Educação Fundamental - Livros Gnósticos Gratuitos

Transcrição

Educação Fundamental - Livros Gnósticos Gratuitos
EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL
SAMAEL AUN WEOR
PREFÁCIO
"Educação Fundamental" é a ciência que nos
nossa relação com os seres humanos, com
todas as coisas. Através desta ciência
funcionamento da mente porque a mente é
conhecimento e devemos aprender a manejar
que é o núcleo básico do eu psicológico.
permite descobrir
a natureza, com
conhecemos o
o instrumento do
esse instrumento,
Nesta obra se nos ensina de forma quase objetiva o modo de
Pensar, através da investigação, a análise, a compreensão e a
meditação.
Informa-nos como melhorar as lembranças da memória valendonos sempre de três fatores: sujeito, objeto e lugar; a memória é
movida pelo interesse, de maneira que tem que colocar interesse
àquilo que se estuda para que seja gravado na memória. A
memória melhora através do processo da conversão alquímica
que pouco a pouco os estudantes que se interessem pelo seu
desenvolvimento pessoal conhecerão.
Para os ocidentais o estudo começa aos seis anos, ou seja,
quando se estima que tem uso da razão; para os orientais,
sobretudo os Hindus, a educação começa a partir da gestação;
para os Gnósticos a partir dos namoricos, quer dizer, antes da
concepção.
A educação futura envolve duas fases: uma a cargo dos pais e
outra dos mestres. A educação futura colocará os estudantes no
Divino conhecimento de aprender a serem pais e mães. A mulher
o que requer é proteção, amparo, por isso a menina se apega
mais ao pai quando criança porque o vê como mais forte e
vigoroso; o menino requer amor, cuidado, mimos, por isso se
apega mais à mãe por instinto natural. Mais tarde, quando se
pervertem os sentidos de ambos, a mulher busca um bom partido
ou também um homem que a queira, quando ela é a que deve
dar amor, e, o homem busca uma mulher que tenha meios para
viver ou que tenha uma profissão; para outros predomina a cara
e formas corporais para seus sentidos.
Surpreende ver os textos escolares, cada obra com milhares de
perguntas, que o autor responde por escrito para que os alunos
as decorem, a infiel memória é a depositária do conhecimento
que com tanto empenho estudam os jovens, essa educação
inteiramente materialista os capacita para ganhar a vida quando
terminarem os estudos, mas da vida na qual viverão nada
sabem, nela entram cegos, nem sequer lhes ensinaram a
reproduzir a espécie de forma enaltecida, esse ensinamento está
a cargo dos malandros, à sombra da falta de pudor.
É requerido que o jovem compreenda que a semente que produz
o organismo humano, é o fator mais importante para a vida do
homem (espécie), é bendita, e, por conseguinte, o mau uso dela
danificará sua própria descendência. Nos altares da Igreja
Católica são guardados no Sacrário com grande veneração a
hóstia como representativa do corpo de Cristo, essa Sagrada
figura é formada pela semente do trigo. No altar vivo, ou seja,
nosso corpo físico, nossa semente ocupa o posto da sagrada
hóstia da cristandade que segue o Cristo Histórico; em nossa
própria semente guardamos o Cristo em substância os que
seguimos o Cristo vivo que vive e palpita no fundo mesmo de
nossa própria semente.
Com grande interesse vemos que os agrônomos que têm a seu
cargo o conhecimento das plantas que servem ao homem,
ensinam aos camponeses a ter respeito pelas sementes que
regam nos campos, vemos que melhoraram a qualidade das
sementes para produzir melhores colheitas, guardando em
grandes silos as existências de cereais, para que não se percam
as sementes que com tanto empenho produziram. Vemos como
os veterinários, a cujo cargo está o manejo da vida dos animais,
conseguiram produzir reprodutores ou garanhões cujo custo é
cem vezes maior que o produto da carne, o qual indica que é a
semente que produzem, o motivo de tão elevado custo. Somente
a medicina oficial, a cujo cuidado está a espécie humana, nada
nos diz sobre a melhora da semente; nós lamentamos
positivamente esta demora e informamos a nossos leitores que a
semente humana é a mais fácil de melhorar, mediante o uso
permanente de três alimentos básicos: através do que
pensamos, o que respiramos e o que comemos. Se somente
pensamos em coisas vãs, em coisas insossas, sem importância
será a semente que produzimos porque o pensamento é
determinante para dita produção. O jovem que estuda difere do
que não recebe educação em aspecto e presença, tem alteração
na personalidade; O fato de respirar cervejas digeridas nos bares
e cantinas determina sobre a vida dos paroquianos que
frequentam esses lugares: As pessoas que se alimentam de
tortas, porco, cerveja, picantes, álcool e alimentos afrodisíacos,
vivem uma paixão pela vida que os conduz à fornicação. Todo
animal fornicador é hediondo: burros, porcos, cabras e até as
aves de curral apesar de ser aves, como é o galo caseiro.
Facilmente pode-se apreciar a diferença que existe entre os
fornicários e os que o homem faz castos à força para explorá-los,
observa-se as gônodas do cavalo de corrida à dos cavalos de
carga, entre os touros de lida e os garanhões que diariamente
saem na imprensa, o javali ou porco garanhão, ainda em animais
pequenos como o rato que é tremendamente passionário e
sempre seu aspecto é repugnante, igual se passa com o varão
fornicador que cobre seu fedor com desodorantes e perfumes.
Quando o homem torna-se casto, puro e santo, em pensamento,
palavra e obra, recupera a infância perdida, torna-se de corpo e
alma e seu corpo não transpira fedor.
Como se obtém a educação pré-natal? Isto ocorre entre casais
que seguem a castidade, quer dizer, que não perdem jamais sua
semente na displicência e o prazer efêmero, assim: Os esposos
querem brindar-lhe corpo a um novo ser, colocam-se de acordo e
pedem ao Céu que sejam guiados para o acontecimento da
fecundação, logo em atitude permanente de amor convivem
alegres e festivos, aproveitam a época em que a Natureza é mais
pródiga, tal como os camponeses fazem para semear, usam o
processo da transmutação alquímica juntando-se como marido e
mulher, o qual permite a escapada de um espermatozoide forte e
vigoroso, melhorado pelas práticas antes conhecidas e se obtém
através do acontecimento da divina concepção, uma vez que a
mulher perceba que está grávida, se afasta do marido, quer
dizer, a vida conjugal termina, isto deve fazê-lo facilmente o
homem casto porque está cheio de graça e poder sobrehumanos, por todos os meios torna grata a vida a sua mulher,
para que ela não recorra à moléstia nem coisas parecidas,
porque tudo isso repercute sobre o feto que está sendo gerado,
se isto causa dano o que não será a união que de forma
libidinosa praticam as pessoas que nunca tenham recebido um
conselho neste sentido? O qual dá motivos para que muitos
meninos sintam paixões terríveis desde tenra idade e ruborizem
suas mães de forma escandalosa. A mãe sabe que está dando
vida a um novo ser o qual guarda em seu Templo Vivo, como
uma joia preciosa, dando-lhe com suas orações e pensamentos,
belas formas que enaltecerão à nova criatura, logo vem o
acontecimento do nascimento sem dor; em forma simples e
natural para glória de seus pais. O casal faz uma dieta que
geralmente dura quarenta dias até que volte a seu posto a matriz
que serviu de berço para o novo ser; sabe o homem que deve
mimar e contemplar a mulher que cria o filho, com carícias sãs,
pois qualquer forma apaixonada violenta, repercute nos seios da
mãe e trazem obstruções nos canais por onde flui o precioso
líquido que lhe dará vida ao filho de suas entranhas, a mulher
que queira colocar em prática este ensinamento observará que
desaparece a vergonha de ter que operar os seios por
permanentes obstruções. Onde há castidade há amor e
obediência, os filhos se levantam de forma natural e todo mal
desaparece, assim começa esta educação fundamental para a
preparação da personalidade do novo ser que já irá ao colégio
capacitado para seguir a educação que lhe permitirá conviver e
mais tarde ganhar por si só o pão de cada dia.
Nos primeiros sete anos a criança forma sua própria
personalidade de maneira que são tão importantes como os
meses da gestação e o que se espera de um ser trazido em
semelhantes condições é algo que nem sequer suspeitam os
humanos.
A inteligência é um atributo do Ser, temos que conhecer o Ser.
O Eu não pode conhecer a Verdade porque a Verdade não
pertence ao tempo e o Eu sim.
O medo e o temor danificam a livre iniciativa. A iniciativa é
criadora, o temor é destrutivo.
Analisando tudo e meditando, despertamos a consciência
adormecida.
A verdade é o desconhecido de instante em instante, ela nada
tem a ver com o que um cria ou não cria; a verdade é questão de
experimentar, vivenciar, compreender.
JULIO MEDINA VIZCAÍNO
S.S.S.
CAPITULO I
A LIVRE INICIATIVA
Milhões de estudantes de todos os países do mundo inteiro vão
diariamente à Escola e à Universidade de forma inconsciente,
automática, subjetiva, sem saber por que, nem para quê.
Os estudantes são obrigados a estudar Matemáticas, Física,
Química, Geografia, etc.
A mente dos estudantes está recebendo informação diária, mas
jamais na vida se detém um momento para pensar o porque
dessa informação, o objetivo dessa informação.
Por que nos enchemos dessa informação? Para que nos
enchemos dessa informação?
Os estudantes vivem realmente uma vida mecanicista e somente
sabem que tem que receber informação intelectual e conservá-la
armazenada na memória infiel, isso é tudo.
Não ocorre aos estudantes pensar jamais sobre o que realmente
é esta educação, vão à escola, ao colégio ou à universidade
porque seus pais os mandam e isso é tudo.
Nem aos estudantes, nem aos Mestres e mestras lhes ocorre
alguma vez perguntar a si mesmos: Por que estou aqui? Para
que vim aqui? Qual é realmente o verdadeiro motivo secreto que
me traz aqui?
Mestres, mestras, estudantes varões e estudantes de sexo
feminino, vivem com a consciência adormecida, atuam como
verdadeiros autômatos, vão à escola, ao colégio e à universidade
de forma inconsciente, subjetiva, sem saber realmente nada do
por que , ou do para quê.
É necessário deixar de ser autômatos, despertar a consciência,
descobrir por si mesmos o que é esta luta tão terrível por passar
por exames, por estudar, por viver em determinado lugar para
estudar diariamente e passar o ano e sofrer sustos, angústias,
preocupações, praticar esportes, brigar com os companheiros de
escola, etc., etc., etc.
Os Mestres e mestras devem tornar-se mais conscientes a fim de
cooperar a partir da escola, o colégio ou a universidade ajudando
os estudantes a despertar a consciência.
É lamentável ver a tantos AUTÔMATOS sentados nos bancos
das escolas, colégios e universidades, recebendo informação
que devem conservar na memória sem saber por que nem para
quê.
Os jovens somente se preocupam em passar de ano; se lhes foi
dito que devem preparar-se para ganhar a vida, para conseguir
emprego, etc. E eles estudam formando mil fantasias na mente
com respeito ao futuro, sem conhecer realmente o presente, sem
saber o verdadeiro motivo pelo qual devem estudar física,
química, biologia, aritmética, geografia, etc.
As moças modernas estudam para ter a preparação que lhes
permita conseguir um bom marido, ou para ganhar a vida e estar
devidamente preparadas para o caso de que o marido lhes
abandone, ou de que fiquem viúvas ou solteironas.
Puras fantasias na mente porque realmente elas não sabem qual
há de ser seu futuro nem a que idade hão de morrer.
A vida na escola é muito vaga, muito incoerente, muito subjetiva,
para o rapaz é feito com que aprenda às vezes certas matérias
que na vida prática não servem para nada.
Hoje em dia o importante na escola é passar de ano e isso é
tudo.
Em outros tempos tinha pelo menos algo mais de ética nisto de
passar de ano. Agora não há a tal ÉTICA. Os pais de família
podem subornar o mestre ou a mestra em muito segredo e o
jovem ou a jovem mesmo que seja um PÉSSIMO ESTUDANTE,
passará de ano INEVITAVELMENTE.
As moças da escola costumam adular o mestre com o propósito
de PASSAR DE ANO e o resultado costuma ser maravilhoso,
embora não tenham compreendido nem “J” do que o mestre
ensina, de todas as maneiras saem bem nos EXAMES e passam
de ano.
Há crianças muito prontas para passar de ano. Isto é questão de
astúcia em muitos casos.
Um menino que passa vitorioso por determinado exame (algum
exame estúpido) não significa que tenha consciência objetiva
verdadeira, sobre aquela matéria na qual foi examinado.
O estudante repete como loro, caturrita ou papagaio e de forma
mecânica, aquela matéria que estudou e na qual foi examinado.
Isso não é ser AUTOCONSCIENTE daquela matéria, isso é
memorizar e repetir como loros ou caturritas o que aprendemos e
isso é tudo.
Passar nos exames, passar de ano, não significa SER MUITO
INTELIGENTE. Na vida prática conhecemos pessoas muito
inteligentes que na escola jamais foram bem nos exames.
Nós conhecemos magníficos escritores e grandes matemáticos
que na escola foram péssimos estudantes e que jamais foram
bem nos exames em gramática e matemáticas.
Sabemos do caso de um estudante péssimo em ANATOMIA, e
que somente depois de muito sofrer, pode ir bem nos exames de
ANATOMIA. Hoje em dia dito estudante é autor de uma grande
obra sobre ANATOMIA.
Passar de ano não significa necessariamente ser muito
inteligente. Há pessoas que jamais passaram um ano e que são
muito inteligentes.
Há algo mais importante que passar de ano, há algo mais
importante que estudar certas matérias e é precisamente ter
plena consciência OBJETIVA clara e luminosa sobre aquelas
matérias que são estudadas.
Os Mestres e mestras devem se esforçar para ajudar os
estudantes a despertar consciência; todo o esforço dos mestres e
mestras deve dirigir-se à consciência dos estudantes. É
URGENTE que os estudantes tornem-se plenamente
AUTOCONSCIENTES daquelas matérias que estudam.
Aprender decorando, aprender como louros é simplesmente
ESTÚPIDO no sentido mais completo da palavra.
Os estudantes se vêm obrigados a estudar matérias difíceis e a
armazená-las em sua memória para “PASSAR DE ANO”, e
depois na vida prática, ditas matérias não somente tornam-se
inúteis senão que também são esquecidas porque a memória é
infiel.
Os meninos estudam com o propósito de conseguir emprego,
ganhar a vida e mais tarde se têm sorte de conseguir o tal
emprego, se tornarem-se profissionais, médicos, advogados,
etc., o único que conseguem é repetir a mesma história de
sempre, se casam, sofrem, têm filhos e morrem sem ter
despertado a consciência, morrem sem ter tido consciência de
sua própria vida. Isso é tudo.
As meninas se casam, formam seus lares, têm filhos, brigam com
os vizinhos, com o marido, com os filhos, se divorciam e voltam a
casar, enviúvam, tornam-se velhas, etc. e finalmente morrem
depois de ter vivido ADORMECIDAS, INCONSCIENTES,
repetindo como sempre o mesmo DRAMA DOLOROSO da
existência.
NÃO querem os MESTRES e MESTRAS da escola se dar conta
cabal de que todos os seres humanos têm a consciência
adormecida. É urgente que os mestres da escola também
despertem para que possam despertar aos estudantes.
De nada serve enchermos a cabeça de teorias e mais teorias e
de citar a Dante, a Homero; a Virgílio, etc., se temos a
consciência adormecida, se não temos consciência objetiva,
clara e perfeita sobre nós mesmos, sobre as matérias que
estudamos, sobre a vida prática.
De que serve a educação se não nos tornamos criadores,
conscientes, inteligentes de verdade?
A educação verdadeira não consiste em saber ler e escrever.
Qualquer mentecapto, qualquer tonto pode saber ler e escrever.
Precisamos ser INTELIGENTES, e a INTELIGÊNCIA somente
desperta em nós quando desperta a CONSCIÊNCIA.
A humanidade têm noventa e sete por cento
SUBCONSCIÊNCIA e três por cento de CONSCIÊNCIA.
de
Precisamos despertar a CONSCIÊNCIA, precisamos converter o
SUBCONSCIENTE em CONSCIENTE. Precisamos ter cem por
cento de consciência.
O ser humano não somente sonha quando seu corpo físico
dorme, senão que também sonha quando seu corpo físico não
dorme, quando está em estado de vigília.
É necessário deixar de sonhar, é necessário despertar a
consciência e esse processo do despertar, deve começar a partir
do lar e da escola.
O esforço dos Mestres deve dirigir-se à CONSCIÊNCIA dos
estudantes e não unicamente à memória.
Os estudantes devem aprender a pensar por si mesmos e não
unicamente para repetir como loros ou caturritas as teorias
alheias.
Os mestres devem lutar para acabar com o medo dos
estudantes.
Os Mestres devem permitir aos estudantes, a liberdade de
dissentir e criticar de maneira sã e de forma construtiva, todas as
teorias que estudam.
É absurdo obrigar-lhes a aceitar de forma DOGMÁTICA todas as
teorias que são ensinadas na escola, no colégio ou universidade.
É necessário que os estudantes abandonem o medo para que
aprendam a pensar por si mesmos. É urgente que os estudantes
abandonem o medo para que possam analisar as teorias que
estudam.
O medo é uma das barreiras para a inteligência. O estudante
com medo NÃO se atreve a dissentir e aceita como artigo de FÉ
CEGA, tudo o que digam os distintos autores.
De nada serve que os Mestres falem de intrepidez se eles
mesmos têm medo. Os mestres devem estar livres do temor. Os
mestres que temem à crítica, ao que dirão etc., NÃO podem ser
verdadeiramente inteligentes.
O verdadeiro objetivo da educação deve ser acabar com o medo,
e despertar a consciência.
De que serve passar nos exames se continuamos medrosos e
inconscientes?
Os Mestres têm o dever de ajudar os estudantes a partir dos
bancos da escola para que sejam úteis na vida, mas enquanto
existir o medo ninguém pode ser útil na vida.
A pessoa cheia de temor não se atreve a dissentir da opinião
alheia.
A pessoa cheia de temor não pode ter livre iniciativa.
É função de todo mestre, evidentemente, a de ajudar a todos e
cada um dos alunos de sua escola para estar completamente
livres do medo, a fim de que possam atuar de forma espontânea
sem necessidade de que lhes diga, de que se lhes mande.
É urgente que os estudantes deixem o medo para que possam
ter livre iniciativa espontânea e criadora.
Quando os estudantes por iniciativa própria, livre e espontânea
puderem analisar e criticar livremente aquelas teorias que
estudam, deixarão então de ser meros entes mecânicos,
subjetivos e estúpidos.
É urgente que exista a livre iniciativa para que surja a inteligência
criadora nos alunos e alunas.
É necessário dar-lhe liberdade de EXPRESSÃO CRIADORA
espontânea e sem condicionamento de nenhuma espécie, a
todos os alunos e alunas a fim de que possam tornar-se
conscientes daquilo que estudam.
O livre poder criativo somente pode manifestar-se quando não
temos medo da crítica, do que dirão, da palmatória do mestre,
das regras, etc., etc., etc.
A mente humana está degenerada pelo medo e o dogmatismo.
Se torna URGENTE regenerá-la mediante a livre iniciativa
espontânea e livre de medo.
Precisamos fazer-nos conscientes de nossa própria vida e esse
processo do despertar deve começar a partir dos próprios bancos
da escola.
De pouco nos terá servido a escola, se saímos dela
inconscientes e adormecidos.
A abolição do medo e a livre iniciativa dará origem à ação
espontânea e pura.
Por livre iniciativa, os alunos e alunas deveriam ter direito em
todas as escolas para discutir em assembleia, todas as teorias
que estão estudando.
Somente assim mediante a liberação do temor e a liberdade de
discutir, analisar, MEDITAR, e criticar de maneira sã o que
estamos estudando, podemos fazer-nos conscientes dessas
matérias e não meramente loros ou caturritas que repetem o que
acumulam na memória.
CAPITULO II
A IMITAÇÃO
Já está totalmente demonstrado que o MEDO impede a livre
INICIATIVA. A má situação econômica de milhões de pessoas
deve-se, fora de qualquer dúvida, a isso que se chama MEDO.
O menino atemorizado busca a sua querida mamãezinha e se
apega a ela em busca de segurança. O marido atemorizado se
apega a sua mulher e sente que a ama muito mais. A esposa
atemorizada busca a seu marido e a seus filhos e sente amá-los
muito mais.
A partir do ponto de vista psicológico resulta muito curioso e
interessante saber que o temor costuma às vezes disfarçar-se
com a roupa do AMOR.
A pessoa que internamente tem muito poucos VALORES
ESPIRITUAIS, a pessoa internamente pobre, busca sempre fora
algo para completar-se.
A pessoa internamente pobre vive sempre intrigando, sempre em
besteiras, fofocas, prazeres bestiais, etc.
A pessoa internamente pobre vive de temor em temor e como é
natural, se apega ao marido, à mulher, aos pais, aos filhos, às
velhas tradições caducas e degeneradas, etc., etc., etc.
Todo velho doente e pobre no PSICOLÓGICO está comumente
cheio de medo e se aterra com a ânsia infinita ao dinheiro, às
tradições de família, aos netos, a suas lembranças, etc. como
buscando segurança. Isto é algo que, todos podemos evidenciar
observando cuidadosamente aos anciãos.
Cada vez que as pessoas têm medo, se escondem atrás do
escudo protetor da RESPEITABILIDADE. Seguindo uma
tradição, já seja de raça, de família, nação, etc., etc., etc.
Realmente toda tradição é uma mera repetição sem sentido
algum, oca, sem valor verdadeiro.
Todas as pessoas têm uma marcada tendência a IMITAR o
alheio. Isso de IMITAR é produto do MEDO.
A pessoa com medo IMITA a todos aqueles a quem se apega.
Imita ao marido, à esposa, aos filhos, aos irmãos, aos amigos
que lhe protegem etc., etc., etc.
A IMITAÇÃO é o resultado do MEDO. A IMITAÇÃO destrói
totalmente a LIVRE INICIATIVA.
Nas escolas, nos colégios, nas universidades, os mestres e
mestras cometem o erro de ensinar aos estudantes homens e
mulheres, isso que se chama IMITAÇÃO.
Nas aulas de pintura e desenho se lhes ensina aos alunos a
copiar, a pintar imagens de árvores, casas, montanhas, animais,
etc.. Isso não é criar. Isso é IMITAR, FOTOGRAFAR.
Criar não é IMITAR. Criar não é FOTOGRAFAR. Criar é traduzir,
transmitir com o pincel e ao vivo a árvore que nos encanta, o belo
pôr do sol, o amanhecer com suas inefáveis melodias, etc., etc.
Há criação verdadeira na arte CHINESA E JAPONESA DO ZEN,
na arte abstrata e Semiabstrato.
A qualquer pintor chinês do CHAN e do ZEN não lhes interessa
IMITAR, fotografar.
Os pintores da China e Japão: gozam criando e voltando
novamente a criar.
Os pintores do ZEN e do CHAN, não imitam, CRIAM e esse é
seu trabalho.
Aos pintores da CHINA e JAPÃO não lhes interessa pintar ou
fotografar uma bela mulher, eles gozam transmitindo sua beleza
abstrata.
Os pintores da CHINA e JAPÃO não imitariam jamais um belo
pôr de sol, eles gozam transmitindo em beleza abstrata todo o
encanto do ocaso.
O importante não é IMITAR, copiar em preto e branco; o
importante é sentir a funda significação da beleza e saber
transmiti-la, mas para isso é necessário que não haja medo,
apego às regras, à tradição, o temor ao que dirão ou à
repreensão do mestre.
É URGENTE que os mestres e mestras compreendam a
necessidade de que os alunos e alunas desenvolvam o poder
criador.
Sem dúvidas é absurdo ensinar os estudantes a IMITAR. É
melhor ensinar-lhes a criar.
O ser humano desgraçadamente é um autômato adormecido
inconsciente, que só sabe IMITAR.
Imitamos a roupa alheia e dessa imitação saem as distintas
correntes da moda.
Imitamos os costumes alheios ainda quando estejam muito
equivocados.
Imitamos os vícios, imitamos tudo o que é absurdo, o que sempre
vive se repetindo no tempo, etc.
É necessário que os MESTRES E MESTRAS da escola, ensinem
aos estudantes a pensar por si mesmos de forma independente.
Os Mestres devem oferecer aos estudantes todas as
possibilidades para que deixem de ser AUTÔMATOS
IMITATIVOS.
Os Mestres devem facilitar aos estudantes as melhores
oportunidades para que estes desenvolvam o poder criador.
É URGENTE que os estudantes conheçam a verdadeira
liberdade, para que sem temor algum, possam aprender a pensar
por si mesmos, livremente.
A mente que vive escrava do “O QUE DIRÃO”, a mente que
IMITA, por temor de violar as tradições, as regras, os costumes,
etc., não é mente criadora, não é mente livre.
A mente das pessoas é como casa fechada e selada com sete
selos, casa onde nada novo pode ocorrer, casa onde não entra o
sol, casa onde somente reina a morte e a dor.
O NOVO somente pode ocorrer onde não há medo, onde não
existe IMITAÇÃO, onde não existem apegos às coisas, aos
dinheiros, às pessoas, às tradições, aos costumes, etc.
As pessoas vivem escravas da intriga, da inveja, dos costumes
de família, dos hábitos, do desejo insaciável de ganhar posições,
escalar, subir, subir ao topo da escada, fazer-se sentir, etc., etc.
É URGENTE que os MESTRES e MESTRAS ensinem a seus
estudantes homens e mulheres, a necessidade de não IMITAR
toda esta ordem caduca e degenerada de coisas velhas.
É URGENTE que os ALUNOS aprendam na escola a criar
livremente, a pensar livremente, a sentir livremente.
Os alunos e alunas passam o melhor de sua vida na escola
adquirindo INFORMAÇÃO e, no entanto, não lhes resta tempo
para pensar em todas estas coisas.
Dez ou quinze anos na escola levando vida de autômatos
inconscientes e saem da escola com a consciência adormecida,
mas eles saem da escola acreditando-se muito espertos.
A mente do ser humano vive engarrafada entre ideias
conservadoras e reacionárias.
O ser humano não pode pensar com verdadeira liberdade porque
está cheio de MEDO.
O ser humano tem MEDO da vida, MEDO da morte, MEDO do
que dirão, ao diz que se diz, da fofoca, de perder o emprego, de
violar os regulamentos, a que alguém lhe tire o cônjuge ou lhe
roube a cônjuge, etc., etc., etc.
Na escola nos é ensinado a IMITAR e saímos convertidos em
IMITADORES.
Não temos livre INICIATIVA porque a partir dos bancos da escola
nos ensinou a IMITAR.
A pessoa IMITA por medo do que a outra pessoa possa dizer, os
alunos e alunas IMITAM porque os MESTRES têm realmente
aterrorizado os pobres estudantes, ameaçam-lhes a todo
instante, ameaçam-lhes com uma má qualificação, se lhes
ameaça com determinados castigos, se lhes ameaça com a
expulsão, etc.
Se realmente queremos nos tornar criadores no mais completo
sentido da palavra, devemos tornar-nos conscientes de toda essa
série de IMITAÇÕES que desgraçadamente nos tem atraído.
Quando já somos capazes de conhecer toda a série de
IMITAÇÕES, quando já analisamos detidamente cada uma das
IMITAÇÕES, nos tornamos conscientes delas e como
consequência lógica, nasce então em nós de forma espontânea,
o poder de criar.
É necessário que os alunos e alunas da escola, do colégio ou da
universidade, se livrem de toda IMITAÇÃO a fim de que se
tornem criadores de verdade.
Equivocam-se os mestres
e mestras que supõem
equivocadamente que os alunos e alunas precisam IMITAR para
aprender. O que IMITA não aprende, o que IMITA se converte
em um AUTÔMATO e isso é tudo.
Não se trata de IMITAR o que dizem os autores de geografia,
física, aritmética, história, etc. IMITAR, MEMORIZAR, repetir
como caturritas e loros, é estúpido, melhor é COMPREENDER
CONSCIENTEMENTE o que estamos estudando.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é a CIÊNCIA DA
CONSCIÊNCIA, a ciência que nos permite descobrir nossa
relação com os seres humanos, com a natureza, com todas as
coisas.
A mente que somente sabe IMITAR é MECÂNICA, é uma
máquina que funciona, NÃO é criadora, não é capaz de criar, não
pensa realmente, somente repete e isso é tudo.
Os mestres e mestras devem preocupar-se com o despertar da
CONSCIÊNCIA em cada estudante.
Os alunos e alunas somente se preocupam em passar de ano e
depois… já fora da escola, na vida prática, se convertem em
empregadinhos de escritório ou maquininhas de fazer filhos.
Dez ou quinze anos de estudos para sair transformados em
autômatos falantes, as matérias estudadas vão sendo
esquecidas pouco a pouco e ao final, não resta nada na
memória.
Se os estudantes fizeram CONSCIÊNCIA das matérias
estudadas, se seu estudo não se baseara unicamente na
INFORMAÇÃO, na IMITAÇÃO e na MEMÓRIA, outro GALO lhes
cantará. Sairiam da escola com conhecimentos CONSCIENTES,
INESQUECÍVEIS, COMPLETOS, que não seriam submetidos à
INFIEL MEMÓRIA.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ajudará aos estudantes,
despertando-lhes a CONSCIÊNCIA e a INTELIGÊNCIA.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL leva os jovens pelo caminho da
REVOLUÇÃO VERDADEIRA.
Os alunos e alunas devem insistir para que os MESTRES e
MESTRAS lhes deem a VERDADEIRA EDUCAÇÃO, a
EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
Não é suficiente que os alunos e alunas se sentem nos bancos
da escola para receber informação de algum rei ou de alguma
guerra, se necessita algo mais, se necessita da EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL para despertar a CONSCIÊNCIA.
É URGENTE que os alunos saiam da escola, maduros,
CONSCIENTES de verdade, INTELIGENTES, para que não se
convertam em simples peças automáticas da maquinaria social.
CAPITULO III
AS AUTORIDADES
O governo possui AUTORIDADE, o ESTADO possui
AUTORIDADE. A polícia, a lei, o soldado, os pais de família, os
mestres, os guias religiosos, etc., possuem AUTORIDADE.
Existem dois tipos de AUTORIDADE. Primeira, AUTORIDADE
SUBCONSCIENTE. Segunda, AUTORIDADE CONSCIENTE.
De nada servem as AUTORIDADES INCONSCIENTES ou
SUBCONSCIENTES.
Precisamos
com
URGÊNCIA
AUTORIDADES AUTOCONSCIENTES.
As AUTORIDADES INCONSCIENTES ou SUBCONSCIENTES
encheram o mundo de lágrimas e dor.
No lar e na escola as AUTORIDADES INCONSCIENTES
abusam da AUTORIDADE pelo mesmo fato de ser
INCOSNCIENTES ou SUBCONSCIENTES.
Os pais e mestres inconscientes, hoje em dia, somente são
cegos guias de cegos e como dizem as sagradas escrituras,
todos irão parar de cabeça no abismo.
Pais e Mestres inconscientes nos obrigam durante a infância, a
fazer coisas absurdas, mas que eles consideram lógicas. Dizem
que isso é para nosso bem.
Os pais de família são AUTORIDADES INCONSCIENTES como
o demonstra o fato de tratar os filhos como lixo, como se eles
fossem seres superiores à espécie humana.
Os mestres e mestras acabam odiando determinados alunos ou
alunas, e mimando ou consentindo a outros. Às vezes castigam
severamente a qualquer estudante odiado quando este último
não seja um perverso e premiam com magníficas qualificações a
muitos alunos ou alunas consentidas que verdadeiramente não
as merecem.
Pais de família e mestres de escola ditam normas erradas para
os meninos, meninas, jovens, senhoritas, etc.
As AUTORIDADES que não têm AUTOCONSCIÊNCIA somente
coisas absurdas podem fazer.
Precisamos de AUTORIDADES AUTOCONSCIENTES. Entendese por AUTOCONSCIÊNCIA, o CONHECIMENTO ÍNTEGRO DE
SI MESMO, o total conhecimento de todos nossos VALORES
INTERNOS.
Somente aquele que possua de verdade pleno conhecimento de
SI MESMO, está desperto de forma íntegra. Isso é ser
AUTOCONSCIENTE.
Todo o mundo acredita que se AUTOCONHECE, mais é muito
difícil encontrar na vida alguém que realmente conheça a si
mesmo. A pessoa tem sobre si mesma, conceitos totalmente
errados.
Conhecer-se a si mesmo requer grandes e terríveis
AUTOESFORÇOS. Somente mediante o CONHECIMENTO DE
SI
MESMO
SE
CHEGA
VERDADEIRAMENTE
à
AUTOCONSCIÊNCIA.
O ABUSO DE AUTORIDADE se deve à INCONSCIÊNCIA.
Nenhuma AUTORIDADE AUTOCONSCIENTE chegaria jamais
ao ABUSO da AUTORIDADE.
Alguns filósofos estão contra toda AUTORIDADE, detestam as
AUTORIDADES. Semelhante forma de pensar é FALSA porque
em todo o criado, desde o micróbio até o sol, existem escalas e
escalas, graus e graus, forças superiores que controlam e
dirigem e forças inferiores que são controladas e dirigidas.
Em um simples vespeiro de abelhas há autoridade na RAINHA.
Em qualquer formigueiro existe autoridade e leis. A destruição do
princípio de AUTORIDADE conduziria à ANARQUIA.
AS AUTORIDADES destes tempos críticos em que vivemos são
INCONSCIENTES e é claro que devido a este fato
PSICOLÓGICO, escravizam, encadeiam, abusam, causam dor.
Precisamos de MESTRES, instrutores ou guias espirituais,
autoridades de governo, pais de família, etc., plenamente
AUTOCONSCIENTES. Somente assim podemos fazer de
verdade um MUNDO MELHOR.
É estúpido dizer que não são necessários mestres e guias
espirituais.
É absurdo desconhecer o principio de AUTORIDADE em todo o
criado.
Aqueles que são AUTOSSUFICIENTES, ORGULHOSOS,
opinam que os MESTRES e GUIAS ESPIRITUAIS, NÃO SÃO
NECESSÁRIOS.
Devemos reconhecer nossa própria NULIDADE e MISÉRIA.
Devemos compreender que precisamos de AUTORIDADES,
MESTRES,
INSTRUTORES
ESPIRITUAIS,
etc.
MAS
AUTOCONSCIENTES a fim de que possam dirigir-nos, ajudarnos a guiar-nos sabiamente.
A AUTORIDADE INCONSCIENTE dos MESTRES destrói o
poder criador dos alunos e alunas. Se o aluno pinta, o mestre
inconsciente lhe diz o que deve pintar, a árvore ou paisagem que
deve copiar, e o aluno aterrorizado não se atreve a sair das
normas mecânicas do mestre.
Isso não é criar. É necessário que o estudante se torne criador.
Que seja capaz de sair das normas inconscientes do MESTRE
INCONSCIENTE, a fim de que possa transmitir tudo àquilo que
sente com relação à árvore, todo o encanto da vida que circula
pelas folhas trêmulas da árvore, todo seu profundo significado.
UM MESTRE CONSCIENTE não se oporia à libertadora
criatividade do espírito.
Os MESTRES com AUTORIDADE CONSCIENTE, jamais
mutilariam a mente dos alunos e alunas.
Os Mestres INCONSCIENTES destroem com sua AUTORIDADE
a mente e a inteligência de alunos e alunas.
Os MESTRES com AUTORIDADE INCONSCIENTE, somente
sabem castigar e ditar normas estúpidas para que os alunos se
portem bem.
Os MESTRES AUTOCONSCIENTES ensinam com suma
paciência a seus alunos e alunas, ajudando-lhes a compreender
suas dificuldades individuais, a fim de que, compreendendo,
possam transcender todos os seus erros e avançar triunfalmente.
A AUTORIDADE CONSCIENTE ou AUTOCONSCIENTE jamais
poderia destruir a INTELIGÊNCIA.
A AUTORIDADE INCONSCIENTE destrói a INTELIGÊNCIA e
causa graves danos aos alunos e alunas.
A inteligência somente vem a nós quando gozamos de
verdadeira liberdade, e os MESTRES COM AUTORIDADE
AUTOCONSCIENTE sabem de verdade respeitar a LIBERDADE
CRIADORA.
Os MESTRES INCONSCIENTES acreditam que tudo sabem e
atropelam a liberdade dos estudantes castrando-lhes a
inteligência com suas normas sem vida.
Os Mestres AUTOCONSCIENTES SABEM que não SABEM e
até se dão ao luxo de aprender observando as capacidades
criadoras de seus discípulos.
É necessário que os estudantes das escolas, colégios e
universidades, passem da simples condição de autômatos
disciplinados, à brilhante posição de seres inteligentes e livres
para que possam fazer frente com todo êxito a todas as
dificuldades da existência.
Isto requer MESTRES AUTOCONSCIENTES, competentes, que
realmente se interessam por seus discípulos, mestres que sejam
bem pagos para que não tenham angústias monetárias de
nenhuma espécie.
Infelizmente todo MESTRE, todo pai de família, todo aluno,
acredita a si mesmo AUTOCONSCIENTE, DESPERTO, e esse é
seu mais GRANDE ERRO.
É
muito
raro
encontrar
na
AUTOCONSCIENTE e DESPERTA.
vida
alguma
pessoa
A pessoa sonha quando o corpo dorme e sonha quando o corpo
está em estado de vigília.
A pessoa maneja carros, sonhando; trabalha sonhando; anda
pelas ruas sonhando, vive a toda hora sonhando.
É muito natural que um professor se esqueça do guarda-chuva
ou que no carro deixe abandonado algum livro ou sua carteira.
Tudo isso acontece porque o professor tem a consciência
adormecida, sonha...
É muito difícil que as pessoas aceitem que estão adormecidas,
todo o mundo se acredita a si mesmo desperto. Se alguém
aceitasse que tem sua consciência adormecida, é claro que a
partir desse momento começaria a despertar.
O aluno ou a aluna esquece em casa o livro, ou o caderno que
tem que levar para a escola, um esquecimento destes parece
muito normal e o é, mas indica, assinala, o estado de sonho em
que se encontra a consciência humana.
Os passageiros de qualquer serviço de transporte urbano, que
costumam passar às vezes de rua, estavam adormecidos e
quando despertam se dão conta de que passaram da rua e que
agora terão que regressar a pé algumas ruas.
Rara vez na vida, o ser humano está desperto realmente e
quando tem sido sequer por um momento, como nos casos de
infinito terror, se vê por um momento a si mesmo de forma
ÍNTEGRA. Esses momentos são inesquecíveis.
O homem que regressa a sua casa depois de ter percorrido toda
a cidade, é muito difícil que recorde de forma minuciosa todos os
seus pensamentos, incidentes, pessoas, coisas, ideias, etc., etc.,
etc., ao tratar de recordar, encontrará em sua memória grandes
lagoas que correspondem precisamente aos estados de sono
mais profundo.
Alguns estudantes de Psicologia se propuseram a viver
ALERTAS de momento em momento, mas logo dormem, talvez
ao encontrar algum amigo na rua, ao entrar em algum armazém
para comprar algo, etc. e quando horas mais tarde recordem sua
decisão de viver ALERTAS e DESPERTOS de momento em
momento, então veem a se dar conta de que tinham adormecido
quando entraram a tal ou qual lugar, ou quando encontraram a tal
ou qual pessoa, etc., etc., etc.
Ser AUTOCONSCIENTE é algo muito difícil, mas pode-se chegar
a este estado aprendendo a viver alertas e vigilantes de
MOMENTO em MOMENTO.
Se queremos chegar à AUTOCONSCIÊNCIA, precisamos
conhecer-nos a nós mesmos de forma ÍNTEGRA.
Todos nós temos o Eu, o MIM MESMO, o EGO que precisamos
explorar para conhecer a nós mesmos e voltamos
AUTOCONSCIENTES.
É
URGENTE
AUTO-OBSERVAR-NOS,
COMPREENDER cada um de nossos defeitos.
ANALISAR
e
É necessário estudarmos a nós mesmos no terreno da mente,
emoções, hábitos, instintos e sexo.
A mente tem muitos NÍVEIS, regiões ou departamentos
SUBCONSCIENTES que devemos conhecer a fundo mediante a
OBSERVAÇÃO, a ANÁLISE, a MEDITAÇÃO A FUNDO e a
PROFUNDA COMPREENSÃO ÍNTIMA.
Qualquer defeito pode desaparecer da região intelectual e
continuar existindo em outros níveis inconscientes da mente.
O primeiro passo necessário é DESPERTAR para compreender
nossa própria MISÉRIA, NULIDADE e DOR. Depois começa o Eu
a MORRER de momento em momento. É URGENTE a MORTE
DO EU PSICOLÓGICO.
Somente
morrendo
nasce
o
SER
verdadeiramente
CONSCIENTE em nós. Somente o SER pode exercer verdadeira
AUTORIDADE CONSCIENTE.
DESPERTAR, MORRER, NASCER. Estas são as três fases
psicológicas que nos levam à VERDADEIRA EXISTÊNCIA
CONSCIENTE.
Tem que despertar para MORRER e tem que morrer para
NASCER. Quem morre sem ter DESPERTADO converte-se em
um SANTO ESTÚPIDO. Quem NASCE sem ter morrido
converte-se em um INDIVÍDUO de DUPLA PERSONALIDADE, a
muito JUSTA e a muito perversa.
O exercício da AUTORIDADE verdadeira somente pode ser
exercido por aqueles que possuem o SER consciente.
Aqueles que ainda não possuem o SER CONSCIENTE, aqueles
que ainda não são AUTOCONSCIENTES, costumam ABUSAR
DA AUTORIDADE e causar muito dano.
Os MESTRES devem aprender a mandar e os alunos devem
aprender a obedecer.
Aqueles PSICÓLOGOS que se pronunciam contra a obediência,
estão de fato muito errados, porque ninguém pode mandar
conscientemente se antes não tiver aprendido a obedecer.
Há que saber mandar CONSCIENTEMENTE e há que saber
obedecer conscientemente.
CAPITULO IV
A DISCIPLINA
Os mestres de escolas, colégios e universidades lhe dão
muitíssima importância à disciplina e nós devemos estudá-la
neste capítulo detidamente.
Todos nós que passamos pelas escolas, colégios, universidades,
etc. sabemos muito bem o que são as disciplinas, regras,
palmatórias, repreensões, etc., etc., etc.
Disciplina é isso que se chama CULTIVO DA RESISTÊNCIA.
Aos mestres de escola lhes encanta cultivar a RESISTÊNCIA.
Se nos ensina a resistir, a erigir algo contra alguma outra coisa.
Se nos ensina a resistir às tentações da carne e nos chicoteamos
e fazemos penitência para resistir.
Se nos ensina a RESISTIR às tentações que traz a preguiça,
tentações de não estudar, não ir à escola, jogar, rir, debochamos
dos mestres, violar os regulamentos, etc., etc., etc.
Os mestres e mestras têm o conceito errado, de que mediante a
disciplina, podemos compreender a necessidade de respeitar a
ordem da escola, a necessidade de estudar, guardar compostura
ante os mestres, nos portarmos bem com os colegas, etc., etc.,
etc.
Existe entre as pessoas o conceito errado de que quanto mais
resistimos, quanto mais rejeitamos, nos tornamos mais e mais
compreensivos, livres, plenos, vitoriosos.
As pessoas não querem se dar conta que quanto mais lutamos
contra algo, quanto mais o resistimos, quanto mais o rejeitamos,
menor é a COMPREENSÃO.
Se lutarmos contra o vício da bebida, esta desaparecerá por um
tempo, mas como não a COMPREENDEMOS a fundo em todos
os NÍVEIS DA MENTE, esta retornará depois, quando
descuidamos da guarda e beberemos de uma vez por todos os
anos.
Se rejeitarmos o vício da fornicação, por um tempo seremos
muito castos na aparência (mesmo quando em outros NÍVEIS DA
MENTE continuemos sendo espantosos SÁTIROS como o
podem demonstrar os sonhos ERÓTICOS e as poluições
noturnas), e depois voltaremos com mais força à nossas antigas
andanças de FORNICÁRIOS NÃO REDIMIDOS, devido ao fato
concreto de não haver compreendido a fundo o que é a
FORNICAÇÃO.
Muitos são os que rejeitam a COBIÇA, os que lutam contra ela,
os que se disciplinam contra ela seguindo determinadas
NORMAS de conduta, mas como não compreenderam de
verdade todo o processo da COBIÇA, resultam no fundo
COBIÇANDO não ser COBIÇOSOS.
Muitos são os que se disciplinam contra a IRA, os que aprendem
a resisti-la, mas esta continua existindo em outros níveis da
mente subconsciente, embora na aparência tenha desaparecido
de nosso caráter e ao menos descuido da guarda, o
subconsciente nos trai e então trovejamos e relampagueamos
cheios de ira, quando menos o esperávamos e talvez por algum
motivo que não tem a MENOR IMPORTÂNCIA.
Muitos são os que se disciplinam contra os ciúmes e ao fim
acreditam firmemente que já os extinguiram, mas como não os
compreenderam, é claro que estes aparecem novamente em
cena, precisamente quando já os acreditávamos bem mortos.
Somente com plena ausência de disciplinas, somente em
liberdade autêntica, surge na mente, a labareda ardente da
COMPREENSÃO.
A LIBERDADE CRIADORA não pode existir jamais em uma
ARMAÇÃO. Precisamos de liberdade para COMPREENDER
nossos defeitos PSICOLÓGICOS de forma ÍNTEGRA.
Precisamos com urgência derrubar muros e romper grilhões de
aço, para ser livres.
Temos que experimentar por nós mesmos tudo aquilo que
nossos Mestres na Escola e nossos Pais nos disseram que é
bom e útil. Não basta aprender decorando e imitar. Precisamos
compreender.
Todo o esforço dos Mestres e Mestras deve dirigir-se à
consciência dos alunos. Devem esforçar-se para que eles entrem
no caminho da COMPREENSÃO.
Não é suficiente dizer aos alunos que devem ser isto ou aquilo, é
necessário que os alunos aprendam a ser livres para que
possam por si mesmos examinar, estudar, analisar todos os
valores, todas as coisas que as pessoas disseram que são
benéficas, úteis, nobres e não meramente aceitá-las e imitá-las.
As pessoas não querem descobrir por si mesmas, têm mentes
fechadas, estúpidas, mentes que não querem indagar, mentes
mecanicistas que jamais indagam e que somente IMITAM.
É necessário, é urgente, é indispensável que os alunos e alunas
a partir de sua mais tenra idade, até o momento de abandonar as
AULAS, gozem de verdadeira liberdade para descobrir por si
mesmos, para inquirir, para compreender e que não estejam
limitados pelos muros abjetos das proibições, repreensões e
disciplinas.
Se aos alunos lhes diz o que devem e o que não devem fazer e
não lhes permite COMPREENDER e experimentar, ONDE então
está sua inteligência? QUAL é a oportunidade que lhe deu a
inteligência?
De que serve então passar nos exames, vestir-se muito bem, ter
muitos amigos se não somos inteligentes?
A inteligência somente vem a nós quando estamos
verdadeiramente livres para investigar por si mesmos, para
compreender, para analisar sem o temor à repreensão e sem a
palmatória das Disciplinas.
Os estudantes medrosos, assustados, submetidos a terríveis
disciplinas jamais poderão SABER. Jamais poderão ser
inteligentes.
Hoje em dia aos Pais de família e aos Mestres, o único que lhes
interessa é que os alunos e alunas tenham uma carreira, que se
tornem médicos, advogados, engenheiros, funcionárias de
escritório, quer dizer, autômatos vivos e que logo se casem e se
convertam também em MÁQUINAS DE FAZER BEBÊS e isso é
tudo.
Quando os rapazes e as moças querem fazer algo novo, algo
diferente, quando sentem a necessidade de sair dessa armação,
prejuízos, hábitos antiquados, disciplinas, tradições de família ou
nação, etc., então os pais de família apertam mais os grilhões da
prisão e dizem ao menino ou à menina: Não faças isso! Não
estamos dispostos para apoiar-te nisso, essas coisas são
loucuras, etc., etc., etc. TOTAL o menino ou a menina está
formalmente preso dentro do cárcere das disciplinas, tradições,
costumes antiquados, ideias decrépitas, etc.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina a conciliar a ORDEM
com a LIBERDADE.
A ORDEM sem LIBERDADE é TIRANIA. A LIBERDADE sem
ORDEM é ANARQUIA.
LIBERDADE e ORDEM sabiamente combinados constituem a
BASE da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
OS ALUNOS devem gozar de perfeita liberdade para averiguar
por si mesmos, para INQUIRIR para DESCOBRIR o que
realmente, o que de certo são em SI MESMOS e aquilo que
podem fazer na vida.
Os alunos e alunas, os soldados e policiais e em geral todas
aquelas pessoas que tenham que viver submetidos a rigorosas
disciplinas, costumam tornar-se cruéis, insensíveis à dor
humana, desapiedados.
A DISCIPLINA destrói a SENSIBILIDADE humana e isto já está
totalmente demonstrado pela OBSERVAÇÃO e a EXPERIÊNCIA.
Devido a tantas disciplinas e regulamentos, as pessoas desta
época perderam totalmente a SENSIBILIDADE e se tornaram
cruéis e desapiedadas.
Para ser verdadeiramente livres é necessário ser muito sensíveis
e humanistas...
Nas escolas, colégios e universidades, se lhes ensina aos
estudantes a dar ATENÇÃO às classes e os alunos e alunas dão
atenção para evitar-se a repreensão, o puxão de orelhas, o golpe
com a palmatória ou com a régua, etc., etc., etc. Mas
desgraçadamente não se lhes ensina a COMPREENDER
REALMENTE o que é a ATENÇÃO CONSCIENTE.
Por disciplina o estudante dá atenção e gasta energia criadora
muitas vezes de forma inútil.
A energia criadora é o tipo mais sutil de força fabricada pela
MÁQUINA ORGÂNICA.
Nós comemos e bebemos e todos os processos da digestão são
no fundo processos de subtilização em que as matérias
grosseiras se convertem em matérias e forças úteis.
A energia criadora é: o tipo de MATÉRIA e de FORÇA mais sutil
elaborado pelo organismo.
Se soubermos dar ATENÇÃO CONSCIENTE podemos
economizar energia criadora. Desafortunadamente os mestres e
mestras não ensinam a seus discípulos o que é a ATENÇÃO
CONSCIENTE.
Aonde quer que dirijamos a ATENÇÃO gastamos ENERGIA
CRIADORA. Podemos economizar essa energia se dividimos a
atenção, se não nos identificamos com as coisas, com as
pessoas, com as ideias.
Quando nós nos identificamos com as pessoas, com as coisas,
com as ideias, nos esquecemos de nós mesmos e então
perdemos a ENERGIA criadora da forma mais lamentável.
É URGENTE saber que precisamos economizar a ENERGIA
CRIADORA para despertar a CONSCIÊNCIA e que a ENERGIA
CRIADORA é o POTENCIAL VIVO, o VEÍCULO da
CONSCIÊNCIA, o instrumento para DESPERTAR A
CONSCIÊNCIA.
Quando aprendemos a NÃO nos esquecermos de NÓS
MESMOS, quando aprendemos a dividir a ATENÇÃO entre
SUJEITO, OBJETO e LUGAR, economizamos ENERGIA
CRIADORA para despertar CONSCIÊNCIA.
É necessário aprender a manejar a ATENÇÃO para despertar
consciência, mas os alunos e alunas nada sabem sobre isto
porque seus MESTRES e MESTRAS não lhes ensinaram.
QUANDO aprendemos a utilizar a ATENÇÃO conscientemente, a
disciplina então fica sobrando.
O estudante ou a estudante atento a suas aulas, à suas lições, à
ordem, NÃO precisa de disciplina de nenhuma espécie.
É URGENTE que os MESTRES compreendam a necessidade de
conciliar inteligentemente a LIBERDADE e ORDEM e isto é
possível mediante a ATENÇÃO CONSCIENTE.
A ATENÇÃO CONSCIENTE exclui isso que se chama
IDENTIFICAÇÃO. Quando nos IDENTIFICAMOS com as
pessoas, com as coisas, com as ideias, vem a FASCINAÇÃO e
esta última produz SONHO na CONSCIÊNCIA.
Há que saber dar atenção sem IDENTIFICAÇÃO. Quando
colocamos atenção em algo ou a alguém e nos esquecemos de
nós mesmos, o resultado é a FASCINAÇÃO e o SONHO da
CONSCIÊNCIA.
Observai cuidadosamente um CINEASTA. Encontra-se
adormecido, tudo o ignora, se ignora a si mesmo. Está oco,
parece um sonâmbulo, sonha com o filme que está vendo, com o
herói do filme.
Os ALUNOS e alunas devem ter atenção nas aulas, sem
esquecer-se de Si mesmos para não cair no SONHO
ESPANTOSO da CONSCIÊNCIA.
O aluno deve ver-se a si mesmo em cena quando está
apresentando um exame ou quando está ante o quadro ou lousa
por ordem do mestre, ou quando encontra-se estudando,
descansando ou jogando com seus colegas.
A ATENÇÃO DIVIDIDA em TRÊS PARTES: SUJEITO, OBJETO,
LUGAR, é de fato ATENÇÃO CONSCIENTE.
Quando não cometemos o ERRO de IDENTIFICARMOS com as
pessoas, as coisas, as ideias, etc., economizamos ENERGIA
CRIADORA e precipitamos em nós o despertar da
CONSCIÊNCIA.
Quem quiser despertar a CONSCIÊNCIA nos MUNDOS
SUPERIORES, deve começar por DESPERTAR aqui e agora.
Quando o ESTUDANTE comete o erro de IDENTIFICAR-SE com
as pessoas, as coisas, as ideias, quando comete o erro de
esquecer-se de si mesmo, então cai na fascinação e o sonho.
A disciplina não se ensina aos estudantes a ter ATENÇÃO
CONSCIENTE. A disciplina é uma verdadeira prisão para a
mente.
Os alunos e alunas devem aprender a manejar a ATENÇÃO
CONSCIENTE a partir dos mesmos bancos da escola para que
mais tarde na vida prática, fora da escola, não cometam o erro de
esquecer-se de si mesmos.
O homem que se esqueça de si mesmo ante um insultador, se
identifica com ele, se fascina, cai no sonho da inconsciência e
então fere ou mata e vai para o cárcere inevitavelmente.
Aquele que não se deixa FASCINAR pelo insultador, aquele que
não se identifica com ele, aquele que não se esquece de si
mesmo, aquele que sabe por ATENÇÃO CONSCIENTE, seria
incapaz de dar valor às palavras do insultador, ou de ferir-lhe ou
matar-lhe.
Todos os erros que o ser humano comete na vida se devem a
que se esquece de si mesmo, se identifica, se fascina e cai no
sonho.
Seria melhor para a juventude, para todos os estudantes, que
lhes ensinasse o DESPERTAR da CONSCIÊNCIA em vez de
escravizar-lhes com tantas absurdas disciplinas.
CAPITULO V
O QUE PENSAR. COMO PENSAR
Em nosso lar e na escola, os pais de família e mestres sempre
nos dizem o que devemos pensar, mas jamais na vida nos
ensinam COMO PENSAR.
Saber o que pensar é relativamente muito fácil. Nossos pais,
mestres, tutores, autores de livros, etc., etc., etc. cada um é um
ditador à sua maneira, cada qual quer que pensemos em seus
ditados, exigências, teorias, preconceitos, etc.
Os ditadores da mente abundam como a erva daninha. Existe em
toda parte uma tendência perversa para escravizar a mente
alheia, a engarrafá-la, a obrigá-la a viver dentro de determinadas
normas, preconceitos, escolas, etc.
Os milhares e milhões de DITADORES da mente jamais
quiseram respeitar a liberdade mental de ninguém. Se alguém
não pensa como eles, é qualificado de perverso, renegado,
ignorante, etc., etc., etc.
Todo o mundo quer escravizar a todo mundo, todo o mundo quer
atropelar a liberdade intelectual dos demais. Ninguém quer
respeitar a liberdade do pensamento alheio. Cada um se sente
JUDICIOSO, SÁBIO, MARAVILHOSO, e quer como é natural que
os demais sejam como ele, que o convertam para seu modelo,
que pensem como ele.
Abusou-se muito da mente. Observai os COMERCIANTES, e sua
propaganda através do jornal, do rádio, da televisão, etc., etc.,
etc.
A propaganda comercial é feita de forma ditatorial: Compre você
sabão tal! Sapatos tal! Tantos pesos! Tantos dólares! Compre
agora mesmo! Imediatamente! Não o deixe para amanhã! Tem
que ser imediatamente! Etc. Somente falta que digam: “se você
não obedece o colocaremos na prisão”, ou “o assassinamos”.
O pai quer colocar no filho suas ideias à força e o mestre da
escola briga, castiga e põe baixas qualificações se o menino ou a
menina não aceitam DITATORIALMENTE as ideias do mestre.
Meia humanidade quer escravizar a mente alheia da outra meia
humanidade. Essa tendência para escravizar a mente dos
demais, ressalta a simples vista, quando estudamos a página
negra da negra história.
Por toda parte existiu e existem SANGRENTAS DITADURAS
empenhadas em escravizar os povos. Sangrentas ditaturas que
ditam o que a pessoa deve pensar. Desgraçado aquele! Que
tenta pensar livremente: esse vai inevitavelmente aos campos de
concentração, à Sibéria, à prisão, aos trabalhos forçados, à forca,
ao fuzilamento, ao desterro, etc.
Nem os MESTRES e MESTRAS, nem os PAIS DE FAMÍLIA,
nem os livros, querem ensinar o COMO PENSAR.
Encanta a pessoa obrigar a outros a pensar de acordo como
acredita que deve ser, e é claro que cada um neste é um
DITADOR a seu modo, cada um se acredita a última palavra,
cada um acredita firmemente que todos os demais devem pensar
como ele, porque ele é o melhor do melhor.
Pais de família, Mestres, patrões, etc., etc., etc., repreendem e
voltam a repreender a seus subordinados.
É espantosa essa horrível tendência da humanidade de faltar ao
respeito com os demais, a atropelar a mente alheia, a enjaular,
encerrar, escravizar, aprisionar o pensamento alheio.
O marido quer colocar suas ideias na cabeça da mulher e à
força, sua doutrina, suas ideias, etc. e a mulher quer fazer o
mesmo.
Muitas vezes marido e mulher se divorciam por incompatibilidade
de ideias.
Os cônjuges não querem compreender a necessidade de
respeitar a liberdade intelectual alheia.
Nenhum cônjuge tem direito de escravizar a mente de outro
cônjuge. Cada um é de fato digno de respeito. Cada um tem
direito de pensar como quiser, a professar sua religião, a
pertencer ao partido político que quiser.
Às crianças da escola se lhes obriga a pensar à força em tais e
quais ideias, mas não se lhes ensina a manejar a mente.
A mente dos meninos é terna, elástica, flexível e a dos velhos
está já dura, fixa, como argila em um molde, já não muda, já não
pode mudar.
A mente dos meninos e jovens é suscetível de muitas mudanças,
pode mudar.
Às crianças e os jovens se lhes pode ensinar como PENSAR.
Aos velhos é muito difícil ensinar-lhes COMO PENSAR porque
eles já são como são e assim morrem. É muito raro encontrar na
vida algum velho interessado em mudar radicalmente.
A mente das pessoas é moldada desde a infância. Isso é o que
pais e mestres da escola preferem fazer. Eles gozam dando-lhe
forma à mente das crianças e jovens.
Mente metida em um molde é de fato mente acondicionada,
mente escrava.
É necessário que os MESTRES e MESTRAS de escola rompam
os grilhões da mente.
É urgente que os Mestres saibam dirigir a mente das crianças até
a liberdade verdadeira para que não se deixem escravizar mais.
É indispensável que os Mestres ensinem aos alunos e alunas
COMO SE DEVE PENSAR.
Os Mestres devem compreender a necessidade de ensinar aos
alunos e alunas o caminho da análise, a meditação, a
compreensão.
Nenhuma pessoa compreensiva deve aceitar jamais de forma
dogmática nada. É urgente primeiro investigar. Compreender,
inquirir, antes de aceitar.
Em outras palavras diremos que não há necessidade de aceitar,
senão de investigar, analisar, meditar e compreender. Quando a
compreensão é plena, a aceitação é desnecessária.
De nada serve enchermos a cabeça de informação intelectual, se
ao sair da escola, NÃO SABEMOS PENSAR e continuamos
como AUTÔMATOS VIVOS, como máquinas, repetindo a mesma
rotina de nossos pais, avós e tataravós, etc.
Repetir sempre o mesmo, viver vida de máquinas, de casa ao
escritório e do escritório para casa, casar-se para converter-se
em maquininhas de fazer bebês, isso não é viver e sim para isso
estudamos, e se para isso vamos à escola, ao colégio e à
universidade durante dez ou quinze anos, melhor seria não
estudar.
MAHATMA GHANDI foi um homem muito singular. Muitas vezes
os pastores protestantes se sentaram em sua porta horas e
horas inteiras lutando para convertê-lo ao Cristianismo em sua
forma protestante.
Gandhi não aceitava o ensinamento dos pastores, tampouco o
rejeitava, o COMPREENDIA, o RESPEITAVA, e isso é tudo.
Muitas vezes dizia o MAHATMA: “Eu sou Brâmane, Judeu,
Cristão, Maometano, etc., etc., etc.”
O MAHATMA compreendia que todas as religiões são
necessárias porque todas conservam os mesmos VALORES
ETERNOS.
Isso de aceitar ou rejeitar alguma doutrina ou conceito revela
falta de maturidade mental.
Quando rejeitamos ou aceitamos algo, é porque não o
compreendemos.
Onde há COMPREENSÃO a aceitação ou rejeição fica sobrando.
A mente que acredita, a mente que não acredita, a mente que
duvida, é mente IGNORANTE.
O caminho da SABEDORIA não consiste em ACREDITAR ou
não ACREDITAR ou DUVIDAR.
O caminho da SABEDORIA consiste em INQUIRIR, analisar,
meditar e EXPERIMENTAR.
A VERDADE é o desconhecido de momento a momento. A
verdade nada tem a ver com o que alguém acredita ou deixa de
acreditar, nem tampouco o ceticismo.
A VERDADE não é questão de aceitar algo ou de rejeitá-lo. A
VERDADE é questão de EXPERIMENTAR, VIVENCIAR,
COMPREENDER.
Todo o esforço dos MESTRES deve, em última síntese, levar aos
alunos e alunas a EXPERIÊNCIA do real, do verdadeiro.
É URGENTE que os MESTRES e MESTRAS abandonem essa
tendência antiquada e perniciosa dirigida sempre para
MODELAR a mente PLÁSTICA e FLEXÍVEL das crianças.
É absurdo que pessoas ADULTAS cheias de paixões,
preconceitos antiquados, etc. atropelem assim a mente das
crianças e dos jovens, tratando-lhes de modelar a mente de
acordo com suas ideias rançosas, torpes, antiquadas.
Melhor é respeitar a LIBERDADE INTELECTUAL dos ALUNOS e
ALUNAS, respeitar sua prontidão mental, sua espontaneidade
criadora.
Os Mestres e mestras não têm o direito de enjaular a mente dos
alunos e alunas.
O fundamental não é DITAR à MENTE dos alunos o que deve
pensar, senão ensinar-lhe de forma completa, COMO PENSAR.
A MENTE é o instrumento do CONHECIMENTO e é necessário
que os MESTRES e MESTRAS ensinem a seus alunos e alunas
a manejar sabiamente esse instrumento.
CAPITULO VI
A BUSCA DE SEGURANÇA
Quando os pintinhos têm medo, se escondem debaixo das asas
amorosas da galinha em busca de segurança.
A criança assustada corre em busca de sua mãe porque junto a
ela acredita-se seguro.
Está, pois demonstrado que o MEDO e a busca de SEGURANÇA
encontram-se sempre intimamente associados.
O homem que teme ver-se assaltado por bandidos busca
segurança em sua pistola.
O país que teme ver-se atacado por outro país, comprará
canhões, aviões, navios de guerra, armará exércitos e se
colocará em pé de guerra.
Muitos sujeitos que não sabem trabalhar, aterrorizados ante a
miséria buscam segurança no delito, e tornam-se ladrões,
assaltantes, etc...
Muitas mulheres com pouca inteligência assustadas ante a
possibilidade da miséria transformam-se em prostitutas.
O homem ciumento teme perder sua mulher e busca segurança
na pistola, mata e depois é claro que vai parar na prisão.
A mulher ciumenta mata sua rival ou seu marido e assim
transforma-se em assassina.
Ela teme perder seu marido e querendo segurá-lo mata a outra
ou resolve assassiná-lo.
O senhorio com medo de que a pessoa não lhe pague o aluguel
da casa, exige contratos, fiadores, depósitos, etc., querendo
assim assegurar-se e se uma viúva pobre e cheia de filhos não
pode preencher tão tremendos requisitos, e se todos os
senhorios de uma cidade fazem o mesmo, ao fim a infeliz terá
que ir dormir com seus filhos na rua ou nos parques da cidade.
Todas as guerras têm sua origem no medo.
As gestapos, as torturas, os campos de concentração, as
Sibérias, as espantosas prisões, desterros, trabalhos forçados,
fuzilamentos, etc. tem origem no medo.
As nações atacam as outras nações por medo; buscam
segurança na violência, acreditam que matando, invadindo, etc.
poderão tornar-se seguras, fortes, poderosas.
Nas delegacias de polícia secreta, contraespionagem, etc. tanto
no leste como no oeste, tortura-se os espiões teme-se a eles,
querem fazer-lhes confessar com o propósito de encontrar
segurança para o Estado.
Todos os delitos, todas as guerras, todos os crimes, têm sua
origem no medo e na busca de segurança.
Em outros tempos existia segurança entre as pessoas, hoje o
medo e a busca de segurança acabaram com a fragrância
maravilhosa da sinceridade.
O amigo desconfia do amigo, teme que este lhe roube, lhe
trapaceie, lhe explore e até existem máximas estúpidas e
perversas como esta: “NUNCA DEIS AS COSTAS A TEU
MELHOR AMIGO”. Os HITLERIANOS diziam que esta MÁXIMA
era de OURO.
Já o amigo teme o amigo e até usa MÁXIMAS para proteger-se.
Já não há sinceridade entre os amigos. O medo e a busca de
segurança acabaram com a deliciosa fragrância da sinceridade.
Castro Ruz em Cuba fuzilou milhares de cidadãos, temeroso de
que acabem com ele; Castro busca segurança fuzilando. Acredita
que assim pode encontrar Segurança.
Stalin, o perverso e sanguinário Stalin, empesteou a Rússia com
suas sangrentas purgas. Era essa a forma de buscar sua
segurança.
Hitler organizou a Gestapo, a terrível Gestapo, para segurança
do Estado. Não resta dúvida de que temia que lhe derrotassem e
por isso fundou a sangrenta Gestapo.
Todas as amarguras deste mundo têm sua origem no medo e a
busca de segurança.
Os mestres e mestras de escola devem ensinar aos alunos e
alunas, a virtude do valor.
É lamentável que aos meninos e meninas se lhes encha de
temor desde seu próprio lar.
Às crianças se lhes ameaça, lhes intimida, lhes atemoriza, lhes
dão surras com varas, etc.
É costume de pais de família e mestres, atemorizar a criança e o
jovem com o propósito de que estude.
Geralmente dizem as crianças e jovens que se não estudam,
terão que pedir esmola, vagar famintos pelas ruas, fazer
trabalhos muito humildes como engraxar sapatos, carregar
fardos, vender jornais, trabalhar no arado, etc., etc., etc. (Como
se o trabalho fosse delito).
No fundo, atrás de todas estas palavras de pais e mestres, existe
medo pelo filho e busca de segurança para o filho.
O grave de tudo isto que estamos dizendo, é que a criança e o
jovem ficam complexados, se enchem de temor e mais tarde na
vida prática são sujeitos cheios de medo.
Os pais de família e mestres que têm o mal gosto de assustar as
crianças, aos jovens e senhoritas, de forma inconsciente os estão
encaminhando pelo caminho do delito, pois como já dissemos,
todo delito tem sua origem no medo e na busca de segurança.
Hoje em dia o MEDO e a BUSCA DE SEGURANÇA converteram
o planeta Terra em um espantoso inferno. Todo o mundo teme.
Todo o mundo quer segurança.
Em outros tempos, podia-se viajar livremente, agora as fronteiras
estão cheias de guardas armados, se exige passaportes e
certificados de toda espécie para ter direito a passar de um país
a outro.
Tudo isto é resultado do medo e BUSCA DE SEGURANÇA.
Teme-se a quem viaja, teme-se a quem chega e se busca
segurança em passaportes e documentos de toda espécie.
Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem
compreender o horror de tudo isto e cooperar para o bem do
mundo, sabendo educar às novas gerações, ensinando-lhes o
caminho do valor autêntico.
É URGENTE ensinar às novas gerações a não temer e a não
buscar segurança em nada nem em ninguém.
É indispensável que todo indivíduo aprenda a confiar mais em si
mesmo.
O MEDO e a BUSCA de SEGURANÇA são terríveis debilidades
que converteram a vida em espantoso INFERNO.
Por todas as partes abundam os covardes, os medrosos, os
débeis que andam sempre em busca de SEGURANÇA.
Teme-se à vida, teme-se à morte, teme-se ao que dirão, “ao
disse que me disse”, a perder a posição social, a posição política,
o prestígio, o dinheiro, a casa bonita, a bonita mulher, o bom
marido, o emprego, o negócio, o monopólio, os móveis, o carro,
etc., etc., etc. a tudo se teme, abundam por todas as partes os
covardes, os medrosos, os débeis, mais, ninguém considera a si
mesmo um covarde, todos se presumem fortes, valentes, etc.
Em todas as classes sociais existem milhares e milhões de
interesses que se teme perder, e por isso todo o mundo busca
seguranças que a força de tornar-se cada vez mais e mais
complexas, fazem de fato a vida cada vez mais complicada, mais
difícil, mais amarga, cruel e impiedosa.
Todas as fofocas, todas as calúnias, intrigas, etc., têm sua
origem no medo e na busca de segurança.
Para não perder a fortuna, a posição, o poder, o prestígio, se
propagam calúnias, fofocas, assassina-se, paga-se para que se
assassine em segredo, etc.
Os poderosos da terra se dão até ao luxo de ter assassinos
contratados e muito bem pagos, com o propósito asqueante de
eliminar a todo aquele que ameace eclipsar-lhes.
Eles amam o poder pelo próprio poder e o asseguram baseado
no dinheiro e muito sangue.
Os jornais constantemente estão dando notícias de muitos casos
de suicídio.
Muitos acreditam que aquele que se suicida é valente, mas
realmente quem se suicida é um covarde que tem medo à vida e
que busca segurança nos braços sem carne da morte.
Alguns heróis de guerra foram conhecidos como pessoas débeis
e covardes, mas quando se viram cara a cara com a morte, seu
terror foi tão espantoso, que se transformaram em terríveis feras
buscando segurança para sua vida, fazendo um esforço supremo
contra a morte. Então foram declarados HERÓIS.
O medo costuma se confundir com o valor. Quem se suicida
parece muito valente, quem carrega pistola parece muito valente,
mas na realidade os suicidas e os pistoleiros são muito covardes.
Quem não tem medo da vida não se suicida. Quem não tem
medo de ninguém não carrega pistola ao cinto.
É URGENTE que nossos mestres e mestras de escola ensinem
ao cidadão de forma clara e precisa, o que é VALOR de verdade
e o que é medo.
O MEDO e a BUSCA de SEGURANÇA transformaram o mundo
em um espantoso inferno.
CAPITULO VII
A AMBIÇÃO
A AMBIÇÃO tem várias causas e uma delas é isso que se chama
MEDO.
O humilde rapaz, que nos parques das luxuosas cidades engraxa
o sapato dos orgulhosos cavalheiros, poderia transformar-se em
ladrão se chegasse a sentir medo da pobreza, medo de si
mesmo, medo do seu futuro.
A humilde modista, que trabalha no luxuoso armazém do
monarca, poderia transformar-se em ladra ou prostituta da noite à
manhã, se chegasse a sentir medo do futuro, medo da vida,
medo da velhice, medo de si mesma, etc.
O elegante garçom do restaurante de luxo, do grande hotel,
poderia transformar-se em um Gangster, em um assaltante de
bancos, ou em um ladrão muito fino, se por desgraça chegasse a
sentir medo de si mesmo, de sua humilde posição de camareiro,
de seu próprio futuro, etc.
O insignificante inseto ambiciona ser elegante. O pobre
empregado do balcão que atende à clientela e que com paciência
nos mostra a gravata, a camisa, os sapatos, fazendo muitas
referências e sorrindo com fingida mansidão, ambiciona algo
mais porque tem medo, medo da miséria, medo de seu futuro
sombrio, medo da velhice, etc.
A AMBIÇÃO é multifacetada. A AMBIÇÃO tem cara de santo e
cara de diabo, cara de homem e cara de mulher, cara de
interesse e cara de desinteresse, cara de virtuoso e cara de
pecador.
Existe AMBIÇÃO naquele que quer casar-se e naquele VELHO
SOLTEIRÃO inveterado a quem aborrece o matrimônio.
Existe AMBIÇÃO naquele que deseja com loucura infinita “SER
ALGUÉM”, “FIGURAR”, “SUBIR” e existe AMBIÇÃO naquele que
se torna ERMITÃO, que não deseja nada deste mundo, porque
sua única AMBIÇÃO é alcançar o CÉU, LIBERTAR-SE, etc.
Existem AMBIÇÕES TERRENAIS e AMBIÇÕES ESPIRITUAIS.
Às vezes a AMBIÇÃO usa a máscara do DESINTERESSE e do
SACRIFÍCIO.
Quem não AMBICIONA este mundo ruim e MISERÁVEL,
AMBICIONA o outro, e quem não AMBICIONA dinheiro,
AMBICIONA PODERES PSÍQUICOS.
Para o EU, para MIM MESMO, para SI MESMO, lhe encanta
esconder a AMBIÇÃO, colocá-la nos recantos mais secretos da
mente e dizer logo: “EU NÃO AMBICIONO NADA”, “EU AMO A
MEUS
SEMELHANTES”,
“EU
TRABALHO
DESINTERESSADAMENTE PELO BEM DE TODOS OS SERES
HUMANOS”.
O POLÍTICO RAPOSA e que sabe todas, assombra às vezes às
multidões com suas obras aparentemente desinteressadas, mais
quando abandona o emprego, é apenas normal que saia de seu
país com alguns milhões de dólares.
A
AMBIÇÃO
disfarçada
com
a
MÁSSCARA
DO
DESINTERESSE, costuma enganar as pessoas mais astutas.
Existem no mundo muitas pessoas que somente AMBICIONAM
não ser AMBICIOSAS.
São muitas as pessoas que renunciam a todas as pompas e
vaidades do mundo porque somente AMBICIONAM sua própria
AUTOPERFEIÇÃO ÍNTIMA.
O penitente que caminha de joelhos até o templo e que se flagela
cheio de fé, não ambiciona aparentemente nada e até se dá ao
luxo de dar sem tirar nada de ninguém, mas é claro que
AMBICIONA o MILAGRE, a cura, a saúde para si mesmo ou para
algum familiar, o bem, ou a salvação eterna.
Nós admiramos os homens e mulheres verdadeiramente
religiosos, mas lamentamos que não amem sua religião com todo
DESINTERESSE.
As santas religiões, as seitas sublimes, seitas, ordens,
sociedades
espirituais,
etc.
merecem
nosso
AMOR
DESINTERESSADO.
É muito raro encontrar neste mundo alguma pessoa que ame sua
religião, sua escola, sua seita, etc. desinteressadamente. Isso é
lamentável.
Todo o mundo está cheio de ambições. Hitler se lançou à guerra
por ambição.
Todas as guerras têm sua origem no medo e na AMBIÇÃO.
Todos os problemas mais graves da vida têm sua origem na
AMBIÇÃO.
Todo o mundo vive em luta contra todo o mundo devido à
ambição, uns contra os outros e todos contra todos.
Toda pessoa na vida AMBICIONA SER ALGO e a pessoa de
certa idade, mestres, pais de família, tutores, etc., estimulam as
crianças, as senhoritas, os jovens, etc. a seguir pelo caminho
horrível da AMBIÇÃO.
Os mais velhos dizem aos alunos e alunas: “tens que ser algo na
vida, tornar-se rico, casar-te com pessoa milionária, ser
poderoso, etc., etc.
As antigas gerações, horríveis, feias, antiquadas, querem que as
novas gerações sejam também ambiciosas, feias e horríveis
como eles.
O mais grave de tudo isso é que a pessoa mais nova se deixa
“MAREAR” e também se deixa conduzir por esse caminho
horrível da AMBIÇÃO.
Os mestres e mestras devem ensinar aos ALUNOS e ALUNAS
que nenhum trabalho honrado merece desprezo, é absurdo olhar
com desprezo o motorista do táxi, o empregado do balcão, o
camponês, o engraxate de sapato, etc.
Todo trabalho humilde é belo. Todo trabalho humilde é
necessário na vida social.
Nem todos nascemos para ser engenheiros, governadores,
presidentes, doutores, advogados, etc.
No conglomerado social são necessários todos os trabalhos,
todos os ofícios, nenhum trabalho honrado pode jamais ser
desprezado.
Na vida prática cada ser humano serve para algo e o importante
é saber para que serve cada um.
É dever dos MESTRES e MESTRAS descobrir a VOCAÇÃO de
cada estudante e orientar-lhe nesse sentido.
Aquele que trabalhe na vida de acordo com sua VOCAÇÃO,
trabalhará com AMOR VERDADEIRO e sem AMBIÇÃO.
O AMOR deve substituir a AMBIÇÃO. A VOCAÇÃO é aquilo que
realmente gostamos, naquela profissão que com alegria
desempenhamos porque é o que nos agrada, o que AMAMOS.
Na vida moderna infelizmente as pessoas trabalham a
contragosto e por ambição porque exercem trabalhos que não
coincidem com sua vocação.
Quando uma pessoa trabalha no que gosta, em sua vocação
verdadeira, o faz com AMOR porque AMA sua vocação, porque
suas ATITUDES para a vida são precisamente as de sua
vocação.
Este precisamente é o trabalho dos mestres. Saber orientar seus
alunos e alunas, descobrir suas aptidões, orientar-lhes pelo
caminho de sua autêntica vocação.
CAPITULO VIII
O AMOR
Desde os próprios bancos de escola os alunos e alunas devem
compreender de forma ÍNTEGRA isso que se chama AMOR.
O MEDO e a DEPENDÊNCIA costumam confundir-se com o
AMOR, mas não são AMOR.
Os alunos e alunas dependem de seus pais e mestres e é claro
que lhes respeitam e temem por sua vez.
Os meninos, as meninas, os jovens e senhoritas dependem de
seus pais para aquilo do vestir, da comida, o dinheiro, o lar, etc. e
resulta claro que se sentem protegidos, sabem que dependem de
seus pais e por isso lhes respeitam e até lhes temem, mas isso
não é AMOR.
Para demonstrar o que estamos dizendo podemos verificar com
total exatidão que toda criança, jovem ou senhorita, tem mais
confiança em seus amiguinhos da escola, que em seus próprios
pais.
Realmente as crianças, jovens e senhoritas falam com seus
companheirinhos, coisas íntimas que jamais na vida falariam com
seus pais.
Isso nos está demonstrando que não há confiança verdadeira
entre filhos e pais, que não há verdadeiro AMOR.
Faz-se URGENTE compreender que há uma diferença radical
entre o AMOR e isso que é respeito, temor, dependência, medo.
É URGENTE saber respeitar a nossos pais e mestres, mas não
confundir o respeito com o AMOR.
O RESPEITO e o AMOR devem estar INTIMAMENTE UNIDOS,
mas não devemos confundir um com o outro.
Os pais temem por seus filhos, desejam para eles o melhor: uma
boa profissão, um bom matrimônio, proteção, etc. e confundem
esse temor com o verdadeiro AMOR.
Faz-se necessário compreender que sem AMOR VERDADEIRO
é impossível que os pais e mestres possam guiar as novas
gerações sabiamente ainda quando haja muito boas intenções.
O caminho que conduz ao ABISMO está pavimentado com
MUITO BOAS INTENÇÕES.
Vemos o caso mundialmente conhecido dos “REBELDES SEM
CAUSA”. Esta é uma epidemia mental que se propagou pelo
mundo inteiro. Multidões de “CRIANÇAS DE BEM”,
aparentemente muito amados por seus pais, muito mimados,
muito queridos, assaltam transeuntes, indefesos, golpeiam e
violentam mulheres, roubam, apedrejam, andam em turma
causando danos por todas as partes, faltam o respeito aos
mestres e pais de família, etc., etc., etc.
Os “REBELDES SEM CAUSA” são o produto da falta de
verdadeiro AMOR.
Onde existe verdadeiro AMOR não pode existir “REBELDES
SEM CAUSA”.
Se os pais de família AMARAM de verdade seus filhos saberiam
orientá-los inteligentemente e então não existiriam os
“REBELDES SEM CAUSA”.
Os rebeldes sem causa são o produto de uma má orientação.
Os pais de família não tiveram suficiente AMOR para dedicar-se
de verdade a orientar seus filhos sabiamente.
Os pais de família modernos, somente pensam em dinheiro e dar
ao filho mais e mais, e carro último modelo, trajes de última
moda, etc., mas não amam de verdade não sabem amar e por
isso “os rebeldes sem causa”.
A superficialidade desta época deve-se à falta de AMOR
VERDADEIRO.
A vida moderna é semelhante a uma poça d’agua sem
profundidade.
No lago profundo da vida, podem viver muitas criaturas, muitos
peixes, mas a poça situada na beira do caminho, seca logo com
os ardentes raios do sol e então o único que fica é o lodo, a
podridão, a feiura.
É impossível compreender a beleza da vida em todo seu
esplendor, se não aprendemos a amar.
As pessoas confundem o respeito e o temor com isso que se
chama AMOR.
Respeitamos nossos superiores e lhes tememos e então
acreditamos que lhes amamos.
As crianças temem seus pais e mestres e lhes respeitam e então
acreditam que lhes amam.
A criança teme o látego, à palmatória, à má qualificação, à
repreensão em casa ou na escola, etc. e então acredita que ama
seus pais e mestres, mas na verdade somente lhes teme.
Dependemos do emprego, do patrão, tememos à miséria, a
ficarmos sem trabalho e então acreditamos que amamos o patrão
e até velamos por seus interesses, cuidamos de suas
propriedades, mas isso não é AMOR, isso é temor.
Muitas pessoas têm medo por si mesmas nos mistérios da vida e
da morte, medo a inquirir, investigar, compreender, estudar, etc.
e então exclamam: “EU AMO A DEUS, E COM ISSO É
SUFICIENTE!”
Acreditam que amam Deus, mas na realidade não amam,
temem.
Em tempos de guerra a mulher sente que adora seu marido mais
que nunca e anela com ansiedade infinita seu retorno a casa,
mas na realidade não lhe ama, somente teme ficar sem seu
marido, sem proteção, etc., etc., etc.
A escravidão psicológica, a dependência, o depender de alguém,
não é AMOR. É unicamente TEMOR e isso é tudo.
A criança em seus estudos depende do MESTRE ou MESTRA e
é claro que teme à EXPULSÃO, à má qualificação, à repreensão
e muitas vezes acredita que lhe AMA, mas o que acontece é que
lhe teme.
Quando a mulher está no parto ou em perigo de morte por
qualquer enfermidade, o marido acredita que a ama muito mais,
mas na realidade o que acontece é que teme perdê-la, depende
dela em muitas coisas, como comida, sexo, lavar roupa, carícias,
etc. e teme perdê-la. Isso não é AMOR.
Todo o mundo diz que adora a todo o mundo, mas não há isso: É
muito raro encontrar na vida alguém que saiba AMAR
VERDADEIRAMENTE.
Se os pais amassem de verdade seus filhos, se os filhos
amassem de verdade seus pais, se os Mestres amassem de
verdade seus alunos e alunas não poderia haver guerras. As
guerras seriam impossíveis em cem por cento.
O que acontece é que a pessoa não compreendeu o que é amor,
e a todo temor e a toda escravidão psicológica, e a toda paixão,
etc. a confundem com isso que se chama AMOR.
As pessoas não sabem AMAR, se a pessoa soubesse amar, a
vida seria de fato um paraíso.
Os APAIXONADOS acreditam que estão amando e muitos até
seriam capazes de jurar com sangue que estão amando. Mas
somente estão APAIXONADOS. Satisfeita a PAIXÃO, o castelo
de naipes vem ao chão.
A PAIXÃO somente engana a MENTE e o CORAÇÃO. Todo
APAIXONADO acredita que está ENAMORADO.
É muito raro encontrar na vida algum casal verdadeiramente
enamorado. Abundam os casais APAIXONADOS, mas é
dificílimo encontrar um casal de ENAMORADOS.
Todos os artistas cantam ao AMOR, mas não sabem que coisa é
o AMOR e confundem a PAIXÃO com o AMOR.
Se há algo muito difícil nesta vida, é NÃO confundir a PAIXÃO
com o AMOR.
A PAIXÃO é o veneno mais delicioso e mais sutil que se pode
conceber, sempre termina triunfando a preço de sangue.
A PAIXÃO é SEXUAL cem por cento, a PAIXÃO é bestial, mas
algumas vezes é também muito refinada e sutil. Sempre se
confunde com o AMOR.
Os mestres e mestras devem ensinar aos alunos, jovens e
senhoritas, a diferenciar entre o AMOR e a PAIXÃO. Somente
assim se evitarão mais tarde muitas tragédias na vida.
Os mestres e mestras são obrigados a formar a responsabilidade
dos alunos e alunas e por isso devem prepará-los devidamente
para que não se convertam em trágicos durante a vida.
É necessário compreender isso que é AMOR, isso que não se
pode misturar com os ciúmes, paixões, violências, temor,
apegos, dependência psicológica, etc., etc., etc.
O AMOR desgraçadamente não existe nos seres humanos, mas
tampouco é algo que se pode ADQUIRIR, comprar, cultivar como
flor de estufa, etc.
O AMOR deve NASCER em nós e somente NASCE quando
compreendemos a fundo o que é o ÓDIO que levamos dentro, o
que é o TEMOR, A PAIXÃO SEXUAL, o medo, a escravidão
psicológica, a dependência, etc., etc., etc.
Devemos
compreender
o
que
são
estes
defeitos
PSICOLÓGICOS, devemos compreender como se processam
em nós não somente no nível intelectual da vida, senão também
em outros níveis ocultos e desconhecidos do SUBCONSCIENTE.
Faz-se necessário extrair dos distintos recantos escondidos da
mente todos esses defeitos. Somente assim nasce em nós de
forma espontânea e pura, isso que se chama AMOR.
É impossível querer transformar o mundo sem a labareda do
AMOR. Somente o AMOR pode de verdade transformar o
mundo.
CAPITULO IX
A MENTE
Através da experiência pudemos comprovar que é impossível
compreender ISSO QUE SE CHAMA AMOR, até que tenhamos
compreendido de forma ÍNTEGRA o complexo problema da
mente.
Aqueles que supõem que a MENTE é o CÉREBRO, estão
totalmente errados. A MENTE é ENERGÉTICA, sutil, pode
independizar-se da MATÉRIA, pode em certos estados
hipnóticos ou durante o sono normal, transportar-se a lugares
muito remotos para ver e ouvir o que está acontecendo nesses
lugares.
Nos laboratórios de PARAPSICOLOGIA são feitas notáveis
experiências com sujeitos em estado HIPNÓTICO.
Muitos sujeitos em estado HIPNÓTICO puderam informar
minuciosamente de detalhes sobre acontecimentos, pessoas e
situações que durante seu transe hipnótico aconteceram a
remotas distâncias.
Os cientistas puderam verificar depois dessas experiências, a
realidade dessas INFORMAÇÕES. Puderam comprovar a
realidade dos fatos, a exatidão dos ACONTECIMENTOS.
Com estas experiências dos laboratórios de PARAPSICOLOGIA
está totalmente demonstrado pela observação e a experiência
que o CÉREBRO não é a MENTE.
Realmente e de toda verdade podemos dizer que a mente pode
viajar através do tempo e do espaço, independentemente do
cérebro, para ver e ouvir coisas que acontecem em lugares
distantes.
A REALIDADE das EXTRAPERCEPÇÕES SENSORIAIS está já
ABSOLUTAMENTE demonstrada e somente para um completo
louco ou a um idiota, poderia ocorrer-lhe negar a realidade das
EXTRAPERCEPÇÕES.
O cérebro é feito para elaborar o pensamento, mas não é o
pensamento.
O cérebro tão somente é o instrumento da MENTE, não é a
mente.
Nós precisamos estudar a fundo a mente se é que de verdade
queremos conhecer de forma ÍNTEGRA isso que se chama
AMOR.
As crianças e os jovens, homens e mulheres, têm mentes mais
elásticas, flexíveis, prontas, alertas, etc.
Muitas são as crianças e jovens que gozam perguntando a seus
pais e mestres, sobre tais e quais coisas, eles desejam saber
algo mais, querem saber e por isso perguntam, observam, veem
certos detalhes que os adultos desprezam ou não percebem.
Conforme passam os anos, conforme avançamos em idade, a
mente vai se cristalizando pouco a pouco.
A mente dos anciãos está fixa, petrificada, já não muda nem a
canhonaços.
Os velhos já são assim e assim morrem, eles não mudam, tudo o
abordam a partir de um ponto fixo.
A "DECREPITUDE" dos velhos, seus preconceitos, ideias fixas,
etc. parecem tudo junto uma PEDRA que não muda de nenhuma
maneira. Por isso diz o dito vulgar “GÊNIO E FIGURA ATÉ A
SEPULTURA”.
Faz-se URGENTE que os mestres e mestras encarregados de
formar a PERSONADIDADE dos alunos e alunas, estudem muito
a fundo a mente, a fim de que possam orientar às novas
gerações inteligentemente.
É doloroso compreender a fundo, como através do tempo se vai
petrificando a MENTE pouco a pouco.
A MENTE é o matador do REAL, do verdadeiro. A MENTE
destrói o AMOR.
Quem chega à velhice já não é capaz de AMAR porque sua
mente está cheia de dolorosas experiências, preconceitos, ideias
fixas como ponta de aço, etc.
Existem por aí, velhos verdes que se acreditam capazes de
AMAR AINDA, mas o que acontece é que ditos velhos estão
cheios de paixões sexuais senis e confundem à PAIXÃO com o
AMOR.
Todo “VELHO VERDE”, e “TODA VELHA VERDE” passam por
tremendos estados luxuriosos passionais antes de morrer e eles
acreditam que isso é AMOR.
O AMOR dos velhos é impossível porque a mente o destrói com
suas “DECREPTUDES” IDEIAS FIXAS, PRECONCEITOS,
CIÚMES, “EXPERIÊNCIAS”, “LEMBRANÇAS”, paixões sexuais,
etc., etc., etc.
A MENTE é o pior inimigo do AMOR. Nos países
SUPERCIVILIZADOS o AMOR já não existe porque a mente das
pessoas somente cheira a fábricas, contas de banco, gasolina e
celuloide.
Existem muitas garrafas para a mente e a mente de cada pessoa
está muito bem engarrafada.
Uns têm a MENTE engarrafada no ABOMINÁVEL COMUNISMO,
outros a têm engarrafada no desapiedado CAPITALISMO.
Há aqueles que têm a MENTE ENGARRAFADA nos ciúmes, no
ódio, no desejo de ser rico, na boa posição social, no
pessimismo, no apego a determinadas pessoas, no apego a seus
próprios sofrimentos, em seus problemas de família, etc., etc.,
etc.
Encanta à pessoa engarrafar a MENTE, Raros são aqueles que
se resolvem de verdade a quebrar em pedaços a garrafa.
Precisamos LIBERTAR A MENTE, mas agrada à pessoa a
escravidão, é muito raro encontrar alguém na vida que não tenha
a MENTE bem engarrafada.
Os mestres e mestras devem ensinar a seus alunos e alunas
todas estas coisas. Devem ensinar às novas gerações a
investigar sua própria mente, a observá-la, a compreendê-la,
somente assim mediante a COMPREENSÃO a fundo podemos
evitar que a mente se cristalize, se congele, se engarrafe.
O único que pode transformar o mundo é isso que se chama
AMOR, mas a mente destrói o AMOR.
Precisamos estudar nossa própria mente, observá-la, investigá-la
profundamente, compreendê-la verdadeiramente. Somente
assim, somente tornando-nos amos de nós mesmos, de nossa
própria mente, mataremos o matador do AMOR e seremos
felizes de verdade.
Aqueles que vivem fantasiando lindamente sobre o AMOR,
aqueles que vivem fazendo projetos sobre o AMOR, aqueles que
querem que o AMOR opere de acordo com seus gostos e
desgostos, projetos e fantasias, normas e preconceitos,
lembranças e experiências, etc. jamais poderão saber realmente
o que é AMOR, de fato eles se converteram em inimigos do
AMOR.
É necessário compreender de forma ÍNTEGRA o que são os
processos da mente em estado de acumulação de experiências.
O mestre, a mestra, repreendem muitas vezes de forma justa,
mas às vezes estupidamente e sem motivo verdadeiro, sem
compreender que toda repreensão injusta fica depositada na
mente dos estudantes, o resultado de semelhante procedimento
errado costuma ser a perda do AMOR para o MESTRE, para a
MESTRA.
A MENTE destrói o AMOR e isto é algo que os MESTRES e
MESTRAS de escolas, colégios e universidades não devem
esquecer jamais.
É necessário compreender a fundo todos esses processos
mentais que acabam com a beleza do AMOR.
Não basta ser pai ou mãe de família, há que saber AMAR. Os
pais e mães de família acreditam que amam seus filhos e filhas
porque os têm, porque são seus, porque os possuem, como
quem tem uma bicicleta, um automóvel, uma casa.
Esse sentido de possessão, de dependência, costuma confundirse com o AMOR, mas jamais poderia ser AMOR.
Os mestres e mestras de nosso segundo lar que é a escola,
acreditam que amam seus discípulos, suas discípulas, porque
lhes pertencem como tais, porque os possuem, mas isso não é
AMOR. O sentido de posse ou dependência NÃO É AMOR.
A MENTE destrói o AMOR e somente compreendendo todos os
funcionalismos errados da mente, nossa forma absurda de
pensar, nossos maus costumes, hábitos automáticos,
mecanicistas, maneira equivocada de ver as coisas, etc.
podemos chegar a vivenciar, a experimentar de VERDADE isso
que não pertence ao tempo, isso que se chama AMOR.
Aqueles que querem que o AMOR se converta em uma peça de
sua própria máquina rotineira, aqueles que querem que o AMOR
caminhe pelos caminhos estreitos errados de seus próprios
preconceitos, apetites, temores, experiências da vida, modo
egoísta de ver as coisas, forma equivocada de pensar, etc.
acabam de fato com o AMOR porque este jamais se deixa
submeter.
Aqueles que querem que o AMOR funcione como EU QUERO,
como EU DESEJO, como EU PENSO, perdem o AMOR porque
CUPIDO, o DEUS do AMOR, não está disposto jamais a deixarse escravizar pelo EU.
Tem que acabar com o EU, com o MIM MESMO, com o SI
MESMO para não perder o menino do AMOR.
O EU é um monte de lembranças, apetites, temores, ódios,
paixões, experiências, egoísmos, invejas, cobiças, luxúria, etc.,
etc., etc.
Somente compreendendo cada defeito em separado; somente
estudando-o, observando-o diretamente não somente na região
intelectual, senão também em todos os níveis subconscientes da
mente, vai desaparecendo cada defeito vamos morrendo de
momento a momento. Assim e somente assim conseguimos a
desintegração do EU.
Aqueles que querem engarrafar o AMOR dentro da horrível
garrafa do eu, perdem o AMOR, ficam sem ele, porque o AMOR
jamais pode ser engarrafado.
Desgraçadamente a pessoa quer que o AMOR se comporte de
acordo com seus próprios hábitos, desejos, costumes, etc., a
pessoa quer que o AMOR se submeta ao EU e isso é
completamente impossível porque o AMOR não obedece ao EU.
Os casais de enamorados, ou melhor dizermos apaixonados,
supõem que o AMOR deve marchar fielmente pelos trilhos de
seus próprios desejos, concupiscências, erros, etc., e nisto estão
totalmente equivocados.
Falemos dos dois, dizem os enamorados ou apaixonados
sexualmente, que é o que mais abunda neste Mundo, e, logo
vêm os diálogos, os projetos, os anseios e suspiros. Cada um diz
algo, expõe seus projetos, seus desejos, sua maneira de ver as
coisas da vida e quer que o AMOR se mova como uma máquina
de ferrovia pelos trilhos de aço traçados pela mente.
Quão equivocados andam esses Enamorados ou apaixonados!
Que longe estão da realidade.
O AMOR não obedece ao EU e quando querem os cônjuges
colocar-lhes correntes no pescoço e submetê-lo, foge deixando o
casal em desgraça.
A MENTE tem o mal gosto de comparar. O homem compara uma
noiva com outra. A mulher compara um homem com outro. O
Mestre compara um aluno com outro, uma aluna com outra como
se todos seus alunos não merecessem o mesmo apreço.
Realmente toda comparação é ABOMINÁVEL.
Quem contempla um belo pôr de sol e o compara com outro, não
sabe realmente compreender a beleza que tem ante seus olhos.
Quem contempla uma bela montanha e a compara com outra
que viu ontem, não está realmente compreendendo a beleza da
montanha que tem ante seus olhos.
Onde existe COMPARAÇÃO não existe o AMOR VERDADEIRO.
O Pai e a Mãe que amam seus filhos de verdade, jamais os
compararão com ninguém, lhes amam e isso é tudo.
O marido que realmente ama sua esposa, jamais comete o erro
de compará-la com ninguém, ama-lhe e isso é tudo.
O MESTRE ou a Mestra que ama seus alunos e alunas jamais os
discriminam, nunca lhes comparam entre si, amam-lhes de
verdade e isso é tudo...
A Mente Dividida pelas comparações, a mente escrava do
DUALISMO, destrói o AMOR.
A Mente dividida pelo batalhar dos opostos não é capaz de
compreender o novo, se petrifica, se congela.
A MENTE TEM MUITAS PROFUNDIDADES, Regiões, terrenos
subconscientes, esconderijos, mas o melhor é a ESSÊNCIA, a
CONSCIÊNCIA e está no Centro.
Quando o DUALISMO acaba, quando a mente se torna
ÍNTEGRA, SERENA, QUIETA, PROFUNDA, quando já não
compara, então desperta A ESSÊNCIA, A CONSCIÊNCIA e esse
deve ser o verdadeiro objetivo da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
Distingamos entre OBJETIVO e SUBJETIVO. No OBJETIVO há
consciência desperta. No SUBJETIVO há Consciência
adormecida, SUBCONSCIÊNCIA.
Somente a CONSCIÊNCIA
CONHECIMENTO OBJETIVO.
OBJETIVA
pode
gozar
do
A informação intelectual que atualmente recebem os Alunos e
Alunas de todas as Escolas, Colégios e Universidades, é
SUBJETIVA cem por cento.
O CONHECIMENTO OBJETIVO não pode ser adquirido sem
CONSCIÊNCIA OBJETIVA.
Os
Alunos
e
Alunas
devem
chegar
primeiro
AUTOCONSCIÊNCIA e depois à CONSCIÊNCIA OBJETIVA.
à
Somente pelo CAMINHO DO AMOR podemos chegar á
CONSCIÊNCIA OBJETIVA e o CONHECIMENTO OBJETIVO.
É necessário compreender o COMPLEXO PROBLEMA DA
MENTE se é que de verdade queremos percorrer o CAMINHO
DO AMOR.
CAPITULO X
SABER ESCUTAR
No mundo existem muitos oradores que surpreendem por sua
eloquência, mas são poucas as pessoas que sabem escutar.
Saber escutar é muito difícil, poucas são de verdade as pessoas
que de verdade sabem escutar.
QUANDO FALA O MESTRE, a mestra, o conferencista, o
auditório parece estar muito atento, como seguindo em detalhes
cada palavra do orador, tudo dá a ideia de que estão escutando,
de que se encontram em estado de alerta, mas no fundo
psicológico de cada indivíduo há um secretário que traduz cada
palavra do orador.
ESTE SECRETÁRIO É O EU, O MIM MESMO, O SI MESMO. O
trabalho de dito secretário consiste em interpretar mal, traduzir
mal as palavras do orador.
O EU traduz de acordo com seus preconceitos, temores, orgulho,
ansiedades, ideias, memórias, etc., etc., etc.
Os alunos na escola, as alunas, os indivíduos que somados
constituem o auditório que escuta, realmente não estão
escutando o orador, se estão escutando a si mesmos, estão
escutando a seu próprio EGO, a seu querido EGO
MAQUIAVÉLICO, que não está disposto a aceitar o REAL, o
VERDADEIRO, o ESSENCIAL.
Somente em estado de alerta NOVIDADE, com MENTE
ESPONTÂNEA livre do peso do passado, em estado de plena
RECEPTIVIDADE, podemos realmente escutar sem a
intervenção desse péssimo secretário de mau agouro chamado
EU, MIM MESMO, SI MESMO, EGO.
Quando a mente está condicionada pela memória, somente
repete o que tem acumulado.
A Mente condicionada pelas experiências de tantos e tantos
ontem, somente pode ver o presente através das lentes turvas do
passado.
SE QUEREMOS SABER ESCUTAR, se queremos aprender a
escutar para descobrir o novo, devemos viver de acordo com a
filosofia da MOMENTANIEDADE.
É urgente viver de momento em momento sem as preocupações
do passado, e sem os projetos do futuro.
A VERDADE é o desconhecido de momento em momento,
nossas mentes devem estar sempre alertas, em plena atenção,
livres de preconceitos, a fim de ser realmente receptivas.
Os Mestres e Mestras de escola devem ensinar a seus alunos e
alunas, o profundo significado que se encerra nisso de saber
escutar.
É necessário aprender a viver sabiamente, reafirmar nossos
sentidos, refinar nossa conduta, nossos pensamentos, nossos
sentimentos.
De nada serve ter uma grande cultura acadêmica, se não
sabemos escutar, se não somos capazes de descobrir o novo de
momento em momento.
Precisamos refinar a atenção, refinar nossos modos, refinar
nossas pessoas, as coisas, etc., etc., etc.
É impossível ser verdadeiramente refinado quando não sabemos
escutar.
As Mentes toscas, deterioradas, degeneradas, jamais sabem
escutar, jamais sabem descobrir o novo, essas Mentes somente
compreendem, somente entendem de forma errada as traduções
absurdas desse secretário satânico chamado EU, MIM MESMO,
EGO.
Ser refinado é algo muito difícil e requer plena atenção. Alguém
pode ser pessoa muito refinada nas modas, trajes, vestidos,
jardins, automóveis, amizades, e, no entanto, continuar no íntimo
sendo rude, tosco, pesado.
Quem sabe viver de momento em momento, marcha realmente
pelo caminho do verdadeiro refinamento.
Quem tiver Mente receptiva, espontânea, íntegra, alerta, caminha
pelo caminho do autêntico refinamento.
Quem se abre a tudo que é novo abandonando o peso do
passado, os preconceitos, receios, fanatismos, etc., marcha
triunfalmente pelo caminho do legítimo refinamento.
A mente degenerada vive engarrafada no passado, nos
preconceitos, orgulho, amor próprio, etc., etc.
A mente degenerada não sabe ver o novo, não sabe escutar,
está condicionada pelo AMOR PRÓPRIO.
Os fanáticos do MARXISMO-LENINISMO não aceitam o novo;
não admitem a quarta CARACTERÍSTICA de todas as coisas, a
quarta DIMENSÃO, por amor próprio, se querem muito a si
mesmos, se apegam a suas próprias teorias materialistas
absurdas e quando os situamos no terreno dos feitos concretos,
quando lhes demonstramos o absurdo de seus sofismas,
levantam o braço esquerdo, olham os ponteiros de seu relógio de
pulso, dão uma desculpa evasiva e se vão.
Essas são mentes degeneradas, mentes decrépitas que não
sabem escutar, que não sabem descobrir o novo, que não
aceitam a realidade porque estão engarrafadas no AMOR
PRÓPRIO. Mentes que se querem muito a si mesmas, mentes
que não sabem de REFINAMENTOS CULTURAIS, mentes
toscas, mentes rudes, que somente escutam seu querido EGO.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina a escutar, ensina a viver
sabiamente.
Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem
ensinar a seus alunos e alunas o caminho autêntico do
verdadeiro refinamento vital.
De nada serve permanecer dez e quinze anos dentro de escolas,
colégios e universidades, se ao sair somos internamente
verdadeiros porcos em nossos pensamentos, ideias, sentimentos
e costumes.
Precisa-se da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL de forma urgente
porque as novas gerações significam o começo de uma nova era.
Chegou a hora da REVOLUÇÃO VERDADEIRA, chegou o
instante da REVOLUÇÃO FUNDAMENTAL.
O passado é o passado e já deu seus frutos. Precisamos
compreender o profundo significado do momento em que
vivemos.
CAPITULO XI
SABEDORIA E AMOR
A SABEDORIA e o AMOR são as duas colunas torais de toda
verdadeira civilização.
Em um prato da balança da justiça devemos colocar a
SABEDORIA, no outro prato devemos colocar o AMOR.
A Sabedoria e o Amor devem equilibrar-se mutuamente. A
Sabedoria sem Amor é um elemento destrutivo. O Amor sem
Sabedoria pode conduzir-nos ao erro: “AMOR É LEI, MAS AMOR
CONSCIENTE”.
É necessário estudar muito e adquirir conhecimentos, mas é
também URGENTE desenvolver em nós o SER ESPIRITUAL.
O conhecimento sem o SER ESPIRITUAL bem desenvolvido de
forma harmoniosa dentro de nós, vem a ser a causa disso que se
chama SAFADEZA.
O SER bem desenvolvido dentro de nós, mas sem
conhecimentos intelectuais de nenhuma espécie, dá origem a
Santos estúpidos.
Um Santo estúpido possui o SER ESPIRITUAL muito
desenvolvido, mas como não tem conhecimentos intelectuais,
não pode fazer nada porque não sabe como fazer.
O SANTO estúpido tem o poder de Fazer, mas não pode fazer
porque não sabe como fazer.
O conhecimento intelectual sem o SER ESPIRITUAL bem
desenvolvido produz confusão intelectual, perversidade, orgulho,
etc., etc.
Durante a Segunda Guerra Mundial, milhares de cientistas
desprovidos de todo elemento Espiritual em nome da ciência e
da humanidade, cometeram crimes espantosos com o propósito
de fazer experiências científicas.
Necessitamos formar uma poderosa cultura intelectual, mas
equilibrada tremendamente com a verdadeira Espiritualidade
consciente.
Precisamos de uma ÉTICA REVOLUCIONÁRIA e de uma
PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA se é que de verdade
queremos dissolver o EU para desenvolver o SER legitimamente
Espiritual em nós.
É lamentável que por falta de AMOR as pessoas utilizem o
INTELECTO de forma destrutiva.
Os alunos e alunas precisam estudar ciências, história,
matemática, etc., etc.
É necessário adquirir os conhecimentos vocacionais, com o
propósito de ser úteis ao próximo.
Estudar é necessário. Acumular conhecimentos básicos é
indispensável, mas o medo não é indispensável.
Muitas pessoas acumulam conhecimentos por medo: tem Medo
da vida, da morte, da fome, da miséria, do que dirão etc., e por
esse motivo estudam.
Deve-se estudar por Amor a nossos semelhantes com o anelo de
servir-lhes melhor, mas jamais se deve estudar por medo.
Na vida prática pudemos comprovar que todos aqueles
estudantes que estudam por medo, cedo ou tarde convertem-se
em velhacos.
Precisamos ser sinceros conosco mesmos para nos autoobservar-nos e descobrir em nós mesmos todos os processos do
medo.
Não devemos esquecer jamais na vida que o medo tem muitas
fases. Às vezes o medo se confunde com o valor. Os soldados
no campo de batalha parecem muito valentes, mas na verdade
se movem e brigam devido ao medo. O suicida também parece à
primeira vista muito valente, mas na verdade é um covarde que
tem medo da vida.
Todo velhaco na vida aparenta ser muito valente, mas no fundo é
um covarde.
Os velhacos costumam utilizar a profissão e o poder de forma
destrutiva quando têm medo. Exemplo: Castro Ruz; em Cuba.
Nós jamais nos pronunciamos contra a experiência da vida
prática nem contra o cultivo do intelecto, mas condenamos a falta
de AMOR.
O conhecimento e as experiências da vida resultam destrutivas
quando falta o AMOR.
O EGO costuma capturar as experiências e os conhecimentos
intelectuais quando existe ausência disso que se chama AMOR.
O EGO abusa das experiências e do intelecto quando os utiliza
para robustecer-se.
Desintegrando o EGO, EU, MIM MESMO, as experiências e o
intelecto ficam nas mãos do SER ÍNTIMO e todo abuso torna-se
então impossível.
Todo estudante deve orientar-se pelo caminho vocacional e
estudar muito a fundo todas as teorias que se relacionem com
sua vocação.
O estudo, o intelecto, não prejudicam ninguém, mas não
devemos abusar do intelecto.
Necessitamos estudar para não abusar da mente. Abusa da
mente quem quer estudar as teorias de diferentes vocações,
quem quer prejudicar a outros com o intelecto, quem exerce
violência sobre a mente alheia, etc., etc., etc.
É necessário estudar as matérias profissionais e as matérias
espirituais para ter uma mente equilibrada.
É URGENTE chegar à SÍNTESE intelectual e à síntese Espiritual
se o que queremos de verdade é uma mente equilibrada.
Os Mestres e Mestras de Escolas, colégios, Universidades, etc.,
devem estudar a fundo nossa Psicologia Revolucionária se é que
de verdade querem conduzir seus estudantes pelo caminho da
REVOLUÇÃO FUNDAMENTAL.
É necessário que os estudantes adquiram o SER ESPIRITUAL,
desenvolvam em si mesmos o SER VERDADEIRO, para que
saiam da Escola convertidos em indivíduos responsáveis e não
em estúpidos VELHACOS.
De nada serve a Sabedoria sem Amor. O intelecto sem Amor
somente produz velhacos.
A Sabedoria em si mesma é Substância Atômica, capital Atômico
que somente deve ser administrado por indivíduos cheios de
verdadeiro Amor.
CAPITULO XII
GENEROSIDADE
É necessário amar e ser amado, mas para desgraça do mundo
as pessoas nem amam nem são amadas.
Isso que se chama amor é algo desconhecido para as pessoas e
o confundem facilmente com a paixão e com o temor.
Se as pessoas pudessem amar e serem amadas, as guerras
seriam completamente impossíveis sobre a face da terra.
Muitos casamentos que poderiam verdadeiramente ser felizes,
desgraçadamente não o são devido aos velhos ressentimentos
acumulados na memória.
Se os cônjuges tivessem generosidade, esqueceriam o passado
doloroso e viveriam em plenitude, cheios de verdadeira
felicidade.
A mente mata o amor, o destrói. As experiências, os velhos
desgostos, os antigos ciúmes, tudo isto acumulado na memória,
destrói o amor.
Muitas mulheres ressentidas poderiam ser felizes se tivessem
generosidade suficiente como para esquecer o passado e viver
no presente adorando o marido.
Muitos maridos poderiam ser verdadeiramente felizes com suas
esposas se tivessem generosidade suficiente, como para perdoar
velhos erros e esquecer brigas e problemas acumulados na
memória.
É necessário, é urgente que os casamentos compreendam o
profundo significado do momento.
Maridos e mulheres devem sentir-se sempre como recémcasados, esquecendo o passado e vivendo alegremente no
presente.
O amor e os ressentimentos são substâncias atômicas
incompatíveis. No amor não pode existir ressentimentos de
nenhuma espécie. O amor é eterno perdão.
Existe amor naqueles que sentem angústia verdadeira pelos
sofrimentos de seus amigos e inimigos. Existe amor verdadeiro
naquele que de todo coração trabalha pelo bem-estar dos
humildes, dos pobres, dos necessitados.
Existe amor naquele que de maneira espontânea e natural sente
simpatia pelo camponês que rega o sulco com seu suor, pelo
aldeão que sofre, pelo mendigo que pede uma moeda e pelo
humilde cachorro angustiado e doente que morre de fome à beira
do caminho.
Quando de todo coração ajudamos alguém, quando de forma
natural e espontânea cuidamos da árvore e regamos as flores do
jardim sem que ninguém nos exija, há autêntica generosidade,
verdadeira simpatia, verdadeiro amor.
Infelizmente para o mundo, as pessoas não têm verdadeira
generosidade.
As pessoas só se preocupam com suas próprias realizações
egoístas, anseios, êxitos, conhecimentos, experiências,
sofrimentos, prazeres, etc., etc.
No mundo existem muitas pessoas, que somente possuem falsa
generosidade. Existe falsa generosidade no político astuto, na
raposa eleitoral que desperdiça dinheiro com o propósito egoísta
de conseguir poder, prestígio, posição, riquezas, etc., etc. Não
devemos confundir gato com lebre.
A verdadeira generosidade é absolutamente desinteressada, mas
facilmente pode-se confundir com a falsa generosidade egoísta
das raposas da política, dos malandros capitalistas, dos sátiros
que cobiçam uma mulher, etc., etc.
Devemos ser generosos de coração. A generosidade verdadeira
não é da Mente, a generosidade autêntica é o perfume do
coração.
Se as pessoas tivessem generosidade esqueceriam todos os
ressentimentos acumulados na memória, todas as experiências
dolorosas dos muitos ontem, e aprenderiam a viver de momento
em momento, sempre felizes, sempre generosos, cheios de
verdadeira sinceridade.
Desgraçadamente o EU é memória e vive no passado, quer
sempre voltar ao passado. O passado acaba com as pessoas,
destrói a felicidade, mata o amor.
A mente engarrafada no passado jamais pode compreender de
forma íntegra o profundo significado do momento em que
vivemos.
São muitas as pessoas que nos escrevem buscando consolo,
pedindo um bálsamo precioso para sanar seu dolorido coração,
mas são poucos aqueles que se preocupam em consolar o aflito.
São muitas as pessoas que nos escrevem para nos relatar o
estado miserável em que vivem, mas são raros aqueles que
partem o único pão que lhes há de alimentar para compartilhá-lo
com os outros necessitados.
As pessoas não querem entender que atrás de todo efeito existe
uma causa e que somente alterando a causa modificamos o
efeito.
O EU, nosso querido EU, é energia que viveu em nossos
antecessores e que originou certas causas passadas cujos
efeitos presentes condicionam nossa existência.
Precisamos de GENEROSIDADE para modificar causas e
transformar efeitos. Precisamos de generosidade para dirigir
sabiamente o barco de nossa existência.
Precisamos de generosidade para transformar radicalmente
nossa própria vida.
A legítima generosidade efetiva não é da mente. A autêntica
simpatia e o verdadeiro afeto sincero, jamais podem ser o
resultado do medo.
É necessário compreender que o medo destrói a simpatia, acaba
com a generosidade do coração e aniquila em nós o perfume
delicioso do AMOR.
O medo é a raiz de toda corrupção, a origem secreta de toda
guerra, o veneno mortal que degenera e mata.
Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades
devem compreender a necessidade de encaminhar seus alunos
e alunas pelo caminho da generosidade verdadeira, o valor, e a
sinceridade do coração.
As pessoas rançosas e desajeitadas da passada geração, em
vez de compreender o que é esse veneno do medo, cultivaramno como flor fatal de estufa. O resultado de semelhante proceder
foi a corrupção, o caos e a anarquia.
Os mestres e mestras devem compreender a hora em que
vivemos, o estado crítico em que nos encontramos, e a
necessidade de levantar as novas gerações sobre as bases de
uma ética revolucionária, que esteja em sintonia com a era
atômica que nestes instantes de angústia e de dor, se está
iniciando entre o augusto trovejar do pensamento.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL se baseia em uma Psicologia
revolucionária e em uma ética revolucionária, de acordo com o
novo ritmo vibratório da nova era.
O sentido de cooperação terá que afastar totalmente o horrível
batalhar da competência egoísta. Faz-se impossível saber
cooperar quando excluímos o princípio de generosidade efetiva e
revolucionária.
É urgente compreender em forma íntegra, não somente no nível
intelectual, mas também nos distintos esconderijos inconscientes
da mente inconsciente e subconsciente, o que é a falta de
generosidade e o horror do egoísmo. Somente fazendo
consciência do que é em nós o egoísmo e a falta de
generosidade, brota em nosso coração a fragrância deliciosa do
VERDADEIRO AMOR e da EFETIVA GENEROSIDADE que não
é da mente.
CAPITULO XIII
COMPREENSÃO E MEMÓRIA
Recordar é tratar de armazenar na mente o que temos visto e
ouvido, o que temos lido, o que outras pessoas nos disseram, o
que nos aconteceu etc., etc., etc.
Os mestres e mestras querem que seus alunos e alunas
armazenem em sua memória suas palavras, suas frases, o que
está escrito nos textos escolares, capítulos inteiros, tarefas
esmagadoras, com todos os seus pontos e vírgulas, etc.
Passar nos exames significa rememorar o que nos disseram, o
que temos lido mecanicamente, verbalizar memória, repetir como
papagaios, louros e caturritas, tudo o que temos armazenado na
memória.
É necessário que a nova geração entenda que repetir como disco
de Radio-emissora todas as gravações feitas na memória, não
significa ter compreendido a fundo. Recordar não é compreender,
de nada serve recordar sem compreender, a lembrança pertence
ao passado, é algo morto, algo que já não tem vida.
É indispensável, é urgente e de palpitante atualidade que todos
os alunos e alunas de escolas, colégios e universidades
entendam realmente o profundo significado da profunda
compreensão.
COMPREENDER é algo imediato, direto, algo que vivenciamos
intensamente, algo que experimentamos muito profundamente e
que inevitavelmente vem a converter-se na verdadeira MOLA da
ação consciente.
Recordar, rememorar é algo morto, pertence ao passado e
infelizmente se converte em ideal, em lema, em ideia, em
idealismo que queremos imitar mecanicamente e seguir
inconscientemente.
Na COMPREENSÃO VERDADEIRA, na compreensão profunda,
na íntima compreensão a fundo somente há pressão íntima da
consciência, pressão constante nascida da essência que
levamos dentro e isso é tudo.
A compreensão autêntica se manifesta como ação espontânea,
natural, simples, livre do processo deprimente da eleição; pura,
sem indecisões de nenhuma espécie. A COMPREENSÃO
convertida em MOLA SECRETA da ação é formidável,
maravilhosa, edificante e essencialmente dignificante.
A ação baseada na recordação do que temos lido, do ideal a que
aspiramos, da norma, da conduta que nos ensinaram, das
experiências acumuladas na memória, etc., é calculadora,
depende da opção deprimente, é dualista, se baseia na eleição
conceitual e somente conduz inevitavelmente ao erro e a dor.
Isso de acomodar a ação à recordação, isto de tratar de modificar
a ação para que coincida com as recordações acumuladas na
memória, é algo artificioso, absurdo sem espontaneidade e que
inevitavelmente só pode conduzir-nos ao erro e a dor.
Isso de passar nos exames, isso de passar de ano, faz qualquer
mentecapto que tenha uma boa dose de astúcia e memória.
Compreender as matérias que foram estudadas e nas quais vão
nos examinar, é algo muito diferente, nada tem a ver com a
memória, pertence à verdadeira inteligência que não deve ser
confundida com o intelectualismo.
Aquelas pessoas que querem basear todos os atos de sua vida
nos ideais, teorias e lembranças de toda espécie acumuladas
nos porões da memória, andam sempre de comparação em
comparação e onde existe comparação existe também a inveja.
Essas pessoas comparam suas pessoas, seus familiares, seus
filhos com os filhos do vizinho, com as pessoas vizinhas.
Comparam sua casa, seus móveis, suas roupas, todas as suas
coisas, com as coisas do vizinho ou dos vizinhos ou do próximo.
Comparam suas ideias, a inteligência de seus filhos com as
ideias de outras pessoas, com inteligência de outras pessoas e
vem a inveja que se converte então na mola secreta da ação.
Para desgraça do mundo todo o mecanismo da sociedade se
baseia na inveja e espírito aquisitivo. Todo o mundo inveja todo o
mundo. Invejamos as ideias, as coisas, as pessoas e queremos
adquirir dinheiro e mais dinheiro, novas teorias, novas ideias que
acumulamos na memória, novas coisas para deslumbrar nossos
semelhantes, etc.
Na COMPREENSÃO VERDADEIRA, legítima, autêntica, existe
verdadeiro amor e não mera verbalização da memória.
As coisas que são lembradas, aquilo que é confiado à memória,
logo cai no esquecimento porque a memória é infiel. Os
estudantes depositam nos armazéns da memória, ideais, teorias,
textos que de nada servem na vida prática porque no final
desaparecem da memória sem deixar rastro algum.
As pessoas que vivem somente lendo e lendo mecanicamente,
as pessoas que gozam armazenando teorias entre os porões da
memória destroem a mente, a danificam miseravelmente.
Nós não nos pronunciamos contra o verdadeiro estudo profundo
e consciente baseado na compreensão de fundo. Nós somente
condenamos
os
métodos
antiquados
da
pedagogia
extemporânea. Condenamos todo sistema mecânico de estudo,
toda memorização, etc. A recordação sai sobrando onde existe
verdadeira compreensão.
Precisamos estudar, precisam-se dos livros úteis, precisam-se
dos mestres e mestras de escola, colégios, universidades.
Necessita-se o GURU, os guias espirituais, mahatmas, etc., mas
é necessário compreender em forma íntegra os ensinamentos e
não meramente depositá-los entre as adegas da infiel memória.
Jamais poderemos ser verdadeiramente livres enquanto
tenhamos o mau gosto de estar nos comparando a si mesmos
com a recordação acumulada na memória, com o ideal, com o
que ambicionamos chegar a ser e não somos, etc., etc.
Quando verdadeiramente compreendemos os ensinamentos
recebidos, não precisamos recordá-los na memória, nem
convertê-los em ideais.
Onde tem comparação do que somos aqui e agora com o que
queremos chegar a ser mais tarde, onde existe comparação de
nossa vida prática com o ideal ou modelo ao qual queremos nos
acomodar, não pode existir verdadeiro amor.
Toda comparação é abominável, toda comparação trás medo,
inveja, orgulho, etc. Medo de não conseguir o que queremos,
inveja pelo progresso alheio, orgulho porque nos acreditamos
superiores aos demais. O importante na vida prática em que
vivemos, já sejamos feios, invejosos, egoístas, cobiçosos, etc., é
não presumir-nos santos, partir do zero absoluto, e
compreendermos a si mesmos profundamente, tal como somos e
não como queremos chegar a ser ou como presumimos ser.
É impossível dissolver o EU, o MIM MESMO, se não aprendemos
a observarmos, a perceber para compreender o que realmente
somos aqui e agora de forma efetiva e absolutamente prática.
Se realmente queremos compreender devemos escutar nossos
mestres, mestras, gurus, sacerdotes, preceptores, guias
espirituais, etc., etc.
Os meninos, e meninas da nova onda perderam o sentido do
respeito, da veneração a nossos pais, mestres, mestras, guias
espirituais, gurus, mahatmas, etc.
É impossível compreender os ensinamentos quando não
sabemos venerar e respeitar a nossos pais, mestres, preceptores
e guias espirituais.
A simples recordação mecânica do que aprendemos somente de
memória sem compreensão de fundo, mutila a mente e o coração
e forma inveja, medo, orgulho, etc.
Quando de verdade sabemos escutar em forma consciente e
profunda surge dentro de nós um poder maravilhoso, uma
compreensão formidável, natural, simples, livre de todo processo
mecânico, livre de toda celebração, livre de toda recordação.
Se o cérebro do estudante é descarregado do enorme esforço de
memória que deve realizar, será totalmente possível ensinar a
estrutura do núcleo e a tabela periódica dos elementos aos
alunos de segundo ensinamento e fazer compreender a
relatividade e os e os Quanta a um bacharel.
Como temos praticado com alguns professores e professoras de
escolas secundárias, compreendemos que se prendem com
verdadeiro
fanatismo
à
velha
pedagogia
antiquada
extemporânea. Querem que os alunos e alunas aprendam tudo
de memória embora não o compreendam.
Às vezes aceitam que é melhor compreender que memorizar,
mas então insistem em que as fórmulas de física, química,
matemática, etc. devem ser gravadas na memória.
É claro que dito conceito é falso, porque quando uma fórmula de
física, química, matemática, etc., é devidamente compreendida
não somente no nível intelectual, senão também nos outros
níveis da mente como são o inconsciente, subconsciente,
infraconsciente etc., etc., etc. Não é necessário gravar na
memória, vem para fazer parte de nossa psique e pode
manifestar-se como conhecimento instintivo imediato quando
circunstâncias da vida o exigem.
Este conhecimento ÍNTEGRO vem para nos dar uma forma de
CONSCIÊNCIA, um modo de manifestação consciente objetiva.
A compreensão de fundo e em todos os níveis da mente somente
é possível mediante a meditação introspectiva profunda.
CAPITULO XIV
INTEGRAÇÃO
Um dos anelos maiores da Psicologia é chegar à INTEGRAÇÃO
TOTAL.
Se o EU fosse INDIVIDUAL, o problema da INTEGRAÇÃO
PSICOLÓGICA seria resolvido com grande facilidade, mas para
desgraça do mundo o EU existe dentro de cada pessoa de forma
PLURALIZADA.
O EU PLURALIZADO é a causa fundamental de todas as nossas
íntimas contradições.
Se pudéssemos nos ver em um espelho de corpo inteiro tal como
somos PSICOLOGICAMENTE com todas as nossas
contradições íntimas, chegaríamos à penosa conclusão de que
não temos ainda a verdadeira individualidade.
O organismo humano é uma máquina maravilhosa controlada
pelo EU PLURALIZADO que é estudado a fundo pela
PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA.
“Vou ler o jornal”, diz o EU INTELECTUAL; “Quero assistir à
festa”, exclama o EU EMOCIONAL; “aos DIABOS com a festa”,
rosna o EU DO MOVIMENTO, “melhor vou passear”, “EU não
quero passear”, grita o EU do instinto de conservação, tenho
fome e vou comer, etc.
Cada um dos pequenos EUS que constituem o EGO quer
mandar, ser o amo, o senhor.
À luz da Psicologia revolucionária podemos compreender que o
EU é legião e que o Organismo é uma máquina.
Os pequenos EUS brigam entre si, lutam pela supremacia, cada
um quer ser o chefe, o amo, o senhor.
Isto explica o lamentável estado de desintegração psicológica em
que vive o pobre animal intelectual equivocadamente chamado
HOMEM.
É necessário compreender o que significa a palavra
DESINTEGRAÇÃO em PSICOLOGIA. Desintegrar-se é
desbaratar-se, dispersar-se, desgarrar-se, contradizer-se, etc.
A principal causa de DESINTEGRAÇÃO PSICOLÓGICA é a
inveja que costuma manifestar-se às vezes de formas
esquisitamente sutis e deliciosas.
A inveja é polifacética e existem milhares de razões para justificála. A inveja é a mola secreta de toda a maquinaria social. Aos
Imbecis lhes encanta justificar a inveja.
O rico inveja o rico e quer ser mais rico. Os pobres invejam os
ricos e querem ser ricos também. O que escreve inveja o que
escreve e quer escrever melhor. O que tem muita experiência
inveja o que tem mais experiência e deseja ter mais que aquele.
As pessoas não se contentam com pão, abrigo e refúgio. A mola
secreta da inveja pelo automóvel alheio, pela casa alheia, pelo
traje do vizinho, pelo muito dinheiro do amigo ou do inimigo, etc.,
produz desejos de melhorar, adquirir coisas e mais coisas,
vestidos, trajes, virtudes, para não ser menos que outros etc.,
etc., etc.
O mais trágico de tudo isto é que o processo cumulativo de
experiências, virtudes, coisas, dinheiro, etc. robustece o EU
PLURALIZADO, intensificando-se então dentro de nós mesmos,
as íntimas contradições, as espantosas rupturas, as batalhas
cruéis de nosso foro íntimo, etc., etc., etc.
Tudo isso é dor. Nada disso pode trazer contentamento
verdadeiro ao coração aflito. Tudo isso produz aumento da
crueldade em
nossa psique, multiplicação
da dor,
descontentamento cada vez mais profundo.
O EU PLURALIZADO encontra sempre justificativas até para os
piores delitos e a esse processo de invejar, adquirir, acumular,
conseguir, embora seja às custas do trabalho alheio, chama-se
evolução, progresso, avanço, etc.
As pessoas têm a consciência adormecida e não percebem que
são invejosas, cruéis, cobiçosas, ciumentas, e quando por algum
motivo chegam a dar-se conta de tudo isto, então se justificam,
condenam, buscam evasivas, mas não compreendem.
A inveja é difícil de se descobrir devido ao fato concreto de que a
mente humana é invejosa. A estrutura da mente se baseia na
inveja e na aquisição.
A inveja começa nos bancos da escola. Invejamos a melhor
inteligência de nossos colegas, as melhores qualificações, os
melhores trajes, os melhores vestidos, os melhores sapatos, a
melhor bicicleta, os maravilhosos patins, a bonita bola, etc., etc.
Os mestres e mestras chamados para formar a personalidade
dos alunos e alunas, devem compreender o que são os infinitos
processos da inveja e estabelecer dentro da PSIQUÊ de seus
estudantes a base adequada para a compreensão.
A mente, invejosa por natureza, somente pensa em função do
MAIS: “EU posso explicar melhor”, “EU tenho mais
conhecimentos”, “EU sou mais inteligente”, “EU tenho mais
virtudes”, mais santificações, mais perfeições, mais evolução,
etc.
Todo o funcionalismo da mente se baseia no MAIS. O MAIS é a
íntima mola secreta da inveja.
O MAIS é o processo comparativo da mente. Todo processo
comparativo é ABOMINÁVEL. Exemplo: Eu sou mais inteligente
que tu. Fulano de tal é mais virtuoso que tu. Fulana de tal é mais
virtuoso que tu, Fulana de tal é melhor que tu, mais sábia, mais
bondosa, mais bonita, etc., etc.
O MAIS cria o tempo. O EU PLURARIZADO precisa de tempo
para ser melhor que o vizinho, para demonstrar à família que é
muito genial e que pode, para chegar a ser alguém na vida, para
demonstrar a seus inimigos, ou àqueles a quem inveja que é
mais inteligente, mais poderoso, mais forte, etc.
O pensar comparativo se baseia na inveja e produz isso que se
chama descontentamento, desassossego, amargura.
Desgraçadamente as pessoas vão de um oposto a outro oposto,
de um extremo a outro, não sabem caminhar pelo centro. Muitos
lutam contra o descontentamento, a inveja, a cobiça, os ciúmes,
mas a luta contra o descontentamento não trás jamais o
verdadeiro contentamento do coração.
É urgente compreender que o verdadeiro contentamento do
coração tranquilo, não se compra nem se vende e somente
nasce em nós com inteira naturalidade e de forma espontânea
quando compreendemos a fundo as mesmas causas do
descontentamento; ciúmes, inveja, cobiça, etc., etc.
Aqueles que querem conseguir dinheiro, magnífica posição
social, virtudes, satisfações de toda espécie, etc. com o propósito
de alcançar o verdadeiro contentamento, estão totalmente
equivocados porque tudo isso se baseia na inveja e o caminho
da inveja não pode jamais nos conduzir ao porto do coração
tranquilo e contente.
A mente engarrafada no EU PLURALIZADO faz da inveja uma
virtude e até se dá ao luxo de pôr-lhe nomes deliciosos.
Progresso, evolução espiritual, anelo de superação, luta por
dignidade, etc., etc., etc.
Tudo isto produz desintegração, íntimas contradições, lutas
secretas, problemas de difícil solução, etc.
É difícil encontrar na vida alguém que seja verdadeiramente
ÍNTEGRO no sentido mais completo da palavra.
É totalmente impossível conseguir a INTEGRAÇÃO TOTAL
enquanto exista dentro de nós o EU PLURALIZADO.
É urgente compreender que dentro de cada pessoa existem três
fatores básicos, Primeiro: Personalidade. Segundo: EU
PLURALIZADO. Terceiro: O material psíquico, quer dizer, A
ESSÊNCIA MESMA DA PESSOA.
O EU PLURALIZADO desperdiça de uma maneira torpe o
material psicológico em explosões atômicas de inveja, ciúmes,
cobiça, etc., etc. É necessário dissolver o EU pluralizado, com o
propósito de acumular dentro, o material psíquico para
estabelecer em nosso interior um centro permanente de
consciência.
Aqueles que não possuem um
consciência, não podem ser íntegros.
centro
permanente
de
Somente o centro permanente de consciência nos dá a
verdadeira individualidade.
Somente o centro permanente da consciência nos faz íntegros.
CAPITULO XV
A SIMPLICIDADE
É urgente, é indispensável desenvolver a compreensão criadora
porque ela trás ao ser humano a verdadeira liberdade do viver.
Sem compreensão é impossível conseguir a autêntica
capacidade crítica da análise profunda.
Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades
devem conduzir a seus alunos e alunas pelo caminho da
compreensão autocrítica.
Em nosso capítulo anterior já estudamos amplamente os
processos da inveja e se queremos acabar com todos os matizes
dos ciúmes, sejam estes religiosos, passionais, etc. devemos ter
plena consciência do que realmente é a inveja, porque somente
compreendendo a fundo e de forma íntima os infinitos processos
da inveja, conseguimos acabar com os ciúmes de todo tipo.
Os ciúmes destroem os matrimônios, os ciúmes destroem as
amizades, os ciúmes provocam guerras religiosas, ódios
fratricidas, assassinatos e sofrimentos de toda espécie.
A inveja com todos os seus infinitos matizes se esconde por trás
de sublimes propósitos. Existe inveja naquele que tendo sido
informado sobre a existência de sublimes santos, Mahatmas ou
gurus, deseja também chegar a ser santo. Existe inveja no
filantropo que se esforça para superar a outros filantropos. Existe
inveja em todo indivíduo que cobice virtudes porque teve
informações, porque em sua mente há dados sobre a existência
de indivíduos sagrados cheios de virtudes.
O desejo de ser santo, o desejo de ser virtuoso, o desejo de ser
grande tem como fundamento a inveja.
Os santos com suas virtudes causaram muitos danos. Vem-nos à
memória o caso de um homem que se considerava a si mesmo
muito santo.
Em certa ocasião um poeta faminto e miserável tocou em sua
porta para colocar em suas mãos um belo verso especialmente
dedicado ao santo de nosso relato. O poeta somente aguardava
uma moeda para comprar alimentos para seu corpo exausto e
envelhecido.
O poeta imaginava tudo menos um insulto. Grande foi sua
surpresa quando o santo com uma olhada piedosa e cenho
franzido fechou a porta dizendo ao infeliz poeta: “Fora daqui
amigo, rápido, rápido... eu não gosto destas coisas, aborreço a
lisonja... não gosto das vaidades do mundo, esta vida é uma
ilusão... eu sigo o caminho da humildade e da modéstia”. O infeliz
poeta que somente desejava uma moeda em vez desta, recebeu
o insulto do santo, a palavra que fere, a bofetada, e com o
coração dolorido e a lira feita em pedaços se foi pelas ruas da
cidade devagarinho... devagarinho... devagarinho.
A nova geração deve levantar-se sobre a base da autêntica
compreensão porque esta é totalmente criadora.
A memória e a recordação não são criadoras. A memória é o
túmulo do passado. A memória e a recordação são morte.
A compreensão verdadeira é o fator psicológico da liberação
geral.
As recordações da memória jamais podem trazer-nos verdadeira
liberação porque pertencem ao passado e, portanto estão
mortos.
A compreensão não é coisa do passado nem tampouco do
futuro. A compreensão pertence ao momento que estamos
vivendo aqui e agora. A memória sempre trás a ideia de futuro.
É urgente estudar ciência, filosofia, arte e religião, mas não se
devem confiar os estudos à fidelidade da memória porque esta
não é fiel.
É absurdo depositar os conhecimentos no túmulo da memória. É
estúpido enterrar na fossa do passado os conhecimentos que
devemos compreender.
Nós jamais poderíamos nos pronunciar contra o estudo, contra a
sabedoria, contra a ciência, mas torna-se incongruente depositar
as joias vivas do conhecimento entre o túmulo corrompido da
memória.
Faz-se necessário estudar, faz-se necessário investigar, faz-se
necessário analisar, mas devemos meditar profundamente para
compreender em todos os níveis da mente.
O homem verdadeiramente simples
compreensivo e tem mente simples.
é
profundamente
O importante na vida não é o que temos acumulado no túmulo da
memória, senão o que temos compreendido não somente no
nível intelectual senão também nos distintos terrenos
subconscientes inconscientes da mente.
A ciência, o saber, deve converter-se em compreensão imediata.
Quando o conhecimento, quando o estudo se transformarem em
autêntica compreensão criadora podemos compreender então
todas as coisas de imediato porque a compreensão faz-se
imediata, instantânea.
No homem simples não existem complicações na mente porque
toda complicação da mente se deve à memória. O EU
maquiavélico que levamos dentro da memória acumulada.
As experiências da vida devem transformar-se em compreensão
verdadeira.
Quando as experiências não se convertem em compreensão,
quando as experiências continuam na memória, constituem a
podridão do túmulo sobre o qual arde a chama fátua e luciférica
do intelecto.
É necessário saber que o intelecto animal desprovido totalmente
de toda espiritualidade é tão somente a verbalização da
memória, a vela sepulcral ardendo sobre a cerâmica funeral.
O homem simples tem a mente livre de experiências porque
estas se tornaram consciência, se transformaram em
compreensão criadora.
A morte e a vida se encontram intimamente associadas. Somente
morrendo o grão nasce a planta, somente morrendo a
experiência nasce a compreensão. Este é um processo de
autêntica transformação.
O homem complicado tem a memória cheia de experiências.
Isto demonstra sua falta de compreensão criadora porque
quando as experiências são inteiramente compreendidas em
todos os níveis da mente deixam de existir como experiências e
nascem como compreensão.
É necessário primeiro experimentar, mas não devemos ficar no
terreno da experiência porque então a mente se complica e se
torna difícil. É necessário viver a vida intensamente e transformar
todas as experiências em autêntica compreensão criadora.
Aqueles que supõem equivocadamente que para ser
compreensivos e simples, tenhamos que abandonar o mundo,
converter-nos em mendigos, viver em cabanas afastadas e usar
tapa-sexos em vez de traje elegante, estão totalmente
equivocados.
Muitos, anacoretas, muitos ermitãos solitários, muitos mendigos,
têm mentes complicadíssimas e difíceis.
É inútil afastar-se do mundo e viver como anacoretas se a
memória está cheia de experiências que condicionam o livre fluir
do pensamento.
É inútil viver como ermitãos querendo levar vida de santos se a
memória está cheia de informações que não foram devidamente
compreendidas, que não se tornaram consciência nos distintos
recantos, corredores e regiões inconscientes da mente.
Aqueles que transformam as informações intelectuais em
verdadeira compreensão criadora, aqueles que transformam as
experiências da vida em verdadeira compreensão de fundo, nada
têm na memória, vivem de momento em momento cheios de
plenitude verdadeira, se tornaram simples, embora vivam em
suntuosas residências e dentro do perímetro da vida urbana.
As crianças pequenas de sete anos estão cheios de simplicidade
e verdadeira beleza interior devido a que somente se expressa
através deles a viva ESSÊNCIA em ausência total do EU
PSICOLÓGICO.
Nós devemos reconquistar a infância perdida, em nosso coração
e em nossa mente. Nós devemos reconquistar a inocência se é
que de verdade queremos ser felizes.
As experiências e o estudo transformados em compreensão de
fundo não deixam resíduos no túmulo da memória e então, nos
tornamos simples, inocentes, felizes.
A meditação de fundo sobre as experiências e conhecimentos
adquiridos, a autocrítica profunda, a psicanálise íntima
convertem, transformam tudo em profunda compreensão
criadora. Este é o caminho da autêntica felicidade nascida da
sabedoria e do amor.
CAPITULO XVI
O ASSASSINATO
Matar é evidentemente e fora de toda dúvida, o ato mais
destrutivo e de maior corrupção que se conhece no mundo.
A pior forma de assassinato consiste em destruir a vida de
nossos semelhantes.
Espantosamente horrível é o caçador que com sua escopeta
assassina às inocentes criaturas do bosque, mas mil vezes mais
monstruoso, mil vezes mais abominável, é aquele que assassina
a seus semelhantes.
Não se mata somente com metralhadoras, escopetas, canhões,
pistolas ou bombas atômicas, também pode-se matar com um
olhar que fira o coração, um olhar humilhante, um olhar cheio de
desprezo, um olhar cheio de ódio; ou pode-se matar com uma
ação ingrata, com uma ação negra, ou com um insulto, ou com
uma crítica contundente.
O mundo está cheio de parricidas, matricidas ingratos que
assassinaram a seus pais e mães, seja com seus olhares, seja
com suas palavras, seja com suas cruéis ações.
O mundo está cheio de homens que sem sabê-lo, assassinaram
suas mulheres e de mulheres que sem sabê-lo, assassinaram
seus maridos.
Para o cúmulo de desgraças neste mundo cruel em que vivemos,
o ser humano mata o que mais ama.
Não somente de pão vive o homem, mas também de distintos
fatores psicológicos.
São muitos os esposos que poderiam viver mais se suas
esposas o tivessem permitido.
São muitas as esposas que poderiam ter vivido mais se seus
esposos o tivessem permitido.
São muitos os Pais e Mães de família que poderiam ter vivido
mais se seus filhos e filhas o tivessem permitido.
A enfermidade que leva nosso ser querido ao túmulo tem por
causa causorum, palavras que matam, olhares que ferem, ações
ingratas, etc.
Esta sociedade caduca e degenerada está cheia de assassinos
inconscientes que se presumem de inocentes.
As prisões estão cheias de assassinos, mas a pior espécie de
criminosos se considera inocente e andam livres.
Nenhuma forma de assassinato pode ter justificativa alguma.
Matar a outro não se resolve nenhum problema na vida.
As Guerras jamais resolveram nenhum problema. Bombardear
cidades indefesas e assassinar milhões de pessoas não resolve
nada.
A Guerra é algo muito rude, tosco, monstruoso, abominável.
Milhões de máquinas humanas adormecidas, inconscientes,
estúpidas, se lançam à guerra com o propósito de destruir a
outros tantos milhões de máquinas humanas inconscientes.
Muitas vezes basta uma catástrofe planetária no cosmos, ou uma
péssima posição dos astros no céu, para que milhões de homens
se lancem à guerra.
As máquinas humanas não têm consciência de nada, se movem
de forma destrutiva quando certo tipo de ondas cósmicas as fere
secretamente.
Se as pessoas despertassem a consciência, se a desde os
próprios bancos da Escola se educasse sabiamente os alunos e
alunas, levando-lhes à compreensão consciente do que é a
inimizade e a guerra, outro galo lhes cantaria, ninguém se
lançaria à guerra e as ondas catastróficas do cosmos seriam
então utilizadas de forma diferente.
A Guerra cheira a Canibalismo, a vida de cavernas, a
bestialidades do pior tipo, a arco, a flecha, a lança, a orgia de
sangue, é a todas as luzes, incompatível com a civilização.
Todos os homens na guerra são covardes, medrosos e os heróis
carregados de medalhas são precisamente os mais covardes, os
mais medrosos.
O suicida parece também muito Valente, mas é um covarde
porque teve medo da vida.
O herói no fundo é um suicida que em um instante de supremo
terror cometeu a loucura do suicida.
A loucura do suicida se confunde facilmente com o valor do herói.
Se observarmos cuidadosamente a conduta do soldado durante
a guerra, suas maneiras, seu olhar, suas palavras, seus passos
na batalha, podemos evidenciar sua total covardia.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios, Universidades,
devem ensinar a seus alunos e alunas, a verdade sobre a guerra.
Devem levar a seus alunos e alunas a experimentar
conscientemente essa Verdade.
Se as pessoas tivessem plena consciência do que é esta
tremenda Verdade da guerra, se os Mestres e Mestras
soubessem educar sabiamente a seus discípulos e discípulas,
nenhum cidadão se deixaria levar para o matadouro.
A Educação Fundamental deve ministrar-se agora mesmo em
todas as Escolas, Colégios e Universidades, porque é
precisamente desde os bancos da Escola, onde se deve
trabalhar para a PAZ.
É urgente que as novas gerações tornem-se completamente
conscientes do que é a barbárie e do que é a guerra.
Nas Escolas, Colégios e Universidades, deve ser compreendida
a fundo a inimizade e a guerra em todos os aspectos.
As novas Gerações devem compreender que os velhos com suas
ideias rançosas e torpes, sacrificam sempre os jovens e os levam
como bois ao matadouro.
Os jovens não devem se deixar convencer pela propaganda
bélica, nem pelas razões dos mais velhos, porque a uma razão
se lhe opõe outra razão e a uma opinião se lhe opõe outra, mas
nem os raciocínios nem as opiniões são a Verdade sobre a
Guerra.
Os velhos têm milhares de razões para justificar a guerra e levar
os jovens ao matadouro.
O importante não são os raciocínios sobre a guerra senão
experimentar a Verdade do que é a guerra.
Nós não nos pronunciamos contra a Razão nem contra a análise,
somente queremos dizer que devemos primeiro experimentar a
verdade sobre a guerra e logo assim podemos nos dar ao luxo de
raciocinar e analisar.
É impossível experimentar a verdade do NÃO MATAR, se
excluímos a meditação íntima profunda.
Somente a Meditação muito profunda pode levar-nos a
experimentar a Verdade sobre a Guerra.
Os Mestres e Mestras não somente devem dar informação
intelectual a seus alunos e alunas. Os mestres devem ensinar a
seus estudantes a manejar a mente, a experimentar a
VERDADE.
Esta Raça Caduca e degenerada já não pensa senão em matar.
Isto de matar e matar, somente é próprio de qualquer raça
humana degenerada.
Através da televisão e do cinema, os agentes do delito propagam
suas ideias criminosas.
Os meninos e meninas da nova geração recebem diariamente
através da tela da televisão e dos contos infantis e do cinema,
revista etc., uma boa dose venenosa de assassinatos, tiroteios,
crimes espantosos, etc.
Já não se pode colocar para funcionar a televisão sem encontrar
alguém com as palavras cheias de ódio, os balaços, a
perversidade.
Nada estão fazendo os governos da terra contra a propagação
do delito. As mentes das crianças e dos jovens estão sendo
conduzidas pelos agentes do delito, pelo caminho do crime.
Já está tão propagada a ideia de matar, já está tão difundida
através dos filmes, contos, etc. que se tornou totalmente familiar
para todo o mundo. Os rebeldes da nova onda foram educados
para o crime e matam pelo gosto de matar, gozam vendo morrer
aos outros. Assim o aprenderam na televisão de casa, no
cinema, nos contos, nas revistas.
Por todas as partes reina o delito e nada fazem os governos para
corrigir o instinto de matar desde suas próprias raízes.
Cabe aos Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e
Universidades, colocar o grito no céu e revolver o céu e a terra
para corrigir esta epidemia mental.
É urgente que os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e
Universidades, deem o grito de alarme e peçam a todos os
governos da terra a censura para o cinema, a televisão, etc.
O crime está multiplicando-se terrivelmente devido a todos os
espetáculos de sangue, e ao passo que vamos, chegará o dia em
que já ninguém poderá circular pelas ruas livremente sem o
temor de ser assassinado.
O Rádio, o Cinema, a Televisão, as Revistas de sangue, deram
tal propagação ao delito de matar, tornaram-no tão agradável às
mentes débeis e degeneradas, que já ninguém toca o coração
para dar-lhe um balaço ou uma punhalada em outra pessoa.
A força de tanta propagação do delito de matar, as mentes
débeis se familiarizaram muito com o crime e agora até se dão
ao luxo de matar para imitar o que viram no cinema ou na
televisão.
Os Mestres e Mestras que são os educadores do povo e são
obrigados no cumprimento do seu dever a lutar pelas novas
gerações pedindo aos Governos da terra a proibição dos
espetáculos de sangue, enfim, o cancelamento de todo tipo de
filmes sobre assassinatos, ladrões, etc.
A luta dos Mestres e Mestras deve estender-se também até a
tourada e o boxe.
O tipo do toureiro é o tipo mais covarde e criminoso. O toureiro
quer todas as vantagens para ele e mata para divertir o público.
O tipo do boxeador é o do monstro do assassinato, em sua forma
sádica que fere e mata para divertir o público.
Estes tipos de espetáculos de sangue são bárbaros em cem por
cento e estimulam às mentes encaminhando-as pelo caminho do
crime. Se queremos de verdade lutar pela Paz do Mundo,
devemos iniciar uma campanha de fundo contra os espetáculos
de sangue.
Enquanto dentro da mente humana existirem os fatores
destrutivos haverá guerras inevitavelmente.
Dentro da mente humana existem fatores que produzem guerra,
esses fatores são o ódio, a violência em todos os seus aspectos,
o egoísmo, a ira, o medo, os instintos criminosos, as ideias
bélicas propagadas pela televisão, o rádio, o cinema, etc.
A propaganda pela PAZ, os prêmios NOBEL DA PAZ, são
absurdos enquanto existirem dentro do homem os fatores
Psicológicos que produzem guerra.
Atualmente muitos assassinos têm o prêmio NOBEL DA PAZ.
CAPITULO XVII
A PAZ
A PAZ não pode vir através da MENTE porque não é da Mente.
A PAZ é o perfume delicioso do CORAÇÃO TRANQUILO.
A PAZ não é coisa de projetos, polícia internacional, ONU, OEA,
tratados internacionais ou exércitos invasores que lutam em
nome da PAZ.
Se realmente queremos PAZ verdadeira devemos aprender a
viver como o vigia em época de guerra, sempre alertas e
vigilantes, com Mente pronta e flexível, porque a PAZ não é
questão de FANTASIAS românticas ou questão de sonhos
bonitos.
Se não aprendemos a viver em estado de alerta de momento a
momento, então o caminho que conduz até a PAZ torna-se
impossível, estreito e depois de tornar-se extremamente difícil,
vai desembocar por último em um beco sem saída.
É necessário compreender, é urgente saber que a PAZ autêntica
do CORAÇÃO TRANQUILO não é uma casa aonde podemos
chegar e onde nos aguarda alegremente uma bela donzela. A
PAZ não é uma meta, um lugar, etc. Perseguir a PAZ, buscá-la,
fazer projetos sobre ela, lutar em nome dela, fazer propaganda
sobre ela, fundar organismos para trabalhar por ela, etc., é
totalmente absurdo porque a PAZ não é da Mente, a PAZ é o
perfume maravilhoso do coração tranquilo.
A PAZ não se compra nem se vende nem se pode conseguir com
o sistema de PACIFICAÇÃO, controles especiais, polícia, etc.
Em alguns países o exército nacional anda pelos campos
destruindo povoados, assassinando pessoas e fuzilando
supostos bandidos, tudo isto aparentemente em nome da PAZ. O
resultado de semelhante proceder é a multiplicação da
BARBÁRIE.
A violência origina mais violência, o ódio produz mais ódio. A
PAZ não se pode conquistar, a PAZ não pode ser o resultado da
violência. A PAZ somente advém a nós quando dissolvemos o
EU, quando destruímos dentro de nós mesmos todos os fatores
PSICOLÓGICOS que produzem guerras.
Se queremos PAZ temos que contemplar, temos que estudar,
temos que ver o quadro total e não unicamente uma parte do
mesmo.
A PAZ nasce em nós quando mudamos radicalmente de forma
íntima.
A questão de controles, organismos PRÓ PAZ, pacificações, etc.,
são detalhes isolados, pontos no oceano da vida, frações
isoladas do quadro total da EXISTÊNCIA, que jamais podem
resolver o problema da PAZ em sua forma radical, total e
definitiva.
Devemos olhar o quadro em sua forma completa, o problema do
mundo é o problema do indivíduo; se o INDIVÍDUO não tem PAZ
em seu interior, a sociedade, o mundo, viverá em guerra
inevitavelmente.
Os mestres e mestras de escolas, colégios, universidades devem
trabalhar pela PAZ, a menos que amem a BARBÁRIE e a
VIOLÊNCIA.
É urgente, é indispensável assinalar para os alunos e alunas da
nova geração o caminho a seguir, o caminho íntimo que pode
conduzir-nos com inteira exatidão à PAZ autêntica do coração
tranquilo.
As pessoas não sabem compreender realmente o que é a
verdadeira PAZ interior e somente querem que ninguém se
atravesse em seu caminho, que não lhes moleste, mesmo
quando são tomadas por sua própria conta e risco o direito de
estorvar, de molestar e de amargar a vida de seus semelhantes.
As pessoas jamais experimentaram a PAZ verdadeira e somente
têm sobre esta, opiniões absurdas, ideais românticos, conceitos
equivocados.
Para os ladrões, a PAZ seria a felicidade de poder roubar
impunemente sem que a polícia atravessasse seu caminho. Para
os contrabandistas, a PAZ seria poder colocar seu contrabando
em todas as partes sem que as autoridades os impedissem. Para
os exploradores do povoado, a PAZ seria vender bem caro,
explorando a destra e a sinistra sem que os inspetores oficiais do
governo lhes proibissem. Para as prostitutas, a PAZ seria gozar
em seus leitos de prazer e explorar a todos os homens
livremente sem que as autoridades de salubridade ou da polícia
interviessem para nada em sua vida.
Cada um forma na mente cinquenta mil fantasias absurdas sobre
a PAZ. Cada um pretende levantar a seu redor um muro egoísta
de ideias falsas, crenças, opiniões e absurdos conceitos sobre o
que é a PAZ.
Cada um quer PAZ a seu modo, de acordo com seus desejos,
seus gostos, a seus hábitos, costumes equivocados, etc. Cada
um quer autoencerrar-se dentro de um muro protetor, fantástico,
com o propósito de viver sua própria PAZ erradamente
concebida.
A pessoa luta pela PAZ, a deseja, a quer, mas não sabe o que é
a PAZ.
As pessoas somente querem que não lhes estorvem, pode fazer
cada um suas diabruras muito tranquilamente e com total
liberdade. Isso é o que chamam PAZ.
Não importa que diabruras façam as pessoas, cada um acredita
que o que faz é bom. As pessoas encontram justificativa até para
os piores delitos. Se o bêbado está triste bebe porque está triste.
Se o bêbado está alegre bebe porque está alegre. O bêbado
sempre justifica o vício do álcool. Assim são todas as pessoas,
para todo delito encontram justificativa, ninguém se considera
perverso, todos se consideram justos e honrados.
Existem muitos vagabundos que supõem erradamente que a
PAZ é poder viver sem trabalhar, muito tranquilamente e sem
esforço algum em um mundo cheio de fantasias românticas
maravilhosas.
Sobre a PAZ existem milhões de opiniões e conceitos
equivocados. Neste mundo doloroso em que vivemos: cada um
busca sua fantástica PAZ, a paz de suas opiniões. As pessoas
querem ver no mundo a paz de seus sonhos, seu tipo especial de
paz, embora dentro de si mesmas cada um leve em seu interior
os fatores psicológicos que produzem guerras, inimizades,
problemas de todo tipo.
Por estes tempos de crise mundial, todo aquele que quer tornarse famoso funda organizações PRÓ-PAZ, faz propaganda e se
converte em paladino da PAZ. Não devemos esquecer que
muitos políticos raposas ganharam o prêmio NOBEL da PAZ,
embora tenham por sua conta, todo um cemitério e que de uma
ou outra forma tenham mandado assassinar secretamente muitas
pessoas, quando se viram em perigo de ser eclipsados.
Existem também verdadeiros mestres da humanidade que se
sacrificam ensinando em todos os lugares da terra a Doutrina da
Dissolução do EU.
Esses mestres sabem por experiência própria que somente
dissolvendo o Mefistófeles que levamos dentro de nós, advém a
nós a paz do coração.
Enquanto existir dentro de cada indivíduo o ódio, a cobiça, a
inveja, os ciúmes, o espírito aquisitivo, a ambição, a ira, o
orgulho, etc., etc., haverá guerras inevitavelmente.
Conhecemos a muitas pessoas no mundo que consideram ter
encontrado a PAZ.
Quando estudamos a fundo essas pessoas, pudemos evidenciar
que nem remotamente conhecem a PAZ e que somente se
encerraram dentro de algum hábito solitário e consolador, ou
dentro de alguma crença especial, etc., mas realmente ditas
pessoas não experimentaram nem remotamente o que é a
verdadeira PAZ do coração tranquilo. Realmente essas pobres
pessoas somente fabricaram uma paz artificial que em sua
ignorância confundem com a AUTÊNTICA PAZ DO CORAÇÃO.
É absurdo buscar a PAZ dentro dos muros equivocados de
nossos preconceitos, crenças, desejos, hábitos, etc.
Enquanto dentro da mente existir os fatores psicológicos que
produzem inimizades, problemas, guerras, não haverá PAZ
verdadeira.
A PAZ autêntica
compreendida.
vem
da
beleza
legítima
sabiamente
A beleza do coração tranquilo exala o perfume delicioso da
verdadeira PAZ interior.
É urgente compreender a beleza da amizade e o perfume da
cortesia.
É urgente compreender a beleza da linguagem. É necessário que
nossas palavras levem em si mesmas a substância da
sinceridade. Não devemos usar jamais palavras arrítmicas,
desarmoniosas, grosseiras, absurdas.
Cada palavra deve ser uma verdadeira sinfonia, cada frase deve
estar cheia de beleza espiritual. É tão ruim falar quando se deve
calar, e calar quando se deve falar. Há silêncios delituosos e há
palavras infames.
Há vezes que falar é um delito, há vezes que calar também é
outro delito. Um deve falar quando deve falar e calar quando
deve calar.
Não joguemos com a palavra porque esta é de grave
responsabilidade.
Toda palavra deve ser pesada antes de articular-se porque cada
palavra pode produzir no mundo muito de útil e muito de inútil,
muito benefício ou muito dano.
Devemos cuidar de nossos gestos, comportamento, vestuário e
atos de toda espécie. Que nossos gestos, que nosso vestir,
modo de sentar-nos à mesa, maneira de comportar-nos ao
comer, forma de atender às pessoas na sala, no escritório, na
rua, etc., estejam sempre cheios de beleza e harmonia.
É necessário compreender a beleza da bondade, sentir a beleza
da boa música, amar a beleza da arte criativa, refinar nossa
maneira de pensar, sentir e atuar.
A suprema beleza somente pode nascer em nós quando tiver
morrido o EU de forma radical, total e definitiva.
Nós somos feios, horríveis, asqueantes enquanto tenhamos
dentro e bem vivo o EU PSICOLÓGICO. A beleza de forma
íntegra é impossível em nós enquanto existir o EU
PLURALIZADO.
Se queremos PAZ autêntica devemos reduzir o EU a poeira
cósmica. Somente assim haverá em nós beleza interior. Dessa
beleza nascerá em nós o encanto do amor e a verdadeira PAZ
do coração.
A PAZ CRIADORA trás ordem dentro de um mesmo, elimina a
confusão e nos enche de legítima felicidade.
É necessário saber que a mente não pode compreender o que é
a verdadeira PAZ. É urgente entender que a paz do coração
tranquilo não chega a nós mediante o esforço, ou pelo fato de
pertencer a alguma sociedade ou organização dedicada a fazer
propaganda de PAZ.
A paz autêntica advém a nós de forma totalmente natural e
simples quando reconquistamos a inocência na mente e no
coração, quando voltamos a ser como crianças delicadas e
belas, sensíveis a todo o belo como a todo o feio, a todo o bom
como a todo o mal, a todo o doce como a todo o amargo.
É necessário reconquistar a infância perdida, tanto na mente
como no coração.
A PAZ é algo imenso, extenso, infinito, não é algo formado pela
mente não pode ser o resultado de um capricho nem o produto
de uma ideia. A paz é uma substância atômica que está mais
além do bem e do mal, uma substância que está muito além de
toda moral, uma substância que emana das próprias entranhas
do ABSOLUTO.
CAPITULO XVIII
A VERDADE
Desde a infância e juventude começa a Via-crúcis de nossa
miserável existência com muitas torções mentais, íntimas
tragédias de família, contrariedades no lar e na escola, etc.
É claro que na infância e juventude, salvo muito raras exceções,
todos estes problemas não conseguem nos afetar de forma
realmente profunda, mas quando já nos tornamos pessoas mais
velhas, começam as interrogações: Quem sou eu? De onde
venho? Por que tenho que sofrer? Qual é o objetivo desta
existência? Etc., etc., etc.
Todos no caminho da vida fizemos estas perguntas, todos
alguma vez quisemos investigar, inquirir, conhecer o “porquê” de
tantas amarguras, decepções, lutas e sofrimentos, mas
desgraçadamente sempre terminamos engarrafados em alguma
teoria, em alguma opinião, em alguma crença no que disse o
vizinho, no que nos respondeu algum velho decrépito, etc.
Perdemos a inocência verdadeira e a paz do coração tranquilo e
por isso não somos capazes de experimentar diretamente a
verdade em toda sua crueza, dependemos do que digam os
demais e é claro que vamos pelo caminho errado.
A sociedade capitalista condena radicalmente os ateus, aos que
não acreditam em Deus.
A Sociedade Marxista-Leninista condena os que SIM acreditam
em DEUS, mas no fundo ambas as coisas são o mesmo, questão
de opiniões, caprichos da pessoa, projeções da mente. Nem a
credulidade, nem a incredulidade, nem o ceticismo, significam ter
experimentado a verdade.
A mente pode dar-se ao luxo de acreditar, duvidar, opinar, fazer
conjecturas, etc., mas isso não é experimentar a verdade.
Também podemos nos dar ao luxo de acreditar no sol ou de não
acreditar nele e até de duvidar dele, mas o astro rei seguirá
dando luz e vida a todo o existente sem que nossas opiniões
tenham para ele a menor importância.
Atrás da crença cega, atrás da incredulidade e do ceticismo, se
escondem muitos matizes de falsa moral e muitos conceitos
equivocados de falsa respeitabilidade a cuja sombra se fortalece
o EU.
A sociedade de tipo capitalista e a sociedade de tipo comunista
tem cada uma a seu modo e de acordo com seus caprichos,
preconceitos e teorias, seu tipo especial de moral. O que é moral
dentro do bloco capitalista é imoral dentro do bloco comunista e
vice-versa.
A moral depende dos costumes, do lugar, da época. O que em
um país é moral em outro país é imoral e o que em uma época
foi moral, em outra época é imoral. A moral não tem valor
essencial algum, analisando-a a fundo, é estúpida em cem por
cento.
A educação fundamental não ensina moral, a educação
fundamental ensina ÉTICA REVOLUCIONÁRIA e isso é o que
precisam as novas gerações.
Desde a noite aterrorizante dos séculos, em todos os tempos,
sempre houve homens que se afastavam do mundo para buscar
a VERDADE.
É absurdo afastar-se do mundo para buscar a VERDADE porque
ela se encontra dentro do mundo e dentro do homem aqui e
agora.
A VERDADE é o desconhecido de momento a momento e não é
separando-nos do mundo nem abandonando nossos
semelhantes que podemos descobri-la.
É Absurdo dizer que toda verdade é meia-verdade e que toda
verdade é meio erro.
A VERDADE é radical e É ou não É, jamais pode ser meia,
jamais pode ser meio erro.
É absurdo dizer: a VERDADE é do tempo e que o que em um
tempo foi em outro tempo não o É.
A VERDADE nada tem a ver com o tempo. A VERDADE é
ATEMPORAL. O EU é tempo e, portanto não pode conhecer a
VERDADE.
É absurdo supor verdades convencionais, temporais, relativas.
As pessoas confundem os conceitos e opiniões com isso que é a
VERDADE.
A VERDADE nada tem a ver com as opiniões nem com as assim
chamadas verdades convencionais, porque estas são
unicamente projeções ordinárias da mente.
A VERDADE é o desconhecido de momento a momento e
somente pode ser experimentada na ausência do EU psicológico.
A verdade não é questão de sofismas, conceitos, opiniões. A
verdade somente pode ser conhecida através da experiência
direta.
A mente somente pode opinar e as opiniões nada têm a ver com
a verdade.
A mente jamais pode conceber a VERDADE.
Os mestres, mestras de escolas, colégios, universidades, devem
experimentar a verdade e assinalar o caminho para seus
discípulos e discípulas.
A VERDADE é questão de experiência direta, não questão de
teorias, opiniões ou conceitos.
Podemos e devemos estudar, mas é urgente experimentar por si
mesmos e de forma direta o que haja de verdade em cada teoria,
conceito, opinião, etc., etc., etc.
Devemos estudar, analisar, inquirir, mas também precisamos
com URGÊNCIA inadiável experimentar a VERDADE contida em
tudo aquilo que estudamos.
É impossível experimentar a VERDADE enquanto a mente se
encontre agitada, convulsionada, atormentada pelas opiniões
contrapostas.
Somente é possível experimentar a VERDADE quando a mente
está quieta, quando a mente está em silêncio.
Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades,
devem indicar aos alunos e alunas o caminho da meditação
interior profunda.
O caminho da meditação interior profunda nos conduz até a
quietude e silêncio da mente.
Quando a mente está quieta, vazia de pensamentos, desejos,
opiniões, etc., quando a mente está em silêncio advém a nós a
verdade.
CAPITULO XIX
A INTELIGÊNCIA
Pudemos verificar que muitos mestres e mestras da História
Universal no ocidente do mundo costumam zombar do BUDDHA,
Confúcio, Maomé, Hermes, Quetzalcoatl, Moisés, Krishina, etc.
Fora de toda dúvida também pudemos comprovar até a
saciedade, o sarcasmo, a zombaria, a ironia lançada por mestres
e mestras contra as religiões antigas, contra os deuses, contra a
mitologia, etc. Tudo isso é precisamente falta de inteligência.
Nas escolas, colégios e universidades, se deveria tratar sobre os
temas religiosos, com mais respeito, com alto sentido de
veneração, com verdadeira inteligência criadora.
As formas religiosas conservam os valores eternos e estão
organizadas de acordo com as necessidades psicológicas e
históricas de cada povo, de cada raça.
Todas as religiões têm os mesmos princípios, os mesmos valores
eternos e somente se diferenciam na forma.
Não é inteligente que um cristão zombe da religião do Buddha ou
da religião Hebraica ou Hinduísta porque todas as religiões
descansam sobre os mesmos fundamentos.
As sátiras de muitos intelectuais contra as religiões e seus
fundadores se devem ao veneno MARXISTA que nestes tempos
está intoxicando todas as mentes débeis.
Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades
devem orientar seus alunos e alunas, pelo caminho do
verdadeiro respeito a nossos semelhantes.
É a todas as luzes, perverso e indigno o grosseirão que em nome
de uma teoria de qualquer tipo, zombe dos templos, religiões,
seitas, escolas ou sociedades espirituais.
Ao abandonar as classes de estudo os estudantes têm que lidar
com pessoas de todas as religiões, escolas, seitas e não é
inteligente que nem sequer saibam ter a devida compostura em
um templo.
Ao abandonar as aulas depois de dez ou quinze
estudos, os jovens e senhoritas se encontram tão
adormecidos como os demais seres humanos,
profundidade e de inteligência como no primeiro
ingressaram na escola.
anos de
lerdos e
falta de
dia que
É urgente que os estudantes entre outras coisas desenvolvam o
centro emocional porque tudo não é intelecto. Faz-se necessário
aprender a sentir as íntimas harmonias da vida, a beleza da
árvore solitária, o canto do passarinho no bosque, a sinfonia de
música e cores de um belo ocaso.
Também é necessário sentir e compreender profundamente
todos os horríveis contrastes da vida, como são a ordem social
cruel e impiedosa desta época em que vivemos, as ruas cheias
de mães infelizes que com seus filhos desnutridos e famintos
mendigam um pedaço de pão, os feios edifícios onde vivem
milhares de famílias pobres, as estradas repugnantes por onde
circulam milhares de carros impulsionados com esses
combustíveis que danificam os organismos, etc.
O estudante que abandona as aulas tem que enfrentar não
somente seu próprio egoísmo e seus próprios problemas, mas
também o egoísmo de todas as pessoas e com os múltiplos
problemas da sociedade humana.
O mais grave de tudo é que o estudante que abandona as aulas,
mesmo tendo preparo intelectual, não tem inteligência, sua
consciência está adormecida, está deficientemente preparado
para a luta com a vida.
É chegada a hora de investigar e descobrir que é isso que se
chama INTELIGÊNCIA. O dicionário, a enciclopédia, são
impotentes para definir seriamente a INTELIGÊNCIA.
Sem inteligência jamais pode existir transformação radical nem
felicidade verdadeira e é muito raro na vida encontrar pessoas
verdadeiramente inteligentes.
O mais importante na vida não é somente conhecer a palavra
INTELIGÊNCIA, mas experimentar em nós mesmos seu
profundo significado.
Muitos são os que se consideram inteligentes, não há um bêbado
que não se considere inteligente e Carlos Marx, acreditando-se a
si mesmo muito inteligente, escreveu sua farsa materialista que
custou ao mundo a perda dos valores eternos, o fuzilamento de
milhares de sacerdotes de distintas religiões, a violação de
monjas, Budistas, Cristãs, etc., a destruição de muitos templos, a
tortura de milhares e milhões de pessoas, etc., etc., etc.
Qualquer um pode considerar-se inteligente, o mais difícil é sê-lo
verdadeiramente.
Não é adquirindo mais informação livresca, mais conhecimentos,
mais experiência, mais coisas para deslumbrar as pessoas, mais
dinheiro para comprar juízes e polícias; etc., que se vai lograr isto
que se chama INTELIGÊNCIA.
Não é com esse MAIS, que se pode chegar a ter INTELIGÊNCIA.
Equivocam-se aqueles que supõem que a inteligência pode ser
conquistada com o processo do MAIS.
É urgente compreender a fundo e em todos os terrenos da mente
subconsciente e inconsciente, o que é esse pernicioso processo
do MAIS, porque no fundo se oculta muito secretamente o
querido EGO, o EU, o MIM MESMO, que deseja e quer sempre
MAIS e MAIS para engordar e fortalecer-se.
Este Mefistófeles que levamos dentro de nós, este SATÃ, este
EU, disse: “EU tenho MAIS dinheiro, mais beleza, mais
inteligência que aquele, mais prestígio, mais astúcia, etc. etc.
etc.”
Quem quiser de verdade compreender o que é a INTELIGÊNCIA,
deve aprender a senti-la, deve vivenciá-la e experimentá-la
através da meditação profunda.
Tudo o que as pessoas acumulam entre o túmulo podre da
memória infiel, informação intelectual, experiências da vida, se
traduz sempre fatalmente no termo de MAIS e MAIS. De maneira
que nunca chegam a conhecer o profundo significado de tudo
isso que acumulam.
Muitos leem um livro e logo o depositam entre a memória
satisfeitos por ter acumulado mais informação, mas quando se
lhe chamam para responder pela doutrina escrita no livro que
leram, resulta que desconhecem o profundo significado do
ensinamento, mas o EU quer mais e mais informação, mais e
mais livros ainda quando não tenha vivenciado a doutrina de
nenhum deles.
A inteligência não se consegue com mais informação livresca,
nem com mais experiência, com mais dinheiro, nem com mais
prestígio, a inteligência pode florescer em nós quando
compreendemos todo o processo do EU, quando entendemos a
fundo todo esse automatismo psicológico do MAIS.
É indispensável compreender que a mente é o centro básico do
MAIS. Realmente esse MAIS é o mesmo EU psicológico que
exige e a mente é seu núcleo fundamental.
Quem quiser ser inteligente de verdade, deve resolver-se a
morrer não somente no nível intelectual superficial, mas também
em todos os terrenos subconscientes e inconscientes da mente.
Quando o EU morre, quando o EU se dissolve totalmente o único
que fica dentro de nós é o SER autêntico, o SER verdadeiro, a
legítima inteligência tão cobiçada e tão difícil.
As pessoas acreditam que a mente é criadora, estão
equivocadas. O EU não é criador e a mente é o núcleo básico do
EU.
A inteligência é criadora porque ela é do SER, é um atributo do
SER. Não devemos confundir a mente com a INTELIGÊNCIA.
Estão errados de PLANO e de forma radical, aqueles que
supõem que a INTELIGÊNCIA é algo que pode ser cultivado
como flor de estufa. Ou algo que se possa comprar como se
compram os títulos de nobreza ou possuindo uma formidável
biblioteca.
É necessário compreender profundamente todos os processos
da mente, todas as reações, esse MAIS psicológico que
acumula, etc. Somente assim brota em nós de forma natural e
espontânea a labareda ardente da INTELIGÊNCIA.
Conforme o Mefistófeles que levamos dentro vai se dissolvendo,
o fogo da inteligência criadora vai se manifestando pouco a
pouco dentro de nós, até brilhar abrasadoramente.
Nosso verdadeiro SER é o AMOR e desse AMOR nasce a
autêntica e legítima INTELIGÊNCIA que não é do tempo.
CAPITULO XX
A VOCAÇÃO
À exceção das pessoas totalmente inválidas, todo ser humano
tem que servir para algo na vida, o mais difícil é saber para que
serve cada indivíduo.
Se há algo verdadeiramente importante neste mundo, é conhecer
a si mesmos, raro é aquele que conhece a si mesmo e embora
quando pareça incrível, é difícil encontrar na vida alguma pessoa
que tenha desenvolvido o sentido vocacional.
Quando alguém está plenamente convencido do papel que tem
que representar na existência, faz então de sua vocação um
apostolado, uma religião, e se converte de fato e por direito
próprio, em um apóstolo da humanidade.
Quem conhece sua vocação ou quem chega a descobrir por si
mesmo, passa por uma mudança tremenda, já não busca o
sucesso, pouco lhe interessa o dinheiro, a fama, a gratidão, seu
prazer está então na dita que lhe proporciona o haver respondido
a um chamado íntimo, profundo, ignoto de sua própria essência
interior.
O mais interessante de tudo isto é que o sentido VOCACIONAL
nada tem a ver com o EU, pois embora pareça estranho o EU
aborrece nossa própria vocação porque o EU somente apetece
proveitosas entradas monetárias, posição, fama, etc.
O sentido da VOCAÇÃO é algo que pertence a nossa própria
ESSÊNCIA INTERIOR; é algo muito de dentro, muito profundo,
muito íntimo.
O sentido vocacional leva o homem a empreender com
verdadeiro esforço e desinteresse verdadeiro as mais tremendas
empresas às custas de todo tipo de sofrimentos e calvários. É,
portanto apenas normal que o EU aborreça a verdadeira
vocação.
O sentido da VOCAÇÃO nos conduz de fato pelo caminho do
heroísmo legítimo, ainda quando tenhamos que suportar
estoicamente todo tipo de infâmias, traições e calúnias.
O dia que um homem puder dizer a verdade: “EU SEI QUEM
SOU E QUAL É MINHA VERDADEIRA VOCAÇÃO”, a partir
desse instante começará a viver com verdadeira retidão e amor.
Um homem assim vive em sua obra e sua obra nele.
Realmente somente são muito poucos os homens que podem
falar assim, com verdadeira sinceridade de coração. Aqueles que
assim falam são os seletos, aqueles que têm em grau superlativo
o sentido da VOCAÇÃO.
Encontrar nossa verdadeira VOCAÇÃO É SEM QUALQUER
DÚVIDA, o problema social mais grave, o problema que se
encontra na mesma base de todos os problemas da sociedade.
Encontrar ou descobrir nossa verdadeira vocação individual
equivale de fato, a descobrir um tesouro muito precioso.
Quando um cidadão encontra com toda certeza e sem qualquer
dúvida seu verdadeiro e legítimo ofício, faz-se por este só fato
INSUBSTITUÍVEL.
Quando nossa vocação corresponde totalmente e de forma
absoluta ao posto que estamos ocupando na vida, exercemos
então nosso trabalho como um verdadeiro apostolado, sem
ganância alguma e sem desejo de poder.
Então o trabalho em vez de nos produzir ganância, tédio ou
desejos de mudar de ofício, nos trás dita verdadeira, profunda,
íntima, ainda quando tenhamos que suportar pacientemente
dolorosas vias-crúcis.
Na prática pudemos verificar que quando o posto não
corresponde à VOCAÇÃO do indivíduo, então este somente
pensa em função do MAIS.
O mecanismo do EU é o MAIS. Mais dinheiro, mais fama, mais
projetos, etc. etc., etc. e como é apenas natural o sujeito costuma
tornar-se hipócrita, explorador, cruel, impiedoso, intransigente,
etc.
Se estudarmos a burocracia detidamente podemos comprovar
que rara vez na vida o posto corresponde à vocação individual.
Se estudarmos de forma minuciosa os distintos grêmios do
proletariado, podemos evidenciar que em muito raras ocasiões o
ofício corresponde à VOCAÇÃO individual.
Quando observamos cuidadosamente às classes privilegiadas, já
sejam essas do leste ou do oeste do mundo, podemos evidenciar
a falta total do sentido VOCACIONAL. As chamadas “CRIANÇAS
DE BEM” agora assaltam a mão armada, violam mulheres
indefesas, etc. para matar o tédio. Não tendo encontrado seu
posto na vida, andam desorientados e se convertem em
REBELDES SEM CAUSA como para “variar um pouco”.
É espantoso o estado Caótico da humanidade nestes tempos de
crise mundial.
Ninguém esta contente com seu trabalho porque o posto não
corresponde à vocação, chovem solicitações de emprego porque
ninguém tem vontade de morrer de fome, mas as solicitações
não correspondem à VOCAÇÃO daqueles que solicitam.
Muitos motoristas deveriam ser médicos ou engenheiros. Muitos
advogados deveriam ser ministros e muitos ministros deveriam
ser alfaiates. Muitos engraxates deveriam ser ministros e muitos
ministros deveriam ser engraxates, etc., etc.
As pessoas estão em postos que não lhes correspondem, que
nada tem a ver com sua verdadeira VOCAÇÃO individual, devido
a isto a máquina social funciona pessimamente. Isto é
semelhante a um motor que estivesse estruturado com peças
que não lhe corresponde e o resultado tem que ser
inevitavelmente o desastre, o fracasso, o absurdo.
Na prática pudemos comprovar até a saciedade que quando
alguém não tem disposição VOCACIONAL para ser guia,
instrutor religioso, líder político ou diretor de alguma associação
espiritualista, científica, literária, filantrópica, etc., então somente
pensa em função do MAIS e se dedica a fazer projetos e mais
projetos com propósitos secretos inconfessáveis.
É óbvio que quando o posto não corresponde à VOCAÇÃO
individual o resultado é a exploração.
Nestes tempos terrivelmente materialistas em que vivemos, o
posto de mestre está sendo arbitrariamente ocupado por muitos
comerciantes que nem remotamente têm VOCAÇÃO para o
Magistério. O resultado de semelhante infâmia é a exploração,
crueldade e falta de verdadeiro amor.
Muitos sujeitos exercem o magistério exclusivamente com o
propósito de conseguir dinheiro para pagar seus estudos na
Faculdade de Medicina, Direito ou Engenharia ou simplesmente
porque não encontram nada mais para fazer. As vítimas de
semelhante fraude intelectual são os alunos e alunas.
O verdadeiro mestre vocacional hoje em dia é muito difícil
encontrá-lo e é a maior dita que podem chegar a ter os alunos e
alunas de escolas, colégios e universidades.
A VOCAÇÃO do mestre está sabiamente traduzida por aquela
peça de prosa comovedora de GABRIELA MISTRAL intitulada a
“ORAÇÃO DA MESTRA”. A mestra da província disse dirigindose ao DIVINO, ao MESTRE SECRETO:
"Dê-me o amor único de minha escola: que nem a queimadura
da beleza seja capaz de roubar-lhe minha ternura de todos os
instantes. Mestre, faça-me duradouro o fervor e passageiro o
desencanto. Arranque de mim este desejo impuro de mal
entendida justiça que ainda me turva, a mesquinha insinuação de
protesto que sobe em mim quando me ferem, não me doa a
incompreensão nem me entristeça o esquecimento das que
ensinei".
"Dê-me o ser mais mãe que as mães, para poder amar e
defender como elas o que NÃO é carne de minhas carnes. Dême alcance para fazer de uma de minhas meninas meu verso
perfeito e para deixar nela cravado minha mais penetrante
melodia, para quando meus lábios não cantem mais".
"Mostre-me ser possível teu Evangelho em meu tempo, para que
não renuncie à batalha de cada dia e de cada hora por ele".
Quem pode medir a influência psíquica maravilhosa de um
mestre assim inspirado com tanta ternura, pelo sentido de sua
VOCAÇÃO?
O indivíduo encontra sua vocação por uma destas três vias:
primeira: O AUTODESCOBRIMENTO de uma capacidade
especial. Segunda: a visão de uma necessidade urgente.
Terceira: a direção muito rara dos pais e mestres que
descobriram a VOCAÇÃO do aluno ou aluna mediante a
observação de suas aptidões.
Muitos indivíduos descobriram sua VOCAÇÃO em determinado
momento crítico de sua vida, frente a uma situação séria que
reclamava remédio imediato.
GHANDI era um advogado qualquer, quando devido a um
atentado contra os direitos dos Hindus na África do Sul fez
cancelar sua passagem de volta à Índia e ficou para defender a
causa de seus compatriotas. Uma necessidade momentânea
encaminhou-lhe até a VOCAÇÃO de toda sua vida.
Os grandes benfeitores da humanidade encontraram sua
VOCAÇÃO ante uma crise situacional, que reclamava remédio
imediato. Recordamos de OLIVERIO CROMMELL, o pai das
liberdades inglesas; Benito Juárez, o forjador do novo México;
José de San Martin e Simón Bolívar, pais da independência Sulamericana etc., etc.
JESUS o CRISTO, BUDHA, MAOMÉ, HERMES, ZOROASTRO,
CONFÚCIO, FUHI, etc., foram homens que em determinado
momento da história souberam compreender sua verdadeira
VOCAÇÃO e se sentiram chamados pela voz interior que emana
do ÍNTIMO.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é chamada a descobrir por
diversos métodos, a capacidade latente dos estudantes. Os
métodos que a pedagogia extemporânea está utilizando nestes
tempos para descobrir a VOCAÇÃO dos alunos e alunas são,
sem dúvida nenhuma, cruéis, absurdos e impiedosos.
Os questionários VOCACIONAIS foram elaborados por
comerciantes que arbitrariamente ocupam o posto de mestres.
Em alguns países antes de entrar para preparatórios e
VOCACIONAIS, os alunos se submetem às crueldades
psicológicas mais horríveis. Fazem-lhes perguntas sobre
matemática, civismo, biologia, etc.
O mais cruel destes métodos são os famosos TESTES
psicológicos, índice Q.I., intimamente relacionados com a
prontidão mental.
De acordo com o tipo de resposta, segundo se qualifiquem, o
estudante é então engarrafado em um dos três bacharelados.
Primeiro: Físico- Matemáticos. Segundo: Ciências Biológicas.
Terceiro: Ciências Sociais.
Dos Físico-Matemáticos saem Engenheiros, Arquitetos,
Astrônomos, Aviadores, etc.(Rodrigo, aqui seria interessante
vermos como foi que a outra editora traduziu ”Físicomatemáticos” se com traço ou sem traço.)Temos que rever esta.)
Das Ciências Biológicas saem Farmacêuticas, Enfermeiras,
Biólogos, Médicos, etc.
Das Ciências Sociais saem Advogados, Literatos, Doutores em
Filosofia e Letras, diretores de Empresas, etc.
O plano de estudo em cada país é diferente e é claro que não
existem em todos os países três bacharelados diferentes. Em
muitos países somente existe um bacharelado e terminado este,
o aluno passa para a Universidade.
Em algumas nações não se examina a capacidade
VOCACIONAL do estudante e este ingressa na faculdade com o
desejo de ter uma profissão para ganhar a vida, ainda quando
esta não coincida com suas tendências inatas, com seu sentido
VOCACIONAL.
Há países onde é examinada a capacidade VOCACIONAL dos
estudantes e há nações onde não são examinadas. Absurdo é
não saber orientar VOCACIONALMENTE os estudantes, não
examinar suas capacidades e tendências inatas. Estúpidos são
os questionários VOCACIONAIS e todo esse jargão de
perguntas, TESTES PSICOLÓGICOS, índice Q.I., etc.
Esses métodos de exames VOCACIONAIS não servem porque a
mente tem seus momentos de crise e se o exame ocorre em um
momento desses, o resultado é o fracasso e desorientação do
estudante.
Os mestres puderam verificar que a mente dos alunos têm, como
o mar, suas altas e baixas marés, seus plus e seus minus. Existe
um Biorritmo nas glândulas masculinas e femininas. Também
existe um Biorritmo para a mente.
Em determinadas épocas as glândulas masculinas se encontram
em PLUS e as femininas em MINUS e vice-versa. A mente tem
também seu PLUS e MINUS.
Quem quiser conhecer a ciência do BIORRITMO lhe indicamos
que estude a famosa obra intitulada BIORRITMO escrita pelo
eminente sábio GNÓSTICO ROSA-CRUZ, Doutor Arnold Krumm
Heller, Médico coronel do Exército Mexicano e Professor de
Medicina da Faculdade de Berlim.
Nós afirmamos enfaticamente, que uma crise emocional ou um
estado de nervosismo psíquico ante a difícil situação de um
exame, pode levar um estudante ao fracasso durante o exame
pré-vocacional.
Nós afirmamos que um abuso qualquer do centro do movimento
produzido talvez pelo esporte, por uma excessiva caminhada, ou
por um trabalho físico árduo, etc. pode originar crise
INTELECTUAL embora a mente se encontre em PLUS, e
conduzir o estudante ao fracasso durante um exame prévocacional.
Nós afirmamos que uma crise qualquer relacionada com o centro
instintivo, talvez em combinação com o prazer sexual, ou com o
centro emocional, etc., pode levar o estudante ao fracasso
durante um exame pré-vocacional.
Nós afirmamos que uma crise sexual qualquer, uma síncope de
sexualidade reprimida, um abuso sexual, etc., pode exercer sua
influência desastrosa sobre a mente levando-a ao fracasso
durante um exame pré-vocacional.
A educação fundamental ensina que os germes vocacionais se
encontram depositados, não somente no centro intelectual mas
também em cada um dos outros quatro centros da Psicofisiologia
da máquina orgânica.
É urgente levar em conta os cinco centros psíquicos chamados
Intelecto, Emoção, Movimento, Instinto e Sexo. É absurdo pensar
que o intelecto é o único centro de Cognição. Se examina-se
exclusivamente o centro intelectual com o propósito de descobrir
as atitudes vocacionais de determinado sujeito, além de cometerse uma grave injustiça que resulta de fato muito prejudicial para o
indivíduo e para a sociedade, se incorre em um erro porque os
germes da vocação não somente se encontram contidos no
centro intelectual mas também, aliás, em cada um dos outros
quatro centros Psicofisiológicos do indivíduo.
O único caminho óbvio que existe para descobrir a verdadeira
vocação dos alunos e alunas é o AMOR VERDADEIRO.
Se pais de família e mestres se associassem de mútuo acordo
para investigar no lar e na escola, para observar detalhadamente
todos os atos dos alunos e alunas, poderia descobrir as
tendências inatas de cada aluno e aluna.
Esse é o único caminho óbvio que permitirá a pais de família e
mestres descobrir o sentido vocacional dos alunos e alunas.
Isto exige AMOR verdadeiro de pais e mestres e é óbvio que se
não existe amor verdadeiro dos pais e mães de família e
autênticos mestres vocacionais capazes de sacrificar-se de
verdade por seus discípulos e discípulas, tal empresa resulta
então impraticável.
Se os governos querem de verdade salvar a sociedade,
necessitam expulsar os mercadores do templo com o látego da
vontade.
Deve iniciar-se uma nova época cultural difundindo por toda parte
a doutrina da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
Os estudantes devem defender seus direitos valorosamente e
exigir dos governos, verdadeiros mestres vocacionais.
Felizmente existe a arma formidável das greves e os estudantes
têm essa arma.
Em alguns países já existem dentro das escolas, colégios e
universidades, certos mestres orientadores que realmente não
são vocacionais, o posto que ocupam não coincidem com suas
tendências inatas. Estes mestres não podem orientar os demais
porque nem a si mesmos puderam orientar-se.
Precisa-se com urgência de verdadeiros mestres vocacionais
capazes de orientar inteligentemente os alunos e alunas.
É necessário saber que devido à pluralidade do EU, o ser
humano representa automaticamente diversos papéis no teatro
da vida. Os rapazes e moças têm um papel para a escola, outro
para a rua e outro para o lar.
Querendo descobrir a VOCAÇÃO de um jovem ou uma jovem
tem que observá-los na escola, no lar e ainda na rua.
Este trabalho de observação, somente podem realizá-lo, os pais
e mestres verdadeiros em íntima associação.
Entre a pedagogia antiquada existe também o sistema de
observar qualificações para deduzir vocações. O aluno que se
distinguiu em civismo com as mais altas qualificações é então
classificado como um possível advogado e o que se distinguiu
em biologia se define como um médico em potência, e o que em
matemática, como um possível engenheiro, etc.
Este sistema absurdo para deduzir VOCAÇÕES é demasiado
empírico porque a mente tem seus altos e baixos não somente
na forma total já conhecida, mas também em certos estados
particulares especiais.
Muitos escritores, que na escola foram péssimos estudantes de
gramática se destacaram na vida, como verdadeiros mestres da
linguagem. Muitos engenheiros notáveis tiveram sempre na
escola, as piores qualificações em Matemática e multidão de
médicos foram na escola reprovados em biologia e ciências
naturais.
É lamentável que muitos pais de família em vez de estudar as
aptidões de seus filhos vejam neles a continuação de seu querido
EGO, EU psicológico, MIM MESMO.
Muitos pais advogados querem que seus filhos continuem no
escritório de advocacia e muitos donos de negócios querem que
seus filhos continuem manejando seus interesses egoístas, sem
interessar-lhes no mais mínimo possível o sentido vocacional
deles.
O EU quer sempre subir, elevar-se ao topo da escada, fazer-se
sentir e quando suas ambições fracassam, então querem
conseguir através de seus filhos, o que por si mesmo não
puderam alcançar. Estes pais ambiciosos colocam seus rapazes
e moças em carreiras e postos que nada tem a ver com o sentido
VOCACIONAL destes.
CAPITULO XXI
OS TRÊS CÉREBROS
A Psicologia revolucionária da nova era afirma que a máquina
orgânica do ANIMAL INTELECTUAL falsamente chamado
homem, existe de forma tricentrada ou tricerebrada.
O primeiro cérebro está encerrado na caixa craniana. O segundo
cérebro corresponde concretamente à espinha dorsal com sua
medula central e todos os seus ramos nervosos. O terceiro
cérebro não reside em um lugar definido nem tampouco é um
órgão determinado. Realmente o terceiro cérebro é constituído
pelos plexos nervosos simpáticos e em geral por todos os
centros nervosos específicos do organismo humano.
O primeiro cérebro é o centro pensante. O segundo cérebro é o
centro do movimento, comumente denominado centro motor. O
terceiro cérebro é o centro emocional.
Está completamente demonstrado na prática que todo abuso do
cérebro pensante produz gasto excessivo de energia intelectual.
É, pois lógico afirmar sem temor a dúvidas, que os manicômios
são verdadeiros cemitérios de mortos intelectuais.
Os esportes harmoniosos e equilibrados são úteis para o cérebro
motor, mas o abuso do esporte significa gasto excessivo de
energias motrizes e o resultado costuma ser desastroso. Não é
absurdo afirmar que existem mortos do cérebro motor. Ditos
mortos são conhecidos como enfermos de Hemiplegia,
Paraplegia, Paralisia Progressiva, etc.
O sentido estético, a mística, o êxtase, a música superior, são
necessários para cultivar o centro emocional, mas o abuso de
dito cérebro produz desgaste inútil e desperdício de energias
emocionais. Abusam do cérebro emocional os existencialistas da
“nova onda”, os fanáticos do Rock, os Pseudoartistas sensuais
da arte moderna, os passionários mórbidos da sensualidade,
etc., etc.
Embora pareça incrível, a morte certamente se processa por
terços em cada pessoa. Já está comprovado até a saciedade que
toda enfermidade tem sua base em qualquer um dos três
cérebros.
A grande lei depositou sabiamente em cada um dos três cérebros
do animal intelectual, determinado capital de VALORES VITAIS.
Economizar dito capital significa de fato alongar a vida, mal
gastar dito capital produz a morte.
Tradições arcaicas que chegaram até nós desde a noite
aterradora dos séculos, afirmam que a média da vida humana no
Antigo Continente MU, situado no Oceano Pacífico, oscilava
entre Doze e Quinze Séculos.
Com o passar dos séculos através de todas as idades e o uso
equivocado dos três cérebros foi encurtando a vida pouco a
pouco.
No país ensolarado de KEM… lá no velho Egito dos Faraós a
média de vida humana alcançava já unicamente cento e quarenta
anos.
Atualmente nestes tempos modernos de gasolina e celuloide,
nesta época de existencialismo e rebeldes do Rock, a média da
vida humana segundo algumas companhias de Seguros, é
apenas de cinquenta anos.
Os Senhores Marxista-leninistas da UNIÃO SOVIÉTICA,
fanfarrões e mentirosos como sempre, por aí andam dizendo que
inventaram soros muito especiais para alongar a vida, mas o
velho Kruschev ainda não tem oitenta anos e tem que pedir-lhe
permissão a um pé para levantar o outro.
No centro da ÁSIA existe uma comunidade religiosa constituída
por anciãos que já nem recordam de sua juventude. A média da
vida desses anciãos oscila entre quatrocentos e quinhentos anos.
Todo o Segredo de vida longa destes Monges Asiáticos consiste
no sábio uso dos três cérebros.
O funcionalismo equilibrado e harmonioso dos três cérebros
significa economia dos VALORES VITAIS e como lógica
consequência, prolongação da vida.
Existe uma lei cósmica conhecida como: “IGUALAÇÃO DAS
VIBRAÇÕES DE MUITAS FONTES”. Os Monges de dito
Monastério sabem utilizar dita lei mediante o uso dos três
cérebros.
A pedagogia extemporânea conduz os alunos e alunas ao abuso
do cérebro pensante cujos resultados já conhece a Psiquiatria.
O cultivo inteligente dos três cérebros é EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL. Nas antigas escolas de mistérios da Babilônia,
Grécia, Índia, Pérsia, Egito, etc., os alunos e alunas recebiam
informação integral direta, para seus três cérebros mediante o
preceito, a dança, a música, etc., inteligentemente combinados.
Os teatros dos antigos tempos faziam parte da escola. O drama,
a comédia, a tragédia, combinados com a mímica especial, a
música, o ensinamento oral, etc. Serviam para informar aos três
cérebros de cada indivíduo.
Então os estudantes não abusavam do cérebro pensante e
sabiam usar com inteligência e de forma equilibrada seus três
cérebros.
As danças dos mistérios de Eleusis na Grécia, o teatro na
Babilônia, a escultura na Grécia foram sempre utilizados para
transmitir conhecimentos aos discípulos e discípulas.
Agora nestes tempos degenerados do Rock, os alunos e alunas
confundidos e desorientados andam pelo caminho tenebroso do
abuso mental.
Atualmente não existem verdadeiros sistemas criadores para o
harmonioso cultivo dos três cérebros.
Os mestres e mestras de escolas, colégios e universidades,
somente se dirigem à memória infiel dos aborrecidos estudantes
que esperam com ansiedade a hora de sair da aula.
É urgente, é indispensável saber combinar intelecto, movimento
e emoção com o propósito de levar informação íntegra aos três
cérebros dos estudantes.
É absurdo informar a um só cérebro. O primeiro cérebro não é o
único de cognição. É criminoso abusar do cérebro pensante dos
alunos e alunas.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deverá conduzir os estudantes
pela senda do desenvolvimento harmonioso.
A psicologia revolucionária ensina claramente que os três
cérebros têm três tipos de associações independentes totalmente
distintas. Estas três classes de associações evocam diferentes
tipos de impulsos do ser.
Isto nos dá de fato três personalidades diferentes que não
possuem nada em comum nem em sua natureza nem em suas
manifestações.
A Psicologia revolucionária da nova era ensina que em cada
pessoa existem três aspectos distintos, Com uma parte da
essência psíquica desejamos uma coisa, com outra parte
desejamos algo decididamente diferente e graças à terceira parte
fazemos algo totalmente oposto.
Em um instante de suprema dor, talvez a perda de um ser
querido qualquer outra catástrofe íntima, a personalidade
emocional chega até o desespero enquanto a personalidade
intelectual se pergunta o porquê de toda essa tragédia, e a
personalidade do movimento somente quer fugir da cena.
Estas três personalidades distintas, diferentes, e muitas vezes
até contraditórias, devem ser inteligentemente cultivadas e
instruídas com métodos e sistemas especiais em todas as
escolas, colégios e universidades.
Do ponto de vista psicológico é absurdo educar exclusivamente à
personalidade intelectual. O homem tem três personalidades que
precisam urgentemente da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
CAPITULO XXII
O BEM E O MAL
O BEM e o MAL não existem. Uma coisa é boa quando nos
convém, e má quando não nos convém. O BEM e o MAL é
questão de conveniências egoístas e caprichos da mente.
O homem que inventou os fatídicos termos BEM e MAL foi um
Atlante chamado MAKARI KRONVERNKZYON, membro distinto
da Científica Sociedade AKALDAN, situada no submerso
continente Atlante.
Jamais suspeitou o velho sábio Arcaico o dano tão grave que ia
causar à humanidade, com o invento de suas duas palavrinhas.
Os sábios Atlantes estudaram profundamente todas as forças
EVOLUTIVAS, INVOLUTIVAS e NEUTRAS DA NATUREZA, mas
a este velho sábio ocorreu a ideia de definir as duas primeiras
com os termos BEM e MAL. Às forças do tipo EVOLUTIVO as
chamou de boas e às forças de tipo INVOLUTIVO as batizou com
o termo de más. Às forças neutras não deu nome algum.
Ditas forças se processam dentro do homem e dentro da
natureza sendo a força neutra o ponto de apoio e equilíbrio.
Muitos séculos depois da submersão da ATLÂNTIDA com sua
famosa POISEDONIS da qual Platão fala em sua República,
existiu na civilização oriental, TIKLYAMISHAYANA um sacerdote
antiquíssimo que cometeu o gravíssimo erro de abusar dos
termos BEM e MAL utilizando-os de maneira inconveniente como
base sobre eles uma moral. O nome de dito sacerdote foi
ARMANATOORA.
Com o decorrer da história através dos inumeráveis séculos, a
humanidade viciou-se com estas palavrinhas e converteu-as no
fundamento de todos os seus códigos morais. Hoje em dia estas
duas palavrinhas encontramos até na sopa.
Atualmente há muitos REFORMADORES que querem a
RESTAURAÇÃO MORAL, mas que para desgraça deles e deste
aflito mundo, têm a mente engarrafada entre o BEM e o MAL.
Toda moral fundamenta-se nas palavrinhas BEM e MAL por isso
todo REFORMADOR MORAL é de fato um REACIONÁRIO.
Os termos BEM e MAL servem sempre para JUSTIFICAR ou
CONDENAR nossos próprios erros.
Quem justifica ou condena não compreende. É inteligente
compreender o desenvolvimento das forças EVOLUTIVAS, mas
não é inteligente justificá-las com o termo BOAS. É inteligente
compreender os processos das forças involutivas, mas é
estúpido condená-las com o termo de MÁS.
Toda força centrífuga pode converter-se em força centrípeta.
Toda força involutiva pode transformar-se em EVOLUTIVA.
Dentro dos infinitos processos da energia em estado
EVOLUTIVO existem infinitos processos de energia em estado
INVOLUTIVO.
Dentro de cada ser humano existem distintos tipos de energia
que EVOLUCIONAM, INVOLUCIONAM e se transformam
incessantemente.
Justificar determinado tipo de energia e condenar outro, não é
compreender. O vital é compreender.
A experiência da VERDADE foi muito rara entre a humanidade
devido ao fato concreto do engarrafamento mental. As pessoas
estão engarrafadas entre os opostos BEM e MAL.
A
PSICOLOGIA
REVOLUCIONÁRIA
do
MOVIMENTO
GNÓSTICO baseia-se no estudo dos distintos tipos de energia
que operam dentro do organismo humano e dentro da natureza.
O
MOVIMENTO
GNÓSTICO
tem
uma
ÉTICA
REVOLUCIONÁRIA que nada tem que ver com a moral dos
reacionários nem tampouco com os termos conservadores e
retardatários do BEM e do MAL.
Dentro do laboratório Psicofisiológico do organismo humano
existem forças evolutivas, involutivas e neutras que devem ser
estudadas e compreendidas profundamente.
O termo BEM impede a COMPREENSÃO das energias
EVOLUTIVAS devido à justificativa.
O termo MAL impede a compreensão das forças INVOLUTIVAS
devido à condenação.
Justificar ou condenar não significa compreender. Quem quiser
acabar com seus defeitos não deve justificá-los nem condenálos. É urgente COMPREENDER nossos erros.
Compreender a IRA em todos os níveis da mente é fundamental
para que em nós nasça a serenidade e a doçura.
Compreender os infinitos matizes da ganância é indispensável
para que em nós nasça a filantropia e o altruísmo.
Compreender a luxúria em todos os níveis da mente é condição
indispensável para que em nós nasça a castidade verdadeira.
Compreender a inveja em todos os terrenos da mente é
suficiente para que nasça em nós o sentido de cooperação e a
dita pelo bem estar e o progresso alheio.
Compreender o orgulho em todos seus matizes e graus é a base
para que nasça em nós de forma natural e simples a flor exótica
da humildade.
Compreender o que é esse elemento de inércia chamado
preguiça, não somente em suas formas grotescos, mas também
em suas formas mais sutis, é indispensável para que nasça em
nós o sentido de atividade.
Compreender as diversas formas da GULA e da glutonaria
equivale a destruir os vícios do centro instintivo como são
banquetes, bebedeiras, caçada, carnivonorismo, medo da morte,
desejos de perpetuar o EU, temor à aniquilação, etc.(Rodrigo,
não encontrei esta palavra “carnívonorismo”, vou ainda pesquisála em outras fontes.)
Os mestres de escolas, colégios e universidades aconselham a
seus discípulos e discípulas que melhorem como se o EU
pudesse melhorar, que adquiram determinadas virtudes como se
o EU pudesse conseguir virtudes, etc.
É urgente compreender que o EU não melhora jamais, que nunca
é mais perfeito e quem cobiça as virtudes fortalece o EU.
A PERFEIÇÃO TOTAL somente nasce em nós com a dissolução
do EU. As virtudes nascem em nós de forma natural e simples
quando compreendemos nossos defeitos psicológicos não
somente no nível intelectual, mas também em todos os terrenos
subconscientes e inconscientes da mente.
Querer melhorar é estúpido, desejar a santidade é inveja, cobiçar
virtudes significa fortalecer o EU com o veneno da cobiça.
Necessitamos da morte total do EU não somente no nível
intelectual, mas também em todos os recantos, regiões, terrenos
e corredores da mente. Quando morremos absolutamente,
somente fica em nós ISSO que é PERFEITO. ISSO que está
saturado de virtudes. ISSO que é a ESSÊNCIA de nosso SER
ÍNTIMO, ISSO que não é do tempo.
Somente compreendendo a fundo todos os infinitos processos
das forças evolutivas que se desenvolvem dentro de nós
mesmos aqui e agora. Somente compreendendo de forma
íntegra os distintos aspectos das forças INVOLUTIVAS que se
processam dentro de nós mesmos de momento em momento,
podemos dissolver o EU.
Os termos BEM e MAL servem para
CONDENAR, mas jamais para compreender.
JUSTIFICAR
e
Cada defeito tem muitos matizes, fundos, transfundos e
profundidades. Compreender um defeito no nível intelectual não
significa
tê-lo
compreendido
nos
distintos
terrenos
subconscientes, inconscientes e infraconscientes da mente.
Qualquer defeito pode desaparecer do nível intelectual e
continuar nos outros terrenos da mente.
A IRA se disfarça com a toga do Juiz. Muitos cobiçam não ser
gananciosos, há aqueles que não cobiçam dinheiro, mas
cobiçam poderes Psíquicos, virtudes, amores, felicidade aqui ou
depois da morte, etc., etc., etc.
Muitos homens e mulheres se emocionam e fascinam ante as
pessoas de sexo oposto “APARENTEMENTE” porque amam a
beleza, seu próprio subconsciente lhes trai, a LUXÚRIA se
disfarça com o sentido estético.
Muitos invejosos invejam os santos, fazem penitências e se
chicoteiam porque desejam também chegar a ser SANTOS.
Muitos invejosos invejam àqueles que se sacrificam pela
humanidade e então querendo ser grandes também, fazem
escárnio daqueles a quem invejam e lançam contra eles toda sua
baba difamatória.
Há aqueles que se sentem orgulhosos pela posição, o dinheiro, a
fama e o prestígio, e há aqueles que se sentem orgulhosos por
sua condição humilde.
Diógenes se sentia orgulhoso do Tonel onde dormia e quando
chegou à casa de Sócrates o saudou dizendo: “Pisando teu
orgulho Sócrates, pisando teu orgulho”. “Sim, Diógenes, com teu
orgulho pisas meu orgulho”. Foi a resposta de Sócrates.
As mulheres vaidosas encrespam os cabelos, se vestem e
adornam com tudo o que podem para despertar a inveja das
outras mulheres, mas a Vaidade se disfarça com a túnica da
humildade.
Conta a tradição que Arístipo, o filósofo grego querendo
demonstrar a todo o mundo sua sabedoria e sua humildade se
vestiu com uma túnica velhíssima e cheia de buracos, empunhou
em sua mão direita a vara da Filosofia e se foi pelas ruas de
Atenas. Quando Sócrates lhe viu vir, exclamou: “Vê-se tua
vaidade através dos buracos de tua vestimenta, oh Arístipo”.
Muitos são os que estão na miséria devido ao elemento preguiça,
mas existem pessoas que trabalham muito para ganhar a vida,
mas têm preguiça de estudar e conhecer-se a si mesmos para
dissolver o EU.
São muitos os que abandonaram a Gula e a Glutoneria, mas
desgraçadamente se embebedam e saem para caçar.
Cada defeito é multifacético, se desenvolve e processa de forma
gradativa desde o degrau mais baixo da escala Psicológica até o
degrau mais elevado.
Dentro da cadência deliciosa de um verso, também se esconde o
delito.
O delito também se veste de Santo, de Mártir, de casto, de
Apóstolo, etc.
O BEM e o MAL não existem, ditos termos somente servem para
buscar evasivas e evitar o estudo profundo e detalhado de
nossos próprios defeitos.
CAPITULO XXIII
A MATERNIDADE
A vida do ser humano começa como uma simples célula sujeita,
como é natural, ao tempo extraordinariamente rápido das células
vivas.
Concepção, gestação, nascimento, é sempre o trio maravilhoso e
formidável com que começa a vida de qualquer criatura.
É realmente surpreendente saber que nossos primeiros
momentos de existência, devemos vivê-los no infinitamente
pequeno, convertidos, cada um de nós em uma simples célula
microscópica.
Começamos a existir em forma de insignificante célula e
terminamos a vida velhos, anciãos e sobrecarregados de
recordações.
O EU é memória. Muitos anciãos nem remotamente vivem no
presente, muitos velhos vivem unicamente recordando o
passado. Todo velho não é mais que uma voz e uma sombra.
Todo ancião é um fantasma do passado, memória acumulada, e
esta é a que continua nos Genes de nossos descendentes.
A concepção humana se inicia com tempos extraordinariamente
velozes, mas através dos distintos processos da vida vão se
tornando cada vez mais e mais lentos.
A muitos leitores convém recordar a relatividade do tempo. O
insignificante inseto que somente vive umas quantas horas em
uma tarde de verão parece como se quase não vivesse, mas vive
realmente tudo o que um homem vive em oitenta anos, o que
acontece é que vive rapidamente, um homem vive em oitenta
anos tudo o que um planeta vive em milhões de anos.
Quando o Zoosperma se junta com o ovo começa a gestação. A
célula com a qual começa a vida humana, contém quarenta e oito
cromossomos.
Os cromossomos se dividem em genes, uma centena destes
últimos ou algo mais constituem certamente isso que é um
Cromossomo.
Os Genes são muito difíceis de estudar porque são constituídos
cada um por umas poucas moléculas que vibram com
inconcebível rapidez.
O mundo maravilhoso dos Genes constitui uma zona
intermediária entre o mundo tridimensional e o mundo da quarta
dimensão.
Nos Genes se encontram os átomos da herança. O EU
PSICOLÓGICO de nossos antepassados, veem para impregnar
o ovo fecundado.
Nesta era de Eletrotécnica e ciência atômica, de nenhuma
maneira é exagerado afirmar que a marca eletromagnética
deixada por um antepassado que exalou seu último alento tenha
vindo a imprimir-se nos Genes e cromossomos do ovo fecundado
por um descendente.
O sendeiro da vida é formado com as pegadas dos cascos do
cavalo da norte.
Durante o curso da existência, diferentes tipos de energia fluem
pelo organismo humano; cada tipo de energia tem seu próprio
sistema de ação, cada tipo de energia se manifesta a seu tempo
e a sua hora.
Aos dois meses de concepção temos a função digestiva e aos
quatro meses de concepção entra em ação a força motriz tão
intimamente relacionada com os sistemas respiratório e
muscular.
É maravilhoso o espetáculo científico do nascer e morrer de
todas as coisas. Muitos sábios afirmam que existe íntima
analogia entre o nascimento da criatura humana e o nascimento
dos mundos no espaço sideral.
Aos nove meses nasce a criança, aos dez começa o crescimento
com todos os seus maravilhosos metabolismos e o
desenvolvimento simétrico e perfeito dos tecidos conjuntivos.
Quando a Fontanela frontal dos recém-nascidos se encerra aos
dois ou três anos de idade, é sinal de que o sistema cérebroespinhal terminou perfeitamente.
Muitos cientistas disseram que a natureza tem imaginação e que
esta imaginação dá forma viva a tudo o que é, a tudo o que foi, a
tudo o que será.
Multidões de pessoas riem da imaginação e alguns até a
chamam a “LOUCA DA CASA”.
Ao redor da palavra IMAGINAÇÃO existe muita confusão e são
muitos os que confundem a IMAGINAÇÃO com a FANTASIA.
Certos sábios dizem que existem duas imaginações. A primeira
a chamam IMAGINAÇÃO MECÂNICA e a segunda
IMAGINAÇÃO INTENCIONAL: A primeira é constituída pelos
cansaços da mente e a segunda corresponde ao mais digno e
decente que temos dentro.
Através da observação e da experiência pudemos verificar que
existe também um tipo de SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA
MÓRBIDA INFRACONSCIENTE E SUBJETIVA.
Esse tipo de SUBIMAGINAÇÃO AUTOMÁTICA funciona por
baixo da ZONA INTELECTUAL.
As imagens eróticas, o filme morboso, os contos picantes com
duplo sentido, as piadas morbosas, etc., costumam colocar para
trabalhar de forma inconsciente a SUBIMAGINAÇÃO
MECÂNICA.
Análise de fundo nos levaram a conclusão lógica de que os
sonhos eróticos e as poluções noturnas se devem à
SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA.
A CASTIDADE ABSOLUTA resulta impossível enquanto exista a
SUBIMAGINAÇÃO MECÂNICA.
É a todas as luzes, perfeitamente claro que a IMAGINAÇÃO
CONSCIENTE é radicalmente distinta disso que se chama
IMAGINAÇÃO MECÂNICA, SUBJETIVA, INFRACONSCIENTE.
SUBCONSCIENTE.
Qualquer representação pode ser percebida de forma
AUTOENALTECEDORA e dignificante, mas a SUBIMAGINAÇÃO
de tipo mecânico, infraconsciente, subconsciente, inconsciente,
pode nos trair funcionando automaticamente com matizes e
imagens sensuais, passionárias, submersas.
Se queremos a CASTIDADE ÍNTEGRA, uni-total, de fundo,
necessitamos
vigiar
não
somente
a
IMAGINAÇÃO
CONSCIENTE, mas também a IMAGINAÇÃO MECÂNICA e a
SUBIMAGINAÇÃO
INCONSCIENTE,
AUTOMÁTICA,
SUBCONSCIENTE, SUBMERSA.
Não devemos esquecer jamais a íntima relação existente entre
SEXO e IMAGINAÇÃO.
Através da meditação de fundo devemos transformar todo tipo de
imaginação mecânica e toda forma de SUBIMAGINAÇÃO e
INFRAIMAGINAÇÃO
AUTOMÁTICA,
em
IMAGINAÇÃO
CONSCIENTE, objetiva.
A IMAGINAÇÃO OBJETIVA é em si mesma essencialmente
criadora, sem ela o inventor não poderia conceber o telefone, o
rádio, o avião, etc.
A IMAGINAÇÃO da MULHER em estado de gravidez é
fundamental para o desenvolvimento do feto. É demonstrado que
toda mãe pode com sua IMAGINAÇÃO alterar a psique do feto.
É urgente que a mulher em estado de gravidez contemple belos
quadros, sublimes paisagens, e escute música clássica e
palavras harmoniosas, assim pode operar sobre a psique da
criatura que leva em suas entranhas harmoniosamente.
A mulher em estado de gravidez não deve beber álcool, nem
fumar, nem contemplar o feio, o desagradável porque tudo isto é
prejudicial para o desenvolvimento harmonioso da criatura.
Tem que saber desculpar todos os caprichos e erros da mulher
grávida.
Muitos homens intolerantes e sem compreensão verdadeira,
ficam com raiva e falam injúrias da mulher em estado de
gravidez. As amarguras desta, as aflições causadas pelo marido
sem caridade, repercutem sobre o feto em estado de gestação,
não somente física, mas também psiquicamente.
Tendo em conta o poder da imaginação criadora, é lógico afirmar
que a mulher em estado de gravidez, não deve contemplar o feio,
o desagradável, o inarmônico, o que causa asco, etc.
Chegou a hora em que os governos devem preocupar-se em
resolver os grandes problemas relacionados com a maternidade.
Resulta incongruente que em uma sociedade que se preza como
cristã e democrática, não se saiba respeitar e venerar o sentido
religioso da maternidade. É monstruoso ver milhares de mulheres
em estado de gravidez sem amparo algum, abandonadas pelo
marido e pela sociedade, mendigando um pedaço de pão ou um
emprego e exercendo muitas vezes trabalhos materiais rudes,
para poder sobreviver com a criatura que levam no seu ventre.
Estes estados infra-humanos da sociedade atual, esta crueldade
e falta de responsabilidade dos governantes e dos povos estão
nos indicando com toda clareza que a democracia ainda não
existe.
Os hospitais com suas salas de maternidade ainda não
resolveram o problema, porque a ditos hospitais somente podem
chegar as mulheres quando já se aproximam da hora do parto.
Necessitam-se com urgência lares coletivos, verdadeiras cidades
jardins dotadas de salões e residências para as mulheres em
estado de gravidez pobres de solenidade, clínicas e jardim de
infância para os filhos destas.
Estes lares coletivos são alojamentos para as mulheres pobres
de solenidade em estado de gravidez, cheios de todo tipo de
comodidades, flores, música, harmonia, beleza, etc.,
solucionariam totalmente o grande problema da maternidade.
Devemos compreender que a sociedade humana é uma grande
família e que não existe problema alheio porque todo problema,
em uma ou outra forma, afeta dentro de seu respectivo círculo a
todos os membros da sociedade. É absurdo discriminar as
mulheres grávidas pelo fato de serem pobres de solenidade. É
criminoso subestimá-las, depreciá-las ou jogá-las em um asilo de
indigentes.
Nesta sociedade em que vivemos não pode haver filhos e
enteados, porque todos somos humanos e temos os mesmos
direitos.
Precisamos criar a verdadeira democracia, se é que de verdade
não queremos ser devorados pelo Comunismo.
CAPITULO XXIV
A PERSONALIDADE HUMANA
Um homem nasceu, viveu sessenta e cinco anos e morreu. Mas
onde se encontrava antes de 1900 e onde poderá estar depois
de 1965? A ciência oficial nada sabe sobre tudo isto. Esta é a
fórmula geral de todas as questões sobre a vida e a morte.
Axiomaticamente podemos afirmar: ”O HOMEM MORRE
PORQUE SEU TEMPO TERMINA, NÃO EXISTE NENHUM
MANHÃ PARA A PERSONALIDADE DO MORTO”.
Cada dia é uma onda do tempo, cada mês é outra onda do
tempo, cada ano é também outra onda do tempo e todas estas
ondas encadeadas em seu conjunto constituem a GRANDE
ONDA DA VIDA.
O tempo é redondo e a vida da PERSONALIDADE HUMANA é
uma curva fechada.
A vida da PERSONALIDADE HUMANA se desenvolve em seu
tempo, nasce em seu tempo e morre em seu tempo, jamais pode
existir além de seu tempo.
Isto do tempo é um problema que foi estudado por muitos sábios.
Fora de qualquer dúvida o tempo é a QUARTA DIMENSÃO.
A Geometria de EUCLIDES somente é aplicável ao mundo
TRIDIMENSIONAL, mas o mundo tem sete dimensões e a
QUARTA é o TEMPO.
A mente humana concebe a ETERNIDADE como a prolongação
do tempo em linha reta, nada pode estar mais errado que este
conceito porque a ETERNIDADE é a QUINTA DIMENSÃO.
Cada momento da existência acontece no tempo e se repete
eternamente.
A morte e a VIDA são dois extremos que se tocam. Uma vida
termina para o homem que morre, mas começa outra. Um tempo
termina e outro começa, a morte encontra-se intimamente
vinculada ao ETERNO RETORNO.
Isto quer dizer que temos que retornar, voltar a este mundo
depois de mortos para repetir o mesmo drama da existência,
mais sim, a PERSONALIDADE humana perece com a morte,
quem ou o que é que retorna?
É necessário esclarecer de uma vez e para sempre que o EU é o
que continua depois da morte, que o EU é quem retorna, que o
EU é quem regressa a este vale de lágrimas.
É necessário que nossos leitores não confundam a Lei do
RETORNO com a Teoria da REENCARNAÇÃO ensinada pela
TEOSOFIA MODERNA.
A citada teoria da REENCARNAÇÃO teve sua origem no culto de
KRISHNA que é uma RELIGIÃO HINDU de tipo Védico,
infelizmente retocada e adulterada pelos reformadores.
No culto autêntico original de Krishina, somente os Heróis, os
Guias, aqueles que já possuem INDIVIDUALIDADE SAGRADA,
são os únicos que se reencarnam.
O EU PLURALIZADO RETORNA, regressa, mas isto não é
REENCARNAÇÃO. As massas, as multidões RETORNAM, mas
isso não é REENCARNAÇÃO.
A ideia do RETORNO das coisas e os fenômenos, a ideia da
repetição eterna não é muito antiga e podemos encontrá-la na
SABEDORIA PITAGÓRICA e na antiga cosmogonia do
INDOSTÃO.
O eterno retorno dos Dias e Noites de BRAHMA, a repetição
incessante dos KALPAS, etc., invariavelmente associados de
forma muito íntima à Sabedoria Pitagórica e à Lei da
RECORRÊNCIA eterna ou eterno RETORNO.
Gautama, o BUDHA, ensinou muito sabiamente a DOUTRINA do
ETERNO RETORNO e a roda de vidas sucessivas, mas sua
DOUTRINA foi muito adulterada por seus seguidores.
Todo RETORNO implica desde logo na fabricação de uma nova
PERSONALIDADE HUMANA, esta se forma durante os primeiros
sete anos da infância.
O ambiente de família, a vida da rua e a Escola, dão à
PERSONALIDADE HUMANA, seu tom original característico.
O EXEMPLO dos mais velhos é definitivo para a personalidade
infantil.
A criança aprende mais com o exemplo que com o preceito. A
forma errada de viver, o exemplo absurdo, os costumes
degenerados dos mais velhos, dão à personalidade da criança
esse tom peculiar cético e perverso da época em que vivemos.
Nestes tempos modernos o adultério tornou-se mais comum que
a batata e a cebola. E como é apenas lógico isto origina cenas
dantescas dentro dos lares.
São muitas as crianças que nestes tempos tem que suportar
cheios de dor e ressentimentos, os látegos e pauladas do
padrasto ou da madrasta. É claro que nessa forma a
PERSONALIDADE da criança se desenvolve dentro do quadro
de dor, o rancor e o ódio.
Existe um dito vulgar que diz: “O filho alheio cheira feio em todas
as partes”. Naturalmente neste também há exceções, mas estas
podem ser contadas com os dedos da mão e sobram dedos.
As altercações entre o pai e a mãe por questão de ciúmes, o
choro e os lamentos da mãe aflita ou do marido oprimido,
arruinado e desesperado, deixam na PERSONALIDADE da
criança uma marca indelével de profunda dor e melancolia que
jamais se esquece durante toda a vida.
Nas casas elegantes, as senhoras orgulhosas maltratam suas
criadas quando estas vão ao salão de beleza ou pintam o rosto.
O orgulho das senhoras se sente mortalmente ferido.
A criança que vê todas estas cenas de infâmia, sente-se ferido
no mais profundo já seja que se coloque por parte de sua mãe
soberba e orgulhosa, ou por parte da infeliz criada vaidosa e
humilhada e o resultado costuma ser catastrófico para a
PERSONALIDADE INFANTIL.
Desde que a televisão foi inventada perdeu-se a unidade da
família. Em outros tempos o homem chegava da rua e era
recebido por sua mulher com muita alegria. Hoje em dia já a
mulher não sai para receber seu marido à porta porque está
ocupada vendo televisão.
Dentro dos lares modernos o pai, a mãe, os filhos, as filhas,
parecem autômatos inconscientes ante a tela da televisão.
Agora o marido não pode comentar com uma mulher
absolutamente nada com os problemas do dia, o trabalho, etc.,
etc. porque esta parece sonâmbula vendo o filme de ontem, as
cenas dantescas de Al Capone, o último baile da nova onda, etc.,
etc., etc.
As crianças levantadas neste novo tipo de lar ultramoderno
somente pensam em canhões, pistolas, metralhadoras de
brinquedo para imitar e viver à sua maneira, todas as cenas
dantescas do crime tal como as viu na tela da televisão.
É uma lástima que este invento maravilhoso da televisão seja
utilizado com propósitos destrutivos. Se a humanidade utilizara
este invento de forma dignificante já para estudar as ciências
naturais, já para ensinar a verdadeira arte régia da MÃE
NATUREZA, já para dar sublimes ensinamentos às pessoas,
então este invento seria uma benção para a humanidade, poderia
ser utilizado inteligentemente para cultivar a personalidade
humana.
É claramente absurdo nutrir a PERSONALIDADE INFANTIL com
música arrítmica, desarmônica, vulgar. É estúpido nutrir a
PERSONALIDADE das crianças, com contos de ladrões e
polícias, cenas de vício e prostituição, dramas de adultério,
pornografia, etc.
O resultado de semelhante procedimento podemos vê-lo nos
Rebeldes sem Causa, os assassinos prematuros, etc.
É lamentável que as mães castiguem seus filhos, lhes deem
pauladas, lhes insultem com vocábulos decompostos e cruéis. O
resultado de semelhante conduta é o ressentimento, o ódio, a
perda do amor, etc.
Na prática pudemos ver que as crianças levantadas entre
pauladas, látegos e gritos, convertem-se em pessoas vulgares
cheias de grosserias e faltas de todo sentido de respeito e
veneração.
É urgente compreender a necessidade de estabelecer um
verdadeiro equilíbrio dentro dos lares.
É indispensável saber que a doçura e a severidade devem
equilibrar-se mutuamente nos dois pratos da balança da justiça.
O PAI representa a SEVERIDADE, A MÃE representa a
DOÇURA. O Pai personifica a SABEDORIA. A MÃE simboliza o
AMOR.
SABEDORIA e AMOR, SEVERIDADE e DOÇURA se equilibram
mutuamente nos dois pratos da balança cósmica.
Os Pais e Mães de família devem equilibrar-se mutuamente para
o bem dos lares.
É urgente, é necessário, que todos os Pais e Mães de família
compreendam a necessidade de semear na mente infantil os
VALORES ETERNOS do ESPÍRITO.
É lamentável que as crianças modernas já não possuam o
sentido de VENERAÇÃO, isto se deve aos contos de vaqueiros,
ladrões e polícias, a televisão, o cinema, etc., perverteram a
mente das crianças.
A
PSICOLOGIA
REVOLUCIONÁRIA
do
MOVIMENTO
GNÓSTICO, de forma clara e precisa faz uma distinção de fundo
entre o EGO e a ESSÊNCIA.
Durante os três ou quatro primeiros anos de vida, somente se
manifesta na criança a beleza da ESSÊNCIA, então a criança é
terna, doce, bela em todos os seus aspectos Psicológicos.
Quando o EGO começa a controlar a terna personalidade da
criança, toda essa beleza da ESSÊNCIA vai desaparecendo e
em seu lugar afloram então os defeitos Psicológicos próprios de
todo ser humano.
Assim como devemos fazer distinção entre EGO e ESSÊNCIA,
também é necessário distinguir entre PERSONALIDADE e
ESSÊNCIA.
O Ser humano nasce com a ESSÊNCIA, mas não nasce com a
PERSONALIDADE, esta última é necessária criá-la.
PERSONALIDADE e ESSÊNCIA devem desenvolver-se de
forma harmoniosa e equilibrada.
Na prática pudemos verificar que quando a PERSONALIDADE
se desenvolve exageradamente às custas da ESSÊNCIA, o
resultado é o VELHACO.
A observação e a experiência de muitos anos nos permitiram
compreender que quando a ESSÊNCIA se desenvolve
totalmente sem atender o mais mínimo cultivo harmonioso da
PERSONALIDADE, o resultado é o místico sem intelecto, sem
personalidade, nobre de coração, mas inadaptado, incapaz.
O desenvolvimento HARMONIOSO de PERSONALIDADE e
ESSÊNCIA dá por resultado homens e mulheres geniais.
Na ESSÊNCIA temos tudo o que
PERSONALIDADE tudo o que é emprestado.
é
próprio,
na
Na ESSÊNCIA temos nossas qualidades inatas, na
PERSONALIDADE temos o exemplo de nossos mais velhos, o
que aprendemos no Lar, na Escola, na Rua.
É urgente que as crianças recebam alimento para a ESSÊNCIA e
alimento para a PERSONALIDADE.
A ESSÊNCIA se alimenta com ternura, carinho sem limites,
amor, música, flores, beleza, harmonia, etc.
A PERSONALIDADE deve alimentar-se com o bom exemplo de
nossos mais velhos, com o sábio ensinamento da escola, etc.
É indispensável que as crianças entrem para o ensino primário
com a idade de sete anos depois de terem passado pelo jardim
da infância.
As crianças devem aprender as primeiras letras brincando, assim
o estudo se faz para eles, atrativo, delicioso, feliz.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ensina que desde o próprio
KINDER ou jardim de infância, deve atender-se de forma
especial cada um dos três aspectos da PERSONALIDADE
HUMANA, conhecidos como pensamento, sentimento e ação,
assim a personalidade da criança se desenvolve de forma
harmoniosa e equilibrada.
A questão da criação da PERSONALIDADE da criança e seu
desenvolvimento, é de gravíssima responsabilidade para PAIS
DE FAMÍLIA e MESTRES DE ESCOLA.
A qualidade da PERSONALIDADE HUMANA depende
exclusivamente do tipo de material Psicológico com o qual foi
criada e alimentada.
Ao redor da PERSONALIDADE, ESSÊNCIA, EGO ou EU, existe
entre os estudantes de PSICOLOGIA muita confusão.
Alguns confundem a PERSONALIDADE com a ESSÊNCIA e
outros confundem o EGO ou EU com a ESSÊNCIA.
São muitas as Escolas Pseudoesotéricas ou Pseudo-Ocultistas
que têm como meta de seus estudos a VIDA IMPESSOAL.
É necessário esclarecer que não é a PERSONALIDADE o que
temos que dissolver.
É urgente saber que precisamos desintegrar o EGO, o MIM
MESMO, o EU, reduzi-lo a poeira cósmica.
A PERSONALIDADE é tão somente um veículo de ação, um
veículo que foi necessário criar, fabricar.
No mundo existem CALÍGULAS, ÁTILAS, HITLERES, etc. Todo
tipo de personalidade por mais perversa que ela tenha sido, pode
transformar-se radicalmente quando o EGO ou EU se dissolva
totalmente.
Isto da Dissolução do EGO ou EU confunde e perturba muitos
Pseudoesoteristas. Estes estão convencidos de que o EGO é
DIVINO, eles acreditam que o EGO ou EU é o mesmo SER, a
MÔNADA DIVINA, etc.
É necessário, é urgente, é inadiável compreender que o EGO ou
EU nada tem de DIVINO.
O EGO ou EU é o SATÃ da BÍBLIA, maço de recordações,
desejos, paixões, ódios, ressentimentos, concupiscências,
adultérios, herança de família, raças, nação, etc., etc., etc.
Muitos afirmam de forma estúpida que em nós existe um EU
SUPERIOR ou DIVINO e UM EU INFERIOR.
SUPERIOR e INFERIOR são sempre duas seções de uma
mesma coisa. EU SUPERIOR, EU INFERIOR, são duas seções
do mesmo EGO.
O SER DIVINAL, A MÔNADA, o ÍNTIMO, nada tem a ver com
nenhuma forma do EU. O SER é o SER e isso é tudo. A Razão
de SER é o mesmo SER.
A PERSONALIDADE em si mesma é somente um veículo e nada
mais. Através da personalidade pode manifestar-se o EGO ou o
SER, tudo depende de nós mesmos.
É URGENTE dissolver o EU, o EGO, para que somente se
manifeste através de nossa PERSONALIDADE, a ESSÊNCIA
PSICOLÓGICA de nosso VERDADEIRO SER.
É indispensável que os EDUCADORES compreendam
plenamente a necessidade de cultivar harmoniosamente os três
aspectos da PERSONALIDADE HUMANA.
Um perfeito equilíbrio entre personalidade e ESSÊNCIA, um
desenvolvimento harmonioso do PENSAMENTO, EMOÇÃO e
MOVIMENTO, uma ÉTICA REVOLUCIONÁRIA, constituem as
bases da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
CAPITULO XXV
A ADOLESCÊNCIA
Chegou o momento de abandonar de forma definitiva o falso
pudor e os preconceitos relacionados com o problema sexual.
É necessário compreender de forma clara e precisa o problema
sexual dos adolescentes de ambos os sexos.
Aos catorze anos de idade aparece no organismo do adolescente
a energia sexual que flui então avassaladoramente pelo sistema
neuro-simpático.
Este tipo especial de energia transforma o organismo humano,
modificando a voz no homem e originando a função ovariana na
mulher.
O organismo humano é uma autêntica fábrica que transforma
elementos grosseiros em finas substâncias vitais.
Os alimentos que levamos ao estômago passam por múltiplas
transformações e refinamentos até culminar definitivamente
nessa substância semissólida, semilíquida mencionada por
Paracelso com o termo de Ensseminis (Entidade do Sêmen).
Esse vidro líquido, flexível, maleável, esse esperma, contém em
si mesmo, de forma potencial todos os germes da vida.
O Gnosticismo reconhece no esperma o CAOS de onde surge
com veemência a vida.
Os velhos Alquimistas medievais tais como Paracelso,
Sendivogius, Nicolas Flamel, Raimundo Lulio, etc., estudaram
com profunda veneração o ENS-SEMINIS ou mercúrio da
filosofia secreta.
Este VITRÍOLO é um verdadeiro elixir elaborado inteligentemente
pela natureza dentro das vesículas seminais.
Neste mercúrio da antiga sabedoria, neste sêmen, se encontram
realmente todas as possibilidades da existência.
É lamentável que muitos jovens por falta de verdadeira
orientação psicológica verdadeira se entreguem ao vício da
masturbação ou se desviem lamentavelmente pelo sendeiro
infrassexual do homossexualismo.
Às crianças e aos jovens lhes dá informação intelectual sobre
muitos temas e lhes encarrilha pela via do esporte cujo abuso
encurta a vida miseravelmente, mas desgraçadamente ao
aparecer a energia sexual com a qual inicia-se a adolescência,
tanto pais de família como mestres de escola, baseados em um
falso puritanismo e uma moral estúpida, resolvem calar
criminosamente.
Há silêncios delituosos e existem palavras infames. Calar sobre o
problema sexual é um delito. Falar equivocadamente sobre o
problema sexual constitui também outro delito.
Se os pais e mestres calam, os pervertidos sexuais falam e as
vítimas veem a ser os adolescentes inexperientes.
Se o adolescente não pode consultar os pais nem os mestres,
consultará então seus companheiros de escola possivelmente já
desviados pelo caminho errado. O resultado não se deixa
esperar por muito tempo e o novo adolescente seguindo falsos
conselhos, se entregará ao vício da masturbação ou se desviará
pelo caminho do homossexualismo.
O vício da masturbação arruína totalmente a potência cerebral. É
necessário saber que existe uma íntima relação entre o sêmen e
o cérebro. É necessário celebrizar o sêmen. É necessário
seminizar o cérebro.
O cérebro se seminiza transmutando a energia sexual,
sublimando-a, convertendo-a em potência cerebral.
Desta forma fica o sêmen celebrizado e o cérebro seminizado.
A ciência Gnóstica estuda a fundo a endocrinologia e ensina
métodos e sistemas para transmutar as energias sexuais, mas
este é assunto que não se encaixa dentro deste livro.
Se o leitor quiser informação sobre Gnosticismo deve estudar
nossos livros Gnósticos e entrar em nossos estudos.
Os adolescentes devem sublimar as energias sexuais cultivando
o sentido estético, aprendendo a música, a escultura, a pintura,
realizando excursões às altas montanhas, etc.
Quantos rostos que puderam ser belos murcharam!
Quantos cérebros se degeneram! Tudo por falta de um grito de
alerta no momento oportuno.
O vício da masturbação, tanto em jovens como em senhoritas
tornou-se mais comum que lavar as mãos.
Os manicômios estão cheios de homens e mulheres que
arruinaram seu cérebro no asqueante vício da masturbação. O
destino dos masturbadores é o manicômio.
O vício do homossexualismo tem podres as raízes desta raça
caduca e perversa.
Parece incrível que em países como Inglaterra que se presumem
cultos e supercivilizados, existam livremente os cinemas onde se
exibem filmes de tipo homossexual.
Parece incrível que seja precisamente na Inglaterra onde já são
feitos esforços para legalizar oficialmente casamentos do tipo
homossexual.
Nas grandes metrópoles do mundo
prostíbulos e clubes do tipo homossexual.
existem
atualmente
A fraternidade tenebrosa dos inimigos da mulher, hoje em dia
tem organizações pervertidas que assombram por sua
fraternidade degenerada.
Para muitos leitores poderá surpreendê-los muito isto da
“fraternidade degenerada”, mas não devemos esquecer que em
todos os tempos da história existiram sempre diversas
irmandades do delito.
A confraria mórbida dos inimigos da mulher é fora de qualquer
dúvida, uma irmandade do delito.
Os inimigos da mulher ocupam sempre ou quase sempre, os
postos-chave dentro da colmeia burocrática.
Quando um homossexual vai ao cárcere, logo fica livre devido à
influência oportuna dos homens-chave da confraria do delito.
Se um afeminado cai em desgraça, logo recebe auxílios
econômicos de todos os sinistros personagens da Confraria do
delito.
Os membros tenebrosos do homossexualismo se reconhecem
entre si pelo uniforme que ostentam.
Assombra saber que os maricas usam uniformes, mas assim é.
O uniforme dos homossexuais corresponde a toda moda que se
inicia. Os maricas iniciam toda moda nova. Quando uma moda
torna-se comum, então eles iniciam outra. Nesta forma o
uniforme da fraternidade do delito é sempre novo.
Todas as grandes cidades do mundo, hoje em dia, têm milhões
de homossexuais.
O vício do homossexualismo inicia sua marcha vergonhosa
durante a adolescência.
Muitas escolas de adolescentes homens e senhoritas são
verdadeiros prostíbulos de tipo homossexual.
Milhões de senhoritas adolescentes marcham fortemente pelo
tenebroso caminho dos inimigos do homem.
Milhões de adolescentes do sexo feminino são homossexuais. A
confraria do delito entre o homossexualismo feminino é tão forte,
como a confraria do delito entre o sexo masculino.
É urgente abandonar radicalmente e de forma definitiva o falso
pudor e assinalar os adolescentes, de ambos os sexos,
francamente todos os mistérios sexuais. Somente assim poderão
encaminhar-se
as
novas
gerações
pela
senda
da
REGENERAÇÃO.
CAPITULO XXVI
A JUVENTUDE
A juventude se divide em dois períodos de sete anos cada um. O
primeiro período começa aos 21 anos de idade e conclui aos 28
anos. O segundo período se inicia aos 28 e termina aos 35.
As bases da juventude se encontram no lar, na escola e na rua.
A juventude levantada sobre a base da EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL é de fato EDIFICANTE e essencialmente
DIGNIFICANTE.
A juventude levantada sobre fundações
consequência lógica um caminho equivocado.
falsas
é
por
A maioria dos homens emprega a primeira parte da vida em fazer
miserável o resto dela.
Os jovens, por um conceito errado de falsa masculinidade
costumam cair nos braços das prostitutas.
Os excessos da juventude são letras rodadas contra a velhice
paga com interesses bem caros há trinta anos.
Sem EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL a juventude torna-se uma
embriaguez perpétua: é a febre de erro, o licor e a paixão animal.
Tudo o que o homem há de ser em sua vida encontra-se em
estado potencial durante os primeiros trinta anos de existência.
De todas as grandes ações humanas que temos conhecimento,
tanto em épocas anteriores como na nossa, a maior parte delas
iniciaram-se antes dos trinta anos.
O homem que chegou aos trinta anos se sente às vezes, como
se saísse de uma grande batalha, em que viu cair a multidão de
companheiros um depois do outro.
Aos trinta anos os homens e as mulheres perderam já toda sua
vivacidade e seu entusiasmo e se fracassam em suas primeiras
empresas, se enchem de pessimismo e abandonam a partida.
As ilusões da maturidade sucedem às ilusões da juventude. Sem
Educação Fundamental a herança da velhice costuma ser de
desespero.
A Juventude é fugaz. A beleza é o esplendor da juventude, mas é
ilusória, não dura.
A juventude tem o Gênio vivo e o Juízo débil. Raros na vida são
os jovens de Juízo forte e Gênio vivo.
Sem EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL os jovens tornam-se
passionais, bêbados, velhacos, mordazes, concupiscentes,
glutões, cobiçosos, invejosos, ciumentos, valentões, ladrões,
orgulhosos, preguiçosos, etc.
A Mocidade é um Sol de verão que logo se oculta. Encanta aos
jovens desperdiçar os valores vitais da mocidade.
Os velhos cometem o erro de explorar os jovens e conduzi-los à
guerra.
As pessoas jovens podem se transformar e transformar o Mundo
se se orientarem pela senda da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL.
Na juventude estamos cheios de ilusões que somente nos
conduzem ao desencanto.
O EU aproveita o fogo da juventude para se robustecer e fazerse poderoso.
O EU quer satisfações passionais a qualquer preço, ainda
quando a velhice seja totalmente desastrosa.
Á pessoa jovem só lhe interessa entregar-se nos braços da
fornicação, o vinho, e os prazeres de toda espécie.
Os jovens não querem dar-se conta que ser escravos do prazer é
próprio de meretrizes, mas não dos homens verdadeiros.
Nenhum prazer dura o suficiente. A sede de prazeres é a doença
que mais desprezível torna os ANIMAIS INTELECTUAIS. O
grande poeta de língua espanhola Jorge Manrique, disse: “Tão
breve se vai o prazer, como depois de acordado, da dor, como a
nosso parecer qualquer tempo passado foi melhor”.
Aristóteles, falando sobre o prazer disse: “Quando se trata de
julgar o prazer nós homens não somos juízes imparciais”.
O ANIMAL INTELECTUAL goza justificando o prazer. Federico, o
Grande, não teve inconveniente para afirmar enfaticamente: “O
PRAZER É O BEM MAIS REAL DESTA VIDA”.
A dor mais intolerável é produzida pelo prolongamento do prazer
mais intenso.
Os jovens-caveiras abundam como a erva ruim. O EU caveira
sempre justifica o prazer.
O caveira CRÔNICO aborrece o Matrimônio ou prefere adiá-lo.
Uma coisa grave é adiar o Matrimônio com o pretexto de gozar
de todos os prazeres da terra.
Absurdo é acabar com a vitalidade da juventude e logo casar-se,
as vítimas de semelhante estupidez são os filhos.
Muitos homens se casam porque estão cansados, muitas
mulheres se casam por curiosidade e o resultado de semelhantes
absurdos é sempre a decepção.
Todo homem sábio ama de verdade e com todo o coração à
mulher que elegeu.
Devemos sempre nos casar na juventude se é que de verdade
não queremos ter uma velhice miserável.
Para tudo há tempo na vida. Que um jovem se case é o normal,
mas que um ancião se case é a estupidez.
Os jovens devem se casar e saber formar seu lar. Não devemos
esquecer que o monstro dos ciúmes destrói os lares.
Salomão disse: “Os ciúmes são cruéis como a tumba; suas
brasas são brasas de fogo”.
A raça dos ANIMAIS INTELECTUAIS é ciumenta como os
cachorros. Os ciumentos são totalmente ANIMAIS.
O homem que zela por uma mulher não sabe com quem conta.
Melhor é não zelar por ela para saber que tipo de mulher temos.
O venenoso grito de uma mulher ciumenta torna-se mais
mortífero que os caninos de um cachorro raivoso.
É falso dizer que onde há ciúmes há amor. Os ciúmes jamais
nascem do amor, o amor e os ciúmes são incompatíveis. A
origem dos ciúmes se encontra no temor.
O EU justifica os ciúmes com razões de muitas espécies. O EU
teme perder o ser amado.
Quem quiser de Verdade dissolver o EU deve sempre estar
disposto a perder o mais amado.
Na prática pudemos evidenciar depois de muitos anos de
observação, que todo solteirão libertino se converte em marido
ciumento.
Todo homem foi terrivelmente fornicário.
O homem e a mulher devem estar unidos de forma voluntária e
por amor, mas não por temor e ciúmes.
Ante a GRANDE LEI o homem deve responder por sua conduta e
a mulher pela sua. O marido não pode responder pela conduta
da mulher nem a mulher pode responder pela conduta de seu
marido. Responda cada um por sua própria conduta e dissolvamse os ciúmes.
O problema básico da juventude é o Matrimônio.
A jovem paqueradora com vários namorados fica solteirona
porque tanto uns como outros se desiludem dela.
É necessário que as jovens saibam conservar seu namorado se
é que querem de verdade casar-se.
É necessário não confundir o AMOR com a PAIXÃO. Os jovens
enamorados e as jovens, não sabem distinguir entre o amor e a
paixão.
É urgente saber que a PAIXÃO é um veneno que engana a
mente e o coração.
Todo homem apaixonado e toda mulher apaixonada poderiam
até jurar com lágrimas de sangue que estão verdadeiramente
enamorados.
Depois de satisfeita a paixão animal, o castelo de naipes vai ao
chão.
O fracasso de tantos e tantos matrimônios se deve a que se
casaram por paixão animal, mas não por AMOR.
O passo mais grave que damos durante a juventude é o
Matrimônio e nas Escolas, Colégios e Universidades se deveria
preparar os jovens e as senhoritas para este importante passo.
É lamentável que muitos jovens e senhoritas se casem por
interesse econômico ou meras conveniências sociais.
Quando o Casamento realiza-se por paixão animal, por
conveniências sociais ou interesse econômico, o resultado é o
fracasso.
São muitos os casais que fracassam no matrimônio por
incompatibilidade de caráter.
A mulher que se casa com um jovem ciumento, colérico, furioso,
se converterá na vítima de um carrasco.
O jovem que se casa com uma mulher ciumenta, furiosa,
colérica, é claro que terá que passar sua vida em um inferno.
Para que haja verdadeiro amor entre dois seres, é urgente que
não exista paixão animal, é indispensável dissolver o EU do
ciúmes, é necessário desintegrar a ira, é básico um desinteresse
à toda prova.
O EU danifica os lares, o MIM MESMO destrói a harmonia. Se os
jovens e a senhoritas estudam nossa EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL e se propõem a dissolver o EU, é claro, sem
sombra de dúvidas, que poderão encontrar a senda do
MATRIMÔNIO PERFEITO.
Somente dissolvendo o EGO poderá ter verdadeira felicidade nos
lares. Aos jovens e senhoritas que queiram ser felizes no
matrimônio lhes receitamos estudar a fundo nossa EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL e dissolver o EU.
Muitos Pais de família zelam por suas filhas espantosamente e
não querem que estas tenham namorado. Semelhante
procedimento é absurdo cem por cento, porque as jovens
necessitam ter namorado e casar-se.
O resultado de semelhante falta de compreensão são os
namoros às escondidas, na rua, com o perigo sempre de cair nas
mãos do galã sedutor.
As jovens devem ter sempre liberdade para ter seu namorado,
mas devido a que ainda não tenham dissolvido o EU, é
conveniente não deixá-las a sós com o namorado.
Os jovens e as senhoritas devem ter liberdade para fazer suas
festas em casa. As distrações sãs não prejudicam ninguém e a
juventude precisa ter distrações.
O que prejudica a juventude é o licor, o cigarro, a fornicação, as
orgias, a libertinagem, as cantinas, os cabarés, etc.
As festas de família, os bailes decentes, a boa música, os
passeios ao campo, etc., não podem prejudicar a ninguém.
A mente danifica o amor. Muitos jovens perderam a oportunidade
de contrair matrimônio com magníficas mulheres devido a seus
temores econômicos, às recordações do passado, às
preocupações pelo amanhã.
O medo à vida, à fome, à miséria, e os vãos projetos da mente,
se convertem na causa fundamental de todo afastamento
nupcial.
Muitos são os jovens que se propõem a não contrair núpcias
enquanto não possuírem determinada quantidade de dinheiro,
casa própria, carro último modelo e mil futilidades mais, como se
tudo isso fosse a felicidade.
É lamentável que esse tipo de homens percam belas
oportunidades matrimoniais por causa do medo à vida, à morte,
ao que dirão, etc.
Semelhante tipo de homens ficam solteirões para toda sua vida,
ou se casam já muito tarde, quando já não lhes resta tempo para
construir uma família e educar seus filhos.
Realmente tudo o que um homem precisa para sustentar uma
mulher e seus filhos é ter uma profissão ou um ofício humilde,
isso é tudo.
Muitas jovens ficam solteironas por estar escolhendo marido. As
mulheres calculistas, interessadas, egoístas, ficam solteironas ou
fracassam redondamente no matrimônio.
É necessário que as jovens compreendam que todo homem se
desilude da mulher interessada, calculista e egoísta.
Algumas mulheres jovens, desejosas de pescar marido, pintam o
rosto de forma exagerada, depilam as sobrancelhas, encrespam
o cabelo, põem perucas e olheiras postiças, estas mulheres não
compreendem a Psicologia varonil.
O varão por natureza aborrece as bonecas pintadas e admira a
beleza totalmente natural e o sorriso ingênuo.
O homem quer ver na mulher a sinceridade, a simplicidade, o
amor verdadeiro e desinteressado, a ingenuidade da natureza.
As senhoritas que queiram casar-se precisam compreender a
fundo a Psicologia do sexo masculino.
O AMOR é o SUMUM da sabedoria. O amor se alimenta com
amor. O fogo da eterna juventude é amor.
CAPITULO XXVII
A IDADE MADURA
A idade madura começa aos trinta e cinco anos e termina aos
cinquenta e seis anos.
O homem de idade madura deve saber governar sua casa e
orientar seus filhos.
Na vida normal todo homem de idade madura é chefe de família.
O homem que não formou seu lar e sua fortuna durante a
juventude e idade madura já não o forma, é de fato um
fracassado.
Aqueles que tentam formar lar e fortuna durante a velhice são
verdadeiramente dignos de piedade.
O EU da cobiça vai aos extremos e quer acumular ricas fortunas.
O ser humano precisa de pão, roupa e refúgio. É necessário ter
pão, uma casa própria, vestidos, trajes, casacos para cobrir o
corpo, mas não precisa acumular enormes somas de dinheiro
para poder viver.
Nós não defendemos a riqueza nem a miséria, ambos os
extremos são condenáveis.
Muitos são os que se revolvem entre o lodo da miséria e também
são bastantes os que se revolvem entre o lodo da riqueza.
É necessário possuir uma modesta fortuna, quer dizer, uma bela
casa com belos jardins, uma fonte segura de renda, estar sempre
bem representado e não passar fome. Isto é o normal para todo
ser humano.
A miséria, a fome, as enfermidades e a ignorância não devem
jamais existir em nenhum país que se considera culto e
civilizado.
A democracia ainda não existe, mas necessitamos criá-la.
Enquanto exista um só cidadão sem pão, roupa e refúgio, a
democracia praticamente não passa de ser um belo ideal.
Os chefes de família devem ser compreensivos, inteligentes,
jamais bebedores de vinho, glutões, bêbados, tiranos, etc.
Todo homem maduro sabe por experiência própria, que os filhos
imitam seu exemplo e que se este último é equivocado marcará
caminhos absurdos a seus descendentes.
É verdadeiramente estúpido que o homem maduro tenha várias
mulheres e viva em bebedeiras, banquetes, orgias, etc.
Sobre o homem maduro pesa a responsabilidade de toda a
família e é claro, que se anda por caminhos equivocados, trará
mais desordens ao mundo, mais confusão, mais amargura.
O pai e a mãe devem compreender a diferença entre os sexos. É
absurdo que as filhas estudem física, química, álgebra, etc. O
cérebro da mulher é diferente ao do varão, tais matérias estão
muito de acordo com o sexo masculino, mas são inúteis e até
danosas para a mente feminina.
É necessário que os pais e mães de família, lutem de todo
coração para promover uma mudança vital em todo plano de
estudos escolares.
A mulher deve aprender a ler, escrever, tocar o piano, tecer,
bordar e em geral todo tipo de ofícios femininos.
A mulher deve preparar-se desde os próprios bancos da escola
para a sublime missão que lhe corresponde como MÃE e como
mulher.
É absurdo danificar o cérebro das mulheres com complicados e
difíceis estudos próprios para o sexo masculino.
É necessário que tanto os pais de família como os mestres de
escola, colégios e universidades se preocupem mais por trazer a
mulher à feminilidade que lhe corresponde. É estúpido militarizar
as mulheres, obrigá-las a marchar com bandeiras e tambores
pelas ruas das cidades como se fossem machos.
A mulher deve ser bem feminina e o homem deve ser bem
masculino.
O sexo intermediário, o homossexualismo, é o produto da
degeneração e da barbárie.
As senhoritas que se dedicam a longos e difíceis estudos tornamse velhas e ninguém se casa com elas.
Na vida moderna é conveniente que as mulheres façam carreiras
curtas, cultura de beleza, datilografia, taquigrafia, costura,
pedagogia, etc., etc., etc.
Normalmente a mulher deve unicamente estar dedicada à vida
no lar, mas devido à crueldade desta época e quem vivemos, a
mulher precisa trabalhar para comer e viver.
Em uma sociedade verdadeiramente culta e civilizada a mulher
não precisa trabalhar fora de casa para poder viver. Isto de
trabalhar fora de casa é crueldade da pior espécie.
O homem atual degenerado criou uma falsa ordem de coisas, e
fez a mulher perder sua feminilidade, lhe tirou de sua casa e
converteu-a em escrava.
A mulher convertida em “marimacho” com intelecto de homem,
fumando cigarros e lendo jornais, semidesnuda com as saias
acima dos joelhos ou jogando canastra, é o resultado dos
homens degenerados desta época, a sequela social de uma
civilização que agoniza.
A mulher convertida em espiã moderna, a médica drogada, a
mulher campeã do esporte, alcóolatra, desnaturalizada que nega
o peito a seus filhos para não perder sua beleza, é o sintoma
execrável de uma civilização falsa.
Chegou a hora de organizar o exército de salvação mundial com
homens e mulheres de boa vontade que estejam dispostos de
verdade a lutar contra essa falsa ordem das coisas.
Chegou a hora de estabelecer no mundo uma nova civilização,
uma nova cultura.
A mulher é a pedra fundamental do lar e se esta pedra está mal
lavrada, cheia de arestas e deformações de toda espécie, o
resultado da vida social será a catástrofe.
O homem é distinto, diferente e por isso pode dar-se ao luxo de
estudar medicina, física, química, matemática, direito,
engenharia, astronomia, etc., etc., etc.
Um colégio militarizado de homens não é absurdo, mas um
colégio militarizado de mulheres além de ser absurdo, é
espantosamente ridículo.
É asqueante ver as futuras mulheres, as futuras mães que hão
de levar a criança entre seu peito, marchando como homens
pelas calçadas da cidade.
Isto não somente indica perda da feminilidade no sexo, mas
também, além disso, põe o dedo na ferida assinalando a perda
da masculinidade no homem.
O homem de verdade, o homem bem macho, não pode aceitar
jamais um desfile militarizado de mulheres. O escrúpulo
masculino, a idiossincrasia psicológica do homem, o pensamento
do homem, sente verdadeiro asco por este tipo de espetáculos
que demonstram até a saciedade a degeneração humana.
Precisamos que a mulher regresse a seu lar, a sua feminilidade,
a sua beleza natural, a sua ingenuidade primitiva, e a sua
verdadeira simplicidade. Precisamos acabar com toda esta
ordem de coisas e estabelecer sobre a face da terra uma nova
civilização e uma nova cultura.
Os pais de família e os educadores devem saber levantar às
novas gerações com verdadeira sabedoria e amor.
Os filhos varões não somente devem receber informação
intelectual e aprender um ofício ou receber o título profissional. É
necessário que os varões conheçam o sentido da
responsabilidade e se encaminhem pela senda da retidão e do
amor consciente.
Sobre os ombros do homem maduro pesa a responsabilidade de
uma esposa, de filhos e filhas.
O homem maduro com alto senso de responsabilidade, casto,
sóbrio, moderado, virtuoso, etc., é respeitado por sua família e
por todos os cidadãos.
O homem maduro que escandaliza as pessoas com seus
adultérios, fornicações, desgostos, injustiças de todo tipo, tornase repugnante para todas as pessoas e não somente causa dor a
si mesmo mas também causa amargura a seus familiares e traz
dor e confusão a todo o mundo.
É necessário que o homem maduro saiba viver sua época
corretamente. É urgente que o homem maduro compreenda que
a juventude já passou.
É ridículo querer repetir na maturidade os mesmos dramas e
cenas da juventude.
Cada época da vida tem sua beleza, e há que saber vivê-la.
O homem maduro deve trabalhar com suma intensidade antes
que chegue a velhice assim como a formiga atua de forma
previsível levando folhas para seu formigueiro antes que chegue
o bruto inverno, assim também deve atuar com rapidez e
previsão o homem maduro.
Muitos homens jovens gastam miseravelmente todos os seus
valores vitais, e quando chegam a idade madura encontram-se
feios, horríveis, miseráveis, fracassados.
É verdadeiramente ridículo ver muitos homens maduros
repetindo a insensatez da juventude sem se dar conta de que
agora estão horríveis e que a juventude já se foi.
Uma das maiores calamidades desta civilização que agoniza é o
vício do álcool.
Na juventude muitos se entregam à bebida e quando chega a
idade madura não formaram um lar, uma fortuna, não têm uma
profissão lucrativa, vivem de cantina em cantina mendigando
licor, espantosamente horríveis, nojentos, miseráveis.
Os chefes de família e os educadores devem dar atenção
especial aos jovens orientando-lhes corretamente com o
propósito são de fazer um mundo melhor.
CAPITULO XXVIII
A VELHICE
Os primeiros quarenta anos de vida nos dão o livro, os trinta
seguintes o comentário.
Aos vinte anos um homem é um pavão real; aos trinta, um leão;
aos quarenta, um camelo; aos cinquenta, uma serpente; aos
sessenta, um cachorro; aos setenta, um macaco, e aos oitenta,
somente uma voz e uma sombra.
O tempo revela todas as coisas: é um charlatão muito
interessante que fala por si mesmo quando não estejam
perguntando-lhe nada.
Não há nada feito pela mão do pobre ANIMAL INTELECTUAL,
falsamente chamado homem, que cedo ou tarde o tempo não
destrua.
"FUGIT IRREPARABILE TEMPUS", o tempo que corre, não pode
ser reparado.
O tempo expõe à luz pública tudo o que agora está escondido e
encobre e esconde tudo o que neste momento brilha com
esplendor.
A velhice é como o amor, não pode ser ocultada mesmo quando
se disfarce com as roupagens da juventude.
A velhice abate o orgulho dos homens e os humilha, mas uma
coisa é ser humilde e outra, cair humilhado.
Quando a morte se aproxima, os velhos decepcionados com a
vida entendem que a velhice já não é uma carga.
Todos os homens abrigam a esperança de viver uma longa vida
e chegar a ser velhos e, no entanto a velhice os assusta.
A velhice começa aos cinquenta e seis anos e se processa logo
em períodos setenários que nos conduzem até a decrepitude e a
morte.
A maior tragédia dos velhos descansa, não é no fato de ser
velhos, mas na tolice de não querer reconhecer que o são e na
estupidez de acreditarem-se jovens, como se a velhice fosse um
delito.
O melhor que a velhice tem, é que um se encontra muito próximo
da meta.
O EU PSICOLÓGICO, o MIM MESMO, o EGO, não melhora com
os anos e a experiência; se complica, torna-se mais difícil, mais
trabalhoso, por isso diz o dito vulgar: “GÊNIO E FIGURA ATÉ A
SEPULTURA”.
O EU PSICOLÓGICO dos velhos difíceis, se autoconsola dando
belos conselhos devido a sua incapacidade para dar feios
exemplos.
Os velhos sabem muito bem que a velhice é um tirano muito
terrível que lhes proíbe sob pena de morte, gozar dos prazeres
da louca juventude e preferem consolar a si mesmos dando belos
conselhos.
O EU oculta o EU, o EU esconde uma parte de si mesmo e tudo
se rotula com frases sublimes e belos conselhos.
UMA parte de MIM MESMO esconde a outra parte de MIM
MESMO. O EU oculta o que não lhe convém.
Está completamente demonstrado pela observação e a
experiência que quando os vícios nos abandonam nos agrada
pensar que nós fomos quem os abandonamos.
O coração do ANIMAL INTELECTUAL não se torna melhor com
os anos, mas pior, sempre se torna de pedra e se na juventude
fomos cobiçosos, mentirosos, iracundos, na velhice o seremos
muito mais.
Os velhos vivem no passado, os velhos são o resultado de
muitos ontens, os anciãos ignoram totalmente o momento em
que vivemos, os velhos são memória acumulada.
A única forma de chegar à velhice perfeita é dissolvendo o EU
PSICOLÓGICO. Quando aprendemos a morrer de momento em
momento, chegamos à sublime ancianidade.
A velhice tem um grande sentido de sossego e liberdade para
aqueles que já dissolveram o EU.
Quando as paixões morreram de forma radical, total e definitiva,
fica-se livre não de um amo, mas de muitos amos.
É muito difícil encontrar na vida, anciãos inocentes que já não
possuam nem sequer os resíduos do EU, essa classe de anciãos
são infinitamente felizes e vivem de instante em instante.
O homem envelhecido na SABEDORIA, o ancião no saber, o
senhor do amor, se converte de fato no farol de luz que guia
sabiamente a corrente dos inumeráveis séculos.
No mundo existiram e existem atualmente alguns ANCIÃOS
MESTRES que não têm sequer os últimos resquícios do EU.
Estes ARHAT GNÓSTICOS são tão exóticos e divinos como a
flor de lótus.
O VENERÁVEL ANCIÃO MESTRE que dissolveu o EU
PLURALIZADO de forma radical e definitiva é a perfeita
expressão da PERFEITA SABEDORIA, do AMOR DIVINO E DO
SUBLIME PODER.
O ANCIÃO MESTRE que já não tem o EU, é de fato a plena
manifestação do SER DIVINO.
Esses ANCIÃOS SUBLIMES, esses ARHAT GNÓSTICOS
iluminaram o mundo desde os antigos tempos, recordemos a
BUDA, MOISÉS, HERMES, RAMAKRISHNA, DANIEL, O SANTO
LAMA, etc., etc., etc.
Os mestres de escolas, colégios e universidades, as mestras, os
pais de família, devem ensinar às novas gerações a respeitar e
venerar os anciãos.
AQUELE que não tem nome, ISSO que é DIVINO, ISSO que é o
REAL, tem três aspectos: SABEDORIA, AMOR, VERBO.
O DIVINO como PAI é a SABEDORIA CÓSMICA, COMO MÃE é
o AMOR INFINITO, como filho é o VERBO.
No Pai de família encontra-se o símbolo da sabedoria. Na Mãe
do lar encontra-se o AMOR, os filhos simbolizam a palavra.
O ancião Pai merece todo o apoio dos filhos. O Pai já velho não
pode trabalhar e é justo que os filhos o mantenham e respeitem.
A Mãe Adorável já anciã não pode trabalhar e, portanto é
necessário que os filhos e filhas olhem por ela e a amem e façam
desse amor uma religião.
Quem não sabe amar a seu Pai, quem não sabe ADORAR a sua
MÃE, marcha pelo caminho da mão esquerda, pelo caminho do
erro.
Os filhos não têm direito para julgar seus Pais, ninguém é
perfeito neste mundo e os que não têm determinados defeitos em
uma direção, os têm em outra, todos somos cortados pelas
mesmas tesouras.
Alguns subestimam o AMOR PATERNO, outros até riem do
AMOR PATERNO. Aqueles que se comportam assim na vida
nem sequer entraram pelo caminho que conduz a ISSO que não
tem nome.
O filho ingrato que detesta seu Pai e esquece sua Mãe é
realmente o verdadeiro perverso que detesta tudo o que é
DIVINO.
A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA não significa INGRATIDÃO,
esquecer o pai, subestimar a Mãe adorável. A REVOLUÇÃO DA
CONSCIÊNCIA é SABEDORIA, AMOR e PERFEITO PODER.
No Pai se encontra o símbolo da sabedoria e na Mãe se encontra
a fonte viva do AMOR, sem cuja essência puríssima é realmente
impossível conseguir as mais altas REALIZAÇÕES ÍNTIMAS.
CAPITULO XXIX
A MORTE
É urgente compreender a fundo e em todos os terrenos da
mente, o que realmente é a MORTE em si mesma, somente
assim é possível, de verdade entender de forma íntegra o que é
a imortalidade.
Ver o corpo humano de um ser querido dentro do ataúde, não
significa ter compreendido o mistério da morte.
A Verdade é o desconhecido de momento a momento. A verdade
sobre a morte não pode ser uma exceção.
O EU quer sempre, como é apenas natural, um seguro de morte,
uma garantia suplementar, alguma autoridade que se encarregue
de assegurar-nos uma boa posição e qualquer tipo de
imortalidade além do sepulcro aterrorizante.
O MIM MESMO não tem muita vontade de morrer. O EU quer
continuar. O EU tem muito medo da morte.
A VERDADE não é questão de acreditar nem de duvidar. A
verdade nada tem que ver com a credulidade, nem com o
ceticismo. A Verdade não é questão de ideias, teorias, opiniões,
conceitos, preconceitos, suposições, afirmações, negociações,
etc. A verdade sobre o mistério da Morte não é uma exceção.
A Verdade sobre o mistério da morte somente pode ser
conhecida através da experiência direta.
Resulta impossível comunicar a experiência REAL da morte a
quem não a conhece.
Qualquer poeta pode escrever belos livros de AMOR, mas é
impossível comunicar a VERDADE sobre o AMOR a pessoas
que jamais o tenham experimentado, em forma semelhante
dizemos que é impossível comunicar a verdade sobre a morte a
pessoas que não a tenham vivenciado.
Quem quiser saber a verdade sobre a morte deve indagar,
experimentar por si mesmo, buscar como é devido, somente
assim podemos descobrir o profundo significado da morte.
A observação e a experiência de muitos anos nos permitiu
compreender que não interessa às pessoas compreender
realmente o profundo significado da morte; às pessoas o único
que realmente lhes interessa é continuar no mais além e isto é
tudo.
Muitas pessoas desejam continuar mediante os bens materiais, o
prestígio, a família, as crenças, as ideias, os filhos, etc., e quando
compreendem que qualquer tipo de continuidade Psicológica é
vã, passageira, efêmera, instável, então sentindo-se sem
garantias, inseguros, se espantam, se horrorizam, se enchem de
infinito terror.
Não querem compreender as pobres pessoas, não querem
entender que tudo o que continua se desenvolve no tempo.
Não querem compreender as pobres pessoas, que tudo o que
continua decai com o tempo.
Não querem compreender as pobres pessoas, que tudo o que
continua torna-se mecanicista, rotineiro, chato.
É urgente, é necessário, é indispensável, tornar-nos plenamente
conscientes do profundo significado da morte, somente assim
desaparece o temor de deixar de existir.
Observando cuidadosamente a humanidade, podemos verificar
que a mente encontra-se sempre engarrafada no conhecido e
quer que isso que é conhecido continue mais além do sepulcro.
A mente engarrafada no conhecido, jamais poderá experimentar
o desconhecido, o real, o verdadeiro.
Somente rompendo a garrafa do tempo mediante a correta
meditação, podemos experimentar o ETERNO, o ATEMPORAL,
o REAL.
Aqueles que desejam continuar a temer a morte e suas crenças e
teorias somente lhes servem de narcóticos.
A morte em si mesma nada tem de aterrador, é algo muito belo,
sublime, inefável, mas a mente engarrafada no conhecido,
somente se move dentro do círculo vicioso que vai da
credulidade ao ceticismo.
Quando realmente nos tornamos plenamente conscientes do
fundo e profundo significado da morte, descobrimos então por
nós mesmos mediante a experiência direta, que a Vida e a Morte
constituem um todo íntegro, uni total.
A morte é o depósito da Vida. O sendeiro da Vida está formado
com as marcas dos cascos da morte.
A vida é Energia determinada e determinadora. Desde o
nascimento até a morte fluem dentro do organismo humano
distintos tipos de energia.
O único tipo de energia que o organismo humano não pode
resistir é o RAIO DA MORTE. Este raio possui uma voltagem
elétrica muito elevada. O organismo humano não pode resistir a
semelhante voltagem.
Assim como um raio pode despedaçar uma árvore, assim
também o raio da morte ao fluir pelo organismo humano, o
destrói inevitavelmente.
O raio da morte conecta o fenômeno morte, com o fenômeno
nascimento.
O raio da morte origina tensões elétricas muito íntimas e certa
nota chave que tem o poder determinante de combinar os genes
dentro do ovo fecundo.
O raio da morte reduz o organismo a seus elementos
fundamentais.
O EGO, o EU energético, continua em nossos descendentes
desgraçadamente.
O que é a Verdade sobre a morte, o que é o intervalo entre morte
e concepção é algo que não pertence ao tempo e que somente
mediante a ciência da meditação podemos experimentar.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades,
devem ensinar a seus alunos e alunas, o caminho que conduz à
experiência do REAL, do VERDADEIRO.
CAPITULO XXX
EXPERIÊNCIA DO REAL
No umbral solene do templo de Delfos encontrava-se uma
inscrição hierática cinzelada em pedra viva que dizia: “NOSCE
TE IPSUM”. Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e
os Deuses.
A Ciência transcendental da Meditação tem como pedra angular
básica este sagrado lema dos antigos SACERDOTES GREGOS.
Se de verdade e de forma muito sincera nós queremos
estabelecer a base para a correta meditação, é necessário
compreender-nos a nós mesmos em todos os níveis da mente.
Estabelecer a correta base da meditação é de fato, estar livres da
ambição, do egoísmo, do medo, do ódio, da ganância de poderes
psíquicos, a ânsia de resultados, etc., etc., etc.
É claro, sem sombra de dúvidas, que depois de estabelecer a
PEDRA ANGULAR BÁSICA da meditação, a mente fica quieta e
em profundo e imponente silêncio.
Desde o ponto de vista rigorosamente lógico, é absurdo querer
experimentar O REAL sem conhecer a nós mesmos.
É urgente compreender de forma ÍNTEGRA e em todos os
terrenos da mente, cada problema conforme vá surgindo na
mente, cada desejo, cada recordação, cada defeito psicológico,
etc.
É claro, sem sombra de dúvidas, que durante a prática da
meditação, vão passando pela tela da mente em sinistra
procissão, todos os defeitos psicológicos que nos caracterizam,
todas as nossas alegrias e tristezas, recordações inumeráveis,
impulsos múltiplos que provêm do mundo exterior, já do mundo
interior, desejos de todo tipo, paixões de toda espécie, velhos
ressentimentos, ódios, etc.
Quem de verdade quer estabelecer em sua mente a pedra básica
da meditação, deve pôr plena atenção nestes valores positivos e
negativos de nosso entendimento e compreendê-los em forma
íntegra, não somente no nível meramente intelectual, mas
também em todos os terrenos subconscientes, infraconscientes e
inconscientes da mente. Jamais devemos esquecer que a mente
tem muitos níveis.
O estudo a fundo de todos estes valores significa de fato
conhecimento de si mesmo.
Todo filme na tela da mente tem um princípio e um fim. Quando
termina o desfile de formas, desejos, paixões, ambições,
recordações, etc., então a mente fica quieta e em profundo
silêncio, VAZIA de todo tipo de pensamentos.
Os estudantes modernos de Psicologia precisam experimentar o
VAZIO ILUMINADOR. A irrupção do VAZIO dentro de nossa
própria mente permite experimentar, sentir, vivenciar um
elemento que transforma, esse ELEMENTO é o REAL.
Distinga-se entre uma mente que está quieta e outra que foi
aquietada violentamente.
Distingue-se entre uma mente que está em silêncio e outra que
foi silenciada à força.
À luz de qualquer dedução lógica, temos que compreender que
quando a mente é aquietada violentamente, no fundo e em
outros níveis não está quieta e luta para libertar-se.
A partir do ponto de vista analítico temos que compreender que
quando a mente está silenciada à força, no fundo não está em
silêncio, grita e se desespera terrivelmente.
A verdadeira quietude e silêncio natural e espontâneo da mente
vem a nós como uma graça, como uma dita, quanto termina o
filme muito íntimo de nossa própria existência na tela
maravilhosa do intelecto.
Somente quando a mente está natural e espontaneamente
quieta, somente quando a mente encontra-se em delicioso
silêncio, vem a irrupção do VAZIO ILUMINADO.
O VAZIO não é fácil de explicar. Não é definível ou descritível,
qualquer conceito que nós emitamos sobre ele pode falhar no
ponto principal.
O VAZIO não pode ser descrito ou expresso em palavras. Isto se
deve a que a linguagem humana foi criada principalmente para
designar coisas, pensamentos e sentimentos existentes; não é
adequado para expressar de forma clara e específica,
fenômenos, coisas e sentimentos NÃO EXISTENTES.
Tratar de discutir o VAZIO dentro dos limites de uma língua
limitada pelas formas da existência, realmente sem sombra de
dúvida, é de fato tolo e absolutamente errado.
“O VAZIO É A NÃO-EXISTÊNCIA, E A EXISTÊNCIA NÃO É O
VAZIO”.
“A FORMA NÃO DIFERE DO VAZIO, E O VAZIO NÃO DIFERE
DA FORMA”.
“A FORMA É VAZIO E O VAZIO É FORMA, É DEVIDO AO
VAZIO QUE AS COISAS EXISTEM”.
“O VAZIO E A EXISTÊNCIA SE COMPLEMENTAM ENTRE SI E
NÃO SE OPÕEM”. “O VAZIO E A EXISTÊNCIA SE INCLUEM E
SE ABRAÇAM”.
“QUANDO OS SERES DE SENSIBILIDADE NORMAL VEEM UM
OBJETO, VEEM SOMENTE SEU ASPECTO EXISTENTE, NÃO
VEEM SEU ASPECTO VAZIO”.
“Todo SER ILUMINADO pode ver simultaneamente o aspecto
existente e VAZIO de qualquer coisa”.
“O VAZIO é simplesmente um termo que denota a natureza NÃO
SUBSTANCIAL e não PESSOAL dos seres, e um sinal de
indicação do estado de absoluto desprendimento e liberdade”.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades
devem estudar a fundo nossa Psicologia Revolucionária e logo
ensiná-la a seus estudantes o caminho que conduz à
experimentação do REAL.
Somente é possível chegar à EXPERIÊNCIA DO REAL quando o
pensamento terminou.
A irrupção do VAZIO nos permite experimentar a CLARA LUZ da
PURA REALIDADE.
Esse CONHECIMENTO PRESENTE na verdade VAZIO, sem
característica e sem cor, VAZIO de NATUREZA, é a
VERDADEIRA REALIDADE, a BONDADE UNIVERSAL.
TUA INTELIGÊNCIA cuja verdadeira natureza é o VAZIO que
não deve ser visto como o VAZIO do NADA, mas como a
INTELIGÊNCIA MESMA sem travas, brilhante, universal e feliz, é
a CONSCIÊNCIA, o BUDA Universalmente Sábio.
Tua própria CONSCIÊNCIA VAZIA e a INTELIGÊNCIA brilhante
e gozosa são inseparáveis. Sua UNIÃO do DHARMAKAYA; O
ESTADO DE PERFEITA ILUMINAÇÃO.
Tua própria CONSCIÊNCIA BRILHANTE, VAZIA e inseparável
do grande CORPO DE ESPLENDOR, não tem nem
NASCIMENTO NEM MORTE e é a imutável luz AMITHABA
BUDA.
Este conhecimento basta. Reconhecer o VAZIO de tua própria
INTELIGÊNCIA como o ESTADO DE BUDDHA e considerável
como tua própria CONSCIÊNCIA, é continuar no ESPÍRITO
DIVINO de BUDDHA.
Conserva teu INTELECTO sem distrair-te durante a
MEDITAÇÃO, esqueça-te de que estais em MEDITAÇÃO, não
penses que estais meditando porque quando se pensa que se
medita, este pensamento basta para perturbar a meditação. TUA
mente deve ficar VAZIA para experimentar o REAL.
CAPITULO XXXI
PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades,
devem
estudar
profundamente
a
PSICOLOGIA
REVOLUCIONÁRIA que ensina o MOVIMENTO GNÓSTICO
INTERNACIONAL.
A PSICOLOGIA da REVOLUÇÃO em marcha é radicalmente
diferente de tudo quanto antes se conheceu com este nome.
Sem sombra de dúvidas, podemos dizer sem temor a equívocos
que no curso dos séculos que nos precederam, desde a noite
profunda de todas as idades, jamais a PSICOLOGIA tinha caído
tão baixo como atualmente nesta época de “REBELDES SEM
CAUSA” e jovens cavalheirinhos do ROCK.
A Psicologia retardatária e reacionária destes tempos modernos
para cúmulo das desgraças perdeu lamentavelmente seu sentido
de ser, e todo contato direto com sua verdadeira origem.
Nestes tempos de Degeneração sexual e total deterioração da
mente, já não somente faz-se impossível definir com inteira
exatidão o termo PSICOLOGIA, também além se desconhecem
verdadeiramente as matérias fundamentais da Psicologia.
Aqueles que supõem equivocadamente que a PSICOLOGIA é
uma ciência contemporânea de última hora estão realmente
confundidos, porque a PSICOLOGIA é uma ciência antiquíssima
que tem sua origem nas velhas escolas dos MISTÉRIOS
ARCAICOS.
Ao tipo do ESNOBE, ao Velhaco ultramoderno, ao retardatário,
lhe resulta impossível definir isto que se conhece como
PSICOLOGIA porque à exceção desta época contemporânea, é
óbvio que a PSICOLOGIA jamais existiu sob seu próprio nome
devido a que por tais ou quais motivos, sempre foi suspeita de
tendências subversivas de caráter político ou Religioso e por isso
se viu na necessidade de disfarçar-se com múltiplas roupagens.
Desde os tempos antigos, nos distintos cenários do teatro da
vida, a PSICOLOGIA representou sempre seu papel, disfarçada
inteligentemente com a roupagem da filosofia.
Às margens do Ganges, na Índia Sagrada dos VEDAS, desde a
noite aterradora dos séculos, existem formas de IOGA que no
fundo, vêm a ser pura PSICOLOGIA EXPERIMENTAL, de altos
voos.
As sete IOGAS foram descritas sempre como métodos,
procedimentos, ou sistemas filosóficos.
No mundo Árabe, os Sagrados ensinamentos dos SUFIS, em
parte metafísicas, em parte Religiosas, são realmente de ordem
totalmente PSICOLÓGICA.
Na velha Europa podre até o tutano dos ossos com tantas
guerras, preconceitos raciais, religiosos, políticos, etc., no
entanto até o final do século passado, a PSICOLOGIA se
disfarçou com o traje da Filosofia para poder passar
despercebida.
A Filosofia apesar de todas as suas divisões e subdivisões como
são a Lógica, a Teoria do Conhecimento, a Ética, a Estética, etc.,
é sem sombra de dúvida em si mesma, AUTORREFLEXÃO
EVIDENTE, COGNIÇÃO MÍSTICA DO SER, FUNCIONALISMO
COGNOSCITIVO DA CONSCIÊNCIA DESPERTA.
O erro de muitas ESCOLAS FILOSÓFICAS consiste em ter
considerado a Psicologia como algo inferior à FILOSOFIA, como
algo relacionado unicamente com os aspectos mais baixos e até
triviais da natureza humana.
Um estudo comparativo de Religiões nos permite chegar à
conclusão lógica de que a CIÊNCIA DA PSICOLOGIA sempre
esteve associada de forma muito íntima a todos os PRINCÍPIOS
RELIGIOSOS. Qualquer estudo comparativo de Religiões vem a
nos demonstrar que na LITERATURA SAGRADA mais Ortodoxa
de diversos países e diferentes épocas, existem maravilhosos
tesouros da ciência PSICOLÓGICA.
Investigações de fundo no terreno do GNOSTICISMO nos
permitem encontrar essa maravilhosa compilação de diversos
autores Gnósticos que vem dos primeiros tempos do Cristianismo
e que se conhece sob o título de PHILOKALIA, usada ainda em
nossos dias na IGREJA ORIENTAL, especialmente para
instrução dos monges.
Sem sombra de dúvida e sem o mínimo de temor de cair em
enganos, podemos afirmar enfaticamente que a PHILOKALIA é
essencialmente PURA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL.
Nas ANTIGAS ESCOLAS DE MISTÉRIOS da Grécia, Egito,
Roma, Índia, Pérsia, México, Peru, Assíria, Caldeia, etc., etc.,
etc., a PSICOLOGIA sempre esteve ligada à filosofia, à Arte
objetiva Real, à ciência e à Religião.
Nos antigos tempos de PSICOLOGIA se ocultava
inteligentemente entre as formas graciosas das Dançarinas
Sagradas, entre o enigma dos estranhos Hieróglifos, as belas
esculturas, ou na poesia, na tragédia e até na música deliciosa
dos templos.
Antes que a Ciência, a Filosofia, a Arte e a Religião se
separassem para virar independentemente, a PSICOLOGIA
reinou soberana em todas as ANTIQUÍSSIMAS ESCOLAS DE
MISTÉRIOS.
Quando os Colégios Iniciáticos fecharam devido ao KALI-YUGA,
ou IDADE NEGRA em que ainda estamos, a PSICOLOGIA
sobreviveu entre o simbolismo das diversas ESCOLAS
ESOTÉRICAS e PSEUDOESOTÉRICAS do Mundo MODERNO
e muito especialmente entre o ESOTERISMO GNÓSTICO.
Profundas análises e investigações de fundo nos permitem
compreender com toda claridade meridiana, que os distintos
sistemas e doutrinas Psicológicas que existiram no passado e
que existem no presente, podem se dividir em duas categorias:
Primeira. - As doutrinas tal como muitos intelectuais as supõem.
A Psicologia moderna pertence de fato a esta categoria.
Segunda. - As doutrinas que estudam o homem desde o ponto
de vista da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA.
Estas últimas são em verdade as Doutrinas originais, as mais
antigas, somente elas nos permitem compreender as origens
vivas da Psicologia e seu profundo significado.
Quando todos nós tivermos compreendido de forma íntegra e em
todos os NÍVEIS DA MENTE, quão importante é o estudo do
homem desde o novo ponto de vista da REVOLUÇÃO DA
CONSCIÊNCIA, entenderemos então que a Psicologia é o
estudo dos princípios, leis e feitos intimamente relacionados com
a TRANSFORMAÇÃO RADICAL e definitiva do INDIVÍDUO.
É urgente que os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e
Universidades, compreendam de forma íntegra a hora CRÍTICA
em que vivemos e o Catastrófico estado de desorientação
Psicológica em que se encontra a nova Geração.
É necessário canalizar a “NOVA ONDA” pelo caminho da
REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA e isto somente é possível
mediante a PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA da EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL.
CAPITULO XXXII
REBELDIA PSICOLÓGICA
Aqueles que se dedicaram a viajar por todos os países do mundo
com o propósito de estudar em detalhes a todas as raças
humanas, puderam comprovar por si mesmos que a natureza
deste pobre ANIMAL INTELECTUAL equivocadamente chamado
homem, é sempre a mesma, já seja na velha Europa ou na África
cansada de tanta escravidão, na terra sagrada dos Vedas ou nas
Índias Ocidentais, na Áustria ou na China.
Este feito concreto, esta tremenda realidade que assombra a
todo homem estudioso, pode especialmente ser verificado se o
viajante visita Escolas, Colégios e Universidades.
Chegamos à época de produção em série. Agora tudo é
produzido em esteira sucessiva e em grande escala. Séries de
Aviões, Carros, Mercadorias de Luxo, etc., etc., etc.
Ainda que resulte um pouco grotesco, é muito certo que as
escolas Industriais, Universidades, etc., se converteram também
em fábricas intelectuais de produção em série.
Nestes tempos de produção em série o único objetivo na vida é
encontrar segurança econômica. A pessoa tem medo de tudo e
busca segurança.
O pensamento independente por estes tempos de produção em
série, se faz quase impossível porque o tipo moderno de
Educação baseia-se em meras conveniências.
“A Nova Onda” vive muito de acordo com esta mediocridade
intelectual. Se alguém quiser ser diferente, distinto dos demais,
todo o mundo o desqualifica, todo o mundo o critica, lhe faz o
vazio, lhe nega o trabalho, etc.
O desejo de conseguir o dinheiro para
urgência de alcançar sucesso na vida, a
econômica, o desejo de comprar muitas
ante os demais, etc., marcam-lhe o alto
natural e espontâneo.
viver e divertir-se, a
busca por segurança
coisas para presumir
ao pensamento puro,
Pode-se comprovar totalmente que o medo embaralha a mente e
endurece o coração.
Nestes tempos de tanto medo e busca de segurança, as pessoas
se escondem em suas cavernas, em suas tocas, em seu canto,
no lugar onde acreditam que podem ter mais segurança, menos
problemas, e não querem sair dali, lhe têm terror da vida, medo
das novas aventuras, das novas experiências, etc., etc., etc.
Toda esta tão PROPALADA educação moderna baseia-se no
medo e a busca de segurança, a pessoa está espantada, lhe tem
medo até de sua própria sombra.
As pessoas têm terror a tudo, temem sair das velhas normas
estabelecidas, ser distintos às outras pessoas, pensar de forma
revolucionária, romper com todos os preconceitos da Sociedade
decadente, etc.
Afortunadamente vivem no mundo uns poucos sinceros e
compreensivos,
que
de
verdade
desejam
examinar
profundamente todos os problemas da mente, mas na grande
maioria nem sequer existe o espírito de inconformidade e
rebeldia.
Existem dois tipos de REBELDIA que estão já devidamente
classificadas. Primeiro: Rebeldia Psicológica violenta. Segundo:
Rebeldia Psicológica profunda da INTELIGÊNCIA.
O primeiro tipo de Rebeldia é reacionário, conservador e
retardatário. O segundo tipo de Rebeldia é REVOLUCIONÁRIO.
No primeiro tipo de Rebeldia Psicológica encontramos o
REFORMADOR que remenda trajes velhos e repara muros de
velhos edifícios para que não os derrubem, o tipo regressivo, o
Revolucionário de sangue e aguardente, o líder dos “quartelaços”
e golpes de Estados, o homem de fuzil no ombro, o Ditador que
goza levando para o paredão a todos os que não aceitem seus
caprichos, suas teorias.
No segundo tipo de Rebeldia Psicológica encontramos BUDDHA,
JESUS, a HERMES, ao transformador, o REBELDE
INTELIGENTE, ao INTUITIVO, aos GRANDES paladinos da
REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, ETC., ETC., ETC.
Aqueles que somente educam-se com o absurdo propósito de
escalar magníficas posições dentro da colmeia burocrática, subir,
escalar ao topo da escada, fazer-se sentir, etc., carecem de
verdadeira profundidade, são Imbecis por natureza, superficiais,
ocos, cem por cento velhacos.
Já está comprovado até a saciedade que quando no ser humano
não existe verdadeira INTEGRAÇÃO de pensamento e
sentimento, ainda que tenhamos recebido uma grande educação,
a vida é incompleta, contraditória, chata e atormentada por
inumeráveis temores de todo tipo.
Sem sombra de dúvida e sem temor de equivocar-nos, podemos
afirmar enfaticamente que sem educação INTEGRAL, a vida é
danosa, inútil e prejudicial.
O ANIMAL INTELECTUAL tem um EGO INTERNO composto
infelizmente por ENTIDADES distantes que se fortalecem com a
EDUCAÇÃO ERRADA.
O EU PLURALIZADO que cada um de nós leva dentro, é a causa
fundamental de todos nossos complexos e contradições.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deve ensinar às novas gerações
nossa DIDÁTICA Psicológica para a DISSOLUÇÃO do EU.
Somente dissolvendo-se as várias entidades que em seu
conjunto constituem o Ego (EU) podemos estabelecer em nós,
um centro permanente de consciência individual, então seremos
ÍNTEGROS.
Enquanto exista dentro de cada um de nós O EU
PLURALIZADO, não somente nos amargaremos a vida a nós
mesmos, mas também amargaremos aos demais.
De que vale estudarmos direito e nos façamos advogados, se
perpetuamos os pleitos? De que vale acumular em nossa mente
muitos conhecimentos, se nós continuamos confusos? De que
servem as habilidades técnicas e industriais se as usamos para a
destruição de nossos semelhantes?
De nada serve instruir-nos, assistir à aula, estudar, se no
processo do dia a dia estamos nos destruindo miseravelmente
uns aos outros.
O objetivo da educação não deve ser somente produzir cada
ano, novos buscadores de empregos, novo tipo de velhacos,
novos grosseirões que nem sequer sabem respeitar a Religião do
próximo, etc.
O verdadeiro objetivo da EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL deve ser
criar verdadeiros homens e mulheres INTEGRADOS e, portanto
conscientes e inteligentes.
Infelizmente os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e
Universidades, em tudo pensam, menos em despertar a
INTELIGÊNCIA INTEGRAL dos EDUCANDOS.
Qualquer pessoa pode cobiçar e adquirir títulos, condecorações,
diplomas e até tornar-se muito eficiente no terreno mecanicista
da vida, mas isto não significa ser INTELIGENTE.
A INTELIGÊNCIA não pode ser jamais mero funcionalismo
mecânico, a INTELIGÊNCIA não pode ser o resultado de simples
informação livresca, a INTELIGÊNCIA não é capacidade para
reagir automaticamente com palavras fulgurantes ante qualquer
desafio. A INTELIGÊNCIA não é mera verbalização da memória.
A INTELIGÊNCIA é a capacidade para receber diretamente a
ESSÊNCIA, o REAL, o que verdadeiramente É.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL é a ciência que nos permite
despertar esta capacidade em nós mesmos e nos demais.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ajuda cada INDIVÍDUO a
descobrir os verdadeiros VALORES que surgem como resultado
da investigação profunda e da COMPREENSÃO INTEGRAL de
SI MESMO.
Quando não existe em nós AUTOCONHECIMENTO, então a
AUTOEXPRESSÃO se converte em AUTOAFIRMAÇÃO
EGOÍSTA E DESTRUTIVA.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL somente se preocupa em
despertar em cada indivíduo A CAPACIDADE para compreender
a si mesmo em todos os terrenos da mente e não simplesmente
para entregar-se à complacência da AUTOEXPRESSÃO
equivocada do EU PLURALIZADO.
CAPITULO XXXIII
EVULUÇÃO, INVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO
Na prática pudemos verificar que tanto as ESCOLAS
MATERIALISTAS como as ESCOLAS ESPIRITUALISTAS estão
completamente engarrafadas no DOGMA da EVOLUÇÃO.
As modernas opiniões sobre a origem do homem e sua pretérita
EVOLUÇÃO, no fundo são puro SOFISMA BARATO, não
resistem a um estudo crítico profundo.
Muito apesar de todas as teorias de DARWIN aceitas como artigo
de FÉ cega por CARLOS MARX e seu tão cacarejado
MATERIALISMO DIALÉTICO, nada sabem os cientistas
modernos sobre a origem do homem, nada lhes consta, nada
experimentaram de forma direta e carecem de provas específicas
concretas, exatas, sobre a EVOLUÇÃO HUMANA.
Pelo contrário, se tomamos a humanidade histórica, quer dizer, a
dos últimos vinte mil ou trinta mil anos antes de Jesus Cristo,
encontramos provas exatas, sinais inconfundíveis de um tipo
superior de homem, incompreensível para as pessoas modernas,
e cuja presença pode ser demonstrada por múltiplos
testemunhos, velhos Hieróglifos, antiquíssimas Pirâmides,
exóticos monolitos, misteriosos papiros e diversos monumentos
antigos.
Quanto ao HOMEM PRÉ-HISTÓRICO, a essas estranhas e
misteriosas criaturas de aspecto tão parecido com o ANIMAL
INTELECTUAL e, no entanto, tão distintas, tão diferentes, tão
misteriosas e cujos ossos ilustres encontram-se escondidos
profundamente às vezes em jazidas arcaicas do período Glacial
ou Pré-glacial, os cientistas modernos nada sabem de forma
exata e por experiência direta.
A CIÊNCIA GNÓSTICA ensina que o ANIMAL RACIONAL, tal
como o conhecemos, não é um SER PERFEITO, não é ainda
HOMEM no sentido completo da palavra; a natureza o
desenvolve até certo ponto e logo o abandona deixando-o em
completa liberdade para prosseguir seu desenvolvimento ou
perder todas as suas possibilidades e degenerar-se.
As LEIS da EVOLUÇÃO e da INVOLUÇÃO são o eixo mecânico
de toda a natureza e nada têm a ver com a
AUTORREALIZAÇÃO ÍNTIMA DO SER.
Dentro do ANIMAL INTELECTUAL existem tremendas
possibilidades que podem desenvolver-se ou perder-se, não é
uma lei o que se desenvolvem. A mecânica EVOLUTIVA não
pode desenvolvê-las.
O desenvolvimento de tais personalidades latentes, somente é
possível em condições bem definidas e isto exige tremendos
SUPERESFORÇOS individuais e uma ajuda eficiente por parte
daqueles MESTRES que já fizeram no passado esse trabalho.
Quem queira desenvolver todas as suas possibilidades latentes
para converter-se em homem, deve entrar pelo caminho da
REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA.
O ANIMAL INTELECTUAL é o GRÃO, a SEMENTE; dessa
semente pode nascer a ÁRVORE DA VIDA, o HOMEM
VERDADEIRO, aquele HOMEM que esteve buscando
DIÓGENES com uma lâmpada acessa pelas ruas de ATENAS e
ao meio dia, e que desgraçadamente não pôde encontrar.
Não é uma LEI que este grão, que esta semente tão especial
possa desenvolver-se, o normal, o natural, é que se perca.
O HOMEM VERDADEIRO é tão distinto
INTELECTUAL, como o RAIO o é à nuvem.
do
ANIMAL
Se o grão não morre a semente não germina, é necessário, é
urgente que morra o EGO, o EU, o MIM MESMO, para que o
HOMEM nasça.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades,
devem ensinar a seus alunos o CAMINHO da ÉTICA
REVOLUCIONÁRIA, somente assim é possível conseguir a
morte do EGO.
Fazendo ÊNFASE podemos afirmar que a REVOLUÇÃO DA
CONSCIÊNCIA não somente é rara neste mundo, mas que cada
vez que se torna mais rara e mais rara.
A REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA tem três fatores
perfeitamente definidos: Primeiro, Morrer; Segundo, Nascer;
Terceiro, Sacrifício pela humanidade. A ordem dos fatores não
altera o produto.
MORRER é questão de ÉTICA
DISSOLUÇÃO do EU PSICOLÓGICO.
REVOLUCIONÁRIA
e
NASCER é questão de TRANSMUTAÇÃO SEXUAL, este
assunto corresponde à SEXOLOGIA TRANSCENDENTAL, quem
quiser estudar este tema, deve escrever-nos e conhecer nossos
livros Gnósticos.
SACRIFÍCIO pela humanidade é CARIDADE UNIVERSAL
CONSCIENTE.
Se nós desejamos a REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA, se não
fazemos tremendos SUPERESFORÇOS para desenvolver essas
possibilidades latentes que nos levam à AUTORREALIZAÇÃO
ÍNTIMA, é claro que ditas possibilidades não se desenvolverão
jamais.
São muito raros os que se AUTORREALIZAM, os que se salvam
e nele não existe injustiça alguma, por que haveria de ter o pobre
ANIMAL INTELECTUAL o que não deseja?
Precisa-se de uma mudança radical total e definitiva, mas nem
todos os seres querem essa mudança, não o desejam, não o
sabem e se lhes diz e não o entendem, não o compreendem, não
lhes interessa. Por que haveria de dar-lhes à força o que não
querem?
A Verdade é que antes de adquirir o indivíduo, NOVAS
FACULDADES, ou NOVOS PODERES que não conhece nem
remotamente e que ainda não possui, deve adquirir faculdades e
poderes que equivocadamente acredita ter, mas que na realidade
não tem.
CAPITULO XXXIV
O INDIVÍDUO ÍNTEGRO
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL em seu verdadeiro sentido é a
compreensão profunda de um mesmo; dentro de cada indivíduo
encontram-se todas as leis da natureza.
Quem quiser conhecer todas as maravilhas da natureza, deve
estudá-las dentro de si mesmo.
A falsa Educação somente se preocupa em enriquecer o intelecto
e isso qualquer um pode fazê-lo. É óbvio que com dinheiro,
qualquer um pode dar-se ao luxo de comprar livros.
Não nos pronunciamos contra a cultura intelectual, somente nos
pronunciamos contra o exorbitante desejo acumulativo mental.
A falsa educação intelectual somente oferece escapatórias para
fugir de si mesmo.
Todo homem erudito, todo vicioso intelectual, dispõe sempre de
maravilhosas evasivas que lhe permitem fugir de si mesmo.
Do INTELECTUALISMO sem ESPIRITUALIDADE resultam os
VELHACOS e estes levaram à humanidade ao CAOS e à
DESTRUIÇÃO.
A técnica jamais pode nos capacitar para conhecer-nos a nós
mesmos de forma ÍNTEGRA, UNI-TOTAL.
Os Pais de família mandam seus filhos à Escola, ao Colégio, à
Universidade, ao Politécnico, etc., para que aprendam alguma
técnica, para que tenham alguma profissão, para que possam
finalmente ganhar a vida.
É óbvio que necessitamos saber alguma técnica, ter uma
profissão, mas isso é secundário, o primário, o fundamental, é
conhecer-nos a nós mesmos, saber quem somos, de onde
viemos, para onde vamos, qual é o objetivo de nossa existência.
Na vida há de tudo, alegrias, tristezas, amor, paixão, gozo, dor,
beleza, feiura, etc. e quando sabemos vivê-la intensamente,
quando a compreendemos em todos os NÍVEIS da mente,
encontramos nosso lugar na Sociedade, criamos nossa própria
técnica, nossa forma particular de viver, sentir e pensar, mas o
contrário é falso cem por cento, a técnica por si mesma, jamais
pode originar a compreensão de fundo, a compreensão
verdadeira.
A Educação atual resultou num completo fracasso porque lhe dá
EXAGERADA importância à técnica, à profissão, e é óbvio que
ao sublinhar a técnica, converte o homem em autômato
mecânico, destrói suas melhores possibilidades.
Cultivar a capacidade e a eficiência sem a compreensão da vida,
sem o conhecimento de si mesmo, sem sua percepção direta do
processo de MIM MESMO, sem um detido estudo do próprio
modo de pensar, sentir, desejar e atuar, somente servirá para
aumentar nossa própria crueldade, nosso próprio egoísmo,
aqueles fatores Psicológicos que produzem guerra, fome,
miséria, dor.
O desenvolvimento exclusivo da técnica produziu mecânicos,
cientistas, técnicos, físicos atômicos, vivissectores dos pobres
animais, inventores de armas destrutivas, etc., etc., etc.
Todos esses profissionais, todos esses inventores de Bombas
Atômicas e Bombas de Hidrogênio, todos esses vivis sectores []
que atormentam as criaturas da natureza, todos esses velhacos,
o único para o que realmente servem, é para a guerra e a
destruição.
Nada sabem todos esses velhacos, nada entendem do processo
total da vida em todas as suas infinitas manifestações.
O progresso tecnológico geral, sistemas de transportes,
máquinas contadoras, iluminação elétrica, elevadores dentro dos
edifícios, cérebros eletrônicos de toda espécie, etc., resolvem
milhares de problemas que são processados no nível superficial
da existência, mas introduzem no indivíduo e na sociedade,
multiplicidade de problemas muito mais amplos e profundos.
Viver exclusivamente no NÍVEL SUPERFICIAL sem levar em
conta os distintos terrenos e regiões mais profundas da mente,
significa de fato atrair sobre nós e sobre nossos filhos, miséria,
choro e desespero.
A maior necessidade, o problema mais urgente de cada
INDIVÍDUO, de cada pessoa, é compreender a vida em sua
forma INTEGRAL, UNITOTAL, porque somente assim estamos
em condições de poder resolver satisfatoriamente todos os
nossos problemas íntimos particulares.
O conhecimento técnico por si mesmo não pode resolver jamais
todos os nossos problemas Psicológicos, todos os nossos
profundos complexos.
Se queremos ser HOMENS de verdade, INDIVÍDUOS
ÍNTEGROS
devemos
AUTOEXPLORAR-NOS
PSICOLOGICAMENTE, conhecer-nos profundamente em todos
os territórios do pensamento, porque a TECNOLOGIA sem
sombra de dúvida, converte-se em um instrumento destrutivo,
quando não COMPREENDEMOS de VERDADE todo o processo
total da existência, quando não nos conhecemos a nós mesmos
de forma ÍNTEGRA.
Se o ANIMAL INTELECTUAL amara de VERDADE, se se
conhecesse a si mesmo, se tivesse compreendido o processo
total da vida, jamais teria cometido o CRIME de FRACIONAR o
ÁTOMO.
Nosso progresso técnico é fantástico, mas somente conseguiu
aumentar nosso poder agressivo para destruir-nos uns aos
outros e por onde quer reinam o terror, a fome, a ignorância e as
enfermidades.
Nenhuma profissão, nenhuma técnica pode jamais nos dar isso
que se chama PLENITUDE, FELICIDADE VERDADEIRA.
Cada qual na vida sofre intensamente em seu ofício, em sua
profissão, em seu trem da vida rotineira, e as coisas e as
ocupações se convertem em instrumentos de inveja, fofoca, ódio,
amargura.
O mundo dos médicos, o mundo dos artistas, dos engenheiros,
dos advogados, etc., cada um desses mundos, está cheio de dor,
fofocas, concorrência, inveja, etc.
Sem a compreensão de nós mesmos a mera ocupação, ofício, ou
profissão, nos leva a dor e a busca de evasivas. Alguns buscam
escapatórias através do álcool, a cantina, a taberna, o cabaré,
outros querem escapar através das drogas, a morfina, a cocaína,
a maconha; e outros por meio da luxúria e a degeneração sexual,
etc., etc.
Quando se quer reduzir toda a VIDA a uma técnica, a uma
profissão, a um sistema para ganhar dinheiro e mais dinheiro, o
resultado é o tédio, o estorvo, e a busca por evasivas.
Devemos nos converter em INDIVÍDUOS ÍNTEGROS, completos
e isso só é possível conhecendo-nos a nós mesmos e
dissolvendo o EU PSICOLÓGICO.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL ao mesmo tempo que estimula a
aprendizagem de uma técnica para ganhar a vida, deve realizar
algo de maior importância, deve ajudar o homem a experimentar,
a sentir em todos os seus aspectos e em todos os territórios da
mente, o processo da existência.
Se alguém tem algo para dizer que o diga e isso de dizê-lo é
muito interessante porque assim cada um cria por si mesmo seu
próprio estilo, mas aprende estilos alheios sem ter experimentado
diretamente por si mesmos a vida em sua forma ÍNTEGRA;
somente conduz à superficialidade.
CAPITULO XXXV
O HOMEM MÁQUINA
O HOMEM MÁQUINA é a besta mais infeliz que existe neste vale
de lágrimas, mas ele tem a PRETENSÃO e até a INSOLÊNCIA
de AUTOENTITULAR-SE REI DA NATUREZA.
"NOSCE TE IPSUM" "HOMEM CONHEÇA-TE A TI MESMO”.
Esta é uma antiga MÁXIMA de OURO escrita sobre os muros
invictos do templo de Delfos na ANTIGA GRÉCIA.
O homem, esse pobre ANIMAL INTELECTUAL que se qualifica
equivocadamente de HOMEM, inventou milhares de máquinas
complicadíssimas e difíceis e sabe muito bem que para poder
servir-se de uma MÁQUINA, precisa às vezes de muitos anos de
estudo e aprendizagem, mas quando se trata de SI MESMO se
esquece totalmente deste fato, embora ele mesmo seja uma
máquina mais complicada que todas as que inventou.
Não há homem que não esteja cheio de ideias totalmente falsas
sobre si mesmo, o mais grave é que não quer dar-se conta de
que realmente é uma máquina.
A máquina humana não tem liberdade de movimentos, funciona
unicamente por múltiplas e variadas influências interiores e
choques exteriores.
Todos os movimentos, atos, palavras, ideias, emoções,
sentimentos, desejos da máquina humana, são provocados por
influências exteriores e por múltiplas causas estranhas e difíceis.
O ANIMAL INTELECTUAL é um pobre fantoche falante com
memória e vitalidade, um boneco vivo, que tem a tola ilusão, de
que pode FAZER, quando na realidade, de verdade nada pode
FAZER.
Imaginai por um momento, querido leitor, um boneco mecânico
automático controlado por um mecanismo complexo.
Imaginai que esse boneco tem vida, se enamora, fala, caminha,
deseja, faz guerras, etc.
Imaginai que este boneco pode mudar de donos a cada
momento. Deveis imaginar que cada dono é uma pessoa distinta,
tem seu próprio critério, sua própria forma de se divertir, sentir,
viver, etc., etc., etc.
Um dono qualquer querendo conseguir dinheiro apertará certos
botões e então o boneco se dedicará aos negócios, outro dono,
meia hora depois ou várias horas depois, terá uma ideia diferente
e porá seu boneco para dançar e rir, um terceiro o porá para
brigar, um quarto o fará se apaixonar por uma mulher, um quinto
o fará se apaixonar por outra, um sexto o fará brigar com um
vizinho e criar um problema de polícia, e um sétimo lhe fará
mudar de domicílio.
Realmente o boneco de nosso exemplo não fez nada, mas ele
acredita que sim fez, ele tem a ilusão de que FAZ quando na
realidade de verdade nada pode FAZER porque não tem o SER
INDIVIDUAL.
Sem sombra de dúvida tudo aconteceu como quando chove,
quando troveja, quando esquenta o sol, mas o pobre boneco
acredita que FAZ; tem a tola ILUSÃO de que tudo o fez quando
na realidade nada foi feito, são seus respectivos donos os que se
divertiram com o pobre boneco mecânico.
Assim é o pobre animal intelectual querido leitor, um boneco
mecânico como o de nosso exemplo ilustrativo, acredita que FAZ
quando na realidade nada FAZ, é um fantoche de carne e osso
controlado por LEGIÃO DE ENTIDADES ENERGÉTICAS SUTIS
que em seu conjunto constituem isso que se chama EGO, EU
PLURALIZADO.
O EVANGELHO CRISTÃO qualifica a todas essas entidades
DEMÔNIOS e seu verdadeiro nome é LEGIÃO.
Se dizemos que o EU é legião de DEMÔNIOS que controlam a
máquina humana, não estamos exagerando, assim é.
O HOMEM-MÁQUINA não tem INDIVIDUALIDADE alguma, não
possui o SER, somente o SER VERDADEIRO tem o PODER DE
FAZER.
SOMENTE
o
SER
pode
nos
dar
VERDADEIRA
INDIVIDUALIDADE, somente o SER nos converte em HOMENS
VERDADEIROS.
Quem de verdade quer deixar de ser um simples boneco
mecânico, deve eliminar cada uma dessas entidades que em seu
conjunto constituem o EU. Cada uma dessas ENTIDADES que
jogam com a máquina humana. Quem de verdade quer deixar de
ser um simples boneco mecânico, tem que começar por admitir e
compreender sua própria mecanicidade.
Aquele que não quer compreender nem aceitar sua própria
mecanicidade, aquele que não quer entender corretamente este
fato, já não pode mudar, é um infeliz, um desgraçado, valia mais
a pena pendurar uma pedra de moinho no pescoço e atirar-se no
fundo do mar.
O ANIMAL INTELECTUAL é uma máquina, mas uma máquina
muito especial, se esta máquina chega a compreender que é
MÁQUINA, se é bem conduzida e se as circunstâncias o
permitem, pode deixar de ser máquina e converter-se em
HOMEM.
Acima de tudo, é urgente começar por compreender a fundo e
em todos os níveis da mente, que não temos verdadeira
individualidade, que não temos um CENTRO PERMANENTE DE
CONSCIÊNCIA, que em um determinado momento somos uma
pessoa e em outro, outra; tudo depende da ENTIDADE que
controle a situação a qualquer instante.
Aquilo que origina a ILUSÃO da UNIDADE e INTEGRIDADE do
ANIMAL INTELECTUAL é por uma parte a sensação que tem
seu CORPO FÍSICO, por outra parte seu nome e sobrenome e
por último a memória e certo número de hábitos mecânicos
implantados nele pela EDUCAÇÃO, ou adquiridos por simples e
tola imitação.
O pobre ANIMAL INTELECTUAL não poderá deixar de SER
MÁQUINA, não poderá mudar, não poderá adquirir o SER
INDIVIDUAL VERDADEIRO e converter-se em homem legítimo,
enquanto não tiver o valor de ELIMINAR MEDIANTE A
COMPREENSÃO DE FUNDO e em ordem sucessiva, a cada
uma dessas entidades METAFÍSICAS que em seu conjunto
constituem isso que se chama EGO, EU, MIM MESMO.
Cada IDEIA, cada PAIXÃO, cada vício, cada AFETO, cada
ÓDIO, cada desejo, etc., etc., etc. tem sua correspondente
ENTIDADE e o conjunto de todas essas ENTIDADES é o EU
PLURALIZADO da PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA.
Todas essas ENTIDADES METAFÍSICAS, todos esses EUS que
em seu conjunto constituem o EGO, não têm verdadeira ligação
entre si, não têm coordenadas de nenhum tipo. Cada uma
dessas ENTIDADES depende totalmente das circunstâncias,
mudança de impressões, acontecimentos, etc.
A TELA DA MENTE muda de cores e cenas a cada instante, tudo
depende da ENTIDADE que a qualquer instante controle a
mente.
Pela TELA da mente vão passando em contínua procissão as
distintas ENTIDADES que em seu conjunto constituem o EGO ou
EU PSICOLÓGICO.
As diversas ENTIDADES que constituem o EU PLURALIZADO
se associam, se dissociam, formam certos grupos especiais de
acordo com suas afinidades, brigam entre si, discutem, se
desconhecem, etc., etc., etc.
Cada ENTIDADE da LEGIÃO chamada EU, cada pequeno EU,
acredita ser o todo, o EGO TOTAL, nem remotamente suspeita
que ele é tão somente uma ínfima parte.
A ENTIDADE que hoje jura amor eterno a uma mulher é
substituída mais tarde por outra ENTIDADE que nada tem a ver
com tal juramento e então o castelo de naipes vai ao chão e a
pobre mulher chora decepcionada.
A ENTIDADE que hoje jura fidelidade a uma causa é afastada
amanhã por outra ENTIDADE, que nada tem a ver com tal causa
e então o sujeito se retira.
A ENTIDADE que hoje jura fidelidade à GNOSIS é substituída
por outra ENTIDADE que odeia a GNOSIS.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades,
devem estudar este livro de EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL e por
humanidade ter o valor de orientar os alunos e alunas pelo
caminho maravilhoso da REVOLUÇÃO DA CONSCIÊNCIA.
É necessário que os alunos compreendam a necessidade de
conhecer a si mesmos em todos os terrenos da mente.
Precisa-se de uma orientação intelectual mais eficiente,
necessita-se compreender o que somos e isto deve-se começar
desde os próprios bancos da Escola.
Não negamos que o dinheiro é necessário para comer, pagar o
aluguel da casa e nos vestir.
Não negamos que precisa-se de preparação intelectual, uma
profissão, uma técnica para ganhar dinheiro, mas isso não é
tudo, isso é o secundário.
O primeiro, o fundamental, é saber quem somos, o que somos,
de onde viemos, para onde vamos, qual é o objetivo de nossa
existência.
É lamentável continuar como bonecos automáticos, míseros
mortais, homens-máquinas.
É urgente deixar de ser meras máquinas, é urgente converternos em HOMENS VERDADEIROS.
Precisa-se de uma mudança radical e este deve começar
precisamente pela ELIMINAÇÃO de cada uma dessas
ENTIDADES que em conjunto constituem o EU PLURALIZADO.
O pobre ANIMAL INTELECTUAL não é HOMEM, mas têm dentro
de si em estado latente, todas as possibilidades para converterse em HOMEM.
NÃO é uma lei que essas possibilidades se desenvolvam, o mais
natural é que se percam.
SOMENTE mediante tremendos SUPERESFORÇOS podem
desenvolver-se tais possibilidades humanas.
Temos muito que eliminar e muito que adquirir. Faz-se
necessário fazer um inventário para saber quanto nos sobra e
quanto nos falta.
É claro que o EU PLURALIZADO sai sobrando, é algo inútil e
prejudicial.
É LÓGICO dizer que temos que desenvolver certos poderes,
certas faculdades, certas capacidade que o HOMEM-MÁQUINA
se atribui e acredita ter, mas que na realidade, de verdade, NÃO
TEM.
O
HOMEM-MÁQUINA
acredita
que
tem
verdadeira
INDIVIDUALIDADE, CONSCIÊNCIA DESPERTA, VONTADE
CONSCIENTE, PODER DE FAZER, etc. e nada disso têm.
Se queremos deixar de ser máquinas, se queremos despertar
CONSCIÊNCIA, ter verdadeira VONTADE CONSCIENTE,
INDIVIDUALIDADE, capacidade de FAZER, é urgente começar
por conhecer-nos a nós mesmos e logo dissolver o EU
PSICOLÓGICO.
Quando o EU PLURALIZADO se dissolve somente fica dentro de
nós o SER VERDADEIRO.
CAPITULO XXXVI
PAIS E MESTRES
O problema mais grave da EDUCAÇÃO PÚBLICA não são os
alunos nem as alunas do primário, secundário ou bacharelato,
mas também os PAIS e os MESTRES.
Se os Pais e Mestres não se conhecem a si mesmos, se não são
capazes de compreender o menino, à menina, se não sabem
entender a fundo suas relações com estas criaturas que
começam a viver, se somente se preocupam por cultivar o
intelecto de seus educandos, como poderemos criar uma nova
classe de educação?
O menino, o aluno, a aluna, vai à Escola para receber orientação
consciente, mas se os Mestres, as Mestras, são de critério
estreito, conservadores, reacionários, retardatários, assim será o
estudante, a estudante.
Os Educadores devem reeducar-se, conhecer a si mesmos,
revisar todos os seus conhecimentos, compreender que estamos
entrando em uma Nova Era. Transformando-se os educadores,
se transforma a educação pública.
EDUCAR o EDUCADOR é o mais difícil porque todo aquele que
leu muito, todo aquele que tem título, todo aquele que tem que
ensinar, que trabalha como mestre de Escola, já é como é, sua
mente está engarrafada nas cinquenta mil teorias que estudou e
já não muda nem a disparos de canhão.
Os Mestres e Mestras deveriam ensinar COMO PENSAR, mas
infelizmente somente se preocupam em ensinar-lhes EM QUÊ
DEVEM PENSAR.
Pais e Mestres vivem cheios de terríveis preocupações
econômicas, sociais, sentimentais, etc.
Pais e Mestres estão mais ocupados com seus próprios conflitos
e penas, não estão de verdade seriamente interessados em
estudar e resolver os problemas que pleiteiam os rapazes e
moças da “NOVA ONDA”.
Existe tremenda degeneração mental, moral e social, mas os
pais e os Mestres estão cheios de ansiedades e preocupações
pessoais e somente tem tempo para pensar no aspecto
econômico dos filhos, em dar-lhes uma profissão para que não
morram de fome e isso é tudo.
Contrário à crença geral, a maioria dos pais de família não ama
verdadeiramente seus filhos, se os amassem , lutariam pelo bemestar comum, se preocupariam com os problemas da
EDUCAÇÃO PÚBLICA com o propósito de conseguir uma
mudança verdadeira.
Se os Pais de família amassem de verdade seus filhos, não
haveria guerras, não destacariam tanto a família e a nação em
oposição à totalidade do mundo porque isto cria problemas,
guerras, divisões prejudiciais, ambiente infernal para nossos
filhos e filhas.
A pessoa estuda, se prepara para ser médico, engenheiro,
advogado, etc. e em troca não se prepara para a tarefa mais
grave e mais difícil que é a de ser Pais de família.
Esse egoísmo de família, essa falta de amor a nossos
semelhantes, essa política de afastamento familiar, é absurda em
cem por cento, porque se converte em um fator de deterioração e
constante degeneração social.
O progresso, a verdadeira Revolução, somente são possíveis
derrubando essas famosas muralhas chinesas que nos separam,
que nos isolam do resto do mundo.
Todos nós somos uma SÓ FAMÍLIA e é absurdo torturar-nos uns
aos outros, considerar unicamente como família as poucas
pessoas que convivem conosco, etc.
O exclusivismo EGOÍSTA DE FAMÍLIA detém o progresso social,
divide os seres humanos, cria guerras, castas, privilegiadas,
problemas econômicos, etc.
Quando os Pais de família amarem de verdade seus filhos, as
paredes cairão feito pó, as barbas abomináveis do isolamento, e
então a família deixará de ser um círculo egoísta e absurdo.
Caindo os muros egoístas de família, existe então comunhão
fraternal com todos os outros pais e mães de família, com os
Mestres e Mestras, com toda a sociedade.
O resultado da VERDADEIRA FRATERNIDADE é a
VERDADEIRA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, a autêntica
REVOLUÇÃO do ramo EDUCACIONAL para um mundo melhor.
O EDUCADOR deve ser mais consciente, deve reunir os Pais e
Mães de família, a junta Diretiva de Pais de Família, e falar-lhes
claramente.
É necessário que os Pais de família compreendam que a tarefa
de educação pública se realiza sobre a base firme da mútua
cooperação entre Pais de Família e Mestres.
É necessário dizer aos Pais de família que a EDUCAÇÃO
FUNDAMENTAL é necessária para levantar às novas Gerações.
É indispensável dizer aos Pais de família que a formação
intelectual é necessária, mas que não é tudo, necessita-se algo
mais, necessita-se ensinar aos moços e moças conhecer a si
mesmos, a conhecer seus próprios erros, seus próprios defeitos
Psicológicos.
Há que dizer aos Pais de família que os filhos devem procriar por
AMOR e não por PAIXÃO ANIMAL.
É cruel e sem piedade projetar nossos desejos animais, nossas
violentas paixões sexuais, nossos sentimentalismos mórbidos e
emoções bestiais em nossos descendentes.
Os Filhos e Filhas são nossas próprias projeções e é criminoso
infectar o Mundo com projeções bestiais.
Os Mestres e Mestras de Escolas, Colégios e Universidades,
devem reunir no salão de atos os Pais e Mães de família com o
propósito são de ensinar-lhes o caminho da responsabilidade
moral para com seus filhos e para com a Sociedade e o Mundo.
Os EDUCADORES tem o dever de REEDUCAREM-SE a si
mesmos e orientar os Pais e Mães de família.
Necessitamos amar verdadeiramente para transformar o mundo.
Necessitamos nos unir para levantar entre todos nós, o Templo
maravilhoso da Nova Era que nestes momentos está iniciando
entre o solene trovejar do pensamento.
CAPITULO XXXVII
A CONCIÊNCIA
As pessoas confundem a CONSCIÊNCIA com a INTELIGÊNCIA
ou com o INTELECTO, e à pessoa muito inteligente ou muito
intelectual, lhe dão o qualificativo de muito consciente.
Nós afirmamos que a CONSCIÊNCIA no homem é sem sombra
de dúvida e sem temor de nos enganar, uma espécie muito
particular de APREENSÃO DE CONHECIMENTO INTERIOR
totalmente independente de toda atividade mental.
A capacidade da CONSCIÊNCIA nos permite o conhecimento de
NÓS MESMOS.
A CONSCIÊNCIA nos dá conhecimento íntegro do que É, de
onde está, do que realmente se sabe, do que certamente se
ignora.
A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA ensina que somente o
próprio homem pode chegar a conhecer-se a si mesmo.
Somente nós podemos saber se somos conscientes em um dado
momento ou não. Somente a pessoa mesmo pode saber de sua
própria consciência e se esta existe em um dado momento ou
não.
O homem mesmo e ninguém mais que ele, pode se dar conta por
um instante, por um momento de que antes desse instante, antes
desse momento, realmente não era consciente, tinha sua
consciência muito adormecida, depois esquecerá essa
experiência ou a conservará como uma recordação, como a
recordação de uma forte experiência.
É urgente saber que a CONSCIÊNCIA no ANIMAL RACIONAL
não é algo contínuo, permanente.
Normalmente a CONSCIÊNCIA no ANIMAL INTELECTUAL
chamado homem, dorme profundamente.
Raros, muito raros são os momentos em que a CONSCIÊNCIA
está desperta; o animal intelectual trabalha, maneja carros, se
casa, morre, etc. com a consciência totalmente adormecida, e
somente em momentos muito excepcionais desperta.
A vida do ser humano é uma vida de sonho, mas ele acredita que
está desperto e jamais admitiria que está sonhando, que tem a
consciência adormecida.
Se alguém chegasse a despertar, se sentiria espantosamente
envergonhado consigo mesmo, compreenderia de imediato sua
palhaçada, seu ridículo.
Esta vida é espantosamente ridícula, horrivelmente trágica e rara
vez sublime.
Se um boxeador chegasse a despertar de imediato em plena
briga, olharia envergonhado para todo o honorável público e
fugiria do horrível espetáculo, ante o assombro das adormecidas
e inconscientes multidões.
Quando o ser humano admite que tem a CONSCIÊNCIA
ADORMECIDA, podeis estar seguros de que já começa a
despertar.
As Escolas reacionárias de Psicologia antiquada que negam a
existência da CONSCIÊNCIA e até a inutilidade de tal termo,
acusam o estado de sono mais profundo. Os sequazes de tais
Escolas dormem muito profundamente em um estado
praticamente infraconsciente e inconsciente.
Aqueles que confundem a consciência com as funções
Psicológicas; pensamentos, sentimentos, impulsos motrizes e
sensações, realmente estão muito inconscientes, dormem
profundamente.
Aqueles que admitem a existência da CONSCIÊNCIA, mas
negam terminantemente os distintos graus conscientivos,
acusam falta de experiência consciente, sono da consciência.
Toda
pessoa
que
alguma
vez
tenha
despertado
momentaneamente, sabe muito bem por experiência própria que
existem distintos graus de consciência observadas em uma
mesma pessoa.
Primeiro: TEMPO. Quanto tempo permanecemos conscientes?
Segundo: FREQUÊNCIA. Quantas vezes despertamos a
consciência?
Terceiro: AMPLITUDE E PENETRAÇÃO. Do que se era
consciente?
A PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA e a antiga PHILOKALIA
afirmam que mediante grandes SUPERESFORÇOS do tipo muito
especial pode-se despertar consciência e fazê-la contínua e
controlável.
A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL tem como objetivo despertar a
CONSCIÊNCIA. De nada servem dez ou quinze anos de estudos
na Escola, no Colégio e na Universidade, se ao sair das aula
somos autômatos adormecidos.
Não é exagero afirmar que mediante algum grande ESFORÇO
pode o ANIMAL INTELECTUAL ser consciente de si mesmo tão
somente por um par de minutos.
É claro que nisto costumam ter hoje raras exceções que temos
que buscar com a lanterna de Diógenes, esses casos raros são
representados pelos HOMENS VERDADEIROS, BUDA, JESUS,
HERMES, QUETZALCOATL, etc.
Estes fundadores de RELIGIÕES possuíram CONSCIÊNCIA
CONTÍNUA, foram grandes ILUMINADOS.
Normalmente as pessoas NÃO são conscientes de si mesmas. A
ilusão de ser conscientes de forma contínua, nasce da memória e
de todos os processos do pensamento.
O homem que pratica um exercício retrospectivo para recorda
toda sua vida, pode de verdade rememorar, recordar quantas
vezes se casou, quantos filhos engendrou, quem foram seus
pais, seus Mestres, etc., mas isto não significa despertar
consciência, isto é simplesmente recordar atos inconscientes e
isso é tudo.
É necessário repetir o que já dizemos em precedentes capítulos.
Existem quatro estados de CONSCIÊNCIA. Estes são: SONHO,
estado de VIGÍLIA, Autoconsciência e CONSCIÊNCIA
OBJETIVA.
O pobre ANIMAL INTELECTUAL equivocadamente chamado de
HOMEM, somente vive em dois desses estados. Uma parte de
sua vida transcorre no sono e a outra no mal chamado ESTADO
DE VIGÍLIA, o qual também é sono.
O homem que dorme e está sonhando, acredita que desperta
pelo fato de voltar ao estado de vigília, mas na verdade durante
este estado de vigília continua sonhando.
Isto é semelhante ao amanhecer, as estrelas se ocultam devido à
luz solar, mas elas continuam existindo ainda que os olhos físicos
não as percebam.
Na vida normal comum e corrente o ser humano nada sabe da
AUTOCONSCIÊNCIA e muito menos da CONSCIÊNCIA
OBJETIVA.
No entanto, a pessoa é orgulhosa e todo o mundo acredita-se
AUTOCONSCIENTE; o ANIMAL INTELECTUAL acredita
firmemente que tem consciência de si mesmo e de nenhuma
maneira aceitaria que lhe dissesse que é um adormecido e que
vive inconsciente de si mesmo.
Existem momentos excepcionais em que o ANIMAL
INTELECTUAL desperta, mas esses momentos são muito raros,
podem ser representados em um instante de perigo supremo,
durante uma intensa emoção, em alguma nova circunstância, em
alguma nova situação inesperada, etc.
É verdadeiramente uma desgraça que o pobre ANIMA
LINTELECTUAL não tenha nenhum domínio sobre esses
estados fugazes da consciência, que não possa evocá-los, que
não possa torná-los contínuos.
No entanto, a EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL afirma que o homem
pode CONSEGUIR o controle da CONSCIÊNCIA e adquirir
AUTOCONSCIÊNCIA.
A
PSICOLOGIA
REVOLUCIONÁRIA
tem
métodos,
procedimentos científicos para DESPERTR A CONSCIÊNCIA.
Se queremos DESPERTAR A CONSCIÊNCIA precisamos
começar por examinar, estudar e logo eliminar todos os
obstáculos que nos são apresentados no caminho, neste livro
ensinamos o caminho para despertar a CONSCIÊNCIA,
começando desde os próprios bancos da Escola.
SAMAEL AUN WEOR
SUMÁRIO
PREFÁCIO ...................................................................................3
A LIVRE INICIATIVA...................................................................8
A IMITAÇÃO..............................................................................15
AS AUTORIDADES ..................................................................22
A DISCIPLINA............................................................................29
O QUE PENSAR. COMO PENSAR .......................................37
A BUSCA DE SEGURANÇA ...................................................43
A AMBIÇÃO ...............................................................................48
O AMOR .....................................................................................52
A MENTE....................................................................................58
SABER ESCUTAR ....................................................................66
SABEDORIA E AMOR..............................................................70
GENEROSIDADE......................................................................74
COMPREENSÃO E MEMÓRIA ..............................................79
INTEGRAÇÃO ...........................................................................84
A SIMPLICIDADE......................................................................89
O ASSASSINATO .....................................................................94
A PAZ ........................................................................................100
A VERDADE.............................................................................107
A INTELIGÊNCIA ....................................................................111
A VOCAÇÃO ............................................................................116
OS TRÊS CÉREBROS...........................................................126
O BEM E O MAL......................................................................130
A MATERNIDADE ...................................................................136
A PERSONALIDADE HUMANA............................................142
A ADOLESCÊNCIA.................................................................151
A JUVENTUDE ........................................................................156
A IDADE MADURA .................................................................164
A VELHICE...............................................................................170
A MORTE .................................................................................175
EXPERIÊNCIA DO REAL ......................................................179
PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA ......................................183
REBELDIA PSICOLÓGICA ...................................................187
EVULUÇÃO, INVOLUÇÃO, REVOLUÇÃO .........................192
O INDIVÍDUO ÍNTEGRO........................................................195
O HOMEM MÁQUINA ............................................................199
PAIS E MESTRES ..................................................................205
A CONCIÊNCIA.......................................................................209