Universidade nunca subscreveu intervenção na

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Universidade nunca subscreveu intervenção na
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PORTUGAL
Publicações periódicas
Devesas - 4400 - V. N. Gaia
Taxa Paga
1 E u ro | D i re t o r : H e l d e r N u n e s | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010 | A n o X X X V I | N ú m e ro 1737
Presidente
da República
faz elogios
a Teixeira
Gomes | 24
Tradição do Menino
Jesus continua viva
na serra algarvia | 13 a 20
SEMANÁRIO REGIONAL DO ALGARVE
Universidade nunca subscreveu
intervenção na barra da Fuzeta| 22
e c o n o m i a | 05
Macário Correia
foi ao Brasil procurar
investidores
O presidente da Câmara de Faro esteve três dias no Brasil, onde contactou com empresários, associações do setor da hotelaria e também
com portugueses.
r e g i o n a l |12
Tavira amplia
estacionamento
gratuito junto ao rio
Circuito de manutenção, zona verde e obra de arte assinada por Bartolomeu dos Santos vão surgir junto à zona ribeirinha. Projeto custa
800 mil euros.
filipe antunes
C U L T U R A | 23
Peixes algarvios já nadam na Turquia | 07
Para o PSD há demagogia,
para o PS uma
dose de ignorância
Unidade de Cuidados
Continuados de Estoi
é composta por 41 camas
A guerra PSD/PS no Algarve está ao rubro: social-democratas não acreditam no que os socialistas afirmam, enquanto
estes chamam ignorante à outra força política. | 06
Foi lançada a primeira pedra da Unidade de Cuidados Continuados, propriedade da Fundação Algarvia de Desenvolvimento Social, que tem mais projetos em carteira. | 10
Lídia Jorge continua
a “tender” livros
na casa de sua avó
A nova Doutora Honoris Causa da
UAlg confessa que, no Algarve, «há
uma grande familiaridade, como se
houvesse uma espécie de responsabilização» por ela.
D e s p o rt o | 25
Plantel do Olhanense
fica enfraquecido
com saídas
Treinador do Olhanense admite
que plantel fica enfraquecido se Vinícius, Jardel ou Paulo Sérgio abandonarem o clube no mercado de Inverno.
PE S S OA S
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
1ª Coluna
Foto | elisabete rodrigues
P
02
Elisabete Rodrigues
Chefe de redação
Xenofobia
A língua é cheia de expressões que traduzem, mesmo
que nós não nos apercebamos, discriminações em
relação a certos grupos de
pessoas ou etnias.
Há expressões que estão tão
enraizadas no nosso falar
que nem nos damos conta
que, ao utilizá-las, estamos
a perpetuar esse estigma.
Não está a ver quais?
Por exemplo quando alguém chama «cigano» a
uma pessoa porque ela é aldrabona, ou «judeu» a outra
porque é má. Ou quando se
diz que uma pessoa está a
fazer «judiarias» quando faz
uma maldade…
Há tempos, o Provedor do
Ouvinte da Antena1 foi
confrontado por uma pessoa que considerou ofensiva
a expressão «não ter dinheiro nem para mandar cantar
um cego», usada por alguém
na rádio. É, por acaso, uma
coisa que digo muitas vezes, até por ser uma expressão que traduz bem a situação de penúria do país…e
de tantos de nós. Mas admito que pode ser considerada
ofensiva, porque hoje, felizmente, e na maioria dos casos, os deficientes visuais já
não são obrigados a tocar e
a cantar nas ruas para ganhar a vida. Mas, com a crise que aí vai, não sei se a expressão não voltará a fazer
sentido…literalmente.
Não vou ao ponto dos americanos, a terra do «politicamente correto», onde
expressões como «spokesman», que significa portavoz e que traduzido à letra quer dizer «homem que
fala», foram há anos substituídas por «spokesperson»
(«pessoa que fala») para não
discriminar as mulheres,
que também desempenham
essa função.
Mas acho que devemos
pensar bem antes de abrir a
boca e dizer certas coisas. A
origem destes epítetos negativos, na nossa língua, é
longínqua e nós, no dia a
dia, não nos damos conta
de como o seu uso pode ser
ofensivo. E de como pode
ser uma forma de transmitir, ainda que de forma
quase subliminar, comportamentos e atitudes xenófobas. Pela minha parte, já comecei a corrigir-me!
A D. Gigolete,
antiga operária
conserveira,
ofereceu um
ramo de flores
a Maria
Cavaco Silva,
durante a visita
do casal
presidencial
ao Museu
de Portimão.
Pessoas
José Quaresma
Horácio Nunes
Luís Coelho
Jéssica Augusto
Simulacro
As Comemorações
Nacionais dos 150
anos do nascimento de Teixeira Gomes chegaram ao fim a 11 de
Dezembro, o feriado municipal que assinala precisamente
a data em que aquele portimonense, enquanto Presidente da
República, elevou a Vila Nova
de Portimão à condição de cidade. O balanço das comemorações é muito positivo. Apesar
da falta de apoios externos e de
alguns cortes que foi preciso fazer devido à crise, a qualidade
e quantidade de iniciativas, que
atraíram muito público, são de
assinalar. Está por isso de parabéns Câmara de Portimão, bem
como o comissário das comemorações, o poeta e professor
José Alberto Quaresma.
Em Dezembro de
2009, tinha prometido que, no final
de 2010, a Unidade
de Cuidados Continuados Integrados Al-Vita, equipamento da iniciativa privada, estaria
pronta. O prometido é devido
e no passado sábado a ministra
da Saúde Ana Jorge, que tinha
lançado a primeira pedra, estava a abrir as portas desta nova
infraestrutura. Vão ser criados
65 postos de trabalho, para assistirem às 70 camas das duas
valências desta unidade – média duração e reabilitação e
longa duração e manutenção.
Este é um equipamento que
traz uma mais valia à região
e concretamente à cidade de
Portimão, no que diz respeito
ao setor da saúde.
A Fundação Algarvia de Desenvolvimento Social lançou
a primeira pedra da
construção da Unidade de Cuidados Continuados Integrados
em Estoi. Esta é a sua primeira obra nesta área, mas já se encontra programada uma outra,
dentro da mesma vertente, para
o concelho de Monchique. É
um projeto que vai ser financiado ao abrigo do Programa
Modelar e edificado num terreno cedido pela Câmara de Faro.
Segundo as palavras de Luís
Coelho, não estão em causa
fins economicistas, mas antes a
prestação de serviço e apoio ao
setor populacional, como é o da
terceira idade, que está carenciado de unidades vocacionadas para esta assistência.
A Câmara Municipal de Albufeira está de parabéns
e Jéssica Augusto
também. A autarquia conquistou para a pista das Açoteias a
realização do Campeonato Europeu de Corta Mato de 2010 e
a seleção feminina de Portugal
classificou-se no 1º lugar, sendo a única equipa a conseguir,
até agora, o triunfo coletivo
pela terceira vez consecutiva.
Jéssica Augusto sagrou-se campeã europeia, sendo esta a sua
primeira medalha individual como sénior. Foi uma prova
difícil, num circuito bem delineado na histórica pista das
Açoteias. Se Portugal conquistou medalhas, Albufeira e o Algarve conquistaram muitos admiradores na Europa.
Na terça-feira, a Via
do Infante foi o local
escolhido para um
exercício de simulacro, envolvendo várias viaturas
e situações, no sentido de pôr à
prova a resposta que as várias
organizações envolvidas poderiam dar. O Plano Prévio de Intervenção na Via do Infante já
está homologado, mas só agora
o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDS) de Faro
conseguiu reunir as condições
para o testar. O simulacro permitiu detetar falhas de comunicação, que deverão agora ser
corrigidos. É precisamente
para melhorar a operacionalidade dos meios numa situação
real – que ninguém deseja, mas
que pode acontecer - que estes
exercícios são promovidos.
gr a mofone
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
G
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www.barlavento.pt
Chefões
O turismo do Algarve está em alta. É tão grande a evolução
que a entidade regional teve de criar mais chefias para gerir
os passarinhos, os spas, as discotecas de praia e sabe-se lá que
mais.
Para toda esta panóplia de novos mercados, são precisos
chefões – desde Maio e até final deste ano, com essas nomeações, vão ser gastos mais de 58 mil euros. É claro que tem de
haver medidas de racionalização na despesa, por isso, e em vez
do habitual jantar de Natal, os trabalhadores do Turismo vão
apenas ter direito a um lanche, mas onde não há bolos nem
chocolates, porque isso são coisas que criam gordura e no turismo querem-se pessoas elegantes.
Vanguarda
O Centro de Saúde de Sagres está na vanguarda das novas tecnologias. Tão avançada vai a saúde que a marcação de consulta, para ser rápida, terá que ser feita obrigatoriamente pela
internet. Quem não souber mexer em computadores, mas tenha pernas para ir ao Centro de Saúde, recebe como resposta:
«consulta rápida? Só pela internet!».
Também aqui haverá novas oportunidades. Os idosos vilabispenses vão ser submetidos a um curso de formação profissional e, no final, terão direito, como prenda de Natal, a um
Magalhães que em Sagres se chamará Infante D. Henrique.
Está doente? Não vá, mande um email...que a doença passa!
Luz verde
O Hospital Central do Algarve pode avançar em 2011 se houver «luz verde» para a sua construção. Quem
fez esta grande revelação foi a ministra da Saúde Ana Jorge, que descobriu que a luz verde significa pode
avançar. Mas, como os semáforos do Governo estão intermitentes, já se sabe que a luz verde vai ficar vermelha dentro em pouco.
A ministra, que só conseguiu convencer Miguel Freitas do avanço do Hospital, continua a dar
aos algarvios aspirinas para adormecer as críticas. Uma coisa é certa – o próximo programa eleitoral
do PS, como aconteceu há cinco anos, vai voltar a dizer que o Hospital Central será uma
realidade e uma urgência, e o do PSD dirá que foi uma prioridade e já não é uma urgência.
Negócios
Macário Correia foi para São Paulo, mas não pensem que foi de férias. Armado de pá e enxada, foi arrancar uns coqueiros para substituir as palmeiras que
secaram em Faro.
O motivo oficial foi o de atrair investidores e é bem capaz de trazer
de lá umas brasileiras para ensinarem a dançar a lambada ao pessoal camarário nos tempos livres. Os funcionários, com esta música animada, perderão o vício de fumar e de beber café.
O seu chefe de gabinete Cristóvão Norte, tão entusiasmado anda nesta ação diplomática, que
já tem agendada para o
próximo ano uma ida
à China, porque descobriu que lá também
existem grandes artistas de circo e esta é uma
área com grandes
potencialidades
na capital algarvia.
A chave
Manuel da Luz entregou a chave da cidade a Cavaco
Silva e reserva para Manuel Alegre a chave da sede
do Partido Socialista. O presidente da Câmara de
Portimão disse que a chave ficava em «boas mãos»,
porque anda por aí muita gente a meter as chaves em
casas alheias.
Aquela fotografia de Cavaco a abraçar Manuel da
Luz vai servir de cartaz de campanha, vendo-se sentado ao lado e a sorrir Adriano Pimpão e João Guerreiro a bater palmas.
Manuel da Luz é bem capaz de vir a receber um
convite para o próximo jantar de campanha no
Algarve, acompanhado de um presente de
Natal.
Patrão
O patrão do turismo de Portugal Luís Patrão veio ao Algarve colocar a nova sinalética dos hotéis. Mudou a cor das letras e o
tamanho das placas. Foi no dia em que o Turismo do Algarve apresentava o balanço do programa Allgarve que Luís Patrão esteve
em Olhão, acompanhado do secretário de Estado do Turismo, a
destapar uma placa e a seguir deu à sola.
Toda a gente esperava que se sentasse ao lado do secretário de Estado para apadrinhar o Allgarve, mas Patrão disse que isso era assunto para
a criadagem e fez-se representar por um adjunto vindo de Lisboa, com ajudas
de custo, claro.
O próximo Allgarve vai ser small e chamar-se pomposamente Allgarve Nations. Dizem que é a pensar nos ingleses, mas é só para disfarçar a falta de
verbas.
Faz o que eu digo
O vereador da Câmara de Albufeira David Martins, estilista em turismo, dedica-se atualmente à cultura da batata redonda. Desde que passou a assessor
do Ministério da Agricultura, nem tempo tem para ir às reuniões de Câmara. Das últimas 36 reuniões, faltou a 20, mas foi por uma boa causa – andou
a plantar nabos nos campos alentejanos, à espera que se transformem em
rosas.
O vereador, que não quer passar o seu testemunho a mais ninguém,
achou que o presidente Desidério Silva, de tão ocupado que anda na alta
roda da política como representante do Algarve na Associação Nacional de Municípios, já devia ter passado a pasta a outro. É caso para dizer - faz o que eu digo, não o que eu faço!
economi a
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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Portimão une-se em associação
para promover o turismo
ana sofia varela
Sócios vão juntar forças para fazer
chegar o nome do concelho mais
longe e atrair mais turistas, mas
o objetivo é também dinamizar
a economia local e gerar negócios
ana sofia varela | [email protected]
A união faz a força e foi por
isso que a Câmara Municipal constituiu a Associação de Turismo de Portimão
(ATP), na quinta feira passada, no Teatro Municipal
(Tempo). São, numa primeira fase, 66 associados, que representam cerca de cem entidades locais, os fundadores
desta nova aliança.
«Os 66 associados fundadores da ATP são cem por
cento dos contactos feitos.
Todos responderam à nossa
proposta e ninguém quis ficar de fora. Mas ainda há pessoas que não foram formalmente contactadas», afirmou
o presidente da Câmara de
Portimão Manuel da Luz.
E quanto mais associados
a ATP tiver, mas fácil será
cumprir os objetivos, que não
se resumem à promoção do
turismo. Os sócios vão poder
participar na dinamização do
concelho no mercado externo e interno ou opinar acerca
dos eventos organizados pela
Câmara. Por outro lado, vão
poder funcionar em parceria
e criar relações de confiança
entre si.
No futuro, a associação
quer dinamizar a economia
e gerar negócios, através dos
sócios aliados, que não necessitam de estar diretamente ligados ao turismo. As empresas que queiram juntar-se à
ATP podem atuar em setores
tão transversais como a carpintaria ou as seguradoras. É
que, por exemplo, será mais
vantajoso negociar um pacote de seguros para 50 empresas do que para uma e ambas
as partes podem sair beneficiadas. No caso de um carpinteiro, as entidades que necessitem de um serviço nesta
área podem dar prioridade,
na hora de escolher, aos sócios aliados, sendo esta uma
forma de promover a economia local.
Para já, na lista de sócios fundadores, constam entidades tão diversas como as
empresas municipais Portimão Urbis e EMARP, diversas unidades hoteleiras, agências de viagens, restauração
ou bares, bem como a Acral
e a Associação Comercial de
Portimão, a Associação de
Nadadores Salvadores do
Barlavento Algarvio, a Frota
Azul, a Subnauta, a Marinas
do Barlavento, os clubes hípicos, o Autódromo ou o Hospital Particular do Algarve.
O presidente da Câmara de Portimão Manuel da
Luz, que, por inerência, deverá também presidir à ATP,
reforçou que a associação
será um parceiro municipal que partilhará decisões
e projetos, terá uma palavra
a dizer na política dos eventos e nas estratégias de promoção. «Participaremos soli-
dariamente na promoção do
Algarve no estrangeiro, mas
exigiremos a promoção do
destino Portimão. Não surgimos contra ninguém, mas
seremos uma força de pressão em prol dos interesses do
concelho, em que a sua capitalidade tem que ser assumida», avisou o edil.
Na opinião de Nuno Aires, presidente da Associação
Turismo do Algarve (ATA),
é obvio que Portimão tem
«um papel muito importante na região. Mas é o Algarve
que tem que continuar a ser
promovido nos mercados internacionais». O responsável
pelo turismo algarvio acredita «que a ATP trabalhará também sob o chapéu da
ATA. [No entanto,] a marca
Algarve é que tem força internacional, pela sua diversidade e riqueza».
Falta, porém, muito caminho a percorrer até chegar a altura da promoção de
Portimão. Para já, a próxima
etapa é a tomada de posse dos
novos dirigentes.
Supermercado SPAR já chegou a Portimão
O sétimo supermercado da
SPAR no Algarve abriu as
suas portas ao público, na segunda feira passada, no edifício Casa do Rio, junto à zona
ribeirinha de Portimão. O
proprietário da superfície
Carlos Cabrita inaugurou assim a sua segunda loja - a primeira fica em Albufeira - que
emprega doze pessoas.
Esta nova loja pretende dar resposta às necessidades das pessoas no dia a dia.
«São lojas com secções como
o talho, a charcutaria de corte, frutas e legumes, padaria
e take away», explicou o diretor de expansão da SPAR em
Portugal Carlos Mendes.
Há, no entanto, uma ino-
vação nesta loja recém inaugurada no Barlavento algarvio. Segundo o proprietário
Carlos Cabrita, será criado
um espaço de «bebidas frescas prontas a servir, denominado celebrate (celebrar em
português). Vamos ter também produtos gourmet neste
espaço», sendo este um conceito novo em Portugal.
Num espaço amplo e
acessível, frente ao Largo do
Dique, onde param quase todas as linhas do circuito urbano Vai e Vem, é possível
encontrar produtos diversificados, onde nem sequer faltam os tradicionais bolos de
doce fino ou os licores tradicionais da região. Esta aposta
ana sofia varela
Loja terá um conceito novo
em Portugal, de bebidas frescas
prontas a servir, num espaço
denominado «Celebrar»
surge porque «as pessoas gostam do que é produzido na
sua região, mais do que o que
é feito noutras zonas do país»,
justificou Carlos Mendes.
Desde a fundação da
SPAR, na Holanda, em 1932,
que a filosofia tem sido a pro-
ximidade. «Somos uma marca global, pois estamos em
34 países, desde a Ásia, a Europa, a África e até à China,
mas somos muito locais», explicou ao «barlavento» David
Moore, Retail Development
Manager da SPAR Interna-
tional. A marca, com mais de
12 mil lojas, chegou a Portugal em 2007. Em território
nacional, já existem 45 superfícies e no Algarve as duas
lojas piloto foram as de Aljezur e Olhão.
E nem a crise assusta os
responsáveis, que querem
continuar a seguir um plano
de expansão. «Teremos mais
lojas para abrir no Algarve
para potenciar esta apetência
da SPAR para o mercado estrangeiro», até porque a marca tem grande notoriedade e
uma imagem muito positiva nos países de origem dos
turistas que passam férias na
região, revelou Luís da Bernarda, responsável da SPAR
Portugal.
David Moore não tem
mesmo dúvidas que é em
época de crise que a marca
tem que reforçar os valores
que oferece aos seus clientes.
«A filosofia da SPAR gere-se
pela escolha, serviço, frescura, por isso a nossa estratégia,
com a crise, é reforçar, dando
aos clientes mais e melhor:
melhor serviço, maior frescura, maior escolha. Esta é uma
vantagem do nosso modelo porque trabalhamos com
retalhistas
independentes
de cada país onde estamos»,
acrescentou. |A.S.V.
Economi a
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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www.barlavento.pt
Macário Correia foi ao Brasil
procurar investidores
O presidente da Câmara de Faro
Macário Correia esteve três dias
no Brasil, onde contactou com
empresários, associações do setor
da hotelaria e também com
portugueses radicados naquele país
hugo rodrigues | [email protected]
Tentar atrair investimento do outro lado do Atlântico foi o principal objetivo de
uma visita de trabalho que
o presidente da Câmara de
Faro Macário Correia efetuou ao Brasil, na passada semana. Na bagagem, o autarca
algarvio trouxe muitos contactos e o interesse de empre-
sários brasileiros em investir
no concelho.
«Senti uma grande vontade em apostar em Faro, mas
os negócios não se fazem de
um dia para o outro», disse Macário Correia ao «barlavento». Mas, nos próximos tempos, será de esperar
uma aproximação de alguns
dos interessados a Faro, para
prospeção, pelo que o balanço que o autarca faz da visita
é «positivo».
A deslocação do autarca a
São Paulo e a Santos foi repleta de iniciativas, muitas
das quais com homens de negócios, mas também com associações portuguesas. De
resto, muitos dos potenciais
investidores
contactados
«têm raízes familiares, culturais e negócios» em Portugal.
«Falei com pessoas e associações ligadas ao setor
imobiliário, imobiliário turístico e à hotelaria. A crise
não se sente tanto no Brasil
como aqui na Europa, pelo
que há mais disponibilidade
para investir», resumiu. Com
«os contactos e a informação recolhida», Macário Correia espera conseguir arran-
jar pontes para que algumas
das ideias apresentadas se
concretizem e haja «negócios
no futuro». «Em Faro, sentimos uma carência forte ao nível da hotelaria, daí que tenha havido um enfoque nesta
área», apontou.
Uma das sugestões colocadas em cima da mesa por
Macário Correia foi a transformação da antiga fábrica
de cerveja da Portugália, na
Vila-Adentro de Faro, num
hotel de luxo. Uma ideia que
não é nova e já foi apresentada a vários grupos hoteleiros
nacionais, mas que ainda não
foi agarrada por nenhum investidor.
No Brasil, «ficaram várias pessoas na expetativa» de
poder aproveitar esta oportunidade». Ao longo dos últimos anos, têm sido muitas
as ideias avançadas para a recuperação deste espaço para
a fruição pública. Mas esta
abertura a um investimento
privado, na área da hotelaria,
só surgiu com o executivo de
coligação liderado por Macário Correia.
Até há bem pouco tempo, a possibilidade mais falada e para a qual foi mesmo
apresentado um projeto era
a da construção de um Museu de Arte Contemporânea.
