anais criança 2015 - Complexo Pequeno Príncipe

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anais criança 2015 - Complexo Pequeno Príncipe
ANAIS CRIANÇA
2015
IV CONGRESSO
INTERNACIONAL DE
ESPECIALIDADES PEDIÁTRICAS
Local: Expotrade Convention Center
Curitiba – PR
Data: 30 de Maio a 02 de Junho de 2015
Realização:
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
MÓDULO DE
ANESTESIOLOGIA
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE ANESTESIOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLAn-001 - ESTUDO SOBRE O TEMPO DE COAGULAÇÃO ATIVADA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS APÓS O EMPREGO
DA CLONIDINA COMO ADJUVANTE DA ANESTESIA GERAL
MÁRIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO; VANESSA GOLFETTO ULIANO; GABRIELA DE SIO PUETTER KUZMA
FURB
INTRODUÇÃO: A clonidina é um agonista dos receptores alfa-2 adrenérgicos. Sugere-se que esses fármacos possam interferir no
mecanismo de coagulação sanguínea, principalmente em relação ao mecanismo trombótico. Os estudos existentes sobre os
efeitos dos agonistas #945;2 na coagulação sanguínea em pacientes adultos apresentam resultados controversos. Na literatura
inexistem trabalhos que estudaram os efeitos sobre o mecanismo de coagulação em pacientes pediátricos, grupo de pacientes
no qual o uso de agonistas alfa-2 é crescente tanto como adjuvantes da anestesia geral quanto como medicação pré-anestésica.
OBJETIVO: O presente estudo avaliou os efeitos da clonidina sobre o tempo de coagulação ativada de pacientes pediátricos, no
qual esta droga foi utilizada como adjuvante à anestesia geral. MATERIAL E MÉTODOS: Ensaio clínico aleatório. Foram
observados 60 pacientes pediátricos, com idades mínima de 3 anos e máxima de 10 anos, submetidos a anestesia geral para
procedimentos cirúrgicos eletivos cuja duração não excedeu 120 min. Os pacientes foram aleatoriamente divididos em dois
grupos de 30 pacientes cada. O grupo C (grupo controle) recebeu anestesia geral balanceada constituída de remifentanil na dose
de 0,3 #956;g.kg-1.min-1, sevoflurano e besilato de atracúrio na dose de 0,4 mg.kg-1. O grupo Alfa-2 recebeu anestesia geral
balanceada constituída de remifentanil na dose de 0,1 #956;g.kg-1.min-1,sevoflurano, atracúrio na dose de 0,4 mg.kg-1. Após a
indução anestésica dose de 2 µg.kg-1 de clonidina foi administrada no grupo Alfa-2. Os pacientes dos grupos em estudo tiveram
amostra sanguínea (3 ml) colhida em dois momentos distintos para execução da prova de tempo de coagulação ativada (TCA),
imediatamente após a punção venosa, e ao final do ato cirúrgico. RESULTADOS: Não foram encontradas diferenças estatísticas
quanto aos valores de tempo de coagulação ativada entre os grupos. Não foram verificados efeitos adversos relacionados com a
técnica anestésica ou com os fármacos empregados. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes entre os
grupos, quanto aos valores de pressão arterial e frequência cardíaca. CONCLUSÕES: Nas condições deste estudo, não foram
encontradas alterações no tempo de coagulação ativada, nem alterações hemodinamicamente significativas nos pacientes
pediátricos aos quais se administrou clonidina.
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MÓDULO DE ANESTESIOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLAn-002 - INCIDÊNCIA DE VÔMITOS APÓS O EMPREGO DO ÓXIDO NITROSO COMO ADJUVANTE DA ANESTESIA
GERAL EM CRIANÇAS SUBMETIDAS À ADENOTONSILECTOMIA: ESTUDO COMPARATIVO
MÁRIO JOSÉ DA CONCEIÇÃO; GUSTAVO RESENDE NÓRA; FÁBIO BORDIN TRINDADE; DIONARA FRARE
FURB
INTRODUÇÃO: Entre as complicações frequentemente observadas no pós-operatório imediato de adenotonsilectomias em
crianças, estão as náuseas e vômitos (NVPO). Torna-se portanto imperativo o aprimoramento dos tratamentos que permitam a
diminuição, ou mesmo a eliminação, dos episódios de vômitos no período pós-operatório. Fatores comuns em cirurgias
otorrinolaringológicas, como o estímulo do nervo trigêmeo, sangue deglutido causando irritação da mucosa gástrica, intubação
traqueal, o uso de opióides e óxido nitroso no perioperatório estão associados a maior prevalência de NVPO. Portanto, apenas o
uso do óxido nitroso como causa para maior incidência de NVPO em crianças poderia ser questionado uma vez que outros
fatores estão envolvidos. Estudos sobre o óxido nitroso como causa para o aumento da incidência de NVPO no pós-operatório
em pacientes pré-escolares são poucos, e esta faixa etária pode se comportar diferente dos adultos. OBJETIVOS: O objetivo
desse estudo foi comparar o emprego do óxido nitroso como adjuvante da anestesia geral em técnicas com e sem o emprego
deste agente anestésico, e a incidência de vômitos no pós-operatório de adenotonsilectomias. MATERIAL E MÉTODOS: foram
observados setenta (70) pacientes pediátricos, pré-escolares, submetidos a adenotonsilectomias, aleatoriamente divididos em
dois grupos de 35 pacientes cada, escolhidos através de sorteio obtido de envelope fechado e nomeados de grupos CON e SON.
Os pacientes dos dois grupos, seguindo a rotina do serviço, não receberam medicação pré-anestésica. Os pacientes do grupo
CON receberam anestesia geral utilizando-se óxido nitroso como coadjuvante e os pacientes do grupo SON, não receberam este
agente anestésico. A incidência de vômitos no período pós-operatório, por até 24h, foi avaliada por profissionais que
desconheciam a técnica anestésica empregada. Foram excluídos do estudo portadores de comorbidades, sem tratamento, de
qualquer etiologia, pacientes que necessitaram qualquer tipo de medicação pré-anestésica, recusa por parte dos pais,
responsáveis ou pacientes e crianças que tiveram qualquer tipo de complicação envolvendo técnicas anestésicas, bem como
aqueles com histórias de vômitos por outros motivos. Os resultados obtidos receberam tratamento estatístico, e foram
apresentados na forma de n (%) ou média +DP conforme indicado. Na comparação dos resultados foram utilizados testes
estatísticos conforme indicados. Os valores para “p” foram fixados aleatoriamente em <0,05 como significativos. O número de
pacientes (“n”) foi fixado a partir de cálculo do tamanho da amostra que determinou que 35 pacientes por grupo seriam
necessários (a = 0,80 , b = 0,05). RESULTADOS: No grupo SON, um paciente apresentou um episódio de vômito em 24h no pósoperatório (2%), 34 pacientes não se queixaram, não recebendo medicação antiemética. No grupo CON, um paciente
apresentou vômito (2%) em duas oportunidades. Não se observou queixa de vômitos nos 34 pacientes restantes. Na comp
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MÓDULO DE
BIOÉTICA,
HUMANIDADES E
HUMANIZAÇÃO
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO– TEMA LIVRE_Apresentação
Oral
TLBh-001 - VIOLÊNCIA SIMBÓLICA CONTRA CRIANÇA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA
HOUDA IZABELA DE OLIVEIRA; DAIANE PRISCILA SIMÃO-SILVA; MÁRIO ANTÔNIO SANCHES
PUC-PR
INTRODUÇÃO: A criança possui características singulares que a tornam vulnerável, sendo essas mais propensas a ser facilmente
atingidas e vitimadas. As formas de violência contra criança podem ser física, sexual, psicológica e até mesmo simbólica. A
violência simbólica difere da psicológica, pois, enquanto a psicológica afeta o desenvolvimento de uma criança, a simbólica é
mais ampla e se baseia na elaboração de crenças no processo de socialização e elaboração de padrões sobre si mesma, sobre o
outro e de visão de mundo. Numa sociedade globalizada, o desenvolvimento de exames para diagnóstico de anomalias
congênitas em embriões (antes da implantação no útero no processo de fertilização in vitro) ou no estágio intra-uterino, na
gravidez, tem sido apresentado como sinônimo de desenvolvimento biotecnológico e progresso científico. Ambos os processos
configuram formas de aborto eugenésico, que é um tipo de aborto definido como de natureza terapêutica ou profilática,
evitando o nascimento de crianças com patologias incuráveis. OBJETIVOS: O presente trabalho visou analisar como o
diagnóstico pré-implantacional (PGD) e a legalidade do aborto eugenésico podem representar um tipo de violência simbólica
contra a criança portadora de deficiência. Metodos: será utilizado o conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu para uma
análise crítico-analítica, através de referencial teórico. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo Bourdieu, para a manutenção da
sociedade há a construção social de um sistema simbólico que leva a interiorização da cultura por todos os membros da mesma.
Tal sistema é produtor de crenças coletivas que fazem parte do discurso dominante. Neste sentido, a violência simbólica é uma
forma de poder que exerce função pedagógica através de condições sociais de imposição e inculcação. Este constructo social do
sistema simbólico gera exclusão de certos grupos. Nos últimos 60 anos tem-se discutido sobre políticas e leis brasileiras na
criação de programas e serviços visando à inclusão social. A inclusão não é apenas a garantia dos direitos da pessoa, mas
também o combate a exclusão aos benefícios da vida em sociedade. Neste âmbito, a inclusão para as pessoas portadoras de
deficiência configura-se como uma das mais desafiantes, principalmente para a criança, sendo a infância uma das fases
estratégicas para valorização da diversidade e percepção das peculiaridades que a deficiência confere. Contudo, numa
perspectiva de reconhecimento da dignidade da pessoa portadora de deficiência, independente a sua condição física e
intelectual, deparamo-nos com novas tecnologias que legitimam a desvalorização e marginalização social dessas crianças. Neste
sentido o PGD e o aborto eugênico constituem uma ferramenta de violência simbólica por expressar uma imposição “legítima e
dissimulada” de um arbitrário cultural. Isto se dá pelo reconhecimento de que os testes permitem evitar o nascimento de uma
criança indesejável socialmente por não atender critérios e padrões predeterminados nos discursos dominantes. CONCLUSÃO:
Toda criança tem direito a uma vida digna e, conforme salienta Bourdieu sobre a violência simbólica, devemos zelar para que o
sistema de exclusão da criança portadora de deficiência não seja considerado natural e inevitável, legitimado pela imputação de
falta de habilidades e capacidades sociais almejadas.
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MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO – TEMA LIVRE_Apresentação
Oral
TLBh-002 - AÇÃO MULTIPROFISSIONAL NAS PRÁTICAS COTIDIANAS DO PROCESSO DE GESTÃO PARTICIPATIVA EM
UMA ENFERMARIA INFANTIL– NATAL/RN
ROBERTA RIBEIRO NUNES; JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; FERNANDA LUCIA NASCIMENTO FREIRE; ANA CLAUDIA FERNANDES DA
SILVA; RUTH CLAUDINAN FREITAS L. LORENZETTI; MARIA VIVIANE PAIVA M. CUNHA; SELMA MARIA MARTINS NUNES; MARCELA
DE OLIVEIRA SILVA; THAISE SANTANA LOPES; SHEILA KATIUSCIA BERNARDO S. CRUZ
HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO
O modelo de gestão participativa, como dispositivo da Política Nacional de Humanização, leva a mudanças nas práticas
verticalizadas e autoritárias de gestão tradicional, com participação democrática de todas as áreas profissionais. As diversas
categorias profissionais como membros de uma equipe que desenvolve práticas voltadas para o usuário e trabalhador num
processo de inclusão participativa, contribuindo assim para a cogestão. OBJETIVO: Mostrar a participação de Equipe
Multiprofissional dentro do processo de gestão participativa na unidade de enfermaria pediátrica do Hospital, através da
participação das ações desenvolvidas dentro dos processos de trabalho, visando a qualificação da assistência voltada ao usuário
do sistema único de saúde. MATERIAL E MÉTODO: Na enfermaria pediátrica do hospital, como sendo uma unidade de
referência no processo de gestão participativa, vem executando práticas voltadas à melhoria da assistência ao usuário numa
participação coletiva com os diversos atores envolvidos na unidade com representação de todos os profissionais (médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeuta ocupacional, assistente social, pedagogos, brinquedistas, higienizadores,
etc..). O colegiado, como sendo uma das práticas, formado pelos componentes da equipe, se reúne sistematicamente para
discutir as práticas cotidianas no processo de trabalho, as relações interpessoais, permitindo as discussões das problemáticas
numa dinâmica democrática e participativa onde se estabelece a melhor forma de conduzir o funcionamento da unidade e a
forma de trabalho. O representante deste colegiado se faz presente no colegiado gestor (direção e representantes de colegiados
de todas as unidades hospitalar). Outra prática cotidiana implantada na enfermaria é a roda de conversa com os
acompanhantes, onde há inclusão do usuário nesse processo. Nesse momento os profissionais reúnem-se junto com os
familiares acompanhantes para discutirem normas e rotinas de funcionamento da enfermaria, abrindo sempre a fala para todos
se colocarem e opinarem sobre seu funcionamento e formas de trabalho. RESULTADO: O processo democrático leva a satisfação
dos trabalhadores e usuários, pois são incluídos na gestão, com conseqüente construção de uma melhoria da qualidade da
assistência e das condições de trabalho, ao se sentirem parte integrantes. CONCLUSÃO: A transformação das práticas e do
sistema de hierarquia gera dificuldades inúmeras, principalmente para os gestores que centralizam o poder. O processo de
cogestão é um modelo novo que estimula a participação coletiva de todos, onde as diversas categorias profissionais vão se
inserir buscando a co-responsabilidade nas ações de trabalho, porém é um processo contínuo de mudanças de paradigmas e
práticas antigas que para acontecer destitui muitos de sua zona de conforto, todavia os resultados são positivos levando o
trabalhador a satisfação profissional culminando com uma assistência de qualidade, refletida na satisfação das mães
acompanhantes e redução da estadia hospitalar dos pequenos pacientes.
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Oral
TLBh-003 - BRINQUEDOTECA E CLASSE HOSPITALAR: ESPAÇOS DO BRINCAR COMO FERRAMENTA NO RESGATE DA
AUTONOMIA E CONTINUIDADE DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DURANTE SUA ESTADIA HOSPITALAR
ROBERTA RIBEIRO NUNES; JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; IARA LUCENA PEREIRA DA COSTA; ANA CLAUDIA FERNANDES DA SILVA;
THAISE DE SANTANA LOPES; ADELAIDE CARLIANE S. H. ALENCAR DOS SANTOS; FERNANDA LUCIA NASCIMENTO FREIRE
HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO
INTRODUÇÃO: A hospitalização infantil tem gerado cada vez mais desafios para os profissionais da saúde, objetivando minimizar
os efeitos negativos do internamento sobre a criança e assim torna-las cada vez mais agentes ativos nesse processo,
oportunizando um atendimento integral ao pequeno paciente durante sua hospitalização, respeitando suas características
dentro da sua fase de desenvolvimento. A brinquedoteca e classe hospitalar traz possibilidades de proporcionar de maneira
humanizada a ressignificação no processo de adoecimento e sua recuperação, tendo como base a arte do brincar em diferentes
espaços. OBJETIVO: mostrar a importância da brinquedoteca e classe hospitalar no resgate da autonomia da criança durante seu
cotidiano dentro de uma enfermaria infantil. MATERIAL E MÉTODO: Através de práticas e atividades lúdicas diárias é
estruturado uma rotina para a criança, onde ela transita com liberdade entre a brinquedoteca e classe hospitalar, possibilitando
através de atendimentos diferenciados e específicos para cada criança um fazer através de sentidos e sentimentos construídos
no ato do brincar, atividade principal da criança. Através do brincar como instrumento terapêutico na brinquedoteca e no
brincar como instrumento pedagógico na classe hospitalar, respeita-se a singularidade de diferentes espaços e atuações.
RESULTADO: Uma prática humanizada, respeitando o envolvimento e autonomia da criança nos diferentes espaços, valorizando
cada atuação dentro da sua área de intervenção e campo de ação, entendendo a criança como sujeito de direito em
desenvolvimento, com necessidades diferenciadas, resultando em um processo de recuperação de forma mais satisfatória com
consequente redução de danos e da estadia hospitalar. CONCLUSÃO: A transformação do contexto hospitalar através do brincar
na brinquedoteca e classe hospitalar, onde a criança se aproxima das suas atividades cotidianas perdidas ao ser internada,
promovendo o respeito em sua integralidade ao entender esta criança como um ser biopsicossocial, com necessidades
terapêuticas e pedagógicas, faz com que não haja uma ruptura do constante processo de desenvolvimento próprio da criança.
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MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO – TEMA LIVRE_Apresentação
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TLBh-004 - HUMANIZAÇÃO : A ARTE DE SALVAR VIDAS
SIRLEI DA SILVA; ELIETE COLOMO
SOCIEDADE HOSPITALAR ANGELINA CARON
INTRODUÇÃO: Desde a instalação das primeiras Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal (NEO) e Pediátrica (PED), a
preocupação quanto a implantação de melhores equipamentos e tratamentos diferenciados vem aumentando, buscando como
resultado final uma melhor assistência à criança em estado grave. Nesta jornada, muito tem sido discutido sobre ações que
tornem o atendimento ao paciente e seus familiares mais humano, tendo a enfermagem como grande aliada neste processo.
OBJETIVO: Apresentar as metodologias de humanização utilizadas nas Unidades de terapia intensiva pediátrica e neo natal de
um Hospital Universitário da Região Metropolitana de Curitiba no apoio terapêutico e de recuperação dos pacientes. MATERIAL
E MÉTODO: Na instituição são utilizadas metodologias como mãe canguru, banho no ofurô, redes nas incubadoras,
brinquedoteca, materiais lúdicos, grupos de voluntários, permite o livre acesso dos pais aos profissionais médicos e enfermeiros
além de possuir uma casa de apoio. RESULTADOS: Ainda encontra-se em fase de CONCLUSÃO por meio da análise dos
prontuários durante o período de Julho de 2014 a Janeiro de 2015. CONCLUSÃO: A Instituição analisada entende que humanizar
é um processo que requer treinamento de toda equipe multidisciplinar, aliado ao apoio da Direção, para que haja uma mudança
efetiva no atendimento. Assim, garantimos não apenas a alta mais rápida do paciente, como também a melhora da ambiência
de trabalho uma vez que a equipe de saúde fazendo a diferença na vida dos outros transforma a sua própria vida.
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PÔSTERES
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MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO_POSTER
PBh-001 - ODONTOLOGIA PREVENTIVA À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE NO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
MARIA DA GRAÇA DIAS SANTOS LINO; CAIO BRENO MARTINS DE OLIVEIRA
PREFEITURA MUNICIPAL DE OLHO D ÁGUA DAS CUNHÃS-MA
INTRODUÇÃO: As atividades de odontologia preventiva constituem estratégia relevante com vista à integralidade da atenção no
âmbito odontológico de assistência na infância e adolescência. O Programa de Saúde Bucal contribui para adoção de
conhecimento e desenvolvimento de habilidades e aptidões pessoais, com vantagens para a saúde bucal. Com a criação do
Programa Saúde na Escola, através do Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, permitiu-se a integração de equipes
multiprofissionais na rede escolar e a presença do odontólogo, com o propósito de participar de ações de prevenção, promoção
e atenção à saúde da criança e adolescente, com cuidado integral e humanizado. OBJETIVO: Relatar a experiência profissional
em atividade odontológica preventiva com crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de estudo com abordagem
qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado através de trabalho no Programa de Saúde Bucal e Programa Saúde na
Escola, com crianças de 03 a 11 anos e adolescentes de 12 a 18 anos em instituições públicas de ensino no município de Olho
D’Água das Cunhãs, estado do Maranhão. As atividades foram iniciadas em maio de 2014, com carga horária semanal de 10
horas. O estudo obteve aprovação ética da instituição. RESULTADOS: Realizou- se atividades preventivas de saúde bucal, com
destaque para escovação supervisionada e aplicação de flúor tópico, uso dos recursos educativos de macromodelos da cavidade
bucal, folhetos informativos, banners e palestras. Os temas abordados nas palestras eram selecionados de acordo com a faixa
etária. Para crianças eram explicados cuidados com a dentição decídua, a substituição desta por dentição permanente e
escovação dentária. As crianças faziam atividade educativa artística da cavidade oral com desenho em papel. Com os
adolescentes as ações educativas procuraram explanar a ação da placa bacteriana no esmalte dentário; gengivite aguda; fatores
intrínsecos e extrínsecos no processo carioso; funções dentárias: mastigatória, estética e fonética; ação química da saliva na
cavidade bucal e efeito de refrigerantes e sucos industrializados na erosão do esmalte dentário. Os adolescentes também
realizaram atividade artística com desenho das partes constituintes dos dentes: osso alveolar, esmalte, dentina e polpa dentária.
Na presença das mães as explicações foram reforçadas e a amamentação estimulada, devido seus benefícios para a musculatura
e estética facial da criança, saúde física e mental. Em todos os momentos utilizou-se linguagem de fácil entendimento para
crianças, adolescentes e familiares. CONCLUSÃO: A prevenção em saúde bucal direcionada a crianças e adolescentes nas escolas
ajudou a sensibilizar essa população, sobre os problemas dentários e a evitar danos ao órgão dental, uma vez que o mesmo
acompanha durante toda a vida ao mastigar, falar e sorrir e nessa fase da vida merece atenção especial. No desenvolvimento do
trabalho uma dificuldade foi a baixa participação dos pais, pois esses devem ser incentivadores na adesão a escovação
adequada, aos hábitos de higiene oral e controle de alimentos açucarados. Assim, a odontologia preventiva pode e deve estar
presente nas ações dos profissionais, pois promove novas condutas e eleva a qualidade de vida na infância e adolescência.
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MÓDULO DE BIOÉTICA HUMANIDADES E HUMANIZAÇÃO_POSTER
PBh-002 - MOMENTO DA PAZ UMA TECNOLOGIA RELACIONAL COMO ESTRATÉGIA NA HUMANIZAÇÃO DO
PROCESSO DE TRABALHO EM UMA ENFERMARIA INFANTIL
JOAO BOSCO LIMA BARBOSA; ROBERTA RIBEIRO NUNES
HOSPITAL GISELDA TRIGUEIRO
INTRODUÇÃO: O Momento da Paz é uma prática dos profissionais e usuários da enfermaria infantil de um hospital público na
cidade do Natal-RN, onde se reúnem num instante de meditação, reflexão e prece conjunta. OBJETIVO: Proporcionar um
momento de meditação, reflexão, acompanhado de oração, com conseqüente relaxamento, gestos de confraternização e paz,
envolvendo usuários acompanhantes e pequenos pacientes, equipe de funcionários (médicos, enfermeiros, técnicos de
enfermagem, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, técnicos de higienização, brinquedista, etc), voluntários e com a
participação do próprio gestor. Período no qual não se permite realização de quaisquer procedimento invasivo e/ou não
invasivo (coleta de exames, realização de RX, administração de medicamentos, etc), dentro do possível. MATERIAL E MÉTODOS:
o acolhimento neste momento é conduzido através de uma roda onde se coloca a importância da cura não só do corpo, como
também o fortalecimento espiritual, não priorizando e sim respeitando as múltiplas religiões, dando oportunidade de momentos
de fala e reflexão, numa ação grupal e coletiva, abrindo espaço para discussão de questões acerca da doença, dor, medos,
receios, perdas e luto, como também mostrando possibilidades, esperanças e troca de experiências vivenciadas. RESULTADO:
um processo de humanização em consonância com a política nacional de humanização, que preconiza suas diretrizes na busca
do aprimoramento e qualidade do atendimento ao usuário do SUS, como também seu acolhimento, valorizando seus
trabalhadores e dando oportunidade para que haja um encontro com o outro neste processo de tecnologia relacional.
CONCLUSÃO: esta prática, até ser concretizada, enfrentou barreiras ao quebrar normas e paradigmas de um ambiente de
enfermaria hospitalar (estresse, tensão, sofrimento, dor, morte), onde houve uma abertura inicial através de rodas de conversas
envolvendo funcionários e usuários nas dificuldades encontradas (horário de alimentação, medicação, realização de exames,
higienização, etc), superando-as paulatinamente através dos resultados positivos que foram surgindo ao decorrer da
experiência. Hoje já temos registros dessa experiência exitosa através de vídeos, fotos e depoimentos positivos em relação a
esta prática, pelos usuários acompanhantes e pequenos pacientes, bem como de funcionários e profissionais envolvidos,
fazendo parte da rotina semanal da unidade. Sob a ótica dos profissionais, a inserção de tecnologias leves tem sido uma
contribuição positiva na superação de acompanhantes e pacientes infantis na busca da recuperação de sua autonomia durante
sua estadia na ambiência hospitalar distante do próprio lar.
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PBh-003 - A IMPORTÂNCIA DA EQUOTERAPIA NO MANEJO MULTIDISCIPLINAR E HUMANIZADO DE PACIENTE
PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL – RELATO DE CASO
BIANCA ZAMBUZZI MELONI; FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA
MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA
HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE
MANGABEIRA
INTRODUÇÃO A Paralisia Cerebral é definida como uma encefalopatia crônica infantil não progressiva, decorrente de uma lesão
ocorrida no cérebro em desenvolvimento, levando a um distúrbio postural. Não existe uma causa específica e o acometimento
multifatorial deve-se principalmente por causas genéticas, infecção intrauterina, baixo peso ao nascimento, hipóxia e isquemia
perinatal. A classificação é baseada no tônus muscular, podendo ser hipotônico, espástico (hipertonicidade), atetóide (tônus
flutuante), atáxico (hipotonia e movimentos involuntários) e misto. As principais manifestações clínicas da paralisia cerebral são
alterações motoras, do tônus postural e também distúrbios sensoriais, perceptivos, afetivos e intelectuais. O tratamento é
intertransmultidisciplinar, envolvendo áreas médicas, como Ortopedia, Neurologia, Genética Médica e Cardiologia; e outras
áreas da Saúde como Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Odontologia, Fonoaudiologia e Nutrição. Existem diversas técnicas de
tratamento do tônus muscular, como Hidroterapia, Cinesioterapia e a Equoterapia. Esta última é um método terapêutico e
educacional que utiliza o cavalo para realizar a terapia e o acompanhamento com a Fisioterapia, buscando assim o
desenvolvimento biopsicossocial e melhora do tônus postural e do equilíbrio, uma vez que o paciente necessita planejar
estratégias e potencializar habilidades motoras através do movimento tridimensional e multidirecional. OBJETIVOS: Relatar caso
de paciente portador de Paralisia Cerebral submetido ao manejo intertransmultidisciplinar através do tratamento com
Equoterapia. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados
PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente M.B.V., 04 anos, sexo masculino, procedente de João Pessoa-PB, nascido de parto
normal, primogênito, APGAR 5/7, diagnosticado com paralisia cerebral e acompanhado no setor de Ortopedia iniciou quadro de
bruxismo há 12 meses, evoluindo com desgaste dentário e dificuldade de mastigação; além da redução do tônus muscular
devido à Paralisia Cerebral. Foi realizado tratamento com Equoterapia por 8 meses, com atividades três vezes por semana, e o
resultado foi melhora do tônus muscular e consequente melhora do controle postural e função respiratória; além da melhora da
condição emocional, uma vez que a interação com outras pessoas, outros ambientes e o contato com a natureza foi
fundamental para estimular o aspecto biopsicossocial e, assim, diminuir a ansiedade e, por consequência, os episódios de
bruxismo e, desta maneira, melhorar a saúde bucal e a mastigação. CONCLUSÃO: A Equoterapia proporciona benefícios no
manejo intertransmultidisciplinar do paciente portador de Paralisia Cerebral, uma vez que fortalece o tônus muscular e o
controle postural; melhora o aspecto biopsicossocial, diminuindo a ansiedade e distúrbios causados por fatores emocionais,
neste caso relatado o bruxismo e, por consequência, melhorando a saúde bucal e a mastigação. Dessa maneira, a Equoterapia
consegue integrar diversas áreas da Saúde como Ortopedia, Fisioterapia, Odontologia, Fonoaudiologia e Nutrição e contribuir de
maneira significativa para o manejo intertransmultidisciplinar e humanizado do portador de Paralisia Cerebral.
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MÓDULO DE
CIRURGIA
CARDÍACA E
CARDIOLOGIA
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MÓDULO DE CIRUGIA CARDÍACA E CARDIOLOGIA_POSTER
PCa-001 - DIAGNÓSTICO TARDIO DE SÍNDROME DE DOWN E DEFEITO TOTAL DO SEPTO ATRIOVENTRICULAR:
RELATO DE CASO
RAFAELA FEITOSA ANSELMI; RÉGIA BELTRÃO TEIXEIRA; ANA PAULA SANTOS; SAMARA SANTANA DE SOUZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
INTRODUÇÃO: As anomalias congênitas do coração e dos grandes vasos são as mais frequentes entre as malformações
congênitas graves e apresentam alta mortalidade no 1º ano de vida. O defeito do septo atrioventricular (DSAV) é uma
malformação cardíaca relativamente frequente, cuja prevalência é, em geral, cerca de 3% das cardiopatias congênitas. Está
associado geralmente aos portadores da síndrome de Down, tornando-se o defeito mais representativo. Seu quadro clínico, em
decorrência das alterações anatomofuncionais, caracteriza-se basicamente por hiperfluxo pulmonar, de manifestação precoce,
nas primeiras semanas de vida. OBJETIVOS: Descrever um caso de paciente com 2 meses de vida que deu entrada em UTI
Pediátrica por um quadro de pneumonia grave, com patologias congênitas não diagnosticadas. MATERIAL E MÉTODO: Relato de
caso de paciente internada em UTI Pediátrica, com análise de prontuário associado à revisão da literatura científica a partir
artigos publicados sobre o tema. RESULTADOS: Paciente, A.L.R.T, 2 meses de idade, proveniente da zona rural de Boca do AcreAM, deu entrada no serviço de UTI Pediátrica com história de tosse produtiva há 6 dias, associada a rinorreia, obstrução nasal e
dispneia. Mãe negava conhecimento de outras patologias. Ao exame físico, paciente apresentava-se em ruim estado geral,
fácies mongolóide, implantação baixa de orelhas, afebril, acianótica, hipocorada (++/4+), desidratada (+/4+), taquipneica
(64irpm), com batimento de asa de nariz, retração subcostal e com saturação de oxigênio de 86%; Aparelho respiratório:
murmúrio vesicular presente bilateralmente, com estertores crepitantes e bolhosos difusos; Aparelho Cardiovascular: ritmo
cardíaco regular, em dois tempos, com bulhas normofonéticas, sem sopros; Extremidades: simétricas, sem edemas, pulsos
periféricos não palpáveis, braquidactilia e prega palmar única bilateral. A criança foi diagnosticada com Pneumonia grave, sendo
ofertado oxigênio em CPAP nasal (FIO2 = 100%), iniciada antibioticoterapia, e solicitadas avaliações da Geneticista e do
Cardiopediatra. A paciente apresentou piora do padrão respiratório e hemodinâmico, evoluindo com acidose mista,
necessitando de intubação orotraqueal e droga vasoativa. A geneticista confirmou o fenótipo de Trissomia do 21, solicitando
exames para rastrear malformações associadas. O eletrocardiograma evidenciou taquicardia sinusal, desvio extremo do eixo,
hipertrofia de câmaras direitas e bloqueio divisional ântero-superior. O ecocardiograma revelou um defeito no septo átrioventricular total com valva única, persistência do canal arterial (7,8mm) com grande fluxo, cavidades cardíacas direitas com
moderado aumento e sinais de hiperfluxo pulmonar. O cardiopediatra diagnosticou a paciente com hipertensão pulmonar e
insuficiência cardíaca congestiva, decorrentes da patologia de hiperfluxo e como conduta complementar prescreveu furosemida,
espironolactona e captopril. Atualmente, a paciente permanece na UTI em estado grave, aguardando estabilização clínica para
posterior correção do defeito no septo atrioventricular. CONCLUSÃO: Considerando a alta prevalência de cardiopatias
congênitas em portadores de Síndrome de Down e a alta mortalidade a elas associada, conforme descrito na literatura,
constata-se a importância do diagnóstico precoce da Trissomia do 21 e de suas possíveis malformações, bem como do seu
adequado acompanhamento.
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PCa-002 - RABDOMIOMA EM RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO
DANIELE BARBOSA MARCHIOLI; ANA CLÁUDIA LOPES PLEWKA; JOÃO PEDRO PONTES CÂMARA; HENRIQUE SEDI SEKI; GISELLE
LUSTOSA DE MELLO; LARA FRANKEN CIUPAK; MARCOS ANTONIO DA SILVA CRISTOVAM; FERNANDO CÁRITAS; MARIA CECÍLIA
LUNARDELLI DA SILVA; JAQUELINE MACHADO DE OLIVEIRA
UNIOESTE; HOSPITAL BOM JESUS
INTRODUÇÃO: Tumores de origem cardíaca são raros, sendo que no feto a prevalência é de aproximadamente 0,14%. Os
principais tumores cardíacos são teratomas, fibromas, hemangiomas, mixomas e rabdomiomas, dentre estes, o último se mostra
como a neoplasia de maior incidência no período neonatal. Os rabdomiomas são encontrados como massas únicas ou múltiplas,
com hiperecogenicidade e textura homogênea, além de apresentarem bordos bem delimitados e diâmetros variáveis.
Geralmente há expansão para o interior da cavidade, em sua maioria ventricular, porém podem ser encontrados anexos ao
septo interventricular ou aos átrios. O diagnóstico é beneficiado pela ultrassonografia obstétrica, que detecta massas
intracardíacas de maneira precoce, pelo corte de quatro câmaras, podendo assim instituir a conduta e abordagem adequada ao
nascimento. OBJETIVOS: relatar um caso de rabdomioma congênito atendido em nosso serviço. MATERIAL E MÉTODOS: análise
de prontuário e principais exames complementares, além de breve revisão de literatura. RESULTADOS: RN de ECR, nascido no
Hospital Bom Jesus-Toledo-PR, encaminhado à UTI Neonatal por quadro de prematuridade tardia(IG:35semanas) e desconforto
respiratório precoce, foi conduzido com oxigenioterapia por campânula e medidas de suporte com boa evolução. PN: 3080g;
Apgar: 07/10. Ao exame físico, à admissão: REG, corado, hidratado, FA normotensas. Ausculta cardíaca: SS+/4+; cianose de
extremidades. CPP: tiragem inter e subcostal, gemência discreta, MV audível bilateral. Abdome: globoso, flácido, sem
visceromegalia. Membros: pulsos periféricos presentes, com boa perfusão. Hemograma:VG:45; Hb:15 Leucócitos:10200,
bastonetes:4, plaquetas:150000/mm3, gasometria e ionograma: normais. Radiografia de tórax: infiltrado intersticial difuso
discreto. Após estabilização do quadro respiratório, foi encaminhado para ecocardiograma para investigação do sopro resultado: “Rabdomioma gigante de ventrículo direito sem repercusssão hemodinâmica”. CONCLUSÃO: O diagnóstico precoce
tanto pela ultrassonografia obstétrica, quanto pela clínica e ecocardiograma pós-natal do paciente, faz-se necessária para a
condução do caso. Apesar dos rabdomiomas possuírem crescimento lento e remissão espontânea, em alguns casos eles se
comportam de maneira a gerar comprometimento no estado geral do neonato. As complicações mais comuns são obstrução na
saída de ventrículo esquerdo ou direito – quando se trata de tumores de grandes proporções, arritmias também são verificadas,
tais como taquicardia supraventriclular, ventricular, bloqueio atrioventricular e síndrome de Wolf-Parkinson-White. Essas
estruturas raramente estão associadas à malformações cardíacas, mas deve-se lembrar das incomuns associações com anomalia
de Ebstein, tetralogia de Fallot, dupla via de saída de ventrículo direito e síndrome da hipoplasia do ventrículo esquerdo. Dentre
as associações genéticas, a esclerose tuberosa é uma importante varíavel a ser levada em consideração, já que a entidade
consiste em supressores tumorais TSC1 e 2, que aumenta a chances de formações neoplásicas, inclusive de tumores
intracardíacos. O caso relatado recebeu alta hospitalar em boas condições e sem complicações, atualmente em
acompanhamento ambulatorial.
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PCa-003 - SITUS INVERSUS TOTALIS E CARDIOPATIA COMPLEXA ASSOCIADA
BRUNA FARIA OLIVEIRA; FERNANDA VARMELING TORRES; MARCELLA FERRAZ RIBEIRO DE ASSIS; MARIA ISABEL VALDOMIR
NADAF; ALESSANDRO GONÇALVES DA SILVA; EZILAINE DO NASCIMENTO ROSA; ROBERTO CANDIA; BIANCA FARIA OLIVEIRA;
TARSIS MIYABARA; BÁRBARA FIGUEIREDO BORGES DE CARVALHO
UNIVERSIDADE DE CUIABÁ; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO; HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO
INTRODUÇÃO: A dextrocardia associada ao situs inversus denomina-se situs inversus totalis, sendo uma condição rara, com
incidência de 1:10.000 na população geral, na qual ocorre inversão completa dos órgãos de situação lateralizada nas cavidades
torácica e abdominal. O isomerismo atrial direito refere-se à condição na qual as duas aurículas tem morfologia similar a da
câmara direita, podendo estar associado à ramificação brônquica alta e asplenia. O ventrículo único VU é definido em situações
nas quais as valvas atrioventriculares se abrem em um ventrículo comum, ou a valva atrioventricular é única e se abre em
câmara ventricular única, ou câmaras ventriculares que apresentam um dos ventrículos com miocárdio não identificado
(ventrículo hipoplásico), sendo nesta condição chamado de VU morfologicamente direito ou esquerdo. OBJETIVOS: O objetivo
deste relato é apresentar um caso de situs inversus totalis associado a isomerismo atrial direito com ventrículo único. MATERIAL
E MÉTODOS: Copilação de dados do prontuário médico e revisão bibliográfica. RESULTADOS: RNT, AIG, IG de 39 semanas, peso
de 3.060 g, Apgar 9/9, nascido de parto normal, de mãe tabagista e etilista social no primeiro trimestre, apresentando ao
nascimento cianose generalizada e saturação de 80% com sopro cardíaco ++/6 em borda esternal direita alta. Na UTI neonatal
utilizou prostaglandina, apresentando no ecocardiograma transtorácico isomerismo atrial direito, comunicação interatrial tipo
ostium secundum, atresia da válvula tricúspide, ventrículo único morfologicamente direito, ventrículo esquerdo hipoplásico com
comunicação interventricular e dupla via de saída de ventrículo direito, estando a valva pulmonar atrésica e o ducto arterioso
patente. A ultrassonografia abdominal evidenciou fígado no hipocôndrio esquerdo e baço no hipocôndrio direito, ambos com
dimensões normais, contornos regulares e textura parenquimatosa homogênea. Sistema porta, veia cava inferior, veias
hepáticas e aorta abdominal com distribuição e calibres preservados, paredes regulares e normoecogênicas. Aos 23 dias de vida
foi submetido à cirurgia de Blalock-Taussig com alta hospitalar no décimo dia do pós operatório. Atualmente, criança com 3 anos
e 10 meses, com scorre Z peso entre -2 e zero, evolução clínica favorável , em uso de ácido acetilsalicílico, cianose de
extremidades e saturação de 85%. O coração com ictus visível no 4º Espaço intercostal direito, ritmo regular, em 2T, sopro
sistodiastólico de +++/6 em borda esternal direita alta. Abdome plano, loja hepática timpânica e Traube maciço. Ressonância
cardíaca atual confirmou os achados anatômicos e revelou ventrículo direito dilatado com função ventricular preservada no
repouso e aorta ascendente com dimensão aumentada. Ao ecodoppler, a razão entre o fluxo pulmonar/fluxo sistêmico (Qp/Qs)
de 1,0:1,0, ou seja, sem hiperfluxo pulmonar e com insuficiência da valva átrio ventricular esquerda discreta. No momento está
em preparação para realizar de cirurgia de Glenn. CONCLUSÃO: No presente caso o isomerismo com baço à direita, assim como
o tabagismo materno nos meses iniciais da gestação estiveram associados a anormalidades cardíacas. A correção paliativa
precoce com a técnica de Blalock-Taussig, e segmento ambulatorial rigoroso, determinam o tempo ótimo para aplicação das
técnicas de Glenn e Fontan, com vistas à redução da sobrecarga das câmaras cardíacas.
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PCa-004 - ISOMERISMO ATRIAL DIREITO COM AUSÊNCIA DE VEIA CAVA INFERIOR
MARCELLA FERRAZ RIBEIRO DE ASSIS; TARSIS MIYABARA; BRUNA FARIA OLIVEIRA; FERNANDA VARMELING TORRES; MARIA
CRISTINA GUSMÃO KROHLING; PEDRO ALBERTO MUFFATO; NAYARA APARECIDA CASTRO CINTRA; ALESSANDRO GONÇALVES DA
SILVA; EZILAINE DO NASCIMENTO ROSA
UNIVERSIDADE DE CUIABÁ; UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO; HOSPITAL GERAL UNIVERSITÁRIO
INTRODUÇÃO: A síndrome da heterotaxia, isomerismo, cursa com alteração na disposição dos órgãos torácicos e abdominais.
Isomerismos atriais estão relacionados a malformações abdominais, como múltiplos baços (ou sua ausência), e modificações na
drenagem venosa. A interrupção da veia cava inferior, com continuidade pelo sistema ázigos, é característico do isomerismo
atrial esquerdo. OBJETIVO: Relatar um caso de isomerismo atrial direito com ausência de veia cava inferior. MATERIAL E
MÉTODO: Revisão bibliográfica e pesquisa em prontuário médico. RESULTADOS: Pré- escolar, 3 anos e 3 meses, feminino,
parda, filha de mãe tabagista durante o primeiro mês de gestação, com ultrassonografia obstétrica sem alterações, nasceu de
parto normal, peso de 2.804g, Apgar 9/10, recém-nascido de termo (39 semanas), adequado para a idade gestacional,
apresentou cianose e dispneia 4 horas após o nascimento. Realizado ecocardiograma na beira do leito apresentando:
cardiopatia congênita complexa cianótica com dupla via de saída de ventrículo direito; vasos em transposição; comunicação
interatrial e estenose pulmonar. Cateterismo cardíaco revelou isomerismo atrial direito; ventrículo único tipo direito; estenose
pulmonar moderada; persistência do canal arterial; átrio único tipo direito; ausência de veia cava inferior com presença de
sistema hemiázigos à esquerda; drenagem anômala total de veias pulmonares para átrio localizado à direita; árvore pulmonar
comprometida; hipertensão pulmonar leve. Devido às características da cardiopatia foi solicitado ultrassonografia abdominal
para pesquisa de outras malformações, incluindo alterações esplênicas, apresentando o seguinte resultado: fígado com forma e
dimensão normais; sistema porta anatômico; pâncreas e baço com forma, contorno e dimensões normais; rins tópicos; aorta
abdominal com calibre, contornos e topografia normais; veia cava não visualizada; veias hepáticas desembocando em átrio
único. Ecocardiograma atual apresentou: CIA tipo ostio secundum; situs inversus em dextrocardia; átrio esquerdo
morfologicamente direito; conexão atrioventricular anormal, modo valva única (valva mitral atrésica); ventrículo direito com
topografia à esquerda, aumentado, câmara principal de ventrículo único, com dupla via de saída; ventrículo esquerdo à direita,
hipoplásico (câmara rudimentar), com via de saída ausente; estenose de valva pulmonar, isomerismo atrial direito, ventrículo
único morfologicamente direito, transposição das grandes artérias com dupla via de saída da câmara principal, insuficiência
tricúspide discreta, valva mitral atrésica e estenose pulmonar discreta. Cirurgia para correção da cardiopatia foi contraindicada
por defeitos não corrigíveis, e comprometimento de vasos pulmonares. Atualmente apresenta pneumonia de repetição, e está
em tratamento clínico com espironolactona, furosemida, captopril e digoxina. Apresenta desenvolvimento e crescimento
adequados para a idade. CONCLUSÃO: A presença de estenose de valva pulmonar é importante para a sobrevida da paciente do
caso relatado, pois devido a atresia de mitral e o defeito no septo interatrial, há um hiperfluxo em cavidades direitas (a estenose
pulmonar protege a paciente de hiperfluxo pulmonar). Pela hipertensão pulmonar leve, foi contraindicado cirurgia para
diminuição da sobrecarga cardíaca (Blalock-Taussig, Glenn), pois essas fazem desvio do fluxo para artéria pulmonar. A ausência
da veia cava inferior, mais comum em isomerismo esquerdo, revela a raridade do caso.
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PCa-005 - AVALIAÇÃO DE UM ANO DE IMPLANTAÇÃO DO RASTREAMENTO DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
CRÍTICAS EM RECÉM-NASCIDOS ASSINTOMÁTICOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
GILBERTO HISHINUMA; ANDERSON LUIZ DE PAULA; LAYANE PIMENTA BALDON; GINA BRESSAN SCHIAVON
UEM
Desde a criação do teste de triagem neonatal, mais conhecido como “teste do pezinho”, inúmeros outros testes de triagem
foram implantados, como o teste da orelhinha e o teste do olhinho. Recentemente, a oximetria de pulso (Teste do
coraçãozinho) foi proposta, com grande aceitação, como teste de rastreio para as cardiopatias congênitas, dependentes de
canal arterial, sendo um exame promissor, de baixo custo e elevada sensibilidade e especificidade. Este projeto tem por objetivo
descrever o rastreamento das cardiopatias congênitas dependentes de canal em recém-nascidos assintomáticos provenientes
do alojamento conjunto de um Hospital Universitário. É um estudo transversal, retrospectivo através da análise dos prontuários
de todos os nascidos vivos assintomáticos, com idade gestacional maior de 34 semanas, que permaneceram no alojamento
conjunto do Hospital Universitário no período de Março de 2013 a Março de 2014. Foram excluídos os recém-nascidos que
foram transferidos para as Unidades de tratamento intensivo e semi-intensivo neonatal ou apresentaram sintomas clínicos
patológicos. Foi averiguado se houve a avaliação pela cardiopediatria, bem como a definição da conduta tomada e necessidade
ou não de acompanhamento ambulatorial. Critérios avaliados: horas de vida no momento da avaliação, saturação aferida em
membro superior direito (MSD) e inferior direito(MID), idade materna, sexo, idade gestacional, via de parto, peso ao nascimento
e o desfecho. Constou de um total de 948 nascimentos no período, foram excluídos 85 devido a pacientes terem sido
transferidos para UTI neonatal, Semi UTI neonatal, prematuros com menos de 34 semanas de idade gestacional e pacientes com
alguma manifestação patológica. Assim como 189 prontuários com falha de preenchimento ou dados incompletos. O trabalho
contou com um número de 674 (71%) prontuários. Apresentou mães com idade média de 24,5 anos; idade gestacional com
média de 38,6 semanas; peso médio de 3186g; 100% fizeram o teste após 24horas de vida; saturação do MSD com média de
96,83%, saturação do MID com média de 96,51 %; sexo masculino 341 (50,59%); cesárias com 373 (55,34%). Desfecho
651(96,58%) testes de oximetria de pulso normais. Houve 7 (1,03%) testes repetidos com normalização na segunda tentativa.
Ocorreram 20 testes alterados em que não houve avaliação da cardiopediatria, sendo o paciente liberado com alta hospitalar.
Finalizando com 3 testes alterados com avaliação do cardiopediatra com Ecocardiograma, sendo 1 paciente portador de
cardiopatia, porém não crítica (CIA e PCA) e 2 com Ecocardiograma normal. O estudo tem limitação quanto ao número de dados,
pois trata-se um hospital regional, já os estudos comparados são muitas vezes multicentricos e com um número maior de
pacientes. Porém, os dados encontrados foram compatíveis com a literatura. Este trabalho fez com que houvesse uma mudança
na ficha de preenchimento do recém-nascido, colocando um espaço para preenchimento dos testes de triagem neonatal.
Mostrou se a falha no momento da alta em seguir o protocolo, uma vez que foram dadas altas sem reavaliação do teste.
Necessitando melhor avaliação por parte dos responsáveis pela alta dos pacientes, checando todos os dados preenchidos e
treinamento constante dos profissionais envolvidos.
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MÓDULO DE
CIRURGIA
PEDIÁTRICA
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLCi-001 - HERNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA, REVISÃO DE 10 ANOS E REVISÃO DA LITERATURA.
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI
CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; LÉIACRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA CRISTINA
AZEVEDO VIANA; VANESSA MARQUES MENDONÇA; NATACHA MARIA NASCIMENTO VALENTE
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS
INTRODUÇÃO: A Hérnia Diafragmática Congênita (HDC) é um dos principais enigmas da cirurgia pediátrica, representando 8%
das anomalias congênitas. Sua incidência varia de 1 para 2000 a 5000 nascidos vivos . Pode se apresentar de duas formas:
Bochdalek ou defeito póstero-lateral, e Morgani ou defeito anterior/retroesternal, sendo o primeiro o mais comum (88%). Foi
descrita pela primeira vez em 1679 pelo físico francês Lazaro Riverius e em uma criança em 1701 por Chrles Holt. Vincent
Alexander Bochdalek fez a primeira análise embriológica da doença , em 1848, demonstrando a herniação do intestino pela
Região Dorsal, e essa variação recebeu o seu nome. A causa da HDC é desconhecida, sendo aceita como hipótese mais provável
a falha no fechamento do canal pleuroperitoneal, outras causas estão sendo estudadas como a implicação da miosina na
patogênese da doença. Os dois grandes fatores envolvidos na mortalidade e na morbidade são a hipoplasia e hipertensão
pulmonar gerada pelo deslocamento de vísceras para a região torácica. Fatores de mau prognóstico são a presença do fígado na
cavidade torácica e a relação pulmão/cabeça ou lung-head relation (LHR). Um feto com LHR<1,2, medido no US pré natal
associado a presença do fígado no tórax é um grande predito de alta taxa de mortalidade pós natal. Já fetos com LRH >1,4 entre
a 22 e 27 sem. de gestação têm essa taxa diminuída. O tratamento da HDC ainda não está bem estabelecido. A maior sobrevida
deve basear-se principalmente na estabilização do sistema cardiorrespiratório, buscando a estabilidade hemodinâmica e a
preservação do pulmão. A intervenção no feto com diagnóstico de HDC não é considerada procedimento padrão.
Vasodilatadores pulmonares (tolazolina), surfactantes, ventilação com alta frequência e óxido nítrico, são bem utilizados, mas
não demonstram alterações consistentes. Já a estratégia com a hipercapnia permissiva e hipoxemia estável elaborada por Stolar
e cols, demonstrou uma sobrevida de 75,8%. A intervenção cirúrgica pós-natal é essencial para auxiliar na estabilização
cardiorrespiratória, principalmente de vísceras herniadas. OBJETIVOS: Avaliar os Recém-nascidos portadores de HDC atendidos
em um hospital referência na cidade de Manaus-AM no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2014, quanto ao sexo , o
tipo de hérnia, o lado (D ou E), o tratamento empregado, com quantos dias de vida foram operados, a presença ou não de
hipertensão pulmonar, o tempo de permanência na UTI, as patologias associadas e a sobrevida. MATERIAL E MÉTODOS: Todos
os Recém-nascidos atendidos em um hospital referência da cidade de Manaus-AM foram analisados. RESULTADOS E
CONCLUSÃO: No período de dezembro de 2004 a dezembro de 2014, vinte (20) Recém-nascidos com Hérnia Diafragmática
foram atendidos em um Hospital referência em atendimento pediátrico em Manaus – AM, destes, oito (8) foram a óbito (40%).
Neste trabalho discutiremos: as principais causas do óbito, o sexo das crianças, a idade com que foram oper
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MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLCi-002 - PERFIL DO PACIENTE CIRÚRGICO NEONATAL
LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; FLÁVIO SAAD; WILSON TADASHI TOMIMATSU; FRANSCISO
SOLANO LOPES TORRES; RITA DE CÁSSIA FERNANDES SIMÕES; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI; BEATRIZ KABBACH MAIA;
PAULA SEBA RAHE; JOSÉ FERNANDO MARQUES CARDOSO
HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO - FCMS
INTRODUÇÃO: A maioria das doenças cirúrgicas neonatais são de baixa incidência, quando relacionadas a outras causas de
internação em Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais. Assim, parece prudente que a Cirurgia Neonatal deva estar
concentrada em centros regionais terciários. A mortalidade perinatal tem sido relacionada as seguintes causas: prematuridade,
asfixia, as infecções intra-uterinas e às malformações cirúrgicas múltiplas. No entanto, os avanços tecnológicos do tratamento
cirúrgico neonatal e dos cuidados em UTI permitiram aumento considerável da sobrevida mesmo nas graves malformações.
OBJETIVO: O presente estudo tem por objetivo analisar o perfil dos recém-nascidos cirúrgicos de um serviço de referência da
região do Litoral Paulista. MATERIAL E MÉTODOS: Apresentamos um estudo coorte retrospectivo, realizado por análise de
prontuários no período de 2011 a 2014, sendo selecionados 52 recém-nascidos cirúrgicos de um total de 632 recém-nascidos
que foram submetidos à internação em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal neste período. O estudo procura avaliar a
relação de prevalência de doenças cirúrgicas neonatais e desfecho do tratamento proposto, assim como variáveis como sexo,
prematuridade, peso, fatores gestacionais, tempo de internação em UTI. RESULTADOS: Para análise estatística estratificamos as
patologias neonatais em 4 subgrupos: 1) Abdome Agudo Obstrutivo(AAO): o subgrupo inclui as atresias intestinais e
corresponde 15% dos casos selecionados. 2) Atresia de Esôfago(AE), corresponde à 14%. 3) Defeitos da Parede Abdominal(DPA):
onfalocele e gastroquise (42%). 4) Miscelânia: reúne as demais patologias que não se enquadram nos anteriores como
anomalias anorretais, enterocolite necrotizante, hérnia diafragmática e megacólon congênito, correspondem 29%. O peso de
nascimento variou entre 930 e 4395g, com média de 2662,5g. Em relação à idade materna, 40% das mães possuíam idade
inferior ou igual a 20 anos, e/ou superior ou igual a 35 anos. A relação global de mortalidade de nosso estudo corresponde no
grupo AAO 25%; na AE, 28,5 % e nas DPA, 40,9%. Nas outras situações a taxa de mortalidade foi de 26,7%. Assim, a taxa de
mortalidade geral de doenças cirúrgicas neonatais neste período foi de 32%. Quando analisadas apenas as DPA, 90,9 % dos
casos de DPA correspondem à gastrosquise. A idade materna mostrou-se um importante fator no surgimento de DPA (40,9%
dos são de mães com idade igual ou inferior a 20 anos). CONCLUSÃO: 1) O peso e a idade materna podem estar relacionados,
sendo que em 11% dos prematuros a mãe tinha idade inferior a 20 anos. 2) Os defeitos da parede abdominal permanecem
como principal grupo de doenças cirúrgicas. 3) Nesta casuística, a idade materna foi fator de risco para o aparecimento de
doenças cirúrgicas neonatais, principalmente os defeitos da parede abdominal.
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TLCi-003 - AMBULATORY PEDIATRIC SURGICAL EFFECTIVITY INDEX (APSEI)
FLÁVIO SAAD; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; GERALDO MAGELA MARQUES; ALTACÍLIO A. NUNES; WILSON
TADASHI TOMIMATSU
HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS – SANTOS; FACULDADE DE MEDICINA DA USP -RIBEIRÃO PRETO DO HCFMRP/USP
INTRODUCTION: Some authors had observed that in several medical specialities, such as cardiology, ophthalmology and
orthopedics, the waiting list on the public health can reach up to one year. Thus, there are a number of reasons to study the
effectiveness of surgical pediatric services, considering that such services are in great demand in Brazil. Moreover, Saad et al
(2013 - 2014) demonstrated a simple and practical Effectivity Index (EI) to observe and even audit some surgical services.
OBJECTIVE: The main purpose of this study is trying to compare some variations in the number of consultations and surgical
procedures over several periods in a ambulatory pediatric surgical unit. METHODS: Based on previous publication (2013-2014)
we compared the results of 5 months (2013-2014) and the number of elective surgical procedures. The effectiveness through
productivity index is calculated. Results: In 5 months period, over than 1000 children had been evaluated. were operated on.
The average effectiveness index (EI) was 15 %. The index (IE) was represented in % i.e., the percent of procedures over the
number of consultations. So, the IE in 2014 seems an variation from 8,4 to 22,6 %. DISCUSSION: Although Pediatric Surgery is a
very important specialty in Brazil; there are few studies about productivity or effectiveness in our country. In 1995, Heckers et al
studied a Risk Score to recognize some complications in Pediatric Surgery. A bias for proper quantification of risk in pediatric
surgery may be related to the lack of specialist services in certain primary care to which higher complexity cases should be
referenced. It seems that the young surgeons will experience some new situations. Maybe, this fact could lead an increase of
productivity. Re-operation and length of stay were also reported along with patient-centered Quality Index. However, according
to Wood et al (2013), one can be suppose that many biases might interfere on these interpretations. It is expected to have a
better EI on the first quarter of the year considering that the number of procedures is stable, when related to the consultations
that decrease. According to Nunes et al (2012), the study of effectivity or “case-resolving” is a priority of the Health Services. So,
efficiency and cost-effectiveness should be the essential way to support financial issues in Health Systems. “Effectivity Index” (EI)
consists in an interesting way to measure the cost-effectiveness. This number can vary throughout the year taking in to account
the medical licenses and vacation of surgical staff. It is expected that this EI may help to improve the quality of surgical
assistance. CONCLUSIONS: 1. There was an increase of de EI in past year (2014x2013). 2. There were an augmentation of
procedures without an increase of the number of ambulatory patients. 3. It seems that an new surgeon was essential for this
trend.
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MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLCi-004 - TRAUMA ABDOMINAL CONTUSO FECHADO COMO CAUSA DE OBSTRUÇÃO DUODENAL AGUDA E
CRÔNICA: RELATO DE DOIS CASOS
GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; ELISANGELA MATTOS SILVA; MARIAH MELLO; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO; LETÍCIA
ALVES ANTUNES; CAROLINA TALINI
HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE
INTRODUÇÃO: A lesão duodenal na criança corresponde a 2 a 10% dos traumas abdominais. A localização retroperitoneal e
central do pâncreas e do duodeno os protege contra lesões, entretanto de acordo com o mecanismo do trauma esta lesão deve
ser suspeitada. A lesão duodenal geralmente resulta de trauma direto no epigástrio e hipocôndrio direito por compressão do
duodeno contra a coluna vertebral podendo levar a hematoma intramural e obstrução, ou em aumento da pressão intraluminal
e ruptura do duodeno. O exame com melhor sensibilidade para diagnóstico de trauma duodenal é a tomografia
computadorizada (TC) com contraste oral e venoso. Na presença de perfuração há extravasamento de contraste ou ar no
retroperitônio paraduodenal ou no espaço pré-renal. Naquelas em que há apenas hematoma duodenal a parede duodenal está
íntegra. A abordagem das lesões duodenais é controversa porque são incomuns, difíceis de serem diagnosticadas no préoperatório e resultam em alta morbidade, principalmente se o diagnóstico for tardio. Na maioria dos casos, os hematomas
duodenais têm sido tratados conservadoramente. OBJETIVOS: Descrever dois casos de trauma abdominal contuso que
evoluíram com obstrução duodenal crônica e aguda, e discutir o manejo clínico. MATERIAIS E MÉTODOS: Através da análise do
prontuário e com prévia autorização da família das crianças. Relatos de Caso: Caso 1: Paciente RGO, sexo masculino, 3 anos,
vítima de trauma abdominal contuso por agressão sofrida pela madrasta. Trazido ao pronto atendimento com hematoma em
epigástrio e exames compatíveis com pancreatite. TC e Ecografia (US) abdominal não demostravam alterações. Paciente
submetido a tratamento clínico com boa evolução e normalização das enzimas pancreáticas. Quatro meses depois apresentou
vômitos biliosos e perda de peso. Nova TC com contraste demostrando obstrução na terceira porção duodenal. Submetido à
duodeno-duodeno anastomose término-terminal, com boa evolução recebeu alta no décimo quinto dia pós operatório. Caso 2:
Paciente MA, sexo masculino, 4 anos, vítima de trauma abdominal fechado por pedaço de bambu. Chegou ao pronto
atendimento com hematoma em epigástrio e vômitos biliosos, sem dor e sem febre. Ausência de irritação peritoneal à palpação.
US demostrou hematoma na terceira porção do duodeno causando obstrução total da luz confirmada pela TC de abdome.
Optado por manejo conservador (jejum, hidratação e sonda nasogástrica para descompressão). Apresentou melhora do
hematoma e dos sintomas no décimo segundo dia de internação. Recebeu alta tolerando dieta via oral. CONCLUSÃO: O trauma
abdominal fechado é responsável por 70% a 80% de todos os casos de hematoma duodenal notificados em crianças mesmo em
trauma mínimo. A presença de um hematoma duodenal isolado não é uma indicação para a cirurgia. Atualmente, o tratamento
conservador tem sido feito com bons resultados, conforme apresentando no segundo caso. O relato um chama atenção para
necessidade de acompanhamento a longo prazo dessas crianças mesmo as que foram submetidas a tratamento conservador,
pois pode ocorrer complicações tardias como obstrução duodenal devido estenose cicatricial ou mesmo pela pancreatite
ocorrida na fase aguda necessitando cirurgia.
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MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLCi-005 - INGESTÃO DE OBJETO PONTIAGUDO EM CRIANÇAS
GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; DANIELA PAVIN; ANDRÁ LUIS FORTES ALVES; JOSIANE ZANELLATO; RICARDO MYAZAKI
HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE; HOSPITAL DO ROCIO
INTRODUÇÃO: A ingestão de corpo estranho é um problema comum na população pediátrica. A morbimortalidade está
relacionada ao tipo do corpo estranho ingerido e em geral causam grande ansiedade nos familiares. A faixa etária mais
envolvida é dos 6 meses aos 6 anos e a ingestão costuma ser acidental enquanto brincam. O corpo estranho mais comumente
ingerido é a moeda mas outros observados são agulhas, pregos, brinquedos, parafusos, pilhas, clipes de metal, brincos e tampas
de caneta. Apesar de menos comuns, os corpos estranhos pontiagudos estão associados a um risco maior de morbidade e
mortalidade pois objetos com mais de 5 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro apresentam maior dificuldade de passagem no
esôfago, no duodeno e na válvula íleo cecal e podendo causar perfuração durante a passagem. OBJETIVOS: Descrever dois casos
de ingestão de objeto pontiagudo (prego) manejados clinicamente. MATERIAIS E MÉTODOS: Através da análise do prontuário e
com prévia autorização da família das crianças. Relatos de Caso: Caso 1: Paciente GPS, 2 anos, masculino, trazido ao pronto
atendimento por ingestão acidental de prego ocorrida 6 horas antes. Na chegada paciente estava sem dor, sem febre e sem
vômitos. RX de entrada já demonstrada o corpo estranho no intestino delgado sem sinais de penumoperitôneo e por isso foi
optado por manejo conservador com observação hospitalar e acompanhamento com RX diário. Ficou em observação por 6 dias,
sendo que o corpo estranho demorou 3 dias para ultrapassar a válvula íleo-cecal. No sexto dia o corpo estranho foi eliminado
sem intercorrências. Caso 2: LE, 5 anos, masculino, trazido ao pronto atendimento também por ingestão de corpo estranho –
prego – ocorrida no dia anterior. Estava sem queixas álgicas na chegada e sem vômitos e RX demostrava o corpo estranho já em
intestino delgado também sem penumoperitoneo. Optado por manejo conservador com observação hospitalar e RX seriados.
Ficou em observação por 4 dias e teve passagem fácil pela válvula íleo cecal. Paciente eliminou o corpo estranho no 5 dias sem
intercorrências. CONCLUSÃO: A ingestão de corpo estranho é comum em pediatria. A maior parte – 80 a 90% passa pelo trato
gastrointestinal sem dificuldades e apenas uma pequena porcentagem, (10 a 20%) pode obstruir a luz e perfurar a parede. 1 %
dos casos requer cirurgia. Como nos casos relatados, quando ocorre ingestão de corpo estranho pontiagudo recomenda-se o
exame radiológico diário e no caso de permanência por três dias consecutivos no mesmo local recomenda-se que seja retirado
cirurgicamente.
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TLCi-006 - PRÁTICA CLÍNICA E TOMADA DE DECISÃO À DISTÂNCIA: É POSSÍVEL?
FLÁVIO SAAD; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; WILSON TADASHI TOMIMATSU; WAGNER JOSÉ RIVA; RITA DE CÁSSIA
FERNANDES SIMÕES; FRANSCISO SOLANO LOPES TORRES; ADRIANE SAKAE TSUJITA; LUCIANA TRINDADE GODINHO; GERALDO
MAGELA MARQUES; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI
HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS - SANTOS
INTRODUÇÃO: A Cirurgia Pediátrica é a última fronteira da Cirurgia Geral. Nesta área existe uma busca constante por
procedimentos menos invasivos, principalmente na Cirurgia Neonatal e em Urologia Pediátrica. Esta prática exige tomada rápida
de decisões, tornando inovações indispensáveis para a prática e avanço da Cirurgia. As crianças representam um tipo especial de
população vulnerável e deve ser protegido, uma vez que não tem capacidade legal para consentir. Um sistema específico que
exemplifique a prática clínica, é portanto, extremamente importante. O estudo atual propõe um projeto inicial de sistema
operacional de prática clínica em Cirurgia Pediátrica. OBJETIVO: O objetivo principal deste trabalho é apresentar um aplicativo
para a tomada de decisão, em Cirurgia Pediátrica. MATERIAL E MÉTODOS: Em cinco pacientes considerados “ típicos” na prática
da Cirurgia Pediátrica, como hérnia inguinal, enterocolite necrosante, Apendicite Aguda, Intestinal Intussuception e acesso
venoso. Foram escolhidas 18 informações fundamentais e comuns a todos os pacientes. As principais informações foram idade,
peso, estado de emergência, o tempo de duração dos sintomas, co-morbidades, contagem de hematócrito, leucócitos, qualquer
tipo de exame de imagem, tipo de procedimento, curva de temperatura e tempo de permanência (LOS). Outras informações não
menos importantes foram: sexo, diagnóstico, tempo em outro serviço médico, tempo no hospital antes da avaliação do
cirurgião, previsão de alta ou óbito. RESULTADOS: Após Beals e Fletcher (2000) e Kittle (2002), uma série de trabalhos foram
publicados tentando comunicação à distância para tomada de decisão em cirurgia pediátrica. Seidman (2005) apresentou o uso
dos dados para definir prioridades para investigações clínicas em andamento e propor intervenções. O American College of
Surgeons National Quality Improvement Program-Cirúrgica Pediátrica foi iniciado em 2008, para conduzir a melhoria de
qualidade na prática cirúrgica infantil. A prática de cirurgia pediátrica tem se tornado cada vez mais exigente e requer mais
horas de trabalho com menor remuneração. Alguns avanços da tecnologia oferecem ferramentas ao cirurgião pediátrico para
melhorar a eficiência e oferecer serviços em locais carentes e remotos. O objetivo desta publicação é apresentar o cirurgião
pediátrico a tecnologia de telemedicina e seu potencial impacto na capacidade de integrar essa prática á atividade cirúrgica
pediátrica cotidiana. (Beals). As novas ferramentas são uma completa inovação em gestão da informação. A principal
característica do aplicativo é permitir interação, compartilhamento e trabalho cooperativo. CONCLUSÃO: 1) O modelo inicial
apresentado é possível e de fácil reprodução. 2) Nos casos relatados foram necessárias entre 5 e 6 variáveis para tomada de
decisão.
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TLCi-007 - ALTERAÇÕES MANOMÉTRICAS EM CONSTIPAÇÃO INTESTINAL DE PACIENTES ESCOLARES
ELIANE BASQUES MOURA; TAÍS SOARES CARVALHO
HOSPITAL MUNICIPAL ODILON BEHRENS
INTRODUÇÃO: A constipação intestinal é uma doença que afeta entre 1 e 30% das crianças, sendo mais prevalente na idade préescolar, e pode ser definida como a dificuldade ou a redução da frequência das evacuações. É uma das principais caudas de dor
abdominal recorrente na infância. A manometria anorretal tem sido indicada para investigação de crianças com constipação
grave, sem causas orgânicas aparentes, que não respondem adequadamente ao tratamento clínico. Ela permite distinguir entre
causas congênitas ou comportamentos retentivos adquiridos, indicando ou não a necessidade de biópsia retal para
complementação propedêutica. A constipação crônica altera a fisiologia evacuatória, com achados manométricos como:
hipertonia de repouso do esfíncter anal interno e aumento da capacidade retal total (com surgimento de desejo evacuatório
com volumes além dos usuais). Pacientes com ausência do reflexo inibitório reto-anal apresentam diminuição da função
neuromotora do reto e necessitam ser submetidos à biópsia retal para exclusão do diagnóstico de doença de Hirschsprung.
OBJETIVOS: Mostrar alterações manométricas pertinentes a escolares constipados. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas
manometrias anorretais realizadas em escolares com constipação crônica nos últimos 2 anos. Pacientes em idade pré-escolar
foram excluídos devido à falta de cooperação durante o exame. Analisamos a pressão de repouso do esfíncter interno, o grau de
relaxamento do esfíncter interno, a capacidade retal máxima, o comprimento do canal funcional e presença, duranção e grau de
relaxamento do reflexo inibitório reto-anal. Os dados foram expressados em média e desvio-padrão (DP). RESULTADOS: Dos 13
exames realizados, 9 foram selecionados. A idade dos pacientes variou entre 5 e 11 anos (média de 8,1). A pressão média de
repouso do esfícter interno foi de 65,6 mmHg (DP: 16,39), o que mostra um importante grau de hipertonia deste esfíncter nos
pacientes avaliados. O comprimento do canal anal funcional foi em média 1,6 cm (DP: 0,5). O reflexo inibitório reto-anal foi
identificado em 8 dos pacientes avaliados, não sendo identificado em um deles. Nos pacientes com reflexo presente, sua
duração teve média de 10,04 s (DP: 2,5) e o índice de relaxamento foi de 50,59% (DP: 6,6). Nos pacientes que colaboraram com
a percepção do volume intra-retal (5 dos analisados), a capacidade retal máxima foi em média 160 mL (DP: 36,5), o que denota a
presença de megarreto nos pacientes constipados. A primeira sensação não foi diferente dos dados da literatura em relação às
crianças hígidas. CONCLUSÃO: Pacientes com constipação crônica apresentam um aumento da pressão de repouso do esfíncter
interno e da capacidade retal máxima. É importante a identificação do reflexo inibitório reto-anal para avaliação de continuação
propedêutica e instituição de terapêutica adequada. O papel da manometria anorretal ainda está em estudo, mas por ser um
exame não invasivo e de baixo custo, acreditamos que assumirá um papel importante na identificação de pacientes portadores
de formas ultracurtas da doença de Hirschsprung.
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TLCi-008 - UTILIZAÇÃO DE PINÇA VIDEOCIRÚRGICA DE FECHAMENTO DE APONEUROSE NA CORREÇÃO DE HÉRNIA
DIAFRAGMÁTICA DE MORGAGNI
NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; BETINA BERTRAND; BARBARA AFRODIQUE; ANDREA BAPTISTA; ANTONIO AZIZ; JOSÉ
FIRMINO; JOAO BAPTISTA; TANIA LUND; MARCELO CALCAGNO
HOSPITAL DA CRIANÇA
INTRODUÇÃO: O uso da videocirurgia para tratamento das Hérnias diafragmáticas de Morgagni-Larrey significou importante
avanço em direção a diminuição da morbidade operatória. Porém, as suturas laparoscópicas realizadas na parede anterior
demandam cuidado adicional no posicionamento das cânulas e treinamento avançado para sua realização. Os autores relatam 2
casos de tratamento videoassistido de hernia de Morgagni onde foi utilizado sutura extra-corpórea através da passagem dos fios
de sutura com instrumento especial. Esta técnica possibilitou uma sutura segura e rápida com baixa demanda de treinamento
específico em sutura videocirúrgica. OBJETIVO: Demonstrar técncia alternativa para facilitar e agilizar a sutura dos defeitos
anteriores do diafragma. Material e método: Caso 1:Criança do sexo masculino, 6 meses, diagnosticada com pneumonia aos 3
meses. Caso 2: Criança de 1a10m do sexo feminino, um episódio de pneumonia prévia. Ambas submetidas a tratamento
videoassistido de Hérnia de Morgagni. Utilizou-se três cânulas de 5 mm sendo uma cânula umbilical para a óptica e duas cânulas
de 5 mm no hipocôndrio direito e esquerdo. Através de incisão cutânea de 1,5 cm sobre a região do defeito diafragmático
introduziu-se pinça de fechamento de aponeurose que conduziu as suturas de Poliester trançado 2-0 para fechamento do
defeito. RESULTADO: O fechamento completo do defeito foi alcançado. A radiografia da transição tóraco-abdominal realizada
no terceiro dia de pós-operatório confirmou o sucesso terapêutico imediato. CONCLUSÃO: A utilização de sutura videoassistida
com pinça de fechamento de aponeurose é uma alternativa segura que facilita o fechamento destes tipos defeitos.
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PÔSTERES
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MÓDULO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA - POSTER
PCi-001 - LINFANGIOMA ABDOMINAL CÍSTICO GIGANTE: ABORDAGEM CIRÚRGICA NA URGÊNCIA
STEFANIA PINTO MOTA; ANTONIO D' OLIVEIRA GONÇALVES PREZA; OSVALDO CESAR PINTO MENDES; ANDRÉ LUIS
SILVA DO AMARAL; NAGILA MESQUITA XAVIER; IVANA MIRANDA ROSA ALVES; MARIANA VICENTINI TZI
UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO; SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CUIABÁ; HOSPITAL
REGIONAL DE CÁCERES
INTRODUÇÃO: Os linfangiomas são tumores de ordem benigna raros do sistema linfático, com predomínio do sexo feminino e
cuja etiologia não é totalmente esclarecida. Localizam-se geralmente em região axilar ou cervical e apenas 4-5% das tumorações
são encontradas em mediastino, estômago ou intestino. No contexto clínico, as principais queixas relacionam-se a presença de
massas abdominais e dor abdominal, com quadros de abdome agudo secundário a complicações. OBJETIVOS: O objetivo deste
relato de caso é descrever a abordagem cirúrgica de urgência e a evolução clínica de linfangioma abdominal cístico gigante em
paciente pediátrico. MATERIAL E MÉTODOS: Realizada revisão de prontuário da paciente, anamnese dirigida à mãe no serviço
de urgência e ambulatório e acompanhamento clínico pós-operatório. RESULTADOS: B. F., 6 anos, sexo feminino, encaminhada
ao setor de urgência com história de dor abdominal súbita e intensa, com evolução de 2h. Ao exame físico apresentava fácies de
dor, hipocorada, abdome distendido, flácido, doloroso à palpação superficial e profunda difusamente, com ruídos hidroaéreos
diminuídos. O hemograma apresentava leucocitose com desvio à esquerda; hematócrito 35%, hemoglobina 11,8 g/dl e proteína
C reativa 12 mg/l. A ultrassonografia de abdome revelou coleção líquida de volume moderado a acentuado em fossa ilíaca
esquerda. A tomografia computadorizada apresentou volumosa massa de aspecto cístico de 13x9cm em suas maiores
dimensões em fossa ilíaca esquerda. Foi realizada laparotomia transversa supraumbilical que identificou coleção líquida
intracavitária escurecida, tumoração multicística, volumosa, que estava aderida à parede colônica e ocupava a região de
transição entre cólon esquerdo e sigmoide. Realizou-se ressecção completa do tumor sem ressecção intestinal. Devido a íleo
prolongado, foi indicada nutrição parenteral no pós-operatório. O laudo do anatomopatológico revelou fragmentos de tecido
fibroconjuntivo e adiposo apresentando acentuado infiltrado inflamatório misto, com predomínio de linfócitos e eosinófilos
associados a edema e hemorragia, sem sinais de malignidade. O resultado do exame imunohistoquímico foi CD31, CD34, D2-40
e Fli-1 positivos em vasos e CD45 e Ki-67 positivos em células inflamatórias, conclusivo de linfangioma cavernoso. No controle
ambulatorial, por motivo da extensa ressecção tumoral, foi solicitado enema opaco, que evidenciou estenose colônica severa,
no local de ressecção tumoral, confirmada por colonoscopia. Foi realizada colectomia segmentar eletiva. Decorridos quinze dias,
a paciente retorna ao setor de urgência com quadro de dor abdominal tipo cólica, náuseas e dois episódios de vômito. Instituído
tratamento conservador para suboclusão intestinal com dieta zero, sonda nasogástrica e antibioticoterapia com sucesso após
72h. No seguimento ambulatorial, o trânsito intestinal foi normal. CONCLUSÃO: O presente relato de caso evidencia uma das
patologias que representa um desafio para a cirurgia pediátrica, tanto pela raridade quanto pela importância de diagnóstico
diferencial em quadros de abdome agudo cirúrgico. Comprova-se a possibilidade de realização de ressecção primária do tumor
em caráter de urgência. Entretanto, ressalta-se que ressecções amplas poderão cursar com ocorrência de estenoses
segmentares ou evoluir com quadros de suboclusão, complicando o prognóstico. Transcorridos oito meses da laparotomia na
urgência, a paciente encontra-se bem, sem queixas e desenvolvendo suas atividades sem restrições.
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PCi-002 - TESTICULAR YOLK SAC TUMOR: RELATO DE UM CASO EM LACTENTE
STEFANIA PINTO MOTA; ANTONIO DE OLIVEIRA GONÇALVES PREZA; JOSE ROBERTO RODRIGUES DE LIMA; WOLNEY DE OLIVEIRA
TAQUES; ELAINE CRISTINA FORTES ZYS MELLO; CASSIO HENRIQUE DE ARRUDA REGIS; VANESSA BONICONTRO DO NASCIMENTO
SANTA CASA DE MISERICORDIA DE CUIABA; HOSPITAL SANTA ROSA; UNEMAT - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
INTRODUÇÃO: Tumores testiculares infantis são neoplasias raras que, no sexo masculino, correspondem 1-2% dos tumores
sólidos pediátricos. Apresentam comportamento biológico variado, com picos de incidência, padrões histológicos e prognósticos
distintos, divididos em duas categorias: tumores de células germinativas (TCGs) e tumores não-germinativos. Dentre TCGs está
incluso Tumor de Seio Endodérmico (TSE), conhecido também como Tumor do saco vitelínico (Yolk Sac Tumor), que sozinho,
compõe 56,1% dos tumores testiculares na infância, e quanto à malignidade, são 70-80% de todos os casos. Aproximadamente
75% ocorrem antes dos dois anos de idade. OBJETIVOS: Demonstrar relevância das evidências clínicas no diagnóstico precoce de
TSE, com instalação imediata de tratamento cirúrgico e seguimento quimioterápico em pacientes pediátricos. MATERIAIS E
MÉTODOS: Realizou-se consulta do prontuário, anamnese no ambulatório de especialidades, seguimento clínico e
acompanhamento pós-cirúrgico. RESULTADOS: Lactente, sexo masculino, pardo, 08 meses, chega ao serviço de referência com
histórico de aumento de volume testicular esquerdo, indolor, sem sinais flogísticos, de crescimento rápido e progressivo há 03
meses. Mãe trouxe duas ultrassonografias prévias, feitas com intervalo de 38 dias, que já demonstravam aumento de volume e
dimensões testicular à esquerda, de dimensões 1,7x1,6x1,4cm e 3,2x2,6x2,1cm, e volume 2cm³ e 9,2cm³, respectivamente, além
de aumento da vascularização em parênquima testicular esquerdo e testículo direito preservado. Na tomografia
computadorizada (TC) de abdome, encontrou-se massa testicular à esquerda e pequena imagem nodular sólida, hipodensa, em
segmento basal lobar inferior de pulmão esquerdo. Análise pré-operatória de marcadores tumorais séricos apontou &#945;fetoproteína >3.000IU/mL (<5,50IU/mL) e LDH 251U/L (490-730U/L). Realizada orquiectomia radical esquerda, via inguinal, após
resultado de biopsia de congelação para malignidade. Pós-operatório (PO) sem intercorrências. Exame anatomopatológico
confirmou presença de Tumor do Seio Endodérmico (Yolk Sac Tumor), limitado ao testículo, com estadiamento pT3, pNX, pMX.
Paciente foi encaminhado ao serviço de Cancerologia Pediátrica para seguimento e terapia complementar. Com 9 dias de PO,
&#946;-HCG 0,1mUI/mL. Submetido novamente à TC de abdome, 11 dias do PO, visualizaram-se imagens nodulares de
densidade de partes moles, em regiões peripancreática, inguinais e raiz do mesentério; na TC de tórax, adenopatia numerosa
em região axilar. Com isso, houve estadiamento no grau IV, e no mesmo dia, instaurado terapia adjuvante com ifosfamida,
cisplatina e etoposide, quatro ciclos, em intervalos de 21 dias, após passagem de portocath, segundo Protocolo TCG-99 de
tratamento para TCG testicular de alto risco. Do acompanhamento de marcadores tumorais, em sequências de &#945;fetoproteína, no 26º e 38º dia de PO, respectivamente, obteve-se 123IU/mL e 49,10IU/mL. Atualmente, o paciente encontra-se
estável, afebril e em seguimento dos ciclos da quimioterapia. CONCLUSÃO: Uma investigação cautelosa deve ser realizada na
presença de alterações sutis, insidiosas e inespecíficas ao exame clínico pediátrico, visto que TSE é raro, de natureza maligna,
crescimento rápido e progressivo, favorecendo disseminação metastática. O caso apresentado enquadra-se na expectativa de 23 meses para definição diagnóstica, conforme descrito na literatura. Espera-se que haja boa evolução prognóstica, conforme os
85% de sobrevida global estimada em 5 anos para crianças com TSE.
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PCi-003 - MONITORIZAÇÃO ELETROCARDIOGRÁFICA EM PACIENTES COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA:UMA NOVA
PROPOSTA
LISIEUX EYER DE JESUS; BRUNO MENDONÇA BARCELLOS; PEDRO DA SILVA CAMELIER
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO-UFF
INTRODUÇÃO: A manipulação cutânea de pacientes portadores de epidermólise bolhosa (EB) é um problema com
consequências sérias e implica cuidados especiais no ato anestésico. Táticas específicas são necessárias para ao mesmo tempo
prover uma monitorização segura e evitar lesões cutâneas iatrogênicas. O objetivo deste trabalho é sugerir um novo método de
fixação dos eletrodos para monitoração cardíaca de portadores de EB durante o ato anestésico. MÉTODOS: Descrição de uma
nova proposta para fixação de eletrodos cutâneos para monitorização cardíaca e revisão de um caso clínico em que o novo
método foi utilizado com sucesso. RESULTADOS: O material colante de cinco eletrodos a serem utilizados para monitorização
cardíaca foi retirado, deixando-se apenas o componente metálico. Este foi encaixado nas malhas de uma bandagem de tecido,
que foi então posta em contato com a pele do paciente, de forma a prover contato entre a pele e a face interna do eletrodo e
fixação do eletrodo externamente à bandagem. CONCLUSÃO: A fixação de eletrodos de monitorização cardíaca a uma
bandagem de tecido é uma forma eficaz, segura e de baixo custo durante a anestesia de pacientes portadores de EB, sem causar
lesões cutâneas iatrogênicas.
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PCi-004 - BLOOD LOSS ASSESSMENT IN PEDIATRIC SURGERY: VISUAL VERSUS GRAVIMETRIC METHODS. AN
EXPERIMENTAL STUDY.
LISIEUX EYER DE JESUS; BERNARDO A. RAMOS; MAÍRA RANGEL; PEDRO DA SILVA CAMELIER; JÉSSICA BASTOS SILVA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO-UFF
INTRODUCTION: Estimative of perioperative bleeding is essential in Pediatric Surgery (PS). Many methods to assess blood loss
(BL) are available, including visual estimative, but their accuracy and practicability are limited. This research aims to study
whether relating the amount of bleeding into a gauze sponge to the percentage of the gauze´s tainted area (%TAG) may
estimate surgical bleeding. METHODS: Two folded cotton gauze sponges were used to absorb predetermined volumes of blood,
starting with 0.5 ml and progressing with 0.5 ml increments till oversaturation. The sponge was then opened over a white
surface and photographed. Image J ® software was used to capture and circumscribe the blood-tainted areas of the sponge. The
proportion between black/white areas was then calculated for each blood volume. The results obtained (%TAG) were compared
the weight gain of the gauzes (WGG). The tests were done with two different hematocrit values and a set of randomized
volumes was also tested. RESULTS: WGG estimates bleeding with a mean absolute error of 6.64% (min 0.36%- max 16.68%). A
single gauze sponge oversaturates with 3 ml of blood and is completely tainted with 2.5 ml of blood. In practice staining of 1/3,
½ and ¾ of a 7.5 x 7.5 cm piece of an 8 layered cotton gauze sponge corresponds approximately to 0.5, 1 and 1.5 ml of absorbed
blood. CONCLUSION: BL in PS can be estimated by visual evaluation of gauze sponges. It may be possible to develop specific
softwares to estimate the volume of blood absorbed by a cotton gauze sponge in real time, based on the tainted area in the
sponge.
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PCi-005 - SEGMENTECTOMIA VIDEOLAPAROSCÓPICA NO TRATAMENTO DE MALFORMAÇÃO ADENOMATÓIDE
CÍSTICA DE DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL: RELATO DE CASO
LETICIA ALVES ANTUNES; ELISANGELA DE MATTOS E SILVA; SYLVIO GILBERTO AVILLA; CESAR CAVALLI SABBAGA; FERNANDO
ANTONIO BERSANI AMADO; GIOVANA CAMARGO; MARIAH ZANETTI MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA NEVES DE
CARVALHO
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A malformação pulmonar adenomatóide cística (MAC) é rara e a grande maioria dos casos são diagnosticados no
período pré-natal ou neonatal. Atualmente, essas lesões pulmonares são classificadas em 5 tipos, segundo Stocker, dos quais o
tipo 1 é o que oferece melhor prognóstico. Geralmente, os pacientes com essa anomalia permanecem assintomáticos,
entretanto a dificuldade respiratória progressiva e infecções pulmonares de repetição fazem parte da sintomatologia conhecida.
O tratamento em pacientes sintomáticos é a ressecção cirúrgica através da lobectomia ou segmentectomia. OBJETIVO: Nesse
relato, apresentamos o caso de uma menina com diagnóstico pré-natal de cisto pulmonar que aos 7 meses foi submetida à uma
segmentectomia pulmonar esquerda videolaparoscópica. RELATO DE CASO: AKK, 4 meses encaminhada para acompanhamento
no serviço de Cirurgia Pediátrica devido ecografia pré-natal apresentando cisto pulmonar à esquerda. Paciente assintomática e
sem relato de infecção pulmonar prévia. Submetida à tomografia computadorizada que evidenciou imagem cística expansiva
com pequeno nível hidroaéreo situado em lobo superior esquerdo que desloca discretamente o mediastino para a direita
medindo 5,6 X 3,5 cm. Devido às grandes dimensões da lesão e pelo risco futuro de infecção pulmonar foi optado pela ressecção
eletiva da malformação. Exames pré-operatórios sem alterações. Paciente aos 7 meses foi submetida à toracoscopia
videolaparoscópica minimamente invasiva com trocartes de 3, 4 e 5 mm. Realizado segmentectomia do lobo superior esquerdo.
Não houve intercorrências no intraoperatório. Paciente permaneceu 24 horas na unidade de terapia intensiva, retirado dreno de
tórax em 72 horas. Recebeu alta para seguimento ambulatorial. Anatomopatológico confirmou a hipótese de malformação
pulmonar congênita das vias aéreas (CPAM) tipo 1. CONCLUSÃO: Conforme relatado na literatura o diagnóstico pré-natal das
malformações pulmonares tem se tornado cada vez mais comum devido ao melhor acesso das gestantes à ultrassonografia
obstétrica. Isto favorece o diagnóstico e a indicação cirúrgica precoce evitando assim que a criança apresente infecções
pulmonares de repetição. A cirurgia videolaparoscópica tem ganhado espaço diminuindo o tempo de internação desses
pacientes e com melhor resultado estético a longo prazo.
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PCi-006 - ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS DE DERRAME PLEURAL COM NECESSIDADE DE DRENAGEM DE
TÓRAX FECHADA EM CRIANÇAS INTERNADAS EM UM HOSPITAL DE CURITIBA
FRANCISCO CARLOS YOKOYAMA; GILBERTO PASCOLAT; LINCON ARYSTOTHELES GEWEHR BABO ALVES ; PAULO ROBERTO BABO
ALVES ; MARJORIE PIOVEZAN DE OLIVEIRA ; FLÁVIA NATALIA MARQUES KINGERSKI; GABRIELA CORREIA DE BRITO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA
INTRODUÇÃO: Dentre as infecções mais comuns na faixa etária pediátrica, a pneumonia representa uma das principais causas
de óbito em crianças menores de cinco anos de idade no mundo. Em crianças, o derrame pleural é a complicação mais comum
da pneumonia bacteriana, e recebe a denominação de derrame parapneumônico. O diagnóstico pode ser feito por radiografia
de tórax e pode ser confirmado pela ultrassonografia de tórax. Geralmente o tratamento do derrame parapneumônico é
realizado empiricamente com antibióticos. Em alguns casos há necessidade de medidas cirúrgicas, como toracocentese,
drenagem fechada, cirurgia torácica videoassistida, minitoracotomia e decorticação. OBJETIVO: descrever aspectos relacionados
a pacientes internados em um hospital de Curitiba com diagnóstico de derrame pleural e que necessitaram de drenagem de
tórax fechada. MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo é uma pesquisa epidemiológica, descritiva, transversal com dados
secundários de prontuários eletrônicos. Foram analisados os prontuários eletrônicos de pacientes internados na ala pediátrica
que tiveram o Código Internacional de Doença (CID) com todas as denominações que continham o termo pneumonia ou
derrame pleural. Foram incluídos apenas os pacientes que necessitaram de drenagem de tórax fechada para o derrame pleural.
RESULTADOS: Foram encontrados 44 casos de derrame parapneumônico em pacientes internados de 2009 a 2014 em que se
pode fazer a análise necessária para compor este estudo. A maioria (59,1%) dos pacientes internados com derrame pleural tinha
a idade entre 1 e 4 anos. A prevalência de derrame pleural por gênero foi exatamente igual em ambos os sexos. O tempo médio
que os pacientes ficaram internados foi de 4,5 dias. Quanto ao esquema inicial de antibiótico, a grande maioria dos pacientes
fez uso de penicilina. Outros usaram ceftriaxona ou outro esquema. Grande parte dos pacientes teve um desfecho clínico
positivo. Entre os pacientes que apresentaram complicações, o pneumotórax, óbito e necessidade de minitoracotomia foram os
desfechos mais prevalentes. CONCLUSÃO: As crianças com derrame pleural apresentaram semelhança na ocorrência de
derrame pleural para o gênero e também quanto ao lado do derrame parapneumônico. 61 % dos pacientes foram considerados
com boa evolução clínica, porém outros desfechos também foram significativos, como pneumatocele ou necessidade de
decorticação. Diante dos resultados encontrados, sugerimos um protocolo de atendimento e seguimento dos pacientes
internados nesse serviço com diagnóstico de derrame parapneumônico para uniformizar o atendimento dessas crianças e para a
realização de futuros estudos.
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PCi-007 -INCIDÊNCIA E SOBREVIDA DE CRIANÇAS COM GASTROSQUISE EM MANAUS- AM
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI
CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; LÉIA CRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA LEÃO STORCH; GISLAINE MELO DE OLIVEIRA;
KELEN MARQUES DE SOUZA; RENATA MARTINS DE CARVALHO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS
INTRODUÇÃO: Há um amplo espectro de anomalias congênitas que podem afetar qualquer nível do trato gastrintestinal, do
esôfago ao ânus. E a gastrosquise é uma dessas patologias, trata-se de uma malformação congênita caracterizada por um
defeito de fechamento da parede abdominal associado à exteriorização de estruturas intra-abdominais, principalmente do
intestino fetal, é uma emergência neonatal grave, associada a outras mal formações congênitas reponsável pela maioria dos
casos de óbito como a Sindrome do Intestino curto e atresias intestinais, além disso maior parte dos óbitos acontece em
pacientes com grande comprometimento do intestino, sepse ou complicações a longo prazo com a síndrome do intestino curto
e a desproporção visceral-abdominal, ou seja, a cavidade abdominal é pequena demais para permitir um fechamento primário
de parede abdominal sem comprometer a função gastrintestinal e pulmonar. Considerando o aumento desta anomalia nas
últimas décadas em diversas populações por todo o mundo, variando de 1-2 até 4-5/ 10.000 nascidos vivos, incidência na qual a
taxa de mortalidade é a segunda maior causa de complicação da prematuridade e período perinatal, realizou-se em uma das
instituições da cidade de Manaus-AM, hospital referência em atendimento pediátrico um estudo de coorte retrospectivo de
junho de 2004 a dezembro de 2014, de recém-nascidos que nasceram com essa má-formação. OBJETIVOS: Avaliar no período
de 9 anos e 7 meses (junho de 2004 a dezembro de 2014), os RN atendidos em hospital referência em atendimento pediátrico
na cidade de Manaus –AM, quanto ao sexo, com quantas horas ou dias de vida foi corrigido o defeito da parede abdominal
sobrevida, redução primária ou não das alças intestinais para a cavidade abdominal e tempo de internação em UTI. MATERIAL E
MÉTODOS: Todos os RN atendidos em Hospital referência em atendimento pediátrico em Manaus- Amazonas portadores de
gastosquise foram analisados quanto ao sexo, idade da correção do defeito, correção cirúrgica primária ou não, tempo de
internação em UTI, sobrevida. RESULTADOS E CONCUSÃO: No período de junho de 2004 a dezembro de 2014 foram analisados
257 RN com gastrosquise, observou-se maior incidência no sexo masculino, a maioria foi submetida a fechamento primário,
geralmente nas primeiras 24 horas de vida as anomalias associadas foram poucas na maioria tratava-se de atresias intestinais,
a sobrevida foi boa e a maior causa de óbito foi por sepse neonatal.
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PCi-008 - LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE CASOS DE LINFANGIOMAS OU HIGROMAS CISTICOS, EM UM HOSPITAL
REFERÊNCIA EM PEDIATRIA EM MANAUS-AM E O(S) TRATAMENTO (S) EMPREGADOS.
MARIA AUXILIADOR NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI
CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; LÉIA CRISTINA AZEVEDO VIANA; SABRINA NUNCIO LEÃO STORCH; GISLAINE MELO DE
OLIVEIRA; KELEN MARQUES DE SOUZA; VANESSA MARQUES MENDONÇA
UEA
INTRODUÇÃO: Os linfangiomas são más-formações do sistema vascular linfático que levam a formações de tumorações cisticas
(micro cistos, macro cistos ou podem ser mistos), podem ser superficiais ou profundos. São tumores benignos, mas tem
comportamento maligno por envolverem, desviarem ou comprimirem estruturas nobres. Podem localizar-se em diferentes
regiões do corpo humano principalmente, região cervical, tórax, face, região submandibular, braços, pernas e mediastino, são
indolores, e geralmente assintomáticos mas podem levar a diferentes graus de disfagia ou dispneia por compressão do esôfago
ou traquéia. O sistema linfático é responsável pela coleta e drenagem de fluído linfático acumulado entre as células, nos
linfangiomas esses vasos mal formados levam a um fluxo lento e acúmulo de linfa propiciando a formação de cistos. O
diagnóstico é feito pelo quadro clínico e exame físico principalmente nos linfangiomas superficiais. Quando existem dúvidas
quanto ao diagnóstico pode-se lançar mão de Ultra Som com Dopler, RM, Angioressonância, Angiotomografia que auxiliam na
avaliação quanto a extensão e profundidade da lesão, assim como, quanto ao envolvimento de estruturas vizinhas. O
Tratamento pode ser feito através de cirurgia ou agentes esclerosantes como bleomicina, solução salina hipertônica, Nitrato de
Prata ou através de OK-432 ou picibanil (liofilizado de Streptpcocus pyogenes do grupo A tratados com Penicilina G Potássica).
OBJETIVOS: O Objetivo desse trabalho é avaliar nos pacientes pediátricos portadores de linfangiomas atendidos na cidade de
Manaus – AM em hospital referência a maior incidência quanto a idade, sexo, as principais localizações, as formas de
tratamento empregados ao longo de 10 anos e os resultados encontrados. MATERIAL E MÉTODOS: No período de dezembro de
2004 a dezembro de 2014 foram avaliados todos os pacientes atendidos em um hospital referência em atendimento pediátrico
na cidade de Manaus –AM, portadores de Linfangiomas , quanto a idade, sexo, localização, inicio do tratamento, tratamento(s)
empregado(s), sucesso ou não do tratamento, recidivas e complicações. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Os principais
tratamentos empregados foram: uso de Nitrato de Prata e ou Cirurgia, Cirurgia e ou OK 432. De todos os pacientes avaliados,
todos que foram submetidos a tratamento cirúrgico primário tiveram recidiva local. Os melhores resultados foram obtidos com
o uso de OK-432. Os melhores resultados foram obtidos com o uso de Nitrato de Prata e OK 432.
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PCi-009 - HEMANGIOMA GIGANTE EM CRIANÇA ASSOCIADO À SÍNDROME DE KASABACH-MERRITT: RELATO DE
CASO.
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI
CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; VANESSA MARQUES MENDONÇA; SABRINA NUNCIO
LEAO STORCH; GISLAINE MELO DE OLIVEIRA; LEIA CRISTINA AZEVEDO VIANA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA
INTRUDUÇÃO: Hemangiomas são os tumores vasculares mais comuns encontrados na faixa etária pediátrica e com prevalência
mundial estimada de 1 a 10%. A maioria dos hemangiomas regride espontaneamente, sem complicação, mas quando associada
ao quadro de coagulopatia de consumo, o prognóstico do paciente é comprometido, caracterizando deste modo a Síndrome de
Kasabach-Merritt (SKM) descrita inicialmente em 1940 por Haig Kasabach e Katharine Merritt após relatarem o caso de um bebê
de dois meses de idade que apresentava um extenso hemangioma capilar da coxa associado ao quadro de trombocitopenia. O
trabalho visa relatar um caso de uma criança que apresentou ao nascimento um hemangioma da face anterior da coxa associado
à coagulopatia de consumo. RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, dois anos de idade, natural de Manaus, Amazonas,
apresentou ao nascimento, volumosa tumoração em face anterior da coxa esquerda associada a sinais flogísticos em todo o
membro inferior esquerdo. Após internação no setor de neonatologia, foram solicitados exames laboratoriais iniciando-se deste
modo a investigação da etiologia da lesão. No hemograma e coagulograma, foi possível diagnosticar os quadros de anemia e
plaquetopenia respectivamente. Foram solicitados os exames de ultrassonografia (USG) com Doppler e ressonância nuclear
magnética (RNM), confirmando a presença de tumoração de aspecto cístico associada a inúmeros vasos sanguíneos de permeio
e espessamento da pele e subcutâneo, sendo sugestivo de hemangioma. Para o tratamento da lesão, optou-se pela conduta
expectante e acompanhamento ambulatorial mensal objetivando a regressão espontânea da tumoração. Após quatro meses de
acompanhamento e ausência de regressão da lesão, iniciou-se o tratamento clínico com propanolol na dose de 4mg/kg/dia
divididos em três doses diárias. Paciente evoluiu com diminuição gradativa da tumoração e cessação do quadro da coagulopatia
apresentando, porém pequena alteração residual em coxa visualizada pela USG com Doppler. DISCUSSÃO: Cerca de 80% dos
casos de SKM são diagnosticados na faixa etária de um ano, sendo 50% no primeiro mês de vida. A SKM é mais frequentemente
associada ao hemangioma capilar. O tratamento dos hemangiomas e da SKM é desnecessário na maior parte dos casos. Quando
necessário, é consenso que o tratamento deve ser expectante, em vez de agressivo. Diferentes modalidades têm sido utilizadas,
porém a maioria gera alta incidência de complicações. Os corticosteroides, interferon-alpha 2a, agentes esclerosantes,
radioterapia, fototerapia, ligadura vascular, a excisão cirúrgica e a embolização endovascular são modalidades terapêuticas
potencialmente valiosas para reduzir a atividade do tumor. Para a condução do quadro de coagulopatias de consumo,
especialmente a trombocitopenia, usam-se desde aspirina, dipiridamol, heparina, antifibrinolíticos, ácido e-aminocapróico até
os hemoderivados, como o sangue total, concentrado de plaquetas e o plasma fresco congelado. CONCLUSÃO:O trabalho
abordou um caso de paciente que apresentou ao nascimento hemangioma da face anterior da coxa evoluindo para a Síndrome
de Kasabach-Merritt e cujo tratamento empregado foi inicialmente a conduta expectante seguida pelo tratamento clínico com
propanolol evoluindo com regressão da lesão.
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PCi-010 - HAMARTOMA PULMONAR EM RECÉM NASCIDO, RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA.
MARIA AUXILIADORA NEVES DE CARVALHO; BRUNA CECILIA NEVES DE CARVALHO; FLAVIA MOREIRA DE CARVALHO; ANNELI
CASTELO BRANCO MAJURI; PAULO KLEIN; RENATA MARTINS DE CARVALHO; LÉIACRISTINA AZEVEDO VIANA; KELEN MARQUES DE
SOUZA; VANESSA MARQUES DE SOUZA; NATACHA MARIA NASCIMENTO VALENTE
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS; UEA; NILTON LINS
INTRODUÇÃO: Hamartomas pulmonares, também chamados de hamartocondromas, hamartomas condromatosos,
adenocondromas ou fibroadenomas pulmonares são neoplasias benignas com incidência de 0.3% acometendo principalmente
homens idosos, (acima da sexta década de vida) sendo raros em crianças, principalmente no período neonatal. Podem ser
classificados em endobrônquicos ou centrais e intraparenquimatosos ou periféricos. São neoplasias epiteliais e
mesenquimatosas constituídas predominantemente de tecido cartilaginoso podendo também ser compostas de tecido
conjuntivo fibromixóide, tecido adiposo, tecido muscular lisoe vasos. A mutação genética mais associada a esta patologia é a
permuta entre as regiões 6p21 e 14q24, sendo geralmente encontrada apenas nas células de origem parenquimatosa. Assim, o
epitélio brônquico presente poderia ter sido aprisionado durante expansão tumoral ou ser constituído de um epitélio reativo. A
ocorrência de diversos padrões histológicos pode ser explicada por diferentes tipos de mutações ou por acometimento inicial de
célula mesenquimatosa pluripotencial. A macroscopia é variável de acordo com o padrão predominante. RELATO DE CASO:
Recém Nascido do sexo masculino, a termo, pesando 3.500 grs., apresentou nas primeiras horas de vida um quadro de dispneia
progressiva, sendo necessário intubação com Ventilação Mecânica para melhora do quadro clínico, RX de tórax mostrou
tumoração volumosa ocupando o Hemitorax direito, sólida, comprimindo e desviando as estruturas adjacentes. A RM confirmou
a presença da Tumoração sólida, como o menor não conseguia respirar sem auxilio de ventilação mecânica com retenção de
CO2, foi submetido à Toracotomia com lobectomia e DFT, evoluiu sem intercorrências recebendo alta Hospitalar 10 dias após,
estando até o momento em acompanhamento clínico. O Laudo Histopatológico mostrou tratar-se de um Hamartoma Pulmonar.
DISCUSSÃO: A lesão, em alguns casos, pode ser delimitada por meio de ultrassonografia e ressonância nuclear magnética
durante o período pré-natal, porém sua caracterização geralmente só se torna possível após o nascimento por
anatomopatologia. A clínica pode variar de assintomatologia a obstrução de vias aéreas com hemoptise e dispneia. Essa
neoplasia possui crescimento insidioso, porém contínuo. A malignização é rara, porém a incidência de carcinoma brônquico é
6,3 vezes maior. Em crianças assintomáticas e que disponham de métodos de imagem e acompanhamento médico regular o
tratamento pode ser conservador, visto que o hamartoma tende a diminuir após os dois anos de vida. No entanto, caso a massa
cresça trazendo repercussões ao paciente a excisão cirúrgica está indicada. CONSLUSÃO: O paciente está atualmente muito bem
sem sinal de recidivas, em acompanhamento ambulatorial. Vale ressaltar que a mãe do menor e Engenheira Elétrica e durante a
gravidez relata ter sido exposta a radiação, o que talvez tenha contribuído para o aparecimento da lesão.
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PCi-011 - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DIAGNÓSTICO INTRA-OPERATÓRIO E ANATOMOPATOLÓGICO EM
CRIANÇAS COM APENDICITE AGUDA.
LUCIANA TRINDADE GODINHO; LUCIAN BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; FRANCISCO SOLANO LOPES
TORRES; RITA DE CASSIA FERNANDES SIMÕES; FLÁVIO SAAD; RICARDO GOMES DOS REIS GUIDONI; GERALDO MAGELA
MARQUES; BEATRIZ KABBACH MAIA; WILSON TADASHI TOMIMATSU
HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO - FCMS, SANTOS
INTRODUÇÃO: A dor abdominal é uma das queixas mais comuns de crianças que buscam a atenção médica. Entre as diversas
causas de dor abdominal na faixa etária pediátrica, a apendicite aguda (AA) é a doença cirúrgica mais comum na urgência e
emergência. Por tratar-se de doença evolutiva, a AA é definida em fases durante o ato cirúrgico. A classificação mais comumente
utilizada é: edematosa, flegmonosa, gangrenosa e perfurada. Rotineiramente, os apêndices são enviados a serviços de anatomia
patológica para confirmação diagnóstica. Muitas vezes, a classificação inadequada do grau de doença pode resultar em
eventuais falhas ou ainda, excessiva duração do tratamento. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo,
transversal avaliando 113 apendicectomias realizadas no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) em Santos (São Paulo). OBJETIVO:
Correlacionar o diagnóstico intra-operatório da fase da apendicite aguda e posterior diagnóstico anatomopatológico.
RESULTADOS: A maior parte dos pacientes era do sexo masculino e a média de idade foi de 8,3 anos. Apenas para a fase
flegmonosa foi encontrado significância estatística (p<0,05) entre a concordância e discordância entre o diagnóstico intraoperatório e anatomopatológico. A concordância ou não entre intra-operatório e anatomopatológico não influenciou no tempo
de internação hospitalar e complicações pós-operatórias. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o perfil dos pacientes
apendicectomizados neste serviço pouco se alterou nos últimos anos. Foi encontrado relação entre diagnóstico intra-operatório
e anatomopatológico apenas para a fase flegmonosa da apendicite. A fase perfurada foi responsável pelo aumento do tempo de
internação hospitalar e da morbidade.
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PCi-012 - TERATOMA CERVICAL EM NEONATOS: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
GIOVANA CAMARGO DE ALMEIDA; CLAUDIO SHULTZ; MARIAH MELLO; NICOLE TÁSSIA AMADEU; BRUNA CECÍLIA NEVES DE
CARVALHO; LETÍCIA ALVES ANTUNES; CAROLINA TALINI
HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
INTRODUÇÃO: Os teratomas cervicofaciais em neonatos compreendem de 1,5 a 5,5% de todos os teratomas da infância e
apresentam incidência de 1:20.000 a 1:80.000 nascidos vivos. A apresentação ao nascimento varia desde uma tumoração
cervical assintomática até insuficiência respiratória por obstrução da via aérea. O diagnóstico pode ser feito durante
ultrassonografia pré-natal. Macroscopicamente, os teratomas são assimétricos e unilaterais; podem apresentar aspecto cístico,
semi-cístico ou sólido, com margens bem delimitadas, medindo de 3 até 16 cm em seus maiores diâmetros; costumam ser bem
delimitados, multiloculados e com pseudocápsula. Até 50% deles possuem calcificações. O aspecto histológico depende da
linhagem de diferenciação celular, podendo ser bem diferenciados ou indiferenciados. O tratamento definitivo é a ressecção
cirúrgica. Quimioterapia e radioterapia podem ser associadas nos casos de teratomas imaturos. OBJETIVO: Relatar o caso de um
paciente com teratoma cervical, descrevendo a investigação diagnóstica, tratamento e resultado final. MATERIAS E MÉTODOS:
Análise do prontuário e com prévia autorização da família do paciente. Relato do Caso: LGPS, masculino, encaminhado por
massa cervical à direita sem diagnóstico pré-natal e sem sinais de insuficiência respiratória. A tumoração era de
aproximadamente 10 cm de diâmetro, fibroelástica, multilobulada, com pouca mobilidade, transluminiscente, sem sinais
flogísticos, indolor e com desvio da rima labial para esquerda. Foram realizadas ecografia e tomografia cervical nos primeiros
quinze dias de vida, com diagnóstico inicial de linfohemangioma com volume de 150 cm3. Iniciado tratamento com Sildenafil.
Durante o acompanhamento, houve crescimento tumoral importante, associado a dispneia. Realizada nova tomografia que
sugeriu hemangioma, com desvio da via aérea e aumento do tumor em 4 vezes seu volume inicial (616 cm3). Após discussão
com a radiologia, sendo diagnóstico mais provável de linfohemangioma. Submetido a tentativa infiltração com Bleomicina, mas
foi cancelada devido à aspiração de 3mL de conteúdo hemático puro na punção. Optado por biópsia e a intubação orotraqueal
para proteção de via aérea. A biópsia resultou em tecido conjuntivo imaturo, contendo de permeio uma glândula sebácea,
epitélio glandular mucosecretor, tecido adiposo e algumas células musculares imaturas. Discutido caso com patologista, optado
por nova biópsia incisional da lesão e “in print” em lâmina, com laudo anatomopatológico de teratoma predominantemente
maduro com áreas focais de tecido conjuntivo imaturo. Realizado ressonânica nuclear magnética que descreveu como
possibilidades diagnósticas tumoração de linhagem sarcomatosa ou teratoma imaturo. Submetido a ressecção cirúrgica
completa do tumor aos 4 meses de vida. A lesão apresentava bom plano de clivagem e não invadia estruturas cervicais. A peça,
de consistência firme, com superfície irregular e áreas císticas de permeio, media 11x7,5x7,5 cm, foi submetida à exame
anatomopatológico com laudo de teratoma cervical imaturo, grau I, com boa evolução pós operatória. No seguimento, 3 e 6
meses, 1 e 2 anos, o paciente não teve recidiva tumoral, ficando apenas com leve desvio de rima labial. CONCLUSÃO: O caso
ilustra a presença do teratoma cervical como diagnóstico diferencial das massas cervicais. Evidencia também a importância do
diagnóstico por imagem, influenciando no tratamento e conduta cirúrgica.
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PCi-013 - RELATO DE CASO DE AVE ISQUÊMICO CRIPTOGÊNICO NA ARTÉRIA BASILAR DE PACIENTE DE 17 ANOS
KARINA LUIZA ZIMMERMANN; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR; KALINKA DOLÇAN; PAULA DAYANA MATKOVSKI; LUCAS
EDUARDO BONADIO; DANIELLE DE LARA; LUIS RENATO GARCEZ DE OLIVEIRA MELLO; LEANDRO JOSÉ HAAS
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU; HOSPITAL SANTA ISABEL DE BLUMENAU
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é pouco frequente na população jovem, entretanto, estudos populacionais e relatos
evidenciaram uma tendência no aumento de casos em indivíduos jovens. Independente da faixa etária, o impacto permanece
devastador sobre a qualidade de vida do indivíduo, sendo uma importante causa de óbito e incapacitação. O objetivo do
trabalho é relatar um caso infrequente de AVE isquêmico em território da artéria basilar em paciente de 17 anos com dois
fatores de risco potenciais: Forame Oval Patente (FOP) e o uso de anticoncepcional oral (ACO). Utilizou-se o registro de
prontuário para a coleta de dados. FS, feminino, 17 anos, com quadro de cefaléia insidiosa, em região occipital, de forte
intensidade acompanhado de rash cutâneo morbiliforme, estrabismo divergente, ptose palpebral à direita, afasia de expressão,
disfagia, hemiparesia esquerda incompleta grau 4, reflexo cutâneo plantar em extensão à esquerda e rebaixamento do sensório.
Em uso de ACO há 1 ano. Tomografia de crânio, punção lombar e exames laboratoriais sem alterações. Evoluiu com paresia do
3º e 6º pares cranianos à esquerda, nistagmo horizontal à direita, anartria, tetraparesia espástica simétrica grau 3, reflexo
cutâneo plantar em extensão bilateral, clonus esgotável e hiperreflexia global. A Ressonância Magnética de crânio evidenciou
isquemia em topografia mesencefálica. Arteriografia cerebral demonstrou oclusão de artéria basilar em terço médio. Em
ecodopplercardiograma transtorácico evidenciou-se presença de forame oval patente (5,5 mm) com shunt discreto da
esquerdo-direito. Diagnosticou-se AVE isquêmico de origem cardioembólica, estabelecendo-se anticoagulação plena para
tratamento. Houve melhora do quadro neurológico e involução do rash cutâneo. Alta hospitalar com quadro clínico estável. No
seguimento ambulatorial, a paciente apresentava-se lúcida e orientada, com estrabismo convergente, monoparesia MID 4+/4+,
marcha e sensibilidade preservadas. Os maiores desafios clínicos no manejo do AVE em adultos jovens são estabelecer o
diagnóstico de maneira precoce e identificar o fator causal. Jovens com quadro clínico sugestivo e fatores de risco devem passar
por exames: hemograma, VHS, PCR, eletrólitos, glicemia, perfil lipídico, função renal, marcadores de injúria e função hepática,
afim de detectar fatores de riscos biológicos e fornecer informações sobre causas raras de AVE. A RNM é a melhor técnica para
confirmar AVE isquêmico ou afastar outros diagnósticos em jovens na emergência. A associação entre o FOP e AVE isquêmico é
ainda controversa, porém o FOP é um achado frequente entre pacientes jovens que apresentam AVE criptogênico, reafirmado
na presença de shunt direta para esquerda. Daí a necessidade de ecocardiograma. Uma nova angiografia pode ser útil para
distinguir entre síndromes de vasoconstricção cerebral reversíveis e outras patologias persistentes. O ocorrência de AVE
isquêmico em jovens é rara e de sintomatologia inespecífica. Há, portanto, gra
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PCi-014 - CONDILOMA PERIANAL PEDIÁTRICO: TRATAMENTO COM BLOQUEADOR H2
LISIEUX EYER DE JESUS; JÉSSICA BASTOS SILVA; PEDRO CAMELIER; IVETE MARTINS GOMES; SAMUEL DEKERMACHER
UFF; HOSPÍTAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO RJ
INTRODUÇÃO: Condiloma acuminado não é incomum em crianças, podendo ser transmitido pela mãe durante a gravidez e
parturição, mediante abuso sexual e contaminação ambiental, inclusive auto-inoculação a partir de verrugas vulgares. O
tratamento pode ser dificultado pela imaturidade e dificuldade em colaborar do paciente. Algumas modalidades exigem
anestesia geral. Tratamentos não intervencionistas e seguros são de grande interesse para pacientes pediátricos. OBJETIVO:
Apresentar dois casos de condiloma acuminado pediátrico tratados exclusivamente com ranitidina oral. MATERIAL E MÉTODOS:
estudo de 2 casos clínicos e revisão de literatura. RESULTADOS: Menina de 8 anos de idade e menino de 2 anos portadores de
verrugas vulgares e condiloma perianal e genital foram tratados com ranitidina oral na dose de 4 mg/kg/d, com remissão
completa das lesões. Comentários: O uso de bloqueadores H2 no tratamento de lesões cutâneo-mucosas causadas por vírus
HPV tem sido proposto nos últimos 20 anos. O uso da cimetidina no tratamento do condiloma acuminado da criança tem sido
pouco citado em literatura, apesar de evidentes vantagens para o tratamento de pacientes pediátricos em quem a aplicação de
agentes tópicos locais ou métodos cirúrgicos é difícil pela não cooperação do paciente. CONCLUSÃO: O uso de bloqueadores H2
para tratar condilomas acuminados na criança é uma alternativa de baixo custo, segura e que não impede a associação
simultânea ou posterior de outros métodos terapêuticos.
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PCi-015 - HAMARTOMA DE CLITORIS EM ADOLESCENTE: RELATO DE CASO
LISIEUX EYER DE JESUS; PEDRO CAMELIER; JÉSSICA BASTOS SILVA; LAURA PONTES FAJARDO; ALBERTO S.M.TOMÉ; VALÉRIA
SCHINCARIOL
UFF
INTRODUÇÃO: A grande maioria das anormalidades clitorianas está associada à virilização. Anomalias isoladas são excepcionais
e geralmente adquiridas. Muitas etiologias diferentes são possíveis. OBJETIVO: Relatar caso tratado em nosso serviço, discutir o
diagnóstico diferencial e tratamento desta doença. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso e revisão de literatura. RESULTADO:
Uma adolescente de 13 anos, Tanner 3, foi referenciada para tratamento de “hipertrofia clitoriana”, apresentando problemas
sociais e psicológicos secundários graves. Não havia história de trauma. O exame físico mostrava apenas deformidade e
hipertrofia do prepúcio clitoriano sem sinais de virilização e sem dor à palpação. O clitóris se apresentava deslocado anterior e
superiormente, sobre o púbis. Os níveis hormonais eram compatíveis com o padrão feminino normal pós-puberal. Na cirurgia
foram encontradas aderências fixando o órgão ao periósteo do púbis. Foi feita lise das aderências e reposicionamento do órgão,
além da prepucioplastia. A biópsia do tecido prepucial revelou um Hamartoma clitoriano. Três meses após a cirurgia os
resultados estéticos são satisfatórios e os problemas psicológicos e sociais apresentados estão resolvidos. CONCLUSÃO: A
literatura sobre anomalias isoladas do clitóris, que podem ser devidas a anomalias do clitóris em si (em geral tumores,
principalmente hemangiomas e neurofibromas) ou do prepúcio clitoriano (pseudoclitomegalia, a maioria cistos epidemóides
após infibulação), se resume a poucos relatos de caso. Apenas casos únicos de linfoma, schwanoma, xantogranuloma e
hamartoma vascular foram relatados. O diagnóstico é fundamentalmente clínico, mas pode ser ajudado por exames de imagem
(US e RMN) e síndromes virilizantes devem ser excluídas. O tratamento cirúrgico é aconselhável para resolver os problemas
sexuais, psicológicos e sociais associados. A presença de fibrose extensa exige grande cuidado no sentido de proteger o feixe
vasculo-nervoso do clitóris durante a cirurgia.
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PCi-016 - FÍSTULA BRÔNQUIO ARTERIAL EM RECÉM NATO APÓS INTRODUÇÃO DEMASIADA DE PICC: RELATO DE
CASO
CIBELE MARIA FERREIRA DA SILVA; PEDRO IZZO; DANIELA SILVESTRE; TATIANNE MOREIRA DA COSTA
HUSF
INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (PICC) oferece uma alternativa segura de acesso intravenoso central, de
permanência prolongada, que permite administração de soluções de alta osmolaridade e extremos de pH ou vesicantes às veias
periféricas. A sua inserção apresenta relato em literatura de que as complicações gerais variam de 2 a 17%, sendo a mais comum
a infecção. A inserção periférica eliminaria complicações potenciais como pneumotórax e hemotórax, comparando com
cateteres centrais inseridos cirurgicamente. OBJETIVO: Este relato de caso objetiva descrever um caso em que ocorreu
introdução demasiada do PICC, com formação de fístula brônquio-arterial e subsequente complicação respiratória correlatada
em recém-nascido. MATERIAL E MÉTODOS: Os dados clínicos evolutivos e diagnósticos foram obtidos após revisão do
prontuário. RESULTADOS: O recém-nascido a termo, de parto cesárea, foi admitido no serviço com 3 horas de vida,
encaminhado com diagnóstico de ânus imperfurado e fenda palato-labial completa. No dia seguinte a introdução percutânea do
PICC e administração de nutrição parenteral, iniciou desconforto respiratório que progrediu rapidamente. Necessitou de
ventilação mecânica para estabelecer troca gasosa adequada. A verificação da trajetória do cateter com auxilio de contraste
radiológico revelou presença de cateter na árvore brônquica a partir do trajeto brônquio fonte esquerdo. No dia seguinte
evoluiu com pneumotórax, tendo sido realizada punção e drenagem de hemitórax esquerdo. Após retirada do cateter e alguns
dias de drenagem torácica fechada, houve melhora clínica e radiológica, sendo realizada extubação. CONCLUSÃO: Após revisão
sobre o assunto, encontramos em recém-nascidos apenas dois relatos de fístula, um brônquio arterial e o outro, brônquio
venosa. De modo geral, estudos apontam que o PICC apresenta menor incidência de complicações quando comparado a outros
cateteres venosos centrais, porém a despeito da baixa frequência de eventos indesejáveis, sua ocorrência produz impactos
extremamente relevantes do ponto de vista clínico. Referências bibliográficas: 1) Vendramim P, Pedreira MLG, Peterlini MAS.
Cateteres centrais de inserção periférica em crianças de hospitais do município de São Paulo. Revista Gaúcha de Enfermagem
2007;28(3):331-9. 2) Costa P, Camargo PP, Bueno M, Kimura AF. Dimensionamento da dor na inserção do Cateter Central de
Inserção Periférica em neonatos. Acta Paul Enferm 2010;23(1):35-40. 3) Jesus VC, Secoli SR. Complicações acerca do cateter
venoso central de inserção periférica (PICC); Cienc Cuid Saude 2007 Abr/Jun;6(2):252-260. 4) DElia C, Correia MS, Oliveira SD,
Barbosa NMM. Fístula broncovascular - complicação de cateter venoso central percutâneo (PICC) em neonato; J Pediatr (Rio J)
2002;78(4):347-50. 5) Johann DA. Complicações relacionadas ao uso do cateter central de inserção periférica no neonato
(Dissertação de mestrado). Curitiba, 2011. 6) Camargo PP, Kimura AF, Toma E, Tsunechiro MA. Localização inicial da ponta de
cateter central de inserção periférica (PICC) em recém-nascidos. Rev Esc Enferm USP 2008; 42(4):723-8
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PCi-017 - TERATOMA SACROCOCCÍGEO: RELATO DE UM CASO
LETICIA SCALFI CAPRONI; ALEXANDRE PETRECA; PABLO GUIDORZI GURTHER
SANTA CASA DE VOTUPORANGA; HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO; UNICASTELO
FERNANDÓPOLIS
INTRODUÇÃO: Tumores sacrococcígeos (TSC) são originados de células embrionárias pluripotentes e compostos por tecidos
derivados de 2 a 3 camadas embrionárias. É uma patologia infrequente com prevalência de 1 a cada 35.000 a 40.000 nascidos
vivos, porém é o tumor mais comum no período neo-natal. Atinge com maior freqüência o sexo feminino com proporção de 4:1.
Em recém-nascidos mais de 90% desses tumores são benignos, contrapondo 80% de chance de malignidade em maiores de 1
ano. Os tumores podem ser císticos, sólidos ou mistos. O diagnóstico é realizado por ultrassonografia,em alguns casos pode
estar associado a poliidrâmnio (70%) e hidropsia (25%). São classificados quanto ao grau de extensão intra-pélvica de acordo
com Altman. O tratamento envolve a ressecção de todo o tumor incluindo o cóccix e a complicação mais comum no pósoperatório (18%) é a infecção da ferida, pela proximidade do ânus. A dosagem de marcadores tumorais é válida para o
diagnóstico e rastreamento pós-operatório sendo a recorrência mais comum nos dois primeiros anos após a ressecção.
DISCUSSÃO: O presente estudo relata o caso de um recém nascido, de uma primigesta (32 anos), com diagnóstico intra-útero de
teratoma sacrococcígeo, realizado através de Ultrassonografia Obstétrica com idade gestacional de 22 semanas e 1 dia.
Ressonância Magnética Fetal complementar comprovou o diagnóstico de TSC misto com classificação Altman I, sem outras
anormalidades de estruturas e órgãos. Nascido de parto cesário, sexo feminino, pré-termo de 34 semanas e 6 dias, apresentou
apgar 9/9, pesando 2.940 gramas, tumor sacrococcígeo volumoso e ulcerado. Optou-se por abordagem cirúrgica precoce, 17
horas após o nascimento, devido ao alto risco de infecção e malignidade. Realizado ressecção com incisão circular com margem
de segurança de 1 cm. Ressecado todo o tumor e cóccix (110x100x90 mm, pesando 780 gramas), com abertura de canal
medular e parede posterior do reto devido a extensa aderência e profundidade da massa, classificação intra-operatória Altman
II. Conseguido fechamento do canal medular com tecido subcutâneo e dermorrafia parcial da ferida devido a extensa perda
tecidual na exerese do tumor. Pós-operatório em leito de UTI neonatal evoluindo com fistula anorretal no 14° PO e
contaminação da ferida operatória; optado por realização colostomia. Recebeu alta hospitalar no 21° dia após o nascimento.
