominado pelo etanol e seus produtos, com espaço residual para o biodiesel, que conta com 5% do volume de produção total de biocombustíveis de colheitas como soja, pinhão-manso e mamona. Em 2011, a produção total de canade-açúcar atingiu o recorde de 620 milhões de toneladas no Brasil, resultando em 38 milhões de toneladas de açúcar (com o uso de 45% da cana-de-açúcar produzida) e 27 bilhões de litros de etanol (com o uso dos outros 55%). Os Estados Unidos e o Brasil são os maiores produtores globais de etanol, responsáveis por 34 bilhões e 27 bilhões de litros em 2008, respectivamente, seguidos de longe pela França, com 1,2 bilhão de litros no mesmo ano. A produção de diesel é distribuída de forma muito mais igualitária: a Alemanha lidera a produção, com 2,2 bilhões de litros, seguida de perto por diversos outros países como França, EUA, Brasil e Argentina. A produção brasileira de cana-de-açúcar e etanol mais do que dobrou na última década, mas, apesar desse crescimento substancial, nosso mercado doméstico ainda absorve a maior parte do etanol produzido. Menos de 7,5% (aproximadamente 2 bilhões de litros) do etanol produzido no Brasil no ano passado foi exportado. Os principais destinos de exportação são EUA (141 milhões de litros), Japão (68 milhões de litros) e Holanda (19 milhões de litros). O mercado local cresceu principalmente por conta da tecnologia flex, que é aplicada em 15 milhões de automóveis – aproximadamente 50% de todos os carros do País –, além dos carros movidos exclusivamente por etanol. A mistura de etanol na gasolina também foi exigida em níveis cada vez mais altos pelos regulamentos aplicáveis. Adicionalmente, novas formas de utilização estão sendo identificadas. A indústria química verde está sendo desenvolvida para fabricar plásticos a partir do etanol. Além disso, o biodiesel também pode ser produzido em larga escala a partir dele. Obstáculos para a entrada Embora o etanol brasileiro tenha servido principalmente o mercado doméstico, há um enorme potencial futuro de exportação, especialmente quando se leva em consideração a migração dos mercados globais para fontes de combustível mais limpas e o desejo de redução da sua dependência do petróleo. O etanol brasileiro é mais competitivo que o biodiesel e pode satisfazer esses objetivos, mas a demanda por etanol de cana-de-açúcar ainda é modesta, em decorrência dos subsídios locais do etanol de milho nos EUA, apesar do relaxamento das cotas de importação anteriores e de barreiras não tarifárias na União Europeia. Na UE, os biocombustíveis precisam atender determinados critérios de sustentabilidade, o que inclui o requisito de economia de emissão de gases em, no mínimo, 35% (60% para 2018) e de que esses biocombustíveis não sejam cultivados em terras com grande valor de biodiversidade ou em terras com grande estoque de carbono, como florestas e alagados. Não basta que os biocombustíveis sejam produzidos em terras de pouca biodiversidade se, ao fazer isso, a produção deslocar outras culturas que depois acabam indo para áreas protegidas. “O Brasil é capaz de expandir rapidamente sua produção de etanol mais do que qualquer outro país” Em teoria, o etanol brasileiro pode atender todos os requisitos de sustentabilidade da UE, por conta da alta eficiência energética do etanol de cana-de-açúcar e do fato de que a produção de cana-de-açúcar corresponde a somente 1,5% do território brasileiro utilizado ou adequado para propósitos agrícolas. Além disso, a maioria das instalações de etanol desenvolveu usinas de cogeração alimentadas por bagaço de cana-de-açúcar, fazendo melhor uso dos recursos da cana. Porém, ainda é muito difícil para os exportadores brasileiros demonstrar evidências adequadas de sua conformidade com os requisitos de sustentabilidade e atender aos requisitos extremamente burocráticos dos procedimentos de certificação e documentação necessários para obter o reconhecimento de conformidade das autoridades da UE. O potencial de exportação de etanol também é frustrado, simplesmente pelo receio de certos mercados de se tornarem excessivamente dependentes do Brasil. Países como o Japão têm receio de que o Brasil não possa ser capaz de oferecer volumes de grande escala de etanol para exportação a longo prazo, especialmente se o mercado doméstico brasileiro continuar crescendo. Nesse sentido, o desenvolvimento do etanol em outros territórios, como América Central e África, poderia, no fim das contas, ajudar a desenvolver o mercado global do etanol brasileiro, pois isso aumentaria a confiança do mercado em fontes múltiplas de etanol a longo prazo. Também é importante prestar atenção nos obstáculos internos. As recentes restrições impostas sobre a aquisição de terras rurais por investidores estrangeiros são prejudiciais para o desenvolvimento da indústria e parecem restaurar uma inclinação antiga contra os players estrangeiros. De qualquer forma, o Brasil é capaz de expandir rapidamente sua produção de etanol mais do que qualquer outro país. Primeiramente, os produtores podem escolher qualquer momento para produzir mais etanol e menos açúcar se o mercado for mais atraente. Além do mais, ainda há abundância de terras agricultáveis no Brasil para as quais o cultivo de cana-de-açúcar poderia se expandir sem deslocar culturas mais valiosas e há muitos projetos inovadores sendo desenvolvidos por importantes participantes no mercado brasileiro. Adicionalmente, o etanol brasileiro se tornará ainda mais competitivo quando importantes projetos de infraestrutura forem implementados, como o duto de etanol de 1.300 km que está sendo desenvolvido para transportar o produto de forma mais eficiente a partir do Centro-Oeste do País para os centros de distribuição em São Paulo. Finalmente, os ganhos de tecnologia estão sendo consistentemente realizados, resultando em conteúdos maiores de açúcar e energia a cada colheita de cana-de-açúcar e até antecipando as perspectivas de um etanol de segunda geração, que poderá ser produzido a partir da celulose. Com o apoio de associações da indústria, como a Unica, o governo brasileiro está se esforçando para superar os obstáculos para os mercados globais. Nesse sentido, projetos de lei têm sido propostos no Congresso para criar uma certificação oficial para o etanol produzido no Brasil, assim como para proibir o cultivo de canade-açúcar em áreas de biodiversidade rica, como na Amazônia e no Pantanal. Essas leis, se aprovadas, poderiam ajudar os exportadores a evidenciar o atendimento aos critérios de sustentabilidade estabelecidos pela União Europeia e por outros mercados internacionais. Reconhecendo todas as grandes realizações da indústria brasileira de etanol, parece que esses obstáculos, que impedem o Brasil de realizar seu potencial pleno como fornecedor de biocombustíveis para o mundo inteiro, são importantes, mas são somente obstáculos residuais. agência petrobras divulgação O Edição 276_Brazilian Business_39 especial Entrevista Guillermo Quintero_presidente da BP no Brasil Brazilian Business: As empresas do Grupo BP operam no setor de energia brasileiro há mais de meio século e estão presentes hoje em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Quais foram os investimentos feitos no País no último ano? Guillermo Quintero: O Brasil se encaixa bem na estratégia do Gru- po BP, e os investimentos recentes que a companhia fez no País em uma variedade de negócios no ramo de energia evidenciam isso. O Grupo BP investiu cerca de US$ 5 bilhões no Brasil em 2011, incluindo os investimentos realizados nos quatro negócios no País: BP Energy, BP Biocombustíveis, Air BP e Castrol. Do montante, cerca de 70% veio da BP Energy, braço da empresa que atua no setor brasileiro de petróleo e gás. O crescimento que previmos há pouco mais de um ano, quando a BP voltou a operar no setor brasileiro de exploração e produção, está se concretizando e esperamos crescer ainda mais. Hoje, a BP tem 14 concessões em terra e mar, com foco em exploração de petróleo e gás – DNA da BP mundial. Além disso, a BP possui três usinas de produção de etanol, uma fábrica de lubrificantes e opera em 18 aeroportos. BB: Como o Brasil está inserido nos planos globais da BP? GQ: A estratégia global da BP está baseada em cinco áreas de atua- ção em que o grupo é um dos líderes mundiais: exploração, águas profundas, desenvolvimento de campos gigantes, refino e cadeia produtiva de gás. O Brasil é o lugar certo para se realizar várias dessas atividades. Teremos no Brasil a maior campanha exploratória da BP no mundo nos próximos três anos, com atividades sísmicas e de perfuração significativas. O Brasil é, sem dúvida, um dos países prioritários para o grupo BP. “Teremos no Brasil a maior campanha exploratória da BP no mundo nos próximos três anos, com atividades sísmicas e de perfuração significativas. O Brasil é um dos países prioritários para o grupo” 40_Edição 276_jul/ago 2012 divulgação Longe do Brasil durante seis anos, o Grupo BP retomou, em 2011, seus investimentos no País com a compra da Devon Energy e promete empenhar esforços para fazer da operação nacional uma das mais importantes do mundo. É o que garante o presidente da companhia no Brasil, Guillermo Quintero, em entrevista exclusiva à Brazilian Business BB: Como a BP Energy pretende aumentar sua presença no País? GQ: A exploração é nossa vocação natural. Este ano a BP Energy já adquiriu quatro concessões na margem equatorial brasileira, tornando-se uma das maiores concessionárias do Brasil. A companhia já confirmou interesse em participar da próxima rodada da ANP e continua