Uma ideia colocada de parte
por Macário Correia, que disse querer «fazer alguma coisa pela Arte Contemporânea
no casco histórico da cidade»
com o retorno da construção
de um hotel de cinco estrelas
naquele local.
Na calha há outros investimentos que foram apresentados no Brasil, como a
transformação do antigo edifício do Magistério Primário, junto à Sé de Faro, num
hotel de luxo. Este processo está apenas dependente da
negociação de uma parcela
de terreno com a Santa Casa
da Misericórdia, que está a
ser mediado pela autarquia.
No interior do concelho, foram criados dois Núcleos de
Desenvolvimento Turístico,
onde serão construídas mais
de mil camas turísticas.
Na carregada agenda da
visita que fez ao Brasil, Macário Correia teve ainda tempo para encontros «com um
conjunto de instituições da
diáspora portuguesa no Brasil», que mantêm a ligação a
Portugal e ao Algarve bem
viva. «Encontrei muitos farenses e algarvios em geral»,
disse ao «barlavento».
Empresas & Negócios
Intermarché de Portimão abre loja
renovada e cheia de novidades
Na reabertura do espaço, o
s clientes terão muitos atrativos.
Intermarché, Bricomarché
e Roady aliam-se a restaurante
A renovada loja Intermarché
de Portimão, ontem inaugurada, propõe-se revolucionar
o mercado local com a introdução de um novo conceito e a oferta de descontos em
cartão que podem atingir os
50%. Em complemento, decorrerão ações promocionais,
entre os dias 15 de Dezembro
e 11 de Janeiro, que consistem em 10% de desconto extra em todas as compras, mais
10% para novos cartões, culminando com a oferta de carrinho de compras, a sortear
entre os clientes que efetuem
compras com o cartão no valor de 295 euros.
Quem o garante é o gestor
operacional daquela unidade de negócio do grupo português Os Mosqueteiros, «que
opera em Portugal através
do Intermarché desde 1991»
e é responsável por «301 lojas, 35 das quais Bricomarché e 32 Roady, implantadas
de norte a sul do país». Segundo António Barros, esta
rede de distribuição constitui
«um suporte importante das
economias locais e nacional,
através da criação de emprego e de parcerias com produtores» das zonas de implantação.
Alvo de recente intervenção ao nível do parque e acessos, que, poucos meses após a
entrada em funcionamento,
apresentavam deficiências, a
renovada loja distinguir-seá pela «adaptação às reais necessidades dos moradores e
visitantes do Barlavento algarvio, particularmente do
concelho de Portimão».
Dispõe de espaços amplos e funcionais e apresenta
«um novo conceito», salientando-se a conjugação do Hipermercado, assumido como
loja-âncora, com o Bricomarché (bricolage) e o Roady
(centro de assistência auto),
aliados à existência de restaurante self-service e take-away.
«Enquanto o carro é submetido a manutenção, a família pode fazer as suas compras e tomar as suas refeições
sem sair do local». A propósito de refeições, o gestor asse-
gura que serão fornecidas ao
preço unitário de 3,99 euros,
incluindo prato do dia, pão,
bebida e café. «Fiz uma prospeção nos restaurantes económicos da região e não encontrei mais barato», acentua.
Para acrescentar que «será
uma mais valia para atrair
pessoas à loja».
Os pontos fortes do novo
Intermarché de Portimão, no
contexto da política de qualidade empreendida pelos Mosqueteiros, serão as marcas próprias, os frescos «e o preço,
naturalmente». António Barros assegura que «haverá peixe fresco de boa qualidade to-
dos os dias, exceto quando o
mar o não permitir, uma vez
que recorreremos ao mercado
local». Também no talho «as
carnes serão da melhor qualidade, respeitando todas as
condições higio-sanitárias».
Os produtos regionais serão
outra aposta a ter em conta.
«Para além de produtos tradicionais de outras regiões, vamos inovar em produtos tipicamente algarvios, através de
fornecedores locais, nomeadamente, vinhos, enchidos,
conservas, sumos de laranja,
legumes, frutas frescas, frutos secos e outros».
Disponíveis estarão tam-
bém «produtos estrangeiros
de qualidade, tendo em vista
a satisfação de clientes ingleses e de outras nacionalidades que residem ou frequentam a região».
Outra vertente da maior
importância para o êxito do
negócio é a formação. «Os
72 funcionários que exercem
nesta loja, para além de serem rigorosamente selecionados, terão formação permanente com vista a manter
elevados parâmetros de qualidade profissional. É nosso
propósito oferecer aos clientes um atendimento personalizado, simpático e afável». O
recrutamento, salienta o gestor operacional, «tem sido e
continuará a ser efetuado localmente, de forma a contribuirmos para o incremento
do emprego na região».
A par do estacionamento
à superfície para dezenas de
carros, o Intermarché dispõe
de 130 lugares na cave, «com
ótimas condições de acesso
ao piso comercial e total comodidade para os clientes».
Aos fins de semana e dias
festivos haverá «animação no
interior da loja e com muita frequência degustação de
produtos tradicionais e das
marcas própria».
polí t ica
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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Para o PSD há demagogia,
para o PS uma dose de ignorância
A guerra PSD/PS no Algarve está
ao rubro: social-democratas não
acreditam no que os socialistas
afirmam, enquanto estes chamam
ignorante à outra força política
helder nunes | barlavento. [email protected]
O PS anunciou que o investimento público no Algarve
em 2011 seria na ordem dos
280 milhões de euros, montante que fez com que o PSD
se manifestasse «perplexo»,
classificando tal anúncio de
demagógico e acusando-o de
ser «pura contabilidade criativa».
Os
social-democratas
confirmam que há um ligeiro aumento do PIDDAC, de
53 para 60 milhões, que se
«esboçam investimentos da
Parque Escolar», valores que
estão muito longe dos anunciados. Miguel Freitas, líder do PS Algarve, contrapõe que «a perplexidade da
direção do PSD mostra uma
grande dose de ignorância,
ao confundir PIDDAC regionalizado com investimentos na região».
O PS Algarve, em comunicado, indicou os investimentos previstos em 2011: «o
investimento em oito escolas
do Algarve feito pela Parque
Escolar será de 80 milhões de
euros, verba que está centralizada no Orçamento de Es-
tado no Ministério da Educação; na EN 125 está prevista
a concretização de obra em
praticamente toda a plataforma entre Vila do Bispo
e Vila Real de Santo António e arrancar com muitas
das variantes e ligações à Via
do Infante, no volume de investimento próximo dos 100
milhões de euros; no programa Polis, entre a Ria Formosa e a Costa Vicentina, a programação financeira é de 38
milhões de euros (tivemos
o cuidado de considerar dificuldades de execução inerentes a um processo complicado e considerar apenas 15
milhões de euros, equivalente ao investimento de 2010);
a ANA vai continuar o investimento no aeroporto de
Faro, tendo programado 25
milhões de euros para o próximo ano; o Instituto Nacional da Água (INAG) tem no
seu orçamento previstas intervenções na ordem dos cinco milhões de euros na praia
de D. Ana em Lagos e de Albufeira, enquanto a Estradas
de Portugal, vai investir três
milhões de euros em manutenção das vias algarvias».
Para o PSD, o «Orçamento previsto e a execução do
mesmo são duas coisas distintas». E acrescenta: «os relatórios semestrais do Tribunal de Contas relativos à
execução orçamental de 2008
e 2009 têm enfatizado esse
facto. O Algarve não foi só,
desde 2005 até hoje, a região
que, em termos nacionais, tolerou maior decréscimo relativo (75%) nas intenções de
investimento público (PIDDAC) como também, do
ponto de vista da concretiza-
ção do investimento programado, a taxa de execução das
verbas previstas atingiu anualmente uns medíocres 30%,
menos de metade da média
nacional».
Os socialistas sustentam
os seus números na recolha
feita «junto das entidades regionais e portanto merecem
toda a credibilidade da nossa parte», enquanto os socialdemocratas questionam se
«está prevista alguma norma
de exceção que exclua a região dos sacrifícios?»
«Já que [os socialistas]
não explicam aos algarvios
porque não fizeram o que
prometeram, pelo menos, em
nome da transparência e rigor na aplicação dos recursos
públicos, esclareçam quais
são os contornos desta operação de charme, bem como os
prazos previstos para a consecução destes projetos», salienta ainda o PSD.
O líder socialista Miguel
Freitas conclui: «lamento que a direção do PSD Algarve tenha enveredado por
um caminho de escaramuça
e desconfiança política, não
procurando
esclarecer-se,
nem junto dos organismos
públicos da região, nem pedindo de forma correta e oficial os números ao PS Algarve, que teríamos muito gosto
em ter fornecido de forma
detalhada».
Mas o PSD afirma estar
«a par da trágica situação que
o país atravessa. Não a iludiu
nem iludiu os algarvios. Não
persiste em fazer promessas
de investimentos insustentáveis que hipotequem o bolso
dos contribuintes». «A nossa posição é clara e as prioridades também: concretizar o
Hospital Central do Algarve
e requalificar a EN-125».
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r egiona l
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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07
www.barlavento.pt
Peixes algarvios já nadam na Turquia
Novo oceanário de Istambul terá mais
de quatro mil peixes nacionais, boa
parte capturados no Algarve. Empresa portuguesa com base em Olhão lidera operações e está entre os principais exportadores mundiais
Há peixes bonitos, há peixes
com sorte e depois há os viajados. Nem todos os atributos são normalmente associados aos habitantes do mar,
mas a questão ganha outros
contornos se tivermos em
conta que centenas de exemplares capturados vivos ao
largo da costa algarvia vão
estar em exposição, durante
vários anos, na Turquia, no
novíssimo aquário de Istambul, cuja inauguração deverá
acontecer em Fevereiro.
Os responsáveis pela operação são os portugueses João
Correia e José Graça, dois biólogos que, depois de mais
de uma década a trabalhar no
Oceanário de Lisboa, montaram um negócio por conta
própria para assegurar a captura e transporte de animais
vivos com finalidades científicas ou pedagógicas.
Fundada em 2006 e com
sede social na Horta (Açores), assim viria a nascer a
Flying Sharks [tubarões voadores, na tradução portuguesa], aquela que se tornou
numa das quatro maiores
empresas mundiais da área,
tendo já sido contratada para
operar na Virgínia (Estados
Unidos), em Valência (Espanha) ou Israel.
Apesar de as capturas
para as encomendas serem
feitas em zonas tão distintas
como a Horta, o Funchal e
Peniche, é ao largo do Algarve que as operações mais importantes são concretizadas.
O quartel-general das
manobras é a Tunipex (empresa especializada na exportação de pescado gourmet
para o Japão), com instalações no porto de pesca de
Olhão, onde vários tanques
de grandes dimensões aí instalados são a casa temporária
de milhares de animais até à
sua nova morada.
A encomenda feita pela
Turquia seria apenas mais
um trabalho se não fosse a
maior entrega jamais feita pela Flying Sharks. A absorver a quase totalidade das
atenções da empresa desde
Abril, a operação envolve o
transporte de quatro mil animais, a colaboração de uma
centena de pessoas e meio
milhão de euros de orçamento.
Mas houve outras variáveis a dificultar, uma vez
que os sucessivos atrasos na
construção do novo aquário levaram a que os animais
capturados nos Açores – posteriormente transportados
para o porto de Lisboa – tivessem de vir de camião até
às instalações da Tunipex,
para aqui permanecerem vários dias.
Isto obrigou a que, até ao
início desta semana, cerca
de 95 por cento da encomen-
filipe entunes
filipe antunes | [email protected]
Pescadores algarvios deram uma ajuda
Apesar de o novo oceanário
de Istambul também ter uma
área tropical, a Flying Sharks será desde logo o maior
fornecedor. Sargos, douradas, besugos, sarrajões, raias,
lagostas, santolas, chocos,
peixes-aranha são apenas algumas das mais de 200 espécies que seguiram de Olhão
para o outro lado da Europa.
A captura dos animais
foi feita quer através de mergulho com garrafa (a empreda turca estivesse concentrada em Olhão, numa complexa operação que envolveu
múltiplos aquários e uma bateria de quatro contentores
TIR.
«Somos quase obcecados com o bem-estar dos animais e procurámos, durante
o transporte, simular os ambientes marinhos. É por isso
sa possui uma licença especial), quer através da ajuda
das comunidades piscatórias, que acabaram por lucrar
com a operação.
«Ao longo dos últimos
anos, já introduzimos milhares de euros aqui em Olhão
e queremos continuar, uma
vez que foram empresas
como a Tunipex e os pescadores locais que nos ajudaram nas capturas», apontou
o gerente da Flying Sharks
João Correia.
Apesar de a ideia ser a
criação de um mostruário do
Atlântico, houve a preocupação de capturar essencialmente peixes com boas hipóteses de sobrevivência fora
do seu habitat natural e foram deixadas de parte espécies ameaçadas, como o atum
rabilho.
Não mesma linha, a empresa não faz reservas de
animais, considerando isso
que até colocamos algas artificiais dentro dos tanques e,
nos dias de maior frio, estivemos tentados a comprar
aquecedores para aumentar
a temperatura ambiente»,
confidenciou ao «barlavento» João Correia, gerente da
Flying Sharks.
Apesar de, a esta hora,
o carregamento já estar em
solo turco, nem só no Algarve se fez espera. Em Peniche,
outros habitantes marinhos
tiveram de aguardar algumas semanas pela conclusão
dos tanques do oceanário.
Também ali permaneceram
os peixes vindos da Madeira (apenas dois tanques que,
por isso, vieram de avião),
além de um pequeno lote en-
«anti-ético».
«Operamos com base nas
encomendas que temos, da
mesma forma que adicionamos sempre uma percentagem de 10 por cento às nossas
faturas para financiar investigação científica em locais
tão distintos como a Turquia, a Índia ou a Costa Rica.
Além disso, estamos a colaborar com algumas universidades portuguesas», concluiu João Correia.
|F.A.
comendado pelo cliente ao
Canadá.
A espera deu, contudo,
aos habitantes marinhos, direito a mordomias: todos os
peixes tiveram direito a uma
passagem por Lisboa em camião TIR, de onde seguiram,
esta segunda-feira, diretamente para Istambul em dois
aviões de carga. Sem enjoos.
Novo Centro de Emprego de Portimão
custa 5,5 milhões de euros
A ministra do Trabalho
e Solidariedade Social lançou
a primeira pedra de um projeto
que já tem alguns anos, mas que
só agora foi possível concretizar
helder nunes | barlavento. [email protected]
A ministra do Trabalho e
da Solidariedade Social Helena André esteve em Portimão, no sábado, Dia da Cidade, para o lançamento da
primeira pedra do Centro de
Emprego e Formação Profissional.
O novo edifício do Instituto de Emprego e Formação Profissional será composto pelas instalações do
Centro de Emprego, que irá
servir quatro concelhos, um
polo de formação, com salas
de formação teórica e prática, nomeadamente oficinas
e laboratório, gabinetes técnicos, mediateca e campo de
jogos cobertos, num investimento de cerca de 5,5 milhões de euros, prevendo-se
que a obra esteja concluída
em Março de 2012.
A ministra Helena André, à margem dos trabalhos,
a propósito das iniciativas
que o Governo tem vindo a
efetuar para alterar as leis do
trabalho, referiu que a criação de um fundo social para ajudar à despesa com os
despedimentos é «prematura», adiantando mesmo
que «não podemos já estar
a prever o resultado da negociação e só no final é que
veremos as conclusões em
relação a algumas ideias e
propostas».
Segundo a ministra, os
objetivos das negociações são
para criar condições de apoio
às empresas e trabalhadores
para responderem às mudanças do mercado de trabalho,
de processos de produção e
de competitividade, reconhecendo Helena André que
o Governo e os parceiros sociais têm de possuir capacidade para «agir rapidamente
para responder às necessidades e pôr em marcha alguns
dos aspetos que podem ser
melhorados».
R EGIONA L
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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Bombeiros de Portimão têm muitos
planos para melhorar o serviço prestado
A Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Portimão (AHBVP) comemorou, no dia 5, o seu 84º aniversário. A
«velha senhora» encontra-se de boa saúde,
embora tenha sofrido altos e baixos ao longo da sua vida, além de grandes mudanças
estruturais provocada pela vontade dos homens e pelas transformações que o desenvolvimento foi operando no concelho.
Nasceu da boa vontade de um grupo de cidadãos, numa base de voluntariado puro,
quando o auxílio aos vizinhos era um imperativo moral e mais importante do que o
dinheiro.
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades». Nos tempos que correm, as solicitações e exigências da população não se
compadecem com voluntariados puros. As
entidades patronais não estão preparadas
para prejudicar a produção, libertando os
seus trabalhadores para acorrer a calamidades; nem os clientes estão preparados para
sofrer atrasos no seu atendimento. O número de solicitações, entre acidentes de vária
ordem e fogos florestais, subiu em flecha e
as associações de bombeiros viram-se obrigadas a profissionalizar um número razoável de elementos. Caso contrário, ser-lhes-
ia impossível responder atempadamente e
com a qualidade exigida.
A AHBVP não foi exceção e conta neste momento com cerca de quarenta trabalhadores assalariados (entre bombeiros e administrativos), com um custo de meio milhão
de euros anuais, ou seja, um terço do total
das despesas da associação. O «barlavento» foi procurar saber mais, junto de Álvaro
Bila, presidente da direção desde Fevereiro,
e de Fernando Castelo, o comandante, sobre
esta instituição com quem os cidadãos contam nos momentos críticos, mas que tendem a esquecer no seu dia-a-dia.
tenção, serão necessários
tantos assalariados na corporação?
AB – Esta cidade já não permite que haja um incêndio,
toque a fogo e os voluntários
venham a correr, na medida
das suas disponibilidades.
São os assalariados quem assegura os inúmeros serviços que diariamente prestamos, 24 horas por dia, como
a central telefónica, o serviço
de INEM, o pessoal de reserva e uma equipa de primeira intervenção, que deveria
ser paga pelo Estado e não é,
sendo mais um custo para a
AHBVP. Mas é bom que se
diga que os assalariados também dão muitas horas do seu
tempo à associação como voluntários e têm uma disponibilidade total. Nós somos uma espécie de família
e, quando acontece alguma
coisa, temos sempre cá muita gente.
b– Expliquem lá essa história da equipa de primeira intervenção e do seu pagamento.
FC (Comandante Fernando
Castelo) – Foi proposto aos
corpos de bombeiros do Algarve, pelo senhor coordenador distrital, que se candidatassem à criação de equipas
de intervenção permanente,
capazes de atuar ao minuto,
tendo em vista a especificidade do Algarve e a necessidade de proteção não só dos
residentes, mas também dos
turistas. O pagamento dessas
equipas seria feito em partes
iguais pela autarquia respetiva e pela Autoridade Nacional da Proteção Civil. A anterior direção da AHBVP,
por razões que desconheço,
decidiu não apresentar can-
te momento, não dispõe. Felizmente que os nossos bombeiros voluntários estão a
regressar a esta casa, até aos
fins-de-semana. Até alguns
que se tinham afastado permanentemente estão a pedir
o seu reingresso.
b– E, neste momento, já não
é possível apresentar a candidatura?
josé garrancho | [email protected]
barlavento- Foi eleito em
Fevereiro, após um processo eleitoral conturbado.
Porque é que se candidatou
e o que tem feito nestes últimos oito meses?
Álvaro Bila – Havia duas listas a posicionar-se para concorrer e alguns diferendos
entre elas, que não estavam
a dar bom ambiente interno.
Então, para assegurar a estabilidade da associação, decidimos avançar.
b– E o que mudou nestes
meses?
AB – Ter dez anos desta casa,
embora integrado noutra direção, com outras pessoas e
outras ideias, deram-me algumas noções muito claras
do que desejava fazer. Trouxe na minha equipa pessoas que já faziam parte da direção anterior e outras com
grande capacidade de trabalho, entre as quais a Celeste,
que já por cá tinha passado
como bombeira. O nosso objetivo passa por abrir mais o
quartel à população em geral,
para que saibam quem somos
e o que fazemos e que estamos cá, quando necessário.
Depois, queremos dar melhores condições de trabalho aos
nossos bombeiros. E quando
digo melhores condições de
trabalho, não será tudo o que
eles possam necessitar, pois
não temos nenhum poço sem
fundo. O dinheiro é cada vez
menos, o que nos obriga a fazer cada vez mais contas para
podermos acudir ao que o comando nos pede e acha que
precisa.
b– Abrir o quartel, em que
sentido?
AB – Primeiro que tudo, dividir o quartel. O quartel
tem óptimas condições. Con-
tudo está mal dividido: mistura-se, por exemplo, a zona
operacional com a do centro
médico. E é por isso que estamos a fazer modificações,
esperando que, no final deste ano, as coisas estejam a
correr de maneira diferente. Esta associação necessita
do centro médico e os nossos
bombeiros têm de compreender que há zonas que são
exclusivamente suas e outras destinadas aos clientes
que nos ajudam a viver. Existem cinco gabinetes médicos
e iremos abrir mais dois, temos um diretor e um sub-diretor clínicos, respetivamente os drs. Amândio Boneca e
Nelson Santos. Agora, vamos
tentar aliciar para o nosso
centro médico algumas companhias de seguros. E temos
um projeto para criar uma
acessibilidade externa exclusiva do centro médico para
pessoas com mobilidade reduzida.
b– E além do centro médico?
AB – A secretaria vai mudar de local e ficará localizada junto à porta principal
do edifício. Assim, quem
vier tratar de assuntos relacionados com os bombeiros não invadirá nem a área
operacional, nem a zona do
centro médico.
b– E que mudanças a nível
operacional?
AB – A AHBVP tem um
novo comando desde Outubro, embora o atual comandante tivesse sido nomeado segundo comandante em
Agosto e tenha vindo, desde
essa altura, a reestruturar a
corporação.
b– As pessoas perguntamse: numa época de con-
didatura, ao contrário de outras, como Silves e Vila do
Bispo. Todas as associações
de bombeiros que se candidataram foram contempladas. Ora Portimão, sendo a
cidade que é, carece com urgência de uma equipa de intervenção permanente. Só
que isso acarreta verbas de
que a nossa associação, nes-
FC – Falámos com o senhor
coordenador distrital e apresentámos a candidatura, mesmo fora de prazo. Tivemos o
aval da senhora Governadora
Civil mas, quando chegou à
Autoridade Nacional de Proteção Civil, devido à falta de
verbas, foi chumbada.
b– Além dos quarenta assalariados, quantos bombei-
«Precisamos urgentemente de uma nova
A Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários
de Portimão aposta em servir
cada vez melhor a população
e apela a que as pessoas a apoiem,
tornando-se associadas
b– No passado, as verbas
pagas aos bombeiros pelo
serviço de transporte de
doentes eram muito inferiores às que pagavam às
ambulâncias privadas e os
bombeiros perdiam dinheiro em cada viagem que efetuavam a Lisboa. E agora?
AB – As verbas foram atualizadas, mas temos de pensar que uma viatura destas
custa 50 mil euros, leva oxigénio, que também é pago
por nós, dois homens que,
muitas vezes, ultrapassam o
horário de trabalho e têm de
comer, mas uma coisa é certa: a população de Portimão
merece que os seus bombeiros os levem a Lisboa, se for
caso disso.
b– E a população de Portimão merece os bombeiros
que tem? Quantos associados têm vocês, com as quotas em dia?
AB – Eu penso o contrário.
Penso que temos de dar primeiro, para receber depois.
Devo dizer que cada vez há
mais serviços sociais, cobrados a cinco euros e que mesmo assim, semanalmente,
nas reuniões de direção, encontramos muitas guias de
transporte que não foram
pagas, porque as pessoas não
têm condições para o fazer. Mas
isso não impede que sejam tratadas com dignidade. Todas as semanas levamos um número elevado de doentes à hemodiálise,
numa viatura que já tem muitos
anos e muitas horas de trabalho,
mas não temos meios para substitui-la. Temos de comprar uma
nova viatura urgentemente, não
podemos passar sem ela, e teremos de encontrar subsídios – e
quando falo de subsídios estou a
falar de ajuda de toda a população, pessoas conhecidas e amigas
da associação -, porque não podemos tirar dinheiro do orçamento
deste ano para a comprar. E aproveito aqui para fazer um apelo: se
as pessoas de Portimão querem
ter bombeiros à altura, deviam
associar-se, pois 12 euros por ano
não representam nada para muita gente. Temos 2700 sócios, mas
felizmente estão a aparecer novos
associados, quase todos os dias. E
aproveito para frisar que esta casa
não é dos bombeiros, nem da direção, é de toda a população. É
para ela que nós existimos.
b– E têm alguma campanha de
R EGIONA L
09
www.barlavento. pt
josé garranho
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
R
viatura para levar as pessoas à hemodiálise»
angariação de sócios programada?
AB – Durante todo o passado
mês de Novembro, tivemos
várias atividades de rua programadas, nas várias freguesias, que passaram por visitas
às escolas, rastreios, exposições, simulacros e atividades
desportivas e culturais.
b– Voltando ao corpo ativo e
aos serviços permanentes: o
INEM é rentável para a associação?
AB – Nós recebemos uma
percentagem sobre os serviços efetuados e o que recebemos é suficientes para pagar
as duas pessoas que são necessárias para cada serviço.
O número de serviços diminuíram, quando o INEM entregou de uma ambulância
ao hospital, mas estão a aumentar de novo. Mais doze
elementos desta corporação
acabaram de completar com
êxito o curso que lhes permite andar nas ambulâncias do
INEM. E o transporte de doentes sempre foi uma vocação
dos bombeiros.
b– A zona antiga da cidade, com todos os seus problemas, que vão das construções antigas às ruas
estreitas e estacionamento
desordenado, com problemas de acessos às viaturas
de socorro, como é vista pelos responsáveis pela segurança?
AB – Essa foi sempre a preocupação das direções e dos
comandantes desta casa. Finalmente, com a ajuda da Câmara e da Junta de Freguesia,
comprámos uma viatura de
fogo mais pequena, que entra
em muitas ruas dessa zona. E
não entra em todas, porque as
pessoas não pensam e os próprios moradores estacionam
em locais onde não deviam e
dificultam-nos a passagem.
FC – O maior problema não
são os moradores, mas aqueles que se deslocam ao centro da cidade, não querem pagar estacionamento e deixam
as viaturas de qualquer maneira, dificultando ou impe-
dindo até o acesso. E a polícia
não possui qualquer viatura
que consiga removê-las, devido exatamente à pouca largura das ruas. Isso tem a ver
com civismo e com a sensibilidade das pessoas. Porque,
mesmo nas zonas mais largas,
temos pessoas que estacionam
de qualquer maneira, dificultando a passagem das viaturas prioritárias.
b– Falem-nos das vossas
equipas especiais, que o
grande público desconhece.
FC – Temos uma equipa de
resgate em grande ângulo, ou
seja, salvamento em grande
altura, uma equipa de mergulhadores que tem sido requisitada para muitos serviços,
as equipas de formadores, que
atuam na formação interna e
estamos agora a iniciar o fornecimento de serviços de formação externa, além das conhecidas equipas do INEM.
E podemos acrescentar que o
nosso pessoal de resgate e primeira intervenção treina diariamente. E não podemos es-
quecer a secção desportiva e
a fanfarra, que levam o nome
da associação e do município
por esse País fora. E, neste
particular, gostaria que deixar um agradecimento especial ao chefe Nuno Silva, responsável pela fanfarra, que
tem sido incansável para levar a bom porto a tarefa difícil de ensinar e transmitir
os conhecimentos necessários, tanto aos mais pequenos,
como aos mais graúdos.
AB – Como comentário final,
gostaria de agradecer a todo o
corpo de bombeiros, pois mudaram várias caras, mudaram
de direção e de comando e a
resposta sempre muito positiva e o apoio que nos têm dado
são de salientar. Porque, com
tantas mudanças de pessoas, as novas caras que entraram no quartel e as imensas
transformações, até a nível de
obras que têm sido efetuadas,
é natural que surja um ou outro atrito. Mas, no próximo
ano, já poderemos colher os
frutos destas modificações.
ros voluntários tem a AHBVP no ativo?
FC – Embora as entidades
patronais não soltem os seus
trabalhadores durante as horas de trabalho, eles vêm durante a noite e asseguram um
piquete semanal que nos dá
alguma garantia de intervenção em caso de necessidade.
Temos cerca de sessenta voluntários para formar equipas de seis homens cada. E
há 28 novos voluntários em
formação.
b– E de onde vem o dinheiro para fazer face às despesas da AHBVP?
AB – A quase totalidade é assegurada por um contratoprograma com a Autarquia, a
renda do Pingo Doce, a garagem de recolha e os gabinetes
médicos.
b– Essas são, então, as verbas permanentes da Associação?
AB – Permanentes, mas não
tão permanentes assim. O
contrato-programa depende
das disponibilidades da autarquia e é isso que eu gostava de salientar: nunca podemos fazer contas certas com
o dinheiro que vamos ter. E,
ao fim e ao cabo, isto é quase uma empresa, com os seus
custos diários e o seu pessoal assalariado, que custa cer-
ca de 40 mil euros mensais, e
temos de gerir contando com
recursos que, muitas vezes,
não são certos.
FC – Estamos a dar início a
ações de formação viradas
para as empresas que careçam dela, nas áreas do combate a incêndios e do socorrismo. Essa vertente irá ser
positiva, não só no campo financeiro, mas também na divulgação da AHBVP.
AB – E vamos também dinamizar o aluguer das salas de
formação que possuímos. E
prestamos serviços a várias
entidades, como o autódromo e o Morgado de Reguengos, tentando rentabilizar os
meios de que dispomos.
b– Se as verbas de que estamos a falar chegassem a
tempo e horas, as dificuldades da associação terminavam?
AB – Certamente. Temos um
orçamento anual a rondar o
milhão e meio de euros e temos que fazer muitas contas
e ter muito cuidado para que
o nosso pessoal receba atempadamente e os nossos fornecedores, que são muitos, sejam pagos a tempo e horas.
Nós também fazemos outros
serviços, incluindo para o
Ministério da Saúde, com o
transporte de doentes.
regional
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
R
10
Unidade de Cuidados Continuados
de Estoi é composta por 41 camas
No sábado, foi lançada a primeira
pedra da Unidade de Cuidados
Continuidades de Estoi, propriedade
da Fundação Algarvia de
Desenvolvimento Social, que tem
mais projetos idênticos em carteira
helder nunes | [email protected]
«Este novo projeto foi pensado há 15 anos. Sempre foi
nossa intenção intervir na
área da terceira idade», revelou Luís Coelho, presidente da Fundação Algarvia
de Desenvolvimento Social,
que lançou a primeira pedra
de uma unidade de cuidados
continuados a ser construída
na freguesia de Estoi. A ceri-
mónia, que foi presidida pela
ministra da Saúde Ana Jorge,
decorreu no Cinema Ossónoba, naquela vila do concelho
de Faro, no passado sábado.
Luís Coelho adiantou
que a Fundação «vai ter muitas outras intervenções nesta área, não com ideias economicistas, mas de apoio ao
setor mais carenciado. Esta
é a primeira obra, mas temos
em fase adiantada o processo para desenvolvermos em
Monchique um outro projeto».
A ministra Ana Jorge lembrou o trabalho que
tem vindo a ser desenvolvi-
do a nível da rede de cuidados continuados no país, que
existe há já quatro anos, sendo o Algarve uma das regiões
onde maior incremento se verificou. «O ideal seria que os
mais velhos ficassem o mais
tempo possível nas suas ca-
sas, mas por vezes isso não
pode ser. E o Algarve tem
respondido às necessidades,
através do apoio domiciliário alargado e da abertura de
unidades para cuidados continuados», acrescentou Ana
Jorge, concluindo que «Por-
Novo Hospital central pode ter «luz verde» em 2011
A ministra da Saúde Ana
Jorge, na sua visita ao Algarve, disse que o novo
Hospital Central da região
poderá ter «luz verde» no
início de 2011.
Ana Jorge disse que o
futuro hospital «é uma mais
valia em saúde e permite algumas economias» na gestão em relação ao Hospital
Distrital de Faro, por isso
admite que há boas probabilidades de a Parceria Pú-
blico Privada para a construção da nova unidade de
saúde central da região ser
uma das escolhidas na reavaliação que o Governo está a fazer a estes mecanismos, devido à crise.
A ministra disse estar «com
esperança de que a crise
não vá afetar» a construção
do Hospital Central do Algarve e por isso ser possível «pensar na transferência
deste hospital (o Distrital de
Faro), que tem 30 anos, para
outro de grande dimensão
e maior qualidade» a partir
do início do próximo ano.
Depois dos sucessivos adiamentos do lançamento desta obra, o anúncio de uma
possível «luz verde» no próximo ano levou o PSD Algarve a criticar a posição da
responsável pela pasta da
Saúde, por considerar que
Ana Jorge não justificou as
sucessivas alterações de da-
tas para a construção do futuro Hospital Central.
«Lamentamos o facto
de a senhora ministra ter
vindo ao Algarve e não ter
justificado aos algarvios as
sucessivas alterações ao calendário do processo de
construção do referido Hospital», afirmou a Comissão
Política Distrital dos social-democratas em comunicado. Este órgão regional do PSD, presidido por
Luís Gomes, sublinhou
que Ana Jorge «não referiu a razão pela qual não foi
cumprido o prazo para o
início da obra que era de
2009, tal como foi anunciado em 2007 pelo Governo».
«Mais uma vez existe uma
nova promessa de calendário e mais uma promessa não cumprida por parte do governo PS na Região
do Algarve», acrescentou a
CPD do PSD algarvio.
tugal mais solidário é capaz
de dar resposta aos mais carenciados».
A Unidade de Cuidados
Continuados de Estoi é composta por 41 camas para internamento de manutenção
ou longa duração, fica implantada numa área de terreno de 2372,31 metros quadrados, e é constituída por dois
pisos, estando o seu custo final previsto em 2,53 milhões
de euros, estimando-se que
dentro de 14 meses a obra esteja concluída. Este projeto é
financiado ao abrigo do Programa Modelar e vai ser edificado num terreno cedido
pela Câmara de Faro.
O projeto da autoria da
«Mech Consultores» procurou envolver o edifício com
o espaço público, nomeadamente com o Centro de Saúde, utilizando na sua construção materiais da região,
como pedra e reboco branco.
Outra das soluções contempladas é o recurso às energias
renováveis, como contribuição para uma melhor eficiência energética, proporcionando condições de conforto e de
qualidade do ar interior e reduzindo os custos dos consumos energéticos.
A Fundação Algarvia de
Desenvolvimento Social procura expandir a sua atividade, daí ter desenvolvido um
projeto para a construção
desta unidade de cuidados
continuados integrados, estando prevista a criação de 30
a 40 postos de trabalho.
Um ano depois da primeira pedra, Al-Vita
abre as portas como prometido
A ministra da Saúde inaugurou,
em Portimão, a Unidade de Cuidados
Continuados Integradas Al-Vita,
um investimento totalmente privado
Um ano depois de ter sido
lançada a primeira pedra do
projeto Al-Vita – Unidade de
Cuidados Continuados Integrados de Portimão, um investimento totalmente privado, deu-se a sua inauguração
no sábado, com a presença da
ministra da Saúde Ana Jorge. E assim se cumpriu a promessa feita em 2009 por Horácio Nunes, presidente da
empresa PRO-FN Serviços
de Saúde, proprietária daquela infraestrutura, de que
esta seria a data para abrir as
portas.
«A criação deste espaço, com toda esta qualidade, é mais uma esperança de
vida para os idosos que têm
aqui a possibilidade de continuar o seu tratamento e voltar à sua casa», afirmou a ministra da Saúda, no decorrer
do ato de inauguração. Ana
Jorge sugeriu, depois da visita que efetuou, que nos espaços exteriores fosse criado
«um jardim de cheiros e cores», para estimular os sentidos que o envelhecimento vai
retirando.
Esta infraestrutura «vem
dar uma mais valia à cidade
em termos competitivos», realçou o presidente da Câmara Manuel da Luz. É que,
salientou o autarca, numa região como Algarve, os «turistas põem em primeiro lugar
a perceção que têm da qualidade dos serviços prestados
na área da saúde». Na mesma
linha, falou Rui Lourenço,
presidente da Administração
Regional de Saúde, ao salientar que o facto de se «colocar
à disposição das pessoas esta
rede de cuidados continuados marca a excelência da região».
Ficou a promessa de Horácio Nunes, visivelmente
contente e ao mesmo tempo
nervoso, de que, «no futuro
prestaremos cuidados de excelência a todos os que para
aqui venham, com muita proximidade e uma grande hu-
manidade», exemplo que ele
próprio transmitia afagando
nos seus braços a sua neta.
A obra está pronta e começa a funcionar em Janeiro.
Foram assinados dois protocolos de cooperação com a
Administração Regional de
Saúde e o Instituto de Segurança Social, para a contratualização dos serviços para
a Unidade de Convalescença e para a Unidade de Média Duração, estando prevista a criação de 65 postos de
trabalho. O custo total do investimento ronda os sete milhões de euros. Possui 35 camas para a unidade de média
duração e reabilitação e 35
camas para a longa duração e
manutenção.
|H.N.
p u b li c i d a d e
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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regional
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Tavira amplia estacionamento
gratuito junto ao rio
Circuito de manutenção, zona verde
e obra de arte assinada por
Bartolomeu dos Santos vão surgir
junto à zona ribeirinha. Projeto
custa 800 mil euros
filipe antunes | [email protected]
Até ao Verão, a margem esquerda de Tavira vai estar
mais próxima do rio e oferecer novos lugares de estacionamento para servir a Baixa
da cidade.
Apesar de o local já ser informalmente utilizado como
zona de parqueamento, depois de as últimas cheias do
rio Gilão terem derrubado
parte de um muro ali existente, a ideia da autarquia
é agora organizar o espaço,
«voltando a cidade para rio».
Apelidado de Parque
Verde do Rio Séqua (o rio só
dá pelo nome de Gilão depois de passar a ponte antiga), o projeto contempla uma
zona de estadia e convívio,
um circuito de manutenção
e permitirá a ligação à escola fixa de trânsito e restantes
equipamentos de lazer ali situados.
O estacionamento será
uma das mais valias do parque, já que serão criados 88
novos lugares gratuitos para
veículos ligeiros. As bicicle-
tas não foram esquecidas, estando reservados seis espaços para o efeito.
De acordo com fonte do
gabinete da presidência da
Câmara de Tavira, a intervenção contempla igualmente a instalação de uma estátua
de homenagem ao navegador tavirense João Vaz Corte Real, nos terrenos circundantes à Casa das Artes.
A obra de arte será esculpida pelo mestre José Faria e o desenho foi idealizado
pelo falecido artista e professor Bartolomeu dos Santos,
que escolheu Tavira como
residência nos seus últimos
anos de vida e doou parte do
seu espólio à Câmara de Ta-
vira, com vista à criação de
um centro de gravura.
O valor global dos trabalhos ascende aos 800 mil euros, estando neste momento
em «fase de procedimento».
O prazo de execução da obra
é de nove meses, podendo vir
a beneficiar de fundos comunitários (o montante ainda
não é conhecido).
O anúncio da requalificação ribeirinha surge poucos dias depois de a Câmara de Tavira ter decretado a
suspensão do estacionamento tarifado na margem esquerda da cidade. O pagamento naquela zona havia
sido decretado em 2008, ainda durante o mandato do so-
cial-democrata Macário Correia.
Por agora, fonte do executivo de Jorge Botelho (PS)
garante que a medida está
«em avaliação», embora a
gratuidade naquela zona se
deva manter até ao Verão.
Apesar o estacionamento tarifado ter sido implementado em várias ruas da
margem esquerda, poucos
automobilistas recorriam ao
pagamento, optando por alternativas gratuitas, embora
mais distantes.
Ao que o «barlavento»
apurou, vários parquímetros
chegaram a ser vandalizados, ficando interrompido o
seu normal funcionamento.
pub.
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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filipe antunes
Enquanto em São Brás existe a maior coleção de Meninos Jesus do país, em Santa Catarina,
Tavira, há quem ainda conserve as raízes medievais do Natal na sala de estar
Aos 77 anos, nunca a dona
Maria Valentina Jesus pensou que a sua sala se transformasse numa galeria de
museu. Até ao passado domingo… altura em que o Museu Municipal de Tavira/Palácio da Galeria organizou
uma visita cultural à tradição
do presépio algarvio.
É que esta residente em
Santa Catarina Fonte do Bispo (Tavira) é a fiel detentora
de dois Meninos Jesus centenários, peças cuja origem
remonta às mãos do mestre
Faustino José Bernardo, conhecido como um dos antigos pinta-santos da serra algarvia.
Como ele, havia mais três
«faz santos» – José Martins
Murteira e Ventura das Neves – agricultores e carpinteiros de profissão que, perante a falta de trabalho nas
invernias prolongadas, ocupavam o tempo fazendo imagens de santos não só para
família, mas também para
vender.
De tal modo assim foi
que a localidade entalada na
Serra do Caldeirão ganhou
fama e transformou-se num
dos maiores polos desta arte
popular.
O exemplar de Valentina
é uma das peças oferecidas
pelo próprio artesão à família. Como ela, o «barlavento»
descobriu haver mais pessoas que ainda conservam relíquias em casa, muitas delas
esquecidas em gavetas.
Não é este o caso. De Inverno, o menino de faces rosadas e de rosto estranhamente adulto, esculpido
em madeira, permanece no
quarto de Valentina Jesus,
ao passo que na quadra natalícia é cuidadosamente
transportado numa redoma
de vidro para a divisão de entrada.
«O padre José da Cunha
Duarte já me perguntou se
eu o queria vender para o
museu, mas eu disse que
não. Enquanto for viva, tenho o menino comigo, porque tem um valor sentimental. É mais velho do que eu»,
atira, decidida.
Esta história não estaria
completa sem nova referência ao padre José da Cunha
Duarte, fundador do Museu
Etnográfico do Trajo Algarvio
(São Brás de Alportel), onde
se encontra a maior coleção
de Meninos Jesus do país.
Para atingir esta meta,
muito contribuiu a sua investigação sobre as origens do
Natal algarvio, trabalho que
deu origem ao livro «Natal do
Algarve – Raízes Medievais».
Apesar de o museu continuar a adquirir relíquias, o
pároco contou que muitas
imagens dos pinta-santos
estão dadas como perdidas.
Outras foram mesmo para
o lixo, como testemunhou,
quando chegou ao Algarve,
no início da década de 80, e
iniciou a recolha.
Hoje, mais do que conservar o valor das peças – que é
muito –, José da Cunha Duarte quer sobretudo preservar
a memória, não abdicando
por isso de armar os presépios tradicionais na sua paróquia de São Brás, onde naturalmente o Menino está
em primeiro plano.
Depois, há nestas imagens outras pistas que permitem ler a história e o contexto social do passado.
«Consoante as posses, assim se vestiam as figuras.
Por isso, as mais pobres estão descalças, enquanto as
que estavam nas famílias
mais abastadas até apresentam sapatos de couro», exemplificou ao «barlavento».
Tradição remonta ao século XVI
Segundo o padre José da
Cunha Duarte, foi no século XVI que o Cardeal Bérulle introduziu naquela região
francesa a tradição das searinhas e das laranjas ao
lado do Menino Jesus, para
que Este abençoasse as se-
menteiras e as árvores de
fruto.
