destaque - Associação Portuguesa de Astrologia

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destaque - Associação Portuguesa de Astrologia
Juntos Fazemos a Diferença!
Abril a Junho
outubro
a dezembro 2012
Primavera
2013
Nº 4
DESTAQUE
Astrologia Mundial - Portugal e Brasil - o ciclo de 2000 a 2020 e o ingresso de 2013
Campeões de Ténis - um caso de estudo sobre diferenças astrológicas entre os sexos
As prisões de Renato Seabra - parte II
A Astrologia na Linha do Tempo - parte II
A Astrologia dos Contos de Fadas
O Portugal Astrológico - parte I - Fundação e Templorismo
Pergunte ao Astrólogo
Thema Mundi - O horóscopo do Mundo
Astrologia e Medicinas Naturais
de
1
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de
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Diretora
Isabel Guimarães
Direção
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Marta Castro (Secretária)
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Diretora Editorial
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artigos e críticas – sem prévia autorização dos autores.
Decreto Lei nº 334/97
2
de
Índice
Editorial
3
Conheça os nossos colaboradores
4
Aspas nos média
6
Artigos
Astrologia Mundial - Portugal e Brasil - o ciclo de 2000 a 2020 e o ingresso de 2013
7
por João Medeiros
Campeões de ténis - um caso de estudo sobre diferenças astrlógicas entre sexos
por Luiza Azancot
As prisões de Renato Seabra - parte II
por Patricia Azenha Henriques
A Astrologia na Linha do Tempo - parte II
por Vania L. Marinelli
A Astrologia dos Contos de Fadas
16
32
38
44
por Barbara Bonvalot
O Portugal Astrológico - parte I - Fundação e Templorismo
50
por Luís Resina
Rubrica
Caso real – Pergunte ao Astrólogo
57
por Jorge Lancinha
Estudante de Astrologia
Thema Mundi - O Horóscopo do Mundo
63
por Paulo Alexandre Silva
Astrologia e Medicinas Naturais
72
por Joana Kouprianoff Cavaco
Efemérides Trimestrais
Luiza Azancot e Jorge Lancinha
Publicidade
78
81
3
de
Editorial
Direção do Jornal - Isabel Guimarães - Presidente - membro nº 1
Tenho o prazer de anunciar que a Aspas continua a crescer.
Mais membros, e nova página no facebook, etc. Por nos queremos tornar uma referência
organizámos na nossa página de pesquisas a primeira discussão a respeito de um tema
especifico o que permite aos amigos e membros participarem nesta discussão.
Em Março a discussão foi sobre o grau 29, em Abril convidamos os nossos membros a
participarem ativamente com as suas experiências a propósito do tema “Previsão através
dos Graus do Planetas”
Tambem em Março, decorreu o evento no Convento de Tomar, as Revelações da história
esotérica de Portugal à Luz da Astrologia com Luís Resina, membro nº 22.
Este nosso número 4 apresenta o trabalho de 10 membros da Aspas. Alguns artigos são de
autoria de Conselheiros da Direção que já foram apresentados aos nossos leitores. Três
deles colaboram neste número.
João Medeiros publicou anteriormente um artigo sobre técnicas mundanas e abre este
número com a sua análise da carta de ingresso do Sol em Carneiro.
Luiza Azancot preocupa-se em investigar aspetos ligados às diferenças astrológicas entre
homens e mulheres neste caso baseados num estudo sobre campeões de tenis. Patricia
Azenha Henriques acaba a análise do agora condenado Renato Seabra, um exemplo de
como as nossas vidas têm momentos em que tudo bascula.
A seguir apresentamos os novos colaboradores que merecem uma secção especial.
O nosso proximo número Julho/Agosto/ Setembro (Verão) será inteiramente dedicado ao
cinema – filmes, actores, realizadores serão objeto de comentários astrológicos.
Se quiserem participar neste número diferente devem enviar os vossos artigos para
[email protected] até ao dia 21 de Maio de 2013.
4
de
Editorial
C
onheça os novos colaboradores
O 4 Estações é o jornal dos membros da Aspas para todos os que nos seguem. Temos o
prazer de apresentar aqui os novos colaboradores deste número convidando os que
desejarem ser publicados a enviar as suas ideias de artigos para
[email protected]
Vania L M Marinelli – Grande estudiosa e professora escreve sobre a História da Astrologia
publicada em 4 partes.
Graduada em Linguística e Língua Portuguesa (USP/SP), Mestre em Comunicação e
Semiótica (PUC/SP), especializações/extensão em Psicologia e Teoria da Linguagem
(Harvard, BU, e MIT/USA), Mitologia e Psicologia Analítica (SBPA/SP), formação em
Psicanálise (CEP/SP e Grupo de Estudos de Psicanálise, com Maurício Garrote),
Transpersonal Coaching (com John Whitmore, da Performance Consultants
International/UK), Inner Game Coaching (Fundamentals & Practices, com Sean Brawley, da
Inner Game School of Coaching/USA, escola do precursor do coaching mundial, Tim
Gallwey), formação em Astrologia Psicológica (Mayo School of Astrology/UK) e Certificação
ISAR de Consultoria Astrológica (ISAR/Brasil). Coach, psicanalista e astrológa (27 anos de
exercício da astrologia), diretora e proprietária do Arion - Capacitação e
Autodesenvolvimento, onde mantem cursos, atendimento e consultoria. Professora da
escola Regulus de Astrologia/SP de 1996 a 2006. www.arionbr.com
Paulo Alexandre Silva – interessado em compreender as bases astrológicas no âmbito da
astrologia tradicional escreve sobre o Thema Mundi .
Nasceu em Setúbal no ano de 1975, o seu interesse pela Astrologia e Esoterismo vem de
muito cedo mas só há alguns anos começou a aprofundar os seus conhecimentos nesta
Arte. Iniciou os seus estudos na área da Astrologia Humanista, passando depois para um
estudo da mesma numa vertente mais clássica, frequentando cursos e workshops cuja
temática se aproximava mais da Astrologia que viria a exercer. Quando entrou em contacto
com a Astrologia Medieval deu início ao estudo da mesma, acabando o nível de Certificado
e Diploma do curso de Robert Zoller pela Academy of Predictive Astrology - London. Desde
então tem-se dedicado ao aprofundamento das técnicas astrológicas medievais. Em
paralelo tem-se dedicado ao estudo da Astrologia Horária seguindo os ensinamentos do
Astrólogo Inglês William Lilly.
www.astrologiamedieval.com
5
de
Editorial
Joana Cavaco – Como estudante de Astrologia, escreve sobre duas áreas que a apaixonam,
Astrologia e Medicinas Naturais.
Sendo capricorniana com Sol na casa 10, licenciou-se em Gestão e fez também o mestrado
na mesma área em 2008. Desde então tem trabalhado em Marketing e Vendas em
multinacionais. O seu interesse pela astrologia nasceu em 2002 e tem vindo a ser uma
crescente, passando rapidamente de curiosa a auto-didacta e agora a estudante acérrima.
O fascínio pela Naturopatia, nomeadamente a área da nutrição é bastante recente e o seu
objectivo é conseguir conciliar as três áreas em harmonia.
www.withyouwechange.com
Jorge Lancinha
Formou-se em Pintura, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa no ano 2000 e durante cerca
de 10 anos seguio uma carreira artística. Nesse mesmo ano que terminou a Faculdade
começou a interessar-se pela Astrologia e pela Espiritualidade, em busca de
auto-conhecimento. Frequentou o Quíron e mais tarde estudou com João Medeiros no
CEIA. Desde 2010 que começou a assumir a Astrologia como via profissional. A Astrologia é
para o Jorge a linguagem simbólica mais completa e universal para a compreensão da
psique humana e oferece-nos uma chave de valor inestimável na nossa relação com o
Cosmos e a Vida.
www.astrologia.jorgelancinha.com
Bárbara Bonvalot
Tem formação em Desenho Gráfico e trabalhou na área da publicidade. Começou a estudar
Astrologia em 2005, como forma de auto-conhecimento. Frequentou o Curso de Formação
Dinâmica em Astrologia do CEIA e é coach certificada. Atualmente é consultora, formadora
e investigadora na área da Astrologia e da simbologia arquetípica.
Em 2012 Jorge e Bárbara fundaram a “Árvore da Vida”, (parceiro da ASPAS) um projeto
dedicado à formação na área da Astrologia e do desenvolvimento da Consciência.
http://www.arvoredavidaproducoes.com/
6
de
Editorial
A
spas nos média
A 12 de novembro de 2012 a ASPAS, realizou a parceria com o PortoCanal, com a rubrica
diária “Consultório Astrológico”, no programa “Grandes Manhãs” com Ricardo Couto.
Fruto desta parceria, reunimos astrólogos membros da ASPAS, na sua participação,
contando com Isabel Guimarães - membro nº 1, Andrea Nazareth - membro nº 18 e
Carmen M.T. Guedes Ferreira - membro nº 44, estando aberto a todos os membros da
ASPAS, que tendo interesse na sua participação devem enviar um email para
[email protected], para analise.
Assim, após estes 4 meses, fazemos um balanço muito positivo, quer nas relações humanas
com toda a equipa, como todos os telespectadores que participam, sendo já a lista de
espera bastante longa.
Deixamos desde já o nosso agradecimento a si que nos acompanha, como a toda a equipa
do PortoCanal, e respetiva equipa do progrma “Grandes Manhãs”.
Os colegas e Conselheiros da Direção, realizaram durante este trimeste entrevistas às
Revistas Visão, Sabado e o Jornal de Negócios, sendo;
- Luís Resina, membro nº 22 sobre o ano de 2013 com base no mapa astral da República
Portuguesa, publicado pelo Jornal de Negócios no dia 25 de Janeiro.
Também na Revista Visão no dia 21 de Janeiro.
- João Medeiros, membro nº 19 com o titulo “Portugal no Astrológo”, publicado pela Visão
na edição de 14 a 20 Fevereiro.
Também na Revista Sábado - semana de 18 a 23 de Março , com o tema “O Mapa
Astrológico de Vitor Gaspar”
Podem ver os artigos completos, no álbum de fotos “ASPAS e os seus membros na
Imprensa” na página do facebook da Aspas
7
Artigos
de
Astrologia Mundial – Portugal e Brasil - O Ciclo de 2000 a 2020 e o
Ingresso de 2013
por João Medeiros - membro nº 19
Síntese / Abstract
N
o artigo anterior “Astrologia
Mundial – Teoria e Prática”
debatemos o propósito e as
técnicas
daquela
que
era
considerada a jóia da coroa da
Astrologia. No presente artigo,
aplicamos essas técnicas para
Portugal e Brasil, em particular,
analisando a entrada do Sol em
Áries/ Carneiro, em 2013, e o ano
novo astrológico, a partir do
equinócio.
O Pano de Fundo - a Grande Conjunção Júpiter-Saturno
Vimos anteriormente que para analisar determinado ano de um país teremos sempre que
considerar outros mapas como o da sua fundação e, particularmente, o mapa da Grande
Conjunção Júpiter-Saturno que envolve o período de tempo analisado.
Assim sendo, o Mapa da Grande Conjunção de 28 de Maio de 2000 é válido desde essa data
até 21 de Dezembro de 2020, altura em que começa oficialmente o novo ciclo.
Vimos que esta é a última conjunção no Elemento Terra em 800 anos e está mundialmente
associada ao fim dos valores capitalistas, focados na produção, banca, indústria e consumo.
-PORTUGALAnalisando esse Mapa para Portugal reparamos no Stellium na Casa 8, o que sugere que o
período de 2000 a 2021 estaria condicionado por dependências financeiras, crises, e
negociações políticas. Como a Casa com mais planetas é a sucedente (Casa 8) é sugerido
que o grande período de transformação, consciência e crise se desse no segundo terço do
período, ou seja, de 2007 ao início de 2014.
8
Artigos
de
Diagrama A – A Grande Conjunção Júpiter-Saturno de 28 Maio de 2000,
calculada para Lisboa – Portugal
O regente do Ascendente (neste caso, Vénus) está combusto na Casa 8 o que sugere a
necessidade de agradar aos parceiros políticos (outros países) mas tendo uma identidade
pouco definida e “queimada”, ou seja, apagada.
Esta posição embora possa ajudar a fortalecer os laços comerciais e diplomáticos (Vénus
em Gémeos) implicaria, no entanto, a tendência para o aumento da dívida, para uma certa
dispersão e falta de capacidade de liderança.
A Lua na Casa 6 sugere questões de administração pública e desemprego da população a
desafiarem a governação (a Lua rege a Casa 10, associada aos governantes).
A principal boa notícia prende-se com a presença da estrela Spica no Ascendente o que
protege o país contra males maiores – como destruições massivas – e lhe confere
inclusivamente algum prestígio cultural e artístico no espaço mundial.
O propósito do país nestes 20 anos seria fundamentalmente o das trocas comerciais e
diplomáticas, ou seja, a abertura da economia e do comércio aos parceiros, mesmo que isso
implicasse dependências políticas e financeiras.
9
de
Artigos
Olhando para as Direções Simbólicas deste Mapa (tal como explicado no artigo anterior)
lembramos que cada grau está associado a cerca de 21 dias após a Grande Conjunção.
Dirigindo Vénus, o regente do Mapa, temos as seguintes datas significativas:
- Meio de 2002 - em oposição ao Ascendente (converso) – início de governo de direita de
Durão Barroso
- Primeiro semestre de 2003 – em conjunção ao Meio-do-Céu – Cimeira dos Açores que dá
o aval para a invasão do Iraque
- Fim de 2004 – em quadratura a Saturno/Júpiter – dissolução do governo de Santana
Lopes pelo Presidente da República Jorge Sampaio
- Inverno de 2006 – em quadratura a Marte – eleição de Cavaco Silva, primeiro Presidente
da área da direita após o 25 de Abril (esquerda perde cadeira presidencial)
- Primavera 2008 – em conjunção ao Ascendente – Tratado de Lisboa
- Início 2010 – em oposição a Saturno/Júpiter – crise da dívida a acentuar-se (primeiro PEC
– Programa de Estabilidade e Crescimento)
- Início 2011 – em conjunção a Plutão - chumbo do 4º PEC e demissão do governo de
Sócrates; começo da negociação com a Troika e crise financeira; reeleição de Cavaco Silva
como Presidente
- Primavera 2011 – em oposição a Marte – Memorando da Troika e eleição de novo governo,
com coligação de direita (Passos Coelho/ Paulo Portas)
As próximas grandes tensões previstas são:
- Meio de 2013 (Verão-Outono, com epicentro em Setembro-Outubro) – em conjunção ao
Fundo-do-Céu e, portanto, oposição ao Meio-do-Céu
- Início de 2015 (Março) – na segunda quadratura a Saturno-Júpiter
- Meio de 2016 (Junho)– na segunda quadratura a Marte
Donde poderemos concluir que as condições políticas estarão bastante instáveis na altura
em que estão previstas eleições autárquicas (Outubro 2013) sendo plausível um abanão do
governo e contestação popular.
10
Artigos
de
Contudo, este factor não é suficientemente forte, por si, para implicar a queda do governo
de Passos Coelho. A fase mais crítica seguinte será entre o início de 2015 e o meio de 2016.
Como a legislatura termina oficialmente a Junho de 2015, poderemos dizer que poderá
chegar perto do fim (4 anos) desmantelando-se entre o fim de 2014 e meio de 2015, ou
seja, cumprindo entre 3 anos e meio a 4 anos de governação.
O tal período seguinte politicamente mais instável (2015-2016) já está fora da janela mais
crítica de 2007 a 2014 (casas sucedentes da Grande Conjunção) podendo atenuar os seus
efeitos mais negativos.
Resta dizer que este Mapa da Grande Conjunção não tem particular relação ou sinastria
com os Mapas de Portugal (considerando a Fundação do Reino, a constituição da República
e a Democracia) indicando ser um período relativamente normal no contexto mais global
da História de Portugal (1128-2166).
-BRASILOlhando o Mapa da Grande Conjunção agora calculado para a capital do Brasil – Brasília –
reparamos em dois fatores fundamentais: o stellium de astros na Casa 9 (Saturno e Júpiter
já estão mais na 9 do que na 8); e a força do regente do Ascendente - Mercúrio - na Casa 10
em Gémeos, sendo o dispositor do Sol, Vénus e Marte (e também dispositor final do Mapa).
Diagrama B – A Grande Conjunção Júpiter-Saturno de 28 Maio de 2000,
calculada para Brasília – Brasil
11
de
Artigos
Este enquadramento sugere que a fase de Maio de 2000 ao fim de 2020 seria caracterizada
por uma gestão governativa ágil, comunicativa e tendencialmente competente (com
recursos), com um crescimento considerável do contacto internacional (Casa 9)
particularmente por questões comerciais (Touro, na cúspide), favorecendo o futuro da
nação.
Seria também de esperar uma grande renovação das leis (Casa 9) e um desenvolvimento
dos temas associados a transportes (muita energia de Gémeos, incluindo o regente
Mercúrio).
Atendendo a que a Casa claramente mais preenchida é a Casa 9, que é cadente, seria de
esperar que o último terço do período considerado – ou seja, a fase que vai do início de
2014 ao fim de 2020 – como o mais marcante, expressivo e de consciência no contexto dos
20 anos.
Esta é a fase programada para a Copa/ Campeonato do Mundo de Futebol 2014 bem como
os Jogos Olímpicos de 2016, que serão o símbolo do desenvolvimento do Brasil no período
total que é governado pela Grande Conjunção.
De reparar que Mercúrio e a Lua estão em Casas angulares o que sugere que o primeiro
terço do período – ou seja, a fase do meio de 2000 ao início de 2007 – foi fundamental para
os frutos do último terço.
Lembramos que na fase de 2003 a 2010, o governo Lula conduziu o país a excelentes
resultados de desenvolvimento como: um crescimento inédito das exportações (Casa 9,
abrindo em Touro); balança comercial excedentária; estabilização da inflação; queda da
dívida externa; queda do desemprego (Virgem no Ascendente sugere mais e melhor
emprego); crescimento real dos salários; decréscimo da pobreza.
Entre outras iniciativas, este crescimento traduziu-se também na expansão dos fatores
“Gémeos”: recorde da produção de automóveis; maior exportação de aeronaves; concessão
de aeroportos; privatização de caminhos de ferro (ferrovias) e concessão de estradas e
auto-estradas (rodovias).
As energias renováveis também tiveram um papel preponderante nestes 20 anos de
sucesso, bem como a reforma do sistema de Justiça (Reforma do Judiciário de 2004) que
trouxe mais moralização, rapidez e transparência aos processos (Sol e Vénus na casa 9). Lula
promoveu também a integração dos países da Mercosul (Casa 9).
O mapa tem obviamente desafios e tensões, mas que estão salvaguardados. A quadratura
de Marte, regente da 8, ao Ascendente estará associado a alguns acidentes aéreos que
ocorreram (o “apagão” aéreo de 2006) mas relativamente neutralizada pelo trígono de
Saturno-Júpiter ao Ascendente. Este trígono é o grande promotor da estabilidade e
crescimento do país neste ciclo de 20 anos.
12
Artigos
de
O Ingresso Vernal e o Ano Novo Astrológico
Como explicado no artigo anterior, segundo as regras tradicionais, o ingresso do Sol em
Áries/ Carneiro, ou seja, na altura do Equinócio (início da Primavera no hemisfério norte,
início do Outono no hemisfério sul) dará o mote para os 12 meses ou 4 estações seguintes.
Analisemos esse Mapa representativo desse ciclo anual (de fim de Março de 2013 a fim de
Março de 2014) tanto para Portugal como para o Brasil, uma vez que já foi apresentado o
pano de fundo mais global em que se insere, de 2000 a 2021.
-PORTUGALO ingresso do Sol em Carneiro/Áries ocorre exatamente a 20 de Março de 2013 e, segundo
o respetivo mapa calculado para Lisboa temos Ascendente em Gémeos, um signo Mutável.
Segundo as regras tradicionais, embora este mapa dê a tónica geral do ano, é
particularmente válido para os primeiros 6 meses, ou seja, até 23 de Setembro devendo-se
calcular o mapa do ingresso em Libra/Balança para conhecer melhor as propostas do
semestre que compreende o Outono (2013) e o Inverno (2014).
Digamos que o tema geral destes
primeiros 6 meses do ano novo
astrológico, isto é, da Primavera-Verão de
2013 está relacionado com a gestão e
comunicação do governo, com tendência
desorganizada e evasiva – Mercúrio
regente do mapa está na Casa 10 em
Queda e Detrimento, signo de Peixes –
mas que devido à angularidade deste
planeta e grande trígono com a Lua e
Saturno terá condições para a
estabilidade.
Diagrama C – Mapa do Ingresso do Sol em Áries/Carneiro em 20 de Março de 2013
calculado para Lisboa – Portugal
13
de
Artigos
Poderão surgir, contudo, novos escândalos e revelações envolvendo governantes ou
ex-governantes, devido à quadratura com Júpiter, regente da Casa 10, na Casa 12 e também
ele exilado. Novas questões sobre as habilitações académicas dos governantes e sua
ligação às universidades poderão aparecer.
O propósito é de alcance de uma comunicação e gestão mais solidária e de apoio aos mais
desfavorecidos, como os desempregados e pobres, uma vez que Peixes é um signo
associado à compaixão e às políticas de esquerda.
Porém, a quadratura de Marte à Lua e ao Ascendente (por Antíscia), sendo o regente da
Casa 6, da Administração Pública, Saúde e Emprego, sugere dificuldades e lutas fortes na
gestão destes temas, com dificuldades e tensão com os sindicatos. Por isso, serão de
esperar greves e manifestações que não facilitarão muito a estabilização económica. A Lua
rege a Casa 2, das Finanças do Estado.
Será natural que as empresas públicas de comunicação e transportes (Gémeos), como a
RTP, Carris, Refer, CP e a TAP, tenham seguramente durante este semestre muita atenção do
governo e da opinião pública.
Como ponto positivo deste mapa, a hipótese de uma comunicação mais universal, cultural
e criativa do país ao mundo, desenvolvendo um Marketing mais sofisticado, com recurso a
imagens marítimas do país (Mercúrio em Peixes no Meio-do-Céu, conjunto a Neptuno e à
estrela Fomalhaut) ou outros ícones nacionais, que impulsionem o turismo.
A expansão dos autores ou investigadores de língua portuguesa pelo mundo também é
plausível, durante este semestre.
-BRASIL O Mapa do ingresso do Sol em Áries/Carneiro, em 20 de Março de 2013, para o Brasil denota
um Ascendente Cardinal, em Áries/Carneiro, e que embora retrate o tema geral do ano
novo astrológico é válido particularmente para os primeiros 3 meses (até 21 de Junho),
segundo as regras tradicionais.
Estando as Casas Cadentes (12 e 3) mais povoadas sugere-se que é o último terço do ano
astrológico (de 21 Novembro 2013 a 20 Março 2014) com eventos mais relevantes, pelo que
será necessário analisar os ingressos do Sol nos signos Cardinais, especialmente em
Libra/Balança e Capricórnio, para conhecer melhor essa fase do ano.
14
Artigos
de
Para este ingresso e trimestre (fim de Março a fim de Junho), é sugerida uma certa força de
desenvolvimento do país pela conjunção de Sol, Marte e Urano em Áries/ Carneiro na Casa
12, podendo o Brasil destacar-se cada vez mais como primeira potência da América do Sul,
usando os recursos naturais (Casa 12), energias renováveis (Áries/ Carneiro) e inovação
tecnológica. A exploração de combustíveis pode tornar-se um tema dominante.
Diagrama D – Mapa do Ingresso do Sol em Áries/Carneiro em 20 de Março de 2013
calculado para Brasília – Brasil
A presença de Vénus exaltada em Peixes na Casa 12, bem como o Sol, e o sextil de Marte
(regente do Ascendente) a Júpiter, neutralizam os efeitos mais tensos da Casa 12
(auto-sabotagem e corrupção) e da quadratura à Lua.
Esta quadratura poderia indicar algumas tensões do governo com as populações de níveis
sociais mais baixos (a Lua governa o povo, em geral, e a Casa 4) ou com os meios
jornalísticos (Lua está na Casa 3).
Uma vez que o Sol, regente da 5, faz combustão ao regente do Ascendente – Marte - será
natural que assuntos relacionados com militares, com o desporto (esporte) ou com atletas
brasileiros, se tornem mais visíveis na opinião pública, durante este trimestre.
15
Artigos
de
Síntese
Vimos inicialmente a grande tela do Grande Conjunção Júpiter-Saturno, cujo ciclo é válido
de 2000 a 2021, revelando os temas gerais de desenvolvimento de cada país.
Verificámos que é bem menos favorável para Portugal do que para o Brasil, estando este
país em melhor conexão com as propostas globais deste ciclo.
Para Portugal, seria natural um aumento da dívida nacional, maior troca comercial e uma
certa perda de soberania, particularmente de 2007 a 2014, período de maior consciência e
possibilidade de mudança de atitude nacional.
Para o Brasil, seria de esperar uma expansão comercial e internacional, bem como o
desenvolvimento geral do país, sobretudo de 2014 a 2021, período de maior consciência
nacional e alterações de atitudes, em prol do desenvolvimento.
O ingresso vernal de 2013, em Portugal, acrescenta temas de greves, maior atenção aos
desempregados (políticas solidárias) e foco político em empresas nacionais de transportes
e comunicações, como TAP e RTP, que poderão ser privatizadas ou concessionadas. Este
efeito é válido sobretudo de Março a Setembro de 2013.
O ingresso vernal de 2013, para o Brasil, sugere um impulso de liderança deste país na
América do Sul, com foco na energia, combustíveis e recursos naturais, pelo que a empresa
Petrobrás poderá estar em destaque, bem como as áreas desportivas (esportivas) e/ou
militares. Esta análise é válida particularmente de Março a Junho de 2013, sendo necessário
estudar os mapas dos ingressos do Sol nos restantes signos Cardinais, para informações
mais detalhadas sobre os trimestres seguintes.
Referências:
-Artigo “Astrologia Mundial: Teoria e Prática”, por João Medeiros, publicado na Edição Especial do Jornal Astrológico 4 Estações, de Dezembro de 2012
- Mundane Astrology, M. Baigent, N. Campion e C. Harvey (1989)
- The Book of World Horoscopes, Nick Campion (1995)
- Tetrabiblos, de Claudius Ptolomeu (séc. II d. C.)
- De Magnis Coniunctionibus, de Abu Ma'shar al-Balkhi, tradução de Yamamoto, Ch. Burnett, Leiden (2000), 2 volumes, (Textos em árabe e Latim)
-Todos os mapas astrológicos calculados através do software Solar Fire
João Medeiros
Conselheiro da Direção
Membro nº 19
http://joaomedeiros.org/blog
16
de
Artigos
Campeões de Ténis– um caso de estudo sobre diferenças astrológicas
entre sexos
por Luiza Azancot - membro nº 15
(O presente artigo é uma tradução e adaptação de “Tennis champions” publicado em inglês
no “The International Journal of the Astrological Association of Great Britain” nos números
de julho/agosto e setembro/outubro de 2012).
A falta de investigação na astrologia é um dos aspetos mais apontado pelos céticos e
críticos da nossa profissão. Tenho que lhes dar parcialmente razão porque muitas
afirmações de carácter astrológico são meras repetições de afirmações anteriores sem
qualquer fundamento. Assim como noutras ciências entramos com frequência no
mecanismo de reforço comunitário que é um fenómeno social em que um conceito ou
ideia é repetidamente afirmado numa comunidade, independentemente de existirem
suficientes provas empíricas para o suportarem. Ao longo do tempo esse conceito ou ideia
é reforçado até ao ponto de se tornar uma crença forte nas mentes dos indivíduos,
podendo ser visto pelos membros da comunidade como um facto .
17
Artigos
de
Este artigo relata a pesquisa que realizei usando o mundo do ténis de alta competição
como campo de experimentação e observando as diferenças astrológicas entre homens e
mulheres. As diferenças de comportamento entre sexos tendem a ser estereotipadas em
publicações como “Homens são de Marte e Mulheres são de Vénus” ou a ser ignoradas uma
vez que o conceito de desigualdade entre os sexos é politicamente incorreto.
Baseada no facto de que o ténis de alta competição é igual para ambos os sexos em termos
de regras, esforço e habilidade exigidos, comparei certos fatores astrológicos dos
jogadores do sexo masculino com os das jogadoras do sexo feminino e confiei no meu
“olho”para constatar as diferenças. Esta pesquisa têm como objetivos:
•
ser um caso de estudo e não uma investigação de cariz estatístico apesar de
apresentar alguma análise quantitativa;
•
levantar mais perguntas do que produzir respostas e
•
alertar os astrólogos, neste caso os de língua portuguesa, para a necessidade de
questionarem o mecanismo de reforço comunitário através de pesquisas.
1. Metodologia
Amostra: Decidi analisar os melhores dos melhores baseada na premissa que nestes
indivíduosas caraterísticas que os tornam grandes campeões são mais evidentes. Defini um
grande campeão ou campeã de ténis como um jogador que tenha ganho pelo menos 5
Grand Slams durante a sua carreira de tenista profissional. Os Grand Slams são os quatro
torneios anuais mais prestigiosos e mais competitivos desta modalidade realizando-se em
Melbourne, Paris, Londres e Nova Iorque. Só considerei jogadores com vitórias a partir de
1968 porque nesta data o ténis de alta competição mudou as suas regras ficando
conhecido o período daí para a frente como “era moderna”.
Grandes Campeões
No.de Vitórias
Primeira e última vitória
Jimmy Connors 2
8
1974 - 1983
Björ Borg3
11
1974 - 1981
John McEnroe4
7
1979 - 1984
Mats Wilander5
7
1982 - 1988
Ivan Lendl 6
8
1984 - 1990
18
Artigos
de
Grandes Campeões
No.de Vitórias
Primeira e última vitória
Stefan Edberg 7
6
1985 - 1992
Boris Becker8
6
1985 - 1996
Pete Sampras9
4
1990 - 2002
Andre Agassi 10
8
1992 - 2003
Roger Federer 11
17
2003 - 2012
Rafael Nadal 12
11
2005 - 2012
Novak Djokovic 13
6
2008 - 2013
Grandes Campeãs
No. de Vitórias
Primeira e última vitória
Margaret Court 14
24
1960 - 1973
Billie Jean King 15
12
1966 - 1975
Evonne Goolangong-Cawley 16
7
1971 - 1980
Chris Evert17
18
1974 - 1986
Martina Navratilova 18
18
1978 - 1990
Steffi Graaf 19
22
1987 - 1999
Monica Seles 20
9
1990 - 1996
Martina Hingis 21
5
1997 - 1999
Serena Williams22
15
1999 - 2012
Vénus Williams 23
7
2000 - 2008
Justine Henin 24
7
2003 - 2007
Kim Clijsters25
4
2005 - 2011
Margaret Court e Billie Jean King começaram a jogar antes da era moderna mas o número
de vitórias depois de 1968 qualifica-as para este grupo de qualquer maneira. Só há 11
mulheres com mais de 5 vitórias em Grand Slams mas para facilitar as comparações escolhi
uma 12ª depois de analisar as 3 tenistas com 4 vitórias: Maria Sharapova, Kim Clijsters e
Aranxa Sanchez Vicario. Escolhi Kim Clijsters por ter uma mais alta percentagem de jogos
ganhos, outro indicador de competência.
26
19
de
Artigos
Planetas analisados:
As e os melhores tenistas do mundo são dotados de grande vontade de vencer, capazes de
suportarem regimes de treino muito intenso e são muito atléticos. O progresso técnico das
raquetes mudou o jogo e o atletismo necessário para jogar. Os serviços são cada vez mais
rápidos e “top spin” é agora considerado standard. Este tipo de desporto exige que os
jogadores tenham mais força e se mexam mais rapidamente do que no passado. Contudo
estratégia mental e controle emocional continuam a ser necessários. Pareceu-me razoável
considerar as energias planetárias pessoais mais importantes para o jogo e deixar de lado
os outros planetas.
Sol – centro da personalidade, agente da vontade
Marte – competição, ação física, agressividade
Mercúrio – estratégia mental
Lua – mundo emocional
Análise: As cartas foram calculadas em Solar Fire Gold e usei as definições de orbe standard
deste programa nos aspetos considerados. Não tendo hora de nascimento de 33% da
amostra, não incluí analise dos ângulos, distribuição por casas ou regentes de casas. Para os
indivíduos sem hora de nascimento fiz as cartas para o meio-dia. Analisei os planetas acima
indicados no que se refere a:
•
Distribuição por elementos e signos,
•
Caraterísticas mais notórias – retrogradação, liderança de padrão de
personalidade, inclusão numa formação dinâmica, quadratura aos nodos lunares e OOB .
27
•
Aspetos: conjunção, sextil, quadratura, trígono, quincôncio e oposição. Considerei
casos de receção mútua na quantificação da frequência de aspetos porque na minha
experiência planetas em receção mútua interagem muito bem.
2. Resultados
A. Distribuiçãopor signos e elementos (Homens a azul e mulheres a vermelho)
20
de
Artigos
•
Gémeos é o signo dominante para ambos os sexos. O ar mutável ajusta-se
perfeitamente ao jogo do ténis que exige agilidade e rapidez. É o signo que rege ombros,
braços e mãos.
Surpresa: Apesar do ar ser predominante em ambos sexos os homens não têm nenhum
destes quatro planetas em Balança e mulheres não têm nenhum destes quatro planetas
em Aquário.
Surpresa: Os homens não têm nenhum destes quatro planetas no eixo Carneiro / Balança e
as mulheres não têm nenhum destes quatro planetas em Capricórnio e Aquário, signos
tradicionalmente regidos por Saturno.
21
Artigos
de
Homens
13%
27%
35%
25%
25%
13%
38%
25%
(azul)
Mulheres
(vermelho)
•
O Ar é o elemento mais representado para ambos os sexos sugerindo a
importância da componente mental do jogo. A percentagem de signos de água é
sensivelmente a mesma e a única com a distribuição provável (25%) mas a percentagem de
signos de fogo e de terra é inversamente proporcional.
Surpresa: Os homens têm 27% destes planetas em terra e as mulheres 13% enquanto
signos de fogo estão presentes em 13% dos casos nos homens e em 25% nas mulheres.
22
Artigos
de
B. Sol
•
Na amostra masculina Wilander, Sampras, Federer têm o Sol em regência. McEnroe
têm o Sol em detrimento e não háexaltações nem quedas. Só Federer têm um dispositor
final que é obviamente o Sol. Na amostra feminina Cawley é a única com o Sol no seu
domicilio e Natratilova a única com o Sol em queda. 1/3 das campeãs - Steffi Graff, V.
Williams, Henin e Clijsters - e 1/4 dos campeões - Borg, Nadal e Djokovic - têm o Sol em
Gémeos.
•
Aspetos do Sol com maior frequência:
Homens:
Sol – Saturno
42%
Sol – Urano
42%
Mulheres:
Sol – Lua
42%
Sol – Neptuno
42%
Surpresa: Os aspetos totalmente diferentes entre sexos.
Sol – Urano simboliza o sentido de individualidade necessária para um jogo em que o
desportista está sozinho e Sol – Saturno refere-se à autodisciplina em treinar de uma forma
consistente e também à solidão da derrota e à pressão para sair vencedor. Um jornalista do
New York Times, Gerald Marzorati, dá uma excelente descrição de Sol – Saturno …“To read
through the many biographies and autobiographies of renowned tennis players — the
only real window we have on the intimacy of tennis rivalries — is to immerse yourself in a
literature of not only competition and achievement but also of, most absorbingly, solitude
and the self-doubt and lonesomeness it can beget. The lonesomeness, and then the
struggle to overcome it in a relationship with the player who is your on-court rival: that, in
essence, is the history, or the subconscious history, of high-level tennis”.
28
Nas mulheres, todos os cinco aspetos entre a Lua e Sol são harmónicos, indicando uma
concordância entre o que querem e o que precisam. Os aspetos Sol – Neptuno sugerem
sensibilidade e possivelmente a importância do poder de visualização. Estas campeãs
enfrentam constantemente a realidade da derrota e da vitória possivelmente precisam
deste aspeto mais sonhador como mecanismo de escape das pressões da competição.
23
Artigos
de
C. Marte
Homens
Signo
Observações
Mulheres
Signo
Observações
•
Surpresa: Nenhum dos jogadores têm Marte em signos de regência. Becker e
Nadal têm Marte em exaltação mas Djokovic, Federer e Wilander em queda. Uma jogadora
têm Marte em Carneiro e outra em Escorpião; Henin em detrimento. Esta distribuição
confirma a minha impressão que as dignidades são importantes para assuntos de
astrologia horária mas têm pouco interesse para a presente analise.
•
De notar: 75% dos homens e 58%das mulheres têm uma característica que torna
a energia de Marte mais forte, por fazer parte integrante de um padrão de personalidade,
estar OOB ou por estar incluído numa formação tensa.
•
Surpresa: Quatro dos jogadores têm Marte em quadratura aos Nodos Lunares. Este
é o aspeto que considerado unitariamente se repete com maior frequência e desafia as
probabilidades normais. Neste grupo está presente em 33% dos indivíduos enquanto na
população geral ronda os 6%. Esta circunstância fez-me observar mais atentamente as
quadraturas e conjunções aos Nodos Lunares com os resultados no ponto 6.
•
Aspetos de Marte com maior frequência
Homens: Marte – Neptuno
50%
Marte – Vénus
42%
Mulheres: Marte – Neptuno
33%
Marte –Vénus
75%
Marte-Urano
33%
24
Artigos
de
A grande astróloga Sue Tompkins escreveu sobre Marte – Neptuno “this combination can
be found in all sports situations especially those that appear glamorous or raise the
physical use of the body to something of an art form”
29.
Marte – Urano simboliza ação rápida, capacidade de arriscar. A combinação Marte – Vénus
(força e elegância) é bastante visível nalgumas destas campeãs que vêm para o campo com
equipamento e joias muito escolhidas. Também significa o amor pela competição numa
percentagem superior à dos homens.
D. Mercúrio
Homens
Signo
Observações
Mulheres
Signo
Observações
•
5 dos jogadores têm Mercúrio no seu domicilio e todos menos dois têm uma
caraterística que torna o torna mais forte. 3 das jogadoras têm Mercúrio no seu domicílio
mas surpreendentemente apresentam muito menos caraterísticasnotórias do que os
homens.
•
Aspetos de Mercúrio com maior frequência:
Homens: Mercúrio - Plutão
58%
Mercúrio– Urano 33%
Mulheres: Mercúrio – Plutão
42%
Mercúrio -Urano 42%
Mundo mental rápido e intenso para ambos os sexos, só apresentado pequenas diferenças
de proporção.
25
Artigos
de
E. Lua
Homens
Signo
Observações
Mulheres
Signo
Observações
Surpresa: Nenhum jogador têm a Lua num signo de fogo e enquanto no elenco feminino
os elementos estãoproporcionalmente representados. Tinha uma expetativa de que nos
homens o “ardor” da competição viesse do fundo. Enganei-me!
•
Aspetos da Lua com maior frequência:
Homens: Lua – Neptuno
50%
Lua – Urano
42%
Mulheres: Lua – Neptuno
42%
Lua – Urano
42%
Lua – Saturno 50%
Lua - Neptuno representa a idealização de casa, do lar, porque o treino e os torneios tornam
os jogadores profissionais nuns verdadeiros nómadas. Lua - Urano indica a experiencia de
serem nómadas. Os aspetos da Lua a Urano e a Neptuno são sensivelmente os mesmos em
ambos os sexos. De notar a alta percentagem de mulheres com a Lua - Saturno
simbolizando sentimentos prováveis de solidão.
26
Artigos
de
F. Aspetos ao eixo nodal
O número de quadraturas de Marte e da Lua aos Nodos Lunares deixaram-me curiosa e
analisei também a conjunção, oposição e quadratura porque não tenho observado efeitos
de outros aspetos.
Homens
Quadraturas
Conj. e Oposições
Mulheres
Quadraturas Conj. e Oposições
•
Homens: as quadraturas de Jupiter e Neptuno aos Nodos estão dentro da
distribuição normal, as da Lua um pouco acima mas as quadraturas de Marte desafiam os
limites da probabilidade.
•
Mulheres: só há uma com Marte em quadratura aos Nodos sendo as quadraturas
de Saturno e Plutão as mais frequentes mas só ligeiramente acima da distribuição normal.
•
Todas as mulheres têm um aspeto de 4ª harmónica enquanto os homens só 66%.
Há opiniões diversas sobre o significado do eixo nodal. Sem querer entrar nessa discussão
e os nodos lunares tendo uma dimensão do Sol e da Luae por isso são o Tao da carta. De
todas as definições dos nodos lunares prefiro a da Tracy Marks “… show how we became
attuned to the spiritual and evolutionary forces which guide us and suggest how we find
nourishment at a universal level by ingesting and digesting energies which extend in time
and space beyond this lifetime and beyond our bodies” 31
27
Artigos
de
Como o eixo nodal têm uma dimensão do passado e do futuro, o planeta no fulcro da
formação em T fica com uma concentração de temporalidade que se manifesta durante
toda a vida. A astrologia clássica dava a esta posição grande importância, sendo a
quadratura aos Nodos definida como “bendings”. Lee Lehman, uma grande estudiosa de
astrologia, diz o seguinte “Planets at the bendings represent critical issues which can
change the flow of life.” Para estes campeões dominar a energia desses planetas foi um
desafio que dominaram e aplicaram com sucesso.
32
G. Padrões de personalidade
Analisando a forma do tema, constato que 67% das jogadoras têm formas muito
concentradas: tigela (planetas contidos no interior de 180°), taça (planetas contidos no
interior de 120°) e balancé (planetas contidos em dois grandes grupos opostos). Estas
concentrações não têm frequência de nota na amostra masculina (33%).
3. Comentários e Conclusões
•
Os homens precisam de mais estabilidade e materialidade enquanto que as
mulheres precisam mais de entusiasmo e vitalidade uma vez que os signos de fogo e terra
são inversamente proporcionais nos diferentes sexos(homens mais terra - mulheres mais
fogo). Esta conclusão é acentuada por algumas mulheres terem a Lua em signos de fogo
enquanto nenhum homem a têm.
•
Os homens dizem “Tenho competitividade que me baste porque o meu Marte
encarrega-se disso, e estou farto da dilalética “eu vs. nós” . As mulheres dizem “ Tenho
disciplina que chegue na minha vida e o meu caminho já é bastante original”. Esta é a
explicação que encontro para a ausência destes planetas no eixo Carneiro – Balança nos
homens e em Capricórnio e Aquário nas mulheres.
•
Mercúriotêm um maior papel nos temas masculinos e consequentemente nas
suas psiques mas a forma mental como encaram o jogo é semelhante para ambos os sexos.
•
Mesmo desporto - competidores diferentes. Competitividade é vital para ser um
grande campeão,caraterística que associo ao elemento fogo e ao signo de Carneiro. Fogo
é o elemento menos representado nas cartas dos homens e total ausência do signo de
Carneiro é no mínimo surpreendente. Marte, o arquétipo do competidor,do adversário,têm
por isso um papel mais central nas cartas dos homens: mais aspetos no total (40 para 30
para as mulheres), mais carateristicas notórias e mais aspetos aos Nodos. Nas mulheres a
determinação de vencer, representada por Marte nos homens, vê-se através de
carateristicasmais abrangentes da personalidade: mais signos de fogo , padrões de
personalidade e pelo amor pela competição evidenciada por 75% de entre elas terem
aspetos Marte - Vénus.
28
de
Artigos
•
Heroí e heroína. O arquétipo do heroí é o Sol que têm diferentes aspetos a
modular a sua energia. As mulheres são heroínas mais suaves (aspetos a Neptuno e à Lua)
e os homens são heroís mais duros, mais frios (aspetos a Saturno e Urano). O que Saturno
representa – ambição, disciplina, medo da derrota – está presente em ambos os sexos. As
mulheres lidam com ele a um nível interno e emocional (Lua - Saturno) e os homens a um
nível mais consciente (Sol - Saturno).
•
Eixo Nodal – todas as 12 campeãs têm um aspeto de 4ªharmónica o que levanta a
pergunta: ser campeã de ténis será parte de seu percurso evolucionário e não só um
sucesso transitório?
•
Roger Federer é considerado o melhor jogador de sempre, o que têm o maior
número de vitórias em Grand Slams, o maior número de meses na 1ª posição, enfim o “rei”
do ténis moderno. Os novos príncipes Nadal, Djokovic e Murray poderão ter uma boa
carreira mas será praticamente impossível igualar os records de Federer. A caraterística
mais notória da sua carta é o facto de ser único a ter um dispositor final que é obviamente
o Sol, o arquétipo do “rei”. Um astrólogo com quem estudei, Glenn Perry, considera que o
dispositor final têm força, dignidade e importância suplementares. Pode potencialmente
funcionar muito bem porque se encontra no final de uma sequência de motivação. No caso
de Federer a sequência inicia-se com Marte, a determinação de competir. Uma vez que
cada planeta na sequência aciona o seguinte quando o Sol se exprime já integrou todos os
outros aspetos da psique. Aqui está a sequência de dispositores de Federer:
•
É de notar que Chris Evert, Navratilova e sobretudo Steffi Graaf ganharam mais Grand
Slams do que o grande Federer e ninguém se referiu a elas como “rainhas”.
29
Artigos
de
4. Considerando a neurobiologia
Têm havido avanços recentes que permitêm compreender melhores diferenças estruturais
e hormonais dos cérebros dos homens e das mulheres. Não tenho nenhuma competência
nesta ciência mas assinalo algumas descobertas que podem explicar as diferenças
astrológicas evidenciadas nesta pesquisa.
•
“Nos centros de linguagem do cérebro…. as mulheres têm 11% mais neurónios do
que os homens” , consequentêmente elas não precisam de ter um Mercúrio tão ativo.
Explicação para um menor papel de Mercúrio na amostra feminina.
33
•
“O principal centro de processamento das emoções e da memória – o hipocampo
– é maior nos cérebros femininos”.
É através da Lua (emoções e memoria) onde as
mulheres preferem lidar com as dificuldades de Saturno o que explica a frequência de Lua
–Saturno.
34
•
“Os homens têm duas vezes e meia mais área cerebral dedicada à pulsão sexual…
assim como maiores centros de ação e agressão….”. Explicação para a disparidade de fogo
entre signos.
35
•
“ Os homens têm também maiores processadores na parte mais primitiva do
cérebro, naquela onde se regista o medo e se aciona agressão – a amígdala”. O que pode
explicar a centralidade e a necessidade de processar Marte porque tenis representa uma
batalha mas para a vencer é necessário muito controle.
36
5. E agora?
Não pretendo saber como as diferenças neurobiológicas entre sexos influenciam as
funções psicológicas da nossa personalidade ou os nossos traços comportamentais
simbolizados pelas energias planetárias. Contudo, astrólogos experientes afirmam que
tratam diferentemente o tema de um homem ou de uma mulher, mas não conseguem
precisar como o fazem. O que a neurobiologia parece confirmar é que o estereótipo
-homens são de Marte e as mulheres de Vénus - existemas de uma forma muito complexa.
Esta afirmação levanta questões importantes para nós astrólogos: Podemos continuar a
ignorar as diferenças biológicas por ter medo de cair em estereótipos? Ficaremos presos a
modelos estáticos de síntese de temas? Como nos podemos aproximar astrologicamente
da área de estudo das diferenças biológicas e hormonais entre sexos?
30
Artigos
de
Por último espero que este estudo de casos, mesmo com as suas insuficiências, provoque
discussão que possa eventualmente levar a mais pesquisas e ao avanço do saber
astrológico. Também espero que alguns destes resultados encorajem os meus colegas a
enriquecer a análise astrológica olhando para declinações fora da elíptica (OOB), para as
quadraturas aos Nodos e para os dispositores.
Comentários, criticas construtivas e sugestões
[email protected]
podem
ser
enviados
para
Luiza Azancot
Conselheira da Direção - Membro nº 15
www.astrocape.com
1
Explicacao copiada de http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Refor%25C3%25A7o_comunit%25C3%25A1rio
22
3
Septêmber 1952 at 10:30 AM, E. St.Louis, IL, USA, - www.astro.com/astro-databank
6 June 1956 at 11:55 PM, Stockholm, Sweden – www.astro.com/astro-databank
4 16
February 1959 at 10:30 PM, Wiesbaden, Germany – www.astro.com/astro-databank
5 22
August 1964, Vaxjo, Sweden – http://www.tennisfame.com/hall-of-famers/
6
7 March 1960 at 10:00 PM, Ostrava, Czech Republic - www.astro.com/astro-databank
7
19 January 1966, Vasterik, Sweden - http://www.tennisfame.com/hall-of-famers/
8
22 November 1967 at 08:45 AM, Leimen, Germany - www.astro.com/astro-databank
9
12 August 1975, Washington, DC, USA - www.astro.com/astro-databank
10
29 April 1970, Las Vegas, NV, USA – www.astro.com/astro-databank
11
8 August 1981 at 08:40 AM, Basel, Switzerland - www.astro.com/astro-databank
31
Artigos
de
Continuação das referências:
123
June 1986 at 6:20 PM, Manacor, Spain – www.astro.com/astro-databank
22 May 1987 at 11:00 AM, Belgrade, Serbia – www.astro.com/astro-databank
13
14 July
16, 1942, Albury, Australia – http://www.womenaustralia.info/biogs/IMP0179b.htm
15
November 22, 1943, 11:45 am, Long Beach, CA - http://www.astro.com/astro-databank/
16
July 31, 1951, 12:00 pm, Barellan, Australia – http://www.astro.com/astro-databank/
17
December 21, 1954, 4:30 am, Fort Lauderdale, FL , USA– http://www.astro.com/astro-databank/
18
October 18, 1956, 4:40 pm, Prague, Czechoslovakia – http://www.astro.com/astro-databank/
19 June
14, 1969, 4:40 am, Mannheim, Germany – http://www.astro.com/astro-databank/
20December
7, 1973, 5:00 am, Novi Sad, Serbia – http://www.astro.com/astro-databank/
21
Septêmber 30, 1980, Kosice, Slovakia – http://www.astro.com/astro-databank/
22
Septêmber 26, 1981, 8:28 pm, Saginaw, MI, USA – http://www.astro.com/astro-databank/
23
June 17, 1980, 2:12 pm, Lynwood, CA, USA – http://www.astro.com/astro-databank/
24
June 1, 1982, 4:20 pm, Liege, Belgium – http://www.astro.com/astro-databank/
25
June 8, 1983, 2:17 am, Bilzen, Belgium – http://www.astro.com/astro-databank/
26greatest-players.com/Female-Tennis-Players.htm
27OOB
28
= Out- of- Bounds, refere-se a planetas cuja declinacao está têmporariamente fora dos limites da eliptica (23°28’ Norte ou Sul)
http://www.nytimes.com/2011/08/28/magazine/the-fierce-intimacy-of-tennis-rivalries.html?pagewanted=all
29Sue Tompkins, “Aspects
30Conjunção, oposição
in Astrology”, Element Books, 1989, pag 209
e quadratura
31
Tracy Marks, “The astrology of Self-Discovery”, CRCS Publication, Sebastopol, CA,USA, 1985, pag 76
32
Lee Lehman, “Classical Astrology for Modern Living”, pag 207
33
Louann Brizendine, M.D., “The Female Brain”, Broadway Books, New Yor, USA, 2006, pag 5
34
Louann Brizendine, M.D., op. cit., pag 5
35
Louann Brizendine, M.D., op. cit., pag 5
36
Louann Brizendine, M.D., op. cit., pag 5
32
de
Artigos
As prisões de Renato Seabra - parte - II
por Patricia Azenha Henriques - membro nº 12
Convidamos o leitor a ler a primeira parte deste artigo na edição anterior
(Jornal 4 Estações nº3, pág. 16), disponível para download gratuito no site da
ASPAS, para melhor enquadrar a leitura que se segue.
No passado dia 21/12/2012, Renato Seabra foi condenado a uma pena
mínima de 25 anos de cadeia, mas que pode ir até prisão perpétua.O
advogado de defesa, David Touger, anunciou que vai pedir recurso da
decisão de condenação de Renato Seabra, mas não precisou quando nem
com que argumentos.A pena a que Renato foi condenado terá
obrigatoriamente de ser cumprida numa cadeia do Estado de Nova Iorque.
33
de
Artigos
Na altura do divórcio dos pais, 14 anos antes do assassinato, acredito que
Renato tenha sofrido muito, com consequências na sua saúde mental,
porque a primeira quadratura de Saturno em trânsito a Saturno natal, na sua
casa 6, da saúde, ativou os 3T-squares que envolvem os planetas nas casas 3,
9 e 12. Na altura em que conheceu Carlos Castro, aos 21 anos, Saturno em
trânsito estava a fazer a sua 2ª quadratura a Saturno natal, aplicava-se a uma
conjunção a Mercúrio natal e Mercúrio em trânsito fazia o seu retorno anual,
e por isso,aspetos difíceis a Júpiter e ao conjunto de planetas na casa 3,
calculo que Renato já não estaria bem na altura, a nível psicológico, e a partir
daqui estou a supor que possa dever-se ao facto de ter passado um mês
após o concurso e estar a sofrer com a falta de protagonismo que teve na
altura, ou com a falta de oportunidades em seguir a carreira de modelo na
área tão competitiva da moda. O pedido de ajuda a Carlos Castro é um
indício disso mesmo. Por outro lado, o facto de manter uma relação
homossexual perturbou-o, pois isso não é socialmente aceite e
alegadamente seria algo com que não se sentia à vontade, pois é muito
condicionado por todas as regras morais impostas pela sua educação
tradicional.
Dos relatos noticiosos que têm saído das sessões de tribunal, sabemos que
Renato se sentia num estado de confusão mental já nos três dias antes do
crime, debatendo-se com a condição de homossexual. Precisamente 3 dias
antes do crime, a 4 de Janeiro ocorreu um eclipse solar a 13º de Capricórnio,
em conjunção à sua Lua natal e em quadratura a Mercúrio natal. Este eclipse
foi marcado no céu também pela quadratura a Saturno e a conjunção a
Plutão e Marte, elementos muito poderosos e nefastos. Um eclipse solar é
um momento em que se avaliam escolhas e se marcam recomeços, são
momentos que exigem a resolução de situações de tensão, em capricórnio
a energia de ação é alta e pragmática por ser um signo cardinal e de terra.
Esta situação foi marcante para a atitude de Renato.
34
de
Artigos
No mapa do eclipse em Nova Iorque, Vénus regente da casa 7 ascendia no
grau 26º de escorpião e opunha-se ao descendente em conjunção à estrela
fixa Algol, a ideia de um crime violento de cariz sexual, adequa-se ao quadro.
Sobre o momento do violento crime, Renato disse que, depois do primeiro
ataque, Castro "ainda respirava de maneira pesada", o que o assustou por
pensar "que era o diabo que ia voltar à vida", e que só poderia matá-lo se
mutilasse os seus órgãos genitais."Foi louco, demasiado rápido. Estava louco
porque sou o tipo de pessoa que nunca entrou numa luta". Renato afirmou
que "vozes" lhe disseram para cortar os seus próprios pulsos e que o sangue
da vítima dar-lhe-ia o poder para curar as pessoas da homossexualidade.
Quando Renato saiu do quarto de hotel andou a divagar algum tempo
pelas ruas tentado tocar nas pessoas para as "curar".
35
de
Artigos
No mapa do céu da morte de Carlos Castro o conjunto Quiron-Neptuno-Lua
fazia uma conjunção ao nodo norte na cúspide da casa 5 de Renato Seabra,
repetindo a sua conjunção natal Neptuno-Lua e ligando-a
irremediavelmente ao seu destino como ser individual ao serviço do
coletivo. Marte e Sol em trânsito faziam trígonos a Marte e Sol natal,
Mercúrio em trânsito fazia um sextil ao ascendente e um trígono ao
descendente, Vénus fazia um trígono ao meio do céu, estes trânsitos
parecem uma libertação, o único aspeto de agressividade é mesmo a
quadratura de Marte em trânsito ao eixo ascendente/descendente, que
acaba por ser significativo, por ser o regente da casa 7, dos relacionamentos
e da casa 2 que, por casas derivadas, também é a morte do parceiro, e de ser
aquele marte normalmente adormecido na casa 12 natal que ganhou vida.
Renato tinha-se libertado de uma das suas prisões, mas outras
aguardavam-no.
Saturno por arco solar estava no Fundo do Céu e Júpiter no Meio do Céu,
mantendo a sua oposição exata e condicionando o destino de Renato
Seabra, no estrangeiro, longe da sua família e origens, a sua vida mudou
num momento, trazendo ao de cima todos os seus confrontos internos
entre as suas crenças, ideais e as normas sociais e padrões de
comportamento, impostos pelas suas origens, educação e sociedade.
Alcançou uma fama como nunca antes tinha acontecido com este Júpiter
no MC, mas pelas piores razões.
Analisando as progressões secundárias, Marte progredido fazia uma
quadratura exata à oposição Saturno-Júpiter, mais uma vez querendo
quebrar com convenções sociais e libertar-se. A Lua progredida na casa 1
fazia uma conjunção a Vénus e uma quadratura ao eixo FC/MC, uma
mudança de casa, no relacionamento, em si próprio, na sua vida e imagem
pública, reforçada pelo facto que o ascendente profetado se encontrar em
caranguejo na casa 10.
36
de
Artigos
Renato estava na firdária Mercúrio/Lua. Dada a quadratura entre estes dois
planetas e todos os outros a eles associados de forma difícil, este é um
período de depressão, de isolamento, de reclusão. A ligação desfavorável
destes dois planetas revela uma mente muito instável, em que a ligação
entre o lado racional e sensorial é difícil e descoordenado. Há uma
dissolução da mente com Mercúrio na casa 12 e a passagem para a casa 3 da
comunicação através de uma quadratura é sempre difícil e distorcida. Este
período ficou essencialmente ligado à sua prisão e hospitalização Mercúrio na 12 e à sua imagem pública - Lua rege a 10, ligada a problemas
psicológicos.
37
de
Artigos
O pedido da defesa para que Renato Seabra seja declarado inocente porque
no momento do crime “estava em pensamento delirante, num episódio
maníaco e desordem bipolar com características psicóticas graves”, parecia
forçado, é algo que se faz habitualmente para ilibar alguém que pratica um
crime, quando não há outra alternativa de defesa. No caso de Renato todos
sabemos que matou Carlos Castro, pela análise do mapa concluo que estava
a atravessar uma fase muito difícil e que o cenário apresentado pela defesa
enquadra-se bem, não foi no entanto aceite pelo Júri e Renato foi
condenado.
Analisando as progressões secundárias, os planetas Mercúrio e Marte,
atingirão o ascendente ao mesmo tempo e aproximadamente daqui a 24
anos, sendo provavelmente nesta altura que Renato sairá da prisão.
Notas:
1.
Firdária ou períodos planetários é uma técnica astrológica medieval que divide a vida da pessoa
em períodos regidos pelos planetas, seguindo a ordem caldaica (Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vénus,
Mercúrio, Lua) e começando pelo Sol, nos mapas diurnos e pela Lua nos mapas nocturnos.
2.
Dados de nascimento de Renato Seabra com base na certidão de nascimento, obtida na
conservatória.
3.
Hora da morte de Carlos Castro é aproximada, de qualquer forma aconteceu durante a tarde. A
hora do vídeo do elevador do hotel onde o casal foi visto pela última vez, foi pelas 13h30, quando subiam
para o quarto.
Patrícia Azenha Henriques
Membro nº12
www.estudantedeastrologia.com
38
Artigos
de
A ASTROLOGIA NA LINHA DO TEMPO - parte II
Sobre o surgimento e a história da astrologia
por Vania L M Marinelli - membro nº 23
II. PERÍODO ‘GREGO’
E
sse período teve como sede e
‘fonte’ a cidade egípcia de Alexandria,
fundada por volta de 332 aC, por
ordem do rei macedônico, Alexandre, o
Grande (356-323 aC). Fundada, logo se
tornou
um
importante
centro
comercial e cultural de sua época. Sua
população consistia de 3 grupos
principais: gregos, egípcios e judeus.
Portanto, temos aí uma intersecção de
culturas; e mais: tratava-se de povos
que haviam tido contacto importante
com a cultura babilônica, incluindo a
Astrologia.
Biblioteca de Alexandria
Na sequência dos fatos, o rei Ptolomeu I (que reinou entre 305-283 aC) ordenou a
construção de uma grande biblioteca (que seria conhecida como a Biblioteca de
Alexandria), para a qual afluíram estudiosos de todo o mundo que falava a língua grega. A
condição de centro comercial de Alexandria, por seu turno, aumentava a possibilidade de
difusão de conhecimentos entre Alexandria e outras regiões do mundo. Os indivíduos
letrados de Alexandria foram especialmente ativos nos séculos III e II aC, e, entre eles,
encontravam-se os ‘inventores’ da astrologia horoscópica, é certo. Os verdadeiros nomes
desses astrólogos nos são desconhecidos - isto porque utilizavam pseudônimos de reis,
heróis e sábios de seu passado. De seus livros foram preservados fragmentos, partes;
todavia, os traços essenciais do que continham puderam ser transmitidos através dos
escritos de astrólogos gregos que os sucederam. Assim, note-se que o ‘período grego’ na
verdade quer dizer ‘período alexandrino’ da astrologia; a prevalência ‘grega’, de fato, era aí
cultural e linguística, como em todo o Império Macedônico, aliás.
39
de
Artigos
São elementos fundamentais do sistema astrológico composto em Alexandria:
>> Vindos dos babilônios
•
lua;
O zodíaco fixo dos babilônios como referência para a posição dos planetas, sol e
•
As triplicidades dos signos;
•
Os conceitos de exaltação/queda dos planetas;
•
Os dodecamoria (subdivisões de 2°30’ dos signos);
•
A importância dos eclipses para a astrologia mundial.
>> Vindos dos egípcios
•
O conceito egípcio dos 36 decanos, com o decano ascendente como o primeiro e
principal indicador do destino de uma pessoa. Cada decano, composto de 10 graus, 3
decanos por signo. Esse nome nos chegou através da tradução não muito precisa de
Firmicus (IV dC) e de Hefestus de Tebas (primórdios do século V dC).
•
Cada signo também podia ser subdividido em porções de 3°20’ - o que,
provavelmente, deu origem ao que, em astrologia hindu, se chama de navamsa (o mapa
divisional ou varga mais importante no sistema da astrologia hindu).
>> Vindos dos gregos
•
Características e personalidade dos deuses gregos agregadas aos planetas.
•
O conceito filosófico dos 4 elementos.
•
A fundamentação da alternância feminino/masculino dos signos do zodíaco.
•
Teoria das regências dos signos.
•
Teoria das horas planetárias.
•
Regência planetária para os dias da semana.
A todos esses elementos, acrescente-se um que é fundamental - o das casas mundanas,
originalmente concebidas como uma simples sequência de signos iniciada pelo signo
ascendente. Tal sistema não possuía nenhum nome na antiga literatura; Holden (1996) o
denominou Signo-Casa, ou Casa-Signo, em virtude do fato de, efetivamente, não haver
diferenciação, ainda, entre um e outro.
40
de
Artigos
Os primeiros diagramas encontrados eram círculos simples, às vezes com a cruz cardinal
desenhada, e nomes de signos e planetas escritos. Eram desenhados com o leste à
esquerda e sul ao topo porque era dessa forma que os egípcios desenhavam seus mapas
geográficos. Foi Ptolomeu que reverteu essas posições cartográficas, colocando o oeste à
esquerda, e o norte em cima.
Pode-se notar que uma nova astrologia é, então, divisada. A preocupação com a hora de
nascimento, para se ficar conhecendo o ‘decano’ ascendente, e, enfim, o signo ascendente,
começa a inaugurar este novo tipo de astrologia. Trata-se de uma astrologia horoscópica
no preciso sentido dessa palavra, ‘relativa aos começos’, relativa ao começo da vida de
alguém - este começo como anunciador de uma espécie de destino. A astrologia chega ao
nível do indivíduo, para tentar representar o funcionamento de seu destino. Junto, surgem
de forma mais ‘oficialmente’ estabelecida, os ramos hoje conhecidos como astrologia
horária e astrologia elecional (ainda que não necessariamente chamadas por esses nomes).
Esse sistema de astrologia horoscópica, ou natal, começou a aparecer em livros escritos sob
os pseudônimos de Hermes (deus grego equivalente ao deus egípcio Thoth), Hanubius,
Aesculapius, Nechepso & Petosiris e Abram - no 2º século aC. Nenhum desses textos
chegou intacto às nossas mãos. O que deles sabemos nos vem por citações ou referências
feitas por astrólogos posteriores.
Tecnicamente falando, qualquer que fosse a estrutura de tábuas de dados confeccionadas,
ainda era o zodíaco fixo, ou sideral, a ser utilizado. O que pode ser uma indicação
importante de terem sido produzidas antes de Hiparcus confeccionar suas próprias
‘tabelas’ dos posicionamentos lunares e solares - tabelas estas que, então, já se referiam ao
zodíaco tropical (=2ª metade do século II aC). As tábuas que utilizavam o zodíaco sideral
foram usadas até por volta do 4º século dC, quando passam a ser sistematicamente
substituídas pelas novas tábuas de Claudius Ptolomeu, que faziam ostensiva referência ao
zodíaco tropical. Hiparcus (190-126 aC) foi o descobridor do fenônomeno da precessão dos
equinócios, no século II aC. Confeccionou o primeiro catálogo de estrelas sistematizado e
compreensível que conhecemos, e, junto, certamente, tabelas que computavam as
posições de SOL, LUA e eclipses. Essas ‘tabelas’ expressavam posições num zodíaco tropical.
Quanto às questões técnicas que afloravam nesse período da história da astrologia, há
alguns pontos importantes a serem citados:
41
de
Artigos
Hiparcus
•
Se um ‘cliente’ houvesse nascido nas redondezas, sob o calendário alexandrino,
cálculos podiam ser feitos; caso contrário, o problema da conversão de calendários se
impunha...
•
O ascendente e o sistema de casas-signos - tendo-se determinado o signo
ascendente, as casas mundanas eram instantaneamente encontradas, uma vez que, a essa
época, as casas eram efetivamente os signos, colocados na sequência em que o nascimento
do indivíduo os fazia ficar. A casa 1 era o signo que estava ascendendo no horizonte leste; a
casa 2, o signo seguinte, e assim por diante.
•
O Meio-Céu - os primeiros astrólogos, até este momento (=III a II aC), não
prestavam muita atenção ao MC astronômico - o décimo signo a partir do ASC era o signo
do meio-do-céu. Cerca de um século mais tarde (por volta de I aC), alguns poucos
astrólogos começaram a calcular o MC astronômico (seus graus específicos) e a anotá-los
nas casas em que caíam - 10ª ou 9ª, em latitudes moderadas. Ainda assim, ele não era
considerado cúspide da 10ª casa, mas, antes, o que os astrólogos contemporâneos têm
chamado de um ponto sensível.
42
Artigos
de
O chamado ‘período grego’ (ou alexandrino) da astrologia se estendeu, certamente, à fase
da República e Império Romano, fase esta que nos legou importantes representantes da já
iniciada astrologia horoscópica:
•
Manilius - poeta romano, autor de Astronomica - o mais antigo trabalho de
astrologia clássica que sobreviveu intacto (do ano 14 dC, século I). Dá interpretações
poéticas dos signos. Refere-se a um sistema de casas subsidiário, em que elas são contadas
a partir da roda da fortuna.
•
Dorotheus de Sidon - também poeta, escreveu 5 livros, compondo o O
pentatêuco, no ano 75 dC. Seu texto sobreviveu parcialmente, em excertos gregos. Utilizava
o primeiro sistema de casas astrológicas existente, casa=signo. Em seu 5º livro, assenta-se o
mais antigo tratado de Astrologia Horária e Elecional de que temos notícia.
•
Ptolomeu (100-178 dC) - junto com Vettius Valens (120-175 dC, da Antióquia,
provavelmente a moderna Antakya, na Turquia), forma a dupla principal de astrólogos do
segundo século da era cristã. Astrólogo, geógrafo e astrônomo, escreveu Syntaxis (que se
tornou Almagestus, por influência árabe), um compêndio de astronomia grega, suas
Tábuas, que se tornaram o padrão para cálculos astronômicos da época, trabalhos em
geografia, e um livro versando sobre hastrologia, Tetrabiblos (composto de 4 livros, na
verdade).
Zodiaco de Ptolomeu doTetrabiblos
43
de
Artigos
•
Porphyrius (233-304 dC) - filósofo grego, a quem se atribui a Introdução do
Tetrabiblos de Ptolomeu. A ele também se atribui o primeiro sistema de casas por
quadrantes; de fato, ele explicou mais esse sistema, que já havia sido mencionado por
Vattius Valens, mais de 1 século antes.
•
Firmicus Maternus (280-360 dC) - nativo da Siracusa(?), Sicília, pretor (uma
espécie de advogado da época) romano, pertencente a uma classe abastada, e astrólogo
amador. Traduziu muitos textos de antigos astrólogos gregos para o latim. Escreveu
Mathesis, o mais longo tratado de astrologia do período clássico (trata-se de 8 livros). De
seu texto, entretanto, pode-se notar que ele nunca lera O Tetrabiblos de Ptolomeu, tendo
mencionado este último pelo nome apenas três vezes, em seu próprio tratado. De fato, ao
que parece, até o IV século da nossa era, o Tetrabiblos não esteve disponível para a maioria
dos astrólogos então atuantes.
Vania L M Marinelli
membro nº 23
http://www.arionbr.com
>> Fontes bibliográficas / convite (adicional) à leitura:
Barton, T. (1994) - Ancient astrology
Fagan, C. & Firebrace, R. C. (1971) - Primer of sideral astrology
Holden, J. H. (1996) - A history of horoscopic astrology
Marinelli, V. L. M. (2006) - A produção de significado na ciência
Powell, R. & Treadgold, P. (1979) - The sideral zodiac
Stuckrad, K. (2003) - História da astrologia
Whitefield, P. (1995) - The mapping of the heavens
44
de
Artigos
A Astrologia dos Contos de Fadas
por Bárbara Bonvalot - membro nº 64
A
origem dos contos de fadas perde-se nos tempos. Provavelmente vêm da mesma
fonte que os mitos, mas, enquanto os mitos se foram tornando mais complexos para
responderem a uma sociedade intelectualmente mais sofisticada, os contos seguiram
outra direcção e aproximaram-se das pessoas mais simples, adaptando a linguagem e as
situações a um imaginário popular e informal.
Na verdade, os contos desempenham a mesma função dos mitos, ajudando-nos a dar
sentido e significado à vida, só que os contos fazem-no apelando directamente ao nosso
inconsciente, sem por isso precisarem de grandes elaborações mentais.
Os contos de fadas, de uma forma emocional mas também prática, apresentam-nos
exemplos de vivências suficientemente simples para serem entendidas tanto pelas
crianças como pelos adultos e, ao mesmo tempo, estão cheios de elementos mágicos e
fantásticos, suficientemente surpreendentes para nos prenderem a atenção.
Ao identificarmo-nos com as personagens e com os seus desafios, identificamo-nos
também com as suas qualidades e dons e encontramos a chave para a resolução dos
nossos próprios conflitos. A ligação dos contos de fadas ao simbolismo da Astrologia é
inevitável, a partir do momento em que reconhecemos nos contos os arquétipos universais
da linguagem dos astros. Impossível não encontrar na fábula de Esopo “A Cigarra e a
Formiga” (mais tarde reescrita por La Fontaine) as energias de Leão, que procura o prazer e
a diversão sem pensar na consequência dos seus actos, e de Virgem, metódica,
trabalhadora e organizada, mas sem a espontaneidade de quem sabe aproveitar os bons
momentos da vida. Podemos até ir mais longe e imaginarmesmo um Júpiter em Leão para
a Cigarra, muita jovialidade e auto-confiança, e um Saturno em Virgem para a Formiga, a
responsabilidade do trabalho e a gestão metódica.
A versão tradicional desta fábula favorece a disciplina em detrimento da diversão e
avisa-nos para o perigo de sermos demasiado optimistas e de não trabalharmos o
suficiente. Mas estas histórias, que pertencem à cultura popular e não são propriedade de
ninguém, vão tomando as cores dos tempos e existem actualizações da fábula nas quais os
dotes de entertainer da cigarra acabam por lhe render mais do que o esforço dedicado da
formiga. Pessoas com mais energia de Virgem no seu mapa natal provavelmente preferem
a primeira versão, aquela que valida a sua atitude e forma de funcionar, mas quem tivero
signo de Leão mais evidente vai certamente identificar-se com a Cigarra e encontrar nas
versões modernas uma conclusão mais a seu gosto.
45
Artigos
de
The Ant and the Gtasshopper, Milo Winter (1923)
Talvez o final mais próximo da verdadeira integração destes arquétipos esteja na versão
animada de Walt Disney, “The Grasshopper and the Ants” de 1934, onde no fim, com a
chegada do Inverno, a Formiga partilha os seus recursos acumulados durante o Verão com
a Cigarra, a troco da sua animação musical.
Muitos contos têm como protagonistas princesas e ensinam-nos a lidar com a nossa
energia de Vénus, por isso são tão populares entre as meninas das mais variadas idades. Um
dos mais conhecidos, “A Branca de Neve”, tem como temática a dinâmica entre Vénus e Lua.
A Rainha Má vive estes dois planetas no seu aspecto sombra.Por um lado, é uma mulher
vaidosa e arrogante, que procura constantemente a validação do seu espelho mágico (ou
dos outros?), por outro, uma mãe-feiticeira que prefere aniquilar a filha a vê-la crescer e a
reconhecê-la como mulher.
Esta descrição sugere-me uma Vénus em Leão e uma Lua em Escorpião, com os dois
planetas em quadratura, a dificultar a vivência equilibrada destes papéis. Já na Branca de
Neve imagino este par em oposição, talvez a Lua em Virgem e a Vénus em Peixes, os dois
astros ainda em conflito, mas a permitir mais facilmente o processo de integração que a
mãe (madrasta) não conseguiu concretizar. Ao ficar abandonada na floresta — símbolo dos
cantos escuros da nossa psique, onde se escondem os medos, e metáfora para a casa 8 do
nosso mapa natal —a Branca de Neve inicia um movimento de harmonização das energias
dos dois planetas.
46
de
Artigos
Arrumando e limpando a pequena casa dos sete anões, ela aprende a ser a mãe dedicada,
prestável e humilde que nunca conheceu e integra a sua Lua em Virgem. Depois, a própria
mãe, disfarçada de vendedora, vem confrontá-la com os desafios de uma Vénus sem
propósito nem foco, fascinada, dispersa e funcionando apenas por si e para si mesma.
Primeiro, a Branca de Neve deixa-se seduzir por uma fita que afinal é demasiado apertada,
a seguir por um pente que está envenenado e, finalmente, por uma maçã enfeitiçada (tudo
símbolos de Vénus). Apesar da bondade do seu coração, a jovem ainda não tem
maturidade suficiente e falha os testes às intenções da sua Vénus. Ela cai então num sono
profundo, que simboliza o período de latência necessária para, de uma forma mais sincera
e genuína, pôr este arquétipo ao serviço do seu Sol, o Príncipe, completando finalmente a
integração da sua feminilidade. Independentemente dos signos onde tenhamos estes
planetas, o conto mostra-nos como pode ser perigoso viver estas energias
inconscientemente, pois só quando expressas em função da nossa essência elas se podem
manifestar na sua mais pura forma.
No conto “A Pequena Sereia”, de Hans
Christian Andersen, a ligação ao universo de
Peixes e Neptuno é óbvia e inequívoca.
Começa desde logo com o título e a
protagonista, a Pequena Sereia. A mais nova
de seis irmãs, ela é a mais calada e pensativa
e sonha com o mundo acima das águas do
mar — toda a natureza contemplativa de
Peixes implícita na descrição da
personagem central do conto. Durante a
narrativa, a Pequena Sereia salva um
Príncipe de morrer afogado e apaixona-se
por ele. Como ele não sabe sequer da sua
existência, ela decide dar a sua linda voz a
uma Bruxa em troca de duas pernas para
viver no seu mundo, em terra firme.
The Little Mermaid, Edmond Dulac (1911)
Quando finalmente o encontra, a sua mudez não lhe permite transmitir o tamanho do seu
sentimento nem todos os sacrifícios por que passou para estar com ele, restando-lhe a
dança para se expressar, mesmo com ador que sente cada vez que pousa um pé no chão,
“como se andasse sobre facas afiadas”.
O Príncipe nunca chega a corresponder o amor da Pequena Sereia e o fim da fantasia
acontece quandoelereencontra a Princesa por quem se tinha apaixonado anos antes e que
nunca mais tinha esquecido.
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de
Artigos
Como a Bruxa lhe tinha anunciado, o frágil coração da Sereiazinha parte-se nesse
momento, mas é-lhe dada ainda uma última hipótese para se salvar. Matando o Príncipe
com uma faca no seu coração, ela regressaria à sua primitiva forma de sereia e poderia
voltar para junto das suas irmãs no fundo do mar. Mais uma vez ela escolhe o sacrifício e
abdica desta oportunidade, salvando o eterno amado. Ao mergulhar no mar, ela funde-se
com as outras “filhas do ar”, que esperam receber a sua alma imortal através de actos
bondosos para com os humanos.
Ao longo deste conto, tudo nos remete ao universo de Peixes, cada palavra, cada imagem,
cada metáfora. Desde o ambiente inicial da história, o fundo do mar, passando pela
metamorfose, pelo sofrimento e pelo sacrifício da Pequena Sereia, e até a sua morte,
quando ela se dilui na espuma das ondas. Também o amor não correspondido da Pequena
Sereia pelo seu Príncipe, nos remetea uma Vénus em Peixes ou em aspecto a Neptuno, o
amor silencioso e devocional, o amor fusional, o amor como sacrifício e salvação, mas
também a ilusão do amor e a idealização do objecto amado. Este padrão de amores
inalcançáveis e nunca concretizados é familiar aHans Christian Andersen, autor do
conto.Com a Vénus em Peixes e em trígono a Neptuno, também ele alimentou durante
toda a sua vida paixões não correspondidas nem concretizadas. De alguma forma, nesta
história ele relata a sua própria vivência de uma Vénus em Peixes, sendo o final do conto a
sublimação última desta energia.
48
de
Artigos
Uma história que nos fala, não de Vénus, mas sobre a conciliação de um Marte indomado é
“João de Ferro”. Um gigante selvagem, que vivia dentro de um poço numa floresta vizinha a
um castelo,devorava todos os que do seu poço se aproximassem. Aqui encontramos os
impulsos de um Marte violento e insubmisso defendendo de forma instintiva o seu lado
emocional e vulnerável (Marte em Carneiro na casa 8?). Eventualmente o gigante,
enorme,com longos cabelos e barbas e de uma cor avermelhada como o ferro enferrujado
(vermelho e ferro são símbolos de Marte), é capturado e posto dentro de uma jaula no meio
do pátio do castelo. Já não é possível esconder esta energia, que agora está à vista de todos,
mas bloqueada, aparentemente controlada.
O pequeno Príncipe, que brincava com a sua bola por perto deixa o brinquedo escapar para
dentro da jaula. Em troca da sua bola, o rapaz aceita libertar o gigante, mas decide fugir
com ele por medo do castigo que teria de enfrentar, ficando assimrefém de João de Ferro,
ou seja, da energia de Marte. Depois de vários testes em que o rapaz prova ter bom
coração, apesar de ser um pouco negligente com o poço que João lhe pedira para guardar
(a água, como sabemos,é metáfora para os sentimentos e afectos),o gigante liberta-o e
põe-se à sua disposição, ensinando-nos que, desde que tenhamos boas intenções,
poderemos pôr o Marte ao nosso serviço em vez de ficarmos para sempre seus prisioneiros.
Quando, anos mais tarde, o Príncipe precisa da ajuda de João, para defender um reino de
uma guerra na qual se envolvera, o gigante dá-lhe todos os recursos que necessita,
ajudando-o a ganhar a guerra e ainda, como consequência, a mão da princesa desse reino.
No fim da história João de Ferro reaparece como um rei, que tinha sido enfeitiçado, mas foi
libertado pela pureza do coração do Príncipe.Este conto mostra-nos que a melhor forma de
viver o arquétipo de Marte é, primeiro, trazê-lo à consciência, e depois garantir que as
nossas intenções são dignas, usando-o para servir os nossos sentimentos mais puros.
Workshop “A Simbologia dos Contos de Fadas”,
12 de Janeiro de 2013
49
Artigos
de
Como se percebe pelos exemplos acima, os contos de fadas espelham de forma profunda
e precisa as nossas dinâmicas internas e, por consequência, são uma projecção clara e
evidente do nosso mapa natal, fornecendo simultaneamente pistas claras para a
integração dessas energias.
Foi com este princípio em mente que idealizei o workshop “A Simbologia dos Contos de
Fadas”. Ao construir o seu próprio conto, os participantes permitem-se olhar para as
princesas e bruxas, gigantes e sereias, cigarras e patinhos dentro de si mesmos e acabam
por encontrar também a resposta para as suas próprias questões.
Exemplo disso são os contos escritos pelos participantes da primeira edição. A criatividade
abundou, a fantasia encheu o papel e os contos surgiram lindíssimos e fiéis ao imaginário
de cada um. Aqui podem encontrar alguns deles:
http://www.arvoredavidaproducoes.com/a-simbologia-dos-contos-de-fadas.html
Bárbara Bonvalot
Membro nº 64
www.arvoredavidaproducoes.com
50
de
Artigos
O Portugal Astrológico - I Parte - Fundação e Templarismo
por Luís Resina - membro nº 22
Contexto histórico
Estamos no final do século XI após um período sombrio marcado pelos receios do fim do
mundo do ano 1000, e num período em que os domínios da terra assentavam
fundamentalmente em senhores feudais e nos poderes dos mosteiros. A partir do século
XII as cidades começam a crescer, e, nomeadamente, a partir das Cruzadas dá-se a expansão
do comércio e o desenvolvimento dos mercados e das transações financeiras.
Esta passagem de um período mais centrado na agricultura para o comércio, corresponde
à transição da fase 6 para a fase 7 da Era de Peixes. Se a Era de Peixes tem a duração de
aproximadamente 2160 anos (30º x 72 anos, equivalente a 1º processional resultante do
terceiro movimento da Terra, o movimento de nutação), quando dividimos este período em
12 subfases temos 180 anos para cada casa ou fase ao longo de todo o ciclo.
Em casa subfase de 180 anos dá-se uma conjunção de Urano com Neptuno visto que o
ciclo destes planetas anda à volta dos 175 anos. Queria também sublinhar que a influência
dos planetas em termos do colectivo é tanto maior quanto mais estes estão afastados do
Sol, embora os planetas transpessoais não fossem conhecidos nessa época, isso não
significa que eles não se refletissem no inconsciente colectivo da humanidade da época.
51
de
Artigos
1 -Início da Era de Peixes de 2160 anos (Era Cristã). Cada 12ª fracção = 180 anos (110/111)
2 -Fim da perseguição aos cristãos. (180/360)
3-O cristianismo torna-se a igreja oficial de Roma. Queda de Roma em 476. (412 452/453)
4 - Cristianização da Europa. Ordem de S. Bento. Monastérios. 622- Islamismo
5-Carlos Magno. Império Sacro-Romano. Tentativa de unificação da Europa.
6-Fase relacionada com o feudalismo. Origem da Alemanha actual e fundação do Reino de França.
7-Fundação do Reino de Portugal. As Cruzadas. Fundação da Ordem do Templo - 1128. O Ciclo do Graal. S.
Bernardo. O Joanismo. S. Francisco. Joaquim de Ficra.
8-A crise da Idade Média (peste negra). D. Diniz e a Ordem de Cristo. A crise de 1383/1385. A perseguição
aos Templários. Fim da Idade do Filho.
9-O Renascimento. A expansão marítima. As Profecias do Fim do Mundo. O início da Era do Espírito Santo
– período de gestação. Reforma.
10-Monarquias Absolutas. Ciclo do Poder Social. Restauração. Cromwell – Inglaterra. USA e Revolução
Francesa. Racionalismo.
11-Independência do Brasil. Liberalismo, Socialismo e Monarquias Constitucionais. Independência da
América Espanhola. Revolução Industrial. Repúblicas.
12-Revolução Espiritual. Síntese da relação Espírito-Matéria. A Globalização. O Advento do V Império. 2012
– O fim do calendário Maia. 1980/2160
52
de
Artigos
Assim, o início da fase 7 dá-se por volta de 1080 até 1260 e corresponde simbolicamente a Balança na subfase de
Peixes. A passagem do elemento terra (Virgem) para Balança (Ar) marca o início de um período que acentua os
contactos, as alianças, as disputas, a bipolarização e o intercâmbio entre ocidente e oriente. Há que também
salientar que a fase 7 corresponde ao ponto médio de toda a Era de Peixes, o que acentua toda uma culminação
do ciclo da Idade Média e apelidada por alguns historiadores como “renascimento do século XII”.
Temos neste período o fenómeno das Cruzadas, sendo a 1ª convocada pelo Papa Urbano II no Concílio de
Clermont em 1095, como resposta a um pedido de ajuda do Imperador bizantino Aleixo I, para conter o avanço
turco na região. O Papa evocou a “guerra santa” prometendo indulgências em todos os que nela participem.
Jerusalém foi conquistada pelos cruzados em 1099 e houve uma série de conquistas e perdas entre cristãos e
muçulmanos que geraram ao todo, 9 Cruzadas a partir do Ocidente até ao ano de 1272.
