FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Sabrina Luanny de
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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Sabrina Luanny de
FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Sabrina Luanny de Oliveira INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NAS PROFISSIONAIS DO SEXO DE PARACATU-MG NO PERÍODO DE MARÇO A JUNHO DE 2015 Paracatu 2015 Sabrina Luanny de Oliveira INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NAS PROFISSIONAIS DO SEXO DE PARACATU-MG NO PERÍODO DE MARÇO A JUNHO DE 2015 Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II da Faculdade Tecsoma como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. Orientador Metodológico: Geraldo Benedito Batista de Oliveira Orientadora Temática: MSc. Cláudia Peres da Silva Co-orientador: Douglas Gabriel Pereira Paracatu 2015 O68i Oliveira, Sabrina Luanny de. Incidência de Infecção do Trato Urinário nas Profissionais do Sexo de Paracatu-MG no período de março a junho de 2015. / Sabrina Luanny de Oliveira. Paracatu, 2015. 81 f. Orientadora: Cláudia Peres Silva Co-orientador: Douglas Gabriel Pereira Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação em Biomedicina. 1. Profissional do Sexo. 2. Infecção do Trato Urinário. 3. Doença Sexualmente Transmissível. I. Silva, Cláudia Peres. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU: 616.071 SABRINA LUANNY DE OLIVEIRA INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NAS PROFISSIONAIS DO SEXO DE PARACATU-MG NO PERÍODO DE MARÇO A JUNHO DE 2015 Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II da Faculdade Tecsoma como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. ________________________________________ Mcs. Cláudia Peres da Silva Orientadora Temática ________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira Orientador Metodológico _______________________________________ Douglas Gabriel Pereira Professor Convidado _______________________________________ Leidiane Barcelos Professora Convidada Paracatu, 07 de dezembro de 2015. A Deus por me dar a força necessária para superar todos os desafios. AGRADECIMENTO Primeiramente agradeço а Deus pelo dom da vida. Ao mеυ pai Geraldo Gilson de Oliveira qυе apesar dе todas аs dificuldades mе fortaleceu е foi muito importante nessa caminhada. Agradeço а minha mãе Ângela Maria de Souza Oliveira pelo o apoio e incentivo nаs horas difíceis, de desânimo е cansaço. Obrigada minhas irmãs е sobrinhos que nоs momentos dе minha ausência dedicados ао estudo superior, sеmprе entenderam qυе о futuro é feito а partir dа constante dedicação nо presente. O que falar de você minha irmã Priscilla não tenho palavras para te falar apenas te agradecer que em todos os momentos me incentivou na minha trajetória acadêmica. Agradeço também ао mеυ namorado qυе dе forma especial е carinhosa mе dеυ força е coragem, mе apoiando nоs momentos dе dificuldades. Quero agradecer pela Faculade Tecsoma, sеυ corpo docente, direção е administração qυе oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro. Aos meus professores Claúdia Peres da Silva, Marden Mattos Junior e Douglas Gabriel Pereira, pela orientação, apoio е confiança. Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа educação nо processo dе formação profissional. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado. “O sucesso é uma consequência e não um objetivo.” (Flaubert, 1870). RESUMO A Infecção do trato urinário (ITU) é uma patologia frequente, que acomete pacientes em todas as idades, do neonato ao idoso. Na vida adulta, a incidência de ITU se eleva e ocorre mais no sexo feminino, com picos de maior acometimento no início ou relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa. A ITU é uma patologia que pode ser definida como a invasão microbiana de qualquer órgão do trato urinário desde a uretra até os rins. Este estudo trata-se de uma investigação descritiva, amostral, com abordagem quantitativa/qualitativa no período de março a junho de 2015, com um total de cinco mulheres Profissionais do Sexo pesquisadas, onde verificou-se a incidência de ITU neste público-alvo. Foi possível analisar o perfil sócio-demográfico, educacional e comportamental do grupo de estudo. Os resultados encontrados evidenciaram que 60% (n=3) das profissionais do sexo não apresentaram ITU, e 40% apresentaram (n=2) o que mostra a importância da efetivação de políticas públicas voltadas para as populações de risco. É imprescindível a participação de profissionais nas atividades de educação em saúde como multiplicador de informações, mediante o incentivo de uma prática sexual segura, valorizando e respeitando cada cliente, além de compreender o contexto social no qual ele está inserido. Palavras-chaves: Profissional do Sexo, Infecção do Trato Urinário, Doença Sexualmente Transmissível. ABSTRACT The Urinary tract infection (UTI) is a common condition that affects patients of all ages, from newborns to the elderly. In adulthood, the incidence of UTI rises and occurs more in women with higher incidence peaks at the beginning or related to sexual activity during pregnancy or menopause. The ITU is a condition that can be defined as the microbial invasion of any body of the urinary tract from the kidney to the urethra. This study deals with a descriptive, sample research with quantitative / qualitative approach in the period from march to june 2015, a total of five women Sex Workers surveyed, where it was found the incidence of UTI in this audience. It was possible to analyze the socio-demographic profile, educational and behavioral study group. The results showed that 60% (n = 3) of the sex workers showed no ITU, and 40% were (n = 2) which shows the importance of the effectiveness of public policies for risk populations. It is essential the participation of professionals in health education activities as a multiplier of information by encouraging a safe sexual practice, valuing and respecting each customer, and understand the social context in which it is inserted. Keywords: Sex professionals, Urinary tract infection, sexually transmitted disease. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Sistema Urinário ................................................................................... 32 FIGURA 2 – Esquema do meio de Rugai modificado por Pessoa e Silva (IAL) ....... 52 FIGURA 3 – Reação da bioquímica do Rugai Modificado por Pessoa e Silva ......... 53 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Coloração da Urina .............................................................................. 40 TABELA 2 – Cilindros .............................................................................................. 47 TABELA 3 – Cristais Normais na urina ácida .......................................................... 48 TABELA 4 – Cristais Normais na urina neutra ou alcalina ....................................... 49 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Faixa etária das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 .......................................................................................................................... 60 Gráfico 2 – Quantidade de Filhos das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015...................................................................................................... 61 Gráfico 3 – Renda mensal das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ..................................................................................................... 62 Gráfico 4 – Ciclo menstrual das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ..................................................................................................... 63 Gráfico 5 – Incidência de Infecção do Trato Urinário em Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ................................................................... 64 Gráfico 6 – Frequência de realização de exames laboratoriais das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 .............................................................. 65 Gráfico 7 – Uso de medicação pelas Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015...................................................................................................... 66 Gráfico 8 – Realização de tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DSTs em Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ............... 67 Gráfico 9 – Utilização de método contraceptivo de barreira pelas Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ............................................................. 68 Gráfico 10 – Frequência da higienização íntima após relações sexuais das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 ....................... 69 Gráfico 11 – Frequência de relações sexuais por dia das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n= 05), março/junho 2015 ................................................................. 70 LISTA DE SIGLAS CAPS – Centro de Atenção Psicossocial CLED – Ágar Cystine Lactose Electrolyte Deficient DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis EAS – Elementos Anormais e Sedimento ESF – Estratégia Saúde da Família HEFA – Hospital de Ensino da Faculdade Atenas ITU – Infecção do trato urinário PH – Potencial de Hidrogênio PS – Profissionais do Sexo SUS – Sistema Único de Saúde UFC – Unidades formadoras de colônia SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 27 1.1 Justificativa ....................................................................................................... 29 1.2 Objetivos ........................................................................................................... 29 1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 29 1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 29 2 SISTEMA URINÁRIO ............................................................................................ 31 2.1 Anatomia do Sistema Urinário ........................................................................ 31 2.2 Funções do Sistema Urinário ........................................................................... 34 2.3 Formação da urina pelos rins .......................................................................... 34 2.3.1 Filtração glomerular ...................................................................................... 35 2.3.2 Reabsorção tubular ....................................................................................... 36 2.3.3 Secreção tubular ........................................................................................... 36 2.4 Infecção do Trato Urinário ............................................................................... 36 2.4.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário .................................. 37 2.4.2 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário em Profissionais do Sexo ......................................................................................................................... 38 3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA ......................................................... 39 3.1 Urinálise ............................................................................................................ 39 3.2 Análise da Urina de Tipo I ou EAS .................................................................. 39 3.2.1 Exame físico da urina .................................................................................... 40 3.2.2 Exame químico da urina ............................................................................... 42 3.2.2.1 Potencial de Hidrogênio (pH) .................................................................... 