avaliando outras oportunidades de parcerias. Se um ativo que estiver sendo ofertado for de interesse da BP, iremos estudar a possibilidade de aquisição, dentro do plano estratégico da companhia. Apesar de termos ficado entre 2005 e 2011 sem concessões no Brasil, não deixamos de estudar o Atlântico Sul. Isso nos permitiu ter uma resposta rápida quando as oportunidades apareceram, como foi o caso da aquisição da Devon Energy do Brasil. BB: Quais são as próximas etapas do plano de ação da BP Energy? GQ: Nosso foco está na atividade explorató- ria. A BP Energy já perfurou quatro poços em mar desde que adquiriu os ativos da Devon, em maio do ano passado. Além disso, estamos desenvolvendo uma campanha exploratória em terra, realizando atividade sísmica na concessão BT-PN-2, localizada na Bacia do Parnaíba. Essa operação deve durar até o fim do ano e vai envolver 11 municípios do Estado do Maranhão. especial A guerra por talentos divulgação Q Rafael Jaen Williamson_ diretor de Assuntos Corporativos da Chevron Brasil Petróleo “Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra que o Brasil vai necessitar de 150 mil novos engenheiros até o fim de 2012 para atender os crescentes investimentos em energia e infraestrutura” 42_Edição 276_jul/ago 2012 uando se pensa no enorme potencial que o Brasil tem a desenvolver na indústria do petróleo, a universidade surge como um dos principais parceiros da iniciativa privada. Sem pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e sem uma formação sólida para os futuros profissionais, esse potencial parece cada vez mais difícil de ser atingido. Nós, na Chevron, reconhecemos que a educação é um alicerce fundamental, que contribui para o desenvolvimento econômico e para a prosperidade sustentável. Participar da construção do futuro dos países em que operamos é um de nossos valores, e a educação, um caminho para atingir essa meta. Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada em outubro de 2011, mostra que o Brasil vai necessitar de 150 mil novos engenheiros até o fim de 2012 para atender os crescentes investimentos em energia e infraestrutura, com destaque para a indústria de petróleo e as descobertas na camada do pré-sal. A “guerra por talentos” aqui nunca foi tão acirrada, e o que empresas e países necessitam, cada vez mais, é contar com os melhores profissionais para atingir suas metas. Em todo o mundo, a Chevron se orgulha de apoiar cerca de 90 instituições de ensino superior, com foco em carreiras ligadas a ciências e à engenharia. São parcerias que têm por objetivo incentivar os estudantes a ingressar no mercado de petróleo e gás, assim como apoiar a formação de profissionais para atender as demandas de um mercado de trabalho crescente. Não poderia ser diferente no Brasil. Até 2014, a Chevron vai investir cerca de US$ 20 milhões em diferentes programas de universidades em quatro regiões do País. São projetos nas áreas de graduação, pós-graduação e doutorado em engenharia, geologia e meio ambiente nas universidades federais do Rio de Janeiro, Fluminense, Rio Grande e do Rio Grande do Norte, assim como na Universidade de Brasília (UnB) e na PUC-Rio. Nesta, por exemplo, os recursos estão sendo empregados na concessão de bolsas de estudo, na criação de um programa de tutoria e no incremento das condições de ensaios experimentais em três laboratórios do Centro Técnico Científico (Mecânica das Rochas, Petrofísica e Fluidos de Perfuração e de Reservatórios), com o objetivo de dar aos alunos o acesso a equipamentos de alta tecnologia e permitir uma formação acadêmica consistente e competitiva ao mercado de trabalho. Na tutoria, além de contar com o apoio de professores da universidade, os alunos têm acesso a um funcionário da Chevron, que atua como mentor, ajudando a aumentar a transferência de conhecimento e experiência dos estudantes. Outro exemplo bem-sucedido de parceria em andamento é com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), pela qual a Chevron patrocina um projeto que monitora a biodiversidade de cetáceos (baleias e golfinhos) no litoral brasileiro. Essa pesquisa será usada como base para determinar a localização de unidades marinhas de conservação ambiental. Proteger o meio ambiente é um dos valores da empresa. A parceria com as universidades passa também por projetos de pesquisa e desenvolvimento focados em temas que conciliam as necessidades práticas da indústria e a geração de conhecimento científico. Essa troca entre a iniciativa privada e a academia é fundamental para o desenvolvimento de tecnologia no Brasil, aumentando a base de conhecimento e, por consequência, a competitividade do País. O apoio a projetos em universidades, porém, não é o único investimento em educação da Chevron no Brasil. A empresa apoia iniciativas na educação de crianças e jovens, com foco na empregabilidade, como o Enter Jovem, uma parceria com o Instituto Empreender e a USAid; o Com.domínio Digital, também em conjunto com a USAid e o Instituto Aliança; e o Centro de Aprendizagem, uma parceria com o Discovery Channel Global Education Partnership. O Brasil tem, hoje, o potencial de se tornar uma superpotência energética. E a Chevron quer contribuir para que esse potencial se concretize. O melhor caminho para chegar lá é por meio da educação, da pesquisa e do desenvolvimento. A Interfreight, fundada em 1985, possui matriz no Rio de Janeiro e filiais em São Paulo, Belo Horizonte, além de parceiros em todo o território brasileiro. A empresa detém “know-how” em logística para indústria petrolífera, legislação aduaneira específica (Repetro), siderurgia, projetos industriais, cosméticos, etc. Os primeiros projetos desenvolvidos pela empresa foram de importação destinado às obras de conversão da FPSO P-34 e da Semi-Sub P-18 da Petrobras. P r i nc i p a i s a t i vida de s • Prestação de serviços e gerenciamento de logística integrada; • Agenciamento de cargas internacional e nacional; • Apoio geral à atividade OFFSHORE-importação e exportação de plataformas; • Desembaraço aduaneiro especializado em REPETRO; • Serviços de apoio geral à atividade (HUSBANDRY); • Serviço de consultoria - PROCUREMENT; • Rastreamento de cargas via Internet; • Assessoria jurídica; • Agenciamento portuário; • Movimentação de plataformas. S e r vi ç o s so b me d ida * N º 1 Líder no rank nking de perfomance logística • Conhecimento das normas de trabalho da indústria e sua aplicação no dia-a-dia e dos equipamentos que são submetidos a processos de importação e exportação; • Escritórios operando com "hot line" 24h, visando atender com exclusividade à atividade petrolífera; *Nº1 com Vesuvius Refratários LTDA e Polar Componentes e Sistemas Offshore LTDA, sendo líder no ranking de performance logística publicado pela Infraero mensalmente. ponto de vista Clóvis Abreu Vieira diretor-executivo da Amcham Espírito Santo e sócio da Vieira & Rosenberg Consultores Associados Panorama econômico P assada a primeira metade do ano, persiste a espécie de marcha para se afastar da maior crise vivida pelo capitalismo. Grécia, agora Espanha, e a crise financeira depende da recuperação da credibilidade pelos agentes do mercado. E pior, dependendo do agravamento do quadro europeu, taxas negativas de crescimento serão experimentadas pelos Estados Unidos. A China mantém um crescimento de dois dígitos na balança comercial e consegue arrefecer a pressão inflacionária, em um momento em que o descrédito domina o sentimento dos investidores. Mas, como em uma espécie de coordenação entre os bancos centrais, vem reduzindo seus juros. A economia brasileira se ressente do refluxo financeiro resultante da crise europeia e da lenta retomada da economia americana, implicando em uma expectativa de crescimento do PIB para 2012 de apenas 1,7%. Ainda assim, seremos um dos países menos penalizados pela crise neste ano. Fica claro que, com resultados líquidos das exportações desacelerando, o travamento dos investimentos públicos (incluindo o PAC) travados pela burocracia e investimentos privados à espera de melhores horizontes, não há como acreditar em otimismo com as perspectivas da atividade econômica em curto e médio prazos. “Não há como acreditar em otimismo com as perspectivas da atividade econômica em curto e médio prazos” 44_Edição 276_jul/ago 2012 A indústria não apresenta sinais animadores, as vendas de automóveis apenas serviram para desovar estoques elevados, restando boas notícias para a agricultura, que terá a melhor safra de milho de sua história, compensando as perdas dos demais grãos. Mesmo com o mercado de trabalho aquecido e as facilidades creditícias dando sustentabilidade ao elevado consumo, há indícios de que este começa a desacelerar. Acontece que o consumidor, diante do alto endividamento e da elevação da inadimplência, opta pelo pagamento das dívidas em detrimento do consumo. Como forma de desonerar o investimento privado industrial, o governo reduziu as alíquotas do imposto de importação sobre bens de capital, informática e telecomunicações sem produção nacional. A medida está na direção correta, ao atenuar as perdas do setor doméstico produtor de bens de capital, que sofre com a queda da demanda externa por nossas exportações e com a concorrência internacional. Com a inflação próxima da meta, o Banco Central atua com viés de baixa para os juros, que poderá ser conjugada com uma redução do compulsório, diante de um visível empoçamento de liquidez dado o aumento da inadimplência. Com o câmbio, o piso foi determinado como R$ 1,95/dólar, podendo, em períodos de desafogo, atingir um patamar