Núm e ro 10 — 7 a 13 d e M a io d e 2 0 15 . E ste su p le m e n to fa

Transcrição

Núm e ro 10 — 7 a 13 d e M a io d e 2 0 15 . E ste su p le m e n to fa
Número 10 — 7 a 13 de Maio de 2015. Este suplemento faz parte integrante da edição n.º 575 da revista SÁBADO e não pode ser vendido separadamente
SUMÁRIO
05 O Provador
Edição n.º 10
Tentámos cozinhar com o novo
Kit cozinha molecular da Kuuk
e fomos bem sucedidos
7 a 13 de Maio de 2015
06 Tema
Tudo sobre cereais de pequenoalmoço – daqueles que sabem à
nossa infância à mais moderna
granola
Fotografia
Alexandre Azevedo
g
GOURMET
12 Restaurantes
O que é um ceviche? Onde se
come, como se prepara e o que
significa para o povo peruano
14 Listas de restaurantes
Descubra onde pode ir jantar
hoje por menos de 10, 20 e 30
euros
16 Bares
Reportagem na Bélgica sobre a
cerveja Affligem
p
PALCO E PLATEIA
18 Música
Entrevista a Patrick Watson a
propósito do novo disco
24 Cinema
O que Kate Winslet nadou para
chegar a Nos Jardins do Rei, o
seu novo filme
XXL
26 Séries
O novo McDreamy
27 Livros
Entrevista a Rentes de Carvalho
a propósito do novo livro, Pó,
Cinza e Recordações
Ângela Marques Editora
Crescer tem a ver com muitas coisas mas tem sobretudo a ver com tamanho. Só quando se cresce é que se volta à escola ou a uma casa de férias e se pensa “na minha cabeça isto era tão maior...”. É que ser criança tem isso de todos os lugares serem um gigante parque de diversões. Esta semana, para levar o desafio de fazer uma revista XL
ao limite, a equipa do GPS voltou a ser pequenina. Quisemos olhar para esta oportunidade de crescer no papel com a ingenuidade de recém-nascidos. Para o conseguir, não
saímos da nossa zona de conforto, voltámos a ela – resultado: acabámos a comer os
cereais da nossa infância. Sabendo nós que não há nada que diga tanto “nostalgia”
como uma taça de cereais de chocolate, fizemos questão de separar os sentimentos do
trabalho e fizemos uma prova cega. Para parecermos crescidos, ligámos à nutricionista Ágata Roquette e fizemos-lhe as perguntas proibidas. No final, talvez embalados
pelo açúcar, começámos a delirar: o que é que, em crianças, mais gostaríamos de ter
feito? Gostaríamos, claro, de ter tomado banho nos nossos cereais preferidos. Contra
todas as expectativas, Rita Redshoes não nos pôs os pés no chão e meteu-se numa banheira. Nós nem queríamos acreditar, parecia um sonho XXL. Dia 21 descubra porquê.
30 Teatro e Dança
Maria Rueff no seu primeiro monólogo
33 Artes Plásticas
Perfil do português João Louro
na Bienal de Veneza
S
STYLE
38 Shopping
O estilo sailor chegou a tempo
do Verão
40 Corpo
Cabelos cinzentos
41 Pets
Novidades para cães e gatos
42 Esta semana
O que fazer, ver e ouvir
Director Rui Hortelão Subdirectoras Dulce Garcia e Dulce Neto Editor Executivo João Carlos Silva Directora Criativa e de Operações Joana Pais Vieira Editora Ângela Marques Editor adjunto Marco Alves Redactores Ágata Xavier, Catarina
Homem Marques, Diogo Lopes, Markus Almeida, Sara Chaves e Rita Bertrand Críticos Ana Maria Henriques e Gonçalo Loureiro (Restaurantes); Carlos Vidal (Artes Plásticas), Eduardo Pitta, Isabel Lucas e Miguel Morgado (Livros), Filipe Lamelas, Francisco
Camacho e Pedro Salgado (Música), Nuno Costa Santos (Teatro), Tiago R. Santos e Pedro Marta Santos (Cinema) Secretária da Direcção Catarina Gonçalves Infografia Filipe Raminhos Fotografia Guilherme Venâncio (editor) Alexandre Azevedo
(subeditor) Grafismo Nuno Silva (coordenador), Luís Levy Lima (designer sénior), Daniel Neves e Marta Cristiano Tratamento de Imagem João Cruz e Ricardo Coelho Consultoria Linguística Manuela Gonzaga Documentalista Anabela Meneses
Propriedade/Editora Cofina Media SA Capital Social 22.523.420,40 Euros CRC Lx n.º 502 801 034 Contribuinte 502 801 034 Principal Accionista Cofina SGPS, SA (99.90%) N.º Registo ERC 124436 Depósito Legal 210999/04 Tiragem média no
mês de Janeiro 100 mil exemplares Impressão LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas, SA Estrada Consigliéri Pedroso, 90 Casal de Santa Leopoldina 2745-553 Queluz de Baixo Tel. 214 345 400 Pré-impressão GRAPHEXPERTS Av. Infante Santo, 42
1350-179 Lisboa. Distribuição VASP – Distribuidora de Publicações, Lda. MLP: Media Logistics Park Quinta do Grajal – Venda Seca, 2739-511 Agualva, Cacém Marketing Sónia Santos (gestora) Publicidade Assistente Comercial Irene Martins – Rua
Luciana Stegagno Picchio n.º 3, São Domingos de Benfica, 1549–023 LISBOA Telefone +351 210 494 102 – Fax + 351 213 540 392 ou + 351 213 153 543 Email [email protected]
O PROVADOR
RECEITA 1
Gel de vinho do Porto
Todas as semanas vamos testar até ao limite um serviço, loja ou produto
# 10
05
SARA CHAVES Usar vinho do Porto
para algo que não seja um brinde
causa-me estranheza. Seguir uma receita que me pede para juntar o vinho a dois pacotes de agar agar e de
seguida pô-los ao lume até ferver
com o objectivo de criar uma espécie
de geleia de vinho do Porto também
me pareceu dúbio. Depois de experimentar – juntei o vinho ao agar agara, fervi-o, deixei que arrefecesse e
solidicasse para depois o passar com
uma varinha mágica até obter um gel
– fica a conclusão: bela pizza de bacon que comi enquanto esperava.
Explore em casa
a cozinha molecular
Dos laboratórios para as bancadas dos melhores chefs do mundo e agora
também para os seus tachos, panelas e talheres – é uma hipótese
à distância de um kit (completo, com utensílios e tudo)
ÁGATA XAVIER Não sou fã de geleias.
Nem do aroma intenso a vinho do
Porto que estava na minha cozinha
enquanto cozinhávamos.
KIT COZINHA MOLECULAR KUUK EAT EXPERIENCE
DIOGO LOPES “Se tem vinho é bom” é
www.kuukmoderncuisine.com || Preço médio €54,90 ||
(inclui 4 texturantes alimentares, 3 pipetas, 1 colher de esferificação 1 conjunto de colheres de medida,
1 seringa alimentar graduada, 2 tubos de silicone e um livro de receitas)
um mantra que cada vez faz mais
sentido para mim. Bebê-lo é óptimo,
comê-lo só podia ser melhor ainda.
Isto foi o que achei até perceber que
toda a receita demora demasiado
tempo e o resultado não é assim tão
saboroso. Fazer, claro, é divertido,
especialmente para quem gosta de
cozinhar – não é todos os dias que
nos sentimos o Heston Blumenthal
da linha de Sintra.
RECEITA 2
Caviar de Mel
SARA CHAVES Devia ser proibido fazer
cozinha molecular quando se está
com muita fome. Nesta receita, por
exemplo, só o primeiro passo aconselha a pôr um copo com óleo no mínimo meia hora no frigorífico. Depois
é preciso juntar mel, água e agar agar
para obter uma mistura que vai a ferver. Antes de se obter o resultado final vem a parte mais divertida – usar
uma pipeta para criar o caviar (como
o que vê ao lado).
DIOGO LOPES Nesta segunda receita, o
DR
efeito novidade já tinha passado, o
processo continuou a ser divertido
mas não propriamente apaixonante
– por orgulho, contudo, a missão foi
levada a cabo com profissionalismo.
O resultado que se procurava foi
atingido mas voltou a ficar no ar a
noção de que a cozinha molecular
saída deste kit nunca conseguiria
competir com as pizzas ultra-congeladas de que nos fizemos acompanhar até casa da Ágata (o quartel-general desta experiência).
ÁGATA XAVIER A preparação é tão relaxante como passar com um ancinho na areia. Já tirar o sabor a óleo
das bolinhas de mel nem por isso...
h
VIDEO
ONLINE
ARITA
MERGULHOU
NO ASSUNTO
A cantora aceitou o desafio do GPS e deitou-se numa
banheira de leite e cereais. Já o leitor não precisa de
ir a banhos – basta pegar na sua taça preferida. Saiba
tudo sobre o prato mais apetecível da primeira refeição
do dia – depois vá comê-lo fora de casa
DIOGO LOPES, LUÍSA MARINHO E SARA CHAVES textos
ALEXANDRE AZEVEDO fotografia JOAO VIEIRA produção SUSANA CORREIA maquilhagem
Agradecimento: Casa do Marquês - Design de interiores Hugo Covaneiro
3 perguntas a
Rita Redshoes
CANTORA
Fez parte da banda Atomic
Bees, tocou teclado com David Fonseca e lançou três álbuns de originais (o último,
Life is a Second of Love, em
2014). O GPS convidou-a para
posar numa banheira cheia de
leite e depois disso ainda teve
a falta de chá de lhe fazer estas perguntas.
Gosta de cereais?
Gosto muito!
De todas as formas
e feitios – simples,
com misturas de nozes, frutos secos.
1
Se pudesse
partilhar uma taça
de cereais com
qualquer músico,
vivo ou morto,
qual escolheria?
Essas perguntas são sempre
complicadas de responder,
mas acho que seria com a
Maria Callas, a minha diva
favorita. Dividiríamos uma
boa dose de uns daqueles
cereais com imensos frutos
secos, mel... tudo o que fizesse justiça ao seu estatuto de grande ícone.
2
Quando o GPS
a convidou
a participar nesta
produção, qual foi
a sua primeira reacção?
A primeira de todas foi
“Não quero estar nua numa
banheira de cereais!” [risos], mas depois explicaram-me tudo e aceitei logo.
Gosto muito de produções
fotográficas arrojadas
como esta.
3
Diogo Lopes
ONDECOMER
CEREAIS?
Esteja a pensar no pequeno-almoço ou no lanche,
descubra onde pode encontrar estes pratos. Não
precisa de trazer a sua tigela favorita nem a colher
da sorte – os espaços encarregam-se disso.
IOGURTECOM GRANOLA
DEAVELÃEFRAMBOESAS
Na lista de momentos felizes que
um dia merece ter, pode vir um
“comer um iogurte com granola
de avelã e framboesas (€2,20)”
em destaque. O da imagem conforta o estômago a qualquer hora
sem ser preciso acompanhamento – por mais que navegue com a
colher pelo iogurte, encontra fruta e cereais até ao fim.
DIOGO LOPES, LUÍSA MARINHO E SARA CHAVES textos
LEITECOM FROOTLOOPS
Num recanto do movimentado
Shopping Cidade do Porto nasceu
em Janeiro uma cafetaria distinta e
confortável, longe da “praça de alimentação” do andar de cima. O
balcão está bem recheado, saltando
à vista os boiões de cereais. Um deles é preenchido com os coloridos
Froot Loops (€2), cereais em forma
de anel e com sabor a fruta, feitos a
partir de milho, trigo e aveia.
Luz Ideal
R. General Schiappa Monteiro, 2A
Lisboa, 211 362 793 || 10h-20h (sáb. até
15h30; fecha dom.) || €3,50
(preço médio)
LEITECOM CEREAIS
DECHOCOLATE
NESQUIK
IOGURTEBIOLÓGICO COM CLUSTERS
EMUESLI DECHOCOLATE
No Choupana Caffé há uma banca específica para estes snacks. Em todos, o iogurte
é a base à qual se podem juntar dois ingredientes – de entre aveia, granola, muesli
de chocolate e cereais clusters ou fruta da
época – e mais três toppings: mel, canela
ou chocolate em pó. O preço base é de €3.
Choupana Caffé
Av. da República, 25, Lisboa, 213 570 140 || 7h-20h
|| €7,50 (Preço médio)
PAPAS DEAVEIA
Há pelo menos uma certeza quando se entra
no Detox Lounge by Liquid: está-se num dos
sítios mais agradáveis do Chiado para tomar
o pequeno-almoço. A confirmação de uma
boa experiência vem depois de se provarem
as papas de aveia (€2,90) com framboesa.
Misture as papas com mel (ficam mais doces)
e acompanhe com nozes (mais €1).
Detox Lounge by Liquid
R. da Trindade, 1, Lisboa, 913 401 279 || 10h-19h30 (sáb.
e dom. abre 11h) || €4 (Preço médio)
Esta é uma granola caseira (leva cevada, aveia, caju, avelã, nozes e sementes de girassol), servida com
morangos (que podem ser substituídos por outra das 10 variedades de
fruta) e o leite pode ser normal, de
soja ou de avelã – custa €4.
Leitaria Lisboa
R. da Artilharia 1, 87 A, Lisboa, 215 944 943 ||
7h-20h || €5 (Preço médio)
Coffee for Two
Shopping Cidade do Porto, R. Gonçalo
Sampaio, 350, piso 0, Porto, 916 035 623
|| 9h-23h || €5 (Preço médio)
Os cereais servidos ao
balcão da Buondi Cidade
do Porto podem ser uma
boa opção para um pequeno-almoço rápido,
energético e low-cost.
Há duas variedades (da
Nestlé), separadas em
dois dispensadores: os
cereais com chocolate
Nesquik, feitos de trigo
integral, sêmola de milho e farinha de arroz, e
o Cheerios. Cada taça
(com leite) fica a €1.
Buondi
Shopping Cidade do Porto, R.
Gonçalo Sampaio, 350, piso -1,
Porto, 910 776 544 || 9h-23h
|| €5 (Preço médio)
GRANOLACASEIRACOM LEITE
EMORANGOS
CEREAIS FIBRA& FRUTACOM LEITE
A pedido, o Porto Bagel Café começou a servir
cereais com leite ou iogurte. Para já há cereais
de fibra e fruta, à base de flocos tostados de trigo integral com passas, avelãs, coco, banana e
maçã, cornflakes e, a pensar nos mais pequenos, estrelitas. Cada taça custa €2. Em menu,
com sumo de laranja e barra de cereais, €3,30.
MUESLI COM IOGURTE
Nesta cafetaria, salão de chá e
mercearia no coração da movida portuense, pode pedir a sua
taça de cereais muesli com leite
(€2,50) ou iogurte (€3,50). Opte
pelo piso térreo se estiver com
pressa ou vá para o primeiro
andar se quiser descontrair. Os
cereais estão incluídos no
brunch (€12). Além de muesli,
pode pedir cornflakes.
Essência Portuguesa
R. Cândido dos Reis, 110, Porto, 222 010
111 || 9h-19h30 (6.ª e sáb. até às 4h) || €6
(Preço médio)
Porto Bagel Café
R. da Alfândega, 12, Porto, 222 011 274 ||
8h-22h || €7 (Preço médio)
CEREAIS DA NOSSA INFÂNCIA VS. MARCAS BRANCAS
APROVA
CEGA
Deolhos vendados, de
paladarapurado, demos
colheradas bemgrandes,
fomos ao desafio.
Àprovaestavamnove
cereais – comemos
ecomemos paraos
distinguir. Eis o resultado
SARA CHAVES textos
Cenário possível: uma copa deserta, três jornalistas vendados, mais três (cúmplices) a tratar do
material. Material: nove embalagens de cereais
(três de chocolate, três de arroz e chocolate e
três de mel); leite, taças e colheres. Objectivo:
perceber se é possível distinguir os cereais originais dos de marca branca.
Os cereais de chocolate foram os primeiros a ir
ao desafio. Dos três jornalistas, só Ágata Xavier
não acertou nos originais – até disse: “Não podem ser estes, o sabor não é tão intenso.” Já Diogo
Lopes e Markus Almeida acharam que as marcas
brancas “tinham o sabor pouco complexo”, ao
contrário dos outros cereais, “mais crocantes”,
que “sabem verdadeiramente a chocolate”.
A segunda ronda pôs em jogo os cereais de
mel e a opinião foi unânime. Sobre a marca original os comentários não foram os melhores:
“Não cheiram a nada”, “têm um travo meio a
plástico”, “são insossos”. As marcas brancas lideraram os primeiros lugares da tabela. “São
muito doces”, “o sabor dura na boca” e “são
mais crocantes” foram os comentários.
Para último ficaram os cereais de arroz e chocolate, com Ágata Xavier e Diogo Lopes a distinguirem os originais – acharam que o aroma era
intenso. Sobre as marcas brancas, disseram bem
de uma (“sabor muito bom a chocolate”, “são
crocantes”) e mal de outra (“sabem a queimado”, “isto fica tudo empapado”). A conclusão foi
a esperada: é fácil distinguir os cereais originais
dos de marca branca, porque estes últimos
apostam em sabores mais doces – o que, em alguns casos, até funciona melhor.
PUB
O fim de semana perfeito
começa com uma viagem.
LISBOA - ÉVORA
por apenas
6 €
,50
*
Bilhete Família & Amigos
50% DESCONTO
* Preço por pessoa para viagem de ida em Intercidades,
2ª Classe, com Bilhete Família & Amigos para grupos
de 3 a 9 elementos em viagens conjuntas de ida e volta
efetuadas ao sábado (todo o dia) e ao domingo (até às 12h00).
Alfa Pendular | Intercidades
cp.pt | – Lugar à Janela CP
GRANOLA
3 perguntas a
Ágata Roquette
NUTRICIONISTA
ÀS COLHERADAS
DOSEMENTE
Patrícia Simões é uma blogger que
decidiu comercializar as granolas
que já fazia em casa. Tem quatro tipos de granolas: mirtilos e chocolate, mirtilos, avelãs e figos com
amêndoas.
DoSemente
R. Filipe da Mata, 81, Lisboa
969054639 || 15h às 19h
(fecha sáb. e dom.) || €5,50
www.dosemente.com
JORDANS
Tem dose extra de castanha-do-pará, avelãs e amêndoas. Baixo colesterol é outro dos seus pontos fortes.
El Corte Inglés
Av. António Augusto Aguiar, Lisboa 213 711 700 || 10h-22h (6ª e
sáb fecha às 23h30, dom às 20h)
|| €7,99
Av. da República, 1435, Porto 223
781 400 || 10h-23h (dom.
fecha às 20h || €7,99
Muesli, desculpa mas as coisas já não
são como eram. Os tempos que passámos juntos foram óptimos, saborosos
e nutritivos, mas... existe outro cereal.
A granola é mais doce e excitante.
Acho que é melhor sermos só amigos
DIOGO LOPES
Come-se com leite, iogurte
ou simplesmente ao natural. Se lhe apetecer, pode
juntar-lhe fruta, mel ou frutos secos. Seja como for estará a ingerir um mega-alimento – a granola.
Calorias saudáveis e alto
teor de fibra tornam esta
mistura de cereais (flocos
de aveia, sementes e, por
vezes, arroz tufado) e mel
(ou açúcar) uma opção
saudável para petiscar.
