- Câmara de Comércio Americana

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- Câmara de Comércio Americana
© 2008 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes, afiliadas à KPMG International, uma cooperativa suíça. Todos os direitos reservados.
As regras dos mercados mudam rapidamente.
É preciso estar preparado para absorvê-las.
Market rules change fast.
You have to be prepared to digest them.
A KPMG no Brasil entende a
KPMG in Brazil understands your
necessidade do seu negócio.
business needs. For that reason
Por isso dispõe do Programa
it presents the International
Internacional de Indústrias e
Program for Industries and
Clientes, no qual profissionais
Clients, in which experienced
com experiência nos vários
professionals in various market
segmentos de mercado e da
and industry segments, and
indústria e com conhecimentos
always updated on the latest
técnicos sempre atualizados
technical issues, can provide
oferecem assessoria direcionada
you with advisory services
às necessidades individuais
tailored for the individual
de cada empresa.
needs of each company.
A KPMG no Brasil conta com
KPMG in Brazil employs
cerca de 2.100 colaboradores,
approximately 2,100
distribuídos em 14 escritórios,
professionals in 14 offices
e com uma rede global em
and operates in 145 countries,
145 países, prestando serviços
rendering Audit, Tax and
de Audit, Tax e Advisory.
Advisory Services.
kpmg.com.br
No 251
Foto da capa: Teatro Municipal Trianon - Campos / César Ferreira
Ano XXIII
Agosto-Setembro / 2008
04 Editorial
06 Em Foco
14 From the USA
16 Brasil Urgente
21 CAPA
30 News
45 PELO MERCADO
46 OPINIÃO
ENTREVISTA
10 Orlando Giglio
O diretor Comercial e
de Marketing do Grupo
Iberostar no Brasil fala à
Brazilian Business sobre
turismo, desenvolvimento
e a realização de grandes
eventos.
BRASIL URGENTE
16 Riscos de fraudes internacionais crescem com globalização
Werner Scharrer
CAPA
22
Diversificando para crescer
Ana Redig
24
Macaé: trabalhando no presente e apostando no futuro
Eduardo Moreira da Costa
26
Campos promove clima para investimentos
Luiz Mário Concebida
LIFE STYLE
28
Lazer e trabalho afinados
COLUNAS
18
Gestão Empresarial O segredo da sucessão familiar
Leonardo Lima
42
Legal Alert Condescendência judiciária
Márcio Monteiro Reis
OPINIÃO
46 Rio de Janeiro: educar para crescer
Andrea Ramal
SUSTENTABILIDADE
48 O lado verde da Xerox
Silvio Guimarães
A tiragem desta edição de 10 mil exemplares é comprovada pela BDO TREVISAN AUDITORES INDEPENDENTES
Expediente:
Publicação mensal da Câmara de
Comércio Americana para o Brasil - RJ
Diretor: Ricardo de Albuquerque Mayer
Editor-chefe e Jornalista Responsável:
Ana Redig (MTB 16.553 RJ)
Repórter e Redator:
Renato Santos
Editora de Arte:
Ana Cristina Secco
Designer e ilustrador: Lui Pereira
Estagiária: Bianca Rocha (jornalismo)
Impressão: Ediouro Gráfica e Editora
Fotógrafos: Cinthia Aquino, Luciana Areas,
Marcello Almo e Ricardo Costa
Os pontos de vista expressos em artigos
assinados não refletem, necessariamente, a
opinião da Câmara de Comércio Americana.
Câmara de Comércio Americana para o
Brasil - Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15/5º andar 20040-020 Rio de Janeiro RJ
Tel.: (21) 3213 9200
Fax: (21) 3213 9201
E-mail: [email protected]
E-mail redação: [email protected]
www.amchamrio.com.br
Em busca de resultados
U
ma das principais missões da Câmara de Comércio Americana é servir de voz e
representação para as empresas associadas perante a sociedade. Esta união em
torno de interesses comuns fortalece o empresariado junto a autoridades nacionais
e internacionais no engajamento de bandeiras e reivindicações que auxiliem no
desenvolvimento das áreas de atuação dessas empresas. Tradicionalmente, a Amcham costuma
realizar eventos, encontros e seminários com especialistas para debater temas de interesse de
cada segmento.
A Câmara está vivendo uma nova fase e decidiu reforçar esta linha de atuação através, por
exemplo, da ativa participação no Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do
Rio de Janeiro. O Fórum – que recebeu o nome de Jornalista Roberto Marinho – foi criado em 2003
pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio e reúne 23 entidades da sociedade civil organizada
e universidades.
A participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas é tradição nos Estados
Unidos, mas encontrava pouca ressonância no Brasil. Este fórum tem esta função: debater questões
e embasar os deputados em suas proposições de projetos. Organizado em Comissões, os grupos
procuram fornecer as informações atualizadas, contextualizar problemas, pensar e sugerir soluções
e apoiar os deputados em seus projetos de lei.
A Amcham é uma instituição apartidária e procura se manter neutra e isenta em questões
políticas. Mas este tipo de colaboração fortalece o Estado brasileiro, não este ou aquele governo:
este é temporário, e democraticamente deve ser renovado. A responsabilidade da Câmara de Comércio Americana e das outras instituições que integram o Fórum Permanente da Alerj é participar
de forma a aumentar a eficiência na implementação de recomendações e sugestões de mudanças
na legislação e formulação destas políticas.
Embora seu objetivo principal seja influenciar as políticas públicas no estado do Rio de Janeiro,
o Fórum pode agir e convocar outras instâncias para participar de debates e audiências públicas.
Pelo contrário, quando os debates se tornam consistentes, é importante que instâncias municipais e
federal sejam convidadas a participar, visando sempre a melhoria do país. O objetivo é ouvir todos
os envolvidos para encontrar novas soluções para antigos problemas. Desatar nós, que emperram
o desenvolvimento e o crescimento do país.
Foi o que aconteceu no dia 11 de agosto, quando a Comissão de Turismo convidou diversas
instâncias, para debater, com a presença do governador, soluções para a retomada da importância
estratégica do Aeroporto Internacional Tom Jobim para o estado e o país. Por causa do debate,
detectou-se o total desalinho entre os objetivos, carências e projetos do governo do estado com os
planos da Infraero, por exemplo. Longe de ser uma crítica, o importante é entender que, através
do diálogo, será possível chegar a uma solução mais rápida, econômica e eficiente.
Acreditamos fortemente que esta é uma das formas de o empresariado do Rio contribuir com
a construção de uma sociedade melhor, mais justa e desenvolvida, com a participação de todos.
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Divulgação
Divulgação
Mariaca Online auxilia executivos
Embraer estabelece novos recordes de entregas e de receita
Com a entrega de 52 aeronaves no segundo trimestre, a Embraer alcançou a marca
de 97 jatos no primeiro semestre, o primeiro recorde. Os bons resultados tam-
A Mariaca lançou uma ferramenta
bém se refletiram nos números de 2007: foram R$ 9,983 bilhões, a maior receita
destinada exclusivamente aos exe-
da história da Embraer. O presidente da companhia, Frederico Fleury Curado,
cutivos em processo de transição
pretende chegar aos US$6,5 bilhões em 2008. No final de junho, a carteira de
de carreira. Através de seu site,
pedidos firmes da empresa para os segmentos de aviação comercial, executiva,
www.mariaca.com.br, é possível
defesa e governo totalizava US$ 20,7 bilhões, o maior da história.
ter acesso a um clipping semanal
com as principais movimentações
do mercado. O Mariaca Online
uma rede de contatos de execu-
Citi lança título que ajuda a salvar a Mata Atlântica
tivos no Brasil e no mundo, em
O Citi acaba de lançar o CDB Verde, um
ainda disponibiliza um banco de
empresas nacionais e internacionais, relação de headhunters e
parceria com a Lee Hecht Harrison.
título pós-fixado que destina parte de
sua rentabilidade a uma causa ambiental. O produto é destinado a aplicadores
que investem em longo prazo e tem
capital a partir de R$ 10 mil. O ativo
investirá no Projeto Conectividade, que
vai reflorestar uma área da Mata Atlântica, no Rio. Os clientes do Citi podem
adquirir um investimento financeiro
rentável e colaborar com um projeto
de reflorestamento que irá recuperar
uma área de 26 mil hectares de remanescentes florestais de Mata Atlântica,
habitat do mico-leão-dourado.
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Luciana Tancredo
Divulgação
Outback inaugura
seu 20° restaurante
O 20° restaurante da rede Outback
Steakhouse será inaugurado em Belo
Horizonte, de cara nova. A tradicional decoração rústica lembrando o
interior australiano ganhará detalhes
de sofisticação e leveza. Segundo o
vice-presidente da rede no Brasil,
Salim Maruon, este novo conceito
de decoração, que utiliza tons de
preto, amarelo e cereja, já está
sendo utilizado nos restaurantes
americanos. O Outback está presente em mais de 20 países, além
do Brasil e dos Estados Unidos. Em
2008, a rede ainda vai inaugurar
Vale assina acordo com o Ministério do Meio
Ambiente pela preservação da Amazônia
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e o presidente da Vale, Roger Agnelli
(ambos na foto com Letícia Sabatella), assinaram um termo de compromisso pelo
qual a companhia se compromete a fornecer minério de ferro apenas para clientes
que comprovem a legalidade da madeira e do carvão vegetal utilizados em sua
cadeia produtiva. Assim, os produtores de ferro-gusa deverão apresentar licença
ambiental, plano de suprimento sustentável e documentação da origem do carvão
vegetal ou documentos oficiais que os substituam. Com essa parceira, o MME deseja
buscar soluções sustentáveis para a cadeia produtiva, preservando a floresta.
outros dois restaurantes, em Salvador e Ribeirão Preto, contabilizando
cinco novas lojas só este ano, um
O Mundo Totvs é
apresentado ao Rio
investimento de R$ 20 milhões.
A Totvs, empresa especializada em
software e gestão, realizou em julho,
no Rio de Janeiro, o Mundo Totvs, um
ciclo de palestras que reuniu cerca de
440 participantes. A companhia, líder do
ramo, com domínio de 40% do mercado
nacional, acaba de comprar a concorrente Datasul por R$ 700 milhões. De
acordo com o presidente da empresa,
Laércio Cosentino (foto), a Totvs está
passando por um ciclo de consolidação
dos grandes fabricantes nacionais de
gestão, por isso o Mundo Totvs é realizado em toda a América Latina.
Divulgação
AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
Divulgação
Novo livro de Donald
Trump chega ao Brasil
United Airlines diminui distância entre Brasil e Estados Unidos
A United Airlines anunciou duas importantes mudanças em seus serviços para o
Brasil nos próximos meses. A primeira é a antecipação, para 2 de setembro, do
A Ediouro lança no Brasil o livro “Think
reinício do seu vôo sazonal que liga, sem escalas, o Rio de Janeiro a Washington.
Big and Kick Ass in Business and Life”
Segunda novidade é a substituição do avião Boeing 767 pelo Boeing 777, no serviço
de Donald Trump. A obra, lançada no
sem escalas entre São Paulo e Washington, que ainda depende da aprovação das
final de 2007 nos EUA, foi traduzida
autoridades aeronáuticas locais. “A United está pondo em prática um sólido pro-
como “Pense Grande nos Negócios e na
jeto de expansão da sua rede internacional e o Brasil é parte importante desses
Vida”. O livro parte da influência que
planos”, declarou o gerente de Vendas para o Brasil, Luiz Camillo.
Trump exerceu nos negócios de Bill
Zanker, presidente/fundador da The
Learning Annex, com quem Trump divide
a autoria. A publicação é dividida em 10
capítulos e traz um apêndice com as
melhores perguntas e respostas de Donald Trump nos seminários sobre riqueza
da The Learnig Annex nos EUA.
A Xerox do Brasil lança campanha baseada na diversidade de cores do
país. O tema “Brasil. O país da cor” utiliza em suas peças elementos da
cultura popular para divulgar a linha Xerox Color, que vem sendo utilizada
cada vez mais em escritórios de todo o país. “O Brasil é o país da cor, e
a Xerox é a empresa que melhor sabe empregar a cor para aumentar a
produtividade de seus clientes”, diz Fábio Neves, diretor-executivo de
Marketing e Serviços a Clientes da Xerox do Brasil.
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Divulgação
Xerox lança campanha com cores do Brasil
Para se inscrever em cursos e eventos,
acesse www.amchamrio.com.br
Setembro 2008
02 - Análise financeira de projetos de investimento
Sergio Carvalho
09h às 18h
American Business Center
02 de setembro a 15 de outubro Curso de capacitação em consultoria
Vários professores
18h30 às 21h30
American Business Center
09 - Orientações trabalhistas para gestores
Vlademir Gonzales
9h às 18h
American Business Center
10 - Inteligência Competitiva
Elisabeth Gomes e Deborah Leite
9h30 às 18h30
American Business Center
12 - Desenvolvimento de relacionamentos e
novos negócios na advocacia empresarial
Marco Antônio P. Gonçalves
9h às 18h
American Business Center
22 - O novo planejamento orçamentário
Sergio Carvalho
9h às 18h
American Business Center
02 - President´s Lunch
Comitê de Energia
“Caminhos para que o país alcance a auto-suficiência
energética em 2030”
Mauricio Tomalsquim, presidente do EPE
12h30 às 14h30
ACRJ
03 - Seminário
Câmara de Comércio Americana
“O impacto dos royalties do petróleo nos municípios
do Rio de Janeiro”
08h45 às 14h30
Macaé
05 - Seminário
Comitê de Comércio e Indústria
“A CSA e o crescimento
econômico do Rio de Janeiro”
08h45 às 14h30
American Business Center
11 - Ideas Exchange
Comitê de Telecomunicações e Tecnologia
“O mercado profissional de TI e as novas demandas
para o setor”
09h às 12h
American Business Center
16 - Almoço-palestra
Câmara de Comércio Americana do ES
“Sucessão e profissionalização da empresa familiar:
a experiência brasileira”
Renato Bernhoeft, conferencista internacional
12h30 às 14h30
Cerimonial Itamaraty - Vitória -ES
26 - President’s Lunch
Comitê de Meio Ambiente
Izabella Teixeira, secretária executiva do Ministério do
Meio Ambiente
12h30 às 14h30
Jockey Club Brasileiro
AGOSTO-SETEMBRO/2008
FEVEREIRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
ORLANDO GIGLIO
Respirando turismo
D
Divulgação
iretor Comercial e de Marketing do Grupo Iberostar no Brasil, Orlando
Giglio dorme e acorda sempre com a mesma preocupação: vender
diariamente 632 apartamentos do Iberostar Bahia, 536 do vizinho
Iberostar Praia do Forte – que será inaugurado em outubro – e as
72 cabines e duas suítes do Iberostar Grand Amazon – navio que faz cruzeiros
ininterruptos por rios amazônicos, sempre com duas
saídas semanais. Mas comandar a equipe que vende,
atualmente, 1.242 unidades de hospedagem não
é o resumo das atividades de Orlando, apesar de
tomar boa parte de seu tempo.
Primeiro funcionário da rede espanhola Iberostar
no Brasil, o executivo, muito atuante no setor
turístico, ocupa, também, o cargo de chairman do
Comitê de Turismo e Entretenimento da Câmara de
Comércio Americana, onde promove discussões
importantes, não apenas na esfera privada,
mas também na pública, como acontece,
atualmente, no Fórum Permanente de
Desenvolvimento Estratégico da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio (Alerj).
Orlando Giglio falou à Brazilian Business
sobre turismo, desenvolvimento e sobre a
realização de grandes eventos no Brasil.
10
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO/2008
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Como chairman do Comitê de Turismo da Amcham, o Sr. participa
do Fórum de Desenvolvimento da
Alerj. No que consiste este trabalho e como a iniciativa privada
pode ajudar?
O Fórum reúne turismo, entretenimento, esporte e cultura. Participam
profissionais de diversas áreas, que avaliam projetos de lei formulados pelos
deputados da Alerj. O intuito é ajudar
aos legisladores com informações técnicas e atualizadas. O Fórum procura
apoiar na preparação do projeto de um
deputado, através de sua coordenadoria, sempre disponível e atualizada para
consultoria e recomendações.
A Câmara dos Deputados concluiu
a votação da Lei Geral do Turismo, que prevê benefícios fiscais
e de crédito para as empresas do
setor e define as atribuições do
governo federal no planejamento, desenvolvimento e estímulo
ao segmento. Como o Sr. vê essa
nova legislação?
Acho que a Lei Geral do Turismo
poderia ter sido aprovada há muito
tempo, mas vem em boa hora. É muito
importante que a política nacional do
setor siga as diretrizes que essa nova
legislação está trazendo, pois vai melhorar a posição do turismo no governo. O
setor, apesar de ter status de Ministério,
nunca foi encarado com a importância
necessária - de gerador de milhões de
empregos e de enorme receita. Espero
que agora passe a ocupar lugar merecido na contabilidade do governo.
A American Airlines acaba de
anunciar a criação de três novos
vôos para o Brasil, sendo um diário
Miami-Salvador. O Sr. acha que a
oferta está melhorando?
Durante uma palestra para empresários realizada pela Amcham, a presidente
da Embratur, Jeanine Pires, disse que
as empresas aéreas internacionais não
tinham desculpas para a falta de vôos
para destinos turísticos importantes do
Brasil. Segundo ela, à época a Anac havia
autorizado 21 freqüências para as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas
cidades como Manaus, Belém, Salvador e
Brasília seguiam sem estes vôos.
O que falta para o Brasil atrair ainda mais vôos internacionais?
A criação de novos vôos é importante, há demanda e a Anac já
autorizou. É fundamental desafogar
Rio e São Paulo como principais
portas de entrada no Brasil, sobretudo para o mercado americano. Mas
há boas notícias, como o novo vôo
da American Airlines para Salvador
– antes havia apenas um vôo semanal
– e outra freqüência regular da Delta
Airlines, que ainda entrará em vigor,
de Atlanta para Manaus e Fortaleza.
O Brasil e o Rio se preparam para
a Copa do Mundo de 2014 e a
candidatura aos Jogos Olímpicos
de 2016. O Sr. acha que eles estão
preparados para receber eventos
deste porte?
Gostaria muito de ter as Olimpíadas no país, mas não vejo chances reais
de o Brasil ganhar a concorrência. Acho
que o Rio ainda não está preparado
para receber um evento deste porte.
Muita coisa pode melhorar. A Baía
de Guanabara, apesar dos inúmeros
ensaios e fortunas investidas, ainda
precisa ser despoluída urgentemente;
o crescimento desordenado das favelas tem que ser freado; a segurança
ostensiva e intensiva 24 horas por dia,
nos principais acessos à cidade, deve
ser constante.
Além disso, precisamos de um
sistema mais moderno de transporte, que tire os automóveis das ruas.
Não podemos esquecer que é preciso
concluir a reforma dos terminais dos
aeroportos Antônio Carlos Jobim e
Santos Dummont.
O mesmo vale para a Copa?
Já está definido que a Copa do
Mundo de 2014 será no Brasil. Sendo
um evento nacional, com várias cidades
envolvidas, acho que será mais fácil
colocar toda a logística em prática.
Ainda assim, a competição precisa ser
organizada com boa antecedência e há
muito a fazer .
Até que ponto fatos como o recente seqüestro de três turistas
chineses e um funcionário da
embaixada do Vietnã arranharam
a imagem da cidade perante o país
e o mundo?
A palavra correta não é arranha,
mas “arrasa”. Casos como esse, em
tempos de tanta rapidez da informação,
rodam o mundo num piscar de olhos.
A questão da segurança pública afeta
a economia brasileira em diversos segmentos, mas o turismo, certamente, é
uma das atividades mais impactadas. É
um absurdo que uma pessoa de outro
país, a trabalho ou a lazer, sofra qualquer violência, principalmente numa
cidade como o Rio, que tem potencial
para ser um dos principais pólos turísticos do mundo.
O que precisa ser feito para tornar
a cidade mais segura?
É importante realizar ações
contínuas, principalmente nos cartões postais da cidade, com a criação
de bolsões de segurança nos locais
e seus acessos. Acredito em policiamento intensivo e ostensivo. A polícia
precisa estar permanentemente nas
esquinas e vias mais violentas, pois
sua simples presença já inibe as ações
criminosas. Além de tudo é necessária uma reestruturação do Código
Penal. Os criminosos precisam saber
que pagarão realmente por seus atos.
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AGOSTO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Como estão as obras do Iberostar
Praia do Forte, novo resort do complexo no Litoral Norte baiano?
Em ritmo acelerado. A inauguração será impreterivelmente no dia
15 de outubro. Ao lado do Iberostar
Bahia, será o segundo complexo de três
resorts Iberostar Praia do Forte Golf
& Spa Resort e Villas, que terá 1.650
unidades de hospedagem.
O novo resort, orçado em US$
80 milhões, terá uma estrutura exclusiva e independente do Iberostar
Bahia. Serão construídos um novo
Centro de Convenções - para até 800
pessoas; o anfiteatro Axé, para os
shows noturnos; quatro restaurantes
de especialidades e dois de praia; cinco
bares; um gazebo com 500 m², para
coquetéis; uma tenda para eventos de
1500 m²; três quadras de tênis; duas
quadras de squash; uma parede de
escalada; mini-clube e piscina para as
crianças. Em dezembro, o Iberostar
Praia do Forte ganhará o EL Spa, com
2.200 m², com autênticos tratamentos
de relaxamento e beleza.
Há também um projeto imobiliário
ligado ao complexo na Praia do
Forte?
Será um condomínio de alto
padrão de casas e apartamentos, a ser
lançado no ultimo trimestre do ano,
mas já há investidores nacionais e
estrangeiros interessados, devido ao
conforto e exclusividade oferecidos. Em sua primeira fase, terá
cerca de 200 unidades, com casas de alto padrão e um village de
apartamentos junto a uma vila de
convivência às margens de um dos
lagos que se destacam no Complexo. Haverá diferentes projetos de
plantas assinados por renomados arquitetos, a serem escolhidos de acordo
com estilo e preço.
Outro diferencial do projeto é a
disponibilização de diversos serviços
que tornarão a vida dos proprietários
mais fácil e prazerosa.
Além disso, todo o complexo da
Praia do Forte oferece um paisagismo
diferenciado, integrado ao Parque Ecológico da Mata de São João e à Vila da
Praia do Forte. Desde a construção do
Iberostar Bahia, as fases de obras vêm
sendo precedidas de um cuidadoso projeto de resgate e preservação da flora e
da fauna nativos, pioneiro na Bahia, e
que está resultando, inclusive, na descoberta de espécies desconhecidas para
biólogos e botânicos locais. BB
Unlocking our energy
future together
Jeffrey Kupfer
A
t the beginning of this
month, I had the opportunity
to spend time in Rio de
Janeiro, Brasília and São
Paulo to meet with Brazilian government
officials, as well as representatives of
the private sector, and discuss energy
issues of mutual importance to the
United States and Brazil. During my
visit, one thing was quite clear: the
rationale for a strengthened energy
relationship between our two nations
could not be stronger. 14
BRAZILIAN BUSINESS
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AGOSTO-SETEMBRO/2008
“Brazil and the U.S. recognize that every nation,
and every industrial and power-generating sector,
must promote increased energy efficiency”
We know that the world needs safe, reliable, clean,
affordable, and diverse energy supplies – and in considerably
greater amounts than we now have. Both the United States
and Brazil are taking aggressive steps to make that energy
future a reality.
For conventional fuels, we must make the necessary,
massive investments to bring sufficient hydrocarbons to
market and to utilize those resources more cleanly and
efficiently.
To this end, increased access to offshore exploration
is one way to expand oil production around the world,
as Brazilians understand quite well. In the United States,
President Bush has long called for expanding domestic oil
production, including in the Outer Continental Shelf, in an
environmentally sensitive manner. Last month he took the
important step of lifting an executive ban on such production.
We hope that our Congress will move quickly to take similar
action and facilitate responsible offshore exploration.
But, while the world certainly will remain dependent
on hydrocarbons for years to come, we absolutely require
new energy options, especially alternative fuels and clean
energy technologies. In the United States, we have launched
an ambitious program, including basic research, applied
research and development (R&D) and collaboration with the
private sector, to develop renewable energy technologies and
get them out into the marketplace quickly and affordably.
During my visit to Brazil, I had the opportunity to learn more
about efforts underway to further diversify Brazil’s energy
supply – including through the development of renewable
energy sources like hydropower and biofuels.
These areas represent significant opportunities for
continued cooperation between our two nations. In
addition, Brazil and the United States recognize that every
nation – and every industrial and power-generating sector
– must promote increased energy efficiency. I believe that
improvements in energy efficiency can be achieved on a
global scale in our industrial and power-generating sectors,
our government agencies, our homes, our offices and our
transportation sector. Collectively, these measures will not
only take some pressure off of global demand, but also
improve the health of our shared environment.
I applaud President Lula, the business community
and the Brazilian people for their leadership on energy
efficiency and conservation and for recognizing that
diversifying this nation’s energy resources will benefit
Brazil’s economy in the long term.
In all these areas – from conventional hydrocarbon
development to alternative energy expansion to improved
efficiency – the underlying factor that will ultimately
determine our success is our ability to come together
and achieve massive and sustained investment in energy
production and delivery. After all, the record high oil prices
we’re experiencing globally are not just indicative of rapidly
increasing demand – although that’s certainly a major factor
– but also of volatility in the market, which is due, in no
small measure, to the lack of adequate investment in new
supply over many years.
However, as members of the American Chamber
of Commerce can surely appreciate, in order for the
necessary investment to occur, the world must have open,
transparent investment climates and predictable legal and
regulatory environments. This includes clear and specific
laws that encourage private investment and capitalize on
the expertise of the business community but are not open
to interpretation.
The key to unlocking our energy future is ensuring
that the innovation cycle continues at a rapid pace across
the spectrum – in our government laboratories, at our
universities and in the private sector. And, as always,
solving our shared energy challenges will continue to require
international collaboration and leadership from nations such
as Brazil and the United States. BB
Acting U.S. Deputy Secretary of Energy
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BRAZILIAN BUSINESS
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BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO/2008
AGOSTO-SETEMBRO/2008
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Atualmente, o que vemos no mercado é que as companhias que estão mais bem preparadas chegaram a essa
posição alocando recursos internos para a área responsável
e fazendo parcerias com outras, principalmente em áreas
especializadas, como a captura de dados eletrônicos. Além
disso, ter uma boa capacidade de investigação internacional é
apenas um elemento para uma boa gestão de riscos, mas que
pode fazer toda a diferença e trazer ganhos para a empresa.
Isso porque ela garante aos acionistas, às entidades reguladoras, às agências de riscos e ao mercado em geral que a
companhia tem uma política rigorosa de controles contábeis.
Uma recente pesquisa realizada pela KPMG com
mais de 100 executivos de 21 países, inclusive o Brasil,
mostra que os principais desafios na condução de investigações internacionais são o ambiente legal e regulatório, a
disponibilidade e acesso a dados eletrônicos, as diferenças
culturais e por último as diferenças de idiomas.
Uma das grandes dificuldades enfrentadas por esses
profissionais está na definição exata do que é fraude e do
que é uma conduta imprópria. É muito importante que
essas definições claras cheguem aos funcionários. Sem
isso, as investigações perdem muito e o desafio de tomar
a primeira decisão apropriada fica ainda mais complexo. No estudo, observamos que menos da metade dos
executivos respondentes disseram que a companhia em
que trabalhavam tinha procedimentos compreensíveis
de investigação. E o pior: uma em cinco empresas não
dispunha nem sequer de procedimentos.
Em relação às diferenças culturais e de legislação,
o essencial é sempre procurar entender as normas locais.
Até porque, muitas vezes, o que é ilegal em um país pode
ser rotineiro em outro. As leis de privacidade de dados
também costumam variar muito.
Outro dado preocupante é que metade dos entrevistados disse que sua equipe não havia sido treinada sobre
os procedimentos de investigação nos últimos seis meses.
Sendo assim, educar os funcionários sobre tendências de
fraudes e orientá-los sobre possíveis respostas a elas são
vitais para investigações internacionais em corporações com
atuação mundial. Os responsáveis por essa área devem ter o
conhecimento da estratégia de negócio da companhia e uma
sólida experiência em processos e finanças.
Para ter sucesso em qualquer investigação é crucial
obter informações e dados eletrônicos. E com a finalidade
de conseguir uma boa atuação em segurança, a companhia
deve conhecer quais são as políticas internas com relação
a e-mails, a backups e saber quais são os servidores com
informações importantes e se eles estão sob controle da
empresa. É importante, também, que as organizações
mantenham uma vigilância constante de possíveis alterações na legislação de cada país sobre segurança de dados.
E quando a empresa buscar ajuda de outra organização
para investigar fraudes, ela deve se assegurar de que essa
terceira parte tenha um conhecimento detalhado e atual
da coleta, preservação e transmissão de dados em todas as
jurisdições afetadas durante a investigação.
No âmbito da prevenção, a implementação de um
Código de Conduta e a realização de due diligences apropriadas, interna e terceirizada são fundamentais. Assim como a
elaboração de um amplo plano de comunicação.
A detecção de fraudes pode ser facilitada pela criação de hot lines e de outros mecanismos que permitam aos
próprios funcionários denunciarem suspeitas de conduta
inadequada. A empresa deve ainda contar com planos de
monitoramento eficientes, respaldados por ferramentas
modernas para análise de dados. E em caso de ocorrência
de fraudes, a corporação deve considerar a possibilidade
de fazer um anúncio público aos envolvidos. Todas essas
medidas podem propiciar o melhor arcabouço à adoção das
ações requeridas para remediar fraudes, permitindo que a
companhia assegure sua boa imagem e reputação.
Feitas de forma correta, a prevenção, a detecção e a
investigação de fraudes conduzirão às melhores respostas
para os novos desafios. BB
Sócio de Forensic da KPMG Brasil
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BRAZILIAN BUSINESS
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GESTÃO EMPRESARIAL
O segredo da sucessão familiar
Por Leonardo Lima
S
e você faz parte de uma empresa familiar
(e isso não é difícil, considerando que no
mundo, e não apenas no Brasil, 80% das
empresas são familiares) deve pensar nessa questão
com bastante freqüência.
Infelizmente, para cada cem empresas familiares
fundadas no Brasil e no mundo, apenas 30 conseguem
sobreviver à segunda geração, 15 alcançam a terceira
geração e somente quatro chegam à quarta geração.
É realmente um dado alarmante e que merece
atenção especial do empresariado familiar. Sem sombra de dúvida, a preparação do processo da sucessão
e perpetuação do negócio é mais uma das atividades
prioritárias, juntamente com tantas outras como planejar, orientar e decidir.
Sendo assim, como consultor empresarial participante de dezenas de processos de sucessão empresarial,
separei aqui perguntas e respostas mais freqüentes que
aparecem ao longo desse processo e que eu espero que
ajudem a todos os empresários que se deparam hoje
com essas questões.
1) Há algum problema em a empresa ser familiar?
Claro que não. Hoje, no Brasil, os maiores grupos
empresariais são familiares. É só lembrar de Itaú, Casas
Bahia, Pão de Açúcar, Gerdau e tantas outras. O xis da
questão é profissionalizar a família. Família é só dentro
de casa. Na empresa cada membro da família deve ter
seu cargo e suas responsabilidades, e deve ser visto e
cobrado como tal, objetivando gerar os resultados esperados para a empresa.
2) Há um momento certo para preparar um sucessor?
Sim. Esse processo é importante e deve ser realizado um pouco mais cedo do que realmente ocorre.
No Brasil, o fundador da empresa geralmente só pensa
18
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
nisso quando está no final de sua vida. O certo é que
este processo ocorra de forma programada. O fundador
pode, a partir de 55 a 60 anos, planejar esse processo
de forma consciente e, principalmente, iniciar uma etapa
de envolvimento do sucessor com a empresa.
3) Quanto tempo demora um processo de sucessão
familiar?
Em média, cinco anos. Por observação realizada
em projetos realizados em diversas empresas, esse é um
tempo que traz o resultado esperado para a empresa e
para a família.
4) Como conduzir esse processo de forma correta?
O ponto principal a ser observado é que o sucessor
não deve se tornar um assistente do fundador. O mais
certo a fazer é listar as atividades do fundador ligadas a
gestão e decisão e envolver o sucessor paulatinamente
com as mesmas, para que aos poucos ele vá realizando
cada atividade diretamente.
5) O sucessor deve ter alguma experiência em
outra empresa?
Preferencialmente, sim. Acredito que pelo menos
dois anos como empregado em outra empresa, que
não seja da família, só vai contribuir para o processo.
Geralmente fica muito difícil comandar sem nunca ter
sido comandado.
Espero que esses tópicos ajudem a todos os empresários que se encontram atualmente nessa jornada.
Cada família tem sua peculiaridade e sua cultura própria.
É importante analisar a melhor forma de conduzir esse
processo junto aos seus membros.
Sucesso a todos.
Sócio-Diretor da Business & Leadership Consultoria
Empresarial
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Gestão contábil e empresarial baseada em transparência e confiança mútua.
solidity partnership
parceria
confiança
reliability
transparência
solidez
Accounting and business management based on transparency and mutual trust.
transparency
Resultado: parcerias sólidas e excelência em produtividade.
Result: solid partnerships and excellence in productivity.
www.dpc.com.br
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Rio de Janeiro
São Paulo
Macaé
Av. Rio Branco, 311, 4º andar - Centro
Rio de Janeiro - RJ - CEP 20040-903
Tel. 5521 3231 3700
Rua Sampaio Viana, 277 - 10º andar - Paraíso
São Paulo - SP - CEP 04004-000
Tel. 5511 3884 1116
Rua Lindolfo Collor, 22 - Cavaleiros
Macaé - RJ - CEP 27920-220
Tel. 5522 2773 3318
Um bom lugar para investir
A
descoberta de grandes reservas de petróleo na Bacia de Campos transformou
a região de Macaé, Campos dos Goytacazes, Norte e Noroeste fluminense em
um pólo de atração de investimentos. Em pouco tempo, grandes, médias e
pequenas empresas se estabeleceram no local vislumbrando boas oportunidades de negócios. São empresas de diversos setores, que fornecem todo tipo de produtos e
serviços para a indústria de Offshore.
A reboque destes investimentos, a região se transformou em poucos anos. Cidades médias
como Macaé e Campos, passaram a sediar grandes empresas, hospedar altos executivos e
receber eventos de grande porte, exigindo investimentos urgentes em infra-estrutura, como
rede hoteleira adequada e a construção de um centro de convenções que atendesse a essa
demanda. Hoje, a região conhecida como Costa do Sol já conta com a segunda maior oferta
de leitos em hotéis do estado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para a capital.
Quando se visita Macaé, Campos, Rio das Ostras, Carapebus e outras cidades da região
vê-se obras por toda parte. Os municípios vêm investindo na diversificação dos negócios para
se tornarem independentes dos royalties do petróleo, já que este é um bem finito. Para
atrair investimentos, as prefeituras vêm fazendo parcerias com a iniciativa privada, criando
e oferecendo boas oportunidades para que empresas e indústrias se instalem na região. São
fundos de desenvolvimento, zonas especiais de negócios e incentivos fiscais que vêm dando
bons resultados. Ao mesmo tempo, um grande esforço está sendo realizado para capacitar os
moradores destas cidades para atender à demanda gerada por esta nova realidade local.
A Brazilian Business foi até a região conhecer esta realidade de perto e traz, nas próximas páginas, boas oportunidades para quem planeja expandir seus negócios, em diversos
setores da economia.
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AGOSTO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Diversificando para crescer
Ana Redig, de Rio das Ostras
P
Jorge Ronald
oucas administrações públicas costumam aprender com a
experiência vivida por cidades vizinhas. O município de Rio
das Ostras, no estado do Rio de Janeiro, é um deles. Começou
a se preparar para absorver um grande volume de negócios,
sem pagar pelo impacto que isso representou para Macaé. Localizada
ao lado do maior pólo petrolífero do país, Rio das Ostras decidiu fazer
investimentos agora, para não ser atropelada pelo progresso rápido.
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BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO/2008
AGOSTO-SETEMBRO/2008
“A ZEN de Rio das Ostras oferece toda a infraestrutura necessária para a instalação de empresas
e indústrias, incluindo licenciamento ambiental e
tratamento de resíduos industriais”
Inspirada no município de Carabebus, a cidade criou
uma ZEN – Zona Especial de Negócios. Carapebus foi
pioneira na implantação de uma ZEN, criada para abrigar
empresas interessadas em desenvolver suas atividades,
aproveitando os incentivos fiscais e oportunidades da
região, alavancadas pela Brasil Offshore, uma das maiores
feiras de negócios no setor de Oil & Gas.
“O petróleo, como todos sabem, é uma energia finita.
Por isso não podemos planejar o desenvolvimento de nossa
cidade contanto apenas com este produto. O investimento
que fazemos hoje é pensando em um futuro próspero e
desenvolvido, com a presença de empresas de diversos setores”, explica o secretário de Desenvolvimento, Negócios
e Petróleo de Rio das Ostras, Dowsley de Oliveira.
Em Rio das Ostras, uma área de 1 milhão de m² foi
especialmente modelada para receber indústrias e empresas.
A ZEN de Rio das Ostras oferece toda a infra-estrutura
necessária para a instalação de empresas e indústrias, incluindo licenciamento ambiental e tratamento de resíduos
industriais. A concessão é válida por 15 anos, podendo
ser renovada por igual período. Além disso, as empresas
ali instaladas usufruem de uma redução na alíquota do
Imposto Sobre Serviço (ISS) de 2,5% para 2%.
A primeira etapa da Zona Especial de Negócios já está
totalmente ocupada, com 71 empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento. Somente a Queiroz Galvão e a
Aker Kvaerner investiram, juntas, mais de R$ 15 milhões
na área. Com o incentivo para a criação de empresas no
local, foram gerados cerca de 4 mil empregos, diretos e
indiretos. O município vem trabalhando junto às empresas
para capacitar seus moradores a ocuparem essas vagas.
A Secretaria de Desenvolvimento, Negócios e Petróleo
de Rio das Ostras já prepara a área de expansão da ZEN em
um terreno ao lado de onde hoje acontecem grandes shows,
próximo à pista de motocross, outra atração do turismo local.
“É uma área com 1 a 2 milhões de m², que deve receber o
mesmo tratamento de infra-estrutura de água, luz, esgoto,
asfalto, telefonia, tratamento de resíduos industriais, além do
cumprimento de todas as exigências ambientais”, esclarece
Dowsley de Oliveira. Ele explica que o objetivo é promover
o crescimento do município para o interior, levando desenvolvimento para onde é mais necessário. A prefeitura espera
estar com a ZEN 2 em funcionamento já em 2009, e pretende
criar mais 5 mil empregos especialmente capacitados para
atender à demanda gerada pelas empresas ali instaladas.
O investimento na diversificação industrial tem o
objetivo de tornar estas cidades independentes dos royalties do petróleo, hoje principal motor da economia local.
“Acabamos de implantar a Tec Campos, incubadora de
empresas com viés tecnológico”, conta Dowsley. “Estamos fechando uma parceria com a Microsoft para promover a inclusão digital no município e atender à demanda
das empresas que estão se mudando para cá”, revela. Para
ele, a tecnologia tem um potencial muito interessante para
criar novo perfil na indústria local.
O Programa de Qualificação Profissional da Prefeitura
de Rio das Ostras está organizando 42 cursos gratuitos nas
áreas de turismo, serviços e petróleo. São cerca de 1.500 vagas
por semestre. “Qualificar a mão-de-obra da população de
Rio das Ostras é prioridade da administração municipal para
que possamos atender de forma adequada a demanda das
empresas locais – ressaltou o prefeito, Carlos Augusto. BB
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Macaé: trabalhando no presente
e apostando no futuro
Jorge Aziz
O
Arquivo Secom/Macaé
s municípios da região dinamizada por Macaé possuem uma
longa tradição ligada à produção da cana-de-açúcar e à criação
de gado. Porém, este quadro está sendo radicalmente mudado
a cada dia. A indústria do petróleo ali instalada reestrutura o
Norte Fluminense e, ao mesmo tempo, abre uma série de oportunidades. A
mudança é inevitável, após as descobertas de reservas de óleo e gás natural
na Bacia de Campos, realizadas pela Petrobras. Um novo e poderoso vetor de
desenvolvimento passou a articular e gerar conseqüências de toda ordem. O
fluxo de investimentos, equipamentos, suprimentos, infra-estrutura, logística
e recursos humanos não encontram paralelo na história regional.
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BRAZILIAN BUSINESS
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“A infra-estrutura necessária para aportar os
grandes investimentos ficou a cargo do município
que, junto com as demandas de serviços, absorve
grande parte dos recursos próprios e dos royalties”
O impacto da indústria do petróleo traz para o Rio de
Janeiro uma série de desafios, que podem ser inicialmente
traduzidos nas seguintes questões: como coordenar os
investimentos em logística, transportes, comunicações,
qualificação da força de trabalho e pesquisa de forma ótima, reduzindo desigualdades regionais? Como viabilizar
o desenvolvimento de pesquisas e produtos que possam
reduzir os custos atuais da indústria brasileira de petróleo?
Como criar um ciclo de desenvolvimento industrial regional
a partir das necessidades de suprimentos e tecnologia que
a indústria de petróleo demanda?
Por outro lado, o crescimento demográfico pressiona
a busca por serviços públicos e infra-estrutura, que requer
grandes operações decorrentes de um crescimento desordenado da malha urbana, pressionado pela “explosão” imobiliária para a classe média e a formação de favelas na periferia
da cidade pela população de baixa renda, reproduzindo o
modelo da desigualdade social, hoje ainda persistente em
todo território nacional.
Em Macaé, especificamente, a infra-estrutura necessária
para aportar os grandes investimentos ficou a cargo do
município que, junto com as demandas de serviços, absorve
grande parte dos recursos próprios e dos royalties. Considerando-se que o impacto sobre o município tem origem no
fim dos anos 70, e que o recurso destes royalties só entrou
efetivamente no município a partir do final da década de
90, 12 anos depois. Verifica-se que a reação ao processo de
ocupação desordenada tem resposta retardada e muito mais
complexa de resolução.
A legislação de impacto ambiental para grandes empreendimentos, por exemplo, só foi regulamentada no final
dos anos 80, portanto, o passivo ambiental contribuiu para
a soma dos problemas da gestão pública. Por outro lado, a
desarticulação entre as esferas de governo (União, estado
e município) deixou de prever um planejamento integrado
para o desenvolvimento regional, retardando a instalação
de serviços e infra-estrutura para aportar os investimentos
privados, obrigando o município a arcar com esses custos.
Hoje o município se prepara para uma nova era. Ao
mesmo tempo em que aplica grande parte de seus recursos,
corrige erros do passado.
As áreas de preservação ambiental, invadidas por favelas,
hoje estão absorvendo recursos de royalties, que poderiam
estar sendo aplicados no desenvolvimento da base econômica do município. Macaé desenvolve, atualmente, o maior
programa de moradia do estado para população de baixa
renda, para suprir o déficit habitacional das gestões passadas
que não se preocuparam com essa demanda.
O município investe intensivamente em educação básica
e superior para projetar o desenvolvimento de Macaé no ciclo
pós-petróleo. No ensino fundamental, investe na escola de
horário integral e, no ensino superior, na infra-estrutura para
as universidades públicas. Há programa de bolsa de estudos
para a população universitária e nível técnico-profissionalizante, e estágios universitários remunerados nos vários
setores da administração pública. Também foram firmados
convênios com universidades públicas (UFF e UFRJ) que
atendem a alunos de Macaé e de outros municípios da região.
O município de Macaé arca com os custos e é responsável
pela manutenção da infra-estrutura acadêmica e custeios de
bolsa para docentes. Nos últimos dois anos um programa
de qualificação profissional tem sido oferecido para mais de
5 mil jovens com inserção de aproximadamente 30% dos alunos no mercado de trabalho. A cidade tem, também, o maior
índice de emprego formal do estado do Rio de Janeiro.
Além disso, o município de Macaé construiu e mantém o
melhor hospital de emergência da região, que atende a toda a
região que não conta com as coberturas do SUS para a maioria desses atendimentos, e a outra parte dos investimentos é
absorvida na construção e duplicação de rodovias que cortam
o município para permitir ampliar a base da infra-estrutura
viária impactada pelo crescimento das atividades econômicas
ligadas à cadeia produtiva de petróleo e gás. BB
Secretário Municipal Especial
de Desenvolvimento Local de Macaé
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BRAZILIAN BUSINESS
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Campos promove clima
para investimentos
Luiz Mário Concebida
O
César Ferreira / Secom Campos
Fundo de Desenvolvimento de Campos
dos Goytacazes (Fundecam), implantado
há seis anos, está comemorando a marca
de 70 projetos, no quais injetou quase
R$ 200 milhões. Sustentado pelas participações
governamentais recebidas sobre a produção de
petróleo e gás na Bacia de Campos, o instrumento
de atração de negócios no município contabiliza,
ainda, a geração de mais de cinco mil postos
de trabalho, além de um desenvolvimento do
patrimônio empresarial no município que é o
dobro do que foi investido até agora.
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BRAZILIAN BUSINESS
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AGOSTO-SETEMBRO/2008
Construído para contribuir com a preparação do município para o período
pós-petróleo, o Fundecam é considerado um programa que conquistou a sociedade
campista, de modo que parece ser irreversível. Além disso, tem estabelecido um clima
favorável na cidade, de sorte que outros empreendimentos são desenvolvidos, mesmo
sem a participação do financiamento público.
Ao longo desses seis anos, o Fundecam contabiliza erros e acertos. Os projetos
com problemas, no entanto, não chegam a 10% do total, e se dão devido a questões
estruturais ou por questão de gestão. De qualquer maneira, nenhum problema representa prejuízo aos cofres públicos, pois todos são rigorosamente garantidos.
Do total de projetos aprovados, 43% são pequenos negócios, ou seja, o financiamento não chega a R$ 1 milhão. Outro dado a ser destacado: 76% são projetos
oriundos de investidores locais, quer para novas unidades, quer para modernização
de plantas industriais. Embora alguns segmentos da sociedade reclamem que o programa deveria atender apenas a pequenos e micros, os projetos de grande porte é que
chamam mesmo a atenção.
Em razão de equívocos cometidos por analistas e críticos do programa, a direção
do fundo decidiu realizar uma série de palestras, em comemoração aos seis anos de
existência. É perceptível o espanto das pessoas quando passam a conhecer os resultados
conquistados até agora e o efeito que a implantação de 70 projetos provoca, embora
o município tenha mais de cinco mil empresas. É reflexo do porte dessas iniciativas
e de sua diversidade. Foram financiados projetos de pouco mais de R$ 70 mil até
investimentos de mais de R$ 20 milhões.
Considerado um programa de desenvolvimento e não uma simples linha de crédito,
o Fundecam tem acatado projetos de agronegócios, industriais e alguns de serviços,
desde que não conflitue com o que a cidade já possui. Assim, foram apoiados investimentos em indústrias frigoríficas, projetos de pescados, laticínios, lavouras de canade-açúcar, biotecnologia, além de medicamentos e de transformação, principalmente
de aço, que é o caso do Complexo Schulz, de origem alemã.
Por considerar que o município tem uma grande estrutura de comércio, o Fundo
não acata projetos nessa área, assim como não tem investido em hotelaria, ao mesmo
tempo em que restringe investimentos em saúde, já que o município tem, por obrigação
constitucional, que investir grandes somas nesta área.
Para comprovar os resultados do Fundecam, o Conselho Gestor – composto por
cinco secretários municipais – comemora o fato de que nove investidores já pagaram
o financiamento e outro tanto está em vias de adimplir integralmente o que recebeu.
Este fato deve ser comemorado duplamente, pois todo investidor que cumpre rigorosamente o contrato, ao final recebe de volta os juros que pagou. O Fundo opera
com taxa de 6% a.a., oferece um ano de carência e cinco para pagar. A devolução dos
juros é um atrativo contra a inadimplência, que tem um índice inferior a 10%. Quem
não paga em dia, no entanto, acaba enfrentando punições severas, como o dobro das
taxas de juros e multa.
Outra comemoração é a experiência adquirida na convivência com projetos
empresariais, alicerçando o município na conquista de novos negócios, tecnologias
e modelos de gestão empresarial, além da diversificação da economia e de espalhar
indústrias em locais nunca antes contemplados, o que gera especial satisfação na comunidade distante da área urbana. BB
Presidente do Fundo de Desenvolvimento
de Campos dos Goytacazes (Fundecam)
BRAZILIAN BUSINESS
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Lazer e trabalho afinados
EXECUTIVOS RELAXAM DA TENSÃO NO TRABALHO
APROVEITANDO TEMPO LIVRE PARA SE DEDICAR À MÚSICA
Renato Santos, do Rio de Janeiro
C
ultivar um hobby nas horas vagas soa como música para executivos
que precisam se desligar temporariamente da rotina estressante do
mercado de trabalho. Trocar longas reuniões, viagens cansativas e
pilhas de relatórios pelas notas de um violão, baixo ou guitarra é um
bom negócio para quem é obrigado a conviver com uma agenda quase sempre
lotada. Para esses profissionais, a música é condição sine qua non para recarregar
baterias e ganhar fôlego extra para encarar a competição lá fora.
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AGOSTO-SETEMBRO/2008
“A música é condição sine qua non para
recarregar baterias e ganhar fôlego extra
para encarar a competição lá fora”
É o caso de Carlos Vitor Strougo, presidente da Kadan Headhunters,
especializada em seleção e recrutamento de executivos no Brasil e no exterior.
Formado em engenharia, Strougo diz que a música o atraiu por sua precisão
matemática. Após o quarto episódio de estafa, decorrente do excesso de
trabalho, foi aconselhado pelo médico a procurar um hobby. Com um gosto
eclético, hoje mais para o blues e rock dos anos 60 e 80, ele dá uma dica para
quem procura descanso com divertimento:
“O médico disse que deveria parar de trabalhar direto e ter um hobby no
fim de semana, se não quisesse ver a saúde física e mental ir para o brejo. Toco
violão desde a adolescência. Nos últimos nove anos, venho me dedicando
ao baixo e à gaita de blues. A música me deu uma visão mais abrangente das
coisas. Mas o meu conselho é que não levem o hobby tão a sério. Quando
os ensaios se prolongam e acaba o chope e o pastel com os amigos, o prazer
acaba. É saudável visto apenas como brincadeira, porque dinheiro ganhamos
com a nossa profissão”, ensina.
Rubens Branco, sócio da Branco Consultores, compartilha do mesmo pensamento. Ele começou a estudar música aos oito anos, quando aprendeu acordeão,
incentivado pelo pai. Ele não se considera um músico, mas um advogado que
gosta de música. Hoje concilia as atividades no escritório com ensaios da banda
“Dano Moral”, aos domingos. Branco, que também toca guitarra e violão há
mais de quatro décadas, teve que suspender a música aos 19 anos para estudar e
trabalhar, mas voltou a tocar 30 anos depois, incentivado pelo filho. Ele também
aconselha os amigos a cultivarem um hobby, seja qual for.
“A música ajuda a mente a descansar um pouco das preocupações do trabalho. E também faz bem à alma. Ela sempre foi meu hobby, ajuda a aliviar a
tensão. Sou autodidata, mas hoje meu filho Daniel, cantor e guitarrista da banda,
é meu professor. A família reage muito bem, todos curtem e nunca perdem
nossas apresentações. Na banda ‘Dano Moral’ tocamos rock e blues, mas gosto
pessoalmente de boleros, guarânias, samba, marchas etc. A música não seria
para mim uma segunda profissão, mas quando me aposentar pretendo aumentar
apresentações individuais em festas de amigos”, revela.
Segundo especialistas, a prática de um hobby ajuda a canalizar emoções
de forma mais positiva. No caso da música, amplia a rede de relacionamentos,
pelo contato com pessoas que compartilham do mesmo interesse, e age de
forma favorável no desenvolvimento físico e mental de quem o pratica. Uma
coisa é certa: não há nada melhor para se distrair da tensão do dia-a-dia do
que dedicar parte do tempo a uma atividade que dá um retorno tão valioso
quanto o financeiro. BB
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Amcham premia melhores
projetos ambientais do país
Os vencedores do Prêmio Brasil Ambiental 2008 posam com seus troféus
D
evon Energy do Brasil, Vale, Fundação O
Boticário, Unibanco,
Tractebel Energia e o jornalista
Mauri König, da Editora Gazeta do
Povo, foram os vencedores do Prêmio Brasil Ambiental 2008, iniciativa
da Câmara de Comércio Americana (Amcham) para incentivar e reconhecer
o mérito de empresas em projetos
de preservação do meio ambiente e
desenvolvimento sustentável.
Prestigiaram a cerimônia, no
Jockey Club Brasileiro, autoridades e
empresários de diferentes setores da
economia. O presidente da Amcham,
João César Lima, e o diretor superintendente, Ricardo de Albuquerque
Mayer, entregaram aos vencedores
troféu e passagens aéreas para os Estados Unidos, além do livro “Quatro
anos semeando compromisso com a
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BRAZILIAN BUSINESS
natureza”, uma cronologia dos quatro
anos do prêmio em papel reciclado.
Este ano a novidade foi a inclusão
da categoria “Texto Jornalístico”, que
tem o intuito de estimular a produção
de reportagens que contribuam para o
desenvolvimento sustentável do país.
Em quatro anos de prêmio, 131 empresas já concorreram ao título de melhor
projeto na área ambiental:
“Este ano batemos o recorde de
inscrições, com a participação de 41
projetos. Desta vez vamos reconhecer
também a melhor matéria jornalística,
porque queremos incentivar os veículos
de comunicação a publicarem informações que tenham como tema o meio
ambiente. O Prêmio Brasil Ambiental é
uma contribuição da Câmara Americana
para o desenvolvimento sustentável”,
explicou Ricardo Mayer.
O jornalista Mauri König venceu
AGOSTO-SETEMBRO/2008
nesta categoria com a reportagem “A
Última Testemunha”, um relato dos
problemas ambientais e sociais do
interior do Brasil. Entre os projetos
corporativos, se destacaram: “O uso
do audiovisual no diagnóstico participativo - a experiência do Projeto
de Educação Ambiental do Campo de
Polvo” (Devon), “Oásis: água boa para
São Paulo” (Fundação O Boticário),
“Gestão Sustentável de Resíduos
Sólidos no Complexo de Tubarão da
Vale no Espírito Santo” (Vale), “Usina
Termoelétrica Bandeirantes – UTEB”
(Unibanco), e “Sistema Agroflorestal
Cabona 4 (Tractebel Energia).
Uma banca formada por especialistas na área ambiental avaliaram
os 41 projetos, distribuídos em seis
categorias: “Educação Ambiental”,
“Gestão da Água”, “Gestão de Resíduos Sólidos”, “Florestas”, “Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo” e “Texto
Jornalístico”. Fizeram parte da banca o
jornalista e editor do site Envolverde,
Eduardo Marcondes; o presidente da
Feema, Axel Grael; o professor de
Engenharia Ambiental da PUC-RJ,
Carlos Gabaglia Penna; o presidente
do Instituto Pnuma, Haroldo Mattos
de Lemos e o diretor executivo do
Funbio, Pedro Leitão.
A cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Ambiental teve patrocínio
da Petrobras, Bradesco Capitalização,
Cedae, Cultura de Segurança, Serviços de Consultoria, Devon Energy,
El Paso e American Airlines, além do
apoio da PricewaterhouseCoopers e
da Gráfica Ideal.
José Lourival Magri, da Tractebel Energia, Duílio Diniz
Figueiredo, do Consórcio Machadinho, e o presidente da
Amcham, João César Lima
Almirante Ibsen de Gusmão Câmara, da Fundação O Boticário,
e Ricardo Mayer, diretor superintendente da Amcham
Luis Cláudio Castro e Romildo Fracalossi, da Vale, recebem
o prêmio de Flávio Torres, da Petrobras
Marco Aurélio Giordano, do Unibanco, e o chairman de Meio
Ambiente da Amcham, Oscar Graça Couto
Fernando Borensztein, da Devon, e Haroldo Mattos de Lemos,
presidente do Instituto Pnuma
Mauri König, da Gazeta do Povo, e a vice-chairman de Meio
Ambiente da Amcham, Adriana Fixel
AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Amcham recebe Michael Chertoff no Rio
Em seu único encontro aberto a empresários, o ministro da
Segurança Nacional dos Estados Unidos enfatiza a prevenção
Ronaldo Veirano, Joel Korn, Juan Llerena, Michael Chertoff, Clifford Sobel e Robson Barreto
A
Câmara de Comércio Americana recebeu o ministro
da Segurança Nacional
dos Estados Unidos, Michael Chertoff,
que veio ao Brasil em uma curta visita.
Seu único encontro com a comunidade
empresarial aconteceu no Rio de Janeiro,
em um café da manhã com associados
da Amcham e a presença do embaixador
americano, Clifford Sobel, do cônsulgeral em exercício, Erik Holm-Olsen,
e da cônsul comercial dos Estados
Unidos, Camille Richardson. Chertoff
falou sobre segurança, prevenção e
parcerias para cerca de 60 executivos.
Em sua primeira visita ao país,
Michael Chertoff destacou a importância do incremento da parceria entre
Brasil e Estados Unidos e contou como
funciona seu ministério: “Trabalhamos
sobre três plataformas: gerenciamento
de riscos, parcerias e equilíbrio”, disse.
Ele explicou que inspeção e segurança
total são coisas impossíveis, portanto é
necessário gerenciar os riscos, tanto em
transportes de carga como de passagei-
32
BRAZILIAN BUSINESS
ros. “O trabalho de inteligência permite
automatizar uma parte expressiva do
processo, fazendo uma triagem preventiva eficiente, minimizando riscos e
custos. É preciso promover a segurança
sem, contudo, paralisar o comércio
mundial”, avaliou.
Chertoff disse que o uso da informação rápida e eficiente é fundamental
para garantir essa fluidez do comércio
internacional com segurança. “Isso faz
com que incomodemos menos pessoas
e empresas, por isso acreditamos que
o melhor é promover parcerias que
permitam a inspeção de cargas no embarque. “Nem sempre isso é possível,
seja por limitações físicas ou políticas, já
que há países que não querem aderir a
esses procedimentos em suas portas de
saída, e é preciso respeitar a soberania
de cada país”, argumentou. O ministro
destacou que a verificação de cargas
antes do embarque evita que todo um
navio seja afetado, por exemplo.
O ministro da Segurança Nacional
americano disse que as parcerias com a
AGOSTO-SETEMBRO/2008
iniciativa privada são a melhor forma
de aumentar a eficiência e baixar custos,
já que empresas e pessoas têm todo o
interesse em proteger seu patrimônio
e produção. “O envolvimento do empresariado na formulação de políticas
públicas de segurança é muito importante para orientar demandas e ajudar
a apontar soluções. Afinal, todos saem
ganhando com a segurança do comércio
internacional”, opinou. Chertoff destacou a relevância desta relação com as
companhias aéreas, que permite gerar
preciosas informações. “Os grupos
terroristas conseguem arregimentar
pessoas insuspeitas. Se pudermos rastrear os destinos, via companhias aéreas,
podemos encontrar vínculos e localizar
redes de grande valor estratégico”.
Finalmente, Chertoff disse que o
equilíbrio é fundamental para garantir
a compensação entre os desconfortos
gerados pelas restrições necessárias
à segurança. “As pessoas reclamam
muito de invasão de privacidade, mas
é necessário incomodar uns poucos
para garantir a liberdade da maioria de
viajar e fazer comércio internacional”,
defendeu. Depois de sua exposição,
Michael Chertoff respondeu às perguntas dos executivos. Sobre segurança
nuclear, o ministro disse que a ênfase
deve estar ser sempre na prevenção,
tanto no risco de vazamentos como no
tratamento, depósito e transporte de
materiais radioativos. “No caso de uma
explosão, no entanto, a principal ação
seria controlar o pânico da população
e convencê-la a não se retirar do local,
que é uma atitude humana de sobrevivência, e ir para um lugar sem contato
com o ar contaminado”, informou.
AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Marcas do crescimento
Subsecretário de Propriedade Intelectual dos EUA diz que Agenda do
Desenvolvimento vai fortalecer processos de inovação em todo o mundo
O subsecretário americano Jon Dudas e o presidente do INPI, Jorge Ávila
O
Brasil perde anualmente R$ 30 bilhões
em impostos com a
pirataria. Segundo o Ministério do
Trabalho, ela também impede a criação
de dois milhões de empregos formais
por ano no mercado, desencorajando
novos investimentos. O debate sobre propriedade intelectual ganhou
contornos mais fortes com a Agenda
do Desenvolvimento, proposta na
Organização Mundial da Propriedade
Intelectual (OMPI) em 2004. Ela busca
conciliar desenvolvimento sustentável
e propriedade intelectual. Para saber
mais dos avanços relacionados a marcas e patentes, a Amcham promoveu
um encontro com o subsecretário de
Comércio e Propriedade Intelectual
dos Estados Unidos, Jon Dudas, e o
presidente do Instituto Nacional de
Propriedade Intelectual (INPI), Jorge
Ávila. O evento teve patrocínio de
Dannemann, Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira.
Dudas, que também é diretor do
Escritório de Marcas e Patentes dos
EUA (USPTO), disse que a Agenda de
34
BRAZILIAN BUSINESS
Desenvolvimento é um passo importante para harmonização dos sistemas, sem
que isso configure uma intervenção mais
forte nas economias de cada país.
“O ponto fundamental é que
ela pode servir como um instrumento
facilitador do processo de inovação e
crescimento para o planeta. Precisamos
criar uma base comum de entendimentos, a partir da qual daremos impulso
para que as economias dos países cresçam em função de processos tecnológicos e industriais fortes e avancemos em
direção a novos acordos. Precisamos
saber como as informações sobre
marcas e patentes serão compartilhadas. Além disso, o que vier a acontecer
na próxima Rodada de Doha terá um
impacto muito grande na eficiência da
propriedade intelectual”, afirmou.
Para Jorge Ávila, o sistema de
propriedade intelectual deve ser mais
amigável, promovendo vantagens para
o esforço de inovação. Ávila defendeu
a participação do Brasil no Protocolo
de Madri, acordo internacional firmado
em 1989 para simplificar e tornar mais
objetiva a idéia de concentrar o registro
de marcas em um só local. Ele afirmou
que empresas vítimas da pirataria precisam rever seu modelo de negócio.
“As indústrias de software e música
são as que mais sofrem com a pirataria
hoje no mundo. Um modelo de negócios vitimado por esta prática deve ser
repensado, sem esquecer que a ilegalidade tem que ser combatida pelo estado.
O INPI tem hoje uma série de grupos
de estudo debruçados sobre tratados
de comércio envolvendo propriedade
intelectual. O Brasil deve participar
ativamente do Protocolo de Madri”.
Ricardo Mayer, Jon Dudas, Dirk Pieter Siemsen e Jorge Ávila
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AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Brasil depois do investment grade
Investimentos em renda fixa migrarão mais para multimercados,
prevê economista-chefe do Asset Management do Banco Real
queda dos juros, balança carteira é de commodities. Se houver
comercial positiva, paga- queda da demanda mundial, vai sentir
mento da dívida externa mais. Ano passado, o consumo nos
e controle da inflação. EUA cresceu 3,4%, sendo que 1,9%
O país sentirá a reper- decorrente de imóveis. As pessoas capcussão a médio e longo tavam empréstimos para comprar casas
prazo, com capitalização declarando uma renda que não tinham,
maior do mercado acio- certas de que a valorização permitiria
nário, nos fundos mútu- um refinanciamento. Em dezembro,
os e de pensão. Haverá pela primeira vez na história, isso não
aumento da migração aconteceu. Os bancos ficaram com
da renda fixa básica para estoque altíssimo e baixa demanda. O
multimercados”.
mercado imobiliário americano caiu
Penteado disse 60% em dois anos”, explicou.
que as crises de crédito,
Autor de um livro sobre ecoO economista-chefe do Banco Real, Hugo Penteado
bancária e econômica economia, Hugo Penteado acredita
Brasil tornou-se, em nos Estados Unidos têm uma raiz co- que o modelo de desenvolvimento
abril, a terceira nação mum: a crise do mercado imobiliário. econômico da humanidade precisa
da América Latina a Ele ressaltou que na Europa o cenário ser revisto:
obter o investment grade, classificação que não é diferente, pois Espanha, Itália,
“Se não houver uma mudança na
sinaliza aos investidores que o país é Irlanda e Reino Unido estão atraves- teoria econômica tradicional e os ecoseguro para receber investimentos, por sando uma forte recessão imobiliária, nomistas não abandonarem a crença
ter condições de honrar seus débitos. e a inflação global só será resolvida por de que o planeta é fonte inesgotável
Com 25 anos de atuação no mercado uma crise ainda maior ou se os países de recursos e que se pode construir
financeiro, o economista-chefe do ricos desacelerarem a economia, com outro planeta se necessário, não será
Asset Management do Banco Real, aumento dos juros.
possível mudar a rota atual de destruiHugo Penteado, disse em evento na
“A Bovespa foi a bolsa que menos ção do meio ambiente e da própria
Amcham que o grau de investimento sentiu a crise, porque metade de sua humanidade”, concluiu.
foi conseqüência do bom momento
das contas externas, impulsionadas
sobretudo pelas exportações. Mas o
estrategista de investimentos do ABN
AMRO não acredita que os efeitos
serão sentidos logo.
“O Brasil não fez as reformas
necessárias, mas melhorou muito as
contas externas. De 2005 para 2007,
saímos de US$ 54 bilhões em reservas
para US$ 180 bilhões. A pauta de exportações diversificou-se e cresceu. O
grau de investimento é a coroação da Ricardo Mayer, Gilberto Prado, Hugo Penteado e Jean Yves Dionne
O
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BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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Petróleo para todos
Diretor da ANP defende mudanças na Lei do Petróleo
para que país aproveite melhor o uso dos royalties
Para Victor Martins, da ANP, o petróleo é um bem de todos os brasileiros
A
descoberta de novos
poços de petróleo na
camada pré-sal aqueceu
o debate sobre a redistribuição dos
royalties no Brasil. Em palestra promovida pela Amcham, o diretor da Agência
Nacional do Petróleo (ANP), Victor
Martins, defendeu a reformulação da
lei da distribuição desses valores. Para
Martins, o petróleo é um bem que deve
ser usufruído por todos os brasileiros
através de uma maior arrecadação da
União e não pode ser alvo de disputas políticas regionais. Porém, essa
mudança deve ser feita a longo prazo,
passando pelo Congresso Nacional. O
executivo disse que há necessidade de
alterar a Lei do Petróleo, e uma mudança drástica pode levar muito tempo.
“O governo age de forma cautelosa, introduzindo na sociedade o debate
necessário para futuras mudanças. Por
enquanto, alguns pontos podem ser
aprimorados através de decretos presidenciais, como, por exemplo, a atualização das 12 tabelas que determinam os
cálculos das cobranças”.
Uma atitude que precisa ser tomada em breve é a nova taxação sobre
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BRAZILIAN BUSINESS
os royalties. O valor da participação
especial dos lucros do petróleo que
vai para os cofres públicos pode ser
reajustado por decreto presidencial.
Uma das alternativas defendidas é a
incorporação da rentabilidade na produção em larga escala.
“Vários países que aumentaram a
participação no mercado já reformularam suas tabelas. No Brasil, desde que
se começou a usar a taxação vigente, o
preço do barril de petróleo valorizou
quase 10 vezes mais, e ainda não mudamos as tabelas”, explicou.
As discussões em torno da Lei
do Petróleo não se limitam apenas aos
percentuais de arrecadação e distribuição. A aplicação desses royalties gera
divergências. Há os que defendem que
eles devem ser aplicados em melhorias
na educação; para outros, deveria haver
um fundo emergencial com essa renda
para eventuais crises. Outro tópico de
discussão é a possível criação de um
fundo soberano, como foi criado em
países superavitários, que não é o caso
do Brasil. Desde a descoberta dos campos no pré-sal, a ANP enfrenta desafios
tecnológicos e jurídicos.
Proteção contra dispensa arbitrária
S
egundo o Ministério do
Trabalho, 12,7 milhões
de trabalhadores foram
dispensados em 2007, 7,6 milhões
(59,4%) demitidos sem justa causa ou
motivação. Em fevereiro, Lula enviou
ao Congresso pedido de ratificação
da Convenção 158 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que
prevê indenização ou reintegração em
caso de demissão injustificada. Ocorre
que o Supremo Tribunal Federal deu
status de lei ordinária ao decreto que
aprovou a Convenção, impedindo que
se sobreponha ao artigo da Constituição que trata do tema. A Amcham
convidou a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de
Janeiro (TRT-RJ), Maria de Lourdes
Salaberry para debater o assunto:
“Neste intervalo, vários processos
e ações foram ajuizados. No entender
do STF, essas decisões estavam erradas,
não poderiam determinar reintegração
dos empregados. Como o decreto tem
nível hierárquico de lei ordinária, está
sujeito às regras constitucionais e não
serve como norma regulamentadora.
Só lei complementar prevê indenização
compensatória quando promovida
despedida arbitrária”, explicou.
De acordo com a regulamentação, sempre que a dispensa for injustificada, o trabalhador poderá contestar
judicialmente ou recorrer à arbitragem.
Para Salaberry, é preciso distinguir estabilidade de garantia de emprego:
“Nosso ordenamento jurídico
acabou com a estabilidade para todos
os empregados, só contemplando
Maria de Lourdes Salaberry, do TRT-RJ
indenização para dispensa arbitrária.
A simples aprovação do Congresso
Nacional com a sanção do presidente
da República não tem o condão de
modificar as regras que já existem. Não
se deve confundir estabilidade com
garantia de emprego”, completou.
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Ser líder é ser a melhor no que faz.
Para a Michael Page, ser líder não é apenas estar presente nos 5 continentes, atuar através de 166 escritórios
e possuir mais de 5.535 colaboradores. É muito mais do que isso:
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Do Espírito Santo para o mundo
V
itória recebeu o doutor
em Ciências Políticas e
coordenador do Curso
de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
(IBMEC/RJ), José Luiz Niemeyer, em
um evento promovido pela Câmara de
Comércio Americana do Espírito Santo.
O encontro aconteceu no Cerimonial
Itamaraty e contou com a presença de
autoridades de vários segmentos produtivos. Em sua exposição, Niemeyer
destacou a importância das relações internacionais para o Espírito Santo,
dada a posição estratégica do estado
em relação a outros países. Este fator
pode resultar no aumento dos investimentos diretos estrangeiros e em mais
processos de incorporação e fusão de
empresas que atuam no estado. Segun-
do Niemeyer, essa
atitude contribuirá
para a difusão da
cultura empresarial
capixaba, o desenvolvimento social e
o aumento de empregos e da renda
da população. Para
tanto, defendeu a
criação de uma Secretaria de Relações
Internacionais pelo
governo do estado Clovis Vieira, José Luiz Niemeyer e Marcelo Silveira Netto
do Espírito Santo.
José Luis Niemeyer destacou três de informações gerado; o período de
momentos que considera primordiais democratização, com a inserção do país
na evolução da informação no Brasil e em um contexto internacional; e as exno mundo: o pós-regime militar, devido pectativas do que pode ocorrer com o
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BRAZILIAN BUSINESS
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LEGAL ALERT
Condescendência judiciária
Por Domingos Fernando Refinetti
M
uito se tem falado a respeito da morosidade e da qualidade da Justiça,
criticando-a por não atender, no tempo
e na intensidade devidos, os anseios de quem dela se
serve. Por essa situação, culpa-se o arcabouço legal
de que se valem as partes, os juízes, os promotores e
todos os agentes auxiliares da Justiça.
Culpa-se a falta de infra-estrutura administrativa,
técnica, tecnológica, logística, física, econômica, a
penalizar o correto e o célere andamento dos serviços
inerentes à prestação jurisdicional. Culpa-se a escassez
de talentos humanos para preencher as milhares de vagas
que uma Justiça adequada requer. Culpa-se o cenário
político-institucional por não enfrentar o problema de
uma Justiça debilitada e desacreditada.
Cabe, então, para quem milita no Foro, responder
à seguinte questão: por que milhares de processos são
postergados e, literalmente, “empurrados com a barriga”, se há instrumentos processuais de alta eficácia
para encerrar, no seu devido tempo (queremos dizer:
mais cedo!), com precisão e qualidade inatacáveis, uma
grande quantidade de demandas que não preenchem os
mais comezinhos princípios de admissibilidade à luz do
Código de Processo Civil?
Veja-se a absurda quantidade de ações cujas
petições iniciais são flagrantemente ineptas, seja pela
obscuridade de seus termos, pela falta de concatenação
lógica e jurídica entre os fatos narrados e seus pedidos - no mais das vezes, ininteligíveis, desprovidos de
qualquer técnica, de requisito processual ou, ainda, de
vinculação com suposta causa de pedir.
Em tais casos, e são incontáveis, por que não aplicar, pura e simplesmente, o preceituado na legislação
processual e, adotadas as devidas cautelas em cada
caso, extinguir tais ações sem julgamento de mérito,
na primeira oportunidade?
Em nome de que essas ações devem ser mantidas
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BRAZILIAN BUSINESS
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vivas, se processualmente natimortas, a consumir uma
atividade advocatícia e jurisdicional (em várias instâncias), apenas para tentar remendar algo que veio à luz
em absoluta contradição com o direito processual civil, ao
arrepio do que os operadores do direito somos obrigados
a estudar e conhecer e, portanto, a aplicar?
Da mesma forma, quantas demandas não se compadecem com os mais elementares pressupostos de
constituição e representação processualmente válidos
e com as condições da ação (legitimidade de parte,
interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido)
e, não obstante, também em nome de princípios, tão
obscuros, quanto fluidos ou poéticos, são alimentadas
por despachos, decisões interlocutórias, recursos,
petições e arrazoados (quando não por perícias totalmente despiciendas e audiências modorrentas), tudo
à espera de um veredicto que faça jus à Justiça, mas
só consegue desacreditá-la?
É evidente que, na busca pela Justiça, faltam
estrutura, pessoal, dinheiro e vontade política para seu
atingimento; parece, também, claro, que instrumentos
mais ágeis em termos processuais poderiam ser adotados
a fim de chegarmos a tal destino; isso não se nega. Reformas nesse sentido - desde que não visem, unicamente,
a uma Justiça Social, em detrimento daquela Justa - são
desejáveis (não sendo o tema deste artigo).
Mas por que não começar com o que já temos e
aplicar, efetivamente, as regras já existentes do Código
de Processo Civil, naquilo em que elas são, desde já,
indiscutíveis: na extinção das demandas que, em seu
nascedouro, já vêm eivadas de vícios insanáveis a contaminar de morte o seu seguimento? De tabela, talvez
ainda se conseguisse prestar um grande serviço ao
aprimoramento do ensino jurídico neste país, forçando
a substituição da quantidade pela qualidade.
Sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice
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PELO
Divulgação
Desenho de Eliezer Danilo de Melo, Canguçú - RS
Mercado
Instituto Souza Cruz celebra
oito anos de boas idéias
Formar empreendedores capazes de escrever um
novo capítulo na história da juventude rural brasileira.
Esta é a missão do Instituto Souza Cruz, que completa
oito anos investindo no futuro, ao levar novos conhecimentos a jovens que vivem no campo. Através da defesa política e coletiva de causas
sociais voltadas para o desenvolvimento de jovens carentes de áreas rurais, o Programa Empreendedorismo
do Jovem Rural (PEJR) dedica-se a preparar uma geração
que busque formas alternativas de criação de renda,
de maneira competitiva e cooperativa, sustentada e
socialmente responsável.
Criado em um processo de construção coletiva, com
participação de lideranças comunitárias, acadêmicos,
poder público e ONGs, o programa deu origem, em julho
de 2001, ao Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural
(Cedejor), localizado hoje em três regiões: Vale do Rio
Pardo (RS); Encostas da Serra Geral (SC); e Centro-Sul
do Paraná (PR).
Para Denise Nunes, consultora pedagógica do PEJR,
que acompanha uma turma de alunos de dez municípios
das regionais da Epagri, em Campos Novos, e Joaçaba,
em Santa Catarina, a etapa final dos projetos revela a
importância dessa assistência:
– O PEJR oferece condições para que eles observam
e compreendam criticamente a realidade. A partir daí,
podem desenvolver projetos de futuro, com experimentação de práticas que projetem o novo como alternativa
desejada e protagonizada por esses jovens”, concluiu.
Lucia Meirelles Quintella
retornou de Houston para
reassumir o cargo de sócia
no escritório de advocacia
Meirelles Quintella. Nos
EUA, a advogada cursou
Master Businesses Administration na University of
Phoenix e prestou consultoria na área de Direito do
Trabalho.
A executiva Margareth Feijó Brunnet é a nova diretora
superintendente da Refinaria Ipiranga. A empresa foi
adquirida pela Petrobras com os outros ativos do Grupo
Ipiranga em abril de 2007. Antes de assumir o cargo,
Margareth foi diretora presidente da Mentanor e da
Copenor, empresas da área petroquímica da Petrobras.
Marcelo Faria Pereira e José Luiz Sanches são os novos
sócios da BDO Trevisan. Marcelo, que tem 14 anos de
carreira e está na empresa desde 2004, será o responsável pelos escritórios de Brasília e Goiânia. Já Sanches,
que conta com uma experiência de 21 anos, será gestor
do escritório de Campo Grande.
A Personal Service, empresa de soluções em infraestrutura, acaba de contratar três novos executivos:
Paulo César Cardoso Corrêa, como gerente de desenvolvimento de Novos Negócios, e Solange Palácio, para
gerente operacional na mesma área. A coordenação
de Qualidade de Facilities da empresa ficará a cargo
de Ione Logullo.
Carlos Antonaglia assumiu a diretoria de Recursos
Humanos da Ernst & Young Brasil. O executivo, que
ingressou na companhia como trainee, atuava, há três
anos, como gerente sênior de Transações Corporativas. Antonaglia é graduado em Direito, com pósgraduação em Administração Estratégica em Recursos
Humanos pela FAAP.
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BRAZILIAN BUSINESS
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Rio de Janeiro:
educar para crescer
Andrea Ramal
A
Deork Daniel
educação do estado do Rio de Janeiro agora é pauta
também para os empresários. Se, por um lado, o governo
investe na expansão econômica, e diversas empresas
já potencializam suas atividades em regiões como a
Costa Verde ou o Norte Fluminense, por outro, há carência de gente
qualificada para assumir os milhares de novos postos de trabalho.
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BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
“A sociedade demanda cidadãos comprometidos
com a sustentabilidade do planeta, envolvidos
localmente com ações de promoção da cultura de
paz, capazes de construir realidades mais justas”
Por falta de trabalhadores qualificados, muitas vezes são
as empresas brasileiras que assumem o desafio do desenvolvimento de pessoas. A Vale, por exemplo, tem um departamento
exclusivo com essa finalidade: a Valer – Educação Vale. Entre
2006 e 2007, a companhia capacitou 9 mil funcionários técnico-operacionais da operação ferroviária e mais de 1.200 de
operação e manutenção de mina, num total de 200 mil horas
de treinamento e 140 ações educacionais com material didático
especialmente desenvolvido e educadores internos capacitados
para ensinar. O conhecimento ajudou a fazer a diferença: a
produtividade aumentou e o lucro operacional cresceu 40,9%
frente a 2006; e o lucro líquido em 2007 chegou ao recorde
de US$ 11,825 bilhões, com aumento de 62,9% em relação
ao ano anterior. No programa de formação de educadores, a
pesquisa de ROI (Return On Investment) calculou o índice
de retorno do que foi gasto com treinamento em 1.977%.
As empresas do Rio de Janeiro precisarão investir em
desenvolvimento de pessoas para crescer. Mas não basta falar
de educação corporativa: o problema se origina na educação
básica. Nas provas do SAEB (2005), o Rio ficou em 12º lugar
em Matemática e 14º em Português. Estas provas medem
competências básicas como ler e interpretar, fazer cálculos e
resolver problemas. As taxas de repetência no Ensino Médio
do Rio chegam a mais de 25% (2004) - acima da média
nacional. Na distorção idade-série, há um abismo crescente
no ensino do estado com relação aos demais: em torno de
55,7 (desde 1999), mais que o dobro de São Paulo e 20%
superior à média nacional.
Atenta a essa questão, a Câmara de Comércio Americana organizou um almoço-palestra com a nova secretária de
estado da Educação, Tereza Porto, que comentou os desafios
para a educação no estado e convidou os empresários a apoiar
as iniciativas em andamento.
A proposta de trabalho de Tereza Porto é promissora.
Em apenas quatro meses no cargo, ela já inaugurou o Núcleo Avançado em Educação (Nave) – escola pública que é
centro de pesquisa e inovações –, iniciou a capacitação dos
gestores escolares, equipou os professores com notebooks e
tem estabelecido parcerias com empresas.
Anima a perspectiva, anunciada pela secretária, de
investir na formação de professores, com um processo sistemático baseado em resultados. Isso é fundamental porque o
mercado de trabalho exige trabalhadores capazes de aprender
permanentemente, com disposição para a mudança e proatividade. As empresas requerem pessoas abertas ao trabalho
em rede, que saibam compartilhar conhecimento e gerem
inovação. A sociedade demanda cidadãos comprometidos
com a sustentabilidade do planeta, envolvidos localmente
com ações de promoção da cultura de paz, capazes de construir realidades mais justas.
A formação desses novos cidadãos depende de professores capazes de construir uma nova sala de aula, que rompa
com o currículo tradicional e se torne um espaço de formação
em valores, construção coletiva de conhecimento e estímulo
às mentes empreendedoras e críticas.
Outros governos estão atentos à questão educacional,
buscando soluções de impacto em larga escala. O estado
de Goiás implementou, ao longo de três anos, o programa
Multicurso, da Fundação Roberto Marinho, e formou mais
de três mil professores, revolucionando o ensino da Matemática. O Espírito Santo e algumas regiões do Sul do país
estão replicando o programa.
São Paulo implementa este ano o Telecurso TEC,
voltado para a formação profissional de técnicos em gestão
de pequenas empresas, como parte do currículo escolar do
Ensino Médio. Em menos de dois anos São Paulo contará
com 50 mil jovens empreendedores capacitados.
O Rio não pode ficar para trás. Por isso, animou a todos
no almoço-palestra constatar que a nova equipe da Secretaria
de Estado de Educação tem consciência dos desafios e está
se articulando com o empresariado para levar adiante um
programa consistente. BB
Sócia-Diretora da ID Projetos Educacionais
AGOSTO-SETEMBRO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
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O lado verde da Xerox
Silvio Guimarães
A
s questões relativas ao meio ambiente vêm se tornando uma
preocupação crescente em grande parte das empresas e da
sociedade. Essa consciência do valor de sua preservação advém
da constatação de que não haverá futuro para o homem sem que
existam condições ambientais adequadas à manutenção da vida. Se fizermos uma
rápida recapitulação dos noticiários dos últimos meses, vamos constatar que os
problemas ambientais locais e globais se intensificaram, fruto da maneira como
o homem usa os recursos da natureza, seja para sua necessidade imediata, para
transformação ou para descarte de dejetos industriais e domésticos.
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BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
JUNHO/2008
AGOSTO/2008
Fotos: Divulgação Xerox
“Outra novidade lançada pela Xerox foi a
Calculadora de Sustentabilidade. A ferramenta
mede, por exemplo, os benefícios financeiros
obtidos com a racionalização do uso do papel das
copiadoras e a eliminação dos desperdícios sólidos
e da emissão dos gases do efeito estufa”
Em resposta a estes problemas, diversas ações e movimentos buscam dar sentido a esse conceito. E é neste cenário
que aparece a gestão ambiental, conjunto de práticas que
as empresas utilizam para buscar melhorias contínuas, que
se mostram úteis tanto para a imagem institucional quanto
para a melhoria e sustentação do desempenho no longo
prazo. A Xerox, por exemplo, é pioneira no projeto de
criação de produtos “livres de resíduos”. Em um mundo de
recursos limitados, a companhia utiliza materiais e energia
de modo eficiente para minimizar desperdícios e emissões.
Os equipamentos da empresa - impressoras e multifuncionais - são projetados para serem manufaturados novamente
ao final do ciclo de vida. É a chamada remanufatura. Esses
equipamentos atendem aos requisitos ambientais expressos
em rótulos ecológicos mais rígidos – incluindo o canadense
Environmental Choice, o Blue Angel, da Alemanha e o
Energy Star® da Agência de Proteção ao Meio Ambiente
dos Estados Unidos – e podem economizar cerca de 50%
dos custos com eletricidade.
Outra novidade lançada pela Xerox foi a Calculadora
de Sustentabilidade. Anunciada mundialmente em março e
apresentada no Brasil na última edição do CIAB Febraban, a
ferramenta oferece às empresas um instrumento de medição
factual dos impactos ambientais no seu cotidiano. Mede, por
exemplo, os benefícios financeiros obtidos com a racionalização do uso do papel das copiadoras e a eliminação dos
desperdícios sólidos e da emissão dos gases do efeito estufa.
Mas as soluções sustentáveis da Xerox vão além dos seus
produtos e serviços. A cada ano, a empresa renova seu compromisso com o meio ambiente, através da implementação
do sistema de gerenciamento de meio ambiente, padrão ISO
14001. Todas as instalações de manufatura da companhia
obtiveram o certificado, incluindo as brasileiras em Itatiaia,
no Rio de Janeiro, e em Simões Filho, na Bahia.
No caso específico do Brasil, há três projetos que
merecem destaque: o programa de devolução de cartuchos
vazios, a coleta seletiva e a recuperação da fauna e da flora
em torno do parque industrial de Itatiaia. Inaugurado em
2006, o complexo reúne ainda as atividades de reciclagem
de equipamentos, logística de distribuição, reciclagem e
destinação de resíduos para todo o país.
O primeiro deles incentiva os consumidores a retornarem os cartuchos de impressão usados para serem
reutilizados, remanufaturados ou reciclados. Esta ação tem
como objetivo fundamental o combate ao aquecimento
global, dando um destino ecologicamente correto para estes
produtos. Todos os clientes Xerox podem solicitar a coleta
de qualquer lugar do país, para uma quantidade mínima
de 100 unidades. A cada 50 cartuchos vazios devolvidos, a
Xerox envia um novo em troca. Até o momento, já foram
recolhidos aproximadamente 22 mil cartuchos. Nossa
meta é atingir cerca de 30 mil até o final de 2008. Todo o
material é encaminhado ao Centro Nacional de Reciclagem
e Destinação, em Itatiaia, Rio de Janeiro.
Com relação à preservação da mata ciliar, fechamos
uma parceria com a Universidade de Barra Mansa. Semanalmente, recebemos a visita de estudantes de Biologia que nos
ajudam no reflorestamento dessa vegetação. A destruição
das florestas em áreas de preservação permanente, como as
matas ciliares, afeta diretamente a quantidade e qualidade da
água e contribuem para o agravamento das conseqüências de
enxurradas e enchentes. Por isso, a necessidade de se plantar
mais árvores é clara para nós. O projeto começou em janeiro
de 2008 e já foram plantadas mais de 2 mil mudas. Pretendemos chegar a 5 mil até o final do ano. Já na coleta seletiva,
todos os 3 mil funcionários da empresa são incentivados
a participar do programa, dando, assim, um tratamento
adequado ao material produzido e descartado.
Com essas iniciativas, a empresa recompensa suas atividades no Brasil sempre em busca de um ambiente que seja
favorável à natureza e à sociedade. Nossa meta é de expandir
nossas ações cada vez mais para que a Xerox continue contribuindo com o país de forma responsável e consciente. BB
Coordenador de Segurança e
Meio Ambiente da Xerox do Brasil
AGOSTO-SETEMBRO/2008
AGOSTO/2008
JULHO/2008
BRAZILIAN BUSINESS
49
ESPÍRITO SANTO
ALCOTRA BIOENERGY DO BRASIL S.A.
(Alcotrabio)
Philippe Meeus - CEO
Rua Lauro Müller, 116/s. 4305
Botafogo
22290-906 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2543-3399
Fax: (21) 2543-6040
[email protected]
www.alcotra.com.br
LOESER E PORTELA ADVOGADOS
Paulo César Antunes Macera - Sócio
Fabiano Meireles de Angelis - Sócio
Rua da Candelária, 65/ conj. 1301
Centro
20091-020 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2210-3138
Fax: (21) 2516-4391
[email protected]
www.loeserportela.com.br
ROBERT HALF ASSESSORIA EM
RECURSOS HUMANOS LTDA.
Ricardo Bevilacqua - Diretor Geral
Marcus Alves - Consultor de Recrutamento
Praia de Botafogo, 501 - Botafogo
22250-040 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2546-9910
[email protected]
www.roberthalf.com.br
CONSULTORIA EMPRESARIAL PAULO
ROBERTO DE ALMEIDA (Cepra)
Kátia Leão Borges de Almeida - Sócia e
Advogada
Paulo Roberto Figueira de Almeida - Sócio
Av. N. Sra. dos Navegantes, 451/ conj.
601 - Enseada do Suá
29050-420 Vitória, ES
Tel/Fax: (27) 2123-0003
[email protected]
www.cepra.com.br
WAL-MART BRASIL LTDA.
(Sam’s Club Brasil)
Sandro Alexandre Megale - Diretor Regional de Operações
Augusto Cançado Guimarães - Gerente
Regional de Vendas
Rua Projetada, 345, Bl. 2 - Engenho de
Dentro - 20730-140 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2199-6284
Fax: (21) 2199-6281
[email protected]
Cuidamos da sustentabilidade
de negócios em mais de 100 países.
Uma empresa que conhece cada pedaço do Brasil e de mais 111 países.
A BDO Trevisan é uma empresa de Auditoria, Advisory, Tributos e Sustentabilidade com 25 anos de experiência no mercado
brasileiro. Integra a rede internacional da BDO, a quinta maior empresa do mundo nesse segmento, compartilhando metodologias,
capacitação e políticas de segurança com mais 111 países.
Escritórios da BDO Trevisan:
São Paulo • SP • Belém • PA • Belo Horizonte • MG • Brasília • DF • Campinas • SP • Campo Grande • MS • Curitiba • PR • Florianópolis • SC
• Goiânia • GO • Londrina • PR • Porto Alegre • RS • Ribeirão Preto • SP • Rio de Janeiro • RJ • Salvador • BA • São José dos Campos • SP
A BDO International é uma rede de empresas de auditoria denominadas firmas-membro BDO. Cada firma-membro é uma entidade
juridicamente independente em seu próprio país. A BDO Trevisan é firma-membro da rede BDO International desde 2004.
50
BRAZILIAN BUSINESS
JUNHO/2008
Rio de Janeiro
(21) 3534 7500
www.bdotrevisan.com.br
Ir Fundo!
Este ano a revista TN Petróleo completa 10
na nossa indústria foram fantásticos neste
anos de existência. Ao longo deste período
período e nós nos sentimos também
abrimos espaço para os nossos melhores
responsáveis por estas conquistas. esperamos
técnicos, pesquisadores e formadores de opinião
continuar colaborando e indo cada vez mais
com a divulgação de matérias e artigos.
fundo com as nossas próximas edições no
Os avanços tecnológicos obtidos
desenvolvimento do nosso setor e do país.
Rua do Rosário, 99/7º andar, Centro – CEP 20041-004
anos
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
Tel/fax: + 55 21 3852-5762
BUSINESS
51
www.tnpetroleo.com.br /BRAZILIAN
www.tbpetroleum.com.br
Seu parceiro de negócios com os EUA
O Serviço Comercial dos Estados Unidos no Brasil (CS
Brasil) é um órgão do governo americano equivalente ao
Ministério do Comércio Exterior dedicado a incentivar as
exportações de produtos, serviços e tecnologia americanos.
CS Brasil oferece uma série de produtos destinados a ajudar
as empresas americanas a fazerem negócios com empresas
brasileiras. CS Brasil possui escritórios nas cidades de São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. O site oficial
www.focusbrazil.org.br destaca pesquisas de mercado,
oportunidades comerciais para empresas americanas
que procuram clientes brasileiros, e produtos e serviços
disponíveis. Também destaca eventos nos Estados Unidos e
no Brasil, e divulga feiras e missões comerciais, workshops
e rodadas de negócios.
A Brazilian Business traz para seus leitores os eventos
mais importantes do mês, destacados pelo NUSA. Uma
parceria que tem o objetivo de incrementar os negócios
entre empresas brasileiras e americanas.
Feiras no Brasil
Feiras nos Estados Unidos
BROADCAST & CABLE
Equipamentos e Serviços para Radio e TV, Audiovisual
27 a 29 de agosto de 2008
Centro de Convenções Imigrantes, São Paulo, SP
www.broadcastcable.com.br/
IFE-AMERICAS 2008
Uma das principais feiras do setor de alimentos processados e bebidas oferece 35 pacotes completos
(passagem aérea, hospedagem e participação na feira)
para importadores brasileiros sem custo. Além disso,
oferecem passagem aérea (ida e volta) no valor de
US$ 400,00 para visitantes.
Miami, Flórida
Informações: [email protected]
TRANSPOQUIP LATIN AMERICA
Transportes, Logística
9 a 11 de setembro de 2008
Expo Center Norte, São Paulo, SP
www.transpoquip.com.br/br/exhibition.html
FUTURECOM 2008
Equipamentos e Serviços para Telecomunicações e
Tecnologia da Informação
27 a 30 de outubro de 2008
Transamérica Expo Center, São Paulo, SP
www.futurecom.com.br
IFE-AMERICAS 2008 - International Food Expo
24 a 26 de setembro de 2008
Miami Beach Convention Center
Miami Beach, Flórida
www.americasfoodandbeverage.com
MINExpo 2008 - Feira de Mineração
22 a 24 de setembro de 2008
Las Vegas, Nevada
www.minexpo.com
Empresas norte-americanas procuram parceiros comerciais no Brasil
Setor Médico-hospitalar e
Odontológico
Ellman International
www.ellman.com
Halo Source
www.halosource.com
BBK Worldwide
www.bbkworldwide.com
Generic’s Medical Device (GMD)
www.genericmedicaldevices.com
Lite Tech
www.xenolitexray.com
Children’s Hospital Boston
www.childrenshospital.org
Grass Technologies
www.grasstechnologies.com
Luxtel LLC (Odontologia)
www.luxtel.com
Mais eventos e oportunidades de negócios, consulte o site www.focusbrazil.org.br
52
BRAZILIAN BUSINESS
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Representantes comerciais da Brazilian Business:
Brasília
NS&A Planalto Central
Telefax: (61) 3447-4400
[email protected]
São Paulo (Grande São Paulo)
NS&A São Paulo
PABX: (11) 3255-2522
[email protected]
[email protected]
Vale do Paraíba, Alto Tietê, Serra da Mantiqueira,
Litoral Norte e Sul
Nogueira & Fonseca Serv. de Publicidade Ltda.
Tels.: (12) 3943-6021/3923-8402
[email protected]
Paraná
NS&A Paraná
Tele fax: (41) 3306-1659
[email protected]
Santa Catarina
NS&A Santa Catarina
Telfax: (48) 3025-2930
[email protected]
Rio Grande do Sul
NS&A Cone Sul
Telefax: (51) 3366-0400
[email protected]
Minas Gerais
NS&A Minas Gerais
Telefax: (31) 2535-7333
[email protected]
AMERICAN BUSINESS
CENTER
O ABC é um bem equipado complexo de auditórios e escritórios
para locação no Rio de Janeiro.
Próximo à Igreja da Candelária,
de fácil acesso, com segurança
e toda infra-estrutura para realização de reuniões, videoconferências, workshops, cursos
e todo tipo de evento. Agende
uma visita.
Tel.: (21) 3213-9215/9218
[email protected]
COMITÊ EXECUTIVO
Presidente: João César Lima, Sócio,
PricewaterhouseCoopers; 1º Vice-Presidente:
William Yates, Presidente, Prudential do Brasil
Seguros de Vida; 2º Vice-Presidente: Robson
Barreto, Sócio, Veirano Advogados; 3º VicePresidente: Eduardo Karrer, Presidente, MPX
Mineração e Energia; Diretor Secretário:
Murilo Marroquim, Presidente, Devon Energy
do Brasil; Diretor Tesoureiro: Patrícia Pradal,
Diretora de Desenvolvimento e Relações
Governamentais, Chevron Brasil Petróleo;
Conselheiro Jurídico: Sergio Tostes, Sócio
Gerente, Tostes e Associados Advogados.
Ex-Presidentes: Sidney Levy, Joel Korn e
Gabriella Icaza
Diretor Presidente, João Fortes Engenharia;
Marcos Menezes, Gerente Executivo de
Contabilidade, Petrobras; Maurício Bähr,
Presidente, Suez Energy Brasil; Mauro Viegas
Filho, Diretor Presidente, Concremat Engenharia
e Tecnologia; Pedro Aguiar de Freitas,
Consultor Geral Jurídico, Vale; Plínio Simões
Barbosa, Sócio, Barbosa, Mussnich & Aragão
Advogados; Ricardo de Albuquerque Mayer,
Diretor Superintendente, Câmara de Comércio
Americana; Ricardo Esteves, Tesoureiro, IBM
Brasil; Roberto Furian Ardenghy, Diretor de
Assuntos Corporativos, BG do Brasil; Rodrigo
Caracas, Vice-Presidente Jurídico e de Assuntos
Corporativos, Coca-Cola Indústrias.
Diretora honorária: Elizabeth Lee Martinez,
Cônsul Geral dos EUA.
presidenteS de honra
Antônio Patriota, Embaixador do Brasil nos EUA
Clifford Sobel, Embaixador dos EUA no Brasil
DIRETORES EX-OFÍCIO
Andres Cristian Nacht, Carlos Augusto Salles,
Carlos Henrique Fróes, Gabriella Icaza, Gilberto
Duarte Prado, Gilson Freitas de Souza, Gunnar
Birger Vikberg, Ivan Ferreira Garcia, Joel Korn,
José Luiz Miranda, Juan C. Llerena, Luiz
Teixeira Pinto, Omar Carneiro da Cunha, Peter
Dirk Siemsen, Raoul Henri Grossman, Ronaldo
Veirano, Rubens Branco da Silva, Sidney Levy
e William B. Sweet
DIRETORES
Carlos Henrique Moreira, Presidente, Embratel;
Dílson Verçosa Jr., Diretor de Marketing e
Vendas, American Airlines; Hervé Tessler,
Presidente, Xerox; Humberto Mota, Presidente,
Dufry do Brasil; Ivan Luiz Gontijo, Diretor,
Bradesco Seguros; José Carlos Monteiro,
Sócio, Deloitte Touche Tohmatsu Auditores
Independentes; José Luiz Alquéres, Presidente,
Light; José Renato Ponte, Presidente, Consórcio
Estreito Energia; Katia Alecrim, Superintendente
Regional de Vendas, Citibank; Márcio Fortes,
PRESIDENTES DE COMITÊS
Associados: a definir; Assuntos Jurídicos:
Julian Chediak; Comércio e Indústria: a definir;
Energia: Roberto Furian Ardenghy; Finanças
e Investimentos: Frederico da Silva Neves;
Logística e Infra-Estrutura: a definir; Marketing
e Vendas: Lula Vieira; Meio Ambiente:
Oscar Graça Couto; Propriedade Intelectual:
Steve Solot; Recursos Humanos: Claudia
Danienne Marchi; Relações Governamentais:
João César Lima; Responsabilidade Social
Empresarial: Celina Borges Carpi; Seguros,
Resseguros e Previdência: Maria Helena
Monteiro; Telecomunicações e Tecnologia:
Maurício Vianna; Turismo e Entretenimento:
Orlando Giglio
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ
Diretor-Superintendente: Ricardo de
Albuquerque Mayer; Gerente Administrativo:
Ednei Medeiros; Gerente de Comunicação:
Ana Redig; Gerente de Associados: Marcos
Cezar Motta; Gerente Comercial: Jorge
Maurício dos Santos; Gerente de Comitês e
Eventos: João Marcelo Oliveira
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO
Presidente: Carlos Augusto Aguiar, Diretor
Presidente, Aracruz Celulose S.A.; VicePresidente: José Tadeu de Moraes, Diretor
Presidente, Samarco Mineração; Diretores:
Carlos Fernando Lindenberg Neto, Diretor
Geral, Rede Gazeta; João Carlos da Fonseca,
Superintendente, Rede Tribuna; Lucas Izoton
Vieira, Presidente, FINDES; Marcelo Silveira
Netto, Diretor Superintendente, Tristão Comércio
Exterior; Marconi Tarbes Vianna, Diretor
de Pelotização e Metálicos, CVRD; Otacílio
Coser Filho, Vice-Presidente de Relações
Internacionais, Coimex Empreendimentos e
Participações Ltda; Simone Chieppe Moura,
Diretora Administrativa e Financeira, Unimar
Transportes Ltda; Walter Lidio Nunes, Diretor
de Operações, Aracruz Celulose; DiretorSecretário: Roberto Pacca do Amaral Jr.,
Presidente, Agra Produção e Exportação Ltda;
Conselheiro Jurídico: Rodrigo Loureiro Martins,
Advogado – Sócio Principal, Advocacia Rodrigo
Loureiro Martins
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES
Secretário Executivo: Clóvis Vieira;
Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa
LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA
Administração e contabilidade:
Ednei Medeiros - Tel.: (21) 3213-9208
[email protected]
Atendimento ao associado, associação,
mailing e patrocínios:
Marcos Cezar - Tel.: (21) 3213-9218
[email protected]
Comitês e eventos:
João Marcelo Oliveira - Tel.: ���������������
(21) ����������
3213-9230
[email protected]
Publicações: Ana Redig - Tel.: (21) 3213-9240
[email protected]
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BRAZILIAN BUSINESS
Executive Platinum Card, mailing e patrocínios:
Felipe Levi - Tel.: (21) 3213-9226
[email protected]
Publicidade: Osvaldo Requião - Tel.: (21) 3213-9221
[email protected]
Patrocínios e American Business Center:
Jorge Maurício dos Santos - Tel.: (21) 3213-9215
[email protected]
Espírito Santo: Keyla Corrêa - Tel.: (27) 3324-8681
[email protected]
Macaé: Antônio Gomes - Tel.: (22) 7834-2781
[email protected]
AGOSTO-SETEMBRO/2008
Pursuit with Principle
To be a great company, we must first be a good neighbor.
While our relationships and business practices are not
always reflected on the balance sheet, we believe they
eventually show up on the bottom line. As the largest
U.S.-based independent oil and gas producer,
we pursue our opportunities with principle.
devonenergy.com
Commitment Runs Deep