- cerpch
Transcrição
- cerpch
Ano 11 Revista nº 42 JUL/AGO/SET - 2009 Licenciamento Ambiental. Um dos grandes vilões Environmental License. One of the gratest villains ACF Maria Carneiro Conferência de PCH aborda situação do mercado no Brasil e América Latina Meeting on SHP approaches the scenario of the market in Brazil and Latin America Comitê Diretor do CERPCH Director Committee Geraldo Lúcio Tiago Filho Secretário Executivo [email protected] Gilberto Moura Valle Filho CEMIG [email protected] Patrícia Cristina P. Silva FAPEPE [email protected] Célio Bermann IEE/USP [email protected] Cláudio G. Branco da Motta FURNAS [email protected] José Carlos César Amorim Editorial Editorial 03 IME [email protected] Antonio Marcos Rennó Azevedo [email protected] Eletrobrás Jamil Abid Licenciamento ANEEL [email protected] Hamiltom Mossh License MME [email protected] Comitê Editorial Editorial Committee Presidente - President Geraldo Lúcio Tiago Filho - CERPCH UNIFEI Editores Associados - Associated Publishers Adair Matins - UNCOMA - Argentina Alexander Gajic – University of Serbia Alexandre Kepler Soares - UFMT Ângelo Rezek - ISEE UNIFEI Antônio Brasil Jr. - UNB Artur de Souza Moret - UNIR Augusto Nelson Carvalho Viana - IRN UNIFEI Bernhard Pelikan - Bodenkultur Wien – Áustria Carlos Barreira Martines - UFMG Célio Bermann - IEE USP Edmar Luiz Fagundes de Almeira - UFRJ Fernando Monteiro Figueiredo - UNB Frederico Mauad – USP Helder Queiroz Pinto Jr. - UFRJ Jaime Espinoza - USM - Chile José Carlos César Amorim - IME Marcelo Marques - IPH UFRGS Marcos Aurélio V. de Freitas - COPPE UFRJ Maria Inês Nogueira Alvarenga - IRN UNIFEI Orlando Aníbal Audisio - UNCOMA - Argentina Osvaldo Livio Soliano Pereira - UNIFACS Zulcy de Souza - LHPCH UNIFEI As PCHs na matriz energética brasileira O licenciamento ambiental ainda é um dos grandes vilões ao crescimento das pequenas centrais no país The SHPs and the Brazilian energy matrix The environmental license is still one of the greatest villains regarding the growth of the Small Hydropower Plant in the country. Eventos Events Editor Coord. Redação Jornalista Resp. Redação Projeto Gráfico Diagramação e Arte Tradução Equipe Técnica Geraldo Lúcio Tiago Filho Camila Rocha Galhardo Adriana Barbosa MTb-MG 05984 Adriana Barbosa Camila Rocha Galhardo Fabiana Gama Viana e Fábio Couto Orange Design Adriano Silva Bastos Adriana Candal Cidy Sampaio da Silva PCH Notícias & SHP News é uma publicação trimestral do CERPCH The PCH Notícias & SHP News is a three-month period publication made by CERPCH Tiragem/Edition: 5.500 exemplares/issues contato comercial: [email protected] Artigos Técnicos Technical Articles Agenda 13 45 Opinião Opinion 46 O licenciamento ambiental de PCHs e a matriz elétrica brasileira SHP environmental licensing and the Brazilian electric matrix Meio Ambiente - UMA POLÍTICA DE GOVERNO Environment – A GOVERNMENT POLICY Curtas News 51 Equipamento desenvolvido em Itajubá pode beneficiar comunidades isoladas Equipment developed in Itajubá can help isolated comunities Av. BPS, 1303 - Bairro Pinheirinho Itajubá - MG - Brasil - cep: 37500-903 Congresso na Colômbia reúne representantes do setor elétrico da América Latina e região Andina e-mail: [email protected] [email protected] Fax/Tel: (+55 35) 3629 1443 Meeting in Colombia joins representatives of the electric sector of Latin America and Andean region ISSN 1676-0220 00042 9 771 676 02 209 2 02 10 V Conferência PCH Mercado & Meio Ambiente aborda situação do mercado no Brasil e América Latina th 5 Meeting on SHP Market & Environment approaches the scenario of the market in Brazil and Latin America Schedule Expediente Editorial 04 Construção de PCH no Sul de Minas sofre para obter o licenciamento ambiental SHP in the south of Minas Gerais suffers to attain Environmental License Prezados Leitores. A implantação da Resolução 343 e da Lei 11.943 foi a tônica principal de quinta Conferência de PCH Mercado & Meio Ambiente, realizada nos dias 5 e 6 de agosto em São Paulo (SP). O evento, organizado pelo CERPCH, em parceria com a Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE) representou importante capítulo na discussão do papel das PCHs no setor elétrico brasileiro, abordando desde seus aspectos legais e institucionais até tecnologia aplicável e meio ambiente. Com mais de 400 participantes, o evento contou com a presença dos mais variados profissionais ligados ao estudo e consolidação das pequenas centrais no Brasil, o que comprova a importância das PCHs no cenário energético atual. Em uma realidade onde se discute as mudanças climáticas e formas de se atenuar os impactos ambientais, as pequenas centrais hidrelétricas tornam-se fundamentais para o Brasil ter participação ativa nos debates sobre aquecimento global. Da mesma forma, as PCHs, mais uma vez, tornam-se instrumentos importantes no incremento da geração de energia elétrica no país. Outro aspecto que abordamos nessa edição é o licenciamento ambiental, sabemos que no processo de licenciamento ambiental um volume expressivo das medidas compensatórias ambientais corresponde a déficits de investimentos públicos e não a mitigação de impactos dos empreendimentos. Acredito que possamos discutir sobre essas questões e, oxalá encontremos caminhos e sugestões para consolidarmos cada vez mais essa forma limpa, renovável e democrática de geração de energia. Dear readers, The implementation of Resolution 343 and Law 11943 was in the spotlight during the 5th Meeting on SHP Market and Environment, which was carried out in São Paulo. The event, organized by CERPCH in a partnership with the Brazilian Association of Small and Medium Electric Energy Producers (APMPE), represented an important chapter in the discussion of the role of the SHPs in the Brazilian electric sector, approaching its legal and institutional aspects, technology and environment. With more than 400 participants, the meeting gathered the most varied professionals that work towards the consolidation of Small Hydropower Plants in Brazil. This confirms the importance of the SHPs in today's energy scenario. In a reality where the discussions are about climatic changes and ways to mitigate environmental impacts, SHPs become of the utmost importance for Brazil to have an active participation in the debates about global warming. SHPs, once more, become important instruments towards the rise in electric power generation in the country. Another aspect that we approached is the environmental licensing. We know that in the environmental licensing process an expressive number of environmental compensating measures correspond to deficits of public investment and not the mitigation of the impacts caused by the enterprise. I believe that we can discuss these issues and maybe we can find ways and suggestions to consolidate SHPs – a clean, renewable and democratic way to generate energy. Geraldo Lúcio Tiago Filho Geraldo Lúcio Tiago Filho 03 LICENCIAMENTO As PCHs na matriz energética brasileira O licenciamento ambiental ainda é um dos grandes vilões Por Fabiana Gama Viana ao crescimento das pequenas centrais no país Colaboração: Adriana Barbosa O consumo de energia no Brasil – energia elétrica e combustíveis em geral – apresentou aumento de 5,6% em 2008. De acordo com dados divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entre os todos os tipos de energia, somente a hidráulica diminuiu sua participação no ano passado, com recuo de 1,7%. Do outro lado, o que mais cresceu foi o gás natural, com 16,9% em relação a 2007, seguido por outras fontes renováveis (14,5%), nuclear (13,1%) e carvão mineral e derivados (9,5%). Segundo comunicado da EPE, a queda da energia hidráulica refletiu as condições hidrológicas observadas no início de 2008, que impuseram esquemas operativos voltados a manter níveis estratégicos de armazenamento nos reservatórios do país. Por outro lado, houve o aumento da geração termelétrica (+37,9%), o que contribuiu para o forte incremento do consumo de gás natural. Nesse cenário, apesar do bom desempenho do etanol na matriz energética brasileira, as fontes renováveis de energia perderam um pouco de espaço, passando a 45,3% da oferta interna de energia frente aos 45,9% em 2007. Atualmente, o nível dos reservatórios brasileiros está bem acima do nível mínimo desejado, dotando o setor de segurança aparente. Certamente, as usinas hidrelétricas possuem papel fundamental na matriz energética brasileira. No entanto, as dificuldades para sua implantação, ocasionadas, em parte, pelo processo de obtenção do licenciamento ambiental podem prejudicar a segurança no sistema. Nesse sentido, torna-se necessária a diversificação da matriz energética nacional, e o ideal é que isso fosse feito com fontes alternativas de energia, que tornariam a matriz ainda mais limpa. Contudo, isso acaba sendo impossibilitado por dificuldades técnicas e o alto custo do valor da energia gerada. Ainda assim, o papel e a importância das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) não podem ser deixados de lado. Elas não solucionariam totalmente os riscos de falta de energia em vista do crescimento econômico, mas contribuiriam para o aumento da segurança energética. Sozinhas, obviamente, as PCHs não dariam conta da expansão anual do parque gerador brasileiro, mas representam contribuição importante. E as PCHs? Os impactos socioambientais das PCHs são reduzidos. Estes são os mesmos ocasionados pelas grandes hidrelétricas, porém em menor escala. Segundo Ricardo Pigatto, presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), a grande maioria das PCHs está localizada em regiões de baixa densidade populacional, os reservatórios formados são pequenos (no máximo, 13 km2 com a própria calha do rio) e estão localizados em vales encaixados em áreas íngremes. “Esses motivos e outros menos relevantes fazem com que as pequenas centrais hidrelétricas sejam de baixíssimo impacto social e também ambiental, com pouca supressão vegetal e quase nenhuma realocação de populações”, defende. Aliado a isso, vale destacar as menores perdas na transmissão de energia elétrica, já que as PCHs não exigem a construção de extensas linhas de transmissão, conectando-se, em muitos casos, diretamente à distribuição. Sob o ponto de vista do investimento, os pequenos empreendimentos hidroenergéticos chamam a atenção de muitos investidores interessados em aplicações de longo prazo. Resoluções e normas elaboradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitem que a energia gerada pelas PCHs entre no sistema elétrico nacional sem que o empreendedor pague as taxas pelo uso da rede de transmissão e distribuição. Da mesma forma, as pequenas centrais estão dispensadas do pagamento de royalties aos municípios pela exploração dos recursos hídricos, podendo fornecer energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN), consumidores livres e sistemas isolados. De acordo com dados da Aneel, publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo (12/08/09), há hoje em operação no Brasil 345 PCHs, com potência outorgada de 2,857 mil MW, isto é, 2,68% da capacidade total do sistema elétrico, de 104,858 mil MW. Outras 70 pequenas centrais estão sendo construídas, com potência de 1,047 mil MW. Segundo a publicação, se forem liberadas e construídas todas as PCHs pleiteadas, o potencial de geração desses empreendimentos pode chegar a 7,5 mil MW, podendo triplicar a capacidade instalada em pequenos aproveitamentos hidroenergéticos nos próximos anos. 04 Contudo, mesmo com todas as vantagens e o potencial das PCHs no setor energético nacional, esses empreendimentos ainda enfrentam dificuldades na sua implantação, ocasionadas, em especial, pela obtenção da licença ambiental. Licenciamento Ambiental O licenciamento ambiental de qualquer empreendimento energético é legítimo e busca conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente. E o impacto ambiental está inerente a qualquer forma de geração de energia. A questão colocada é se a geração por determinada fonte de energia é viável frente ao custo que essa energia implica, seja no aspecto social, ambiental ou econômico. Para Altino Ventura Filho, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), uma das grandes dificuldades na implantação de uma PCH é a obtenção do licenciamento ambiental. Mesmo sendo mais simples se comparado a uma grande central hidrelétrica, o licenciamento ambiental de PCHs é um processo complicado, que demanda um tempo exagerado. Nesse caso, o risco ambiental pode se tornar um risco razoável para os investidores. Entre a licença prévia e de instalação e operação, explica Ventura Filho, novas exigências são colocadas pelo órgão ambiental. “Isso introduz, de alguma maneira, um risco para o investidor, já que essas novas medidas representam um custo, os quais podem afetar a taxa de retorno do projeto”, lamenta. Vitor Hugo Ribeiro Burko, Diretor-Presidente do Instituto Ambiental do Paraná, concorda que o licenciamento ambiental seja um entrave à implantação de PCHs. “Com absoluta certeza, muita gente não tem paciência, recursos, disposição e até saúde para chegar ao final do caminho”, enfatiza. Contudo, Burko justifica que muitos projetos são mal elaborados, ou seja, feitos apenas para cumprir as formalidades com o ór- LICENSE The SHPs and the Brazilian energy matrix The environmental license is still one of the greatest villains regarding the growth of the Small Hydropower Plant in the country. Translation Adriana Candal The energy consumption in Brazil – electric energy and fuels in general – presented a rise by 5.6% in 2008. According to data released by the Energy Research Company (EPE) among all of the types of energy, only hydraulic energy had its participation reduced last year (1.7%). On the other hand, natural gas was the source that presented the highest rise (16.9%) in relation to 2007, followed by other renewable sources (14.5%), nuclear (13.1%) and coal and derivatives (9.5%). According to EPE's communication, the drop in hydraulic energy reflected the hydrological conditions observed in the early 2008, which imposed by operative schemes aiming at maintaining storage strategic levels in the reservoirs of the country. On the other hand, there was a rise in thermal power generation (+37.9%), which contributed to the sharp increase in the consumption of natural gas. Within this scenario, in spite of the good performance of the ethanol in the Brazilian energy matrix, the renewables lost ground, going to 45.3% of the energy internal offer against 45.9% in 2007. Today, the level of the Brazilian reservoirs is above the minimum desired level, making the sector feel an apparent safety. Certainly, hydropower plants have a fundamental role in the Brazilian energy matrix. However, the difficulties regarding their implementation, partly caused by the process to attain the environmental licensing, may harm the safety in the system. In this sense, the diversification of the national energy matrix becomes necessary and it would be ideal if this diversification were carried out by using alternative sources of energy, which would make the matrix even cleaner. However, this ends up being impossible because of technical difficulties and the high cost of the generated energy. Still, the role and the importance of the Small Hydropower Plants (SHPs) cannot be set aside. They would not completely solve the risks of energy shortage facing the economic growth, but they would contribute to increase the energy safety. By themselves, obviously, the SHPs would not be enough to support the annual expansion of the Brazilian generating system, but they would represent an important contribution. What about the SHPs? The socio-environmental impacts of SHPs are reduced. They are the same as those caused by large hydropower plants, but smaller in proportion. According to Ricardo Pigatto, president of the Brazilian Association of Small and Medium Electric Energy Producers (APMPE) most SHPs are located in regions of low population density, the reservoirs are small (13 km2 at most, including the stream bed) and are located on valleys with steep areas. “These reasons and others that are less relevant cause SHPs to have very low social and environmental impacts, with low vegetable suppression and basically no population reallocation”, said Mr. Pigatto. In addition, it is worth highlighting the smaller losses in the transmission of electric power, given that SHPs do not demand the construction of long transmission lines, for, most of the times they are connected directly to the distribution. Under the investment point of view, small hydropower enterprises have attracted the attention of many investors that interested in long term investments. Resolutions and rules elaborated by the National Agency for Electric Power (Aneel) allow the energy generated by SHPs to enter the national electric system without the entrepreneur having to pay the taxes for the use of the transmission and distribution grids. In the same way, SHPs are exempt from paying royalties to the cities for using their water resources. They may also provide energy to the National Interconnected System (SIN), free consumers and isolated systems. According to data from Aneel, published by the newspaper O Estado de São Paulo (12.Aug.2009), there are 345 SHPs operating in Brazil with a granted power of 2.857 thousand MW, i.e., 2.68% of the total capacity of the electric system – 104.858 thousand MW. Other 70 SHPs are being constructed, with a power of 1.047 thousand MW. According to the publication if all of the requested SHPs are granted and built, the generating potential of these enterprises may reach 7.5 thousand MW, which may triple the installed capacity of SHPs over the next few years. However, even with all of the advantages and the potential of the SHPs in the national energy sector, these enterprises still face difficulties when it comes to their implementation caused, particu- larly, by the attainment of the environmental license. Environmental Licensing The environmental licensing of any energy enterprise is legitimate and tries to conciliate economic development and the preservation of the environment, and environmental impacts are inherent to any type of energy generation. The issue here is whether the generation from a certain source is feasible facing the cost that this energy implies: social, environmental or economically speaking. For Mr. Altino Ventura Filho, Secretary of Energy Planning and Development of the Ministry of Mines and Energy (MME) one of the greatest difficulties regarding the implementation of a SHP is the attainment of the environmental license. Even being more simple if compared to the process of a large hydropower enterprise, SHP environmental licensing is a complex process that demands an exaggerated amount of time. In this case, the environmental risk may become a reasonable risk for the investors. Between the previous license and the installation and operating license, explains Mr. Ventura Filho, new requirements are demanded by the environmental organ. “Somehow, this introduces a risk for the investor, given that these new measures represent a cost, which may affect the return rate of the project”, he regrets. Mr. Vitor Hugo Ribeiro Burko, President-Director of the Environmental Institute of the state of Parana, agrees that the environmental licensing is an obstacle when it comes to the implementation of SHPs. “Certainly, a lot of people do not have the patience, resources, disposition and even health the reach the end of the path”, he emphasizes. However, Mr. Burko justifies that many projects are not wellelaborated, that is, they are done only to fulfill the formalities of the licensing organ and not to carry out a good environmental management effectively. In this context, MS. Lilian Santos, Superintendent of Infrastructure, Mining, Industry and Services of the state of Mato Grosso, explains that a well-done licensing process means to make the enterprise operative in less time. “With a well-presented 05 LICENCIAMENTO gão de licenciamento e não efetivamente para fazer uma boa gerência ambiental. Nesse sentido, Lilian Santos, Superintendente de Infra-Estrutura, Mineração, Indústria e Serviços do Estado do Mato Grosso, explica que um processo de licenciamento bem feito significa colocar o empreendimento em funcionamento em menos tempo. “Com um processo bem apresentado e conduzido de forma correta, diminuem-se as condicionantes ambientais das solicitações pelo órgão licenciador”, completa. Do ponto de vista do órgão ambiental, a questão burocrática também pode atrapalhar o processo de licenciamento ambiental. Vitor Burko cita o exemplo do Estado do Paraná, em que o órgão ambiental não teve sua origem como órgão ambiental. Dessa forma, “boa parte de seu corpo técnico ainda é muito focada nas questões documentais e não nos verdadeiros impactos ambientais ocorridos”, explica. A implantação de uma PCH O processo de implantação de uma pequena central hidrelétrica pode ser dividido em etapas. A primeira delas destina-se ao levantamento de informações sobre o local previsto para a instalação do empreendimento. Nesta etapa, são obtidos os dados geográficos e topográficos, as características do curso d'água e da bacia hidrográfica, que servem de base para a formulação do projeto. Feito isso, é necessária a realização de um estudo de inventário, etapa em que é definido o potencial hidrelétrico da bacia hidrográfica. Neste momento, de acordo com informações disponibilizadas pelo Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas (CERPCH), o conceito de impacto ambiental é utilizado na tomada de decisão quanto à viabilidade do projeto. Elaborado o estudo de inventário, passa-se ao estudo de viabilidade, o qual busca a otimização técnico-econômica e ambiental do empreendimento, da mesma forma que a avaliação dos benefícios e custos associados. A partir daí, é solicitado o registro ativo junto à Aneel e elaborado o projeto básico. Neste, são detalhadas as obras civis, além dos equipamentos hidromecânicos e eletromecânicos. No caso das pequenas centrais hidrelétricas, informa o CERPCH, a etapa de realização do estudo de viabilidade não é formalmente exigida, podendo o empreendedor partir diretamente para a elaboração do projeto básico. O processo de autorização para exploração de pequenos aproveitamentos hidrelétricos é formalizado por meio de outorga de autorização, após a análise do projeto básico pela Aneel. Esse procedimento iniciase com o registro do projeto básico na Superintendência de Gestão e Estudos Hidroenergéticos da Aneel, tornando-o público. Havendo o aceite deste projeto pela Superintendência, é realizada uma análise e posterior aprovação. Nesse caso, segundo informa o CERPCH, devem ser atendidas as seguintes condições: licença prévia emitida pelo órgão ambiental, a declaração de reserva de disponibilidade hídrica emitida pelo órgão gestor dos recursos hídricos e a compatibilidade do projeto básico com as condições anteriores. Paralelamente a todo esse processo, são tomadas as providências para a obtenção do licenciamento ambiental, dividido em três etapas: licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de operação (LO). A LP é concedida na fase inicial de planejamento da central. Nela, devem constar sua localização, concepção 06 e viabilidade ambiental, além de requisitos básicos dos arranjos de engenharia da usina e do reservatório. A LI autoriza a instalação da central. Nesta fase, são analisados os projetos executivos de controle ambiental e avaliada a eficiência do empreendimento, conforme já previsto na licença prévia. Finalmente, a LO autoriza a operação comercial da central. Sua emissão está condicionada a uma avaliação do empreendimento para verificar se este está de acordo com o previsto nas licenças anteriores, além de avaliar se todas as exigências e detalhes técnicos apresentados no projeto foram atendidos. OLA EMPREENDEDOR ANEEL OLA - Órgão Licenciadores Ambientais Solicita autorização para estudo de inventário Portaria autoriza Estudo de Inventário RCA - Relatório de Controle Ambiental Audiência Pública Solicita aprovação do inventário Aprova Inventário. Autoriza Estudo de Viabilidade Emite Licença Prévia - LP Inicia Estudo de Viabilidade e apresenta o RCA Solicita a Concessão com o Estudo de Viabilidade Aprova o Estudo de Viabilidade. Encaminha, outorga de concessão e fixa prazo para apresentação do Projeto Básico de Engenharia Emite Licença de Instalação - LI Apresenta Projeto Básico Ambiental Solicita a aprovação do Projeto Básico de Engenharia com a LI Emite Licença de Operação - LO Solicita a LO antes do enchimento do reservatório Comunica a ANEEL da Entrada de Operação Portaria aprova o Projeto Básico e fixa datas para a Entrada em Operação LICENSE process and correctly conducted, the environmental conditions demanded by the licensing organ will be reduced”, she completes. From the licensing organ point of view, the bureaucratic issue may also be an obstacle towards the environmental licensing process. Mr. Burko quotes the example of the state of Paraná where the environmental organ did not have its origin as an environmental organ. This way, “a significant part of its technical staff is still focused on documental issues and not on the true environmental impacts”, he explains. The implementation of an SHP The implementation process of a Small Hydropower Plant can be divided into two stages. The first is dedicated to the collection of information from the site where the installation of the enterprise is forecast. During this stage, the geographic and topographic data, the characteristics of the river and of the hydrographic basin that serve as the basis for the formulation of the program are attained. Once this is carried out, it is necessary to carry out an inventory study, stage when the hydropower potential of the basin is defined. At this moment, accorELO ENTREPRENEUR ANEEL ELO – Environmental Licensing Organ Claims the authorization for the Inventory Studies Authorizes the Inventory Study by decree ECR – Environmental Control Report Public audition Claims the inventory approval Approves Inventory Authorizes Feasibility Study Releases the Previous License Initiates the Feasibility Study and presents the ECR Claims the concession with the Feasibility Study Approves the Feasibility Study, Sets up the concession grant and fixates the deadline for the introduction of the Engineering Basic Project Releases the Installation License Presents the Environmental Basic Project Claims the Basic Engineering Project Approval with the IL Releases the Operation License Claims the OL before the reservoir filling Communicates ANEEL the operation start Approves the Basic Project and fixates deadline for the operation start by decree ding to information that was made available by the CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants), the concept of environmental impact is used for deciding whether the project is feasible or not. Once the inventory study is elaborated, the feasibility study begins. It aims at the techno-economic and environmental optimization of the enterprise and the assessment of the associated benefits and costs. After that, the Active Registry is requested to Aneel and the Basic Project is elaborated. In addition to the civil works, the Basic Project also details the hydro and electric-mechanical equipment. In the case of SHP, the stage destined to carry out the feasibility study is not formally demanded and the entrepreneur can go directly to the elaboration of the Basic Project. The authorization process for the use of small hydropower potentials is formalized through the authorization grant after the Basic Project is analyzed by Aneel. This procedure begins with the registration of the Basic Project with the Superintendence of Hydropower Management and Studies of Aneel, by making it public. Once the project is accepted by the Superintendence, an analysis is carried out and then the project is approved. In this case, according to information released by CERPCH, the following conditions must be met: previous license given by the environmental organ, the declaration of reserve of the water availability given by the management organ of water resources and the compatibility of the Basic Project with the previous conditions. At the same time, other arrangements are carried out for the attainment of the environmental license, which is divided into three phases: Previous License (LP), Installation License (LI) and Operation License (LO). The LP is given during the initial phase – the planning of the plant. The Previous License must show the plant's location, conception, environmental feasibility and the basic requirements of the engineering and reservoir schemes of the plant. The LI authorizes the installation of the plant. During this phase, the executive projects of environmental control are analyzed and the efficiency of the enterprise is assessed, as it was forecast in the Previous License. Finally, the LO authorizes the commercial operation of the plant. It is granted after an assessment of the enterprise in order to check if it is in accordance with the information that was forecast in the previous licenses and assess if all of the demands and technical details presented in the project were fulfilled. 