Na primeira Cruzada dá-se o cruzamento de culturas e saberes entre Ocidente e Oriente, sabemos também que as
falanges esotéricas de cada religião comunicavam e partilhavam conhecimentos entre si, é desse encontro
célebre de Constantinopla em 1096 que se dá a concepção daquela que viria a ser a Ordem do Templo.
1118/19 - Fundação da Ordem do Templo - 9 cavaleiros, Nove Fundadores:
1.
Hugo de Payens (ou Payns)
2.
Godofredo de Saint-Omer
3.
Godofredo de Bisol ( ou Roral ou Rossal, ou Roland ou Rossel);
4.
Payen de Montdidier ( ou Nirval de Montdidier);
5.
André de Montbard (tio de S. Bernardo);
6.
Arcimbaldo de Saint-Amand, ou Archambaud de Saint-Aignan;
7.
Hugo Rigaud
8.
Gondemaro, (ou Gondomar);
9.
Arnaldo ou Arnoldo; (o nono fundados Frei Arnaldo da Rocha, presume-se ser português)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_dos_Templ%C3%A1rios#Os_Nove_Fundadores
“Tomaram o nome de Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (1118 ou 1119 data da sua fundação)
por terem construído o seu castelo sobre as ruínas do antigo Templo de Salomão em Jerusalém . De dimensão
modesta em 1123 desde então chamada Ordem do Templo de Jerusalém com ideias espirituais de paz e de
caridade em proveito dos mais fracos, e defendidos, se necessário, pelas armas. Pretendia-se um reconhecimento
oficial jurídico e espiritual, sobretudo do papado. O Papa Honório II, em 1128 (Séc. XII), concedeu à Ordem a
legitimidade da sua fundação” (http://terrasdesantiago.planetaclix.pt/ordtempl.htm) após São Bernardo de
Claraval ter redigido a Regra do Templo aprovada pelo Papa no Concilio de Troyes.
Os Cruzados e os Templários em Portugal
Segundo a Teoria das Idades Portugal como reino-nação nasceu no período de apogeu da Era de Peixes (na
metade do ciclo de 2160 anos).
Antecedentes históricos: Portugal – associado ao signo de Peixes, signo consignado por Ptolomeu à região da
Lusitânia, LUX-CITÂNIA – Terra da Luz. Na Antiguidade a energia dos signos era atribuída por analogia ao carácter
das raças e povos. Convém lembrar o que os Romanos diziam dos Lusitanos quando colonizaram a Península
Ibérica: “este é um povo que nem se governa nem se deixa governar”.
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de
Artigos
Antes das cruzadas à Terra Santa tiveram início as cruzadas na Península Ibérica a partir da
região que hoje se intitula a Catalunha, foi numa dessas incursões de cavaleiros que vieram
do centro da Europa que se situa a vinda dos Condes de Borgonha, Dom Raimundo e Dom
Henrique por volta de 1090, estes vieram ajudar Dom Afonso VI, rei de Leão e Castela, na
luta contra os Almorávidas. Após os feitos e ajuda prestada por tão insignes cavaleiros,
Afonso VI concede duas das suas filhas, Dona Urraca e Dona Tareja, doando o Reino da
Galiza a D. Raimundo e o Condado Portugalense a D. Henrique por volta do ano de 1095.
Portugal ao surgir na segunda metade da Era de Peixes, nomeadamente no seu período de
apogeu – o período das Cruzadas e dos intercâmbios das duas maiores religiões da época,
o cristianismo e o islamismo, aparece também associado a outro fenómeno cultural – o
aparecimento das Ordens de Cavalaria Monásticas. A maior destas ordens foi sem dúvida a
dos Templários, que tiveram um papel fundamental na formação do reino e na conquista
do território nacional. O fenómeno do Templarismo constitui por si um outro tema e uma
outra obra que aqui não tem lugar. No entanto, gostaria de salientar que a vertente
esotérica ou gnóstica do cristianismo estava bem patente nos seus principais
representantes pela simpatia que estes nutriam pela igreja oculta de Cristo representada
na figura de São João.
O nosso Cristianismo primordial foi eivado das mais diversas correntes gnósticas e pagãs,
porque na sua essência já tinha o cariz universal presente na energia sintética dos Peixes,
ou melhor dito nas palavras de Álvaro de Campos: “ser tudo e todos, ser plural como o
universo”. O cristianismo de Roma nunca foi muito apreciado pelos nossos primeiros reis
(alguns deles até foram excomungados) já que era demasiado, dogmático, impositivo e
demagógico, características herdadas de atavismos de certos povos, especialmente o
romano, provenientes da Era anterior ao cristianismo - a do Carneiro.
"As nações todas são mistérios
Cada uma é todo o mundo a sós"
F. Pessoa
Portucalis – porto do cálice, o lugar onde passou o Graal.
A missão de Peixes passa pela difusão da fé - o aspecto messiânico, a necessidade de ligar
os povos, uni-los, pelo processo de miscigenação, a mistura das raças associa-se a este
signo. Podemos entender a energia de Peixes pela procura da unidade na multiplicidade.
54
de
Artigos
O propósito da segunda fase mundial da Era de Peixes — a difusão do Cristianismo no
plano universal, coube à nação portuguesa pela revelação de um propósito ou desígnio
oculto patentes na sua fundação. Refiro-me ao sonho transfigurador que ocorreu em
Afonso Henriques na célebre madrugada da Batalha de Ourique. Tal como Moisés após a
descida do Sinai, Afonso transfigura-se, é aclamado Rei e inscreve a visão das cinco chagas
no emblemático escudo das cinco quinas.
A partir de então, Henrique o Rei/Sacerdote sente-se predestinado a realizar um propósito,
uma missão que passa pela manifestação do transcendente no imanente, implantando e
plasmando no domínio material o que já se encontrava inscrito noutros planos mais subtis.
Muitas vezes esquecemo-nos que embora o Homem faça a História, a Terra tem o seu
próprio ritmo e os seus ciclos (evolução através de Eras) em conjugação com outras forças
ou inteligências inscritas num domínio para além da nossa tridimensionalidade existencial.
A partir de então, a portugalidade irá assentar no ideal cisterciense e templário. Basta ver
que de D. Afonso Henriques descendia da linhagem de São Bernardo o Abade de Claraval,
a figura mais mediática da religiosidade desse período. A São Bernardo, nobre da Borgonha,
é lhe atribuído as principais linhas que estão no espírito da Ordem dos Templários e das
reformas introduzidas nas Ordens de Clunny e Cister. Estas Ordens, cuja missão era
simultaneamente espiritual, religiosa e material tinham como objectivo no seu aspecto
esotérico a implementação da Monarquia Universal (a fusão do poder espiritual com o
poder temporal), aquela que é descrita na visão de Dante e que mais tarde servirá de
inspiração para a construção do mito do Quinto Império.
Desta forma, não é por acaso que São Bernardo e o Papa Eugénio III estão representados na
coroação de Afonso Henriques no Mosteiro de Alcobaça, (sede da ordem de Cister em
Portugal). Remontando à casa de Borgonha na altura em que assumem o Condado
Portucalense, os condes D. Henrique e D. Raimundo já pertencem a uma aristocracia ligada
ao espírito das ordens de Clunny e Cister; outro facto não menos relevante é termos um
presumível cavaleiro português Arnaldo da Rocha, como um dos nove Fundadores da
Ordem do Templo.
Através de Afonso Henriques se vai construindo o Portugal Templário, com a ajuda destes
cavaleiros que congregam os ideais religiosos (atribuídos simbolicamente a
Júpiter/Neptuno os regentes do signo de Peixes) com os da conquista (Marte) assim se vai
esboçando o plano que irá desembocar na gesta marítima.
O início do Reino de Portugal na sua vertente mais esotérica começa no ano de 1136,
(conjunção de Urano/Neptuno em Balança) embora os anos de 1128 (Batalha de São
Mamede) e 1139 (Batalha de Ourique) sejam anos cruciais para a implantação do Reino.
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de
Artigos
Se fizermos a redução teosófica de 1136 (soma das parcelas) temos o nº 11 como resultado,
em termos numerológicos este é o número associado ao planeta Urano. Ora toda a fase de
1080 a 1260 (7ª fase do ciclo mundial, corresponde ao signo da Balança) é consignada à
sub-regência de Balança em pleno apogeu da Era de Peixes (2160:12=180 anos). As
conjunções de Urano e Neptuno dão-se periodicamente com ligeiras variações em cada
175 anos, marcando assim, em termos qualitativos cada um destes períodos de 180 anos.
Estas conjunções marcam períodos de grandes mudanças sociais e colectivas, o propósito
da união destes dois astros é fundir numa só unidade o individual e o colectivo, a mente e
o sentimento, o ocidente e o oriente… Nestas conjunções plantam-se sementes cujo
potencial é abrir novos rumos e ideais para a Humanidade.
Urano é o planeta que simboliza a renovação, a inovação e a liberdade. Tradicionalmente é
o regente esotérico da Balança, isso significa que ao nível da alma ele procura transformar
e renovar o verdadeiro sentido das relações humanas por uma individualização que
integre a dialéctica dos pares de opostos. Por sua vez, Neptuno em Balança, pede uma
maior abertura e compreensão do “Outro” quando exprime a vertente de luz, no aspecto
ilusório ou de sombra, originam-se mitos de projecção ou de evangelização forçada
assentes no dogmatismo - o desejo que os outros sejam iguais a nós.
O sétimo período da Era mundial de Peixes foi o período das Cruzadas, que no seu aspecto
mais primário trouxe as guerras e as pilhagens, mas por outro, levou-nos ao contacto com
outras culturas, à expansão de ideias e ao alargamento de horizontes. O trabalho de Urano
e Neptuno em Balança (1º signo do 3º quadrante colectivo) no seu aspecto mais universal
foi o de relacionar as três grandes culturas da época: o Cristianismo, o Islamismo e o
Judaísmo. Todo o 3º quadrante da Era de Peixes compreende os anos de 1080 a 1620, assim
temos a Balança ou fase 7 de 1080 a 1260; Escorpião ou fase 8 – de 1260 a 1440; e Sagitário
ou fase 9 – de 1440 a 1620.
Ciclos Astrológicos – Planetas lentos
Ciclo de Borgonha 1090, o Ciclo dos Heróis (Urano e Plutão em Carneiro)
A primeira grande conjunção dos Planetas lentos (aqueles que marcam os grandes eventos
colectivos) na fase 7, 1085 a 1265, começa com a conjunção de Urano e Plutão em Carneiro
em 1090, e corresponde à chegada dos Condes de Borgonha à Península Ibérica. Para além
das guerras, algo de novo, inusitado, intenso e pioneiro iria acontecer a partir deste período.
Simultaneamente é proclamada a 1ª Cruzada a Jerusalém no final do ano de 1095 com a
seguinte configuração: Cruz em T Cardinal formada por Urano a 23/24 de Carneiro
quadratura a Neptuno a 25 de Câncer quadratura a Júpiter a 21 de Capricórnio.
56
Artigos
de
A acentuação da Cruz em T cardinal está em Urano em Carneiro (símbolo do Oriente) mas
a sua saída está em Balança que aponta o Ocidente.
1109 – Ano possível do nascimento de Dom Afonso Henriques; pequeno triângulo
formado por Urano em Gémeos, sextil a Neptuno em Leão, sextil a Plutão em Carneiro.
Temos um sextil crescente de Urano a Plutão e um trígono também crescente entre
Neptuno e Plutão.
1118 - Fundação da Ordem dos Templários ou Ordem da Cavalaria do Templo de Salomão
por Hugo de Payens.
Posição dos planetas lentos: Urano a 28º de Câncer quadratura a Plutão 29 de Carneiro,
Neptuno a 15 da Virgem. O ciclo iniciado pela conjunção de Urano/Plutão a 1º de Carneiro
em 1090 atinge agora a sua primeira quadratura crescente, a crise e a tensão necessárias
para dar forma a uma nova base ou fundação (fase 4 do ciclo) que permita a expansão das
energias em causa (confronto entre as energias do passado e o apelo do futuro).
1128 - Reconhecimento da Ordem pelo Papa; Urano em Virgem, Saturno em conjunção
com Neptuno em Balança (formalização da ordem, com a cobertura cristã). Ainda neste ano
Dona Teresa doa o Castelo de Soure aos Templários e dá-se a Batalha de São Mamede na
qual Dona Teresa cede à sua pretensão de unir o Condado Portucalense com a Galiza.
Temos ainda conhecimento que milícias Templárias terão entrado em Portugal no tempo
de Dona Teresa, que lhes doou a povoação de Fonte Arcada, em Penafiel, no ano de 1126.
Continua no próximo artigo…..
Luís Resina
Conselheiro da Direção - Membro nº 22
www.luisresina.com
57
de
Rubrica
Pergunte ao Astrólogo
por Jorge Lancinha - membro nº 56
E
sta coluna responde a uma pergunta de um leitor(a) e explica como um astrólogo
organiza a informação que é dada pelo tema astral e a põe no contexto de vida do cliente. A
forma como cada astrólogo analisa os símbolos planetários depende da sua formação, das
suas preferências pessoais e da sua experiência. Um grande número de técnicas são válidas
desde que a simbologia e a boa prática astrológica sejam respeitadas. Esta coluna reflete a
forma como trabalha Jorge Lancinha (membro nº56).
Pergunta feita por C. mulher de 37 anos (nome e dados de nascimentos são
confidenciais):
Em Dezembro passado iniciei um novo capítulo na minha vida em termos relacionais: terminei
uma relação que já não fazia sentido para mim e encontrei outra pessoa com a qual se
estabeleceu uma profunda afinidade. No presente estamos a planear viver juntos e falámos na
possibilidade de ter filhos e por isso gostaria de saber se estou no caminho certo e quais os
momentos mais propícios para avançar com estes planos?
Em primeiro lugar vamos fazer uma leitura geral do mapa no que diz respeito à parte
emocional e relacional. Os elementos mais fortes no mapa natal de C. são Água e Terra, o
que nos indica uma personalidade orientada para vivência emocional, para a concretização
prática epara a segurança. A conjunção Sol, Saturno e Lua em Caranguejo reforça esta
orientação e mostra que estamos perante uma pessoa bastante sensível e que a proteção
e nutrição emocionais são temáticas muito centrais na sua vida. Saturno pede-lhe
estrutura, responsabilidade e auto-suficiência emocional, provavelmente privando-a por
vezes do colo que tanto deseja. Com o tempo e a experiência, os bloqueios, que certamente
têm raiz nas dinâmicas familiares da infância, transformar-se-ão em segurança e força
interiores.
A independência emocional é uma questão muito importante e que está simbolizada pela
quadratura que Úrano (co-regente da casa IV, das raízes e da família) faz ao stelium Sol,
Saturno, Lua. A necessidade de romper com padrões do passado é de facto muito marcada.
Se olharmos para Vénus, regente do Descendente e naturalmente significadora dos
relacionamentos no mapa natal, encontramos também Úrano, em sextil.
58
de
Rubrica
O regente de Vénus, que é Mercúrio, faz também especto a Úrano: um trígono! Parece-me
muito claro que, embora a necessidade de estrutura e segurança nas relações seja
fundamental para C., estas devem conter suficiente abertura e flexibilidade para
permitirem uma séria busca pela individualidade e independência. A quadratura de Vénus
ao Nodo Norte em Sagitário na casa I é também outro reforço deste propósito: indica a
necessidade de encontrar um caminho próprio que possa incluir a relação sem se dispersar
nela.
Ao olharmos para a casa VII dos relacionamentos, não poderemos deixar de salientar a
conjunção de Marte com o Descendente. Este planeta é de grande importância no mapa
de C., devido não só a este posicionamento mas também pelo facto de ser o regente do
Ascendente Escorpião. De notar também o fortequincúncio que este estabelece com
Plutão. Daqui poderemos intuir que o campo dos relacionamentos implica
necessariamente questões de afirmação e assertividade. É importante que C. afirme
claramente os seus desejos e vontades, aprendendo a gerir os seus ímpetos afirmativos
dentro de uma relação. Cortes, ruturas, transformações serão necessárias até que aprenda a
não se projetar demasiado no outro.
59
de
Rubrica
Olhando agora para a conjuntura astrológica dos últimos meses verificamos que durante o
ano de 2012 C. esteve sob elevada pressão emocional. Temos a quadratura crescente de
Saturno em trânsito a Saturno e Lua natais durante o primeiro semestre de 2012 e a fazer
conjunção a Úrano até Setembro. Simultaneamente Plutão em trânsito faz a última das
suas quadraturas a Plutão natal também nesse mês. Trata-se de trânsitos de grande dureza,
que pedem ajustamento, restruturação, redefinição de padrões de vida.
Vénus natal esteve também sobre tensão desde Abril de 2011 até Novembro de 2012 com
a oposição de Neptuno em trânsito. A relação que C. mantinha na altura estava claramente
a diluir-se neste processo de transformação que abria caminho a novas formas de
realização emocional.
Em Dezembro Saturno transita pelo Ascendente e não é de surpreender que esse tenha
sido o momento em que C. decide romper com a situação estabelecida e seguir um novo
rumo.
A pergunta de C. é portanto se está no caminho certo ao fazer planos para viver junto com
o seu parceiro e considerar a possibilidade de terem filhos.
60
de
Rubrica
O trânsito de Saturno ao Ascendente ainda se manifestará em Abril e Setembro de 2013,
provavelmente a trazer alguns desafios de consolidação deste novo caminho assumido.
Algumas dúvidas e hesitações poderão surgir, mas julgo que, face à atitude de C. em
assumir a transformação logo no primeiro pico do trânsito, o que a espera será mais uma
necessidade de estruturar e fazer alguns ajustes para que o seu projeto se materialize da
melhor forma. Júpiter estará de resto a fazer bastantes aspetos fluidos nos momentos mais
tensos de Saturno, ajudando-a a acreditar e seguir em frente.
61
de
Rubrica
Em Setembro, depois da última passagem de Saturno no Ascendente, temos Júpiter em
trânsito a fazer conjunção ao Sol natal, o que se repetirá em Dezembro e Maio de 2014. E
em Junho de 2014, Júpiter fará conjunção à Lua. Estes trânsitossão indicadores de um
período de expansão, proteção e “fertilidade”. Em Novembro Saturno em trânsito fará
trígono ao Sol natal e em Janeiro de 2014 trígono à conjunção Saturno / Lua natal, trazendo
estrutura e consistência à expansão anunciada, conjuntura que se estende até Outubro de
2014.
Quer isto dizer, do ponto de vista astrológico, que a partir de Setembro deste ano e até final
de 2014, se abrirá uma janela de oportunidade na qual poderá projetar os seus planos com
considerável segurança. Os temas do lar, da maternidade e da família estão privilegiados
nessa altura.
Chamo a atenção para um outro fator muito importante neste mapa temporal e que tem
algo de muito simbólico a acrescentar a este período da vida de C.: em Setembro deste ano
Vénus faz conjunção a Plutão natal por arco solar e em Setembro de 2014 a Lua fará
conjunção a Vénus também por arco solar. Convocando aqui a mitologia clássica,
poderemos entender melhor a importância destas conjugações:
- Perséfone, filha de Deméter(deusa das colheitas), mantinha com a mãe uma relação
extremamente umbilical e dependente. Vénus, a deusa do amor, não acha graça a este tipo
de relação, e inspira em Plutão uma paixão pela jovem virgem. Este rapta-a e faz dela sua
esposa. Perséfone é resgatada posteriormente mas fica para sempre ligada à sua função de
rainha do submundo.
Este mito é um arquétipo de iniciação feminina, é símbolo da passagem de menina a
mulher, de filha a esposa. Poderemos então afirmar, por paralelismo, que todo este
processo de transformação no qual C. está a entrar, e que se desenrolará mais nitidamente
entre Setembro de 2013 e Setembro de 2014, é uma verdadeira iniciação de maturidade
como mulher. E se pensarmos que este mito revolve em torno de arquétipos como o de
Caranguejo (vinculo materno), Virgem (inocência pré-erótica) e Escorpião (erotização do
feminino, transformação e emancipação) e olharmos para o mapa de C., identificamos
claramente a analogia: Sol e Lua em Caranguejo, Vénus em Virgem e Ascendente Escorpião.
É pois assim, através do caminho de Escorpião (transformação, renascimento, intuição,
compreensão e responsabilização pelo processo de maturação psicológica) que C. acederá
à realização emocional destinada pelo Sol e Lua em Caranguejo.
62
Rubrica
de
Em resumo, e apoiando-me na conjuntura astrológica que descrevi, parece-me claro que o
caminho que C. está a trilhar e os planos que projeta para o futuro estão em consonância
com os temas indicados no seu mapa natal para os próximos 2 anos. Quanto às alturas mais
propícias para a concretização desses planos relacionais e familiares, julgo que a partir de
Setembro deste ano essa janela de oportunidade que anteriormente referi lhe será
claramente palpável. Até lá será importante fazer todos os ajustes necessários, com
determinação e sentido de compromisso.
Jorge Lancinha
Membro nº 56
www.astrologia.jorgelancinha.com
63
Estudante Astrologia
de
THEMA MUNDI - O HORÓSCOPO DO MUNDO
por Paulo Alexandre Silva - membro nº 57
M
acrobius 1: "...eles dizem que quando esse dia começou que foi o primeiro de todos e é,
portanto, justamente chamado de aniversário do mundo, Carneiro estava no Meio-do-Céu, e
porque o Meio-do-Céu é como se fosse o vértice do mundo, Carneiro foi, portanto, considerado
o primeiro entre todos eles, o único que apareceu como a cabeça do mundo no início da luz. E
acrescentam a razão porque esses doze signos são atribuídos aos poderes dos diferentes
deuses. Por isso dizem que nesse mesmo mapa do nascimento do mundo, Carneiro
encontrando-se, como tínhamos, dito no Meio-do-Céu, o horoscopus [ascendente] do mundo a
nascer era Caranguejo, trazendo à tona nesse momento a Lua. O Sol estava a nascer junto com
Leão, Virgem com Mercúrio, Balança com Vénus, Marte estava em Escorpião, Sagitário tinha
Júpiter e Saturno estava vagando em Capricórnio..." 2
1. THEMA MUNDI. ETIMOLOGIA, DEFINIÇÃO E ORIGEM
Thema, palavra de origem grega que significa construir, algo estabelecido, o estabelecer de
uma fundação.
Mundi, palavra latina para mundo, universo, tudo o que é grande, firmamento.
Thema Mundi é o mapa do estabelecimento, da fundação do universo, do mundo.
Thema Mundi é o nome dado a um mapa que circulou no mundo antigo assim como no
período medieval. Representa metaforicamente a natividade ou o horóscopo do mundo,
dá-nos a posição onde os planetas se encontrariam aquando da sua criação.
Referências a este mapa aparecem em textos helenistas, perso/arábes assim como na
literatura medieval e renascentista.
A primeira referência ao texto aparece mencionada em Thrasyllus3 , cerca de 36 AD,
astrólogo e conselheiro do imperador Tiberius.
Foi o astrólogo romano Firmicus Maternus que nos deu orientações na transmissão do
Thema Mundi, pode ler-se em Matheseos Libri VIII: O Horóscopo do Mundo
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Estudante Astrologia
de
"Nesta doutrina, Petosiris e Nechepso seguiram Aesculápios e Hanúbis. A eles, o Mui Poderoso
Mercúrio confiou o segredo. Eles levantaram o mapa do nascimento do universo como se
segue: o Sol no 15º grau de Leão, a Lua no 15º grau de Caranguejo; Saturno no 15º grau de
Capricórnio; Júpiter no 15º grau de Sagitário; Marte no 15º grau de Escorpião; Vénus no 15º
grau de Balança; Mercúrio no 15º grau de Virgem e o ascendente no 15º grau de Caranguejo." 4
Thema Mundi
O Thema Mundi revela-nos as posições em que os planetas se encontram mais fortes - a
noção de regências planetárias - quando os planetas se encontram no mesmo signo em
que estão colocados no mapa do Thema Mundi.
É da opinião de Firmicus Maternus que ninguém acredita realmente que este é o mapa da
criação do mundo "...Não havia nenhum mapa natal do universo; pois este não teve origem
em nenhum dia certo. Não havia ninguém presente no momento em que o universo foi criado
pelo plano da Mente divina e da Vontade previdente..." 5, mas que este mapa foi desenvolvido
pelos sábios afim de ilustrar os mais básicos princípios da astrologia:
As Regências
A Doutrina dos Aspectos
As Exaltações
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Estudante Astrologia
de
De salientar que também Paulus Alexandrinus apresenta-nos uma segunda versão do
Thema Mundi: A Natividade do Cosmos
"...E assim o Sol no 19º grau de Carneiro, a Lua no 15º grau de Caranguejo, a estrela de Kronos
no 15º grau de Capricórnio, a estrela de Zeus no 15º grau de Sagitário, a estrela de Ares no 15º
grau de Escorpião, a estrela de Afrodite no 3º grau de Balança, a estrela de Hermes no 7º grau de
Virgem, a fundação de acordo com o Höroskopos 6 ascende no 15º grau de Caranguejo." 7
A evidência aponta para que o Thema Mundi tenha a sua origem no Egipto e uma das
razões prende-se com o facto de no Egipto, onde a astrologia helenística se terá
desenvolvido, o ano novo comece no meio do Verão com o nascer helíacal da estrela Sirius,
o que anuncia a inundação do rio Nilo; logo quando temos um mapa de Verão com o Sol no
signo de Leão e procuramos o nascer helíacal de uma estrela, a sua hora pré-aurora, iremos
ter por necessidade o signo de Caranguejo a ascender.
2. A NOÇÃO DAS REGÊNCIAS E O THEMA MUNDI
Na tentativa de perceber o porquê da atribuição de um planeta a um signo, pensamos ser
importante e significativo as afinidades entre planetas e signos - isto é, que o planeta é
como o signo que rege - mas esse não foi o raciocínio por detrás das regências. O raciocínio
usado prende-se mais com a geometria do que propriamente com as afinidades e ou
analogias.
No Thema Mundi a Lua foi colocada em Caranguejo e o Sol em Leão, dado que a Lua e o Sol
são os dois luminares e que os signos de Caranguejo e Leão aquela latitude, hemisfério
norte, Egipto, são os signos com maior número de horas de luz do dia, então os dois
luminares deveriam estar nesses signos. Os restantes planetas foram então colocados por
ordem de velocidade e de distância do Sol, ficamos assim com as seguintes regências:
Sol no signo de Leão
Lua no signo de Caranguejo
Mercúrio no signo de Virgem
Vénus no signo de Balança
Marte no signo de Escorpião
Júpiter no signo de Sagitário
Saturno no signo de Capricórnio
66
Estudante Astrologia
de
É contado em textos antigos de forma alegórica que quando Deus colocou o mundo em
movimento e o Sol começou a avançar de Leão para Virgem, Mercúrio com medo do calor
do Sol fugiu para o mais longe possível e foi parar a Gémeos, à medida que o Sol ia
avançando também Vénus que se encontrava em Balança fugiu para Touro, e, assim
sucessivamente os restantes planetas; Marte para Carneiro; Júpiter para Peixes e Saturno
para Aquário, ficamos assim com as restantes regências:
Mercúrio no signo de Gémeos
Vénus no signo de Touro
Marte no signo de Carneiro
Júpiter no signo de Peixes
Saturno no signo de Aquário
Regências Planetárias
O que o Thema Mundi nos mostra até aqui é essencialmente a noção básica das regências
planetárias.
3. O THEMA MUNDI E A NATUREZA DOS ASPECTOS
O Thema Mundi também pode ser usado para ilustrar o significado fundamental dos
aspectos. Em astrologia clássica assim como em astrologia moderna os aspectos de Sextil e
de Trígono são conhecidos por serem auxiliadores, bons, positivos, criativos enquanto que
a Quadratura e a Oposição são impeditivos e desafiadores.
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de
Estudante Astrologia
Se olharmos para o Sol e para a Lua no Thema Mundi eles são os luminares, o rei e a rainha,
os líderes que definem o 'sect' do mapa - o dia e a noite.
Se partirmos do Sol em Leão, a primeira configuração de um Sextil dá-se em Balança e
vemos que Vénus é a regente de Balança - assim, o Sextil é da natureza de Vénus; vemos o
mesmo padrão se partirmos da Lua em Caranguejo para a Vénus em Touro.
"...É dito que o aspecto de sextil é um bom aspecto e é um aspecto de média (mas não completa)
amizade e concordância. É dito que é um aspecto de média amizade, porque é proveniente de
Vénus e dos luminares, uma vez que os domicílios de Vénus aspectam os domicílios dos
luminares por um aspecto de sextil. Por isso é dito que este aspecto é de média amizade porque
Vénus é um benéfico medianamente forte e não perfeitamente." 8
A configuração seguinte, partindo do Sol em Leão, é de uma Quadratura com Escorpião, e
sendo um aspecto difícil, vemos que é da natureza de Marte, pois Marte é o regente de
Escorpião; mais uma vez temos a mesma configuração se partirmos da Lua em Caranguejo
para Marte em Carneiro.
"E o aspecto de quadratura é dito que é moderadamente mau, e é um aspecto de média
inimizade e discordância, mas não de forma completa. E é dito que é um aspecto de média
inimizade porque é proveniente de Marte e dos luminares, uma vez que os domicílios de Marte
olham os domicílios dos luminares a partir de um aspecto de quadratura. Por isso este aspecto
é dito ser de média inimizade, porque Marte é menos maléfico que Saturno, assim como Vénus
é menos benéfica que Júpiter." 9
Seguindo o mesmo padrão iremos ter um Trígono de Leão para Sagitário, sendo este o mais
benéfico aspecto vemos que é da natureza de Júpiter, o regente de Sagitário, temos mais
uma vez a mesma configuração de Caranguejo para Peixes.
"Mas o aspecto de trígono é dito ser um bom aspecto, e é um aspecto de perfeita amizade, e de
perfeita concordância, e completa bondade. E é dito ser um aspecto de perfeita amizade e
concordância porque é proveniente de Júpiter e dos luminares, uma vez que os domicílios de
Júpiter aspectam os domicílios dos luminares a partir de um aspecto de trígono. Por isso este
aspecto é dito ser de perfeita amizade, porque Júpiter é um forte e perfeito benéfico, para lá de
todos os outros benéficos, e de quem nenhuma bondade está em falta." 10
O último dos aspectos principais, ptolemaicos, é a Oposição que a partir do signo de Leão
é com Aquário e sendo o seu regente Saturno, a Oposição é da natureza de Saturno,
impeditivo, difícil e desafiador. Temos de novo a mesma configuração partindo da Lua em
Caranguejo para Saturno em Capricórnio.
68
Estudante Astrologia
de
"Mas o aspecto de oposição é dito ser um aspecto perverso e é um aspecto de extrema
inimizade, e extrema malícia, e extrema discordância. E tal aspecto é dito ser de extrema
inimizade, porque é proveniente de Saturno e dos luminares, uma vez que os domicílios de
Saturno aspectam os domicílios dos luminares a partir de uma oposição. Por isso este aspecto
é dito ser de extrema inimizade, porque Saturno é o grande maléfico, e mais forte para lá de
todos os outros maléficos."11
Natureza dos Aspectos
4. EXALTAÇÕES E O THEMA MUNDI
Embora de uma forma menos racional podemos observar que o Thema Mundi dá-nos um
padrão coeso sobre as exaltações planetárias. Temos assim:
O Sol exalta-se em Carneiro
A Lua exalta-se em Touro
Mercúrio exalta-se em Virgem
Vénus exalta-se em Peixes
Marte exalta-se em Capricórnio
Júpiter exalta-se em Caranguejo
Saturno exalta-se em balança
69
Estudante Astrologia
de
Os planetas diurnos:
Sol
Júpiter
Saturno
Os planetas nocturnos:
Lua
Vénus
Marte
Mercúrio tanto pode ser diurno como nocturno dependendo se nasceu antes ou depois do
Sol, respectivamente.
Se repararmos, cada um dos planetas diurnos, Sol, Júpiter e Saturno, está configurado em
Trígono a partir do seu signo de exaltação para com o signo da sua regência.
O Sol em Carneiro, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Leão.
Júpiter em Caranguejo, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Peixes.
Saturno em Balança, onde se exalta, faz um Trígono ao seu signo de regência, Aquário.
Exaltações Diurnas
70
Estudante Astrologia
de
Por sua vez os planetas nocturnos, Lua, Vénus e Marte estão configurados em Sextil a partir
do seu signo de exaltação para com o signo da sua regência.
A Lua em Touro, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Caranguejo.
Vénus em Peixes, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Touro.
Marte em Capricórnio, onde se exalta, faz um Sextil ao seu signo de regência, Escorpião.
Exaltações Nocturnas
Mercúrio que tanto pode ser diurno como nocturno, exaltado em Virgem, faz uma
Quadratura ao seu outro signo de regência, Gémeos.
Exaltação de Mercúrio
71
de
Estudante Astrologia
Referências:
1 Macróbio ou Ambrósio Teodósio Macróbio (em latim: Flavius Macrobius Ambrosius Theodosius ou Ambrosius
Aurelius Theodosius Macrobius) é um escritor, filósofo e filólogo romano, autor das Saturnais e do Comentário ao
Sonho de Cipião. Segundo uma das versões, nasceu por volta de 370 na Numídia, na África. Exerceu grande
influência na Idade Média pela transmissão e elaboração de uma parte da tradição filosófica grega pagã. http://pt.wikipedia.org
2 A History of Western Astrology © Jim Tester 1987 - The Boydell Press
3 The Astrological Record of the Early Sages - Definitions and Foundations © Traduzido e comentado por Robert
H. Schmidt, Volume Two - Project Hindsight
4 Matheseos Libri VIII - Firmicus Maternus - © Tradução CMM - Biblioteca Sadalsuud
5 Ibid.
6 Höroskopos, o mesmo que ascendente.
8 Late Classical Astrology: Paulus Alexandrinus and Olympiodorus with the Scholia from Later Commentators ©
Traduzido por Dorian Gieseler Greenbaum, M. A., ARHAT
9 Book of Astronomy - Guido Bonatti © Traduzido por Benjamin N. Dykes, PhD, Volume I - The Cazimi Press 2007
10 Ibid.
11 Ibid.
12 Ibid.
Paulo Alexandre Silva, DMA
Membro nº57
www.astrologiamedieval.com
72
de
Estudante Astrologia
Astrologia e Medicinas Naturais
por Joana Kouprianoff Cavaco - membro estudante nº 43
Porque razão escrever sobre as medicinas alternativas neste jornal?
Em primeiro lugar, porque sou estudante de Naturopatia (no IPN) e de Astrologia (estudo
na CEIA e CAPTA tendo como professores o João Medeiros e a Juliana Estevez) e em
segundo porque penso que devemos encarar o nosso corpo, mente e espírito como um
todo, como um ser holístico. É a transformação à qual eu própria me proponho e tenho
como objectivo de vida.
Actualidade do tema
Nos dias de hoje os cidadãos começam a sentir-se e a querer viver de uma forma holística;
uma das razões encontradas é porque o sedentarismo se encontra em níveis bastante
elevados e sentirem que uma mudança deve tomar lugar, já não é satisfatório tratar apenas
o corpo, nem apenas os sintomas. As terapias que encaram o ser humano como um
todoencontram-se em discussão e até mesmo em Portugal já foi aprovado em Janeiro um
decreto de lei que visa regulamentar este tipo de práticas de terapias chamadas “não
convencionais”. A visão de sermos um ser holístico está cada vez mais presente no nosso
dia-a-dia: é discutido com amigos, familiares, internet, nos meios de comunicação mais
convencionais: na rádio, tv, jornais e revistas. O uso crescente de medicinas alternativas e
complementares tem vindo a ser demonstrado em inquéritos conduzidos em diversos
estados membros da UE e é algo que trará, num futuro próximo, mais segurança em termos
de regulamentação e qualidade dos serviços prestados.
Ao longo dos últimos anos conseguimos ver uma maior abertura a todo o tipo de terapias
chamadas alternativasem parte pelo falhanço das práticas médicas estabelecidas.
Analisando astrologicamente esta situação deve-se muito ao facto de alguns planetas
transpessoais terem passagens em Peixes, que é um signorelacionado à espiritualidade e
aos níveis da realidade além do mundo quotidiano, é possivelmente por esta razão que os
interesses religiosos e espirituais tenham vindo a ganhar prioridade em termos globais. Há
mudanças em todas estruturas ortodoxas (medicina e religiões) pois a psique coletiva
despertou para uma busca de valores espirituais mais inclusivos, mais holísticos e
integrativos de uma forma única, diferente e criativa.
73
de
Estudante Astrologia
Urano passou em Peixes - 2003 até maio 2010
O ciclo de Urano é de sete anos, neste caso ao passar no signo zodiacal de peixes produziu
o intuito da humanidade se voltar para uma nova esfera onde se promoveram mudanças e
se exprimiram ideais de progresso. Aqui podemos considerar que foi crucial para um
despertar de consciência. Peixes sacrifica-se muito pelos outros e Urano é o mais
humanitário dos planetas. À medida que Urano transitou por Peixes, concedeu lugar a uma
mudança mais subtil e profunda no pensamento da coletividade. Nos sete anos que durou
este trânsito de Urano emPeixes, a sua energia instável e inovadora afectou-nos mais no
plano emocional que no intelectual. Isso implica não só mudanças em nossa maneira de
ver o divino e a nós próprios como a busca de novas formas e veículos por meio dos quais
possa expressar-se. Considero que as medicinas alternativas e encararmos o Homem como
um ser completo se deve muito a imaginação potenciada em peixes e busca pela inovação
de Urano.
Neptuno em peixes – Abril 2011 até 2025
Pela primeira vez, em mais de 150 anos, Neptuno regressa ao signo de Peixes. Este ciclo é
mais demorado do que o de Urano e também mais potenciado pelo signo de Peixes, uma
vez que é o planeta de regência. Voltamos a serimpregnados por uma energia de mistério
da beleza do eterno. O que vemos como belo, desejável e na moda também está mudando,
assim conseguimos justificar as mudanças de paradigma e daquilo que é valorizado e a
busca pelas terapias que entendem o ser Humano como ser divino e integral.A confiança
cega na ciência está a ser dissipada e a eficácia da legislação social está a ser desafiada para
que seregresse para os mistérios do coração e da alma humana.
A Astrologia Médica
A visão do Homem na época medieval era de que o homem era um microcosmo "um
pequeno mundo", que reflete o macrocosmo do universo ptolomaico. Assim o corpo
humano foi dividido em regiões influenciadas por signos do Zodíaco, que foram
explorados para avaliara influencia no corpo e na saúde. Os esboços do "Homem Zodíaco"
são muito comuns em tratados médicos da Idade Média
74
de
Estudante Astrologia
A medicina medieval servia-se do horóscopo, pois acreditava que a posição dos planetas
nos 12 signos do Zodíaco de algum modo afetava a saúde dos seres humanos, do mesmo
modo que a Lua condicionava as marés e o Sol as boas safras. Cada órgão humano
obedecia aos humores de um signo. O sábio Avicena (980-1037) acreditava que era “a má
disposição dos céus quem rapidamente enferma os corpos”. Dizia que se devia ao ar
corrompido pelos astros a responsabilidade pelos surtos de epidemias que apavoravam e
devastavam a sociedade medieval.
Exatamente por isto os estudantes de medicina da Universidade de Bologna terem que
estudar astrologia por quatro anos, para que quando aplicassem a sangria num paciente
ela não fosse feita durante um estágio não conveniente da Lua (a Lua cheia, estavam certos,
provocava uma hemorragia em excesso).
A astrologia médica não deve, no entanto, ser considerada plenamente completa ou
inflalível, sendo que a podemos analisar sempre como um indicador das tendências à
doença por parte do indivíduo.
75
de
Estudante Astrologia
Saúde e Bem-Estar
A saúde tem uma influência colossal na sensação de felicidade do individuo, há quem diga
que não existe felicidade sem saúde. Ora não existe objectivo mais universal para o Ser
Humano que o alcance da felicidade! Quando pensamos em qualidade de vida, já não
pensamos apenas em ter um corpo de sonho, queremos ter um corpo mais apto para
disfrutar o prazer de viver e que funcione correctamente.; queremos ter uma mente livre de
traumas e o espírito em expansão de consciência.Assim que tenhamos consciência que a
mente e o espírito tem influência directa na nossa saúde, que as nossas emoções
influenciam o estado do nosso corpo físico, torna-se mais fácil compreender o recurso à
Astrologia para facilitar a melhoria e manutenção do estado de saúde pleno, que nos pode
dar indicações preciosas de: quais as principais afecções poderá o individuo sofrer, de que
forma o individuo integra psicologicamente a sua realidade (muito importante para identificar
doenças somáticas) e ainda de que forma podemos ajudar de forma relevante o nosso paciente
tendo em conta os trânsitos que estão a atravessar.
Devemos sempre ter em mente que o corpo faz parte do problema e da cura, que deverá
tomar lugar uma mudança de conduta e de hábitos de vida, para que se comecem a
verificar melhorias significativas nos pacientes, especialmente em casos crónicos. A
astrologia mostra-se aqui uma ferramenta indispensável na ajuda da prevenção e da
manutenção da saúde dos pacientes. A medicina alopática (tradicional) trata a doença
eliminando apenas os sintomas, na maior parte das vezes e raramente se focando na busca
da origem dos sintomas, ou seja, a doença; por outro lado as medicinas naturais na maioria
do casos vão à origem do problema encarando o paciente como um todo e não tendo
como foco apenas os sintomas, obviamente que nos casos agudos há um foco na melhoria
da qualidade de vida do paciente, o que muitas vezes passa por minimizar a dor.
P.e.x. Estar alerta para o facto de que o tratamento será mais lento, pois o tratamento tem
como foco principal o desequilíbrioinstalado e não apenas a eliminação os sintomas
apresentados, o que por vezes torna o processo mais lento, quanto mais enraizado esteja o
problema.
Como procede um NaturopataAstrólogo?
Baseia-se em primeiro lugar nas regencias tradicionais:
Carneiro: a cabeça, o crânio e particularmente o cérebro, centros motores que regulam toda
a actividade física e mental.
Touro: os ouvidos, o nariz e a garganta, as adenoides, as amígdalas e a laringe. O cérebro e a
tiroide, em associação com Mercúrio e determina o consumo e a eliminação do alimento.
76
de
Estudante Astrologia
Gémeos: os braços, mãos, os pulmões, ombros e o sistema nervoso central.
Caranguejo: o estômago, os seios, o esterno, o diafragma e também as meninges, pulmão.
Processa e sustenta o corpo.
Leão: o coração, a espinha dorsal, a veia cava, as artérias coronárias. Exerce domínio sobre o
sistema vital e circulatório.
Virgem: a região abdominal, sucos digestivos, o baço, o trato intestinal, duodeno, lóbulos
inferiores do fígado e suão função é assimilativa e digestiva.
Balança: os rins, supra-renais, a região lombar da espinha e como centro de gravidade do
corpo, tem funções reguladoras e harmonizadoras.
Escorpião: a bexiga, uretra, órgãos genitais, o reto, cólon descendente, dobra sigmoide,
glândula da próstata. Tem funções eliminadoras e reprodutoras.
Sagitário: rege as coxas, região da anca, fémur, osso ilíaco, sacro, cóccix, nervo ciático,
músculos da região envolvente aos glúteos e a grande veia safena.
Capricórnio: os joelhos, pele, esqueleto, vesícula biliar. Tem uma função protectora e
estrutural.
Aquário: os tornozelos, tíbia, perónio, tendão de Aquiles e o sistema respiratório que supre
o corpo de oxigénio.
Peixes: os pés e os dedos, o sistema das glândulas linfáticas e daí o sistema imunológico
exerce uma função discriminativa e purificadora.
Depois analisa o mapa pessoal de cada paciente para identificar quais os tipos de
afecções/fragilidades a pessoa terá.
Por passos:
1. O Ascendente e a primeira casa, e planetas presentes – pois a primeira casa também está
relacionada com o corpo e simboliza o paciente.
2. A influencia do Sol e da Lua e o planeta regente; se a Lua ou Sol fazem algum aspecto
com esse planeta.
3. A sexta casa, qualquer planeta ali posicionado e seu regente – pois esta casa indica
também como será a nossa saúde e/ou como vivenciamos a nossa saúde.
4. décima segunda casa e seu regente – representa o que pode ocasionar a doença, como
o paciente reage em momento de crise e seu subconsciente.
77
de
Estudante Astrologia
5. A décima casa pode indicar também qual o tipo de terapia/tratamento/medicamento a
utilizar, embora esta utilização da décima casa não seja unânime.
Atenção que deveremos dar maior enfâse nas vulnerabilidades encontradas pelo
Ascendente do que ao Sol, pois é considerado que as Sol decorrem das nossas próprias
acções e as relacionadas com o Ascendente da nossa genética.
Finalmente podemos identificar as terapias mais indicadas para cada paciente e também
compreender como será que vai aceitar as nossas recomendações. Num próximo artigo
entrarei em maior detalhe sobre tipos de problemas que poderão encontrar e as
respectivas terapias mais indicadas. Inclusive podemos indicar o uso de determinadas
vitaminas e suplementos relacionados com planetas específicos de forma a facilitar o que
está passando no momento e prevenir prováveis aborrecimentos.
Paracelso dizia “Assim como existem estrelas no céu, também existem estrelas dentro do
homem. Portanto, nada existe no Universo que não tenha seu equivalente no microcosmo.
O espírito do homem deriva das constelações, sua alma dos planetas e seu corpo dos
elementos”
O Naturopata astrologo está bem habilitado a compreender este preceito!
Joana Kouprianoff Cavaco
Membro Estudante nº 43
Fontes:
Mann, A. T.; A astrologia e a arte de curar, Editora Pensamento, 10a edição
Parker, Julia & Derek; Manual completo de astrologia, Civilização Editores, 2004
Queiroz-Tibet, Elizabeth; A astrologia de saúde funcional e ortomolecular, Editora Roca, 2002
http://www.astro.com/astrologia/in_info_p.htm - acessado em Fevereiro 2013
78
Efemérides
de
Efemérides Trimestrais
por Luiza Azancot - membro nº15
e Jorge Lancinha - membro nº 56
Lunações, ingressos, movimentos retrógrados e diretos e aspetos de interesse
ABRIL
LISBOA
RIO DE JANEIRO
1
Sol quadratura Plutão-seja responsável com a forma como emprega o seu poder
pessoal, a inconsequência pode ter um elevado preço.
7
Vénus conjunto Marte-paixão incendiário! Arrisque e divirta-se…
9 e 10
Alerta - cinco planetas em Carneiro
10
Lua Nova a 20° 14’ de Carneiro
10:35
14
Ingresso de Mercúrio em Carneiro
03:36
15
Ingresso de Vénus em Touro
08:24
06:35
23:36 de 13 de Maio
04:24
18
Sol conjunto a Marte-honre o guerreiro que há em si e entre na luta corajosamente!
Honre também os seus adversários…
19
Ingresso do Sol em Touro
23:03
19:03
20
Ingresso de Marte em Touro
12:46
08:46
Mercúrio conjunto a Úrano-será difícil acompanhar a torrente de ideias que
acenderão na sua mente. Acautele-se com palavras acutilantes que lhe poderão escapar
impulsivamente…
79
Efemérides
de
25
Lua Cheia a 5° 45’ Escorpião
20:57
16:57
Eclipse Lunar Parcial
26
Marte sextil Neptuno-alinhe-se com o seu propósito interno. Pratique o abraço!
28
Sol oposição Saturno-para alcançar a paz terá que fazer face ao medo da perda…
Acerte dívidas, e aceite as responsabilidades que lhe cabem
MAIO
LISBOA
RIO DE JANEIRO
1
Marte oposto a Saturno-discipline as suas ações e aceite sair da sua zona de
conforto. O esforço compensa!
Ingresso de Mercúrio em Touro
16:37
12:37
8
Mercúrio conjunto a Marte
00:33
8e9
Alerta – cinco planetas e Nó Lunar Sul em Touro
9
Ingresso de Vénus em Gémeos
16:03
12:03
10
Lua Nova a 19° 31’ Touro
01:28
21:28 de 9 de Maio
Eclipse Solar Anular
13
Vénus quadratura a Neptuno-não se deixe seduzir pelo canto da sereia…
15
Ingresso de Mercúrio em Gémeos
21:41
17:41
18
Mercúrio quadratura a Neptuno-nem vá na conversa de vendedores da banha da
cobra…
20
Ingresso do Sol em Gémeos
22:09
18:09
Úrano quadratura a Plutão a 11° de Carneiro-a liberdade e a autodeterminação
têm um preço. É necessário assumir a responsabilidade do nosso papel individual face ao
coletivo e transformar em nós o que de errado vemos fora…
25
Lua Cheia a 4° 09’ Sagitário
Eclipse Lunar Penumbral
05:25
01:25
80
Efemérides
de
26
Sol quadratura a Neptuno-a ilusão pode distorcer a imagem que tem de si
próprio e dos outros… Cuidado com miragens messiânicas no nevoeiro!
28
Vénus conjunto a Júpiter-uma boa altura para expandir a sua vida social e
conhecer novas pessoas.
31
Ingresso de Mercúrio em Caranguejo
08:06
04:06
Ingresso de Marte em Gémeos
11:39
07:39
JUNHO
3
Ingresso de Vénus em Caranguejo
LISBOA
RIO DE JANEIRO
03:12
23:12 de 2 de Junho
7
Vénus trígono a Saturno e Neptuno-abra o seu coração e ligue-se
emocionalmente. Este é um momento muito especial de comunhão, partilha e fluidez nos
afetos.
Marte quadratura a Neptuno-pode ser difícil definir um sentido concreto para as
suas ações. Tente não desperdiçar energia em divagações dispersas.
8
Lua Nova a 18° de Gémeos
16:56
12:56
11
Vénus oposto a Plutão-o desafio é viver as ligações emocionais sem se perder no
apego, na possessividade e na dependência. Esta é uma oportunidade de transformação…
Saturno trígono a Neptuno-a intuição deverá ser o nosso guia e a Alma o nosso
mestre na construção de um mundo mais alinhado com o propósito divino.
12
Vénus quadratura a Úrano-o amor cresce na liberdade, mas não confundir
desapego com distanciamento e frieza.
17
Marte sextil a Úrano-afirme as suas ideias, exprima-se!
19
Sol conjunto a Júpiter-acredite em si e no seu potencial. Vá a uma palestra,
inscreva-se num workshop, aprenda mais sobre o que estimula o seu interesse.
21
Ingresso do Sol em Caranguejo
06:03
02:03
23
Lua Cheia a 2° 09’ Capricornio
12:32
08:32
25
Ingresso de Júpiter em Caranguejo
02:39
26
Mercúrio Rx 23° 06’ Caranguejo
14:07
10:07
27
Ingresso de Vénus em Leão
18:03
14:03
22:39 de 24 de Junho
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julho a setembro 2012
Nº1
de
1ª edição gratuita
outubro a dezembro 2012
Nº2
Juntos Fazemos a Diferença!
Juntos Fazemos a Diferença!
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outubro a dezembro 2012
Nº2
http://www.asuasecretaria.com
Antes de tudo, a Associação Portuguesa de
Astrologia é um tributo ao trabalho do Astrólogo.
Tentamos aperfeiçoar os ensinamentos e princípios,
sabendo que nada é nosso mas sim de Todos.
Uma associação é feita por todos aqueles que a
constituem, é isso que a honra e é isso que nos faz
dizer “Juntos fazemos a diferença”
Juntos Fazemos a Diferença!
de

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