O Programa de Voluntariado da Philips faz a diferença para o
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O Programa de Voluntariado da Philips faz a diferença para o
Fevereiro/Março 2008atitude Fevereiro/Março2008 Revista de Sustentabilidade da Philips América Latina Cidadania sustentável O Programa de Voluntariado da Philips faz a diferença para o participante e para a sociedade atitude Fevereiro/Março2008 Sumário 11 2 ENCARTE Reciclagem O encarte do Philipinho mostra a importância do reaproveitamento de materiais para o meio ambiente. 15 ÉTICA Infração ao PGN? Saiba como relatar um caso de suspeita de desrespeito aos Princípios Gerais de Negócios da Philips. José Carlos da Silva: funcionário de Healthcare engajado no voluntariado 6AREPORTAGEM DE CAPA força dos voluntários O Programa deVoluntariado da Philips é reconhecido como um dos melhores do Brasil. Nossos voluntários ajudam na construção de um País melhor. 16 PANORAMA Comitê de Sustentabilidade Conheça o grupo de funcionários que trabalha como multiplicador das boas práticas. 19 BOM EXEMPLO Banco Real ABN Amro A instituição financeira faz imersão em sustentabilidade com seus 180 principais executivos. SEÇÕES 17 PANORAMA A Philips conquista o Wal-Mart International 2007 Sustainable Engagement. 4 Mais Simples 10 Artigo 1 8 Voto Consciente 20 Em Ação 22 Funcionário Cidadão 23 Pequenas Atitudes Atitude é uma publicação da área de Sustentabilidade da Philips América Latina. É permitida a reprodução de todo o material desta edição, agradecendo-se a citação da fonte - JORNALISTA RESPONSÁVEL Fernanda de Carvalho (Mtb. 17.056) COORDENAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE Renata Macedo COORDENAÇÃO EDITORIAL Ricardo Vicalvi e Elaine Martins COLABORAÇÃO Brasil: Marcus Nakagawa e representantes do Comitê de Sustentabilidade Argentina: Maria Alejandra Grignani e Maria Soledad Barrera Chile: Christianne Rocha e Joanna Lederer México: Germán Villalobos ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Rua Verbo Divino, 1 400, 1º andar, CEP: 04719-002, Chácara Santo Antônio, São Paulo, SP - [email protected] ENDEREÇO NA INTERNET www.sustentabilidade.philips.com.br REDAÇÃO Totum Excelência Editorial ([email protected]) ARTE E PRODUÇÃO LPCVisual ([email protected]) Editorial atitude Fevereiro/Março2008 3 Experiência transformadora Entidades, associações parceiras e reconhecimentos: Instituto ETHOS de Empresas e Responsabilidade Social A prioridade na Philips são as pessoas. Nossa missão corporativa é enfática nesse ponto: “melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da introdução oportuna de inovações tecnológicas significativas”. Esse é o objetivo que move o dia-a-dia dos 120 mil funcionários da companhia no mundo. Cada uma de nossas atividades, desde as aparentemente mais simples, deve estar impregnada dessa idéia. No entanto, esse desejo de transformação só se materializa se nosso time de funcionários estiver plenamente engajado no processo. Uma das principais ferramentas de que dispomos para despertar o exercício de cidadania em nossa equipe é o Programa de Voluntariado da Philips do Brasil, reconhecido no ano passado pela organização não-governamental Riovoluntário como um dos melhores do País. Os funcionários que se engajam em algum dos nossos três projetos – Aprendendo com a Natureza, Doe Vida e Contadores de Histórias – passam por uma verdadeira experiência transformadora. Em contato com uma realidade diferente da sua e vivenciando um ambiente no qual a hierarquia não existe e todos trabalham pelo bem comum, o voluntário passa a ser reconhecido como um ser integral, valorizando seus diversos papéis na sociedade. O voluntariado gera uma onda progressiva de benefícios: ganha a comunidade objeto do trabalho; ganha o funcionário que, além de ampliar sua visão de mundo, tem a oportunidade de desenvolver novas habilidades de liderança, comunicação e trabalho em grupo; e ganha a empresa, que passa a contar com um time mais preparado para enfrentar as vicissitudes do mercado e com uma imagem positiva perante a sociedade. Iniciado em 2001, o Programa de Voluntariado da Philips já beneficiou diretamente mais de 200 mil pessoas nas localidades em que a empresa tem presença física no Brasil. Mas, como se observa pela matéria de capa desta Atitude, o que vale mesmo é a experiência vivida por cada um, seja participando como voluntário, seja recebendo a atenção dos beneficiados. Boa leitura! Flávia Moraes Gerente-geral de Sustentabilidade da Philips para a América Latina www.akatu.org.br atitude Fevereiro/Março2008 Mais Simples 4 O consumidor está de olho O consumidor brasileiro está mais sensível a produtos que trazem algum tipo de certificação ambiental. Uma pesquisa do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente revela que, dentre o grupo de pessoas que se consideram atentas na hora das compras a questões não relacionadas apenas a preço e qualidade, 22% procuram verificar se o produto possui algum tipo de certificação. Na população em geral, a parcela de pessoas que procura algum selo antes de fazer a compra é de 12%. O sinal mais citado pelos consumidores de 11 capitais brasileiras ouvidos pela pesquisa foi o de reciclagem. Certificações como a ISO 14001, de gestão ambiental, e a FSC, que atesta a origem da madeira, também foram lembradas. A Philips possui um selo próprio para identificar seus produtos ambientalmente mais avançados: o Green Logo. Além disso, 8% das vendas globais da companhia já provêm dos chamados Green Flagships, produtos que se enquadram em rígidas normas n de práticas sustentáveis. TV ecológica ganha prêmio nos EUA Consumer Electronics Show 2008 consagra modelo FlatTV de 42 polegadas da Philips A FlatTV de 42 polegadas da Philips ganhou o prêmio “Best in Show”, oferecido pela editora especializada em tecnologia CNET ao melhor produto exibido na Consumer Electronics Show 2008, realizada em janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos. O televisor premiado (modelo 42PFL5603D) tem como principal característica o consumo racional de energia e é um dos produtos Green Flagship da Philips – o que significa que ele é pelo menos 10% mais eficiente do ponto de vista energético do que os similares da concorrência. Além de contar com uma série de dispositivos que economizam energia, o aparelho tem um design elegante e uma qualidade de imagem considerada perfeita pelos editores da CNET. O produto acaba de ser lançado no n mercado americano. Mais Simples atitude Fevereiro/Março2008 5 Ações de empresas verdes valem mais A Philips foi incluída pela consultoria norteamericana KLD no índice Global Climate 100 (GC100), o primeiro ranking mundial de ações de companhias focado na busca de soluções para o aquecimento global. O índice foi criado em 2005 para promover investimentos em empresas cujas atividades oferecem o maior potencial de enfrentamento aos fatores que provocam mudanças climáticas. Por um futuro melhor A Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Clima, realizada na Indonésia no início do ano, serviu de palco para a Philips ampliar o apelo que vem fazendo para uma mudança de atitude da comunidade internacional em favor da preservação do meio ambiente. Como líder no mercado de iluminação, a Philips tem estimulado a adoção Yvo de Boer: companhias chamadas a agir pela natureza de soluções com maior eficiência energética nos O diretor de Energia e países em que atua. Mudança Climática da Philips, O responsável da Harry Verhaar, representou ONU pelo clima, Yvo de a empresa no evento e Boer, disse que ações disse confiar na capacidade desse tipo realizadas por dos governos ao redor grandes companhias são do mundo de estabelecer fundamentais no combate ao padrões mais rigorosos aquecimento global. “Vocês e racionais para o uso da são a chave para um futuro energia. “É preciso estimular com baixas emissões de gás a eficiência energética em carbônico”, afirmou a uma edifícios públicos, escolas e platéia de empresários e n estradas.” executivos do mundo todo. O interessante é que o desempenho das companhias incluídas no índice é ligeiramente superior ao do conjunto das empresas globais como um todo – o GC 100 ofereceu retorno de 23,55% aos investidores em dois anos, enquanto a média global registrou rentabilidade de 21,55%. É o reconhecimento do mercado financeiro da necessidade de uma atuação voltada para a preservação do n meio ambiente. Cur tas VMI NA ÉPOCA NEGÓCIOS – A revista Época Negócios publicou em sua primeira edição de 2008 uma grande reportagem sobre a aquisição da VMI pela Philips, em 2007. Empresa familiar, fundada pelo empreendedor mineiro Otávio Viegas, a VMI cativou a Philips, segundo a revista, por suas soluções no mercado nacional de aparelhos de raios X de baixo custo. Além do preço adequado à realidade latino-americana, a empresa desenvolveu todo um aparato tecnológico dirigido às necessidades específicas dessa faixa de renda – que sofre, por exemplo, com ligações precárias de energia, o que impede a instalação de máquinas mais sofisticadas. TAPATI RAPANUI – O trabalho iniciado com o projeto Ilha de Páscoa se Ilumina, em 2006, pela Philips Chile, que consistiu na iluminação dos milenares Moai, continua dando frutos. Este ano, a empresa teve uma destacada presença na Tapati Rapanui 2008, a maior festa popular da Ilha, realizada entre os dias 1º e 17 de fevereiro. Com o mote “Economize energia na Tapati Rapanui 2008 com a Philips”, a subsidiária chilena promoveu um extenso trabalho de conscientização entre a população local. atitude Fevereiro/Março2008 6 Capa Tudo de bom O Programa de Voluntariado da Philips, considerado um dos melhores do Brasil, faz a diferença para o participante, para os beneficiados e para a sociedade O conceito moderno de responsabilidade social empresarial envolve a adoção de boas práticas em três campos: social, ambiental e econômico. É muito fácil entender por que é necessário estar bem posicionado nos chamados três pilares da sustentabilidade. De que adianta, por exemplo, uma companhia ter um belo projeto de preservação da natureza se ela, digamos, utiliza mão-de-obra infantil para maximizar os lucros? Ou qual seria o valor de uma empresa que, embora mantivesse uma primorosa obra de apoio social, fosse reconhecida pela poluição que provoca? Da questão econômica não é nem preciso falar: sem saúde financeira, uma empresa não consegue se manter viva, quanto mais se preocupar com a sociedade. A Philips, que desde meados dos anos 1970 coleciona uma série de pioneirismos no campo da sustentabilidade, segue à risca a cartilha e se esmera para fortalecer cada vez mais os três pilares. No en- Capa atitude Fevereiro/Março2008 7 tanto, nós vamos além, com a inclusão de um quarto elemento na equação: a chamada responsabilidade individual, que significa manter cada um dos funcionários informado e engajado nas preocupações da companhia. “Afinal, são pessoas que tomam decisões”, diz Renata Macedo, coordenadora de sustentabilidade da Philips LatAm. “Quem define se a empresa vai tratar adequadamente seus resíduos ou se vai jogá-los aleatoriamente no meio ambiente? Temos estratégias definidas para questões desse tipo, mas sempre há decisões a tomar e as pessoas precisam estar conscientes de que suas responsabilidades vão muito além dos limites da Philips.” Segundo ela, não há forma melhor de exercitar a cidadania e conhecer ainda mais a realidade que nos cerca do que participar de um programa de voluntariado. O voluntariado da Philips abre as suas inscrições a funcionários, estagiários, terceiros e suplementados no início de cada ano. Para 2008, as inscrições já se encerraram. Mas para quem perdeu o prazo e ainda quer se engajar, não é necessário esperar até o ano que vem. Basta procurar o departamento de Sustentabilidade para atuar como observador. Em seus sete anos de vida, o Programa de Voluntariado da Philips do Brasil tem uma série valorosa de números para exibir. São mais de 200 mil pessoas já Aprendendo com a Natureza O projeto transmite a alunos do Ensino Fundamental de escolas públicas de São Paulo, Capuava,Varginha, Recife e Manaus conceitos e valores sobre o meio ambiente e a importância de se viver harmoniosamente com o ecossistema. Além de falar diretamente com os jovens, também capacita professores sobre o tema. Desde 2003, quando foi implantado, o Aprendendo com a Natureza já atingiu quase 90 mil estudantes. Em 2007, passou a ter como foco principal a eficiência energética. beneficiadas pelos três projetos mantidos pela Philips com a participação e ajuda de seus funcionários-voluntários: Aprendendo com a Natureza, de educação ambiental; Doe Vida, de sensibilização à prevenção de DST, Aids e gravidez não planejada na adolescência; e Contadores de Histórias, que atua levando entretenimento e cultura para crianças e adolescentes em hospitais (veja os quadros abaixo com a descrição e os resultados de cada um dos projetos). Mas o verdadeiro impacto provocado pelo voluntariado – seja para o participante, para o beneficiado pelas ações ou para a Philips – escapa a qualquer espécie de mensuração. O voluntário, ao tomar contato com uma realidade diferente da sua, adquire não só experiência de vida, como também ganha subsídios para encarar o cotidiano de maneira mais positiva. “É notável a mudança de comportamento das pessoas que participam do programa, pois elas passam a relativizar a própria condição e a ver que, muitas vezes, seus próprios problemas são superestimados”, diz Renata. “Funciona como um elemento motivador.” Isso sem contar com o desenvolvimento de talentos, espírito de equipe e sentido de cooperação. Para os beneficiados pelos projetos da Philips fica não apenas a ação imediata do programa – seja uma aula sobre meio ambiente, dicas preciosas para evitar o con- atitude Fevereiro/Março2008 Capa 8 tágio de uma doença sexual ou uma tarde agradável para uma criança que vive uma situação dramática, com problemas de saúde –, mas também a mensagem de que é possível, com pequenas atitudes individuais, fazer de fato a diferença. Para a Philips, o Programa de Voluntariado cumpre, além de seus objetivos diretos, a função de criar uma consciência coletiva, em seu time de funcionários, voltada para as boas práticas. É a tal da responsabilidade individual somando-se à cultura da companhia. Além disso, o voluntariado tem o mérito adicional de ajudar a desenvolver habilidades de gestão e liderança, o que contribui para o crescimento profissional dos participantes. Quem acompanha a Atitude sabe que a revista publica, em todas as edições, declarações de funcionários que participam como voluntários de algum projeto social da Philips. São comuns relatos de pessoas que descobriram habilidades que imaginavam não possuir e do choque de realidade promovido pelo contato com um ambiente desconhecido.“A receptividade dos jovens nas palestras é impressionante, o que me motiva muito”, diz José Carlos da Silva, funcionário da área de Healthcare em São Paulo e entusiasmado participante do Doe Vida.“Ser voluntário é estar disposto a aprender a cada dia”, afirma. O sentimento experimentado por José Carlos é comum a todos os voluntários, estejam onde estiverem – em Manaus, nos hospitais da Grande São Paulo, Lilian de Oliveira, de Business Communication: uma das garotaspropaganda da campanha interna Doe Vida C riado em 2001, o projeto promove a sensibilização para a prevenção a doenças sexualmente transmissíveis,Aids e gravidez não planejada na adolescência. É direcionado a jovens de 13 a 18 anos matriculados em escolas públicas. Até 2007, mais de 120 mil adolescentes assistiram às palestras dos voluntários em São Paulo, Capuava,Varginha, Recife e Manaus. O projeto mantém parceria com o Ministério da Saúde e recebe consultoria especializada do Instituto Kaplan (www.kaplan.org.br). Capa atitude Fevereiro/Março2008 9 nas escolas de Varginha e Recife ou nos vários projetos da Philips que envolvem voluntariado nos demais países da América Latina, como o Caminhão da Mulher, na Argentina, o Ilha de Páscoa se Ilumina, promovido pela subsidiária chilena, ou o trabalho dos colegas mexicanos no combate à violência doméstica. “Foi inesquecível, algo que vou levar para a vida toda”, diz a chilena Jéssica Mardonez sobre os dias que passou com a comunidade da Ilha de Páscoa, durante a execução do projeto que levou luz e educação sobre eficiência energética ao lugar. Reconhecimento externo Programas de estímulo ao trabalho voluntário são hoje bastante comuns nas empresas. Mas poucas companhias oferecem condições equivalentes às da Philips para o desenvolvimento da atividade. Os projetos da companhia foram desenvolvidos especialmente por ela, com a ajuda de consultores da área e organizações não-governamentais. No caso do voluntariado, o principal diferencial é a liberação, por parte da empresa, de quatro horas de expediente por mês para dedicação exclusiva aos projetos. Isso permite, por exemplo, que sejam realizadas visitas de grupos de voluntários a escolas ou hospitais pela manhã ou à tarde, e não apenas no período noturno ou nos fins de semana. Outra vantagem da Philips é a total integração de sua política de sustentabilidade. Os projetos da empresa já nasceram prevendo a participação de mão-de-obra voluntária, o que permite uma melhor distribuição de funções entre os participantes. No ano passado, a organização não-governamental Riovoluntário selecionou a Philips como uma das referências no Brasil entre as empresas que promovem programas de voluntariado. O livro Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil, publicado pela entidade, destaca que a “Philips explora a aplicação de tecnologias sociais a fim de promover uma ação voluntária de qualidade”. O estudo, que também analisou as atividades de companhias como Gerdau, TV Globo e Banco Itaú, entre outras, é considerado o principal referencial em sua categoria no País. Com tudo isso, se a dúvida sobre participar ou não do programa ainda persiste, só resta fazer um convite. Acompanhe uma atividade dos colegas que já são voluntários. Olhe em volta, sinta o clima. Converse com as pessoas – os beneficiados, os voluntários. Ao final do dia, certamente suas dúvidas terão acabado e o Brasil terá mais um voluntário fazendo a diferença. n Contadores de Histórias O s voluntários do projeto visitam periodicamente hospitais e clínicas especializadas no atendimento infanto-juvenil para contar histórias.Tem como objetivo transformar a internação hospitalar num momento agradável, contribuindo para a melhoria da humanização desse ambiente. No ano passado, atendeu cerca de 3 mil crianças em 14 hospitais de São Paulo e Capuava. Conta com a parceria da ONG Viva e Deixe Viver (www.vivaedeixeviver.org.br). atitude Fevereiro/Março2008 Artigo 10 Um santuário de paz, esperança e alegria O hospital deve ser um lugar de cura e de recuperação da vontade de viver Por Valdir Cimino* P odemos dizer que o século passado foi a era das grandes descobertas científicas, dos grandes avanços tecnológicos. Tais descobertas e avanços se deram de maneira mais lenta inicialmente, mas, após a década de 1950, verificou-se uma espécie de corrida vertiginosa em busca de tudo aquilo que pudesse melhorar e facilitar a vida dos seres humanos, embora grande parte desses avanços tenha se iniciado em pesquisas e trabalhos voltados à destruição humana, devido à corrida armamentista. Apesar de ter deixado o mundo, durante décadas, na expectativa de uma destruição total, a Guerra Fria promoveu um enorme desenvolvimento no campo das ciências. Isso se traduziu em melhores condições de vida para todos, com o surgimento de máquinas que nos servem melhor em nosso dia-adia, meios de comunicação mais rápidos e eficientes, alimentos de melhor qualidade, remédios e medicamentos mais eficazes, métodos mais simples e efetivos de tratamento de doenças, propiciando um aumento significativo na expectativa de vida dos seres humanos. A utilização desenfreada dos recursos naturais e sua conseqüente escassez fizeram a humanidade se dar conta da devastação que estava causando ao planeta. Os recursos naturais não são inesgotáveis e, se quisermos sobreviver neste planeta enquanto espécie, é preciso preservá-los. Assim, a humanidade vem se mobilizando cada vez mais, buscando soluções ecologicamente corretas para o mundo, de modo a permitir a manutenção da saúde, da vida. A ONU instituiu 2001, o primeiro ano do século 21, como o Ano Internacional do Voluntário, hoje falamos sobre a década. Assim como as pessoas, as organizações, desde aquelas de âmbito privado até as supragovernamentais, estão sentindo a necessidade de unir forças para atingir o objetivo maior de elevar a qualidade de vida dos seres humanos como um todo. Os hospitais sempre foram considerados pela sociedade como aquele lugar para onde vamos quando não estamos bem, quando nossa saúde se encontra de alguma forma deteriorada. O simples fato de “estar doente” já cria na pessoa uma sensação interior de miséria, que só piora quando ela precisa ir ao hospital, aquele lugar todo branco, cheio de instrumentos desconhecidos e, no caso das crianças, assustadores, com pessoas que parecem falar uma outra língua, já que raramente se consegue entender o que falam. A vida no hospital torna-se um mundo à parte para o paciente, um parêntese em sua vida normal. Um parêntese no qual tudo aquilo que ele conhece fica suspenso, esperando por