07 LICENCIAMENTO Entrevista Fábio Dias, diretor-executivo da APMPE “Em todas as etapas do processo de licenciamento, as PCHs enfrentam dificuldades, em maior ou menor grau”, afirma Fábio Dias, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE). Em entrevista à PCH Notícias e SHP News, Dias aponta as principais dificuldades para se colocar uma pequena central hidrelétrica em funcionando e ainda ressalta que o processo de licenciamento ambiental continua sendo um entrave para a expansão do parque gerador brasileiro, qualquer que seja a forma de geração. - Quais são as principais dificuldades para se colocar uma PCH em funcionamento? As dificuldades para se colocar uma PCH em funcionamento começam a aparecer na etapa de elaboração dos estudos de inventário. Desde a efetivação do registro junto à Aneel até a sua aprovação, o empreendedor enfrenta, nesta primeira etapa, dificuldades no acesso às terras para desenvolvimento dos estudos, concorrência com outros interessados, esclarecimentos junto à Aneel, entre outros. Após a aprovação do estudo de inventário, quando identificados os barramentos de interesse, o empreendedor passará a encontrar dificuldades na etapa de elaboração dos projetos básicos das PCHs no que diz respeito à negociação de terras necessárias para o empreendimento, obtenção da reserva de disponibilidade hídrica e os estudos ambientais, considerando que a licença prévia (LP) é pré-requisito para a obtenção da autorização da Aneel, juntamente com a aprovação do projeto básico. Obtida a autorização, passa o empreendedor a se preocupar com a obtenção da licença de instalação (LI), autorização de supressão de vegetação para execução das obras e posteriormente o equacionamento econômico-financeiro do empreendimento (venda da energia, financiamento), negociação com fornecedores de equipamentos, revisão de projeto básico junto à Aneel bem como ações visando à conexão à rede elétrica e obtenção da licença de operação (LO). Em resumo, estes são, em cada uma das principais etapas de implementação de uma PCH, as principais dificuldades encontradas pelo empreendedor. - O processo de licenciamento ambiental ainda é um entrave para a implantação de uma PCH? O processo de licenciamento ambiental continua sendo um entrave para a expansão do parque gerador em nosso país, qualquer que seja a forma de geração. Até mesmo empreendimentos de energia eólica, que apresentam impactos ambientais reduzidos, encontram dificuldades do ponto de vista ambiental. No entanto, as dificuldades são certamente mais concentradas no processo de licenciamento ambiental de usinas hidrelétricas, e as PCHs não fogem a essa regra. - Quais são os principais problemas relacionados ao processo de obtenção de licenciamento ambiental de uma PCH? Em todas as etapas do processo de licenciamento (LP, LI e LO), as PCH enfrentam dificuldades, em maior ou menor grau. Tais dificuldades estão relacionadas à confirmação e obtenção da reserva de disponibilidade hídrica, obtenção de autorização para supressão de vegetação, definição e negociação de condicionantes para as licenças, esclarecimento e obtenção do apoio das comunidades afetadas direta ou indiretamente pelos empreendimentos, entre outros aspectos. Além disso, a questão da judicialização do processo 08 de licenciamento ambiental acabou por inserir um novo ente “licenciador” no processo, causando atrasos no processo e incertezas jurídicas para o empreendedor, considerando que a qualquer tempo o processo pode ser suspenso mesmo já tendo cumprido importantes etapas em sua comprovação de viabilidade ambiental, junto aos órgãos licenciadores. Um outro fator causador de problemas no processo de licenciamento ambiental é a pouca integração entre as etapas de LP, LI e LO. Em muitos casos, as condicionantes se repetem, ou são inseridas novas condicionantes não previstas em etapas anteriores, que tornam o processo obscuro e lento para o empreendedor. - Essas dificuldades chegam a desestimular empreendedores e investidores? O empreendedor está sempre focado em seu objetivo final, qual seja a geração de energia. Os questionamentos e dificuldades são inerentes ao processo e o empreendedor está preparado para superar essas etapas. No entanto, quando as dificuldades comprometem a viabilidade econômico-financeira do empreendimento, seja pela demora na obtenção de uma licença, seja pela imposição de condicionantes não diretamente associadas à mitigação de impactos ambientais, tal situação não apenas desestimula o empreendedor mas também causa desistência na continuidade de projetos que, em grande maioria, são socialmente responsáveis e ambientalmente sustentáveis. - Se compararmos o processo de licenciamento ambiental de uma PCH e uma PCT, qual seria o mais trabalhoso? Certamente o processo de licenciamento ambiental de uma PCH é mais trabalhoso do que uma PCT, pois a interferência ambiental associada a um empreendimento de PCH é mais expressiva do que uma PCT. A PCH, por exemplo, tem ação direta em um curso d´água, prevê a formação de um reservatório, supressão de vegetação, realocação de comunidades, entre outros aspectos que não ocorrem no carro de uma PCT. A PCT, no que diz respeito à locação, tem uma flexibilidade muito maior e, por isso, pode ser construída em um local onde a interferência ambiental seja menor, por isso o processo menos trabalhoso. Isso tudo ocorre pois o licenciamento considera apenas aspectos relacionados à interferência direta no meio ambiente, sem levar em consideração questões de emissões, por exemplo. Caso isso fosse considerado o processo de licenciamento de uma PCT poderia ser dificultado, dependendo do combustível utilizado, e o licenciamento da PCH seria facilitado considerando as compensações por redução de emissões. - E em comparação a uma grande central hidrelétrica? Em comparação a uma grande central hidrelétrica a PCH leva vantagens no que diz respeito ao processo de licenciamento ambiental. As etapas a serem cumpridas são basicamente as mesmas, porém como o impacto ambiental é reduzido, pela questão do tamanho, existe uma vantagem da PCH em relação à grandes usinas hidrelétricas. LICENSE Interview with MR. Fábio Dias, executive-director of APMPE “During all the stages of the licensing process, in a larger or smaller scale, the SHPs face difficulties, says Mr. Fábio Dias, executive director of the Brazilian Association of Small and Medium Electric Energy Producers (APMPE). In an interview for PCH Notícias & SHP News, Mr. Dias points out the main difficulties to make a SHP operative. He also highlights that the environmental licensing process continues to be an obstacle regarding the expansion of the Brazilian generating system, whatever the type of generation is used. - What are the main difficulties to make a SHP operative? The difficulties to make a SHP operative start to show during the phase when the elaboration of the inventory studies is carried out. From the registration of the enterprise with Aneel to its approval, the entrepreneur faces, during this first phase, difficulties to access the site to develop the studies, competition with other entrepreneurs, explanations that must be given to Aneel, among others. After the approval of the inventory study, when the dams are identified, the entrepreneurs start to find difficulties during the phase that regards the elaboration of the SHP Basic Project concerning the negotiation of the land that is necessary for the enterprise, attainment of the water availability reservation and the environmental studies, considering that the Previous License is a pre-requirement for the attainment of the authorization from Aneel together with the approval of the Basic Project. Once the authorization is attained, the entrepreneur starts to worry about the attainment of the Installation License (LI), the authorization for the vegetation suppression for the execution of the civil works and afterwards, the economic and financial equation of the enterprise (energy sales, financing), negotiating with the equipment suppliers, review of the Basic Project together with Aneel, as well as actions aiming at the connection to the electric grid and attainment of the Operation License (LO). In short, these are the main difficulties the entrepreneurs have to face during the main SHP implementation phases. - Is the environmental licensing process still an obstacle for the implementation of SHPs? The environmental license process continues to be an obstacle for the generation system of our country, whatever the type of generation. Even wind energy enterprises, which present reduced environmental impacts, have difficulties environmentally speaking. However, the difficulties are more concentrated in the environmental licensing process of Hydropower plants and the SHPs are not exempt. - What are the main problems related to the process of attaining the SHP environmental license? During all of the stages of the licensing process (LP, LI and LO), the SHPs face difficulties. Such difficulties are related to the confirmation and attainment of the water availability reservation, attainment of the authorization for suppression of the vegetation, definition and negotiation of the conditions for the licenses, elucidation and attainment of the support of the communities that will be directly or indirectly affected by the enterprises, among other as- pects. Also, the issue regarding the legalization of the environmental licensing process ended up inserting a new “licensing” entity in the process, causing delays in the process and legal uncertainties for the entrepreneurs, considering that the process may be suspended at anytime even if some important stages have been fulfilled to prove their environmental feasibility with the environmental organs. Another factor that causes problems in the environmental licensing process is the low integration between stages LP, LI and LO. In many cases, the conditions are repeated or new conditions, which were not forecast in previous stages, are inserted, making the process obscure and slow for the entrepreneur. - Do these difficulties discourage entrepreneurs and investors? The entrepreneurs are always focused on their final objective, whatever the generation of energy is. The questions and difficulties are inherent to the process and the entrepreneurs are prepared to overcome these stages. However, when the difficulties compromise the economic-financial feasibility of the enterprise, either because of the delay in the attainment of a license or because of the imposition of conditions that are not directly associated to the mitigation of environmental impacts, such situation discourages the entrepreneurs and also causes some projects to be set aside. Most of these projects are socially responsible and environmentally sustainable. - If we campare the environmental licensing process of a SHP with a STP (Small Thermal Power Plant), which would be more difficult to handle? Certainly the environmental licensing of SHPs gives much more work than STPs, for the environmental interferences associated with SHPs are far more expressive than those of SPTs. SHPs, for example, directly affects the river, forecast the formation of a reservoir, suppression of vegetation, community reallocation, among other aspects that do not happen with STPs. In relation to location, STPs have much more flexibility and that is the reason why they can be built at a place where the environmental interference can be smaller; that is why the process is not as difficult. All these things happen because the licensing process only considers aspects related to the direct interference with the environment without taking into account CO2 emission, for example. If this was considered, the licensing process of STPs could become difficult, depending on the fuel that is used, and the licensing of a SHP would become easier considering the compensations generated by the emission reductions. - What about the comparison with large hydropower plants? In this case, SHPs have advantages in relation to the environmental licensing process. The stages that must be fulfilled are basically the same, however as the environmental impact is reduced because of the size of the enterprise, there is SHPs are favored. 09 EVENTOS V Conferência PCH Mercado & Meio Ambiente aborda situação do mercado no Brasil e América Latina Evento reúne principais autoridades para discutir Pequenas Centrais Hidrelétricas Por Adriana Barbosa O Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas (CERPCH), juntamente com a Universidade Federal de Itajubá (MG), em parceria com a Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE) e Método Eventos, com o apoio das Associações do setor, realizou nos dias 5 e 6 de agosto, em São Paulo, a V Conferência de PCH Mercado & Meio Ambiente. Consolidado como um evento anual que busca discutir os principais aspectos referentes às Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), abordando desde aspectos legais e institucionais, tecnologia aplicável, meio ambiente e análises econômicas, a conferência contou com a participação dos principais profissionais do setor, representantes do governo, ONGs e setor privado. Participaram da cerimônia de abertura o secretário executivo do CERPCH, Geraldo Lúcio Tiago Filho; o Deputado Federal do PMDB do Paraná, Rodrigo Rocha Loures; o Presidente da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), Ricardo Nino Machado Pigatto; o Superintendente de Estudos Hidroenergéticos da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jamil Abid e o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Altino Ventura Filho. Durante a V edição da conferência, foram realizados painéis para a discussão sobre o papel das fontes renováveis na matriz energética brasileira. Além de um amplo debate sobre a implantação da Resolução 343 e da Lei 11.943. Nessa edição, a Conferência contou com a participação de países como Bolívia, por meio do Vice ministro de Eletricidade e Energias Alternativas, Miguel Yague Chirveches; Colômbia pelo diretor geral del CELAPEH, Walter Ospina e Equador por meio do Subsecretário de Políticas Energéticas, Pablo Cisneros no painel “Oportunidades para investidores em PCHs em outros países”. Vale ressaltar a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio do Especialista Regional de Energia, Alejandro M. Fros e da Corporação Andina de Fomento (CAF), por meio do vice-presidente de Infra-estrutura, Mauricio Garrón, que participaram do painel “Custo de implantação e fontes de financiamento no cenário de crise”. Já no caso de haver algum estudo de inventário com registro ativo anterior à data de publicação da Resolução 343/2008, ainda sem aceite, os demais interessados no mesmo estudo que vierem a protocolar o pedido de registro após a publicação da Resolução não têm o direito aos 40% e os demais que vierem a obter registro terão este direito. Em relação ao prazo para a solicitação de registros para desenvolvimento de projetos básicos de PCHs as novas normas da Resolução estabelecem que após efetivado o primeiro registro na condição de ativo, os demais interessados têm até 60 dias para protocolar seus pedidos de registro para o mesmo aproveitamento. Com a nova Resolução o aceite deixou de ser o momento em que as “portas se fecham”, passando a ter um papel mais técnico do que gerencial, garantindo, assim, a isonomia de tratamento para com os Agentes, afirma Abid. Atualmente a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) possui 225 pedidos de registros de PCHs. Sendo que até 20 de dezembro de 2008 foram solicitados 70 pedidos, de 21 de dezembro de 2008 a 20 de fevereiro de 2009, o número de solicitações foi de 141 pedidos e após essa data o número caiu para 14 solicitações. 10 250 200 150 100 50 jun/09 mai/09 abr/09 mar/09 fev/09 jan/09 dez/08 nov/08 set/08 out/08 jul/08 ago/08 jun/08 abr/08 mai/08 fev/08 0 mar/08 Com a implantação da Resolução 343 o Superintendente de Estudos Hidroenergéticos da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jamil Abid, relatou que está assegurado ao autor dos estudos de inventário e de revisões de inventário o direito de preferência a eixos identificados como PCH, respeitando o máximo de 40% do potencial inventariado enquadrado como PCH, ou, caso não haja nenhum aproveitamento que possibilite o direito de preferência dentro deste limite, ao menor aproveitamento identificado no estudo enquadrado como PCH. Vale ressaltar que estudos de inventários que estavam em fase de aceite durante a publicação da Resolução 343/08 e tiveram seu aceite após a publicação, não se encaixam no direito de preferência, só têm direito de preferência os processos cujos pedidos de registro forem protocolados após a publicação da Resolução nº 343/08. 300 jan/08 Resolução 343 Fonte: Aneel Lei 11.943/2009 Segundo Abid, a entrada em vigor da Lei 11.943 de maio de 2009 altera o Art. 17 da Lei 9.427/96, que passa a vigorar com as alterações no "Art. 26. onde estabelece que cabe ao Poder Concedente, diretamente ou mediante delegação à ANEEL, autorizar o aproveitamento de potencial hidráulico de potência superior a 1.000 (mil) kW e igual ou inferior a 50.000 (cinqüenta mil) kW, destinado à produção independente ou auto produção, independentemente de ter ou não características de pequena central hidrelétrica”. Tal alteração fez com que a Aneel estabelecesse a princípio a suspensão de processos através do Despacho ANEEL nº 2.165, de 9 de junho de 2009, subsidiado pela Nota Técnica SGH nº 218/2009. Além de colocar em audiência pública a minuta com a proposta preliminar que é de manter os princípios estabelecidos na Resolução 343/2008, com algumas exceções. Sessão Técnica A V Conferência recebeu cerca de 30 artigos técnicos de Universidades brasileiras e da America latina, sendo que foram aprovados 20 artigos pelo comitê avaliador da sessão. EVENTS 5th Meeting on SHP Market & Environment approaches the scenario of the market in Brazil and Latin America The event gathers the most important experts to talk about Small Hydropower Plants Translation Adriana Candal The National Center of Reference for Small Hydropower Plants (CERPCH), together with the Federal University of Itajubá (UNIFEI), the Brazilian Association of Small and Medium Electric Power Producers (APMPE) and Método Eventos, with the support of the Associations of the sector, held the 5th Meeting on SHP Market and Environment, which took place in São Paulo on August 5 and 6th. Consolidated as an annual event where the main aspects related to Small Hydropower Plants (SHP) can be discussed, approaching issues such as legal and institutional aspects, technology, environment and economic analyses, the meeting was attended by the most important professionals of the sector, government representatives NGOs and the private sector. CERPCH's executive secretary, Mr. Geraldo Lúcio Tiago Filho, Federal Congressman from the state of Paraná, Mr. Rodrigo Rocha Loures, the president of APMPE, Mr. Ricardo Nino Machado Pigatto, the superintendent of hydropower studies of the National Agency for Electric Power (Aneel), Mr. Jamil Abid and the Secretary of Energy Planning and Development of the Ministry of Mines and Energy (MM), Mr. Altino Ventura Filho, were present at the opening ceremony. During the meeting, there were panels to discuss the role of the renewables in the Brazilian energy matrix. In addition, there was also an important debate about the implementation of Resolution 343 and Law 11.943. This time, other countries participated in the meeting such as Bolivia, Vice Minister of Electricity and Alternative Energy, Mr. Miguel Yague Chirveches; Colombia, General Director of CELAPEH, Mr. Walter Ospina; and Ecuador, the Sub-secretary of Energy Policies, Mr. Pablo Cisneros in the panel “Opportunities for investors in SHPs in other countries”. It is important to highlight the participation of Mr. Alejandro M. Fros, Regional Energy Expert with the Inter-American Development Bank and the Vice-President of Infra-structure of the Andean Development Corporation (CAF), Mr. Mauricio Garrón, who participated in the panel “implementation cost and funding within a scenario of crisis”. Fotos: Gui Mohallem Resolution 343 With the implementation of Resolution 343, the Superintendent of Hydropower Studies of Aneel, Mr, Jamil Abid, stated the author of the inventory studies and the inventory reviews is assured the preference right to potentials identified as SHPs, respecting the maximum limit of 40% of the potential classified as SHP, or in case there are no potential that make the preference right possible (40%) within this limit, smaller potentials identified by the study will be classified as SHP. It is important to highlight that the inventory studies that were being analyzed when Resolution 343/08 was published and were accepted after the publication do not enjoy the preference right. Only the Registry requests that were filed after the publication of the Resolution have the preference right. In case there are any inventory studies with active Registry prior to the date of publication of the Resolution that have not been accepted, other entrepreneurs interested in the same study that file the Registry request after the publication of the Resolution do not have the right to the 40% and others that attain the registry will have this right. In relation to the deadline to request the registries for the development of SHP Basic Projects, the Resolution establishes that after the first registry is confirmed as active, others, who are interested in the same potential, will have 60 days to file the Registry request. With the new Resolution, the acceptance is no longer the moment when “the doors close”, it has a role that is more technical than managerial, assuring a neutrality treatment towards the Agents, says Abid. Today, Aneel has 225 SHP Registry requests: 70 had been filed before December 20th, 2008, between December 21st, 2008 and February 20th, 2009 the number was 141 requests, but after that date the number dropped to 14 requests. Law 11943/2009 According to Abid Law 11943, May 2009, changes Article 17 of Law 9427/96, which will be in force with changes in Article 26, as well, where it establishes that it is in charge of the Granting Power, 11 EVENTOS directly or through a delegation to Aneel, to authorize the use of hydraulic potentials higher than 1,000 kW and the same or lower than 50,000 kW destined to the independent or self-production whether they have features of Small Hydropower Plants or not”. Such change made Aneel suspend the processes through Dispatch ANEEL 2165, June 9th, 2009, subsidized by Technical Note SGH 218/2009. A public hearing was requested for the draft with preliminary proposal of maintaining the principles established by Resolution 343/2008 with a few exceptions. Technical Session Os temas atendidos foram: Análise Financeira; Aspectos Legais e Institucionais; Mercado e Planejamento Energético; Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável; Tecnologia e Desenvolvimento: a. Componentes Hidromecânicos/ b. Componentes Elétricos Mecânico/ c. Estruturas Hidráulicas/ d. Sistemas de Controle/ e. Subestação e Transmissão/ f. Levantamento de Dados de Campo/ g. Geotecnia e Geologia/ h. Monitoramento; Operação e Manutenção; Sistemas Híbridos; Geração Descentralizada e Sistemas isolados. Os trabalhos foram divididos nas categorias Pesquisador, Tecnologia e Mercado, e o melhor de cada categoria foi premiado com um net book. Os trabalhos premiados foram: Potencial Técnico y Económico Factible de Energía Renovable no Convencional Hidroelétrica para El Sistema Interconectado Central de Chile, autores Mario Orellana Navarrete e Jorge Pontt Olivares; Perspectivas da PCH Bacanga movida pela Energia das Marés, Rafael Malheiro Ferreira; Determinação de Vazões médias mensais a partir da Regionalização da curva de permanência aplicada a bacias hidrográficas com pequenas áreas de drenagem, Fernando W. Machado, Nicolás Lopardo, Joana R. Zablonsky. The meeting received about 30 papers from Brazilian and Latin American universities. Twenty of them were approved by the assessment committee. The themes were: Financial Analysis, Legal and Institutional Aspects, Market and Energy Planning, Environment, Social Responsibility, Sustainable Development, Technology and Development – a) Hydro-mechanical components, b) Electric-mechanical components, c) Hydraulic structures, d) Control Systems, e) Substation and Transmission, f) Field Data Collection and g) Geotechnics and Geology – Operation and Maintenance, Hybrid Systems Decentralized Generation and Isolated Systems. The papers were divided into the categories: Researcher, Technology and Market. The best one within each category was awarded a net book. The winners were: “Feasible economic and technical potential of renewable energy, SHPs, for the Central Interconnected System in Chile” - Mario Orellana Navarrete and Jorge Pontt Olivares; Perspectives of Bacanga SHP driven by Tidal Energy - Rafael Malheiro Ferreira; Determination of the monthly average flows based on the regionalization of the permanence curve applied to hydrographic basins with small draining areas, Fernando W. Machado, Nicolás Lopardo and Joana R. Zablonsky. Visita técnica Nesta edição, da Conferência, foi oferecida aos participantes a oportunidade de visitar a unidade fabril da Voith Hydro, em São Paulo. Os participantes da conferência conheceram a linha de produção de turbinas da empresa, o setor elétrico, de fundição, e laboratório. No encerramento da visita foi oferecido aos participantes um brunch. Technical Visit During the meeting, the participants were offered a visit to Voith Hydro in São Paulo. They visited the production line of the turbines, the electric sector, the casting and the laboratory. After the visit, the participants were offered a lovely brunch. EXPOPCH EXPOPCH Paralelamente ao evento foi realizada a EXPOPCH, uma exposição de visitação gratuita aberta ao público empresarial e acadêmico, para a apresentação de equipamentos, tecnologias, produtos e serviços voltados à implantação e gestão de PCHs. A exposição teve por objetivo integrar os fabricantes com os agentes do setor com o intuito de disseminar tecnologias e propiciar possíveis negócios. Participaram da EXPOPCH as empresas Voith Hydro; Alstom; Grupo Energisa; Topocart; Furnas; Andritz Hydro; Otek Amitech; Semi; BNDES; Aproer; Areva Koblitz; Cimef; Metrum; Renkzanini; Equacional. At the same time as the meeting, there was another event called EXPOPCH. It is an exhibition, focused on businesspeople and the academic community, of equipment, technologies, products and services for SHP implementation and management. The objective of the exhibition is to integrate the manufacturers with agents of the sector aiming at disseminating technologies and opportunities of trades. These companies took part in EXPOPCH: Voith Hydro, Alstom, Grupo Energisa, Topocart, Furnas, Andritz Hydro, Otek Amitech, Semi, BNDES, Aproer, Areva Koblitz, Cimef, Metrum, Renkzanini and Equacional. Trading Round Rodada de Negócios A rodada de negócios foi realizada no segundo dia do evento e contou com a participação de 116 empresas. O objetivo da Rodada foi propiciar um contato inicial entre empresas consumidoras e provedoras de soluções para PCHs, uma vez que compareceram ao evento empresas de Brasil e do exterior. 