42 3.2.2.2 Proteínas ..................................................................................................... 43 3.2.2.3 Glicose ........................................................................................................ 43 3.2.2.4 Cetonas ....................................................................................................... 44 3.2.2.5 Sangue oculto ............................................................................................. 44 3.2.2.6 Bilirrubina e Urobilinogênio ...................................................................... 45 3.2.2.7 Nitritos ......................................................................................................... 45 3.2.2.8 Esterase leucocitária .................................................................................. 46 3.2.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia) ............. 47 3.3 Urocultura ......................................................................................................... 50 3.4 Antibiograma .................................................................................................... 53 4 METODOLOGIA ................................................................................................... 54 4.1 Tipo de estudo .................................................................................................. 54 4.2 Caracterização da área de estudo .................................................................. 54 4.2.1 Local de estudo ............................................................................................. 54 4.2.2 ESF Amoreiras ............................................................................................... 55 4.3 Delimitação do público-alvo ............................................................................ 55 4.4 Critérios de inclusão e exclusão ..................................................................... 55 4.5 Análise estatística ............................................................................................ 56 4.6 Aspectos Éticos ............................................................................................... 56 4.7 Desenvolvimento do estudo ............................................................................ 56 4.7.1 Análise das amostras urinárias ................................................................... 57 4.8 Resultados esperados ..................................................................................... 58 5 RESULTADOS E DISCURSSÕES ....................................................................... 59 5.1 Perfil socioeconômico das Profissionais do Sexo ....................................... 59 5.2 Histórico pessoal, médico, hábitos de higiene pessoal e fatores de risco das Profissionais do Sexo .................................................................................... 62 5.3 Perfil sexual das Profissionais do Sexo ........................................................ 67 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 71 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 72 APÊNDICES ............................................................................................................ 77 1 INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) é uma doença que apresenta alta incidência de casos na clínica médica, pode ser definida como a invasão microbiana de qualquer órgão do trato urinário desde a uretra até os rins. Esta infecção pode afetar o rim, a pelve renal, os ureteres, a bexiga e a uretra, além das estruturas adjacentes, incluindo próstata e epidídimo, com isso merece grande atenção em pesquisas e estudos nas ciências médicas. (SATO; et al., 2005, p. 398). Segundo Lopes e Tavares (2005) a infecção urinária compromete somente o trato urinário baixo, denominada cistite, ou afeta simultaneamente o trato urinário inferior e o superior; assim, utiliza-se a terminologia infecção urinária alta, denominada pielonefrite. Segundo Roriz-Filho e outros (2010) a ITU pode ser sintomática ou assintomática, sendo denominada bacteriúria assintomática a ausência de sintomas. A ITU é caracterizada pelo crescimento bacteriano de pelo menos 105 unidades formadoras de colônias por ml de urina (100.000 ufc/ml) colhida em jato médio e de maneira asséptica, porém em paciente idoso, infecção crônica e uso de antimicrobianos pode ser valorizado crescimento bacteriano igual ou acima de 104 colônias (10.000 ufc/ml). Na bacteriúria assintomática é definida como a presença de, no mínimo, 10⁵ colônias/ml da mesma bactéria em pelo menos duas amostras de urina em paciente, habitualmente mulher, que não apresenta os sintomas de infecção urinária habituais. (LOPES, TAVARES, 2005). A ITU é uma patologia frequente, que acomete pacientes em todas as idades, do neonato ao idoso. Na vida adulta, a incidência de ITU se eleva e ocorre mais no sexo feminino, com picos de maior acometimento no início ou relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de ITU ao longo da vida. Essa maior susceptibilidade à ITU se deve ao fato da anatomia feminina no qual a uretra é mais curta e a maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra. (HEILBERG; SCHOR, 2003). Dados mostram que entre 2 a 4% das mulheres apresentam bacteriúria assintomática e muitas podem apresentar episódios repetidos de ITU sintomática; e ainda, 20% das mulheres jovens que apresentam o primeiro episódio de cistite voltam a apresentar novamente, na sua maioria sendo por reinfecção exógena e não por persistência da infecção anterior. (SOARES; NISHI; WAGNER, 2006, p. 85). As Profissionais do Sexo (PS) são uma população de alto risco para as doenças sexualmente transmissíveis (DST), devido ao elevado número de parceiros e relações sexuais, inclui também o consumo de drogas ilícitas e de bebidas alcoólicas, o baixo nível educacional e a marginalização socioeconômica. Outro fator é o descaso com as PS no qual têm recebido pouca atenção por parte dos órgãos de saúde pública, decorrendo daí uma grande carência de informações que permitam um melhor conhecimento de alguns aspectos ligados aos riscos a que são submetidos. (PASSOS, FIGUEIREDO, 2004). E Dachi et al. (2003) refere que mais de 95% das infecções urinárias são causadas por bactérias gram-negativo pelo Enterococcus fecalis e no caso das mulheres sexualmente ativas, também pelos Staphylococcus saprophyticus. Segundo Rodrigues e outros (2013) o sistema urinário é dividido em trato urinário superior que compreende os rins, pelve renal e ureteres; e o outro é o trato urinário inferior com a uretra e bexiga urinária, sendo que o conjunto formam e expelem a urina. Os rins são órgãos pares situados na região lombar; neles ocorre a produção de urina. Esta é um meio apropriado para o desenvolvimento de microrganismos, que sofre variação quanto a proliferação de acordo com as concentrações de ureia e ácidos, pH e hipertonicidade. O trato urinário é um sítio anatômico estéril, com exceção do meato uretral e uretra distal, regiões colonizadas principalmente por estafilococos, difteróides e outros comensais. Na ITU os agentes etiológicos da infecção são limitados a poucos microrganismos de crescimento rápido, incluindo Escherichia coli, Enterococcus spp, Klebsiella species, Enterobacter spp, Proteus spp, Staphylococcus saprophyticus e Pseudomonas spp, são encontradas em pacientes hospitalizados quanto da comunidade. Nos casos da comunidade, cerca de 80% das ITU não complicadas são causadas por Escherichia coli; e em pacientes hospitalizados deve-se incluir a Candida spp como potencial patógeno. A flora intestinal anaeróbia raramente é causa de ITU, apesar de ser 100 a 1.000 vezes mais freqüente que a E. coli na flora fecal. (BRANDINO, 2007). Os exames complementares utilizados para o diagnóstico de ITU incluem urina de rotina, urocultura, antibiograma; e em casos selecionados a hemocultura (em casos de pielonefrite) e exames de imagem: Ultrassonografia, Tomografia com computadorizada e Ressonância Magnética. (RORIZ-FILHO et al., 2010). 1.1 Justificativa A Infecção do Trato Urinário é uma patologia infecciosa muito comum na prática médica e acomete indivíduos em todas as faixas etárias com prevalência em mulheres com vida sexual ativa. Sendo assim, vê se a necessidade de realizar este estudo com Profissionais do Sexo residentes no bairro Amoreiras II do município Paracatu/MG, visto que o grupo estudado apresenta fatores de risco como multiplicidade de parceiros, condição socioeconômica baixa, precariedade de acesso no serviço público e informações de saúde. Portanto, os dados provenientes do estudo contribuirão para subsidiar as Políticas Públicas Municipais de controle de ITUs em Profissionais do Sexo, consequentemente melhorar a qualidade de vida das mulheres e diminuir os indicadores de morbidade associados. Visto que a presença de uma ITU aumenta de três a cinco vezes os riscos de se adquirir e transmitir a infecção por HIV principalmente entre mulheres jovens, tornando assim um problema de saúde que pode ser prevenido. (BARCELOS, et al, 2008). 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Verificar a incidência de Infecção do Trato Urinário em mulheres Profissionais do sexo. 1.2.2 Objetivos Específicos Realizar palestra instrucional para conhecimento do grupo e explicação sobre o estudo. Aplicar questionário para o levantamento dos dados, discutir os resultados e correlacioná-los com os fatores de risco desse grupo. Orientar sobre a maneira de realização da coleta da urina. Identificar a partir de análises laboratoriais do material biológico urina, possíveis alterações dos níveis de Profissionais do Sexo. Realizar a análises dos exames físicos, químicos, sedimentoscopia; a urocultura da urina e provas bioquímicas. Avaliar a contribuição do perfil sócio-demográfico e de saúde no aparecimento e desenvolvimento de infecções urinárias nesse grupo. Pesquisar e associar na literatura a relação da incidência de Infecções do Trato Urinário e Profissionais do Sexo. Analisar os resultados obtidos e encaminhá-los a Secretaria Municipal de Saúde para criação de políticas públicas. 2 SISTEMA URINÁRIO O sistema urinário 96é responsável por filtrar eliminar as substâncias consideradas tóxicas para o nosso organismo. As atividades metabólicas resultam na decomposição de proteínas, lipídios e carboidratos, acompanhados de liberação de energia e da formação de produtos que devem ser eliminados. (DANGELO; FATTINI, 2011, p.175). 