Em Portugal, este presépio ainda se conserva no
Alentejo e no Algarve, sendo representado por um
trono em forma de escadaria, onde um Menino apare-
ce de pé, ao centro, ladeado por laranjas e searinhas
de trigo. Apesar de a Revolução Francesa ter introduzido os presépios de grandes
dimensões, o Sul de Portugal conservou os modelos
arcaicos. |F.A.
filipe antunes
Tradição do Menino Jesus
continua viva na serra algarvia
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Um Natal diferente na Ucrânia
Yana Chaban*
Sob frio intenso e debaixo de neve, o Natal ucraniano é celebrado só no dia 7 de Janeiro,
de acordo com o calendário ortodoxo. E as tradições são diferentes das portuguesas
são ”Kristos narodevsia”,
que significa “Cristo já Nasceu”. Após a Ceia, a mesa é
deixada com o resto dos alimentos até à manhã de Natal. Este ritual serve para homenagear os antepassados
que, segundo a crença, devem ser relembrados nesta
noite.
Na véspera de Natal,
após a Ceia, a família reúnese e canta Kolhadkas, que
tem subjacente temas religiosos, como o nascimento
de Jesus Cristo. Também no
dia de Natal, após a missa, e
de regresso a casa, a família
reúne-se para cantar estas
canções.
No Natal, as crianças e
jovens reúnem-se e andam
de casa em casa a cantar
Kolhadkas, mascaradas de
anjos, pastores, reis, e mostram a sua felicidade e divertimento.
Tenho muitas saudades
de celebrar o Natal na Ucrânia, pois há muito tempo que
não é possível reunir toda a
minha família.
*Aluna do 10ºano, da Escola
Secundária Manuel Teixeira
Gomes, de Portimão
Pub.
G
ostaria de descrever
as Tradições e Costumes da celebração da
festa de Natal no meu país –
a Ucrânia, que são totalmente diferentes, não só pela diferença da cultura de Leste,
mas também pela diferença
do clima.
O Inverno é muito frio na
Ucrânia, com temperaturas
até 25 graus negativos. Os
campos e as árvores mudam
o seu vestido por um cobertor branco, formado de flocos de neve, que cobre tudo
à sua volta. As árvores ficam
muito lindas cobertas pela
geada que intensifica mais o
ar natalício.
Muitos dos seus costumes e tradições antigos têm
sido, ao longo dos tempos,
preservados e transmitidos
de pais para filhos. O Natal
é uma das celebrações mais
importantes, incluída no calendário de feriados religiosos, que no meu país se comemora no dia 7 de Janeiro,
segundo o calendário velho.
No período soviético,
contado pelos meus pais, o
Natal não era festejado oficialmente na Ucrânia. Contudo, os ucranianos nunca esqueceram as suas tradições
natalícias.
Na véspera do Natal, não
se consome carne nem derivados de leite até à Ceia. A
véspera de Natal, dia 6 de
Janeiro, é chamada Sviaty
Vetchir (noite santa). Neste
dia, junta-se família toda e
as pessoas dedicam-se somente à preparação da Ceia
de Natal.
Um dos símbolos é a árvore de Natal, que tem que
ser bem decorada com bo-
linhas de Natal. A mesa é
decorada, simbolicamente,
com o didukh, que é um pequeno feixe de trigo, centeio
ou aveia, decorado de forma
especial, como símbolo de
prosperidade, que é colocado na cabeceira da mesa.
A mesa natalícia é forrada com feno seco e no chão
também é espalhado algum feno, de forma a relembrar que Jesus Cristo nasceu
numa manjedoura. Em cima
do feno, é colocada uma toalha bordada, ou duas toalhas. Uma para representar
os membros vivos da família e outra para os familiares
que já faleceram.
Na mesa festiva, encontram-se 12 pratos de Ceia diferentes, que simbolizam os
doze apóstolos de Jesus Cristo. Muitos pratos, que compõem a mesa festiva, são à
base de vegetais, peixe, cogumelos. Exemplo disso são
os pratos típicos: borsch, varenyky, golubtsi e muitos outros. No centro de mesa, é
colocado kalatch - semelhante ao pão doce com sementes de papoila.
O primeiro prato a ser
servido é kutiá. O kutiá e feito com dois ingredientes de
extrema importância: o trigo
cozido, que simboliza a riqueza, e o mel, que é o símbolo
de felicidade. Também constam os miolos de nozes e sementes de papoila. O kutiá é
servido pela pessoa mais velha da família.
A Ceia começa quando
aparece a primeira estrela no
céu, o que significa que Jesus
Cristo nasceu e os membros
de família cumprimentamse, pronunciando a expres-
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Os lados bons da Vida
Carlos Luís Figueira
M
as os da minha infância têm outro
sentido. Vivíamos na
casa da minha avó materna,
num espaço que, passados
que foram muitos anos, quando de novo o visitei, me parecia pequeno demais para ali
se ter feito tanta coisa, pois
naquela única sala que dispúnhamos se confecionava
o que comíamos, sempre a
cargo da minha avó, que assumia a responsabilidade
da gestão dos recursos da
casa, e, nesse mesmo espaço, o meu pai fabricava roupa, auxiliado por jovens costureiras. Roupa nova que se
estreava no dia de festa. Vivíamos apertados, mas não
amontoados.
A casa, que dispunha de
mais alguns espaços, tinha
lugares mágicos. Um poço
na dita sala de entrada, com
água suficiente para as lim-
As minhas recordações do Natal têm muito que ver com a minha infância. Há certamente
outros Natais que já em idade adulta aconteceram, sobretudo com a presença dos meus filhos,
dos quais guardo também gratas recordações.
pezas que regularmente ocupavam fins de semana, e
também para nele se refrescarem as bebidas no Verão,
através de um engenhoso
processo. Mas o que impressionava e tornava o lugar mágico era quando, através da
queima de papel, se iluminava o espaço para tentar descobrir a altura da água que
dispunha. Víamos então paredes negras que desafiavam a
nossa imaginação e, lá muito
em baixo, a água, cuja origem
nos intrigava. Seguia-se um
longo corredor por onde já
noutros tempos tinham passado animais para se reconfortarem numa manjedoura,
após jornadas duras de trabalho. A manjedoura ainda lá
estava, a servir agora de depósito de trastes velhos, com
a esperança de algum dia poderem vir a ser úteis. No teto
do longo corredor que lhe
dava acesso, penduravam-se
melões e secavam-se uvas
que se comiam na noite de
Natal, perfumando um percurso que dava acesso à última divisão da casa. Lugar
também ele misterioso, no
qual se guardavam enchidos
e conserva de azeitonas, se
tratava e conservava a carne
de porco. Misterioso porque
nele se respiravam cheiros
diversos e, na obscuridade
de alguns dos seus recantos, imaginávamos existirem
animais perigosos, porque
avisados estávamos da sua
existência pelos nossos pais,
e assim sendo só nos atrevíamos a aproximar de tais labirintos em certos dias em que
nos sobrava a coragem.
A ceia de Natal principiava com uma sopa de feijão e
espinafres, a que se seguia
bacalhau frito de cebolada,
terminando com um galo assado, porque para peru não
havia dinheiro. Em anos de
maior desafogo, o borrego
substituía o galo. Mas era a
seguir que vinha o melhor,
os doces de Natal, as aze-
vias que por aqui, por influência de Espanha, se chamam tortilhas, recheadas de
doce de amêndoa ou de grão,
em anos de maior aperto.
Os doces antecediam os esperados presentes. Embora
a expetativa das ofertas estivesse sempre dependente da presença do tio Luis.
Marinheiro de todos os mares, figura sempre desejada e nem sempre desfrutada, trazia consigo, para além
de histórias que alimentavam
sonhos, brinquedos que antecipavam o tempo. Nessas
noites, quando a esperança
de podermos ter a sua presença já se perdia e de súbito
se abria a porta e entrava ele,
alto e ruivo, com uma grande
mala que de pronto se abria
no chão da sala onde tudo se
fazia, então a felicidade atingia-nos a todos. Estávamos
num ano de Natal mais feliz.
pub.
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O regresso das filhas pródigas
A falta de saúde e o cansaço, de mais
um dia de trabalho, produziam
evidentes marcas no rosto de Justina.
O coração, esse «maganão», resistia
a todas as canseiras e desgostos,
alguns deles ainda bem recentes. «Se
o coração serve para amar também
servirá para sofrer!», pensava ela,
enquanto batia as claras do bolo para
a ceia de mais um Natal.
Arménio Aleluia Martins
M
eu Deus, que Natal
me dás este ano?
E continuava agitando a colher de pau com
maior violência como que
para afastar as imagens que
fervilhavam na sua cabeça.
Maquinalmente olha para o
fogão, sobre o qual estava a
panela grande para cozinhar
o galo que depenara horas
antes.
Quanto mais queria esquecer, mais as imagens
surgiam na sua mente. Pensava «onde estará naquele momento a Maria Antonieta, a sua filha mais nova
que, em busca da felicidade fácil e efémera, deixara
casa, marido e uma filhinha
de 3 anos, a Lurdinhas? E a
Maria de Jesus, a outra filha,
que casada, sem amor, com
um primo, rompera essa ligação, indo de abalada, com
outro homem, até terras de
França, deixando ao marido
o encargo de cuidar das suas
duas filhas? Saberá ela que
o Gabriel morreu intoxicado com algo que comera?».
Uma certa angústia atingea enquanto limpa no avental o dedo sujo de farinha e
açúcar.
Indiferentes a tudo isto,
a Lurdinhas e as suas primas
Isabel Maria e Carla, que vieram viver com a avó, brincam
despreocupadas. De vez em
quando, os seus olhinhos dirigem-se para a pequena árvore de Natal colocada ao
canto da salinha, com as luzinhas a acenderem e a apagarem, ao lado da qual se
encontra um minúsculo pre-
sépio, símbolo do mais sublime acontecimento da
história da humanidade: o
nascimento do Redentor.
Na ingenuidade dos seus
verdes anos, poderia ver-se
alegria, mas não aquela felicidade que faz transbordar corações e se reflete nos
rostos, nos olhos e até nos
próprios gestos. A falta dos
pais, naquele momento, não
poderia deixar de ser sentida.
Acabara de chover e assim o frio fazia-se sentir com
mais intensidade. O vento
agita violentamente as ramagens dos pinheiros que quase abraçam as casas alinhadas pela encosta acima, no
bairro onde moram alguns
dos trabalhadores da empresa em que trabalham.
Justina abre a panela para ver se o ensopado
está quase cozido. Olha para
o relógio e atravessa o corredor, indo ao encontro das
suas netinhas, a maior rique-
pub.
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za da sua vida amargurada.
Faltam dez minutos para a
meia-noite e dentro de pouco tempo chegará António
José, que sai do emprego a
essa hora. As crianças, normalmente, vão cedo para a
cama, mas, hoje, por ser um
dia especial, partilharão com
eles a Ceia do Natal, o que
para elas constitui um motivo de prazer, por ser diferente dos outros dias.
Justina coloca na mesa a
sua mais bela toalha e põe
os melhores pratos e os copos do serviço que lhe ofereceram quando casou. Até
põe o talher inox e guardanapos como se fosse receber
visitas especiais. Ao centro,
uma pequena jarra de flores
e uns pratinhos com azeitonas, miolos de amêndoa e
bolinhos.
Estava a cortar o pão
quando a porta se abre e entra o António José. Dá um
sorriso para as crianças que,
não sendo suas netas, adora
como se o fossem, enquanto esfrega no rosto as mãos
sujas.
- Justina, está um frio de
rachar! Espera só um bocadinho que eu vou lavar as
mãos e volto já!
As crianças dão voltas à
mesa, mirando o bolo grande
e os bolinhos que estão nos
pratos. Justina, com paciência, diz-lhes para esperarem
pelo avô. Sentam-se à mesa
em silêncio. Já passam alguns minutos da meia-noite.
A canja é comida sem grande prazer. Justina serve os
pratos com a precisão que
sempre faz no dia-a-dia. Não
há alegria no seu rosto e António José também está taciturno. Olha para as crianças,
cujos rostos inocentes e puros estão tristes e os seus
olhitos sem chama. Sentirão
a falta dos pais? Pensa ele,
sem se enganar.
Começam a comer as batatas com a carne do galo,
engordado durante largos
meses, quando no meio do
ruído da noite invernosa e
agreste sentem a chegada
de um automóvel. Deixam de
mastigar por momentos. Justina levanta-se e vai espreitar pela janela. Vê um carro
grande que lhe pareceu um
táxi, donde saem duas mulheres. É com visível ansiedade que sente os passos encaminharem-se para a porta
da sua casa. Batem ligeiramente e ela vai abrir sem
perguntar quem está. Duas
mulheres jovens e ainda belas entram naquela modesta casa, caindo nos braços
da sua angustiada mãe. As
crianças, essas sim, é que
sentem com maior intensidade a alegria que transborda nos seus pequenos
corações. Há sorrisos, há felicidade, há amor naqueles
seres sentados em redor daquela mesa, ainda há pouco
tão silenciosa e triste. A Ceia
do Natal fez unir mais uma
família.
pub.
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R egiona l
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www.barlavento. pt
O exercício foi o primeiro teste
no terreno do plano de intervenção
e permitiu detetar algumas falhas
Dois mortos e 15 feridos foi
o resultado fictício do simulacro de acidente que decorreu esta manhã na Via do Infante, entre os nós da Penina
e da Mexilhoeira Grande, no
concelho de Portimão.
O exercício, promovido pelo
Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS)
de Faro, serviu para testar
no terreno os procedimentos e a operacionalidade do
Plano Prévio de Intervenção
na A22, que se encontra homologado, e que nunca tinha
sido testado.
No final, o comandante
do CDOS revelou que o exercício, denominado «Infante Seguro10», permitiu detetar falhas de «articulação e
informação» entre os vários
agentes de Proteção Civil.
Segundo Vaz Pinto, há
«aspetos da operacionalidade
que têm de ser melhorados,
nomeadamente a articulação
e a passagem de informação
no terreno com as várias entidades envolvidas».
O simulacro tinha como
cenário dois acidentes graves neste troço da A22: no
sentido Portimão/Lagos, um
camião cisterna carregado
de materiais perigosos despistou-se e virou-se, tendose incendiado o depósito de
gasolina. A intervenção dos
bombeiros evitou que o fogo
alastrasse à carga perigosa.
No entanto, em consequência do acidente, o motorista
e o ajudante do camião cisterna ficaram gravemente feridos.
Devido ao fumo do incêndio, que atravessou a faixa
de rodagem, no sentido contrário da Via do Infante deuse um choque em cadeia, envolvendo cinco viaturas, uma
das quais uma carrinha.
Um dos automóveis caiu
do viaduto, estatelando-se cá
em baixo e causando a morte
dos seus dois ocupantes.
Deste choque em cadeia
resultaram ainda 13 feridos,
alguns dos quais tiveram de
ser desencarcerados das viaturas sinistradas.
O simulacro, que contou
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EMARP, EEM – PORTIMÃO
ADMISSÃO DE PESSOAL (M/F)
1 TÉCNICO SUPERIOR NA ÁREA DE GESTÃO
INTEGRADA DE SISTEMAS
Requisitos: • Curso superior, de preferência numa área de engenharia;
• Pós-graduação / Curso de especialização em sistemas integrados de gestão (com duração entre as 300 e as
400 horas);
• Bom domínio da Língua Inglesa (oral
e escrita);
• Carta de Condução;
• Conhecimentos de informática na óptica do utilizador.
As condições e o prazo limite de candidatura (23-12-2010),
encontram-se afixadas na Sede desta Empresa Municipal,
sita na Rua José António Marques, n.º 17 em Portimão.
Para mais informações, devem os interessados contactar
os Recursos Humanos, através do telefone 282 400 266 ou
consultar o site www.emarp.pt
Portimão, 14 de Dezembro de 2010.
O Administrador Executivo,
(João Rosa)
com a participação de meios
da Proteção Civil, nomeadamente dos Bombeiros de
Portimão, Lagoa, Lagos e
Silves, bem como da GNR,
do INEM/CODU, e até da
empresa Euroscut, responsável pela concessão da autoestrada A22, levou ao encerramento completo da Via do
Infante, entre os nós da Penina e da Mexilhoeira.
Enquanto durou o simulacro, o trânsito foi desviado
pela GNR para a EN125.
Comentando o exercício,
josé garrancho
Simulacro de acidente
fechou Via do Infante
a governadora civil Isilda
Gomes sublinhou que «uma
rápida resposta pode evitar a
perda de muitas vidas».
No simulacro, estiveram
envolvidos 126 operacionais,
46 viaturas ligeiras e pesadas
dos diversos agentes de Proteção Civil.
|J.G./E.R.
Veja mais fotos
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Universidade do Algarve nunca subscreveu
intervenção na barra da Fuzeta
filipe antunes
O projeto para abertura de uma nova
barra na ilha da Fuzeta não contou
com a participação da UAlg, que só
foi chamada a pronunciar-se quando
a obra estava a começar
hugo rodrigues | [email protected]
pub.
A Universidade do Algarve,
que nunca subscreveu a solução encontrada, avisou a Administração da Região Hidrográfica do Algarve que
a manutenção de duas barras abertas, em simultâneo,
na Fuzeta, em Olhão, poderia resultar no fecho da barra que estava a começar a ser
aberta, algo que acabou por
acontecer pouco dias depois
da inauguração da obra.
Apesar de ter sido chamada a pronunciar-se, a
UAlg não participou na elaboração de um plano para a
obra, tendo apenas sido solicitado o seu parecer «numa
segunda fase», garantiu ao
«barlavento» o geólogo e professor universitário Óscar
Ferreira.
Segundo este especialista em dinâmica costeira, ao
contrário do que foi avançado pela presidente da ARH
do Algarve Valentina Calixto a diversos órgãos de comunicação social, a Universidade não participou na fase
de estudo e na solução encontrada.
«Houve um mal-entendido da parte da engenheira
Valentina, com quem já falei.
Era suposto termos dado parecer na primeira fase, mas o
pedido acabou por não chegar às nossas mãos», disse,
sem querer aprofundar as razões que levaram a este lapso. Aquele pedido só chegou
mais tarde.
«Fomos
confrontados
com a intenção da ARH
numa altura em que a barra que abriu naturalmente já
estava fechada e que a nova
já estava a ser aberta. Na altura, avisei que a manutenção de duas barras abertas
ia levar a um processo de
competição», explicou Óscar
Ferreira. «Neste caso, infelizmente, ganhou a barra velha», considerou.
A necessidade de abrir
uma nova barra na Ilha da
Fuzeta surgiu no seguimento da abertura de uma barra
natural, frente à vila, na sequência do mau tempo. Foram também as condições
adversas do mar que motivaram o fecho quase total da
barra recém aberta.
Este será um fator que irá
estar presente na intervenção
de emergência que terá de ser
agora levada a cabo, para resolver este problema. «O ideal será uma intervenção quase simultânea de abertura da
barra nova e fecho da velha,
esperando que o mar ajude.
As condições do mar, principalmente nesta altura do
ano, são sempre problemáticas e de um grande grau de
imprevisibilidade», referiu o
geólogo da UAlg.
Na passada semana, Valentina Calixto já havia admitido ao nosso jornal que
o cenário de competição entre as duas barras e potencial fecho da barra nova estava em cima da mesa desde o
início. Terá sido a tempestade que se abateu sobre a costa
algarvia nos dias a seguir à
inauguração que deitou tudo
a perder, disse a mesma responsável.
Óscar Ferreira reforçou
esta ideia, já que, lembrou, a
nova abertura na ilha da Fuzeta foi sujeita «a mar bravo
quando ainda não tinha ganho corpo suficiente». «No
Inverno, este tipo de intervenções depende sempre da
boa disposição do mar», disse.
A ARH do Algarve já adjudicou, entretanto, a obra de
encerramento da barra velha
da Fuzeta e começou um levantamento topo-hidrográfico na barra nova, para determinar quanta areia terá
de ser retirada do local. A
obra de fecho da abertura
antes existente custará 750
mil euros. Já a abertura da
barra entretanto quase fechada custou um milhão de
euros.
Entretanto, os principais
prejudicados por esta situação continuam a ser os pescadores da Fuzeta, que vêm
as suas condições de trabalho deterioradas. E até foram
os profissionais da pesca dos
primeiros a avisar que a solução encontrada pela ARH
e pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil não
ia resultar e que a barra iria
fechar em pouco tempo…tal
como realmente veio a acontecer.
Desporto
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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23
www.barlavento. pt
Lídia Jorge continua a “tender” livros
na casa de sua avó
luís pereira
O grau de Doutora Honoris Causa
da Universidade do Algarve foi ontem
atribuído à escritora algarvia,
que confessa que, no Algarve,
«há uma grande familiaridade,
como se houvesse uma espécie de
responsabilização» por ela
hugo rodrigues | [email protected]
Ser homenageada na região
que a viu nascer e onde nasceu muita da sua obra, confessa Lídia Jorge, tem um
sabor especial. A escritora
natural de Boliqueime, Loulé, é desde ontem Doutora
Honoris Causa da Universidade do Algarve, instituição
que acompanha desde a sua
génese e da qual conhece «a
problemática, ambição, natureza e desejo de afirmação».
A autora algarvia foi a
convidada desta semana do
programa radiofónico «Impressões», dinamizado em
conjunto pelo «barlavento» e
pela Rádio Universitária do
Algarve RUA FM. O programa foi emitido originalmente
ontem e pode voltar a ser ou-
vido na íntegra no sábado, às
12 horas, em 102.7 FM ou em
www.rua.pt.
No ano em que celebra 30
anos desde que viu a sua primeira obra «O Dia dos Prodígios» publicada, Lídia Jorge
recebe uma honra há muito
anunciada. «Foi um dos dias
mais importantes da minha
vida. Tinha conhecimento
de que o Doutoramento me
ia ser atribuído há bastante
tempo, mas por acaso aconteceu tudo em simultâneo. Fiquei muito comovida», disse.
Esta distinção acontece numa altura em que Lídia Jorge se prepara para
lançar uma nova obra. «Terminei agora um livro e ele
sairá em Março», anunciou.
Para já, como o processo de
edição ainda decorre, a escritora prefere guardar o segredo quanto ao nome e tema da
obra.
«Coloco o Algarve como
uma rota especial, quando
lanço um livro», garantiu.
Apesar de a gestão da distribuição e promoção pertencer
à editora e «sair da mão» do
escritor, Lídia Jorge faz sempre questão de à região trazer as suas obras novas. «Gosto de sentar-me em locais que
eu gosto, onde encontro amigos e leitores preferenciais.
Sítios onde encontro pessoas
que estão à espera de um livro
meu», disse.
«Acho que as pessoas
aqui do Algarve estão à espera de ver como um escritor que saiu daqui está vendo
o mundo. Tentam ver o meu
percurso e o que agora digo.
E é muito curioso como há
muitos que me telefonam ou
mandam mensagens para saber quando lanço um livro
novo. Há uma grande familiaridade, como se houvesse uma espécie de responsabilização por mim, que me é
muito grata», confessou.
Com a serenidade que a
carateriza, Lídia Jorge deixou ainda uma apresentação.
«Sou uma pessoa que se entregou à escrita de alma e coração, que gosta do mundo,
mas não está satisfeita com
o mundo, e que precisa de o
transfigurar para ter a ideia
que faz algo por ele. De resto,
gosto de criar objetos que eu
sinta que têm beleza. Tenho a
ideia que é a minha forma de
me ligar com os outros. Gos-
to, acima de tudo, das pessoas e de dialogar com elas e os
meus livros são uma espécie
de diálogo», descreveu.
Na sua obra, apesar de o
Sul nem sempre estar presente, a influência da região
é constante, já que Lídia Jorge passa grandes temporadas
na casa que era de sua avó,
onde a sua mãe agora habita,
e aproveita para escrever. «A
minha avó tinha uma mesa
onde tendia o pão. Agora é
a mesa que eu uso. Gosto da
sensação que estou a tender
alguma coisa», disse.
Em Loulé, foi programado um conjunto de iniciativas
para homenagear a escritora
e refletir sobre a literatura no
Algarve. Uma delas é o Encontro de Escritores «Existe
uma escrita a Sul?», no dia 11
de Janeiro.
A rir, Lídia Jorge confessa que «é muito difícil» responder a esta pergunta e prefere esperar pela iniciativa,
que contará ainda com Gastão Cruz, Nuno Júdice e Fernando Cabrita. Mas acrescentou que acredita que há um
traço comum aos escritores
da região, que descreve como
«uma espécie de deslumbramento, em face da luminosidade, que cria uma espécie de
rasgão na realidade».
Uma «Atlântica» em formato de crise,
mas com muitos planos
O nº 6 da revista foi lançado, mas
o ICIA já tem planos para mais
outra publicação, agora voltada
para o Mediterrâneo
elisabete rodrigues | [email protected]
Três anos depois do lançamento do número anterior,
eis que surge a revista «Atlântica» nº 6, em formato quase
de bolso, reduzido. João Ventura, diretor da revista editada pelo Instituto de Cultura
Ibero-Atlântica (ICIA), disse, no lançamento, que o formato se aproxima dos «cadernos Moleskine» que Bruce
Chatwin usava para a sua escrita de viagens.
Apesar dos eufemismos
e das evocações literárias, a
verdade é que o formato quase de bolso da «Atlântica»
tem a ver é com a crise, que
cortou de forma substancial
os financiamentos da revista,
em especial os da Câmara de
Portimão, mas também alguma publicidade. Até o presidente da Câmara Manuel da
Luz, presente na sessão de
lançamento, admitiu que este
tamanho é «sinal dos tempos
que vivemos».
O nº 6 foi lançado na Casa
Manuel Teixeira Gomes, perante cerca de uma centena
de pessoas, em dia de feriado municipal e cerca de hora
e meia depois de o Presiden-
te da República Cavaco Silva ter encerrado, logo ali em
frente, um ano de Comemorações dos 150 anos do Nascimento do escritor e político
portimonense.
A revista foi, por isso,
apresentada como fazendo
parte ainda desse ciclo comemorativo. Mas a verdade é que, nas suas páginas
bonitas, apenas é feita uma
evocação do escritor, através
da republicação de uma carta de Teixeira Gomes a João
de Barros, editada na revista
«Atlântida», dirigida por este
último, em 1927.
O texto, apesar de não ser
um inédito produzido de propósito para a revista contemporânea (nem o poderia ser,
tendo em conta o autor…),
tem, segundo a presidente
do ICIA, «muita atualidade»,
já que fala «da Língua Portuguesa e da forma como é
entendida em Portugal e no
Brasil», remetendo, por isso,
para a questão do Acordo Ortográfico.
Apesar de não cumprir a
sua anunciada integração nas
comemorações do sesquicentenário de Teixeira Gomes, a
«Atlântica» contém, ao longo das suas cerca de 80 páginas, que apresentam o grafismo irrepreensível de sempre,
motivos de sobra de interesse para ler ou simplesmente
olhar.
Entre os autores, destaque para Marina de Mello e
Souza («Os negros do Brasil colonial»), Juan Villoro
(«Cidade do México: o céu
artificial»), Maria da Graça
Ventura («Lugares de Partida - Portimão») e ainda Isabel Drumond Braga («Os alimentos do Novo Mundo na
tradição gastronómica portuguesa»). Ou para as ilustrações de Daniel Barraco, sobre Frida Khalo.
E a «Atlântica», certamente refletindo os tem-
pos de contenção orçamental, aproveita ainda trabalho
já conhecido, como as belíssimas imagens do algarvio
João Mariano ou as estranhas fotos do argentino Júlio
Pantoja.
Na apresentação, João
Ventura anunciou que ainda não sabe se este será ou
não «o último número» da
«Atlântica». Mas a presidente do ICIA, Maria da Graça
Ventura, por sinal mulher do
diretor da revista, adiantou
que este instituto, que tem
sede em Portimão, até já tem
«um novo projeto em marcha», o de uma outra revista,
chamada «Meridional», associada a um novo projeto de
investigação, voltado para o
Mediterrâneo.
Uma prova de que a crise
só é financeira e não afeta as
ideias e os projetos.
pub.
Levaremos com profissionalismo e
estamos gratos porque nos haveis
confiado uma vida de Investigação e
Dedicação em prol dos Produtos que
hoje Comercializamos, assim como dos Clientes que
nos haveis delegado.
Jamais te esqueceremos Amigo e Colega Eng.º José
Xavier Sequeira, Fundador da Odexlar LDA, Única
Empresa Fabricante de Produtos Químicos para
Higiene e Limpeza no Algarve, desde 1978.
http://www.facebook.com/odexlar
C u lt u r a
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
C
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Presidente da República
faz elogios a Teixeira Gomes
Cavaco Silva presidiu à sessão
de encerramento do ciclo
comemorativo. Manuel da Luz
lamentou a falta de apoios oficiais
Saiba mais sobre a visita
do Presidente da República
e o encerramento das
comemorações em
www.barlavento.pt
elisabete rodrigues | [email protected]
Manuel Teixeira Gomes
«nunca tolerou a desonestidade, sobretudo quando envolvia dinheiros, públicos e
privados», sublinhou o Presidente da República Cavaco Silva, na sessão solene de
encerramento das comemorações dos 150 anos daquele
escritor e político portimonense, que decorreu sábado,
no Teatro Municipal de Portimão.
Elogiando o também antigo Presidente da República, de quem Cavaco Silva
disse ainda que «a sua dignidade pairava muito acima
das querelas dos grupos e das
facções», o atual Chefe de Estado quase assumiu Manuel
Teixeira Gomes como uma
sua alma gémea, para mais
algarvia como ele.
«Acima de tudo, amava
o Algarve e sua paisagem»,
disse Cavaco de Teixeira Gomes, por entre muitos elogios
à sua obra literária e ação política e diplomática.
«O patriotismo profundo
e inabalável é a maior lição
que Teixeira Gomes nos deu
ao longo de uma vida singular», acrescentou ainda o
Presidente da República.
Apesar de daí a pouco
ir receber das mãos do presidente da Câmara de Portimão a chave de ouro da cidade – uma homenagem que
disse muito o honrar, «enquanto Presidente da República mas também enquanto
cidadão português nascido
no Algarve» -, Cavaco Silva não deixou, ainda assim,
de dar umas ferroadas: «Portimão é hoje muito diferente
da terra que viu nascer Manuel Teixeira Gomes (…). O
litoral algarvio sofreu profundas transformações, algumas das quais mereceriam,
sem dúvida, a reprovação de
um humanista que, antes de
tudo, se deixou seduzir pela
beleza das paisagens».
Indiferente a esta pequena ferroada presidencial, o
autarca socialista Manuel da
Luz fez um discurso que, em
certas passagens, poderia até
ser confundido como apoio
a Cavaco Silva. Foi assim,
por exemplo, quando explicou os requisitos que norteiam a atribuição da Chave
de Ouro da cidade, acrescentando depois: «quero crer
que Vossa Excelência, Senhor Presidente, multiplica estes requisitos formais,
merecendo de todos os cidadãos de Portimão, um enorme carinho e admiração».
Manuel da Luz considerou
mesmo que «a nossa Chave
não poderia estar em melhores mãos».
Mas o discurso do presidente da Câmara de Porti-
mão, como não podia deixar
de ser, foi centrado no balanço das Comemorações, que
tiveram um saldo reconhecidamente positivo, fosse pela
qualidade das iniciativas,
fosse pelo público envolvido.
No entanto, o autarca não
deixou de lamentar a falta de
apoio para estas comemorações nacionais, nominalmente integradas nas comemorações do Centenário da
República, mas das quais
nunca receberam qualquer
incentivo. «Tudo foi feito
com muita dignidade, apesar
dos condicionalismos impostos pelos modestos meios
ao dispor do Município, que
não contou com qualquer
tipo de apoio oficial», disse.
«Aliás, este programa poderia muito bem ter criado raízes regionais em vários pontos do país, mas parece que
um certo complexo centralista ainda se faz sentir entre
nós», acrescentou Manuel da
Luz.
A cerimónia culminou
Pub.
com a entrega de medalhas
das Comemorações, medalhas de mérito municipal e
ainda com a entrega de prémios aos vencedores do Concurso Literário Juvenil Manuel Teixeira Gomes. Uma
das jovens vencedoras não se
coibiu mesmo de pedir um
autógrafo ao Presidente da
República.
A culminar a sua visita
oficial a Portimão, em pleno
Dia da Cidade, Cavaco Sil-
va e a sua mulher deslocaram-se também ao Museu de
Portimão. Aí, Maria Cavaco
Silva recebeu, das mãos da
antiga operária conserveira
Gigolete Loirinho, um belo
ramo de flores.
Carta ao diretor
Exmº Senhor Diretor do
Semanário Barlavento
Publicou o jornal que V.
Exª. dirige, na edição de 9
de Dezembro do corrente,
um artigo intitulado «Colóquio e música põem um
ponto final num ano de comemorações» de Manuel
Teixeira Gomes. A notícia é
baseada em parte numa entrevista que concedi, a este
propósito, para esta edição.
Corresponde no essencial
ao que foi afirmado. Mas,
porque contém pequenas
imprecisões e omissões que
podem levar os leitores a
uma apreciação menos objetiva do seu conteúdo, solicito a publicação dos seguintes esclarecimentos:
1 - A Programação das Comemorações foi cumprida
em mais de 90 por cento. A
ópera «Sabina Freire», libreto e partitura, encontra-se
completada. Simplesmente,
face aos custos elevados da
sua produção, foi decidido,
por unanimidade, não a levar à cena. A comissão executiva das comemorações
esteve inteiramente solidária com o executivo camarário nessa decisão.
2 - Não foi expressa, durante a entrevista, qualquer
“mágoa” pela não apresentação da ópera. Antes sim,
foi realçado o pragmatismo
e inoportunidade da não
apresentação do espetáculo, face às dificuldades conjunturais que o país - e não
apenas o município de Portimão - atravessa. Foi igualmente manifestada a esperança da sua realização,
num contexto mais favorável.
3 - Foram omitidas as minhas afirmações sobre a
postura da Câmara nestas
Comemorações e que passo a relembrar. Recebi sempre inequívoco apoio e estímulo de todos os vereadores
e, em particular da senhora
vereadora da Cultura e do
senhor presidente da Câmara Dr. Manuel da Luz. Sem
esse apoio, estímulo, empenho e confiança demonstrados, não seria possível
estas Comemorações nacionais atingirem a diversidade de eventos, o brilho e a
qualidade da programação,
o nível dos autores e artistas
presentes, a elevada participação de público que teve.
Todos devemos estar orgulhosos pelo conjunto destas
realizações nacionais, que
contaram
exclusivamente com o esforço da Câmara Municipal de Portimão,
e que obtiveram a excelência que raras comemorações
nacionais, em homenagem a
outras personalidades atingiram, essas sim, mobilizando meios avultados, disponibilizados pelo poder
central em vários períodos
da nossa Democracia.
Agradecendo a atenção dispensada pelo «barlavento»
às Comemorações, durante todo o ano de 2010, apresento-lhe os meus melhores
cumprimentos
Com elevada estima e consideração
José Alberto Quaresma
(Comissário para as Comemorações Nacionais do 150º
Aniversário do Nascimento
de Manuel Teixeira Gomes)
Nota da direção: a autora do
artigo nunca atribui a palavra «mágoa» ao comissário
José Alberto Quaresma. No
entanto, tendo em conta que
a ópera «Sabina Freire» foi
apresentada pela Câmara e
pela Comissão como o corolário das Comemorações, a
decisão de não a levar à cena
por questões orçamentais só
pode representar uma mágoa…e quem sabe uma mácula.
As declarações do comissário José Alberto Quaresma omitidas foram-no apenas por razões evidentes de
espaço – que não é infinito nos jornais. Visto que se
tratava somente de naturais
elogios à Câmara, considerou-se que não seriam material mais relevante que o
que foi publicado.
desporto
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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www.barlavento.pt
Daúto Faquirá: «Se chegarmos a meio da segunda volta
numa boa posição, objetivos podem ser redefinidos»
Treinador do Olhanense admite que
plantel fica enfraquecido se Vinícius,
Jardel ou Paulo Sérgio abandonarem
o clube no mercado de Inverno
nuno costa | [email protected]
Faz seis meses que Daúto Faquirá chegou a Olhão para fazer um «campeonato melhor
que no ano passado». A equipa já andou nos lugares cimeiros, mas caiu para o meio da
tabela, a sete pontos dos lugares de descida e a seis dos lugares europeus. Por enquanto, o treinador do Olhanense
não quer assumir objetivos
mais ambiciosos do que a manutenção na Liga Zon Sagres,
mas admite que, a meio da segunda volta, os objetivos podem ser repensados.
Em entrevista ao «barlavento», Daúto Faquirá, que
faz um balanço positivo dos
seis primeiros meses de trabalho no Algarve, afirmou que o
Olhanense tem uma «equipa
boa, ambiciosa, com muitos
jogadores com sede de vitórias e de aparecer, e essa tem
sido a nossa arma até ao momento. Não fugimos daquilo
que é a nossa realidade, mas
a nossa ambição faz-nos pensar que, se chegarmos a meio
da segunda volta em posições
mais acima na tabela, poder-
se-ão redefinir objetivos».
Apesar dessa ambição,
Daúto Faquirá lembra que
«as coisas têm que ser feitas
de forma gradual e consistente» e aponta alguns problemas
que o clube ainda enfrenta.
«Temos muitas limitações a
nível estrutural. É importante termos um campo de apoio
e uma estrutura cada vez mais
profissional e é para isso que
trabalhamos
diariamente.
Temos a ambição de criar alicerces mais fortes neste clube e projetar cada vez mais o
nome de Olhão. Este processo tem que ser feito com muita calma, porque já vi muitos
clubes a perspetivar uma presença na Europa e depois acabam por cair».
A boa temporada do Olhanense aguçou o apetite de vários clubes por jogadores do
clube algarvio e Jardel, Vi-
nícius e Paulo Sérgio podem
estar de saída do José Arcanjo. O treinador do Olhanense
admite que, a confirmaremse as saídas, o «plantel ficará
enfraquecido», mas que existem jogadores referenciados
pelo clube. «Em termos desportivos, não é benéfico perdermos jogadores que têm
sido fundamentais para nós,
até ao momento. Se perdermos esses jogadores, é natural
que o plantel fique enfraquecido, mas estamos a trabalhar
já nesse aspeto. Fomo-nos
acautelando, fazendo trabalho quer para o mercado de
Janeiro, quer para o próximo ano, dependendo do encaixe que for feito. Se algum
jogador sair, há várias hipóteses para não beliscar a força
deste grupo», garante. Além
da boa prestação na Liga Zon
Sagres, o Olhanense mantém-
se em prova na Taça da Liga
e na Taça de Portugal, com
um adversário em comum
nas duas competições: o Benfica. Daúto Faquirá admitiu
ao «barlavento» que o sorteio
não foi o mais favorável, mas
que a equipa vai tentar seguir
em frente. «A Taça da Liga e
a Taça de Portugal são provas
para as quais aquilo que o sorteio dita tem uma importância extrema. Na Taça da Liga,
temos o Aves, o Marítimo e
o Benfica e só uma equipa é
apurada no grupo. Na Taça
de Portugal, encontramos o
Benfica, em campo alheio.
Podíamos ter tido um sorteio
mais favorável, mas vamos
tentar ir o mais longe possível. A partir do momento em
que as coisas estão definidas,
não vale a pena lamentarmonos. Já jogámos no Estádio da
Luz este ano e tivemos um
comportamento honroso. Vamos tentar repeti-lo e talvez
tenhamos mais sorte».
Este fim de semana, o
Olhanense joga em casa com
o Nacional da Madeira para a
Liga Zon Sagres. Daúto Faquirá quer que a partida marque o regresso da equipa às
vitórias (os rubronegros somam seis jogos sem vencer),
mas refere que o jogo apenas
assume importância por ser o
«próximo» e porque, em caso
de vitória, ajudará nos objetivos da equipa. «Se conseguirmos 18 pontos, e penso que
vamos conseguir fazê-los, vamos ficar mais perto dos nossos objetivos. Além disso, por
irmos para um descanso, se
ganharmos, essa semana de
férias será melhor, mais tranquila e entraremos no novo
ano de forma mais positiva»,
conclui.
Jessica Augusto e equipa feminina de
Portugal sagram-se campeãs europeias
O clube de Monte Gordo atravessa uma
fase negra, mas o seu treinador ainda
tem esperança de uma reviravolta
A prestação portuguesa
no Europeu das
Açoteias saldou-se em
sete medalhas, quatro
individuais e três
coletivas
antónio martins | [email protected]
Foi vergonhosa a goleada sofrida
pelo Beira Mar de Monte Gordo,
em Lagos, frente ao Esperança,
no passado domingo, na 11ª jornada da 3ª Divisão-Série F. Uma
derrota por 1-12, que já não se usa
em futebol sénior, muito menos
entre equipas do mesmo campeonato, e que só não caminhou para
números ainda mais expressivos
porque os lacobrigenses tiraram
o pé do acelerador, tão fraca foi a
prestação do emblema de Monte
Gordo.
Depois da falta de comparência no Fabril, registando por derrotas os jogos disputados e com
esta prestação paupérrima, o Beira Mar dificilmente conseguirá
não só manter-se nos Nacionais,
como manter a equipa a competir.
O Messinense também ganhou (2-0 ao Costa a Caparica) e
por isso ascendeu à 5ª posição, a
um ponto do Esperança, que é 4º.
Mostrando as suas fragilidades, o Beira Mar de Monte Gordo
apresentou-se em Lagos com três
jogadores no banco, mas só um
deles, o guarda-redes Tiago Oliveira, estava em condições de ser
utilizado. Os outros dois, Pablo e
Soares, lesionados, faziam figura
de corpo presente.
No terreno, os montegordinos foram os primeiros a marcar
e por instantes ficou a sensação
de que poderiam fazer uma exibição agradável. Tudo não passou
de um aguaceiro festivo, e depressa o sol raiou para os lacobrigenses, que, sem terem de acelerar
muito, chegaram à dúzia de golos. Com isso impuseram ao Beira Mar uma derrota pesadíssimo,
que o treinador Paixão, antiga
glória do Farense, teve dificuldades em justificar.
«Foi mau de mais para uma
partida de futebol. A minha equipa não se encontrou em campo.
Temos vindo a trabalhar limitados, sobretudo porque há jogadores lesionados, mas isso não explica tudo. Pedi aos meus jogadores
que tentassem não correr riscos,
mas afinal não fizeram nada do
que lhes pedimos e quando assim
é, não há nada a fazer», disse Paixão.
Num piscar de olhos ao que
resta da 1ª Fase, o técnico dos
montegordinos acredita que o milagre da recuperação pode acontecer.
«Em conversa com o presidente, este garantiu-me que vai
tentar resolver as coisas financeiramente e que vão ser inscritos
quatro ou cinco jogadores ainda
esta semana. Se assim for, aumentaremos as opções e, porque na 2ª
Fase as equipas partirão com metade dos pontos, tudo ficará em
aberto».
A portuguesa Jessica Augusto sagrou-se
no domingo campeã europeia, enquanto a seleção de Portugal conseguiu o
terceiro triunfo consecutivo em seniores femininos, nos Europeus de Corta
Mato, disputados nas Açoteias, em Albufeira.
Dulce Félix, que perdeu nos últimos metros o 2º lugar para a turca Binnaz Uslu (26.57 minutos),
fechou o pódio individual, com a medalha de bronze, em 26.59 minutos.
Marisa Barros (5ª, com 27.06 minutos) e Sara Moreira (9ª, 27.26) concluíram a prestação da seleção portuguesa para a tabela coletiva, com um total
de 19 pontos. A algarvia Ana Dias, já
fora do contingente que pontuou, fechou o top-10 individual e Anália Rosa
foi a última portuguesa, no 32º lugar.
Na classificação coletiva, depois do
1º lugar de Portugal, classificouse a Grã Bretanha (2º lugar, com 65
pontos), e a Espanha (3ª, com 72).
Portugal conseguiu assim o feito inédito de revalidar o seu título coletivo pelo
terceiro ano consecutivo, em seniores
femininos, depois dos sucessos em Bruxelas (2008) e Dublin (2009). Este é o
oitavo título coletivo para as atletas portuguesas.
A prestação portuguesa nestes Europeus de Corta Mato saldou-se ainda em
mais duas medalhas, de bronze. O português de origem marroquina Youssef El
Kalai classificou-se em 3º lugar na prova
barlavento
Beira Mar arrasado
em Lagos por 12-1
Medalhas
de Portugal
Individuais:
1º lugar (ouro)
de seniores masculinos, enquanto Rui
Pinto foi também 3º, mas em juniores.
Jessica Augusto, que há dez anos se tinha sagrado campeã europeia de juniores de corta mato e já tinha sido 2ª
classificada em seniores em 2008, conseguiu nas Açoteias a sua primeira medalha de ouro individual como sénior.
«Foi uma vitória fantástica. Cheguei
isolada, mas não foi uma vitória assim tão fácil, porque, quando passo na
meta com duas voltas por fazer, já estava a sofrer bastante. Pensei que só
precisava de sofrer um pouco mais
para vencer», disse a atleta portuguesa.
A vencedora dedicou o triunfo ao público português que se deslocou à pista das Açoteias, às colegas de equipa e
também à família, especialmente à mãe,
que «apareceu de surpresa» para apoiar
e, no final, dar um abraço à filha.
Jessica Augusto
(seniores femininas)
3º lugar (bronze)
Dulce Félix
(seniores femininas)
3º lugar (bronze)
Youssef El Kalai
(seniores masculinos)
3º lugar (bronze)
Rui Pinto
(juniores femininos)
Coletivas:
1º lugar (ouro)
Seniores Femininas
2º lugar (prata)
Seniores Masculinos
2º lugar (prata)
Juniores Masculinos
desporto
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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Campeonato Distrital
Almancilense estreia a ganhar
Ao cabo de 12 jornadas, finalmente o Almancilense obteve o primeiro triunfo. Foi na receção ao Imortal (3-0) e,
com esta vitória, a equipa de Almancil entregou o último lugar ao Aljezurense, goleado em Vila Real de Santo António
por 0-8. O líder Quarteirense obteve triunfo difícil em Moncarapacho e ao 3º lugar subiu o Silves,
que foi ganhar a Odeáxere (2-0) e beneficiou do desaire do Ferreiras, em Quarteira (1-2).
Perdidos em casa
Animado e justo
Odeáxere 0
Guia 2
Silves 2
José Nobre
Campo Rossio das Eiras, em Odeáxere.
Árbitro: Luís Costa, auxiliado por
Filipe Pereira e Luís Caiado.
Odeáxere: Hugo Furtado; João
Paulo, Miguel (João Santana, 82),
Roberto, Janita, Márcio (Bablina,
58), Madeira, Sérgio Brito, Vitinha
(Lino Roque, 65), Filipe Borges e
Luís Lamy.
Toni Seromenho
Silves: César; Salvador (Ricardo Sequeira, 84), Toni, Nilton, João Teodoro, Pipi, Bráulio, Mica Júnior
(Pelé, 90), Hernâni, Mica e Carlinhos (Nelson Peres, 58).
Treinador: Calu
Golos: Bráulio (45) e Pipi (60)
Cartões amarelos: Salvador
(21), Carlinhos (46), Janita (58), Nel-
son Peres (67), Toni (88) e Bablina
(90).
O Silves impôs a primeira derrota caseira ao Odeáxere e regressou
ao 3º lugar da tabela. Os locais, entusiasmados com o triunfo na jornada anterior nas Ferreiras, iniciaram
a partida com forte disposição de
marcar, mas encontraram pela frente um conjunto coeso a meio campo e
disponível para gizar lances de apuro junto da baliza de Hugo Furtado,
chamado, por indisposição do habitual titular Hugo Prudêncio, à defesa das redes. O marcador funcionou
no último minuto da primeira parte,
para o Silves, e viria a sofrer nova alteração já no decorrer da etapa complementar e de novo para os silvenses, de nada valendo a oposição dos
locais. Arbitragem regular.
Jorge Peres
Campo da Torrinha, em Moncarapacho.
Árbitro: Gonçalo Sousa, auxiliado
por Jorge Nunes e André Nunes.
Moncarapachense: Bruno Guerreiro; Lelo, Celso Borges, Luís Mendes, Pedro Silva, Ruben, Marco Sousa (Steven, 79), Vítor Russo, André
Rosa (Carlos Reis, 62), Marco Sousa
e Luís Cavaco.
Treinador: Miguel Serôdio
Quarteirense: Lamah; Filhó, Rui
Graça, Trindade (Josimar, 77), Idalécio, Carolo, Vandame, Rodrigo
(Diogo, 83), Vila, Anderson e Cláudio (Toni, 63).
Treinador: Marito
Golo: Anderson (32).
Cartões amarelos: Anderson (28),
Diogo (30), Marco Sousa (62), Trindade (71), Carlos Reis (72) e Filhó
(85).
António Agapito
Complexo Desportivo Arsénio Catuna, na Guia.
Árbitro: Bruno Brás, auxiliado por
Pedro Sancho e Tiago Cravo.
Guia: Nuno Benedito; Cabral, Batalha, André Gomes, André, Marquinho, Américo (Nuno Costa, 78),
Abentes, Chico (Pedro Rodrigues,
74), Mário José (Bruninho, 83) e
Adriano.
Treinador: Rui Clemente
Armacenense: Palminha; Catita,
Rui Guerreiro, Copos, Paco, Oceano, Nelson Moutinho (Jimmy, 90),
Pedro Santos, Rui Monteiro (Pisco,
68), Miguel Oliveira e Nuno Vieira
(Aaron, 82).
Treinador: Carlos Simões
Golos: Miguel Oliveira (2), Mário
José (9), Oceano (47) e Adriano (64).
Cartões amarelos: Catita (28), Chico (45) e André Gomes (47).
Jogo animado, entre vizinhos, onde
não faltaram os golos, dois para
Triunfo sofrido
Moncarapachense 0
Armacenense 2
Quarteirense 1
As reduzidas dimensões do campo
pelado do Moncarapachense dificultaram, e muito, as ações ofensivas programadas pelo Quarteirense, no sentido de ganhar e manter-se
na liderança do campeonato. Valeu
o golo de Anderson, aos 32 minutos,
depois da bola ter andado quase perdida na pequena área do Moncarapachense, isto no seguimento de um
pontapé de canto.
O líder, apesar de ter mais tempo a posse de bola, raramente conseguiu fazê-la circular e, perante um
opositor bastante aguerrido, viu-se
na contingência de usar a mesma estratégia, ou seja, optar por um futebol direto.
Houve muito nervo de parte a
parte, os locais chegaram a ameaçar a igualdade e o Quarteirense só
respirou de alívio quando o jogo terminou.
Boa arbitragem.
cada lado, a coincidir com um desfecho justo e que abre boas perspetivas para ambos, no que concerne à
manutenção na 1ª Divisão Distrital.
Decorria o segundo minuto, ainda as
equipas se posicionavam no terreno,
Primeira vitória
Muito fácil
Almancilense 3
Lusitano VRSA 8
Imortal 0
Mário Cunha
Estádio Municipal, em Almancil.
Árbitro: Cristiano Pires, auxiliado
por Sérgio Lopes e Mauro Valente.
Almancilense: Hugo; Mauro, Graça, César, Henrique, Rony, Chinho (Flori, 77), Xando, Athos, Chico (Edir, 46 e depois Manuel, 62) e
Edi.
Treinador: Hélder Rosa
Imortal: Márcio; João (Araújo, 78),
Ricardo Cruz, Mesquita, Sandro,
Claudinho, Rui Sacramento, Roberto (Cascalvo, 46), Pipoca e Ricky.
Treinador: Nuno Ramos
Golos: Graça (55), Xando (75) e Manuel (84).
Cartões amarelos: Pipoca (80) e
Graça (84).
O Almancilense conseguiu, na
receção ao Imortal, a primeira vitória no campeonato, uma vitória justíssima, tal como espelham os números, e que permitiu à equipa de
Almancil deixar a ingrata posição
de lanterna vermelha para o Aljezurense.
Se a primeira parte teve alguns
momentos de equilíbrio, já a segunda foi totalmente dominada pela
equipa agora comandada por Hélder Rosa.
O defesa Graça abriu o ativo
num excelente cabeceamento e, com
este golo, a formação da casa ganhou
o ânimo que desejava.
Perante um Imortal nitidamente desnorteado, o Almancilense dominou e com todo o merecimento
chegou aos 3-0.
Arbitragem em bom plano.
Pé quente
Quarteira 2
e já o Armacenense se adiantava no
marcador. Miguel Oliveira captou a
bola junto ao grande círculo e, sem
oposição, galgou terreno até chegar
junto da área do Guia, rematando
com êxito. Reagiu de pronto o Guia
e aos 9 minutos, por intermédio de
Mário José, restabelecia a igualdade. Estava dado o mote para um jogo
aberto e recheado de lances interessantes, numa e noutra baliza.
Dois minutos após o intervalo,
o Armacenense voltou a adiantar-se
no marcador, desta vez com o golo a
pertencer a Oceano. De novo se assistiu a uma atitude positiva do Guia
que, com todo o merecimento, voltou
a empatar, desta vez por Adriano.
O 2-2 parecia não agradar a nenhum dos conjuntos e isso foi bom
para o espetáculo. Voltaram a ver-se
lances interessantes nas duas áreas,
nos quais os defesas se superiorizaram aos atacantes. Boa arbitragem.
Rui Clemente, treinador do
Guia , considerou que foi um «resultado certo, num bom jogo de futebol onde as três equipas estiveram
bem».
Por seu lado, Dário Marques,
treinador adjunto do Armacenense,
revelou que «queríamos vencer, mas
o empate também nos agrada».
Aljezurense 0
Carlos Santos
Cartão amarelo: Jorge (63m)
Campo Francisco Gomes Socorro, em
Vila Real de Santo António.
Árbitro: Fernando Santos, auxiliado
por Miguel Santos e André Martins.
Lusitano: João Azul; Afonso Leal
(João Martins, 75), Carlos Neves (Hélder, 30), Nuno Silva, Guilherme, Bruno Conduto, Marco Nuno, Mikael,
Edgar Rosa, Ito e Cris Baiano (Nélson
Afonseca, 80).
Treinador: Ivo Soares
Aljezurense: Luís; André, Jorge, Boca
Negra (Marquinhos, 46), Dany, Hugo,
Rafa, Cuco, Leandro (João Almeida,
46), Marco (Casinhas, 65) e Djan.
Treinador: José Fernandes
Golos: Cris Baiano (12 e 42), Ito (17,
19, 60 e 87), Bruno Conduto (34) e
Nélson Afonseca (80).
Fácil, muito fácil mesmo, foi a vitória
do candidato Lusitano VRSA sobre o
aflito Aljezurense, que, depois de saber que o Almancilense tinha ganho
ao Imortal, se viu relegado para a última posição da tabela. A história deste jogo pode resumir-se aos golos dos
pombalinos, tal foi o domínio exercido perante um conjunto que em momento algum logrou incomodar o
guardião João Azul. Na contabilidade
dos golos, há um nome que deve ser
fixado, o de Ito, ele que só à sua conta
marcou quatro. A Cris Baiano pertenceu a honra de abrir a marcha do marcador e Nelson Afonseca fechou o score. Pelo meio, Bruno Conduto assinou
um dos tentos da expressiva goleada.
Arbitragem sem problemas.
Dani foi decisivo
Ferreiras 1
Paulo Jesus
Estádio Municipal de Quarteira, em Quarteira.
Árbitro: Nuno Brito, auxiliado por Ricardo
Martins e José Albino.
Quarteira: Miguel; Cristiano, Fábio Marques,
Dani, Madeira, Cambuta (Tinaia, 90), Marcel,
Túlio Benje, Filipe Nunes (Moki, 89), Hugo e
Marcelo (Ema, 73).
Treinador: Luís Resende
Ferreiras: Nélio; Luís Ferreira (Flávio Manuel,
65), Pedro Colaço, Diogo Afonso, Ricardo Mestre, Flávio Lança (Pedro Casimiro, 80), Bonifácio (Wilson, 85), Peixinho, Ricardo Pereira,
Pias e Jair.
Treinador: Ricardo Moreira
Golos: Pedro Colaço (43) e Filipe Nunes (45 e
68).
Campinense 1
Cartões amarelos: Fábio Marques (10), Túlio
Benje (19), Pedro Cilaço (86 e 87), Pias (86 e 87),
Jair (89) e Peixinho (89).
A alteração no comando técnico do Quarteira
surtiu o efeito desejado, uma vez que Luís Resende sentou-se no banco e viu a sua equipa ganhar ao Ferreiras, num jogo onde o avançado
Filipe Nunes esteve com o «pé quente», uma
vez que os seus dois golos foram marcados de
livre direto, a mais de 25 metros da baliza de
Nélio. Foram dois lances de bola parada, que
fizeram a diferença no desfecho final. Já o Ferreiras, apesar de ter mais tempo a bola em seu
poder, fazendo-a circular entre os jogadores,
andou sempre atrás do resultado e isso fê-lo perder o discernimento, fator bem aproveitado pelo
Quarteira. Arbitragem em bom plano.
Faro e Benfica 0
José Pires
Campo Municipal de Loulé
Árbitro: Carlos Cabral, Auxiliado por Ricardo
Glória e João Ferreira.
Campinense: Joel, Vítor Silva, Miguel Teixeira (Cap.), José Miguel, Diamantino, Sílvio (Mário Costa 62), Paul Mota, Tiago Botelho (Dani 55), Ricardo Sousa, Hélder Martins,
Garrana (Diogo Santos 88).
Treinador: José Miguel.
Faro e Benfica: Nuno, Baresi, Maia, Uva,
Hugo Santos(Pinto 81), Pépe(Marco 88),
Jaime(74), Luís Viegas, Valério, Galinha,
Candeias(Cap.)
Treinador: Luís Pires.
Golo: Dani (59).
Cartões amarelos: Diamantino (23), Hélder
Colaboração Algarve FM
Martins (31), Baresi (46), Galinha (67,77), Luís
Viegas (77).
Cartão vermelho: Galinha (77)
Em dia de aniversário, Dani saltou do banco
para brindar a massa associativa com o golo da
vitória, num remate rasteiro e colocado. Os primeiros minutos da partida pertenciam aos louletanos, mas a meio da primeira parte já o jogo
esteva equilibrado, cabendo as melhores oportunidades ao Faro e Benfica. Mas Luís Viegas
e Jaime viram Joel negar o golo com duas boas
intervenções.
No outro lado, Nuno negou o golo a Hélder Martins. A entrada de Dani seria determinante. Quatro minutos após a sua entrada em
campo, encontrou o caminho daquele que viria
a ser o golo decisivo. Arbitragem regular.
B L O C O DE N OT A S
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
Restaurante
B
27
www.barlavento.pt
rafael rodosa | [email protected]
Restaurante «Viriato», na Praia da Rocha
Há cerca de três anos, sob
o título «o Viriato desceu à
Praia da Rocha», demos a
conhecer um recém-aberto
restaurante familiar, que trazia alguns pratos novos, uma
excelente confeção, bom serviço e simpatia a rodos; enfim, uma ótima relação qualidade/preço.
Passado este tempo,
mantém a mesma rota e a
D. Célia continua a sua saga
de descobrir novos petiscos
para surpreender a clientela, por mais assídua que seja.
O amigo João é um relações
públicas nato e mais não há
a dizer.
O saborosíssimo cozido
à portuguesa, às quartas-feiras, continua a tornar escassos os 26 lugares no interior,
mais os 14 da zona de fumadores, como o fazem a cabidela e o cabrito no forno, às
sextas.
Mas o famoso bife com
molho «cajun», que continuamos a não encontrar noutro
local, mantém a sua clientela fiel, da qual fazemos parte. E as «francesinhas» não
foram postas de lado. Outros
pratos têm surgido, como
a cataplana de peixes e camarão (2 pessoas), massada de peixe, carapauzinhos
fritos com arroz de feijão, o
saboroso arroz de lingueirão, picanha, costeletão de
vitela (2 pessoas), ou o bife
com molho quatro pimentas. Sem esquecer o peixe do
dia. Mas o que aquele pessoal gosta mesmo é de desafios: criar qualquer coisa diferente para um grupo, por
mais pequeno que seja; algo
que nos faça recordar o momento, como aconteceu com
um crepe recheado com lapas que nos foi apresentado
para início de repasto e não
nos sai da cabeça.
A carta de vinhos é variada e escolhida com algum
critério, cobrindo várias regiões, tendo sempre dois ou
três vinhos algarvios, que
vão rodando, tentando descobrir os preferidos pela
clientela.
Nos preços, vai do vinho
da casa (Quinta do Portal), a
6,50/3,50 euros, ao Cartuxa,
a 23,50 euros.
FICHA TÉCNICA:
Av. V6 – Edif. 2 Rosas,
Loja B 8500 Praia da Rocha
Tel. 282 418 083 /
964 663 457
Encerra domingo
e segunda-feira
Aceita Multibanco
Agenda cultural
Albufeira
Câmara - 289599500
GNR - 289590790
GNR Fiscal - 289589363
Bombeiros - 289586333
Centro Saúde - 289598400
Conto de Natal.
Domingo, dia 19, às 11h00, no
Auditório Municipal, a Companhia de Teatro Contemporâneo põe em cena o conto de
Natal «O velho Scrooge». Este
espetáculo é para crianças e familiares.
Afonso Dias.
Sexta-feira, dia 17, às 21h30, na
Biblioteca Municipal, Afonso
Dias apresenta o seu novo CD
de originais composto por 13
canções que falam de temas de
intervenção e de amor, sempre
em tom de diversão.
Pessoa ao cubo.
Entre 18 de Dezembro e 26 de
Janeiro, na Biblioteca Municipal, vai estar patente a exposição «Pessoa ao Cubo», da autoria de Catarina Pinheiro.
Livro.
Sábado, dia 18, às 16h00, na Biblioteca Municipal, apresentação do livro «Apeixonados» de
José Pinheiro, com ilustrações
de Catarina Pinheiro.
Velharias.
Sábado, dia 18, às 10h00, junto
ao Mercado Municipal dos Caliços, realiza-se mais uma feira
de velharias.
Dança.
Segunda-feira, dia 20, às 21h00,
no Auditório Municipal, espetáculo de dança «Mundo a Cantar», pela Academia de Dança
do Imortal Desportivo Clube.
Presépios.
Até 30 de Dezembro, na Galeria de Arte Pintor Samora Barros, vai estar presente uma exposição de presépios intitulada
«Olhares sobre o Deus Menino».
Outras Viagens.
A exposição «Outras Viagens,
Outros Olhares», integrada no
projeto da Rede de Museus do
Algarve, denominada «Algarve: do reino à região», pode
ser vista no Museu de Arqueologia, que apenas encerra à segunda-feira.
gavam no Guadiana até meados
da década de 60 do século XX,
está patente no Museu do Rio,
em Guerreiros do Rio.
Olhos de Água
Câmara - 282990010
GNR - 282998130
Bombeiros - 282990140
Centro Saúde - 282990200
OLHOS DE ÁGUA
Cantares.
Domingo, dia 19, às 20h30, na
Junta de Freguesia de Olhos de
Água, o Grupo de Cantares da
ACRODA – Associação Cultural, Recreativa dos Olhos de
Água irá interpretar temas alusivos à época natalícia.
Alcoutim
Câmara - 281540500
GNR - 281546208
Bombeiros - 281540450
Centro Saúde - 281540140
Coral.
Quarta-feira, dia 22, às 21h30,
na Igreja Matriz, atuação do
Coral Ideias do Levante que
apresenta o seu reportório natalício. Entrada livre.
Presépios.
Até 6 de Janeiro, na Casa dos
Condes, está patente uma exposição dos trabalhos do concurso
de presépios.
Terra de Fronteira.
A exposição «Alcoutim, Terra de Fronteira», integrada no
projeto da Rede de Museus do
Algarve, denominada «Algarve: do reino à região», pode
ser vista no centro histórico da
vila, que será a «sala de exposições», sendo a paisagem uma linha condutora nesta exposição.
Paisagem.
Na galeria de exposições da
Casa dos Condes, está patente
«A Volúpia e o Suplício da Esteva», exposição inspirada na
paisagem de Alcoutim, da autoria de Carlos Luz.
Barcos.
A exposição Barcos Tradicionais do Guadiana, de José Murta Pereira, composta por 28
réplicas dos barcos que nave-
Aljezur
Banda desenhada.
Até ao final de Dezembro, na
sede da Associação de Defesa
do Património Histórico e Arqueológico de Aljezur, está patente a exposição de banda desenhada «A Tomada do Castelo
de Aljezur».
Exposição.
Até 20 de Dezembro, desenrola-se em três espaços municipais - Espaço + (pintura, escultura, fotografia e desenho e
instalação), Galeria Municipal
de Aljezur (artes decorativas –
vitral, estanho, encaustik, pintura em porcelana) e Paços do
Concelho (artesanato – trabalhos em madeira, feltro e cabedal, trapologia, etc) - a 5ª Exposição ArteDentro este ano
subordinada ao tema «A Implantação da República».
Altura
ALTURA
Música de Natal.
No domingo, dia 19, às 18h00,
a Igreja do Coração Imaculado de Maria recebe um concerto de Natal da Orquestra do
Algarve, sob direção do maestro Sílvio Veigas. O programa
inclui composições de Heitor
Villa-lobos (1887-1883), Richard Wagner (1813-1883) e
Franz Shhubert (1797-1828).
Azinhal
AZINHAL
Presépio.
O Rancho Folclórico do Azinhal tem patente um Presépio
de Natal em Cerâmica, constituído por 1400 peças, no Centro Multiusos. O Presépio estará visitável até 6 de Janeiro,
diariamente, de manhã, das
10h00 às 12h30 e das 14h00 às
18h00.
Faro
Câmara - 281510740
GNR - 281531004
Centro Saúde - 281530100
Câmara - 289870870
GNR - 289887600
PSP - 289899899
PJ - 289884500
Bombeiros M. - 289888000
Bombeiros V. - 289803604
Centro Saúde - 289830300
Hospital - 289891100
Capitania - 289887540
Concerto.
A Igreja de Nossa dos Mártires
recebe no dia 18, às 21 horas,
um Concerto de Natal da Banda Musical Castromarinense.
Participam também a Escola
de Música da Banda e os Grupos Etnográficos da Universidade do Tempo Livre.
Baluarte defensivo.
A exposição «Castro Marim,
baluarte defensivo do Algarve», integrada no projeto da
Rede de Museus do Algarve denominado «Algarve: do reino à
região», decorre ao ar livre, no
centro histórico da vila.
Teatro.
Sexta-feira e sábado, dias 17 e
18, às 21h30 e no domingo, dia
19, às 16h00, no Teatro Lethes,
a ACTA apresenta a peça «Um
Homem Singular - Retratos de
Manuel Teixeira Gomes». Preço: 10 euros com habituais descontos.
Bailado.
Sexta-feira e sábado, dias 17 e
18, no Teatro das Figuras, espetáculo de bailado em dois
atos «Coppélia». Preço: 10 euros.
Dança.
Sábado, dia 18, às 21h00, no
Castro Marim
Auditório Pedro Ruivo, a Álgora – Companhia de Dança Regional do Algarve apresenta o
espetáculo «A dança e a vida».
Concerto de Natal.
Sábado, dia 18, às 21h30, na
Sé Catedral, concerto de Natal com o Cancioneiro do
Grupo Folclórico de Faro,
Grupo Coral Ossónoba e Grupo Musical de Santa Maria.
Poesia.
Sexta-feira, dia 17, às 21h30, no
Pátio de Letras, leitura de poemas que foram deixados na
árvore de Natal, com acompanhamento à viola de Joaquim
Morgado.
Produtores.
Domingo, dia 19, entre as
10h00 e as 16h00, junto ao Fórum Algarve, realiza-se mais
uma feira de produtores, artesãos e colecionismo.
Feira.
Até ao dia 23 de Dezembro, das
15h00 às 23h00, junto ao Fórum Algarve, realiza-se a Cidade Natal de todos para todos.
Lucy Pereira.
Até ao dia 21 de Dezembro,
no Arte Café, situado perto da
entrada principal do Campus
Gambelas – Universidade do
Algarve, vai estar patente a exposição «Urbanismo», da autoria de Lucy Pereira.
Arte Top.
Até ao dia 5 de Janeiro, algumas das melhores lojas da Baixa de Faro apresentam peças de
arte de renomados artistas portugueses e estrangeiros, em colaboração com o Centro Cultural São Lourenço.
Museu.
Pode visitar no Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão (junto ao Hotel EVA), a
exposição «Os Descobrimentos
Portugueses», uma evocação
aos desenvolvimentos que permitiram o sucesso das navegações além-mar. Esta exposição
integra-se no projeto da Rede
de Museus do Algarve «Algarve: do reino à região».
Lagoa
Câmara - 282380400
GNR - 282380190
Bombeiros - 282352888
Centro Saúde - 282340370
Dança.
Domingo, dia 19, às 17h00, no
Centro de Congressos do Arade, apresentação do espetáculo de dança «Quebra -Nozes»,
pelo Moscow Tchaikovsky Ballet. Bilhetes: 1ª plateia – 25 euros; 2ª plateia – 22 euros.
Coral.
Quinta-feira, dia 16, às 21h30,
no Convento de S. José, o Coral
Ideias do Levante participa nos
«Serões do Convento», tertúlia
musical dinamizada por Afonso Dias.
Presépios.
Até ao dia 9 de Janeiro, nas
montras do comércio tradicional da cidade, decorre a XXI
Exposição de Presépios.
Lagos
Câmara - 282780900
GNR - 282770010
PSP - 282762930
Bombeiros - 282770790
Centro Saúde - 282780000
Hospital - 282770100
Pol. Marítima - 282762826
Capitania - 282762826
Dança e vídeo.
Sexta-feira e sábado, dias 17, às
21h30 e 18, às 15h00, 18h00 e
21h30, no Centro Cultural, espetáculo «Planalto», um projeto de criação de dança e vídeo
que investiga uma fusão entre
os artistas e os lugares por onde
passam, organizado pela Associação Teatro Experimental de
Lagos.
Festa de Natal.
Domingo, dia 19, às 15h30, na
sede da Sociedade Filarmónica 1º de Maio (Praça d’Armas)
tem lugar a Festa de Natal da
Filarmónica. Entrada livre.
Concerto.
Segunda-feira, dia 20, às 21h30,
B L O C O DE N OT A S
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
B
28
Agenda cultural
no Centro Cultural de Lagos,
tem lugar o concerto de Natal
pela Sociedade Filarmónica 1º
de Maio.
Jazz.
Quarta-feira, dia 22, às 21h30,
no Centro Cultural, realiza-se
um concerto de Natal pela Orquestra de Jazz de Lagos.
Mercado do livro.
Domingo, dia 19, entre as
10h00 e as 17h00, no Mercado da Avenida, realiza-se mais
uma edição do Mercado do
Livro Usado/Descatalogado,
aberto aos comerciantes e pessoas individuais.
Marcos Barbosa.
Até ao dia 14 de Janeiro, no Espaço Jovem, vai estar patente
uma exposição de pintura da
autoria de Marcos Barbosa.
Caravela.
Sábado, dia 18, às 10h30, o
Centro de Ciência Viva organiza uma viagem na Caravela
Boa Esperança com a duração
de três horas, se houver condições meteorológicas favoráveis.
Partida do porto de Lagos. Inscrição obrigatória através do telefone 282 770 000.
Infante.
Está patente até ao dia 31 de
Dezembro, no Centro Cultural,
a exposição «Retratos do Infante Dom Henrique», com obras
de vários artistas.
Descobrimentos.
A exposição «O Reino dos Algarves de aquém e para além
mar» está patente no Forte
Ponta da Bandeira. Esta mostra
integra-se no projeto da Rede
de Museus do Algarve, intitulado «Algarve: do Reino à Região». Destaca a importância de
Lagos e do Algarve no contexto
dos Descobrimentos.
Cartografia.
A exposição «Algarbia Cartographica – Leituras e Resenha
da Cartografia Regional», integrada no projeto da Rede de
Museus do Algarve, denominada «Algarve: do reino à região»,
pode ser visitada no Museu
Municipal Dr. José Formosinho. Só encerra à segunda-feira.
Pintura.
Até 31 de Dezembro, na Galeria, Rua Joaquim Tello, patente
a exposição «Sobre a Indiferença das Regras», composta por
desenhos e pinturas de Timo
Dillner.
Invasões.
O Armazém Regimental acolhe, até 29 de Dezembro, das
10h00 às 22h00 (fecha à segunda), a exposição «Operações
Militares no Norte de Portugal
durante as Invasões Francesas
– Conhecimento Geográfico e
Defesa». A mostra é promovida
pelo Exército Português.
Loulé
Câmara - 289400600
GNR - 289463770
GNR Fiscal - 289314174
Bombeiros - 289400560
Centro Saúde - 289416513
Conferência.
Sábado, dia 18, às 15h00, no
Arquivo Municipal, conferência sobre «Paulo Madeira, um
louletano da República», por
Luís Guerreiro.
Presépio.
Até dia 6 de Janeiro, na Alcaidaria do Castelo, está patente
uma exposição do presépio tradicional.
Lídia Jorge.
Até ao dia 31 de Março, no
Convento de Santo António,
exposição «Dia dos Prodígios
e Lídia Jorge». Nos 30 anos do
primeiro livro da consagrada
escritora nascida em Loulé.
Pai Natal.
Até 24 de Dezembro, na Cerca
do Convento do Espírito Santo,
está montada a Aldeia do Pai
Natal, onde são feitos penteados loucos, modelagem de balões. Há insufláveis, atelier de
desenho e leitura e muitas outras surpresas.
Pintura.
Até 31 de Dezembro, na Galeria do Convento do Espírito
Santo, está patente a exposição
de pintura e desenho de Alexandre Sequeira Lima, intitulada «Less Than Beauty».
Mais República.
No Arquivo Municipal, está
a exposição documental «A 1ª
República 1910-1926», com documentos e imagens referentes
ao concelho de Loulé. Até ao
dia 31 de Dezembro.
Baile.
Sábado, dia 18, às 21h00, no
salão de festas da Câmara Municipal, realiza-se um baile sénior.
Almancil
ALMANCIL
Coletiva.
Até ao dia 30 de Dezembro, na
Galeria de Arte da Associação
Social e Cultural de Almancil,
está patente uma exposição coletiva de Nathalie Guerreiro e
Edite Correia.
Artes plásticas.
Até 31 de Janeiro, na Galeria
do Centro Cultural de São Lourenço, está patente uma exposição de artes plásticas com artistas da galeria.
ALTE
Alte
Teatro.
Até ao dia 17 de Dezembro,
Alte é palco do XII Festival de
Teatro. Programa: dia 17, às
21h30, na Horta das Artes, o
Grupo de Teatro Penedo Grande (Messines) apresenta a peça
«O Marinheiro», de Fernando
Pessoa.
Quarteira
QUARTEIRA
Exposição.
Até 9 de Janeiro, na Galeria de
Arte Praça do Mar, está patente a exposição «Artistas Solidários», organizada pela Associação Humanitária de Doentes
de Parkinson e Alzhmeimer.
Vilamoura
VILAMOURA
Viviane.
Sábado, dia 18, às 21h00, no
Casino de Vilamoura, concerto
de Viviane com a Orquestra do
Algarve.
Escultura.
O Museu e Estação Arqueológica do Cerro da Vila, recebe,
até 10 de Setembro do próximo ano, uma exposição ao ar livre de esculturas monumentais
da Coleção Berardo. Obras de
Henry Moore, Lynn Chadwick, Peter Burke, Zadok BenDavid, Allen Jones, William
Furlong e Tony Cragg podem
ser vistas nesta mostra integrada no Allgarve.
Golf Stream.
Até 31 de Dezembro, o Posto
1, em Vilamoura, recebe mais
uma iniciativa integrada no
Programa Allgarve’10: “Golf
Stream: uma exposição-índice”.
Monchique
Câmara - 282910200
GNR - 282912629
Bombeiros - 282912115
Centro Saúde - 282910100
Amália.
Até 9 de Fevereiro, na Galeria
Santo António, vai estar patente a exposição coletiva «Amália
meu Amor». 18 artistas plásticos nacionais e internacionais
seguiram o convite da Galeria,
e cada um mostra a sua própria
versão das ideias e dos sentimentos provocados por Amália.
Olhão
Câmara - 289700100
GNR - 289703089
PSP - 289702144
Bombeiros - 289710000
Capitania - 289714665
Centro Saúde - 289700260
João Ratão.
Sábado, dia 18, às 16h00, no
Auditório Municipal, tem lugar a Festa de Natal com o espetáculo «As Aventuras da banda do João Ratão».
Concerto.
Sábado, dia 18, às 21h00, na
Igreja Matriz de Olhão, realiza-se o Concerto de Natal com
a presença do Coro de Santo
Amaro de Oeiras. Entrada livre.
Poesia.
Quinta-feira, dia 16, às 17h30,
na Biblioteca Municipal, acontece «À roda da poesia...»: leituras e conversas em torno da
poesia, poetas e outras coisas
concretas.
Exposição.
Até ao dia 31 de Dezembro, na
Casa da Juventude, está patente uma exposição de pintura da
autoria de Vera Brás.
Fotografia.
Até ao dia 7 de Janeiro, na Ecoteca de Olhão, pode visitar a
exposição de fotografia «Ria
Formosa - Um Palco de Biodiversidade».
Artes de pesca.
Até 31 de Dezembro, no Museu Cidade de Olhão, está patente uma exposição sobre artes de pesca e as pesca na arte,
que reúne um conjunto de óleos, desenhos e aguarelas de temática marítima pertencentes à
coleção de arte do Museu Marítimo de Ílhavo.
República.
Na Biblioteca Municipal está
patente a exposição «Letras e
Cores, Ideias e Autores da República». Na Sociedade Recreativa Olhanense, pode visitar
a exposição «Da Monarquia à
República: Figuras e Factos
em Olhão».
Compromissos.
A exposição «Os Compromissos
Marítimos no Algarve» é o con-
tributo de Olhão para o projeto
da Rede de Museus do Algarve,
denominada «Algarve: do reino à região», e pode ser vista no
Edifício do Compromisso Marítimo de Olhão.
Moncarapacho
MONCARAPACHO
Teatro.
Sábado, dia 18, às 16h00, na
Casa do Povo do Concelho de
Olhão, espetáculo teatral com
a peça «Aventura no Sótão dos
Sonhos», do grupo de teatro da
Casa da Juventude. Entrada livre.
Pechão
PECHÃO
Pai Natal.
Sábado, dia 18, às 15h00, numa
parceira entre a Junta de Freguesia e o Grupo Motard de
Pechão, realiza-se o «Pai Natal
Motard» que se destina a apoiar
as famílias carenciadas da freguesia.
Teatro.
Domingo, dia 19, às 16h00, no
Espaço Multiusos da Junta de
Freguesia, espetáculo teatral
com a peça «Aventura no Sótão
dos Sonhos», do grupo de teatro da Casa da Juventude. Entrada livre.
Desenho.
Está patente até ao dia 2 de Janeiro na Galeria de Arte da
Casa-Museu, uma exposição de
desenho intitulada «Nas mãos
as mãos», da autoria de Paulo
Serra.
Portimão
Câmara - 288 470700
GNR - 282 420750
PSP - 282417717
PJ - 282405400
Bombeiros - 282422122
Hospital - 282450300
Pol. Marítima - 282417714
Capitania - 282417258
Orquestra.
Sábado, dia 18, às 21h30, no
grande auditório do Tempo –
Teatro Municipal, a Orquestra de Câmara Portuguesa oferece um Natal Europeu – um
programa romântico que percorre várias correntes musicais
do velho continente. Bilhetes:
10 euros com os habituais descontos.
Concerto de Natal.
Domingo, dia 19, às 16h00, no
grande auditório do Tempo –
Teatro Municipal, a Sociedade Filarmónica Portimonense apresenta o seu Concerto de
Natal.
Fotografia.
Até ao dia 18, na Casa Manuel
Teixeira Gomes, está patente a
exposição de fotografia «Lutas
territoriais da cegonha branca»,
da autoria de Orlando Teixeira.
Stela Barreto.
Até 31 de Dezembro, na Casa
Manuel Teixeira Gomes, pode
visitar a exposição de pintura
«Evoluções II», da pintora Stela Barreto.
Biodiversidade.
Até ao dia 7 de Janeiro, no hall
da EMARP, está patente a exposição de fotografia subaquática «Um olhar sobre a diversidade biológica do Parque
Marinho Professor Luiz Saldanha», promovida pela Liga
para a Proteção da Natureza.
Fotografia.
Até 2 de Janeiro, no Museu de
Portimão estão patentes os trabalhos premiados na 10ª Corrida Fotográfica de Portimão.
Alvores do Século.
A exposição «Portimão nos Alvores do Século XX» continua
patente na sala de exposições
temporárias do Museu de Portimão até 2 de Janeiro, com entrada livre. A mostra pode ser
vista às terças-feiras das 14h30
às 18h00 e de quarta a domingo, entre as 10h00 e as 18h00,
e resulta do trabalho de investigação da equipa do Museu, e
integra o projeto «Algarve: do
Reino à Região», em conjunto com outras onze exposições,
patentes de Barlavento a Sotavento.
Mexilhoeira
MEXILHOEIRA
Teatro.
Está em exibição no Teatro
Experimental da Mexilhoeira
Grande a peça de Manuel Teixeira Gomes «Sabina Freire».
Reservas: 967174468.
S. Brás Alportel
Câmara - 2899840000
GNR - 289842210
Bombeiros - 289842666
Centro Saúde - 289840440
Fotografia.
A Zem Arte apresenta até 12 de
Janeiro a exposição de fotografia «MdG: Sabotagem», de Otelo Fabião e Vasco Célio, com
curadoria de Nuno Faria. A galeria fecha à quinta-feira.
AlportelArt’10.
Até 30 de Dezembro, na Galeria Municipal, estão patentes
trabalhos de pintura e escultura de cerca de 30 autores.
Coletiva.
No Museu do Trajo está patente uma exposição coletiva de artes plásticas de Jane Page, Petra Kartak, Adérita Silva, Anna
Teeuwes e Rosnia Boxall.
Sombras e Luz.
A mostra «Sombras e Luz: o Século XIX no Algarve» pode ser
vista no Museu do Trajo. Trajos e objetos permitem ao visitante descobrir os ambientes e
as intimidades de Oitocentos.
Exposição integrada no projeto
da Rede de Museus do Algarve
intitulado «Algarve: do Reino à
Região».
Museu.
No Museu do Trajo, estão em
permanência as exposições
«São Brás de Alportel, Terra de
Cortiça», «Etnografia do Barrocal Algarvio» e «Trajo e Artesanato de Marrocos».
Silves
Câmara - 282440800
GNR - 282442414
Bombeiros - 282442411
Centro Saúde - 282440020
Amália Nossa.
Integrada no programa de
eventos do Allgarve 2010, a exposição de arte contemporânea
«Amália Nossa», na Igreja da
Misericórdia, está patente ao
público até ao dia 31 de Janeiro, embora só possa ser visitada
aos dias de semana e em horários de expediente.
Do Gharb.
A exposição «Do Gharb ao Algarve: uma sociedade islâmica no Ocidente», integrada no
projeto da Rede de Museus do
Algarve, denominada «Algarve: do reino à região», já pode
ser vista em dois locais: na Casa
da Cultura Islâmica e Mediterrânica (junto à Escola Secundária) e no Museu Municipal de
Arqueologia.
Tavira
Câmara - 281320500
GNR - 281325704
PSP - 281322022
Bombeiros - 281322123
Centro Saúde - 281329000
Pol. Marítima - 281321777
Capitania - 281322438
Concerto de Natal.
Domingo, dia 19, às 16h00, na
Igreja do Carmo, realiza-se o
Concerto de Natal pela Banda
Musical de Tavira. Às 21h00,
na Ermida de São Sebastião,
tem lugar o Concerto de Natal
pela Academia de Música de
Tavira.
Jazz.
Segunda-feira, dia 20, às 18h00,
na Igreja da Misericórdia, espetáculo «O Natal no Jazz», com
Sofia Vitória e Júlio Resende.
Recital.
Terça-feira, dia 21, às 18h00,
na Igreja da Misericórdia, tem
lugar um recital de piano por
Fernando Miguel Jalôto.
Música.
Quarta e quinta-feiras, dia 22 e
23, às 18h00, na Igreja da Misericórdia, espetáculo musical
com «Ludovice Ensemble».
Conferência.
Sexta-feira, dia 17, às 11h00,
na Biblioteca Municipal, conferência sobre história «A Igreja de S. Roque em Lisboa», por
Ron B. Thomson.
Teatro.
Sexta-feira, dia 17, às 21h30, no
Espaço da Corredoura, espetáculo teatral «Tenho um Sonho», com o grupo Aperitivo.
Feira.
Domingo, dia 19, entre as
11h00 e as 18h00, no Mercado
da Ribeira, a Associação de Artes e Sabores de Tavira realiza a
feira «O Nosso Natal».
Baile.
Domingo, dia 19, às 15h00, na
sede da Associação Renascer do
Campo – Cachopo, realiza-se a
festa de Natal com baile abrilhantado por Ângelo e Jaime.
Presépio vivo.
Nos dias 18, 22 e 23, entre as
15h00 e as 18h00, na Casa André Pilarte, recreação do presépio vivo, em parceria com o
Corpo Nacional de Escutas –
Agrupamento 100 Tavira.
Músicas.
Sábado, dia 18, às 18h00, na Ermida de Santa Ana, no âmbito
do ciclo Músicas na Igreja, atuação do grupo Duo Tanguíssimo, violino e guitarra.
Cineclube.
Esta quinta-feira, dia 16, às
21h30, no Cine Teatro António
Pinheiro, o Cineclube de Tavira apresenta o filme «Os Pais
das Minhas Filhas», de Mia
Hansen Love. Sexta-feira, dia
17, às 21h00, sessão extraordinária com os filmes «O Estrangeiro» e «Vai com o vento», de
BL O C O D E N O TA S
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
Agenda cultural
Ivo M. Ferreira. Domingo, dia
12, será projetado o filme «Ondine», de Neil Jordan.
República.
Até ao dia 31 de Dezembro, no
Museu Municipal/Palácio da
Galeria, está patente a exposição «A 1ª República em Tavira: transformações e continuidade».
Exposição.
Até ao dia 18 de Junho de 2011,
no Museu Municipal/Palácio
da Galeria, vai estar patente a
exposição «Cidade e mundos
rurais».
Vila do Bispo
Câmara - 282630600
GNR - 282639112
Bombeiros - 282639285
Centro Saúde - 282636900
Concerto de Natal.
Quarta-feira, dia 22, às 21h00,
na Igreja Matriz, Concerto de
Natal com os grupos «Anima» e
«ADC de Vila do Bispo».
Exposição.
Até 2 de Janeiro, no Centro
Cultural, vai estar patente uma
exposição de trabalhos sobre o
tema «O Natal no passado e no
presente».
Memórias.
A exposição «Memórias da Ermida de Nossa Senhora de
Guadalupe» está patente até 31
de Dezembro nesta igrejinha,
sob a tutela da direção regional
de Cultura.
SAGRES
Sagres
Concerto.
Domingo, dia 19, às 14h00, no
Salão de Festas de Nossa Senhora da Graça, realiza-se o
concerto «Estrelinhas de Natal», com o Grupo Coral Hen-
B
29
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Cinemas
riquinas.
Vila Real
Câmara - 281510000
GNR - 281530150
PSP - 281543066
Bombeiros - 281512989
Centro Saúde - 281511371
Pol. Marítima - 281513999
Capitania - 281512035
Concerto.
Sábado, dia 18, às 19h00, na
Igreja Paroquial, realiza-se o
concerto de Natal da Banda Filarmónica da Associação Cultural de Vila Real de Santo António.
Desenho.
Até ao dia 27 de Dezembro, na
Biblioteca Municipal, vai estar
patente a exposição de desenho
«O caminho da Deusa», da autoria de António Afonso.
Letras e cores.
Durante o mês, na Biblioteca Municipal, pode ser visitada a exposição «Letras e cores,
ideias e autores da República»,
no âmbito das comemorações
do centenário da República,
com coordenação da Direção
Geral do Livro.
Escultura.
No seguimento da sua integração no projeto Bienal Portugal Arte 10, Vila Real de Santo
António acolhe uma escultura
de Yoan Capote, denominada
«Stress 2010», que será exibida
durante seis meses na Avenida
Ministro Duarte Pacheco, junto ao farol.
Exposições.
No Arquivo Histórico Municipal estão patentes as exposições
«Indústria Conserveira em Vila
Real de Santo António», «Memento Mar Menor» e «Artes
Litográficas».
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Guia
Portimão
CASTELLO LOPES
Tel.: 289 560 351
Reservas: 707220220
SALA 1 – Megamind - VP
(M/6) Sessões: 12.55; 15.00;
17.05; 1910 (diariamente)
Jackass 3D (M/16) Sessões:
21.40 (diariamente); 00.15
(6ª a 4ª)
SALA 2 – Entrelaçados
VP (M/) Sessões: 13.00;
15.10; 17.25; 19.40; 21.50
(diariamente); 00.15 (6ª a 4ª)
SALA 3 – Jogo Limpo
(M/12) Sessões: 13.40; 16.00;
18.25; 21.30 (diariamente);
00.05 (6ª a 4ª)
SALA 4 – Harry Potter e os
Talismãs da Morte (M/12)
Sessões: 12.45; 15.30; 18.15;
21.00 (diariamente); 23.45
(6ª a 4ª)
SALA 5 – O Americano
(M/12) Sessões: 13.15; 15.50;
18.10; 21.10 (diariamente);
23.30 (6ª a 4ª)
SALA 6 – As Crónicas de
Nárnia: A Viagem do Cam.
Alvo VP 3D (M/6) Sessões:
13.10 (diariamente)
As Crónicas de Nárnia: A
Viagem do Cam.Alvo VO
3D (M/6) Sessões: 15.40;
18.20; 21.20 (diariamente);
23.50 (6ª a 4ª)
SALA 7 – O Amor é
Melhor a Dois (M/) Sessões:
13.20; 16.10; 18.30; 21.35
(diariamente); 00.00 (6ª a 4ª)
SALA 8 – A Tempo e Horas
(M/12) Sessões: 13.30; 16.20;
18.40; 21.25 (diariamente);
23.55 (6ª a 4ª)
SALA 9 – Imparável (M/12)
Sessões: 12.50; 14.55; 17.00;
19.05; 21.15 (diariamente);
23.40 (6ª a 4ª)
CASTELLO LOPES
Tel: 282 418 180
Reservas: 707220220
SALA 1 – Entrelaçados
VP 3D (M/) Sessões: 12.50;
15.00; 17.15; 19.30; 21.40
(diariamente); 00.10 (6ª a 4ª)
SALA 2 – Harry Potter e os
Talismãs da Morte (M/12)
Sessões: 12.40; 15.30; 18.20;
21.10 (diariamente); 00.00
(6ª a 4ª)
SALA 3 – Imparável (M/12)
Sessões: 13.00; 15.10; 17.20;
19.35; 21.50 (diariamente);
00.15(6ª a 4ª)
SALA 4 – Red - Perigosos
(M/12) Sessões: 13.20; 15.50;
18.30; 21.30 (diariamente);
00.05 (6ª a 4ª)
SALA 5 – A Tempo e Horas
(M/12) Sessões : 13.30; 16.00;
18.40; 22.00 (diariamente);
00.20 (6ª a 4ª)
SALA 6 – Megamind VP (M/6) Sessão: 18.50
(diariamente)
As Crónicas de Nárnia:
A Viagem do Cam.Alvo
VP 3D (M/6) Sessão: 13.10
(diariamente)
As Crónicas de Nárnia: A
Viagem do Cam.Alvo VO
3D (M/18) Sessões : 15.40;
21.20 (diariamente); 23.50
(6ª a 4ª)
CINEMAS PORTIMÃO
Algarcine
Tel.: 282 411 888
SALA 1 – Jogo Limpo
(M/12) Sessões: 15.30; 18.15;
21.30 (diariamente); 00.00 (6ª
e sábado)
SALA 2 – As Aventuras
de Sammy: A Passagem
Tabela das marés
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Secreta VP 3D (M/6)
Sessões: 14.00; 20.00
(diariamente)
Entrelaçados VP 3D (M/6)
Sessões: 15.45; 18.15; 21.45
(diariamente); 00.00 (6ª e
sábado)
Olhão
Olhão
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Algarcine
289703332
SALA 1 – Entrelaçados
VP (M/6) Sessões: 14.00;
16.00; 18.00; 20.00; 22.00
(diariamente); 00.00 (6ª,
sábado);
10.30
(sábado,
domingo )
SALA 2 – Oh Não! Outra
Vez Tu? (M/12) Sessões:
13.10; 15.30; 18.30; 21.30
(diariamente); 23.50 (6ª,
sábado e 3ª)
SALA 3 – Megamind VP
(M/6) Sessões: 13.00; 15.00;
17.00; 19.00 (diariamente);
10.40 (sábado, domingo)
Harry Potter e os Talismãs
da Morte (M/12) Sessão:
21.15 (diariamente)
Faro
Faro
SBC - FÓRUM
Tel.: 289 887214
SALA 1 – Harry Potter 7 –
Parte 1 (M/12) Sessões: 14.55;
18.00; 21.05 (diariamente);
10.15 (sábado e domingo)
SALA 2 – Toy Story 3 VP
(M/6) Sessões: 10.20 (sábado,
domingo)
O Amor é Melhor a Dois
(M/12) Sessões: 14.10; 16.25;
18.45; 21.10 (diariamente);
23.30 (6ª, sábado)
SALA 3 – Megamind (M/6)
Sessões: 14.25; 16.35; 18.50
(diariamente); 10.05; 12.15
(sábado, domingo)
22 Balas (M/16) Sessões:
21.00 (diariamente); 23.40 (6ª
e sábado)
SALA 4 – As Crónicas
de Nárnia: A Viagem do
Caminheiro da Alvorada
(M/18) Sessões: 14.05; 16.30;
18.55; 21.20 (diariamente);
10.40 (sábado e domingo)
Saw 7 (M/6) Sessão: 23.55 (6ª
e sábado)
SALA 5 – Entrelaçados
(M/6) Sessões: 14.45; 17.00;
19.15; 21.30 (diariamente);
23.50 (6ª, sábado); 10.10;
12.30 (sábado, domingo)
SALA 6 – A Verdade da
Crise (M/12) Sessão: 19.20
(diariamente)
Imparável (M/12) Sessões:
14.35; 16.50; 21.50
(diariamente); 00.10 (6ª,
sábado); 12.20 (sábado,
domingo)
SALA 7 – A Tempo e Horas
(M/16) Sessões: 14.50; 17.05;
19.30; 21.40 (diariamente);
00.00 (6ª, sábado); 12.40
(sábado, domingo)
SALA 8 – Cela 211 (M/16)
Sessões: 19.00 (diariamente);
00.15 (6ª, sábado)
O Americano (M/12)
Sessões: 14.20; 16.40; 21.45
(diariamente)
Marmaduke VP (M/4)
Sessão: 10.30 (sábado,
domingo)
SALA 9 – Gru – O
Maldisposto VP (M/6)
Sessões: 14.30 (diariamente);
10.00; 12.15 (sábado e
domingo)
Jogo Limpo (M/12)
Sessões: 16.45; 19.10; 21.35
(diariamente); 00.05 (6ª,
sábado).
Farmácias
ALBUFEIRA: 16 a 17 - Alves
Sousa; 18 a 24 - Santos Pinto.
FARO: 16 - Higiene; 17 - Caniné; 18 - Pereira Gago; 19 - Da
Penha; 20 - Baptista; 21 - Helena; 22 -Crespo Santo; 23 Crespo Santo; 24 - Palma Batista.
LAGOA: 16 a 17 - Lagoa; 17 a
24 - José Maceta.
LAGOS: 16 - Ribeiro Lopes;
17 - Lacobrigense; 18 - Silva;
19 - Telo; 20 - Neves; 21 - Ribeiro Lopes; 22 - Lacobrigense; 23 - Silva; 24 - Telo.
LOULÉ: 16 - Pinheiro; 17 Pinto; 18 - Avenida; 19 - Martins; 20 - Chagas; 21 - Pinheiro; 22 - Pinto; 23 - Avenida; 24
- Martins.
ALMANCIL: 16 a 19 - Paula;
20 a 26 - Nobre Passos.
MONCHIQUE: 16 a 19 - Hygia; 20 a 26 - Moderna.
OLHÃO: 16 - Olhanense; 17
- Nobre Sousa; 18 - Brito; 19 Rocha; 20 - Pacheco; 21 - Progresso; 22 - Olhanense; 23 Nobre Sousa; 24 - Brito.
PORTIMÃO: 16 - Rosa Nunes; 17 - Amparo; 18 - Arade;
19 - Guilherme Dias; 20 - central; 21 - Pedra Mourinha; 22
- Moderna; 23 - Carvalho; 24 Rosa Nunes.
QUARTEIRA: 16 a 17 - Mi-
guel Calçada; 18 a 24 - Algarve.
S. B. ALPORTEL: 16 - S.
Brás; 17 - Dias Neves; 18 a 20
- S. Brás; 21 - Dias Neves; 22
- S. Brás; 23 - Dias Neves; 24
- S. Brás.
SILVES: 16 a 18 - Guerreiro;
19 a 25 - Socorros Mútuos.
TAVIRA: 16 - Felix Franco; 17 - Sousa; 18 e 19- Montepio; 20 - Maria Aboim; 21 Central; 22 - Felix Franco; 23
- Sousa; 24 - Montepio .
V.R.S. ANTÓNIO: 16 a 17 Pombalina; 18 a 24 - Carrilho.
FARMÁCIAS EM SERVIÇO DE
DISPONIBLIDADE EM: Alcantarilha, Algoz, Alvor, Alte, Areias
S. João, Armação de Pêra, Benafim, Boliqueime, Carvoeiro,
Conceição Tavira, Estoi, Estombar, Faro, Ferragudo, Fuzeta,
Ferreiras, Guia, Luz Tavira, Mexilhoeira Grande, Monte Gordo,
Montenegro, Odiáxere, Olhos D’
Água, Pêra, Patacão; Pechão,
Praia da Luz, Praia da Rocha,
Santa Bárbara Nexe, Santa Luzia, Santo Estevão; São Bartolomeu de Messines, São Marcos da
Serra, Moncarapacho, Sagres,
Salir, Santa Catarina Fonte do
Bispo, Três Bicos, Vilamoura, Vila
Nova Cacela.
TR IBU NA LIV R E
barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
T
30
Lucrar na Crise: com laranja e peixe
Jack Soifer
[email protected]
Autor de «Empreender
Turismode Natureza» e
«Como Sair da Crise»
O lóbi da indústria alimentar
criou o mito da economia de
escala. Nós, consultores, sabemos que, para cada setor e
nicho, há uma faixa de escala ideal, dinâmica, consoante
variações de custos dos materiais. Conservas de peixe e citrinos são rentáveis, se especializados.
A agroindústria para alguns alimentos deve ficar
próxima ao produtor rural,
ser flexível para atender a
procura específica de distintos nichos e poder integrar
diferentes processos industriais para aproveitar ao má-
ximo a matéria-prima recebida. É o caso das packing-house
de citrinos que, após classificar os melhores para exportação, depois para mercados
exigentes e locais, aproveita
os demais para a indústria de
sumos, depois de doces e ainda faz rações. Da casca, obtêm-se extratos ou mesmo,
já com tecnologia, mas sem
grandes dimensões, refinamse para fármacos ou essências
aromáticas.
O investimento é muito limitado, mas pode exigir
técnica. Precisam de espaço?
Atualmente há muitos arma-
zéns vazios que podem ser recuperados e arrendados.
Por exemplo, a indústria
ligada ao pescado na orla do
Algarve morreu, pois baseava-se em conservar com sal
ou similar, em vez de congelar. O tipo de pescado capturado nas costas do Algarve e
Alentejo é excelente para filetar e congelar ou defumar,
para maior durabilidade. São
os processos mais desejados
hoje na Europa do Norte, por
evitar conservantes, etc. Os
de maior valia são os semi-artesanais, que necessitam de
uma autorização da UE para
assim serem classificados.
Cabe aos clusters de pesca solicitar e batalhar e ao Ministério da Agricultura agilizar a
aprovação em Bruxelas.
Enquanto defumar o peixe quase nada exige em capital, mesmo a máquina de
embalagem a vácuo é barata,
a linha de congelação e conservação já exige algum. Há
dezenas destas linhas recémabandonadas na Europa do
Norte, que, com limitado custo, podem ser atualizadas. Ao
considerar as nossas 3000 horas/ano de sol, deve-se instalar a unidade de frio que use
painel solar e reduza o custo
da eletricidade a quase zero.
Esta indústria, além de
trazer maior rendimento ao
pescador, oferece emprego
para as suas esposas e filhos
nas aldeias e vilas, que assim
não precisam de ir trabalhar
para as capitais. Ao exportar,
deve haver uma central, para
embaratecer o frete internacional. Os clusters devem
vender diretamente aos restaurantes, refeitórios industriais e catering nas 50 cidades
com baratas ligações aéreas
de Faro. Ver os detalhes nos
meus livros.
dos e concessão, em casos especialmente motivados, de
subvenções não reembolsáveis. O despesismo público
e corrupção, indicadores que
aportam desconfiança aos
investidores, combatem-se
com conhecimento técnico
qualificado rotativo e migratório entre “aparelhos político- administrativos”.
Terceiro ativo: a reestruturação de toda a propriedade coletiva. Para aumentar
o nosso capital social e dar
confiança aos credores. Tudo
o que são ónus, encargos ou
servidões de interesse coletivo devem ser registados e ter
valor económico, como toda
a propriedade pública, nela
se incluindo redes de infraestruturas coletivas de água,
saneamento básico, eletricidade e comunicações.
A sua função seria interagir com a propriedade
privada na criação de indicadores-base para funções
orçamentais, fiscais e creditícias. Contabilizadas em cada
prédio, reverteriam a favor
de associações de condomínios taxas de passagem dessas infraestruturas com compromissos de consignação a
investimentos de reabilitação urbana e certificação ambiental. É na interação entre
propriedade pública, coletiva
e privada que se vence a incerteza.
Precisa-se uma nova de
pensar e agir Portugal. Não
basta criar leis. É necessário
interiorizar e efetivar ligações funcionais a nível internacional e nacional a um capital financeiro desregulado
e especulativo. Assim faz-se
soberania. A reação necessária é a Revolução do Direito.
Com tranquilidade, sentido
sistémico e estratégico.
A revolução necessária
Virgílio Machado
Professor
A pressão dos
mercados em
relação à dívida
soberana
resulta de um
capital financeiro que exige
das economias
débeis aval do
Estado para
atingir a mesma
rentabilidade das
economias
favoráveis
A soberania de um país, dizia Montesquieu, dependia
da relatividade do Direito.
Da sua adaptabilidade ao caráter físico do terreno, à sua
situação e extensão, ao género de vida e número das populações, à produção, ao comércio e seus usos. O poder
depende do controlo dos processos e conexões funcionais
entre essas variáveis: nas estradas, no mar, nas ligações
aéreas, em suma, nos territórios, numa interação constante, chamaríamos um campo de poder entre um Estado
e o seu povo.
Somos hoje um país independente? A denominada pressão dos mercados em
relação à dívida soberana resulta de um capital financeiro que, aproveitando-se dos
desequilíbrios mundiais do
crescimento, exige das economias débeis, aval do Estado para atingir a mesma
rentabilidade das economias
favoráveis. Chamemos-lhe
«despesa social» ou «parcerias público-privadas», o resultado é igual. Trata-se de
uma interação Portugal-capital financeiro global com
dependência daquele a um
juro “internacional” a este.
Como contrariar este “campo de poder”, criando novas
ligações funcionais que gerem confiança no nosso desenvolvimento?
Pelo Direito. Este é o melhor instrumento que faz interagir nos mercados sentido
de Justiça. Exigindo regulação dos produtos e serviços
que podem ser neles colocados, do crédito que produtores e consumidores podem
aceder, do preço justo, atendendo ao trabalho feito e às
necessidades dos produtores e dos consumidores. Colocando o Estado a funcionar
em interação legislativa-administrativa-judicial
nesses processos. Com desregulação, o nosso território será
mero palco de ação de outras
esferas de poder.
A economia europeia
exige que cresçamos? Então
convoque-se um Direito de
emergência onde todo o capital económico, financeiro,
social, intelectual e humano esteja em interdependência, gerando confiança mútua. Como? Capitalizando o
país, colocando ativos que
aumentem o seu capital social, aumentando a confiança dos credores na economia.
Colocando os dividendos a
distribuir e o crédito concedido como função daqueles
ativos.
O primeiro ativo é o princípio de presunção favorável
de todo o investimento privado no território, suscetível
de contestação por associações de interesses coletivos.
A Administração Pública assumiria o figurino pombalino específico na reconstrução da Baixa de Lisboa, como
administradora-juiz desses
processos. É uma Administração retrógrada, pré-constitucional? Mas foi eficiente.
Basta reforçar o princípio da
interdependência de pode-
res previsto na Constituição
para termos Administração e
Justiça interdependentes que
conciliem o crescimento económico com redistribuição
social, o verdadeiro investimento reprodutivo, fixandoo a territórios e fins específicos com distribuição a favor
das populações locais.
O segundo ativo: a reorganização de uma Administração local prestadora.
A freguesia a manter-se mas
com municípios alargados
que dependam de comités
técnicos na proposta de orçamentos e controlo da sua
execução. Com robustez financiada nas receitas da produção e serviços gerados nos
seus territórios e para se assistirem mutuamente em estudos, assistência técnica,
formação qualificada, fornecimento de equipamento,
empréstimos a juros reduzi-
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barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
31
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barlavento | Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2010
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Jovem chef algarvia
soma e segue nos
prémios europeus
A algarvia Miléne Nobre deu a
Portugal a primeira medalha de
excelência na categoria de cozinha, no Campeonato Europeu
das Profissões, cuja edição de
2010 decorreu na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no passado fim de semana. «Apesar de
Portugal participar desde os anos
50, no então Campeonato Internacional das Profissões, nunca tinha conseguido posicionarse acima do décimo lugar nesta
área», explicou Miléne Nobre ao
«barlavento». A medalha, obtida
numa prova que durou mais de
22 horas, repartida por três dias,
dará à também estudante da Escola de Hotelaria do Algarve direito a participar nos Mundiais,
que terão lugar em Inglaterra.
Em Janeiro, a jovem natural de
Alcoutim e residente em Tavira
irá igualmente iniciar um estágio
de um mês na cozinha três estrelas Michelin de Ferran Adrià (El
Bulli), um dos melhores chefs do
mundo e impulsionador da gastronomia molecular.
Portinado assume
liderança no
Campeonato
A Portinado garantiu, a 11 de
Dezembro, mais uma vitória no
Campeonato Nacional Sénior
masculino da 1ª divisão de Polo
Aquático, que lhe permitiu ascender à liderança. A Portinado
recebeu e goleou em casa (24-4) a
recém promovida à Primeira Divisão, a equipa do Sporting. Ao
fim de seis jornadas, a equipa de
Portimão situa-se agora no 1º lugar na tabela classificativa, com
cinco vitórias e um empate, com
os mesmos pontos do Salgueiros,
mas com maior diferença entre
golos marcados e sofridos.
Um presépio bem algarvio | filipe antunes
Bombeiros de Portimão
têm muitos planos para
melhorar o serviço | 08 e 09
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