10 12 The Trading Round was carried out on the second day of the meeting with 116 companies. The objective of the Trading Round was to provide an initial contact between consuming companies and companies the offer solutions for SHPs. Brazilian and foreign companies were present at the event. Technical Articles Seccion ÍNDICE PHYSICAL MODELLING OF THE CARDIAC PUMP - PRELIMINARIES RESULTS 14 Jayme Pinto Ortiz, Kleiber Lima De Bessa, Daniel Formariz Legendre, Jeison Fonseca, Rodrigo Cherniauskas, Aron Andrade PERSPECTIVAS DA PCH BACANGA MOVIDA PELA ENERGIA DAS MARÉS 19 Rafael Malheiro Ferreira POTENCIAL TÉCNICO Y ECONÓMICO FACTIBLE DE ENERGÍA RENOVABLE NO CONVENCIONAL HIDROELÉCTRICA PARA EL SISTEMA INTERCONECTADO CENTRAL DE CHILE 25 Mario Orellana Navarrete, Jorge Pontt Olivares DETERMINAÇÃO DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS A PARTIR DA REGIONALIZAÇÃO DA CURVA DE PERMANÊNCIA APLICADA A BACIAS HIDROGRÁFICAS COM PEQUENAS ÁREAS DE DRENAGEM 32 Fernando Weigert Machado, Nicolás Lopardo, Joana Rupprecht Zablonsky ANÁLISE DOS NÍVEIS SONOROS GERADOS NA OPERAÇÃO DE PCH: ASPECTOS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS 38 Luiz Felipe Silva, Mateus Ricardo, Marcos Eduardo Cordeiro Bernardes Áreas de: Recursos Hídricos Meio Ambiente Energias Renováveis e não Renováveis Classificação Qualis/Capes B5 ENGENHARIAS III B5 INTERDISCIPLINAR B5 ENGENHARIAS I 13 ARTIGOS TÉCNICOS PHYSICAL MODELLING OF THE CARDIAC PUMP - PRELIMINARIES RESULTS 1,2 Jayme Pinto Ortiz 1 Kleiber Lima De Bessa 1,3 Daniel Formariz Legendre 3 Jeison Fonseca 1 Rodrigo Cherniauskas 3 Aron Andrade ABSTRACT The University of São Paulo and the Institute Dante Pazzanese of Cardiology worked together to develop a digital mock cardiocirculatory loop capable to perform studies in normal and pathologic conditions of the human cardiovascular system. This kind of equipment has been used in several institutions for the development of cardiovascular devices and improvement of medical techniques. Before any “in vivo” test, some devices and prostheses can be evaluated by “in vitro” experiments. This article describes the conceptual and detailed design, and also the development of a mock circulatory loop system built to evaluate cardiovascular devices and discusses the basic characteristics and features of the instrument. In this hydrodynamic simulator, the computer performs the acquisition of pressure, volumetric flow and temperature in an open loop system. A computer program has been developed in Labview® programming environment to evaluate all these physical parameters. The acquisition system is composed of pressure, volumetric flow and temperature sensors and also signals conditioning modules. In this study, some results of volumetric flow, cardiac frequencies, pressures and temperature were evaluated according to physiological ventricular states. They were correlated with Reynolds and Womersley non-dimensional numbers. Key words: Hydrodynamic simulator, piston pump, physical modeling, data acquisition INTRODUCTION The fluid machines are the commonly employed devices that either supply or extract energy from a flowing fluid. The pump adds energy to the system resulting in a pressure increasing, which causes fluid movement or flow rate growing. Fluid machines may be divided into two types: positive displacement or static type and dynamic or kinetic type. In this paper, we are working with pump of positive displacement. In this type of pump, the characteristic action is a volumetric change or displacement of fluid. Static pressure is developed by a displacement action rather than by a velocity or kinetic energy change. Piston pump, cardiac pump, gear pump and rotary pump are examples of positive-displacement machines (Binder, 1962). The human body is composed by cells that need to receive nutrients and dispose waste products. The cardiovascular system is responsible by a line of nutrients supply and a line of metabolic products return. These processes are possible due to circulating fluid (blood) which carried nutrients for cells and return with metabolic products. To keep circulating fluid is necessary a pump which in the body is denominated heart. In summary, the left ventricle pumps blood into the aorta. The aorta branches into smaller arteries, which in turn branch repeatedly into still smaller vessels and reach all parts of the body. Within the body tissues, the vessels are microscopic capillaries through which gas and nutrient exchange occurs. Blood leaving the tissue capillaries enters converging vessels, the veins, to return to the heart and lungs. The result of the interaction between the heart and the vessel systems gives the magnitude and the pattern of the blood pressure and flow. The cardiac pump works in a rhythmic pattern, contracting and relaxing, approximately 75 times per minute, more than 100 thousand time every day and almost 3 billion times in a lifetime of 75 years, without interruption (Zamir, 2005). The heart is obliquely positioned in the thorax and typically weighs about 325±75 g in men and 275±75 g in women. The heart can be described as a four chambers pump: left and right atrium and left and right ventricle. The cardiac cycle comprised on the left side of the heart is qualita- tively similar to the right side, but the pressures in the right side are lower since the pulmonary circulation has low resistance. The heart can be considered as pumps in series. During the cardiac cycle there is a systolic and a diastolic period. Ventricular systole is defined as the period of time from the mitral valve closure to the aortic valve closure, which corresponds to the contraction period of the left ventricle. The period of time when the heart relaxes after systole is defined as diastole. The left heart can be analyzed as a pump with an input (the pulmonary venous or mean left atrial pressure) and output (the cardiac output). The relationship between the input and output is the ventricular curve or the Frank-Starling relationship (Fig. 1) (Little, 2001). In this relationship, the output can be considered to be the stroke volume, cardiac output, or the stroke work. A family of the Frank-Starling curves reflects the response of the pump performance of the ventricle to a spectrum of contractile states. The position of a given curve provides a description of ventricular pump performance. In contrast, movement along a single curve represents the operation of the Frank-Starling principle, which indicates that cardiac output varies according with preload. The pump performance of the left ventricle depends on its ability to fill (diastolic performance) and to empty (systolic performance). The stroke volume is the quantity of blood ejected with each beat and it is equal to the difference between end-diastolic and end-systolic volumes. The generation of the stroke volume depends on the conversion of the filling pressure to end-diastolic volume (diastolic performance) and on the ability to eject blood (systolic performance) (Fukuta and Little, 2008). A dimensionless quantity that may serve as a general purpose indicator of the nature of unsteady flow, the Womersley number (W), is used in this study. w (1) W=r u where, r is the pipe radius in m, is the frequency of the unsteady flow or movements in radians/s (=2f where f is frequency in cycles/s), and is the kinematic viscosity of the fluid in m2/s. 1University of São Paulo, Polytechnic School, Dept. of Mechanical Engineering 2Maua Institute of Technology - School of Engeneering 3Institute Dante Pazzanese of Cardiology, Dept. of Bioengineering email: [email protected] 14 TECHNICAL ARTICLES The Womersley number expresses the ratio of the transient inertia force to the viscous force. If W is large, the transient force dominates, but if it is small, the viscous force dominates. The flow is unsteady because of the rhythmic nature of pressure applied by a beating heart. Womersley identified a dimensionless parameter indicating a dichotomy in fluid behavior: when W<1, the fluid behaves in a quasi-steady manner, while for W>1, the behavior of the fluid deviates more and more from quasisteady behavior. Quasi-steady means that at any time, the instantaneous flow rate is determined by the instantaneous pressure gradient. Thus, quasi-steady flow can actually oscillate more vigorously than non-quasi-steady flow simply because it will keep up with a rapidly changing pressure gradient. used to control the fluid inlet and outlet inside the chamber. In addition, there is a reservoir with an electrical resistance and temperature sensor to store the work fluid and keep its temperature in a physiological level. This reservoir that simulates the left atrium is opened to atmospheric pressure and it is located ahead of the ventricle chamber. The height of the reservoir fluid is used to impose a physiological atrial pressure to the entrance of the ventricle chamber. Another dimensionless number, the Reynolds number (Re) is also used in this work. ud (2) Re = u where, d is the pipe diameter in m, u is the mean velocity in m/s (u=Qavg/r2 where Qavg is the average flow in m3/s). The Reynolds number expresses the ratio of the convective inertia force to the viscous force. A large Re means a preponderant convective inertia effect, but a small Re means a predominant viscous effect. If Re and W are the same for two geometrically similar flows, the flows are considered dynamically similar. In this work, the physical modeling of the cardiac pump was studied in a hydrodynamic simulator. A hydrodynamic simulator was idealized by Silva (1998) and improved by Leal et al (2002) and recently changed by the authors of this paper. Figure 2 Photograph of the simulator showing the (A) reservoir, (B) temperature sensor, (C) pump system, (D) ventricular chamber, (E) inlet, and (F) outlet. The circulatory system consists of a compliance chamber that represents the vessel wall distensibility and a tourniquet that squeezes a tube segment in order to simulate circulatory system peripheral resistance. The compliance chamber is made of transparent acrylic walls and there are inlet and outlet connectors (Fig. 3). A manually controlled pump placed on top of the chamber allows the management of the volume of compressed air inside the chamber. The variable air volume is a technique for controlling the effective compliance of the system. The air volume inside the chamber is changed according to the fluid volume that passes through the chamber. Figure 1 The Frank-Starling relationship with the curves positions which are influenced by contractile state of the left ventricle (extracted from Little, 2001). OBJECTIVE The aim of this work is to set up and calibrate a hydrodynamic simulator which was designed and constructed to simulate physiological and pathological patterns of pressure and flow through the arterial system. METHODOLOGY The hydrodynamic simulator is described in this section. The mock loop consists of four components: pump system, circulatory system, test compartment module, and acquisition and analysis monitoring system. The pump system arrangement consists of an engine that uses a piston to push a diaphragm, which is fixed inside the chamber, and this device is used to simulate the left ventricle and also it provides an unsteady flow (Fig. 2). A couple of mechanical valves are Figure 3 The compliance chamber with inlet and outlet connectors. 15 ARTIGOS TÉCNICOS A tourniquet that squeezes a tube segment, modifying its internal diameter area, simulates the circulatory system peripheral resistance (Fig. 4). According to the Hagen–Poiseuille equation, the internal diameter area is a highly relevant variable to the resistance value, and the pressure magnitude is monitored by the transducers (McDonald, 1974). lary tube is inserted between a pressure tap faced the silicone tube and a pressure transducer (TruWave Disposable Pressure Transducer, Edwards Lifesciences, São Paulo, SP, Brazil), so that it was possible to measure pressure fluctuations in the iliac experimental model. The ultrasonic flow meter (HT110, Transonic Systems, Ithaca, NY, USA) is placed downstream of the test compartment module and it is used to acquire hydrodynamic information of the mock system. All measured signals are amplified by devices developed in our laboratory and acquired by a data acquisition board slotted in the computer (PCI-6036, National Instruments, Austin, TX, USA) through a connector block (BNC-2110, National Instruments). The work fluid should be prepared according to the goal of the experiment and must replicate some properties of blood. A 37% glycerol / 63% water solution is frequently used in experiments with non-biological models, such as vascular prosthesis, ventricular assistant device, and venous filter, in which the viscosity similarity between this solution and plasma is important. However, it is not recommended in experiments with natural vessels because of the principle that, to keep this vessel biologically active, the work fluid must provide some energetic substrate to keep the integrity of the natural vessel's cellular structures (Legendre et al, 2008). Figure 4 The circulatory system peripheral resistance. Both the circulatory resistance and compliance chamber systems are used in order to adjust the sinusoidal wave generated by the pump system to a physiological wave. The test compartment module is a device to fix models which are under study (Fig. 5). In the study here presented, this compartment module was not necessary to be used, considering that was not necessary to work with organic tissues, and an experimental model of a normal iliac was simulated as a first approximation, through an elastic silicone tube with mean diameter of 9.5 mm. In this work, the boundary conditions to perform the simulations are based in the literature data of mean heart rate (HR) and cardiac output (Q) for normal health person in the resting and working out conditions, and also for person in a pathological state (with an insufficient cardiac output). The systolic and diastolic pressures as well as the dimensionless Reynolds and Womersley parameters were correlated to the tests conditions (see table 1). RESULTS In this study, the tests were performed for three states of ventricular conditions and the values are listed in table 1. At those conditions, the results of volumetric flow and pressure were evaluated according to the physiological and pathological states and they were correlated with the dimensionless Reynolds and Womersley numbers based in the mean velocities. Table 1 Values of normal and pathological conditions. Resting condition Working out condit. Pathological state (II) (III) (I) HR [bpm] Q [L/min] Figure 5 The test compartment module. The acquisition and analysis monitoring systems is composed by a monitoring program which is written in Labview® (National Instruments). This program processes all acquired data and shows all measured signals in a computer program front panel developed in Labview®. The signals are sampled at 1 kHz and low-pass filtered at 60 Hz in order to acquire a reasonable sampling rate and to remove unwanted signal components, respectively. The instantaneous measured signals are monitored in real time and they can also be stored in a text file. The instrumentation used are composed of temperature transducer, pressure transducer and, ultrasonic flow meter. The temperature transducer (PT100 KN 2515, Heraeus Sensor Technology, Diadema, SP, Brazil) is connected to the reservoir of the mock system to measure the instantaneous local temperature value (fig. 2). Depending on the experiment goal, it is important to keep the temperature range within the physiological level. A capil- 16 76 104 40 4.2 5 2 Re 6281 7540 2939 W 10.98 12.84 7.96 Ps [mmHg] 114 131 117 Pd [mmHg] 79 81 80 Pavg [mmHg] 97 106 99 where, HR means heart rate, Q cardiac output, Re Reynolds number, W Womersley parameter, Ps systolic pressure, Pd diastolic pressure, and Pavg average pressure. Figure 6 shows the pressure, volumetric flow and average volumetric flow waveforms as results of the parameters adopted considering physiological and pathological states, represented in table 1. The temperature was controlled by a thermostat to stabilize at 36.5 +/- 0.5°C. The temperature was kept stable during the whole experiment to avoid change in the fluid viscosity. Liquid viscosity tends to fall with temperature increase. TECHNICAL ARTICLES Frequency Reynolds Womersley Flow 40 2939 7.96 6,0 Frequency Reynolds Womersley 5,5 76 6281 10.98 Frequency Reynolds Womersley 104 5,0 7540 12.84 Flow [L/min] 4,5 4,0 3,5 3,0 Flow (40 bpm) Flow (76 bpm) 2,5 Flow (104 bpm) 2,0 1,5 1,0 0,1 1,1 1,3 0,3 0,5 0,9 0,7 1,5 (B) Time [s] Figure 6 The pressure waveform (A), volumetric flow and average volumetric flow (cardiac output) waveforms (B) for different values of Reynolds and Womersley numbers. The numbers represents: (I) pathological state, (II) resting condition and (III) working out condition. Also, it is showed part of the pressure waveform in the working out condition emphasizing the dicrotic notch region (IV). According to data from table 1, the cardiac outputs were about 4.2, 5 and 2 L/min simulating rest, exercise and pathological conditions. The mean arterial pressures were 97, 106 and 99 mm Hg, respectively. The systolic/diastolic peaks were about 114/79, 131/81 and 117/80 mm Hg, respectively. All these values were within physiological and pathological patterns. The values of the heart rate were fixed at 76, 104 and 40 bpm with a waiting phase for filling the ventricular chamber between strokes. The dimensionless parameters were found as 6281, 7540 and 2939 for Reynolds and 10.98, 12.84 and 7.96 for Womersley. According to the results of the physiological and pathological flow waveforms, it is possible to see a multiphase pulse starting with a sudden increment with an abrupt decrement after the systolic peak. In the simulations, pressure and flow changes were caused by changing cardiac output and peripheral resistance imposed on the system which is according to the auto-regulation of human cardiovascular system. It is possible to note the dicrotic notch in the pressure pulse of the working out condition (Fig. 6-A IV) and also it is evident the presence of turbulence during the deceleration of systolic period for resting and exercise conditions. FINAL CONSIDERATIONS The hydrodynamic simulator has been designed to mimic the physiological and pathological characteristics of the cardiovascular system. In this work, physiological and pathological patterns of the cardiovascular system were correlated with Reynolds number and Womersley parameter. The system has proven an accurate environment to simulate “in vitro” conditions. A set of transducers, such as pressure, temperature, and flow probe, with actuators, such as electrical resistance, tourniquets, and compliance chamber, was used to control and monitor the system. It is helpful to analyze and replicate several kinds of physiological and pathological conditions. During systole, the work fluid is ejected through the open aortic valve and the flow rises to a peak. After the ventricular systole is completed, the aortic valve is closed by a retrograde surge of work fluid, represented by a dicrotic notch on the pressure pulse, emphasized for the working out condition (Fig. 6-A IV). When work fluid is ejected into the aorta, it generates a pressure wave that travels along the arteries. The pressure pulse is also determined by the elasticity of the vessels. The shape of the pulse provides early information about a developing arterial vascular disease and the pulse waveform analysis can often detect changes very early even in asymptomatic diseases. The control of the arterial pressure is a complex problem because it can be altered by many factors. The systemic arterial pressure is determined by the relationship between cardiac output and systemic peripheral resistance. An uncompensated reduction in either leads to a reduced pressure in the arterial system and this indicates a decreased blood flow through the organs. Conversely, a high arterial pressure indicates an increased cardiac workload and/or a high peripheral resistance. The cardiac output is the volume of fluid expelled by the pump system per minute and it is determined by the heart rate and stroke volume. A compensatory mechanism can be set as follows: a reduction in cardiac output can be compensated by a corresponding increase in peripheral resistance. Likewise, a reduction in peripheral resistance can be controlled by a corresponding increase in cardiac output. In the same way that changes in the compliance of the system can be balanced by changes in the peripheral resistance, a reduction in ventricular stroke can be adjusted by an increase in heart rate. Pressure and volumetric flow waveforms patterns are highly influenced by factors such as wall roughness and compliance, pulsatile flow, turbulence, backflow, and collateral vessels. These variables will contribute to pressure and volumetric flow waveforms modeling. The introduction of pathological disturbance such as atherosclerosis, which is caused by the formation of multiple plaques within the arteries, causes changes in physiological pressure and volumetric flow pulse. The results of the pressure and volumetric flow waveforms measured in the simulator have demonstrated good repeatability and reproducibility. It is necessary to guarantee data consistency and stability. The experiments have promoted values of pressure, volumetric flow, and temperature in the physiological and pathological levels. The changes are performed in the peripheral resistance of the system in order to increase pressure and decrease volumetric flow magnitude to replicate the pattern of a downstream stenotic condition as it occurred in the pathological case. The noise observed in the diastolic part of the pressure pulse occurs because of the turbulence generated by cardiac output increment. The change in the amplitude of the flow occurs as a function of the increase in Womersley number. The phase lag is showed when it is compared the pressure and the volumetric flow waveforms (see Fig. 6), which is a function of the Womersley dimensionless number. As the gradient of pressure varies over the time, the volumetric flow tends to follow it. If this variation of pressure is slow, then the change in volumetric flow will be in phase 17 ARTIGOS TÉCNICOS with the pressure. However, if this variation of pressure is quick enough, the volumetric flow will suffer a delay in its response due to the fluid inertia. The simulator developed in our laboratory to perform experiments under physiological and pathological conditions will enable us to focus our investigations on the cardiovascular field. Further investigations are needed to address the performance of the simulator for the evaluation of cardiovascular devices and improvement of vascular surgery techniques. BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES BINDER, R.C., 1962. “Fluid Mechanics”. Prentice-Hall, Fourth edition, Englewood Cliffs, New Jersey, p 449. FUKUTA, H. AND LITTLE, W.C., 2008. “The Cardiac Cycle and The Physiologic Basis of Left Ventricular Contraction, Ejection, Relaxation, and Filling”. Hear Failure Clin 4, 1-11. LEAL, E.B., ORTIZ, J.P. E SILVA, D.G., 2002. “Simulador hidrodinâmico para estudos “in vitro" do sistema cardiovascular. São Paulo: EPUSP, 15 p. (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, Departamento de Engenharia Mecânica, BT/PME/0204). LEGENDRE, D., FONSECA, J., ANDRADE, A., BISCEGLI, J.F., MANRIQUE, R., GUERINO, D., PRAKASAN, A.K., ORTIZ, J.P., LUCCHI, J.C., 2008. “Mock Circulatory System for the Evaluation of Left Ventricular Assist Devices, Endoluminal Prostheses and Vascular Diseases”. Artif. Organs; 32(6):461–467. LITTLE, W.C., 2001. “Assessment of normal and abnormal cardiac function”. In: Braunwald E, Zipes DP, Libby, P, editors. Heart disease: a text book of cardiovascular medicine. Sixth edition, Philadelphia, W.B. Saunders Company, p. 479–502. MCDONALD, D.A., 1974. “Blood Flow in Arteries”, 2nd Edition. Baltimore, MD: TheWilliams &Wilkins Company. SILVA, D.G., 1998. “Um simulador de escoamento para o estudo in vitro dos vasos sanguineos”. São Paulo, Brazil: Universidade Federal De São Paulo/Escola Paulista De Medicina (Mestrado). ZAMIR, M., 2005. “The Physics of Coronary Blood Flow”. Springer, First edition, New York, 403 pp. Copyrights Work submission will be interpreted as declaration that the author obtained the necessary authorization for publication. Participe do mais importante evento de PCH do Brasil. Envie seu trabalho para a VI Conferência de PCH. Concorra ao “Prêmio PCH” de incentivo a pesquisa. Serão aceitos trabalhos nas áreas a seguir: A) Análise Financeira B) Aspectos Legais e Institucionais. C) Mercado e Planejamento Energético D) Meio Ambiente, Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável E) Tecnologia e Desenvolvimento: a. Componentes Hidromecânicos b. Componentes Elétricos Mecânicos c. Estruturas Hidráulicas d. Sistemas de Controle e. Subestação e Transmissão f. Levantamento de Dados de Campo g. Geotecnia e Geologia h. Monitoramento F) Operação e Manutenção G) Sistemas Híbridos Realização H) Geração Descentralizada e Sistemas isolados Acesse nosso site para mais informações: www.conferenciadepch.com.br 18 TECHNICAL ARTICLES PERSPECTIVAS DA PCH BACANGA MOVIDA PELA ENERGIA DAS MARÉS 1 Rafael Malheiro Ferreira RESUMO A energia das marés, embora conhecida e explorada desde a idade média, configura-se hoje como uma fonte alternativa para a geração de energia elétrica. A energia das marés é um tipo de energia renovável, não poluente e têm seus custos comparáveis ao de uma hidrelétrica. No Brasil, existem possibilidades no litoral do Amapá, Pará e Maranhão, onde a maré alcança alturas superiores a 6 metros. Atualmente, o desenvolvimento de turbinas de baixa queda permitiu que muitos outros locais se tornassem apropriados para o aproveitamento do potencial maremotriz. A barragem do Bacanga, situada na cidade de São Luís, Maranhão, é um sítio potencial para converter a energia das marés em eletricidade. Uma nova concepção para a usina, considerando a ocupação do entorno do reservatório, o assoreamento e principalmente o aproveitamento máximo a partir da utilização de turbinas de baixa queda, torna possível a realização desse aproveitamento. Palavras-chave: Energia das Marés, Marés, Energias do Mar, Energia Renovável ABSTRACT The tidal energy, although known and explored since Antique ages, is considered today as an alternative source for electric energy generation. The energy of the tides is a type of renewable, not pollutant energy and its costs are comparable to the hydroelectricity. In Brazil, there are possibilities in the Northern region states, where the tidal amplitudes are observed. Nowadays, low head turbine development allows other places competitive for tidal power exploitation. The Bacanga barrage, located in São Luís city, is a potential site suitable to convert tidal power into electricity. A new concept for the plant considering settlement around the reservoir, silting up of the estuary and, especially, the maximum exploitation by using low head turbines led this alternative possible. Key words: Tidal Power, Tides, Ocean Energy, Renewable Energy INTRODUÇÃO A ampliação das fontes renováveis de energia seria uma condição necessária, ainda que não seja a única, para reduzir os impactos ambientais globais verificados nas últimas décadas. Diversos estudos estão sendo realizados acerca das fontes alternativas de energia, considerando que em grande parte destas observa-se um resgate de antigas idéias concebidas outrora, porém revestidas de atualidades tecnológicas e com incremento de eficiência. Dentre estas fontes, a energia maremotriz, embora utilizadas desde a idade média, vem recebendo bastante atenção e incentivo, materializado em pesquisas e investimentos nos últimos 30 anos. Recentemente, a energia das marés vem sendo utilizada para a produção de energia elétrica em grandes escalas com maior eficiência. Existem, basicamente, duas formas de aproveitamento da energia das marés: utilizando a subida e descida do nível do mar, para extrair sua energia potencial ou empregando o fluxo e refluxo das marés para extrair a energia cinética das correntes. No Brasil, a região da baía de São Marcos é reconhecida devido a suas grandes variações de nível da maré, tendo sido, portanto, objeto de diversas iniciativas de exploração de seus recursos energéticos. Estudos preliminares indicam que uma usina piloto utilizando a energia maremotriz pode ser implantada no estuário do Bacanga, onde as grandes variações de maré e a existência de uma barragem construída viabilizam esse aproveitamento. O estuário do rio Bacanga localiza-se na ilha de São Luís, no estado do Maranhão. O rio possui, aproximadamente, 27 km e sofre influência da propagação da maré através da sua embocadura na baía de São Marcos (Figura 1). A possibilidade de se implantar uma usina maremotriz na barragem do Bacanga, Maranhão, Brasil, tem sido discutida desde que se tornou viável a implantação da referida barragem. Todavia, o projeto da barragem, originalmente concebido para este fim, se tornou incompatível com a ocupação urbana das suas margens. A proposta de uma concepção alternativa para o aproveita- Figura 1: Estuário do Bacanga (Fonte: Google Earth, 2009) mento maremotriz do Bacanga é apresentada. Esta concepção considera as condições atuais do estuário: restrições ao enchimento/ esvaziamento do reservatório em decorrência da ocupação urbana de seu entorno, assoreamento a montante e jusante da barragem e degradação de suas estruturas. Energia das marés Ao redor do mundo, aproximadamente 3 TW de energia são continuamente disponibilizados pelas marés. Entretanto, devido às restrições de que poucos locais possuem alturas de marés adequadas ao aproveitamento, é estimado que somente 2% ou 60 GW podem ser convertidos em geração de energia. Existem poucos lugares adequados no mundo para a exploração da energia das marés. 1Laboratório de Tecnologia Submarina, COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro 19 ARTIGOS TÉCNICOS O principal fator condicionante é a altura da onda da maré, que implica na utilização de turbinas hidráulicas de baixa queda. Alguns exemplos de usinas existentes no mundo, tanto de caráter experimental quanto comercial, são La Rance de 240 MW na França, Annapolis de 20 MW no Canadá, Jiangxia de 3,2 MW e Kislaya de 0,4 MW na Rússia. Recentemente, com o desenvolvimento da tecnologia de turbinas de baixa queda, muitos outros locais podem ser interessantes para o aproveitamento da energia das marés (Charlier, 2003). No Brasil, existem possibilidades no Amapá, Pará e Maranhão, onde são observadas as maiores amplitudes de maré em território nacional (Eletrobrás, 1981). No século XVIII em São Luís, há notícias de um antigo moinho para beneficiamento de arroz, que utilizava o movimento das marés. O local chamado de sítio Tamancão se localiza às margens do rio Bacanga. A exploração dos estuários para obtenção de energia das marés através da construção de barragem é bem recente. O primeiro projeto de uma barragem sobre o estuário do rio Severn, Reino Unido, data de 1849 e a implantação de uma usina maremotriz por parte do ministério dos transportes britânico data de 1920. Durante as décadas de 1920 e 30, diversos conceitos para a extração de energia maremotriz em estuários foram propostos no Reino Unido (Severn e Mersey), França (La Rance) e nos EUA (Passamaquoddy). Somente em 1966, após muitos anos de pesquisas, foi construída a Usina de La Rance, na região da Bretanha, França, sendo a primeira usina maremotriz de grande escala para fins comerciais. Todavia, devido ao impulso das energias renováveis, verificado nas últimas décadas, a concepção de usinas de grande porte que centralizam a produção de eletricidade e reduzem os custos, vem perdendo espaço para pequenas usinas descentralizadas, que aproveitam recursos considerados outrora não apropriados e, principalmente, que produzem menos impactos ambientais, antrópicos e econômicos. Em relação ao aproveitamento maremotriz, Charlier (2003) afirma que os desenvolvimentos da tecnologia de turbinas de baixa queda têm permitido que centenas de outros locais tornem-se favoráveis à exploração de energia. O aproveitamento da energia das marés, quando realizado através da construção de uma barragem e criação de um reservatório é bastante similar aos aproveitamentos hidrelétricos convencionais instalados em rios. Do ponto de vista ambiental, as diferenças entre usinas maremotrizes e hidrelétricas são evidentes, primeiramente, porque no primeiro o recurso energético provém da maré, enquanto no segundo é resultante do ciclo hidrológico e da descarga dos rios. Outra peculiaridade é o fato das usinas maremotrizes trabalharem com reduzidas quedas de água e podem gerar energia nos dois sentidos do escoamento. Em relação à parte estrutural da barragem e equipamentos conversores de energia, o modelo de usinas hidrelétricas pode ser mantido. A barragem do aproveitamento maremotriz compreende um sistema de tomada de água, comportas, vertedouro dimensionado de acordo com a acumulação propiciada pela maré e em menor escala pela descarga do rio e casa de força equipada com turbinas adapt adas a operações de baixa queda. METODOLOGIA O objetivo central deste artigo é descrever as atividades realizadas para a avaliação hidroenergética do conceito atual para o aproveitamento maremotriz do Bacanga. Para a escolha do sítio de implantação das usinas maremotrizes, é necessário o conhecimento das características ambientais do local de estudo. A caracterização do estuário do Bacanga procedeu-se através de levantamento batimétrico e maregráfico, análise e previsão das marés e modelo 20 de geração de energia . A partir dos levantamentos batimétricos, são determinadas as características morfológicas do fundo dos corpos de água, a evolução de sua sedimentação e, no caso de reservatórios, a sua geometria para obtenção de dados de volume e áreas de inundação. A propagação da onda de maré, de acordo com Dyer (1977), depende do balanço entre a batimetria do estuário e a fricção imposta por esta. Assim sendo, o padrão da circulação hidrodinâmica, inclusive as elevações de maré, afetam a dinâmica dos sedimentos do estuário. Outro parâmetro essencial para a avaliação hidroenergética de um aproveitamento maremotriz consiste na determinação das elevações de maré ocorridas no local de implantação da barragem. Neste caso, tais elevações foram determinadas através de levantamentos maregráficos realizados pontualmente no local desejado e utilizou-se também a transposição de registros maregráficos de uma estação próxima. A partir das informações de elevação dos níveis de água, é possível determinar as alturas de queda bruta para a geração hidroelétrica. Por fim, utilizou-se de modelagem matemática do esquema maremotriz para a avaliação do potencial hidroenergético. Este modelo, aqui chamado de modelo de geração de energia é capaz de prever a produção de eletricidade a cada instante de tempo a partir dos resultados da previsão da maré. Levantamento batimétrico Para obtenção dos dados batimétricos, foi realizado um levantamento no estuário do rio Bacanga em janeiro de 2007. A área coberta pelo levantamento foi de aproximadamento 6,4 km², sendo 2,6 km² o trecho a montante da barragem até o estreitamento do rio e 3,8 km² o trecho a jusante até a margem direita do Anil e ponta de São Francisco. Deste ponto em diante, foi utilizada a carta náutica n° 412 - Baía de São Marcos, Proximidades do Terminal da Ponta da Madeira e Itaqui, datada de 1962, para extração da batimetria até a Baía de São Marcos. Os equipamentos utilizados consistiram, basicamente, de uma ecossonda/GPS, da marca Furuno®, modelo GP1650 WF, com auxílio de um computador portátil para aquisição dos dados. Esta ecossonda/GPS compreende uma unidade display, conectada a uma antena GPS e a um transdutor submerso. O trandustor trabalha com a emissão de pulsos nas freqüências de 50 kHz ou 200 kHz e calcula a profundidade através da diferença de tempo entre a emissão e a recepção do sinal, capaz de detectar profundidades entre 0,5 e 800 metros com precisão de 0,1 metros. A amostragem de dados de profundidade é feita em intervalos de 2 segundos. O posicionamento GPS do equipamento, de acordo com o fabricante, permite uma precisão inferior a 10 m de raio e adquire valores de posição da embaracação em intervalos de 1 segundo. A escala adotada para o levantamento foi a de 1:5.000 e tinha como objetivo a obtenção de uma batimetria bem detalhada. A disposição das linhas de sondagem tiveram sentido perpendicular a linha de talvegue do rio Bacanga, o que permitiu uma aproximação mais exata da declividade do fundo e um traçado mais correto das isobatimétricas (linhas de mesma profundidade). Previsão de marés Um aspecto favorável dos aproveitamentos de energia maremotriz é o fato do fenômeno das marés ser altamente previsível, uma vez que, é ocasionado por movimentos astronômicos periódicos e conhecidos. Apesar de ser uma fonte renovável de energia, aquela proveniente das marés pode ser estimada para períodos muito longos, da ordem de décadas, com razoável precisão. Desta forma, modelos de previsão de maré constituem-se em etapa obriga- TECHNICAL ARTICLES tória para o desenvolvimento de um projeto de energia maremotriz. A análise harmônica de maré foi utilizada, pois é amplamente utilizada entre as técnicas de previsão de maré, bem como serviu como referência para outras técnicas paramétricas. Inicialmente, a análise harmônica foi desenvolvida a partir dos estudos de Doodson, em 1921, acerca do potencial das marés (Dean, 1966). Conforme descrito em Dean (1966) e Franco (1997), a previsão de maré é realizada em duas etapas, a análise harmônica das marés observadas e a reconstituição do sinal de maré. O problema consiste em prever as altura de maré em função do tempo, a partir de um somatório de ondas individuais, denominadas componentes harmônicas. Cada onda representa um movimento astronômico ou a sua correção, que influenciam a maré, de maneira que, a combinação destas objetiva representar a maré resultante. A altura da maré em função das componentes harmônicas na previsão de maré está descrita na equação 1. n h(t ) = ho + å fH i cos(Vi + u - K i ) (1) i =1 Onde,h é a altura da maré no instante t; ho é a altura de maré na estação em estudo; Hi é a amplitude da componente harmônica; Vi é o argumento da componente harmônica; Ki é a fase da componente harmônica; f , u são as correções nodais para a amplitude e fase da componente. Nesta expressão, ho é a altura de maré na estação onde está sendo feita a previsão e tem o objetivo de compensar o efeito local ao somatório das componentes harmônicas. A amplitude Hi e a fase Ki da componente harmônica são as incógnitas a serem determinadas na análise harmônica, o argumento Vi é conhecido a partir da solução dos números de Doodson e as correções nodais f e u referem-se a variações na maré provocadas pela retrogradação dos nodos da lua¹, que acontecem em um período de 18,6 anos. A região da baía de São Marcos possui um complexo portuário composto pelos portos de São Luís e Itaqui e terminais da Ponta da Madeira e Alumar, os quais possuem algum tipo de dado de maré observada. Esses dados são disponibilizados pela Marinha e pela FEMAR e, geralmente, são registros caracterizados pelo seu curto período de falta de continuidade da observação. A DHN da Marinha dispõe de dados de marés observadas nos dois portos e dois terminais mencionados anteriormente. A proximidade dos valores de altura de maré nas referidas estações pode ser explicada por se tratar da mesma onda de maré, que se propaga pela baía de São Marcos com poucas perdas de amplitude, porém apresentando diferença de fase. O registro de marés do terminal da Ponta da Madeira foi escolhido para a realização da previsão de marés devido ao fato de cobrir o maior tempo de medição, de janeiro de 1991 a janeiro de 1996. A previsão de maré foi realizada no programa Matlab (2000), através do pacote T_TIDE desenvolvido por Foreman (2004) e reescrito para o MATLAB por Pawlowicz et al. (2002). Este pacote consiste em uma série de rotinas que realizam os cálculos para a análise harmônica e previsão de maré. Modelo de geração de energia Alguns autores desenvolveram equações para a conversão de energia disponibilizada pela maré em estuários. Bernshtein (1961), Gibrat (1966), Prandle (1984) e Godin (1988) estabeleceram uma teoria simplificada para os esquemas maremotrizes que utilizam barragem. Esta teoria baseia-se nas mudanças de nível da maré em ambos os lados da barragem e na descarga através da barragem e relaciona-se com a potência gerada. A diferença de nível Hb pode ser calculada como a diferença entre os níveis do reservatório e do estuário. O nível de água no reservatório é denotado por HR(t) e o nível de água fora da barragem como z= zocoswt. Então, a queda bruta Hb é dada pela equação 2. (2) H b (t ) = H R (t ) - z 0 cos wt A vazão utilizada para a geração de eletricidade pode ser calculada a partir da variação do nível do reservatório z em função do tempo. ¶H R (3) AR (t ) = - Q(t ) ¶t Onde Q é a vazão em m³/s; z é o nível do reservatório em metros e AR é a área do reservatório em m². Supondo que a superfície do reservatório seja constante para pequenas variações de volume e integrando a expressão (3) em relação ao tempo, são obtidas as equações 4a e 4b. T /2 T/2 0 0 ò Q(t )dt = ò dz A dt dt R Vtotal = [ z(T / 2) - z(0)] AR (4a e 4b) O volume total admitido no reservatório será o produto da diferença de nível durante o meio ciclo da maré pela área do reservatório, o qual pode ser aproximado como uma constante. A potência gerada em um ciclo de maré pode ser obtida pela equação 5. P= r g ò Q(t ) H b (t )dt (5) T Onde Hb é a queda bruta em metros. O objetivo do modelo de geração de energia é estimar a quantidade de energia gerada e a potência instantânea de uma usina maremotriz, considerando suas características hidroenergéticas, fornecendo a seu regime de operação ao longo de tempo (Ferreira & Estefen, 2009). RESULTADOS Levantamento batimétrico Na fase de processamento dos dados, outro algoritmo em Matlab foi empregado para a filtragem, organização e correção dos dados coletados. As observações de maré foram interpoladas em intervalos equivalentes aos dados de profundidade aquisitados, para que pudessem ser descontados na correção da batimetria. No trecho a montante da barragem não foi necessário efetuar correção devido ao fato da curta duração da medição e das comportas encontrarem-se fechadas durante o período, que reultaram em pouca varição do nível em até 3 centímetros, portanto abaixo da precisão dos equipamentos empregados. Para possibilitar o cálculo de área e volumes do reservatório e do trecho estuarino, os dados de profundidade foram interpolados a fim de obter uma homogeneidade do fundo do rio. O programa Surfer 8.0 (Golden Software, 2002) foi empregado para a manipulação, espacialização dos dados e, também, cálculo de área e volume. A Figura 2 mostra as linhas isóbatas do reservatório do Bacanga e as Figura 3 apresenta uma visualização tridimensional desta batimetria. A curva cota x área x volume foi elaborada a partir dos valores encontrados pelo Surfer para cada nível de enchimento do reservatório. A Figura 4 mostra a curva cota x área x volume para o reservatório. 21 ARTIGOS TÉCNICOS Figura 2: Levantamento batimétrico do reservatório realizado em 2007 (Cotas DHN) Área (km²); Volume (hm³) 30 Figura 3: Batimetria do reservatório visto em superfícies isóbatas (Cotas DHN) Tabela 1: Componentes harmônicas de maré maiores que 5 cm em Ponta da Madeira área (km²) volume (hm³) 25 Nome Frequencia Amp. (m) Erro (m) Fase (°) Erro (°) 20 M2 0.08051 210.140 1.580 157.6 0.4 S2 0.08333 57.932 1.507 264.4 1.9 15 N2 0.07900 38.079 1.505 80.2 2.4 10 K2 0.08356 16.952 1.694 69.0 4.7 L2 0.08202 13.849 1.664 35.6 5.9 5 K1 0.04178 10.237 0.345 71.1 2.0 NU2 0.07920 10.149 1.543 13.9 8.7 O1 0.03873 9.825 0.364 34.1 2.3 MU2 0.07769 9.342 1.432 181.9 1.0 2N2 0.07749 7.920 1.625 19.4 1.7 LDA2 0.08182 5.529 1.778 321.6 14.5 40 60 Freqüência (%) 80 0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 Cota z (m) 5,0 6,0 7,0 Figura 4: Curva cota x área x volume do reservatório Previsão das marés em São Luís Na seqüência, uma série de alturas de maré horárias foi criada através do módulo de previsão de maré. As séries criadas a partir deste processo de previsão de maré poderão se configurar como suporte para todo o funcionamento de uma usina a ser implantada. A principal variável na geração de energia hidrelétrica é a altura de queda, a qual é calculada a partir das alturas de maré atuante, descontando, eventualmente, as dimensões dos equipamentos, folgas, perdas de carga, entre outros. Uma análise de freqüência das alturas de maré foi realizada com a finalidade de se determinar as situações extremas de operação da usina. Os valores anuais mínimo e máximo encontrados para as alturas de maré em Ponta da Madeira foram de 2,4 e 6,2 metros respectivamente. A curva de permanência das alturas de maré foi construída a partir destas informações e está apresentada na Figura 5. As séries criadas a partir deste processo de previsão de maré poderão configurar-se como suporte para todo o funcionamento de uma usina a ser implantada. A principal variável na geração hidrelétrica é a altura de queda, a qual é calculada a partir das alturas de 22 7,0 6,0 Altur as de maré (m) No módulo de análise harmônica do T_TIDE, foram calculadas as componentes harmônicas na região da Baía de São Marcos, possíveis de serem determinadas a partir da série observada. O nome das componentes, sua freqüência, amplitude e fase, bem como os erros associados, estão relacionadas na Tabela 1. 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 0 20 100 Figura 5: Curva de permanência das alturas de maré em Ponta da Madeira maré atuante, descontando, eventualmente as dimensões dos equipamentos, folgas, perdas de carga entre outros. Potencial energético da usina Através de um modelo, a geração de energia foi simulada para cada hora a partir dos dados de altura de queda, vazão, níveis, áre- TECHNICAL ARTICLES as e volumes do reservatório e estuário. As alturas de maré previstas são a base para o cálculo das alturas de queda bruta. Por outro lado, a determinação da altura de queda disponível dependerá do conhecimento das estruturas e equipamentos a serem utilizados na geração hidrelétrica. Os resultados horários do modelo são subsídios para a operação da usina. Para determinação das alturas de marés alcançadas ao longo do ano na região do Bacanga, o modelo utiliza os resultados obtidos através da previsão das marés em Ponta da Madeira. Na Tabela 2, são apresentadas as freqüências das alturas de maré no terminal da Ponta da Madeira no período de 01/1991 a 12/1995. Tabela 2: Freqüência das alturas de maré em Ponta da Madeira Amplitudes pectivamente. A vazão média, ao longo do tempo de geração da maré média de 4,4 metros, será de 450.000 m³/h ou 125 m³/s. Então, a potência máxima teórica está mostrada na equação 10. P = r m . g.Q.(Z50% - Zres ) = 3,14MW (10) Onde,Z50% é a cota máxima equivalente à maré de 50% de freqüência (m) Zres é a cota do reservatório (m) ρm é a massa específica da água do estuário (kg/m³) E a energia produzida por ciclo de maré está apresentada na equação 11. t2 E ciclo = r m . g.ò (Z 50% - Z res ).Q.dt = 9,5.10 kWh / ciclo (11) 3 t1 Freqüência h>2m 100,0% h>3m 94,7% h>4m 67,2% h>5m 27,3% h>6m 1,8% O nível de água instantâneo do estuário do Bacanga é encontrado através da soma entre a amplitude da maré e o nível mínimo da água, dado pela equação 6. Zmar = 0,59 m + ζmaré (6) Entretanto, foi constatado junto a usuários do reservatório do Bacanga e órgãos do governo local que a variação total do reservatório pode alcançar até 2 metros. Essa variação corresponde a cota mínima de ocupação do entorno do reservatório, considerando que não haja interferência nos sistemas de esgoto e drenagem das ocupações em cotas mais baixas. Neste sentido, podemos aumentar a produção de energia, explorando a variação do reservatório de 2 m. O cálculo da potência teórica para esta configuração, considerando a altura de maré de 50% de freqüência, estimada em 4,4 m e a vazão de até 700 m³/s, equivalente a uma variação de 2 m no reservatório, está descrito nas equações 12 e 13. P = r m . g.Q.(Z50% - Zres ) = 13,5MW Onde,Zmar é a cota do estuário ζmaré é a altura da maré (12) t2 E ciclo = r m .g. ò ( Z50% - Z res ).Q.dt = 92,7.10 kWh / ciclo 3 A altura bruta de queda, Hb, é calculada a partir da diferença entre as cotas do estuário e do reservatório, conforme apresentado na equação 7. (7) H b (t ) = Z res (t ) - Z mar (t ) Em termos de uma maré com 4,4 metros, equivalente a 50 % de frequência e considerando o nível atual do reservatório, situado em 3,2 metros, a altura de queda bruta será de, aproximadamente, 2,5 metros. Ambas as cotas do reservatório, Zres, e do estuário, Zmar, são funções do tempo, sendo implementadas no modelo através de lista de dados geométricos do reservatório e dados de maré, respectivamente. A equação 8 apresenta uma formulação deste cálculo. H b (t ) = (Z 0res + zt) - z cos wt (13) t1 Os resultados obtidos através do modelo de geração de energia para outras alturas de maré, ordenadas conforme ocorrem diariamente no estuário do Bacanga são apresentados na sequência. As quedas inferiores a 1 metro foram desconsideradas para a geração de energia, porque estas são ínfimas para o acionamento de uma turbina. A Figura 6 mostra as diferenças de nível entre o estuário e reservatório ao longo de um mês. (8) As vazões aduzidas pelas turbinas foram determinadas a partir do volume de água possível de ser retirado do reservatório sem causar interferência nas demais atividades realizadas neste e, simultaneamente, suficiente para gerar uma quantidade razoável de energia. A variação da altura da maré também implica na variação da vazão, pois esta depende da velocidade potencial v = 2 gh .A potência da usina dependerá simultaneamente das alturas de queda disponíveis e das vazões aduzidas. A vazão máxima que poderá ser utilizada neste aproveitamento, considerando as limitações de nível do reservatório, será: DV = A .DZ (9) res res Onde,ΔV é a variação de volume (m³) ΔZres é a variação do nível do reservatório (m) Ares é a área do reservatório (m²) Considerando a variação do nível do reservatório, ΔZres, 60 centímetros e sendo a área do reservatório, AR, igual a 3 km² para a cota de 3,2 metros calculada pela batimetria atual, a variação de volume admitida será de, aproximadamente, 1.800.000 m³. A duração da geração da energia é função da altura da maré, resultando no intervalo de T/3 a 5/6 T, para as marés mínima e máxima res- Figura 6: Níveis do estuário (azul) e reservatório (vermelho) ao longo de um mês Ao longo de um mês, pode ser observado a variação semanal das marés que influenciam na geração maremotriz. A descontinuidade na geração é própria de muitas fontes renováveis, que aproveitam recursos intermitentes da natureza. Obviamente, a necessidade da complementação com outro sistema de energia é desejável. Todavia, a energia das marés é a mais previsível entre estas fontes e, por esta razão, o modelo de geração de energia ora apresentado tem capacidade de estimar a geração de energia através dos anos. 23 ARTIGOS TÉCNICOS remotriz do Bacanga, dependendo das restrições impostas ao enchimento/ esvaziamento possível do reservatório sem impactar o seu entorno. A energia teórica produzida através deste conceito da usina está entre o intervalo de 10.000 a 50.000 kWh/dia, dependendo da maré incidente, da vazão admitida e da eficiência dos equipamentos eletromecânicos, os quais apenas foram simulados no presente trabalho. 60.000.000 Eprod (kWh/an o) 50.000.000 40.000.000 30.000.000 A partir dos resultados obtidos neste trabalho, o desenvolvimento do projeto conceitual, com a utilização de turbinas de baixa queda e considerando, especialmente, as restrições encontradas atualmente, como a ocupação do entorno, o assoreamento e a degradação das estruturas, faz com que a usina maremotriz do Bacanga seja tecnicamente e economicamente viável. 20.000.000 10.000.000 0 0 5.000 10.000 15.000 20.000 Pins (kW) REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Figura 7: Potência Instalada e Energia Produzida através do conceito proposto para a usina A Figura 7 apresenta o gráfico de potência a ser instalada na usina e energia produzida anualmente. Através deste gráfico, pode ser observado qual o acréscimo de energia convertida ao longo de um ano para cada diferentes potências instaladas. Os estudos de viabilidade econômica da pequena central maremotriz do Bacanga devem partir das informacoes obtidas nestes resultados. Em todos os cálculos, foram consideradas as vazões constantes ao longo da geração e valores arbitrados para o rendimento dos equipamentos conversores de eletricidade. A energia teórica produzida anualmente, estimada pelo modelo de geração de energia, ultrapassa 50.000.000 kWh/ano para potência instalada maior que 13 MW, considerando a operação real da usina e 100 % de eficiência total. CONSIDERAÇÕES FINAIS O conceito proposto para o aproveitamento maremotriz do Bacanga considera uma variação limitada do reservatório afim de não interferir com a ocupação urbana do seu entorno e com outros usos deste corpo d'água. A estimativa do potencial energético desta concepção foi realizado através de levantamento batimétrico do reservatório, previsão das marés e modelagem da geração de energia para esta configuração. Através da batimetria, foi determinado o volume de água do reservatório a ser utilizado na geração hidrelétrica traduzido na curva cota x área x volume. Esta curva relacionou as cotas de depleção do reservatório com a área a ser descoberta ou inundada do entorno ocupado pela população local e o volume de água disponível para a geração. A previsão de marés possibilitou a obtenção das marés horárias a partir da análise harmônica de um registro de maré da região. Essa previsão serviu como entrada no modelo de geração de energia. Uma abordagem estatística foi realizada para determinar a frequência das alturas de maré e construir a curva de permanência. Os resultados do modelo de geração de energia apontam para uma potência média teórica entre 3,14 MW e 13,5 MW da usina ma- [1] GOOGLE EARTH, acessado em junho de 2009. [2] CHARLIER, R. H., 2003. “Sustainable co-generation from the tides: A review”. In: Renewable and Sustainable Energy Reviews Vol. 7, Ed. Elsevier Science Ltd. [3] ELETROBRÁS, 1981. Estado-da-arte de projeto e operação e usinas maremotrizes, In: Relatório técnico Sondotécnica S.A., Brasil. [4] DYER, K. R., 1997. Estuaries – A physical introduction, 2° edição, Ed. John Wiley & Sons ltd, Chischester, Inglaterra. [5] DEAN, R. G., 1966. “Tides and harmonic analisys”. In: Estuary and Coastline Hydro- dynamics, Chap. 4, Ed. McGraw Hill Inc, pp. 222-230. [6] FRANCO, A. S., 1997. Marés: Princípios, análise e previsão. Ed. DHN, Marinha, Brasil. [7] MATLAB, 2000. Version 6.0.0.88, release 12, The Mathworks Inc. [8] FOREMAN, M. G. G., 2004, “Manual for tidal heights analysis and prediction” – Pacific Marine Science Report 77-10, Sidney, British Columbia, Canadá. [9] PAWLOWICZ R., BEARDSLEY B., LENTZ S., 2002. “Classical tidal harmonic analysis including error estimates in MATLAB using T_TIDE". In: Computers and Geosciences 28. [10] BERNSHTEIN, L. B., 1961. Tidal Energy for electric power plants, Israel Program for Scientific Translations, Jerusalem, Israel. [11] GIBRAT R., 1966. L'energie des marees, Presses Université de France, pp 219, Paris, França. [12] PRANDLE, D., 1984. “Simple theory for designing tidal power schemes”, In: Advanced Water Resources, Vol. 7. [13] GODIN G., 1988. Tides, CICESE, Ensenada Baja California, pp.290, E.U.A. [14] FERREIRA, R. M. S. A., ESTEFEN, S., 2009. Alternative concept for tidal power plant with reservoir restrictions. Renewable Energy, v. 34, p. 1151-1157. [15] GOLDEN SOFTWARE INC., 2002. Surfer version 8.00 – Surface Mapping System, Software de geoprocessamento, Colorado, E.U.A. acesse todos os nossos artigos em: 24 www.cerpch.org.br TECHNICAL ARTICLES POTENCIAL TÉCNICO Y ECONÓMICO FACTIBLE DE ENERGÍA RENOVABLE NO CONVENCIONAL HIDROELÉCTRICA PARA EL SISTEMA INTERCONECTADO CENTRAL DE CHILE 1 Mario Orellana Navarrete 1 Jorge Pontt Olivares RESUMEN En este trabajo se determina el potencial técnico y económico factible existente en pequeñas centrales hidroeléctricas de menos de 20[MW] asociadas al Sistema Interconectado Central de Chile. Para ello, se analiza la información disponible en distintas instituciones gubernamentales y se realizan evaluaciones económicas para un número determinado de posibles proyectos con el fin de obtener su Valor Actual Neto (VAN) y así cuantificar su atractivo económico. Para realizar las evaluaciones económicas se estima la inversión asociada a estas centrales y a su línea de transmisión, junto a ello, se consideran ingresos por venta de energía, potencia y bonos de carbono. El precio de la energía se proyecta en el tiempo para 3 escenarios distintos (moderado, dinámico y dinámico-plus). Todo lo anterior permite identificar un potencial técnico factible de 3.126[MW], del cual, 1.262[MW] son económicamente factibles bajo el escenario moderado; 2.181[MW] bajo el escenario dinámico; y 2.495[MW] bajo el escenario dinámico-plus. Este potencial podría ser mayor si existiera una mayor infraestructura eléctrica que permita reducir los costos asociados a conectar las centrales al sistema eléctrico. Palabras claves: Potencial; Central Hidroeléctrica; Evaluación Económica; Sistema Interconectado Central Chile. ABSTRACT In the present study, the technical potential and the economical feasible potential existing in the small hydroelectric power plant of less than 20[MW] , will be determined. The powers plant is connected to the Interconnected Power System of Chile (SIC). To that purpose, the available information from the different governmental institutions will be analyzed and the economical aspect of a certain number of possible projects to obtain their Net Present Value (NPV) will be evaluated so that its economical attractive could be quantified. To make the economical evaluations it estimates the inversion associated to these stations and to their transmission line. Along with that, the incomes due to the energy and power sale and the carbon credits are considered. The energy price plans in time for 3 different scenarios (moderate, dynamic and dynamic-plus). All of the aforementioned allows to identify a possible technical potential of 3.126[MW], of which only 1.262[MW] is economically feasible in the moderate scenario; 2.181[MW] in the dynamic scenario; and 2.495[MW] in the dynamic-plus scenario. This potential could be higher if there was a bigger electric infrastructure that allows reducing the costs associated to connect the stations to the power system. Key word: Feasible Potential; Hydroelectric Power Plant; Economical Evaluation; Interconnected Power System Chile. INTRODUCCION Un aspecto importante en el desarrollo de las pequeñas centrales hidroeléctricas en Chile es cuantificar el potencial técnico y económico factible, contar con esta información permite que el Estado y la empresa privada puedan identificar las oportunidades de desarrollo y abocar sus esfuerzos de la forma más eficiente posible. Por lo anterior, este trabajo busca identificar El potencial existente y contribuir con ello al desarrollo de las pequeñas centrales hidroeléctrica. Este trabajo fue desarrollado recogiendo la experiencia de los autores como consultores del capitulo de Energía Hidroeléctrica en el estudio: Aporte Potencial De Energías Renovables No Convencionales Y Eficiencia Energética A La Matriz Eléctrica, 20082025 [1]. La finalidad de este trabajo es determinar el potencial técnico y económico factible existente en Chile para sitios y proyectos con potencias iguales o inferiores a 20 [MW]. Para identificar este potencial se compilara la información existe en distintas instituciones gubernamentales. Luego, se establecerá un potencial técnicoeconómico según evaluaciones económicas hechas a algunos sitios de interés. Estas evaluaciones se apoyan en una serie de supuestos construidos en base a la información de proyecto hidroeléctricos reales. Para los distintos sitios a evaluar se estiman los costos de inversión, tanto en la central como en la línea de transmisión, además de los ingresos correspondientes a venta de energía, potencia y bonos de carbono. Debido a que en Chile los mayores ingresos económicos para una central hidroeléctrica corresponden a la venta de energía, y existiendo una gran inestabilidad en los precios de ésta, las evaluaciones económicas se harán considerando 3 escenarios distintos, lo cual implica que en este trabajo se llegara a 3 potenciales económicamente factibles. En la actualidad, el potencial reconocido en nuestro país corresponde al identificado por la Empresa Nacional de Electricidad S.A. (ENDESA), este potencial data de hace mas de 20 años y fue obtenido gracias a los estudios realizados por esta empresa, estudios que luego de su privatización dejaron de ser públicos. En ellos, se cuantifica un total de 20.392 [MW] asociado al SIC y un total nacional de 28.364 [MW]. Además de los estudios de ENDESA, existen otros, pero de poca rigurosidad, que establecen potenciales hidroeléctricos por medio de la identificación del caudal y la diferencia entre cotas existentes en una cuenca. Estos estudios pueden servir para establecer un techo, pero de ninguna forma se pueden considerar como un potencial técnico factible. 1.METODOLOGIA 1.1POTENCIAL TÉCNICAMENTE FACTIBLE DE ERNC HIDROELÉCTRICA Para cuantificar el potencial hidroeléctrico técnicamente factible de ERNC hidroeléctrica existente en Chile, es necesario realizar medicines del recurso hídrico para todo el territorio. Al no contar con la posibilidad de realizar estas mediciones, se determinó dicho Universidad Técnica Federico Santa María, Av. España 1680, Valparaíso, Chile , [email protected]. [email protected] 25 ARTIGOS TÉCNICOS potencial analizando la información disponible en distintas instituciones gubernamentales, tales como: la Comisión Nacional del Medio Ambiente (CONAMA), la Corporación de Fomento (CORFO), la Comisión Nacional de Energía (CNE), la Comisión Nacional de Riego (CNR) y la Dirección General de Aguas (DGA). A continuación se detallara el potencial identificado en cada una de estas instituciones. 1.1.1INFORMACIÓN EN COMISIÓN MEDIO AMBIENTE (CONAMA) NACIONAL DEL La CONAMA, es la institución del Estado de Chile que tiene como objetivo proteger el medio ambiente, preservar la naturaleza y conservar el patrimonio ambiental. Por lo anterior, se encarga de velar por que los proyectos tanto energéticos como de cualquier tipo cumplan con la normativa ambiental vigente. En el caso de los proyecto de generación eléctrica, todos aquellos con potencias iguales o superiores a 3 MW deben ser aprobados ambientalmente por la CONAMA, para esto, la empresa responsable debe entregar un estudio de impacto ambiental con el fin de que este sea evaluado y calificado ambientalmente, ya sea positiva o negativamente. Los estudios de impacto ambiental son públicos y se puede acceder a ellos a través de la pagina web www.e-seia.cl. Desde agosto del 2001 hasta abril del 2009 existen 50 proyectos de centrales hidroeléctricas en la CONAMA, 6 de ellos han sido rechazados o desistidos, 16 se encuentran en evaluación (calificación) y 28 están aprobados. Cabe señalar que los proyectos aprobados no han entrado en operación ya que el Centro de Despacho Económico de Carga (CDEC) del Sistema Interconectado Central (SIC), sistema al cual deberían entregar su energía, no los reconoce como centrales generadores. Las tablas 1, 2 y 3 muestran las características más relevantes de estos proyectos. Para determinar el potencial de ERNC en proyectos hidroeléctricos, es importante destacar que la legislación chilena (ley corta III) indica que las centrales de potencia menor o iguales a 40 MW pueden cuantificar como aporte en ERNC un total de 20 [MW] de su potencia instalada. La tabla 4 muestra este potencial. 1.1.2 INFORMACIÓN EN CORPORACIÓN DE FOMENTO DE LA PRODUCCIÓN (CORFO) La CORFO, es la agencia gubernamental encargada de fomentar el desarrollo de la economía chilena, para esto, entre otras actividades, entrega fondos no reembolsables que ayudan a capitalizar proyectos de ERNC. Esta agencia ha creado un concurso que tiene como objetivo financiar los estudios de pre factibilidad de los proyectos y apoyarlos en la búsqueda de inversionistas. La CORFO dis- TABLA 2- Proyectos en Calificación Nombre Proyecto Las Lagunas Inversión [MUSD] 3 Potencia [MW] 4 Región Aguas Calientes Río Puelche 80 24 VIII 140 50 VII 12 7,1 VIII Canal Bío-Bío Sur Río BlancoHornopiren Achibueno 15 26 X 285 135 VII Maqueo 1000 400 X Piruquina 24 7,6 X El Paso 87 30 VI Mariposas 15,3 6 VII Nalcas 20 8,5 X Butamalal 25 12 VIII El Diuto 6,5 3,16 VIII Osorno 75 58,2 X Los Lagos 75 52,9 X Los Cóndores 180 150 VII Total 2.043 974 TABLA 5- Proyectos apoyados por CORFO Nombre Proyecto El Teniente Codelco Los Hierros Longavi Inversión [MUSD] Potencia [MW] Región 0,7 0,5 VI 25,5 19,2 VII 25,867 20 VII Canal Zanartu 1 1,6 1,1 VIII Canal Zanartu 3 12,7 9 VIII Canal Zanartu 2 1,2 0,7 VIII Cayupil 5 3 VIII Canal Bio-Bio Negrete 3 2,4 VIII 3,005 2 IX 1,2 0,75 IX Peuma Quintrilpe TABLA 1- Proyectos Rechazados o Desistidos X Nombre Proyecto Inversión MUSD Potencia MW Faja Maisan 0,6 0,84 IX Región Trayenko 100 75 X Río Grande 6,3 3,97 IV Puyehue 2 1,2 X El Toyo 1 37 21,6 RM La Leonera 13,11 9,12 X 17,2 X Candelaria 25,5 15 X 38 16,4 IX Rio Cuchildeo 1,75 0,8 X Rio Cuervo 600 600 XI San José Alto 11,7 7,6 R.M Mapocho y Molina R.M. 28 25,6 RM Total 709 685 GOLGOL I y GOLGOL II Allipén San José Bajo TABLA 4 - Aportes en ERNC de Proyectos CONAMA 26 4 2,2 8.9 5,6 VII Munilque 2 1,5 VIII Quillayleo 0,9 0,5 VIII Truful Truful 1,1 0,6 IX Fundo San Jose 1,2 1,6 IX 6 3 X 250 183 Providencia Tipo Proyecto Potencia [MW] ERNC 421 No ERNC 2.783 El Taique Total: 3.204 Total TECHNICAL ARTICLES TABLA 3 - Proyectos Aprobados Nombre Inversión Proyecto [MUSD] Potencia [MW] Fecha Aprobación Región 4,8 22/06/2004 X Don Alejo 5 La Higuera 250 300 31/08/2004 VI Trueno 6,8 4,15 20/10/2005 IX X Licán 19,5 15 17/01/2006 Rucatayo 44,85 60 22/02/2006 X Alto Cautín 8,8 6 07/04/2006 IX Lircay 20 19,04 14/11/2006 VII Pulelfu 12,5 9 26/03/2007 X VI Convento Viejo 12,6 14 19/04/2007 Balalita 17,75 10,98 04/06/2007 IV Ñuble de Pasada 140 136 10/08/2007 VIII Chilcoco 22,25 12 03/10/2007 X San Clemente 12 6 08/10/2007 VII El Manzano 7,396 4,7 22/11/2007 IX Trupan 42 36 22/11/2007 VIII Río BlancoRupanco 15 5,5 05/03/2008 X La Paloma 8 4,5 23/05/2008 IV Palmar Correntoso 20 13 03/07/2008 X Chacayes 230 106 10/07/2008 VI Tacura 7,2 5,87 22/07/2008 IX Carilafqué 28 18,3 23/07/2008 IX Laja 50 36 26/09/2008 VIII San Pedro 202 144 23/10/2008 X Casualidad 35 21,2 05/12/2008 X Dongo 9 5 24/12/2008 X Guayacán 17,38 10,4 09/03/2009 RM Río BlancoEnsenada 12 6,8 12/03/2009 X Alto Maipo 700 531 30/03/2009 RM Total 1.955 1.545 pone de información poco detallada para esta clase de proyectos, no obstante, y al igual que en la CONAMA, dicha información es de carácter oficial y permite determinar el potencial existente en esta cartera de proyectos. La información permite conocer proyectos con potencia menor a 3 MW. En los concursos 2006 y 2007 fue posible identificar 24 nuevos proyectos de centrales hidroeléctricas. La tabla 5 detalla las características más relevantes de estos proyectos. Resumiendo la información anterior, la tabla 6 muestra el aporte en ERNC del conjunto de estos proyectos, considerando la Ley Corta III. TABLA 6- Aportes en ERNC de Proyectos CORFO Tipo Proyecto Potencia [MW] ERNC 141 No ERNC 42 Total: 183 1.1.3 INFORMACIÓN EN DIRECCIÓN GENERAL DE AGUAS (DGA) La Dirección General de Aguas (DGA) se creó en 1967 con la Ley N° 16.640, (Ley de Reforma Agraria), es una institución dependiente del Ministerio de Obras Públicas y esta encargada de promover la gestión y administración del recurso hídrico en un marco de sustentabilidad, interés publico y asignación eficiente. Además proporciona y difunde la información generada por su red hidrométrica. En la actualidad, la administración del recurso hídrico se hace por medio del otorgamiento de derechos de agua. Este derecho le permite al propietario hacer uso exclusivo del agua, en un lugar y para un fin especifico. Las formalidades y condiciones del otorgamiento de los derechos de agua se encuentran en El Código de Aguas. Para mejorar la gestión de las aguas, la DGA le pide al solicitante especificar el uso que le dará al recurso, si es para 27 ARTIGOS TÉCNICOS generar energía (uso no consuntivo) debe dar a conocer el caudal y el salto bruto. Otra medida adoptada para mejorar la gestión, y procurar el buen uso de las aguas, es el cobro de un impuesto anual a los propietarios de derechos de agua que no los están utilizado [2]. Según lo anterior, es posible cuantificar un potencial hidroeléctrico sumando los aportes en potencia de cada derecho de agua que fue especificado para generación hidroeléctrica y que no está siendo utilizado. Cabe señalar que la potencia bruta de cada derecho fue multiplicada por un factor de rendimiento global equivalente a 0,85, este factor representa las pérdidas de energía desde la captación del agua hasta su restitución. En la tabla 7 se muestra el potencial por región obtenido a través de esta información. TABLA 7- Distribución geográfica del potencial obtenido a através de la DGA Región Potencia [MW] Potencial ERNC [MW] IV 0 V 5 0 5 R.M. 354 183 VI 111 85 VII 763 232 VIII 313 226 IX 291 189 X 2.944 867 XI 298 112 XII 2 2 Total 4.781 1.786 terés existente en la DGA (aquella que aporta ERNC al SIC), se clasificaron los derechos de agua según un rango de potencia y según la región donde están ubicados, para cada una de estas clasificaciones se detalla la cantidad de derechos asociados (sitios posibles de instalar centrales hidroeléctricas). 1.1.4 INFORMACIÓN EN COMISIÓN NACIONAL DE RIEGO (CNR) Y COMISIÓN NACIONAL DE ENERGÍA (CNE) La Comisión Nacional de Riego (CNR) en Conjunto con la Comisión Nacional de Energía (CNE) efectuaron el estudio Estimación Potencial Hidroeléctrico Asociado a Obras de Riego Existentes o en Proyecto [3] (en adelante estudio CNR-CNE), las obras que se analizaron fueron: canales, embalses, bocatomas e unificaciones de bocatomas. El potencial identificado en este estudio, al igual que el identificado en la DGA, no esta asociado a proyectos hidroeléctricos, sino que corresponde a sitios posibles donde instalar una central. En total, el potencial identificado en este estudio corresponde a 866 [MW], de los cuales, 778 [MW] podrían aportar ERNC. La tabla 9 muestra la clasificación del potencial asociado a ERNC según la región, la potencia, y el número de sitios. 1.2 POTENCIAL ECONÓMICAMENTE FACTIBLE DE ERNC HIDROELÉCTRICA Si sólo se considera el aporte al SIC, es decir, no cuantificando las regiones XI y XII, el potencial total en derechos de agua no utilizados es de 4.781 [MW], de los cuales 1.786 [MW] podrían aportar ERNC. Para determinar este aporte, se cuantifico hasta 20 [MW] de la potencia total asociada a cada derecho. Observando la tabla 7, se concluye que el potencial se encuentra ubicado en mayor medida en la X Región, esta ultima con casi 3.000 MW de los cuales 867 MW podrían aportar ERNC. Si consideramos que en la actualidad la X, es la región que menos energía hidroeléctrica aporta al SIC, existe en ella un gran potencial de desarrollo de esta tecnología. A fin de obtener una visión más acabada de la información de in- Para determinar el potencial económicamente factible, es necesario establecer criterios que permitan determinar cuanto del potencial identificado como técnicamente factible reviste un mayor atractivo desde el punto de vista económico. Lo anterior se debe realizar tomando en cuenta la particularidad de la información disponible, ya que consiste en una gran cantidad sitios de interés, lo que hace inviable realizar una evaluación económica a cada uno de ellos, debiéndose por esto, establecer clasificaciones y consideraciones que permitan proyectar la realidad de casos particulares a la generalidad de los sitios. 1.2.1 POTENCIAL ECONÓMICAMENTE FACTIBLE DE ERNC HIDROELÉCTRICA EN PROYECTOS EXISTENTES EN CONAMA Y CORFO Como primer criterio de clasificación se considero que los proyectos existentes en CONAMA y CORFO tienen todos características que los hacen económicamente viables, esto, ya que en el caso de CONAMA, todos los proyectos cuentan con evaluaciones técnicas y económicas que hacen a sus propietarios ingresarlos al sistema de evaluación ambiental para cumplir con los requisitos legales TABLA 8 - Clasificación por potencia y región del potencial ERNC en DGA Región Potencia <=2[MW] Nº Sitios Potencia>2[MW] y <=9[MW] V R.M. VI VII VIII IX X Total 2,6 1,4 1,7 1,5 1,8 4 47,7 60,8 3 2 3 2 2 22 138 172 2,1 55,6 5,3 10,5 29,2 8,3 158,3 269 Nº Sitios 1 15 2 2 5 2 48 75 Potencia P>9[MW] 0 126 77,6 219,6 195,4 176,4 661 1.456 Nº Sitios 0 10 6 14 13 11 44 98 TABLA 9 - Clasificación por potencia y región del potencial ERNC en Estudio CNR-CNE Región III IV V R.M. VI VII VIII IX Total 10,8 21,3 12,9 8,2 21,6 40,7 22,1 7,6 145,2 Nº Sitios 21 29 15 13 25 53 26 13 195 Potencia >2[MW]y <=9[MW] 5,4 15 25,9 21,3 70,1 76,4 93,7 27 334,8 Nº Sitios 1 5 6 5 15 18 22 6 78 Potencia P>9[MW] 0 26,4 9,1 10,4 89,9 84,8 77,4 0 298 Nº Sitios 0 2 1 1 5 5 4 0 18 Potencia<=2 [MW] 28 TECHNICAL ARTICLES para llevarlos a cabo, lo que denota la existencia de un atractivo económico en ellos, de la misma forma, y en el caso de CORFO, los proyectos también cuentan con estudios previos e incluso se encuentran en búsqueda de inversionistas, lo que les da la misma cualidad que los anteriores. Por lo anterior, se consideraran todos estos proyectos factibles técnica y económicamente. 1.2.3 POTENCIAL ECONÓMICAMENTE FACTIBLE DE ERNC HIDROELÉCTRICA EN LOS SITIOS DEL ESTUDIO CNRCNE Y DGA En el caso de los sitios de interés ubicados en la DGA y en el estudio de la CNR-CNE, por tratarse de 636 sitios, se realizaran evaluaciones económicas para un porcentaje de ellos, esto, con el fin de asociar el atractivo de estos casos particulares, al resto de los sitios. Para ello, se agruparan los sitios según la región en la que se ubican y su potencia. La clasificación según la potencia será la siguiente. Clasificación 1: Potencias mayores a 9 [MW] y menores o iguales a 20 [MW]. Clasificación 2: Potencias mayores a 2 [MW] y menores o iguales a 9 [MW]. Clasificación 3: Potencias menores o iguales a 2 [MW]. En la tabla 10 se muestra la potencia promedio asociada a cada sitio. TABLA 10 - Promedio de la potencia para cada caso según clasificación Promedio Promedio Promedio Clasificación Clasificación Clasificación 1 2 3 Potencial ERNC DGA 14,8 [MW] 3,6 [MW] 0,35 [MW] Potencial ERNC 16,5 [MW] 4,3 [MW] 0,75[MW] CNR CNE La tabla 10 indica que, en promedio, los casos de clasificación 3 tienen potencias inferiores a 1 [MW], lo que no los hace económicamente atractivos para inyectar su energía al SIC, por tanto, estos no serán considerados como económicamente factibles. No obstante, para los casos de clasificación 1 y 2, estos tienen potencias que los hacen, preliminarmente, económicamente atractivos, ya que superan los 14 y 3,5 [MW], respectivamente. Para asegurar el atractivo económico de los sitios de clasificación 1 y 2 se seleccionaron 12 sitios del estudio CNR-CNE y 14 de la DGA, lo que equivale a cerca del 10% del total de sitios en esas clasificaciones. Para cada uno de estos sitios se realizaran evaluaciones económicas que permitan determinar el Valor Actual Neto (VAN) del proyecto. Este indicador permitirá reconocer el atractivo económico de los sitios seleccionados y, por ende, dar una visión acerca de sitios que están en la misma clasificación de ellos (nivel de potencia-región). 1.2.3.1 CONSIDERACIONES ECONÓMICA DE LOS SITIOS PARA LA Tasa de descuento: 12% b) Factor de planta: 60% c) Periodo de evaluación: 20 años d) Impuestos: 17% f) Ingresos por venta de potencia: La venta de potencia firme se determino para una potencia firme correspondiente al 39,9% de la potencia instalada, porcentaje que incluye el factor de planta 60%, indisponibilidades climáticas 70%, e indisponibilidades de la tecnología 95%. El precio de la potencia firme se estableció en 8,97 [USD/kWh/mes], constante para todo el periodo de evaluación, esto ya que en los informes de fijación de precios de nudo para el SIC [5] se puede apreciar que no han existido grandes variación es a lo largo del tiempo. g) Ingresos por venta de bonos de carbono: Se considero un factor de reducción de carbono de 0,4 [Ton/MWh], a un precio de 10 [USD/Ton] hasta el 2012 y 8 [USD/Ton] en adelante. Inversión: La inversión de dividió en dos parte, la inversión en la central y la inversión en la línea de transmisión. Se establece un criterio de economía a escala para el monto de la inversión en la central, esto por medio de dos curvas que determinen la inversión en función de la potencia instalada. La primera curva, correspondiente a los proyectos con potencias menores e iguales a 3 [MW], se estableció analizando las características de los proyectos existentes en CORFO. La segunda curva, correspondiente a los proyectos de más de 3 [MW], se estableció analizando las características de los proyectos existentes en CONAMA. En las Figuras 1 y 2 se muestran los proyectos analizados y la curva correspondiente. EVALUACIÓN Para las evaluaciones económicas se hicieron las siguientes consideraciones: a) dera a nivel internacional. Las previsiones de precios ya mencionadas, permiten afirmar que los precios del escenario moderado pueden incluso considerarse conservadores. De hecho, el precio máximo de la energía para las licitaciones en el SIC definido en la fijación de precio de nudo de octubre 2007 [4] fue de 227 [USD/MWh], el precio básico de la energía 125 [USD/MWh] y el precio medio teórico ajustado 104,98 [USD/MWh]. e) Ingresos por venta de energía: Para la venta de energía seconsideraron 3 escenarios: Escenario Moderado: 75 [USD/MWh] con un crecimiento anual del 1%. Escenario Dinámico: 102 [USD/MWh] con un crecimiento anual del 1%. Escenario DinámicoPlus: 102 [USD/MWh] con un crecimiento anual del 3,5%. Los escenarios conservador y dinámico surgieron en el marco de las discusiones con el Comité Consultivo a cargo del estudio [1], con el objeto de dar cuenta de las estimaciones del precio futuro de la energía. El tercer escenario, dinámico-plus, se incorporó en la etapa final del estudio [1] con el objeto de considerar la perspectiva de los revisores externos de [1]; la sostenida tendencia al incremento del precio de la energía; y los niveles de inflación energética que se consi- FIGURA 1 - Proyectos analizados para potencias menores o iguales a 3 [MW] FIGURA 2 - Proyectos analizados para potencias menores o iguales a 3 [MW] 29 ARTIGOS TÉCNICOS Con respecto a la inversión en la línea de transmisión, el costo por kilómetro se determino según como se especifica en la tabla 11, estos costos se obtuvieron analizando los proyectos de líneas de transmisión y sub estaciones existentes en el Sistema de Evaluación de Impacto Ambiental de la CONAMA. La distancia de la línea se determino por medio de la ubicación geográfica de los sitios seleccionas, esto fue posible ya que se disponía de sus coordenadas, y su distancia lineal al SIC, se añadió un recargo a esta distancia de 50%, a fin de incluir las irregularidades del terreno y errores de precisión. Otro costo incluido en la inversión de la línea de transmisión, es el de las obras de conexión a las líneas del SIC o de la ampliación de sub estaciones, este valor, según voltaje, también es mostrado en la tabla 11. TABLA 11 - Costos asociados a línea de transmisión kV Costo Conexión [MUSD] Costo Línea [MUSD/Km] 23 0,15 0,05 66 0,3 0,08 110 0,5 0,175 220 1 0,250 Para determinar el nivel de tensión aplicable a cada proyecto, se calculo la regulación al final de la línea para cada nivel de ten- sión. El menor nivel de tensión que cumpliera con una regulación de ± 5% al final de la línea, era el que se aplicaba al proyecto. La regulación se calculo analizando la impedancia de las líneas existentes en el SIC, teniendo la impedancia de la línea y la corriente que circularía por ella, fue posible determinar, para cada nivel de tensión, la perdida de voltaje en la línea y, por tanto, la regulación al final de ella. TABLA 12 - Impedancias de líneas en el SIC kV Resistencia [ohm/km] Reactancia [ohm/km] 23 0,33 0,4100 66 0,20 0,4000 110 0,10 0,3900 220 0,08 0,3093 i) Costos variables: Como costos variables de cada proyecto se considero un 10% de los ingresos por venta de energía, potencia y bonos de carbono. En los costos se incluye el costo de mantención, operación y los costos asociados a transmitir la energía por SIC (peajes, incorporación CDEC-SIC, etc.). Se proyectó un crecimiento anual del 5% a los costos variables. TABLA 13 - Indicadores económicos para los sitios seleccionados en el estudio CNR-CNE VAN [MUSD] VAN [MUSD] Escenario Moderado Escenario Dinámico VAN [MUSD] Escenario Dinámico-Plus Identificación Región Potencia [MW] Inversión [MUSD] CNR 1 IV 9,6 21,7 5,3 13,34 18,69 CNR 2 IV 16,8 36,9 10,22 24,29 33,64 CNR 3 V 5 14,1 0,15 4,34 7,12 CNR 4 V 7 15,4 4,29 10,16 14,05 CNR 5 RM 5,4 11,9 3,24 7,76 10,77 CNR 6 VI 7,2 17,6 2,73 8,76 12,77 CNR 7 VI 14 31,7 7,65 19,37 27,16 CNR 8 VII 4,6 12 0,99 4,84 7,4 38,83 CNR 9 VII 20 45,3 10,95 27,7 CNR 10 VIII 6,9 27,3 -7,13 -1,35 2,5 CNR 11 VIII 20 65,4 -7,9 8,85 19,98 CNR 12 IX 7,2 18,2 2,17 8,2 12,21 TABLA 14 - Indicadores económicos para los sitios seleccionados en la DGA Región Potencia [MW] Inversión [MUSD] DGA 1 V 2,5 6,3 1,66 3,75 5,15 DGA 2 RM 20 45,9 10,38 27,13 38,27 DGA 3 RM 6,4 15,9 2,22 7,58 11,14 DGA 4 VI 12,5 41,1 -5,14 5,33 12,29 DGA 5 VI 20 54,8 2,05 18,80 29,93 DGA 6 VII 8,9 40,8 -14,50 -7,05 -2,09 30 VAN [MUSD] VAN [MUSD] Escenario Moderado Escenario Dinámico VAN [MUSD] Escenario Dinámico-Plus Identificación DGA 7 VII 20 56,1 0,82 17,57 28,70 DGA 8 VIII 7,6 17,9 3,55 9,91 14,14 DGA 9 VIII 15,6 49,6 -4,83 8,23 16,92 DGA 10 IX 20 72,9 -14,93 1,83 12,96 DGA 11 IX 6,1 15,2 2,02 7,13 10,53 DGA 12 X 20 65,4 -7,90 8,85 19,98 DGA 13 X 3 12,5 -3.67 -1,16 0,51 DGA 14 X 13,7 67,4 -26,59 -15,12 -7,49 TECHNICAL ARTICLES j) Depreciación: La depreciación anual se determino dividiendo la inversión total, incluyendo central y línea de trasmisión, por el total de años del periodo de evaluación. 1.2.3.1 RESULTADOS ECONÓMICAS DE LAS EVALUACIONES Habiendo establecido las consideraciones necesarias para realizar la evaluación económica se procedió a evaluar a cada uno de los proyectos asociados a los casos seleccionados. Las tablas 13 y 14 muestran el VAN, para cada escenario, y la ubicación geográfica de estos proyectos. Las Tablas 13 y 14 permiten asociar rentabilidad económica, para los distintos escenarios, con ubicación geográfica y potencia, por tanto, dan una referencia de la situación en la cual se encuentran los potenciales existentes en el estudio de la CNR-CNE y en la DGA. Lo anterior, permite proyectar según criterios realistas la factibilidad económica de la generalidad de los casos asociados a estas 2 fuentes de información. A continuación se muestran los criterios generales que permiten obtener los potenciales económicos por región. Cuando el proyecto evaluado tiene VAN<0[MUSD], los sitios asociados a su clasificación y región NO se consideran económicamente factible. Cuando el proyecto evaluado tiene VAN ente 0[MUSD] y 2,5[MUSD], se considera económicamente factible la mitad de los sitios asociados a su clasificación y región. Cuando el proyecto evaluado tiene VAN>2,5M[USD], los sitios asociados a su clasificación y región SI se consideran económicamente factible. Cuando un proyecto de clasificación 2 es evidentemente económicamente factible, VAN>2,5[MUSD], también serán económicamente factibles los proyectos de clasificación 1 asociados a su región. Considerando estos criterios el potencial económicamente factible, para cada escenario de precio de la energía, es el que se muestra en la 15. 1. RESULTADOS y COMENTARIOS El potencial técnico factible en proyectos de generación hidroeléctrica que aportan ERNC se determino en 3.126[MW], de los cuales 421[MW] corresponden a los proyectos existentes en CONAMA; 141[MW] a los proyectos existentes en CORFO; 1.786[MW] corresponden a los sitios registrados en la DGA; y 778[MW] a los sitios asociados a las obras de riego cuantificados por la CNR-CNE. En cuanto al potencial económicamente factible, se estimo en TABLA 15 - Potencial económico factible en DGA y estudio CNR-CNE según escenario. PotencialMW PotencialMW PotencialMW Región Escenario Escenario Escenario Moderado Dinámico Dinámico-Plus III 0 0 0 IV 41,4 41,4 41,4 V 20,475 32,55 37,1 RM 175,1 208,1 213,3 VI 179,4 242,9 242,9 VII 232,8 380,8 380,8 VIII 29,2 263,3 395,7 IX 21,8 123,5 211,7 X 0 330,5 409,65 Total 700 1.623 1.933 1.262[MW] para un precios de la energía eléctrica de 75 [USD/MWh] con un crecimiento de 1% anual. 2.181[MW] para un precios de la energía eléctrica de 105 [USD/MWh] con un crecimiento de 1% anual, y 2.495[MW] para un precios de la energía eléctrica de 105 [USD/MWh] con un crecimiento anual de 3,5%. En cuanto al total del potencial de energía hidroeléctrica identificado en este trabajo, esta equivale a 9.034[MW]. Si a lo anterior agregamos los cerca de 3.000 [MW] existentes en la región de Aysén que están en proceso de desarrollo, podemos concluir que, por lo bajo, Chile cuenta con un potencial cercano a los 12.000[MW]. Si consideramos que en la actualidad la potencia instala en el SIC el año 2008 fue de 9.386[MW], la cual significó un crecimiento de 3% con respecto al año 2007, el potencial existente en ERNC hidroeléctrica podría satisfacer hasta 8 años de crecimiento de la potencia instalada en Chile. Todo lo anterior demuestra la energía hidroeléctrica cuenta con altas posibilidades de desarrollarse en Chile. Esto se debe a que la tecnología es ampliamente conocida, los costos de inversión y operación son bajos y cuenta con un factor de planta capaz de dar suficiencia al sistema eléctrico. En este trabajo, se demostró que Chile es un país privilegiado en cuanto a la disponibilidad de recursos hídricos para la generación de electricidad, existiendo potencial a lo largo de casi todo el territorio nacional. No obstante, y desde la segunda mitad de los años 90 hasta la primera mitad de esta década (1995-2005), el desarrollo de centrales hidroeléctricas estuvo limitado debido a la falta de competitividad de la tecnología con respecto a las centrales de ciclo combinado. Sin embargo, en la actualidad, y debido a factores como la inestabilidad en el abastecimiento y el precio de los combustibles fósiles, junto a la valorización social y económica de las fuentes de ERNC, las centrales hidroeléctricas, en especial las de potencia menor a 20 MW, adquieren una mayor competitividad por lo que se espera que en el corto plazo aumente su participación en todo el territorio y en especial en el SIC. La gran limitante para el desarrollo de las pequeñas centrales hidroeléctricas es la falta de infraestructura eléctrica que permita entregar su energía al sistema eléctrico, el costo asociado a esta inversión hace inviable algunos proyectos. La Región de Los Lagos (X región), con casi 3.000 [MW] de potencial, es una región que puede aportar al abastecimiento seguro de energía al SIC, no obstante, la falta de infraestructura eléctrica limita considerablemente el desarrollo de este potencial. Esta situación de debe, en parte, a que la característica longitudinal del territorio nacional hizo que la red troncal de transmisión se concentrar principalmente en el centro y con casi nulo desarrollo tanto hacia la costa como la precordillera. Desarrollar el sistema eléctrico hacia las cuencas de la pre-cordillera será un gran paso en el aprovechamiento del gran potencial hidroeléctrico existente. 3. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS [1] NÚCLEO MILENIO DE ELECTRÓNICA INDUSTRIAL Y MECATRÓNICA; CENTRO DE INNOVACIÓN EN ENERGÍA DE LA UNIVERSIDAD TÉCNICA FEDERICO SANTA MARÍA; Y EL PROGRAMA DE ESTUDIOS DE INVESTIGACIONES EN ENERGÍA DEL INSTITUTO DE ASUNTOS PÚBLICOS DE LA UNIVERSIDAD DE CHILE, Julio 2008. Aporte Potencial De Energías Renovables No Convencionales Y Eficiencia Energética A La Matriz Eléctrica, 20082025. Estudio Privado. Valparaíso, Santiago-Chile [2] MINISTERIO DE OBRAS PUBLICAS, Febrero 2009. Fija Listado de Derechos de Aprovechamiento de Aguas Afectos a Pago de Patentes a Beneficio Fiscal por No Utilización de las Aguas. Diario Oficial República De Chile, Santiago-Chile. [3] COMISIÓN NACIONAL DE RIEGO Y COMISIÓN NACIONAL DE ENERGÍA, Octubre 2007. Estimación potencial hidroeléctrico 31 ARTIGOS TÉCNICOS DETERMINAÇÃO DE VAZÕES MÉDIAS MENSAIS A PARTIR DA REGIONALIZAÇÃO DA CURVA DE PERMANÊNCIA APLICADA A BACIAS HIDROGRÁFICAS COM PEQUENAS ÁREAS DE DRENAGEM Fernando Weigert Machado Nicolás Lopardo Joana Rupprecht Zablonsky RESUMO Nos últimos anos o setor de desenvolvimento de projetos e construção de PCH's tem apresentado um crescimento acelerado. Um dos efeitos deste crescimento é a migração para potenciais em pequenas bacias hidrográficas. Dentro deste contexto, atualmente as vazões médias mensais, utilizadas para subsidiar a definição do fator de capacidade e da potência instalada, são determinadas por regionalização de proporção de áreas. Uma forma inapropriada que pode incorrer na sub ou super motorização do aproveitamento e em prejuízos aos investidores. Este trabalho tem como objetivo determinar as vazões médias mensais a partir da regionalização da curva de permanência de estações circunvizinhas ao local de interesse. A metodologia proposta consiste a partir da curva de permanência de uma estação selecionada determinar a curva de permanência do local de interesse considerando além da proporção de áreas a proporção das vazões específicas. O estudo de caso foi realizado na bacia do Córrego do Salto, uma bacia com área de 500 km² localizada no município de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso. O trabalho se insere no contexto do desenvolvimento do Inventário Hidroelétrico Simplificado do Córrego do Salto. Os resultados obtidos foram satisfatórios. Palavras chave: Vazões médias mensais, regionalização e curva de permanência. ABSTRACT In the last years the sector of development and construction of SHPs has presented an accelerated increase. An effect of this increase is the migration for potentials in small watersheds. In this context, currently the mean monthly runoff, used to subsidize the definition of installed power and the factor of capacity, are determined by regionalization using proportion of areas. An inappropriate form that may incur in the sub or super motorization of the potentials and losses for investors. This article has as objective to determine the mean monthly runoff by means the regionalization of permanence curve of adjacent gaging stations around the point of interest. The methodology proposed consists by means of the permanence curve of a selected gaging station, to determine the permanence curve of the point of interest considering besides the proportion of areas, the proportion of specific runoff. This study was realized in the Córrego do Salto watershed, a watershed with an area of 500 km2, located in the municipality of Tangará da Serra, in the state of Mato Grosso. This article falls in the context of the developing of the Simplified Hydroelectric Inventory. The results obtained were satisfactory. Key words: Mean monthly runoff, regionalization and permanence curve INTRODUÇÃO A principal matriz energética no Brasil é de origem hídrica, basicamente grandes hidroelétricas. No entanto, recentemente, associado entre vários fatores, ao crescimento econômico, ao crescimento da demanda de energia e a diminuição da taxa de juros, fator determinante para causar a migração de investimentos para a área de infra-estrutura, observa-se uma onda crescente de investimentos em Pequenas Centrais Hidroelétricas – PCH's. Os investimentos do setor provem de grupos estrangeiros, fundos de pensão, empresas e investidores que no geral buscam o desenvolvimento de projetos, compra de projetos prontos, aquisição de unidades em operação entre outros. Diante deste crescimento acelerado do setor o que também se observa é a escassez de bons projetos e a migração para o desenvolvimento de projetos de maior risco ou de maior investimento. Entre eles a migração dos projetos dos rios de médio para rios de pequeno porte, procurados principalmente por pequenas empresas e proprietários de terras. Neste contexto, uma das principais limitações para o desenvolvimento dos estudos é a carência de dados, principalmente dados hidrológicos, hoje determinados a partir da regionalização por proporção de áreas. Uma forma inapropriada uma vez que a curva de permanência não é proporcional às áreas, há diferenças dos regimes de precipitação e diferenças geomorfológicas entre as bacias de origem e destino dos dados. Dentro do desenvolvimento de projetos, as vazões médias mensais são utilizadas para subsidiar os estudos energéticos, a definição do fator de capacidade e a potência instalada da PCH. Qualquer incoerência nesta fase dos estudos pode ocasionar a super ou a sub motorizarão do aproveitamento trazendo prejuízos ao investidor. O objetivo deste estudo é apresentar uma metodologia para a determinação das vazões médias mensais em pequenas bacias a partir da regionalização da curva de permanência de estações circunvizinhas ao local de interesse. A metodologia proposta consiste a partir da curva de permanência de uma estação selecionada determinar a curva de permanência do local de interesse considerando além da proporção de áreas a proporção das vazões específicas. O estudo de caso foi realizado para a bacia do Córrego do Salto, no contexto do desenvolvimento do Inventário Hidroelétrico Simplificado. O Córrego do Salto é um rio afluente do rio Juba, localizado no município de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso, uma região de altas vazões específicas. A área de drenagem da bacia do Córrego do Salto é de 472 km². A bacia do Córrego do Salto não possui nenhuma estação fluviométrica. As estações mais próximas estão localizadas no rio Juba, no entanto não possuem dados disponíveis. Para o desenvolvimento do estudo foram identificadas, com dados, 13 estações circunvizinhas localizadas em outros rios. METODOLOGIA A metodologia proposta será desenvolvida e validada para um ADD Engenharia, Consultoria e Participações Ltda - [email protected] 32 TECHNICAL ARTICLES dos locais barráveis do Córrego do Salto, o aproveitamento Pegoraro, com uma área de 292 km². Os resultados obtidos serão comparados com as vazões determinadas pelo SIPOT da UHE Juba I e com as vazões calculadas para a PCH Terra Santa, ambos os empreendimentos localizados no rio Juba. Após esta etapa a metodologia será reaplicada para outros dois locais barráveis no Córrego do Salto, aproveitamento Conquista e Barra Mansa respectivamente com áreas de drenagem próximas a 30 km² e 200 km². tural, conseqüentemente uma elevada vazão específica (Inventário do rio Juba 2007). No contexto do desenvolvimento do Inventário Hidroelétrico Simplificado foram identificados três locais barráveis, aproveitamento Conquista, Barra Mansa e Pegoraro, cujas áreas de drenagem são respectivamente 28 km2, 237 km2 e 292 km2. As vazões médias mensais foram determinadas a partir da regionalização da curva de permanência para os três aproveitamentos. BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DO SALTO ESTUDOS ANTERIORES A bacia hidrográfica do Córrego do Salto está localizada entre os paralelos 14°25' S e 14°45' S e os meridianos 58°10' O e 58°30' O, no município de Tangará da Serra, no Estado do Mato Grosso (FIGURA 1). Anterior a este estudo, não há nenhum outro estudo realizado na bacia do Córrego do Salto. Os estudos mais próximos da área de interesse ocorreram na bacia do rio Juba do qual o Córrego do Salto é seu afluente. Em 2002 foi realizado o Inventário Simplificado do Rio Juba pela empresa Larrosa&Santos. Cinco anos depois, em 2007, a empresa Rischbieter Engenharia e Serviços, realizou uma revisão do Inventário do Rio Juba e Jubinha. Os estudos hidrológicos realizados pela Larrosa&Santos que caracterizaram as vazões médias mensais do rio Juba basearam-se na série histórica de vazões médias mensais da UHE Juba I, proveniente do SIPOT e nas séries das estações Tapirapuã (66050000) e São José do Sepotuba (66055000). Considerando a área de drenagem de 1.550 km² definida no inventário a vazão específica na bacia é igual a 39,4 l/s.km². FIGURA 1 – Localização da Bacia do Córrego do Salto O Córrego do Salto nasce próximo ao divisor de água com a bacia Amazônica, região geograficamente reconhecida como o início da Chapada dos Parecis e possui uma área de drenagem de 472 km². O curso do Córrego do Salto se desenvolve no sentido noroeste para sudeste, e deságua no rio Juba. A principal ocupação do solo da bacia é agrícola com a ocorrência de solo exposto e vegetação. A bacia do Córrego do Salto esta localizada numa região chuvosa, nos domínios das rochas sedimentares do Grupo Parecis caracterizada pelos altos índices de infiltração, percolação e fluxo subterrâneo. Observa-se nesta região uma supremacia do escoamento de base, com um elevado rendimento hídrico e regularização na- Os estudos fluviométricos apresentados no inventário realizado pela empresa Rischbieter Engenharia e Serviços que caracterizaram as vazões médias mensais no rio Juba tiveram como ponto de partida as vazões médias mensais da PCH Terra Santa definidas anteriormente pela empresa Intertechne. A série de vazões médias mensais da PCH Terra Santa foi definida pela Intertechne a partir da série de vazões médias mensais da UHE Jauru considerando a relação entre as vazões médias de longo termo dos dois locais. A vazão específica definida nesta metodologia foi igual a 39,5 l/s.km². Pode-se observar a partir dos estudos anteriores, assim como observado durante a caracterização da bacia hidrográfica do Córrego do Salto que as vazões específicas, independente da metodologia adota para a determinação das vazões médias mensais, são elevadas e próximas a 39 l/s.km². DADOS UTILIZADOS Conforme apresentado anteriormente, a bacia do Córrego do Salto não possui nenhuma estação fluviométrica. As estações utilizadas para a determinação das vazões médias mensais no Córrego do Salto foram selecionadas em bacias hidrográficas circunvizinhas. Inicialmente, foram identificadas 13 estações disponíveis (TABELA 1). TABELA 1 - Estações Fluviométricas com dados disponíveis Código Nome Rio Latitude Longitude 66040000 Cachoeira Área de Drenagem (km²) (1) 4.170 Sepotuba 14º38’37”S 57°44’54”O 66050000 Tapirapuã 5.284 Sepotuba 14º 51’ 02”S 57° 46’ 04”O 66055000 São José do Sepotuba 8.073 Sepotuba 15º 05’ 19”S 57° 41’ 04”O 66071300 Fazenda Salu 2.186 Jauru 15° 11’ 02”S 10° 43’ 41”O 66071400 Água Suja 2.856 Jauru 15° 28’ 57”S 10° 35’ 52”O 66072000 Porto Esperidião 5.656 Jauru 15° 51’ 12”S 58° 27’ 53”O 66076000 Baia Grande 7.610 Jauru 15° 54’S 58° 22’O 66010000 Barra do Bugres 9.243 Paraguai 15° 04’ 36”S 57° 10’ 57”O 66015000 Porto Estrela 12.024 Paraguai 15° 19’ 33”S 57° 13’ 32”O 66070004 Cáceres 32.322 Paraguai 16° 03’ 47”S 57° 41’ 16”O 66090000 Descalvados 46.776 Paraguai 16° 44’S 57° 44’ 53”O 15050000 Pontes e Lacerda 2.975 Guaporé 15° 12’ 56”S 59° 21’ 13”O 66006000 Nortelândia 1.599 Santana 14° 27’ 3”S 56° 48’ 49”O 33 ARTIGOS TÉCNICOS As estações utilizadas foram selecionadas entre as estações disponíveis após a consistência de dados. gionalização é estabelecida com o objetivo de se obter a informação hidrológica em locais sem dados ou com poucos dados. A consistência de dados tem como objetivo fornecer subsídios qualificados para, a partir das estações disponíveis, realizar a seleção das estações que serão utilizadas para determinar as vazões médias mensais para os locais barráveis da bacia do Córrego do Salto. Entre as técnicas de regionalização existentes, destaca-se nos estudos hidrológicos de pequenos aproveitamentos hidroelétricos a regionalização simples através do quociente e produto respectivamente pelas áreas de origem e destino da informação hidrológica, desconsiderando em muitos casos uma avaliação das características e dimensões das bacias envolvidas. De acordo com TUCCI (2008) a regionalização por proporção de áreas para a estimativa de vazão de uma PCH como utilizado, pode trazer erros importantes. De acordo com TUCCI (2009), não há proporcionalidade de áreas de drenagem na curva de permanência, principalmente no trecho inferior da curva; as precipitações são diferentes entre as bacias e a proporção por área não é capaz de representar estas diferenças; e, a geologia e a morfologia podem mudar. A análise de consistência dos dados foi dividida em duas etapas. Na primeira, analisou-se a consistência da relação entre cota e vazão obtidos do banco de dados da ANA. A consistência desta relação foi realizada a partir de gráficos determinados para os períodos em comum de cota e vazão excluídos os períodos com falhas. O objetivo desta análise é a validação dos dados distribuídos pela ANA. Em certos casos observa-se a ocorrência de consistência das vazões sem a consistência de cotas, ou o contrário, desta maneira, ao traçar a relação cota vazão observasse uma nuvem de pontos e não uma relação biunívoca sem saber qual das duas informações não foi corrigida adequadamente. Na segunda etapa do processo de consistência analisaram-se as vazões especificas média, a consistência da curva de permanência das vazões especificas médias diárias, a correlação das vazões médias mensais entre as estações e a curva dupla acumulativa das vazões médias diárias. A partir das análises de consistência foram selecionadas as estações fluviométricas Tapirapuã (66050000) e São José do Sepotuba (66055000) no rio Sepotuba, Porto Esperedião (66072000) no rio Jauru, Barra do Bugre (660100000), Porto Estrela (660150000) e Cáceres (66070004) no rio Paraguai, Nortelândia (66060000) e Pontes de Lacerda (15050000) no rio Guaporé (FIGURA 2). Uma alternativa a regionalização por proporção de áreas proposta pelas “Diretrizes para projetos de PCH” (Eletrobrás, 1999) consiste na adoção de uma curva regional determinada a partir das vazões de estações circunvizinhas relacionadas com as respectivas áreas de drenagem de acordo com a equação abaixo para a determinação das vazões no local em estudo. qt = aA n (1) onde: qt – vazão específica em l/s.km² t – vazão para o tempo de permanência ou de interesse tal como Q95% ou Q50% a; n – coeficientes da equação A – área de drenagem (km²) Os coeficientes a e n são ajustados a partir das vazões das estações circunvizinhas. A vazão no local do estudo é determinada a partir dos coeficientes ajustados e da área de drenagem do local. Esta técnica é aplicada em especial para a determinação de vazões extremas, vazões máximas e vazões mínimas. Outra técnica de regionalização aplicada em específico na regionalização da curva de permanência consiste basicamente na determinação da vazão de 50% e 95% de permanência para o ponto de interesse, para obter: Q 50 ln a=- Q95 0,45 (2) b = ln( Q50 ) - 0,5a (3) Os valores de a e b aplicados à equação exponencial a seguir com variação da permanência P definem a curva de permanência. (4) Q = exp(aP + b) onde: FIGURA 2 - Localização das estações selecionadas para o estudo A estação Cachoeira (66040000) não foi selecionada porque apresentou inconsistências na relação entre cota e vazão, uma pequena discrepância na comparação das curvas de permanência específicas e por apresentar um pequeno período de dados disponível. As estações Fazenda Salu (66071300), Baia Grande (66076000), no rio Jauru não foram selecionadas porque apresentaram discrepâncias relevantes na relação entre cota e vazão, na comparação das curvas de permanência e na correlação das vazões médias mensais. A estação Água Suja (66071400), também no rio Jauru, não foi selecionada porque apresentou comportamento atípico da curva de permanência. Finalmente, a estação Descalvados (6609000), no rio Paraguai não foi utilizada porque em todas as análises realizadas apresentou divergências em relação às demais estações instaladas no rio Paraguai. REGIONALIZAÇÃO Em hidrologia o termo regionalização tem sido utilizado para denominar a transferência de informações de um local para outro dentro de uma área com comportamento hidrológico semelhante. A re- 34 P é a permanência entre 0 a 1 e 1 representa 100% de permanência. As vazões de 50% e 95% de permanência para o ponto de interesse aplicadas nas equações (2) e (3) são determinadas a partir das respectivas curvas regionais através da equação (1). De acordo com TUCCI (2002), a equação (4) é usualmente aplicada para a determinação das vazões entre 30% e 95% de permanência, uma vez que a mesma não é capaz de ajustar os pontos de inflexão da curva no trecho mais alto, vazões com permanência menores que 30%, e no trecho mais baixo, vazões com permanência acima de 95%. VAZÕES MÉDIAS MENSAIS Conforme apresentado na seção anterior a determinação das vazões médias mensais a partir da regionalização por proporção de áreas pode produzir erros importantes, principalmente quando a transposição ocorre de grandes para pequenas bacias hidrográficas. Outras técnicas de regionalização, como a proposta pelas “Diretrizes para Projeto de PCH” se aplica somente à determinação de TECHNICAL ARTICLES vazões extremas, e a regionalização da curva de permanência se aplica apenas a um trecho da curva, usualmente entre 30% e 95%. Diante das dificuldades ilustradas, este trabalho tem como objetivo a determinação das vazões médias mensais a partir da regionalização completa da curva de permanência. A metodologia proposta consiste em determinar as vazões médias mensais nos locais barráveis do Córrego do Salto a partir da proporção das vazões específicas da curva de permanência e da proporção das áreas utiliqP A zando a seguinte relação: Q cs = QE cs . cs (5) onde: q A PE foram utilizadas todas as estações fluviométricas selecionadas após o estudo de consistência dos dados. As vazões específicas utilizadas para a regionalização são apresentadas na TABELA 2. As equações obtidas do processo de regionalização são apresentadas na TABELA 3 a seguir. TABELA 3 – Equações obtidas pela regionalização das vazões específicas Equação q1 E Qcs – vazão média mensal no local barrável do Córrego do Salto (m³/s) QE – vazão média mensal na estação base selecionada (m3/s). qPCS- vazão específica de permanência P no local barrável do Córrego do Salto determinado a partir das equações de regionalização da curva de permanência apresentada na Tabela 3 (l/s.km²). qPE- vazão específica de permanência P da estação selecionada (l/s.km²). Acs – área de drenagem do local barrável do Córrego do Salto (km²). AE – área de drenagem da estação selecionada (km²). As vazões médias mensais são determinadas diretamente da curva de permanência de uma estação fluviométrica selecionada próxima ao local de interesse. Como a curva de permanência não segue uma ordem cronológica, antes da definição da curva de permanência da estação selecionada e conseqüentemente do local de interesse, deve-se associar a cada valor de vazão, o mês e o ano, que a mesma foi observada. Isto permite ao final do processo restituir a curva de permanência regionalizada para uma série de vazões cronologicamente datada. Para cada ponto da curva de permanência da estação selecionada é definido um valor individual para qPE e qPCS. Os valores de qPE são obtidos diretamente da curva de permanência da estação selecionada a partir do quociente da vazão pela área de drenagem. Os valores de qPCS são obtidos da curva de permanência regionalizada. Neste estudo foram regionalizadas as seguintes vazões da curva de permanência: q1, q2, q4, q6, q8, q10, q15, q20, q30, q40, q50, q60, q70, q80, q90, e q99. A regionalização foi realizada através da equação (1). Para a regionalização da curva de permanência q1= 144,4*A-0,1036 Equação q40 q40= 63,313*A-0,1286 q2 q2= 138,09*A -0,1099 q50 q50= 79,794*A q4 q4= 104,17*A-0,0914 q60 q60= 90,472*A-0,2096 q6 -0,0896 q6= 94,985*A q70 q70= 95,793*A q8 q8= 75,289*A-0,0717 q80 q80= 100,62*A-0,2496 q10 -0,0801 q90 q90= 69,373*A q15 -0,0785 q15= 68,319*A q95 q95= 68,825*A q20 q20= 59,043*A-0,0751 q99 q99= 63,637*A-0,2619 q10= 77,593*A -0,1776 -0,2289 -0,2267 -0,2422 -0,0912 q30 q30= 57,165*A Os valores de qPCS cuja permanência P não foi regionalizada são determinados por interpolação linear entre dois valores regionalizados. Espera-se, ao considerar a proporção das vazões específicas da curva de permanência da forma proposta para a regionalização das vazões médias mensais, que, diferente da proporção simples por área, a regionalização seja capaz de caracterizar o regime hidrológico do local de estudo, ou seja, para pequenas bacias espera-se que as curvas de permanência obtidas para o local de estudo sejam representativas de regimes hídricos mais regularizados. Para a validação, a metodologia apresentada foi aplicada às curvas de permanências das estações Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000) para a determinação das vazões médias mensais no aproveitamento Pegoraro. A estação Tapirapuã (66050000) é, dentre as estações selecionadas, a estação mais próxima da bacia do Córrego do Salto com área de drenagem de 5.284 km². E a estação Nortelândia (66006000) é, também dentre as estações selecionadas, a com menor área de drenagem (1.599 km²). RESULTADOS Após calcular qPCS através das equações de regionalização das TABELA 2 – Vazões específicas utilizadas para regionalização q 66050000 66055000 66010000 66015000 66070004 66072000 66006000 15050000 q1 70,7 65,4 70,9 52,5 47,3 42,3 85,8 42,5 q2 q4 62,4 58,1 58,5 55,2 64,4 51,8 47,3 42,4 42,2 38,1 40,2 36,5 77,5 61,7 39,1 36,6 q6 55,0 52,2 44,9 39,1 35,8 34,5 56,3 34,3 q8 q10 51,2 49,0 47,7 46,5 41,6 39,5 37,1 35,9 34,3 32,2 31,5 29,6 50,5 49,6 32,0 30,4 q15 q20 q30 45,9 42,3 37,1 42,9 39,6 35,1 35,2 29,4 22,5 31,8 26,8 21,2 28,2 25,9 21,5 26,3 23,8 20,9 42,6 36,5 30,0 27,3 25,0 22,0 q40 q50 q60 31,6 27,8 24,4 29,6 25,3 23,1 16,0 11,1 8,6 15,0 11,2 8,5 16,4 12,9 10,8 18,3 16,6 15,4 23,1 19,0 16,1 19,1 17,0 15,6 q70 q80 22,9 21,4 21,0 19,2 7,0 5,5 7,0 5,8 9,7 8,3 14,5 13,3 14,3 12,2 14,6 13,5 q90 q95 q99 19,5 17,8 14,4 17,6 15,5 13,5 4,3 3,6 2,3 4,8 4,0 2,4 7,0 5,7 4,9 11,7 10,7 9,8 8,7 6,9 5,1 12,3 11,6 9,9 35 ARTIGOS TÉCNICOS vazões específicas, foi aplicada a equação (5) para determinar a vazão média de longo termo no local do aproveitamento Pegoraro. A vazão média de longo termo foi calculada a partir das curvas de permanência das estações, Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000) os resultados obtidos foram respectivamente 9,50 m³/s e 9,45 m³/s. As vazões específicas calculadas a partir destes valores são 32,5 l/s.km² e 32,4 l/s.km². Pode-se observar que os resultados obtidos pela metodologia proposta, independente da estação selecionada, convergem para um valor único de vazão média de longo termo e respectivamente vazão específica. Este mesmo comportamento também pôde ser observado com as curvas de permanência (FIGURA 3). a 39,4 l/s.km². Como também comentado anteriormente acreditase que as vazões específicas do Córrego do Salto sejam da mesma ordem de grandeza das vazões específicas da UHE Juba I ou da PCH Terra Santa. A metodologia de regionalização da curva de permanência não foi capaz de representar este aumento da vazão específica na bacia do Córrego do Salto por que as estações utilizadas no processo estão muito afastadas da bacia cujas características de seus regimes hídricos divergem do regime esperado para a bacia do Córrego do Salto. Logo, para corrigir os valores da série das vazões médias mensais obtidas a partir da regionalização da curva de permanência, foi considerado neste caso específico, o produto da série por um coeficiente definido como a razão entre a vazão específica de 39,4 l/s.km², vazão específica da UHE Juba I cujas características da curva de permanência são semelhantes as curvas regionalizadas, e a vazão específica de 32,5 l/s.km², vazão específica da curva regionalizada a partir dos dados da estação Tapirapuã (66050000). A FIGURA 5 a seguir apresenta a curva de permanên- FIGURA 3 – Curva de Permanência do aproveitamento Pegoraro determinada a partir dos dados das estações Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000) Outra análise realizada foi à comparação das curvas de permanência apresentadas anteriormente com as curvas determinadas a partir da série de vazões da UHE Juba I, obtida do inventário do rio Juba realizado em 2002, e a série definida pela Intertechne para a PCH Terra Santa e reproduzida na revisão do inventário do rio Juba realizado pela Rischbieter Engenharia e Serviços considerando a razão entre as áreas de drenagem (FIGURA 4). FIGURA 5 - Curvas de Permanência obtidas a partir das estações Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000) com correção da vazão específica e curva obtida a partir dos dados do inventário de 2002 FIGURA 6 – Permanência das vazões médias mensais – Aproveitamento Conquista FIGURA 4 – Curva de Permanência obtidas a partir das estações Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000) e dos dados dos inventários (2002 e 2007) Visualmente as curvas definidas por regionalização apresentam as mesmas características da curva de permanência obtida a partir da série da UHE Juba I. Quantitativamente as curvas regionalizadas estão abaixo da curva obtida a partir da série da UHE Juba I. Como observado anteriormente, a vazão específica média das curvas regionalizadas é igual a 32,5 l/s.km² para a regionalização a partir da estação Tapirapuã (66050000) e 32,4 l/s.km² para a regionalizada a partir da estação Nortelândia (66006000). A vazão específica média da UHE Juba I, calculada a partir da razão entre a vazão média longo termo da UHE Juba I e a área de drenagem é igual 36 FIGURA 7 - Permanência das vazões médias mensais – Aproveitamento Barra Mansa TECHNICAL ARTICLES cia obtida a partir da série da UHE Juba I e as curvas determinadas por regionalização corrigidas. Uma vez validada a metodologia apresentada foram determinadas as vazões médias mensais para os demais locais barráveis no Córrego do Salto. As curvas de permanência para os aproveitamentos Conquista e Barra Mansa são apresentados nas FIGURAS 6 e 7 a seguir. Pode-se observar que a regionalização da curva de permanência a partir da metodologia proposta apresentou bons resultados para os aproveitamentos Barra Mansa e Pegoraro. Já para o aproveitamento Conquista os resultados não foram satisfatórios, observando-se um ponto de inflexão no trecho médio da curva considerada inconsistente. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi apresentar uma metodologia para regionalização da curva de permanência e determinação das vazões médias mensais em bacias com áreas menores que 500 km². No contexto do desenvolvimento do projeto as vazões médias mensais são utilizadas para subsidiar os estudos energéticos, definição do fator de capacidade e da potência instalada. Qualquer incoerência nesta fase ocasionará a sub ou a super motorização da PCH ocorrendo em prejuízos para os investidores. A proposta do projeto se insere no cenário em que se observa um crescimento acelerado no setor de desenvolvimento de projetos e construções de PCH alavancada entre outros pelo crescimento econômico recente e pela diminuição das taxas de juros que trouxeram investidores estrangeiros, fundos de pensão, empresas e investidores em geral com interesse na geração de energia hídrica. O principal efeito deste crescimento acelerado foi o esgotamento dos bons potenciais e a conseqüente migração de interesse para empreendimentos de maior risco ou de maior investimento e concomitante a migração ou aumento do interesse pelo desenvolvimento de projeto em pequenas bacias hidrográficas. O crescimento acelerado do setor exige da área técnica o desenvolvimento de novas ferramentas para o desenvolvimento de projetos, as quais possam ao mesmo tempo atender a demanda criada pelo mercado em prazos mais curtos sem comprometer a qualidade dos estudos ocorrendo em prejuízos aos investidores. Hidrologicamente, foi abordado que uma das principais limitações ao se desenvolver estudos em pequenas bacias hidrográficas é carência de dados. A principal técnica utilizada para suprir esta deficiência é a regionalização através da proporção de áreas, muitas vezes inadequada, porque a curva de permanência não é proporcional às áreas, as precipitações são diferentes entre as bacias com pequenas áreas e a geologia é bastante divergente em relação a grandes bacias de onde geralmente os dados são tomados como origem para a regionalização. Isto posto, a metodologia proposta neste trabalho consistiu em regionalizar algumas das vazões da curva de permanência de estações circunvizinhas ao ponto de interesse e a partir de uma estação selecionada, considerando a proporção de áreas e a proporção das vazões específicas determinar as vazões no ponto de interesse. A validação da metodologia foi realizada calculando-se as vazões para o aproveitamento Pegoraro a partir de duas estações fluviométricas com características divergentes, Tapirapuã (66050000) e Nortelândia (66006000). A primeira uma bacia mais próxima a ponto de interesse, porém com uma grande área de drenagem, ou seja, com características hídricas diferentes. A segunda uma bacia pequena, com características hídricas semelhantes, porém afastada do ponto de interesse. O resultado da validação mostrou que independente da estação selecionada, as curvas de permanência convergem para um único resultado. Uma segunda etapa do processo de validação consistiu em comparar os resultados obtidos com as curvas de permanência de empreendimentos localizados no rio Juba próximo ao Córrego do Salto e com vazões específicas mais altas em relação às regiões circunvizinhas. Pode-se observar que apesar dos resultados obtidos na primeira etapa da validação serem convergentes, as vazões específicas foram diferentes das vazões observadas na região. Pode-se concluir a partir disto que a metodologia proposta é capaz, independente da estação selecionada, de caracterizar o comportamento hidrológico do ponto de interesse, no entanto não é capaz de representar a contribuição hídrica específica da bacia. Em outras palavras a metodologia proposta foi capaz de inferir na curva de permanência da estação selecionada, alterando a sua forma e conseqüentemente a sua caracterização hídrica, no entanto não foi capaz de corrigir as vazões específicas. Acredita-se neste caso especial que de um lado, a metodologia não foi capaz de corrigir as vazões específicas devido o regime hídrico diferenciado da bacia do Córrego do Salto, que em função de maiores índices pluviométricos e de suas características geológicas, apresenta uma maior contribuição específica e de outro da ausência de estações localizadas na mesma região para a regionalização da curva de permanência. Assim sendo, sugere-se que para trabalhos futuros, verifique-se a homogeneidade da contribuição específica entre as estações utilizadas para regionalização e o ponto de interesse ou se realize a adição da proporção da vazão específica média de longo termo a equação 5 como forma de corrigir as vazões específicas entre os locais de origem e destino da informação. As vazões nos aproveitamentos Conquista e Barra Mansa foram determinadas a partir da mesma metodologia e da correção das vazões específicas. A partir dos resultados obtidos pode-se concluir que a metodologia apresentou bom resultados para a regionalização de áreas iguais ou maiores que 200 km². Porém para as vazões menores, no caso próximas a 30 km², os resultados não foram satisfatórios. Neste caso, sugere-se que a utilização de estações fluviométricas com áreas de contribuição pequenas para a regionalização da curva de permanência possa melhorar os resultados e a aplicabilidade da metodologia proposta. Para trabalhos futuros recomenda-se a validação com um número maior de estações selecionadas, a utilização de estações mais próximas do ponto de interesse, a aplicação da metodologia para bacias com áreas de drenagem maiores que 30 km² e menores que 200 km² para verificação dos limites de aplicabilidade da metodologia proposta. O estudo de caso foi realizado para a bacia do Córrego do Salto, afluente do rio Juba, localizado no estado do Mato Grosso. A bacia possui uma área de 472 km². As vazões médias mensais foram determinadas em três pontos da bacia com áreas próximas a 30, 200 e 300 km². [1] ELETROBRÁS (1998)–Diretrizes para Estudos e Projetos Básicos de Pequenas Centrais Hidroelétricas–PCH. Rio de Janeiro - RJ. Primeiramente a metodologia foi desenvolvida e validada para o aproveitamento Pegoraro, próximo a foz, cuja área de drenagem é de 292 km². Após a validação a metodologia foi aplicada para a determinação das vazões nos demais pontos. [3] LARROSA&SANTOS (2002) – Inventário Hidrelétrico Simplificado de Trecho do Rio Juba entre o canal de fuga da PCH Juba II e sua foz no Rio Sepotuba. Gaspar – SC. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS [2] ITAMARATI NORTE S.A. AGROPECUÁRIA (2007) - Revisão do Inventário do Rio Juba e Jubinha. Brasília - DF. 37 ARTIGOS TÉCNICOS ANÁLISE DOS NÍVEIS SONOROS GERADOS NA OPERAÇÃO DE PCH: ASPECTOS AMBIENTAIS E OCUPACIONAIS. 1 Luiz Felipe SILVA 2 Mateus RICARDO 3 Marcos Eduardo Cordeiro BERNARDES RESUMO Este estudo teve a finalidade de avaliar os níveis sonoros emitidos por duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) no sul de Minas Gerais, nas perspectivas da comunidade e de saúde do trabalhador. Verificou-se que a operação da PCH-REPI, localizada na cidade de Wenceslau Braz, supera os limites diurnos recomendados pela norma brasileira no tocante ao conforto da comunidade. Os valores encontrados na PCH Luiz Dias, na região rural de Itajubá, também excedem os valores recomendados para este ambiente. A operação das máquinas em ambas as PCH pode gerar exposições ocupacionais importantes. Observou-se que o valor do nível sonoro na sala de operação da PCH REPI ultrapassa o recomendado para conforto acústico. Medidas gerais de controle são apresentadas e discutidas, destacando o ruído como uma questão importante na concepção e na operação de uma PCH. Palavras chaves: Níveis de ruído, PCH, Conforto Acústico ABSTRACT The aim of this study was the assessment of sound levels emitted by two Small Hydroelectric Plants (SHP) located on the south of Minas Gerais state, on the environmental and workers health perspective. It was verified that the REPI-SHP, located on the Wenceslau Braz city, exceeds the diurnal limits recommended by the Brazilian standard in the subject of the comfort of the community. The values observed on the Luiz Dias SHP, on the Itajubá rural region, exceed the recommend values to this area. The running of machines in both SHP can produce relevant occupational exposures. In the control centre of the REPI-SHP the noise level is higher than levels recommended by the Brazilian standard for the acoustical comfort. General control measures are presented and discussed, posing the noise like an important topic on the conception and operation of the SHP. Key words: Sound levels, SHP, acoustical comfort 1. INTRODUÇÃO A geração de eletricidade a partir do potencial hídrico foi, por muito, tempo, considerada como uma atividade “limpa” que não trazia impactos ao meio ambiente. Grandes deslocamentos populacionais em virtude da inundação de grandes áreas, com reflexos negativos sociais e para o ecossistema indiscutíveis, liberação de gases que contribuem para as mudanças climáticas e expansão de doenças veiculadas pela água são alguns exemplos de conseqüências provocadas por empreendimentos hidrelétricos, sobretudo no que tange às usinas de grande porte (Holdren et al.[]). Na verdade, interessante assinalar que os riscos observados acerca de uma usina hidrelétrica devem apresentar uma apreciação ampla, vindo desde a sua construção até a sua plena operação. Autores como McManus, citado por Bermann [], refere a existência de 28 riscos ocupacionais entre as fases de construção e de operação de uma UHE. No âmbito deste universo, a instalação e a operação de Pequenas Centrais Hidrelétricas têm sido vistas como alternativas de prevenção de impactos ambientais significativos. De acordo com Bermann [2], as PCH, normalmente, têm buscado atender às demandas vizinhas aos denominados centros de carga e têm elevado a sua participação na geração de energia distribuída no país. De todo modo, no tocante a relação PCH e meio ambiente ainda existem relatos na literatura de impactos gerados por estas iniciativas. Isto significa, naturalmente, que uma PCH não está isenta de provocar um impacto adverso, respeitando as suas particularidades. Deslocamento de famílias e alteração das condições sanitárias de núcleos urbanos podem ser observados na literatura sobre esta questão considerada. Esta constatação, segundo Ortiz, citado por Bermann [2] vem destacar a necessidade de se adotar os mesmos cuidados aplicados em uma usina de grande porte, que orientarão a concepção de uma PCH. Uma das repercussões de projetos dessa natureza, compreendendo toda a vida da atividade, é a emissão de ruído. Este se constitui como um resíduo, como um poluente, cujos efeitos deletérios, diretos e acumulativos, à saúde na comunidade, como perda auditiva, hipertensão arterial, estresse, incômodo e outros, têm sido revelados e analisados, conforme revisão elaborada por Berglund et al.[]. A abordagem sobre a ocorrência de ruído e vibrações na operação de uma PCH não é um tema recorrente. As fontes de ruído de uma PCH, segundo documento elaborado pela European Small Hydropower Association (ESHA) [] são inúmeras. No entanto, a fonte mais relevante é a própria unidade hidrelétrica constituída pelo grupo gerador. A tecnologia atual, para novos projetos, segundo o documento referido, permite que o nível de pressão sonora (NPS) gerado nesta unidade seja de 70 dB(A), que o tornaria imperceptível na área externa. Medidas como tolerâncias muito pequenas na confecção de engrenagens; cobertura dotada de enclausuramento sonoro sobre a caixa da turbina, resfriamento do gerador por água em vez de ser por ar e melhoria da qualidade acústica do ambiente (elevação da absorção sonora) que abriga os equipamentos são alguns meios citados para a redução do nível de ruído gerado e propagado. No caso de unidades já instaladas, de acordo com o documento, deve se recorrer a medidas de maior custo, como enclausuramento acústico dos equipamentos, como exibido na figura abaixo. 1-Professor Dr. – Universidade Federal de Itajubá, IRN 2-Engenheiro MSc. – Universidade Federal de Itajubá, IRN, Grupo de Energia. 3-Professor Dr. – Universidade Federal de Itajubá, IRN 38 TECHNICAL ARTICLES Controle de ativo de ruído em grupos geradores de UHE tem sido estudado por Lecce et al.[], como forma alternativa de intervenção. Os autores argumentam que os mecanismos passivos de atenuação, como o citado anteriormente, não seriam adequados, pois estes equipamentos são fontes de ruído em baixas freqüências, com tons puros nas freqüências de 150 e 200 Hz, terceira e quarta harmônicas da BPF (Freqüência de passagem das pás) da turbina. Em referência à exposição ocupacional durante a operação de uma UHE e riscos à saúde, foi observada uma prevalência de 56% de Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) em trabalhadores de uma UHE, conforme pesquisa desenvolvida por Çelik et al[]. Kaygusuz et al.[], analisando a ocorrência de PAIR nestes ambientes e processos de trabalho, observaram níveis de exposição da ordem de 90 dB(A). Ruído em ambientes aquáticos é um tema na área da biologia que busca avaliar os impactos produzidos às comunidades de peixes, como os gerados por tráfego de navios e outras fontes ,,, Em referência ao ruído produzido pela operação de UHE, associado às repercussões sobre o ecossistema aquático, Myamoto et al. [] analisaram o nível de ruído subaquático, de baixa freqüência de 10 a 1000 Hz, à montante de uma UHE no Rio Colúmbia com o fim de compreender os seus efeitos sobre a migração de salmões. A despeito de relevante, este tema está distante do escopo deste trabalho. Não é comum observar estudos que se dediquem a analisar de forma conjunta as questões ambientais e as associadas à saúde do trabalhador. Indiscutível que há uma intersecção relevante e expressiva entre as duas áreas que não pode ser omitida. Em relação à emissão de ruído ambiente, não foram encontradas referências na literatura científica, que abordasse esta questão no cenário da operação de uma UHE. 2. OBJETIVOS: Avaliar os níveis de ruído gerados pela operação de PCH no tocante aos aspectos ambientais e de saúde do trabalhador. 3. MATERIAL E MÉTODOS: 3.1 Centrais avaliadas: Duas PCH foram objeto de avaliação: A PCH REPI (Rede Elétrica Piquete-Itajubá), localizada no município de Wenceslau Braz – MG, e de propriedade da Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) e a PCH Luiz Dias, de propriedade da Companhia de Energética de Minas Gerais (CEMIG) operada pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) em regime de comodato. Segundo trabalho elaborado por Ricardo [], a PCH REPI possui uma potência instalada de 3,34 MW que a classifica como uma pequena central hidrelétrica. A energia gerada é fornecida exclusivamente à IMBEL – Fábrica de Itajubá. A usina compreende duas centrais: a primeira, definida como central auxiliar, se configura como uma usina de represamento e de média queda. A vazão turbinada é descarregada diretamente no reservatório de regulação da central principal. A central principal se constitui de uma central de desvio e também média queda. A operação da usina é basicamente a fio d´água, a despeito da possibilidade de regularização diária propiciada pelo reservatório à montante. O grupo gerador da central auxiliar é composto por uma turbina Francis dupla, cujo rotor foi restaurado, apresentando-se em boas condições, e um gerador de 700 kVA, projetado para operação na freqüência de 50 Hz. A central principal possui cinco grupos geradores com rotores do tipo Francis simples. Há três grupos geradores de 875 kVA, dos quais dois são de 425 kVA e um de 165 kVA. O FIGURA 1: Exemplo de enclausuramento acústico para grupo gerador.Fonte:ESHA[4] último está desativado O procedimento de medição de ruído se concentrou na casa de máquinas das duas PCH e no entorno delas para observação da emissão de ruído no ambiente. Foi empregado um medidor de nível de pressão sonora da marca Lutron, modelo SL-4001, pelo qual foi registrado o valor em dB(A), na constante de tempo fast, conforme recomenda a NBR 10151[] para as avaliações ambientais. Para o ambiente de trabalho, foi empregada a constante de tempo Slow, conforme preconiza a NHO-01[], documento empregado como referência para a avaliação. 3.2 Avaliação ocupacional: As medições no interior da casa de máquinas foram realizadas a 1,5 m de distância, aproximadamente, do equipamento, e o microfone posicionado em torno da altura do operador que eventualmente circula pela área, em quatro pontos ao redor do grupo gerador, conforme ilustra o esquema a seguir: 3 Turbina 4 2 Gerador FIGURA 2: Esquema em planta dos pontos de medida ao redor do grupo gerador 39 ARTIGOS TÉCNICOS Desse modo, foi simulada uma atividade do operador pela área de operação ao redor dos equipamentos para as suas tarefas rotineiras de supervisão. Para as medições no interior da sala de operação, foi considerada a NBR-10152[], como referência para a avaliação, que trata de conforto acústico. Foi calculada a média dos níveis encontrados no local, bem como o erro-padrão da série de medidas, com o propósito de verificar se o número de medições era suficiente para caracterizar o nível de ruído emitido, fundamentando-se nos estabelecido em trabalho de Behar e Plener []. Caso o erro-padrão seja inferior ao erro do equipamento, que é de 2 dB, é permitido concluir que a amostra pode ser considerada como adequada. O cálculo é executado pela seguinte Equação 1: A figura abaixo apresenta o desenho esquemático da central principal com as máquinas em operação assinaladas. NPS æ = x ± t ´ ç è s ö ÷ n ø Sala de controle Onde: x = média dos níveis de pressão sonora [dB(A)] da distribuição amostral; t = valor da distribuição t com (n -1) graus de liberdade e um nível de confiança (1 - a); n = número de amostras; s= desvio padrão da distribuição amostral. FIGURA.4: Desenho esquemático em planta da central principal da PCH-REPI, com os grupos gerados em operação hachurados. Estimou-se a exposição dos operadores das PCH, considerando tempos de exposição variados de acordo com a média dos valores encontrados para os níveis de pressão sonora registrados. Conforme a NHO-01[14], que define como o Nível de Exposição Normalizado (NEN), que representa uma conversão do valor de exposição correspondente a uma jornada padrão de oito horas diárias. O Nível de Exposição Normalizado – NEN é determinado pela Equação 2: e dB(A) (2) Onde: NEN = NE + 10 log T 480 NE = Nível de Exposição referente à atividade realizada, representado pela média dos valores calculados; Te = tempo de exposição ao ruído sob análise, em minutos. 3.3 Avaliação ambiental: O procedimento de medição na central principal da PCH-REPI, situada no perímetro urbano da cidade de Wenceslau Brás (MG), no tocante à avaliação ambiental compreendeu os pontos 1 e 2, dispostos ao longo de rua paralela à usina, conforme esquema apresentado na figura, a seguir: 1 Rio Bicas Central principal 2 FIGURA 3 : Grupos geradores da central principal. Fonte: Ricardo Na PCH REPI somente duas turbinas, do tipo Francis, encontravam-se em operação no dia das medições. A primeira máquina gerava uma potência de 600 kW, com uma rotação de 1200 rpm e a segunda, 300 kW, na mesma rotação, A casa de máquinas apresenta uma área aproximada de 300 m2, com pé direito aproximado de 6 m. A figura acima contribui para compreender os detalhes construtivos da casa de máquinas. As medições foram conduzidas no dia 10/01/2008, às 14h. 40 Canal de de Canal fuga fuga Rua FIGURA 5: Desenho esquemático com os pontos de medição para tomada de ruído ambiental Buscou-se estimar o nível de ruído ambiente (Lra) em ponto distante da central principal da PCH-REPI. No ponto de número 1, pôde ser observado que a maior contribuição era o gerado pela cor- TECHNICAL ARTICLES renteza do Rio Bicas. Desse modo, foi permitido estimar a contribuição do nível de ruído gerado pela central principal para o valor global no ponto 2. A distância do ponto 2 até a central principal é de aproximadamente 100 m da edificação. Em relação à exposição ambiental, foram tomados três pontos de medida, distanciados entre si em torno de 20 m, em área externa à casa de máquinas. O nível de ruído de fundo foi estimado em ponto distante da casa de máquinas, com características similares, de modo que não houvesse a sua contribuição para o nível global. A figura a seguir ilustra os pontos externos de medida: FIGURA 6: Medição no ponto 2 para avaliação de ruído urbano gerado pela central principal da PCH-REPI. Adotou-se o mesmo procedimento na central auxiliar da PCHREPI, localizada em área rural de propriedade do Exército Brasileiro. Além de verificar o nível de ruído produzido no entorno da casa da máquina, foram verificados os valores ao longo da margem oposta do Rio Bicas, conforme esquema apresentado na figura 7: FIGURA 8 : Desenho esquemático apresentando os pontos de medição de ruído ambiental em relação à casa de máquinas da PCH Luiz Dias. FIGURA 9: Grupo gerador G3 da PCH Luiz Dias. Nos dois procedimentos de avaliação, o tempo estava bom sem a presença de ventos importantes. FIGURA 7: Desenho esquemático dos pontos de medição junto à central auxiliar da PCH-REPI. Os pontos 7 a 11 foram ao longo da margem, distanciados aproximadamente 20m entre si. O ponto 5 se refere ao centro da ponte. O rotor da central auxiliar foi reformado, e por este motivo é considerada a de maior confiabilidade na operação da PCH-REPI. Por seu turno, a PCH Luiz Dias está instalada no município de Itajubá em zona rural, sem comunidades residenciais nas proximidades. Foram realizadas as medições no interior da casa de máquinas, que na ocasião, dia 11/01/2008, às 16h, somente o grupo gerador denominado G3 encontrava-se em operação. Foram também tomados quatro pontos ao redor do equipamento, com procedimento equivalente adotado na PCH-REPI. 4. RESULTADOS: 4.1 Avaliações na área de operação: Verificou-se que o ruído gerado na operação dos equipamentos se apresentava sem flutuações, característica que propiciou uma avaliação mais segura e confortável, dado que não se dispunha de um medidor integrador. Os procedimentos de medição referentes à central principal da PCHREPI produziram os seguintes resultados,expostos na tabela 1 O valor médio dos NPS foi de 86,8 dB(A), com erro-padrão de 0,8. Portanto, o valor do nível de exposição para os operadores da PCH-REPI era de 86,8 0,8 dB(A). O nível de pressão sonora na sala de controle era de 70 dB(A), com os dois grupos geradores em operação. 41 ARTIGOS TÉCNICOS TABELA 1: Níveis de pressão sonora dos grupos geradores da central principal da PCH-REPI Nível de pressão sonora– dB(A) Pontos GG kW rpm 1 2 3 4 1 600 1200 86 87 87 85 2 300 1200 87 88 87 87 TABELA 2: Níveis de pressão sonora dos grupos geradores da central auxiliar da PCH-REPI Nível de pressão sonora – dB(A) GG kW rpm 1 560 750 Pontos 1 2 3 4 89 87 88 88 Foi permitido verificar que os valores dos NPS registrados na central auxiliar estavam mais elevados do que na principal, conforme pode ser observado na tabela acima. A média calculada dos valores medidos relativos aos níveis sonoros na unidade foi de 88,0 1,3 dB(A). Na central auxiliar não há uma sala especialmente designada, com isolamento, para o controle. Esclarece-se que não há a presença freqüente de operadores, cujas tarefas no local são limitadas, sem exposição importante. Em face da maior confiabilidade do equipamento, quando há necessidade de elevação da energia gerada, ela é colocada em funcionamento pelo operador, que se desloca até o local. Ele só permanece lá o tempo de dar a partida na turbina e colocar a máquina na rede. Os valores dos níveis de pressão sonoro verificados no interior da casa de máquinas na PCH Luiz Dias estão expostos na tabela 3. TABELA 3: Níveis de pressão sonora, em dB(A), observados na operação do GG 3 da PCH – Luiz Dias Nível de pressão sonora – dB(A) GG kW rpm 3 730 720 Pontos 1 2 3 4 85 85 86 85 O valor encontrado para nível de ruído nesta situação, aplicando a média e o conceito de erro-padrão, foi de 85,3 0,8 dB(A). Na sala de controle da unidade, o valor do nível de pressão sonora era de 59 dB(A), onde pôde ser observada uma divisão com porta dupla que favorece o isolamento acústico. Considerando tempos de exposição hipotéticos para os operadores na central principal da PCH-REPI, observou-se que o NEN somente se torna de risco se a atividade junto aos grupos geradores superar 5 h, pois supera o valor de 85 dB(A) para 8 h de exposição, como pode ser observado no gráfico a seguir. No que tange ao nível de ação, superior a 82 dB(A), medidas preventivas devem ser adotadas se os operadores despendem mais de 2,5 h no local. No caso dos operadores da PCH Luiz Dias, aplicando-se a mesma metodologia, foi possível constatar que o nível de ação, preconizado pela NHO-01[14] de 82 dB(A), pode ser alcançado com o tempo de permanência de 3,5 h no local, enquanto que para 85 dB(A), cifra limite estabelecida pela mesma norma, este valor se eleva para 7 h. As estimativas dos valores de exposição podem ser observadas no gráfico ao lado. 4.2 Avaliações ambientais: Em referência as valores de emissão para o ambiente ou ruído 42 GRÁFICO 1: Estimativa dos Níveis de Exposição Normalizada para os operadores da PCH-REPI – central principal e da PCH – Luiz Dias. comunitário, foi observado um valor de 59 dB(A) em medição externa na rua paralela à casa de máquinas da PCH-REPI, conforme pode ser observado na figura 5, que representa o ponto 2. Já no ponto 1, que recebia a contribuição do ruído produzido pela correnteza do rio mas não da usina, o valor do nível sonoro se reduziu para 53 dB(A). Cotejando os dois valores, estima-se que a contribuição da operação dos grupos geradores no ponto analisado era de 58 dB(A). Para os valores ambientais de níveis sonoros para a central auxiliar da PCH-REPI, os seguintes valores foram observados: TABELA 4: Níveis de pressão sonora observados no entorno da central auxiliar da PCH-REPI NPS dB(A) Pontos de medida 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 72 70 74 77 67 66 63 62 59 56 52 O nível de ambiente (Lra) registrado em ponto distante da unidade, sem nenhuma contribuição da fonte em exame, foi de 37 dB(A). Cabe destacar que o local analisado apresentava duas fontes distintas. A própria central auxiliar em funcionamento e o vertedor com o escoamento de água. No tocante à PCH Luiz Dias, os pontos externos à casa das máquinas, 1, 2 e 3, expostos na figura 8, foram 71, 58 e 50 dB(A) respectivamente. O nível de ruído ambiente (Lra) era de aproximadamente 40 dB(A). TECHNICAL ARTICLES 5 . CONCLUSÃO: Foi observado que os níveis de ruído apresentaram uma peculiaridade constante, os quais, no âmbito da saúde do trabalhador, foram de 86,8 0,8 dB(A) e de 85,3 0,8 dB(A) nas unidades de geração das PCH REPI e Luiz Dias, respectivamente. Considerando a natureza do trabalho dos operadores, que não exige uma permanência constante junto aos equipamentos, os valores dos níveis de pressão sonora não se configuram como sendo de risco. Entretanto convém assinalar que devem ser observados os tempos de permanência na área dos equipamentos, para verificar o nível de exposição ao qual os operadores estarão submetidos, de acordo com as estimativas realizadas e apresentadas neste trabalho. Um tempo de permanência de 2,5 h na seção dos grupos geradores da PCH-REPI, por exemplo, já exige a implantação de medidas preventivas para prevenção de agravos associados à exposição ao ruído. Em relação à PCH Luiz Dias, como os valores observados são inferiores, a permanência na área das máquinas exigira um tempo maior para atingir os níveis de ação e de limite. Para tanto, a existência de um Programa de Conservação Auditiva, como recomenda a NHO-01, é essencial para a promoção da saúde dos operadores da PCH. Deve ser salientado que apenas o fornecimento de protetores individuais não representa um programa inclinado para a prevenção, que possui uma amplidão muito maior. No que tange ao conforto acústico na sala de controle, verificou-se que o nível sonoro presente na PCH-REPI, de 70 dB(A), supera os valores recomendados pela NBR-10152, que são de 45 a 65 dB(A). Portanto, deve ser oferecido um melhor isolamento da sala. No caso do PCH Luiz Dias o isolamento é adequado, uma vez que o nível lá encontrado está abaixo do recomendado, favorecendo a concentração necessária para estes ambientes de trabalho. Para os níveis de ruído ambiental, em particular para PCHREPI, instalada em uma zona urbana, constatou-se que a estimativa da contribuição da operação das máquinas da central principal, de 58 dB(A), está acima do recomendado pela norma NBR10151[13]. Considerando o local analisado, ponto 2 em rua paralela à central na cidade de Wenceslau Braz, como área mista, predominante residencial, o limite para o período diurno é de 55 dB(A). Para as demais centrais analisadas, instaladas em área rural, foi possível observar que os níveis encontrados superam o nível de ruído ambiente com magnitude importante. Não há ainda estudos suficientes para apontar quais seriam os limites indicados para estes ambientes, no que se refere ás repercussões nestes cenários. As diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde), expostas em trabalho de Berglund et al.[3], estabelecem que a diferença entre o valor da fonte o nível de ruído ambiente deve ser mantido o mais baixo possível. De qualquer modo, recorrendo novamente à NBR-10151[13], os valores registrados, para as duas unidades, central auxiliar da PCH-REPI e PCH Luiz Dias, estão acima do recomendado, cujo limite diurno é de 40 dB(A). No caso da Central Auxiliar da PCH REPI não foi possível estimar a sua contribuição de sua operação no nível de ruído ambiente nas imediações, dada a presença de outra fonte próxima, o vertedor. De qualquer forma, as medições no entorno da cada da máquina já apontaram superação do valor recomendado. Esta abordagem deve ser considerada como introdutória sobre esta realidade. Há naturalmente a necessidade de estudos de maior profundidade que objetivem a uma melhor definição da exposição dos trabalhadores ao ruído, como por meio de dosimetria, bem como uma caracterização mais apurada dos níveis sonoros emitidos pelas fontes examinadas e seus valores na comunidade. Conclui-se que os aspectos de emissão de ruído na concepção de uma PCH, no universo de impactos ambientais, devem ser con- siderados de forma adequada, com o propósito de atender os interesses em saúde do trabalhador e do ambiente. A experiência reportada na literatura tem asseverado que há meios de controlar a emissão de ruído em níveis aceitáveis. 6. AGRADECIMENTOS Ao técnico Júlio César dos Santos pelo apoio para a realização das medições, aos operadores e funcionários das PCHs REPI e Luiz Dias pela receptividade e suporte dado no decorrer dos trabalhos de campo, e aos responsáveis pela Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), pela gentileza em permitir a realização das avaliações na área da PCH REPI. 7. PALAVRAS-CHAVE Pequenas centrais hidrelétricas, ruído ambiental, ruído em ambientes do trabalho. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: HOLDREN JP, SIMTH KR, KJELLSTROM T, STREETS D, WANG X et al. (2000) - Energy, the environment, and health. In: UNDPUnited Nations Development Programme, Unted Nations Department of Economic Affairs, World Energy Council - World energy assessment: energy and the challenge of sustainability . New York. UNDP; p. 61-110. BERMANN C. - Impasses e controvérsias da hidreletricidade (2007) - Estudos avançados 21(59):139-153. BERGLUND B, LINDVALL T. - Community noise. Stockholm: World Health Organization; 1995. EUROPEAN SMALL HYDROPOWER ASSOCIATION – Environmental integration of small hydropower plants (2005) - www.esha.be (acessado em 15/Jan/208). LECCE L, VISCARDI M, MAJA B, LIMONE, V, D'ISCHIA M, DI MASO, F.. (1999) – Active noise within generating/pumping groups of a large hydroelectric plant. J acoust soc am; 105:1301. ÇELIK O, YALÇIN S, ÖSTÜRK A (1998) - Hearing parameters in noise exposed industrial workers. Auris Nasus Larynx 25:369-75. KAYGUSUZ I, ÖSTÜRK A, ÜSTÜNDAG B, YALÇIN S (2001) - Role of free oxygen radicals in noise-related hearing impairment. Hearing Research 162: 43-47. AMOSER S, LADICH F. - Are hearing sensitivities if freshwater fish adapted to the ambient noise in their habitats? (2005) - J exp biology; 208:3533-3542. WYSOCKI LE, LADICH F. - Hearing in fishes under noisy conditions (2005) - JARO; 6:28-36. VASCONCELOS RO, AMORIM MCP, LADICH F (2007) - Effects of ship noise on the detectability of communication signals in the Lusitanian toadfish. J exp biology; 210:2104-112. MIYAMOTO RT, McCONNELL SO (1989) - Underwater noise generated by Columbia River hydroelectric dams; 85(51):5127. RICARDO, M. (2005) – “Estudos para o projeto de reabilitação da PCH REPI” trabalho de diploma do curso de Engenharia Hídrica, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 10151 (2000) – Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – procedimento. Rio de Janeiro (RJ). ABNT. FUNDACENTRO: Norma de Higiene Ocupacional. (2001) – Procedimento técnico – Avaliação de exposição ocupacional ao ruído. Fundacentro: Ministério do Trabalho e Emprego; BEHAR A, PLENER, R (1984). - Noise exposure - sampling stra- 43 INSTRUCTIONS FOR AUTHORS TO PREPARE TO HAVE ARTICLES TO BE SUBMITTED INSTRUÇÕES AOS AUTORES Forma e preparação de manuscrito Form and preparation of manuscripts Primeira Etapa (exigida para submissão do artigo) O texto deverá apresentar as seguintes características: espaço 1,5; papel A4 (210 x 297 mm), com margens superior, inferior, esquerda e direita de 2,5 cm; fonte Times New Roman 12; e conter no máximo 16 laudas, incluindo quadros e figuras. Na primeira página deverá conter o título do trabalho, o resumo e as Palavras-Chaves. Nos artigos em português, os títulos de quadros e figuras deverão ser escritos também em inglês; e artigos em espanhol e em inglês, os títulos de quadros e figuras deverão ser escritos também em português. Os quadros e as figuras deverão ser numerados com algarismos arábicos consecutivos, indicados no texto e anexados no final do artigo. Os títulos das figuras deverão aparecer na sua parte inferior antecedidos da palavra Figura mais o seu número de ordem. Os títulos dos quadros deverão aparecer na parte superior e antecedidos da palavra Quadro seguida do seu número de ordem. Na figura, a fonte (Fonte:) vem sobre a legenda, à direta e sem pontofinal; no quadro, na parte inferior e com ponto-final. O artigo em PORTUGUÊS deverá seguir a seguinte seqüência: TÍTULO em português, RESUMO (seguido de Palavras chave), TÍTULO DO ARTIGO em inglês, ABSTRACT (seguido de key words); 1. INTRODUÇÃO (incluindo revisão de literatura); 2. MATERIAL E MÉTODOS; 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO; 4. CONCLUSÃO (se a lista de conclusões for relativamente curta, a ponto de dispensar um capítulo específico, ela poderá finalizar o capítulo anterior); 5. AGRADECIMENTOS (se for o caso); e 6. REFERÊNCIAS, alinhadas à esquerda. O artigo em INGLÊS deverá seguir a seguinte seqüência: TÍTULO em inglês; ABSTRACT (seguido de Key words); TÍTULO DO ARTIGO em português; RESUMO (seguido de Palavras-chave); 1. INTRODUCTION (incluindo revisão de literatura); 2. MATERIALAND METHODS; 3. RESULTS AND DISCUSSION; 4. CONCLUSIONS (se a lista de conclusões for relativamente curta, a ponto de dispensar um capítulo específico, ela poderá finalizar o capítulo anterior); 5. ACKNOWLEDGEMENTS (se for o caso); e 6. REFERENCES. O artigo em ESPANHOL deverá seguir a seguinte seqüência: TÍTULO em espanhol; RESUMEN (seguido de Palabra llave), TÍTULO do artigo em português, RESUMO INTRODUCCTIÓN em português (incluindo (seguido revisão de de palavras-chave); literatura); 2. 1. MATERIALES YMETODOS; 3. RESULTADOS YDISCUSIÓNES; 4. CONCLUSIONES (se a lista de conclusões for relativamente curta, a ponto de dispensar um capítulo específico, ela poderá finalizar o capítulo anterior); 5. RECONOCIMIENTO (se for o caso); e 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Os subtítulos, quando se fizerem necessários, serão escritos com letras iniciais maiúsculas, antecedidos de dois números arábicos colocados em posição de início de parágrafo. No texto, a citação de referências bibliográficas deverá ser feita da seguinte forma: colocar o sobrenome do autor citado com apenas a primeira letra maiúscula, seguido do ano entre parênteses, quando o autor fizer parte do texto. Quando o autor não fizer parte do texto, colocar, entre parênteses, o sobrenome, em maiúsculas, seguido do ano separado por vírgula. O resumo deverá ser do tipo informativo, expondo os pontos relevantes do texto relacionados com os objetivos, a metodologia, os resultados e as conclusões, devendo ser compostos de uma seqüência corrente de frases e conter, no máximo, 250 palavras. Para submeter um artigo para a Revista PCH Noticias & SHP News o(os) autor (es) deverão entrar no site www.cerpch.unifei.edu.br/Submeterartigo. Serão aceitos artigos em português, inglês e espanhol. No caso das línguas estrangeiras, será necessária a declaração de revisão lingüística de um especialista. Segunda Etapa (exigida para publicação) O artigo depois de analisado pelos editores, poderá ser devolvido ao (s) First Step (required for submition) The manuscript should be submitted with following format: should be typed in Times New Roman; 12 font size; 1.5 spaced lines; standard A4 paper (210 x 297 mm), side margins 2.5 cm wide; and not exceed 16 pages, including tables and figures. In the first page should contain the title of paper, Abstract and Keywords. For papers in Portuguese, the table and figure titles should also be written in English; and papers in Spanish and English, the table and figure titles should also be written in Portuguese. The tables and figures should be numbered consecutively in Arabic numerals, which should be indicated in the text and annexed at the end of the paper. Figure legends should be written immediately below each figure preceded by the word Figure and numbered consecutively. The table titles should be written above each table and preceded by the word Table followed by their consecutive number. Figures should present the data source (Source) above the legend, on the right side and no full stop; and tables, below with full stop. The manuscript in PORTUGUESE should be assembled in the following order: TÍTULO in Portuguese, RESUMO (followed by Palavras-chave), TITLE in English; ABSTRACT in English (followed by keywords); 1.INTRODUÇÃO (including references); 2. MATERIAL E METODOS; 3. RESULTADOS E DISCUSSAO; 4. CONCLUSAO (if the list of conclusions is relatively short, to the point of not requiring a specific chapter, it can end the previous chapter); 5. AGRADECIMENTOS (if it is the case); and 6. REFERÊNCIAS, aligned to the left. The article in ENGLISH should be assembled in the following order: TITLE in English; ABSTRACT in English (followed by keywords); TITLE in Portuguese; ABSTRACT in Portuguese (followed by keywords); 1. INTRODUCTION (including references); 2. MATERIAL AND METHODS; 3.RESULTS AND DISCUSSION; 4. CONCLUSIONS (if the list of conclusions is relatively short, to the point of not requiring a specific chapter, it can end the previous chapter); 5. ACKNOWLEDGEMENTS (if it is the case); and 6. REFERENCES. The article in SPANISH should be assembled in the following order: TÍTULO in Spanish; RESUMEN (following by Palabra-llave), TITLE of the article in Portuguese, ABSTRACT in Portuguese (followed by keywords); 1. INTRODUCCTIÓN (including references); 2. MATERIALES Y MÉTODOS; 3. RESULTADOS Y DISCUSIÓNES; 4. CONCLUSIONES (if the list of conclusions is relatively short, to the point of not requiring a specific chapter, it can end the previous chapter); 5.RECONOCIMIENTO (if it is the case); and 6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. The section headings, when necessary, should be written with the first letter capitalized, preceded of two Arabic numerals placed at the beginning of the paragraph. Abstracts should be concise and informative, presenting the key points of the text related with the objectives, methodology, results and conclusions; it should be written in a sequence of sentences and must not exceed 250 words. References cited in the text should include the author\'s last name, only with the first letter capitalized, and the year in parentheses, when the author is part of the text. When the author is not part of the text, include the last name in capital letters followed by the year separated by comma, all in parentheses For paper submission, the author(s) should access the online submission Web site www.cerpch.unife.edu.br/submeterartigo (submit paper). The Magazine SHP News accepts papers in Portuguese, English and Spanish. Papers in foreign languages will be requested a declaration of a specialist in language revision. Second Step (required for publication) Comitê Editorial da Revista. After the manuscript has been reviewed by the editors, it is either returned to the author(s) for adaptations to the Journal guidelines, or rejected because of the lack of scientific merit and suitability for the journal. If it is judged as acceptable by the editors, the paper will be directed to three reviewers to state their scientific opinion. Author(s) are requested to meet the reviewers\' suggestions and recommendations; if this is not totally possible, they are requested to justify it to the Editorial Board Obs.: Os artigos que não se enquadram nas normas acima descritas, na sua totalidade ou em parte, serão devolvidos e perderão a prioridade da ordem seqüencial de apresentação. Obs.: Papers that fail to meet totally or partially the guidelines above described will be returned and lose the priority of the sequential order of presentation. autor (es) para adequações às normas da Revista ou simplesmente negado por falta de mérito ou perfil. Quando aprovado pelos editores, o artigo será encaminhado para três revisores, que emitirão seu parecer científico. Caberá ao(s) autor (es) atender às sugestões e recomendações dos revisores; caso não possa (m) atender na sua totalidade, deverá (ão) justificar ao 44 AGENDA/SCHEDULE 15 a 18/09/2009 – 1º Congresso Internacional de Meio Ambiente Local: São Paulo Site: www.abas.org/cimas 15 e 16/10/2009 - Passo a passo no planejamento, controle e indicadores gerenciais em Perdas Técnicas Elétricas Local: São Paulo Site: http://www.ibcbrasil.com.br/event/show/id/830 18 a 21/10/2009 - TI 2009 - Encontro de Tecnologia da Informação do Setor Elétrico Brasileiro Local: Belo Horizonte – MG Site: www.funcoge.org.br/ti/html/ti_2009.html 26 a 28/10/2009 – Hydro 2009 Local: França Site: www.hydropower-dams.com 25 a 31/10/2009 – 6ª EADC Local: Coréia Site: www.kncold.or.br 18 e 19/11/2009 - Energia e Meio Ambiente Local: São Paulo - SP Site: http://www.energiaemeioambiente.tmp.br 22/11/2009 - XX SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica Local: Olinda - PE Site: http://www.xxsnptee.com.br/ 22 a 26/11/2009 – XVIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos Local: Campo Grande - MS Site: www.abrh.org.br/xviiisbrh/ 25 a 27/11/2009 – FISE – Feria Internacional Del sector eléctrico Local: Medellín - Colômbia Site: WWW.feriasectorelectrico.com.co Energia Meio Ambiente Tecnologias Boas Práticas Simpósio e Mostra de Tecnologias e Casos de Sucesso em Práticas Sócio-ambientais do Setor Energético e de 18 e 19 de novembro de 2009 “ Um evento voltado ao debate de como realizar as obras necessárias ao desenvolvimento da infraestrutura brasileira com a melhor relação custo-benefício entre resultados sócio- OPINIÃO O licenciamento ambiental de PCHs e a matriz elétrica brasileira O licenciamento para implantação de novas PCHs é fundamental para a sustentabilidade da matriz elétrica nacional em crescente carbonização. Por Decio Michellis Jr. * As demandas ambientais são cada vez mais complexas e caras. As PCHs estão recebendo tratamentos similares às hidrelétricas no licenciamento ambiental. A existência de uma PCH pode ser classificada como um estressor de determinada ecorregião aquática, gerando eventualmente uma fragmentação de habitats com perda de biodiversidade aquática aparentemente vinculada a redução do tamanho do habitat pela supressão de lagoas marginais, áreas inundáveis, bancos de areia, berçários de espécies, alterações de quantidade e qualidade de água, sedimentos, etc. Outros conflitos potenciais adicionais tais como atividades de ecoturismo e esportes de aventura já existentes no local. E mais pressão dos ecocentristas para adiar ou reavaliar novos licenciamentos, pautados na retração do consumo de energia e crescimento da taxa de desemprego. Fatores estes que elevam as pressões para aumento das compensações socioambientais e dos prazos no licenciamento. No processo de licenciamento ambiental um volume expressivo das medidas compensatórias ambientais corresponde a déficits de investimentos públicos e não a mitigação de impactos dos empreendimentos. O empreendimento que causa significativo impacto ambiental somente obtém a respectiva licença ambiental, se houver a previsão de se eliminar os impactos ambientais considerados significativos. A licença somente é expedida quando todas as condições estão atendidas. E estas condições incluem a identificação dos impactos negativos e as medidas ou formas de mitigá-los ou minorá-los ao máximo, conforme a avaliação de impactos ambientais. Impactos negativos que não puderem ser totalmente eliminados serão danos residuais sem significação relevante e ou que estão dentro dos limites permitidos pela legislação ambiental que, justamente, consubstanciam a conciliação do desenvolvimento econômico e com a preservação do meio ambiente, ambos de vital importância para a vida da população. No projeto e construção de PCHs nem sempre o caminho mais curto é o melhor caminho. Os riscos são inversamente proporcionais a qualidade dos estudos ambientais apresentados. Utilize o ecodesign, a integração de aspectos ambientais nos projetos, com a aplicação contínua de uma estratégia ambiental integrada e preventiva, com a finalidade de aumentar a eficiência e reduzir riscos aos seres humanos e ao meio ambiente: fazendo o melhor possível (eficácia), na primeira vez, pelo menor custo (eficiência), respeitando o meio ambiente e as pessoas. Tenha uma política de relacionamento pró-ativa com a comunidade diretamente impactada pelo empreendimento com adequada e eficiente comunicação dos benefícios advindos da implantação do empreendimento até mesmo antes de iniciar o processo de licenciamento. Programe voluntariamente ações afirmativas de responsabilidade socioambiental com a comunidade diretamente impactada pelo empreendimento. Na negociação dos acordos e condicionantes do processo de licenciamento ambiental: i) Capacite seus interlocutores em técnicas de negociação; ii) Concentre-se nos interesses não nas posições; iii) Ofereça opções de ganhos mútuos; iv) Transforme rejeição em objeção: insista em critérios objetivos; v) Sempre que conveniente, invoque precedentes como tática de negociação; vi) Use de empatia: genuína intenção de entender o outro, respeitando o seu direito de perceber o mundo de maneira diferente; vii) Tenha transparência e ótima qualidade em todas as etapas do processo; viii) Analise suas restrições e previsões: até onde estamos dispos- 46 tos a ir (restrições dos empreendedores) e o que eles querem afinal? (previsão sobre as expectativas dos licenciadores); ix) Certifique-se que a licença ambiental ou outorga de direito de uso dos recursos hídricos foram concedidas em condições de legalidade para avançar com o empreendimento e x) Haja de maneira ética, negociando condições moralmente defensáveis e emocionalmente sustentáveis, agindo com cautela e prestigiando sempre seu interlocutor. Considere adequadamente a variável ambiental no processo decisório. O monitoramento e controle dos riscos associados ao licenciamento e a outorga é, sobretudo uma questão de bom senso e defesa da sustentabilidade do negócio: ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito. O licenciamento ambiental para implantação de novas PCHs é fundamental para a sustentabilidade da matriz elétrica brasileira em crescente carbonização. Mesmo que a sociedade não faça a mínima idéia do que isso significa na prática. Cabe aos empreendedores públicos e privados ajudá-la a descobrir. “Caminante, no hay camino, se hace el camino al andar”. (*) Secretário executivo do Comitê de Meio Ambiente da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE) e secretário executivo do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico. OPINION SHP environmental licensing and the Brazilian electric matrix The licensing for the implementation of new SHPs is of utmost importance for the sustainability of the national electric matrix, which is increasingly releasing CO2. Translation Adriana Candal The environmental demands are getting more and more complex and expensive. The Small Hydropower Plants (SHPs) are being treated similarly to large hydropower plants when the environmental licensing is concerned. The existence of an SHP may be classified as a stressor of a certain water ecosystem, eventually generating a habitat fragmentation, causing the loss of water biodiversity that is apparently connected to the reduction in the size of the habitat because of the extinguishment of marginal lakes, flooding areas, sandbanks, nursery of species, water quantity and quality alterations, sediments, etc. Other potential conflicts can also be added such as ecotourism and adventure sports activities which already exist at the site and more pressure coming from the radical environmentalists in order to postpone or reassess the new licenses due to a reduction in the energy consumption and the unemployment caused by the world economic crisis elevate the pressure towards an rise in the socioenvironmental compensations and in the deadline of environmental licensing. Within the environmental licensing process, an expressive amount of the environmental compensatory measures correspond to deficits of public investment, not to the mitigation of the impacts caused by the enterprises. The enterprise that causes significant environmental impacts will only receive the respective environmental license if there is a forecast regarding the elimination of the impacts that are considered to be significant. The license is only granted when all of the conditions are met. These conditions include the identification of the negative impacts and the measures to mitigate them as best as possible, according to the environmen- tal impact assessment. Negative impacts that cannot be completely eliminated will be residual damages without relevant meaning and/or that are within the limits allowed by the environmental legislation, which consubstantiate the conciliation of economic development with the preservation of the environment, both of utmost importance for the life of the population. As far as the project and the construction of a SHP are concerned, the shortest way is not always the best one. The risks are inversely proportional to the quality of the environmental studies that are presented. Use the ecological design, the integration of environmental aspects in the projects, with a continuous application of an integrated and preventive environmental strategy in order to increase the efficiency and reduce the risks to human beings and to the environment: doing the best (efficacious) at the first time at the lowest price (efficiency), respecting the environment and the individuals. Have a pro-active relationship policy with the community that is directed affected by the enterprise with an appropriate and efficient explanation of the benefits that will come from the implementation of the enterprise, even before its licensing process is started. Voluntarily, establish a program of affirmative actions regarding socio-environmental responsibility with the community that is directed affected by the enterprise. During the negotiation of agreements and conditions of the environmental licensing process: i) qualify interlocutors on negotiation techniques; ii) focus on the interests, not on the positions; iii) Offer options of mutual gains; iv) transform rejection into objection: insist on objective criteria; v) whenever it is convenient, use negotiation tactics; vi) Use empathy: a genuine intention to understand the others, respecting their right to perceive the world in a different way; vii) Work with transparency and optimum quality all through the phases of the process; viii) Analyze restrictions and forecasts: where are we willing to go (entrepreneurs' restrictions) and what do they want? (forecast about the licensors' expectations); ix) make sure that the environmental license or the grant to use the water resources were legally given so that the enterprise can go on; and x) act in an ethic way, negotiating conditions morally defensible and emotionally sustainable, acting cautiously and paying attention to the interlocutor. Consider the environmental variable in the decision making process appropriately. The monitoring and control of the risks associated to the licensing and the grant is, above all, an issue of common sense defense of the sustainability of the enterprise: ecologically correct, economically feasible, socially fair and culturally accepted. The environmental license for the implementation of new SHPs is considerably important for the sustainability of the Brazilian electric matrix, which is which is increasingly releasing CO2, even if the society does not have the slightest idea of what that means in practice. The public and private entrepreneurs must help the society find out. “Caminante, no hay camino, se hace el camino al andar”. (*) Executive secretary of the Environmental Committee of the Brasilian Association of Electric Energy Utilities (ABCE) and executive secretary of the Electric Sector Environmental Forum 47 OPINIÃO Meio Ambiente - UMA POLÍTICA DE GOVERNO Environment – A GOVERNMENT POLICY Licenciamento Ambiental deve ser definido como POLITICA DE GOVERNO, no sentido mais amplo da palavra. O bem estar da população com geração de emprego, renda e conforto passa pelo licenciamento ambiental. O desenvolvimento sustentável que tanto se fala e se apregoa passa pelo licenciamento ambiental e por empreendimentos necessários para o desenvolvimento da infra-estrutura brasileira. Mas as Leis, Decretos, Resoluções, Portarias e outras regras de menor hierarquia que regulam o licenciamento formam um emaranhado legal que inibe a ação do licenciador (na sua pessoa física) e desestimula o empreendedor. Tudo isso é um campo vasto para a ação procrastinadora das ONGs mal intencionadas, aquelas que criam a dificuldade para vender a facilidade. Também é um campo vasto para que o Ministério Público, tanto federal quanto estadual, atue no que denominam “interesses da sociedade” e mantenham os funcionários dos órgãos licenciadores e também os empresários em permanente estado de temor. E, assim, os empreendimentos não saem do papel, não são construídos, são adiados, custam mais caro, são inviabilizados e etc... e, portanto o desenvolvimento sustentável não acontece. Somente com uma POLÍTICA DE GOVERNO sólida, com um MARCO AMBIENTAL que seja moderno, sem sectarismos, com a determinação clara das atribuições entre as esferas federal/estadual/municipal, do papel dos agentes licenciadores e dos empreendedores, da aplicação justa dos fatores de compensação e mitigação, com cumprimento de prazos para os dois lados (quem licencia e quem empreende), com controle sério da atuação das ONGs e da responsabilização judicial das mesmas quando das ações irresponsáveis, da neutralidade dos MPs na avaliação dos verdadeiros impactos e benefícios/prejuízos ao meio-ambiente e sociedade é que teremos um Brasil capaz de dar vazão ao inúmeros desafios para o crescimento do país. Mas tudo isso, hoje, não passa de uma utopia. As questões político-partidárias se sobrepõem às questões técnico-operacionais que emperram o Brasil e não há espaço político para se discutir um MARCO AMBIENTAL. Enquanto isso, o Brasil triplicou as emissões e ainda vai utilizar mais térmicas. Não há, no horizonte de curto prazo, qualquer manifestação positiva de se desenvolver a região norte o imenso potencial de energia hidráulica que lá existe, em função das questões ambientais. Enquanto isso vamos remando e fazendo o que é possível nesta imensa gincana de obstáculos que é empreender em infra-estrutura no Brasil, notadamente no setor elétrico e PCHs. Environmental Licensing must be defined as a GOVERNMENT POLICY, in the widest sense of the word. The welfare of the population with job generation, income and comfort, goes through the environmental licensing. Sustainable development, which is in the spotlight now-a-days, goes through the environmental licensing and through enterprises that are necessary for the development of the Brazilian Infra-structure. But the Laws, Decrees, Resolutions and other rules less important rules that regulate the licensing form legal meshes that inhibit the action of the licenser (as a person) and discourages the entrepreneurs. All of this is a vast field for the procrastinating actions of badly-intentioned NGOs, those that create the difficulties to sell the facilities. It is also a vast field for the Public Ministry, both Federal and State, to act towards the so-called “society interest” and keep the employees of the licensing organs and the entrepreneurs in a permanent state of fear. This way, the enterprises are never started, they are never built, they are always postponed, they get more expensive, they become unfeasible… consequently, sustainable development never happens. It is only a solid GOVERNMENT POLICY with a modern ENVIRONMENTAL MARK and without limitations, with a clear definition of the tasks among the federal, state and city spheres, of the role of the licensing agents and entrepreneurs, of the fair application of the compensation and mitigation factors, with the fulfillment of the deadlines (licensing organs and entrepreneurs), with the serious control of the actions of the NGOs and their legal responsibility whenever there are reckless actions, the neutrality of the Public Ministries during the assessment of the real impacts and benefits /losses to the environment and to the society that we will have a country that is able to face the countless challenges for our growth. But, all of this today is nothing else than utopia. Political-party issues overlie techno-operational issues, slowing down the country and there is no political space to discuss an ENVIRONMENTAL MARK. Meanwhile, Brazil tripled its emissions and will use more thermal power plants. In the short run, the horizon shows no positive manifestation aiming at developing the North region and it huge hydropower potential because of environmental issues. So we keep paddling and doing whatever it is possible in this huge obstacle contest that is invest in infra-structure in Brazil, mainly in the electric sector and Small Hydropower Plants. Ricardo Pigatto Presidente da APMPE Ricardo Pigatto President of APMPE – Brazilian Association of Small and Medium Electric Power Producers saiba mais em: www.cerpch.org.br 48 NEWS Equipamento desenvolvido em Itajubá pode beneficiar comunidades isoladas Equipment developed in Itajubá can help isolated comunities Por Adriana Barbosa Translation Camila Galhardo O professor da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), no Sul de Minas, Geraldo Lúcio Tiago Filho, desenvolveu um equipamento de baixo custo que aproveita a correnteza dos rios para gerar energia elétrica. Além disso, o equipamento pode funcionar com uma velocidade de água mais baixa e sem impacto ambiental, pois não há a necessidade de represamento do rio. O equipamento patenteado como Hidropólio foi construído utilizando o mesmo princípio das asas de um avião. Ele é colocado dentro d'água sem desnível e sem a necessidade de construção de uma barragem. O Hidropólio é constituído por dois hidrofólios que são presos por hastes articuladas. Eles realizam um movimento oscilante, que aciona um gerador que por sua vez, transforma a energia mecânica em eletricidade. A quantidade de energia gerada depende da velocidade da água e das dimensões dos hidrofólios. O valor estimado do equipamento é de R$ 6 mil para um modelo com capacidade de fornecer energia a uma comunidade com até cinco casas, cada uma com aproximadamente seis lâmpadas, uma geladeira, um rádio, uma TV, uma antena parabólica e um chuveiro. A expectativa é de que o produto esteja no mercado em 2010. a ri B r as il e 0s 2 ano a ir E n g en h a e i * n a l o ASSOCIADOS a I n t e r n c The equipment named “Hidropólio” was built with the same principle of the airplane wing. It was submerged in a water channel without head and dam. The “Hidropólio” contain two Hydrofoils attached through a probe hinged. With realizes an oscillating motion, which starts the generator that transform the mechanical energy in electric energy. The amount of energy depends is related to the water speed and dimension of the equipment. The estimated value of the “Hidropólio” is R$ 6.000,00 (Six hundred Reais), approximately US$ 3.000, (Tree hundred US Dollars). It provides sufficient energy to a community of five houses, each with six lamps, a refrigerator, radio, television and a shower. The product will be available for sale by 2010. A RDR Consultores Associados foi fundada em dezembro de 1989 por um grupo de técnicos de alto nível com larga experiência na concepção e implantação de empreendimentos na área de energia elétrica, tendo por objetivo prestar serviços em estudos, projetos, consultoria e gerenciamento, tanto para clientes do setor público quanto privado. * CONSULTORES Professor Geraldo Lúcio Tiago Filho of the Federal University of Itajubá has developed a low cost equipment that uses the natural flow of the river to generate electric power. The equipment works with low speed, and cause less environment impacts due to the lack of a dam. No gerenciamento de programas, atua nas áreas de meio ambiente, educação e saúde, com financiamento internacional. No campo das hidrelétricas, a RDR atua desde a busca dos locais para os aproveitamentos até o Gerenciamento da implantação das Obras. O quadro da capacitação da RDR é: · · · · · · · Estudo deAvaliação de Potencial Estudo de Inventário Hidrelétrico Projeto Básico Projeto Básico, para contratação de serviço e aquisições de equipamentos ou para contratação de EPC Projeto Executivo Gerenciamento da Implantação das Obras Engenharia do Proprietário C O N S U L T O R E S A S S O C I A D O S RUA MARECHAL DEODORO, 51 - 15º ANDAR - GALERIA RITZ C U R I T I B A 8 0 . 0 2 0 - 9 0 5 P A R A N Á 55 41 3233-1400 r d r @ r d r. s r v. b r w w w. r d r. s r v. b r CURTAS Congresso na Colômbia reúne representantes do setor elétrico da América latina e região andina Por adriana Barbosa Nos dias 8, 9 e 10 de julho aconteceu em Medellín, na Colômbia, o 3er Congreso Anual EIC de Energía en Centroamerica y la Región Andina. O evento reuniu os líderes de negócios e de governo mais influentes, com o objetivo principal de estimular debates sobre a definição de políticas de energia para a região. O público deste evento foi composto por empresas de geração e distribuição de energia, Exploração & Produção (E&P), distribuidoras de gás, grandes consumidores de energia, empresas de construção e engenharia, Bancos e Investidores, órgãos e associações. O Brasil esteve presente no evento por meio do secretário executivo do Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas, CERPCH, Geraldo Lúcio Tiago Filho, no painel sobre "Análisis del Escenario de la Utilización de las Fuentes Renovables en Latinoamérica", com enfoque na utilização das PCHs no Brasil. NEWS Meeting in Colombia joins representatives of the electric sector of Latin America and Andean region Foto: Adriana Barbosa Translation Adriana Candal On July 8 – 10, Medellin, Colombia, held the 3rd Annual Congress EIC Andean & Central America. The event gathered the leaders in businesses and of the most influent governs. The most important goal was to encourage the debate about the definition of energy policies for the region. The audience of the event was formed by energy distribution and generation companies, E&P, gas distributors, large energy consumers, engineering and construction companies, banks and investors and associations. Brazil was also present in the event. Our representative was the executive secretary of CERPCH (National Center of Reference for Small Hydropower Plants), Mr. Geraldo Lúcio Tiago Filho. He took part in the panel " Analysis of Latin America's use of Renewable/ Resources Small-Scale Hydroelectric Potential", focusing on the use of SHPs in Brazil. CURTAS PCH no Sul de Minas sofre para obter o licenciamento ambiental SHP in the south of Minas Gerais suffers to attain Environmental License Por Adriana Barbosa Translation Adriana Candal As pequenas centrais hidrelétricas no Brasil produzirão juntas, segundo estudos da Aneel, cerca de 7,5 mil MW de energia. Há um custo relativamente baixo para implementação, algo em torno de R$ 4 milhões o MW/h. As pequenas usinas podem responder por até 8% da matriz energética do País nos próximos quarenta anos. The Small Hydropower Plants (SHPs) in Brazil will produce together, according to Aneel studies, about 7.5 thousand MW of energy at a relatively low implementation cost – about R$ 4 million the MW/h. The SHPs can contribute with up to 8% of the energy matrix of the country within the next forty years. Mas a expansão das pequenas centrais já começa a atrair opositores. Na cidade de Aiuruoca, localizada no sul de Minas Gerais, a construção de uma PCH orçada em R$ 80 milhões causa polêmica. A construção demanda o desmatamento de uma área de 13 hectares de Mata Atlântica localizada dentro de uma área de proteção ambiental (APA). Os moradores temem que a construção da usina traga danos ao ecoturismo, uma das fontes de renda na região. However, the expansion of the SHPs has already started to attract opposers. In the town of Aiuruoca, located in the south of the state of Minas Gerais, the construction of an R$80 million SHP has cause controversy. The construction demands the deforestation of an area of 13 hectares de Atlantic Forest located within the boundaries of an Environmental Preservation Area (APA). The dwellers of the town fear the construction will harm ecotourism activities, one of the income sources of the region. O Processo Administrativo para exame de Licença de Instalação da PCH Aiuruoca, neste caso, está engessando o empreendimento e não gerenciando o mesmo. Uma vez que para obter a autorização o empreendedor da usina de Aiuruoca deverá obedecer 155 condicionantes, o que é contraditório se comparar com o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira – Bacia Amazônica, que abrange as Usinas de Santo Antônio e Giral, que juntas terão uma área inundada de 529km² de Floresta Amazônica, e já possui a licença prévia concedida pelo IBAMA com apenas 33 condicionantes, afirma o representante da Associação dos Municípios do Lago de Furnas, Fausto Costa. The Administrative Process for the assessment of the Installation License of Aiuruoca SHP, in this case, is delaying the enterprise, not managing it. In order to attain the authorization, the entrepreneur of Aiuruoca SHP must obey 155 conditions. This is contradictory when compared with River Madeira Hydropower Complex – Amazon Basin, which comprises Plants Santo Antônio and Giral. Together they will have a flooded area of 529km² of Amazon Forest and they already have the previous license granted by IBAMA with only 33 conditions, said the representative of the association of the towns around the lake of Furnas, Mr. Fausto Costa. Segundo o representante do IBAMA, Fernando Afonso Bonillo Fernandes, na sua primeira inserção no conselho para obtenção da licença prévia, já houve uma recomendação de negação por parte da FEAM sobre o empreendimento. “Na verdade, essas cento e tantas condicionantes que foram impostas ocorreram em decorrência dos conselheiros não terem acatado a recomendação técnica pelo não empreendimento”, ressalta Fernando. According to IBAMA representative, Mr. Fernando Afonso Bonillo Fernandes, The first time the SHP was presented to the council for the attainment of the previous license, there was already a negative recommendation given by FEAM. “In fact, these one hundred and something conditions were imposed because the council did not accept the technical recommendation against the enterprise”, highlights Mr. Fernandes. Para o Secretário Executivo do CERPCH, Geraldo Lúcio Tiago Filho, o empreendedor do setor de PCH tem o maior interesse em preservar o meio ambiente, “porque a água é parte do projeto dele, ele precisa manter a água tanto em quantidade quanto em qualidade para viabilizar o empreendimento”. Por isso, a mata que for atingida na construção do reservatório terá que ser recomposta nas margens do lago, enfatiza Tiago. For CERPCH's executive secretary, Mr. Geraldo Lúcio Tiago Filho, the investors in SHP have great interest in preserving the environment because “the water is part of their project and they need to preserve the water regarding both quantity and quality in order to make the enterprise feasible”. That is the reason why the vegetation that is affected by the construction of the reservoir will have to be compensated on the banks of the lake, emphases Mr.Tiago Filho. Por outro lado a coordenadora do Grupo de Estudo de Temáticas Ambientais – GESTA, Andréa Zhouri, contrária ao licenciamento argumentou “vamos criar uma situação de isolamento, já é um corredor ecológico natural, que vai ser suprimido na construção da usina, vai causar um isolamento, um dano muito grande ao meio ambiente e as espécies que circulam e que vivem nesse meio ambiente antropizado”. Para tentar resolver esse impasse foi realizada no dia 03 de agosto, uma reunião ordinária no Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM Unidade Regional Colegiada Sul de Minas que aprovou o licenciamento, mas o mesmo deverá ser legitimado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente. “Uma vez que o certificado de licença não poderá ser emitido sem o controle de legalidade do secretário de meio ambiente”, finaliza a assessora jurídica da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Sul de Minas, Cristiane Brant Veloso. 54 On the other hand, the coordinator of GESTA (a group for environmental studies), MS. Andréa Zhouri, who is against the license, said that “we are going to create an isolating situation. It is an ecological corridor that will be suppressed because of the construction of the SHP, causing isolation, a huge impact on the environment and on the species that live in this anthropic environment”. In order to try to solve this deadlock, on August 3rd, there was a meeting of the Environmental Policy State Council – COPAM, which approved the license, but the license must be legitimated by the Environment State Secretary. “Given that the license certificate cannot be granted without the legal control of the Environment Secretary,” said the legal assistant of the Regional Superintendence for the environment and Sustainable Development of the South of Minas, MS. Cristiane Brant Veloso.