CONCLUSÃO: O TSC é um tumor infrequente, porém comum no período neonatal. O diagnóstico e a abordagem cirúrgica devem
ser realizados mais precocemente possível devido ao elevado risco de malignização e infecção. O prognóstico da doença esta
relacionado diretamente com a extensão e complicações, assim como o sucesso no tratamento cirúrgico. A ressecção total do
tumor e cóccix é o objetivo principal do tratamento curativo e quimioterapia adjuvante por ser considerada. Deve ser levado em
conta o restabelecimento das funções morfofisiológicas e anatômicas. O planejamento estético deve ser progr
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PCi-018 - FIMOSE: TRATAMENTO CIRÚRGICO OU TÓPICO?
WILSON TADASHI TOMIMATSU; LUCIANE BASTOS FERNANDES DE OLIVEIRA; ADRIANE SAKAE TSUJITA; RICARDO GOMES DOS
REIS GUIDONI; RITA DE CÁSSIA FERNANDES SIMÕES; FRANCISCO SOLANO LOPES TORRES; FLÁVIO SAAD; GERALDO MAGELA
MARQUES; LUCIANA TRINDADE GODINHO; BEATRIZ KABBACH MAIA
HOSPITAL GUILHERME ÁLVARO, FCMS - SANTOS
INTRODUÇÃO: A postectomia é um processo milenar, e por muitos anos foi o tratamento de eleição para os casos de Fimose.
Faz aproximadamente quinze anos que alguns autores iniciaram o tratamento clínico para fimose, utilizando corticoide tópico
no prepúcio, e conseguiram a exposição da glande em grande porcentagem dos casos. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho, foi
avaliar os resultados e limitações deste tratamento clínico, o que poderia levar ao tratamento cirúrgico. MATERIAL E MÉTODOS:
A amostra caracteriza-se por crianças portadoras de Fimose de 1 a 12 anos de idade, no período de janeiro de 2009 à dezembro
de 2012, em Clínica de Cirurgia Pediátrica em Santos. Foram analisados prontuários de pacientes portadores de Fimose com
informações de variáveis de caracterização do paciente (idade, raça, grau de escolaridade dos pais) e variáveis da doença. (grau
de Fimose). Após a exclusão de pacientes com afecções associadas, abandono do tratamento ou impossibilidade de contacto,
150 prontuários foram estudados. Foram observadas variações importantes nos resultados obtidos, levando em conta a idade
dos pacientes e o grau de Fimose. RESULTADOS: Pacientes de 1 a 6 anos de idade, apresentaram 60% de sucesso do tratamento
clínico e 40% apresentaram insucesso, indicando o tratamento cirúrgico. Já nos pacientes de 7 a 12 anos, 40% tiveram bom
resultado com o tratamento clínico e 60% foram submetidos à cirurgia. Em relação ao grau de Fimose, os resultados foram mais
expressivos. Nos pacientes portadores do grau 1 de Fimose, 37% obtiveram sucesso com o tratamento clínico e 63% foram
submetidos ao tratamento cirúrgico. Nos pacientes portadores do grau 2 e 3 de Fimose, 80% apresentaram bom resultado com
o tratamento clínico e apenas 20% foram submetidos à postectomia. CONCLUSÃO: 1) Em crianças de 1 a 6 anos de idade ocorre
melhor resposta ao tratamento tópico quando comparado a pacientes entre 7 a 12 anos. 2) Nos meninos portadores de Fimose
grau 2 e 3 houve melhor resultado no tratamento tópico.
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PCi-019 - QUILOTÓRAX REFRATÁRIO APÓS CORREÇÃO DE HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA
LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; ADRIANO LUÍS GOMES; MARCIALI GONCALVES FONSECA SILVA; MARIA CARMEN LUNARDI
MONTEIRO DE CARVALHO; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO MENIN;
DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR
FAMERP
INTRODUÇÃO: O quilotórax corresponde ao acúmulo de linfa em um ou ambos os espaços pleurais. Pode ter etiologia
congênita, traumática, neoplásica ou causas mistas. A origem traumática é atribuída principalmente aos procedimentos
operatórios cardíacos ou torácicos, sendo seu tratamento inicialmente conservador. OBJETIVO: Relatar o caso de um recémnascido com quilotórax após a correção de uma hérnia diafragmática congênita (“Bochdalek”), bem como descrever diversas
opções de tratamento para o quilotórax. MATERIAL E MÉTODOS (RELATO DO CASO): E.H.B., masculino, nascido de parto
cesárea, com 38 semanas de gestação e diagnóstico antenatal de hérnia diafragmática. Após 2 dias na U.T.I., recebendo óxido
nítrico, foi submetido à laparotomia, com incisão subcostal do lado esquerdo para correção de amplo defeito diafragmático. Boa
evolução, no 7º dia de pós-operatório foi iniciada a dieta e evoluiu com drenagem de secreção clara pelo dreno torácico,
confirmado laboratorialmente como quilotórax. A dieta foi substituída por leite desnatado, sem sucesso. Optou-se pelo jejum e
nutrição parenteral total, porém manteve volume crescente da drenagem linfática. Associou-se o acetato de octreotida mas o
quilotórax mostrou-se refratário. Sob ventilação mecânica, a criança desenvolveu outras complicações como infecção de origem
pulmonar, sepse, hipoalbuminemia e anasarca, sem condições clínicas para nova abordagem operatória. A drenagem de linfa
chegou a 950 ml/24h e optou-se pela pleurodese com tetraciclina, realizada no leito, com resposta transitória. Após melhora
clínica foi realizado novo tratamento operatório, o inventário da cavidade torácica revelou diafragma íntegro e drenagem difusa
de linfa através no seio costofrênico posterior e medial, junto ao pericárdio e aorta torácica. Realizada cobertura de toda a
superfície torácica do diafragma e trajeto do ducto torácico com malha de Surgicell® e cola de fibrina A técnica mostrou bom
resultado por 2 dias, quando o doente evoluiu com desconforto respiratório e aumento do quilotórax. Apresentou
comprometimento do estado geral, piora do padrão pulmonar e choque séptico. A equipe optou por nova tentativa de
pleurodese no leito, dessa vez com iodopovidona (Povidine®). Um dia após o procedimento o débito do dreno torácico reduziu
drasticamente para aproximadamente 25 ml/24h, mantendo-se baixo nos dias subsequentes. RESULTADOS: Diante de um
quadro grave de quilotórax a equipe buscou na literatura opções de tratamento, tais como, dieta pobre em lipídios, jejum,
nutrição parenteral, acetato de octreotida, pleurodese com tetraciclina e abordagem operatória para o bloqueio da drenagem
linfática com malha de Surgicell® e cola de fibrina, mas todas estas opções revelaram resultados transitórios ou insuficientes.
Apenas a pleurodese com iodopovidona mostrou-se efetiva no controle do quilotórax. Apesar disso, a criança evolui com
choque séptico, indo ao óbito após 68 dias da primeira abordagem operatória. CONCLUSÃO: Apesar da provável origem
traumática, o quilotórax que ocorre como complicação do tratamento de uma hérnia diafragmática pode ser de difícil
tratamento. Neste caso, a pleurodese com iodopovidona mostrou melhor resultado. As experiências compartilhadas em casos
como este, podem contribuir para o sucesso no tratamento de mais crianças.
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PCi-020 - DIVERTICULITE DE MECKEL SECUNDARIA A ESQUISTOSSOMOSE
AUGUSTO JOSE DA SILVA ALBUQUERQUE CAVALCANTE; MOACIR TIBURCIO; MARIA APARECIDA MARTINO FERREIRA; ISABELLE
FALEIROS FERNANDES; ARTUR EMILIO LEONARDI TIBURCIO; GUILHERME ARANTES ROSA MACIEL
SANTA CASA DE BELO HORIZONTE; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
INTRODUÇÃO: Esquistossomose mansoni é uma infecção parasitária intravascular causada por trematoda e o ser humano é o
hospedeiro definitivo. O sistema venoso mesentérico atua como principal local de desenvolvimento, onde ocorre processo
inflamatório significativo podendo ser razão de abdomen agudo. OBJETIVOS: O caso descrito a seguir busca incentivar a
suspeição e investigação de parasitoses frente a um abdomen inflamatório agudo. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de caso
associado à revisão da literatura científica a partir de artigos publicados sobre o tema. CONCLUSÃO: Processo inflamatório
intestinal causado pela esquistossomose pode desencadear diverticulite de Meckel.
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PCi-021 - TUMOR DE FRANTZ: EXPERIÊNCIA DO MANEJO CLÍNICO E CIRÚRGICO DE UM CASO.
AUGUSTO JOSE DA SILVA ALBUQUERQUE CAVALCANTE; MOACIR TIBURCIO; CLARA GONTIJO CAMELO; ISABELLE FALEIROS
FERNANDES; ARTUR EMILIO LEONARDI TIBURCIO; GUILHERME ARANTES ROSA MACIEL; ÁTILA REIS VICTORIA; RODRIGO
ROMUALDO PEREIRA
SANTA CASA DE BELO HORIZONTE; UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
INTRODUÇÃO: O tumor Sólido Pseudopapilar do pâncreas também conhecido como tumor de Frantz, é de difícil entendimento
devido a sua raridade à nível mundial mas novos casos têm sido descritos nos últimos anos colaborando em seu estudo.
OBJETIVOS: Descrever a experiência do manejo clinico e cirúrgico de um paciente com tumor de Frantz. MATERIAL E MÉTODOS:
Relato de caso associado à revisão da literatura científica a partir de artigos publicados sobre o tema. RESULTADOS e
CONCLUSÃO: O Tumor Sólido Pseudopapilar do pâncreas tem comportamento benigno, mas é de difícil manejo clinico e
cirúrgico com complicações já descritas mas que necessitam de tratamento multidisciplinar e em centros com estrutura
adequada para o suporte.
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PCi-022 - SÍNDROME DE KINSBOURNE COMO MANIFESTAÇÃO ÚNICA EM CRIANÇA COM NEUROBLASTOMA:
RELATO DE CASO
LETICIA ALVES ANTUNES; CESAR CAVALLI SABBAGA; MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA
DE NEVES CARVALHO; PAULA RUBIO VILAR
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A síndrome opsoclonus-mioclonus-ataxia (OMA) também conhecida como Síndrome de Kinsbourne pode ocorrer
como manifestação neurológica única em crianças com síndrome paraneoplásica de um neuroblastoma de baixo grau. A
síndrome ocorre mais frequentemente em crianças jovens – 3 a 6 anos de idade – e é responsável por 2 a 3% das crianças com
neuroblastoma. Apresenta como sinais movimentos oculares rápidos, irregulares, horizontais e verticais (opsoclonus),
mioclonias, irritabilidade e ataxia cerebelar. Esta síndrome manifesta em tumores de pequeno tamanho (estágio I ou II) com
histologia favorável e sem amplificação do gene N-myc. Esses tumores são indolentes e raramente recidivam após a ressecção. A
sobrevida dessas crianças é mais alta do que as crianças que não apresentam manifestações neurológicas. É aceito que a
síndrome paraneoplásica neurológica ocorre quando há antígenos similares entre as células tumorais e os neurônios. Apesar do
tratamento com corticosteróides, corticotropina (ACTH), imunoglobulina endovenosa muitas crianças que apresentaram ataxia
mantiveram um déficit residual mesmo após ressecção tumoral. OBJETIVO: Este relato descreve o caso de uma criança de 3
anos de idade que apresentou OMA como manifestação única de um neuroblastoma indolente abdominal. RELATO DE CASO:
Paciente YA, 3 anos, sexo feminino, levada pelos pais para atendimento médico com Neuropediatra com relato há 3 meses de
disartria quando irritada, nistagmo horizontal e ataxia. Realizado Ressonância Magnética sem alterações, pesquisa de líquor sem
alterações, Eletroencefalograma mostrando atividade de base revelando surtos de ondas lentas em projeção generalizada de
natureza etiológica inespecífica. Exames laboratoriais com pesquisa de Vitamina D, B12, B6 e E sem alterações. LDH 670 e
Ferritina 144. Pesquisa de ácido vanilmandélico 2,5 mg/24 horas (sem alterações). Submetida à ecografia abdominal sem
alterações porém na tomografia computadorizada (TC) de abdômen foi evidenciada lesão expansiva na glândula adrenal direita
medindo 29 x 14 x 21 mm com imagem hiperdensa puntiforme sugestiva de calcificação. TC de tórax sem a presença de lesões
expansivas. Com o diagnóstico presuntivo de neuroblastoma paciente foi submetida à adrenalectomia direita. Procedimento
não apresentou intercorrências. Anátomopatológico foi condizente com neuroblastoma para-adrenal em diferenciação com
baixo índice mitótico (menor do que 4%). Paciente mantinha com ataxia mesmo após ressecção tumoral, optado por realizar
imunoglobulina venosa. Paciente ainda em acompanhamento com a Oncologia e Neurologia pediátrica. CONCLUSÃO: Este
relato chama atenção para necessidade dos neuropediatras ou pediatras clínicos suspeitarem da hipótese de um neuroblastoma
indolente frente aos casos de paciente com a síndrome OMA que não apresentam alterações na Tomografia Computadorizada
de Crânio. Ainda há discussões da eficácia da pulsoterapia com corticóides ou o uso da imunoglobulina na melhora dos sintomas
neurológicos porém, alguns centros de pesquisa tem realizado para minimizar os déficits permanentes.
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PCi-023 - TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO PERIBRÔNQUICO CONGÊNITO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO
LETICIA ALVES ANTUNES; CESAR CAVALLI SABBAGA; MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; CAROLINA TALINI; BRUNA CECÍLIA
DE NEVES CARVALHO; PAULA RUBIO VILAR
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: O tumor miofibroblástico peribrônquico congênito é uma neoplasia benigna rara do pulmão encontrada em fetos
e recém-nascidos. Acredita-se que o tumor se desenvolva a partir de células mesenquimais pluripotentes e caracteriza-se
histopatologicamente por células alongadas miofibroblásticas que se proliferam em torno da cartilagem brônquica. O
diagnóstico pode ser feito ainda na vida uterina através da ultrassonografia. Está frequentemente associado com polidrâmnio e
hidropsia fetal. Seu prognóstico é favorável quando adequadamente ressecado, não havendo relatos de recidiva. É importante
fazer o diagnóstico diferencial com outras neoplasias malignas da infância (como blastoma pleuropulmonar sólido tipo III e
fibrossarcoma broncopulmonar benigno) para que as crianças não sejam submetidas à quimioterapia ou radioterapia
desnecessária. OBJETIVO: Esse relato de caso objetiva descrever uma criança do sexo feminino, 2 anos de idade, que foi
submetida à segmentectomia pulmonar direita devido a este raro tumor. Relato de Caso: YRP, 2 anos de idade, sexo feminino,
previamente hígida, sem comorbidades encaminhada do interior do estado com queixa de dispnéia e com exames de imagem
sugestivo de tumor em ápice do pulmão direito de aproximadamente 4 cm. Exames pré – operatórios sem alterações.
Submetida a toracotomia direita, com segmentectomia superior direita, não ocorrendo intercorrências no intra-operatório,
deixado dreno de tórax por 3 dias com boa reexpansão pulmonar. Material encaminhado para o anátomopatólogico e
imunohistoquímica que confirmaram a hipótese de tumor miofibroblástico peribrônquico congênito. Paciente recebe alta para
acompanhamento ambulatorial não havendo necessidade de tratamento adjuvante. CONCLUSÃO: O tumor miofibroblástico
peribrônquico congênito é raro, porém devido ao prognóstico favorável e com baixa indolência deve-se ficar atento pois não há
necessidade de tratamento adjuvante somente seguimento após ressecção do tumor e também apresenta baixa recidiva
quando há ressecção completa.
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PCi-024 - VOLVO DE DIVERTÍCULO DE MECKEL COM BOLO DE ASCARIS- RELATO DE CASO
ANA PAULA DINIZ MARRA; MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA FREITAS; MARCOS ORTEGA JÚDICE;
ULISSES MARIANO NASCIMENTO; ANA PAULA AMARAL
HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB
INTRODUÇÃO: A obstrução intestinal é um quadro frequente de abdome agudo na criança, podendo citar dentre as causas o
volvulo, invaginação, divertículo de Meckel e obstrução por Ascaris. O divertículo de Meckel é a anomalia gastrintestinal
congênita mais comum, sendo causa de obstrução em 30 a 35% dos casos. Prevalência que varia de 1,5 a 2% na população
geral, com leve predisposição para o gênero masculino. Já a obstrução por ascaridíase ocorre na infestação maciça, mais
comum na população pediátrica e de baixas condições sanitárias. OBJETIVO: Relato de caso de paciente com vólvulo de
intestino delgado devido a cordão fibroso associado a divertículo de Meckel, somado a obstrução por Ascaris. MATERIAL E
MÉTODOS: Escolar de 7 anos de idade, previamente hígido, deu entrada no pronto socorro com história de dor abdominal
difusa há 1 dia, associada à vômitos e parada de eliminação de flatus e fezes. Realizou exames laboratoriais com leucocitose de
33.400, radiografia de abdome com presença de níveis hidroaéreos em andar superior. Procedeu-se à ecografia abdominal
com imagem sugestiva de bolo de Ascaris, iniciado tratamento conservador com suporte clínico e passagem de sonda
nasogástrica calibrosa, uma vez que paciente encontrava-se estável e sem sinais de peritonite. Paciente evoluiu com piora do
estado geral e dor abdominal importante no segundo dia de internação, optado fazer tomografia computadorizada mostrando
obstrução na topografia da válvula ileo-cecal e presença de líquido livre em cavidade. Realizada laparotomia exploradora
evidenciando extensa área de necrose ileo-ceco-cólica devido à torção do meso e volvo intestinal por cordão fibroso associado
à divertículo de Meckel, que estava necrosado. Presença de aglomerados de Ascaris causando obstrução por toda extensão do
intestino, principalmente na terceira porção do duodeno e jejuno. Ressecada área necrosada com anastomose primária
término-terminal. Apresentou boa evolução clínica, com dieta iniciada no segundo dia de pós-operatório e alta hospitalar no
sexto, após 5 dias de ampicilina com sulbactam e uso de albendazol. Manteve acompanhamento ambulatorial com recuperação
satisfatória. RESULTADOS: O risco cumulativo de complicações do Divertículo de Meckel é de 4,2% na população pediátrica e o
sangramento intestinal é a mais frequente (45-50%), seguido de obstrução e infecção. Apesar dos avanços das técnicas de
exames de imagem, o diagnóstico pré-operatório ocorre em 4% dos casos. Ressaltando-se que o volvo como causa de obstrução
é uma complicação rara, bem como a presença de necrose após torção um evento ainda mais incomum. A obstrução intestinal
por bolus de Ascaris é comum na população pediátrica, bem como a perfuração; principalmente de regiões tropicais e
subtropicais. Dentre as complicações possíveis decorrentes da migração desses helmintos estão a pancreatite, colecistite e
raramente abscesso hepático. CONCLUSÃO: A associação de divertículo Meckel com complicação cirúrgica e obstrução por
Ascaris é rara. A avaliação pré-operatória, por meio de exames radiológicos, nessas complicações deve ser concomitante a
uma análise do quadro clínico do paciente. Com isso, deve-se ponderar a necessidade de indicação cirúrgica, a fim de diminuir a
morbidade desses pacientes, bem como a consideração de fatores causais e concomitantes à patologia.
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PCi-025 - TUMOR DE WILMS COM INVASÃO DE VEIA CAVA INFERIOR: RELATO DE CASO
LETICIA ALVES ANTUNES; LEILA GRISA TELES; CLAUDIO SCHULZ; LEONARDO ANDRADE MULINARI; CAMILE CRIPA VICENTINI;
MARIAH ZANETTI DE HOLLEBEN MELLO; BRUNA CECÍLIA NEVES DE CARVALHO; CAROLINA TALINI
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: O tumor de Wilms é o tumor renal primário mais comum na infância e comumente se apresenta como uma
massa abdominal. A taxa de sobrevida global é de 85% atualmente. Segundo a Children’s Oncology Group (COG) o estadiamento
II refere-se ao tumor com invasão de trombo em vasos extra-renais porém com margem negativa após procedimento cirúrgico e
todo trombo removido no intra-operatório. Trombo tumoral intravenoso foi relatado em até 11,3% dos casos de Tumor de
Wilms, com extensão para a veia cava inferior (VCI) ou átrio direito em até 8,1% dos casos. A trombose é identificada quando há
falta de opacificação normal das estruturas venosas na Angiotomografia ou Ausência ou falha de enchimento no Ecodopler. O
nível de extensão superior do trombo dentro do VCI ou em átrio deve ser rastreada no pré-operatório para realizar a
programação cirúrgica adequada (cavotomia ou bypass). OBJETIVO: Descrever um caso de tumor de Wilms, estadio II, com
invasão de trombo neoplásico na veia cava inferior no qual foi possível a ressecção tumoral e do trombo intravenoso. RELATO
DE CASO: ALMW, 3 anos, sexo feminino, com história de aumento do volume abdominal há 2 semanas, hematúria iniciada há 5
dias após trauma. Procurado atendimento médico sendo realizado investigação. Ao exame físico apresentava massa em flanco
esquerdo de aproximadamente 7 cm sem ultrapassar a linha média. Ecografia abdominal mostrou lesão expansiva de aspecto
neoplásico primário, comprometendo o terço médio e superior do rim esquerdo com contornos regulares e bem definidos
medindo cerca de 10 x 7,5 x 7,6 cm. Angiotomografia identificou trombo heterogêneo se estendendo da veia renal esquerda
para a veia cava inferior até sua entrada no átrio direito. A veia renal com calibre de 1,3 cm e a cava inferior 1,5 cm. O trombo
tinha extensão estimada de 10 cm. Tomografia de tórax e Ecocardiografia sem alterações. Paciente submetida ao tratamento
quimioterápico neoadjuvante segundo o protocolo SIOP. Ecografia de controle pós-quimioterapia mostrou redução tumoral
para 6,6 x 4,8 x 5,0 cm porém persistência do trombo no interior da veia renal e da cava inferior. Submetida à
toracofrenolaparotomia conjuntamente com a equipe da Cirurgia Pediátrica e da Cardíaca realizado nefrectomia esquerda com
retirada do trombo neoplásico da veia cava inferior até a desembocadura do átrio. Permaneceu 5 dias na Unidade de Terapia
Intensiva e alta hospitalar no décimo dia de pós-operatório. Anátomopatológico confirmou nefroblastoma cístico que infiltra a
cápsula renal focalmente sem transfixá-la com margens de ressecção renal livres de comprometimento. Análise do material da
Cava Inferior foi condizente com trombo do nefroblastoma sem tecido embrionário presente na amostra. Paciente mantém
acompanhamento com a Oncologia Pediátrica, realizando ciclos de quimioterapia adjuvante e até o momento sem recidiva do
tumor. CONCLUSÃO: Este relato ressalta a importância dos exames pré-operatórios para realização de uma adequada
programação cirúrgica e ressalta os avanços no tratamento do Tumor de Wilms em que hoje é possível aumentar a sobrevida do
paciente pois é passível de ressecção mesmo os tumores extensos e com invasão tumoral intravenosa, desde que seja
acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
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PCi-026 - EVOLUÇÃO INSIDIOSA DE CISTO DE COLÉDOCO -RELATO DE CASO
ANA PAULA DINIZ MARRA; WALLACE ACIOLI FREIRE DE GÓIS; MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA
FREITAS; LILIANNE DAMASCENO NASCIMENTO; ANA PAULA MONTEIRO ALVES
HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB
INTRODUÇÃO: Cisto de colédoco é uma malformação congênita do trato biliar, cujo quadro clínico é composto por massa
abdominal palpável, icterícia flutuante e dor em até 30 % dos casos. Considerada uma doença rara com incidência 1:150.000
nascidos vivos. A maioria é diagnosticada antes dos 10 anos de idade e é até quatro vezes mais freqüente no gênero feminino.
OBJETIVO: Relato de caso de evolução insidiosa de cisto de colédoco , com diagnóstico ultrassonográfico de coledocolitíase.
MATERIAL E MÉTODOS: Lactente feminino de 10 meses foi atendida com quadro de icterícia, colúria, acolia fecal , febre e
distensão abdominal progressiva há 10 dias. Apresentava hepatomegalia dolorosa e exames laboratoriais com aumento
significativo de enzimas canaliculares e de bilirrubinas às custas de fração direta. Realizou ultrassonografia abdominal que
evidenciou colelitíase, com dilatação de vias biliares e colédoco de 12 mm com cálculo no seu interior. Após uso de ceftriaxone e
ursacol, houve melhora parcial dos sintomas, sendo encaminhada a serviço especializado. Foi programada CPRE, entretanto
devido à melhora laboratorial e nova ecografia evidenciando migração espontânea do cálculo, optou-se por laparoscopia com
objetivo de realizar colecistectomia e colangiografia intra-operatória. Durante o procedimento, visualizado fígado fibrosado,
vesícula biliar de paredes espessadas e colédoco fusiforme. A cirurgia foi convertida para laparotomia, realizada colecistectomia,
hepatojejunostomia em Y de Roux e biópsia hepática. Histopatológico evidenciou cisto de colédoco e cirrose. Após curto
período de internação na UTI, obteve boa evolução, recebendo alta hospitalar. Em acompanhamento ambulatorial, sem
intercorrências. RESULTADOS: Apesar do aumento do diagnóstico de cisto de colédoco pela ecografia gestacional,
aproximadamente 60% dos pacientes são identificados acima dos 6 meses de idade ao iniciarem quadro clínico de icterícia, dor
abdominal e febre. De acordo com a literatura, os tipos I (nosso caso) e IV da classificação de Alonso-Lej modificada, são
considerados os mais freqüentes. Os exames de imagem se mostram pouco elucidativos quanto à diferenciação entre esses e o
envolvimento intra-hepático. Sua ressecção precoce tem indicação preferencialmente até os 12 meses de idade; uma vez que o
risco de transformação maligna chega a 14,5% acima dos 20 anos. Mesmo naqueles com ressecção do cisto, há um elevado
índice de malignização de vias biliares remanescentes acima de 15 anos do procedimento, fazendo-se necessário um
acompanhamento prolongado criterioso. Segundo Ketzer, a cirurgia pode ser antecipada em lactentes com complicações
obstrutivas ou mesmo assintomáticos, mas com provas de função hepáticas alteradas. A hepaticojejunostomia, com
reconstrução em Y de Roux tem sido o tratamento de escolha, com bons resultados a longo prazo. Em decorrência dos vários
graus de danos hepáticos relacionados, recomenda-se biópsia h
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PCi-027 - PERFURAÇÃO ESPONTÂNEA DE CISTO DE COLÉDOCO – UMA CAUSA RARA DE ABDOME AGUDO NA
CRIANÇA
MARTA BEATRIZ FONTENELE SANTOS; LÍVIA CAROLINE COSTA FREITAS; ANA PAULA DINIZ MARRA; PAULO MAURÍCIO LASSANCE;
BRUNA DE SÁ OLIVEIRA PARAISO; FLÁVIA DE AZEVEDO BELÊSA
HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA; HMIB
INTRODUÇÃO: O cisto de colédoco é uma malformação congênita de baixa incidência (1:150.000 nascidos vivos). A perfuração
espontânea do cisto associada à peritonite biliar é uma complicação rara ocorrendo em 1 a 12% dos casos. OBJETIVO: Relato de
caso de uma criança apresentando um quadro de abdome agudo por perfuração espontânea de cisto de colédoco. MATERIAL E
MÉTODOS: Pré-escolar de 4 anos e 2 meses, previamente hígida, deu entrada no pronto-socorro com quadro de dor abdominal,
vômitos e diarreia, há 7 dias. Ao exame físico, paciente se apresentava em bom estado geral, corada, hidratada e anictérica. O
abdome era difusamente doloroso à palpação, com irritação peritoneal. O hemograma não mostrava alterações significativas.
Realizou-se ecografia abdominal que identificou apêndice aumentado de tamanho, bem como grande quantidade de líquido
com debris em toda a cavidade. Paciente foi encaminhada ao centro cirúrgico com hipótese diagnóstica de apendicite aguda. À
laparotomia, foram encontrados: apêndice cecal de aspecto normal, grande quantidade de bile na cavidade e presença de
diversos pontos de necrose em pingo de vela no intestino delgado, cólon, estômago, vesícula biliar e colédoco. Identificou-se
necrose da parede medial da vesícula biliar e da parede anterior do colédoco. Foram realizadas apendicectomia,
colecistectomia, rafia primária do colédoco com cobertura da mesma com patch de omento e lavagem da cavidade. Deixado
dreno de Penrose sentinela à rafia do colédoco. No 3º dia de pós-operatório, evoluiu com piora clínica e laboratorial e aumento
progressivo do débito pelo dreno. Foi realizada tomografia de abdome que evidenciou extensa coleção abdominal que se
estendia do diafragma à pelve com rechaço de alças intestinais; colédoco dilatado, com impressão de irregularidade parietal na
porção supra-pancreática e discretas alterações pancreáticas sugestivas de pancreatite aguda. No 4° dia de pós-operatório, a
paciente foi submetida à relaparotomia. Ao inventário da cavidade, foi encontrado: grande bilioma, colédoco com dilatação
fusiforme (cisto de colédoco tipo I) e perfuração de sua parede anterior. Realizada ressecção do cisto e hepaticojejunostomia em
Y de Roux. A paciente evoluiu bem no pós-operatório, recebendo alta hospitalar 13 dias depois com acompanhamento
ambulatorial. RESULTADOS: A etiologia da perfuração espontânea do cisto de colédoco ainda é desconhecida, mas pode estar
relacionada à fragilidade da parede cística por inflamação, ao aumento da pressão intra-ductal ou ao aumento da pressão intraabdominal. Trata-se de um evento infreqüente que associado a uma sintomatologia inespecífica, dificulta seu diagnóstico préoperatório. Podem auxiliar no diagnóstico, exames de imagem, tais como ecografia, tomografia, CPRE e colangiografia. A
paracentese pode ainda confirmar a presença de peritonite biliar. Várias formas de tratamento são propostas na literatura tais
como o procedimento cirúrgico em uma única etapa, com ressecção do cisto e reconstrução da via biliar, e o tratamento em
etapas, com drenagem inicial da via biliar e posterior excisão do cisto. CONCLUSÃO: A perfuração do cisto de colédoco é uma
complicação rara, a qual exige alto grau de suspeição pela equipe médica.
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PCi-028 - MEMBRANA DUODENAL: UM RELADO DE CASO
MARX MARIANO DE MELO; SERGIO PACHECO FERREIRA DE MELO; LUANA SAMARA ARAÚJO DE ANDRADE VIANA; AMANDA LYRA
MELO DOS REIS; ANDRÉ MARTINS ORNELAS; DANIELLE ALBUQUERQUE SOUSA
HOSPITAL INFANTIL VARELA SANTIAGO; UNP
A membrana duodenal (MD) é uma rara malformação congênita com incidência de 1:10.000 a 1:40.000 nascimentos que se
caracteriza por falha no processo de recanalização duodenal entre a oitava e décima semana de gestação. Esta condição gera
um quadro obstrutivo que se manifesta clinicamente através de distensão gástrica e vômitos persistentes, por vezes biliosos. O
amplo espectro de diagnósticos diferenciais para vômitos persistentes na criança, por vezes retarda o reconhecimento precoce
dessa condição, atrasando o tratamento definitivo. Nesse ínterim, podem surgir repercussões clínicas graves, como distúrbios
hidroeletrolíticos e ácido-basico. A MD geralmente está associada a outras anomalias congênitas. Os exames de imagem,
incluindo a seriografia esofagogastroduodenal, auxiliam no diagnóstico. OBJETIVOS: relatar e analisar o caso de uma criança
com cinco meses idade com diagnóstico de membrana duodenal. METODOLOGIA: Estudo descritivo do tipo relato de caso. Os
dados foram coletados no prontuário e analisados à luz do referencial teórico. Relato do caso: Trata-se de uma criança do sexo
feminino, com cinco meses de idade, natural de Parnamirim (RN). Nascida de parto normal. No sexto dia de vida, iniciou quadro
de vômitos incoercíveis, sendo internada em outro serviço com diagnóstico de refluxo gastroesofágico. Evoluiu com discreta
melhora, porém manteve vômitos recorrentes que se acentuaram até internamento em nosso serviço. Na investigação, foi
submetida a seriografia esofagogastroduodenal que revelou distensão acentuada da primeira e segunda porção do duodeno e
afilamento abruto na sua terceira porção, sugerindo MD como etiologia. A tomografia total de abdome descartou pâncreas
anular ou compressão extrínseca do duodeno. Foi submetida a laparotomia com duodenotomia e ressecção de membrana
duodenal, sem intercorrências. No sétimo dia pós-operatório a paciente recebeu alta, assintomática. DISCUSSÃO: A MD é uma
causa rara de atresia intestinal que gera graus variáveis de obstrução, geralmente ao nível da segunda e terceira porções do
duodeno. Aproximadamente entre a sexta e sétima semana embrionária a luz duodenal é obliterada, devido ao crescimento
exagerado da camada epitelial mais interna, sendo recanalizada entre a oitava e décima semana. Quando há falha no processo
de recanalização pode acontecer estenose, atresia ou formação de membrana. Na formação da MD, após a recanalização do
duodeno, ocorre persistência das camadas mucosa e submucosa. O quadro clínico se caracteriza por vômitos persistentes,
distensão abdominal e graus variáveis de desidratação e desnutrição. Os casos suspeitos devem requerer imediata investigação
através de exames de imagem para não retardar o diagnóstico. A MD pode ser suspeitada no período pré-natal, com a ecografia
demonstrando polidrâmnio, dilatação do estômago e duodeno proximal. No raio-x simples de abdome verifica-se a imagem
clássica da dupla-bolha, a qual representa gás preenchendo o estômago e o duodeno; o intestino distal normalmente não
apresenta gás. O diagnóstico é feito através de exame contrastado de esôfago-estômago-duodeno. O tratamento é
eminentemente cirúrgico e o prognóstico é excelente. CONCLUSÃO: a membrana duodenal levando a atresia intestinal deve ser
considerada na presença de recém-nascidos e lactentes jovens com quadro de vômitos incoercíveis e distensão abdominal,
caracterizando quadro obstrutivo.
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PCi-029 - CISTO DO DUCTO TIREOGLOSSO EM BASE DE LÍNGUA: RELATO DE CASO
PAULO ACÁCIO EGGER; ANTÔNIO ROBERTO RUZZON; DAGMAR ROQUE SOTIER; LIA YONEKA TODA; FLÁVIA DE OLIVEIRA SILVA
BONINI; ANA PAULA PEREIRA DA SILVA
UEM
INTRODUÇÃO. O Cisto Tireoglosso resulta da falha de obliteração parcial ou completa do ducto tireoglosso. O ducto tireoglosso
é uma estrutura embriológica transitória, que deve desaparecer após a migração da Tireoide. O Cisto Tireoglosso apresenta-se
como uma tumoração em linha média em qualquer local desde o forame cego na língua até a região cervical inferior sendo a
localização mais comum próxima do osso hióide em pelo menos 80% dos casos. O Cisto Tireoglosso é considerado o defeito
embriológico cervical mais comum e tem como complicação mais frequente a infecção. OBJETIVO. Relatar um caso pouco
comum de cisto tireoglosso lingual, em criança com quatro meses de idade, que apresentava sintomas respiratórios com piora
progressiva. MATERIAL E MÉTODO. Foi feita a revisão do prontuário e de literatura relacionada ao caso. RESULTADO. Paciente
com quatro meses de idade, feminina. Apresentou estridor respiratório e roncos desde a primeira semana de vida. Evoluiu com
piora progressiva dos sintomas e dificuldade para mamar e para dormir. Ao exame físico apresentava peso de 5.710 gramas,
estatura de 62 centímetros, regular estado geral, hidratada, taquidispneica, acianótica e afebril. Tórax: expansibilidade
preservada, presença de retração subcostal e de fúrcula; à ausculta pulmonar apresentava murmúrio vesicular presente
bilateral, com roncos esparsos e poucos sibilos. Sem outros achados relevantes ao exame físico. Foi submetida à laringoscopia
flexível que identificou lesão em base de língua que deslocava a epiglote para o interior da laringe durante a inspiração
causando obstrução parcial de via aérea superior. A tomografia computadorizada identificou lesão nodular hipodensa com 1,3
centímetros, com contornos regulares em topografia de forame cego em base de língua, presença de Tireoide em posição
anatômica. Após exames complementares e avaliação da cirurgia pediátrica, foi feita a hipótese diagnóstica de Cisto Tireoglosso
em topografia de base de língua (forame cego), sendo esse tipo de manifestação considerado raro, correspondendo a apenas
0,6% a 3% dos casos de Cisto Tireoglosso. Optou-se por ressecção do cisto por via trans-oral. O laudo do exame
anatomopatológico concluiu tratar-se de estrutura cística revestida por epitélio cúbico e com metaplasia escamosa compatível
com Cisto Tireoglosso. Após o procedimento cirúrgico a paciente evoluiu bem e recebeu alta no quinto dia pós-operatório. Após
quarenta dias a paciente encontrava-se assintomática e não apresentou recidiva da lesão no período de dois anos de
seguimento. CONCLUSÃO. A ressecção do Cisto Tireoglosso situado no forame cego na base da língua pode ser realizada através
de cirurgia trans-oral com muito bom resultado. A cirurgia preconizada por Sistrunk não é adequada para os casos de cistos
localizados na base da Língua.
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PCi-030 - HÉRNIA INGUINAL COM NECROSE DE OVÁRIO ENCARCERADO - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA
INGUINAL EM MENINAS
CAMILA HELENA RICHLIN; ELISÂNGELA DE MATTOS E SILVA ; VITOR COSTA PALAZZO; MARÍLIA DE ALMEIDA BARREIRA; BRUNA
SCHMELZER
UNIVERSIDADE POSITIVO; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: Hérnia inguinal na criança é uma frequente afecção congênita cirúrgica. Decorre do fechamento incompleto do
conduto peritoneovaginal, levando à protrusão de uma víscera ou parte dela, da cavidade abdominal para a região inguinal e/ou
bolsa escrotal. A prevalência geral varia entre 0,8 a 4,4% das crianças, podendo ser até 30% mais comum em prematuros. Há
predominância do sexo masculino sobre feminino (6:1 até 9:1) e o lado direito é o mais acometido (direito 60%; esquerdo 30%;
bilateral 10%). A incidência é maior durante o primeiro ano, com um pico no primeiro mês de vida. OBJETIVO: Descrever o caso
de uma paciente com massa palpável, móvel e indolor em região inguinal direita. RELATO DE CASO: Informante: a mãe.
Lactente, sexo feminino, 3 meses e 14 dias, idade gestacional: 36 semanas, previamente hígida, procura o serviço de pronto
atendimento devido ao aparecimento súbito de abaulamento em região inguinal direita. Há 3 dias da admissão hospitalar,
apresentou choro inconsolável, o qual cessou espontaneamente após algumas horas. Ao exame físico, presença de nódulo
visível de aproximadamente 5 cm de diâmetro, endurecido, pouco móvel e doloroso em região inguinal direita, sem sinais
inflamatórios. Restante do exame sem alterações. Investigação laboratorial demonstrou leucocitose (19.200 /e#956;L) e
elevação da proteína C reativa (27,4 mg/dL). Ultrassonografia (USG) inicial sugeriu presença de linfonodo no local. Foi iniciada
antibioticoterapia por suspeita de linfadenite e solicitada avaliação pela cirurgia pediátrica, que levantou a hipótese da presença
de hérnia inguinal com ovário encarcerado. No terceiro dia com novo USG inconclusivo, optou-se pela exploração cirúrgica.
Durante o procedimento detectou-se a presença de ovário encarcerado e torcido em região inguinal direita, confirmando a
hipótese aventada. Foram realizadas ooforectomia, salpingectomia e herniorrafia à direita, sem intercorrências. A paciente
evoluiu bem durante o pós-operatório, sem queixas, recebendo alta hospitalar no sétimo dia. DISCUSSÃO: No sexo feminino, a
hérnia inguinal pode estar associada a encarceramento e/ou torção de anexos uterinos. Embora seja rara na infância, a
herniação com comprometimento vascular pode ocorrer em todas as idades e classicamente apresenta-se com aumento súbito
de volume e dor forte, evoluindo para ausência de dor quando houver necrose. Apesar de ser considerado exame
complementar de escolha, o USG não colaborou com o diagnóstico, devido à falha na correlação com a clínica apresentada pela
paciente. A correção da hérnia inguinal é sempre cirúrgica pelo risco de comprometimento da perfusão ovariana. No caso
relatado, foram retirados os anexos uterinos devido ao diagnóstico tardio e necrose já estabelecida. CONCLUSÃO: Diante do
quadro clínico apresentado, um alto índice de suspeita por parte do pediatra emergencista, associado a exame complementar
adequado e experiência do radiologista, e solicitação precoce de avaliação pelo cirurgião pediátrico são essenciais para
esclarecimento diagnóstico. O encarceramento de ovário, com ou sem comprometimento vascular, deve estar sempre entre os
diagnósticos diferencias das massas inguinais em meninas.
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PCi-031 - LINFANGIOMA ABDOMINAL – ESCLEROSE COM DOXICICLINA
MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; ADRIANO LUIS GOMES; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; FLAVIO AUGUSTO MENIN;
NARA PULS; LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; MARIANA PASTORE DO CARMO; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; PAULO CESAR
LOPES NAKAOSKI; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR
HCM/FAMERP
INTRODUÇÃO: Linfangiomas são lesões congênitas de origem linfática, ocorrendo com maior frequência nas regiões cervical e
facial, seguidas pelo abdômen. Normalmente são assintomáticos, podendo apresentar sintomas por compressão de estruturas
adjacentes. As lesões podem ser classificadas em: microcísticas, macrocísticas ou mistas. A excisão cirúrgica apresentava-se
como tratamento de escolha, porém nas ultimas décadas vários estudos têm descrito um grande número de “agentes
esclerosantes” na linha de frente do tratamento de linfangiomas, com resultados satisfatórios. OBJETIVO: Relatar o caso de um
doente com linfangioma intra-abdominal, tratado através de escleroterapia com Doxiciclina. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do
prontuário médico do paciente e revisão da literatura, atualizada, sobre o tema abordado. RESULTADOS (Relato do caso):
V.G.V., gênero masculino, 3 anos. Queixa de dor e distensão abdominal progressivas, durante 2 dias; a dor ocorria em região
mesogástrica, de moderada intensidade, recorrente, melhorava com analgésicos, sem fatores de piora. Foi encaminhado por
hipótese diagnóstica de cisto de úraco “infectado”. O exame físico revelava abdômen globoso, distendido, com dor a palpação
em região mesogástrica, fossas ilíacas direita e esquerda, não existia massa palpável. Foi submetido à investigação com exames
de imagem (USG e RMN) que revelaram “massa” predominantemente cística, apresentando septações grosseiras, com volume
estimado de 109 cm³, localizada no retroperitônio, sugestiva de linfangioma. Após revisão da literatura, optou-se pela esclerose
da lesão com solução de Doxiciclina, que consiste da diluição de um comprimido de 100mg de Doxiciclina em 10 ml de soro
fisiológico à 0,9% (solução de 10mg/ml). O procedimento ocorreu com a criança sedada e monitorizada. Realizada punção do
maior cisto da lesão guiada por TC, permitindo a INTRODUÇÃO de um cateter de silicone. Foram aspirados 15 ml de secreção
citrina e injetado o mesmo volume da solução de Doxiciclina. O cateter foi fixado e ficou ocluído por 4 h, depois permaneceu
aberto por 12 h, drenando 32 ml de secreção citrina. O procedimento foi repetido nos três dias consecutivos, na enfermaria,
com o doente sob sedação, permitindo a infusão de 15 ml da solução de Doxiciclina, acompanhada pelo US. Não houve
extravasamento da solução. Não houve queixa após os procedimentos. No 5º dia de internação, após 4 sessões de esclerose e
drenagem, o cateter foi removido. Não houve drenagem de secreção pelo orifício do cateter. O doente recebeu alta hospitalar
no 6º dia. Em acompanhamento ambulatorial a criança realizou uma tomografia computadorizada do abdome, após um mês da
alta, que indicava redução da lesão, apresentando 3,6 e 2,1 cm nos maiores eixos. Atualmente mantém acompanhamento
ambulatorial com USG, a cada seis meses, mantendo a redução da lesão, sem queixas abdominais. CONCLUSÃO: A Doxiciclina
apresentou resultado satisfatório como agente esclerosante nesta criança com linfangioma abdominal. Embora uma grande
quantidade de agentes esclerosantes tenha sido descrita no tratamento de linfangiomas, poucos foram aplicados nas lesões
abdominais. As vantagens e desvantagens entre eles ainda não estão bem estabelecidas, tornando-se imprescindível a
realização de estudos clínicos randomizados controlados e multicêntricos para uma avaliação adequada da efetividade deste
tratamento.
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PCi-032 - HEMORRAGIA DA SUPRA RENAL EM RECEM NATO: RELATO DE CASO
HORACIO TAMADA; JHENNYFFER BORITZA; EMANUELLE C.D. LIMA; TIAGO C. AMARAL; HUGO M.M. RIBEIRO; GRACE K.P.C.
RODRIGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; FIMCA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO
INTRODUÇÃO: A hemorragia de supra-renal é uma das causas menos freqüente de massa abdominal em recém nascido. Sua
etiologia ainda não é esclarecida, sabe-se que pode estar associada a septicemia, choque, hipóxia, coagulopatias, trauma no
parto, diabetes materno e trombose da veia renal. No neonato a desproporção de tamanho da adrenal e do rim é maior que no
adulto o que pode levar a uma resistência do leito vascular, o que a torna mais sensível as variações de pressão dentro do
abdome. Segundo alguns autores cogita-se que há uma compressão entre rim direito e fígado o que justificaria uma maior
incidência de hemorragias deste lado. MATERIAIS E MÉTODOS: Acompanhamento clínico e cirúrgico do paciente, com revisão
de literatura baseado nos bancos de dados Scielo, Bireme e Pubmed. OBJETIVO: Descrição de um caso de hemorragia em suprarenal em recém nascido com trauma obstetrico. RELATO DO CASO: RN, sexo feminino, apgar 0/9, com idade gestacional de 40
semanas, duas consultas pré-natal, parto laborioso, fratura de clavícula esquerda, foi reanimada nascer. Mãe G3P3A0, ITU de
repetição na gestação. Hematócrito de 33,2% e hemoglobina de 11g/dL. Permaneceu um dia em ventilação mecânica.
Ultrassonografia transfontanelar sem anormalidades, mas uma massa abdominal sólida à direita localizada acima do rim na
ultrassonografia de abdome total e à tomografia computadorizada um tumor supra renal misto. Interrogou-se neoplasia tumor
supra-renal. À laparotoma, a supra renal direita era de tamanho aumentado, porem sem aumento da vascularização e bem
delimitado, realizada suprarrenalectomia. Laudo histopatológico da supra renal: Hemorragia (Apoplexia) e Necrose isquêmica.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A hemorragia de supra renal pode ocorrer ainda intra-útero sendo diagnosticada por
ultrassonografia obstétrica, quando não, sua manifestação clínica geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia de vida. Em casos de
apresentação mais inespecífica pode ser diagnosticado meses depois. A apresentação neonatal de hemorragia pode ser
assintomática ou sintomática. Na forma sintomática frequentemente há massa abdominal palpável em flanco, icterícia e
anemia. É provável que a pré-elâmpsia, insuficiência respiratória pós-natal, levando a hipoxemia, predisponha a ocorrência de
hemorragia em adrenal. Hipotetiza-se que a desproporção com o rim e relações anatômicas com fígado e rim direito, a
hemorragia ocorra mais frequentemente a direita com 70%; esquerda, 20%, e bilateral, 10%. Nesta ultima, pode ser fatal. Massa
abdominal em recém nascido não é algo incomum chama-se a atenção para isso com intuito da realização de diagnóstico
diferencial para que o mesmo seja tratado de forma adequada. Para realização do diagnóstico torna-se indispensável a utilização
de exames de imagem, sendo a ultrassonografia relatada com mais sucesso de diagnóstico. O principal diagnóstico diferencial de
hemorragia de supra-renal é o neuroblastoma neonatal, para exclusão desta hipótese a massa demonstrada na ultrassonografia
se apresenta com liquefação central, tendo ainda dosagem de catecolaminas urinárias normal. No casos duvidosos, a cirurgia é
imperativa.
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PCi-033 - SINDROME DO TORAX ASFIXIANTE: RELATO DE CASO
HUGO M.M. RIBEIRO; HORACIO TAMADA; EMANUELLE C.D. LIMA; JHENNYFER BORITZA; TIAGO C. AMARAL; GRACE K.P.C.
RODRIGUES
FIMCA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO
INTRODUÇÃO: A síndrome do tórax asfixiante, também conhecida com Síndrome de Jeune é uma doença caracterizada por
tórax estreito e pequeno e membros curtos. Geralmente diagnosticada ao nascimento pela desproporção tórax e perímetro
cefálico e é classificada como uma das seis displasias esqueléticas com costelas pequenas. Características clínicas variando de
leves a graves cursando com insuficiência respiratória (hipoplasia) e óbito ainda nos primeiros meses de vida. Identifica-se
envolvimento renal, hepático e pancreático em crianças maiores. A frequência é de 1 para 100.000 a 130.000 nascidos vivos,
sendo autossômica recessiva, mapeada no cromossomo 15q13, locus ainda não definido. O tratamento é de suporte a clinica
apresentada e naqueles pacientes que sobreviverem ao período neonatal pode ocorrer melhora na qualidade de vida devido ao
desenvolvimento da caixa torácica. Não há tratamento especifico, mas deve-se instituir a imunoterapia e profilaxia de infecções
respiratórias. OBJETIVO: Relatar um caso grave de paciente portador de Síndrome de Jeune. MATERIAL E METODOS: Historia
Clinica com exame físico, revisão de prontuário médico e literatura nas bases de dados BIREME, LILACS e SCIELO. RESULTADOS:
RN de E.P.D.A., masculino, 20 dias de vida, natural de Porto Velho procedente de São Miguel do Guaporé. Mãe 20 anos, G2P0A1,
seis consultas de pré-natal, HIV, VDRL, HBsAg não reagentes. Idade gestacional 32 semanas, parto vaginal, cefálico, ausência de
mecônio, uma circular de cordão, Apgar dois e 6, 1.712g de peso, 29 cm de perímetro cefálico, 24 cm perímetro torácico, 40 cm
estatura. Evoluiu com insuficiência respiratória necessitando de reanimação neonatal e intubação orotraqueal. No exame
radiológico foi identificada caixa torácica pequena, estreita, costelas curtas e horizontalizadas e clavículas altas; ultrassonografia
transfontanelar e abdominal sem alterações. Evoluiu com septicemia tendo sido usado três esquemas de antibioticoterapia. No
20º. Dia de vida, houve quadro de pneumotórax e parada cardiorrespiratória, mas não respondeu às manobras de reanimação.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O presente caso desde o nascimento apresentou dificuldade respiratória, tórax estreitado, pulmões
pouco insuflados devido às costelas hipoplásicas e provavelmente do parênquima pulmonar também. A ventilação ocorre
basicamente pela musculatura diafragmática. Devido a esses comprometimentos a maioria apresenta insuficiência respiratória
no período neonatal e vai a óbito encaixando-se no quadro clínico que é frequentemente letal. É importante que se faça o
diagnostico diferencial com a síndrome condroectodérmica, pois apresentam características semelhantes como membros
curtos, polidactilia e dificuldade respiratória além de anomalias cardíacas congênitas (do septo atrial ou situs inversos), unhas
hipoplásicas, anomalias dentárias. Estas alterações poderiam ter determinado uma evolução e tratamento distintos, mas não
foram encontradas neste caso. As complicações desta síndrome são diretamente proporcionais ao comprometimento da caixa
torácica. Ressalta-se a importância do diagnostico precoce, principalmente pré-natalício, para que possa realizar o manejo
adequado, visando antecipar, prevenir e tratar complicações decorrentes da síndrome
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PCi-034 - TUMOR OVARIANO ASSOCIADO A DISTÚRBIO DA DIFERENCIAÇÃO DO SEXO
LUCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; ADRIANO LUÍS GOMES; LEILA NEVES BASTOS BORIM; FRANCINE DE AGOSTINHO CURY MEGID;
PAULO CÉSAR LOPES NAKAOSKI; PAULO CÉSAR BASSAN GONÇALVES; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; DANIELLE LOPES TEIXEIRA
FERDINANDO; NARA PULS; HUMBERTO LIEDTKE JUNIOR
FAMERP
INTRODUÇÃO: As neoplasias pediátricas ovarianas são raras, representando 1% das neoplasia malignas. Entre os tumores de
ovário 35% são malignos na criança, destes 15% são digerminomas. Os pacientes portadores de distúrbio da diferenciação do
sexo ( DDS ) tem maior risco de desenvolver neoplasias, principalmente gonadoblastomas e tumores de células germinativas.
OBJETIVO: O relato tem por objetivo apresentar a investigação diagnóstica de massa abdominal em criança a partir do achado
em exame físico até sua complementação diagnóstica após retirada da peça e estudo do cariótipo. MATERIAIS E MÉTODOS:
Revisão do prontuário médico do caso relatado e da literatura médica pertinente. RESULTADOS (RELATO DO CASO): Y.L.R. ,
gênero feminino, 12 anos, atendida na emergência pediátrica por queixa de diarreia há três dias e aumento do volume
abdominal notado há 1 dia. Apresentava como antecedentes crises epilépticas sob controle, com medicamentos e ausência de
menarca. Queixava-se de desconforto abdominal, com massa palpável em hipogástrio e mesogástrio, mas sem sinais de irritação
peritoneal. Foram solicitados exames de imagem que na ultrassonografia foi revelada imagem sugestiva de tumor ovariano e em
tomografia computadorizada abdominal foi vista “massa” em região pélvica com extensão abdominal, com limites bem
definidos, sem invasão de estruturas adjacentes, com 16 cm no seu maior diâmetro.Aos exame laboratoriais apresentava
desidrogenase láctica aumentada. Realizada operação com incisão longitudinal, mediana, estendendo-se da sínfise púbica até a
região supra-umbilical, que possibilitou a identificação de um grande tumor acometendo o ovário esquerdo, com limites bem
definidos, aderido pelo epíplon maior, sem invasão de outras estruturas adjacentes. Apresentava implantes tumorais na parede
anterior do reto, no retroperitônio na topografia dos vasos ilíacos comuns à direita e na lâmina peritoneal do mesentério do
intestino delgado. Também no inventário da cavidade observou-se que o útero era pequeno para a idade, aparentemente
displásico e o ovário contralateral (direito) era de tamanho reduzido, vestigial (ou “em fita”). Foi realizada salpingo-ooforectomia
esquerda, com retirada de tumor de 15 x 10 x 6,5 cm, também foram realizadas biópsias excisionais dos implantes tumorais
citados e gânglios de mesentério, peri-aórtico e peri-cava, além de biópsia incisional do ovário esquerdo. O exame
histopatológico demonstrou tumor compatível com neoplasia de células germinativas, do tipo disgerminoma, com tuba uterina
livre de neoplasia, mas com os implantes tumorais confirmados e os linfonodos do mesentério e peri-cava comprometidos. No
ovário direito foi descrito tecido com aspecto atrófico e livre de neoplasia (gônada disgenética). Com estadiamento patológico
T3c N1 Mx. A criança foi encaminhada para tratamento quimioterápico e estudo genético, com cariótipo. O resultado foi
cariótipo 46,XY, reforçando a hipótese de tumor ovariano associado a DDS, do tipo disgenesia gonadal. CONCLUSÃO: Diante de
um tumor ovariano, o ovário contralateral sempre deverá ser avaliado no período intraoperatório com o objetivo de investigar
tumores sincrônicos ou anomalias genéticas associadas. Neste caso, ainda existe o planejamento terapêutico de
acompanhamento psicológico da doente e da sua família, ooforectomia direita (devido ao alto risco de degeneração celular),
pesquisa de mutação genética e terapia de reposição hormonal.
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PCi-035 - LIPOBLASTOMA ABDOMINAL GIGANTE EM LACTENTE
NARA PULS; ADRIANO LUIS GOMES; ANTÔNIO SOARES SOUZA; LILIAN BEANI; LÚCIA XIMENA ZUBIETA ALVES; PAULO CESAR
LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO MENIN; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS;
HUMBERTO LIEDTKE JÚNIOR
HOSPITAL DA CRIANÇA E MATERNIDADE - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
INTRODUÇÃO: Os tumores adiposos representam aproximadamente 6% das neoplasias do tecido mole desenvolvidas nas
primeiras duas décadas de vida: 94% são lipomas, 4,7% lipoblastomas e 1,3% lipossarcomas. Os lipoblastomas são tumores
embrionários raros, benignos, ocorrem quase exclusivamente na infância, tendo seu pico de incidência até três anos de idade.
Tais tumores apresentam rápido crescimento. Em geral, os exames de imagem sugerem o diagnóstico. É importante a análise
histopatológica para o diagnóstico diferencial com lipossarcoma. Deve-se ressaltar que o lipossarcoma é extremamente raro,
principalmente em crianças abaixo de três anos de idade e grande parte dos casos ocorre nas extremidades (70%).
Cirurgicamente, o lipoblastoma apresenta-se como uma massa macia, lobulada e de fácil ressecção. OBJETIVO: Relatar o caso de
uma lactente acometida por um lipoblastoma abdominal gigante, além de fazer uma breve revisão da literatura. MATERIAL E
MÉTODOS: Revisão do prontuário médico do caso relatado e da literatura pertinente. RESULTADOS (RELATO DO CASO): E.B.B,
gênero feminino, 9 meses de idade, 7,8 kg, com aumento progressivo do volume abdominal e irritabilidade. Foi avaliada pelo
pediatra que palpou grande “tumor abdominal”. Foram solicitados exames de imagem, entre eles, ressonância magnética de
abdome que evidenciou grande massa ocupando todo o hemiabdome esquerdo, cruzando a linha média, determinando
mobilização de alças intestinais para a direita e deslocamento posterior do rim esquerdo, sendo considerada a hipótese de
algum tumor de origem gordurosa. Foi indicado tratamento operatório e o inventário da cavidade revelou grande tumor
encapsulado, com cápsula fina, de conteúdo gorduroso, originando-se na “raiz” do mesentério do intestino delgado e cólon
transverso, progredindo ao longo dos mesmos, em íntimo contato com seus vasos sanguíneos, linfáticos e parede das alças
intestinais. O tumor foi completamente retirado, sem ruptura da sua cápsula e sem a necessidade de ressecções intestinais,
pesou 760 gramas. Também foram realizadas biópsias ganglionares. O exame histopatológico indicou lipoblastoma, com
margens cirúrgicas e linfonodos livres de qualquer neoplasia maligna. No período pós-operatório evoluiu com moderada
drenagem de secreção linfática que foi controlada com o jejum por dois dias, seguido por dieta hipogordurosa. Recebeu alta no
sétimo dia com boa aceitação da dieta e com hábito intestinal normal. Após seis meses de acompanhamento manteve-se
assintomática, ganhando peso, sem restrições na dieta. A ultrassonografia de controle não revelou anormalidades. CONCLUSÃO:
Apesar do lipoblastoma ser considerado um tumor benigno, sua apresentação abdominal, no mesentério do intestino delgado,
pode estar intimamente relacionada com vasos sanguíneos e linfáticos, tornando o tratamento operatório difícil, com
possibilidade de lesões vasculares e ressecções intestinais, além de fístulas linfáticas e linfoceles.
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PCi-036 - SINDROME DE MOEBIUS: RELATO DE CASO
EMANUELLE D.C. LIMA; HORACIO TAMADA; TIAGO C. AMARAL; ELIANE GABRIEL; JHENNYFFER BORITZA; HUGO M.M. RIBEIRO;
GRACE K.C. RODRIGUES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDONIA; HOSPITAL DE BASE DR. ARY PINHEIRO; FIMCA
INTRODUÇÃO: A síndrome de Möebius (SM), também conhecida como sequencia de Moebius, descritas em 1888 pelo
neurologista alemão Paul Julius Möebius, que compunham basicamente uma face sem mímica (em máscara), relacionada a
paralisia dos VI e VII pares cranianos, geralmente bilateral. Considerada rara, sua causa permanece desconhecida, a hipótese é
de uma isquemia fetal transitória ou uma herança autossômica dominante. Existem outras alterações de ordem ósteo-muscular
e faciais, como a micrognatia, que pode ser caracterizada como secundária ao déficit neuromuscular nos movimentos iniciais da
mandíbula. As alterações da musculatura oculomotora podem ocorrer como paralisia dos músculos retos laterais de modo a
fixar cada olho em adução (estrabismo convergente), comprometendo a visão lateral. OBJETIVO: Apresentar um caso de
Síndrome de Möebius, atentando para a etiopatologia e necessidade de diagnóstico precoce e correto. MATERIAL E MÉTODOS:
Foi realizado revisão de literatura nas bases de dados BIREME, LILACS e SCIELO. RESULTADOS E RELATO DO CASO: Paciente
masculino, parto vaginal, I.G. de 33 semanas, normoidramnio, Apgar 8/9, peso 2.060. Boa vitalidade, porém não apresentava
sucção efetiva, sendo então alimentado por SOG. Apresentava ptose palpebral bilateral, estrabismo convergente, desvio da rima
labial para a direita. Micrognatia e macroglossia relativa. Testículo esquerdo palpavel no canal inguinal. RN manteve as
dificuldades de sucção, sendo realizada gastrostomia. Ultrassom transfontanelar não identificou anormalidades intracranianas.
Genitora, 21 anos, realizou 6 consultas pré-natais, sendo esta a primeira gestação e negou abortos anteriores. Sorologias não
reagentes. Três ultrassonografias pré-natalicias não demonstraram anormalidades. Negou tabagismo, etilismo, drogas ilícitas e
uso de medicamentos abortivos durante a gestação, nem histórico de malformações na família. DISCUSSÃO e CONCLUSÃO: A
etiologia não é clara. Isquemia fetal transitória é a teoria mais aceita, na qual qualquer alteração que prejudique o fluxo
sanguíneo da placenta para o feto, poderia originar a aplasia ou a hipoplasia dos núcleos dos nervos facial e motor ocular
externo. Em alguns casos, porém, parece haver clara evidência de herança autossômica dominante. Alguns fatores ambientais
têm sido implicados na gênese da SM: hipertermia, exposição da gestante a infecção, utilização do misoprostol, do álcool,
cocaína, talidomida e benzodiazepínicos entre outros. A condição pode ser diagnosticada ao nascimento, manifestando-se por
incapacidade de sugar e fechamento incompleto das pálpebras durante o sono, sinal de Bell. Mais tarde, nota-se que a criança
não sorri, apresentando aspecto de “face em máscara”. Dificuldades na ingestão e deglutição são geralmente acentuadas, sendo
agravadas por malformações do palato e problemas dentários, levando ao atraso no desenvolvimento dessas crianças. O exame
eletroneuromiográfico e a biópsia de músculo podem fornecer subsídios para o diagnóstico da SM. O tratamento cirúrgico para
proteger a córnea e as correções cirúrgicas dos defeitos associados devem ser considerados. O prognóstico quanto à vida, por se
tratar de anomalias congênitas e não evolutivas, é bom. A instalação do preconceito a partir de terceiros que excluem a pessoa
devido à sua “face em máscara” e inabilidade para falar, causa danos emocionais ao portador da doença. A abordagem
interdisciplinar precoce contribui para um tratamento integral.
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PCi-037 - HÉRNIA DE AMYAND EM RECÉM NASCIDO
NARA PULS; DANIELLE LOPES TEIXEIRA FERDINANDO; NATÁLIA SOUZA AONO; PAULO CESAR LOPES NAKAOSKI; FLÁVIO AUGUSTO
MENIN; ADRIANO LUIS GOMES; PAULO CESAR BASSAN GONÇALVES; MARCÍLIO VIEIRA COSTA SANTOS; LÚCIA XIMENA ZUBIETA
ALVES; HUMBERTO LIEDTKE JÚNIOR
HOSPITAL DA CRIANÇA E MATERNIDADE - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
INTRODUÇÃO: Hérnia de AMYAND define-se pela presença do apêndice vermiforme dentro do saco herniário, inflamado ou
não. Tal patologia rara, mais freqüente no sexo masculino e à direita, o que é atribuído a localização habitual do apêndice na
cavidade abdominal. Pacientes normalmente apresentam sinais e sintomas de hérnia inguinal complicada e usualmente o
diagnóstico é intraoperatório. Apresentações menos frequentes: abscesso escrotal, isquemia testicular ou escroto agudo.
Extremamente raro no grupo pediátrico, especialmente em neonatos. Incidência de apendicite pode ser ainda maior em
crianças. O tratamento depende do estado do apêndice, que pode estar normal, inflamado ou perfurado. Em casos com
apêndice normal, a apendicectomia incidental é controversa. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente com sinais e sintomas de
hérnia inguinal encarcerada, diagnóstico intraoperatório de hérnia de AMYAND com apêndice inflamado. MATERIAL E
MÉTODOS (RELATO DE CASO): D.Z.M., gênero masculino, 25 dias de vida. Abaulamento inguinal à direita não redutível e
irritabilidade. Ao exame físico: bom estado geral, choroso, e presença de massa volumosa em região inguinal direita,
endurecida, com hiperemia de pele adjacente. Foi submetido à investigação com exame de imagem (ultrassonografia) que
revelou hérnia inguinoescrotal à direita, alças intestinais herniadas hipoperistálticas, com espessamento parietal difuso,
sugerindo sofrimento vascular e não redutíveis, além de sinais de processo inflamatório/edematoso de pele e subcutâneo da
hemibolsa escrotal à direita com pequena hidrocele septada. Exploração cirúrgica por inguinotomia transversa a direita, revelou
alça intestinal edemaciada e apêndice vermiforme com sinais de apendicite. Realizado apendicectomia (trans hernial), seguida
de herniorrafia inguinal com ligadura alta do saco herniário. RESULTADO: Pós operatório imediato em UTI neonatal, alta
hospitalar com seguimento ambulatorial, sem apresentar infecção ou recorrência. CONCLUSÃO: Concluímos no presente caso
que a hérnia de AMYAND ocorreu no sexo e no lado mais freqüentes, mesmo sendo uma patologia bem rara. O diagnóstico foi
realizado no intra-operatório. Exame de imagem não deu o diagnóstico. A conduta de retirar o apêndice foi segura. No
seguimento ambulatorial viu-se que o paciente não apresentou sinais de recorrência e/ou infecção.
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PCi-038 - SEQUÊNCIA ÓCULO-AURICULO-VERTEBRAL ASSOCIADA À SEQUÊNCIA REGRESSÃO CAUDAL: RELATO DE
CASO
KARINE FURTADO MEYER; ALINE DE SOUZA RUSCH; FÁBIO BORDIN TRINDADE; NATÁLIA MARCHET DE ANTONI; MARYANE
CRISTINE SAFRAIDER
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
INTRODUÇÃO: A sequência óculo-auriculo-vertebral, também conhecida como displasia oculo-auriculo-vertebral e Síndrome de
Goldenhar, apresenta acometimento auricular, ocular e vertebral, na sua forma clássica, podendo ainda estar associada a outras
malformações congênitas, principalmente faciais, renais, cardíacas e de sistema nervoso central. Sequências de regressão
caudal, que originam malformações anorretais, são raras nesses casos e podem sugerir alguns diagnósticos diferenciais como
Síndrome de Vacterl, Síndrome de Nager, displasia facioauriculoradial, entre outras. OBJETIVO: Relatar um caso raro de
Sequência óculo-auriculo-vertebral associada à Sequência de regressão caudal diagnosticada em um paciente pediátrico em
Blumenau-SC. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão de prontuário de um paciente portador da Sequência óculo-auriculo-vertebral
associada à anomalia anorretal, que vem sendo acompanhado ambulatoriamente. RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 6
anos, nascido de parto normal, à termo, com pré-natal não realizado até o sétimo mês de gestação. Ao nascimento apresentou
ânus imperfurado com fístula reto-peritoneal e apêndices pré-auriculares. Foi realizado anorretoplastia no segundo dia de vida e
exérese dos apêndices no primeiro mês para correção. Aos dois meses, exames complementares evidenciaram refluxo
vesicouretral (RVU) grau IV à direita, sendo dilatado com vela de número 14 sem dificuldades. Cintilografia renal Estática (DMSA)
revelou função tubular relativa preservada no rim esquerdo (66.6%) e deprimida em grau moderado no rim direito (33.4%) aos 4
meses. Nesse período foi observado alterações na formação da coluna dorsal com a presença de hemivértebras não
segmentadas em T9 e T10 e vertebras em borboleta em T7. Foram constatadas também 12 costelas à direita com fusão parcial
da 6ª, 7ª e 13ª costelas à esquerda. Em 2011, recebeu diagnóstico de coristoma ocular bilateral com resolução cirúrgica. No
mesmo ano, o paciente iniciou com crises convulsivas tratadas com Fenobarbital e acompanhamento com neurologista. Diante
deste quadro, foi estabelecido o diagnóstico de Síndrome de Goldenhar aos 4 anos de idade. Outros achados deste paciente
consistem em cisto aracnóide de fossas posterior, insuficiência tricúspide e forame oval patente, paralisia facial e de nervos
bulbares à esquerda e hipoacusia bilateral. Apresentou episódios de ITU de repetição com melhora a Cefalexina e fez uso de
Lactulona devido à constipação prolongada. Desde 2014, paciente encontra-se estável ao uso de Doxazosina e Gardenal em
retirada gradual. CONCLUSÃO: Grande parte dos achados clínicos presentes nesse paciente nos fazem pensar em displasia
óculo-auriculo-vertebral, sendo muito comum a presença de apêndices retroauriculares, acometimento oftalmológico e
vertebral. As malformações anorretais, porém, não são frequentes em pacientes com esse diagnóstico. A associação de
Síndrome de Goldenhar e ânus imperfurado é pouco descrita na literatura, o que gera muitas dúvidas sobre a sua origem.
Estudos mostram que essa associação pode estar relacionada a uma alteração na blastogênese, levando a uma combinação
genética da sequência oculo-auriculo-vertebral com a sequência de regressão caudal.
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PCi-039 - PANCREATECTOMIA (QUASE TOTAL) VÍDEOASSISTIDA COM PRESERVAÇÃO ESPLÊNICA: UMA
ALTERNATIVA PARA TRATAMENTO DA FORMA DIFUSA DE HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTE DO
RN.
NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; ANDREA MELCHIADES; EDUARDO SILVA; BETINA BERTRAND; MARCELO CALCAGNO;
DANIELE SAD; ADRIANA SANTOS; MARIA CHRISTINA ALMEIDA; LUIS EDUARDO MIRANDA
HOSPITAL DA CRIANÇA; CASA DE SAÚDE SÃO JOSÉ
INTRODUÇÃO: hipoglicemia hiperinsulinêmica persistente (HHP) do RN é caracterizada por uma profunda hipoglicemia causada
por secreção inapropriada de insulina. HHP é uma doença heterogênea com várias implicações genéticas e 2 formas histológicas
de apresentação. A forma focal pode ser diagnosticada utilizando-se o PET TC SCAN. Na forma difusa o diagnóstico é laboratorial
e o tratamento medicamentoso deve ser a primeira linha, todavia, na ausência de resposta, a pancreatectomia quase total deve
ser empregada. O diabetes é a complicação mais temida desta modalidade. PACIENTES E MÉTODOS: LSR, feminino, 3.815 g,
gestação normal. Com 16 h de vida apresentou hipoglicemia (32 mg/dl). Iniciado flush de glicose mais HV com TIG de
8mg/kg/min. Com 30 h de vida apresentou crise convulsiva, hipoglicemia. A TIG foi aumentada para 11,5 mg/kg/min. No 3o dia a
glicemia de 33 mg/dl. Foi iniciado hidrocortisona. No 7o dia, hipoglicemia persistente de 33mg/dl apesar da TIG de 21
mg/kg/min. Dosagem de insulina de 41,6µU/ml. Iniciado diazóxido. No 13o dia crise convulsiva. Suspenso diazóxido e iniciado
octeotride. Permaneceu fazendo hipoglicemias e necessitando de TIG em altas doses. Caracterizado como ausência de resposta
ao tratamento clinico. No 26o foi realizada pancreatectomia vídeoassistida: posição dorsal, trocarte de 5mm para ótica de 30o
no umbigo. Dois trocartes de 5mm, um de cada lado, na borda lateral do reto abdominal. Trocarte de 3mm no epigástrio do lado
esquedo. Utilizando-se bisturi selante de vasos fizemos a abertura do grande omento. A parede posterior estômago foi elevada
até a parede abdominal utilizando-se ponto transparietal. Iniciou-se a liberação do pâncreas pela sua borda inferior em direção
ao hilo esplênico. O ligamento esplenocólico foi incisado e o pedículo esplênico identificado. A cuada do pâncreas foi liberada e
proseguiu-se com a liberação da sua borda superior. Esta dissecção prolongou-se até a junção da veia esplênica com a
mesentérica inferior. Iniciou-se a dissecção da borda inferior e do processo uncinado do pâncreas até o limite da veia
mesentérica superior. A partir deste achados, abordamos a cavidade abdominal através de incisão tranversa de cerca de 5 cm,
orientada pela visão laparoscópica na topografia mais próxima da cabeça do pâncreas. Acessamos o pâncreas sobretudo em sua
porção inferior e posterior ao duodeno. Procedemos com a pancreatectomia deixando-se apenas aquela porção aderida à
parede duodenal. RESULTADOS: Anátomopatológico mostrou nesidioblastose da forma difusa. Ressonância nuclear magnética
evidenciou leucomalácia em região frontoparietal esquerda. Hipotonia muscular e impossibilidade de deglutição culminou com
a necessidade de cirurgia anti-refluxo e gastrostomia. Paciente aos 10 meses de idade com dieta plena e glicemias controladas
ainda em uso de pequenas doses regulares de octeotride. CONCLUSÕES: HHP do RN é uma doença com risco grave para o
sistema nervosa central. Na forma difusa com resistência ao tratamento medicamentoso, pancreatectomia quase total
vídeoassistida é uma opção terapêutica.
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PCi-040 - AGENESIA INCOMPLETA DO ESTERNO: REPARO PRIMÁRIO EM DOIS PACIENTES.
NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; BETINA BERTRAND; EDUARDO SILVA; TANIA LUND; BARBARA AFRODIQUE; LAIS
MAYHARA; MICHELE PATROCINIO; SIMONE GREGORY; JOFRE CABRAL
HOSPITAL DA CRIANÇA; CLÍNICA PERINATAL LARANJEIRAS
INTRODUÇÃO: a fenda esternal isolada é uma rara anomalia congênita da parede torácica anterior. Essa anomalia costuma
apresentar coração em posição normal, pericárdio intacto e recoberto por pele íntegra. É resultado de falta de fusão medial das
bandas externais. O tratamento cirúrgico tem como objetivo proteger o coração e as estruturas mediastinais. A correção
primária sem a utilização de prótese deve ser realizada no primeiro ano de vida, de preferência no período neonatal, quando as
estruturas são maleáveis e de fácil aproximação. OBJETIVO: Relato de dois casos de fenda esternal isolada tratados
cirurgicamente com fechamento primário. MATERIAL E MÉTODOS: Primeiro caso: paciente 20 dias de vida, sexo masculino, 4
quilos, apgar 9 e 9. A inspeção observou-se deformidade esternal recoberta por por pele íntegra por onde se observava
propulsão cardíaca seguida de retração da pele, desencadeada sobretudo quando o paciente apresentava movimentos
respiratórios profundos durante o choro. À palpação notava-se deformidade esternal em forma de “U” com os ramos esternais
unidas apenas na extremidade inferior. A distância de separação dos ramos na sua porção mais cranial era de 4 cm. Segundo
caso: Paciente de 9 meses, sexo masculino, gemelar, apgar 9 e 9. Apresentava as mesmas características descritas para o caso
anterior com uma separação dos ramos externais de 5 cm. Ambos o casos tinham ecocardiograma normal e não apresentavam
outras malformações associadas. RESULTADOS: Nos dois casos foi realizado fechamento primário sob anestesia geral. Realizouse uma incisão mediana de cerca de 4-5 cm na parede torácica anterior. A pele foi liberada do pericárdio e da face anterior do
ramo esternal de cada lado. Procedeu-se com a liberação do pericárdio e da pleura dos ramos externais em toda a extensão da
deformidade, com o objetivo de se criar espaço para a passagem dos pontos de aproximação das vertentes. A extremidade
inferior em “U” foi separada e fragmentos foram ressecado para que o defeito se transformasse em “V”. A aproximação das
hastes foi confeccionada com ponto transfixante de poliéster 5. Após a passagem dos pontos, procedeu-se com com a
aproximação destes, no entanto, sem amarrá-los por um período de latência de 10 minutos, tempo este necessário para que o
anestesiologista observasse possíveis alterações cardiocirculatórias. Não houveram alterações. Após a ligadura dos nós a pele foi
fechada. Observou-se maior dificuldade técnica para liberação e aproximação dos ramos esternais na criança maior. O primeiro
caso foi extubado ao final do procedimento. Seguimento de 15 meses sem intercorrências e com ótimo resultado cosmético. O
segundo caso desenvolveu infecção pulmonar severa por germe multirresistente e permaneceu internado na UTI em prótese
ventilatória durante 15 dias. Não foi apresentou nenhum mecanismo compressivo ou restritivo. Também apresenta excelente
resultado estético e funcional. CONCLUSÃO: O tratamento cirúrgico recomendado é a aproximação primária sem necessidade
do uso de próteses. Deve ser realizado antes de 1 ano de vida, se possível no período neonatal.
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PCi-041 - RETOSACROPEXIA LAPAROSCÓPICA PARA O TRATAMENTO DE PROLAPSO RETAL
NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; ANTONIO AZIZ; BETINA BERTRAND; BARBARA AFRODIQUE; MARIANA EMERSON; ANDREA
BAPTISTA; DANIELE SAD; TANIA LUND; MARCELO CALCAGNO
HOSPITAL DA CRIANCA
INTRODUÇÃO: A grande maioria dos casos de prolapso retal são tratados conservadoramente. O tratamento operatório é
reservado aos casos que não apresentam melhora com o tratamento conservador. Diversas técnicas foram desenvolvidas para o
tratamento do prolapso retal, entre elas: reparo posterior e suspensão, Plicatura retal posterior, cerclagem anal (Thiersch Wire)
e retosacropexia. Com o advento da videocirurgia surgiram diversos relatos de retosacropexia laparoscópica. OBJETIVO: Relatar
caso de prolapso retal sem resolução clínica em criança nascida com Mielomeningocele que foi tratado com retosacropexia
laparoscópica com sucesso. MATERIAL E MÉTODO: Criança de 3a6m do sexo masculino nascido com mielomeningocele e que
apresentava prolapso retal total intratável clinicamente foi submetida a correção laparoscópica através de retosacropexia.
Procedimento foi realizado utilizando-se uma cânula de 6 mm para óptica de 5 mm 30° no umbigo, cânula de 5 mm no flanco
esquerdo para pinça de preensão forte e atraumática e cânula de 3,5 mm para instrumentos de dissecção delicados de 3,5 mm
no flanco direito. A retosacropexia foi levada a efeito com dois pontos de fio de poliéster trançado a cada lado do reto fixado à
fascia pré-sacral. RESULTADO: Apesar do pequeno seguimento pós-operatório de dois meses obteve-se cura total do prolapso.
CONCLUSÃO: A retosacropexia laparoscópica elimina a morbidade da laparotomia e se constitui em uma alternativa ao
tratamento dos casos de prolapso retal que não respondem a medidas conservadoras.
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PCi-042 - ANALISE DA EXPERIÊNCIA PERI-OPERATÓRIA DE PACIENTES SUBMETIDOS A NEFRECTOMIA NO HOSPITAL
PEDIÁTRICO MARIA ALICE FERNANDES
RODRIGO CÉSAR LIMA DE OLIVEIRA; CAMILLA CAVALCANTE FREITAS; SÉRGIO PACHECO FERREIRA DE MELO
UNIVERSIDADE POTIGUAR
A hidronefrose fetal afeta de 1-2% dos RN, permanecendo em aproximadamente 50%, muitas vezes necessitando de tratamento
cirúrgico, sabidamente o diagnóstico é em 90% dos casos dado no pré-natal, e orientado a mãe a já iniciar acompanhamento em
serviço especializado no período pré-parto. Os principais diagnósticos nesse período são a obstrução da junção ureteropélvica
(OJUP), refluxo vesicoureteral (RVU), megaureter primário, rim displásico multicístico, válvula de uretra posterior (VUP) e
ureterocele. Tendo em vista essa prevalência e somada a presença de outras patologias renais, objetivamos fazer uma análise
abordando sintomas iniciais, diagnóstico, idade, exames realizados e tratamento cirúrgico e evolução pós-operatória nos
pacientes acometidos por patologias de rim entre os anos de 2012 até março 2015. Para a realização do trabalho foi feito um
levantamento e análise dos prontuários dos pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos nefro-urológicos. Foram
encontrados 31 pacientes, sendo 11 meninas e 20 meninos, com idades na época da cirurgia variando de 11 meses a 9 anos, a
maioria das alterações foram em rim direito, com prevalência de estenose de JUP, 1 caso de Nefroblastoma, 3 de duplicidade
pielocalicial, 1 de má formação renal. Há pouca descrição de exames laboratoriais ou de imagem do pré-operatório. Dos
procedimentos cirúrgicos realizados apenas sete pacientes foram submetidos a mais de um procedimento cirúrgico, foram 5
nefrectomias parciais, 1 reimplante de ureteres, 5 ureteroplastias, os demais foram submetidos a nefrectomia total que na sua
grande maioria foi por abordagem videolaparoscopica; o tempo cirúrgico variou de 1-6 horas, dentre os achados do intraoperatório foram descritos rins atróficos, dilatação ureteral, dilatação renal, duplicidade ureteral, persistência do úraco. No
acompanhamento pós-operatório há apenas uma descrição de patologia da peça cirúrgica; Nenhum paciente apresentou
infecção de sitio operatório ou alterações na cicatrização; E poucos pacientes tem a descrição dos exames de acompanhamento
pós-operatório. Concluímos que a prevalência diagnóstico encontrada concorda com a literatura; Há um déficit de
preenchimento das fichas médicas e de registros de exames dificultando bastante a coleta de dados e entendimento de cada
caso, e o diagnóstico preciso; Por se tratar de um serviço de cirurgia sem o acompanhamento clínico em conjunto, ficamos sem
a informação de como o paciente evoluiu no pós-operatório tardio; Não houve complicações pós-operatórias quase que na
totalidade dos casos; Faz-se necessário um novo contato com os pacientes para um melhor relato da história clínica e início dos
sintomas; É necessária uma maior atenção dos serviços de obstetrícia para a identificação precoce dos casos de alterações
renais e encaminhamento para serviço de referência para que seja feito o acompanhamento conjunto e resolução com menos
prejuízo para o paciente, de forma mais precoce.
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PCi-043 - TRATAMENTO LAPAROSCÓPICO DE VOLVO GÁSTRICO PRIMÁRIO ORAGONOAXIAL
NICANOR MACEDO; GILMAR STULZER; MARIANA EMERSON; LAÍS MAYHARA; MICHELE PATROCÍNIO; ANDREA MELCHIADES;
ANDREA BAPTISTA; EDUARDO SILVA; BETINA BERTRAND; MARCELO CALCAGNO
HOSPITAL DA CRIANÇA
A ocorrência de volvo gástrico é incomum. Esta afecção manifesta-se muitas vezes secundariamente a um defeito diafragmático.
A ocorrência de volvo gástrico primário é rara. A gastropexia trata o volvo gástrico e sempre foi realizada através de
gastrostomia. Porém, diversos relatos surgiram de gastropexia laparoscópica. OBJETIVO: Os autores relatam um caso de volvo
gástrico primário organoaxial tratado com gastropexia laparoscópica. MATERIAL E MÉTODO: Recém-nascido a termo com 17
dias de vida e história de vômitos desde o nascimento. Seriografia esôfago, estômago e duodeno revelou volvo gástrico primário
organoaxial. Foi submetido a gastropexia laparoscópica com três cânulas: cânula de 5 mm no umbigo para a óptica e duas
cânulas de 3,5 mm nos flancos. A fixação gástrica foi levada a efeito através de três pontos passados através da parede
abdominal fixando a grande curvatura à parede abdominal anterior. RESULTADO: A alimentação oral por sucção foi
restabelecida um dia após o procedimento e os vômitos cessaram completamente. CONCLUSÃO: A gastropexia laparoscópica é
uma opção cirúrgica que permite o tratamento do volvo gástrico e evita a realização de gastrostomia ou mesmo laparotomia
para gastropexia.
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MÓDULO DE
ENDOCRINOLOGIA
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PÔSTERES
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PE-001 - TRIAGEM DE HIPOTIREOIDISMO EM CRIANÇAS – VISÃO DOS MÉDICOS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DE UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE
NATHÁLIA BORDEIRA CHAGAS; LEONARDO ANTONELLI; VANESSA DE OLIVEIRA FURINO; DÉBORA GUSMÃO MELO; CARLMA
MARIA RAMOS GERMANO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
Resumo: INTRODUÇÃO: O hipotireoidismo, patologia causada pela deficiência da produção ou da ação dos hormônios
tireoidianos, tem prevalência comum na infância e as indicações de investigação compreendem a presença de um conjunto de
sinais e sintomas compatíveis com o quadro clínico de hipotireoidismo franco frequentemente associado a obesidade.
OBJETIVO: Avaliar quais parâmetros os médicos da atenção primária à saúde do município de São Carlos, São Paulo, Brasil,
adotam para realizar triagem de função tireoidiana em crianças e adolescentes, quais exames complementares são solicitados e
qual conduta diante de resultados laboratoriais alterados. METODOLOGIA: Estudo descritivo, no qual participaram 26
profissionais, correspondendo a 96,3% de todos os médicos da atenção primária da cidade que atuam no cuidado de crianças e
adolescentes. Os participantes responderam quais as três situações mais frequentes na prática clínica em que indicam triagem
de hipotireoidismo na população pediátrica, quais os exames complementares solicitados nesta avaliação e qual conduta frente
a exames laboratoriais com resultados alterados. RESULTADOS: As situações clínicas mais frequentes apontadas pelos
participantes como indicações de avaliação tireoidiana foram: obesidade com 23 respostas (88,5%), baixa estatura com 16
(61,5%) e síndrome de Down com 8 (30,8%). Nove (34,6%) médicos responderam realizar o rastreio através da dosagem de TSH
e T4l e outros 9 (34,6%), através da dosagem de TSH isolado. A conduta mais citada diante de um resultado alterado foi o
encaminhamento ao endocrinologista pediátrico, com 14 respostas (53,8%). CONCLUSÕES: O cenário encontrado neste estudo
mostra que exames de função tireoidiana são solicitados rotineiramente por médicos da atenção primária no acompanhamento
de crianças obesas. Como obesidade infantil tem alta prevalência, isso pode determinar aumento importante dos custos do
serviço de saúde e sobrecarga nos serviços de atenção especializada.
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PE-002 - PUBERDADE PRECOCE CENTRAL (PPC) E HAMARTOMA HIPOTALÂMICO (HH) EM PACIENTE DE 4 ANOS DE
IDADE
KALINKA SANA DOLÇAN; KARINA LUIZA ZIMMERMANN; MARIA CLÁUDIA SCHMITT LOBE; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR
FURB
INTRODUÇÃO: Puberdade precoce é caracterizada pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários antes dos 8anos
nas meninas e antes dos 9anos nos meninos. Puberdade Precoce Central (PPC) surge com ativação prematura do eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal, de forma semelhante à fisiológica, porém antes da idade adequada. Clinicamente o paciente
apresentará inicialmente um aumento de mamas para as meninas e aumento de volume testicular para os meninos(>4cc), além
da aceleração na velocidade de crescimento e da maturação esquelética, resultando no fechamento prematuro das epífises
ósseas e consequentemente, comprometimento da estatura final. A PPC têm uma incidência estimada de 1:5.000 a 1:10.000,
mais frequente no sexo feminino, em uma proporção de 20 meninas/1 menino. A forma idiopática representa a maioria dos
casos de PPC em meninas (90%). Dentre as causas orgânicas de PPC, a mais frequente em ambos os sexos é o hamartoma
hipotalâmico (HH). Atualmente, as formas consideradas idiopáticas, estão sendo correlacionados com fatores genéticos. O HH é
malformação congênita, não neoplásica, composta por massa heterotópica de tecido hipotalâmico, localizada próximo ao tuber
cinéreo ou aos corpos mamilares. Pode desencadear sintomas neurológicos e endocrinológicos, dentre eles PPC e crises
convulsivas. O mecanismo da PPC decorrente dos HH não é bem esclarecido, mas algumas teorias incluem a presença de
neurônios secretores de Hormônio Liberador de Gonadotrofina(GnRH) no tecido do HH ou a produção intrínseca do fator de
crescimento de transformação-alfa (TGF-alfa), que são estimuladores da secreção de GnRH, que por sua vez induzem a secreção
de hormônios gonadotróficos pela hipófise e elevam os níveis de esteroides sexuais. O Tratamento para PPC é o uso dos
análogos de GnRH, que irá bloquear o eixo de secreção das gonadotrofinas e uma consequente redução dos esteroides gonadais
para níveis pré-puberais. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 5anos de idade, refere aparecimento de mama aos 4anos e
após seis meses o surgimento de pelos pubianos. Com 4anos e 8meses, apresentou sangramento menstrual com duração de
3dias, que se repetiu após 30 dias. Apresenta crescimento acelerado e muita fome. Ao exame físico: Peso: 31,400kg (>P-97),
estatura: 130,3cm (>P-97, Z-escore: 4,23), acne, pele oleosa, M4P3(Tanner). Idade Óssea(IO): 11 anos(Greulich-Pyle), previsão
de estatura final(PEF): 147cm (BP). Estatura alvo:1,68cm. Os exames laboratoriais mostraram LH 10,07(mU/L); FSH 13,9(mU/L);
Estradiol 60(pg/ml); TSH 2,79(mU/L); T4 l: 0,81(ng/dl). Ultrassonografia pélvica: aumento de volume uterino e ovariano. A
Ressonância Nuclear Magnética (RNM) de hipófise revelou HH na topografia de túber cinério com diâmetro máximo de 0,38cm.
O diagnóstico foi de PPC devido a HH, foi iniciado tratamento com Triptorrelina 3,75mg IM de 28/28 dias. Atualmente, a
paciente está com 6anos e 9meses, estatura: 141,5cm (Z-escore: 3,84), IO: 12 anos (PEF: 157cm), houve redução do volume
mamário, M2 e queda dos pelos pubianos P1. CONCLUSÃO: O diagnóstico de PPC decorrente de alteração em SNC em meninas
deve ser pensado em crianças menores de 6anos de idade. O tratamento, com análogo de GnRH, deve ser instituído para
permitir um adequado desenvolvimento da criança e preservar o potencial genético de crescimento.
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PE-003 - AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO DE BAIXA ESTATURA IDIOPÁTICA E INSUFICIÊNCIA DE GH EM CRIANÇAS E
ADOLESCENTES EM USO DE SOMATOTROPINA CADASTRADOS NA SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO
DO PARANÁ
ANA CRISTINA RAVAZZANI DE ALMEIDA FARIA; LUCAS DE SOUZA SOTANA; ANDREA FERRARI AREVALO; GUSTAVO CORREA; LISIE
CRISTINE BICALHO; HELENA REBACK GRAICHEN
PUCPR
INTRODUÇÃO: O diagnóstico de deficiência de GH classicamente tem sido baseado na demonstração de uma elevação
inadequada do GH sérico após o estímulo provocativo ou em alguma outra medição da secreção de GH. Considera-se a
incapacidade do GH elevar acima de 10 ng/mL após estímulo como diagnóstico de deficiência de GH. Em muitas crianças que
apresentam um crescimento reduzido, não se consegue encontrar uma etiologia específica para tal, sendo esta condição
chamada de baixa estatura idiopática ou baixa estatura sem deficiência de GH, a qual é dada através de um diagnóstico de
exclusão. Esta condição ocorre em crianças que apresentam idade óssea de acordo com a idade cronológica ou pouco atrasada,
velocidade de crescimento normal/baixa, com a previsão da estatura final inferior ao padrão familial e puberdade em época
normal quando comparada à população geral. Ou seja, crianças com uma secreção de GH normal, mas com baixa estatura.
METODOLOGIA: O trabalho realizado é um estudo observacional transversal, no qual foram coletados dados de prontuários de
44 crianças cadastradas no CEMEPAR que tiveram toda investigação usual para causas de baixa estatura negativas e testes de
laboratório com IGF1 normal e um ou mais testes provocativos com GH normais (maior ou igual a 7 ng/dl). Foram coletados os
dados do início do tratamento e da última avaliação, além dos dados de investigação hormonal do GH ao inicio do tratamento
(IGF1 e testes provocativos de GH). RESULTADOS: Os dados após tratamento mostraram que houve aumento da velocidade de
crescimento para 9,96±1,82 cm/ano (#916;=5,42 cm/ano) (P<0,01), melhora no desvio padrão da estatura para -1,68±0,94
(#916;=0,44) (P<0,01) e aumento da previsão de estatura final para 161,2±7,2 cm (#916;=0,34) (P<0,01). A idade ao início do
tratamento, o sexo, a estatura alvo, o estadio puberal, a dose de GH e o tempo de tratamento não interferiram na evolução da
previsão de estatura final, velocidade de crescimento e score Z da estatura após tratamento. CONCLUSÃO: A terapia de
reposição de GH em crianças com Baixa Estatura Idiopática e Insuficiência de GH mostrou melhora na velocidade de
crescimento, previsão de estatura final e score Z da estatura após 10,5 meses de tratamento nesta população. É necessário
manter o acompanhamento para avaliação da estatura final nestes pacientes.
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PE-004 - SÍNDROME DE RUSSELL- SILVER: RELATO DE CASO
THAISE BRIGHENTE VOLPATO; PAULO ROBERTO RAMOS ALVES; ANDERSON STEVENS; CAMILA DUARTE MACHADO; FERNANDO
STEFFEN ANTUNES
UNIPLAC; HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM
INTRODUÇÃO: A síndrome de Russell-Silver (SRS) é caracterizada pelo grave retardo de crescimento intra-uterino e pós-natal,
expressando-se posteriormente com manifestações de face típica, pequena e triangular, clinodactilia do quinto dedo, problemas
alimentares e outras menos comuns como, prejuízo cognitivo e anomalias cardíacas. O desenvolvimento neuromotor costuma
ser normal. Sua incidência é 1:50000 a 1:100000 nascidos vivos. É sabido que 10% dos acometidos tem modificação no
cromossomo 7 e 40% no cromossomo 11. O diagnostico clinico é estabelecido pela presença de três dos seguintes critérios:
Recém nascido pequeno para idade gestacional; baixa estatura no diagnostico; face pequena e triangular, fronte proeminente,
orelhas de implantação baixa, micrognatia; clinodactilia do quinto dedo e; assimetria corpórea. Quanto mais cedo o diagnostico
mais visíveis as manifestações faciais. Manifestações gastrointestinais costumam complicar os primeiros anos de vida, levando a
criança a quadros de hipoglicemia e baixa ingestão calórica. OBJETIVO: O presente estudo visou relatar um caso da síndrome de
Russell-Silver. MATERIAL E MÉTODO: L.A,masculino de 6 anos, diagnosticado com SRS aos 3 anos de idade durante internação
hospitalar apresentando dificuldade de ganho ponderal e baixo peso. Criança nascida com 29 semanas devido oligodramnio
severo e retardo no crescimento intrauterino(RCIU), pesando 1200g, estatura de 34cm, perímetro cefálico de 29cm, Apgar 5/7.
Permaneceu 49 dias internado devido prematuridade. Teve dois internamentos por recusa alimentar, vômitos e perda de peso.
Recebeu alimentação via sonda com retorno do ganho ponderal porém permanecendo com peso e estatura abaixo do percentil
3. Aos 2 anos foi encaminhado à um hospital de referencia para acompanhamento nutricional e elucidação diagnóstica.
Realizado Endoscopia Digestiva com biópsia sem alterações. No exame físico, apresentava fronte proeminente, micrognatia,
macrocrania, clinodactilia de 5º dedo, implantação anômala das orelhas e à radiografia com idade óssea atrasada. Após os
achados e historia de RCIU diagnosticou-se clinicamente a SRS, com analise de cariótipo mostrando alteração no cromossomo
11. Atualmente faz uso de Somatropina, permanece com desenvolvimento pondero estatura abaixo do percentil 3 (IMC 12,6),
porém com desenvolvimento neuropsicomotor e inteligibilidade normais. Persiste com dificuldade de alimentação, realizando
acompanhamento regular com endocrinologista e nutrólogo. Discussão: A SRS é caracterizada por retardo do crescimento intrauterino e pós-natal. Apresenta em alguns casos distúrbios alimentares iniciando logo nos primeiros meses de vida. No caso
descrito podemos ressaltar o quadro de perda ponderal e baixo peso levaram a procura e conseqüente diagnostico da síndrome.
Corroborando com a literatura atual, o paciente apresentava características típicas da síndrome, como descrito anteriormente, e
o teste genético com alteração do cromossomo 11, descrita na literatura em cerca de 40% das pessoas diagnosticadas. O
paciente está em uso de hormônio do crescimento, com objetivo de melhorar a estatura como descrito na literatura. Pode ser
acrescido ao tratamento suporte nas áreas deficientes. O prognóstico da síndrome é bom com expectativa de vida normal.
CONCLUSÃO: Apesar de alguns achados serem característicos da síndrome, ela pode se apresentar com grande variabilidade de
expressões. O diagnóstico precoce visa obter melhor acompanhamento multiprofissional para suprir as necessidades da criança
e mante-la com desenvolvimento próximo da normalidade.
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PE-005 - SÍNDROME DE BERARDINELL-SEIP: RELATO DE CASO
LOUISE HEIL; CAMILA VIEGAS; MARIA CLÁUDIA SCHMITT LOBE; GABRIELA DE SIO PUETTER KUZMA
FURB; AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA - FURB
INTRODUÇÃO: Os indivíduos com Síndrome de Berardinelli-Seip ou Lipodistrofia congênita generalizada (BSCL), apresentam-se
clinicamente com redução importante na quantidade de tecido adiposo em todo o corpo, hipertrofia muscular generalizada,
hepatomegalia, hipertrigliceridemia, esteatose hepática e grave resistência à insulina. Sua prevalência é baixa, a cada
1:10.000.000 nascidos vivos, com cerca de 250 casos descritos até 2012. É uma doença de transmissão autossômica recessiva.
Em 95% dos casos foram encontradas mutações em dois dos três genes relacionados à síndrome. RELATO DE CASO: Paciente
masculino, atualmente com 11 anos e 2 meses, acompanha desde o nascimento por BSCL. Ao nascimento: peso de 2,390g;
estatura de 46cm, APGAR 8/9. Recebeu orientação nutricional desde 7 meses de idade e apresentou variações dos níveis de
triglicerídeos e das transaminases. Aos 6 anos e 7 meses, apresentava idade óssea de 12 anos e 6 meses, Tanner: P2T3, glicemia:
93mg/dl; insulina: 45,81 mUI/mL; HDL-col: 18mg/dl; LDL-col: 71mg/dl; colesterol total: 118mg/dl; triglicerídeos: 147mg/dl; TGO:
29U/L; TGP: 51U/L; gama-GT: 14U/L; LH: < 0,1 mUI/mL; testosterona: 2,96 pg/mL. Ultrassom de abde: fígado com aumento de
volume, acentuação difusa da ecogenicidade e esteatose hepática. Atualmente, apresenta-se clinicamente com hipertrofia
muscular generalizada, fácies grosseira, mãos e pés grandes, acantose nigricans, hepatomegalia, hirsutismo e com
hipertrigliceridemia. Aos 11 anos e 2 meses apresenta peso de 46,9 Kg, estatura de 159cm (>95P), Tanner: P4T6; idade óssea:
14anos. Neste momento, em puberdade, houve piora dos exames laboratoriais. Glicemia de jejum: 127mg/dl, insulina de jejum:
203,5mUI/mL; LH: 1,17mUI/mL; colesterol total: 124mg/dl; TGO: 61U/L; TGP: 151U/L; triglicerídeos: 307mg/dL; HDL: 29mg/dl;
Gama-GT: 65,25U/L; testosterona: 42,69 pg/mL. Iniciado Metformina® na dose de 850mg/dia. Com esta dose houve redução da
glicemia de jejum para 109mg/dl e dos níveis de insulina para 55,1mUI/mL. Peptídeo C: 6,8ng/ml; HbA1c: 6,8% (VR: <6); HOMAIR: 14,81 Umol/L (VR: <2,7), HOMA-Beta: 432,24(VR: 167-175). No momento está com controle alimentar, aumento de atividade
física e faz uso de Metformina® 850mg/dia. DISCUSSÃO: Verifica-se o aumento da resistência insulínica nos pacientes
portadores dessa síndrome. Atualmente, não há cura da doença, mas é possível diminuir as complicações com
acompanhamento médico e diagnóstico precoce. Acredita-se que a patogênese da BSCL está associada à mutações nos genes
9q34 e 11q13 resultando em uma deficiência de 1-acilglicerol-3-fosfato-0-aciltransferase-2, uma proteína fundamental para a
formação de triacilglicerol e glicerofosfolipídeos. Devido a estoque escasso destes produtos dentro dos adipócitos, ocorre um
acúmulo patogênico de lipídeos em outros órgãos, tais como baço, pele, e coração além de esteatose hepática. O déficit de
tecido adiposo leva à grave resistência insulínica, evoluindo para aterosclerose precoce, nefropatia e hipertrofia cardíaca. O
desequilíbrio glicêmico neste paciente coincidiu com o início da puberdade, época em que se desenvolve um processo fisiológico
e temporário de maior resistência insulínica. O tratamento desta condição baseia-se no controle e manejo das complicações
crônicas.
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PE-006 - CARCINOMA DE TIREÓIDE COMO CAUSA DE MASSA CERVICAL EM ADOLESCENTE – RELATO DE CASO
MARIA EMMERICK GOUVEIA; NATHÁLIA DE PAULA NAVI; RAQUEL DE ARAÚJO MACEDO; CLÉO BRAGANÇA CARDOSO TAMMELA;
BRUNO COUTINHO DE OLIVEIRA; MARIANA KAPPAUN DE ANDRADE; VALERIA SCHINCARIOL; DANIELLE PLUBINS BULKOOL
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INTRODUÇÃO: O câncer de tireóide é considerado raro, representando aproximadamente 1,5% a 3% de todos os cânceres da
infância, sendo mais comum no sexo feminino. OBJETIVO: Relatar o caso de um adolescente com diagnóstico de carcinoma
papilífero de tireóide diagnosticado e tratado em nosso serviço. MATERIAL E MÉTODOS: Revisão do prontuário e da literatura.
Resultados: A.C.S.J, masculino, 12 anos, branco, natural do RJ, apresentava massa indolor, endurecida e móvel em região
cervical anterior, com crescimento progressivo em quatro meses e linfonodomegalia cervical anterior esquerda. Nega outros
sintomas. Realizou ultrassonografia que evidenciou nódulo sólido, heterogêneo, hipoecóico, de contornos irregulares e
hipervascularização ao Doppler em lobo esquerdo da tireóide, linfonodomegalia nas cadeias cervicais anterior e posterior
esquerdas, alguns com calcificações e perda da estrutura habitual. Hormônios tireoidianos normais. Realizou punção aspirativa
por agulha fina (PAAF) da tireóide e de linfonodo, que mostrou, respectivamente, lesão folicular de significado indeterminado
(Bethesda III) e presença de atipias nucleares sugestivas de neoplasia metastática de provável origem tireoidiana. RX de tórax
sem alteração. Realizou tireoidectomia total com esvaziamento ganglionar cervical. Está em uso de levotiroxina. Histopatológico
revelou carcinoma papilífero de tireóide com extensão extratireoidiana e invasão angiolinfática com presença de metástase em
16 de 38 linfonodos cervicais. Encaminhado para radioterapia com iodo ativo. DISCUSSÃO: Diante de um nódulo tireoidiano é
necessário avaliar características sugestivas de malignidade, como crescimento rápido, fixação a estruturas adjacentes, nódulo
endurecido, adenomegalia, história de irradiação e história familiar de CA de tireóide. Sexo masculino, carcinoma folicular e a
extensão da doença no sítio primário também são fatores de risco para malignidade na infância. A dosagem de TSH e a
ultrassonografia com Doppler são fundamentais na abordagem inicial de um nódulo de tireóide. Este último auxilia a identificar
características associadas a um maior risco de malignidade, como hipoecogenicidade, microcalcificações, aumento do diâmetro
ântero-posterior em relação ao transverso, margens irregulares, hipervascularização ao Doppler e adenomegalia regional. A
PAAF deve ser realizada em todos os nódulos maiores que um centímetro ou com características ultrassonográficas sugestivas
de malignidade ou história clínica de risco, exceto quando há nódulo funcionante. A tireoidectomia é recomendada se a citologia
for suspeita para malignidade (Bethesda V ou VI) ou quando: há nódulos bilaterais; associada à irradiação; citologia
indeterminada e nódulo maior que quatro centímetros; ou menor que quatro centímetros, mas com alta suspeita clínica ou
ultrassonográfica de câncer. O paciente apresentava linfonodos comprometidos e alta suspeita ultrassonográfica, o que indicava
a tireoidectomia total com dissecção linfonodal. A presença de metástase linfonodal ao diagnóstico é frequente no carcinoma
papilífero de tireóide, mas não está associada a um pior prognóstico. CONCLUSÃO: A adenomegalia cervical pode ser o primeiro
sinal do câncer de tireóide na infância. A presença de um nódulo tireoidiano palpável na criança é mais suspeita de malignidade
do que no adulto. Portanto, é indispensável que o exame da tireóide faça parte da rotina de todos os pediatras.
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PE-007 - MÉTODO CANGURU: COMPARAÇÃO ENTRE AS ETAPAS 1 E 2 E SEU IMPACTO SOBRE O ALEITAMENTO
MATERNO EXCLUSIVO
CAMILA NORONHA HASSE; CAMILA SMEKATZ SIMÃO; JÉSSICA DE ANDRADE; MARIA BEATRIZ REINERT DO NASCIMENTO; MARCO
ANTONIO MOURA REIS; FERNANDA AMARAL VERBINEN NUNES; LEONICE GAN BIANCHINI
UNIVILLE; MATERNIDADE DARCY VARGAS
INTRODUÇÃO: O Método Canguru tem como objetivo melhorar a interação entre os pais e seus filhos prematuros,
influenciando o estabelecimento dos futuros vínculos afetivos familiares, o desenvolvimento e crescimento adequados do
recém-nascido. As vantagens são proporcionar maior vínculo mãe-filho, estimular o aleitamento materno, reduzir a
infecção e permanência hospitalar, entre outras. O Método Canguru tem três etapas. Na primeira, o RN está
impossibilitado de ficar junto à mãe no alojamento conjunto. Os pais são estimulados a entrar na unidade neonatal e
estabelecer contato pele a pele com a criança, desde que as condições clínicas permitam. Na segunda etapa, a mãe é
convidada a retornar ao hospital para permanecer continuamente ao lado do filho. É necessário oferecer um espaço físico,
uma acomodação para seu repouso e permanência, com o bebê colocado em posição canguru. Esta etapa é parte
essencial do método, pois finaliza e otimiza a primeira etapa e prepara para a alta hospitalar (terceira etapa). OBJETIVO:
Caracterizar os recém-nascidos submetidos ao Método Canguru, comparando as populações atendidas nas etapas 1 e 2, e
determinando a freqüência do aleitamento materno exclusivo no momento da alta hospitalar. MATERIAL E MÉTODOS: Tratouse de um estudo observacional, prospectivo, em que foram avaliados 274 recém-nascidos de baixo peso, de uma maternidade
de grande porte, entre julho de 2010 e maio de 2014. A coleta de dados baseou-se em uma entrevista com as mães e em
informações do prontuário médico padrão do neonato. Os dados do prontuário médico foram armazenados com o uso do
Epidata entry 3.1 e analisados com o SPSS 13.0, com prévia aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa referência do hospital.
Para a análise dos dados foram utilizados métodos estatísticos descritivos, o teste t para variáveis contínuas, e o teste do quiquadrado para variáveis categóricas, adotando-se o nível de significância de 5%. RESULTADOS: Foram estudados 130 recémnascidos masculinos e 144 femininos. O peso ao nascimento variou entre 570g e 2315g (média = 1476,7g ± 365,2g). A idade
gestacional oscilou entre 24 e 39 semanas e 2.1 dias (média = 31 semanas e 5 dias ± 2 semanas e 5 dias). Ocorreram 203
cesarianas e 71 partos normais. A frequência do aleitamento materno exclusivo por ocasião da alta foi de 69,7%. Observou-se
uma associação significativa entre a participação na etapa 2 e menor idade materna (p=0,03), primeira visita e primeiro toque
mais precoces (p=0,01 e p=0,01), menor peso de nascimento (p=0,03), amamentação exclusiva (81,2% x 61,8% p<0,01) e peso
inferior à alta (p<0,01). CONCLUSÕES: Os neonatos submetidos à segunda etapa eram mais frequentemente filhos de mulheres
mais jovens que realizaram visita e toque mais precocemente, e tinham menor peso de nascimento, quando comparados aos
que fizeram só a etapa 1. Da mesma forma, os primeiros receberam alta com menor peso e com mais aleitamento materno
exclusivo.
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MÓDULO DE ENDOCRINOLOGIA - POSTER
PE-008 - RELATO DE CASO DE ACANTOSE NIGRICANS EM PACIENTE DE 10 ANOS
KARINA LUIZA ZIMMERMANN; ANA CAROLINA SANTIN DE MEDEIROS ; ANA CAROLINA LEINDORF; CAMILA AMARAL DE OLIVEIRA
VIEGAS ; LILIAN BELINASO; MARCIELI BIANCHI DA SILVA; MILTON SÉRGIO BOHATCH JÚNIOR; PAULA DAYANA MATKOVSKI
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
A Acanthosis nigricans (AN) é condição dermatológica caracterizada por espessamento, hiperpigmentação e acentuação das
linhas da pele, gerando aspecto grosseiro e aveludado no local afetado. As endocrinopatias são as principais causas de AN,
sendo a obesidade o distúrbio mais comum, frequentemente associado ao hiperinsulinismo, ao diabetes mellitus e à resistência
à insulina. Outros distúrbios endócrinos associados à AN são descritos: doença de Cushing, ovários policísticos, tireoideopatias,
hirsutismo, doença de Addison, acromegalia, entre outros, alguns dos quais cursam com resistência à insulina. A incidência de
AN na população pediátrica é paralela ao aumento da obesidade infantil e associados à resistência insulínica. Pacientes com
Acanthosis Nigricans correm o risco de todos os componentes da síndrome metabólica: obesidade, hipertensão, níveis elevados
de triglicerídeos, lipoproteína de alta densidade, e a intolerância à glicose. Cada vez mais crianças e adolescentes estão ficando
obesos, diabéticos, hipertensos. É essencial que saibamos conduzir todos os casos da melhor maneiro possível. O objetivo deste
trabalho é relatar caso de paciente de 10 anos com AN. Utilizou-se registro de prontuário para a obtenção de dados. Paciente do
sexo masculino, branco, 10 anos, diagnosticado com autismo, hipotireoidismo, obesidade, hipertensão arterial, asma brônquica,
miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva. Mãe relata aparecimento de manchas escuras com rachadura no
pescoço, axilas, dedos das mãos e no peito há 3 anos. Em uso de Puran, Captopril, Furosemida, Digoxina, Predinisona e Aerolin.
Ao exame físico apresenta xerose cutânea associada a lesões descamativas em mãos principalmente em falanges distais, placas
hipercrômicas de coloração marrom-enegrecido de superfície aveludada, de limites mal definidos, localizadas em pescoço, axila
e região torácica. O tratamento de escolha foi diprosalic creme e orientações de estilo de vida. O paciente apresentou melhora
progressiva das lesões em 6 meses. Percebe-se que, neste caso, a causa da AN está na obesidade associada à endocrinopatia e
uso prolongado de glicocorticoide. É necessário, além do tratamento das lesões, que se trate a causa. Recomenda-se
investigação de diabetes melitos e orientação de perda de peso, atividade física regular e controle glicêmico. À medida que
aumenta a frequência e o grau de obesidade na população, um aumento concomitante na acantose nigricans é esperado. A
presença de obesidade deve iniciar uma busca por uma essas manchas, uma vez que a presença, trazem evidências sobre
doenças sistêmicas que devem ser investigadas e acompanhadas, evitando uma série de morbidades futuras, como diabetes e
doenças ateroscleróticas. Cada vez mais o médico deve estar atento aos sinais de doenças crônicas infanto-juvenis, e o
diagnóstico preciso e conduta adequada devem ser tomados afim de preservar a saúde do paciente.
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MÓDULO DE
ENFERMAGEM
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-001 - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE RESIDENTES DE ENFERMAGEM NO PERÍODO INTRA-OPERATÓRIO EM UM
TRANSPLANTE CARDÍACO PEDIÁTRICO
LARISSA MARCONDES; CELENE CICONETTO; LURDES NOGUEIRA; CAROLINE BERTÉ; MARIA EDUARDA WUICIK
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
O transplante cardíaco é uma opção para tratamento de pacientes com problemas cardíacos graves e/ou refratário ao
tratamento clínico. Estudos mostram aumento na sobrevida dos pacientes, capacidade de realização de atividade física,
qualidade de vida, retorno à atividades diárias, quando comparado ao tratamento convencional. Por esse recurso ser de grande
complexidade a equipe de enfermagem necessita prestar uma assistência específica, tanto no pré, intra e pós operatório. Este
artigo tem como objetivo apresentar a experiência e as atividades vividas durante o intra-operatório de um transplante cardíaco
pediátrico. O acompanhamento desse transplante se deu pela sistematização e planejamento dos cuidados prestados a uma
criança internada em um hospital pediátrico de referência no estado de origem, num período de 7 horas dentro de um ambiente
cirúrgico. Os cuidados de enfermagem realizados foram: cateterismo vesical de demora com técnica asséptica; monitoramento
de hemorragias e perdas de líquidos; infusão de soroterapia, hemoterapia e medicamentos, junto à equipe multidisciplinar;
coleta de exames laboratoriais de urgência, bem como seu encaminhamento ao setor responsável; prevenção à ocorrência de
hipotermia com a utilização de equipamento próprio para aquecimento humano; administração de soluções intravenosas
aquecidas; posicionamento em mesa cirúrgica, visando a prevenção de lesões ulcerativas por pressão utilizando dispositivos
acolchoados; além de contato durante a cirurgia com a família do paciente dando o feedback do andamento do procedimento;
passagem de plantão com informações necessárias para a equipe da UTI em continuidade ao cuidado. Concluímos que a
enfermagem não só nos transplantes mas como em toda dispensação de cuidados parte da ideia de avaliar, detectar e intervir
precocemente nas possíveis complicações juntamente com a equipe multidisciplinar que esteja envolvida. Podemos perceber
que a sistematização da assistência de enfermagem se faz necessário para prevenir e/ou minimizar iatrogenias. Contando com
boas práticas de procedimento cirúrgico, comunicação interdisciplinar e interação familiar, o cuidado se torna integral e de
qualidade.
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TLEn-002 - A CONSULTA DE ENFERMAGEM APLICADA AO ADOLESCENTE NO PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO E
IMPACTO NA ADESÃO AO TRATAMENTO
DAIANA DE PAULA; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; DÉBORA MARIA VARGAS MAKUCH; JOELIZE CLAUDIANE STANOGA
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
Para o sucesso no pós transplante hepático o paciente deverá ser acompanhado pela equipe multidisciplinar que lhe proverá
informações para seguimento do seu tratamento, minimizando o risco de rejeição do enxerto. Mas, o índice de pacientes não
aderentes aumentou, e na adolescência este número se evidencia, desta forma, este estudo é norteado pelo seguinte
questionamento: Como a Consulta de Enfermagem pode contribuir na adesão do adolescente ao tratamento no pós transplante
hepático? Teve como objetivos: levantar o perfil sociodemográfico dos adolescentes em tratamento de pós transplante
hepático; Identificar fatores de adesão (ou não) pelos adolescentes ao tratamento no pós transplante hepático, através da
Consulta de Enfermagem. Para o desenvolvimento desta pesquisa optou-se pela abordagem qualitativa e o método escolhido foi
a Pesquisa-Cuidado efetivada por meio da Consulta de Enfermagem. Participaram da pesquisa 6 adolescentes em consulta
realizada no ambulatório de um Hospital de grande porte referência em pediatria na cidade de Curitiba. O projeto aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Junho/2014, sob CAAE 31115614.8.0000.5580 e parecer nº 701.325. O levantamento do
perfil sociodemográfico evidenciou adolescentes do sexo masculino como 67% da amostra. A faixa etária dos participantes era
de 12 a 16 anos, e a prevalência de nível de escolaridade ensino fundamental (66,8%). As causas para o transplante foram
diversas. Em relação as questões de adesão, a maioria não tem dificuldade de vir as consultas sendo 4 (67,8%) devido ao
beneficio do programa Tratamento Fora de Domicilio (TFD). Todos são solteiros, 5 (83%) moram com a família, apenas 1(16,8%)
mora sozinho. Todos os adolescentes referiram já ter esquecido de tomar a medicação, e 5 (83%) pacientes tomam a medicação
após algum familiar ou pessoa próxima o lembrar, enfatizando a importância do suporte familiar para a manutenção do
tratamento e a necessidade de inserí-la nos cuidados. Em relação ao uso de métodos para auxílio, apenas 2 (33%) adolescentes
referiram utilizar (despertador e celular), os demais não utilizam métodos. Dados apontados na literatura enfatizam que, o uso
de métodos pode aumentar a adesão pelos adolescentes. Em relação aos efeitos colaterais, 4 (66,8%) adolescentes assinalaram
que não se incomodavam. Dos adolescentes, 5 (83%) não apresentam dificuldades ao acesso aos medicamentos, por tratar-se
de medicamentos excepcionais, que são padronizados pelo Ministério da Saúde e possuem, elevado valor e cronicidade do
tratamento, a sua dispensação é realizada a nível ambulatorial. Conclui-se que, o profissional enfermeiro é capacitado para
realizar a assistência sistematizada devido ao seu conhecimento, sua capacidade de julgamento e poder de decisão, e ao estar
inserido no processo de doença e transplante hepático, e através da consulta de enfermagem é possível identificar algumas
dificuldades relatadas pelos adolescentes, e elaborar um plano de cuidados para que possibilite a melhora na sua adesão ao
tratamento, que vai além do uso de medicações, promovendo o bem estar biopsicossocial deste individuo e de seus familiares.
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TLEn-003 - TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA DA CRIANÇA OU ADOLESCENTE: O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DE
FAMILIARES COM FUNDAMENTAÇÃO EM ROY
PRISCILA PANEK; IVETE PALMIRA SANSON ZAGONEL
FPP
Este estudo teve como objetivo apreender a significação atribuída por familiares sobre o processo de adoecimento e
necessidade de transplante de medula óssea da criança ou adolescente com base no modelo de adaptação de Roy, identificar
como se dá o processo de enfrentamento e adaptação de familiares diante do transplante de medula óssea da criança ou
adolescente e estabelecer o perfil de crianças que realizaram o transplante de medula óssea e de seus familiares. O método
utilizado foi o de pesquisa-cuidado com abordagem qualitativa. Este estudo foi desenvolvido um Hospital Infanto-juvenil do
Paraná. Os participantes deste estudo foram os familiares (mãe, pai, irmã), das crianças ou adolescentes que necessitam ou já
realizaram o transplante de medula óssea. A amostra foi composta por dez participantes sendo nove mães e uma irmã com
idade entre 22 e 50 anos. Na coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada gravada. As informações coletadas
foram analisadas de acordo com a técnica de análise de conteúdo de Bardin e o referencial teórico da teoria de enfermagem de
Roy. Pode-se concluir que foi possível compreender a significação atribuída pelos familiares das crianças ou adolescentes que
necessitam ou já realizaram o transplante de medula óssea e também traçar um perfil sócio demográfico destes entrevistados.
Por meio das informações coletadas ocorreu a identificação de como se dá o processo de enfrentamento, transição e adaptação
diante da necessidade do transplante de medula óssea e desta forma, aliando o referencial metodológico escolhido da pesquisa
cuidado com o referencial teórico da Teoria de Roy foi possível identificar necessidades de cuidado e estabelecer o cuidado aos
familiares visando a adaptação a este processo. A teoria de Roy contribuiu para que os familiares envolvidos fossem cuidados,
enquanto realizava a pesquisa, considerando suas necessidades de enfrentamento e adaptação. Os participantes salientam a
dificuldade dessa vivência, pelas múltiplas dimensões que são ativadas e que necessitam enfrentar. Foi possível, a partir da
análise, a observação do que cada familiar enfrenta, e as particularidades neste processo como, história de vida, rede de apoio,
dificuldades e facilidades enfrentadas para a adaptação efetiva ou não diante desta realidade e a partir daí, apreender a
compreensão de que as formas de cuidado implantadas devem ser individualizadas.
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TLEn-004 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCOHEMATOPOÉTICAS POR SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA DE HIPER IGE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
LARA CÁSSIA SILVA SANDRI; ANA PAULA BATISTELA; MARIANA BERTOTTI MENDES; VANESSA DA ROCHA; LETÍCIA PONTES;
LUCIANA PUCHALSKI KALINKE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL DE CLÍNICAS
Com o avanço tecnológico das ciências da saúde, inúmeros tratamentos complexos foram se desenvolvendo ao longo das
últimas décadas, incluindo o Transplante de Células Tronco Hematopoéticas. Este, inicialmente utilizado como última medida
terapêutica, atualmente é considerado uma forma de terapia bem sucedida para determinadas doenças habitualmente fatais.
Crianças com a síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE, caracterizada por deficiência de células T e B, também, podem ser
beneficiadas por esta modalidade de tratamento. Este relato de experiência tem como objetivo apresentar os diagnósticos de
enfermagem, segundo a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association, identificados por um grupo de
enfermeiros que assistiram a primeira criança da América Latina submetida ao Transplante de Células Tronco Hematopoéticas
Alogênico não Aparentado, por síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE. Após análise retrospectiva do prontuário do
paciente, conclui-se que os diagnósticos de enfermagem elencados, nas diferentes fases do transplante, para e elaboração do
planejamento do cuidado, no referido paciente foram: No período pré–condicionamento, após inserção do cateter venoso
central semi-implantado – Ansiedade; Risco de solidão; Integridade Tissular Prejudicada; Integridade da Pele Prejudicada; Risco
de Infecção; Dor aguda; Constipação. No período de condicionamento (dia -8 a dia -1) – Integridade Tissular Prejudicada;
Integridade da Pele Prejudicada; Hipertermia por Neutropenia; Náusea; Troca de Gases Prejudicada; Dor aguda; Risco de
Infecção; Nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais; Risco de desequilíbrio eletrolítico e Risco de
Constipação. No dia da infusão das células tronco hematopéticas (dia zero) – Mucosa Oral Prejudicada; Integridade Tissular
Prejudicada e Nutrição desequilibrada, menos que as necessidades corporais. No período pós–transplante (dia +1 à dia +27) –
Mucosa oral prejudicada, Higiene oral prejudicada, Risco de infecção, Risco de sangramento, Proteção ineficaz; Deambulação
prejudicada; Náusea; Hipertermia; Integridade Tissular Prejudicada; Isolamento Social; Constipação; Nutrição desequilibrada
menos que as necessidades corporais; Dor aguda; Integridade da Pele Prejudicada. Alta hospitalar (D+27). Após reinternação
(dia +31): Eliminação urinária prejudicada; Dor aguda; Integridade da Pele Prejudicada; Risco de Infecção; Náusea; Nutrição
desequilibrada, menos que as necessidades corporais; Risco de Baixa Auto Estima; Integridade Tissular Prejudicada e Ansiedade.
Em 05/12/14 (D+52) alta hospitalar. Assim, foram identificados 21 diferentes diagnósticos de enfermagem, durante todas as
fases do transplante de células tronco hematopoéticas, com maior número no período pós–transplante. Os diagnósticos
apresentados pelo paciente em todas as fases do transplante, durante o período de internamento, foram Risco para infecção e
Integridade tissular prejudicada. Isso tem sido, também, uma condição freqüente nos transplantes realizados por outras
patologias, considerando a neutropenia apresentada praticamente em todo o processo do tratamento, além do uso do cateter
venoso central semi-implantado. Acreditamos que a avaliação do paciente e o reconhecimento dos diagnósticos de enfermagem
apresentados, neste paciente, pode auxiliar o enfermeiro no planejamento de cuidados a outros pacientes submetidos a
Transplante de Células Tronco Hematopoéticas por síndrome da imunodeficiência de Hiper IgE.
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TLEn-005 - QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CONGÊNITA
LIZANDRA BARROS
UCDB
INTRODUÇÃO: Com a evolução das técnicas de tratamento das doenças crônicas na infância, a preocupação passou a não
contemplar apenas aspectos físicos inerentes à doença, mas também à qualidade de vida (QV) destas crianças no decorrer e
após o tratamento. A cardiopatia congênita (CC) está inserida no contexto das doenças crônicas considerando seu tratamento e
acompanhamento longo, muitas vezes permeado por internações, cirurgias e outros aspectos. Dessa forma, a CC pode trazer
importantes repercussões na QV da criança. OBJETIVO: Avaliar a QV da criança portadora de CC sob a ótica da própria criança.
