Projetos que estimulam senso crítico são destaque no Prêmio
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Projetos que estimulam senso crítico são destaque no Prêmio
Projetos que estimulam senso crítico são destaque no Prêmio Educador Nota 10 Dar voz aos estudantes e estimular o senso crítico e a aprendizagem. Foi pensando nisso que o professor Felipe Bandoni de Oliveira e a diretora Débora Del Bianco Barbosa Sacilotto criaram dois dos projetos vencedores do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, entregue no dia 15 em São Paulo. Eleito Educador do Ano, Oliveira é professor de Ciências da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Santa Cruz, na zona oeste da capital paulista. Apresentar os conteúdos para alunos com idades entre 17 e 62 anos pode ser um desafio. “A heterogeneidade de conhecimento é muito grande. Além disso, não há a pressão das provas ou do vestibular, então você tem que atraí-los pelo interesse.” Oliveira decidiu abrir espaço para a sabedoria popular. Antes de começar a aula sobre astronomia, tema incomum em aulas da EJA, Oliveira quis ouvir de seus alunos o que eles sabiam sobre a Lua. Histórias místicas, envolvendo a caipora, o lobisomem e São Jorge, surgiram para explicar os fenômenos do satélite. No lugar de impor o conhecimento científico, Oliveira aproveitou as crenças populares para ensinar um novo conteúdo. E ele também aprendeu: “Você começa a perceber a lógica por detrás dessas histórias. Não é um conhecimento simplório.” Assembleia para as crianças Na Escola Municipal Francisco Cardona, em Artur Nogueira (SP), os alunos do 1.º ao 5. ano do ensino fundamental também aprendem discutindo. Por meio de assembleias realizadas em sala de aula, a diretora Débora Del Bianco Barbosa Sacilotto, vencedora do prêmio Gestora do Ano, promove a resolução de conflitos e a formação crítica dos estudantes. “Os alunos têm dificuldade em expressar os sentimentos. Aí um xinga, o outro bate. E o que acontece? O professor manda para a diretoria”, conta Débora. Realizadas semanalmente em todas as salas desde maio de 2011, as assembleias tem duração de uma hora. Débora diz que ficou surpresa com o resultado do projeto. Segundo ela, no começo, os alunos reclamavam do comportamento dos colegas. Depois, o espaço foi utilizado para fazer críticas à escola e pedir mudanças. “É muito bacana ver uma criança de 6 anos questionando as coisas que ela não acha legal.” E as mudanças vieram, com a abertura de uma sala de informática, compra de colchonetes para a aula de educação física e banheiros mais limpos. “Agora eles se sentem parte da escola. E a gente corre o risco de ter o cidadão que queremos: o que não se conforme”.