A granola – ou granula,
como se chamava no final
do século XIX, altura em
que foi criada por James
Caleb Jackson (nos EUA) –
tem como base vários tipos
de cereais integrais que
são misturados e cozinhados no forno com açúcar
ou mel.
São vários os sítios onde
pode provar este gémeo
falso do muesli (ao contrario da granola, o muesli não
é tostado no forno), mas se
não se sente à vontade em
abdicar da sua taça de cereais favorita, fique com algumas das marcas de granola que pode encontrar à
venda em Portugal e uma
receita para fazer em casa.
RECEITA
SALUTEM
500 gramas de cereais que resultam lindamente com sementes de
linhaça e pevides de abóbora.
Continente
Av. das Nações Unidas, Telheiras,
Lisboa 217 114 400 || 2ª a dom,
9h-23h || €4,99
R. Sara Afonso, 105-117, Porto 229
561 000 || 9h-24h (sáb. abre às 8h
e dom. fecha às 23h)
€4,99
CEM PORCENTO
Uma marca de produtos naturais
teria de ter granola. Esta mistura
tem seis cereais, frutos secos
e mel.
Jumbo
Av. dos Cavaleiros, Carnaxide
217 109 300 || 9h-23h (6ª e sáb fecha às 24h) || €2,79
Av. Óscar Lopes, Leça da Palmeira 217 123 300 || 9h-23h (dom. fecha às 22h) €2,79
INGREDIENTES
MODO DE PREPARAÇÃO
Flocos de trigo e aveia, passas, sementes de girassol, arroz tufado e
amêndoas tostadas. Sabor suave.
Celeiro
R. 1º de Dezembro, 65, Lisboa 210
306 030 || 8h30-20h (sáb. fecha
às 19h)
€2,85
Pct. Parque Nascente, 35, Porto
220 113 597 || 10h-24h
€2,85
TEMPO DE PREPARAÇÃO
Vai ao forno 45 minutos. Mexa a
cada 10.
1
3
Luísa Marinho
450g de flocos de aveia, 375g de
amêndoa picada, 125g de sementes
de girassol, 100g de sementes de
sésamo, 120g de açúcar mascavado, 2 colheres de chá de canela em
pó, 1 colher de chá de gengibre
seco, 1 colher de chá de sal marinho, 180g de puré de maçã sem
açúcar, 100g de xarope de arroz,
80g de mel, 2 colheres de chá de
óleo vegetal ou de óleo de semente
de ameixa.
GRANOLACEREÁLIA
Os cereais fitness
são eficazes para a
perda de peso? Em
pequenas quantidades (30-40 g), equivalente a três ou quatro colheres de sopa, poderão não
prejudicar uma dieta de
emagrecimento. Esta quantidade não tem muitas calorias. No entanto, também
não é muito saciante, pelo
que se pode voltar a ter
fome passado pouco tempo.
Que cuidados se
deve ter ao escolher cereais?
Muitos deles são
ricos em açúcar e
pobres em proteína, estimulando rapidamente o
apetite. Deve optar-se por
cereais pobres em açúcar e
em gordura. A aveia, hoje
em dia, é o tipo de cereal
que mais se aconselha.
Que benefícios
para a saúde podem ter os cereais? Se forem
ricos em fibra podem ser importantes para o
bom trânsito intestinal e
responsáveis pela produção
de alguma energia.
2
Granola caseira (1Kg)
1. Misture numa taça grande os flocos de aveia, as amêndoas, as sementes, a canela em pó, o açúcar,
gengibre e sal.
2. Aqueça o puré de maçã, xarope
de arroz, mel e óleo numa caçarola.
3. Deite o molho na taça grande,
misture bem, deite em dois tabuleiros e ponha no forno.
A nutricionista Ágata Roquette
tornou-se conhecida do público português depois de ter
lançado o muito aplaudido livro A Dieta dos 31 Dias. O GPS
quis saber o que pensa a especialista acerca dos chamados cereais fitness.
SERRAMEL
Uma marca 100% portuguesa que
mistura cereais integrais com
amêndoas e mel.
Jumbo
Av. dos Cavaleiros, Carnaxide 217
109 300 || 9h-23h (6ª e sáb fecha
às 24h) €5,79
Av. Óscar Lopes, Leça da Palmeira 217 123 300 || 9h às 23h (dom.
fecha às 22h)
€5,79
g
g
GOURMET
Iraté ao Perusó pelo
paladar RESTAURANTES
+
Onde tem mesmo
de jantaresta
semana NOVIDADES
+
Como se faz a
verdadeiracerveja
belga BARES
A, B,
C... eviche
É o prato mais representativo da
gastronomia peruana e já há muitos
sítios em Lisboa e no Porto que o
têm na carta. Saiba tudo sobre esta
receita de peixe cru marinado em
lima e leite tigre – depois vá prová-lo
LUÍSA MARINHO e SARA CHAVES textos
em do outro lado
dos Andes, mas é
um pouco europeu e árabe. É o
orgulho nacional
do Peru e tem
despertado atenção por ser um prato
muito saudável – com altos
índices de proteína, é
quase sempre servido sem
hidratos de carbono.
Mas o ceviche como hoje o
conhecemos não existia antes
da colonização europeia da
América. As incertezas à volta
da origem da palavra reflectem a mescla cultural que foi
necessária para que este petisco feito de peixe cru marinado em citrinos nascesse.
Sabe-se que há 2000 anos a
civilização moche já marinava o peixe em sumos de fruta;
mas àqueles lados os citrinos
só chegaram com os espanhóis – citrinos esses que tinham sido introduzidos na
Europa pelos árabes.
O historiador peruano Juan
José Vega defende que a palavra ceviche é de origem árabe
(sibesh, comida ácida), explicando que as mulheres muçulmanas levadas pela frota
de Francisco Pizarro para o
novo mundo marinavam o
peixe em citrinos. O também
peruano geógrafo e historiador Javier Pulgar Vidal sugere
que esta era uma adaptação
da palavra da língua quéchua
(das civilizações andinas)
siwichi, que é peixe fresco.
Já Academia Peruana defende que a palavra surgiu
de cebo, termo que durante
o século XVI era utilizado
pelos espanhóis para designar comida de tamanho
pequeno. A Real Academia Espanhola sugere
que ceviche terá a mesma origem que escabeche, do persa sikbag
(forma de preservar
os alimentos em
meios ácidos).
Hoje, o ceviche pode
ser encontrado em Portugal nos mais diferentes restaurantes, sejam
japoneses, portugueses
ou latino-americanos.
Na página ao lado fique
a saber mais sobre este
prato e saiba também
onde o pode provar.
V
EGOÍSTA
Edifício do Casino da Póvoa,
Póvoa de Varzim
252 690 888 || 20h30-24h
(3.ª a 5.ª só para grupos
por marcação; fecha dom. e 2.ª)
€17,50 (ceviche de carabineiros
e robalo)
ONDE IR COMER?
CEVICHERIA
g
R. D. Pedro V, 129, Lisboa,
218 038 815
12h30-24h
€11,80
(ceviche puro de peixe branco)
QOSQO
R. dos Bacalhoeiros, 26 A,
Lisboa, 218 868 061
12h30-15h30 e 19h30-23h30
(fecha dom. ao jantar e 2.ª)
€17 (ceviche misto)
HIKIDASHI
R. Coelho da Rocha, 20 A,
Lisboa, 213 955 555
12h30-15h e 20h-24h (fecha 2.ª)
€12 (ceviche misto)
ESTE OESTE
C. C. de Belém, Pç. do Império,
Jardim das Oliveiras, Lisboa
914 914 505
10h-23h (6.ª e sáb. até 24h;
fecha 2.ª)
€10,50 (ceviche misto)
LAS FICHERAS
R. dos Remolares, 34, Lisboa
213 470 553
11h-2h
€9,90 (tostada con ceviche
de peixe do dia y mango)
BY THE WINE
R. das Flores, 41, Lisboa
213 420 319
12h-24h (fecha 2.ª)
€8 (ceviche de salmão)
SUSHICAFÉ AVENIDA
R. Barata Salgueiro, 28,
Lisboa
211 928 158
12h30-15h30 e 19h30-24h (5.ª
fecha 1h; 6.ª e sáb. fecha 3h;
fecha dom.)
€11 (ceviche misto)
KYOTO NA BAIXA
Pç. de Guilherme Gomes
Fernandes, 56, Porto
918 863 875
12h-15h e 19h30-23h (6.ª até 24h;
sáb. 12h30-15h30 e 19h30-24h)
€10 (ceviche misto)
O XARROCO
R. Heróis de França, 507,
Matosinhos, 229 381 649
12h-23h
€7,50 (ceviche misto)
FRIDA
R. Adolfo Casais Monteiro,
135, Porto, 226 062 286
20h-24h (sáb. e dom. 13h-15h e
20h-24h; fecha 2.ª e 3.ª)
€9,50 (ceviche de robalo com
tortilha frita)
DIXO’S KITCHEN
R. de Sousa Viterbo, 65, Porto
222 032 065
12h30-15h30 e 19h30-23h30
(fecha 2.ª)
€9 (ceviche misto)
restaurantes
Aromas & Sabores
Paixão
R. Tomás da Anunciação, 44,
Lisboa, 213 973 494
14
Até €10
LISBOA
100 Montaditos
Pátio do Tijolo, 61, Lisboa
O funcionamento do 100
Montaditos é como um centro
de saúde: chega, diz ao que
vem e fica à espera que o
chamem através de um
altifalante. Com uma grande
diferença – o que o espera é
bom. E barato, com montaditos
entre €1 e €2 e serve canecas
de cerveja a €1,50. || 12h-24h
AQUI
papam
grupos
À PRIMEIRA
VISTA
Este é um local onde se junta
uma loja gourmet a um espaço
para petiscar e beber um copo
de vinho. Depois de passar a
parte da loja encontra o wine bar.
Lá convidam-no a ir à garrafeira,
onde há 30 vinhos. Prove a
farinheira de Barrancos (€6,50).
|| 12h30-24h (fecha dom. e 2.ª)
Na carta apresenta-se como pastel de nata reconstruído (€8). À mesa, chega sob a forma
de uma espécie de Arco do Triunfo de massa
folhada com gelado de canela e base de nata.
É impossível resistir-lhe – a massa folhada é crocante, a nata é cremosa e o gelado é doce q.b.
Tudo somado, fica a prova de que um pastel de
nata é sempre capaz de nos seduzir.
SUSHIC
Lisboa Almada
Hotel, R. Abel
Salazar, 9, Almada
211 911 965
12h-15h e 19h30-23h
€30
(Preço médio)
PORTO
Francesinhas Al Forno
da Baixa
R. do Almada, 160, Porto
925 159 433
O Francesinhas Al Forno da
Baixa propõe variantes da
convencional francesinha com
bife (aqui chamada Do Carago,
€7,90). Se não come carne de
vaca pode pedir uma
francesinha indiana, com carne
de aves e molho de caril (€8) ou
uma de tofu, seitan (ambas a
€7,50) ou de tofu fumado
(€7,80). || 19h-4h
Bite Me
PIMMS
R. do Infante
R. do Teatro, 133, piso -1, Porto
911 188 339
D. Henrique, 95, Porto
222 015 172 || 12h-15h
e 19h-24h (fecha dom.)
€25 (Preço médio)
É um café para almoços light,
lanches ou para um brunch
substancial (aos sábados das 12h
às 16h, por €10). Prove as tostas
de beringela salteada com queijo
de cabra e mel (€4), de
cogumelos Portobello com
esparregado de espinafres (€4)
ou a de salmão fumado com
Philadelphia e molho de
mostarda e endro (€5).
|| 10h30-19h30 (fecha dom.)
Até €20
LISBOA
Não faltam sugestões
para jantares de grupo no Pimms. Este
espaço do Porto tem
menus para todos os
gostos. Pode optar
pelo menu tradicional (que tem um prato igual para o grupo,
€20) ou pelo menu
Itália (€20). No primeiro seleccione entre peito de peru ou
lombo de porco assado, arroz de pato, bacalhau com natas ou
strogonoff. O menu
Itália permite-lhe escolher na hora tagliatelle com cogumelos,
spaghetti bolonhesa,
risoto de cogumelos
ou alheira e cebola.
O menu mais caro é
o Escolha na Hora,
que o deixa optar entre várias propostas
de pratos tradicionais (€23). Todos os
menus incluem entradas, sobremesa
e bebidas.
Mezzanine Creative
Restaurant
R. da Boavista, 106, Lisboa
917 209 780
É uma espécie de Louvre da
gastronomia, que serve petiscos,
tibornas, saladas e tábuas que
parecem obras de arte. Prove a
bifana especial do chef(€7), a
tiborna de bacalhau (€6,50) e as
barcas de mexilhão à Bulhão
Pato (€5). || 8h-10h30 e 19h30-2h
(dom., 2.ª e 4; 18h30-24h)
D.R.
g
PORTO
Da Noi
R. Brito Capelo, 1127, Matosinhos
939 627 712
Os melhores vinhos e bebidas
espirituosas; presuntos,
queijos e tapas de qualidade
superior – parece e é Utopia.
Pode picar umas espirais de
frango (€8) ou foie gras com
compota (€12), por exemplo,
mas se preferir algo mais
completo tem o bife do lombo
com molho bordelaise ou
béarnaise (€24). Sábado é dia
de arrozes (para dividir por 2
pessoas, €19). || 9h-20h (6.ª e
sáb., 9h-1h; fecha dom.)
Os adeptos deste templo (uns
bons milhares) sabem que
chegando por volta do meio-dia ou mesmo depois das
três é muito prático pedir
qualquer marisco da carta e
uma das mais bem tiradas
imperiais da cidade. Mesmo
que remate a refeição com
um prego, todo o serviço é
feito à velocidade da luz.
|| 12h-24h
Utopia
Ramiro
Raiz
Av. de Sabóia, 486, Monte
Estoril, 222 084 696
Av. Almirante Reis, 1, Lisboa
218 852 024
Lg. dos Lóios, 8, Porto
222 010 940
Em italiano, “da noi” pode
significar, entre outras coisas, “na
nossa casa”. Há risoto à
portuguesa com bacalhau (€14),
risoto do monte com cogumelos,
presunto e queijo da Ilha (€11,50).
Também há ossobuco (€14 e
bolonhesa (€10). || 12h-15h e 20h-22h30 (fecha dom. e 2.ª)
Mais de €20
LISBOA
PORTO
COMPRE
NAIT’S APPN!NG
SEJASEMPRE
UM CLIENTEVIP NO
SUSHI FEST
SUSHI FEST
Jardins e Palácio do
Marquês de Pombal, Oeiras
www.sushifest.pt
2, 3 e 4
Jul.
Tem jardins amplos, relvados
e um parque infantil para que
os mais pequenos estejam
entretidos. Na carta há terrina
de foie gras caseiro com
compota de cebola (€12),
açorda de gambas com
coentros e ovo servida no
pão (€16), vieiras grelhadas
com risoto de limão e
cantarelos (cogumelos) (€18),
lombinhos de porco preto
com alheira de caça,
batatinhas salteadas e
tomilho (€16,50) ou turnedó
Wellington (€21). || 12h30-15h
e 20h-23h (6.ª e sáb. até 24h;
fecha dom. e 2.ª ao jantar)
g
NOVIDADE
bares
Tradição
do alto
Douro no
centro
do Porto
Biografia
de uma
belga
LUÍSAMARINHO
Nasceu de uma receita
inventada por monges
belgas no século XI. Bebe-se
fresca, mas não muito.
Fomos bebê-la onde é feita
– dizemos-lhe porque deve
experimentá-la
MYRIAM GASPAR, EM BRUXELAS
Pegou no copo com pé (mais conhecido por tulipa) e segurou-o pela
base, de forma a ficar inclinado 45
graus. Verteu a cerveja devagar e a
espuma, perfeita, ficou a ocupar os
últimos dois centímetros do copo.
Na garrafa deixou ficar outros dois
centímetros. “É a alma da cerveja”,
explicou Matthias Lataille. Alma? O
sommelier da Affligem, um escanção que ensina a servir cerveja, assegura que a alma é o que está no
fundo da garrafa – um leve depósito
que se deve beber depois de agitar.
O corpo da cerveja, como lhe chama, fica no copo maior; e a alma
deve ser deitada num copo mais pequeno e saboreada no fim.
Quando se cumpre o que o escanção pede, o sabor prolonga-se na
boca e é mais acentuado. Os aromas
fazem lembrar pão fresco, banana,
especiarias e cítricos. Um conselho:
esta cerveja não se deve beber demasiado fresca para que se possam
apreciar os vários aromas. A temperatura ideal é a 7 ou 8 graus.
Nem todas as cervejas se podem
gabar de ter alma. A Affligem Blonde
Y Em 1561 os monges foram
proibidos de fazer cerveja
pode. Será por ter sido inventada no
século XI por seis cavaleiros que,
cansados de guerras, depuseram as
espadas e se transformaram em
monges, construindo uma abadia a
20 quilómetros de Bruxelas? O segredo está na receita, que perdurou,
sobrevivendo à destruição da abadia,
que ruiu pelo menos três vezes e à
ocupação dos franceses que, no século XVIII, confiscaram as terras e
dissolveram esta Ordem Beneditina.
Só quase 50 anos depois da revolução francesa os monges conseguiriam voltar a fazer cerveja.
A Affligem Blonde passa por uma
dupla fermentação. A primeira resulta da mistura dos vários ingredientes – água, malte, lúpulo, levedura e, surpresa das surpresas, especiarias: casca de laranja, anis, alcaçuz, cominhos e coriandro. As
quantidades são o segredo. Depois
de entrar em fermentação fica a
maturar sete dias, para estabilizar.
Já engarrafada, a cerveja leva mais
levedura e açúcar para iniciar uma
segunda fermentação e ficar com
mais álcool – a Blonde tem 6,8
graus. Último passo: a cerveja repousa durante duas semanas, é filtrada
por algas diatomáceas e está pronta.
Os monges de Affligem tinham duas
receitas. Uma para consumo próprio,
mais fraca, e outra para vender – as
receitas iam para auxiliar os pobres.
Em 1561, os monges chegaram a ser
proibidos pelo arcebispo de fazer cerveja com tanto álcool – a Allfigem Triple tem 9,5 graus – alegadamente, isso
interferia com as orações. Mas a proibição foi contornada: a cor dourada da
Triple é quase a mesma da Blonde e o
arcebispo não deu por nada.
Hoje não há mais de 13 monges na
abadia. Talvez prevendo isso, o padre Tobias decidiu, em 1956, passar o
segredo da Affligem a uma cervejeira
privada, a De Smedt. Na Bélgica há
mais de 600 tipos de cerveja, mas
apenas 18 estão ligadas a abadias e
devidamente certificadas. Em 2000,
a Heineken comprou a cervejeira
belga, ficou com os direitos da marca
e o ano passado lançou a Blonde em
Portugal. Aguarda-se o lançamento
da Double e da Triple.
O Purista, em Lisboa (Rua Nova da
Trindade, 16C), é a loja-bandeira da
Affligem em Portugal.
A SÁBADO viajou a convite da Affligem
Em São Lázaro, zona do Porto que
continua a crescer em número de bares, nasceu agora um wine bare mercearia – o Pipa Wine Bar.
Beatriz Cardoso e Silas Figueira, ambos do Douro, ela do alto (Pinhão), e
ele do litoral (Gaia), optaram por criar
um espaço dedicado unicamente aos
produtos durienses, algo que não existia na cidade. Além do vinho que vem
do coração da região demarcada, há
azeite, figos, amêndoas, mel, fruta fresca da época e até os famosos rebuçados da Régua. O vinho, que se pode
pedir a copo ou à garrafa, bebe-se em
cima de pipas, que servem de mesa.
A oferta não é muito variada, mas
tem o essencial. O vinho de mesa é o
Cabeça de Pote (€2,50, copo), o DOC é
o Cadão (€3, copo) e o reserva é o Clama (€3,50, copo), todos eles da Mateus
& Sequeira (São João da Pesqueira). Há
também algumas propostas de vinho
do Porto (entre €2,50 e €3,50 o copo),
moscatel (€2) e até sumo de uva natural sem álcool (€2). O menu de boas-vindas é composto por dois copos
de DOC e uma taça de figos secos com
amêndoa mergulhados mel (€7).
PIPAWINEBAR
Av. RodriguesdeFreitas,389,Porto
223 228 643 || 10h-20h (6.ª e sáb. até 24h)
Fecha domingo
€8 (Preço médio)
NOVO CONCURSO
CARRO DE SONHO
CHEGOU A SUA VEZ
GANHE UM MERCEDES
LIGUE JÁ
760 200 700
*
De 21 Março a 31 Maio este Mercedes-Benz Classe A 160 CDI pode ser seu
QUANTAS MAIS VEZES LIGAR MAIS HIPÓTESES TEM DE GANHAR!
p
p
PALCO & PLATEIA
Patrick Watson
e o seu novo
álbum MÚSICA
+
Kate
Winslet está
crescida CINEMA
+
McDreamy voltou
renovado SÉRIES
+
Entrevista a Rentes
de Carvalho LIVROS
+
Maria Rueffcomo
nunca a viu TEATRO E DANÇA
+
Perfil do
representante
de Portugal
na Bienal
de Veneza ARTES PLÁSTICAS
Nada elementar,
este caro Watson
Patrick toca com a sua banda – Robbie Kuster, Mishka Stein e Joe Grass –
há 13 anos, mas não foi por isso que a sua música se tornou aborrecida. Love Songs
For Robots, o seu novo álbum, sai a 11 de Maio, e foi pretexto para esta entrevista.
DIOGO LOPES texto MARISA CARDOSO foto
p
19
FESTIVAL
A
MARISA CARDOSO
firma que é por
acaso que lança
discos novos de
três em três anos
e que não quer
acabar a carreira
como “uma estrela
de rock bêbeda, acabada e
que não faz nada”. Chama-se
Patrick Watson e a sua música
sensível e delicada está de regresso com Love Songs For
Robots, o novo álbum. O GPS
esteve com o músico californiano e falou com ele sobre
marionetas e o futuro.
Toca com a mesma banda
há 13 anos. É cansativo?
[Risos] É como estar em família! Temos os desafios que um
casal de velhotes tem na sua
relação – para manter o romance aceso é preciso trabalho e temos de usar brinquedos sexuais meio estranhos e
isso [risos]. Falando mais a sério, assim como tentas manter
uma relação amorosa saudável, também neste caso isso
acontece. Temos de fazer coisas palermas juntos, vamos
gravar a sítios mais estranhos,
coisas desse género – para
não ser aborrecido ou enfastiante. Tentamos tornar a música que fazemos entusiasmante para que o nosso relacionamento também o seja.
Isso reflecte-se em Love
Songs for Robots?
Este disco é diferente dos outros, demos muito mais espaço à electrónica – especialmente na percussão e nos sintetizadores –, mas sem perder
as raízes, sem nos tornarmos
frios. Construímos uma espécie de biblioteca de sons. Gravámos muita coisa ao vivo e
depois fomos esculpindo, cortando e colando. Ouvimos
muito R&B e hip-hop, e acho
que essa influência se sente,
embora levemente, e também
mudei um pouco a minha maneira de cantar. Está diferente
dos outros mas continua muito honesto e sincero.
Costuma falar sobre o papel da tecnologia na música. Os próximos discos terão suporte físico?
“Este será, muito
provavelmente,
o nosso último
álbumde
originais aser
lançado em
suporte CD.
Não fazsentido
economicamente”
Este será, muito provavelmente, o nosso último álbum
de originais a ser lançado em
suporte CD. Não faz sentido
economicamente, demora
muito tempo em comparação
com aquilo que se pode fazer
através da Net e hoje em dia
as pessoas ligam cada vez
menos a isso.
O nome do disco é então
uma espécie de sátira?
Sim e não [risos]. Sou apaixonado por ficção científica e vi
um espectáculo de marionetas
com músicas lamechas a serem cantadas pelos bonecos.
Como eram cantadas por eles,
achei muito giro; se fossem
cantadas por humanos acharia
merdoso. Isso fez-me pensar
como seria se eu escrevesse
música como se não fosse um
ser humano.
Podemos esperar concertos
para breve?
Claro. Adoramos Portugal.
Talvez no fim do ano consigamos trazer o álbum novo a
tocar cá.
LOVE SONGS FOR ROBOTS
Patrick Watson
Pop-Folk || Domino/Popstock
€15,90
Mais uma boa razão
para ir ao Lisb-On
O Lisb-On – 5 e 6 de Setembro no
Parque Eduardo VII, em Lisboa – vai
ter um cartaz irresistível. A ele acaba
de se juntar Mr. Herbert Quain, a personagem musical que Manuel Bogalheiro assume quando se move entre
as maquinarias electrónicas que usou
para gravar dois álbuns: How ILearned to Stop Worrying and Start Loving
the Waiting, em 2012, e Forgetting Is a
Liability, em 2014. Os bilhetes estão à
venda na app da SÁBADO, a It’s
Appning. A 1ª fase de venda terminou,
mas o desconto de €5 da It’s Appn!ng
mantém-se. Na 2ª fase, que já começou, o bilhete diário custa €20 (diário)
e o passe €35 (€15 e €30 com desconto It’s Appn!ng). Na terceira fase o
diário custará €25 e o passe €40 (€20
e €35 com desconto It’s Appn!ng).
E OUTRAS SEIS RAZÕES
No Lisb-On, os concertos são o mais importante, mas o espaço envolvente também ajuda
Andras Fox
& Oscar Key Sung
Michael Mayer
Jazzanova Live
Estrelas da house mundial – Oscar nas vocalizações, Andras a dar o
ritmo groove na mesa
de mistura – os dois
amigos fazem canções
quentes e divertidas,
apropriadas a horas de
preguiça na relva.
DJ, produtor e remisturador (de ilustres como os
Pet Shop Boys, os Foals
ou os Depeche Mode), o
alemão vai agitar a pista
com as suas batidas e pôr
toda a gente a dançar. Já
é hábito dele, actuar para
milhares de pessoas e
nenhuma ficar parada.
De vez em quando voltam, mas quase sempre
em formato de DJ sete
sem a voz de Paul Randolph a dominar a função. Mas ele vem ao
Lisb-On, com o resto da
turma instrumental, prometendo jazz dançante,
chill out e ritmos tribais.
Mirror People
Ar livre
Todd Terje
Rui Maia andava em
digressão com os X-Wife quando imaginou o projecto Mirror
People: disco sound à
anos 70 misturado com
batidas dançáveis de
agora. É o que leva ao
Lisb-On, acompanhado
pela Voyager Band.
Com a maioria já regressada das férias fora, mas
ainda com muito calor, o
Parque Eduardo VII é o
jardim ideal de Lisboa
para um festival de electrónica. Pode-se dançar
à fresca e com espaço e
ir à zona de restauração
buscar bebidas e comida.
Norueguês de 33 anos, é
considerado um dos melhores DJs do momento
graças às suas misturas
de funk, house e disco,
mas também escreve
canções. Vem ao Lisb-On mostrá-las, baseando-se em It’s Album Time, que editou em 2014.
h
VIDEO
ONLINE
À VENDA
NA APP
p
20
música
»DISCURSO
DIRECTO«
O disco reflecte a minha vida no momento
em que o compus e
gravei. Estava a morar
na praia de Porto da
Barra, em Salvador da
Baía, onde vivia e passava férias em criança
Adoro o trabalho de estúdio,
mas às vezes dá-me saudades
do palco, de reafirmar o gosto
que tenho de cantar a minha
música para as pessoas
Sempre fui bom a línguas,
falo inglês, espanhol e italiano, arranho russo e grego... Por isso não é esquisito que o disco termine
com uma canção em japonês, da minha amiga
Takako Minekawa
Moreno Veloso
Coisa Boa foi um sucesso no Brasil. Saiu em Junho e
já vai na 3ª edição, talvez por ser um disco curto e
coeso, que apetece ouvir de seguida. Embora tenha
11 canções, a maioria não passa de três minutos
Sou vegetariano, mas os meus
filhos comem carne. Também
comem mais legumes que as outras crianças, porque os têm
sempre à disposição
Passo muito tempo
com os meus filhos,
que hoje têm 9 e 6
anos. A gente canta,
dança, desenha... ou
sai de bicicleta, para
ir tomar banho de
cachoeira na floresta
da Tijuca, no Rio de
Janeiro, onde moramos agora
A minha geração tem nomes esquisitos:
eu sou Moreno, tenho amigos como
Morango, Preta, Areia... Por reacção,
damos nomes simples aos nossos filhos. Os meus são Rosa e José
Caetano foi sempre um paimodelo, presente e carinhoso, muito simples, apesar de ser famoso. O único
problema era certas pessoas fazerem-se de amigas
para saberem coisas dele
Sempre senti um grande fascínio por discos. Por isso, além do formato digital,
lancei este meu novo álbum em CD e vinil
A indústria discográfica mudou
muito nos últimos 15 anos. Hoje, na
Internet, é fácil ter acesso ao que
não é comercial, de todo o mundo
e de todas as épocas. Isso é bom
Sou religioso, tive instrução católica e sou ligado ao
candomblé, mas a minha mulher é ateia. Para
mim, o essencial é querer o bem de todos
RITA BERTRAND texto e crítica
SIGA
NA APP
Estreou-se como compositor
aos 10 anos, com Um Canto
Afoxé para o Bloco do Ilê,
faixa que o pai gravou em
Cores, Nomes, de 1982.
Mais de 30 anos depois,
Moreno Veloso, o filho mais
velho de Caetano, sobrinho
de Bethânia e afilhado de Gal
Costa, mostra que a herança
pesada não o estragou e que,
pelo contrário, está bem presente na voz e nas cordas do
seu violão – o violão com
que, além de encher salas de
espectáculo, toca canções de
embalar aos filhos.
“Criei a melodia de Coisa
Boa, a canção que acabou
por dar título ao álbum, há
uns seis anos, na beira da
cama de Rosa e José, para
os adormecer”, contou ao
GPS numa conversa telefónica em que o músico brasileiro (nomeado para os
Grammys em 2014, como
produtor de trabalhos do pai
e de Gilberto Gil) se revelou
tão doce, simples e simpático como soa em disco.
Esse álbum, de 11 canções
curtas, na linha da bossa
nova, é o pretexto para os
dois concertos que vem dar,
esta semana, a Lisboa e a
Ponta Delgada, Açores.
Foi também o pretexto da
entrevista, da qual saíram as
declarações que o rodeiam,
na imagem acima, onde surge envolvido pelo mar e por
rochedos, duas das suas
maiores paixões (além dos
filhos e da mulher, antropóloga) – ou não fosse ele um
aficcionado da natureza, que
pratica escalada em rocha
há décadas e até tirou um
curso universitário de Física
só para perceber melhor
como funciona o universo.
MORENO VELOSO
Cinema São Jorge, Lisboa
6.ª, 8/5 || 21h30
€15; até 25 anos: €10
Teatro Micaelense, Ponta Delgada
Sáb., 9/5 || 21h30
€10
CRÍTICA
Moreno Veloso Sem pretensões
TTTTS
Coisa Boa
MPB || Ed. Luaka Bop
€14,40
“É lindo e puro, é elemento
como pedra, madeira e água
azul-clara, como uma nuvem
imensa e generosa que mostra o tamanho do céu”, escreveu Rodrigo Amarante numa
carta a Moreno, seu parceiro
na Orquestra Imperial.
A frase é uma boa síntese
de Coisa Boa, álbum sem pretensões, íntimo e tranquilo
mas com sabor a festa, o primeiro que o cantor assina
com o seu próprio nome. No
anterior, Máquina de Escrever
Música, assinou Moreno+2, assinalando as contribuições de
Domenico Lancellotti e Alexandre Kassin e assumindo algum arrojo musical. Desta vez
simplificou tudo e sabe bem
ouvi-lo assim, tão perto, como
se estivesse ao nosso lado.
PUB
p
CONCERTOS
Colleen
em Lisboa
e Braga
RITA BERTRAND textos
SIGA
NA APP
Percussão à africana, samplagens na mesa de mistura e uns
pozinhos de dub aliam-se a
um instrumento do barroco,
a viola da gamba, e à voz, em
registo íntimo, quase hipnótico,
por vezes romântico, com subtis
laivos de pop.
Assim é a música de Colleen
Schott, artista francesa de percurso internacional, que se estreou em 2003 com Everyone
Alive Wants Answers e vem à
ZdB, em Lisboa, e ao espaço
Y Colleen Schott
toca viola da gamba
GNRation, em Braga, mostrar o
novo álbum, Captain OfNone –
o sucessor do aclamadíssimo The
Weighing OfThe Heart, que
apresentou há dois anos na igreja de St. George, perante uma
plateia rendida.
Reencontro de um grupo histórico
SIGA
NA APP
O Sexteto de Jazz de Lisboa,
fundado nos anos 80 por músicos então jovens e que entretanto se tornaram referência,
volta a reunir-se para o ciclo
Histórias do Jazz em Portugal,
actuando a 10 e 23 de Maio,
respectivamente em Lisboa e
Guimarães.
Em palco, a revisitar o único
álbum que editaram, Ao Encontro, e a estrear novas composições, estarão cinco dos
fundadores: Tomás Pimentel
(fliscórnio, trompete), Edgar
Caramelo (saxofones), Mário
Laginha (piano) e os irmãos
Pedro (contrabaixo) e Mário
Barreiros (bateria). O saxofonista Jorge Reis, falecido em
Y A nata do
Vitro
SIGA
NA APP
Vai já na 34ª edição consecutiva e é uma referência do jazz
em Portugal, sempre com um
cartaz criterioso, com base em
valores seguros.
Falamos do Estoril Jazz, que
arranca no sábado, 9, com um
duo de respeito: a cantora Ro-
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
6.ª, 8/5 || 22h
€8
GNRation, Braga
Sáb., 9/5 || 22h30
€7
O maior do jazz
cubano
jazz reunida
Outubro, será substituído por
Ricardo Toscano.
Y Arturo
Sandoval
SEXTETO DE JAZZ DE LISBOA
seanna Vitro e o pianista Kenny Werner, que já trabalhou
com Charles Mingus e Dizzy
Gillespie. O festival continua
no domingo, com o trompetista
Sean Jones à frente de um
quarteto em que alinham Orrin
Evans (piano), Luques Curtis
(contrabaixo) e Mark Whitfield
Jr. (bateria).
Na próxima semana há mais:
o quarteto liderado pelo saxofonista Ricardo Toscano (no dia
16) e o hard bop do quinteto
Opus 5 (dia 17).
Lembra-se dos Mambo Kings?
No filme, Antonio Banderas tocava trompete e soava a... Arturo Sandoval. Não admira: era
mesmo Sandoval, autor da banda sonora, a tocar. A história
também tinha ecos da biografia
do trompetista e compositor que
na terça, dia 12, actua no CCB:
narrava a vida nos EUA de um
par de irmãos cubanos – e Sandoval também trocou Cuba pelos Estados Unidos, naturalizando-se nos anos 1980 (com uma
ajudinha de Dizzy Gillespie, seu
mentor e ídolo).
Rápido e criativo no trompete,
o músico é uma autêntica lenda
do jazz latino, tendo recebido 10
prémios Grammy, e vem a Lisboa
dar um concerto único, na liderança de um sexteto (a incluir bateria, saxofone, baixo, piano e
percussão) e com um alinhamento em formato best of, mas com
muito improviso pelo meio.
ESTORIL JAZZ/JAZZ NUM DIA DE VERÃO
ARTURO SANDOVAL
Auditório do Casino Estoril
Centro Cultural de Belém, Lisboa
Sáb., 9/5, 21h30 || Dom., 10/5, 19h
3ª, 12/5 || 21h
€25 (cada); passe 4 concertos: €50
€20 a €30
Culturgest, Lisboa
Dom., 10/5 || 21h30
€15; –30 anos/desempregados: €5
Centro Cult. Vila Flor, Guimarães
Sáb., 23/5, 22h
€10; jovens/seniores: €7,50
Um festival de respeito
Y Roseanna
COLLEEN
SIGA
NA APP
p
música
22
CRÍTICA
Blur
A mágica
descoberta
da coesão
Y O novo disco é
o mais homogéneo
de sempre
TTTTS
The Magic Whip
Pop || Ed. Parlophone/Warner
€15,90
Ouvir um álbum dos Blur, na altura do lançamento, sempre implicou um jogo divertido, que
poderia chamar-se “caça ao single”. Iam-se anotando dois, três
ou mais temas com tudo para
se tornarem êxitos, fosse pela
sua vocação radiofónica (Stereotypes, Charmless Man), por
se adequarem a estádios a cantar em uníssono (For Tomorrow,
The Universal, Tender), ou até
por apontarem às pistas de dança, com os seus refrães saltitantes (Girls & Boys, Song 2, Country House, Crazy Beat).
Em The Magic Whip, o novíssimo oitavo álbum de originais
do quarteto britânico – inactivo
de 2008 a 2013 –, o grau de difi-
culdade do jogo sobe substancialmente: embora se mantenha fiel a si mesmo, numa linha
pop engenhosa e quase despojada de efeitos electrónicos (à
excepção de Ice Cream Man ou
New World Towers). Nem mesmo Lonesome Street e Go Out,
as duas canções mais próximas
do “estilo Blur” – e as escolhidas
como singles de lançamento –
são hits óbvios, pois têm letras
pouco luminosas e arranjos demasiado complexos (incluindo,
até, distorções roqueiras e
umas pitadas de soul).
Isso pode surpreender, mas
na verdade só abona a favor da
banda liderada pelo irrequieto
Damon Albarn (de currículo invejável além dos Blur, tanto a
solo como com os Gorillaz), em
que alinham o baixista Alex James, o baterista Dave Rowntree e (de novo) o fantástico
guitarrista Graham Coxon (que
tinha saído em 2003, antes da
edição de Think Tank).
Com a meia-idade, os Blur
descobriram finalmente a magia da coesão e, em vez da
montanha-russa emotiva do
costume, assinam um álbum
sempre elegante e apelativo,
distante da pop típica que foi
o segredo do seu sucesso nos
anos 1990, mas mais adulto, arriscado em termos comerciais
e, acima de tudo, homogéneo.
RITA
BERTRAND
crítico
CRÍTICA
CRÍTICA
CRÍTICA
Beautify
Junkyards
Nostalgia
Alabama
Shakes
Death Cab
For Cutie
Só clichés
TTTwS
The Beast Shouted Love
Pop || NOS Discos
Download grátis
em www.nosdiscos.pt
A vingança
do Sul
TTwSS
Kintsugi
Pop || Ed. Atlantic
€14,99 (Fnac)
TTTTS
Sound & Color
O maior drama das bandas
de versões não é passarem
anos a fazer piscinas entre a
garagem do baterista e os
bares mais ou menos deprimentes das cidades próximas a tocar sempre as mesmas canções (estranhamente, as bandas de versões deixaram de tocar música contemporânea e usam os clássicos com escudos vikings) – é
o facto de, chegados ao momento de tentarem fazer
algo original, o resultado ser
trágico de tão mau. Com The
Beast Shouted Love, Os
Beautify Junkyards quebram
essa maldição. Oiça como.
ÂNGELA
MARQUES
crítico
Rock || Ed. Rough Trade
€11,99 (Fnac)
A julgar pelos anos recentes
da música norte-americana,
o Sul parece começar a marcar pontos. Longe do arquétipo dos rednecks que, nas
décadas de 60 e 70, proclamavam as virtudes do segregacionismo, os Alabama
Shakes são, a par dos My
Morning Jacket (do Kentucky), de Kurt Wagner e dos
seus Lambchop (Tennessee),
um dos projectos mais interessantes no panorama musical dos EUA.
Em comum têm também
o facto de partilharem uma
missão idêntica: recuperar
uma sonoridade mais característica dos respectivos lugares de origem, mas com
uma linguagem musical que
foge aos temas comummente associados aos
géneros praticados. No caso
de Wagner ou dos My Morning Jacket, o seu country
(ou a sua folk) não versa so-
Y Bom sinal: eles inovam
ao segundo álbum
bre as longas viagens de camião; já no caso dos Alabama Shakes, o seu rock é
muito mais do que uma
projecção da identidade sulista através da música.
Sound & Color, o segundo
álbum da banda, não é, no
entanto, uma mera sequela
de Boys & Girls (2012), o que
tanto pode constituir uma
desilusão como uma agradável surpresa. Para o bem e
para o mal, o disco tem uma
dose de personalidade bastante própria. Ainda que a
base seja a mesma que vem
marcando o som da banda –
a essência do rhythm’n’blues
– também há sonoridades
próximas do funk (basta ouvir o excelente Don’t Wanna
Fight) e da soul, bem como
alguns orquestrações que
contrariam a simplicidade típica do género.
Sound & Color é a afirmação de uma banda que poderia, simplesmente, ter mimetizado uma fórmula de sucesso mas não o fez. Optou por
experimentar novos territórios, ainda que contíguos à
sua zona de conforto. É um
disco corajoso – e, normalmente, ter a capacidade de
inovar ao segundo álbum, é
um bom auspício em termos
de carreira.
FILIPE
LAMELAS
crítico
Para quem foi obrigado a ouvir Something About Airplanes quando os Death Cab
For Cutie surgiram no fim
dos anos 1990, não deixa de
surpreender a longevidade
do, agora, trio norte-americano. Por muito que custe a
quem cresceu a ver O.C. (série cheia de canções dos
Death Cab For Cutie), a banda não é inovadora nem inspirada ou talentosa.
Kintsugi é um disco pleno
de lugares-comuns e fórmulas musicais ensaiadas, com
letras capazes de figurar na
lista dos clichés mais vulgares da pop e nem o facto de
este ser o primeiro disco da
banda, desde que o vocalista, Ben Gibbard, se separou
de Zooey Deschanel, constitui motivo de desculpa. F.L.
|| PORTUGUESA || 6.ª, 22h || €10
música
Nélson Freire Recital de piano
de um veterano que já foi
comparado com figuras tão
lendárias como Rachmaninov e
Glenn Gould. || CLÁSSICA || Sáb.,
21h30 || €10
Concertos
LISBOA
Casa Independente
PORTO
Lg. Intendente, 45, 218 875 143
Casa da Música
Av. Boavista, 604, 220 120 220
Lavoisier A dupla formada por
Roberto Afonso e Patrícia
Relvas aposta na metamorfose
de temas da música popular
portuguesa, de acordo com as
investigações de Lopes-Graça
e Giacometti. || PORTUGUESA ||
6.ª, 22h30 || €5
Orquestra Sinfónica do Porto
Casa da Música Três sinfonias –
Castello Branco O músico
Coliseu do Porto
brasileiro que chamou a
atenção com Serviço (2013), o
aplaudido disco de estreia, traz
agora o espectáculo Partilha. ||
WORLD || Dom., 18h || €5
R. Passos Manuel, 223 394 940
Centro Comercial
Colombo
Av. Lusíada, 217 113 600
Agir O filho de Paulo de
Carvalho cruza hip-hop, soul e
R&B no álbum Leva-me a Sério
– agora ao vivo. || HIP-HOP || 6.ª,
18h (na Praça Central) || GRÁTIS
Centro Cultural
de Belém
de Wagner, Mendelssohn e
Schumann – dirigidas pelo
maestro polaco Antoni Wit.
|| CLÁSSICA || 6.ª, 21h; dom., 12h
|| €6; com almoço: €20
Adriana Lua A cantora carioca
apresenta As Fases da Lua.
|| WORLD || Sáb., 22h || €14 a €16
GRANDE PORTO
PLAYLIST DA SEMANA
Auditório de Espinho
R. 34, 884, 227 340 469
FAIXAS QUE ANDAMOS A OUVIR
, HOWCOULD YOU BABE – Tobias Jesso Jr.
6 Moon Eyed Walrus – Cayucas
2 Cowboy Guilt – Torres
7 Health – New Coke
21h30 || €7
3 Crystallise – George FitzGerald (feat. Lawrence Hart)
8 Constantly Hating – Young Thug (feat. Birdman)
4 Damn That Valley – U. S. Girls
9 Places You Will Go – Patrick Watson
Miúdos
5 Haunted By You – Future Islands
Semana de 7/5/2015
10
Castello Branco Apresentação
de Partilha. || WORLD || 6.ª,
The Sky Behind The Flag– Owen Pallett
Pç. Império, 213 612 400
PORTO
Academia de Música de Santa
Cecília A instituição continua a
Casa da Música
celebrar os seus 50 anos, com
400 alunos num programa
diversificado. || CLÁSSICA || Sáb.,
10h30 e 16h || €4
Gala de Ópera A Orquestra
Clássica do Sul acompanha
quatro laureados do Concurso
de Canto Lírico da Fundação
Rotária: as sopranos Bárbara
Barradas e Marina Pacheco, a
meio-soprano Cátia Moreso e o
tenor João Terleira. || ÓPERA ||
Dom., 17h || €5 a €17,50
Av. Boavista, 604, 220 120 220
Coro do Dia Paulo Neto e
Espaço Espelho d’Água
Av. Brasília, 213 010 510
Salvador Sobral Tributo a Chet
Baker. || JAZZ || Até 16/5 || Sáb.,
21h30 || €5; com jantar: €20
Fundação Gulbenkian
Av. Berna, 45A, 217 823 000
Coro e Orquestra Gulbenkian O
NAIT’S APPN!NG
PODECOMPRAR
OS BILHETES PARA
O FESTIVALMAIS
COOLDELISBOA
Murray Perahia Oportunidade
LISB-ON
Natalia Gutman A violoncelista
5e6
Set.
única para ouvir de perto um
dos mais aclamados pianistas
dos nossos dias, tocar obras de
Bach, Haydn, Beethoven,
Franck e Chopin. || CLÁSSICA ||
Dom., 19h || €25 a €58
russa vem interpretar suítes de
Bach, repertório em que se
notabilizou particularmente. ||
CLÁSSICA || 3.ª, 19h || €22
Lux Frágil
Cais da Pedra a Santa Apolónia
George FitzGerald O músico
R. Portas de Santo Antão, 96
inglês, residente em Berlim,
vem apresentar o primeiro
álbum, Fading Love.
|| ELECTRÓNICA || 6.ª, 23h || €12
Ary & Kassav Os Kassav, que
Teatro Mun. São Luiz
criaram, há 35 anos, o zouk,
género musical que funde o
funk e o rock com música
caribenha dividem o palco com
a cantora angolana Ary.
|| WORLD || Sáb., 21h30 || €29
R. António Maria Cardoso, 38
Coliseu dos Recreios
Mariano Deidda O cantor
italiano Mariano Deidda vem
apresentar canções com versos
de Pessoa, para comemorar o
Portuguesa os acompanha ao
vivo. || CINE-CONCERTO || 6.ª,
21h; dom., 16h || €15 a €25
Teatro Nac. São Carlos
Lg. São Carlos, 17, 213 253 045
Charlot com Orquestra Os filmes
concerto é dedicado à banda
sonora de 2001 – Odisseia no
Espaço, em simultâneo com a
projecção do filme de Stanley
Kubrick. || CLÁSSICA || 5.ª, 21h;
6.ª, 19h || €12 a €22
Parque Eduardo VII,
Lisboa
www.lisb-on.pt
centenário da revista Orpheu.
|| WORLD || Sáb., 17h30 || GRÁTIS
de Chaplin – O Garoto de
Charlot (dia 8) e A Quimera do
Ouro (dia 10) – são projectados
enquanto a Orquestra Sinfónica
Teatro Tivoli BBVA
Av. Liberdade, 182, 213 572 025
Bossa Negra Encontro de dois
grandes da música brasileira: o
cantor Diogo Nogueira e o
“Jimmy Hendrix do bandolim”,
Hamilton de Holanda. || WORLD
|| 3.ª, 21h30 || €15 a €40
António Miguel Teixeira põem
todos a cantar uma peça coral.
|| M/4 || Sáb., 11h || €7,50
GRANDE LISBOA
TORRES VEDRAS
Centro C. Olga Cadaval
Teatro-Cine
Pç. Dr. Francisco Sá Carneiro,
Sintra, 219 107 110
Av. Ten. Valadim, 19, 261 338 131
João Só Apresentação de Até
canções de José Barata Moura.
|| M/4 || Dom., 15h30 || €2
Fungaguinhos Recriação de
Que a Morte nos Separe.
3 perguntas a Mariano Deidda MÚSICO E COMPOSITOR
Desde 2000 que canta Fernando Pessoa. No sábado, 9 de Maio,
o italiano vai estar no São Luiz,
em Lisboa, para um concerto integrado nas comemorações dos
100 anos da revista Orpheu.
Dedicou os seus últimos cinco discos à
obra de Pessoa. Porquê? Ele era muito projectado no futuro e só
era compreendido por intelectuais. Decidi começar a
cantá-lo para mostrar a toda
a gente que é fácil compreendê-lo e que a sua obra
pode ajudar-nos a perceber
a crise em que vivemos.
O último disco chama-se Mensagem.
Qual é a mensagem
que quer transmitir
ao público portu-
1
2
guês? Quero que me
oiçam a cantar Pessoa e
que pensem sobretudo
na crise de ideias em que
vivemos. Quero que vejam como o poeta já
a tinha previsto na época
e como ele até a resolve
nos seus poemas.
O que é que o
público pode
esperar deste
concerto? Vai
ser um momento
de partilha. Um momento
em que um italiano que
conhece bem a obra de
Fernando Pessoa a canta
com muito amor para
o seu público, com um
pianista, um saxofonista
e um contrabaixista
a acompanhar-me.
3
Sara Chaves
p
23
p
24
cinema
O que
ela nadou
para aqui
chegar
No filme que agora protagoniza, Kate Winslet
leva a história às costas. Lembra-se quando
foi Titanic a transportá-la?
ÂNGELA MARQUES
Na passadeira vermelha dos
Globos de Ouro de 1998, uma
Kate Winslet com 23 anos
brincava com o facto de os
fãs só gritarem por ela depois
de ficarem roucos por Leonardo DiCaprio. Com a entrevista a decorrer sob a luz
intensa de estrela que DiCaprio já era, Kate até podia
parecer querer – com o comentário – pôr-se em bicos
de pés. Nada mais errado:
Kate sentia-se a gordinha
com quem alguém tinha
querido brincar no recreio.
Estava profundamente enganada, claro – nos mais de 15
anos seguintes haveria de fa-
zer das passadeiras vermelhas um habitat natural e do
seu peso oscilante uma batalha resolvida.
Agora, com Nos Jardins do
Rei, que estreia esta quintafeira, 7 de Maio, nas salas
portuguesas, Kate já não se
enerva nas entrevistas. Afinal, antes deste vieram outros filmes – até melhores,
mais interessantes, que a puseram mais à prova e que a
atiraram para o campeonato
das melhores actrizes contemporâneas.
Foi o que lhe aconteceu,
aliás, em 2009. Nesse ano,
Kate Winslet recebeu um Óscar de Melhor Actriz. Tinha
sido brilhante no filme O Leitor, de 2008. Dez anos depois de Titanic, Winslet convenceu a Academia – que a
nomeara em 2006, por Sensibilidade e Bom-Senso, por
Titanic (1998), Iris (2002), O
Despertar da Mente (2004)
e Pecados Íntimos (2006).
Sempre criteriosa na escolha dos seus papéis,
não se pode dizer
que tenha cometido
grandes erros. Fez
aliás apostas inteligentes:
apesar da
sua estranheza (ou talvez por
causa dela), O Despertar da
Mente transformou-se num
filme de culto – e um filme
de culto, sabe-se, funciona
melhor numa carreira que o
fermento num bolo.
A chegar aos 40 anos (fálos a 5 de Outubro deste ano),
Kate Winslet tem tudo: uma
série de filmes que não a envergonham no currículo e
uma série de rugas por explorar pela frente. É que agora que já fez de menina bonita, Kate pode fazer de mulher
feita – e é aí que ela, aliás, é
mais convincente.
Não, o que faz de Kate
Winslet uma das melhores
actrizes da sua geração não é
a cara nem o corpo, mas as
duas coisas juntas, misturadas com arte. Como disse em
2002, não vê problema em
expor-se. Ela sabe que
ser actriz não tem a
ver com a cara nem
com o corpo, tem
a ver com
tudo.
CRÍTICA
Nos Jardins
do Rei
Plantas
TTSSS
De Alan Rickman
R. U. || Drama || M12 || 117m
Com Kate Winslet e Alan Rickman
No papel, parece interessante.
Uma das melhores actrizes
contemporâneas (Kate Winslet),
o prestígio de uma produção
de época, o fascínio pela corte
de Luís XIV e a obrigatória história de amor. Mas o problema
é esse. Tudo parece conformado a uma planta desenhada
sem convicção: os flashbacks
que revelam o passado trágico
de Sabine, os contratempos à
execução do seu projecto para
um anfiteatro ao ar livre nos
jardins de Versailles em 1682 e
até a relação com André Le
Norte, o engenheiro paisagista
do Rei que a contrata – interpretado por Matthias Schoenaerts, a revelação de Ferrugem e Osso (2012) que agora
se tornou especialista no papel
do tipo com charme e silencioso (ver A Suite Francesa, em
exibição). Alan Rickman, que regressa à realização quase 20
anos depois de O Convidado,
ainda tenta animar as coisas
com algum humor, mas apenas
sublinha o anacronismo de algumas situações e realça os
problemas de tom. É fácil colocar ideias no papel. Concretizálas já é outra história.
Y A obrigatória história
de amor
TIAGO
R.SANTOS
crítico
SIGA
NA APP
Estreias
A Maldição
de Michael King
De David Jung || Com Shane
Os Últimos Cavaleiros
Johnson, Ella Anderson e Cara
Pifko || EUA || M16 || 83m ||
TERROR
TSSSS
De Kazuaki Kiriya || Com Clive
Owen e Morgan Freeman ||
Coreia do Sul || M12 || 115m ||
Michael e Samantha têm uma
filha pequena e estão sempre
de acordo – menos quando o
assunto é religião. Ela é
devota a Deus, já ele acha que
o Diabo e Deus são criações
humanas. Depois de
Samantha morrer num
acidente, Michael fica
obcecado com a ideia da
morte e decide fazer um
documentário em que
praticantes de santanismo
testam nele vários feitiços –
tudo para provar que os
rituais não passam de
imaginação humana a mais.
Tudo corre como Michael
prevê, até que começa a ouvir
vozes interiores que lhe
pedem para matar a filha. Será
que Michael cede? SC
AVENTURA
Autor de duas fitas armadas ao
pingarelho (Goemon, sobre
escaramuças ninja, e Casshern,
baseado numa anime de
ficção-científica), Kazuaki Kiriya
é um exemplo do triunfo de
forma sobre substância. A
intriga é vagamente medieval,
com Bartok (Morgan Freeman,
que recebe um tratamento à
Rob Stark ao fim de meia-hora),
nobre rebelado contra a
corrupção de um ministro e a
sombra da tirania do
imperador, a ser despojado de
terras e súbditos, suscitando a
vingança do seu capitão de
guarda, Raiden (Clive Owen),
que recebera a passagem de
testemunho do líder antes da
fatídica viagem à capital do
império. Um John Woo de 3ª
categoria. PMS
MAIS VISTOS DA SEMANA
FILMES QUE ENCHERAM SALAS
Espectadores
, VELOCIDADE FURIOSA 7
60.554 6 Vingadores: A Era de Ultron
8.733
2 A Promessa de Uma Vida
19.729 7 Faz-te Homem
9.708
3 Noite em Fuga
14.682 8 Mortadela e Salamão: Missão Não Possível
8.429
4 Home: A Minha Casa
13.026 9 Uma Vida ao Teu Lado
7.846
5 Capitão Falcão
12.033
10
O Segurança do Shopping: Las Vegas
7.696
FONTE WWW.ICA-IP.PT
Uma Aldeia
Quase Perfeita
Perseguição
Escaldante
Ao Som da Vida
De Stéphane Meunier || Com
TTTwS
Força Maior
TTTTw
De Ruben Östlund || Com
Johannes Kuhnke e Lisa Loven
Kongsli || SUE. || M14 || 120m ||
DRAMA
Estudo sobre a masculinidade,
Força Maior é extraordinário
na sua aparência de
simplicidade. Uma família – pai,
mãe, dois filhos pequenos –
está de férias numa instância
de ski quando uma ameaça de
avalanche provoca uma
reacção instintiva que altera a
dinâmica do casal. Subtil,
emocionalmente inteligente e
nunca perdendo o sentido de
humor, é um dos raros filmes
que obriga o espectador a
colocar-se na pele do seu
protagonista e a sair da sala de
cinema com mais perguntas
do que respostas. TRS
Ao Som da Vida acompanha o
destino de Sam (Billy Crudup,
um dos actores mais
incompreendidos da sua
geração), publicitário de
craveira que resolve afastar-se
de tudo e todos, vivendo num
barco e dormindo com
garrafas de whisky e tequila,
após um crime terrível que
envolveu o filho único, Josh.
Ao descobrir as cassetes com
as canções que Josh gravara
antes da tragédia, Sam irá
transformar a sua vida e a de
Quentin (Anton Yelchin), um
puto com talento musical mas
frágil autoconfiança. De
ouvido terno mas sem
concessões fáceis ao
melodrama, é uma interessante
estreia do actor William H. Macy
na realização. PMS
Didier Bourdon, Lorànt Deutsch
e Lionnel Astier || FRA. || M12 ||
98m || COMÉDIA
TSSSS
De William H.Macy || Com Billy
Crudup e Anton Yelchin || EUA ||
M12 || 105m || DRAMA
De Anne Fletcher || Com Reese
Witherspoon e Sofia Vergara ||
EUA || m12 || 87m || COMÉDIA
A Humilhação
TwSSS
De Barry Levinson || Com Al
Pacino e Greta Gerwig || EUA ||
M12 || 112m || COMÉDIA
DRAMÁTICA
Fora da sua zona de conforto Baltimore e os episódios
familiares da cidade –, Barry
Levinson sempre foi um
realizador banal. Prova-o de
novo, adaptando uma novela de
Philip Roth a partir de um guião
coassinado pelo lendário Buck
Henry (The Graduate, Catch 22).
Pacino está ao seu pior nível de
cabotinice e movimento grogue
- é ver os primeiros 5 minutos como Simon Axel, o
arquetípico septuagénario de
Roth, actor que começa a
perder a cabeça durante uma
peça, decide internar-se num
sanatório e acaba num
romance crepuscular com
uma lésbica que podia ser sua
neta (a indispensável Greta
Gerwig). PMS
Perseguição Escaldante
é um hino à incompetência.
Não das suas actrizes –
mesmo se Sofia Vergara
repete o seu boneco
habitual e Witherspoon
é bem melhor do que isto
(ambas também produzem
e aí a questão é em que
raio é que estavam a pensar) –
mas de uma realização
inapta e sem qualquer
sentido de timing e um
argumento preguiçoso
que abdica da inteligência.
Duas pessoas de lados
opostos da lei que fogem
de bandidos e policias
corruptos pode ser um
grande filme. Chama-se
“Fuga à Meia-Noite”
(1988). TRS
Pára-me de Repente
o Pensamento
TTTTw
De Jorge Pelicano || Com
Miguel Borges || Por. || M12 ||
101m || DOCUMENTÁRIO
Há coisas de que, por uma
questão de sanidade, somos
obrigados a fugir todos os dias –
quem quer lembrar-se da
doença, da morte ou do
desespero? O cinema, quando
tem corpo e caparro, obriga-nos
a enfrentá-las. Com este Pára-de
de Repente o Pensamento,
Jorge Pelicano mostra-nos a
vida dos corredores de uma
instituição psiquiátrica – dos
cafés aos comprimidos, das
conversas dos familiares que ali
os deixam aos diálogos
simultaneamente alheados e
cirúrgicos dos utentes, da
lucidez ao desnorte. E com
ternura torna-nos impossível
não encararmos o que nos
escapa dessas doenças todas
da família da esquizofrenia. AM
Saint-Loin-la-Mauderne
é uma aldeia onde nada
de interessante se passa.
Um dia surge a hipótese de
reabrir uma antiga fábrica
de fumeiro de salmão com
um subsídio do Estado,
mas para isso os habitantes
têm que conseguir que
um médico passe a viver
na região. Quando o jovem
médico Maxime Meyer
se instala temporariamente
na aldeia, todos se reúnem
com um objectivo comum:
tornar Saint-Loin-la-Mauderne
num sítio de onde o médico
não vai querer sair.
Acontece que nem tudo
corre como esperavam
e as peripécias começam
a ser mais que muitas... SC
DEVIDO A FECHO ANTECIPADO DESTA EDIÇÃO, ESTA SEMANA NÃO VAMOS PODER DIZER-LHE EM QUE SALAS PODE VER OS FILMES QUE ESTREIAM EM PORTUGAL – FIQUE, NO ENTANTO, COM O RESUMO DE CADA UM DELES
p
25
séries
26
Este
homem
é o novo
McDreamy
Sem Derek Sheperd, como
ficam os dramas médicos?
Veja em Rush, na FOX Life
ÂNGELA MARQUES
William Rush é o médico perfeito: primeiro faz-nos subir a
tensão com o charme já patenteado por Derek Sheperd (o neurocirurgião recentemente afastado de Anatomia de Grey), depois
baixa-a com os truques de Christian Troy (o cirurgião viciado em
sexo de Nip/Tuck). Poderá, por
isso, dizer-se que está encontra-
do, com Rush, o sucessor de
McDreamy? Poderá.
O anúncio da chegada de Rush
(que estreia esta quinta-feira, 7 de
Maio) à FOX Life, coincidiu com o
rebentamento da bomba
“McDreamy vai deixar Anatomia de
Grey”. Infelizmente para os fãs da
séries – e muita atenção porque
vem aí spoiler –, a notícia da morte
da personagem Derek Sheperd não
foi manifestamente exagerada.
Com milhões de pessoas órfãs do
neurocirurgião de sonho, a FOX Life precisava de reagir. Coincidências à parte, o Dr. William Rush
aparece no momento certo. Se a racionalidade mandasse alguma coisa na relação entre fãs e séries, seria justo dizer que William Rush
não poderá ser o sucessor de Derek Sheperd, quanto mais não seja
por nem faz parte do mesmo corpo médico – um operava no hospital Seattle Grace (rebaptizado
como Grey Sloan Memorial Hospital depois do acidente de avião
que marcou a série), o outro não
opera sequer num hospital fixo –,
mas a verdade é que William Rush
tem tudo para levar os espectadores aos céus.
Na primeira cena da série, Rush
vê uma amiga colorida ter uma paragem cardíaca enquanto consome
alguma da sua cocaína. Expedito,
presta-lhes os primeiros socorros e
leva-a ao hospital anunciando uma
paragem cardíaca de origem desconhecida. Noutra cena, é chamado por um atleta de alta competição que esmurrou a namorada
quando ela lhe bebeu o sumo. Depois dos pontos, deixa-lhe um conselho: “Não lhe bebas o sumo.”
A meio do primeiro episódio,
uma nova personagem, Sarah, levanta o tapete que esconde a
poeira da vida de Rush. Sarah é a
ex-namorada, o primeiro amor, “o
único amor” e, quem sabe, a única
razão que levará Rush a transformar-se no verdadeiro e completo
McDreamy. Esperemos. Sentados.
CATARINA HOMEM MARQUES
RUSH
FOX Life
Estreia a 7 de Maio
Quintas às 22h20
ESTREIA
Jane Fonda e Lily Tomlin descobrem que afinal havia outro
DIOGO LOPES
A cantora popular Mónica Sintra
já dizia, num dos seus maiores
êxitos, que afinal havia outra.
De maridos que trocam a mulher
por outra rapariga está a história
do mundo, infelizmente, cheia –
mas e quando isso acontece mas
não é de uma rapariga que se trata mas sim outro homem?
É de uma história como esta que
trata a nova série do canal de
streaming online Netflix.
Grace (Jane Fonda) e Frankie
(Lily Tomlin) são duas senhoras
nos seus 70 anos que não se suportam apesar de os maridos,
Robert (Martin Sheen) e Sol (Sam
Waterston) serem parceiros de
negócios – e não só. Deixando as
mulheres para trás, Sol e Robert
Y Duas
grandes actrizes
de regresso
decidem juntar-se e admitir que
se amam. Unidas pelo abandono,
elas vão passar por aventuras caricatas que prometem fazer rir.
Marta Kauffman é uma das autoras que assina esta série – se o
nome lhe soa a familiar é porque
livros
CLÁUDIA RIBEIRO
p
muito provavelmente é fã da série
Friends, da qual ela foi co-autora,
com David Crane.
GRACE AND FRANKIE
Netflix
Estreia a 8 de Maio
Para fazer contas às raízes, José
Rentes de Carvalho não tem
como saber se tem mais peso a
infância transmontana ou o
meio século que já leva de Holanda. O que sabe, e também
deixa que se perceba em Pó,
Cinza e Recordações, é que foi
lá fora que conquistou espaço
para os livros que só agora passam a ser considerados no seu
país – através da publicação
gradual da obra completa.
Esta foi a segunda vez que
enveredou pelo registo do diário, com um período de tempo
delimitado para o fazer: Maio de
1999 a Maio de 2000, a atravessar o milénio.
Na altura tinha 70 anos, a idade do pai quando morreu, e
mais do que anotar o seu dia-a-dia (que, segundo o próprio
diz, não teria grande interesse)
decidiu conversar com os leitores. Sobre memórias de infância, questões literárias e a sociedade em geral. Sem rodeios,
como é costume.
Entrevista feita por email, a
poucos dias do lançamento do
livro em Portugal.
A velhice é
uma forma
de riqueza
que o
dinheiro não
compra.
Um jovem
só pode
viajar para
o passado
usando a
fantasia
“O leitor tende
a desconfiar
de um diário”
José Rentes de Carvalho escreveu um diário ao longo de um ano para
apanhar a passagem do milénio. À venda a partir de dia 8 de Maio
Porque sentiu vontade de
escrever um diário?
Vontade não será o termo.
Chame-se-lhe o desejo de
assinalar uma ocasião excepcional, a passagem do
milénio, que cria uma ambiente mágico e misterioso,
medos. Havia gente a esperar o fim do mundo, a destruição do planeta, a paragem súbita e universal dos
computadores, a inexplicável queda de aviões, coisas
dessas. Houve também uma
razão comezinha: a edição
PÓ, CINZA E RECORDAÇÕES
José Rentes de Carvalho
Quetzal || 344 págs.
€16,60
neerlandesa de Tempo Contado, o diário anterior relativo a 1995, tinha recebido
boas críticas e o editor
achou que valia a pena
reincidir.
Como diz no livro, sente a
velhice como um privilégio de viajar no tempo?
Sim, de facto. Um jovem só
pode viajar para o passado
usando a fantasia, enquanto
o ancião, tendo boa cabeça,
e eu graças a Deus ainda tenho, faz maravilhosas excursões a tempos e memórias
inacessíveis aos mais novos.
É uma forma de riqueza que
o dinheiro não compra.
É possível que tudo neste
diário seja abordado como
ficção ou queria mesmo
abrir as suas memórias
com toda a honestidade?
Toda a honestidade seria
exigir demasiado de um escritor que se preza. Digamos que haverá no máximo
4% de acomodação, não
para que o caso se torne
plausível, mas por simples
necessidade narrativa. O
leitor também tende a desconfiar. É por isso que a minha própria mulher continua a não acreditar na veracidade do caso da senhora que sem aviso me apertou as partes.
Algumas entradas são em
estilo crónica, sobre costumes ou opiniões sobre
outros. É-lhe irresistível?
De certa maneira, é. De
nascença e vontade sou
mais observador do que
participante, sinto verdadeiro fascínio pela vida, pelas pessoas, pelo mistério
das atitudes, dos interesses,
do modo como na vida des-
carrilamos ou por milagre
nos mantemos no eixo. É-me difícil olhar alguém
sem que de pronto lhe imagine uma história, o torne
personagem, inconscientemente roube detalhes ao
seu aspecto, fisionomia ou
tiques. Não me surpreende
que eles, sem aviso, apareçam depois quando escrevo
um conto ou um romance.
É sempre muito frontal
nas opiniões e isso às
vezes traz-lhe dissabores.
Um diário será uma via
para agravar isso ou pode
ser uma via para que o
entendam melhor?
Ninguém tem razão ou necessidade de me entender
melhor ou pior. Aliás, o geral das pessoas já possui um
razoável “estoque” de ideias
feitas e juízos pré-concebidos e é com essa bagagem
que avança para a leitura.
Se pudesse ler o diário de
alguém, de quem seria?
De certeza seria o de Samuel Pepys, pela franqueza
e ingenuidade com que escrevia, contando como se
masturbava e depois passava horas a tocar mandolina.
p
p
CRÍTICA
livros
Gentemelancolicamente
louca Histórias de mulheres
28
TTTSS
Teresa Veiga
Tinta da China || 304 págs.
€17,90
CRÍTICA
GETTY IMAGES
KarlMarx
Marx sem tretas
TTTTT
Raymond Aron
Dom Quixote || 192 págs.
€12,90
Raymond Aron foi um dos
maiores críticos dos marxismos no século XX. Consagrou décadas da sua vida a
criticar minuciosamente as
várias versões, matizes, inovações e loucuras que iam
aparecendo à sombra da filosofia de Karl Marx.
Pagou o preço, claro. Foi ostracizado e insultado. Foi vítima de sucessivas tentativas
de marginalização – ele, um
dos mais brilhantes sociólogos
e críticos do seu tempo – apenas porque cometeu o mais
terrível dos pecados aos olhos
da extrema-esquerda dominante nos meios literários:
pensava pela sua própria cabeça e rejeitava as pulsões totalitárias. E fazia-o com candura, clareza e sabedoria. Essa
era a mistura que fez o bon
mot: “É preferível não ter razão com Sartre do que ter razão com Aron.”
Aron foi um crítico profundo do marximos sociológico e
do cultural; existencialista e literário; revolucionário e científico; soviético e maoísta. Discerniu como poucos os efeitos perniciosos da doença
ideológica, de como se desen-
volve um império de mentiras
e de inquisição intelectual ao
serviço das facções que dele
dependem. Expôs a degeneração do intelecto e da sociedade que permitem a politização
absurda e a colonização ideológica de todos os aspectos
da vida humana.
Nunca alinhou pela retórica
do ressentimento que se veste de sofisticação apenas para
vociferar o ódio ao burguês,
ao mercado, às instituições representativas ou às liberdades liberais.
E sobretudo, à semelhança
de alguns dos seus mestres,
como Tocqueville e Weber,
denunciou o perigosíssimo infantilismo da política literária,
ou a suposição de que se governa um país como se fosse
um seminário académico, ou a
redacção de um poema de segunda qualidade.
Mas Marx só podia ter sido
tudo isto se tivesse sido,
como foi, um profundíssimo
conhecedor da teoria de
Marx. Neste curto livro, Aron
aparece no seu tom mais didáctico e simples – sem ser
simplista. É das melhores introduções ao pensamento de
Marx que o leitor poderá ter.
Nos dias que correm, há
mentes confusas que se proclamam “marxistas erráticos”,
mais à procura de um
soundbite que os eleve ao estrelato mediático do que de
esclarecimento.
São talvez, nesse aspecto,
mais errantes do que erráticos.
Mas não lhes faria mal nenhum
familiarizarem-se a fundo com
a experiência intelectual de
Aron. Nem a eles, nem a nós.
Perceberíamos melhor
como muitas vezes repetimos
os mesmos erros e aberrações. Insistimos a cada duas
ou três gerações nas mesmas
falácias e nas mesmas perversões. Sempre na ilusão de que
estamos a ver estas coisas
pela primeira vez na História
da Humanidade.
MIGUEL
MORGADO
crítico
Após um silêncio de sete
anos, Teresa Veiga (n. 1945)
regressou às livrarias com
uma nova colectânea de contos, Gente Melancolicamente
Louca. Foi no conto que se
notabilizou e foi várias vezes
premiada. Estamos de novo
mergulhados no universo da
psique feminina: “A própria Dinora deve alimentar o clima
de suspeição pelo cultivo do
paradoxo e do aforismo...” Da
autora pouco se sabe. Teresa
Veiga será o pseudónimo literário de uma antiga conservadora do Registo Civil.
A linguagem é clara, metódica, sem elucubrações de
efeito fácil ou derrame metafísico. As histórias fluem,
umas melhor que outras,
como de ordinário sucede
em todas as compilações de
contos, aqui e em toda a parte, sem excluir as referências
do género. Um leitor atento
dará por ecos difusos de
CRÍTICA
Diário de
Abuxarda
2007-2014
Pedaços de vida
TTTTS
Marcello Duarte Mathias
Dom Quixote || 431 págs.
€18,90
Os diários do embaixador
Marcello Duarte Mathias (n.
1938), do melhor que no género tem sido publicado em
Portugal, cobrem
um período de
mais de 50 anos.
O quinto volume,
Diário da Abuxarda 2007-2014,
acaba de ver a luz
do dia. Mathias é
um ensaísta arguto, sobre quem
me parece redundante enfatizar a
qualidade da escrita e o alto
grau de exigência do crivo
analítico. Sirvam de exemplo
o notável ensaio sobre Camus, a estreia literária em
Agustina e Irene Lisboa. A
crédito da autora, um agudo
sentido de observação: estados de alma, circunstâncias,
pessoas, factos e detalhes do
quotidiano mais prosaico,
seja em cenário de desafogo
material ou sob o espartilho
da pobreza, latifundiários ou
pessoas simples.
Por vezes, sem acrescentar
mais-valia ao relato, o nonsense dá um ar da sua graça
(exemplo: “História triste com
final alegre”). Há três contos
“falsos”: um libertino, um gótico e um policial.
EDUARDO
PITTA
crítico
1975, bem como o diário italiano de Gorki, obra que ficciona os encontros do escritor russo com Lenine, em Capri, antes da Revolução de
Outubro.
O volume dá uma perspectiva quase sempre heterodoxa da vida portuguesa: “Em
Portugal até as tradições são
improvisadas.” Mathias não
tem medo das palavras, nem
fica tolhido pelas conveniências da carrière, pondo em letra de forma o que pensa sobre política (e políticos citados pelo nome), diplomacia,
História, cultura
em geral e literatura em particular, tiques e costumes
nacionais e estrangeiros. Boa síntese:
“Escrever com
olhar cinematográfico — cuidar do
pormenor sem
descartar a visão
de conjunto.” É o
que aqui sucede.
O volume fecha com um
“miniexercício” autobiográfico, publicado em 2005 mas
revisto em 2013. E.P.
EUQUEROVIAJAR
VERÃO 2015
Aproveite
os descontos
até 31 de Maio!
#euqueroviajar
#
euqueroviiajjar
voos especiais
partidas do Porto e Lisboa
segundas feiras
DJERBA
Aproveite
os descontos
SAIDIA
HAMMAMET
#euqueroviajar
#euqueroviiajjar
voos especiais
partidas do Porto [2ª feiras]
partidas de Lisboa [2ª feiras e sábados]
PORT EL KANTAOUI . MAHDIA
www.viajartours.pt
RNAVT 2146
Para mais informações contacte a sua Agência de Viagens
até 31 de Maio!
p
ESTREIAS
teatro e dança
Da acção comum
à “imagem”
30
Y Antonio
Tagliarini
Quantas Marias
inventou António?
RITA BERTRAND textos
SIGA
NA APP
António Lobo Antunes “diz
que gostava de pôr a vida inteira num livro. Eu gostava
de pôr toda a obra dele neste
espectáculo. Não cabe, claro,
mas esta é a síntese possível,
baseada nas suas personagens femininas, e eu ponho a
minha vida inteira no palco,
para servir as palavras dele”,
afirmou Maria Rueff ao GPS
acerca do espectáculo que
interpreta, a partir desta
quinta-feira, dia 7, no Centro
Cultural de Belém, numa coprodução com o Teatro Meridional.
É desta companhia que
vem o encenador, Miguel
Seabra, e a cenógrafa, Marta
Carreiras, de António eMaria, peça inédita com dramaturgia de Rui Cardoso Mar-
nas”, avisa Miguel Seabra, suSão centenas, talvez milhares, as personagens femininas dos mais de 30 livros de Lobo blinhando que a génese do
Antunes. Rueff quer personificá-las – a todas espectáculo “é a subjectivi-
tins, amigo e conhecedor da
obra do escritor – além de
viúvo da editora dele. “Sempre foi normal haver livros
dele espalhados pela casa,
ainda não acabados, e tê-lo
por perto, para conversar.
Às vezes, ele atira umas frases incríveis para o ar, que
eu anoto, com o seu consentimento. Há algumas delas
neste texto, misturadas com
as de romances e crónicas”,
conta.
O resultado, realça Maria
Rueff, “é um mergulho, a várias profundidades, da apneia
ao lodo, na obra de um autor
sábio, que capta esta comédia triste em que todos nós
vivemos”. Porém, ao interpretar várias mulheres que o
escritor inventou, a actriz não
quer ficar pelo mero retrato,
ao estilo dos “bonecos” que
muitas vezes tem feito na televisão e que também encara
como monólogos, mas curtos: “São corridas de 100 metros, esta peça é uma maratona.” Feita, diz, de amor,
poesia e humor.” Ou, como
refere Cardoso Martins, de
um terreno a que pode chamar-se “doméstico sublime”
– ideia reflectida no cenário,
povoado de espelhos e memórias.
O fio narrativo, esse, não é
evidente. “Levem barbata-
dade do escritor e a multiplicidade de vozes que habita a
cabeça humana”.
Rueff, sua colega (nos anos
1990) no Conservatório, que
lhe propôs este desafio em
2010, concorda. E acrescenta: “Essencial é mostrar esta
capacidade que Lobo Antunes tem, de olhar para dentro
das pessoas. Não foi por acaso que, na adolescência, me
apaixonei pelos livros dele.
Os seus heróis são as pessoas
simples, que também têm
sido a matéria-prima do meu
trabalho. Aprendi-o com ele.”
O coreógrafo italiano Antonio
Tagliarini investiga o acto de
dançar num “projecto mutante”, que interpreta ao lado de
Inês Nogueira e André Cabral.
A relação da dança com o
dispositivo teatral (palco, plateia, público) é o cerne do espectáculo: uma acção comum
para qualquer mortal (o movimento ao som da música) converte-se em “imagem” e transfigura-se, cumprindo diferentes
funções, quando se torna objecto de um olhar distanciado.
SIGA
NA APP
EVERYBODY
Culturgest, Lisboa
De 8 a 9/5 || 6.ª e sáb., 21h30
€12; até 30 anos: €5
Paródia trágica
de Ricardo
Neves-Neves
ANTÓNIO E MARIA
Centro Cultural de Belém, Lisboa
De 7 a 16/5 || 5.ª a sáb.
Y Aqui há
e 2.ª, 21h || Dom., 16h
guerra e riso
€12,50 a €15
Ricardo Neves-Neves, autor
da premiada peça Mary Poppins – A Mulher Que Salvou o
Mundo, está de volta com A
Batalha de Não Sei Quê, uma
paródia trágica com generais,
presidentes, espanholas, espias e jovens tenentes, a satirizar a estupidez humana entre armas e submarinos.
Ele próprio a encena no
Teatro da Politécnica e também a interpreta, ao lado de
Américo Silva, Andreia Bento,
José Leite e Vânia Rodrigues.
Y Rueff é a mentora
do projecto. Queria
agradecer ao seu escritor favorito por tudo
o que lhe ensinou
A BATALHA DE NÃO SEI QUÊ
Teatro da Politécnica, Lisboa
De 13/5 a 11/6 || 3.ª e 4.ª, 19h || 5.ª e
6.ª, 21h || Sáb., 16h e 21h
€10; à 3.ª feira: €6
SIGA
NA APP
O AVARENTO
teatro
Na comédia de Molière, o alvo de cobiça é
o dinheiro. Na adaptação para teatro de
objectos, dos espanhóis da Compañía
Pelmànec, a água torna-se a grande riqueza, o fim a que é preciso chegar sem
olhar a meios – numa
Terra deserta. Não
por acaso, as personagens são torneiras... mas com emoções de gente.
FESTIVAL
Quatro
peças
a não
perder
no FIMFA
e ainda
o cartaz
CARTAZ
TEATROMUN.MARIAMATOS
5.ªasáb.,7a9/5,21h|| Big Rory&
p
31
Ochie The Dog – Surreal McCoy ||
Grátis|| 21h30|| The GreatWar– Hotel
Modern e Arthur Sauer ||€12|| Sáb.,
16/5|| The Big BadWolf– Pickled
Image ||Grátis|| Sáb.edom.,16e
17/5,19h|| Hale, estudo para um
organismo artificial– Aleksandra
Osowicz, Filipe Pereira, Helena Martos,
Inês Campos e Matthieu Ehrlacher
||€5|| 21h30|| Sans Titre – Xavier
LeRoy ||€12
CASAFERNANDOPESSOA
Sáb.,16/5,11h30|| Parece um Pássaro
– Raimundo Cosme, Gonçalo Viana
e David Machado ||€6
TEATROMUN.SÃOLUIZ
Y As personagens
3.ªa5.ª,19a21/5,21h30|| O Avarento
são... torneiras
– Compañía Pelmànec ||€12||4.ªa6.ª,
RITABERTRAND textos
20a22/5,22h30|| Dracularium Freak
– A Tarumba ||€12|| 4.ªe5.ª,20e21/5,
19he20h|| QuidPro Quo – Luís
O FIMFA – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas regressa a
Lisboa de 7 a 25 de Maio para
celebrar 15 anos de existência. A qualidade mantém-se
num cartaz que tem revelado ao público que o teatro
feito com bonecos e objectos
não é só para crianças e que
– graças à criatividade dos
artistas, que tanto desenvolvem novas técnicas, em que
combinam campos artísticos
que vão da dança às artes visuais, como exploram técnicas tradicionais – é até um
excelente meio para a invenção de novos mundos.
Com 16 companhias e criadores de países como a Holanda, Espanha, México, Bélgica, França, Reino Unido e
Portugal, o FIMFA continua a
pautar-se pela diversidade e
pela originalidade, além de –
por festejar 15 anos – receber
alguns espectáculos marcan-
ESTREIA
A improvável
desgraça do
outro Roberto
Bolaño, o galego
Não se trata do autor do festejado romance 2666, que
esse era chileno, mas também
se chama Roberto Bolaño.
Mais precisamente, Roberto
Vidal Bolaño – considerado o
pai do teatro contemporâneo
galego e conhecido por uma
“estética da derrota”, centrada nas figuras marginais da
sociedade, e mesclando rea-
Hipólito || €5|| 6ª,22/5,19he20h;sáb.,
23/5,20he23h|| Deep News #2
– Mecanika ||€12 || 6ªesáb., 22e23/5,
21h|| Bastard!– Duda Paiva ||€12
MUSEU DAMARIONETA
WHISPERS
THE GREAT WAR
BASTARD!
Cruzamento de dança e teatro de
marionetas (entre sombras, manequins e efeitos sonoros, numa atmosfera misteriosa), a peça a solo
de Nicole Mossoux apresenta-nos
o confronto de uma mulher sozinha com os seus fantasmas, espíritos furtivos que ocupam o espaço
e perturbam a alma. Os sons (murmúrios furiosos, abafados, conspirativos) impõem-se., como se fossem, eles próprios, personagens.
Épico passado nas trincheiras da
Primeira Guerra Mundial, este é um
espectáculo multipremiado, obrigatório para quem não o viu no FIMFA de 2007. A companhia holandesa Hotel Modern faz um trabalho
único no mundo, reproduzindo,
em “macroperspectiva”, os males
da humanidade, através da filmagem e da projecção, em tempo
real, do que acontece nos cenáriosminiatura montados no palco.
O holandês Duda Paiva traz um
solo cómico – com dança e entre
bonecos de esponja – baseado no
último romance de Boris Vian, O
Arranca Corações, onde combina
crueldade com humor. O espectáculo, também com música de Vian,
move-se entre o absurdo e o realista, num espaço fechado, intemporal e surreal, onde uma das marionetas personifica o desejo – tão humano – de fugir à adversidade.
Sáb.,9/5,16h,edom.,10/5,11h30e
16h|| O Soldadinho – Teatro de Ferro ||
5.ªe6.ª,14e15/5,21h30;sáb.,16/5,
16h;edom.,17/5,17h|| La Máquina
de la Soledad– Oligor y Microscopía
|| Sáb.,23/5,16h,edom.,24/5|| Óscar
– Teatro Marionetas do Porto
|| €5a€7,50
TEATRONAC.D.MARIAII
6.ª,15/5,20h30|| The Big BadWol||
Grátis|| 6.ªesáb.,15e16/5,21h15;
dom.,17/5,16h15|| Whispers – Cie
Mossoux-Bonté ||€12
TEATROTABORDA
Dom.,24/5,16h|| Auto da Criação do
tes, que já passaram
antes pelo festival e agora
regressam.
Ao longo de 18 dias, haverá
50 representações, incluindo
espectáculos de rua (a invadirem o Chiado e a zona das
fachadas dos teatros, antes
lismo, simbolismo, surrealismo e expressionismo para satirizar a sociedade moderna.
É ele o autor de Sax Tenor,
peça que o próprio definiu
como “uma desgraça suburbana improvável, entre loucos, gangsters, chulos e putas”
e que estreia em Portugal pela
mão de José Martins, que a
encena na Sala Garrett do
Teatro D. Maria II, em Lisboa.
A história começa com um
morto. O seu sangue mancha
ainda a praça. Mas a obra
não começa nesse momento,
mas dois anos depois, quando um suposto jornalista
tenta apurar a verdade.
Nesta peça, escrita em
das sessões) e uma sessão
única de cinema, com a projecção de Tomorrow We Disappear, documentário sobre
os últimos anos (antes do
despejo) de uma colónia de
artistas (com ênfase nas histórias de um marionetista, de
um mágico e de uma acrobata), em Nova Deli, na Índia.
Os momentos mais interessantes são, no entanto, os espectáculos de sala. Além dos
quatro imperdíveis que destacamos, espreite o cartaz completo aqui ao lado.
TEATRO-ESTÚDIOMÁRIOVIEGAS
Sáb.,23/5,18h|| Filme: TomorrowWe
Disappear|| Grátis
LARGODOCHIADO–R.GARRETT
5.ª,7/5,14h;6.ªesáb.,8e9/5,18h|| Big
Rory& Ochie The Dog || 6.ªesáb.,15
e16/5,18h|| The Big BadWolf|| Grátis
Santiago de Compostela,
nos finais do século XX.
No ano em que foi escrita,
a obra recebeu o Prémio Álvaro Cunqueiro de textos teatrais para o melhor original
escrito em galego.
Um vasto elenco, encabeçado por João Grosso, José
Neves, Manuel Coelho, Maria
Amélia Matta, Lúcia Maria e
Paula Mora, assegura a interpretação do espectáculo. Em
cena de 7 a 24 de Maio.
Y Aqui há
prostituição
1991, o dramaturgo propõe
um autêntico esperpento
(género literário criado por
Ramón del Valle-Inclán, nos
tempos da Guerra Civil Es-
Mundo – Bonecos Santo Aleixo || €10
panhola, distorcendo
a realidade para criticar os
podres da vida social e a
crise de valores da época),
à sombra da catedral de
SAX TENOR
Teatro Nac. D. Maria II, Lisboa
De 7 a 24/5 || 4.ª, 19h || 5.ª a sáb.,
21h || Dom., 16h (na Sala Garrett)
€5 a €17
SIGA
NA APP
SIGA
NA APP
p
32
Teatro
LISBOA
Academia St.º Amaro
R. Academia Recreativa de Santo
Amaro, 9, 214 031 605
Minha Senhora Monólogo com
Teatro da Trindade
PORTO
CRÍTICA
Lg. Trindade, 7A, 213 420 000
Teatro Carlos Alberto
Mulheres em Lorca
ESTREIA PortugalNão Éum
PaísPequeno André Amálio
aborda o fim da guerra colonial
e a descolonização, com um
espectáculo construído a partir
de testemunhos de pessoas
que viveram em África durante
o período colonial português.
|| Drama || De 13 a 24/5 || 4.ª a
sáb., 21h45 || Dom., 17h || €8
AsTrês(Velhas)Irmãs Graça
Lobo, Mariema e Paula Só, três
idosas actrizes, interpretam as
irmãs teatrais que Martim
Pedroso idealizou a partir do
clássico de Anton Tchekhov, As
Três Irmãs. É um espectáculo-homenagem, onde pretende
aproximar e confundir actrizes
e personagens. || Drama || De 8
a 17/5 || 4.ª, 19h || 5.ª a sáb., 21h ||
Dom., 16h || €10
encenação de Paulo César e
interpretação de Flávio Gil, que
retrata a (con)vivência de um
homem de classe média-alta
com o vírus da sida. || Drama ||
Até 26/5 || 2.ª e 3.ª, 21h30 || €10
ESTREIA The Illusion of
Biblioteca Municipal
Orlando Ribeiro
Memory Solo de Leandro
Morgado. || Ilusionismo || De 7/5
a 26/6 || 5.ª, 19h; 6.ª, 24h || €10
ALMADA
Estr. Telheiras, 146, 217 549 030
Teatro Mun. São Luiz
Teatro Joaquim Benite
ESTREIA A Verdadeira Vida
R. António Maria Cardoso, 38
213 257 640
Av. Egas Moniz, 212 739 360
ESTREIA Hécuba – O
texto de Howard Barker é
encenado por Rogério de
Carvalho. Um retrato cru de
situações de conflito, guerra e
terrorismo. || Drama || De 9 a
31/5 || 4.ª a sáb., 21h30 || Dom.,
16h || €13
Adaptação da BD A Corrida do
Rato, de Gérard Lauzier, pelo
Teatro à Parte. || De 8 a 29/5 ||
6.ª e sáb., 21h30 || €6
Hospital Júlio de Matos
– Pavilhão 30
Av. Brasil, 53, Lisboa, 217 917 000
EMorreram Felizespara Sempre
Nesta encenação de Ana
Padrão, 10 salas do hospital
acolhem 10 histórias, numa
“experiência labiríntica” sem
palavras. A história cruza a
tragédia de Pedro e Inês de
Castro com a invenção da
leucotomia por Egas Moniz
(operação ao cérebro pela qual
foi nomeado para o Nobel da
Medicina) e começa num
ambiente que remete para os
anos 1940, numa sala de espera
de um hospital cirúrgico. ||
Experimental || Até 30/5 || 4.ª a
6.ª, 21h30; sáb., 19h e 22h || €35
Sofrimento Desmedido A partir
da tragédia de Eurípides,
Fernanda Lapa encena a
história de Hécuba, passada
num acampamento de
mulheres prisioneiras de
guerra. Uma delas é Filomena
Cautela. || Tragédia || De 7 a 17/5
|| 4.ª a sáb., 21h || Dom., 17h30 ||
€12 a €15
Teatro-Estúdio
Mário Viegas
Lg. Picadeiro, 213 257 650
Falta Uma Peça Nuno Artur Silva
e André e. Teodósio dirigem
esta comédia de e com Nuno
Costa Santos e Susana Romana.
Definem-na como “um
espectáculo sobre o amor sem
anos de solidão”. || Comédia ||
Até 16/5 || 4.ª a sáb., 21h || €12
Citações femininas
R. Oliveiras, 43, 223 401 900
ESTREIA AsPossibilidades O
Y Uma produção do TEatroensaio
TTTTS
Teatro Nac. D. Maria II, Lisboa
Até 10/5 || 4.ª, 19h15 || 5.ª a sáb.,
21h15 || Dom., 16h15
€12
ARCOS DE VALDEVEZ
Casa das Artes
Sangue, destino, liberdade, mãe,
culpa, casamento, navalha – algumas palavras que comparecem nesta colagem de textos
capturados no “universo feminino” de Federico García Lorca,
matéria literária-teatral que é o
ponto de partida de Mulheres
em Lorca, em cena na sala-estúdio do Nacional. São quadros e
narrações de investidas sempre
sem meias-tintas, feitas por um
autor que escreveu “(...) Mulheres, por favor, derramai água:
/quando tudo se queima, /só as
fagulhas voam /ao vento”.
Jardim dos Centenários
ESTREIA OsSapatosQue Deixei
pelo Caminho Um espectáculo
brasileiro com texto de Cícero
Lopes, em que o Teatro Kaos
faz uma viagem aos desafios
impostos pela vida através do
cinema, música, artes visuais,
dança e teatro de bonecos. ||
Experimental || 6.ª, 22h || €3
BRAGA
Theatro Circo
Av. Liberdade, 253 203 800
QUEM É QUEM?
Vicente
Wallenstein
Commedia a La Carte – 15Anos
Para celebrar os 15 anos de
carreira, Carlos M. Cunha, César
Mourão e Ricardo Peres sobem
ao palco com um menu
humorístico especial. ||
Comédia || 5.ª, 21h30 || €15
FARO
ACTOR
Teatro Lethes
R. Portugal, 58, 289 878 908
É neto do actor Carlos
Wallenstein, já falecido, sobrinho de José,
actor e encenador,
primo de Catarina, actriz, e de Tomás, dos
Capitão Fausto, mas é
por mérito próprio, e
não pelos laços de família, que o trazemos
a esta rubrica, em que
destacamos artistas
pouco conhecidos,
que apostamos que
vão longe. É o caso.
Aos 19 anos e ainda
no curso de teatro do
Conservatório, Vicente pode gabar-se de
ter brilhado – e muito,
a cantar, a dançar e a
representar – em Play
Loud, que esteve na
Comuna no início de
2015. Não era a sua
primeira experiência:
estreou-se em 2009
num filme premiado
de Cláudia Varejão,
Um Dia Frio, e entrou,
em 2011, na peça O
Regresso de Ulisses,
do Teatro da Garagem. Agora podemos
vê-lo em As Possibilidades, de Howard
Barker, numa encenação de Rogério de
Carvalho, que estreia
esta quinta-feira, dia
7, no Teatro Joaquim
Benite, em Almada.
Vá lá vê-lo e nunca
mais o perca de vista.
Nós também não.
Rita Bertrand
LAMEGO
Teatro Ribeiro
Conceição
Av. D. Afonso Henriques, 701
253 424 700
Dança
Miúdos
LISBOA
LISBOA
Teatro Camões
Centro Cult. Belém
ESTREIA Limpeza de Camarim
Pq. Nações, 218 923 470
Pç. Império, 213 612 400
Stand-up de Miguel Sete
Estacas. || Comédia || 6.ª, 21h30
|| €5 a €24
Giselle Um clássico absoluto,
Cruzada dasCrianças Peça de
PALMELA
pela Companhia Nacional de
Bailado. || Até 10/5 || 5.ª, 15h
(escolas) || €3 || 6.ª e sáb., 21h ||
Dom., 16h || €5 a €25
Teatro O Bando
PORTO
Afonso Cruz, que celebra o 25
de Abril a partir do episódio
medieval homónimo. || M/6 ||
De 7 a 10/5 || 5.ª e 6.ª, 15h30
(escolas) || €3,20 || Sáb., 15h30, e
dom., 11h30 || €5,35
Vale dos Barris, 212 336 850
Coliseu do Porto
Chapitô
R. Passos Manuel, 223 394 940
Costa do Castelo, 218 855 550
GUIMARÃES
Centro C. Vila Flor
NUNO COSTA
SANTOS
crítico
Lg. Camões, 254 600 070
À Espera de Godot Luís Vicente
encena e co-interpreta – com
Pedro Lima, Pedro Laginha e
René Barbosa – o clássico de
Samuel Beckett. || Comédia || De
8 a 16/5 || 6.ª e sáb., 21h30 || €10
O perigo maior seria que estas breves “citações” representadas não tivessem a duração
necessária, impedindo a entrada em imaginário tão dramático
– por isso, a precisar de tempo.
A peça permite-nos espreitar
e, aqui e ali, sentir (palavra decisiva no contexto) a intensidade do
poeta andaluz ao olhar a alma
daquelas que o rodeavam. Para
isso muito contribui o jogo entre
a representação das quatro actrizes e o mistério da música: a
guitarra flamenca e a clássica de
Eduardo Baltar Soares e a percussão de Rui Rodrigues.
ESTREIA Britânico Nuno
Em Nome da Terra Encenação e
Cardoso apresenta a sua
versão da peça que o escritor e
historiador francês Jean Racine
escreveu em resposta aos
críticos da sua época, que o
acusavam de ser superficial. Ao
palco, o grupo Ao Cabo Teatro
traz valores civilizacionais:
poder, honra e verdade. ||
Drama || Sáb., 21h30 || €10
adaptação de Miguel Jesus, da
obra de Vergílio Ferreira: a
velhice num palco natural, ao ar
livre. || Drama || Até 17/5 || 5.ª a
dom., 21h || €8 a €12
ESTREIA Lago dosCisnes O
ESTREIA CircusMaximus
clássico interpretado pela
Escola de Ballet do Porto. ||
Dom., 21h || €15 a €18
Tobias Monteiro apresenta a
sua “história teatral de um circo
especial”. || M/4 || De 9 a 24/5 ||
Sáb. e dom., 17h || €5
SANTARÉM
TORRES VEDRAS
Teatro Sá da Bandeira
Teatro-Cine
R. João Afonso, 7, 243 309 460
Av. Ten. Valadim, 19, 261 338 131
São Mamede – CAE
ESTREIA Ponto de Situação O
ESTREIA OsSerrenhosdo
R. Dr. José Sampaio, 17/25
grupo An!mal apresenta a sua
versão do original de Tim
Etchells em que um coro de
performers enfrenta o público. ||
Experimental || 6.ª, 21h30 || €3
Caldeirão – Exercíciosem
antropologia ficcional A nova
coreografia de Vera Mantero é
um olhar sobre a tradição e a
ruralidade. || 6.ª, 21h30 || €5
António Raminhos Stand-up.
|| Comédia || 6.ª, 22h
|| €10 a €15
SETÚBAL
Fórum Mun. Luísa Todi
Av. Luísa Todi, 65, 265 522 127
ESTREIA Pinóquio e a Baleia
Branca Espectáculo interactivo
sobre um Pinóquio fascinado
por baleias. || M/4 || De 7 a 10/5
|| 5.ª, 10h || Dom., 17h || €3 a €5
p
p
artes plásticas
33
João Louro do outro
lado do espelho
É inaugurada este sábado, 9 de Maio, a Bienal
de Veneza. O representante português tem 51
anos, faz pintura, escultura, fotografia e vídeo
e é fã dos Velvet Underground
ÁGATA XAVIER
Uma banana amarela não
voltaria a ter o mesmo significado depois de Andy Warhol
a pintar para a capa do álbum
The Velvet Undergound & Nico (1969). I’ll Be Your Mirror
era uma das canções do alinhamento e, segundo o guitarrista Sterling Morrison, a
mais difícil de cantar para Nico, a vocalista. Foi até ter um
ataque de choro, sentar-se e
gravar uma última vez. Saiu
perfeito.
Esta canção inspirou João
Louro, que representa Portugal na 56ª Exposição Internacional de Arte de Veneza, que
tem início este sábado, 9 de
Maio, e se prolonga até 22 de
Novembro. I’ll Be Your Mirror
– Poems and Problems, é o título da obra que o artista
apresenta no Palácio Loredan.
Nico terá dito a Lou Reed, no
fim de um concerto, que seria
o seu espelho. Aqui, é a obra
de Louro que reflecte o outro.
A utilização de elementos
do quotidiano (fotografias,
sinalização da estrada, livros)
fora dos seus lugares comuns
impele-nos a pensar de outra
maneira. “Isso é algo que me
parece fundamental, porque
obriga sempre o espectador
a pensar, a ver onde se encontra, o que está a enfrentar”, explicou María de Corral, a curadora responsável
pela representação portuguesa em Veneza, durante a
apresentação do artista seleccionado para a Bienal.
“Neste projecto, [João Louro]
faz uma reflexão sobre o invisível, mas o seu trabalho é
muito visível", concluiu.
As 12 peças de Louro – 10
delas inéditas – vão estar divididas por seis salas da biblioteca que fica no primeiro
piso do Palácio Loredan.
Compostas por objectos e
fotografias, tanto vão buscar
inspiração à música dos Velvet Underground, como a referências literárias de Walter
Benjamin, Samuel Beckett,
Maurice Blanchot e Arthur
Rimbaud. “O artista faz um
percurso ao longo da sua
carreira, das suas convicções artísticas e culturais,
das suas preocupações e
decisões estéticas e sociológicas”, esclareceu María
Corral “Reitera as interrogações sobre o significado e a
eficácia simbólica da imagem e da linguagem, utilizando a invisibilidade ou a
rasura como estratégias
para nos lembrar que o
acesso nos está negado e
que o espectador é sempre
parte da obra.” Louro encerra a exposição com a
obra The End e um mapa
amarrotado.
O artista disse, na mesma
conferência de imprensa,
que criar obras para o Palazzo Loredan teve um lado
“avassalador”. “Procurámos
as melhores soluções: as
mais inteligentes e elegantes
para um espaço tão complexo”, revelou.
A Bienal de Veneza de
2015 tem como director artístico Okwui Enwezor –
curador, crítico de arte, jornalista e escritor – que propôs aos artistas que trabalhassem o tema All the
World’s Futures – Todos os
futuros do mundo. O espelho de Louro reflecte além
da obra de arte em si, criando várias possibilidades de
futuro.
I WILL BE YOUR MIRROR
– POEMS AND PROBLEMS
Y Mapa/Map, 2015
Palazzo Loredan, Campo Santo
Y Escada
Stefano, Veneza
Espelho/Mirror
Ladder, 2015
De 6/5 a 22/11 || 10h-18h (fecha 2.ª)
€25
p
34
artes plásticas
INAUGURAÇÃO
Yann Jonas no Studioteambox
ÁGATA XAVIER textos
SIGA
NA APP
“Vai ser uma exposição diferente e que vai mexer com as
pessoas”, explica a curadora e
mentora do projecto Studioteambox, Sandra Pereira, a
propósito da exposição LISBollyworld - Transparent Living do artista francês Yann
Jonas, que inaugura esta quinta-feira, 7 de Maio. Este apaixonado por Portugal criou telas hiper-realistas e com vários close-ups de homens que
interagem de forma intensa.
Nelas, os representados tanto
usam toucas típicas da Bretanha – as coifas –, como as
tradicionais peças de filigrana
do norte de Portugal.
“O tema e as representações
podem chocar algumas pessoas, porque são bastante literais”, afirma Sandra Pereira.
“Mas a reacção do público é
uma incógnita e fico sempre
muito curiosa para saber o
que vai acontecer”. A arquitecta abriu o Studioteambox
em 2012, na Lx Factory, um sí-
Y Os closeups são uma
marca do
seu trabalho
Y Yann Jonas
introduziu
a filigrana
portuguesa
nas suas telas
Y Neste A portée de
main vemos a coifa
tradicional da Bretanha
tio que é mais do que um local
de trabalho. “É a minha segunda casa. Até aos fins-de-semana venho para cá!”, revela. Faz parte dos residentes
da Lx Factory, do primeiro
grupo a ocupar o espaço, e, no
início, expunha fotografias da
comunidade fotográfica à qual
ela pertence, a Alt Fabrik.
Gradualmente, e depois da
saída da comunidade do espaço, passou a expor outras forma de arte, tornando-se uma
plataforma para mostrar novos criadores – organizam
uma exposição por mês. Além
disso, promovem workshops
para crianças e adultos, eventos de lançamentos de peque-
nas marcas ou albergam popup shops. “A ideia de ser um
espaço aberto é mesmo essa,
não fecho portas a nenhum
projecto ou proposta artística”.
E brinca: “Isto é uma espécie
de ditadura democrática.
Nunca consigo definir a minha
linha orientadora mas há
sempre alguns passos que
consigo reconhecer. O que me
chama é a qualidade, o potencial e algo que puxe os limites”. Atributos que a exposição
de Yann Jonas garante.
O artista começou por ser
bailarino e coreógrafo, chegando a actuar com as estrelas
Mylène Farmer e Sylvie Vartan, mas passou a dedicar-se
quase inteiramente à pintura
depois de um retiro na Índia.
Em paralelo, dá aulas de ioga
a crianças.
LISBOLLYWORLD - TRANSPARENT LIVING
Studioteambox. LXFactory
R. Rodrigues de Faria, 103, Lisboa
Edifício G, sala 6A,
7/5 a 4/6 || 15h-19h || Fecha 6ª e sáb.
Grátis
EXPOSIÇÃO
O Remédio, Veneno favorito
de João Maio Pinto
SIGA
NA APP
A Galeria Dama Aflita, no
Porto, recebe até 13 de Junho
a exposição Remédio,
Veneno do ilustrador João
Maio Pinto.
O artista do Caramulo, que
por estes dias anda a torcer
para que a equipa da terra, o
Tondela, chegue à principal
divisão do campeonato de
futebol português pela primeira vez na sua história,
expõe uma série de desenhos
a cor e a preto e branco.
A mostra inclui trabalhos
inéditos e outros que foram
sendo publicados na imprensa ou fizeram parte de
livros e cartazes.
“Psicadelismo, rock e outros, luz e sombra, nada disto, capo gráfico”, é assim que
a galeria descreve a exposição que apresenta. Licenciado em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas
Artes da Universidade do
Y Desenho
de João
Maio Pinto
Porto, João Maio Pinto, que
trabalha como ilustrador e
designer, é ainda professor
na Escola Superior de Artes e
Design das Caldas da Rainha.
REMÉDIO, VENENO
Galeria Dama Aflita
R. da Picaria, 84, Porto
Até 13/6|| 15h-19h (fecha dom.)
Grátis
ANIVERSÁRIO UM ANO DE VILLAGE UNDERGROUND
A ideia partiu do Village Underground londrino, mas
agora, um ano passado, já
fala por conta própria. O
projecto que Mariana Duarte
Silva, gestora de indústrias
culturais, ergueu no Museu
da Carris assinala o seu primeiro aniversário a 9 de
Maio, sábado, com uma festa que inclui música, exposições, street food e vídeo.
Alex D’Alva Teixeira com
o projecto Alex D’Alva não é
DJ, Pista, Ops, Kisluk,
SwitchSt(d)ance Twofold e
Stereo Addiction são os
convidados musicais. Poderá ver ainda as exposiçãos
de fotografia Perfect Imperfection, de Filipe Domingues, ou Regarde-moi de
Chtcheglov. Sara Feio e Mariana Cáceres mostram algumas ilustrações que fizeram inspiradas na obra Vinte Mil Léguas Submarinas,
de Júlio Verne. Já o artista
Y A festa de
aniversário é gratuita
Robert Panda mostra a instalação Estúpidos. O vídeo
está a cargo de distorted vision. carlota premazi, mario
pires, mata da matinha.
Os 14 contentores e os
dois autocarros já deram
espaço a 35 projectos (no
início eram apenas cinco) –
por cerca de 150 euros
mensais, os ocupantes têm
acesso ao espaço, electricidade e Internet sem fios.
Sem esquecer o autocarro
tornado cafetaria, imagem
de marca.
VILLAGE UNDERGROUND
Museu da Carris. R. Primeiro de
Maio, 103, Lisboa
9 de Maio || 18h-2h
Grátis
SIGA
NA APP
artes plásticas
5 coisas
para fazer no
Iberoanime
FESTIVAL
A quinta edição do festival dedicado à cultura pop japonesa,
decorre no fim-de-semana de 9
e 10 de Maio em Lisboa. Saiba
o que não pode perder.
Inauguram
CRÍTICA
LISBOA
Documentos fictícios
Pedro Valdez Cardoso
Vera Cortês – Arte
Av. 24/Julho, 54, 1ºE – 213 950 177
Alexander Gutke O artista sueco,
nascido em 1971, apresenta
obras que se inserem na
tradição conceptual e
minimalista. || De 8/5 a 20/6 || 3ª
a sáb., 14h-19h || GRÁTIS
GRANDE LISBOA
Palácio Ribamar
Alam. Hermano Patrone, Algés
Risco e Incerteza Desenhos e
colagens da dupla Catagreena
& Raquel Pedro, que trabalham
em conjunto desde 2012. || De 7
a 24/5 || 4ª a dom., 14h-18h ||
Y Objectos de uma expedição que nunca aconteceu
GRÁTIS
TTTTw
PORTO
Comer Pockys. São um
biscoito tradicional japonês em forma de palito doce com chocolate. Há
um prémio para quem conseguir comer um de joelhos,
e sem usar as mãos, em menor tempo.
Workshop de robótica
“YE NOT GUILTY”.
Nos desenhos animados Era uma
vez a vida
viajávamos
em naves espaciais ao interior do ser humano. Aqui
poderá fazer
o mesmo
com amigos
mecanizados.
Para Para
Dance. O nome sugere
alguma imobilidade,
mas
é o contrário – tratam-se de
movimentos coordenados
e repetitivos criados nos
anos 80. Este ano, pela
primeira vez, há um concurso de dança.
Noodles Monster. é
um desafio para quem
tem muito estômago.
Há um prato de noodles
(massa) picante à sua espera
e terá de a sorver em tempo
recorde. Caldo incluído.
Cosplay de grupo.
Festival de cultura pop
japonesa sem cosplay
seria uma desilusão. Criar
ou recriar personagens de
ficção é o objectivo e tem
três minutos para mostrar
o que vale.
1
2
3
4
5
Expedição – Ártico, 2015
Casa das Artes
Carpe Diem – Arte e Pesquisa, Lisboa
R. Ruben A, 175 – 226 006 153
Até 25/7 || 5ª a sáb., 14h-19h
Grátis
Gramáticas Flexíveis Trabalhos
de Carla Cruz, Ângelo Ferreira
de Sousa, João Tabarra, Nuno
Ramalho, André Alves, Tiago
Casanova, Paulo Mendes, Maria
Trabulo, Susana Gaudêncio,
David Etxeberria e Dinis Santos,
numa exposição com subtítulo:
Objectos, acções e formas nos
limites políticos da realidade. ||
De 8/5 a 14/6 || 3ª, 5ª, sáb. e
dom., 14h-19h30 || GRÁTIS
Poderia ver-se o autor numa exposição “pós-colonial”: aposta
num cruzamento entre antropologia e arqueologia (do processo criativo). Também se poderia vê-lo numa retrospectiva
de arte Pop: a sua transfiguração de objectos não deixa de
ecoar obras de Oldenburg, por
exemplo. Estas referências conduzem a uma original e híbrida
trajectória com quase 15 anos
(estreou-se na ZDB, 2001).
Antropologia, sociologia dos
objectos (como em Baudrillard
ou na Pop), instalação mais do
Galeria Porto Oriental
R. Barros Lima, 851 – 225 102 456
Paula Costa Alves Pinturas da
autora. || De 9/5 a 27/6 || 5ª a
sáb., 15h-19h || GRÁTIS
BRAGANÇA
R. Abílio Beça, 105 – 273 302 410
Obras da Colecção António
Cachola Iniciada nos anos 1990,
a colecção resume a arte
portuguesa dos últimos 25
anos. Chega agora a Trás-osMontes. || De 9/5 a 6/9 || 3ª a
dom., 10h-18h30 || €2
2ª a 6ª, 13h-17h30; sáb., 10h17h30 || €5; grátis: sáb. até 13h
Dama Aflita
Quarto Pinturas de Luísa
R. da Picaria, 84 – 927 203 858
Jacinto. || Até 19/5 || 2ª a 6ª, 10h13h e 14h-18h || GRÁTIS
Espaço AZ
Miúdos
Tigre Primeira mostra individual
Remédio, Veneno Desenhos do
ilustrador e “designer” João
Maio Pinto. || Até 13/6 || 2ª a sáb.,
14h-20h || GRÁTIS
LISBOA
de Bernardo Simões Correia. ||
Até 13/5 || 3ª a dom., 16h-20h ||
Kubik Gallery
Biblioteca M. Camões
GRÁTIS
R. Restauração, 2 – 919 630 963
Lg. Calhariz, 17, 2º – 213 422 157
Giefarte
Me . Trabalhos de Raquel
#Claridade Pinturas de Jorge
R. Arrábida, 54B – 213 880 381
Melgue. || Até 6/6 || 3ª a sáb.,
15h-19h30 || GRÁTIS
Continuam
Rodrigues. || Até 23/5 || Todos
os dias, 10h30-18h00 || GRÁTIS
Travª. Fábrica dos Pentes, 10
Cidades (In)visíveis Obras de
Casa Fernando Pessoa
Graça Sarsfield. || Até 29/5 || 2ª a
6ª, 11h-14h e 15h-20h || GRÁTIS
R. Coelho da Rocha, 16 (Campo
de Ourique) – 213 913 270
Tivoli Lisboa – Hotel
Os Testamentos de Orpheu
Pedro Proença mostra novas
pinturas, cartazes e objectos,
inspirados pela revista Orpheu,
que faz cem anos. || Até 26/9 ||
2ª a sáb., 10h-18h || €3
Lugar (Kubikulo) Novas peças
de Pedro Vaz. Outros.|| De
30/04 a 06/06 || Até 6/6 || 3ª a
sáb., 15h-19h30 || GRÁTIS
Av. Liberdade, 185 – 213 198 900
Palácio das Artes
Além do Horizonte Pinturas e
Lg. S. Domingos – 222 023 876
instalações de Pedro Calapez. ||
Até 22/7 || Todos os dias, 7h23h30 || GRÁTIS
PORTO
produzidos pelos alunos do
curso de Tecnologias da
Comunicação Audiovisual da
ESMAE. || Até 29/5 || 2ª a sáb.,
10h-18h || GRÁTIS
Casa-Museu Fundação
Medeiros e Almeida
MEO Arena. Rossio dos Olivais
R. Rosa Araújo, 41 – 213 547 892
R da Lomba, 153 – 225 100 701
Quase Galeria Espaço T
Vozes Interiores André Gomes,
Aguarelas Obras figurativas de
que também é actor, apresenta
novas fotografias. || Até 27/6 ||
Júlio Costa. || Até 30/5 || 3ª a
sáb., 15h-20h || GRÁTIS
R. Vilar, 54 – 226 081 919
AMIarte
(dom. até às 19h)
€17 (1 dia); €24 (2 dias)
LISBOA
Gare Marítima Rocha
do Conde de Óbidos
Doca de Alcântara – 213 611 000
Lixo Marinho: Um Problema
Global Mostra documental
sobre o problema do lixo
marinho e como afecta o meio
ambiente. || M/4 || Até 24/5 || 2ª
a 6ª, 10h-13h e 14h-18h; sáb. e
dom., 11h-18h || GRÁTIS
COIMBRA
Artes e Talentos 2015 Trabalhos
IBEROANIME 2015
9 e 10 de Maio || 10h30-20h
CARLOS
VIDAL
crítico
Centro de Arte
Graça Morais
Lisboa
SIGA
NA APP
que “escultura”, esta obra é
despistante, mas clara nos seus
intentos. Aqui, em Expedição,
fantasia de objectos afastados
da sua funcionalidade original
(mochila de estopa e cordas,
botas com ossos dentro, mapas de tapeçaria, fósseis, etc.), o
autor encena uma viagem a regiões polares, algo entranhado
no imaginário ocidental.
Expõe documentos e objectos da “expedição”, criando
uma irrealidade dupla: ambiência estranha, expedição
ficcionada. A arte é sempre
uma ficção real.
Roda Que Roda, à Volta do
Galeria Almedina
Arco de Almedina – 239 840 754
O Gato Tirolês Vale por Três A
Associação Recortar Palavras
desafiou vários artistas a
ilustrarem um poema de Alice
Cardoso. || M/6 || Até 31/5 || 3ª a
6ª, 10h-18h; sáb. e dom., 10h-13h
e 14h-18h || GRÁTIS
p
35
Óculos em acetato, Dolce & Gabbana, na
Sunglass Hut, agora €91,50 (PVP €183)
Camisa em poliéster,
Ada Gatti, agora
€21,99 (PVP €32,99)
Bandolete em algodão,
Claire’s, agora €4
(PVP €7,99)
Vestido em
algodão e seda,
Puricacion
Garcia,
agora €172
(PVP €245)
Eau de Parfum
Valentina, 80
ml, Valentino,
na Douglas,
agora €80
(PVP €94)
JARDIM MÁGICO
Ténis em algodão,
Element, na Billabong,
agora €41,90 (PVP €59,90)
Calções em
algodão, Guess,
agora €89
(PVP €149)
BOAS APOSTAS NO FREEPORT
Blush Volupté no tom 09 Bohemian,
Yves Saint Laurent na 5ª Essência,
agora €35,40 (PVP €42,95)
Blusão em seda,
Gant, agora 179,40
(PVP €299)
Sandálias em algodão,
Aldo, agora €40,99
(PVP €79,90)
Quimono em poliéster,
Fornarina, agora €72
(PVP €143)
Carteira em poliuretano
e algodão, Parfois,
agora €14,99 (PVP €22,99)
Calças em
algodão
e estanho,
Morgan,
agora €41,30
(PVP €59)
Publicidade
Vestido em algodão,
Adolfo Dominguez,
agora €239
(PVP €378)
Colar em metal
e pérolas, Spaccio,
agora €14,90
(PVP €24,90)
Lingirie em renda e poliamida, Calvin
Klein Underwear. Soutien, agora €24
(PVP €35). Cuecas, agora €16 (PVP €23)
Verniz no
tom Lady
nº294, Dior,
na Perfumes
& Companhia,
agora €21,40
(PVP €25,94)
Casaco em seda
e algodão,
Puricacion
Garcia, agora €137
(PVP €195)
Sapatos em pele,
Geox, agora €83,93
(PVP €119,90)
Óculos em acetato,
Ray-ban, na Visionlab,
agora €76,30
(PVP €109)
Inspire-se nas tendências da estação e personalize o seu estilo
com propostas frescas e apetecíveis. Viva a Primavera em pleno!
Vestido em poliéster, Colcci na gate
One, agora €89,90 (PVP €150)
Camisola
em malha
de algodão,
Benetton,
agora €27,97
(PVP €39,95)
ZONA NEUTRA
Eau de
Parfum
Flower
Bomb, 30 ml,
Viktor
& Rolf, na
5ª Essência,
agora €55,50
(PVP €67,34)
Carteira em pele, Escada,
agora €149 (PVP €345)
Sapatos em pele,
Eureka, agora €49,95
(PVP €99,90)
Saia em poliéster, Mango,
agora €29,99 (PVP €49,99)
Os produtos colocados nesta edição estão à venda no freeport outlet. Esta informação não dispensa a consulta de preços no local. Todos os artigos são limitados ao stock existente. Mais sugestões www.free.freeport.pt
S
MANGO
S
Av. da Liberdade,
110, Lisboa
Praceta
Henrique Moreira,
244, V. N. Gaia
Av. Duarte
Av. da República,
1435, Porto
ZARA
de Aguiar, Lisboa
R. dos Campeões
Europeus, 28, Porto
€15,95
+
HOMEM
Assuma
os seus cabelos...
cinzentos CORPO
BERSKA
+
C. C. Colombo
Av. Lusíada, Lisboa
O que fazer, ver
e ouvir ESTA SEMANA
R. Sara Afonso, Porto
€39,99
LA PAZ
ÁGATA XAVIER texto
€47,50
MANGO
FRED PERRY
Amoreiras,
R. do Ouro, 234 , Lisboa
Av. Duarte
Pacheco,
Praceta Henrique Moreira, 244,
Lisboa
V. N. de Gaia
Pç. Bom
€225
Sucesso, 61,
Porto
€39,99
COS
Av. da Liberdade, 67 C, Lisboa
COS
www.cosstores.com
Av. da Liberdade, 67 C, Lisboa
www.cosstores.com
€69
TRETORN
www.tretorn.com
€80
V. N. Gaia
€19,95
Siga a
marin
É um clássico do Verão que resiste
ao tempo: o estilo marinheiro.
Navegue pelos sete mares, cruze
oceanos ou (à falta de melhor)
salte uma poça grande com estas
peças para homem e mulher.
www.lapaz.pt
Av. dos Descobrimentos, 549,
€180
Av. António Augusto
Estilo marinheiro
para ele e ela SHOPPING
R. Garrett, 1, Lisboa
Amoreiras,
Pacheco, Lisboa
STYLE
ZARA
LACOSTE
€39,99
€29
Riscas, muitas, sobretudo
em azul e branco. A par
disso, uma camisola quente
com torcidos, em tons
que podem ir do azul ao
vermelho ou cinzento, e
um bom impermeável –
para proteger das ondas
que se avizinham.
Bermudas curtas, calças
dobradas, vestidos desportivos e saias com botões
compõem a parte de baixo
do figurino. Nos pés, uns
ténis confortáveis, umas
sandálias resistentes ou,
se arriscar ir para mar
alto, umas galochas
(amarelas, sugerimos).
O estilo marinheiro é
um clássico que não só
mostra que está atento à moda, como revela que a segue
de uma forma
elegante.
Também conhecido
como estilo náutico – ou
navy –, é a indumentária
perfeita para viajar, ser feliz e aprofundar os seus
conhecimentos científicos
– a acreditar no velho
clássico dos Village People
In the Navy.
Com o bom tempo a
chegar, escolha algumas
das peças que sugerimos,
recoste-se no deck de um
navio e deixe-se ir
com a maré.
ZARA
R. Augusta, Lisboa
S
R. de Santa Catarina, 160, Porto
€15,95
BERSKA
Alegro. Av. dos
Cavaleiros, 60,
Carnaxide
LACOSTE
Dolce Vita
Av. António
Porto, R. dos
Augusto de Aguiar,
Campeões
31, Lisboa
Europeu, Porto
R. dos Campeões
€15,99
Europeus, 28,
Porto
€95
MANGO
R. Augusta, 43, Lisboa
R. Sara Afonso, 105, Porto
€19,99
nha
ZARA
R. Garrett, Lisboa
MASSIMO DUTTI
R. Sara Afonso, 105-117,
R. Carlos Alberto da Mota Pinto, 9, Lisboa
Porto
Av. dos Descobrimentos, 54,
€69,95
V. N. Gaia
€29,95
COS
Av. da
GANT
Av. António Augusto
Aguiar, 31, Lisboa
MULHER
Liberdade, 67 C,
Lisboa
www.cosstores.com
PAULINO
SPECTACLES
€45
Av. Fontes
R. St.ª Catarina, 21,
Porto
Pereira de Melo,
€45
21, Lisboa
R. Sá da
Bandeira, 511,
Porto
MANGO
€295
Av. Guerra Junqueiro, 3,
Lisboa
Av. Dr. Óscar Lopes,
Matosinhos
€29,99
IGOR
www.igor.es
€29,90
H&M
R. do Carmo, 42,
Lisboa
R. St.ª Catarina, 312,
Porto
€24,99
S
40
shopping
corpo
NOVIDADE
Ténis Inkkas
em Oeiras
ÂNGELA MARQUES
Com uns ténis Inkkas calçados, há uma coisa que ninguém lhe tira: a vaidade. Produzidos em fábricas sul-americanas e concebidos por artesãos peruanos, os Inkkas são
diferentes da maioria dos ténis que hoje se calça – para
começar, são mais divertidos
(veja quanto em baixo). Até
agora vendidos online e em
espaços multimarca, os
Inkkas abriram esta semana a
sua primeira pop-up corner
no Oeiras Parque. Antes de o
ir conhecer, veja alguns
exemplares da marca.
OEIRAS PARQUE
Seja cinzentona,
é bom!
Nem está a ver uma gralha no título nem isto
é mais um texto sobre sadomasoquismo para
donas de casa. A moda dos cabelos cinza anda
na cabeça de cada vez mais gente
ZOSIA MAMET
ÁGATA XAVIER textos
A mais nova (27 anos)
das miúdas da série
Girls (passe a repetição
bilingue) apareceu na
estreia do filme Um
Ano Muito Violento
com o cabelo cinzento.
A actriz justificou a escolha com a resposta
típica da Geração Y:
“Estava aborrecida.”
KELLY OSBOURNE
A benjamin da monarquia do rock decidiu
pintar o cabelo em 2012,
uns meses depois de
Karl Lagerfeld ter enchido a passarela com modelos de cabelo cinzento, na sua colecção de
Outono. Aos 30 anos,
oscila entre o cinzento e
vários tons de violeta.
Av. António Bernardo Cabral
de Macedo, Oeiras
214 460 050
€69,90 a €79,90
Y
O modelo
Candy Kids
High Topioo
LILY ALLEN
Y O modelo
Mist High Top
LADY GAGA
A fotografia é antiga,
mas todas são quando o assunto é a melena de Lily Allen. A cantora inglesa de 30
anos, que por estes
dias tem um arco-íris
no cabelo, foi das primeiras a adoptar o
look-avó, num concerto em 2009, em Londres.
Duas das surpresas
dos últimos Óscares
deveram-se a ela: afinal
sabe cantar (e bem) e a
sua única excentricidade circunscreveu-se a
uma longa cabeleira
grisalha. Faz sentido
quando o seu melhor
amigo é Tony Bennett.
Ele tem 88 anos, ela 29.
Y
O modelo
Storm Slip On
SARAH HARRIS
Y
O modelo
Barracuda
Low Top
A editora de moda da
Vogue britânica começou a ter cabelos cinzentos aos 16 anos. Andou a escondê-los até
que, aos 34, decidiu
dar-lhes espaço e assumiu uma comprida cabeleira grisalha. Afirma
que não quer ser escrava da coloração.
KRISTEN MCMENAMY
ST. VINCENT
Annie Clark, 32 anos, a
senhora desta enorme
trunfa, afirma que é
péssima a tomar conta
do seu cabelo rebelde.
Pintou-o de cinzento
para a capa do último
disco, o homónimo St.
Vincent, de 2014.
É a modelo oficial do
grunge. De uma cabeleira ruiva, passou a um
curtíssimo cabelo preto
(acompanhado pelo rapar de sobrancelhas)
nos anos 90. Reinventou-se com um longo
cabelo cinzento natural. É a veterana desta
página, com 50 anos.
PUB
S
pets
Sem trela curta
Da Ciência Política para a costura, a dona de duas pugs decidiu fazer
acessórios para cães à medida do estilo dos donos. Nasceu a Niu Niu
Pets, que tem hoodies, capas de chuva ou bandanas, além de uma nova
colecção de coleiras e trelas.
CATARINA HOMEM MARQUES textos
O truque, como sempre, é um biscoito. A Noa e a Kaya, duas pugs,
não precisaram de um curso de modelo para se tornarem as estrelas da
Niu Niu Pets, uma marca de acessórios caninos muito personalizados.
Basta-lhes a atenção – e o referido
biscoito – e não se importam de
desfilar com capas de chuva e coleiras diferentes nem de andar de skate
com um hoodie vestido.
OA nova colecção de trelas e coleiras acabou de sair, e há opções
com padrão animal, quadrados em
estilo escocês, camuflagem e algumas formas mais geométricas (pode
espreitar tudo em niuniupets.com), e
em breve estará também pronta a
colecção de camas e capas para a
chuva. “Com a vinda das minhas cadelas para casa não encontrava produtos no mercado nacional que se
inserissem na decoração da minha
casa e que se assemelhassem ao
Y Trela
Tangerine (€18)
Y Trela
Camouflage
(€18)
cursos de design gráfico e webdesign, e agora tem apenas duas colegas num trabalho que já é a tempo
inteiro – as duas pugs. “Fazemos
produtos customizados, práticos e
que fazem a ligação do estilo de vida
do dono com o cão. É tudo feito à
mão e os materiais são cuidadosamente seleccionados por mim.” A
formação académica em Ciência
Política e Relações Internacionais ficou a perder para a paixão pelos
cães e pelo longboard skate que influencia muito o design de todos os
acessórios. De facto, não é todos os
dias que se vê um cão de hoodie ou
de bandana.
NIU NIU PETS
Embaixada, Pç. do Príncipe Real, 26,
meu próprio estilo”, explica Susana
Torroais, dona da Noa e da Kaya e
responsável pela marca.
Foi aprender a costurar, fez uns
+ Plante uma árvore...
em casa
Os cortinados não são uma boa opção,
a estante do escritório também não, a
planta frondosa do canto ainda menos
– mas os gatos precisam mesmo de
trepar e existe uma forma perfeita de o
fazerem – a Hicat. É uma espécie de
poste ou varão feito à medida para ir
do chão ao tecto da divisão, com material exterior que serve como arranhador e várias divisórias internas onde o
gato se pode esconder e brincar sem
correr os riscos de andar a saltar de árvore em árvore lá fora. Está à venda
em www.hicat.co.uk por €220.
Lisboa e The Feeting Room, Lg. dos
Lóios, 89, Porto
www.niuniupets.com
€16 (coleiras) e €18 (trelas)
S
42
QUI.
esta semana
Além do que leu neste GPS e não pode perder, há muito mais
para descobrir, ouvir, fazer, comer e ver por Portugal inteiro.
Aproveite e boa semana!
DO IT!
fazer
ver
dormir
comer
não perder
Festival Internacional de Máscara Ibérica
FESTIVAL
LISBOA
Los Saguaros
CONCERTO
LISBOA
Vila Galé
ESCAPADELA
ÉVORA
Midori
RESTAURANTE
SINTRA
Rush
SÉRIE
FOX LIFE
ver
não perder
comer
dormir
Um Olhar do Retrato
EXPOSIÇÃO
LISBOA
Moreno Veloso
CONCERTO
LISBOA
Fenícios
RESTAURANTE
LISBOA
Real Marina
ESCAPADELA
OLHÃO
IS
GRÁT
SEX.
IS
GRÁT
Aqui encontra o mítico retrato que
Alfredo Cunha tirou a Salgueiro Maia
no Largo do Carmo, a 24 de Abril de
1974. Verá também fotografias de Nan
Goldin, Cartier-Bresson, Augusto Cabrita,
Victor Palla, Rita Barros, Manuel
Alvarez Bravo ou Gerard Castello-Lopes.
SAB.
fazer
comer
dormir
não perder
FIMFA LX15
MARIONETAS
LISBOA
Primo Basílico
RESTAURANTE
LISBOA
Torre de Palma
ESCAPADELA
MONFORTE
Iberanime LX 2015
FESTIVAL
LISBOA
Na quinta edição do festival dedicado
à cultura popular japonesa,
o Iberanime invade a Meo Arena de
anime, manga, videojogos, concursos
de noodles, cosplay, cartas, jogos de
tabuleiro ou retrogaming.
DOM.
comer
dormir
ver
fazer
Conceição 35
BAR
PORTO
Caloura Hotel Resort
ESCAPADELA
SÃO MIGUEL
Força Maior
CINEMA
ESTREIA
Cozinha Saudável Gourmet
WORKSHOP
LISBOA
Adormecer ao som das ondas, é o que
poderá esperar de uma noite passada
no Caloura Hotel Resort, na povoação
de Água de Pau. Os quartos têm vista
para o Atlântico – que poderá alcançar
por um caminho que liga o hotel
a uma praia privada.
SEG.
não perder
comer
dormir
ver
António & Maria
ESPECTÁCULO
LISBOA
Cervejaria do Bairro
RESTAURANTE
LISBOA
Coreto Hostel
ESCAPADELA
LOULÉ
Os Últimos Cavaleiros
CINEMA
EM EXIBIÇÃO
A actriz Maria Rueff dá voz às
mulheres da obra do escritor António
Lobo Antunes, de quem é fã, num
espectáculo com a estética do Teatro
Meridional – que, nos últimos anos,
tem levado à cena textos não teatrais.
TER.
fazer
ver
dormir
comer
não perder
Decoração de Interiores
WORKSHOP
COIMBRA
Ken Vandermark
CONCERTO
LISBOA
Altis Belém
ESCAPADELA
LISBOA
Sandinha
RESTAURANTE
PORTO
Arturo Sandoval
CONCERTO
LISBOA
fazer
ver
não perder
comer
Portefólio Digital
WORKSHOP
PORTO
Bomba
FESTA
LISBOA
Nos Jardins do Rei
CINEMA
EM EXIBIÇÃO
Nut’Coimbra
RESTAURANTE
COIMBRA
QUA.
IS
GRÁT
É o curso ideal para quem quer arrumar os trabalhos que foi fazendo ao
longo do tempo e torná-los apetecíveis
para eventuais empregadores. Aprenderá, com a formadora Cristina Braga,
a seleccionar, catalogar e fotografar os
projectos que pretende expor.
www.sabado.pt
BOUTIQUE
JARDIM
QUIOSQUE
CINEMA
SHOPPING
PARQUE
MIRADOURO
MUSEU
CINEMA
HOSTEL
CINEMA
DISCOTECA
HOTEL
QUIOSQUE
ESPLANADA
BAR
QUIOSQUE
SHOPPING
SOUVENIR
HOTEL
BAR
DISCOTECA
BOUTIQUE
HOSTEL
ESPLANADA
MONUMENTO
SOUVENIR
HOSTEL
CINEMA
SHOPPING
SOUVENIR
CINEMA
BOUTIQUE
MUSEU
CINEMA
LIVARIA
ESPLANADA
BAR
ESPLANADA
DISCOTECA
ESPLANADA
HOSTEL
ESPLANADA
PARQUE
HOTEL
QUIOSQUE
CINEMA
SOUVENIR
SOUVENIR
HOTEL
HOTEL
BAR
BOUTIQUE
QUIOSQUE
DISCOTECA
MIRADOURO
BAR
ESPLANADA
HOTEL
BOUTIQUE
BAR
BAR
BAR
MUSEU
JARDIM
HOTEL
CINEMA
JARDIM
BAR
MIRADOURO
DISCOTECA
JÁ NAS
BANCAS
PORTUGAL NÃO É SÓ PAISAGEM
Para que possa conhecer e experimentar o melhor de Portugal, a SÁBADO vai lançar uma coleção de 7 guias com o que de melhor existe
em cada região. Divirta-se, explore, saboreie. Seja turista no melhor país do mundo. O seu.
9 Abril – Minho e Trás-os-Montes
16 Abril – Porto e Aveiro
23 Abril – Beira Interior
30 Abril – Coimbra, Leiria e Vale do Tejo
7 Maio – Lisboa e Setúbal
14 Maio – Alentejo
21 Maio – Algarve e Ilhas
Para mais informações.
PATROCÍNIO: