Educação Fundamental - Livros Gnósticos Gratuitos
Transcrição
Educação Fundamental - Livros Gnósticos Gratuitos
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL SAMAEL AUN WEOR PREFÁCIO "Educação Fundamental" é a ciência que nos nossa relação com os seres humanos, com todas as coisas. Através desta ciência funcionamento da mente porque a mente é conhecimento e devemos aprender a manejar que é o núcleo básico do eu psicológico. permite descobrir a natureza, com conhecemos o o instrumento do esse instrumento, Nesta obra se nos ensina de forma quase objetiva o modo de Pensar, através da investigação, a análise, a compreensão e a meditação. Informa-nos como melhorar as lembranças da memória valendonos sempre de três fatores: sujeito, objeto e lugar; a memória é movida pelo interesse, de maneira que tem que colocar interesse àquilo que se estuda para que seja gravado na memória. A memória melhora através do processo da conversão alquímica que pouco a pouco os estudantes que se interessem pelo seu desenvolvimento pessoal conhecerão. Para os ocidentais o estudo começa aos seis anos, ou seja, quando se estima que tem uso da razão; para os orientais, sobretudo os Hindus, a educação começa a partir da gestação; para os Gnósticos a partir dos namoricos, quer dizer, antes da concepção. A educação futura envolve duas fases: uma a cargo dos pais e outra dos mestres. A educação futura colocará os estudantes no Divino conhecimento de aprender a serem pais e mães. A mulher o que requer é proteção, amparo, por isso a menina se apega mais ao pai quando criança porque o vê como mais forte e vigoroso; o menino requer amor, cuidado, mimos, por isso se apega mais à mãe por instinto natural. Mais tarde, quando se pervertem os sentidos de ambos, a mulher busca um bom partido ou também um homem que a queira, quando ela é a que deve dar amor, e, o homem busca uma mulher que tenha meios para viver ou que tenha uma profissão; para outros predomina a cara e formas corporais para seus sentidos. Surpreende ver os textos escolares, cada obra com milhares de perguntas, que o autor responde por escrito para que os alunos as decorem, a infiel memória é a depositária do conhecimento que com tanto empenho estudam os jovens, essa educação inteiramente materialista os capacita para ganhar a vida quando terminarem os estudos, mas da vida na qual viverão nada sabem, nela entram cegos, nem sequer lhes ensinaram a reproduzir a espécie de forma enaltecida, esse ensinamento está a cargo dos malandros, à sombra da falta de pudor. É requerido que o jovem compreenda que a semente que produz o organismo humano, é o fator mais importante para a vida do homem (espécie), é bendita, e, por conseguinte, o mau uso dela danificará sua própria descendência. Nos altares da Igreja Católica são guardados no Sacrário com grande veneração a hóstia como representativa do corpo de Cristo, essa Sagrada figura é formada pela semente do trigo. No altar vivo, ou seja, nosso corpo físico, nossa semente ocupa o posto da sagrada hóstia da cristandade que segue o Cristo Histórico; em nossa própria semente guardamos o Cristo em substância os que seguimos o Cristo vivo que vive e palpita no fundo mesmo de nossa própria semente. Com grande interesse vemos que os agrônomos que têm a seu cargo o conhecimento das plantas que servem ao homem, ensinam aos camponeses a ter respeito pelas sementes que regam nos campos, vemos que melhoraram a qualidade das sementes para produzir melhores colheitas, guardando em grandes silos as existências de cereais, para que não se percam as sementes que com tanto empenho produziram. Vemos como os veterinários, a cujo cargo está o manejo da vida dos animais, conseguiram produzir reprodutores ou garanhões cujo custo é cem vezes maior que o produto da carne, o qual indica que é a semente que produzem, o motivo de tão elevado custo. Somente a medicina oficial, a cujo cuidado está a espécie humana, nada nos diz sobre a melhora da semente; nós lamentamos positivamente esta demora e informamos a nossos leitores que a semente humana é a mais fácil de melhorar, mediante o uso permanente de três alimentos básicos: através do que pensamos, o que respiramos e o que comemos. Se somente pensamos em coisas vãs, em coisas insossas, sem importância será a semente que produzimos porque o pensamento é determinante para dita produção. O jovem que estuda difere do que não recebe educação em aspecto e presença, tem alteração na personalidade; O fato de respirar cervejas digeridas nos bares e cantinas determina sobre a vida dos paroquianos que frequentam esses lugares: As pessoas que se alimentam de tortas, porco, cerveja, picantes, álcool e alimentos afrodisíacos, vivem uma paixão pela vida que os conduz à fornicação. Todo animal fornicador é hediondo: burros, porcos, cabras e até as aves de curral apesar de ser aves, como é o galo caseiro. Facilmente pode-se apreciar a diferença que existe entre os fornicários e os que o homem faz castos à força para explorá-los, observa-se as gônodas do cavalo de corrida à dos cavalos de carga, entre os touros de lida e os garanhões que diariamente saem na imprensa, o javali ou porco garanhão, ainda em animais pequenos como o rato que é tremendamente passionário e sempre seu aspecto é repugnante, igual se passa com o varão fornicador que cobre seu fedor com desodorantes e perfumes. Quando o homem torna-se casto, puro e santo, em pensamento, palavra e obra, recupera a infância perdida, torna-se de corpo e alma e seu corpo não transpira fedor. Como se obtém a educação pré-natal? Isto ocorre entre casais que seguem a castidade, quer dizer, que não perdem jamais sua semente na displicência e o prazer efêmero, assim: Os esposos querem brindar-lhe corpo a um novo ser, colocam-se de acordo e pedem ao Céu que sejam guiados para o acontecimento da fecundação, logo em atitude permanente de amor convivem alegres e festivos, aproveitam a época em que a Natureza é mais pródiga, tal como os camponeses fazem para semear, usam o processo da transmutação alquímica juntando-se como marido e mulher, o qual permite a escapada de um espermatozoide forte e vigoroso, melhorado pelas práticas antes conhecidas e se obtém através do acontecimento da divina concepção, uma vez que a mulher perceba que está grávida, se afasta do marido, quer dizer, a vida conjugal termina, isto deve fazê-lo facilmente o homem casto porque está cheio de graça e poder sobrehumanos, por todos os meios torna grata a vida a sua mulher, para que ela não recorra à moléstia nem coisas parecidas, porque tudo isso repercute sobre o feto que está sendo gerado, se isto causa dano o que não será a união que de forma libidinosa praticam as pessoas que nunca tenham recebido um conselho neste sentido? O qual dá motivos para que muitos meninos sintam paixões terríveis desde tenra idade e ruborizem suas mães de forma escandalosa. A mãe sabe que está dando vida a um novo ser o qual guarda em seu Templo Vivo, como uma joia preciosa, dando-lhe com suas orações e pensamentos, belas formas que enaltecerão à nova criatura, logo vem o acontecimento do nascimento sem dor; em forma simples e natural para glória de seus pais. O casal faz uma dieta que geralmente dura quarenta dias até que volte a seu posto a matriz que serviu de berço para o novo ser; sabe o homem que deve mimar e contemplar a mulher que cria o filho, com carícias sãs, pois qualquer forma apaixonada violenta, repercute nos seios da mãe e trazem obstruções nos canais por onde flui o precioso líquido que lhe dará vida ao filho de suas entranhas, a mulher que queira colocar em prática este ensinamento observará que desaparece a vergonha de ter que operar os seios por permanentes obstruções. Onde há castidade há amor e obediência, os filhos se levantam de forma natural e todo mal desaparece, assim começa esta educação fundamental para a preparação da personalidade do novo ser que já irá ao colégio capacitado para seguir a educação que lhe permitirá conviver e mais tarde ganhar por si só o pão de cada dia. Nos primeiros sete anos a criança forma sua própria personalidade de maneira que são tão importantes como os meses da gestação e o que se espera de um ser trazido em semelhantes condições é algo que nem sequer suspeitam os humanos. A inteligência é um atributo do Ser, temos que conhecer o Ser. O Eu não pode conhecer a Verdade porque a Verdade não pertence ao tempo e o Eu sim. O medo e o temor danificam a livre iniciativa. A iniciativa é criadora, o temor é destrutivo. Analisando tudo e meditando, despertamos a consciência adormecida. A verdade é o desconhecido de instante em instante, ela nada tem a ver com o que um cria ou não cria; a verdade é questão de experimentar, vivenciar, compreender. JULIO MEDINA VIZCAÍNO S.S.S. CAPITULO I A LIVRE INICIATIVA Milhões de estudantes de todos os países do mundo inteiro vão diariamente à Escola e à Universidade de forma inconsciente, automática, subjetiva, sem saber por que, nem para quê. Os estudantes são obrigados a estudar Matemáticas, Física, Química, Geografia, etc. A mente dos estudantes está recebendo informação diária, mas jamais na vida se detém um momento para pensar o porque dessa informação, o objetivo dessa informação. Por que nos enchemos dessa informação? Para que nos enchemos dessa informação? Os estudantes vivem realmente uma vida mecanicista e somente sabem que tem que receber informação intelectual e conservá-la armazenada na memória infiel, isso é tudo. Não ocorre aos estudantes pensar jamais sobre o que realmente é esta educação, vão à escola, ao colégio ou à universidade porque seus pais os mandam e isso é tudo. Nem aos estudantes, nem aos Mestres e mestras lhes ocorre alguma vez perguntar a si mesmos: Por que estou aqui? Para que vim aqui? Qual é realmente o verdadeiro motivo secreto que me traz aqui? Mestres, mestras, estudantes varões e estudantes de sexo feminino, vivem com a consciência adormecida, atuam como verdadeiros autômatos, vão à escola, ao colégio e à universidade de forma inconsciente, subjetiva, sem saber realmente nada do por que , ou do para quê. É necessário deixar de ser autômatos, despertar a consciência, descobrir por si mesmos o que é esta luta tão terrível por passar por exames, por estudar, por viver em determinado lugar para estudar diariamente e passar o ano e sofrer sustos, angústias, preocupações, praticar esportes, brigar com os companheiros de escola, etc., etc., etc. Os Mestres e mestras devem tornar-se mais conscientes a fim de cooperar a partir da escola, o colégio ou a universidade ajudando os estudantes a despertar a consciência. É lamentável ver a tantos AUTÔMATOS sentados nos bancos das escolas, colégios e universidades, recebendo informação que devem conservar na memória sem saber por que nem para quê. Os jovens somente se preocupam em passar de ano; se lhes foi dito que devem preparar-se para ganhar a vida, para conseguir emprego, etc. E eles estudam formando mil fantasias na mente com respeito ao futuro, sem conhecer realmente o presente, sem saber o verdadeiro motivo pelo qual devem estudar física, química, biologia, aritmética, geografia, etc. As moças modernas estudam para ter a preparação que lhes permita conseguir um bom marido, ou para ganhar a vida e estar devidamente preparadas para o caso de que o marido lhes abandone, ou de que fiquem viúvas ou solteironas. Puras fantasias na mente porque realmente elas não sabem qual há de ser seu futuro nem a que idade hão de morrer. A vida na escola é muito vaga, muito incoerente, muito subjetiva, para o rapaz é feito com que aprenda às vezes certas matérias que na vida prática não servem para nada. Hoje em dia o importante na escola é passar de ano e isso é tudo. Em outros tempos tinha pelo menos algo mais de ética nisto de passar de ano. Agora não há a tal ÉTICA. Os pais de família podem subornar o mestre ou a mestra em muito segredo e o jovem ou a jovem mesmo que seja um PÉSSIMO ESTUDANTE, passará de ano INEVITAVELMENTE. As moças da escola costumam adular o mestre com o propósito de PASSAR DE ANO e o resultado costuma ser maravilhoso, embora não tenham compreendido nem “J” do que o mestre ensina, de todas as maneiras saem bem nos EXAMES e passam de ano. Há crianças muito prontas para passar de ano. Isto é questão de astúcia em muitos casos. Um menino que passa vitorioso por determinado exame (algum exame estúpido) não significa que tenha consciência objetiva verdadeira, sobre aquela matéria na qual foi examinado. O estudante repete como loro, caturrita ou papagaio e de forma mecânica, aquela matéria que estudou e na qual foi examinado. Isso não é ser AUTOCONSCIENTE daquela matéria, isso é memorizar e repetir como loros ou caturritas o que aprendemos e isso é tudo. Passar nos exames, passar de ano, não significa SER MUITO INTELIGENTE. Na vida prática conhecemos pessoas muito inteligentes que na escola jamais foram bem nos exames. Nós conhecemos magníficos escritores e grandes matemáticos que na escola foram péssimos estudantes e que jamais foram bem nos exames em gramática e matemáticas. Sabemos do caso de um estudante péssimo em ANATOMIA, e que somente depois de muito sofrer, pode ir bem nos exames de ANATOMIA. Hoje em dia dito estudante é autor de uma grande obra sobre ANATOMIA. Passar de ano não significa necessariamente ser muito inteligente. Há pessoas que jamais passaram um ano e que são muito inteligentes. Há algo mais importante que passar de ano, há algo mais importante que estudar certas matérias e é precisamente ter plena consciência OBJETIVA clara e luminosa sobre aquelas matérias que são estudadas. Os Mestres e mestras devem se esforçar para ajudar os estudantes a despertar consciência; todo o esforço dos mestres e mestras deve dirigir-se à consciência dos estudantes. É URGENTE que os estudantes tornem-se plenamente AUTOCONSCIENTES daquelas matérias que estudam. Aprender decorando, aprender como louros é simplesmente ESTÚPIDO no sentido mais completo da palavra. Os estudantes se vêm obrigados a estudar matérias difíceis e a armazená-las em sua memória para “PASSAR DE ANO”, e depois na vida prática, ditas matérias não somente tornam-se inúteis senão que também são esquecidas porque a memória é infiel. Os meninos estudam com o propósito de conseguir emprego, ganhar a vida e mais tarde se têm sorte de conseguir o tal emprego, se tornarem-se profissionais, médicos, advogados, etc., o único que conseguem é repetir a mesma história de sempre, se casam, sofrem, têm filhos e morrem sem ter despertado a consciência, morrem sem ter tido consciência de sua própria vida. Isso é tudo. As meninas se casam, formam seus lares, têm filhos, brigam com os vizinhos, com o marido, com os filhos, se divorciam e voltam a casar, enviúvam, tornam-se velhas, etc. e finalmente morrem depois de ter vivido ADORMECIDAS, INCONSCIENTES, repetindo como sempre o mesmo DRAMA DOLOROSO da existência. NÃO querem os MESTRES e MESTRAS da escola se dar conta cabal de que todos os seres humanos têm a consciência adormecida. É urgente que os mestres da escola também despertem para que possam despertar aos estudantes. De nada serve enchermos a cabeça de teorias e mais teorias e de citar a Dante, a Homero; a Virgílio, etc., se temos a consciência adormecida, se não temos consciência objetiva, clara e perfeita sobre nós mesmos, sobre as matérias que estudamos, sobre a vida prática. De que serve a educação se não nos tornamos criadores, conscientes, inteligentes de verdade? A educação verdadeira não consiste em saber ler e escrever. Qualquer mentecapto, qualquer tonto pode saber ler e escrever. Precisamos ser INTELIGENTES, e a INTELIGÊNCIA somente desperta em nós quando desperta a CONSCIÊNCIA. A humanidade têm noventa e sete por cento SUBCONSCIÊNCIA e três por cento de CONSCIÊNCIA. de Precisamos despertar a CONSCIÊNCIA, precisamos converter o SUBCONSCIENTE em CONSCIENTE. Precisamos ter cem por cento de consciência. O ser humano não somente sonha quando seu corpo físico dorme, senão que também sonha quando seu corpo físico não dorme, quando está em estado de vigília. É necessário deixar de sonhar, é necessário despertar a consciência e esse processo do despertar, deve começar a partir do lar e da escola. O esforço dos Mestres deve dirigir-se à CONSCIÊNCIA dos estudantes e não unicamente à memória. Os estudantes devem aprender a pensar por si mesmos e não unicamente para repetir como loros ou caturritas as teorias alheias. Os mestres devem lutar para acabar com o medo dos estudantes. Os Mestres devem permitir aos estudantes, a liberdade de dissentir e criticar de maneira sã e de forma construtiva, todas as teorias que estudam. É absurdo obrigar-lhes a aceitar de forma DOGMÁTICA todas as teorias que são ensinadas na escola, no colégio ou universidade. É necessário que os estudantes abandonem o medo para que aprendam a pensar por si mesmos. É urgente que os estudantes abandonem o medo para que possam analisar as teorias que estudam. O medo é uma das barreiras para a inteligência. O estudante com medo NÃO se atreve a dissentir e aceita como artigo de FÉ CEGA, tudo o que digam os distintos autores. De nada serve que os Mestres falem de intrepidez se eles mesmos têm medo. Os mestres devem estar livres do temor. Os mestres que temem à crítica, ao que dirão etc., NÃO podem ser verdadeiramente inteligentes. O verdadeiro objetivo da educação deve ser acabar com o medo, e despertar a consciência. De que serve passar nos exames se continuamos medrosos e inconscientes? Os Mestres têm o dever de ajudar os estudantes a partir dos bancos da escola para que sejam úteis na vida, mas enquanto existir o medo ninguém pode ser útil na vida. A pessoa cheia de temor não se atreve a dissentir da opinião alheia. A pessoa cheia de temor não pode ter livre iniciativa. É função de todo mestre, evidentemente, a de ajudar a todos e cada um dos alunos de sua escola para estar completamente livres do medo, a fim de que possam atuar de forma espontânea sem necessidade de que lhes diga, de que se lhes mande. É urgente que os estudantes deixem o medo para que possam ter livre iniciativa espontânea e criadora. Quando os estudantes por iniciativa própria, livre e espontânea puderem analisar e criticar livremente aquelas teorias que estudam, deixarão então de ser meros entes mecânicos, subjetivos e estúpidos. É urgente que exista a livre iniciativa para que surja a inteligência criadora nos alunos e alunas. É necessário dar-lhe liberdade de EXPRESSÃO CRIADORA espontânea e sem condicionamento de nenhuma espécie, a todos os alunos e alunas a fim de que possam tornar-se conscientes daquilo que estudam. O livre poder criativo somente pode manifestar-se quando não temos medo da crítica, do que dirão, da palmatória do mestre, das regras, etc., etc., etc. A mente humana está degenerada pelo medo e o dogmatismo. Se torna URGENTE regenerá-la mediante a livre iniciativa espontânea e livre de medo. Precisamos fazer-nos conscientes de nossa própria vida e esse processo do despertar deve começar a partir dos próprios bancos da escola. De pouco nos terá servido a escola, se saímos dela inconscientes e adormecidos. A abolição do medo e a livre iniciativa dará origem à ação espontânea e pura. Por livre iniciativa, os alunos e alunas deveriam ter direito em todas as escolas para discutir em assembleia, todas as teorias que estão estudando. Somente assim mediante a liberação do temor e a liberdade de discutir, analisar, MEDITAR, e criticar de maneira sã o que estamos estudando, podemos fazer-nos conscientes dessas matérias e não meramente loros ou caturritas que repetem o que acumulam na memória. CAPITULO II A IMITAÇÃO Já está totalmente demonstrado que o MEDO impede a livre INICIATIVA. A má situação econômica de milhões de pessoas deve-se, fora de qualquer dúvida, a isso que se chama MEDO. O menino atemorizado busca a sua querida mamãezinha e se apega a ela em busca de segurança. O marido atemorizado se apega a sua mulher e sente que a ama muito mais. A esposa atemorizada busca a seu marido e a seus filhos e sente amá-los muito mais. A partir do ponto de vista psicológico resulta muito curioso e interessante saber que o temor costuma às vezes disfarçar-se com a roupa do AMOR. A pessoa que internamente tem muito poucos VALORES ESPIRITUAIS, a pessoa internamente pobre, busca sempre fora algo para completar-se. A pessoa internamente pobre vive sempre intrigando, sempre em besteiras, fofocas, prazeres bestiais, etc. A pessoa internamente pobre vive de temor em temor e como é natural, se apega ao marido, à mulher, aos pais, aos filhos, às velhas tradições caducas e degeneradas, etc., etc., etc. Todo velho doente e pobre no PSICOLÓGICO está comumente cheio de medo e se aterra com a ânsia infinita ao dinheiro, às tradições de família, aos netos, a suas lembranças, etc. como buscando segurança. Isto é algo que, todos podemos evidenciar observando cuidadosamente aos anciãos. Cada vez que as pessoas têm medo, se escondem atrás do escudo protetor da RESPEITABILIDADE. Seguindo uma tradição, já seja de raça, de família, nação, etc., etc., etc. Realmente toda tradição é uma mera repetição sem sentido algum, oca, sem valor verdadeiro. Todas as pessoas têm uma marcada tendência a IMITAR o alheio. Isso de IMITAR é produto do MEDO. A pessoa com medo IMITA a todos aqueles a quem se apega. Imita ao marido, à esposa, aos filhos, aos irmãos, aos amigos que lhe protegem etc., etc., etc. A IMITAÇÃO é o resultado do MEDO. A IMITAÇÃO destrói totalmente a LIVRE INICIATIVA. Nas escolas, nos colégios, nas universidades, os mestres e mestras cometem o erro de ensinar aos estudantes homens e mulheres, isso que se chama IMITAÇÃO. Nas aulas de pintura e desenho se lhes ensina aos alunos a copiar, a pintar imagens de árvores, casas, montanhas, animais, etc.. Isso não é criar. Isso é IMITAR, FOTOGRAFAR. Criar não é IMITAR. Criar não é FOTOGRAFAR. Criar é traduzir, transmitir com o pincel e ao vivo a árvore que nos encanta, o belo pôr do sol, o amanhecer com suas inefáveis melodias, etc., etc. Há criação verdadeira na arte CHINESA E JAPONESA DO ZEN, na arte abstrata e Semiabstrato. A qualquer pintor chinês do CHAN e do ZEN não lhes interessa IMITAR, fotografar. Os pintores da China e Japão: gozam criando e voltando novamente a criar. Os pintores do ZEN e do CHAN, não imitam, CRIAM e esse é seu trabalho. Aos pintores da CHINA e JAPÃO não lhes interessa pintar ou fotografar uma bela mulher, eles gozam transmitindo sua beleza abstrata. Os pintores da CHINA e JAPÃO não imitariam jamais um belo pôr de sol, eles gozam transmitindo em beleza abstrata todo o encanto do ocaso. O importante não é IMITAR, copiar em preto e branco; o importante é sentir a funda significação da beleza e saber transmiti-la, mas para isso é necessário que não haja medo, apego às regras, à tradição, o temor ao que dirão ou à repreensão do mestre. É URGENTE que os mestres e mestras compreendam a necessidade de que os alunos e alunas desenvolvam o poder criador. Sem dúvidas é absurdo ensinar os estudantes a IMITAR. É melhor ensinar-lhes a criar. O ser humano desgraçadamente é um autômato adormecido inconsciente, que só sabe IMITAR. Imitamos a roupa alheia e dessa imitação saem as distintas correntes da moda. Imitamos os costumes alheios ainda quando estejam muito equivocados. Imitamos os vícios, imitamos tudo o que é absurdo, o que sempre vive se repetindo no tempo, etc. É necessário que os MESTRES E MESTRAS da escola, ensinem aos estudantes a pensar por si mesmos de forma independente. Os Mestres devem oferecer aos estudantes todas as possibilidades para que deixem de ser AUTÔMATOS IMITATIVOS. Os Mestres devem facilitar aos estudantes as melhores oportunidades para que estes desenvolvam o poder criador. É URGENTE que os estudantes conheçam a verdadeira liberdade, para que sem temor algum, possam aprender a pensar por si mesmos, livremente. A mente que vive escrava do “O QUE DIRÃO”, a mente que IMITA, por temor de violar as tradições, as regras, os costumes, etc., não é mente criadora, não é mente livre. A mente das pessoas é como casa fechada e selada com sete selos, casa onde nada novo pode ocorrer, casa onde não entra o sol, casa onde somente reina a morte e a dor. O NOVO somente pode ocorrer onde não há medo, onde não existe IMITAÇÃO, onde não existem apegos às coisas, aos dinheiros, às pessoas, às tradições, aos costumes, etc. As pessoas vivem escravas da intriga, da inveja, dos costumes de família, dos hábitos, do desejo insaciável de ganhar posições, escalar, subir, subir ao topo da escada, fazer-se sentir, etc., etc. É URGENTE que os MESTRES e MESTRAS ensinem a seus estudantes homens e mulheres, a necessidade de não IMITAR toda esta ordem caduca e degenerada de coisas velhas. É URGENTE que os ALUNOS aprendam na escola a criar livremente, a pensar livremente, a sentir livremente. Os alunos e alunas passam o melhor de sua vida na escola adquirindo INFORMAÇÃO e, no entanto, não lhes resta tempo para pensar em todas estas coisas. Dez ou quinze anos na escola levando vida de autômatos inconscientes e saem da escola com a consciência adormecida, mas eles saem da escola acreditando-se muito espertos. A mente do ser humano vive engarrafada entre ideias conservadoras e reacionárias. O ser humano não pode pensar com verdadeira liberdade porque está cheio de MEDO. O ser humano tem MEDO da vida, MEDO da morte, MEDO do que dirão, ao diz que se diz, da fofoca, de perder o emprego, de violar os regulamentos, a que alguém lhe tire o cônjuge ou lhe roube a cônjuge, etc., etc., etc. Na escola nos é ensinado a IMITAR e saímos convertidos em IMITADORES. Não temos livre INICIATIVA porque a partir dos bancos da escola nos ensinou a IMITAR. A pessoa IMITA por medo do que a outra pessoa possa dizer, os alunos e alunas IMITAM porque os MESTRES têm realmente aterrorizado os pobres estudantes, ameaçam-lhes a todo instante, ameaçam-lhes com uma má qualificação, se lhes ameaça com determinados castigos, se lhes ameaça com a expulsão, etc. Se realmente queremos nos tornar criadores no mais completo sentido da palavra, devemos tornar-nos conscientes de toda essa série de IMITAÇÕES que desgraçadamente nos tem atraído. Quando já somos capazes de conhecer toda a série de IMITAÇÕES, quando já analisamos detidamente cada uma das IMITAÇÕES, nos tornamos conscientes delas e como consequência lógica, nasce então em nós de forma espontânea, o poder de criar. É necessário que os alunos e alunas da escola, do colégio ou da universidade, se livrem de toda IMITAÇÃO a fim de que se tornem criadores de verdade. Equivocam-se os mestres e mestras que supõem equivocadamente que os alunos e alunas precisam IMITAR para aprender. O que IMITA não aprende, o que IMITA se converte em um AUTÔMATO e isso é tudo. Não se trata de IMITAR o que dizem os autores de geografia, física, aritmética, história, etc. IMITAR, MEMORIZAR, repetir como caturritas e loros, é estúpido, melhor é COMPREENDER CONSCIENTEMENTE o que estamos estudando. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é a CIÊNCIA DA CONSCIÊNCIA, a ciência que nos permite descobrir nossa relação com os seres humanos, com a natureza, com todas as coisas. A mente que somente sabe IMITAR é MECÂNICA, é uma máquina que funciona, NÃO é criadora, não é capaz de criar, não pensa realmente, somente repete e isso é tudo. Os mestres e mestras devem preocupar-se com o despertar da CONSCIÊNCIA em cada estudante. Os alunos e alunas somente se preocupam em passar de ano e depois… já fora da escola, na vida prática, se convertem em empregadinhos de escritório ou maquininhas de fazer filhos. Dez ou quinze anos de estudos para sair transformados em autômatos falantes, as matérias estudadas vão sendo esquecidas pouco a pouco e ao final, não resta nada na memória. Se os estudantes fizeram CONSCIÊNCIA das matérias estudadas, se seu estudo não se baseara unicamente na INFORMAÇÃO, na IMITAÇÃO e na MEMÓRIA, outro GALO lhes cantará. Sairiam da escola com conhecimentos CONSCIENTES, INESQUECÍVEIS, COMPLETOS, que não seriam submetidos à INFIEL MEMÓRIA. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ajudará aos estudantes, despertando-lhes a CONSCIÊNCIA e a INTELIGÊNCIA. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL leva os jovens pelo caminho da REVOLUÇÃO VERDADEIRA. Os alunos e alunas devem insistir para que os MESTRES e MESTRAS lhes deem a VERDADEIRA EDUCAÇÃO, a EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Não é suficiente que os alunos e alunas se sentem nos bancos da escola para receber informação de algum rei ou de alguma guerra, se necessita algo mais, se necessita da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL para despertar a CONSCIÊNCIA. É URGENTE que os alunos saiam da escola, maduros, CONSCIENTES de verdade, INTELIGENTES, para que não se convertam em simples peças automáticas da maquinaria social. CAPITULO III AS AUTORIDADES O governo possui AUTORIDADE, o ESTADO possui AUTORIDADE. A polícia, a lei, o soldado, os pais de família, os mestres, os guias religiosos, etc., possuem AUTORIDADE. Existem dois tipos de AUTORIDADE. Primeira, AUTORIDADE SUBCONSCIENTE. Segunda, AUTORIDADE CONSCIENTE. De nada servem as AUTORIDADES INCONSCIENTES ou SUBCONSCIENTES. Precisamos com URGÊNCIA AUTORIDADES AUTOCONSCIENTES. As AUTORIDADES INCONSCIENTES ou SUBCONSCIENTES encheram o mundo de lágrimas e dor. No lar e na escola as AUTORIDADES INCONSCIENTES abusam da AUTORIDADE pelo mesmo fato de ser INCOSNCIENTES ou SUBCONSCIENTES. Os pais e mestres inconscientes, hoje em dia, somente são cegos guias de cegos e como dizem as sagradas escrituras, todos irão parar de cabeça no abismo. Pais e Mestres inconscientes nos obrigam durante a infância, a fazer coisas absurdas, mas que eles consideram lógicas. Dizem que isso é para nosso bem. Os pais de família são AUTORIDADES INCONSCIENTES como o demonstra o fato de tratar os filhos como lixo, como se eles fossem seres superiores à espécie humana. Os mestres e mestras acabam odiando determinados alunos ou alunas, e mimando ou consentindo a outros. Às vezes castigam severamente a qualquer estudante odiado quando este último não seja um perverso e premiam com magníficas qualificações a muitos alunos ou alunas consentidas que verdadeiramente não as merecem. Pais de família e mestres de escola ditam normas erradas para os meninos, meninas, jovens, senhoritas, etc. As AUTORIDADES que não têm AUTOCONSCIÊNCIA somente coisas absurdas podem fazer. Precisamos de AUTORIDADES AUTOCONSCIENTES. Entendese por AUTOCONSCIÊNCIA, o CONHECIMENTO ÍNTEGRO DE SI MESMO, o total conhecimento de todos nossos VALORES INTERNOS. Somente aquele que possua de verdade pleno conhecimento de SI MESMO, está desperto de forma íntegra. Isso é ser AUTOCONSCIENTE. Todo o mundo acredita que se AUTOCONHECE, mais é muito difícil encontrar na vida alguém que realmente conheça a si mesmo. A pessoa tem sobre si mesma, conceitos totalmente errados. Conhecer-se a si mesmo requer grandes e terríveis AUTOESFORÇOS. Somente mediante o CONHECIMENTO DE SI MESMO SE CHEGA VERDADEIRAMENTE à AUTOCONSCIÊNCIA. O ABUSO DE AUTORIDADE se deve à INCONSCIÊNCIA. Nenhuma AUTORIDADE AUTOCONSCIENTE chegaria jamais ao ABUSO da AUTORIDADE. Alguns filósofos estão contra toda AUTORIDADE, detestam as AUTORIDADES. Semelhante forma de pensar é FALSA porque em todo o criado, desde o micróbio até o sol, existem escalas e escalas, graus e graus, forças superiores que controlam e dirigem e forças inferiores que são controladas e dirigidas. Em um simples vespeiro de abelhas há autoridade na RAINHA. Em qualquer formigueiro existe autoridade e leis. A destruição do princípio de AUTORIDADE conduziria à ANARQUIA. AS AUTORIDADES destes tempos críticos em que vivemos são INCONSCIENTES e é claro que devido a este fato PSICOLÓGICO, escravizam, encadeiam, abusam, causam dor. Precisamos de MESTRES, instrutores ou guias espirituais, autoridades de governo, pais de família, etc., plenamente AUTOCONSCIENTES. Somente assim podemos fazer de verdade um MUNDO MELHOR. É estúpido dizer que não são necessários mestres e guias espirituais. É absurdo desconhecer o principio de AUTORIDADE em todo o criado. Aqueles que são AUTOSSUFICIENTES, ORGULHOSOS, opinam que os MESTRES e GUIAS ESPIRITUAIS, NÃO SÃO NECESSÁRIOS. Devemos reconhecer nossa própria NULIDADE e MISÉRIA. Devemos compreender que precisamos de AUTORIDADES, MESTRES, INSTRUTORES ESPIRITUAIS, etc. MAS AUTOCONSCIENTES a fim de que possam dirigir-nos, ajudarnos a guiar-nos sabiamente. A AUTORIDADE INCONSCIENTE dos MESTRES destrói o poder criador dos alunos e alunas. Se o aluno pinta, o mestre inconsciente lhe diz o que deve pintar, a árvore ou paisagem que deve copiar, e o aluno aterrorizado não se atreve a sair das normas mecânicas do mestre. Isso não é criar. É necessário que o estudante se torne criador. Que seja capaz de sair das normas inconscientes do MESTRE INCONSCIENTE, a fim de que possa transmitir tudo àquilo que sente com relação à árvore, todo o encanto da vida que circula pelas folhas trêmulas da árvore, todo seu profundo significado. UM MESTRE CONSCIENTE não se oporia à libertadora criatividade do espírito. Os MESTRES com AUTORIDADE CONSCIENTE, jamais mutilariam a mente dos alunos e alunas. Os Mestres INCONSCIENTES destroem com sua AUTORIDADE a mente e a inteligência de alunos e alunas. Os MESTRES com AUTORIDADE INCONSCIENTE, somente sabem castigar e ditar normas estúpidas para que os alunos se portem bem. Os MESTRES AUTOCONSCIENTES ensinam com suma paciência a seus alunos e alunas, ajudando-lhes a compreender suas dificuldades individuais, a fim de que, compreendendo, possam transcender todos os seus erros e avançar triunfalmente. A AUTORIDADE CONSCIENTE ou AUTOCONSCIENTE jamais poderia destruir a INTELIGÊNCIA. A AUTORIDADE INCONSCIENTE destrói a INTELIGÊNCIA e causa graves danos aos alunos e alunas. A inteligência somente vem a nós quando gozamos de verdadeira liberdade, e os MESTRES COM AUTORIDADE AUTOCONSCIENTE sabem de verdade respeitar a LIBERDADE CRIADORA. Os MESTRES INCONSCIENTES acreditam que tudo sabem e atropelam a liberdade dos estudantes castrando-lhes a inteligência com suas normas sem vida. Os Mestres AUTOCONSCIENTES SABEM que não SABEM e até se dão ao luxo de aprender observando as capacidades criadoras de seus discípulos. É necessário que os estudantes das escolas, colégios e universidades, passem da simples condição de autômatos disciplinados, à brilhante posição de seres inteligentes e livres para que possam fazer frente com todo êxito a todas as dificuldades da existência. Isto requer MESTRES AUTOCONSCIENTES, competentes, que realmente se interessam por seus discípulos, mestres que sejam bem pagos para que não tenham angústias monetárias de nenhuma espécie. Infelizmente todo MESTRE, todo pai de família, todo aluno, acredita a si mesmo AUTOCONSCIENTE, DESPERTO, e esse é seu mais GRANDE ERRO. É muito raro encontrar na AUTOCONSCIENTE e DESPERTA. vida alguma pessoa A pessoa sonha quando o corpo dorme e sonha quando o corpo está em estado de vigília. A pessoa maneja carros, sonhando; trabalha sonhando; anda pelas ruas sonhando, vive a toda hora sonhando. É muito natural que um professor se esqueça do guarda-chuva ou que no carro deixe abandonado algum livro ou sua carteira. Tudo isso acontece porque o professor tem a consciência adormecida, sonha... É muito difícil que as pessoas aceitem que estão adormecidas, todo o mundo se acredita a si mesmo desperto. Se alguém aceitasse que tem sua consciência adormecida, é claro que a partir desse momento começaria a despertar. O aluno ou a aluna esquece em casa o livro, ou o caderno que tem que levar para a escola, um esquecimento destes parece muito normal e o é, mas indica, assinala, o estado de sonho em que se encontra a consciência humana. Os passageiros de qualquer serviço de transporte urbano, que costumam passar às vezes de rua, estavam adormecidos e quando despertam se dão conta de que passaram da rua e que agora terão que regressar a pé algumas ruas. Rara vez na vida, o ser humano está desperto realmente e quando tem sido sequer por um momento, como nos casos de infinito terror, se vê por um momento a si mesmo de forma ÍNTEGRA. Esses momentos são inesquecíveis. O homem que regressa a sua casa depois de ter percorrido toda a cidade, é muito difícil que recorde de forma minuciosa todos os seus pensamentos, incidentes, pessoas, coisas, ideias, etc., etc., etc., ao tratar de recordar, encontrará em sua memória grandes lagoas que correspondem precisamente aos estados de sono mais profundo. Alguns estudantes de Psicologia se propuseram a viver ALERTAS de momento em momento, mas logo dormem, talvez ao encontrar algum amigo na rua, ao entrar em algum armazém para comprar algo, etc. e quando horas mais tarde recordem sua decisão de viver ALERTAS e DESPERTOS de momento em momento, então veem a se dar conta de que tinham adormecido quando entraram a tal ou qual lugar, ou quando encontraram a tal ou qual pessoa, etc., etc., etc. Ser AUTOCONSCIENTE é algo muito difícil, mas pode-se chegar a este estado aprendendo a viver alertas e vigilantes de MOMENTO em MOMENTO. Se queremos chegar à AUTOCONSCIÊNCIA, precisamos conhecer-nos a nós mesmos de forma ÍNTEGRA. Todos nós temos o Eu, o MIM MESMO, o EGO que precisamos explorar para conhecer a nós mesmos e voltamos AUTOCONSCIENTES. É URGENTE AUTO-OBSERVAR-NOS, COMPREENDER cada um de nossos defeitos. ANALISAR e É necessário estudarmos a nós mesmos no terreno da mente, emoções, hábitos, instintos e sexo. A mente tem muitos NÍVEIS, regiões ou departamentos SUBCONSCIENTES que devemos conhecer a fundo mediante a OBSERVAÇÃO, a ANÁLISE, a MEDITAÇÃO A FUNDO e a PROFUNDA COMPREENSÃO ÍNTIMA. Qualquer defeito pode desaparecer da região intelectual e continuar existindo em outros níveis inconscientes da mente. O primeiro passo necessário é DESPERTAR para compreender nossa própria MISÉRIA, NULIDADE e DOR. Depois começa o Eu a MORRER de momento em momento. É URGENTE a MORTE DO EU PSICOLÓGICO. Somente morrendo nasce o SER verdadeiramente CONSCIENTE em nós. Somente o SER pode exercer verdadeira AUTORIDADE CONSCIENTE. DESPERTAR, MORRER, NASCER. Estas são as três fases psicológicas que nos levam à VERDADEIRA EXISTÊNCIA CONSCIENTE. Tem que despertar para MORRER e tem que morrer para NASCER. Quem morre sem ter DESPERTADO converte-se em um SANTO ESTÚPIDO. Quem NASCE