Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
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Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais
Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais Matriz de Atividade Individual on-line Workshop Interdisciplinar Administração Financeira de Longo Prazo e Administração Financeira de Curto Prazo Aluno: Ana Maria Huguenin Angelo Escolha do Projeto/Justificativa Turma/equipe C – Rio de Janeiro A princípio, optei pelo projeto 5 por uma questão de consenso com nossa equipe de trabalho. Ao entender que consenso não é sinônimo de voto da maioria, tema esse inclusive debatido em disciplinas previamente estudadas na FGV, e por saber que meus colegas compartilham dessa mesma opinião, busquei no processo informações que subsidiassem minha tomada de decisão. Ao concordar com a sugestão proposta, alicerço minha escolha em 2 fatores. O primeiro, como dissertado no livro “Organizações Automatizadas, Desenvolvimento e Estrutura da Empresa Moderna” (por Nélio Oliveira, 2007), concordo com as 5 configurações básicas de Henry Mintezberg, um de meus autores favoritos, “as quais explicam ‘como as organizações se estruturam diante da realidade’ (p. 24): estrutura simples (supervisão direta), a burocracia mecanizada (padronização de processos de trabalho), a burocracia divisional (padronização de resultados), a burocracia profissional (padronização de habilidades) e, por fim, a adhocracia (ajustamento mútuo)”, temas esses também estudados em disciplinas anteriores na FGV. Em outras palavras, o confronto aos aspectos técnicos, relacionais e de poder das estruturas organizacionais tradicionais, não tem mais volta. Novas variáveis delineiam nossos cenários de trabalho, revendo não só o que significa resultado, mas os processos viáveis para alcançá-lo. Como gestora, não se trata se concordo ou não com os adventos e pressões que continuamente delineiam esta realidade, muito menos com as novas premissas administrativas que surgiram nas últimas décadas. Preciso aprender a lidar e calcular sobre questões como a automação. Ponto! O segundo fator, embora o core business da empresa onde trabalho seja intermediação de novas oportunidades de negócios, promover o melhor ambiente que viabilize tal prática, especialmente considerando que a principal atividade de uma das empresas do Grupo é o gerenciamento ambiental, não tenho escolha. Me identifico com o artigo do JD (2007, p.1) o qual afirma que lucro precisa ser conquistado com responsabilidade. Ouso dizer que o processo de construção de políticas públicas e de gestão que nos levem nesta direção ainda nos custará algumas décadas. Mas, igualmente, como gestora, esse é um tema que não pode faltar em nosso planejamento de empreender o crescimento e prospecção de nossas empresas em novos contextos. Ponto de equilíbrio do projeto escolhido PE Contábil, onde as vendas pagam os custos operacionais, financeiros e impostos da empresa. 01. Definição de Custos Fixos e Variáveis da Empresa Petroquímica MC & MG em 01/01/2001, ano em que pretende iniciar sua atuação no Brasil: 1 Custos Fixos Salário Despesas Administrativas Total Valor Mensal $ 70.000,00 $ 3.750,00 $ 73.750,00 Custos Variáveis Custo de Produção Estoque Despesas de Comercialização Alíquota d% do lucro do período Total Valor Mensal $ 10.000,00 $ 200,00 $ 375,00 $ 12.750,00 $? $ 23.325,00 a. Observações e Justificativas Sobre a Definição de Custos Fixos: • Salário (letra “n”): “Nos anos 2001 e 2002, o custo com mão de obra é de $ 70 mil. A partir de 2003, tal custo poderá ser modificado em função da utilização de projeto de automação”. Ou seja, somente a partir de 2003 o valor de mão-de-obra diminuirá. O fato da letra “f” mencionar que haverá demissões, respalda o entendimento de que houve mão-de-obra contratada nos períodos anteriores; • Despesas Administrativas (letra “i”): $ 45.000 anual ÷ 12 meses = $ 3.750,00 mensais. b. Observações e Justificativas Sobre a Definição de Custos Variáveis: • Custo de Produção (letra “d”): 1 único produto (verniz), “sendo o preço de venda praticado pelo mercado de $ 150,00 por galão e o da matéria prima de $ 20 por galão” (galão = unidade de medida das mercadorias). Logo, $ 20 x 500 unidades = $ 10.000,00; • Fornecedores (letra “e”): “efetuado à vista”; • Estoque (letra “f”): “2% do volume que espera vender no período imediatamente subsequente”. A meta de vendas para o 1º ano = 500 unidades. Logo, 2% de $ 10.000,00 = $ 