Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN

Transcrição

Que peixe comer? Para um consumo sustentável LPN
Nome comum
Atuns e similares
Nome científico
Thunnus thynnus
Nota
Nome inglês
Este agrupamento inclui várias espécies com características muito particulares. Esta ficha trata apenas
do atum-rabilho.
Bluefin tuna
Outros nomes comuns
Atum-rabilho, Rabil, Atum-vermelho
Época reprodução em
Portugal
Maio a Agosto. Pensa-se que uma parte da população do Atlântico Nordeste se reproduz entre os
Açores e o Continente, assim como no Golfo de Cádis, mas as principais regiões de postura
encontram-se no Mediterrâneo.
75-125 cm
Tamanho (aproximado) de
primeira maturação
Tamanho mínimo de captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de captura
em Portugal
Estado do stock
70 cm
Grande migrador pelágico, i.e., desloca-se ao longo de grandes distâncias horizontais, ocupando
sobretudo a camada superior do oceano (<100m profundidade). Vive tanto em mar aberto como
junto à costa.
Consome outros peixes pelágicos, lulas e crustáceos.
Palangre de superfície e profundidade, cerco, isco-vivo (salto-e-vara), corrico e armações
(almadravas).
Algarve, Açores e Madeira.
Importação (2008)
O stock está em declínio rápido, com capturas acima dos valores sustentáveis e em crescimento. A
qualidade dos dados de pesca existentes tem decrescido.
Quota de 306 toneladas. Os acordos de pesca para atuns e similares são discutidos na Comissão
Internacional para a Conservação do Atuns do Atlântico (ICCAT) e na Comissão Atuneira do Oceano
Índico (IOTC). Assim, parte das capturas portuguesas de atuns e similares provêm do Atlântico Sul e
Índico. Na Mauritânia, 3 embarcações portuguesas de salto-e-vara foram autorizadas a operar em
2008.
487 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 41 milhões Euros de preparados de atum.
Exportação (2008)
122 mil Euros de filetes de espadarte congelados e 21 milhões de Euros de preparados de atum.
TACs, Quotas e Acordos de
capturas relevantes
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de consumo
Em Portugal consome-se atum em conserva, fresco ou congelado (em postas) e, com a entrada
recente dos restaurantes japoneses no país, na forma de sashimi e sushi. Sendo a pesca do atum
global, existe pouca sazonalidade na oferta da maioria dos produtos. Nos Açores e Madeira, a pesca
ao atum efectua-se excepto no Inverno e sobretudo no Verão.
Historicamente, o atum foi um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento das comunidades
piscatórias no Algarve. O atum, capturado em grandes quantidades, era salgado e misturado em
cetárias (i.e., tanques apropriados) com outros peixes, crustáceos e moluscos esmagados, para a
produção de um condimento muito apreciado, o garum. Este produto tinha grande durabilidade e era
exportado para diversas partes do Mediterrâneo. Algumas artes de pesca ao atum capturam também
outras espécies, como golfinhos, tubarões, tartarugas e aves marinhas. Para serem distinguidas pelo
uso de métodos selectivos, algumas marcas de conservas de atum portuguesas obtiveram
recentemente o selo "dolphin safe". A carne do voador, de cor branca e textura filamentosa e seca,
dá-lhe a alcunha de "a galinha do mar", nos EUA.
Recomenda-se um consumo moderado para algumas espécies de atum (albacora, patudo, voador),
um consumo frequente para o bonito capturado sustentavelmente (existem selos a atestá-lo), e
desaconselha-se o consumo de rabilho. Caso não saiba qual é a espécie que está a adquirir, exija mais
informação ao vendedor.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Cantarilhos
Helicolenus dactylopterus
Helicolenus dactylopterus é a principal espécie desembarcada em Portugal com a designação de
cantarilho. Outras espécies são erradamente comercializadas como cantarilho, nomeadamente o
cantarilho-requeime (Pontinus kuhlii) e o rascasso-vermelho (Scorpaena scrofa). No entanto,
representam uma percentagem reduzida do total desembarcado com esta designação (menos de 20%).
Blackbelly rosefish
Outros nomes comuns
Cantarilho-legítimo, Boca-negra, Cantarilho-do-Atlântico, Cantaril
Época reprodução em
Portugal
Outubro a Dezembro. Os machos emitem os seus gâmetas de Janeiro a Maio, mas as fêmeas
armazenam-nos no seu corpo até ao Outono seguinte, altura em que os óvulos estão suficientemente
maturos para serem fecundados.
30 cm
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Bentopelágico (200-1000m), habita principalmente o talude continental, montes e canhões submarinos e
zonas próximas de ilhas como as dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Organismos pelágicos e bentónicos, como outros peixes, crustáceos, cefalópodes e equinodermes.
É capturado com recurso ao palangre de fundo e arrasto de fundo. Apesar de ser uma espécie de alto
valor económico, não é alvo pesca dirigida.
Continente e Açores.
O estado do stock é desconhecido, e as capturas por embarcações portuguesas têm vindo a diminuir nos
últimos anos.
Portugal tem acordos de captura do cantarilho com a Gronelândia, a Noruega, a NEAFC e a NAFO. Estas
últimas são organizações responsáveis pelas pescas em águas internacionais no Nordeste do Atlântico e
do Noroeste Atlântico, respectivamente.
NA
Mais de 3 milhões de Euros, um valor inferior ao ano anterior em que as exportações ultrapassaram os
4,5 milhões de Euros.
O cantarilho-legítimo é geralmente vendido fresco, encontrando-se também congelado (geralmente
trata-se de outras espécies de cantarilho que não o legítimo, e que foram importadas).
O cantarilho-legítimo, conhecido também como boca-negra nos Açores, é tradicionalmente servido frito
e acompanhado com puré de batata doce.
O consumo de cantarilho-legítimo deve ser moderado. Esta recomendação justifica-se não só pelo
desconhecimento actual do estado dos stocks desta espécie, mas também pela concentração de
mercúrio (um metal pesado que afecta o cérebro) que apresentam, a qual ultrapassa o máximo
recomendado pela União Europeia.
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Nome comum
Nome científico
Carapau
Trachurus trachurus
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Atlantic horse mackerel, European horse mackerel, Scad
Joaquinzinho ou Jaquinzinho, Amália, Caneco, Charro, Chicharro, Chirelo, Fadista, Pencudo, Pipi,
Salmonete saloio, Sorêlo
Entre Dezembro e Abril, com pico em Fevereiro.
21 cm
15 cm
Os cardumes de carapaus ocupam toda a coluna de água, até ao fundo. Ocorrem desde as zonas
costeiras até ao talude continental, e fazem migrações consideráveis ao longo da costa.
Consome sobretudo crustáceos, pequenos peixes e cefalópodes, deixando de se alimentar durante o
período de desova.
Arrasto de fundo e cerco; em menor percentagem, pesca-se carapau com anzóis e redes de emalhar, no
talude continental, e com artes de xávega.
Em toda a costa de Portugal Continental, sobretudo na região norte.
A dimensão do stock é bastante menor do que há 50 anos. Desconhece-se se os desembarques actuais
são sustentáveis, se bem que os seus valores tenham sido estáveis na última década. Recentemente, a
Comissão Europeia pediu ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar (CIEM/ICES) um estudo
que leve ao estabelecimento de um plano de gestão plurianual para os três stocks europeus de carapau
(Mar do Norte, Oeste e Sul).
Norte e Oeste do Reino Unido, e parte norte do Golfo da Gasconha: 1591 t; Costa Atlântica Ibérica
(Portugal Continental e Espanha): 26288 t; Açores: 3200 t; Madeira: 1280 t.
21 mil Euros
NA
Na sua grande maioria, o carapau vende-se fresco e inteiro.
Ao contrário do que muitos consumidores crêem, o consumo de joaquinzinhos (entre 12 e 15cm) não
resulta necessariamente de pesca ilegal, pois a lei em vigor permite que 5% das capturas de carapau
sejam compostas por exemplares com tamanho abaixo do mínimo (15 cm).
O consumo de carapau pode ser frequente, mas recomenda-se a consulta de informação actualizada
sobre o estado do stock.
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Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Cavala
Scomber colias
Anteriormente designada como Scomber japonicus, chegou-se recentemente à conclusão que as
populações de Scomber japonicus no Oceano Atlântico constituem uma espécie distinta das populações
do Oceano Pacífico, passando as primeiras a ter a designação de Scomber colias.
Atlantic chub mackerel
Cavala-legítima, cavalão (grande), judeu, manica (pequena), peixe-chuva, sereia (delgada).
Fevereiro a Abril.
28 cm
A cavala é uma espécie pelágica que se encontra nas águas sobre a plataforma continental, preferindo
profundidades entre os 0 e os 300 metros
Crustáceos zooplânctonicos, lulas e peixes.
Cerco (regiões do Alentejo e Algarve), xávega (regiões Norte, Centro e Lisboa), e por vezes com arrasto e
artes fixas
Região sul do Continente.
Desconhecido mas provavelmente com níveis de pesca sustentáveis.
Portugal não participa em nenhum acordo com países terceiros para a pesca da cavala. Não há limites
de captura definidos para a pesca da cavala
NA
2.5 milhões de Euros.
A cavala é encontrada à venda em Portugal fresca, congelada, e em conserva. Quando enlatada, pode
ser encontrada conservada em azeite ou em molho de tomate com especiarias.
A cavala comprada fresca ou congelada pode ser cozinhada de variadas formas. Na costa Alentejana,
esta espécie tem sido, a par do carapau, o centro das atenções na Semana Gastronómica da Cavala e do
Carapau organizada pela Câmara Municipal de Odemira em Setembro-Outubro. Qualquer que seja a
forma sob a qual é consumida, é certo que a cavala contribui para a saúde cardiovascular por ser rica
em ácidos gordos essenciais.
O consumo de cavala pode ser frequente.
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Nome comum
Nome científico
Cherne
Polyprion americanus
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Atlantic wreckfish, Stone bass
Cherne, cherne-legítimo, chernote
Desconhecido.
75 cm
Os juvenis são pelágicos e vivem sob objectos flutuantes; os adultos são bentopelágicos, habitando
grutas ou naufrágios, até aos 1000m de profundidade.
Crustáceos, moluscos e outros peixes.
Métodos de captura
Palangre de fundo e linha-de-mão.
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
Açores, Continente e Madeira (por ordem decrescente de importância).
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
O estado do stock é mal conhecido, tal como acontece noutros países. A comprová-lo a IUCN coloca-o
na lista vermelha, na categoria "Data deficient". Desde 1988, as capturas portuguesas de cherne têm
oscilado bastante e mostrado alguns sinais de fragilidade à exploração. De qualquer forma, a pescaria
demersal e de profundidade dos Açores, que inclui o cherne, tem o selo "Friend of the Sea".
Não existem TACs nem acordos específicos para esta espécie.
NA
NA
Fresco ou congelado, em postas.
O nome inglês do cherne ("wreckfish") provém do hábito dos juvenis encontrarem refúgio sob
destroços ("wrecks") flutuantes, ao passo que os adultos preferem destroços afundados. O cherne tem
grande longevidade, podendo ultrapassar os 80 anos.
O consumo de cherne deve ser moderado.
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Nome comum
Nome científico
Choco
Sepia officinalis
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Common cuttlefish
Choco-vulgar, ciba, siba
Podemos encontrar indivíduos adultos ao longo de todo o ano, mas a época de reprodução por
excelência estende-se desde o início da Primavera e o fim do Verão, na Costa Ibérica Atlântica.
9-32 cm
10 cm
Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos entre a praia e os 200 m de profundidade, sendo
mais comum nas áreas costeiras até aos 100m. O choco procura zonas menos profundas e mais
abrigadas para se reproduzir, sendo uma espécie comum dos nossos estuários.
Crustáceos, peixes, moluscos, poliquetas e nemátodes.
Redes de emalhar, redes de tresmalho e solheira, sobretudo na Ria de Aveiro e estuário do Sado. É
também captura acessória da pesca de arrasto de fundo.
O Choco captura-se ao longo de toda a costa portuguesa mas é especialmente importante na Ria de
Aveiro e no Estuário do Sado.
As estatísticas de desembarque mostram que a quantidade desembarcada de choco tem decrescido
ligeiramente entre 2005 (≈1800 t) e 2009 (1228 t), embora o preço de venda se tenha mantido estável,
na ordem dos 4eur/kg. As medidas de gestão associadas ao choco envolvem a limitação do esforço de
pesca através do número de licenças e de redes autorizadas.
Não existem quotas máximas de captura.
NA
NA
O choco é geralmente comercializado fresco (mais comum no Verão) ou congelado.
Tal como outras espécies de cefalópodes, este reproduz-se apenas uma vez durante o seu ciclo de vida
que é de aproximadamente de dois anos. As receitas tradicionais portuguesas com choco são ricas e
variadas, são exemplo disso, pratos como o choco grelhado, choco guisado, feijoada de choco ou ainda
o tradicional choco frito “à setubalense”.
Apesar do estado de conservação em Portugal desta espécie ser até certo ponto desconhecido, sabe-se
que noutras regiões como no Mediterrâneo (Tunísia, Grécia e Itália) as capturas estão próximas da
captura máxima sustentável. Por isso deve ter-se especial atenção à região de origem, em especial
quando se está a comprar choco congelado. Devido ao seu ciclo de vida com uma única fase de
reprodução antes de morrerem, todos os indivíduos capturados, pequenos ou grandes, nunca se
reproduziram antes. Por estas razões o seu consumo deve ser moderado.
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Nome comum
Faneca
Nome científico
Trisopterus luscus
Nota
Bib, Pouting, Pout whiting, Pout
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Dezembro a Maio. A reprodução ocorre a pequena profundidade (50-70m).
18 cm
17 cm
Bentopelágica, vive em pequenos cardumes sobre fundos arenosos e rochosos, sobretudo a menos de
100m de profundidade, podendo ocorrer até aos 250-300m.
Sobretudo crustáceos, alimentando-se complementarmente de moluscos, peixes, anelídeos e
equinodermes.
Arrasto, redes de emalhar, linha-e-anzol e covos. Na pesca de arrasto ao camarão-branco-legítimo, as
capturas de faneca atingem 20% em peso, e quase 80% dos indivíduos estão abaixo do tamanho
mínimo de desembarque.
Sobretudo no norte de Portugal Continental.
Insuficientemente conhecido, mas a espécie tende a ser abundante em Portugal. Alguns estudos
apontam para grandes oscilações na dimensão do stock.
Não existem TACs nem acordos para esta espécie.
NA
NA
A faneca é geralmente comercializada fresca e inteira.
A carne da faneca deteriora-se rapidamente, pelo que a compra do peixe deve ser muito selectiva. Para
os pescadores desportivos, a faneca é o "peixe-salvação", porque a sua abundância e captura fácil
podem salvar uma pescaria não tão boa a outras espécies. Também tem o epíteto de "peixe-dedoentes", porque a sua carne branca, quando cozida, é de fácil digestão.
O consumo de faneca pode ser frequente.
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Nome comum
Nome científico
Goraz
Pagellus bogaraveo
Nota
Nome inglês
Blackspot seabream
Outros nomes comuns
Carapau (juvenis), Peixão (tamanho médio), Goraz (tamanho grande)
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Janeiro a Abril nos Açores, Fevereiro a Maio no norte do Continente.
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
25 cm (machos) e 35 cm (fêmeas)
25 cm
Bentopelágico, vive junto a fundos arenosos e vasosos, até aos 700 m, geralmente formando cardumes.
Os juvenis vivem junto da costa.
Crustáceos, moluscos e pequenos peixes.
No Continente: arrasto de fundo e pelágico, aparelhos de anzol e redes de emalhar. Nos Açores: linhade-mão e palangre de fundo
Sobretudo nos Açores, onde é o principal alvo da pescaria demersal.
O estatuto internacional de conservação do goraz é "Comercialmente Ameaçado", o que significa que é
vulnerável à sobrepesca. A informação disponível em Portugal não é suficiente para aferir o estado do
stock.
Quotas de 1116 t nos Açores e 230 t no Continente. Não existem acordos para esta espécie
NA
NA
Fresco ou congelado em postas.
Os gorazes nascem todos machos e tornam-se fêmeas já na fase adulta. Migram sazonalmente entre as
águas do Continente (Outono - Inverno) e as do Reino Unido (Primavera - Verão).
O consumo de goraz deve ser moderado, recomendando-se ao consumidor que consulte as
informações mais recentes sobre o estado do stock.
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Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Linguado
Solea solea
Em Portugal existem várias espécies de linguados, sendo o linguado-legítimo um dos principais
representantes.
Common sole, Dover sole
Linguado-legítimo
Inverno e princípio da Primavera.
25-35 cm
24 cm
Bentónico, vive semi-enterrado em fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 150m de
profundidade. As larvas e juvenis habitam os estuários.
Anelídeos, crustáceos e moluscos.
Redes de tresmalho e de emalhar, com elevada taxa de capturas acessórias (>50 espécies) e rejeições
(25%). A pesca por arrasto também captura pequenas quantidades, com selectividade ainda menor.
Em todo o Continente, sobretudo na região norte.
Os indicadores existentes sobre o estado do stock são pouco fiáveis, havendo também bastante
pescado não transaccionado em lota. O facto de várias espécies serem englobadas numa única
categoria também dificulta a avaliação dos stocks. A situação é ainda mais preocupante por existirem
evidências de sobre-exploração em áreas próximas, no Atlântico Nordeste.
Não está estabelecido um TAC. Não existem acordos para esta espécie em particular e as capturas
noutros países são pouco expressivas.
NA
NA
O linguado é capturado maioritariamente no Inverno. É vendido tanto fresco e inteiro como congelado
em postas.
Ao longo das primeiras etapas da sua vida, o linguado sofre transformações sucessivas: o corpo torna-se
cada vez mais plano e olho esquerdo migra para o lado direito. Uma parte da produção nacional de
linguado-legítimo (~15 t) provém de aquacultura.
O consumo de linguado deve ser moderado, sendo dada preferência ao pescado nacional capturado
pela frota artesanal.
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Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
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Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Lula
Loligo vulgaris
Em Portugal Continental, esta é a espécie de lula mais abundante e comercialmente mais importante.
Nos Açores, a lula-riscada constitui a maior parte das capturas.
Squid, Common squid
Lula-comum, Calamar
Ao longo de todo o ano, mas em especial no Outono e Inverno, formando grandes cardumes em zonas
rochosas pouco profundas entre os 20 e os 70 m.
Fêmeas: 17 cm; machos: 15 cm
10 cm
Bentopelágica, nada junto aos fundos entre os 20 m e os 200 m de profundidade, sendo mais
abundante nas águas costeiras até aos 100 m.
Peixes, crustáceos e outros cefalópodes.
Toneira, seja em versão artesanal (jaloeira) ou industrial (“jig”), de dia ou à noite (com luz artificial). As
lulas também são espécies acessórias da pesca com arrasto de fundo, arrasto pelágico e redes de
emalhar. O arrasto é responsável por 70% do total desembarcado da espécie.
Em toda a costa continental, concentrando-se sobretudo ao largo da Figueira da Foz, Sesimbra e
Algarve.
Recentemente, as capturas de lula em Portugal têm oscilado entre as 800 t e as 1300 t. As medidas de
gestão associadas à pescaria dirigida de lula engloba a limitação do número de licenças e a atribuição de
um tamanho mínimo de captura.
Não existem quotas máximas de captura.
NA
NA
As lulas são comercializadas frescas, congeladas ou em conservas.
Tal como noutros cefalópodes, após a fase reprodutiva, todos os indivíduos morrem. O seu ciclo de vida
compreende entre um e dois anos, desde o nascimento até à reprodução e morte.
Tratando-se de espécies capturadas fundamentalmente como acessórias da pescaria multi-específica de
arrasto, e cujo estado de stock é em grande parte desconhecido, o consumo de lula deve ser moderado.
O facto de existir uma pescaria de pequena escala, artesanal e sazonal dirigida a este recurso podem ser
uma alternativa a considerar. Deve-se portanto optar por escolher um produto fresco capturado de
forma artesanal pelas comunidades locais.
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Nome científico
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Outros nomes comuns
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Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Polvo
Octopus vulgaris
A categoria comercial “Polvo” também engloba indivíduos do género Eledone, capturados em pequenas
quantidades pela frota de arrasto.
Common octopus
Polvo-comum, Poldro, Polvo-da-rocha, Poldra (quando pequeno)
Reproduz-se ao longo de todo o ano, com picos de actividade na Primavera e no Outono.
Fêmeas: 2,5 kg; machos: 1,5 Kg
750 g
Bentónico, vive junto a fundos rochosos, arenosos e vasosos entre a praia e o limite da plataforma
continental, embora seja mais comum nos primeiros 50 m
Crustáceos, bivalves e peixes, podendo haver também canibalismo.
Armadilhas, em especial covos e alcatruzes. É também uma espécie acessória da pesca de arrasto. Pode
ainda ser capturado com linhas de mão, piteira, bicheiro, ou na caça submarina.
Açores, Madeira e, sobretudo, Continente, onde existem comunidades dedicadas à pesca artesanal de
polvo: Viana do Castelo, Peniche, Cascais, Santa Luzia e Fuzeta.
Não existe uma avaliação regular do estado do stock. Pontualmente têm sido realizados estudos, por
associações de produtores ou meios académicos, que indicam que o stock parece não estar sobreexplorado. Em alguns casos, a pescaria é considerada sustentável (ex. Estuário do Tejo). Saliente-se
contudo que as pescarias artesanais são de difícil avaliação e a fuga à lota é frequente, com a
consequente inexactidão nas estatísticas. As medidas de gestão envolvem o tamanho mínimo de
captura e a limitação do esforço de pesca, através do número de licenças e das redes autorizadas.
Não existem quotas máximas de captura.
NA
NA
Podemos encontrar polvo capturado fresco e inteiro nos mercados durante todo o ano mas também
congelado ou em conserva.
O polvo comum é um alimento rico em proteína e com baixo teor de gorduras (à excepção das “ovas”).
E existem muitas receitas culinárias que o têm como ingrediente-base; as mais conhecidas são o polvo
cozido, arroz de polvo, polvo à lagareiro ou ainda a salada de polvo. O consumo de polvo está em
algumas regiões associado a ocasiões festivas. Na época natalícia, o polvo cozido é um prato tradicional
na consoada das regiões de Entre-Douro, Minho e Trás-os-Montes.
O consumo de polvo poderá ser frequente, optando sempre por adquirir polvo fresco com a garantia
que passou na lota de primeira venda. E por isso o polvo pode ser um óptimo substituto do bacalhau à
mesa no Natal.
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Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Raia
Raja clavata
A categoria comercial "Raias" engloba várias espécies, existindo 16 registadas em Portugal Continental.
Apenas sete espécies são frequentes e destas, a raia-lenga é uma das predominantes, perfazendo as
suas capturas cerca de um terço do total.
Thornback ray, Thornback skate
Raia-lenga
A época de reprodução estende-se por todo o ano, sendo o pico registado no Outono.
70 cm
Bentónica, vive sobre fundos arenosos e vasosos, sobretudo a menos de 250m de profundidade,
embora possa ocorrer até aos 600m.
Peixes, crustáceos e cefalópodes, estando a proporção de cada grupo dependente do habitat e do
tamanho da raia.
As raias constituem capturas acessórias da pesca com palangre, redes de emalhar, e arrasto de fundo.
Pode haver alguma pesca dirigida, devido ao seu elevado valor.
Sobretudo no Continente, de Sesimbra para norte.
Se bem que, como um todo, as capturas de raias têm permanecido estáveis nos últimos anos, alguns
dos stocks individuais decaíram marcadamente, enquanto outros aumentaram. Tal pode dever-se ao
efeito da pesca ou a alterações do meio marinho, tanto naturais como artificiais. Não existe um plano
nacional de gestão ou monitorização. A raia-lenga tem o estatuto global de "Quase Ameaçada", pela
IUCN.
Quota no Atlântico Nordeste (águas geridas pela UE): 2009 t. Quota em águas ao largo da Terra Nova
(geridas pela NAFO): 1274 t.
NA
NA
As raias são comercializadas inteiras ou em postas, frescas ou congeladas, separadas ou em caldeirada
de peixe. A seca artesanal também se pratica.
Os ovos das raias (e alguns tubarões) são conhecidos por "bolsas de sereia". Pouco valorizadas até há
cerca de duas décadas, as raias eram consumidas sobretudo pelas comunidades piscatórias, tornandose uma alternativa aos pratos típicos da época natalícia. Hoje em dia, as raias ocupam um lugar
importante na gastronomia de várias regiões do país.
O consumo de raia-lenga deve ser moderado.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Safio
Conger conger
Nota
Nome inglês
Conger eel, European conger.
Outros nomes comuns
Congro (geralmente designa indivíduos de maior tamanho)
Época reprodução em
Portugal
Mal conhecida. Crê-se que, por altura do verão, os safios adultos vão para o Mediterrâneo e para zonas
profundas no Atlântico Nordeste, possivelmente entre Gibraltar e os Açores. Depois da desova os
indivíduos morrem.
50-75 cm
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
58 cm (Continente e Madeira), 113 cm (Açores)
Bentopelágico, o safio vive em fundos arenosos e rochosos (em fendas e buracos), desde a linha de
costa até aos 600m de profundidade. À noite, caça tanto no fundo como na coluna de água.
O safio consome outros peixes, cefalópodes (polvo, lula e choco) e crustáceos, consoante a sua
disponibilidade. O canibalismo também é comum.
Arrasto de fundo, linha-de-mão e palangre de fundo. É frequentemente uma captura acessória de pesca
dirigida a outras espécies.
Em todo o Continente e nos Açores.
Não existe actualmente um modelo de avaliação do stock de safio. Dada a relativa estabilidade das
capturas, considera-se que o manancial português está a ser explorado em níveis sustentáveis.
Contudo, as características biológicas da espécie indicam que é pouco resistente à sobre-exploração.
Nos Açores, a pesca demersal e de profundidade, que captura safio, tem o selo “Friend of the Sea”,
como comprovativo da sua sustentabilidade.
Não existe um modelo de gestão para esta espécie. Em águas não-nacionais (Espanha e Marrocos) são
capturadas pequenas quantidades, como capturas acessórias.
NA
NA
O safio é vendido fresco ou congelado, inteiro ou em postas, isolado ou em caldeirada. Encontra-se à
venda durante todo o ano.
Quando comprado inteiro, um safio pode ser confeccionado em dois pratos: a metade da frente, mais
grossa e com menos espinhas, serve para caldeiradas de peixe; a metade de trás, afilada e com mais
espinhas, pode ser cortada em postas finas e frita. No folclore, o safio partilha a "toca" com o lavagante
e com ele joga um jogo mortal: para uns, o lavagante alimenta o safio até ao dia em que o devora; para
outros, o safio espera que o lavagante mude de carapaça para o atacar; numa terceira versão, retrata-se
um conflito eterno, sem vencedor.
O consumo de safio pode ser frequente, devendo ter-se em atenção novos estudos sobre o estado do
stock.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Sardinha
Sardina pilchardus
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
European pilchard
Petinga (sardinha pequena), Esquilhas (sardinha pequena em Sesimbra e Setúbal)
Outubro a Abril.
14 cm
11 cm
Pelágica (25-100m profundidade).
Fito e zooplâncton.
Métodos de captura
Quase exclusivamente cerco, pequenas capturas acessórias de outras pescarias
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
Continente
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Actualmente indefinido: não são conhecidos os parâmetros essenciais que permitem definir o stock.
Como medida de precaução em 2010 não se poderão pescar mais do que 55.000 t de sardinha.
A pesca da sardinha não está sujeita a TACs, e portanto não estão definidas quotas.
969 t (445 mil de Euros)
4130 t (4.5 milhões de Euros) de sardinha congelada e 17 mil t (>50 milhões de Euros), em conserva,
destinada sobretudo aos mercados francês, inglês e italiano.
Fresca e em conserva (em azeite, óleo ou tomate). Devido ao mau tempo, o número de dias de pesca
em Dezembro, Janeiro e Abril é menor, com consequente redução da disponibilidade de sardinha nos
mercados.
Há várias maneiras de confeccionar sardinhas. A mais comum e popular nos meses de Verão é assá-las,
não na chama como é infelizmente muitas vezes feito, mas sim nas brasas. Isto garante que a sardinha
fica bem assada por dentro e por fora. Pode comê-las em cima de uma boa fatia de pão grosso,
permitindo assim que este absorva a gordura da sardinha com os saudáveis ácidos gordos ómega-3, e
acompanhar com uma salada de tomate ou de pimentos assados (também na brasa!). Outras formas de
preparar sardinhas incluem o Arroz de Sardinha de Condeixa, as Papas de Sardinha à Algarvia e as
Costeletas de Sardinha do Minho. E para celebrar e experimentar este peixe tão importante para a
cultura ribeirinha portuguesa, porque não participar na Festa do Mar e da Sardinha em Vila Praia de
Âncora (em Junho), ou no Festival da Sardinha em Portimão (em Agosto)?
O consumo da sardinha em Portugal é recomendado, quer em fresco quer sob a forma de conserva.
Esta recomendação baseia-se não só na importância da pesca da sardinha para as comunidades
piscatórias portuguesas e no elevado teor da sardinha em ácidos gordos importantes para a saúde, mas
também na recente certificação da pesca da sardinha em Portugal como uma pescaria sustentável
atribuída pelo Marine Stewardship Council a 14 de Janeiro de 2010.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Bacalhau
Gadus morhua
Existem outras espécies de bacalhau, que parecem não ser tão populares em Portugal, tais como o bacalhau-da-Gronelândia
(Gadus ogac), o bacalhau-do-Ártico (Eleginus navaga), o bacalhau-do-Pacífico (Gadus macrocephalus), e o bacalhau-polar
(Boreogadus saida)
Atlantic cod, cod, cod-fish, bacalao
Bacalhau-do-Atlântico, “fiel amigo”
Ao largo da costa europeia, o bacalhau reproduz-se desde o início de Janeiro nas águas mais a sul até Junho nas águas mais a
norte.
48 cm
35 cm (varia consoante a zona)
Bentopelágico, encontra-se até aos 500 metros de profundidade, vivendo nas águas frias do Atlântico Norte, desde a Terra
Nova (Canadá) ao Mar do Norte (Escócia, Dinamarca, etc.) passando pelo Mar de Barents (Noruega, Islândia, Rússia, etc.).
Crustáceos (krill, camarões e caranguejos) e outros peixes, como o capelim. É também conhecido pelo seu canibalismo.
Arrasto, palangre de fundo, ou redes de emalhar. Antes de surgirem as redes de nylon, a pesca do bacalhau era feita à linha.
Há outras artes de pesca que apanham o bacalhau como captura acessória.
Não há bacalhau nas águas portuguesas, pois esta é uma espécie de águas mais frias. O bacalhau que chega ao mercado
português é quase todo da Noruega, isto é, das áreas CIEM I e II.
Há vários stocks de bacalhau no Atlântico. Perto do Canadá, os stocks de bacalhau estão gravemente sobre-explorados. O
stock do Ártico, essencialmente migrador e mais pelágico, encontra-se em bom estado e é explorado sustentavelmente,
segundo o CIEM. Parte desse stock tem até certificação do Marine Stewardship Council. Já o stock costeiro da Noruega, mais
demersal e residente, está em pior situação, a ponto de o CIEM recomendar que em 2010 não seja pescado nenhum
bacalhau.
Área 1/2B: TAC de 430 mil t, quota de 1552 t. Área 1N2AB: TAC de 430 mil t, quota de 2299 t.
9 milhões de Euros em bacalhau fresco, mais de 163 milhões de Euros em bacalhau congelado, e 275 milhões de euros em
bacalhau salgado (dos quais dois terços são bacalhau não seco). Simultaneamente, Portugal exportou quase 16 milhões de
euros de bacalhau congelado e 63 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais quase um terço era bacalhau não seco).
16 milhões de Euros de bacalhau congelado e 63 milhões de Euros de bacalhau salgado (dos quais quase um terço era
bacalhau não seco).
O bacalhau encontra-se à venda no nosso país maioritariamente sob a forma salgada e seca, a forma mais popular. No
entanto, o bacalhau congelado já é bastante visível nas bancas dos supermercados, assim como o fresco.
Apesar do bacalhau não existir nas águas portuguesas, é há mais de 100 anos um prato tradicional, tanto que temos 1001
maneiras de cozinhar o “fiel amigo”: bacalhau cozido com grão e couves, bacalhau à lagareiro, bacalhau à Brás, bacalhau à Zé
do Pipo, arroz de bacalhau, bacalhau com broa, caldeirada de bacalhau, açorda de bacalhau... Mas porque é que um peixe
que não existe nas nossas águas se tornou tão popular? Primeiro, porque quase não tem gordura, e portanto pode ser
facilmente conservado. Em sal, aguenta-se tempo suficiente para ser transportado para Portugal, incluindo as localidades do
interior, onde muito dificilmente chegava o peixe fresco. Segundo, porque dantes havia muito bacalhau, o que o tornava
barato e permitia às pessoas mais pobres ter uma fonte de proteína, já que a carne era muito cara. Ficou assim também
conhecido como “a carne dos pobres”.
Se o bacalhau estiver rotulado como sendo do Ártico, poderá consumir normalmente e até com a consciência tranquila de
quem apoia uma pescaria sustentável (desde que o bacalhau esteja assinalado com o rótulo azul do Marine Stewardship
Council). O restante bacalhau – rotulado como sendo de outras áreas, ou rotulado genericamente como sendo bacalhau do
Noroeste ou do Nordeste – não deverá ser consumido, para que não se contribua para a sua sobre-exploração.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Peixe-espada-preto
Aphanopus carbo
Nota
Nome inglês
Black scabbardfish
Outros nomes comuns
Espada-preta
Época reprodução em
Portugal
O seu ciclo de vida ainda é pouco conhecido, sendo que em Portugal a única área de reprodução que
está documentada situa-se na Ilha da Madeira, onde a espécie desova, principalmente entre Outubro e
Dezembro.
105 cm
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Bentopelágico, vive na proximidade de ilhas isoladas e montes submarinos, entre os 200 m e os 1700 m.
A informação disponível sobre a dieta do peixe-espada-preto é limitada, sabendo-se apenas que se
alimenta principalmente de peixes, lulas e crustáceos.
Em Portugal captura-se com palangre de fundo, ao passo que no Atlântico Nordeste se utiliza o arrasto
(Espanha e França).
Madeira e Portugal Continental.
A estrutura populacional do peixe-espada-preto em águas europeias é ainda desconhecida. Alguns
estudos científicos apontam para a existência de diferentes stocks de peixe-espada-preto nos Açores,
Madeira e Continente, mas o grupo de estudo do CIEM sobre a biologia e avaliação dos recursos de
profundidade ainda os aglomera todos no stock europeu.
TAC para zona IX: 3400 t.
NA
NA
Fresco, inteiro ou em filetes, havendo também a possibilidade de o adquirir congelado.
Esta espécie costuma ser servida ou grelhada (às postas) ou frita (em filetes). Na Madeira onde há uma
maior tradição no consumo deste peixe e existem algumas receitas bastante conhecidas, como o peixeespada-preto com banana e a sandes de peixe-espada-preto.
Recomendamos que procure consumir o produto nacional, pois existe um grande contraste
socioeconómico e ecológico entre a pescaria tradicional portuguesa ao peixe-espada-preto e as
pescarias de arrasto no norte europeu. O consumo deve ser moderado, já que esta pescaria também
captura tamboris e tubarões de profundidade, as quais são consideradas espécies sensíveis. Estudos
científicos verificaram que os níveis de chumbo e cádmio no peixe-espada-preto são inferiores aos
limites estabelecidos pela União Europeia para consumo humano. Portanto, em termos de saúde
pública, não existe perigosidade toxicológica.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Pescada
Merluccius merluccius
Existem duas populações de pescada-branca no Atlântico Nordeste – a do Norte e a do Sul, sendo a do
Sul a que vive nas águas da costa atlântica ibérica (divisões CIEM VIIIc e IXa) e pescada pela frota
Portuguesa.
European hake
Pescada, Pescadinha, Pescada-branca, Marmota
O pico de reprodução ao longo da costa Portuguesa ocorre entre Fevereiro e Março, registando-se uma
maior abundância de juvenis entre o Outono e o início da Primavera.
33 cm (machos) e 45 cm (fêmeas)
27 cm
Bentopelágica, vive geralmente entre os 70 e os 370 m de profundidade, mas pode encontrar-se dos 30
até aos 1000 m. Durante a noite, migra do fundo marinho para a coluna de água.
Os adultos alimentam-se sobretudo de outros peixes, como anchova, sardinha e arenque, assim como
de lulas, enquanto os juvenis alimentam-se de pequenos crustáceos.
A pescada-branca faz parte de uma pescaria mista, dirigida a várias espécies de peixes e crustáceos
(carapau, tamboril, areeiro, cavala, lagostim, etc.). A frota é composta por arrasto, redes de emalhar e,
em menor escala, palangre de fundo. As rejeições e capturas acessórias são significativas.
A frota dirigida a espécies de peixe opera ao longo de toda a costa Portuguesa, a profundidades que
atingem 100 a 200m. A frota dirigida a crustáceos opera sobretudo na região Sudoeste e Sul, a
profundidades maiores, de 100 a 750m.
Sobre-explorada. Em 2006, a Comissão Europeia instituiu um plano plurianual de recuperação do stock,
para repô-lo em níveis biologicamente seguros. A primeira avaliação deste plano de gestão será
publicada em 2010, havendo já sinais de uma melhoria ligeira, mas ainda insuficiente, do stock.
TAC 2009: 2420 ton (para todas as zonas de pesca: VIIIc – Norte de Espanha, IX-Portugal Continental, X Açores e CECAF 34.1.1 – Marrocos)
NA
NA
A maioria dos desembarques de pesca branca ocorre entre Maio e Outubro e é vendida fresca, inteira
ou em postas, e congelada.
P: Qual é a coisa qual é ela que antes de o ser já o era? R: A pescada. A "pescadinha-de-rabo-na-boca" é
não só um prato tipicamente português mas também uma expressão popular, que designa
metaforicamente um ciclo vicioso. Mas para que a expressão continue a ter significado, devemos
moderar o consumo, sobretudo da pequena pescadinha.
Face ao estado debilitado do stock, recomenda-se que o consumo seja moderado, sendo de evitar a
pescada de pequeno tamanho, também conhecida como marmota ou pescadinha. Nos congelados, a
oferta inclui pescadas proveniente do hemisfério sul, estando algumas certificadas pelo Marine
Stewardship Council, em prova da sustentabilidade da pesca. Enquanto o stock português recupera,
esta é uma opção a considerar.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Robalo
Dicentrarchus labrax
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Sea bass, European seabass
Robalo-legítimo, robalete
Em Portugal, a época de reprodução inicia-se em Janeiro e prolonga-se até ao fim de Abril.
Fêmeas: 36-46 cm; machos: 31-41 cm
36 cm
Bentopelágico e migrador, habita águas costeiras até aos 100 m de profundidade. Os juvenis são
comuns em estuários, lagoas costeiras e ocasionalmente em rios
Os adultos são essencialmente piscívoros, ao passo que os juvenis alimentam-se de crustáceos e
moluscos.
Redes de emalhar e xávega. Em particular, a “rede de robalo” é uma rede de emalhar fundeada, usada
para a pescaria desta espécie, assim como de dourada, pargo e corvina.
É capturado ao longo de toda a costa portuguesa.
Em Portugal não existe uma avaliação do estado deste stock. As estatísticas oficiais mostram alguma
estabilidade nas capturas de robalo selvagem, a média de capturas entre 2002 e 2008 é de 481 t,
semelhante ao registado no final da década de 80.
Não existem quotas máximas de captura.
NA
NA
O robalo é comercializado fresco ou congelado, podendo ser selvagem ou produzido em aquacultura.
Cerca de 72% do robalo comercializado em Portugal tem origem na produção aquícula (em especial
semi-extensiva) com uma produção média de 1354 t (entre 2004 e 2008) e com um preço médio de
venda de 5,45 €/kg. Os robalos selvagens são vendidos a cerca de 11€/kg. Nas primeiras fases de vida,
os robalos selvagens habitam zonas costeira abrigadas, como estuários, e aí ficam até se tornarem
adultos. Nessa altura, migram para zonas mais expostas e lá permanecem, regressando aos abrigos para
se reproduzirem.
O consumo de robalo selvagem pode ser frequente. O robalo produzido em aquacultura pode ser uma
boa opção, uma vez que retira alguma pressão sobre a população selvagem, mas o pescado sustentável
deve ser preferido. Confira periodicamente as actualizações ao estado do stock.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado)
de primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos
de capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Gamba
Parapenaeus longirostris
Distribuição no Atlântico e Mediterrâneo: desde os EUA até Guiana Francesa e desde Portugal até
Angola e toda a bacia Mediterrânica.
Rose shrimp
Gamba-branca; Camarão da costa
Tem um ciclo de vida curto, caracterizado por elevadas taxas de crescimento e mortalidade, e duas
épocas: no final da Primavera e Outono.
2,2 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax)
2,4 cm (comprimento do cefalotórax) e 9,4 cm (comprimento total)
Bentopelágica, em fundos arenosos e vasosos, distribuição dos 100 aos 400 m de profundidade
Presas bentónicas, principalmente poliquetas, pequenos crustáceos e moluscos.
É uma das espécies alvo da frota pesqueira de crustáceos que trabalha no lado Este do Oceano
Atlântico.
Sudoeste de Portugal (costa alentejana), Sul de Portugal (costa algarvia)
O stock do Atlântico, tal como nas outras áreas, está sujeito a uma forte intensidade da pesca e é
considerado como sobre explorado
Não existem quotas máximas de captura.
NA
NA
Tem um grande interesse culinário. Pode preparar-se cozido com um pouco de sal grosso ou
descascado em saladas.
Devido ao decréscimo acentuado de lagostim, a gamba passou a ser a principal espécie alvo da pesca
de crustáceos.
Face ao estado debilitado do stock e ao método de captura destrutivo, recomenda-se que o consumo
seja moderado.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
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Nome comum
Nome científico
Nota
Nome inglês
Outros nomes comuns
Época reprodução em
Portugal
Tamanho (aproximado) de
primeira maturação
Tamanho mínimo de
captura
Habitat
Alimento
Métodos de captura
Principais regiões de
captura em Portugal
Estado do stock
TACs, Quotas e Acordos de
capturas relevantes
Importação (2008)
Exportação (2008)
Comercialização:
apresentação de venda e
variação sazonal
Curiosidades
Recomendação de
consumo
Lagostim
Nephrops norvegicus
É a espécie descarregada nos portos portugueses com maior valor comercial atingindo valores
superiores a 20€ por Kg.
Norway lobster
Lagosta da Noruega
As fêmeas têm ovos praticamente durante todo o ano.
3 cm (machos) e 2,8 cm (fêmeas) (comprimento do cefalotórax)
2 cm (comprimento do cefalotórax) e 7 cm (comprimento da carapaça)
Bentónico, fundos vasosos onde escava galerias subterraneas de forma a poder proteger-se de
predadores, entre os 200 e os 800 m.
detritos, outros crustáceos e poliquetas
A pescaria na costa alentejana e algarvia é exercida pela frota portuguesa multi espcífica de arrasto
de crustáceos
Sudoeste de Portugal (costa alentejana), Sul de Portugal (costa algarvia)
A quantidade capturada tem diminuído dramaticamente nos últimos 30 e esta espécie passou a
beneficiar de um plano de recuperação, aprovado em Dezembro de 2005
TAC 2009: 129 toneladas para Portugal
NA
NA
É comercializado sobretudo fresco e congelado.
É a espécie com maior valor comercial da frota de pesca portuguesa. Os indivíduos saem para
procurar alimento durante a noite e a pesca é mais eficiente no início da manhã ou em noites de lua
cheia.
Face ao estado debilitado do stock e ao método de captura destrutivo, recomenda-se que o consumo
seja moderado.
Que peixe comer? Para um consumo sustentável
LPN - Liga para a Protecção da Natureza

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