sem ter morrido converte-se em um INDIVÍDUO de DUPLA PERSONALIDADE, a muito JUSTA e a muito perversa. O exercício da AUTORIDADE verdadeira somente pode ser exercido por aqueles que possuem o SER consciente. Aqueles que ainda não possuem o SER CONSCIENTE, aqueles que ainda não são AUTOCONSCIENTES, costumam ABUSAR DA AUTORIDADE e causar muito dano. Os MESTRES devem aprender a mandar e os alunos devem aprender a obedecer. Aqueles PSICÓLOGOS que se pronunciam contra a obediência, estão de fato muito errados, porque ninguém pode mandar conscientemente se antes não tiver aprendido a obedecer. Há que saber mandar CONSCIENTEMENTE e há que saber obedecer conscientemente. CAPITULO IV A DISCIPLINA Os mestres de escolas, colégios e universidades lhe dão muitíssima importância à disciplina e nós devemos estudá-la neste capítulo detidamente. Todos nós que passamos pelas escolas, colégios, universidades, etc. sabemos muito bem o que são as disciplinas, regras, palmatórias, repreensões, etc., etc., etc. Disciplina é isso que se chama CULTIVO DA RESISTÊNCIA. Aos mestres de escola lhes encanta cultivar a RESISTÊNCIA. Se nos ensina a resistir, a erigir algo contra alguma outra coisa. Se nos ensina a resistir às tentações da carne e nos chicoteamos e fazemos penitência para resistir. Se nos ensina a RESISTIR às tentações que traz a preguiça, tentações de não estudar, não ir à escola, jogar, rir, debochamos dos mestres, violar os regulamentos, etc., etc., etc. Os mestres e mestras têm o conceito errado, de que mediante a disciplina, podemos compreender a necessidade de respeitar a ordem da escola, a necessidade de estudar, guardar compostura ante os mestres, nos portarmos bem com os colegas, etc., etc., etc. Existe entre as pessoas o conceito errado de que quanto mais resistimos, quanto mais rejeitamos, nos tornamos mais e mais compreensivos, livres, plenos, vitoriosos. As pessoas não querem se dar conta que quanto mais lutamos contra algo, quanto mais o resistimos, quanto mais o rejeitamos, menor é a COMPREENSÃO. Se lutarmos contra o vício da bebida, esta desaparecerá por um tempo, mas como não a COMPREENDEMOS a fundo em todos os NÍVEIS DA MENTE, esta retornará depois, quando descuidamos da guarda e beberemos de uma vez por todos os anos. Se rejeitarmos o vício da fornicação, por um tempo seremos muito castos na aparência (mesmo quando em outros NÍVEIS DA MENTE continuemos sendo espantosos SÁTIROS como o podem demonstrar os sonhos ERÓTICOS e as poluições noturnas), e depois voltaremos com mais força à nossas antigas andanças de FORNICÁRIOS NÃO REDIMIDOS, devido ao fato concreto de não haver compreendido a fundo o que é a FORNICAÇÃO. Muitos são os que rejeitam a COBIÇA, os que lutam contra ela, os que se disciplinam contra ela seguindo determinadas NORMAS de conduta, mas como não compreenderam de verdade todo o processo da COBIÇA, resultam no fundo COBIÇANDO não ser COBIÇOSOS. Muitos são os que se disciplinam contra a IRA, os que aprendem a resisti-la, mas esta continua existindo em outros níveis da mente subconsciente, embora na aparência tenha desaparecido de nosso caráter e ao menos descuido da guarda, o subconsciente nos trai e então trovejamos e relampagueamos cheios de ira, quando menos o esperávamos e talvez por algum motivo que não tem a MENOR IMPORTÂNCIA. Muitos são os que se disciplinam contra os ciúmes e ao fim acreditam firmemente que já os extinguiram, mas como não os compreenderam, é claro que estes aparecem novamente em cena, precisamente quando já os acreditávamos bem mortos. Somente com plena ausência de disciplinas, somente em liberdade autêntica, surge na mente, a labareda ardente da COMPREENSÃO. A LIBERDADE CRIADORA não pode existir jamais em uma ARMAÇÃO. Precisamos de liberdade para COMPREENDER nossos defeitos PSICOLÓGICOS de forma ÍNTEGRA. Precisamos com urgência derrubar muros e romper grilhões de aço, para ser livres. Temos que experimentar por nós mesmos tudo aquilo que nossos Mestres na Escola e nossos Pais nos disseram que é bom e útil. Não basta aprender decorando e imitar. Precisamos compreender. Todo o esforço dos Mestres e Mestras deve dirigir-se à consciência dos alunos. Devem esforçar-se para que eles entrem no caminho da COMPREENSÃO. Não é suficiente dizer aos alunos que devem ser isto ou aquilo, é necessário que os alunos aprendam a ser livres para que possam por si mesmos examinar, estudar, analisar todos os valores, todas as coisas que as pessoas disseram que são benéficas, úteis, nobres e não meramente aceitá-las e imitá-las. As pessoas não querem descobrir por si mesmas, têm mentes fechadas, estúpidas, mentes que não querem indagar, mentes mecanicistas que jamais indagam e que somente IMITAM. É necessário, é urgente, é indispensável que os alunos e alunas a partir de sua mais tenra idade, até o momento de abandonar as AULAS, gozem de verdadeira liberdade para descobrir por si mesmos, para inquirir, para compreender e que não estejam limitados pelos muros abjetos das proibições, repreensões e disciplinas. Se aos alunos lhes diz o que devem e o que não devem fazer e não lhes permite COMPREENDER e experimentar, ONDE então está sua inteligência? QUAL é a oportunidade que lhe deu a inteligência? De que serve então passar nos exames, vestir-se muito bem, ter muitos amigos se não somos inteligentes? A inteligência somente vem a nós quando estamos verdadeiramente livres para investigar por si mesmos, para compreender, para analisar sem o temor à repreensão e sem a palmatória das Disciplinas. Os estudantes medrosos, assustados, submetidos a terríveis disciplinas jamais poderão SABER. Jamais poderão ser inteligentes. Hoje em dia aos Pais de família e aos Mestres, o único que lhes interessa é que os alunos e alunas tenham uma carreira, que se tornem médicos, advogados, engenheiros, funcionárias de escritório, quer dizer, autômatos vivos e que logo se casem e se convertam também em MÁQUINAS DE FAZER BEBÊS e isso é tudo. Quando os rapazes e as moças querem fazer algo novo, algo diferente, quando sentem a necessidade de sair dessa armação, prejuízos, hábitos antiquados, disciplinas, tradições de família ou nação, etc., então os pais de família apertam mais os grilhões da prisão e dizem ao menino ou à menina: Não faças isso! Não estamos dispostos para apoiar-te nisso, essas coisas são loucuras, etc., etc., etc. TOTAL o menino ou a menina está formalmente preso dentro do cárcere das disciplinas, tradições, costumes antiquados, ideias decrépitas, etc. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina a conciliar a ORDEM com a LIBERDADE. A ORDEM sem LIBERDADE é TIRANIA. A LIBERDADE sem ORDEM é ANARQUIA. LIBERDADE e ORDEM sabiamente combinados constituem a BASE da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. OS ALUNOS devem gozar de perfeita liberdade para averiguar por si mesmos, para INQUIRIR para DESCOBRIR o que realmente, o que de certo são em SI MESMOS e aquilo que podem fazer na vida. Os alunos e alunas, os soldados e policiais e em geral todas aquelas pessoas que tenham que viver submetidos a rigorosas disciplinas, costumam tornar-se cruéis, insensíveis à dor humana, desapiedados. A DISCIPLINA destrói a SENSIBILIDADE humana e isto já está totalmente demonstrado pela OBSERVAÇÃO e a EXPERIÊNCIA. Devido a tantas disciplinas e regulamentos, as pessoas desta época perderam totalmente a SENSIBILIDADE e se tornaram cruéis e desapiedadas. Para ser verdadeiramente livres é necessário ser muito sensíveis e humanistas... Nas escolas, colégios e universidades, se lhes ensina aos estudantes a dar ATENÇÃO às classes e os alunos e alunas dão atenção para evitar-se a repreensão, o puxão de orelhas, o golpe com a palmatória ou com a régua, etc., etc., etc. Mas desgraçadamente não se lhes ensina a COMPREENDER REALMENTE o que é a ATENÇÃO CONSCIENTE. Por disciplina o estudante dá atenção e gasta energia criadora muitas vezes de forma inútil. A energia criadora é o tipo mais sutil de força fabricada pela MÁQUINA ORGÂNICA. Nós comemos e bebemos e todos os processos da digestão são no fundo processos de subtilização em que as matérias grosseiras se convertem em matérias e forças úteis. A energia criadora é: o tipo de MATÉRIA e de FORÇA mais sutil elaborado pelo organismo. Se soubermos dar ATENÇÃO CONSCIENTE podemos economizar energia criadora. Desafortunadamente os mestres e mestras não ensinam a seus discípulos o que é a ATENÇÃO CONSCIENTE. Aonde quer que dirijamos a ATENÇÃO gastamos ENERGIA CRIADORA. Podemos economizar essa energia se dividimos a atenção, se não nos identificamos com as coisas, com as pessoas, com as ideias. Quando nós nos identificamos com as pessoas, com as coisas, com as ideias, nos esquecemos de nós mesmos e então perdemos a ENERGIA criadora da forma mais lamentável. É URGENTE saber que precisamos economizar a ENERGIA CRIADORA para despertar a CONSCIÊNCIA e que a ENERGIA CRIADORA é o POTENCIAL VIVO, o VEÍCULO da CONSCIÊNCIA, o instrumento para DESPERTAR A CONSCIÊNCIA. Quando aprendemos a NÃO nos esquecermos de NÓS MESMOS, quando aprendemos a dividir a ATENÇÃO entre SUJEITO, OBJETO e LUGAR, economizamos ENERGIA CRIADORA para despertar CONSCIÊNCIA. É necessário aprender a manejar a ATENÇÃO para despertar consciência, mas os alunos e alunas nada sabem sobre isto porque seus MESTRES e MESTRAS não lhes ensinaram. QUANDO aprendemos a utilizar a ATENÇÃO conscientemente, a disciplina então fica sobrando. O estudante ou a estudante atento a suas aulas, à suas lições, à ordem, NÃO precisa de disciplina de nenhuma espécie. É URGENTE que os MESTRES compreendam a necessidade de conciliar inteligentemente a LIBERDADE e ORDEM e isto é possível mediante a ATENÇÃO CONSCIENTE. A ATENÇÃO CONSCIENTE exclui isso que se chama IDENTIFICAÇÃO. Quando nos IDENTIFICAMOS com as pessoas, com as coisas, com as ideias, vem a FASCINAÇÃO e esta última produz SONHO na CONSCIÊNCIA. Há que saber dar atenção sem IDENTIFICAÇÃO. Quando colocamos atenção em algo ou a alguém e nos esquecemos de nós mesmos, o resultado é a FASCINAÇÃO e o SONHO da CONSCIÊNCIA. Observai cuidadosamente um CINEASTA. Encontra-se adormecido, tudo o ignora, se ignora a si mesmo. Está oco, parece um sonâmbulo, sonha com o filme que está vendo, com o herói do filme. Os ALUNOS e alunas devem ter atenção nas aulas, sem esquecer-se de Si mesmos para não cair no SONHO ESPANTOSO da CONSCIÊNCIA. O aluno deve ver-se a si mesmo em cena quando está apresentando um exame ou quando está ante o quadro ou lousa por ordem do mestre, ou quando encontra-se estudando, descansando ou jogando com seus colegas. A ATENÇÃO DIVIDIDA em TRÊS PARTES: SUJEITO, OBJETO, LUGAR, é de fato ATENÇÃO CONSCIENTE. Quando não cometemos o ERRO de IDENTIFICARMOS com as pessoas, as coisas, as ideias, etc., economizamos ENERGIA CRIADORA e precipitamos em nós o despertar da CONSCIÊNCIA. Quem quiser despertar a CONSCIÊNCIA nos MUNDOS SUPERIORES, deve começar por DESPERTAR aqui e agora. Quando o ESTUDANTE comete o erro de IDENTIFICAR-SE com as pessoas, as coisas, as ideias, quando comete o erro de esquecer-se de si mesmo, então cai na fascinação e o sonho. A disciplina não se ensina aos estudantes a ter ATENÇÃO CONSCIENTE. A disciplina é uma verdadeira prisão para a mente. Os alunos e alunas devem aprender a manejar a ATENÇÃO CONSCIENTE a partir dos mesmos bancos da escola para que mais tarde na vida prática, fora da escola, não cometam o erro de esquecer-se de si mesmos. O homem que se esqueça de si mesmo ante um insultador, se identifica com ele, se fascina, cai no sonho da inconsciência e então fere ou mata e vai para o cárcere inevitavelmente. Aquele que não se deixa FASCINAR pelo insultador, aquele que não se identifica com ele, aquele que não se esquece de si mesmo, aquele que sabe por ATENÇÃO CONSCIENTE, seria incapaz de dar valor às palavras do insultador, ou de ferir-lhe ou matar-lhe. Todos os erros que o ser humano comete na vida se devem a que se esquece de si mesmo, se identifica, se fascina e cai no sonho. Seria melhor para a juventude, para todos os estudantes, que lhes ensinasse o DESPERTAR da CONSCIÊNCIA em vez de escravizar-lhes com tantas absurdas disciplinas. CAPITULO V O QUE PENSAR. COMO PENSAR Em nosso lar e na escola, os pais de família e mestres sempre nos dizem o que devemos pensar, mas jamais na vida nos ensinam COMO PENSAR. Saber o que pensar é relativamente muito fácil. Nossos pais, mestres, tutores, autores de livros, etc., etc., etc. cada um é um ditador à sua maneira, cada qual quer que pensemos em seus ditados, exigências, teorias, preconceitos, etc. Os ditadores da mente abundam como a erva daninha. Existe em toda parte uma tendência perversa para escravizar a mente alheia, a engarrafá-la, a obrigá-la a viver dentro de determinadas normas, preconceitos, escolas, etc. Os milhares e milhões de DITADORES da mente jamais quiseram respeitar a liberdade mental de ninguém. Se alguém não pensa como eles, é qualificado de perverso, renegado, ignorante, etc., etc., etc. Todo o mundo quer escravizar a todo mundo, todo o mundo quer atropelar a liberdade intelectual dos demais. Ninguém quer respeitar a liberdade do pensamento alheio. Cada um se sente JUDICIOSO, SÁBIO, MARAVILHOSO, e quer como é natural que os demais sejam como ele, que o convertam para seu modelo, que pensem como ele. Abusou-se muito da mente. Observai os COMERCIANTES, e sua propaganda através do jornal, do rádio, da televisão, etc., etc., etc. A propaganda comercial é feita de forma ditatorial: Compre você sabão tal! Sapatos tal! Tantos pesos! Tantos dólares! Compre agora mesmo! Imediatamente! Não o deixe para amanhã! Tem que ser imediatamente! Etc. Somente falta que digam: “se você não obedece o colocaremos na prisão”, ou “o assassinamos”. O pai quer colocar no filho suas ideias à força e o mestre da escola briga, castiga e põe baixas qualificações se o menino ou a menina não aceitam DITATORIALMENTE as ideias do mestre. Meia humanidade quer escravizar a mente alheia da outra meia humanidade. Essa tendência para escravizar a mente dos demais, ressalta a simples vista, quando estudamos a página negra da negra história. Por toda parte existiu e existem SANGRENTAS DITADURAS empenhadas em escravizar os povos. Sangrentas ditaturas que ditam o que a pessoa deve pensar. Desgraçado aquele! Que tenta pensar livremente: esse vai inevitavelmente aos campos de concentração, à Sibéria, à prisão, aos trabalhos forçados, à forca, ao fuzilamento, ao desterro, etc. Nem os MESTRES e MESTRAS, nem os PAIS DE FAMÍLIA, nem os livros, querem ensinar o COMO PENSAR. Encanta a pessoa obrigar a outros a pensar de acordo como acredita que deve ser, e é claro que cada um neste é um DITADOR a seu modo, cada um se acredita a última palavra, cada um acredita firmemente que todos os demais devem pensar como ele, porque ele é o melhor do melhor. Pais de família, Mestres, patrões, etc., etc., etc., repreendem e voltam a repreender a seus subordinados. É espantosa essa horrível tendência da humanidade de faltar ao respeito com os demais, a atropelar a mente alheia, a enjaular, encerrar, escravizar, aprisionar o pensamento alheio. O marido quer colocar suas ideias na cabeça da mulher e à força, sua doutrina, suas ideias, etc. e a mulher quer fazer o mesmo. Muitas vezes marido e mulher se divorciam por incompatibilidade de ideias. Os cônjuges não querem compreender a necessidade de respeitar a liberdade intelectual alheia. Nenhum cônjuge tem direito de escravizar a mente de outro cônjuge. Cada um é de fato digno de respeito. Cada um tem direito de pensar como quiser, a professar sua religião, a pertencer ao partido político que quiser. Às crianças da escola se lhes obriga a pensar à força em tais e quais ideias, mas não se lhes ensina a manejar a mente. A mente dos meninos é terna, elástica, flexível e a dos velhos está já dura, fixa, como argila em um molde, já não muda, já não pode mudar. A mente dos meninos e jovens é suscetível de muitas mudanças, pode mudar. Às crianças e os jovens se lhes pode ensinar como PENSAR. Aos velhos é muito difícil ensinar-lhes COMO PENSAR porque eles já são como são e assim morrem. É muito raro encontrar na vida algum velho interessado em mudar radicalmente. A mente das pessoas é moldada desde a infância. Isso é o que pais e mestres da escola preferem fazer. Eles gozam dando-lhe forma à mente das crianças e jovens. Mente metida em um molde é de fato mente acondicionada, mente escrava. É necessário que os MESTRES e MESTRAS de escola rompam os grilhões da mente. É urgente que os Mestres saibam dirigir a mente das crianças até a liberdade verdadeira para que não se deixem escravizar mais. É indispensável que os Mestres ensinem aos alunos e alunas COMO SE DEVE PENSAR. Os Mestres devem compreender a necessidade de ensinar aos alunos e alunas o caminho da análise, a meditação, a compreensão. Nenhuma pessoa compreensiva deve aceitar jamais de forma dogmática nada. É urgente primeiro investigar. Compreender, inquirir, antes de aceitar. Em outras palavras diremos que não há necessidade de aceitar, senão de investigar, analisar, meditar e compreender. Quando a compreensão é plena, a aceitação é desnecessária. De nada serve enchermos a cabeça de informação intelectual, se ao sair da escola, NÃO SABEMOS PENSAR e continuamos como AUTÔMATOS VIVOS, como máquinas, repetindo a mesma rotina de nossos pais, avós e tataravós, etc. Repetir sempre o mesmo, viver vida de máquinas, de casa ao escritório e do escritório para casa, casar-se para converter-se em maquininhas de fazer bebês, isso não é viver e sim para isso estudamos, e se para isso vamos à escola, ao colégio e à universidade durante dez ou quinze anos, melhor seria não estudar. MAHATMA GHANDI foi um homem muito singular. Muitas vezes os pastores protestantes se sentaram em sua porta horas e horas inteiras lutando para convertê-lo ao Cristianismo em sua forma protestante. Gandhi não aceitava o ensinamento dos pastores, tampouco o rejeitava, o COMPREENDIA, o RESPEITAVA, e isso é tudo. Muitas vezes dizia o MAHATMA: “Eu sou Brâmane, Judeu, Cristão, Maometano, etc., etc., etc.” O MAHATMA compreendia que todas as religiões são necessárias porque todas conservam os mesmos VALORES ETERNOS. Isso de aceitar ou rejeitar alguma doutrina ou conceito revela falta de maturidade mental. Quando rejeitamos ou aceitamos algo, é porque não o compreendemos. Onde há COMPREENSÃO a aceitação ou rejeição fica sobrando. A mente que acredita, a mente que não acredita, a mente que duvida, é mente IGNORANTE. O caminho da SABEDORIA não consiste em ACREDITAR ou não ACREDITAR ou DUVIDAR. O caminho da SABEDORIA consiste em INQUIRIR, analisar, meditar e EXPERIMENTAR. A VERDADE é o desconhecido de momento a momento. A verdade nada tem a ver com o que alguém acredita ou deixa de acreditar, nem tampouco o ceticismo. A VERDADE não é questão de aceitar algo ou de rejeitá-lo. A VERDADE é questão de EXPERIMENTAR, VIVENCIAR, COMPREENDER. Todo o esforço dos MESTRES deve, em última síntese, levar aos alunos e alunas a EXPERIÊNCIA do real, do verdadeiro. É URGENTE que os MESTRES e MESTRAS abandonem essa tendência antiquada e perniciosa dirigida sempre para MODELAR a mente PLÁSTICA e FLEXÍVEL das crianças. É absurdo que pessoas ADULTAS cheias de paixões, preconceitos antiquados, etc. atropelem assim a mente das crianças e dos jovens, tratando-lhes de modelar a mente de acordo com suas ideias rançosas, torpes, antiquadas. Melhor é respeitar a LIBERDADE INTELECTUAL dos ALUNOS e ALUNAS, respeitar sua prontidão mental, sua espontaneidade criadora. Os Mestres e mestras não têm o direito de enjaular a mente dos alunos e alunas. O fundamental não é DITAR à MENTE dos alunos o que deve pensar, senão ensinar-lhe de forma completa, COMO PENSAR. A MENTE é o instrumento do CONHECIMENTO e é necessário que os MESTRES e MESTRAS ensinem a seus alunos e alunas a manejar sabiamente esse instrumento. CAPITULO VI A BUSCA DE SEGURANÇA Quando os pintinhos têm medo, se escondem debaixo das asas amorosas da galinha em busca de segurança. A criança assustada corre em busca de sua mãe porque junto a ela acredita-se seguro. Está, pois demonstrado que o MEDO e a busca de SEGURANÇA encontram-se sempre intimamente associados. O homem que teme ver-se assaltado por bandidos busca segurança em sua pistola. O país que teme ver-se atacado por outro país, comprará canhões, aviões, navios de guerra, armará exércitos e se colocará em pé de guerra. Muitos sujeitos que não sabem trabalhar, aterrorizados ante a miséria buscam segurança no delito, e tornam-se ladrões, assaltantes, etc... Muitas mulheres com pouca inteligência assustadas ante a possibilidade da miséria transformam-se em prostitutas. O homem ciumento teme perder sua mulher e busca segurança na pistola, mata e depois é claro que vai parar na prisão. A mulher ciumenta mata sua rival ou seu marido e assim transforma-se em assassina. Ela teme perder seu marido e querendo segurá-lo mata a outra ou resolve assassiná-lo. O senhorio com medo de que a pessoa não lhe pague o aluguel da casa, exige contratos, fiadores, depósitos, etc., querendo assim assegurar-se e se uma viúva pobre e cheia de filhos não pode preencher tão tremendos requisitos, e se todos os senhorios de uma cidade fazem o mesmo, ao fim a infeliz terá que ir dormir com seus filhos na rua ou nos parques da cidade. Todas as guerras têm sua origem no medo. As gestapos, as torturas, os campos de concentração, as Sibérias, as espantosas prisões, desterros, trabalhos forçados, fuzilamentos, etc. tem origem no medo. As nações atacam as outras nações por medo; buscam segurança na violência, acreditam que matando, invadindo, etc. poderão tornar-se seguras, fortes, poderosas. Nas delegacias de polícia secreta, contraespionagem, etc. tanto no leste como no oeste, tortura-se os espiões teme-se a eles, querem fazer-lhes confessar com o propósito de encontrar segurança para o Estado. Todos os delitos, todas as guerras, todos os crimes, têm sua origem no medo e na busca de segurança. Em outros tempos existia segurança entre as pessoas, hoje o medo e a busca de segurança acabaram com a fragrância maravilhosa da sinceridade. O amigo desconfia do amigo, teme que este lhe roube, lhe trapaceie, lhe explore e até existem máximas estúpidas e perversas como esta: “NUNCA DEIS AS COSTAS A TEU MELHOR AMIGO”. Os HITLERIANOS diziam que esta MÁXIMA era de OURO. Já o amigo teme o amigo e até usa MÁXIMAS para proteger-se. Já não há sinceridade entre os amigos. O medo e a busca de segurança acabaram com a deliciosa fragrância da sinceridade. Castro Ruz em Cuba fuzilou milhares de cidadãos, temeroso de que acabem com ele; Castro busca segurança fuzilando. Acredita que assim pode encontrar Segurança. Stalin, o perverso e sanguinário Stalin, empesteou a Rússia com suas sangrentas purgas. Era essa a forma de buscar sua segurança. Hitler organizou a Gestapo, a terrível Gestapo, para segurança do Estado. Não resta dúvida de que temia que lhe derrotassem e por isso fundou a sangrenta Gestapo. Todas as amarguras deste mundo têm sua origem no medo e a busca de segurança. Os mestres e mestras de escola devem ensinar aos alunos e alunas, a virtude do valor. É lamentável que aos meninos e meninas se lhes encha de temor desde seu próprio lar. Às crianças se lhes ameaça, lhes intimida, lhes atemoriza, lhes dão surras com varas, etc. É costume de pais de família e mestres, atemorizar a criança e o jovem com o propósito de que estude. Geralmente dizem as crianças e jovens que se não estudam, terão que pedir esmola, vagar famintos pelas ruas, fazer trabalhos muito humildes como engraxar sapatos, carregar fardos, vender jornais, trabalhar no arado, etc., etc., etc. (Como se o trabalho fosse delito). No fundo, atrás de todas estas palavras de pais e mestres, existe medo pelo filho e busca de segurança para o filho. O grave de tudo isto que estamos dizendo, é que a criança e o jovem ficam complexados, se enchem de temor e mais tarde na vida prática são sujeitos cheios de medo. Os pais de família e mestres que têm o mal gosto de assustar as crianças, aos jovens e senhoritas, de forma inconsciente os estão encaminhando pelo caminho do delito, pois como já dissemos, todo delito tem sua origem no medo e na busca de segurança. Hoje em dia o MEDO e a BUSCA DE SEGURANÇA converteram o planeta Terra em um espantoso inferno. Todo o mundo teme. Todo o mundo quer segurança. Em outros tempos, podia-se viajar livremente, agora as fronteiras estão cheias de guardas armados, se exige passaportes e certificados de toda espécie para ter direito a passar de um país a outro. Tudo isto é resultado do medo e BUSCA DE SEGURANÇA. Teme-se a quem viaja, teme-se a quem chega e se busca segurança em passaportes e documentos de toda espécie. Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem compreender o horror de tudo isto e cooperar para o bem do mundo, sabendo educar às novas gerações, ensinando-lhes o caminho do valor autêntico. É URGENTE ensinar às novas gerações a não temer e a não buscar segurança em nada nem em ninguém. É indispensável que todo indivíduo aprenda a confiar mais em si mesmo. O MEDO e a BUSCA de SEGURANÇA são terríveis debilidades que converteram a vida em espantoso INFERNO. Por todas as partes abundam os covardes, os medrosos, os débeis que andam sempre em busca de SEGURANÇA. Teme-se à vida, teme-se à morte, teme-se ao que dirão, “ao disse que me disse”, a perder a posição social, a posição política, o prestígio, o dinheiro, a casa bonita, a bonita mulher, o bom marido, o emprego, o negócio, o monopólio, os móveis, o carro, etc., etc., etc. a tudo se teme, abundam por todas as partes os covardes, os medrosos, os débeis, mais, ninguém considera a si mesmo um covarde, todos se presumem fortes, valentes, etc. Em todas as classes sociais existem milhares e milhões de interesses que se teme perder, e por isso todo o mundo busca seguranças que a força de tornar-se cada vez mais e mais complexas, fazem de fato a vida cada vez mais complicada, mais difícil, mais amarga, cruel e impiedosa. Todas as fofocas, todas as calúnias, intrigas, etc., têm sua origem no medo e na busca de segurança. Para não perder a fortuna, a posição, o poder, o prestígio, se propagam calúnias, fofocas, assassina-se, paga-se para que se assassine em segredo, etc. Os poderosos da terra se dão até ao luxo de ter assassinos contratados e muito bem pagos, com o propósito asqueante de eliminar a todo aquele que ameace eclipsar-lhes. Eles amam o poder pelo próprio poder e o asseguram baseado no dinheiro e muito sangue. Os jornais constantemente estão dando notícias de muitos casos de suicídio. Muitos acreditam que aquele que se suicida é valente, mas realmente quem se suicida é um covarde que tem medo à vida e que busca segurança nos braços sem carne da morte. Alguns heróis de guerra foram conhecidos como pessoas débeis e covardes, mas quando se viram cara a cara com a morte, seu terror foi tão espantoso, que se transformaram em terríveis feras buscando segurança para sua vida, fazendo um esforço supremo contra a morte. Então foram declarados HERÓIS. O medo costuma se confundir com o valor. Quem se suicida parece muito valente, quem carrega pistola parece muito valente, mas na realidade os suicidas e os pistoleiros são muito covardes. Quem não tem medo da vida não se suicida. Quem não tem medo de ninguém não carrega pistola ao cinto. É URGENTE que nossos mestres e mestras de escola ensinem ao cidadão de forma clara e precisa, o que é VALOR de verdade e o que é medo. O MEDO e a BUSCA de SEGURANÇA transformaram o mundo em um espantoso inferno. CAPITULO VII A AMBIÇÃO A AMBIÇÃO tem várias causas e uma delas é isso que se chama MEDO. O humilde rapaz, que nos parques das luxuosas cidades engraxa o sapato dos orgulhosos cavalheiros, poderia transformar-se em ladrão se chegasse a sentir medo da pobreza, medo de si mesmo, medo do seu futuro. A humilde modista, que trabalha no luxuoso armazém do monarca, poderia transformar-se em ladra ou prostituta da noite à manhã, se chegasse a sentir medo do futuro, medo da vida, medo da velhice, medo de si mesma, etc. O elegante garçom do restaurante de luxo, do grande hotel, poderia transformar-se em um Gangster, em um assaltante de bancos, ou em um ladrão muito fino, se por desgraça chegasse a sentir medo de si mesmo, de sua humilde posição de camareiro, de seu próprio futuro, etc. O insignificante inseto ambiciona ser elegante. O pobre empregado do balcão que atende à clientela e que com paciência nos mostra a gravata, a camisa, os sapatos, fazendo muitas referências e sorrindo com fingida mansidão, ambiciona algo mais porque tem medo, medo da miséria, medo de seu futuro sombrio, medo da velhice, etc. A AMBIÇÃO é multifacetada. A AMBIÇÃO tem cara de santo e cara de diabo, cara de homem e cara de mulher, cara de interesse e cara de desinteresse, cara de virtuoso e cara de pecador. Existe AMBIÇÃO naquele que quer casar-se e naquele VELHO SOLTEIRÃO inveterado a quem aborrece o matrimônio. Existe AMBIÇÃO naquele que deseja com loucura infinita “SER ALGUÉM”, “FIGURAR”, “SUBIR” e existe AMBIÇÃO naquele que se torna ERMITÃO, que não deseja nada deste mundo, porque sua única AMBIÇÃO é alcançar o CÉU, LIBERTAR-SE, etc. Existem AMBIÇÕES TERRENAIS e AMBIÇÕES ESPIRITUAIS. Às vezes a AMBIÇÃO usa a máscara do DESINTERESSE e do SACRIFÍCIO. Quem não AMBICIONA este mundo ruim e MISERÁVEL, AMBICIONA o outro, e quem não AMBICIONA dinheiro, AMBICIONA PODERES PSÍQUICOS. Para o EU, para MIM MESMO, para SI MESMO, lhe encanta esconder a AMBIÇÃO, colocá-la nos recantos mais secretos da mente e dizer logo: “EU NÃO AMBICIONO NADA”, “EU AMO A MEUS SEMELHANTES”, “EU TRABALHO DESINTERESSADAMENTE PELO BEM DE TODOS OS SERES HUMANOS”. O POLÍTICO RAPOSA e que sabe todas, assombra às vezes às multidões com suas obras aparentemente desinteressadas, mais quando abandona o emprego, é apenas normal que saia de seu país com alguns milhões de dólares. A AMBIÇÃO disfarçada com a MÁSSCARA DO DESINTERESSE, costuma enganar as pessoas mais astutas. Existem no mundo muitas pessoas que somente AMBICIONAM não ser AMBICIOSAS. São muitas as pessoas que renunciam a todas as pompas e vaidades do mundo porque somente AMBICIONAM sua própria AUTOPERFEIÇÃO ÍNTIMA. O penitente que caminha de joelhos até o templo e que se flagela cheio de fé, não ambiciona aparentemente nada e até se dá ao luxo de dar sem tirar nada de ninguém, mas é claro que AMBICIONA o MILAGRE, a cura, a saúde para si mesmo ou para algum familiar, o bem, ou a salvação eterna. Nós admiramos os homens e mulheres verdadeiramente religiosos, mas lamentamos que não amem sua religião com todo DESINTERESSE. As santas religiões, as seitas sublimes, seitas, ordens, sociedades espirituais, etc. merecem nosso AMOR DESINTERESSADO. É muito raro encontrar neste mundo alguma pessoa que ame sua religião, sua escola, sua seita, etc. desinteressadamente. Isso é lamentável. Todo o mundo está cheio de ambições. Hitler se lançou à guerra por ambição. Todas as guerras têm sua origem no medo e na AMBIÇÃO. Todos os problemas mais graves da vida têm sua origem na AMBIÇÃO. Todo o mundo vive em luta contra todo o mundo devido à ambição, uns contra os outros e todos contra todos. Toda pessoa na vida AMBICIONA SER ALGO e a pessoa de certa idade, mestres, pais de família, tutores, etc., estimulam as crianças, as senhoritas, os jovens, etc. a seguir pelo caminho horrível da AMBIÇÃO. Os mais velhos dizem aos alunos e alunas: “tens que ser algo na vida, tornar-se rico, casar-te com pessoa milionária, ser poderoso, etc., etc. As antigas gerações, horríveis, feias, antiquadas, querem que as novas gerações sejam também ambiciosas, feias e horríveis como eles. O mais grave de tudo isso é que a pessoa mais nova se deixa “MAREAR” e também se deixa conduzir por esse caminho horrível da AMBIÇÃO. Os mestres e mestras devem ensinar aos ALUNOS e ALUNAS que nenhum trabalho honrado merece desprezo, é absurdo olhar com desprezo o motorista do táxi, o empregado do balcão, o camponês, o engraxate de sapato, etc. Todo trabalho humilde é belo. Todo trabalho humilde é necessário na vida social. Nem todos nascemos para ser engenheiros, governadores, presidentes, doutores, advogados, etc. No conglomerado social são necessários todos os trabalhos, todos os ofícios, nenhum trabalho honrado pode jamais ser desprezado. Na vida prática cada ser humano serve para algo e o importante é saber para que serve cada um. É dever dos MESTRES e MESTRAS descobrir a VOCAÇÃO de cada estudante e orientar-lhe nesse sentido. Aquele que trabalhe na vida de acordo com sua VOCAÇÃO, trabalhará com AMOR VERDADEIRO e sem AMBIÇÃO. O AMOR deve substituir a AMBIÇÃO. A VOCAÇÃO é aquilo que realmente gostamos, naquela profissão que com alegria desempenhamos porque é o que nos agrada, o que AMAMOS. Na vida moderna infelizmente as pessoas trabalham a contragosto e por ambição porque exercem trabalhos que não coincidem com sua vocação. Quando uma pessoa trabalha no que gosta, em sua vocação verdadeira, o faz com AMOR porque AMA sua vocação, porque suas ATITUDES para a vida são precisamente as de sua vocação. Este precisamente é o trabalho dos mestres. Saber orientar seus alunos e alunas, descobrir suas aptidões, orientar-lhes pelo caminho de sua autêntica vocação. CAPITULO VIII O AMOR Desde os próprios bancos de escola os alunos e alunas devem compreender de forma ÍNTEGRA isso que se chama AMOR. O MEDO e a DEPENDÊNCIA costumam confundir-se com o AMOR, mas não são AMOR. Os alunos e alunas dependem de seus pais e mestres e é claro que lhes respeitam e temem por sua vez. Os meninos, as meninas, os jovens e senhoritas dependem de seus pais para aquilo do vestir, da comida, o dinheiro, o lar, etc. e resulta claro que se sentem protegidos, sabem que dependem de seus pais e por isso lhes respeitam e até lhes temem, mas isso não é AMOR. Para demonstrar o que estamos dizendo podemos verificar com total exatidão que toda criança, jovem ou senhorita, tem mais confiança em seus amiguinhos da escola, que em seus próprios pais. Realmente as crianças, jovens e senhoritas falam com seus companheirinhos, coisas íntimas que jamais na vida falariam com seus pais. Isso nos está demonstrando que não há confiança verdadeira entre filhos e pais, que não há verdadeiro AMOR. Faz-se URGENTE compreender que há uma diferença radical entre o AMOR e isso que é respeito, temor, dependência, medo. É URGENTE saber respeitar a nossos pais e mestres, mas não confundir o respeito com o AMOR. O RESPEITO e o AMOR devem estar INTIMAMENTE UNIDOS, mas não devemos confundir um com o outro. Os pais temem por seus filhos, desejam para eles o melhor: uma boa profissão, um bom matrimônio, proteção, etc. e confundem esse temor com o verdadeiro AMOR. Faz-se necessário compreender que sem AMOR VERDADEIRO é impossível que os pais e mestres possam guiar as novas gerações sabiamente ainda quando haja muito boas intenções. O caminho que conduz ao ABISMO está pavimentado com MUITO BOAS INTENÇÕES. Vemos o caso mundialmente conhecido dos “REBELDES SEM CAUSA”. Esta é uma epidemia mental que se propagou pelo mundo inteiro. Multidões de “CRIANÇAS DE BEM”, aparentemente muito amados por seus pais, muito mimados, muito queridos, assaltam transeuntes, indefesos, golpeiam e violentam mulheres, roubam, apedrejam, andam em turma causando danos por todas as partes, faltam o respeito aos mestres e pais de família, etc., etc., etc. Os “REBELDES SEM CAUSA” são o produto da falta de verdadeiro AMOR. Onde existe verdadeiro AMOR não pode existir “REBELDES SEM CAUSA”. Se os pais de família AMARAM de verdade seus filhos saberiam orientá-los inteligentemente e então não existiriam os “REBELDES SEM CAUSA”. Os rebeldes sem causa são o produto de uma má orientação. Os pais de família não tiveram suficiente AMOR para dedicar-se de verdade a orientar seus filhos sabiamente. Os pais de família modernos, somente pensam em dinheiro e dar ao filho mais e mais, e carro último modelo, trajes de última moda, etc., mas não amam de verdade não sabem amar e por isso “os rebeldes sem causa”. A superficialidade desta época deve-se à falta de AMOR VERDADEIRO. A vida moderna é semelhante a uma poça d’agua sem profundidade. No lago profundo da vida, podem viver muitas criaturas, muitos peixes, mas a poça situada na beira do caminho, seca logo com os ardentes raios do sol e então o único que fica é o lodo, a podridão, a feiura. É impossível compreender a beleza da vida em todo seu esplendor, se não aprendemos a amar. As pessoas confundem o respeito e o temor com isso que se chama AMOR. Respeitamos nossos superiores e lhes tememos e então acreditamos que lhes amamos. As crianças temem seus pais e mestres e lhes respeitam e então acreditam que lhes amam. A criança teme o látego, à palmatória, à má qualificação, à repreensão em casa ou na escola, etc. e então acredita que ama seus pais e mestres, mas na verdade somente lhes teme. Dependemos do emprego, do patrão, tememos à miséria, a ficarmos sem trabalho e então acreditamos que amamos o patrão e até velamos por seus interesses, cuidamos de suas propriedades, mas isso não é AMOR, isso é temor. Muitas pessoas têm medo por si mesmas nos mistérios da vida e da morte, medo a inquirir, investigar, compreender, estudar, etc. e então exclamam: “EU AMO A DEUS, E COM ISSO É SUFICIENTE!” Acreditam que amam Deus, mas na realidade não amam, temem. Em tempos de guerra a mulher sente que adora seu marido mais que nunca e anela com ansiedade infinita seu retorno a casa, mas na realidade não lhe ama, somente teme ficar sem seu marido, sem proteção, etc., etc., etc. A escravidão psicológica, a dependência, o depender de alguém, não é AMOR. É unicamente TEMOR e isso é tudo. A criança em seus estudos depende do MESTRE ou MESTRA e é claro que teme à EXPULSÃO, à má qualificação, à repreensão e muitas vezes acredita que lhe AMA, mas o que acontece é que lhe teme. Quando a mulher está no parto ou em perigo de morte por qualquer enfermidade, o marido acredita que a ama muito mais, mas na realidade o que acontece é que teme perdê-la, depende dela em muitas coisas, como comida, sexo, lavar roupa, carícias, etc. e teme perdê-la. Isso não é AMOR. Todo o mundo diz que adora a todo o mundo, mas não há isso: É muito raro encontrar na vida alguém que saiba AMAR VERDADEIRAMENTE. Se os pais amassem de verdade seus filhos, se os filhos amassem de verdade seus pais, se os Mestres amassem de verdade seus alunos e alunas não poderia haver guerras. As guerras seriam impossíveis em cem por cento. O que acontece é que a pessoa não compreendeu o que é amor, e a todo temor e a toda escravidão psicológica, e a toda paixão, etc. a confundem com isso que se chama AMOR. As pessoas não sabem AMAR, se a pessoa soubesse amar, a vida seria de fato um paraíso. Os APAIXONADOS acreditam que estão amando e muitos até seriam capazes de jurar com sangue que estão amando. Mas somente estão APAIXONADOS. Satisfeita a PAIXÃO, o castelo de naipes vem ao chão. A PAIXÃO somente engana a MENTE e o CORAÇÃO. Todo APAIXONADO acredita que está ENAMORADO. É muito raro encontrar na vida algum casal verdadeiramente enamorado. Abundam os casais APAIXONADOS, mas é dificílimo encontrar um casal de ENAMORADOS. Todos os artistas cantam ao AMOR, mas não sabem que coisa é o AMOR e confundem a PAIXÃO com o AMOR. Se há algo muito difícil nesta vida, é NÃO confundir a PAIXÃO com o AMOR. A PAIXÃO é o veneno mais delicioso e mais sutil que se pode conceber, sempre termina triunfando a preço de sangue. A PAIXÃO é SEXUAL cem por cento, a PAIXÃO é bestial, mas algumas vezes é também muito refinada e sutil. Sempre se confunde com o AMOR. Os mestres e mestras devem ensinar aos alunos, jovens e senhoritas, a diferenciar entre o AMOR e a PAIXÃO. Somente assim se evitarão mais tarde muitas tragédias na vida. Os mestres e mestras são obrigados a formar a responsabilidade dos alunos e alunas e por isso devem prepará-los devidamente para que não se convertam em trágicos durante a vida. É necessário compreender isso que é AMOR, isso que não se pode misturar com os ciúmes, paixões, violências, temor, apegos, dependência psicológica, etc., etc., etc. O AMOR desgraçadamente não existe nos seres humanos, mas tampouco é algo que se pode ADQUIRIR, comprar, cultivar como flor de estufa, etc. O AMOR deve NASCER em nós e somente NASCE quando compreendemos a fundo o que é o ÓDIO que levamos dentro, o que é o TEMOR, A PAIXÃO SEXUAL, o medo, a escravidão psicológica, a dependência, etc., etc., etc. Devemos compreender o que são estes defeitos PSICOLÓGICOS, devemos compreender como se processam em nós não somente no nível intelectual da vida, senão também em outros níveis ocultos e desconhecidos do SUBCONSCIENTE. Faz-se necessário extrair dos distintos recantos escondidos da mente todos esses defeitos. Somente assim nasce em nós de forma espontânea e pura, isso que se chama AMOR. É impossível querer transformar o mundo sem a labareda do AMOR. Somente o AMOR pode de verdade transformar o mundo. CAPITULO IX A MENTE Através da experiência pudemos comprovar que é impossível compreender ISSO QUE SE CHAMA AMOR, até que tenhamos compreendido de forma ÍNTEGRA o complexo problema da mente. Aqueles que supõem que a MENTE é o CÉREBRO, estão totalmente errados. A MENTE é ENERGÉTICA, sutil, pode independizar-se da MATÉRIA, pode em certos estados hipnóticos ou durante o sono normal, transportar-se a lugares muito remotos para ver e ouvir o que está acontecendo nesses lugares. Nos laboratórios de PARAPSICOLOGIA são feitas notáveis experiências com sujeitos em estado HIPNÓTICO. Muitos sujeitos em estado HIPNÓTICO puderam informar minuciosamente de detalhes sobre acontecimentos, pessoas e situações que durante seu transe hipnótico aconteceram a remotas distâncias. Os cientistas puderam verificar depois dessas experiências, a realidade dessas INFORMAÇÕES. Puderam comprovar a realidade dos fatos, a exatidão dos ACONTECIMENTOS. Com estas experiências dos laboratórios de PARAPSICOLOGIA está totalmente demonstrado pela observação e a experiência que o CÉREBRO não é a MENTE. Realmente e de toda verdade podemos dizer que a mente pode viajar através do tempo e do espaço, independentemente do cérebro, para ver e ouvir coisas que acontecem em lugares distantes. A REALIDADE das EXTRAPERCEPÇÕES SENSORIAIS está já ABSOLUTAMENTE demonstrada e somente para um completo louco ou a um idiota, poderia ocorrer-lhe negar a realidade das EXTRAPERCEPÇÕES. O cérebro é feito para elaborar o pensamento, mas não é o pensamento. O cérebro tão somente é o instrumento da MENTE, não é a mente. Nós precisamos estudar a fundo a mente se é que de verdade queremos conhecer de forma ÍNTEGRA isso que se chama AMOR. As crianças e os jovens, homens e mulheres, têm mentes mais elásticas, flexíveis, prontas, alertas, etc. Muitas são as crianças e jovens que gozam perguntando a seus pais e mestres, sobre tais e quais coisas, eles desejam saber algo mais, querem saber e por isso perguntam, observam, veem certos detalhes que os adultos desprezam ou não percebem. Conforme passam os anos, conforme avançamos em idade, a mente vai se cristalizando pouco a pouco. A mente dos anciãos está fixa, petrificada, já não muda nem a canhonaços. Os velhos já são assim e assim morrem, eles não mudam, tudo o abordam a partir de um ponto fixo. A "DECREPITUDE" dos velhos, seus preconceitos, ideias fixas, etc. parecem tudo junto uma PEDRA que não muda de nenhuma maneira. Por isso diz o dito vulgar “GÊNIO E FIGURA ATÉ A SEPULTURA”. Faz-se URGENTE que os mestres e mestras encarregados de formar a PERSONADIDADE dos alunos e alunas, estudem muito a fundo a mente, a fim de que possam orientar às novas gerações inteligentemente. É doloroso compreender a fundo, como através do tempo se vai petrificando a MENTE pouco a pouco. A MENTE é o matador do REAL, do verdadeiro. A MENTE destrói o AMOR. Quem chega à velhice já não é capaz de AMAR porque sua mente está cheia de dolorosas experiências, preconceitos, ideias fixas como ponta de aço, etc. Existem por aí, velhos verdes que se acreditam capazes de AMAR AINDA, mas o que acontece é que ditos velhos estão cheios de paixões sexuais senis e confundem à PAIXÃO com o AMOR. Todo “VELHO VERDE”, e “TODA VELHA VERDE” passam por tremendos estados luxuriosos passionais antes de morrer e eles acreditam que isso é AMOR. O AMOR dos velhos é impossível porque a mente o destrói com suas “DECREPTUDES” IDEIAS FIXAS, PRECONCEITOS, CIÚMES, “EXPERIÊNCIAS”, “LEMBRANÇAS”, paixões sexuais, etc., etc., etc. A MENTE é o pior inimigo do AMOR. Nos países SUPERCIVILIZADOS o AMOR já não existe porque a mente das pessoas somente cheira a fábricas, contas de banco, gasolina e celuloide. Existem muitas garrafas para a mente e a mente de cada pessoa está muito bem engarrafada. Uns têm a MENTE engarrafada no ABOMINÁVEL COMUNISMO, outros a têm engarrafada no desapiedado CAPITALISMO. Há aqueles que têm a MENTE ENGARRAFADA nos ciúmes, no ódio, no desejo de ser rico, na boa posição social, no pessimismo, no apego a determinadas pessoas, no apego a seus próprios sofrimentos, em seus problemas de família, etc., etc., etc. Encanta à pessoa engarrafar a MENTE, Raros são aqueles que se resolvem de verdade a quebrar em pedaços a garrafa. Precisamos LIBERTAR A MENTE, mas agrada à pessoa a escravidão, é muito raro encontrar alguém na vida que não tenha a MENTE bem engarrafada. Os mestres e mestras devem ensinar a seus alunos e alunas todas estas coisas. Devem ensinar às novas gerações a investigar sua própria mente, a observá-la, a compreendê-la, somente assim mediante a COMPREENSÃO a fundo podemos evitar que a mente se cristalize, se congele, se engarrafe. O único que pode transformar o mundo é isso que se chama AMOR, mas a mente destrói o AMOR. Precisamos estudar nossa própria mente, observá-la, investigá-la profundamente, compreendê-la verdadeiramente. Somente assim, somente tornando-nos amos de nós mesmos, de nossa própria mente, mataremos o matador do AMOR e seremos felizes de verdade. Aqueles que vivem fantasiando lindamente sobre o AMOR, aqueles que vivem fazendo projetos sobre o AMOR, aqueles que querem que o AMOR opere de acordo com seus gostos e desgostos, projetos e fantasias, normas e preconceitos, lembranças e experiências, etc. jamais poderão saber realmente o que é AMOR, de fato eles se converteram em inimigos do AMOR. É necessário compreender de forma ÍNTEGRA o que são os processos da mente em estado de acumulação de experiências. O mestre, a mestra, repreendem muitas vezes de forma justa, mas às vezes estupidamente e sem motivo verdadeiro, sem compreender que toda repreensão injusta fica depositada na mente dos estudantes, o resultado de semelhante procedimento errado costuma ser a perda do AMOR para o MESTRE, para a MESTRA. A MENTE destrói o AMOR e isto é algo que os MESTRES e MESTRAS de escolas, colégios e universidades não devem esquecer jamais. É necessário compreender a fundo todos esses processos mentais que acabam com a beleza do AMOR. Não basta ser pai ou mãe de família, há que saber AMAR. Os pais e mães de família acreditam que amam seus filhos e filhas porque os têm, porque são seus, porque os possuem, como quem tem uma bicicleta, um automóvel, uma casa. Esse sentido de possessão, de dependência, costuma confundirse com o AMOR, mas jamais poderia ser AMOR. Os mestres e mestras de nosso segundo lar que é a escola, acreditam que amam seus discípulos, suas discípulas, porque lhes pertencem como tais, porque os possuem, mas isso não é AMOR. O sentido de posse ou dependência NÃO É AMOR. A MENTE destrói o AMOR e somente compreendendo todos os funcionalismos errados da mente, nossa forma absurda de pensar, nossos maus costumes, hábitos automáticos, mecanicistas, maneira equivocada de ver as coisas, etc. podemos chegar a vivenciar, a experimentar de VERDADE isso que não pertence ao tempo, isso que se chama AMOR. Aqueles que querem que o AMOR se converta em uma peça de sua própria máquina rotineira, aqueles que querem que o AMOR caminhe pelos caminhos estreitos errados de seus próprios preconceitos, apetites, temores, experiências da vida, modo egoísta de ver as coisas, forma equivocada de pensar, etc. acabam de fato com o AMOR porque este jamais se deixa submeter. Aqueles que querem que o AMOR funcione como EU QUERO, como EU DESEJO, como EU PENSO, perdem o AMOR porque CUPIDO, o DEUS do AMOR, não está disposto jamais a deixarse escravizar pelo EU. Tem que acabar com o EU, com o MIM MESMO, com o SI MESMO para não perder o menino do AMOR. O EU é um monte de lembranças, apetites, temores, ódios, paixões, experiências, egoísmos, invejas, cobiças, luxúria, etc., etc., etc. Somente compreendendo cada defeito em separado; somente estudando-o, observando-o diretamente não somente na região intelectual, senão também em todos os níveis subconscientes da mente, vai desaparecendo cada defeito vamos morrendo de momento a momento. Assim e somente assim conseguimos a desintegração do EU. Aqueles que querem engarrafar o AMOR dentro da horrível garrafa do eu, perdem o AMOR, ficam sem ele, porque o AMOR jamais pode ser engarrafado. Desgraçadamente a pessoa quer que o AMOR se comporte de acordo com seus próprios hábitos, desejos, costumes, etc., a pessoa quer que o AMOR se submeta ao EU e isso é completamente impossível porque o AMOR não obedece ao EU. Os casais de enamorados, ou melhor dizermos apaixonados, supõem que o AMOR deve marchar fielmente pelos trilhos de seus próprios desejos, concupiscências, erros, etc., e nisto estão totalmente equivocados. Falemos dos dois, dizem os enamorados ou apaixonados sexualmente, que é o que mais abunda neste Mundo, e, logo vêm os diálogos, os projetos, os anseios e suspiros. Cada um diz algo, expõe seus projetos, seus desejos, sua maneira de ver as coisas da vida e quer que o AMOR se mova como uma máquina de ferrovia pelos trilhos de aço traçados pela mente. Quão equivocados andam esses Enamorados ou apaixonados! Que longe estão da realidade. O AMOR não obedece ao EU e quando querem os cônjuges colocar-lhes correntes no pescoço e submetê-lo, foge deixando o casal em desgraça. A MENTE tem o mal gosto de comparar. O homem compara uma noiva com outra. A mulher compara um homem com outro. O Mestre compara um aluno com outro, uma aluna com outra como se todos seus alunos não merecessem o mesmo apreço. Realmente toda comparação é ABOMINÁVEL. Quem contempla um belo pôr de sol e o compara com outro, não sabe realmente compreender a beleza que tem ante seus olhos. Quem contempla uma bela montanha e a compara com outra que viu ontem, não está realmente compreendendo a beleza da montanha que tem ante seus olhos. Onde existe COMPARAÇÃO não existe o AMOR VERDADEIRO. O Pai e a Mãe que amam seus filhos de verdade, jamais os compararão com ninguém, lhes amam e isso é tudo. O marido que realmente ama sua esposa, jamais comete o erro de compará-la com ninguém, ama-lhe e isso é tudo. O MESTRE ou a Mestra que ama seus alunos e alunas jamais os discriminam, nunca lhes comparam entre si, amam-lhes de verdade e isso é tudo... A Mente Dividida pelas comparações, a mente escrava do DUALISMO, destrói o AMOR. A Mente dividida pelo batalhar dos opostos não é capaz de compreender o novo, se petrifica, se congela. A MENTE TEM MUITAS PROFUNDIDADES, Regiões, terrenos subconscientes, esconderijos, mas o melhor é a ESSÊNCIA, a CONSCIÊNCIA e está no Centro. Quando o DUALISMO acaba, quando a mente se torna ÍNTEGRA, SERENA, QUIETA, PROFUNDA, quando já não compara, então desperta A ESSÊNCIA, A CONSCIÊNCIA e esse deve ser o verdadeiro objetivo da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Distingamos entre OBJETIVO e SUBJETIVO. No OBJETIVO há consciência desperta. No SUBJETIVO há Consciência adormecida, SUBCONSCIÊNCIA. Somente a CONSCIÊNCIA CONHECIMENTO OBJETIVO. OBJETIVA pode gozar do A informação intelectual que atualmente recebem os Alunos e Alunas de todas as Escolas, Colégios e Universidades, é SUBJETIVA cem por cento. O CONHECIMENTO OBJETIVO não pode ser adquirido sem CONSCIÊNCIA OBJETIVA. Os Alunos e Alunas devem chegar primeiro AUTOCONSCIÊNCIA e depois à CONSCIÊNCIA OBJETIVA. à Somente pelo CAMINHO DO AMOR podemos chegar á CONSCIÊNCIA OBJETIVA e o CONHECIMENTO OBJETIVO. É necessário compreender o COMPLEXO PROBLEMA DA MENTE se é que de verdade queremos percorrer o CAMINHO DO AMOR. CAPITULO X SABER ESCUTAR No mundo existem muitos oradores que surpreendem por sua eloquência, mas são poucas as pessoas que sabem escutar. Saber escutar é muito difícil, poucas são de verdade as pessoas que de verdade sabem escutar. QUANDO FALA O MESTRE, a mestra, o conferencista, o auditório parece estar muito atento, como seguindo em detalhes cada palavra do orador, tudo dá a ideia de que estão escutando, de que se encontram em estado de alerta, mas no fundo psicológico de cada indivíduo há um secretário que traduz cada palavra do orador. ESTE SECRETÁRIO É O EU, O MIM MESMO, O SI MESMO. O trabalho de dito secretário consiste em interpretar mal, traduzir mal as palavras do orador. O EU traduz de acordo com seus preconceitos, temores, orgulho, ansiedades, ideias, memórias, etc., etc., etc. Os alunos na escola, as alunas, os indivíduos que somados constituem o auditório que escuta, realmente não estão escutando o orador, se estão escutando a si mesmos, estão escutando a seu próprio EGO, a seu querido EGO MAQUIAVÉLICO, que não está disposto a aceitar o REAL, o VERDADEIRO, o ESSENCIAL. Somente em estado de alerta NOVIDADE, com MENTE ESPONTÂNEA livre do peso do passado, em estado de plena RECEPTIVIDADE, podemos realmente escutar sem a intervenção desse péssimo secretário de mau agouro chamado EU, MIM MESMO, SI MESMO, EGO. Quando a mente está condicionada pela memória, somente repete o que tem acumulado. A Mente condicionada pelas experiências de tantos e tantos ontem, somente pode ver o presente através das lentes turvas do passado. SE QUEREMOS SABER ESCUTAR, se queremos aprender a escutar para descobrir o novo, devemos viver de acordo com a filosofia da MOMENTANIEDADE. É urgente viver de momento em momento sem as preocupações do passado, e sem os projetos do futuro. A VERDADE é o desconhecido de momento em momento, nossas mentes devem estar sempre alertas, em plena atenção, livres de preconceitos, a fim de ser realmente receptivas. Os Mestres e Mestras de escola devem ensinar a seus alunos e alunas, o profundo significado que se encerra nisso de saber escutar. É necessário aprender a viver sabiamente, reafirmar nossos sentidos, refinar nossa conduta, nossos pensamentos, nossos sentimentos. De nada serve ter uma grande cultura acadêmica, se não sabemos escutar, se não somos capazes de descobrir o novo de momento em momento. Precisamos refinar a atenção, refinar nossos modos, refinar nossas pessoas, as coisas, etc., etc., etc. É impossível ser verdadeiramente refinado quando não sabemos escutar. As Mentes toscas, deterioradas, degeneradas, jamais sabem escutar, jamais sabem descobrir o novo, essas Mentes somente compreendem, somente entendem de forma errada as traduções absurdas desse secretário satânico chamado EU, MIM MESMO, EGO. Ser refinado é algo muito difícil e requer plena atenção. Alguém pode ser pessoa muito refinada nas modas, trajes, vestidos, jardins, automóveis, amizades, e, no entanto, continuar no íntimo sendo rude, tosco, pesado. Quem sabe viver de momento em momento, marcha realmente pelo caminho do verdadeiro refinamento. Quem tiver Mente receptiva, espontânea, íntegra, alerta, caminha pelo caminho do autêntico refinamento. Quem se abre a tudo que é novo abandonando o peso do passado, os preconceitos, receios, fanatismos, etc., marcha triunfalmente pelo caminho do legítimo refinamento. A mente degenerada vive engarrafada no passado, nos preconceitos, orgulho, amor próprio, etc., etc. A mente degenerada não sabe ver o novo, não sabe escutar, está condicionada pelo AMOR PRÓPRIO. Os fanáticos do MARXISMO-LENINISMO não aceitam o novo; não admitem a quarta CARACTERÍSTICA de todas as coisas, a quarta DIMENSÃO, por amor próprio, se querem muito a si mesmos, se apegam a suas próprias teorias materialistas absurdas e quando os situamos no terreno dos feitos concretos, quando lhes demonstramos o absurdo de seus sofismas, levantam o braço esquerdo, olham os ponteiros de seu relógio de pulso, dão uma desculpa evasiva e se vão. Essas são mentes degeneradas, mentes decrépitas que não sabem escutar, que não sabem descobrir o novo, que não aceitam a realidade porque estão engarrafadas no AMOR PRÓPRIO. Mentes que se querem muito a si mesmas, mentes que não sabem de REFINAMENTOS CULTURAIS, mentes toscas, mentes rudes, que somente escutam seu querido EGO. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina a escutar, ensina a viver sabiamente. Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem ensinar a seus alunos e alunas o caminho autêntico do verdadeiro refinamento vital. De nada serve permanecer dez e quinze anos dentro de escolas, colégios e universidades, se ao sair somos internamente verdadeiros porcos em nossos pensamentos, ideias, sentimentos e costumes. Precisa-se da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL de forma urgente porque as novas gerações significam o começo de uma nova era. Chegou a hora da REVOLUÇÃO VERDADEIRA, chegou o instante da REVOLUÇÃO FUNDAMENTAL. O passado é o passado e já deu seus frutos. Precisamos compreender o profundo significado do momento em que vivemos. CAPITULO XI SABEDORIA E AMOR A SABEDORIA e o AMOR são as duas colunas torais de toda verdadeira civilização. Em um prato da balança da justiça devemos colocar a SABEDORIA, no outro prato devemos colocar o AMOR. A Sabedoria e o Amor devem equilibrar-se mutuamente. A Sabedoria sem Amor é um elemento destrutivo. O Amor sem Sabedoria pode conduzir-nos ao erro: “AMOR É LEI, MAS AMOR CONSCIENTE”. É necessário estudar muito e adquirir conhecimentos, mas é também URGENTE desenvolver em nós o SER ESPIRITUAL. O conhecimento sem o SER ESPIRITUAL bem desenvolvido de forma harmoniosa dentro de nós, vem a ser a causa disso que se chama SAFADEZA. O SER bem desenvolvido dentro de nós, mas sem conhecimentos intelectuais de nenhuma espécie, dá origem a Santos estúpidos. Um Santo estúpido possui o SER ESPIRITUAL muito desenvolvido, mas como não tem conhecimentos intelectuais, não pode fazer nada porque não sabe como fazer. O SANTO estúpido tem o poder de Fazer, mas não pode fazer porque não sabe como fazer. O conhecimento intelectual sem o SER ESPIRITUAL bem desenvolvido produz confusão intelectual, perversidade, orgulho, etc., etc. Durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de cientistas desprovidos de todo elemento Espiritual em nome da ciência e da humanidade, cometeram crimes espantosos com o propósito de fazer experiências científicas. Necessitamos formar uma poderosa cultura intelectual, mas equilibrada tremendamente com a verdadeira Espiritualidade consciente. Precisamos de uma ÉTICA REVOLUCIONÁRIA e de uma PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA se é que de verdade queremos dissolver o EU para desenvolver o SER legitimamente Espiritual em nós. É lamentável que por falta de AMOR as pessoas utilizem o INTELECTO de forma destrutiva. Os alunos e alunas precisam estudar ciências, história, matemática, etc., etc. É necessário adquirir os conhecimentos vocacionais, com o propósito de ser úteis ao próximo. Estudar é necessário. Acumular conhecimentos básicos é indispensável, mas o medo não é indispensável. Muitas pessoas acumulam conhecimentos por medo: tem Medo da vida, da morte, da fome, da miséria, do que dirão etc., e por esse motivo estudam. Deve-se estudar por Amor a nossos semelhantes com o anelo de servir-lhes melhor, mas jamais se deve estudar por medo. Na vida prática pudemos comprovar que todos aqueles estudantes que estudam por medo, cedo ou tarde convertem-se em velhacos. Precisamos ser sinceros conosco mesmos para nos autoobservar-nos e descobrir em nós mesmos todos os processos do medo. Não devemos esquecer jamais na vida que o medo tem muitas fases. Às vezes o medo se confunde com o valor. Os soldados no campo de batalha parecem muito valentes, mas na verdade se movem e brigam devido ao medo. O suicida também parece à primeira vista muito valente, mas na verdade é um covarde que tem medo da vida. Todo velhaco na vida aparenta ser muito valente, mas no fundo é um covarde. Os velhacos costumam utilizar a profissão e o poder de forma destrutiva quando têm medo. Exemplo: Castro Ruz; em Cuba. Nós jamais nos pronunciamos contra a experiência da vida prática nem contra o cultivo do intelecto, mas condenamos a falta de AMOR. O conhecimento e as experiências da vida resultam destrutivas quando falta o AMOR. O EGO costuma capturar as experiências e os conhecimentos intelectuais quando existe ausência disso que se chama AMOR. O EGO abusa das experiências e do intelecto quando os utiliza para robustecer-se. Desintegrando o EGO, EU, MIM MESMO, as experiências e o intelecto ficam nas mãos do SER ÍNTIMO e todo abuso torna-se então impossível. Todo estudante deve orientar-se pelo caminho vocacional e estudar muito a fundo todas as teorias que se relacionem com sua vocação. O estudo, o intelecto, não prejudicam ninguém, mas não devemos abusar do intelecto. Necessitamos estudar para não abusar da mente. Abusa da mente quem quer estudar as teorias de diferentes vocações, quem quer prejudicar a outros com o intelecto, quem exerce violência sobre a mente alheia, etc., etc., etc. É necessário estudar as matérias profissionais e as matérias espirituais para ter uma mente equilibrada. É URGENTE chegar à SÍNTESE intelectual e à síntese Espiritual se o que queremos de verdade é uma mente equilibrada. Os Mestres e Mestras de Escolas, colégios, Universidades, etc., devem estudar a fundo nossa Psicologia Revolucionária se é que de verdade querem conduzir seus estudantes pelo caminho da REVOLUÇÃO FUNDAMENTAL. É necessário que os estudantes adquiram o SER ESPIRITUAL, desenvolvam em si mesmos o SER VERDADEIRO, para que saiam da Escola convertidos em indivíduos responsáveis e não em estúpidos VELHACOS. De nada serve a Sabedoria sem Amor. O intelecto sem Amor somente produz velhacos. A Sabedoria em si mesma é Substância Atômica, capital Atômico que somente deve ser administrado por indivíduos cheios de verdadeiro Amor. CAPITULO XII GENEROSIDADE É necessário amar e ser amado, mas para desgraça do mundo as pessoas nem amam nem são amadas. Isso que se chama amor é algo desconhecido para as pessoas e o confundem facilmente com a paixão e com o temor. Se as pessoas pudessem amar e serem amadas, as guerras seriam completamente impossíveis sobre a face da terra. Muitos casamentos que poderiam verdadeiramente ser felizes, desgraçadamente não o são devido aos velhos ressentimentos acumulados na memória. Se os cônjuges tivessem generosidade, esqueceriam o passado doloroso e viveriam em plenitude, cheios de verdadeira felicidade. A mente mata o amor, o destrói. As experiências, os velhos desgostos, os antigos ciúmes, tudo isto acumulado na memória, destrói o amor. Muitas mulheres ressentidas poderiam ser felizes se tivessem generosidade suficiente como para esquecer o passado e viver no presente adorando o marido. Muitos maridos poderiam ser verdadeiramente felizes com suas esposas se tivessem generosidade suficiente, como para perdoar velhos erros e esquecer brigas e problemas acumulados na memória. É necessário, é urgente que os casamentos compreendam o profundo significado do momento. Maridos e mulheres devem sentir-se sempre como recémcasados, esquecendo o passado e vivendo alegremente no presente. O amor e os ressentimentos são substâncias atômicas incompatíveis. No amor não pode existir ressentimentos de nenhuma espécie. O amor é eterno perdão. Existe amor naqueles que sentem angústia verdadeira pelos sofrimentos de seus amigos e inimigos. Existe amor verdadeiro naquele que de todo coração trabalha pelo bem-estar dos humildes, dos pobres, dos necessitados. Existe amor naquele que de maneira espontânea e natural sente simpatia pelo camponês que rega o sulco com seu suor, pelo aldeão que sofre, pelo mendigo que pede uma moeda e pelo humilde cachorro angustiado e doente que morre de fome à beira do caminho. Quando de todo coração ajudamos alguém, quando de forma natural e espontânea cuidamos da árvore e regamos as flores do jardim sem que ninguém nos exija, há autêntica generosidade, verdadeira simpatia, verdadeiro amor. Infelizmente para o mundo, as pessoas não têm verdadeira generosidade. As pessoas só se preocupam com suas próprias realizações egoístas, anseios, êxitos, conhecimentos, experiências, sofrimentos, prazeres, etc., etc. No mundo existem muitas pessoas, que somente possuem falsa generosidade. Existe falsa generosidade no político astuto, na raposa eleitoral que desperdiça dinheiro com o propósito egoísta de conseguir poder, prestígio, posição, riquezas, etc., etc. Não devemos confundir gato com lebre. A verdadeira generosidade é absolutamente desinteressada, mas facilmente pode-se confundir com a falsa generosidade egoísta das raposas da política, dos malandros capitalistas, dos sátiros que cobiçam uma mulher, etc., etc. Devemos ser generosos de coração. A generosidade verdadeira não é da Mente, a generosidade autêntica é o perfume do coração. Se as pessoas tivessem generosidade esqueceriam todos os ressentimentos acumulados na memória, todas as experiências dolorosas dos muitos ontem, e aprenderiam a viver de momento em momento, sempre felizes, sempre generosos, cheios de verdadeira sinceridade. Desgraçadamente o EU é memória e vive no passado, quer sempre voltar ao passado. O passado acaba com as pessoas, destrói a felicidade, mata o amor. A mente engarrafada no passado jamais pode compreender de forma íntegra o profundo significado do momento em que vivemos. São muitas as pessoas que nos escrevem buscando consolo, pedindo um bálsamo precioso para sanar seu dolorido coração, mas são poucos aqueles que se preocupam em consolar o aflito. São muitas as pessoas que nos escrevem para nos relatar o estado miserável em que vivem, mas são raros aqueles que partem o único pão que lhes há de alimentar para compartilhá-lo com os outros necessitados. As pessoas não querem entender que atrás de todo efeito existe uma causa e que somente alterando a causa modificamos o efeito. O EU, nosso querido EU, é energia que viveu em nossos antecessores e que originou certas causas passadas cujos efeitos presentes condicionam nossa existência. Precisamos de GENEROSIDADE para modificar causas e transformar efeitos. Precisamos de generosidade para dirigir sabiamente o barco de nossa existência. Precisamos de generosidade para transformar radicalmente nossa própria vida. A legítima generosidade efetiva não é da mente. A autêntica simpatia e o verdadeiro afeto sincero, jamais podem ser o resultado do medo. É necessário compreender que o medo destrói a simpatia, acaba com a generosidade do coração e aniquila em nós o perfume delicioso do AMOR. O medo é a raiz de toda corrupção, a origem secreta de toda guerra, o veneno mortal que degenera e mata. Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades devem compreender a necessidade de encaminhar seus alunos e alunas pelo caminho da generosidade verdadeira, o valor, e a sinceridade do coração. As pessoas rançosas e desajeitadas da passada geração, em vez de compreender o que é esse veneno do medo, cultivaramno como flor fatal de estufa. O resultado de semelhante proceder foi a corrupção, o caos e a anarquia. Os mestres e mestras devem compreender a hora em que vivemos, o estado crítico em que nos encontramos, e a necessidade de levantar as novas gerações sobre as bases de uma ética revolucionária, que esteja em sintonia com a era atômica que nestes instantes de angústia e de dor, se está iniciando entre o augusto trovejar do pensamento. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL se baseia em uma Psicologia revolucionária e em uma ética revolucionária, de acordo com o novo ritmo vibratório da nova era. O sentido de cooperação terá que afastar totalmente o horrível batalhar da competência egoísta. Faz-se impossível saber cooperar quando excluímos o princípio de generosidade efetiva e revolucionária. É urgente compreender em forma íntegra, não somente no nível intelectual, mas também nos distintos esconderijos inconscientes da mente inconsciente e subconsciente, o que é a falta de generosidade e o horror do egoísmo. Somente fazendo consciência do que é em nós o egoísmo e a falta de generosidade, brota em nosso coração a fragrância deliciosa do VERDADEIRO AMOR e da EFETIVA GENEROSIDADE que não é da mente. CAPITULO XIII COMPREENSÃO E MEMÓRIA Recordar é tratar de armazenar na mente o que temos visto e ouvido, o que temos lido, o que outras pessoas nos disseram, o que nos aconteceu etc., etc., etc. Os mestres e mestras querem que seus alunos e alunas armazenem em sua memória suas palavras, suas frases, o que está escrito nos textos escolares, capítulos inteiros, tarefas esmagadoras, com todos os seus pontos e vírgulas, etc. Passar nos exames significa rememorar o que nos disseram, o que temos lido mecanicamente, verbalizar memória, repetir como papagaios, louros e caturritas, tudo o que temos armazenado na memória. É necessário que a nova geração entenda que repetir como disco de Radio-emissora todas as gravações feitas na memória, não significa ter compreendido a fundo. Recordar não é compreender, de nada serve recordar sem compreender, a lembrança pertence ao passado, é algo morto, algo que já não tem vida. É indispensável, é urgente e de palpitante atualidade que todos os alunos e alunas de escolas, colégios e universidades entendam realmente o profundo significado da profunda compreensão. COMPREENDER é algo imediato, direto, algo que vivenciamos intensamente, algo que experimentamos muito profundamente e que inevitavelmente vem a converter-se na verdadeira MOLA da ação consciente. Recordar, rememorar é algo morto, pertence ao passado e infelizmente se converte em ideal, em lema, em ideia, em idealismo que queremos imitar mecanicamente e seguir inconscientemente. Na COMPREENSÃO VERDADEIRA, na compreensão profunda, na íntima compreensão a fundo somente há pressão íntima da consciência, pressão constante nascida da essência que levamos dentro e isso é tudo. A compreensão autêntica se manifesta como ação espontânea, natural, simples, livre do processo deprimente da eleição; pura, sem indecisões de nenhuma espécie. A COMPREENSÃO convertida em MOLA SECRETA da ação é formidável, maravilhosa, edificante e essencialmente dignificante. A ação baseada na recordação do que temos lido, do ideal a que aspiramos, da norma, da conduta que nos ensinaram, das experiências acumuladas na memória, etc., é calculadora, depende da opção deprimente, é dualista, se baseia na eleição conceitual e somente conduz inevitavelmente ao erro e a dor. Isso de acomodar a ação à recordação, isto de tratar de modificar a ação para que coincida com as recordações acumuladas na memória, é algo artificioso, absurdo sem espontaneidade e que inevitavelmente só pode conduzir-nos ao erro e a dor. Isso de passar nos exames, isso de passar de ano, faz qualquer mentecapto que tenha uma boa dose de astúcia e memória. Compreender as matérias que foram estudadas e nas quais vão nos examinar, é algo muito diferente, nada tem a ver com a memória, pertence à verdadeira inteligência que não deve ser confundida com o intelectualismo. Aquelas pessoas que querem basear todos os atos de sua vida nos ideais, teorias e lembranças de toda espécie acumuladas nos porões da memória, andam sempre de comparação em comparação e onde existe comparação existe também a inveja. Essas pessoas comparam suas pessoas, seus familiares, seus filhos com os filhos do vizinho, com as pessoas vizinhas. Comparam sua casa, seus móveis, suas roupas, todas as suas coisas, com as coisas do vizinho ou dos vizinhos ou do próximo. Comparam suas ideias, a inteligência de seus filhos com as ideias de outras pessoas, com inteligência de outras pessoas e vem a inveja que se converte então na mola secreta da ação. Para desgraça do mundo todo o mecanismo da sociedade se baseia na inveja e espírito aquisitivo. Todo o mundo inveja todo o mundo. Invejamos as ideias, as coisas, as pessoas e queremos adquirir dinheiro e mais dinheiro, novas teorias, novas ideias que acumulamos na memória, novas coisas para deslumbrar nossos semelhantes, etc. Na COMPREENSÃO VERDADEIRA, legítima, autêntica, existe verdadeiro amor e não mera verbalização da memória. As coisas que são lembradas, aquilo que é confiado à memória, logo cai no esquecimento porque a memória é infiel. Os estudantes depositam nos armazéns da memória, ideais, teorias, textos que de nada servem na vida prática porque no final desaparecem da memória sem deixar rastro algum. As pessoas que vivem somente lendo e lendo mecanicamente, as pessoas que gozam armazenando teorias entre os porões da memória destroem a mente, a danificam miseravelmente. Nós não nos pronunciamos contra o verdadeiro estudo profundo e consciente baseado na compreensão de fundo. Nós somente condenamos os métodos antiquados da pedagogia extemporânea. Condenamos todo sistema mecânico de estudo, toda memorização, etc. A recordação sai sobrando onde existe verdadeira compreensão. Precisamos estudar, precisam-se dos livros úteis, precisam-se dos mestres e mestras de escola, colégios, universidades. Necessita-se o GURU, os guias espirituais, mahatmas, etc., mas é necessário compreender em forma íntegra os ensinamentos e não meramente depositá-los entre as adegas da infiel memória. Jamais poderemos ser verdadeiramente livres enquanto tenhamos o mau gosto de estar nos comparando a si mesmos com a recordação acumulada na memória, com o ideal, com o que ambicionamos chegar a ser e não somos, etc., etc. Quando verdadeiramente compreendemos os ensinamentos recebidos, não precisamos recordá-los na memória, nem convertê-los em ideais. Onde tem comparação do que somos aqui e agora com o que queremos chegar a ser mais tarde, onde existe comparação de nossa vida prática com o ideal ou modelo ao qual queremos nos acomodar, não pode existir verdadeiro amor. Toda comparação é abominável, toda comparação trás medo, inveja, orgulho, etc. Medo de não conseguir o que queremos, inveja pelo progresso alheio, orgulho porque nos acreditamos superiores aos demais. O importante na vida prática em que vivemos, já sejamos feios, invejosos, egoístas, cobiçosos, etc., é não presumir-nos santos, partir do zero absoluto, e compreendermos a si mesmos profundamente, tal como somos e não como queremos chegar a ser ou como presumimos ser. É impossível dissolver o EU, o MIM MESMO, se não aprendemos a observarmos, a perceber para compreender o que realmente somos aqui e agora de forma efetiva e absolutamente prática. Se realmente queremos compreender devemos escutar nossos mestres, mestras, gurus, sacerdotes, preceptores, guias espirituais, etc., etc. Os meninos, e meninas da nova onda perderam o sentido do respeito, da veneração a nossos pais, mestres, mestras, guias espirituais, gurus, mahatmas, etc. É impossível compreender os ensinamentos quando não sabemos venerar e respeitar a nossos pais, mestres, preceptores e guias espirituais. A simples recordação mecânica do que aprendemos somente de memória sem compreensão de fundo, mutila a mente e o coração e forma inveja, medo, orgulho, etc. Quando de verdade sabemos escutar em forma consciente e profunda surge dentro de nós um poder maravilhoso, uma compreensão formidável, natural, simples, livre de todo processo mecânico, livre de toda celebração, livre de toda recordação. Se o cérebro do estudante é descarregado do enorme esforço de memória que deve realizar, será totalmente possível ensinar a estrutura do núcleo e a tabela periódica dos elementos aos alunos de segundo ensinamento e fazer compreender a relatividade e os e os Quanta a um bacharel. Como temos praticado com alguns professores e professoras de escolas secundárias, compreendemos que se prendem com verdadeiro fanatismo à velha pedagogia antiquada extemporânea. Querem que os alunos e alunas aprendam tudo de memória embora não o compreendam. Às vezes aceitam que é melhor compreender que memorizar, mas então insistem em que as fórmulas de física, química, matemática, etc. devem ser gravadas na memória. É claro que dito conceito é falso, porque quando uma fórmula de física, química, matemática, etc., é devidamente compreendida não somente no nível intelectual, senão também nos outros níveis da mente como são o inconsciente, subconsciente, infraconsciente etc., etc., etc. Não é necessário gravar na memória, vem para fazer parte de nossa psique e pode manifestar-se como conhecimento instintivo imediato quando circunstâncias da vida o exigem. Este conhecimento ÍNTEGRO vem para nos dar uma forma de CONSCIÊNCIA, um modo de manifestação consciente objetiva. A compreensão de fundo e em todos os níveis da mente somente é possível mediante a meditação introspectiva profunda. CAPITULO XIV INTEGRAÇÃO Um dos anelos maiores da Psicologia é chegar à INTEGRAÇÃO TOTAL. Se o EU fosse INDIVIDUAL, o problema da INTEGRAÇÃO PSICOLÓGICA seria resolvido com grande facilidade, mas para desgraça do mundo o EU existe dentro de cada pessoa de forma PLURALIZADA. O EU PLURALIZADO é a causa fundamental de todas as nossas íntimas contradições. Se pudéssemos nos ver em um espelho de corpo inteiro tal como somos PSICOLOGICAMENTE com todas as nossas contradições íntimas, chegaríamos à penosa conclusão de que não temos ainda a verdadeira individualidade. O organismo humano é uma máquina maravilhosa controlada pelo EU PLURALIZADO que é estudado a fundo pela PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA. “Vou ler o jornal”, diz o EU INTELECTUAL; “Quero assistir à festa”, exclama o EU EMOCIONAL; “aos DIABOS com a festa”, rosna o EU DO MOVIMENTO, “melhor vou passear”, “EU não quero passear”, grita o EU do instinto de conservação, tenho fome e vou comer, etc. Cada um dos pequenos EUS que constituem o EGO quer mandar, ser o amo, o senhor. À luz da Psicologia revolucionária podemos compreender que o EU é legião e que o Organismo é uma máquina. Os pequenos EUS brigam entre si, lutam pela supremacia, cada um quer ser o chefe, o amo, o senhor. Isto explica o lamentável estado de desintegração psicológica em que vive o pobre animal intelectual equivocadamente chamado HOMEM. É necessário compreender o que significa a palavra DESINTEGRAÇÃO em PSICOLOGIA. Desintegrar-se é desbaratar-se, dispersar-se, desgarrar-se, contradizer-se, etc. A principal causa de DESINTEGRAÇÃO PSICOLÓGICA é a inveja que costuma manifestar-se às vezes de formas esquisitamente sutis e deliciosas. A inveja é polifacética e existem milhares de razões para justificála. A inveja é a mola secreta de toda a maquinaria social. Aos Imbecis lhes encanta justificar a inveja. O rico inveja o rico e quer ser mais rico. Os pobres invejam os ricos e querem ser ricos também. O que escreve inveja o que escreve e quer escrever melhor. O que tem muita experiência inveja o que tem mais experiência e deseja ter mais que aquele. As pessoas não se contentam com pão, abrigo e refúgio. A mola secreta da inveja pelo automóvel alheio, pela casa alheia, pelo traje do vizinho, pelo muito dinheiro do amigo ou do inimigo, etc., produz desejos de melhorar, adquirir coisas e mais coisas, vestidos, trajes, virtudes, para não ser menos que outros etc., etc., etc. O mais trágico de tudo isto é que o processo cumulativo de experiências, virtudes, coisas, dinheiro, etc. robustece o EU PLURALIZADO, intensificando-se então dentro de nós mesmos, as íntimas contradições, as espantosas rupturas, as batalhas cruéis de nosso foro íntimo, etc., etc., etc. Tudo isso é dor. Nada disso pode trazer contentamento verdadeiro ao coração aflito. Tudo isso produz aumento da crueldade em nossa psique, multiplicação da dor, descontentamento cada vez mais profundo. O EU PLURALIZADO encontra sempre justificativas até para os piores delitos e a esse processo de invejar, adquirir, acumular, conseguir, embora seja às custas do trabalho alheio, chama-se evolução, progresso, avanço, etc. As pessoas têm a consciência adormecida e não percebem que são invejosas, cruéis, cobiçosas, ciumentas, e quando por algum motivo chegam a dar-se conta de tudo isto, então se justificam, condenam, buscam evasivas, mas não compreendem. A inveja é difícil de se descobrir devido ao fato concreto de que a mente humana é invejosa. A estrutura da mente se baseia na inveja e na aquisição. A inveja começa nos bancos da escola. Invejamos a melhor inteligência de nossos colegas, as melhores qualificações, os melhores trajes, os melhores vestidos, os melhores sapatos, a melhor bicicleta, os maravilhosos patins, a bonita bola, etc., etc. Os mestres e mestras chamados para formar a personalidade dos alunos e alunas, devem compreender o que são os infinitos processos da inveja e estabelecer dentro da PSIQUÊ de seus estudantes a base adequada para a compreensão. A mente, invejosa por natureza, somente pensa em função do MAIS: “EU posso explicar melhor”, “EU tenho mais conhecimentos”, “EU sou mais inteligente”, “EU tenho mais virtudes”, mais santificações, mais perfeições, mais evolução, etc. Todo o funcionalismo da mente se baseia no MAIS. O MAIS é a íntima mola secreta da inveja. O MAIS é o processo comparativo da mente. Todo processo comparativo é ABOMINÁVEL. Exemplo: Eu sou mais inteligente que tu. Fulano de tal é mais virtuoso que tu. Fulana de tal é mais virtuoso que tu, Fulana de tal é melhor que tu, mais sábia, mais bondosa, mais bonita, etc., etc. O MAIS cria o tempo. O EU PLURARIZADO precisa de tempo para ser melhor que o vizinho, para demonstrar à família que é muito genial e que pode, para chegar a ser alguém na vida, para demonstrar a seus inimigos, ou àqueles a quem inveja que é mais inteligente, mais poderoso, mais forte, etc. O pensar comparativo se baseia na inveja e produz isso que se chama descontentamento, desassossego, amargura. Desgraçadamente as pessoas vão de um oposto a outro oposto, de um extremo a outro, não sabem caminhar pelo centro. Muitos lutam contra o descontentamento, a inveja, a cobiça, os ciúmes, mas a luta contra o descontentamento não trás jamais o verdadeiro contentamento do coração. É urgente compreender que o verdadeiro contentamento do coração tranquilo, não se compra nem se vende e somente nasce em nós com inteira naturalidade e de forma espontânea quando compreendemos a fundo as mesmas causas do descontentamento; ciúmes, inveja, cobiça, etc., etc. Aqueles que querem conseguir dinheiro, magnífica posição social, virtudes, satisfações de toda espécie, etc. com o propósito de alcançar o verdadeiro contentamento, estão totalmente equivocados porque tudo isso se baseia na inveja e o caminho da inveja não pode jamais nos conduzir ao porto do coração tranquilo e contente. A mente engarrafada no EU PLURALIZADO faz da inveja uma virtude e até se dá ao luxo de pôr-lhe nomes deliciosos. Progresso, evolução espiritual, anelo de superação, luta por dignidade, etc., etc., etc. Tudo isto produz desintegração, íntimas contradições, lutas secretas, problemas de difícil solução, etc. É difícil encontrar na vida alguém que seja verdadeiramente ÍNTEGRO no sentido mais completo da palavra. É totalmente impossível conseguir a INTEGRAÇÃO TOTAL enquanto exista dentro de nós o EU PLURALIZADO. É urgente compreender que dentro de cada pessoa existem três fatores básicos, Primeiro: Personalidade. Segundo: EU PLURALIZADO. Terceiro: O material psíquico, quer dizer, A ESSÊNCIA MESMA DA PESSOA. O EU PLURALIZADO desperdiça de uma maneira torpe o material psicológico em explosões atômicas de inveja, ciúmes, cobiça, etc., etc. É necessário dissolver o EU pluralizado, com o propósito de acumular dentro, o material psíquico para estabelecer em nosso interior um centro permanente de consciência. Aqueles que não possuem um consciência, não podem ser íntegros. centro permanente de Somente o centro permanente de consciência nos dá a verdadeira individualidade. Somente o centro permanente da consciência nos faz íntegros. CAPITULO XV A SIMPLICIDADE É urgente, é indispensável desenvolver a compreensão criadora porque ela trás ao ser humano a verdadeira liberdade do viver. Sem compreensão é impossível conseguir a autêntica capacidade crítica da análise profunda. Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades devem conduzir a seus alunos e alunas pelo caminho da compreensão autocrítica. Em nosso capítulo anterior já estudamos amplamente os processos da inveja e se queremos acabar com todos os matizes dos ciúmes, sejam estes religiosos, passionais, etc. devemos ter plena consciência do que realmente é a inveja, porque somente compreendendo a fundo e de forma íntima os infinitos processos da inveja, conseguimos acabar com os ciúmes de todo tipo. Os ciúmes destroem os matrimônios, os ciúmes destroem as amizades, os ciúmes provocam guerras religiosas, ódios fratricidas, assassinatos e sofrimentos de toda espécie. A inveja com todos os seus infinitos matizes se esconde por trás de sublimes propósitos. Existe inveja naquele que tendo sido informado sobre a existência de sublimes santos, Mahatmas ou gurus, deseja também chegar a ser santo. Existe inveja no filantropo que se esforça para superar a outros filantropos. Existe inveja em todo indivíduo que cobice virtudes porque teve informações, porque em sua mente há dados sobre a existência de indivíduos sagrados cheios de virtudes. O desejo de ser santo, o desejo de ser virtuoso, o desejo de ser grande tem como fundamento a inveja. Os santos com suas virtudes causaram muitos danos. Vem-nos à memória o caso de um homem que se considerava a si mesmo muito santo. Em certa ocasião um poeta faminto e miserável tocou em sua porta para colocar em suas mãos um belo verso especialmente dedicado ao santo de nosso relato. O poeta somente aguardava uma moeda para comprar alimentos para seu corpo exausto e envelhecido. O poeta imaginava tudo menos um insulto. Grande foi sua surpresa quando o santo com uma olhada piedosa e cenho franzido fechou a porta dizendo ao infeliz poeta: “Fora daqui amigo, rápido, rápido... eu não gosto destas coisas, aborreço a lisonja... não gosto das vaidades do mundo, esta vida é uma ilusão... eu sigo o caminho da humildade e da modéstia”. O infeliz poeta que somente desejava uma moeda em vez desta, recebeu o insulto do santo, a palavra que fere, a bofetada, e com o coração dolorido e a lira feita em pedaços se foi pelas ruas da cidade devagarinho... devagarinho... devagarinho. A nova geração deve levantar-se sobre a base da autêntica compreensão porque esta é totalmente criadora. A memória e a recordação não são criadoras. A memória é o túmulo do passado. A memória e a recordação são morte. A compreensão verdadeira é o fator psicológico da liberação geral. As recordações da memória jamais podem trazer-nos verdadeira liberação porque pertencem ao passado e, portanto estão mortos. A compreensão não é coisa do passado nem tampouco do futuro. A compreensão pertence ao momento que estamos vivendo aqui e agora. A memória sempre trás a ideia de futuro. É urgente estudar ciência, filosofia, arte e religião, mas não se devem confiar os estudos à fidelidade da memória porque esta não é fiel. É absurdo depositar os conhecimentos no túmulo da memória. É estúpido enterrar na fossa do passado os conhecimentos que devemos compreender. Nós jamais poderíamos nos pronunciar contra o estudo, contra a sabedoria, contra a ciência, mas torna-se incongruente depositar as joias vivas do conhecimento entre o túmulo corrompido da memória. Faz-se necessário estudar, faz-se necessário investigar, faz-se necessário analisar, mas devemos meditar profundamente para compreender em todos os níveis da mente. O homem verdadeiramente simples compreensivo e tem mente simples. é profundamente O importante na vida não é o que temos acumulado no túmulo da memória, senão o que temos compreendido não somente no nível intelectual senão também nos distintos terrenos subconscientes inconscientes da mente. A ciência, o saber, deve converter-se em compreensão imediata. Quando o conhecimento, quando o estudo se transformarem em autêntica compreensão criadora podemos compreender então todas as coisas de imediato porque a compreensão faz-se imediata, instantânea. No homem simples não existem complicações na mente porque toda complicação da mente se deve à memória. O EU maquiavélico que levamos dentro da memória acumulada. As experiências da vida devem transformar-se em compreensão verdadeira. Quando as experiências não se convertem em compreensão, quando as experiências continuam na memória, constituem a podridão do túmulo sobre o qual arde a chama fátua e luciférica do intelecto. É necessário saber que o intelecto animal desprovido totalmente de toda espiritualidade é tão somente a verbalização da memória, a vela sepulcral ardendo sobre a cerâmica funeral. O homem simples tem a mente livre de experiências porque estas se tornaram consciência, se transformaram em compreensão criadora. A morte e a vida se encontram intimamente associadas. Somente morrendo o grão nasce a planta, somente morrendo a experiência nasce a compreensão. Este é um processo de autêntica transformação. O homem complicado tem a memória cheia de experiências. Isto demonstra sua falta de compreensão criadora porque quando as experiências são inteiramente compreendidas em todos os níveis da mente deixam de existir como experiências e nascem como compreensão. É necessário primeiro experimentar, mas não devemos ficar no terreno da experiência porque então a mente se complica e se torna difícil. É necessário viver a vida intensamente e transformar todas as experiências em autêntica compreensão criadora. Aqueles que supõem equivocadamente que para ser compreensivos e simples, tenhamos que abandonar o mundo, converter-nos em mendigos, viver em cabanas afastadas e usar tapa-sexos em vez de traje elegante, estão totalmente equivocados. Muitos, anacoretas, muitos ermitãos solitários, muitos mendigos, têm mentes complicadíssimas e difíceis. É inútil afastar-se do mundo e viver como anacoretas se a memória está cheia de experiências que condicionam o livre fluir do pensamento. É inútil viver como ermitãos querendo levar vida de santos se a memória está cheia de informações que não foram devidamente compreendidas, que não se tornaram consciência nos distintos recantos, corredores e regiões inconscientes da mente. Aqueles que transformam as informações intelectuais em verdadeira compreensão criadora, aqueles que transformam as experiências da vida em verdadeira compreensão de fundo, nada têm na memória, vivem de momento em momento cheios de plenitude verdadeira, se tornaram simples, embora vivam em suntuosas residências e dentro do perímetro da vida urbana. As crianças pequenas de sete anos estão cheios de simplicidade e verdadeira beleza interior devido a que somente se expressa através deles a viva ESSÊNCIA em ausência total do EU PSICOLÓGICO. Nós devemos reconquistar a infância perdida, em nosso coração e em nossa mente. Nós devemos reconquistar a inocência se é que de verdade queremos ser felizes. As experiências e o estudo transformados em compreensão de fundo não deixam resíduos no túmulo da memória e então, nos tornamos simples, inocentes, felizes. A meditação de fundo sobre as experiências e conhecimentos adquiridos, a autocrítica profunda, a psicanálise íntima convertem, transformam tudo em profunda compreensão criadora. Este é o caminho da autêntica felicidade nascida da sabedoria e do amor. CAPITULO XVI O ASSASSINATO Matar é evidentemente e fora de toda dúvida, o ato mais destrutivo e de maior corrupção que se conhece no mundo. A pior forma de assassinato consiste em destruir a vida de nossos semelhantes. Espantosamente horrível é o caçador que com sua escopeta assassina às inocentes criaturas do bosque, mas mil vezes mais monstruoso, mil vezes mais abominável, é aquele que assassina a seus semelhantes. Não se mata somente com metralhadoras, escopetas, canhões, pistolas ou bombas atômicas, também pode-se matar com um olhar que fira o coração, um olhar humilhante, um olhar cheio de desprezo, um olhar cheio de ódio; ou pode-se matar com uma ação ingrata, com uma ação negra, ou com um insulto, ou com uma crítica contundente. O mundo está cheio de parricidas, matricidas ingratos que assassinaram a seus pais e mães, seja com seus olhares, seja com suas palavras, seja com suas cruéis ações. O mundo está cheio de homens que sem sabê-lo, assassinaram suas mulheres e de mulheres que sem sabê-lo, assassinaram seus maridos. Para o cúmulo de desgraças neste mundo cruel em que vivemos, o ser humano mata o que mais ama. Não somente de pão vive o homem, mas também de distintos fatores psicológicos. São muitos os esposos que poderiam viver mais se suas esposas o tivessem permitido. São muitas as esposas que poderiam ter vivido mais se seus esposos o tivessem permitido. São muitos os Pais e Mães de família que poderiam ter vivido mais se seus filhos e filhas o tivessem permitido. A enfermidade que leva nosso ser querido ao túmulo tem por causa causorum, palavras que matam, olhares que ferem, ações ingratas, etc. Esta sociedade caduca e degenerada está cheia de assassinos inconscientes que se presumem de inocentes. As prisões estão cheias de assassinos, mas a pior espécie de criminosos se considera inocente e andam livres. Nenhuma forma de assassinato pode ter justificativa alguma. Matar a outro não se resolve nenhum problema na vida. As Guerras jamais resolveram nenhum problema. Bombardear cidades indefesas e assassinar milhões de pessoas não resolve nada. A Guerra é algo muito rude, tosco, monstruoso, abominável. Milhões de máquinas humanas adormecidas, inconscientes, estúpidas, se lançam à guerra com o propósito de destruir a outros tantos milhões de máquinas humanas inconscientes. Muitas vezes basta uma catástrofe planetária no cosmos, ou uma péssima posição dos astros no céu, para que milhões de homens se lancem à guerra. As máquinas humanas não têm consciência de nada, se movem de forma destrutiva quando certo tipo de ondas cósmicas as fere secretamente. Se as pessoas despertassem a consciência, se a desde os próprios bancos da Escola se educasse sabiamente os alunos e alunas, levando-lhes à compreensão consciente do que é a inimizade e a guerra, outro galo lhes cantaria, ninguém se lançaria à guerra e as ondas catastróficas do cosmos seriam então utilizadas de forma diferente. A Guerra cheira a Canibalismo, a vida de cavernas, a bestialidades do pior tipo, a arco, a flecha, a lança, a orgia de sangue, é a todas as luzes, incompatível com a civilização. Todos os homens na guerra são covardes, medrosos e os heróis carregados de medalhas são precisamente os mais covardes, os mais medrosos. O suicida parece também muito Valente, mas é um covarde porque teve medo da vida. O herói no fundo é um suicida que em um instante de supremo terror cometeu a loucura do suicida. A loucura do suicida se confunde facilmente com o valor do herói. Se observarmos cuidadosamente a conduta do soldado durante a guerra, suas maneiras, seu olhar, suas palavras, seus passos na batalha, podemos evidenciar sua total covardia. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios, Universidades, devem ensinar a seus alunos e alunas, a verdade sobre a guerra. Devem levar a seus alunos e alunas a experimentar conscientemente essa Verdade. Se as pessoas tivessem plena consciência do que é esta tremenda Verdade da guerra, se os Mestres e Mestras soubessem educar sabiamente a seus discípulos e discípulas, nenhum cidadão se deixaria levar para o matadouro. A Educação Fundamental deve ministrar-se agora mesmo em todas as Escolas, Colégios e Universidades, porque é precisamente desde os bancos da Escola, onde se deve trabalhar para a PAZ. É urgente que as novas gerações tornem-se completamente conscientes do que é a barbárie e do que é a guerra. Nas Escolas, Colégios e Universidades, deve ser compreendida a fundo a inimizade e a guerra em todos os aspectos. As novas Gerações devem compreender que os velhos com suas ideias rançosas e torpes, sacrificam sempre os jovens e os levam como bois ao matadouro. Os jovens não devem se deixar convencer pela propaganda bélica, nem pelas razões dos mais velhos, porque a uma razão se lhe opõe outra razão e a uma opinião se lhe opõe outra, mas nem os raciocínios nem as opiniões são a Verdade sobre a Guerra. Os velhos têm milhares de razões para justificar a guerra e levar os jovens ao matadouro. O importante não são os raciocínios sobre a guerra senão experimentar a Verdade do que é a guerra. Nós não nos pronunciamos contra a Razão nem contra a análise, somente queremos dizer que devemos primeiro experimentar a verdade sobre a guerra e logo assim podemos nos dar ao luxo de raciocinar e analisar. É impossível experimentar a verdade do NÃO MATAR, se excluímos a meditação íntima profunda. Somente a Meditação muito profunda pode levar-nos a experimentar a Verdade sobre a Guerra. Os Mestres e Mestras não somente devem dar informação intelectual a seus alunos e alunas. Os mestres devem ensinar a seus estudantes a manejar a mente, a experimentar a VERDADE. Esta Raça Caduca e degenerada já não pensa senão em matar. Isto de matar e matar, somente é próprio de qualquer raça humana degenerada. Através da televisão e do cinema, os agentes do delito propagam suas ideias criminosas. Os meninos e meninas da nova geração recebem diariamente através da tela da televisão e dos contos infantis e do cinema, revista etc., uma boa dose venenosa de assassinatos, tiroteios, crimes espantosos, etc. Já não se pode colocar para funcionar a televisão sem encontrar alguém com as palavras cheias de ódio, os balaços, a perversidade. Nada estão fazendo os governos da terra contra a propagação do delito. As mentes das crianças e dos jovens estão sendo conduzidas pelos agentes do delito, pelo caminho do crime. Já está tão propagada a ideia de matar, já está tão difundida através dos filmes, contos, etc. que se tornou totalmente familiar para todo o mundo. Os rebeldes da nova onda foram educados para o crime e matam pelo gosto de matar, gozam vendo morrer aos outros. Assim o aprenderam na televisão de casa, no cinema, nos contos, nas revistas. Por todas as partes reina o delito e nada fazem os governos para corrigir o instinto de matar desde suas próprias raízes. Cabe aos Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, colocar o grito no céu e revolver o céu e a terra para corrigir esta epidemia mental. É urgente que os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, deem o grito de alarme e peçam a todos os governos da terra a censura para o cinema, a televisão, etc. O crime está multiplicando-se terrivelmente devido a todos os espetáculos de sangue, e ao passo que vamos, chegará o dia em que já ninguém poderá circular pelas ruas livremente sem o temor de ser assassinado. O Rádio, o Cinema, a Televisão, as Revistas de sangue, deram tal propagação ao delito de matar, tornaram-no tão agradável às mentes débeis e degeneradas, que já ninguém toca o coração para dar-lhe um balaço ou uma punhalada em outra pessoa. A força de tanta propagação do delito de matar, as mentes débeis se familiarizaram muito com o crime e agora até se dão ao luxo de matar para imitar o que viram no cinema ou na televisão. Os Mestres e Mestras que são os educadores do povo e são obrigados no cumprimento do seu dever a lutar pelas novas gerações pedindo aos Governos da terra a proibição dos espetáculos de sangue, enfim, o cancelamento de todo tipo de filmes sobre assassinatos, ladrões, etc. A luta dos Mestres e Mestras deve estender-se também até a tourada e o boxe. O tipo do toureiro é o tipo mais covarde e criminoso. O toureiro quer todas as vantagens para ele e mata para divertir o público. O tipo do boxeador é o do monstro do assassinato, em sua forma sádica que fere e mata para divertir o público. Estes tipos de espetáculos de sangue são bárbaros em cem por cento e estimulam às mentes encaminhando-as pelo caminho do crime. Se queremos de verdade lutar pela Paz do Mundo, devemos iniciar uma campanha de fundo contra os espetáculos de sangue. Enquanto dentro da mente humana existirem os fatores destrutivos haverá guerras inevitavelmente. Dentro da mente humana existem fatores que produzem guerra, esses fatores são o ódio, a violência em todos os seus aspectos, o egoísmo, a ira, o medo, os instintos criminosos, as ideias bélicas propagadas pela televisão, o rádio, o cinema, etc. A propaganda pela PAZ, os prêmios NOBEL DA PAZ, são absurdos enquanto existirem dentro do homem os fatores Psicológicos que produzem guerra. Atualmente muitos assassinos têm o prêmio NOBEL DA PAZ. CAPITULO XVII A PAZ A PAZ não pode vir através da MENTE porque não é da Mente. A PAZ é o perfume delicioso do CORAÇÃO TRANQUILO. A PAZ não é coisa de projetos, polícia internacional, ONU, OEA, tratados internacionais ou exércitos invasores que lutam em nome da PAZ. Se realmente queremos PAZ verdadeira devemos aprender a viver como o vigia em época de guerra, sempre alertas e vigilantes, com Mente pronta e flexível, porque a PAZ não é questão de FANTASIAS românticas ou questão de sonhos bonitos. Se não aprendemos a viver em estado de alerta de momento a momento, então o caminho que conduz até a PAZ torna-se impossível, estreito e depois de tornar-se extremamente difícil, vai desembocar por último em um beco sem saída. É necessário compreender, é urgente saber que a PAZ autêntica do CORAÇÃO TRANQUILO não é uma casa aonde podemos chegar e onde nos aguarda alegremente uma bela donzela. A PAZ não é uma meta, um lugar, etc. Perseguir a PAZ, buscá-la, fazer projetos sobre ela, lutar em nome dela, fazer propaganda sobre ela, fundar organismos para trabalhar por ela, etc., é totalmente absurdo porque a PAZ não é da Mente, a PAZ é o perfume maravilhoso do coração tranquilo. A PAZ não se compra nem se vende nem se pode conseguir com o sistema de PACIFICAÇÃO, controles especiais, polícia, etc. Em alguns países o exército nacional anda pelos campos destruindo povoados, assassinando pessoas e fuzilando supostos bandidos, tudo isto aparentemente em nome da PAZ. O resultado de semelhante proceder é a multiplicação da BARBÁRIE. A violência origina mais violência, o ódio produz mais ódio. A PAZ não se pode conquistar, a PAZ não pode ser o resultado da violência. A PAZ somente advém a nós quando dissolvemos o EU, quando destruímos dentro de nós mesmos todos os fatores PSICOLÓGICOS que produzem guerras. Se queremos PAZ temos que contemplar, temos que estudar, temos que ver o quadro total e não unicamente uma parte do mesmo. A PAZ nasce em nós quando mudamos radicalmente de forma íntima. A questão de controles, organismos PRÓ PAZ, pacificações, etc., são detalhes isolados, pontos no oceano da vida, frações isoladas do quadro total da EXISTÊNCIA, que jamais podem resolver o problema da PAZ em sua forma radical, total e definitiva. Devemos olhar o quadro em sua forma completa, o problema do mundo é o problema do indivíduo; se o INDIVÍDUO não tem PAZ em seu interior, a sociedade, o mundo, viverá em guerra inevitavelmente. Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem trabalhar pela PAZ, a menos que amem a BARBÁRIE e a VIOLÊNCIA. É urgente, é indispensável assinalar para os alunos e alunas da nova geração o caminho a seguir, o caminho íntimo que pode conduzir-nos com inteira exatidão à PAZ autêntica do coração tranquilo. As pessoas não sabem compreender realmente o que é a verdadeira PAZ interior e somente querem que ninguém se atravesse em seu caminho, que não lhes moleste, mesmo quando são tomadas por sua própria conta e risco o direito de estorvar, de molestar e de amargar a vida de seus semelhantes. As pessoas jamais experimentaram a PAZ verdadeira e somente têm sobre esta, opiniões absurdas, ideais românticos, conceitos equivocados. Para os ladrões, a PAZ seria a felicidade de poder roubar impunemente sem que a polícia atravessasse seu caminho. Para os contrabandistas, a PAZ seria poder colocar seu contrabando em todas as partes sem que as autoridades os impedissem. Para os exploradores do povoado, a PAZ seria vender bem caro, explorando a destra e a sinistra sem que os inspetores oficiais do governo lhes proibissem. Para as prostitutas, a PAZ seria gozar em seus leitos de prazer e explorar a todos os homens livremente sem que as autoridades de salubridade ou da polícia interviessem para nada em sua vida. Cada um forma na mente cinquenta mil fantasias absurdas sobre a PAZ. Cada um pretende levantar a seu redor um muro egoísta de ideias falsas, crenças, opiniões e absurdos conceitos sobre o que é a PAZ. Cada um quer PAZ a seu modo, de acordo com seus desejos, seus gostos, a seus hábitos, costumes equivocados, etc. Cada um quer autoencerrar-se dentro de um muro protetor, fantástico, com o propósito de viver sua própria PAZ erradamente concebida. A pessoa luta pela PAZ, a deseja, a quer, mas não sabe o que é a PAZ. As pessoas somente querem que não lhes estorvem, pode fazer cada um suas diabruras muito tranquilamente e com total liberdade. Isso é o que chamam PAZ. Não importa que diabruras façam as pessoas, cada um acredita que o que faz é bom. As pessoas encontram justificativa até para os piores delitos. Se o bêbado está triste bebe porque está triste. Se o bêbado está alegre bebe porque está alegre. O bêbado sempre justifica o vício do álcool. Assim são todas as pessoas, para todo delito encontram justificativa, ninguém se considera perverso, todos se consideram justos e honrados. Existem muitos vagabundos que supõem erradamente que a PAZ é poder viver sem trabalhar, muito tranquilamente e sem esforço algum em um mundo cheio de fantasias românticas maravilhosas. Sobre a PAZ existem milhões de opiniões e conceitos equivocados. Neste mundo doloroso em que vivemos: cada um busca sua fantástica PAZ, a paz de suas opiniões. As pessoas querem ver no mundo a paz de seus sonhos, seu tipo especial de paz, embora dentro de si mesmas cada um leve em seu interior os fatores psicológicos que produzem guerras, inimizades, problemas de todo tipo. Por estes tempos de crise mundial, todo aquele que quer tornarse famoso funda organizações PRÓ-PAZ, faz propaganda e se converte em paladino da PAZ. Não devemos esquecer que muitos políticos raposas ganharam o prêmio NOBEL da PAZ, embora tenham por sua conta, todo um cemitério e que de uma ou outra forma tenham mandado assassinar secretamente muitas pessoas, quando se viram em perigo de ser eclipsados. Existem também verdadeiros mestres da humanidade que se sacrificam ensinando em todos os lugares da terra a Doutrina da Dissolução do EU. Esses mestres sabem por experiência própria que somente dissolvendo o Mefistófeles que levamos dentro de nós, advém a nós a paz do coração. Enquanto existir dentro de cada indivíduo o ódio, a cobiça, a inveja, os ciúmes, o espírito aquisitivo, a ambição, a ira, o orgulho, etc., etc., haverá guerras inevitavelmente. Conhecemos a muitas pessoas no mundo que consideram ter encontrado a PAZ. Quando estudamos a fundo essas pessoas, pudemos evidenciar que nem remotamente conhecem a PAZ e que somente se encerraram dentro de algum hábito solitário e consolador, ou dentro de alguma crença especial, etc., mas realmente ditas pessoas não experimentaram nem remotamente o que é a verdadeira PAZ do coração tranquilo. Realmente essas pobres pessoas somente fabricaram uma paz artificial que em sua ignorância confundem com a AUTÊNTICA PAZ DO CORAÇÃO. É absurdo buscar a PAZ dentro dos muros equivocados de nossos preconceitos, crenças, desejos, hábitos, etc. Enquanto dentro da mente existir os fatores psicológicos que produzem inimizades, problemas, guerras, não haverá PAZ verdadeira. A PAZ autêntica compreendida. vem da beleza legítima sabiamente A beleza do coração tranquilo exala o perfume delicioso da verdadeira PAZ interior. É urgente compreender a beleza da amizade e o perfume da cortesia. É urgente compreender a beleza da linguagem. É necessário que nossas palavras levem em si mesmas a substância da sinceridade. Não devemos usar jamais palavras arrítmicas, desarmoniosas, grosseiras, absurdas. Cada palavra deve ser uma verdadeira sinfonia, cada frase deve estar cheia de beleza espiritual. É tão ruim falar quando se deve calar, e calar quando se deve falar. Há silêncios delituosos e há palavras infames. Há vezes que falar é um delito, há vezes que calar também é outro delito. Um deve falar quando deve falar e calar quando deve calar. Não joguemos com a palavra porque esta é de grave responsabilidade. Toda palavra deve ser pesada antes de articular-se porque cada palavra pode produzir no mundo muito de útil e muito de inútil, muito benefício ou muito dano. Devemos cuidar de nossos gestos, comportamento, vestuário e atos de toda espécie. Que nossos gestos, que nosso vestir, modo de sentar-nos à mesa, maneira de comportar-nos ao comer, forma de atender às pessoas na sala, no escritório, na rua, etc., estejam sempre cheios de beleza e harmonia. É necessário compreender a beleza da bondade, sentir a beleza da boa música, amar a beleza da arte criativa, refinar nossa maneira de pensar, sentir e atuar. A suprema beleza somente pode nascer em nós quando tiver morrido o EU de forma radical, total e definitiva. Nós somos feios, horríveis, asqueantes enquanto tenhamos dentro e bem vivo o EU PSICOLÓGICO. A beleza de forma íntegra é impossível em nós enquanto existir o EU PLURALIZADO. Se queremos PAZ autêntica devemos reduzir o EU a poeira cósmica. Somente assim haverá em nós beleza interior. Dessa beleza nascerá em nós o encanto do amor e a verdadeira PAZ do coração. A PAZ CRIADORA trás ordem dentro de um mesmo, elimina a confusão e nos enche de legítima felicidade. É necessário saber que a mente não pode compreender o que é a verdadeira PAZ. É urgente entender que a paz do coração tranquilo não chega a nós mediante o esforço, ou pelo fato de pertencer a alguma sociedade ou organização dedicada a fazer propaganda de PAZ. A paz autêntica advém a nós de forma totalmente natural e simples quando reconquistamos a inocência na mente e no coração, quando voltamos a ser como crianças delicadas e belas, sensíveis a todo o belo como a todo o feio, a todo o bom como a todo o mal, a todo o doce como a todo o amargo. É necessário reconquistar a infância perdida, tanto na mente como no coração. A PAZ é algo imenso, extenso, infinito, não é algo formado pela mente não pode ser o resultado de um capricho nem o produto de uma ideia. A paz é uma substância atômica que está mais além do bem e do mal, uma substância que está muito além de toda moral, uma substância que emana das próprias entranhas do ABSOLUTO. CAPITULO XVIII A VERDADE Desde a infância e juventude começa a Via-crúcis de nossa miserável existência com muitas torções mentais, íntimas tragédias de família, contrariedades no lar e na escola, etc. É claro que na infância e juventude, salvo muito raras exceções, todos estes problemas não conseguem nos afetar de forma realmente profunda, mas quando já nos tornamos pessoas mais velhas, começam as interrogações: Quem sou eu? De onde venho? Por que tenho que sofrer? Qual é o objetivo desta existência? Etc., etc., etc. Todos no caminho da vida fizemos estas perguntas, todos alguma vez quisemos investigar, inquirir, conhecer o “porquê” de tantas amarguras, decepções, lutas e sofrimentos, mas desgraçadamente sempre terminamos engarrafados em alguma teoria, em alguma opinião, em alguma crença no que disse o vizinho, no que nos respondeu algum velho decrépito, etc. Perdemos a inocência verdadeira e a paz do coração tranquilo e por isso não somos capazes de experimentar diretamente a verdade em toda sua crueza, dependemos do que digam os demais e é claro que vamos pelo caminho errado. A sociedade capitalista condena radicalmente os ateus, aos que não acreditam em Deus. A Sociedade Marxista-Leninista condena os que SIM acreditam em DEUS, mas no fundo ambas as coisas são o mesmo, questão de opiniões, caprichos da pessoa, projeções da mente. Nem a credulidade, nem a incredulidade, nem o ceticismo, significam ter experimentado a verdade. A mente pode dar-se ao luxo de acreditar, duvidar, opinar, fazer conjecturas, etc., mas isso não é experimentar a verdade. Também podemos nos dar ao luxo de acreditar no sol ou de não acreditar nele e até de duvidar dele, mas o astro rei seguirá dando luz e vida a todo o existente sem que nossas opiniões tenham para ele a menor importância. Atrás da crença cega, atrás da incredulidade e do ceticismo, se escondem muitos matizes de falsa moral e muitos conceitos equivocados de falsa respeitabilidade a cuja sombra se fortalece o EU. A sociedade de tipo capitalista e a sociedade de tipo comunista tem cada uma a seu modo e de acordo com seus caprichos, preconceitos e teorias, seu tipo especial de moral. O que é moral dentro do bloco capitalista é imoral dentro do bloco comunista e vice-versa. A moral depende dos costumes, do lugar, da época. O que em um país é moral em outro país é imoral e o que em uma época foi moral, em outra época é imoral. A moral não tem valor essencial algum, analisando-a a fundo, é estúpida em cem por cento. A educação fundamental não ensina moral, a educação fundamental ensina ÉTICA REVOLUCIONÁRIA e isso é o que precisam as novas gerações. Desde a noite aterrorizante dos séculos, em todos os tempos, sempre houve homens que se afastavam do mundo para buscar a VERDADE. É absurdo afastar-se do mundo para buscar a VERDADE porque ela se encontra dentro do mundo e dentro do homem aqui e agora. A VERDADE é o desconhecido de momento a momento e não é separando-nos do mundo nem abandonando nossos semelhantes que podemos descobri-la. É Absurdo dizer que toda verdade é meia-verdade e que toda verdade é meio erro. A VERDADE é radical e É ou não É, jamais pode ser meia, jamais pode ser meio erro. É absurdo dizer: a VERDADE é do tempo e que o que em um tempo foi em outro tempo não o É. A VERDADE nada tem a ver com o tempo. A VERDADE é ATEMPORAL. O EU é tempo e, portanto não pode conhecer a VERDADE. É absurdo supor verdades convencionais, temporais, relativas. As pessoas confundem os conceitos e opiniões com isso que é a VERDADE. A VERDADE nada tem a ver com as opiniões nem com as assim chamadas verdades convencionais, porque estas são unicamente projeções ordinárias da mente. A VERDADE é o desconhecido de momento a momento e somente pode ser experimentada na ausência do EU psicológico. A verdade não é questão de sofismas, conceitos, opiniões. A verdade somente pode ser conhecida através da experiência direta. A mente somente pode opinar e as opiniões nada têm a ver com a verdade. A mente jamais pode conceber a VERDADE. Os mestres, mestras de escolas, colégios, universidades, devem experimentar a verdade e assinalar o caminho para seus discípulos e discípulas. A VERDADE é questão de experiência direta, não questão de teorias, opiniões ou conceitos. Podemos e devemos estudar, mas é urgente experimentar por si mesmos e de forma direta o que haja de verdade em cada teoria, conceito, opinião, etc., etc., etc. Devemos estudar, analisar, inquirir, mas também precisamos com URGÊNCIA inadiável experimentar a VERDADE contida em tudo aquilo que estudamos. É impossível experimentar a VERDADE enquanto a mente se encontre agitada, convulsionada, atormentada pelas opiniões contrapostas. Somente é possível experimentar a VERDADE quando a mente está quieta, quando a mente está em silêncio. Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades, devem indicar aos alunos e alunas o caminho da meditação interior profunda. O caminho da meditação interior profunda nos conduz até a quietude e silêncio da mente. Quando a mente está quieta, vazia de pensamentos, desejos, opiniões, etc., quando a mente está em silêncio advém a nós a verdade. CAPITULO XIX A INTELIGÊNCIA Pudemos verificar que muitos mestres e mestras da História Universal no ocidente do mundo costumam zombar do BUDDHA, Confúcio, Maomé, Hermes, Quetzalcoatl, Moisés, Krishina, etc. Fora de toda dúvida também pudemos comprovar até a saciedade, o sarcasmo, a zombaria, a ironia lançada por mestres e mestras contra as religiões antigas, contra os deuses, contra a mitologia, etc. Tudo isso é precisamente falta de inteligência. Nas escolas, colégios e universidades, se deveria tratar sobre os temas religiosos, com mais respeito, com alto sentido de veneração, com verdadeira inteligência criadora. As formas religiosas conservam os valores eternos e estão organizadas de acordo com as necessidades psicológicas e históricas de cada povo, de cada raça. Todas as religiões têm os mesmos princípios, os mesmos valores eternos e somente se diferenciam na forma. Não é inteligente que um cristão zombe da religião do Buddha ou da religião Hebraica ou Hinduísta porque todas as religiões descansam sobre os mesmos fundamentos. As sátiras de muitos intelectuais contra as religiões e seus fundadores se devem ao veneno MARXISTA que nestes tempos está intoxicando todas as mentes débeis. Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades devem orientar seus alunos e alunas, pelo caminho do verdadeiro respeito a nossos semelhantes. É a todas as luzes, perverso e indigno o grosseirão que em nome de uma teoria de qualquer tipo, zombe dos templos, religiões, seitas, escolas ou sociedades espirituais. Ao abandonar as classes de estudo os estudantes têm que lidar com pessoas de todas as religiões, escolas, seitas e não é inteligente que nem sequer saibam ter a devida compostura em um templo. Ao abandonar as aulas depois de dez ou quinze estudos, os jovens e senhoritas se encontram tão adormecidos como os demais seres humanos, profundidade e de inteligência como no primeiro ingressaram na escola. anos de lerdos e falta de dia que É urgente que os estudantes entre outras coisas desenvolvam o centro emocional porque tudo não é intelecto. Faz-se necessário aprender a sentir as íntimas harmonias da vida, a beleza da árvore solitária, o canto do passarinho no bosque, a sinfonia de música e cores de um belo ocaso. Também é necessário sentir e compreender profundamente todos os horríveis contrastes da vida, como são a ordem social cruel e impiedosa desta época em que vivemos, as ruas cheias de mães infelizes que com seus filhos desnutridos e famintos mendigam um pedaço de pão, os feios edifícios onde vivem milhares de famílias pobres, as estradas repugnantes por onde circulam milhares de carros impulsionados com esses combustíveis que danificam os organismos, etc. O estudante que abandona as aulas tem que enfrentar não somente seu próprio egoísmo e seus próprios problemas, mas também o egoísmo de todas as pessoas e com os múltiplos problemas da sociedade humana. O mais grave de tudo é que o estudante que abandona as aulas, mesmo tendo preparo intelectual, não tem inteligência, sua consciência está adormecida, está deficientemente preparado para a luta com a vida. É chegada a hora de investigar e descobrir que é isso que se chama INTELIGÊNCIA. O dicionário, a enciclopédia, são impotentes para definir seriamente a INTELIGÊNCIA. Sem inteligência jamais pode existir transformação radical nem felicidade verdadeira e é muito raro na vida encontrar pessoas verdadeiramente inteligentes. O mais importante na vida não é somente conhecer a palavra INTELIGÊNCIA, mas experimentar em nós mesmos seu profundo significado. Muitos são os que se consideram inteligentes, não há um bêbado que não se considere inteligente e Carlos Marx, acreditando-se a si mesmo muito inteligente, escreveu sua farsa materialista que custou ao mundo a perda dos valores eternos, o fuzilamento de milhares de sacerdotes de distintas religiões, a violação de monjas, Budistas, Cristãs, etc., a destruição de muitos templos, a tortura de milhares e milhões de pessoas, etc., etc., etc. Qualquer um pode considerar-se inteligente, o mais difícil é sê-lo verdadeiramente. Não é adquirindo mais informação livresca, mais conhecimentos, mais experiência, mais coisas para deslumbrar as pessoas, mais dinheiro para comprar juízes e polícias; etc., que se vai lograr isto que se chama INTELIGÊNCIA. Não é com esse MAIS, que se pode chegar a ter INTELIGÊNCIA. Equivocam-se aqueles que supõem que a inteligência pode ser conquistada com o processo do MAIS. É urgente compreender a fundo e em todos os terrenos da mente subconsciente e inconsciente, o que é esse pernicioso processo do MAIS, porque no fundo se oculta muito secretamente o querido EGO, o EU, o MIM MESMO, que deseja e quer sempre MAIS e MAIS para engordar e fortalecer-se. Este Mefistófeles que levamos dentro de nós, este SATÃ, este EU, disse: “EU tenho MAIS dinheiro, mais beleza, mais inteligência que aquele, mais prestígio, mais astúcia, etc. etc. etc.” Quem quiser de verdade compreender o que é a INTELIGÊNCIA, deve aprender a senti-la, deve vivenciá-la e experimentá-la através da meditação profunda. Tudo o que as pessoas acumulam entre o túmulo podre da memória infiel, informação intelectual, experiências da vida, se traduz sempre fatalmente no termo de MAIS e MAIS. De maneira que nunca chegam a conhecer o profundo significado de tudo isso que acumulam. Muitos leem um livro e logo o depositam entre a memória satisfeitos por ter acumulado mais informação, mas quando se lhe chamam para responder pela doutrina escrita no livro que leram, resulta que desconhecem o profundo significado do ensinamento, mas o EU quer mais e mais informação, mais e mais livros ainda quando não tenha vivenciado a doutrina de nenhum deles. A inteligência não se consegue com mais informação livresca, nem com mais experiência, com mais dinheiro, nem com mais prestígio, a inteligência pode florescer em nós quando compreendemos todo o processo do EU, quando entendemos a fundo todo esse automatismo psicológico do MAIS. É indispensável compreender que a mente é o centro básico do MAIS. Realmente esse MAIS é o mesmo EU psicológico que exige e a mente é seu núcleo fundamental. Quem quiser ser inteligente de verdade, deve resolver-se a morrer não somente no nível intelectual superficial, mas também em todos os terrenos subconscientes e inconscientes da mente. Quando o EU morre, quando o EU se dissolve totalmente o único que fica dentro de nós é o SER autêntico, o SER verdadeiro, a legítima inteligência tão cobiçada e tão difícil. As pessoas acreditam que a mente é criadora, estão equivocadas. O EU não é criador e a mente é o núcleo básico do EU. A inteligência é criadora porque ela é do SER, é um atributo do SER. Não devemos confundir a mente com a INTELIGÊNCIA. Estão errados de PLANO e de forma radical, aqueles que supõem que a INTELIGÊNCIA é algo que pode ser cultivado como flor de estufa. Ou algo que se possa comprar como se compram os títulos de nobreza ou possuindo uma formidável biblioteca. É necessário compreender profundamente todos os processos da mente, todas as reações, esse MAIS psicológico que acumula, etc. Somente assim brota em nós de forma natural e espontânea a labareda ardente da INTELIGÊNCIA. Conforme o Mefistófeles que levamos dentro vai se dissolvendo, o fogo da inteligência criadora vai se manifestando pouco a pouco dentro de nós, até brilhar abrasadoramente. Nosso verdadeiro SER é o AMOR e desse AMOR nasce a autêntica e legítima INTELIGÊNCIA que não é do tempo. CAPITULO XX A VOCAÇÃO À exceção das pessoas totalmente inválidas, todo ser humano tem que servir para algo na vida, o mais difícil é saber para que serve cada indivíduo. Se há algo verdadeiramente importante neste mundo, é conhecer a si mesmos, raro é aquele que conhece a si mesmo e embora quando pareça incrível, é difícil encontrar na vida alguma pessoa que tenha desenvolvido o sentido vocacional. Quando alguém está plenamente convencido do papel que tem que representar na existência, faz então de sua vocação um apostolado, uma religião, e se converte de fato e por direito próprio, em um apóstolo da humanidade. Quem conhece sua vocação ou quem chega a descobrir por si mesmo, passa por uma mudança tremenda, já não busca o sucesso, pouco lhe interessa o dinheiro, a fama, a gratidão, seu prazer está então na dita que lhe proporciona o haver respondido a um chamado íntimo, profundo, ignoto de sua própria essência interior. O mais interessante de tudo isto é que o sentido VOCACIONAL nada tem a ver com o EU, pois embora pareça estranho o EU aborrece nossa própria vocação porque o EU somente apetece proveitosas entradas monetárias, posição, fama, etc. O sentido da VOCAÇÃO é algo que pertence a nossa própria ESSÊNCIA INTERIOR; é algo muito de dentro, muito profundo, muito íntimo. O sentido vocacional leva o homem a empreender com verdadeiro esforço e desinteresse verdadeiro as mais tremendas empresas às custas de todo tipo de sofrimentos e calvários. É, portanto apenas normal que o EU aborreça a verdadeira vocação. O sentido da VOCAÇÃO nos conduz de fato pelo caminho do heroísmo legítimo, ainda quando tenhamos que suportar estoicamente todo tipo de infâmias, traições e calúnias. O dia que um homem puder dizer a verdade: “EU SEI QUEM SOU E QUAL É MINHA VERDADEIRA VOCAÇÃO”, a partir desse instante começará a viver com verdadeira retidão e amor. Um homem assim vive em sua obra e sua obra nele. Realmente somente são muito poucos os homens que podem falar assim, com verdadeira sinceridade de coração. Aqueles que assim falam são os seletos, aqueles que têm em grau superlativo o sentido da VOCAÇÃO. Encontrar nossa verdadeira VOCAÇÃO É SEM QUALQUER DÚVIDA, o problema social mais grave, o problema que se encontra na mesma base de todos os problemas da sociedade. Encontrar ou descobrir nossa verdadeira vocação individual equivale de fato, a descobrir um tesouro muito precioso. Quando um cidadão encontra com toda certeza e sem qualquer dúvida seu verdadeiro e legítimo ofício, faz-se por este só fato INSUBSTITUÍVEL. Quando nossa vocação corresponde totalmente e de forma absoluta ao posto que estamos ocupando na vida, exercemos então nosso trabalho como um verdadeiro apostolado, sem ganância alguma e sem desejo de poder. Então o trabalho em vez de nos produzir ganância, tédio ou desejos de mudar de ofício, nos trás dita verdadeira, profunda, íntima, ainda quando tenhamos que suportar pacientemente dolorosas vias-crúcis. Na prática pudemos verificar que quando o posto não corresponde à VOCAÇÃO do indivíduo, então este somente pensa em função do MAIS. O mecanismo do EU é o MAIS. Mais dinheiro, mais fama, mais projetos, etc. etc., etc. e como é apenas natural o sujeito costuma tornar-se hipócrita, explorador, cruel, impiedoso, intransigente, etc. Se estudarmos a burocracia detidamente podemos comprovar que rara vez na vida o posto corresponde à vocação individual. Se estudarmos de forma minuciosa os distintos grêmios do proletariado, podemos evidenciar que em muito raras ocasiões o ofício corresponde à VOCAÇÃO individual. Quando observamos cuidadosamente às classes privilegiadas, já sejam essas do leste ou do oeste do mundo, podemos evidenciar a falta total do sentido VOCACIONAL. As chamadas “CRIANÇAS DE BEM” agora assaltam a mão armada, violam mulheres indefesas, etc. para matar o tédio. Não tendo encontrado seu posto na vida, andam desorientados e se convertem em REBELDES SEM CAUSA como para “variar um pouco”. É espantoso o estado Caótico da humanidade nestes tempos de crise mundial. Ninguém esta contente com seu trabalho porque o posto não corresponde à vocação, chovem solicitações de emprego porque ninguém tem vontade de morrer de fome, mas as solicitações não correspondem à VOCAÇÃO daqueles que solicitam. Muitos motoristas deveriam ser médicos ou engenheiros. Muitos advogados deveriam ser ministros e muitos ministros deveriam ser alfaiates. Muitos engraxates deveriam ser ministros e muitos ministros deveriam ser engraxates, etc., etc. As pessoas estão em postos que não lhes correspondem, que nada tem a ver com sua verdadeira VOCAÇÃO individual, devido a isto a máquina social funciona pessimamente. Isto é semelhante a um motor que estivesse estruturado com peças que não lhe corresponde e o resultado tem que ser inevitavelmente o desastre, o fracasso, o absurdo. Na prática pudemos comprovar até a saciedade que quando alguém não tem disposição VOCACIONAL para ser guia, instrutor religioso, líder político ou diretor de alguma associação espiritualista, científica, literária, filantrópica, etc., então somente pensa em função do MAIS e se dedica a fazer projetos e mais projetos com propósitos secretos inconfessáveis. É óbvio que quando o posto não corresponde à VOCAÇÃO individual o resultado é a exploração. Nestes tempos terrivelmente materialistas em que vivemos, o posto de mestre está sendo arbitrariamente ocupado por muitos comerciantes que nem remotamente têm VOCAÇÃO para o Magistério. O resultado de semelhante infâmia é a exploração, crueldade e falta de verdadeiro amor. Muitos sujeitos exercem o magistério exclusivamente com o propósito de conseguir dinheiro para pagar seus estudos na Faculdade de Medicina, Direito ou Engenharia ou simplesmente porque não encontram nada mais para fazer. As vítimas de semelhante fraude intelectual são os alunos e alunas. O verdadeiro mestre vocacional hoje em dia é muito difícil encontrá-lo e é a maior dita que podem chegar a ter os alunos e alunas de escolas, colégios e universidades. A VOCAÇÃO do mestre está sabiamente traduzida por aquela peça de prosa comovedora de GABRIELA MISTRAL intitulada a “ORAÇÃO DA MESTRA”. A mestra da província disse dirigindose ao DIVINO, ao MESTRE SECRETO: "Dê-me o amor único de minha escola: que nem a queimadura da beleza seja capaz de roubar-lhe minha ternura de todos os instantes. Mestre, faça-me duradouro o fervor e passageiro o desencanto. Arranque de mim este desejo impuro de mal entendida justiça que ainda me turva, a mesquinha insinuação de protesto que sobe em mim quando me ferem, não me doa a incompreensão nem me entristeça o esquecimento das que ensinei". "Dê-me o ser mais mãe que as mães, para poder amar e defender como elas o que NÃO é carne de minhas carnes. Dême alcance para fazer de uma de minhas meninas meu verso perfeito e para deixar nela cravado minha mais penetrante melodia, para quando meus lábios não cantem mais". "Mostre-me ser possível teu Evangelho em meu tempo, para que não renuncie à batalha de cada dia e de cada hora por ele". Quem pode medir a influência psíquica maravilhosa de um mestre assim inspirado com tanta ternura, pelo sentido de sua VOCAÇÃO? O indivíduo encontra sua vocação por uma destas três vias: primeira: O AUTODESCOBRIMENTO de uma capacidade especial. Segunda: a visão de uma necessidade urgente. Terceira: a direção muito rara dos pais e mestres que descobriram a VOCAÇÃO do aluno ou aluna mediante a observação de suas aptidões. Muitos indivíduos descobriram sua VOCAÇÃO em determinado momento crítico de sua vida, frente a uma situação séria que reclamava remédio imediato. GHANDI era um advogado qualquer, quando devido a um atentado contra os direitos dos Hindus na África do Sul fez cancelar sua passagem de volta à Índia e ficou para defender a causa de seus compatriotas. Uma necessidade momentânea encaminhou-lhe até a VOCAÇÃO de toda sua vida. Os grandes benfeitores da humanidade encontraram sua VOCAÇÃO ante uma crise situacional, que reclamava remédio imediato. Recordamos de OLIVERIO CROMMELL, o pai das liberdades inglesas; Benito Juárez, o forjador do novo México; José de San Martin e Simón Bolívar, pais da independência Sulamericana etc., etc. JESUS o CRISTO, BUDHA, MAOMÉ, HERMES, ZOROASTRO, CONFÚCIO, FUHI, etc., foram homens que em determinado momento da história souberam compreender sua verdadeira VOCAÇÃO e se sentiram chamados pela voz interior que emana do ÍNTIMO. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é chamada a descobrir por diversos métodos, a capacidade latente dos estudantes. Os métodos que a pedagogia extemporânea está utilizando nestes tempos para descobrir a VOCAÇÃO dos alunos e alunas são, sem dúvida nenhuma, cruéis, absurdos e impiedosos. Os questionários VOCACIONAIS foram elaborados por comerciantes que arbitrariamente ocupam o posto de mestres. Em alguns países antes de entrar para preparatórios e VOCACIONAIS, os alunos se submetem às crueldades psicológicas mais horríveis. Fazem-lhes perguntas sobre matemática, civismo, biologia, etc. O mais cruel destes métodos são os famosos TESTES psicológicos, índice Q.I., intimamente relacionados com a prontidão mental. De acordo com o tipo de resposta, segundo se qualifiquem, o estudante é então engarrafado em um dos três bacharelados. Primeiro: Físico- Matemáticos. Segundo: Ciências Biológicas. Terceiro: Ciências Sociais. Dos Físico-Matemáticos saem Engenheiros, Arquitetos, Astrônomos, Aviadores, etc.(Rodrigo, aqui seria interessante vermos como foi que a outra editora traduziu ”Físicomatemáticos” se com traço ou sem traço.)Temos que rever esta.) Das Ciências Biológicas saem Farmacêuticas, Enfermeiras, Biólogos, Médicos, etc. Das Ciências Sociais saem Advogados, Literatos, Doutores em Filosofia e Letras, diretores de Empresas, etc. O plano de estudo em cada país é diferente e é claro que não existem em todos os países três bacharelados diferentes. Em muitos países somente existe um bacharelado e terminado este, o aluno passa para a Universidade. Em algumas nações não se examina a capacidade VOCACIONAL do estudante e este ingressa na faculdade com o desejo de ter uma profissão para ganhar a vida, ainda quando esta não coincida com suas tendências inatas, com seu sentido VOCACIONAL. Há países onde é examinada a capacidade VOCACIONAL dos estudantes e há nações onde não são examinadas. Absurdo é não saber orientar VOCACIONALMENTE os estudantes, não examinar suas capacidades e tendências inatas. Estúpidos são os questionários VOCACIONAIS e todo esse jargão de perguntas, TESTES PSICOLÓGICOS, índice Q.I., etc. Esses métodos de exames VOCACIONAIS não servem porque a mente tem seus momentos de crise e se o exame ocorre em um momento desses, o resultado é o fracasso e desorientação do estudante. Os mestres puderam verificar que a mente dos alunos têm, como o mar, suas altas e baixas marés, seus plus e seus minus. Existe um Biorritmo nas glândulas masculinas e femininas. Também existe um Biorritmo para a mente. Em determinadas épocas as glândulas masculinas se encontram em PLUS e as femininas em MINUS e vice-versa. A mente tem também seu PLUS e MINUS. Quem quiser conhecer a ciência do BIORRITMO lhe indicamos que estude a famosa obra intitulada BIORRITMO escrita pelo eminente sábio GNÓSTICO ROSA-CRUZ, Doutor Arnold Krumm Heller, Médico coronel do Exército Mexicano e Professor de Medicina da Faculdade de Berlim. Nós afirmamos enfaticamente, que uma crise emocional ou um estado de nervosismo psíquico ante a difícil situação de um exame, pode levar um estudante ao fracasso durante o exame pré-vocacional. Nós afirmamos que um abuso qualquer do centro do movimento produzido talvez pelo esporte, por uma excessiva caminhada, ou por um trabalho físico árduo, etc. pode originar crise INTELECTUAL embora a mente se encontre em PLUS, e conduzir o estudante ao fracasso durante um exame prévocacional. Nós afirmamos que uma crise qualquer relacionada com o centro instintivo, talvez em combinação com o prazer sexual, ou com o centro emocional, etc., pode levar o estudante ao fracasso durante um exame pré-vocacional. Nós afirmamos que uma crise sexual qualquer, uma síncope de sexualidade reprimida, um abuso sexual, etc., pode exercer sua influência desastrosa sobre a mente levando-a ao fracasso durante um exame pré-vocacional. A educação fundamental ensina que os germes vocacionais se encontram depositados, não somente no centro intelectual mas também em cada um dos outros quatro centros da Psicofisiologia da máquina orgânica. É urgente levar em conta os cinco centros psíquicos chamados Intelecto, Emoção, Movimento, Instinto e Sexo. É absurdo pensar que o intelecto é o único centro de Cognição. Se examina-se exclusivamente o centro intelectual com o propósito de descobrir as atitudes vocacionais de determinado sujeito, além de cometerse uma grave injustiça que resulta de fato muito prejudicial para o indivíduo e para a sociedade, se incorre em um erro porque os germes da vocação não somente se encontram contidos no centro intelectual mas também, aliás, em cada um dos outros quatro centros Psicofisiológicos do indivíduo. O único caminho óbvio que existe para descobrir a verdadeira vocação dos alunos e alunas é o AMOR VERDADEIRO. Se pais de família e mestres se associassem de mútuo acordo para investigar no lar e na escola, para observar detalhadamente todos os atos dos alunos e alunas, poderia descobrir as tendências inatas de cada aluno e aluna. Esse é o único caminho óbvio que permitirá a pais de família e mestres descobrir o sentido vocacional dos alunos e alunas. Isto exige AMOR verdadeiro de pais e mestres e é óbvio que se não existe amor verdadeiro dos pais e mães de família e autênticos mestres vocacionais capazes de sacrificar-se de verdade por seus discípulos e discípulas, tal empresa resulta então impraticável. Se os governos querem de verdade salvar a sociedade, necessitam expulsar os mercadores do templo com o látego da vontade. Deve iniciar-se uma nova época cultural difundindo por toda parte a doutrina da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Os estudantes devem defender seus direitos valorosamente e exigir dos governos, verdadeiros mestres vocacionais. Felizmente existe a arma formidável das greves e os estudantes têm essa arma. Em alguns países já existem dentro das escolas, colégios e universidades, certos mestres orientadores que realmente não são vocacionais, o posto que ocupam não coincidem com suas tendências inatas. Estes mestres não podem orientar os demais porque nem a si mesmos puderam orientar-se. Precisa-se com urgência de verdadeiros mestres vocacionais capazes de orientar inteligentemente os alunos e alunas. É necessário saber que devido à pluralidade do EU, o ser humano representa automaticamente diversos papéis no teatro da vida. Os rapazes e moças têm um papel para a escola, outro para a rua e outro para o lar. Querendo descobrir a VOCAÇÃO de um jovem ou uma jovem tem que observá-los na escola, no lar e ainda na rua. Este trabalho de observação, somente podem realizá-lo, os pais e mestres verdadeiros em íntima associação. Entre a pedagogia antiquada existe também o sistema de observar qualificações para deduzir vocações. O aluno que se distinguiu em civismo com as mais altas qualificações é então classificado como um possível advogado e o que se distinguiu em biologia se define como um médico em potência, e o que em matemática, como um possível engenheiro, etc. Este sistema absurdo para deduzir VOCAÇÕES é demasiado empírico porque a mente tem seus altos e baixos não somente na forma total já conhecida, mas também em certos estados particulares especiais. Muitos escritores, que na escola foram péssimos estudantes de gramática se destacaram na vida, como verdadeiros mestres da linguagem. Muitos engenheiros notáveis tiveram sempre na escola, as piores qualificações em Matemática e multidão de médicos foram na escola reprovados em biologia e ciências naturais. É lamentável que muitos pais de família em vez de estudar as aptidões de seus filhos vejam neles a continuação de seu querido EGO, EU psicológico, MIM MESMO. Muitos pais advogados querem que seus filhos continuem no escritório de advocacia e muitos donos de negócios querem que seus filhos continuem manejando seus interesses egoístas, sem interessar-lhes no mais mínimo possível o sentido vocacional deles. O EU quer sempre subir, elevar-se ao topo da escada, fazer-se sentir e quando suas ambições fracassam, então querem conseguir através de seus filhos, o que por si mesmo não puderam alcançar. Estes pais ambiciosos colocam seus rapazes e moças em carreiras e postos que nada tem a ver com o sentido VOCACIONAL destes. CAPITULO XXI OS TRÊS CÉREBROS A Psicologia revolucionária da nova era afirma que a máquina orgânica do ANIMAL INTELECTUAL falsamente chamado homem, existe de forma tricentrada ou tricerebrada. O primeiro cérebro está encerrado na caixa craniana. O segundo cérebro corresponde concretamente à espinha dorsal com sua medula central e todos os seus ramos nervosos. O terceiro cérebro não reside em um lugar definido nem tampouco é um órgão determinado. Realmente o terceiro cérebro é constituído pelos plexos nervosos simpáticos e em geral por todos os centros nervosos específicos do organismo humano. O primeiro cérebro é o centro pensante. O segundo cérebro é o centro do movimento, comumente denominado centro motor. O terceiro cérebro é o centro emocional. Está completamente demonstrado na prática que todo abuso do cérebro pensante produz gasto excessivo de energia intelectual. É, pois lógico afirmar sem temor a dúvidas, que os manicômios são verdadeiros cemitérios de mortos intelectuais. Os esportes harmoniosos e equilibrados são úteis para o cérebro motor, mas o abuso do esporte significa gasto excessivo de energias motrizes e o resultado costuma ser desastroso. Não é absurdo afirmar que existem mortos do cérebro motor. Ditos mortos são conhecidos como enfermos de Hemiplegia, Paraplegia, Paralisia Progressiva, etc. O sentido estético, a mística, o êxtase, a música superior, são necessários para cultivar o centro emocional, mas o abuso de dito cérebro produz desgaste inútil e desperdício de energias emocionais. Abusam do cérebro emocional os existencialistas da “nova onda”, os fanáticos do Rock, os Pseudoartistas sensuais da arte moderna, os passionários mórbidos da sensualidade, etc., etc. Embora pareça incrível, a morte certamente se processa por terços em cada pessoa. Já está comprovado até a saciedade que toda enfermidade tem sua base em qualquer um dos três cérebros. A grande lei depositou sabiamente em cada um dos três cérebros do animal intelectual, determinado capital de VALORES VITAIS. Economizar dito capital significa de fato alongar a vida, mal gastar dito capital produz a morte. Tradições arcaicas que chegaram até nós desde a noite aterradora dos séculos, afirmam que a média da vida humana no Antigo Continente MU, situado no Oceano Pacífico, oscilava entre Doze e Quinze Séculos. Com o passar dos séculos através de todas as idades e o uso equivocado dos três cérebros foi encurtando a vida pouco a pouco. No país ensolarado de KEM… lá no velho Egito dos Faraós a média de vida humana alcançava já unicamente cento e quarenta anos. Atualmente nestes tempos modernos de gasolina e celuloide, nesta época de existencialismo e rebeldes do Rock, a média da vida humana segundo algumas companhias de Seguros, é apenas de cinquenta anos. Os Senhores Marxista-leninistas da UNIÃO SOVIÉTICA, fanfarrões e mentirosos como sempre, por aí andam dizendo que inventaram soros muito especiais para alongar a vida, mas o velho Kruschev ainda não tem oitenta anos e tem que pedir-lhe permissão a um pé para levantar o outro. No centro da ÁSIA existe uma comunidade religiosa constituída por anciãos que já nem recordam de sua juventude. A média da vida desses anciãos oscila entre quatrocentos e quinhentos anos. Todo o Segredo de vida longa destes Monges Asiáticos consiste no sábio uso dos três cérebros. O funcionalismo equilibrado e harmonioso dos três cérebros significa economia dos VALORES VITAIS e como lógica consequência, prolongação da vida. Existe uma lei cósmica conhecida como: “IGUALAÇÃO DAS VIBRAÇÕES DE MUITAS FONTES”. Os Monges de dito Monastério sabem utilizar dita lei mediante o uso dos três cérebros. A pedagogia extemporânea conduz os alunos e alunas ao abuso do cérebro pensante cujos resultados já conhece a Psiquiatria. O cultivo inteligente dos três cérebros é EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Nas antigas escolas de mistérios da Babilônia, Grécia, Índia, Pérsia, Egito, etc., os alunos e alunas recebiam informação integral direta, para seus três cérebros mediante o preceito, a dança, a música, etc., inteligentemente combinados. Os teatros dos antigos tempos faziam parte da escola. O drama, a comédia, a tragédia, combinados com a mímica especial, a música, o ensinamento oral, etc. Serviam para informar aos três cérebros de cada indivíduo. Então os estudantes não abusavam do cérebro pensante e sabiam usar com inteligência e de forma equilibrada seus três cérebros. As danças dos mistérios de Eleusis na Grécia, o teatro na Babilônia, a escultura na Grécia foram sempre utilizados para transmitir conhecimentos aos discípulos e discípulas. Agora nestes tempos degenerados do Rock, os alunos e alunas confundidos e desorientados andam pelo caminho tenebroso do abuso mental. Atualmente não existem verdadeiros sistemas criadores para o harmonioso cultivo dos três cérebros. Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades, somente se dirigem à memória infiel dos aborrecidos estudantes que esperam com ansiedade a hora de sair da aula. É urgente, é indispensável saber combinar intelecto, movimento e emoção com o propósito de levar informação íntegra aos três cérebros dos estudantes. É absurdo informar a um só cérebro. O primeiro cérebro não é o único de cognição. É criminoso abusar do cérebro pensante dos alunos e alunas. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deverá conduzir os estudantes pela senda do desenvolvimento harmonioso. A psicologia revolucionária ensina claramente que os três cérebros têm três tipos de associações independentes totalmente distintas. Estas três classes de associações evocam diferentes tipos de impulsos do ser. Isto nos dá de fato três personalidades diferentes que não possuem nada em comum nem em sua natureza nem em suas manifestações. A Psicologia revolucionária da nova era ensina que em cada pessoa existem três aspectos distintos, Com uma parte da essência psíquica desejamos uma coisa, com outra parte desejamos algo decididamente diferente e graças à terceira parte fazemos algo totalmente oposto. Em um instante de suprema dor, talvez a perda de um ser querido qualquer outra catástrofe íntima, a personalidade emocional chega até o desespero enquanto a personalidade intelectual se pergunta o porquê de toda essa tragédia, e a personalidade do movimento somente quer fugir da cena. Estas três personalidades distintas, diferentes, e muitas vezes até contraditórias, devem ser inteligentemente cultivadas e instruídas com métodos e sistemas especiais em todas as escolas, colégios e universidades. Do ponto de vista psicológico é absurdo educar exclusivamente à personalidade intelectual. O homem tem três personalidades que precisam urgentemente da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. CAPITULO XXII O BEM E O MAL O BEM e o MAL não existem. Uma coisa é boa quando nos convém, e má quando não nos convém. O BEM e o MAL é questão de conveniências egoístas e caprichos da mente. O homem que inventou os fatídicos termos BEM e MAL foi um Atlante chamado MAKARI KRONVERNKZYON, membro distinto da Científica Sociedade AKALDAN, situada no submerso continente Atlante. Jamais suspeitou o velho sábio Arcaico o dano tão grave que ia causar à humanidade, com o invento de suas duas palavrinhas. Os sábios Atlantes estudaram profundamente todas as forças EVOLUTIVAS, INVOLUTIVAS e NEUTRAS DA NATUREZA, mas a este velho sábio ocorreu a ideia de definir as duas primeiras com os termos BEM e MAL. Às forças do tipo EVOLUTIVO as chamou de boas e às forças de tipo INVOLUTIVO as batizou com o termo de más. Às forças neutras não deu nome algum. Ditas forças se processam dentro do homem e dentro da natureza sendo a força neutra o ponto de apoio e equilíbrio. Muitos séculos depois da submersão da ATLÂNTIDA com sua famosa POISEDONIS da qual Platão fala em sua República, existiu na civilização oriental, TIKLYAMISHAYANA um sacerdote antiquíssimo que cometeu o gravíssimo erro de abusar dos termos BEM e MAL utilizando-os de maneira inconveniente como base sobre eles uma moral. O nome de dito sacerdote foi ARMANATOORA. Com o decorrer da história através dos inumeráveis séculos, a humanidade viciou-se com estas palavrinhas e converteu-as no fundamento de todos os seus códigos morais. Hoje em dia estas duas palavrinhas encontramos até na sopa. Atualmente há muitos REFORMADORES que querem a RESTAURAÇÃO MORAL, mas que para desgraça deles e deste aflito mundo, têm a mente engarrafada entre o BEM e o MAL. Toda moral fundamenta-se nas palavrinhas BEM e MAL por isso todo REFORMADOR MORAL é de fato um REACIONÁRIO. Os termos BEM e MAL servem sempre para JUSTIFICAR ou CONDENAR nossos próprios erros. Quem justifica ou condena não compreende. É inteligente compreender o desenvolvimento das forças EVOLUTIVAS, mas não é inteligente justificá-las com o termo BOAS. É inteligente compreender os processos das forças involutivas, mas é estúpido condená-las com o termo de MÁS. Toda força centrífuga pode converter-se em força centrípeta. Toda força involutiva pode transformar-se em EVOLUTIVA. Dentro dos infinitos processos da energia em estado EVOLUTIVO existem infinitos processos de energia em estado INVOLUTIVO. Dentro de cada ser humano existem distintos tipos de energia que EVOLUCIONAM, INVOLUCIONAM e se transformam incessantemente. Justificar determinado tipo de energia e condenar outro, não é compreender. O vital é compreender. A experiência da VERDADE foi muito rara entre a humanidade devido ao fato concreto do engarrafamento mental. As pessoas estão engarrafadas entre os opostos BEM e MAL. A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA do MOVIMENTO GNÓSTICO baseia-se no estudo dos distintos tipos de energia que operam dentro do organismo humano e dentro da natureza. O MOVIMENTO GNÓSTICO tem uma ÉTICA REVOLUCIONÁRIA que nada tem que ver com a moral dos reacionários nem tampouco com os termos conservadores e retardatários do BEM e do MAL. Dentro do laboratório Psicofisiológico do organismo humano existem forças evolutivas, involutivas e neutras que devem ser estudadas e compreendidas profundamente. O termo BEM impede a COMPREENSÃO das energias EVOLUTIVAS devido à justificativa. O termo MAL impede a compreensão das forças INVOLUTIVAS devido à condenação. Justificar ou condenar não significa compreender. Quem quiser acabar com seus defeitos não deve justificá-los nem condenálos. É urgente COMPREENDER nossos erros. Compreender a IRA em todos os níveis da mente é fundamental para que em nós nasça a serenidade e a doçura. Compreender os infinitos matizes da ganância é indispensável para que em nós nasça a filantropia e o altruísmo. Compreender a luxúria em todos os níveis da mente é condição indispensável para que em nós nasça a castidade verdadeira. Compreender a inveja em todos os terrenos da mente é suficiente para que nasça em nós o sentido de cooperação e a dita pelo bem estar e o progresso alheio. Compreender o orgulho em todos seus matizes e graus é a base para que nasça em nós de forma natural e simples a flor exótica da humildade. Compreender o que é esse elemento de inércia chamado preguiça, não somente em suas formas grotescos, mas também em suas formas mais sutis, é indispensável para que nasça em nós o sentido de atividade. Compreender as diversas formas da GULA e da glutonaria equivale a destruir os vícios do centro instintivo como são banquetes, bebedeiras, caçada, carnivonorismo, medo da morte, desejos de perpetuar o EU, temor à aniquilação, etc.(Rodrigo, não encontrei esta palavra “carnívonorismo”, vou ainda pesquisála em outras fontes.) Os mestres de escolas, colégios e universidades aconselham a seus discípulos e discípulas que melhorem como se o EU pudesse melhorar, que adquiram determinadas virtudes como se o EU pudesse conseguir virtudes, etc. É urgente compreender que o EU não melhora jamais, que nunca é mais perfeito e quem cobiça as virtudes fortalece o EU. A PERFEIÇÃO TOTAL somente nasce em nós com a dissolução do EU. As virtudes nascem em nós de forma natural e simples quando compreendemos nossos defeitos psicológicos não somente no nível intelectual, mas também em todos os terrenos subconscientes e inconscientes da mente. Querer melhorar é estúpido, desejar a santidade é inveja, cobiçar virtudes significa fortalecer o EU com o veneno da cobiça. Necessitamos da morte total do EU não somente no nível intelectual, mas também em todos os recantos, regiões, terrenos e corredores da mente. Quando morremos absolutamente, somente fica em nós ISSO que é PERFEITO. ISSO que está saturado de virtudes. ISSO que é a ESSÊNCIA de nosso SER ÍNTIMO, ISSO que não é do tempo. Somente compreendendo a fundo todos os infinitos processos das forças evolutivas que se desenvolvem dentro de nós mesmos aqui e agora. Somente compreendendo de forma íntegra os distintos aspectos das forças INVOLUTIVAS que se processam dentro de nós mesmos de momento em momento, podemos dissolver o EU. Os termos BEM e MAL servem para CONDENAR, mas jamais para compreender. JUSTIFICAR e Cada defeito tem muitos matizes, fundos, transfundos e profundidades. Compreender um defeito no nível intelectual não significa tê-lo compreendido nos distintos terrenos subconscientes, inconscientes e infraconscientes da mente. Qualquer defeito pode desaparecer do nível intelectual e continuar nos outros terrenos da mente. A IRA se disfarça com a toga do Juiz. Muitos cobiçam não ser gananciosos, há aqueles que não cobiçam dinheiro, mas cobiçam poderes Psíquicos, virtudes, amores, felicidade aqui ou depois da morte, etc., etc., etc. Muitos homens e mulheres se emocionam e fascinam ante as pessoas de sexo oposto “APARENTEMENTE” porque amam a beleza, seu próprio subconsciente lhes trai, a LUXÚRIA se disfarça com o sentido estético. Muitos invejosos invejam os santos, fazem penitências e se chicoteiam porque desejam também chegar a ser SANTOS. Muitos invejosos invejam àqueles que se sacrificam pela humanidade e então querendo ser grandes também, fazem escárnio daqueles a quem invejam e lançam contra eles toda sua baba difamatória. Há aqueles que se sentem orgulhosos pela posição, o dinheiro, a fama e o prestígio, e há aqueles que se sentem orgulhosos por sua condição humilde. Diógenes se sentia orgulhoso do Tonel onde dormia e quando chegou à casa de Sócrates o saudou dizendo: “Pisando teu orgulho Sócrates, pisando teu orgulho”. “Sim, Diógenes, com teu orgulho pisas meu orgulho”. Foi a resposta de Sócrates. As mulheres vaidosas encrespam os cabelos, se vestem e adornam com tudo o que podem para despertar a inveja das outras mulheres, mas a Vaidade se disfarça com a túnica da humildade. Conta a tradição que Arístipo, o filósofo grego querendo demonstrar a todo o mundo sua sabedoria e sua humildade se vestiu com uma túnica velhíssima e cheia de buracos, empunhou em sua mão direita a vara da Filosofia e se foi pelas ruas de Atenas. Quando Sócrates lhe viu vir, exclamou: “Vê-se tua vaidade através dos buracos de tua vestimenta, oh Arístipo”. Muitos são os que estão na miséria devido ao elemento preguiça, mas existem pessoas que trabalham muito para ganhar a vida, mas têm preguiça de estudar e conhecer-se a si mesmos para dissolver o EU. São muitos os que abandonaram a Gula e a Glutoneria, mas desgraçadamente se embebedam e saem para caçar. Cada defeito é multifacético, se desenvolve e processa de forma gradativa desde o degrau mais baixo da escala Psicológica até o degrau mais elevado. Dentro da cadência deliciosa de um verso, também se esconde o delito. O delito também se veste de Santo, de Mártir, de casto, de Apóstolo, etc. O BEM e o MAL não existem, ditos termos somente servem para buscar evasivas e evitar o estudo profundo e detalhado de nossos próprios defeitos. CAPITULO XXIII A MATERNIDADE A vida do ser humano começa como uma simples célula sujeita, como é natural, ao tempo extraordinariamente rápido das células vivas. Concepção, gestação, nascimento, é sempre o trio maravilhoso e formidável com que começa a vida de qualquer criatura. É realmente surpreendente saber que nossos primeiros momentos de existência, devemos vivê-los no infinitamente pequeno, convertidos, cada um de nós em uma simples célula microscópica. Começamos a existir em forma de insignificante célula e terminamos a vida velhos, anciãos e sobrecarregados de recordações. O EU é memória. Muitos anciãos nem remotamente vivem no presente, muitos velhos vivem unicamente recordando o passado. Todo velho não é mais que uma voz e uma sombra. Todo ancião é um fantasma do passado, memória acumulada, e esta é a que continua nos Genes de nossos descendentes. A concepção humana se inicia com tempos extraordinariamente velozes, mas através dos distintos processos da vida vão se tornando cada vez mais e mais lentos. A muitos leitores convém recordar a relatividade do tempo. O insignificante inseto que somente vive umas quantas horas em uma tarde de verão parece como se quase não vivesse, mas vive realmente tudo o que um homem vive em oitenta anos, o que acontece é que vive rapidamente, um homem vive em oitenta anos tudo o que um planeta vive em milhões de anos. Quando o Zoosperma se junta com o ovo começa a gestação. A célula com a qual começa a vida humana, contém quarenta e oito cromossomos. Os cromossomos se dividem em genes, uma centena destes últimos ou algo mais constituem certamente isso que é um Cromossomo. Os Genes são muito difíceis de estudar porque são constituídos cada um por umas poucas moléculas que vibram com inconcebível rapidez. O mundo maravilhoso dos Genes constitui uma zona intermediária entre o mundo tridimensional e o mundo da quarta dimensão. Nos Genes se encontram os átomos da herança. O EU PSICOLÓGICO de nossos antepassados, veem para impregnar o ovo fecundado. Nesta era de Eletrotécnica e ciência atômica, de nenhuma maneira é exagerado afirmar que a marca eletromagnética deixada por um antepassado que exalou seu último alento tenha vindo a imprimir-se nos Genes e cromossomos do ovo fecundado por um descendente. O sendeiro da vida é formado com as pegadas dos cascos do cavalo da norte. Durante o curso da existência, diferentes tipos de energia fluem pelo organismo humano; cada tipo de energia tem seu próprio sistema de ação, cada tipo de energia se manifesta a seu tempo e a sua hora. Aos dois meses de concepção temos a função digestiva e aos quatro meses de concepção entra em ação a força motriz tão intimamente relacionada com os sistemas respiratório e muscular. É maravilhoso o espetáculo científico do nascer e morrer de todas as coisas. Muitos sábios afirmam que existe íntima analogia entre o nascimento da criatura humana e o nascimento dos mundos no espaço sideral. Aos nove meses nasce a criança, aos dez começa o crescimento com todos os seus maravilhosos metabolismos e o desenvolvimento simétrico e perfeito dos tecidos conjuntivos. Quando a Fontanela frontal dos recém-nascidos se encerra aos dois ou três anos de idade, é sinal de que o sistema cérebroespinhal terminou perfeitamente. Muitos cientistas disseram que a natureza tem imaginação e que esta imaginação dá forma viva a tudo o que é, a tudo o que foi, a tudo o que será. Multidões de pessoas riem da imaginação e alguns até a chamam a “LOUCA DA CASA”. Ao redor da palavra IMAGINAÇÃO existe muita confusão e são muitos os que confundem a IMAGINAÇÃO com a FANTASIA. Certos sábios dizem que existem duas imaginações. A primeira a chamam IMAGINAÇÃO MECÂNICA e a segunda IMAGINAÇÃO INTENCIONAL: A primeira é constituída pelos cansaços da mente e a segunda corresponde ao mais digno e decente que temos dentro. Através da observação e da experiência pudemos verificar que existe também um tipo de SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA MÓRBIDA INFRACONSCIENTE E SUBJETIVA. Esse tipo de SUBIMAGINAÇÃO AUTOMÁTICA funciona por baixo da ZONA INTELECTUAL. As imagens eróticas, o filme morboso, os contos picantes com duplo sentido, as piadas morbosas, etc., costumam colocar para trabalhar de forma inconsciente a SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA. Análise de fundo nos levaram a conclusão lógica de que os sonhos eróticos e as poluções noturnas se devem à SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA. A CASTIDADE ABSOLUTA resulta impossível enquanto exista a SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA. É a todas as luzes, perfeitamente claro que a IMAGINAÇÃO CONSCIENTE é radicalmente distinta disso que se chama IMAGINAÇÃO MECÂNICA, SUBJETIVA, INFRACONSCIENTE. SUBCONSCIENTE. Qualquer representação pode ser percebida de forma AUTOENALTECEDORA e dignificante, mas a SUBIMAGINAÇÃO de tipo mecânico, infraconsciente, subconsciente, inconsciente, pode nos trair funcionando automaticamente com matizes e imagens sensuais, passionárias, submersas. Se queremos a CASTIDADE ÍNTEGRA, uni-total, de fundo, necessitamos vigiar não somente a IMAGINAÇÃO CONSCIENTE, mas também a IMAGINAÇÃO MECÂNICA e a SUBIMAGINAÇÃO INCONSCIENTE, AUTOMÁTICA, SUBCONSCIENTE, SUBMERSA. Não devemos esquecer jamais a íntima relação existente entre SEXO e IMAGINAÇÃO. Através da meditação de fundo devemos transformar todo tipo de imaginação mecânica e toda forma de SUBIMAGINAÇÃO e INFRAIMAGINAÇÃO AUTOMÁTICA, em IMAGINAÇÃO CONSCIENTE, objetiva. A IMAGINAÇÃO OBJETIVA é em si mesma essencialmente criadora, sem ela o inventor não poderia conceber o telefone, o rádio, o avião, etc. A IMAGINAÇÃO da MULHER em estado de gravidez é fundamental para o desenvolvimento do feto. É demonstrado que toda mãe pode com sua IMAGINAÇÃO alterar a psique do feto. É urgente que a mulher em estado de gravidez contemple belos quadros, sublimes paisagens, e escute música clássica e palavras harmoniosas, assim pode operar sobre a psique da criatura que leva em suas entranhas harmoniosamente. A mulher em estado de gravidez não deve beber álcool, nem fumar, nem contemplar o feio, o desagradável porque tudo isto é prejudicial para o desenvolvimento harmonioso da criatura. Tem que saber desculpar todos os caprichos e erros da mulher grávida. Muitos homens intolerantes e sem compreensão verdadeira, ficam com raiva e falam injúrias da mulher em estado de gravidez. As amarguras desta, as aflições causadas pelo marido sem caridade, repercutem sobre o feto em estado de gestação, não somente física, mas também psiquicamente. Tendo em conta o poder da imaginação criadora, é lógico afirmar que a mulher em estado de gravidez, não deve contemplar o feio, o desagradável, o inarmônico, o que causa asco, etc. Chegou a hora em que os governos devem preocupar-se em resolver os grandes problemas relacionados com a maternidade. Resulta incongruente que em uma sociedade que se preza como cristã e democrática, não se saiba respeitar e venerar o sentido religioso da maternidade. É monstruoso ver milhares de mulheres em estado de gravidez sem amparo algum, abandonadas pelo marido e pela sociedade, mendigando um pedaço de pão ou um emprego e exercendo muitas vezes trabalhos materiais rudes, para poder sobreviver com a criatura que levam no seu ventre. Estes estados infra-humanos da sociedade atual, esta crueldade e falta de responsabilidade dos governantes e dos povos estão nos indicando com toda clareza que a democracia ainda não existe. Os hospitais com suas salas de maternidade ainda não resolveram o problema, porque a ditos hospitais somente podem chegar as mulheres quando já se aproximam da hora do parto. Necessitam-se com urgência lares coletivos, verdadeiras cidades jardins dotadas de salões e residências para as mulheres em estado de gravidez pobres de solenidade, clínicas e jardim de infância para os filhos destas. Estes lares coletivos são alojamentos para as mulheres pobres de solenidade em estado de gravidez, cheios de todo tipo de comodidades, flores, música, harmonia, beleza, etc., solucionariam totalmente o grande problema da maternidade. Devemos compreender que a sociedade humana é uma grande família e que não existe problema alheio porque todo problema, em uma ou outra forma, afeta dentro de seu respectivo círculo a todos os membros da sociedade. É absurdo discriminar as mulheres grávidas pelo fato de serem pobres de solenidade. É criminoso subestimá-las, depreciá-las ou jogá-las em um asilo de indigentes. Nesta sociedade em que vivemos não pode haver filhos e enteados, porque todos somos humanos e temos os mesmos direitos. Precisamos criar a verdadeira democracia, se é que de verdade não queremos ser devorados pelo Comunismo. CAPITULO XXIV A PERSONALIDADE HUMANA Um homem nasceu, viveu sessenta e cinco anos e morreu. Mas onde se encontrava antes de 1900 e onde poderá estar depois de 1965? A ciência oficial nada sabe sobre tudo isto. Esta é a fórmula geral de todas as questões sobre a vida e a morte. Axiomaticamente podemos afirmar: ”O HOMEM MORRE PORQUE SEU TEMPO TERMINA, NÃO EXISTE NENHUM MANHÃ PARA A PERSONALIDADE DO MORTO”. Cada dia é uma onda do tempo, cada mês é outra onda do tempo, cada ano é também outra onda do tempo e todas estas ondas encadeadas em seu conjunto constituem a GRANDE ONDA DA VIDA. O tempo é redondo e a vida da PERSONALIDADE HUMANA é uma curva fechada. A vida da PERSONALIDADE HUMANA se desenvolve em seu tempo, nasce em seu tempo e morre em seu tempo, jamais pode existir além de seu tempo. Isto do tempo é um problema que foi estudado por muitos sábios. Fora de qualquer dúvida o tempo é a QUARTA DIMENSÃO. A Geometria de EUCLIDES somente é aplicável ao mundo TRIDIMENSIONAL, mas o mundo tem sete dimensões e a QUARTA é o TEMPO. A mente humana concebe a ETERNIDADE como a prolongação do tempo em linha reta, nada pode estar mais errado que este conceito porque a ETERNIDADE é a QUINTA DIMENSÃO. Cada momento da existência acontece no tempo e se repete eternamente. A morte e a VIDA são dois extremos que se tocam. Uma vida termina para o homem que morre, mas começa outra. Um tempo termina e outro começa, a morte encontra-se intimamente vinculada ao ETERNO RETORNO. Isto quer dizer que temos que retornar, voltar a este mundo depois de mortos para repetir o mesmo drama da existência, mais sim, a PERSONALIDADE humana perece com a morte, quem ou o que é que retorna? É necessário esclarecer de uma vez e para sempre que o EU é o que continua depois da morte, que o EU é quem retorna, que o EU é quem regressa a este vale de lágrimas. É necessário que nossos leitores não confundam a Lei do RETORNO com a Teoria da REENCARNAÇÃO ensinada pela TEOSOFIA MODERNA. A citada teoria da REENCARNAÇÃO teve sua origem no culto de KRISHNA que é uma RELIGIÃO HINDU de tipo Védico, infelizmente retocada e adulterada pelos reformadores. No culto autêntico original de Krishina, somente os Heróis, os Guias, aqueles que já possuem INDIVIDUALIDADE SAGRADA, são os únicos que se reencarnam. O EU PLURALIZADO RETORNA, regressa, mas isto não é REENCARNAÇÃO. As massas, as multidões RETORNAM, mas isso não é REENCARNAÇÃO. A ideia do RETORNO das coisas e os fenômenos, a ideia da repetição eterna não é muito antiga e podemos encontrá-la na SABEDORIA PITAGÓRICA e na antiga cosmogonia do INDOSTÃO. O eterno retorno dos Dias e Noites de BRAHMA, a repetição incessante dos KALPAS, etc., invariavelmente associados de forma muito íntima à Sabedoria Pitagórica e à Lei da RECORRÊNCIA eterna ou eterno RETORNO. Gautama, o BUDHA, ensinou muito sabiamente a DOUTRINA do ETERNO RETORNO e a roda de vidas sucessivas, mas sua DOUTRINA foi muito adulterada por seus seguidores. Todo RETORNO implica desde logo na fabricação de uma nova PERSONALIDADE HUMANA, esta se forma durante os primeiros sete anos da infância. O ambiente de família, a vida da rua e a Escola, dão à PERSONALIDADE HUMANA, seu tom original característico. O EXEMPLO dos mais velhos é definitivo para a personalidade infantil. A criança aprende mais com o exemplo que com o preceito. A forma errada de viver, o exemplo absurdo, os costumes degenerados dos mais velhos, dão à personalidade da criança esse tom peculiar cético e perverso da época em que vivemos. Nestes tempos modernos o adultério tornou-se mais comum que a batata e a cebola. E como é apenas lógico isto origina cenas dantescas dentro dos lares. São muitas as crianças que nestes tempos tem que suportar cheios de dor e ressentimentos, os látegos e pauladas do padrasto ou da madrasta. É claro que nessa forma a PERSONALIDADE da criança se desenvolve dentro do quadro de dor, o rancor e o ódio. Existe um dito vulgar que diz: “O filho alheio cheira feio em todas as partes”. Naturalmente neste também há exceções, mas estas podem ser contadas com os dedos da mão e sobram dedos. As altercações entre o pai e a mãe por questão de ciúmes, o choro e os lamentos da mãe aflita ou do marido oprimido, arruinado e desesperado, deixam na PERSONALIDADE da criança uma marca indelével de profunda dor e melancolia que jamais se esquece durante toda a vida. Nas casas elegantes, as senhoras orgulhosas maltratam suas criadas quando estas vão ao salão de beleza ou pintam o rosto. O orgulho das senhoras se sente mortalmente ferido. A criança que vê todas estas cenas de infâmia, sente-se ferido no mais profundo já seja que se coloque por parte de sua mãe soberba e orgulhosa, ou por parte da infeliz criada vaidosa e humilhada e o resultado costuma ser catastrófico para a PERSONALIDADE INFANTIL. Desde que a televisão foi inventada perdeu-se a unidade da família. Em outros tempos o homem chegava da rua e era recebido por sua mulher com muita alegria. Hoje em dia já a mulher não sai para receber seu marido à porta porque está ocupada vendo televisão. Dentro dos lares modernos o pai, a mãe, os filhos, as filhas, parecem autômatos inconscientes ante a tela da televisão. Agora o marido não pode comentar com uma mulher absolutamente nada com os problemas do dia, o trabalho, etc., etc. porque esta parece sonâmbula vendo o filme de ontem, as cenas dantescas de Al Capone, o último baile da nova onda, etc., etc., etc. As crianças levantadas neste novo tipo de lar ultramoderno somente pensam em canhões, pistolas, metralhadoras de brinquedo para imitar e viver à sua maneira, todas as cenas dantescas do crime tal como as viu na tela da televisão. É uma lástima que este invento maravilhoso da televisão seja utilizado com propósitos destrutivos. Se a humanidade utilizara este invento de forma dignificante já para estudar as ciências naturais, já para ensinar a verdadeira arte régia da MÃE NATUREZA, já para dar sublimes ensinamentos às pessoas, então este invento seria uma benção para a humanidade, poderia ser utilizado inteligentemente para cultivar a personalidade humana. É claramente absurdo nutrir a PERSONALIDADE INFANTIL com música arrítmica, desarmônica, vulgar. É estúpido nutrir a PERSONALIDADE das crianças, com contos de ladrões e polícias, cenas de vício e prostituição, dramas de adultério, pornografia, etc. O resultado de semelhante procedimento podemos vê-lo nos Rebeldes sem Causa, os assassinos prematuros, etc. É lamentável que as mães castiguem seus filhos, lhes deem pauladas, lhes insultem com vocábulos decompostos e cruéis. O resultado de semelhante conduta é o ressentimento, o ódio, a perda do amor, etc. Na prática pudemos ver que as crianças levantadas entre pauladas, látegos e gritos, convertem-se em pessoas vulgares cheias de grosserias e faltas de todo sentido de respeito e veneração. É urgente compreender a necessidade de estabelecer um verdadeiro equilíbrio dentro dos lares. É indispensável saber que a doçura e a severidade devem equilibrar-se mutuamente nos dois pratos da balança da justiça. O PAI representa a SEVERIDADE, A MÃE representa a DOÇURA. O Pai personifica a SABEDORIA. A MÃE simboliza o AMOR. SABEDORIA e AMOR, SEVERIDADE e DOÇURA se equilibram mutuamente nos dois pratos da balança cósmica. Os Pais e Mães de família devem equilibrar-se mutuamente para o bem dos lares. É urgente, é necessário, que todos os Pais e Mães de família compreendam a necessidade de semear na mente infantil os VALORES ETERNOS do ESPÍRITO. É lamentável que as crianças modernas já não possuam o sentido de VENERAÇÃO, isto se deve aos contos de vaqueiros, ladrões e polícias, a televisão, o cinema, etc., perverteram a mente das crianças. A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA do MOVIMENTO GNÓSTICO, de forma clara e precisa faz uma distinção de fundo entre o EGO e a ESSÊNCIA. Durante os três ou quatro primeiros anos de vida, somente se manifesta na criança a beleza da ESSÊNCIA, então a criança é terna, doce, bela em todos os seus aspectos Psicológicos. Quando o EGO começa a controlar a terna personalidade da criança, toda essa beleza da ESSÊNCIA vai desaparecendo e em seu lugar afloram então os defeitos Psicológicos próprios de todo ser humano. Assim como devemos fazer distinção entre EGO e ESSÊNCIA, também é necessário distinguir entre PERSONALIDADE e ESSÊNCIA. O Ser humano nasce com a ESSÊNCIA, mas não nasce com a PERSONALIDADE, esta última é necessária criá-la. PERSONALIDADE e ESSÊNCIA devem desenvolver-se de forma harmoniosa e equilibrada. Na prática pudemos verificar que quando a PERSONALIDADE se desenvolve exageradamente às custas da ESSÊNCIA, o resultado é o VELHACO. A observação e a experiência de muitos anos nos permitiram compreender que quando a ESSÊNCIA se desenvolve totalmente sem atender o mais mínimo cultivo harmonioso da PERSONALIDADE, o resultado é o místico sem intelecto, sem personalidade, nobre de coração, mas inadaptado, incapaz. O desenvolvimento HARMONIOSO de PERSONALIDADE e ESSÊNCIA dá por resultado homens e mulheres geniais. Na ESSÊNCIA temos tudo o que PERSONALIDADE tudo o que é emprestado. é próprio, na Na ESSÊNCIA temos nossas qualidades inatas, na PERSONALIDADE temos o exemplo de nossos mais velhos, o que aprendemos no Lar, na Escola, na Rua. É urgente que as crianças recebam alimento para a ESSÊNCIA e alimento para a PERSONALIDADE. A ESSÊNCIA se alimenta com ternura, carinho sem limites, amor, música, flores, beleza, harmonia, etc. A PERSONALIDADE deve alimentar-se com o bom exemplo de nossos mais velhos, com o sábio ensinamento da escola, etc. É indispensável que as crianças entrem para o ensino primário com a idade de sete anos depois de terem passado pelo jardim da infância. As crianças devem aprender as primeiras letras brincando, assim o estudo se faz para eles, atrativo, delicioso, feliz. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina que desde o próprio KINDER ou jardim de infância, deve atender-se de forma especial cada um dos três aspectos da PERSONALIDADE HUMANA, conhecidos como pensamento, sentimento e ação, assim a personalidade da criança se desenvolve de forma harmoniosa e equilibrada. A questão da criação da PERSONALIDADE da criança e seu desenvolvimento, é de gravíssima responsabilidade para PAIS DE FAMÍLIA e MESTRES DE ESCOLA. A qualidade da PERSONALIDADE HUMANA depende exclusivamente do tipo de material Psicológico com o qual foi criada e alimentada. Ao redor da PERSONALIDADE, ESSÊNCIA, EGO ou EU, existe entre os estudantes de PSICOLOGIA muita confusão. Alguns confundem a PERSONALIDADE com a ESSÊNCIA e outros confundem o EGO ou EU com a ESSÊNCIA. São muitas as Escolas Pseudoesotéricas ou Pseudo-Ocultistas que têm como meta de seus estudos a VIDA IMPESSOAL. É necessário esclarecer que não é a PERSONALIDADE o que temos que dissolver. É urgente saber que precisamos desintegrar o EGO, o MIM MESMO, o EU, reduzi-lo a poeira cósmica. A PERSONALIDADE é tão somente um veículo de ação, um veículo que foi necessário criar, fabricar. No mundo existem CALÍGULAS, ÁTILAS, HITLERES, etc. Todo tipo de personalidade por mais perversa que ela tenha sido, pode transformar-se radicalmente quando o EGO ou EU se dissolva totalmente. Isto da Dissolução do EGO ou EU confunde e perturba muitos Pseudoesoteristas. Estes estão convencidos de que o EGO é DIVINO, eles acreditam que o EGO ou EU é o mesmo SER, a MÔNADA DIVINA, etc. É necessário, é urgente, é inadiável compreender que o EGO ou EU nada tem de DIVINO. O EGO ou EU é o SATÃ da BÍBLIA, maço de recordações, desejos, paixões, ódios, ressentimentos, concupiscências, adultérios, herança de família, raças, nação, etc., etc., etc. Muitos afirmam de forma estúpida que em nós existe um EU SUPERIOR ou DIVINO e UM EU INFERIOR. SUPERIOR e INFERIOR são sempre duas seções de uma mesma coisa. EU SUPERIOR, EU INFERIOR, são duas seções do mesmo EGO. O SER DIVINAL, A MÔNADA, o ÍNTIMO, nada tem a ver com nenhuma forma do EU. O SER é o SER e isso é tudo. A Razão de SER é o mesmo SER. A PERSONALIDADE em si mesma é somente um veículo e nada mais. Através da personalidade pode manifestar-se o EGO ou o SER, tudo depende de nós mesmos. É URGENTE dissolver o EU, o EGO, para que somente se manifeste através de nossa PERSONALIDADE, a ESSÊNCIA PSICOLÓGICA de nosso VERDADEIRO SER. É indispensável que os EDUCADORES compreendam plenamente a necessidade de cultivar harmoniosamente os três aspectos da PERSONALIDADE HUMANA. Um perfeito equilíbrio entre personalidade e ESSÊNCIA, um desenvolvimento harmonioso do PENSAMENTO, EMOÇÃO e MOVIMENTO, uma ÉTICA REVOLUCIONÁRIA, constituem as bases da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. CAPITULO XXV A ADOLESCÊNCIA Chegou o momento de abandonar de forma definitiva o falso pudor e os preconceitos relacionados com o problema sexual. É necessário compreender de forma clara e precisa o problema sexual dos adolescentes de ambos os sexos. Aos catorze anos de idade aparece no organismo do adolescente a energia sexual que flui então avassaladoramente pelo sistema neuro-simpático. Este tipo especial de energia transforma o organismo humano, modificando a voz no homem e originando a função ovariana na mulher. O organismo humano é uma autêntica fábrica que transforma elementos grosseiros em finas substâncias vitais. Os alimentos que levamos ao estômago passam por múltiplas transformações e refinamentos até culminar definitivamente nessa substância semissólida, semilíquida mencionada por Paracelso com o termo de Ensseminis (Entidade do Sêmen). Esse vidro líquido, flexível, maleável, esse esperma, contém em si mesmo, de forma potencial todos os germes da vida. O Gnosticismo reconhece no esperma o CAOS de onde surge com veemência a vida. Os velhos Alquimistas medievais tais como Paracelso, Sendivogius, Nicolas Flamel, Raimundo Lulio, etc., estudaram com profunda veneração o ENS-SEMINIS ou mercúrio da filosofia secreta. Este VITRÍOLO é um verdadeiro elixir elaborado inteligentemente pela natureza dentro das vesículas seminais. Neste mercúrio da antiga sabedoria, neste sêmen, se encontram realmente todas as possibilidades da existência. É lamentável que muitos jovens por falta de verdadeira orientação psicológica verdadeira se entreguem ao vício da masturbação ou se desviem lamentavelmente pelo sendeiro infrassexual do homossexualismo. Às crianças e aos jovens lhes dá informação intelectual sobre muitos temas e lhes encarrilha pela via do esporte cujo abuso encurta a vida miseravelmente, mas desgraçadamente ao aparecer a energia sexual com a qual inicia-se a adolescência, tanto pais de família como mestres de escola, baseados em um falso puritanismo e uma moral estúpida, resolvem calar criminosamente. Há silêncios delituosos e existem palavras infames. Calar sobre o problema sexual é um delito. Falar equivocadamente sobre o problema sexual constitui também outro delito. Se os pais e mestres calam, os pervertidos sexuais falam e as vítimas veem a ser os adolescentes inexperientes. Se o adolescente não pode consultar os pais nem os mestres, consultará então seus companheiros de escola possivelmente já desviados pelo caminho errado. O resultado não se deixa esperar por muito tempo e o novo adolescente seguindo falsos conselhos, se entregará ao vício da masturbação ou se desviará pelo caminho do homossexualismo. O vício da masturbação arruína totalmente a potência cerebral. É necessário saber que existe uma íntima relação entre o sêmen e o cérebro. É necessário celebrizar o sêmen. É necessário seminizar o cérebro. O cérebro se seminiza transmutando a energia sexual, sublimando-a, convertendo-a em potência cerebral. Desta forma fica o sêmen celebrizado e o cérebro seminizado. A ciência Gnóstica estuda a fundo a endocrinologia e ensina métodos e sistemas para transmutar as energias sexuais, mas este é assunto que não se encaixa dentro deste livro. Se o leitor quiser informação sobre Gnosticismo deve estudar nossos livros Gnósticos e entrar em nossos estudos. Os adolescentes devem sublimar as energias sexuais cultivando o sentido estético, aprendendo a música, a escultura, a pintura, realizando excursões às altas montanhas, etc. Quantos rostos que puderam ser belos murcharam! Quantos cérebros se degeneram! Tudo por falta de um grito de alerta no momento oportuno. O vício da masturbação, tanto em jovens como em senhoritas tornou-se mais comum que lavar as mãos. Os manicômios estão cheios de homens e mulheres que arruinaram seu cérebro no asqueante vício da masturbação. O destino dos masturbadores é o manicômio. O vício do homossexualismo tem podres as raízes desta raça caduca e perversa. Parece incrível que em países como Inglaterra que se presumem cultos e supercivilizados, existam livremente os cinemas onde se exibem filmes de tipo homossexual. Parece incrível que seja precisamente na Inglaterra onde já são feitos esforços para legalizar oficialmente casamentos do tipo homossexual. Nas grandes metrópoles do mundo prostíbulos e clubes do tipo homossexual. existem atualmente A fraternidade tenebrosa dos inimigos da mulher, hoje em dia tem organizações pervertidas que assombram por sua fraternidade degenerada. Para muitos leitores poderá surpreendê-los muito isto da “fraternidade degenerada”, mas não devemos esquecer que em todos os tempos da história existiram sempre diversas irmandades do delito. A confraria mórbida dos inimigos da mulher é fora de qualquer dúvida, uma irmandade do delito. Os inimigos da mulher ocupam sempre ou quase sempre, os postos-chave dentro da colmeia burocrática. Quando um homossexual vai ao cárcere, logo fica livre devido à influência oportuna dos homens-chave da confraria do delito. Se um afeminado cai em desgraça, logo recebe auxílios econômicos de todos os sinistros personagens da Confraria do delito. Os membros tenebrosos do homossexualismo se reconhecem entre si pelo uniforme que ostentam. Assombra saber que os maricas usam uniformes, mas assim é. O uniforme dos homossexuais corresponde a toda moda que se inicia. Os maricas iniciam toda moda nova. Quando uma moda torna-se comum, então eles iniciam outra. Nesta forma o uniforme da fraternidade do delito é sempre novo. Todas as grandes cidades do mundo, hoje em dia, têm milhões de homossexuais. O vício do homossexualismo inicia sua marcha vergonhosa durante a adolescência. Muitas escolas de adolescentes homens e senhoritas são verdadeiros prostíbulos de tipo homossexual. Milhões de senhoritas adolescentes marcham fortemente pelo tenebroso caminho dos inimigos do homem. Milhões de adolescentes do sexo feminino são homossexuais. A confraria do delito entre o homossexualismo feminino é tão forte, como a confraria do delito entre o sexo masculino. É urgente abandonar radicalmente e de forma definitiva o falso pudor e assinalar os adolescentes, de ambos os sexos, francamente todos os mistérios sexuais. Somente assim poderão encaminhar-se as novas gerações pela senda da REGENERAÇÃO. CAPITULO XXVI A JUVENTUDE A juventude se divide em dois períodos de sete anos cada um. O primeiro período começa aos 21 anos de idade e conclui aos 28 anos. O segundo período se inicia aos 28 e termina aos 35. As bases da juventude se encontram no lar, na escola e na rua. A juventude levantada sobre a base da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é de fato EDIFICANTE e essencialmente DIGNIFICANTE. A juventude levantada sobre fundações consequência lógica um caminho equivocado. falsas é por A maioria dos homens emprega a primeira parte da vida em fazer miserável o resto dela. Os jovens, por um conceito errado de falsa masculinidade costumam cair nos braços das prostitutas. Os excessos da juventude são letras rodadas contra a velhice paga com interesses bem caros há trinta anos. Sem EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL a juventude torna-se uma embriaguez perpétua: é a febre de erro, o licor e a paixão animal. Tudo o que o homem há de ser em sua vida encontra-se em estado potencial durante os primeiros trinta anos de existência. De todas as grandes ações humanas que temos conhecimento, tanto em épocas anteriores como na nossa, a maior parte delas iniciaram-se antes dos trinta anos. O homem que chegou aos trinta anos se sente às vezes, como se saísse de uma grande batalha, em que viu cair a multidão de companheiros um depois do outro. Aos trinta anos os homens e as mulheres perderam já toda sua vivacidade e seu entusiasmo e se fracassam em suas primeiras empresas, se enchem de pessimismo e abandonam a partida. As ilusões da maturidade sucedem às ilusões da juventude. Sem Educação Fundamental a herança da velhice costuma ser de desespero. A Juventude é fugaz. A beleza é o esplendor da juventude, mas é ilusória, não dura. A juventude tem o Gênio vivo e o Juízo débil. Raros na vida são os jovens de Juízo forte e Gênio vivo. Sem EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL os jovens tornam-se passionais, bêbados, velhacos, mordazes, concupiscentes, glutões, cobiçosos, invejosos, ciumentos, valentões, ladrões, orgulhosos, preguiçosos, etc. A Mocidade é um Sol de verão que logo se oculta. Encanta aos jovens desperdiçar os valores vitais da mocidade. Os velhos cometem o erro de explorar os jovens e conduzi-los à guerra. As pessoas jovens podem se transformar e transformar o Mundo se se orientarem pela senda da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Na juventude estamos cheios de ilusões que somente nos conduzem ao desencanto. O EU aproveita o fogo da juventude para se robustecer e fazerse poderoso. O EU quer satisfações passionais a qualquer preço, ainda quando a velhice seja totalmente desastrosa. Á pessoa jovem só lhe interessa entregar-se nos braços da fornicação, o vinho, e os prazeres de toda espécie. Os jovens não querem dar-se conta que ser escravos do prazer é próprio de meretrizes, mas não dos homens verdadeiros. Nenhum prazer dura o suficiente. A sede de prazeres é a doença que mais desprezível torna os ANIMAIS INTELECTUAIS. O grande poeta de língua espanhola Jorge Manrique, disse: “Tão breve se vai o prazer, como depois de acordado, da dor, como a nosso parecer qualquer tempo passado foi melhor”. Aristóteles, falando sobre o prazer disse: “Quando se trata de julgar o prazer nós homens não somos juízes imparciais”. O ANIMAL INTELECTUAL goza justificando o prazer. Federico, o Grande, não teve inconveniente para afirmar enfaticamente: “O PRAZER É O BEM MAIS REAL DESTA VIDA”. A dor mais intolerável é produzida pelo prolongamento do prazer mais intenso. Os jovens-caveiras abundam como a erva ruim. O EU caveira sempre justifica o prazer. O caveira CRÔNICO aborrece o Matrimônio ou prefere adiá-lo. Uma coisa grave é adiar o Matrimônio com o pretexto de gozar de todos os prazeres da terra. Absurdo é acabar com a vitalidade da juventude e logo casar-se, as vítimas de semelhante estupidez são os filhos. Muitos homens se casam porque estão cansados, muitas mulheres se casam por curiosidade e o resultado de semelhantes absurdos é sempre a decepção. Todo homem sábio ama de verdade e com todo o coração à mulher que elegeu. Devemos sempre nos casar na juventude se é que de verdade não queremos ter uma velhice miserável. Para tudo há tempo na vida. Que um jovem se case é o normal, mas que um ancião se case é a estupidez. Os jovens devem se casar e saber formar seu lar. Não devemos esquecer que o monstro dos ciúmes destrói os lares. Salomão disse: “Os ciúmes são cruéis como a tumba; suas brasas são brasas de fogo”. A raça dos ANIMAIS INTELECTUAIS é ciumenta como os cachorros. Os ciumentos são totalmente ANIMAIS. O homem que zela por uma mulher não sabe com quem conta. Melhor é não zelar por ela para saber que tipo de mulher temos. O venenoso grito de uma mulher ciumenta torna-se mais mortífero que os caninos de um cachorro raivoso. É falso dizer que onde há ciúmes há amor. Os ciúmes jamais nascem do amor, o amor e os ciúmes são incompatíveis. A origem dos ciúmes se encontra no temor. O EU justifica os ciúmes com razões de muitas espécies. O EU teme perder o ser amado. Quem quiser de Verdade dissolver o EU deve sempre estar disposto a perder o mais amado. Na prática pudemos evidenciar depois de muitos anos de observação, que todo solteirão libertino se converte em marido ciumento. Todo homem foi terrivelmente fornicário. O homem e a mulher devem estar unidos de forma voluntária e por amor, mas não por temor e ciúmes. Ante a GRANDE LEI o homem deve responder por sua conduta e a mulher pela sua. O marido não pode responder pela conduta da mulher nem a mulher pode responder pela conduta de seu marido. Responda cada um por sua própria conduta e dissolvamse os ciúmes. O problema básico da juventude é o Matrimônio. A jovem paqueradora com vários namorados fica solteirona porque tanto uns como outros se desiludem dela. É necessário que as jovens saibam conservar seu namorado se é que querem de verdade casar-se. É necessário não confundir o AMOR com a PAIXÃO. Os jovens enamorados e as jovens, não sabem distinguir entre o amor e a paixão. É urgente saber que a PAIXÃO é um veneno que engana a mente e o coração. Todo homem apaixonado e toda mulher apaixonada poderiam até jurar com lágrimas de sangue que estão verdadeiramente enamorados. Depois de satisfeita a paixão animal, o castelo de naipes vai ao chão. O fracasso de tantos e tantos matrimônios se deve a que se casaram por paixão animal, mas não por AMOR. O passo mais grave que damos durante a juventude é o Matrimônio e nas Escolas, Colégios e Universidades se deveria preparar os jovens e as senhoritas para este importante passo. É lamentável que muitos jovens e senhoritas se casem por interesse econômico ou meras conveniências sociais. Quando o Casamento realiza-se por paixão animal, por conveniências sociais ou interesse econômico, o resultado é o fracasso. São muitos os casais que fracassam no matrimônio por incompatibilidade de caráter. A mulher que se casa com um jovem ciumento, colérico, furioso, se converterá na vítima de um carrasco. O jovem que se casa com uma mulher ciumenta, furiosa, colérica, é claro que terá que passar sua vida em um inferno. Para que haja verdadeiro amor entre dois seres, é urgente que não exista paixão animal, é indispensável dissolver o EU do ciúmes, é necessário desintegrar a ira, é básico um desinteresse à toda prova. O EU danifica os lares, o MIM MESMO destrói a harmonia. Se os jovens e a senhoritas estudam nossa EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL e se propõem a dissolver o EU, é claro, sem sombra de dúvidas, que poderão encontrar a senda do MATRIMÔNIO PERFEITO. Somente dissolvendo o EGO poderá ter verdadeira felicidade nos lares. Aos jovens e senhoritas que queiram ser felizes no matrimônio lhes receitamos estudar a fundo nossa EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL e dissolver o EU. Muitos Pais de família zelam por suas filhas espantosamente e não querem que estas tenham namorado. Semelhante procedimento é absurdo cem por cento, porque as jovens necessitam ter namorado e casar-se. O resultado de semelhante falta de compreensão são os namoros às escondidas, na rua, com o perigo sempre de cair nas mãos do galã sedutor. As jovens devem ter sempre liberdade para ter seu namorado, mas devido a que ainda não tenham dissolvido o EU, é conveniente não deixá-las a sós com o namorado. Os jovens e as senhoritas devem ter liberdade para fazer suas festas em casa. As distrações sãs não prejudicam ninguém e a juventude precisa ter distrações. O que prejudica a juventude é o licor, o cigarro, a fornicação, as orgias, a libertinagem, as cantinas, os cabarés, etc. As festas de família, os bailes decentes, a boa música, os passeios ao campo, etc., não podem prejudicar a ninguém. A mente danifica o amor. Muitos jovens perderam a oportunidade de contrair matrimônio com magníficas mulheres devido a seus temores econômicos, às recordações do passado, às preocupações pelo amanhã. O medo à vida, à fome, à miséria, e os vãos projetos da mente, se convertem na causa fundamental de todo afastamento nupcial. Muitos são os jovens que se propõem a não contrair núpcias enquanto não possuírem determinada quantidade de dinheiro, casa própria, carro último modelo e mil futilidades mais, como se tudo isso fosse a felicidade. É lamentável que esse tipo de homens percam belas oportunidades matrimoniais por causa do medo à vida, à morte, ao que dirão, etc. Semelhante tipo de homens ficam solteirões para toda sua vida, ou se casam já muito tarde, quando já não lhes resta tempo para construir uma família e educar seus filhos. Realmente tudo o que um homem precisa para sustentar uma mulher e seus filhos é ter uma profissão ou um ofício humilde, isso é tudo. Muitas jovens ficam solteironas por estar escolhendo marido. As mulheres calculistas, interessadas, egoístas, ficam solteironas ou fracassam redondamente no matrimônio. É necessário que as jovens compreendam que todo homem se desilude da mulher interessada, calculista e egoísta. Algumas mulheres jovens, desejosas de pescar marido, pintam o rosto de forma exagerada, depilam as sobrancelhas, encrespam o cabelo, põem perucas e olheiras postiças, estas mulheres não compreendem a Psicologia varonil. O varão por natureza aborrece as bonecas pintadas e admira a beleza totalmente natural e o sorriso ingênuo. O homem quer ver na mulher a sinceridade, a simplicidade, o amor verdadeiro e desinteressado, a ingenuidade da natureza. As senhoritas que queiram casar-se precisam compreender a fundo a Psicologia do sexo masculino. O AMOR é o SUMUM da sabedoria. O amor se alimenta com amor. O fogo da eterna juventude é amor. CAPITULO XXVII A IDADE MADURA A idade madura começa aos trinta e cinco anos e termina aos cinquenta e seis anos. O homem de idade madura deve saber governar sua casa e orientar seus filhos. Na vida normal todo homem de idade madura é chefe de família. O homem que não formou seu lar e sua fortuna durante a juventude e idade madura já não o forma, é de fato um fracassado. Aqueles que tentam formar lar e fortuna durante a velhice são verdadeiramente dignos de piedade. O EU da cobiça vai aos extremos e quer acumular ricas fortunas. O ser humano precisa de pão, roupa e refúgio. É necessário ter pão, uma casa própria, vestidos, trajes, casacos para cobrir o corpo, mas não precisa acumular enormes somas de dinheiro para poder viver. Nós não defendemos a riqueza nem a miséria, ambos os extremos são condenáveis. Muitos são os que se revolvem entre o lodo da miséria e também são bastantes os que se revolvem entre o lodo da riqueza. É necessário possuir uma modesta fortuna, quer dizer, uma bela casa com belos jardins, uma fonte segura de renda, estar sempre bem representado e não passar fome. Isto é o normal para todo ser humano. A miséria, a fome, as enfermidades e a ignorância não devem jamais existir em nenhum país que se considera culto e civilizado. A democracia ainda não existe, mas necessitamos criá-la. Enquanto exista um só cidadão sem pão, roupa e refúgio, a democracia praticamente não passa de ser um belo ideal. Os chefes de família devem ser compreensivos, inteligentes, jamais bebedores de vinho, glutões, bêbados, tiranos, etc. Todo homem maduro sabe por experiência própria, que os filhos imitam seu exemplo e que se este último é equivocado marcará caminhos absurdos a seus descendentes. É verdadeiramente estúpido que o homem maduro tenha várias mulheres e viva em bebedeiras, banquetes, orgias, etc. Sobre o homem maduro pesa a responsabilidade de toda a família e é claro, que se anda por caminhos equivocados, trará mais desordens ao mundo, mais confusão, mais amargura. O pai e a mãe devem compreender a diferença entre os sexos. É absurdo que as filhas estudem física, química, álgebra, etc. O cérebro da mulher é diferente ao do varão, tais matérias estão muito de acordo com o sexo masculino, mas são inúteis e até danosas para a mente feminina. É necessário que os pais e mães de família, lutem de todo coração para promover uma mudança vital em todo plano de estudos escolares. A mulher deve aprender a ler, escrever, tocar o piano, tecer, bordar e em geral todo tipo de ofícios femininos. A mulher deve preparar-se desde os próprios bancos da escola para a sublime missão que lhe corresponde como MÃE e como mulher. É absurdo danificar o cérebro das mulheres com complicados e difíceis estudos próprios para o sexo masculino. É necessário que tanto os pais de família como os mestres de escola, colégios e universidades se preocupem mais por trazer a mulher à feminilidade que lhe corresponde. É estúpido militarizar as mulheres, obrigá-las a marchar com bandeiras e tambores pelas ruas das cidades como se fossem machos. A mulher deve ser bem feminina e o homem deve ser bem masculino. O sexo intermediário, o homossexualismo, é o produto da degeneração e da barbárie. As senhoritas que se dedicam a longos e difíceis estudos tornamse velhas e ninguém se casa com elas. Na vida moderna é conveniente que as mulheres façam carreiras curtas, cultura de beleza, datilografia, taquigrafia, costura, pedagogia, etc., etc., etc. Normalmente a mulher deve unicamente estar dedicada à vida no lar, mas devido à crueldade desta época e quem vivemos, a mulher precisa trabalhar para comer e viver. Em uma sociedade verdadeiramente culta e civilizada a mulher não precisa trabalhar fora de casa para poder viver. Isto de trabalhar fora de casa é crueldade da pior espécie. O homem atual degenerado criou uma falsa ordem de coisas, e fez a mulher perder sua feminilidade, lhe tirou de sua casa e converteu-a em escrava. A mulher convertida em “marimacho” com intelecto de homem, fumando cigarros e lendo jornais, semidesnuda com as saias acima dos joelhos ou jogando canastra, é o resultado dos homens degenerados desta época, a sequela social de uma civilização que agoniza. A mulher convertida em espiã moderna, a médica drogada, a mulher campeã do esporte, alcóolatra, desnaturalizada que nega o peito a seus filhos para não perder sua beleza, é o sintoma execrável de uma civilização falsa. Chegou a hora de organizar o exército de salvação mundial com homens e mulheres de boa vontade que estejam dispostos de verdade a lutar contra essa falsa ordem das coisas. Chegou a hora de estabelecer no mundo uma nova civilização, uma nova cultura. A mulher é a pedra fundamental do lar e se esta pedra está mal lavrada, cheia de arestas e deformações de toda espécie, o resultado da vida social será a catástrofe. O homem é distinto, diferente e por isso pode dar-se ao luxo de estudar medicina, física, química, matemática, direito, engenharia, astronomia, etc., etc., etc. Um colégio militarizado de homens não é absurdo, mas um colégio militarizado de mulheres além de ser absurdo, é espantosamente ridículo. É asqueante ver as futuras mulheres, as futuras mães que hão de levar a criança entre seu peito, marchando como homens pelas calçadas da cidade. Isto não somente indica perda da feminilidade no sexo, mas também, além disso, põe o dedo na ferida assinalando a perda da masculinidade no homem. O homem de verdade, o homem bem macho, não pode aceitar jamais um desfile militarizado de mulheres. O escrúpulo masculino, a idiossincrasia psicológica do homem, o pensamento do homem, sente verdadeiro asco por este tipo de espetáculos que demonstram até a saciedade a degeneração humana. Precisamos que a mulher regresse a seu lar, a sua feminilidade, a sua beleza natural, a sua ingenuidade primitiva, e a sua verdadeira simplicidade. Precisamos acabar com toda esta ordem de coisas e estabelecer sobre a face da terra uma nova civilização e uma nova cultura. Os pais de família e os educadores devem saber levantar às novas gerações com verdadeira sabedoria e amor. Os filhos varões não somente devem receber informação intelectual e aprender um ofício ou receber o título profissional. É necessário que os varões conheçam o sentido da responsabilidade e se encaminhem pela senda da retidão e do amor consciente. Sobre os ombros do homem maduro pesa a responsabilidade de uma esposa, de filhos e filhas. O homem maduro com alto senso de responsabilidade, casto, sóbrio, moderado, virtuoso, etc., é respeitado por sua família e por todos os cidadãos. O homem maduro que escandaliza as pessoas com seus adultérios, fornicações, desgostos, injustiças de todo tipo, tornase repugnante para todas as pessoas e não somente causa dor a si mesmo mas também causa amargura a seus familiares e traz dor e confusão a todo o mundo. É necessário que o homem maduro saiba viver sua época corretamente. É urgente que o homem maduro compreenda que a juventude já passou. É ridículo querer repetir na maturidade os mesmos dramas e cenas da juventude. Cada época da vida tem sua beleza, e há que saber vivê-la. O homem maduro deve trabalhar com suma intensidade antes que chegue a velhice assim como a formiga atua de forma previsível levando folhas para seu formigueiro antes que chegue o bruto inverno, assim também deve atuar com rapidez e previsão o homem maduro. Muitos homens jovens gastam miseravelmente todos os seus valores vitais, e quando chegam a idade madura encontram-se feios, horríveis, miseráveis, fracassados. É verdadeiramente ridículo ver muitos homens maduros repetindo a insensatez da juventude sem se dar conta de que agora estão horríveis e que a juventude já se foi. Uma das maiores calamidades desta civilização que agoniza é o vício do álcool. Na juventude muitos se entregam à bebida e quando chega a idade madura não formaram um lar, uma fortuna, não têm uma profissão lucrativa, vivem de cantina em cantina mendigando licor, espantosamente horríveis, nojentos, miseráveis. Os chefes de família e os educadores devem dar atenção especial aos jovens orientando-lhes corretamente com o propósito são de fazer um mundo melhor. CAPITULO XXVIII A VELHICE Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o livro, os trinta seguintes o comentário. Aos vinte anos um homem é um pavão real; aos trinta, um leão; aos quarenta, um camelo; aos cinquenta, uma serpente; aos sessenta, um cachorro; aos setenta, um macaco, e aos oitenta, somente uma voz e uma sombra. O tempo revela todas as coisas: é um charlatão muito interessante que fala por si mesmo quando não estejam perguntando-lhe nada. Não há nada feito pela mão do pobre ANIMAL INTELECTUAL, falsamente chamado homem, que cedo ou tarde o tempo não destrua. "FUGIT IRREPARABILE TEMPUS", o tempo que corre, não pode ser reparado. O tempo expõe à luz pública tudo o que agora está escondido e encobre e esconde tudo o que neste momento brilha com esplendor. A velhice é como o amor, não pode ser ocultada mesmo quando se disfarce com as roupagens da juventude. A velhice abate o orgulho dos homens e os humilha, mas uma coisa é ser humilde e outra, cair humilhado. Quando a morte se aproxima, os velhos decepcionados com a vida entendem que a velhice já não é uma carga. Todos os homens abrigam a esperança de viver uma longa vida e chegar a ser velhos e, no entanto a velhice os assusta. A velhice começa aos cinquenta e seis anos e se processa logo em períodos setenários que nos conduzem até a decrepitude e a morte. A maior tragédia dos velhos descansa, não é no fato de ser velhos, mas na tolice de não querer reconhecer que o são e na estupidez de acreditarem-se jovens, como se a velhice fosse um delito. O melhor que a velhice tem, é que um se encontra muito próximo da meta. O EU PSICOLÓGICO, o MIM MESMO, o EGO, não melhora com os anos e a experiência; se complica, torna-se mais difícil, mais trabalhoso, por isso diz o dito vulgar: “GÊNIO E FIGURA ATÉ A SEPULTURA”. O EU PSICOLÓGICO dos velhos difíceis, se autoconsola dando belos conselhos devido a sua incapacidade para dar feios exemplos. Os velhos sabem muito bem que a velhice é um tirano muito terrível que lhes proíbe sob pena de morte, gozar dos prazeres da louca juventude e preferem consolar a si mesmos dando belos conselhos. O EU oculta o EU, o EU esconde uma parte de si mesmo e tudo se rotula com frases sublimes e belos conselhos. UMA parte de MIM MESMO esconde a outra parte de MIM MESMO. O EU oculta o que não lhe convém. Está completamente demonstrado pela observação e a experiência que quando os vícios nos abandonam nos agrada pensar que nós fomos quem os abandonamos. O coração do ANIMAL INTELECTUAL não se torna melhor com os anos, mas pior, sempre se torna de pedra e se na juventude fomos cobiçosos, mentirosos, iracundos, na velhice o seremos muito mais. Os velhos vivem no passado, os velhos são o resultado de muitos ontens, os anciãos ignoram totalmente o momento em que vivemos, os velhos são memória acumulada. A única forma de chegar à velhice perfeita é dissolvendo o EU PSICOLÓGICO. Quando aprendemos a morrer de momento em momento, chegamos à sublime ancianidade. A velhice tem um grande sentido de sossego e liberdade para aqueles que já dissolveram o EU. Quando as paixões morreram de forma radical, total e definitiva, fica-se livre não de um amo, mas de muitos amos. É muito difícil encontrar na vida, anciãos inocentes que já não possuam nem sequer os resíduos do EU, essa classe de anciãos são infinitamente felizes e vivem de instante em instante. O homem envelhecido na SABEDORIA, o ancião no saber, o senhor do amor, se converte de fato no farol de luz que guia sabiamente a corrente dos inumeráveis séculos. No mundo existiram e existem atualmente alguns ANCIÃOS MESTRES que não têm sequer os últimos resquícios do EU. Estes ARHAT GNÓSTICOS são tão exóticos e divinos como a flor de lótus. O VENERÁVEL ANCIÃO MESTRE que dissolveu o EU PLURALIZADO de forma radical e definitiva é a perfeita expressão da PERFEITA SABEDORIA, do AMOR DIVINO E DO SUBLIME PODER. O ANCIÃO MESTRE que já não tem o EU, é de fato a plena manifestação do SER DIVINO. Esses ANCIÃOS SUBLIMES, esses ARHAT GNÓSTICOS iluminaram o mundo desde os antigos tempos, recordemos a BUDA, MOISÉS, HERMES, RAMAKRISHNA, DANIEL, O SANTO LAMA, etc., etc., etc. Os mestres de escolas, colégios e universidades, as mestras, os pais de família, devem ensinar às novas gerações a respeitar e venerar os anciãos. AQUELE que não tem nome, ISSO que é DIVINO, ISSO que é o REAL, tem três aspectos: SABEDORIA, AMOR, VERBO. O DIVINO como PAI é a SABEDORIA CÓSMICA, COMO MÃE é o AMOR INFINITO, como filho é o VERBO. No Pai de família encontra-se o símbolo da sabedoria. Na Mãe do lar encontra-se o AMOR, os filhos simbolizam a palavra. O ancião Pai merece todo o apoio dos filhos. O Pai já velho não pode trabalhar e é justo que os filhos o mantenham e respeitem. A Mãe Adorável já anciã não pode trabalhar e, portanto é necessário que os filhos e filhas olhem por ela e a amem e façam desse amor uma religião. Quem não sabe amar a seu Pai, quem não sabe ADORAR a sua MÃE, marcha pelo caminho da mão esquerda, pelo caminho do erro. Os filhos não têm direito para julgar seus Pais, ninguém é perfeito neste mundo e os que não têm determinados defeitos em uma direção, os têm em outra, todos somos cortados pelas mesmas tesouras. Alguns subestimam o AMOR PATERNO, outros até riem do AMOR PATERNO. Aqueles que se comportam assim na vida nem sequer entraram pelo caminho que conduz a ISSO que não tem nome. O filho ingrato que detesta seu Pai e esquece sua Mãe é realmente o verdadeiro perverso que detesta tudo o que é DIVINO. A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA não significa INGRATIDÃO, esquecer o pai, subestimar a Mãe adorável. A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA é SABEDORIA, AMOR e PERFEITO PODER. No Pai se encontra o símbolo da sabedoria e na Mãe se encontra a fonte viva do AMOR, sem cuja essência puríssima é realmente impossível conseguir as mais altas REALIZAÇÕES ÍNTIMAS. CAPITULO XXIX A MORTE É urgente compreender a fundo e em todos os terrenos da mente, o que realmente é a MORTE em si mesma, somente assim é possível, de verdade entender de forma íntegra o que é a imortalidade. Ver o corpo humano de um ser querido dentro do ataúde, não significa ter compreendido o mistério da morte. A Verdade é o desconhecido de momento a momento. A verdade sobre a morte não pode ser uma exceção. O EU quer sempre, como é apenas natural, um seguro de morte, uma garantia suplementar, alguma autoridade que se encarregue de assegurar-nos uma boa posição e qualquer tipo de imortalidade além do sepulcro aterrorizante. O MIM MESMO não tem muita vontade de morrer. O EU quer continuar. O EU tem muito medo da morte. A VERDADE não é questão de acreditar nem de duvidar. A verdade nada tem que ver com a credulidade, nem com o ceticismo. A Verdade não é questão de ideias, teorias, opiniões, conceitos, preconceitos, suposições, afirmações, negociações, etc. A verdade sobre o mistério da Morte não é uma exceção. A Verdade sobre o mistério da morte somente pode ser conhecida através da experiência direta. Resulta impossível comunicar a experiência REAL da morte a quem não a conhece. Qualquer poeta pode escrever belos livros de AMOR, mas é impossível comunicar a VERDADE sobre o AMOR a pessoas que jamais o tenham experimentado, em forma semelhante dizemos que é impossível comunicar a verdade sobre a morte a pessoas que não a tenham vivenciado. Quem quiser saber a verdade sobre a morte deve indagar, experimentar por si mesmo, buscar como é devido, somente assim podemos descobrir o profundo significado da morte. A observação e a experiência de muitos anos nos permitiu compreender que não interessa às pessoas compreender realmente o profundo significado da morte; às pessoas o único que realmente lhes interessa é continuar no mais além e isto é tudo. Muitas pessoas desejam continuar mediante os bens materiais, o prestígio, a família, as crenças, as ideias, os filhos, etc., e quando compreendem que qualquer tipo de continuidade Psicológica é vã, passageira, efêmera, instável, então sentindo-se sem garantias, inseguros, se espantam, se horrorizam, se enchem de infinito terror. Não querem compreender as pobres pessoas, não querem entender que tudo o que continua se desenvolve no tempo. Não querem compreender as pobres pessoas, que tudo o que continua decai com o tempo. Não querem compreender as pobres pessoas, que tudo o que continua torna-se mecanicista, rotineiro, chato. É urgente, é necessário, é indispensável, tornar-nos plenamente conscientes do profundo significado da morte, somente assim desaparece o temor de deixar de existir. Observando cuidadosamente a humanidade, podemos verificar que a mente encontra-se sempre engarrafada no conhecido e quer que isso que é conhecido continue mais além do sepulcro. A mente engarrafada no conhecido, jamais poderá experimentar o desconhecido, o real, o verdadeiro. Somente rompendo a garrafa do tempo mediante a correta meditação, podemos experimentar o ETERNO, o ATEMPORAL, o REAL. Aqueles que desejam continuar a temer a morte e suas crenças e teorias somente lhes servem de narcóticos. A morte em si mesma nada tem de aterrador, é algo muito belo, sublime, inefável, mas a mente engarrafada no conhecido, somente se move dentro do círculo vicioso que vai da credulidade ao ceticismo. Quando realmente nos tornamos plenamente conscientes do fundo e profundo significado da morte, descobrimos então por nós mesmos mediante a experiência direta, que a Vida e a Morte constituem um todo íntegro, uni total. A morte é o depósito da Vida. O sendeiro da Vida está formado com as marcas dos cascos da morte. A vida é Energia determinada e determinadora. Desde o nascimento até a morte fluem dentro do organismo humano distintos tipos de energia. O único tipo de energia que o organismo humano não pode resistir é o RAIO DA MORTE. Este raio possui uma voltagem elétrica muito elevada. O organismo humano não pode resistir a semelhante voltagem. Assim como um raio pode despedaçar uma árvore, assim também o raio da morte ao fluir pelo organismo humano, o destrói inevitavelmente. O raio da morte conecta o fenômeno morte, com o fenômeno nascimento. O raio da morte origina tensões elétricas muito íntimas e certa nota chave que tem o poder determinante de combinar os genes dentro do ovo fecundo. O raio da morte reduz o organismo a seus elementos fundamentais. O EGO, o EU energético, continua em nossos descendentes desgraçadamente. O que é a Verdade sobre a morte, o que é o intervalo entre morte e concepção é algo que não pertence ao tempo e que somente mediante a ciência da meditação podemos experimentar. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, devem ensinar a seus alunos e alunas, o caminho que conduz à experiência do REAL, do VERDADEIRO. CAPITULO XXX EXPERIÊNCIA DO REAL No umbral solene do templo de Delfos encontrava-se uma inscrição hierática cinzelada em pedra viva que dizia: “NOSCE TE IPSUM”. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os Deuses. A Ciência transcendental da Meditação tem como pedra angular básica este sagrado lema dos antigos SACERDOTES GREGOS. Se de verdade e de forma muito sincera nós queremos estabelecer a base para a correta meditação, é necessário compreender-nos a nós mesmos em todos os níveis da mente. Estabelecer a correta base da meditação é de fato, estar livres da ambição, do egoísmo, do medo, do ódio, da ganância de poderes psíquicos, a ânsia de resultados, etc., etc., etc. É claro, sem sombra de dúvidas, que depois de estabelecer a PEDRA ANGULAR BÁSICA da meditação, a mente fica quieta e em profundo e imponente silêncio. Desde o ponto de vista rigorosamente lógico, é absurdo querer experimentar O REAL sem conhecer a nós mesmos. É urgente compreender de forma ÍNTEGRA e em todos os terrenos da mente, cada problema conforme vá surgindo na mente, cada desejo, cada recordação, cada defeito psicológico, etc. É claro, sem sombra de dúvidas, que durante a prática da meditação, vão passando pela tela da mente em sinistra procissão, todos os defeitos psicológicos que nos caracterizam, todas as nossas alegrias e tristezas, recordações inumeráveis, impulsos múltiplos que provêm do mundo exterior, já do mundo interior, desejos de todo tipo, paixões de toda espécie, velhos ressentimentos, ódios, etc. Quem de verdade quer estabelecer em sua mente a pedra básica da meditação, deve pôr plena atenção nestes valores positivos e negativos de nosso entendimento e compreendê-los em forma íntegra, não somente no nível meramente intelectual, mas também em todos os terrenos subconscientes, infraconscientes e inconscientes da mente. Jamais devemos esquecer que a mente tem muitos níveis. O estudo a fundo de todos estes valores significa de fato conhecimento de si mesmo. Todo filme na tela da mente tem um princípio e um fim. Quando termina o desfile de formas, desejos, paixões, ambições, recordações, etc., então a mente fica quieta e em profundo silêncio, VAZIA de todo tipo de pensamentos. Os estudantes modernos de Psicologia precisam experimentar o VAZIO ILUMINADOR. A irrupção do VAZIO dentro de nossa própria mente permite experimentar, sentir, vivenciar um elemento que transforma, esse ELEMENTO é o REAL. Distinga-se entre uma mente que está quieta e outra que foi aquietada violentamente. Distingue-se entre uma mente que está em silêncio e outra que foi silenciada à força. À luz de qualquer dedução lógica, temos que compreender que quando a mente é aquietada violentamente, no fundo e em outros níveis não está quieta e luta para libertar-se. A partir do ponto de vista analítico temos que compreender que quando a mente está silenciada à força, no fundo não está em silêncio, grita e se desespera terrivelmente. A verdadeira quietude e silêncio natural e espontâneo da mente vem a nós como uma graça, como uma dita, quanto termina o filme muito íntimo de nossa própria existência na tela maravilhosa do intelecto. Somente quando a mente está natural e espontaneamente quieta, somente quando a mente encontra-se em delicioso silêncio, vem a irrupção do VAZIO ILUMINADO. O VAZIO não é fácil de explicar. Não é definível ou descritível, qualquer conceito que nós emitamos sobre ele pode falhar no ponto principal. O VAZIO não pode ser descrito ou expresso em palavras. Isto se deve a que a linguagem humana foi criada principalmente para designar coisas, pensamentos e sentimentos existentes; não é adequado para expressar de forma clara e específica, fenômenos, coisas e sentimentos NÃO EXISTENTES. Tratar de discutir o VAZIO dentro dos limites de uma língua limitada pelas formas da existência, realmente sem sombra de dúvida, é de fato tolo e absolutamente errado. “O VAZIO É A NÃO-EXISTÊNCIA, E A EXISTÊNCIA NÃO É O VAZIO”. “A FORMA NÃO DIFERE DO VAZIO, E O VAZIO NÃO DIFERE DA FORMA”. “A FORMA É VAZIO E O VAZIO É FORMA, É DEVIDO AO VAZIO QUE AS COISAS EXISTEM”. “O VAZIO E A EXISTÊNCIA SE COMPLEMENTAM ENTRE SI E NÃO SE OPÕEM”. “O VAZIO E A EXISTÊNCIA SE INCLUEM E SE ABRAÇAM”. “QUANDO OS SERES DE SENSIBILIDADE NORMAL VEEM UM OBJETO, VEEM SOMENTE SEU ASPECTO EXISTENTE, NÃO VEEM SEU ASPECTO VAZIO”. “Todo SER ILUMINADO pode ver simultaneamente o aspecto existente e VAZIO de qualquer coisa”. “O VAZIO é simplesmente um termo que denota a natureza NÃO SUBSTANCIAL e não PESSOAL dos seres, e um sinal de indicação do estado de absoluto desprendimento e liberdade”. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades devem estudar a fundo nossa Psicologia Revolucionária e logo ensiná-la a seus estudantes o caminho que conduz à experimentação do REAL. Somente é possível chegar à EXPERIÊNCIA DO REAL quando o pensamento terminou. A irrupção do VAZIO nos permite experimentar a CLARA LUZ da PURA REALIDADE. Esse CONHECIMENTO PRESENTE na verdade VAZIO, sem característica e sem cor, VAZIO de NATUREZA, é a VERDADEIRA REALIDADE, a BONDADE UNIVERSAL. TUA INTELIGÊNCIA cuja verdadeira natureza é o VAZIO que não deve ser visto como o VAZIO do NADA, mas como a INTELIGÊNCIA MESMA sem travas, brilhante, universal e feliz, é a CONSCIÊNCIA, o BUDA Universalmente Sábio. Tua própria CONSCIÊNCIA VAZIA e a INTELIGÊNCIA brilhante e gozosa são inseparáveis. Sua UNIÃO do DHARMAKAYA; O ESTADO DE PERFEITA ILUMINAÇÃO. Tua própria CONSCIÊNCIA BRILHANTE, VAZIA e inseparável do grande CORPO DE ESPLENDOR, não tem nem NASCIMENTO NEM MORTE e é a imutável luz AMITHABA BUDA. Este conhecimento basta. Reconhecer o VAZIO de tua própria INTELIGÊNCIA como o ESTADO DE BUDDHA e considerável como tua própria CONSCIÊNCIA, é continuar no ESPÍRITO DIVINO de BUDDHA. Conserva teu INTELECTO sem distrair-te durante a MEDITAÇÃO, esqueça-te de que estais em MEDITAÇÃO, não penses que estais meditando porque quando se pensa que se medita, este pensamento basta para perturbar a meditação. TUA mente deve ficar VAZIA para experimentar o REAL. CAPITULO XXXI PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, devem estudar profundamente a PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA que ensina o MOVIMENTO GNÓSTICO INTERNACIONAL. A PSICOLOGIA da REVOLUÇÃO em marcha é radicalmente diferente de tudo quanto antes se conheceu com este nome. Sem sombra de dúvidas, podemos dizer sem temor a equívocos que no curso dos séculos que nos precederam, desde a noite profunda de todas as idades, jamais a PSICOLOGIA tinha caído tão baixo como atualmente nesta época de “REBELDES SEM CAUSA” e jovens cavalheirinhos do ROCK. A Psicologia retardatária e reacionária destes tempos modernos para cúmulo das desgraças perdeu lamentavelmente seu sentido de ser, e todo contato direto com sua verdadeira origem. Nestes tempos de Degeneração sexual e total deterioração da mente, já não somente faz-se impossível definir com inteira exatidão o termo PSICOLOGIA, também além se desconhecem verdadeiramente as matérias fundamentais da Psicologia. Aqueles que supõem equivocadamente que a PSICOLOGIA é uma ciência contemporânea de última hora estão realmente confundidos, porque a PSICOLOGIA é uma ciência antiquíssima que tem sua origem nas velhas escolas dos MISTÉRIOS ARCAICOS. Ao tipo do ESNOBE, ao Velhaco ultramoderno, ao retardatário, lhe resulta impossível definir isto que se conhece como PSICOLOGIA porque à exceção desta época contemporânea, é óbvio que a PSICOLOGIA jamais existiu sob seu próprio nome devido a que por tais ou quais motivos, sempre foi suspeita de tendências subversivas de caráter político ou Religioso e por isso se viu na necessidade de disfarçar-se com múltiplas roupagens. Desde os tempos antigos, nos distintos cenários do teatro da vida, a PSICOLOGIA representou sempre seu papel, disfarçada inteligentemente com a roupagem da filosofia. Às margens do Ganges, na Índia Sagrada dos VEDAS, desde a noite aterradora dos séculos, existem formas de IOGA que no fundo, vêm a ser pura PSICOLOGIA EXPERIMENTAL, de altos voos. As sete IOGAS foram descritas sempre como métodos, procedimentos, ou sistemas filosóficos. No mundo Árabe, os Sagrados ensinamentos dos SUFIS, em parte metafísicas, em parte Religiosas, são realmente de ordem totalmente PSICOLÓGICA. Na velha Europa podre até o tutano dos ossos com tantas guerras, preconceitos raciais, religiosos, políticos, etc., no entanto até o final do século passado, a PSICOLOGIA se disfarçou com o traje da Filosofia para poder passar despercebida. A Filosofia apesar de todas as suas divisões e subdivisões como são a Lógica, a Teoria do Conhecimento, a Ética, a Estética, etc., é sem sombra de dúvida em si mesma, AUTORREFLEXÃO EVIDENTE, COGNIÇÃO MÍSTICA DO SER, FUNCIONALISMO COGNOSCITIVO DA CONSCIÊNCIA DESPERTA. O erro de muitas ESCOLAS FILOSÓFICAS consiste em ter considerado a Psicologia como algo inferior à FILOSOFIA, como algo relacionado unicamente com os aspectos mais baixos e até triviais da natureza humana. Um estudo comparativo de Religiões nos permite chegar à conclusão lógica de que a CIÊNCIA DA PSICOLOGIA sempre esteve associada de forma muito íntima a todos os PRINCÍPIOS RELIGIOSOS. Qualquer estudo comparativo de Religiões vem a nos demonstrar que na LITERATURA SAGRADA mais Ortodoxa de diversos países e diferentes épocas, existem maravilhosos tesouros da ciência PSICOLÓGICA. Investigações de fundo no terreno do GNOSTICISMO nos permitem encontrar essa maravilhosa compilação de diversos autores Gnósticos que vem dos primeiros tempos do Cristianismo e que se conhece sob o título de PHILOKALIA, usada ainda em nossos dias na IGREJA ORIENTAL, especialmente para instrução dos monges. Sem sombra de dúvida e sem o mínimo de temor de cair em enganos, podemos afirmar enfaticamente que a PHILOKALIA é essencialmente PURA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL. Nas ANTIGAS ESCOLAS DE MISTÉRIOS da Grécia, Egito, Roma, Índia, Pérsia, México, Peru, Assíria, Caldeia, etc., etc., etc., a PSICOLOGIA sempre esteve ligada à filosofia, à Arte objetiva Real, à ciência e à Religião. Nos antigos tempos de PSICOLOGIA se ocultava inteligentemente entre as formas graciosas das Dançarinas Sagradas, entre o enigma dos estranhos Hieróglifos, as belas esculturas, ou na poesia, na tragédia e até na música deliciosa dos templos. Antes que a Ciência, a Filosofia, a Arte e a Religião se separassem para virar independentemente, a PSICOLOGIA reinou soberana em todas as ANTIQUÍSSIMAS ESCOLAS DE MISTÉRIOS. Quando os Colégios Iniciáticos fecharam devido ao KALI-YUGA, ou IDADE NEGRA em que ainda estamos, a PSICOLOGIA sobreviveu entre o simbolismo das diversas ESCOLAS ESOTÉRICAS e PSEUDOESOTÉRICAS do Mundo MODERNO e muito especialmente entre o ESOTERISMO GNÓSTICO. Profundas análises e investigações de fundo nos permitem compreender com toda claridade meridiana, que os distintos sistemas e doutrinas Psicológicas que existiram no passado e que existem no presente, podem se dividir em duas categorias: Primeira. - As doutrinas tal como muitos intelectuais as supõem. A Psicologia moderna pertence de fato a esta categoria. Segunda. - As doutrinas que estudam o homem desde o ponto de vista da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA. Estas últimas são em verdade as Doutrinas originais, as mais antigas, somente elas nos permitem compreender as origens vivas da Psicologia e seu profundo significado. Quando todos nós tivermos compreendido de forma íntegra e em todos os NÍVEIS DA MENTE, quão importante é o estudo do homem desde o novo ponto de vista da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, entenderemos então que a Psicologia é o estudo dos princípios, leis e feitos intimamente relacionados com a TRANSFORMAÇÃO RADICAL e definitiva do INDIVÍDUO. É urgente que os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, compreendam de forma íntegra a hora CRÍTICA em que vivemos e o Catastrófico estado de desorientação Psicológica em que se encontra a nova Geração. É necessário canalizar a “NOVA ONDA” pelo caminho da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA e isto somente é possível mediante a PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. CAPITULO XXXII REBELDIA PSICOLÓGICA Aqueles que se dedicaram a viajar por todos os países do mundo com o propósito de estudar em detalhes a todas as raças humanas, puderam comprovar por si mesmos que a natureza deste pobre ANIMAL INTELECTUAL equivocadamente chamado homem, é sempre a mesma, já seja na velha Europa ou na África cansada de tanta escravidão, na terra sagrada dos Vedas ou nas Índias Ocidentais, na Áustria ou na China. Este feito concreto, esta tremenda realidade que assombra a todo homem estudioso, pode especialmente ser verificado se o viajante visita Escolas, Colégios e Universidades. Chegamos à época de produção em série. Agora tudo é produzido em esteira sucessiva e em grande escala. Séries de Aviões, Carros, Mercadorias de Luxo, etc., etc., etc. Ainda que resulte um pouco grotesco, é muito certo que as escolas Industriais, Universidades, etc., se converteram também em fábricas intelectuais de produção em série. Nestes tempos de produção em série o único objetivo na vida é encontrar segurança econômica. A pessoa tem medo de tudo e busca segurança. O pensamento independente por estes tempos de produção em série, se faz quase impossível porque o tipo moderno de Educação baseia-se em meras conveniências. “A Nova Onda” vive muito de acordo com esta mediocridade intelectual. Se alguém quiser ser diferente, distinto dos demais, todo o mundo o desqualifica, todo o mundo o critica, lhe faz o vazio, lhe nega o trabalho, etc. O desejo de conseguir o dinheiro para urgência de alcançar sucesso na vida, a econômica, o desejo de comprar muitas ante os demais, etc., marcam-lhe o alto natural e espontâneo. viver e divertir-se, a busca por segurança coisas para presumir ao pensamento puro, Pode-se comprovar totalmente que o medo embaralha a mente e endurece o coração. Nestes tempos de tanto medo e busca de segurança, as pessoas se escondem em suas cavernas, em suas tocas, em seu canto, no lugar onde acreditam que podem ter mais segurança, menos problemas, e não querem sair dali, lhe têm terror da vida, medo das novas aventuras, das novas experiências, etc., etc., etc. Toda esta tão PROPALADA educação moderna baseia-se no medo e a busca de segurança, a pessoa está espantada, lhe tem medo até de sua própria sombra. As pessoas têm terror a tudo, temem sair das velhas normas estabelecidas, ser distintos às outras pessoas, pensar de forma revolucionária, romper com todos os preconceitos da Sociedade decadente, etc. Afortunadamente vivem no mundo uns poucos sinceros e compreensivos, que de verdade desejam examinar profundamente todos os problemas da mente, mas na grande maioria nem sequer existe o espírito de inconformidade e rebeldia. Existem dois tipos de REBELDIA que estão já devidamente classificadas. Primeiro: Rebeldia Psicológica violenta. Segundo: Rebeldia Psicológica profunda da INTELIGÊNCIA. O primeiro tipo de Rebeldia é reacionário, conservador e retardatário. O segundo tipo de Rebeldia é REVOLUCIONÁRIO. No primeiro tipo de Rebeldia Psicológica encontramos o REFORMADOR que remenda trajes velhos e repara muros de velhos edifícios para que não os derrubem, o tipo regressivo, o Revolucionário de sangue e aguardente, o líder dos “quartelaços” e golpes de Estados, o homem de fuzil no ombro, o Ditador que goza levando para o paredão a todos os que não aceitem seus caprichos, suas teorias. No segundo tipo de Rebeldia Psicológica encontramos BUDDHA, JESUS, a HERMES, ao transformador, o REBELDE INTELIGENTE, ao INTUITIVO, aos GRANDES paladinos da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, ETC., ETC., ETC. Aqueles que somente educam-se com o absurdo propósito de escalar magníficas posições dentro da colmeia burocrática, subir, escalar ao topo da escada, fazer-se sentir, etc., carecem de verdadeira profundidade, são Imbecis por natureza, superficiais, ocos, cem por cento velhacos. Já está comprovado até a saciedade que quando no ser humano não existe verdadeira INTEGRAÇÃO de pensamento e sentimento, ainda que tenhamos recebido uma grande educação, a vida é incompleta, contraditória, chata e atormentada por inumeráveis temores de todo tipo. Sem sombra de dúvida e sem temor de equivocar-nos, podemos afirmar enfaticamente que sem educação INTEGRAL, a vida é danosa, inútil e prejudicial. O ANIMAL INTELECTUAL tem um EGO INTERNO composto infelizmente por ENTIDADES distantes que se fortalecem com a EDUCAÇÃO ERRADA. O EU PLURALIZADO que cada um de nós leva dentro, é a causa fundamental de todos nossos complexos e contradições. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deve ensinar às novas gerações nossa DIDÁTICA Psicológica para a DISSOLUÇÃO do EU. Somente dissolvendo-se as várias entidades que em seu conjunto constituem o Ego (EU) podemos estabelecer em nós, um centro permanente de consciência individual, então seremos ÍNTEGROS. Enquanto exista dentro de cada um de nós O EU PLURALIZADO, não somente nos amargaremos a vida a nós mesmos, mas também amargaremos aos demais. De que vale estudarmos direito e nos façamos advogados, se perpetuamos os pleitos? De que vale acumular em nossa mente muitos conhecimentos, se nós continuamos confusos? De que servem as habilidades técnicas e industriais se as usamos para a destruição de nossos semelhantes? De nada serve instruir-nos, assistir à aula, estudar, se no processo do dia a dia estamos nos destruindo miseravelmente uns aos outros. O objetivo da educação não deve ser somente produzir cada ano, novos buscadores de empregos, novo tipo de velhacos, novos grosseirões que nem sequer sabem respeitar a Religião do próximo, etc. O verdadeiro objetivo da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deve ser criar verdadeiros homens e mulheres INTEGRADOS e, portanto conscientes e inteligentes. Infelizmente os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, em tudo pensam, menos em despertar a INTELIGÊNCIA INTEGRAL dos EDUCANDOS. Qualquer pessoa pode cobiçar e adquirir títulos, condecorações, diplomas e até tornar-se muito eficiente no terreno mecanicista da vida, mas isto não significa ser INTELIGENTE. A INTELIGÊNCIA não pode ser jamais mero funcionalismo mecânico, a INTELIGÊNCIA não pode ser o resultado de simples informação livresca, a INTELIGÊNCIA não é capacidade para reagir automaticamente com palavras fulgurantes ante qualquer desafio. A INTELIGÊNCIA não é mera verbalização da memória. A INTELIGÊNCIA é a capacidade para receber diretamente a ESSÊNCIA, o REAL, o que verdadeiramente É. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é a ciência que nos permite despertar esta capacidade em nós mesmos e nos demais. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ajuda cada INDIVÍDUO a descobrir os verdadeiros VALORES que surgem como resultado da investigação profunda e da COMPREENSÃO INTEGRAL de SI MESMO. Quando não existe em nós AUTOCONHECIMENTO, então a AUTOEXPRESSÃO se converte em AUTOAFIRMAÇÃO EGOÍSTA E DESTRUTIVA. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL somente se preocupa em despertar em cada indivíduo A CAPACIDADE para compreender a si mesmo em todos os terrenos da mente e não simplesmente para entregar-se à complacência da AUTOEXPRESSÃO equivocada do EU PLURALIZADO. CAPITULO XXXIII EVULUÇÃO, INVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO Na prática pudemos verificar que tanto as ESCOLAS MATERIALISTAS como as ESCOLAS ESPIRITUALISTAS estão completamente engarrafadas no DOGMA da EVOLUÇÃO. As modernas opiniões sobre a origem do homem e sua pretérita EVOLUÇÃO, no fundo são puro SOFISMA BARATO, não resistem a um estudo crítico profundo. Muito apesar de todas as teorias de DARWIN aceitas como artigo de FÉ cega por CARLOS MARX e seu tão cacarejado MATERIALISMO DIALÉTICO, nada sabem os cientistas modernos sobre a origem do homem, nada lhes consta, nada experimentaram de forma direta e carecem de provas específicas concretas, exatas, sobre a EVOLUÇÃO HUMANA. Pelo contrário, se tomamos a humanidade histórica, quer dizer, a dos últimos vinte mil ou trinta mil anos antes de Jesus Cristo, encontramos provas exatas, sinais inconfundíveis de um tipo superior de homem, incompreensível para as pessoas modernas, e cuja presença pode ser demonstrada por múltiplos testemunhos, velhos Hieróglifos, antiquíssimas Pirâmides, exóticos monolitos, misteriosos papiros e diversos monumentos antigos. Quanto ao HOMEM PRÉ-HISTÓRICO, a essas estranhas e misteriosas criaturas de aspecto tão parecido com o ANIMAL INTELECTUAL e, no entanto, tão distintas, tão diferentes, tão misteriosas e cujos ossos ilustres encontram-se escondidos profundamente às vezes em jazidas arcaicas do período Glacial ou Pré-glacial, os cientistas modernos nada sabem de forma exata e por experiência direta. A CIÊNCIA GNÓSTICA ensina que o ANIMAL RACIONAL, tal como o conhecemos, não é um SER PERFEITO, não é ainda HOMEM no sentido completo da palavra; a natureza o desenvolve até certo ponto e logo o abandona deixando-o em completa liberdade para prosseguir seu desenvolvimento ou perder todas as suas possibilidades e degenerar-se. As LEIS da EVOLUÇÃO e da INVOLUÇÃO são o eixo mecânico de toda a natureza e nada têm a ver com a AUTORREALIZAÇÃO ÍNTIMA DO SER. Dentro do ANIMAL INTELECTUAL existem tremendas possibilidades que podem desenvolver-se ou perder-se, não é uma lei o que se desenvolvem. A mecânica EVOLUTIVA não pode desenvolvê-las. O desenvolvimento de tais personalidades latentes, somente é possível em condições bem definidas e isto exige tremendos SUPERESFORÇOS individuais e uma ajuda eficiente por parte daqueles MESTRES que já fizeram no passado esse trabalho. Quem queira desenvolver todas as suas possibilidades latentes para converter-se em homem, deve entrar pelo caminho da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA. O ANIMAL INTELECTUAL é o GRÃO, a SEMENTE; dessa semente pode nascer a ÁRVORE DA VIDA, o HOMEM VERDADEIRO, aquele HOMEM que esteve buscando DIÓGENES com uma lâmpada acessa pelas ruas de ATENAS e ao meio dia, e que desgraçadamente não pôde encontrar. Não é uma LEI que este grão, que esta semente tão especial possa desenvolver-se, o normal, o natural, é que se perca. O HOMEM VERDADEIRO é tão distinto INTELECTUAL, como o RAIO o é à nuvem. do ANIMAL Se o grão não morre a semente não germina, é necessário, é urgente que morra o EGO, o EU, o MIM MESMO, para que o HOMEM nasça. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, devem ensinar a seus alunos o CAMINHO da ÉTICA REVOLUCIONÁRIA, somente assim é possível conseguir a morte do EGO. Fazendo ÊNFASE podemos afirmar que a REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA não somente é rara neste mundo, mas que cada vez que se torna mais rara e mais rara. A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA tem três fatores perfeitamente definidos: Primeiro, Morrer; Segundo, Nascer; Terceiro, Sacrifício pela humanidade. A ordem dos fatores não altera o produto. MORRER é questão de ÉTICA DISSOLUÇÃO do EU PSICOLÓGICO. REVOLUCIONÁRIA e NASCER é questão de TRANSMUTAÇÃO SEXUAL, este assunto corresponde à SEXOLOGIA TRANSCENDENTAL, quem quiser estudar este tema, deve escrever-nos e conhecer nossos livros Gnósticos. SACRIFÍCIO pela humanidade é CARIDADE UNIVERSAL CONSCIENTE. Se nós desejamos a REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, se não fazemos tremendos SUPERESFORÇOS para desenvolver essas possibilidades latentes que nos levam à AUTORREALIZAÇÃO ÍNTIMA, é claro que ditas possibilidades não se desenvolverão jamais. São muito raros os que se AUTORREALIZAM, os que se salvam e nele não existe injustiça alguma, por que haveria de ter o pobre ANIMAL INTELECTUAL o que não deseja? Precisa-se de uma mudança radical total e definitiva, mas nem todos os seres querem essa mudança, não o desejam, não o sabem e se lhes diz e não o entendem, não o compreendem, não lhes interessa. Por que haveria de dar-lhes à força o que não querem? A Verdade é que antes de adquirir o indivíduo, NOVAS FACULDADES, ou NOVOS PODERES que não conhece nem remotamente e que ainda não possui, deve adquirir faculdades e poderes que equivocadamente acredita ter, mas que na realidade não tem. CAPITULO XXXIV O INDIVÍDUO ÍNTEGRO A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL em seu verdadeiro sentido é a compreensão profunda de um mesmo; dentro de cada indivíduo encontram-se todas as leis da natureza. Quem quiser conhecer todas as maravilhas da natureza, deve estudá-las dentro de si mesmo. A falsa Educação somente se preocupa em enriquecer o intelecto e isso qualquer um pode fazê-lo. É óbvio que com dinheiro, qualquer um pode dar-se ao luxo de comprar livros. Não nos pronunciamos contra a cultura intelectual, somente nos pronunciamos contra o exorbitante desejo acumulativo mental. A falsa educação intelectual somente oferece escapatórias para fugir de si mesmo. Todo homem erudito, todo vicioso intelectual, dispõe sempre de maravilhosas evasivas que lhe permitem fugir de si mesmo. Do INTELECTUALISMO sem ESPIRITUALIDADE resultam os VELHACOS e estes levaram à humanidade ao CAOS e à DESTRUIÇÃO. A técnica jamais pode nos capacitar para conhecer-nos a nós mesmos de forma ÍNTEGRA, UNI-TOTAL. Os Pais de família mandam seus filhos à Escola, ao Colégio, à Universidade, ao Politécnico, etc., para que aprendam alguma técnica, para que tenham alguma profissão, para que possam finalmente ganhar a vida. É óbvio que necessitamos saber alguma técnica, ter uma profissão, mas isso é secundário, o primário, o fundamental, é conhecer-nos a nós mesmos, saber quem somos, de onde viemos, para onde vamos, qual é o objetivo de nossa existência. Na vida há de tudo, alegrias, tristezas, amor, paixão, gozo, dor, beleza, feiura, etc. e quando sabemos vivê-la intensamente, quando a compreendemos em todos os NÍVEIS da mente, encontramos nosso lugar na Sociedade, criamos nossa própria técnica, nossa forma particular de viver, sentir e pensar, mas o contrário é falso cem por cento, a técnica por si mesma, jamais pode originar a compreensão de fundo, a compreensão verdadeira. A Educação atual resultou num completo fracasso porque lhe dá EXAGERADA importância à técnica, à profissão, e é óbvio que ao sublinhar a técnica, converte o homem em autômato mecânico, destrói suas melhores possibilidades. Cultivar a capacidade e a eficiência sem a compreensão da vida, sem o conhecimento de si mesmo, sem sua percepção direta do processo de MIM MESMO, sem um detido estudo do próprio modo de pensar, sentir, desejar e atuar, somente servirá para aumentar nossa própria crueldade, nosso próprio egoísmo, aqueles fatores Psicológicos que produzem guerra, fome, miséria, dor. O desenvolvimento exclusivo da técnica produziu mecânicos, cientistas, técnicos, físicos atômicos, vivissectores dos pobres animais, inventores de armas destrutivas, etc., etc., etc. Todos esses profissionais, todos esses inventores de Bombas Atômicas e Bombas de Hidrogênio, todos esses vivis sectores [] que atormentam as criaturas da natureza, todos esses velhacos, o único para o que realmente servem, é para a guerra e a destruição. Nada sabem todos esses velhacos, nada entendem do processo total da vida em todas as suas infinitas manifestações. O progresso tecnológico geral, sistemas de transportes, máquinas contadoras, iluminação elétrica, elevadores dentro dos edifícios, cérebros eletrônicos de toda espécie, etc., resolvem milhares de problemas que são processados no nível superficial da existência, mas introduzem no indivíduo e na sociedade, multiplicidade de problemas muito mais amplos e profundos. Viver exclusivamente no NÍVEL SUPERFICIAL sem levar em conta os distintos terrenos e regiões mais profundas da mente, significa de fato atrair sobre nós e sobre nossos filhos, miséria, choro e desespero. A maior necessidade, o problema mais urgente de cada INDIVÍDUO, de cada pessoa, é compreender a vida em sua forma INTEGRAL, UNITOTAL, porque somente assim estamos em condições de poder resolver satisfatoriamente todos os nossos problemas íntimos particulares. O conhecimento técnico por si mesmo não pode resolver jamais todos os nossos problemas Psicológicos, todos os nossos profundos complexos. Se queremos ser HOMENS de verdade, INDIVÍDUOS ÍNTEGROS devemos AUTOEXPLORAR-NOS PSICOLOGICAMENTE, conhecer-nos profundamente em todos os territórios do pensamento, porque a TECNOLOGIA sem sombra de dúvida, converte-se em um instrumento destrutivo, quando não COMPREENDEMOS de VERDADE todo o processo total da existência, quando não nos conhecemos a nós mesmos de forma ÍNTEGRA. Se o ANIMAL INTELECTUAL amara de VERDADE, se se conhecesse a si mesmo, se tivesse compreendido o processo total da vida, jamais teria cometido o CRIME de FRACIONAR o ÁTOMO. Nosso progresso técnico é fantástico, mas somente conseguiu aumentar nosso poder agressivo para destruir-nos uns aos outros e por onde quer reinam o terror, a fome, a ignorância e as enfermidades. Nenhuma profissão, nenhuma técnica pode jamais nos dar isso que se chama PLENITUDE, FELICIDADE VERDADEIRA. Cada qual na vida sofre intensamente em seu ofício, em sua profissão, em seu trem da vida rotineira, e as coisas e as ocupações se convertem em instrumentos de inveja, fofoca, ódio, amargura. O mundo dos médicos, o mundo dos artistas, dos engenheiros, dos advogados, etc., cada um desses mundos, está cheio de dor, fofocas, concorrência, inveja, etc. Sem a compreensão de nós mesmos a mera ocupação, ofício, ou profissão, nos leva a dor e a busca de evasivas. Alguns buscam escapatórias através do álcool, a cantina, a taberna, o cabaré, outros querem escapar através das drogas, a morfina, a cocaína, a maconha; e outros por meio da luxúria e a degeneração sexual, etc., etc. Quando se quer reduzir toda a VIDA a uma técnica, a uma profissão, a um sistema para ganhar dinheiro e mais dinheiro, o resultado é o tédio, o estorvo, e a busca por evasivas. Devemos nos converter em INDIVÍDUOS ÍNTEGROS, completos e isso só é possível conhecendo-nos a nós mesmos e dissolvendo o EU PSICOLÓGICO. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ao mesmo tempo que estimula a aprendizagem de uma técnica para ganhar a vida, deve realizar algo de maior importância, deve ajudar o homem a experimentar, a sentir em todos os seus aspectos e em todos os territórios da mente, o processo da existência. Se alguém tem algo para dizer que o diga e isso de dizê-lo é muito interessante porque assim cada um cria por si mesmo seu próprio estilo, mas aprende estilos alheios sem ter experimentado diretamente por si mesmos a vida em sua forma ÍNTEGRA; somente conduz à superficialidade. CAPITULO XXXV O HOMEM MÁQUINA O HOMEM MÁQUINA é a besta mais infeliz que existe neste vale de lágrimas, mas ele tem a PRETENSÃO e até a INSOLÊNCIA de AUTOENTITULAR-SE REI DA NATUREZA. "NOSCE TE IPSUM" "HOMEM CONHEÇA-TE A TI MESMO”. Esta é uma antiga MÁXIMA de OURO escrita sobre os muros invictos do templo de Delfos na ANTIGA GRÉCIA. O homem, esse pobre ANIMAL INTELECTUAL que se qualifica equivocadamente de HOMEM, inventou milhares de máquinas complicadíssimas e difíceis e sabe muito bem que para poder servir-se de uma MÁQUINA, precisa às vezes de muitos anos de estudo e aprendizagem, mas quando se trata de SI MESMO se esquece totalmente deste fato, embora ele mesmo seja uma máquina mais complicada que todas as que inventou. Não há homem que não esteja cheio de ideias totalmente falsas sobre si mesmo, o mais grave é que não quer dar-se conta de que realmente é uma máquina. A máquina humana não tem liberdade de movimentos, funciona unicamente por múltiplas e variadas influências interiores e choques exteriores. Todos os movimentos, atos, palavras, ideias, emoções, sentimentos, desejos da máquina humana, são provocados por influências exteriores e por múltiplas causas estranhas e difíceis. O ANIMAL INTELECTUAL é um pobre fantoche falante com memória e vitalidade, um boneco vivo, que tem a tola ilusão, de que pode FAZER, quando na realidade, de verdade nada pode FAZER. Imaginai por um momento, querido leitor, um boneco mecânico automático controlado por um mecanismo complexo. Imaginai que esse boneco tem vida, se enamora, fala, caminha, deseja, faz guerras, etc. Imaginai que este boneco pode mudar de donos a cada momento. Deveis imaginar que cada dono é uma pessoa distinta, tem seu próprio critério, sua própria forma de se divertir, sentir, viver, etc., etc., etc. Um dono qualquer querendo conseguir dinheiro apertará certos botões e então o boneco se dedicará aos negócios, outro dono, meia hora depois ou várias horas depois, terá uma ideia diferente e porá seu boneco para dançar e rir, um terceiro o porá para brigar, um quarto o fará se apaixonar por uma mulher, um quinto o fará se apaixonar por outra, um sexto o fará brigar com um vizinho e criar um problema de polícia, e um sétimo lhe fará mudar de domicílio. Realmente o boneco de nosso exemplo não fez nada, mas ele acredita que sim fez, ele tem a ilusão de que FAZ quando na realidade de verdade nada pode FAZER porque não tem o SER INDIVIDUAL. Sem sombra de dúvida tudo aconteceu como quando chove, quando troveja, quando esquenta o sol, mas o pobre boneco acredita que FAZ; tem a tola ILUSÃO de que tudo o fez quando na realidade nada foi feito, são seus respectivos donos os que se divertiram com o pobre boneco mecânico. Assim é o pobre animal intelectual querido leitor, um boneco mecânico como o de nosso exemplo ilustrativo, acredita que FAZ quando na realidade nada FAZ, é um fantoche de carne e osso controlado por LEGIÃO DE ENTIDADES ENERGÉTICAS SUTIS que em seu conjunto constituem isso que se chama EGO, EU PLURALIZADO. O EVANGELHO CRISTÃO qualifica a todas essas entidades DEMÔNIOS e seu verdadeiro nome é LEGIÃO. Se dizemos que o EU é legião de DEMÔNIOS que controlam a máquina humana, não estamos exagerando, assim é. O HOMEM-MÁQUINA não tem INDIVIDUALIDADE alguma, não possui o SER, somente o SER VERDADEIRO tem o PODER DE FAZER. SOMENTE o SER pode nos dar VERDADEIRA INDIVIDUALIDADE, somente o SER nos converte em HOMENS VERDADEIROS. Quem de verdade quer deixar de ser um simples boneco mecânico, deve eliminar cada uma dessas entidades que em seu conjunto constituem o EU. Cada uma dessas ENTIDADES que jogam com a máquina humana. Quem de verdade quer deixar de ser um simples boneco mecânico, tem que começar por admitir e compreender sua própria mecanicidade. Aquele que não quer compreender nem aceitar sua própria mecanicidade, aquele que não quer entender corretamente este fato, já não pode mudar, é um infeliz, um desgraçado, valia mais a pena pendurar uma pedra de moinho no pescoço e atirar-se no fundo do mar. O ANIMAL INTELECTUAL é uma máquina, mas uma máquina muito especial, se esta máquina chega a compreender que é MÁQUINA, se é bem conduzida e se as circunstâncias o permitem, pode deixar de ser máquina e converter-se em HOMEM. Acima de tudo, é urgente começar por compreender a fundo e em todos os níveis da mente, que não temos verdadeira individualidade, que não temos um CENTRO PERMANENTE DE CONSCIÊNCIA, que em um determinado momento somos uma pessoa e em outro, outra; tudo depende da ENTIDADE que controle a situação a qualquer instante. Aquilo que origina a ILUSÃO da UNIDADE e INTEGRIDADE do ANIMAL INTELECTUAL é por uma parte a sensação que tem seu CORPO FÍSICO, por outra parte seu nome e sobrenome e por último a memória e certo número de hábitos mecânicos implantados nele pela EDUCAÇÃO, ou adquiridos por simples e tola imitação. O pobre ANIMAL INTELECTUAL não poderá deixar de SER MÁQUINA, não poderá mudar, não poderá adquirir o SER INDIVIDUAL VERDADEIRO e converter-se em homem legítimo, enquanto não tiver o valor de ELIMINAR MEDIANTE A COMPREENSÃO DE FUNDO e em ordem sucessiva, a cada uma dessas entidades METAFÍSICAS que em seu conjunto constituem isso que se chama EGO, EU, MIM MESMO. Cada IDEIA, cada PAIXÃO, cada vício, cada AFETO, cada ÓDIO, cada desejo, etc., etc., etc. tem sua correspondente ENTIDADE e o conjunto de todas essas ENTIDADES é o EU PLURALIZADO da PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA. Todas essas ENTIDADES METAFÍSICAS, todos esses EUS que em seu conjunto constituem o EGO, não têm verdadeira ligação entre si, não têm coordenadas de nenhum tipo. Cada uma dessas ENTIDADES depende totalmente das circunstâncias, mudança de impressões, acontecimentos, etc. A TELA DA MENTE muda de cores e cenas a cada instante, tudo depende da ENTIDADE que a qualquer instante controle a mente. Pela TELA da mente vão passando em contínua procissão as distintas ENTIDADES que em seu conjunto constituem o EGO ou EU PSICOLÓGICO. As diversas ENTIDADES que constituem o EU PLURALIZADO se associam, se dissociam, formam certos grupos especiais de acordo com suas afinidades, brigam entre si, discutem, se desconhecem, etc., etc., etc. Cada ENTIDADE da LEGIÃO chamada EU, cada pequeno EU, acredita ser o todo, o EGO TOTAL, nem remotamente suspeita que ele é tão somente uma ínfima parte. A ENTIDADE que hoje jura amor eterno a uma mulher é substituída mais tarde por outra ENTIDADE que nada tem a ver com tal juramento e então o castelo de naipes vai ao chão e a pobre mulher chora decepcionada. A ENTIDADE que hoje jura fidelidade a uma causa é afastada amanhã por outra ENTIDADE, que nada tem a ver com tal causa e então o sujeito se retira. A ENTIDADE que hoje jura fidelidade à GNOSIS é substituída por outra ENTIDADE que odeia a GNOSIS. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, devem estudar este livro de EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL e por humanidade ter o valor de orientar os alunos e alunas pelo caminho maravilhoso da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA. É necessário que os alunos compreendam a necessidade de conhecer a si mesmos em todos os terrenos da mente. Precisa-se de uma orientação intelectual mais eficiente, necessita-se compreender o que somos e isto deve-se começar desde os próprios bancos da Escola. Não negamos que o dinheiro é necessário para comer, pagar o aluguel da casa e nos vestir. Não negamos que precisa-se de preparação intelectual, uma profissão, uma técnica para ganhar dinheiro, mas isso não é tudo, isso é o secundário. O primeiro, o fundamental, é saber quem somos, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual é o objetivo de nossa existência. É lamentável continuar como bonecos automáticos, míseros mortais, homens-máquinas. É urgente deixar de ser meras máquinas, é urgente converternos em HOMENS VERDADEIROS. Precisa-se de uma mudança radical e este deve começar precisamente pela ELIMINAÇÃO de cada uma dessas ENTIDADES que em conjunto constituem o EU PLURALIZADO. O pobre ANIMAL INTELECTUAL não é HOMEM, mas têm dentro de si em estado latente, todas as possibilidades para converterse em HOMEM. NÃO é uma lei que essas possibilidades se desenvolvam, o mais natural é que se percam. SOMENTE mediante tremendos SUPERESFORÇOS podem desenvolver-se tais possibilidades humanas. Temos muito que eliminar e muito que adquirir. Faz-se necessário fazer um inventário para saber quanto nos sobra e quanto nos falta. É claro que o EU PLURALIZADO sai sobrando, é algo inútil e prejudicial. É LÓGICO dizer que temos que desenvolver certos poderes, certas faculdades, certas capacidade que o HOMEM-MÁQUINA se atribui e acredita ter, mas que na realidade, de verdade, NÃO TEM. O HOMEM-MÁQUINA acredita que tem verdadeira INDIVIDUALIDADE, CONSCIÊNCIA DESPERTA, VONTADE CONSCIENTE, PODER DE FAZER, etc. e nada disso têm. Se queremos deixar de ser máquinas, se queremos despertar CONSCIÊNCIA, ter verdadeira VONTADE CONSCIENTE, INDIVIDUALIDADE, capacidade de FAZER, é urgente começar por conhecer-nos a nós mesmos e logo dissolver o EU PSICOLÓGICO. Quando o EU PLURALIZADO se dissolve somente fica dentro de nós o SER VERDADEIRO. CAPITULO XXXVI PAIS E MESTRES O problema mais grave da EDUCAÇÃO PÚBLICA não são os alunos nem as alunas do primário, secundário ou bacharelato, mas também os PAIS e os MESTRES. Se os Pais e Mestres não se conhecem a si mesmos, se não são capazes de compreender o menino, à menina, se não sabem entender a fundo suas relações com estas criaturas que começam a viver, se somente se preocupam por cultivar o intelecto de seus educandos, como poderemos criar uma nova classe de educação? O menino, o aluno, a aluna, vai à Escola para receber orientação consciente, mas se os Mestres, as Mestras, são de critério estreito, conservadores, reacionários, retardatários, assim será o estudante, a estudante. Os Educadores devem reeducar-se, conhecer a si mesmos, revisar todos os seus conhecimentos, compreender que estamos entrando em uma Nova Era. Transformando-se os educadores, se transforma a educação pública. EDUCAR o EDUCADOR é o mais difícil porque todo aquele que leu muito, todo aquele que tem título, todo aquele que tem que ensinar, que trabalha como mestre de Escola, já é como é, sua mente está engarrafada nas cinquenta mil teorias que estudou e já não muda nem a disparos de canhão. Os Mestres e Mestras deveriam ensinar COMO PENSAR, mas infelizmente somente se preocupam em ensinar-lhes EM QUÊ DEVEM PENSAR. Pais e Mestres vivem cheios de terríveis preocupações econômicas, sociais, sentimentais, etc. Pais e Mestres estão mais ocupados com seus próprios conflitos e penas, não estão de verdade seriamente interessados em estudar e resolver os problemas que pleiteiam os rapazes e moças da “NOVA ONDA”. Existe tremenda degeneração mental, moral e social, mas os pais e os Mestres estão cheios de ansiedades e preocupações pessoais e somente tem tempo para pensar no aspecto econômico dos filhos, em dar-lhes uma profissão para que não morram de fome e isso é tudo. Contrário à crença geral, a maioria dos pais de família não ama verdadeiramente seus filhos, se os amassem , lutariam pelo bemestar comum, se preocupariam com os problemas da EDUCAÇÃO PÚBLICA com o propósito de conseguir uma mudança verdadeira. Se os Pais de família amassem de verdade seus filhos, não haveria guerras, não destacariam tanto a família e a nação em oposição à totalidade do mundo porque isto cria problemas, guerras, divisões prejudiciais, ambiente infernal para nossos filhos e filhas. A pessoa estuda, se prepara para ser médico, engenheiro, advogado, etc. e em troca não se prepara para a tarefa mais grave e mais difícil que é a de ser Pais de família. Esse egoísmo de família, essa falta de amor a nossos semelhantes, essa política de afastamento familiar, é absurda em cem por cento, porque se converte em um fator de deterioração e constante degeneração social. O progresso, a verdadeira Revolução, somente são possíveis derrubando essas famosas muralhas chinesas que nos separam, que nos isolam do resto do mundo. Todos nós somos uma SÓ FAMÍLIA e é absurdo torturar-nos uns aos outros, considerar unicamente como família as poucas pessoas que convivem conosco, etc. O exclusivismo EGOÍSTA DE FAMÍLIA detém o progresso social, divide os seres humanos, cria guerras, castas, privilegiadas, problemas econômicos, etc. Quando os Pais de família amarem de verdade seus filhos, as paredes cairão feito pó, as barbas abomináveis do isolamento, e então a família deixará de ser um círculo egoísta e absurdo. Caindo os muros egoístas de família, existe então comunhão fraternal com todos os outros pais e mães de família, com os Mestres e Mestras, com toda a sociedade. O resultado da VERDADEIRA FRATERNIDADE é a VERDADEIRA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, a autêntica REVOLUÇÃO do ramo EDUCACIONAL para um mundo melhor. O EDUCADOR deve ser mais consciente, deve reunir os Pais e Mães de família, a junta Diretiva de Pais de Família, e falar-lhes claramente. É necessário que os Pais de família compreendam que a tarefa de educação pública se realiza sobre a base firme da mútua cooperação entre Pais de Família e Mestres. É necessário dizer aos Pais de família que a EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é necessária para levantar às novas Gerações. É indispensável dizer aos Pais de família que a formação intelectual é necessária, mas que não é tudo, necessita-se algo mais, necessita-se ensinar aos moços e moças conhecer a si mesmos, a conhecer seus próprios erros, seus próprios defeitos Psicológicos. Há que dizer aos Pais de família que os filhos devem procriar por AMOR e não por PAIXÃO ANIMAL. É cruel e sem piedade projetar nossos desejos animais, nossas violentas paixões sexuais, nossos sentimentalismos mórbidos e emoções bestiais em nossos descendentes. Os Filhos e Filhas são nossas próprias projeções e é criminoso infectar o Mundo com projeções bestiais. Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades, devem reunir no salão de atos os Pais e Mães de família com o propósito são de ensinar-lhes o caminho da responsabilidade moral para com seus filhos e para com a Sociedade e o Mundo. Os EDUCADORES tem o dever de REEDUCAREM-SE a si mesmos e orientar os Pais e Mães de família. Necessitamos amar verdadeiramente para transformar o mundo. Necessitamos nos unir para levantar entre todos nós, o Templo maravilhoso da Nova Era que nestes momentos está iniciando entre o solene trovejar do pensamento. CAPITULO XXXVII A CONCIÊNCIA As pessoas confundem a CONSCIÊNCIA com a INTELIGÊNCIA ou com o INTELECTO, e à pessoa muito inteligente ou muito intelectual, lhe dão o qualificativo de muito consciente. Nós afirmamos que a CONSCIÊNCIA no homem é sem sombra de dúvida e sem temor de nos enganar, uma espécie muito particular de APREENSÃO DE CONHECIMENTO INTERIOR totalmente independente de toda atividade mental. A capacidade da CONSCIÊNCIA nos permite o conhecimento de NÓS MESMOS. A CONSCIÊNCIA nos dá conhecimento íntegro do que É, de onde está, do que realmente se sabe, do que certamente se ignora. A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA ensina que somente o próprio homem pode chegar a conhecer-se a si mesmo. Somente nós podemos saber se somos conscientes em um dado momento ou não. Somente a pessoa mesmo pode saber de sua própria consciência e se esta existe em um dado momento ou não. O homem mesmo e ninguém mais que ele, pode se dar conta por um instante, por um momento de que antes desse instante, antes desse momento, realmente não era consciente, tinha sua consciência muito adormecida, depois esquecerá essa experiência ou a conservará como uma recordação, como a recordação de uma forte experiência. É urgente saber que a CONSCIÊNCIA no ANIMAL RACIONAL não é algo contínuo, permanente. Normalmente a CONSCIÊNCIA no ANIMAL INTELECTUAL chamado homem, dorme profundamente. Raros, muito raros são os momentos em que a CONSCIÊNCIA está desperta; o animal intelectual trabalha, maneja carros, se casa, morre, etc. com a consciência totalmente adormecida, e somente em momentos muito excepcionais desperta. A vida do ser humano é uma vida de sonho, mas ele acredita que está desperto e jamais admitiria que está sonhando, que tem a consciência adormecida. Se alguém chegasse a despertar, se sentiria espantosamente envergonhado consigo mesmo, compreenderia de imediato sua palhaçada, seu ridículo. Esta vida é espantosamente ridícula, horrivelmente trágica e rara vez sublime. Se um boxeador chegasse a despertar de imediato em plena briga, olharia envergonhado para todo o honorável público e fugiria do horrível espetáculo, ante o assombro das adormecidas e inconscientes multidões. Quando o ser humano admite que tem a CONSCIÊNCIA ADORMECIDA, podeis estar seguros de que já começa a despertar. As Escolas reacionárias de Psicologia antiquada que negam a existência da CONSCIÊNCIA e até a inutilidade de tal termo, acusam o estado de sono mais profundo. Os sequazes de tais Escolas dormem muito profundamente em um estado praticamente infraconsciente e inconsciente. Aqueles que confundem a consciência com as funções Psicológicas; pensamentos, sentimentos, impulsos motrizes e sensações, realmente estão muito inconscientes, dormem profundamente. Aqueles que admitem a existência da CONSCIÊNCIA, mas negam terminantemente os distintos graus conscientivos, acusam falta de experiência consciente, sono da consciência. Toda pessoa que alguma vez tenha despertado momentaneamente, sabe muito bem por experiência própria que existem distintos graus de consciência observadas em uma mesma pessoa. Primeiro: TEMPO. Quanto tempo permanecemos conscientes? Segundo: FREQUÊNCIA. Quantas vezes despertamos a consciência? Terceiro: AMPLITUDE E PENETRAÇÃO. Do que se era consciente? A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA e a antiga PHILOKALIA afirmam que mediante grandes SUPERESFORÇOS do tipo muito especial pode-se despertar consciência e fazê-la contínua e controlável. A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL tem como objetivo despertar a CONSCIÊNCIA. De nada servem dez ou quinze anos de estudos na Escola, no Colégio e na Universidade, se ao sair das aula somos autômatos adormecidos. Não é exagero afirmar que mediante algum grande ESFORÇO pode o ANIMAL INTELECTUAL ser consciente de si mesmo tão somente por um par de minutos. É claro que nisto costumam ter hoje raras exceções que temos que buscar com a lanterna de Diógenes, esses casos raros são representados pelos HOMENS VERDADEIROS, BUDA, JESUS, HERMES, QUETZALCOATL, etc. Estes fundadores de RELIGIÕES possuíram CONSCIÊNCIA CONTÍNUA, foram grandes ILUMINADOS. Normalmente as pessoas NÃO são conscientes de si mesmas. A ilusão de ser conscientes de forma contínua, nasce da memória e de todos os processos do pensamento. O homem que pratica um exercício retrospectivo para recorda toda sua vida, pode de verdade rememorar, recordar quantas vezes se casou, quantos filhos engendrou, quem foram seus pais, seus Mestres, etc., mas isto não significa despertar consciência, isto é simplesmente recordar atos inconscientes e isso é tudo. É necessário repetir o que já dizemos em precedentes capítulos. Existem quatro estados de CONSCIÊNCIA. Estes são: SONHO, estado de VIGÍLIA, Autoconsciência e CONSCIÊNCIA OBJETIVA. O pobre ANIMAL INTELECTUAL equivocadamente chamado de HOMEM, somente vive em dois desses estados. Uma parte de sua vida transcorre no sono e a outra no mal chamado ESTADO DE VIGÍLIA, o qual também é sono. O homem que dorme e está sonhando, acredita que desperta pelo fato de voltar ao estado de vigília, mas na verdade durante este estado de vigília continua sonhando. Isto é semelhante ao amanhecer, as estrelas se ocultam devido à luz solar, mas elas continuam existindo ainda que os olhos físicos não as percebam. Na vida normal comum e corrente o ser humano nada sabe da AUTOCONSCIÊNCIA e muito menos da CONSCIÊNCIA OBJETIVA. No entanto, a pessoa é orgulhosa e todo o mundo acredita-se AUTOCONSCIENTE; o ANIMAL INTELECTUAL acredita firmemente que tem consciência de si mesmo e de nenhuma maneira aceitaria que lhe dissesse que é um adormecido e que vive inconsciente de si mesmo. Existem momentos excepcionais em que o ANIMAL INTELECTUAL desperta, mas esses momentos são muito raros, podem ser representados em um instante de perigo supremo, durante uma intensa emoção, em alguma nova circunstância, em alguma nova situação inesperada, etc. É verdadeiramente uma desgraça que o pobre ANIMA LINTELECTUAL não tenha nenhum domínio sobre esses estados fugazes da consciência, que não possa evocá-los, que não possa torná-los contínuos. No entanto, a EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL afirma que o homem pode CONSEGUIR o controle da CONSCIÊNCIA e adquirir AUTOCONSCIÊNCIA. A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA tem métodos, procedimentos científicos para DESPERTR A CONSCIÊNCIA. Se queremos DESPERTAR A CONSCIÊNCIA precisamos começar por examinar, estudar e logo eliminar todos os obstáculos que nos são apresentados no caminho, neste livro ensinamos o caminho para despertar a CONSCIÊNCIA, começando desde os próprios bancos da Escola. SAMAEL AUN WEOR SUMÁRIO PREFÁCIO ...................................................................................3 A LIVRE INICIATIVA...................................................................8 A IMITAÇÃO..............................................................................15 AS AUTORIDADES ..................................................................22 A DISCIPLINA............................................................................29 O QUE PENSAR. COMO PENSAR .......................................37 A BUSCA DE SEGURANÇA ...................................................43 A AMBIÇÃO ...............................................................................48 O AMOR .....................................................................................52 A MENTE....................................................................................58 SABER ESCUTAR ....................................................................66 SABEDORIA E AMOR..............................................................70 GENEROSIDADE......................................................................74 COMPREENSÃO E MEMÓRIA ..............................................79 INTEGRAÇÃO ...........................................................................84 A SIMPLICIDADE......................................................................89 O ASSASSINATO .....................................................................94 A PAZ ........................................................................................100 A VERDADE.............................................................................107 A INTELIGÊNCIA ....................................................................111 A VOCAÇÃO ............................................................................116 OS TRÊS CÉREBROS...........................................................126 O BEM E O MAL......................................................................130 A MATERNIDADE ...................................................................136 A PERSONALIDADE HUMANA............................................142 A ADOLESCÊNCIA.................................................................151 A JUVENTUDE ........................................................................156 A IDADE MADURA .................................................................164 A VELHICE...............................................................................170 A MORTE .................................................................................175 EXPERIÊNCIA DO REAL ......................................................179 PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA ......................................183 REBELDIA PSICOLÓGICA ...................................................187 EVULUÇÃO, INVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO .........................192 O INDIVÍDUO ÍNTEGRO........................................................195 O HOMEM MÁQUINA ............................................................199 PAIS E MESTRES ..................................................................205 A CONCIÊNCIA.......................................................................209