2.1 Anatomia do Sistema Urinário O sistema urinário é composto por dois rins, duas uretras, uma bexiga e uma uretra (DANGELO; FATTINI, 2011, p.175). Os rins são dois órgãos em forma de um grão de feijão, coloração marromavermelhado, e a sua borda medial contém uma identificação, o hilo renal por onde a artéria renal penetra no rim e saem às veias renais e os ureteres. Estão situados na parede posterior da cavidade abdominal, apresenta aproximadamente 11 centímetros de comprimento, é envolvido por três camadas de tecidos a cápsula fibrosa, cápsula adiposa e a fáscia renal e possui três regiões o córtex renal, a medula renal e a pelve renal. (SPENCE; 1991, p. 576-577). Cada rim contém cerca de 1 a 1,5 milhão de unidades funcionais chamados néfrons; estes divide-se em néfrons corticais que são responsáveis pela remoção de resíduos de produtos e pela reabsorção de nutrientes; e néfrons justamedulares com a função de promover a concentração da urina. (STRASINGER, LORENZO; 2009, p.14). Cada néfron começa com uma área dilatada denominada glomérulo, seguido do túbulo contornado proximal, da alça de Henle e do tubo contornado distal. (GUYTON; HALL, 2008). O glomérulo é formado quando a arteríola aferente se divide em uma rede da alças constituída de 4 a 8 alças capilares na forma de tufo que invagina o epitélio da cápsula de Bowman de modo que ele tenha apenas uma camada de células epiteliais seu redor; assim, o glomérulo é constituído de capilares e uma membrana basal recoberta de células epiteliais especializadas denominadas de podócitos que estão separadas da cápsula remanescente por um espaço denominado de Bowman. (GUYTON; HALL, 2008). Os glomérulos renais filtram 125 mililitro (mL) de sangue por minuto. Este órgão é responsável pela formação e emissão de urina e funcionam como glândulas endócrinas, pois produzem a renina que controla a secreção de aldesterona; e são a principal fonte de produção de eritropoietina em adultos, que atua sobre as células da medula óssea vermelha para estimular a produção de hemácias. (Figura 01) (DANGELO, FATTINI, 2011, p.175). Figura 01 – Sistema Urinário Fonte: Pró Rim, 2014 p. 6. Os demais órgãos são associados à eliminação da urina os ureteres, bexiga urinária e uretra. (DANGELO, FATTINI, 2011, p.175). O ureter é um tubo muscular que une o rim à bexiga urinária pelo óstio uretral, possui um comprimento de aproximadamente 25 centímetros, devido ao seu trajeto distingue-se em três partes ureter abdominal, pélvica e intramural. (DANGELO, FATTINI, 2011, p.177). As paredes dos ureteres são formadas por três camadas a interna ou mucosa, a média ou muscular e a externa ou fibrosa. A mucosa apresenta uma camada superficial formada por epitélios de transição, que também é típico da bexiga urinária e da uretra. A camada muscular é capaz de realizar movimentos peristálticos, impedindo desta forma a urina em direção à bexiga. (SPENCE; 1991, p. 585). A bexiga urinária é revestida pelo tecido epitelial de transição é um epitélio estratificado cuja camada mais superficial é formada por células globosas, nem pavimentosas nem prismáticas, a forma dessas células muda de acordo com o grau de distensão da bexiga, podendo as células ficar achatadas quando a bexiga estiver cheia. É órgão muscular cavitário com o formato de uma bolsa, localizada posteriormente à sínfise púbica com a função de reservatório da urina, tem a capacidade aproximadamente de 500 mL, porém ocorre o desejo de micção com um volume de 350 mL. (DANGELO, FATTINI, 2011, p.178). A bexiga possui um corpo, um fundo (porção póstero-inferior), um colo (a parte que envolve o óstio interno da uretra) e um ápice (voltado em direção anterior). Possui três orifícios que são denominados óstios do ureter e óstio interno da bexiga; estes limitam o trígono da bexiga cuja superfície mucosa é lisa e plana. (DANGELO, FATTINI, 2011, p.178). A uretra último segmento das vias urinárias, em ambos os sexos é um tubo mediano que estabelece a comunicação entre a bexiga urinária e o meio exterior. (DANGELO, FATTINI, 2011, p.179). Consiste em um tubo muscular, formado por uma membrana mucosa, que sai da face inferior da bexiga urinária e transporta a urina para o meio externo; na junção da uretra com a bexiga, a musculatura lisa da bexiga circunda a uretra e atua com um esfíncter chamado esfíncter interno da uretra, que tende a manter a uretra fechada. (SPENCE; 1991, p. 589). Como a uretra atravessa o assoalho da pelve, diafragma urogenital, ela é circundada por musculatura estriada esquelética quer forma o esfíncter externo. No sexo feminino, a uretra é curta, aproximadamente 4 centímetro, e se situa anteriormente a vagina abrindo-se no exterior através do óstio externo da uretra, que se localiza entre o clitóris e o óstio da vagina. (SPENCE; 1991, p. 589). 2.2 Funções do Sistema Urinário Segundo Strasinger e Lorenzo (2009) as funções do sistema urinário são: Excreção de metabólitos e antígenos – os rins são o principal mecanismo para eliminar metabólitos desnecessários ao organismo. Regulação da pressão arterial – os rins regulam a pressão arterial por meio da excreção das quantidades variáveis de sódio e de água. Regulação do equilíbrio ácido-base – através da excreção de ácidos e da regulação de reservas de tampões nos líquidos corporais. Regulação da síntese de eritrócitos – essa função é dependente da produção do hormônio renal eritropoietina, a qual estimula a produção de hemácias. Regulação da produção da 1,25-diidroxivitamina D3 – os rins produzem a forma ativa da vitamina D, a qual tem importante papel na regulação do cálcio e do fosfato. Gliconeogênese – durante jejum prolongado, os rins produzem glicose a partir de aminoácidos e de outros precursores. 2.3 Formação da urina pelos rins A urina é composta por água, ureia, ácido úrico, creatinina, sódio, potássio, cloreto, cálcio, magnésio, fosfatos, sulfatos e amônia; também pode conter estruturas cilindros, cristais, células sanguíneas e células epiteliais. (MUNDT, SHANAHAN; 2012, p. 22). A urina é constituída por uréia e outras substâncias químicas orgânicas e inorgânicas dissolvidas em água; podem ocorrer grandes variações na concentração dessas substâncias, devido à influências de fatores como ingestão alimentar, atividade física, metabolismo orgânico, função endócrina e até mesmo posição do corpo. A uréia, resíduo metabólico produzido no fígado a partir da utilização de proteínas e aminoácidos, representa quase metade dos corpos sólidos dissolvidos na urina. O principal componente inorgânico dissolvido na urina é o cloreto, seguido pelo sódio e potássio. Também estão presentes outros compostos químicos inorgânicos, em quantidade ínfimas. Outras substâncias encontradas são: hormônios, vitaminas e medicamentos. A urina também pode conter elementos que não fazem parte do filtrado plasmático inicial, como células, cristais, muco e bactérias, que em níveis elevados, podem ser indício de doença. (GUYTON & HALL, 2002). A formação de urina ocorre a partir dos seguintes mecanismos: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. (GUYTON, HALL; 2008). 2.3.1 Filtração glomerular Como o sangue circula através dos rins, uma quantidade de plasma é filtrada para fora do sistema vascular através do endotélio fenestrado, lâmina basal e membranas fendilhadas, para o interior da cápsula do glomérulo do túbulos renais. (SPENCE; 1991, p. 584). A membrana do glomérulo é formada por três camadas: camadas de células endoteliais, que é a mais interna; membrana basal, a camada intermediária, formada por proteoglicanos e fibras colágenas e por último, camada de células epiteliais, a mais externa formada por prolongamentos digitiformes estes prolongamentos ficam interdigitados com as células adjacentes, abrindo fendas nos prolongamentos contínuos, possibilitando a passagem de líquido para a cápsula de Bowman. (GUYTON & HALL, 2008). A membrana glomerular possui uma particularidade importante que é ser extremamente permeável à água e a pequenos solutos moleculares; é impermeável a célula sanguínea e quase impermeável às proteínas. A pressão hidrostática (originada pelo tamanho menor das arteríolas eferentes e capilares glomerulares) intensifica a filtração; a pressão vence as pressões opostas vindas do líquido presente na cápsula de Bowman e da pressão colóide das proteínas plasmáticas não filtradas presentes nos capilares glomerulares. (GUYTON & HALL, 2008). 2.3.2 Reabsorção tubular A reabsorção tubular é estabelecida tanto por transporte ativo como por transporte passivo, assim quando o ultrafiltrado plasmático entra nos túbulos proximais, por transporte ativo: aminoácidos, ácido úrico, bicarbonato, cálcio, fosfato, magnésio e sulfato, enquanto, a reabsorção de água, cloretos, ácidos fracos não ionizados e ureia ocorrem por transporte passivo. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Esse é um processo muito importante, pois as substâncias essencias, de baixo peso molecular contidas no ultrafiltrado podem ser reabsorvidas pelos rins. O ultrafiltrado plasmático entra nos túbulo contorcido proximal e a reabsorção de determinadas substâncias começa através de mecanismos de transporte celular, conhecidos como transportes ativo e passivo. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.3.3 Secreção tubular A secreção tubular se dá dos capilares peritubulares para a luz dos túbulos e é considerada uma forma de eliminação de material não filtrado pelos glomérulos e manutenção do equilíbrio ácido base. As funções são eliminar resíduos não filtrados pelos glomérulos; regular o equilíbrio ácido básico do organismo (secreção de íons hidrogênio). (STRASINGER; LORENZO, 2009). Substâncias como medicamentos, não são filtrados pelo glomérulo por serem ligadas a proteínas plasmáticas; quando substâncias ligadas a proteínas entram nos capilares peritubulares, acabam dissociando-se de suas proteínas, transportando-se para o filtrado pelas células tubulares. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 2.4 Infecção do Trato Urinário A Infecção do trato urinário (ITU) é um sítio frequente de infecção tanto em pacientes da comunidade como em pacientes internados em hospitais, representando uma das principais causas de infecção nosocomial. (RORIZ-FILHO, 2010). O sexo feminino é mais vulnerável do que o sexo masculino para ocorrência de infecção urinária, as mulheres adultas têm 50 vezes mais chances de adquirir ITU do que os homens. A principal rota de contaminação do trato urinário é por via ascendente. (RORIZ-FILHO, 2010). As mulheres são mais suscetíveis á infecção por causa da proximidade do ânus com o meato uretral em virtude da uretra curta, característica da genitália feminina. (POTTER; PERRY, 2004). As ITUs podem ser sintomática ou assintomática, recebendo na ausência de sintomas a denominação de bacteriúria assintomática; quanto à localização, é classificada como baixa ou alta. A ITU pode comprometer somente o trato urinário baixo denominado cistite, ou afetar simultaneamente o trato urinário inferior e o superior, configurando infecção urinária alta, denominada de pielonefrite. (RORIZFILHO, 2010). A sintomatologia habitualmente que manifesta na cistite são disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica; e já na pielonefrite se inicia geralmente com quadro de cistite, sendo frequentemente acompanhada de febre elevada, geralmente superior a 38°C, associada a calafrios e dor lombar uni ou bilateral; sendo assim, febre, calafrios e dor lombar formam a tríade de sintomas característicos da pielonefrite, estando presentes na maioria dos casos. (RORIZFILHO, 2010). Os agentes etiológicos mais frequentemente causadores de ITU adquirida na comunidade são a Escherichia coli, o Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o Enterococcus faecalis. A E. coli, sozinha, responsabilizase por 70% a 85% das infecções do trato urinário adquiridas na comunidade. A ITU é adquirida no ambiente hospitalar, em paciente internado, os agentes etiológicos são bastante diversificados, predominando as enterobactérias, com redução na frequência de E. coli (embora ainda permaneça habitualmente como a primeira causa), e um crescimento de Proteus sp, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp., Enterobacter sp., Enterococcus faecalis e de fungos, com destaque para Candida sp. (RORIZ-FILHO, 2010). 2.4.1 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário São vários os fatores de risco que favorecem o aparecimento de, sua reicidiva ou reinfecção, como o gênero, atividade sexual, gravidez, obstrução intestinal, refluxo vésico-uretral, refluxo calicotubular ou intarrenal, diabete melito, isquemia renal, diminuição da resposta imunitária (desnutrição) e também instrumentação cirúrgica. (GODOY, 2006). 