levemente acima. Além da LDO, o Governo Federal enfrenta sérias questões federativas emergenciais como o rateio dos royalties do pré-sal, a nova divisão do FPE/FPM, a tributação do ICMS do comércio interestadual e a revisão dos indexadores das dívidas dos Estados e municípios sem uma liderança para uma verdadeira negociação. Resta averiguar a posição relativa do Brasil diante do resto do mundo, em um momento em que crescem as especulações sobre um possível desinteresse dos investidores estrangeiros por nosso País. Ainda que o Brasil tenha desgastado a imagem de emergente que cresce, apesar da crise mundial e de uma leve perda de interesse pelos investidores estrangeiros, não se pode afirmar que tenhamos perdido a posição de um país interessante para novas oportunidades de investimento da economia mundial. C M Y CM MY CY CMY K news O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson Guimarães Amcham Rio entrega o Fiat Automóveis, Petrobras, Vale, Fundo Vale, Adecova e Construtora Norberto Odebrecht foram os vencedores. O jornalista da TV Globo André Trigueiro foi homenageado Por Andréa Blum e Giselle Saporito Fotos Luciana Areas P ara reconhecer as melhores práticas ambientais desenvolvidas por companhias com atuação no Brasil, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) anunciou, em seu evento anual, os vencedores da oitava edição do Prêmio Brasil Ambiental, em cerimônia no dia 9 de agosto, no Salão Nobre da Bolsa, no Centro do Rio. Ao todo, 57 projetos concorreram em seis categorias, além da premiação especial, lançada nesta edição, de reconhecimento ao jornalismo, que homenageou André Trigueiro, da TV Globo. Liderado pelo Comitê de Meio Ambiente da instituição, o prêmio considera, em cada edição, um tema de preocupação nacional. Em 2012, com as mudanças em andamento na legislação, de suma importância à sociedade e às empresas, a gestão dos resíduos sólidos entrou em evidência e foi debatida em palestra especial do secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson Guimarães, responsável pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ele aproveitou para anunciar a realização, em 2013, de uma conferência nacional, em Brasília, em paralelo a uma feira para empresas, governo e universidades apresentarem projetos e estudos sobre o tema, e de debates ao longo do ano em cada um dos municípios brasileiros. “Atualmente, no Brasil, mais de 90% do mercado de latas realiza a logística reversa. A porcentagem é de quase 50% no plástico. Dados como esses mostram que resíduos geram renda e aquecem a economia. Prêmios como o Brasil Ambiental, da Amcham Rio, ajudam a identificar iniciativas bem-sucedidas que agregam valor à sociedade, que causam um efeito de multiplicação e incentivam o trabalho coletivo”, enfatizou. 46_Edição 276_jul/ago 2012 O secretário criticou a maneira como a política do Plano de Resíduos Sólidos está sendo aplicada nos municípios, porque, segundo ele, são necessários vários mecanismos para que esse projeto seja colocado em prática, e citou a parceria público-privada como um dos principais aliados. “Nós no Brasil temos diapasões diferentes. Levamos 20 anos para desenvolver a Lei de Resíduos Sólidos e agora queremos que Estados e municípios a coloquem em prática em quatro anos. Não há como realizar essa política em 27 Estados e mais de 5 mil municípios. Por isso estamos criando os consórcios de aterros sanitários. Em vez de fazer vários aterros, teremos cinco ou seis com tecnologia, estudo e cooperação. Dessa forma, as cidades terão mais verbas para aplicar na educação”, destacou. “Vamos refazer o caminho da lata, do plástico, do papelão e do papel, transformando o Brasil de lixões em centros industriais” 8º Prêmio Brasil Ambiental Ele chamou a atenção para a criação de cadeias produtivas de resíduos sólidos. “Vamos refazer o caminho da lata, do plástico, do papelão e do papel, transformando o Brasil de lixões em centros industriais.” Ele frisou ser fundamental haver uma política reversa para a indústria de eletroeletrônicos. “Temos que saber reutilizar esses produtos”, disse, relembrando o caso do acidente com Césio-137, ocorrido em Goiânia há quase 30 anos. Para o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, “o tema do evento ganhou repercussão entre os comitês de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação e Comunicação da instituição, que, juntos, criaram uma força-tarefa com o objetivo de acompanhar o andamento do Plano Nacional e seus impactos para as empresas e a sociedade civil. Essa parceria conta ainda com o apoio de diversos órgãos e entidades”. Para o jornalista homenageado, André Trigueiro, o trabalho da imprensa voltado para o meio ambiente incomoda, e deve incomodar, porque o objetivo de uma sociedade que pretende ser sustentável é se aprimorar, e as empresas devem se esforçar para alcançar os melhores objetivos. “É papel dos jornalistas fiscalizar essas ações que têm impactos importantes sobre a qualidade de vida das pessoas”, disse. Questionado sobre a abertura de mais espaços no noticiário da TV Globo para tratar sobre o tema, Trigueiro diz ser um privilégio trabalhar em uma empresa que dá espaço para que essa abordagem tenha reconhecimento. A chairperson do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio, Kárim Ozon, ressaltou a importância do prêmio: “Ações de sustentabilidade estão constantemente na rotina das grandes empresas e já fazem parte do plano estratégico das companhias. A Amcham Rio serve como palco para fórum de discussões e trocas de experiências para fomentar o mercado”. O 8º Prêmio Brasil Ambiental teve como patrocinador máster a empresa Odebrecht Óleo e Gás; patrocinador, BG Brasil; copatrocinador, Chevron Brasil Petróleo; apoiadores, Coca-Cola Brasil, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e Sheraton Rio Hotel & Resort. Puderam concorrer ao 8º Prêmio Brasil Ambiental empresas com projetos já concluídos ou em fase final de implantação, mesmo em parceria com outras companhias, instituições de pesquisa ou ONGs, em seis categorias: Responsabilidade Socioambiental, Preservação e Manejo de Ecossistemas, Inovação Ambiental, Uso Racional de Recursos Hídricos, Inventário de Emissões e Gestão de Resíduos Sólidos. O diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak Edição 276_Brazilian Business_47 news Petrobras Área de atuação: Petróleo e gás Categoria: Inovação Ambiental Projeto: Produção de Etanol de Segunda Geração a Partir do Bagaço da Cana-de-açúcar os vencedores Fiat Automóveis Área de atuação: Montadora de automóveis Categoria: Gestão de Resíduos Sólidos Projeto: Aterro Zero – Nova Visão de Gestão de Resíduos Sólidos da Fiat Automóveis O gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler – América Latina, Cristiano Félix, afirmou que eventos como o Prêmio Brasil Ambiental são uma excelente oportunidade para que as empresas mostrem os trabalhos desenvolvidos na área ambiental. “Temos que agradecer à Amcham Rio por esta oportunidade de mostrar o que a empresa vem desenvolvendo nas áreas ambiental e de sustentabilidade”, disse Félix, destacando que a montadora vem desenvolvendo esse projeto desde 1997, quando recebeu o primeiro certificado ISO 14001. “Participar de um evento como este nos dá a certeza de que algumas ações estão surtindo efeito, tanto para o time da empresa quanto para a sociedade”, acrescentou. O projeto Aterro Zero começou com a intenção de reduzir resíduos, seguido pela competência de se dar a destinação correta aos produtos descartados. “Desenvolvemos, na década de 1990, um conceito de consolidação de resíduos industriais em que todos os descartados sólidos são levados para uma área de consolidação e, em seguida, de destinação. Tratamos a nossa capacidade de reaproveitar e de reciclar, até culminar no sucesso do tratamento de resíduos. Há um ano não destinamos nenhum resíduo para aterros. Quando as empresas entenderem quão importante é reduzir esse passivo ambiental, reaproveitando e fazendo a logística reversa, teremos um país realmente sustentável”, afirmou. O gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler – América Latina, Cristiano Félix, recebeu o troféu do coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Osmar de Oliveira Dias Filho, um dos jurados do prêmio 48_Edição 276_jul/ago 2012 O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, e o diretor do Nima, da PUC-Rio, Luiz Felipe Guanaes Vale Área de atuação: Mineração Categoria: Inventário de Emissões Projeto: Inventário de Emissões de GEE (Gás do Efeito Estufa) do Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero (CeBio) Para o gerente de Biodiversidade e Florestas da Vale, Luiz Felipe Campos, o prêmio é a prova do reconhecimento do trabalho empenhado pela empresa. “Estamos levantando uma série de iniciativas na área de conservação e biodiversidade, mas só o fato de conseguirmos inventariar as nossas emissões, de poder sequestrar essas emissões, é para nós um ganho fabuloso”, disse. Desde 2005, a Vale calcula seu inventário de emissões de Gás do Efeito Estufa (GEE). A redução das emissões de CO2, CH4 e o N20 para a atmosfera é uma das estratégias principais, com o objetivo da redução das mudanças climáticas. Outra principal estratégia do estudo é diminuir a concentração desses gases e incorporá-los na biomassa vegetal da biosfera. Esse processo, denominado de “sequestro de carbono”, é uma alternativa viável para amenizar o agravamento do processo de elevação da temperatura global, pelo aumento de GEE. Sendo o CeBio uma unidade de negócio que atua na produção de mudas florestais e conservação da biodiversidade da flora da região do Quadrilátero Ferrífero (MG), decidiu-se quantificar as emissões e absorções de GEE no processo produtivo buscando vantagem competitiva. O gerente de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Nelson Moreira Franco, entrega o troféu ao gerente de Biodiversidade e Florestas da Vale, Luiz Felipe Campos O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, afirmou que a empresa recebe com muita felicidade e orgulho o reconhecimento do Prêmio Brasil Ambiental. “Além de explorar, refinar, produzir e comercializar combustíveis, já é possível produzir o biocombustível com um olhar voltado às novas energias”, disse. Neto explicou que o projeto utiliza o bagaço de cana-de-açúcar como fonte. “Estamos proporcionando mais energia e mais combustível para um país em forte desenvolvimento. Com essa tecnologia, va- mos produzir, a partir de 2015, 40% mais etanol sem ampliar a quantidade de cana processada.” O projeto, iniciado em 2004, desenvolve tecnologia para a produção de biocombustível com qualidade adequada aos padrões técnicos exigidos, de forma confiável, e com preço competitivo, sem aumento da pressão sobre os recursos naturais. Seu foco é ofertar ao mercado o bioetanol e utilizar a biolignina (excedente da produção) como combustível para a geração de energia térmica e elétrica. Durante a fase inicial de demonstração da tecnologia foram produzidos mais de 80 mil litros de etanol. O produto foi analisado e aprovado em laboratórios de pesquisa da Petrobras e utilizado experimentalmente em 40 minivans durante a realização da conferência Rio+20. A segunda fase de estudos está na reta final, e a previsão é que a primeira unidade industrial comece a operar em 2015. Emílio Eigenheer, Professor da Universidade Federal Fluminense – UFF e especialista em resíduos sólidos; Geraldo Vitor de Abreu, Diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente; Haroldo Mattos, Presidente do Instituto Brasil Pnuma; João Alberto de Negri, Diretor de Inovação da Financiadora de Estudos e Projetos - Finep; Luiz Felipe Guanaes, Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio; fundo Vale Área de atuação: Desenvolvimento socioeconômico das populações locais por meio de melhorias na infraestrutura – física e institucional – das regiões compreendidas pelos projetos da Vale. O bioma amazônico marca o início das atividades desenvolvidas Categoria: Preservação e Manejo de Ecossistemas Projeto: Fundo Vale: 3 Anos de Ações Pela Conservação dos Recursos Naturais e Desenvolvimento no Bioma Amazônico Para a coordenadora de Gestão da Informação do Fundo Vale, Márcia Soares, receber um prêmio com este é um reconhecimento de que é possível fazer diferença mesmo em um curto espaço de tempo e mudar a realidade. Márcia explica que o Fundo foi criado por uma iniciativa da Vale quando a empresa começou a perceber que precisava ir além de seu entorno no que diz respeito à sustentabilidade. “O Fundo Vale foi criado pensando em apoiar projetos ligados à sustentabilidade, mas que não tivessem vínculos com sua operação. Nosso escopo principal foram os biomas da Amazônia, mas ampliamos a atuação e hoje já estamos em quase todos os Estados com o projeto ligado à preservação, à economia verde e à cadeia de valor, em prol do combate ao desmatamento, em busca de comissão julgadora Luiza Cristina Krau de Oliveira, Presidente do conselho Estadual de Recursos Hídricos – Cerhi/ RJ; Marcos Airton de Souza Freitas, Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas - ANA; Mario Cesar Mantovani, Diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica; A coordenadora de Gestão da Informação do Fundo Vale, Márcia Soares, recebe o prêmio do especialista em Engenharia de Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ricardo Luiz Barros desenvolver pessoas e no fomento à preservação ambiental.” Márcia deu o exemplo de atuação do projeto na cidade de Paragominas, no Pará, local que era totalmente dominado por ação de madeireiras e refém do desmatamento desordenado. “Com a ajuda do Fundo Vale e com um trabalho de conscientização da sociedade, a cidade virou um exemplo na Amazônia. Isso mostra que é possível reverter esse quadro e acho que o setor privado tem um papel fundamental nisso”, concluiu Nelson Moreira Franco, Gerente de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Osmar de Oliveira Dias Filho, Coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Ambiente RJ; Ricardo Luiz Barros, Especialista em Engenharia de Meio AmbIente da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Volney Zanardi Júnior, Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama. Edição 276_Brazilian Business_49 news Adecova – Tractebel Energia Área de atuação: Comercialização de energia Categoria: Responsabilidade Socioambiental Projeto: Centro de Cultura de Entre Rios do Sul Para a coordenadora do Centro de Cultura de Entre Rios do Sul, Chirley Rigon, a premiação mostra que a empresa está no caminho certo e incentiva o trabalho. “Nosso Centro de Cultura completou um ano em julho e foi concebido baseado na sustentabilidade não somente ambiental, mas também social. Hoje nós temos em torno de 150 crianças fazendo oficinas, saindo das ruas e trabalhando. A construção do Centro é toda sustentável, com reaproveitamento de energia, material reciclável, água. Isso tem sido muito bem aceito pela comunidade”, conta Chirley. Ela destaca que o foco é a preservação da cultura local, que vinha sendo perdida com a saída de muitos moradores que deixavam o município, localizado no norte do Rio Grande do Sul, em busca de melhores condições de trabalho. Desde o início das atividades já passaram pelo local cerca de 13 mil pessoas, uma média de 1.200 visitantes por mês. Eles agora têm acesso ao único cineteatro da região, à biblioteca pública, a cursos de capacitação profissional, de oficinas de artes e de inclusão social e digital. O presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos, entrega o prêmio à especialista em Comunicação Corporativa da Tractebel Energia, Luciane Pinheiro; à assistente-administrativa do Centro de Cultura de Entre Rios do Sul, Fernanda Machado; e à coordenadora do Centro de Cultura, Chirley Rigon Jornalista André Trigueiro TV Globo / GloboNews Prêmio de homenagem especial ao jornalismo Construtora Norberto Odebrecht Área de atuação: Construção civil Categoria: Uso Racional de Recursos Hídricos Projeto: Canteiro Sustentável: Educação Ambiental Aplicada nas Obras de Construção Civil O projeto da construtora Norberto Odebrecht apresenta medidas sustentáveis adotadas em forma de “canteiro sustentável” no Terminal Portuário Embraport, em Santos, e visa contribuir com a educação ambiental de seus funcionários, parceiros e visitantes, disponibilizando informação sobre soluções sustentáveis aplicáveis e o desenvolvimento de tecnologia ambiental. Os focos são tratamento do efluente contaminado por metais pesados, dragagem de canais, redução do consumo da água nobre (potável), reutilizando o efluente tratado para fins menos nobres, assim como a reciclagem de todo o material sólido. As ações de implantação do sistema de reaproveitamento de águas, mesmo que não produzam uma economia significativa, possuem benefícios decorrentes da prática de educação ambiental e incorporam, ainda mais, a proposta de construção de sociedades sustentáveis e a conscientização dos integrantes dentro dos canteiros de obra. A parceria com demais entidades se torna uma grande oportunidade de promover a educação ambiental. Estima-se que houve redução de uso entre 80% a 90% da água nobre potável. 50_Edição 276_jul/ago 2012 O diretor de Sustentabilidade da Odebrecht Óleo e Gás, Marco Aurélio Fonseca, representou a empresa vencedora do grupo na homenagem, entregue pela chairperson do Comitê de Meio Ambiente, Kárim Ozon (à dir.), e pela diretora de Vendas do Sheraton Rio Hotel & Resort, Dolores Piñeiro Para o jornalista André Trigueiro, receber o Prêmio Brasil Ambiental 2012 de Homenagem Especial é um reconhecimento e uma honra. “Fico lisonjeado com a escolha do meu nome, embora considere que jornalismo é um trabalho em equipe e a gente nunca realiza nada sozinho”, disse. Segundo ele, é papel dos jornalistas fiscalizar as ações das empresas que têm impactos importantes sobre a qualidade de vida das pessoas. “Experimentamos uma crise ambiental sem precedentes na história, que atinge frontalmente a qualidade de vida, a saúde e a longevidade das pessoas.” Um dos diretores da Amcham Rio, Rafael Motta, e o jornalista homenageado, André Trigueiro Todos os dias a Chevron confia em pequenas empresas do mundo inteiro. De eletricistas, mecânicos, carpinteiros. No ano passado, contratamos bens e serviços locais no valor de bilhões de dólares. E ajudamos milhares de empreendedores a obter microfinaciamentos. Estamos ajudando pequenas empresas a prosperar. Porque precisamos delas. Tanto quanto elas precisam de nós. Saiba mais em chevron.com/weagree CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC. © 2011 da Chevron U.S.A. Inc. Todos os direitos reservados. Steve Tomkovicz Leo Lonergan Presidente S&S Supplies and Solutions Responsável de Compras Chevron news Um marco na defesa da concorrência no Brasil Em almoço-palestra, o superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, apontou os avanços e desafios que o órgão ainda tem pela frente Por Sol Mendonça A fotos luciana areas desburocratização é um dos maiores desafios para a administração pública brasileira. Prazos longos, exigência de