ele, quando sair do hospital. Mas a vida não pára e não devia parar para ele enquanto está hospitalizado. Já no início da década de 1930, o bacteriologista britânico Edward Bach, descobridor dos famosos florais, afirmou que o hospital do futuro seria um santuário de paz, esperança e alegria.Tudo seria feito para encorajar o paciente a esquecer sua doença, a lutar por sua saúde. Nesse hospital, o paciente não só procuraria o alívio para a doença, mas também desenvolveria sua vontade de viver, pois esta, por si só, já conduz os indivíduos à metade do caminho para a cura. Há dez anos, nós, da Associação Viva e Deixe Viver, acreditamos nesse hospital imaculado. n *Publicitário e Educador. Atualmente é vice-presidente de Responsabilidade Social da Associação Brasileira de Anunciantes, professor titular da Fundação Armando Álvares Penteado no curso de RTV; coordenador do curso de Relações Públicas e presidente-fundador da Associação Viva e Deixe Viver. Destaque atitude Fevereiro/Março2008 11 Os benefícios da reciclagem A reciclagem – ou a devolução de determinados produtos para o ciclo de processamento industrial – é um processo que vem ganhando escala pela quantidade de benefícios que gera. Ela proporciona economia para as empresas, renda para a população, além de benefícios ambientais, sociais e econômicos para uma família, uma cidade e (por que não ir direto ao xis da questão?) para todo o planeta. Reciclar significa menos gasto de energia elétrica, economia de recursos naturais e redução da poluição do ar. O melhor exemplo dos benefícios gerados pela reciclagem pode ser encontrado na cadeia produtiva do alumínio. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Alumínio (Abia), o País tem o sistema mais eficiente de reaproveitamento desse metal em todo o mundo. De cada 100 latinhas de bebidas consumidas no país, nada menos do que 94 são reprocessadas pela indústria. Os últimos dados disponíveis mostram que o Brasil reciclou, no ano de 2006, 317 mil toneladas do metal. Essa quantidade expressiva, equivalente a 38% do alumínio consumido no País, torna-se mais impressionante ainda quando se sabe que, para se obter 1 quilo de alumínio, são necessárias 74 latinhas vazias. Ou seja, o total de alumínio reciclado no Brasil é o equivalente a 22,5 bilhões de latinhas. Muita coisa pode ser reciclada e todo mundo pode fazer a sua parte. Na maioria das empresas, prédios residenciais e em muitas casas já existem os recipientes próprios para a coleta do material reciclável. Eles são identificados por cores-padrão: o vermelho é para plásticos, o azul para papel e papelão, o verde para vidro, o amarelo para metal, o marrom para o lixo orgânico e o cinza para tudo o que não for reciclável ou não tiver condições de ser separado. Tem ainda o laranja para pilhas e baterias. Faça sua parte. O Philipinho e o planeta agradecem. a r Pa r a n o i c le o c 3 atitude Fevereiro/Março2008 Destaque 12 O que se ganha com São inúmeros os benefícios gerados pela reciclagem de m 1) BENEFÍCIOS ECONÔMICOS l A reciclagem do papel permite uma grande economia de celulose, a matéria-prima desse produto, que é obtida da polpa da madeira. Cada tonelada de papel reciclado substitui o plantio de até 350 metros quadrados de eucalipto – a árvore mais utilizada para a produção de celulose no Brasil. l A reciclagem de 1 quilo de cacos de vidro gera 1 quilo de vidro novo. Isso representa a economia de pelo menos 1,3 quilo dos minérios utilizados como matéria-prima para a fabricação desse produto. A utilização de apenas 10% de cacos na produção de uma tonelada de vidro representa uma economia de 2,9% de energia elétrica. l No caso do alumínio, a economia é muito maior. A produção de 1 quilo de alumínio primário a partir de sucata consome 95% menos eletricidade do que a produção da mesma quantidade do metal com base no minério que lhe dá origem, a bauxita. Isso sem falar na economia do próprio minério: cada quilo de alumínio reciclado permite a economia de pelo menos 5 quilos de bauxita, evitando a sua retirada do meio ambiente. Mais: a reciclagem de uma única lata de refrigerante gera energia para manter um aparelho de TV ligado durante três horas ou uma lâmpada de 100 watts por 20 horas. Como um quilo equivale a 74 latas, reciclar esse peso significa economizar a eletricidade necessária para manter essa lâmpada acesa durante dois meses inteiros. l A reciclagem de lixo por meio da compostagem – um conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos – dá origem a um adubo mais eficiente do que o fertilizante produzido com base em matérias-primas. Ou seja: é um produto de atitude Fevereiro/Março2008 Destaque 13 a reciclagem materiais. Conheça os principais deles: excelente qualidade para a agricultura. 2) BENEFÍCIOS AMBIENTAIS l A reciclagem devolve ao ciclo de produção materiais que, em contato com a natureza, podem contaminar o solo, comprometer a qualidade da água e poluir o ar. E contribui para a redução do volume de dejetos depositados nos lixões e nos aterros sanitários. O Brasil produz atualmente 240 mil toneladas de lixo por dia. l A produção de 50 quilos de papel reciclado evita o corte de uma árvore com sete anos de idade. Isso sem falar em outros ganhos: 1 tonelada de papel reciclado significa a economia de 20 mil litros de água e de pelo menos 1,2 mil litros de óleo combustível. lA reciclagem do vidro reduz a emissão de gases poluidores pelas fábricas e evita que se jogue na natureza um produto de difícil decomposição. Isso aumenta a vida útil dos aterros sanitários, protege os leitos dos rios e contribui para a proteção dos mananciais. Além disso, poupa a extração de minérios. l O mesmo acontece com o plástico.A reutilização desse material impede que ocorra um enorme prejuízo ao meio ambiente, pois ele é muito resistente a radiações, calor, ar e água.Além de, queimado, ser uma fonte de emissão de gás carbônico e outros produtos tóxicos. 3) BENEFÍCIOS SOCIAIS l Estima-se que, no Brasil, 100 mil pessoas vivam exclusivamente de coletar latas de alumínio para reciclagem. Isso lhes garante uma renda média de até três salários mínimos por mês. A reciclagem de papel gera milhares de empregos: dos catadores aos empregados em cooperativas de intermediação e nas recicladoras. Entidades como o Cempre Compromisso Empresarial para a Reciclagem (www.cempre.org. br), ao qual a Philips é associada, fornecem manuais e cartilhas que orientam como montar um programa de coleta seletiva. Segundo alguns cálculos, a reciclagem do plástico no Brasil mantém cerca de 20 mil empregos diretos em 300 indústrias de reciclagem. n atitude Fevereiro/Março2008 Destaque 14 A tabela esperta do Philipinho O s produtos reciclados nem sempre voltam a ter, como as latinhas de alumínio, a mesma aparência que tinham quando foram produzidos com base em uma matéria-prima retirada da natureza. O papel, por exemplo, não volta a ter a mesma textura, mas adquire uma aparência que, na opinião de muita gente, chega a ser mais nobre do que a original. As garrafas PET não voltam a ser garrafas PET, mas seu plástico dá origem a novos materiais, como camisetas. Reciclar, de qualquer forma, é fundamental para a natureza, mas nem tudo pode ser reaproveitado.Veja na tabela abaixo o que pode e o que não pode ser reciclado. E procure descobrir, na sua cidade, quais são as instituições e empresas que recebem material reciclado. PODE NÃO PODE PA P E L Jornais e revistas Folhas de caderno Formulários Caixas em geral Aparas de papel Fotocópias Envelopes Provas escolares Rascunhos Cartazes velhos Papel de fax Etiqueta adesiva Papel-carbono Fita crepe Papéis sanitários Papéis metalizados Papéis parafinados Papéis plastificados Papéis sujos Guardanapos Bitucas de cigarro Fotografias M ET A L Lata de alumínio Esponjas de aço Lata de folha-de-flandres (embalagem Canos de óleo, salsicha, leite em pó, etc.) Sucatas de reformas VIDROS Embalagens Espelhos Garrafas de vários formatos Vidros planos Copos Lâmpadas Cerâmica e porcelana Tubos de TV P L Á ST I C O Embalagem de refrigerante Cabo de panela Embalagem de material de limpeza Tomadas Copinho de café Embalagem de biscoito Embalagem de margarina Misturas de papel, Canos e tubos plásticos e metais Sacos plásticos em geral Ética atitude Fevereiro/Março2008 15 Violação dos PGN: como relatar Saiba como agir quando você suspeitar de uma violação aos Princípios Gerais de Negócios 1. Qual é o conceito principal da política de relatos de suspeitas de violações aos Princípios Gerais de Negócios (PGN)? A Philips estimula seus funcionários a reportar qualquer violação ou suspeita de violação aos PGN ou às Diretrizes PGN. A empresa garante que os autores do relato não estarão sujeitos a retaliações nem a ações disciplinares, mesmo que, após as investigações, não se constate a violação apontada. 2. Como reportar as violações? As violações podem ser relatadas ao Compliance Officer dos PGN, cujos contatos estão na página dos Princípios Gerais de Negócios na intranet. Também podem ser endereçadas à chefia direta ou ao RH da unidade. Para relatos anônimos, a opção sugerida é a utilização do One Philips Ethics Line. Em qualquer um dos casos, a identidade do relator será preservada. 3. Deve-se ter certeza de que existe de fato uma violação e qual deve ser o conteúdo do relato? Não há necessidade da certeza da existência da violação. A investigação vai determinar se ela ocorreu ou não. Para auxiliar esse trabalho, porém, é importante que os argumentos sejam concretos e que o relato contenha o máximo de informações específicas. Com afirmações vagas e fatos não detalhados, a investigação é prejudicada. O relato da violação deve procurar conter as seguintes informações: l uma descrição mais fiel possível do evento; l o nome de cada pessoa envolvida; l a data aproximada e o local de cada um dos fatos apontados; l quando possível, qualquer informação adicional, documentação ou evidências disponíveis. 4. Quanto tempo levará para uma investigação ser concluída e como o reclamante tomará conhecimento de sua conclusão? A investigação é iniciada pelo Compliance Officer assim que a reclamação for recebida. Ele terá um prazo máximo de dois meses para informar ao funcionário (ou ao One Philips Ethics Line, que mantém contato com o informante anônimo) o resultado do trabalho. Se não estiver satisfeito com a investigação, quem estiver reclamando poderá acionar o Comitê de Revisão dos PGN (o Review Commitee) na Holanda, enviando uma carta para o seguinte endereço: Mr. Ronald Stein Groenewoudseweg 1, P.O. Box 218 - Building VO-1 5600 MD Eindhoven, The Netherlands 5. Como e até que ponto a confidencialidade é garantida? A Philips manterá a confidencialidade e o anonimato do reclamante. Algumas regras legais ou comerciais, porém, podem não permitir o anonimato completo. Em alguns casos, pode não ser possível prosseguir ou conduzir corretamente uma investigação, a menos que a pessoa se identifique. A identidade de outras pessoas que participem de qualquer investigação relacionada a uma violação devem ser mantidas em sigilo e sujeitas às mesmas limitações. Da mesma maneira, quem reclama deve tratar o assunto de forma confidencial. 6. O funcionário pode sofrer retaliações? Os funcionários que comunicarem suspeitas ou participarem de alguma investigação de boa-fé não sofrerão qualquer tipo de retaliação. A Philips não irá demiti-los, suspendê-los ou rebaixá-los por conta disso. Mas esse direito não se aplica se o reclamante tiver participação como cúmplice na violação verificada. n atitude Fevereiro/Março2008 Panorama 16 Funcionário Adriana Dutra Anna Thereza Marone Carmem Sylvia D. Cavalcanti Cidia Bertoldo Silva Dilanes Rosolen Edilaine Melo Fernando Souza Fernando Tatit Flavia C.V. Moraes Geraldo Silva Lilian de Oliveira Luciana A. Silva Márcia Valéria Marcio Quintino Marcus Nakagawa Osvaldo Pasqual Castanha Priscila Carillo Renata Macedo Ricardo Silva Silmara Teixeira Tania Tereskovae Vanessa Brito Departamento VMI-Lagoa Santa Qualidade de vida Suplementados RH-Manaus Real Estate Qualidade-Healthcare Qualidade-Lighting RH Sustentabilidade RH-Capuava Marketing-Business Communications IT RH-Recife Qualidade e Meio Ambiente-Lighting Sustentabilidade Suplementados F&A-Capuava Sustentabilidade Compras Marketing Consumer Lifestyle RH-Lighting RH-Varginha Comitê de Sustentabilidade: a composição de 2008 O comitê das boas práticas Grupo de funcionários é o elo entre a Sustentabilidade e os setores de negócios C riado em 2002 com o objetivo de multiplicar as ações da área de sustentabilidade para os setores de negócios da empresa em suas respectivas localidades, o Comitê de Sustentabilidade da Philips do Brasil e seus novos integrantes abriram os trabalhos de 2008 com um encontro em São Paulo no fim de fevereiro. O comitê é composto de, no mínimo, um representante de cada região e de cada setor de negócio da Philips. Os funcionários que participam voluntariamente do grupo podem ser indicados por seus diretores, eleitos diretamente pelos colegas ou convidados pela equipe de Sustentabilidade (veja quem são os componentes no quadro acima). “O comitê funciona como um agente multiplicador do nosso trabalho”, diz Flávia Moraes, gerente-geral de Sustentabilidade da Philips para a América Latina. “Os participantes conseguem nos trazer as necessidades específicas de cada região, o que é muito útil para o trabalho de gestão.” Além de duas reuniões anuais, os integrantes participam de teleconferências a cada dois meses. Dessa forma, todos se mantêm atualizados sobre o andamento dos trabalhos do departamento e as prioridades do momento. Os membros do comitê, além de terem a missão de ser proativos na disseminação de práticas sustentáveis em seus locais de trabalho, acabam servindo como referência para os colegas quando se trata de boas práticas. “Os participantes têm condições de resolver a maioria dos questionamentos surgidos sem precisar nos consultar”, diz Renata. Quando ocorrem campanhas internas, como a de inscrição de voluntários, eles também ficam responsáveis pela divulgação em seus respectivos setores. Na reunião de fevereiro, cada um foi estimulado, ainda, a apresentar por escrito um plano de ação individual que, dentro da sua atual função, pudesse contribuir com as ações de sustentabilidade. Um exemplo: Ricardo Silva, da área de Compras - Philips General Purchasing (PGP), apresentou a proposta de centralizar e organizar todo o trabalho de auditoria de sustentabilidade conforme procedimentos PGP, n incluindo follow-up e acompanhamento das ações. Panorama atitude Fevereiro/Março2008 17 Parceria vitoriosa Philips recebe o prêmio do Wal-Mart, a maior rede varejista do mundo A Philips foi uma das duas únicas empresas contempladas com o Wal-Mart International 2007 Sustainable Engagement Award, concedido pela maior cadeia mundial de supermercados. O prêmio, entregue em janeiro deste ano, é outorgado aos parceiros da gigante americana que mais se destacam em ações de sustentabilidade no mundo. De um universo de 10 mil fornecedores, apenas a Philips, além da Unilever, mereceu essa honraria. “A iniciativa de nosso time no México abriu o caminho para que esse trabalho fosse replicado em outros países e levasse a Philips a conquistar o prêmio”, diz Carlos Carrera, diretor de vendas de Consumer Lifestyle da Philips México. Tudo começou com a campanha “Philips e Sam’s Club: cuidando do mun- do”, desenvolvida pelas duas empresas no México, em março do ano passado. A promoção consistiu no estímulo à troca de aparelhos usados de televisão por novos modelos LCD de 42 polegadas da Philips – foram vendidos 2.400 novos televisores nos dez dias de duração da campanha, quatro vezes mais do que em épocas normais. A parceria foi reproduzida no Brasil e na Argentina. No Brasil, a exemplo do México, foram trocados aparelhos usados por novos de 32 polegadas, com a venda de 589 unidades em apenas nove dias. Na Argentina, o foco foi a eficiência energética, com a venda de um Kit Ecológico composto de lâmpadas de baixo consumo de 20 watts e um pacote de sementes de jacarandá de brinde. n Formação de primeira linha Fazer relatórios de sustentabilidade também é uma arte A turma de abril do grupo de trabalho “Relatórios de Sustentabilidade GRI” teve o privilégio de ser a primeira do mundo a contar com a certificação da Global Reporting Initiative, uma entidade internacional com sede na Holanda que fixa diretrizes para a produção de relatórios de sustentabilidade. A Philips, que é associada do Instituto Ethos e parceira de seu braço educacional, o UniEthos, participou ativamente do processo de certificação. O trabalho foi realizado em conjunto com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas e da BSD-Brazil, uma consultoria de origem suíça especializada em negócios sustentáveis. “A certificação coloca o UniEthos e os parceiros à frente do movimento internacional de formação de profissionais para lidar no dia-adia com temas de sustentabilidade”, diz Nelmara Arbex, diretora dos serviços educacionais da Global Reporting Initiative. O treinamento, que passa a ser realizado no Brasil, oferece aos participantes, além do conhecimento técnico necessário para a produção de um relatório de sustentabilidade sob os mais modernos conceitos, reunidos num protocolo conhecido como G3, o entendimento sobre a relação entre as atividades de gestão de uma organização e seus impactos econômicos, sociais e ambientais. “A iniciativa dá uma base para a escolha de focos de atuação e ajuda a propor mudanças fundamentais”, afirma Nelmara. n atitude Fevereiro/Março2008 Voto Consciente 18 É preciso ficar esperto A escolha criteriosa dos candidatos é trunfo do cidadão nas eleições M ais de 127 milhões de brasileiros estão convocados a comparecer às urnas nas eleições municipais do próximo dia 5 de outubro, um domingo. Desta vez, deverão ser preenchidos 5.564 cargos de prefeito e vice-prefeito, bem como um contingente de 51.802 vereadores. Em cerca de 76 municípios com mais de 200 mil habitantes, poderá haver segundo turno, no dia 26 de outubro, desde que o vencedor do primeiro não alcance a maioria absoluta (50% mais 1) dos votos. Trata-se de um momento importante para o exercício da cidadania. E com uma característica toda especial: nas eleições deste ano, caberá aos eleitores escolher com seu voto aqueles que comandarão a prefeitura e a Câmara dos Vereadores das cidades onde trabalham, estudam e vivem com suas famílias. De seu voto dependem a construção de um hospital perto de sua casa, vagas para seu filho nas escolas, a pavimentação e a iluminação das ruas do seu bairro ou de seu local de trabalho, a carga de impostos municipais que você paga, a qualidade da coleta dos serviços, como o recolhimento de lixo, a construção de creches e parques, entre outras iniciativas públicas. Por isso mesmo, como vem fazendo desde 2002, a Philips se mobiliza mais uma vez levantando a bandeira do Voto Consciente. O objetivo desta iniciativa de responsabilidade social é disseminar entre seus funcionários a importância da conscientização política e a valorização do voto de todos e de cada um. Numa eleição, como vimos, há muita coisa em jogo. Se você não escolher bem em quem irá votar e por quê, deixará que outras pessoas, nem sempre bem-intencionadas, resolvam o seu destino. Trata-se de um direito inalienável, uma daquelas poucas oportunidades em nossa vida em que não há diferenças. Cada homem e cada mulher tem direito a um voto. Para uma boa escolha, há algumas questões básicas a serem respondidas. Quem são os candidatos? O que você sabe sobre o passado de cada um deles? Quais são seus compromissos éticos? Pesa sobre ele alguma denúncia grave? O que ele já fez de bom para sua cidade, ou seu estado ou pelo nosso País? O que ele fez de bom que tenha resultado em melhoras na sua vida? Em outras palavras: informe-se para votar. Informação existe em muitos lugares. Avalie as plataformas dos candidatos. Leia jornais e revistas, use a internet, assista aos debates e programas eleitorais, converse com seus amigos, chefes, vizinhos ou companheiros de sindicato, participe de reuniões para discutir as idéias e propostas apresentadas. Fuja dos desonestos, daqueles que têm como lema o velho “rouba, mas faz”. Seja rigoroso.Tampouco dê atenção aos que tentarem comprar o seu voto, prometendo-lhe dinheiro ou vantagens – saiba que, por mais que lhe ofereçam, vai acabar custando muito caro para você, sua família, seus vizinhos e sua cidade. Imagine o que ele fará se for eleito. Não por acaso, a compra de votos é considerada um crime eleitoral.Você quer colaborar com isso? Saiba mais sobre o tema no site da Transparência Brasil n (www.transparencia.org.br). Bom Exemplo atitude Fevereiro/Março2008 19 Executivos do Real em sala de aula: multiplicadores da gestão sustentável Tudo liga tudo O Banco Real faz uma imersão em sustentabilidade com seus executivos N o próximo mês de abril, 180 dos principais executivos do Banco ABN Amro Real, vindos de diferentes regiões do País, deixarão suas atividades cotidianas de lado para passar dois dias num hotel em São Paulo. Com jornada de trabalho de 11 horas diárias, eles participarão do quarto e último módulo do Curso de Liderança em Sustentabilidade, oferecido pelo banco. Elaborado por três consultores externos, o programa trata em seu currículo de temas e disciplinas que vão da formação do pensamento sistêmico, meio ambiente, economia e finanças até gestão empresarial para a sustentabilidade e empreendedorismo social. Para ministrá-lo foram convidados professores, especialistas e personalidades ligadas ao tema, como os empresários Oded Grajew e Sérgio Amoroso, do grupo Orsa, e o jornalista Gilberto Dimenstein. O encerramento será feito pelo ex-frei franciscano Leonardo Boff, que vai falar sobre ecologia interior. Não faltaram no currículo visitas in loco para entender a gravidade da questão ambiental. No terceiro módulo, por exemplo, os participantes foram divididos em duas turmas. Uma fez um passeio pelo poluído rio Tietê. A outra visitou um lixão na periferia da capital paulista. “Isso é muito diferente do que ver o rio ou um depósito de lixo de um automóvel com ar-condicionado”, afirma Maria Luiza Pinto e Paiva, diretora-executiva da área de sustentabilidade do banco. Multiplicadores Ao voltarem para suas bases, os líderes deverão transmitir os ensinamentos adquiridos no curso a seus subordinados, num trabalho de cima para baixo, que deverá atingir os 30 mil funcionários do ABN Amro Real espalhados por uma rede de cerca de mil agências.“Eles serão os multiplicadores da nossa visão de gestão sustentável e os encarregados de estimular o surgimento de produtos compatíveis com essa proposta em nossas agências”, diz Maria Luiza. Segundo ela, o curso, lançado em junho do ano passado, representa uma consolidação do aprendizado e da experiência do ABN Amro Real no campo da sustentabilidade, que começou a ser construída em 2000. “Foi nessa época que definimos nossa missão de ser um banco lucrativo, que vai bem nos negócios, mas respeita o meio ambiente”, diz. A idéia é que cada funcionário do banco desenvolva o que ela chama de pensamento sistêmico, ou seja, a capacidade de pensar as dimensões sócio-eco-ambiental em seu dia-a-dia. “É entender que tudo liga tudo”, afirma. E que cresçam como indivíduos. Caso isso aconteça, o banco terá muito a ganhar. “Só uma pessoa melhor pode ser um melhor funcionário.” n atitude Fevereiro/Março2008 Em Ação 20 Mais simples, mais forte, mais verde Philips Sustainability Report 2007 destaca avanços da companhia na área 2007 entrará para a história como o ano em que o mundo despertou para os perigos do aquecimento global. Os seguidos alertas do Painel de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas e o trabalho de convencimento feito pelo filme Uma Verdade Inconveniente, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, ajudaram a colocar a questão ambiental no centro das discussões em governos, empresas e entidades dos mais diversos tipos. A consciência individual também cresceu, com cada vez mais pessoas modificando suas atitudes em prol da preservação do meio ambiente. Para a Philips, 2007 foi um ano de grandes avanços e de colheita de resultados na área ambiental, que é tratada como estratégica pela companhia desde meados dos anos 90, e nos aspectos de sustentabilidade em geral (que incluem boas práticas sociais e econômicas). O relatório global Philips Sustainability Report 2007, publicado no início de março, detalha como a empresa elevou de 15% para 20% a participação dos produtos verdes nas vendas totais entre 2006 e 2007; explica como a Philips se mantém firme na liderança do setor no Índice de Sustentabilidade da Dow Jones, o principal indicador desse tipo no mundo; e mostra a importância do lançamento, em setembro passado, da quarta versão do programa ambiental EcoVision, entre outros feitos importantes. “A gestão ambiental e o compromisso com a inovação em eficiência energética serão a característica-chave de nosso crescimento nos próximos anos”, diz Barbara Kux, presidente do Conselho de Sustentabilidade da Philips. “É dessa forma que vamos criar valor tanto para nosso planeta quanto para nossa companhia.” É o décimo ano consecutivo que a Philips publica um relatório de suas atividades na área de sustentabilidade – até 2002, a prestação de contas restringia-se à área ambiental. Com 110 páginas na versão online e 74 na versão em papel, o documento traz como título o mote “Simpler, stronger, greener”, que pode ser traduzido como “Mais simples, mais forte, mais verde”. Além da questão ambiental, o relatório dá grande destaque às estratégias da Philips na área de Cuidados com a Saúde, como os avanços na tecnologia de tratamento a distância e a busca por diagnósticos de doenças cada vez mais precoces, o que sempre aumenta a chance de cura. O documento pode ser baixado, em formato PDF, exclusivamente em inglês, no endereço www.philips.com/ sustainability. n Mais mulheres na diretoria U ma das grandes notícias do Philips Sustainability Report 2007 é que a quantidade de executivas em posições de alto escalão na companhia atingiu 8%, um recorde histórico. Em 2006, esse índice estava em 6%. Há quatro anos, quando a Philips passou a estimular a presença de mulheres em postos de grande responsabilidade, a presença de executivas no topo da hierarquia era de apenas 4%. A meta para 2008 é elevar o índice para 10%. atitude Fevereiro/Março2008 Em Ação Jujuy Salta Paraguay Formosa Chaco Corrientes Santa Fé Entre Rios Chile Buenos Aires Prevenção: caminhão já rodou a Argentina e o Chile diagnosticando o câncer feminino Saúde sobre rodas O Caminhão da Mulher percorre os países do Cone Sul A cada ano, entre 15 mil e 20 mil novos casos de câncer de mama e 3 mil de câncer de útero são diagnosticados entre as mulheres argentinas (segundo a Organização Mundial da Saúde, esta última sozinha mata anualmente 250 mil mulheres em todo o mundo). Apenas metade das pacientes são curadas. Esse percentual poderia ser maior, caso a doença fosse detectada em seus estágios iniciais.“Quanto mais precoce a detecção e melhor a qualidade do diagnóstico, maiores serão as possibilidades de tratamento e de sobrevivência”, diz Maria Inês Ucke, presidente da Liga Argentina da Luta contra o Câncer (Lalcec). Essa constatação e a possibilidade de colocar seus equipamentos e sua tecnologia a serviço do combate a essa doença levaram a Philips Argentina a procurar e a firmar uma sólida parceria com a Lalcec. Ela se traduziu no lançamento, em 2007, do Caminhão da Mulher, destinado à detecção do câncer entre as populações de baixa renda do país. Dotado de aparelhos Philips de última geração – ultra-som 4D, mamógrafo digital, raio X e desfibrilador portátil –, o Caminhão é também equipado com uma estação digital e comunicação via satélite. Efetuado o exame, ele é enviado via satélite para as equipes médicas da Lalcec, que estudam cada caso, fazem o diagnóstico imediato e encaminham a paciente, se necessário, para o tratamento adequado.“A idéia é melhorar a qualidade de vida da população mais carente”, afirma Juan Larrañaga, presidente da Philips South LatAm, que engloba os países do Cone Sul.“Não apenas ajuda- mos as comunidades locais, como posicionamos a empresa como uma companhia socialmente responsável e referência em termos de tecnologia médica.” No ano passado, o Caminhão da Mulher fez 3,3 mil testes, atendendo mulheres das províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Salta e Jujuy, no norte do País. No fim de outubro, a unidade móvel cruzou os Andes, prestando um serviço similar a 1,5 mil pessoas em Santiago, Roncágua, Santa Cruz e Linhares, num trabalho conjunto com o Ministério da Saúde do Chile. Numa primeira etapa, em 2008, será a vez do noroeste argentino, com visitas às províncias de Entre Ríos, Corrientes, Chaco e Formosa. Mais tarde, será a vez do Paraguai, país que também pertence ao cluster South LatAm da Philips. Evolução O Caminhão da Mulher representa mais uma demonstração do pioneirismo da Philips na área de sustentabilidade. Ele significa, também, a continuidade de uma tradição iniciada em 1998, com o Caminhão da Saúde, que realizou mais de 14 mil tomografias em menos de uma década, sempre voltadas ao atendimento de populações de baixa renda.“A experiência do primeiro caminhão, centrado no diagnóstico, deu lugar à ênfase na prevenção, com foco na população feminina, do Caminhão da Mulher”, diz Maria Alejandra Grignani, gerente de marketing e de comunicação corporativa e também responsável por Susn tentabilidade da Philips Argentina. 21 atitude Fevereiro/Março2008 Funcionário Cidadão 22 A ndréa Novato é analista de tecnologia da informação na fábrica de Capuava. Trabalha na Philips há 13 anos e atua como voluntária desde julho de 2007. recuperação mais rápida e para o despertar da leitura. Muitas vezes, a criança fica encantada, pois nunca teve um livro ou alguém que já lhe tivesse contado uma história. Por que decidiu ser voluntária do projeto Contadores de Histórias? Sempre gostei de ajudar e adoro crianças. Então, por que não unir o útil ao agradável? Contando histórias para crianças e adolescentes hospitalizados me sinto útil, valorizada. E tenho a oportunidade de conhecer pessoas, histórias de vida diferentes e ajudá-las. Qual sua opinião sobre o projeto? O projeto Contadores de Histórias é maravilhoso, porque torna a internação hospitalar menos difícil para todos os envolvidos: criança, família e profissionais da saúde. O que mais a satisfaz atuando como voluntária? O sorriso de uma criança: nada pode ser mais sincero e espontâneo. É muito prazeroso proporcionar momentos agradáveis para a criança e sua família, contribuindo para uma Shirlei Graziele Daré (Aprendendo com a Natureza - Varginha) “F ico feliz por poder contribuir com a formação e a educação de O que você diria aos colegas que gostariam de ser voluntários? Ser voluntário exige comprometimento, mas oferece a retribuição do carinho oferecido e uma satisfação indescritível. Para ser voluntário basta ter vontade de doar o que temos de mais simples e precioso: n tempo e energia. crianças no que diz respeito à preservação do meio ambiente. Estou há um ano no projeto, e o que mais me chama a atenção é o fato de que o conhecimento e as informações adquiridas pelas crianças acabam sendo transmitidos para os familiares, pois elas compartilham com eles o que aprenderam. Nós também aprendemos muito com eles: a necessidade de uma comunicação clara, por exemplo, acaba aprimorando o ato de falar em público.” Manoel dos Santos Ribeiro (Escola de Informática e Cidadania – São Paulo) I nscrevi-me no EIC por dois motivos principais: tenho facilidade com informática e, mais importante, desejo contribuir para a melhoria da qualidade e da perspectiva de vida de pessoas que talvez estejam desiludidas com o futuro. O conceito EIC é muito interessante: mesclar conhecimento técnico com cidadania, permitindo uma visão de que ninguém está condenado ao fracasso e que, com determinação e esforço pessoal, podemos ser melhores e estarmos abertos às oportunidades que a vida nos oferece. n Pequenas Atitudes atitude Fevereiro/Março2008 23 O Philipinho e a água O problema não é apenas do Brasil. A situação em todo o mundo é grave – e o sinal de alerta já foi acionado. Preocupada com o problema, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o dia 22 de março como o Dia Mundial da Água. O lá, amiguinho. Você consegue imaginar um mundo sem água? Como faria para tomar banho? Ou matar a sede? De que maneira sua mãe poderia cozinhar os alimentos, limpar a louça ou lavar suas roupas? Num mundo desse, só o Cascão seria feliz... Pois saiba que as pessoas desperdiçam muito a água e ela é fundamental para a manutenção da vida. Quase a metade da água que os brasileiros tiram dos mananciais é perdida. Chamamos de mananciais os rios, as fontes e as nascentes que enchem os reservatórios com a água que sai da nossa torneira. A maior parte dela se perde por um motivo bobo: canos furados. Apenas essa água preciosa que vai embora seria suficiente para abastecer uma população de 38 milhões de pessoas, o mesmo número dos habitantes de um estado como São Paulo. É muita gente, não? O desperdício não pára por aí: as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória apresentam um gasto diário de 220 litros por pessoa. Isso é o dobro dos 110 litros ideais para o consumo de uma pessoa por dia. máquina de lavar louça ou a de roupas quando estiver cheia l Para lavar sua casa, recolha e use água da chuva l Chame um encanador para verificar se há vazamentos l Não deixe ninguém usar a mangueira para lavar a calçada. Uma boa varrida basta l Prefira o regador para molhar as plantas l Não jogue lixo em lagos, rios e lagoas n Quando você vir alguém desperdiçando água, lembre-se que há 1,1 bilhão de pessoas no mundo – ou uma em cada seis pessoas – que não têm acesso adequado à água de boa qualidade. Avise a pessoa disso. Quem sabe ela passe a dar mais valor a este precioso líquido. E também não custa nada seguir as dicas abaixo. Se cada um fizer direitinho sua parte, o problema pode ser resolvido mais fácil. Eu já faço a minha. E você? l Não tome banhos demorados l Feche a torneira ao escovar os dentes (e peça para seu pai fazer o mesmo ao se barbear) l Diga para a mamãe só ligar a atitude Fevereiro/Março2008 Pequenas Atitudes 24 O que você pode fazer para economizar água, além de conversar com seus pais e amigos para evitar o desperdício? Muita coisa. Você pode começar a fazer sua parte agora: crie um desenho bem bonito para mostrar às outras crianças a importância de utilizar a água da melhor maneira possível. Você pode mandar via correio ou, se o seu pai/mãe trabalham na Philips, pode enviar por malote. Nome:.......................................................................................Idade:............................................................................................. Endereço:.......................................................................................................................................................................................... Cidade/Estado:.........................................................................CEP:................................................................................................ Nome do pai/mãe:...................................................................Unidade ou empresa:................................................................... Envie para: Philips – Departamento de Sustentabilidade A/C Renata Macedo Rua Verbo Divino, 1400 – 1º andar Chácara Santo Antônio 04719-002 São Paulo (SP)