2.4.2 Fatores predisponentes à infecção do trato urinário em Profissionais do Sexo Segundo Salmeron e Pessoa (2012) Profissional do sexo designa uma pessoa que faz sexo de forma impessoal por uma determinada quantia de dinheiro ou troca por qualquer outro bem. O gênero e a atividade sexual deixa mais propensa a uretra feminina à colonização com bacilos Gram-negativos, devido a sua proximidade com o ânus e de sua terminação por de baixo dos grandes lábios. Assim, a relação sexual é responsável pela introdução de bactérias na bexiga, se tornando a causa mais comum. A chance de uma mulher contrair infecção do trato urinário aumenta com a atividade sexual intensa, o que deixa as profissionais do sexo mais susceptíveis a ITU. (STAMM, 2009). 3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA URINA Para obter uma amostra que seja realmente representativa do estado metabólico do paciente, muitas vezes é necessário controlar certos aspectos da coleta, como hora, duração, dieta e medicamentos ingeridos e método de colheita. Os tipos de amostra de urina são aleatória; primeira da manhã; jejum (segunda da manhã); duas horas pós-brandial; teste de tolerância à glicose; 24 horas (ou concentrada); cateterizada; jato médio, com assepsia; punção suprapúbica; e coleta em três frascos. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.1 Urinálise A urinálise é uma forma de triagem que fornece informações importantes, de forma rápida e econômica para diagnóstico e monitoramento de doenças renais e do trato urinário e para detecção de doenças sistêmicas e metabólicas não diretamente relacionadas com o rim. (FUNCHAL; MASCARENHAS; GUEDES, 2008). 3.2 Análise da Urina de Tipo I ou EAS O exame de urina, também denominado urina tipo I ou EAS (Elementos Anormais e Sedimento), compreende análises físicas, químicas e microbiológicas, que avaliam a função renal. (NEVES, 2011). A análise de urina tipo I é um método diagnóstico para avaliar e acompanhar os vários distúrbios do sistema urinário. (HENRY, 2008). O exame da urina tipo I inclui o exame das características físicas como a cor, aspecto e gravidade específica; características químicas, incluindo pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue, bilirrubina, nitrito, esterase leucocitária e urobilinogênio; e estruturas microscópicas no sedimento. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Para realização do EAS a amostra mais utilizada é a primeira urina da manhã, pois essa amostra costuma ser mais concentrada e ter o pH ácido, o qual ajuda a conservar as células presentes. A urina deve ser examinada imediatamente após a micção, pois depois das 2 horas pode haver contaminação por bactérias, dissolução de células e cilindros, alteração no equilíbrio acidobásico; e a formação de cristais (NEVES, 2011). O indivíduo deve proceder à coleta realizando a higiene das mãos e após da região íntima e em seguida desprezar o primeiro jato e coletar o jato médio no frasco. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.1 Exame físico da urina O exame físico da urina inclui a determinação da cor, do aspecto e da gravidade específica; a observação dessas características fornece informações preliminares relativas a distúrbios como hemorragia glomerular, hepatopatia, erros inatos do metabolismo e infecção do trato urinário. (STRASINGER; LORENZO, 2009). A urina normal apresenta uma grande variedade de cores determinada, principalmente por sua concentração; a coloração pode variar de amarelo claro a âmbar escuro, depende da concentração de pigmentos urocromo (amarelo), e em menor extensão, urobilina (laranja) e uroeritrina (vermelho). (MUNDT; SHANAHAN, 2012). A coloração da urina depende da concentração de urinária e também o grau de hidratação da pessoa. Uma urina muito pálida ou incolor é muito diluída e pode resultado elevado consumo de líquidos, medicação diurética, diuréticos naturais como café e álcool e doenças como diabetes melito e diabetes insípido. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Tabela 1 – Coloração da urina Coloração Significado clínico Amarelo pálido Urina diluída (diabetes, consumo excessivo). Amarelo Urina normal Âmbar Urina concentrado, pigmentos de bilirrubina Imagem (continua) Coloração Significado clínico Verde Porfirinas, mioglobina, hemoglobina, medicações Vermelho/rosa Medicações, mioglobina, porfirinas, hemoglobina Laranja Medicações Preto Ácido melanina (continuação) Imagem homogentísico, Fonte: Adaptado de ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011, p. 471. O volume depende de vários fatores como ingestão de líquidos, quando que o rim necessita eliminar, equilíbrio acidobásico; o indivíduo adulto elimina em torno de 18,5 mL por quilograma nas 24 horas, o que representa em média 800 a 1.500 ml/dia. (NEVES, 2011). A oligúria é a excreção de menos de 500 ml de urina em 24 horas enquanto a anúria é a supressão quase total da formação de urina. É já a produção de 2000 ml de urina em 24 horas é denominada poliúria. A noctúria é a excreção noturna de mais de 500 ml de urina, com uma gravidade específica inferior a 1,018. (HENRY, 2008). O odor não é relatado rotineiramente, porém pode ser importante como em casos que possa ajudar no diagnóstico. Normalmente, logo após a micção a urina possui um odor aromático e não desagradável; assim a mudança no odor da urina pode ser causado devido a doenças, dietas ou presença de microrganismos. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). As cetonas exibem odor adocicado ou frutuoso que são encontrados em pacientes com diabetes descompensada e uma amostra contaminada por bactérias pode exibir odor pungente devido à amônia produzida. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). A concentração é avaliada pela gravidade específica que corresponde à razão entre o peso de um volume de urina e o peso do mesmo volume de água destilada a uma temperatura constante; portanto, é um indicador da concentração de matéria dissolvida na urina. Assim é utilizada para medir a capacidade de concentração e diluição dos néfrons em seu esforço para manter a homeostase corporal. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). A variação normal da densidade de uma amostra aleatória é de 1.003 a 1.035, embora em caso de hidratação excessiva a leitura possa chegar a 1.001 (a água corresponde a 1.000), indica a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina, varia de acordo com o volume e a quantidade de solutos excretados. Existem tiras reagentes que contêm um campo com reagente para medir a gravidade específica, baseia-se na alteração do pKₐ de determinados polieletrólitos prétratados em relação à concentração iônica. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). 3.2.2 Exame químico da urina O exame de urina inclui testes químicos para pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue oculto, bilirrubina, urobilinogênio, nitrito, esterase leucocitária, e um método com tira reagente para gravidade específica. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Uma tira reagente consiste em uma tira estreita de plástico com pequenos campos afixados; cada campo contém reagentes para uma reação distinta, permitindo a realização simultânea de vários testes; logo, as cores que são geradas em cada campo variam conforme a concentração do fator analisado. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Os dois principais tipos de tiras de reagentes são fabricados sob os nomes comerciais Multistix (Siemens Medical Soluntions Diagnostics) e Chemstrip (Roche Diagnostics). (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.2.1 Potencial de Hidrogênio (pH) Uma das funções do rim consiste em auxiliar na manutenção do balanço ácido-base do organismo. O pH (concentração de íons de hidrogênio) da urina pode variar de 4,6 a 8,0, porém a média é cerca de 6,0 de modo apresenta-se ligeiramente ácido. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Na análise da fita reativa, o resultados que poderão ser obtidos são o vermelho de metila haverá mudança da cor vermelha para amarela na faixa de pH entre 4 e 6; e o azul de bromotimol vira de amarelo para azul na faixa entre 6 e 9; assim, na faixa de pH entre 5 e 9, medida pela tira reagente, observa-se cor laranja em pH 5, que muda a amarela e verde para azul intenso em pH 9. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.2.2 Proteínas A determinação de proteínas é o melhor indicador de doença renal. A proteinúria é associada com doença renal precoce. A urina normal contém muito pouca proteína, normalmente, menos de 10 mg/dl ou 100 mg por 24 horas excretadas. A principal proteína presente na urina, em condições normais, é a proteína de Tamm-Horsfall. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Na almofada para avaliar a presença de proteínas apresenta-se o azul de tetrabromofenol ou 3’,3’,5’, 55’’- tetraclorofenol-3, 4, 5, 6 - tetrabromossulfonftaleína e um tampão ácido para manter o ph em nível constante. No ph nível 3, ambos os indicadores são amarelos na ausência de proteínas; no entanto, quando a concentração das proteínas ausenta, a cor evolui em vários tons de verde e, finalmente, para o azul (STRASINGER; LORENZO, 2009). O método de tira reagente é muito sensível à albumina, a principal proteína excretada como resultado de lesão ou doença glomerular. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). 3.2.2.3 Glicose A análise da presença de glicose na urina é frequentemente utilizado para detecção e acompanhamento de diabetes melito. (STRASINGER; LORENZO, 2009). A fita reativa é específica para a glicose e não reagirá com outro açúcar; assim a almofada de reagente para glicose contém as enzimas glicose oxidase e peroxidase e mais um cromógeno, substância que produz cor na reação química. Essas enzimas reagem com a glicose na urina para modificar a cor da almofada de reagente. A intensidade da cor formada é proporcional à concentração de glicose. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). Em circunstância normais, quase toda glicose filtrada pelo glomérulo é reabsorvido no túbulo contornado proximal; consequentemente, a urina contém apenas pequena quantidade de glicose. A reabsorção tubular de glicose é por transporte ativo, em resposta à necessidade do organismo de manter concentração adequada de glicose. Caso os níveis sanguíneos de glicose se tornem elevados (hiperglicemia), como ocorre no diabetes mellitus. O nível sanguíneo no qual a reabsorção tubular cessa (limiar renal) para a glicose e de, aproximadamente, 160 a 180 mg/dl. Níveis de glicemia flutuam, e uma pessoa normal pode ter glicosúria após uma refeição com teor elevado de glicose. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.2.4 Cetonas As cetonas representam os produtos acetona, ácido acetoacético e ácido beta-hidroxibutírico; a quantidade de cetona mensurada não aparece na urina, porque a gordura metabolizada é completamente decomposta em dióxido de carbono e água. Porém, quando utilizamos o carboidrato como a principal fonte de energia, o estoque de gordura é metabolizado como fonte energética; assim as cetonas são detectadas na urina. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Na fita reagente as almofadas para cetonas detectam o ácido acetoacético e/ou a acetona. O teste para cetonas é baseado na reação das cetonas com o nitroferricianeto de sódio presente na almofada de reagentes, resultando na formação de uma cor rosa-escura. (ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011). 3.2.2.5 Sangue oculto Os métodos utilizados na análise de sangue na urina são capazes de detectar quantidades mínimas não visualizadas macroscopicamente (MUNDT; SHANAHAN, 2012). O sangue pode estar presente na urina sob a forma de glóbulos vermelhos intactos (hematúria) ou como produto da destruição de glóbulos vermelho no sangue, hemoglobina (hemoglobinúria). Portanto, testes químicos para hemoglobina fornecem os meios mais exatos para determinar a presença de sangue; quando o sangue é detectado, o exame microscópio pode ser utilizado para diferenciar a hematúria da hemoglobinúria. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Na tira reagente o procedimento é baseado na atividade do tipo peroxidase da hemoglobina e da mioglobina, que catalisa a oxidação de um cromógeno por um peróxido orgânico. A maioria das tiras reagentes é capaz de detectar hemácias intactas, bem como hemoglobinas e mioglobinas livres. A hemoglobina liberada reage com o reagente, resultando em pontos verdes sobre um fundo amarelo ou laranja. (STRASINGER; LORENZO, 2009). A presença de hemácias intactas resultará em reação de pontos verdes, ao passo que a hemoglobina e a mioglobina livres originarão uma cor uniforme verde ou de verde azul escuro. Resultados falso-positivos ocorrem quando a urina está contaminada com sague menstrual. Amostras conservadas com formalina originarão falso-negativo. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.2.6 Bilirrubina e Urobilinogênio A bilirrubina é formada pela degradação da hemoglobina no sistema reticuloendotelial, se liga à albumina, para ser transportada até o fígado onde a bilirrubina é removida pelas células parenquimatosas e conjugada ao ácido glicurônico, originando diglicuronídeo de bilirrubina (MUNDT; SHANAHAN, 2012). O aparecimento da bilirrubina na urina pode fornecer indicação precoce de doença hepática; muitas vezes, é detectada muito antes do desenvolvimento de icterícia. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Na banda da tira reativa a bilirrubina se combina com o sal 2,4-dicloroanilina diazônio ou com 2,6-diclorobenzeno-diazônio-tetrafluoroborato em meio ácido para produzir um azodye, com cores que variam em graus crescentes de castanho amarelado ou rosa até violeta, respectivamente. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). A bilirrubina conjugada pode ser excretada através do ducto biliar para o intestino; assim, as bactérias intestinais convertem a bilirrubina em uma combinação de urobilinogênio e estercobilinogênio. O urobilinogênio apresenta na urina, porque quando o sangue que circula no fígado passa através dos rins e é filtrado pelo glomérulo. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.2.7 Nitritos O teste para nitritos oferece um método rápido de triagem para presença de ITU detectando precocemente bacteriúrias significantes e assintomáticas (STRASINGER; DI LORENZO, 2009). Organismos comuns capazes de causar infecções do trato urinário, como Escherichia coli, espécie de Enterobacter, Citrobacter, Klebiella e Proteus, produzem enzimas que reduzem o nitrato urinário em nitrito; assim a urina deve permanecer na bexiga por mínimo 4 horas, justificando a escolha da primeira urina da manhã como amostra para o exame (MUNDT; SHANAHAN, 2012). O teste de nitrito é importante para detectar infecção inicial da bexiga (cistite), pois, muitas vezes, os pacientes são assintomáticos. Portanto, a detecção de bacteriuria pela utilização do teste de triagem de nitrito e subsequente terapia antibiótica podem evitar essas complicações graves. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Na detecção de nitrito na urina utilizam ácido p-arsanílico e um composto de quinolina. O nitrito reage com o ácido p-arsanílico, originando um composto diazônico; assim, esse composto associa-se a quinolina, produzindo uma cor rosa. Qualquer tonalidade rosa uniforme deve ser interoretada como teste positivo para nitrito, sugerindo a presença de 10⁵ ou mais organismos por mililitro. Pontos cor-derosa ou bordas cor-de-rosa não devem ser considerados como resultado positivo. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). É válido ressaltar que a urina deve ser testada logo após a micção, pois se mantida por várias horas à temperatura ambiente propicia o crescimento de organismos, originando nitrito, isso pode ser um resultado falso-positivo. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). 3.2.2.8 Esterase leucocitária Leucócitos podem ser encontrados em qualquer fluído corporal, o tipo mais observado em uma amostra de urina é o neutrófilo, normalmente em baixos números; porém níveis aumentados destes indicam infecção do trato urinário, sua presença é indicada por um teste positivo para esterase leucocitária. Em amostras de jato médio apresenta os valores de referência para normalidade 5 leucócitos/campo ou 5.000 leucócitos/ml. (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Na esterase leucocitária para catalisar a hidrólise de um éster embebido na almofada reagente para produzir composto aromático e ácido. O composto aromático combina-se com um sal diazônio presente na almofada e produz diazo púrpura. A presença de agentes oxidantes fortes ou de formalina no recipiente de coleta leva a resultados falso-positivos. (STRASINGER; LORENZO, 2009). Assim, resultado falso-negativos podem ocorrer na presença de altas concentrações de proteínas (maiores que 500 mg/dl), glicose (mais de 3 g/dl), ácido oxálico e ácido ascórbico. Nessa reação, o ácido ascórbico também combina com o sal diazônio. (STRASINGER; LORENZO, 2009). 3.2.3 Exame microscópico do sedimento da urina (sedimentoscopia) O exame microscópio do sedimento urinário é realizado apenas em amostras que reúnam critérios especificados, pois muitos laboratórios devido ao custobenefício tem-se utilizado a triagem macroscópica. (STRASINGER; LORENZO, 2009). O sedimento da urina normal pode conter uma variedade de elementos, desde aparecimento de pequeno número de GVs, GBs e cilindros, do mesmo modo, que algumas amostras não contém nada além de raras células epiteliais ou filamentos de muco. (STRASINGER; LORENZO, 2009). No exame microscópico utiliza-se a primeira urina da manhã coletando o jato médio e análise recente, caso contrário os elementos organizados cilindros, hemácias, leucócitos perdem sua estrutura normal o que dificulta a identificação. (LIMA et al., 2010). Os cilindros urinários são formados no lúmen dos túbulos renais e assim chamados pelo fato de serem moldados no interior dos túbulos. São de origem renal e correspondem a importantes indicadores de doença renal intrínseca; distúrbios nos quais pode haver a presença de cilindros incluem dano glomerular, dano tubular, inflamação renal e infecção renal (Tabela 02) (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Tabela 2 – Cilindros Tipos Hialinos Características Transparentes, incolores, mais facilmente observados quando a luz do microscópio é reduzida e/ou o condensador é abaixado. Significado clínico Pacientes com insuficiência cardíaca, pielonefrite, estresse e exercício. Imagem (continua) Tipos Granulares Cerosos Características Significado clínico Contém partes de Paciente com células desintegradas glomerulonefrite que aparecem como e pielonefrite. grânulos finos definidos ou grossos envolvidos na proteína. (continuação) Imagem Têm um traçado Pacientes com irregular e acredita-se doença renal que sejam cilindros crônica. velhos que foram formados devido à estase tubular prolongada. Fonte: Adaptado de ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; STRASINGER, LORENZO, 2009, p. 499. Cristais não são geralmente encontrados em urina recém-eliminada, contudo torna-se presentes se a urina permanecer por determinado período, os cristais frequentemente encontrados em urina ácida consistem em ácido úrico, oxalato de cálcio e uratos amorfos (Tabela 03) (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Tabela 3 – Cristais normais na urina ácida Características Significado Clínico Uratos São chamados de Paciente com amorfos amorfos porque não gota. têm nenhuma forma específica, quando tem presença de urato amorfos no sedimento após centrifugado pode ter aparência rosada a olho nu. Oxalato de O oxalato de cálcio Podem estar cálcio forma de cristais presente em incolores, refringentes pacientes com e octogonais. Os intoxicação po cristais de oxalato de etilenoglicol, cálcio também podem diabetes melito, ser vistos na urina com doenças hepáticas ph neutro. e doença renal crônica grave. Tipos Imagem (continua) Tipos Ácido úrico Características Significado Clínico Pode formar cristais amareloamarronzados, com varias formas, os cristais de acido úrico também são vistos em pacientes com gota. Níveis aumentados de purinas e ácidos nucleicos e é observado em paciente com leucemia recebem quimioterapia. (continuação) Imagem Fonte: Adaptado de ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; STRASINGER, LORENZO, 2009, p.501. Os cristais que podem ser encontrados em urina alcalina incluem fosfatos triplos, fosfato amorfos, carbonato, carbonato de cálcio, fosfato de cálcio e biuratos de amônio, também denominados uratos de amônio (Tabela 04) (MUNDT; SHANAHAN, 2012). Tabela 4 – Cristais normais na urina neutra ou alcalina Tipos Fosfatos amorfos Fosfato triplo Características Significado clínico Aparecem como Não exibem precipitados brancos importância no sedimento da clínica. urina centrifugada, microscopicamente, aparecem como partículas incolores, amorfas e granulares. Cristais de fosfato de Pacientes com amônio e magnésio pielite crônica, no sedimento cistite crônica, chamados de cristais próstata de fosfato triplos, aumentada, além possuem seis lados, de casos quando são prismas muito a urina é retida refringentes e na bexiga. incolores. Muitas vezes são descritos como tampa de caixão. Imagem (continua) Tipos Características Significado clínico Não têm nenhum significado clínico, apenas em casos de cálculos renais. (continuação) Imagem Fosfato de Os fosfato de cálcio cálcio tem o formato de chapa grande, chats e finas que podem parecer grânulos e ser confundidas com células epiteliais escamosas. Carbonato O carbono de cálcio Não exibem de cálcio forma cristais importância pequenos, incolores, clínica. em forma de haltere ou em forma de folha. Biurato de Os cristais de biurato Não exibem amônio de amônio também importância são chamados de clínica. maçãs com espinhos porque eles aparecem como esferas marronsamareladas com projeções espinhosas. Fonte: Adaptado de ESTRIDGE; REYNOLDS, 2011; STRASINGER, LORENZO, 2009 p. 501. 3.3 Urocultura A cultura de urina quantitativa, avaliada em amostra de urina colhida com a higienização correta, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o agente etiológico causador da infecção e fornecer informações para a conduta terapêutica. Sua importância crescerá quando, diante de falha da terapia empregada no tratamento de uma infecção, possibilitará a realização do teste de sensibilidade in vitro (antibiograma), que orientará uma nova conduta terapêutica. (LOPES, TAVARES; 2005). O meio de Ágar MacConkey é destinado ao crescimento de bactérias Gram negativas e verificar a fermentação ou não da lactose; constitui um meio seletivo pela presença de sais biliares, cristal violeta e NaCl para o isolamento de bacilos Gram negativos, principalmente as enterobactérias (Salmonellas, Shigellas e bactérias coliformes). Diferencia as bactérias fermentadoras de lactose (colônias vermelho tijolo a rosa, opacas se o crescimento for denso, podem estar rodeadas por zonas de precipitado de bile, possibilidade: E. coli, Klebsiella spp, Enterobacter spp) das não fermentadoras de lactose (colônias transparentes a incolore, observadas melhor a luz transmitida; possibilidades: Salmonella spp, Proteus ssp e Edwardsiella) pela presença de lactose e vermelho neutro na composição do produto. (OPLUSTIL, 2010). O CLED (Cristina Lactose-Eletrólito-Deficiente) é um meio de isolamento primário rotineiramente mais empregado, sendo que este fornece uma diferenciação colonial baseada na fermentação da lactose pelos bacilos gram-negativos. Neste meio desenvolve-se grande maioria das bactérias patogênicas urinárias, permitindo inclusive identificar suas respectivas colônias. A presença de bactérias contaminadas como difteróides, lactobacilos e outros informa sobre os cuidados que foram tomados ou não, quando da coleta da amostra de urina. (ALBINI, SOUZA, CARVALHO, 2006). A amostra dever ser semeada com alça calibrada de 10 µL em Ágar CLED; pode-se optar por semear em Ágar sangue e ágar MacConkey. A opção de laminocultivo deve ser considerada pelo laboratório, bem como o uso de meios cromogênicos, levando em conta o volume de exames, experiência dos profissionais no uso e na interpretação desses meios. Para urinas com suspeita de elevada contagem ou infecção mista, pode-se semear com alça de 1 µL. Os procedimentos para semeadura em meios de cultura são qualitativa e quantitativa. Na semeadura qualitativa organizam-se as placas, pré-aquecidas em estufa (ideal para fastidiosos), ou à temperatura ambiente, sobre a bancada conforme o material a ser semeado; identifica-se com o número da amostra e iniciais do paciente; separa-se as lâminas correspondentes a cada exame, a serem preparadas e identificadas; homogeneiza-se o material, quando líquido (urina, líquido cefalorraquidiano, sangue, pleural, etc.); e procede-se uma semeadura que permita o crescimento de colônias isoladas. E a semeadura quantitativa baseia-se na semeadura de um volume conhecido de material e a contagem do número de UFC (unidades formadoras de colônia) obtidas após incubação; utilizam-se dois artifícios para o efeito de diluição do material, uso de pequenos volumes: normalmente de 1, 10 ou 100 µL. A identificação das bactérias pode ser feita através dos métodos catalase, coagulase e oxidase. A catalase é uma enzima que decompõe o peróxido de hidrogênio (H₂O₂) em água e oxigênio, utilizada para identificar Staphylococcus, Streptococcus, Enterococcus e outras. A coagulase verifica a capacidade de microrganismos reagirem com o plasma e formarem um coágulo, uma vez que a coagulase é uma proteína com atividade similar à protombrina, capaz de converter o fibrinogênio em fibrina, que resulta na formação de um coágulo visível. O meio IAL/Rugai foi elaborado para triagem de enterobactérias e consiste de nove provas em apenas um tubo de ensaio: indol (tampa), fermentação de sacarose, fermentação de glicose, produção de gás, fenilalanina, uréia, H2S, lisina e motilidade (Figura 2). Baseados nestas provas é possível identificar as seguintes bactérias: E. coli, Shigella, Enterobacter, Klebsiella, Providencia ssp., Morganella morganni, Proteus, Salmonella, Citrobacter, Serrati, Vibrio e não fermentadoras. (LEVY, 2004). Figura 2 – Esquema do meio de Rugai modificado por Pessoa e Silva (IAL) Fonte: LEVY, 2004, p. 09. A leitura é baseada na reação bioquímica dos substratos (Figura 03) (LEVY, 2004). Figura 3 – Reação do bioquímica do Rugai Modificado por Pessoa e Silva Fonte: LEVY, 2004, p.10. 3.4 Antibiograma O método do antibiograma consiste na técnica de testar a sensibilidade dos microrganismos a uma série de antibióticos. (GILLESPIE, 2006). O antibiograma permite classificar as bactérias como sensíveis, com sensibilidade intermediária ou resistentes aos antimicrobianos. Na aplicação desse método usam-se critérios bacteriológicos precisos para o isolamento, obtenção do inóculo e semadura dos microrganismos, bem como um número variável de discos estabelecidos em função da espécie microbiana e da infecção ou doença que provoca. Assim, visando a confiabilidade do método, deve-se atentar para os seguintes fatores interferentes: tipo de meio de cultura, inóculo, conservação dos discos de antibiótico, condições de incubação (atmosfera de O₂, temperatura e tempo). (UFMG, 2012). 4 METODOLOGIA A Metodologia Científica fundamenta-se em técnicas para nortear procedimentos sistemáticos e racionais. 4.1 Tipo de estudo Trata-se de um estudo descritivo, amostral, com abordagem quantitativa/qualitativa. O estudo descritivo tem a finalidade de informar sobre a distribuição de um evento na população, em termos quantitativos; aborda quatro aspectos a descrição, registro, análise, e interpretação de fenômenos atuais. (MARCONI; LAKATOS, 2011). A amostra consiste é uma escolha intencional de uma parcela do universo, ou seja, população que será submetida à verificação. (MARCONI; LAKATOS, 2011). As pesquisas quantitativo-descritivas são investigações empíricas com a finalidade de delinear ou analisar características de fatos ou fenômenos, avaliação de programas ou o isolamento de variáveis. Utilizam-se métodos formais caracterizados pela precisão e controle estatísticos com o intuito de fornecer dados para verificação de hipóteses. São empregados métodos quantitativos tendo como objetivo a coleta de dados sobre populações, programas, ou amostras de populações e programas. (MARCONI; LAKATOS, 2011). O estudo qualitativo possibilita uma melhor análise e interpretação sobre o problema investigado, tais como hábitos, tendências de comportamento e a capacidade de observação com os fatores sócio-econômicos envolvidos. (LAKATOS; MARCONI, 2010). 4.2 Caracterização da área de estudo 4.2.1 Local do estudo O trabalho foi realizado na cidade de Paracatu, durante os meses de março a junho de 2015. O município de Paracatu localiza-se no noroeste do estado de Minas Gerais, a 220 Km de Brasília, capital do Brasil e a 500 km de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O nome é de origem tupi-guarani que significa “Rio Bom”, foi descoberto em 1963. A economia está voltada para a agropecuária e extrativismo tendo como destaque o ouro e o zinco (IBGE, 2011). Possui uma área de 8.229,595 km² com 90.294 habitantes de acordo com a população estimada para o ano de 2014 conforme o censo demográfico do IBGE de 2014. (IBGE, 2014). Paracatu possui um hospital municipal, um laboratório municipal, treze Estratégia Saúde da Família (ESF), um Centro de Saúde e Especialidades, um Centro de Hemodiálise e um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). E no âmbito privado um hospital particular (Hospital São Lucas) e o Hospital de Ensino da Faculdade Atenas (HEFA) com atendimento público e privado; além de clínicas e laboratórios privados que integra o atendimento a saúde da população do município. Foi enviado oficio a Secretária de Saúde Municipal (Apêndice A) e também o Termo de Consentimento Pós-informação (Apêndice B) à enfermeira responsável pelo ESF Amoreiras. 4.2.2 ESF Amoreiras O ESF Amoreiras encontra-se situado à Rua Tório, nº 212, bairro Amoreiras II, na cidade de Paracatu-MG. O quadro de funcionários consiste em uma enfermeira, uma técnica em enfermagem, uma médica clínico geral, dois cirurgiõesdentistas, uma técnica em higiene bucal e seis agentes comunitários em saúde. São realizados atendimentos médicos e segue rotina da Atenção Básica de Saúde. 4.3 Delimitação do público-alvo O público-alvo deste estudo foi constituído de 5 mulheres que trabalham como Profissionais do Sexo em uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG. 4.4 Critérios de inclusão e exclusão Para delimitação da amostra, foram observados os critérios de inclusão: Mulheres com idade superior a 18 anos de idade; O estudo será realizado apenas nas mulheres que trabalham neste local independente da raça e grau socioeconômico. Já os critérios de exclusão: Mulheres menores de 18 anos de idade; Mulheres que se encontram em antibioticoterapia; Mulheres que não assinarem o termo de consentimento. 4.4 Análise estatística Não se aplica. 4.6 Aspectos Éticos Este estudo seguiu as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos, a qual incorpora sobre a óptica dos indivíduos e da coletividade, baseando nos quatro referenciais básicos da bioética a autonomia, a não maleficência, a beneficência e a justiça; visando assegurar os direitos e deveres que dizem a respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estudo. (BRASIL, 1996). O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apendice C) foi assinado pelas mulheres Profissionais do Sexo que desejarem participar, autorizando a coleta dos dados. 4.7 Desenvolvimento do estudo No mês de fevereiro a junho foi realizado um levantamento de dados nas mulheres Profissionais do Sexo que trabalham na área de abrangência do ESF Amoreiras. Após este levantamento foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice C) por elas e reforçado quanto ao objetivo, sigilo e privacidade do estudo. O questionário (Apêndice D) foi redigido e aplicado para as mulheres para o fornecimento de maiores informações sobre o público-alvo. Foi realizado um encontro com as mulheres para uma maior aproximação e esclarecimentos do desenvolvimento do estudo e os objetivos que esperam ser alcançados. Os assuntos abordados foram: anatomia do sistema urinário; infecção do trato urinário explicando a etiologia, causas, sintomas, tratamento e prevenção. Foi entregue uma cartilha (Apêndice E) explicando sobre a assepsia da região genital, procedimento da coleta, quanto ao armazenamento e transporte da amostra, além do esclarecimento de possíveis dúvidas da mesma. Ao final da palestra será entregue os coletores estéreis de urina. No dia seguinte da palestra foi feito a busca das amostras e armazenada de forma adequada em uma caixa de isopor contendo bolsas de gelo e após encaminhadas para o Laboratório da Faculdade Tecsoma onde foram realizados os exames, sendo que as amostra analisadas em duplicata para o controle da precisão dos exames. 4.7.1 Análise das amostras urinárias Primeiramente foi realizado o estudo físico, químico e sedimentoscopia da urina. A análise física observando a cor, aspecto, odor e gravidade específica ultilizando o refratômetro para verificação da densidade da urina. A química da urina foi realizada através das tiras reagentes Labtest, para obter o pH, proteínas, glicose, cetonas, sangue, bilirrubina, urobilinogênio, nitritos, esterases leucocitárias e gravidade específica. E a sedimentoscopia realizada através do microscópio óptico nas objetivas de 10 x e 40 x, com os materiais lâminas e lamínulas. Depois foi realizada a urocultura das amostras utilizando alça de platina calibrada 0,001 mL e o método de placa de cultura em meio de Cled e Mac Conkey estes meios será observado durante 24 horas, em seguida observado se houve crescimento de colônia bacteriana. Em caso positivo realizou semeadura de nova amostra para confirmação do exame. Para confirmação de uma ITU, é considerada uma contagem bacteriana superior a 100.000 (10⁵) unidades formadoras de colônia (UFC) na placa. Em caso de contaminação descartou a amostra. Em caso de resultado positivo, realizou a técnica de coloração de Gram, prova de catalase e coagulase e provas bioquímicas (Rugai modificado por Pessoa e Silva) produto adquirido pela empresa Probac do Brasil, contém 09 tipos de provas, este meio identifica os principais gêneros de enterobactérias, indicando a presença de bactérias não fermentadoras e Vibrios. Após o resultado dos exames foi feito o laudo e entregue para as mulheres juntamente com o auxílio de um profissional da saúde. Os dados obtidos após a realização deste estudo foram tabulados através do Programa Microsoft Excel 2010 e posteriormente elaborou-se os gráficos para demonstrar os resultados obtidos. 4.8 Resultados esperados Com a realização deste estudo espera obter resultados com confirmação de ITU causadas por Enterobácterias, pois está mais frequente nas mulheres devido a posição anatômica. Porém, o estudo limita-se já que o acompanhamento deste público-alvo acontecerá em um curto espaço de tempo, o que não possibilita uma realização de outras amostras e controle. 5 RESULTADOS E DISCURSSÃO A prostituição é identificada na sociedade brasileira, desde o século XIX. A cada ano, o número de prostitutas tem aumentado significativamente, estando a cidade de Fortaleza entre os quatro centros do tráfico de mulheres no Brasil, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. (NICOLAU; AQUINO; PINHEIRO, 2008). Atualmente, mais de 40 milhões de pessoas no mundo se prostituem, segundo um estudo da fundação francesa Scelles, que luta contra a exploração sexual. A grande maioria (75%) são mulheres com idades entre 13 e 25 anos. (FERNANDES, 2012). O estudo foi realizado com as Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG. Na casa noturna, foram entrevistadas 5 mulheres que trabalham no local. De acordo com os critérios de inclusão e exclusão não houve mulher excluída do estudo sendo assim todas profissionais do sexo entraram no critério de inclusão. 5.1 Perfil socioeconômico das Profissionais do Sexo Em relação ao sexo dos entrevistados, 100% (5) são do sexo feminino pelo fato da Casa Noturna pesquisada ser compostas apenas por mulheres. Porém, a realidade brasileira difere pelo fato da maioria das casas de shows serem compostas de heterossexuais e homossexuais. No Brasil, segundo a Agência do Senado a maioria da população, 20 milhões, vive em situação de miséria, com escassas oportunidades de emprego, falta de formação e carência de conhecimento profissional. Assim, por viverem em condições pouco valorizadas, algumas mulheres são influenciadas a buscar meios mais lucrativos de vida, entre eles, a prostituição. (PAIVA et al, 2013). A faixa etária mais vulnerável é o final da adolescência e início da fase adulta, por ser um momento de transição na vida da mulher com inserção na vida econômica, social e sexual. No presente estudo a faixa etária pesquisada é de 18 a 25, 26 a 32, 33 a 39 e 40 a 46 anos predominando a faixa etária de 18 a 25 anos correspondendo a 40 % da amostra (Gráfico 1). Gráfico 1 – Faixa etária das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Em contradição ao presente estudo Nicolau, Aquino e Pinheiro (2008) realizaram um estudo com as prostitutas atuantes no centro de Fortaleza onde a faixa etária de 21 a 57 anos, com média de 33,07, sendo que 26% da amostra possuía entre 21 e 25 anos. A gravidez é uma preocupação muito maior entre as mulheres mais jovens, provavelmente porque muitas delas ainda não têm filhos. E as mulheres que já possuem filhos têm uma maior preocupação com a proteção contra as DSTs, principalmente durante os "programas", quando os clientes oferecem mais dinheiro para que elas não usem o preservativo. (OLTRAMARI; CAMARGO, 2004). Neste estudo a prevalência foi de mulheres que não possui filho foi de 60% da amostra (n=3); enquanto 40% (n=2) possuem 1 filho (Gráfico 2). Ao contrário deste estudo Nicolau, Aquino e Pinheiro (2008) realizaram um estudo com profissionais do sexo de Fortaleza no qual o número de filhos superou as estatísticas nacionais, bem como regionais. Em 2004, o número médio anual de filhos por mulher na Região Nordeste era de 2,39, com dados para o Ceará acima da média de 2,42 filhos, o que mostra uma redução contínua no número de filhos por mulher nesta região. Gráfico 2 – Quantidade de Filhos das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). A maioria das Profissionais do Sexo opta por não terem filhos, porém quando acontece a gravidez é consequência de relação sexual com parceiro conhecido, quase sempre é fixo. (ESTEVES, MENANDRO, 2005). Pesquisas relatam que quase um terço da população, ou seja, 49 milhões de pessoas vive com até meio salário mínimo per capita; o que não difere muito da população estudada, pois quase a totalidade possuem apenas renda mensal média de um salário mínimo, ou seja estão buscando uma forma de melhoria de vida, porém sem muito retorno financeiro. (NICOLAU; AQUINO; PINHEIRO, 2008). No presente estudo as profissionais predominantemente possuem uma renda mensal bruta em média de um salário mínimo o que corresponde a 80 % da amostra (n=4) (Gráfico 3). Comparando os dados ao presente estudo Nicolau, Aquino e Pinheiro (2008) realizaram uma pesquisa no centro de Fortaleza no qual à renda familiar mensal mostraram que 51,9% das prostitutas têm uma renda variando entre um e três salários mínimos, 39,5% referiram uma baixa renda (menor que um salário mínimo) e apenas 8,6% possuíam uma renda maior que três salários. Gráfico 3 – Renda mensal das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Percebe-se que a prostituição é uma atividade que traz pouca remuneração considerando-se o risco para a saúde, além da instabilidade financeira, por não garantir direitos trabalhistas, sem falar no constante preconceito social vivenciado por essas mulheres. 5.2 Histórico pessoal, médico, hábitos de higiene pessoal e fatores de risco das Profissionais do Sexo Neste estudo em relação ao ciclo menstrual, a prevalência foi de mulheres que possuem o ciclo menstrual desregulado 40 % da amostra (n=2) (Gráfico 4). Esse dado pode estar associado ao número diminuído de mulheres que não fazem uso de método contraceptivo oral, levando-as a uma maior probabilidade de uma gravidez indesejada. Conforme Lopes (2014) durante o ciclo menstrual, a maioria das garotas dispõe do corpo para trabalhar normalmente. No entanto, se preocupam em esconder a menstruação para não perderem nenhum programa. O sexo vaginal prevalece em relação ao sexo anal e oral. Este, no entanto, em decorrência da troca de fluídos é arriscado para os dois parceiros, quando não se utiliza o preservativo, principalmente no período menstrual, quando a chance de infecção é maior. Assim, muitas profissionais do sexo fazem uso de anticoncepcionais orais ou injetáveis continuamente para evitar que haja período menstrual e assim não prejudique seu desempenho para prática sexual constante. (AQUINO et al, 2008). Gráfico 4 – Ciclo menstrual das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Na adolescência a prevalência de Infecção do Trato Urinário eleva-se, quando as alterações hormonais favorecem a colonização vaginal por bactérias nefritogênicas que, migrando para a área periuretral, podem ascender pelo trato urinário, causando infecção. Nesse período, destacam-se as infecções por Staphilococcus saprophyticus, em particular nas adolescentes sexualmente ativas. (GUIDONI; TOPOROVSKI, 2001) No presente estudo 60% (n=3) das profissionais do sexo não apresentaram infecção do trato urinário anteriormente; porém das 40% (n=2) que teve infecção urinária relatou alguns sintomas como disúria e dor pélvica (Gráfico 5). Em contradição a este estudo Aquino (2007) realizou um estudo com prostitutas em Fortaleza no qual as mulheres apresentaram história pregressa de infecção urinária, 23 (54,8%) mulheres apresentaram tal ocorrência e um número considerável delas, 7 (30,4%), não fizeram o tratamento. Srougi (2005) complementa, as mulheres adultas jovens existem um aumento da incidência de infecções urinárias sintomáticas, que parece estar implicado com o início da vida sexual, fator de risco para esta patologia, principalmente quando associada a promiscuidade. Os casos mais frequentes são as cistites e apresenta sintomas como disúria, dor pélvica e poliúria como apresentado pelas discussões do público-alvo estudado. (SROUGI, 2005). Gráfico 5 – Incidência de Infecção do Trato Urinário em Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Em relação à procura das profissionais do sexo em relação ao serviço de saúde, 20% (n=1) das mulheres realizam exames laboratoriais de rotina mensalmente; 40% (n=2) semestralmente; e outras 40% (n=2) anualmente. Dentre os tipos de exames realizados citaram o citopatológico, hemograma completo, EAS e parasitológico (Gráfico 6). Conforme complementa Srougi (2005) o maior problema encontrado é a falta de acessibilidade destas Profissionais ao setor da saúde; elas ressaltaram não receber assistência médica, algumas relataram que procuram o Sistema Único de Saúde para realização do exame de Papanicolau; porém a maioria descreve a busca pelo SUS como uma barreira e preferem não buscar orientação médica, ou quando procuram relatam pedir os exames menos complexos apenas os considerados de rotina como podemos observar nos relatos. Porém, se lhes fosse proporcionado atendimento médico e orientações a respeito da prevenção em relação a doenças sexualmente transmissíveis e infecções genitais, muitas passariam a colocar a saúde em primeiro lugar e buscariam assistência médica com maior frequência. Gráfico 6 – Frequência de realização de exames laboratoriais das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Neste estudo 60% (n=4) das profissionais do sexo não faz uso de medicação; e 40% (n=2) fazem o uso, dentre eles foram citados o Ibuprofeno e anticoncepcional (Gráfico 7). A maioria das Profissionais do Sexo não faz uso de medicação o que podemos considerar um ponto positivo, pois é um sinal que os índices de morbidade estão diminuídos. Por outro lado, as medicações utilizadas são anticoncepcional que é um preventivo; e a outra medicação é um tipo de analgésico e antinflamatório que é usado segundo as entrevistadas para aliviar as dores que muitas vezes sentem. Como na maioria das pessoas, percebe-se uma banalização no uso das medicações mais populares. Entretanto, o uso indevido de substâncias psicoativas e até mesmo de drogas consideradas banais pela população, como os analgésicos, pode acarretar diversas consequências, como reações de hipersensibilidade, dependência, sangramento digestivo, sintomas de retirada e aumento do risco para determinadas neoplasia. (LEITÃO et al, 2012). Conforme Leitão e outros (2012) o alívio momentâneo dos sintomas encobre a doença de base, que passa despercebida e pode, assim, progredir. Em contrapartida, o uso desses medicamentos é justificado por proporcionar a diminuição do sofrimento, ao produzir cura ou alívio da dor, seja física ou psíquica. E está intimamente ligado às relações de acessibilidade aos serviços e profissionais de saúde. O uso de certos antibióticos, principalmente os de amplo espectro, interfere na manutenção da flora residente. (GIRALDO et al, 2005). Gráfico 7 – Uso de medicação pelas Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Segundo Nicolau, Aquino e Pinheiro (2008) as Profissionais do Sexo além da violência e discriminação, estar sujeitas à aquisição de DST/aids, visto que a multiplicidade de parceiros aumenta essa probabilidade. Além disso, por não apresentarem condições de trabalho que favoreçam a prática sexual segura, bem como adequado nível educacional que facilite a percepção do risco, tornam-se alvos potenciais para essas doenças. Neste estudo mesmo sendo um grupo de risco, 100% (n=5) das mulheres não realizaram de nenhum tipo de tratamento de doença sexualmente transmissível (Gráfico 8). No entanto, mesmo estas não serem usuárias assíduas do serviço de saúde, não deixam de fazer o exame de Papanicolau que é uma forma diagnóstica de algumas DSTs. Gráfico 8 – Realização de tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DSTs em Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Um fator que pode aumentar o risco de contrair DST é o dinheiro, dado o incentivo do cliente que oferece uma quantia maior para o sexo sem preservativo; assim as prostitutas mesmo preocupadas com a prevenção de DST, privilegiam os fatores econômicos, por estarem associados diretamente à sobrevivência. 