200,00; • Despesas de comercialização (letra “i”) = “0,5% da receita das vendas”. Logo, 500 unidades x $ 150,00 = $ 75.000,00 x 0,5% = $ 375,00; • Alíquota da tributação sobre a comercialização do verniz (letra “j”) = 17% do valor da receita de venda (usei esse valor pois era a única referência mencionada. Mas fiquei em dúvida se esse % aplicava-se só depois da compra de equipamentos favorecendo o tratamento de resíduos ou desde 2001. Não fica claro no enunciado se só havia a intenção em ser não poluidora desde o início, ou se a prática mesmo que limitada neste sentido já a constituída dentro deste perfil). Logo, $ 75.000,00 x 17% = $ 12.750,00; • Outras tributações (letra “k”): “Não há tributação pelo IR”. • d% do lucro do período (letra “l”): ? c. Outros Custos: • Nem o Capital Social para constituição da empresa (letra “a”) computado em 2001, nem o Parque Fabril (letra “b”) constituído no mesmo ano são custos fixos ou variáveis. Segundo a Inatel (2011, p.1), estas são despesas Pré-Operacionais (gastos com a preparação da empresa), tais como “Gastos com o registro da empresa; Um contador para ajudar na coleta de dados; Gastos com o registro da marca no INPI; Uma consulta àquele órgão, ou a um escritório especializado em marcas e patentes; Honorários de terceiros, como publicitários (desenvolvimento de marca, etc.), eventuais consultores especializados, advogados (para a elaboração do contrato social da empresa); Gastos com pesquisa de mercado: questionários, telefonemas, viagens (mesmo que com carro próprio), etc”. • Ou ainda, “Investimento Fixo (gastos com aquisição da infraestrutura básica para a empresa funcionar), tais como: Aquisição do imóvel em que a empresa vai operar; Reformas, ampliações e melhoramentos; Móveis e utensílios diversos, incluindo os de escritório, cozinha 2 e copa; Linhas telefônicas, centrais de comutação; Computadores, ligações em rede, equipamentos de escritório; Máquinas e utensílios que serão utilizados na produção (repare que a terceirização, hoje tão em moda, pode diminuir substancialmente o valor deste item); Veículos”. 02. Definição de Custos Fixos e Variáveis da Empresa Petroquímica MC & MG para 2002: • Incide um aumento de custos de produção proporcional à meta de vendas para o 2º ano = 2.300 unidades. Logo, $ 20 x 2.300 unidades = $ 46.000,00 (achei curioso o custo da matériaprima por galão e o preço praticado pelo mercado não sofrer ajustes ao longo do tempo); • Consequentemente, as despesas de comercialização (letra “i”) e o valor da alíquota da tributação sobre a comercialização do verniz (letra “j”) também aumentam: Despesas de Comercialização: 2.300 unidades x $ 150,00 = $ 345.000,00 x 0,5% = $ 1.725,00 Alíquota: $ 345.000,00 x 17% = $ 58.650,00. • Estoque (letra “f”): 2% x $ 46.000,00 = $ 920,00. Custos Fixos Salário Despesas Administrativas Total Valor Mensal $ 70.000,00 $ 3.750,00 $ 73.750,00 Custos Variáveis Custo de Produção Estoque Despesas de Comercialização Alíquota d% do lucro do período Total Valor Mensal $ 46.000,00 $ 920,00 $ 1.725,00 $ 58.650,00 $? $ 107.295,00 03. Definição de Custos Fixos e Variáveis da Empresa Petroquímica MC & MG para 2003 quando automatiza sua produção: • Aquisição de equipamento (letra “c”) que acontece em 2003 via aumento de capital social de sócios da empresa, não é custo fixo, nem variável (vide investimento fixo, Nº 1, letra c); • Há um aumento de custos de produção proporcional à meta de vendas para o 3º ano = 5.250 unidades. Logo, $ 20 x 5.250 = $ 105.000,00: • Consequentemente, as despesas de comercialização (letra “i”) e o valor da alíquota da tributação sobre a comercialização do verniz (letra “j”) também aumentam. Despesas de Comercialização: 5.250 unidades x $ 150,00 = $ 787.500,00 x 0,5% = $ 3.937,50 Alíquota: $ 787.500,00 x 17% = $ 133.875,00. • Estoque (letra “f”): 2% x $ 105.000,00 = $ 2.100,00; • O impacto dessa decisão sobre os custos de mão-de-obra imputa em uma redução de custo salarial mais a inclusão do pagamento de uma verba rescisória no valor de $ 10.000,00. Custos Fixos Salário Pg. de Verba Rescisória Despesas Administrativas Total Valor Mensal $ 40.000,00 $ 10.000,00 $ 3.750,00 $ 53.750,00 Custos Variáveis Custo de Produção Estoque Despesas de Comercialização Alíquota d% do lucro do período Total Valor Mensal $ 105.000,00 $ 2.100,00 $ 3.937,50 $ 133.875,00 $? $ 244.912,50 3 04. Definição de Custos Fixos e Variáveis da Empresa Petroquímica MC & MG para 2004: • Acréscimo de gasto anual com manutenção de equipamento. Custos Fixos Salário Despesas Administrativas Manutenção de Equipamento Total Valor Mensal $ 40.000,00 $ 3.750,00 $ 75.000,00 $ 118.750,00 Custos Variáveis Custo de Produção Estoque Despesas de Comercialização Alíquota d% do lucro do período Total Valor Mensal $ 105.000,00 $ 2.100,00 $ 3.937,50 $ 133.875,00 $? $ 244.912,50 05. Cálculo do Cme de Produção por Ano: a. 2001: Cme = CF/Q + CV = 73.750/500 + 20 = 147,50 + 20,00 = 167,50 b. 2002: Cme = CF/Q + CV = 73.750/2.300 + 20 = 32,07 + 20,00 = 52,07 c. 2003: Cme = CF/Q + CV = 53.750/5.250 + 20 = 10,24 + 20,00 = 30,24 d. 2004 em diante: Cme = CF/Q + CV = 118.750/5.250 + 20 = 22,62 + 20,00 = 42,62 Cme 167,50 52,07 42,62 30,24 500 2.300 5.250 5.250 A medida que a quantidade produzida aumenta (e o custo fixo “regulariza”), o Cme de produção diminui. 06. Cálculo do PE Contábil: PE Contábil = Custo Fixo + Despesa Financeira / Preço – Custo Variável • OBS: Segundo a Receita Federal, considera-se despesa financeira “os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de créditos e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito, deverão ser apropriados proporcionalmente ao tempo decorrido (pro rata tempore), nos períodos de apuração a que competirem; os juros de empréstimos contraídos para financiar a aquisição ou construção de bens do ativo permanente, incorridos durante as fases de construção e pré-operacional, podem ser registrados no ativo diferido, para serem amortizados”. 4 • Como a constituição do Parque Fabril (Despesa Pré-Operacional) e Aquisição de Equipamentos (Investimento Fixo) não foram adquiridos por financiamento, mas por recursos próprios, considerarei no cálculo deste PE apenas os Custos Fixos / PE – Custo Variável. Logo: a. Em 2001: PE = 73.750/ 150 - 20 = 567 galões b. Em 2002: PE = 73.750/ 150 - 20 = 567 galões c. Em 2003: PE = 53.750/ 150 - 20 = 413 galões d. A partir de 2004 em diante: PE = 118.750/ 150 - 20 = 913 galões Obs: Como Cme = P, fiquei na dúvida aqui se o P seria os $ 150 ou o valor calculado no item Nº 5 (como na página 81 de Adm Curto Prazo). Caso essa segunda opção seja a correta, as equações ficariam da seguinte forma: a. Em 2001: PE = 73.750/ 167,50 - 20 = 500 galões b. Em 2002: PE = 73.750/ 52,07 - 20 = 2.300 galões c. Em 2003: PE = 53.750/ 30,24 - 20 = 5.249 galões d. A partir de 2004 em diante: PE = 118.750/ 42,62 - 20 = 5.250 galões Neste caso, a meta de produção da empresa é exatamente equivalente ao alcance de breakeven contábil. 07. Cálculo do Lucro Obtido: Cada galão contribui com $ 130 (P – CV = $ 150 - $ 20) para cobrir os custos fixos da empresa e remunerar o valor nela investido. a. Em 2001: Meta de produção = 500 galões - 567 galões (PE Contábil) = - 67 galões do alcance do breakeven (ou $ 10.050, ou seja, $ 150 x 67 galões). b. Em 2002: Meta de produção = 2.300 galões - 567 galões (PE Contábil) = 1.733 galões acima do breakeven (ou $ 259.950, ou seja, $ 150 x 1.733 galões). 5 c. Em 2003: Meta de produção 5.250 galões - 413 galões (PE Contábil) = 4.837 galões acima do breakeven (ou $ 725.550, ou seja, $ 150 x 4.837 galões). d. A partir de 2004 em diante: Meta de produção 5.250 galões - 913 galões (PE Contábil) = 4.337 galões acima do breakeven (ou $ 650.550, ou seja, $ 150 x 4.337 galões). Se minha segunda hipótese estiver correta, não há lucro, pois a meta de produção da empresa limita-se ao alcance do breakeven. Análise geral das condições do projeto 01. Cálculo do retorno esperado pelos proprietários a uma taxa de 12% ao ano. OBS: “o custo dos capitais próprios é a taxa de retorno esperada do investimento”. Se os capitais próprios foram $ 700.000 (Constituição do Parque Fabril no Ano 01) + $ 1.000 (Capital Social para Constituição da Empresa no Ano 01) + $ 700.000 (Compra de Equipamentos no Ano 03), e o período considerado é de 12 anos (n), a TIR corresponde à: a. Em 2001: 1.401.000 <CHS> <PV> 10.050 <PMT> 12 <n> i = 26,03 % (alcança o retorno esperado pelos proprietários) b. Em 2002: 1.401.000 <CHS> <PV> 259.950 <PMT> 12 <n> i = 15,14 % (não alcança o retorno esperado pelos proprietários) c. Em 2003: 1.401.000 <CHS> <PV> 725.550 <PMT> 12 <n> i = 51,43 % (alcança o retorno esperado pelos proprietários) d. A partir de 2004: 1.401.000 <CHS> <PV> 650.550 <PMT> 12 <n> i = 45,94 % (alcança o retorno esperado pelos proprietários) Logo, de uma forma geral, as condições do projeto atendem as expectativas dos proprietários, o que me faz recomendá-lo à Direção da Empresa MC & MG. 6