Atividades - Portal Santa Teresa

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Atividades - Portal Santa Teresa
COLÉGIO SANTA TERESA DE JESUS
Av. Cavalhada, 2250 – Fone: 3398-7815 – www.stateresa.com.br
Professor (a):___________________________ Componente Curricular: __________________ Data:_________
Aluno (a):____________________________________________ Nº:_____________ Turma: ____________
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) CINZAS DA INQUISIÇÃO
1
Até agora fingíamos que a Inquisição era um episódio da história européia, que tendo durado do século XII ao
século XIX, nada tinha a ver com o Brasil. No máximo. se prestássemos muita atenção, íamos ouvir falar de um certo
Antônio José - o Judeu, um português de origem brasileira, que foi queimado porque andou escrevendo umas peças de
teatro.
2
Mas não dá mais para escamotear. Acabou de se realizar um congresso que começou em Lisboa, continuou em
São Paulo e Rio, reavaliando a Inquisição. O ideal seria que esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do
país, por todas as cidades, que tivesse merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a consciência dos brasileiros
do Oiapoque ao Chuí, mostrando àqueles que não podem ler jornais nem frequentar as discussões universitárias o que foi
um dos períodos mais tenebrosos da história do Ocidente. Mas mostrar isso, não por prazer sadomasoquista, e sim para
reforçar os ideais de dignidade humana e melhorar a debilitada consciência histórica nacional.
.......................................................................................
3
Calar a história da Inquisição, como ainda querem alguns, em nada ajuda a história de instituições e países. Ao
contrário, isto pode ser ainda um resquício inquisitorial. E no caso brasileiro essa reavaliação é inestimável, porque somos
uma cultura que finge viver fora da história.
4
Por outro lado, estamos vivendo um momento privilegiado em termos de reconstrução da consciência histórica.
Se neste ano (l987) foi possível passar a limpo a Inquisição, no ano que vem será necessário refazer a história do negro em
nosso país, a propósito dos cem anos da libertação dos escravos. E no ano seguinte, 1989, deveríamos nos concentrar para
rever a "república" decretada por Deodoro. Os próximos dois anos poderiam se converter em um intenso período de
pesquisas, discussões e mapeamento de nossa silenciosa história. Universidades, fundações de pesquisa e os meios de
comunicação deveriam se preparar para participar desse projeto arqueológico, convocando a todos: "Libertem de novo os
escravos", "proclamem de novo a República".
5
Fazer história é fazer falar o passado e o presente criando ecos para o futuro.
6
História é o anti-silêncio. É o ruído emergente das lutas, angústias, sonhos, frustrações. Para o pesquisador, o
silêncio da história oficial é um¢ silêncio ensurdecedor. Quando penetra nos arquivos da consciência nacional, os dados e
os feitos berram, clamam, gritam, sangram pelas prateleiras. Engana-se, portanto, quem julga que os arquivos são lugares
apenas de poeira e mofo. Ali está pulsando algo. Como num vulcão aparentemente adormecido, ali algo quer emergir. E
emerge. Cedo ou tarde. Não se destrói totalmente qualquer documentação. Sempre vai sobrar um herege que não foi
queimado, um judeu que escapou ao campo de concentração, um dissidente que sobreviveu aos trabalhos forçados na
Sibéria. De nada adiantou aquele imperador chinês ter queimado todos os livros e ter decretado que a história começasse
com ele.
7
A história recomeça com cada um de nós, apesar dos reis e das inquisições.
(Affonso R. de Sant'Anna. A RAIZ QUADRADA DO ABSURDO. Rio de Janeiro, Rocco, 1989, p. 196-198.)
1. "O ideal seria QUE esse congresso tivesse se desdobrado por todas as capitais do país, por todas as cidades, QUE tivesse
merecido mais atenção da televisão e tivesse sacudido a consciência dos brasileiros do Oiapoque ao Chuí, mostrando
àqueles QUE não podem ler jornais nem frequentar as discussões universitárias o que foi um dos períodos mais
tenebrosos da história do Ocidente."
Assinale a classificação CORRETA das palavras em destaque, respectivamente:
a) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção integrante.
b) pronome relativo / conjunção integrante / conjunção consecutiva.
c) conjunção integrante / conjunção integrante / pronome relativo.
d) conjunção integrante / conjunção consecutiva / conjunção comparativa.
e) conjunção consecutiva / pronome relativo / pronome relativo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ita)
As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa incorreta.
Hino Nacional
Carlos Drummond de Andrade
05
10
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professôres e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos 'dancings' e
[subconvencionaremos as elites.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia
alemãs gordas, russas nostálgicas para
'garçonettes' dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
15
Não convém desprezar as japonêsas...
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
20
25
30
35
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros
[também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes
[paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis
[João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano
[e tanta solidão
no pobre coração já cheio de
[compromissos...
se bem que seja difícil compreender o que
[querem êsses homens,
por que motivo êles se ajuntaram e qual a
[razão de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão
[despropositado,
êle quer repousar de nossos terríveis
[carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é o outro mundo. Êste não é o
[Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os
[brasileiros?
2. a) 'Escondido' (v. 2) pode ser substituído por 'olvidado', embora modifique o sentido.
b) 'Fidelíssimo' (v. 14) tem o mesmo radical de 'fidelidade' e de 'fidedígno'.
c) 'Piscina' (v. 17) tem o mesmo radical de 'piscicultura'.
d) 'Bem' (v. 27) tem valor de superlativo.
e) O texto não foi transcrito em obediência à ortografia vigente.
3. a) 'fidelíssima'(v.14) é superlativo sintético, seu equivalente analítico é 'muito fiéis'.
b) 'elétricos'(v.17) está se referindo aos dois substantivos antecedentes, teria o mesmo efeito se usado no singular.
c) 'inenarráveis'(v.25) significa, originalmente, 'o que não pode ser narrado', pode ser substituído aqui por 'fantástico'.
d) 'difícil', (v.27) a idéia de superlativo pode ser dada pelo sufixo '-imo', na linguagem erudita, ou pela repetição ('difícil,
difícil'), na linguagem coloquial.
e) 'sem igual'(v.21) não tem o mesmo valor semântico de 'ímpar'.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fei) LEMBRANÇA DE MORRER
(Fragmento)
Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro
Como o desterro de minh' alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.
Só levo uma saudade - é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada
Que por minha tristeza te definhas!
De meu pai!... de meus únicos amigos,
Poucos - bem poucos - e que não zombavam
Quando, em noite de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidaram.
4. Observe os dois primeiros versos do poema: "Eu deixo a vida COMO DEIXA O TÉDIO / DO DESERTO, O POENTO
CAMINHEIRO". A oração destacada é:
a) oração subordinada substantiva subjetiva.
b) oração subordinada adjetiva restritiva.
c) oração subordinada adverbial comparativa.
d) oração coordenada sindética explicativa.
e) oração principal.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb) 1 Inegável tem sido o emprego da música como terapia, através dos tempos. A princípio os magos, depois os
monges e, finalmente, os professores de arte, os terapeutas ocupacionais, os médicos e os musicoterapeutas..
2
A mitologia exemplifica o poder da música sobre os irracionais, quando nos fala de Orfeu amansando as feras
com os sons executados pelas suas mãos de artista e emitidos pela sua voz melodiosa. Orfeu - poeta e músico - fascinava
os animais, as plantas e até os rochedos!
3
Através dos tempos, vemos a cura do Rei Saul, que sofria de depressão neurótica, e que, ouvindo a harpa tocada
por Davi, se recuperava facilmente. Eis uma das primeiras notícias que temos da influência musical no ser humano.
4
Pitágoras - filósofo, cientista, matemático - era considerado na Grécia Antiga quase um semideus para seus
conterrâneos. Atribuía à música efeitos curativos, quer como fator educativo, quer como sedativo para as doenças do
corpo e da alma. Os meios práticos para atuar no homem a viva harmonia eram, para Pitágoras e seus discípulos, a
ginástica rítmica e a música.
5
Entre os hebreus, as escolas dos profetas de Israel recorriam ao canto para memorização das suas leis.
6
Os esquimós, segundo narra a História, possuíam fórmulas musicais especializadas para cura de doentes mentais.
7
Ora, medicina e música têm vivido irmanadas desde os tempos mais remotos. Mas, na realidade objetiva dos
fatos atuais, observar-se que muitos musicistas, presos da aprendizagem técnica, de um lado, e de outro, soltos às
emoções inebriantes da arte, vivem alheios aos problemas da medicina de recuperação. Por sua vez, muitos médicos,
acostumados ao estudo de dados concretos, limitam-se a sorrir, indulgentemente, quando falamos de terapia musical, ou
melhor, de musicoterapia.
8
O êxito ou o fracasso da musicoterapia - sim, porque existem efeitos negativos da música - depende de fatores
humanos, tanto quanto de fatores musicais. A música pode criar fantasias mentais de muitas classes: realistas,
caprichosas, oníricas, fantásticas, místicas ou alucinatórias.
(F.R.C. Florinda. O ROSACRUZ, abr./maio/jun./94, p. 2-3 (com adaptações).
5. Julgue os itens abaixo, acerca da morfossintaxe do texto.
(1) Na linha 9, a palavra "até" destaca e dá maior força argumentativa ao último elemento da coordenação.
(2) O substantivo abstrato "fracasso" vem do verbo fracassar por derivação imprópria.
(3) A inserção da oração entre os travessões das linhas constitui um recurso sintático com a função retórica de intensificar
a comunicação com o leitor.
(4) A palavra "oníricas" pertence ao campo de significação de sonho.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unirio) Leia os excertos abaixo, tirados da revista Veja; em seguida, responda à questões propostas.
TEXTO I
O controle dos genes envolvidos no processo de envelhecimento será uma das maiores conquistas da história da
sociedade humana. A grande maioria das doenças, entre elas o câncer, o diabetes e os problemas cardíacos, está
relacionada ao envelhecimento e raramente acomete os jovens. Em sua versão final, o controle genético do processo de
envelhecimento resultará em pessoas que se mantêm por muito tempo com saúde física semelhante à de um jovem de 20
anos. Mas o corpo humano na sua forma atual não é compatível com a imortalidade física. Nem é nosso objetivo criar
pessoas imortais. Para nós, o importante é como se vive durante a velhice. Não se trata de prolongar simplesmente a
velhice de forma indefinida, com velhos vivendo limitadamente, mas de garantir que as condições físicas da juventude
sejam mantidas por mais tempo.
TEXTO II
Com a morte da mãe, o lar desmoronou e o menino foi internado, por ordem judicial, em um orfanato da cidade
de Pirajuí, onde ficou até os 17 anos. Quando saiu, voltou para casa, reencontrou o pai e os irmãos, mas nenhuma
esperança. Vivia de biscates, trabalhou num mercado e numa borracharia, depois na lanchonete. Até que um dia atendeu
um rapaz forte e espigado no balcão. "Como você conseguiu ficar assim?", perguntou Claudinei. "Fazendo atletismo",
respondeu o outro, orgulhoso. No dia seguinte começava a tardia carreira de campeão. "A vida transformou o Claudinei
num forte", diz Jayme Netto Júnior, seu treinador no Clube Funilense de Presidente Prudente, interior de São Paulo.
"Quanto maior a pressão, maior é a sua capacidade de superação."
TEXTO III
Do lado de fora dos muros da Febem, a realidade da infância no Brasil é igualmente revoltante. Segundo dados do
IBGE, 40% das crianças brasileiras entre zero e 14 anos vivem em condições miseráveis, ou seja, a renda mensal familiar
não passa de metade do salário mínimo.
O desafio é tão dramático que muita gente acaba dando de ombros, convencida de que se chegou a uma situação da qual
não há retorno. É um erro. Neste momento, milhares de fundações e organizações não governamentais, ONGs, estão
demonstrando como boas idéias, um pouco de dinheiro e muita disposição podem mudar essa realidade para melhor. Se
elas conseguem realizar transformações positivas em universos limitados o bom senso indica que basta copiar o exemplo
apropriado. Estima-se que só as fundações (...) estejam investindo 500 milhões de reais por ano numa infinidade de
programas de cunho educacional, cultural, esportivo, de saúde, lazer e até mesmo de estímulo a iniciativas
governamentais bem-sucedidas. Estão mostrando como é possível, se não resolver o problema de milhões, pelo menos
prevenir o de centenas de milhares e recuperar outros tantos.
6. O menino foi para Pirajuí.
Ele ficou no internato de Pirajuí até os 17 anos.
Reunindo as duas frases num só período, através do emprego de um pronome relativo, segundo o registro culto da língua,
está correto apenas um dos períodos abaixo. Marque-o.
a) O menino, que foi para Pirajuí, ficou no internato até os 17 anos.
b) O menino foi para Pirajuí em cujo internato ficou até os 17 anos.
c) O menino foi para Pirajuí no qual internato ficou até os 17 anos.
d) O menino foi para Pirajuí, no qual ficou até os 17 anos no internato.
e) O menino foi para Pirajuí, onde ficou no internato até os 17 anos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) "De repente, você acorda no meio de um escândalo assim como se estivesse num vôo com alguns passageiros em
situação irregular e todos passassem a ser investigados para descobrir os culpados. No dia seguinte, o seu nome aparece
na imprensa entre os suspeitos. Pronto, o estrago está feito. Haverá sempre alguém para dizer: 'E fulano, hein, na lista das
fraudes!' Como na velha história, você será sempre o cara metido naquele crime, na hora do assassinato."
(Zuenir Ventura - JB)
Na(s) questão (ões) a seguir escreva nos parêntesse (V) se a airmação for verdadeira ou (F) se for falsa.
7. Sobre o texto:
( ) Há uma comparação com duas situações diferentes, associadas ao papel do acaso na vida de cada um.
( ) VOCÊ, no texto, tem um sentido indeterminado, equivalendo a QUALQUER UM.
( ) Aparecem como pronomes indefinidos ALGUÉM, FULANO, TODOS e CARA (considerado por Celso Cunha uma forma
de pronome de tratamento), que contribuem para uma imprecisão na descrição das ações.
( ) DE REPENTE ..., ... no dia seguinte, ... sempre ... são adjuntos adverbiais, indicando, no caso, circunstância de modo.
( ) O texto se desenvolve com base na sinonímia. São pares de sinônimos:
escândalo - fraude
suspeito - culpado
crime - assassinato
descobrir - investigar
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uff) O primeiro navio destacado da conserva para levar a Portugal a notícia do descobrimento do Brasil, e com instâncias
ao rei de Portugal para que por amor da religião se apoderasse d'esta descoberta, ¢cometera a violência de arrancar de
suas terras, sem que a sua vontade fosse consultada, a dois índios, ato contra o qual se tinham pronunciado os capitães da
frota de Pedro Álvares. Fizera-se o índice primeiro do que era a história da colônia: era a cobiça disfarçada com pretextos
da religião , era o ataque aos senhores da terra, à liberdade dos índios; eram colonos degradados, condenados à morte,
ou espíritos baixos e viciados que procuravam as florestas para darem largas às depravações do instinto bruto."
(DIAS, Gonçalves. "Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", 4° trim. 1867, p.274.)
8. No fragmento "... cometera a violência de arrancar de suas terras, SEM QUE a sua vontade fosse consultada..." (ref.1), o
conectivo destacado estabelece a relação de:
a) causalidade
b) conclusão
c) condição
d) consequência
e) concessão
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufv)
ESSAS MÃES MARAVILHOSAS E SUAS MÁQUINAS INFANTIS
1
Flávia logo percebeu que as outras moradoras do prédio, mães dos amiguinhos do seu filho, Paulinho, seis anos,
olhavam-na com um ar de superioridade. Não era para menos. Afinal o garoto até aquela idade - imaginem - se limitava a
brincar e ir à escola. Andava em total descompasso com os outros meninos, que já desenvolveram múltiplas e variadas
atividades desde a mais tenra idade. O recorde, por sinal, pertencia ao garoto Peter, filho de uma brasileira e um
canadense, nascido em Nova Iorque. Peter, tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação ("Como tirar o
leite da mãe em 10 lições"). A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia informando sobre
a melhor técnica de mamar (chamada técnica de Lindstorm, um psicanalista, autor da pesquisa, que para realizar seu
trabalho mamou até os 40 anos). A maneira da criança mamar, afirmam os doutores, vai determinar suas neuroses na
idade adulta.
2
Uma tarde, Flávia percebeu duas mães cochichando sobre seu filho: que se pode esperar de um menino que aos
seis anos só brinca e vai à escola? Flávia começou a se sentir a última das mães. Pegou o marido pelo braço dizendo que os
dois precisavam ter uma conversa com o filho.
3
- O que você gostaria de fazer, Paulinho? - perguntou o pai dando uma de liberal que não costuma impor suas
vontades.
4
- Brincar...
5
O pai fez uma expressão grave.
6
- Você não acha que já passou um pouco da idade, filho? A vida não é uma eterna brincadeira. Você precisa
começar a pensar no futuro. Pensar em coisas mais sérias, desenvolver outras atividades. Você não gostaria de praticar
algum esporte?
7
- Compra um time de botão pra mim.
8
- Botão não é esporte, filho.
9
- Arco e flecha!
10
Os pais se entreolharam. Nenhum dos meninos do prédio fazia curso de arco e flecha. Paulinho seria o primeiro.
Os vizinhos certamente iriam julgá-lo uma criança anormal. Flávia deu um calção de presente ao garoto e perguntou por
que ele não fazia natação.
11
- Tenho medo.
12
Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar. Os medos devem ser eliminados na infância.
Paulinho ainda quis argumentar. Sugeriu alpinismo. Foi a vez de os pais tremerem. Mas o medo dos pais é outra história.
Paulinho entrou para a natação. Não deu muitas alegrias aos pais. Nas competições chegava sempre em último, e as mães
dos coleguinhas continuavam olhando Flávia com uma expressão superior. As mães, vocês sabem, disputam entre elas um
torneio surdo nas costas dos filhos. Flávia passou a desconfiar de que seu filho era um ser inferior. Resolveu imitar as
outras mães, e além da natação colocou Paulinho na ginástica olímpica, cursinho de artes, inglês, judô, francês, terapeuta,
logopedista. Botou até aparelho nos dentes do filho. Os amiguinhos da rua chamavam Paulinho para brincar depois do
colégio.
13
- Não posso, tenho aula de hipismo.
14
- Depois do hipismo?
15
- Vou pro caratê?
16
- E depois do caratê?
17
- Faço sapateado.
18
- Quando poderemos brincar?
19
- Não sei. Tenho que ver na agenda.
20
Paulinho andava com uma agenda Pombo debaixo do braço. À noitinha chegava em casa mais cansado do que o
pai em dia de plantão. Nunca mais brincou. Tinha todos os brinquedos da moda, mas só para mostrar aos amiguinhos do
prédio. Paulinho dava um duro dos diabos. "Mas no futuro ele saberá nos agradecer", dizia o pai. O garoto estava sendo
preparado para ser um super-homem. E foi ficando adulto antes do tempo, como uma fruta que amadurece de véspera.
Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço. Quando fez sete anos disse ao pai
que a partir daquele dia queria receber a mesada em dólar. Aos oito anos abriu o berreiro porque seus pais não lhe deram
um cartão de crédito de presente. Com oito anos, entre uma aula de xadrez e de sânscrito, Paulinho saiu de casa muito
compenetrado. Os amiguinhos da rua perguntaram onde ele ia:
21
- Vou ao banco.
22
Caminhou um quarteirão até o banco, sentou-se diante do gerente, pediu sugestões sobre aplicações e pagou a
conta de luz como um homenzinho. A façanha do garoto correu o prédio. A vizinhança começou a achá-lo um gênio. As
mães dos amiguinhos deixaram de olhar Flávia com superioridade. Os pais, enfim, puderam sentir-se orgulhosos.
"Estamos educando o menino no caminho certo", declarou o pai batendo no peito. Na festa de 11 anos, que mais parecia
um coquetel do corpo diplomático, um tio perguntou a Paulinho o que ele queria ser quando crescesse.
23
- Criança!
24
Paulinho cresceu. Cresceu fazendo cursos e mais cursos. Abandonou a infância, entrou na adolescência, tornou-se
um jovem alto, forte, espadaúdo. Virou Paulão. Entrou para a faculdade, formou-se em Economia. Os pais tinham sonhos
de vê-lo na Presidência do Banco Central. Casou com uma jornalista. Paulão respirou aliviado por sair debaixo das asas da
mãe, que até às vésperas do casamento queria colocá-lo num curso de preparação matrimonial. Na lua-de-mel, avisou à
mulher que iria passar os dias em casa dedicando-se à sua tese de mestrado. A mulher ia e vinha do emprego e Paulão
trancado no seu gabinete de estudos. Uma tarde, o marido esqueceu de passar a chave na porta. A mulher chegou, abriu e
deu de cara com Paulão sentado no tapete brincando com um trenzinho.
(NOVAES, Carlos Eduardo. "A cadeira do dentista & outras crônicas." 7. ed. São Paulo: Ática, 1997. p.1517.)
Glossário
Caratê - luta corporal em que o indivíduo se serve de meios naturais para atacar ou defender-se.
Espadaúdo - que tem ombros largos.
Hipismo - esporte que compreende equitação, corrida de cavalos, etc.
Logopedista - pessoa que se dedica à ciência de corrigir defeitos de pronúncia.
Sânscrito - antiga língua sagrada e literária da Índia.
Sapateado - dança que se caracteriza por bater os tacões dos sapatos no chão.
Terapeuta - pessoa que se aplica a tratar de doenças.
9. A alternativa em que a palavra ou expressão em destaque NÃO se refere ao pronome em destaque é:
a) "... olhavam-NA com um ar de superioridade." (par.1)
na = Flávia.
b) "... vai determinar SUAS neuroses na vida adulta" (par.1)
suas = da criança.
c) "VOCÊ não gostaria de praticar algum esporte? " (par.6)
Você = Paulinho.
d) "As mães. VOCÊS sabem, disputam entre elas um torneio surdo..." (par.12)
vocês = os leitores.
e) "... um tio perguntou a Paulinho o que ELE queria ser..." (par.22)
ele = um tio
10. Das alterações feitas na pontuação de passagens do texto, aquela em que houve sensível mudança de sentido é:
a) "Peter tão logo veio ao mundo entrou para um curso de amamentação..." (par.1)
Peter, tão logo veio ao mundo, entrou para um curso de amamentação.
b) "A mãe descobriu numa revista uma pesquisa feita por médicos da Califórnia..." (par.1)
A mãe descobriu, numa revista, uma pesquisa feita por médicos da Califórnia.
c) "... que se pode esperar de um menino que aos seis anos só brinca e vai à escolha?" (par.2)
... que se pode esperar de um menino que, aos seis anos, só brinca e vai à escola?
d) "Se tinha medo, então era para a natação mesmo que ele iria entrar." (par.12)
Se tinha medo então, era para a natação mesmo que ele iria entrar.
e) "Um dia Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço." (par.20)
Um dia, Flávia flagrou o filho com uma gravata à volta do pescoço tentando dar um laço.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap)
OLHOS DE RESSACA
Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele
lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia
vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns
instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e
caladas...
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que
estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momentos
houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e
abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
(Machado de Assis)
11. (1) "No meio dela (da confusão), Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, / (2)
que não admira / (3) lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas."
Há no período três orações já separadas pela barra inclinada e enumeradas cujas classificações assim se fazem:
a) (1) absoluta; (2) causal; (3) objetiva direta
b) (1) principal; (2) consecutiva; (3) subjetiva
c) (1) coordenada; (2) final; (3) objetiva indireta
d) (1) aditiva; (2) temporal; (3) predicativa
e) (1) absoluta; (2) proporcional; (3) coordenada
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj) TEXTO I
O LIVRO E A AMÉRICA
Talhado para as grandezas,
P'ra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir
- Estatuário de colossos Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
"Vai, Colombo, abre a cortina
Da minha eterna oficina
Tira a América de lá"
...............................................
Filhos do sec'lo das luzes!
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vos mostrardes,
Tereis um livro na mão:
O livro - esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo ...
Eólo de pensamentos
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade voou! ...
...............................................
Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto As almas buscam beber ...
Oh! Bendito o que semeia
Livros ... livros à mão cheia ...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe - que faz a palma,
É chuva - que faz o mar.
(ALVES, Castro. "Obra Completa". Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1986. p. 76-78.)
VOCABULÁRIO:
Estatuário (verso 5) = escultor, aquele que faz estátuas.
Eólo (verso 18) = vento forte
TEXTO II
O ENSINO NA BRUZUNDANGA
Já vos falei na nobreza ¢doutoral desse país; é lógico, portanto, que vos fale do ensino que é ministrado nas suas
escolas, donde se origina essa nobreza. Há diversas espécies de escolas mantidas pelo governo geral, pelos governos
provinciais e por particulares. Estas últimas são chamadas livres e as outras oficiais, mas todas elas são equiparadas entre
si e os seus diplomas se £equivalem. Os meninos ou rapazes, que se destinam a elas, não têm medo absolutamente das
dificuldades que o curso de qualquer delas possa apresentar. Do que eles têm medo, é dos exames preliminares.
Passando assim pelo que nós chamamos preparatórios, os futuros diretores da República dos Estados Unidos da
Bruzundanga acabam os cursos mais ignorantes e presunçosos do que quando para lá entraram. São esses tais que
berram: "Sou formado! Está falando com um homem formado!".
Ou senão quando alguém lhes diz:
- "Fulano é inteligente, ilustrado...", acode o ¤homenzinho logo:
- É formado?
- Não.
- Ahn!
Raciocina ele muito bem. Em tal terra, quem não arranja um título como ele obteve o seu, deve ser muito burro,
naturalmente.
Apesar de não ser da Bruzundanga, eu me interesso muito por ela, pois lá passei uma grande parte da minha
meninice e mocidade.
Meditei muito sobre os seus problemas e creio que achei o remédio para esse mal que é o seu ensino. Vou
explicar-me sucintamente.
O Estado da Bruzundanga, de acordo com a sua carta constitucional, declararia livre o exercício de qualquer
profissão, extinguindo todo e qualquer privilégio de diploma.
Quem quisesse estudar medicina, frequentaria as cadeiras necessárias à especialidade a que se destinasse,
evitando as disciplinas que julgasse inúteis. Aquele que tivesse vocação para engenheiro de estrada de ferro, não
precisava estar perdendo tempo estudando ¥hidráulica. Cada qual organizaria o programa do seu curso, de acordo com a
especialidade da profissão liberal que quisesse exercer, com toda a honestidade e sem as escoras de privilégio ou diploma
todo poderoso.
Semelhante forma de ensino, evitando o diploma e os seus privilégios, extinguiria a nobreza doutoral; e daria aos
jovens da Bruzundanga mais honestidade no estudo, mais segurança nas profissões que fossem exercer, com a força que
vem da concorrência entre os homens de valor e inteligência nas carreiras que seguem.
(BARRETO, Lima. OS BRUZUNDANGAS. São Paulo, Ática, 1985. p. 49-51 - com adaptações.)
TEXTO III
HINO NACIONAL
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonettes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis ... os incríveis João-Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil caber tanto oceano e tanta solidão
no pobre coração já cheio de compromissos ...
se bem que seja difícil compreender o que querem esse homens,
por que motivo ele se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o Brasil.
Nosso Brasil existe. E acaso existirão os brasileiros?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. REUNIÃO. Rio de Janeiro, José Olympio, 1973. p. 36.)
12. "por QUE motivo eles se ajuntaram e qual a razão de seus sofrimentos." (verso 30)
A palavra em maiúsculo tem papel interrogativo indireto (a expressão é sinônima de "por qual motivo"), não podendo ser
analisada como pronome relativo.
O único dos trechos a seguir, porém, que contém exemplo de um QUE relativo é:
a) "Bendito o QUE semeia livros" (texto I - versos 25/26)
b) "é lógico, portanto, QUE vos fale do ensino" (texto II)
c) "são bem maiores do QUE quaisquer outras" (texto III - versos 22/23)
d) "Se bem QUE seja difícil compreender" (texto III - verso 29)
13. (Uece) Pertencem à mesma área semântica as palavras:
a) "simples, tolo, natural", parágrafo 1
b) "descomunais, profundos, sinceros", parágrafo 2
c) "entrega, doação, dádiva", parágrafo 2
d) "cobram, exigem, rotinizam", parágrafo 3
14. (Uece) "Sobre", parágrafo 6, pode ser substituído por:
a) acerca de
b) a cerca de
c) há cerca de
d) por meio de
15. (Uece) Conforme o contexto, está classificada corretamente a palavra:
a) "olhar", parágrafo 4: verbo
b) "pouca", parágrafo 5: advérbio
c) "você", parágrafo 8: substantivo
d) "suficiente", parágrafo 10: adjetivo
16. (Uece) A vírgula de "Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto", parágrafo 10, separa:
a) termos de mesma função sintática
b) uma oração subordinada de uma principal
c) orações subordinadas
d) orações coordenadas
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 6 QUESTÕES.
(Uece) PARA QUEM QUER APRENDER A GOSTAR
01
"Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar: aprenda a fazer bonito o seu
amor. Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito. Gostar é tão fácil que
ninguém aceita aprender.
02
Tenho visto muito amor por aí. Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios
de entrega, doação e dádiva. Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos. Apenas isso: bonitos, belos ou
embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção. Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
03
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebem ameaçados apenas e tãosomente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;
necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões. Ter razão é o
maior perigo do amor. Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade,
equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.
Nem queira. Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada. Amar bonito
é saber a hora de ter razão.
04
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito? De que está tirando do
gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?
Talvez não. Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas,
quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito. Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.
E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
05
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia. Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de
quem você ama. Saia cantando e olhe alegre. Recomendam-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando; não se
cansar de olhar, e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, 'aquela
conversa importante que precisamos ter'; arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida. Para quem
ama, toda atenção é sempre pouca. Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível. Quem
ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
06
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como a criança de nariz
encostado na vitrina cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor; ame. Siga o destino dos
sentimentos aqui e agora.
07
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer
(sofrerá de qualquer jeito); abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
08
Jogue por alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser
sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você
cantando desafinado, mas todas as manhãs. Falando besteira, mas criando sempre. Gaguejando flores. Sentindo o coração
bater como no tempo do Natal infantil. Revivendo os carinhos que intuiu em criança. Sem medo de dizer eu quero, eu
gosto, eu estou com vontade.
09
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor, ou bonitar fazendo o seu amor, ou
amar fazendo o seu amor bonito (a ordem das frases não altera o produto), sempre que ele seja a mais verdadeira
expressão de tudo o que você é, e nunca: deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
10
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto. Não se preocupe mais com ele e suas definições. Cuide agora da
forma. Cuide da voz. Cuide da fala. Cuide do cuidado. Cuide do carinho. Cuide de você. Ame-se o suficiente para ser capaz
de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz."
(TÁVOLA, Arthur da. "Para quem quer aprender a amar". In: COSTA, Dirce Maura Lucchetti et al. "Estudo de texto:
estrutura, mensagem, re-criação". Rio, DIMAC, 1987. P. 25-6)
17. "que ninguém aceita aprender", parágrafo 1, traduz idéia de:
a) causa
b) condição
c) conformidade
d) consequência
18. "Como", parágrafo 8, introduz idéia de:
a) causa
b) comparação
c) conformidade
d) meio
19. Aponte a opção em que a palavra destacada pertence à mesma classe gramatical de SENHORA em "(...) das forças de
uma nação consciente e SENHORA de si mesma" (Texto II)
a) arte
b) organismo
c) nação
d) sadios
e) povos
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Cesgranrio)
O POETA COME AMENDOIM - TEXTO I
Noites pesadas de cheiros e calores amontoados...
Foi o sol que por todo o sítio imenso do Brasil
Andou marcando de moreno os brasileiros.
Estou pensando nos tempos de antes de eu nascer...
A noite era pra descansar. As gargalhadas brancas dos mulatos...
Silêncio! O Imperador medita os seus versinhos.
Os Caramurus conspiram à sombra das mangueiras ovais.
Só o murmurejo dos cre'm-deus-padre irmanava os
[ homens de meu país...
Duma feita os canhamboras perceberam que não tinha
[mais escravos,
Por causa disso muita virgem-do-rosáriõ se perdeu...
Porém o desastre verdadeiro foi embonecar esta República temporã.
A gente inda não sabia se governar...
Progredir, progredimos um tiquinho
Que o progresso também é uma fatalidade...
Será o que Nosso Senhor quiser!...
Estou com desejos de desastres...
Com desejos do Amazonas e dos ventos muriçocas
Se encostando na canjerana dos batentes...
Tenho desejos de violas e solidões sem sentido...
Tenho desejos de gemer e de morrer...
Brasil...
Mastigado na gostosura quente do amendoim...
Falado numa língua curumim
De palavras incertas num remeleixo melado melancólico...
Saem lentas frescas trituradas pelos meus dentes bons...
Molham meus beiços que dão beijos alastrados
E depois semitoam sem malícia as rezas bem nascidas...
Brasil amado não porque seja minha pátria,
Pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der...
Brasil que eu amo porque é o ritmo no meu braço aventuroso,
O gosto dos meus descansos,
O balanço das minhas cantigas amores e danças.
Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito engraçada,
Porque é o meu sentimento pachorrento,
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir.
(Mário de Andrade. POESIAS COMPLETAS. S.P.: Martins, 1996. p. 109-110)
TEXTO II
A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições
respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar o benefício de interesses pessoais. Constitui a política uma função, ou o
conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si
mesma. A politicalha, pelo contrário, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de
parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de
moralidade estragada.
(Rui Barbosa. Texto reproduzido em ROSSIGNOLI, Walter. "Português: teoria e prática". 2. ed. São Paulo: Ática, 1992. p.
19)
20. "DUMA FEITA os canhamboras perceberam que não tinha mais escravos (...)" (Texto I, v. 9).
A locução em destaque denota nesse contexto:
a) tempo.
b) oposição.
c) conclusão.
d) comparação.
e) consequência.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest)
LXXII
Uma Reforma Dramática
Nem eu, nem tu, nem qualquer outra pessoa desta história poderia responder mais, tão certo é que o destino,
como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho. Eles chegam a seu tempo, até que o pano cai,
apagam-se as luzes, e os espectadores vão dormir. Nesse gênero há porventura alguma coisa que reformar, e eu proporia,
como ensaio, que as peças começassem pelo fim. Otelo mataria a si e a Desdêmona no primeiro ato, os três seguintes
seriam dados à ação lenta e decrescente do ciúme, e o último ficaria só com as cenas iniciais da ameaça dos turcos, as
explicações de Otelo e Desdêmona, e o bom conselho do fino Iago: "Mete dinheiro na bolsa." Desta maneira o espectador,
por um, acharia no teatro a charada habitual que os periódicos lhe dão, porque os últimos atos explicariam o desfecho do
primeiro, espécie de conceito, e, por outro lado, ia para a cama com uma boa impressão de ternura e de amor:
CXXXV
Otelo
Jantei fora. De noite fui ao teatro. Representava-se justamente Otelo, que eu não vira nem lera nunca; sabia
apenas o assunto, e estimei a coincidência. Vi as grandes raivas do mouro, por causa de um lenço, - um simples lenço! - e
aqui dou matéria à meditação dos psicólogos deste e de outros continentes, pois não me pude furtar à observação de que
um lenço bastou a acender os ciúmes de Otelo e compor a mais sublime tragédia deste mundo. Os lenços perderam-se,
hoje são precisos os próprios lençóis, alguma vez nem lençóis há, e valem só as camisas. Tais eram as idéias que me iam
passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso, e Iago destilava a sua calúnia. Nos
intervalos não me levantava da cadeira; não queria expor-me a encontrar algum conhecido. As senhoras ficavam quase
todas nos camarotes, enquanto os homens iam fumar. Então eu perguntava a mim mesmo se alguma daquelas não teria
amado alguém que jazesse agora no cemitério, e vinham outras incoerências, até que o pano subia e continuava a peça. O
último ato mostrou-me que não eu, mas Capitu devia morrer. Ouvi as súplicas de Desdêmona, as suas palavras amorosas e
puras, e a fúria do mouro, e a morte que este lhe deu entre aplausos frenéticos do público.
(Machado de Assis, "Dom Casmurro")
21. "TAIS eram as idéias que ME iam passando pela cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso."
Reescreva o período, substituindo cada pronome em destaque por outro de sentido equivalente.
22. (Uerj) Nos trechos a seguir, está em destaque um sintagma formado de substantivo e adjetivo.
A única alternativa em que a inversão das duas palavras também poderia inverter sua classe gramatical é:
a) "... reduzindo todos à sua EXPRESSÃO ORIGINAL..." (texto I)
b) "... conveniências materiais do APAIXONADO ADORADOR de si mesmo." (texto I)
c) "Arrancai a planta dos CLIMAS TROPICAIS e plantai-a na Europa..." (texto II)
d) "... a sonhar com histórias de luas e CANTOS BÁRBAROS de pajés..." (texto III)
23. (Uerj) "... e como a Terra fosse de árvores vermelhas
e SE houvesse mostrado assaz gentil,
deram-lhe o nome de Brasil."
(texto III - versos 20 a 22)
O valor morfossintático da palavra "SE" na penúltima estrofe está repetido em:
a) "Rosas te brotarão da boca, SE cantares!" (Olavo Bilac)
b) "Vou expor-te um plano; quero saber SE o aprovas." (Artur Azevedo)
c) "Todas as palavras são inúteis, desde que SE olha para o céu." (Cecília Meireles)
d) "Cada um deles SE incumbia de fazer porção de requerimentos." (Mário Palmério)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Uerj)
TEXTO I
1
Escreverei minhas "Memórias", fato mais frequentemente do que se pensa observado no mundo industrial,
artístico, científico e sobretudo no mundo político, onde muita gente boa se faz elogiar e aplaudir em brilhantes artigos
biográficos tão espontâneos, ¢como os ramalhetes e as coroas de flores que as atrizes compram para que lhos atirem na
cena os comparsas comissionados.
2
Eu reputo esta prática muito justa e muito natural; porque não compreendo amor e ainda amor apaixonado mais
justificável do que aquele que sentimos pela nossa própria pessoa.
3
O amor do eu é e sempre será a pedra angular da sociedade humana, o regulador dos sentimentos, o móvel das
ações, e o farol do futuro: do amor do eu nasce o amor do lar doméstico, deste o amor do município, deste o amor da
província, deste o amor da nação, anéis de uma cadeia de amores que os tolos julgam que sentem e tomam ao sério, e
que certos maganões envernizam, mistificando a humanidade para simular abnegação e virtudes que não têm no coração
e que eu com a minha exemplar franqueza simplifico, reduzindo todos à sua expressão original e verdadeira, e dizendo,
lar, município, província, nação, têm a flama dos amores que lhes dispenso nos reflexos do amor em que me abraso por
mim mesmo: todos eles são o amor do eu e nada mais. A diferença está em simples nuanças determinadas pela maior ou
menor proporção dos interesses e das conveniências materiais do apaixonado adorador de si mesmo.
(MACEDO, Joaquim Manuel de. "Memórias do sobrinho de meu tio". São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)
TEXTO II
Já dois anos se passaram longe da pátria. Dois anos! Diria dois séculos. E durante este tempo tenho contado os
dias e as horas pelas bagas do pranto que tenho chorado. Tenha embora Lisboa os seus mil e um atrativos, ó eu quero a
minha terra; quero respirar o ar natal (...). Nada há que valha a terra natal. ¢Tirai o índio do seu ninho e apresentai-o
d'improviso em Paris: será por um momento fascinado diante dessas ruas, desses templos, desses mármores; mas depois
falam-lhe ao coração as lembranças da pátria, e trocará de bom grado ruas, praças, templos, mármores, pelos campos de
sua terra, pela sua choupana na encosta do monte, pelos murmúrios das florestas, pelo correr dos seus rios. Arrancai a
planta dos climas tropicais e plantai-a na Europa: ela tentará reverdecer, mas cedo pende e murcha, porque lhe falta o ar
natal, o ar que lhe dá vida e vigor. Como o índio, prefiro a Portugal e ao mundo inteiro, o meu Brasil, rico, majestoso,
poético, sublime. Como a planta dos trópicos, os climas da Europa enfezam-me a existência, que sinto fugir no meio dos
tormentos da saudade.
(ABREU, Casimiro de."Obras de Casimiro de Abreu". Rio de Janeiro: MEC, 1955.)
TEXTO III
LADAINHA I
Por se tratar de uma ilha deram-lhe o nome
de ilha de Vera Cruz.
Ilha cheia de graça.
Ilha cheia de pássaros.
Ilha cheia de luz.
Ilha verde onde havia
mulheres morenas e nuas
anhangás a sonhar com histórias de luas
e cantos bárbaros de pajés em poracés
[batendo os pés.
Depois mudaram-lhe o nome
pra terra de Santa Cruz.
Terra cheia de graça
Terra cheia de pássaros
Terra cheia de luz.
A grande Terra girassol onde havia
[guerreiros de tanga e onças ruivas
[deitadas à sombra das árvores
[mosqueadas de sol.
Mas como houvesse, em abundância,
certa madeira cor de sangue cor de brasa
e como o fogo da manhã selvagem
fosse um brasido no carvão noturno da
[paisagem,
e como a Terra fosse de árvores vermelhas
e se houvesse mostrado assaz gentil,
deram-lhe o nome de Brasil.
Brasil cheio de graça
Brasil cheio de pássaros
Brasil cheio de luz.
(RICARDO, Cassiano. "Seleta em prosa e verso". Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.)
24. "POR SE TRATAR DE UMA ILHA deram-lhe o nome de ilha de Vera Cruz:" (texto III - versos 1 e 2)
A oração em destaque introduz uma circunstância de:
a) causa
b) condição
c) concessão
d) comparação
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) Além de parecer não ter rotação, a Terra parece também estar imóvel no meio dos céus. Ptolomeu dá
argumentos astronômicos para tentar mostrar isso. Para entender esses argumentos, é necessário lembrar que, na
antiguidade, imaginava-se que todas as estrelas (mas não os planetas) estavam distribuídas sobre uma superfície esférica,
cujo raio não parecia ser muito superior à distância da Terra aos planetas. Suponhamos agora que a Terra esteja no centro
da esfera das estrelas. Neste caso, o céu visível à noite deve abranger, de cada vez, exatamente a metade da esfera das
estrelas. E assim parece realmente ocorrer: em qualquer noite, de horizonte a horizonte, é possível contemplar, a cada
instante, a metade do zodíaco. Se, no entanto, a Terra estivesse longe do centro da esfera estrelar, então o campo de
visão à noite não seria, em geral, a metade da esfera: algumas vezes poderíamos ver mais da metade, outras vêzes
poderíamos ver menos da metade do zodíaco, de horizonte a horizonte. Portanto, a evidência astronômica parece indicar
que a Terra está no centro da esfera de estrelas. E se ela está sempre nesse centro, ela não se move em relação às
estrelas.
(Roberto de A. Martins, Introdução geral ao Commentariolus de Nicolau Copernico)
25. Os termos além de, no entanto, então, portanto estabelecem no texto, relações, respectivamente, de:
a) distanciamento - objeção - tempo - efeito.
b) adição - objeção - tempo - conclusão.
c) distanciamento - consequência - conclusão - efeito.
d) distanciamento - oposição - tempo - consequência.
e) adição - oposição - consequência - conclusão.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Puc-rio)
A CLASSE
A eliminação gradual da classe média brasileira, um processo que começou há anos mas que de uns tempos para
cá assumiu proporções catastróficas, a ponto de a classe média brasileira ser hoje classificada pelas Nações Unidas como
uma espécie em extinção, junto com o mico-rosa e a foca-focinho-verde, está preocupando autoridades e
conservacionistas nacionais. Estudam-se medidas para acabar com o massacre indiscriminado que vão desde o
estabelecimento de cotas anuais - só uma determinada parcela da classe média poderia ser abatida durante uma
temporada - até a criação de santuários onde, livre de impostos extorsivos e protegida de contracheques criminosos e
custos predatórios, a classe média brasileira se reproduziria até recuperar sua antiga força £numérica, e numerária. Uma
espécie de reserva de mercado. A tentativa de recriar a classe média brasileira em laboratório, como se sabe, não deu
certo. Os protótipos, assim que conseguiram algum dinheiro, fretaram um avião para Disneyworld.
A preservação natural da classe média brasileira evitaria coisas constrangedoras como a recente reunião da classe
realizada em São Paulo, à qual, de vários pontos do Brasil, compareceram dezessete pessoas. As outras cinco não
conseguiram crédito para a passagem. A reunião teve de ser transferida do Morumbi para a mesa de uma pizzaria, e
ninguém pediu vinho. Uma proposta para que a classe fizesse greve nacional para chamar a atenção do país para a sua
crescente insignificância foi rejeitada sob a alegação de que ninguém iria notar. Fizeram uma coleta para financiar a
eleição de representantes da classe média na Assembléia Constituinte, mas acabaram devolvendo os 10 cruzeiros. A única
resolução aprovada foi a de que, para evitar a perseguição, todos se despojassem de sinais ostensivos de serem da classe
média, como carro pequeno etc., e passassem a viver como pobres. Aí não seria rebaixamento social, seria disfarce. No
fim os garçons se cotizaram e deram uma gorjeta para os integrantes da mesa.
Cenas lamentáveis têm ocorrido também com ex-membros da classe média que, passando para uma classe
inferior, não sabem como se comportar e são alvo de desprezo de pobres tradicionais, que os chamam de "novos pobres".
-Viu aquela ali? Quis fazer caneca de lata de óleo e não sabe nem abrir um buraco com prego.
-E usa lata de óleo de milho.
-Metida a pouca coisa...
-Já viram ela num ônibus? Não sabe empurrar a borboleta com a anca enquanto briga com o cobrador.
-E não conta o troco!
-¤Berço é berço, minha filha.
Alguns pobres menos preconceituosos ainda tentam ajudar os novos pobres a evitar suas gafes.
-Olhe, não leve a mal...
-O quê?
-É o seu jeito de falar.
-Diga-me.
-Você às vezes usa o ¢pronome oblíquo muito certo.
-Mas...
-Aqui na vila, pronome oblíquo certo pega mal.
-Sei.
-E outra coisa...
-O quê?
-Os seus discos.
-O toca-discos foi a única coisa que eu consegui salvar quando me despejaram.
-Eu sei. Mas Julio Iglesias?!
(Luís Fernando Veríssimo - COMÉDIAS DA VIDA PÚBLICA - 17/07/85)
26. Considerando o sistema de valores sociais presente no texto, explique por que, naquela vila, "pronome oblíquo certo
pega mal" (ref.1).
27. Destaque do texto um vocábulo que possa pertencer a mais de uma classe de palavras e, em seguida, escreva um
período com o mesmo vocábulo com uma classe inquestionavelmente diferente daquela do texto.
28. Reescreva o período abaixo, substituindo os substantivos destacados por verbos dos quais eles derivem. Faça todas as
alterações que julgar necessárias, inclusive de ordenação de elementos na frase.
É fundamental a LUTA das autoridades e dos conservacionistas pela PRESERVAÇÃO da classe média.
29. Desdobre o período abaixo em dois, substituindo o elemento destacado pelo termo a que ele faz referência na frase
anterior.
"A preservação natural da classe média evitaria coisas constrangedoras como a recente reunião da classe
realizada em São Paulo, À QUAL, de vários pontos do Brasil, compareceram dezessete pessoas."
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita)
As questões a seguir referem-se ao texto adiante. Analise-as e assinale, para cada uma, a alternativa incorreta.
Litania dos Pobres
Cruz e Souza
01
Os miseráveis, os rotos
São as flores dos esgotos
São espectros implacáveis
Os rotos, os miseráveis.
05
São prantos negros de furnas
Caladas, mudas, soturnas.
São os grandes visionários
Dos abismos tumultuários.
10
As sombras das sombras mortas,
Cegos, a tatear nas portas.
Procurando os céus, aflitos
E varando os céus de gritos.
Inúteis, cansados braços
Mãos inquietas, estendidas.
30. a) 'espectros' (v.3) tem o sentido de 'fantasma', de irrealidade: caberia aqui como sinônimo de 'esquálidos,
esqueléticos'.
b) 'flores' (v.2) - o Autor encontra certo encantamento na vida dos pobres.
c) Na estrofe 1 a ordem é direta: primeiro o sujeito, depois o predicado.
d) Na estrofe 2 os adjetivos substantivos, 'rotos' e 'miseráveis', são o sujeito.
e) 'Procurando o céu' (v.11) é uma oração subordinada adverbial, em referência a 'aflitos' (v.11).
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Uff) PERO VAZ DE CAMINHA
a descoberta
Seguimos nosso caminho por este mar de longo
Até a oitava da Páscoa
Topamos aves
E houvemos vista de terra
os selvagens
Mostraram-lhes uma galinha
Quase haviam medo dela
E não queriam pôr a mão
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá
Depois de dançarem
Diogo Dias
Fez o salto real
as meninas da gare
Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis
Com cabelos mui pretos pelas espáduas
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas
Que de nós as muito olharmos
Não tínhamos nenhuma vergonha
(ANDRADE, Oswald. "Poesias reunidas". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p.80.)
31. Sobre as palavras destacadas nos versos a seguir, assinale a afirmativa correta:
E suas VERGONHAS tão altas e tão saradinhas (v.18)
Que de nós as muito olharmos (v.19)
Não tínhamos nenhuma VERGONHA (v.20)
a) Seus sentidos são diferentes, mas têm a mesma classe gramatical.
b) Seus sentidos são distintos e suas classes gramaticais são diferentes.
c) Ambas têm o mesmo sentido, mas as classes gramaticais são diferentes.
d) Ambas têm o mesmo sentido e a mesma classe gramatical.
e) Tanto seus sentidos quanto suas classes gramaticais são correspondentes.
32. A conversão de substantivos em adjetivos, isto é, tomar uma palavra designadora (substantivo) e usá-la como
caracterizada (adjetivo), constitui um procedimento comum em língua portuguesa.
Assinale a opção em que a palavra em destaque exemplifica este procedimento de conversão de substantivo em adjetivo.
a) E depois a tomaram como ESPANTADOS. (v.10)
b) Fez o salto REAL (v.14)
c) Eram três ou quatro moças bem MOÇAS e bem gentis (v.16)
d) Com cabelos mui PRETOS pelas espáduas (v.17)
e) E suas vergonhas tão ALTAS e tão saradinhas. (v.18)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Cesgranrio) Texto: "Sobre o Amor"
1
(...) Ele diz: Eu te amo. E o que a gente ouve não é: "Eu te amo tanto quanto posso dentro das limitações dessa
relação e desse meu momento de vida, dentro das minhas próprias limitações, dos meus medos e dos meus fechamentos.
"A gente ouve: "Eu te amo totalmente, para sempre, sem que nada, antes ou depois do nosso encontro, supere esse
sentimento." Ele fala de si, e nós ouvimos o cosmos. Ele fala do hoje, e nós entendemos o eterno.
2
A culpa é nossa, então, por ouvirmos errado? Não. Ele também, ao falar dentro da sua pequena dimensão
humana, está se iludindo com as grandes medidas. Ao dizer "eu te amo", assume o papel do grande amante, torna-se o
amor absoluto encarnado.
3
(... ) em matéria de sentimentos, essa noção acaba sendo l@ subjetiva. O amor que é absoluto para mim pode
não sê-lo para a pessoa à qual é dirigido. E isso porque, enquanto minha emoção amorosa me preenche por inteiro,
dando-me a impressão de que não existe mais possibilidade de amor além dela, o objeto do meu amor, que, por razões
pessoais, não se sente por ele preenchido, pode considerá-lo insuficiente e, como tal, bem aquém do absoluto.
4
Além do mais, o amor não é inelutável. Não podemos viver sem ter nascido, nem podemos viver sem vir a
morrer. Mas, apesar das nossas fantasias em contrário, podemos perfeitamente viver sem grandes amores, coisa que,
aliás, acontece com a maioria das pessoas. O amor é parte da vida, mas apenas uma parte, e nem de leve tão
indispensável quanto, digamos, a alimentação. À luz da realidade mais imediata, e, por mais que a idéia nos desagrade, o
amor é uma necessidade menor.
5
Nem o amor é uma experiência única. A quase totalidade das pessoas abriga em sua vida diversos amores. E,
embora o tempo e o distanciamento afetivo acabem por diluir nossa capacidade de revivê-los por completo na lembrança,
conservamos, se não a emoção, pelo menos o registro daquela intensidade. Assim, a lembrança dos amores passados é
vencida para permitir o acontecimento de novos amores, mas não é apagada.
6
Apesar disso tudo, e, apesar de sabermos disso tudo, continuamos querendo o amor absoluto. Mas há mais um
empecilho na rota da sua conquista: a exigência da reciprocidade.
7
Em termos literádos, um grande amor pode existir mesmo sem resposta; o amante suspira na sombra, se acaba
de paixão, sem que o objeto de seus sonhos lhe dirija mais do que um olhar. Mas na vida real o que queremos, para que o
amor se complete física e efetivamente, é que o outro também nos ame. E achamos que nosso amor só se transformará
realmente num amor absoluto, na medida em que a intensidade do amor do outro for gêmea idêntica da nossa
intensidade.
8
O amor não é mensurável. A duras penas sabemos do nosso próprio amor, quanto mais daquele do outro. O que
acostumamos fazer para resolver o impasse é medir o amor do outro usando o nosso próprio amor como metro. Ele diz
"eu te amo". Nós respondemos "eu também te amo". E deduzimos que as duas coisas são idênticas e que aquele amor,
como a vida e a morte, representa um todo, como elas indissolúvel, e, portanto, como elas, absoluto. Está demonstrado o
teorema, como se queria.
9
Um perigoso teorema, na verdade. Porque, em cima dele e da sua inconsistência, começamos a construir
justamente aquele castelo que queríamos mais sólido e mais seguro.
Marina Colasanti. E por falar em amor (com adaptações).
33. Assinale a frase em que a classe gramatical da palavra ou expressão em destaque está correta.
a) "E O que a gente ouve não é:" (par.1) (pronome substantivo oblíquo).
b) "... sem que NADA (...) supere esse sentimento." (par.1) (advérbio de negação)
c) "Ele fala do HOJE, e nós entendemos o eterno." (par.1) (substantivo).
d) "enquanto minha emoção amorosa me preenche POR INTEIRO..." (par.1) (locução prepositiva).
e) "...para que o amor se complete física e efetivamente..." (par.7) (adjetivo)
34. A oração "sem que o objeto de seus sonhos lhe dirija mais que um olhar" (par.7) apresenta uma locução conjuntiva
cujo valor é:
a) final.
b) condicional.
c) concessivo.
d) consecutivo.
e) conformativo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uepg) Delírio de voar
Nos dez primeiros anos deste século havia uma mania pop em Paris - voar. As formas estranhas dos aeroplanos
experimentais invadiam as páginas dos jornais. Cada proeza dos aviadores era narrada em detalhe. Os parisienses
acompanhavam fascinados as audácias dos aviadores, uma elite extravagante de jovens brilhantes, cultos e elegantes,
realçada por vários milionários e pelo interesse das moças. Multidões lotavam o campo de provas de Issy-les-Molincaux.
Os pilotos e os inventores eram reconhecidos nas ruas e homenageados em restaurantes. Todo dia algum biruta
apresentava uma nova máquina, anunciava um plano mirabolante e desafiava a gravidade e a prudência.
Paris virara a capital mundial da aviação desde a fundação do Aéro-Club de France, em 1898. Depois da difusão
dos grandes balões, em 1880, e dos dirigíveis inflados a gás, em 1890 - os chamados "mais leves que o ar", chegara a hora
dos aparelhos voadores práticos, menores e controláveis - os "mais pesados que o ar". Durante muito tempo eles foram
descartados como impossíveis, mas agora as pré-condições haviam mudado. A tecnologia da aerodinâmica, da engenharia
de estruturas, do desenho de motores e da química de combustíveis havia chegado a um estágio de evolução inédito.
Combinadas, permitiam projetar máquinas inimaginadas.
Simultaneamente, por caminhos paralelos, a fotografia dera um salto com a invenção dos filmes flexíveis, em
1889. Surgiram câmeras modernas, mais sensíveis à luz, mais velozes e fáceis de manejar. Em consequência, proliferaram
os fotógrafos profissionais e amadores. Eles não só registraram cada passo da infância da aviação como também
popularizaram-na. Transportados pelos jornais, os feitos dos pioneiros estimularam a vocação de muitos jovens
candidatos a aviador. A mídia glamourizou a ousadia de voar.
.........................................................................................
Inventar aviões era um ofício diletante e nada rendoso - ainda. Exigia recursos financeiros para construir
aparelhos, contratar mecânicos, oficinas e hangares. Dinheiro nunca faltou ao brasileiro Alberto Santos-Dumont, filho de
um rico fazendeiro mineiro, ou ao engenheiro e nobre francês marquês d'Ecquevilley-Montjustin. Voar era um ideal
delirante e dândi. Uma glória para homens extraordinários.
(SUPERINTERESSANTE, junho/99, p.36)
35. Se alterarmos a estrutura do último período do primeiro parágrafo para "Todo dia algum biruta anunciava um plano
que desafiava a gravidade e a prudência", obteremos um período em que há
01) duas orações, uma principal e uma subordinada.
02) um pronome relativo com função de sujeito.
04) uma oração de valor adjetivo.
08) coordenação de orações.
16) uma oração de valor substantivo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
Tão inteiramente conhecia Cristo a Judas, como a Pedro, e aos demais; mas notou o Evangelista com
especialidade a ciência do Senhor, em respeito de Judas, porque em Judas mais que em nenhum dos outros campeou a
fineza do seu amor. Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam, nec fructum: "O
amor fino não busca causa nem fruto". Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que amem, tem fruto:
e amor fino não há de ter por quê, nem para quê. Se amo porque me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para
que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo, amo, ut
amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é
interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino. E tal foi a fineza de Cristo, em
respeito de Judas, fundada na ciência que tinha dele e dos demais discípulos.
(in Vieira, SERMÕES, 4ヘ ed., Rio de Janeiro, Agir 1966, p. 64.)
36. Em sua argumentação insistente, repetitiva, Vieira sintetiza a sua teoria do amor com a frase "O amor fino não busca
causa nem fruto". Lendo atentamente a sequência do texto em pauta, percebemos que os vocábulos causa e fruto dessa
frase apresentam relação contextual, respectivamente, com os conectivos porque e para que e com orações como por
exemplo "porque me amam" e "para que me amem". Partindo deste comentário:
a) explique a relação contextual mencionada;
b) justifique-a em função da teoria do amor proposta por Vieira.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unitau)
"A teoria da argumentação é a parte da semiologia comprometida com a explicação das evocações
ideológicas das mensagens. Os novos retóricos aproximam-se, assim, da proposta de Eliseo Verón, que, preocupado com
as condições ideológicas dos processos de transmissão e consumo das significações no seio da comunicação social, chama
de semiologia os estudos preocupados com essa problemática, deixando como objeto da teoria linguística as questões
tradicionais sobre o conceito, o referente e os componentes estruturais dos signos. Essa demarcação determina que a
semiologia deve ser analisada como uma teoria hermenêutica das formas como se manipulam contextualmente os
discursos".
(ROCHA & CITTADINO, "O Direito e sua Linguagem", p.17, Sérgio Antonio Fabris Editor, Porto Alegre, 1984)
37. "Esta demarcação determina que a semiologia deve ser analisada como uma teoria hermenêutica das formas como se
manipulam contextualmente os discursos".
Nessa frase tem-se
a) uma oração subordinada substantiva objetiva direta, em voz passiva analítica.
b) uma oração subordinada adjetiva restritiva.
c) uma oração subordinada adverbial proporcional.
d) uma oração subordinada adverbial condicional;
e) uma oração coordenada explicativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) 1 A fisionomia da sociedade brasileira neste final de século está irreconhecível. A violência e a crueldade
viraram fenômenos de massa. Antes, e até há não muito tempo, elas apareciam como sintoma de patologias individuais.
Os "monstros" - um estuprador e assassino de crianças, uma mulher que esquartejou o amante - eram motivo de pasmo e
horror para uma comunidade onde a violência ficava confinada a um escaninho de modestas proporções. Hoje, é uma
guerrilha e faz parte do nosso cotidiano.
2
Em pouco tempo a imagem do Brasil, para uso externo e sobretudo para si mesmo, ficou marcada pela reiteração
rotineira da crueldade. A onda não é o simples homicídio, é o massacre. E, para não ficarmos no saudosismo dos anos
dourados, ressurge uma forma de massacre que tem raízes históricas profundas: o genocídio, essa mancha na formação
de uma nacionalidade argamassada pelo sangue de índios e negros.
3
Os episódios brutais estão aí. (...)
4
A violência costuma ser associada à urbanização maciça, que gera miséria, desordem e conflitos.
5
Não vamos procurar desculpa invocando símiles de outros países - no Peru, na Bósnia ou onde quer que seja.
Estamos dizendo "adeus" ao mito da cordialidade brasileira, da "índole pacífica do nosso povo". Estamos transformados irreconhecíveis. Convertida em face do monstro, desfigurou-se a nossa fisionomia de povo folgazão, inzoneiro, que tem
como símbolos o carnaval, o samba e o futebol. (...)
6
A miséria e a fome do povo são um caldo de cultura a favorecer a disseminação da violência, que se torna balcão
de comércio nas mãos de empresários inescrupulosos.
(Moacir Werneck de Castro.
Jornal do Brasil, 28/08/93, p. 11.)
38. Assinale o item em que NÃO há correspondência de sentido no desenvolvimento da oração reduzida em:
"Convertida em face do monstro, desfigurou-se..." (5Ž parágrafo)
a) Porque foi convertida...
b) Conquanto foi convertida...
c) Já que foi convertida...
d) Porquanto foi convertida...
e) Como foi convertida...
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb)
O SÉCULO
E vós, arcas do futuro,
Crisálidas do porvir,
Quando vosso braço ousado
Legislações construir
Levantai um templo novo,
Porém não que esmague o povo,
Mas lhe seja pedestal.
Que ao menino dê escola,
Ao veterano - uma esmola...
A todos - luz e fanal.
Basta!... Eu sei que a mocidade
É o Moisés no Sinai;
Das mãos do Eterno recebe
As tábuas da lei! marchai!
Quem cai na luta com glória,
Tomba nos braços da História,
No coração do Brasil!
Moços, do topo dos Andes,
Pirâmides vastas, grandes,
Vos contemplam séculos mil!
(Castro Alves. "O século". agosto de 1865)
Na(s) questão(ões) a seguir assinale os itens corretos e os itens errados.
39. Analisando o texto quanto ao emprego dos sinais de pontuação, julgue os itens a seguir.
(0) A pontuação do texto denota o predomínio da função emotiva da linguagem.
(1) O uso reiterado de pontos de exclamação contribui para reforçar o tom hiperbólico, exagerado, da poesia condoreira,
característica pela qual ficou conhecido Castro Alves.
(2) O emprego das reticências, no início da segunda estrofe, em lugar de outro sinal de pontuação, indica a interrupção do
pensamento do poeta.
(3) O uso do travessão, nos dois últimos versos da primeira estrofe, justifica-se apenas como recurso estilístico, pois
contraria as regras gramaticais.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufrs) Pais e adultos em geral são incompetentes para entender ¥o que vai pela cabeça das crianças; estas, por sua vez,
são incapazes de detectar ¦o que se esconde sob os gestos e as frases dos mais velhos. Na zona cinzenta que reúne essas
duas conhecidas limitações, reside o objeto de "Quarto de Menina", estréia literária da psicanalista carioca Livia Garcia
Roza.
Luciana, oito anos, filha única de pais separados, é inteligente, sapeca, sem papas na língua e mora com o pai,
intelectual, pacato, caladão, professor de filosofia. É ela a narradora do livro. Ao longo de 180 páginas, relata o seu
cotidiano,§ que se ¢limita, aqui, ao próprio quarto, à biblioteca do pai, à sala e à casa da mãe. [...]
Apesar disso, não se trata de uma obra para crianças. A construção híbrida da narrativa descarta episódios mais
banais ou preocupações que seriam em tese mais comuns às crianças, dando destaque para os £diálogos, seja entre
Luciana e os pais, seja entre a garota e suas bonecas.
No primeiro caso, Luciana frequentemente não entende certas insinuações dos pais, enquanto estes ficam
perplexos diante de reações ou perguntas da filha. Já nas "conversas" com seus amigos de quarto, a narradora expõe seu
estranhamento, desabafa, chora, faz planos e, ao mesmo tempo, revela indireta e inconscientemente a dificuldade de
captar o significado dos eventos que ela mesma narra, significado que nós, ¤leitores presumivelmente maduros,
enxergamos logo de cara.
Nessa capacidade de explicar ao mesmo tempo uma história e a não-compreensão dessa mesma história pelo seu
próprio narrador, aí está um dos pontos mais interessantes de "Quarto de Menina". [...] (Ajzenberg B. A ABISSAL
NORMALIDADE DO COTIDIANO, Folha de São Paulo, 15.10.95, p. 5-11)
40. As expressões a seguir poderiam substituir a expressão 'Apesar disso' (no início do terceiro parágrafo) sem causar
alteração essencial no significado da frase, à exceção de:
a) Contudo
b) No entanto
c) Todavia
d) Portanto
e) Entretanto
41. Considere as seguintes propostas de substituições de expressões do texto.
I - Substituir a palavra 'o' (ref. 4) por 'aquilo'.
II - Substituir a expressão 'o que' (ref. 5) por 'o qual'.
III - Substituir a palavra 'que' (ref. 6) por 'o qual'.
Quais delas poderiam ser realizadas sem acarretar erro?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsc) "Aqui estou de novo. Feliz por este momento. Eu estava muito nervoso no final do jogo. Foi aqui que eu apareci
pela primeira vez, para ganhar o meu primeiro torneio em 97. Foi aqui que meus sonhos começaram a se tornar realidade.
Não achei que pudesse voltar aqui e vencer," disse Guga com o microfone na mão. "Também gostaria de parabenizar o
Norman. Nós dois merecíamos estar aqui hoje."
KUERTEN, Gustavo, no discurso após a vitória de Roland Garros, Paris, França, 11/06/2000.
42.
Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S):
01. Em - "A gente SÓ conhece bem as coisas ... e TAMBÉM gostaria de parabenizar o Norman" as palavras destacadas
classificam-se, morfologicamente, como conjunção.
02. A forma verbal "Conhecerei", possui sujeito elíptico de primeira pessoa do singular.
04. Com a expressão "Feliz por este momento", o tenista catarinense está se referindo à felicidade de retornar ao Brasil.
08. Quanto ao processo de formação, as palavras MICROFONE, SONHOS, TORNEIO e NERVOSO são primitivas.
16. Há alguns verbos que possuem duas ou mais formas de Particípio, como GANHAR (ganhado, ganho), PRENDER
(prendido, preso), EXPRIMIR (exprimido, expresso).
32. Na expressão "- Por favor... cativa-me!", o pronome átono está proclítico.
64. Em ambas as frases: "O campo de tênis é IMENSO" e "O campo de tênis IMENSO está lotado", o adjetivo IMENSO é um
termo acessório.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fei)
"A frase 'Leve-me para cima, Scotty' pode ter ajudado a fixar a série 'Jornada nas Estrelas' na cabeça de toda uma
geração, mas o teletransporte do qual o seriado serviu como arauto nunca foi levado a sério. Aquilo que era uma
brincadeira, porém, já deixou de ser simples fantasia. Seis físicos descobriram como teletransportar matéria à velocidade
da luz.
Num trabalho que será publicado no periódico 'Physical Review Letters', intitulado 'Teletransportando um estado
quântico desconhecido por canais dual clássico e de Einstein-Podolsky-Rosen', Charles Bennett, da IBM em Nova York, e
seus colegas descrevem um método de teletransporte de partículas de um lugar para outro. Bennett afirma que a teoria é
válida, que parte dos equipamentos para realizar o teletransporte já existe e é provável que o resto possa ser
desenvolvido.
O grande problema do teletransporte sempre foi o princípio da incerteza de Heisenberg, que afirma ser
impossível medir exatamente todas as propriedades de uma partícula subatômica. Por isso sempre pareceu impossível
recriar uma cópia exata de uma partícula em outro lugar."
(William Bown, OESP, 23.05.93)
43. A seguinte oração em maiúsculo, retirada do fragmento de texto anterior, "é provável QUE O RESTO POSSA SER
DESENVOLVIDO", tem a mesma classificação da oração entre aspas, apresentada em uma das seguintes alternativas:
a) Augusto acha "que vale muito" porque é rico.
b) O seu estranho modo de agir era sinal de "que alguma coisa estava errada".
c) Está decidido "que vai haver eleições neste ano".
d) Infeliz é o homem "que não age honestamente".
e) O fato foi "que o preço dos alimentos aumentou absurdamente".
44. (Fuvest) "...à porta do Ateneu..." no primeiro parágrafo é adjunto adverbial. Indique no texto a seguir os termos ou
locuções que também são adjuntos adverbiais.
"Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada
exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico...".
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Fuvest)
O ATHENEU
I
"Vaes encontrar o mundo, disse-me meu pae, á porta do Atheneu. Coragem para a lucta."
Bastante experimentei depois a verdade d'este aviso, que me despia, num gesto, das illusões de criança educada
exoticamente na estufa de carinho que é o regimen do amor domestico, differente do que se encontra fóra, tão
differente, que parece o poema dos cuidados maternos um artificio sentimental, com a vantagem única de fazer mais
sensível a creatura á impressão rude do primeiro ensinamento, tempera brusca da vitalidade na influencia de um novo
clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hypocrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de
hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outr'ora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos
ultrajam.
Euphemismo, os felizes tempos, euphemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam a saudade dos dias que
correram como melhores. Bem considerando, a actualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos
desejos que veriam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base
phantastica de esperanças, a actualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela
manhã, um pouco mais de purpura ao crepúsculo - a paysagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida.
Eu tinha onze annos.
45. No segundo parágrafo existe uma oração subordinada adverbial consecutiva.
a) Identifique-a pelo verbo.
b) Qual o sujeito desse verbo?
46. "Bem considerando, a atualidade (...)".
"Feita a compensação dos desejos que..."
Desdobre as duas orações reduzidas, sem alterar o significado.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb) A GAROTA-PROPAGANDA, COITADINHA!
1
Já passava das oito horas da manhã e a garota-propaganda dormia gostosamente sobre o seu colchão
Vulcaspuma, macio e confortável, que não enruga nem encolhe, facilmente removível e lavável. Foi quando o relógio
despertador começou a tilintar irritantemente. (Você nunca dará corda num Mido).
2
A pobrezinha, que tivera de aguentar a cantada de um patrocinador de programa (Agência Galo de Ouro - quem
não anuncia se esconde) que prometera um cachê melhor, caso ela ficasse efetiva na programação, levantou-se ¢meio
tonta. Fora dormir inda agorinha. Estremunhada, entrou no banheiro, colocou pasta de dentes na escova e pôs-se a
escovar com força. Ah... que agradável sensação de bem-estar!
3
Depois do banho, abriu a cortina do boxe, que parece linho mas é linholene, e foi até a cozinha tomar um copo de
leite. Tinha de estar pronta em seguida, para decorar páginas e páginas de texto que apanhara na véspera, no
departamento comercial da televisão. Abriu a geladeira de 7 pés, toda impermeável, com muito mais espaço interior e
que £você pode adquirir dando a sua velha de entrada (a sua velha geladeira, naturalmente). Dentro não havia leite: - Não
faz mal - pensou. (Tudo que se faz com leite, com Pulvolaque se faz.)
4
O diabo é que também não tinha Pulvolaque. Procurou no armário uma lata daquele outro que se dissolve sem
bater, mas também não achou. Tomou então um cafezinho mesmo e correu ao quarto para se vestir e arrumar o cômodo
o mais depressa possível. Iria à cidade apanhar os textos de uma outra agência que precisavam ser decorados até as três;
além disso, tinha de almoçar com um diretor de TV, a quem fingia aceitar a corte para poder ser escalada nos programas.
5
Arrumou as coisas assim na base do mais ou menos. Fechou o sofá-cama, um lindo móvel que ocupa muito
menos espaço em sua residência, e procurou o vestido verde que comprara no Credifácil, onde você adquire agora e só
começa a pagar muito depois. O vestido não estava no armário. Lembrou-se então que o deixara na véspera dentro da pia,
embebido na água com Rinso e o diabo é que o vestido, como ficou dito, era verde. Se fosse branco, depois ficaria
explicado porque a roupa dela é muito mais branca do que a minha.
6
Eram onze e meia quando chegou à cidade, graças à carona que pegara. Saltou da camioneta com tração
dianteira e muito mais resistente, fez todas as coisas que precisava fazer em uma velocidade espantosa e entregou-se ao
suplício de almoçar com o diretor de TV.
7
Ali estão os dois escolhendo o menu. Ele pediu massa e perguntou se ela também queria (Aimoré você conhece pensou ela), mas preferiu outra coisa. Garota-propaganda não pode engordar. Comeu rapidamente e aceitou o copo de
leite que o garçom sugeriu. Afinal, não o tomara pela manhã. Foi botar na boca e ver logo que era leite em pó, em pó, em
pó ...
8
Às três horas o programa das donas-de-casa. Às quatro, o teleteste que distribui brindes para você. De 5 às 8,
decorar outros textos, de 8 e meia às 10, tome de sorriso na frente da câmara, a jurar que a liquidação anunciada era uma
ma-ra-vi-lha. Aceite o meu conselho e vá verificar pessoalmente. Mas note bem. É só até o dia 30.
9
Quase meia-noite e ela tendo de dançar com "seu" Pereira, do "Espetáculo Biscoiteste". Um velho chato, mas
muito bonzinho. O diabo era aquele perfume que saía do cangote do seu par. Um perfume inebriante, que deixa saudade.
10
Já eram quase três da matina, quando ela voltou para o seu apartamento com sala, quarto, banheiro, boxe, copa,
quitinete e área interna, tudo conjugado, que comprara dando apenas trinta por cento na entrada e começando a pagar
as prestações na entrega das chaves. Finalmente, vai poder dormir um pouquinho.
11
E, aos pés do sofá-cama, faz a oração da noite: "Padre Nosso, que estais nos Céu, muito obrigada pela atenção
dispensada e até amanhã, quando voltaremos com novas atrações. Boa Noite."
(Stanislaw Ponte Preta. In: "Primo Altamirando e elas". Rio de Janeiro: 1962 (com adaptações))
47. Quanto à correção gramatical do texto, julgue os itens a seguir.
(1) O vocábulo "meio" (ref.1) é um dos raros advérbios que admitem forma feminina (MEIA), usada indiferentemente em
qualquer situação e tipo de texto.
(2) O emprego do pronome "você" (ref.2) é a marca linguística de que o autor está-se dirigindo ao leitor, nessa passagem.
(3) A passagem "mas preferiu outra coisa" (par.7) pode ser reescrita, desfazendo-se a elipse e preservando-se o sentido
original, da seguinte forma: MAS ELA PREFERIU OUTRA COISA ÀQUELA MASSA.
(4) Para a constituição dos vocábulos que dão nomes aos produtos, o autor do texto empregou, reiteradamente, prefixos
gregos e latinos.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Unirio)
TERRA
1
Tudo tão pobre. Tudo tão longe do conforto e da civilização, da boa cidade com as suas pompas e as suas obras.
Aqui, a gente tem apenas o mínimo e até esse mínimo é chorado.
2
Nem paisagem tem, no sentido tradicional de paisagem. Agora, por exemplo, fins d'águas e começos de agosto, o
mato já está todo zarolho. E o que não é zarolho é porque já secou. Folha que resta é vermelha, caíram as últimas flores
das catingueiras e dos paus-d'arco, e não haveria mais flor nenhuma não fossem as campânulas das salsas, roxas e
rasteiras.
3
No horizonte largo tudo vai ficando entre sépia e cinza, salvo as manchas verdes, aqui e além, dos velhos
juazeiros ou das novatas algarobas. E os serrotes de pedra do Quixadá também trazem a sua nota colorida; até mesmo
quando o sol bate neles de chapa, tira faísca de arco-íris.
4
E a água, a própria água, não dá impressão de fresca: nos pratos-d'água espelhantes ela tem reflexos de aço, que
dói nos olhos.
5
A casa fica num alto lavado de ventos. Casa tão rústica, austera como um convento pobre, as paredes caiadas, os
ladrilhos vermelhos, o soalho areado. As instalações rudimentares, a lenha a queimar no fogão, a água de beber a
refrescar nos potes. O encanamento novo é um anacronismo, a geladeira entre os móveis primitivos de camaru parece
sentir-se mal.
6
Não tem jardim: as zínias e os manjericões que levantavam um muro colorido ao pé dos estacotes, estão
ressequidos como ramos bentos guardados num baú. Também não tem pomar, fora os coqueiros e as bananeiras do
baixio.
7
Não tem nada dos encantos tradicionais do campo, como os conhecemos pelo mundo além. Nem sebes floridas,
nem regatos arrulhantes, nem sombrios frescos de bosque - só se a gente der para chamar a caatinga de bosque.
8
Não, aqui não há por onde tentar a velha comparação, a clássica comparação dos encantos do campo aos
encantos da cidade. Aqui não há encantos. Pode-se afirmar com segurança que isto por aqui não chega sequer a ser
campo. É apenas sertão e caatinga as lombadas, o horizonte redondo e desnudo, o vento nordeste varrendo os ariscos.
9
Comparo este mistério do Nordeste ao mistério de Israel. Aquela terra árida, aquelas águas mornas, aqueles
pedregulhos, aqueles cardos, aquelas oliveiras de parca folhagem empoeirada - por que tanta luta por ela, milênios de
amor, de guerra e saudade?
10
Por que tanto suor e carinho no cultivo daquele chão que aparentemente só dá pedra, espinho e garrancho?
11
Não sei. Mistério é assim: está aí e ninguém sabe. Talvez a gente se sinta mais puros, mais nus, mais lavados. E
depois a gente sonha. Naquele cabeço limpo vou plantar uma árvore enorme. Naquelas duas ombreiras a cavaleiro da
grota dá para fazer um açudinho. No pé da parede caberão uns coqueiros e no choro da revência, quem sabe, há de dar
umas leiras de melancia. Terei melancia em novembro.
...........................................................................................
12
Aqui tudo é diferente. Você vê falar em ovelhas - e evoca prados relvosos, os brancos carneirinhos redondos de
lã. Mas as nossas ovelhas se confundem com as cabras e têm pêlo vermelho e curto de cachorro-do-mato; verdade que os
cordeirinhos são lindos.
13
Sim, só comparo o Nordeste à Terra Santa. Homens magros, tostados, ascéticos. A carne de bode, o queijo duro, a
fruta de lavra seca, o grão cozido n'água e sal. Um poço uma lagoa é como um sol líquido, em torno do qual gravitam as
plantas, os homens e os bichos. Pequenas ilhas d'água cercadas de terra por todos os lados e em redor dessas ilhas a vida
se concentra.
14
O mais é paz, o sol, o mormaço.
(Raquel de Queirós)
48. Assinale a opção em que as palavras em maiúsculo têm as mesma categoria gramatical.
a) "...caíram as ÚLTIMAS flores das catingueiras e dos paus-d'arco," (par.2) / "Naquelas DUAS ombreiras a cavaleiro da
grota..." (par.11)
b) "Pode-se afirmar com segurança QUE isto por aqui..." (par.8) / "...daquele chão QUE aparentemente só dá pedra,
espinho e garrancho?" (par.10)
c) "O MAIS é paz, o sol, o mormaço." (par14) / "Casa TÃO rústica, austera como um convento pobre," (par.5)
d) "E O que não é zarolho..." (par.2) / "E a água, a PRÓPRIA água," (par.4)
e) "Aqui, a gente tem APENAS o mínimo..." (par.1) / "...SALVO as manchas verdes, aqui e além," (par.3)
49. O emprego dos dois pontos em "E a água, a própria água, não dá impressão de fresca: nos pratos-d'água
espelhantes..." (par.4) se justifica pelo fato de o segmento seguinte expressar uma:
a) enumeração.
b) explicação.
c) retificação.
d) distribuição.
e) conclusão.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a letra (V) se a afirmativa for verdadeira ou (F) se for falsa.
50. Esta questão versa sobre a classificação sintática da oração em destaque.
( ) "Encostei-me a ti, sabendo bem QUE ERAS SOMENTE ONDA." (Cecília Meireles)
- Subordinada Substantiva Objetiva Direta
( ) "Os meus olhos...
Viveram o milagre de luz QUE EXPLODIA NO CÉU." (Vinícius de Morais)
- Subordinada Substantiva Subjetiva
( ) "Vem QUE TE QUERO TOLO."
- Subordinada Adverbial Temporal
( ) "Acontece QUE MEU CORAÇÃO FICOU FRIO." (Cartola)
- Subordinada Adjetiva Explicativa
( ) "Nem todas as coisas QUE SE PENSAM passam a existir daí em diante." (Clarice Lispector)
- Subordinada Adjetiva Restritiva
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) Leia os trechos a seguir da obra de Guimarães Rosa, A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA, e responda às
questões:
Tossiu.
"E o camarada Quim sabia disso, tanto que foi se encostando de medo que ele entrou. Tinha poeira até na boca.
- Levanta e veste a roupa, meu patrão Nhô Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, p'ra lhe contar.
E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de um pulo e num átimo se vestia. Só depois de meter na cintura o
revólver, foi que interpelou. dente em dente.
- Fala tudo!
Quim Recadeiro gaguejou suas palavras poucas, e ainda pôde acrescentar:
- ...Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra, com sangue só p'ra o dono, e pensei que o senhor podia
não gostar...
- Fez na regra, e feito! Chama os meus homens!
Dali a pouco, porém, tornava o Quim, com nova desolação: os bate-pés não vinham... Não queriam ficar mais com
Nhô Augusto... O Major Consilva tinha ajustado, um e mais um, os quatro, para seus capangas, pagando bem.
(...)
O cavalo de Nhô Augusto obedeceu para diante; as ferraduras tiniram e deram fogo no lajedo; e o cavaleiro, em
pé nos estribos, trouxe a taca no ar, querendo a figura do velho. Mas o Major piscou, apenas, e encolheu a cabeça, porque
mais não era preciso, e os capangas pulavam de cada beirada, e eram só pernas e braços.
- Frecha, povo! Desmancha!"
51. Além do coloquialismo, comum ao diálogo, a linguagem de Quim e de Nhô Augusto caracteriza também os habitantes
da região onde transcorre a história, conferindo-lhe veracidade.
Suponha que a situação do Recadeiro seja outra: ele vive na cidade e é um homem letrado.
Aponte a alternativa caracterizadora da modalidade de língua que seria utilizada pela personagem nas condições acima
propostas.
a) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar.
b) Levante e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar.
c) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meia ruim, para lhe contar.
d) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meio ruim, para lhe contar.
e) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que eu tenho uma novidade meio ruim, para lhe contar.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Ufsm) TEXTO I
APRENDENDO COM O PRIMATA
Atual e instigante a reportagem "A outra face do macaco" (número 10, ano 12). O comportamento animal
contribui para a compreensão do problema da violência premeditada entre os humanos. E pode também indicar possíveis
soluções.
(Édison Miguel - Goiânia, GO)
TEXTO II
O MACACO NÃO ESTÁ CERTO
Fiquei muito impressionada com a violência e a rivalidade que existe entre as tribos de macacos. Sempre tive
outra imagem dos primatas. Para mim eles eram animais pacíficos e inteligentes, mas agora percebo que se parecem
mesmo com os humanos.
(Elaine Gomes - Santa Maria, RS)
TEXTO III
O HOMEM É BEM PIOR
Comparar o instinto violento do chimpanzé com o do homem é algo cômico. Os humanos já nascem com a mente
voltada para as guerras e são infinitamente mais ferozes.
(José Reinaldo Coniutti - Cuiabá, MT)
DEZEMBRO, 1998 - SUPER
52. Em "O comportamento animal contribui PARA a compreensão do problema da violência premeditada entre os
humanos", a preposição destacada estabelece um relação de sentido semelhante à apresentada na seguinte frase:;
a) A reportagem serviu PARA analisar a violência.
b) Já nascem com a mente voltada PARA a guerra.
c) Estava muito impressionada PARA preocupar-se com banalidades.
d) Estamos agora indo PARA o mundo real.
e) PARA mim eles eram animais pacíficos e inteligentes.
53. No período a seguir, encontram-se cinco palavras destacadas. Uma delas, se usada em outro contexto, poderá assumir
a forma de um verbo, tornando-se homônima perfeita com outro significado.
Identifique-a, assinalando a letra correspondente.
" Os HUMANOS(a) já nascem com a MENTE(b) voltada para as GUERRAS(c) e são INFINITAMENTE(d) mais FEROZES(e)."
54. Classifique a oração introduzida pela palavra destacada em "Fiquei muito impressionada com a violência e a rivalidade
QUE existe entre as tribos de macacos".
Identifique o período em que a palavra sublinhada introduz uma oração de mesma classificação.
a) Vi QUE a violência e a rivalidade existem entre as tribos de macacos.
b) Impressionou-me a informação QUE recebi sobre a violência e a rivalidade entre as tribos de macacos.
c) A violência e a rivalidade são tão grandes entre as tribos de macacos QUE me impressionei.
d) A verdade é QUE a violência e a rivalidade existem entre as tribos de macacos.
e) É impressionante QUE existam violência e rivalidade entre as tribos de macacos.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(G1)
"Dois amigos e a liberdade"
Zezinho achou um passarinho com uma asa quebrada. Ele parecia estar chorando de dor e tremia inteirinho.
Devagar, com muito cuidado, Zezinho foi tratar da asa do passarinho. Passou remédio, enfaixou a asa e deu
comida para ele. E todos os dias ia lá no cantinho do quintal para ver como estava seu mais novo companheiro. O tempo
foi passando e o passarinho melhorando. Zezinho botou-lhe o nome de Leco e vivia conversando com ele. Chegava da
escola e logo corria para contar-lhe as novidades que estava aprendendo em Ciências, as poesias de Português e as
dificuldades da Matemática.
O menino percebia que agora o passarinho não tinha mais cara de choro.
Quando Leco ficou forte, voando bem alto, convidou o garoto para voar com ele. Ir para bem longe, conhecer
outras terras. Mas Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de
futebol.
O passarinho não podia ficar? - quis saber o menino. Não. Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí.
Os dois se separaram então. Mas a amizade não acabou. Zezinho passou a amar todos os pássaros e Leco, todos
os meninos. Eles espalharam esta história pelo mundo e houve muita gente que começou a ver meninos cantando como
pássaros e pássaros conversando como meninos.
Januária Cristina Alves, in Revista Nova Escola - setembro, 1995.
55. Leia as frases a seguir com atenção e reescreva-as utilizando letra maiúscula para destacar somente os substantivos.
Chamamos de substantivos as palavras que dão nomes a tudo que existe.
-Zezinho achou um passarinho com uma asa quebrada.
-Leco convidou o menino para conhecer outras terras.
-Eles espalharam esta história pelo mundo.
56. Leia com atenção e reescreva o texto a seguir usando corretamente a pontuação e a letra maiúscula.
o menino perguntou ao pássaro
Você não pode ficar?
Não Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em
reter aquilo que a outros levavam apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo
com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre.
Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.
57. "Raimundo gastava duas horas em reter 'aquilo' que a outros levavam apenas trinta ou cinquenta minutos".
Observe o trecho anterior transcrito e assinale a alternativa que apresenta um pronome com classificação e função
sintática iguais às do pronome entre aspas.
a) "Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes."
b) "Vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro."
c) "O mestre era mais severo com ele do que conosco."
d) "Reunia a isso um grande medo ao pai."
e) "Chamava-se Raimundo este pequeno."
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufc)
MEIO-DIA (2)
O sol tomba,
vertical,
dos edifícios.
Ardem os muros perfilados.
Os objetos vomitam cores,
embriagados.
O vermelho dos sinais ri,
em chamas,
para os carros.
Na calçada,
a luz lambe
as coxas da garota,
penetra no blue-jeans
os manequins,
irriga de calor
a angústia dos homens.
(Tudo se queima,
tudo se consome,
tudo arde infinito.)
Ó súbita revelação:
o sol me aponta
o carvão íntimo
das coisas,
negro
coração
batendo na claridade.
(ESPÍNOLA, Adriano. "Beira-Sol". Rio de Janeiro: Topbooks, 1999. p.72-73)
58. A disposição espacial das palavras "negro" e "coração", em versos distintos:
I. atribui autonomia sintática aos termos "negro" e "coração".
II. permite dar destaque semântico a cada uma das palavras.
III. confere autonomia prosódica ao adjetivo e ao substantivo.
A análise das assertivas permite afirmar corretamente que:
a) apenas I é verdadeira.
b) apenas II é verdadeira.
c) I e II é verdadeiras.
d) II e III são verdadeiras.
e) I e III são verdadeiras
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Unirio)
Combate no escuro
1
É sempre surpreendente a capacidade de alguns enxadristas para visualizar, com várias jogadas de antecedência,
aquilo que o comum dos mortais não enxerga nem mesmo quando a peça já foi movida no tabuleiro. Esse talento, comum
a todos os profissionais de vários jogos e também compartilhado por alguns amadores brilhantes, é ainda mais
surpreendente quando exercido sem ter sequer o apoio visual do tabuleiro, ou seja, inteiramente às cegas.
2
Nesse tipo de disputa, é comum um dos parceiros atuar normalmente, olhando e movendo suas peças, enquanto
o adversário faz seus lances mentalmente. Este não pode nem observar as posições resultantes das jogadas. Trabalha o
tempo todo no escuro.
3
Há, entretanto, uma modalidade que é quase um ultraje à capacidade de processamento de um cérebro comum.
Trata-se da simultânea às cegas, isto é, um só jogador disputando, sem olhar, várias partidas diferentes ao mesmo tempo,
contra oponentes que jogam individualmente, todos acompanhando os respectivos tabuleiros.
4
Confrontos de xadrez bizarros assim já foram várias vezes organizados, sobretudo para remunerar profissionais
talentosos e necessitados, e a quantidade de partidas concomitantes começou a inflacionar. O americano Harry Nelson
Pillsbury (1872 - 1906) jogou 21 partidas contra adversários dos bons, durante um torneio em Hannover, Alemanha, em
1902. Pillsbury deixava até que os outros jogadores se consultassem mutuamente sobre os melhores lances e os
tentassem previamente, mexendo as peças sobre os tabuleiros. (...)
5
Isso, claro, é para poucos. Mas existe um curioso meio-termo entre a partida às cegas e a normal, bem mais
palatável para gente como a gente. É uma variedade excêntrica do xadrez, chamada "Kriegspiel", que você pode adaptar
para outros jogos de tabuleiro, desde que conheça a idéia fundamental, muito simples.
6
Além de dois jogadores, é preciso uma terceira pessoa para atuar como juiz. Os dois primeiros sentam-se de
costas um para o outro, cada qual com um tabuleiro e somente as suas próprias peças. Entre eles, posiciona-se o juiz, que
terá um terceiro tabuleiro e as peças de ambos os contendores.
7
A cada lance, o juiz move a respectiva peça no seu tabuleiro e avisa ao adversário que o deslocamento foi feito.
Se a jogada não estiver dentro das regras, limita-se a dizer "não pode" - e solicita outra opção. (...)
(Luis Dal Monte Neto - REVISTA SUPERINTERESSANTE)
59. Em "...deixava até QUE os outros jogadores se consultassem mutuamente..." (par.4), a palavra em maiúsculo pertence
à mesma classe daquela em destaque numa das opções abaixo. Assinale-a.
a) "aquilo QUE o comum dos mortais não enxerga..." (par.1)
b) "uma modalidade QUE é quase um ultraje à capacidade de processamento de um cérebro comum." (par.3)
c) "contra oponentes QUE jogam individualmente, todos acompanhando os respectivos tabuleiros." (par.3)
d) "É uma variante excêntrica do xadrez, chamada Kriegspiel, QUE você pode adaptar para outros jogos de tabuleiro,"
(par.5)
e) "... avisa ao adversário QUE o deslocamento foi feito." (par.7)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ita) Para que os enunciados apresentados nos testes se reduzam a uma só frase, algumas adaptações e correções podem
e devem ser necessárias. Assinale a opção que melhor os reestrutura - gramatical e estilisticamente, respeitando as
sugestões dadas nos parênteses e as relações de sentido sugeridas pelos próprios enunciados.
60. Ir na casa da vizinha depressa. (O. PRINCIPAL NO IMPERATIVO)
Emprestar ou tomar emprestado o ferro de passar roupa. (O. PRINCIPAL COORDENADA À ANTERIOR)
Tua irmã precisa passar ainda a saia. (EXPLICAÇÃO)
Tua irmã poder ou querer assistir a cerimônia (O. SUBORDINADA ADJETIVA OU FINAL)
Passar a chuva. (CONDIÇÃO TEMPORAL)
a) Logo que a chuva passe, vai depressa à casa da vizinha e empreste-lhe o ferro de passar roupa, uma vez que tua irmã
não tem ainda a saia passada a fim de que possa assistir à cerimônia.
b) Logo depois da chuva, vá depressa na casa da vizinha e toma-lhe emprestado o ferro de passar roupa, pois tua irmã,
que quer assistir a cerimônia, precisa ainda passar a saia.
c) Depois da chuva, vá depressa na casa da vizinha tomar emprestado o ferro de passar roupa, pois sua irmã não tem
ainda passado a saia para poder assistir a cerimônia.
d) Assim que a chuva passe, vai depressa à casa da vizinha e toma-lhe emprestado o ferro de passar roupa, pois tua irmã,
que quer assistir à cerimônia, precisa ainda passar a saia.
e) Após a chuva, vai depressa à casa da vizinha e tome o ferro de passar roupa emprestado: tua irmã ainda precisa passar
a saia para poder assistir à cerimônia.
61. A livre manifestação pública é legítima. (O. PRINCIPAL)
EXPLICAÇÃO: Ela é a expressão de uma rebeldia. E as causas dessa rebeldia são impunidade, corrupção, descaso e etc.
Essas causas já são históricas entre nós.
CONDIÇÃO PARA SER LEGÍTIMA: não violenta e não agressiva.
Muitos não concordam ou discordam (OPOSIÇÃO)
a) Muitos não concordam com ela, mas se não for violenta e nem agressiva a livre manifestação pública - expressão de
uma rebeldia cujas causas já são históricas entre nós: impunidade, corrupção, descaso, etc. - é legítima.
b) A livre manifestação pública é legítima, embora muitos não concordem com ela, desde que não violenta e nem
agressiva, pois é a expressão das já históricas causas dessa rebeldia entre nós: impunidade, corrupção, descaso, etc.
c) Não obstante a discordância de muitos, a livre manifestação pública decorrente de causas já históricas entre nós, caso
não seja violenta e nem agressiva é legítima, pois ela é a expressão de uma rebeldia ocasionada pela impunidade,
corrupção, descaso, etc.
d) Embora muitos não concordem, a livre manifestação pública, desde que não violenta nem agressiva, é legítima, pois ela
é a expressão de uma rebeldia cujas causas - impunidade, corrupção, descaso, etc. - já são históricas entre nós.
e) Apesar de que alguns discordem, por ser a expressão de uma rebeldia que tem causas. a livre manifestação pública,
quando não violenta e agressiva, é legítima, pois entre nós elas já são históricas: impunidade, corrupção, descaso, etc.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Unirio)
A partida dos homens
1
Aproximou-se da janela, sentiu frio nos ombros nus, olhou a terra onde as plantas viviam quietas. O globo moviase e ela estava sobre ele de pé. Junto a uma janela, o céu por cima, claro, infinito. Era inútil abrigar-se na dor de cada caso,
revoltar-se contra os acontecimentos, porque os fatos eram apenas um rasgão no vestido, de novo a seta muda indicando
o fundo das coisas, um rio que seca e deixa ver o leito nu.
2
A frescura da tarde arrepiou sua pele, Joana não conseguiu pensar nitidamente - havia alguma coisa no jardim
que a deslocava para fora de seu centro, fazia-a vacilar... Ficou de sobreaviso. Algo tenta mover-se dentro dela,
respondendo, e pelas paredes escuras de seu corpo subiam ondas leves, frescas, antigas. Quase assustada, quis trazer a
sensação à consciência, porém cada vez mais era arrastada para trás numa doce vertigem, por dedos suaves. Como se
fosse de manhã. Perscrutou-se, subitamente atenta como se tivesse avançado demais. De manhã?
3
De manhã. Onde estivera alguma vez, em que terra estranha e milagrosa já pousara para agora sentir-lhe o
perfume? Folhas secas sobre a terra úmida. O coração apertou-se-lhe devagar, abriu-se, ela não respirou um momento
esperando... Era de manhã, sabia que era de manhã... Recuando como pela mão frágil de uma criança, ouviu, abafado
como em sonho, galinhas arranhando a terra. Uma terra quente, seca... o relógio batendo tin-dlen...tin...dlen... o sol
chovendo em pequenas rosas amarelas e vermelhas sobre as casas... Deus, o que era aquilo senão ela mesma? mas
quando? não sempre...
4
As ondas cor-de-rosa escureciam, o sonho fugia. Que foi que perdi? que foi que perdi? Não era Otávio, já longe,
não era o amante, o homem infeliz nunca existira. Ocorreu-lhe que este deveria estar preso, afastou o pensamento
impaciente, fugindo, precipitando-se... Como se tudo participasse da mesma loucura, ouviu subitamente um galo próximo
lançar seu grito violento e solitário. Mas não é de madrugada, disse trêmula, alisando a testa fria... O galo não sabia que ia
morrer! O galo não sabia que ia morrer! Sim, sim: papai que é que eu faço? Ah, perdera o compasso de um minueto...
Sim... o relógio batera tin-dlen, ela erguera-se na ponta dos pés e o mundo girava muito mais leve naquele momento.
Havia flores em alguma parte? e uma grande vontade de se dissolver até misturar seus fios com o começo das coisas.
Formar uma só substância, rósea e branda - respirando mansamente como um ventre que se ergue e se abaixa, que se
ergue e se abaixa... (...)
Clarice Lispector - (PERTO DO CORAÇÃO SELVAGEM)
62. Em "A frescura DA TARDE arrepiou sua pele," (par.2), a expressão em maiúsculo funciona como agente do elemento
nominal anterior. Em que trecho destacado o mesmo tipo de estruturação se repete?
a) "sentiu frio NOS OMBROS NUS," (par.1)
b) "... e ela estava sobre ele DE PÉ." (par.1)
c) "Era inútil abrigar-se na dor DE CADA CASO," (par.1)
d) "quis trazer a sensação À CONSCIÊNCIA," (par.2)
e) "Havia flores EM ALGUMA PARTE?" (par.4)
63. "Como se tudo participasse da mesma loucura, ouviu subitamente um galo próximo lançar seu grito violento e
solitário." (par.4)
Assinale a opção em que a nova estruturação do trecho anterior equivale semanticamente à forma original.
a) Como se tudo subitamente participasse da mesma loucura, ouviu um galo próximo lançar seu grito violento e solitário.
b) Como se tudo participasse da mesma loucura, ouviu um galo próximo lançar seu grito subitamente violento e solitário.
c) Como se tudo participasse subitamente da mesma loucura, ouviu um galo próximo lançar seu grito violento e solitário.
d) Como se subitamente tudo participasse da mesma loucura, ouviu um galo próximo lançar seu grito violento e solitário.
e) Subitamente ouviu um galo próximo lançar seu grito violento e solitário, como se tudo participasse da mesma loucura.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Uelondrina) Essas questões apresentam um período que você deverá modificar, iniciando-o conforme se sugere, mas sem
alterar a idéia contida no primeiro. Em consequência, outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale a alternativa que
contém o elemento adequado ao novo período.
EXEMPLO:
Abraçou-me com tal ímpeto, que não pude evitá-lo.
Comece com: Não pude evitá-lo ...
a) assim
b) quando
c) à medida que
d) então
e) porque
Neste caso, a resposta correta é "e", pois a frase transformada seria:
Não pude evitá-lo porque me abraçou com grande ímpeto.
64. Mesmo com o maior interesse, não conseguiremos entender a lição.
Comece com: Não conseguiremos ...
a) porquanto
b) posto que
c) conquanto
d) pois
e) a menos que
65. Fosse assim como pensas, tudo seria fácil.
Comece com: Tudo seria fácil ...
a) visto que
b) porque
c) por conseguinte
d) entretanto
e) caso
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) A coletânea a seguir é composta por fragmentos das obras, DOM CASMURRO, de Machado de Assis, e SÃO
BERNARDO de Graciliano Ramos.
"Outra idéia, não, - um sentimento cruel e desconhecido, o puro ciúme, leitor das minhas entranhas. Tal foi o que me
mordeu, ao repetir comigo as palavras de José Dias: 'Algum peralta da vizinhança.' Em verdade, nunca pensara em tal
desastre. Vivia tão nela, dela e para ela, que a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade; nunca me
acudiu que havia peraltas na vizinhança, vária idade e feitio, grandes passeadores das tardes." (Cap. 62)
(...) "Os braços merecem um período.
(...) Eram os mais belos da noite, a ponto que me encheram de desvanecimento. Conversava mal com as outras pessoas,
só para vê-los, por mais que eles se entrelaçassem aos das casacas alheias. Já não foi assim no segundo baile; nesse,
quando vi que os homens não se fartavam de olhar para eles, de os buscar, quase de os pedir, e que roçavam por eles os
mangas pretas, fiquei vexado e aborrecido." (Cap. 105)
Machado de Assis
"Madalena calou-se, deu as costas e começou a subir a ladeira. Acompanhei-a embuchado. De repente voltou-se
e, com voz rouca, uma chama nos olhos azuis, que estavam quase pretos:
- Mas é uma crueldade. Para que fêz aquilo?
Perdi os estribos:
- Fiz aquilo porque achei que devia fazer aquilo. E não estou habituado a justificar-me, está ouvindo? Era o que
faltava. Grande acontecimento, três ou quatro muxicões num cabra. Que diabo tem você com o Marciano para estar tão
parida por ele?" (Cap. 21)
" 'O SENHOR conhece a mulher que possui.'
Que frase!
Padilha sabia alguma coisa. Saberia? Ou teria falado à toa?
Conjecturas. O que eu desejava era ter uma certeza e acabar depressa com aquilo. Sim ou não. (... )
Se eu tivesse uma prova de que Madalena era inocente, dar-lhe-ia uma vida como ela nem imaginava. (... )
E se eu soubesse que ela me traía? Ah! Se eu soubesse que ela me traía, matava-a, abria-lhe a veia do pescoço,
devagar, para o sangue correr um dia inteiro." (Cap. 28)
Graciliano Ramos
66. Observe, no primeiro fragmento, o período:
"Vivia tão nela, dela e para ela, que a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade;"
Os recursos morfológicos e sintáticos da Língua Portuguesa permitem várias construções para um período composto. Na
reconstrução do período em questão, seria INACEITÁVEL, do ponto de vista de manutenção do sentido, apenas uma das
propostas a SEGUIR. Indique-a:
a) Como vivesse tão nela, dela e para ela, a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade.
b) A intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade, já que vivia tão nela, dela e para ela.
c) Se vivesse tão nela, dela e para ela, a intervenção de um peralta seria uma noção sem realidade.
d) Era como uma noção sem realidade, a intervenção de um peralta, uma vez que vivia tão nela, dela e para ela.
e) Por que vivesse tão nela, dela e para ela, a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
Esparsa - Ao desconcerto do Mundo.
(Luís de Camões)
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E para mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado,
Assim que só para mim
Anda o Mundo concertado.
(in REDONDILHAS - OBRAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Aguilar, 1963, pp. 475-6.)
Nós
(Cesário Verde)
Ai daqueles que nascem neste caos,
E, sendo fracos, sejam generosos!
As doenças assaltam os bondosos
E - custa a crer - deixam viver os maus!
(in O LIVRO DE CESÁRIO VERDE. 9ヘ ed. Lisboa: Editorial Minerva, 1952, p. 122.)
67. Vocábulos como Bom e Bem, Mau e Mal, em virtude da variedade de seu uso em nossa língua, não podem ser
classificados senão após se examinar o contexto de cada frase. Isto se verifica nos poemas em pauta. Com base nestas
observações:
a) aponte a classe e a função sintática de Bem, no sétimo verso de Camões;
b) aponte a classe e a função sintática de Mau, no oitavo verso de Camões.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES.
(Ufv)
Amor ao Saber
1
Que me dêem uma boa razão para que os jovens se apaixonem pela Ciência. Para isto seria necessário que os
cientistas fossem também contadores de estórias, inventores de mitos, presenças mágicas em torno das quais se
ajuntassem crianças e adolescentes, à semelhança do "flautista de Hamelin", feiticeiro que tocava sua flauta encantada e
os meninos o seguiam...
2
Todo início contém um evento mágico, um encontro de amor, um deslumbramento no olhar... É aí que nascem as
grandes paixões, a dedicação às causas, a disciplina que põe asas na imaginação e faz os corpos voarem. Olho para os
nossos estudantes, e não me parece que seja este o seu caso. E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos. O
ruído da guerra e o barulho das moedas era forte demais. Quanto à flauta, parece que estava desafinada. O mais provável
é que o flautista se tivesse esquecido da melodia...
3
Não, não se espantem. Mitos e magia não são coisas de mundos defuntos. E os mais lúcidos sabem disto, porque
não se esqueceram de sonhar. Em 1932, Freud escreveu uma carta a Einstein que fazia uma estranha pergunta/afirmação:
"Não será verdade que toda Ciência contém, em seus fundamentos, uma mitologia?" Dirão os senhores que não pode ser
assim. Que mitologia é coisa da fantasia, de falsa consciência, de cabeça desregulada. Já a Ciência é fala de gente séria,
pés no chão, olhos nas coisas, imaginação escrava da observação...
4
Pode ser. Mas muita gente pensa diferente. Primeiro amar, depois conhecer. Conhecer para poder amar. Porque,
se se ama, os olhos e os pensamentos envolvem o objeto, como se fossem mãos, para colhê-lo. Pensamento a serviço do
corpo, Ciência como genitais do desejo, para penetrar no objeto, para se dar ao objeto, para experimentar união, para o
gozo. Lembram-se de Nietzche? Pensamento, pequena razão, instrumento e brinquedo da grande razão, o corpo.
5
Sei que tais pensamentos são insólitos. E me perguntarão onde foi que os aprendi. Direi baixinho, por medo de
anátema, que foi na leitura de minha Bíblia, coisa que ainda faço, hábitos de outrora. E naquele mundo estranho e de
cabeça para baixo, como Pinóquio às avessas ou nas inversões do espelho das aventuras de Alice, conhecimento não é
coisa de cabeça e nem de pensamento. É coisa do corpo inteiro, dos rins, do coração, dos genitais. E diz lá, numa candura
que tomamos por eufemismo, que "Adão conheceu sua mulher. E ela concebeu e pariu um filho". Conhecimento é coisa
erótica, que engravida. Mas é preciso que o desejo faça o corpo se mover para o amor. Caso contrário, permanecem os
olhos, impotentes e inúteis... Para conhecer é preciso primeiro amar.
6
E é esta a pergunta que estou fazendo: que mágico, dentre nós, será capaz de conduzir o fogo do amor pela
Ciência? Que estórias contamos para explicar a nossa dedicação? Que mitos celebramos que mostrem aos jovens o futuro
que desejamos?
7
Ah! É isto. Parece que as utopias se foram. Ciência e cientistas já não sabem mais falar sobre esperanças. Só lhes
resta mergulhar nos detalhes do projeto de pesquisa, financiamentos, organização - porque as visões que despertam o
amor e os símbolos que fazem sonhar desapareceram no ar, como bolhas de sabão. Especialistas que conhecem cada vez
mais, de cada vez menos têm medo de falar sobre mundos que só existem no desejo.
8
Claro que não foi sempre assim. Houve tempo em que o cientista era ser alado, imaginação selvagem, que
explicava às crianças e aos jovens os gestos de suas mãos e os movimentos do seu pensamento, apontando para um novo
mundo que se anunciava no horizonte. Terra sem males, a natureza a serviço dos homens, o fim da dor, a expansão da
compreensão, o domínio da justiça. Claro, o saber iria tornar os homens mais tolerantes. Compreenderiam o absurdo da
violência. Deixariam de lado o instrumento de tortura pela persuasão suave do ensino. Os campos ficariam mais gordos e
perfumados. As máquinas libertariam os corpos para o brinquedo e o amor. E os exércitos progressivamente seriam
desativados, porque mais vale o saber que o poder. As espadas seriam transformadas em arados e as lanças em
podadeiras. Realização do sonho do profeta Isaías, de harmonia entre bichos, coisas e pessoas.
9
Interessante. Estes eram mitos que diziam de amor, harmonia, felicidade, estas coisas que fazem bem à vida e
invocam sorrisos. Quem não se alistaria como sacerdote de tão bela esperança?
10
Foram-se os mitos do amor.
11
Restaram os mitos do poder.
12
As guerras entre os mundos, os holocaustos nucleares, os super-heróis de cara feia, punhos cerrados e poder
imbatível. Ah! Quem poderia pensar num deles jogando bolinha de gude, ou soprando bolhas de sabão, ou fazendo amor?
Certamente que bolas, bolhas e corpos se estraçalhariam ante o impacto do poder. Não é por acidente que isto
aconteceu. É que a Ciência, de realizadora do desejo, se metamorfoseou em aliada da espada e do dinheiro. Os cientistas
protestarão, é claro, lavando suas mãos de sangue ou de lucro. E com razão. Mas, este não é o problema. É que a Ciência é
coisa cara demais e o desejo pobre demais. E, na vida real, as princesas caras não se casam com plebeus sem dinheiro. A
Ciência mudou de lugar. E, com isto, mudaram-se também os mitos.
13
Que estórias contaremos para fazer nossas crianças e nossos jovens amar o futuro que a Ciência lhes oferece?
14
Falaremos sobre o fascínio das usinas nucleares?
15
Quem sabe os levaremos a visitar Cubatão. Protestarão de novo, dizendo que não é Ciência. Como não? Cubatão
não será filha, ainda que bastarda, da Química, da Física, da Tecnologia, em seu casamento com a Política e a Economia?
16
Poderemos fazer um passeio de barco no Tietê. Sei que não foi intenção da Ciência, sei que não foi planejado
pelos cientistas. Mas ele é um sinal, aperitivo, amostra, do mundo do futuro. De fato, o futuro será chocante. Só que não
da forma como Toffler pensa.
17
Parece que só nos resta o recurso ao embuste e à mentira, dos mitos da Terceira Onda. Mas como levar a sério
um mito sorridente que não chora ante a ameaça da guerra? "Se um cego guiar outro cego, cairão ambos na cova..."
18
Que me dêem uma boa razão para que os jovens se apaixonem pela Ciência. Sem isto, a parafernália educacional
permanecerá flácida e impotente. Porque sem uma grande paixão não existe conhecimento.
(ALVES, Rubem. "Estórias de quem gosta de ensinar", o fim dos vestibulares. São Paulo: Ars Poética, 1995. p.9599)
68. "Não, não se espantem. Mitos e magia não são coisas de mundos defuntos. E os mais lúcidos sabem DISTO..." (par.3) O
pronome demonstrativo, destacado se refere:
a) a mitos e magia, que não são coisas de mundos defuntos.
b) ao barulho das moedas.
c) à flauta que parecia estar desafinada.
d) ao mais provável, que é o flautista ter-se esquecido da melodia.
e) ao ruído da guerra.
69. Toda ciência contém, em seus fundamentos, uma mitologia. Para muitos, a MITOLOGIA é coisa da fantasia, enquanto
A CIÊNCIA se constitui em fala de gente séria.
Na passagem acima, os pronomes que substituem, pela ordem, os termos em destaque sem que haja alteração de sentido
são:
a) esta / essa.
b) aquela / esta.
c) essa / aquela.
d) aquela / essa.
e) esta / aquela.
70. Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela na qual existe uma relação de causa e consequência entre as orações,
sendo a segunda uma oração subordinada adverbial consecutiva:
a) A ciência depende tanto do amor, que só com "uma grande paixão" "existe conhecimento". (par.18)
b) "Porque, se se ama, os olhos e os pensamentos envolvem o objeto, como se fossem mãos para colhê-lo." (par.4)
c) "... porque as visões que despertam o amor e os símbolos que fazem sonhar desapareceram no ar, como bolhas de
sabão." (par.7)
d) "E os exércitos progressivamente seriam desativados, porque mais vale o saber que o poder." (par.8)
e) "E os mais lúcidos sabem disto, porque não se esqueceram de sonhar." (par.3)
71. Assinale a alternativa em que a conjunção "e" introduz uma oração que dá idéia de CONSEQuÊNCIA:
a) É necessário que os cientistas sejam também contadores de estórias, inventores de mitos e presenças mágicas.
b) Dêem-lhes uma boa razão, e os jovens se apaixonarão pela ciência.
c) "... a disciplina que põe asas na imaginação e faz os corpos voarem." (par.2)
d) "Olho para os nossos estudantes, e não me parece que seja este o seu caso." (par.2)
e) "E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos." (par.2)
72. "E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos. O ruído da guerra e o barulho das moedas era forte demais."
(par.2) Reescrevendo a passagem, a alternativa em que o sentido permanece basicamente o mesmo é:
a) E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos, A PONTO DE ser forte demais o ruído da guerra e o barulho das
moedas.
b) E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos, POR ser forte demais o ruído da guerra e o barulho das
moedas.
c) E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos, APESAR DE ser forte demais o ruído da guerra e o barulho das
moedas.
d) E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos, A FIM DE ser forte demais o ruído da guerra e o barulho das
moedas.
e) E eles me dizem que os mitos não puderam ser ouvidos, NO CASO DE ser forte demais o ruído da guerra e o barulho das
moedas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufc) UM CÃO, APENAS
01
Subidos, de ânimo leve e descansado passo, os quarenta degraus do jardim - plantas em flor de cada lado;
borboletas incertas; salpicos de luz no granito -, eis-me no patamar. E a meus pés, no áspero capacho de coco, à frescura
da cal do pórtico, um cãozinho triste interrompe o seu sono, levanta a cabeça e fita-me. É um triste cãozinho doente, com
todo o corpo ferido; gastas, as mechas brancas do pêlo; o olhar dorido e profundo, com esse lustro de lágrima que há nos
olhos das pessoas muito idosas. Com um grande esforço acaba de levantar-se. Eu não lhe digo nada; não faço nenhum
gesto. Envergonha-me haver interrompido o seu sono. Se ele estava feliz ali, eu não devia ter chegado. Já que lhe faltavam
tantas coisas, que ao menos dormisse: também os animais devem esquecer, enquanto dormem...
02
Ele, porém, levantava-se e olhava-me. Levantava-se com a dificuldade dos enfermos graves: acomodando as
patas da frente, o resto do corpo, sempre com os olhos em mim, como à espera de uma palavra ou de um gesto. Mas eu
não o queria vexar nem oprimir. Gostaria de ocupar-me dele: chamar alguém, pedir-lhe que o examinasse, que receitasse,
encaminhá-lo para um tratamento... Mas tudo é longe, meu Deus, tudo é tão longe. E era preciso passar. E ele estava na
minha frente inábil, como envergonhado de se achar tão sujo e doente, com o envelhecido olhar numa espécie de súplica.
03
Até o fim da vida guardarei seu olhar no meu coração. Até o fim da vida sentirei esta humana infelicidade de nem
sempre poder socorrer, neste complexo mundo dos homens.
04
Então, o triste cãozinho reuniu todas as suas forças, atravessou o patamar, sem nenhuma dúvida sobre o
caminho, como se fosse um visitante habitual, e começou a descer as escadas e as suas rampas, com as plantas em flor de
cada lado, as borboletas incertas, salpicos de luz no granito, até o limiar da entrada. Passou por entre as grades do portão,
prosseguiu para o lado esquerdo, desapareceu.
05
Ele ia descendo como um velhinho andrajoso, esfarrapado, de cabeça baixa, sem firmeza e sem destino. Era, no
entanto, uma forma de vida. Uma criatura deste mundo de criaturas inumeráveis. Esteve ao meu alcance; talvez tivesse
fome e sede; e eu nada fiz por ele; amei-o, apenas, com uma caridade inútil, sem qualquer expressão concreta. Deixei-o
partir, assim humilhado, e tão digno, no entanto, como alguém que respeitosamente pede desculpas de ter ocupado um
lugar que não era seu.
06
Depois pensei que nós todos somos, um dia, esse cãozinho triste, à sombra de uma porta. E há o dono da casa, e
a escada que descemos, e a dignidade final da solidão.
(MEIRELES, Cecília. ILUSÕES DO MUNDO: CRÔNICAS. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982, p. 16-17)
73. As preposições podem estabelecer várias relações de sentido. Com base nesta afirmação, resolva os quesitos a e b.
a) Complete as frases com a preposição adequada às idéias indicadas entre parênteses.
Ele desceu as escadas _____ a rua. (DESTINO)
Ele desceu as escadas _____ tristeza. (MODO)
Ele desceu as escadas _____ hesitação. (FALTA)
Ele desceu as escadas _____ mármore. (MATÉRIA)
Ele desceu as escadas _____ minha vontade. (OPOSIÇÃO)
b) Escreva ao lado de cada frase a idéia indicada pela preposição em maiúsculo.
"... borboletas incertas, salpicos DE luz ..." (parágrafo 01)
"Passou POR entre as grades do portão..." (parágrafo 04)
"... prosseguiu PARA o lado esquerdo... desapareceu." (parágrafo 04)
"Ele ia descendo... SEM firmeza e SEM destino." (parágrafo 05)
"... pede desculpas DE ter ocupado um lugar que não era seu." (parágrafo 05)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb)
BARBARISMO CONSCIENTE
Até hoje os índios mantiveram intacta a selva amazônica, que nós passamos logo a ¢profanar e a destruir para
sempre. O índio, além de não devastar e emporcalhar o mundo em que vive, caracteriza-se por uma existência
profundamente humana e £harmoniosa, com integração social e felicidade individual sem paralelo nas sociedades
modernas. Em sua cultura, quando não-contaminada pelo homem moderno, os indígenas não são anormais ou marginais.
Quem julga o contrário nada compreendeu da realidade, carece de toda perspectiva histórica. Como pode ser anormal
quem continua a mais antiga e ¤venerável tradição da humanidade e se recusa a participar de uma experiência ¥cujo
resultado é ainda duvidoso? Anormal é a nossa sociedade de consumo, tanto pela posição que ocupa na grande
perspectiva histórica, como pela adoração da mudança pela mudança, quando já sabemos que o futuro não pode
pertencer à mudança contínua, que somente situações equilibradas podem garantir a sobrevivência e o verdadeiro
progresso: espiritual e moral, da qualidade de vida, que nada tem a ver com a quantidade de materiais que
movimentamos.
Muito em breve estaremos à procura de modelos de sociedades não-agressivas e não-competitivas. Muita coisa
podemos e devemos aprender dos inúmeros modelos praticados pelas sociedades primitivas, e não somente aqui na
América do Sul.
(José Lutzenberger. In Hiram R. de Oliveira & J.G Denelon. " Português Primeiro Grau", 7ヘ série. São
Paulo. Editora Ática, 1980, p.144 (com adaptações))
Na(s) questão(ões) a seguir assinale os itens corretos e os itens errados.
74. Com relação aos elementos destacados do texto, julgue os itens seguintes:
(1) Entre "profanar" (ref.1) e "injuriar", "desonrar", tem-se uma relação polissêmica, portanto, tal relação é adequada ao
contexto.
(2) Entre "harmoniosa" (ref.2) e "justa", "coerente", tem-se uma relação sinonímica, adequada ao contexto em que está
empregada a primeira palavra.
(3) Entre "venerável" (ref.3) e "desacatada", "desrespeitada", tem-se uma relação antonímica.
(4) O emprego do pronome relativo "cujo" (ref.4) seria igualmente aceitável se ele fosse escrito seguido de um artigo:
"cujo o resultado".
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest)
Filosofia de Epitáfios.
Saí, afastando-me dos grupos, e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente
civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da
sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes
que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)
75. "Saí afastando-me... epitáfios." Dando nova redação a essa frase, SEM alterar as relações sintáticas e semânticas nela
presentes, obtém-se:
a) Quando me afastei dos grupos, fingi ler os epitáfios e então saí.
b) Enquanto me afastava dos grupos e fingia ler os epitáfios, fui saindo.
c) Fingi ler os epitáfios, afastei-me dos grupos e saí.
d) Ao afastar-me dos grupos, fingi ler os epitáfios, antes de sair.
e) Ao sair, fingia ler os epitáfios e afastei-me dos grupos.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Ufsm) FOLHA DE S. PAULO
Sábado, 2 de setembro de 1995
PAINEL DO LEITOR
Pede-se que as cartas não ultrapassem 15 linhas e que contenham o nome completo, assinatura, o endereço e se possível
telefone. Para atender mais leitores a FOLHA se reserva o direito de publicar trechos representativos das cartas recebidas.
TEXTO I
TORCIDAS
"Estamos todos assustados com as variadas formas de violência que assolam o país e o mundo. O
comportamento das torcidas organizadas é um pequeno exemplo do que faz o homem dito 'moderno' ou 'civilizado'
quando perde o controle e libera seus instintos animais primitivos. A verdade é que chegamos a este final de milênio, na
era da informática, massacrados por uma brutal competição dentro da própria espécie. Os valores e conceitos estão tão
distorcidos que a fina camada de verniz do comportamento humano se rompe com facilidade, revelando que não somos
mais do que bípedes primitivos da informática."
Flávio Tallarico (Descalvado, SP)
TEXTO II
"Como é fascinante presenciar um estádio repleto de torcedores promovendo uma festa colorida, cantando hinos e gritos
de guerra, criando alegorias diversas. Sem isso, o futebol perde seu brilho e os jogadores perdem a motivação. Quando
um cão tem pulgas, não se mata o cão, eliminam-se as pulgas."
Marcos Moreno (Varginha, MG)
76. Se Marcos Moreno tivesse usado um termo para incluir os receptores de sua mensagem, a frase "Sem isso, o futebol
perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação" apresentaria a seguinte estrutura:
a) Sem isso, o futebol, uma paixão popular, perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
b) Sem isso, o futebol perde seu brilho, e os jogadores que precisam da torcida, perdem a motivação.
c) Sem isso, o futebol perde, sem dúvida, o seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
d) Sem isso, leitores, o futebol perde seu brilho, e os jogadores perdem a motivação.
e) Sem isso, o futebol perde seu brilho, e os jogadores perdem, naturalmente, a motivação.
77. Em "COMO é fascinante presenciar um estádio repleto de torcedores promovendo um festa colorida (...)", a palavra
destacada é usada com o mesmo sentido em
a) Como a violência é constante, precisamos, às vezes, desabafar.
b) Como afirma o escritor, os jogadores perderiam sua motivação.
c) O modo como ele vê a torcida é realmente original.
d) Somos tão primitivos como os primatas!
e) Como é necessário aos torcedores o respeito às opiniões divergentes!
78. Observe o fragmento:
"(...) quando perde o controle e libera seus instintos animais primitivos." (Texto I)
Identifique o período em que as palavras destacadas têm, respectivamente, a mesma classe de "controle" e "animais" do
fragmento proposto.
a) É preciso que você CONTROLE os ANIMAIS.
b) Ele conseguiu manter o CONTROLE de suas inclinações ANIMAIS.
c) O CONTROLE dos ANIMAIS não deve ser descuidado.
d) Há necessidade de que ele CONTROLE os impulsos ANIMAIS.
e) Não há CONTROLE dos ANIMAIS primitivos.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 6 QUESTÕES.
(Unirio) ¢Neste momento, o bordado está pousado em cima do console e o interrompi para escrever, substituindo a
tessitura dos pontos pela das palavras, o que me parece um exercício bem mais difícil.
£Os pontos que vou fazendo exigem de mim uma habilidade e um adestramento que já não tenho. ¤Esforço-me e vou
conseguindo vencer minhas deficiências. ¥As palavras, porém, são mais difíceis de adestrar e vêm carregadas de uma vida
que se foi desenrolando dentro e fora de mim, todos esses anos. ¦São teimosas, ambíguas e ferem. §Minha luta com elas
é uma luta extenuante. ¨Assim, nesse momento, enceto duas lutas: com as linhas e com as palavras, mas tenho a certeza
que, desta vez, estou querendo chegar a um resultado semelhante e descobrir ao fim do bordado e ao fim desse texto,
algo de delicado, recôndito e imperceptível sobre o meu próprio destino e sobre o destino dos seres que me rodeiam.
©Ontem, quando entrei no armarinho para escolher as linhas, vi-me cercada de pessoas com quem não convivia há muito
tempo, ou convivia muito pouco, de cuja existência tinha esquecido. ªMulheres de meia-idade que compravam lãs para
bordar tapeçarias, selecionando animadamente e com grande competência os novelos, comparando as cores com os
riscos trazidos, contando os pontos na etamine, medindo o tamanho do bastidor. ¢¡Incorporei-me a elas e comecei a
escolher, com grande acuidade, as tonalidades das minhas meadas de linha mercerizada. ¢¢Pareciam pequenas abelhas
alegres (...), levando a sério as suas tarefas. (...) ¢£Naquelas mulheres havia alguma coisa preservada, sua capacidade de
bordar dava-lhes uma dignidade e um aval. ¢¤Não queria que me discriminassem, conversei com elas de igual para igual,
mostrando-lhes os pontos que minha pequena mão infantil executara.
(JARDIM, Rachel. O PENHOAR CHINÊS. 4 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1990.)
79. A conjunção que, usada antes da oração "... de cuja existência tinha esquecido", não altera o sentido do 8Ž período é:
a) pois.
b) ou.
c) logo.
d) nem.
e) e.
80. O adjetivo PRESERVADA ("alguma coisa preservada" - 12Ž período) significa:
a) passível de corrupção.
b) escondida.
c) defendida de perigos.
d) intacta.
e) vigiada.
81. Assinale a opção que indica de modo correto as classes do "O" respectivamente assinalado em
"...O bordado...", "...O interrompi..." e "...O que me parece..." (1Ž período).
a) Artigo, pronome pessoal reto, artigo.
b) Artigo, pronome pessoal oblíquo átono, pronome substantivo demonstrativo.
c) Pronome substantivo demonstrativo, pronome substantivo demonstrativo, artigo.
d) Pronome adjetivo demonstrativo, pronome pessoal oblíquo átono, pronome substantivo demonstrativo.
e) Pronome adjetivo demonstrativo, preposição, pronome substantivo interrogativo.
82. Assinale a opção INCORRETA quanto ao que está indicado nos parênteses.
a) "Os pontos QUE vou fazendo..." (QUE ë conj. subordinativa integrante)
b) "... adestramento que JÁ não tenho." (JÁ ë advérbio de tempo".
c) "... que SE foi desenrolando..." (SE ë pron. pessoal oblíquo átono)
d) "... a certeza que, DESTA VEZ, estou..." (DESTA VEZ ë loc. adverbial)
e) "Mulheres de MEIA-IDADE..." (MEIAS-IDADES ë forma do plural)
83. A preposição DE contida nas opções abaixo NÃO estabelece relação de posse em:
a) "... a tessitura dos pontos... " (1Ž período).
b) "... ao fim do bordado... " (7Ž período).
c) "... o destino dos seres... " (7Ž período).
d) "... pessoas (...) de cuja existência..." (8Ž período)
e) "... tamanho do bastidor." (9Ž período).
84. A única opção que NÃO substitui corretamente a oração "... levando a sério as suas tarefas.", do 11Ž período, é:
a) ... que levavam a sério as suas tarefas.
b) ... no momento em que levavam a sério as suas tarefas.
c) ... porque levavam a sério as suas tarefas.
d) ... ao levarem a sério as suas tarefas.
e) ... se levassem a sério as suas tarefas.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES.
(Fgv)
Meu amigo Marcos
O generoso e divertido companheiro de crônicas
Conheci Marcos Rey há mais de vinte anos, quando sonhava tornar-me escritor. Certa vez confessei esse desejo à
atriz Célia Helena, que deixou sua marca no teatro paulista. Tempos depois, ela me convidou para tentar adaptar um livro
para teatro. Era O RAPTO DO GAROTO DE OURO, de Marcos. Passei noites me torturando sobre as teclas. Célia marcou um
encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do autor. Quando adolescente, eu ficara fascinado
com MEMÓRIAS DE UM GIGOLÔ, seu livro mais conhecido. Nunca tinha visto um escritor de perto. Imaginava uma figura
pomposa, em cima de um pedestal. Meu coração quase saiu pela boca quando apertei a campainha. Fui recebido por
Palma, sua mulher. Um homem gordinho e simpático entrou na sala. Na época, já sofria de uma doença que lhe dificultava
o movimento das mãos e dos pés. Cumprimentou-me. Sorriu. Estava tão nervoso que nem consegui dizer "boa-tarde".
Gaguejei. Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega. Propôs mudanças no texto. Orientou-me.
Principalmente, acreditou em mim. A peça permaneceu em cartaz dois anos. Muito do que sou hoje devo ao carinho com
que me recebeu naquele dia.
(WALCYR CARRASCO, PÁG. 98 - VEJA SP, 14 DE ABRIL, 1999.)
85. Célia marcou um encontro entre mim e ele, pois a montagem dependia da aprovação do diretor.
a) Está correto o uso de mim nesse trecho ou deveria ter sido utilizado eu? Explique.
b) Invertendo a ordem, como deveria ficar o trecho: entre ele e mim ou entre ele e eu? Justifique sua resposta.
86. Um homem gordinho e simpático entrou na sala.
Os manuais de língua portuguesa ensinam que "inho" é um sufixo diminutivo, normalmente aplicado aos substantivos.
Qual o sentido de GORDINHO, no texto?
87. Conheci José quando sonhava TORNAR-ME escritor.
Na forma TORNAR-ME, substitua ME por O e faça as adaptações necessárias.
88. O texto a seguir constitui a continuação da crônica de Walcyr Carrasco.
Em cada um dos parênteses, você poderá
( ) colocar uma vírgula ou
( ) colocar um ponto ou
( ) não colocar nada.
Sua decisão não deverá contrariar as regras de pontuação vigentes. Procure seguir o estilo - frases curtas - utilizado pelo
cronista. O sentido das frases dever ser coerente com a primeira parte do texto, transcrita no início desta prova.
Quando decidir utilizar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.
Continue a vê-lo esporadicamente ( ) era alegre ( ) divertido ( ) todo sábado ( ) de manhã ( ) ia tomar cerveja e uísque
com outros escritores ( ) na Livraria Cultura ( ) no Conjunto Nacional ( ) às vezes nos telefonávamos para falar da vida (
) escritores costumam ser competitivos e ciumentos ( ) buscam defeitos nas obras alheias ( ) como mulheres vaidosas (
) comparando vestidos umas das outras ( ) Marcos ( ) não ( ) conheci muitos autores beneficiados por suas opiniões ( )
era generoso ( )
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) Barcos de Papel
Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada,
eu saía a brincar pela calçada,
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia de papel toda uma armada
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada...
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, tal como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais...
- que os meus barquinhos, lá se foram eles! foram-se embora e não voltaram mais!
Guilherme de Almeida
89. "... que os meus barquinhos, lá se foram eles". A oração oferece à anterior uma idéia de:
a) condição
b) concessão
c) finalidade
d) tempo
e) causa
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Faap)
OS DESASTRES DE SOFIA
Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente
a ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele.
O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros
contraídos. Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era
atraída por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que,
ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala. Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição
com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
- Cale-se ou expulso a senhora da sala.
Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo.
Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu
amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta desastradamente
proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros tão curvos. (...)
Clarice Lispector
90. "Mas eu o exasperava tanto QUE se tornara doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem QUE de certo
modo eu amava."
Há no período duas orações que se iniciam com o conectivo QUE. A primeira dá idéia de:
a) condição
b) consequência
c) concessão
d) causa
e) tempo
91. "Mas eu o exasperava tanto QUE se tornara doloroso para mim ser o objeto do ódio daquele homem QUE de certo
modo eu amava."
Há no período duas orações que se iniciam com o conectivo QUE. A segunda tem valor de um:
a) substantivo
b) adjetivo
c) pronome
d) advérbio
e) verbo
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Pucsp) Ethos - ética em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-A
ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído
de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para SI.
Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma morada saudável:
materialmente sustentável, psicologicamente integrada e espiritualmente fecunda.
Na ética há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser humano de ter uma moradia: uma maloca
indígena, uma casa no campo e um apartamento na cidade. TODOS estão envolvidos com a ética, porque todos buscam
uma morada permanente.
O mutável é o estilo com que cada grupo constrói sua morada. É sempre diferente: rústico, colonial, moderno, de palha,
de pedra... Embora diferente e mutável, o estilo está a serviço do permanente: a necessidade de ter casa. A casa, nos seus
mais diferentes estilos, deverá ser habitável.
(BOFF, Leonardo. In A ÁGUIA E A GALINHA. Petrópolis:
Vozes, 1997, pp.90-91.)
92. Os pronomes têm a função de substituir os nomes ou referir-se a eles, evitando repetição de termos. No texto em
questão, observe o papel dos pronomes "a", "si", "todos".
I. O pronome "a" substitui UMA PARTE DO MUNDO que, significativamente, remete a "a morada humana".
II. O pronome "si" substitui, de forma reflexiva, a expressão O SER HUMANO.
III. O pronome "TODOS" substitui, formalmente, UMA MALOCA INDÍGENA, UMA CASA NO CAMPO e UM APARTAMENTO
NA CIDADE, ao repor significativamente "a ética".
IV. O pronome "a" substitui, formalmente, o termo ETHOS.
Assinale a alternativa que contém apenas afirmações corretas:
a) I e III
b) I, III e IV
c) I, II, III e IV
d) I e II
e) II e III
93. Observando aspectos de pontuação, concordância e colocação pronominal, podemos afirmar que:
I. na oração "A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez", há um uso inadequado no
que diz respeito à pontuação, uma vez que se usou a vírgula entre o sujeito A ÉTICA e o verbo ser (É).
II. na oração "Na ética há o permanente e o mutável", há um ERRO de concordância, uma vez que o sujeito "o permanente
e o mutável" é composto, logo o verbo haver (HÁ) deveria estar na terceira pessoa do plural.
III. na oração "moldando-a ao seu jeito", o pronome pessoal do caso oblíquo átono "a" está enclítico ao verbo no
gerúndio, em início de oração, de acordo com a norma culta.
Assinale:
a) se I e II estão corretas.
b) se todas estão incorretas.
c) se apenas III está correta.
d) se I e III estão corretas.
e) se apenas II está correta.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap)
Os gatos
Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, e fez o crítico à semelhança do gato. Ao crítico deu ele, como ao
gato, a graça ondulosa e o assopro, o ronrom e a garra, a língua espinhosa. Fê-lo nervoso e ágil, refletido e preguiçoso;
artista até ao requinte, sarcasta até a tortura, e para os amigos bom rapaz, desconfiado para os indiferentes, e terrível
com agressores e adversários... .
Desde que o nosso tempo englobou os homens em três categorias de brutos, o burro, o cão e o gato - isto é, o
animal de trabalho, o animal de ataque, e o animal de humor e fantasia - por que não escolheremos nós o travesti do
último? É o que se quadra mais ao nosso tipo, e aquele que melhor nos livrará da escravidão do asno, e das dentadas
famintas do cachorro.
Razão por que nos acharás aqui, leitor, miando um pouco, arranhando sempre e não temendo nunca.
Fialho de Almeida
94. Razão por que nos acharás... . Observe que POR QUE foi escrito separadamente, tal qual nesta oração:
a) A fumaça eleva-se, ............ é mais leve que o ar
b) O médico não veio, ............ tinha consulta
c) Sei ............ sofres: não te amo
d) O professor ensina ............ aluno vença
e) Creio em Deus, ............ não há criaturas sem criador
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufmg)
MORDENDO A ISCA
Para Clarice Lispector, "escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é
palavra. Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu."
O que seria, então, essa não-palavra, se estamos mergulhados num mundo verbal e repleto de informações que
nos atordoam a todo instante? Se tudo o que lemos e vemos já está devidamente fabricado, mastigado e até digerido,
restando-nos apenas a contemplação passiva?
Essa não-palavra poderia ser aquela idéia, sensação ou opinião só nossa que ninguém jamais expressou, como: a
vivência de uma paixão, o prazer de caminhar por uma praia deserta, o abrir da janela de manhã, a indignação diante dos
horrores de uma guerra ou da corrupção desenfreada em nosso país ou mesmo nossos sonhos, desejos e utopias.
Entrando em contato com essas emoções, podemos descobrir um lado oculto de nós mesmos ou até deixar aparecer um
pouco de nosso caráter rebelde, herói, vítima, santo e louco. Estar aberto, com o olhar descondicionado para captar essa
"não-palavra" é fundamental para que possamos escrever, não as famigeradas trinta linhas do vestibular mas um texto
que revele nossa singularidade. Por isso, o ato de escrever requer coragem e, principalmente, uma mudança de atitude
em relação ao mundo: precisamos nos tornar sujeitos do nosso discurso e pensar com nossa própria cabeça.
E como isso pode ser difícil! Quantas vezes queremos emitir nosso ponto de vista sobre um assunto e
percebemos que nossa formação religiosa, familiar e escolar nos impede, deixando que o preconceito e a culpa falem mais
alto! Quantas vezes o nó está preso na garganta e não podemos desatá-lo por força das circunstâncias! Ou, pior ainda,
quantas vezes nos mostramos indiferentes diante das maiores atrocidades! A rotina diária deixa nossa visão de mundo
bastante opaca. No dizer de Otto Lara Resende, o hábito "suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Só a criança e o poeta têm
os olhos atentos para o espetáculo do mundo." No entanto, a superação dessas barreiras pode ser bastante prazerosa, já
que o prazer não é uma dádiva e sim uma conquista. Conquista essa que podemos obter por meio da escrita, caminho
eficaz para esse desvendamento de nós mesmos e do mundo.
Para escrever, portanto, não necessitamos de inspirações divinas ou de técnicas e receitas mas de um olhar
curioso, esperto e liberto de preconceitos e de padrões preestabelecidos. Só assim morderemos a isca.
MOURA, Chico. AGENDA DO PROFESSOR. São Paulo: Ática, 1994.
95. Leia atentamente o texto e os fragmentos:
...aquela idéia, sensação ou opinião SÓ nossa que ninguém jamais expressou...
SÓ a criança e o poeta têm os olhos atentos para o espetáculo do mundo.
SÓ assim morderemos a isca.
a) JUSTIFIQUE o emprego do termo destacado nessas passagens.
b) REDIJA um período em que o termo SÓ seja empregado com significado e função diferentes.
96. IDENTIFIQUE a função sintática dos elementos destacados no seguinte período do texto:
PARA ESCREVER, portanto, não necessitamos de inspirações DIVINAS ou de técnicas e receitas, mas de um OLHAR curioso,
esperto e liberto de PRECONCEITOS e de padrões preestabelecidos.
Para escrever:
divinas:
olhar:
preconceitos:
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) "E por que não - pensei eu - tendo a segunda guerra mundial como pano de fundo, tentar descrever o Recife
daquela época e as modificações que, por força daquele conflito, foram, aos poucos, se processando, em seus habitantes,
mudando-lhes os hábitos e transformando suas vidas? Sim, aí teria sentido, não a descrição de guerra em si, mas a
descrição do Recife durante aqueles anos, coisa que, ao que me consta, não teria ainda sido empreendida, a não ser
esporadicamente em depoimentos isolados e em referências fugidias..."
(RECIFE E A 2Ž GUERRA MUNDIAL / Rostand Paraíso)
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.
97. Quanto ao uso de pontuação, tendo por base o texto:
( ) "...- PENSEI EU -..." está entre travessões por se tratar de uma oração intercalada.
( ) Em "... AO QUE ME CONSTA ...", as vírgulas representam o mesmo papel dos travessões anteriores.
( ) Em "... TRANSFORMANDO SUAS VIDAS?", a interrogação marca uma pergunta que o autor faz a si mesmo, sem visar
à resposta do interlocutor.
( ) As reticências finais representam um pensamento incompleto, uma suspensão na linha do raciocínio.
( ) O parágrafo não tem nenhum ponto (.), o que determina erro na pontuação.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ita) SOBRE ARTES E ARTISTAS
"Uma coisa que realmente não existe é aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas. Outrora,
eram homens que apanhavam terra colorida e modelavam toscamente as formas de um bisão na parede de uma caverna;
hoje, alguns compram suas tintas e desenham cartazes para os tapumes; eles faziam e fazem muitas outras coisas. Não
prejudica ninguém chamar a todas essas atividades arte, desde que conservemos em mente que tal palavra pode significar
coisas muito diferentes, em tempos e lugares diferentes, e que Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A
maiúsculo passou a ser algo de um bicho-papão e de um fetiche. Podemos esmagar um artista dizendo-lhe que o que ele
acaba de fazer pode ser muito bom no seu gênero, só que não é "Arte". E podemos desconcertar qualquer pessoa que
esteja contemplando com prazer um quadro, declarando que aquilo de que ela gosta não é Arte, mas algo muito
diferente. Na realidade, não penso que existam quaisquer razões erradas para se gostar de um quadro ou de uma
escultura. Alguém pode gostar de uma paisagem porque ela lhe recorda seu berço natal, ou de um retrato porque lhe
lembra um amigo. Nada há de errado nisso. (...) Somente quando alguma recordação irrelevante nos torna parciais e
preconceituosos, quando instintivamente voltamos as costas a um quadro magnífico de uma cena alpina porque não
gostamos de praticar alpinismo, é que devemos perscrutar o nosso íntimo para desvendar as razões da aversão que
estraga um prazer que de outro modo poderíamos ter. Há razões erradas para não se gostar de uma obra de arte."
E. H. Gombrich
98. Nas orações "e QUE Arte com A maiúsculo não existe" e "o QUE ele acaba de fazer...", as palavras em maiúsculo
funcionam respectivamente como:
a) conjunção integrante e pronome relativo
b) pronome relativo e pronome relativo
c) conjunção integrante e conjunção integrante
d) pronome relativo e conjunção integrante
e) conjunção aditiva e pronome demonstrativo
99. As orações "desde que conservemos em mente" e "é que devemos perscrutar o nosso íntimo..." funcionam
respectivamente como:
a) subordinada temporal e subordinada temporal
b) subordinada concessiva e subordinada substantiva
c) subordinada condicional e oração principal
d) subordinada adverbial e subordinada adjetiva
e) subordinada adjetiva e subordinada adjetiva
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest)
GOLS DE COCURUTO
O melhor momento do futebol para um tático é o minuto de silêncio. É quando os times ficam perfilados, cada
jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e parados. Então o tático
pode olhar o campo como se fosse um quadro negro e pensar no futebol como alguma coisa lógica e diagramável. Mas aí
começa o jogo e tudo desanda. Os jogadores se movimentam e o futebol passa a ser regido pelo imponderável, esse
inimigo mortal de qualquer estrategista. O futebol brasileiro já teve grandes estrategistas cruelmente traídos pela
dinâmica do jogo. O Tim, por exemplo. Tático exemplar, planejava todo o jogo numa mesa de botão. Da entrada em
campo até a troca de camisetas, incluindo o minuto de silêncio. Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma
reputação no campo à altura de sua reputação no vestiário. Falava um jogo e o time jogava outro. O problema do Tim,
diziam todos, era que seus botões eram mais inteligentes do que seus jogadores.
(L. F. Veríssimo, O Estado de São Paulo, 23/08/93)
100. Em "... cada jogador com as mãos nas costas e mais ou menos no lugar que lhes foi designado no esquema - e
parados", o autor usa o plural em "lhes" e "parados" porque
a) ambas as palavras referem-se a "lugar", que está aí por "lugares" (um para cada um).
b) associou "lhes" a "mãos" e "parados" a "times".
c) antecipou a concordância com "os jogadores se movimentam".
d) estabeleceu relação de concordância entre "lhes" e "mãos" e entre "parados" e "jogadores".
e) fez "lhes" concordar com o plural implícito em cada jogador (considerados todos um a um) e "parados", com "os times".
101. "Foi um técnico de sucesso mas nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de vestiário."
Começando a frase por
"Nunca conseguiu uma reputação no campo à altura da sua reputação de vestiário", para manter a mesma
relação lógica expressa na frase dada inicialmente deve-se continuar com:
a) enquanto foi...
b) na medida em que era...
c) ainda que tenha sido...
d) desde que fosse...
e) porquanto era...
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufba) O SINO DE OURO
1
Contaram-me que, no fundo do sertão de Goiás, numa localidade de cujo nome não estou certo, mas acho que é
Porangatu, que fica perto do rio de Ouro e da serra de Santa Luzia, ao sul da serra Azul - mas também pode ser Uruaçu,
junto do rio das Almas e da serra do Passa Três (minha memória é traiçoeira e fraca; eu esqueço os nomes das vilas e a
fisionomia dos irmãos, esqueço os mandamentos e as cartas e até a amada que amei com paixão) -, mas me contaram que
em Goiás, nessa povoação de poucas almas, as casas são pobres e os homens pobres, e muitos são parados e doentes e
indolentes, e mesmo a igreja é pequena, me contaram que ali tem - coisa bela e espantosa - um grande sino de ouro.
2
Lembrança de antigo esplendor, gesto de gratidão, dádiva ao Senhor de um grã-senhor - nem Chartres, nem
Colônia, nem S. Pedro ou Ruão, nenhuma catedral imensa com seus enormes carrilhões tem nada capaz de um som tão
lindo e puro como esse sino de ouro, de ouro catado e fundido na própria terra goiana nos tempos de antigamente.
3
É apenas um sino, mas é de ouro. De tarde seu som vai voando em ondas mansas sobre as matas e os cerrados, e as
veredas de buritis, e a melancolia do chapadão, e chega ao distante e deserto carrascal, e avança em ondas mansas sobre
os campos imensos, o som do sino de ouro. E a cada um daqueles homens pobres ele dá cada dia sua ração de alegria.
Eles sabem que de todos os ruídos e sons que fogem do mundo em procura de Deus - gemidos, gritos, blasfêmias,
batuques, sinos, orações, e o murmúrio temeroso e agônico das grandes cidades que esperam a explosão atômica e no
seu próprio ventre negro parecem conter o germe de todas as explosões - eles sabem que Deus, com especial delícia e
alegria, ouve o som alegre do sino de ouro perdido no fundo do sertão. E então é como se cada homem, o mais pobre, o
mais doente e humilde, o mais mesquinho e triste, tivesse dentro da alma um pequeno sino de ouro.
4
Quando vem o forasteiro de olhar aceso de ambição e propõe negócios, fala em estradas, bancos, dinheiro, obras,
progresso, corrupção - dizem que esses goianos olham o forasteiro com um olhar lento e indefinível sorriso e guardam um
modesto silêncio. O forasteiro de voz alta e fácil não compreende; fica, diante daquele silêncio, sem saber que o goiano
está quieto, ouvindo bater dentro de si, com um som de extrema pureza e alegria, seu particular sino de ouro. E o
forasteiro parte, e a povoação continua pequena, humilde e mansa, mas louvando a Deus com sino de ouro. Ouro que não
serve para perverter, nem o homem nem a mulher, mas para louvar a Deus.
5
E se Deus não existe não faz mal. O ouro do sino de ouro é neste mundo o único ouro de alma pura, o ouro no ar, o
ouro da alegria. Não sei se isso acontece em Porangatu, Uruaçu ou outra cidade do sertão. Mas quem me contou foi um
homem velho que esteve lá; contou dizendo: " eles têm um sino de ouro e acham que vivem disso, não se importam com
mais nada, nem querem mais trabalhar; fazem apenas o essencial para comer e continuar a viver, pois acham maravilhoso
ter um sino de ouro ".
6
O homem velho me contou isso com espanto e desprezo. Mas eu contei a uma criança e nos seus olhos se lia seu
pensamento: que a coisa mais bonita do mundo deve ser ouvir um sino de ouro. Com certeza é esta mesma a opinião de
Deus, pois ainda que Deus não exista ele só pode ter a mesma opinião de uma criança. Pois cada um de nós quando
criança tem dentro da alma seu sino de ouro que depois, por nossa culpa e miséria e pecado e corrupção, vai virando ferro
e chumbo, vai virando pedra e terra, e lama e podridão.
BRAGA, Rubem. A BORBOLETA AMARELA: CRÔNICAS. 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1963. p.64-7.
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos.
102. Observa-se subordinação entre orações, na estrutura do período, em:
(01) "... esqueço os mandamentos e as cartas e até a amada que amei com paixão..." (p.1)
(02) "É apenas um sino, mas é de ouro." (p.3)
(04) "E a cada um daqueles homens pobres ele dá cada dia sua ração de alegria." (p.3)
(08) "E se Deus não existe não faz mal." (p.5)
(16) "Não sei se isso acontece em Porangatu, Uruaçu ou outra cidade do sertão." (p.5)
Soma (
)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) "Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, á porta do Ateneu. Coragem para a luta."
Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das illusões de criança educada
exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente,
que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a
criatura á impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima
rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob
outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam.
Raul Pompéia
103. Há, em Língua Portuguesa, algumas palavras que admitem ou não flexão de número (singular/plural), dependendo de
seu valor morfológico.
No texto em questão, aparece uma dessas palavras:
"(...) BASTANTE experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança..."
Considerando a possibilidade de flexão ou não da palavra, em função de seus diferentes empregos, assinale a alternativa
incorreta:
a) Bastantes verdades experimentei anos depois do aviso que meu pai me deu.
b) Meu pai me falou bastante sobre verdades que eu encontraria anos depois.
c) Bastante tempo depois, eu encontraria muitas das verdades anunciadas no aviso de meu pai.
d) Bastantes anos depois, eu experimentaria as verdades do aviso de meu pai
e) Anos depois, bastantes verdadeiros se tornaram também outros avisos de meu pai.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fei) "Não é o homem um mundo pequeno que está dentro do mundo grande, mas é um mundo grande que está dentro
do pequeno. Baste ¢por prova o coração humano, que sendo uma pequena parte do homem, excede na capacidade a
toda a grandeza do mundo. (...) O mar, com ser um monstro £indômito, chegando às areias, pára; as árvores, onde ¤as
põem, não se mudam; os peixes contentam-se com o mar, as aves com o ar, os outros animais com a terra. Pelo contrário,
o homem, monstro ou quimera de todos os elementos, em nenhum lugar ¥pára, com nenhuma fortuna se contenta,
nenhuma ambição ou apetite o falta: tudo confunde e como é maior que o mundo, não cabe nele".
104. Observe as palavras indicadas no texto: "por" (ref. 1); "indômito" (ref. 2); "as" (ref. 3); "pára" (ref. 4). Assinale a
alternativa que analise corretamente a classe gramatical destas palavras:
a) verbo - substantivo - pronome - preposição
b) preposição - substantivo - artigo - verbo
c) verbo - adjetivo - artigo - verbo
d) preposição - adjetivo - artigo - preposição
e) preposição - adjetivo - pronome - verbo
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufc) 1 Inquieta, olhou em torno. Os ramos se balançavam, as sombras vacilavam no chão. Um pardal ciscava na terra. E
de repente, com mal-estar, pareceu-lhe ter caído numa emboscada. Fazia-se no Jardim um trabalho secreto do qual ela
começava a se aperceber.
2
Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como
pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as
águas. No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranquila. O
assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos.
3
Ao mesmo tempo que imaginário - era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e
tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse
uma entrega - era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante.
4
As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e
homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do
Jardim era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio,
onde vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas,
mas cor de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a
cabeça rodeada por um enxame de insetos enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores.
Ana mais adivinhava que sentia o seu cheiro adocicado... O Jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno.
5
Era quase noite agora e tudo parecia cheio, pesado, um esquilo voou na sombra. Sob os pés a terra estava fofa,
Ana aspirava-a com delícia. Era fascinante, e ela sentia nojo.
(LISPECTOR, Clarice. "Laços de Família". Rio de Janeiro: Sabiá, 1973, p.24-25)
105. No período "Era fascinante, e ela sentia nojo". (par.5), o uso da vírgula:
I. enfatiza semanticamente cada oração.
II. decorre de uma relação de alternância entre as duas orações.
III. justifica-se por separar orações coordenadas com sujeitos diferentes.
A análise das assertivas nos permite afirmar corretamente que:
a) apenas I é verdadeira.
b) apenas II é verdadeira.
c) I e II são verdadeiras.
d) II e III são verdadeiras.
e) I e III são verdadeiras.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(G1) A FUGA
infernal.
Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar um cadeira pela sala, fazendo um barulho
- Pára com esse barulho, meu filho - falou, sem se voltar.
Com três anos, já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo
barulho, só estava empurrando uma cadeira.
- Pois então pára de empurrar a cadeira.
- Eu vou embora - foi a resposta.
Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolandoas num pedaço de pano, era sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma
chave (onde diabo meteram a chave da despensa? a mãe mais tarde irá saber), metade de uma tesourinha enferrujada,
sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente o pai olhou ao redor e não viu o
menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o portão:
- Viu um menino saindo desta casa? - gritou para o operário que descansava diante da obra, do outro lado da rua,
sentado no meio-fio.
- Saiu agora mesmo com uma trouxinha - informou ele.
Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro.
A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e saíra de casa previnido - uma moeda de um cruzeiro. Chamou-o mas ele apertou o passinho e abriu a correr em direção à
avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
- Meu filho, cuidado!
O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto.
O menino, assustado arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como um animalzinho:
- Que susto você me passou, meu filho - e apertava-o contra o peito comovido.
- Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
- Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
- Me larga. Eu quero ir embora.
Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala - tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a
chave, como ele fizera com a da despensa.
- Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
- Fico, mas vou empurrar esta cadeira.
E o barulho recomeçou.
FERNANDO SABINO
106. Dos diminutivos empregados no texto, os únicos que não têm valor afetivo são:
a) coisinhas, passinho.
b) coisinhas, tesourinha.
c) tesourinha e trouxinha.
d) passinho e animalzinho.
e) trouxinha, coisinhas.
107. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque NÃO pertencem à mesma classe.
a) transformando-o SÓ por este fato/ o operário perde, BRUSCAMENTE
b) a abstração QUE o mutila/ é preciso QUE ele substitua
c) não tem consciência de QUE as produz/ julgamos QUE o uso de "printar" não é amplo
d) NEM é seu o fruto de seu trabalho/ não designa uma tarefa determinada, MAS uma função
e) em aspecto determinado DA produção/ todo seu ser À força de trabalho
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Pucsp) O operário moderno carece de individualidade. A classe é mais forte do que o indivíduo e a pessoa se dissolve no
genérico. Porque essa é a primeira e a mais grave mutilação que o homem sofre ao converter-se em assalariado industrial.
O capitalismo despoja-o de sua natureza humana - coisa que não ocorreu com o escravo - já que reduz todo o seu ser à
força de trabalho, transformando-o só por este fato em objeto. E como todos os objetos, em mercadorias, em coisa
susceptível de compra e venda. O operário perde, bruscamente, e em razão mesmo de seu estado social, toda relação
humana e concreta com o mundo: nem são seus os instrumentos que manipula, nem é seu o fruto de seu trabalho. Sequer
chega a vê-lo. Na realidade, não é um operário, já que não produz obras ou não tem consciência de que as produz,
perdido em aspecto determinado da produção. É um trabalhador, nome abstrato, que não designa uma tarefa
determinada, mas uma função. Assim a sua obra não o distingue dos outros homens, tal como acontece com o médico, o
engenheiro ou o carpinteiro. A abstração que o qualifica - o trabalho medido pelo tempo - não separa, mas liga-o a outras
abstrações. Daí sua ausência de mistério, de problematicidade, daí a sua transparência, que não é diversa da de qualquer
instrumento.
(Paz, O. SIGNOS EM ROTAÇÃO. São Paulo: Perspectiva, 2ヘ ed., 1976, pág.245.)
108. Unindo-se as orações a seguir:
O operário moderno carece de individualidade.
A classe é mais forte.
a segunda poderá ser introduzida pela mesma conjunção que ocorre em
a) tal como acontece com o médico.
b) que não designa uma tarefa determinada.
c) já que reduz todo o seu ser à força de trabalho.
d) nem são seus os instrumentos.
e) mas liga-o a outras abstrações.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest-gv) "...um mal que mata e não se vê".
"que mal me tirará o que eu não tenho".
"0 homem, mal vem ao mundo, já começa a padecer."
109. Nas três citações, a palavra mal é, pela ordem: substantivo, advérbio e conjunção. Assinalar a alternativa em que esta
palavra venha convenientemente substituída por equivalentes destas três categorias gramaticais, na mesma ordem:
a) Por castigo dos meus pecados.
Fala e escreve erradamente.
Logo que você saiu, ele chegou.
b) A custo conseguiu pronunciar umas poucas palavras.
Agiu irregularmente em relação a este processo. Falou de sua doença.
c) Calculou erradamente o resultado da experiência.
Assim que se retiraram, desabou o temporal.
Riu-se do sofrimento que te causou.
d) Pediu-lhe escusas pelo aborrecimento que lhe trouxe.
Tão logo ganhou a rua, foi vítima de atropelamento. Julgou injustamente a atitude que tomamos.
e) Para surpresa nossa, apenas recebeu o pacote, saiu.
Está muito doente.
Não imaginava que lhe causaria tanto prejuízo.
110. No poema o vocábulo que vem empregado em diversas categorias gramaticais. Assinalar a alternativa em que ele é
conjunção nas três menções:
a) o que eu não tenho;
que não pode tirar-me;
que mata e não se vê.
b) que dias há;
que na alma me tem posto;
que mal me tirará;
c) um não sei quê;
que nasce não sei onde;
que não temo.
d) que não pode tirar-me;
que mal me tirará;
que não temo.
e) o que não tenho;
que na alma tem posto;
que perigosas seguranças.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) Texto I
"Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Gonçalves Dias
Texto II
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Murilo Mendes
111. "As aves que aqui gorjeiam, / não gorjeiam como lá.". Oração principal:
a) as aves que aqui gorjeiam
b) as aves gorjeiam
c) que aqui gorjeiam
d) as aves não gorjeiam
e) como lá (gorjeiam)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha [aldeia]
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Fernando Pessoa)
112. Fazendo da oração causal (3Ž verso) a oração principal, escreveríamos, sem deturpar o sentido, assim:
a) O Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia,
Portanto, o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia.
b) O Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
c) O Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
A fim de que o Tejo não seja mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
d) O Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
Enquanto o Tejo não for mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
e) O Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia
Desde que o Tejo não seja o rio que corre pela minha aldeia
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Cesgranrio) Por amor à Pátria
1
O que é mesmo a Pátria?
2
Houve, com certeza, uma considerável quantidade de brasileiros(as) que, na linha da própria formação, evocaram
a Pátria com critérios puramente geográficos: uma vastíssima porção de terra, delimitada, porém, por tratados e
convenções. Ainda bem quando acrescentaram: a Pátria é também o Povo, milhões de homens e mulheres que nasceram,
moram, vivem, dentro desse território.
3
Outros, numerosos, aprimoraram essa noção de Pátria e pensaram nas riquezas e belezas naturais encerradas na
vastidão da terra. Então, a partir das cores da bandeira, decantaram o verde das florestas, o azul do firmamento
espelhado no oceano, o amarelo dos metais escondidos no subsolo. Ufanaram-se legitimamente do seu país ou
declararam, convictos, aos filhos jovens, que jamais hão-de ver país como este.
4
Foi o que fizeram todos quantos procuraram a Pátria no quase meio milênio da História do Brasil, complexa e
fascinante História de conquistas e reveses, de "sangue, suor e lágrimas", mas também de esperanças e de realizações.
Evocaram gestos heróicos, comovedoras lendas e sugestivas tradições.
5
Tudo isso e o formidável universo humano e sacrossanto que se oculta debaixo de tudo isso constituem a Pátria.
Ela é história, é política e é religião. Por isso é mais do que o mero território. É algo de telúrico. É mais do que a
justaposição de indivíduos, mas reflete a pulsação da inenarrável história de cada um.
6
A Pátria é mais do que a Nação e o Estado e vem antes deles. A Nação mais elaborada e o Estado mais forte e
poderoso, se não partem da noção de Pátria e não servem para dar à Pátria sua fisionomia e sua substância interior, não
têm todo o seu valor.
7
Por último, quero exprimir, com os olhos fixos na Pátria, o seu paradoxo mais estimulante. De um lado, ela é algo
de acabado, que se recebe em herança.
8
Por outro lado, ela nunca está definitivamente pronta. Está em construção e só é digno dela quem colabora, em
mutirão, para ir aperfeiçoando o seu ser. Independente, ela precisa de quem complete a sua independência. Democrática,
ela pertence a quem tutela e aprimora a democracia. Livre, ela conta com quem salvaguarda a sua liberdade. E sobretudo,
hospitaleira, fraterna, aconchegante, cordial, ela reclama cidadãos e filhos que a façam crescer mais e mais nestes
atributos essenciais de concórdia, equilíbrio, harmonia, que a fazem inacreditavelmente Pátria - e me dá vontade de dizer,
se me permitem criar um neologismo, inacreditavelmente Mátria.
9
Pensando bem, cada brasileiro, quem quer que seja, tem o direito de esperar que os outros 140 milhões de
brasileiros sejam, para ele, Pátria.
Dom Lucas Moreira Neves
(adaptação) JORNAL DO BRASIL - 08/09/93
113. Os elementos "mas também" (parágrafo 4) e "para dar" (parágrafo 6) conferem aos períodos, respectivamente,
idéias de:
a) oposição - causa.
b) consecução - finalidade.
c) acréscimo - finalidade.
d) concessão - causa.
e) oposição - explicação.
114. Observe o 6Ž parágrafo do texto e assinale a opção que contém informação FALSA:
a) "do que a nação...": o conectivo introduz idéia de comparação.
b) as vírgulas do 2Ž período estão separando orações intercaladas.
c) "se não partem": "se" é uma conjunção subordinativa condicional.
d) a última oração do parágrafo classifica-se como oração principal.
e) "todo" é um pronome adjetivo indefinido.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fatec) "Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei à altura da vida em que tudo de bom
era no meu tempo; meu e dos outros coroas. Acho inadmissível e mesmo chocante (no sentido antigo) um coroa não ser
reacionário. (...) O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro
matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário
e a gente tinha de se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à
carreira. Tudo escrito tão ruibarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. (...) Havia
provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente pela vida afora.
(...) Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade
Federal da Bahia e me designaram para a banca de português, com prova oral e tudo. Eu tinha fama de professor carrasco,
que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante
de mim. Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras
vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não
sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por
diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no
texto uma frase em que a palavra 'for' tanto podia ser do verbo 'ser' quanto do verbo 'ir'. Pronto, pensei. Se ele distinguir
qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser. '-Esse for aí, que verbo é esse?' Ele
considerou a frase longamente, como se estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as
abotoaduras, e me encarou sorridente. '-Verbo for' '-Verbo o quê?' '-Verbo for' '-Conjugue aí o presente do indicativo
desse verbo'. 'Eu fonho, tu fões, ele fõe' - recitou ele, impávido - 'Nós fomos, vós fondes, eles fõem'. (...) Vestibular, no
meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo
para quebrar."
(João Ubaldo Ribeiro, "O Verbo 'For'". O Estado de São Paulo, 13/setembro/98)
115. Assinale a alternativa correta:
a) Há um erro intencional de gramática na seguinte frase "Havia provas escritas e orais", pois, quando significa "existir", o
verbo "haver" deve concordar com seu sujeito, cujo núcleo é, no presente caso, "provas".
b) Na frase "TINHA só quatro matérias", a palavra em maiúsculo tem o mesmo significado que em: "Eu TINHA fama de
professor carrasco".
c) O autor invoca o "sentido antigo" do adjetivo "chocante" (aquele ou aquilo que choca, ofende), porque este se opõe a
um sentido moderno (muitíssimo bom), presente na linguagem coloquial dos jovens.
d) A frase "a gente tinha de se virar por fora" faz recurso ao registro coloquial da linguagem e, se fosse transposta para a
norma culta do idioma, seria "a gente virar-se-ia por fora".
e) Na frase "sendo que ESTA não constava dos currículos", o pronome destacado tem como antecedente o substantivo
"matéria" com o qual concorda em gênero e número.
116. Assinale a alternativa que integra corretamente as frases I, II e III num único período:
I. Havia provas escritas e orais.
II. A prova escrita já dava nervosismo.
III. Da prova oral muitos nunca se recuperaram.
a) Havia provas escritas, às quais já davam nervosismo, e orais, nas quais muitos nunca se recuperaram.
b) Havia provas escritas, a que já davam nervosismo, e orais, de que muitos nunca se recuperaram.
c) Havia provas escritas, as quais já davam nervosismo, e orais, as quais muitos nunca se recuperaram.
d) Havia provas escritas, que já davam nervosismo, e orais, das quais muitos nunca se recuperaram.
e) Havia provas escritas, em que já davam nervosismo, e orais, que muitos nunca se recuperaram.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puc-rio)
A TERCEIRA MARGEM DO RIO
1
Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que
testemunharam as diversas pessoas sensatas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não
figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que
ralhava ¢no diário com a gente - minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si
uma canoa.
2
Era a sério. §Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como
para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arquejada em rijo, própria para dever durar
na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava,
se ia propor agora para pescarias e caçadas? ¦Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do
rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder
ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.
3
Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras
palavras, não pegou matula e trouxa, não fez nenhuma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia ¥esbravejar,
mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: "-Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" ©Nosso pai
suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe,
mas obedeci, de vez de jeito. ¨O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: - "Pai, o senhor me leva
junto, nessa sua canoa?" ¥Ele só retornou o olhar em mim, e me £botou a bênção, com gesto me mandando para ¤trás.
Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a
canoa saiu se indo - a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.
(Guimarães Rosa, J. FICÇÃO COMPLETA.
Rio de Janeiro, Ed. Nova Aguilar, 1994, p.409.)
117. Assinale a opção em que a vírgula NÃO poderia ser omitida, de acordo com as regras da norma culta da língua.
a) "Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente..." (par.1)
b) "E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta." (par.2)
c) "... pelo que testemunharam as diversas pessoas sensatas, quando indaguei a informação." (par.1)
d) "Seria que, ele..." (par.2)
e) "Pai, o senhor me leva junto...?" (par.3)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) RIOS SEM DISCURSO
A Gabino Alejandro Carriedo
Quando um rio corta, corta-se de vez
o discurso-rio de água que ele fazia;
cortado, a água se quebra em pedaços,
em poços de água, em água paralítica.
Em situação de poço, a água equivale
a uma palavra em situação dicionária:
isolada, estanque no poço dela mesma,
e porque assim estanque, estancada;
e mais: porque assim estancada, muda,
e muda porque com nenhuma comunica,
porque cortou-se a sintaxe desse rio,
o fio de água por que ele discorria.
O curso de um rio, seu discurso-rio,
chega raramente a se reatar de vez;
um rio precisa de muito fio de água
para refazer o fio antigo que o fez.
Salvo a grandiloquência de uma cheia
lhe impondo interina outra linguagem,
um rio precisa de muita água em fios
para que todos os poços se enfrasem:
se reatando, de um para outro poço,
em frases curtas, então frase e frase,
até a sentença-rio do discurso único
em que se tem voz a seca ele combate.
(Melo Neto, João Cabral de - "Rios Sem Discurso". In: POESIAS COMPLETAS: 1940-1955. 2ヘ ed., Rio de Janeiro, J.
Olympio, 1975, p. 26)
118. Observando o poema de João Cabral de Melo Neto é possível perceber que há uma oposição entre as duas estrofes.
a) Justifique de que maneira a pontuação no poema reforça a idéia de oposição.
b) Através das três formas nominais: infinitivo, gerúndio e particípio, mostre qual é a relação entre as duas estrofes, e
explique por quê.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Cesgranrio)
O NOVO PLANETA DOS HOMENS
1
Uma recente pesquisa americana, concluída em 1985, busca apreender as reações e os sentimentos dos homens
após vinte anos de emancipação feminina, para daí projetar a provável tendência futura da vida entre os sexos. O livro
COMO OS HOMENS SE SENTEM, do jornalista Anthony Astrachan, aposta numa "revolução masculina irreversíveis, que
teria se iniciado na década de 70, impulsionada por dez anos de avanço feminino. O autor faz uma minuciosa análise das
consequências, para o homem, da entrada da mulher nos vários setores da sociedade: indústria, serviços, exército, mundo
empresarial e profissões liberais. Ele conclui que a revolução feminina efetivamente gerou reformulações profundas nos
papéis sociais e na identidade masculina, às custas de um alto preço efetivo e emocional.
2
Às reações negativas dos homens, desencadeadas pelas transformações no equilíbrio de poder entre os sexos,
Astrachan oferece uma curiosa explicação: "É possível que os homens tenham reivindicado a liderança há muito tempo, e
a tenham mantido através dos tempos para compensar a sua incapacidade de gerar filhos." Mas, observa o autor, ao
mesmo tempo que o homem luta para não abandonar a fantasia do poder, continuando a lidar com a mulher emancipada
a partir de antigos e conhecidos padrões, ao colocá-la no lugar de mãe, amante, esposa ou irmã e negar-lhe a
competência profissional, tem aumentado o número de homens que incorporaram outras atitudes. O fenômeno apontaria
para um homem realmente novo, capaz de usufruir e contribuir para uma síntese positiva entre os sexos.
3
Não tão otimista, a escritora e filósofa Elisabeth Badinter 90 não vê ainda configurado um "novo homem". Para o
homem, abordar o terreno feminino é "desvirilizante", ao passo que a mulher se valorizou ao adentrar o mundo
masculino. Sem dúvida, segundo ela, a evolução maior depende da recolocação dos homens, mas esse projeto "é ainda
um fenômeno muito marginal e se dá apenas numa minoria sofisticada".
4
Para a realidade brasileira, essas questões assumem diferentes contornos, matizadas por uma crise que, no
limite, torna perigosas as prospecções. Poucos são os que se arriscam: "O homem está sendo obrigado a se adaptar à crise
permanente com uma revolução permanente", diz o escritor Sérgio Sant'Anna. Ele vê, ainda, mudanças na família e nas
relações do homem com a paternidade, mas sente que, no momento, "as pessoas estão muito inseguras, desprotegidas e
tendem a voltar a padrões conservadores". Mas adverte: "Essa não é uma transformação que se dê ao nível ideológico e
intelectual; os que a fizeram se deram mal. Ela supõe crises emocionais profundas."
5
A feminista Rose Marie Muraro, embora admita um retrocesso violento aos comportamentos machistas e
convencionais na década de 80, prevê a vitória inconteste dos comportamentos libertários. Quanto à luta feminista, ela
reconhece que os homens tiveram pouco tempo para incorporar as transformações da década de 70. Acreditando que a
definição virá na próxima década, Rose finaliza: "Hoje a mulher não é mais a imagem do desejo alheio, (...) mas é sujeito
de seu próprio desejo." Mas tudo isso não esconde uma mágoa: "(...) Tive um câncer e uma úlcera ao viver o mundo
masculino, sendo mulher no setor público. Tive de me masculinizar, pois lá quem não mata, morre."
6
Sem rancores, mas não menos inquieta, a psicanalista Suely Rolnik assume toda sua crença na potência criativa
do desejo humano: "O que eu vejo hoje é uma aliança entre homem e mulher. É uma história nascente de cumplicidade
entre o homem e a mulher."
(Yudith Rosenbaum, Revista LEIA, nŽ 128, 1989, p. 36-38, com adaptações.)
119. Assinale a opção em que se identifica CORRETAMENTE a classe gramatical das palavras destacadas nos trechos a
seguir:
a) "projetar a PROVÁVEL tendência futura da VIDA entre os sexos"
Substantivos, sendo que o segundo faz parte de uma locução adjetiva.
b) "que teria se iniciado na DