ITEGAM - Instituto de Tecnologia Educação Galileo da Amazônia
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL – PPGEI ÁREA DE CONCENTRAÇÃO – PROCESSOS DE FABRICAÇÃO CARLOS AUGUSTO CAYRES SANTOS ANÁLISE DE TENSÕES RESIDUAIS E FLECHAS EM SOLDAS PLANAS DE AISI 1020 ATRAVÉS DE ENSAIOS DE TRAÇÃO, MICRODUREZA VICKERS E MEDIÇÕES POR PASSE. Belém-PA 2014 CARLOS AUGUSTO CAYRES SANTOS ANÁLISE DE TENSÕES RESIDUAIS E FLECHAS EM SOLDAS PLANAS DE AISI 1020 ATRAVÉS DE ENSAIOS DE TRAÇÃO, MICRODUREZA VICKERS E MEDIÇÕES POR PASSE. Dissertação apresentada ao Programa de Pós - Graduação em Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, como requisito necessário para obtenção do título de Mestre em Engenharia Industrial. Área de concentração - Processos de Fabricação. Orientador: Prof. Dr. Roberto Tetsuo Fujiyama Belém-PA 2014 CARLOS AUGUSTO CAYRES SANTOS ANÁLISE DE TENSÕES RESIDUAIS E FLECHAS EM SOLDAS PLANAS DE AISI 1020 ATRAVÉS DE ENSAIOS DE TRAÇÃO, MICRODUREZA VICKERS E MEDIÇÕES POR PASSE. Dissertação submetida ao Programa de Pós - Graduação em Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Industrial do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará. Orientador: Prof. Dr. Roberto Tetsuo Fujiyama DATA DE APROVAÇÃO: Belém – Pará, 22 de maio de 2014. BANCA EXAMINADORA: _______________________________________ Orientador - Presidente Prof. Dr. Roberto Tetsuo Fujiyama Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial / UFPA _______________________________________ Membro Externo – 1º Examinador Prof. Dr. Alexandre Saldanha do Nascimento Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica / UFPA _______________________________________ Membro Interno – 2º Examinador Prof. Dr. Daniel Joaquim da Conceição Moutinho Programa de Pós-Graduação em Engenharia Industrial / UFPA Belém-PA 2014 DEDICATÓRIA A Minha mãe Ivelyze do Carmo Cayres e ao meu pai Carlos Augusto da Cunha Santos AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelas oportunidades que tive em minha vida, por me dar visão e determinação para lutar por meus sonhos. Dedico este trabalho aos meus pais, meus primeiros professores na jornada da vida, por seu amor e apoio incondicional. Agradeço aos meus orientadores, Prof. Dr. Roberto Tetsuo Fujiyama e Prof. Dr. Jandecy Cabral Leite, pelos ensinamentos e orientações. Ao amigo e colega de trabalho Engenheiro Ricardo Estefany Aquino de Souza por suas contribuições ao longo do deste trabalho que foram essenciais para seu desenvolvimento. À amiga e engenheiranda do IFAM Luzia Claudia Freitas Guimarães por seu apoio que ajudou na consolidação deste trabalho. Às Coordenadoras do SENAI de Manaus Sras. Anne Kaperine Solares de Aguiar e Marcela Lima de Castro por seu auxilio no contato com os professores, e ajudar na elaboração de um cronograma para a execução das etapas do trabalho realizadas no SENAI. Ao professor Ernesto Carlos de Freitas e equipe do Laboratório de Soldagem do SENAI de Manaus por seu apoio para a execução das soldas analisadas. Aos professores Fernando Dias da Silva e Raimundo Antônio de Jesus Furtado de Souza do Laboratório de Usinagem do SENAI de Manaus por seu apoio durante a etapa de corte das amostras para os ensaios de tração e dureza. À professora Risolda Maria Silva Farias e equipe do Laboratório de Ensaios Mecânicos do SENAI de Manaus por seu apoio na execução dos ensaios de tração. Ao Prof. Dr. José Costa de Macedo Neto da Universidade do Estado do Amazonas por disponibilizar o Laboratório de Ensaios Mecânicos, seu apoio e orientações durante o preparo e execução dos ensaios de microdureza. A todos, meus mais sinceros agradecimentos! “Só conheço uma liberdade, e essa é a liberdade do pensamento.” (Antoine de Saint-Exupéry) RESUMO A temperatura na Zona Termicamente Afetada (ZTA) varia com sua posição ao longo da mesma, com o tempo e as condições de resfriamento durante a solidificação, e que essa variação de temperatura é responsável por possíveis mudanças de fase ao longo da estrutura cristalina e por dilatações térmicas que dão origem as tensões residuais de soldagem. Neste trabalho foram investigadas para soldas horizontas em Aço Carbono AISI 1020, a flecha por passe através de medições das alturas após cada passe, as tensões residuais nas regiões do Metal de Base (MB) por ensaios de tração, Zona Termicamente Afetada (ZTA), Zona Fundida (ZF) e foi avaliada a variação por passe das tensões residuais na região inscrita à ZTA por ensaios de microdureza Vickers para 4 soldas distintas, sendo a primeira sem restrições, a segunda engastada, a terceira com restrições a dilatação paralelas ao cordão de solda e a ultima com restrições a dilatação perpendiculares ao cordão de solda. Os resultados obtidos para cada solda permitiram a modelagem de ajustes lineares para as flechas e do perfil de tensões de acordo com o tipo de restrição adotado, determinar em que região da união soldada irá ocorrer à falha, quer regiões podem apresentar tensões benéficas ou prejudiciais de acordo com o tipo de restrição e de carregamento. Concluiu-se que é possível modelar matematicamente a flecha em função do número do passe de soldagem, que as tensões residuais observadas na ZTA e na Zona Fundida (ZF) crescem ao longo da espessura, que o pico de tensão nestas regiões ocorrem na região central da solda, que para efeito de projeto a junta 1x2 e a junta 5x6 são equivalentes com uma tensão residual trativa no metal de base (MB) da ordem de 10% do limite de escoamento, a junta 3x4 apresenta tensão residual compressiva no MB da ordem de 66% do limite de escoamento enquanto a junta 7x8 apresenta um tensão residual trativa da ordem de 25% do limite de escoamento para a mesma região. Palavras-chave: Tensões residuais, soldagem, tração, dureza, aços. ABSTRACT Temperature in Heat Affected Zone (HAZ) changes according to its position, with time and cooling conditions during solidification, this variation in temperature can produce phase changing along crystalline structure and thermal dilatations which originates welding residual stresses. In this work were analyzed the deflection per passes with height measurements, the residual stresses in Base Metal (BM) with tension tests, in Heat Affected Zone (HAZ), in Fusion Zone (FZ) and the variation thru-thickness inside Heat Affected Zone (HAZ) region with Vickers microindentation for 4 different welds, the first one without restraints, the second full restricted, the third one with parallel restrictions on the weld bead and the fourth perpendicular to the weld bead restrictions for plane weldings of AISI 1020 carbon steel. Results for each weld allows modeling the deflection thru linear adjustments and determine the stresses profile according to the type of restraints adopted, the region in which the welded joint shall fail and which regions present beneficial or harmful stresses according to the type of restrictions and loading. In this experiment was observed that defletion can be modeled as a welding passa function, that the residual stresses in HAZ and Fusion Zone (FZ) increases thru thickness, that the peak tension in these regions occur next to the welding center region, that to project effect, joints 1x2 and 5x6 are equivalent with tractive residual stresses in Base metal about 10% of the yielding stress, that joint 3x4 presents compressive residual stress in base metal about 66% of yielding stress while joint 7x8 presents a tractive residual stress about 25% of yielding stress for the same reagion. Keywords: Residual Stresses, welding, tension, hardness, steel. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 - Técnicas mais comuns para medição de tensões residuais...................................22 Figura 2.2 - Modelo do ensaio de Sachs...................................................................................23 Figura 2.3 - Esquema de aplicação do ensaio de furação, a) Estágio I, b) Estágio II, c) Estágio III..............................................................................................................................................26 Figura 2.4 - Notação para determinação das tensões residuais.................................................27 Figura 2.5 - Curva típica de concentração de deformação obtida na borda de um furo sem carregamento em peça submetida a carregamento uniaxial......................................................29 Figura 2.6 - Perfil de contato entre endentador e material.......................................................32 Figura 2.7 - Locais recomendados para corte de amostras para ensaios de tração e dobramento................................................................................................................................41 Figura 3.1 - Amostras Utilizadas no experimento....................................................................44 Figura 3.2 - Esboço de geometria de soldagem........................................................................44 Figura 3.3 - a) Fonte de soldagem. b) Dados dos eletrodos......................................................45 Figura 3.4 - a) Solda das chapas 1 e 2, solda sem restrições. b) Solda das chapas 3 e 4, solda com restrição total. c) Solda das chapas 5 e 6, solda com restrições paralelas ao cordão. d) Solda das chapas 7 e 8, solda com restrições perpendiculares ao cordão.................................45 Figura 3.5 - Larguras das amostras para ensaios de tração, microdureza.................................47 Figura 3.6 - Esboço para usinagem dos corpos de prova da chapa de controle.......................48 Figura 4.1 - Seções transversais da solda das chapas 1 e 2, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe................................................................................................................................51 Figura 4.2 - Seções transversais da solda das chapas 3 e 4, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe...............................................................................................................................54 Figura 4.3 - Seções transversais da solda das chapas 5 e 6, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe................................................................................................................................57 Figura 4.4 - Seções transversais da solda das chapas 7 e 8, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quarto passe...............................................................................................................................60 Figura 4.5 - Corpos de prova da amostra de controle após a fratura durante ensaio de tração.........................................................................................................................................61 Figura 4.6 - Corpos de prova da solda 1x2 após afratura durante ensaio de tração..................62 Figura 4.7 - Limite de escoamento da solda 1x2 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova....................63 Figura 4.8 - Corpos da solda 3x4 após afratura durante ensaio de tração.................................64 Figura 4.9 - Corpos da solda 5x6 após afratura durante ensaio de tração.................................66 Figura 4.10 - Corpos da solda 7x8 após afratura durante ensaio de tração...............................67 Figura 4.11 - Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra...............................................................70 Figura 4.12 - Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 1x2, a) Passe 1 medido próximo a superfície, b) Passe 2 medido 1,5 mm acima da linha central, Passe 3 medido 1,5 mm abaixo da linha central, d) Passe 4 medido 3 mm abaixo do passe 3................................71 Figura 4.13 - Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 1x2, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................71 Figura 4.14 - Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 1x2, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................72 Figura 4.15 - Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra...............................................................72 Figura 4.16 - Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 3x4, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................73 Figura 4.17 - Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 3x4, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................73 Figura 4.18 - Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 3x4, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................74 Figura 4.19 - Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra...............................................................75 Figura 4.20 - Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 5x6, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................75 Figura 4.21 - Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 5x6, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................75 Figura 4.22 - Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 5x6, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................76 Figura 4.23 - Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra...............................................................76 Figura 4.24 - Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 7x8, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................77 Figura 4.25 - Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 7x8, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................77 Figura 4.26 - Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 7x8, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central..............................................................................................................78 Figura 5.1 - Flechas para as soldas em função do passe, sendo 1 o passe de raiz, a) Para a solda das Chapas 1x2 sem restrições, b) Para a solda das Chapas 3x4 engastada, c) Para a solda das Chapas 5x6 com restrições paralelas ao cordão, d) Para a solda das Chapas 7x8 com restrições perpendiculares ao cordão........................................................................................80 Figura 5.2 - Flechas para a solda das Chapas 1x2 sem restrições, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear..........................................................................................................................................80 Figura 5.3 - Flechas para a solda das Chapas 3x4 engastada, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear..........................................................................................................................................81 Figura 5.4 - Flechas para a solda das Chapas 5x6 com restrições paralelas, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear...............................................................................................................................81 Figura 5.5 - Flechas para a solda das Chapas 7x8 com transversais, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear..........................................................................................................................................81 Figura 5.6 - Limite de escoamento da solda 1x2 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova..........................................................................................................................................83 Figura 5.7 - Limite de escoamento da solda 3x4 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova....................85 Figura 5.8 - Limite de escoamento da solda 5x6 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova....................86 Figura 5.9 - Limite de escoamento da solda 7x8 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova....................87 Figura 5.10 - Dureza média em função da altura para a solda 1x2. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k...............................................................................................90 Figura 5.11 - Dureza média em função da altura para a solda 3x4. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k...............................................................................................92 Figura 5.12 - Dureza média em função da altura para a solda 5x6. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k...............................................................................................94 Figura 5.13 - Dureza média em função da altura para a solda 7x8. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k...............................................................................................96 Figura 5.14 - Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2 e 3x4........................................................................................................................97 Figura 5.15 - Dureza média da ZF em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2 e 3x4........................................................................................................................98 Figura 5.16 - Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 3x4, 5x6 e 7x8................................................................................................................98 Figura 5.17 - Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 3x4, 5x6 e 7x8................................................................................................................99 Figura 5.18 - Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2, 3x4, 5x6 e 7x8........................................................................................................99 Figura 5.19 - Dureza média na ZF na em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2, 3x4, 5x6 e 7x8......................................................................................................100 Figura 5.20 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 1x2 e limite de escoamento de referência.................................................................102 Figura 5.21 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 3x4 e limite de escoamento de referência.................................................................103 Figura 5.22 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 5x6 e limite de escoamento de referência.................................................................105 Figura 5.23 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 7x8 e limite de escoamento de referência.................................................................106 Figura 5.24 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 1x2 e limite de escoamento de referência...........................................................108 Figura 5.25 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 3x4 e limite de escoamento de referência...........................................................110 Figura 5.26 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 5x6 e limite de escoamento de referência...........................................................111 Figura 5.27 - Limite de escoamento em kgf/mm2 ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 7x8 e limite de escoamento de referência...........................................................112 Figura 5.28 - Tensões residuais em kgf/mm2 médias na amostra g da solda 1x2..................113 Figura 5.29 - Tensões residuais em kgf/mm2 médias na amostra g da solda 3x4..................114 Figura 5.30 - Tensões residuais em kgf/mm2 médias na amostra g da solda 5x6..................114 Figura 5.31 - Tensões residuais em kgf/mm2 médias na amostra g da solda 7x8..................115 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 - Faixa de medição dos paquímetros Starrett série 125 com respectivas resoluções..................................................................................................................................46 Tabela 3.2 - Largura em milímetros das amostras para ensaios de tração, microdureza e metalografia..............................................................................................................................47 Tabela 3.3 - Geometria e dimensões de corpos de prova.........................................................48 Tabela 4.1 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz................50 Tabela 4.2 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1.........................50 Tabela 4.3 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2.........................50 Tabela 4.4 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3.........................51 Tabela 4.5 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4.........................51 Tabela 4.6 - Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda sem restrições...................................................................................................................................52 Tabela 4.7 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz................53 Tabela 4.8 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1.........................53 Tabela 4.9 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2.........................53 Tabela 4.10 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3.......................54 Tabela 4.11 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4.......................54 Tabela 4.12: Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda engastada...................................................................................................................................55 Tabela 4.13 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz..............55 Tabela 4.14 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1.......................56 Tabela 4.15 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2.......................56 Tabela 4.16 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3.......................56 Tabela 4.17 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4.......................57 Tabela 4.18 - Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda com restrições paralelas ao cordão...................................................................................................57 Tabela 4.19 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz..............58 Tabela 4.20 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1.......................58 Tabela 4.21 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2.......................59 Tabela 4.22 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3.......................59 Tabela 4.23 - Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4.......................59 Tabela 4.24 - Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda com restrições perpendiculares ao cordão........................................................................................60 Tabela 4.25 - Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 5 corpos de prova da amostra de controle....................................................................................................61 Tabela 4.26 - Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 1x2....................................................................................................................63 Tabela 4.27 - Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 3x4....................................................................................................................65 Tabela 4.28 - Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 5x6....................................................................................................................66 Tabela 4.29 - Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 7x8....................................................................................................................67 Tabela 4.30 - Rendimento térmico para os principais processos de soldagem.........................69 Tabela 5.1 - Coeficientes angulares e de translação para as retas de ajuste das flechas em função dos passes, onde (n)=an+b..........................................................................................82 Tabela 5.2 - Propriedades mecânicas das amostras de controle...............................................83 Tabela 5.3 - Limite de escoamento para corpos de prova da solda 1x2, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x...................................................................84 Tabela 5.4 - Limite de escoamento para corpos de prova da solda 3x4, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x...................................................................85 Tabela 5.5 - Limite de escoamento para corpos de prova da solda 5x6, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x...................................................................87 Tabela 5.6 - Limite de escoamento para corpos de prova da solda 7x8, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x...................................................................88 Tabela 5.7 - Valores medidos de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 1x2...................................................................................................89 Tabela 5.8 - Valores médios de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 3x4...................................................................................................91 Tabela 5.9 - Valores médios de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 5x6...................................................................................................93 Tabela 5.10 - Valores médios de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 7x8...................................................................................................95 Tabela 5.12 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2...................................................................................101 Tabela 5.13 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2...................................................................................101 Tabela 5.14 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2...................................................................................101 Tabela 5.15 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4...................................................................................102 Tabela 5.16 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4...................................................................................103 Tabela 5.17 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4...................................................................................103 Tabela 5.18 - Tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6...................................................................................104 Tabela 5.19 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6...................................................................................104 Tabela 5.20 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6...................................................................................104 Tabela 5.21 - Tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8...................................................................................106 Tabela 5.22 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8...................................................................................106 Tabela 5.23 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8...................................................................................106 Tabela 5.24 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 1x2.....................................................108 Tabela 5.25 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 1x2.....................................................108 Tabela 5.26 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 3x4.....................................................109 Tabela 5.27 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 3x4........................................................109 Tabela 5.28 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 5x6.....................................................111 Tabela 5.29 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 5x6........................................................111 Tabela 5.30 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 7x8.....................................................112 Tabela 5.31 - tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 7x8........................................................112 NOMENCLATURAS ASM – American Society of Materials ASTM - American Society Testing Materials ASME – American Society of Mechanical Engineers TTAT – Tratamento Térmico de Alívio de Tensão TH – Teste Hidrostático TP – Teste Pneumático ZTA – Zona Térmicamente Afetada ZF – Zona Fundida NR-13 – Norma Regulamentadora 13 do Ministério do Trabalho – Flecha – Deformação – Tensão HV – Dureza A – Área v – Velocidade V – Tensão H – Aporte Térmico I – Corrente t – Espessura F – Força T – Temperatura – Eficiência Térmica – Densidade Y – Largura da ZTA SMAW – Shielded Metal Arc Weld K – Coeficiente de Resistência n - Expoente de Endurecimento por Encruamento l – Comprimento HV – Dureza SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................................. .vi ABSTRACT ............................................................................................................................ .vii LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................viii LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ .xii NOMENCLATURA............................................................................................................... .xvi 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15 1.2 Objetivos Gerais e Específicos.........................................................................................17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................21 2.1 Introdução..........................................................................................................................21 2.2 Ensaios Destrutivos e Semi-destrutivos...........................................................................22 2.3 Ensaios Não Destrutivos...................................................................................................31 2.4 Avaliação de Características Mecâcicas.........................................................................40 3 MATERIAIS E MÉTODOS APLICADOS À PESQUISA.............................................44 4 MEDIÇÕES DE DESLOCAMENTO, TRAÇÃO E DUREZA.....................................49 4.1 Introdução.........................................................................................................................49 4.2 Medições de Deslocamentos...........................................................................................49 4.2.1 Deslocamentos da solda sem restrições (Chapas 1x2)..................................................49 4.2.2 Deslocamentos da solda engastada (Chapas 3x4)........................................................52 4.2.3. Deslocamentos da solda com restrições paralelas (Chapas 5x6).................................55 4.2.4. Deslocamentos da solda com restrições perpendiculares (Chapas 7x8)......................58 4.3. Ensaios de Tração.........................................................................................................60 4.3.1. Ensaios de tração para a amostra de controle..............................................................60 4.3.2. Ensaios de tração para a solda 1x2..............................................................................62 4.3.3. Ensaios de tração para a solda 3x4..............................................................................63 4.3.4. Ensaios de tração para a solda 5x6..............................................................................65 4.3.5. Ensaios de tração para a solda 7x8..............................................................................66 4.4. Ensaio de Microdureza Vickers..................................................................................68 4.4.1. Medições iniciais.........................................................................................................68 5 ANÁLISE, DISCUSSÕES E RESULTADOS.............................................................79 5.1. Estudo comparativo das flechas.................................................................................79 5.2. Ensaios de Tração........................................................................................................82 5.2.1. Determinação do Coeficiente de Resistência e do Expoente de Endurecimento por Encruamento........................................................................................................................82 5.2.2. Análise de tensões para a solda 1x2..........................................................................83 5.2.3. Análise de tensões para a solda 3x4..........................................................................84 5.2.4. Análise de tensões para a solda 5x6..........................................................................86 5.2.5. Análise de tensões para a solda 7x8..........................................................................87 5.3. Ensaios de Microdureza Vickers..............................................................................89 5.3.1. Análise de microdureza para a solda sem restrições (Chapas 1x2)..........................89 5.3.2. Análise de microdureza para a solda engastada (Chapas 3x4).................................90 5.3.3. Análise de microdureza para a solda com restrições paralelas (Chapas 5x6)..........92 5.3.4. Análise de microdureza para a solda com restrições perpendiculares (Chapas 7x8)....................................................................................................................................94 5.3.5. Estudo comparativo das microdurezas....................................................................97 6 CONCLUSÕES...........................................................................................................116 7 RECOMENDAÇÕES.................................................................................................117 8 REFERÊNCIAS..........................................................................................................118 18 15 CAPÍTULO I 1. Introdução Os processos de soldagem por fusão durante a deposição do metal fundido na zona de soldagem introduzem um gradiente de temperatura nas peças a serem unidas, estas de acordo com sua geometria, com as restrições a que estão submetidas, com suas propriedades mecânicas e como elas variam com a temperatura podem desenvolver deformações e tensões internas. Moldenesi (2008), “a soldagem por fusão é caracterizada pelo aquecimento de regiões localizadas das peças, permanecendo o restante destas em temperaturas muito inferiores. As regiões aquecidas tendem a se dilatar, mas esta dilatação é dificultada pelas partes adjacentes submetidas a temperaturas menores, o que resulta no desenvolvimento de deformações elásticas e plásticas no material aquecido. Como conseqüência, ao final do processo de soldagem, tensões internas (tensões residuais) e mudanças permanentes de forma e de dimensões (distorções) ocorrem na peça”. As tensões internas modificam o comportamento da peça quando submetida a um carregamento, por exemplo, peças submetidas a tensões trativas têm sua resistência aumentada quando possuem tensões residuais de natureza compressiva. Para um corpo submetido a um carregamento externo de mesma natureza do anterior, porém com tensão residual trativa é observado que a resistência mecânica da peça diminui. Efeito similar pode ser visto em peças submetidas a carregamentos compressivos, desse modo as tensões residuais podem ser benéficas contribuir para a diminuição da carga equivalente ou nocivas ao amplificar a carga equivalente. Wainer et. al (2010), observa que “além dos problemas metalúrgicos causados pelos ciclos térmicos durante a soldagem, outros fenômenos podem provocar efeitos danosos à estrutura soldada. Entre eles, e praticamente inerente a todos os processos de soldagem, ressalta a ocorrência de deformações residuais e consequentemente, o aparecimento de tensões residuais na junta soldada e suas adjacências”. 16 As deformações residuais podem se originar de conformações durante o processamento do material ou no caso dos processos de soldagem da dilatação diferencial do material induzida pelo gradiente de temperatura, essas podem ser elásticas ou plásticas e podem comprometer a atividade a que se destina a peça ou impedir sua montagem. A ASM (1998), afirma que “tensões térmicas complexas ocorrem em peças durante a soldagem devido a aplicação localizada de calor. Tensões residuais e distorções permanecem na peça após a solda estar completa. Altas tensões térmicas transientes em áreas próximas a solda podem causar falhas prematuras em estruturas soldadas em certas condições.” As tensões e deformações residuais podem diminuir a resistência mecânica, a vida útil quando a peça é submetida a carregamento cíclico, podem dificultar o funcionamento ao qual a peça é destinada ou impedir que sua montagem seja realizada. São desenvolvidos procedimentos de soldagem para impedir ou diminuir a incidência de defeitos nos cordões de solda e controlar as deformações, normas nacionais e internacionais recomendam a aplicação de tratamentos térmicos de alivio de tensões (TTATs) para diminuir a magnitude dessas tensões, testes hidroestáticos (THs) e pneumáticos (TPs) para verificar se equipamentos como tanques de armazenamento, vasos de pressão, caldeiras, permutadores, e tubulações resistem a uma tensão igual ao limite de escoamento. No entanto os testes citados demandam energia, mão de obra qualificada, e tem duração prolongada, levando a custos altos e dilatando prazos de empreendimentos e paradas de manutenção. 1.1. Justificativa do Estudo Segundo Andrino (2003) “na indústria, é crescente o interesse em se identificar como o estado de tensões residuais pode afetar uma determinada estrutura. Sabe-se que quando uma estrutura falha, nem sempre a simples aplicação de um carregamento externo pode ser o causador desta falha. Tensões residuais que surgem em processos de soldagem são também um importante parâmetro a ser considerado. Estas tensões aparecem mesmo após a elaboração de um plano de soldagem adequado. A quantificação do estado de tensões residuais em juntas 17 soldadas e em componentes mecânicos, em geral, se faz necessária durante as fases de projeto e manutenção. Na maioria dos processos de soldagem ocorrem irregularidades, seja no cordão de solda, na zona termicamente afetada (ZTA) ou mesmo no metal de base. Deste modo, existe a necessidade do prévio conhecimento destas tensões em componentes soldados. Atualmente diversas técnicas experimentais são utilizadas para esta determinação. Técnicas destrutivas e não destrutivas tem sido aplicadas com graus de sucesso.” Segundo Murugan et. al (2001), “chapas de diferentes espessuras são usadas na industria e chapas mais espessas são usualmente unidas por soldas multipasse. Em uma operação de soldagem multipasse, o numero de ciclos térmicos pelo qual o material passa durante a soldagem é o mesmo que o numero de passes, e a cada passe, o padrão das tensões residuais muda. A medição das tensões residuais em regiões próximas a solda, após cada passe de soldagem, juntamente com medições dos ciclos térmicos durante a soldagem, serão uteis no entendimento da evolução das tensões residuais em cada passe, permitindo então a otimização dos procedimentos de soldagem”. Como pode-se estimar no dia-a-dia de projeto as tensões residuais, e se são trativas ou compressivas de forma simples e segura? Conforme exposto anteriormente quantificar as tensões e deformações residuais ainda na etapa de projeto é fundamental para se determinar a necessidade de medidas de controle e quais medidas tomar, para desta forma economizar tempo e recursos em serviços de construção e manutenção de equipamentos e estruturas soldadas. 1.2. Objetivos O estudo tem como objetivos desenvolver um modelo matemático as flechas δ em função do numero do passe (n) em soldas multipasse, planas em chapas de aço AISI 1020 com 3/8”, isto é, com 9,525 mm de espessura, investigar as tensões residuais no metal de base através de ensaios de tração, avaliar as tensões residuais na Zona Fundida (ZF) e Zona Termicamente Afetada (ZTA) através de ensaios de Microdureza Vickers ao longo da espessura e do eixo de soldagem de uma junta soldada para quantificar as tensões residuais resultantes dos processos 18 de soldagem de chapas de aço carbono AISI 1020 que possa ser usado no dia-a-dia de projetos de equipamentos e estruturas soldadas. 1.2.1. Objetivos específicos: • Determinar a função δ(n); • Investigar o perfil de tensões no metal de base ao longo do eixo de soldagem; • Avaliar o perfil de tensões na Zona Fundida (ZF) ao longo do eixo de soldagem; • Analisar o perfil de tensões na Zona Termicamente Afetada (ZTA) ao longo da espessura; • Avaliar o perfil de tensões na Zona Fundida (ZF) ao longo do eixo de soldagem; • Analisar o perfil de tensões na Zona Termicamente Afetada (ZTA) ao longo da espessura; • Verificar o impacto das restrições na formação das tensões residuais. 1.3. Contribuição e Relevância do Estudo Diversas normas internacionais apresentam métodos de alivio e controle de tensões residuais, estes, no entanto, não quantificam estas tensões servindo apenas para eliminar ou minimizá-las, sem quantificá-las. O conhecimento dos estados de tensão e flechas desenvolvidos durante os processos de soldagem por fusão é necessário para se especificar a sequencia de soldagem mais adequada para minimizar as tensões residuais e flechas em peças e estruturas metálicas ou então criar em uma dada região tensões compressivas que serão benéficas quando o item for submetido a carregamentos trativos. O conhecimento das tensões presentes na peça, sua magnitude e como elas variam ao longo do eixo de soldagem e espessura permitirão que na fase de execução de projetos que estas possam ser minimizadas pela sequencia de soldagem mais adequada, e em muitos casos, evitar a execução de Tratamentos Térmicos de Alivio de Tensões (TTATs) para diminuir estas tensões através das recristalizações. 19 No caso de vasos de pressão, e tubulações possibilitará que os Profissionais Habilitados, conforme descrito na NR-13 optem por não realizar Testes Hidrostáticos que submetem o equipamento a tensões superiores aquelas especificadas em projeto para verificar se o equipamento mesmo com as tensões residuais suporta o carregamento de projeto, e ao mesmo tempo, aliviar estas tensões inerentes do processo de fabricação. A não realização dos ensaios descritos nos dois parágrafos anteriores implicará em economia de tempo de implantação de projetos, de paradas de manutenção em plantas industriais, economia de eletricidade aplicada para o bombeio de agua durante testes hidrostáticos e para aquecimento de resistências elétricas necessárias para os tratamentos térmicos. 1.4. Delimitação da Pesquisa No estudo serão quantificadas as tensões residuais em cordões de soldas planas em chapas de aço carbono AISI 1020 através dos ensaios de tração para o metal de base e de microdureza Vickers para medir as tensões residuais na Zona Fundida (ZF) e Zona Térmicamente Afetada (ZTA), ao longo da espessura e do eixo de soldagem. As flechas serão medidas comparando-se as médias das alturas nas extremidades com aquelas próximas a solda após o resfriamento de cada passe, então estas são modeladas por ajustes lineares. A pesquisa se concentra na avaliação de resultados de ensaios de tração, microdureza Vickers, medição de flechas em soldas planas e em analises metalográficas de juntas soldadas. 1.5. Estrutura dos Capítulos No Capítulo I é feita uma introdução sobre o que são as tensões residuais, suas origens, e características, são explicadas suas consequências, a necessidade de sua medição e controle. No Capitulo II é apresentada uma revisão literária sobre técnicas de medição de tensões residuais, sobre variação das propriedades mecânicas dos aços com o 20 aumento da temperatura e sobre como determinar as propriedades mecânicas dos aços através de ensaios mecânicos. No Capítulo III é apresentado o conceito do experimento, as ferramentas usadas, o número de observações e medições feitos, como foram feitas as medições, o tratamento e a analise dos dados obtidos. No Capitulo IV é feito o detalhamento do experimento e são apresentados os dados obtidos. No Capitulo V é feita a analise dos dados obtidos, são apresentados e resultados parciais. No Capitulo VI são apresentadas as conclusões do estudo, seus desdobramentos e limitações e são feitas recomendações para trabalhos futuros. 21 CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. Introdução Tensões residuais são aquelas que continuam no material após seu processamento ou fabricação na ausência de carregamento e gradientes de temperatura externos. De acordo com Rossini et. al (2012) as tensões residuais podem ser classificadas conforme sua magnitudes como: • Tipo I: São aquelas que se desenvolvem no componente em uma escala superior ao tamanho do grão do material. • Tipo II: São aquelas que se desenvolvem em uma peça, sendo notados quando se analisa o grão. • Tipo III: São aquelas que se desenvolvem no interior do grão, como resultado da presença de discordâncias e outros defeitos internos. A tensão do tipo I é tipicamente a macrotensão, a tensão mais fácil de observar e medir em campo e o foco deste trabalho, as tensões do tipo II e III são observadas apenas em escala microscópica. As tensões residuais podem se originar de deformações e resfriamentos diferenciais, e de transformações de fase com mudança de volume. Na soldagem as tensões residuais originadas da compressão da poça de fusão durante a solidificação são de natureza trativa enquanto aquelas oriundas de transformações de fases são compressivas. Os ensaios destrutivos ou semi-destrutivos se baseiam na medição da deformação ocasionada pelo alivio de tensões nas peças analisadas devido à remoção de material. Ensaios como raio X, difração de nêutrons, entre outros medem outros parâmetros relacionados com as tensões. Esses últimos tem tido uso crescente devido a sua aplicação no acompanhamento de equipamentos nas indústrias aeronáutica e petrolífera e em 22 medições de campo devido a portabilidade dos equipamentos empregados. A Figura 2.1 apresenta um fluxograma com as principais técnicas de medição. Figura 2.1: Técnicas mais comuns para medição de tensões residuais. Fonte: Rossini, N., (2012). 2.2. Ensaios Destrutivos e Semi-Destrutivos No entanto, Garcia-Granada et. al (2000) afirma que os métodos de medição não-destrutivos, principalmente difração de raios X e de nêutrons são indicadas apenas para medir tensões superficiais, tendo o alcance limitado a profundidades de no máximo 100 µm para o primeiro método e 10 mm para o segundo. Segundo o autor acima é apresentado o processo destrutivo de medição de Sachs adequado para peças cilíndricas e tensões simétricas em relação ao eixo da peça, e uma variação da técnica adequada para medição em peças cilíndricas, porém sem a simetria axial. A técnica de furação proposta por Sachs consiste no alargamento de um furo de raio a para um de raio c, em um cilindro de raio externo b, onde as deformações tangenciais são medidas com o uso de strain gages. Assume-se εθ (antes) como a deformação medida antes do furo ser alargado para o diâmetro c, εθ (depois) como a deformação medida após o tubo ser alargado. A Figura 2.2 mostra o modelo do ensaio, na sequência são apresentadas as 23 equações envolvidas na medição sendo considerado um tubo de parede grossa, isto é um tubo com razão t/r ≤ 0,1(TIMOSHENKO, 1948). Figura 2.2: Modelo do ensaio de Sachs. Fonte: Garcia-Granada, A., (2000). σ r (r ) = A − B r2 Eq. (1) σ θ (r ) = A + B r2 Eq. (2) σ r (c ) = σ R Eq. (3) σ r (b) = 0 Eq. (4) As equações (3) e (4) são as condições iniciais do modelo, onde σR é a tensão residual na direção radial, ao usá-las na equação (2) obtemos: σR = A− 0 = A− A= B c2 B b2 B b2 Eq. (5) Eq. (6) Eq. (7) 24 Usando (7) em (5) obtemos o coeficiente B e ao usarmos esse resultado em (7) obtemos o coeficiente A e as equações de tensão. σR = B B − b2 c2 c2 − b2 Eq. (8) σ R = B 2 2 b c Eq. (9) b2c 2 =B − σ R 2 2 − b c Eq. (10) b 2 c 2 1 A = −σ R 2 2 2 b − c b Eq. (11) c2 A = −σ R 2 2 b −c Eq. (12) b 2c 2 c 2 1 σ − − R 2 2 2 b 2 − c 2 b − c r σ r (r ) = −σ R c 2 b 2 − 1 σ r (r ) = σ R 2 2 2 b − c r c 2 b 2 − r 2 2 2 2 b − c r σ r (r ) = σ R b2c 2 c 2 1 2 σ + − R 2 2 2 2 b c r b c − − σ θ (r ) = −σ R c 2 b 2 1 + 2 2 2 b − c r σ θ (r ) = −σ R c 2 b 2 + r 2 2 2 2 b − c r σ θ (r ) = −σ R Eq. (13) Eq. (14) Eq. (15) Eq. (16) Eq. (17) Eq. (18) Garcia-Granada et. al (2000) indica que a deformação εθ (antes) segue a lei de Hooke e isso leva a um ∆εθ igual equação (20), no entanto os autores informam que essa relação só é valida se o relaxamento da tensão residual for puramente elástico. Ao alargar gradativamente o furo do diâmetro a até o diâmetro b pode-se determinar a tensão residual em função do raio conforme equação (21). ε θ (antes) = 1 (σ θ −νσ r ) E Eq. (19) 25 ∆ε θ = σ R 2c 2 E b 2 − c 2 b2 − r 2 σ R (r ) = E∆ε θ (r ) 2 2 r Eq. (20) Eq. (21) Os autores concluíram em seu estudo que o novo método do furo incremental de Sachs adequado para medir campos de tensão residual assimétricos, quando comparado a simulações de elementos finitos apresenta resultados bem próximos.É observado pelos autores que o método convencional apresenta erros significativos quando usado para medir tensões assimétricas. Seifi (2012) estudou a deformação plástica desenvolvida em materiais contendo tensões residuais quando submetidos a ensaios de furação. Em seu estudo foram obtidas expressões adequadas para definir as tensões residuais através da analise do comportamento elástico e efeitos de concentração de tensão, o método proposto apresenta bons resultados para tensões residuais de até 97% do limite de escoamento. Mahmoudi et. al (2011) estudou o efeito da deformação plástica nas medições de tensões residuais através do ensaio de furação profunda tendo concluído que a deformação plástica introduz erros na medição das tensões residuais ao criar uma região deformada plasticamente ao redor do furo que perturba o campo de tensões e por que o material deforma plasticamente de modo continuo durante a furação o que invalida a hipótese de descarregamento elástico. Xu et. al (2011) investigaram através de ensaios de furação as tensões residuais desenvolvidas no topo e fundo de chapas de alumínio AA 2219-T62, variando-se a velocidade transversal e de rotação. Foi observado que na superfície o perfil de tensões teve um perfil em forma de M com os picos na ZTA, no fundo apresentou o formato de um V invertido, quanto maior a velocidade transversal e a velocidade de rotação maiores os níveis de tensões residuais observados. Balalov et. al (2006) propõe uma variação do ensaio de furação, onde é usado um interferômetro holográfico para medir as deformações, que os autores afirmam apresentar medições mais precisas que aquelas com rosetas de strain gages. 26 É assumido que pequenos furos são feitos em campos de tensão bidimensionais, isso implica não levar em conta as influências de gradientes de tensão na vizinhança do furo e os efeitos de curvatura do tubo analisado. Na Figura 2.3 os campos de tensão σ1 e σ2 representam a condição descrita acima, um pequeno furo de raio r0 é feito onde se quer medir a tensão residual, os eixos x1 e x2 indicam as direções das deformações ε1 e ε2. A decomposição das tensões e deformações relacionadas à técnica de furação também são mostradas na Figura 2.4. Figura 2.3: Esquema de aplicação do ensaio de furação, a) Estágio I, b) Estágio II, c) Estágio III. Fonte: Balalov, V., (2007). O estado I representa o carregamento bidimensional do elemento de volume a ser analisado, o estado II é o estagio inicial do volume a ser analisado, isto é antes do furo ser feito, o estado III representa o volume após a liberação de energia provocada pelo furo, ele equivale ao estado I menos o estado II. A decomposição das tensões e deformações relacionadas à técnica de furação também são mostradas na Figura 2.4. 27 Figura 2.4: Notação para determinação das tensões residuais. Fonte: Balalov, V., (2007). Para a determinação da deformação resultante e necessário medir os deslocamentos da borda do furo conforme notação apresentada na Figura 2.3 e então calcular a deformação de acordo com a equação 22. Na equação (22) a coordenada polar do referencial centrado no centro do furo, ro é o raio do furo u e o deslocamento no eixo x1 e v o deslocamento ao longo do eixo x2. Da figura 3 temos que ε1 e ε2 equivalem ao εϕ quando ϕ igual a 90° e 0° respectivamente. Segundo Balalov et. al (2001) e (2007) o estado inicial pode ser considerado em regime elástico, o que implica que as equações (23) e (24) são validas para determinar as deformações ε1 e ε2. εφ = ∂u 1 ∂v cos(φ ) − sin(φ ) r0 ∂φ ∂φ ε I 1 = α1 ε I 2 = α1 σ1 E σ2 E −α2 σ2 − α2 E σ1 E Eq. (22) Eq. (23) Eq. (24) Nas equações (23) e (24) é adotada a notação dos autores, onde os alfas são fatores de concentração de deformação, esses são de difícil definição, em geral é 28 calculado pela solução do problema inverso, no caso de estruturas de parede fina pode ser feita a medição de dois lados e então calcula-se os valores médios dos coeficientes levando-se em conta a simetria. Balalov (2000) também considera que as deformações no estado II ocorrem em regime elástico, isso pode ser visto nas equações (25) e (26), e com (23) e (24) podemos calcular as funções das deformações finais e ao rearrumá-las podemos calcular as componentes σ1 e σ2 da tensão residual. 1 (σ 1 − νσ 2 ) E 1 ε II 2 = (σ 2 − νσ 1 ) E III ε 1 = ε I 1 − ε II 1 ε II 1 = III I II ε 2 = ε 2 −ε 2 σ σ 1 ε III 1 = α1 1 − α 2 2 − (σ 1 −νσ 2 ) E E ε III 1 = σ1 ε III 2 = σ2 E Eq. (25) Eq. (26) Eq. (27) Eq. (28) Eq. (29) (α1 − 1) − σ 2 (α 2 −ν ) Eq. (30) (α 1 − 1) − σ 1 (α 2 −ν ) Eq. (31) ∆u σ 1 = (α1 − 1) − σ 2 (α 2 − ν ) 2r0 E E Eq. (32) ∆v σ 2 = (α1 − 1) − σ 1 (α 2 − ν ) 2r0 E E Eq. (33) a = (α1 − 1) Eq. (34) b = (α 2 −ν ) Eq. (35) E E E E σ1 = E∆u b +σ2 2r0 a a Eq. (36) σ2 = E∆v b + σ1 2r0 a a Eq. (37) E∆v b E∆u b + + σ 2 2r0 a a 2r0 a a Eq. (38) b 2 E∆v b E∆u σ2 −σ2 2 = + a 2r0 a a 2 2r0 Eq. (39) σ2 = a 2 − b 2 E ∆v b∆u = + 2 2 a a 2r0 a σ 2 Eq. (40) 29 a 2 − b 2 E a∆v + b∆u = σ 2 2 a a2 2r0 E a∆v + b∆u 2r0 a 2 − b 2 Eq. (42) E∆u b E a∆v + b∆u + 2r0 a a 2r0 a 2 − b 2 Eq. (43) E∆u abE∆v b 2 E∆u + + 2r0 a 2r0 a (a 2 − b 2 ) 2r0 a (a 2 − b 2 ) Eq. (44) E∆u (a 2 − b 2 ) abE∆v b 2 E∆u + + 2r0 a (a 2 − b 2 ) 2r0 a (a 2 − b 2 ) 2r0 a (a 2 − b 2 ) Eq. (45) E∆u (a 2 − b 2 + b 2 ) abE∆v + 2 2 2r0 a(a − b ) 2r0 a(a 2 − b 2 ) Eq. (46) σ2 = σ1 = σ1 = σ1 = Eq. (41) σ1 = a 2 E∆u abE∆v σ1 = + 2 2 2r0 a (a − b ) 2r0 a (a 2 − b 2 ) σ1 = E a∆u + b∆v 2r0 a 2 − b 2 Eq. (47) Eq. (48) Figura 2.5: Curva típica de concentração de deformação obtida na borda de um furo sem carregamento em peça submetida a carregamento uniaxial. Fonte: Pisarev, V.,(2001). Balalov (2007) concluiu que para a determinação da tensão residual em cascos cilíndricos e tubos, ambos de parede fina com diâmetro externo não inferior a 60 mm, a combinação do método de furação com a interferometria holográfica de reflexão é capaz de obter medições das componentes de tensões residuais com desvio máximo de 5%. 30 Balalov (2000) informa que as constantes α1 e α2, na maioria dos casos, de chapas finas com furos passantes ou de chapas grossas com furos cegos pode-se aplicar os valores da Figura 2.5, de modo geral eles são calculados de acordo com (49) e (50). Nas equações temos a dependência de uma deformação ε1 que neste caso é a deformação na direção do carregamento sem a presença do furo. α1 = ε φ (φ = 90°) ε I 1 = ε1 ε1 Eq. (49) α1 = ε φ (φ = 0°) ε I 2 = ε1 ε1 Eq. (50) Liu e Yi (2013) analisaram as tensões residuais longitudinais em soldas por atrito realizadas em chapas de liga de alumínio AA6061-T6 com 4mm e 8mm de espessura através do método do contorno. Eles concluíram que o perfil de tensões residuais não apresenta o formato de M na direção transversal para as amostras analisadas, que a tensão medida na direção de avanço e superior aquela observada na direção de saída da ferramenta em ambos os casos, e que a tensão máxima medida é de 168 MPa, equivalente a 61% do limite de escoamento e está localizada a 62,5% da espessura. Murugan e Narayanan (2009) afirmam que as tensões residuais são da ordem do limite de escoamento, em seu trabalho eles adotam o método do contorno baseado na variação do principio de superposição elástica de Bueckner que afirma que se um corpo trincado sujeito a carregamento externo ou deslocamentos conhecidos em se as fronteiras são submetidas a forças que tendem a aproximar as faces das trincas, as forças devem ser equivalentes à distribuição em um corpo não trincado com a mesma geometria submetido a um carregamento externo. Esse método assume que o material deforma elasticamente durante o relaxamento promovido pela remoção de material e que esse processo não introduz novas tensões no material. O artigo apresenta uma simulação por elementos finitos de uma junta em T e faz sua validação pelo método do contorno. Murugan et. al (2009) concluiu em seu estudo que o modelo termo-mecânico tridimensional para juntas em T tem boa aderência aos resultados obtidos pelo método do contorno, é citado que o método do contorno pode ser empregado para 31 medir com precisão as distribuições de tensão residual ao longo da seção transversal de componentes soldados. Turski e Edwards (2009) propõem em seu artigo o uso do método do contorno associado a simulação de elementos finitos para medir as tensões residuais transversais em soldas planas com chapas de AISI 316L, os autores afirmam que o método aplicado se baseia no principio de superposição de Bueckner onde uma amostra contendo tensões residuais é cortada em 2 partes e então é medida a deformação obtida, esta é então comparada, neste experimento por elementos finitos, com a deformação que seria obtida em um corpo livre de tensões quando solicitado, e então se obtém o nível de tensão residual. Concluiu tensões residuais variando entre 150 MPa no inicio do cordão e 200 MPa no final. 2.3. Ensaios Não-Destrutivos Até o momento foram apresentados os principais métodos semi-destrutivos e destrutivos de medição das tensões residuais e o modelo matemático por trás das praticas adotadas, pode-se observar que todos os modelos até então apresentados assumem que as tensões e deformações residuais estão em regime linear-elástico. O ensaio de dureza é um dos ensaios não-destrutivos mais utilizados, para avaliar a dureza superficial e estimar propriedades mecânicas como limite de resistência. Zhu et. al (2010) propõe seu uso para a determinação de tensões residuais, essa pode ser feita comparando-se a projeção de área obtida em uma amostra livre de tensões e aquela obtida em uma amostra onde existem tensões residuais ou analisando a interação entre a pressão do endentador e a tensão residual pela avaliação da deformação por cisalhamento. Em ambos os casos é necessário medir de forma adequada a área deformada durante o ensaio para se obter a medida precisa da tensão residual presente no objeto, Zhu et. al (2010) medem a tensão residual por comparação entre 2 amostras de aço AISI 1045 com dimensões de 25mm x 15mm x 8mm, uma delas com a tensão residual presente, outra isenta dela e na sequencia compara os resultados obtidos com aqueles de um ensaio de Raio X. A partir dos dados obtidos foi plotada uma curva média carga x profundidade para cada uma das amostras. Foram adotadas as equações (51) e (52) para 32 determinar as tensões residuais de natureza trativa e compressiva respectivamente, onde σR é a tensão residual conforme definido anteriormente, A é a projeção do endentador na peça com tensões residuais, A0 é a projeção na amostra livre de tensões residuais, H é a dureza do material e α é o ângulo de ponta do endentador, no caso desse experimento temos α igual a 24,7. σ R = H 1 − σR = A0 A A H 1 − 0 sen(α ) A Eq. (51) Eq. (52) Tensões residuais de natureza trativa o material irá deformar plasticamente com uma carga menor se comparado a uma amostra isenta de tensões internas, no caso de tensões internas compressivas, a carga requerida será maior que a observada em uma amostra isenta desse tipo de tensão para uma mesma profundidade. Para fazer a correção da área deformada para continuar usando as equações (51) e (52), Zhu et. al (2010) propõem a equação (53), essa é uma função de altura efetiva de contato (hc), mostrada graficamente na Figura 2.6. Em (53) as constantes C0 até C8, são obtidas em procedimentos calibrados, esses não foram descritos em seu trabalho. Figura 2.6: Perfil de contato entre endentador e material. Fonte: Zhu, L., ( 2 0 1 0). 8 2− n A = ∑ C n (hc ) Eq. (53) n =0 Os autores encontraram com a metodologia proposta uma tensão residual de -117 ± 32 MPa, e em sua medição com Raio-X encontraram -114 ± 20 MPa, isso 33 representa um desvio de aproximadamente 2,63% em relação a uma técnica consagrada para esse tipo de medição. Gauthier et. al (1997) afirma que o método Barkhausen se baseia no movimento abrupto do campo magnético em materiais ferromagnéticos durante uma mudança de magnetização, se esse tipo de material for magnetizado em um campo de intensidade crescente, pulsos de tensão são induzidos em uma bobina próxima da amostra. Esse movimento e provocado por mudanças de densidade de fluxo e mudanças na fronteira devido a pontos de ancoragem como contornos de grãos, vazios, espaços laminares, inclusões e discordâncias. Sob a influência do campo magnético externo a amostra irá alinhar seu vetor de magnetização com aquele do campo externo e então aumentará de tamanho e mudar sua orientação em 90° ou 180° com o aumento de intensidade do campo magnético. O grau de magnetização da amostra varia conforme a anisotropia do material, essa é influenciada pela estrutura cristalina, anisotropia induzida por tensões, recozimento magnético, e deformação plástica não uniforme. A energia total de um campo de ruído magnético de Barkhausen é dado pela equação (54) onde α e β são parâmetros de ajuste e θ é o ângulo entre o campo magnético de Barkausen e o campo de varredura aplicado, por exemplo, nos aços não magnetizados, não submetidos a tensões os vetores de magnetização tendem a se alinhar na direção [1 0 0], a direção de mais fácil magnetização do cristal. U = α cos 2 (θ ) + β Eq. (54) Medições de ruído magnético de Barkhausen (MBN) indicam que a intensidade do campo aumenta com tensões de natureza trativa e diminuem com tensões de natureza compressiva, como os níveis de deformação estão relacionados com o nível de ruído magnético, dessa forma pode-se quantificar o nível de tensão. Para medir a tensão residual precisa-se de duas amostras, uma com carregamento conhecido, que pode ser uniaxial ou biaxial, esse ultimo apresenta melhores resultados segundo os autores. No trabalho analisado foi usada uma amostra com carregamento uniaxial para levantar a curva de calibração. 34 Gauthier et. al (1997) conclui que o método do ruído magnético de Barkhausen (MBN) é apropriado para medir apropriadamente tensões superficiais de até ± 25 MPa, desde que os aparatos estejam corretamente calibrados, as curvas de calibração definem o intervalo dentro do qual as medições podem ser feitas corretamente, o método usado apresenta resultados compatíveis com os obtidos por difração de raio X, secção e furação. Lindgren e Tepistö (2003) investigaram a potencial aplicação do método do ruído magnético de Barkhausen para avaliação de tensões residuais em aços duplex. Concluíram que é possível determinar as tensões residuais na fase ferrítica, no entanto não foi possível avaliar estas tensões na fase austenítica. Ju et. al (2003) em seu estudo usaram o método do ruído magnético de Barkhausen com calibração baseada na ZTA para verificar os efeitos da variação da microestrutura e a distribuição de tensões residuais em uma solda tubular de aço API X65. Eles concluíram que a microestrutura afeta as leituras pelo método de Barkhausen, que a tensão residual máxima obtida é encontrada na linha central da solda e seu módulo equivale a 35% do limite de escoamento do material, e que a ZTA e o metal de base apresentaram tensões residuais compressivas. Desvaux et. al (2004) apresenta o método do ruído magnético de Barkhausen, comparando-o com o método de difração de raio X para a medição de tensões residuais superficiais presentes em esferas e pistas de rolamentos para mancais usados na indústria aeronáutica. Em seu experimento, os autores observaram que uma carga não centralizada na pista interna do mancal após ciclo de serviço, indicando que o método pode ser usado como critério para avaliação de mancais durante a manutenção e para analise das condições que levam esses mancais a ter uma carga com distribuição irregular, além disso, afirmam que o método é uma alternativa viável para este tipo de medição na indústria por apresentar resultados eu um intervalo de tempo curto, não exigir contato direto com a amostra a ser analisada e ser adequado para a geometria de mancais de rolamento. Kleber e Barroso (2010) estudaram as tensões residuais desenvolvidas no tratamento de endurecimento por shot peening do aço inox austenítico 304L pelo método do ruído magnético de Barkhausen. Eles concluíram que o método pode ser 35 usado na medição de tensões residuais neste tratamento e para quantificar as fração em volume de martensita, que a intensidade do campo aumenta com a profundidade do shot peening devido a uma combinação de tensões residuais e aumento da fração de martensita na amostra, esta quando foi deformada plasticamente, se observou mudanças no campo magnético. Yelbay et. al (2010) mediram tensões residuais pelo método do ruído magnético de Barkhausen em soldas planas em aço API 5L grau X70 e seu resultados foram verificados através de ensaios pelo método de furação, medições de dureza e analises de microestrutura. Eles concluíram que o método apresenta bons resultados para medir tensões residuais superficiais desde que o instrumento seja calibrado adequadamente levando sem conta a variação de microestrutura ao longo da solda. Sorsa et. al (2012) investiga o uso de medições pelo método do ruído magnético de Barkhausen (MBN) para a medição de tensões residuais e dureza, o experimento é dividido em etapas de pré-processamento de sinal, geração de sinal, identificação do modelo, e sua validação. Foi adotado o modelo de regressão linear multivariável, este foi escolhido por apresentar bons resultados em experimentos anteriores de diversos autores. Foi verificado pelos autores após a validação do método com dados de controle, que a maioria das medições apresenta resultados coerentes com a literatura, nos pontos onde isso não ocorre, os autores acreditam que se devem a iteração entre as propriedades do material e os sinais de Barkhausen obtidos. Sorsa et. al (2012) conclui que o método é adequado para a medição de tensões residuais, dureza e pode ser usado para levantar outras propriedades mecânicas. Gür (2002) afirma que as tensões residuais são criadas por gradiente de temperatura e mudanças de fase que ocorrem durante o tratamento, ao mesmo tempo se desenvolvem deformações para compensar a variação de volume. Em seu estudo o autor propõe um método para avaliar por raio X o efeito da geometria no desenvolvimento de tensões residuais e mudança de microestrutura, como primeiro passo foi avaliado o efeito de diferentes tratamentos térmicos em cilindros maciços, o segundo passo consiste em aplicar o tratamento térmico que produziu a menor 36 tensão residual é aplicado a cilindros com furos de diferentes diâmetros e variados graus de excentricidade. O autor concluiu que para um dado tratamento térmico, o tamanho da peça é determinante para o desenvolvimento de tensões residuais, no caso das peças vazadas o gradiente de espessura e função da excentricidade foi obtido e no caso particular do aço C60 foi observada uma variação do nível de tensões residuais com a espessura e a excentricidade dos tubos. Gou et. al (2011) em seu experimento avalia a tensão residual nas paredes internas de tubulações em serviço comparando-as com medições obtidas de tubos novos soldados e analise de tensões, nos tubos em serviço foram medidas as tensões por difração de raio X nas paredes externas, enquanto que nos tubos novos foram feitas medições nas paredes interna e externa. O experimento tem como objetivo obter as dados para analise de tensões e de falhas em tubos em serviço. Os autores concluíram que para os tubos novos fora de serviço as tensões residuais na face interna variam entre 0,8 e 1,05 vezes o limite de escoamento e na parede externa não passam de 0,4 vezes o limite de escoamento, a tensão residual máxima medida é paralela a solda e ocorre em uma região de 40 mm de largura ao redor da solda e que a composição de carregamento com tensão residual podem levar a corrosão sob tensão e fadiga com corrosão em tubulações em serviço sendo observado que a Zona Termicamente Afetada (ZTA) é a região mais frágil. McNelis et. al (2013) apresentaram um novo método para determinar as tensões residuais em um componente através de uma malha de deformações deduzidas a partir de deslocamentos de pico obtidos através de medições em pontos discretos. Eles concluíram que a partir do uso de feixes de raio X de alta energia e sincronia foi possível determinar as tensões residuais ao longo de toda espessura. Van Swygenhoven e Van Petegem (2013) explicam em seu artigo como podem ser usadas as técnicas de difração de raios-X pulverizada e de Laue combinadas respectivamente com deformações trativas e compressivas durante os ensaios para desacoplar o efeito da microestrutura e do carregamento durante as medições. 37 Kwon et. al (2013) em seu estudo investigaram a evolução de tensões residuais em grão grosseiros de uma liga Fe-Mn-Si-Cr e sua dependência em relação a transformações martensíticas e orientação do grão, onde as variações de tensões foram quantificadas através de difração de raios X. Eles concluíram que a magnitude das tensões residuais compressivas nas amostras está relacionada com transformações martensíticas. Sato et. al (2013) analisaram a distribuição de parâmetros microestruturais ao longo da seção de arames de aço perlítico trefilados a frio através de análise de perfis lineares e tensões residuais através de difração de raios X de feixes dispersos. Eles observaram que a tensão residual é inversamente proporcional ao raio, sendo de 700 MPa no centro do arame e caído pela metade na superfície, que o tamanho do grão na superfície é superior aquele observado no centro, este efeito pode estar associado ao calor gerado pelo atrito entre a superfície e a alma do arame, e que a medida que o raio aumenta diminui a densidade das discordâncias, este efeito pode ser associado a deformação compressiva sofrida pelo centro do arame. Meismer et. al (2013) buscaram quantificar as tensões residuais na superfície de amostras de NiTi após feixe de elétrons com derretimento de superfície onde foi usado o método generalizado que combina diferentes geometrias de BraggBrentano e leva em conta variações do módulo de elasticidade. Eles concluíram que o modelo adotado é eficiente para a determinação de tensões residuais em revestimentos levando-se em conta a variação do módulo de elasticidade, e este ultimo pode ser verificado por microdureza. Pierce e Linton (2006) em seu experimento analisaram por difração de nêutrons as deformações em uma seção calandrada de uma chapa de controle e aquelas em uma solda em chapas planas, esta técnica de medição foi usada por ser um ensaio não destrutivo (END) capaz de medir campos de tensão tridimensionais. O objetivo do estudo é ampliar a compreensão da variação dos campos de tensão residual ao longo de soldas planas e em T feitas com alto grau de restrição e chapas grossas, isto é, chapas a partir de 30mm de espessura, as estruturas de interesse que levaram ao estudo destas geometrias foram vasos de pressão e tanques de 38 armazenamento produzidos a partir de chapas calandradas e com soldas com as geometrias citadas anteriormente. Os autores concluíram que as chapas calandradas apresentam tensões residuais da mesma ordem de grandeza daquelas encontradas em chapas soldadas, que quando são feitas duas soldas em laterais de uma chapa, a primeira apresenta tensões trativas superiores aquelas observadas na segunda, e que as tensões máximas observadas nas soldas são da mesma ordem de grandeza do limite de escoamento dos consumíveis de soldagem. Withers (2007) em seu artigo revisa os princípios básicos para a dedução das deformações em uma dada direção através dos picos observados na difração de nêutrons, demonstra como podem ser determinadas as tensões residuais a partir das deformações com modelagem elástica. O autor conclui a partir dos experimentos realizados que o método é adequado para a medição de deformações residuais, para avaliação de fase e características de grão. Segundo Sanderson e Shen (2010), o método de medição por ultrassom utiliza 1 transmissor e 2 receptores acoplados a peça para gerar e detectar as ondas respectivamente, o ultrassom gerado a laser é operacionalmente análogo ao modelo tradicional, porém não requer contato com a peça. Os métodos citados não apresentavam medições precisas para campo de tensão não uniformes na época. Por esta razão os autores em seu experimento realizaram analise de elementos finitos para verificar a eficácia do ultrassom gerado por laser na medição de tensões residuais. Os autores concluíram que existe correlação entre o comportamento da onda e as tensões residuais presentes na superfície até uma profundidade de aproximadamente 0,3 mm e que é possível aumentar a profundidade trabalhando-se com frequências mais baixas. Braga et. al (2013) realizaram uma análise comparativa entre os resultados obtidos por medições de tensões residuais feitas pelo método do contorno com aquelas feitas por difração de nêutrons em soldas planas em aço estrutural S35 que sofreram laminação após a soldagem para aliviar tensões residuais. Foi verificado que os 2 ensaios apresentam resultados similares e que a laminação realmente 39 alivia as tensões transformando a atenção residual trativa próxima da solda em compressiva e diminuindo a magnitude da compressão dentro da ZTA. Jiang et. al (2013) buscaram em seu estudo estabelecer uma relação entre alivio de tensões residuais e a distância de corte de amostras em grandes estruturas usando simulações numéricas e ensaios experimentais, onde a difração de nêutrons foi usada para determinar a distribuição de tensões e verificar os resultados das simulações. Em seu trabalho eles obtiveram duas relações para o comprimento de corte necessário para alívio de tensões, uma baseada no principio de Saint-Venant e outra simplificada, baseada em seus resultados, foi observado que o comprimento máximo que pode ser cortado da solda sem ocorrer alivio das tensões é de aproximadamente 6 vezes o comprimento característico e 12 vezes a espessura das chapas. Haigh et. al (2013) em seu trabalho realizou medições de tensões residuais por difração de neutrons em 2 soldas tubulares em aço inox austenítico, a primeira com preenchimento até a metade da espessura do tubo e a segunda com preenchimento total, com os objetivos de avaliar a mudança no perfil de tensões com o enchimento da solda, e para validar o modelo em elementos finitos desenvolvido as tensões residuais com o enchimento de soldas tubulares. Foi observado dos resutados obtidos que o modelo em elementos finitos apresentou um perfil de tensões compatível com aquele obtido a partir das medições, porém com valores maiores, isto pode ser atribuído ao fato de o modelo considerar endurecimento isotrópico. Uzun e Bilge (2011) buscaram em seu experimento medir as tensões residuais equivalentes e definir a fronteira da Zona Fundida (ZF) em uma solda composta por 3 passes em chapas de aço AISI 316L usando a técnica de imersão por ultrassom. No experimento são utilizadas 2 chapas, a primeira onde são realizados os passes e a segunda como uma amostra de controle, as tensões residuais na chapa soldada foram determinadas comparando-se a velocidade da onda na chapa na chapa soldada com aquela obtida na chapa de controle. Os autores concluíram que as tensões são altas na Zona Termicamente Afetada (ZTA), que o método aplicado apresenta resultados coerentes quando 40 comparados com experimentos anteriores na fronteira da Zona de fusão, porém, não consegue medir o estado de tensões na zona fundida. Javadi e Najafabadi (2013) compararam as medições com ondas de contato e imersão de tensões residuais desenvolvidas em soldas dissimilares de aço inox 304 com aço carbono ASTM A106. Foi observado no experimento que não existe diferença significativa nos resultados obtidos com as ondas citadas, cabendo ao usuário definir qual método usar. 2.4. Avaliação de Características Mecânicas Até então foram apresentados os fundamentos dos métodos que vêm sendo usados para a medição de tensões a partir de diversos estudos recentes dos quais os ensaios destrutivos e semi-destrutivos consideram que as peças estão submetidas ao regime linear-elástico e os não-destrutivos identificam apenas o nível de tensão por comparação com aqueles obtidos com os de amostras isentas de tensão. No caso especial de tensões residuais em soldas é preciso analisar com mais cuidado o estado de tensões, deformações, temperaturas, a geometria das soldas, suas restrições. Dowling (2007) ao analisar o mecanismo de fluência afirma que “o movimento de átomos, vacâncias, discordâncias ou moléculas dentro do material sólido ocorrem de modo dependente do tempo, e mais rapidamente em temperaturas mais altas.” Em materiais cristalinos a taxa de deformação possui relação de dependência com tensão aplicada e temperatura absoluta de acordo com a equação (54) onde R é a constante universal dos gases, d é o tamanho médio dos grãos, A, m, q e a energia de ativação Q são variáveis do material que dependem do mecanismo de difusão. Q Aσ m − RT ε= q e d T • Eq. (54) 41 Tabela 1: Coeficientes de fluência para mecanismos físicos. Mecanismo m q Descrição Escoamento por difusão (Fluência de Nabarro-Herring) Escoamento por difusão (Fluência de Cobre) Deslizamento de contorno de grão Fluência de discordâncias 1 2 1 3 2 2 ou 3 3a 8 0 Difusão de vacância através da rede cristalina. Difusão de vacâncias ao longo de contornos de grão. Deslizamento acomodado pela difusão de vacancas através da rede cristalina (q=2) ou ao longo do contorno de grão (q=3). Movimentação de discordâncias que escalam sobre obstáculos micro estruturais Fonte: Dowling, (2007). De acordo com ASM (1998) é responsabilidade de quem contrata ou fabrica estabelecer os critérios de aceitação de procedimentos de soldagem, para isso podem ser adotados ensaios metalográficos, ensaios não destrutivos para avaliar a integridade da solda, ensaios de tração, dobramento e dureza a ser executados em amostras confeccionadas nas mesmas condições para verificar se a solda possui as propriedades mecânicas desejadas. As amostras devem ser retiradas conforme Figura 2.7. ASME (2010) também afirma que é responsabilidade de quem contrata ou fabrica estabelecer os critérios de aceitação de procedimentos de soldagem, além disso, apresenta o numero de amostras mínimo que deve ser retirado para qualificação de procedimentos de soldagem de acordo com a espessura, orientações de como cortar as amostras. Figura 2.7: Locais recomendados para corte de amostras para ensaios de tração e dobramento. Fonte: ASM HANDBOOK, (1998). 42 Conforme descrito anteriormente os ensaios de tração e testes metálograficos são extensivamente usados para qualificar procedimentos de soldagem, sabe-se ainda que o ensaio de tração é uma ferramenta eficaz para se caracterizar as propriedades mecânicas do material, e que existe relação entre a dureza superficial do material sem tratamentos superficiais como cementação, nitretação e outros com o limite de resistência. Dowling (2007) ao tratar do ensaio de dureza diz que “as deformações causadas pelo durômetro tem magnitude similar aquelas que ocorrem no limite de resistência do ensaio de tração. No entanto, uma diferença importante é que o material não pode escoar livremente, produzindo um estado triaxial de tensões abaixo do endentador”. Para o mesmo autor ainda apresenta uma relação empírica, adequada para aços carbono de baixa, media resistência e aços liga, para se obter o limite de resistência em MPa a partir da dureza Brinell medida (55), onde σu é o limite de resistência e HB é a dureza Brinell em kgf/mm2. σ u = 3,45HB Eq. (55) Benghini et. al (2006) buscou em seu experimento obter um método geral para se obter a curva tensão-deformação a partir da curva carga-penetração obtida em ensaio de dureza com endentador esférico. Como resultado, os autores obtiveram um método para levantar as curvas de tensão-deformação a partir do ensaio de dureza para aços, ligas de cobre e alumínio com o qual é possível obter o modulo de elasticidade, o limite de escoamento e o coeficiente de endurecimento por deformação n. Yan et. al (2007) tentaram desenvolver uma técnica para avaliar os resultados de ensaios de dureza com endentador cônico nos quais as amostras estão endurecidas por encruamento e submetidas a tensões residuais equi-biaxiais. Foi demonstrado que uma deformação representativa pode ser adotada quando uma tensão residual esta presente, desta forma o limite de escoamento e o endurecimento por encruamento podem ser determinados por análise reversa. Larsson (2011) buscou diferenciar tensões residuais trativas e compressivas a partir de medições de dureza com endentadores pontiagudos. O estudo concluiu que as características da impressão durante os ensaios com tensões residuais 43 compressivas são muito diferentes daquelas livres de tensões, informa que são necessários novos estudos principalmente para tensões de maiores magnitudes. Podemos concluir que tanto o consagrado ensaio de tração quanto o ensaio de dureza podem ser adotados para obter as propriedades mecânicas e caracterizar o estado de tensões presentes amostras soldadas. 44 CAPÍTULO III MATERIAIS E MÉTODOS APLICADOS A PESQUISA Para o experimento foram selecionadas 9 chapas de aço carbono AISI 1020, sendo as 8 primeiras para a execução das soldas com 75 x 198 mm, ver Figura 3.1, e a última como amostra de controle para os ensaios de tração. Figura 3.1: Amostras Utilizadas no experimento. Os chanfros para a soldagem das chapas foram produzidos por fresamento com ângulo de 45º, 5 mm de lado e um diâmetro de eletrodo, isto é, 3,25 mm de espaçamento entre as peças a ser soldadas, ver Figura 3.2. Figura 3.2: Esboço de geometria de soldagem. As soldas foram feitas pelo processo de soldagem com eletrodo revestidos (SMAW) com fonte de corrente constante ESAB LHI 425 tendo sido usados 45 eletrodos E7018 de 3,25 mm de diâmetro com 70 ksi de resistência mínima, solda em todas as posições, com revestimento básico com adição de pó de ferro. A Figura 3.3 mostra a fonte de soldagem e as características do eletrodo utilizado. Figura 3.3: a) Fonte de soldagem. b) Dados dos eletrodos. a) b) As soldas foram feitas com 4 características distintas, a primeira livre de restrições confeccionada com as chapas 1 e 2, a segunda com restrição total realizada através de ponteamento das chapas 3 e 4 em bancada de aço carbono, a terceira com restrições paralelas ao cordão de solda realizada com as chapas 5 e 6, a quarta com restrições perpendiculares ao cordão de solda foi confeccionada com as chapas 7 e 8. Estas montagens podem ser vistas na Figura 3.4. Figura 3.4.: a) Solda das chapas 1 e 2, solda sem restrições. b) Solda das chapas 3 e 4, solda com restrição total. c) Solda das chapas 5 e 6, solda com restrições paralelas ao cordão. d) Solda das chapas 7 e 8, solda com restrições perpendiculares ao cordão. a) b) c) d) 46 No caso da solda sem restrições foram utilizadas orelhas ponteadas as chapas para eliminar defeitos no inicio e no final do cordão de solda, ver Figura 3.4, estes impediram a medição da altura na região próxima ao cordão para os passes de raiz, 1 2 e 3. Foram usadas chapas de apoio para as soldas com restrição paralela e perpendicular ao cordão com 5/16” de espessura. A cada passe foram feitas medições do comprimento, da largura e da altura das chapas, nas extremidades e próximo aos cordões e então foram calculados suas respectivas médias e desvios padrão. Parâmetros de soldagem como tensão, corrente e tempo de execução por passe foram registrados por filmagens realizadas com uma câmera digital General Electric modelo X5. As velocidades foram calculadas considerando-se o comprimento da peça dividido pelo tempo de soldagem. As medições das dilatações foram realizadas com um paquímetro Universal Série 125 da Starrett modelo B com as características informadas na Tabela 3.1. Tabela 3.1: Faixa de medição dos paquímetros Starrett série 125 com respectivas resoluções. Modelo Milímetro Polegada Faixa de Medição A 0,02 0,001 Resolução B 0,05 1/128 150 a 300mm / 6 a 12” A ±0,02 ±0,001 Exatidão B ±0,05 ±0,002 Fonte: Starrett., (2008). De cada solda foram feitos 06 ensaios de tração com dimensões conforme norma ASTM (2004) e adotadas as recomendações da ASME (2011), para os 03 ensaios de microdureza Vickers, as amostras metalográficas foram preparadas conforme ASTM, (2001). “Amostras para serem polidas para exame metalográfico normalmente tem área entre 12 e 25 mm2, ou ter um diâmetro variando entre 12 e 25 mm se a amostra for cilíndrica. A altura da amostra não deve ser maior que aquela necessária para o manuseio adequado durante o polimento” (ASTM, 2001). No experimento foram cortadas 7 amostras com aproximadamente 40 mm de largura e ZTA na região central da amostra para avaliar as variações das tensões residuais ao longo da seção, entre ZTA e ZF, ao longo do cordão e potenciais 47 mudanças de microestrutura que podem ocorrer nesta região da peça. Destas amostras foram selecionadas apenas 3 para os ensaios de microdureza e metalografia, as amostras identificadas na Figura 3.5 como c, g e k, esta escolha foi feita para obtermos uma dispersão estatística dos dados adequada, para que possa ser avaliada a variação da dureza ao longo da solda e para avaliar os efeitos de borda no início e final da solda. No preparo das amostras foram usadas lixas com granulometria 180, 240, 360, 480, 600, 800, 1200 e a Politriz Arotec Aropol 2V com oxido de alumina. Para os ensaios de microdureza foi usado um microdurômetro Vickers Mitutoyo Hardeness Testing Machine HM 100 com uma carga de 0,5 kgf e espaçamento entre as endentações de 1,2 mm e distância entre linhas horizontais de 3 mm. A Figura 3.5 e a Tabela 3.2 mostram as larguras das amostras para os ensaios de tração e microdureza. Figura 3.5.: Larguras das amostras para ensaios de tração, microdureza. Tabela 3.2.: Largura em milímetros das amostras para ensaios de tração, microdureza e metalografia. a b c d e f g h i j k l m Chapas 1x2 5,70 10,00 18,90 10,00 16,90 10,00 17,00 10,00 20,20 10,00 17,10 10,00 5,50 Chapas 3x4 10,00 10,00 16,25 10,00 16,10 10,00 10,85 10,00 15,00 10,00 12,20 10,00 11,50 Chapas 5x6 11,85 10,00 17,70 10,00 16,60 10,00 14,75 10,00 15,60 10,00 14,80 10,00 8,50 Chapas 7x8 16,10 10,00 16,40 10,00 15,10 10,00 13,30 10,00 13,00 10,00 18,80 10,00 7,35 48 Para a amostra de controle (chapa 9) foram cortados 5 corpos de prova conforme coluna Subsize Specimen da Tabela 3.3, que foram submetidos a ensaios de tração para determinar o limite de escoamento, a tensão máxima, o limite de ruptura do material. Os mesmos foram usinados da amostra conforme o esboço apresentado na Figura 3.6. Tabela 3.3: Geometria e dimensões de corpos de prova. Dimensões em mm Amostras padrão Amostras finas Tipo Chapa Tipo folha Dimensões Nominais 6 mm 40 mm 12,5 mm G – Comprimento de tracionamento 200,0±0,2 50,0±0,1 25,0±0,1 W – Largura 40,0±0,2 12,5±0,2 6,0±0,1 T - espessura Espessura do material R – Raio de adoçamento 25 12,5 6 L – Comprimento total 450 200 100 A – Comprimento com seção 225 57 32 reduzida B – Comprimento da seção de 75 50 30 fixação C – Largura da seção de fixação 50 20 10 Fonte: ASTM, (2004). Figura 3.6: Esboço para usinagem dos corpos de prova da chapa de controle. 49 CAPÍTULO IV MEDIÇÕES DE DESLOCAMENTO, TRAÇÃO E MICRODUREZA 4.1. Introdução Durante a soldagem das chapas 3 e 4 foi observado que os pontos inferiores desenvolveram trincas não passantes após o passe 1 de solda, estes foram então reforçados para a execução dos passes 2, 3 e 4. Algum tempo após o passe 4, o ultimo a ser executado, os pontos superiores romperam, indicando que o carregamento residual presente na peça ultrapassou o limite de ruptura para os pontos superiores. Na etapa de corte das amostras para os ensaios de microdureza e durante o fresamento dos corpos de prova para os ensaios de tração, foi observado pelo operador da fresa que os discos de corte precisaram ser afiados ou trocados 2 vezes quando as chapas 3x4 e 7x8 foram trabalhadas, as amostras das soldas restantes foram confeccionadas sem troca de ferramenta ou parada para afiá-la. As evidências apresentadas indicam que as soldas 3x4 e 7x8, apresentam uma dureza superior a da solda sem restrição, e a da solda com restrições paralelas evidenciando que a mesma possui uma tensão residual com modulo superior ao limite de escoamento do AISI 1020. 4.2. Medições de deslocamentos. 4.2.1. Deslocamentos da solda sem restrições (Chapas 1x2) Ao medir os deslocamentos na solda sem restrições (Chapas 1x2), devido ao uso dos “babadores”, nos passes de raiz, 1, 2, 3 foram medições em milímetros da largura, comprimento e altura nas pontas das chapas, no ultimo passe, os “babadores” foram separados da junta soldada e então a chapa foi apoiada nas 4 pontas e as alturas foram medidas na região próxima a solda, após diversas medições foram calculadas as respectivas médias e desvios padrões conforme Tabelas 4.1, 4.2,4.3,4.4 e 4.5. 50 Após as soldas foi verificado que as espessuras das chapas 1 e 2 não sofreram alteração, logo a altura medida nas pontas equivale a espessura do material, isto é 3/8” juntamente com a flecha medida. Tabela 4.1: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz. Chapas 1x2 Sem restrições Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] Passe de Raiz Largura Comprimento 152,40 197,40 152,00 197,80 152,30 197,50 152,50 197,90 152,40 Média 152,32 197,65 Desvio 0,17 0,21 2,91 20-26 116 Altura (pontas) 9,75 9,75 9,75 10,65 9,98 0,05 Tabela 4.2: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1. Chapas 1x2 Sem restrições Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 2,61 20-26 116 Média Desvio Passe 1 Largura 151,80 152,20 151,20 151,83 0,29 Comprimento 197,90 197,40 197,90 197,40 Altura (pontas) 10,40 9,90 10,30 9,80 197,65 0,25 10,10 0,25 Tabela 4.3: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2. Chapas 1x2 Sem restrições Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 2,08 22-26 152 Média Desvio Passe 2 Largura 151,80 151,80 151,60 151,55 151,35 Comprimento 198,00 197,60 198,40 197,45 151,62 0,17 197,86 0,05 Altura (pontas) 10,35 10,20 10,75 9,50 9,50 9,65 10,10 9,30 11,40 11,00 10,18 0,67 51 Tabela 4.4: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3. Chapas 1x2 Sem restrições Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 2,08 22-26 152 Passe 3 Largura 151,25 151,00 151,55 151,05 Comprimento 198,00 197,45 197,50 198,00 Média Desvio 151,21 0,22 197,74 0,26 Altura (pontas) 11,75 9,60 10,40 10,45 12,40 9,80 9,90 10,15 10,56 0,93 Tabela 4.5: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4. Chapas 1x2 Sem restrições Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 3,74 22-26 152 Média Desvio Passe 4 Largura 151,30 150,75 150,90 151,25 151,10 151,06 0,19 Comprimento 197,90 198,50 198,25 199,60 197,80 198,41 0,65 Altura (pontas) 14,25 14,00 12,40 13,80 13,61 0,72 A partir das medições tomadas foi feita a Figura 4.1 que apresenta a seção transversal da amostra 1x2 por passe. Figura 4.1: Seções transversais da solda das chapas 1 e 2, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe. a) b) c) d) e) f) 52 As flechas foram calculadas conforme equação (56) onde hp é a altura medida nas extremidades das chapas e t é a espessura das chapas do experimento, como informado no capitulo 3 é de 3/8”. δ = hp − t (56) A tabela 4.6 apresenta os deslocamentos medidos nas pontas, próximo a solda onde foi possível, a espessura e as flechas calculadas por passe onde as flechas foram calculadas até o 3º passe conforme equação (56). Tabela 4.6: Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda sem restrições. Passe 0 Passe Raiz Passe 1 Passe 2 Passe 3 Passe 4 hp [mm] 0,000 9,725 10,100 10,175 10,556 10,325 hc [mm] 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 13,613 t [mm] 9,525 9,525 9,525 9,525 9,525 9,525 δ [mm] 0,000 0,450 0,575 0,650 1,031 3,288 Como a solda das chapas 1 e 2 está livre para se dilatar e devido a impossibilidade de medir a altura da amostra próxima a solda durante os passes de raiz, 1, 2 e 3 é assumido que a espessura das chapas se manteve constante ao longo do processo. 4.2.2. Deslocamentos da solda engastada (Chapas 3x4) Para as chapas 3 e 4 engastadas a bancada por pontos de solda foram feitas medições dos deslocamentos no comprimento, largura e espessura da chapa, estas medidas são apresentadas nas Tabelas 4.7, 4.8, 4.9, 4.10 e 4.11. Após as soldas foi verificado que as espessuras das chapas 3 e 4 não sofreram alteração, logo a altura medida nas pontas equivale a espessura do material, isto é 3/8” juntamente com a flecha medida. 53 Tabela 4.7: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz. Passe de Raiz Chapas 3x4 Engastada Velocidade [mm/s] 2,13 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 22,4-28,4 128 153,55 153,10 153,20 153,10 153,10 153,05 Média Desvio 153,18 0,17 197,50 197,65 197,70 198,00 198,00 198,00 198,00 197,84 0,20 11,10 9,90 10,05 9,40 10,40 11,20 Altura (Próximo Solda) 10,90 11,70 10,10 11,75 11,80 11,60 10,34 0,64 11,31 0,62 Altura (pontas) Tabela 4.8: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1. Passe 1 Chapas 3x4 Engastada Velocidade [mm/s] 3,19 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 25,6-32 176 152,80 152,70 152,55 152,80 152,55 153,40 153,20 153,30 197,85 197,80 198,00 198,00 197,80 197,70 198,00 198,00 152,91 0,37 197,89 0,11 Média Desvio Altura (pontas) 11,10 11,10 10,50 10,00 9,80 9,65 9,00 9,50 9,30 9,99 0,71 Altura (Próximo Solda) 10,75 11,05 9,80 11,50 11,80 10,70 11,60 10,20 10,93 0,66 Tabela 4.9: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2. Passe 2 Chapas 3x4 Engastada Velocidade [mm/s] 2,02 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 25,6-32 176 152,55 152,45 152,85 152,25 152,25 152,45 152,45 152,20 152,43 0,20 197,60 197,60 198,25 198,10 198,40 198,10 197,60 198,10 197,97 0,30 10,10 10,10 10,30 10,05 9,85 9,50 9,15 9,65 9,84 0,36 Média Desvio Altura (Próximo Solda) 10,65 11,60 9,80 11,15 11,65 10,65 9,65 11,00 10,77 0,70 54 Tabela 4.10: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3. Passe 3 Chapas 3x4 Engastada Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 2,91 Largura Comprimento Altura (pontas) 20,422,8 128 152,00 198,15 11,05 Altura (Próximo Solda) 10,70 152,10 152,10 152,20 152,00 152,10 152,20 198,25 197,60 197,60 197,90 198,40 198,00 152,10 0,08 197,99 0,29 9,65 9,25 9,40 10,00 10,00 10,15 10,95 10,06 0,62 11,60 11,40 9,50 10,80 11,30 11,60 10,50 10,93 0,67 Média Desvio Tabela 4.11: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4. Passe 4 Chapas 3x4 Engastada Velocidade [mm/s] 2,71 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 21,6-24 128 151,80 151,90 152,00 152,20 152,50 152,00 151,70 197,70 197,60 198,00 198,00 198,00 197,50 197,50 198,00 197,79 0,22 Média Desvio 152,01 0,25 Altura (pontas) 11,00 11,00 10,00 10,00 9,85 9,40 10,50 10,25 0,56 Altura (Próximo Solda) 11,10 12,15 11,50 12,10 11,40 10,00 11,05 12,00 11,41 0,67 A partir das medições tomadas foi feita a Figura 4.2 que apresenta a seção transversal da amostra 3x4 por passe. Figura 4.2: Seções transversais da solda das chapas 3 e 4, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe. a) b) c) d) e) f) 55 A flecha δ foi calculada conforme equação (60) onde hc é a altura medida próximo a solda, estes valores são apresentados na Tabela 4.12. δ = h p − hc (60) Tabela 4.12: Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda engastada. Passe 0 Passe Raiz Passe 1 Passe 2 Passe 3 Passe 4 hp [mm] 9,525 10,342 9,994 9,838 10,056 10,250 hc [mm] 9,525 11,308 10,925 10,769 10,925 11,413 δ [mm] 0,000 0,967 0,931 0,931 0,869 1,163 4.2.3. Deslocamentos da solda com restrições paralelas (Chapas 5x6) Para a solda das chapas 5 e 6 que foi realizada com restrições paralelas ao cordão de solda foram tomadas as medidas por passe apresentadas nas Tabelas 4.13, 4.14, 4.15, 4.16 e 4.17 a partir das quais foi calculada a flecha conforme equação (60), estes valores são apresentados na Tabela 4.18. Tabela 4.13: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz. Passe de raiz Chapas 5x6 Restrição Paralela Velocidade [mm/s] 1,98 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 20,6-23,6 112 152,40 152,30 152,40 152,40 152,50 152,40 152,40 152,55 197,55 197,60 198,10 198,00 198,00 197,60 198,20 198,00 Média Desvio 152,42 0,07 197,88 0,24 Altura (pontas) 9,31 9,66 9,06 10,46 10,16 9,56 9,66 9,31 9,66 9,65 0,41 Altura (Próximo Solda) 9,16 10,16 9,06 9,11 9,26 9,26 9,06 9,06 9,21 9,26 0,38 56 Tabela 4.14: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1. Passe de 1 Chapas 5x6 Restrição Paralela Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 2,23 Largura Comprimento Altura (pontas) 21,624,8 128 151,15 198,00 9,41 Altura (Próximo Solda) 8,91 152,15 152,15 152,35 152,00 152,10 151,90 198,00 197,60 197,60 197,70 198,15 198,00 197,55 197,83 0,22 9,46 9,61 9,96 9,26 9,46 9,26 9,46 9,49 0,21 9,21 8,76 9,16 8,96 9,16 9,06 8,66 8,99 0,19 Média Desvio 151,97 0,36 Tabela 4.15: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2. Passe 2 Chapas 5x6 Restrição Paralela Velocidade [mm/s] 2,71 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 21,6-24,8 128 151,95 151,70 151,50 151,55 151,65 151,60 151,80 197,55 197,50 197,60 198,00 198,15 198,00 197,95 197,50 Média Desvio 151,68 0,13 197,78 0,25 Altura (pontas) 10,11 9,76 9,36 9,16 8,96 10,11 9,86 9,31 9,91 9,66 0,41 Altura (Próximo Solda) 8,41 7,81 8,01 8,16 8,21 8,16 7,86 8,16 8,10 0,18 Tabela 4.16: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3. Passe 3 Chapas 5x6 Restrição Paralela Velocidade [mm/s] 3,14 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 20,8-24,4 132 151,90 151,5 151,20 151,30 151,50 151,60 151,35 151,55 151,49 197,60 198,30 197,55 198,00 198,00 198,00 198,15 197,5 197,89 9,96 10,01 10,11 10,16 9,96 10,21 9,71 9,66 9,98 Altura (Próximo Solda) 7,66 8,11 7,71 7,66 7,66 7,96 7,66 7,76 7,78 0,20 0,27 0,19 0,16 Média Desvio 57 Tabela 4.17: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4. Passe 4 Chapas 5x6 Restrição Paralela Velocidade [mm/s] Tensão [V] Corrente [A] 3,19 Largura Comprimento Altura (pontas) 20,824,4 132 151,70 197,30 11,66 Altura (Próximo Solda) 6,51 151,60 151,30 151,30 151,20 151,10 151,60 151,30 151,39 0,20 197,60 197,55 198,00 198,00 198,15 197,05 198,00 197,83 0,28 10,26 10,36 11,01 9,86 10,06 10,06 9,46 10,34 0,65 6,86 8,36 8,06 6,56 6,96 8,11 7,76 7,40 0,70 Média Desvio A partir das medições tomadas foi feita a Figura 4.3 que apresenta a seção transversal da amostra 5x6 por passe. Figura 4.3: Seções transversais da solda das chapas 5 e 6, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quaro passe. a) b) c) d) e) f) Tabela 4.18: Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda com restrições paralelas ao cordão. Passe 0 Passe Raiz Passe 1 Passe 2 Passe 3 Passe 4 hp [mm] 9,525 9,651 hc [mm] 9,525 9,263 δ [mm] 0,000 0,389 9,488 9,656 9,975 10,344 8,988 8,100 7,775 7,400 0,500 1,556 2,200 2,944 58 4.2.4. Deslocamentos da solda com restrições perpendiculares (Chapas 7x8) Para a solda das chapas 7 e 8 que foi realizada com restrições perpendiculares ao cordão de solda foram tomadas as medidas por passe apresentadas nas Tabelas 4.19, 4.20, 4.21, 4.22 e 4.23 a partir das quais foi calculada a flecha conforme equação (60), estes valores são apresentados na Tabela 4.24. Tabela 4.19: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe de raiz. Passe de Raiz Chapas 7x8 Restrição Perpendicular Velocidade [mm/s] 1,65 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 20,4-22 100 152,05 152,10 152,20 152,40 152,45 152,60 152,60 152,55 152,49 0,45 198,00 197,70 198,00 197,65 198,00 197,70 198,00 197,90 197,87 0,15 9,06 9,16 10,21 10,11 9,36 9,26 9,76 10,06 9,63 0,44 Média Desvio Altura (Próximo Solda) 10,26 9,41 9,46 9,46 9,36 9,46 9,36 9,46 9,53 0,28 Tabela 4.20: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 1. Passe 1 Chapas 7x8 Restrição Perpendicular Velocidade [mm/s] 2,475 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 24-26 160 151,60 152,35 151,70 152,20 151,90 151,85 152,00 151,85 151,93 0,23 198,00 197,65 198,00 197,60 198,00 197,60 198,00 197,60 197,81 0,19 9,16 9,26 26,19 10,16 9,16 9,21 10,61 10,46 11,78 5,48 Média Desvio Altura (Próximo Solda) 9,41 9,36 9,06 9,06 9,51 9,46 9,21 9,66 9,34 0,20 59 Tabela 4.21: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 2. Passe 2 Chapas 7x8 Restrição Perpendicular Velocidade [mm/s] 3,194 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 22,8-26 156 151,55 151,95 151,60 151,80 151,70 151,60 151,60 151,65 151,68 0,12 198,00 197,70 198,50 197,65 198,00 197,65 198,00 197,65 197,89 0,28 10,56 9,46 9,56 11,06 10,86 9,46 9,56 11,16 10,21 0,72 Média Desvio Altura (Próximo Solda) 9,06 8,96 8,96 8,96 8,66 9,06 8,81 8,56 8,88 0,15 Tabela 4.22: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 3. Passe 3 Chapas 7x8 Restrição Perpendicular Velocidade [mm/s] 3,882 Largura Comprimento Tensão [V] Corrente [A] 22,8-26 156 155,45 151,60 151,50 151,50 151,55 151,50 151,55 151,60 Média Desvio 151,53 0,05 197,80 198,60 197,60 198,10 198,10 197,60 198,20 197,60 198,10 197,97 0,32 9,96 10,36 11,81 11,21 10,26 10,56 11,56 11,76 Altura (Próximo Solda) 9,16 8,86 10,26 8,56 9,06 8,81 8,56 8,06 10,94 0,69 8,92 0,60 Altura (pontas) Tabela 4.23: Parâmetros de soldagem e deslocamentos medidos para passe 4. Passe 4 Chapas 7x8 Restrição Perpendicular Velocidade [mm/s] 3,414 Largura Comprimento Altura (pontas) Tensão [V] Corrente [A] 22,8-26 156 151,30 151,30 151,30 151,30 151,25 151,20 151,20 151,25 198,20 198,00 198,00 197,70 197,70 198,10 197,70 198,00 11,26 11,11 11,86 12,26 13,06 13,06 11,46 11,66 Altura (Próximo Solda) 9,16 9,46 8,36 9,36 8,46 9,26 9,61 8,51 151,26 0,00 197,93 0,19 11,97 0,71 9,03 0,31 Média Desvio 60 A partir das medições tomadas foi feita a Figura 4.4 que apresenta a seção transversal da amostra 7x8 por passe. Figura 4.4: Seções transversais da solda das chapas 7 e 8, a) antes da solda, b) após o passe de raiz, c) após o primeiro passe, d) após o segundo passe, e) após o terceiro passe, f) após o quarto passe. b) a) c) d) e) f) Tabela 4.24: Medições nas pontas, próximo a solda e Flechas por passe para a solda com restrições perpendiculares ao cordão. Passe 0 Passe Raiz Passe 1 Passe 2 Passe 3 Passe 4 hp [mm] 9,525 9,625 11,778 10,213 10,938 11,969 hc [mm] 9,525 9,531 9,344 8,881 8,919 9,025 δ [mm] 0,000 0,094 2,434 1,331 2,019 2,944 4.3. Ensaios de Tração 4.3.1. Ensaios de tração para a amostra de controle. Conforme descrito no capitulo de materiais e métodos a estimativa das propriedades mecânicas do aço de referência, isto é, limite de escoamento σe, limite de resistência σrt e limite de ruptura σrp do material foram determinados como a média dos valores obtidos a partir dos ensaios de tração realizados nos 5 corpos de prova confeccionados. 61 Figura 4.5: Corpos de prova da amostra de controle após afratura durante ensaio de tração. A Figura 4.5 apresenta os 5 corpos de prova da amostra de controle rompidos, os valores do limite de escoamento, limite de tensão e limite de ruptura, bem como suas medias e desvios são apresentados na Tabela 30. A partir das tensões obtidas do ensaio, com as dimensões da seção transversal informadas de 6 x 10 mm foram calculadas as cargas aplicadas até o escoamento, até o limite de resistência e o limite de ruptura da amostra, multiplicando-se as respectivas tensões pela área da seção informada no relatório. A partir destas cargas foram calculadas as tensões por amostra dividindo-se as cargas pela seção real, isto é, 6 x 9,525 mm de onde foram obtidos os valores calculados na Tabela 4.25. A partir dos valores calculados para as 5 amostras de controle forma calculados os valores médios para o limite de escoamento, limite de resistência e limite de ruptura. Tabela 4.25: Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 5 corpos de prova da amostra de controle. Tensões Corrigidas [kgf/mm2] Cargas [kgf] Dimensões reais [mm] CP σe σrt σrp Fe Frt Frp lar ura Espessura 1 11,86 50,38 36,01 678,00 2879,40 2058,00 6,00 9,53 57,15 2 10,67 49,09 35,75 609,60 2805,60 2043,00 6,00 9,53 57,15 3 10,59 50,27 36,37 605,40 2872,80 2078,40 6,00 9,53 57,15 4 13,08 49,44 35,32 747,60 2825,40 2018,40 6,00 9,53 57,15 5 11,39 51,45 36,58 651,00 2940,60 2090,40 6,00 9,53 57,15 Média 11,52 50,13 36,00 0,92 0,50 Dp 1,02 Área 62 4.3.2. Ensaios de tração para a solda 1x2. Para os corpos de prova da solda 1x2 foi adotado ajuste semelhante ao feito para as amostras de controle, onde a partir das tensões limite de escoamento σe, limite de resistência σrt e limite de ruptura σrp foram calculadas as respectivas cargas aplicadas durante o ensaio, multiplicando-se as tensões informadas pela área informada no relatório, e a partir destas, calculadas as tensões corrigidas para a seção nominal dos corpos de prova. A Figura 4.6 mostra os 6 corpos de prova da solda 1x2 rompidos, os valores do limite de escoamento, limite de tensão e limite de ruptura, bem como suas médias e desvios são apresentados na Tabela 4.26. Figura 4.6: Corpos de prova da solda 1x2 após afratura durante ensaio de tração. A partir da Figura 4.6 e considerando-se que a largura da ZTA calculada foi de 10,37 mm, foi observado que todos os corpos de prova desta solda romperam fora da ZTA, no metal de base, onde espera-se que as propriedades mecânicas sejam iguais as medidas nas amostras de controle. 63 Tabela 4.26: Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 1x2. Tensões Corrigidas [kgf/mm2] CP σe σrt σrp b 12,80 52,08 41,83 d 9,46 53,39 f 11,28 h Cargas [kgf] Fe Frt Dimensões reais [mm] Frp largura Espessura Area 731,40 2976,60 2390,40 6,00 9,53 57,15 43,32 540,60 3051,00 2475,60 6,00 9,53 57,15 54,10 43,53 644,40 3091,80 2487,60 6,00 9,53 57,15 7,27 53,01 21,94 415,20 3029,40 1254,00 6,00 9,53 57,15 j 12,25 53,18 43,53 700,20 3039,00 2487,60 6,00 9,53 57,15 l 9,60 52,80 45,09 548,40 3017,40 2577,00 6,00 9,53 57,15 Média 10,44 53,09 39,87 Dp 2,06 0,67 8,84 A partir dos dados da Tabela 4.26 foi plotado o gráfico σe(x), onde x é a coordenada média do corpo de prova no cordão, é apresentado na Figura 4.7 juntamente com o valor médio calculado e o valor médio calculado para a amostra de controle, neste ponto chamado de limite de escoamento de referência. Figura 4.7: Limite de escoamento da solda 1x2 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova. 4.3.3. Ensaios de tração para a solda 3x4 Para os corpos de prova da solda 3x4 foi adotado ajuste semelhante ao feito para as amostras de controle, onde a partir das tensões limite de escoamento σe, limite de resistência σrt e limite de ruptura σrp foram calculadas as respectivas cargas aplicadas durante o ensaio, multiplicando-se as tensões informadas pela área 64 informada no relatório, e a partir destas, calculadas as tensões corrigidas para a seção nominal dos corpos de prova. Figura 4.8: Corpos da solda 3x4 após afratura durante ensaio de tração. A Figura 4.8 mostra os 6 corpos de prova da solda 3x4 rompidos, os valores do limite de escoamento, limite de tensão e limite de ruptura, bem como suas médias e desvios são apresentados na Tabela 4.27. A partir da Figura 4.8 e considerando-se que a largura da ZTA calculada foi de 10,37 mm, foi observado que todos os corpos de prova desta solda romperam fora da ZTA, no metal de base, onde espera-se que as propriedades mecânicas sejam iguais as medidas nas amostras de controle. 65 Tabela 4.27: Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 3x4. Tensões Corrigidas [kgf/mm2] Cargas [kgf] Dimensões reais [mm] CP σe σrt σrp Fe Frt Frp b 24,9 1 21,9 6 18,9 1 14,6 8 21,0 3 13,0 2 19,0 8 4,52 50,8 9 50,2 9 48,8 9 49,3 4 50,1 1 50,3 1 49,9 7 0,73 42,9 8 43,7 8 37,3 8 41,5 7 42,5 9 40,6 4 41,4 9 2,30 1423,8 0 1255,2 0 1080,6 0 2908,2 0 2874,0 0 2794,2 0 2820,0 0 2863,8 0 2875,2 0 2456,4 0 2502,0 0 2136,0 0 2376,0 0 2434,2 0 2322,6 0 d f h j l Médi a Dp 838,80 1201,8 0 744,00 largur Espessur a a Area 6,00 9,53 57,15 6,00 9,53 57,15 6,00 9,53 57,15 6,00 9,53 57,15 6,00 9,53 57,15 6,00 9,53 57,15 4.3.4. Ensaios de tração para a solda 5x6. Para os corpos de prova da solda 5x6 foi adotado ajuste semelhante ao feito para as amostras de controle, onde a partir das tensões limite de escoamento σe, limite de resistência σrt e limite de ruptura σrp foram calculadas as respectivas cargas aplicadas durante o ensaio, multiplicando-se as tensões informadas pela área informada no relatório, e a partir destas, calculadas as tensões corrigidas para a seção nominal dos corpos de prova. A Figura 4.9 mostra os 6 corpos de prova da solda 5x6 rompidos, os valores do limite de escoamento, limite de tensão e limite de ruptura, bem como suas medias e desvios são apresentados na Tabela 4.28. A partir da Figura 4.9 e considerando-se que a largura da ZTA calculada foi de 10,37 mm, foi observado que todos os corpos de prova desta solda romperam fora da ZTA, no metal de base, onde espera-se que as propriedades mecânicas sejam iguais as medidas nas amostras de controle. 66 Figura 4.9: Corpos da solda 5x6 após afratura durante ensaio de tração. Tabela 4.28: Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 5x6. Tensões Corrigidas [kgf/mm2] σe σrt σrp 10,03 50,74 27,04 CP b d f h j l Média Dp 11,54 9,88 10,16 10,25 10,75 10,43 0,62 50,79 53,35 52,36 52,55 51,34 51,85 1,06 42,18 43,77 44,31 44,27 45,10 41,11 6,96 Cargas [kgf] Dimensões reais [mm] Fe 573,00 Frt 2899,80 Frp 1545,60 659,40 564,60 580,80 585,60 614,40 2902,80 3049,20 2992,20 3003,00 2934,00 2410,80 2501,40 2532,60 2530,20 2577,60 largura Espessura 6,00 9,53 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 9,53 9,53 9,53 9,53 9,53 Area 57,15 57,15 57,15 57,15 57,15 57,15 4.3.5. Ensaios de tração para a solda 7x8. Para os corpos de prova da solda 7x8 foi adotado ajuste semelhante ao feito para as amostras de controle, onde a partir das tensões limite de escoamento σe, limite de resistência σrt e limite de ruptura σrp foram calculadas as respectivas cargas aplicadas durante o ensaio, multiplicando-se as tensões informadas pela área informada no relatório, e a partir destas, calculadas as tensões corrigidas para a seção nominal dos corpos de prova. 67 Figura 4.10: Corpos da solda 7x8 após afratura durante ensaio de tração. A Figura 4.10 mostra os 6 corpos de prova da solda 7x8 rompidos, os valores do limite de escoamento, limite de tensão e limite de ruptura, bem como suas medias e desvios são apresentados na Tabela 4.29. A partir da Figura 4.10 e considerando-se que a largura da ZTA calculada foi de 10,37 mm, foi observado que todos os corpos de prova desta solda romperam fora da ZTA, no metal de base, onde espera-se que as propriedades mecânicas sejam iguais as medidas nas amostras de controle. Tabela 4.29: Cargas e tensões limite de escoamento, resistencia e ruptura para os 6 corpos de prova da solda 7x8. CP b d f h j l Média Dp Tensões Corrigidas [kgf/mm2] σe σrt σrp 9,87 55,16 45,21 12,34 54,91 45,73 6,25 53,36 44,14 9,64 54,54 43,97 7,25 52,81 42,93 6,66 54,71 44,69 8,67 2,36 54,25 0,94 44,44 0,99 Cargas [kgf] Fe 564,35 705,43 357,00 551,21 414,12 380,42 Frt 3152,45 3138,17 3049,64 3117,4 3018,22 3126,75 Dimensões reais [mm] Frp 2583,54 2613,24 2522,42 2512,71 2453,30 2553,84 largura 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 6,00 Espessura 9,53 9,53 9,53 9,53 9,53 9,53 Area 57,15 57,15 57,15 57,15 57,15 57,15 68 4.4. Ensaio de Microdureza Vickers. 4.4.1. Medições iniciais Conforme citado no capítulo de materiais e métodos, foram selecionadas para os ensaios de microdureza as amostras c, g e k, nas quais foram realizados os ensaios de microdureza Vickers (HV). Todos os passes foram feitos com 1,2 mm de distância entre os pontos e com espaçamento de 3 mm entre os passes, cada passe começou a partir do final do anterior conforme indicado nas figuras 38, 42, 46 e 50, a linha traço-e-ponto demarca a ZTA. A Zona Termicamente Afetada (ZTA) teve sua largura determinada pelo procedimento apresentado em ASM (1998) sabendo-se que a espessura nominal t das chapas é de 3/8” ou 9,525 mm, H é o aporte térmico em J/s.mm, calculado conforme a equação (66), η é a eficiência térmica do processo, V é a diferença de potencial do processo, I a corrente do processo, v a velocidade de deslocamento do eletrodo, Tp a temperatura de pico, assumida como a temperatura de austenitização do material, Tm a temperatura de fusão do material, ρ é a densidade do material, Cp o calor especifico a pressão constante, e T0 a temperatura inicial, neste caso a temperatura ambiente. H= 1 = T p − T0 ηVI v 4,13ρC p tY H (66) + 1 Tm − T0 (67) Rearrumando a equação (67) para isolar a largura da ZTA definida como Y é obtida a equação (68). Para calcular a largura da ZTA são assumidos os maiores valores de tensão e corrente de soldagem e a menor velocidade de deslocamento, respectivamente 32V, 176A e 1,65 mm/s. Y= H (Tm − T p ) 4,13ρC p t (T p − T0 )(Tm − T0 ) (68) 69 A temperatura inicial T0 assumida é de 32ºC, a temperatura média registrada no aeroporto de Ponta Pelada em Manaus, por ser o ponto de medição oficial de dados meteorológicos mais perto do local onde as soldas foram feitas. A temperatura de fusão Tm e a temperatura de austenitização Tp do material são respectivamente 1530ºC e 740ºC de acordo com Mei (2010). O produto ρCp, é definido por ASM (1998) como calor específico volumétrico com valor de 0,0044 J/mm3.ºC para aços com baixo teor de carbono. A eficiência de soldagem η e assumida como 70%, a menor eficiência com o processo de soldagem por eletrodo revestido (SMAW) conforme Tabela 4.30. Tabela 4.30: Rendimento térmico para os principais processos de soldagem. Fonte: Modenesi, P., Marques P., Santos, D., 2011. Introdução a Metalurgia da Soldagem. Para o modelo apresentado nas equações (66), (67) e (68) foi encontrado um aporte térmico H de 2389,33 J/mm que produziu uma ZTA com aproximadamente 10,34 mm de largura para as soldas realizadas. A equação (55) apresentada na revisão bibliográfica pode ser usada para se determinar a tensão limite de resistência do material em MPa, no entanto, para calcula-la em kgf/mm2 ela deve ser dividida por 9,8 resultando na equação (69) σ rt = 0,35HV (69) Para a solda das chapas 1x2, sem restrições o esboço da matriz de pontos de medição é apresentado na Figura 4.11. 70 Figura 4.11: Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra. a) b) c) 71 As Figuras 4.12, 4.13 e 4.14 apresentam as microdurezas medidas por ponto e por passe sendo, respectivamente referentes as amostras c, g e k da solda 1x2, feita sem restrições. Figura 4.12: Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 1x2, a) Passe 1 medido próximo a superfície, b) Passe 2 medido 1,5 mm acima da linha central, Passe 3 medido 1,5 mm abaixo da linha central, d) Passe 4 medido 3 mm abaixo do passe 3. a) b) c) d) Figura 4.13: Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 1x2, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) 72 Figura 4.14: Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 1x2, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Para as amostras extraídas da solda das chapas 3x4, engastada os esboços das matrizes de pontos são apresentados na Figura 4.15. Figura 4.15: Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra. a) b) c) 73 As Figuras 4.16, 4.17 e 4.18 mostram as microdurezas medidas por ponto e por passe sendo, respectivamente referentes as amostras c, g e k da solda 3x4, engastada. Figura 4.16: Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 3x4, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Figura 4.17: Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 3x4, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central a) b) c) 74 Figura 4.18: Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 3x4, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Para as amostras extraídas da solda das chapas 5x6, com restrições paralelas os esboços das matrizes de pontos são apresentados na Figura 4.19. Figura 4.19: Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra. a) b) c) 75 As Figuras 4.20, 4.21 e 4.22 mostram as microdurezas medidas por ponto e por passe sendo, respectivamente referentes as amostras c, g e k da solda 5x6, com restrições paralelas ao cordão. Figura 4.20: Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 5x6, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Figura 4.21: Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 5x6, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) 76 Figura 4.22: Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 5x6, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Para as amostras extraídas da solda das chapas 7x8, com restrições paralelas os esboços das matrizes de pontos são apresentados na Figura 4.23. Figura 4.23: Esboços de matriz de pontos de medição de microdureza, a) corpo de prova extraído da extremidade esquerda, b) corpo de prova extraído do centro da amostra, c) corpo de prova extraído da extremidade direita da amostra. a) b) c) 77 As Figuras 4.24, 4.25 e 4.26 mostram as microdurezas medidas por ponto e por passe sendo, respectivamente referentes as amostras c, g e k da solda 7x8, com restrições perpendiculares ao cordão. Figura 4.24: Microdurezas Vickers medida na amostra c da solda 7x8, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) Figura 4.25: Microdurezas Vickers medida na amostra g da solda 7x8, a) Passe 1 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 3 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) 78 Figura 4.26: Microdurezas Vickers medida na amostra k da solda 7x8, a) Passe 3 medido 3 mm acima da linha central, b) Passe 2 medido na linha central, c) Passe 1 medido 3 mm abaixo da linha central. a) b) c) 79 CAPÍTULO V ANÁLISE, DISCUSSÕES E RESULTADOS 5.1. Estudo comparativo das flechas Para as flechas podemos ajustar as curvas obtidas para a flecha em função do passe δ(n), onde os parâmetros a e b também estão associados a características de material, condições de resfriamento, geometria e restrições. A Figura 5.1 mostra as flechas por passe para cada condição de soldagem. δ (n) = an + b Eq. (61) Para o ajuste da reta representada pela equação (61) foram arbitrada que a reta passaria pelo ponto determinado pelo passe de raiz, ou passe 1 no gráfico e pelo ponto determinado pelo penúltimo passe, ou passe 4, pois estes pontos foram os que apresentaram o melhor ajuste da reta. Pode ser observado que para as soldas sem restrições e engastada as flechas apresentaram tendência linear até o 4º passe no caso das duas primeiras soldas, até o passe 1 no caso da última e então a curva sofreu uma inflexão e manteve o comportamento linear, porem mudou os coeficientes a e b. No caso da solda com restrições transversais foi observado que a curva pode ser ajustada por 3 retas conforme pode ser visto na Figura 5.5. As Figuras 5.2, 5.3 e 5.4 mostram as curvas de flechas em função do passe medidas juntamente com as calculadas a partir do ajuste, e a Tabela 5.1 apresenta os parâmetros a e b para cada solda e para cada intervalo entre passes. 80 Figura 5.1: Flechas para as soldas em função do passe, sendo 1 o passe de raiz, a) Para a solda das Chapas 1x2 sem restrições, b) Para a solda das Chapas 3x4 engastada, c) Para a solda das Chapas 5x6 com restrições paralelas ao cordão, d) Para a solda das Chapas 7x8 com restrições perpendiculares ao cordão. a) b) c) d) Figura 5.2: Flechas para a solda das Chapas 1x2 sem restrições, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear. 81 Figura 5.3: Flechas para a solda das Chapas 3x4 engastada, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear. Figura 5.4: Flechas para a solda das Chapas 5x6 com restrições paralelas, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear. Figura 5.5: Flechas para a solda das Chapas 7x8 com transversais, curva azul obtida a partir das medições, curva em vermelho apresenta as deformações obtidas por passe para o ajuste linear. 82 Tabela 5.1: Coeficientes angulares e de translação para as retas de ajuste das flechas em função dos passes, onde δ(n)=an+b. Passes 1-2 Passes 2-3 Passes 3-4 Passes 4-5 Soldas a b a b a b a b 1x2 0,19375 0,25625 0,19375 0,25625 0,19375 0,25625 2,25625 3x4 -0,03264 0,999306 -0,03264 0,999306 -0,03264 0,999306 5x6 0,111111 0,277778 0,8145 3 -1,12917 0,814583 -1,12917 -7,9938 0,29375 0,30 25 0,814583 -1,1292 7x8 2,3875 -2,34063 -1,10313 4,640625 0,80625 -1,0875 0,80625 -1,0875 Conforme citado anteriormente, os coeficientes angulares e de translação das funções de flecha das chapas soldadas carregam dentro deles características de material, geometria, e condições de resfriamento que poderão ser investigadas em maiores detalhes em trabalhos futuros. 5.2. Ensaios de Tração: 5.2.1. Determinação do Coeficiente de Resistência e do Expoente de Endurecimento por Encruamento. Fez-se necessário calcular o coeficiente de resistência (K) e o expoente de endurecimento por encruamento (n) para as amostras de controle, pois o valor de K irá ser usado quando estivermos convertendo os dados de microdureza obtidos em tensões limite de escoamento e de resistência. O modelo usado para a obtenção destes paramentos é o modelo da ASTM (2000), este é apresentado nas equações (62), (63), (64) e (65), a partir deste modelo e conhecendo-se os limites de escoamento e de resistência, bem como suas deformações de engenharia podemos determinar os parâmetros K e n. ε= ∆l l0 σ real = σ (1 + ε ) l ε real = ln = ln(1 + ε ) l0 σ real = F n = Kε real A (62) (63) (64) (65) 83 A Tabela 5.2 apresenta os limites de escoamento e de resistência, suas deformações, módulo de elasticidade, os parâmetros K e n calculados por corpo de prova, suas médias e desvios padrões. Tabela 5.2: Propriedades mecânicas das amostras de controle. CP Tensões Relatório [kgf/mm2] σe σrt Deformações Relatório E[kgf/mm2] εe εrt Tensões Reais [kgf/mm2] σe σrt Deformações Reais εe n K [kgf/mm2] εrt 1 11,30 47,99 287,37 0,0393 0,4000 11,74 67,19 0,0386 0,3365 0,8052 161,5001 2 3 10,16 10,09 46,76 4 ,88 281,35 275,12 0,0361 0,4000 10,53 0,0367 0,4000 10,46 65,46 0,03 0,3365 0,8124 67,03 0,0360 0,3365 0,8313 158,5958 165,7853 12,46 47,09 10,85 49,01 Média 10,972 47,746 266,25 261,84 274,386 0,0468 0,4000 13,04 65,93 0,0457 0,3365 0,8119 0,0414 0,4000 11,30 68,61 0,0406 0,3365 0,8529 0,040 0,400 11,415 66,844 0,039 0,336 0,823 159,6365 173,7404 163,852 10,503 0,004 4 5 Dp 0,971 0,877 0,000 1,057 1,228 0,004 0,000 0,019 6,173 5.2.2. Análise de tensões para a solda 1x2. A partir dos dados da Tabela 5.3 foi plotado o gráfico σe(x), onde x é a coordenada média do corpo de prova no cordão, é apresentado na Figura 5.6 juntamente com o valor médio calculado para a amostra de controle, neste ponto chamado de limite de escoamento de referência. Figura 5.6: Limite de escoamento da solda 1x2 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova. 84 A partir da Figura 5.6 pode ser observado que o valor médio da tensão de escoamento calculado para as amostras da solda 1x2 é de 10,44 kgf/mm2 sendo aproximadamente 1,08 kgf/mm2 inferior ao limite de escoamento médio das amostras de controle, isto indica que a tensão residual média presente na peça é de natureza trativa e desta magnitude. Também pode ser observado que o limite de escoamento de referência e ultrapassado somente nos pontos a 13,76 mm e 151,23 mm da origem da solda de tensões de 1,28 kgf/mm2 e 0,73 kgf/mm2 respectivamente, indicando que nestes pontos a tensão residual foi compressiva. As demais tensões também são de natureza trativa e inferiores ao limite de escoamento de referência com valores entre 4,25 kgf/mm² e 0,25 kgf/mm². A tabela 36 apresenta os limites de escoamento médio para as amostras da solda 1x2, os limites de escoamento dos corpos de prova da solda 1x2, o limite de escoamento de referência, as diferenças entre os limites de escoamentos medidos e o de referência (Δσ) e a tensão residual calculada σR com suas respectivas coordenadas ao longo do eixo de soldagem. Tabela 5.3: Limite de escoamento para corpos de prova da solda 1x2, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x. x [mm] σe 1x2 medio σe 1x2 (x) σe ref ∆σ σR 13,76 10,44 12,80 11,52 1,28 -1,28 48,78 10,44 9,46 11,52 -2,06 2,06 81,79 10, 11,28 11,52 -0,24 0,24 14,91 10,44 7,27 11,52 -4,25 4,25 151,23 10,44 12,25 11,52 0,73 -0,73 184,44 10,44 9,60 11,52 -1,92 1,92 5.2.3. Análise de tensões para a solda 3x4. A partir dos dados da Tabela 5.4 foi plotado o gráfico σe(x), onde x é a coordenada média do corpo de prova no cordão, este é apresentado na figura 33 juntamente com o valor médio calculado e o valor médio calculado para as amostras de controle, neste ponto chamado de limite de escoamento de referência. 85 Figura 5.7: Limite de escoamento da solda 3x4 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova. A partir da Figura 5.7 pode ser observado que o limite de escoamento médio da solda 3x4 é 7,56 kgf/mm2 superior ao limite de escamento de referência para o material, indicando que em média esta solda está submetida a uma tensão desta magnitude de natureza compressiva. Esta solda está sujeita a tensões residuais compressivas em todo seu comprimento, estas variando entre -13,39 kgf/mm2 a 18,84 mm do inicio da solda e 1,50 kgf/mm2 a 177,66 mm do inicio da solda. Observa-se neste caso que as tensões residuais de maior módulo encontramse na primeira metade da solda e a no ponto a 147, 78 mm da origem da solda. A tabela 38 apresenta os limites de escoamento médio para as amostras da solda 3x4, os limites de escoamento dos corpos de prova da solda 3x4, o limite de escoamento de referência, as diferenças entre os limites de escoamentos medidos e o de referência (Δσ) e a tensão residual calculada σR com suas respectivas coordenadas ao longo do eixo de soldagem. Tabela 5.4: Limite de escoamento para corpos de prova da solda 3x4, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x. x [mm] σe 3x4 medio σe 3x4 (x) σe ref ∆σ σR 18,8 19,08 24,91 11,52 13,39 -13,39 52,78 19,08 21,96 11,52 10,44 -10,44 86,56 19,08 18,91 11,52 7,39 -7,39 115,09 19,08 14,68 11,52 3,16 -3,16 147,78 19,08 21,03 11,52 9,51 -9,51 177,66 19,08 13,02 11,52 1,50 -1,50 86 5.2.4. Análise de tensões para a solda 5x6. A partir dos dados da Tabela 5.5 foi plotado o gráfico σe(x), onde x é a coordenada média do corpo de prova no cordão, este é apresentado na Figura 5.8, juntamente com o valor médio calculado e o valor médio calculado para as amostras de controle, neste ponto chamado limite de escoamento de referência. Figura 5.8: Limite de escoamento da solda 5x6 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova. Ao analisar a Figura 5.8 pode se observar que o limite de escoamento médio da solda 5x6 é 1,09 kgf/mm2 inferior ao limite de escoamento de referência indicando que a mesma possui tensões residuais majoritariamente trativas ao longo da solda. A 54,10 mm do inicio da solda a tensão de escoamento medida é de 11,54 kgf/mm2, isto é, 0,02 kgf/mm2 superior ao limite de escoamento de referência, indicando que este é o único ponto desta solda onde a tensão residual é compressiva. As tensões residuais nos demais pontos nesta solda são de natureza trativa e variam entre 0,77 kgf/mm2 a 181,82 mm do inicio da solda a 1,49 kgf/mm2 a 20, 03 mm do inicio da solda, também pode ser observado que as maiores tensões residuais se encontram na metade inicial da solda. 87 Tabela 5.5: Limite de escoamento para corpos de prova da solda 5x6, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x. x [mm] σe 5x6 medio σe 5x6 (x) σe ref ∆σ σR 20,03 10,43 10,03 11,52 -1,49 1,49 54,10 10,43 11,54 11,52 0,02 -0,02 87,07 10,4 9,88 11,52 -1, 4 1,64 118,18 10,43 10,16 11,52 -1,36 1,36 150,15 10,43 10,25 11,52 - ,27 1,27 181,32 10,43 10,75 11,52 -0,77 0,77 A Tabela 5.5 apresenta os limites de escoamento médio para as amostras da solda 5x6, os limites de escoamento dos corpos de prova da solda 5x6, o limite de escoamento de referência, as diferenças entre os limites de escoamentos medidos e o de referência (Δσ) e a tensão residual calculada σR com suas respectivas coordenadas ao longo do eixo de soldagem. 5.2.5. Análise de tensões para a solda 7x8. A partir dos dados da Tabela 5.6 foi plotado o gráfico σe(x), onde x é a coordenada média do corpo de prova no cordão, este é apresentado na Figura 5.9 juntamente com o valor médio calculado e o valor médio calculado para as amostras de controle, neste ponto chamado de limite de escoamento de referência. Figura 5.9: Limite de escoamento da solda 7x8 em função da coordenada x, limite de escoamento de referencia e valor médio do calculado para os 6 corpos de prova. 88 Pode ser visto da Figura 5.9 que o limite de escoamento médio da solda 7x8 é de aproximadamente 8,67 kgf/mm2, sendo aproximadamente 2,85 kgf/mm2 menor que o limite de escoamento de referência, isto indica que esta solda esta sujeita a uma tensão residual de natureza trativa com modulo equivalente a diferença citada anteriormente. O corpo de prova a 56,99 mm de distância da origem da solda apresenta um limite de escoamento de 12,34 kgf/mm², este é 0,82 kgf/mm² superior ao limite de escoamento de referência, indicando que a amostra tinha nesta região uma tensão residual compressiva com este módulo. Nos demais pontos, a diferença entre o limite de escoamento do respectivo corpo de prova e o de referência, variou em módulo entre 1,64 kgf/mm² em x igual a 24,26 mm e 5,27 kgf/mm² em x igual a 88,41 mm, neste caso as maiores tensões residuais observadas foram aquelas na segunda metade da solda. Tabela 5.6: Limite de escoamento para corpos de prova da solda 7x8, limite de escoamento de referência e tensão residual ao longo do eixo x. x [mm] σe 7x8 medio σe 7x8 (x) σe ref ∆σ σR 24,26 8,67 9,87 11,52 -1,64 1,64 56,99 8,67 12,34 11,52 0,82 -0,82 88,41 8,67 6,25 11,52 -5,27 5,27 118,04 8,67 9,64 11,52 -1,87 1,87 147,36 8,67 7,25 11,52 -4,27 4,27 182,49 8,67 6,66 11,52 -4,86 4,86 A Tabela 5.6 apresenta os limites de escoamento médio para as amostras da solda 7x8, os limites de escoamento dos corpos de prova da solda 7x8, o limite de escoamento de referência, as diferenças entre os limites de escoamentos medidos e o de referência (Δσ) e a tensão residual calculada σR com suas respectivas coordenadas ao longo do eixo de soldagem. 89 5.3. Ensaios de Microdureza Vickers. 5.3.1. Análise de microdureza para a solda sem restrições (Chapas 1x2) A partir das medidas realizadas para a solda 1x2, sem restrições foram calculados os valores médios da dureza por passe e por amostra dentro da região da zona fundida com ZTA, estes são apresentados na Tabela 5.7. Durezas Medidas Tabela 5.7: Valores medidos de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 1x2. Amostra c Amostra g Amostra k Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe 1 2 3 4 1 2 3 1 2 3 N 174,0 161,1 155,9 164,2 155,5 174,2 184,6 171,8 175,2 189,5 1 165,5 171,0 167,0 161,1 160,7 178,3 200,6 182,6 164,8 200,9 2 173,4 184,8 171,9 173,9 161,6 186,9 208,6 170,9 167,7 189,1 3 191,9 174,8 168,8 163,8 174,7 171,8 215,8 173,5 185,8 214,5 4 203,2 185,2 164,8 168,0 165,8 184,9 219,9 174,6 185,6 208,9 5 199,2 185,4 169,5 175,3 172,7 178,1 204,4 192,7 175,6 203,7 6 204,0 169,8 156,4 171,9 178,9 176,7 211,0 187,3 188,1 183,5 7 164,0 183,9 176,9 138,9 177,9 166,0 212,6 190,8 172,9 179,2 8 199,8 174,9 179,9 171,1 207,4 181,2 9 211,6 157,8 176,8 206,3 185,1 10 191,6 168,4 210,1 11 212,3 179,9 201,8 12 211,8 13 207,9 14 Média 193,59 174,87 166,40 164,64 171,07 176,44 206,93 181,05 176,96 172,48 Dp 17,42 10,11 7,26 11,58 8,46 6,63 8,95 8,00 8,72 12,65 A partir dos dados da Tabela 5.7 foram plotadas as curvas HV(z) para as mostras c, g e k conforme mostrado na Figura 5.10. Pode ser observado das figuras que quanto maior a altura maior a dureza indicando que cada passe trata termicamente o passe anterior. 90 Figura 5.10: Dureza média em função da altura para a solda 1x2. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k a) b) c) 5.3.2. Análise de microdureza para a solda engastada (Chapas 3x4) A partir das medidas realizadas nas soldas 3x4, engastada foram calculados os valores médios da dureza por passe e por amostra dentro da região da zona fundida com ZTA, estes são apresentados na Tabela 5.8. A partir dos dados da Tabela 5.8 foram plotadas as curvas HV(z) para as amostras c, g e k da solda 3x4 conforme mostrado na Figura 5.11. Pode ser observado na amostra g que quanto maior a altura maior a dureza indicando que cada passe trata termicamente o passe anterior. 91 Tabela 5.8: Valores médios de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 3x4. Durezas Medidas Passe 1 149,1 Amostra c Passe Passe 2 3 167,0 167,4 Passe 1 177,0 Amostra g Passe Passe 2 3 203,1 192,5 Passe 1 156,0 Amostra k Passe Passe 2 3 187,0 187,7 N 1 160,1 166,0 167,4 178,1 207,0 202,6 170,0 201,0 195,0 2 163,9 157,6 169,0 193,3 209,4 198,3 191,0 196,0 207,0 3 179,0 181,7 178,1 188,1 215,9 208,1 203,0 200,7 211,0 4 198,2 162,3 176,2 201,4 220,4 211,6 209,2 211,0 219,3 5 191,1 148,7 165,5 237,9 213,9 221,7 217,7 207,0 212,7 6 193,2 160,8 165,8 247,9 177,2 206,5 228,6 186,0 198,0 7 203,4 173,1 160,8 263,4 202,7 198,7 181,5 201,0 8 167,0 176,2 9 181,0 223,6 200,0 176,1 232,4 207,0 10 155,7 241,9 180,0 11 144,9 227,1 195,0 12 241,8 198,0 13 234,4 183,0 14 180,0 161,0 15 Média 174,64 164,65 168,78 217,89 206,20 205,90 193,21 193,02 200,88 Dp 19,73 9,96 5,72 28,75 13,25 9,45 20,25 13,90 13,44 No entanto, pode ser observado que para as amostras c e k da solda 3x4 que ocorre uma redução da dureza, mais acentuada na amostra k, na região central em relação a região localizada 3 mm abaixo, e posteriormente ela retorna a seu crescimento linear, este efeito deverá ser explicado posteriormente ao analisarmos as amostras metalográficas. Este possível efeito de borda precisa ser melhor investigado fazendo-se ensaios de microdureza em mais amostras intermediárias, isto é, em mais pontos ao longo do eixo x. Além disso, faz-se necessário avaliar a variação da microestrutura, tamanhos de grão, para uma maior compreensão do comportamento do material durante a solda. E avaliar a potencial presença de precipitados um inclusões oriundos da escória do processo de soldagem. Para analisar os efeitos descritos no paragafo anterior seria necessário realizar micro e macrografia das amostras antes dos ensaios. 92 Figura 5.11: Dureza média em função da altura para a solda 3x4. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k a) b) c) 5.3.3. Análise de microdureza para a solda com restrições paralelas (Chapas 5x6) A partir das medidas realizadas para a solda 5x6, com restrições paralelas ao cordão foram calculados os valores médios da dureza por passe e por amostra dentro da região da zona fundida com ZTA, estes são apresentados na Tabela 5.9. 93 Durezas Medidas Tabela 5.9: Valores médios de dureza da região delimitada pela Zona termicamente afetada para as amostras da solda 5x6. Amostra c Passe Passe Passe 1 2 3 223,4 162,7 177,0 Amostra g Passe Passe Passe 1 2 3 223,3 227,4 258,8 Amostra k Passe Passe Passe 1 2 3 174,7 177,8 154,9 N 232,1 166,8 202,0 260,3 245,3 249,0 179,7 177,3 171,9 2 207,3 203,4 209,6 294,1 290,0 249,0 175,3 195,7 218,3 3 217,2 221,5 204,0 287,4 307,8 249,0 191,8 194,9 215,4 4 203,5 214,3 193,3 315,5 284,8 265,4 186,6 192,2 217,1 5 193,8 242,3 213,5 262,9 282,3 277,1 175,4 191,5 223,5 6 221,5 220,9 226,7 265,1 282,3 273,2 183,4 179,8 226,8 7 208,3 209,8 216,8 280,8 243,7 273,2 187,2 167,6 214,1 8 231,5 210,4 216,0 297,0 253,5 263,6 175,2 181,1 195,3 9 1 208,2 289,9 213,3 10 203,4 217,2 229,7 11 193,3 260,8 234,7 12 196,1 239,6 218,3 13 194,9 14 195,3 15 185,9 Média 208,05 205,79 206,54 268,76 268,57 262,03 181,03 184,21 209,16 Dp 14,36 25,74 14,72 29,33 26,74 11,24 6,43 9,73 22,58 A partir dos dados da Tabela 5.9 foram plotadas as curvas HV(z) para as mostras c, g e k conforme apresentado na Figura 5.12. No caso das amostras g e k as durezas médias aumentam de um passe para o outro, indicando que cada passe trata termicamente o anterior e com isso o tamanho dos grãos naquela região aumenta e com isso diminui a dureza. 94 Figura 5.12: Dureza média em função da altura para a solda 5x6. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k a) b) c) 5.3.4. Análise de microdureza para a solda com restrições perpendiculares (Chapas 7x8) A partir das medidas realizadas para a solda 7x8, com restrições perpendiculares ao cordão foram calculados os valores médios da dureza por passe e por amostra dentro da região da zona fundida com ZTA, estes são apresentados na Tabela 5.10. 95 Durezas Medidas Tabela 5.10: Valores médios de dureza da região delimitada pela termicamente afetada para as amostras da solda 7x8. Amostra c Amostra g Amostra k Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe Passe 1 2 3 1 2 3 1 2 3 200,1 183,0 198,1 204,1 184,5 181,2 222,9 212,5 137,1 210,2 204,0 195,0 219,3 204,1 182,3 212,9 210,7 164,0 220,0 197,9 211,0 241,0 199,5 175,2 214,1 214,2 212,4 216,0 187,0 203,0 220,2 203,0 204,0 165,6 211,9 225,7 186,7 200,1 201,0 190,6 202,1 201,7 232,3 214,4 224,6 223,0 199,0 209,0 221,1 182,5 198,1 183,2 206,0 232,0 218,4 200,7 203,0 218,4 194,8 164,5 237,9 226,0 226,4 227,0 211,0 204,0 218,1 176,3 186,2 230,6 207,9 227,0 200,9 240,3 195,9 190,7 218,5 196,5 239,1 219,0 189,0 249,1 230,3 197,8 238,4 240,3 235,1 243,3 218,2 Média 207,13 197,84 203,01 224,98 193,35 186,65 210,60 210,48 216,93 Dp 13,69 8,97 5,25 17,14 10,77 13,78 24,44 9,32 28,67 Zona N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 A partir dos dados da tabela 46 foram plotadas as curvas HV(z) para as mostras c, g e k conforme apresentado na Figura 5.13. Pode ser observado que nas amostras c e k, a dureza diminui no passe 2 e sofre um salto do passe 2 para o 3, possivelmente devido a um efeito de borda. 96 Figura 5.13: Dureza média em função da altura para a solda 7x8. a) Para a amostra c; b) Para a amostra g; c) Para a amostra k. a) b) c) 97 No caso da amostra g as durezas médias aumentam de um passe para o outro, indicando que cada passe trata termicamente o anterior e com isso o tamanho dos grãos diminui com a altura e com isso aumenta a dureza. 5.3.5. Estudo comparativo das microdurezas A partir das observações citadas na seção 4.1. e do tratamento de dados realizado nas seções anteriores surgem os seguintes questionamentos: 1) As durezas da ZTA e da ZF da solda 3x4 é superior aquela observada para a solda 1x2 em todo o comprimento da solda? 2) As durezas da ZTA e da ZF da solda 3x4, em consequência as tensões residuais observadas nas mesmas são resultado da composição das mesmas variáveis observadas nas soldas 5x6 e 7x8? 3) As soldas 3x4 e 7x8 são realmente mais duras que as demais, fazendo jus as observações feitas durante o preparo das amostras? 4) Como varia o limite de escoamento na região inscrita a ZTA com a espessura? 5) Como varia o limite de escoamento na ZTA e na ZF ao longo do eixo de soldagem? Para responder as perguntas acima são plotadas as curvas HVZTA(x) e HVZF(x) para todas as amostras sendo que as Figuras 5.14 e 5.15 mostram estas curvas para as soldas 1x2 e 3x4. Figura 5.14: Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2 e 3x4 98 Figura 5.15: Dureza média da ZF em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2 e 3x4 Como pode ser visto, as durezas nas Zonas Fundida (ZF) e Zona Termicamente Afetada (ZTA) para a solda engastada (solda 3x4), são ao longo de quase toda a solda superiores aqueles observados para a solda livre de restrições (solda 1x2) indicando que esta encontra-se submetida a tensões residuais superiores. Para a pergunta 2 foram plotadas as curvas da ZF e ZTA em função da distância da origem da solda para as soldas engastada (solda 3x4), com restrições paralelas (solda 5x6) e com restrições perpendiculares ao cordão (solda 7x8), ver Figuras 5.16 e 5.17. Figura 5.16: Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 3x4, 5x6 e 7x8 99 Figura 5.17: Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 3x4, 5x6 e 7x8 Pode ser visto que a solda com restrições paralelas ao eixo de soldagem (5x6) possui uma dureza superior a da solda engastada (3x4) e a da solda com restrições perpendiculares (7x8) a direção de soldagem. As Figuras 5.18 e 5.19 mostram as durezas na Zona Termicamente Afetada (ZTA) e na Zona Fundida (ZF) para todas as soldas analisadas no experimento. Estas irão prover as informações necessárias para responder as perguntas 2 e 3 no inicio da seção. Figura 5.18: Dureza média da ZTA em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2, 3x4, 5x6 e 7x8. 100 Figura 5.19: Dureza média na ZF na em função da distância para a origem da solda para as soldas 1x2, 3x4, 5x6 e 7x8. Da Figura 5.18 podemos observar que as ZTAs das soldas 5x6 e 7x8 são as mais duras, sendo a primeira mais dura praticamente pelo cordão todo, e a segunda deixa de ser a segunda mais dura nas proximidades do centro do cordão. Ao analisarmos a ZF observamos algo parecido, porém a solda 3x4 passa a ter segunda ZF mais dura por um trecho maior da solda. As soldas 3x4 e 7x8 podem ter apresentado maior desgaste das ferramentas devido a sequência de cortes das amostras, desgaste já existente das ferramentas e no caso da solda 3x4 na região central do cordão por ter efetivamente a segunda ZF mais dura. Para responder as perguntas 4 e 5 faz-se necessário converter a dureza em limite de resistência, conforme equação (69), e então assumindo que o coeficiente de resistência K é uma propriedade do material, este será considerado igual ao valor médio obtido para as amostras de controle, e que a deformação relativa ao limite de resistência é de 40%. A partir dos parâmetros citados no parágrafo anterior calcula-se então o expoente de endurecimento por encruamento n e, para as amostras de controle a deformação de escoamento foi em média de 4% podemos estimar o limite de escoamento para as condições citadas anteriormente. 101 As Tabelas 5.12, 5.13 e 5.14 apresentam as tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2 conforme descrito anteriormente. Tabela 5.12: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2. 1x2 - σec(z) z HV Engenharia σrt εrt σe Real εe σrt εrt K n σe εe 0,2625 164,64 57,62 0,4000 19,16 0,0400 8067 0,3365 163,852 0,605 19,93 0,0392 3,2625 16640 58,24 0,4000 19,78 0,0400 81,4 0,3365 163,85 0,6407 20,57 0,0392 6,2625 174,87 61,20 0,4000 22,93 0,400 85,69 0,3365 163,852 0,5952 23,84 0,0392 9,2625 193,59 67,76 0,4000 31,02 0,0400 94,86 0,3365 163,852 0,5018 32,26 0,0392 Tabela 5.13: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2. 1x2 - σeg(z) z HV Engenharia Real σrt εrt σe ε σrt εrt K n 1,7625 171,07 59,87 0,4000 21,48 0,0400 83,82 0,336472 163,852 0,6153 22,33 0,0392 4,7625 176,44 61,76 0,4000 23,55 0,0400 86,46 0,336472 163,852 0,5869 24,49 0,0392 7,7625 206,93 72,42 0,400 37,82 0,0400 101,39 0,336472 163,852 0,406 σe εe 39,33 0,0392 Tabela 5.14: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 1x2. 1x2 - σek(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 17625 172,48 60,37 0,4000 22,01 0,0400 8452 0,3365 163,852 0,6078 22,89 0,0392 4,7625 176,96 61,94 0,4000 23,75 0,0400 86,71 0,3365 163,852 0,5843 24,70 0,0392 7,7625 181,05 63,37 0,4000 25,42 0,0400 88,71 0,3365 163,852 0,5633 26,44 0,0392 A partir das tabelas pode-se plotar a Figura 5.20, onde são apresentados os limites de escoamento ao longo a espessura por amostra analisada da solda 1x2 e o limite de escoamento de referência. 102 2 Figura 5.20: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 1x2 e limite de escoamento de referência. Da Figura 5.20 pode-se observar que quanto maior a coordenada z maior será o limite de escoamento observado na região inscrita na ZTA, como citado anteriormente um passe trata termicamente o anterior. Do mesmo modo pode ser observado que próximo ao centro da solda na direção x o limite de escoamento é maior. E em todas as curvas os limites de escoamento neste caso são pelo menos 7,64 kgf/mm2 superiores ao de referência, indicando que nesta região ocorre uma tensão residual compressiva desta magnitude. As Tabelas 5.15, 5.16 e 5.17 apresentam as tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4 conforme descrito anteriormente. Tabela 5.15: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4. 3x4 - σec(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 168,78 59,07 0,4000 20,63 0,0400 82,70 0,3365 63,852 0,6277 21,46 0,0392 4,7625 164,65 57,63 0,4000 19,17 0,0400 80,68 0,3365 163,852 0,6504 19,93 0,0392 7,7625 174,64 61,12 0,4000 22,84 0,0400 85,57 0,3365 163,852 0,5964 23,75 0,0392 103 Tabela 5.16: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4. 3x4 - σeg(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 205,90 72,07 0,4000 37,26 0,0400 100,89 0,3365 163,852 0,4452 38,75 0,0392 4,7625 206,20 72,17 0,4000 37,42 0,0400 101,04 0,3365 163,852 0,4439 38,92 0,0392 7,7625 217,89 76,26 04000 44,09 0,0400 106,76 0,3365 163,852 0,3932 45,85 0,0392 Tabela 5.17: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 3x4. 3x4 - σek(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 200,88 70,31 0,4000 34,62 0,0400 98,43 0,3365 163,852 0,4679 36,01 0,0392 4,7625 193,02 67,56 0,4000 30,75 0,0400 94,58 0,3365 163,852 0,5045 31,98 0,0392 7,7625 193,21 67,62 0,4000 30,84 0,0400 94,67 0,3365 163,852 0,5036 32,08 0,0392 A partir das Tabelas 5.15, 5.16 e 5.17 pode-se plotar a Figura 5.21, onde são apresentados os limites de escoamento ao longo a espessura por amostra analisada da solda 3x4 e o limite de escoamento de referência. 2 Figura 5.21: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 3x4 e limite de escoamento de referência. Da Figura 5.21 pode-se observar que próximo ao centro da solda quanto maior a coordenada z maior será o limite de escoamento observado na região inscrita na ZTA, como citado anteriormente um passe trata termicamente o anterior. 104 Nas amostras próximas das extremidades, c e k, ocorre uma redução no limite de escoamento na região central da seção e a partir da se retoma a tendência de crescimento, isto se provavelmente se deve a efeitos de borda, e efeitos de restrição é necessário análise metalográfica para avaliar melhor este efeito. Do mesmo modo pode ser observado que próximo ao centro da solda na direção x o limite de escoamento é maior. E em todas as curvas os limites de escoamento neste caso são pelo menos 8,19 kgf/mm2 superiores ao de referência, indicando que nesta região ocorre uma tensão residual. As Tabelas 5.18, 5.19 e 5.20 apresentam as tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6 conforme descrito anteriormente. Tabela 5.18: Tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6. 5x6 - σec(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 206,54 72,29 0,4000 37,61 0,0400 101,21 0,3365 163,852 0,4423 39,11 0,0392 4,7625 205,79 72,03 0,4000 37,20 0,0400 100,84 0,3365 163,852 0,4457 38,69 0,0392 7,7625 208,05 72,82 0,4000 38,43 0,0400 101,95 0,3365 163,852 0,4356 39,97 0,0392 Tabela 5.19: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6. 5x6 - σeg(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 262,03 91,71 0,4000 76,31 0,0400 128,40 0,3365 163,852 0,2239 79,36 0,0392 4,7625 268,57 94,00 0,4000 82,10 0,0400 131,60 0,3365 163,852 0,2013 85,39 0,0392 7,7625 268,76 94,07 0,4000 82,28 0,0400 131,69 0,3365 163,852 0,2006 85,57 0,0392 Tabela 5.20: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 5x6. 5x6 - σek(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 181,03 63,36 0,4000 25,41 0,0400 88,71 0,3365 163,852 0,5634 26,43 0,0392 4,7625 184,21 64,47 0,4000 26,76 0,0400 90,26 0,3365 163,852 0,5474 27,83 0,0392 7,7625 209,16 73,21 0,400 39,04 0,0400 102,49 0,3365 163,852 0,4308 40,60 0,0392 105 A partir das Tabelas 5.18, 5.19 e 5.20 pode-se plotar a Figura 5.22, onde são apresentados os limites de escoamento ao longo a espessura por amostra analisada da solda 5x6 e o limite de escoamento de referência. 2 Figura 5.22: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 5x6 e limite de escoamento de referência. Da Figura 5.22 pode-se observar que nas amostras g e k, maior a coordenada z maior será o limite de escoamento observado na região inscrita na ZTA, como citado anteriormente um passe trata termicamente o anterior. Na amostra próxima da origem, amostra c, ocorre uma redução no limite de escoamento na região central da seção e a partir da se retoma a tendência de crescimento, isto se provavelmente se deve a efeitos de borda, e efeitos de restrição é necessário análise metalográfica para avaliar melhor este efeito. Do mesmo modo pode ser observado que próximo ao centro da solda na direção x o limite de escoamento é maior. E em todas as curvas os limites de escoamento neste caso são pelo menos 13,89 kgf/mm2 superiores ao de referência, indicando que nesta região ocorre uma tensão residual compressiva desta magnitude. As Tabelas 5.21, 5.22 e 5.23 apresentam as tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8 conforme descrito anteriormente. 106 Tabela 5.21: Tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8. 7x8 - σec(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,7625 203,01 71,05 0,4000 35,73 0,0400 99,8 0,3365 163,852 0,4582 37,16 0,0392 4,7625 197,84 69,24 0,4000 33,09 0,0400 96,94 0,3365 163,852 0,4819 34,41 0,0392 7,762 07,13 72,50 0,400 37,93 0,0400 101,50 0,3365 163,852 0,4397 39,45 0,0392 Tabela 5.22: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8. 7x8 - σeg(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,765 186,65 65,33 0,4000 27,83 0,0400 91,46 0,3365 163,852 0,5353 28,94 0,0392 4,7625 193,35 67,67 0,4000 30,91 0,0400 94,74 0,3365 163,852 0,5029 32,14 0,0392 7,7625 224,98 78,74 0,400 48,49 0,0400 110,24 0,3365 163,852 0,3639 50,43 0,092 Tabela 5.23: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para as seções da solda 7x8. 7x8 - σek(z) Engenharia Real z HV σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe 1,725 210,60 73,71 0,4000 39,85 0,0400 103,19 0,3365 16,852 0,4245 41,44 0,0392 4,7625 210,48 73,67 0,4000 39,78 0,0400 103,13 0,3365 163,852 0,4250 41,37 0,0392 7,7625 216,93 75,92 04000 43,51 0,0400 106,29 0,3365 163,852 0,3973 45,25 0,0392 A partir das Tabelas 5.21, 5.22 e 5.23 pode-se plotar a Figura 5.23, onde são apresentados os limites de escoamento ao longo a espessura por amostra analisada da solda 7x8 e o limite de escoamento de referência. 2 Figura 5.23: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo da seção para as amostras c, g e k da solda 7x8 e limite de escoamento de referência. 107 Da Figura 5.23 pode-se observar que nas amostras g e k, maior a coordenada z maior será o limite de escoamento observado na região inscrita na ZTA, como citado anteriormente um passe trata termicamente o anterior. Na amostra próxima da origem, amostra c, ocorre uma redução no limite de escoamento na região central da seção e a partir da se retoma a tendência de crescimento, isto se provavelmente se deve a efeitos de borda, e efeitos de restrição é necessário análise metalográfica para avaliar melhor este efeito. Neste caso foi observado que o limite de escoamento próximo do final da solda foi superior ao medido nas demais seções da região inscrita a ZTA, este efeito também pode ser resultado de efeito de borda e efeitos de restrição. E em todas as curvas os limites de escoamento neste caso são pelo menos 16,31 kgf/mm2 superiores ao de referência, indicando que nesta região ocorre uma tensão residual compressiva desta magnitude. Pode ser observado para todas as soldas a tendência de crescimento da dureza, e do limite de escoamento com o crescimento da coordenada z na região inscrita a ZTA, indicando que a mesma está submetida a tensões residuais compressivas cada vez maiores, como também possui grãos cada vez menores, pois um passe trata termicamente seu anterior. Para uma análise mais completa deste efeito faz-se necessário repetir as medições de microdureza com mais pontos, com uma malha mais fina e em mais seções da solda, além disso, realizar análises metalográficas. Para avaliar o limite de escoamento na Zona Fundida (ZF) e na Zona Térmicamente Afetada (ZTA) foram feitas conversões de dureza em limite de resistência e em seguida calculados os limites de escoamento de modo análogo ao feito para a avaliação do limite de escoamento ao longo da seção transversal na região inscrita a ZTA. Esse ajuste foi feito considerando os valores obtidos a partir dos ajustes lineares feitos para a dureza em cada solda, estes valores, bem como as tensões obtidas para a solda 1x2, o coeficiente K adotado e o expoente n calculado são apresentados para a ZTA e a ZF respectivamente nas Tabelas 5.24 e 5.25. 108 Tabela 5.24: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 1x2. Engenharia Real x [mm] HVZTA(x) σrt εrt σe 31,27 170,35 59,62 0,4000 21,21 0,0400 83,47 0,3365 163,852 0,6192 22,06 0,0392 98,35 176,9 61,92 0,4000 23,73 0,0400 86,68 0,3365 163,852 0,5845 24,68 0,0392 167,33 183,65 64,28 0,4000 26,52 0,0400 89,99 0,3365 163,852 0,5502 27,58 0,0392 εe σrt εrt K n σe εe Tabela 5.25: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 1x2. Engenharia Real x [mm] 31,27 HVZF(x) σrt εrt σe εe 185,02 64,76 0,400 27,11 0,0400 90,66 0,3365 163,852 0,5434 28,20 0,0392 98,35 167,3 3 193,76 67,82 0,4000 31,10 0,0400 94,94 0,3365 163,852 0,5010 32,35 0,0392 185,12 64,79 0,4000 27,16 0,0400 90,71 0,3365 163,852 0,5429 28,24 0,0392 σrt εrt K n σe εe 2 Figura 5.24: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 1x2 e limite de escoamento de referência. A Figura 5.24 apresenta as curvas dos limites de escoamento ao longo do eixo x para a Zona Termicamente Afetada (ZTA) e para a Zona Fundida (ZF) bem como o limite de escoamento de referência para a solda 1x2. Pode ser observado para a solda 1x2 que o limite de escoamento calculado para a região da ZTA cresce linearmente com o aumento da coordenada x, e que o 109 limite de escoamento da zona fundida cresce linearmente até um ponto próximo do centro do eixo x e então decresce linearmente até o final do eixo de soldagem. Em ambos os casos, os limites de escoamento são superiores ao de referência, indicando que ambas as regiões estão carregadas com tensões compressivas. Tem-se que na ZTA a menor tensão residual encontra-se a 31,27 mm da origem da solda e é igual a 9,69 kgf/mm2. No caso da Zona Fundida a menor tensão residual encontra-se também a 31,27 mm da origem da solda e igual a 15,59 kgf/mm2, tendo por si só ultrapassado o limite de escoamento do material. Para a solda 3x4 foi feita uma sequencia de calculo análoga a realizada para solda 1x2, os valores calculados para a tensão limite de resistência, limite de escoamento e expoente de endurecimento por encruamento n para esta solda são apresentados nas Tabelas 5.26 e 5.27. Tabela 5.26: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 3x4. Engenharia Real x[mm] HVZTA(x) σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe 35,81 100,8 3 162,7 2 162,33 56,82 0,4000 18,38 0,0400 79,54 0,3365 163,852 0,6635 19,11 0,0392 201,74 70,61 0,4000 35,07 0,0400 98,85 0,3365 163,852 0,4639 36,47 0,0392 185,69 64,99 ,4000 27,41 0,0400 90,99 0,3365 163,852 0,5400 2,50 εe 0,0392 Tabela 5.27: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 3x4. Engenharia Real x[mm] HVZF(x) σrt εrt σe εe σrt εrt 35,81 100,8 3 162,7 2 177,89 62,26 0,4000 24,12 0,000 87,17 0,365 223,67 78,29 0,4000 47,66 0,0400 109,60 0,3365 163,852 0,3692 49,57 0,0392 206,73 72,35 0,4000 37,71 0,0400 101,30 0,3365 163,852 0,4415 39,22 0,039 K n σe εe 163,852 0,5794 25,09 0,0392 A Figura 5.25 mostra as curvas dos limites de escoamento ao longo do eixo x para a Zona Termicamente Afetada (ZTA) e para a Zona Fundida (ZF) bem como o limite de escoamento de referência para a solda 3x4. 110 2 Figura 5.25: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 3x4 e limite de escoamento de referência. Para a solda 3x4 pode ser visto que tanto a ZTA quanto a ZF estão sujeitas a tensões residuais de natureza compressiva, que estas crescem linearmente da origem da solda até as proximidades do centro e a partir deste ponto e então decrescem linearmente até o final da solda. As tensões residuais no final da solda são superiores aquelas observadas na origem, estas são respectivamente 15,89 kgf/mm2 e 6,86 kgf/mm2 para a ZTA e 26,19 kgf/mm2 e 12,60 kgf/mm2 para a ZF, neste caso a tensão residual no final da solda, no caso da ZTA e para toda a ZF ultrapassaram por si só o limite de escoamento do material. Para a solda 5x6 foi feita uma sequência de cálculo análoga a realizada para as soldas 1x2 e 3x4, os valores calculados para a tensão limite de resistência, limite de escoamento e expoente de endurecimento por encruamento n para esta solda são apresentados nas Tabelas 5.28 e 5.29. 111 Tabela 5.28: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 5x6. Engenharia x[mm] HVZTA(x) σrt εrt σe Real εe σrt εrt K n σe εe 37,07 206,72 72,35 0,4000 37,71 0,0400 101,29 0,3365 163,852 0,4415 39,21 0,0392 102,63 255,81 89,53 0,4000 71,04 0,0400 125,35 0,3365 163,852 0,249 165,73 184,09 64,43 0,4000 26,71 0,0400 90,20 0,3365 163,52 0,5480 27,78 0,0392 73,89 0,0392 Tabela 5.29: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 5x6. Engenharia Real x[mm] HVZF(x) 37,07 210,58 73,70 0,4000 39,84 0,0400 103,18 0,3365 163,852 0,4246 41,43 0,0392 102,63 278,42 97,45 0,4000 91,39 0,0400 136,43 0,3365 163,852 0,1682 95,04 0,0392 165,73 205,73 72,00 0,4000 37,17 0,0400 100,81 0,3365 163852 0,4460 38,66 0,0392 σrt εrt σe εe σrt εrt K n σe εe A Figura 5.26 mostra as curvas dos limites de escoamento ao longo do eixo x para a Zona Termicamente Afetada (ZTA) e para a Zona Fundida (ZF) bem como o limite de escoamento de referência para a solda 5x6. 2 Figura 5.26: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 5x6 e limite de escoamento de referência. Para a solda 5x6 pode ser visto que tanto a ZTA quanto a ZF estão sujeitas a tensões residuais de natureza compressiva, que estas crescem linearmente da origem da solda até as proximidades do centro e a partir deste ponto e então decrescem linearmente até o final da solda. 112 As tensões residuais no inicio da solda são superiores aquelas observadas no final, estas são respectivamente 26,59 kgf/mm2 e 15,19 kgf/mm2 para a ZTA e 28,32 kgf/mm2 e 25,65 kgf/mm2 para a ZF, neste caso, em todos os pontos do eixo de soldagem, a tensão residual na ZTA e na ZF ultrapassaram por si só o limite de escoamento do material. Para a solda 7x8 foi feita uma sequência de calculo análoga a realizada para as soldas 1x2, 3x4 e 5x6, os valores calculados para a tensão limite de resistência, limite de escoamento e expoente de endurecimento por encruamento n para esta solda são apresentados nas Tabelas 5.30 e 5.31. Tabela 5.30: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZTA ao longo do eixo x para a solda 7x8. Engenharia Real x[mm] HVZTA(x) σrt εrt σe εe σrt εrt K n 32,43 201,14 70,40 0,4000 34,76 0,0400 98,56 0,3365 163,852 0,4667 36,15 0,0392 103,23 197,01 68,95 0,4000 32,68 0,0400 96,53 0,3365 163,852 0,4857 33,98 0,0392 164,93 210,36 73,62 0,4000 39,71 0,0400 103,07 0,3365 163,82 σe εe 0,4255 41,30 0,0392 Tabela 5.31: tensões, deformações e o expoente de endurecimento por encruamento n calculados para ZF ao longo do eixo x para a solda 7x8. Engenharia Real x[mm] HVZF(x) σrt εrt σe εe σrt εrt 32,43 205,46 71,91 0,400 7,03 0,0400 100,68 0,3365 163,852 0,4471 38,51 0,0392 103,23 211,71 74,10 0,4000 40,47 0,0400 103,74 0,3365 163,852 0,4197 42,09 0,0392 164,93 217,15 76,00 0,4000 43,64 0,0400 106,40 0,3365 163,852 0,3964 45,39 0,0392 2 K n σe Figura 5.27: Limite de escoamento em kgf/mm ao longo do eixo de soldagem para a ZTA, ZF da solda 7x8 e limite de escoamento de referência. εe 113 A Figura 5.27 mostra as curvas dos limites de escoamento ao longo do eixo x para a Zona Termicamente Afetada (ZTA) e para a Zona Fundida (ZF) bem como o limite de escoamento de referência para a solda 7x8. Da Figura 5.27 pode ser visto que o limite de escoamento da ZTA tem seu ponto mínimo próximo do centro do eixo x, e seu máximo ocorre próximo ao final da solda. No caso da ZF o limite de escoamento cresce linearmente ao longo de toda a solda com mínimo próximo da origem. Tanto na ZTA quanto na ZF as tensões residuais são compressivas ao longo de toda a solda, no caso da ZF a tensão residual varia entre 25,55 kgf/mm2 a 32,43 mm do início da solda e 32,12 kgf/mm2 a 164,93 mm da origem da solda, ambas superiores ao limite de escoamento. No caso da ZTA a tensão residual mínima é de 21,16 kgf/mm2 e ocorre a 103,23 mm da origem da solda, a máxima é de 28,19 kgf/mm2, ocorre próxima do final da solda a 164,93 mm da origem. Da discussão desenvolvida até o momento, tomando-se como referência a região central das soldas e assumindo o que a tensão residual para o metal de base de cada solda é a diferença entre o limite de escoamento médio para cada chapa e o limite de escoamento de referência, foram plotadas as figuras 5.28, 5.29, 5.30 e 5.31. Figura 5.28: Tensões residuais em kgf/mm amostra g da solda 1x2. 2 médias na 114 Figura 5.29: Tensões residuais em kgf/mm amostra g da solda 3x4. 2 médias na Figura 5.30: Tensões residuais em kgf/mm médias na amostra g da solda 5x6. 2 115 2 Figura 5.31: Tensões residuais em kgf/mm médias na amostra g da solda 7x8. 116 CAPÍTULO VI CONCLUSÕES, RECOMENDAÇÕES, BIBLIOGRAFIAS, ANEXOS E APÊNDICES 6.1. Conclusões A seção 4.2. apresentou medições das peças por passe, a partir das quais foram calculadas as flechas por passe, foi apresentado um modelo de δ(n) a partir de ajustes lineares e que tem boa aderência. Das seções 4.3.2, 4.3.3, 4.3.4, 4.3.5 pôde ser observado que todos os corpos de prova submetidos a ensaios de tração escoaram, e posteriormente romperam fora da Zona Termicamente Afetada (ZTA), isto é o material falhou no metal base. As soldas 1x2, 3x4, 5x6, apresentaram pico de dureza, limite de escoamento e tensão residual da Zona Fundida (ZF) e da ZTA na região central do cordão de solda. A solda 7x8 apresenta as maiores durezas na ZTA e ZF próximo ao final da solda indicando que este e o sentido preferencial de dilatação da peça. Via de regra a dureza, o limite de escoamento e o módulo das tensões residuais na região inscrita a ZTA crescem linearmente com a altura, nos casos com restrições podem ser observadas variações neste comportamento nas proximidades do inicio e do final da solda. As Figuras 5.27, 5.28, 5.29 e 5.30 apresentam um corte na região central da solda, onde são identificados os módulos das tensões residuais são assumidos os valores médios em cada uma destas regiões e sua natureza, se trativa ou compressiva. Pode ser visto que em todas as soldas a Zona Termicamente Afetada (ZTA) e a Zona Fundida (ZF) são sempre compressivas, isto pode ser atribuído a contração que ocorre nesta região durante a solidificação do material e a adição de massa que ocorre durante o processo. As soldas 1x2, 5x6 e 7x8 apresentam tensões residuais trativas no metal de base, isto pode ser explicado ao considerar que o metal de base esta solidário à ZTA e esta ao contrair traciona o metal de base. 117 Foi observado que a tensão residual no metal de base da solda 5x6 foi praticamente igual aquela da sem restrição, indicando que para efeitos de projeto este tipo de restrição não é representativo. A solda 7x8 apresenta a maior tensão trativa no metal de base, indicando que a restrição perpendicular ao cordão é a mais prejudicial para a integridade da peça soldada. Porém ao observarmos a solda engastada, solda 3x4 pode ser visto que a composição das restrições paralelas e perpendiculares teve efeito benéfico para a peça, visto que a tensão residual observada no metal de base foi compressiva. Para as soldas 1x2 e 5x6, para este material e este tipo de restrição pode-se considerar que o processo de soldagem introduziu uma tensão adicional no metal de base da ordem de 10% do limite de escoamento. Para a solda 3x4, neste caso foi introduzida no metal de base uma tensão da ordem 66% do limite de escoamento do material de natureza compressiva, esta ajuda aumenta a resistência do material a solicitações trativas. Para a solda 7x8 foi introduzida no metal de base uma tensão da ordem 25% do limite de escoamento do material de natureza trativa. 6.2. Recomendações para Trabalhos Futuros Para trabalhos futuros, recomenda-se: 1) Que o experimento seja repetido para espessuras diferentes, para avaliar a evolução da flecha por passe e das tensões residuais; 2) Mais ensaios de microdureza em mais amostras para avaliar melhor a evolução das tensões residuais ao longo do cordão e da espessura; 3) Que os ensaios de microdureza tenham uma malha com mais pontos, principalmente no metal de base; 4) Que sejam feitas metalografias para avaliar tamanho de grão presença de inclusões e porosidades na solda; 118 REFERÊNCIAS ANDRINO, M., 2003. Avaliação de Tensões Residuais em Soldas de Dutos Utilizando o Efeito Acustoelástico. Dissertação de Mestrado da Universidade Estadual de Campinas, 2003. ASM HANDBOOK. Welding, Brazing and Soldering. ASM International. Vol. 6. 1998. ASME. Section IX: Qualification Standard For Welding And Brazing Procedures, Welders, Brazers, And Welding And Brazing Operators, 2010. ASTM, 2000. 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