MÉTODO: Esse estudo caracteriza-se como exploratório, descritivo e de corte transversal. Participaram do estudo 25 crianças
com diagnóstico de CC com idade entre 4 e 12 anos. Para avaliar a QV dessas crianças, foram utilizados dois instrumentos: um
questionário sociodemográfico e o Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI). RESULTADOS: Das 25 crianças
participantes, 10 são do sexo masculino e 15 feminino, com idade predominante entre 4 e 6 anos. Relacionando o diagnóstico,
18 tiveram acesso ao diagnóstico até os 2 anos de vida, sendo que dessas, 12 antes de completar o sexto mês de vida. No
tratamento, 13 foram submetidas à cirurgia para correção da CC. Nos diagnósticos, houve predomínio da Comunicação
Interventricular (7) e Comunicação Interatrial (4). Na avaliação da QV, 18 crianças apresentavam QV satisfatória e a média geral
de escore do grupo foi 52,60 ± 7,3. Não foi identificada correlação significativa entre os dados sociodemográficos e a análise da
QV (p<0,05). Os domínios mais bem pontuados foram Lazer e Família, com destaque para as questões abordando “aniversário”,
“mãe” e “avôs”. O domínio com menor pontuação foi Autonomia, cuja questão com a temática “longe da família” demonstrou o
menor escore. CONCLUSÕES. Os achados obtidos demonstraram QV satisfatória nas crianças cardiopatas, em que a doença não
é fator predominante para redução da QV no grupo estudado. O baixo escore obtido no domínio Autonomia pode estar ligado à
relação superprotetora dos pais e à dificuldade em reconhecer que o filho tem capacidades semelhantes ou mesmo iguais aos
de outras crianças sãs. Uma QV satisfatória na criança com CC pode estar relacionada a mecanismos de adaptação à doença.
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TLEn-006 - MEMORY BOX: CONTRIBUIÇÕES PARA O CUIDADO NEONATAL E PEDIÁTRICO
ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZ; SOLIANE SCAPIN; LORRAINE ABDALLA ALVES; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS
UFSC
INTRODUÇÃO: Para que o enfrentamento da hospitalização infantil seja positiva e benéfica a comunicação e vínculo da equipe
cuidadora com a família e a criança é de fundamental importância. Por isso, uma forma de proporcionar o cuidado tanto no
momento da hospitalização quanto na etapa final da vida é a utilização da Memory Box. A Memory Box é uma forma de guardar
lembranças e promover a comunicação, criando vínculo. Ela possui o significado de uma caixa de memórias, onde são
depositados conteúdos que podem variar dependendo das características das famílias. Os estudos sobre a Memory Box são
predominantemente de origem internacional, ressaltando a importância do aprofundamento da temática em nossa cultura.
OBJETIVO: Analisar como a Memory Box pode ser utilizada, como uma tecnologia para o cuidado pediátrico e neonatal, na
perspectiva da equipe de enfermagem. METODOLOGIA: Estudo descritivo exploratório, quantitativo, tipo survey transversal,
com amostra de 143 profissionais de enfermagem de um Hospital Pediátrico de Santa Catarina. Critérios de inclusão:
profissionais em atuação nas unidades selecionadas e que estavam disponíveis a assistir a explicação acerca da Memory Box e
responder o questionário. Critérios de exclusão: profissionais em férias, licença de qualquer natureza ou atestado médico.
Período da coleta: Agosto à Outubro de 2013. Os dados foram analisados utilizando estatística simples, exploratória, e teste nãoparamétrico, adotando nível de significância de pe#8804;0,05, para analisar se ouve significância estatística utilizou-se teste Chiquadrado. Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética, sendo aprovado e obtendo parecer CAAE 15296413.1.0000.0121.
RESULTADOS: Verificou-se que 86% dos profissionais consideraram a Memory Box um instrumento interessante de se utilizar
em unidades pediátricas e neonatais, e 88,1% acreditam que ela é uma forma de prestar cuidado individualizado e diferenciado
para a criança e família. Ainda, observado que 75,5% dos participantes acreditam que a aplicação da Memory Box necessita de
treinamento, sendo que 85,3% o fariam. Relacionado à aplicação, 84,6% dos profissionais aplicariam ou auxiliariam na aplicação.
Ainda, se observou a ausência de tecnologia para lidar com a família e a criança quando 75,5% responderam que nunca
utilizaram tecnologia semelhante para trabalhar a hospitalização e 84% afirmaram que não utilizam nenhum instrumento para
trabalhar com a morte. Constatou-se também que a Memory Box contribui para o processo de comunicação entre a equipe e a
família. Percebeu-se a Memory Box como forma de aproximar a família durante a hospitalização, contribuindo para a criação de
vínculo. CONCLUSÃO: A Memory Box é uma tecnologia que contribui no processo de estabelecimento da comunicação entre os
profissionais e familiares de crianças hospitalizadas ou em situações críticas de saúde. Demonstrando que a Enfermagem tem a
preocupação de prestar um cuidado diferenciado à criança/neonato e sua família, reconhecendo os benefícios do cuidado
centrado no binômio criança-família, bem como, a importância da presença integral da família no ambiente hospitalar. Inovar na
condução desse enfrentamento juntamente com a equipe mostrou-se possível e bem aceito.
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TLEn-007 - FATORESINTERVENIENTES DO CUIDADO HUMANIZADO EM ENFERMAGEM PEDIÁTRICA
PATRÍCIA DIAS DA ROCHA; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; LEANDRO ROZIN; GRACIELE DE MATIA
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: O processo relativo à humanização da assistência de enfermagem em âmbito hospitalar é algo que vem sendo
bem trabalhado, entretanto, em toda esta trajetória existe um foco voltado à assistência humanizada ao paciente, porém pouco
direcionada á trajetória que o prestador desta assistência percorre até chegar ao objetivo. O estudo desta temática se deu pela
observação da importância de ser trabalhado o profissional para a assistência humanizada, verificando que direcionando a
qualidade ao profissional existirá a possibilidade, deste como um ciclo, passar esta qualidade ao cliente. A questão que norteou
esta pesquisa foi: Existem fatores intervenientes na prestação da assistência humanizada em hospital pediátrico na visão dos
profissionais de enfermagem? OBJETIVOS: Identificar junto à equipe de enfermagem se existem fatores intervenientes
implícitos na prestação da assistência humanizada em hospital pediátrico, e categorizar os fatores intervenientes na prestação
da assistência humanizada, a partir das expressões da equipe de enfermagem. METODOLOGIA: A pesquisa apresenta uma
abordagem qualitativa do tipo exploratório descritivo, sendo realizada com 25 profissionais de enfermagem, atuantes em
unidade de terapia intensiva (UTI) e enfermaria cardíaca. Os critérios de inclusão foram: Ser profissional de enfermagem,
atuante em UTI ou enfermaria, que aceitassem participar da pesquisa, perante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. E
os critérios de exclusão foram os que não atendem aos critérios de inclusão. A coleta de informações foi realizada a partir de
entrevista semi-estruturada gravada. Foram respeitados os aspectos éticos envolvendo pesquisas com seres humanos
especificados pela resolução 196/96 do conselho nacional de saúde. Resultados: As análises foram feitas a partir da divisão das
falas dos sujeitos, em 3 categorias e 10 subcategorias(1). DISCUSSÃO: A humanização na assistência ocorre por envolvimento de
alguns fatores: O reconhecimento ao profissional (2), relacionamento interpessoal multiprofissional adequado (3), e
dimensionamento adequado de profissionais, que contribui para a prestação de uma assistência humanizada (4). CONCLUSÃO:
Os profissionais têm conhecimento em relação á assistência humanizada, e fazem o possível para passar isso ao cliente, sem
dissociar o familiar, porém apresentam dificuldades relevantes, principalmente em ambiente de UTI, abordando diversos
aspectos a serem trabalhados, juntamente com a solução destes.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-008 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA VIOLÊNCIA PRATICADA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO
MUNICÍPIO DE FORTALEZA - CEARÁ
KELCIONE PINHEIRO LIMA; VERÔNICA PEREIRA LOPES; SAMIRA ROCHA MAGALHÃES; ANTÔNIA TAVARES MACIEL
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA; HOSPITAL DR FERNANDES TÁVORA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
INTRODUÇÃO: A violência contra crianças e adolescentes acompanha a trajetória da Humanidade, manifestando-se de múltiplas
formas, nos diferentes momentos históricos e sociais. É considerada um dos maiores desafios para as autoridades de saúde
pública, por afetar a saúde física, mental e emocional, e quanto mais tempo é perpetuada mais se agrava, deixando maior
número de sequelas. Diante dessa gama de violência os direitos desse grupo foram garantidos na constituição da república
federativa do Brasil em 1988 e regulamentada em 1990, pela Lei 8.060 denominado Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
A vigilância da aplicação do ECA é realizada pelos conselhos tutelares e são alimentados pelo Sistema de Informação para a
Infância e Adolescência(SIPIA). OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico da violência praticada contra crianças e adolescentes
através do SIPIA, que nos permitirá conhecer a situação da violação de direitos da criança e do Adolescente no Ceará e no
município de Fortaleza. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico descritivo, relacionado aos dados de violação dos direitos da
infância e adolescência, disponibilizados pelo SIPIA do Ministério da Justiça, referente ao período de 2010 a 2014. Por tratar-se
de dados agrupados não houve necessidade do estudo ser submetido à aprovação do comitê de ética, por não haver
personalização das vítimas e dos agressores. RESULTADOS: Foi identificado no Ceará que as violações mais presentes foram em
crianças (41,8%) do sexo masculino (50,6%); O direito violado de mais ocorrência foi convivência familiar e comunitária (53,6%),
seguido de liberdade, respeito e dignidade com (35,1%); Já em Fortaleza mostrou a convivência familiar e comunitária (40%)
com maior número de casos, seguido de liberdade, respeito e dignidade (26,3% ) e educação, cultura, esporte e lazer (24,2% ) ;
O Agente violador mais importante no Ceará foi a família sendo a mãe (38,94% ) e o pai ( 21%) os principais; em Fortaleza os
ambulatórios públicos foram os que mais violaram os direitos desse grupo com( 15,7%). CONCLUSÃO: Através da análise das
tabelas foi possível destacar a família como principal agente violador, as principais causas dessa situação são falta de condições
em mantê-los e os conflitos no seio familiar, tornando vulneráveis as suas condições de crescimento e desenvolvimento. As
informações lançadas no portal SIPIA mostraram que a sub notificação é uma realidade e que o enfrentamento da mesma vem
se tornando um desafio para o Brasil. O Profissional de saúde torna-se de grande importância na identificação de situações de
violências ou em condições que indiquem a possibilidade de acontecer. A notificação de maus tratos ainda é pouco discutida nos
estabelecimentos de saúde, sendo necessária a capacitação e orientação de profissionais quanto à identificação e notificação de
registros de violências praticadas contra crianças e adolescentes.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-009 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIA CIANOGÊNICA SOB A
PERSPECTIVA DA ENFERMAGEM HUMANÍSTICA
KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; LARISSA SYDOR VICTOR; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; VERA LÚCIA DOS ANJOS;
ERINEIDE APARECIDA NEVES
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: Cardiopatia congênita é a definição de uma anormalidade cardiovascular estrutural ou funcional presente no
nascimento, mesmo quando seu diagnóstico ocorre muito mais tarde (BONOW et al., 2013).A Enfermagem em Cardiologia e o
cuidado com crianças com cardiopatias cianogênicas (as que tem a cianose como sintoma) é de extrema importância, visto que é
responsabilidade do profissional enfermeiro a garantia de que as informações que serão obtidas no levantamento do histórico
sejam condizentes com a situação de saúde atual do paciente, além do levantamento dos diagnósticos de enfermagem para a
efetividade do cuidado. A enfermagem tem como essência o cuidado integral e humanizado, efetivado através das etapas do
processo de enfermagem, instrumento de trabalho que sistematiza a ações através da interseção teoria-pesquisa-prática. A
identificação de diagnósticos precisos precede as etapas que concretizam as ações de cuidar com efetividade. Desta forma,
identificar diagnósticos de enfermagem segundo NANDA (2013) e elencar os prevalentes neste contexto específico de cuidados
contribui para o aprimoramento do cuidado de enfermagem e a visibilidade da profissão no contexto intensivo. OBJETIVOS: O
presente estudo teve como objetivos determinar os diagnósticos de enfermagem à criança portadora de cardiopatia cianogênica
à luz da teoria de Paterson e Zderad no período pós-operatório imediato e evidenciar os diagnósticos de enfermagem
prevalentes. MÉTODO: Estudo de abordagem qualitativa e quantitativa, realizado por meio das etapas do Método PesquisaCuidado (NEVES e ZAGONEL, 2006), tendo como participantes cinco crianças portadoras de cardiopatia cianogênica no pósoperatório imediato, na Unidade de Terapia Intensiva Cardiológica de um hospital infanto juvenil de grande porte em CuritibaPR. Os dados foram coletados entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 e analisados com olhar no referencial teóricometodológico e pela efetivação do processo de enfermagem aos participantes do estudo, com ênfase na etapa de diagnóstico
de enfermagem segundo a classificação diagnóstica de NANDA (2013). RESULTADOS: O método utilizado permitiu identificar
trinta e um (31) diagnósticos de enfermagem à criança portadora de cardiopatia cianogênica e seus pais no período pósoperatório imediato. Destes, oito (8) foram identificados em todos os participantes do estudo; seguido de quatro (4)
identificados em quatro (4) participantes do estudo e outros três (3) identificados igualmente em três participantes do estudo.
CONCLUSÃO: Desta forma conclui-se que foi possível efetivar todo o caminho metodológico estabelecido, na perspectiva de
pesquisar-cuidar de crianças portadoras de cardiopatia cianogênica e sua família, atendendo aos objetivos delineados. Os
resultados obtidos tornam-se subsídios importantes para outras pesquisas relacionadas ao tema, evidenciando a busca
constante da enfermagem pela excelência no cuidado.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-010 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM A NEONATOS E LACTENTES PORTADORES DE ANOMALIAS
GASTROINTESTINAIS COM INDICAÇÃO CIRÚRGICA À LUZ DE PATERSON E ZDERAD
KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; CARLA VANESSA ANGELONI
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
As anomalias gastrointestinais ocupam a oitava posição entre as malformações identificadas ao nascimento, no Brasil (BRASIL,
2012). Nesta perspectiva, torna-se foco de atenção à equipe de saúde, em especial a enfermagem, pois exige um cuidado
humanizado e peculiar, por se tratar de uma condição que determina a realização de procedimento cirúrgico para o adequado
manejo, na grande maioria dos pacientes. A enfermagem tem como essência o cuidado integral e humanizado, efetivado por
meio das etapas do processo de enfermagem, instrumento de trabalho que sistematiza a ações com cientificidade. A
identificação de diagnósticos precisos precede as etapas que concretizam as ações de cuidar com efetividade. Desta forma,
identificar diagnósticos de enfermagem segundo NANDA (2013) e elencar os prevalentes neste contexto específico de cuidados
contribui para o aprimoramento do cuidado de enfermagem e a visibilidade da profissão no contexto da neonatologia. Desta
forma o presente estudo teve como objetivos determinar os diagnósticos de enfermagem ao neonato e lactente portador de
anomalia gastrointestinal com indicação cirúrgica à luz de Paterson e Zderad no período pré e pós-operatório e elencar os
diagnósticos de enfermagem prevalentes. Estudo de abordagem quantitativa e qualitativa, prospectivo, realizado por meio das
etapas do Método Pesquisa-Cuidado (NEVES e ZAGONEL, 2006). Os participantes foram oito neonatos e lactentes portadores de
anomalia gastrointestinal com indicação cirúrgica na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) de um hospital infanto
juvenil de grande porte em Curitiba-PR. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2014 e analisados com olhar no
referencial teórico-metodológico e pela efetivação do processo de enfermagem aos participantes do estudo, com ênfase na
etapa de diagnóstico de enfermagem segundo a classificação diagnóstica de NANDA (2013). A metodologia utilizada permitiu,
através da relação dialógica e da presença autêntica, identificar dezessete (17) diagnósticos de enfermagem ao neonato e
lactente portador de anomalia gastrointestinal no período pré e pós-operatório e seus pais. Destes, quatorze (14) prevaleceram,
sendo identificados em todos os participantes do estudo; seguido de um (1) identificado em cinco (5) participantes do estudo e
outros dois (2) identificados igualmente em seis participantes do estudo. Desta forma conclui-se que foi possível efetivar todo o
caminho metodológico estabelecido, na perspectiva de pesquisar-cuidar de neonatos e lactentes portadores de anomalias
gastrointestinais com indicação cirúrgica e sua família, atendendo aos objetivos delineados. Os resultados obtidos tornam-se
subsídios importantes para outras pesquisas relacionadas à temática, evidenciando a busca constante da enfermagem pela
excelência no cuidado. Descritores: Teoria de Enfermagem; Cuidados de Enfermagem; Recém-nascido; Anomalia Congênita.
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TLEn-011 - O CUIDADO DE ENFERMAGEM EM CRIANÇA COM BRONQUITE PLÁSTICA FRENTE AO USO DA TEORIA DE
ENFERMAGEM DE KING: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LUANA TONIN; MARIA EDUARDA LUCA ALVES WUICIK; LEANDRO ROZIN
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A bronquite plástica (BP), também conhecida como bronquite fibrinosa ou pseudomembranosa, ou ainda molde
brônquico, concebe a presença de secreção brônquica que evolui com a moldagem dos brônquios (EBERLEIN; DRUMMOND et
al., 2008). O molde brônquico geralmente está associado a transtornos de hipersecreção brônquica difusa, asma,
bronquiectasias, mucoviscidose, aspergilose, pneumonia, patologias cardíacas e outros (LIS; JAROSZ, 2013). Embora a BP seja
uma causa rara de obstrução das vias aéreas, a taxa de mortalidade é alta (de até 50%), mais frequentemente vista em crianças
com cardiopatia congênitas (CC) submetidas à cirurgia cardíaca (LIS; JAROSZ, 2013). O tratamento da mesma consiste no
controle das patologias que causem o molde brônquico. A terapia sintomática tem como objetivo adotar medidas para a
eliminação dos moldes (GARCIA; SILVA JUNIOR et al, 2009). Atualmente esta se fazendo o uso de heparina inalatória (MADSEN;
SHAH, 2005). OBJETIVO: Desta forma este estudo tem como objetivo relatar o cuidado de enfermagem baseado na Teoria de
King frente ao uso de heparina inalatória em criança portadora de BP. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo trata-se de
um relato de experiência de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, realizado em campo de atividade prática de um
Programa de Residência em Enfermagem em Saúde da Criança e do adolescente em um Hospital Pediátrico de grande porte no
Brasil no ano de 2014. RESULTADOS: O uso das Teorias de Enfermagem frente ao cuidado de Enfermagem e ao Processo de
Enfermagem, possibilita avaliar um conjunto de conceitos interelacionados sobre uma forma sistemática de ver os fatos pela
finalidade de prever os possíveis acontecimentos embasando cientificamente o respectivo cuidado (GORGE et al., 2000). Neste
estudo observou-se pela Teoria de King, a saúde entendida como experiência dinâmica que implica em ajustes constantes aos
estressores no ambiente externo (uso da heparina inalatória) e aos estressores internos (patologia-BP). Com o enfoque do
processo de trabalho na interação da criança com o seu ambiente ajudando a manter a sua saúde, levando-se em consideração
o crescimento e desenvolvimento infantil, imagem corporal, espaço, tempo e os sistemas interpessoais. CONCLUSÃO: Neste
ínterim o cuidado embasado na Teoria de Enfermagem-King, mostra uma enfermagem preocupada com a criança, interagindo
com o seu ambiente de maneira que levam a autopreenchimento e à manutenção da saúde. Um enfoque na percepção do
estado de saúde e a sua capacidade de adaptar-se as adversividades e usar os recursos para atingir um potencial de vida diária.
Referências: EBERLEIN, M. H.; DRUMMOND, M.B., HAPONIK, E.F. Plastic bronchitis: a challenge. Rev. Am J Med Sci.; 335(2):1639, 2008. GARCIA. E. , FERREIRA DA SILVA JUNIOR, A., SCHORR, F., HOTA, M., GONDIM BRIZZI, R., BARRETO DA SILVA, A. Molde
brônquico devido ao uso de interferon peguilado e ribavirina. Rev. J Bras Pneumol. 35(7):713-716, 2009. GORGE, J.B e
colaboradores. Teorias de Enfermagem. Os fundamentos à prática profissional. Editora Artmed. Porto Alegre, 2000. LIS, G.,
CICHOCKA-JAROSZ, E., JEDYNAK-WASOWICZ, U., GLOWACKA, E. Tratamento adjuvante com nebulização salina hipertônica em
uma criança com bronquite plástica após a operação de Glenn. Rev. J Bras Pneumol. 35(7):713-716, 2009. MADSEN, P, SHAH, S.
A., RUBIN, B.K.
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TLEn-012 - PROGRAMA EDUCATIVO PARA REDUÇÃO DE RUÍDOS EM UTI NEONATAL BASEADO NA TEORIA DE
ALCANCE DE METAS DE KING
JOELIZE STANOGA; DÉBORA MAKUCH; JULIANA SILVA; DAIANA PAULA
FPP
Ao longo dos anos a implantação de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) aliada aos avanços técnico-científicos
contribui para o reestabelecimento da saúde dos recém-nascidos, garantindo assim uma maior sobrevida, porém a alta
complexidade de procedimentos e tecnologias empregadas na recuperação dos neonatos resulta em condições ambientais com
intensa estimulação sensorial, destacando-se os níveis de ruídos incompatíveis com o bem-estar dos recém-nascidos,
profissionais e familiares que se encontram inseridos nesse contexto. Mesmo sendo o assunto debatido há décadas ainda
constitui como uma preocupação no âmbito hospitalar e, a aplicação de um programa educativo à luz do processo de interação
humana proposto por King poderá gerar a sensibilização necessária para conscientizar os profissionais no que condiz à redução
de ruídos, impactando diretamente na melhor qualidade assistencial ao recém-nascido além da melhor qualidade de vida dos
profissionais envolvidos. Os objetivos deste estudo foram levantar o conhecimento da equipe multidisciplinar diante da
presença de ruídos em uma UTIN, mensurar o nível de ruídos nesta unidade antes e após a aplicação de um programa educativo
e avaliar a eficácia de um programa educativo para a redução de ruídos na UTIN baseado no Processo de Interação Humana da
Teoria de Alcance de Metas de King. A pesquisa foi realizada por meio do método exploratório-descritivo com abordagem
quantitativa; participaram desse estudo 36 profissionais de uma UTIN de grande porte da cidade de Curitiba, sendo o projeto
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Abril/2014, sob CAAE 28686514.2.0000.5580 e parecer nº 615.006. A pesquisa
se deu em quatro etapas, sendo respectivamente: mensuração dos ruídos na UTIN pré-programa educativo; aplicação de
questionário estruturado centrado no conhecimento e percepção sobre os ruídos; a aplicação do programa educativo, que
percorreu as etapas de interação humana proposta por King; e a mensuração dos ruídos pós-programa educativo. Apesar de a
equipe possuir o conhecimento dos ruídos e seus efeitos, ainda assim foram constatados níveis acima dos valores preconizados
pelas legislações vigentes. A aplicação de um programa educativo é uma estratégia capaz de gerar a sensibilização necessária
para a redução de ruídos na UTIN; utilizar uma teoria de enfermagem aliada a esse programa se mostra mais eficaz no que se
refere ao cuidado com enfoque holístico e humanizado ao paciente, tão almejado pelo enfermeiro. É importante destacar que a
aplicação do programa educativo é um cuidado a ser adotado continuamente e apenas sua aplicação não é suficiente; devem
ser levadas em consideração melhorias e adequações arquitetônicas da unidade, a aquisição de aparelhos e equipamentos
menos ruidosos, a manutenção preventiva desses equipamentos, assim como a elaboração de normas e protocolos
institucionais focados no tema, possibilitando assim a sensibilização profissional necessária para favorecer um ambiente
acusticamente saudável.
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TLEn-013 - DIÁLOGOS AO LONGO DO PRÉ-NATAL
CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; AMANDA DE ASSUNÇÃO LINO; BIANCA ROYANA PEREIRA DE OLIVEIRA; SARA EDUARDA DE
MORAES; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; JAMILE CLARO DE CASTRO BUSSADORI; MONIKA WERNET
UFSCAR
INTRODUÇÃO: A promoção a saúde, a proteção ao desenvolvimento infantil e a valorização e qualificação das relações de
cuidado, são ações de prioridade entre as recomendações da agenda em saúde no Brasil. O pré-natal constitui-se como período
estratégico para realizar tais recomendações, sendo que criar e implementar grupos de diálogo com gestantes, constitui-se
como uma das ferramentas utilizadas para efetivação destas premissas. OBJETIVO: Compreender a influência de tecnologia leve
(diálogos) no período pré-natal na experiência de parir e nas práticas de cuidado parental nos primeiros quatro meses após o
nascimento da criança. MÉTODO: Trata-se de estudo exploratório, de caráter qualitativo, cujo referencial teórico e
metodológico é a hermenêutica filosófica de Gadamer. O mesmo está em andamento, com resultados parciais que derivam de
entrevistas em profundidade com quatro mulheres. Houve aprovação junto a um comitê de ética em pesquisa sob o parecer de
número 957.814. RESULTADOS: Os resultados vêm evidenciando que a tecnologia leve, na forma de diálogos, contribui para
que as mulheres sintam-se mais seguras, tranquilas e com maior autonomia no processo de parir e de cuidado a criança. A
caracterização do impacto desta tecnologia leve no desenvolvimento deste estudo ocorre através dos temas revelados:
“Autonomia e processo de parir”, “Autonomia e maternagem” e “Ampliação e visibilidade da rede social”. CONCLUSÃO: O
grupo é espaço de troca de conhecimentos e vivências entre pessoas e, por meio do diálogo, podem ocorrer transformações das
concepções prévias relativas à experiência de parir e práticas de cuidado à criança. Isto ocorre em função da participação, onde
há contato (in)direto com outras pessoas da comunidade, conhecidas ou desconhecidas anteriormente, as quais tem
potencialidade de vir integrar sua rede social, bem como veiculam conhecimentos da rede de atenção à saúde. Assim, a
tecnologia leve ‘diálogos’ traz fortes indícios de constituir-se em espaço de desenvolvimento da autonomia da mulher, com
contribuição à sua saúde e de sua família.
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TLEn-014 - TRATAMENTO DE FERIDA COM EXTRATO DE CALENDULA OFFICINALIS A 2% EM NEONATOS COM
ONFALOCELE E GASTROSQUISE
AMANDA ZIEMER; ALEXANDRA LENZI; IVANIA CREMONINI; HARLI PASQUINI; ARIANE BERNARDES; FRANCIELE FREITAS;
MARCELO BUZZI; MARIENI RICIERI
HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE, PHYTOPLENUS BIOATIVOS S/A
INTRODUÇÃO: A onfalocele é a herniação dos órgãos abdominais na inserção umbilical, resultante da má formação da parede
abdominal. A gastrosquise se diferencia da onfalocele devido a presença do saco embrionário recobrindo as vísceras. Em ambas
as patologias há a necessidade de intervenção cirúrgica para correção da deformidade, seguido de tratamento da pele lesionada
decorrente da extensão da ferida operatória, precisando, desta forma, utilizar produtos/curativos específicos para cicatrização
da pele. Normalmente, este processo de cicatrização pode levar meses até a sua resolução, podendo ocorrer deiscências de
repetição. O tratamento dessas feridas pode ser por meio de curativos especiais industrializados e, como alternativa, produtos
fitoterápicos, como o extrato de calêndula a 2% (Calendulaofficinalis L.). OBJETIVO: descrever dois tratamentos de sucesso
(onfalocele e gastrosquise) referente ao tempo de resposta reduzido e efetividade da cicatrização. MÉTODO: Foram
acompanhados dois recém-nascidos prematuros, um deles com diagnóstico de onfalocele gigante (37 semanas), íntegra e com
vísceras em seu interior; e outro (35 semanas) com gastrosquisevolumosa com edema e sangramento ativo em alças intestinais,
internados na UTI neonatal do Hospital Pequeno Príncipe, no período desetembro a novembro de 2014. Os pacientes foram
submetidos ao uso de extrato de calêndula 2% spray (Phytoplenus®). O uso do produto consistiu, inicialmente, em limpar o leito
da lesão com SF 0,9% deixando secar por 2 minutos. Na sequência, borrifou-se sobre a ferida de 2 a 3 vezes o extrato de
calêndula, de acordo com a área lesionada, deixando secar por 2 a 5 minutos. Ao final, cobriu-se a ferida com gaze e atadura. A
periodicidade desse procedimento foi de 2 vezes ao dia. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No paciente com gastrosquise, devido ao
volume das vísceras foi necessário realizar uma fascectomia bilateral de aproximadamente 6cm cada. Desta forma 3 incisões
cirúrgicas foram tratadas com a calêndula. O paciente com onfalocele tinha uma área tecidual exposta de aproximadamente
20cm.Para ambas as enfermidades, a ferida demonstrou uma melhora progressiva onde, respectivamente, no 16º e 10º dia de
tratamento houve crescimento de tecido epitelial na borda da ferida; no 30º e 21º dia, grande aumento dos tecidos epiteliais e
granulares com diminuição e cessação do exsudato, respectivamente; no 42º e 52º dia de tratamento, ambas as feridas
apresentavam-se cicatrizadas. Anterior ao uso de extrato de calêndula, os pacientes haviam utilizado o tratamento padrão com
curativo de hidrofibra a base de prata. A efetividade do tratamento se deu devido as ações antitumoral, analgésica,
antiinflamatória e cicatrizante da Calendulaofficinalis, atribuídas aos compostos bioativados como saponinas, terpenos,
flavonoides, cumarinas, óleos essenciais, hidrocarbonetos, ácidos graxos, entre outros, bem como à extração de alta qualidade
do composto (Phytoplenus®). Pacientes com lesão de pele extensas como ferida pós operatória de gastrosquise e onfalocele,
principalmente em recém-nascidos prematuros, geralmente demandam tempo prolongado de tratamento. Nos casos relatados,
a cicatrização rápida e efetiva foi o resultado de maior relevância. CONCLUSÃO: A Calêndula Phytoplenus® mostrou-se um
medicamento fitoterápico efetivo e seguro na cicatrização de feridas complexas como a onfalocele e a gastrosquise em
neonatos prematuros.
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TLEn-015 - COMUNICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS EM UNIDADES DE EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA
ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; TAÍSE ROCHA MACEDO; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS; ANDREIA
TOMAZONI
UFSC
INTRODUÇÃO: O dinâmico e complexo contexto da produção de cuidados de saúde oferece riscos ao paciente de ordem física,
social ou psicológica que podem prejudicar a segurança do paciente. Esses riscos, quando se transformam em incidentes que
geram alguma lesão ao paciente, são chamados de eventos adversos. Dados internacionais apontam que diariamente entre 2,9
e 16,6% dos pacientes internados são acometidos por eventos adversos tais como: complicações peri e pós-operatórias, erros de
medicações, queda do leito, infecções relacionadas ao cuidado em saúde, dentre outros. Nas unidades pediátricas, a ocorrência
de eventos adversos torna-se mais frequente devido às peculiaridades destes pacientes e podem ser mais graves quando
comparado aos adultos, devido à imaturidade funcional e pela dificuldade de detecção dos eventos neste grupo. OBJETIVO:
Avaliar o número de eventos adversos comunicados pelos profissionais de enfermagem de unidades de emergência pediátrica
de Hospitais Públicos da Grande Florianópolis/ SC. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo exploratório, de
cunho quantitativo, do tipo survey transversal, realizado em três unidades de emergência pediátrica da Grande Florianópolis,
Santa Catarina, Brasil. A amostra do estudo foi intencional, não probabilística, sendo composta por 75 profissionais da equipe de
enfermagem. Critérios de inclusão: ser enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e estar no exercício de suas funções nas
emergências pediátricas no período da coleta de dados; profissionais admitidos e lotados no setor a mais de 2 meses e, realizar
a devolução do instrumento de coleta de dados preenchido. A coleta dos dados aconteceu entre os meses de Setembro e
Novembro de 2014, por meio da aplicação do instrumento Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC). Para a análise
dos dados inicialmente tabulou-se todas as respostas obtidas dos instrumentos originais em planilha Microsoft Excel, sendo
posteriormente submetidos à análise descritiva. As questões éticas seguiram a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde, sendo aprovado sob o protocolo 35231514.1.0000.5361. RESULTADOS: A notificação de eventos adversos no âmbito do
sistema de saúde brasileiro é realizada de forma espontânea pelo profissional de saúde. Neste sentido, os dados apontam que
independente da categoria profissional, os eventos adversos foram poucas vezes notificados pelos participantes do estudo ao
longo dos últimos doze meses, quando 34 participantes (45%) não realizaram nenhuma notificação, 26 (35%) notificaram até
dois eventos, 12 (16%) de três a cinco eventos, e apenas três (4%) participantes notificaram de 6 a 21 eventos adversos no
último ano. Outra informação importante, é que independente da categoria profissional dos participantes, o número de eventos
comunicados permaneceu reduzido, quando 12 (71%) enfermeiros, 32 (80%) dos técnicos de enfermagem e 16 (89%) dos
auxiliares de enfermagem notificaram de zero a dois eventos adversos nos últimos anos. CONCLUSÃO: Estimular a discussão a
respeito da temática, aperfeiçoar o sistema de notificação de eventos adversos nos serviços de saúde é fundamental para
melhorar as questões que envolvem a segurança do paciente. Ampliar o número de eventos notificados é imprescindível, uma
vez que a investigação destes relatos permite direcionar ações que geram mudanças sistêmicas e previnem a ocorrência de
eventos adversos.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-016 - DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS CARDÍACAS PEDIÁTRICAS
JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; JULLIANA RITA ALMEIDA SILVA; DÉBORA MARIA VARGAS MAKUCH; FRANCINE DUTRA MATTEI;
GRACIELE MATIA; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER
INTRODUÇÃO: Ao abordar o pós-operatório das cardiopatias congênitas, não se pode deixar de citar a importância do
diagnóstico precoce. A rotina na suspeita de doença cardíaca congênita começa mediante a história e exame físico dirigidos.
Para auxiliar o enfermeiro a tomar decisões e planejar e avaliar o cuidado enfermeiro faz-se uso da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE), por meio das etapas do Processo de Enfermagem (PE), que funciona como um instrumental
tecnológico e/ou um modelo metodológico para o cuidado científico e profissional de enfermagem. Os objetivos desta pesquisa
foram identificar o perfil sócio demográfico e de saúde da criança submetida ao ato cirúrgico; desenvolver o processo de
enfermagem relacionando os diagnósticos de enfermagem à criança no pós-operatório de cirurgias cardíacas, ressaltando os
fatores relacionados e características definidoras, segundo a classificação de NANDA 2012-2014. Método: A metodologia
aplicada foi de natureza qualitativa por meio do método exploratório-descritivo. A coleta ocorreu através de um instrumento
contendo as fases do Processo de Enfermagem: Histórico, Diagnóstico de Enfermagem (DE), Planejamento, Implementação e
Avaliação dos resultados. Resultados: Participaram treze (13) crianças de ambos os sexos, internados em Unidade de Terapia
Intensiva Cardiológica. Da totalidade, sete (7) eram do sexo feminino e seis (6) do sexo masculino. A faixa etária variou de 8 dias
à 13 anos e 4 meses, sendo que nove (9) estavam entre 0 (zero) à 5 (cinco) anos. Em relação aos procedimentos cirúrgicos, é
notável a disparidade entre eles, sendo as de maiores ocorrências Jatene, Correção Total e Bandagem da Artéria Pulmonar. De
acordo as cardiopatias apresentadas pelas crianças do estudo e por conseguinte, com o levantamento dos problemas
apresentados, foram elaborados Diagnósticos de Enfermagem relacionados a este contexto. Os DE com maior prevalência
foram: Risco de função hepática prejudicada, Risco de perfusão gastrintestinal ineficaz, Risco de perfusão renal ineficaz, Risco de
perfusão tissular cardíaca diminuída, Risco de perfusão tissular cerebral ineficaz, Disposição para a paternidade ou maternidade
melhorada, Risco de perfusão tissular periférica ineficaz, Risco de Infecção, Risco de aspiração, Risco de Integridade da pele
prejudicada, Risco de sangramento, Padrão respiratório ineficaz, Troca de gases prejudicada, Ventilação espontânea
prejudicada, Risco de desequilíbrio na temperatura corporal. CONCLUSÃO: Fazendo uso das etapas do PE o enfermeiro identifica
as demandas de cuidado, sendo capaz de planejar o cuidado integral aos indivíduos em foco, com vistas ao bem estar, à
humanização, sempre com a expectativa de melhora da qualidade de vida. Acredita-se que estudos como esse sejam essenciais
para alcançar a excelência no Cuidado de Enfermagem prestado não somente à clientela participante desta pesquisa, mas
também aos demais pacientes/clientes, familiares e comunidades que compõem os inúmeros cenários de atuação do
Enfermeiro. Além disso, espera-se com este estudo incrementar e instigar as pesquisas relacionadas ao uso de uma das maiores
e mais importantes ferramentas da prática do Enfermeiro, a Sistematização da Assistência de Enfermagem.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-017 - USO DE PORTFOLIO POR ALUNOS DE CURSO TÉCNICO DE ENFERMAGEM EM SETORES PEDIATRICOS
NADINE DE BIAGI ZIESEMER; EDIVANE PEDROLO; JOSIANE BERNARD DA SILVA FERLA; MARGARETH VOIGT MACHADO; MARIA
ANGÉLICA PINTO NUNES; RADAMÉS BOOSTEL; RAYMUNDA VIANA AGUIAR; TANGRIANE HAINISKI RAMOS MELEK; TELMA PELAES
DE CARVALHO; RUBENS GOMES CORRÊA
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ
INTRODUCÃO: O presente trabalho trata-se de um relato de experiência na formação técnica em enfermagem, nas áreas de
organização do processo de trabalho e saúde da criança, utilizando como ferramenta avaliativa o Portfólio. Este representa um
instrumento de desenvolvimento da capacidade de reflexão, que é constituído por um conjunto coerente de documentação,
refletidamente selecionada, significativamente comentada e sistematicamente organizada e contextualizada no tempo.
Portanto, trata-se de uma produção individual e singular na qual o educando é permanentemente incluído no processo
avaliativo (FRIEDRICH ET AL, 2010). Trata-se de abordagem avaliativa de base sociocultural na qual o centro da educação deixa
de ser o professor e seus conteúdos curriculares e passa a ser o aluno que assume posição ativa neste processo, de forma
criativa e curiosa. Estudo realizado por Rodrigues (2012) envolvendo o uso do Portfólio no ensino de enfermagem, aponta que a
estratégia possibilita comprometimento e reflexão sobre a prática; diminuição da ansiedade pela avaliação processual; relação
professor/aluno horizontal, sendo o aluno instrumentalizado para a tomada de decisão; possibilidade de avaliação formativa e
somativa; e reconhecimento pelo aluno da construção de sua aprendizagem e proposição de estratégias de superação dos
problemas. Ainda ressalta que para o sucesso da ferramenta Portfólio, faz-se necessário que alunos e professores tenham
clareza quanto aos objetivos da aprendizagem. OBJETIVOS: Descrever como se deu a utilização do Portfólio como ferramenta
avaliativa no Curso Técnico em Enfermagem durante o estágio de Organização do Processo de Trabalho em Enfermagem nos
setores de pediatria. MATERIAL E MÉTODO: a construção do Portfólio teve duração de seis meses, neste período o aluno
estagiou em setores de pediatria clínica e cirúrgica e produziu com o apoio de um professor orientador, por meio de encontros
semanais, um Portfólio estruturado a partir de um roteiro pré-estabelecido. Este serviu como um guia flexível, que tinha como
função indicar temáticas/áreas que deveriam ser contempladas nas observações de campo e de reflexão teórica nesta
construção. Era composto pelos seguintes itens: Levantamento de normas utilizadas na sua unidade de trabalho; Estrutura
física; Equipe de enfermagem; Processo de trabalho de enfermagem; Registros de enfermagem e prontuário do paciente;
Características e finalidades do serviço e do setor, Sistematização da Assistência de Enfermagem; Grau de risco e condições de
trabalho da equipe de enfermagem; e Educação em serviço. CONCLUSÃO: O trabalho propiciou a reflexão e o empoderamento
do aluno acerca do local de estágio e do processo de trabalho em Enfermagem por meio da construção de conhecimentos
sólidos e recobertos de significados pessoais e profissionais que subsidiaram uma apresentação pública de qualidade. O
aprendizado na área de enfermagem pediátrica foi ampliado e reforçado, uma vez que, na construção do portfólio, muitos
assuntos discutidos ao longo do curso foram retomados. Também questões relacionadas às relações humanas e sociais
ganharam espaço de reflexão. O Portfólio demonstrou ser, na visão dos docentes envolvidos, uma ferramenta avaliativa de
qualidade.
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TLEn-018 - CATETER VENOSO CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: COMPLICAÇÕES DA MIGRAÇÃO PARA VEIA
LOMBAR
IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA
HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER
INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (CCIP) vem sendo amplamente utilizado em unidades de terapia intensiva
neonatal em detrimento de outros cateteres centrais. As vantagens são inúmeras: diminuiu a necessidade de várias punções e
preserva vasos para uso futuro, é um procedimento fácil devido disponibilidade de rede venosa ampla, além de ser seguro, já
que soluções hiperosmolares são infundidas dentro de um fluxo sanguíneo maior, atingindo uma hemodiluição eficaz.
OBJETIVOS: Descrever as complicações neurológicas decorrentes do posicionamento incorreto do cateter central de inserção
periférica na veia lombar. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para coleta de dados que se
deu através do levantamento de informações do prontuário do paciente. RESULTADOS: Cateteres centrais podem apresentar
complicações que, apesar de inerentes ao seu uso, causam alta morbidade e mortalidade quando posicionados em vasos não
recomendados, como veia lombar ascendente. Exceto posicionamento em veia cava superior e inferior, o CCIP não pode ser
considerado central. Os prejuízos para o sistema nervoso central incluem estase venosa e trombose, vasculites, aumento da
pressão dentro do canal espinal, injúria da medula e perfuração do espaço subaracnoideo, além de paraplegia e mioclônus.
CONCLUSÃO: O enfermeiro deve mensurar corretamente o comprimento do cateter antes de inserí-lo, optando pelos membros
superiores a fim de prevenir migração para veias conectadas com a cava inferior. Deve-se monitorar a ponta distal do cateter
com imagem radiológica duas vezes por semana, mesmo quando o CCIP está centralmente posicionado. Fixar adequadamente o
curativo e realizar lavagem com cuidado podem também prevenir a migração do cateter.
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TLEn-019 - TRIAGEM NEONATAL: PERCEPÇÃO DE FAMILIARES DE RECÉM-NASCIDOS INTERNADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
KAREN ISADORA BORGES; AMANDA VALESE COELHO; ROBERTA TOGNOLLO BOROTTA; LARISSA SEGANTINI FELIPIN; DARCI
APARECIDA MARTINS CORRÊA; IEDA HARUMI HIGARASHI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
INTRODUÇÃO: O Teste do Pezinho é um exame obrigatório, realizado em todos os recém-nascidos com mais de 48 horas de
vida, a fim de detectar possíveis doenças que causem riscos à saúde em longo prazo. Para os bebês internados em Unidades de
Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), as rotinas de coleta e realização de exames são intensas, devido aos inúmeros procedimentos
aos quais são submetidos. A família, e em especial, os pais de um neonato internado em uma UTIN, encontra-se abalada e,
muitas vezes, desprovida de informações valiosas sobre o estado de seu bebê, inclusive com relação ao Teste do Pezinho.
OBJETIVOS: investigar as rotinas adotadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de um Hospital Universitário envolvendo a
realização do Teste do Pezinho e analisar o conhecimento dos familiares de bebês internados em relação a tal procedimento
diagnóstico. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, cuja coleta de dados ocorreu entre maio
e setembro de 2014. Foram entrevistados familiares dos bebês que estivessem internados na UTIN e que tivessem idade
superior a 18 anos. Foram realizadas entrevistas a partir de um roteiro semi estruturado, composto por duas partes:
caracterização dos participantes e a seguinte questão disparadora: “Sabe o que é e para que serve o teste do pezinho”? Após
transcrição, os relatos foram submetidos à análise categorial temática. RESULTADOS: Foram entrevistadas nove mães, com
média de idade de 25 anos. A análise permitiu revelar as seguintes categorias: (Des)Conhecimento das mães de neonatos
internados acerca do Teste do Pezinho e Educação em saúde na prática de atenção neonatal: o papel das rotinas para a
qualificação da assistência de enfermagem. CONCLUSÃO: Os resultados apontaram a falta de conhecimentos dos familiares
acerca do Teste do Pezinho, tanto no que se refere a suas finalidades, como em termos de sua operacionalização. Tais
deficiências podem ser atribuídas à ausência de uma rotina de orientação por parte da equipe, o que denota a necessidade de
intervenções voltadas à conscientização e envolvimento dos profissionais, no que tange à importância desta prática educativaassistencial para a qualificação da atenção neonatal.
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TLEn-020 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA HOSPITALIZADA COM HIDROCEFALIA
MAYARA MAJEVSKI; BRUNA HEINZ; ELIANE ANDRADE; MARIA NASCIMENTO; THAIS HACKEMBERG SALDANHA; THAIS CASTRO;
JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A Hidrocefalia é uma situação patológica de dilatação dos ventrículos cerebrais por acúmulo excessivo de líquido
cefalorraquidiano (LCR) em virtude do desequilíbrio entre a produção e a absorção liquórica. O tratamento da hidrocefalia
consiste em reduzir a quantidade de líquido no cérebro por meio da drenagem do LCR do ventrículo lateral para um
compartimento extracraniano, o peritônio ou átrio do coração, a fim de diminuir a pressão intracraniana. Doenças de base do
individuo podem influenciar no desenvolvimento da hidrocefalia, sendo nesse estudo elencado a Síndrome de Ondine ou
Síndrome da Hipoventilação Central Congênita “caracterizada pela presença de uma resposta ventilatória autonômica anormal à
hipercapnia progressiva e hipoxemia sustentada, sobretudo durante o sono”. OBJETIVOS: Desvelar como ocorre a assistência de
Enfermagem a criança portadora de Hidrocefalia. MÉTODO: Revisão Integrativa com base nas etapas propostas por Mendes,
Silveira e Galvão (2008), com busca de artigos realizada na BVS, no período de 2009 a 2013, utilizando as palavras chave:
hidrocefalia, hidrocefalia enfermagem, com a seleção de 51 artigos. Foi possível capturar 08 artigos com base nos critérios de
inclusão estabelecidos: somente artigos, idioma português, relacionados ao tema, desconsiderando os não disponíveis online e
redundantes. RESULTADOS: A análise do material capturado intrincou na complexidade do tratamento da hidrocefalia na
criança, tanto para a família quanto para os profissionais de saúde. Assim o paciente necessita de cuidados que visam aplicar
medidas de prevenção contra complicações por conta dos inúmeros procedimentos invasivos que a criança com hidrocefalia
enfrenta durante o tratamento. Para o enfermeiro é fundamental aplicar o processo de enfermagem nesse tipo de paciente,
para que seja possível identificar problemas e planejar uma assistência adequada à realidade do paciente. CONCLUSÕES: Esse
estudo expõe a importância do conhecimento do profissional de enfermagem sobre o contexto e os cuidados da criança com
hidrocefalia. O enfermeiro deve estar ciente da sua responsabilidade assistencial e de coordenação da sua equipe para que
todos realizem os cuidados terapêuticos de maneira adequada e efetiva para esse tipo de paciente. Casos que necessitam de
cuidados especializados quando realizados corretamente proporcionam uma melhora significativa do paciente, além de
proporcionar uma rede de cuidadores, profissionais e familiares em beneficio da própria criança.
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TLEn-021 - EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS POR MÃES DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL.
PAOLA REGINA DOS SANTOS; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA
CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), configura-se em local de alta tecnologia que, aliada ao
conhecimento técnico especializado dos profissionais, tem proporcionado boa assistência e melhores taxas de sobrevivência a
recém-nascidos (RN) gravemente enfermos. Entretanto, a internação do RN nessa unidade é um evento estressante às famílias,
que vivenciam diferentes sentimentos e emoções, como tristeza, medo, pena, culpa e impotência (SANTOS et al., 2012).
OBJETIVO: compreender a experiência de ter e conviver com recém-nascido hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. MATERIAIS E MÉTODOS: pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa, realizada com 10 mães de RN
hospitalizados na UTIN de uma maternidade pública, localizada no município de Palmas – TO/Brasil, em que a coleta de dados
aconteceu nos meses de setembro a dezembro de 2014, por meio de entrevista individual, norteada pela seguinte questão:
“fale-me sobre a experiência de ter e conviver com RN hospitalizado em UTIN”. As entrevistas foram transcritas e submetidas à
técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Humana da Universidade Federal do Tocantins (protocolo 036/2014). RESULTADOS: os resultados levaram à proposição da
categoria “Vivencias maternas e significados da internação do RN em UTIN”. Notou-se que diversos sentimentos e situações
podem ajudar a mãe do RN à experienciar, de modo menos traumático, o processo de hospitalização da criança. Entretanto,
algumas situações corroboram comprometer significativamente o bem estar materno/familiar e, inclusive, prejudicar a
interação família/criança e família/equipe de saúde, tais como desconhecimento, “quebra” do vínculo entre mãe e filho,
insegurança, privação do convívio social e familiar, submissão à rotina hospitalar e impotência diante da situação em que se
encontra o RN. CONCLUSÃO: ter um filho hospitalizado em UTIN resulta em intenso sofrimento para as mães e em alterações
significativas na dinâmica familiar. De modo quase consensual, verificou-se que essa situação afeta o relacionamento familiar, a
saúde física e mental e a manutenção da rede social das mães. Acreditamos que os resultados deste estudo podem subsidiar
intervenções direcionadas às reais necessidades da mãe que experiencia a situação de ter o filho, recém-nascido, hospitalizado.
Embora o sofrimento dos familiares seja comum e frequente, nas UTIN, é preciso deixar de ser percebido, pelos profissionais de
saúde, como algo normal e esperado no contexto hospitalar. É necessário que estes reflitam sobre sua prática e passem a se
sentir inquietos e incomodados frente ao sofrimento das famílias, ao ponto de se verem compelidos a procurar novas
estratégias de atuação para mudar esse cenário. Referências: - BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010. SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia
para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm. 2012;14(1):42-9.
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TLEn-022 - O CUIDADO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL NA PERSPECTIVA DE
CUIDADORES FAMILIARES
ROSANE MARIA SANTOS; GISELLE ATHAYDE MASSI; MARILUCI HAUTSCH WILLIG; ROSANE SAMPAIO SANTOS; MARCIA HELENA
FREIRE
HC/UFPR; UFPR; TUIUTI
INTRODUÇÃO: As sequelas de uma Paralisia Cerebral altera o modo de vida das pessoas que convivem com essas sequelas e o
de seus cuidadores familiares, que precisam realizar o cuidado em paralelo às tarefas cotidianas. A demanda intensa de
cuidados requeridos pela pessoa com PC pode levar seus familiares a sentirem-se cansados, isolados, estressados e
sobrecarregados. OBJETIVO: identificar as percepções de cuidadores familiares acerca do processo de cuidar de crianças e
adolescentes com paralisia cerebral, atendidos em um hospital de ensino, vinculado ao Sistema Único de Saúde. MÉTODO:
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa e quantitativa de corte transversal. Participaram do estudo, 50 cuidadores
familiares de crianças e adolescentes com paralisia cerebral. Para a coleta dos dados, utilizou-se de questionário composto por
39 questões, sendo 35 fechadas e quatro abertas. Além disso, foi usado o Inventário de Sobrecarga de Zarit. Para a investigação
quantitativa foi aplicado o teste estatístico qui-quadrado nas associações de variáveis, considerando-se o nível de significância
estatística de 0,05. De um ponto de vista qualitativo, foi realizado análise de conteúdo, conforme método proposto por Bardin.
RESULTADOS: A idade dos cuidadores participantes concentra-se na faixa de 20 a 49,9 anos, 94% são mulheres, 80% são mães,
72% declaram-se casadas, 38% afirmam ter o segundo grau, e 44% estão desempregados. Além disso, 77,6% apontam
alterações na vida pessoal ocasionadas pelo ato de cuidar, 42% referem oscilação na própria saúde e 72% buscam apoio na
religiosidade. Concernente ao grau de sobrecarga observou-se que 48% dos cuidadores indicam pequena sobrecarga e 52% grau
moderado. A partir da análise de conteúdo, é possível inferir que a maioria dos cuidadores tem percepções positivas diante do
ato de cuidar e, ao relatarem sobre sua Qualidade de Vida, vinculam-na ao bem estar dos sujeitos cuidados. Com relação ao
entendimento acerca de Direitos e Deveres dos cuidadores, parcela significativa dos respondentes vincula a sua própria
cidadania aos Direitos dos sujeitos de quem cuidam. CONCLUSÃO: Apesar, das percepções positivas dos cuidadores acerca do
cuidar de crianças e adolescentes com Paralisia Cerebral, percebe-se que essa prática ao longo dos anos pode sobrecarregar o
sujeito que cuida. E isso pode comprometer a sua condição de saúde física, mental e social, com alterações significativas em sua
qualidade de vida e na do sujeito cuidado. Compete aos profissionais de saúde o desenvolvimento de ações que promovam o
conhecimento do cuidador, a fim de empoderá-lo para o desenvolvimento do cuidado. Ressalta-se que essas ações precisam ser
desenvolvidas no sentido de facilitar a prática do cuidado no contexto familiar, evitando a sobrecarga e promovendo a saúde do
cuidador, considerando sua história pessoal e familiar, sua cultura, crenças e valores.
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TLEn-023 - FAMÍLIA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: O DESPERTAR PARA O
DIAGNÓSTICO.
MAYARA CAROLINE BARBIERI; DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; CARLA REGINA DE ALMEIDA
CORRÊA ; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; GABRIELA DER ZWAAN BROEKMAN CASTRO; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS
UFSCAR
INTRODUÇÃO: Os impactos que a deficiência visual (DV) acarreta na família devem ser valorizados, pois esta não afetará apenas
o portador, mas toda ela. Essa experiência perpassa desde o diagnóstico, as tentativas de tratamento até a utilização dos
recursos de tratamento, quanto este for indicado. As etapas são vivenciadas em família e envolvas de inúmeros sentimentos.
OBJETIVO: compreender a experiência da família no processo de diagnóstico da DV em crianças e adolescentes. MATERIAIS E
MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, parte de uma pesquisa de mestrado em andamento, que adotou como
referencial teórico o conceito de rede de apoio citado anteriormente. Para identificação dos sujeitos utilizou-se o cadastro de
crianças com deficiência visual, fornecido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Com o cadastro em
mãos entramos em contato com os coordenadores/diretores das respectivas escolas para que ela mediasse o encontro das
famílias com a pesquisadora. A coleta de dados foi realizada no domicílio, por meio de entrevista semi-estruturada gravada em
áudio com famílias de crianças e adolescentes com deficiência visual, residentes em uma cidade do interior do estado de São
Paulo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer de número: 748.751. Para análise dos dados
utilizou-se a análise das narrativas como referencial metodológico. RESULTADOS: Entrevistou-se 06 famílias, totalizando 29
participantes, 7 eram crianças e adolescentes com o diagnóstico de DV, 5 eram mães, 2 pai, 2 padrastos, 9 irmãos, 3 tios e 1
chefe dos pais. Da análise das narrativas emergiram categorias: “Despertar para os primeiros sinais da deficiência visual”,
“Vigilante na progressão da deficiência visual” e “Incertezas e medos da terapêutica”. A família permanece atenta a todo o
processo da deficiência, desde os primeiros sinais, diagnóstico, progressão, até a alternativa e escolha terapêutica da DV. É no
ambiente domiciliar que os primeiros sinais são percebidos e neste momento se inicia o itinerário terapêutico. A progressão da
DV é dificultosa para a família, principalmente quando as crianças são menores. E a terapêutica envolve tempo e dedicação
familiar. CONCLUSÃO: Todo o processo é vivenciado em família e perpassa por constante atenção, dúvidas e escolhas. O
delinear do itinerário terapêutico gera sofrimento familiar. O apoio dos profissionais de saúde se mostra incipiente nas relações
de apoio.
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TLEn-024 - CARACTERIZAÇÃO DE BEBÊS PREMATUROS COM RETINOPATIA DA PREMATURIDADE E DA REDE DE
APOIO DE SEUS PAIS
BRUNA DE SOUZA LIMA MARSKI; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; MAYARA CAROLINE
BARBIERI; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA ; GISELLE DUPAS; MONIKA WERNET
UFSCAR
INTRODUÇÃO: A Retinopatia da Prematuridade (ROP) é uma doença vasoproliferativa secundária à vascularização inadequada
da retina imatura dos recém-nascidos pré-termos, cujos fatores de risco incluem a prematuridade, o baixo peso ao nascer, a
oxigenoterapia, a hemorragia intracraniana e a persistência do canal arterial. A OMS estima que das 100.000 crianças cegas na
América Latina, 24.000 são cegas em decorrência da ROP. Por ser uma realidade que traz sofrimento para a família, torna-se
importante conhecer o perfil das crianças com ROP e a rede de apoio de seus pais. OBJETIVO: Caracterizar bebês nascidos
prematuros diagnósticos com ROP e a rede de apoio dos pais. MATERIAL E MÉTODOS: A partir do referencial teórico do
Interacionismo Simbólico, foram realizadas nove entrevistas qualitativas com pai e/ou mãe de crianças com ROP. Sete delas
remetem a um município do norte paranaense e, outras duas, no centro-leste do estado de São Paulo. Os pais foram localizados
através da estratégia snow-ball e adotou-se como referencial metodológico a Pesquisa de Narrativa. Houve aprovação do comitê
de ética sob o parecer 716.611. Resultados: A caracterização dos sete bebês nascidos prematuros e diagnosticados com ROP
ocorreu a partir de perguntas dirigidas aos pais, como: nome, idade gestacional e atual, tipo de parto, peso ao nascer,
necessidade de oxigenoterapia e história clínica. RESULTADOS: A idade dos bebês variou de 1 ano e 2 meses a 2 anos e 6 meses,
idade gestacional entre 24 semanas e 29 semanas, e peso ao nascer de 620g a 1.210g, sendo todos por parto cesárea. Todos os
bebês fizeram uso de oxigênio durante parte do período de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN).
Quanto às complicações decorrentes da prematuridade e internação, pode-se citar hemorragia intracraniana, meningite,
epilepsia, pneumonia, displasia broncopulmonar, parada cardiorrespiratória e enterocolite. Os serviços citados como rede de
apoio pelos entrevistados na região paulista foram: a UTIN, o Serviço de Acompanhamento e Intervenção Neonatal Precoce em
Bebês de Alto Risco (SAIBE) e o setor destinado a tratamento da ROP no Hospital das Clínicas. Os entrevistados paranaenses
identificaram organização sem fins lucrativos que promove a inclusão de pessoa com deficiência intelectual, a UTIN e a Pediatria
de um hospital universitário, o ambulatório de seguimento do prematuro no Hospital das Clínicas e uma associação filantrópica
que atende crianças e adolescentes com deficiência. CONCLUSÃO: À medida que os pais conhecem os serviços disponíveis na
rede, tornam-se mais seguros e autônomos para cuidar do filho e são capazes de identificar novos serviços e recorrer à sua rede
de apoio social quando preciso. Contudo nota-se incipiência por parte dos profissionais no que tange à oferta de informações
quanto aos serviços disponíveis, o que sugere serem os pais sujeitos ativos na busca pela ampliação da rede de apoio para o
cuidado e promoção do desenvolvimento de seus filhos.
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TLEn-025 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA IMPLANTAÇÃO DA REDE MÃE PARANAENSE NA MORTALIDADE
MATERNA E INFANTIL DE TRÊS REGIONAIS DE SAÚDE DO PARANÁ
BRUNA REGINA BRATTI FRANK; BEATRIZ ROSANA GONÇALVES DE OLIVEIRA TOSO; ANA TEREZA BITTENCOURT GUIMARÃES;
SEBASTIÃO CALDEIRA
UNIOESTE
INTRODUÇÃO: Em 2012, o Estado do Paraná (PR) implantou o Programa Rede Mãe Paranaense (PRMP), tendo em vista a
humanização e assistência da população materno infantil, e o definiu como prioritário nas ações em saúde. O Programa tem por
objetivo reduzir os índices de mortalidade materna e infantil do Estado, que apresentaram uma estagnação nos últimos anos.
Assim sendo, fez-se necessária uma avaliação do impacto da implantação do Programa para os indicadores de saúde materno
infantis. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da implantação do PRMP aos indicadores de saúde materno infantis nos municípios de
três Regionais de Saúde (RS) do Estado. MÉTODOS: Pesquisa quantitativa, avaliativa e documental, desenvolvida nos municípios
da 9ª, 10ª e 17ª RS-PR. Para coleta de dados da mortalidade materna e infantil utilizaram-se as bases de dados em saúde:
SINASC, SIM e DATASUS, referente aos anos Pré (2010 e 2011) e Pós (2012 e 2013) implantação do Programa, em cada uma das
RS. O domínio “Mortalidade” foi criado contemplando a soma dos escores do coeficiente de mortalidade neonatal precoce,
neonatal tardia, pós neonatal e razão de mortalidade materna. A partir do cálculo da média desses escores nas três RS, os
resultados foram normalizados em uma escala de 0 a 100, em que valores acima de 70% foram considerados adequados e
abaixo de 70%, inadequados. RESULTADOS: Os resultados demonstraram que, em relação aos indicadores de saúde materno
infantis, a 17ªRS foi a que sofreu maior impacto positivo com a implantação da Rede Mãe Paranaense, sendo que sua média foi
de 80,05% no período Pré para 85,11% no período Pós, seguida da 10ªRS (média de 89,25% no período Pré para 90,25% no
período Pós); já a 9ªRS foi a que apresentou o menor impacto nos indicadores de mortalidade, passando de 84,02% no período
Pré para 83,33 no período Pós. Todas as RS apresentaram resultados adequados em relação à análise do impacto da
implantação do Programa para os indicadores de mortalidade (valores maiores de 70%). CONCLUSÃO: Em relação ao objetivo
essencial do Programa, o resultados apresentados revelam que, ainda que incipiente, a Rede Mãe Paranaense tem demonstrado
impactos positivos na redução dos índices de mortalidade materna e infantil e contribuído para melhoria dos indicadores de
saúde materno infantis do Paraná.
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TLEn-026 - PLANEJAMENTO EM SAÚDE A PARTIR DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 MESES
LARISSA GRAMAZIO SOARES; FERNANDA OLÍVIA CARRERO; DANIELLE WISNIEWSKI; POLLYANNA BAHLS DE SOUSA; LETICIA
GRAMAZIO SOARES; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; ISABELA SCHROEDER ABREU
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A alimentação complementar, de 6 meses a 12 meses de idade, está relacionada com bom crescimento e um
desenvolvimento saudável. Esses alimentos deverão ser especialmente preparados para a criança, com aumento progressivo da
consistência até chegar à alimentação da família. A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de
extrema importância, pois esse é o período em que os hábitos alimentares são estabelecidos e que continuarão ao longo da
vida. OBJETIVO: identificar as práticas alimentares das crianças Brasileiras, com 6 - 12 meses, no ano de 2012. MATERIAL E
MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, comparativo. Os dados coletados foram obtidos do Sistema de
Informações do Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Como os
dados utilizados constam em bancos de dados públicos, não foi necessário análise ao Comitê de Ética em Pesquisa.
RESULTADOS: de acordo com os dados obtidos e comparados podemos observar um número elevado em relação aos hábitos de
consumo e de alimentos oferecidos a essas crianças, pois identificamos que (17%) alimentam-se em frente a televisão, (32%)
apresentam consumo de bebidas ou preparações adoçadas, (25%) com consumo de suco industrializado ou refresco em pó e
(18%) consumiam refrigerante, em um universo total de 21180 crianças analisadas. Diante da apresentação desses dados, tornase evidente a importância do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da saúde infantil, com ações de
promoção e prevenção a fim de evitar a hábitos de consumo e de alimentos prejudiciais a saúde que influenciam a ocorrência
do número de casos da obesidade infantil. Sabe-se que a obesidade infantil pré-dispõe o aparecimento de dislipidemias,
inflamações crônicas, aumento da tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial, resistência a insulina, diabetes tipo
2, hipertensão, complicações ortopédicas, alguns tipos de cânceres, apneia do sono, entre outros. Além do quadro psicológico
conturbado, com diminuição da autoestima, depressão e distúrbio da autoimagem, também está associado à obesidade infantil.
Por outro lado, os dados do Relatório de Investigação de Desnutrição para crianças dessa mesma faixa etária são alarmantes,
onde do total de 129964 crianças avaliadas, 15% dessas apresentam caso de desnutrição, 0.56% apresentam atraso no
desenvolvimento, 0.84% são crianças que já estão tomando suplemento de ferro e 1.04% crianças que já receberam mega dose
de vitamina A. Estes dados devem ser amplamente analisados e discutidos por todos os profissionais de saúde, pois a
desnutrição causa danos permanentes e irreversíveis no corpo e na mente das crianças. O bom estado de saúde da criança em
seus primeiros anos de vida depende fundamentalmente de uma dieta adequada, imprescindível para um ótimo crescimento e
desenvolvimento. CONCLUSÃO: É possível concluir, que existe a necessidade da implementação de ações efetivas voltadas as
práticas dietéticas promovidas pelos profissionais de saúde a fim de reduzir a chance de agravos nutricionais como a desnutrição
e obesidade infantil, e requer, adequado acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento das crianças em todas as
faixas etárias.
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-027 - ESTRATÉGIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PEDIÁTRICA PARA O DESCARTE ADEQUADO DOS RESÍDUOS
DE SERVIÇO DE SAÚDE NO AMBIENTE HOSPITALAR
ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; DEONIZIO GERCY BENTO; ROBERTA COSTA
HIJG, UFSC
Pesquisa qualitativa, do tipo pesquisa-ação com o objetivo de elaborar estratégias que garantam o descarte seguro e eficiente
dos Resíduos do Serviço de Saúde em unidades de internação pediátrica. O estudo foi desenvolvido em duas unidades de
internação de um Hospital Infantil do Sul do Brasil. Os participantes foram 30 profissionais da equipe de enfermagem. O estudo
baseou-se nos pressupostos da metodologia problematizadora de Paulo Freire. A coleta de dados ocorreu nos meses de julho a
agosto de 2014, através de encontros utilizando o Arco de Charles Maguerez, promovendo o diálogo e possibilitando aos
envolvidos a participação ativa no processo. A análise de dados respeitou os fundamentos da pesquisa qualitativa. Os dados dos
encontros foram transcritos na íntegra e após leitura minuciosa procedeu-se a categorização dos mesmos, agrupando-os por
semelhança ou discordância, preparando-os para a fase dialógica com o marco conceitual e a literatura. Os resultados
demonstram que os profissionais tinham pouco conhecimento sobre a questão dos resíduos dos serviços de saúde, o que
interfere diretamente no descarte seguro e eficiente dos mesmos. Ao se dar conta do problema relativo ao descarte inadequado
e do pouco conhecimento sobre a temática, os profissionais apontam que a instrumentalização e momentos de diálogo no dia a
dia da assistência são as estratégias essenciais para possibilitar mudanças relativas a esta prática. O desenvolvimento desta
pesquisa-ação permitiu, não só a instrumentalização dos profissionais da equipe de enfermagem, mas possibilitou aos
profissionais detectarem algumas falhas, sendo impulsionados a corrigir as questões que estavam relacionadas ao descarte
inadequado. A Enfermagem pode ser o ponto de partida para a segregação adequada destes resíduos, através de capacitações,
treinamentos, supervisões e estudo de casos pontuais, fornecendo uma visão ampla dos Programas de Gerenciamento de
Resíduos e sua influência para uma melhor qualidade de vida. Estes resultados reafirmam a necessidade de espaços de reflexão
no cotidiano da prática assistencial. Por fim, sugere-se que novos estudos sejam feitos nesta área, seja com estudantes ou com
profissionais de enfermagem atuantes na área hospitalar e na Atenção Primária, para conhecer a rotina do manejo dos resíduos
dos serviços e instituições de saúde e nos ambientes de formação da Enfermagem permitindo a identificação de estratégias que
garantam o adequado descarte destes resíduos. Recomenda-se que o enfermeiro coordenador das unidades possa assumir a
questão da educação permanente no cotidiano da assistência, permitindo o diálogo constante sobre a temática. Destaca-se a
importância das Instituições tratarem esta questão com maior seriedade, contribuindo para o cuidado do meio ambiente e a
qualidade de vida dos trabalhadores e da comunidade.
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-028 - PREVALÊNCIA DE ATENDIMENTO DE CRIANÇAS COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM UM HOSPITAL
FILANTRÓPICO DA CIDADE DE CURITIBA-PR
BIANCA FONTANA AGUIAR; CAROLINE BERTE; JESSICA LUIZ DINARDI; LUANA TONIN; PALOMA PEREIRA PAVAN; MARIA EDUARDA
DE LUCA ALVES WUICIK; MARISTELA THOMAZ; IVANIA CREMONINI; LEANDRO ROZIN; NOELI ALVES DOS SANTOS HACK
FACULDADES PEQUENO PRINCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE
Na infância, as doenças respiratórias, vêm sendo motivo de preocupação para os profissionais de saúde, devido a sua elevada
morbidade; elas são res¬ponsáveis pela maior parte de adoecimento e morte em adultos e crianças. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos morrem anualmente no mundo por doenças
do aparelho respiratório e 95% delas ocorrem nos países em desenvolvimento. As doenças respiratórias infantis, destacando as
infecções respiratórias agudas (IRA), constituem importante gerador de demanda de serviços de saúde em todos os países,
sendo responsáveis por 30 a 60% das consultas ambulatoriais e importante causa de hospitalização na infância. Mediante essa
problematização, objetivou-se neste estudo identificar a prevalência de doenças respiratórias, entre os pacientes que são
atendidos nas emergências de um hospital, que possui atendimentos do sistema único de saúde (SUS), particular e convênios.
Trata-se de um estudo de campo, de natureza exploratória, de característica quantitativa, em um hospital pediátrico de grande
porte do Paraná, durante a residência de enfermagem de saúde da criança e do adolescente. A coleta de dados foi realizada por
meio dos registros contidos no sistema informatizado do hospital, programa MV saúde; no período de um mês de atendimento,
sendo escolhido o mês de maio de 2014, pelo fato deste possuir maior demanda de atendimento. A amostra foi composta pelas
três maiores causas de atendimento, relacionado a doenças do sistema respiratório, possuindo como critério de inclusão na
pesquisa os CID-10 relacionados às doenças respiratórias, vale salientar que foram excluídos os CID-10 referentes a outras
patologias. Em todo o momento deste trabalho, foram respeitados os preceitos éticos da instituição, não existindo contato
direto com o paciente, bem como a não identificação ou utilização dos dados individuais. Os resultados obtidos mostram que do
total de 9834 pacientes atendidos nos setores de pronto atendimento SUS e convênios da instituição durante o mês de estudo;
11,50% apresentaram infecção aguda das vias aéreas superiores não especificada, 11,27% amigdalite aguda não especificada,
11,27%, 11,02% bronquite aguda não especificada, 6,96% asma não especificada. Mediante os dados encontrados conclui-se
que as doenças respiratórias constituem um grande motivo para procura do serviço, sendo que o conhecimento sobre a
prevalência das doenças respiratórias na infância é fundamental para a melhoria da qualidade da assistência prestada pela
enfermagem, bem como para a realização de estudos posteriores.
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-029 - CARACTERIZAÇÃO DOS NASCIMENTOS PREMATUROS DE NOVEMBRO DE 2012 A NOVEMBRO DE 2013
DE UMA UBS DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO PARANÁ
LARISSA GRAMAZIO SOARES; LETICIA GRAMAZIO SOARES; FRANCIELE SUTIL DE OLIVEIRA; ISABELA SCHROEDER ABREU; MARIANA
LUSTOSA BERLING; TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; DANIELE MOREIRA DE LIMA
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: O recém-nascido prematuro (RNPT) é aquele com idade gestacional menor que 37 semanas de gestação, sendo
que a prematuridade é reconhecida como um problema de saúde pública e requer instrumentos de cuidados que potencializem
a qualidade de vida das crianças nascidas prematuras e suas famílias. OBJETIVO: Caracterizar os nascimentos prematuros do
período de novembro de 2012 a novembro de 2013 de uma UBS de um município do interior do Paraná. MATERIAIS E
MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa, realizada em uma Unidade Básica de Saúde (UBS),
justificada a escolha por ser a de maior área de abrangência do município, este localizado no interior do Paraná. Primeiramente
foi realizado um levantamento das Declarações de Nascidos Vivos (DN) do período de novembro de 2012 a novembro de 2013,
que estavam arquivado na UBS, no total constavam 294 DN, dessas 16 eram nascimentos prematuros, contudo, foram
localizadas apenas 09 dessas mães, incluídas como participantes desta pesquisa. Os coleta dos dados foram coletados em
domicílio, em formulário desenvolvido pela pesquisadora com enfoque nas variáveis sociodemográfica, caracterização do RNPT
e utilização dos serviços de saúde, após isso os dados foram submetido a análise descritiva simples. A pesquisa foi aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa através do parecer nº 521.324/2013. RESULTADOS: Em relação aos dados sociodemográficos:
(55%) das mães encontravam-se entre 20 e 30 anos de idade; (66%) possuíam o ensino médio; quanto ao estado civil (56%)
eram casadas ou amasiadas; no tocante ocupação (66%) declaram-se do lar; (76%) possuíam de um a cinco filhos; (88,8%)
tinham renda familiar até três salários mínimos com até cinco dependentes. Destacamos que o risco para o para parto
prematuro pode relacionar-se tanto com fatores sociais, como biológicos. No que diz respeito a caracterização do RNPT, (55,5%)
nasceram com idade gestacional de 30 a 34 semanas; (68%) tiveram score de 7 no primeiro minuto na avaliação do apgar; (56%)
nasceram de parto cesárea; (77,7%) foram classificadas como alto risco; (55%) nasceram com peso entre 2000 a 3000 gramas;
(88%) tiveram amamentação artificial. Isso nos mostra a importância do incentivo ao aleitamento materno desde o pré-natal,
devido à importância do AM para o desenvolvimento saudável do RN, além disso, um dado alarmante diz respeito à prevalência
das crianças classificadas como alto risco, sendo necessário o devido acompanhamento pela UBS. No que tange a utilização dos
serviços de saúde: (55,5%) das mães não tinham realizado no mínimo sete consultas de pré-natal; (77,7%) procuram
atendimento na UBS para assistência à criança; (66,6%) mantêm consultas mensais de puericultura; (89%) das crianças
apresentaram internamentos de origem respiratória. Com base nos dados percebemos a necessidade da retomada da
valorização das ações da atenção primária através da rede materna-infantil, com ênfase na puericultura e pré-natal.
CONCLUSÃO: Dessa forma podemos concluir a importância de fortalecer a atenção primária à saúde desde o momento do
planejamento familiar, pré-natal, parto e também o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança,
destacando o papel primordial do enfermeiro em todos os níveis de atenção.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-030 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL
MARIANE DE MELO COSTA; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; CARLA THAILENNA JORGE PEREIRA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA
CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CLAUDIA CRISTINNE GOMES CARDOSO;
PAOLA REGINA DOS SANTOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), caracteriza-se como uma área de assistência a recém-nascidos
(RN) graves, altamente vulneráveis, que necessitam de cuidados especiais e contínuos, o que exige dos profissionais de saúde
conhecimento técnico científico especializado (SANTOS et al., 2012). Os altos porcentuais de mortes por causas evitáveis, entre
RN, sugerem problemas de acesso aos serviços de saúde, de cobertura e/ou na qualidade da assistência prestada (UNITED
NATIONS CHILDREN’S FUND, 2014). OBJETIVO: analisar o perfil epidemiológico de recém-nascidos hospitalizados em Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal. MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa documental, descritiva, em que foram utilizados, como fonte
de dados, os registros dos prontuários de RN hospitalizados na UTIN, de uma Maternidade pública, localizada no município de
Palmas – Tocantins/Brasil. Os dados foram coletados no período de outubro de 2014 à fevereiro de 2015, armazenados em
banco de dados informatizado, no programa Microsoft Excel, e submetidos a análise estatística descritiva, exploradas por
frequências simples e percentuais. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do
Tocantins (protocolo 040/2014). RESULTADO: foram analisados 180 prontuários de RN hospitalizados na UTIN. A idade média
materna foi de 25 anos (DP= 6,6), com máximo foi de 40 e mínimo de 13 anos. 60 (33,3%) mulheres trabalharam fora do lar,
exercendo diversas funções, tais como lavradora, funcionária pública, atendente de caixa, manicure, babá entre outras. Quase
metade (86; 47,8%) das famílias dos RN hospitalizados na UTIN. Não foram identificadas intercorrências durante o período
gestacional em 88 (48,9%) mulheres. Entretanto, 92 (51,1%) apresentaram algum tipo de complicação, tais como Infecções do
Trato Urinário (ITU), toxoplasmose, Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), sífilis, malformação congênita,
vaginoses bacteriana, entre outros. Apesar de muitas mulheres (87; 48,3%) não terem apresentado intercorrências no período
gestacional, inúmeros agravos levaram os RN a depender de cuidados intensivos, tais como prematuridade, cardiopatias,
malformação congênita, sepse, sífilis entre outros. No período da coleta de dados, 180 (100%) RN foram hospitalizados na UTIN
e, desses, 33 (18,3%) foram a óbito. CONCLUSÃO: mesmo não se identificando alterações durante o período gestacional, podese chegar a desfecho desfavorável à criança, após seu nascimento. A prematuridade, cardiopatia, malformação congênita, sepse
e sífilis, foram os principais agravos que levaram o RN à hospitalização em UTIN. Os dados registrados nos prontuários dos RN
revelam que a assistência recebida pelas gestantes, durante o pré-natal, está aquém do que se é preconizado pelas políticas
públicas de saúde no Brasil. REFERÊNCIAS: UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND. Estimates Developed by the UN Inter-agency
Group for Child Mortality Estimation. New York, 2014.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-031 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ÓBITOS INFANTIS OCORRIDOS EM UM HOSPITAL ESCOLA NA REGIÃO SUL
ENTRE 2009 A 2012.
MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; MICHELLE THAIS MIGOTO
UFPR
INTRODUÇÃO: os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos com o intuito de melhorar a qualidade de vida.
O quarto objetivo compreende a redução da mortalidade infantil. Esse coeficiente é um indicador sensível as condições de vida
de uma determinada população em um período de tempo. A mortalidade infantil compreende os óbitos de crianças menores de
um ano. É composta pela mortalidade neonatal precoce que compreende óbitos menores de seis dias de vida, neonatal tardio
com óbitos entre 7 a 28 dias e pós-neonatal entre 29 dias até 11 meses e 29 dias. Segundo o Datasus a mortalidade infantil em
Curitiba, no ano de 2012, foi de 9,4/1000 nascidos vivos (NV), a mortalidade neonatal mais prevalente com 7,1/1000 NV. Esses
coeficientes estão abaixo da média brasileira que foi de 13,5 e 9,3 por 1000 NV respectivamente. OBJETIVOS: caracterizar os
óbitos infantis ocorridos e investigados em um hospital escola e seus fatores determinantes, conforme a Ficha de Investigação
ao Óbito Infantil. METODOLOGIA: estudo quantitativo, descritivo e exploratório, realizado em um hospital escola na região sul,
durante 2009 a 2012, estratificado em biênios 2009-2010 (B1) e 2011-2012 (B2). Foi utilizado o programa Microsoft Office Excel
2007, para tabulação dos dados secundários coletados na Declaração de Óbito (DO) e Ficha Individual de Investigação ao Óbito
Infantil (FIIOI), disponibilizados no Serviço de Epidemiologia conforme atuação do Comitê Hospitalar de Prevenção da
Mortalidade Infantil e Fetal. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: em B1 houve 2829 de nascidos vivos
(NV), com 105 óbitos que compreende 3,7% nascimento. Em B2 houve um aumento de NV para 3183, com 118 casos de óbitos,
mantendo a mesma proporção 3,7%. Anomalias congênitas foi a principal causa de óbito em ambos biênios com 58,2% e 50%.
Para os casos reduzíveis em B1 foi de 29,5% e em B2 26,5%, como critério de redutibilidade mais prevalente foi adequada
atenção a gestação de 35,7% e 36,7%, seguido de adequada atenção ao recém-nascido 21,4% e 26,7% respectivamente. Quanto
as variáveis maternas a faixa etária mais prevalente foi de 25 a 39 anos, escolaridade entre 7 a 4 anos de estudo, mais de 90%
aproximadamente foram gestação única e consideradas de risco. Para tipo de parto o mais prevalente foi a cesárea 58,4% e
52,5%. Quanto ao pré-natal 93,1% e 92,8% fizeram o acompanhamento e 47,4% e 37,5% fizeram mais de sete consultas.
CONCLUSÃO: este estudo encontrou falhas no registro das DO, comprometendo a análise da mortalidade. O preenchimento da
FIIOI são referências para discussões e estudos. Sabe-se que o pré-natal.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM – TEMA LIVRE _ Apresentação Oral
TLEn-032 - INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DAS REAÇÕES ADVERSAS PÓS-VACINAL EM CRIANÇAS COM IDADE
ENTRE 0 A 5 ANOS
GISELE MIRANDA; GRACIELE DE MATIA; LEANDRO ROZIN
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: a imunização é considerada uma das principais estratégias de saúde pública tanto no controle quanto na
erradicação de doenças, sabe-se então que as vacinas estimulam a produção de anticorpos, quais podem vir a desenvolver
eventos adversos principalmente nas crianças. OBJETIVO: analisar as prevalências das reações adversas pós-vacinal em crianças
com idade entre 0-5 anos através das notificações de reações pós-vacinal ocorridas nos últimos seis anos em uma determinada
cidade, apontando manifestações clinicas, erros programáticos e comorbidades. MATERIAIS E MÉTODOS: o estudo foi de
caráter documental, descritivo com abordagem quantitativa, na busca de dados já existentes para identificação epidemiológica
dos casos de notificações de reações adversas pós-vacinal, seguindo todos os preceitos éticos. RESULTADOS: através dos dados
coletados e analisados 234 casos de reações pós-vacinal foram obtidos dados relevantes como os citados a seguir, o ano de 2009
foi o qual mais registrou notificações de reações pós-vacinal em crianças, já a vacina que mais apresentou reação foi a BCG
totalizando 49 casos, a faixa etária que mais apresentou reações foi de 3-4 anos, quanto a fase do calendário vacinal ocorreu
mais reação na vacina BCG durante a primeira dose, e a conduta mais realizada pelos profissionais ao receber estes pacientes no
serviço de saúde foi administração de antitérmico. CONCLUSÃO: apesar das imunizações serem conhecidas tanto pela
população e por profissionais da área da saúde, ainda há um grande desconhecimento sobre as reações adversas pós-vacinal,
levando-se então em conta, que a partir destes conhecimentos, podem ser criadas estratégias que venham prevenir ou
minimizar estas reações, talvez sendo atentado na horas da administração das mesmas como através de uma coleta de dados
deste paciente e orientações aos familiares e responsáveis destas crianças de como proceder quando ocorrer sintomas
indesejados, e também auxilia em uma educação da equipe vindo atentar para um maior cuidados na técnica de aplicação, onde
foram constatados que inúmeras vacinas como a BCG, ocorrem devido a técnica de aplicação e outras como a pentavalente por
erro programático.
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PÔSTERES
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-001 - CUIDADO À CRIANÇA QUE TEM DOENÇA ONCOLÓGICA AVANÇADA: COMPREENDENDO A MORTE COMO
POSSIBILIDADE
CINTIA FLORES MUTTI; STELA MARIS DE MELLO PADOI; CRISTIANE CARDOSO DE PAULA
UFT; UFSM
INTRODUÇÃO: A estimativa de incidência de câncer na infância e juventude se baseia na implantação de sistemas de
informação, com Registros de Câncer de Base Populacional. O percentual encontrado nos registros brasileiros se situa próximo a
2,5%, o que corresponde a 9.386 casos por ano de tumores pediátricos no país, e está entre as cinco principais causas de óbitos
desde os primeiros anos de vida. O tratamento em oncologia se desenvolve pelo cuidado preventivo, curativo e paliativo. Em
relação à prevenção primária, não existem medidas efetivas para impedir o desenvolvimento de câncer. Com o objetivo de
aumentar as taxas de sobrevida, minimizar os efeitos tardios do tratamento, e reintegrar a criança na sociedade com qualidade
de vida, inicia-se o tratamento curativo que pode ser realizado através da quimioterapia, radioterapia, cirurgia e transplante de
células tronco hematopoiéticas. No entanto, apesar do progresso tecnológico, muitas crianças apresentam recidivas durante o
tratamento até encontrarem-se em situação de doença avançada, cuja enfermidade não responde mais aos tratamentos
curativos. Nesse cenário surge o cuidado paliativo, como condição básica para resgatar o respeito e a dignidade daquele que
tem doença avançada. A atuação da equipe de enfermagem diante da complexidade do cuidado a essas crianças compreende a
necessidade de empenho da equipe de saúde, por meio do trabalho interdisciplinar. OBJETIVO: Compreender o significado para
a equipe de enfermagem de cuidar de crianças que têm doença oncológica avançada, cuja enfermidade não responde mais aos
tratamentos curativos. MÉTODOS: Investigação fenomenológica heideggeriana. Etapa de campo desenvolvida no período de
dezembro de 2010 a março de 2011, com 15 profissionais de enfermagem, em um Hospital Universitário na região Sul, Brasil.
RESULTADOS: A presente pesquisa proporcionou a compreensão do significado para o profissional de enfermagem de cuidar da
criança e da família que vivenciam a doença oncológica avançada. Ao significar o cuidado, descreve a longa convivência com as
crianças e suas famílias, e os anos de tratamento. Expressa que é difícil, pois hoje cuida da criança sem saber se amanhã ainda
estará na unidade, pois fazem parte da rotina profissional as situações em que a criança piora sua condição de saúde e morre.
Ele expressa que, quando perde a criança, sente muito e toda a unidade fica de luto. CONCLUSÕES: O modo de ser com na
solicitude confere ao ser profissional a possibilidade de ultrapassar o entendimento cotidiano da morte em direção à
compreensão do conceito existencial da finitude como possibilidade mais própria de cada ser do humano. O movimento de
transportar a compreensão da expressão da morte no sentido biológico para o sentido ontológico existencial aponta a
possibilidade de cuidar da criança e de sua família para além da rotina assistencial fundada somente na clínica, dimensão
objetiva, para uma abertura ao cuidado que contemple a singularidade do ser, dimensão subjetiva. Portanto, é imprescindível
aliar as potencialidades da tecnologia disponível na especialidade da oncologia às possibilidades do encontro com o outro
mediado pelo diálogo e pelo apoio diante das demandas cotidianas do processo de adoecimento, morrer e morte.
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PEn-002 - FORÇAS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE MATERNAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
NEONATAL
LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES;
LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; KARINA MACHADO SIQUEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: o nascimento de uma criança simboliza momento de grande expectativa para mulher e sua família. Nesse
cenário, algumas intercorrências podem requer que o recém-nascido (RN) seja hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN). Quando isso acontece, as pessoas envolvidas nessa experiência passam a experimentar sentimentos como
ansiedade e sofrimento, além de estresse emocional (SANTOS et al., 2015). Atualmente, pesquisadores (FREITAS, 2012) tem
usado a “Teoria de campo de forças” do psicólogo Kurt Lewin (LEWIN, 1939), para compreender fatores que impulsionam e que
restrigem diversos aspectos do trabalho em equipe, bem como o funcionamento de ambientes organizacionais. Nessa pesquisa,
utilizou-se a “Teoria de campo de forças” (LEWIN, 1939), como recurso para compreender fatores que facilitam e dificultam a
interação entre mãe/criança hospitalizada e mãe/profissionais de saúde. OBJETIVO: compreender as forças impulsoras e
restritivas envolvidas no processo de maternagem aos recém-nascidos hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. METODOLOGIA: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de abordagem qualitativa, que possui como
referencial teórico a “Teoria de Campo de Forças” (LEWIN, 1939). Participaram do estudo 10 mães de RN hospitalizados na UTIN
de uma maternidade pública de grande porte, localizada no município de Palmas-TO, Brasil, no período de setembro a
dezembro de 2014. Para coleta de dados foi realizada entrevista individual, gravada em mídia digital. O dados foram transcritos
e submetidos à técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010), especificamente o procedimento de distribuição dos fenômenos
por “caixas”, ou seja, os dados foram analisados a partir de categorias pré-definidas, de acordo com o referêncial teórico
adotado na pesquisa (LEWIN, 1939), a fim de se identificar componentes que caracterizem as forças que impulsionam e
restrigem o cuidado materno ao RN. Essa pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 036/2014).
RESULTADOS: os resultados foram distribuídos em duas categorias: “Forças que impulsionam o processo de maternagem ao RN
hospitalizado em UTIN” e “Forças que restrigem o processo de maternagem ao RN hospitalizado em UTIN”. CONCLUSÃO:
inúmeros fatores colaboram para restringir o processo de maternagem na UTIN, tais como se observou no vetor “Outro/Equipe
de Saúde” as condutas autoritárias dos profissionais de saúde; no vetor “Ambiente/Unidade de Terapia Intensiva Neonatal” os
estigmas relacionados a UTIN e falta de unidades especializadas para assistência à saúde da criança e no vetor “Eu/mãe do RN”
o distanciamento do filho, não realizar cuidados ao RN, o cansaço físico e emocional, a condição clínica do RN, sentimentos
negativos (medo, ansiedade, impotência) e mudanças na rotina diária. A aproximação ao referencial teórico “campo de forças”
(LEWIN, 1939) e sua aplicação, inédita no contexto da UTIN e na perspectiva dessa pesquisa, permitiram vislumbrar forças que
atuam para favorecer e dificultar o processo de maternagem nesse local, bem como compreender como o ambiente, os
profissionais de saúde e as mães dos RN hospitalizados, se interrelacionam.
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PEn-003 - A UTILIZAÇÃO DA SIMULAÇÃO NO CONTEXTO DA REANIMAÇÃO
INTEGRATIVA
NEONATAL: UMA REVISÃO
FABÍOLA SANTOS LINO; ELAINE CRISTINA CARVALHO MOURA; SILVANA SANTIAGO DA ROCHA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
INTRODUÇÃO: O nascimento é um fenômeno de significativa vulnerabilidade, onde a criança passa por adaptações à vida
extrauterina, sendo fundamental identificar possíveis intercorrências. Na abordagem ao recém-nascido, pode surgir a
necessidade de reanimação neonatal, uma atividade que exige capacidade de aplicar competências cognitivas, técnicas e
comportamentais dos profissionais de saúde. A simulação em reanimação neonatal pode gerar resultados positivos para
Enfermeiros e neonato, pois consiste em simular a realidade em cenário clínico, demonstrar técnicas, ajudar na tomada de
decisões e na crítica das ações ocorridas no ambiente simulado. OBJETIVO: Conhecer como a simulação vem sendo utilizada no
contexto da reanimação neonatal. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de revisão integrativa da literatura, que consiste em realizar
a síntese sobre determinada temática, através de etapas sistematizadas. Utilizou-se a questão norteadora: como a simulação
vem sendo utilizada no contexto da reanimação neonatal? A busca ocorreu nas bases de dados: Cumulative Index to Nursing
and Allied Health Literature (CINAHL); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saude (LILACS); Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE/ PUBMED), de setembro a novembro de 2014, com descritores em ciências da
saúde simulation, resuscitation e newborn; como critérios de inclusão houve busca de artigos científicos no período de 2009 a
2013; textos completo gratuitos, nos idiomas inglês, português e espanhol. A primeira busca encontrou 3.364 trabalhos, sendo
aplicado o filtro (ano, texto completo e idioma), o numero de trabalhos reduziu para 945, com análise destes e aplicação dos
critérios de exclusão, chegou-se a amostra final de 18 artigos. RESULTADOS: Os artigos estavam distribuídos em 11 periódicos,
destaque para o Ressuscitation e Pediatrics; o maior número de publicações ocorreu no ano de 2012, com seis artigos; os
Estados Unidos foi o país que apresentou maior número de publicações, oito estudos; em seguida aparece Brasil e Finlândia
com duas publicações cada. Na análise qualitativa dos estudos, elaborou-se três categorias: a simulação como metodologia
inovadora de ensino-aprendizagem, onde demonstrou o uso da simulação para treinamento de equipes profissionais em
instituições de saúde, com participação de Enfermeiros, Neonatologistas, Enfermeiros Obstetras, Fisioterapeutas, Parteiras e
Bombeiros. A segunda categoria: uso de simuladores para reproduzir situações da realidade, havendo uso de simuladores de
baixa e alta fidelidade na organização dos cenários. A terceira categoria: um despertar para boas práticas e novas pesquisas,
onde percebeu-se a intenção dos autores em comparar as intervenções e assim recomendar boas práticas, mais seguras e
efetivas, com valorização de temas, como a gestão de vias aéreas. CONCLUSÃO: A simulação figura como metodologia ativa,
com novas modalidades de ensinar e aprender, com possibilidade de criar cenários de simulação, motivar estudantes e
profissionais, em especial Enfermeiros, para vivenciar atividades, que podem acontecer na prática. O uso de manequins de alta
fidelidade permitiram avaliação de sinais vitais e treino de habilidades complexas. O debriefing permitiu a reflexão dos
participantes e análise sobre sua atuação nos cenários. Assim, a utilização da simulação em reanimação neonatal deve ser foco
de instituições de saúde e educacionais.
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PEn-004 - QUALIDADE DE VIDA DE CUIDADORES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ASMÁTICOS
ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; KARINA MACHADO SIQUEIRA; MARIA ALVES BARBOSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: as doenças crônicas, em especial a asma, são de tratamento complexo, exigindo adaptação e modificação dos
hábitos de vida do próprio asmático e de seus cuidadores. Sendo assim, torna-se fundamental não priorizar somente
informações e cuidados clínicos, mas também aspectos relacionados à subjetividade que envolve o processo de adoecimento e
também sua influência na qualidade de vida das pessoas. OBJETIVO: avaliar a qualidade de vida dos cuidadores de crianças e
adolescentes asmáticos em atendimento ambulatorial especializado. METODOLOGIA: estudo transversal, descritivo, com
caráter quantitativo, realizado no ambulatório especializado de asma infantil de um hospital público de ensino do município de
Goiânia, Goiás, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário contendo questões relacionadas
a aspectos sociais, econômicos e demográficos e do instrumento genérico de qualidade de vida World Health Organization
Quality of Life - Bref (WHOQOL-Bref). O alfa de Cronbach variou entre 0,63 e 0,85, inferindo uma boa confiabilidade do
instrumento. RESULTADOS: a população do estudo foi composta por 89 cuidadores, sendo o mais jovem com 23 anos e o mais
velho com 60 anos. Predominantemente, mães (85,4%), que possuíam outros filhos além do asmático (72,9%), com
companheiro fixo (65,2%), residentes fora da região metropolitana de Goiânia (53,9%), com ensino médio ou superior (62,9%),
renda pessoal mensal de até um salário mínimo (57,3%), renda familiar mensal entre dois e três salários mínimos (65,2%) e,
pertencentes ao catolicismo (47,2%). A maioria dos cuidadores (64,0%) considerou ter uma boa percepção de qualidade de vida
e expressou satisfação com a própria saúde. As medianas dos escores do WHOQOL-Bref foram maiores nos domínios Psicológico
(70,83) e Relações Sociais (66,67) e, os menores escores foram obtidos dos domínios Meio Ambiente (56,25) e Físico (60,71). Em
relação aos potenciais fatores associados aos escores de qualidade de vida, concluiu-se que houve relação com as seguintes
variáveis: ser mãe, ter 35 anos ou mais, ter outros filhos além do filho asmático e ter ensino médio ou superior. CONCLUSÃO:
esse estudo permitiu identificar as dimensões da qualidade de vida dos cuidadores que estão afetadas, ressaltando a
necessidade de se estabelecer novas estratégias de assistência qualificada a essa clientela. Compreender os significados das
vidas dos cuidadores facilitará o planejamento de um cuidado apropriado, bem como a evolução de intervenções específicas.
Nesse contexto, destaca-se o papel dos profissionais de saúde, que precisam estar aptos a prestar uma assistência humanizada e
colaborar no processo de conscientização e autonomia do cuidado.
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PEn-005 - O PREPARO DE UNIDADES PEDIÁTRICAS PARA AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PELA ACREDITAÇÃO
HOSPITALAR
LEILA SOARES SEIFFERT; LILLIAN DAISY GONÇALVES WOLFF
UFPR
INTRODUÇÃO: Acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde, de caráter educativo,
voltado à melhoria contínua. Confere vantagens à organização acreditada, como segurança aos clientes e profissionais e
qualidade da assistência. Consultorias internas podem preparar unidades hospitalares para submeterem-se à avaliação de
certificação pela acreditação. Os consultores devem deter competência técnica, visão horizontal da organização e conhecimento
de seus produtos e processos. OBJETIVOS: Aplicar um Modelo Lógico-Teórico de consultoria interna com vistas ao preparo de
unidades hospitalares para a avaliação de certificação pela acreditação. MATERIAL E MÉTODOS: Pesquisa participante, com
abordagem qualitativa, realizada com nove integrantes do Grupo Interno da Qualidade de uma Clínica Pediátrica de hospital de
ensino, em Curitiba-PR. O Modelo Lógico-Teórico (Seiffert, 2011) teve como opção pedagógica a metodologia da
problematização mediante o Arco de Maguerez. A coleta de dados realizou-se no período de março a agosto de 2011, com a
técnica de grupos operativos, viabilizados por oficinas. Na Etapa Observação da Realidade os participantes conheceram nãoconformidades apontadas em auditoria interna realizada em janeiro de 2011; na Etapa Pontos-chave, obteve consenso de que a
solução de 52 das 60 não-conformidades estavam na governabilidade da unidade; na Etapa Teorização, uma participante
levantou a discussão sobre cultura de organizações públicas, e as limitações e razões de determinados comportamentos
observados, e a pesquisadora aprofundou a temática de ferramentas da qualidade já utilizadas no Hospital. Na Etapa Hipóteses
de Solução, foi elaborado um Plano de Ação, o qual foi executado na Etapa Aplicação à Realidade. RESULTADOS: Nos meses de
janeiro e agosto de 2011 foram auditados 143 itens e identificadas 60 e 20 não conformidades, respectivamente. Outros
resultados positivos decorrentes do trabalho viabilizado pela consultoria interna foram identificaram pelos participantes:
envolvimento, ampliação de conhecimentos sobre acreditação; sensação de segurança na prestação da assistência, crescimento
pessoal e uniformização na linguagem. Como aspectos negativos, citaram a falta de tempo implicando limitações à elaboração
do plano de ação; dificuldades no uso de ferramentas da qualidade e na abordagem do restante da equipe da unidade; e
ansiedade decorrente do ‘querer resolver tudo rápido’. Quanto à segurança do paciente, relacionaram avanços na Clínica
Pediátrica, como: a dupla checagem na transfusão sanguínea; controle do lacre carro de emergência; aplicação do fluxo para
atendimento a emergências; medidas para evitar quedas do berço; redução de infiltrações de quimioterápicos; controle das
etiquetas de validade dos medicamentos; uso de EPIs; identificação nas anotações de enfermagem e atualização dos POPs.
CONCLUSÃO: A aplicação do Modelo Lógico-Teórico de consultoria interna na mostrou-se eficaz e efetiva. Por meio de processo
participativo viabilizou a autonomia de um grupo para atuar como agente de transformação da Clínica Pediátrica, para torná-la
um ambiente de cuidado seguro e de qualidade, e submeter-se à avaliação de certificação almejada. Considera-se tal modelo
útil para ser replicado em organizações de saúde de qualquer natureza e porte, e pode ser adequado para enfocar as
especificidades dos demais programas e processos de gestão da qualidade.
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PEn-006 - A UTILIZAÇÃO DO FAMILY MANAGEMENT STYLE FRAMEWORK PARA AVALIAÇÃO DO MANEJO FAMILIAR
DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME
ELAINE CRISTINA RODRIGUES GESTEIRA; REGINA SZYLIT BOUSSO; CAROLLINY ROSSI DE FARIA ICHIKAWA; MAIRA DEGUER MISKO;
MARIANA COSTA; PATRICIA PERES OLIVEIRA
ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
INTRODUÇÃO: a doença falciforme (DF) é uma enfermidade de herança genética autossômica recessiva e que se apresenta de
forma sintomática consequente à presença do gene da hemoglobina S em homozigose ou combinado com outras alterações da
hemoglobina. Essa apresentação leva a fenômenos vaso-oclusivos e a hemólise crônica desencadeando crises álgicas, infecções,
anemia, icterícia, priapismo, acidente vascular encefálico (AVE), atraso de crescimento, entre outros sintomas e complicações.
OBJETIVO: conhecer a experiência de manejo familiar da criança com DF à luz do Family Management Style Framework (FMSF).
MÉTODO: trata-se de um estudo de caso de caráter qualitativo que utilizou o FMSF como referencial teórico e análise temática
como referencial metodológico. O FMSF é um referencial de permite identificar os aspectos-chave de como a família, como uma
unidade, responde a doença de um dos seus membros, para isto, há três dimensões que são avaliadas: definição da situação
(são os significados subjetivos que os membros da família atribuem a importantes elementos da sua situação diante da doença);
comportamentos de manejo ( são os esforços direcionados ao cuidado para a doença e adaptação da vida familiar para atender
as demandas relacionadas à doença) e conseqüências percebidas (são os resultados atuais e esperados da família, criança e da
doença que modulam os comportamentos de manejo). O caso apresentado é da família de uma criança com 10 anos de idade, e
que apresenta a DF (HbSS). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com a mãe e análise do prontuário.
RESULTADOS: os resultados revelaram que a família define a DF como uma experiência conflitante e dolorosa, logo após a
descoberta pelo teste de triagem neonatal há o mecanismo de não aceitação da doença, já que aparentemente a criança é
sadia, com o crescimento da criança e o surgimento das primeiras crises como reações dolorosas da síndrome mão e pé,
doenças respiratórias e seqüestro esplênico, a família gradualmente compreende o que é a doença e seus sintomas, e tende a
adaptar-se a nova situação, que embora difícil, desencadeia comportamentos de manejo como a atenção redobrada à
sintomatologia e cuidados especiais relacionados à dieta, ao uso constante de medicamentos, à prática de exercícios físicos,
mudanças climáticas, rotina escolar, exames e hemotransfusões. Percebe-se que os pais e irmãs tendem à superproteção, a
criança compreende a doença, embora apresente o desejo de levar a vida normal como à de outras crianças da mesma idade.
Diante do exposto, as conseqüências percebidas refletem uma família apreensiva e temerosa diante das experiências
vivenciadas no passado, pois a criança teve oito internações por crises respiratórias e seqüestro esplênico levando-o a
esplenectomia com 1 ano e 9 meses de idade, aos 4 anos teve um AVE, além disso, a família aguarda o teste de compatibilidade
das irmãs para um provável transplante de medula óssea. CONCLUSÃO: conclui-se que o modelo de avaliação do manejo auxilia
os profissionais no conhecimento sobre as demandas da família frente a doença da criança e subsidia o planejamento para a
efetivação de intervenções.
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PEn-007 - O COTIDIANO DA FAMÍLIA DA CRIANÇA COM DOENÇA FALCIFORME: DESVELANDO SENTIMENTOS E
NECESSIDADES
ELAINE CRISTINA RODRIGUES GESTEIRA; REGINA SZYLIT BOUSSO; CAROLLINY ROSSI DE FARIA ICHIKAWA; MAIRA DEGUER MISKO;
MARIANA COSTA; ALZILID CINTIA RODARTE; PATRICIA PERES OLIVEIRA; WALQUIRIA SANTOS
ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI
INTRODUÇÃO: a doença falciforme (DF) é uma doença grave, de origem genética em que a herança do gene da globina beta S
(gene BS) determina a presença da hemoglobina variante S nas hemácias diminuindo sua sobrevida e seu adequado
funcionamento, consequentemente os eritrócitos afoiçados obstruem a luz dos vasos levando a sintomas vaso-oclusivos. Uma
das primeiras manifestações na infância são as crises dolorosas conhecidas como “síndrome mão-pé”, outros sintomas poderão
surgir como anemia crônica, infecções, acidente vascular encefálico (AVE), priapismo, atraso de crescimento, complicações
oculares e de membros inferiores. É uma doença crônica que desencadeia mudanças na dinâmica familiar. Desse modo, a
família precisa de apoio para ajustar-se a nova situação e orientação no manejo dos cuidados diários com a criança. OBJETIVO:
analisar as publicações científicas acerca do cotidiano das famílias de crianças com DF. MÉTODO: realizou-se revisão integrativa
da literatura de artigos publicados entre 2004 e 2014, por meio da integração dos descritores: Anemia falciforme; Criança;
Família, nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO e PUBMED. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis online
gratuitamente e na íntegra nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de exclusão foram: teses e dissertações e
artigos que continham apenas o resumo online. RESULTADOS: a amostra foi composta por 7 artigos, sendo 3 nacionais e 4
internacionais, os anos de publicação foram: 2005; 2007; 2010; 2011; 2012 e 2013, mostrando uma constante produção da
temática. Após análise, os resultados dos estudos foram agrupados e emergiram dois temas: Impacto da DF sobre a família, o
qual destaca primeiramente a não aceitação da doença frente a descoberta do diagnóstico, o temor da morte prematura do
filho, o medo em relação ao cuidados diários com a criança, a sobrecarga do cuidador, na maioria as mães que deixam o mundo
do trabalho para cuidarem do filho doente, além disso, há um sofrimento psicossocial, estresse e o não ajustamento que abala a
família, em especial, os irmãos da criança afetada, que sendo saudáveis, também precisam de cuidados do núcleo familiar; e
Rotina diária modificada pela doença, revelada pelas múltiplas hospitalizações da criança por causa das hemotransfusões, crises
dolorosas e de sequestro esplênico, e também das mudanças relacionadas ao cuidado diário com o filho envolvendo ações para
o tratamento da doença, a saber: utilização de medicamentos de uso contínuo, dieta adequada, diminuição de esforços físicos,
cuidados especiais extensivos à escola, enfim, exigências que colocam a família frente à situações novas e
imprevisíveis.CONCLUSÃO: os resultados desta pesquisa subsidia a prática profissional direcionando ações de promoção para a
adaptação e enfrentamento da doença crônica pelas famílias de crianças com DF
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PEn-008 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E DEMOGRÁFICO DAS CRIANÇAS PORTADORAS DE CARDIOPATIAS
CONGÊNITAS SUBMETIDAS A TRATAMENTO CIRÚRGICO EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE CAMPO GRANDEMS
LIZANDRA ALVARES FELIX BARROS; EVANILDA DA SILVA; TONI SALVADOR MASSIABA JORGE; KELLEN CAROLINA GOMES DA SILVA
MIRANDA
UNIVERSIDADE CATOLICA DOM BOSCO
OBJETIVO: Caracterizar o perfil epidemiológico e demográfico das crianças portadoras de cardiopatias congênitas (CC)
submetidas a tratamento cirúrgico em um Hospital de grande porte em Campo Grande/MS. MATERIAL E MÉTODOS: estudo
retrospectivo e documental realizado em um hospital de referência em CC. A análise compreendeu 764 prontuários dos anos de
2007 a 2012. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética, Protocolo nº 624.943. RESULTADOS: a análise dos 764 prontuários
não demonstrou diferença significativa em relação ao sexo; e apontou prevalência de lactentes (menos de 365 dias de vida) com
35,5%; Em relação ao peso, 68% possuíam #8804;10 quilos. Sobre o tipo de internação, 64,5%foram eletivas, sendo 89,1%
admitidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O tempo médio de internação foi de 8 à 30 dias (53,1%). Entre as CC identificadas,
houve frequência maior dos tipos acianóticas, sendo que a Comunicação Interventricular (CIV) esteve presente em 172 casos
(22,3%), Persistência canal arterial (PCA) com 111 casos (14,4%) e Comunicação Interatrial (CIA) com 102 (13,2%). Entre os
procedimentos cirúrgicos, houve predomínio da Ventriculoseptoplastia e a correção cirúrgica de PCA (ligadura, secção e sutura),
com 111 cada, seguida de Correção cirúrgica de CIA (102). Houve 122 casos de óbitos, correspondendo a 15,88% da amostra,
sendo maior o número de óbitos em recém nascidos e lactentes. CONCLUSÃO: O acesso ao diagnóstico se dá principalmente no
período neonatal e de lactentes, sendo a CIV a CC mais frequente e a Ventriculoseptoplastia e a correção de PCA os
procedimentos cirúrgicos mais prevalentes.
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PEn-009 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PARA CLIENTES DAS UNIDADES DE INTERNAÇÃO:
MANUAL DE SISTEMATIZAÇÃO
ANDRÉ LUIZ GOMES DE OLIVEIRA; ZENITH ROSA SILVINO
UFF/EEAAC/MPEA
Trata-se da prévia de dissertação de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA/UFF). INTRODUÇÃO: de acordo
com a lei 7498/86, o planejamento e a supervisão da assistência de enfermagem são competências privativas do enfermeiro1. O
Processo de Enfermagem foi difundido no Brasil, na década de 70, por Horta2. A pesquisa é fundamentada pela Teoria de
Wanda Horta. Justifica-se pela representatividade que o Hospital estudado possui em sua região, pela qualificação do serviço de
enfermagem prestado, bem como o manual poderá contribuir para um melhor gerenciamento do tempo gasto pelos
enfermeiros na realização do Processo de Enfermagem e, por conseguinte, fortalecer sua execução. Objeto: diagnósticos e
intervenções de enfermagem. OBJETIVOS - geral: confeccionar um manual de diagnósticos e intervenções de enfermagem à
clientela de um Hospital Público Pediátrico do Rio de Janeiro; - específicos: 1- identificar a prevalência dos diagnósticos de
enfermagem registrados em prontuário; 2- elaborar um instrumento estruturado de diagnósticos e intervenções de
enfermagem à clientela pediátrica. MATERIAL E MÉTODO: esta pesquisa está sendo realizada obedecendo à resolução 466/12,
com parecer nº 849.957 do CEP do HUAP. Tipo de Estudo: de campo, exploratório, retrospectivo, com abordagem quantitativa e
utilização de fontes primárias. Cenário: um Hospital Público Pediátrico do RJ. Critérios de Inclusão: prontuários dos clientes que
foram internados no Hospital no período de janeiro a dezembro de 2013. Critérios de Exclusão: prontuários dos clientes que
permaneceram menos de 48h de internação nas enfermarias, de clientes que permaneceram internados na emergência e de
neonatos. Amostra: composta de 333 prontuários. Coleta: foram coletados de fonte primária, com utilização de 02 formulários.
Análise: foram tabulados utilizando-se o programa Excel® 2010 da Microsoft® e receberam análise estatística. RESULTADOS:
observa-se maior prevalência de crianças entre 1 mês a 5 anos, sendo 75,97% da amostra. Quanto ao tempo médio de
internação é de 8,55 dias. Foi identificada a ocorrência de 105 diagnósticos de enfermagem, sendo os mais frequentes: risco de
infecção, hipertermia e integridade da pele prejudicada. Outros diagnósticos significativos: padrão respiratório ineficaz,
desobstrução ineficaz de vias aéreas e, risco de desequilíbrio eletrolítico. Intervenções de enfermagem mais frequentes: verificar
sinais vitais, registrar queixas de dor e características, registrar frequência e características das eliminações. CONCLUSÃO:
espera-se contribuir com a gerência de enfermagem de forma a facilitar a qualificação, documentação e visibilidade do serviço
de enfermagem da instituição estudada e servir de subsídio para pesquisas na área da Sistematização da Assistência de
Enfermagem e sua implementação nos serviços de saúde pediátricos. REFERÊNCIAS: 1. COFEN. Legislação 7498/86 de 25 de Junho de
1986. Disponível em: http://www.portalcofen.gov.br. Acesso: 10 de outubro 2013. 2. Brasil. Programa Nacional de Humanização da
Assistência
Hospitalar.
Brasilia,
2001
pág.
5.
Disponível
em:http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu++noticias+anos/2013+noticias/nora+da+anvisa+re
gulamenta+a+seguranca+do+paciente>. Acesso em 07 de outubro de 2013. 2. Horta, WA. Processo de Enfermagem. Rio de Janeiro (RJ):
Guanabara Koogan; 2011. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC 36/2013. Disponível em: http://s.anvisa.gov.br/wps/s/r/cilB.
North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificações 2012-2014. Porto Alegre:
Artmed, 2012.
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PEn-010 - OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PERCEPÇÃO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA
PRISCILA MATTOS DOS SANTOS; LILIANE FARIA DA SILVA; EMÍLIA GALLINDO CURSINO; JÉSSICA RENATA BASTOS DEPIANTI
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
A hospitalização infantil é um acontecimento estressante e traumatizante para a criança, pois ocorre ruptura com o seu meio
social, suas atividades, hábitos e costumes. Apesar de estarem hospitalizadas, suas necessidades para o desenvolvimento infantil
permanecem. Sendo assim, os profissionais que atuam em pediatria, precisam ter um olhar mais cuidadoso para essas
necessidades, em especial a equipe de enfermagem, pois é responsável pelos cuidados diretos, e assim passa a fazer parte do
cotidiano desses pequenos seres. Compreender a experiência da criança hospitalizada aponta para uma assistência de
enfermagem em que as palavras e os comportamentos possuem o valor significativo que é a comunicação. As crianças,
especialmente em idade escolar, são capazes de expressar seus sentimentos, desejos, ideias e expectativas, desde que tenham
oportunidade de expressá-los. Com base no exposto, o estudo teve como objeto, a percepção da criança hospitalizada em idade
escolar acerca dos cuidados de enfermagem. Os Objetivos foram: identificar a percepção da criança hospitalizada em idade
escolar acerca dos cuidados de enfermagem; e discutir as melhores formas de abordagem da criança hospitalizada em idade
escolar quanto aos cuidados de enfermagem. Pesquisa qualitativa, descritiva exploratória. O cenário foi a unidade de internação
pediátrica de um Hospital Universitário Federal, localizado no estado do Rio de Janeiro. Os participantes foram dez escolares,
que tiveram sua identidade preservada através da escolha de nomes de personagens de desenho animado. Como técnica para
coleta de dados utilizou-se a entrevista semiestruturada mediada por desenho, para responder aos seguintes questionamentos:
Fale um pouco sobre os cuidados que as enfermeiras e enfermeiros realizam em você. O que você acha desses cuidados? Como
você gostaria de ser cuidado pelas enfermeiras e enfermeiros? Para a análise dos dados procedeu-se análise temática. A
pesquisa respeitou os aspectos éticos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovada pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Instituição cenário do estudo. Da análise das entrevistas, emergiram duas unidades temáticas, a percepção do
escolar acerca dos cuidados de enfermagem e as melhores formas de realizar os cuidados de enfermagem à criança em idade
escolar hospitalizada. Nessas categorias, as crianças apontaram a necessidade do brincar, da cordialidade no setor, tratando
essas crianças com carinho, explicando os procedimentos realizados, respeitando sua hora de sono e repouso, tendo em vista a
importância do cuidado multidisciplinar em prol de uma alta hospitalar eficaz. Fez-se evidente também a percepção da dor
desses escolares e a necessidade de um lugar apropriado no hospital para que eles de distraiam e brinquem durante esse
período. Bem como as melhores formas para esses enfermeiros prestarem seus cuidados, através de brincadeiras, carinho,
respeito, cuidado e de explicações sobre os procedimentos a serem realizados. Conclui-se que os profissionais que atuam em
unidade de internação pediátrica precisam levar em consideração a forma que as crianças gostariam de receber os cuidados
para que assim sejam respeitadas suas particularidades.
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PEn-011 - AÇÕES DE PROMOÇÃO DA SAÚDE VISUAL EM CRIANÇAS ESCOLARES
SIMONE TRAVI CANABARRO; OLGA ROSÁRIA EIDT; KARIN VIEGAS; GISELE CARVALHO
UFCSPA
INTRODUÇÃO: Estudos epidemiológicos brasileiros mostram deficiência visual em 10,8% a 12% das crianças escolares. E a
Organização Mundial de Saúde reconhece que existem 153 milhões de pessoas cegas no mundo por erros refracionais não
corrigidos precocemente. O projeto do Governo Federal Olhar Brasil, criado em 2007, que prioriza identificar precocemente os
problemas visuais de crianças matriculadas em escolas públicas, é de suma importância, visto que alterações oculares passíveis
de tratamento efetivo na fase infantil, se não forem detectadas e tratadas, podem levar a danos visuais permanentes. Além
disso, crianças que nascem com déficit visual podem não expressar queixa, pois na sua vivência não sabem o que é uma visão
normal. Portanto, o exame dos olhos e a correspondente promoção da saúde são ações inerentes a integralidade do cuidado da
saúde infantil. Neste contexto, é evidente o papel do enfermeiro como cuidador e educador. OBJETIVO: Capacitar acadêmicos
de enfermagem para realizar triagem visual individual em crianças de escolas públicas contribuindo para a redução da
deficiência visual passível de prevenção. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um relato de um projeto assistencial educativo,
integrado nas disciplinas de enfermagem à criança, de uma Faculdade de Enfermagem, em andamento desde 2005, orientado
por enfermeiras pediatras e desenvolvido em quatro escolas da rede pública da cidade de Porto Alegre, abrangendo
aproximadamente 1 mil crianças. A capacitação consistiu de embasamento teórico sobre o contexto da deficiência visual;
promoção da saúde visual infantil e sua avaliação; aulas práticas com simulação do ambiente; aplicação/interpretação do Teste
de Aferição da Acuidade Visual com a escala optométrica E de Snellen e abordagens interativas para entrevistar e examinar
crianças de seis a doze anos; elaboração de instrumentos para registros apropriados aos resultados do teste; comunicação com
pais/cuidadores responsáveis; planilha informativa ao professor da classe e encaminhamento à Unidade Básica de Saúde.
Preliminarmente foi realizada a sensibilização dos professores e familiares, estimulando a participação. RESULTADOS: Destacase nos resultados a contribuição deste projeto para a saúde visual infantil. Constatou-se que havia crianças sem avaliações
visuais anteriores, com deficiências visuais leves e importantes e com dificuldades no rendimento escolar. O projeto
proporcionou: acesso à avaliação visual; desenvolvimento de grupos educativos com as crianças por meio de oficinas para
instrumentalizá-las para a discussão, reflexão e problematização no sentido de ter, manter e reivindicar sua saúde visual;
articulação com professores e famílias buscando a superação da dificuldade visual nos ambientes escolares e domiciliares;
encaminhamento da criança na rede básica de saúde para o tratamento requerido, obtenção de aparelhos corretivos e avaliação
dos resultados alcançados. CONCLUSÕES: Conclui-se que o processo educativo desenvolvido
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PEn-012 - ENCONTROS INTERGERACIONAIS NA PERSPECTIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NADINE DE BIAGI ZIESEMER; ALINE ROMÃO DOS SANTOS; GISELLE MASSI
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ; UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: Atualmente, com delimitações de funções para cada etapa da vida - infância, adolescência, idade adulta e velhice
-, é possível perceber um profundo distanciamento entre pessoas de diferentes gerações. Contudo, estudos revelam que trocas
intergeracionais podem promover uma vida mais saudável para pessoas de diferentes idades. Pois, vivenciando aspectos
positivos da cooperação entre gerações, elas revelam que sentem maior segurança em relação a si mesmas e aos outros,
suportando com mais facilidade doenças e demais situações adversas, próprias da vida contemporânea. Nesse sentido, a
UNESCO afirma que a criação de programas intergeracionais é essencial para garantir a manutenção e o desenvolvimento de
diferentes culturas e povos, contribuindo com a aprendizagem continuada, que deve se dar em todas as fases da vida. No Brasil,
o Estatuto do Idoso dispõe sobre a prioridade na “viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do
idoso com as demais gerações”. OBJETIVO: Analisar a visão que um grupo de crianças e adolescentes tem sobre o sujeito idoso
após terem participado de atividades intergeracionais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantiqualitativo transversal utilizandose de análise estatística simples e da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC. Participaram 20 crianças e adolescentes com
idades entre 10 e 14 anos, inseridos em uma ONG com atividades de contra turno. O estudo aconteceu a partir de encontros
intergeracionais destas crianças e adolescentes com 10 idosos com idades entre 60 e 83 anos. Por um período de seis meses eles
se encontraram semanalmente para o desenvolvimento de atividades de leitura, escrita e organização de histórias de vida em
conjunto. A coleta dos dados deu-se após a finalização dos encontros, por meio da aplicação de questionário semiestruturado.
RESULTADOS: 100% das crianças e adolescentes afirmam que gostaram de trabalhar com idosos, o que foi referenciado no DSC
1 “A intergeracionalidade foi uma ótima ideia. Muitas crianças não gostam dos idosos, eu aprendi a conversar com o idoso, eles
nos contam histórias de vida e nos ensinam sobre a época deles”. 71,4% deles consideraram que as atividades contribuíram para
promover mudanças nas relações dos jovens com as pessoas idosas, conforme evidenciado no DSC 2: “Mudei meu jeito de
pensar, quando via um idoso na rua pensava: - coitadinho, agora penso: - que bom que ele tem saúde. Procuro ter carinho,
respeito, solidariedade. Aprendi a conversar, eles não são rabugentos!”. 75% tiveram sua visão sobre o velho positivamente
alterada a partir dos encontros intergeracionais, conforme o DSC 3: “Antes achava o idoso mandão, chato, briguento, para mim
não era legal ser velho. Agora que tenho uma amizade com eles, vejo-os de outra forma: divertidos, alegres, carinhosos, eles são
legais para mim!” CONCLUSÃO: Este estudo indicou que a aproximação intergeracional fortalece e supera os preconceitos frente
a velhice. As crianças e adolescentes passaram a perceber a velhice de forma mais favorável e benéfica, o que pode contribuir
com o próprio processo de envelhecimento vivenciado por eles.
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PEn-013 - A ESCOLA COMO LÓCUS DE CUIDADO A PREVENÇÃO DE TRAUMAS FÍSICOS INFANTIS
SIMONE TRAVI CANABARRO; OLGA ROSÁRIA EIDT; KARIN VIEGAS; GISELE PEREIRA DE CARVALHO
UFCSPA
INTRODUÇÃO: Os Traumas Físicos Infantis podem ser considerados, na maioria das vezes, como situações evitáveis, no entanto
permanece como um grave problema demonstrado pelo número de óbito de crianças brasileiras em 2009, segundo o
Departamento de Informática do SUS (DATASUS), 4.992 crianças de 0 a 14 anos em decorrência de acidentes evitáveis. Estimase que 90% destes traumatismos podem ser prevenidos com adoção de medidas como: ações educativas, modificações do meio
ambiente, entre outras(LIMA; SOUZA; BRITO, 2008). Segundo a Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da
Saúde, em 2007 aconteceram 16.219 atendimentos por ocorrência de acidentes em crianças de até 14 anos (JORGE; KOIZUME,
2010). OBJETIVO: Capacitar acadêmicos de enfermagem para assumirem a responsabilidade de realizarem oficinas de
prevenção aos Traumas Físicos Infantis para crianças em comunidades escolares. MATERIAL E MÉTODO: Período de realização
de agosto a dezembro de 2010, em escola da rede municipal de Porto Alegre- Brasil. Foram realizadas oficinas sistemáticas que
contemplaram em todas as quintas feiras com alunos de 4a e 5a séries. Utilizou-se as técnicas: dramatização e de livre expressão
gráfica através de elaboração de painéis. Os professores das disciplinas foram convidados a participar como observadores da
atividade. RESULTADOS: Observou-se o engajamento dos acadêmicos de enfermagem na realização das oficinas desde o
planejamento na busca dos acidentes frequentes a cada faixa etária; elaboração com preparação de material lúdico e de
musicalidade para trabalhar com a expressão dos alunos até a avaliação da atividade. Chama a atenção a receptividade das
crianças para discutir o tema exemplificando com o caso de um colega que tenha sido atropelado na faixa de segurança o que
ocasionou uma fratura extensa. Este fato traz a discussão da legislação vigente que preconiza a sinalização pelo pedestre para
que os veículos deem preferencia a passagem de pedestres e a violência do trânsito manifestada pelos condutores.
CONCLUSÃO: Deve-se pensar em práticas que contemplem estratégias em todas dimensões promotoras da saúde da criança,
estendendo às crianças como sujeitos e atores do processo educativo. Urge como prática sistemática e pedagógica escolar a
elaboração um cronograma de atividades para prevenção dos traumas físicos infantis que seja contínuo é indispensável para
que se articule com o trabalho intersetorial. Compreende-se que a equipe de saúde deva estar articulada com a escola nesta
tarefa para que as atividades sejam adequadas a realidade da ocorrência dos Traumas Físicos Infantis. Além disso, é necessário
ampliar as discussões de como alcançar toda a comunidade escolar incluindo as famílias das crianças.
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PEn-014 - RELAÇÃO DA FAMÍLIA E EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE À CRIANÇA HOSPITALIZADA
ANA PAULA TAQUETE SALES; DERIK DEILY ALMEIDA; NERIANE HEUSSER LERME; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH; JULIANA OLLÉ
MENDES DA SILVA; GRACIELE DE MATIA
HOSPITAL DE JARAGUÁ DO SUL; HOSPITAL WALDEMAR MONASTIER; HOSPITAL CURITIBANOS; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
Conflitos entre a equipe de enfermagem e a família da criança hospitalizada são passíveis de ocorrer durante a prestação do
cuidado integral. O problema se agrava quando criança e familiar permanecem longos períodos em regime de internação
hospitalar. A internação da criança desencadeia uma variedade de sentimentos nos familiares e pacientes, desde tristeza, medo,
culpa, desespero, insegurança até desorganização da estrutura familiar, em especial na Unidade de Terapia Intensiva. Os fatores
aos quais as famílias estão expostas vulnerabilizam suas emoções se manifestando em oscilações de humor, potencializando
conflitos entre estes e equipe de enfermagem. A Lei n°8.069 de 13 de junho de 1990, no Estatuto da Criança e do Adolescente
no artigo 12 garante o direito da criança ser acompanhada pelo familiar, que deve ser incluído no atendimento prestado pela
equipe de enfermagem que, usualmente prioriza apenas a criança em detrimento ao familiar e suas inquietações. O objetivo
deste estudo foi compreender os fatores que interferem na relação da família de crianças hospitalizadas por longa permanência
e a equipe de enfermagem. Realizado por meio de revisão integrativa, permitindo avaliar artigos de forma crítica sintetizando as
evidências encontradas. Foram analisados 16 artigos selecionados na Biblioteca Virtual de Saúde, publicados no período de 2009
a setembro de 2014, culminando em quatro categorias: 1) A família como peça importante na confiança e apoio à criança
hospitalizada; 2) O cuidado de enfermagem à criança/família; 3) Interações e conflitos entre família e equipe de enfermagem e
4) Necessidade de treinamento e preparo para a equipe de enfermagem no cuidado diário à família e à criança. A internação da
criança predispõe a família a sentimentos diversos. Para a equipe de enfermagem, o cuidado do paciente faz parte de sua
prática profissional. Cada família apresenta limitações, carências e necessidades, que desencadeiam reações inconstantes por
parte da equipe, evidenciando despreparo no manejo dessas situações. Conclui-se que a criança é um ser único, digno de
atendimento humanizado, holístico, englobando bem estar físico, mental, social e espiritual, fazendo-se necessária a união dos
recursos oferecidos pela instituição, bem como, a parceria com os familiares. O enfermeiro é responsável por mediar à relação
equipe e família, observando disfuncionalidades, promovendo a harmonia e estimulando o cuidado interdisciplinar sempre que
necessário.
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PEn-015 - A RELAÇÃO ENTRE O DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM E A QUALIDADE DA
ASSISTÊNCIA
ANA CAROLINE TERRES DOS SANTOS LINHARES; DANIELI PRADO DE LIMA; FERNANDA KAROLINE SCHAMNE; GISLAINE CRISTINA
MARCÃO; FERNANDA DE MATIA; GRACIELE DE MATIA
CLÍNICA DR GEORGIO BARATTA; HOSPITAL MUNICIPAL NOSSA SENHORA DA LUZ DOS PINHAIS; HOSPITAL SÃO VICENTE;
HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
A necessidade da melhoria da qualidade da assistência tem acarretado um desafio para as instituições de saúde, onde os
profissionais de enfermagem ocupam uma parcela significativa do quadro de pessoal e é a que mais contabiliza horas
desempenhando atividades frente aos clientes. O dimensionamento de pessoal apresenta-se como uma ferramenta importante,
pois possibilita adequar o quadro funcional para melhorar a qualidade da assistência. Este estudo justifica-se pela necessidade
de compreender qual é a importância do dimensionamento de pessoal de enfermagem na qualidade da assistência, suscitando a
necessidade de fornecer subsídios para a melhora da qualidade da assistência oferecida e fomentar a discussão sobre a
necessidade do dimensionamento de pessoal para busca de resultados satisfatórios para a clientela atendida. O objetivo deste
estudo foi identificar a relação do dimensionamento de pessoal de enfermagem com a qualidade da assistência. Realizado por
meio de revisão sistemática com a finalidade de buscar a concordância sobre a temática e auxiliar a síntese de evidências
disponíveis na literatura, percorreu-se seis fases metodológicas utilizando a proposta por Souza, Silva e Carvalho (2010).
Pesquisou-se artigos no período de 2003 a 2013 na base de dados eletrônica Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e que retratam a
relação entre o dimensionamento de pessoal de enfermagem e a qualidade da assistência. As palavras chave foram:
Dimensionamento de Pessoal; Personnel Downsizing; Reducción de Personal; Downsizing Organizacional; Qualidade da
Assistência à Saúde; Quality Of Health Care; Calidad de La Atención de Salud; padronizados pelos Descritores em Ciência da
Saúde (DeCS/Bireme), sendo utilizados os boleanos AND e OR. Para o processo de análise foi elaborado um instrumento
amparado em preceitos metodológicos com o total de 10 artigos a serem analisados. Com a leitura dos artigos e análise dos
mesmos foi possível estabelecer as seguintes categorias: Categoria I – A Importância do Dimensionamento de Pessoal de
Enfermagem; Categoria II – A Implantação do Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem; Categoria III – Modelos de
Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem; Categoria IV - A Relação do Dimensionamento de Enfermagem com a Qualidade
na Assistência. Conclui-se que existe uma relação direta entre o dimensionamento de pessoal de enfermagem e a qualidade da
assistência, pois, o quadro correto de profissionais possibilita assistência de qualidade à clientela, e satisfação aos trabalhadores.
Para que o dimensionamento de pessoal de enfermagem seja eficiente e eficaz é necessário uma mudança de comportamento
dos enfermeiros gestores, que são os profissionais executantes do dimensionamento, porém a percepção atual desta classe é de
que o dimensionamento além de trabalhoso, não será posto em prática pelos gestores das instituições de saúde. Porém se
houver uma mudança nessa percepção, o enfermeiro gestor ao realizar o dimensionamento, estará também iniciando uma
mudança na percepção e quiçá na forma de atuação da sua instituição ao comprovar aos seus gestores que o quadro de
funcionários corretamente dimensionado é garantia de segurança e qualidade em curto prazo, e sim, de economia em longo
prazo, pensando em redução de possíveis consequências de eventos decorrentes de erros por falta de profissionais.
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PEn-016 - A VIVÊNCIA DOS GESTORES EM SAÚDE NO CUIDADO À CRIANÇA EM CONDIÇÃO CRÔNICA
JULIANA JULIMEIRE CUNHA; PATRÍCIA JULIMEIRE CUNHA; IZABEL CRISTINA MEISTER MARTINS COELHO; FERNANDA DE MATIA;
GRACIELE DE MATIA
FACULDADES SANTA CRUZ; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL INFANTIL SEARA DO BEM
A condição crônica na infância pode ser entendida como um agravo que interfere no funcionamento do corpo da criança por um
período prolongado ao ponto de determinar a necessidade de seguimento e assistência por profissionais de saúde, além de
afetar o processo de crescimento e desenvolvimento da criança, como também o seu cotidiano e de sua família. Assim, percebese a relevância deste tema que teve a seguinte questão norteadora: “como o cuidado à criança em condição crônica é
vivenciado pelos gestores em saúde?”. Os objetivos deste estudo foram: conhecer como o cuidado à criança em condição
crônica é vivenciado pelos gestores em saúde; analisar a vivência dos gestores em saúde no cuidado à criança em condição
crônica. Este estudo foi realizado por meio de uma pesquisa qualitativa na perspectiva descritiva, utilizando a análise de
conteúdo temático, proposta por Minayo. Participaram da pesquisa gestores das áreas de: enfermagem (3), medicina (2),
nutrição (2), fisioterapia (2) e fonoaudiologia (2). O cenário do estudo da pesquisa foi uma instituição hospitalar pública e
privada de grande porte da cidade de Curitiba – PR, a qual realiza atendimentos às crianças e adolescentes. Pesquisa aprovada
pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Pequeno Príncipe de 11 de junho de 2014 sob Registro CEP/SD: 686.721. A
partir dos dados levantados evidenciaram-se as seguintes unidades: aproximando-se do cuidado à criança em condição crônica;
realizando o processo de gestão do cuidado à criança em condição crônica a partir de múltiplas interações; percebendo o
cuidado à criança em condição crônica; sugerindo melhorias para o processo de cuidado à criança em condição crônica. O
número de pacientes pediátricos com agravos crônicos de saúde que necessita de cuidados de saúde é crescente, o que
direciona o Estado a ampliar as possibilidades de oferta desse tipo de cuidado, bem como aprofundá-lo. As iniciativas de
ampliação e regulamentação do cuidado à criança em condição crônica são necessárias, pois vão ao encontro das necessidades
de saúde da população que, além do cuidado institucional realizado em hospitais, unidades de saúde, clínicas, também ocorrem
no domicílio, necessitando continuar com seu cuidado em casa. A gestão deste processo de trabalho juntamente com a
formação dos profissionais de saúde não tem conseguido acompanhar com igual velocidade os avanços na área da pediatria e
especificamente com pacientes crônicos. Existem poucas pesquisas voltadas para essa área de atuação. Além disso, evidenciase, portanto, que esta pesquisa contribui para a prática do profissional de saúde que está em contato com a população do
estudo em questão. E ainda, exige deste profissional uma formação específica para lidar com a criança em condição crônica,
possibilitando-o a compreender as bases do cuidado e entender o processo saúde-doença nesta área de atuação e assim,
respeitar as singularidades de cada paciente, sensibilizá-lo para essa área e capacitá-lo para uma atuação qualificada.
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PEn-017 - EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UTI PEDIÁTRICA: FATORES DE (IN)SATISFAÇÃO NO TRABALHO
PAMELA POL; LAURA MORIGGI CASTILHO; GRACIELE DE MATIA
HOSPITAL CAJURU; FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
A qualidade de vida no trabalho e a satisfação profissional vêm conforme os anos se tornando um grande desafio para as
instituições de saúde e os líderes de uma equipe, um desafio instigante numa época em que muitos se sentem em meio a uma
rotina desgastante e massacrante no ambiente de trabalho, ainda mais em uma unidade de terapia intensiva que é uma
especialidade exigente e complexa. No cotidiano prático da enfermagem, dependendo da forma como o serviço é executado e
organizado e, das condições oferecidas, demanda ações, no sentido de suprir as necessidades desses profissionais, as quais
podem gerar sentimentos de satisfação ou insatisfação no ambiente de trabalho. Tendo como questão norteadora: “Quais os
fatores que contribuem para a (in)satisfação no trabalho da equipe de enfermagem em UTI pediátrica?”. Sendo os objetivos:
investigar os fatores que contribuem para a satisfação e para a insatisfação no trabalho da equipe de enfermagem; estabelecer
estratégias de modificação que favoreçam a satisfação no trabalho da equipe de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa
qualitativa, efetivada por meio do método exploratório e descritivo. Os sujeitos participantes do estudo foram 18 profissionais,
sendo: enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. As informações foram coletadas por meio da entrevista semiestruturada gravada, sendo posteriormente transcritas e codificadas. O projeto foi aprovado com o registro no CEP nº0900-10.
Para o processo analítico dos discursos, utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin. Emergindo duas categorias: A)
Motivações internas e externas da equipe de enfermagem quanto a (in)satisfação na atuação profissional em UTI Pediátrica e, B)
Estratégias que favoreçam a satisfação no trabalho da equipe de enfermagem. Os diversos problemas e dificuldades frente às
condições laborais da equipe de enfermagem levam a refletir na relação dialógica entre cuidar e ser cuidado: de um lado,
encontrava-se o paciente que necessitava de assistência pela equipe de forma integral, nas suas necessidades bio-psico-sócioespirituais, de outro, encontravam-se os profissionais que também devem ser vistos na integralidade de suas necessidades. O
profissional de enfermagem tem como finalidade em seu trabalho o cuidar, e para que o profissional realize de maneira eficaz
seu trabalho é fundamental que suas condições de trabalho sejam no mínimo satisfatórias para que haja a qualidade na
assistência prestada. Este estudo investigou os principais elementos insatisfatórios no ambiente de trabalho da equipe de
enfermagem, a fim de, estabelecer estratégias de modificação que favorecessem a satisfação no trabalho da equipe, como:
reconhecimento, valorização, ambiente adequado, treinamentos, reuniões, entre outros, para que este profissional possa fazer
uma assistência de melhor qualidade, o que conseqüentemente contribui para o sucesso da empresa. Visualizando assim, que a
insatisfação é uma questão que pode afetar a harmonia e a estabilidade psicológica dentro do ambiente de trabalho, e esse
fator pode interferir na qualidade da assistência prestada aos pacientes que devem receber primordialmente o cuidado com
qualidade e que o trabalho pode ser percebido de diferentes maneiras considerando-se que cada um tem a sua concepção de
mundo, suas aspirações, suas tristezas e suas alegrias.
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PEn-018 - TRAUMA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDAS EM UMA UNIDADE DE EMERGÊNCIA
ROSA, E.B; SILVEIRA, D.B; CARVALHO, G.P.; CANABARRO, S.T.; VIEGAS, K
UFCSPA
INTRODUÇÃO: O trauma continua sendo uma das causas mais frequentes de morte e invalidez na infância e adolescência, sendo
uma epidemia do século XX, sendo que o trauma pediátrico é um dos problemas infantis menos conhecidos. O tema tem sido
abordado pela literatura como a principal causa de morbimortalidade entre crianças. (SILVA et al., 2010) No ano de 2012, no
Brasil, foram registradas 152.066 internações por trauma provenientes de causas externas em menores de 14 anos tais como:
quedas, exposição a forças mecânicas animadas, afogamento, acidentes automobilísticos, exposição à fumaça ao fogo e as
chamas, queimaduras, contato com animais e plantas venenosas, agressões, dentre outras. No estado do Rio Grande do Sul foi
registrado um total de 14.919 internações e em Porto Alegre houve 3.018 internações por causas externas, na mesma faixa
etária. (BRASIL, 2013) OBJETIVO: identificar o perfil epidemiológico relacionado ao trauma em crianças e adolescentes de zero a
14 anos atendidos em uma emergência de um hospital público e as situações que levaram a ocorrência do trauma. MATERIAL E
MÉTODO: Foi realizado estudo transversal e retrospectivo na emergência de um hospital referência em trauma e analisados
boletins informatizados de atendimento de 375 crianças e adolescentes de zero a 14 anos incompletos, atendidas por qualquer
tipo de trauma, no período de 14 de junho a 14 de dezembro de 2013. RESULTADOS: Identificou-se que a maioria dos pacientes
do sexo masculino (65,1%), raça branca (89,1%), atendidos principalmente no turno da noite (45,9%) e pertencentes a faixa
etária dos 10 aos 14 anos (40,3%), a cabeça e pescoço predominaram no número de ocorrências com 33,6% dos atendimentos,
seguido pelos membros superiores 27,7% e membros inferiores 26,9%. Em relação ao tipo de trauma, as quedas
corresponderam a 45,6% dos atendimentos, seguido de exposição a forças mecânicas inanimadas (12%) e exposição a forças
mecânicas animadas (5,9%). Ao compararmos o dia da semana com a faixa etária, encontramos significância dos valores
(P=0,044), principalmente no sábado e domingo onde as crianças de 1 a 4 anos sofrem mais acidentes. CONCLUSÕES: durante a
semana as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos sofrem mais traumas se comparado com o final de semana. A hipótese
mais significativa para este achado é que as crianças que frequentavam a escola estavam mais protegidas durante a semana,
principalmente pela supervisão direta por um responsável durante as atividades, e quando nos finais de semana por terem
maior tempo livre sem supervisão para brincar acabam se tornando mais vulneráveis à ocorrência do traumatismo. Apesar dos
achados significativos encontrados, durante o processo de coleta dos dados contatou-se a falta de registros, bem como sua
padronização. O levantamento do perfil desta população trouxe subsídios para uma reflexão sobre a organização dos serviços de
emergência no cuidado à criança e adolescente.
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PEn-019 - PROMOVENDO SAÚDE NO HOSPITAL: FORTALECENDO A FAMÍLIA PARA O CUIDADO
ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; GABRIELA BEIMS GAPSKI; PATRICIA KUERTEN ROCHA; JANE CRISTINA ANDERS
UFSC
INTRODUÇÃO: a promoção da saúde é uma prática que pode ser executada pelos profissionais da saúde nos mais diversos
cenários de atuação, e dentre ele destaca-se o hospital. A internação de uma criança pode se constituir em um momento
oportuno para fortalecer a família para o cuidado com os seus membros utilizando para isso ações de promoção da saúde. Neste
sentido, este trabalho tem o objetivo de relatar a contribuição de um projeto de extensão desenvolvido por docentes e
discentes do Departamento de Enfermagem de uma universidade do Sul do Brasil. O referido projeto tem como OBJETIVOS:
promover saúde e cidadania de crianças, jovens, adultos e famílias hospitalizadas e em situação de vulnerabilidade pessoal e
social contribuindo para o fortalecimento e o empoderamento individual e familiar. Como objetivos específicos: estimular a
formação de hábitos para um viver saudável; promover a discussão de temas relacionados a saúde e cidadania; potencializar e
fortalecer a capacidade de cuidar e se cuidar dos participantes; desenvolver uma metodologia sócio-educativa e preventiva
junto a clientela em situação de vulnerabilidade pessoal e social que se encontrem hospitalizados na unidade de internação
pediátrica com a proposta de contribuir para o fortalecimento de crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade.
MATERIAL E MÉTODOS: as atividades de extensão são desenvolvidas na unidade de internação pediátrica com a utilização de
oficinas reflexivas junto às crianças, adolescentes hospitalizados e seus familiares sobre temas de saúde e cidadania elencados
tanto pela clientela como pela equipe de saúde sob a perspectiva da promoção da saúde. Dentre os temas abordados no ano de
2014 destaca-se: como conviver com o momento da hospitalização de uma forma saudável; conversando sobre o
desenvolvimento infantil; promovendo uma alimentação saudável. Os participantes constituíram-se de crianças hospitalizadas e
seus familiares. Os temas foram desenvolvidos ao longo do ano de 2014 em diversos momentos da internação. Outra forma de
abordagem dos temas foi o atendimento individual, com orientações específicas à beira do leito quando nem a criança ou seu
familiar podiam se deslocar do quarto ou enfermaria. RESULTADOS: durante a realização das atividades foi possível perceber o
interesse dos familiares e das crianças internadas nos temas abordados, inclusive diante do desconhecimento de alguns
aspectos trazidos durante a discussão dos mesmos. A avaliação dos familiares participantes ressaltou a importância de ações
como essa não apenas para potencializá-los para o cuidado com seus membros, mas também como forma de serem cuidados
durante a hospitalização, diminuindo a ansiedade frente ao desconhecido que a hospitalização representa. Mesmo abordando
temas de aparente conhecimento dos participantes, principalmente dos familiares, os mesmos evidenciaram o quanto estes
ainda representam desafios para o cuidado da criança. CONCLUSÕES: ações de promoção da saúde devem ser realizadas pela
equipe de saúde, mesmo durante a hospitalização da criança ou do adolescente, sendo o hospital um cenário propício e rico
para a realização de tais ações. Torna-se necessário o engajamento da equipe de saúde no planejamento e execução de ações,
contribuindo para o fortalecimento do sistema familiar durante a hospitalização infanto juvenil.
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PEn-020 - O USO DAS REDES SOCIAIS ONLINE PELO ADOLESCENTE HOSPITALIZADO
UYARA TALMATARE JESUS CAMARA; CAMILA AMARAL BORGHI; MICHELLE FREIRE BALIZA; REGINA SZYLIT BOUSSO
EEUSP
Compreender como as redes sociais online são utilizadas e sua importância durante o processo de hospitalização dos
adolescentes. MÉTODOS: Estudo qualitativo descritivo, desenvolvido a partir da Etnografia Virtual, realizado com seis
adolescentes em um hospital escola de nível terciário, localizado na cidade de São Paulo. Foram realizadas entrevistas
semiestruturadas e análise de postagens e comentários nas páginas dos perfis em redes sociais online dos adolescentes
entrevistados. Os dados foram submetidos a analise de conteúdo. RESULTADOS: Foram identificadas seis categorias. Elas foram:
meios de acesso para utilização das redes sociais online; comunicação online; postagens; as redes sociais online como forma de
apoio; a dependência com as redes sociais online e os riscos da utilização das redes sociais online. CONCLUSÃO: As redes sociais
online se configuram como importantes formas de entretenimento, comunicação e suporte social para os adolescentes durante
a hospitalização. Os enfermeiros, ao considerarem o uso das redes sociais online pelos adolescentes hospitalizados, tem a
possibilidade de identificar a sua importância durante esse período, orientar adolescente e família sobre o uso seguro das redes,
e providenciar recursos no ambiente hospitalar para ampliar o acesso dos adolescentes.
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PEn-021 - EXPRESSÕES DE UMA ADOLESCENTE EM CUIDADOS PALIATIVOS: PERFIL EM UMA REDE SOCIAL.
CAMILA AMARAL BORGHI; MAIARA RODRIGUES DOS SANTOS; REGINA SZYLIT BOUSSO
EEUSP
INTRODUÇÃO: Os cuidados paliativos pediátricos não se limitam ao cuidado de final de vida das crianças e adolescentes. Às
vezes, são necessários desde a infância para algumas crianças que sofrem de doenças crônicas e também para outras em fase
terminal. O crescente número de comunidades virtuais relacionadas à saúde mostra que as pessoas utilizam a socialização
virtual e também procuram apoio. O objetivo deste estudo foi explorar o uso da rede social Facebook por uma adolescente com
uma doença genética que necessita de cuidados paliativos e também analisar o comportamento de outros usuários, bem como
o conteúdo de partilha. METODOLOGIA: Este é um estudo de caso qualitativo que utiliza a etnografia virtual e análise de
conteúdo. Cinquenta e quatro comentários postados, incluindo fotos e mensagens, foram analisados em um perfil de Facebook
de uma adolescente de 13 anos de idade. A participante tem osteogênese imperfeita, também conhecida como doença dos
ossos frágeis. Este perfil foi observado durante 222 dias, quando todas as mensagens, comentários e fotos foram decodificados
para análise de conteúdo. RESULTADOS: Foi possível identificar temas que incluem: emoções e sentimentos, lidando com o
estigma e preconceito, e crença religiosa. Tais temas capturaram a manifestação de sentimentos, geralmente retraídos, e a
interação das questões sociais, que não são tratadas abertamente, e são essenciais para uma abordagem paliativa,
especialmente com crianças em idade escolar e adolescentes. DISCUSSÃO: Redes sociais virtuais têm um papel importante para
expressar e contar histórias, pensamentos e sentimentos. Esta adolescente compartilhou seu sofrimento, habilidades, crenças e
tarefas diárias com os amigos. Considerando-se que os cuidados paliativos podem melhorar a qualidade de vida, e também pode
influenciar positivamente o curso da doença, proporcionando alívio da dor e outros sintomas angustiantes, as redes sociais
virtuais podem ser uma ferramenta importante para os profissionais de saúde para se aproximar de crianças, adolescentes e
famílias.
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PEn-022 - ENCONTROS INTERGERACIONAIS NA PERSPECTIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
NADINE DE BIAGI ZIESEMER; ALINE ROMÃO DOS SANTOS; GISELLE MASSI
INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ; UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: Atualmente, com delimitações de funções para cada etapa da vida - infância, adolescência, idade adulta e velhice
-, é possível perceber um profundo distanciamento entre pessoas de diferentes gerações. Contudo, estudos revelam que trocas
intergeracionais podem promover uma vida mais saudável para pessoas de diferentes idades. Pois, vivenciando aspectos
positivos da cooperação entre gerações, elas revelam que sentem maior segurança em relação a si mesmas e aos outros,
suportando com mais facilidade doenças e demais situações adversas, próprias da vida contemporânea. Nesse sentido, a
UNESCO afirma que a criação de programas intergeracionais é essencial para garantir a manutenção e o desenvolvimento de
diferentes culturas e povos, contribuindo com a aprendizagem continuada, que deve se dar em todas as fases da vida. No Brasil,
o Estatuto do Idoso dispõe sobre a prioridade na “viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do
idoso com as demais gerações”. OBJETIVO: Analisar a visão que um grupo de crianças e adolescentes tem sobre o sujeito idoso
após terem participado de atividades intergeracionais. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo quantiqualitativo transversal utilizandose de análise estatística simples e da técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC. Participaram 20 crianças e adolescentes com
idades entre 10 e 14 anos, inseridos em uma ONG com atividades de contra turno. O estudo aconteceu a partir de encontros
intergeracionais destas crianças e adolescentes com 10 idosos com idades entre 60 e 83 anos. Por um período de seis meses eles
se encontraram semanalmente para o desenvolvimento de atividades de leitura, escrita e organização de histórias de vida em
conjunto. A coleta dos dados deu-se após a finalização dos encontros, por meio da aplicação de questionário semiestruturado.
RESULTADOS: 100% das crianças e adolescentes afirmam que gostaram de trabalhar com idosos, o que foi referenciado no DSC
1 “A intergeracionalidade foi uma ótima ideia. Muitas crianças não gostam dos idosos, eu aprendi a conversar com o idoso, eles
nos contam histórias de vida e nos ensinam sobre a época deles”. 71,4% deles consideraram que as atividades contribuíram para
promover mudanças nas relações dos jovens com as pessoas idosas, conforme evidenciado no DSC 2: “Mudei meu jeito de
pensar, quando via um idoso na rua pensava: - coitadinho, agora penso: - que bom que ele tem saúde. Procuro ter carinho,
respeito, solidariedade. Aprendi a conversar, eles não são rabugentos!”. 75% tiveram sua visão sobre o velho positivamente
alterada a partir dos encontros intergeracionais, conforme o DSC 3: “Antes achava o idoso mandão, chato, briguento, para mim
não era legal ser velho. Agora que tenho uma amizade com eles, vejo-os de outra forma: divertidos, alegres, carinhosos, eles são
legais para mim!” CONCLUSÃO: Este estudo indicou que a aproximação intergeracional fortalece e supera os preconceitos frente
a velhice. As crianças e adolescentes passaram a perceber a velhice de forma mais favorável e benéfica, o que pode contribuir
com o próprio processo de envelhecimento vivenciado por eles.
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PEn-023 - O EMPREGO DE TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICOS NO ALÍVIO DA DOR NEONATAL
ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; LARISSA
GRAMAZIO SOARES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A exposição do recém-nascido à dor, a curto e a longo prazo, pode resultar em inúmeras alterações fisiológicas e
comportamentais, que ocasionam o aumento da morbimortalidade durante período de internação. Tal constatação aponta para
a importância do controle da dor na assistência ao neonato, sendo necessária a construção de um ambiente terapêutico
apropriado, livre de estímulos nocivos, visando promover o desenvolvimento adequado, potencializar a reabilitação e minimizar
os efeitos negativos da doença e separação dos pais (BUENO et al, 2008). Métodos não-farmacológicas para o alívio da dor em
neonatos podem ser implementadas com autonomia pelo enfermeiro na prescrição dos cuidados e tem grande eficácia no
manejo da dor durante procedimentos dolorosos, facilitando a organização e auto-regulação dos recém-nascidos (CRESCÊNCIO
et al, 2009). OBJETIVO: Analisar a produção científica sobre o uso de métodos não farmacológicas no alívio da dor em recémnascidos. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa. A busca de artigos científicos deu-se nas bases de dados
LILACS, SciELO e BDEnf. Os descritores utilizados para encontrar a produção científica correspondente foram: Dor; Recémnascido; Terapia Intensiva Neonatal; Enfermagem Neonatal; os quais foram submetidos a cruzamentos entre si. Os critérios de
inclusão utilizados foram artigo original e disponibilizado online na íntegra em periódicos indexados nas bases de dados
eletrônicas consultadas; publicado de 2003 a 2013, no idioma português, realizado no Brasil, independentemente do local de
sua publicação e que abordasse o uso de medidas não farmacológicas no manejo da dor no recém-nascido. RESULTADOS e
CONCLUSÃO: Foram encontrados no total 176 artigos, selecionados 19 de acordo com os critérios de inclusão, sendo incluídos
16 destes no estudo. Após a interpretação e síntese dos resultados, os artigos foram subdivididos em duas categorias, com base
na análise de conteúdo. Categoria A: A eficácia de medidas não farmacológicas no alívio da dor neonatal, Categoria B: O manejo
da dor neonatal por profissionais da enfermagem. No que se refere a eficácia de medidas não farmacológicas no alívio da dor
neonatal, grande parte dos estudos apresentaram a sucção não nutritiva e o uso de glicose oral como as terapias não
farmacológicas mais eficazes no alívio da dor neonatal, sendo indicado o seu uso, isolado ou associado, durante a realização de
procedimentos dolorosos. Falcão et al (2012) afirma que a combinação de sucção não nutritiva e glicose tem se mostrado eficaz
na redução da proporção de tempo de choro após procedimentos dolorosos simples. O uso de soluções glicosadas é eficaz para
alívio da dor, uma vez que libera endorfinas endógenas, diminuindo o choro e atenuando a mímica facial da dor. Com relação ao
manejo da dor neonatal por profissionais da enfermagem, muitos estudos demonstraram a preocupação destes em executar
ações adequadas diante da dor, o que tem estimulado a adoção diversos métodos não-farmacológicos em sua prática diária,
evitando os danos causados pela exposição do recém-nascido à dor, proporcionando um cuidado humanizado e aperfeiçoando a
qualidade da assistência ao recém-nascido.
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PEn-024 - A PEDICULOSE ENQUANTO NECESSIDADE DE SAÚDE DOS ESCOLARES
VANESSA CARLA BATISTA; DÉLIS RENARDIN; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; TATIANA DA
SILVA MELO MALAQUIAS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE – UNICENTRO
INTRODUÇÃO: Há milhares de anos e, em todo o mundo, a pediculose tem sido um problema de saúde pública que acomete
especialmente os escolares. Seu recrudescimento pode ocorre pela resistência do piolho e reinfestação do hospedeiro, sendo a
comercialização de pentes finos e de piolhicidas práticas difundidas, refletindo o despreparo dos profissionais da educação e da
saúde quanto a transmissão e tratamento desta doença, que, além das lesões pruriginosas no couro cabeludo, trazem riscos de
infecções bacterianas oportunistas e o absenteísmo escolar. OBJETIVO: Analisar a produção científica brasileira a cerca da
pediculose entre os escolares. METODOLOGIA: Durante as atividades práticas em Unidade Básica de Saúde, um grupo de
acadêmicos do segundo ano do curso de Enfermagem, de uma universidade do Paraná, identificou surto de pediculose entre
escolares, justificando esta revisão de literatura, na base de dados Scielo, com o descritor pediculose, com pleno acesso
eletrônico. RESULTADOS: Foram encontrados 24 artigos, sendo selecionadas 11 publicações em português, entre os anos de
1985 e 2009, na área temática de saúde publica e ocupacional, sendo excluídos 3 artigos repetidos. Verificou-se que o Pediculus
humanus corporis (piolho do corpo, com baixa incidência na população) e o Pediculus humanus capitis (piolho do couro
cabeludo, causador de impetigo na população de baixa renda) estão associados ao baixo rendimento escolar e à anemia na
criança. O contagio se dá de cabeça a cabeça, especialmente entre as crianças mais próximas, sendo o uso de pente fino melhor
que a observação direta da cabeça da criança, o tratamento em massa com ivermectina e a educação as ferramentas
terapêuticas eficazes e seguras. Mesmo sendo mais prevalente na população menos favorecida e nas escolas da rede pública, a
pediculose não está associada às condições de higiene da criança. A maioria dos funcionários da educação infantil já foi vítima
da pediculose no ambiente familiar e laboral, acredita que o piolho voa, que o inseto ataca mais as meninas e crianças com
sangue doce, durante o verão, recomendando o uso de shampoo, vinagre e sal. DISCUSSÃO: A escassez de artigos sobre a
pediculose revela a inexistência de programas de controle desta infestação, a qual é negligenciada por profissionais e
autoridades de saúde, da educação e pela população afetada. Observou-se que a transmissão do piolho se dá pelo contato
direto e próximo das crianças ou pelo compartilhar de adereços de cabeça, não sendo os hábitos de higiene ou sexo um fator
predisponente para a infestação, embora as crianças carentes e da rede publica de ensino sejam as mais acometidas. O uso de
pente fino deve ser usado no diagnóstico clínico e faltam evidencias cientificas quanto ao uso de vinagre, sal, óleos, entre outras
medidas não medicamentosas. CONCLUSÃO: Esta revisão de literatura forneceu o embasamento teórico necessário aos
acadêmicos de enfermagem para o planejamento de ações educativas a serem realizadas em parceria com a unidade de saúde e
escolas de educação infantil, sendo o trabalho coletivo em massa a melhor alternativa para o enfrentamento deste problema
que afeta as boas condições de vida da comunidade.
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PEn-025 - CONHECIMENTO DAS PUÉRPERAS SOBRE CUIDADOS PRIMÁRIOS AO RECÉM-NASCIDO
TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; MAIARA SARTORI; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO;
LARISSA GRAMAZIO SOARES
UNICENTRO; SAMU
INTRODUÇÃO: Cuidar de um recém nascido é ajudá-lo a exceder a fase de maior vulnerabilidade da vida do ser humano, que é a
transição da vida intrauterina para extrauterina. Logo após o parto os profissionais da saúde devem trabalhar mãe e filhos
juntos, pois é neste momento que se formarão os vínculos afetivos entre a mãe e o recém-nascido. Durante a gestação ambos
viviam como um só individuo, mas agora é que realmente vão se conhecer (FIGUEIREDO, 2003). O puerpério é considerado um
período que abarca inúmeros fatores relacionados ao aspecto cultural que a mulher e sua família estão envolvidos, devendo-se
considerar as crenças, costumes e mitos existentes. Essas questões refletem diretamente nos cuidados prestados ao recémnascido, especialmente nos aspectos que envolvem o banho e curativo do coto umbilical. A maioria das mães sente bastante
dificuldade na realização destes cuidados, pela insegurança ou falta de conhecimento (SANTOS, 2002). Deste modo, é
imprescindível que as gestantes e puérperas sejam orientadas desde o ínicio do pré-natal sobre os cuidados que prestará ao seu
bebê. OBJETIVO: desta forma, este estudo teve como objetivo identificar os conhecimentos das puérperas de uma maternidade
do interior do Paraná sobre o banho e curativo do coto umbilical do recém-nascido. MÉTODO: estudo qualitativo em que os
dados foram coletados por meio de entrevista utilizando um roteiro semiestruturado. Participaram da pesquisa vinte puérperas
com idade superior a dezoito anos, internadas no hospital de estudo no momento da coletada de dados e que aceitaram
participar da pesquisa. Foram seguidos os preceitos da Resolução 196/96. RESULTADOS E CONCLUSÕES: os resultados
evidenciam que as orientações recebidas no pré-natal não foram suficientes para esclarecer as dúvidas das mães referentes aos
cuidados primários com o recém-nascido. O fator cultural se mostrou relevante nos cuidados prestados ao recém-nascido pelas
mães, salientando a importância de esclarecimentos às puérperas para que os saberes empíricos não impliquem em
complicações para seu filho (a), favorecendo o cuidado e continuidade da assistência ao recém-nascido.
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PEn-026 - O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE O BRINQUEDO TERAPÊUTICO
TATIANA DA SILVA MELO MALAQUIAS; ALESSANDRA CRISTINA DE PAULA FARIA; CRISTIANE DE MELO AGGIO; JULIANE AYRES
BAENA; LARISSA GRAMAZIO SOARES; ANA PAULA DOS SANTOS CAMPOS; SIMONE RAQUEL KLAUS MOREIRA; VANESSA
ANTONIASSI DENARDI BALDISSERA; IEDA HARUMI HIGARASHI
UNICENTRO; UEM
INTRODUÇÃO: A internação em ambiente hospitalar é um processo impactante e gerador de medo na maioria das pessoas, e
quando se trata de crianças, esta condição se agrava especialmente em função das alterações que ocasiona na rotina familiar
(SOUZA, 2012). Além do afastamento do ambiente familiar, a criança hospitalizada é constantemente submetida a
procedimentos hospitalares que, apesar de justificáveis pelas finalidades, costumam ser dolorosos, invasivos e ameaçadores
(RIBEIRO; ANGELO, 2005). Portanto, é necessário que os profissionais que atuam em pediatria dediquem-se em tornar o
ambiente hospitalar mais humano e o processo de hospitalização menos ansiogênico, destacando as possibilidades do brincar
no ambiente hospitalar, que desponta por seu papel relevante na comunicação, na assimilação da realidade, na definição de
papéis, no divertimento e, sobretudo, por seu papel atraumático durante a hospitalização (LAPA, 2011;BETO et al, 2011) .
OBJETIVO E MÉTODOS: pesquisa de campo descritiva com abordagem qualitativa que teve por objetivo compreender as
percepções da equipe de enfermagem de uma unidade de internação pediátrica quanto ao uso do Brinquedo/Brinquedo
Terapêutico. Os dados coletados mediante técnica de grupo focal, tendo por sujeitos 16 profissionais de enfermagem, foram
submetidos à análise de conteúdo modalidade temática. RESULTADOS E CONCLUSÕES: a análise das falas dos participantes
permitiu elencar as categorias temáticas: O brinquedo é percebido segundo sua função recreativa e catártica durante a
hospitalização da criança; O ato de brincar é normalmente delegado a profissionais não pertencentes à equipe de enfermagem.
Os resultados apontaram que os profissionais consideram o uso brinquedo importante e benéfico ao desenvolvimento do
cuidado infantil, porém nem todos o inserem em sua prática cotidiana, delegando esta atividade aos profissionais de outras
áreas. Sinaliza-se a importância de fornecer subsídios à equipe de enfermagem para que atividades lúdicas, com finalidades
terapêuticas ou recreativas, integrem a assistência pediátrica.
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PEn-027 - O COTIDIANO DE TRABALHO DO ENFERMEIRO NA PESQUISA CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
LUANA TONIN; ANGELA BATTAGLIN COLLET; LUIZ FELIPE DE ALMEIDA
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A pesquisa clínica pode ser caracterizada como um estudo sistemático que adota métodos científicos aplicáveis
aos seres humanos, denominados voluntários ou sujeitos, os quais podem estar sadios ou enfermos dependendo da fase em
que a pesquisa se encontra (LOUSANA, 2002). Para desenvolver uma pesquisa clínica, é imprescindível seguir regras
internacionais, as quais estão registradas nas Boas Práticas Clínicas, que são um conjunto de normas e orientações éticas e
científicas. Este documento pode ser entendido como um modelo para o desenho, condução, realização, monitoramento,
auditoria, registro, análises e relatórios de estudos clínicos, assegurando a credibilidade e a precisão dos dados e resultados
relatados, bem como a proteção dos direitos, integridade e confidencialidade dos sujeitos do estudo (LOUSANA, 2002). Este
tema mostra-se como ainda pouco discutido pela enfermagem, por se tratar de um campo de atuação recente para os
respectivos profissionais. Porém, ao mesmo tempo, percebe-se que é uma área em potencial desenvolvimento, aumentando a
nossa prática profissional (GALVÃO, SAWADA et al., 2003). OBJETIVO: Desta forma este estudo tem como objetivo relatar a
experiência do trabalho no cotidiano dos enfermeiros que atuam em Pesquisa Clínica. MATERIAL E MÉTODOS: O presente
estudo trata-se de um relato de experiência de natureza descritiva, com abordagem qualitativa, realizado em campo de
atividade prática de um Núcleo de Pesquisa Clínica em um Hospital Pediátrico de alta complexidade no Brasil no ano de 2015.
RESULTADOS: Trata-se de uma natureza diferente para a assistência de enfermagem em cenário hospitalar, no qual os sujeitos
são absorvidos pelo Sistema de Saúde. Na pesquisa clínica, não é todo paciente que pode participar do estudo, apenas aqueles
que correspondem aos critérios de inclusão pré-estabelecidos no protocolo. Desta forma, acabamos dependendo das
peculiaridades envolvidas, tornando-se muito difícil a etapa de captação. Nesse processo, é necessária a utilização de uma
metodologia adequada para a captação e o acompanhamento de sujeitos, bem como apresentar as sugestões desta captação e
possíveis intervenções e desfechos para o Núcleo de Pesquisa Clínica, tendo como objetivo final sempre a qualidade de vida do
paciente e dados fidedignos para a comunidade científica. Mas para que tudo isso ocorra da melhor forma possível o enfermeiro
neste setor tem a necessidade de realizar uma programação, planejamento, conhecimento de suas responsabilidades diárias,
conhecer suas ferramentas de processo de trabalho e ter muito conhecimento sobre os protocolos envolvidos. CONCLUSÃO:
Neste ínterim concluímos que faz parte das atribuições do enfermeiro, atividades não somente de assistência na Pesquisa
Clínica, mas também administrativas, coordenação e de educação permanente com a equipe. Além disso, observamos a
dedicação em estudos individuais ou em grupo, a constante atualização e estudo em banco de dados brasileiros e internacionais
e o preparo de projetos de pesquisa. Referências: LOUSANA, G. Pesquisa clínica no Brasil. Rio de Janeiro: Revinter; 2002.
GALVÃO, C.M., SAWADA, N.O., MENDES, I. A. C. A busca das melhores evidências. Rev Esc Enferm. USP. 37(4):43-50, 2003.
TRINDADE, E. A incorporação de novas tecnologias nos serviços de saúde: o desafio da análise dos fatores em jogo. Rev. Cad
Saúde Pública. 24(5):951-64, 2008.
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PEn-028 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UMA CRIANÇA COM SÍNDROME DE WEST: ESTUDO DE CASO
SIMONE TRAVI CANABARRO; ADRIANA ONICE FINGER VITÓRIA; BRUNA VIEIRA OLIVEIRA; FELIPE DE CASTRO BORGES ; GISELE
PEREIRA DE CARVALHO; JÉSSICA SEIBERT; RENATA SIMIONATO
UFCSPA
INTRODUÇÃO: A Síndrome de West (SW) consiste em uma tríade caracterizada por espasmos infantis, deterioração neurológica
ou psicomotora e padrão eletroencefalográfico interictal conhecido como hipsarritmia (BRUST, 2011). A SW pode ser classificada
em três categorias: criptogênica, idiopática e sintomática, sendo esse último o abordado no estudo de caso (EC), cujas causas
são claras (como hipóxia neonatal) (MATTA; CHIACCHIO; LEYSER, 2007). OBJETIVO: Realizar um estudo de caso na prática
assistida em pediatria relacionando com o processo de enfermagem. METODOLOGIA: Este estudo foi estruturado em cinco
etapas: coleta de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento de enfermagem, intervenções e avaliação. Teve como
cenário o hospital de ensino vinculado à Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. A coleta de dados foi
realizada por estudantes de enfermagem do 5º semestre e teve, como critério de seleção, a patologia do paciente. Para a etapa
de coleta de dados foi realizada anamnese, exame físico, relato dos familiares e dados do prontuário. ESTUDO DE CASO:
Anamnese - G.F.P., sexo masculino, 7 anos, natural de Três Coroas/RS, acompanhado da mãe. Nasceu com 42 semanas e 3 dias
de idade gestacional, parto normal, com ocorrência de anóxia perinatal, possível causa da paralisia cerebral e desenvolvimento
da SW. Permaneceu 15 dias em coma após o nascimento. Diagnosticado com SW entre 4 e 6 meses de vida. Com 1 ano realizou
gastrostomia, aos 3 anos submeteu-se a traqueostomia e colocação de prótese laringotraqueal. Realiza fisioterapia respiratória
de 3 a 4 vezes por semana. Conforme relato dos familiares, tem histórico de internações prévias para tratamento de diversas
intercorrências associadas à patologia. Atualmente, encontra-se no 10º dia do pós operatório de ressecção de lesão maligna e
benigna de região bucomaxilofacial, com diagnóstico médico de fibromatose gengival. Exame físico - Paciente em decúbito
dorsal, recebendo oxigênoterapia via traqueostomia, com ventilação de O2 à 1 min. Mucosas hidratadas e hiperemiadas,
cavidade oral edemaciada, FO aberta e hematoma em face lateral esquerda. Tórax simétrico, sem anormalidades, infundido SF
0,9% em CVC portocath. AP: MVUD com roncos difusos e AC: BFN2TRR. Abdome normotenso com presença de ruídos
hidroaéreos. Gastrostomia com pele circundante íntegra. Recebe dieta por sonda gástrica. Região perineal íntegra. Eliminações
presentes. Extremidades aquecidas e perfundidas. SV: Temperatura: 36,5ºC, FC: 79, FR: 18, Sat O2: 98%, PA: 90/50, Dor: 4
(escala CHIPPS), Peso: 19,9 Kg, Altura: 116 cm, IMC: 14,7. Através do processo de enfermagem pôde-se elencar dois diagnósticos
de enfermagem: Dor aguda relacionada a cirurgia, evidenciada por expressão facial de dor e Risco de infecção relacionada a
procedimentos invasivos. Intervenções: Realizar avaliação completa da dor, observar a ocorrência de indicadores não verbais de
desconforto e assegurar que o paciente receba cuidados precisos de analgesia. Assegurar o emprego da técnica adequada no
cuidado de feridas e ensinar aos familiares como evitar infecção. CONCLUSÃO: O EC contribuiu para qualificar o cuidado e
implementar o plano terapêutico para a criança e sua família, além de desenvolver habilidades técnicas e o pensamento clínico
dos graduandos.
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PEn-029 - EPILEPSIA NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
DÉLIS RENARDIN
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A epilepsia é caracterizada como uma síndrome, devido a sua complexidade, a qual é definida como uma
descarga neuronal anormal, resultando em distúrbios da função cerebral (FERNANDES; LI, 2006). Geralmente acomete crianças,
afetando sua qualidade de vida, a qual é entendida como uma percepção subjetiva de felicidade ou satisfação com a vida em
termos de esferas de importância para o indivíduo” (ALONSO ET AL. 2010, apud BURCKHARDT). OBJETIVO: Identificar na
literatura científica as publicações referentes aos aspectos impactantes na (QV) de crianças com epilepsia, na percepção dos
seus pais ou cuidadores, no período de 2000 a 2014. MÉTODOS: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (MENDES;
SILVEIRA; GALVÃO, 2008). O levantamento dos artigos foi realizado na base de dados BIREME com os seguintes descritores:
epilepsia; criança; estigmas e qualidade de vida. As estratégias utilizadas para o levantamento dos artigos foram conduzidas pela
seguinte questão norteadora: “Quais aspectos são impactantes na QV de crianças com epilepsia?”, além disso foram aplicados
os critérios de inclusão, sendo: artigos completos; originais; publicados no período entre 2000 e 2014; disponível no idioma
português. Desse modo a amostra resultou em 06 artigos. RESULTADOS: Os autores Geib e Nunes (2011) relatam que as causas
epilepsia não estão relacionadas à baixa renda, mas a QV está relacionada com aspectos de discriminação, estado financeiro,
apoio social, estilo de vida, tal afirmação corrobora com os achados de Fernandes e Li (2006). Contudo, os autores Zanini,
Portuguez, Costa e Costa (2007) afirmam que a QV de vida das crianças com epilepsia (CCE) é inferior quando comparada com
crianças normais, pois está relacionada ao lazer. Em um estudo realizado por Amorin e Mendonça em 2003, e outro estudo de
Fernandes e Li em 2006, convergem ao afirmarem que o estigma é alterado de acordo com a situação na qual está inserido,
afetando a QV das crianças, permeado por sentimentos de raiva, insegurança, medo, que são superados de acordo com o
tratamento. Precisa, portanto, atender o aspecto social, resultando em sentimento de segurança e tranquilidade (COSTA; FILHO;
GOMES, 2009). O estudo de Amato, Sampaio, Aucelio e Melo em 2009, apontam que os pais são os responsáveis pelas maiorias
das informações que auxiliam no diagnóstico, e isso gera sentimentos negativos, resultando nos estigmas vividos por eles.
Entretanto, a literatura faz referência de três passos para superá-los: Campanhas na mídia; trabalho biopsicossocial com
pacientes e famílias; programas de educação continuada. Pois o combate ao estigma exige uma intervenção ampla, envolvendo
equipes de saúde, psicólogos e o social, sendo importante basear-se no modelo biopsicossocial que avalia o impacto exercido
pelo estilo de vida e por variações sociais sobre a
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PEn-030 - LEVANTAMENTO DOS PRINCIPAIS ACIDENTES NA PRIMEIRA INFÂNCIA ATENDIDOS EM UM PRONTO
ATENDIMENTO DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE GRANDE PORTE DE CURITIBA – PR
EWERTON DOS SANTOS ARISTIDE; INGRID SCHWYZER; NAYARA BEVILAQUA LOPES
FPP; FACEAR; HPP
1. INTRODUÇÃO: Avanços de estratégias e políticas no que dizem respeito à saúde da criança foram determinantes para a
redução da mortalidade infantil, porem observa-se um elevado índice de crianças vitimas de acidentes. Segundo MALTA (2009),
no Brasil, a principal causa de morte em crianças menores de 10 anos relacionam-se à acidentes de transporte (29,3%),
afogamentos (21,1%), riscos a respiração (15,4%), agressões (7,0%) e as quedas (5,1%). Conforme observou Cumaru (2001), nas
sociedades industrializadas, a proporção de mortes causadas por acidentes varia entre países. Segundo ele, 50% dos óbitos de
crianças com idade superior a 1 ano e 67% dos óbitos na adolescência são provocados por acidentes. Por se tratar de um público
totalmente diferenciado com suas subjetividades de ordem física, psíquica e comportamental, em consoante com os riscos e a
tal complexidade no que se refere às situações indesejáveis refletidas pela família, somados com a escassa produção cientifica
relativa a essa problemática no Brasil se deu interesse pela pesquisa. 2. OBJETIVOS: A presente pesquisa tem como objetivo
geral o de levantar os principais acidentes na primeira Infância atendidos em um pronto atendimento de um Hospital Pediátrico
de grande porte de Curitiba – PR, fornecendo assim posteriormente variáveis determinantes caracterizadas por cada caso. 3.
MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa de análise documental, de cunho quantitativo, na qual foram analisadas
fichas de atendimento de pacientes na faixa etária de 0 a 6 anos completos, vítimas de acidentes correspondentes ao mês de
janeiro de 2012, independentemente de raça, estado geral de saúde, origem, classes e grupos sociais. Após aprovação por parte
do Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital, foram coletados os dados referentes à idade, sexo, necessidade ou não de
internamento, tipos de eventos, município de origem e horário de chegada ao atendimento. 4. RESULTADOS: Foram avaliadas
1024 fichas de atendimento, destas, 677 se incluíram na pesquisa. Percebe-se que a faixa etária mais acometida foi de 0 a 6 anos
(primeira infância) principalmente de 0 a 3 anos, as quedas obtiveram grande impacto na pesquisa levantada com 64% de todos
os eventos. Crianças do sexo masculino com leve vantagem em relação ao sexo feminino. Grande parte dos atendimentos,
pacientes provindos de Curitiba, com predomínio nos horários da tarde e noite. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Acredita-se que
parte dos pais e cuidadores, a responsabilidade de manter um ambiente seguro diariamente, guardando as recomendações e
orientações dos profissionais, executando-as intensamente, principalmente nos casos mais graves, onde a prevenção especifica
da injuria pode ser visualizada facilmente. Uma forma de observarmos com exatidão os riscos, é de nos colocarmos à altura da
criança e caminharmos por todas as peças da casa principalmente, observando o que podemos alcançar, os objetos perigosos,
onde podemos subir, altura em qu
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PEn-031 - HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM PEDIATRIA COM A UTILIZAÇÃO DO BRINQUEDO
TERAPÊUTICO: REVISÃO INTEGRATIVA
CAROLINE BERTE; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI; AMANDA PRODOCIMO
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A criança é um ser especial que possui como principal atributo a capacidade de crescer e desenvolver-se. A
hospitalização significa para a mesma um fator de estresse, por ficar vulnerável a mudança de rotina e da relação intrafamiliar, e
a procedimentos dolorosos, que podem ser geradores de traumas passageiros ou mesmo permanentes. Devemos lembrar que a
atuação dos profissionais do cuidado que lidam com crianças, deve incluir além da assistência direta e do componente
administrativo, atividades que busquem atender as etapas do desenvolvimento infantil. A responsabilidade de minimizar o
sofrimento, estimulando a criança a buscar mecanismos internos para o tratamento, é um diferencial na arte do cuidar. A
utilização do brinquedo pode ser considerada uma ampliação apropriada nos sentidos do cuidar e colaborar para a humanização
na hospitalização da criança. O brinquedo terapêutico (BT) possibilita a manifestação de seus medos e ansiedades e permite a
ela revelar o que sente e pensa. OBJETIVO: Realizar uma revisão integrativa de literatura sobre o BT. MATERIAL E MÉTODO:
Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que objetivou analisar publicações no período de março de 2005 a
março de 2015. O estudo aplica métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação
selecionada. RESULTADOS: A busca foi realizada com o navegador Google Chrome utilizando a Biblioteca Virtual em Saúde
(BVS), com a combinação dos descritores: enfermagem pediátrica, jogos e brinquedos, criança hospitalizada. Utilizou-se como
filtro de idioma português. Com a associação de todas as combinações possíveis de descritores, chegou-se ao resultado de 325
artigos. Foram excluídos artigos cujo tema não se relacionava verdadeiramente ao BT, publicados anteriormente a março de
2005, indisponíveis para a leitura na integra e repetidos, restando 18 artigos, os quais foram analisados no período de março de
2015. Foi possível evidenciar que os principais objetivos abordados foram: aplicação do BT e avaliação da técnica pelos pais e/ou
pela criança; levantamento do conhecimento, percepções e sensibilização da equipe de enfermagem a respeito do BT;
elaboração de protocolo utilizando a técnica em procedimentos invasivos; e revisão de literatura sobre o tema. Todos os artigos
reforçam os resultados positivos mediante a utilização desta prática. Abordam sobre a falta de conhecimento e de capacitação
pela equipe de enfermagem, percepção pela mesma de que a utilização do BT é importante e benéfica, porém não a utilizam em
sua prática cotidiana, delegando esta atividade a profissionais de outras áreas. Outros trazem a sensibilização e incorporação da
técnica pela equipe após a instrumentalização da mesma. Por fim, recomendam a utilização do BT em todas as instituiçõesonde
a criança precise do cuidado, bem como, a necessidade do ensino e da integração da técnica junto à assistência de enfermagem.
CONCLUSÃO: Conclui-se que o BT deve fazer parte da rotina da pediatria, pois promove tratamento humanizado para a criança
hospitalizada. Salienta-se a importância de fornecer subsídios à equipe de enfermagem, para que esta práticaseja integrada a
assistência pediátrica.
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PEn-032 - ANÁLISE DO PERFIL DAS DOADORAS DE LEITE HUMANO DO BANCO DE LEITE HUMANO DO HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE CURITIBA.
KARYNA OSTERNACK; CAROLINE FERREIRA; JÉSSICA PEREIRA
FEPAR
Para se garantir leite de qualidade aos recém-nascidos internados, os Bancos de Leite Humano (BLH) dependem exclusivamente
de doação altruística de nutrizes. Conhecer o perfil dessas doadoras do BLH de um Hospital Universitário se deu como objetivo
desta pesquisa, a fim de se identificar a melhor forma de captação destas. O estudo trata-se de cunho exploratório, de caráter
descritivo e de abordagem quantitativa, onde se entrevistou doadoras ativas e externas do BLH no período de agosto e
setembro de 2014. Das 113 nutrizes aptas a responderem o formulário durante o período da pesquisa, 73,5% colaboram com o
projeto. Constatou que 33% das entrevistadas estão na faixa entre 30 e 35 anos, 61% possuem ensino superior completo, 76%
são casadas e 73% possuem apenas um filho. O conhecimento do perfil dessas nutrizes, se faz de suma importância, não só para
o BLH, mas também para os demais hospitais especializados, pois podem estabelecer um laço educativo de conscientização
traçando uma estratégia mais apurada para o recrutamento de novas doadoras, aumentando assim a disponibilidade de leite
humano.
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PEn-033 - PLANEJAMENTO EM SAÚDE A PARTIR DO CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS DE 6 A 12 MESES
LARISSA GRAMAZIO SOARES; FERNANDA OLÍVIA CARRERO; DANIELLE WISNIEWSKI; POLLYANNA BAHLS DE SOUSA; LETICIA
GRAMAZIO SOARES ; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; ISABELA SCHROEDER ABREU
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A alimentação complementar, de 6 meses a 12 meses de idade, está relacionada com bom crescimento e um
desenvolvimento saudável. Esses alimentos deverão ser especialmente preparados para a criança, com aumento progressivo da
consistência até chegar à alimentação da família. A adoção de práticas alimentares adequadas nos primeiros anos de vida é de
extrema importância, pois esse é o período em que os hábitos alimentares são estabelecidos e que continuarão ao longo da
vida. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo epidemiológico, descritivo, comparativo, que teve como objetivo objetiva
identificar as práticas alimentares das crianças Brasileiras, com 6 – 12 meses, no ano de 2012. Os dados coletados foram obtidos
do Sistema de Informações do Ministério da Saúde, através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
(DATASUS). Como os dados utilizados constam em bancos de dados públicos, não foi necessário análise ao Comitê de Ética em
Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os dados obtidos e comparados podemos observar um número elevado
em relação aos hábitos de consumo e de alimentos oferecidos a essas crianças, pois identificamos que (17%) alimentam-se em
frente a televisão, (32%) apresentam consumo de bebidas ou preparações adoçadas, (25%) com consumo de suco
industrializado ou refresco em pó e (18%) consumiam refrigerante, em um universo total de 21180 crianças analisadas. Diante
da apresentação desses dados, torna-se evidente a importância do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento da
saúde infantil, com ações de promoção e prevenção a fim de evitar a hábitos de consumo e de alimentos prejudiciais a saúde
que influenciam a ocorrência do número de casos da obesidade infantil. Sabe-se que a obesidade infantil pré-dispõe o
aparecimento de dislipidemias, inflamações crônicas, aumento da tendência a coagulação sanguínea, disfunção endotelial,
resistência a insulina, diabetes tipo 2, hipertensão, complicações ortopédicas, alguns tipos de cânceres, apneia do sono, entre
outros. Além do quadro psicológico conturbado, com diminuição da autoestima, depressão e distúrbio da autoimagem, também
está associado à obesidade infantil. Por outro lado, os dados do Relatório de Investigação de Desnutrição para crianças dessa
mesma faixa etária são alarmantes, onde do total de 129964 crianças avaliadas, 15% dessas apresentam caso de desnutrição,
0.56% apresentam atraso no desenvolvimento, 0.84% são crianças que já estão tomando suplemento de ferro e 1.04% crianças
que já receberam mega dose de vitamina A. Estes dados devem ser amplamente analisados e discutidos por todos os
profissionais de saúde, pois a desnutrição causa danos permanentes e irreversíveis no corpo e na mente das crianças. O bom
estado de saúde da criança em seus primeiros anos de vida depende fundamentalmente de uma dieta adequada, imprescindível
para um ótimo crescimento e desenvolvimento. CONCLUSÃO: É possível concluir, que existe a necessidade da implementação
de ações efetivas voltadas as práticas dietéticas promovidas pelos profissionais de saúde a fim de reduzir a chance de agravos
nutricionais como a desnutrição e obesidade infantil, e requer, adequado acompanhamento do crescimento e do
desenvolvimento das crianças em todas as faixas etárias.
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PEn-034 - CUIDADOS PARA MANUTENÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA: UM DESAFIO DA
ENFERMAGEM NEONATAL
VERÔNICA PEREIRA LOPES; KELCIONE PINHEIRO LIMA; SAMIRA ROCHA MAGALHÃES; ANTÔNIA TAVARES MACIEL
HOSPITAL DR FERNANDES TÁVORA; UNIVERSIDADE DE FORTALEZA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
INTRODUÇÃO: A unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal deve contar com os avanços terapêuticos e tecnológicos
disponíveis para o cuidado do recém-nascido (RN), assim como profissionais capacitados e protocolos específicos para que a
assistência de enfermagem possa atender a essas novas realidades (TAMEZ; SILVA, 2013). O cateterismo venoso central é
prática comum nas unidades de cuidados intensivos neonatais por fornecer acesso vascular seguro ao recém-nascido,
destacando-se o cateter central de inserção periférica (PICC) (FRANCESCHI; CUNHA, 2010). O PICC é um cateter central que vem
se mostrando como uma alternativa de primeira escolha para a clientela neonatal; em virtude de ser seguro em comparação a
outros cateteres centrais por sua baixa incidência de complicações. OBJETIVO: Verificar os aspectos metodológicos utilizados na
produção científica acerca do PICC no recém-nascido e identificar os cuidados de enfermagem realizados na inserção,
manutenção, manuseio e remoção, segundo a literatura científica. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa,
realizada por meio de busca online, do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Biblioteca regional de medicina (BIREME),
sendo utilizadas as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic
Library Online (SciELO), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), PUBMED, COCHRANE e SCOPUS. Os critérios de inclusão
definidos para a seleção dos artigos foram: ter sido publicado em português, espanhol e/ou inglês; estar disponível na íntegra
nas referidas bases de dados; responder as perguntas do estudo. Foram excluídos os artigos repetidos, bem como as cartas,
monografias e editoriais. RESULTADOS: Foram encontrados 160 artigos a partir dos descritores; após a leitura dos resumos
foram selecionados 22 artigos, dos quais atenderam os critérios de inclusão, tendo como discussão e análise assuntos relevantes
para a prática de enfermagem na assistência a RN´s em uso do PICC. Em relação aos cuidados de enfermagem para inserção do
PICC encontrou-se nos estudos: monitorizar o RN, verificar sinais vitais, posicionar o corpo, lavar as mãos, manter o RN
confortável, medir o local de inserção, medir o diâmetro do membro e realizar Raio X após o procedimento. Quanto aos
cuidados de enfermagem na manutenção e manuseio do PICC foram localizados os seguintes: registro dos impressos de
manutenção, curativo, lavagem/salinização, tipo de seringa e substituição de extensões. As principais causas de remoção do
cateter são: término da terapia proposta, ruptura ou quebra do cateter, posicionamento inadequado, extravasamento de
líquidos, presença de processo infeccioso ou inflamatório. CONCLUSÃO: Conclui-se que os artigos estão relacionados a novas
tecnologias do cuidado, caracterização do uso na prática em UTI neonatal e estímulo a busca do aprendizado teórico-prático de
enfermeiros. Acredita-se que essa revisão integrativa poderá proporcionar subsídios para atualização e melhoramento das
práticas e condutas dos enfermeiros neonatologistas diante do RN submetido a terapia intravenosa, assim como acompanhar o
uso do PICC nas unidades em que trabalham.
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PEn-035 - HEMORRAGIA PERI-INTRAVENTRICULAR EM NEONATOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
JÉSSICA LUIZ DINARDI; KARIN ROSA PERSEGONA OGRADOWSKI
FACULDADE PEQUENO PRINCIPE
INTRODUÇÃO: A primeira hora de vida do recém-nascido (RN) é crítica, sendo necessário sua monitorização, principalmente ao
prematuro. RN de risco, é aquele que passou por intercorrências na gestação, no pré ou pós-parto. A qualidade de vida dos RN
internados em unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN) é afetada por diversos fatores. Sendo o enfermeiro um profissional
fundamental para proporcionar maior qualidade de vida ao mesmo, principalmente por ser o profissional que tem maior
manipulação do mesmo. Se o cuidado não é adequado, e há manipulação excessiva, pode acarretar em lesões, como a
hemorragia peri-intraventricular (HPIV). A HPIV é tipicamente de origem venosa, que ocorre na matriz germinal, a qual é
altamente vascularizada. Esse evento ocorre principalmente em RN prematuros com idade gestacional inferior a 32 semanas,
devido à imaturidade do desenvolvimento da matriz germinal e pré disposição anatômica. A HPIV é classificada em quatro graus
(I, II, III e IV) de acordo com a extensão e localização da área atingida pela hemorragia. OBJETIVO: Realizar uma revisão
integrativa de literatura sobre HPIV em neonatos. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da
literatura, que objetivou analisar as publicações sobre HPIV em neonatos internados em UTIN, publicados no período de março
de 2005 a março de 2015. O estudo aplica métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da
informação selecionada. RESULTADOS: A busca foi realizada com o navegador Google Chrome utilizando a Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), com a combinação dos descritores: Hemorragia Cerebral, Hemorragia Periventricular, Hemorragia Intraventricular,
Neonatal, Perinatal, Recém-nascido, Recém-nascido prematuro, Enfermagem, Cuidados de Enfermagem, Diagnostico de
Enfermagem, Ultrassonografia. Utilizou-se como filtro o idioma português. Após a combinação dos descritores, chegou-se ao
resultado de 1248 artigos. Foram excluídos artigos não relacionados ao tema, redundantes, não disponíveis na íntegra,
publicados fora do ano delimitado, restando 17 artigos, os quais foram analisados no período de março de 2015. Discussão: Os
artigos conversam entre si, as informações básicas sobre HPIV estão presentes em praticamente todas as publicações, como
origem da lesão, fatores de risco, diagnostico, prevenção, tratamento e consequências da HPIV. Sobre a origem, tem-se que ela
é originada na matriz germinativa, como principal fator de risco a prematuridade, sexo masculino e baixo peso ao nascimento,
sendo a ultrassonografia tranfontanelar o exame de escolha para o diagnostico. A prevenção se dá com o uso de corticosteroide
antenatal. A HPIV compromete principalmente o desenvolvimento cognitivo e motor. Há maior incidência de graus I e II, no
entanto as de III e IV são as mais nocivas à saúde. CONCLUSÃO: Esse tema necessita de atenção, em virtude de que uma HPIV
pode gerar várias consequências para a vida posterior do neonato. Além disso, há poucas publicações em português e não há
autores enfermeiros. Podemos concluir também que há uma incidência maior no sexo masculino, RN prematuros, e de baixo
peso, devendo-se então o cuidado a esse tipo de paciente ser mais atencioso e criterioso, observando-se o mínimo tipo de
mudança de comportamento.
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PEn-036 - INFECÇÃO DE TOXOPLASMOSE EM GESTANTES E RECÉM-NASCIDOS
FERNANDA INDIANARA COSTA
A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, sendo uma
doença de notificação compulsória. Foi realizado um estudo com a finalidade de caracterizar os recém - nascidos (RNs) expostos
à toxoplasmose congênita, atendidos no ambulatório de especialidades de um hospital localizado no noroeste do estado do
Paraná, durante o período de setembro de 2010 a setembro de 2012 e identificar as medidas preventivas adotadas para evitar a
infecção congênita, e identificar as gestantes que realizaram ou não o pré-natal de forma adequada. A fonte de dados foram as
fichas do Sistema Nacional de Notificação Compulsória (SINAN) dos RNs acompanhados neste período, devido as fichas não
conterem todas as informações necessárias em alguns casos utilizou-se também os prontuários das gestantes. Foram analisadas
35 gestantes e destas nenhuma apresentou sintomatologia para toxoplasmose, sendo detectadas por meio de exames
laboratoriais que são solicitados durante o pré-natal. Os resultados mostraram a importância de um pré-natal assistido de forma
adequada, pelos profissionais de saúde ainda na unidade básica de saúde, para que haja um tratamento adequado prevenindo
danos futuramente.
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PEn-037 - CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA COM DISPOSITIVO DE LUZ INFRAVERMELHA EM
ONCOLOGIA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
DÉBORA FERNANDA VICENTINI BAUER; ELIENE PORTO PAIVA DOS SANTOS; FRANCIELE FÁTIMA FERREIRA; MANOELA PRIETO
GERMINARI PESSOA; MARÍLIA BARBOSA DO VALE
HOSPITAL DE CÂNCER DE LONDRINA
INTRODUÇÃO: O cateter venoso em pediatria é tecnicamente desafiador, devido ao calibre e localização profunda no tecido
subcutâneo, o que os torna difíceis de palpar ou visualizar, e esta realidade é intensificada no decurso de tratamentos
oncológicos, por estado de fragilidade vascular à carências nutricionais. O cateter central de inserção periférica (PICC) cada vez
mais tem sido utilizado no cuidado de pacientes pediátricos. No Brasil, por meio da Resolução nº 258/2001 do Conselho Federal
de Enfermagem o enfermeiro possui a competência técnica e legal para exercer a prática de punção e manipulação do cateter
PICC. Por ser uma alternativa confiável de acesso central, o PICC deve ser considerado como acesso venoso de primeira escolha,
reduzindo a dor por múltiplas punções, proporcionando economia de tempo e material para a equipe e maior conforto à criança
e sua família. Aliado a isso, no padrão de práticas do Infusion Nurse Society (INS) é indicado o uso de tecnologias de visualização
para identificação e seleção da veia, como um dispositivo de luz infravermelha que delineia o curso de execução de veias
subcutâneas. OBJETIVO: Descrever a experiência da inserção do PICC na criança oncológica com auxílio do dispositivo de luz
infravermelha. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo que relata a experiência da inserção do PICC através do uso de
dispositivo para visualização e identificação de veia, em um paciente pediátrico oncológico internado na unidade pediatríca de
um hospital filantrópico oncológico do norte do Paraná. RESULTADOS: Masculino, 13 anos, 51kg, com diagnóstico de Leucemia
Linfóide Aguda. Indicado PICC devido indução de Quimioterapia, apresentando rede venosa precária, com 3 tentativas punção
para inserção do cateter em MMSS sem progressão. Após a 3ª tentativa foi realizada visualização e cateterização de PICC 5Fr na
veia jugular E refletida no tecido circundante através da luz infravermelha projetada na área com aparelho portátil utilizado a
cerca de 30cm de distância, o qual teve fácil progressão do cateter e localização adequada diminuindo a manipulação da criança
após a inserção. CONCLUSÃO: Esta experiência evidenciou os benefícios do dispositivo de luz infravermelha para inserção do
PICC no paciente pediátrico oncológico, como opção favorável a técnica, servindo de base de dados para novas pesquisas.
Impactam significativamente os resultados, custos e minimizando o sofrimento físico.
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PEn-038 - A COMPLEXIDADE DO CUIDADO EM PEDIATRIA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O REGISTRO DO
ENFERMEIRO
PAULA CARVALHO BARBOSA DE OLIVEIRA GIOLITO; GISELLA DE CARVALHO QUELUCI
EEAAC – UFF
Trata-se de uma prévia de dissertação do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA / UFF). INTRODUÇÃO:
Estudos apontam que cerca de 50% das informações inerentes ao cuidado do cliente são fornecidas pela equipe de
Enfermagem, o que deixa clara a necessidade de registros adequados e frequentes sobre suas condições, contribuindo assim
para a garantia de continuidade da assistência1. A motivação para a realização deste estudo se deu a partir da observação de
fragilidades nos registros de enfermeiros em pediatria, no que tange a utilização da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE) na prática diária. Assim, o objeto deste estudo é o registro dos enfermeiros em uma unidade de internação
pediátrica. OBJETIVOS: elaborar um protocolo de avaliação de registros de enfermeiros em pediatria; aplicar o protocolo
problematizando com os enfermeiros aspectos relativos aos princípios fundamentais da prática profissional; discutir a partir da
problematização as implicações desses aspectos para o cuidado de enfermagem em pediatria. MÉTODO: Trata-se de um estudo
descritivo, com abordagem qualitativa, cujo cenário é a unidade de internação de um hospital pediátrico do Estado do Rio de
Janeiro. O mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer consubstanciado nº 755.471. A amostragem do
estudo contou com a participação de 12 enfermeiros assistencialistas, que atendiam aos critérios de inclusão da pesquisa. Para a
coleta dos dados, realizada em janeiro e fevereiro de 2015, foram utilizados um formulário individual de identificação do perfil
dos enfermeiros e para a discussão em grupo da temática, a metodologia da problematização2. RESULTADOS PRELIMINARES:
através da análise inicial dos dados coletados, evidenciou-se que os enfermeiros sentem-se extremamente atarefados no seu
cotidiano, o que pode influenciar negativamente no estabelecimento dos graus de complexidade do cuidado de seus pacientes,
levando assim à dificuldade de executar o processo de Enfermagem de acordo com a SAE. Todos apontaram para a necessidade
de otimização do tempo na execução de seus cuidados, inclusive no momento da evolução no prontuário das crianças. Assim, de
acordo com a problematização, no segundo encontro em grupo com os participantes, foram discutidos os conceitos de
Enfermagem Fundamental e Complexidade do Cuidado em Pediatria, de forma a direcionar a elaboração do protocolo de
avaliação e a construção de um modelo de evolução do enfermeiro em Pediatria no formato de check-list. CONCLUSÃO: esperase através deste estudo contribuir com a Gerência de Enfermagem deste serviço, propondo alternativas de otimização da prática
dos enfermeiros, buscando assistência cada vez mais qualificada e resolutiva. REFERÊNCIAS: 1. Santos SR, Paula AFA de, Lima JP.
O enfermeiro e sua percepção sobre o sistema manual de registro no prontuário. Rev. Latino-am Enfermagem 2003; 11(1): 8087. 2. Sobral FR, Campos CJG. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional:
revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP. 2012 [Cited 2014 April 10]; 46(1):208-18. Available from:
http://www.revistas.usp.br/reeusp/article/download/40938/44443
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PEn-039 - CONTRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES POR UM ADOLESCENTE
COM HANSENIASE VIRCHOWIANA
CAMILA CARMEM GOMES FERNANDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, não hereditária e seu prognóstico depende essencialmente do
sistema imunológico do portador. Manifesta-se principalmente por sintomas dermatoneurológicos e assume quatro
classificações: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. Apesar de possuir repercussões milenares, ainda é
frequentemente estigmatizada e pouco compreendida, mesmo tendo cura através do tratamento de poliquimioterapia (PQT)
proposto de Organização Mundial de Saúde. OBJETIVO: Demonstrar o papel do enfermeiro frente às dificuldades de aceitação
da doença e tratamento por um adolescente com hanseníase virchowiana há dois anos e episódio de reação hansênica há seis
meses, estudante de ensino médio de uma escola pública de Imperatriz, Ma, que evadiu do sistema de ensino devido a
problemáticas interpessoais (negação, raiva, preconceito, bullyng). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência da autora ao
acompanhar uma consulta de enfermagem durante estágio. RESULTADOS: O adolescente em questão, após a consulta de
enfermagem para ingestão da dose supervisionada da PQT, foi orientado quanto a sua condição clínica e aconselhado a retomar
os estudos, ressaltando a relevância do convívio social e o aprendizado em si para o cliente. Através de intervenções da
enfermeira para redução da ansiedade, melhora da autoestima e assistência para o autocuidado o paciente decidiu retornar a
escola e prosseguir com o tratamento. CONCLUSÃO: O profissional de enfermagem assume posição relevante ao tratar de
pacientes adolescentes, pois o mesmo distancia-se da imagem de “carrasco”, comum entre os pais e responsáveis que muitas
vezes obrigam os filhos a tomar decisões e aproxima-se do papel de conselheiro, demonstrando interesse pela saúde
biopsicossocial do individuo juvenil.
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PEn-040 - O PAPEL DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO CUIDADO HUMANIZADO EM UTI NEONATAL
CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA
Sabe-se que o ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento do bebê menor de 37 semanas é o útero materno, já
que este ambiente possui características distintas e de suma importância para o bebê, como temperatura constante e agradável,
ruídos diminuídos, aconchego e até mesmo a maciez. No entanto, por alguns motivos inerentes, algumas vezes é necessário que
este aconchego seja interrompido e o ambiente para o bebê seja então a UTI Neonatal (OLIVEIRA, LOPES, COLET, 2006). Este é o
local recomendado para recém-nascidos que precisarão de cuidados especiais, onde logo em suas primeiras horas de vida,
necessitarão ser separados dos seus pais e ser cuidado por um período muitas vezes longo por uma equipe de saúde. A UTI
Neonatal é, entretanto, conhecida como um ambiente nervoso, impessoal e muito temido para quem não está habituado a sua
rotina; sua luminosidade acentuada, ruídos, mudanças repentinas de temperatura, assistência muitas vezes tecnicista,
interrupções no ciclo de sono, dão a ela esta imagem desconfortável. Vê-se com isso que o recém-nascido necessita de uma
terapêutica que ultrapasse as técnicas e procedimentos e atinja um cuidado humanizado, dando atenção especial aos
causadores de estresse, proporcionando então o ambiente mais terapêutico. Neste contexto, iniciar medidas que minimizem
estes conflitos é papel do profissional enfermeiro. O objetivo, então, foi buscar na literatura ações da equipe de Enfermagem
que pudessem contribuir para a humanização no cuidado na UTI Neonatal. Para realizar esta pesquisa optou-se pelo tipo revisão
bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos científicos
(MINAYO, 2006). Foram selecionadas as principais ações encontradas que possam ser contribuintes para a humanização no
cuidado na UTI Neonatal. Foram então identificadas e alistadas as seguintes ações: * Estreitar laços entre o recém-nascido, os
pais e a equipe: Desta maneira, cria-se uma ponte entre o bebê e os pais, propiciando intimidade capaz de minimizar os efeitos
nocivos da hospitalização de forma que o recém-nascido não sentirá tão bruscamente a separação que teve de enfrentar. * Mãe
Canguru: Método que presta atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso e em consequência gera uma série de ações
na assistência neonatal que envolve o paciente, sua família e os profissionais de saúde. Esse método tem como vantagens
aumentar o vínculo mãe-filho; evitar longos períodos sem estimulação sensorial por reduzir o tempo de separação mãe-filho;
estimular o aleitamento materno; melhorar o controle térmico, devido a maior rotatividade de leitos; reduzir o número de
recém-nascidos em unidades de cuidados intermediários; reduzir o índice de infecção hospitalar e possibilitar menor
permanência no hospital (Ministério da Saúde, 2003).* Propiciar ambiente terapêutico, tornando o ambiente mais parecido
com o ambiente uterino, dando atenção especial posicionamento do recém-nascido, constância da temperatura, diminuição de
ruídos e luminosidade, respeito ao sono e utilização de músicas agradáveis. Por fim, acredita-se que estas ações podem
minimizar o estresse e propiciar cuidado mais humanizado ao recém-nascido internado em UTI Neonatal.
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PEn-041 - MÉTODO MÃE CANGURU: IMPLICAÇÕES RELEVANTES
CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE; JÉSSICA MOURA DA SILVA
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA
1. INTRODUÇÃO: O método mãe canguru corresponde a uma técnica simples, porém de importância fundamental no
estabelecimento do vínculo entre a mãe e o recém-nascido (Rn), bem como promove a estabilização térmica e da freqüência
cardíaca do bebê, podendo reduzir o tempo de internação do Rn hospitalizado. Segundo a revista “Informe Saúde”, 2003, o
método consiste na colocação do Rn sem roupas contra o peito da mãe, pele a pele, promovendo a estabilidade térmica, bem
como a substituição das incubadoras, em Rn’s com condições clínicas para tal prática. 2. OBJETIVOS: Os objetivos correspondem
em analisar as principais implicações relevantes relacionadas ao método mãe-canguru, sensibilizando toda a equipe para a
importância da realização do mesmo. 3. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter bibliográfico,
onde procurou-se reunir conceitos e experiências sobre o assunto. 4. RESULTADOS: Verifica-se em diversos estudos que apesar
da grande difusão sobre o método mãe-canguru, ainda existem muitas dúvidas, bem como inseguranças por parte da equipe
multidisciplinar envolvida. Porém, vários são os estudos a favor do método canguru, os quais corroboram com as afirmações do
Ministério da Saúde, 2001, bem como UNICEF respectivamente: o qual afirma que “o método canguru atua diretamente na
humanização dos Rn’s hospitalizados e de baixo peso”. “ O programa mãe-canguru é uma luz de esperança para milhões de
crianças em todo o mundo que nascem prematuramente e com baixo peso”. Alguns elementos básicos são de extrema
relevância tratando-se do método canguru. Comprovadamente, o método antecipa a alta do Rn, promove o aleitamento
exclusivo, a posição canguru promove calor, amor, estímulos, evita, refluxos, apnéias e abandono, bem como a mãe sente parte
importante do processo, reduzindo por muitas vezes o sentimento de culpa da mãe pelo bebê ter nascido prematuramente. As
UTIs Neonatais e maternidades com cuidados convencionais, acabam por aumentar os custos do internamento, bem como por
vezes separando a mãe do seu filho, sendo portanto os objetivos principais do método, reduzir os custos com internação,
acelerar a alta do Rn, efetivar o vínculo entre a mãe e o bebê. Um estudo realizado em Bogotá entre 1979 e 1986, avaliou 1654
crianças que nasceram com peso abaixo de 2.000g dentro do programa Mãe-canguru. Destes, 65 bebês receberam alta durante
os primeiros 3 dias de vida. 87%, receberam alta durante os primeiros 14 dias de vida. A taxa de mortalidade foi de apenas 6%.
5. CONCLUSÃO: Conclui-se diante destes dados, que o Programa Método-Canguru possui extrema importância em se tratando
de saúde pública, pois refere-se a redução de custos com hospitalização, aumento do vínculo entre a família e o bebê, inserção
da família no processo terapêutico como um todo, redução da mortalidade neonatal. Dessa forma faz-se importante difundir
ainda mais o método entre as UTI’s Neonatais e maternidades do país, com a finalidade de humanizar o processo da assistência.
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PEn-042 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM- NASCIDO NA UNIDADE CANGURU:UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
FABÍOLA SANTOS LINO; SILVANA SANTIAGO DA ROCHA; NALMA ALEXANDRA ROCHA DE CARVALHO; ELAINE CARININY LOPES DA
COSTA; AUGUSTO CEZAR ANTUNES DE ARAUJO FILHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
INTRODUÇÃO: Atualmente o elevado número de neonatos de baixo peso ao nascimento, peso inferior a 2.500g, constitui
problema de saúde pública e representa elevado percentual na morbimortalidade neonatal. A assistência neonatal contempla
um cuidado integral e humanizado, responsável por atender as diversas necessidades nessa fase. Dessa forma, tem-se o Método
Canguru como modalidade de cuidado que adota o contato pele a pele precoce entra a mãe e o recém-nascido, sendo
desenvolvido em três fases, com ênfase no presente estudo a segunda delas, a Unidade Canguru, espaço que recebe mãe,
família e bebê estabilizado, para correção do peso, estímulo ao aleitamento materno e aos cuidados neonatais específicos.
OBJETIVO: Relatar a experiência acadêmica em atividade prática da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente em Unidade
Canguru. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de relato de experiência vivenciado durante a atividade discente no Estágio da
Disciplina Saúde da Criança e do Adolescente de Universidade Pública do Estado do Piauí, em Maternidade Estadual no
município de Teresina no Piauí, período de setembro a novembro de 2014, onde foi realizada assistência de Enfermagem na
Unidade Canguru por alunos da graduação. As atividades foram supervisionadas pelas docentes responsáveis no campo de
estágio, sendo o estudo realizado com aprovação ética da Instituição. RESULTADOS: Os resultados apontam a realização de
reconhecimento do campo de estágio e levantamento das necessidades do neonato e cuidador, onde utilizou-se impressos da
Sistematização da Assistência de Enfermagem Neonatal, com Histórico de Enfermagem, Diagnósticos de Enfermagem e
Intervenções de Enfermagem. Os alunos executaram a sistematização; o correto preenchimento dos impressos; avaliação
semiológica do neonato; banho humanizado ao prematuro; orientações às mães sobre a posição canguru; sinais da boa pega na
amamentação e cuidados gerais com o recém-nascido. A atividade acadêmica preocupou-se com a construção do conhecimento
acerca da importância do Método Canguru. Algumas mães demostraram resistência a utilização do top(blusa) canguru que a
maternidade disponibilizava e recomendava a sua utilização durante a maior quantidade de tempo possível. Atividades
educativas foram relevantes para o sucesso da assistência, pois apesar do longo tempo de permanência na Unidade, mães e
familiares apresentavam muitas dúvidas acerca, do Método Canguru em si, banho, higiene da criança e coto umbilical, além
principalmente, da amamentação. O acolhimento executado pelos acadêmicos nesse setor foi contínuo, desde a admissão e
estendendo-se para o período de internação e alta. CONCLUSÃO: A experiência foi relevante, pois possibilitou aos discentes e
docentes da disciplina a oportunidade de oferecer uma assistência planejada, com documentação da prática, visando
recuperação do neonato e maior interação do binômio mãe-filho. Dessa forma os acadêmicos perceberam a importância da
educação em saúde em qualquer âmbito da assistência, e que o Método Canguru, destaca-se como uma oportunidade para
Enfermeiros e estudantes de enfermagem executarem uma assistência de qualidade e humanizada e também de mães e
familiares oferecem um cuidado ao neonato com supervisão profissional , além de expressar suas dúvidas, medos e
sentimentos, fortalecendo assim a relação paciente/ profissional.
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PEn-043 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA A CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL NO CONTEXTO DA
PUERICULTURA
TATIANA MELISSA LANSKI; ALINE FERREIRA; ANGELIANA MEIRELES; DAMARES SANTOS; DANIELLE SANTOS; FERNANDA
CAETANO; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA
FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: Paralisia cerebral (PC) ou Encefalopatia Crônica não progressiva é uma lesão de uma ou mais partes do cérebro,
provocado muitas vezes pela falta de oxigenação das células cerebrais. OBJETIVO: Investigar a etiologia e fatores relacionados à
Paralisia Cerebral descrevendo as ações do Enfermeiro de Puericultura no cuidado a criança com Paralisia Cerebral. MÉTODO:
Revisão Integrativa com base nas etapas propostas por Mendes, Silveira e Galvão (2008). Busca realizada na BVS, no período de
2009 a 2013, utilizando as palavras chave: Cuidados de Enfermagem, Paralisia Cerebral, Puericultura, com a seleção de 263
artigos. Foi possível capturar 06 artigos com base nos critérios de inclusão estabelecidos: somente artigos, idioma português,
relacionados ao tema, desconsiderando os não disponíveis online e redundantes. RESULTADO: Com a análise do material
capturado levantou-se que a PC pode ocorrer durante a gestação, no momento do parto ou após o nascimento; no processo de
amadurecimento cerebral da criança. Pode acarretar na alteração visual, disfunção intestinal e urinária, distúrbios do sono,
sialorréia, anormalidades ortopédicas, comprometimento cognitivo, transtorno na linguagem, no aprendizado e no
comportamento. Dependendo do grau de comprometimento a criança poderá depender totalmente de um cuidador. A
terapêutica adotada depende evidentemente do grau de dificuldade motora, da intensidade de retrações e deformidades
esqueléticas e da disponibilidade e qualidade da reabilitação. Os tratamentos tem o intuito de melhora psicomotora e social do
paciente acometido com PC, dentre eles pode-se destacar: Equoterapia para o desenvolvimento do equilíbrio, autoconfiança e
autoestima; Natação adaptada, auxilia no relaxamento muscular e das articulações; Pedia Suit, desenvolvimento do Sistema
Nervoso Central, tônus musculares, desenvoltura e padrão de marcha; Fisioterapia, melhora do desenvolvimento motor;
Fonoaudiologia, auxilia na deglutição, fala e audição e Consulta de Enfermagem, que avalia, acompanha e orienta no
desenvolvimento da criança portadora de PC, junto à equipe multidisciplinar. Diante disto, cabe ao profissional de saúde
assegurar ao paciente, família e coletividade a assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência
ou imprudência. O trabalho na Estratégia de Saúde da Família (ESF) exige principalmente do enfermeiro em Puericultura uma
liderança capaz de articular estratégias institucionais com enfoque na promoção da saúde e efetivação dos princípios do Sistema
Único De Saúde (SUS). O profissional deve ter atitudes e habilidades em prol do coletivo, gerenciando e organizando a USF na
qual atua, conciliando recursos humanos e materiais para realização da assistência. CONCLUSÃO: Este estudo possibilitou
conhecer as dificuldades e as mudanças vivenciadas pelas famílias e pelas crianças com PC, na sua integralidade e a
acessibilidade aos serviços de saúde que deveriam estar disponibilizados pelo SUS, visto que a saúde é um direito do cidadão e
um dever do Estado. O profissional Enfermeiro possui visão integralizadora e como resultado do seu processo de trabalho
proporciona aos pacientes respostas claras, fortalece o vínculo binômio mãe-filho, alcançando assim melhor qualidade de vida
para a família.
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PEn-044 - ESTÁGIO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NA DISCIPLINA SAÚDE DA CRIANÇA : RELATO
DE EXPERIÊNCIA
ISABELLA SCHROEDER ABREU; LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; DANIELE MOREIRA DE LIMA;
WELLIGTON LUCIANO BRAGUINI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE
INTRODUÇÃO: O processo de formação de enfermeiros requer um ensino de qualidade, que lhe conceda competência na
realização de atividades assistenciais, de gerência, ensino e pesquisa; assim sendo, os cursos de graduação em Enfermagem,
buscam desenvolver atividades teóricas, práticas e de estágio. Os estágios possibilitam ao aluno o contato direto com o
paciente, possibilitando a aplicação dos conhecimentos teóricos, além do desenvolvimento de habilidade e destreza nas ações
de enfermagem. Na disciplina de Saúde da Criança, os alunos podem vivenciar a prática, nos mais diversos locais e áreas: na
saúde coletiva, em escolas, creches, hospitais, entre outros. Enquanto docentes, acreditamos que as atividades de estágio são
extremamente relevantes para a formação profissional e por isso devem ser realizadas de forma organizada, planejada e
sistematizada; visto que o estágio é um processo pedagógico de formação profissional que vincula a formação teórico-científica
e as situações do cotidiano. OBJETIVO: Relatar as principais atividades realizadas pelos discentes do curso de graduação em
Enfermagem, no estágio da disciplina de Saúde Criança , associando teoria e prática na formação discente e suas implicações na
assistência ao recém-nascido (RN) e sua família. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um relato de experiência das docentes da
disciplina de Saúde da Criança do Curso de Graduação em Enfermagem de uma Universidade no interior do Paraná, sobre as
atividades desenvolvidas no estágio realizado na unidade de Alojamento Conjunto (AC), no período de outubro a dezembro de
2014, Participaram do estágio um total de 20 alunos, os quais faziam inicialmente o reconhecimento da unidade e de seus
profissionais, acompanhados da docente responsável. Os objetivos do estágio, as principais atividades a serem realizadas e a
forma de avaliação também eram apresentados. Na unidade de AC, o enfoque do estágio, era o atendimento ao RN saudável, a
termo: recepção do binômio mãe-bebê na unidade, a primeira dose da vacina de hepatite B; banho e higiene do RN; exame
físico completo do RN; realização do teste do pezinho; acompanhamento e orientações sobre o aleitamento materno; além de
orientações para a alta hospitalar e continuidade do acompanhamento do RN, enfocando na importância da realização da
puericultura. Uma atividade de Educação em Saúde às famílias dos RNs, era realizada ao final do estágio de cada grupo, onde os
cuidados específicos ao RN e o aleitamento materno eram os temas principais a serem abordados. RESULTADOS: Foi observado
uma construção coletiva gratificante e relevante para os discentes a partir da realização do estágio e da forma como foi
planejado, permitindo aos alunos a vivência na prática, da assistência ao RN saudável e sua família, reforçando nesta etapa, o
que já havia sido trabalhado em sala de aula, associando a teoria à prática. CONCLUSÃO: Enquanto docentes, pudemos
constatar o quanto a atividade prática possibilita a construção do agir, do saber e do fazer em enfermagem, subsidiando o
processo de aprendizagem dos discentes do curso de graduação em enfermagem na área de Saúde da Criança.
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PEn-045 - AVALIAÇÃO DO USO E COMPLICAÇÕES DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA EM RECÉMNATOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA.
MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES WUICIK; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA; LUANA TONIN; BIANCA FONTANA AGUIAR
FACULDADE PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: O cateter central de inserção periférica (PICC) é considerado um dispositivo vascular inserido em veias periféricas
com auxílio de um introdutor progredindo até a localização central (veia cava superior ou inferior). É utilizado para infusão de
soluções vesicantes ou irritantes, e nutrição parenteral prolongada. Apresenta como principais complicações relacionadas à pósinserção do cateter: a flebite, celulite, infecção sistêmica, ruptura de cateter com posterior embolia, migração e oclusão. O
processo de inserção do cateter foi introduzido no Brasil no ano de 1990 por meio da Resolução nº 258/2001, do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN), onde no art. 1º considera-se lícito ao enfermeiro a inserção do cateter periférico central. De
acordo com o art. 2º dessa resolução, o enfermeiro, para o desempenho de tal atividade, deverá ter se submetido à qualificação
ou capacitação profissional. Diante disso, buscou-se identificar na produção científica da Enfermagem e Medicina brasileira
acerca da utilização e complicações dos cateteres centrais de inserção periférica em recém-natos (RN). OBJETIVO: Realizar uma
revisão integrativa de literatura sobre o uso e complicações de PICC em RN. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de um estudo de
revisão integrativa de literatura, a qual objetivou integrar e sistematizar informações provenientes da literatura disponível,
sobre a utilização e complicações dos PICCs em RNs, selecionaram-se artigos publicados nos últimos 10 anos. RESULTADOS: Para
a efetivação das buscas utilizou-se a Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), para identificação dos descritores a serem utilizados foi
realizada uma consulta ao Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em que foram selecionados: enfermagem neonatal,
unidade de terapia intensiva neonatal, recém-nascido, cateterismo venoso central e complicações. Utilizando as combinações
possíveis de descritores, chegou-se ao resultado de 129 artigos. Foram excluídos artigos que não se relacionavam
verdadeiramente com a temática, publicados há mais de 10 anos, não disponíveis para a leitura na integra, repetidos, e em
inglês, restando 15 artigos, os quais foram analisados no período de março de 2015. Identificou-se que os principais aspectos
abordados foram: as indicações, vantagens e desvantagens do PICC, bem como suas complicações; identificar a atuação legal do
enfermeiro na prática assistencial; relatar a importância do preenchimento de registros para acompanhamento do
procedimento. A grande maioria dos artigos associa o PICC positivamente à internações prolongadas e terapia intravenosa
superior a 6 dias, relatam ainda quanto a importância da sistematização da assistência de enfermagem voltada para os cuidados
com PICC, organizando as ações destinadas a clientela e fornecendo respaldo legal ao profissional envolvido. CONCLUSÃO:
Conclui-se que para a avalição do uso de PICC, sua manutenção e avaliação das taxas de complicações, as fichas de
acompanhamento devem ser preenchidas corretamente e discutidas pelo enfermeiro capacitado teórico e cientificamente
visando fornecer subsídios à equipe para melhoria da assistência destinada a criança e ao adolescente.
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PEn-046 - ASSOCIATED FACTORS TO INCREASE THE CHANCE OF DEVELOPMENTAL DISABILITIES IN CHILDREN: AN
INTEGRATIVE REVIEW
VANESSA BERTOGLIO COMASSETTO ANTUNES DE OLIVEIRA; DANIEL IGNÁCIO DA SILVA; MARIA DE LA Ó RAMALLO VERÍSSIMO;
RAYLA AMARAL LEMOS
UNIBRASIL / ESCOLA DE ENFERMAGEM – USP
INTRODUCTION: The advances achieved by neuroscience, molecular biology, epigenetics and the behavioral and social sciences
show that the influences that children receive during their early childhood determine their educational success, their health
throughout his life, their capacity for economic productivity and their role as a responsible citizen.The development of the child
is conditioned by the structure and function of the central nervous system associated with a set of features that directly or
indirectly influence and may cause disability. OBJECTIVE: To describe theaspects that increase the chances of the children suffer
delays or losses in their development. MATERIALS AND METHODS: It is an integrative review, with the following guiding
question: Which factors increase the chance of the children suffers delays or impairments in their development? The literature
review was developed with research in databases: MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online), CINAHL
(Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature), Web of Science, PubMed (US National Library of Medicine National
Institutes Database Search of Health) and Scopus, which were chosen because they contain most of the studies regarding delays
in childhood development. We used the descriptors from the system MeSH (Medical Subject Headings): Developmental
disabilites associated with Child Development Disorders, Deviation. The sample was selected according the following criteria:
scientific article as a result of cohort, case-control or randomized clinical trial, published in the 2012-2013 period and in the
journals indexed in Medline, CINHAL, PubMed, Web of Science and Scopus. The collected data analysisfollowed the referential
of categorical thematic analysis and they were grouped according to the analytical matrix of vulnerability in child development.
RESULTS: Eighty-one articles composed the final sample and the results were organized infive analytical categories: 1)Prenatal
care: Metabolic disorders, Nutritional disorders, Maternal mental health conditions, Maternal infectious conditions and
Maternal use of Teratogens; 2)Type of delivery and gestational age: Weight of the born alive, Complications at birth, Placental
abnormalities and Uterine abnormalities. 3) Prevention of diseases to children: Absence of immunization; 4) Physiological
conditions of children: Congenital malformations and History of diseases of the child; and 5) Exposure to agents or harmful
situations: Exposure to toxic chemicals, accidents and aggressions. These aspects presented may influence the child
development, which may bring severe damages in the domains of development:Sensory-motor, Social-emotional and Cognitive
and language. CONCLUSION: According the consulted literature, the conditions of pregnancy and delivery, as well the
prevention of diseases, heath care and exposition of children against harmful situations may increase the chance of
developmental disabilities. These results may support the health team in identifying adverse situations to child development.
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PEn-047 - A IMPORTÂNCIA DO CONTATO PELE A PELE PRECOCE PARA A MÃE E O BEBÊ: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
KARYNA OSTERNACK; MARÍLIA FAGUNDES; SARA VIEIRA
FEPAR, POSITIVO
INTRODUÇÃO: O Ministério da Saúde (MS), nos últimos anos, têm proposto políticas voltadas à humanização da assistência ao
parto e ao nascimento, visando reintegrar a mulher como protagonista do parto e acolher o recém-nascido sem agravar o
impacto da diferença entre o mundo intra e extra-uterino. O MS orienta que o neonato de baixo risco, depois do nascimento,
deve ser entregue prioritariamente à mãe para que ela possa estabelecer com o filho um contato íntimo e precoce, olho no
olho, pele a pele. O contato pele a pele precoce refere-se ao posicionamento, imediatamente após o parto, do recém-nascido,
despido, em posição prona, sobre o corpo materno, de forma que a mãe possa acariciá-lo. OBJETIVO: O presente estudo é uma
revisão integrativa que teve por objetivo verificar as publicações em língua portuguesa, de janeiro de 2000 a julho de 2014, que
discorrem a respeito do contato pele a pele e os efeitos benéficos desta prática para o binômio mãe-bebê. MATERIAL E
MÉTODOS: A seleção dos artigos foi realizada através das bases de dados LILACS, IBECS, MEDLINE, Biblioteca Cochrane, SciELO e
CINAHL, com o uso dos descritores “contato pele a pele” “contato pele a pele mãe bebê” “contato pele a pele mãe filho” “pele a
pele” “pele a pele mãe bebê” “pele a pele mãe filho” “contato precoce mãe bebê” “contato precoce mãe filho”, sendo que
foram incluídos artigos cujos títulos ou resumos atendessem ao tema em estudo. RESULTADOS: A amostra constitui-se de treze
artigos que, em maioria, relacionaram a importância da prática do contato pele a pele com a formação do vínculo entre mãe e
filho e o estímulo à amamentação na primeira hora de vida. Os artigos relatam que, logo após o parto, o recém-nascido passa
por um período denominado inatividade alerta nos sistemas sensórios, em que os estímulos maternos desencadeiam as
respostas do filho, o que favorece a formação dos laços afetivos, importantes na construção da saúde psíquica da criança. Ainda
discorrem que o contato precoce estabelece um ótimo ambiente para a adaptação do bebê à vida extra-uterina, auxiliando na
manutenção da temperatura corpórea neonatal, como exemplo de contribuição à saúde física da criança. Nos artigos,
menciona-se também que esta prática suscita alguns sentimentos no binômio, como felicidade, amor, conforto e tranquilidade,
que estimulam a produção do hormônio ocitocina na mulher, responsável pela ejeção do leite. A partir disso, torna-se possível a
amamentação na primeira hora de vida, o que contribui para diminuir a posteriori o desmame precoce e as dificuldades de
aleitamento – ao proporcionar desde cedo uma sucção eficiente e eficaz, sendo que o leite materno tem importância ainda na
proteção contra infecções. Também existem indícios de que o contato precoce facilita o processo de expulsão da placenta e
auxilia na involução uterina, segundo alguns artigos. CONCLUSÃO: Observou-se, através dos dados obtidos na revisão
integrativa, a carência de literatura recente e pesquisas em língua portuguesa que enfoquem o contato pele a pele e os
benefícios a curto e a longo prazo para a mãe e o bebê.
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PEn-048 - CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DA CIDADE DO RECIFE SOBRE
BULIMIA E ANOREXIA
WALQUIRIA QUIRINO DE QUEIROZ; GERLANDE PEREIRA DA SILVA
Resumo: O ato de alimentar-se é uma necessidade humana vital. Mas, a relação do alimento com o peso ou com a imagem
corpórea nem sempre é harmoniosa, o pode que resultar em desequilíbrios da conduta alimentar. Exemplos disso são os
transtornos alimentares como: anorexia e a bulimia, que apresentam características comuns que os assemelham, bem como
características próprias que os distinguem. Porém, o padrão alimentar que cada pessoa desenvolverá é um fenômeno singular.
O tipo de comida, frequência de consumo, quantidade ingerida apresentam um comportamento específico e individual. A
anorexia é uma condição psiquiátrica, cujos sintomas surgem mais freqüentemente na adolescência. Segundo o Diagnostic and
Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV), a anorexia é um transtorno alimentar caracterizado pela recusa do indivíduo
em manter um peso adequado para a sua estatura, medo intenso de ganhar peso e uma distorção da imagem corporal, além de
negação da própria condição patológica. Já a bulimia caracteriza-se por episódios repetidos de grande ingestão alimentar e uma
preocupação excessiva com o controle do peso corporal. O paciente chega a adotar medidas extremas, a fim de evitar o ganho
de peso, devido à ingestão exagerada de alimentos. As adolescentes do sexo feminino são mais susceptíveis porque durante a
puberdade passa por mudanças fisiológicas e bioquímicas marcantes, com acúmulo pronunciado de gordura. Em função dessas
mudanças e da pressão da mídia e da sociedade que ditam por normas de magreza incompatíveis com os parâmetros de
nutrição adequada. Uma vez que tais patologias abordam aspectos tanto físicos como psicológicos, deve-se ter a aplicação de
instrumentos que avaliem as comorbidades, a estrutura anatômica, a qualidade de vida, os aspectos sociais, são fatores
relevantes para uma maior compreensão do quadro clinico do paciente. O conhecimento dos adolescentes sobre progressão
da BN e AN é uma maneira de desencorajar atividades radicais de redução de peso, no qual as expectativas da sociedade pela
magreza têm uma forte influência no desenvolvimento desses distúrbios. OBJETIVO: Investigar o conhecimento dos
adolescentes sobre bulimia e anorexia. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, composta por
adolescentes com idade entre 12 e 18 anos de uma instituição pública do Recife. A coleta foi realizada através de entrevista que
por meio desta identificou o conhecimento à cerca da bulimia, anorexia e do comportamento alimentar. RESULTADO: A média
dos adolescentes que já ouviram falar em Transtornos alimentares foi de 58%, desses 46,67% especificaram anorexia e bulimia.
Com relação ao comportamento alimentar, cerca de 70% fazem mais de quatro refeições por dia. CONCLUSÃO: o conhecimento
sobre anorexia e bulimia foi parcial, demonstrando a há a necessidade de intervenções nas escolas públicas com o objetivo de
informar aos estudantes sobre esses transtornos e sobre os hábitos alimentares saudáveis.
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PEn-049 - A TRANSFERÊNCIA ENTRE UNIDADES HOSPITALARES: IMPLICAÇÕES NA SEGURANÇA DO PACIENTE
PEDIÁTRICO
ANA IZABEL JATOBÁ DE SOUZA; MICHELINI FÁTIMA FARIA; JANE CRISTINA ANDERS; PATRICIA KUERTEN ROCHA; MATREDE DA
SILVA
UFSC, HU UFSC
Os processos de comunicação são complexos e dinâmicos nos serviços de saúde e, em especial, na área hospitalar. O alto fluxo
de informações e o grande número de profissionais que integram diferentes equipes, além da grande demanda de atividades,
acarretam uma necessidade constante de atualização e troca de informações entre as equipes e pacientes e seus
familiares(ANVISA,2013). Outro aspecto do processo de comunicação que pode ser considerado crítico para a ocorrência de
eventos adversos com os pacientes é a forma como estão estruturadas as trocas de informações entre os turnos de trabalho nos
serviços de saúde. As passagens de plantão, rounds ou relatórios de troca de turnos são uma característica do trabalho em
saúde. A continuidade do atendimento do paciente exige o compartilhamento de informações em um processo que envolve a
transferência e aceitação de responsabilidade de alguns aspectos do cuidado do paciente ou de um determinado grupo de
pacientes( ANVISA,2013). Diante do exposto, persiste a necessidade de se investir na busca de uma comunicação eficaz e na
garantia de segurança do paciente pediátrico nas passagens de plantão e transferências entre unidades hospitalares. A
comunicação eficaz é essencial durante a permanência do paciente no período de hospitalização, assim como, na sua
transferência para outro setor e/ou serviço( WHO,2007). Estudo exploratório-descritivo de natureza qualitativa, com objetivo de
descrever o processo de transferência entre emergência pediátrica e unidade de internação, e suas implicações na segurança do
paciente pediátrico. Realizado em um Hospital Universitário do Sul do Brasil. Os dados foram coletados nos meses de fevereiro e
março de 2013, através de entrevista semiestruturada com 13 profissionais. Agruparam-se os dados em duas categorias:
Passagem de plantão e sua interface com a comunicação, e fatores que interferem na comunicação. Os resultados evidenciaram
que a passagem de plantão entre a equipe de enfermagem é considerada ferramenta fundamental para a prevenção de falhas e
erros nos cuidados de pacientes, principalmente na área de pediatria. Podem ser adotadas diferentes estratégias para efetuar a
troca de informações relevantes para assegurar a continuidade e a segurança dos cuidados realizados. Evidenciou vários pontos
que interferem na comunicação durante a transmissão das informações, ressaltando que, neste caso o processo de transmissão
de informações ocorreu via telefone, forma esta, que muitas vezes pode dificultar a compreensão dos dados repassados,
especialmente com relação ao estado geral em que a criança se encontra, desta forma, podendo comprometer o preparo da
equipe, tanto em recursos materiais, físico-estruturais, quanto humanos, para o recebimento deste paciente, no que tange o
cuidado, conforto e segurança do paciente. Permanecem algumas práticas como: ausência do profissional enfermeiro 24 horas
e passagem de plantão realizada por outras categorias da enfermagem, situações estas que podem comprometer a
comunicação e a continuidade da assistência de enfermagem segura ao paciente pediátrico no processo de transferência entre
as referidas unidades. A apresentação de informações exatas, completas e relevantes durante a passagem de plantão propicia
um atendimento qualificado e seguro ao paciente pediátrico.
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PEn-050 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM FAMÍLIAS DE RECÉM-NASCIDOS
HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.
LEIDIENE FERREIRA SANTOS; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CINTIA MUTTI FLORES; ISABELA CRISTINE
FERREIRA FERNANDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: a hospitalização do recém-nascido (RN) em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um evento
estressante que leva à família a vivenciar sentimentos de angústia, dúvida, medo e incertezas, além da dificuldade de aceitação
em relação à separação do filho. Nesse cenário, destaca-se que a identificação de diagnósticos das necessidades da família
permite a implementação de intervenções que qualificam e humanizam a assistência oferecida pelos profissionais da saúde
(SANTOS et al., 2012). OBJETIVOS: identificar os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) em famílias de Recém-nascidos
hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e descrever Intervenções de Enfermagem (IE) em um grupo de apoio a
pais e familiares (GRAPF) de crianças hospitalizadas. MÉTODO: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de
abordagem qualitativa, baseada em dados produzidos durante sessões de um Grupo de Apoio a Pais e Familiares (GRAPF) de RN
hospitalizados em uma UTIN, de um Hospital Escola de alta complexidade, no período de fevereiro a julho de 2010. Ao total
foram gravadas, em mídia digital, oito sessões do GRAPF e, posteriormente, transcritas pelas pesquisadoras. A coleta de dados,
a análise do material e a identificação dos Diagnósticos de Enfermagem/DE, foram sustentadas pela Teoria das Necessidades
Humanas Básicas (HORTA, 1979). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 153/2009).
RESULTADOS: por meio da análise dos depoimentos dos familiares foram identificados os seguintes DE: Padrão de sono
prejudicado; Manutenção do lar prejudicada; Conhecimento deficiente; Comunicação verbal prejudicada; Risco de baixa
autoestima situacional; Paternidade ou maternidade prejudicada; Tensão do papel de cuidador; Processos familiares
interrompidos; Interação social prejudicada; Síndrome do estresse por mudança; Sentimento de impotência; Medo e Conforto
prejudicado. Em respostas aos DE, foram implementadas as seguintes IE (DOCHTERMAN; MCCLOSKEY; GLÓRIA, 2008):
Atividades para “aumento da socialização” e “educação para saúde”. CONCLUSÃO: os DE identificados nesse estudo indicam
que a família é uma unidade complexa com diversas necessidades, interesses, contradições e com forte influência nos
comportamentos de saúde. Por isso, a equipe de saúde deve estabelecer relação cordial e de empatia com essa clientela, pois
ela sente dificuldade em lidar com o sofrimento da criança e, também, com seu próprio sofrimento. A identificação dos DE, à luz
das Teorias das necessidades Humanas Básicas, se mostrou uma estratégia eficaz, qualificada e segura, para descrever as
verdadeiras demandas das famílias e, dessa maneira, favorecer a implementação de intervenções de enfermagem capazes de
atender integralmente essa clientela. Referências: - DOCHTERMAN J, MCCLOSKEY B, GLÓRIA M. Classificação das intervenções de
enfermagem (NIC). Trad. Regina Machado Garcez. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. - HORTA WA. Processo de Enfermagem. São Paulo: EPU;
1979. -North American Nursing Diagnosis Association. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014. Porto
Alegre: Artmed; 2013. - SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como
estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm 2012;14(1):42-9.
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PEn-051 - APENDICITE NEONATAL DERIVADA DE ENTEROCOLITE: ESTUDO DE CASO
IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA
HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER
INTRODUÇÃO: A apendicite neonatal é descrita como uma entidade extraordinariamente rara. Em recém-nascidos, dificilmente
é considerada como diagnóstico diferencial no abdome agudo, sendo um agravo pouco freqüente abaixo de dois anos de idade,
acometendo apenas 2% das crianças desta faixa etária. Nos últimos trinta anos, foram descritos menos de cinqüenta casos na
literatura. É predominante no sexo masculino e nos recém-nascidos prematuros, com letalidade elevada devido ao atraso no
diagnóstico, evoluindo para óbito nas primeiras vinte e quatro horas do início dos sintomas. OBJETIVOS: Divulgar um caso de
apendicite neonatal ocorrido em um hospital infantil da região Sul do Brasil, evidenciando o grande impacto na sobrevida do
neonato, o qual está dependente de uma equipe multiprofissional qualificada para uma intervenção em tempo oportuno.
MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para coleta de dados que se deu através do
levantamento de informações do prontuário da paciente. RESULTADOS: O quadro clínico é caracterizado inicialmente por
intolerância alimentar enteral, evoluindo para hipoatividade, alteração de sinais vitais e septicemia por perfuração intestinal em
80% dos casos. A conduta primaria é exclusivamente cirúrgica, já que nenhum caso descrito na literatura foi diagnosticado no
pré-operatório. Geralmente, os achados voltam-se para abdome agudo e, somente no transoperatório é confirmado como
apendicite. CONCLUSÃO: Deve-se estabelecer uma vigilância clínica enfocada quando o recém-nascido apresenta quadro de
irritação peritoneal. O acompanhamento preciso da evolução e piora dos sintomas pela enfermagem, como parte da equipe de
cuidado e parceira da equipe médica, propicia intervenção cirúrgica precoce, além de evitar complicações como septicemia e
óbito.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-052 - ALEITAMENTO MATERNO: A EXPERIÊNCIA DE MÃES ENFERMEIRAS
BRUNA CAROLINE RODRIGUES; AMANDA VALESE COELHO; REBECA ALMEIDA FERRARESE; ROSIMARA OLIVEIRA QUEIROZ;
JULIANE AIRES BAENA; IEDA HARUMI HIGARASHI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
INTRODUÇÃO: O leite materno é composto por água, proteínas, vitaminas, lipídios, propriedades antiinfecciosas, fatores de
crescimento, lipase e minerais, e é considerado um alimento completo e adequado às necessidades da criança nos primeiros
meses de vida. Em razão disso, o aleitamento materno apresenta vantagens tanto para o bebê quanto para a mãe, seja na esfera
biológica e nutricional e/ou no processo de formação do vínculo mãe e filho. No entanto, muitas mães relatam as mais variadas
dificuldades para amamentar, tais como, deficiência orgânica da mãe, nível socioeconômico, mudanças na estrutura familiar,
algum problema com o bebê, grau de escolaridade, urbanização, condições de parto, idade materna, falta de incentivo do
cônjuge e de parentes, trabalho materno ou mesmo, o desinteresse da mãe em amamentar. Ao considerar, os profissionais de
saúde, e em especial as enfermeiras, é evidente o nível de pressão vivenciada ao lidar com a própria maternidade e a
amamentação de seus filhos. Isto se deve ao fato destas assumirem, na maior parte dos serviços de saúde, a incumbência da
orientação e do incentivo desta prática junto às mães. Assim, diante do insucesso no processo de amamentar seus próprios
filhos, as mães enfermeiras experimentam sentimentos de frustração e impotência. OBJETIVOS: O presente estudo teve por
objetivo compreender a vivência do aleitamento materno e desmame dos filhos por mães enfermeiras. MATERIAL E MÉTODOS:
Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualitativa, que teve como sujeitos da pesquisa 10 mães
enfermeiras com apenas um filho, em idade pré-escolar e que estivessem atuando profissionalmente. Por ser um estudo
qualitativo, optou-se pela utilização da amostra intencional e o processo de seleção das mães se deu pelo método de cadeias ou
de “bola de neve”. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2011 a janeiro de 2012, por meio de entrevistas,
apoiado em um roteiro semiestruturado. Os dados foram analisados com base na técnica de análise de conteúdo. RESULTADOS:
A partir dos resultados provieram três categorias: Compreendendo o processo de gestação e o aleitamento materno no
contexto de vida de mães enfermeiras; Delineando o processo de desmame na perspectiva de mães enfermeiras; Aleitamento
materno e as demandas profissionais de mães enfermeiras: motivações e estratégias utilizadas para o desmame. Os resultados
do estudo evidenciaram que a necessidade de retornar ao trabalho, após o término da licença-maternidade, foi fator
determinante da duração do aleitamento materno, levando a sentimentos de profunda tristeza e frustração diante da
interrupção do aleitamento materno exclusivo antes do sexto mês de vida. O cansaço físico durante o processo de
amamentação, principalmente no período noturno, foi referenciado como um aspecto negativo desta experiência. O momento
do abandono do aleitamento materno foi retratado como um acontecimento muito difícil, agravado pela dificuldade na adoção
de estratégias para o desmame. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que o conhecimento prévio acerca do aleitamento materno e de
sua importância não constitui garantia de sua prática efetiva, sendo essencial a existência de uma rede social de apoio para a
mãe enfermeira, para compartilhamento do cuidado à criança.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-053 - BENEFÍCIOS DA SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS
VANESSA FERREIRA DE LIMA; JOELMA CHOMEN; KARINA CRISTIANE PAULENA; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL DE CARIDADE SÃO VICENTE DE PAULO, FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
O aumento tecnológico e de profissionais capacitados na área de terapia intensiva neonatal dos últimos anos, tem contribuído
para a sobrevida dos recém-nascidos pré-termos (RNPT) (MOURA et al., 2009). Contudo, devido as dificuldades de adaptação
sofridas ao nascimento, os recém-nascidos (RNs) necessitam de uma atenção de enfermagem diferenciada, humanizada e
integral (CAETANO, FUJINAGA e SCOCHI, 2003). Sendo assim, uma das ações que pode ser realizada pelos profissionais de saúde
a fim de estabelecer atenção diferenciada a estas crianças é o método de sucção não nutritiva, o qual possui diversos benefícios
que precisam ser conhecidos por todos os profissionais de saúde, para que estes realizem-no corretamente. A pesquisa
realizada teve como objetivo geral caracterizar e analisar a produção científica sobre os benefícios da sucção não nutritiva em
recém-nascidos prematuros, e como objetivos específicos: apresentar referenciais em relação aos benefícios da sucção não
nutritiva em RNPT, e verificar o conhecimento dos profissionais de saúde em relação à realização do método de sucção não
nutritiva. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica integrativa, seguindo as etapas propostas por Mendes, Silveira e
Galvão (2008), sendo utilizado material de fonte secundária disponível em duas bases de dados, totalizando 16 artigos
encontrados e utilizados na pesquisa. Os resultados obtidos demonstram que em relação ao número de publicações
encontradas seis artigos (37,5%) foram publicados no ano de 2010, seis (37,5%) em 2011, três (18,75%) em 2012 e um (6,25%)
no ano de 2013. Com relação ao periódico de publicação, três (18,75%) dos artigos foram publicados na Revista Brasileira de
Fonoaudiologia e três (18,75%) foram publicados na revista RENE, os demais periódicos encontrados cada um teve apenas um
(6,25%) artigo publicado. No que diz respeito a metodologia de pesquisa utilizada, dos 16 artigos capturados, nove (56,25%)
artigos eram pesquisas quantitativas. Com relação as categorias encontradas, onze artigos falavam sobre os principais métodos
de sucção não nutritiva utilizados, cinco salientavam o conhecimento e aplicabilidade pelos profissionais de saúde em relação a
sucção não nutritiva e quatro explicavam a importância desse método de sucção. Constatou-se que o método não farmacológico
predominantemente utilizado foi o uso da glicose oral com o dedo mínimo enluvado com luva de látex. Conclui-se que a sucção
não nutritiva é uma das medidas não farmacológicas mais utilizadas para o alívio da dor e desconforto em RNPT, porém é
necessário que as equipes estejam capacitadas para a realização correta desse método, o que culminará em uma assistência
integral e de qualidade a estas crianças. Referências: CAETANO, L.C.; FUJINAGA, C.I.; SCOCHI, C.G.S. Sucção não–nutritiva em
bebês prematuros: estudo bibliográfico. Rev Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v.11, n.2, p. 232-236, 2003. MENDES,
K.D.S.; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVAO, C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e
na enfermagem. Texto contexto – Enferm,. Florianópolis, v.17, n.4, p.758-764, 2008. MOURA, L.T.L.M.; TOLENTINO, G.M.;
COSTA, T.L.S.C.; ALINE, A.A. Atuação fonoaudiológica na estimulação precoce da sucção não-nutritiva em recém nascidos prétermo. Rev CEFAC., São Paulo, v.11, n.3, p.448-456, 2009.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-054 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO MANEJO FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE DOENÇAS
CRÔNICAS EVIDENCIADAS PELO FAMILY MANAGEMENT MEASURE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
GISELE WEISSHEIMER; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: o Family Management Measure (FAMM) é um instrumento de medida de manejo familiar que tem como
objetivo avaliar como a família lida com a criança portadora de doença crônica (Knafl, Deatrick, Gallo, Dixon et al, 2011).
OBJETIVO: descrever a utilização do FAMM e os contextos que tem sido aplicado. METODOLOGIA: Esta é uma revisão
bibliográfica sobre o manejo familiar de crianças e/ ou adolescentes portadores de doenças crônicas, em publicações entre os
anos de 2009 a 2015, em português, inglês e espanhol. A coleta de dados foi realizada em Março de 2015 em duas bases de
dados: na Biblioteca Virtual em Saúde e no Google por meio das palavras “Family Management Measure”, “Instrumento de
Medida de Manejo Familiar” e na primeira base de dados foi utilizado o sobrenome da autora do instrumento “Knafl KA”, no
formato citação. Após leitura dos resumos das publicações foram selecionados sete artigos para fazer parte da revisão de
literatura. Desta maneira, foram excluídos artigos que não se referiam ao instrumento, um escrito em língua coreana, duas
dissertações, três resumos, dois livros e 20 artigos repetidos. RESULTADOS: quanto à caracterização das produções, cinco
periódicos são da área de enfermagem, um da psicologia e um multiprofissional com enfoque na educação em saúde para
diabéticos. Com relação ao ano de publicação um artigo foi publicado em 2009, dois em 2011, um em 2012, um em 2013 e dois
em 2014. Os locais de realização dos estudos foram cinco nos Estados Unidos, um na Austrália, um no Brasil e um na Coréia do
Sul. Em relação às doenças crônicas foram referidas: diabetes tipo 1, doença de crohn, fibrose cística, artrite, paralisia cerebral,
doença cardíaca, asma, deficiência auditiva, doença falciforme, convulsões, distúrbios hematológicos, fenilcetonúria, espinha
bífida, talassemia minor, intolerância à lactose, bronquites, rinites, tumor cerebral e câncer infantil. Os artigos analisados
abordaram dois aspectos: em quatro deles foi apresentado à perspectiva metodológica de construção e de validação do
instrumento e em três artigos foram descritos o uso do instrumento para validação do manejo familiar de crianças e
adolescentes com doenças crônicas. CONCLUSÃO: o instrumento tem uma amplitude na sua utilização para famílias com
crianças e adolescentes com diferentes doenças crônicas, porém, para fornecer melhores evidências para compreender a
resposta das famílias frente a essa situação as autoras recomendam que cada pesquisa se atenha a uma determinada doença
crônica. Ressalta-se ainda a necessidade de mais pesquisas com a utilização deste instrumento para consolidação do mesmo.
Referências: Knafl K, Deatrick J, Gallo A, Dixon J, Cinzento M, Knafl G, O´Malley J. Assessment of the Psychometric Properties of
the Family Management Measure. J Pediat Psychol. 2011 May; 36 (5):494-505.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-055 - ANÁLISE DE SEGUIMENTO DE TRANSPLANTE RENAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ENTRE OS ANOS DE
1989 A 2013
GISELE WEISSHEIMER; ROMILDA VIEIRA DOS SANTOS; MARIANA FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA; ALEXANDRA OLIVEIRA FERNANDES
CONCEIÇÃO; LEANDRO ROZIN
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: o transplante renal é aceito como a melhor terapia para crianças com insuficiência renal crônica terminal.
Mesmo com a priorização infantil para o transplante renal com doador falecido, ainda é necessário um período de espera
(MAGEE, KRISHNAN, BENFIELD, HSU, 2008). O diagnóstico ambíguo e demorado na pediatria leva a adoção tardia de medidas
terapêuticas que poderiam ter impacto potencial na evolução da doença renal crônica terminal. O Sistema Único de Saúde é
protagonista no financiamento da terapia renal substitutiva no Brasil, assim, parece desejável e oportuno à colaboração dos
setores envolvidos no cuidado com essas crianças, juntamente com o Sistema Único de Saúde, na busca por mecanismos de
captação e análise de dados sobre a doença renal crônica na pediatria de forma prospectiva (NOGUEIRA, FELTRAN, CAMARGO,
LEÃO et al, 2011). OBJETIVO: descrever a prevalência, os fatores condicionantes e determinantes do transplante renal em um
hospital de referência no Paraná em saúde da criança e do adolescente, entre os anos de 1989 a 2013. MÉTODO: estudo
documental, descritivo com abordagem quantitativa, identificou 264 casos de transplantes renais durante o período. Para
análise dos dados foi utilizado o test t para as variáveis demográficas contínuas e categóricas. O nível de significância utilizado
em ambos os testes foi de 5% (p< 0,05). RESULTADOS: a distribuição do número de transplantes renais por ano, bem como o
número de transplantes com doador falecido demonstrou aumento conforme o decorrer dos anos. Os doadores vivos
representaram 65,91% (n=174) dos transplantes e os doadores falecidos 34,09% (n=90). A faixa etária prevalente foi de 11 a 15
anos (38,26%), o gênero masculino representou 59,09%. Com relação às doenças de base, as uropatias tiveram domínio em
representação (51,14%). O número de perdas de enxertos renais correspondeu a 28,03% (n=74) e tiveram como principais
causas a nefropatia crônica do enxerto (24,32%), seguida de trombose (17,57%), as causas infecciosas, não aderência ao
tratamento e outras, tiveram representação percentual de 13,51%, as causas indeterminadas e recidivas da doença de base
representaram 6,76%, e causas imunológicas constituíram 4,05% dos casos. O percentual de óbitos foi 12,50% (n=33) e desses
óbitos, 36,36% (n=12) ocorreram com enxerto renal funcionante. CONCLUSÃO: os dados pediátricos e de adolescentes
possibilitaram a análise de 25 anos de transplantes renais em um centro transplantador no Paraná. Há evidências do impacto
das Políticas de Transplantes Brasileiras no perfil dos números de transplante anuais e tipo doador e os dados demográficos são
semelhantes a outros estudos. Referências: MAGEE, JC. JC. KRISHNAN, SM. BENFIELD, MR. HSU, DT. Shneider, BL. Pediatric
transplantation in the United States, 1997-2006. American Journal of transplantation. 2008 April; v8: 935-945. Acesso em: 13 de
Dezembro de 2014. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1600-6143.2008.02172.x/full. NOGUEIRA, PCK.
FELTRAN, LS. CAMARGO, MF. LEÃO, ER. BENNINGHOVEN, JRCS. GONÇALVES, NZ. PEREIRA, LA. SESSÃO, RC. Prevalência estimada
da doença renal crônica terminal em crianças no Estado de São Paulo. Revista da Associação Médica Brasileira. V. 57, n. 4, p.
443-449, 2011.
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PEn-056 - PROCESSO DE ENFERMAGEM BASEADO NA TEORIA DE OREM: ESTUDO DE CASO SOBRE EXTROFIA DE
CLOACA
GISELE WEISSHEIMER; ROMILDA VIEIRA DOS SANTOS; IVETE PALMIRA SANSON ZAGONEL; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE, FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: as malformações congênitas são definidas como alterações na forma dos órgãos evidenciadas por deformidades
microscópicas e irregularidades das células e estão presentes no momento do nascimento (HERRERA, 2005). No Brasil, as causas
perinatais representam 56,8% das mortes infantis e as malformações congênitas evidenciam a segunda causa de mortalidade,
correspondendo a 11,2% (VICTORA, BARROS, 2001). Dentre as malformações congênitas geniturinárias, a extrofia de cloaca é
uma condição rara com incidência de 1 em 200.000 nascimentos (FUENZALIDA, CORREA, 2004). Diante da raridade desta
malformação, realizou-se um estudo de caso, pois há a importância da articulação do cuidado integral de enfermagem ao
individuo para compreender o ser humano em sua multidimensionalidade e a consideração de suas necessidades e a capacidade
de interferir em seu processo de vida e adoecimento. OBJETIVO: retratar os aspectos psicossociais do adolescente portador de
má formação de extrofia de cloaca com base na teoria de Orem e identificar as alterações anatômicas geniturinárias associadas
à extrofia de cloaca. MÉTODO: estudo exploratório-descritivo com abordagem quali-quantitativa, realizado com paciente
atendida em uma instituição hospitalar localizada no estado do Paraná, que nasceu com extrofia de cloaca, passou por processo
terapêutico e atualmente está na adolescência. Foram aplicadas as cinco etapas da Sistematização da Assistência de
Enfermagem com base na teoria de Orem para a coleta das informações, por considerar relevante subsidiar os profissionais de
enfermagem sobre a amplitude do cuidado que deve ser dedicado a este paciente, bem como reconhecer os fatores
intervenientes que podem afetar a qualidade de vida. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdades Pequeno Príncipe, sob número de CAAE 21961513.8.0000.5580. RESULTADOS: identificaram-se sete diagnósticos de
enfermagem delineando os aspectos psicossociais. As malformações associadas à extrofia de cloaca foram, duplo canal vaginal,
vagina atrésica, rim esquerdo hipoplásico com refluxo vesico uretral grau V e rim direito com má rotação. CONCLUSÃO: salientase a adequabilidade do processo de enfermagem baseado na Teoria de Orem para evidenciar fatores psicossociais no adolescer
bem como alterações associadas à malformação pelo Processo de Enfermagem. Percebe-se que é possível a aplicabilidade da
teoria referida, por isso há necessidade de encorajar os enfermeiros a prestar cuidados fundamentados em princípios teóricos
científicos e aplicar este referencial em novos estudos. Referências bibliográficas: HERRERA, JN. Malformaciones congênitas:
Generalidades. In: FUENZALIDA, PV. CORREA, FO. Extrofia de La cloaca. Malformacíones congênitas. Diagnóstico y manejo
neonatal. Editora Universitaria. 2005. HERRERA, JN. Malformaciones congênitas: Generalidades. In: GUZMÁN, MEH.
FERNÁNDEZ, RR. HERRERA, JN. Malformacíones congênitas. Diagnóstico y manejo neonatal. Editora Universitaria. 2005.
VICTORA, CG. BARROS, FC. Infant mortality due to perinatal causes in Brazil: trends, regional patterns and possible interventions.
São Paulo Medical Journal. V 119, n. 1. São Paulo, 2001. Acesso em: 12 de Março de 2015. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextepid=S1516-31802001000100009
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-057 - A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DO ACESSO VENOSO IDEAL EM PEDIATRIA - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
ALIADO À REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
BRUNA PASETTO; FERNANDA CARDOSO MACHADO
É inquestionável a importância da terapia endovenosa na recuperação do paciente hospitalizado havendo diversas formas de
acessar a rede venosa. Sabe-se que os acessos venosos periféricos são de curta permanência e nos pacientes pediátricos tornase inevitável repetidas punções, tornando a terapia cada vez mais difícil e traumática. Mesmo reconhecendo essas dificuldades,
os acessos periféricos ainda são os mais utilizados, seguidos dos acessos centrais duplo lúmen e, em menor quantidade, dos
acessos venosos centrais de inserção periférica (PICC). O presente trabalho tem como objetivo conscientizar os profissionais da
saúde atuantes em pediatria da importância da escolha correta do dispositivo venoso levando em consideração a durabilidade e
o tipo do tratamento. Como metodologia foi utilizada a revisão bibliográfica interativa, utilizando o relato de experiência das
autoras aliado à revisão bibliográfica. Os resultados apontam que a literatura defende o uso do PICC, mostrando inúmeras
vantagens em relação aos demais dispositivos. Porém, mesmo com tantas vantagens, foi constatado pelas autoras que o PICC
ainda é pouco utilizado, mesmo que o diagnóstico e situação clínica do paciente indiquem seu uso, sendo substituído em sua
grande maioria pelo acesso venoso periférico, e em poucas situações, pelo cateter central duplo lúmen. Concluímos que é
necessária a conscientização dos enfermeiros sobre a importância da autonomia na escolha do dispositivo ideal e de uma
comunicação efetiva com a equipe médica. É preciso que o enfermeiro conheça as indicações do PICC e torne-se habilitado, a
fim de realizar o procedimento com segurança nas unidades em que atua. Um organograma sobre a escolha do acesso seria uma
ferramenta de grande valia, sendo um instrumento fácil, rápido e seguro de utilizar, baseado em três características básicas no
tratamento endovenoso: duração da terapia, característica da droga a ser utilizada e a particularidade da rede venosa de cada
paciente
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PEn-058 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO DOS CUIDADOS À CRIANÇA PORTADORA DA DOENÇA
DE WERDNIG HOFFMANN
ODETTE MOURA DOS SANTOS; JOENI KOBREN; SANDRA MARA POMPEU DE LINHARES; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA;
GRACIELE MATIA; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH
FPP
A Atrofia Muscular Espinhal, também conhecida como Doença de Werdnig Hoffmann (WH) é uma doença hereditária
caracterizada pela atrofia muscular progressiva, causando a inatividade dos músculos essenciais resultando na incompatibilidade
com a vida; em geral, as crianças com a doença de WH raramente completam o primeiro ano de vida. Os objetivos do estudo
foram elencar os diagnósticos de enfermagem mais frequentes ao portador da doença de WH e elaborar um plano de cuidados
de enfermagem relacionados aos Diagnósticos de Enfermagem (DE) elencados. O estudo foi desenvolvido por meio de revisão
bibliográfica, utilizando como descritores: Atrofia Muscular Espinal e Cuidados de Enfermagem (CE) em busca de artigos na
Biblioteca Virtul em Saúde (BVS) resultando em apenas 4 (quatro) artigos disponíveis sendo complementados por literatura.
Dentre os DE e CE elencados destacam-se: Padrão ineficaz de alimentação caracterizada por sucção fraca resultando em
preensão insuficiente da região aréola mamilar relacionado à anomalia genética: Orientar família quanto à administração de
dieta via sonda naso/orogástrica e Pesar a criança diariamente; Mobilidade física prejudicada caracterizada pela incapacidade de
elevar tronco, membros superiores, sentar e se posicionar relacionado ao prejuízo neuromuscular: Manter criança em posição
fisiológica neutra usando travesseiros ou dispositivos de suporte e Realizar mudança de decúbito da criança no leito; Padrão
respiratório ineficaz caracterizado por capacidade vital diminuída e ventilação diminuída relacionada à disfunção
neuromuscular: Manter oximetria não invasiva para controle de saturação; Ansiedade relacionada à morte caracterizado medo
da dor relacionado à morte (família) relacionada à incerteza quanto ao prognostico: Encorajar a família a falar sobre os medos e
ansiedades em relação ao prognostico; Risco de aspiração relacionado à alimentação via sonda naso/orogástrica e presença de
traqueostomia /tubo traqueal: Avaliar posicionamento da sonda nasogástrica/enteral e Manter leito em proclive; Desobstrução
ineficaz de vias aéreas caracterizado por mudança no ritmo respiratório relacionada à disfunção neuromuscular: Realizar higiene
pulmonar rotineira incluindo aspiração de vias aéreas e Aspirar vias aéreas na presença de roncos, sibilos e dessaturações.
Diante do exposto, o estudo contribuiu para aperfeiçoar as intervenções de enfermagem para que a criança, bem como o grupo
familiar envolvido, tenham suporte e principalmente qualidade de vida, além de contribuir com a produção de conhecimento,
visto que, poucos são os relatos encontrados sobre o tema especialmente no que se refere à área da enfermagem. Ao
enfermeiro caberá realizar uma abordagem precoce, identificando as alterações sistêmicas que caracterizam a doença,
podendo planejar as intervenções, acompanhando a evolução da doença juntamente com equipe multiprofissional promovendo
o cuidado com qualidade.
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PEn-059 - NECESSIDADES EM SAÚDE DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS AO
TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS
CLAUDIA DE SOUZA; RENATA MACHADO DA SILVA; ALINE RIGO ESTEVÃO; JULIANA BERTOLIN GONÇALVES; LUCIANA FERREIRA
LEMOS; NEN NALÚ ALVES DAS MERCÊS; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: Os pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas vivenciam experiências que envolvem
toda a família. Estas famílias necessitam reestruturar sua rotina de forma a integrar o cuidado à criança/adolescente submetido
ao transplante. Este momento configura-se como um período de crise familiar, no qual muitas necessidades antes não
percebidas agora são sentidas. OBJETIVO: identificar as necessidades em saúde das famílias de crianças e adolescentes
submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa,
realizada com 15 famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas em um
Serviço de Transplante da Cidade de Curitiba. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas no período de dezembro de 2014
e março de 2015. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor de Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Paraná, parecer nº 726.145. RESULTADOS: Dentre as necessidades apontadas configuram-se a de apoio
psicológico para a família enfrentar este período de crise, e até mesmo, para o paciente. Suporte social para obtenção de
medicamentos não padronizados e de auxílio financeiro, devido aos elevados custos com medicações, transporte, moradia e
alimentação diferenciada, aliados a diminuição da renda familiar por deixarem o emprego para cuidar do filho. Auxílio para
ajuste estruturais no domicílio, a fim de atender as necessidades do paciente pós-transplante. CONCLUSÃO: identificar as
necessidades das famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas por parte dos
profissionais de saúde, corrobora para uma reflexão sobre sua prática profissional, almejando uma assistência multiprofissional
voltada a atender as reais necessidades em saúde não apenas do paciente, mas do seu núcleo familiar.
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PEn-060 - APOIO SOCIAL RECEBIDO PELAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES SUBMETIDOS AO
TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOÉTICAS
CLAUDIA DE SOUZA; ALINE RIGO ESTEVÃO; RENATA MACHADO DA SILVA; JULIANA BERTOLIN GONÇALVES; LUCIANA FERREIRA
LEMOS; NEN NALÚ ALVES DAS MERCÊS; VERÔNICA DE AZEVEDO MAZZA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: Os pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas vivenciam experiências que afetam
toda a família. Estas famílias necessitam reestruturar sua rotina de forma a integrar o cuidado à criança/adolescente submetido
ao transplante. Este momento configura-se como um período de crise familiar, sendo que uma rede social forte e integrada
pode proporcionar apoio a família neste momento. OBJETIVO: identificar o apoio social recebido pelas famílias de crianças e
adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas. METODOLOGIA: Pesquisa descritiva com
abordagem qualitativa, realizada com 15 famílias de crianças e adolescentes submetidos ao transplante de células-tronco
hematopoéticas em um Serviço de Transplante da Cidade de Curitiba. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas no
período de dezembro de 2014 e março de 2015. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Setor
de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, parecer nº 726.145. RESULTADOS: O apoio emocional recebido pelas
famílias advém principalmente dos membros da família nuclear e extensa, para os quais são demonstradas as emoções neste
período de crise, mas também, algumas pessoas da casa de apoio e profissionais de saúde do hospital também foram citadas. A
companhia social também foi referida como realizada pelos membros da família nuclear e extensa. A orientação cognitiva e de
conselhos CONCLUSÃO: identificar os elementos da rede de apoio social das famílias de crianças e adolescentes submetidos ao
transplante de células-tronco hematopoéticas por parte dos profissionais de saúde, corrobora para uma reflexão sobre a
dinâmica da rede de relações da família e, a partir desta, procurar expandir novas fontes de apoio, envolvendo família,
comunidade e sistemas de saúde, voltado para as reais necessidades de saúde das famílias.
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PEn-061 - SABERES E FAZERES DE ENFERMAGEM NO MANEJO DA DOR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PEDIÁTRICA
PALOMA PEREIRA PAVAN; IEDA HARUMI HIGARASHI
FACULDADES PEQUENO PRINCIPE, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
A dor é um fenômeno complexo, multidimensional e subjetivo que marca a vida da criança. A abordagem diagnóstica e
terapêutica de uma criança gravemente enferma em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica é em sua maioria invasiva e
agressiva devido à rotina de procedimentos freqüentemente realizados. Este estudo teve como objetivo desvelar o conceito de
dor dos profissionais de enfermagem da UTI-pediátrica, bem como identificar quais os principais fatores apontados como
elementos importantes na avaliação da dor na criança hospitalizada e especificar quais práticas assistenciais são utilizadas para
avaliação e controle da dor. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, transversal de abordagem quali-quantitativa. Os dados
foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada no mês de setembro de 2013. Participaram do estudo 13 profissionais
da equipe de enfermagem que atuavam na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica de um hospital-escola. RESULTADOS: A
análise dos relatos deu origem três categorias: Definindo a dor e sua importância no contexto da atenção em UTI-Pediátrica;
Avaliando a dor na realidade da atenção intensiva pediátrica; Estratégias para o manuseio da dor em pediatria. Evidenciou-se
que os profissionais definem a dor como sendo uma sensação de incômodo, desconforto, inquietação e alteração profunda no
bem-estar e percebem a diferença na avaliação desse sintoma, no entanto não utilizam métodos validados para mensurá-la. O
controle farmacológico da dor foi colocado pelos profissionais como principal maneira de alivio desse sintoma, sendo os
métodos não-farmacológicos utilizados como segunda alternativa. CONCLUSÃO: Persistem ainda na realidade assistencial
dificuldades a serem superadas para a plena adequação da atenção no controle da dor, pois a maior parte se restringe aos
métodos farmacológicos e não visualiza o sintoma de forma ampla. No entanto, há preocupação e interesse dos profissionais em
buscar iniciativas que viabilizem a utilização de protocolos voltados ao manejo da dor na realidade da assistência pediátrica.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-062 - INTERNAÇÕES POR ANEMIAS NUTRICIONAIS EM MENORES DE 5 ANOS NO ESTADO DO PARANÁ – 2000
A 2012
LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; IEDA HARUMI HIGARASHI; ISABELLA SCHROEDER ABREU; MAICON
HENRIQUE LENTSCK; JORGE MARCELO SAUKA; MARIANA LUSTOSA BERLING
UNICENTRO, UEM
INTRODUÇÃO: As anemias nutricionais podem ser definidas como processo patológico no qual a concentração de hemoglobina
encontra-se baixa como consequência de uma deficiência de nutrientes, independentemente da causa dessa deficiência. Pode
ocorrer a deficiência de ferro, vitamina B12, vitamina C, ácido fólico, folato e outros nutrientes. A anemia na infância pode
provocar dificuldades na aprendizagem da linguagem, distúrbios psicológicos e comportamentais, além de debilitar a defesa
imunológica, facultando a ocorrência e/ou agravamento de doenças infecciosas. Este estudo teve como objetivo caracterizar as
internações por anemias nutricionais em menores de 5 anos residentes no Paraná nos anos de 2000 a 2012. Trata-se de um
estudo descritivo de abordagem quantitativa. A fonte de dados das internações foi o site DATASUS, pelo Sistema de Informação
Hospitalar (SIH-SUS). Foi confeccionado um banco de dados com as informações proveniente da Autorização de Internação
Hospitalar (AIH). Para este estudo selecionou-se somente as internações do grupo D 50.0 ao 53.0 do CID-10, os quais referem-se
as anemias nutricionais. Foram calculadas as taxas pela razão entre o número total de internações na faixa etária entre 0 a 5
anos pela população total residente nesta faixa etária e período, multiplicando-se por 100.000. Para a tabulação dos dados e
cálculo utilizaram-se os softwares Microsoft Office Excel (versão 2007) e SPSS (versão 18.0). O estudo é dispensado de análise
ética por considerar o uso de dados secundários de acesso público e disponibilizados pela internet. Nos anos de 2000 a 2012 o
Paraná registrou o total de 991.059 internações hospitalares de crianças menores de 6 anos, destas 1.523 (0,15%) foram
causadas por anemias nutricionais. Apesar de representar uma pequena porcentagem, ao analisarmos as taxas verificou-se que
maiores taxas nos anos de 2002 a 2004 (7,50, 7,81, 7,85 respectivamente), sendo que a menor taxa concentrou-se no ano de
2009 (4,00). Já nos últimos anos verificou-se que as taxas mantiveram praticamente estáveis, sendo 4,80 em 2011 e 4,20 em
2012, semelhantes as taxas dos anos 2000 (4,25). Em reação ao sexo, verificou-se 43% do sexo masculino e 57% feminino. um
dado agravante refere-se a faixa etária, pois 48% das internações foram de crianças entre 12 a 24 meses. Em relação aos tipos
de anemia verificou-se que 68% corresponderam a anemias nutricionais sem a especificação da vitamina ou mineral, 29%
anemia ferropriva, 1,22% deficiência de folato, 1,78% deficiência de vitamina B12. Conclui-se que os serviços de saúde devem
atuar na promoção à saúde e prevenção de anemias, valorizando a puericultura e o trabalho multi e interdisciplinar. Realizar
ações efetivas quando fatores de risco forem identificados, intervindo precocemente e assim evitando internações
desnecessárias. Ressalta-se o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, reformulado em 2013, que é uma das estratégias
para o combate da deficiência de ferro no Brasil, o programa objetiva a prevenção e controle da anemia por meio da
administração profilática de suplementos de ferro às crianças de 6 a 24 meses de idade. A melhoria da qualidade de vida as
famílias brasileiras também tem influencia positiva no surgimento de anemias nutricionais.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-063 - SEGURANÇA DO PACIENTE: REVISÃO E REFLEXÃO PARA O PROCESSO DE TRABALHO DA ENFERMAGEM
WALQUIRIA QUIRINO DE QUEIROZ
A segurança do paciente tornou-se uma preocupação mundial em função de práticas inseguras relacionadas à assistência e pode
ser entendida como o ato de evitar, prevenir e melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas no processo de
atendimento médico hospitalar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem lançado, isoladamente ou em parceria com outras
organizações, vários desafios e diretrizes com o intuito de fornecer subsídios para a discussão das realidades locais e,
especialmente, para que as instituições de saúde tenham um ponto de partida para implantar e promover medidas de
segurança imperativas e urgentes. O é erro é definido como não intencional, multifatorial, eminentemente resultante de falhas
do sistema, mais do que do individuo, sendo possível sua prevenção, para isso, é necessária a adoção de cultura organizacional
que gera analise sistêmica de falhas. Este estudo de revisão de literatura tem como objetivo refletir acerca de melhorias na
pratica da enfermagem e estas, como promoção e prevenção de ricos da segurança do paciente. Para realizar essas atividades
os enfermeiros necessitam de instrumento conceitual e teórico abordando a realidade a pratica. Foram analisados artigos
publicados na base de dados da Biblioteca virtual em saúde, BDENF e Scielo; e sites do Ministério da saúde, ANVISA, COFEN; que
atendem a um período de cinco anos. Foram analisados 12 artigos e a análise foi realizada por meio do método comparativo,
onde os conceitos associados à segurança do paciente foram examinados. Recentemente, o Ministério da saúde e a ANVISA
lançaram o Programa Nacional de segurança do Paciente, por meio da Portaria nº 529, de 1 de abril de 2013. O objetivo é
reduzir a incidência de eventos adversos envolvendo a segurança dos pacientes com vistas na gestão de risco, que definida
como aplicação sistêmica e contínua de iniciativas procedimentos, condutas e recursos na avaliação e controles dos riscos e
eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem
institucional. É necessário que os educadores busquem incentivar e sensibilizar os profissionais da saúde e principalmente os
futuros profissionais, assim como a partir de agora, todos os hospitais deverão montar Equipes de núcleo de Segurança do
paciente para que sejam aplicados e fiscalizados todos os protocolos. Os serviços de saúde deverão também notificar no site da
ANVISA a ocorrência de eventos adversos. Alguns temas são destacados como a higienização das mãos, a segurança do sangue e
hemoderivados em transfusões, a administração segura de medicamentos em procedimentos cirúrgicos, o saneamento e o
gerenciamento dos resíduos. A segurança do paciente é fundamental para o cuidado com a saúde e um imperativo ético e moral
do cuidado para com os outros; e é de responsabilidade compartilhada entre os profissionais de Enfermagem e os demais que
atuam, direta e indiretamente, na área da saúde. Espera-se que este estudo desperte novos olhares para a formação do
profissional enfermeiro no sentido de buscar subsídios para a discussão das temáticas em questão.
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PEn-064 - INTERNAÇÕES POR ICTERÍCIA EM RECÉM-NASCIDOS NO ESTADO DO PARANÁ – 2000 A 2012
LETICIA GRAMAZIO SOARES; LARISSA GRAMAZIO SOARES; IEDA HARUMI HIGARASHI; ISABELLA SCHROEDER ABREU; JORGE
MARCELO SAUKA; MARIANA LUSTOSA BERLING; DANIELE MOREIRA DE LIMA; MAICON HENRIQUE LENTSCK
UNICENTRO, UEM
A icterícia é uma doença muito frequente nos primeiros dias de vida, geralmente representa um fenômeno transitório, apesar
disso alguns recém-nascidos necessitam de tratamento hospitalar para uso de fototerapia. Este estudo teve como objetivo
caracterizar as internações por icterícia em recém-nascidos residentes no Paraná nos anos de 2000 a 2012. Trata-se de um
estudo descritivo de abordagem quantitativa. A fonte de dados das internações foi o site DATASUS, pelo Sistema de Informação
Hospitalar (SIH-SUS). Foi confeccionado um banco de dados com as informações proveniente da Autorização de Internação
Hospitalar (AIH). Para este estudo selecionou-se somente as internações do grupo P58 e P59 do CID-10, os quais referem-se as
incterícias neonatais. Foram calculadas as taxas pela razão entre o número total de internações na faixa etária de nascidos vivos
pela população total residente nesta faixa etária e período, multiplicando-se por 10.000. Para a tabulação dos dados e cálculo
utilizaram-se os softwares Microsoft Office Excel (versão 2007). O estudo é dispensado de análise ética por considerar o uso de
acesso público disponibilizados pela internet. Nos anos de 2000 a 2012 o Paraná registrou o total de 89.399 internações
hospitalares de recém-nascidos (0 a 28 dias de vida), destas 3.968 (4,4%) foram causadas por icterícia. Apesar de representar
uma pequena porcentagem, um dado importante do estudo refere-se a análise das taxas de internação. Verificou-se aumento
progressivo nos anos estudados, sendo que de 2010 a 2012 encontrou-se as maiores taxas (2,73; 3,52; 2,84 respectivamente).
Dentre os diferentes tipos de icterícia 3.263 (82%) das internações foram notificadas como icterícia neonatal não especificada
(CID-10 59.9). Em relação ao sexo, houve pouca variação nos anos estudados, verificou-se 52% do sexo masculino e 48%
feminino. Sobre a duração da internação observamos uma média de 10 dias, sendo que (1.469) 37% dos casos necessitaram de
cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Conclui-se que a icterícia neonatal é um agravo a saúde dos neonatos que
apresenta alta incidência, pois tem mantido altas taxas no decorrer dos anos. Apesar das várias causas ressalta-se a importância
de realizar o primeiro atendimento do bebê, tão logo ele chegue à comunidade, preferencialmente nos primeiros dias de vida.
Este atendimento deve ser realizado por enfermeiro de maneira sistematizada, com exame físico completo, com objetivo de
orientar a mãe e encaminhar para consulta médica quando necessário, prevenindo formas graves da doença.É possível evitar
internações e gastos desnecessários, muitas vezes hospitalizações prolongadas, que afetam negativamente o desenvolvimento
do neonato na família. Algumas medidas de controle, em alguns tipos de icterícia podem ser bem aplicadas e se supervisionadas
serão efetivas no controle, tais como banho de sol e incentivo a amamentação.
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PEn-065 - CONDUTAS DE ENFERMAGEM FRENTE AO MANEJO ADEQUADO DOS RUÍDOS EM AMBIENTE DE TERAPIA
INTENSIVA NEONATAL
CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA
Em um ambiente hospitalar o avanço e a tecnologia necessária para que o paciente receba uma assistência de qualidade acaba,
em muitas vezes, acarretando um ambiente perturbador, com ruídos excessivos. Todos os efeitos causados pelo ruído são
agravados no RNPT ,principalmente, pela imaturidade do cérebro para processar e registrar as informações sensoriais, sendo
então muito mais sensível e incapaz de selecionar os estímulos recebidos devido à falta de controles inibitórios . Estes efeitos
podem comprometer o processo de seu desenvolvimento e crescimento; podem ter como consequencia um aumento de
consumo calórico e, portanto, ganho de peso lento; alteração de repouso e sono, agitação, irritabilidade ( Tamez e Silva, 1999).
Além dos prejuízos causados ao recém - nascido, o ruído excessivo pode causar prejuízos para as outras pessoas que convivem
no ambiente da UTIN, tendo seu bem estar físico e mental prejudicados. De acordo com Medeiros (1999) por ser um som
indesejável o ruído pode irritar e, conseqüentemente, diminuir a capacidade de concentração, afetando o desempenho na
habilidade de realizar algumas tarefas . Sendo assim, o intuito deste estudo foi identificar condutas que possam favorecer o
conforto do recém nascido internado em UTI Neonatal, bem como, da equipe que o acompanha. Para isso optou-se pelo tipo
revisão bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos
científicos (MINAYO, 2006). Como resultado desta minuciosa revisão, foram identificadas as seguintes condutas como aliadas
ao processo de diminir o estresse do ambiente intensivo neonatal: - Diminuir o volume das vozes; - Diminuir o volume do
telefone; - Atender prontamente aos alarmes; - Desligar alarmes desnecessários; - Atentar para o uso do rádio neste ambiente:
Limitá-lo para apenas horários propícios com músicas indicadas para os recém nascidos; - Manipular a incubadora com cuidado;
- Evitar apoiar objetos sobre a superfície da incubadora; - Fechar cuidadosamente as portas ( sem deixá-la bater); - Fechar
cuidadosamente as lixeiras; - Pressionar delicadamente os fechos das portinholas; - Não utilizar telefones celulares dentro da
unidade; - Orientar os pais para estes mesmos cuidados. E ainda, entende-se como de extrema importância, a implantação da
Hora do Silêncio nas UTIN. É importante sinalizar que a UTI Neonatal é uma área de silêncio e implementar horários de silêncio.
Trata-se de um programa de redução de ruídos que requer a cooperação de toda a equipe multidisciplinar. Neste horários as
seguintes sugere-se as seguintes condutas: - A UTIN deve ser sinalizada alertando todas as pessoas deste horário; - Nenhum
procedimento eletivo deve ser realizado por qualquer profissional; - Os cuidados com relação à ruídos e luminosidade devem ser
intensificados, em prol de um bom padrão de sono; - As lâmpadas principais deverão ser desligadas e no período noturno, a
lâmpada auxiliar, de menor intensidade, será ligada em local estratégico. Conclui-se que desta forma será possível oferecer um
ambiente mais confortável e menos estressante para aqueles que deixaram há pouco o seu maior conforto.
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PEn-066 - PROTEINOSE ALVEOLAR CONGÊNITA: UM DESAFIO NO CUIDADO NEONATAL
IZABELA LINHA SECCO; TAINE COSTA
HOSPITAL INFANTIL WALDEMAR MONASTIER
INTRODUÇÃO: A proteinose alveolar pulmonar (PAP) é uma rara síndrome clínica caracterizada pelo acúmulo excessivo de
material lipoproteináceo no interior dos alvéolos, interferindo significativamente nas trocas gasosas, podendo evoluir para
insuficiência respiratória grave. Descrita pela primeira vez em 1958, ainda há lacunas no entendimento desta doença e sua
patogênese está sustentada na diminuição da depuração do surfactante no alvéolo. Duas formas são reconhecidas: a primeira
adquirida, sendo predominante em adultos e o tipo mais comum, a segunda congênita, ocorrendo no período neonatal e parece
ser resultado de mutações em genes que codificam o surfactante. OBJETIVOS: Divulgar um caso de PAP congênita ocorrido em
um hospital do sul do Brasil, evidenciando o grande impacto na sobrevida do neonato, além de ampliar o conhecimento dos
profissionais de saúde sobre essa doença rara. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caso utilizando a técnica documental para
coleta de dados que se deu através do levantamento de informações do prontuário do paciente. RESULTADOS: Devido os
macrófagos alveolares desempenharem uma importante função na depuração de proteínas do surfactante e lipídios, é plausível
que uma depuração prejudicada ou diminuída do surfactante pelos macrófagos cause PAP. A forma congênita manifesta-se logo
após o nascimento, evoluindo com falência pulmonar severa e normalmente para óbito mesmo com reposição exógena de
surfactante ou suporte de vida extracorpóreo. O diagnóstico inicial geralmente inclui radiografia e tomografia computadorizada
de tórax, porém o padrão ouro e assertivo consiste em biópsia pulmonar a céu aberto. CONCLUSÃO: A forma congênita
contribui para a minoria dos casos, entretanto, torna-se mais agravante porque as alternativas terapêuticas no período neonatal
são escassas e decepcionantes, ainda com ventilação mecânica convencional, sendo insuficiente para prevenir a fatalidade da
doença. Atualmente, o transplante pulmonar é a única terapêutica eficaz para impedir tal evolução.
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PEn-067 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL.
CLAUDIA CRISTINNE GOMES CARDOSO; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; CARLA THAILENNA JORGE PEREIRA; CINTIA FLORES MUTTI;
ISABELA CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; MARIANE DE MELO COSTA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: A redução da mortalidade infantil ainda configura-se em grande desafio para diversos países, inclusive para o
Brasil. Ainda que avanços significativos tenham sido alcançados nos últimos anos, ainda há muito que se fazer para melhorar a
assistência à saúde infantil no país. Dentre as principais causas de morte entre menores de cinco anos, destacam-se a
prematuridade, as infecções respiratórias, as complicações relacionadas ao parto e as doenças diarreicas. A mortalidade infantil
afeta, ainda, desproporcionalmente, diferentes classes socioeconômicas, sendo maior o número de óbitos entre as classes
menos favorecidas (UNICEF, 2014; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). OBJETIVO: analisar o perfil epidemiológico de recém-nascidos
(RN) prematuros hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). MÉTODO: trata-se de um estudo
documental, em que os dados foram coletados em prontuários de RN hospitalizados na UTIN, de uma maternidade localiza no
município de Palmas – Tocantins/Brasil, nos meses de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. As informações foram armazenadas
em banco de dados informatizado, no programa Microsoft Excel, e submetidas à análise estatística descritiva, exploradas por
frequências simples e percentuais. Essa pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, sob o protocolo 040/2014.
RESULTADOS: no período da coleta de dados, 180 (100%) RN foram hospitalizados na UTIN. Destaca-se, entre as causas de
internação nessa unidade, o nascimento prematuro, responsável por 104 (57,8%) internações. Entre as crianças com nascimento
prematuro, 59 (56,7%) gestantes apresentaram complicações na gestação. A idade gestacional variou de 23 a 36 semanas e, o
peso ao nascimento, de 515 gramas a 3.326 gramas. A maioria das internações aconteceram logo após o nascimento da criança
(81; 77,9%) e, ao total, 19 (18,3) RN foram à óbito. Do total de nascimentos prematuros (104; 100%), em 43 (41,3%) casos
registrou-se somente prematuridade e em 61 (58,7%) ela esteve associada a outro agravo à saúde, tais como cardiopatia,
malformação congênita, sepse e sífilis. CONCLUSÃO: a prematuridade é uma complicação frenquente que pode levar ao óbito
infantil. Muitas vezes, ela pode, ainda, estar associada a outros agravos à saúde, tais como cardiopatia, malformação congênita,
sepse, sífilis entre outros. Assim, as UTIN devem estar preparadas para receber crianças nessa situação, com estrutura física
adequada e profissionais de saúde especializados, com o objetivo de garantir a manutenção da vida do RN gravemente enfermo.
Todavia, também é necessário qualificar a assistência de pré-natal oferecida nas Unidades Básicas de Saúde, visando prevenir
complicações e, consequentemente, reduzir o número de nascimentos prematuros, de complicações neonatais e de
mortalidade infantil. REFERÊNCIAS: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual AIDIPI neonatal. 3 ed. Brasília, 2012. UNICEF. UNITED
NATIONS CHILDREN’S FUND. Committing to Child Survival: a Promise Renewed - Progress Report 201 New YorK, 2013.
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PEn-068 - EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS POR MÃES DE RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL.
PAOLA REGINA DOS SANTOS; LEIDIENE FERREIRA SANTOS; ISABELLA AFONSO DE SOUZA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA
CRISTINE FERREIRA FERNANDES; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), configura-se em local de alta tecnologia que, aliada ao
conhecimento técnico especializado dos profissionais, tem proporcionado boa assistência e melhores taxas de sobrevivência a
recém-nascidos (RN) gravemente enfermos. Entretanto, a internação do RN nessa unidade é um evento estressante às famílias,
que vivenciam diferentes sentimentos e emoções, como tristeza, medo, pena, culpa e impotência (SANTOS et al., 2012).
OBJETIVO: compreender a experiência de ter e conviver com recém-nascido hospitalizado em Unidade de Terapia Intensiva
Neonatal. MATERIAIS E MÉTODOS: pesquisa descritiva exploratória, de abordagem qualitativa, realizada com 10 mães de RN
hospitalizados na UTIN de uma maternidade pública, localizada no município de Palmas – TO/Brasil, em que a coleta de dados
aconteceu nos meses de setembro a dezembro de 2014, por meio de entrevista individual, norteada pela seguinte questão:
“fale-me sobre a experiência de ter e conviver com RN hospitalizado em UTIN”. As entrevistas foram transcritas e submetidas à
técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2010). Essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
Humana da Universidade Federal do Tocantins (protocolo 036/2014). RESULTADOS: os resultados levaram à proposição da
categoria “Vivencias maternas e significados da internação do RN em UTIN”. Notou-se que diversos sentimentos e situações
podem ajudar a mãe do RN à experienciar, de modo menos traumático, o processo de hospitalização da criança. Entretanto,
algumas situações corroboram comprometer significativamente o bem estar materno/familiar e, inclusive, prejudicar a
interação família/criança e família/equipe de saúde, tais como desconhecimento, “quebra” do vínculo entre mãe e filho,
insegurança, privação do convívio social e familiar, submissão à rotina hospitalar e impotência diante da situação em que se
encontra o RN. CONCLUSÃO: ter um filho hospitalizado em UTIN resulta em intenso sofrimento para as mães e em alterações
significativas na dinâmica familiar. De modo quase consensual, verificou-se que essa situação afeta o relacionamento familiar, a
saúde física e mental e a manutenção da rede social das mães. Acreditamos que os resultados deste estudo podem subsidiar
intervenções direcionadas às reais necessidades da mãe que experiencia a situação de ter o filho, recém-nascido, hospitalizado.
Embora o sofrimento dos familiares seja comum e frequente, nas UTIN, é preciso deixar de ser percebido, pelos profissionais de
saúde, como algo normal e esperado no contexto hospitalar. É necessário que estes reflitam sobre sua prática e passem a se
sentir inquietos e incomodados frente ao sofrimento das famílias, ao ponto de se verem compelidos a procurar novas
estratégias de atuação para mudar esse cenário. Referências: - BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010. SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC; FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia
para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm. 2012;14(1):42-9.
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PEn-069 - DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM FAMÍLIAS DE RECÉM-NASCIDOS
HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA.
LEIDIENE FERREIRA SANTOS; LIZETE MALAGONI DE ALMEIDA CAVALCANTE OLIVEIRA; CINTIA FLORES MUTTI; ISABELA CRISTINE
FERREIRA FERNANDES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INTRODUÇÃO: a hospitalização do recém-nascido (RN) em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) é um evento
estressante que leva à família a vivenciar sentimentos de angústia, dúvida, medo e incertezas, além da dificuldade de aceitação
em relação à separação do filho. Nesse cenário, destaca-se que a identificação de diagnósticos das necessidades da família
permite a implementação de intervenções que qualificam e humanizam a assistência oferecida pelos profissionais da saúde
(SANTOS et al., 2012). OBJETIVOS: identificar os principais Diagnósticos de Enfermagem (DE) em famílias de Recém-nascidos
hospitalizados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e descrever Intervenções de Enfermagem (IE) em um grupo de apoio a
pais e familiares (GRAPF) de crianças hospitalizadas. MÉTODO: trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, de
abordagem qualitativa, baseada em dados produzidos durante sessões de um Grupo de Apoio a Pais e Familiares (GRAPF) de RN
hospitalizados em uma UTIN, de um Hospital Escola de alta complexidade, no período de fevereiro a julho de 2010. Ao total
foram gravadas, em mídia digital, oito sessões do GRAPF e, posteriormente, transcritas pelas pesquisadoras. A coleta de dados,
a análise do material e a identificação dos Diagnósticos de Enfermagem/DE, foram sustentadas pela Teoria das Necessidades
Humanas Básicas (HORTA, 1979). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Humana (protocolo 153/2009).
RESULTADOS: por meio da análise dos depoimentos dos familiares foram identificados os seguintes DE: Padrão de sono
prejudicado; Manutenção do lar prejudicada; Conhecimento deficiente; Comunicação verbal prejudicada; Risco de baixa
autoestima situacional; Paternidade ou maternidade prejudicada; Tensão do papel de cuidador; Processos familiares
interrompidos; Interação social prejudicada; Síndrome do estresse por mudança; Sentimento de impotência; Medo e Conforto
prejudicado. Em respostas aos DE, foram implementadas as seguintes IE (DOCHTERMAN; MCCLOSKEY; GLÓRIA, 2008):
Atividades para “aumento da socialização” e “educação para saúde”. CONCLUSÃO: os DE identificados nesse estudo indicam
que a família é uma unidade complexa com diversas necessidades, interesses, contradições e com forte influência nos
comportamentos de saúde. Por isso, a equipe de saúde deve estabelecer relação cordial e de empatia com essa clientela, pois
ela sente dificuldade em lidar com o sofrimento da criança e, também, com seu próprio sofrimento. A identificação dos DE, à luz
das Teorias das necessidades Humanas Básicas, se mostrou uma estratégia eficaz, qualificada e segura, para descrever as
verdadeiras demandas das famílias e, dessa maneira, favorecer a implementação de intervenções de enfermagem capazes de
atender integralmente essa clientela. Referências: - DOCHTERMAN J, MCCLOSKEY B, GLÓRIA M. Classificação das intervenções
de enfermagem (NIC). Trad. Regina Machado Garcez. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2008. - HORTA WA. Processo de Enfermagem.
São Paulo: EPU; 1979. -North American Nursing Diagnosis Association. Diagnóstico de enfermagem da NANDA: definições e
classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed; 2013. - SANTOS, LF; OLIVEIRA, LMAC; MUNARI, DB; PEIXOTO, MKAV; SILVA CC;
FRREIRA, ACM, et al. Grupo de suporte como estratégia para assistência de enfermagem a família de recém-nascidos
hospitalizados. Rev Eletrônica Enferm 2012;14(1):42-9.
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PEn-070 - O PROCESSO DE CUIDAR DOS FILHOS: DESVELANDO A REALIDADE DE MÃES ENFERMEIRAS
BRUNA CAROLINE RODRIGUES; REBECA ALMEIDA FERRARESE; AMANDA VALESE COELHO; ROSIMARA OLIVEIRA QUEIROZ;
BRUNO MASCHIO NETO; IEDA HARUMI HIGARASHI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
A criação dos filhos é um processo que está inserido no contexto familiar. Entretanto, atualmente, em decorrência das
demandas financeiras, os pais passam grande parte do dia fora de casa e deixam seus filhos sob os cuidados de terceiros. Este
processo de terceirização do cuidado não raramente acaba gerando um sentimento de frustração nas mães, no que diz respeito
ao pleno exercício do papel materno. É sabido que, historicamente, a profissão de enfermagem sempre esteve atrelada à figura
feminina, da mesma forma que o papel socialmente atribuído à mulher sempre esteve associado ao exercício da maternidade e
à função de cuidar dos demais membros da família e criar/educar os filhos. Neste contexto, o presente estudo teve como
objetivo compreender o processo de realização do cuidado com os filhos no contexto de vida de mães enfermeiras. Trata-se de
um estudo descritivo-exploratório com abordagem qualitativa. Para o recrutamento das participantes do estudo, optou-se pela
amostragem intencional, por meio da utilização da técnica de bola de neve (snow ball) para seleção de 10 mães enfermeiras. A
coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2011 a janeiro de 2012 por meio de entrevistas semiestruturadas,
submetidas à análise de conteúdo temática. A partir dos resultados foi possível delinear duas categorias temáticas principais:
Vivências da maternidade e maternagem de mães enfermeiras; Exercício profissional e o processo de criação dos filhos. A
primeira teve como escopo de discussão, as vivências da maternidade sob a ótica de profissionais enfermeiras; a segunda
analisou as influências da formação profissional sobre o exercício do papel materno. Os resultados do estudo evidenciaram que
o ato de cuidar envolve uma situação de pessoalidade, vivenciada por cada mãe de forma bastante particular, e que envolve
sentimentos de angústia por parte destas mulheres trabalhadoras, ao terem que delegar a criação e cuidado dos filhos, para
paradoxalmente, se dedicarem ao cuidado de seus pacientes. Ademais, o estudo permitiu concluir que as
mulheres/mães/enfermeiras sofrem com pressões internas relacionadas à profissão e à suposta obrigação de prestar um
cuidado adequado, seja em sua dimensão profissional quanto em sua dimensão pessoal, em especial no que tange ao cuidado
de seus próprios filhos.
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PEn-071 - MANEJO DA DOR EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA: CONSIDERAÇÕES DOS
ENFERMEIROS SOBRE A PRÁTICA
PALOMA PAVAN; ROBERTA TOGNOLLO BOROTTA; REBECA ALMEIDA FERRARESE; KAYNA TROMBINI SCHMDIT; JAQUELINE DIAS;
IEDA HARUMI HIGARASHI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
INTRODUÇÃO: A dor é um sintoma comum que integra o quadro clínico de várias patologias e é referida por indivíduos de
diversas faixas etárias. Sua presença se contrapõe à sensação de bem-estar, sendo usualmente associada à ideia de que algo não
vai bem. A sensação dolorosa foi, e continua sendo uma das maiores preocupações da humanidade, e por meio da busca pelas
suas razões e métodos de controle, contribui também para a evolução das ciências médicas e da saúde. Incorporar a
mensuração da dor à verificação dos sinais vitais assegura que todos os pacientes tenham acesso às intervenções para alívio do
estímulo doloroso, da mesma como ocorre quando outras alterações são identificadas. A avaliação e mensuração da dor não é
uma tarefa fácil, porém deve se tornar rotineira, principalmente nas unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP), local de
internação de crianças graves, altamente submetidas a procedimentos dolorosos e geralmente com capacidade de comunicação
prejudicada. OBJETIVOS: desvelar o conceito de dor na opinião dos enfermeiros que atuam em UTIP, identificar os elementos
para avaliação da dor, e elencar as práticas para seu controle dentro da UTIP. MATERIAL E MÉTODOS: trata-se de um estudo
descritivo, de abordagem qualitativa, realizado junto a enfermeiros que atuam em UTIP. Foram entrevistados 13 profissionais
durante o mês de setembro de 2013, com a seguinte questão norteadora: Como você define a dor? As entrevistas foram
gravadas, e posteriormente transcritas na íntegra, sendo submetidas à análise de conteúdo. A pesquisa cumpriu as exigências
preconizadas pela resolução nº 466 do Conselho Nacional de Saúde, e foi aprovada pelo comitê de ética com parecer nº:
350.113. RESULTADOS: somente um dos 13 profissionais era do sexo masculino. Em relação à categoria de trabalho, nove eram
enfermeiros e quatro eram técnicos de enfermagem. A idade variou entre 28 e 56 anos, com tempo de formação entre quatro e
30 anos, e média de experiência de 20 anos. Em relação à formação complementar, nove possuíam título de especialização,
porém apenas três eram na área enfermagem pediátrica. Após análise dos relatos, emergiram as seguintes categorias: Dor e sua
importância no contexto da atenção em UTIP; Avaliando a dor na realidade da atenção intensiva pediátrica; e Estratégias para o
manejo da dor da clientela pediátrica. CONCLUSÃO: o estudo ajudou a demonstrar que os profissionais se interessam pelo tema,
pois revelaram preocupação em buscar iniciativas que viabilizem a utilização de protocolos voltados ao manejo e alívio da dor,
bem como de um processo de educação permanente que mantenha a equipe sensibilizada.
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PEn-072 - ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO DA ESF COM CRIANÇAS PORTADORAS DE DIABETES MELLITUS TIPO 1
RAFAELA DA COSTA VIEIRA; AMANDA NALESSO TEIXEIRA; MARCELA NOVAK; MARCIA SENEM TAHAN; JULIANA OLLÉ MENDES DA
SILVA
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
O Diabetes Mellitus (DM1) vem se tornando um problema de saúde pública. As consequências econômicas, sociais e humanas
são devastadoras, configurando-se como uma epidemia mundial, e um grande desafio para os sistemas de saúde. O DM1 é uma
das doenças crônicas e endócrino-metabólica mais comum na infância e também uma das mais importantes nessa faixa etária
pediátrica, sendo necessária adaptação por parte da criança e da família, nos âmbitos psicológico, social e físico. Não são poucas
as dificuldades encontradas com relação ao tratamento e ao acompanhamento do DM1, fazendo da obtenção do controle um
desafio aos profissionais e família. A Unidade Básica de Saúde, estruturada de acordo com a Estratégia Saúde da Família (ESF), é
a porta de entrada da rede pública à estes pacientes. O objetivo foi identificar a atuação do enfermeiro na ESF com crianças
portadoras da DM1, contribuindo para um melhor manejo da doença pela criança e família, sendo o enfermeiro atuante no
processo de educação em saúde. Tratou-se de uma Revisão Bibliográfica seguida de abordagem quantitativa. A base para a
busca foi a Biblioteca Regional de Medicina, entre 2007 e 2013, sendo ampliado devido a poucos artigos encontrados referente
ao tema, os critérios de inclusão/exclusão estabelecidos para a análise dos dados foram: artigos completos, em português,
publicados em periódicos da saúde, protocolos, impressos de órgãos oficiais a nível Federal, Estadual e Municipal no período
temporal acima definido. Foram usados os seguintes descritores; Enfermagem Diabetes Mellitus 1; crianças Diabetes Mellitus,
Enfermeiro do ESF, aparecendo no título ou no resumo dos artigos. Ao analisar a amostra, observou-se que o DM1 só é
identificado em situações agudas da doença, como a cetoacidose diabética. Ficou evidenciado que esta doença requer cuidados
especiais que modificam sobremaneira a vida de seus portadores. Destacou-se a importância do Enfermeiro da ESF, pois
estabelece ações em saúde voltadas às necessidades da criança e da família e que para o alcance de resultados satisfatórios,
necessita do trabalho interdisciplinar efetivo. Sendo assim, diante destas percepções/observações conclui-se que este estudo
atingiu o objetivo proposto, porém, houve a limitação do número de publicações sobre o tema. Este estudo pode servir de base
para novas pesquisas, uma vez que ainda existe a necessidade deste profissional de intensificar suas ações estratégicas para
uma assistência de enfermagem à criança portadora de DM1 e sua família, e de se libertar das influências históricas do modelo
biologicista e hospitalocêntrico.
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PEn-073 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM MIELOMENINGOCELE
LEIRI FÁTIMA DE PARIS; ALINE BUENO DE FRANÇA; ELIANE SOUZA DOS SANTOS; GIULLIANO ALMEIDA E SILVA; KAMILA ALVES;
MARIA HELENA BORGES BIUN; MILENA DA COSTA; DÉBORA Mª VARGAS MAKUCH; JULIANA OLLÉ MENDES DA SILVA
FPP
A Mielomeningocele (MMC) é uma malformação embrionária do sistema nervoso central que ocorre nas primeiras quatro
semanas da gestação, recorrente de um defeito no fechamento do tubo neural (DFTN) de etiologia multifatorial com
participação de fatores genéticos e ambientais. O Enfermeiro possui papel importante no cuidado de pacientes portadores da
MMC, preparando o paciente e familiares para uma assistência adequada e de qualidade. O método utilizado para este estudo
foi a Revisão Integrativa. Assim, o objetivo do estudo foi realizar revisão integrativa sobre MMC e suas implicações em pacientes
pediátricos, elencar os Diagnósticos de Enfermagem mais frequentes ao portador desta patologia e elaborar plano assistencial
enfatizando as etapas da Sistematização da Assistência de Enfermagem. A base de dados escolhida para a busca de artigos foi a
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando na primeira busca os descritores: mielomeningocele and cuidados de Enfermagem e
na segunda busca apenas mielomeningocele resultando em 9 (nove) artigos relevantes ao tema. Da leitura e análise destes
estudos emergiram 2 (duas) categorias: Categoria I - Mielomeningocele e suas implicações e Categoria II - Prevenção e
diagnóstico da Mielomeningocele e, através da Enfermagem Baseada em Evidência, foi possível elencar os Diagnósticos de
Enfermagem e respectivas Prescrições de Enfermagem: Eliminação urinária prejudicada evidenciado por cistostomia
relacionada à bexiga neurogênica: Observar e anotar débito urinário e Realizar sondagem de alivio quando necessário; Risco de
Lesão relacionada à dificuldade de deambulação: Orientar o uso de cremes hidratantes em áreas de proeminências ósseas e
Explicar sobre a importância de deambulação; Dor crônica evidenciado por deformidades em membros inferiores relacionados à
fatores biológicos: Encaminhar ao serviço Nutricional e de Fonoaudiologia e Propiciar ambiente prazeroso durante a
alimentação. Conclui-se que, o Enfermeiro possui papel fundamental na prevenção dos DFTN, visto ter autonomia para orientar
o planejamento familiar, nas consultas de pré-natal e na prescrição do ácido fólico, a principal estratégia para a prevenção desta
doença e, quanto ao cuidado com o manuseio do paciente com MMC, o Enfermeiro deve estar preparado para promover os
cuidados e orientações necessárias, a fim de minimizar as dúvidas e incertezas que a família e o paciente enfrentam.
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PEn-074 - ANEMIA FALCIFORME E O IMPACTO NA VIDA DE ADOLESCENTES
RAFAELA APARECIDA PEREIRA; MÁRCIA HELENA DE SOUZA FREIRE; EVELYN JULIANA RAMOS; ALESSANDRA PATRÍCIA STELMAK;
MICHELLE THAIS MIGOTO
UFPR
INTRODUÇÃO: A anemia falciforme é um problema de saúde pública no Brasil, originária na África e trazida pela imigração. Com
previsão de aumento de portadores da anemia falciforme até 2050, devido à miscigenação. No Brasil, desde 2001, foi
implementado o Programa de Triagem Neonatal (PTN), propiciando diagnóstico precoce e tratamento oportuno para melhorar a
qualidade de vida. Pode acarretar impactos na vida emocional, física e social dos indivíduois acometidos, e consequentemente
comprometer a qualidade de vida deles. OBJETIVO: analisar o impacto da anemia falciforme, relatado por adolescentes no seu
cotidianos. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de pesquisa descritiva, de abordagem quali-quantitativa, realizada após a
aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa, de uma pesquisa maior. A coleta de dados ocorreu com 12 jovens, entre 12 a 25
anos, que são atendidos em um ambulatório público de referência para o estado do Paraná. A entrevista foi orientada por
instrumento semi-estruturado, com as seguintes perguntas: O que você entende por anemia falciforme? Fale um pouco sobre
quando e como foi feito seu diagnóstico. Você nota alguma diferença entre você e seus colegas? Como a anemia falciforme
interfere nas suas atividades do dia a dia? Você tem alguma sugestão para que este ambulatório lhe atenda melhor?
Anteriormente às perguntas, houve preenchimento do bloco de identificação do entrevistado e de sua família. As respostas às
perguntas foram audiogravadas e transcritas na íntegra. A análise dos dados ocorreu com o apoio do software Qualiquantisoft®,
do Método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), fundamentado na Representação Social. RESULTADOS: dos entrevistados
83,3% eram mulheres, 66,7% tinham 12 anos, 50% eram negros; 83,3% cursavam o ensino fundamental; 58,2% eram
procedentes de outras cidades do estado; 61,1% estavam em companhia da mãe; 62,5% relatavam que a principal causa de
internação era a dor. Quanto ao conhecimento da doença, 50% relataram ter algum tipo conhecimento; para 66,7% o
diagnóstico aconteceu na PTN; 83,3% não se sentem diferentes por apresentarem essa patologia; mas 62,7% relatam que a
anemia interfere fisicamente no cotidiano, principalmente durante as atividades físicas. Quanto aos DSC foram construídos
discursos, segundo as categorias organizadas para cada pergunta, mediante as idéias centrais que veiculavam as expressõeschaves das respostas. CONCLUSÃO: os adolescentes percebem o impacto da doença no seu crescimento, desenvolvimento e
socialização, que fica muito prejudicada pelas ausências escolares devido internações recorrentes. Relatam crises álgicas como
principais limitadoras das atividades entre amigos e de estar em grupos sociais. Também evidenciou-se a necessidade de
implantação de novos ambulatórios no estado do Paraná, pois os residentes em municípíos mais distantes têm que se deslocar
frequentemente com seus responsáveis, o que prejudica as atividades de rotina. Percebeu-se a necessidade indispensável da
implementação de um programa de educação em saúde para esses adolescentes, a fim de favorecer o auto-conhecimento e
melhorar a qualidade de vida nesse período de transição para a idade adulta, e afirmação individual.
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PEn-075 - PERFIL DE INFECÇÃO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO PEDIÁTRICO.
CAROLINE BERTÉ; MARIA EDUARDA DE LUCA ALVES WUICIK; ANNA VICTORIA MAURER RAVAGLIO; ALEXANDRA OLIVEIRA
FERNANDES CONCEIÇÃO
FACULDADE PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: Em 2014, 190 transplantes hepae#769;ticos pediátricos foram realizados. O número de transplantes com doador
vivo, aumentou cerca de 43% entre 2010 a 2014. Sendo que, as principais indicações para o procedimento estão agrupadas em
quatro categorias, a saber: doença hepática primária com evolução progressiva, doença hepática não progressiva de
reconhecida morbi-mortalidade, doença metabólica do fígado e insuficiência hepática fulminante. Segundo encontrado na
literatura, a infecção é a complicação mais comum após o transplante de fígado, ocorrendo 60 – 70% dos casos. Em pacientes
transplantados é mais difícil diagnosticar uma infecção, porque geralmente os sinais e sintomas estão diminuídos. Além disso,
podem estar presentes fatores de risco para infecção, como estado nutricional, peso e gravidade da doença hepática. Existe
uma gama ampla de potenciais patógenos, e muitas vezes a infecção progride rapidamente. O correto e precoce diagnóstico
microbiológico é essencial para orientação do tratamento, dessa forma minimizando a terapia medicamentosa não essencial.
OBJETIVOS: Identificar as principais infecções que acometem os pacientes submetidos a transplante hepático pediátrico.
METODOLOGIA: Este trabalho apresenta um projeto de pesquisa em andamento, de um estudo quantitativo, de caráter
documental retrospectivo, onde serão analisados os seguintes dados: fases pré transplante, até 30 dias após o transplante, até 6
meses e acima de 6 meses de ocorrência do transplante; relacionando com as seguintes infecções; infecções bacteriana,
infecções virais, infecções fúngicas e parasitárias. O local da pesquisa constituirá em um Hospital Pediátrico de Referência
Nacional na cidade de Curitiba, Paraná. Serão analisados aproximadamente 83 prontuários de pacientes em acompanhamento
ambulatorial a partir de 2000, menores de 18 anos. RESULTADOS ESPERADOS: Espera-se levantar quais são as principais
infecções que acometem os pacientes durante todo o processo do transplante hepático pediátrico, com o intuito de minimizar
seus agravos. Bem como relacionar estas infecções com os fatores de risco que as desencadeiam, visando preveni-las. Sendo de
fundamental importância, ter conhecimento a respeito do perfil das infecções no transplante hepático pediátrico, para subsidiar
o embasamento teórico e prático no planejamento e execução do cuidado, fundamentado para melhoria da assistência
destinada a criança e ao adolescente.
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PEn-076 - PUERICULTURA: RELATO DE UMA PÓS-GADUANDA DE ENFERMAGEM
DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; MAYARA CAROLINE BARBIERI; BEATRIZ CASTANHEIRA
FACIO; FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS
UFSCAR
INTRODUÇÃO: A assistência à saúde da criança é uma atividade essencial desempenhada pelo enfermeiro. Por meio do
acompanhamento da criança, espera-se reduzir a incidência de doenças, potencializando o seu crescimento e desenvolvimento.
A consulta de puericultura também promove o vínculo do enfermeiro com a criança e a família. OBJETIVOS: Relatar a
experiência de uma pós-graduanda de enfermagem na realização de puericulturas em uma Unidade Básica de Sáude (UBS) de
uma cidade do interior de São Paulo. MATERIAIS E MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência que descreve
aspectos vividos pela autora. O relato de experiência é caracterizado como uma pesquisa mais informal está sendo cada vez
mais utilizado para enriquecer a fundamentação teórica com a experiência pessoal ou profissional dos autores. Esta atividade
está inserida em uma disciplina de capacitação docente em que o aluno da pós-graduação auxilia o docente nas atividades de
estágio curricular obrigatório dos alunos da graduação de enfermagem. As consultas de puericultura foram realizadas por um
período de cinco meses. As consultas eram realizadas as segundas e terças feira no período da manhã. Participavam da consulta
o pós-graduando, o aluno da graduação, a criança e sua família; foram realizadas pela pós graduanda cerca de 31 consultas
puerperais na UBS. RESULTADOS: As famílias que frequentam a UBS, são em sua maioria vulneráveis socialmente. Observou-se
que a maior parte das mulheres que realizavam este tipo de acompanhamento na UBS eram do lar, não possuíam ensino
superior, nem residência própria, e estavam acompanhadas do(s) irmão(s) do recém-nascido. Num primeiro momento, havia um
certo receio da parte delas em serem atendidas por estagiários do curso de enfermagem ao invés da enfermeira da unidade.
Percebeu-se que a postura da equipe de enfermagem da unidade, bem como dos próprios estagiários, pós graduanda e
docente, foi fundamental para que essas mulheres acolhessem de forma mais favorável esse contato. As consultas duravam em
média 45 minutos, os estagiários foram orientados pela pós-graduanda e docente, a manter uma escuta ativa e a procurar
estabelecer uma comunicação efetiva com as mães, voltada para o apoio informacional e de encorajamento no cuidado,
abstendo-se de julgamentos pessoais negativos. A cada exame físico era solicitada a permissão para realizar o mesmo, bem
como era explicado de forma clara e objetiva seu propósito, para que as mães pudessem entender sua importância e o porquê
eram realizados. Percebeu-se que as mães participaram ativamente das consultas, expondo suas dúvidas e dificuldades, e
recebendo orientações sobre as mesmas. CONCLUSÃO: A consulta puerperal foi um valioso momento para se estabelecer
vínculos entre os estagiários de enfermagem, pós-graduanda, crianças e suas famílias. Constituiu-se também como um precioso
momento para o estagiário se capacitar a realizar intervenções de saúde de maneira humanizada, unindo a teoria à prática
profissional; à pós- graduanda esse espaço proporcionou o desenvolvimento de suas habilidades enquanto docente e
profissional, contribuindo para o crescimento acadêmico e assistencial.
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PEn-077 - REDE DE SUPORTE FAMILIAR DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL
GABRIELA VAN DER ZWAAN BROEKMAN CASTRO; MAYARA CAROLINE BARBIERI; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO; CARLA REGINA
DE ALMEIDA CORRÊA; MONIKA WERNET; GISELLE DUPAS
UFSCAR
INTRODUÇÃO: A deficiência visual (DV) é entendida como quaisquer doenças oculares que comprometam o funcionamento
ideal da visão. No Brasil é um significante problema de saúde pública, já que acrescenta-se à deficiência propriamente dita, a
falta de programas preventivos, fatores socioeconômicos/culturais, atrelados à pouca disponibilidade de recursos
oftalmológicos qualificados para intervenções em saúde ocular. Trata-se de uma condição crônica cujo percurso pode trazer
momentos estressantes e difíceis para a família, que para superá-los precisam de rede/apoio social. A rede social refere-se à
dimensão estrutural ou institucional, enquanto ligada a um indivíduo. O apoio social encontra-se na dimensão pessoal, sendo
constituído por membros desta rede social, efetivamente importantes para as famílias. OBJETIVOS: Compreender a experiência
da família da criança/adolescente com deficiência visual, frente às interações estabelecidas com a rede de apoio acessada.
METODOLOGIA: Trata-se de pesquisa qualitativa, que teve como referencial teórico o Interacionismo Simbólico. O cadastro das
crianças com DV foi fornecido pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Em seguida, entramos em contato
com os coordenadores/diretores das respectivas escolas para que fosse mediado o encontro das famílias com as pesquisadoras.
A coleta de dados foi realizada no domicílio, por meio da confecção de Genograma/Ecomapa, além de entrevista semiestruturada gravada em áudio. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer número: 748.751. A
análise de narrativa foi adotada como referencial metodológico. RESULTADOS: Entrevistou-se 06 famílias, totalizando 29
participantes: 7 crianças/adolescentes com o diagnóstico de DV, 5 mães, 2 pais, 2 padrastos, 9 irmãos, 3 tios e 1 chefe dos pais.
Da análise das narrativas obteve-se três categorias: “Instituições fornecendo apoio”, “Encontrar na família o apoio” e
“Espiritualidade”. Na categoria “instituições fornecendo apoio” são várias as citadas, mas sem a capacidade de formar rede, pois
não mantêm interlocução, sendo a assistência fragmentada. “Encontrar na família o apoio” é experiência marcante no
cotidiano, pois a família nuclear e extensa é a maior fonte de apoio a seus membros. Quanto à “espitirualidade”, é apreendida
como importante ferramenta para a sustentação dos membros familiares, pois promove esperança para a continuidade da luta
e da busca por melhores condições para as crianças/adolescentes com DV. CONCLUSÃO: Os serviços de atendimento à saúde,
educação e assistência social, evidenciados nas narrativas das famílias; necessitam de articulação para funcionarem
efetivamente como redes de apoio. O que se percebe é que os “nós” de sustentação e interface entre os serviços acabam por
serem dados pela própria família, a fim de assegurarem pelo menos o mínimo de amparo.
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PEn-078 - EVIDÊNCIAS SOBRE INDICAÇÕES E CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM CRIANÇAS TRAQUEOSTOMIZADAS:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA
CLAUDIA DANIELLA AVELINO VASCONCELOS BENÍCIO; NALMA ALEXANDRA ROCHA CARVALHO; ISABELA RIBEIRO DE SÁ
GUIMARÃES NOLETO; MARIA HELENA BARROS ARAÚJO LUZ; FABÍOLA SANTOS LINO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI
INTRODUÇÃO: O procedimento cirúrgico denominado Traqueostomia consiste na abertura da parede anterior da traqueia,
interligando-o com o meio externo e tornando assim a via aérea pérvia. A indicação de traqueostomia na população infantil
passou por uma transformação nas duas últimas décadas, observando-se dessa forma indicações mais definidas e resultados
mais satisfatórios no seguimento a longo prazo. OBJETIVO: Descrever as principais indicações e cuidados de enfermagem, com
base na literatura, na realização de traqueostomia em crianças. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão integrativa cuja
busca foi realizada nas bases de dados disponíveis pelo Portal da Capes: Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem online
(MEDLINE Complete - Ebesco) e Cummulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Para a seleção dos estudos
foram utilizadas combinações dos descritores específicos: tracheostomy, nursing care e pediatrics. Critérios de inclusão: artigos
originais, disponíveis na íntegra, on line, nos idiomas inglês, português e espanhol, indexados nas bases de dados selecionadas e
publicados a nos últimos 5 anos (2010- 2015), ao final restaram 08 artigos que embasaram o trabalho. RESULTADOS: Por meio
dos estudos analisados, pode-se evidenciar que as principais indicações da realização do procedimento de traqueostomia em
criança dizem respeito às patologias respiratórias que afetam esse público que são as relacionadas a obstrução da via aérea
superior, como alérgias, metabólicas, profiláticas, degenerativas, desordem do sono, congênitas, traumas, infecções e
neoplasias, além de ventilação mecânica prolongada. Nos últimos anos, a traqueostomia de curto prazo foi comumente
realizada por causas infecciosas, como epiglotite. Porém as referências afirmam que a maioria dos pacientes são crianças muito
jovens com doenças graves e crônicas. Este fato explica as taxas de decanulação relativamente baixos, longos tempos de punção
e alta mortalidade. A mortalidade relacionada traqueostomia, por outro lado, é relativamente baixo. Quando se trata dos
cuidados de enfermagem, os artigos indicam cuidados essenciais relacionados principalmente a Aspiração e (Manter a via aérea
livre de secreções, evitando uma potencial obstrução/ aspiração pulmonar), fixação do tubo (Vários materiais, como gravatas de
velcro, adesivos, elásticos entre outros estão disponíveis para fixar o tubo), desenvolvimento da fala (comunicação e deglutição),
reduzir o risco de infecção na área da traqueostomia e educação aos cuidadores quanto aos cuidados pós internação.
CONCLUSÃO: A traqueostomia é um procedimento muito delicado, quer para o paciente quer para quem o executa. Este
procedimento, apesar de vantajoso para o paciente, em termos de conforto, constitui também uma grande porta de entrada a
microrganismos e, consequentemente, uma maior susceptibilidade a infecções, quer respiratórias quer no local de inserção da
cânula de traqueostomia. Assim sendo, o enfermeiro deve prestar cuidados ao paciente com traqueostomia tendo por base a
prevenção da infecção, na medida em que a sua prevenção constitui a primeira meta de conforto do paciente.
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PEn-079 - O CUIDADO DA CÓLICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: PROFISSIONAIS E MÃES
FLÁVIA CORRÊA PORTO DE ABREU; CARLA REGINA DE ALMEIDA CORRÊA; JÚLIA BALDI VIEIRA; BEATRIZ CASTANHEIRA FACIO;
MAYARA CAROLINE BARBIERI; MÁRCIA REGINA CANGIANI FABBRO; DAIANNE CIBELE DE SOUZA BORGES; LISLAINE APARECIDA
FRACOLLI; MONIKA WERNET
UFSCAR, USP-SP
INTRODUÇÃO: A cólica infantil é uma condição clínica frequente na infância e queixa recorrente nas consultas de puericultura.
Sua etiologia está relacionada a imaturidade fisiológica tendo múltiplos fatores da sua causa, divididas em fatores
gastrointestinais e não gastrointestinais. Tem início na segunda semana após o nascimento persistindo até o terceiro mês de
vida. A Estratégia de Saúde da Família, local privilegiado para promoção da saúde, busca a universalidade, equidade e
integralidade do cuidado, entretanto, os profissionais destas equipes precisam construir junto às famílias o cuidado e os
conhecimentos necessários aos cuidados à criança com cólica. OBJETIVO: Caracterizar a inter-relação do manejo da cólica
infantil por parte das mães e profissionais da Estratégia de Saúde da Família, com vistas a ampliar a humanização do cuidado.
MATERIAL E MÉTODOS: Adota-se como referencial teórico Interacionismo Simbólico e usa o método qualitativo por enfatizar o
conhecimento e compreensão de eventos e situações. E como referencial metodológico a Pesquisa de Narrativa. Adota-se para
coleta de dados duas estratégias: o grupo focal para a compreensão do cuidado profissional e a entrevista não-estruturada de
abordagem individual com as mães, tendo como foco o manejo da cólica infantil e os processos interacionais experienciados nas
tomadas de decisão a respeito da mesma. RESULTADOS: Os resultados foram construídos de forma conjunta após a análise de
31 entrevistas com mães e 4 grupos focais, a fim de obter uma análise das convergências e divergências dos participantes no
manejo da cólica infantil. Emergiram duas categorias “abordagem diagnóstica”; “abordagem terapêutica”. A primeira categoria
traz que o diagnóstico profissional pauta-se no conhecimento teórico adquirido na sua formação e para as mães no que o
profissional a orientou na maternidade e nas consultas de puericultura, além disso, as mães apontam que os profissionais
reforçam ser a cólica um processo fisiológico “normal” para os bebês o que contribui para uma tendência de o profissional dar
pouca relevância a ela na puericultura. A segunda categoria traz que a cólica infantil é entendida como situação que requer
intervenção tanto para mães quanto para os profissionais. As primeiras justificam tal necessidade pelo sofrimento da criança
derivado da dor gerada pela cólica e buscam o alívio da mesma. Já em relação aos profissionais, há os que entendem ser uma
queixa materna e, portanto, deve ser acolhida de alguma forma, e, outros (minoria) compadecem-se com o sofrimento da
criança e mãe, sobretudo dessa última, e sendo tal sofrimento que os conduz a ter ações voltadas à cólica infantil. CONCLUSÃO:
Os profissionais preocupam-se em diferenciar a cólica das intercorrências patológicas prevalentes nos primeiros seis meses de
vida, bem como obter outros dados que reforcem a suspeita de. As mães por sua vez buscam ter a certeza do diagnóstico de
cólica infantil. Assim, ambos estão voltados aos sinais e sintomas de confirmação do distúrbio. Portanto, todos os espaços de
reflexões e de aprendizagem, acerca da condição prática de cuidado a este evento, precisam de transformações, a fim de se
obter um cuidado humanizado e integral através do acolhimento da queixa de cólica infantil.
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PEn-080 - MANEJO DA DOR DO RECÉM-NASCIDO INTERNADO EM UTI NEONATAL
CAMILA STREISKY DE FARIAS DO VALLE
HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PONTA GROSSA
A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão tissular real ou potencial (Merskey e Bogduk,
1994). Os prematuros não só são capazes de sentir dor como também são mais sensíveis do que crianças mais velhas. Diante
disso, o objetivo deste estudo foi identificar alguns métodos não-farmacológicos que possam minimizar a dor e o desconforto do
RN no cotidiano de uma UTIN. Para isso optou-se por uma revisão bibliográfica já que ela foi baseada em materiais já
desenvolvidos, elaborados, que se constituíram de livros e artigos científicos (MINAYO, 2006). Nos estudos revisados, entendeuse que, em casos em que procedimentos dolorosos serão executados, pode- se utilizar algumas condutas como sucção não
nutritiva, soluções adocicadas, substituição da punção calcânea pela venosa , etc. Porém, no cotidiano das unidades de terapia
intensiva, podem ser utilizados com o intuito de diminuir o estresse e a dor do RNPT : • Som: Alguns sons podem ser benéficos
aos bebês, como a voz de sua mãe, que é o som a que ele está habituado. Orientá-la a conversar com ele, cantar ou até mesmo
trazer uma fita gravada com sua voz, pode ser uma maneira de mantê-lo mais calmo. Durante o seu descanso, nenhum som
deve ser feito, em respeito a este período e sua importância. • Uso da Música: A música tem finalidade terapêutica e possui
efeito calmante em RNs prematuros e a termo.Os musicoterapeutas acreditam que a música favorece uma distração que desvia
o foco da dor para a música, por isso ela tem sido indicada para o alívio da dor de diferentes origens. • Luz: A luz excessiva pode
afetar os olhos do bebê ou ainda perturbar seu período de descanso ,o que altera o ritmo de seu organismo. Por isso é
importante que se determine um horário para que a iluminação seja reduzida e , em especial, um período maior, durante a
noite. Isso ajuda ao bebê a organizar seu padrão de sono e colabora nas alterações hormonais e de temperatura. • Toque: Nos
prematuros extremos a pele é muito frágil e deve ser manuseada com muito cuidado. Estudos mostram que, para prematuros
com menos de 30 semanas de idade gestacional, o toque pode ser mais estressante do que confortável. Sendo assim, ao
tocarem os bebês, os pais devem ser devidamente orientados. Enquanto que, para prematuros mais velhos, o toque pode ser
muito benéfico. Há indícios de que tocá-los todos os dias gentilmente e com segurança por um curto período de tempo, sem
conversar com eles durante o toque, pode ser bom, fazendo inclusive com que ele ganhe peso mais rápido. Conclui-se então,
que medidas simples no cotidiano podem ser mantidas com foco em diminuir a dor e o estresse do bebê internado. É
importante que o bebê seja sempre observado e que a equipe possa detectar se a conduta daquele momento está sendo
adequada. No geral, a equipe consegue perceber quando o estímulo está sendo impróprio para o bebê ou quando algo está
estressando-o.
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PEn-081 - RELATO DE UM ESTUDO DE CASO DE PNEUMONIA VIVÊNCIADO NO ESTÁGIO HOSPITALAR EM
PEDIATRIA
LARISSA GRAMAZIO SOARES; ANIELI THOMÉ; CAROLINA PASALA; LAÍS BASTOS DEPAOLI; LETICIA GRAMAZIO SOARES
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar causada por microorganismo, principalmente vírus e
bactérias. Representa um problema grave de saúde publica devido a alta prevalência e mortalidade necessitando de medidas
terapêuticas precoce e efetivas para seu controle. Origina-se da flora normal cuja resistência foi alterada, ou a partir da
aspiração da flora presente na orofaringe, com frequência os pacientes apresentam doenças subjacentes aguda ou crônica que
compromete as defesas do hospedeiro. Ela pode resultar também de microrganismos transportados pelo sangue, que penetram
na circulação pulmonar e são aprisionados no leito capilar pulmonar, ela afeta tanto a ventilação quanto difusão, podendo
ocorrer uma reação inflamatória nos alvéolos, produzindo um exsudato que interfere na difusão do oxigênio e dióxido de
carbono. OBJETIVO: Relatar um caso de pneumonia, vivenciado pelas discentes no estágio hospitalar em pediatria na disciplina
de Saúde da Mulher e da Criança. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo tipo relato de caso, vivenciado na
disciplina de Saúde da Mulher e da Criança do 3º ano do curso de Enfermagem da Unicentro. Essa disciplina possui uma carga
horária total de 408 horas, em que 40% é destinada as atividades práticas. Este estudo ocorreu no mês de outubro de 2013, no
setor de pediatria de um hospital de pequeno porte no interior do Paraná Portanto. Dentre todas as atividades desenvolvidas no
estágio, as discentes realizaram o estudo de caso de um paciente internado por Pneumonia. RESULTADOS: Em relação a
descrição do caso: K. C. M, sexo feminino, 11 anos de idade, reside com os pais. Tem dois irmãos vivos, sendo que uma irmã
faleceu aos 3 meses de idade por pneumonia. O motivo da internação foi por pneumonia, sendo admitida na UTI em setembro
de 2014, onde ficou durante três dias em tratamento, após este período ficou internada na pediatria. Além da pneumonia, têm
bronquite, asma, gripes frequentes e é obesa. Outros problemas identificados foram o tabagismo na família, renda familiar
baixa, má relação com o pai, pouca freqüência na ESF, alimentação ineficaz desde o nascimento, pois a mesma foi alimentada
com leite artificial até os seis meses de idade, alimentação hipercalórica, uso freqüente de bombinha, presença de tosse e
esforço respiratório, higiene precária e presença de cáries. Entre as necessidades de saúde destacamos, o ambiente que não
favorece uma boa condição respiratória; perda de peso; tratamento dentário; déficit na convivência familiar (com o pai) entre
outras necessidades sociais. CONCLUSÃO: A criança apresenta principalmente problemas de saúde relacionados a distúrbios
respiratórios, o que remete ao principal fator de risco presente na família que é o uso de tabaco pelo pai e pela mãe. Outro fator
importante em relação ao caso seria a alimentação inadequada desde o nascimento até os dias atuais, caracterizando o quadro
de obesidade. Portanto, a principal linha de intervenção no caso seria na atenção primária, com enfoque na educação e
promoção de saúde com a família e a criança além da identificação da rede de apoio social.
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PEn-082 - ORIENTACÕES SOBRE AMAMENTACÃO EM CRIANÇAS COM FISSURAS LABIOPALATINAS
CLAUDIANA BRISKIEWSKI; NEIS MIRIAM; SWETLANA CIVIRKUN; PABLO PASE; PEDRO BINS ELY; MARCOS JAEGER; VANESSA
GIGOSKI; LISIANE BARBOSA; MARIA CRISTINA CARDOSO
HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO - ISCMPA, HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE, UNIVERSIDADE FEDERAL DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
INTRODUÇÃO: As fendas labiais e/ou fissuras palatinas (FLP) são malformações congênitas, de origem multifatorial, que podem
ser definidas com base em suas manifestações, sendo caracterizadas pela descontinuidade das estruturas do lábio, do palato, ou
de ambos, ocorrendo em diferentes porções e com extensão variável. As criancas com FLP podem apresentar dificuldades na
alimentação, principalmente nas fissura pós-forame incisivo ou transforme incisivo, devido às sucções ineficientes por falta de
pressão intra-oral. A nutrição do paciente fissurado é um componente crucial do tratamento adequado, sendo que a
enfermagem desempenha importante papel não só no fornecimento de orientações referentes à execução correta da
amamentação mas também como suporte incetivador do vínculo mãe bebê. OBJETIVO: Efetuar revisão da literatura corrente
sobre amamentação de pacientes fissurados e elaborar uma síntese de orientações que devem ser passadas aos responsáveis de
crianças com fissuras labiopalatinas. MATERIAL E MÉTODOS: Foram pesquisadas orientações e manejos com a amamentação de
crianças com fissura labiopalatina na literatura nacional e internacional dos últimos 10 anos. Realizou-se a compilação das
informações juntamente com equipe multidisciplinar envolvida no atendimento do paciente fissurado. RESULTADOS:
Elaboraram-se, dentre outras, a partir da coleta dos dados na bibliografia, as seguintes recomendações que devem ser passadas
aos pais de crianças com FLP: - A FLP não exclui o aleitamento materno nem alimentação, uma vez que os reflexos de sucções e
deglutição estão preservados; * Bebês com fissura pré-forame incisivo não costumam ter dificuldades para se alimentar. Porém,
deve-se atentar para lado emocional da mãe durante amamentação; * Para bebês com FLP pós-forame incisivo ou transforame
incisivo: o leite costuma passar pela fissura, podendo haver escape de leite nasal; cuidar posicionamento durante a
amamentação, pois haverá grande chance do leite entrar pela tuba auditiva, causando infecção de orelha média; engasgos são
frequentes; * Quando for optado por aleitamento artificial, deve-se priorizar o uso da colher; * A mamadeira pode ser
introduzida quando se esgotarem outras possibilidades; * Para escolha do bico da mamadeira deve ser considerado:
comprimento (nem tão comprido e nem tão curto); flexibilidade; tamanho do furo adequado ao fluxo de leite; e posição do bico
dentro da cavidade oral da criança. * Recomendação de bicos específicos para FLP e ortodônticos: o bico da mamadeira deve
estimular o lado da fissura, promovendo oclusão desta durante a mamada. CONCLUSÃO: São diversas as técnicas e orientações
para facilitação da alimentação das crianças com FLP. Primeiramente, deve-se auxiliar as mães para conseguirem oferecer o
aleitamento materno aos seus filhos. Não havendo condições para tal, procuram-se as estratégias e orientações corretas, a fim
de proporcionar um bom crescimento e desenvolvimento da criança.
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MÓDULO DE ENFERMAGEM - POSTER
PEn-083 - CONTRIBUIÇÕES DA CONSULTA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE
CAMILA CARMEM GOMES FERNANDES; MÁRCIA CAROLINE NASCIMENTO SÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHAO
INTRODUÇÃO: A infância e a adolescência correspondem às fases da vida que requerem atenção especial em função dos altos
coeficientes de mortalidade infantil e a vulnerabilidade intrínseca e extrínseca dos adolescentes. OBJETIVO: Este estudo
objetivou compreender a relevância da consulta de enfermagem a criança e ao adolescente, pelo profissional que atua na
Estratégia Saúde da Família. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência. RESULTADOS: A consulta de enfermagem
diferencia-se das consultas de outros profissionais por ser sistematizada sem, no entanto, ser mecânica, além de englobar o
indivíduo como um todo, indo além das suas queixas, sinais e sintomas. Presta-se em primeiro lugar o acolhimento. Em seguida
realiza-se a verificação do estado nutricional e da situação da carteira de vacinação. Para as crianças de até dois anos, verifica-se
o peso, altura e perímetro cefálico, até doze anos peso e a altura e para os adolescentes é verificado o Índice de Massa Corpórea
(IMC). A carteira de vacinação é avaliada, investigando os motivos pelos quais a criança ou o adolescente deixou de receber
alguma vacina. O próximo passo é ouvir as queixas, geralmente relatadas pelos acompanhantes. O enfermeiro deve ser
perspicaz, reconhecer o vocabulário popular local, compreender a linguagem verbal e não verbal, pois o corpo também fala. A
investigação, como primeira parte do Processo de Enfermagem, consiste na coleta de dados referentes ao estado de saúde do
cliente, da família e da comunidade, a fim de identificar as necessidades, problemas e preocupações do cliente. Nesta etapa
também é realizado o exame físico, que tem por finalidade verificar os marcos do crescimento e desenvolvimento, bem como
reconhecer modificações que sugiram a instalação de processos patológicos e evidencias de maus tratos, tais como o abuso
sexual. Seguindo a sistematização da assistência, passamos para as condutas de enfermagem, que consistem nas orientações,
prescrições medicamentosas, pedidos de exames laboratoriais e encaminhamentos para atendimento especializado.
CONCLUSÃO: Sabemos que a consulta de enfermagem a criança e ao adolescente consiste em um trabalho longo, criterioso e
muitas vezes exaustivo, porém a enfermeira que busca se aperfeiçoar consegue contornar as dificuldades advindas do sistema
público e prestar um atendimento de qualidade a essa clientela tão pequena e especial.
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MÓDULO DE
FISIOTERAPIA
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-001 - AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN: UM
ENFOQUE NA MOTRICIDADE AMPLA
LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; JÚLIA BEATRIZ DA SILVA CUNHA; MARTHA DE OLIVEIRA PINHEIRO
UFPR
Ao longo da vida, o ser humano passa por diversas transformações, sendo uma das principais, o desenvolvimento motor, que
depende da aprendizagem do movimento. Alguns fatores podem influenciar este desenvolvimento e acarretar em atrasos, como
a presença de síndromes com repercussão sobre o sistema nervoso. A Síndrome de Down é uma condição que resulta em
características físicas e mentais específicas. Indivíduos com esta síndrome apresentam atraso no desenvolvimento de
habilidades com uma predominância de déficits motores na primeira infância e de déficits cognitivos na idade escolar. Existem
evidências de que o desenvolvimento motor destas crianças apresenta atraso nas aquisições de marcos motores básicos, e isto
se deve às alterações do sistema nervoso decorrentes da síndrome. Além do atraso nas questões motoras, a criança também
apresenta dificuldades de adaptação social, de integração perceptiva, cognitiva e proprioceptiva Este estudo teve como objetivo
avaliar a motricidade ampla de crianças com Síndrome de Down, para verificar quais os principais atrasos e assim, realizar
intervenções fisioterapêuticas através de atividades lúdicas, visando minimizar os atrasos detectados. Participaram do estudo 7
crianças, na faixa etária de 2 a 5 anos, com Síndrome de Down estudantes de uma escola especial. Nos procedimentos de
avaliação utilizou-se o Teste de Triagem de Denver II os testes de coordenação motora propostos por O’Sullivan (2010). Na
sequência foram realizadas 12 intervenções fisioterapêuticas lúdicas direcionadas para a estimulação motora ampla. Após as
intervenções as crianças foram reavaliadas pelos mesmos instrumentos para verificar sua evolução motora. Durante a avaliação
inicial verificou-se que todas as crianças possuíam atraso em pelo menos uma das 4 áreas do Teste de Denver (pessoal-social,
motor fino-adaptativo, linguagem e motor- grosseiro), além de déficits de equilíbrio e coordenação motora, sendo estes o foco
principal das intervenções. Os resultados obtidos após a reavaliação pela escala de Denver mostraram que as intervenções
conseguiram influenciar as áreas motor fino-adaptativo e linguagem, onde alguns atrasos se tornaram risco para atraso. A
reavaliação pelos testes de O’Sullivan mostraram que 6 dos 7 pacientes obtiveram uma melhora no seu desempenho de pelo
menos 50% comparado a sua condição inicial com a condição final. Conclui-se assim, que apesar de todas as crianças
participantes apresentarem atrasos em seu desenvolvimento motor amplo em relação às suas idades cronológicas, esse atraso
ocorre de maneira singular com cada um, e, varia de acordo com os estímulos recebidos. Neste contexto a fisioterapia teve
importante papel para a estimulação do desenvolvimento psicomotor das crianças com Síndrome de Down. Através de uma
avaliação correta e de intervenções adequadas às necessidades individuais, pode-se minimizar os atrasos já existentes e
contribuir para a ocorrência da aprendizagem motora que possibilita maior interação socioambiental e aumenta o potencial
para o desenvolvimento de habilidades cognitivas.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-002 - IMPORTÂNCIA DA REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PROGRAMAS DE SEGMENTO DE PREMATUROS
DANIELA AKEMI ITAKURA; HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; MILENE DE MORAES SEDREZ ROVER; FRANCISLENE
APARECIDA BIEDERMAN; SILVANA DELATORE; MARIA GORETI WEIAND BERTOLDO
HUOP;UNIOESTE
Nas ultimas 3 décadas, ocorreu um significativo aumento na sobrevida de recém-nascidos prematuros. Muitos avanços
científicos e tecnológicos na assistência neonatal tem contribuído para a melhora da sobrevida destes que apresentam maior
frequência de alterações no desenvolvimento do que os lactentes nascidos a termo. A prematuridade e o baixo peso ao
nascimento estão associados a inúmeros fatores de risco que podem interferir no desenvolvimento. Comparar Prematuros de
Muito Baixo Peso (PTMBP) acompanhados no ambulatório de seguimento interdisciplinar que necessitaram intervenção
fisioterapêutica com aqueles que não necessitaram. Estudo descritivo, comparativo entre PTMB nascidos em 2013,
acompanhados no ambulatório de seguimento interdisciplinar e que necessitaram de Fisioterapia com aqueles que não
necessitaram, em relação aos dados de nascimento e principais intercorrências durante a internação na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN). A amostra foi composta por 44 PTMBP destes, 32 (72,72%) fizeram parte do grupo que necessitou de
intervenção da Fisioterapia (Grupo Intervenção - GI) e 12 (27,27%) fizeram parte do grupo que não necessitou de fisioterapia
(Grupo Controle - GC). Em relação ao motivo do encaminhamento do GI: 46,87% por atraso e assimetria postural cervical com
limitação de movimento associado ou não a plagiocefalia; 37,5% por atraso no neurodesenvolvimento; 9,37% por atraso e
problemas respiratórios e 6,25% por problemas respiratórios. A média da Idade gestacional e do peso de nascimento no GI foi
de 29,68 semanas e 1.169 g e do GC foi de 30,5 semanas e 1.187 g, respectivamente. Em relação ao gênero: GI: 53,12% do
gênero masculino; GC: 75% do gênero feminino. Em relação ao APGAR no 5ºminuto: 53,12% apresentou anóxia moderada no GI
e 33,33% no GC. Em relação à média do tempo de uso de ventilação mecânica (VM) e tempo total de oxigênio no GI: 8,12 dias e
33 dias, respectivamente. No GC: 3,75 dias de VM e 26,08 dias de tempo total de oxigênio. No GI 9,37% dos prematuros
apresentaram alterações na tomografia de crâneo. O tempo médio de internação no GI foi de 51,75 dias e de 51 dias no GC. A
avaliação do desenvolvimento motor faz parte do protocolo de seguimento dos prematuros egressos da UTIN e nos casos dos
pacientes que foram encaminhados para a Fisioterapia, os mesmos primeiramente foram avaliados através do TIMP- Teste de
Performance Motora para bebês, que é um teste que pode ser aplicado da 32ª semana de idade gestacional até o 4º mês. Após
esse período os prematuros foram avaliados pela escala de Aberta ou AIMS- Albert Infant Motor Scale que pode ser aplicada até
os 18 meses. Na estimulação motora os manuseios foram baseados no conceito Neuroevolutivo Bobath e os casos mais graves
também foram tratados na Fisioterapia Aquática. Observamos que uma maior porcentagem dessa população de PTMBP
necessitou de intervenção fisioterapêutica, além disso, o GI permaneceu maior tempo em VM, maior porcentagem de anóxia
moderada e alterações na tomografia de crâneo. Sugere-se que esses fatores possam influenciar no atraso desenvolvimento e
destaca-se a importância do acompanhamento fisioterapêutico para detecção precoce.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-003 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO TREINO DE MOBILIDADE
COM REALIDADE VIRTUAL SOBRE O EQUILÍBRIO DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL
ROBERTA DELASTA LAZZARI; CIBELE ALMEIDA SANTOS; STEFANY BELINA FERREIRA; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA;
ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; VERONICA CIMOLIN; MANUELA GALLI; FABIANO
POLITTI; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE; POLITECNICO DI MILANO
INTRODUÇÃO: Um corpo está em equilíbrio quando se encontra em repouso (equilíbrio estático) ou em movimento estável
(equilíbrio dinâmico). Um sistema estável é aquele no qual o movimento não é significativamente alterado a partir da trajetória
desejada, mesmo quando submetido a perturbações. O Déficit ou comprometimento motor em crianças com PC estão
relacionados ao controle postural deficiente que interferem amplamente nas atividades de vida diárias (AVD’s) e se torna mais
evidente na postura ereta do que sentada devido à alta demanda da habilidade de controlar a postura. OBJETIVO: O objetivo do
presente estudo foi examinar os efeitos da estimulação transcraniana por corrente contínua no córtex motor primário,
associada ao treino mobilidade com realidade virtual sobre o equilíbrio de crianças com paralisia cerebral (PC) em uma única
sessão. MATERIAIS E MÉTODOS: 12 Crianças com PC entre 4 e 12 anos de idade foram alocadas aleatoriamente em dois grupos
(Grupo Controle: treino de mobilidade com uso de realidade virtual e estimulação transcraniana placebo; Grupo Experimental:
treino de mobilidade com o uso de realidade virtual e estimulação transcraniana ativa) e avaliadas em dois momentos distintos
(pré-intervenção, pós-intervenção). O equilíbrio estático foi avaliado através da plataforma de força (Kistler Plataform model
9286BA), em quatro condições: pés apoiados na plataforma com olhos abertos, pés na plataforma com olhos fechados, pés na
espuma olhos abertos, pés espuma olhos fechados, por 30 segundos cada condição. RESULTADOS: A análise multivariada do
efeito imediato do tratamento com ETCC sobre á área, deslocamento, velocidade e freqüência de oscilação do CoP, verificadas
nos eixos ântero-posterior (CoPap) e mediolateral (CoPml), demonstrou que somente a velocidade de oscilação apresentou
interação significativa. CONCLUSÃO: A realização de uma única sessão de tDCS anódica associada ao treino de mobilidade com
realidade virtual sugere um aumento na velocidade de oscilação do COP.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-004 - DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL NA CRIANÇA- AVALIAÇÃO CLÍNICA DA RESPOSTA TERAPÊUTICA
REJANE DE PAULA BERNARDES; LUCIANA KATIUCIA ANDRADE HERRERA; DANIELE CORDEIRO BRAGA; SYNDIA COLAÇO VAZ
MELAMED; SIMONE CONCEIÇÃO DE ANDRADE
CLINICA NEFROKIDS CURITIBA
INTRODUÇÃO: Está bem estabelecida a associação das disfunções vesicais e intestinais em crianças, portanto todos os pacientes
que consultam por sintomas urinários, ou aqueles que consultam por constipação, devem ser submetidos a uma anamnese
detalhada sobre ambos os sistemas. A terapia global de ambos os sistemas com métodos fisioterápicos tem possibilitado uma
boa resposta terapêutica mais duradoura, possibilitando a minimização de uso de fármacos, especialmente anticolinérgicos que
tem como efeito adverso aumentar o resíduo urinário e aumentar a constipação, além das recaídas frequentes na retirada.
OBJETIVOS: Apresentar a evolução clínica dos sintomas, no início e final do estudo, em crianças portadoras de disfunção de
trato urinário (DTUI) associada a constipação intestinal, salientando a importância de uma anamnese detalhada sobre os hábitos
miccionais e intestinais nestas crianças, tanto para diagnóstico como para avaliação evolutiva. MATERIAL E MÉTODOS: Foram
selecionadas 351 crianças com diagnóstico de DTUI e constipação, que foram submetidas a um tratamento combinado, no
mínimo 10 sessões de biofeedback animado de assoalho pélvico (BFAP), uroterapia com orientação em relação a postura nas
micções, ingesta líquida, horários de micções e dieta para constipação. A profilaxia antibiótica e o uso de anticolinérgicos foram
indicados de acordo com cada condição clínica. A eletroestimulação transcutânea (TENS) parassacral ou tibial posterior foi
indicada em 280 pacientes, na maioria portadores de hiperatividade de detrusor no estudo urodinâmico. Análise estatística
Graphpad®, teste de Fischer. RESULTADOS: 351 pacientes, com idade média de 7.6±2.5 anos, 22±18 meses de
acompanhamento, 79% sexo feminino, realizaram 30±20 sessões de BFAP, 80% com TENS associada (média de 28 sessões) e uso
de relógio condicionador em 47%. A melhora dos sintomas iniciais comparado com os finais foi significativa (p<0.001).
Comparando a frequência dos sintomas no início, com a ausência total dos sintomas no final do estudo observamos que a
constipação passou de 100 para 29%, infecção do trato urinário de 64 para 10%, incontinência urinária diurna de 77 para 20%,
enurese de 42 para 30%, urgência de 61 para 13%, manobras retentoras de 78 para 11%, dor abdominal de 47 para 13%,
eritema vulvar de 69 para 22%, micções muito ou pouco freqüentes de 92 para 25%. Profilaxia antibiótica foi indicada
inicialmente em 46% dos casos, passando a 23% no final do estudo. Anticolinérgico foi prescrito no início em 54%, reduzindo
para 33% no final do estudo. Adesão ao tratamento foi boa em 61%, média em 29% e ruim em 10%. CONCLUSÃO: O tratamento
das disfunções vesicais e intestinais na criança requer uma combinação de terapias visando corrigir não só as alterações
funcionais na fase de enchimento vesical mas também o esvaziamento intestinal e vesical. Assim obtemos um resultado mais
duradouro dos sintomas de incontinência urinária, constipação intestinal e infecções recorrentes do trato urinário. Hoje a
uroterapia e as técnicas fisioterápicas tem sido reconhecidas como tratamento de escolha. O resultado está também
condicionado à adesão da família e pacientes.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-005 - EFEITOS DE UM PROGRAMA LÚDICO DE REABILITAÇÃO PULMONAR EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
ASMÁTICOS
RAVENA CAROLINA CARVALHO; FERNANDA SANTOS DE OLIVEIRA; TALLYTA PEREIRA MACIEL DOS SANTOS; ARIANE PEDROSA
DINIZ; ALISSON JHONATHAS ALVES DE SOUZA; ANDREIA MARIA SILVA; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA
CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES
UNIFAL-MG
INTRODUÇÃO. A asma é uma doença crônica inflamatória que apresenta hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limita
o fluxo aéreo. Entre as alterações respiratórias infantis, a asma é a mais prevalente contribuindo para o terceiro maior gasto em
hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. A reabilitação pulmonar em asma tem demonstrado resultados
importantes para a redução e espaçamento das crises. OBJETIVO. Avaliar os benefícios da aplicação de um programa de
reabilitação pulmonar em crianças e adolescentes asmáticos, atendidos na rede pública de saúde de um município do sul de
Minas Gerais. MATERIAL E MÉTODOS. Foram avaliadas 13 pacientes asmáticos de ambos os sexos com média de idade de 7,9 ±
3,6 anos, para avaliação da Pressão expiratória máxima (PEmáx) e Pressão inspiratória máxima (PImáx) os pacientes foram
submetidos a manuvacuometria, para avaliar o Pico de fluxo expiratório (PEF), Capacidade Vital Forçada (CVF) e o Volume
expiratório forçado no primeiro segundo (Vef1) foi utilizada a espirometria, para avaliar o condicionamento foi realizado o teste
do degrau de seis minutos e teste de caminhada de seis minutos e, foi aplicado um questionário de qualidade de vida específico
para asma (PAQLQ). Os pacientes foram avaliados no inicio do estudo e após 16 sessões de reabilitação pulmonar através da
educação em asma e exercícios lúdicos (aquecimento, condicionamento e desaquecimento). Para análise estatística foi utilizado
o teste T de Student pareado com significância de p<0,05. RESULTADOS. Os pacientes apresentaram melhora estatisticamente
significativa dos valores da Pressão Inspiratória Máxima (p=0,011) e Pressão Expiratória Máxima (p=0,008), dos teste de
caminhada de seis minutos-TC6 (p<0,001) e teste do degrau de seis minutos-TD6 (p=0,005), da avaliação da qualidade de vida
pelo PAQLQ (p=0,005) e do pico de fluxo (p=0,008). CONCLUSÕES. Um programa de reabilitação lúdico e de baixo custo pode
trazer resultados significativos para crianças e adolescentes asmáticos refletindo em melhora da qualidade de vida,
condicionamentos e variáveis respiratórias.
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-006 - IDENTIFICAÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM CRIANÇAS DE SEIS A 11 ANOS DO
MUNICÍPIO DE ALFENAS/MG.
MARIANA FULANETTI COSTA; FLAVIA APARECIDA DE LIMA; BRUNO HAISLAN FERREIRA; ANA EMÍLIA FONSECA DE CASTRO;
DENISE HOLLANDA IUNES; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA DE SOUZA;
SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP
INTRODUÇÃO: O processo aterosclerótico inicia-se na infância e adolescência sendo acelerado na presença de fatores de risco,
assim sua prevenção pode ser mais eficaz quando mais precocemente iniciada. Embora tenham manifestação clínica na vida
adulta, é crescente o número de casos diagnosticados em crianças e adolescentes. OBJETIVOS: identificar fatores de risco
cardiovascular e o nível de atividade física em crianças, no município de Alfenas/MG, além de verificar a associação desses
fatores como o sexo, idade e índice de massa corpórea. MATERIAL E MÉTODOS: realizado estudo transversal em crianças de
duas escolas públicas na cidade de Alfenas/MG. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética. Foram investigadas 299 crianças entre
seis e 11 anos (média 8,8 ±1,2anos), de maio de 2013 a agosto de 2014. As crianças foram submetidas à avaliação: dados
pessoais, sinais vitais, exame físico por pressão arterial e antropometria (massa corporal, altura e IMC) e Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ). RESULTADOS: observou-se, 45,2% crianças do sexo masculino e 54,8% do feminino. Em
relação à faixa etária: 47,5% oito e nove anos, 31,8% 10 e 11 anos e 20,7% 6 e 7 anos. Em relação ao IMC: 68,2% de crianças
eutróficas e 31,7% acima do peso (21,7% sobrepeso e 10,0% obesidade). Foi observado média de PA sistólica 93,5 mmHg (±11,6)
e média de PA diastólica 55,2 mmHg (±11,4). Em relação ao IPAQ, observou-se maioria das crianças, 52,5%
sedentárias/insuficientemente ativas, seguida por 36,4% de ativas e 11,1% muito ativas. Na comparação das variáveis
antropométricas e de pressão arterial segundo a faixa etária e a classificação do IMC foi observado resultado significante em
todas variáveis (p<0,001), sendo as crianças mais velhas e as obesas com os maiores valores. Na comparação da faixa etária com
a classificação do IMC (eutrófico, sobrepeso e obeso) observou-se resultado não significante. Na comparação das variáveis em
estudo segundo o sexo e o IPAQ, observou-se resultado não significante. Foram observadas correlações positivas entre: PA
sistólica com IMC (r=0,228; p<0,001), peso (r=0,444; p<0,001) e altura (r=0,434; p<0,001). CONCLUSÕES: os achados do presente
estudo mostraram que a maioria das crianças foi considerada sedentária e verificou-se elevada prevalência de sobrepeso e
obesidade. A faixa etária e a classificação do IMC interferem nas variáveis antropométricas e de pressão arterial. Não foi
observado associação entre sexo com IMC, nível de atividade física e valores de pressão arterial. O aumento da massa corporal
está correlacionado com o aumento da PA sistólica, mostrando que estas variáveis devem ser consideradas para controle de
fatores de risco em crianças. Esses achados apontam necessidade de adoção de medidas preventivas, objetivando aquisição de
hábitos alimentares saudáveis juntamente com a prática regular de atividade física, na tentativa de minimizar a incidência de
sobrepeso e obesidade em crianças.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-007 - PERFIL DAS CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA MATRICULADAS NOS CDI’S DO MUNICIPIO DO MUNICIPIO DE
GASPAR/SC
FERNANDA RIBEIRO LEITÃO; JOICE LAIS BÄR; LIANE STAUB
FUNDAÇÃO UNIVERSITARIA DE BLUMENAU - FURB
INTRODUÇÃO: atualmente a inclusão de crianças com deficiência é uma realidade nas escolas de ensino regular, o número
crescente de crianças incluídas faz com que sejam necessários estudos que identifiquem as problemáticas encontradas para que
a partir destes, possam ser implementadas ações específicas de prevenção e resolução. OBJETIVO: o presente trabalho tem
como objetivo descrever o perfil das crianças com deficiência que participaram do projeto de extensão Mais Inclusão do curso
de fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB), aprovado no edital PROPEX 07/2014 em parceria com a Secretaria
de Educação de Gaspar (SC). MATERIAIS E MÉTODOS: para o levantamento do perfil das crianças foi utilizada a ficha de
avaliação fisioterapêutica desenvolvida para o projeto que continha dados referentes a antecedentes gestacionais e neonatais,
distúrbios associados, histórico pregresso da deficiência, diagnóstico clínico e fisioterapêutico apontando as necessidades físicofuncionais que interferiam no processo de inclusão educacional. Para identificarmos quais Centros de Desenvolvimento Infantil
(CDIs) haviam crianças com deficiência matriculadas, a Secretaria de Educação disponibilizou uma listagem com estas
informações, a partir destas entramos em contato com os CDIs para marcarmos por telefone o dia em que aconteceriam as
visitas. O CDI ficou responsável por entrar em contato com os pais para que os mesmos comparecessem no dia da nossa
avaliação. As reuniões aconteciam nas dependências dos CDIs com a presença das professoras, coordenadoras e pais das
crianças. RESULTADO: foram avaliadas 10 crianças de 5 CDIs. Nestes CDIs encontramos: 2 crianças com transtorno do espectro
autista, sendo 1 com epilepsia associada, 4 crianças com encefalopatia crônica não progressiva da infância (ECNPI), sendo que 1
delas apresentava epilepsia associada, 1 criança com hidrocefalia, 1 criança com Síndrome Cornélia de Lange, 1 criança com
Mielomeningocele, 1 criança com Distrofia Muscular de Duchenne. Destas, 4 eram meninas e 6 eram meninos. Quanto a idade
cronológica, 2 crianças tinham 1 ano, 1 tinha 2 anos, 2 tinham 4 anos, 2 tinham 5 anos e 3 tinham 6 anos. Das 10 crianças
avaliadas, 1 necessitou de adaptações na cadeira de rodas, 4 de adaptações da cadeira de sala de aula, 3 de adaptações na
cadeira do refeitório, 5 de orientações e adaptações posturais no chão, 3 de adaptações quanto a posicionamento e uso de
talheres durante a alimentação, 3 de adaptações nos brinquedos do parque, 2 de modificações para acessibilidade urbanística e
2 de orientações às professoras sobre a utilização de órtese e 1 não necessitou de orientação específica. CONCLUSÃO: a partir
do perfil traçado das crianças matriculadas nos CDIs de Gaspar foi possível que a fisioterapia auxiliasse nas escolhas das ações
especificas de prevenção e resolução de dificuldades encontradas.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-008 - AVALIAÇÃO NEUROMOTORA EM PACIENTES COM MIELOMENINGOCELE SUBMETIDOS OU NÃO À
CIRURGIA INTRAUTERINA
TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; LIGIA SOUSA; WAGNER JOU HISABA; SÉRGIO
CAVALHEIRO
UNIFAL-MG; UNIFESP-EPM
INTRODUÇÃO: Os defeitos de fechamento do tubo neural (DFTN) representam a segunda malformação congênita mais
frequente e também, um dos mais complexos defeitos com longo tempo de vida levando a consequências sociais e econômicas.
Dentre estes defeitos, a mielomeningocele (MMC), uma forma de espinha bífida aberta, é a mais comum e apresenta,
geralmente, um prognóstico difícil de ser realizado antes e após o nascimento baseando apenas no nível anatômico da lesão.
Nas últimas décadas vários tratamentos cirúrgicos surgiram para a correção da hidrocefalia, condição presente na maioria das
crianças com MMC. Mas, em 1998 foi realizada a primeira cirurgia intrauterina para a correção da MMC em humanos nos
Estados Unidos com o objetivo de minimizar as co morbidades presentes na doença tais como a hidrocefalia, a paraplegia e a
incontinência urinária. OBJETIVOS: Avaliar e comparar o desenvolvimento neuromotor em pacientes portadores de
mielomeningocele submetidos e não submetidos à intervenção cirúrgica intrauterina. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados
13 pacientes com idades entre três anos e meio a seis anos distribuídos em dois grupos: Grupo A (seis pacientes submetidos a
cirurgia fetal intrauterina para correção da mielomeningocele) e Grupo B (sete pacientes não submetidos à cirurgia fetal
intrauterina). Avaliou-se o desenvolvimento neuromotor (descrevendo o nível anatômico e motor funcional), tipo de marcha,
necessidade de órteses e nível cognitivo de ambos os grupos. RESULTADOS: A função motora apresentou melhora significante,
com nível funcional mais alto em dois ou mais segmentos em relação ao nível anatômico, em todas as crianças do Grupo A e em
duas crianças do Grupo B, com diferença estatística entre os grupos (p<0.05). Cinco crianças do Grupo A e uma do grupo B eram
deambuladoras comunitárias. CONCLUSÃO: Apesar da pequena amostragem, nos 6 casos que realizaram cirurgia intrauterina
observou-se melhora da função motora e menor necessidade de shunts pós-natais.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLFi-009 - FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM CRIANÇA SUBMETIDA A IMPLANTAÇÃO DE MARCA-PASSO
DIAFRAGMÁTICO
CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; GREICY KELLY DE JESUS; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA; ADRIANA
KOLISKI
HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR
INTRODUÇÃO: A ventilação mecânica invasiva (VMI) é um método artificial que utiliza a pressão positiva visando à manutenção
da ventilação e oxigenação pulmonar em indivíduos com insuficiência respiratória. Seu uso inadequado e tempo prolongado
podem predispor a barotraumas, hipoventilação pulmonar, aumento da secreção pulmonar, maior risco de infecções
respiratórias associadas à VMI e atrofia diafragmática por desuso. Visando substituir a VMI em pacientes com integridade da
função do nervo frênico, pode ser indicado o uso do marco-passo diafragmático (MPD). OBJETIVO: Relatar o caso de uma
criança dependente de VMI submetida à implantação de MPD, internada há oito meses em uma Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica (UTIP) no município de Curitiba – Paraná, Brasil e descrever o efeito do trabalho de fisioterapia realizado. MATERIAL E
MÉTODOS: I.V.P.D., um ano e sete meses, gênero feminino, internou em uso de VMI na UTIP em 23 de julho de 2014 para
investigação diagnóstica. Em agosto de 2014, a paciente foi diagnosticada com Síndrome da Imunodeficiência Combinada Grave
e submetida a um transplante de medula óssea alogênico, sem intercorrências. Mesmo após estabilidade imunológica e retorno
para UTIP, não se obteve sucesso no desmame da VMI devido à presença de uma lesão em tronco encefálico, apresentando
apnéias, dessaturação de oxigênio e cianose. Optou-se então pela implantação de um MPD em fevereiro de 2015. Durante o
internamento a paciente realizava fisioterapia respiratória duas vezes ao dia. Na avaliação fisioterapêutica, a paciente
encontrava-se traqueostomizada, sob VMI modo assisto/controlado, com pressão inspiratória (Pi) 20 cmH2O, pressão
expiratória (PEEP) 6 cmH2O, frequência respiratória (Fr) 12 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,60 segundos e
fração inspirada de oxigênio (FiO2) de 35%. Com o objetivo de manter as vias aéreas pérvias, prevenir e recrutar áreas de
colapso alveolar foram realizadas manobras de desobstrução traqueobrônquica e reexpansão pulmonar (bag squeezing,
aceleração do fluxo expiratório associada à pressão positiva intermitente e aspiração endotraqueal) e ajuste dos parâmetros da
VMI quando necessário. O treinamento muscular foi iniciado trinta dias após a implantação do dispositivo. A paciente foi
retirada da VMI duas vezes ao dia, durante vinte minutos, permanecendo apenas em uso do MPD. No treinamento diário o
dispositivo foi ajustado com uma Fr 20 ipm e uma amperagem de dois miliamperes, podendo progredir em tempo e intensidade
de acordo com a resposta da paciente. A família foi orientada a realizar o procedimento juntamente com e equipe de
fisioterapeutas. RESULTADOS: A paciente permanece estável, em uso de VMI modo ventilação mandatória intermitente
sincronizada: Pi 18 cmH2O, Pressão de Suporte 16 cmH2O, PEEP 6 cmH2O, Fr 12 ipm, Ti 0,80 segundos, necessitando de FiO2
e#8804; 30%, mantendo Saturação de Oxigênio e#8805; 95% e realizando 80 minutos de treinamento muscular ao dia.
CONCLUSÃO: O trabalho realizado em conjunto com cirurgiões pediátricos, médicos intensivistas e fisioterapeutas permitiu
estabilidade clínica da paciente, alteração do modo ventilatório, redução dos parâmetros controlados e baixas FiO2. O aumento
progressivo dos períodos com o MPD permite concluir que a paciente evolui de maneira satisfatória, sugerindo possível retirada
da VMI.
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PÔSTERES
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-001 - ANALISE ANALÍTICA DAS REPERCUSSÕES HEMODINÂMICAS NA APLICAÇÃO DE UM PROGRAMA DE
FOLLOW-UP NO DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO-MOTOR EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO.
KAREN CRISTINA DIAS DA SILVA; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; EDUARDO FILONI; LUIS
PAULO OLIVEIRA VASCONCELOS; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
INTRODUÇÃO: A prematuridade é uma condição definida para os bebês com menos de 37 semanas e seis dias de gestação.
Partindo do pressuposto, que RNPT se encontram em risco de apresentarem atrasos no desenvolvimento, programas de followup e intervenção precoce vêm sendo criados para acompanhar e tratar essas crianças. OBJETIVO: Avaliar as alterações
hemodinâmicas (Saturação Periférica de O2 / Frequência Cardíaca / Frequência Respiratória) durante a aplicação do programa
de follow-up no desenvolvimento sensório-motor de recém nascidos pré-termo, com atraso das habilidades motoras.
MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo consiste da aplicação de um programa de follow-up no desenvolvimento sensório-motor de
recém nascidos pré-termo. Todos os participantes do estudo foram submetidos antes do programa a uma avaliação da
hemodinâmica. Foram acompanhados durante o período de cinco dias. RESULTADOS: De acordo com os resultados,
observaram-se alterações da hemodinâmica dos RNPT, sendo que, na avaliação dos três fatores (SpO2, FC e FR) que reagem a
circulação do sangue no organismo, a FC foi o fator que demonstrou resultados parecidos entre os recém-nascidos.
CONCLUSÃO: De acordo com os resultados obtidos observou-se que as variações da hemodinâmica apresentadas pelos recémnascidos durante a aplicação das estimulações no programa de follow-up não apresentaram alterações significantes e não
trouxeram efeitos deletérios para a hemodinâmica do grupo estudado.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-002 - AVALIAÇÃO DA DOR ATRAVÉS DA ESCALA NIPS NA ESTIMULAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA E NO
DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO NA UNIDADE DE CUIDADOS
INTERMEDIARIOS NEONATAL
AMANDA MARTINS SAKASHITA; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; EDUARDO FILONI; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; LUIS
PAULO OLIVEIRA VASCONCELOS; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES; HOSPITAL MOYSES DEUTSCH
INTRODUÇÃO: A dor no recém nascido poderá levar a conseqüências orgânicas e emocionais manifestadas através de
alterações na freqüência cardíaca e respiratória, pressão arterial, saturação de oxigênio e níveis hormonais, além do movimento
corporal, mímica facial, choro, entre outros, manifestações estas que comprometem o seu bem estar. OBJETIVO: Avaliar a dor
antes, durante e após a aplicação da estimulação sensório-motora seguindo a aplicação do protocolo de atendimento em um
Hospital do Municipio de São Paulo, no desenvolvimento neuropsicomotor de recém-nascidos pré-termo. MATERIAIS E
MÉTODOS: A amostra foi composto por 3 recém nascido pré - termo de ambos os sexos com idades gestacional menor que 32
semanas no período de 5 dias. Os RN´s serão avaliados pela equipe médica antes de serem inclusos na pesquisa. Após o
preenchimento da ficha de coleta de dados pessoais, serão aplicadas as técnicas do programa de follow-up. E a escala utilizada
da avaliação de dor no recém nascido NIPS. RESULTADOS: Os resultados encontrados mostra que durante o programa de followup em um período de 5 dias os RN´s tiveram uma adaptação aos estímulos e tendo uma diminuição da dor em relação a escala
NIPS. CONCLUSÃO: O presente estudo conclui-se que foi possível verificar que durante os 5 dias de estimulação sensório-motora
os RN pré-termo tiveram uma adaptação dos estímulos externo, não apresentando mais os sinais de dor. Porém pode afirma
que falta estudos na literatura sobre a dor em recém-nascidos pré-termo através de procedimentos não invasivos.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-003 - ESTUDO COMPARATIVO DAS OPORTUNIDADES DE DESEMPENHO MOTOR EM CRIANÇAS COM E SEM
LESÃO NEUROLÓGICA
AULERIANE MORGADO FEITOSA; MARCELO LUIZ MONTEIRO; EDUARDO FILONI; ANDREA ABRAMO
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
INTRODUÇÃO: O desenvolvimento humano é determinado por interações e adaptações contínuas, uma interdependência entre
indivíduo, o ambiente no qual está inserido e diante de tarefas diversas. Ele se dá a partir de uma constante interação das
características do indivíduo com os ambientes em que estão introduzidos. O objetivo do presente estudo foi avaliar as
oportunidades para o desenvolvimento motor no ambiente familiar de crianças entre a faixa etária de 18-42 meses,
comparando o ambiente de crianças com lesão neurológica e crianças sem lesão neurológica. METODOLOGIA: Trata-se de um
estudo descritivo comparativo realizado no período de Março a Maio de 2014. Participaram desta pesquisa 20 voluntários,
sendo estes responsáveis por crianças com idade entre 18 a 42 meses, de ambos os sexos. Para atingir os objetivos da pesquisa,
foi utilizado o questionário AHEMD Affordances in the Home Environment for Motor Development- “Oportunidades de
estimulação motora no ambiente familiar”. RESULTADO: A amostra foi formada de 7 crianças do sexo feminino, sendo 4 delas
do Grupo com Lesão e 3 do Grupo sem Lesão e 10 crianças do sexo masculino, onde 4 dessas crianças compunham o Grupo com
Lesão e 6 delas eram integrantes do Grupo sem Lesão. observa-se os resultados descritivos da análise do espaço exterior da casa
onde a criança habita, onde obteve-se como média do valor estandardizado 2,5 classificados como FRACO em ambos os grupos.
Os resultados descritivos da análise do espaço interior das casas demostrou que ambos os grupos apresentaram média 3,0 do
valor estandardizado, sendo classificados como BOM. Em relação aos resultados descritivos da variedade de estimulação, onde
o Grupo Com Lesão foi classificado como FRACO, apresentando uma média 2,5 do valor estandardizado, já o Grupo Sem Lesão
obteve média 3,0 do valor estandardizado sendo classificado como BOM. CONCLUSÃO: Através do presente estudo foi possível
percebermos que é fraca a existência de materiais de estímulo à motricidade fina e grossa nos ambientes familiares dessas
crianças com e sem lesão neurológica.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-004 - POSSÍVEIS CORRELAÇÕES ENTRE A ARTETERAPIA E A FISIOTERAPIA SOBRE O QUADRO MOTOR DE
CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN ENTRE 06 E 11 ANOS DE IDADE.
AMANDA JESUS OLIVEIRA DA SILVA; LUANA LUCAS COSTA; RUANNE OLIVEIRA FERNANDES; EDUARDO FILONI; ANDRÉA ABRAMO
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Down (SD) foi descrita clinicamente pela primeira vez pelo médico inglês John Langdon Down em
1866, mas, apenas em 1959, o francês Jerome Lejeune identificou causas genéticas, sendo, de todas as síndromes genéticas, a
mais comum. A arteterapia é uma profissão assistencial ao ser humano. Ela oferece oportunidades de exploração de problemas
e de potencialidades pessoais por meio da expressão verbal e não verbal e do desenvolvimento de recursos físicos, cognitivos e
emocionais, bem como a aprendizagem de habilidades, por meio de experiências terapêuticas com linguagem artísticas
variadas. OBJETIVO: Verificar a influência da arteterapia no tratamento fisioterápico de crianças com idade entre 06 (seis) e 11
(onze) anos com Síndrome de Down. MÉTODOS: Estudo do tipo ensaio clínico randomizado, no qual participaram 5 crianças com
Síndrome de Down, de ambos os gêneros, os quais foram divididos em dois grupos, (A) Fisioterapia Convencional, que participou
do programa com três sessões de fisioterapia por semana e (B) Fisioterapia associado à Arteterapia, que também participou de
três sessões por semana, sendo duas de fisioterapia e uma de arteterapia, as sessões tiveram duração de quatro semanas para
ambos os grupos. O enfoque da sessão do grupo A foi o desenvolvimento motor, cognitivo, de equilíbrio e coordenação da
criança e do Grupo B atividades que consideraram a evolução dos níveis sensório/motor, perceptivo/afetivo, cognitivo/simbólico
e nível criativo, a partir da apresentação da história “O Mágico de Oz” (L. Frank Baum, 1969) as sessões de arteterapia foram
divididas em recordar a história da sessão anterior, ouvir o novo capítulo e realizar o fazer artístico. RESULTADOS: Após a
intervenção houve uma melhora no desenvolvimento motor, cognição, equilíbrio e coordenação motora fina em ambos os
grupos, havendo maior significância no grupo (B) Fisioterapia associado à Arteterapia. CONCLUSÃO: Conclui-se que tanto a
fisioterapia convencional quanto a arteterapia são eficazes quando se visa a melhora do desenvolvimento psicomotor, ambos
correlacionados proporcionam benefícios à crianças com Síndrome de Down.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-005 - IMPORTÂNCIA DA ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; ANELISE LUDMILA VIECZOREK; MARIA DO CARMO T. C. JORGE; TATIANE CRISTINA
ROSA PERES; JULIANA CRISTINA FRARE; CARLA FÁTIMA ALBUQUERQUE; ELIDIANE MAFIOLETTI NUNES; GRAZIELI DA SILVA;
HEWELAYNE GOMES; RAFAEL JURKEVICZ
UNIV. ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE; HUOP
INTRODUÇÃO: O leite materno é o alimento ideal para o desenvolvimento saudável de recém-nascidos, contribui para redução
da mortalidade infantil, baixo custo e tem importante efeito preventivo sobre a saúde da mãe e lactente. Os profissionais que
atuam no puerpério devem ser capazes de intervir precocemente atendendo as dúvidas, dificuldades e expectativas próprias do
início da prática do aleitamento materno, garantido a integralidade do acompanhamento, pressuposto básico dos programas de
atenção à saúde da mulher e da criança. Cada vez mais o Fisioterapeuta também tem atuado no incentivo do aleitamento e este
profissional também deve dispor de orientações e métodos de avaliação que favoreçam o sucesso no estabelecimento do
aleitamento materno. No Hospital Universitário onde foi realizado o estudo, a Fisioterapia também participa das orientações e
acompanhamento das mães na maternidade. OBJETIVO: Verificar as principais dificuldades observadas e as práticas
estabelecidas pela Fisioterapia no incentivo ao aleitamento materno exclusivo. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo
observacional, de caráter transversal, realizado em uma maternidade de um hospital universitário do oeste do Paraná. Os dados
foram coletados através de um formulário elaborado para o estudo, contendo dados referentes ao grau de instrução das mães,
dados do pré-natal, dados do parto, histórico obstétrico, amamentação atual e anteriores e dados do bebê. Durante a coleta
foram realizadas orientações quanto a pega correta, posicionamento do bebê, postura da mãe para prevenção de dor na coluna,
prevenção de ingurgitamento mamário. Foi aplicado o sistema LATCH que gradua como está bem estar mamário, tipo de
mamilo, a deglutição, a pega e o tipo de apoio da mãe em seguida foram realizadas diversos manuseios visando a ordenha de
alívio coe orientações quanto a importância da doação para o banco de leite humano. RESULTADOS: Participaram do estudo
238 puérperas com média de idade de 25 anos, quanto ao perfil da amostra, 55% eram casadas, 34,8% tinham ensino médio
completo e 42,8% eram do lar. Destas, 238, realizaram pré-natal durante a gestação e quando questionadas em relação a ter
recebido orientações relacionadas ao aleitamento materno no pré-natal, 167 não receberam nenhuma orientação sobre
amamentação, 71 foram orientadas sobre a importância da amamentação. Das 167 mulheres que receberam orientação 106
delas estavam conseguindo amamentar sem intercorrências e relataram não sentir dificuldades na amamentação e apenas 61
referiram dificuldades e ou dúvidas sobre a amamentação com ingurgitamento mamário e início de fissura em mamilo não
obtendo nota 10 no sistema LATCH. Das 71 que não tinham sido orientadas no pré-natal, 51 não apresentavam dificuldades para
amamentar, 20 tiveram a nota abaixo de 10 no sistema LATCH. CONCLUSÃO: Apesar da maioria das mulheres terem realizado
pré-natal durante a gestação, quase 70% não receberam nenhuma orientação sobre amamentação. Sendo assim, foi possível
observar que as ações empregadas pelos profissionais da saúde no pós parto, inclusive pelo fisioterapeuta, tem auxiliado na
prática do aleitamento. Se faz necessário, que todos os profissionais da saúde estejam aptos para orientar não apenas no
puerpério, mas também no pré-natal favorecendo, cada vez mais, a promoção do aleitamento materno exclusivo.
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PFi-006 - RELAÇÃO ENTRE SOBRECARGA FÍSICA/EMOCIONAL E QUALIDADE DE VIDA NOS CUIDADORES DE
CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM PARALISIA CEREBRAL
MIRELLA RAIANNE DE OLIVEIRA CABRAL SILVA; CRISTIANA MARIA MACEDO DE BRITO
UNICAP
INTRODUÇÃO: A Paralisia Cerebral (PC) reporta-se a uma lesão no sistema nervoso central durante o desenvolvimento,
consistindo em uma doença de caráter não progressivo, que pode provocar comprometimento motor, limitações nas atividades
básicas de rolar, sentar, engatinhar, deambular e, como consequência, dependência na mobilidade, higiene pessoal e
alimentação, levando assim a uma necessidade de cuidados redobrados por parte dos familiares. A dependência física da criança
com PC e o consequente aumento da responsabilidade na função diária com a mesma pode ocasionar sobrecarga física e
emocional nos cuidadores familiares, traduzida por cansaço, isolamento e estresse, além de interferir na sua qualidade de vida.
OBJETIVO: Investigar a possível associação entre o nível de sobrecarga física/emocional e a Qualidade de Vida (QV) em
cuidadores familiares de crianças com PC. MATERIAL E MÉTODOS: Foram entrevistados 17 cuidadores familiares de crianças
com PC, utilizando-se do instrumento Burden Interview (BI) para avaliar sobrecarga, o qual aborda itens relativos às áreas de
saúde, vida social e pessoal, situação financeira, bem-estar emocional e relacionamento interpessoal. Já para analisar a QV, foi
aplicado o questionário SF-36 constituído por 36 itens relacionados à capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de
saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental. Foi utilizado ainda o WHOQOL-bref para avaliar a QV,
composto por 26 itens que abordam os domínios físicos, psicológicos, relações sociais e saúde ambiental. Para relacionar a
sobrecarga física e emocional com a QV foi utilizado o programa de Software SPSS 13. RESULTADOS: No que diz respeito à
correlação entre o nível de sobrecarga e à QV segundo o SF-36, observaram-se respostas significativas p<0,05 apenas para os
domínios de aspectos físicos e estado geral de saúde, significando que quanto maior a sobrecarga menor a pontuação nos
domínios aspectos físicos e estado geral de saúde. Quanto à correlação entre o nível de sobrecarga e a QV segundo o WHOQOLbref, verificou-se uma associação inversamente proporcional em todos os domínios, revelando que quanto menor o escore
nesses domínios, maior foi a sobrecarga, embora não tenha revelado significância estatística. CONCLUSÃO: Foi possível observar
que a referida amostra apresentou um nível de sobrecarga de leve a moderado, bem como uma percepção da QV como
moderada. Além disso, apenas os domínios aspectos físicos e estado geral de saúde mostraram-se significantes, o que chama a
atenção para uma melhor abordagem aos cuidadores em relação a esses aspectos no sentido de potencializar a sua qualidade
de vida.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-007 - AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR DE CRIANÇAS DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO
MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ - PR
LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; ALINE FAGUNDES BONFIM; GABRIELA SOARES XIMENDES; THAYLA SUELLEN RODRIGUES
DA SILVA
UFPR
O desenvolvimento psicomotor é um processo de mudança sequencial e contínuo no comportamento motor que ocorre ao
longo do ciclo da vida. Suas manifestações estão relacionadas a idade, bem como a fatores hereditários individuais, estímulos
ambientais e demandas contextuais. O presente estudo teve como objetivo analisar o desenvolvimento neuropsicomotor de
crianças de dois a cinco anos de idade, frequentadoras de uma instituição pública e outra privada no Município de ParanaguáPR. A pesquisa foi caracterizada como um estudo qualitativo e quantitativo com aprovação por um comitê de ética em pesquisas
(CAAE 13314813.5.0000.0102). Foram excluídas deste estudo crianças que apresentavam patologias do sistema nervoso ou do
sistema musculoesquelético e aquelas que não estavam regularmente matriculadas nas instituições onde o estudo ocorreu.
Participaram desta pesquisa 43 crianças submetidas a uma avaliação psicomotora pelo Teste de Triagem de Denver II. Este teste
avalia crianças de 0 a 6 anos e possui um total de 125 itens divididos em quatro áreas: pessoal-social, motor fino, linguagem e
motor grosseiro. Os itens são direta¬mente aplicados à criança e, em alguns deles, é solicitado que o cuidador, responsável ou
professor informe se a criança realiza ou não a tarefa solicitada. Como resultados constatou-se que a incidência de atraso ocorre
de maneira igual nas escolas pública e particular, no entanto o risco para atraso é mais frequente na escola particular. Através
da análise das áreas do desenvolvimento, identificou-se que dentre as avaliadas (pessoal-social, motor fino-adaptativo,
linguagem e motor- grosseiro), as áreas de domínio pessoal-social e motor fino adaptativo foram as mais afetadas. A faixa etária
em que houve maior risco para atraso foi a de 4 anos, seguida da de 2 e 3 anos. Esta pesquisa torna-se importante, pois a
discussão que ela acarreta, é útil na medida em que desencadeia um processo de reflexão acerca das condições oferecidas
nestes ambientes educacionais. No Brasil existe um número crescente de crianças expostas a uma variedade de condições de
risco, que podem levar a atrasos neuropsicomotores, a utilização de instrumentos para detecção precoce de distúrbios é um
passo essencial para implementação de programas preventivos de assistência a estas crianças. O desenvolvimento psicomotor
adequado nos primeiros anos de vida torna-se essencial para o desenvolvimento da criança, pois é neste primeiro período que
se iniciam as mudanças significativas das áreas motoras e perceptivas que influenciarão posteriormente no desenvolvimento de
sua inteligência e afetividade. Também se sugere a reflexão sobre as abordagens fisioterapêuticas de intervenção sobre tais
atrasos e riscos para atraso.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-008 - INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO DESENVOLVIMENTO DE INDIVÍDUOS COM PARALISIA CEREBRAL
KARIZE RAFAELA MESQUITA NOVAKOSKI; LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; TAINÁ RIBAS MÉLO
UFPR; UNIANDRADE
O movimento é um aspecto essencial à vida, pois através dele é possível caminhar, correr, brincar, comer, entre outras tarefas
motoras importantes ao cotidiano. O desenvolvimento motor é específico à tarefa e restrito pelo ambiente, ou seja, o indivíduo
produz um movimento para obedecer às demandas da tarefa que é executada dentro de um ambiente específico. Uma das
questões que pode prejudicar o desenvolvimento, e, consequentemente os movimentos de um indivíduo, é a Paralisia Cerebral
(PC). A PC é uma lesão que atinge o encéfalo quando este é imaturo, interferindo diretamente na motricidade do indivíduo
afetado e que cursa com desenvolvimento motor atípico e perturbações do tônus, da postura e do movimento. Este trabalho
teve como objetivo analisar os efeitos da intervenção do profissional de fisioterapia na reabilitação funcional (do movimento e
da postura) de indivíduos com Paralisia Cerebral, segundo a abordagem pelo Conceito Neuroevolutivo de Bobath e pela
Psicomotricidade. As intervenções priorizaram a promoção da independência funcional, do equilíbrio e da motricidade fina, bem
como aprimorar funções que o indivíduo já desenvolve e estimular a sua aprendizagem motora. Participaram deste estudo duas
crianças que frequentavam um centro municipal de diagnóstico e reabilitação. Como instrumentos de avaliação utilizou-se as
escalas Gross Motor Function Classification System (GMFCS), Gross Motor Function Measure (GMFM) e (Quality of Upper
Extremity Skills Test) QUEST para detectar as necessidades de cada indivíduo. Na sequência realizou-se um protocolo de 10
intervenções, com frequência semanal de duas vezes por semana e duração de aproximadamente 60 minutos. Após as
intervenções os indivíduos foram reavaliados pelos mesmos instrumentos. Como resultados, na escala GMFCS, uma das crianças
foi classificada como nível II e a outra como nível III, e, esta classificação se manteve na reavaliação. Na escala GMFM, pode-se
observar mudanças, negativas e positivas, um dos indivíduos obteve melhora nas dimensões em pé e andar, correr e saltar,
enquanto o outro obteve discreta piora em todas as dimensões. Já na escala QUEST, uma das crianças atingiu a pontuação
máxima tanto na avaliação quanto na reavaliação e a outra criança manteve sua pontuação da avaliação na reavaliação. Os
resultados apresentaram pequena melhora quantitativa, porém na análise qualitativa realizada pelo fisioterapeuta observou-se
evolução expressiva dos pacientes. Concluiu-se que o tratamento fisioterapêutico em indivíduos com PC pode potencializar
questões funcionais, valorizando o acompanhamento e a observação do fisioterapeuta, garantindo melhora na qualidade de
vida do indivíduo. Ao analisar as variáveis encontradas entre os resultados, sugere-se a continuidade deste trabalho por um
maior período de tempo, com maior número de participantes e enfoque no tratamento baseado no Conceito Neuroevolutivo
Bobath e na Psicomotricidade em conjunto com outras modalidades terapêuticas.
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PFi-009 - ANÁLISE DA COORDENAÇÃO MOTORA E DO EQUILÍBRIO EM PRATICANTES DE TAEKWONDO E FUTEBOL:
UM ESTUDO NA TERCEIRA INFÂNCIA
ELISIANE KRUPNISKI DE SOUZA; LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; RODERLEY REIS CIRINO; WAGNER RODRIGO WEINERT;
TAINÁ RIBAS MÉLO
UFPR ; UNIANDRADE
O incentivo à prática de atividades físicas é uma forma lúdica de se modificar o ambiente em que a criança está inserida e de se
incluir uma tarefa agradável a sua rotina. A importância desse estudo consiste em investigar se tal prática pode evitar atrasos no
desenvolvimento físico-motor na terceira infância. O desenvolvimento motor acontece dinamicamente dependendo do
indivíduo, do meio e moldado por estímulos externos. Desta forma, a prática de atividade física torna-se um aspecto facilitador
da aprendizagem motora durante a infância. Este trabalho teve como objetivo analisar o potencial da atividade física como
agente promotor do desenvolvimento da coordenação e do equilíbrio na terceira infância. Desta forma, esta pesquisa buscou
verificar se as habilidades motoras de equilíbrio e coordenação de meninos entre 7 e 11 anos que pratiquem taekwondo e
futebol são mais desenvolvidas que as habilidades de meninos da mesma faixa etária não praticantes de atividades físicas
específicas. A pesquisa foi aprovada por um comitê de ética em pesquisas (CAAE nº. 11135712.7.0000.0102). Foram incluídos
no estudo crianças com idade de 7 a 11 anos, que não possuíam patologia do sistema nervoso ou musculoesquelético, e, cujo
tempo de prática de taekwondo e futebol era superior a 4 meses. O grupo controle foi constituído de indivíduos não praticantes
de atividades físicas além da oferecida em turno escolar (educação física). Não participaram da pesquisa sujeitos do sexo
feminino, e todos os casos incompatíveis com os critérios de inclusão. Os instrumentos utilizados foram os testes referentes a
coordenação motora final, coordenação motora ampla e equilíbrio da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM). Comparou-se o
desenvolvimento de crianças praticantes de futebol e taekwondo, com o desenvolvimento de crianças não praticantes de
atividade física além da educação física escolar. Os resultados obtidos indicaram que os sujeitos praticantes de atividade física
tendem a possuir um melhor desempenho nos testes propostos. A idade mais relevante foi a faixa etária dos oito anos em que
tanto os resultados qualitativos quanto os quantitativos foram superiores nos praticantes de atividades físicas. Os praticantes de
futebol apresentaram resultados aquém do esperado quando comparados ao grupo controle em algumas faixas etárias. Porém,
na média, os praticantes de taekwondo obtiveram os resultados mais expressivos. Com esta pesquisa foi possível verificar a
influência que a prática de atividade física exerce sobre o desenvolvimento motor de uma criança. A maioria da população
estudada apresentou classificação de desenvolvimento dentro do que se considera normal para as idades correspondentes. Os
fatores ambientais e sociais que estas crianças vivenciam influenciam estes resultados, dentre estes, a prática de atividade física.
O esporte, ou a atividade física, devem ser considerados como lazer e atividade pedagógica pelos quais a criança irá se
desenvolver e conhecer melhor as possibilidades de seu corpo e a si própria. Sua prática culminará em benefícios fisiológicos,
psicomotores, culturais, cognitivos, além da boa socialização pela disciplina e pelas regras de cada atividade.
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PFi-010 - ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS EM GENES DO REPARO DE DNA COM FISSURA LÁBIO PALATINA NÃOSINDRÔMICA NA POPULAÇÃO BRASILEIRA.
HELENARA SALVATI BERTOLOSSI MOREIRA; RICARDO DELLA COLETTA; RENATO ASSIS MACHADO; SIBELE NASCIMENTO DE
AQUINO; ANA LÚCIA CARRINHO AYROSA RANGEL
UN. ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; FOP UNICAMP; UNIMONTES
As fissuras lábio-palatinas não-sindrômicas (FL/PNS) representam as malformações faciais mais comuns em seres humanos e são
causadas por uma combinação de fatores genéticos e ambientais sob um modelo de herança multifatorial. Dados
epidemiológicos brasileiros demonstram uma variação entre 0,36 a 1,46 para cada 1000 nascidos vivos. Nos países em
desenvolvimento, o impacto das fissuras orofaciais ainda está por ser reconhecido e são difíceis de serem mensurados. Vários
profissionais entre eles o Fisioterapeuta atuam na reabilitação desses pacientes. As FL/PNS são etiologicamente heterogêneas e
fatores multifatoriais como os ambientais e genéticos são determinantes importantes, por isso a avaliação genético-clínica e o
aconselhamento genético são etapas inalienáveis do acompanhamento dos pacientes com FL/PNS e os estudos recentes visam
atender essa necessidade, tentando cada vez mais, evoluir no entendimento dos fatores causais com a identificação de novas
variantes genéticas, de fatores de risco ambientais e de interações multifatoriais. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil
epidemiológico (características clínicas, demográficas e ambientais) dos indivíduos afetados por FL/PNS residentes na região
oeste do estado do Paraná na busca por fatores de risco para o desenvolvimento das FL/PNS e também verificar a associação de
polimorfismos em genes que codificam enzimas do sistema do reparo do DNA na susceptibilidade das FL/PNS. Para a primeira
parte do estudo, foram coletadas 194 amostras de saliva de pacientes com FL/PNS e seus pais e realizadas entrevistas com os
genitores visando o levantamento de dados referentes aos aspectos ambientais relacionados às fissuras. A segunda parte do
estudo envolveu a análise dos polimorfismos rs1136410 no gene ADPRT, rs1052133 no gene OGG1, rs1800734 no gene MLH1,
rs1130409 no gene APEX1, rs861539 no gene XRCC3, rs1801321 no gene RAD51, rs25487, rs25489, rs3213245 e rs1799782 no
gene XRCC1 e rs13181 e rs1799793 no gene ERCC2 em 223 trios (pai, mãe e paciente com fissura) pelo teste de desequilíbrio de
transmissão (TDT). As amostras utilizadas para a investigação de polimorfismo foram provenientes de 4 Centros diferentes de
tratamento da FL/P, composta por 93 trios de Minas Gerais, 74 do Paraná, 34 da Bahia e 22 da Paraíba. Entre os pacientes
avaliados, um predomínio de homens, leucodermas e afetados por fissuras lábio-palatinas (FLP) foi observado. Entre as
alterações sistêmicas, as otorrinolaringológicas foram significantemente mais prevalentes em fissuras palatinas (FP) em
comparação com as fissuras labiais (FL; p=0,013). Mais de 80% das mães dos pacientes com FL/PNS reportaram que não fizeram
uso de suplementos vitamínicos durante o primeiro trimestre de gestação. Entre os 12 polimorfismos avaliados, rs3213245 no
gene XRCC1 demonstrou uma significante associação com FL (p=0,03) e rs13181 do gene ERCC2 demonstrou tendência de
associação com FLP (p=0,06). O haplótipo formado pelos polimorfismos rs25487, rs25489, rs321345 e rs1799782 no gene XRCC1
também foi significantemente associado as FLs (p=0,02). Os resultados deste estudo revelaram o perfil epidemiológico dos
pacientes com FL/PNS atendidos no oeste do estado do Paraná e demonstram que os polimorfismos nos genes XRCC1 e ERCC2,
que codificam enzimas associadas ao sistema e reparo do DNA, podem estar associados à suscetibilidade ao desenvolvimento
das FL/PNS.
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PFi-011 - REFLUXO VESICOURETERAL EM CRIANÇAS COM DISFUNÇÃO VESICAL E INTESTINAL – RESULTADO DO
TRATAMENTO
REJANE DE PAULA BERNARDES; LUCIANA KATIUCIA ANDRADE HERRERA; DANIELE CORDEIRO BRAGA; SYNDIA COLAÇO VAZ
MELAMED; SIMONE CONCEIÇÃO DE ANDRADE
CLINICA NEFROKIDS CURITIBA
INTRODUÇÃO: As disfunções vesicais e intestinais (DVI), até então designadas síndrome de eliminações, tem sido descritas
como a forma mais severa de disfunção em crianças. As consequências mais temidas são o refluxo vesicoureteral (RVU) com
infecções de trato urinário recorrentes, cicatrizes renais, e hipertensão arterial. As formas mais severas (antes designadas
síndrome de Hinman) podem evoluir com insuficiência renal crônica. As DVI podem cursar com alteração funcional na fase de
enchimento (hiper ou hipoatividade de detrusor) e/ou na fase de esvaziamento (disfunção miccional) associados ao transtorno
de esvaziamento intestinal. A prevenção destas complicações é possível com o tratamento adequado das disfunções.
OBJETIVOS: Avaliar a ocorrência de RVU em um grupo de crianças portadoras de disfunção vesical e intestinal, como também
avaliar a evolução do refluxo com o tratamento realizado. MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas 351 crianças com
diagnóstico de disfunção vesical e intestinal que realizaram investigação completa com uretrocistografia miccional (UCM) e
estudo urodinâmico (EU). Todos os pacientes receberam tratamento com uroterapia – condicionamento de micções e ingesta e
dieta para constipação e biofeedback animado de assoalho pélvico (BFAP). A eletroestimulação transcutânea (TENS) e a
farmacoterapia – antibióticos profiláticos e/ou anticolinérgicos, foram indicados de acordo com a condição clínica, tipo de
disfunção vesical e opção da família. Para análise estatística utilizamos o teste de Fischer e o software Graphpad® .
RESULTADOS: Foram avaliados 351 pacientes, com idade média de 7.6±2.5 anos, 79% do sexo feminino, com tempo de
acompanhamento de 22±18 meses. 18% dos pacientes apresentaram RVU na primeira avaliação, sendo 70% unilateral e 30%
bilateral. Entre 80 unidades com RVU, 45% grau I, 23% grau II, 16% grau III, 14% grau IV e 2% grau V. Uretra em pião estava
presente em 41% das UCM. Dilatação pielocalicial em 61% das ecografias. Cicatrizes renais foram detectadas em 36% dos
pacientes que realizaram cintilografia renal ao DMSA (46/129). As alterações urodinâmicas encontradas foram: hiperatividade
de detrusor com disfunção miccional em 214 pacientes (61%), disfunção miccional em 69 (20%), hiperatividade de detrusor em
41 (12%) e hipoatividade de detrusor em 27 (7%). 30±20 sessões de BFAP foram realizadas em 351 pacientes, uma média de 28
sessões de TENS parassacral e/ou tibial posterior em 280 pacientes. No final do estudo 41 entre 63 pacientes com RVU haviam
realizado UCM controle demonstrando 68% de resolução completa, 24% de redução no grau do RVU e somente 17% mesmo
grau de RVU. Profilaxia antibiótica e anticolinérgicos foram indicados em 46 e 54%, no início do tratamento e no final do estudo
23 e 33%, respectivamente. CONCLUSÃO: O RVU secundário às disfunções, na maioria de grau I a III e ITUs recorrentes resultam
em elevado índice de cicatrizes renais. O percentual de resolução do RVU é elevado quando realizado tratamento adequado da
disfunção. O diagnóstico e tratamento mais precoce das disfunções deve provavelmente prevenir a ocorrência destas
complicações.
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PFi-012 - O PAPEL DA FISIOTERAPIA NO PROJETO DE EXTENSÃO MAIS INCLUSÃO
JANAÍNA REAL DE MORAES; MARLUCI LUZIA LUNELLI; FERNANDA RIBEIRO LEITÃO; BÁRBARA ASUNÇÃO SOMBRIO
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU
INTRODUÇÃO: O projeto de extensão Mais Inclusão do curso de Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (FURB),
aprovado no edital PROPEX 07/2014, buscou auxiliar a inclusão educacional de crianças com deficiência matriculadas nos
Centros de Desenvolvimento Infantil (CDIs) por meio de uma parceria firmada com a Secretaria de Educação de Gaspar (SC).
OBJETIVO: descrever o papel da fisioterapia na inclusão educacional de crianças que participaram do projeto de extensão Mais
Inclusão do curso de Fisioterapia da FURB. MATERIAIS E MÉTODOS: Como materiais utilizamos duas entrevistas semiestruturadas direcionadas aos pais e professoras das crianças e uma ficha de avaliação fisioterapêutica. Estes instrumentos
foram desenvolvidos a fim de fornecer dados que mostrassem as necessidades específicas de cada criança no ambiente do CDI
quanto a manuseios, alinhamento e estabilidade postural, adaptação do material pedagógico, bem como a necessidade de
orientações específicas aos pais e professores quanto às deficiências encontradas. Para coletarmos as informações necessárias,
primeiro marcávamos por telefone com os CDIs o dia de nossa visita. O CDI ficava responsável por entrar em contato com os
pais para que os mesmos comparecessem no dia da avaliação. A avaliação fisioterapêutica tinha como objetivos: colher o
histórico da deficiência, detectar as possíveis necessidades que as mesmas tinham no ensino regular e suas características físicofuncionais, bem como já realizar orientações aos pais para auxiliar no processo de inclusão. Era avaliada uma criança por vez
para que pudéssemos conversar e orientar seus pais e professores no mesmo dia, a fim de detectar quais eram suas dificuldades
e dúvidas. Após a avaliação, a equipe do projeto se reunia para ser traçado um plano de orientações fisioterapêuticas que era
entregue ao CDI. RESULTADOS: o projeto vem sendo desenvolvido desde abril de 2014, onde realizamos 12 visitas em 6 CDIs de
Gaspar. Participaram do projeto 10 acadêmicos de fisioterapia, foram avaliadas 10 crianças com deficiência e dadas orientações
a 10 professores e 11 pais. As ações realizadas pela fisioterapia envolveram sugestões de recursos de alinhamento e estabilidade
postural, adaptações de material pedagógico, orientações de posicionamento e manuseio. CONCLUSÃO: concluímos que o papel
da fisioterapia foi o de aliar as necessidades das crianças, os relatos dos pais e professores com as limitações do ambiente,
apontando sugestões a fim de sanar as dificuldades encontradas. Além disso a fisioterapia desenvolveu ações de prevenção,
promoção e ampliação das condições de saúde, unindo reabilitação e educação, contribuindo para que a inclusão se torne
realidade, visto que as consequências decorrentes da exclusão educacional apontam para um dos problemas emergentes da
sociedade atual.
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PFi-013 - USO DE VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA EM RECÉM-NASCIDOS COM INSUFICIÊNCIA
RESPIRATÓRIA AGUDA
MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MARIZANE
PELENZ; SUELY MARIKO OGASSAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: Os avanços no tratamento neonatal têm elevado cada vez mais a sobrevida de recém-nascidos (RN), sendo que
grande parte deles acaba necessitando de um suporte ventilatório. Diversos fatores podem causar insuficiência respiratória
aguda (IRpA), dentre eles complicações durante o parto, descolamento prematuro de placenta, malformações congênitas e
prematuridade, que desponta como a principal causa de morbimortalidade perinatal. A ventilação não invasiva (VNI) tem sido
cada vez mais utilizada em IRpA na tentativa de reduzir a necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e prevenir suas
complicações, podendo também ser uma estratégia no auxílio ao desmame da ventilação invasiva. A VNI permite recrutar
alvéolos colapsados, aumentar as trocas gasosas, melhorar a relação ventilação-perfusão e diminuir o trabalho respiratório.
OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso da VNI em neonatos com Insuficiência respiratória aguda. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram
analisadas as fichas de avaliação de recém-nascidos admitidos na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal de um hospital
universitário do Paraná durante o período de abril de 2014 á fevereiro de 2015. Os critérios de inclusão foram todos os RN que
necessitaram de VNI, seja com o objetivo de reduzir a necessidade de IOT ou no auxílio ao desmame da ventilação mecânica
invasiva (VMI). A eficácia foi avaliada pelo cumprimento do objetivo inicial do uso da VNI. RESULTADOS: Nesse período, 114 RN
foram avaliados e destes 33 lactentes fizeram uso de VNI, sendo 14 para reduzir a necessidade de IOT e 19 no auxílio ao
desmame ventilatório, compondo assim a amostra estudada. Dos 33 que fizeram uso de VNI 81% apresentaram diagnóstico de
prematuridade (Limítrofe 11%, moderada 21% e extrema 68%), 10% de desconforto respiratório do RN, 3% por descolamento
prematuro de placenta, 3% anóxia cerebral e 3% por atresia duodenal. A média de peso na admissão da UTI neonatal foi de 935
±844 gramas, e a média de peso da alta foi 1.173 ±1.077 gramas. Nos 14 pacientes que utilizaram VNI para reduzir necessidade
de IOT apenas 3 não tiveram sucesso e necessitaram de VMI, porém posteriormente foram extubados e tiveram êxito no
desmame, 2 deles com novo uso de VNI e 1 com suporte de oxigênio. Todos os RN que utilizaram a VNI no desmame tiveram
sucesso e não necessitaram de re-intubação. Esses resultados demonstram que a VNI é uma importante ferramenta nos
cuidados de RNs com insuficiência respiratória aguda que necessitam de suporte ventilatório para sobrevida. CONCLUSÃO: A
VNI cumpriu o objetivo para o qual foi utilizada, reduzindo a necessidade de IOT e auxiliando no desmame da VMI.
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PFi-014 - VIABILIDADE DA DEAMBULAÇÃO COM PACIENTE INTUBADO: UM RELATO DE CASO
MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MÔNICA MARIANA DE MORAES;
NATANIEL MATHEUS NEITZKE; SUELY MARIKO OGASAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA
OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: A fraqueza adquirida em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um quadro frequente em pacientes ventilados
mecanicamente, que pode acarretar em um tempo maior de internamento e repercutir durante anos na qualidade de vida do
doente crítico. A deambulação é a forma mais completa de mobilização, pois proporciona uma gama de estímulos sensóriomotores. Contudo a deambulação é um desafio dentro da UTI, principalmente em pacientes sob ventilação mecânica invasiva
(VMI), pois sua segurança e viabilidade são contestadas. OBJETIVO: Avaliar a segurança e viabilidade da deambulação em
paciente ventilado mecanicamente. DESCRIÇÃO DO CASO: KBM, sexo feminino, 8 anos. Paciente com histórico de
internamentos recorrentes na UTI pediátrica de um hospital universitário, com diversas falências de extubação por insuficiência
respiratória aguda, diagnóstico de mal asmático e pneumonia. No internamento atual já havia apresentado uma falência de
extubação e permanecia sem sedação, consciente (ECG 11) e responsiva, sendo então realizada a deambulação durante o
atendimento fisioterapêutico. No dia da deambulação encontrava-se hemodinamicamente estável sem a necessidade de uso de
drogas vasoativas, apresentava imagem radiológica sugestiva de atelectasia em base pulmonar direita, em ventilação mecânica
com parâmetros ventilatórios baixos (FiO2 35%, PEEP 5) em modo PSV/CPAP. A intervenção foi iniciada com a saída da paciente
do leito com apoio, apresentando a FC 135 bpm, SPO298% e FR 30 rpm. A paciente foi mantida em sedestação em uma cadeira,
evoluindo para ortostatismo mantido por alguns minutos para adaptação á postura, neste momento foi necessária a aspiração
do TOT por grande mobilização de secreção. Iniciou-se então, a caminhada, a paciente foi acompanhada por dois fisioterapeutas
e monitorada através de oximetro de pulso portátil, mantendo FC em torno de 135-150bpm e SPO2 98%. Foi estimulada a
apoiar-se no próprio ventilador mecânico guiando-o. Caminhou em torno de 5 metros e todo processo de sentar, deambular e
volta ao leito durou aproximadamente 35 minutos. Após o retorno ao leito, foi verificado novamente a FR 29rpm, FC 128bpm e
SPO2 99%, havendo nova necessidade de aspiração do TOT, evidenciando assim um dos benefícios da deambulação, a
mobilização e expectoração de secreção. Apresentou melhora radiológica em menos de 48 h da deambulação, sendo extubada
com sucesso e recebeu alta após 72 h da intervenção. A paciente manteve força muscular grau 5 pela escala de Medical
Research Council (MRC) durante todo o período de internação em UTI, que foram de 12 dias, desses 10 em VMI. Evidenciandose, dessa forma, que não houve perca significativa de massa muscular e preservação da força. CONCLUSÃO: Não houve
nenhuma intercorrência durante a deambulação e a paciente manteve-se estável até o dia da alta, demostrando que é possível,
viável e seguro deambular com pacientes intubados em ventilação mecânica.
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PFi-015 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA HIDROCEFALIA CONGÊNITA: UM RELATO DE CASO
DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARIZANE PELENZ; NATANIEL MATHEUS
NEITZKE; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: Hidrocefalia apresenta-se com limitações funcionais de mobilidade, equilíbrio e coordenação, prejudicando a
realização de atividades, e comprometendo o desenvolvimento neuropsicomotor. Além da fisioterapia motora, a fisioterapia
respiratória é de suma importância nessa patologia, principalmente nos casos de ventilação mecânica prolongada, tendo como
objetivo prevenção de pneumonias, atelectasias, e outras complicações pulmonares. OBJETIVO: Descrever a importância da
atuação fisioterapêutica no tratamento das complicações da hidrocefalia congênita. DESCRIÇÃO DO CASO: J. L. S, 1 ano e 4
meses, sexo feminino, raça caucasiana. Diagnosticada com hidrocefalia congênita aos 3 meses de vida, sendo necessária a
colocação de válvula de derivação ventrículo-peritoneal (DVP). Após 9 meses da colocação da DVP foi admitida na emergência
de um Hospital Universitário do Paraná com histórico de vômito, evoluindo com apnéia e bradicardia, sendo intubada e
transferida para Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI). Paciente diagnosticada com hipertensão intracraniana, sendo
realizado troca de DVP. Após 28 dias do procedimento cirúrgico, houve tentativa de extubação, porém apresentou falha devido
à desconforto respiratório e hipossaturação, sendo reintubada e retornada para ventilação mecânica. Após 12 dias foi
submetida a traqueostomia. No decorrer do internamento, ocorreram inúmeras complicações no quadro clínico, dentre elas
duas paradas cardiorrespiratória (PCR), síndrome convulsiva, infecções recorrentes, meningite bacteriana, nova troca de DVP e
Síndrome do desconforto Respiratório Agudo (SDRA). Em decorrência das sequelas adquiridas durante o internamento, a
paciente tornou-se dependente da ventilação mecânica, devido ausência de drive respiratório. Também houve
comprometimento do desenvolvimento neuromotor, incluindo encurtamento e atrofia muscular. A equipe de fisioterapia da
unidade realizou o atendimento de fisioterapia motora, o qual consistiu em alongamentos e mobilização da musculatura global,
visando a redução de encurtamentos e deformidades. Também foi dado ênfase à fisioterapia respiratória, utilizando-se técnicas
de reexpansão pulmonar, e higiene brônquica, incluídos técnica de aspiração de vias aéreas. O atendimento foi realizado
diariamente, em média 2 vezes ao dia, durante o período de internamento. Outro ponto importante da atuação fisioterapêutica,
foi a tentativa de desmame da ventilação mecânica. Houve redução gradativa dos parâmetros ventilatórios, e tentativa de
ventilação no modo PSV/CPAP, o qual a paciente não tolerou. A criança foi mantida durante 8 meses em um ventilador
mecânico no modo SIMV, e após esse período submetida ao suporte ventilatório por um BIPAP, no modo SIMV, com baixa
fração inspiratória de oxigênio. Durante o período do internamento os parâmetros ventilatórios mantiveram-se baixos, salvo o
período em que a paciente desenvolveu SDRA e necessitou ser pronada, sendo elevado FIO2 acima de 70%, PEEP acima de 10
cm/H2O e PIP acima de 35 cm/H2O, sendo esses parâmetros reduzidos gradativamente em um período de cinco dias. Após 12
meses de internamento, com estabilização do quadro clínico, e adaptação do suporte ventilatório pelo BIPAP, a paciente
recebeu alta hospitalar, e continua em uso contínuo de assistência ventilatória domiciliar. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi
importante na manutenção da mobilidade articular, e principalmente na prevenção de complicações respiratórias devido ao uso
prolongado da ventilação mecânica, favorecendo assim o uso de baixos parâmetros ventilatórios.
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PFi-016 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: RELATO DE CASO
DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MÔNICA
MARIANA DE MORAIS; SUELY MARIKO OGASAWARA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença multissistémica, auto-imune, caracterizada por inflamação
vascular e do tecido conjuntivo, com anticorpos antinucleares. As manifestações clínicas são variáveis, com história natural
progressiva e imprevisível. Apresenta um variado espectro de achados clínicos, crônicos, com fases de exacerbações e períodos
de remissões. O LES acomete indivíduos de todas as raças, mas, em estudos norte-americanos, sua prevalência é três a quatro
vezes maiores em mulheres negras que brancas. O envolvimento renal é a principal causa de morbidade e mortalidade em
pacientes com LES. Alteração do sedimento urinário e/ou proteinúria ocorre em cerca de 50% dos pacientes ao longo da
evolução da doença. Cerca de 10% dos pacientes com nefrite lúpica evoluem para insuficiência renal terminal após cinco anos.
OBJETIVO: Descrever a abordagem fisioterapêutica em uma paciente com nefrite lúpica em UTI. Descrição do caso: M. L. S. S. 9
anos de idade, gênero feminino, raça negra, com diagnóstico de LES há 6 anos, em tratamento. Nega artralgia ou rigidez
articular. A mãe procurou o serviço de saúde do município de origem, devido aumento do edema em abdômen e MMII. No
pronto atendimento apresentou pico hipertensivo de 200/140 mmHg, sendo medicada com sintomáticos. Posteriormente
encaminhada a um hospital universitário. Após 8 dias de internamento na ala hospitalar, foi transferida para unidade de terapia
intensiva pediátrica (UTI – pediátrica), necessitando de diálise peritoneal devido a insuficiência renal aguda. Iniciou o tratamento
fisioterapêutico a partir do primeiro dia de internamento, com uma média de 2 atendimentos ao dia, em 24 dias. Foram
realizados exercícios respiratórios visando a prevenção da fraqueza muscular respiratória e demais complicações pulmonares
comuns na doença, obtendo-se sucesso, pois durante toda a permanecia na unidade não houve alterações radiológicas
importantes, e a paciente manteve - se eupneica com freqüência respiratória média de 29rpm, hipertensa com pressão arterial
média de 124,2mmHg, mantendo saturação entre 93-99%, não necessitando de oxigenoterapia durante todo o internamento.
Devido a longos períodos de permanência no leito para as diálises, a fisioterapia teve o papel importante na manutenção de
força e amplitude de movimento, mantendo força muscular integra durante todo internamento, sendo realizado bipedestação e
deambulação com auxílio de andador e exercícios lúdicos de forma ativa e ativa resistida com monitorização continua dos sinais
vitais, visando à prevenção de atrite de pequenas articulações, comum em pacientes com LES, sendo que durante todo
internamento na UTI permaneceu ativa, comunicativa e com raciocínio lógico. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi um recurso
relevante na prevenção de complicações respiratórias e manutenção de força muscular e amplitude de movimento.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-017 - ATUAÇÃO FISIOTERAPEUTICA EM CRIANÇA QUEIMADA: UM RELATO DE CASO
MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; LETICIA DUBAY MURBACH; MÔNICA
MARIANA MORAES; MARIZANE PELENZ; NATANIEL MATHEUS NEITZKE; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA
FERNANDA OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: Em pacientes com queimaduras, deve-se admitir sempre a possibilidade de intubação traqueal, pois as condições
são difíceis, pelo edema facial, às vezes lacerações de partes de moles e tumescência das vias aéreas superiores. Após lesão por
queimaduras, os mediadores da inflamação liberados nos locais da ferida promovem grande edema e favorecem ao dano
pulmonar, que resulta do processo inflamatório desencadeado pelo trauma, aumentando dessa forma o líquido extravascular
pulmonar. Todas essas alterações podem gerar um desmame difícil da ventilação mecânica, sendo assim a traqueostomia vem
sendo cada vez mais utilizada como alternativa para desmame ventilatório desses pacientes. OBJETIVO: Relatar a atuação da
fisioterapia respiratória na abordagem de uma criança com queimaduras de segundo grau. RELATO DE CASO: Paciente M.V.S,
sexo feminino, 1 ano e 2 meses. Criança deu entrada no pronto socorro de um hospital universitário do Paraná, devido
queimaduras de segundo grau por café quente, acometendo membros superiores, dorso, pescoço e algumas áreas da face,
totalizando em média 40% da superfície corporal. Na admissão paciente foi submetida a intubação orotraqueal, e encaminhada
ao centro cirúrgico para debridamento das áreas acometidas. Após o procedimento foi recebida na unidade de terapia intensiva
pediátrica (UTI pediátrica), sedada, e em ventilação mecânica no modo SIMV, FIO2 45%, PIP 21 cmH2O, PEEP 5 cmH2O. No
decorrer do internamento a paciente foi submetida a aproximadamente 09 debridamentos, com rápida evolução e cicatrização
das lesões. A paciente permaneceu em ventilação mecânica (VM) por 14 dias, com desmame progressivo de sedação e dos
parâmetros ventilatórios. Durante o internamento apresentou recorrentes imagens radiológicas sugestivas de atelectasia, sendo
revertidas. A atuação fisioterapeutica foi direcionada para reexpansão pulmorar e higiene brônquica, favorecendo melhora do
quadro radiológico. Após 13 dias de internamento, foi realizado tentativa de extubação, porém a criança apresentou estridor
laríngeo, sendo re-intubada e depois de 4 dias apresentou uma auto-extubação, seguida de nova falência. Devido as falhas de
extubação, no 21 º dia de internamento foi submetida à traqueostomia (TQT). Permaneceu em VM durante 4 dias pós TQT,
sendo passada para ventialação espontânea, e instalado suporte de oxigênio por nevoa úmida, mantendo–se com bom padrão
respiratório, saturação de oxigênio e imagem radiológica sem alterações, não sendo necessário o retorno à ventilação mecânica.
Após 4 dias recebeu alta da UTI. CONCLUSÃO: A fisioterapia foi importante na reversão de atelectasias e na prevenção de
complicações respiratórias, favorecendo assim o desmame ventilatório.
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PFi-018 - AVALIAÇÃO DA DOR EM RECÉM-NASCIDOS POSICIONADOS NA REDE.
DANIELA SIVIERO; MARCELA GOMES FERREIRA; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARCELA APARECIDA LEITE; ALESSANDRA
MADALENA GARCIA; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU; NELSON OSSAMU OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: O uso da rede para recém-nascidos(RN) internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal(UTIN) e Unidades
de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) é descrita há diversos anos como forma de posicionamento, proporcionando um
ambiente que simula o útero materno, proporciona estimulo sensório motor, melhora o conforto e relaxamento do paciente.
Por outro lado, a necessidade de avaliar a resposta do RN durante este procedimento é necessária para sustentar que este não
gera nenhum desconforto quando utilizado. Para esta avaliação, algumas escalas podem ser utilizadas, entre elas a Neonatal
Infant Pain Scale(NIPS) e Neonatal Facial Coding System(NFCS), que utilizam observação das respostas comportamentais do
lactente às intervenções e, assim avaliam a dor nesta população. OBJETIVO: avaliar a resposta do RN prematuro ao
posicionamento na rede comparado através das escalas de dor NIPS e NFCS. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caráter
retrospectivo realizado no período de Maio a Setembro de 2014 na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) de um
hospital universitário do Paraná. Foram realizadas observações e avaliações do RN posicionado na rede segundo as reações
abordadas nas escalas utilizadas, antes e 30 minutos após o posicionamento na rede. As variações compreendem observação da
face e movimentos corporais do RN. A análise dos dados foi realizada por meio de média, desvio padrão e proporção. Os
critérios de inclusão compreenderam pacientes com idade gestacional(IG) e#8804;34 semanas, idade gestacional corrigida(IGC)
e#8805;32 semanas, estabilidade hemodinâmica, sem necessidade de oxigênio suplementar e que não tenham sido submetidos
a procedimento doloroso ou estressante nas últimas 72 horas. Os critérios de exclusão abrangeram RNs com menos de 72 horas
de vida, uso de corticoides, antibióticos, opiáceos ou qualquer outro medicamento que altera a nocicepção, RNs com distúrbios
neurológicos ou renais, submetidos à fototerapia ou cirurgias nas últimas 72 horas. RESULTADOS: No período analisado, foram
admitidos 141 pacientes na UCIN, onde 113 foram excluídos conforme critérios de exclusão e 28 foram elegíveis. Três pacientes
foram excluídos devido ao inicio de fototerapia, retorno de suporte de oxigênio e retorno para UTIN. Assim, foram incluídos 25
pacientes, onde 13 foram do sexo feminino, IG média 31±2,22 semanas e idade gestacional corrigida (IGC) no dia da intervenção
34±0,96. A pontuação na escala NIPS permaneceu com média 0±0,40 no inicio da intervenção e 0±0,5 no final do
posicionamento, onde 19(76%) mantiveram a pontuação, 03(12%) aumentaram e 03 (12%) reduziram a pontuação. O mesmo foi
observado na escala NFCS, onde a média permaneceu 0±0,40 no inicio da intervenção e 0±0,37 após o posicionamento na rede,
onde 22 (88%) mantiveram pontuação, 02(08%) diminuíram e apenas 01(04%) apresentou aumento. CONCLUSÃO: Com base na
interpretação das escalas utilizadas, o posicionamento na rede não proporcionou episódios de dor ou desconforto ao RN, sendo
que estes mantiveram, em sua maioria, a mesma pontuação nas escalas de dor NIPS e NFCS.
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PFi-019 - ELABORAÇÃO E REALIZAÇÃO DE UM SUPORTE PARA REDE EM UNIDADE DE CUIDADOS INTERMEDIÁRIOS
NEONATAIS.
MARCELA GOMES FERREIRA; DANIELA SIVIERO; JESSICA ALINE KREBS; ALINE DA SILVA; MARCELA APARECIDA LEITE; ALESSANDRA
MADALENA GARCIA; EUGÊNIO LUIZ MASSALAI; CLAUDIA REJANE LIMA DE MACEDO COSTA; ERICA FERNANDA OSAKU; NELSON
OSSAMU OSAKU
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE
INTRODUÇÃO: A utilização da rede como forma de posicionamento para recém-nascidos(RN) internados em Unidades de
Terapia Intensiva Neonatais(UTIN) e Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais(UCIN) é descrita há diversos anos e
observam-se benefícios como melhora na condição de relaxamento, estimulo sensório motor e simulação do útero materno.
Porem, não é estabelecido claramente de que maneira estas redes são posicionadas na incubadora ou sobre o berço do
paciente, de forma que ofereça segurança, possibilidade de higienização, facilidade de transporte e acesso. OBJETIVOS:
Descrever o processo de elaboração de um suporte de rede para ser utilizado em uma UCIN e assim, proporcionar os benefícios
do posicionamento na rede para RNs internados na unidade. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caráter descritivo, realizado no
período de Agosto a Setembro de 2013 na UCIN de um hospital universitário do Paraná. Foi realizado um projeto de suporte
para rede que utilizou canos de PVC que é um material leve, de fácil acesso, baixo custo e que possibilita a higienização
conforme as normas da unidade. RESULTADOS: O projeto de um suporte foi elaborado pela equipe de fisioterapia da UCIN
frente à necessidade de um instrumento para a utilização da rede, visto que os benefícios advindos deste posicionamento são
diversos. Após a elaboração do projeto, a equipe de manutenção do hospital realizou a montagem do suporte, conforme as
medidas dos berços da UCIN. O suporte mede 55cm de altura, 93cm de comprimento e 58cm de largura. Em sua face lateral
existe uma abertura que permite o encaixe do suporte ao berço e na parte superior tem uma haste onde a rede é amarrada. Ao
colocar o suporte lateralmente, amarramos a rede e ela fica disposta bem no centro do berço, permitindo maior segurança e
apoio do recém-nascido. Desta forma, o suporte pode ser utilizado sobre o berço do RN e após a utilização, pode ser retirado,
higienizado e guardado em local apropriado. A rede de pano foi confeccionada pelas costureiras do hospital e permanece com o
mesmo paciente até o momento da alta, onde então, é encaminhada com os demais itens utilizados pelo paciente para a devida
higienização. Assim, a utilização da rede nos RNs desta UCIN é viável, de fácil acesso e reprodutibilidade. CONCLUSÃO: A
elaboração e confecção de um suporte para rede se mostrou viável, seguro e de fácil reprodutibilidade. Permitindo assim que os
RN´s da unidade usufruam do posicionamento.
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PFi-020 - A ADESÃO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO AMBULATORIAL NAS CONDIÇÕES DE AGRAVOS
CRÔNICOS EM PEDIATRIA: ESTUDO DE PREVALÊNCIA
PAULA DE ALMEIDA THOMAZINHO; MICHELLE RODRIGUES DE FARIAS; MARCIA REGINA VINHAES; MIRIAM RIBEIRO CALHEIROS
DE SÁ
INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA - IFF/FIOCRUZ; UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Além da utilização adequada de medicamentos, a adesão pode ser compreendida como um conjunto de atividades em que o
paciente ou responsável segue às orientações prescritas, entende e concorda com elas, em uma relação de “aliança
terapêutica”, sendo reconhecidas as responsabilidades específicas de todos os envolvidos (direta ou indiretamente) no
tratamento. Esse tema vem sendo amplamente discutido e questões fundamentais como conceitos, terminologias e fatores de
interferência têm sido abordados, embora o fenômeno adesão à fisioterapia seja pouco explorado em pesquisas científicas,
mesmo constituindo a base do seu tratamento. Cinco fatores são determinantes no comportamento de adesão. As “dimensões”
englobam: sistema e equipe de saúde, fatores socioeconômicos, fatores relacionados à doença, ao paciente e ao tratamento.
Sabe-se que a adesão por si só é deficitária em crianças e idosos, principalmente pela dependência que eles apresentam em
relação a outras pessoas. Em condições de agravos crônicos, o impacto é ainda maior para toda a família pelo longo período de
tratamento. A doença crônica na infância apresenta uma prevalência elevada. Afeta 15-18% da população infantil americana,
incluindo condições físicas, deficiências no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem e doença mental5. Este estudo tem
como objetivo: identificar o comportamento de adesão em relação à assiduidade ao tratamento fisioterapêutico pediátrico em
um ambulatório especializado. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi avaliada a assiduidade durante os anos de 2008-2014, das crianças
(0-3 anos) atendidas em um ambulatório especializado de fisioterapia motora pediátrica. Feita coleta de dados a partir dos
registros de falta e presença da ficha de frequência de atendimentos, preenchida pelo fisioterapeuta responsável pela rotina. A
prevalência de faltas foi identificada pelo número de faltas em relação ao total de atendimentos agendados para o período. A
amostra dos registros utilizados foi calculada em um mínimo de 63 atendimentos/mês considerando erro amostral de 10%, nível
de confiança de 97%, percentual mínimo estimado de faltas de 20%, em um total médio de 400 atendimentos. Análise dos
dados no Excel 2008. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-IFF/Fiocruz nº 09662812.2.0000.5269).
RESULTADOS: Não foram observadas interferências sazonais dos índices de assiduidade entre os anos de estudo. Os meses com
menor e maior prevalência de faltas apresentaram respectivamente valores de 17,28% em 2009 e de 57,14% em 2010, e por
consequência maior e menor adesão ao tratamento ambulatorial. A média anual de faltas do período foi de 37,76% (DP ± 2,31),
com mínima de 34,60% e máxima de 40,65%. CONCLUSÃO: As condições de agravos crônicos têm aspecto relevante para a
adesão, pela maior dificuldade em seguir o tratamento de forma regular e sistemática. Em relação ao objeto desse estudo, não
foram encontradas referências diretas para comparação dos resultados.
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PFi-021 - ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE BEBÊS DE 1 A 12 MESES DE IDADE NO LITORAL DO PARANÁ
LUCIANA VIEIRA CASTILHO WEINERT; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; LETÍCIA ANDRES; SUZANE
DE OLIVEIRA
UFPR; PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTAL DO PARANÁ
O desenvolvimento motor se refere ao movimento, como um processo contínuo e sequencial, e que está associado à idade. As
mudanças que ocorrem durante o primeiro ano de vida são as importantes modificações, pois neste período acontecem os
maiores saltos evolutivos. Salienta-se que determinados marcos do desenvolvimento motor só podem ser investigados nesta
faixa etária, pois evoluem ou desaparecem com o tempo e o amadurecimento da criança. Os impactos ocasionados por atrasos
no desenvolvimento motor infantil têm grande relação com questões de morbidade infantil, desta forma, se considera
importante traçar perfis de normalidade do desenvolvimento motor em populações específicas. A realização deste estudo
justifica-se pela importância de se conhecer a realidade local, e utilizá-la para embasamento em métodos de diagnóstico e
reversão de atrasos no desenvolvimento psicomotor de crianças em uma população específica. Quando se conhece as
peculiaridades de uma população, os atrasos podem ser detectados e minimizados precocemente. Assim este projeto tem por
objetivo identificar o perfil do desenvolvimento motor de crianças entre 1 e 12 meses de idade no litoral do Paraná, e como
objetivos específicos pretende avaliar a presença de características específicas da motricidade nesta faixa etária, como reflexos,
reações, padrões de movimento, planos de movimento e habilidades motoras. Este estudo caracterizou-se como analítico
observacional transversal e foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º 21001613.9.0000.0102). Os indivíduos
que fizeram parte desta pesquisa foram crianças de ambos os sexos, com idade entre 1 e 12 meses. Como critérios de exclusão
definiu-se a presença de patologias ortopédicas ou neurológicas que cursem com alteração no desenvolvimento motor típico, e,
a utilização de sondas gástricas ou enterais que dificultem o manuseio durante a avaliação motora. Foram avaliadas 385 crianças
segundo a caracterização do desenvolvimento motor proposta por Castilho-Weinert e colaboradores (2010, 2015). Durante a
avaliação de uma criança, enfatizou-se a observação das características correspondentes a idade motora esperada
(correspondente a cronológica), e, também avaliou-se as características do mês anterior e posterior a esta idade motora. Este
procedimento foi realizado por considerar-se que uma criança realiza transição gradual de um mês para outro de idade motora.
Os resultados analisados até o momento indicam que amostra avaliada possui o desenvolvimento motor próximo daquele
relatado pela literatura recente disponível sobre o assunto. Destas, 88 crianças possuíam defasagem em seu desenvolvimento
motor, com atraso de pelo menos um mês na comparação entre as idades motora e cronológica. Conclui-se que é fundamental
o acompanhamento periódico do desenvolvimento motor no primeiro ano de vida a fim de caracterizar se tais atrasos são
transitórios ou se são devidos a alguma alteração do sistema nervoso central. Como trabalhos futuros, pretende-se realizar
correlação dos dados obtidos até o momento com a Idade Gestacional ao nascimento e as notas do Boletim de Apgar. Além
disso, pretende-se elaborar um instrumento educativo sobre as fases do desenvolvimento motor, embasado nos dados da
população investigada.
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PFi-022 - CORRELAÇÃO ENTRE VOLUMES PULMONARES E O ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA DE CRIANÇAS
EUTRÓFICAS NA FASE ESCOLAR: ESTUDO PILOTO
CAROLINE HEEMANN VIONE; LETÍCIA CORREA DE BARROS; DANNUEY MACHADO CARDOSO; DULCIANE NUNES PAIVA
UNISC
INTRODUÇÃO: A medida da função pulmonar torna-se importante não apenas como parâmetro clínico, mas também como
instrumento de medida do adequado crescimento e desenvolvimento pulmonar infantil havendo, entretanto poucos estudos
sobre a interação entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e os volumes pulmonares. OBJETIVO: Avaliar possível correlação entre
os volumes pulmonares e o IMC de crianças eutróficas hígidas em fase escolar. MATERIAL E MÉTODO: Estudo quase
experimental que analisou crianças de ambos os sexos, com idade entre 6 e 9 anos, que não apresentavam doença pulmonar
prévia. Utilizado espirômetro portátil (MicroloopCareFusion®, EUA) para obtenção da manobra de Capacidade Vital Forçada
(CVF) realizada pré e pós broncodilatador (BD). Foi realizado no mínimo 03 manobras de expiração forçada e no máximo 06
manobras pré e pós BD, seguindo as normas da American ThoracicSociety (ATS, 2007). Para indução da broncodilatação foi
utilizado quatro puffs de salbutamol spray (100 mcg/dose). RESULTADOS: Foram avaliadas crianças de ambos os sexos (n=36)
com média de IMC de 15,9 ± 1,2Kg/m2, tendo sido observado que o IMC se correlacionou de modo direto, moderado e
significativo com o Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo (VEF1) (r= 0,522, p= 0,001) tendo apresentado correlação
direta e fraca com a CVF (r= 0,463, p= 0,004). CONCLUSÃO: o presente estudo detectou correlação significante entre os volumes
pulmonares avaliados e o IMC em crianças eutróficas, sendo tal resultado preliminar balizador para futura avaliação da
correlação entre os volumes pulmonares e a obesidade infantil.
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PFi-023 - EFICÁCIA DA EQUOTERAPIA NA FUNÇÃO MOTORA GROSSA E NA INTERAÇÃO SOCIAL DE UMA CRIANÇA
COM PARALISIA CEREBRAL: ESTUDO DE CASO.
GIOVANA PASCOALI RODOWANSKI; RAFAELA SILVA MOREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
INTRODUÇÃO: A equoterapia é uma intervenção terapêutica empregada em pacientes com disfunções neuromotoras,
favorecendo ganhos motores através da movimentação tridimensional do cavalo e de atividades que possam ser realizadas
durante a cavalgada. Crianças com paralisia cerebral podem apresentar alterações motoras e cognitivas que levam a restrições
de atividades e participação social para o indivíduo e sua família. Deste modo, acredita-se que a equoterapia possa melhorar a
funcionalidade e auxilie na conquista de benefícios sócio-afetivos no tratamento da paralisia cerebral. OBJETIVO: Verificar a
eficácia da intervenção de equoterapia na função motora grossa e na interação social na paralisia cerebral. MATERIAIS E
MÉTODOS: Estudo de caso do paciente H.L.A.O., seis anos, sexo masculino, diagnosticado com paralisia cerebral do tipo
quadriplegia espástica e GMFCS nível V. As sessões de equoterapia eram realizadas por estagiárias de fisioterapia em uma
associação de atividades equestres, no sul do país. Ocorriam uma vez por semana, durante 30 minutos. No primeiro e no último
encontro foi realizada uma avaliação fisioterapêutica pediátrica considerando o desempenho da criança nos domínios motor
grosso, linguagem, motor fino e pessoal-social. O plano de tratamento da equoterapia consistia na aproximação da criança ao
animal, atividades lúdicas envolvendo aspectos psicomotores e na despedida do animal. Inicialmente, a criança era estimulada a
acariciar o animal. Durante a montaria, eram realizados alongamentos passivos de membros superiores e inferiores, atividades
como tocar objetos suspensos acima do paciente, arremessar brinquedos com auxílio, e realizar preensão de uma bola de
basquetebol. Em decúbito ventral, no cavalo, eram fornecidos comandos a H.L.A.O., tais como, “olhe para os pássaros”, “olhe
para frente” objetivando sustentação de cabeça, além de exercícios de alcance de brinquedos. Em ambas as posições o animal
cavalgava em diferentes intensidades e deslocava-se em zigue-zague por cones situados no chão. RESULTADOS: Foram
realizadas três sessões de equoterapia com o paciente H.L.A.O. Após a avaliação fisioterapêutica pediátrica observou-se que
H.L.A.O. levantava a cabeça ao comando da estagiária, porém não a sustentava. Voltava-se ao barulho e ao chamado,
acompanhava objeto além da linha média, alcançava e fazia preensão de brinquedos com auxílio. Após as sessões de
equoterapia, foi realizada uma nova avaliação e verificou-se uma sustentação da cabeça em 90°, maior verbalização de
sentimentos tais como gritar e sorrir. Observou-se ainda um maior esforço do paciente no alcance de brinquedos e em tarefas
de socialização como “dar tchau” e agradecer. CONCLUSÃO: A equoterapia acarretou uma melhora da função motora grossa e
na interação social do paciente com paralisia cerebral, tendo em vista os ganhos motores, comportamentais e de comunicação
alcançadas. Estes achados realçam a importância da incorporação de outros métodos de intervenção na reabilitação em
pediatria e podem contribuir na conquista de melhores resultados no tratamento da paralisia cerebral com o emprego da
equoterapia. Para que os resultados possam ser generalizados, faz-se necessário que esta intervenção seja adotada em novos
estudos contendo amostras maiores.
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PFi-024 - ETCC ASSOCIADA AO TREINO FUNCIONAL DE MEMBROS SUPERIORES SOBRE A ATIVIDADE MUSCULAR
EM CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL HEMIPARÉTICA ESPÁSTICA: RELATO DE CASO
CIBELE ALMEIDA SANTOS; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; ROBERTA DELASTA LAZZARI; ARISLANDER JONATHAN LOPES
DUMONT; STEFANY BELINA FERREIRA; GISLENE DE JESUS FERNANDES; LARISSA CAROLINE DE FREITAS; ROBÉRIA SANTANA;
VERONICA CIMOLIN; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
INTRODUÇÃO: As crianças com hemiparesia têm limitações em sua capacidade de usar o membro superior comprometido e
déficits de coordenação bimanual que impacta sobre as atividades diárias. Os prejuízos primários dos membros superiores,
como espasticidade, fraqueza muscular e alterações do controle motor, podem dar origem a complicações secundárias
osteomusculares, como contraturas e deformidades, resultando em limitações dos movimentos. Variações nos sinais
eletromiográficos de crianças podem significar imaturidade do sistema nervoso central, considerando que quanto maior a idade
melhor é a precisão das características temporais da ativação muscular. OBJETIVOS: Relatar os efeitos da estimulação
transcraniana por corrente contínua associado ao treino funcional de membros superiores sobre a atividade muscular de bíceps
e tríceps braquial de uma criança com paralisia cerebral hemiparética espástica. MÉTODOS: Uma criança com paralisia cerebral
hemiparética espástica, do gênero masculino, 10 anos de idade. A criança foi recrutada na clínica de fisioterapia de uma
Universidade particular na cidade de São Paulo, Brasil. Visando o alcance, foram realizadas dez sessões de treino funcional de
membros superiores por um período de 02 semanas, sendo 05 por semana. Cada sessão de treino funcional do membro
parético teve duração de 20 minutos. Durante os treinos a criança recebeu estimulação transcraniana por corrente contínua no
córtex motor primário no hemisfério cerebral lesionado, com intensidade de 1mA. A avaliação foi realizada em dois momentos,
pré e pós o treino funcional. RESULTADO: Foram analisados os valores de RMS (Root Mean Square) da eletromiografia dos
músculos bíceps braquial (BB) e tríceps braquial (TB) bilateral nos movimentos de extensão e flexão de cotovelo. Os resultados
encontrados na avaliação pré treino para os músculos BB e TB no lado plégico durante a extensão foram 0,05 e 0,014, e de 0,035
e 0,014 durante a flexão. Após o treino os valores para o lado plégico foram de 0,041 e 0,019, e de 0,049 e 0,017 para BB e TB na
extensão e flexão respectivamente. Na avaliação do lado não plégico o resultado encontrado no pré treino durante a extensão
foram 0,043 e 0,015 para BB e TB, e durante a flexão foi 0,08 e 0,016 para BB e TB. Após o treino os valores foram 0,063 e 0,019,
e de 0,105 e 0,018 para BB e TB na extensão e flexão, respectivamente no lado não plégico. Na comparação entre os lados
avaliados observa-se que o lado não plégico apresentou valores de RMS superiores quando comparado ao lado plégico, mas
ambos tiveram aumento da atividade após os treinos. CONCLUSÃO: Sugere-se que as técnicas utilizadas interferem na atividade
muscular dos músculos bíceps e tríceps braquial.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-025 - O EFEITO DO TREINAMENTO FUNCIONAL DE MEMBRO SUPERIOR NA DESTREZA MANUAL DE CRIANÇAS
COM PARALISIA CEREBRAL
RENATA CALHES FRANCO DE MOURA; CIBELE ALMEIDA SANTOS; ROBERTA DELASTA LAZZARI; STEFANY BELINA FERREIRA;
GISLENE DE JESUS FERNANDES; LARISSA CAROLINE DE FREITAS; ROBÉRIA SANTANA; ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT;
LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
INTRODUÇÃO: As crianças com hemiparesia têm limitações em sua capacidade de usar o membro superior comprometido e
déficits de coordenação bimanual que impacta sobre as atividades diárias. A qualidade e o desempenho nas atividades da vida
diária são determinados em grande parte pelas funções da mão e pela destreza manual. A destreza manual é avaliada para
medir o déficit motor, monitorar sua evolução e medir o grau de recuperação alcançado pelos pacientes. O Teste de Caixa e
Blocos (TCB) foi criado para ser um teste pré-vocacional para pessoas com deficiência física. Permite avaliar e medir de forma
simples a destreza manual de pacientes com problemas neuromusculares e paralisia cerebral. OBJETIVOS: Realizar uma análise
comparativa dos efeitos do treino funcional de membro superior parético, sobre a destreza manual de crianças com paralisia
cerebral do tipo hemiparesia espástica, níveis I a II do MACS. MÉTODOS: A amostra foi selecionada por conveniência não
randomizada composta por 12 crianças diagnosticadas com PC hemiparesia espástica nível I ou II do MACS, de ambos os
gêneros, com idades entre 06 e 13 anos. As crianças foram recrutadas a partir de clínicas de fisioterapia de uma Universidade
particular na cidade de São Paulo, Brasil. Dez sessões de fisioterapia foram realizadas por um período de 02 semanas, sendo 05
em cada semana. Cada sessão de treinamento funcional do membro superior parético apresentou duração de 40 minutos. Três
estratégias motoras foram treinadas: alcance, extensão do cotovelo e deslocar objetos com manutenção da extensão do
cotovelo. RESULTADO: Foi considerado o total de blocos que os participantes conseguiram deslocar no Teste de Caixa e Blocos
no tempo de 60 segundos. Os resultados encontrados foram expressos em média e desvio padrão, sendo que na pré
intervenção a quantidade de blocos foi 16,3333±12,0403, e após o protocolo de treino de 10 sessões a quantidade foi de
19,5833±13,2353. CONCLUSÃO: Houve uma melhora significativa (p=0,011) na destreza manual do membro superior parético
após o treinamento funcional quando comparado ao membro não parético.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-026 - ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA ASSOCIADA AO TREINO DE MOBILIDADE
COM REALIDADE VIRTUAL SOBRE A MOBILIDADE FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL
ROBERTA DELASTA LAZZARI; CIBELE ALMEIDA SANTOS; STEFANY BELINA FERREIRA; RENATA CALHES FRANCO DE MOURA;
ARISLANDER JONATHAN LOPES DUMONT; LUIZ ALFREDO BRAUN FERREIRA; VERONICA CIMOLIN; MANUELA GALLI; FABIANO
POLITTI; CLAUDIA SANTOS OLIVEIRA
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – UNINOVE; POLITECNICO DI MILANO
INTRODUÇÃO: A alteração no controle postural da criança com PC, altera o desempenho nas atividades de vida diária, O TUG é
um instrumento validado e confiável para a avaliação mobilidade funcional para crianças com PC. OBJETIVO: Verificar os efeitos
da estimulação transcraniana por corrente contínua no córtex motor primário, associada ao treino mobilidade com realidade
virtual sobre a mobilidade funcional de crianças com paralisia cerebral (PC) em uma única sessão. MÉTODOS: A amostra
populacional que fez parte deste estudo foi composta de 12 crianças com PC entre 4 e 12 anos de idade. As crianças foram
alocadas aleatoriamente em dois grupos Controle e Experimental e avaliadas em dois momentos distintos em uma única sessão
(20 minutos pré-intervenção, imediatamente após a intervenção. A avaliação foi constituída da análise do Teste Timed Up e
Go(TUG) para avaliação da funcionalidade. RESULTADOS: Os dados foram expressos em média e desvio padrão. No grupo
controle a média antes a sessão foi de 14,40+5,79 e após 13,81+5,18, na comparação pré e pós intervenção foi realizado o test t
pareado e não houve diferença estatística p=0,279. No grupo experimental a média antes a sessão foi de 15,73+5,77 e após
13,96+5,48, na comparação pré e pós intervenção foi realizado o test t pareado e houve diferença estatística com p=0,004. Na
comparação entre grupos após 1 sessão foi realizado o test t não pareado com o Teste de Levene e não houve diferença
estatística p=0,853. CONCLUSÃO: Sugere-se que a tDCS interfere na mobilidade funcional em crianças com paralisia cerebral.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-027 - A FREQUÊNCIA NO SERVIÇO DE PUERICULTURA E SUA RELAÇÃO COM A IDADE DOS BEBÊS
ACOMPANHADOS POR ESTE ATENDIMENTO
TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; LETÍCIA ANDRES; LUCIANA VIEIRA CASTILHO-WEINERT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ
A puericultura constitui-se de um acompanhamento integral à saúde de crianças e apresenta-se atualmente como um dos
pilares da saúde materno infantil do país. Ela analisa o perfeito desenvolvimento físico e mental de crianças de 0 a 5 anos de
idade. Para crianças de até 12 meses de vida o acompanhamento é mensal, para as de 12 a 24 meses é bimensal, para as de 24 a
36 é semestral e para as de 36 meses até aos cinco anos é anual. A qualidade da puericultura relaciona-se à participação de uma
equipe multidisciplinar, que tem como prioridade a promoção da saúde da criança. O fisioterapeuta é um dos profissionais da
área de saúde que contribui com seus conhecimentos a respeito da avaliação e estimulação motora e orientações à familiares e
cuidadores das crianças. Esta pesquisa tem como objetivo discutir questões que podem influenciar a adesão de bebês aos
atendimentos de puericultura no primeiro ano de vida. Este estudo foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º
21001613.9.0000.0102). Os participantes foram 385 crianças com idade entre 1 e 12 meses, frequentadoras do serviço de
puericultura do município de Pontal do Paraná. Como resultados verificou-se que no primeiro trimestre de vida concentra-se
45,1% da amostra, no segundo trimestre 24,4%, seguidos de 17,4% e 12,9% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente.
Observou-se que nos primeiros meses de vida a adesão ao serviço de puericultura é grande e com o passar dos meses os pais
deixam de levar seus filhos à Unidade de Saúde e ocorre o abandono do acompanhamento. Considera-se que muitos fatores
podem estar relacionados a este abandono. Com o término da licença maternidade e consequentemente do período em que a
mulher pode proporcionar atenção em tempo integral ao recém-nascido e assim participar da puericultura, a indisponibilidade
de horários alternativos para a realização da puericultura, e, as dificuldades de locomoção por condições financeiras ou de
acessibilidade da população até a unidade de saúde que abrange uma ampla área territorial. Outra questão é a inexistência de
agentes comunitários de saúde que possam realizar a busca das crianças que abandonaram o acompanhamento. A ocorrência
de tais situações compromete o acompanhamento do serviço de puericultura com o avançar da idade do bebê. Desta forma,
aponta-se a necessidade de sensibilizar a população a respeito da importância da puericultura para a prevenção de agravos e
promoção da saúde das crianças.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-028 - INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO ACOMPANHAMENDO DE PUERICULTURA E SUA IMPORTÂNCIA PARA
O DESENVOLVIMENTO MOTOR DE LACTENTES
BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; LUCIANA CASTILHO- WEINERT; LETÍCIA ANDRES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ – PR
A puericultura tem como prioridade oferecer promoção de saúde a crianças de 0 a 5 anos de idade. No entanto, a qualidade
deste serviço está diretamente relacionada com a participação de uma equipe multidisciplinar. Muitos profissionais de saúde
podem participar deste acompanhamento. Nesta perspectiva o papel do fisioterapeuta é contribuir com conhecimentos a
respeito da avaliação neuropsicomotora, da estimulação motora precoce e da aprendizagem motora, além de orientações às
famílias sobre como promover a ocorrência do desenvolvimento motor infantil. A avaliação psicomotora tem como objetivo a
detecção precoce de situações de risco e de atraso motor. Já a estimulação precoce visa minimizar e reverter os distúrbios que
afetam o desenvolvimento motor típico de uma criança, permitindo que ela atinja todo seu potencial. Quanto mais cedo realizase a intervenção fisioterapêutica, maiores são as chances de prevenir a instalação de padrões posturais e de movimentos
anormais. Esta pesquisa tem como objetivo discutir a inserção do fisioterapeuta na equipe multiprofissional de puericultura do
município de Pontal do Paraná. A partir de um trabalho de conclusão de curso incorporou-se a atuação do fisioterapeuta ao
serviço de puericultura do município, firmando uma parceria entre Universidade e Secretaria Municipal de Saúde a partir do ano
de 2013. Atualmente, o serviço continua em vigor, com um fisioterapeuta inserido na equipe multiprofissional de puericultura.
Todos os bebês entre 1 e 12 meses de idade são avaliados mensalmente pelo fisioterapeuta, após a consulta de enfermagem e
antes da consulta com o médico pediatra. Realiza-se avaliação motora e orientações a mãe ou responsável presente a respeito
da estimulação adequada, de acordo com a idade do bebê e de suas necessidades específicas. A equipe multidisciplinar de
acompanhamento a saúde da criança encontra-se em constante diálogo, principalmente no que diz respeito aos casos de
alteração do desenvolvimento motor, de forma que quando necessário, inicia-se precocemente o atendimento em fisioterapia e
os encaminhamentos para consultas neuropediátricas. Ressalta-se a importância do fisioterapeuta integrado à equipe
multiprofissional, atuando na promoção da saúde, identificando possíveis alterações no desenvolvimento motor e prevenindo
ou minimizando a instalação de alterações neurosensoriomotoras nas crianças atendidas. Trata-se, também, de uma importante
medida de redução gastos para o município, partindo do pressuposto de que medidas preventivas dentro da atenção primária
são mais efetivas e com menores custos.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-029 - PERFIL DE ESCOLARIDADE MATERNA DOS FREQUENTADORES DO SERVIÇO DE PUERICULTURA DO
MUNICÍPIO DE PONTAL DO PARANÁ
TAINARA PIONTKOSKI MALDANER; BRUNA LETÍCIA DOS SANTOS; LETÍCIA ANDRES; LUCIANA VIEIRA CASTILHO-WEINERT
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE PONTAL DO PARANÁ
O desenvolvimento motor se dá a partir da interação constante das características individuais e do ambiente em que a criança
está inserida. Diversos fatores podem colocar em risco o curso normal do desenvolvimento motor de uma criança. Dentre estes
fatores encontra-se o nível educacional precário dos pais. Por esta razão, o impacto desta condição socioeconômica é objeto de
inúmeros estudos nas últimas décadas. Este trabalho tem o objetivo de verificar a associação entre o desenvolvimento motor e
a escolaridade materna de lactentes frequentadores do serviço de puericultura do município Pontal do Paraná, por meio do
mapeamento da escolaridade das famílias atendidas. Este estudo foi aprovado por um comitê de ética em pesquisas (CAAE n.º
21001613.9.0000.0102). Como critérios de inclusão considerou-se as famílias que possuíam filhos com idade entre 1 e 12 meses.
Analisou-se os dados de escolaridade materna relacionados a 194 crianças que realizaram puericultura na unidade básica de
saúde materno-infantil. Apenas 4,6% concluíram cursos de pós-graduação, 12,3% graduação, 0,5% ensino técnico, 37,6% ensino
médio e 19,5% ensino fundamental. Ainda, 17,5% possuíam ensino fundamental incompleto, 0,5% eram analfabetas, e, 14,7%
da amostra não responderam. Conclui-se que em relação a escolaridade materna há predomínio de mulheres com ensino médio
completo, porém muitas possuem nível de escolaridade e compreensão compatível com dificuldades em entender e responder
a perguntas simples, as quais precisaram frequentemente ser reformuladas e explicadas pelo entrevistador. A literatura refere
que a escolaridade dos pais esta intimamente ligada à condição socioeconômica dos mesmos, e, consequentemente com o
acesso às condições ideais de moradia, saúde e educação, além de influenciar nos hábitos cotidianos da família. Como é
consenso que os estímulos ambientais tem papel decisivo no desenvolvimento motor infantil, compreende-se que quanto maior
a escolaridade, maior será a taxa de sucesso no processo de desenvolvimento e aprendizagem motora. Diversos estudos
apontam que valores baixos para os indicadores de escolaridade aumentam a probabilidade de déficits no desenvolvimento
motor de crianças. Desta forma, a continuidade deste estudo pretende correlacionar os dados maternos com a existência de
atraso motor entre as crianças participantes.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-030 - AVALIAÇÃO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO PREMATURO: UM RELATO DE CASO
BRUNA LETICIA DOS SANTOS; NATACHA VERÔNICA BAZANELLA; MARIMAR GORETTI ANDREAZZA MADEIRA; JARBAS MELO
FILHO; ARLETE ANA MOTTER
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; HOSPITAL DE CLINICAS – UFPR
Em recém-nascidos (RN), as vias responsáveis pela recepção, transmissão e integração do estímulo doloroso estão formadas,
mesmo naqueles nascidos prematuramente. Entretanto, a capacidade de respostas destes indivíduos frente a dor é inespecífica
e desorganizada. Devido a impossibilidade de verbalização, ela traduz-se em desconforto físico, psíquico e sofrimento,
desencadeando uma resposta global e repercutindo nos sistemas cardiovascular, respiratório, imunológico, hormonal e
comportamental (ANAND, 1990; OLIVEIRA et al., 2011). O RN prematuro está exposto a um número elevado de procedimentos
dolorosos quando comparado aos nascidos a termo, e geralmente permanece por um tempo prolongado na Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal (UTIN). O objetivo do estudo foi avaliar a dor no RN prematuro após os procedimentos convencionais dentro
da UTIN. Trata-se de um relato de caso de natureza descritiva, com abordagem quali e quantitativa. O estudo foi desenvolvido
com um RN prematuro extremo, do sexo masculino, internado em uma UTIN. Seguiu a Resolução 466/12 do Conselho Nacional
de Saúde, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição responsável e autorizado pela responsável do RN mediante
a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Verificou-se a frequência dos procedimentos realizados no RN e
quais estiveram associados a dor pela avaliação das escalas NIPS e PIPP (LAWRENCE et al., 1993; STEVENS et al., 1996) e incluiu
observações quanto à utilização de medidas não farmacológicas pela equipe multiprofissional para conforto e diminuição da dor
do RN. As observações e a coleta de dados totalizaram 20 horas, realizadas em dias e períodos alternados, por 5 horas
consecutivas: no período da manhã, das 07:00 às 12:00 horas, (1°, 2° e 4° dia) e período da tarde, das 13:00 às 18:00 horas
(3°dia). Os dados foram observados a partir da tabulação em planilhas do programa excel, com análise descritiva dos resultados.
Observou-se 28 procedimentos durante o período investigação, realizados por 5 profissionais, sendo que o RN pontuou dor em
9 (32%) deles na escala NIPS e em 6 (21%) deles na escala PIPP. Observou-se média de dor no procedimento de cuidados de
enfermagem de 6,5 pontos (NIPS) e 30 pontos (PIPP). Os acessos pontuaram 5,5 (NIPS) e 17 (PIPP) pontos. As punções
pontuaram em média 5 na NIPS. O procedimento de aspiração pontuou 9 na NIPS e 12 na PIPP, já o round a beira de leito
pontuou 5 na NIPS somente. E o transporte do RN pontuou em média 6 pontos na NIPS e 14 na PIPP. Durante o período de
pesquisa não foram observadas medidas não-farmacológicas para conforto e diminuição da dor pela equipe multiprofissional.
Concluiu-se que o RN Prematuro extremo é submetido e exposto a diversos procedimentos dolorosos e manuseios
desconfortáveis na rotina da UTIN. Ressalta-se a importância e necessidade da utilização de medidas não-farmacológicas para a
diminuição da dor e conforto do RN, além da conscientização e reconhecimento deste fenômeno pela equipe multiprofissional,
que podem contribuir positivamente para a saúde e bem-estar do prematuro.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-031 - UTILIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA “ATENÇÃO INTEGRADA ÀS DOENÇAS PREVALENTES NA INFÂNCIA (AIDPI)”
NO BRASIL: REVISÃO SISTEMÁTICA
VICTORIA GOMES E SILVA ENGELKE; RAFAELA SILVA MOREIRA
UFSC
INTRODUÇÃO: A AIDPI tem como finalidade proporcionar à criança oportunidades para que tenha um desenvolvimento
adequado e reduzir a mortalidade infantil. Trata-se de uma nova abordagem da atenção à saúde na infância, desenvolvida
originalmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência
(UNICEF) que permite prevenir e tratar eficazmente as principais doenças e problemas que afetam a saúde nos primeiros anos
de vida. OBJETIVO: Examinar e compreender o uso da AIDPI na atenção primária à saúde no Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS:
Revisão sistemática de estudos publicados nos últimos 15 anos indexados nas bases de dados Google Acadêmico, Lilacs, Pubmed
e Scielo, em língua portuguesa. Foram realizados levantamentos bibliográficos usando as seguintes palavras chave: “Atenção
Integrada às Doenças Prevalentes na Infância”; “Atenção Primária à Saúde”; “Desenvolvimento Infantil” e “Fatores de Risco”.
Foram incluídos estudos que abordassem a AIDPI e que tivessem como público-alvo crianças, mães e/ou cuidadores. A qualidade
dos artigos foi avaliada utilizando a escala STROBE. RESULTADOS: A busca eletrônica identificou 59 artigos nas diferentes bases
de dados, destes, somente 8 atenderam aos critérios de elegibilidade. Estabelecida no Brasil desde 1997, a inserção da AIDPI, a
princípio, teve como prioridade municípios com índices elevados de óbitos por pneumonia, diarreia, desnutrição, dentre outras
doenças evitáveis e que tivessem implantados o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o Programa de Saúde da
Família (PSF). Apesar dos primeiros estados escolhidos no país para implementação da AIDPI serem o Ceará, Pará, Pernambuco e
Sergipe, 62,5% dos artigos encontrados foram produzidos em estados da região Sudeste. Os profissionais da área da saúde que
mais utilizam o método em atenção primária são médicos (12,5%) e enfermeiros (12,5%), seguidos por outros (12,5%). Nenhum
artigo citou o uso da AIDPI por fisioterapeutas. Todos os artigos incluídos no estudo relatam a utilização da AIDPI como uma
estratégia eficaz no controle de doenças prevalentes na infância, sendo fundamental para a melhoria das condições de saúde
das crianças. A maior parte demonstra que as crianças mais suscetíveis a atraso no desenvolvimento apresentam como fatores
de risco serem mães adolescentes, com menos de oitos ano de estudo e mais de três filhos. CONCLUSÃO: Apesar de não
existirem muitos estudos sobre o uso da AIDPI no Brasil, a utilização desta estratégia na atenção primária à saúde demonstra
efetividade na detecção precoce de atraso do desenvolvimento. A implementação da AIDPI nos estados brasileiros poderia
auxiliar na redução dos índices de mortalidade do país. No progresso de modificação das práticas em saúde em nosso país é de
extrema importância que todos os profissionais da área da saúde sejam capacitados para proporcionar orientações adequadas
às famílias e que considerem a união de fatores biológicos, ambientais, familiares e sociais as quais interferem diretamente no
desenvolvimento. Incentivo à INTRODUÇÃO da AIDPI no ensino de graduação e maiores investimentos na saúde poderiam se
constituir medidas importantes.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-032 - ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL NO BRASIL: REVISÃO
SISTEMÁTICA
GABRIELA PERETRO; ALINE LUANA BALLICO; RAFAELA SILVA MOREIRA
UFSC
INTRODUÇÃO: A fisioterapia dispõe de modalidades visando a prevenção, correção e o alívio de disfunções anatomofisiológicas, com diversas especialidades, sendo uma delas a atuação fisioterapêutica na UTI neonatal (UTIn). As UTI’s neonatais
surgiram com o objetivo de garantir e oferecer uma melhor sobrevida aos recém-nascidos, visando uma diminuição da
morbimortalidade. Evidências apontam que a implementação da fisioterapia na UTIn, acarreta em uma diminuição no tempo de
internação e de custos hospitalares para o Sistema Único de Saúde. Este dado é ainda mais satisfatório quando a presença deste
profissional na UTIn é de no mínimo 12 horas ou em período integral, conforme regulamentado pelo Ministério da Saúde. Após
25 anos da inserção do fisioterapeuta na equipe multidisciplinar das UTIns do Brasil, ainda percebe-se uma escassez de
profissionais especialistas em neonatologia e também de estudos nesta área. Cada vez mais é reconhecida a importância deste
profissional na UTIn, pelo desenvolvimento de práticas que visam a manutenção e a melhora das condições fisiológicas do
recém-nascido (RN). OBJETIVOS: Conhecer e examinar a atuação fisioterapêutica nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais
no Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão sistemática de estudos publicados e indexados nas bases de dados Google
Acadêmico, Pubmed, Scielo, Periódico Capes, Pedro, Lilacs e BVS. As palavras-chaves utilizadas foram: ‘UTI neonatal e
Fisioterapia’, ‘UTI neonatal e atuação da fisioterapia’. Foram incluídos estudos que abordassem a atuação da fisioterapia na
unidade de terapia intensiva neonatal no Brasil, publicados nos últimos 10 anos em língua portuguesa, e disponíveis nas bases
de dados pesquisadas. Foram excluídos revisões bibliográficas, relatos de caso, monografias e diretrizes. A avaliação da
qualidade dos artigos foi feita utilizando a escala STROBE. RESULTADOS: Foram encontrados 12 artigos sendo selecionados 7 a
partir dos critérios de elegibilidade. Todos os artigos (100%) apresentaram efeitos positivos da intervenção fisioterapêutica na
UTIn. Dos desfechos analisados 2 artigos (28%) ressaltaram a importância da atuação fisioterapêutica na UTIn com consequente
diminuição no tempo de internação e custos hospitalares. Dois estudos (28%) analisaram o desfecho dor em neonatos após a
intervenção fisioterapêutica. A fisioterapia respiratória foi a área de maior atuação, verificada em 4 artigos (57%), sendo as
técnicas mais utilizadas a vibrocompressão, higiene brônquica e percussão. A fisioterapia motora foi citada em apenas 1 artigo
(14%). Três estudos (42%) caracterizaram a amostra, citando dados como peso e idade gestacional. Com base nos artigos
selecionados as pesquisas nesta área concentram-se principalmente nas regiões sudeste (42%) e centro-oeste (28%) do país.
CONCLUSÃO: A partir da presente revisão foi verificada a importância da presença do fisioterapeuta na UTIn, mostrando ser
fundamental para um adequado desenvolvimento dos recém nascidos durante o período de internação. Uma limitação
percebida foi a escassez de profissionais especializados em neonatologia para atuar nas UTIns. Apesar de existirem poucos
estudos, os artigos selecionados ressaltaram os pontos positivos da atuação fisioterapêutica, demonstrando resultados
satisfatórios. Entretanto ainda se faz necessário a realização de estudos futuros que possam direcionar a prática baseada em
evidências, caracterizando melhor a amostra e também as condutas adotadas.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-033 - ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA EM CRIANÇAS COM BRONQUIOLITE VIRAL AGUDA EM UM HOSPITAL
PÚBLICO
MONICA CHAIM; EDUARDO FILONI; ROBERTO NAVARRO MORALES JUNIOR; ANTONIO OLIVAL FERNANDES; PATRICIA FRANÇÃO
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
INTRODUÇÃO: A Bronquiolite Viral Aguda (BVA), é uma doença inflamatória aguda que acomete as vias aéreas inferiores,
afetando crianças com idade inferior a dois anos, com quadro respiratório obstrutivo, podendo variar de acordo com a sua
intensidade. O equivalente a 1-3% dos lactantes com BVA são hospitalizados e até 15% necessitam de cuidados na unidade de
terapia intensiva pediátrica. A Fisioterapia Respiratória é um tratamento coadjuvante na BVA e age no aumento da clearence
mucociliar, facilitando a desobstrução de vias aéreas, a ventilação e a troca gasosa. Não há evidências até o momento que
demonstrem que a fisioterapia respiratória traz benefícios aos pacientes nessa situação clínica. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da
fisioterapia respiratória através de manobras de higiene brônquica, em pacientes com diagnostico de BVA internadas na
enfermaria pediátrica de um hospital público. MATERIAIS E MÉTODOS: O estudo foi desenvolvido na Enfermaria Pediátrica do
Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch no período de outubro a dezembro de 2011. Os lactente com diagnóstico de
Bronquiolite Viral Aguda foram avaliados em dois momentos submetidos a uma sessão de fisioterapia onde foi realizado
drenagem postural, vibrocompressão, aceleração do fluxo expiratório (AFE), estímulo da tosse, desobstrução rinofaríngea
retrógrada (DRRI) e aspiração nasotraqueal de acordo com a necessidade de cada indivíduo. RESULTADOS: A amostra foi
composta por 15 lactentes sendo 10 do sexo masculino e 5 do sexo feminino. Das variáveis estudas o Score de Wood-Downes foi
a única que apresentou melhora estatisticamente significante. CONCLUSÃO: houve melhora da gravidade da BVA após a
realização da fisioterapia.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-034 - LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS DE NEUROPEDIATRIA NO AMBULATÓRIO DE
FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES – CAMPUS VILA LOBOS, SÃO PAULO / SP.
LIGIA ASSIS GATTO SILVA MANTOVANI; OSMAR APARECIDO THEODORO JUNIOR; CHRYSTIANNE MELO SETTER; EDUARDO FILONI
UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES
A fisioterapia pode ser definida, de acordo com Atílio Lopes (2005), como a ciência da saúde que estuda, previne e trata os
distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por
traumas e por doenças adquiridas. O atendimento de crianças constitui importante área de atuação para a Fisioterapia e é
reconhecido na área da saúde, devido aos benefícios proporcionados ao desenvolvimento infantil. A intervenção da Fisioterapia
vai ocorrer em condições agudas, traumáticas, infecciosas ou neurológicas, que geram períodos de deficiências que podem ser
reduzidos ou ter suas sequelas minimizadas. OBJETIVO: Retratar o perfil epidemiológico dos atendimentos de neuropediatria no
ambulatório de fisioterapia da Universidade Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos, São Paulo / SP. MÉTODOS: Foram
observados prontuários de pacientes que utilizam atendimento fisioterapêutico em neuropediatria no ambulatório da
Universidade Mogi das Cruzes – Campus Villa Lobos, São Paulo / SP durante o período de janeiro a março de 2014, totalizando o
número de 36. Os dados tabulados foram: nome, sexo, idade, classificação tônica, diagnóstico clínico, causa, doenças
associadas, uso de medicamentos, uso de prótese / órtese / adaptações, tônus, AVD’s, número de sessões, número de faltas,
número de faltas justificadas, abandono / desistência / óbito e alta. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes atendidos foi
de 4,92 (+-3,98), sendo 22 indivíduos do sexo masculino e 14 indivíduos do sexo feminino. Os pacientes foram divididos
conforme classificação tônica, diagnóstico clínico, causa, doenças associadas, uso de medicamentos, uso de
prótese/órtese/adaptações, Tipo de tônus, AVD’s, abandono/desistência/óbito e alta. Também foram Tabulados número de
sessões, número de faltas e número de faltas justificadas. CONCLUSÃO: Conclui-se que o perfil epidemiológico das crianças
caracterizou-se por pacientes do sexo masculino com média de idade de 4,92 anos. A classificação tônica de maior incidência foi
a de pacientes espásticos e o diagnóstico clínico com maior prevalência foi o de paralisia cerebral diparética, com causas pósnatais. A doença associada mais apresentada foi o refluxo gastroesofágico e o medicamento mais utilizado foi o
anticonvulsionante. A órtese mais utilizada é a goteira anti-equina associada com a cadeira de rodas. Notou-se também que a
grande maioria dos pacientes são totalmente dependentes de seus cuidadores.
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PFi-035 - AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DO INSURE EM NEONATOS
CARLA REGINA MOREIRA CAMARGO; CINTIA TEIXEIRA ROSSATO MORA; CHRISTIANE RIEDI DANIEL; MÔNICA GIMENES DE
CASTRO COUTINHO
HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI; UNICENTRO
INTRODUÇÃO: A síndrome do desconforto respiratório (SDR) é causada primariamente pela deficiência de surfactante ao
nascimento, associada a uma imaturidade estrutural pulmonar, cuja estratégia mais eficaz para diminuir a mortalidade é a
administração de surfactante exógeno. O INSURE (Intubar, Surfactar e Extubar) é um dos procedimentos utilizados para evitar a
necessidade da ventilação mecânica, minimizando seus efeitos deletérios. OBJETIVO: Analisar os fatores que interferem no
desempenho do INSURE em prematuros. MATERIAL E MÉTODO: Foram incluídos prontuários analisados por meio eletrônico, no
período de janeiro de 2012 à dezembro de 2014. Para avaliar o desempenho foram registrados: idade gestacional, peso e apgar
no 1º e 5º minuto de nascimento. RESULTADOS: Foram avaliados 228 prontuários, sendo excluídos seis, por não apresentarem
dados completos, portanto, a amostra foi constituída de 222 prontuários. A média da idade gestacional foi de 32,86 ± 2,21
semanas, peso de 1936,80 ± 520,83 gramas, apgar no 1º minuto de 7,21±1,83 e no 5º minuto 8,47±1,22. Destes recémnascidos, 200 (90,13%) obtiveram sucesso e 22 (9,87%) insucesso no INSURE. Observou-se que a idade gestacional (p=0,71),
peso ao nascer (p=0,87), apgar no 1º minuto (p=0,26) e 5º minuto (p=0,08) não apresentaram diferenças estatisticamente
significante em relação ao desfecho do INSURE. CONCLUSÃO: A partir destes prontuários não foi identificado diferença
estatística em relação ao desempenho do INSURE e as variáveis analisados.
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PFi-036 - A IDADE GESTACIONAL E O PESO AO NASCER NÃO IMPACTAM NO DESEMPENHO DO INSURE
CINTIA TEIXEIRA ROSSATO MORA; CHRISTIANE RIEDI DANIEL; CARLA REGINA MOREIRA CAMARGO; MÔNICA GIMENES DE
CASTRO COUTINHO
HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI; UNICENTRO
INTRODUÇÃO: O INSURE (Intubar, Surfactar e Extubar) é umas das estratégias utilizadas para diminuir as complicações
associadas á síndrome do desconforto respiratório (SDR) no recém-nascido (RN) que é consequência da deficiência do
surfactante alveolar associada à imaturidade estrutural dos pulmões e tentar evitar a manutenção do suporte ventilatório
invasivo Destaca-se que tanto a incidência como a gravidade da doença relacionam-se diretamente com o grau da
prematuridade. OBJETIVO: Analisar se a idade gestacional e peso ao nascer impactam no desempenho do INSURE. MATERIAL E
MÉTODO: O registro dos dados foi realizado a partir de prontuários eletrônicos, no período de janeiro de 2012 à dezembro de
2014. Para avaliar o desempenho do INSURE a idade gestacional foi categorizada em: prematuro extremo (24-30 semanas),
moderada (31-36 semanas) e limítrofe (37-38 semanas) e o peso ao nascer em: extremamente baixo peso (<1000 gramas),
muito baixo peso (1500 gramas) e baixo peso (<2500). RESULTADOS: Para esta análise identificaram-se 222 prontuários, destes,
90,09% (200) apresentaram sucesso no INSURE, em relação à categorização da prematuridade, identificou-se que no prematuro
extremo o sucesso foi em 87% (28), moderada 90% (163) e na limítrofe 100% (9), sem diferença significativa. Ao analisar o peso
de nascimento, observou-se que os neonatos classificados como extremamente baixo peso 67% (4) obtiveram sucesso, muito
baixo peso 89% (39) e baixo peso 91% (157), também sem diferença estatística (p=0,13). CONCLUSÃO: Apesar do INSURE
apresentar um melhor desempenho quanto maior a idade gestacional e o peso ao nascer, esta relação não foi estatisticamente
significativa.
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PFi-037 - AVALIAÇÃO DA HABILIDADE DO SENTAR EM CRIANÇAS A TERMO
KARINE DIEHL PINHEIRO; ELOÁ MARIA SANTOS CHIQUETTI
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA
INTRODUÇÃO: O desenvolvimento da criança se expressa através de seus atos motores e/ou comportamentos, partindo de
simples reflexos até o controle voluntário e consciente de movimentos, seguindo uma sequência progressiva de estruturação
do sistema nervoso. Diante disso, o desenvolvimento motor é considerado como um processo contínuo, sequencial e
multifatorial. No entanto, sabemos que a aquisição de habilidades motoras ocorre de forma mais rápida ainda no primeiro ano
de vida, pois é um período de grande plasticidade neural, possibilitando a otimização do desenvolvimento. Dentre essas
aquisições está o sentar, que se dá por volta dos seis meses de idade. Esta é uma habilidade de sustentação muito importante,
pois precede uma habilidade locomotora, o engatinhar. A avaliação motora torna-se um importante instrumento que favorece o
conhecimento de dados relacionados ao desenvolvimento motor da criança e sugere estratégias de integração de atividades
relacionadas às necessidades específicas de cada uma delas. OBJETIVOS: detectar eventual atraso no desenvolvimento motor
de crianças a termo de seis e sete meses de idade na aquisição da postura do sentar independente. MATERIAIS E MÉTODOS:
Trata-se de estudo observacional e descritivo, cujos participantes foram selecionados a partir de uma amostra de 267 crianças
avaliadas em um projeto de extensão universitária, realizado por acadêmicos do curso de Fisioterapia. Foram selecionadas 44
crianças a termo de ambos os sexos na faixa etária de seis e sete meses de idade. O instrumento de avaliação utilizado foi a
escala motora infantil de Alberta (AIMS), que apresenta caráter observacional baseada na movimentação espontânea do bebê,
composta por 58 itens divididos em quatro subescalas: prono (21 itens), supino (9 itens), sentada (12 itens) e em pé (16 itens),
considerando comportamentos do mais simples ao mais complexo. Quanto mais elevada a pontuação, melhor o
desenvolvimento da criança de acordo com sua idade. O manual de aplicação da AIMS fornece uma tabela normativa que
permite classificar o desenvolvimento da criança, conforme o escore, em três níveis: normal ou típico, suspeito, ou atrasado.
Dos 12 itens da postura sentada, o sentar independente é demonstrado a partir da 6ª postura, portanto, as crianças com idade
de 6 a 7 meses que não apresentavam essa postura foram consideradas com atraso para essa habilidade. RESULTADOS: Das 44
crianças avaliadas 12 apresentaram atraso na aquisição da postura do sentar independente. Ao analisar os resultados do
desenvolvimento motor dessas crianças, de acordo com a classificação na escala AIMS, seis crianças (50%) apresentaram
desenvolvimento motor atrasado, ou seja, percentil menor que 5% da normativa da AIMS; quatro crianças (33%) apresentaram
suspeita de atraso no desenvolvimento motor (percentil entre 5 e 25%), e duas crianças apresentam desenvolvimento típico.
CONCLUSÃO: Os resultados encontrados neste estudo entre a habilidade de sentar com as outras aquisições do
desenvolvimento motor avaliadas pela AIMS revela que a postura sentada se reflete na evolução das habilidades motoras como
um todo.
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PFi-038 - COMPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO NEUROMOTORA EM PRÉ-ESCOLARES DE INSTITUIÇÃO PÚBLICA E
PRIVADA
TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; LIGIA SOUSA; JOSIE RESENDE TORRES DA
SILVA; JÚLIA RIZO PARISI; ANDREIA MARIA SILVA; LUCIANA MARIA REIS; CAROLINA KOSOUR
UNIFAL-MG
INTRODUÇÃO: O domínio progressivo das habilidades motoras básicas como andar, correr, saltar, agarrar apresentam
sequência definida e sofrem influência tanto dos fatores internos como do ambiente. Dentre os ambientes que as crianças
frequentam, o sistema escolar se caracteriza como um espaço muito influente por representar um local que deve prover
estímulos e cuidados para o bom desenvolvimento global. Entretanto, fatores como níveis socioeconômico e culturais baixos e a
quantidade insatisfatória do número de cuidadores são apontados como principais fatores de riscos para um atraso no
desenvolvimento de habilidades motoras em crianças que frequentam creches. OBJETIVO: O objetivo desta pesquisa foi avaliar
o desenvolvimento neuromotor em crianças de três a seis anos, de uma Escola Privada e de uma Creche. MATERIAL E
MÉTODOS: Foram avaliadas 80 crianças, sendo 40 crianças de cada instituição. Foi aplicado um protocolo de avaliação baseado
no Exame Neurológico Evolutivo do autor Lefèvre, que avaliou o Equilíbrio, Coordenação, Persistência Motora e Sensibilidade.
Resultados: Aos três anos, pôde-se observar que o equilíbrio estático teve pontuação máxima entre as escolas avaliadas. Quanto
ao equilíbrio dinâmico e coordenação apendicular, mais crianças da escola privada apresentaram pontuação máxima, com
diferença significante entre as escolas. Aos quatro anos, todas as avaliações mostraram maiores pontuações em crianças de
escola privada, porém, apenas a coordenação apendicular e a persistência motora mostraram diferença significante entre as
escolas. Aos cinco anos, não foi possível observar diferença significante entre as escolas. Aos seis anos, apenas a avaliação de
equilíbrio dinâmico mostrou diferença significante entre grupos, sendo que as crianças de creche apresentaram maior
pontuação. CONCLUSÃO: Conclui-se que não houve diferença significante na comparação do desenvolvimento neuromotor em
crianças da instituição privada e da creche nas pontuações globais da avaliação. Apenas observou-se diferenças significantes em
algumas habilidades avaliadas o que não apontou prejuízos no desenvolvimento dos grupos de crianças avaliadas.
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PFi-039 - EFEITOS DA REABILITAÇÃO VIRTUAL EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
ANGÉLICA PONTES DA SILVA; LEONARDO CESAR CARVALHO; PAULO ALEXANDRE BRESSAN; LIGIA SOUSA; JULIANA BASSALOBRE
CARVALHO BORGES; LEANDRA CARVALHO NOGUEIRA; FERNANDO AUGUSTO SCARANELLI VINCE; SAANE RIOS; TEREZA CRISTINA
CARBONARI DE FARIA
UNIFAL-MG
INTRODUÇÃO: A deficiência mental (DM) é segundo a American Association of Mental Retardation uma condição deficitária,
que envolve habilidades intelectuais, comportamento adaptativo, participação comunitária, interações e papéis sociais entre
outras. Nos últimos anos, a área de saúde vem sendo impulsionada pelas novas tecnologias integradas aos procedimentos
clínicos, com destaque a utilização de recursos virtuais. Na reabilitação esses recursos são vistos como promissores nos
processos de recuperação de pacientes com diversos tipos de deficiências. Indivíduos com deficiência intelectual apresentam
nível de atividade física diminuída o que leva, em muitos casos, ao sedentarismo, a obesidade e aumento de doenças
cardiovasculares. OBJETIVOS: O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da reabilitação virtual em indivíduos com
deficiência intelectual. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizado estudo clínico, quase experimental (pré e pós) em 13 pacientes de
ambos os sexos com média de idade 25,38 ±10,43 anos com DM, alunos de um instituto de artes para realização de terapia com
uso da Realidade Virtual (RV). A avaliação, inicial e final, constou: pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência
cardíaca (FC), Pressão Inspiratória máxima (PImáx.), Pressão Expiratória máxima (PEmáx.), Pico de Fluxo Expiratório (PFE). Foi
também realizado teste de equilíbrio dinâmico Timed Up and Go. Após a avaliação os sujeitos realizaram 10 sessões de
reabilitação virtual utilizando os jogos do Wii Fit Plus, duas vezes por semana por 30 minutos cada sessão. Foram utilizados
testes de normalidade para verificação dos dados (Shapiro- Wilk), devido o n ser menor que 30. Após utilizou-se o teste T
Pareado. Adotou-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: Observou-se na Pressão arterial sistólica e diastólica inicial e
final: PAS 111,61± 6,87mmHg; 110,00±7,07mmHg, (p = 0,010) PAD 75,23±11,79mmHg; 76,92±10,31;(p= ,156). Frequência
cardíaca FC inicial e final: 86,84±12,10 bpm; 78,00±11,95bpm (p= 0,414). Nas variáveis respiratórias, os valores médios, inicial e
final respectivamente foram: PImax 21,84 ±16,94 cmH20; 45,53 ±29,32 cmH2O (p=0,001); PEmax 41,53 ±16,29, cmH2;
67,69±24,08 cmH20 (p=0,018); PFE 192,30 ±66,85 L/min; 274,61 ±86,68 L/min (p=0,001). Quanto ao teste de equilíbrio Timed
Up and Go inicial e final TUG: 9,000segundos, 6,50 segundos (p=0,006). CONCLUSÕES: O trabalho realizado através da
reabilitação virtual em indivíduos com deficiência intelectual apontou efeitos benéficos nessa população estudada mostrando
melhora após o programa realizado nos valores obtidos na avaliação cardiorrespiratória (com exceção da PAD e FC) e no
equilíbrio dinâmico pelo TUG. Tais resultados refletem a importância da utilização de novos recursos como a RV e de pesquisas
contínuas nessa área promissora da reabilitação.
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PFi-040 - CONTROLE CERVICAL NA PARALISIA CEREBRAL: UM DESAFIO?
PATRÍCIA PINHEIRO SOUZA; ALINE MARTINS TOLEDO
HOSPITAL DA CRIANÇA DE BRASÍLIA; UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INTRODUÇÃO: O déficit no controle postural é uma das marcas registradas de deficiência em crianças com paralisia cerebral. A
estabilização de cabeça é uma das principais metas para o controle postural, sendo importante para a visão. Promove
estabilidade para olhar e estabilidade da imagem na retina, facilitando o processamento da informação visual. Também é
essencial para o controle postural dinâmico eficaz em movimentos do corpo inteiro. Uma vez que serve como base para a
orientação inercial para a postura e para o controle motor a partir das referências visuais e vestibulares. O desenvolvimento da
estabilidade cabeça tem recebido pouca atenção dos pesquisadores de controle postural. Pouco se sabe sobre o processo de
desenvolvimento do movimento da cabeça na criança com paralisia cerebral. OBJETIVO: Verificar quais os métodos de avaliação
e quais as técnicas terapêuticas utilizadas para avaliar e tratar o controle cervical de crianças com paralisia cerebral. MATERIAIS
E MÉTODOS: As fontes de dados foram baseadas em publicações médicas revisadas entre os anos de 2000 e 2014, e livros
relevantes, obtidas a partir de busca feita no Pubmed e base de dados MEDLINE, utilizando descritores cerebral palsy/head
control/head stability. RESULTADOS: Foi encontrada apenas uma referência que fizesse intervenção para melhorar o controle
cervical, datada de 1981, com recursos tecnológicos limitados, devido ao momento em que o estudo foi realizado. E mesmo que
de forma subjetiva, foi observado melhor controle cervical após sessões de estimulação motora. Os outros estudos apresentam
métodos de avaliação, quantitativa e/ou qualitativa do controle cervical em crianças com paralisia cerebral. CONCLUSÕES: O
presente estudo mostrou que existem poucas pesquisas relacionadas ao desenvolvimento do controle cefálico em crianças com
paralisia cerebral. Em crianças com severo comprometimento motor e funcional o controle cefálico deve ser priorizado, já que é
um precursor necessário para outras aquisições motoras e posturais. Posturas adequadas são essenciais na promoção de
movimentos voluntários, contudo ainda não existem métodos quantitativos para avaliar o controle cefálico dessas crianças. São
necessários ensaios clínicos bem estruturados para permitir reprodutibilidade da melhor forma de avaliar e tratar.
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PFi-041 - APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING PARA ALÍVIO DE SINTOMAS VASCULARES EM PACIENTES COM
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE: RELATO DE CASO
LIGIA SOUSA; TACIANE NARESSI ZAMBINATTI; GABRIELA ANDRADE VIEIRA; ANÁLIA CRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA; JULIANA
BASSALOBRE CARVALHO BORGES; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA
UNIFAL-MG
INTRODUÇÃO: Os comprometimentos motores presentes em pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) podem
envolver uma série de fatores que levam a alterações vasculares, resultando em edema e sintomas vasculares em membros
inferiores. A Kinesio Taping é uma técnica de bandagem que normaliza a função muscular e aumenta o fluxo linfático,
melhorando os sintomas vasculares. OBJETIVO: Avaliar os efeitos do linfotaping na melhora de sintomas vasculares em
pacientes com DMD. MATERIAL E MÉTODOS: estudo de caso de dois pacientes com DMD, idade de 10 e 15 anos, sexo
masculino, cadeirantes, com queixas relacionadas a sintomas vasculares. O programa de tratamento foi composto pela aplicação
de Kinesio Taping, na região posterior da panturrilha pela técnica FanTape. O tratamento totalizou duas semanas, com três
trocas de faixas por semana. Os pacientes foram questionados sobre sintomas vasculares: (1)aperto, (2)peso, (3)dureza,
(4)dolorimento, (5)desconforto, (6)calor, (7)volume, (8)formigamento, (9)fraqueza e (10)entorpecimento pela Escala Numérica,
câimbras. Foi realizada a perimetria de membros inferiores direito e esquerdo na região de panturrilha por marcação inicial na
tuberosidade da tíbia e demarcados pontos abaixo a cada cinco centímetros. Para avaliar o pé, foi realizada a medida sobre as
articulações metatarsofalangeanas. Para análise dos dados foi utilizada a porcentagem de melhora. Os resultados negativos
significam a porcentagem de redução dos sintomas conseguida com o uso da Kinesio Taping, já aqueles com resultado positivo
significa que houve aumento dos sintomas ou da perimetria. RESULTADOS: para paciente I reduziu 80% a sensação de peso,
57% dor, 80% dolorimento, 57% desconforto e 66% formigamento. A câimbra ocorria duas vezes ao dia, reduzindo para nenhum
episódio nos dias durante o tratamento. Para paciente II, houve melhora de 100% para dor, dolorimento e formigamento e 66%
para desconforto. Paciente II relatou, antes do tratamento, câimbra uma vez ao dia, apresentando apenas um episódio durante
todos os dias de tratamento. Houve redução pouco evidente da perimetria. CONCLUSÕES: A aplicação da Kinesio Taping
mostrou-se eficaz na redução de sintomas vasculares, porém sugere-se tratamento permanente visando a manutenção e
melhora de desconfortos vasculares.
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PFi-042 - AVALIAÇÃO E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM MIOPATIA: ESTUDO DA QUALIDADE DE VIDA EM
PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE
JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES; GABRIELA ANDRADE VIEIRA; ANÁLIA CRISTINA XAVIER DE OLIVEIRA; TACIANE
NARESSI ZAMBINATTI; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA SOUSA
UNIFAL-MG
INTRODUÇÃO: As doenças neuromusculares conduzem ao comprometimento progressivo da função pulmonar e motora,
acarretando prejuízo na qualidade de vida (QV). OBJETIVO: Avaliar a percepção de qualidade de vida em crianças com Distrofia
Muscular de Duchenne (DMD) e comparar com crianças controle, sem a distrofia e de idade correlatas. MATERIAL E MÉTODOS:
Foram investigados quatro meninos entre 9 e 15 anos com DMD e quatro indivíduos controle do mesmo sexo, faixa etária e IMC,
no período de abril a julho de 2013. A QV foi avaliada por meio do instrumento AUQEI - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant
Imagé, na sua versão traduzida e validada para a língua portuguesa. O questionário é baseado no ponto de vista da satisfação da
criança, composto de 26 questões que exploram relações familiares, sociais, atividades, saúde, funções corporais e separação.
Dezoito questões estão contidas em quatro fatores ou dimensões: função, família, lazer e autonomia. Para análise estatística foi
utilizado o teste de Kolmogorov Smirnov para testar a normalidade, seguido de teste t pareado, adotou-se nível de significância
de 5%. RESULTADOS: Quanto ao IMC no grupo de DMD observou-se 1 paciente classificado em eutrófico e três obesos. O escore
médio total da QV foi 53,0 pontos (±7,65), considerando ponto de corte 48 encontrou-se 75% com qualidade de vida positiva e
25% com QV prejudicada (1 criança com 43 pontos). O domínio lazer apresentou o maior valor e autonomia, a menor percepção
de qualidade de vida. Nas crianças consideradas controle, em relação ao IMC observou-se, 1 eutrófico e três obesos. O escore
médio total da QV foi 55,0 pontos (±2,45), todos apresentaram QV positiva. Os domínios lazer e autonomia tiveram resultados
iguais ao do grupo com DMD. Na comparação entre a percepção da qualidade de vida das crianças com e sem DMD observou-se
resultado não significante, tanto no escore total como para os domínios (p>0,05). CONCLUSÃO: Os achados do presente estudo
mostram que a QV das crianças foi considerada positiva, sendo somente uma criança com DMD considerada QV prejudicada e é
melhor no domínio lazer. Não foi observada diferença na percepção da QV entre os grupos, apontando que mesmo as crianças
com comprometimento motor importante, não se sentem prejudicadas em relação a isso. O presente estudo apresenta-se em
andamento com intuito de aumentar a amostra e apontar novos resultados.
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PFi-043 - A CONTRIBUIÇÃO DA FISIOTERAPIA NAS ORIENTAÇÕES DOS RECURSOS DE ALINHAMENTO E
ESTABILIDADE POSTURAL PARA AS CRIANÇAS PARTICIPANTES DO PROJETO DE EXTENSÃO MAIS INCLUSÃO
JANAINA REAL DE MORAES; CAMILA DE MELO; TATIANE SCHLICHTING
FURB
INTRODUÇÃO: Com o objetivo de facilitar o processo de inclusão educacional das crianças e adolescentes com deficiência, foi
criado em abril de 2014 e aprovado no edital PROPEX 07/2014, o Programa Incluir, que é um projeto de extensão do Curso de
Fisioterapia da Universidade Regional de Blumenau (Furb), que ocorre em parceria com a Secretaria de Educação do município
de Gaspar/SC. O Programa é composto por dois projetos: o Formação de Professores e o Mais Inclusão. O Projeto Mais Inclusão
acontece nos Centros de Desenvolvimento Infantil (CDI’s) e nas escolas do município de Gaspar/SC, leva a fisioterapia, por meio
de seus acadêmicos e professores, para auxiliar no processo de inclusão educacional das crianças e adolescentes com
deficiência. OBJETIVOS: Identificar a contribuição da fisioterapia nas orientações dos recursos de alinhamento e estabilidade
postural para as crianças matriculadas nos CDI’s do município de Gaspar, participantes Projeto de extensão Mais Inclusão.
MATERIAIS E MÉTODOS: como material para coleta de dados elaboramos uma matriz instrumental que foi desenvolvida para
extrair dos relatórios de orientações fornecidos aos CDIs, somente as relacionadas ao alinhamento e estabilidade postural de
cada criança participante do projeto no ano de 2014. Estes relatórios de orientações foram formulados a partir da avaliação
fisioterapêutica das crianças com deficiência incluídas nos CDIs. As avaliações ocorreram durante as visitas aos CDIs, onde
participavam a professora coordenadora dos Projetos e as acadêmicas voluntárias. RESULTADOS: No ano de 2014 foram
avaliadas 10 crianças com deficiência e todas receberam orientações para alinhamento e estabilidade postural, dentre essas: 9
crianças foram orientadas quanto ao posicionamento na posição sentada, com joelhos, quadril e tornozelos a 90 graus com a
distribuição do peso em ambos os lados evitando que a coluna ficasse hipercifótica ; 3 crianças orientadas a sentar de lado (sidesitting); 3 crianças orientadas a utilizarem um cinto para estabilidade na cadeira de rodas; 4 crianças orientadas a utilizarem a
calça de posicionamento; 2 a ficarem com faixa em 8 em membros inferiores a fim de evitas abdução excessiva; 2 crianças
orientadas a realização de decúbito lateral para ambos os lados para estimular a simetria corporal e 2 crianças a quando fosse
necessário ficar no colo, que fosse em uma postura de “cadeirinha” que estimule o controle de cabeça e tronco, voltado para o
ambiente. CONCLUSÃO: Concluímos que através de orientações simples e fáceis de serem executadas é possível melhorar o
alinhamento e estabilidade postural das crianças com deficiência e assim contribuir para o processo de inclusão.
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PFi-044 - MASSAGEM SHANTALA: INCLUINDO A FAMÍLIA NO CUIDADO DE SEUS BEBÊS
RAFAELA SILVA MOREIRA; JORDANA FELTRIN; LARISSA DE SOUZA; KETLYN GERMANN HENDLER; MARIA LUIZA SILVA CRUZ
UFSC
INTRODUÇÃO: A Shantala é uma massagem originária do sul da Índia que compõe-se da realização de uma série de movimentos
por todo o corpo do bebê. É considerada uma arte tradicional, na qual o toque transmite amor e ternura ao bebê, relembra o
mundo vivenciado no útero materno e desenvolve o vínculo entre a mãe e o filho. Pesquisas sugerem que Shantala, enquanto
toque terapêutico, proporciona a estimulação cutânea e melhora o desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O toque
estimularia a pele, que, por sua vez, produziria enzimas necessárias à síntese protéica. Ocorre também a produção de
substâncias que ativam a diferenciação de linfócitos T, responsáveis pela imunidade celular. Ainda em termos biológicos, a
massagem diminuiria os níveis das catecolaminas (epinefrina, norepinefrina e cortisol) e ativaria a produção de endorfinas,
neurotransmissores responsáveis pelas sensações de alegria e de bem-estar. Como conseqüência, a criança relaxa, o sono fica
mais tranquilo e mais resistente a barulhos externos, a amamentação é facilitada e a ocorrência de cólicas diminui. OBJETIVOS:
Considerando os benefícios da Shantala este estudo tem como objetivo instruir e facilitar o aprendizado e desenvolvimento da
técnica Shantala por mães ou cuidadores, e investigar as implicações da massagem no comportamento e na saúde física do
bebê, além das repercussões e benefícios no vínculo mãe-criança. MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo é um relato de
experiência de um projeto de extensão sobre a massagem Shantala. O projeto foi conduzido nas principais Estratégias em Saúde
da Família de um município de Santa Catarina. As atividades de massagem em bebês foram realizadas 1 vez por semana com
duração 45 minutos, tendo como público alvo mães/cuidadoras de bebês na faixa etária de 3 a 12 meses. Estudantes de
fisioterapia, devidamente treinados para aplicação da técnica, eram instrutores que ensinavam a Shantala aos pais/cuidadores.
Os encontros consistiam de explicação sobre a massagem e seus benefícios, a aplicação da técnica nas diferentes partes do
corpo e para finalizar uma explicação sobre banho de balde. RESULTADOS: A aplicação da massagem ocorreu em 8 unidades
básicas de saúde do município. Houveram 24 mães inscritas e destas apenas 5 mães concluíram a aprendizagem da Shantala. Em
média foram necessárias 3 sessões para um completo aprendizado da técnica pelos pais. Segundo relatos dos pais, após a
Shantala as crianças passaram a dormir melhor, ficaram menos agitadas e houve uma ligação maior entre mãe e filho. Os
discentes do curso de Fisioterapia tiveram a oportunidade de interagir com crianças e seus pais, o que contribui para a melhora
das suas habilidades durante o atendimento na área de pediatria. A comunidade teve acesso a uma atividade gratuita e
diferenciada para seus filhos. CONCLUSÃO: A principal dificuldade enfrentada pelo projeto foi a pequena adesão das mães o que
limitou a obtenção de maiores resultados. Apesar disso o projeto conseguiu alcançar boa parte dos objetivos propostos e
contribuiu para uma maior aproximação entre universidade e comunidade, além de ampliar os conhecimentos adquiridos pelos
discentes envolvidos.
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PFi-045 - RELAÇÃO ENTRE QUALIDADE DE VIDA, ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E SEXO EM CRIANÇAS DE ESCOLAS
PÚBLICAS NA CIDADE DE ALFENAS/MG.
BRUNO HAISLAN FERREIRA; FLÁVIA APARECIDA DE LIMA; MARIANA FULANETTI COSTA; ISADORA VICTORINO DA SILVA AMATTO;
DENISE HOLLANDA IUNES; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ ROCHA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; LIGIA DE SOUZA;
SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA BASSALOBRE CARVALHO BORGES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, UNESP
INTRODUÇÃO: O estilo de vida está intimamente associado à saúde e a qualidade de vida (QV) das pessoas em todas as idades.
Nas últimas décadas, o interesse por pesquisas que envolvem QV tem progredido substancialmente, contudo, em crianças e
adolescentes ainda é escasso e a faixa etária menos estudada diz respeito às idades entre seis e 12 anos. OBJETIVOS: determinar
a percepção de QV em crianças de escolas públicas na cidade de Alfenas, MG. Além de verificar a relação entre os escores de QV
com índice de massa corporal e sexo. MATERIAL E MÉTODOS: realizado estudo transversal em crianças de duas escolas públicas
na cidade de Alfenas/MG. Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética. Investigadas 299 crianças entre seis e 11 anos (média 8,8
±1,2 anos), de maio de 2013 a agosto de 2014. Todas as crianças foram submetidas à avaliação por protocolo que constava:
dados pessoais, perguntas sobre hábitos de vida, antropometria (massa corporal, altura e IMC) e avaliação da QV. A QV foi
avaliada por meio do instrumento AUQEI - Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé, na sua versão traduzida e validade
para a língua portuguesa. RESULTADOS: dentre as 299 crianças avaliadas, 45,2% do sexo masculino e 54,8% feminino. Observouse 68,2% de crianças eutróficas e 31,7% acima do peso (21,7% sobrepeso e 10,0% obesidade). O escore médio total da QV foi
51,0 ± 6,0 pontos, considerando ponto de corte 48, 72,2% das crianças apresentaram QV positiva e 27,8% prejudicada. Na
comparação entre o escore para QV positiva e prejudicada segundo o sexo (feminino e masculino) e a classificação do IMC
(eutrófico, sobrepeso e obeso) o resultado foi não significante (p>0,05). Considerando a amostra total de crianças, o domínio
lazer apresentou o maior valor e autonomia, a menor percepção de QV. Na comparação dos escores de QV com o sexo
masculino e feminino, observou-se resultado não significante (p>0,05). Quando se comparou os escores de QV entre o sexo,
dentro de cada classificação do IMC (eutrófico, sobrepeso e obeso), observou-se resultado significante: em sobrepeso, melhor
QV no domínio função (p=0,023) para o sexo feminino e em obeso, melhor QV em função (p=0,011) e em lazer (p=0,012) para o
sexo feminino. CONCLUSÕES: Os achados do estudo mostram que a QV das crianças foi considerada na maioria como positiva e
melhor em lazer. O sexo e a classificação do IMC, não apresentam associação com a QV quando considerada a amostra total. No
estudo da QV segundo a classificação das crianças pelo IMC, observou-se associação do sexo, as crianças do sexo feminino com
excesso de peso têm melhor QV em função e lazer quando comparadas com o sexo masculino.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-046 - TREINAMENTO MUSCULAR RESPIRATÓRIO EM PACIENTES COM DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE:
ENSAIO CLÍNICO DE GRUPO ÚNICO
GABRIELA DE ANDRADE VIEIRA; LARISSA PEROSSI NASCIMENTO; ANA LAURA MARTINS DE ANDRADE; CARMÉLIA BOMFIM JACÓ
ROCHA; LIGIA DE SOUSA; TEREZA CRISTINA CARBONARI DE FARIA; SEBASTIÃO MARCOS RIBEIRO DE CARVALHO; JULIANA
BASSALOBRE CARVALHO BORGES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS, UNIFAL-MG; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SÃO PAULO, UNESP
INTRODUÇÃO: Fraqueza da musculatura respiratória é a principal responsável por insuficiência respiratória na Distrofia
Muscular de Duchenne (DMD). OBJETIVO: Avaliar efeitos do treinamento muscular inspiratório na força respiratória de
pacientes com DMD. MÉTODO: Ensaio clínico de grupo único com cinco pacientes (DMD), idade 11,4 ±2,6 anos, avaliados pela
manovavuometria (PImax e PEmax) e Peak Flow (PFE) em três momentos: inicial (basal), quinta e décima sessão. Realizado
treino muscular inspiratório, com 30% da PImax em dispositivo de carga linear (Threshold®), cinco séries de 10 repetições,
totalizando 10 sessões, três vezes por semana. Trabalho aprovado pelo comitê de ética. Estatística: teste de Friedmann e teste
de Dunn, cálculo do tamanho de efeito (r) de Cohen. RESULTADO: Valores médios inicial, quinta e 10ª sessão, respectivamente:
PImax (cmH2O) -64, -69,8 e -86,8; PEmax (cmH2O) 64, 67 e 73,6 e PFE (L/min) 210, 218 e 232. Teste de Friedmann significante:
PImax (p=0,006), PEmax (p=0,003) e PFE (p=0,012). Teste de Dunn: PImax: Incial = 5sessões < 10sessões (p=0,527; p=0,040;
p=0,007); melhora de 29% inicial para 10 sessões e tamanho de efeito r=0,85 (grande), explicando 72% da variância total.
PEmax: Inicial e#8804; 5sessões e#8804; 10sessões (p=0,343; p=0,058; p=0,004); melhora de 25% inicial para 10 sessões e
tamanho de efeito r=0,90 (grande) explicando 81% da variância total. PFE: Inicial = 5sessões < 10sessões (p=0,752; p=0,027;
p=0,011); melhora de 9% inicial para 10 sessões e tamanho de efeito r=0,80 (grande) explicando 64% da variância total.
CONCLUSÃO: Treinamento proposto mostrou-se eficaz no ganho de força respiratória, em 10 sessões. Devido a progressão da
DMD sugere-se tratamento permanente visando a manutenção e melhora da força muscular inspiratória.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-047 - O EMPREGO DO MÉTODO PILATES PARA CORREÇÃO POSTURAL EM CRIANÇA PÓS-REABILITADA DA
DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES
THALITA RAFAELA LOPACINSKI MACHADO
CLÍNICA VITALY
Pilates é um método utilizado para educar nosso corpo de uma forma consciente e equilibrada trabalhando a musculatura
profunda, trazendo, assim, muitos benefícios posturais e diminuindo a carga para as articulações. Por isso, pode ser aplicado
desde a reabilitação até o condicionamento físico de atletas, tornando-se um método tão famoso no mundo inteiro e praticado
por diversos públicos: idosos, crianças, gestantes, atletas, bailarinos etc. Atualmente, as crianças vêm conhecendo e desfrutando
dos benefícios do Pilates, pois o mesmo tende a contribuir para o seu desenvolvimento, uma vez que, além de fortalecer a
musculatura, corrige a postura, introduz à disciplina, melhora a concentração e ainda serve de canal para extravasar a energia
típica da idade. Legg-Calvé-Perthes é uma doença que acomete mais o sexo masculino em uma faixa etária dos 4 aos 9 anos,
necrosando de forma avascular a epífise óssea da cabeça femoral, acometendo seu núcleo de ossificação. Como tratamento, a
fisioterapia atua de forma terapêutica no treino de marcha, na restauração da amplitude de movimento e da força muscular do
quadril, proporcionando maior funcionalidade e confiança para o paciente. Entretanto, o prognóstico e as possíveis sequelas
variam de paciente para paciente. Neste estudo, um menino de 9 anos, em fase final de acompanhamento desta doença,
apresentou um desvio postural não estrutural, provavelmente devido ao uso das muletas com descarga de peso maior em um
dos membros. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo mostrar a eficiência da utilização do método Pilates para
correção postural, reforçando e alongando a musculatura acometida, devido à doença de Legg-Calvé-Perthes. Para este estudo
foram realizadas sessões de Pilates 5 vezes por semana, com duração de 30 minutos cada uma, durante 2 meses. Foi-lhe
ensinado os princípios do método, e os exercícios foram direcionados para o problema. Paciente mostrou na avaliação alguns
encurtamentos musculares, desvios posturais e fraqueza da musculatura que atua na sustentação da postura correta. Na
avaliação do diâmetro de membros inferiores também se notaram diferenças, tendo o acometido 2 cm a menos tanto nas
medições das coxas como nas de tornozelos. Após os dois meses, paciente foi entrevistado e diz ter gostado muito da atividade
diferente e que quer continuá-la, pois está se sentindo bem e com uma postura melhor para o seu dia a dia. Quanto às
diferenças encontradas na avaliação, todas tiveram resultados excelentes para a musculatura, equilibrando-a, e a diferença no
diâmetro de membros foi reduzida a 1 cm tanto em coxas como em tornozelos. Portanto, pôde-se avaliar e notar que o Pilates,
além de ser uma atividade lúdica para pacientes crianças, é também eficiente para correção postural.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-048 - IMPACTO DA ASMA E A INFLUÊNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL SOBRE O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
JOÃO PAULO HEINZMANN FILHO; TAILA CRISTINA PIVA; CRISTHIELE TAIS WOSZEZENKI; DÉBORA GONZALEZ; ANDRESSA NUNES
DOS SANTOS; MÁRCIO VINÍCIUS FAGUNDES DONADIO
PUCRS
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, vem ocorrendo um aumento expressivo da prevalência de asma, obesidade e sedentarismo na
faixa etária pediátrica. Além disso, são escassas as informações sobre a influência do estado nutricional nos níveis de atividade
física mensurada por meio de uma medida objetiva em escolares asmáticos. OBJETIVO: Avaliar o impacto da asma e a influência
do estado nutricional sobre o nível de atividade física em crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídos
participantes com/sem diagnóstico de asma, idade entre 6 e 18 anos, recrutados em duas escolas públicas de Porto Alegre-RS.
Os sujeitos asmáticos foram selecionados através dos critérios do ISAAC e os participantes do grupo controle, a partir da
ausência de sintomas respiratórios. Foram coletados dados demográficos e antropométricos (peso e altura). A classificação do
índice de massa corporal (IMC) foi realizada através do escore-z, sendo divididos em: eutrófico (e#8805;-2 e e#8804;+1),
sobrepeso (>+1 e e#8804;+2) e obeso (>+2). Após, foi avaliado o nível de atividade física por meio de uma medida objetiva
(acelerômetro). A avaliação da atividade física foi realizada através de acelerômetros triaxiais (wGT3X-BT). Os participantes
foram convidados a utilizar o equipamento durante o dia inteiro, no lado esquerdo da cintura, no período de quarta a segundafeira. Foram analisados os dados dos sujeitos que utilizaram o equipamento mais do que 4 dias, por no mínimo 600 minutos/dia.
Os resultados foram expressos em counts/min e classificados em relação ao tempo despendido em atividades de acordo com a
sua intensidade, sendo essas: sedentária (<100 counts), leve (e#8805;100 counts) e moderada a vigorosa (>2296 counts). A
comparação entre as características amostrais e os dados de atividade física entre os grupos avaliados foram realizadas através
do teste t de Student, Qui-quadrado de Pearson e do teste U de Man Whitney. RESULTADOS: Do total de 71 participantes,
87,3% utilizaram o equipamento adequadamente, sendo 29 asmáticos e 33 controles. A média de idade de ambos os grupos foi
12 anos, sendo 52% do sexo feminino. Destes, 22,6% foram classificados como sobrepeso e 27,4%, obeso. Não houve diferença
significativa na comparação entre as características demográficas e antropométricas dos grupos avaliados. Os resultados de
atividade física (counts/min) no grupo asmático demonstraram-se similares aos sujeitos controles (514,1±220,8 vs. 595,1±236,7;
p>0,05), respectivamente. Embora não houve diferença significativa na comparação em relação ao tempo despendido em
atividades de acordo com a sua intensidade, ambos os participantes despendem mais tempo em atividades consideradas
sedentárias. Por fim, o IMC não apresentou influencia significativa sobre os níveis de atividade física entre os sujeitos asmáticos
e controles. CONCLUSÃO: As crianças e adolescentes asmáticas demonstram níveis similares de atividade física em comparação
aos participantes controles. De um modo geral, há um maior tempo despendido em atividades sedentárias, independente do
grupo estudado. Além disso, o estado nutricional pareceu não influenciar nesses resultados.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-049 - ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO ASTROCITOMA PILOCÍTICO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
PEDIÁTRICA
CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; GREICY KELLY DE JESUS; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA; ADRIANA
KOLISKI
HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR
INTRODUÇÃO: Os Astrocitomas representam os mais frequentes tumores sólidos da infância e a segunda causa de mortalidade
por câncer nessa faixa etária. Os Astrocitomas Pilocíticos são caracterizados por crescimento lento e apresentam-se como
massas bem delimitadas, na maioria das vezes císticas, sem infiltração dos tecidos subjacentes. OBJETIVO: Relatar o caso de
uma criança com diagnóstico de Astrocitoma Pilocítico internada há seis meses em uma unidade de terapia intensiva pediátrica
(UTIP) no município de Curitiba – Paraná, Brasil, descrevendo o efeito do trabalho de fisioterapia realizado. MATERIAL E
MÉTODOS: M.B., nove anos, gênero feminino, internou na UTIP em 19 de setembro de 2014, com quadro de tetraplegia aguda,
necessitando de ventilação mecânica invasiva (VMI). Foi submetida a uma ressonância nuclear magnética indicando lesão
expansiva no quarto ventrículo com extensão para fossa posterior e invasão medular até nível cervical. Sete dias após, foi
realizada a ressecção microcirúrgica do tumor. A análise histológica foi compatível com Astrocitoma Pilocítico. Após abordagem
cirúrgica a paciente retorna a UTIP apresentando: tetraplegia flácida, arreflexia, parestesia, ausência de drive respiratório com
manutenção da VMI modo assisto/controlado, com pressão inspiratória (Pi) 28 cmH2O, pressão expiratória (PEEP) 10 cmH2O,
frequência respiratória (Fr) 24 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,90 segundos e fração inspirada de oxigênio
(FiO2) de 80%. A lesão inviabilizou o controle do centro respiratório e atividade diafragmática, impossibilitando o desmame da
VMI, sendo submetida à cirurgia de traqueostomia e gastrostomia. A paciente foi acompanhada pelo serviço de fisioterapia,
recebendo quatro intervenções diárias, sendo duas motoras e duas respiratórias. Durante a fisioterapia respiratória foram
realizadas manobras de higiene brônquica com objetivo de manter as vias aéreas pérvias, exercícios de expansão pulmonar para
prevenir e recrutar áreas de atelectasia. Na tentativa de redução dos parâmetros controlados, ajustava-se a VMI otimizando
assim a ventilação da paciente e garantindo a expansibilidade pulmonar. Realizava-se fisioterapia motora com mobilização
articular global, dissociação de cintura escapular e pélvica, descarga de peso em membros superiores e inferiores, alongamento
muscular, uso de órteses e posicionamento, evitando assim contraturas, úlceras de pressão e favorecendo a melhora do retorno
venoso. Ao final do atendimento, a paciente era retirada do leito e posicionada para adaptação em cadeira de rodas. Os
atendimentos eram realizados na presença dos familiares com o objetivo de orientação para a alta hospitalar. RESULTADOS: A
paciente encontra-se clinicamente estável, em uso de VMI modo assisto/controlado: Pi 22 cmH2O, PEEP 10 cmH2O, Fr 20 ipm, Ti
0,90 segundos, necessitando de FiO2 e#8804; 30%, mantendo Saturação de Oxigênio e#8805; 95%. Levando em consideração o
tempo de permanência em ambiente hospitalar, o quadro motor após seis meses segue sem presença de contraturas e
deformidades. CONCLUSÃO: O acompanhamento fisioterapêutico durante o processo de hospitalização manteve o quadro
motor da paciente. A mesma encontra-se em uso de ventilador mecânico portátil utilizando parâmetros controlados reduzidos,
com previsão de transferência para hospital de sua cidade de origem e familiares orientados sobre os cuidados com o ventilador
e posicionamento da paciente.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-050 - ATUALIZAÇÃO DAS TÉCNICAS DE ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS SUPERIORES E INFERIORES POR MEIO DE
DISPOSITIVOS RECOMENDADOS
GREICY KELLY DE JESUS; CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; VALÉRIA CABRAL NEVES; ROBERTA CUNHA;
ELESSANDRA SOUZA BITENCOURT
HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR
INTRODUÇÃO: A aspiração de vias aéreas (VA) é um procedimento realizado por meio de uma sonda adaptada a uma rede de
pressão negativa (vácuo), exercendo a sucção das secreções das VA. Quando indicada corretamente, auxilia na manutenção da
permeabilidade das VA e permite coleta de amostras para fins de diagnóstico. Contudo é um procedimento invasivo que oferece
riscos ao paciente, fazendo-se necessário o uso de dispositivos recomendados, protocolos de padronização e atualização
contínua dos profissionais para aumento da segurança do procedimento. OBJETIVO: Relatar processo de atualização de
profissionais de saúde envolvidos em ambiente hospitalar pediátrico sobre técnicas de aspiração de VA superiores e inferiores
por meio de dispositivos recomendados. MATERIAIS E MÉTODOS: O projeto foi idealizado pela coordenação do grupo de gestão
da qualidade dos setores de pediatria de um hospital universitário localizado na cidade de Curitiba, Paraná – Brasil, após
identificação das dificuldades dos profissionais quanto à indicação do procedimento, desuso dos equipamentos de proteção
individual (EPI) e utilização de dispositivos e técnicas não estéreis durante sua execução. A revisão de diretrizes e trabalhos
científicos sobre o procedimento, bem como execução da oficina, foi de responsabilidade de fisioterapeutas inseridos em um
programa de residência multiprofissional voltado à atenção da saúde da criança e do adolescente. As oficinas tinham duração
média de 60 minutos e dispunham de material didático impresso. As práticas contavam com os EPI, materiais estéreis
recomendados, além de manequins simulando pacientes em diferentes faixas etárias sob ventilação espontânea ou sob auxílio
de via aérea artificial. Eram abordados temas como: características do sistema respiratório da criança, avaliação clínica, riscos ao
paciente e ao profissional, técnica de aspiração de VA, diferenças dos sistemas aberto e fechado de aspiração. As capacitações
ocorreram nos três turnos de trabalho da instituição durante o período de uma semana, nos setores onde 60 profissionais da
equipe de enfermagem (enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem) estão inseridos. Além disso, foi aplicado um
questionário de autoavaliação sobre o conhecimento do tema. RESULTADOS: Dos 60 funcionários da equipe de enfermagem,
participaram 55 (91%) profissionais. De acordo com o questionário de autoavaliação, o atendimento as expectativas sobre a
oficina foi “ótimo” de acordo com 50 (33%) profissionais, sendo que 32 (53,33%) consideraram seu conhecimento pré oficina
“bom” e 46 (76,67%) consideraram seu conhecimento posterior “ótimo”. Um Protocolo Operacional Padrão foi criado e
disponibilizado para acesso em todos os setores da pediatria. Nota-se sete meses após, que os profissionais que participaram
das atualizações melhoraram o critério de avaliação dos pacientes elegíveis ao procedimento, aperfeiçoaram a técnica e
atualmente utilizam apenas dispositivos recomendados. O curso ainda possibilitou maior integração multiprofissional.
CONCLUSÃO: O trabalho de educação em saúde desenvolvido por meio de atividades teórico-práticas permitiu a abertura de um
espaço esclarecedor de dúvidas e mitos, resultando na padronização do procedimento e consequentemente na qualidade e
segurança na assistência ao paciente.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-051 - UMA BREVE HISTÓRIA DO PERCURSO DA DESOSPITALIZAÇÃO DE UMA PACIENTE DO SUS DEPENDENTE
DE SUPORTE VENTILATÓRIO: RELATO DE CASO
FERNANDA SANT´ANNA LUCAS; DEUSIANE SANTOS SILVA
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA
INTRODUÇÃO: A doença crônica se caracteriza por ter um curso demorado, tratamento longo, gerando impacto na capacidade
funcional do individuo. As doenças crônicas podem causar limitações de função ou atividade, ocasionando prejuízo nas relações
sociais, dependência de medicação, dieta especial, tecnologia médica, aparelhos específicos e assistência pessoal, além de
necessidade de cuidados médicos, psicológicos ou educacionais especiais. OBJETIVO: Retratar a história clinica, o processo de
desmame ventilatório e a preparação da família para cuidar de uma paciente com doença crônica. MÉTODOS: Para este
trabalho foi selecionado um paciente de um Hospital pediátrico vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. As
informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o responsável e revisão de literatura.
RESULTADOS: S.V.C.S, 1 ano e 3 meses, nascida a termo, parto à forceps, com história de asfixia perinatal, PCR e lesão do plexo
braquial ao nascimento. Cursou com longo tempo de internamento em Unidade de terapia intensiva, devido a sucessivos
quadros de infecções e longo tempo de ventilação mecânica (VM). Além disso, possui sequelas motoras como: plegia de
membro superior esquerdo (MSE), hipotonia de membros inferiores e atraso no Densenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM).
Devido ao longo tempo de VM foi indicado traqueostomia, feito ao 4° mês de vida. Em seguida, realizou gastrostomia devido ao
quadro de disfagia e desnutrição. A partir daí a criança passa a ser considerada como paciente crônica, sendo transferida para a
Unidade de Treinamento para Desospitalização (UTD). A UTD é uma unidade pediátrica criada para receber pacientes com
doenças crônicas (traqueostomizadas e gastrostomizadas), estáveis do ponto de vista clinico, e dependentes ou não de suporte
ventilatório. A UTD é formada por uma equipe multiprofissional que ministra o ensino teórico-prático a família do doente
quanto a todos os aspectos do cuidado ao paciente com doença crônica. Na unidade, a equipe de fisioterapia implementou um
protocolo de desmame ventilatório para a paciente, que consistia de períodos de PSV (Pressão inspiratória de 7cmH2O e PEEP
5cmH2O) intercalados com períodos de SIMV com parâmetros baixos. Posteriormente, períodos de PSV, com períodos de TUBOT com oxigênio a 1l/mim. Após pouco mais de 1 mês, a criança foi desmamada totalmente da prótese ventilatória. A alta da
unidade se deu pouco tempo depois, ficando a mesma acompanhada pela equipe de internamento domiciliar, que deu
seguimento ao seu tratamento. Hoje a menor encontra-se sem traqueostomia, e é acompanhada pela equipe de fonoaudiologia
em seu próprio domicílio, que segue no tratamento da disfagia. CONCLUSÃO: Apesar das sequelas neurológicas e de ser
enquadrada no perfil de doente crônico, essa criança avançou em inúmeros aspectos de sua condição clinica prévia, e hoje está
inserida em seu ambiente familiar com acompanhamento continuo da equipe multiprofissional, que segue investindo em sua
melhora.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-052 - ESTIMULAÇÃO MOTORA EM PACIENTE COM SÍNDROME DE JARCHO LEVIN INTERNADA EM UNIDADE DE
TERAPIA INTENSIVA NEONATAL
GREICY KELLY DE JESUS; CAMILA GEMIN RIBAS; DEBORA SPALA GARCIA; MARIMAR GORETTE ANDREAZZA MADEIRA; MARIA
APARECIDA DE ANDRADE BAZÍLIO; ÍRIA FREITAS; LILIAN CÁSSIA MARINI
HOSPITAL DE CLÍNICAS/UFPR
INTRODUÇÃO: Durante o desenvolvimento motor (DM), a criança adquire habilidades motoras progredindo de movimentos
simples e desorganizados para habilidades organizadas e complexas. Sabe-se que além da maturação do sistema nervoso
central, a interação entre a criança e suas características físicas e estruturais, ambiente em que está inserida e à tarefa, são
determinantes para a aquisição das habilidades motoras. As hospitalizações prolongadas podem privar a criança de estímulos,
reduzir o seu aprendizado e interferir nos padrões de aquisição motora. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com
diagnóstico de Síndrome de Jarcho Levin internada há um ano e seis meses em uma unidade de terapia intensiva neonatal
(UTIN) no município de Curitiba – Paraná, Brasil, descrevendo o trabalho fisioterapêutico realizado. MATERIAL E MÉTODOS:
L.S.I., um ano e seis meses, gênero feminino, interna logo após o nascimento em UTIN apresentando múltiplas malformações
musculoesqueléticas congênitas, envolvendo a cintura escapular, coluna vertebral, esterno e arcos costais. Necessitava de
ventilação mecânica invasiva (VMI) modo assisto/controlado: pressão inspiratória (Pi) 20 cmH2O, pressão expiratória (PEEP) 5
cmH2O, frequência respiratória (Fr) 30 incursões por minuto (ipm), tempo inspiratório (Ti) 0,40 segundos e fração inspirada de
oxigênio (FiO2) de 80%. O quadro motor era compatível com a idade cronológica. Não foi possível o desmame da VMI, sendo
assim, a paciente foi submetida à cirurgia de traqueostomia e gastrostomia. Desde a admissão, foi acompanhada pelo serviço de
fisioterapia, recebendo quatro intervenções diárias, sendo duas motoras e duas respiratórias. Realizava-se na fisioterapia
respiratória manobras de higiene brônquica, exercícios de expansão pulmonar e ajuste da VMI quando necessário. A fisioterapia
motora teve como principal objetivo proporcionar condições de aprimoramento do DM, levando em consideração a dificuldade
de determinadas posturas devido a VMI via traqueostomia e do uso da gastrostomia. Para isso, era realizada mobilização
articular global, dissociação de cintura escapular e pélvica, alongamento e fortalecimento muscular, propriocepção, trocas de
posturas, descarga de peso em membros superiores e inferiores, sedestação, treino de equilíbrio e marcha. Ainda, eram
realizadas orientações aos demais profissionais e aos familiares para contribuição na estimulação do DM. RESULTADOS: A
paciente encontra-se clinicamente estável, em uso de VMI modo pressão controlada: Pi 20 cmH2O, PEEP 6 cmH2O, Fr 24 ipm, Ti
0,70 segundos e FiO2 de 40%. O quadro motor da paciente foi monitorado através da escala de avaliação Alberta Infant Motor
Scale, com o objetivo de analisar a sequência de aquisições motoras e direcionar o tratamento fisioterapêutico. Atualmente,
suas habilidades motoras são compatíveis ao DM de uma criança com oito meses, considerando que devido a VMI via
traqueostomia e o uso da gastrostomia, a paciente apresenta dificuldades de pontuar algumas habilidades na posição prona.
Entretanto, nos demais decúbitos, a paciente evolui satisfatoriamente conseguindo realizar sedestação sem apoio e marcha com
apoio. CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo sugerem que o processo de internação hospitalar prolongada pode ter
influenciado o DM normal da paciente. Contudo, o acompanhamento da equipe de fisioterapia e auxílio dos demais profissionais
da equipe multiprofissional proporcionou evolução das habilidades motoras.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-053 - EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE SUPORTE BÁSICO DE VIDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
MILENA MARCELINO MENDONÇA; FERNANDA SANT´ANNA LUCAS
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA
INTRODUÇÃO: Paradas cardiorrespiratórias (PCR) súbitas podem ser causadas por problemas cardíacos, que podem ocorrem
quando os impulsos elétricos no coração tornam-se rápido ou caótico fazendo com que o coração pare de bater de repente, ou
por causas respiratórias, como a asfixia, fator esse que representa a primeira causa que leva uma criança a apresentar uma PCR.
Segundo a American Heart Association (AHA), a cada ano, em média 383 mil pessoas sofrem uma PCR fora de hospitais, e 88%
desses eventos ocorrem em casa, e, por isso, associado ao desconhecimento de como agir por parte do espectador, menos de
8% das vitimas de eventos extra-hospitalares sobrevivem. Assim, ao aprender a realizar uma reanimação cardiorrespiratória, o
indivíduo poderá salvar a vida de um familiar. Dessa forma, é de extrema importância realizar ações de educação em saúde
sobre reanimação cardiorrespiratória para toda a sociedade, mas especialmente a famílias que tem como integrante uma
criança com doenças neuromusculares crônicas dependente de tecnologia para manutenção da vida. OBJETIVO: Orientar e
capacitar cuidadores responsáveis por crianças dependentes de tecnologia para manutenção da vida, internadas em uma
unidade de treinamento para desospitalização do estado da Bahia, a realizar manobras de reanimação cardiorrespiratória.
MATERIAIS E MÉTODOS: foi realizada uma atividade educativa, promovida por residentes de enfermagem e fisioterapia, com os
familiares, cuidadores das crianças hospitalizadas em uma unidade de treinamento para desospitalização, utilizando como
recursos slides expositivos e ilustrativos, vídeo demonstrativo e dois manequins de reanimação cardiorrespiratórias, um modelo
adulto e outro uma criança com traqueostomia. RESULTADOS: na ação, de 13 cuidadores que se encontravam hospitalizados,
participaram somente seis mães que tinham idade média de 26 anos, observou-se que além da baixa adesão, as participantes se
apresentavam dispersas, mas todas realizaram a simulação da reanimação no manequim, e foram orientadas quanto
identificação de uma PCR, sequência correta do salvamento, conforme a guideline da AHA de 2010, correto posicionamento do
corpo da vítima e do socorrista, relação compressão-ventilação, e a importância de deixar o tórax assumir a posição original
para viabilizar o enchimento da câmara cardíaca de sangue e permitir o bombeamento para os demais órgãos, bem como agir e
como ventilar a criança em caso de obstrução da traqueostomia. CONCLUSÃO: todas as participantes finalizaram a atividade
realizando as manobras de reanimação no manequim de forma correta, de acordo com as orientações fornecidas. Além disso,
mostraram compreender a importância do treinamento para o seu dia a dia, visto que, seus filhos são crianças potencialmente
instáveis com alto risco de apresentar uma PCR. Contudo, pela baixa adesão, dispersão e dúvidas que surgiram duram a ação,
observou-se a necessidade de manter essa atividade como ação seriada, a fim de ampliar a participação de mais pessoas e
verificar a consolidação do conhecimento proposto.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-054 - O DESENVOLVIMENTO AOS 4 E 8 MESES DE PREMATUROS PEQUENOS PARA A IDADE GESTACIONAL PELO
TESTE BAYLEY-III
CAROLINE OLIVEIRA ALVES; LÍVIA CASTRO MAGALHÃES; RAFAELA SILVA MOREIRA; ISABELLA FREITAS DA SILVEIRA; MARIA
CÂNDIDA FERRAREZ BOUZADA VIANA; MÁRCIA GOMES PENIDO MACHADO
UNIVERSIDADE DE BRASILIA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
OBJETIVO: comparar o desenvolvimento de crianças nascidas prematuras pequenos para a idade gestacional (PIG) com
adequadas para a idade gestacional (AIG) aos quatro e oito meses de idade corrigida. MÉTODOS: estudo longitudinal de coorte
retrospectivo no qual foram acompanhadas 105 crianças nascidas prematuras aos quatro e aos oito meses utilizando o Bayley
III. RESULTADOS: a amostra foi composta por 58 PIGs e 47 AIGs. Aos quatro e aos oito meses não houve diferença significativa
no Bayley III entre as crianças PIG e AIG quando nascidas com menos de 30 semanas. Em relação as crianças nascidas com 30
semanas ou mais de IG, houve diferença significativa entre PIG e AIG aos quatro e oito meses na escala linguagem e aos oito
meses na escala motora. Em ambas escalas as PIGs exibiram resultados significantemente mais baixos. CONCLUSÕES: crianças
nascidas prematuras PIG manifestaram elevados riscos de alteração na linguagem aos quatro e oito meses e na área motora aos
oito meses. Não foi observada diferença na área cognitiva nas idades e amostras analisadas. O estudo evidencia a importância
do acompanhamento das crianças prematuras utilizando instrumentos padronizados de avaliação, para possibilitar a
identificação de atrasos no desenvolvimento e o encaminhamento para intervenção.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-055 - DESENVOLVIMENTO GLOBAL AOS 4 E 8 MESES DE IDADE GESTACIONAL CORRIGIDA DE CRIANÇAS
NASCIDAS PREMATURAS
CAROLINE OLIVEIRA ALVES; LÍVIA CASTRO MAGALHÃES; RAFAELA SILVA MOREIRA; ISABELLA FREITAS DA SILVEIRA; MARIA
CÂNDIDA FERRAREZ BOUZADA VIANA; MÁRCIA GOMES PENIDO MACHADO
UNIVERSIDADE DE BRASILIA; UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Os grandes avanços na assistência perinatal resultaram em maior sobrevida de recém-nascidos (RN) com peso ao nascimento
cada vez mais baixo. No entanto, essas crianças têm elevado risco de apresentar alterações no desenvolvimento. OBJETIVO:
analisar a relação entre as variáveis perinatais e o desenvolvimento global de crianças prematuras aos quatro e oito meses de
idade corrigida. MÉTODO: estudo longitudinal coorte retrospectivo em que foram acompanhadas 91 crianças nascidas
prematuras com idade gestacional (IG) igual ou abaixo de 34 semanas. As crianças foram avaliadas aos quatro e aos oito meses
pelas escalas cognitiva, de linguagem e motora do Bayley Scales of Infant Development III. RESULTADOS: o peso ao nascimento
e a displasia broncopulmonar (DBP) foram identificados como fatores para a permanencia no atraso no desenvolvimento global.
A intervenção após encaminhamento foi identificado como fator para a melhora no desenvolvimento. CONCLUSÕES: o peso ao
nascimento abaixo de 1.000 gramas e a DBP foram os principais fatores preditivos para o atraso no desenvolvimento e a
intervenção sistemática fator preditivo para a melhora no desenvolvimento. O estudo evidenciou a importância do
acompanhamento às crianças prematuras com idade gestacional corrigida de 34 semanas ou menos, pois possibilita
identificação e encaminhamento para intervenção o mais cedo possível.
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MÓDULO DE FISIOTERAPIA - POSTER
PFi-056 - PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE ASMA E RINITE ALÉRGICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA GRANDE
FLORIANÓPOLIS/SC
TAYNÁ CASTILHO; MAÍRA SEABRA DE ASSUMPÇÃO; FABÍULA DA MATA BELÉM; FERNANDA CABRAL XAVIER SARMENTO DE
FIGUEIREDO; RENATA MABA GONÇALVES; CAMILA ISABEL SANTOS SCHIVINSKI
UDESC
INTRODUÇÃO: a ocorrência de sintomas de asma e a rinite alérgica são comuns entre crianças e adolescentes, sendo
considerada um problema de saúde pública. Em virtude dessa situação, instrumentos de pesquisa voltados para investigações
em caráter populacional foram desenvolvidos, como questionário ISAAC (International Study of Asthma and Allergies in
Childhood), já validado na versão brasileira. OBJETIVO: determinar a prevalência de sintomas de asma e de rinite alérgica em
crianças e adolescentes da Grande Florianópolis/SC, Brasil. MATERIAL E MÉTODO: estudo observacional de caráter transversal.
Foram utilizados os módulos 1 e 2 do questionário ISAAC, referentes a asma e rinite alérgica, respectivamente. O questionário
foi aplicado de outubro de 2012 a maio de 2014, em escolares de instituições da rede pública e privada. A prevalência de asma e
rinite alérgica foi estimada pelo percentual de respostas positivas às perguntas de número dois, em ambos os módulos: “Você
teve sibilos (chiado no peito) nos últimos 12 meses?” para identificar asma, e a pergunta: “Nos últimos 12 meses seu filho (a)
teve algum problema com espirros, coriza (corrimento nasal) ou obstrução nasal quando não estava gripado ou resfriado?”, para
rinite alérgica. Para análise dos dados os escolares foram divididos por sexo e em faixas etárias (de seis a nove anos, e de 10 a 14
anos), sendo os dados apresentados em distribuição por frequência por meio de porcentagem. RESULTADOS: avaliaram-se 864
questionários, dos quais 44 foram excluídos por não estarem completos e/ou crianças identificadas fora da faixa etária
estabelecida, totalizando 820 para análise final. A prevalência de sintomas de asma nas crianças de seis a nove anos, na rede
pública de ensino, foi de 18% dos meninos e de 13% das meninas. Já na rede privada, esses valores foram de 23% e 20%
respectivamente. Ainda considerando a resposta positiva para doença no módulo asma, para os participantes de 10 a 14 anos, a
prevalência verificada na rede pública foi de 14% para sexo masculino e 24% para o feminino. Nas escolas privadas, essa
estimativa foi de 20% para os meninos e 15% para as meninas. A prevalência de rinite alérgica mostrou-se maior. Foram
observadas prevalências de 13% nos meninos e de 30% nas meninas de seis a nove anos. Na rede privada esses valores
ultrapassaram 50% (58% nos meninos e 54% nas meninas). Essas porcentagens mais altas também foram identificadas na faixa
etária de 10 a 14 anos, tanto em meninos (36%) como em meninas (27%) da rede pública, quanto para estudantes da rede
privada, 54% dos meninos e 42% das meninas. CONCLUSÃO: observou-se que a rinite alérgica é mais prevalente que a asma em
ambas as faixas etárias e redes de ensino. Também foi possível detectar que a prevalência de asma e rinite alérgica foi superior
nas escolas particulares. Ressalta-se a importância de práticas que visem o tratamento clínico dessas crianças e adolescentes.
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MÓDULO DE
NUTRIÇÃO E
NUTROLOGIA
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLNu-001 - TEMPO PARA OTIMIZAR O APORTE CALÓRICO PLENO: VISÃO DE UMA UNIDADE PEDIÁTRICA
LUCIANA CORRÊA AGUIAR; NARA LÚCIA ANDRADE LOPES SEGADILHA; LILIAN MARIA SOBREIRA TANAKA
HOSPITAL COPA D´OR
INTRODUÇÃO: A desnutrição em crianças hospitalizadas tem sido amplamente relatada na literatura científica e está associada
ao maior risco de infecção, maior tempo de internação e aumento da morbimortalidade. A terapia nutricional adequada
contribui para a recuperação de crianças enfermas ao reduzir o risco de desnutrição energética e ou proteica, diminuindo o
tempo de hospitalização e a morbimortalidade. OBJETIVOS: Avaliar o tempo (em dias) decorrido para atingir o aporte calórico
pleno (ACP) e os eventuais motivos de demora ou impedimento para este atingimento, após início da terapia nutricional enteral
(TNE) em crianças hospitalizadas em unidade pediátrica. MATERIAL E MÉTODOS: Análise retrospectiva de pacientes internados
no ano de 2014 na pediatria de um hospital privado. Variáveis analisadas: sexo, faixa etária (menor que 1 ano: A; 1 a 4 anos e 11
meses: B; 5 a 9 anos e 11 meses: C; e 10 a 14 anos e 11 meses: D), estado nutricional (desnutrição, eutrofia ou sobrepeso),
diagnóstico de internação (clínico ou cirúrgico), vias de acesso para a TNE (cateter enteral: CE ou gastrostomia: GTT), formulação
enteral prescrita (polimérica ou oligomérica), tempo para ACP menor ou igual a 3 dias ou maior que 3 dias, motivos para não
atingir o ACP em até 3 dias e necessidades calóricas. RESULTADOS: Foram analisados dados de 33 crianças, 16 (48,5%) do sexo
masculino e 17 (51,5%) do sexo feminino, sendo 14 (42,4%) A, 10 (30,3%) B e 9 (27,3%) C + D. Do total, 21 (63,6%) eram
eutróficos, 11 (33,4%) desnutridos e 1 (3%) com sobrepeso, sendo 26 (78,8%) clínicos e 7 (21,2%) cirúrgicos. Quanto à via de
acesso para a TNE, 19 (57,6%) eram CE e 14 (42,2%) GTT. Dietas poliméricas foram prescritas para 15 pacientes (45,5%) e
oligoméricas para 17 (51,5%), 1 criança (3%) iniciou TNE com oligomérica, sendo modificada para polimérica posteriormente.
Observou-se que, para 19 (57,6%) crianças, o tempo para ACP foi menor ou igual a 3 dias, para 9 (27,3%) maior que 3 e 3 (9,1%)
crianças não receberam o ACP durante o período de análise do estudo (10 dias após a internação na pediatria). Os motivos para
demora ou não atingimento do ACP com a TNE incluíram interrupção para exames e procedimentos, instabilidade
hemodinâmica, intercorrências gastrointestinais e associação com dieta via oral. As necessidades calóricas de acordo com as
equações preditivas (FAO, Schofield, Harris-Benedict) e calorimetria indireta foram: para A - mediana de 475kcal (mínimo:330;
máximo:900); para B - mediana de 850kcal (mínimo:600; máximo:1100); para C - mediana de 1200kcal (mínimo:1000;
máximo:1200) e para D - mediana de 1500kcal (mínimo:1300; máximo:1680). CONCLUSÃO: A dificuldade em atingir os
requerimentos nutricionais dos pacientes pediátricos hospitalizados com a TNE é descrita em vários estudos. Um tempo
reduzido para atingir o ACP denota qualidade no atendimento prestado e minimiza o risco de desnutrição intra-hospitalar. Neste
trabalho, apesar da heterogeneidade do grupo estudado e do tamanho reduzido da amostra, mais de 50% das crianças
internadas conseguiram receber o ACP em até 3 dias após o início da TNE.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLNu-002 - INFLUÊNCIA DA HISTÓRIA FAMILIAR E DO PESO AO NASCER SOBRE O PERFIL PRESSÓRICO DE UMA
AMOSTRA REPRESENTATIVA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; RENATA MARIA SOUZA OLIVEIRA; MICHELE
PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial (HA) predispõe o indivíduo ao surgimento de doenças cardiovasculares. Sabe-se que
àqueles com história familiar positiva de HA têm maiores probabilidades de apresentarem níveis pressóricos elevados. Outra
questão que vem sendo estudada é a história pregressa, como o peso ao nascer. Estudos demonstram que baixo peso ou peso
elevado no nascimento podem provocar um aumento na pressão arterial (PA) já na adolescência. OBJETIVO: Verificar a
associação da história familiar e do peso ao nascer com a PA de crianças e adolescentes. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo
epidemiológico transversal realizado com 708 alunos, de 7 a 14 anos de idade e de ambos os sexos, matriculados em escolas
públicas e particulares da área urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais). Os estudantes foram selecionados por
processo amostral aleatório simples e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada escola. Foram executadas
avaliações antropométricas e questionado o peso ao nascer das crianças e dos adolescentes. Através do aparelho oscilométrico
digital Omron® (HEM-705CP), a PA de pais e alunos foi mensurada por três vezes alternadas – respeitando um intervalo mínimo
de 20 minutos entre cada aferição realizada – estando os indivíduos assentados e com o braço esquerdo estendido na altura do
coração. Os valores pressóricos foram examinados conforme os protocolos estabelecidos pela Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Os seguintes testes estatísticos foram executados: razão de chance e qui-quadrado. Para as análises, adotou-se o
software SPSS versão 17.0, considerando-se uma significância de 5%. RESULTADOS: A amostra foi composta por 47,7% meninos
e 52,3% meninas, com média de idade de 10,1±2,8 anos. Do total, 18,8% dos escolares apresentaram sobrepeso e 13,9%
estavam obesos. Observamos que filhos de mães hipertensas apresentaram uma tendência não significativa 2 vezes maior de
manifestarem valores pressóricos acima do percentil 90 que os filhos de mães normotensas. Na avaliação da obesidade familiar,
observamos que filhos de pais obesos tiveram uma prevalência 2,6 vezes maior de obesidade que os filhos de pais eutróficos ou
com sobrepeso. Em relação ao peso ao nascer, crianças acima de 2500 g mostraram uma probabilidade 3 vezes mais elevada de
apresentarem valores pressóricos acima do percentil 90 que crianças que nasceram com peso menor ou igual a 2500 g.
CONCLUSÃO: Constatamos que o perfil pressórico dos pais e o peso ao nascer podem influenciar os níveis de PA dos escolares, o
que indica a necessidade de adoção de medidas preventivas para que a morbidade e a mortalidade por doenças
cardiovasculares sejam evitadas ou reduzidas. Apoio: CNPq, FAPEMIG e UFJF.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLNu-003 - ADEQUAÇÃO DO APORTE ENERGÉTICO EM PACIENTES PEDIÁTRICOS INTERNADOS EM UM CENTRO DE
TERAPIA INTENSIVA
LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; CARLA CRISTINA
MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; DORIANNE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANNA RODRIGUES;
CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS
UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
INTRODUÇÃO: Crianças em estado crítico são particularmente vulneráveis à desnutrição ocasionada pela fase aguda da doença
e frequentemente apresentam desnutrição energético-proteica (MEYER et al,2009).A desnutrição em crianças hospitalizadas é
uma condição patológica altamente relevante, pois interfere na resposta apropriada à doença e predispõe à infecção e à falência
múltipla de órgãos, sendo fator de risco para desfecho desfavorável,internação prolongada,atraso na recuperação e aumento
dos custos de cuidados.(PRIETO,2014; HARTMAN et al.,2012). OBJETIVO: Analisar a adequação do aporte energético dos
pacientes pediátricos críticos, avaliando se há proximidade entre o que está de fato sendo consumido e as necessidades
estimadas. MATERIAL E MÉTODOS: Este é um estudo observacional retrospectivo.Foram utilizados dados das planilhas de
acompanhamento nutricional diário de crianças de ambos os sexos, atendidas na UTI Pediátrica do Hospital de Urgência de
Sergipe no período de maio a agosto de 2014.Os dados utilizados foram: sexo, idade, peso, necessidades energéticas, frequência
de dias em dieta zero, volume da dieta prescrito, volume energético total (VET) do volume prescrito, volume da dieta infundido
e VET do volume infundido.Os dados foram tabulados no Excel. O Diagnóstico Nutricional foi realizado pela classificação do
índice Peso/Idade de acordo com as curvas de crescimento da OMS (2006). As dietas foram classificadas pelo tipo em: Dieta
enteral, Fórmula Elementar e Fórmula Semi-Elementar; e pelo sistema, em: Sistema Aberto e Sistema Fechado. As causas de
Internação foram dividas em: Neuropatia; Insuficiência Respiratória e Pneumonia; Sepse e Pneumonia;Traumatismo CrânioEncefálico (TCE); e Outros. O número de avaliações consistiu no número de dias em que os dados foram coletados, ou o número
de consultas.Calculou-se o Gasto Energético Basal através da fórmula preditiva da OMS (1985) para crianças de 0 a 10 anos de
idade. Utilizou-se recomendação diária de proteínas por Kg de peso da OMS (1985). Foram calculados os percentuais de
adequação através das razões mostradas no Quadro 1. Considerou-se Subalimentação quando o percentual de adequação do
VET infundido foi menor que 90% e Superalimentação quando foi maior que 110% (Taylor etal, 2003). Estes mesmos pontes de
corte foram utilizados para identificar deficiência e excesso de proteína Consumida. RESULTADOS: Dos 24 pacientes internados,
apenas 2 pacientes (8,3%) receberam a quantidade de calorias adequada, 18 (75%) foram subalimentados e 4 (16,7%) foram
superalimentados.Apenas 4 pacientes receberam a quantidade de proteínas adequada (16,7%), 14 receberam quantidades
muito aquém do recomendado (58,3%) e 6 receberam quantidades muito além do recomendado (25%),13 pacientes estavam
em uso de dieta enteral (54,2%), 7 de fórmula semi-elementar (29,2%) e 4 de fórmula elementar (16,7%). CONCLUSÃO: Fora
concluído que a infusão de energia e proteínas é inferior ao recomendado e calculado por meio de equações preditivas e com
isso,deve-se aprimorar os métodos de prescrição energética,para então promover melhores evoluções e desfechos clínicos.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLNu-004 - CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM EXCESSO DE PESO: AVALIAÇÃO DE RESULTADOS DE UM PROTOCOLO
DE INTERVENÇÃO NUTRICIONAL
IVONE MORIMOTO; FRANCINE SANTOS; GREICE PADILHA; JESSICA SANTOS; TATIANE LIMA
PUCPR
INTRODUÇÃO: A incidência de excesso de peso em crianças e adolescentes tem aumentado, fato este preocupante devido ao
maior risco destes se tornarem adultos obesos,suscetíveis ao surgimento precoce de doenças. Estratégias de educação
nutricional em grupos, permitem troca de informações entre familiares e indivíduos com um mesmo problema e a
individualização do tratamento favorece a adesão devido adequação à rotina de vida. OBJETIVOS: Avaliar resultados do
protocolo de intervenção nutricional a crianças e adolescentes com excesso de peso. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo
quantitativo, longitudinal e retrospectivo. Os participantes do estudo são adolescentes e crianças, de ambos os sexos que
buscaram tratamento nutricional em uma clínica escola, entre os anos de 2011 e 2013. A amostra foi composta de 30
adolescentes e 31 crianças com sobrepeso e obesidade segundo o Índice de Massa Corporal por idade(IMC/I), que estiveram
presentes aos dois encontros da fase de aconselhamento e pelo menos duas consultas individuais, totalizando, em média, três
meses.Os dados foram coletados dos prontuários após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa.O protocolo de intervenção
nutricional preconiza o atendimento em duas etapas. A primeira consiste de dois encontros que ocorrem em pequenos grupos,
denominado “aconselhamento nutricional”. São abordados os temas ingestão adequada de água, elaboração de prato saudável,
mastigação e fracionamento de refeições. Esta fase é seguida de consultas individuais com foco na alimentação equilibrada e no
esclarecimento de dúvidas além do comprometimento de pais e familiares. Os parâmetros analisados foram estatura/idade,
índice de massa corporal/idade, hábito de realizar café da manhã e fracionamento de refeições. A classificação de parâmetros
antropométricos foi realizada por meio do programa Antro Plus v. 1.0.4, que utiliza as curvas de crescimento da Organização
Mundial da Saúde (2007) como padrão de referência. RESULTADOS: Todas as crianças e adolescentes mantiveram a
classificação estatura adequada, ao longo das intervenções. Avaliando resultados obtidos junto às crianças, verificou-se que
segundo o IMC/I houve redução de 90,4% para 87,2% obesos, porém, aumentou a frequência de sobrepeso de 6,4 para 9,6%
indicando que crianças passaram da classificação obeso, para sobrepeso. Ao analisar a variação do IMC, observou-se que 48,4%
das crianças diminuíram o valor, 16,2% mantiveram e 35,4 aumentaram. A frequência de pacientes que passaram a ingerir o
café da manhã aumentou de 70,9% para 90,3% e dos que realizavam 5 a 6 refeições diárias, de 38,7% para 87%. Quanto aos
adolescentes, verificou-se que segundo o IMC/I houve redução de obesos de 80% para 70% e de maneira semelhante às
crianças, aumentou a frequência de sobrepeso de 20 para 30%. Ao analisar a variação do IMC, 53,3% diminuíram o valor, 26,6%
mantiveram e 20% aumentaram. A frequência de pacientes que passaram a ingerir o café da manhã aumentou de 63% para 70%
porém, houve redução dos que realizavam 5 a 6 refeições diárias, de 80% para 73,3%. CONCLUSÃO: A educação nutricional em
pequenos grupos, seguida de atendimento individualizado, com envolvimento de familiares demonstrou modificações
favoráveis no período de três meses.
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PÔSTERES
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PNu-001 - FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INTRA-UTERINO
DO FETO EM GESTAÇÕES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.
CECILIA MELECH
UTP
INTRODUÇÃO: A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo, o que resulta em vários
prejuízos para saúde. O grande aumento dos casos de obesidade tornou mais frequente a procura da cirurgia bariátrica como
forma de tratamento. Cerca de 84% dos pacientes que se submetem a cirurgias bariátricas são mulheres em idade fértil e, nesse
sentido, deve-se pensar nos riscos de uma gravidez após a cirurgia. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é realizar uma revisão de
literatura para analisar quais são os principais fatores que influenciam, em um desenvolvimento e crescimento inadequado do
feto, em gestações com mães pós cirurgia bariátrica. MÉTODO: Foram consultados artigos que analisaram os principais fatores
que podem influenciar em um desenvolvimento e crescimento intra-uterino inadequado no feto, em mãe pós-cirurgia bariátrica.
Foram utilizadas as seguintes descrições: Gestação, obesidade, cirurgia bariátrica. RESULTADO: Obteve-se 25 artigos e foram
excluídos 10 por não atenderem aos critérios de inclusão. Sendo assim, utilizou-se 15 artigos para confecção do presente
trabalho. CONCLUSÃO: A análise dos artigos evidenciou que um acompanhamento médico e nutricional em gestantes póscirurgia bariátrica deve ser realizado rigorosamente para se evitar implicações nutricionais causadas principalmente pelo
período de déficits nutricionais que que podem levar a intercorrências no desenvolvimento e crescimento do feto.
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PNu-002 - ESTUDO DAS VARIÁVEIS QUE INTERFEREM NO PROCESSO DE AMAMENTAÇÃO EM CRIANÇAS ATÉ O 6º
MÊS DE VIDA.
SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANA OLIVEIRA BARRETO; LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; DANIELLE
ALMEIDA SENA; MARIANA BARRETO SILVA; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS; GRACIANE DA SILVA OLIVEIRA; CARLA
CRISTINA MAIA; NISA EMILE PEREIRA SACRAMENTO; DORIANE DA CONCEIÇÃO LACERDA
UNIT
INTRODUÇÃO: O leite humano é indiscutivelmente o alimento que reúne as características nutricionais ideais, importantes na
diminuição da morbidade e mortalidade infantil, com balanceamento adequado de nutrientes e desenvolvimento de inúmeras
vantagens imunológicas e psicológicas (LAMOUNIER, VIEIRA, 2001). A amamentação é então, importante para a criança, para a
mãe, para a família e para a sociedade em geral. A recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de uma
amamentação exclusiva até os 6 meses e a manutenção do aleitamento materno acrescido de alimentos complementares até os
2 anos de vida ou mais, baseado em evidências científicas. Mesmo com benefícios comprovados em relação ao aleitamento, os
programas governamentais não conseguem atingir as recomendações da OMS, mães não amamentam exclusivamente e/ou não
mantêm o aleitamento. OBJETIVO: Este estudo tem como propósito analisar as variáveis que interferem no desmame precoce.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal com mães que estavam amamentando crianças de 0 a 6 meses de idade, inseridas
nas três equipes de Programa de Saúde da Família (PSF) da área urbana do munício de Campo do Brito/SE. Os dados foram
coletados por meio de um questionário previamente testado e aplicado pelas pesquisadoras. Posteriormente ao levantamento
dos dados, foi elaborada uma tabela em planilha Excel na qual estão elencadas as variáveis que predominam no desmame
precoce, a frequência e o percentual dos resultados obtidos. RESULTADOS: Durante a pesquisa, foram acompanhadas um total
de 38 mães, com idade média de 25,5±6,8 anos, que não amamentaram exclusivamente até o 6º mês de vida da criança.
Observou-se que 65,8% das mães ofereciam aleitamento materno misto e 34,2% das mães não amamentavam. Em relação às
variáveis que influenciaram no desmame precoce, observou-se que os pontos apontados pelas mães foram: o leite ser fraco
(5,2%); tinha pouco leite (18,4%); o bebê rejeitava (10,5%); mães não queriam amamentar (13,1%); ocupação com o trabalho
(7,8%). Também foi observada que a utilização de chupeta encontra-se em maior porcentagem no grupo de mães que não
amamentam (31,5%) quando comparadas com mães que amamentam (15,7%). CONCLUSÃO: A amamentação é uma habilidade
adquirida por aprendizagem tanto pela mãe quanto pelo bebê. Prática, paciência e perseverança são necessárias à medida que a
mãe e o bebê aprendem um sobre o outro. Necessita-se de uma expansão de promoção e apoio ao aleitamento materno
porque enquanto as mães estiverem inseguras quanto a sua capacidade inata para amamentar, o desmame continuará
acontecendo precocemente fazendo-se necessárias intervenções educativas junto as mesmas.
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PNu-003 - ANÁLISE DA PERCEPÇÃO E INSATISFAÇÃO CORPORAL DE CRIANÇAS
MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; LINDENÁKIA DANIELE SAMPAIO DE OLIVEIRA; CARLA CRISTINA
MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA
MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS
UNIVERSIDADE TIRADENTES
INTRODUÇÃO: A imagem corporal é a capacidade de reprodução mental do próprio corpo, sendo que esta imagem envolve
vários aspectos, que estão relacionados à estrutura (como tamanho e dimensões) e à aparência (forma, aspecto), além de
outros elementos físicos e psicológicos. A imagem corporal pode ser definida como a representação que cada pessoa tem acerca
do seu próprio corpo (LAUS et al 2006; PINHEIRO e JIMÉNEZ, 2010). Esta autopercepção corporal sofre influências de fatores
ambientais, incluindo ideais, normas e valores da cultura dominante (ALMEIDA, 2005). OBJETIVO: Avaliar a percepção e a
insatisfação corporal em crianças entre 7 e 9 anos de escolas da rede privada do município de Aracaju e analisar a relação dessas
variáveis com o gênero, idade e IMC. MATERIAL E MÉTODO: A metodologia utilizada foi um estudo de corte transversal, onde
participaram 84 crianças de 2 escolas privadas de Aracaju, Sergipe. A participação foi voluntária após a devolução do termo de
consentimento livre e esclarecido assinado por um dos pais ou responsável. Em relação a antropometria, foram coletados dados
de peso e altura para, posteriormente, calcular o Índice de Massa Corporal (IMC). Para avaliar a percepção e insatisfação da
imagem corporal foi utilizada a Escala Infantil de Imagem Corporal (Children´s Body Image Scale - CBIS), criada por Truby e
Paxton (2002). Foi utilizado o método do qui-quadrado com nível se significância de 5%. RESULTADOS: Ao avaliar a distorção das
crianças quanto a sua própria imagem, levando-se em consideração todas as idades, separando-as apenas por gênero, foi
percebido que 9,5% dos meninos não apresentaram distorção, contra 90,5% que se viam diferentemente do que são. Foram
encontrados valores semelhantes para as meninas, onde 16,7% não apresentaram distorção e 83,3% apresentaram. Na análise
de associação, verificou-se que não há associação entre haver ou não distorção com ser menino ou menina (x2= 0,941; P= 0,332)
a maioria dos alunos gostariam ter uma imagem menor que a imagem atual, ou seja, gostaria de ser mais magro independente
do sexo e da idade. CONCLUSÃO: A partir dos resultados da presente pesquisa conclui-se que a distorção perceptiva e a
insatisfação corporal estão presentes desde a infância, portanto, torna-se essencial que novas investigações sejam realizadas no
sentido de identificar populações com altos índices de distorção e insatisfação com relação à imagem corporal, a fim de
promover intervenções adequadas. Referências: AlmeidaGAN; Santos JES; Pasian, SR; LoureiroSR.Percepção de tamanho e forma
corporal de mulheres: estudo exploratório. Psicol.Estud., Maringá, v.10, n.1, p.27-35, 2005. Laus MF; Zancul MS; Martins TM;
Kakeshita IS; Almeida SS.Percepção da imagem corporal e estado nutricional em estudantes de nutrição.Alim. Nutr., Araraquara,
v.17, n.1, p.85-89, 2006. Pinheiro N; Jiménez M. Percepção e insatisfação corporal: um estudo em crianças brasileiras.Psico,
Porto Alegre,v. 41, n. 4, p.510-516, 2010. Truby H; Paxton SJ. Development of the Children’s Body Image Scale.British Journal of
Clinical Psychology, v.4, p.185-203, 2002.
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PNu-004 - INFLUÊNCIA DA ESCOLARIDADE MATERNA SOBRE A DURAÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO
EXCLUSIVO.
MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; LINDENÁKIA DANIELE SAMPAIO DE OLIVEIRA; CARLA CRISTINA
MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA
MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS
UNIVERSIDADE TIRADENTES
INTRODUÇÃO: Estudos recentes têm evidenciado a influência de fatores como escolaridade e idade maternas sobre a incidência
e duração do aleitamento materno, a prática da amamentação encontra-se condicionada a diferentes fatores, tais como
conhecimentos científicos, comportamentos sociais e interesses comerciais (HORTA, 2007; FRANCA, 2007; OLIVEIRA, 2005;
VENÂNCIO, 2002). Contudo, fica evidente a necessidade de se conhecer os fatores ligados ao aleitamento materno em cada
realidade, visando auxiliar na escolha de estratégias mais eficazes na promoção da amamentação, que focalizem e adequem as
intervenções aos grupos de maior risco (DAMIÃO, 2008). OBJETIVO: Identificar uma associação entre a escolaridade e idade
materna e o tempo de amamentação exclusiva em pré-escolares. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal,
envolvendo 44 crianças de dois a cinco anos de uma instituição de ensino particular, localizada no município de Itabaiana/SE. Os
pais das crianças responderam um questionário sobre tempo de amamentação(categorizadas em < 4 meses; 4 a < 6 meses e
e#8805; 6 meses)e a escolaridade materna (categorizadas em ensino básico completo, ensino secundário completo e ensino
superior completo). RESULTADOS: Das 44 mães entrevistadas 38,63% (17 entrevistadas) possuíam até o Ensino Básico, 34,09%
(15 entrevistadas) o Ensino Secundário e 27,27% (12 entrevistadas) o Ensino Superior. Dentre as mães que possuem Ensino
Superior incompletos 58,33% (9 entrevistadas), seguiam a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do
Ministério da Saúde que preconiza o aleitamento materno exclusivo por seis meses. Já dentre as mães que possuem Ensino
Básico apenas 29,41% (5 entrevistadas) amamentaram exclusivamente os filhos durante seis meses. E em meios as mães que
possuem o Ensino Secundário 26,66% (4 entrevistadas) seguiram a recomendação. CONCLUSÃO: Podemos concluir no presente
estudo que houve associação entre a duração do aleitamento materno exclusivo e a escolaridade materna. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS: DAMIÃO, Jorginete de Jesus. Influência da escolaridade e do trabalho maternos no aleitamento materno
exclusivo. Rev. bras. epidemiol. vol.11 n°.3 São Paulo Sept. 2008. FRANCA, G.V.A.et al. Determinantes da amamentação no
primeiro ano de vida em Cuiabá, Mato Grosso. Rev Saúde Pública 2007; 41(5): 711-8. HORTA, B.L. et al. Duração da
amamentação em duas gerações. Rev Saúde Pública2007; 41(1): 13-8. OLIVEIRA, L.P.M. et. al. Duração do aleitamento materno,
regime alimentar e fatores associados segundo condições de vida em Salvador, Bahia, Brasil. Cad Saúde Pública 2005; 21(5):
1519-30. VENÂNCIO, S.I. et al. Freqüência e determinantes do aleitamento materno em municípios do Estado de São Paulo.
RevSaúdePública 2002; 36(3): 313-8.
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PNu-005 - PREVALÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO E SEU EFEITO SOBRE O ESTADO NUTRICIONAL
DE PRÉ-ESCOLARES.
LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE OLIVEIRA; SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; CARLA CRISTINA
MAIA SANTOS; MARIANNA BARRETO SILVA; DANIELLE ALMEIDA SENA; TAYS AREIDE DOS SANTOS ANDRADE; JUSSIMARA
MENDONÇA; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA DOS SANTOS
UNIVERSIDADE TIRADENTES
INTRODUÇÃO: Um notável aumento na prevalência do sobrepeso e da obesidade infantil tem sido demonstrado nos últimos
trinta anos. O leite de vaca tem sido apontado como um dos mecanismos responsáveis para uma elevação do risco da obesidade
(MORAIS e GIUGLIANO, 2011; MOREIRA et al., 2012; WHO, 2012; SCHUCH et al., 2013; SILVEIRA et al., 2013; RZEHAK et al.,
2013). Nesse contexto, o desmame precoce e a consequentemente privação de compostos presentes no leite materno poderia
influenciar o risco do surgimento da obesidade infantil (ROGERO, 2010). OBJETIVO: Identificar uma associação entre o tempo de
amamentação exclusiva e possível proteção no desenvolvimento do sobrepeso e obesidade em pré-escolares. MATERIAL E
MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal, em que 48 crianças de dois a cinco anos de uma instituição de ensino
particular, localizada no município de Itabaiana SE, foram avaliadas quanto ao peso e estatura. Os pais das crianças
responderam a um questionário sobre tempo de amamentação. As crianças foram categorizadas em amamentadas
exclusivamente e não amamentadas exclusivamente até os 6 meses e, posteriormente, tais dados foram relacionados ao estado
nutricional. RESULTADOS: Das 48 crianças estudadas, 6,2% nunca haviam recebido leite materno e 93,8% receberam leite
materno, nas quais 62,5% (30 crianças) receberam aleitamento materno exclusivo durante seis meses ou mais e 31,25% (15
crianças) tiveram além do aleitamento materno a inserção da alimentação complementar durante a mesma faixa temporal.
Dentre as crianças que receberam aleitamento materno exclusivo, notou-se uma prevalência de eutrofia (80%) em detrimento
do sobrepeso (20%). CONCLUSÃO: Foi possível concluir que houve associação significativa entre duração do aleitamento
materno exclusivo e a prevenção de sobrepeso e obesidade em pré-escolares, concordando com os dados da literatura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MORAES, JFVN; GIUGLIANO, Rofolfo. Aleitamento materno exclusivo e adiposidade. Revista
Paulista Pediatria, v. 29, n. 2, p. 152-6, 2011. MOREIRA, M.A. et al.Excesso de peso e fatores associados em crianças da região
nordeste do Brasil. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 88, n. 4, p. 347-52, 2012. ROGERO, MM. et al. O desmame precoce
afeta o ganho de peso e a composição corporal em camundongos adultos? RevistaNutrição, Campinas, v.23, n.1, p.85-93,
jan./fev. 2010. RZEHAK, P. et al. Associations of IGF-1 gene variants and milk protein intake with IGF-I concentrations in infants
at age 6 months — Results from a randomized clinical trial. GrowthHormonee IGF Research, v. 23, p. 149-158, 2013. SCHUCH, I.
et al. Excess weight in preschoolers: prevalence and associated factors. Jornal de Pediatria, v.89, n.2 , p. 179-188, Rio de Janeiro:
2013. SILVEIRA, J.A.C. et al. Secular trends and factors associated with overweight among Brazilian preschool children: PNSN1989, PNDS-1996, and 2006/07. Jornal de Pediatria, v.12, n. 3, p.1-9, 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION.Population-Based
Approaches to childhood obesity prevention.WHO, Geneva; 2012.
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PNu-006 - POLÍTICAS DE INCENTIVO A AMAMENTAÇÃO SOB A LUZ DOS DIREITOS HUMANOS
ANA GABRIELLA MAGALHAES DE AMORIM; PAULO VICTOR MODÂNESI
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – UFMA
É consenso que o leite materno é o único alimento com a capacidade de nutrir adequadamente e atender todas as necessidades
fisiológicas do lactente. São diversos os pactos internacionais que aludem o aleitamento materno como um direito humano. No
Brasil, as políticas de incentivo ao aleitamento materno iniciaram-se ainda na década de 80, e entre elas estão a Rede
Amamenta Brasil, o Hospital Amigo da Criança e a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (BLH). Apesar dos avanços nas
políticas da amamentação, torna-se necessário uma visão crítica do poder legislativo e judiciário para que o Direito Humano ao
aleitamento materno durante os 6 meses seja assegurado de forma integral. Essa pesquisa constitui-se de uma revisão de
literatura com busca de artigos indexados nas bases de dados do SciELO, Portal de Periódicos CAPES e sites do governo federal.
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PNu-007 - PERFIL LIPÍDICO E NÍVEIS PRESSÓRICOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE
JUIZ DE FORA (MG)
FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; THAÍS DA SILVA SABIÃO; RENATA MARIA SOUZA
OLIVEIRA; MICHELE PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial e as alterações de colesterol e triglicerídeos constituem-se como fatores de risco
cardiovasculares e vêm sendo estudadas na atualidade. Algumas investigações relatam associações entre as variáveis lipídicas e
a pressão arterial (PA). OBJETIVO: Descrever o perfil lipídico e os níveis de pressão arterial de crianças e adolescentes, bem
como verificar a existência de correlação entre esses parâmetros. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal
realizado com 708 alunos, de 7 a 14 anos de idade e de ambos os sexos, matriculados em escolas públicas e particulares da área
urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais). Os estudantes foram selecionados por processo amostral aleatório simples
e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada escola. Peso e estatura foram aferidos e, após coleta de sangue
com 12h de jejum, efetuaram-se as dosagens bioquímicas de glicose e triglicerídeos, além de colesterol total e frações (HDL e
LDL). Através do aparelho oscilométrico digital Omron® (HEM-705CP), a PA foi mensurada por três vezes alternadas –
respeitando um intervalo mínimo de 20 minutos entre cada aferição realizada – estando os indivíduos assentados e com o braço
esquerdo estendido na altura do coração. De acordo com estatura e idade, os valores pressóricos foram examinados conforme
os protocolos estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Os seguintes testes estatísticos foram executados: razão de
chance e qui-quadrado. Para as análises, adotou-se o software SPSS versão 17.0, considerando-se uma significância de 5%.
RESULTADOS: A amostra foi composta por 47,7% meninos e 52,3% meninas, com média de idade de 10,1±2,8 anos. Observou-se
que 18,8% dos escolares apresentavam sobrepeso e 13,9% estavam obesos. Na avaliação dos níveis pressóricos, observamos
valores médios de 106,4±10,6 mmHg para a PA sistólica e de 66,1±7,2 mmHg para a PA diastólica. Do total de escolares, 5,6%
estavam pré-hipertensos, 2,3% hipertensos de nível I e 1,7% hipertensos de nível II, sem diferenças entre os sexos e as idades. O
nível médio do colesterol total foi de 155,2±26,8 mg/dL, sendo que 29,9% apresentaram valores limítrofes e 27,3% valores
aumentados. Em relação ao LDL (93,7±23,5 mg/dL), 31,3% estavam limítrofes e 7,1% aumentados. Para o HDL (48,6±10,8
mg/dL), foram observados níveis baixos em 38,1% dos alunos. Sobre os triglicerídeos (68,2±32,8 mg/dL), 10,1% exibiram níveis
limítrofes e 5,1% concentrações aumentadas. A hiperglicemia foi encontrada em 2,3% dos estudantes, sendo a média dos níveis
de glicose de 81,2±9,0 mg/dL. O valor do HOMA foi de 1,7±1,3 e a hiperinsulinemia (>15 µU/mL) detectada em 5,9% da amostra.
CONCLUSÃO: Não encontramos associação entre PA e lipídios séricos. Entretanto, observamos uma considerável prevalência de
dislipidemia na população avaliada, o que indica a relevância da adoção de estratégias de promoção de saúde e prevenção de
doenças para que a morbidade e a mortalidade por doenças cardiovasculares sejam evitadas ou reduzidas. Apoio: CNPq,
FAPEMIG e UFJF.
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PNu-008 - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL AJUSTADO E FATORES ASSOCIADOS AO RISCO CARDIOVASCULAR EM
CRIANÇAS
CAMILA FRANCISQUINI; FABIANA ALMEIDA DA SILVA; FELIPE SILVA NEVES; VANESSA SEQUEIRA FONTES; RENATA MARIA SOUZA
OLIVEIRA; MICHELE PEREIRA NETTO; ANA PAULA CARLOS CÂNDIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
INTRODUÇÃO: Fatores associados ao risco cardiovascular estão presentes precocemente na vida, especialmente o sobrepeso e
a obesidade. O IMC é o método mais utilizado para a sua detecção, porém impreciso ao determinar a adiposidade corporal.
OBJETIVO: Devido a essa fragilidade, o estudo tem por objetivo analisar se o IMC ajustado proposto por Mialich et al. (2011)
aplica-se a crianças, associando seus valores ao risco cardiovascular. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo epidemiológico transversal
realizado com estudantes de escolas públicas e particulares da área urbana do município de Juiz de Fora (Minas Gerais),
selecionados por processo amostral aleatório simples e estratificados de acordo com sexo, idade e proporção em cada
instituição. Foram avaliadas variáveis antropométricas, clínicas e bioquímicas. Para as análises estatísticas, utilizou-se o software
SPSS 17.0 e foram realizados os seguintes testes: correlação de Pearson, Kappa e regressão linear múltipla. RESULTADOS: Foram
avaliadas 301 crianças (8,7±1,1 anos), sendo 49,8% meninas e 50,2% meninos. As médias do IMC e do IMC ajustado foram
semelhantes em ambos. O teste de Kappa entre o IMC e o IMC ajustado demonstrou uma concordância quase perfeita (0,85 a
0,93). Em ambos os sexos, houve correlação forte e significante com as variáveis antropométricas, e fraca e significante com as
variáveis bioquímicas. O modelo de regressão demonstrou que nas meninas, 90% da variação do IMC se deve a idade, pressão
arterial diastólica e gordura bipolar; enquanto que no IMC ajustado, 85% da influência é exercida pela idade, circunferência de
cintura, HDL, LDL e pressão arterial diastólica. No modelo masculino, as variáveis responsáveis por 95% da variação do IMC são
idade, circunferência de cintura, HDL, colesterol total, LDL, somatório da PCT e PCSE e percentual de gordura tetrapolar. Aquelas
que influenciam o IMC ajustado são pressão arterial sistólica, triglicérides, somatório da PCT e PCSE e circunferência de cintura,
explicando 90% da variação. Ao comparar IMC e IMC ajustado, observou-se que as mesmas variáveis compõem os dois modelos,
mostrando a semelhança entre os índices. Ambos têm uma resposta melhor na presença de uma variável antropométrica,
indicando a importância de uma medida que complemente a avaliação do IMC. CONCLUSÃO: Na população avaliada o IMC é
comparável ao IMC ajustado. Novos estudos são necessários para a mensuração do desempenho diagnóstico do IMC ajustado
em diferentes grupos etários. Apoio: CNPq, FAPEMIG e UFJF.
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PNu-009 - CONSUMO ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE PRÉ-ESCOLARES DE UMA CAPITAL DO NORDESTE.
DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANA HELOÍSA SOUZA GOES; ANDREZA MELO DE ARAUJO; THAMIRIS THATIELE RODRIGUES DE
MELO; RICARDO QUEIROZ GURGEL; FLÁVIA EMÍLIA LEITE DE LIMA; DANIELLE GÓES DA SILVA
UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
INTRODUÇÃO: A alimentação infantil é indispensável para o adequado crescimento, desenvolvimento e para prevenção de
doenças a curta e longo prazo (ROSSI, MOREIRA, RAUEN, 2008). É sabido que inadequações no consumo alimentar por um longo
período de tempo pode culminar em problemas nutricionais carenciais e/ou de excesso (TAVARES, 2012). A variedade alimentar
na infância pode estar relacionada ao estado nutricional e a formação de hábitos alimentares saudáveis (NICKLAUS, 2009).
Assim, é fundamental que crianças possuam uma alimentação variada em tipos e grupos alimentares, nas várias refeições do
dia, para que sejam atingidas as necessidades nutricionais (NICKLAUS, 2009). OBJETIVO: Avaliar o consumo alimentar de préescolares, e suas associações com a faixa etária e o estado nutricional. MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal com amostra
representativa (n=910) de crianças de 2 a 6 anos de escolas municipais do município de Aracaju, Sergipe, Brasil. O consumo
alimentar foi avaliado pelo Recordatório Alimentar de 24 horas. O estado nutricional foi avaliado pelo Índice de Massa Corporal
para idade. RESULTADOS: Os pré-escolares apresentaram consumo excessivo de cereais, açúcares e doces, e consumo
insuficiente de frutas, hortaliças, leite e derivados. Os principais alimentos consumidos foram arroz, feijão, açúcar e leite em pó.
As crianças menores (24 a 59 meses) consumiram mais alimentos como leite em pó, frutas, arroz e frango, enquanto as maiores
(60 a 83 meses) apresentaram maior consumo de pão francês. Os pré-escolares com baixo peso apresentaram maior consumo
de bebidas (leite e suco), os eutróficos consumiram mais frituras e aqueles com excesso de peso mais café. CONCLUSÃO: O
estudo em questão observou uma baixa variedade alimentar na dieta dos pré-escolares, com consumo insuficiente de
alimentos protetores e importantes para crescimento e desenvolvimento. Foi possível observar também que a falta de
variabilidade e monotonia na dieta foi mais identificada nas crianças de maior idade, assim como as eutróficas e obesas.
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PNu-010 - PRÁTICAS ALIMENTARES DE CRIANÇAS ATÉ DOIS ANOS DE IDADE INTERNADAS NA PEDIATRIA DE UM
HOSPITAL PÚBLICO DO NORDESTE DO BRASIL
DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; DAMARES OLIVEIRA SANTOS; JOANA SOUZA DOS SANTOS; ERIK MICHEL RODRIGUES DE
SOUZA; MARIA DE LOURDES ALVES DA SILVA NETA; ANA CRISTINE SANTOS PACHECO
UNIVERSIDADE TIRADENTES; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE; HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE
INTRODUÇÃO: Segundo o Ministério da Saúde, a alimentação de crianças menores de dois anos deve ser cuidadosamente
avaliada, pois esta faixa etária é a mais vulnerável para a ocorrência de desnutrição e deficiências nutricionais. Uma alimentação
adequada tanto quantitativa como qualitativamente, nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e
desenvolvimento da criança, pois ela fornece ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de
suas funções e para a manutenção da saúde. As carências nutricionais são uma das principais causas de risco morbimortalidade
infantil (VILELA, 2008). OBJETIVO: Avaliar as práticas alimentares de crianças de até dois anos de idade internadas em um
hospital público do Nordeste do Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo do tipo transversal, no qual foram estudadas
31 crianças de ambos os gêneros, internadas na pediatria de um hospital público do nordeste brasileiro, no período de fevereiro
(2015). Os dados foram compilados dos protocolos do serviço de nutrição clínica do hospital (peso, estatura, diagnostico clínico,
presença de cormorbidades), as práticas alimentares foram coletadas através da história dietética, no momento da admissão.
No processamento e analise dos dados, foi usado o software SPSS versão 15 e o ANTHRO com padrão do NCHS, segundo o score
z. Na analise estatística, utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e intervalo de confiança de 95% (p< 0,05). RESULTADO:
No presente estudo, encontrou-se 58,1% de crianças do gênero masculino e 41,9% do gênero feminino. O diagnostico clínico
mais prevalente foi pneumonia (48,4%); Observou-se um importante percentual de desmame (22,6%) e uma reduzida
prevalência de aleitamento materno exclusivo (9,7%). Entre as crianças menores de 6 meses (n=15), 60% não eram
amamentadas, 26,7% complementavam a amamentação com leite não humano e apenas 13,3% estavam em amamentação
exclusiva. Nas crianças de 6 a 24 meses, observou-se que 26,6% só consumiam alimentos lácteos (leite não humano e mingau),
66,7% consumiam mingau e outros alimentos e 6,7% ainda permanecia com aleitamento materno exclusivo. CONCLUSÃO: As
crianças estudadas mostraram práticas de aleitamento materno insuficiente, principalmente os menores de seis meses quando
o aleitamento materno deve ser o alimento prioritário. Além disso, pode ser observado um consumo de alimentos lácteos em
excesso principalmente os lácteos com farináceos.
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PNu-011 - ESTADO NUTRICIONAL E TEMPO DE INTERNAÇÃO DE CRIANÇAS NA PEDIATRIA DE UM HOSPITAL
PÚBLICO
DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; ANNA CRISTINE SANTOS PACHECO; MARIA DE LOURDES ALVES DA SILVA NETA; TAINARA
BONFIM DE SOUZA ALMEIDA; MICHELE OLIVEIRA LOPES; ISABEL CRISTINA SANTOS DO NASCIMENTO; ESTEFÂNIA DE
VASCONCELOS SENA; ANA HELOÍSA DE SOUZA GOES; KELLY GONÇALVES RIBEIRO
UNIVERSIDADE TIRADENTES; HOSPITAL DE URGÊNCIA DE SERGIPE
INTRODUÇÃO: O período da infância é fundamental para o desenvolvimento de todos os aspectos humanos, sejam eles
biológicos, psicossociais e cognitivos. Patologias surgidas nessa fase da vida podem prejudicar o processo de crescimento e
desenvolvimento da criança. A hospitalização pode representar um trauma para a criança que é obrigada a se ausentar de seu
ambiente social e entrar em contato com tratamentos muitas vezes dolorosos. (BORTOLOTE E BRÊTAS, 2008). Estes fatores
associados à própria patologia podem comprometer o estado nutricional da criança. Assim, considerando que a identificação do
risco nutricional da criança no momento da hospitalização pode interferir na recuperação precoce do paciente e quando
identificadas à tempo, favorece a tomada de decisão precoce para o grupo de maior risco. OBJETIVO: Avaliar o estado
nutricional de crianças internadas na pediatria de um hospital público em uma capital do nordeste. MATERIAL E MÉTODO: A
amostra foi composta por 479 crianças, com idade de 0 a 10 anos, de ambos os gêneros, internadas na pediatria de um hospital
público no período de junho de 2010 a janeiro de 2011. Até 48h da admissão, eram aferidos peso e estatura e o estado
nutricional foi avaliado a partir dos índices antropométricos: peso/estatura (P/E), estatura/idade (E/I), peso/idade (P/I) e índice
de massa corporal/idade (IMC/I) que são utilizados no protocolo do serviço. Para a associação do estado nutricional com tempo
de internação, optou-se pelo indicador P/I. No processamento e analise dos dados foi usado o software o SPSS versão 15 e o
ANTHRO com padrão do NCHS, segundo o score z. Na analise estatística, utilizou-se o teste do Qui-quadrado de Pearson e
intervalo de confiança de 95% (p< 0,05). RESULTADO: Das crianças avaliadas 43,2% eram do gênero masculino e 56,8% do
gênero feminino. Houve maior número de internações de crianças menores que 60 meses (63,9%). Verificou-se que 88,1%
(n=422) estavam eutróficas e 9,6% (n=46) apresentavam baixo peso ou muito baixo peso. Das variáveis analisadas, foi
encontrada associação estatisticamente significante entre faixa etária e diagnostico clinico(p=0,001), faixa etária e estado
nutricional (p=0,02) e tempo de internação e estado nutricional (0,02). Assim, crianças menores de 60 meses apresentaram mais
neuropatias, doenças respiratórias e traumas, além serem classificadas como muito baixo peso ou baixo peso e passarem mais
tempo internadas. CONCLUSÃO: O estudo mostrou uma maior vulnerabilidade das crianças menores de 5 anos, que apresentou
maiores riscos para doenças e maior tempo de internação. Porem faz-se necessário a utilização de outros parâmetros de
avaliação como os subjetivos e bioquímicos. O estado nutricional adequado identifica os pacientes em risco, possibilitando a
condução de tratamentos mais efetivos.
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PNu-012 - AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS PORTADORAS DE PARALISIA CEREBRAL
DORIANE CONCEIÇÃO LACERDAS; STEPHANIE CECÍLIA ARAÚJO DE SOUZA; BÁRBARA DE SOUZA OLIVEIRA; CECÍLIA MAYARA
OLIVEIRA SANTOS
UNIVERSIDADE TIRADENTES
INTRODUÇÃO: Os distúrbios neurológicos decorrentes das lesões no sistema nervoso demonstram consequências no estado
nutricional de acordo com a localização atingida, afetando por vezes as capacidades físicas e cognitivas necessárias para uma
nutrição adequada (SIMONY et al., 2014). Uma das neuropatias mais frequentes é a paralisia cerebral (PC), também denominada
encefa¬lopatia crônica não progressiva da infância, e é consequência de uma lesão no cérebro em fase de maturação estrutural
e funcional, no período pré, peri ou pós-natal (WHO, 1999). OBJETIVO: Avaliar o estado nutricional de crianças portadoras de
paralisia cerebral (PC). MATERIAIS E MÉTODO: Estudo transversal incluindo crianças atendidas no ambulatório escola de
fisioterapia e na associação dos pais e amigos dos excepcionais (APAE) de ambos os sexos, com idades entre 2 a 13 anos,
diagnosticadas com paralisia cerebral (PC) . Os indicadores nutricionais antropométricos estudados foram: peso, altura, índice
de massa corporal, área muscular e de gordura do braço tendo como referência as Novas Curvas de Crescimento Específicas
para PC (NCEPC) que estão organizadas de acordo com o GMFCS (nos 5 níveis de comprometimento motor) e as
recomendações de Frisancho. RESULTADOS: A frequência de comprometimento nutricional (< Percentil 10), de acordo com os
indicadores antropométricos para idade, foram: 31,8% para peso e 53% para IMC. A PCT e CMB também ficaram abaixo dos
valores de normalidade, pela classificação de Frisancho, com 68,9% e 58,3% respectivamente. Os determinantes que
influenciam o estado nutricional: 79,5% das crianças foram classificadas no nível V de comprometimento motor, segundo a
escala GMFCS. Essas mesmas crianças (79,5%) foram referidas com disfagia; Também desde percentual, 68,9% já apresentou
pelo menos um episódio de pneumonia e 37,1% foram referidas com presença de refluxo gastroesofágico e todas estas crianças
apresentaram desnutrição para alguns índice antropométrico. CONCLUSÃO: Observou-se, nesse estudo, uma predominância de
desnutrição nas crianças acometidas por paralisia cerebral, presente mais no sexo masculino (maior parte da população) do que
no feminino. Observou-se também que todos os determinantes analisados atuaram significativamente no estado nutricional
dessa população, sobretudo a disfagia e o grau de comprometimento motor.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER
PNu-013 - PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA EDUCAÇÃO INFANTIL
ELIMARY FRANCELINO DE OLIVEIRA; FABIANA OLIVEIRA GARCIA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CIANORTE
INTRODUÇÃO: O estado nutricional de uma criança possui papel fundamental para que seu crescimento seja progressivo e para
que ela desenvolva suas aptidões psicomotoras e sociais, sendo assim, a avaliação do estado nutricional tem se tornado aspecto
cada vez mais importante no estabelecimento de situações de risco, no diagnóstico nutricional e no planejamento de ações de
promoção à saúde e prevenção de doenças. Sua importância é reconhecida tanto na atenção primária, para acompanhar o
crescimento e a saúde da criança, quanto na detecção precoce de distúrbios nutricionais, seja desnutrição, seja obesidade.
OBJETIVOS: Avaliar o perfil nutricional dos alunos que frequentam os Centros Municipais de Educação Infantil. MÉTODO: Foram
avaliados alunos de ambos os sexos, com idade entre 6 e 60 meses. A avaliação antropométrica foi realizada pela nutricionista
responsável. O peso foi obtido utilizando balança digital. Para aferição do comprimento dos alunos com faixa etária entre 6 e 23
meses foi utilizado antropômetro com amplitude de 100 cm e subdivisões de 0,1cm. Já para os alunos com idade entre 23 a 60
meses foi utilizado o estadiômetro de haste móvel vertical com escala em centímetros (cm) e precisão de um milímetro (mm). O
cálculo do índice de massa corporal (IMC) foi realizado pela formula do peso (kg) dividido pela altura (cm) ao quadrado. A
classificação foi por meio dos índices peso para estatura (P/E), estatura por idade (E/I), peso para idade (P/I) e IMC para idade
(IMC/I), que tem como pontos de cortes as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde, SISVAN, 2006.
RESULTADOS: Foram avaliados 844 alunos, sendo 420 (49,8%) do sexo feminino e 424 (50,2%) do sexo masculino. No índice P/E
houve prevalência do peso adequado em ambos os sexos. No índice E/I teve como prevalência a estatura adequada para idade
no sexo feminino e no masculino com, 51,8% e 47,1%, respectivamente. Já no IMC/I a prevalência foi o IMC adequado em
ambos os sexos, com 57,3% (482 alunos) do total de crianças avaliadas, porém houve um maior número de meninas com
sobrepeso, que corresponde há 116 alunas (13,7 %). E por último, o índice P/I, o peso adequado foi o que obteve maior
percentual, com 86,2% (728 alunos), seguido de 12,7% (108 alunos) com peso elevado. CONCLUSÃO: Este estudo mostrou que a
maioria dos alunos estão adequado em todos os índices, porém existem grande parte deles com sobrepeso e obesidade, na qual
mostra uma necessidade de uma intensificação da educação nutricional, com as crianças e, principalmente, com os pais, bem
como uma melhor atenção à alimentação no período escolar direcionados à prevenção de obesidade infantil, visto que nos
primeiros anos de vida é que são estabelecidas as práticas alimentares que repercutem nas condições de saúde até a vida
adulta.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER
PNu-014 - PERFIL NUTRICIONAL DE ESCOLARES DA PRÉ-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL
FABIANA OLIVEIRA GARCIA; ELIMARY FRANCELINO DE OLIVEIRA
PREFEITURA MUNICIPAL DE CIANORTE
INTRODUÇÃO: No Brasil, tem sido detectada a progressão da transição nutricional da população, caracterizada
fundamentalmente por redução nas prevalências dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva de sobrepeso e
obesidade. Esta transição nutricional está relacionada, principalmente, ao sedentarismo, aumento do consumo de calorias e
alimentos industrializados. Para tanto a avaliação nutricional de crianças é uma forma de analisar o estado nutricional, planejar
ações de promoção à saúde, prevenir doenças e realizar o tratamento precoce. OBJETIVO: Avaliar o perfil nutricional dos
estudantes, das Escolas Municipais, a fim de identificar a prevalência de baixo peso, peso adequado e excesso de peso, além de
fazer um comparativo com os anos anteriores. MÉTODO: Foram avaliados os estudantes de ambos os sexos, com faixa etária de
4 a 11 anos. A aferição das medidas antropométricas foi realizada em sala reservada especialmente para este fim, por
acadêmicos de Educação Física previamente treinados e Nutricionistas. O peso foi aferido por medição única em balança digital.
A estatura foi aferida com estadiômetro de haste móvel vertical com escala em centímetros (cm) e precisão de um milímetro
(mm). O cálculo do índice de massa corporal (IMC) foi realizado por meio da fórmula que relaciona o peso (kg) com a altura
(metros) ao quadrado: IMC = Peso / (Altura)² e o diagnóstico do IMC, se deu com base no artigo de Conde e Monteiro, 2006, da
Sociedade Brasileira de Pediatria. RESULTADOS: Foram avaliadas 4.642 crianças, sendo elas, 2.279 meninas, representando 49%
e 2.363 meninos, representando 51%. Das meninas, tivemos 44 delas com baixo peso (2%), 1.363 com peso adequado (60%) e
872 com excesso de peso (38%). Já os meninos, 17 com baixo peso (0,7%), 1.645 com peso adequado (69,6%) e 701 com excesso
de peso (29,7%). E na avaliação em geral, tivemos 61 crianças com baixo peso (1%), 3.008 com peso adequado (65%) e 1.573
com excesso de peso (34%). Com base nos dados coletados nos anos anteriores, 2012, tivemos 4.402 estudantes avaliados, 6%
de baixo peso, 67% de peso adequado e 27% de baixo peso e 2013, 4.480 estudantes avaliados, 2% de baixo peso, 65% de peso
adequado e 33% de excesso de peso, obtivemos queda no índice de baixo peso, contra aumento do índice de excesso de peso.
CONCLUSÃO: Estes resultados confirmam uma tendência que é mundial, onde a frequência de excesso de peso entre os
escolares avaliados é elevada, contrariamente ao baixo peso. Que apesar de ser um problema antigo, a obesidade nunca havia
alcançado proporções epidêmicas como atualmente, fato parcialmente explicado pela redução da atividade física e pelas
modificações dos hábitos alimentares, caracterizadas pelo aumento na quantidade e frequência do consumo de produtos de
alta densidade energética.
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PNu-015 - ANÁLISE DAS POSSÍVEIS INTERAÇÕES DROGRA-NUTRIENTES DE PACIENTES CRÔNICOS PEDIÁTRICOS
INTERNADOS EM UNIDADE DE TREINAMENTO PARA DESOSPITALIZAÇÃO(UTD)
MARÍLIA ALMEIDA; CAMILA LIMA
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA
INTRODUÇÃO: A manutenção do equilíbrio metabólico é influenciada pela ingestão de alimentos. Sua importância é associada à
capacidade de fornecer ao corpo humano nutrientes necessários ao estabelecimento da integridade física e mental. Os
nutrientes podem interagir com os fármacos e comprometer o estado nutricional e terapêutico constituindo significativos
problemas na prática clínica. Em crianças, além de afetar o estado nutricional pode afetar também o processo de crescimento e
desenvolvimento. O fenômeno de interação droga-nutriente pode ocorrer em qualquer etapa que envolve a farmacocinética e
farmacodinâmica do fármaco. OBJETIVO: Avaliar as possíveis interações droga-nutrientes de pacientes pediátricos com doenças
crônicas em uma unidade de treinamento para desospitalização. MÉTODOS: O estudo é do tipo transversal, descritivo com
abordagem quantitativa das possíveis interações droga-nutrientes ocorrida em uma unidade pediátrica de fevereiro a março de
2015. A Unidade de Treinamento para Desospitalização consiste em uma unidade de internamento hospitalar que presta
serviços assistencialistas e educacionais a paciente crônicos e seus responsáveis. São atendidos pacientes com alterações
genéticas e neuropatias que cursam com repercussões respiratórias necessitando de Ventilação Mecânica e distúrbios de
deglutição utilizando vias alternativas de alimentação. Os cuidadores são treinados pela equipe para assistir as crianças e
estarem aptos a realizar os cuidados em domicílio. São ensinadas técnicas de manejo com equipamentos, materiais e
medicamentos, realização de manobras, além de reconhecimentos de sinais que indiquem alterações do estado normal da
criança, podendo entrar em contato com a equipe a qualquer momento em situações de emergência. A coleta dos dados foi
realizada por meio de consulta aos prontuários eletrônicos pelas residentes de farmácia e nutrição e posteriormente, os dados
foram corroborados com a literatura. RESULTADOS: Foram avaliadas 19 prescrições sendo 63,16% (12) referente aos pacientes
do sexo masculino e 36,84% (7) do sexo feminino. A alimentação principal é por via gastrostomia correspondendo 84,21% (16).
Dos pacientes hospitalizados, 63,16%(12) utilizaram dieta sistema fechado,21,05% (4) sistema aberto e 15,79% (3) utilizaram
dieta via oral. Das prescrições analisadas 100% apresentaram possibilidades de interação droga-nutrientes. Os suplementos
nutricionais tiveram uma frequência de 35,09% (40), seguidos dos antimicrobianos com 31,58% (36) e diuréticos 11,40% (13). As
interações podem reduzir absorção ou alterar o metabolismo dos nutrientes, alterar a absorção e biodisponibilidade de
fármacos e reduzir seu efeito terapêutico. Os principais nutrientes envolvidos são as vitaminas B12 e as lipossolúveis e os
minerais como magnésio, potássio, cálcio e sódio. Os polivitamínicos, sulfato ferroso e ciprofloxacino foram os medicamentos
mais prescritos. CONCLUSÃO: Para os pacientes em uso de dieta enteral contínua e que utilizam medicamentos que possam
interagir, a interrupção da dieta em horários próximos a administração de fármacos se faz necessária. Em contrapartida, as
dietas de via oral e enteral intermitente devem ser aprazadas de modo a não ser administradas simultaneamente com os
medicamentos. O presente estudo sinaliza a importância para o acompanhado das possíveis interações entre fármacos e
nutrientes, a fim de garantir a manutenção do estado nutricional e a efetividade do tratamento farmacológico.
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PNu-016 - FATORES QUE ALTERAM A ACEITAÇÃO ALIMENTAR EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PEDIÁTRICOS
HOSPITALIZADOS
MONICA APARECIDA PRATA ALVES; PALOMA DOS SANTOS GARCIA; LUCIMARA PEREIRA DA SILVA GONÇALVES; MICAELE SILVA
NOGUEIRA MOTA; JANAÍNA ALVARENGA FEITOSA VILAR
INTRODUÇÃO: O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento descontrolado, rápido e invasivo de células
com alteração em seu material genético. (INCA, 2009). As formas mais comuns de tratamento incluem quimioterapia,
radioterapia, cirurgia e transplante de medula óssea. O tratamento assim como a própria doença tem efeitos agressivos ao
hospedeiro. (Garófolo, 2005). A redução da ingesta alimentar, alteração do gasto energético, absorção e metabolismo de
nutrientes, além de complicações, como toxicidade oral e gastrointestinal, nefrotoxicidade e infecção têm o papel importante na
etiologia da desnutrição. (INCA, 2014; Garofolo, 2005). Sabendo – se o que pode alterar a aceitação alimentar de pacientes
oncológicos pediátricos é possível assim atuar na tentativa de atenua los e promover melhor qualidade de vida. OBJETIVOS: 1)
Conhecer os fatores que contribuem para alterar a aceitação alimentar em pacientes oncológicos; 2) Identificar as
conseqüências da baixa aceitação alimentar; 3) Revisar e discutir formas para atenuar as conseqüências da baixa aceitação
alimentar; MÉTODOS: Este estudo será realizado através de revisão de literatura. Serão utilizados como critérios para escolha
das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • Artigos publicados em periódicos indexados e nas bases de dados SciElo,
LiLacs, Pubmed, que tenham sido publicados a partir do ano de 2005; • Livros publicados a partir do ano de 2005; • Sites de
instituições e sociedades brasileiras e internacionais de oncologia pediátrica. DISCUSSÃO E RESULTADOS: Pacientes oncológicos
são mais susceptíveis a desnutrição que em qualquer outra doença, isso porque tanto a própria patologia gera alterações
fisiológicas e metabólicas, como os tratamentos que existem hoje, possuem inúmeros efeitos colaterais que podem contribuir
para a diminuição da ingesta alimentar (Palmiere et al, 2013). No paciente pediátrico a preocupação deve ainda ser maior uma
vez que o tratamento influencia diretamente no estado nutricional interferindo no crescimento da criança (Garófalo, 2005). A
neoplasia independente de seu tipo promove alterações catabólicas importantes, astenia e disfunção imunológica e estas
normalmente são acompanhadas de anorexia gerando perda involuntária e progressiva de peso. (Mello e Bottaro, 2010). O
nutricionista tem a responsabilidade de alterar a dieta do paciente de modo a torná-la atrativa e palatável, no intuito de driblar
os fatores que alteram a aceitação alimentar. (Palmieri et al, 2013). Os sintomas decorrentes do tratamento que podem ser
atenuados com a atuação do nutriconista durante a internação são: Anorexia, constipação intestinal, diarréia, disfagia, disgeusia,
entre outros. CONCLUSÃO: Foi possível concluir que os fatores que interferem na aceitação alimentar são os inerentes ao
próprio processo de doença, efeitos colaterais ao tratamento e questões psicológicas advindas de todo este conjunto e a
hospitalização. As conseqüências da
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PNu-017 - MANEJO DA DESNUTRIÇÃO GRAVE INFANTIL EM AMBIENTE HOSPITALAR
MONICA APARECIDA PRATA ALVES; PALOMA SANTOS GARCIA; LUCIMARA PEREIRA DA SILVA GONÇALVES; MICAELE SILVA
NOGUEIRA MOTA; JANAÍNA ALVARENGA FEITOSA VILAR
INTRODUÇÃO: A desnutrição é uma doença metabólica de origem multi – causal e complexa. Pode começar já na vida intra –
uterina e/ ou estar associada a ocorrência de doenças (MS, 2005). No ambiente hospitalar, encontramos desnutrição prévia, por
conta de fatores primários ou associados a eventos catabólicos agudos e/ou crônicos (Nogueira e Ribeiro in Nogueira et al,
2011). Com esta problemática, vê – se a importância de explorarmos este tema com intuito de melhorar o atendimento
hospitalar reforçando a investigação da desnutrição grave. OBJETIVOS: Revisar as estratégias nutricionais para atuação prática
na desnutrição grave infantil em ambiente hospitalar. MÉTODOS: Este estudo será realizado através de revisão de literatura.
Serão utilizados como critérios para escolha das referências bibliográficas os seguintes tópicos: • Artigos publicados em
periódicos indexados, que tenham sido publicados a partir do ano 2000; • Livros publicados a partir do ano de 2003; • Sites de
instituições e sociedades brasileiras e internacionais de pediatria. RESULTADO: Para o diagnóstico da desnutrição é importante
seguir alguns passos (Nützenadel, 2011): 1) Verificar a possibilidade de a desnutrição estar associada a outras doenças; 2)
Avaliação do estado nutricional; subjetiva e objetiva; 3) Identificar o grau de desnutrição e os riscos que esta pode causar à
criança no momento. O tratamento da desnutrição compreende 3 fases: Fase 1 – Estabilização -> Compreende tratar e/ou
prevenir a hipoglicemia, a desidratação e a hipotermia. Corrigir os distúrbios hidroeletrolíticos, tratar infecções, fazer
estimulação emocional e física, iniciar a alimentação de forma lenta e progressiva, com uso de suplementos orais ou terapia
nutricional (enteral ou parenteral) se necessário. Fase 2 – Reabilitação -> Progredir a alimentação, aumentando a oferta
energético – protéica, conforme a tolerância, fazer estimulação emocional e física, corrigir as deficiências nutricionais com a
suplementação de polivitamínicos e oligoelementos, realizar o preparo para a alta hospitalar. Fase 3 – Acompanhamento -> A
alta hospitalar pode ser dada antes da total recuperação, desde que haja garantia do seu acompanhamento após, continuar com
abordagem multidisciplinar via ambulatorial, fazer aconselhamento nutricional de alta hospitalar, manter suplementação de
polivitamínicos e oligoelementos, aferir peso semanalmente na UBS – caso não haja alteração deverá retornar ao hospitalar
para reavaliação. CONCLUSÃO: Foi possível concluir que a desnutrição em ambiente hospitalar reduziu com o passar dos anos,
porém os dados em literatura são incompletos com poucos estudos conduzidos com este público. Embora as formas de
tratamento para esta doença estejam bem delimitadas, torna – se necessária uma maior atenção da equipe multi em registrar
adequadamente os dados para que o manejo da desnutrição seja mais eficaz.
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PNu-018 - O PAPEL DO NUTRICIONISTA E ESTADO NUTRICIONAL DE PACIENTES ACOMPANHADOS PELO
PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA DOMICILIAR(PAVD) DE UM HOSPITAL PEDIÁTRICO NA BAHIA.
MARÍLIA ALMEIDA; ANA CLEUSA SANTOS; FERNANDA DURIER
HOSPITAL MARTAGÃO GESTEIRA
INTRODUÇÃO: O nutricionista tem um papel fundamental na saúde e qualidade de vida dos seus pacientes, tendo como
algumas das atribuições a prestação de assistência dietética aos pacientes e educação nutricional a seus responsáveis visando à
promoção, manutenção e recuperação da saúde dos estão sendo cuidados. Pacientes pediátricos neuropatas e/ou com
síndromes genéticas degenerativas podem apresentar alterações na deglutição, necessitando do uso da gastrostomia como via
de alimentação definitiva. Desta forma, o nutricionista é o profissional responsável, principalmente, por orientar a família na
preparação artesanal de forma segura tanto microbiologicamente quanto nutricionalmente, adequando a dieta às necessidades
de cada paciente, com o objetivo de promover o crescimento e desenvolvimento saudável. OBJETIVO: Avaliar o estado
nutricional dos pacientes acompanhados pelo Programa de Assistência Ventilatória Domiciliar e as atribuições do nutricionista
na rede de cuidado domiciliar. MÉTODOS: O estudo é do tipo transversal, descritivo com abordagem qualitativa e quantitativa
do estado nutricional dos pacientes acompanhados no período de fevereiro a março de 2015. O Programa de Assistência
Ventilatória Domiciliar acompanha atualmente 13 pacientes e consiste em uma rede de acompanhamento domiciliar, de um
hospital filantrópico da Bahia, que presta serviços assistencialistas e educacionais a paciente crônicos e seus responsáveis, de
forma contínua, com visitas semanais da equipe multiprofissional. São atendidos pacientes com alterações genéticas e
neuropatas que cursam com repercussões respiratórias necessitando de Ventilação Mecânica e distúrbios de deglutição
utilizando vias alternativas de alimentação. Durante o período de internamento hospitalar, os cuidadores são treinados pela
equipe para assistir as crianças e estarem aptos à realizar os cuidados em domicílio. São ensinadas técnicas de manejo com
equipamentos, materiais e medicamentos, realização de manobras, confecção de dietas artesanais, além de reconhecimentos
de sinais que indiquem alterações do estado normal da criança, podendo entrar em contato com a equipe multiprofissional a
qualquer momento em situações de emergência. A coleta dos dados foi realizada por meio de aplicação de dois questioná¬rios,
um contendo dados que buscaram caracterizar a amostra e outro no qual havia questões quantitativas sobre a forma de
alimentação dos pacientes, a indicação, os benefícios e as complicações na produção das dietas. Foram coletados os registros de
peso e altura feitos pela nutricionista responsável e pela residente de nutrição, e posteriormente, foram classificadas de acordo
com as curvas específicas para neuropatas. RESULTADOS: Foram avaliadas 13 crianças sendo 30,76% (4) referente aos pacientes
do sexo feminino e 69,23% (9) do sexo masculino. A alimentação principal é por via gastrostomia correspondendo a 92,3% (12).
Dos pacientes avaliados, 61,53% (8) encontra-se eutrófico, 15,38% (2) cursa com obesidade e 15,38% (2), são eutróficos, porém
com risco nutricional. De acordo com a realização e confecções das dietas artesanais, os cuidadores não apresentaram
dificuldade no manejo desta atividade. CONCLUSÃO: O nutricionista dentro da equipe multiprofissional pode promover
qualidade de vida a essas crianças, a partir da educação continuada aos cuidadores sobre alimentação adequada, assegurandoos de possíveis infecções transmitidas por alimentos e oferecendo, de forma individualizada, preparações ricas em nutrientes, a
fim de promover o crescimento e desenvolvimento da criança.
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MÓDULO DE NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA - POSTER
PNu-019 - INFLUÊNCIA DE FATORES PERINATAIS NO INCENTIVO AO CONTATO PRECOCE PELE A PELE NA PRIMEIRA
HORA DE VIDA
AMANDA MARTINS; JACKELINE NASS; MARINA CASTAGNA RODRIGUES; CARLA S. BERNARDO; LETICIA CARINA RIBEIRO
UFSC
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência de fatores perinatais com a ocorrência do contato pele a pele na primeira hora de
vida, preconizado pelo quarto passo da Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Os dados foram coletados através de questionário
em entrevista com as mães e informações do prontuário. As variáveis analisadas foram estado civil, escolaridade, idade
materna, número de consultas pré-natais, tipo de parto, complicações da mãe e do bebê, Apgar, idade gestacional e peso ao
nascer. A prevalência de contato precoce na primeira hora de vida encontrada neste estudo foi de 82,3%, resultado que
apresenta conformidade com o preconizado pelo Critério Global para o Passo 4. A respeito dos fatores perinatais, estiveram
associadas negativamente ao contato precoce, o parto cesárea 38,4% (IC95%:28,62;48,45), Apgar<7 no primeiro minuto 44,44%
(IC95%: 27,4;61,5), idade gestacional e#8804;37 semanas 31,03% (IC95%:13,12;48,94). Como fator de influência positiva ao
contato precoce nesta amostra foi encontrado peso ao nascer <2500g 14,9% (IC95%:10,9;19,78), fato este que não corrobora
com o observado na literatura. De acordo com estudo anterior realizado no Brasil, os valores encontrados neste estudo
apresentam-se acima dos observados em capitais brasileiras. A conclusão encontrada para este estudo foi que o contato
precoce entre mãe e bebê é influenciado por variáveis que podem ser evitadas, pois dizem respeito mais à conduta da equipe
do que a fatores perinatais. O apoio e estímulo ao parto normal e a assistência pré-natal para evitar complicações na gravidez e
no nascimento são fundamentais para incentivar o contato precoce na primeira hora.
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PNu-020 - DESMAME PRECOCE E ALEGAÇÕES MATERNAS DE MULHERES ACOMPANHADAS EM UM PROGRAMA DE
SAÚDE DA FAMÍLIA (PSF).
SANDRA ALINE CARRARA ELOY; MARIANNA OLIVEIRA BARRETO; LINDENÁKIA DANIELLE SAMPAIO DE; DANIELLE ALMEIDA SENA;
MARIANNA BARRETO SILVA; CARLA CRISTINA MAIA SANTOS; CYNTHIA BARBOSA ALBUQUERQUE; TATIANA MARIA PALMEIRA
DOS SANTOS; GRACIANE DA SILVA OLIVEIRA; NISA EMILE PEREIRA SACRAMENTO
UNIT
INTRODUÇÃO: A preocupação com os efeitos deletérios do desmame precoce representa uma unidade nas agendas de saúde
coletiva do Brasil de hoje. Os modelos explicativos para a relação amamentação - desmame multiplicam-se e sinalizam para o
embate entre saúde e doença, evidenciando os condicionantes sociais, econômicos, políticos e culturais que transformaram a
amamentação em um ato regulável pela sociedade. O leite humano é considerado, de forma consensual, como o único alimento
capaz de atender de maneira adequada a todas as peculiaridades fisiológicas do metabolismo dos lactentes (ALMEIDA, 1999).
Dentre as vantagens comprovadas, podemos citar o valor nutricional, a proteção imunológica devido a presença de fatores
circulantes como lactoferrina, IgA secretora, anti corpos e outros, o menor risco de contaminação, e o fortalecimento da relação
afetiva entre mãe e filho. Além da economia para a família e a redução dos custos para o Estado que muitas vezes é obrigado a
importar fórmulas lácteas e leite em pó para suprir as necessidades decorrentes de práticas do desmame (RESENDE, SILVA,
2012). Com tantas vantagens comprovadas cientificamente, o desmame precoce ainda é elevado. OBJETIVOS: Estudar as
alegações para o desmame entre mulheres acompanhadas em um Programa de Saúde da Família em Campo do Brito, SE.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal com mães 38 mães (com filhos com idade entre 0 a 6 meses) que receberam
informações sobre o aleitamento materno durante a gravidez, e eram acompanhadas por três equipes de PSF da área urbana do
município de Campo do Brito/SE. Os dados foram coletados por meio de questionário previamente testado e aplicado pelas
pesquisadoras. Posteriormente ao levantamento dos dados foi elaborada uma tabela em planilha no Excel, na qual está
elencada as variáveis que predominam no desmame precoce, a frequência e o percentual dos resultados obtidos. RESULTADOS:
Foram estudadas 38 mulheres com idade média de 25,5 ± 6,8 anos que receberam informações sobre o aleitamento materno
durante a gravidez: 20 (vinte) receberam essas informações nos centros de saúde, 1 (uma) em hospital particular e 16
(dezesseis) na maternidade. Apesar do conhecimento sobre aleitamento materno apenas 25 (65,78%) das mães amamentaram,
porém, nenhuma de forma exclusiva e 13 (34,22%) não amamentaram e/ou pararam. Os relatos das mães para suspensão do
aleitamento materno foram: 3 (23,07%) disseram que o bebê não queria, 4 (30,76%) o leite não saía/não tinha leite, 2 (15,38%)
o leite não sustentava ou era pouco, 2 (15,38%) o bebê rejeitou e 2 (15,38%) relataram falta de tempo. Em relação ao
surgimento de problemas com amamentação 11 (28,94%) tiveram fissuras, 1 (2,63%) mastite e 3 (7,89%) disseram ter outros
problemas. CONCLUSÃO: As mães tiveram informações sobre o aleitamento, poucas tiveram problemas com a amamentação e
mesmo assim houve o desmame e a amamentação não exclusiva. Nesta perspectiva, vale atentar para a necessidade de
reformulação do modelo assistencial vigente, no sentido de considerar a amamentação como forma de alimentar o bebê
prolongada , um ato que precisa ser aprendido pela mãe e protegido pelos programas governamentais.
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MÓDULO DE
ONCOLOGIA E
HEMATOLOGIA
300
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30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
301
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MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLOn-001 - LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA: RELATO DE CASO DE ADOLESCENTE COM MONOSSOMIA DO 17
ANA PAULA SANTOS; LEONARDO ASSAD LOMONACO; ISABEL BRAGA PAIVA; RAFAELA FEITOSA ANSELMI; RÉGIA BELTRÃO
TEIXEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE; HOSPITAL DO CÂNCER DO ACRE
INTRODUÇÃO: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) consiste em uma doença maligna das células progenitoras da linhagem
linfóide, sendo mais comum na faixa etária pediátrica, com pico de incidência entre 2 e 5 anos. Quando acomete crianças de
uma faixa etária mais avançada, como adolescentes, está associada a um pior prognóstico e sobrevida. Além disso,
determinadas alterações citogéneticas, como a presença de cariótipo complexo, deleções e mutações, são consideradas fatores
prognósticos, possibilitando a abordagem adequada do paciente. OBJETIVO: Relatar o caso de um paciente adolescente
portador de leucemia linfoblástica aguda, com estudos de imunofenotipagem e citogenético, relacionados a mau prognóstico.
MATERIAS E MÉTODOS: As informações foram obtidas por meio de revisão de prontuário e da literatura. RESULTADOS:
Paciente, 17 anos, sexo masculino, branco, estudante, procedente de Rio Branco, Acre, com quadro de adenomegalia
generalizada com 4 meses de evolução, associado a febre e sudorese noturna. Ao exame foram evidenciadas adenomegalias
cervicais, e esplenomegalia. Exames laboratorias apresentaram leucocitose com linfocitose. Realizado mielograma que
apresentou infiltração leucêmica/linfomatosa por blastos do tipo linfoide compatível com LLA T. Os exames de
imunofenotipagem constataram como marcadores positivos CD2, CD3 citoplasmático, CD5, CD7, CD71, HLA-DR, sugerindo o
diagnóstico de Linfoma Linfoblástico T. A análise citogenética concluiu cariótipo complexo, com monossomia do cromossomo
17, e marcador não identificado. Foi iniciado tratamento com quimioterapia no esquema BFM 2002, com duração de 12 meses,
porém, 3 meses após o termino do esquema o paciente evoluiu de forma não satisfatória apresentando recaída, e evoluindo à
óbito 18 meses após diagnóstico da doença. CONCLUSÃO: Atualmente, as alterações citogenéticas são o principal fator
prognóstico descrito. Cariótipos complexos conferem um risco aumentado de falha de tratamento e consequentemente
evoluções com piores prognósticos. A presença em especial da deleção do cromossomo 17, uma alteração rara, esta associada a
menor sobrevida em 5 anos. Desta forma, observou se no caso supracitado achados prognósticos e evolução condizentes com a
literatura.
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MÓDULO ONCOLOGIA HEMATOLOGIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLOn-002 - HAMARTOMA MESENQUIMAL HEPÁTICO EM CRIANÇA: RELATO DE CASO
LUCAS EROTILDES DE SOUZA; ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES QUADROS; DÉBORA FRIGOTTO; CARMEM MARIA COSTA
MENDONÇA FIORI; ALINE CARLA ROSA; LUIS CESAR BREDT; TIAGO CESAR MIERZWA; RAFAELA FREIRIA MATEUS
UNIOESTE; UOPECCAN
INTRODUÇÃO: Os tumores hepáticos em criança são raros, dentre os tumores benignos os císticos e os vasculares são mais
frequentes que os sólidos. O mais comum é o hemangioma (40%), seguido dos cistos congênitos, hereditários e parasitários
(35%). O Hamartoma Mesenquimal Hepático é um tumor cístico congênito benigno, de etiologia desconhecida , considerado
uma má-formação proliferativa da placa ductal, que se origina mais frequentemente na região portal, composto por um tecido
fibroso, contendo uma quantidade variável de vasos sanguíneos e ductos hepáticos. É um tumor raro em crianças e representa
6% dos tumores hepáticos primários, com poucos casos relatados na literatura médica. OBJETIVO: Relatar um caso raro de
tumor hepático benigno na infância. MATERIAIS E MÉTODOS: Análise de prontuário médico e revisão bibliográfica. RELATO DE
CASO: Paciente DBS, masculino, 3 anos e 4 meses, com historia de dor abdominal há 30 dias. Procurou atendimento médico na
Unidade de Pronto Atendimento em 26/12/2014. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, eupneico, corado, com
abdômen semi-globoso e massa abdominal volumosa em hipocôndrio direito e região epigástrica de aproximadamente 8x8 cm
com consistência aumentada. A Ecografia abdominal demonstrou uma lesão expansiva homogênea de 11,9x9,2 cm nos
segmentos III, IV do lobo esquerdo hepático estendendo-se à região da pelve com dilatação das vias biliares intra-hepáticas do
lobo esquerdo. Sendo encaminhado ao serviço de referencia para diagnostico e tratamento do câncer em 29/12/14. A
Tomografia Computadorizada de abdome demonstrava, lesão expansiva de 13,2x8,2x12,8 cm apresentando pequenas áreas de
lesão cística e necrose. Exames laboratoriais de alfa-fetoproteína, HCG e CEA dentro dos limites normais para idade. Indicado
biópsia por agulha, cujo exame anatomopatológico, revelou Hamartoma Mesenquimal Hepático em segmentos II, III e IV do lobo
esquerdo do Fígado com ausência de proliferação epitelial ou mesenquimal atípica associada. O menor foi encaminhado a um
hospital de alta complexidade, e em 29/01/15 e submetido ao procedimento cirúrgico, segmentectomia do segmento III
hepático, com ressecção completa do tumor com boa evolução clínica pós-cirúrgica. COMENTÁRIOS: O Hamartoma
mesenquimal hepático é uma doença benigna, rara, detectável na maioria das vezes pela palpação de uma massa abdominal
indolor, sendo necessária uma avaliação mais precisa com exames de imagem e exames laboratoriais para diagnóstico
diferencial com as patologias malignas hepáticas na infância. Por meio do relato de caso, é possível observar o destaque ao
diagnóstico precoce dos tumores hepáticos na infância, além de demonstrar a importância de esclarecer o diagnóstico, inclusive
nas doenças raras, e solucionar da melhor maneira possível a abordagem terapêutica nas doenças benignas do fígado.
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PÔSTERES
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POn-001 - SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA A NEUROBLASTOMA EM LACTENTE: UMA ASSOCIAÇÃO
INCOMUM
JULIANE NERY; FÁBIO A. NASCIMENTO; JOANNA TRENNEPOHL; MARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE; HOSPITAL DE CLÍNICAS DE CURITIBA- UFPR
INTRODUÇÃO: As neoplasias malignas são relativamente raras na infância, correspondendo a aproximadamente 3% de todos os
tumores pediátricos. Todavia, se situam entre as principais causas de óbito em crianças. Com relação os tumores sólidos na
infância, o neuroblastoma se destaca como o tumor maligno intra-abdominal mais comum, sendo que a maioria dos pacientes
acometidos já apresenta metástases ao diagnóstico. OBJETIVO: Relatar o caso de uma lactente de 14 meses de vida
diagnosticada tardiamente com neuroblastoma e que, durante a evolução da doença, desenvolveu síndrome hemofagocítica,
agravando sobremaneira seu prognóstico e levando a paciente a óbito. DISCUSSÃO: O neuroblastoma é uma neoplasia originada
nas células dos gânglios nervosos simpáticos, sendo a glândula adrenal o local mais acometido. A síndrome hemofagocítica
secundária a neoplasia em crianças é principalmente encontrada nas doenças linfoproliferativas e mieloproliferativas. Ademais,
raramente pode estar associada à quimioterapia ou às infecções oportunistas que podem ser decorrentes desta. Mesmo assim,
a ocorrência da síndrome hemofagocítica em uma lactente sob tratamento quimioterápico para neuroblastoma é um evento
rarissimamente descrito na literatura. CONCLUSÃO: Ressalta-se a importância da realização do diagnóstico precoce tanto das
neoplasias quanto da síndrome hemofagocítica na faixa etária pediátrica, uma vez que a instituição imediata de tratamento
adequado pode alterar dramaticamente o prognóstico para muitos pacientes.
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POn-002 - TENDÊNCIA DE MORTALIDADE POR LEUCEMIA NO ESTADO DO PARANÁ EM UM PERÍODO DE 12 ANOS.
VIVIANE KNUPPEL DE QUADROS GERBER
UNICENTRO
INTRODUÇÃO: As leucemias compreendem um grupo de doenças malignas, que geram uma desordem no sistema
hematopoiético decorrente de uma ou mais mutações que resultam num processo multifatorial, por meio de exposições
ambientais, combinação de fatores genéticos e de susceptibilidade individual. OBJETIVO: Analisar a tendência de mortalidade
por leucemias, no estado do Paraná, nos últimos 12 anos. MATERIAL E MÉTODOS: Utilizou-se dados de mortalidade por
leucemia de ambos os sexos e todas as idades, pertencentes ao estado do Paraná no período de 2000 a 2012, obtidos do banco
de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), diretamente do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), mantido pelo
Ministério da Saúde do Brasil. Foram incluídos todos os óbitos por leucemia cuja causa básica havia sido codificada de acordo
com a Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). As taxas de mortalidade foram calculadas pelo número de óbitos
dividido pela população de cada regional de saúde em cada ano e multiplicada por um milhão de habitantes. Para análise de
tendência optou-se pelos modelos de regressão linear e dividiu-se os resultados das 22 regionais de saúde do estado do Paraná
em perfil de estabilidade, crescente e decrescente dos óbitos por leucemias. RESULTADOS: Foram analisados 3312 óbitos. No
sexo masculino a incidência foi maior quando comparada ao sexo feminino. Segundo a faixa etária, acima de 60 anos,
concentrou 41,7% dos óbitos, e de 0 a 15 anos, foram 13,9% dos óbitos. O tipo de Leucemia com maior quantidade de óbitos, foi
a Leucemia Mielóide Aguda 38,8%, seguida pela Leucemia Linfoblástica Aguda 21,9%. CONCLUSÃO: O estudo mostra que não
houve redução do número de óbitos por leucemias no estado do Paraná, devido a maior parte das regionais de saúde,
apresentarem tendência de estabilização e crescente números de óbitos por leucemia no período estudado, e somente 13%,
correspondendo a três regionais, apresentaram tendência decrescente. Pela disposição das regionais não há distinção das
tendências na capital ou interior do estado ou até mesmo por região.
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POn-003 - FREQUÊNCIA DE ALTERAÇÕES GENÉTICAS EM LEUCEMIAS DE PACIENTES PEDIÁTRICOS DO ESTADO DO
PARANÁ ASSOCIADA AOS SEUS DADOS LABORATORIAIS
BRUNO OSTERNACK; IVAN LUIZ DOS SANTO; MARA ALBONEI DUDEQUE PIANOVSKI; ROBERTO ROSATI
PEQUENO PRÍNCIPE; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
A leucemia linfoide aguda (LLA) é a neoplasia mais comum até os 14 anos de idade, apresentando com frequência alterações
genéticas bem estabelecidas na literatura. A FISH é uma ferramenta valiosa para a identificação destas alterações, pelo fato de o
blasto da LLA ser de difícil crescimento em cultivo e fornecendo resultados em amostras sem metáfase para a citogenética.
Neste sentido, a FISH é preconizada pela OMS por ser um instrumento que pode ser realizado com núcleos interfásicos, e
substituir técnicas que apresentam resultados falso negativos e problemas técnicos. OBJETIVO: Esta pesquisa teve por objetivo
avaliar a frequência de alterações genéticas apresentadas em pacientes pediátricos diagnosticados com leucemias agudas, e
associar essas alterações com idade, gênero e resultados de hemograma, citogenética clássica e imunofenotipagem. MATERIAL
E MÉTODOS: Para tanto, foi realizada um estudo transversal descritivo de caráter quantitativo, com coleta retrospectiva de
dados em prontuários médicos, a partir do início das análises de FISH, Janeiro de 2013 a Novembro de 2014. RESULTADOS:
Foram analisadas 70 amostras, sendo 54 (77%) amostras do Hospital Infantil Pequeno Príncipe (HIPP) e 16 (23%) do Hospital de
Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-PR), 32 (46%) amostras foram obtidas de pacientes masculinos e 38 (54%) de
pacientes femininos. As análises por FISH evidenciaram 18 amostras com alteração, sendo 2 amostras BCR/ABL1 positivas, 4
amostras MLL positivas e 5 amostras ETV6/RUNX1 positivas. A frequência de rearranjo do gene MLL, dos genes de fusão
BCR/ABL1 e ETV6/RUNX1 foi de 7%, 4,2% e 19,2%, respectivamente. Analisando os resultados obtidos verificou-se a mesma
frequência de BCR/ABL1 até os 15 anos, e a maior frequência de ETV6/RUNX1 e MLL até o quinto ano de vida e diminuindo com
o aumento da idade, mas com ETV6/RUNX1 sendo o mais frequente no estudo. Os 2 casos BCR/ABL1 positivos possuíam
expressão de CD10 e CD45 com uma confirmação pela citogenética. Os 4 casos MLL positivos possuíam expressão de CD38 e
CD45, porém com 1 caso com expressão de CD10 e 2 casos confirmados pela citogenética. Os 5 casos ETV6/RUNX1 positivos não
apresentaram a translocação pela citogenética e possuíam expressão de CD19 e ausência de CD3. Os resultados de
PML/RARe#945; por FISH foram todos negativos. CONCLUSÃO: Concluindo a FISH é uma ferramenta necessária na pesquisa de
alterações genéticas de neoplasias hematológicas, principalmente nos casos de alterações crípticas e com ausência de
metáfases, não devendo excluir ou negligenciar técnicas como citogenética clássica, imunofenotipagem e PCR.
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POn-004 - ADENOCARCINOMA POLIMÓRFICO DE BAIXO GRAU: RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE
DEBORA FRIGOTTO; CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI; ALINE CARLA ROSA; EDUARDO RODRIGUES DA SILVA;
HILDEBRANDO MASSAHIRO NAGAI; ALEXANDRE GALVÃO BUENO; LUCAS EROTILDES DE SOUZA; ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES
DE QUADROS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ-UNIOESTE; HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL- UOPECCAN
INTRODUÇÃO: O Adenocarcinoma Polimórfico de Baixo Grau (APBG) é um tumor maligno, quase exclusivo de glândulas salivares
menores, com baixo poder infiltrativo e crescimento lento. É mais frequente em mulheres e tem um pico de incidência entre a
quinta e oitava décadas de vida, sendo considerado raro em crianças e adolescentes. É uma neoplasia de baixo potencial
agressivo e acomete principalmente o palato. O seu desenvolvimento é indolente, podendo assumir aspecto nodular ou
ulcerado. O tratamento principal é a cirurgia e alguns casos associado à radioterapia. OBJETIVO: Descrever um caso de
adenocarcinoma polimórfico de baixo grau em adolescente de 14 anos e alertar os profissionais da área pediátrica sobre uma
neoplasia rara para essa faixa etária. RELATO DE CASO: RSF, sexo masculino, 14 anos, foi encaminhado a um centro de
referência em oncologia, com queixa de lesão indolor no palato há 3 meses. Nega comorbidades pregressas. Relata história
familiar de câncer: um caso em faringe e dois de leucemia. Exame físico: bom estado geral, eutrófico, cavidade oral com lesão
nodular avermelhada de 4x4 cm, com área central ulcerada, em palato duro. Tomografia computadorizada verificou uma lesão
elevada, granulosa, com contornos regulares, de 4 cm em palato duro à esquerda, cruzando a linha média. Biópsia da lesão:
diagnóstico de adenocarcinoma polimórfico de baixo grau. Encaminhado para cirurgia, sendo realizado maxilectomia para
ressecção total do tumor. A anatomia patológica e imunohistoquímica confirmaram o diagnóstico, sendo estadiado como
doença localizada (T2NxMx). Após 2 meses do procedimento cirúrgico, o menor apresentava boa cicatrização, com adaptação de
prótese móvel de palato a fim de impedir a comunicação nasal/oral decorrente do procedimento. Após 4 meses, menor
encontra-se em remissão, com cicatrização total do orifício comunicante, sem necessidade do uso de prótese. COMENTÁRIOS: O
adenocarcinoma polimórfico de baixo grau é uma neoplasia maligna de glândula salivar menor, rara em crianças e adolescentes.
Por apresentar característica de baixa agressividade, a suspeita clínica e o diagnóstico precoce são fundamentais para o sucesso
terapêutico com procedimento cirúrgico exclusivo, resguardando a integridade e evolução do paciente. Devemos estar atentos
para lesões orais atípicas na população pediátrica, pois o diagnóstico precoce é fundamental para o aumento na chance de cura
nesses pacientes.
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POn-005 - ANÁLISE DE BANCO DE DADOS PARA ESTUDO DOS CASOS ENCAMINHADOS À ONCOPEDIATRIA DO
HOSPITAL DO CÂNCER DE CASCAVEL - UOPECCAN A PARTIR DA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DIAGNÓSTICO
PRECOCE DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL
BERNARDO DE LIMA; CARMEM MARIA MENDONÇA COSTA FIORI; MARIA CECÍLIA LUNARDELLI SILVA; ALINE CARLA ROSA;
JAQUELINE MACHADO DE OLIVEIRA
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ; UNIÃO OESTE PARANAENSE DE ESTUDOS E COMBATE AO CÂNCER
INTRODUÇÃO: A Oncopediatria da UOPECCAN é um serviço especializado em atender crianças e adolescentes com suspeita ou
diagnóstico confirmado de câncer de toda a região Oeste do Estado do Paraná e/ou do Brasil e, até mesmo, de países vizinhos
que são fronteiras com o Estado (Argentina e Paraguai). A partir de 2008, em parceria com o Instituto Ronald MacDonald (IRM),
iniciou-se o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infanto-Juvenil para divulgar os principais sinais sintomas da doença aos
profissionais de saúde da família e proporcionar a formação de uma rede de atenção oncológica infanto-juvenil na região, com
os gestores municipais, com o objetivo de encaminhamento e diagnóstico precoce da doença. OBJETIVOS: avaliar os casos
suspeitos mais frequentemente encaminhados, oncológicos ou não, ao serviço da especialidade e os estadiamentos clínicos dos
casos confirmados, diagnóstico precoce e/ou tardio, antes e após a intervenção do Programa Diagnóstico Precoce na região.
METODOLOGIA: Será realizado um estudo retrospectivo, observacional, descritivo e longitudinal. A pesquisa não contará com
critérios de inclusão e exclusão, tendo em vista que os dados serão coletados diretamente das fichas de encaminhamento e/ou
do Prontuário Médico e/ou do registro hospitalar. A população do estudo compreenderá aproximadamente 200 crianças e
adolescentes até a idade de 19 anos completos, atendidos na UOPECCAN, entre Janeiro de 2007 a Dezembro de 2014, seguindo
os períodos pré-determinados. A coleta de dados incluirá: data nascimento, data do atendimento, iniciais do paciente, número
do prontuário, cidade de procedência, instituição médica de procedência (Hospital, Unidade Básica de saúde, Pronto
atendimento, Consultórios médicos, etc.) sexo, sinais e sintomas, exame laboratorial inicial, idade ao diagnóstico, tempo entre
os sinais/sintomas até o atendimento médico na UOPECCAN, diagnóstico final e estadiamento. Para os casos confirmados de
câncer, será avaliado o grau de comprometimento da doença, estadiamento I/II precoce e III/IV tardio para os tumores sólidos, e
para as leucemias, avaliaremos o número de leucócitos, se menor ou maior de 50.000/mm3 quando for possível, e classificar em
baixo e alto riscos, respectivamente. Os dados serão armazenados em banco de dados do programa Microsoft Excel e serão
analisados por meio de estatísticas descritivas: média aritmética e mediana quando for adequado, ou testes estatísticos que
forem necessários. RESULTADOS: Este estudo tem como finalidade avaliar se o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer
Infanto-Juvenil desenvolvido em nossa região, desde 2008, é efetivo na divulgação dos principais sinais de alerta para um
diagnóstico precoce de câncer aos profissionais de saúde. Com os dados obtidos desse estudo, pretende-se intensificar
campanhas de divulgação e capacitação aos profissionais da saúde para promover o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil em nossa região. CONCLUSÃO: O Diagnóstico precoce é o meio mais rápido para mudar a evolução e prognóstico de uma
criança e/ou adolescente com câncer, reduzindo o tempo de trajetória entre o aparecimento dos sinais e sintomas ao
diagnóstico, contribuindo com o aumento de chance de cura das crianças e adolescentes e com tratamento do câncer.
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POn-006 - ESPLENECTOMIA DE URGÊNCIA EM PACIENTE REFRATÁRIO AO TRATAMENTO CLÍNICO DE PÚRPURA
TROMBOCITOPÊNICA IMUNE AGUDA: RELATO DE CASO.
MELLYSSA MATOS DE CASTRO LIMA; SUZANE SOUZA ROHR; BEATRIZ ZAGO GOMES; LUAN CÉSAR COELHO; LUCIANA BELESTRERO
OLIVEIRA PERIM
HOSPITAL ESTADUAL INFANTIL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
INTRODUÇÃO: A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é um causa frequente de plaquetopenia em crianças. Sua patogênese é
ainda indefinida, sendo baseada em presença de anticorpos contra a superfície de plaquetas que, ao serem reconhecidas por
macrófagos esplênicos, são fagocitadas e posteriormente destruídas. A doença cursa com petéquias e sangramento de mucosas
e apresenta evolução benigna na maioria dos casos, com resolução espontânea na presença ou não de tratamento. O
tratamento clínico depende da evolução do paciente, sendo inicialmente feito com corticoterapia e/ou imunoglobulina. As
complicações graves são raras, estando indicado o tratamento cirúrgico através da esplenectomia na presença das mesmas.
OBJETIVOS: Relatar o caso de paciente diagnosticado com púrpura trombocitopênica imune com evolução grave e rara, não
responsiva ao tratamento clínico, sendo feito esplenectomia como medida salvadora. MATERIAL E MÉTODOS: Análise, revisão e
registro fotográfico de prontuário e de exames complementares de paciente internado em hospital de alta complexidade em
pediatria, no setor de hematologia. RESULTADOS: C.H.L.C.A., 7 anos, com diagnóstico prévio de autismo, iniciou, 6 dias antes de
procurar atendimento médico, quadro de petéquias e equimoses difusas, associadas a sangramento de mucosas. Hemograma
evidenciou plaquetopenia (2.000/mm³), com contagem de séries vermelha e branca normais. Submetido a mielograma, que
evidenciou medula óssea normocelular para a idade, sem alterações nos setores eritróide, granulocítico, linfo-monoplasmocitário ou megacariocítico. No dia seguinte, apresentou queda do leito com traumatismo crânio-encefálico. Submetido a
tomografia computadorizada de crânio, que demonstrou fratura frontal direita e conteúdo hemático em prolongamento do
ventrículo lateral direito. Iniciada terapia com imunoglobulina por 2 dias e corticoide por 5 dias, além de concentrado de
plaquetas. Não houve resposta nos níveis plaquetários (1.000/mm³). Apresentou hemorragia pulmonar grave, hemorragia
digestiva alta e hematúria, necessitando de entubação orotraqueal e aminas vasoativas para manutenção hemodinâmica
adequada. No sétimo dia de internação, devido quadro grave de plaquetopenia e hemorragia, optou-se pela realização de
esplenectomia de urgência como medida salvadora, realizada sem intercorrências, por laparotomia, durante a qual encontrouse baço acessório que também foi retirado. Foram infundidos 2 concentrados de plaquetas durante o procedimento. Após 24
horas, foi possível a retirada das aminas vasoativas e os níveis plaquetários ascenderam para 42.000/mm³. Em 72 horas de pós
operatório, já houve normalização dos níveis plaquetários (158.000/mm³), com melhora gradativa dos sangramentos e
equimoses. Realizada tomografia computadorizada de crânio de controle, com regressão parcial do foco hemorrágico em
ventrículo lateral direito. Recebeu alta após 20 dias de internação, com normalização dos exames laboratoriais, vacinação para
germes encapsulados e orientação para acompanhamento com serviço de hematologia. CONCLUSÃO: Alguns fatores podem
influenciar a indicação de esplenectomia em episódio agudo de PTI, como os sangramentos potencialmente fatais. Apesar de a
esplenectomia não se constituir opção de escolha devido às complicações atribuídas ao procedimento e secundárias à
imunossupressão pela retirada de um órgão de defesa, mostrou-se essencial para a sobrevida do paciente no caso relatado.
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POn-007 - TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO PERIBRÔNQUICO CONGÊNITO: UM RELATO DE CASO
ÂNGELO ANTÔNIO GONÇALVES DE QUADROS; CARMEM MARIA COSTA MENDONÇA FIORI; DÉBORA FRIGOTTO; LUCAS
EROTILDES DE SOUZA; ALINE CARLA ROSA; CESAR CAVALLI SABBAGA; LUIS CÉSAR BREDT; TIAGO CESAR MIERZWA; RAFAELA
FREIRIA MATEUS
UNIOESTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ; UOPECCAN - UNIÃO OESTE PARANAENSE DE ESTUDOS E
COMBATE AO CÂNCER; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE; HUOP - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: O tumor miofibroblástico peribrônquico congênito (TMPC) é um tumor benigno, raro, de células fusiformes do
pulmão encontrado em recém-nascidos e fetos. Foi primeiramente descrito em 1993 por McGinnies, após ter sido relatado em
diversas categorias, dentre elas hamartoma e malformação mesenquimal congênita. Poucos casos são descritos na literatura, e
frequentemente os recém-nascidos apresentam hidropsia neonatal e/ou insuficiência respiratória aguda, ao passo que nas
gestantes podem apresentar polidrâmnio. OBJETIVO: Relatar um caso de tumor miofibroblástico peribrônquico congênito.
MATERIAIS E MÉTODOS: Análise de prontuário médico e revisão bibliográfica. RELATO DE CASO: Paciente YRP, sexo fem, 1a 9m,
apresentando adenopatia supraclavicular há 60 dias, com quadro gripal há 5 meses. Ao exame: bom estado geral, eupneica,
corada, acúmulo de gordura em região supraclavicular direita e nódulo palpável de 1,5cm, elástico, indolor. RX de tórax velamento de terço superior do hemitórax direito e focos de consolidações para-hilares à direita. Tomografia Computadorizada
de tórax - tecido mediastinal hipotenuante mal definido, de aspecto infiltrativo, promovendo redução de calibre de artéria
pulmonar direita e veia cava superior e redução da luz do brônquio, com sinal de atelectasia completa do lobo. Cirurgia ressecção do lobo pulmonar superior direito. Anátomo-patológico - Tumor Miofibroblástico Peribrônquico Congênito com
medidas de 4,0 x 2,1 x 1,6 cm em lobo pulmonar superior direito, confirmado em exame imuno-histoquímico. Houve boa
evolução clinica pós-cirurgia, e encontra-se clinicamente bem e em remissão. COMENTÁRIOS: Embora seja um tumor benigno
raro, com apenas 16 casos descritos na literatura, o Tumor Miofibroblástico Peribrônquico Congênito (TMPC) deve ser
considerado como hipótese em crianças com adenopatia supraclavicular inespecífica, sendo necessária a investigação com
exames de imagem para elucidação diagnóstica. Sendo uma doença rara e benigna se faz necessário alertar ao pediatra no
encaminhamento precoce a centros de referência em tumores pediátricos para que se possa aprofundar a investigação, pois o
diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso terapêutico e cura desses pacientes.
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MÓDULO DE
ORTOPEDIA
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MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER
POr-001 - ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL EM ADOLESCENTE PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL E LUXAÇÃO
PARALÍTICA DE QUADRIL
MICHELLE ZANFERARI; MILTON VALDOMIRO ROOS; PRISCILA CELLA STOFFEL
HOSPITAL ORTOPÉDICO DE PASSO FUNDO
INTRODUÇÃO: Pacientes com paralisia cerebral (PC) tem alto risco de desenvolver displasia do quadril, causando dor e
limitações funcionais progressivas. Dentre as alternativas para tratamento encontra-se a artroplastia total de quadril (ATQ), esta
ainda pouco utilizada em pacientes pediátricos e reservada a pacientes deambuladores. Relata-se, portanto, um caso de luxação
paralítica inveterada do quadril em paciente diplégico espástico deambulador. RELATO DO CASO: Paciente masculino, 14 anos,
diplégico espástico, deambulador, GMFCS III (Gross Motor Function Classification System), cognitivo normal, cursando escola
regular. Ao exame físico apresentava marcha em agachamento e dificuldade ao apoio do membro inferior esquerdo com flexo
rígido de 30° e contratura em adução de 15° com dor acentuada a mobilização do quadril esquerdo. Na radiografia apresentava
displasia acetabular, subluxação e deformidade da cabeça femoral esquerda. Foi optado pela cirurgia de artroplastia total de
quadril, com colocação de prótese não cimentada, osteotomia de subtração femoral além de acetabuloplastia utilizando enxerto
autólogo da cabeça femoral. Evoluiu sem complicações peri e pós-operatórias. A radiografia com seis semanas demonstrou
consolidação da osteotomia do fêmur, sendo liberado o apoio com muletas. Atualmente, com um ano de pós-operatório,
apresenta-se sem dor a mobilização do quadril, melhora da marcha em agachamento, retornando as atividades escolares e a
classificação funcional prévia à luxação. DISCUSSÃO: Pacientes com PC tem maior probabilidade de desenvolverem displasias do
quadril por apresentarem coxa valga persistente, alteração da tonicidade muscular e anteversão do colo femoral. A subluxação
do quadril causará dor e limitações funcionais progressivas causadas pelo processo de artrose gerado pela incongruência
articular. Métodos conservadores de tratamento são paliativos no controle dos sintomas mas não alteram a historia natural da
doença. O único tratamento efetivo é o tratamento cirúrgico para centrar a cabeça do fêmur no acetábulo. Neste caso foi
optado pela ATQ, que é a única técnica que restaura função, preservando a mobilidade. Sua grande complicação é a luxação
protética pelo desequilíbrio muscular secundário a espasticidade. Mesmo assim, é considerado atualmente uma boa opção de
tratamento uma vez que devolve a capacidade de marcha aos deambuladores, retornando a GMFS prévia sem que o desgaste
do material seja maior que a população em geral. CONCLUSÃO: Apresenta-se um caso de luxação paralítica inveterada de
quadril em paciente deambulador, sendo realizada técnica de artroplastia total de quadril para correção da deformidade com
boa evolução. Concluiu-se que a técnica realizada é adequada para o tratamento da patologia, além de promover qualidade de
vida através do retorno as atividades de vida diária, prévias a patologia.
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POr-002 - TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS FRATURAS SUPRACONDILIANAS DO ÚMERO NA CRIANÇA: ESTUDO DE 63
CASOS
PEDRO VASCONCELOS BARROS POGGIALI; FRANCISCO CARLOS SALLES NOGUEIRA; BERNARDO LUIZ FORNACCIARI RAMOS
HOSPITAL MATER DEI
INTRODUÇÃO: A fratura supracondiliana do úmero na criança, com seu elevado potencial para complicações, ainda é fonte de
ansiedade para os ortopedistas. Apesar de bastante estudada e muito frequente, persistem controvérsias sobre a melhor forma
de fixação e a necessidade da abordagem cirúrgica precoce. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é apresentar os resultados
obtidos com o tratamento cirúrgico das fraturas supracondilianas do úmero na criança e as suas complicações, correlacionandoos com as características epidemiológicas e as abordagens cirúrgicas utilizadas. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de estudo
retrospectivo longitudinal com pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de fraturas supracondilianas em um hospital de
nível terciário entre os anos de 2009 e 2013. Uma amostra de 63 pacientes foi selecionada por preencher os critérios de
inclusão: idade entre 01 e 16 anos; tratamento cirúrgico de fraturas supracondilianas desviadas com fixação por fios de
Kirschner; acompanhamento pós-operatório até a consolidação da fratura e retirada dos implantes. Através da análise dos
prontuários foram revisados dados do atendimento inicial, exame físico, descrição cirúrgica, radiografias e consultas pósoperatórias. Foi tentado contato telefônico com todos os pacientes estudados convocando-os para reavaliação tardia no
ambulatório de ortopedia pediátrica. Os pacientes que retornaram foram submetidos a novo exame físico, incluindo medição
das amplitudes de movimento (ADM) e dos ângulos de carregamento. A classificação utilizada foi a de Gartland modificada por
Wilkins. Para as análises estatísticas foi utilizado o Statistical Package for Social Sciences. Um valor de p <0,05 foi considerado
significativo. RESULTADOS: A média da idade dos pacientes avaliados foi 5,65 anos, o predomínio do membro superior esquerdo
foi de 69,8%. Alterações ao exame neurológico foram encontradas em 11,1% dos pacientes e 6,3% apresentaram alterações ao
exame vascular. Dentre as fraturas do Tipo III tratadas com 02 fios, 23,1% perderam a redução e foram reoperadas. Não houve
perda de redução nos casos de fraturas do Tipo III em que se utilizou 03 fios. A correlação entre o número de implantes e a
perda ou não da redução, mostrou associação estatisticamente significativa (p = 0,032), favorecendo a indicação de 03 fios para
fraturas Tipo III. A análise também mostrou que a demora para o tratamento cirúrgico pode estar associada à necessidade de
redução aberta da fratura (p = 0,044). Entre os 04 casos em que se precisou realizar redução cruenta, 03 foram operados após as
primeiras 24 horas. A segunda etapa do trabalho abrangeu 21 dos 63 pacientes estudados e o intervalo médio entre a cirurgia e
a reavaliação tardia foi de 19,4 meses. Apenas 01 paciente apresentava cúbito varo, nenhum paciente apresentava déficit
neurológico e 02 apresentavam contratura em flexão do cotovelo com limitação significativa da ADM. CONCLUSÃO: Os
resultados obtidos nesta série podem ser considerados satisfatórios uma vez que 90,5% dos pacientes reavaliados tardiamente
apresentaram ADM superior a 130° e 95,2% apresentaram ângulo de carregamento valgo ou neutro nos cotovelos fraturados. A
análise dos dados sugere que as fraturas Tipo III devem ser fixadas com 03 fios e que a abordagem precoce pode evitar a
necessidade de redução cruenta.
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POr-003 - MÉTODO DE TROCAS SERIADAS DE GESSO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA NA CORREÇÃO DE
CONTRATURA SEVERA EM EQUINO NA PARALISIA CEREBRAL:RELATO DE CASO
BRUNNO MOREIRA; TAYRA GOMES; JANICE BALDO; FERNANDA THOMAZ; LARISSA SALOMAO; MONYK ALENCAR; ANDREA
ARAUJO; DIANA MACHADO; SAMIA BESSA
REDE SARAH DE HOSPITAIS
INTRODUÇÃO: A história natural da deformidade em equino na Paralisia Cerebral espástica(PCE), revela que a espasticidade do
tríceps sural é acompanhada por uma contratura muscular progressiva. O equino severo determina instabilidade na marcha e
possui indicação cirúrgica de tratamento. Nas crianças com idade precoce, há maior risco de recidiva após as intervenções,
considerando o elevado potencial de crescimento nesta fase. A necessidade de múltiplas cirurgias pode determinar
enfraquecimento e hiperalongamento muscular. OBJETIVOS: Descrever os resultados do tratamento da deformidade em equino
com trocas seriadas de gesso em uma criança portadora de PCE, diplegia assimétrica (6 anos, GMFCS 2), padrão sagital de
marcha em equino verdadeiro. Apresentava no início do tratamento um déficit de extensão passiva do tornozelo direito de 30°
com o joelho em extensão. Referia dor, ferimento nas extremidades dos dedos, alargamento do antepé e dificuldade para
adaptar calçados. Não havia sido submetida a qualquer tratamento prévio da espasticidade ou cirurgias. MATERIAIS E
MÉTODOS: O método consiste na realização de trocas de gesso sintético suropodálico, quinzenalmente, até o tornozelo atingir a
posição neutra com o joelho em extensão. Um movimento lento e persistente de dorsiflexão do tornozelo é realizado com leve
inversão da articulação subtalar. Uma força contrária é aplicada com o joelho a 120º de flexão durante todo o procedimento,
determinando um sistema de correção em cadeia cinética fechada. A criança é orientada a deambular com carga total. Dados
referentes ao arco de movimento passivo de dorsiflexão, força e seletividade dos músculos periarticulares do tornozelo e análise
funcional da marcha, foram registrados em prontuário eletrônico e avaliados no intervalo de dezoito meses. RESULTADOS: O
período total de imobilização foi de doze semanas. Após a retirada do gesso, foi verificado melhora na amplitude de dorsiflexão
passiva do tornozelo, atingindo a posição neutra com o joelho em extensão. Iniciou programa fisioterápico com exercícios de
fortalecimento e treino de seletividade muscular, associado ao uso órtese de polipropileno tornozelo-pé. Após seis meses de
retirada do gesso, observamos início de contração voluntária do músculo tibial anterior. A amplitude de dorsiflexão passiva era
de 10º de extensão do tornozelo com o joelho estendido. Após doze meses de evolução, a força do músculo tríceps sural vencia
a máxima resistência externa em amplitude total. Havia seletividade preservada do músculo tibial anterior, o que justificou a
suspensão da órtese. O padrão de marcha sagital com apoio restrito na extremidade dos dedos modificou para o padrão
calcanhar-dedo. Os resultados foram mantidos até a última avaliação realizada com dezoito meses de evolução. CONCLUSÃO: O
método de trocas de gesso em cadeia cinética fechada mostrou ser uma opção de tratamento conservador eficiente para
correção do equino rígido e severo, em idade precoce na PCE. O ganho de amplitude passiva de dorsiflexão foi de 40°, com
melhora dos parâmetros de força, seletividade muscular e funcionalidade da marcha. Os resultados foram mantidos por um
período de dezoito meses.
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POr-004 - TROCAS SERIADAS DE GESSO EM CADEIA CINÉTICA FECHADA NA CORREÇÃO DE CONTRATURA SEVERA
EM EQUINO NA PARALISIA CEREBRAL
BRUNNO MOREIRA; GIAMPAULO CATELAN; TAYRA GOMES; JANICE BALDO; ACACIA SILVA; LUCIANNE RHODEN; JERUSA LONGHI;
ROBERTO CARVALHO; SIANE PINHEIRO
REDE SARAH DE HOSPITAIS
INTRODUÇÃO: A história natural da paralisia cerebral espástica (PCE), revela que o equino dinâmico evolui para uma
deformidade rígida com o crescimento da criança. A contratura severa em flexão plantar possui indicação cirúrgica de
tratamento. A severidade da contratura em equino e a idade precoce são fatores de risco para recidiva da deformidade. A
necessidade de múltiplas cirurgias acentua a fraqueza do músculo espástico. OBJETIVOS: Avaliar o efeito das trocas seriadas de
gesso em cadeia cinética fechada, na correção da contratura severa em equino na PCE. MATERIAIS E MÉTODOS: Realizado um
ensaio clínico no período de 2009 a 2014 com 35 crianças em 45 membros (16 hemiplégicas e 29 diplégicas), GMFCS 1-3, idade
entre 3 e 8 anos, portadoras de PCE. Todas apresentavam déficit de extensão passiva do tornozelo e#8805; 10° com o joelho em
extensão. Nenhuma criança havia sido submetida a qualquer tratamento prévio de espasticidade ou cirurgias. A técnica consiste
na confecção de gesso sintético suropodálico com trocas quinzenais, até atingir a posição neutra do tornozelo com o joelho em
extensão. Um lento e persistente movimento de dorsiflexão do tornozelo, é realizado com leve supinação da articulação
subtalar. Uma força de compressão oposta é aplicada no joelho em flexão de 120°, o que confere um sistema de correção em
cadeia cinética fechada. Quando em seis semanas o resultado não foi atingido, realizamos uma cunha de extensão do tornozelo
no gesso. Órtese tornozelo-pé foi utilizada por um período de seis meses após a retirada do gesso. Avaliação do arco de
movimento passivo do tornozelo foi realizada ao longo de nove meses após o início do tratamento. RESULTADOS: A média de
contratura em equino antes do início do tratamento foi de 24.8° ±10.22°. Na avaliação após a retirada do gesso, foi verificado
aumento significativo da amplitude de movimento passivo do tornozelo, com dorsiflexão média de 2.4° ± 10.75° (p<0.001). O
número total de gesso foi de 3.0± 1.0 e 13 membros foram submetidos a cunhas de extensão do tornozelo no gesso. Ao final de
nove meses os resultados foram mantidos, com aumento significativo da dorsiflexão passiva do tornozelo comparado aos
valores iniciais. A média de contratura em equino na última avaliação foi de 1.2° ±7.85° (p<0.001) e o ganho total de dorsiflexão
passiva do tornozelo de 23.6°±12.78°. Em 31 membros (77,8%) houve correção para uma posição neutra de dorsiflexão do
tornozelo e 11 membros (24,4%) com manutenção de contratura leve e#8804;10º. Em 3 membros (6,7%), manteve
deformidade e#8805;10°. Nenhuma criança obteve o tratamento interrompido pela presença de dor ou ferimentos.
CONCLUSÃO: O método de trocas de gesso em cadeia cinética fechada mostrou ser uma técnica conservadora eficaz para
correção do equino severo na PCE. O ganho de amplitude passiva de dorsiflexão foi de 23.6°. Os resultados foram mantidos por
um período de nove meses.
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POr-005 - USO DO CABO ANTIROTATÓRIO ACOPLADO A ÓRTESE SUROPODÁLICA COMO UM MEIO AUXILIAR NA
CORREÇÃO DO ALINHAMENTO DO MEMBRO INFERIOR NA MARCHA POR DEFOMRIDADE ROTACIONAL INTERNA
DA TIBIA NA MIELOMENINGOCELE
ANA CAROLINA PAULETO
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRINCIPE
Resumo: OBJETIVO: Descrever o uso do cabo antirotatório acoplado à órtese suropodálica como meio auxiliar na correção do
alinhamento do membro inferior por deformidade rotacional interna da tíbia em pacientes com mielomeningocele até os 6 anos
de idade. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional e transversal, em 13 pacientes com idade inferior a 6
anos com diagnóstico de mielomeningocele lombar baixa ou sacral submetidos a tratamento com o uso de órtese suropodálica
(OSP) associado a cabo antirotatório no período entre 1996 e 2011 num hospital pediátrico. RESULTADOS: Idade média entre 2
– 38 meses, uso médio da órtese entre 5 – 66 meses, todos deambuladores comunitários. Onze (84,5%) pacientes com nível
lombar baixo e 2 pacientes (15,5%) nível sacral. Não houve necessidade de correção da deformidade em 30,8% dos pacientes
que utilizaram o dispositivo. CONCLUSÃO: A apresentação do cabo antirotatório acoplado a órtese suropodálica como meio
auxiliar de locomoção para prevenção da marcha em rotação tibial interna da tíbia na mielomeningocele tem a finalidade de
oferecer um dispositivo de baixo custo, fácil adaptação, que melhora a deambulação até que o paciente tenha uma idade
adequada para a indicação da correção definitiva, ou mesmo, em alguns casos correção sem necessidade de indicação cirúrgica.
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POr-006 - IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA PREVENÇÃO DE COMPROMETIMENTO NEUROPÁTICO NA
SÍNDROME DE DESFILADEIRO TORÁCICO DIREITO POR COSTELA CERVICAL – RELATO DE CASO
FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; BIANCA ZAMBUZZI MELONI; BRUNO DE MIRANDA MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO
MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA
HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY- HOSPITAL ORTOTRAUMA DE
MANGABEIRA
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Desfiladeiro Torácico (SDT) é um conjunto de sinais e sintomas que acometem o membro superior
e que são ocasionados por compressão de estruturas vasculares e nervosas presentes no trajeto do Desfiladeiro Torácico.
Diversas causas são relatadas, como presença de primeira costela cervical, tumores e calo ósseo após fratura de clavícula. A
Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical devido à compressão nervosa tem como principais manifestações clínicas
dor neuropática, parestesia e paresia. O diagnóstico é essencialmente clínico e pode ser associado com radiografia da coluna
cervical evidenciando presença da primeira costela cervical; entretanto, a sintomatologia é soberana para que o diagnóstico seja
efetivado. O tratamento pode ser conservador, com técnicas de fisioterapia, reeducação postural corporal ou acupuntura
associado ou não com uso de antiinflamatórios não-hormonais ou hormonais; ou tratamento cirúrgico nos casos graves sem
melhora com tratamento conservador. As principais complicações são lesões irreversíveis ocasionadas pela compressão crônica,
como atrofia muscular e lesões nervosas. OBJETIVOS: Relatar caso de Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical
enfatizando-se a importância do diagnóstico precoce para evitar comprometimento neural e diminuir a dor neuropática nesta
Síndrome. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados
PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente N.Z.M., 12 anos, sexo feminino, procedente de São Paulo-SP, buscou atendimento no
ambulatório de ortopedia com queixa principal de dor no membro direito há 3 meses. Durante o atendimento, paciente relatou
que, há 3 meses, iniciou quadro álgico (valor 8 na escala unidimensional da dor caracterizada pela resposta verbal-numérica),
parestesia e paresia no território do nervo ulnar direito, apresentando piora progressiva com o uso repetitivo do membro direito
em tarefas diárias. Ao exame físico estático, apresentou simetria dos membros e alteração biomecânica, com leve cifose
torácica; no exame físico dinâmico, foram positivos os testes de Roses, “Mãos ao alto”, Tínel, e as manobras de Adson e Sanders.
A radiografia de coluna cervical evidenciou presença de primeira costela cervical e o exame de eletroneuromiografia de
membros superiores não evidenciou nenhuma alteração. Assim, o diagnóstico foi SDT direito por costela cervical em fase inicial.
Foi realizado tratamento conservador, com 30 sessões de Reeducação Postural Global e mudança postural com diminuição da
cifose torácica. Dez semanas após o tratamento, a paciente evoluiu com melhora significativa da neuropatia/algia (valor 2 na
escala de dor verbal-numérica). CONCLUSÃO: A Síndrome de Desfiladeiro Torácico por costela cervical é progressiva nos casos
não tratados, podendo evoluir para complicações neurais e vasculares e, por essa razão, o diagnóstico precoce é fundamental
para que seja instituído o tratamento conservador a tempo de ter resultado eficaz e evitar complicações e necessidade de
intervenção cirúrgica.
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POr-007 - IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NO MANEJO DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO PERIFÉRICO
EM FRATURA SUPRACONDILEANA DE ÚMERO EM CRIANÇAS – RELATO DE CASO
BIANCA ZAMBUZZI MELONI; FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA
MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA; ALDÊNIO AMORIM DE LIMA
HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE
MANGABEIRA
INTRODUÇÃO: As fraturas de membro superior em crianças ocorrem principalmente nos ossos do antebraço e em segundo
lugar no cotovelo. Considerando o cotovelo, 85% das fraturas acometem região distal do úmero e dessas, 55 a 75% são
supracondilares, representando assim 3% de todas as fraturas na criança. As fraturas supracondileanas de úmero são causadas
por trauma direto ou indireto e o diagnóstico é obtido pela clínica, como dor, edema e equimose na prega anterior do cotovelo
(Sinal de Kirmisson); e por exame radiológico ântero-posterior e em perfil do cotovelo. Utiliza-se a Classificação de Gartland em
que no tipo 1 o desvio dos fragmentos é ausente ou mínimo; no tipo 2 ocorre deslocamento dos fragmentos, mas com
preservação da integridade do córtex posterior; e no tipo 3 ocorre desvio total dos fragmentos com perda da integridade da
região cortical posterior. O tratamento pode ser redução incruenta e imobilização gessada, redução incruenta e fixação
percutânea com dois fios de Kirchner cruzados ou redução cruenta e fixação, caso não seja possível bom resultado com método
fechado; e deve ser instituído com urgência devido à alta morbidade e complicações graves decorrentes deste tipo de fratura. As
principais complicações imediatas são Síndrome Compartimental, lesão nervosa em cerca de 6% dos casos e lesão vascular em
aproximadamente 3% dos casos; e complicações tardias são consolidações viciosas e deformidades angulares. OBJETIVOS:
Relatar caso de tromboembolismo venoso periférico de artéria braquial por fratura supracondileana de úmero esquerdo,
enfatizando-se a importância do diagnóstico precoce para diminuir a morbidade de complicações neurovasculares.
METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista com paciente e busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e
SCIELO. RESULTADOS: Paciente Y.G.F.A., 06 anos, sexo feminino, procedente de João Pessoa-PB, foi atendida no setor de
emergência de ortopedia e traumatologia com história de queda da própria altura. Ao exame físico, apresentava dor, edema
2+/4+, pulso braquial 3+/3+ e pulso radial +/3+, oximetria simétrica em relação ao membro contralateral. As radiografias de
cotovelo esquerdo evidenciaram fratura supracondileana de úmero esquerdo tipo 3 de Gartland. Foi realizado tratamento
cirúrgico com redução incruenta e osteossíntese com dois fios de Kirchner cruzados; evoluiu 6 horas após o trauma com
ausência de pulso da artéria braquial em fossa cubital e ausência de pulsos distais e Eco-doppler colorido arterial evidenciou
ausência total de fluxo no terço distal da artéria braquial esquerda e artérias umeral, radial e ulnar, tendo como diagnóstico
lesão vascular de dissecção endotelial com trombose venosa periférica de artéria braquial e distais do membro superior
esquerdo. O tratamento vascular foi arteriotomia, trombolectomia arterial, fixação do segmento endotelial dissecado e
arteriorrafia da artéria braquial esquerda e tratamento com heparinização plena por 10 dias. Evoluiu no pós-operatório com
retorno dos pulsos distais, perfusão dos quirodáctilos, ausência de dor e ausência de edema. CONCLUSÃO: As fraturas
supracondileanas de úmero tipo 3 de Gartland em crianças necessitam de diagnóstico precoce para que o manejo seja realizado
em caráter de urgência e diminua a morbidade de complicações graves, principalmente neurovasculares.
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POr-008 - A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCES NA SÍNDROME DE BANDA CONSTRICTIVA
AMNIÓTICA CONGÊNITA – RELATO DE CASO
FRANCISCO LAECIO VIEIRA DAMACENO; BIANCA ZAMBUZZI MELONI; ESDRAS FERNANDES FURTADO; BRUNO DE MIRANDA
MONTENEGRO; LUIZ JUVENCIO MEDEIROS DE ARRUDA CÂMARA
HEETSHL; COMPLEXO HOSPITALAR DE MANGABEIRA GOVERNADOR TARCÍSIO BURITY - HOSPITAL ORTOTRAUMA DE
MANGABEIRA
INTRODUÇÃO: A Banda Constrictiva Amniótica Congênita é incomum, de etiologia não específica e não genética, acometimento
assimétrico de membros, sem predileção por sexo ou etnia e denominações como: anel de constrição congênito, banda de
constrição anular, displasia de Streeter e defeito anular congênito. As manifestações clínicas variam desde simples anel de
constricção em dedos até sindactilia, acrossindactilia, amputações e malformações associadas à face, cabeça e tronco. O
diagnóstico precoce é realizado no período pré-natal por ultrassonografia no final do primeiro trimestre de gestação e o tardio é
realizado no período pós-natal. Utiliza-se a Classificação de Patterson para critérios de diagnóstico: (I) anéis de constrição
simples; (II) anéis de constrição acompanhados de deformidades da parte distal, com ou sem linfedema; (III) anéis de constrição
acompanhados de fusões das porções distais ou sindactilia terminal; (IV) amputação intrauterina. Também utiliza-se a
Classificação de Hennigan e Kuo para determinar as zonas acometidas das faixas de constricção, sendo a zona 1 correspondente
à coxa; zona 2 à perna; zona 3 ao tornozelo; e zona 4 ao pé; e a Classificação de Hennigan e Kuo para determinar gravidade,
sendo grau 1 acometimento do tecido subcutâneo; grau 2 até a fáscia; grau 3 comprometimento das fáscias e necessitam
liberação; e grau 4 amputações congênitas. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, este último através de zetaplastia,
dablioplastia ou ressecção do anel fibroso com rotação de retalho de subcutâneo e fechamento da pele e o procedimento pode
ser feito em um só tempo ou com a liberação de metade da circunferência do anel de constrição em um tempo e a outra
metade 6 a 12 semanas após o primeiro procedimento cirúrgico. METODOLOGIA: Dados coletados no prontuário e entrevista,
além de busca bibliográfica nas bases de dados PUBMED e SCIELO. RESULTADOS: Paciente L.D.M.S., 1 mês de idade, sexo
masculino, branco, parto normal nascido a termo, peso adequado para idade gestacional, APGAR 1º, 5º e 10º minutos de 8, 8 e
9, respectivamente, procedente de Itapororoca-PB, levado para atendimento no ambulatório de Ortopedia pela sua progenitora
com história de diminuição da perfusão do pé direito e esquerdo e edema bilateral progressivo desde o nascimento. Ao exame:
pés direito e esquerdo com aspecto macroscópico normal, baixa perfusão, linfedema e presença de anel fibroso em todo o
diâmetro dos tornozelos direito e esquerdo. O diagnóstico realizado foi Banda Constrictiva Amniótica Congênita tipo I
(Classificação de Patterson) em zona 3 dos membros inferiores direito e esquerdo e grau 2 de Classificação de Hennigan e Kuo
para gravidade. O tratamento foi liberação cirúrgica com ressecção profunda e reconstrução com retalho em dablioplastia
múltipla de metade da circunferência em um tempo cirúrgico e da outra metade 6 semanas após a primeira intervenção
cirúrgica. No pós-operatório imediato e tardio, paciente evoluiu com boa perfusão dos membros inferiores, diminuição total do
linfedema e desenvolvimento macroscópico normal. CONCLUSÃO: A Síndrome de Banda Constrictiva Amniótica Congênita pode
acarretar deformidades primárias e secundárias importantes, devendo o diagnóstico e tratamento serem instituídos
precocemente para evitar complicações e sequelas irreversíveis, como amputação.
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POr-009 - PRINCIPAIS ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ENCONTRADAS EM PACIENTES COM PARALISIA
CEREBRAL AVALIADOS EM LABORATÓRIO DE ANÁLISE TRIDIMENSIONAL DA MARCHA
ALESSANDRO GIURIZATTO MELANDA; ANA CAROLINA PAULETO; ALANA ELIZABETH KUNTZE FERREIRA; DIELISE DEBONA
IUCKSCH; CRISTINA ARANTES CARARO; ILTON BRONDANI SOBRINHO; RODRIGO FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA
CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO-CURITIBA; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-PR; HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPEPR
INTRODUÇÃO: Paralisia cerebral é resultante de lesão encefálica não progressiva ocorrida em um cérebro imaturo. Entretanto,
as deformidades musculoesqueléticas são frequentemente progressivas na criança em crescimento. As deformidades
musculoesqueléticas quando presentes podem dificultar a função motora global inclusive a deambulação. OBJETIVO: Apontar as
alterações musculoesqueléticas mais frequentes, na série de casos avaliada, que interferem na deambulação de pacientes com
paralisia cerebral. MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados retrospectivamente pacientes com diagnóstico de paralisia cerebral
espástica classificados de acordo com a topografia motora (hemiplégicos, diplégicos e tetraplégicos) e pela classificação
funcional GMFCS (Gross Motor Function Classification System). Os casos foram avaliados através de exame clínico e análise
tridimensional da marcha (ATM). O exame clínico constou da goniometria das principais articulações dos membros inferiores,
avaliação da força muscular, espasticidade e controle seletivo. A ATM foi realizada com os indivíduos deambulando em pista de
10 metros, através do uso de sistema de captura de 6 câmeras Hawk e software Cortex versão 1.1.4.368 da Motion Analysis
Corporation. As alterações musculoesqueléticas foram definidas quando o exame clínico e o estudo cinemático dos membros
inferiores durante a marcha (ATM) mostravam sua presença. RESULTADOS: Foram avaliados 66 pacientes, 36 pacientes do sexo
masculino e 30 do sexo feminino com diagnóstico de paralisia cerebral espástica. Média de idade 13 ± 3,8 anos, sendo 48
(72,7%) diplégicos, 10 (15,2%) hemiplégicos e 8 (12,1%) tetraplégicos. De acordo com a classificação GMFCS 18,2% tipo 1, 66,7%
tipo 2, 12,1% tipo 3 e 3% tipo 4. A contratura dos flexores dos joelhos foi alteração mais frequente, presente em 65,2% dos
casos, seguida pela espasticidade do músculo reto anterior da coxa 59,1%, contratura dos flexores dos quadris 54,5%, contratura
do tríceps sural 53%, alteração na rotação do quadril 39,4%, pé plano 21,2%, insuficiência do tríceps sural 15,2%, alteração na
rotação do segmento perna (torção tibial) 13,6%, insuficiência do mecanismo extensor do joelho 10,6% e contratura em adução
do quadril 9,1%. Nos pacientes com diplegia e tetraplegia a contratura dos flexores quadris e joelhos estava presente em mais
de 60% dos casos. Nos hemiplégicos 90% apresentavam contratura do tríceps sural. A insuficiência do mecanismo extensor dos
joelhos e do tríceps sural, assim como pé plano valgo foram presentes apenas nos casos de diplegia e tetraplegia. As alterações
rotacionais dos quadris foram presentes em mais de 40% dos casos com diplegia e tetraplegia, enquanto as alterações
rotacionais do segmento perna foram presentes apenas nos diplégicos. Quando avaliados em relação a classificação funcional
(GMFCS), nota-se que os pacientes com maior funcionalidade (GMFCS 1,2), apresentam prioritariamente contraturas musculares
e os com menor funcionalidade (GMFCS 3-4) tendência a insuficiências musculares e pés planos. CONCLUSÃO: Os dados da
frequência das alterações musculoesqueléticas, que interferem na deambulação dos pacientes com paralisia cerebral, nesta
série de casos, pode auxiliar o profissional assistente na avaliação e programação de tratamentos.
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MÓDULO DE ORTOPEDIA - POSTER
POr-010 - PERFIL DOS PACIENTES COM PARALISIA CEREBRAL AVALIADOS EM LABORATÓRIO DE ANÁLISE
TRIDIMENSIONAL DA MARCHA
ANA CAROLINA PAULETO; ALANA ELISABETH KUNTZE FERREIRA; DIELISE DEBONA IUCKSCH; ALESSANDRO GIURIZATTO
MELANDA; RODRIGO FAUCZ MUNHOZ DA CUNHA; ILTON BRONDANI SOBRINHO; CRISTINA APARECIDA ARANTES CARARO
CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO DO PARANÁ
INTRODUÇÃO: A análise tridimensional da marcha (ATM) possibilita aquisição de dados para avaliação e planejamento de
tratamentos de pacientes com distúrbios de deambulação. Os pacientes que tem recebido maior influência no seu tratamento
são os com diagnóstico de Paralisia Cerebral (PC). OBJETIVOS: Traçar o perfil dos pacientes com PC avaliados em um laboratório
de ATM. MATERIAIS E MÉTODOS: Coleta de dados retrospectiva de pacientes com PC avaliados no período entre 2010-2014 em
laboratório de marcha. O Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS – Gross Motor Function Classification
System) foi utilizado para determinar a função motora grossa dos pacientes[1]. Para classificá-los quanto à mobilidade funcional
utilizou-se a Functional Mobility Scale (FMS), a qual classifica a mobilidade em três distâncias distintas (5, 50 e 500 metros),
escolhidas para representar a mobilidade em casa, na escola e na comunidade em geral [2]. A média e o desvio padrão da idade
e análise de frequência das demais variáveis foram realizadas através do programa estatístico SPSS 20.0. RESULTADOS: Dos 66
pacientes avaliados, 45,5% eram do sexo feminino e 54,5% do sexo masculino e tinham idade entre 5 e 21 anos (média 13±3,8
anos). Dos 48 (72,7% do total) diplégicos, 12,5% foram classificados como GMFCS 1, 66,7% GMCS 2, 16,7% GMFSC 3 e 4,2%
GMFCS 4. Dos 10 (15,2%) hemiplégicos, 60% foram classificados como GMFCS 1 e 40% GMCS 2. Dos 8 (12,1%) tetraplégicos,
100% foram classificados como GMFCS 2. Em relação à FMS para 5, 50 e 500 metros, respectivamente, a classificação mais
frequente para os diplégicos foi 5 (41,7%), 5 (50%) e 5 (54,2%); para os hemiplégicos foi 6 (80%), 6(70%) e 6 (60%); e para os
tetraplégicos foi 5 (62,5%), 5 (100%) e 5 (100%). A maioria dos pacientes (71,2%) não utilizou meios auxiliares para realização do
exame. CONCLUSÃO: Entre os pacientes avaliados houve equilíbrio entre os sexos feminino e masculino. A diversidade de faixa
etária observada demostrou que a ATM pode ser indicada em idades variadas nos pacientes com PC. A maioria dos pacientes
avaliados eram diplégicos, GMFCS 2, FMS 5,5,5, indicando que mesmo com boa funcionalidade existe uma preocupação dos
profissionais da saúde em indicar a ATM como complemento ao exame físico e para confirmar hipóteses de tratamentos
previamente estabelecidos. Referências Bibliográficas: [1] Palisano R, Rosenbaum P, Walter S, Russell D, Wood E, Galuppi B.
Development and reliability of a system to classify gross motor function in children with cerebral palsy. . Developmental
Medicine e Child Neurology. 1997;39:214-23. [2] Graham HK, Harvey A, Rodda J, Nattrass GR, Pirpiris M. The Functional Mobility
Scale (FMS). Journal of Pediatric Orthopaedics. 2004;24:514-20.
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MÓDULO DE
PEDIATRIA
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TEMAS LIVRES
Apresentação
Oral
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MÓDULO DE PEDIATRIA – TEMA LIVRE_Apresentação Oral
TLPe-001 - TUMOR CARDÍACO EM PACIENTE COM SÍNDROME DE EDWARDS: RELATO DE CASO
ALLINY BELETINI DA SILVA; ADRIANA RODRIGUES MORO RIGUE; MARIA JOSÉ PARODE VIEGAS LOTTI; ARNONN AFONSO AGASSI
MARTELLI
UFSM
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Edwards ou trissomia do 18 consiste na presença de uma cópia extra do autossomo 18 e foi
descrita em 1960 por Edwards et al. Esta doença genética é caracterizada por um quadro clínico amplo e prognóstico reservado.
As anomalias causadas por essa síndrome acometem praticamente todos os órgãos e sistemas, sendo o aparelho cardiológico
um dos mais acometidos. A maioria dos fetos com essa síndrome vai a óbito ainda na vida intrauterina e os que nascem
geralmente são prematuros e dificilmente passam do primeiro ano de vida. Como nas outras síndromes genéticas, a idade
materna elevada ainda é um dos principais fatores de risco. Várias cardiopatias congênitas, muitas vezes múltiplas, têm sido
relatadas associadas a essa síndrome, inclusive já estavam presentes no relato original da síndrome de Edwards. No entanto,
não foi encontrado relato dessa síndrome associada a tumor cardíaco. Estudos recentes mostram que as cardiopatias congênitas
são as principais causas de óbito nesses pacientes. Em um estudo realizado com gestantes de risco para malformações fetais, foi
encontrada uma prevalência de 0,06% de tumor cardíaco fetal. Além disso, tumores cardíacos primários são achados raros em
pacientes de todas as idades e apresentam prevalência aproximada de 0,01%. Em estudos de necropsia em pacientes
pediátricos, a prevalência dos tumores cardíacos primários variou de 0,0017 a 0,28%. No feto a prevalência destes tumores é de
aproximadamente 0,14%. Relato do caso: Recém-nascido, do sexo feminino, nascido de parto cesárea por hipertensão
materna, CIUR, centralização fetal, diástole reversa e polidrâmnio, prematuro de 31 semanas e 5 dias com peso de nascimento
de 1000g e diagnóstico antenatal de mal formação cardíaca com ecocardiograma fetal mostrando defeito do septo
atrioventricular completo, CIV muscular apical, sobrecarga global das cavidades cardíacas e grande massa móvel pediculada nas
cavidades direitas. No nascimento teve apgar 7 e 8 do primeiro e quinto minuto, respectivamente, e foi identificado estigmas
sindrômicos sugerindo trissomia do 18. Mãe com 45 anos, gesta 6, sem outros filhos sindrômicos. Após o nascimento, o
ecocardiograma mostrou defeito do septo atrioventricular, sobrecarga global das cavidades cardíacas, função contrátil
biventricular preservada, persistência do canal arterial e grande massa móvel nas cavidades direitas. Essas alterações tinham
indicação cirúrgica, porém devido a prematuridade, baixo peso e ao mau prognóstico da Síndrome a paciente não apresentava
condições de tratamento específico. Não ficou nenhum dia fora da ventilação mecânica e com 47 dias de vida, por insuficiência
cardíaca grave, evoluiu para óbito. COMENTÁRIOS: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso de tumor cardíaco em paciente
portado de Síndrome de Edwards, uma vez que esta associação não foi encontrada previamente na literatura.
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TLPe-002 - DIAGNÓSTICO DE OSTEOGÊNESE IMPERFEITA E PROGNÓSTICO- RELATO DE CASO.
DYRLANNE LOPES BASTOS; SILMARA APARECIDA POSSAS; CARLA TIEMI MINAMIHARA; RAFAELA MARTINS MAIA; ELLIZANDRA
GONÇALVES DUREX; BIANCA CESARIO CAVICHIOLLO
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: A Osteogênese Imperfeita (OI) é uma enfermidade genética de interesse ortopédico e pediátrico, devido a
diversas alterações osteometabólicas. O problema se concentra na codificação do colágeno tipo I, responsável pela composição
do osso. É caracterizada por múltiplas fraturas, escleras azuladas, perda progressiva de audição, baixa estatura e deformidades
torácicas, convergindo para distúrbios respiratórios. Há vários subtipos na classificação, sendo os mais graves os subtipos II e IV,
com acometimento maior de fraturas e mal formações mais acentuadas, como as deformidades torácicas, limitando o
movimento respiratório. O diagnóstico dessa doença pode ser realizado intraútero, por meio de ultrassonografia na 17º semana
de gestação. Por ser um exame operador-dependente poderá ser confundida com outros diagnósticos, como a acondroplasia ou
nanismo. A evolução dessas crianças depende do grau de comprometimento da síntese do colágeno. Nos casos mais leves, pode
cursar com fraturas durante a deambulação e sem comprometimento da estatura. Nos casos mais severos, pode evoluir com a
morte intraútero. No caso do tipo II, os pacientes costumam evoluir com óbito no período neonatal. RELATO DE CASO: RN
feminino, procedente de Paranaguá, parto cesárea, 34 semanas de idade gestacional, Apgar 6 e 8, peso de nascimento de
1830g. Genitora teve acompanhamento gestacional por 6 consultas e ultrassonografia obstétrica com mal formações em
membros com suspeita de acondroplasia. Pais não consanguíneos e genitor com história familiar positiva de mal formações em
membros. Ao nascimento, RN apresentou diversas mal formações em membros, tórax e crânio. Evoluiu com esforço
respiratório, necessitando de ventilação mecânica invasiva e transferência para UTI Neonatal de centro de referência em
Curitiba. Nesse hospital, foi realizado diagnóstico de Osteogênese imperfeita do tipo II, devido a presença de esclera azulada em
fundo de olho, presença de ossos Worminianos (múltiplos), múltiplas fraturas e deformidades dos ossos longos e arcos costais.
Paciente recebeu no 15º dia de vida o primeiro ciclo de pamidronato, assim como profilaxia com vitamina D e sulfato ferroso.
Paciente precisou ser mantida com sedação e analgesia. OBJETIVO: Relatar caso de Osteogênese Imperfeita, discutindo a
sobrevida e a importância do aconselhamento genético. MATERIAL E MÉTODOS: Será utilizado o prontuário com a autorização e
consentimento dos pais. CONCLUSÃO: As Mal Formações Congênitas representam a segunda causa de mortalidade infantil no
Brasil, suscitando grande impacto econômico e social. O diagnóstico é difícil, mesmo em centros de referência. A capacitação
dos profissionais é imprescindível, visto diagnóstico e tratamento precoces alterarem o prognóstico. A avaliação pré-natal é
fundamental nas anomalias congênitas para o aconselhamento genético de casais de risco, possibilitando discernimento dos
progenitores. Este relato de caso é relevante devido a escassez de literatura específica, o subdiagnóstico e falta de instrução dos
profissionais de saúde para tratamento. Com a difusão desse conhecimento, tem-se a possibilidade de prevenir as contraturas
posicionais e deformidades, proporcionar o alívio da dor, manipular a criança com mais segurança, reduzindo o risco de novas
fraturas, cuidado no transporte e alimentação. Isso contribui para a melhora do prognóstico e da qualidade de vida desses
paciente.
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TLPe-003- ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA ESTADUAL DE SOROCABA, SÃO PAULO.
LARISSA OLM CUNHA; LUIZ FERRAZ DE SAMPAIO NETO; MARIA CAROLINA PEREIRA DA ROCHA; JENNIFER STESCHENKO; FILIPE
FRANZ HOLANDA TERZIS; INAJA REGINATTO ROBERTO; LUCAS DEPERON TOLDO; JULIA CRISTINA DE SOUZA; LIGIA MARIA
MANZOLI TORRES; SAMANTHA FARIA DE MATOS
PUC-SP SOROCABA
INTRODUÇÃO: A infância constitui um período de elevado ritmo de crescimento e fenômenos maturativos, levando a uma maior
demanda de substâncias nutritivas. Uma dieta inadequada pode acarretar prejuízos no crescimento e desenvolvimento², bem
como constituir-se num importante fator de risco para desnutrição e distúrbios metabólicos, como obesidade e sobrepeso. No
cenário de distúrbios nutricionais, a desnutrição ou subnutrição pediátrica merecem destaque. OBJETIVO: Levantar dados
antropomorfométricos e hábitos alimentares de crianças e investigar a etiologia das alterações identificadas. População e
MÉTODOS: 160 alunos, na faixa etária de 6 a 9 anos, matriculados em escola pública de Sorocaba. A coleta de dados foi
realizada em três etapas: 1) avaliação dos dados antropométricos (determinação da massa corporal, estatura e circunferências
abdominais); 2) encaminhamento de solicitações de exames laboratoriais, indicadas segundo o desvio nutricional detectado; 3)
preenchimento d recordatório alimentar de uma semana por todos os alunos dessa faixa etária com ajuda dos professores. A
intervenção consistiu em reunião dialogada entre alguns dos autores e os pais sobre práticas de orientação alimentar e erros
alimentares mais habituais de pais e alunos. Foram disponibilizados materiais de orientação impressos e realizadas atividades
lúdicas com as crianças. DISCUSSÃO E RESULTADOS: 62% apresentavam peso adequado à faixa etária; 38% apresentavam algum
tipo de distúrbio nutricional (sobrepeso, baixo peso ou obesidade); relativa equivalência entre os percentuais de crianças com
sobrepeso e obesidade (16% e 17% respectivamente). Houve predominância do sexo masculino em achados de peso adequado
e obesos, e feminino em distúrbios de baixo peso e sobrepeso. Os distúrbios nutricionais de excesso de peso não estavam, em
sua maioria, relacionados a RA classificados como inadequados. Ao contrário: as crianças que apresentaram RA pior classificados
foram as eutróficas. CONCLUSÃO: A discussão dialogada realizada com os pais teve importante papel na troca de experiências.
O tema “Alimentação Saudável” constitui-se em motivo de muitas dúvidasdos pais das crianças. Outro importante ponto a ser
destacado foram os problemas advindos da escolha do RA como instrumento de pesquisa, já que a análise qualitativa desses
dados prejudicou a obtenção de um dado estatístico objetivo. Por fim, ressaltamos ainda a grande importância da parceria entre
os pesquisadores,instituição de ensino e serviço de saúde.
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TLPe-004 - AVALIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE E SUA RELAÇÃO COM O
BAIXO PESO AO NASCER.
CÁTIA REGINA BRANCO DA FONSECA; MARIA WANY LOUZADA STRUFALDI; LIDIA RAQUEL DE CARVALHO; ROSANA FIORINI
PUCCINI
UNESP – FMB; UNIFESP - ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA; UNESP – IBB
O baixo peso ao nascer é um importante indicador de saúde de uma população e o cuidado pré-natal é um dos principais
constituintes do Pacto da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde, que compreende um conjunto de atividades a fim de
identificar riscos e promover assistência adequada, com melhoria para a saúde da mulher e do recém-nascido. OBJETIVO:
Identificar se há heterogeneidade na qualidade da assistência pré-natal através da elaboração de indicadores, e se esta
qualidade da assistência tem impacto no peso do recém-nascido. MÉTODO: Estudo de avaliação de serviço através de dados
secundários agregados, dos seguimentos Pré-Natais de todos os recém-nascidos com peso inferior ou igual a 2500g foram
coletados dos prontuários em todas as Unidades Básicas de Saúde de Botucatu/SP (UBS), 2004 a 2008. Indicadores de processo
foram elaborados e, para a classificação das Unidades em grupos de acordo com a similaridade das variáveis do seguimento prénatal, Indicadores de Qualidade: IAd (Indicador de Adesão), IAPN (Indicador de ausência pré-natal), ICPN (Indicador de
adequação do número de consultas pré-natal), IIPN (Indicador de início precoce de pré-natal), IEColpo (Indicador de exames
colpocitologicos), IEMama (Indicador de exames clínicos de mama), IELab (Indicador de exames laboratoriais), INUS (Indicador
de não realização de US). Análise de agrupamentos das UBS por agrupamento hierárquico utilizando “Between group linkage” e
a medida de distância euclidiana ao quadrado com pré-definição de 2 agrupamentos. Em seguida, comparação entre os clusters
em relação aos indicadores de qualidade pelo teste não paramétrico de Mann-Whitney. Diferenças foram consideradas
estatisticamente significativas se p< 0,05. Análise feita com o software SPSS – Statistical Package for the Social Science (version
15.0, SPSS Inc., Chicago) foi realizada a análise de agrupamento pelo método de Ward e construídos Dendogramas.
RESULTADOS: Dois Clusters foram obtidos pelo método de agrupamento utilizado. O Cluster 1 contém as Unidades com os
melhores indicadores, sendo a diferença estatisticamente significantes entre os dois clusters para quase todos os indicadores
avaliados no estudo, exceto para os indicadores “número adequado de consultas pré-natais”, “ início precoce do seguimento
pré-natal” e” realização de todos os exames laboratoriais” preconizados. Apesar de dois clusters por similaridade terem sido
formados, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos e o percentil de recém-nascido com baixo peso.
CONCLUSÕES: A elaboração de indicadores compostos para avaliação da qualidade da assistência Pré-natal é um bom
instrumento para a gestão em saúde. As falhas na assistência Pré-natal não mostraram correlação significante com o percentil
de baixo peso ao nascer das gestantes matriculadas nestas Unidades de Saúde. Os resultados obtidos indicam a necessidade de
ações para melhoria da atenção pré-natal incluindo ações básicas e bem determinadas no Brasil, na assistência pré-natal.
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TLPe-005 - AS OFICINAS DA AMAMENTAÇÃO NO BRASIL
JACEMAR CRISTINA ROCHA DA COSTA; CLAUDETE CLOSS; CARMEM CRISTINA MOURA DOS SANTOS; ELAINE CRISTINA
ANTOSIEVICZ DA SILVA; HEDI MARTHA SOEDER MURARO; MARIA DE NAZARÉ CARVALHO NERY
PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA; SESA/PR
INTRODUÇÃO: As oficinas da amamentação surgiram a partir da instituição da Rede Cegonha no âmbito do Sistema Único da
Saúde (SUS), por meio da Portaria nº 1.459 de 24 de junho de 2011, fundamentando-se nos princípios da humanização e
assistência que asseguram às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e
puerpério e às crianças (de 0 a 24 meses), o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudável.
OBJETIVOS: aprofundar os conhecimentos sobre as oficinas de amamentação no Brasil e o seus benéficios na saúde das
lactentes e crianças nas quais as participantes além de poderem socializar suas experiências, também entram em contato com o
que preconiza a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil e consolidam a Educação em Saúde permamente com atividades
participativas e lúdicas. MATERIAL E MÉTODOS: foi realizada um estudo bibliográfico retrospectivo no período de 2009 a 2014
com ênfase nas atividades das oficinas da amamentação que são orientadas por meio dos Dez Passos para o Sucesso do
Aleitamento Materno(AM) e da Alimentação Complementar Saudável(ACS) para crianças menores de dois anos. RESULTADOS:
as oficinas esclarecem que :a)o aleitamento materno sendo a principal fonte de nutrientes no primeiro ano de vida promove o
desenvolvimento sensório e cognitivo da criança e a protege contra doenças crônicas e infecciosas, promove a redução da
mortalidade infantil( neonatal precoce, tardia e pós-neonatal) por enfermidades comuns da infância e estimula o cuidado
especial às crianças;b)aumenta o vinculo afetivo mãe/filho de nutrição e saúde e ainda, não corre o risco de ser contaminado
por bactérias. Assim, o pré-natal é o melhor momento para a abordagem adequada do incentivo ao AM, onde deve ser
informado sobre a técnica adequada, as vantagens e desvantagens da amamentação exclusiva e da ACS; c)as mães possuem
direitos sociais/legais ,ambiente de auto-estima,saúde bucal aos bebês entre outros. CONCLUSÃO: a integração das gestantes
nas oficinas refletindo sobre a possibilidade inata de amamentar e a qualidade da alimentação complementar saudável das
crianças menores de 2 anos de idade contribuem para redução da morbimortalidade infantil , o crescimento das taxas do AM , o
fortalecimento da adesão ao pré-natal e a prevenção de patologias tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial e
obesidade.
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TLPe-006 - AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES UNIVERSITÁRIOS SOBRE VITAMINAS E
SUPLEMENTOS ALIMENTARES
PALOMA MATIAZZO PEÑA LUPIAÑES; ANNE TWARDOVSKI DI DONATO; CRISTINA OKAMOTO; ELIANE CESAREO MALUF; PATRÍCIA
RIGON VASCONCELLOS; PEDRO HENRIQUE PEDRUZZI SEGATO; VERUSKA PERON
UNIVERSIDADE POSITIVO
INTRODUÇÃO: O índice de insatisfação dos adolescentes com sua própria imagem corporal aumenta à medida que a mídia
impõe ideais de beleza, o que estimula a busca por recursos como suplementos alimentares e complexos vitamínicos, muitas
vezes sem a orientação e acompanhamento de um profissional qualificado, resultando em riscos à saúde. OBJETIVO: Conhecer a
frequência de uso de suplementos alimentares e complexos vitamínicos, identificar as principais motivações para seu uso e
avaliar o conhecimento sobre tais substâncias entre universitários de 18 e 19 anos. MATERIAIS E MÉTODOS: estudo descritivo
transversal que incluiu universitários de 18 e 19 anos de uma universidade privada de Curitiba-PR; a coleta de dados foi
realizada durante o segundo semestre de 2014. Para a análise estatística foi utilizado o programa GRAPHPAD PRISM 5.0.
RESULTADOS: A amostra foi composta de 266 alunos sendo 52,3% do gênero feminino. Do total, 72 (27%) responderam fazer
uso de alguma das substâncias estudadas, sendo 23 (8,6%) somente de vitaminas, 32 (12%) somente de suplementos e 17
(6,4%) de ambos. Dentre os usuários de vitaminas e de suplementos, 23 (57,5%) e 16 (32,65%) são do sexo feminino e 17
(42,5%) e 33 (67,34%) do masculino, respectivamente. As vitaminas mais consumidas nesta amostra foram os polivitamínios
com 57,5% (23), seguido pela vitamina C (15%) e pela vitamina D com 7,5% da preferência dos entrevistados. Quanto aos
suplementos, a proteína do soro do leite foi a mais citada, representando 85,7% dos suplementos (42), seguida pela creatinina
com 22,4% (11) e pelo BCAA (Branch Chain Amino Acids) com 20,4% (10). Apenas 19 (47,5%) dos usuários de vitaminas e 14
(28,6%) dos de suplementos o fazem com indicação médica. A internet foi a fonte de busca de informações mais citada pelos
entrevistados com 195 (73,3%), seguida pelos profissionais de saúde 180 (67,7%), jornais/revistas/tv 114 (42,9%) e com menor
expressão, amigos 67 (25,2%) e instrutores de academia 43 (16,2%). As médias de acertos das 7 questões sobre vitaminas foi de
3,5, e para as 7 de suplementos, de 3,4 questões. No que se refere às motivações para o consumo de polivitamínicos e
suplementos alimentares, o aumento da força muscular foi o mais citado (59%) seguido pelo aumento da imunidade (52%) e
pelo desejo de beleza (52%). Quando divididos por gênero, o feminino citou 93 (66,9%) beleza/estética, 78 (56,1%) aumentar a
imunidade e 74 (53,2%) aumentar força muscular. Enquanto, o masculino, 84 (66,1%) aumentar força muscular, 61 (48%)
aumentar a imunidade e 46 (36,2%) beleza/estética. CONCLUSÃO: O estudo permitiu delinear o perfil do jovem em relação ao
consumo de vitaminas e suplementos, estimulado principalmente pelo desejo de aumento da força muscular e beleza. A
internet como principal fonte de informação, relacionada ao baixo número de acertos, alerta para os riscos à saúde dos
adolescentes.
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TLPe-007 - LEUCEMIA LINFOIDE AGUDA NO LACTENTE – UM RELATO DE CASO
JULIANA BUCANEVE; JÉSSICA MARIA CAMARGO BORBA; CRISTIANE NOGUEIRA BINOTTO
UNIVERSIDADE POSITIVO
INTRODUÇÃO: A leucemia linfoide aguda (LLA) em lactente menor de um ano possui prognóstico reservado. Está associada a
fatores desfavoráveis como hiperleucocitose, infiltração do sistema nervoso central (SNC) e presença de mutações genéticas,
sendo o rearranjo do gene MLL o mais prevalente. Pode cursar com febre, palidez, manifestações hemorrágicas, dores ósseas,
entre outras. O diagnóstico é confirmado se 25% ou mais das células da medula óssea (MO) forem linfoblastos. Para lactentes,
são utilizados internacionalmente protocolos específicos de intensificação da quimioterapia (QT), resultando em maior
sobrevida. No Brasil, o protocolo utilizado é o do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia Infantil (GBLTI-LLA-2009), sendo
as drogas e as fases de terapia similares aos internacionais. RELATO DE CASO: Feminino, 1 mês e 15 dias, natural de Palmas –
PR. Há 2 semanas do internamento apresentou distensão abdominal, palidez e estado subfebril (37,6º C). Há 3 dias do
internamento surgiram petéquias em face, tronco e foi confirmada anemia e plaquetopenia. Não houve exposição a inseticida, a
agrotóxicos ou uso de produtos químicos no cabelo durante a gestação. Foi internada em um hospital de Curitiba. Ao exame
físico: hipocorada, hepatoesplenomegalia e petéquias no abdome. Confirmada LLA com 98% de células linfoides imaturas na
imunofenotipagem, citogenética positiva para o rearranjo do gene MLL e imunofenotipagem com predomínio de linhagem
linfoide B imatura. Iniciou o protocolo GBLTI-2009 para lactentes. Não respondeu ao tratamento, iniciou o protocolo para alto
risco do Instituto da Criança de recidivas e, posteriormente, um protocolo paliativo. Após 66 dias de internamento, foi a óbito.
DISCUSSÃO: Os fatores de pior prognóstico apresentados foram idade < 6 meses, hiperleucocitose ao diagnóstico e presença de
mutações genéticas. A presença de doença infiltrando o SNC, linhagem de células T, ausência do antígeno CD10, resposta baixa à
prednisona no D8 do tratamento e remissão morfológica insuficiente da doença na MO, no D14, também podem ocorrer. A
presença do rearranjo MLL representa o tipo mais desfavorável de LLA, é diagnosticada com mais frequência em meninas
menores de um ano e a sobrevida global em 5 anos é de 50%. Transplante alogênico de MO é indicado desde o diagnóstico se
resposta terapêutica adequada, com MO sem células neoplásicas e a presença de um doador compatível (o que não ocorreu
com a paciente), sendo a realização de quimioterapia pré-transplante obrigatória. CONCLUSÃO: O diagnóstico precoce
associado à terapia multidisciplinar é fundamental para o estabelecimento de melhor sobrevida. Para o futuro, é necessário
manter os estudos clínicos com protocolos, sendo a junção dos grupos internacionais de estudo da doença uma opção para uma
possível cura sem recidiva.
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TLPe-008 - AVALIAÇÃO ORTOPÉDICA DE PACIENTES REFERENCIADOS AO AMBULATÓRIO DE UM HOSPITAL
PEDIÁTRICO
ANA CAROLINA PAULETO
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRINCIPE
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é comparar a hipótese diagnóstica referenciada pelo pediatra ou outros profissionais de
saúde e o diagnóstico definitivo estabelecido após avaliação do ortopedista pediátrico e confrontar esses diagnósticos com as
diretrizes da Academia Americana de Pediatria. 1. MÉTODOS: Estudo prospectivo, quantitativo, por 12 meses, onde foram
analisados prontuários de crianças entre zero e 18 anos encaminhadas de Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município, região
metropolitana e municípios do estado, previamente submetidas à avaliação por pediatra, outro profissional de saúde ou
solicitação interna entre especialidades, para triagem num serviço de referência em Ortopedia Pediátrica. RESULTADOS: Dos
2.337 pacientes encaminhados para o ambulatório de “Triagem” de um Hospital Pediátrico, 1.190 (50,9%) eram do gênero
feminino e 1.147 (49,1%) masculino. Entre os profissionais referenciadores, 897 atendimentos foram por pediatra, 771 por
médico clínico e 246 por ortopedista geral e 423 outros profissionais. A hipótese diagnóstica dos referenciadores corroborou
com o diagnóstico definitivo do ortopedista pediátrico em 786 (41%), sendo 316 (35,2%) referenciados por pediatra, 290 (37,6%)
por médico clinico e 180 (73,2%) por ortopedista. (p<0,001). Segundo diretrizes da AAP, o número de encaminhamentos
concentrou-se na faixa etária de 1,1 a 12 anos, com pouca diferença na distribuição entre gêneros, enquanto pela patologia
1392 (60.1%) foram considerados inapropriados por não se incluírem nos critérios APP. Entre os diagnósticos das alterações
músculo-esqueléticas mais freqüentes, 10,1% pertenciam ao grupo VIII (doenças neuromusculares), 8,91% ao grupo XI
(deformidades congênitas do membro superior), 5,51 % ao grupo VII (escoliose ou dismetria de membros), grupo I (pé torto
congênito/outra malformação congênita), 2,12% ao grupo Xi (lesões ósseas benignas) e 2,91% associação de grupos. 2.
CONCLUSÃO: Considerando a pouca concordância entre os diagnósticos referenciados com o do ortopedista pediátrico, o
estudo demonstra a necessidade de uma análise crítica da importância do diagnóstico correto e compreensão da história natural
das condições ortopédicas por profissionais de saúde envolvidos na atenção básica. Por conseguinte, também poderia ser
discutida a criação de diretrizes condizentes com a nossa realidade brasileira, semelhante a AAP, prevenindo referências
desnecessárias
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TLPe-009 - FREQUÊNCIA DO USO DE ANDADORES INFANTIS NA CIDADE DE CURITIBA
LETÍCIA METZGER; PAULA CAMPOS SEABRA; ELIANE MALUF
UNIVERSIDADE POSITIVO
INTRODUÇÃO: Os andadores infantis são alvo de discussões por serem amplamente utilizados e frequentemente responsáveis
por acidentes nesta fase da vida. São vistos por muitos pais como um benefício para a criança, por proporcionar
entretenimento, exercício físico, segurança, auxílio no desenvolvimento da marcha, independência e praticidade no cuidado. A
literatura mostra que cerca de 60-90% das crianças entre 5-15 meses de idade utilizam andadores, sendo que prevalece o uso
entre os meninos. Apesar de parecerem inofensivos, podem atingir a velocidade de um metro/segundo e causar quedas de
escadas, queimaduras, intoxicações, afogamentos, choques contra objetos, sendo frequente o traumatismo craniano. A grande
mobilidade e independência fornecida à criança pelo andador faz com que os pais não consigam supervisioná-la em tempo
integral. OBJETIVO GERAL: Avaliar a frequência de uso de andadores infantis em Curitiba, bem como conhecer a taxa e as
características dos acidentes mais frequentes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal descritivo, aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa da Universidade Positivo. A população alvo foi constituída por pais ou responsáveis, maiores de 18 anos,
de crianças com idade de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. O instrumento de coleta de dados foi elaborado pelas
pesquisadoras e aplicado em forma de entrevista em serviços de atendimento infantil (público e privado). Os resultados foram
analisados utilizando-se o pacote estatístico SPSS 20. RESULTADOS: Foram realizadas 445 entrevistas, sendo a frequência de uso
do andador de 46,7%, destes 47,5% (99) são usuários do SUS, enquanto os que tinham convênio (346) apresentaram 46,5% de
uso (p>0,05). Das 208 crianças que utilizaram o andador: 55,3% do gênero masculino; frequência de uso diário de andador:
46,2%; motivo mais prevalente do uso: auxílio da marcha (50%), entretenimento (33,2%) e praticidade (15,4%). A mãe aparece
em primeiro lugar, dentre os que compraram o andador (25,5%), seguido de avós e amigos, juntos com 41,4%. Não houve
diferença na média de idade para andar sem apoio das crianças que usaram andador e das que não usaram (p>0,05). O número
de acidentes ocorridos com o uso do andador foi de 21(10,2%). A média de idade em que ocorreu o acidente foi de 9 meses;
local do trauma: 71,5% cabeça/face; mecanismo do acidente: 61,9% corresponde à queda de escada, 28,5% queda da própria
altura e 4,8% colisão contra objeto; 5 (33,3%) das 20 crianças que sofreram acidente foram atendidas em hospital e 10 (47,6%)
continuou fazendo uso de andador após o acidente. CONCLUSÃO: A frequência de uso do andador se mostrou elevada, assim
como o número de acidentes, o que corrobora com a necessidade de intervenções efetivas, por apresentar potencial risco de
morbimortalidade. A redução dos agravos à saúde causados pelo seu uso depende de medida simples e de baixo custo, que é a
educação em saúde. É importante incluir na consulta de rotina da criança a orientação sobre seu uso.
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TLPe-010 - RELAÇÃO SPO2/FIO2 COMO PREDITOR DE FALHA DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA ANTES E APÓS O
TRANSPLANTE HÉPATICO EM PEDIATRIA
CINTIA JOHNSTON; THIAGO LUCIANO SILVA; ALCIDES AUGUSTO NETTO; RAMIRO ANTHERO AZEVEDO; ADRIANO MIZIARA
GONZÁLES; NILTON FERRARO OLIVEIRA
UNIFESP - EPM
OBJETIVO: Verificar se a relação SpO2/FiO2 é preditora de falha da ventilação não invasiva (VNI) quando aplicada após a
extubação em crianças após transplante hepático (ATH). MÉTODO: Estudo piloto prospectivo (realizado de junho/2008 a
agosto/2009) na UTI Pediátrica de um hospital universitário. Critérios de inclusão: pacientes pediátricos (0-18 anos) ATH, que
desenvolveram insuficiência ventilatória aguda (IVA) após a extubação. Protocolo: decúbito elevado (30º-45°); sonda
nasogástrica aberta (10 min antes e até 2hs após instituição da VNI); adequação da interface; umidificação e aquecimento do ar
(34º-36ºC). Modo ventilatório utilizado na VNI: com dois níveis de pressão (bilevel) com os parâmetros iniciais: IPAP 812cmH2O; EPAP 3-5cmH2O; FR de backup 8-12 cpm). Os dados foram coletados antes e 2 horas após o início da VNI, sendo eles:
gases arteriais; sinais vitais (FR, FC e SpO2); parâmetros ventilatórios (IPAP, EPAP, FR e FiO2) e calculada a relação SpO2/FiO2.
Análise estatística: Os grupos, falha e sucesso da VNI, foram comparados quanto aos dados coletados antes do início da VNI e
após 2h da sua instituição. Realizada análise descritiva, devido ao número da amostra, apresentando os resultados em
percentual, mediana (mínimo-máximo), média±dp. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética da instituição (CEP 0370/09).
RESULTADOS: No período do estudo, 11 crianças ATH foram extubadas e evoluíram com IVA, sendo submetidas à VNI.
Características demográficas da amostra: idade 9 (7-168) meses; peso 6,85 (4,6-8) Kg; tempo de VPM invasiva 12 (1-34) dias.
Parâmetros da VNI após 2hs:IPAP 18±2,6 cmH2O; EPAP 5,8±0,7 cmH2O; FR 18,5±10,1 cpm; FiO2 41,9±11,9%. Gasometria arterial
antes vs 2hs após VNI: pH 7,41±0,08 vs 7,38±0,06; PaCO2 36,1±00,6 vs 38,5±16,24 mmHg, PaO2 80±10,39 vs 108,3±14,6
mmHg, HCO3 23±7,5 vs 23±11,6 mEq/L, SaO2 89±5,6 vs 96±3,07%, BE -1,4±4,7 vs -2,9±4,85. Sinais vitais antes vs 2h após VNI:
FR do paciente 42±14,8 vs 30,6±17,39 ipm, FC 134±24,8 vs 142,3±17,39 bpm, SpO2 91,75±3,2 vs 97±3%. Relação SpO2/FiO2
antes da VNI (sucesso: 212,14 vs falha: 201,2) e 2hs após a VNI (sucesso: 229 vs falha: 205,5). CONCLUSÕES: Neste estudo piloto
três crianças falharam na VNI com necessidade de reintubação, essas apresentaram uma menor relação SpO2/FiO2 tanto antes
como após o uso da VNI. É necessário a continuidade deste estudo para identificar se a relação SpO2/FiO2 pode ser aplicada
como índice preditivo de sucesso ou falha da VNI em pediatria ATH naqueles que evoluírem para IVA após a extubação assim
como para indicar a aplicação VNI após a extubação nestes casos.
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TLPe-011 - PERFIL DOS ATENDIMENTOS A PACIENTES PEDIÁTRICOS EM UM CENTRO DE INFORMAÇÃO
TOXICOLÓGICA DE REFERÊNCIA ENTRE 2005 E 2013
MARCOS VINÍCIOS RAZERA; MARIA DA GRAÇA BOUCINHA MARQUES; RAFAEL ROESLER
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL; CENTRO DE INFORMAÇÃO TOXICOLÓGICA DO RIO GRANDE DO SUL
INTRODUÇÃO: Os pacientes pediátricos estão constantemente expostos a diferentes tipos de agentes que apresentam potencial
toxicidade. Dessa maneira, torna-se fundamental para o Pediatra, especialmente aos que atendem casos de
urgência/emergência, a identificação da população de risco, o conhecimento dos principais agentes envolvidos e o manejo
inicial para os acidentes mais frequentes. OBJETIVOS: Avaliar o perfil dos atendimentos toxicológicos pediátricos realizados em
um centro de informação toxicológica durante 9 anos. MATERIAL E MÉTODOS: Análise qualitativa e quantitativa dos registros de
atendimentos telefônicos de casos envolvendo pacientes até 19 anos realizados entre 2005 e 2013 por um serviço de
informação toxicológica. RESULTADOS: No período analisado, o serviço realizou 176.925 casos de exposição humana, sendo
76.030 (42,97%) de pacientes até 19 anos de idade, correspondendo aproximadamente a 8.448 casos pediátricos/ano e 23 casos
pediátricos/dia. Analisando os dados anuais isoladamente, nota-se que o percentual de atendimentos pediátricos apresenta
uma regularidade, variando entre 40,85 e 46,51% do total dos atendimentos de exposição humana. Na análise das faixas etárias
pediátricas isoladas, nota-se que a maioria dos atendimentos pediátricos (41.436 - 54,50% do total) envolve pacientes entre 1 e
4 anos de idade, com uma variação anual entre 53,68 e 55,96%. Na avaliação dos agentes tóxicos envolvidos em acidentes
pediátricos, percebe-se que 37,79% são por medicamentos (variação anual entre 35,72 e 39,41%); 18,49% por animais
peçonhentos (16,36 a 19,98%); e 11,43% por saneantes domissanitários (10,85 a 12,69%). Em relação à distribuição dos
atendimentos por estação climática, percebe-se que há um predomínio do número de casos de exposição humana nos meses
quentes: 104.223 (58,91%) contra 72.702 (41,09%) nos meses frios. No entanto, no grupo de pacientes pediátricos menores de 5
anos, não se observa tal discrepância: 22.947 (53,61%) nos meses quentes e 19856 (46,39%) nos frios. Na avaliação dos
atendimentos por gênero entre 2006 e 2013, verifica-se uma distribuição igualitária entre os pacientes pediátricos: 35.128
(52,24%) do sexo masculino, 31997 (47,58%) do sexo feminino e 122 (0,18%) indeterminado. CONCLUSÃO: Nota-se que o
número de intoxicações em pacientes pediátricos representa uma parcela importante dos atendimentos realizados pelo serviço
de toxicologia, ultrapassando 2/5 dos casos. Além disso, destaca-se o grupo com maior risco: crianças entre 1 e 4 anos, com
discreto predomínio do sexo masculino e com distribuição igualitária dos acidentes entre os meses do ano. Ainda, percebe-se
que 2 dos 3 agentes mais comuns em acidentes toxicológicos pediátricos podem ser encontrados dentro de casa, demonstrando
que grande parte dos acidentes pode ser evitado pela simples presença ou pela adequada orientação de pais ou responsáveis.
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TLPe-012 - SÍNDROME DE GOLDENHAR: RELATO DE CASO
RENATA COELHO GOMES; LARISSA DE CARVALHO SAKANE; THAÍS DIAS CÔRTES; GILBERTO PASCOLAT; RUBENS KLIEMANN
HUEC
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Goldenhar só tornou-se conhecida em 1952 após a descrição de três casos por Goldenhar. O caso
pioneiro no Brasil foi descrito por Paiva, em 1971. A síndrome apresenta um amplo espectro de anomalias e sua incidência varia
de um para cada 5.000 a 20.000 nascidos vivos. É mais comum no sexo masculino (3:2) e afeta com mais frequência o lado
direito do organismo. De patogênese ainda incerta, trata-se possivelmente de uma anomalia no processo de desenvolvimento
do primeiro e/ou segundo arco branquial. Existem diversas manifestações clínicas possíveis na síndrome, porém pelo menos
duas das anormalidades estão presentes: microssomia facial, má-formação no ouvido, alterações oculares e alterações
vertebrais. Podem apresentar também alterações cardíacas, fenda palatina ou labial e alterações renais. OBJETIVO: O objetivo
deste trabalho é apresentar um caso da síndrome de Goldenhar e enfatizar a necessidade de incluir essa síndrome no
diagnóstico diferencial de malformações craniofaciais. MÉTODO: Paciente do sexo feminino, 7 meses, filha de pais não
consanguíneos, nascida de parto vaginal, gemelar, a termo (39 semanas e dois dias), pequena para a idade gestacional, pesando
ao nascimento 2.185 gramas, sorologias maternas e da paciente foram negativas, porém com pré-natal negligente (apenas três
consultas). Apresentava micrognatia e agenesia de pavilhão auricular à direita. Ecocardiograma durante o internamento
evidenciou PCA pequena e com 5 meses de vida o exame estava dentro dos limites da normalidade. Teste da orelhinha normal à
esquerda. A tomografia de crânio evidenciou uma assimetria da calota craniana, sem outras alterações detectáveis. O exame
oftalmológico revelou opacificação total do olho direito e ausência de reflexo vermelho. Olho esquerdo com micro-hemorragias
difusas em retina. USG de vias urinárias e de abdome: sem alterações. Polidactilia em mão direita. Apêndice nasal à direita.
Teste do pezinho: Normal. Ao exame clínico atual apresentava 6.830 gramas (percentil 50), estatura de 62 cm (percentil 15,9),
perímetro cefálico com 42,5 cm (percentil 50), com assimetria facial, hipoplasia da face à direita, anotia à direita, ausência de
conduto auditivo externo direito. Desenvolvimento neuropsicomotor dentro dos limites da normalidade. RESULTADOS: O
paciente portador da síndrome de Goldenhar pode apresentar todos ou alguns dos sinais que compõem a síndrome. A paciente
em questão apresenta sinais clássicos como alteração ocular, assimetria facial e agenesia do pavilhão auricular. As alterações
predominantemente unilaterais, mais comumente à direita, encontradas na paciente correspondem com os dados da literatura.
CONCLUSÃO: Mediante a identificação diagnóstica o paciente deverá passar por um processo de investigação criteriosa,
abordagem mul
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TLPe-013 - SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA
FRANCIELE SCOBAR GOMES BIGNOTTO; ANA CLAUDIA MACHADO DE SOUSA; ALINE TOMAZ DE SOUZA; PAOLA MARI
NAKASHIMA CANO; THAIS VERGINIO GERALDELLI
HOSPITAL REGIONAL ROSA PEDROSSIAN
INTRODUÇÃO: A síndrome hemofagocítica (SHF) tem como característica principal a proliferação não maligna de histiócitos, que
possuem intensa atividade hemofagocítica. Está relacionado com um defeito na citotoxicidade celular e também com o gene da
perforina. Pode ser primária ou secundária. A primária ou familiar afeta principalmente crianças e exige história familiar
relacionada com a alteração genética autossômica ligada ao X. A secundária é mais frequente em adultos e é induzida por uma
doença de base. Está principalmente ligada ao CMV e ao Epistein Barr. O diagnóstico pode ser clínico ou através de achado
patológico de macrófagos ativados. O quadro clínico envolve hepatoesplenomegalia, febre arrastada, bicitopenia, aumento de
triglicerídeos, hemofagocitose e aumento da ferritina. O tratamento é realizado com imunossupressão, antibióticos, antifungicos
e antivirais. O transplante alogênico de medula óssea é a única opção curativa em formas hereditárias. OBJETIVO: Expor um
caso de Síndrome Hemofagocítica. MATERIAL E ESTUDOS: Estudo descritivo tipo relato de caso. RELATO DE CASO: P.E.F.M , 1
ano, sexo masculino, indigena. História de febre há 3 meses associado a linfonodomegalia difusa, vômitos e lesões
maculopapulares eritematosas e pruriginosas de tamanho variado em MMII e MMSS. Na cidade de origem foi realizado
antibioticoterapia de amplo espectro, sem melhora. transferido ao Hospital Regional de Campo Grande, ao exame físico
apresentava edema palpebral bilateral e de MMII associado a petéquias e pápulas, hepatoesplenomegalia e linfonodomegalia
difusa. Apresentava hemograma com anemia, leucocitose, neutropenia, aumento de LDH e queda da albumina, raio X de tórax
com pneumonia bilateral. Optado por iniciar antibioticoterapia. Após 15 dias paciente evoluiu com piora do padrão
respiratório, palidez e diurese de coloração escurecida. Sorologia para CMV, Epstein Barr, sífilis, toxoplasmose, rubéola,
leishmaniose e HIV. Novo hemograma com bicitopenia, trigliderídeos de 1.231, LDH de 3.788, ferritina de 77.000 e aumento de
enzimas hepáticas. Foi então transferido ao CTI onde apresentou 2 episódios de crise convulsiva generalizada. Iniciado
tratamento com imunossupressão, antivirais e antifungicos. Aspirado de medula óssea confirma o diagnóstico de Síndrome
Hemofagocítica. Paciente vai a óbito após dois meses de tratamento. RESULTADOS: Linfohistiocitose hemofagocítica (HLH) é
uma síndrome rara, caracterizada por febre, esplenomegalia, icterícia, e o achado patológico de hemofagocitose (fagocitose por
macrófagos de eritrócitos, leucócitos, plaquetas e precursores) na medula óssea e outros tecidos. Está relacionado com um
defeito na citotoxicidade celular e também com o gene da perforina, uma proteína envolvida na ativação de macrófagos, a
perforina e uma proteína expressa em linfócitos, macrófagos e outros precursores de medula óssea e esta envolvida em
processos citolíticos, ativação persistente
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TLPe-014 - MEMBRANA AMNIÓTICA NO TRATAMENTO DE QUEIMADURA FACIAL EM PACIENTE PEDIÁTRICO
CLAUDIANA BRISKIEWSKI; NEIS MIRIAM; SWETLANA CIVIRKUN; PABLO PASE; PEDRO BINS ELY; ELISABETE WEBER; EDUARDO
CHEM
HOSPITAL DA CRIANÇA SANTO ANTÔNIO – ISCMPA; HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE; HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO
DE PORTO ALEGRE; UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE; BANCO DE TECIDOS DR ROBERTO CORREA CHEM
DA ISCMPA
INTRODUÇÃO: O uso da membrana amniótica como curativo biológico em ferimentos traz como vantagens o alívio da dor,
prevenção de infecções, aceleração da cicatrização, além do baixo custo em relação aos materiais sintéticos disponíveis no
mercado. Tem sido utilizada no tratamento a queimados em substituição ao método que inclui extensos e frequentes curativos,
demandando tempo da equipe de enfermagem, quantidade considerável de material e sedativos para alívio da dor do paciente.
Por ser fina, adesiva, facilmente moldável e removível, a membrana amniótica é extremamente indicada no tratamento das
queimaduras infantis, especialmente em queimaduras de face. OBJETIVOS: Relatar o uso da membrana amniótica como curativo
biológico para o tratamento de queimadura térmica por escaldo na face de uma paciente de 1 ano de idade. MATERIAL E
MÉTODOS: Paciente sexo feminino, 1 ano de idade, apresentando queimadura térmica por escaldo de segundo grau em toda a
face. Realizou-se desbridamento sob analgo-sedação em UTI Pediátrica e aplicação imediata de membrana amniótica sem
cobertura secundária associada. RESULTADOS: Ocorreu reepitelização total da lesão em 6 dias. Não houve sinais de infecção
secundária ou necessidade de novas aplicações. Não foi necessária analgesia especial, além de sintomáticos eventuais. Não foi
utilizada antibioticoterapia. O paciente permaneceu em ventilação espontânea durante toda o tratamento. CONCLUSÃO: O uso
da membrana amniótica como curativo biológico no presente caso demonstrou benefícios como fácil aplicação, boa e rápida
reepitelização e pouca necessidade de uso de analgésicos. É um método eficaz, de baixo custo e efetivo no tratamento das
queimaduras de face infantis.
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TLPe-015 - MULTIDISCIPLINARIDADE NA AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE PACIENTES COM A SÍNDROME DE
DELEÇÃO 22Q11 (SÍNDROME VELOCARDIOFACIAL/DIGEORGE)
VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES; LUCIANA AMORIM BELTRÃO; ELISA PACHECO ESTIMA CORREIA; KAREN LIZETH PUMA
LLIGUIN; JULIA SANTANA TROMBETTA; FERNANDA ALTMANN; VANESSA CHAVES PETERSEN; PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN;
RAFAEL FABIANO MACHADO ROSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
INTRODUÇÃO: a síndrome de deleção 22q11 (ou síndrome Velocardiofacial/DiGeorge) (SD22q11) é atualmente considerada
uma das doenças genéticas mais comuns em humanos. OBJETIVOS: relatar o caso de uma paciente com diagnóstico de
SD22q11, salientando o envolvimento multidisciplinar comumente associado à síndrome. MATERIAL E MÉTODOS: realizou-se a
descrição do caso com uma revisão da literatura. RESULTADOS: a paciente é uma menina de 3 anos e 4 meses, avaliada
inicialmente no período perinatal devido a diagnóstico de interrupção do arco aórtico do tipo A. A paciente foi submetida à
cirurgia cardíaca pouco tempo depois. A criança evoluiu após a cirurgia com hipocalcemia de difícil controle, tendo recebido na
época diagnóstico de hipoparatireoidismo. O ultrassom abdominal realizado durante a hospitalização evidenciou também
agenesia do rim à esquerda. No exame físico, realizado aos 23 dias de vida, a paciente apresentava estrabismo intermitente,
palato alto, micrognatia, orelha direita rotada para trás e esquerda em fauno, e pequena hérnia umbilical. O resultado do
cariótipo foi normal. Contudo, a avaliação através da técnica de hibridização in situ fluorescente (FISH) confirmou a suspeita
clínica de SD22q11. No acompanhamento da paciente, observou-se que ela evoluiu com atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor, dificuldade de fala e alteração comportamental. CONCLUSÃO: a SD22q11 é uma condição cuja prevalência
estimada chega a ser de até 1 para cada 2.000 nascimentos. Ela é bastante subdiagnosticada, pois usualmente escapa à
detecção através do cariótipo, sendo detectada através de técnicas específicas como o FISH. Até o momento, mais de 180
achados clínicos, tanto físicos como comportamentais, já foram descritos e podem envolver praticamente todos os órgãos e
sistemas. E isto pôde ser evidenciado em nosso caso, em que diferentes especialidades, como a Genética, a Cardiologia, a
Endocrinologia e a Psiquiatria, foram envolvidas. Nosso caso ilustra a importância da avaliação e tratamento multidisciplinar em
casos de pacientes com a SD22q11.
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TLPe-016 - SINOSTOSE RADIOUMERAL EM UMA CRIANÇA COM HISTÓRIA DE FRATURAS: SÍNDROME DE ANTLEYBIXLER
VICTÓRIA BERNARDES GUIMARÃES; LUCIANA AMORIM BELTRÃO; JULIA SANTANA TROMBETTA; KAREN LIZETH PUMA LLIGUIN;
ELISA PACHECO ESTIMA CORREIA; JULIANA ROSA CHINELATO; CARLA GRAZIADIO; PAULO RICARDO GAZZOLA ZEN; RAFAEL
FABIANO MACHADO ROSA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
INTRODUÇÃO: a síndrome de Antley-Bixler (SAB) é uma doença genética rara caracterizada, entre outros achados, por sinostose
radioumeral. OBJETIVOS: relatar um paciente com diagnóstico de SAB, chamando a atenção para os achados que podem levar à
sua suspeita diagnóstica. MATERIAL E MÉTODOS: realizou-se o relato do caso, juntamente com uma revisão da literatura.
Resultados: o paciente é o primeiro filho de pais jovens e não consanguíneos, sem casos de fraturas ou doenças ósseas na
família, encaminhado para avaliação devido à suspeita de osteogênese imperfeita. Nasceu de parto cesáreo, a termo, pesando
3540 gramas e com Apgar de 9/10. No quinto dia, observou-se que o bebê apresentava restrição nos cotovelos, sendo
verificadas fraturas de membros. O cariótipo era normal. Aos 27 dias de vida, observou-se crânio com parietais proeminentes,
fontanela ampla, fronte proeminente, fendas palpebrais oblíquas para baixo, hipoplasia de raiz nasal, orelhas displásicas, e
rigidez nas articulações dos cotovelos, joelhos e tornozelos. A avaliação radiográfica evidenciou fratura de úmero e fêmur
esquerdos, aumento do diâmetro anterolateral do crânio, deformidade das extremidades distais dos úmeros e das proximais
dos rádios e ulnas, com fusão do úmero e ulna à esquerda, e fêmur esquerdo alargado e encurvado lateralmente. A ressonância
magnética de encéfalo revelou moderada dilatação do sistema ventricular supratentorial; acentuação das fissuras e sulcos
corticais hemisféricos, e megacisterna magna. Aos 9 meses de idade, observou-se dificuldade respiratória e otite bilateral. A
nasofibrobroncoscopia não revelou obstrução de coanas, e foi realizada a colocação de dreno timpânico em ambos os ouvidos.
CONCLUSÃO: a soma dos achados observados foi compatível com o diagnóstico de SAB. A mortalidade durante o período
neonatal associada à síndrome tem sido tão alta quanto 80%, e se deve, primariamente, a um comprometimento da via aérea. A
SAB deveria ser considerada em casos apresentando sinostose radioumeral, um achado considerado geralmente mínimo para a
realização do diagnóstico.
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TLPe-017 - ACIDENTES NA INFÂNCIA: PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO
DANIELLY LOUISE TAMBURUSSI BUENO; ANDRESSA RIBEIRO DE SOUZA; LUCAS HENRIQUE RIGON VIDOTO; DAYANY LAYS DE
ALENCAR; MARIA RITA BAULE
FACULDADE INGÁ
INTRODUÇÃO: O perfil de saúde e doença da população vem se transformando por conta de mudanças nos estilos de vida. Nos
últimos anos a composição das causas de mortalidade por faixa etária, demonstra ascensão das doenças não transmissíveis e
das causas externas. Hoje são considerados problemas de saúde pública e despertam preocupação pelo seu deslocamento para
faixas etárias cada vez mais jovens, em especial as crianças. No Brasil, as causas externas ocupam as primeiras colocações como
causa de mortalidade no grupo infanto-juvenil. OBJETIVOS: O presente artigo tem por objetivo a descrição dos acidentes
causados em crianças e adolescentes de 0 a 14 anos, e seus fatores de risco, com intuito de classifica-los e usá-los como subsídio
para o desenvolvimento de ações que visem a prevenção de acidentes, bem como colaborar para otimização do conhecimento
do assunto. MÉTODOS E MATERIAIS: A pesquisa caracterizou-se por revisão bibliográfica, retrospectiva e descritiva sobre a
prevalência de acidentes na infância . Foram selecionados artigos publicados entre 2013 e 2014 nas bases de dados MedLine,
Lilacs e Scielo. Utilizaram-se como descritores: acidentes, criança, mortalidade e infância. DISCUSSÃO: A partir da pesquisa, os
principais fatores de risco relacionados aos acidentes foram os químicos (medicamentos), ambientais (janelas, escadas),
biológicos (insetos) e estruturais. Associados a esses fatores, acrescentaram-se características como idade, sexo, imaturidade
física e mental, incapacidade de prever perigo, falta de coordenação, além das alterações anatômicas, como desproporção entre
corpo e crânio, que tornam as crianças os personagens mais vulneráveis aos acidentes. Observou-se também que, de forma
generalizada, os principais acidentes causadores de óbito ou sequelas entre crianças e adolescentes até 14 anos foram quedas,
queimaduras, afogamento, engasgamentos, intoxicações e choques elétricos. Tais fatores podem levar a complicações como
fraturas e encefalopatias devido a traumatismos, anóxia por quase afogamento e desfiguração por queimaduras. Se separados
pela faixa etária, percebeu-se que nos primeiros meses, a criança foi exposta a riscos provenientes de terceiros, como quedas e
queimaduras. Já os pré-escolares, foram passíveis de quedas e tropeções, pelo fato de estarem aprendendo a reconhecer seus
limites. Na fase escolar, há a conquista da autonomia, em que aprendem a pedalar, usar materiais com pontas e desenvolvem
maiores habilidades motoras, alcançando objetos (objetos pontiagudos, materiais de limpeza). A partir da adolescência, os
acidentes foram causados principalmente por acontecimentos extradomiciliares. Além do exposto acima, é extremamente
importante avaliar se as lesões apresentadas não são causadas por agressão ou negligência, visto que, muitas vezes, foram
relatadas pelos cuidadores como acidente ou dano não intencional. Situações de violência são responsáveis pela crescente taxa
de mortalidade infantil e hoje é um grande desafio para a saúde. CONCLUSÃO: Conclui-se, após análise dos principais fatores
que convergem em acidentes a faixa pediátrica, que a maioria dos acidentes relacionados foram considerados evitáveis. Dessa
forma, o principal foco de ações em saúde está cravado na prevenção dos mesmos, conscientização da população para que não
haja negligência e treinamento na área em saúde, visando um melhor acolhimento desta população em seus atendimentos.
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TLPe-018 - GASTROSQUISE E ENCEFALOCELE ASSOCIADAS A MÚLTIPLAS MÁS FORMAÇÕES: RELATO DE CASO E
REVISÃO DE LITERATURA
THAÍS DIAS CÔRTES; RENATA COELHO GOMES; LARISSA DE CARVALHO SAKANE; FLAVIA NATALIA MARQUES KINGERSKI; THAIS
ARIELA MACHADO BRITES; GILBERTO PASCOLAT; FRANCISCO CARLOS YOKOYAMA
HUEC
INTRODUÇÃO: Os defeitos do fechamento do tubo neural são malformações congênitas que ocorrem devido a uma falha no
fechamento do tubo neural embrionário, durante a quarta semana de embriogênese. Eles são responsáveis por
aproximadamente 50% das mortes por malformações congênitas severas. A encefalocele é uma forma clínica desse tipo de
defeito e consiste em uma herniação de estruturas intracranianas através de uma má formação óssea congênita ou mais
raramente, através de forames ou fissuras normais do crânio. A incidência é de aproximadamente 0,8 a 3/10.000 nascimentos.
O diagnóstico é feito no período pré-natal com lesões exofíticas intracranianas identificadas na ultrassonografia obstétrica. As
dosagens de alfafetoproteína materna e amniótica geralmente são normais visto que essas lesões são comumente epitelizadas.
A gastrosquise pode ser definida como um defeito da parede abdominal, de localização paraumbilical, associado a evisceração
do intestino fetal. Sua incidência varia de 1 a 5 por 10.000 nascidos vivos, não havendo predileção por gênero. Alguns estudos
tem demonstrado que mulheres jovens (abaixo de 20 anos de idade) tem uma possibilidade maior de ter um feto com esta
anomalia do que a população obstétrica em geral. Isto tem sido relacionado a fatores ligados ao estilo de vida desta população
que inclui o hábito de fumar, uso de drogas ilícitas, consumo de álcool, baixo índice de massa corpórea e aumento da ocorrência
de infecções do trato urinário. O diagnóstico é ecográfico associado a dosagem de alfafetoproteína materna e é possível a partir
do segundo trimestre de gestação, quando se constata o defeito da parede abdominal e alças intestinais flutuando livremente
no líquido amniótico, sem membrana limitante. Anomalias estruturais e cromossômicas são raras, porém é frequente a
associação com malformações intestinais (atresias). OBJETIVO: Relatar um caso de associação de encefalocele e gastrosquise,
pois não foram encontrados casos semelhantes descritos na literatura. MÉTODO: Mãe 24 anos, 3ª gestação, 2 partos normais
anteriores, 2 filhos vivos e hígidos, Sem intercorrências. Nega tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. Doenças na gestação:
Hipotireoidismo. Recém-nascido sexo masculino, mal estado geral, hipoativo, hipotônico, cianótico, frequência cardíaca menor
que 60 batimentos por minuto, sem choro. APGAR 1/1/2. Peso nascimento 1,875gramas, perímetro cefálico e estatura não
avaliados. CAPURRO= 36 semanas. Após cuidados iniciais, paciente permanecia em regular estado geral, sem tônus, hipoativo,
sem movimentos respiratórios, tecido cerebral todo exteriorizado com extravasamento de líquor, ausculta pulmonar sem
presença de murmúrio vesicular, ritmo cardíaco regular, bulhas cardíacas normofonéticas sem sopros. Não palpado abdome
pois paciente apresentava múltiplas malformações, com alças intestinais, estômago e fígado exteriorizados. Realizada ventilação
com pressão positiva com oxigênio a 100%, porém paciente manteve frequênc
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TLPe-019 - CONHECIMENTO DOS PROFESSORES DA PRÉ-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE ATENDIMENTO
PRÉ-HOSPITALAR DOS AGRAVOS EM SAÚDE E ACIDENTES NAS CRIANÇAS.
CRISTINA CARDOZO; BÁRBARA GONÇALVES; GUILHERME FRANZEN; JULIANA MOTTA; LAURA LANZONI; RAFAELLA FERREIRA;
RENATA TENÓRIO; RODRIGO DOMINGUES
UP
OBJETIVO: Avaliar o conhecimento dos professores de pré-escola e ensino fundamental sobre atendimento pré-hospitalar dos
agravos e acidentes mais prevalentes ocorridos em crianças no ambiente escolar. MÉTODO: Estudo descritivo quantitativo,
realizado após aprovação do CEP da Universidade Positivo. Dados foram coletados na cidade de Curitiba a partir de questionário
com 18 perguntas objetivas sobre: queda com suspeita de fratura, ferimentos, queimaduras, choque elétrico, avulsão dentária,
ingesta ou contato com produtos químicos e/ou medicamentos, febre, convulsão, desmaio, mordida de animal, contusões,
parada cardiorrespiratória, epistaxe, presença de corpo estranho nos olhos e obstrução de vias aéreas. Foram abordadas 25
escolas privadas e entregues 200 questionários: 98 devolvidos respondidos, 19 sem TCLE, 26 em branco e 57 não foram
devolvidos. Totalizando um n final de 77 questionários. Revisão de literatura pelos bancos de dados eletrônicos Scielo, Pubmed,
BIREME, Up to Date, manuais e livros. RESULTADOS: A taxa média de acertos foi de 65,37%. As perguntas que apresentaram o
maior índice de acertos foram sobre queimadura por calor (97,40%), trauma do sistema musculoesquelético (93,50%) e desmaio
(90,90%). As perguntas com menor índice de acertos foram referentes a contato com produto tóxico (23,37%), mordida por
animal (29,87%), ferimento com objeto encravado e avulsão dentária (ambos com 40,25%). CONCLUSÃO: A taxa de acerto não
se mostrou a ideal, contudo foi superior às expectativas do trabalho baseadas na revisão de literatura. Apesar de melhores
resultados, eles denunciam um déficit no conhecimento dos professores aos temas abordados.
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TLPe-020 - INTERNAÇÃO HOSPITALAR ENTRE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS EM CIDADE DA AMAZÔNIA
BRASILEIRA
ISABEL BRAGA PAIVA; CRISTIELI SÉRGIO DE MENEZES OLIVEIRA; THIAGO SANTOS DE ARAÚJO
UFAC
INTRODUÇÃO: Estudos sobre internação infantil constituem importantes ferramentas para caracterização dos problemas de
saúde, pois refletem indiretamente a qualidade da assistência oferecida e sua resolutividade. Esta análise pode ser útil tanto
para avaliações dos serviços de saúde como para a formulação e o aperfeiçoamento de estratégias adequadas a cada realidade e
grupo populacional, especialmente em regiões isoladas e com escassez de recursos. OBJETIVO: O presente estudo tem como
objetivo conhecer o perfil epidemiológico das crianças menores de cinco anos internadas no município de Jordão, estado do
Acre, no ano de 2012. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional conduzido em 778 crianças menores de
cinco anos no município de Jordão, na Amazônia brasileira. Para análise estatística utilizou-se o teste de qui-quadrado,
adotando-se p<0,05. RESULTADOS: A prevalência de internação encontrada foi de 19,9%, predominando em crianças do sexo
masculino (27%; p=0,041), com idade entre 43 e 60 meses (36,7%; p=0,00) e cujas famílias recebiam um ou mais salários
mínimos (31%; p=0,043). Além disso, as variáveis idade da mãe, morar com pai ou com avó, ter ascendência indígena, local de
nascimento e qual tipo de parto estiveram associados ao desfecho. Com relação às morbidades, houve relação entre internar e
ter apresentado chiado (26,8%; p=0,029), pneumonia (39,7%; p=0,000) e desnutrição (30,9%; p=0,004). Dentre as causas de
internação, destaca-se diarreia (8,7%) e pneumonia (3,2%). CONCLUSÃO: Apesar dos avanços com relação ao fortalecimento da
atenção primária à saúde no município, o estudo evidenciou desfavorável condição de saúde da população infantil,
apresentando alta frequência de internação. Condições de cuidado e morbidades ainda permanecem como grandes problemas a
serem enfrentados. Assim, são necessárias ações que visem à qualidade da atenção primária, na tentativa de minimizar tais
problemas e estabelecer um perfil de saúde mais favorável a estas crianças.
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TLPe-021 - IMPORTÂNCIA DA TROMBOSE VENOSA RENAL NA CLÍNICA PEDIÁTRICA.
NATHÁLIA RAMOS LOPES; BRÁULIO BRANDÃO RODRIGUES; DANIELA CRISTINA TIAGO; LUIS MÁRIO MENDES DE MEDEIROS; LARA
DE MELO Y LONGO; STANLEY JAMES FANSTONE PINA
UNIEVANGÉLICA
INTRODUÇÃO: A trombose venosa renal (TVR) é por estase venosa secundária à hemoconcentração ou diminuição da pressão
de perfusão renal. Portanto, a TVR é a obstrução total ou parcial do sistema de drenagem venosa do rim. Sendo assim, o rim do
recém-nato tem maior suscetibilidade por apresentar baixa pressão de perfusão e resistência de 2 leitos consecutivos de
capilares intra-renais, condição predisponente à estase venosa. Além da tendência a hiperviscosidade, vasos com pequeno
calibre, hematócrito elevado e circulação lenta, o que frequentemente causa insuficiência renal crônica. Apesar de ser
clinicamente rara é potencialmente fatal, resultando em sequelas renais graves a longo prazo. Dentre as tromboses venosas em
recém-nascidos aparece com um índice de 10% de todos os casos. Cerca de 75% dos casos ocorrem no período neonatal e
apenas 7% em crianças maiores de 1 ano. A fata de estudos de grande escala sobre o assunto torna inviável a taxa exata de
incidência. OBJETIVOS: Analisar a importância de se conhecer dentro da nefrologia pediátrica a TVR. Uma vez que esta causa
alto índice de sequelas no sistema renal de recém-nascidos. E segundo estudos, crianças com TVR estão sujeitas a ter mais
defeitos protrombóticos do que a população em geral, assim justifica-se a necessidade de rastreio e estudo nessa área.
METODOLOGIA: O método utilizado trata-se de uma revisão de literatura baseado em um levantamento bibliográfico. Usou-se
como ferramenta textos de bancos de dados Scielo e LILACS. Palavras chaves: Criança, Trombose da veia renal, Nefrologia.
RESULTADOS: A etiologia da TVR ainda não completamente compreendida, mas tem como mecanismos propostos a
hipoperfusão renal, hiperosmolaridade, hipercoagulabilidade e hiperviscosidade. Contudo, encontra-se associada a estados de
desidratação, sepses, asfixia, prematuridade, choque, cardiopatia congênita cianótica, policitemia, diabetes materna, parto
traumático, defeitos congênitos das veias renais, aplicação de cateteres venosos umbilicais, uso materno de diuréticos,
anormalidades de coagulação e fibrinólise próprias do recém-nato. O diagnóstico clínico apoia-se na tríade clássica: massa
abdominal palpável, hematúria macroscópica e trombocitopenia. Desta forma, também, pode se manifestar com proteinúria,
oligúria, hipertensão arterial e insuficiência renal. O achado concomitante de todos os sinais da tríade não é frequente. Logo, a
confirmação diagnóstica depende de exames radiológicos por imagem. Portanto, o procedimento de escolha para o diagnóstico
e acompanhamento da TVR é a ultrassonografia, por sua eficácia e segurança de (92,3%). Atualmente o tratamento é
direcionado para o manuseio conservador que consiste em: manutenção do equilíbrio ácido básico e hidroeletrolítico, através
de adequada terapia endovenosa e suporte da função renal. Contudo, se evita infusões hipertônicas, antibióticos, drogas
nefrotóxicas e estudos com contrastes radiográficos hiperosmolares. CONCLUSÃO: A TVR é a trombose não relacionada com
cateter vascular mais comum na infância, ocorrendo predominantemente no período neonatal. Predomínio no sexo masculino e
unilateral do rim esquerdo, consequência da diferença anatômica das veias renais. A TVR neonatal evolui em longo prazo para
lesões renais sequelares, como: hipertensão arterial, atrofia renal e insuficiência renal crónica. Apesar de rara, sua suspeição
clínica precoce faz-se importante para início terapêutico a tempo.
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TLPe-022 - MENINGITIS AS A PRIMARY MANIFESTATION OF VOGT-KOYANAGI-HARADA SYNDROME: A CASE
REPORT
BIANCA CESARIO CAVICHIOLLO; KAREN LUIZA RAMOS SOCHER; MARCIA BANDEIRA; RAFAELA GROCHOSKI
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUCTION: Vogt-Koyanagi-Harada Syndrome is a rare condition in children. It is mainly characterized by ocular finding with
bilateral uveitis and exudative retinal detachments. It’s an auto immune disease against melanocytes and it’s related to genetic
factors. There are three forms of VKH Syndrome. In the three forms there must have: no trauma or ocular surgery history, no
other ocular disease and bilateral involvement. Neurological findings include: meningismus and cerebrospinal fluid pleocytosis.
In children is poorly recognized. OBJECTIVES: To show a case in which the neurological findings were the first manifestation of
the VKH syndrome, showing that it can be a differential diagnose for meningoencephalitis. CASE: T.A, 13 years old, male. The
patient was admitted at the Emergency Unit of Pequeno Príncipe Children Hospital with a history of 6 days of headache, fever
and arthralgia. On the day of the consultation the patient woke up with conjunctive hyperemia, blurred vision and poor visual
acuity. During the first six days of the disease the patient looked for other medical help and he was diagnosed as having an acute
tonsillitis and prescribed antibiotics. He has no previous disease and no history of surgeries or trauma. On the physical
examination the patient was in regular state, presenting with neck stiffness, articular pain and difficulties on walking. The ocular
findings were hyperemia and poor visual acuity. He was submitted to a Brain CT, that resulted normal, and after to a lumbar
puncture. The lumbar puncture result was: 415 leucocytes (87% lymphocytes, 5% neutrophils, 8% monocytes), protein 53,
glucose 43. It was started the use of Ganciclovir 7,5 mg/kg/day and Cefururoxima 200 mg/kg/day. On the next day the patient
was evaluated by the ophthalmologic team that gave the diagnosis of VKH syndrome by the characteristic findings: figures of
vision in both eyes, anterior camera BIO right eye reaction (3 + / 4), pupillary fibrin membrane, left eye anterior camera reaction
(3 + / 4), MR difficult fundus visualization due to media opacities (anterior chamber), bilateral uveitis. The medications were
interrupted then and it was started the use of metilprednisolone 1g/day for five days. After the first day of the pulse the patient
had an important improvement of the symptoms, having no more headache or neck stiffness. The vision improved also.
Prednsione 40mg/day was started after the pulse. CONCLUSIONS: Vogt-Harada-Syndrome is a difficult recognizing disease in
children. It may present in first with neurological findings that may mimic meningoencephalitis. Analyzing the diagnoses criteria
the patient is part of the incomplete form of the disease, since he did not show signs of hearing loss. The treatment with high
doses of metilprednisolone was effective, but the visual acuity didn’t return to normality. Although it’s a rare condition in
children it’s important to emphasize that ophthalmologic examination is essential in those children with meningitis symptoms
and blurred vision, so that we can recognize this important and high morbidity disease.
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TLPe-023 - ARTERITE DE TAKAYASU EM PEDIATRIA: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO
MÁRCIA BANDEIRA; LANZONI LAURA; LETÍCIA METZGER
UP; HPP
OBJETIVO: relatar o caso de um paciente de 5 anos com diagnóstico de Arterite de Takayasu em fase inicial, período de sintomas
inespecíficos. Mostrando a necessidade de investigação detalhada quando há queixa de febre recorrente em um paciente.
MÉTODO: informações obtidas a partir da revisão do prontuário, entrevistas com os familiares para obter detalhes sobre
historia clínica do paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos que o paciente foi submetido e revisão da literatura.
RESULTADO: 5 anos, masculino, internado por rebaixamento do nível de consciência após bromoprida para quadro de vômito e
febre há 1 dia e dor abdominal há 15 dias. Iniciou tratamento para pneumonia e encefalopatia herpética. Melhora do quadro
clínico, contudo, persistiu com febre resistente à medicação e com marcadores inflamatórios positivos. Angiotomografia
apresentou espessamento da parede da aorta distal. Após alta hospitalar, em consulta de retorno ambulatorial, mãe do
paciente referiu claudicação do membros inferiores e dor para erguer o corpo, sendo internado para início do tratamento
específico com pulsoterapia. CONCLUSÕES: a presença de sintomas inespecíficos apesar do tratamento para encefalopatia
herpética e pneumonia, permitiu a suspensão de doença auto-imune. Com a continuidade dos exames diagnósticos conclui-se
que o paciente apresentava Arterite de Takayasu pelos critérios de EULAR/PRINTO/PRES, tipo IV, pelos critérios de Hata et al
com características de doença em atividade, pelos critérios da NIH.
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TLPe-024 - POLIARTERITE NODOSA CUTÂNEA NA INFÂNCIA COM NECROSE DE PAVILHÕES AURICULARES – RELATO
DE CASO.
MARÍLIA DE ALMEIDA BARREIRA; MARCIA BANDEIRA; CAMILA HELENA RICHLIN
UNIVERSIDADE POSITIVO; HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE
INTRODUÇÃO: Poliarterite nodosa é uma vasculite primária de pequenas e médias artérias caracterizada por ruptura e necrose
da parede do vaso por infiltração de neutrófilos. Apresenta-se sobre duas formas: sistêmica ou cutânea (PAN-C). Na sistêmica há
o acometimento das artérias viscerais e seus ramos, provocando disfunção de órgãos internos, enquanto na cutânea o
acometimento é limitado aos vasos da pele, do sistema musculoesquelético e do sistema nervoso periférico. Na PAN-C as
manifestações cutâneas são as mais comuns, podendo se apresentar com: livedo reticular, nódulo subcutâneo, ulcera, petéquia,
púrpura, e, mais raramente, necrose, gangrena e auto amputação. OBJETIVO: Relatar caso de PAN-C com necrose de pavilhões
auriculares, enfocando no tratamento realizado. RELATO DE CASO: Paciente do sexo feminino, 4 anos e 8 meses, queixa de
“manchas roxas pelo corpo”. Há 10 dias do internamento iniciou com lesões cutâneas dolorosas e pruriginosas, eritematovioláceas em região malar, progredindo em 48 horas para orelhas, nádega e membro inferior direito, sendo internada para
investigação. O quadro evoluiu para membros superiores e as lesões em pavilhões auriculares se agravaram, caracterizando
necrose, necessitando de corticoterapia EV. Após 6 dias, com melhora da dor e do prurido, recebeu alta e foi encaminhada ao
reumatologista por suspeita de vasculite, sendo readmitida para investigação e tratamento. À admissão, apresentava lesões
eritemato-violáceas em nádega, coxa e braço à direita; lesões enegrecidas com contorno eritemato-violáceo em região malar e
pavilhão auditivo bilateralmente; dor moderada à palpação; ausência de sinais flogísticos. No terceiro dia de internamento
iniciou pulsoterapia com metilprednisolona e realizou biópsia de pele que evidenciou características sugestivas de PAN-C. Após
o termino da corticoterapia, foram introduzidas varfarina e prostaglandina para melhora da perfusão periférica e metotrexato.
Com 26 dias de internamento, a paciente recebeu alta por melhora significativa do quadro cutâneo, mantendo lesão crostosa
em pavilhão auricular direito e lesões residuais hipercrômicas em região malar e coxa direita, sendo indolores e não
pruriginosas. Foi liberada com corticoide e metotrexato VO, com retorno agendado para acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSÃO: O diagnóstico se deu através do achado cutâneo associado ao exame histopatológico característico. O
acometimento sistêmico foi afastado através de exames complementares. Em crianças, até 75% dos casos são precedidos por
infecção respiratória de origem estreptocócica, neste caso não foi evidenciada tal relação (ASLO = inferior a 50). A paciente
apresentou necrose súbita em pavilhões auriculares e risco iminente de auto amputação, com significativa melhora das lesões
após realizar o tratamento de forma agressiva com corticoide VO e EV, metotrexato SC, prostaglandina EV e varfarina VO.
CONCLUSÃO: A PAN-C, mesmo sendo uma condição rara, deve ser considerada como diagnóstico diferencial de vasculites que
acometem pequenas e médias artérias, pois o diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam e/ou reduzem as
manifestações graves como a necrose e auto amputação. Não houve correlação do aparecimento da doença com infecção
estreptocócica prévia, sugerindo que outra causa menos frequente esteja envolvida neste caso.
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PÔSTERES
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PPe-001 - A EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA E O CUIDADO À CRIANÇA MENOR DE UM ANO
VANESSA DE OLIVEIRA FURINO; FERNANDA DE OLIVEIRA FURINO; MONIKA WERNET; KARINA RUMI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
INTRODUÇÃO: A Estratégia Saúde da Família (ESF) é um modelo de atenção básica do governo brasileiro com vistas à
integralidade da atenção, sendo a equipe um elemento importante no apoio ofertado à família. O primeiro ano de vida é um
momento crítico deste processo, pois a família deve incorporar a criança em todas as ações direcionadas na dinâmica da família
e no exercício da parentalidade. OBJETIVO: caracterizar as necessidades da equipe no cuidado a crianças menores de 1 ano e
como os profissionais de saúde percebem a relação da Unidade Saúde da Família (USF) no apoio e cuidado à família.
METODOLOGIA: adota como referencial teórico Interacionismo Simbólico e seleciona o método qualitativo por enfatizar o
conhecimento e compreensão de eventos e situações. A coleta de dados foi desenvolvida através de grupo focal com
profissionais de saúde que pertencem a Estratégia Saúde da Família adscritas ao território de São Carlos, com foco no cuidado
da mesma e do apoio ofertado pela equipe de saúde da família no cuidado deste. RESULTADOS: os resultados obtidos foram
analisados e dividos em 3 categorias: ações de controle da equipe, orientações e entraves para o acompanhamento da criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: tais resultados evidenciaram como dificuldades no acompanhamento à criança, a deficiente
comunicação entre os profissionais da equipe de saúde o que provoca a fragmentação do cuidado ao indivíduo, além da
centralização na figura materna no cuidado o que distancia a família da participação no acompanhamento. O controle centrado
no conhecimento científico da equipe e a obrigatoriedade em cumprir o que foi proposto pela Manual do Ministério, origina
uma hierarquização no cuidado, afastando a família do controle central do eixo do cuidado, encaminhando para o desenvolver
de uma relação frágil e superficial com os profissionais de saúde.
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PPe-002 - TUMOR DE WILMS FAMILIAR SIMULTÂNEO EM IRMÃOS- RELATO DE CASO
THAMARA PIAZZA; CARMEM FIORI
UNIOESTE
INTRODUÇÃO: Tumor de Wilms ou Nefroblastoma é uma neoplasia rara, maligna e embrionária do rim, com maior incidência
em menores de cinco anos e pico aos dois anos de idade. Nessa neoplasia a queixa mais frequente é a massa abdominal, de
causa ainda não totalmente esclarecida. Aproximadamente 1% dos casos acometem membros da mesma família, sendo a
susceptibilidade genética herdada de forma autossômica dominante com penetrância incompleta (Rahman, Arbour et al. 1996).
Apesar da raridade desse tumor em membros da mesma família, deve-se ter atenção as queixas relatadas por familiares, onde a
presença de hematúria, hipertensão arterial, aparecimento de massa abdominal, febre e anemia são sinais e sintomas que
podem estar associados ao tumor, e que devem ser investigados em membros da mesma família. OBJETIVO: Relatar um caso de
tumor de wilms familiar com acometimento simultâneo entre dois irmãos, um de dois anos e outro de oito anos de idade.
MATERIAIS E MÉTODOS: Revisão dos prontuários médicos, dos dois pacientes, fornecidos pelo Hospital do Câncer de Cascavel –
Uopeccan. Coleta de dados com a mãe dos pacientes. RESULTADOS: GAF, M, oito anos, chegou ao hospital de emergência em
outubro de 2006 com histórico de urina escura e dor abdominal após queda de nível (cerca de 2m). A ecografia abdominal
revelou extensa massa ocupando a loja renal direita, com invasão da veia cava inferior. Foi para cirurgia de emergência, na qual
foi realizada a nefrectomia direita. O anátomo patológico revelou a presença de nefroblastoma medindo 8 x 6 cm, tipo
blastematoso e epitelial, sem sinais de anaplasia, infiltrando hilo renal e veia cava inferior. O caso foi classificado segundo a
NWTS em estadio grau III, grau de alto risco. GAF, M, quatro anos, na fase de recuperação clínica cirúrgica do irmão (caso 1.),
apresentou queixas de hematúria, a qual ocorria há cerca de dois meses. A ecografia revelou formação nodular incaracterística
de 2, 8 x 2,9 cm em loja renal direita. A tomografia abdominal confirmou processo expansivo renal à direita. O paciente foi
encaminhado a nefrectomia. O resultado do anátomo patológico mostrou nefroblastoma, predominantemente blastematoso,
medindo 4 x 3 cm, em pólo inferior do rim direito, circundado por pseudocápsula fibrosa, sem invasão hilar e ureteral ou
anaplasia associadas. O caso foi classificado segundo a NWTS em estadio I. CONCLUSÃO: O tumor de Wilms ou Nefroblastoma é
a neoplasia renal mais comum na primeira infância, se tornando rara e peculiar quando aparece vinculada a características
hereditárias. Apesar de ser rara na infância e mais ainda entre irmãos, deve-se sempre pesquisar com cuidado a hematúria,
podendo ela ser peça chave em uma rotina diagnóstica correta, na qual o diagnóstico precoce torna-se fundamental para o
sucesso terapêutico em crianças com essa doença.
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PPe-003 - TUMOR DE WILMS FAMILIAR- REVISÃO DA LITERATURA
THAMARA PIAZZA; CARMEM FIORI
UNIOESTE
INTRODUÇÃO: O Tumor de Wilms ou Nefroblastoma é uma doença maligna embrionária do rim, com maior incidência em
crianças menores de cinco anos, tendo seu pico aos dois anos. Apresenta-se na maioria das vezes assintomáticos, ou a presença
de massa abdominal lisa sugere o diagnóstico (Dome and Huff 1993) (Pochedly and Baum 1984). A causa ainda é desconhecida,
porém estudos epidemiológicos (Hirayama 1987) sugerem que há associação com fatores ambientais e/ou ocupacionais.
Aproximadamente 1% dos casos acomete membros da mesma família, a susceptibilidade parece ser herdada de forma
autossômica dominante com penetrância incompleta (Rahman, Arbour et al. 1996). Apesar do Tumor de Wilms familiar ser
raro, deve-se prestar atenção nas queixas relatadas pelos familiares dos pacientes com nefroblastoma. A presença de sinais e de
sintomas como hematúria, hipertensão, aparecimento de massa abdominal lisa, febre e anemia podem ser sinais de alerta para
uma investigação mais detalhada em membros de uma mesma família. OBJETIVO: Analisar as publicações referentes ao
nefroblastoma familiar e as respectivas relações encontradas entre a sintomatologia familiar e a respectiva patologia. As
variáveis utilizadas foram: Wilms Tumor e Wilms Tumor family. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de literatura
realizada por meio de fonte impressa e eletrônica. Esse tipo de investigação caracteriza-se por utilizar artigos científicos como
principal fonte de informações. As fontes de informações eletrônicas foram de bases de dados do PUBMED, as fontes impressas,
por sua vez, são decorrentes do “Tratado de Pediatria” de BERHMAN, KLIEGMAN e JENSON, NELSON, assim como, da literatura
“Rotinas em Oncologia” de GUIMARÃES, J.L.M. e ROSA, D.D. A busca de dados realizada no PUBMED foi feita por meio do
descritor “Wilms tumor” e os limites foram preenchidos com “Humans” e “free full- text articles in PUBMED Central”.
RESULTADOS: Tumor de Wilms é a terceira neoplasia sólida mais comum na infância. O histórico familiar está presente em
apenas 1% dos casos de Tumor de Wilms. Cruzando esses dados, muitas vezes, as queixas de sinais e de sintomas relatados por
parentes do paciente são ignorados, devido à raridade de um familiar também apresentar nefroblastoma. Mesmo sendo
improvável o acometimento de membros da mesma família pelo nefroblastoma, há um caso entre duas primas de primeiro grau
(J. Med. Case Rep.2013). Ainda no que diz respeito a essa questão, cumpre observar que há outro caso o de um homem e de sua
filha (Eur. J. Med. Genet.). CONCLUSÃO: O Tumor de Wilms familiar é uma doença rara. O desenvolvimento tumoral em
membros da mesma família pode estar relacionado a fatores intrínsecos (herança genética autossômica dominante) que podem
ou não se manifestar em decorrência de fatores extrínsecos (ainda desconhecidos). Nesses pode-se incluir os fatores
ambientais. Visto que membros da mesma família podem estar expostos aos mesmos fatores a
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER
PPe-004 - INFÂNCIA DIGITAL: USO DE MÍDIA ELETRÔNICA POR CRIANÇAS DE 3 MESES A 2 ANOS EM UM HOSPITAL
INFANTIL DE CURITIBA, PARANÁ
THOMAS VIEIRA LOBÃO; MARCELO GROTT LOBO
HOSPITAL INFANTIL PEQUENO PRÍNCIPE
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, o acesso de crianças à mídia eletrônica vem crescendo constantemente, em especial aquelas
entre zero e 2 anos. Em vista disso, em 1999, a Academia Americana de Pediatria (AAP) lançou uma política de saúde pública
denominada Media Education, que vem reconhecendo os riscos e benefícios que a mídia eletrônica pode causar em crianças e
adolescentes. OBJETIVOS: Avaliar a exposição à mídia eletrônica por crianças de 3 meses a 2 anos em um Hospital Infantil de
Curitiba, Paraná. METODOLOGIA: Estudo descritivo transversal não controlado, envolvendo 90 crianças de 3 meses a 2 anos que
estiverem internadas em uma enfermaria de pediatria geral de um Hospital Infantil de Curitiba no período de 1º de agosto a 31
de outubro de 2014. Os dados foram coletados através da aplicação de um questionário por meio de uma entrevista realizada
com os responsáveis pelas crianças. As perguntas envolviam variáveis sobre exposição infantil à mídia eletrônica (tipo,
frequência, quantidade e conteúdo) além de dados demográficos familiares. As observações foram armazenadas em um banco
de dados e analisadas por meio de cálculos de médias e proporções, gerando tabelas e gráficos. O projeto também teve
finalidade de pesquisa-ação, sendo que ao final da entrevista, foi entregue para os pais/cuidador um folder educativo
informando sobre brinquedos adequados para cada faixa etária. RESULTADOS: A exposição das crianças à televisão e
DVD/vídeos foi 87,8% e 61,1%, respectivamente. Metade das crianças já fazia uso de algum aparelho eletrônico
(computador/notebook, Ipad, celular e videogames). A idade de início de exposição à televisão e DVD/vídeos foi de 5,5 meses e
a aparelhos eletrônicos foi de 9,8 meses, numa média de 100 e 24,4 minutos por dia, respectivamente. A maioria das crianças
(72,1%) costuma assistir televisão com suas mães, mas uma parcela significativa (26,6%) assiste sozinha. Das crianças que
assistem televisão, quarenta (50,6%) têm este aparelho em seus quartos, sendo os desenhos infantis o conteúdo mais assistido.
As crianças que eram o primeiro filho passam mais tempo em frente à televisão e usando outros aparelhos eletrônicos do que as
crianças que tinham irmãos mais velhos. A razão principal citada pelos entrevistados para justificarem a exposição de suas
crianças à mídia eletrônica foi o fato de acreditarem que esta contribui para o aprendizado e desenvolvimento de seus filhos, e
consideraram aceitável, em média, a exposição máxima de 99,5 minutos para as crianças assistirem televisão/DVD/vídeos por
dia e de 31,2 minutos por dia para uso de aparelhos eletrônicos. Apenas cinco entrevistados (5,5%) já foram alguma vez
orientados por algum pediatra/profissional da saúde sobre o uso de mídia eletrônica por crianças de 3 meses a 2 anos
incompletos. CONCLUSÃO: Um grande número de crianças está sendo exposta à mídia eletrônica em uma idade cada vez mais
jovem e em uma quantidade de tempo acima do recomendado pela Academia Americana de Pediatria. Os achados encontrados
neste estudo devem incentivar os pais e pediatras a conversarem sobre o uso de mídia eletrônica pelas crianças bem como
alternativas para esta atividade.
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ANAIS CRIANÇA 2015 – IV Congresso Internacional de Especialidades Pediátricas
30 de maio a 02 de Junho de 2015 – Curitiba - PR
MÓDULO DE PEDIATRIA - POSTER
PPe-005 - ERITEMA TÓXICO - RELATO DE CASO
KARINA EBRAHIM; ARIANNE GASPAR; KATIA FREIRE; KARIN FRANCK; LEONARDO EBRAHIM; JÚLIA ALVES; LUCAS RAISER;
MOHAMED HUSSEIN
FAG
INTRODUÇÃO: O Eritema Tóxico neonatal (ETN) é uma das afecções neonatais mais comuns já descritas. É uma doença benigna,
auto-limitada em recém-nascidos a termo, porém rara em prematuros e com peso abaixo de 2.500g. RELATO DE CASO: Recémnato feminino, com 22 horas de vida, apresentou lesões maculares extensas, com pápulas e pústulas sobrepostas em torno de 1
a 2 mm cada, distribuídas amplamente pela face, pescoço, tronco, região genital, nádegas e membros inferiores, poupando
áreas de plantas dos pés e palmas das mãos. O bebê apresentou-se choroso no período pós-parto até as primeiras 48 horas de
vida. Não foi observada febre associada e/ou outras comorbidades. Foram realizadas orientações à mãe sobre a benignidade da
dermatose e seu período auto-limitado. Após três semanas do parto, a mãe retornou com o bebê, ocasião em que foi observada
a regressão completa das lesões, confirmando o diagnóstico. DISCUSSÃO: A avaliação inicial do recém-nascido é de extrema
importância para diagnosticas as principais erupções vesico-pustulosas como acrodermatite enteropática, histiocitose das
células de Langerhans, incontinência pigmentar, síndrome da hiperglobulina E e hipoplasia dérmica focal, as quais são
potencialmente graves. Por este motivo, faz-se necessária a anamnese detalhada com ênfase nas complicações no período
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