documentação duplicada, desperdício de insumos e perda de tempo são alguns dos obstáculos a serem superados. Diversas e substanciais mudanças vêm sendo realizadas à proporção da urgência de uma transição segura dos modelos engessados para moldes mais fluidos, nos âmbitos das pessoas físicas e jurídicas. Uma das transformações recentes desmembrou a estrutura do antigo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) e o País se prepara para colher os frutos de uma mudança positiva. A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio do Comitê de Assuntos Jurídicos, realizou, no dia 3 de agosto de 2012, a palestra Alterações Sobre a Lei do Cade: Reflexos e Impactos, que discutiu as últimas modificações na Lei do Conselho AdministraEssa nova organização tivo de Defesa Econômica (Cade) e seus conseguiu reduzir o prazo impactos na análise dos casos de concentração (fusões e aquisições). O evento teve de análise para até 16 dias patrocínio de Chediak Advogados. As alterações na Lei 12.529, que entrou em vigor no último dia 29 de maio, foram defendidas pelo superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, em palestra que apontou os avanços e os desafios que o órgão tem pela frente. “A nova lei é um marco da defesa da concorrência no Brasil”, frisou. Desde que entrou em vigor, já foram recebidas 180 operações para análise, que, segundo informação do superintendente, devem ser julgadas até o fim de outubro. “Apenas cinco casos devem ser resolvidos depois deste prazo, em razão da complexidade dos processos”, afirmou. Ele mostrou como está funcionando a nova estrutura do conselho, o que ocorre hoje com os atos de concentração de empresas e abordou, sobretudo, os pontos positivos e os desafios. “Nosso maior obstáculo é a falta de técnicos especializados”, admite. Para reverter esse quadro serão contratados, no próximo ano, por meio de concurso, 50 novos técnicos, mas a lei prevê ainda outros 150 postos, que serão preenchidos progressivamente. Para Ragazzo, o Brasil continua recebendo um número expressivo de pedidos de fusão – 700 solicitações no ano passado –, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da Alemanha. A grande mudança, apontada por ele, foi fundamentalmente de gestão. Um dos primeiros problemas sanados diz respeito à duplicidade de papéis que eram exercidos por mais de um órgão, o que dificultava o andamento dos casos. Na nova estrutura, a superintendência-geral do Cade funciona como uma espécie de filtro, em que se pretende resolver todos os casos de fusões simples, no qual a aprovação da análise da documentação de empresas interessadas em fusões e aquisições ocorre sem restrições. Assim, somente os casos que apresentam problemas significativos ou de maior complexidade chegam ao tribunal. Além disso, foi criado um departamento para classificar os processos em complexos e sumários. “Se o caso for sumário, morre na triagem. Nos casos não sumários, a análise segue adiante”, diz Ragazzo. Essa nova organização conseguiu reduzir o prazo de análise para até 16 dias, desafogando o volume dos processos e garantindo ao País uma boa colocação diante da média mundial, que gira em torno de 30 dias. Até maio, o Brasil tinha um dos maiores prazos de análise de atos de concentração, 240 dias + 90 dias, que são hoje, “a exceção da exceção”, frisa Ragazzo. “Existe um comprometimento de liberar os casos mais simples em menos de 30 dias.” Com exceção de quatro ou cinco casos mais complexos, Ragazzo diz que espera terminar o estoque recebido em 2012, de cerca de 300 processos, antes do fim do ano e acrescenta que 141 foram recebidos em apenas duas semanas, quase o equivalente ao que Portugal e Espanha fazem juntos anualmente. Da esq. à dir., o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak; o ex-presidente da instituição Robson Barreto; o superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo; o chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos, Julian Chediak, de Chediak Advogados 52_Edição 276_jul/ago 2012 ÁREAS DE ATUAÇÃO PRACTICE AREAS Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura Administrative Law Direito Societário Corporate Law Mercado Financeiro e de Capitais Financial and Capital Markets Direito da Concorrência Competition Law Direito da Energia Energy Law Direito Tributário Tax Law Contencioso Judicial e Administrativo Judicial and Administrative Litigation Arbitragem Arbitration Contratos Contracts Direito Imobiliário Real-Estate Law Direito do Trabalho Labor Law Direito Previdenciário Pension Law Direito Ambiental Environmental Law Direito Eleitoral Election Law Propriedade Intelectual Intellectual Property Direito Internacional International Law Rua Dias Ferreira 190, 7º andar Rua Sete de Setembro 99, 18º andar Av. Juscelino Kubitschek 1726, 18º andar Leblon – Rio de Janeiro – RJ Centro – Rio de Janeiro – RJ Itaim Bibi – São Paulo – SP 22431-050 – Brasil 20050-005 – Brasil 04543-000 – Brasil T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 21 3543.6100 F 55 21 2507.0640 T 55 11 4097.2001 F 55 11 4097.2100 clcmra.com.br news Seminário debate aspectos técnicos e legais em acidentes com vazamento de óleo O evento contou com representantes do IBP, Ibama e da Marinha, além de especialistas, para esclarecer aspectos técnicos e jurídicos que norteiam o debate Por Giselle Saporito 54_Edição 276_jul/ago 2012 O coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama, Marcelo Neiva de Amorim Fotos Luciana Areas O Plano Nacional de Contingência (PNC), as responsabilidades das empresas em casos de acidentes com vazamento de óleo e o raio de ação das autoridades competentes envolvidas foram alguns dos assuntos abordados no seminário Acidentes com Vazamento de Óleo – Aspectos Técnicos e Legais, promovido no dia 25 de junho, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seus comitês de Meio Ambiente e Assuntos Jurídicos. Patrocinado pelo escritório Veirano Advogados, com apoio do Siqueira Castro Advogados, o evento contou com dois painéis para apresentar e esclarecer aspectos técnicos e jurídicos que envolvem o tema. O coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Neiva de Amorim, detalhou o PNC. Apesar de ter começado a ser criado em 1998, por questões burocráticas, o plano ainda não entrou em vigor, já que precisa da assinatura de todos os ministros para seguir para a aprovação da Casa Civil da Presidência da República. “O acidente do Golfo do México, em abril de 2010, chamou a atenção para a necessidade de se colocar o PNC em ação. Foi realizado um novo documento, mas com o vazamento do Campo de Frade, no ano passado, foi preciso readequá-lo para a realidade brasileira. Mas o plano já está em processo de finalização das assinaturas, que devem totalizar 16 nomes”, disse Amorim, ressaltando o bom posicionamento do Brasil com relação a outros países produtores no que diz respeito a vazamentos de óleo ou substâncias nocivas. Segundo ele, de 1998 para cá não ocorreu nenhum incidente em que o PNC tivesse que ser acionado, uma vez que as empresas souberam dar a resposta ao problema ou tiveram o auxílio de empresas parceiras para saná-lo. O gerente de Meio Ambiente do IBP, Carlos Henrique Abreu Mendes Ele acrescentou que há como meta a criação do Sistema de Informações sobre Incidentes de Poluição por Óleo nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (Sisnoleo), um histórico de todos os acidentes disponibilizado para a sociedade ter acesso à informação de tudo o que foi realizado no incidente em questão. Para o gerente de Meio Ambiente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Carlos Henrique Abreu Mendes, o instituto vem atuando de forma a contribuir com a gestão do processo, oferecendo técnicas para aprimorar a gestão ambiental e as atividades do petróleo e gás no Brasil. O órgão possui um grupo, com cerca de 20 operadoras, que se reúne periodicamente, desde o vazamento do Golfo do México, para montar estratégias para evitar incidentes. “Esperamos ter até 2013 acesso a esses documentos e relatórios ambientais para avaliar todos os blocos ofertados, com consulta pública, movimento que será liderado pela ANP e pelo Ibama. Será um planejamento estratégico para evitar os acidentes.” Segundo ele, o número vem diminuindo gradativamente. “O Brasil tem 18 vezes menos volume de vazamentos do que a média mundial, 5% menos que a média da Europa e 10% menos que a média americana”, disse, citando o vazamento de óleo na Bacia de Frade, em 2011, que, segundo ele, no que diz respeito ao impacto ambiental “foi muito pequeno”. Para o coordenador-geral de Petróleo e Gás do Ibama, Cristiano Vilardo, o setor de petróleo e gás é privilegiado na economia brasileira. “Em março de 2006 foi criada a coordenação-geral de licenciamento de petróleo e gás. Hoje, um terço desses licenciamentos é realizado aqui no Rio, onde há as coordenações de exploração e de produção. São mais de 70 técnicos nessa área, dos quais 60% têm qualificação pós-graduada, além da base em Sergipe para atender o Nordeste.” Vilardo ressalta ser fundamental o acompanhamento póslicenciamento, com ampla participação pública, nos moldes do que já existe na Bacia de Santos, onde há um crescimento de agendas técnicas paralelas para a montagem de um cenário com previsão de impacto e perspectiva de risco ambiental. “Por isso, a necessidade de se criar mecanismos cada vez mais eficientes”, reforçou. O sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados e professor da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas, Oscar Graça Couto, fez um panorama das sanções que podem ser aplicadas no caso de acidentes, mas afirmou que, no âmbito jurídico, a lição maior está no aspecto preventivo, impedindo que ocorram acidentes, que fazem parte das atividades de risco do setor de petróleo. “Uma vez ocorrido o incidente, é importante reconhecer que haverá desdobramentos em três áreas do Direito: a obrigação de reparação, as penas administrativas impostas pelos órgãos ambientais e as implicações de ordem criminal. São questões autônomas, mas comunicantes. Deve-se pensar em uma abordagem que considere essa interconexão”, disse. Segundo Couto, será necessária uma atuação ágil e efetiva da empresa, tendo como finalidade minimizar os danos. “Dessa atitude, resultarão consequências ao plano administrativo e criminal. Pode-se afastar a possibilidade do crime em alguns casos ou minorar a pena conforme o aspecto administrativo, com apli“O acidente do Golfo do México, cação de multas, altas ou não. Vai depender da atuação da empresa no em abril de 2010, chamou a sentido de mitigar o dano e, em seatenção para a necessidade de guida, repará-lo”, analisou. se colocar o Plano Nacional de A assessora jurídica da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Contingência em ação” Brasil, a primeiro-tenente Amanda Dobbin, traçou um panorama dos procedimentos internos da Marinha. Segundo ela, a missão da Diretoria de Portos e Costas da Marinha é assegurar o tráfego aquaviário, prevenindo a poluição hídrica em áreas interiores brasileiras, e o ensino profissional marítimo. São ao todo 62 organizações militares fiscalizando toda a costa brasileira no auxílio à Capitania dos Portos. “A assessoria jurídica e a gerência de meio ambiente dão apoio técnico para os representantes locais das autoridades marítimas, que são os responsáveis pela abertura do processo ambiental no caso de acidentes com vazamento de óleo ou substâncias nocivas, elaborando laudos técnicos ambientais em conjunto com o Ibama, com notificação do infrator. Após a análise, a sanção é estipulada”, afirmou. O sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados Oscar Graça Couto; o coordenador-geral de Petróleo e Gás do Ibama, Cristiano Vilardo; a chairperson do Comitê de Meio Ambiente, Kárim Ozon; a assessora jurídica da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, a primeiro-tenente Amanda Dobbin; o diretor da Amcham Rio, Helio Blak Edição 276_Brazilian Business_55 news Parcerias reforçam chance de sucesso de projetos de educação Governo, empresas e ONG demonstram como a parceria é fundamental para alavancar projetos de educação Da esq. à dir., o diretor-executivo do Cieds, Fabio Müller; o diretor da Amcham Rio, Helio Blak; a chairperson do Comitê de Responsabilidade Social Empresarial, Silvina Ramal; o gerente-geral de Recursos Humanos da Dufry do Brasil, Wagner Rezende Por Giselle Saporito E xemplos de sucesso na área de responsabilidade social voltados para a educação foram apresentados no Ideas Exchange – Parcerias, Investimentos e Casos de Sucesso na Área de Educação, evento realizado no dia 27 de julho, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seu Comitê de Responsabilidade Social Empresarial, que mostrou também ações de sucesso da Prefeitura do Rio na educação pública. O evento teve patrocínio da Chevron e do Ibeu e foi mediado pela chairperson do comitê, Silvina Ramal. O gerente-geral de Recursos Humanos da Dufry do Brasil, Wagner Rezende, falou sobre o Centro de Treinamento Administrativo (CTA) da empresa, que há 17 anos ministra cursos profissionalizantes para jovens de comunidades carentes da Ilha do Governador. “O objetivo da Dufry é qualificar os jovens, garantindo sua empregabilidade e permitindo a inclusão social”, disse Rezende, explicando que uma das exigências para participar da seleção para o curso é estar estudando. O curso tem duração de cerca de oito meses e pretende oferecer uma formação complementar de conhecimentos específicos, como inglês básico, informática, varejo e administração, possibilitando o ingresso no mercado de trabalho. “Nós também fazemos todo um trabalho social, já que são jovens entre 16 e 18 anos que vivem dentro de um contexto de violência. Nosso maior objetivo é que, ao fim do curso, eles possam ser sujeitos e protagonistas de sua história e carreira. Nós queremos formar indivíduos que atuem na própria vida, além de ter sua empregabilidade”, destacou. 56_Edição 276_jul/ago 2012 Rezende contou que é uma difícil tarefa escolher apenas 30 jovens por curso, já que a procura é grande. Segundo ele, são dois meses de processo seletivo, em que primeiro são aplicadas provas de português, matemática e ciências, seguidas por uma dinâmica de grupo que acontece simultaneamente a uma avaliação da família, que deve ser participativa na vida do jovem. As aulas são dadas por professores voluntários, e muitos são funcionários da Dufry que, apoiados pela equipe pedagógica, passam aos jovens sua experiência profissional. “A maioria dos alunos do CTA é aproveitada na empresa. Por isso, focamos muito no treinamento para o varejo. Mas mesmo os que não ficam conosco têm capacidade de sobra para entrar no mercado de trabalho”, destacou. O diretor-executivo do Cieds, Fabio Müller, falou sobre os projetos realizados pela ONG, que existe desde 1998 e hoje conta com o apoio de 400 empresas, em mais de 300 projetos sociais. Segundo ele, a missão do Cieds é a promoção de uma sociedade sustentável, com base em conhecimento, cooperação e empoderamento das pessoas, visando uma escola pública de qualidade, que repensa o modelo de educação integral, ultrapassando os muros da escola, pensando na pessoa como um todo. “Para isso acontecer é preciso uma ação conjunta, uma soma dos atores público, social e privado, em que cada um traz o seu potencial e a sua expertise para uma mesma mesa e compartilha, propiciando que o jovem se torne o protagonista de sua própria história”, afirmou. A ONG atua em 209 escolas municipais do Rio de Janeiro, em 50 bairros, nos quais é realizado um trabalho de valorização dos espaços democráticos, usando a realidade do local e a história dos lugares, com uma integração com a família. “O conteúdo é trabalhado dentro da realidade do aluno. O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro, Rafael Parente; a gerente de Comunicação e Relações com a Comunidade da Chevron Brasil Petróleo, Lia Blower Não dá para pensar em uma educação sem explicar o porquê do que está sendo ensinado”, destacou Müller, que acrescentou que o projeto também repensa o lado da cidadania, utilizando a cidade como base. “Nós temos uma parceria com o Metrô, que nos cede passes para que os alunos possam se locomover e visitar espaços da cidade como centros culturais, museus e monumentos, dando-lhes a oportunidade de conhecer a cidade em que moram, usando-a como processo educativo de retorno para a escola”, afirmou. Müller disse ainda que o maior objetivo é fazer com que os alunos construam um projeto de vida, com uma continuidade para o ensino médio, tendo em perspectiva a carreira e a realização de seus sonhos. A gerente de Comunicação e Relações com a Comunidade da Chevron Brasil Petróleo, Lia Blower, contou sobre as parcerias de sucesso que a empresa faz na área de educação, que têm como foco gerar oportunidade econômica para mulheres no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. “A mulher tem uma presença muito forte em áreas carentes, sendo muitas vezes a provedora da casa.” Ela explicou que o Enter Jovem Plus tem como objetivo qualificar, proporcionando educação profissional e “O poder público está inserindo a pessoa no mercado de trabalonge de ter todas lho. O projeto está presente em 25 escoas competências, e as las estaduais, em seis municípios. “Nossa empresas parceiras e ONGs preocupação é formar um cidadão que têm muito a contribuir tenha capacidade de escolher uma profissão, principalmente permitindo o acesso com a educação” à universidade e ao mercado de trabalho”, disse Lia, que falou também sobre o projeto de empreendedorismo Mão na Massa, que já colocou muitas mulheres no mercado de trabalho. “Hoje nós temos 385 jovens capacitados, 216 inseridos no mercado de trabalho, 105 jovens universitários e 120 educadores capacitados.” O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Prefeitura do Rio, Rafael Parente, falou da importância das parcerias com empresas privadas, ONGs e institutos, que estão contribuindo para melhorar a qualidade da educação na cidade. “O poder público está longe de ter todas as competências, e as empresas parceiras e ONGs têm muito a contribuir com a educação, porque têm vários processos e ferramentas inovadores que melhoram a qualidade do ensino”, afirmou. Parente também destacou a importância da tecnologia como ferramenta de ensino e mostrou projetos digitais como a Educopédia, o Rio Educa e o Ginásio Experimental das Novas Tecnologias Educacionais (Gente), que são fruto de parcerias de sucesso. “Nós temos que parar de achar que podemos fazer tudo sozinhos. Temos que repensar que, para dar um salto na qualidade da educação, precisamos de parceiros. Precisamos também nos beneficiar o máximo possível disso e fazer com que esses projetos ganhem escala”, afirmou. Edição 276_Brazilian Business_57 news Energias limpas e os Jogos Olímpicos de 2016 Dois painéis debateram as diversas oportunidades para as empresas fazerem negócios nos próximos anos no Brasil. O evento Procurement: o Caminho Para Fazer Negócios no Segmento de Energias Limpas e nos Jogos Olímpicos, promovido pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) e o Brazil-U.S. Business Council, no dia 29 de junho, no Centro do Rio, propôs um modelo diferente para aproximar o público das informações que podem gerar chances para as empresas O investimento que vem sendo realizado na área de Energia no País e os grandes desafios para a utilização de novas fontes renováveis foram os motes da palestra do consultor de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Senna. Senna destacou que, embora haja uma proliferação de fontes renováveis de energia, como eólica, solar e de ondas – e capacidade do Brasil para aprimorá-las –, elas ainda são consideradas caras e em desenvolvimento. “Mesmo que sejam aprimoradas e acessíveis, ainda assim serão sempre coadjuvantes das usinas hidrelétricas, pela grande capacidade hídrica do País”, defendeu. Para o especialista, apesar do grande potencial para a produção de biocombustível e etanol da cana-de-açúcar, estão previstos investimentos na ordem de US$ 500 bilhões na área de energia, dos quais US$ 340 bilhões na área de petróleo e gás. “Embora a matriz energética brasileira seja basicamente hídrica, a movimentação da carga é toda feita com petróleo, e nós temos muita reserva, principalmente no pré-sal, e não podemos desperdiçar isso. Temos que manejar de maneira a poluir menos, assim como pode ser realizado nas térmicas, reduzindo a emissão de poluentes”, acrescentou. O gerente de Suprimentos do Comitê Organizador Rio 2016, João Saravia, mostra as ações que serão preparadas para a realização dos jogos e que podem ser oportunidades de geração de negócios para as empresas fotos luciana areas O consultor de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Senna, traça um panorama das oportunidades e dos desafios do setor energético brasileiro 58_Edição 276_jul/ago 2012 O segundo painel do evento abordou a organização dos Jogos Olímpicos de 2016. O gerente de Suprimentos do Comitê Organizador Rio 2016, João Saravia, destacou a grandiosidade do evento e alguns pontos que já estão sendo definidos, como o guia que deve estar pronto em setembro e que foi elaborado com base nas duas versões anteriores, distribuídas respectivamente nos Jogos de Inverno de Vancouver em 2010 e na Olimpíada de Londres. “A publicação possui o foco em três pilares que são as bases da nossa organização: meio ambiente, pessoas (social) e posteridade (desenvolvimento econômico). O importante é que deixa claro qual o posicionamento que as empresas parceiras devem ter com relação a esses três temas. Queremos deixar um legado que inclua o social, o econômico e a sustentabilidade”, explicou o executivo. Com relação à contratação de empresas e mão de obra para 2016, segundo Saravia, o comitê lançou o site rio2016.org, no qual ficarão – e já estão – disponíveis vagas ao longo dos próximos anos, que serão alimentadas de acordo com a demanda. Outra novidade é a ferramenta pela qual as empresas interessadas em participar das licitações poderão se cadastrar, além de posteriormente receber qualificação para chegar a 2016 capazes de desempenhar seus papéis. “Esse cadastro servirá para agilizar a escolha dos nossos parceiros e deve estar definido entre 2013 e o primeiro semestre de 2014, para chegarmos ao segundo semestre com as licitações e prazos em andamento. Em 2015, iniciamos os eventos-teste, que são competições realizadas nos equipamentos olímpicos para definir se estão nos padrões ideais, nos moldes do que acontece na Copa do Mundo, que tem como essa etapa a realização da Copa das Confederações”, disse. Problems managing your business’s daily operations? MXM has the solution. MXM systems are designed to facilitate your daily routines and transform your business’s operations. Learn more about MXM’s solutions and achieve greater agility and security in your business processes. 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Phone: +55 21 3233-2300 news Relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é debatida no Brazil – U.S. Forum, do Cebri Debate promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Center for Hemispheric Policy University of Miami critica política de comércio exterior entre Brasil e EUA Por Giselle Saporito A 60_Edição 276_jul/ago 2012 O sócio-diretor da MCM Consultores Associados e da Techne, Amaury de Souza, responsável pela mediação do debate, encerrou o painel com uma referência à apresentação de Welch, ao afirmar que o Brasil tem nos Estados Unidos um dos grandes destinos de seus produtos industriais, ao contrário da China, que só importa produtos agrícolas e minerais. “O ideal para melhorar esse cenário era não só abrir a economia, mas abrir na direção correta. Vou ser menos sutil do que o John (Welch) em sua apresentação e digo que o Brasil deveria ter com os Estados Unidos um tratado de livre comércio”, disse Souza. Ao ser questionado pela plateia sobre quais seriam as barganhas de troca em um tratado de livre comércio, Welch afirmou que o Brasil sempre terá queixas dos EUA, citando como exemplo o caso das exportações de suco de laranja. “Não estou falando em moeda de troca. A negociação do Mercosul com os EUA é economicamente errada, porque existe essa teoria de que exportação é bom e importação é ruim. A Argentina está sofrendo com isso. Acho que há muito mais ganhos do que perdas com a abertura do mercado”, disse. fotos Divulgação Cebri falta de uma política de comércio exterior entre Brasil e Estados Unidos foi o foco das palestras apresentadas no evento Brazil – U.S. Forum, realizado em 29 de junho, pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Center for Hemispheric Policy University of Miami, com o apoio da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), no JW Marriott Hotel, na Zona Sul do Rio de Janeiro. No primeiro painel, que abordou o cenário econômico e o comércio exterior, o professor de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira, afirmou que o protecionismo e as barreiras orçamentárias impostas pelo governo brasileiro – que recentemente aumentou o IPI para importações – afetam a eficiência da produtividade, dificultando a aplicação de projetos de infraestrutura. “O Brasil nunca foi friendly do comércio exterior, mas a abertura do comércio na década de 1990 provocou um impacto importante na produtividade. Porém, de cinco ou seis anos para cá, estamos indo na direção contrária. Houve um aumento da intervenção estatal na economia, com a escolha de determinados setores para receber investimento dos bancos estatais, um aumento do protecionismo no comércio exterior, uma infraestrutura ineficiente e um aumento da incerteza institucional, o que piora substancialmente o cenário de negócios e atrofia o crescimento econômico. A minha visão para o futuro é de um Brasil com juros e inflação baixos, mas também com um baixo crescimento”, analisou o professor. O diretor-executivo e principal estrategista para mercados emergentes da CIBC World Markets do Canadá, John Welch, também acredita que nos últimos seis anos houve um desvio da política brasileira, que a deixou mais intervencionista e com barreiras a importações. Ele criticou ainda a posição do governo brasileiro em afirmar que se recuperou bem na crise econômica. “Existe uma arrogância na afirmação de que o País saiu da crise melhor que os outros. Ficou em quarto lugar. O melhor foi o Peru. Mesmo o Chile, que foi afetado pelo terremoto, e o México estão crescendo mais do que o Brasil dada a política de abertura do comércio exterior. Existe uma sistemática de análise equivocada com uma política defensiva. Os Estados Unidos estão querendo uma melhora nessa relação e estamos de portas abertas”, afirmou Welch. Da esq. à dir., um dos diretores da Eurasia Group e líder para mercados emergentes na América Latina, Christopher Garman; a diretora do Center for Hemispheric Policy University de Miami, Susan Kaufman Purcell, o visitante do Cebri Seth Colby, mediador do painel; o jornalista especializado em política externa Carlos Eduardo Lins da Silva O debate no segundo painel, Cenário Político e Relações entre Brasil e EUA, foi ainda mais acirrado e contou com a moderação do visitante do Cebri Seth Colby. Para o jornalista especializado em política externa Carlos Eduardo Lins da Silva, o Brasil sempre teve uma boa relação com os Estados Unidos, embora ela não tenha sido muito bem alinhada, segundo ele, em grande parte por conta das estruturas de governo. “O Brasil pode se beneficiar com uma relação mais amigável, mas acredito muito mais que isso venha a ocorrer não com a intervenção dos governantes e, sim, com a sociedade civil”, disse Lins da Silva, citando como exemplo a Cúpula das Américas, da qual quase nada se concretizou. Ele citou as duas medidas que foram colocadas em prática: a reabertura de dois consulados, um em Porto Alegre e outro em Recife, que estavam fechados há anos, e o projeto para agilizar o pedido de visto para os EUA. “As ações foram realizadas não porque o presidente dos EUA, Barack Obama, ou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quiseram, mas por fortes ações impostas pela sociedade. O número de turistas brasileiros cresceu tanto que melhorou a economia de algumas cidades, e a sociedade passou a pressionar o presidente Obama. É dessa maior interação entre as sociedades que poderia vir uma relação mais confiante entre os dois países”, disse o jornalista, sugerindo algumas medidas, tais como o fim da bitributação, a eliminação dos entraves alfandegários dos dois lados e o término da necessidade de vistos entre os dois países, afirmando que o Brasil poderia fazer um gesto de unilateralidade para ver se há uma reciprocidade. Christopher Garman, um dos diretores da Eurasia Group e líder para mercados emergentes na América Latina, fez sua apresentação com base na relação entre Brasil e Estados Unidos no contexto global. Segundo ele, apesar de haver na última década um cenário econômico favorável, com um momento bom para os mercados emergentes, houve um retrocesso em grande parte por causa da crise da Europa. “Isso provavelmente vai gerar um baixo crescimento, não só em países emergentes, mas também nos desenvolvidos. Defendo ainda a tese de que esse movimento possa gerar uma aproximação entre Brasil e Estados Unidos. O cenário mostra que, provavelmente, a relação entre Brasil e China tende a ficar mais tensa por conta do grande desafio da economia chinesa, que deve voltar sua produção para o setor doméstico, deixando a exportação em segundo plano. Com isso, uma relação com os EUA pode ser mais produtiva, por ser mais diversificada, e não somente com manufaturados, disse Garman, evidenciando a necessidade da reformulação da política externa brasileira no contexto internacional. Da esq. à dir., o professor de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira; o sóciodiretor da MCM Consultores Associados e da Techne, Amaury de Souza, mediador do debate; o diretor-executivo e principal estrategista para mercados emergentes da CIBC World Markets do Canadá, John Welch “Existe uma arrogância na afirmação de que o País saiu da crise melhor que os outros. Ficou em quarto lugar” Susan Kaufman Purcell, diretora do Center for Hemispheric Policy University de Miami, que abriu o evento ao lado do embaixador e vice-chairman do Cebri, José Botafogo Gonçalves, afirmou que o Brasil está atrasado em política externa até mesmo dentro do Mercosul e que não é mais um líder dentro do bloco. “A não ser que o Brasil queira continuar a olhar somente para esses vizinhos ruins. A Argentina está falida, o (Hugo) Chávez, presidente da Venezuela, está morrendo. Ainda há essa situação com o Paraguai. Não há como crescer dentro do Mercosul porque não há competitividade”, disse Susan, sugerindo que o Brasil repense sua política e passe a ser um agente independente dentro do bloco, nos moldes do que acontece no Nafta com Canadá, México e EUA. Ela comentou ainda sobre o momento eleitoral pelo qual os EUA estão passando e disse acreditar que a política de Obama seja mais palatável para mercados emergentes do que a de seu adversário Mitt Romney. O embaixador José Botafogo Gonçalves encerrou o evento afirmando que o Brasil tem um enorme dever de casa a cumprir, principalmente no âmbito das reformas que afetam o crescimento, a redução da disparidade e a renda. Edição 276_Brazilian Business_61 por dentro da câmara Novos Sócios MRM Freight Agenciamento de Cargas Ltda. Marcos Roberto da Costa Gomes Diretor Av. Bruxelas, 185, s/301 Bonsucesso 21041-000, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 3882-3430 Ogas Soluções e Serviços do Brasil Ltda. (OGAS Solutions) Barry Lennart Sjöström Business Development Rua Senador Dantas, 19, s/903 - Centro 20031-202, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 6910-7956 www.ogassolutions.com Triunfo Logística Ltda. Jorge Rodrigues da Silva Diretor-presidente Av. Pres. Wilson, 113, s/ 1201 - Centro 20030-020, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2178-8800 Fax: (21) 2178-8827 [email protected] www.triunfologistica.com.br Pioneer Viagens e Turismo Ltda. Valdir Pereira da Silva Junior Diretor Rua Sá Ferreira, 38, loja 4 Copacabana 22071-100, Rio de Janeiro, RJ Tel./Fax: (21) 2227-8300 [email protected] www.pioneerturismo.com.br Quatro Seniors Informática Ltda. Alexandre da Costa Ferreira Diretor-executivo Av. Rio Branco, 14/ 12º - Centro 20090-000, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2223-1700 www.quatroseniors.com.br Alteração no Quadro de associados Danusa Pereira Fernandes Associada Mundie e Advogados Fernando Mantovani Diretor-gerente Robert Half Assessoria em Recursos Humanos Ltda. Fernando Queiroga Diretor Comercial ThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do Atlântico Otakar Guilherme Svacina Gerente de Contas Avaya Brasil Ltda. Rosana Okamoto Gerente-geral JW Marriott Rio de Janeiro Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua. Accounting and business management based on transparency and mutual trust. Accounting and business management based on transparency and mutual trust. solidity partnership solidity partnership parceria parceria confiança confiança reliability reliability transparência transparência Limine Comércio e Consultoria de Sistemas de Informática Ltda. (Limine Solutions) Daniel Peres de Souza Diretor-geral Rua Benedito Pereira Leite, 36, s/3 - Centro 06600-055, Jandira, SP Tel./Fax: (41) 3224-7604 [email protected] www.liminesolutions.com solidez solidez KBR BRASIL (KBR Gerenciamento de Projetos e Serv. de Estudos Industriais Conceituais, Básicos e de Detalhamento Ltda.) Lars Olof Magnusson Diretor Comercial Av. Presidente Wilson, 231, 5º Andar - Centro 20030-021, Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 2103-7608 Fax: (21) 2103-7699 [email protected] www.kbr.com transparency transparency Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade. Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade. Result: solid partnerships and excellence in productivity. Result: solid partnerships and excellence in productivity. Rio de Janeiro Av. Rio Rio deBranco, Janeiro311, 4º e 10º andares 62_Edição 276_jul/ago 2011 Centro Rio de 311, Janeiro RJ andares Av. Rio -Branco, 4º e-10º CEP: 20.040-903 Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel. 5521 3231 3700 CEP: 20.040-903 Tel. 5521 3231 3700 São Paulo Rua do Paraíso, 45, 4º andar São Paulo Paraíso - São Paulo - SP Rua do Paraíso, 45, 4º andar CEP 04103-000 Paraíso - São Paulo - SP Tel. 5511 3330-3330 CEP 04103-000 Tel. 5511 3330-3330 www.dpc.com.br www.dpc.com.br Macaé | [email protected] | [email protected] Rua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Macaé Centro - Macaé - RJ 989, Sala 302 Rua Teixeira de Gouveia, CEP: 27.910-110 Centro - Macaé - RJ Edição Tel.272_Brazilian 5522 2773 3318Business_63 CEP: 27.910-110 Tel. 5522 2773 3318 expediente COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. 1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. 2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil 3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, Brookfield Brasil Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores Relações Governamentais - João César Lima Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal Saúde - Gilberto Ururahy Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A. DIRETORES Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda. Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda. Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A. Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados Marcos Guerra_Presidente, Findes Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda. Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda. Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração PRESIDENTES DE HONRA Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A. Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretorpresidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A. Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços DIRETORES Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor Regional Rio de Janeiro, TOTVS Rio de Janeiro Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci Rogério Rocha Ribeiro_VP Sênior e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretorpresidente, Odebrecht Infraestrutura Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid DIRETORES EX-OFÍCIO EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda. Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy David Zylbersztajn_Engenheiro Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A. Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A. PRESIDENTES DE COMITÊS Assuntos Jurídicos - Julian Chediak Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras Energia – Manuel Fernandes Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda. Logística e Infraestrutura - Em definição Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda. Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu 64_Edição 276_jul/ago 2012 Entretenimento, Cultura e Turismo - Steve Solot Marketing - Noel De Simone Meio Ambiente - Kárim Ozon Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi Seja um Associado Amcham Rio. Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected] Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected] Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected] Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected] Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected] A Câmara de Comércio Americana vem há 96 anos agregando novos valores às empresas associadas. Através do acesso à nossa extensa e diferenciada rede de networking e de nossos eventos, atividades, missões e publicações, você irá fortalecer ainda mais os seus negócios! Associe-se à Amcham Rio! LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor-executivo: Clóvis Vieira (27) 3235-2242 | [email protected] Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected] Entre em contato para informações detalhadas e saiba como associar a sua empresa. (21) 3213-9294 [email protected] www.amchamrio.com Edição 274_Brazilian Business_65
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