5.3 Perfil sexual das Profissionais do Sexo Segundo Aquino (2007) sobre uso de métodos contraceptivos, os preservativos são os usados com maior frequência, seguido dos contraceptivos orais e laqueadura tubária. As diferentes relações das prostitutas determinam o tipo de método utilizado; no sexo comercial, há maior difusão do preservativo e percepção da sua importância para as DSTs; já na prevenção de uma gravidez, existe essa preocupação, com particular associação ao uso dos hormonais. Destes, o injetável é preferido em virtude da possibilidade de esquecimento da pílula, principalmente pelo uso do álcool. Esses métodos são usados para prevenir gravidez com o parceiro fixo e também com algum cliente. No presente estudo 80% (n=4) das profissionais do sexo utilizam o método contraceptivo de barreira, pois exigem o uso para os parceiros; e 20% (n=1) não faz uso de preservativos apresentando uma maior exposição a DSTs (Gráfico 9). Gráfico 9 – Utilização de método contraceptivo de barreira pelas Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Muitas das profissionais não utilizam o preservativo em relações sexuais com companheiro ou de clientes fixos, elas demonstram desconhecer o perigo diante da ausência da prevenção adequada, estabelecem um vínculo de confiança que resultam na rejeição à própria saúde, em virtude de uma relação desprotegida. Moura e outros (2010) complementa, os parceiros utilizam diversos argumentos para não utilizar o preservativo com a mulheres em todas as relações sexuais, como por exemplo: o desejo em não usar; relações fixas, representando confiança, dentre outras; acabam por convencer a prostituta de que somente é importante o uso do preservativo com clientes desconhecidos e/ou recentes. Conforme Moura e outros (2010) observa-se que elas ainda não têm a consciência de que a única maneira para se evitar as DSTs é através do uso adequado e sistemático do preservativo em todas as relações sexuais. (MOURA et al, 2010). O equilíbrio do ecossistema vaginal é mantido por complexas interações entre a flora vaginal considerada normal, os produtos do metabolismo microbiano, o estado hormonal e a resposta imune do hospedeiro. A vagina é habitada por numerosas bactérias de espécies diferentes que vivem em harmonia e que por isso são consideradas comensais, mas que podem, em situações especiais, tornar-se patogênica. (GIRALDO et al, 2005). Neste estudo todas as mulheres entrevistadas (n=5) realizaram a higienização íntima após as relações sexuais, citaram as formas banho (n=3) e jato médio (n=2) (Gráfico 10). As Profissionais do Sexo apresentam a característica singular de manterem atividade sexual intensa, com grande quantidade de coitos por dia, além de frequentemente a maioria delas fazerem uso rotineiro de duchas higiênicas vaginais; e o fato de muitas usarem preservativos nas relações com clientes, o que proporciona acréscimo de substâncias químicas locais e eventuais microtraumatismos vaginais, com provável perturbação do ecossistema vaginal. Gráfico 10 – Frequência da higienização íntima após relações sexuais das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n=05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora (2015). Conforme Giraldo e outros (2005) alguns fatores extrínsecos podem alterar o ecossistema vaginal, o uso indiscriminado e frequente de duchas vaginais higiênicas pode levar à perda do equilíbrio entre os vários microrganismos residentes na cavidade vaginal, facilitando o aparecimento e manutenção de vulvovaginites. Tal suposição seria justificada pelo fato de as duchas vaginais promoverem limpeza mecânica das bactérias próprias da flora local e ao mesmo tempo introduzir substâncias exógenas que poderiam alterar o pH vaginal e causar reações alérgicas locais. O cotidiano da atividade de prostituição é caracterizado por um ambiente promíscuo, permeado pelo uso de álcool e drogas. As mulheres são comumente desrespeitadas e ignoradas quanto às suas necessidades individuais, emocionais e de acesso á saúde, muitas vezes, submetidas a situações de maus-tratos, violência e rejeição. (DOURADO et al, 2013). No presente estudo 40% (n=2) realizam três relações sexuais por dia; 20% (n=1) uma relação sexual; 20 % (n=1) duas relações sexuais; e as outras 20% (n=1) quatro relações ou mais. Assim, observa-se que elas procuram ter um número maior de parceiros por dia buscando uma remuneração melhor (Gráfico 11). Gráfico 11 – Frequência de relações sexuais por dia das Profissionais do Sexo de uma Casa Noturna da área de abrangência do ESF Amoreiras do município de Paracatu/MG (n= 05), março/junho 2015 Fonte: Elaborado pela autora(2015). De acordo com Passos, Figueiredo (2004) o uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas pelas profissionais do sexo, está relacionado com a frequência de relações sexuais diárias, visto que a promiscuidade aumenta com a mudança comportamental provocada pela ação dessas substâncias. Os resultados acima mostram a importância da efetivação de políticas públicas saudáveis voltadas para as Profissionais do Sexo, que é considerada um grupo de risco. O estudo chama a atenção para os fatores socioeconômicos e epidemiológicos que influenciam o comportamento das prostitutas e a adoção de práticas seguras. Percebe-se, que os índices revelam a ausência do uso sistemático do preservativo, fato que põe em risco a saúde sexual dessas mulheres, expondo-as a DSTs e gravidez indesejada. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base na coleta de dados, pode-se caracterizar o perfil socioeconômico e epidemiológico das prostitutas que trabalham em uma Casa Noturna na cidade de Paracatu/MG. Observou-se que há predominância de mulheres jovens nessa profissão, fato até esperado, visto que beleza e juventude são adjetivos importantes nessa profissão. Na análise dos dados, verificou-se que a renda mensal era baixa. Tal fato é preocupante, pois a prostituição é uma profissão instável, que não assegura direitos trabalhistas. Uma renda familiar diminuta pode dificultar o acesso aos métodos preventivos, tornar a prostituta mais susceptível a aceitar o não-uso do método em troca de uma quantia maior, deixando-a mais vulnerável à aquisição de DST. Enfim, conhecer o perfil socioeconômico epidemiológico de prostitutas é imprescindível para o direcionamento de práticas que objetivem promover a saúde dessas mulheres. O estudo mostrou que 100% das mulheres não realizam nenhum tipo de tratamento de DSTs, porém mesmo estas não serem usuárias assíduas do serviço de saúde, não deixam de fazer o exame de Papanicolau. O profissional de saúde deverá priorizar as principais necessidades dessa clientela, ajudando-a a adquirir mudanças comportamentais que visem melhorar a qualidade de vida e, consequentemente, da saúde delas promovendo a adoção de práticas seguras. Quanto à incidência de infecção urinária, observou que 40% das prostitutas do estudo apresentaram este tipo de infecção, tal resultado pode ser considerado favorável visto que a população estudada é de risco devido a vários fatores como sexo feminino, promiscuidade e higienização inadequada. Esses resultados mostram a importância da efetivação de políticas públicas saudáveis voltadas para as populações de risco, com determinantes de saúde incompatíveis com a qualidade de vida. É imprescindível a participação desses profissionais nas atividades de educação em saúde como multiplicador de informações, mediante o incentivo de uma prática sexual segura, valorizando e respeitando cada cliente, além de compreender o contexto social no qual ele está inserido. REFERÊNCIAS ALBANI, Carlos Augusto; SOUZA, Helena Aguilar P. H. M. de; CARVALHO, Silmara Batista de. Meio de Cled: proposta de modificação visando melhoria na identificação de uropatógenos. NewsLab, São Paulo, n. 74, p. 108-123, 2006. 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Risco e benefícios ao paciente: Devido à coleta do material ser realizada pela mulheres poderá haver contaminação da amostra, podendo ser solicitado outra amostra; como benefício, a paciente poderá descobrir uma possível patologia entre elas a Infecção do Trato Urinário. Confidencialidade: As mulheres através dos termos assinados poderão escolher se serão identificadas ou não. _________________________________________ Marcareth Flávia Ferreira Enfermeira do ESF Amoreiras _________________________________________ Sabrina Luanny de Oliveira Acadêmica Responsável pela Pesquisa _________________________________________ MSc. Claudia Peres da Silva Coordenadora do Curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA APÊNDICE C– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Resolução nº 196/96 – Conselho Nacional de Saúde O Sra. está sendo convidado (a) a participar da Pesquisa intitulada: Incidência de Infecção do Trato Urinário nas Profissionais do Sexo de Paracatu-MG no período de março a junho de 2015. Este estudo tem como objetivo Verificar a incidência de Infecção do Trato Urinário em mulheres Profissionais do sexo. À convidada será aplicado um questionário referente à coleta de dados pessoais e de saúde. Neste não constará nenhum dado pessoal do entrevistado. Não terá nenhum custo ou quaisquer compensações financeiras. Não haverá riscos de qualquer natureza relacionada à sua participação de colaborar no conhecimento científico. Seu nome não aparecerá em qualquer momento do estudo e sua participação é voluntária. Esta receberá uma cópia deste termo onde consta o celular do pesquisador responsável, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento. Desde já agradecemos! Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo proposto, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento, sem sofrer qualquer punição ou constrangimento. Sujeito da Pesquisa: ______________________________________________ Paracatu, _____ de__________________ 2015 ________________________________ Assinatura do Declarante _________________________ Acadêmica Responsável Sabrina Luanny de Oliveira ______________________________ Coordenadora do curso de Biomedicina MSc. Claudia Peres da Silva Em caso de dúvida em relação a esse documento, poderá entrar em contato com o telefone da Acadêmica do 7º Período de Biomedicina da Faculdade TECSOMA Sabrina Luanny de Oliveira, pelo telefone (38) 99067526. APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO À PROFISSIONAIS DO SEXO Iniciais: ______________ Idade: _______________ Sexo: ( ) Feminino 1) Tem filhos? ( ) Sim 2) ( ) Não. Se sim, quantos?___________________________________ Renda mensal? ( ) 1 salário mínimo ( ) 2 salários mínimos ( ) 3 a 4 salários mínimos ( ) mais de 4 salários mínimos. 3) Qual a data da sua última menstruação?______________________________ 4) Já teve alguma infecção no trato urinário?( ) Sim ( ) Não Se sim, qual sintomas apresentou? ( ) disúria 5) ( ) hematúria ( ) dor pélvica Realiza exames laboratoriais periodicamente?( ) Sim ( ) dor lombar ( ) Não Se sim, com que frequência? ( ) mensalmente ( ) semestralmente ( ) anualmente Quais? ( 6) ) Hemograma completo ( ) EAS ( ) Parasitológico ( ) Citopatológico Faz uso de algum medicamento contínuo? ( ) Sim ( ) Não. Se sim, qual?___________________________________________________ 7) Já fez tratamento de alguma DST? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ( ) Sífilis ( ) Gonorreia ( ) Herpes Genital ( ) Outros:_______________ 8) Faz uso de preservativo?( ) Sim ( ) Não Se sim, quanto ao uso?( ) feminino ( ) indica o homem a usar o masculino 9) Realiza algum tipo de higienização após as relações sexuais? ( ) Sim ( ) Não Se sim, que tipo?( ) jato rápido ( ) lenço umedecido ( ) banho 10) Número de relações sexuais por dia? ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ou mais APÊNDICE E – CARTILHA INSTRUCIONAL INSTRUÇÕES DE COLETA Exame: Urina Tipo I 1. Higienização antes da coleta Mulher: Lavar as mãos. Lavar a região genital, de frente para trás abrindo os grandes lábios. Secar com toalha limpa sem fazer movimentos de frente para trás. 2. Coleta: Colher a primeira urina da manhã; Desprezar o primeiro jato de urina no vaso sanitário e sem interromper a micção, coletar o segundo jato de urina (jato médio). Desprezar o restante no vaso sanitário. 3. Importante: Guarda na geladeira após a coleta, por um período máximo de 1 hora, até ser buscada pela acadêmica. Acadêmica: Sabrina Luanny de Oliveira Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva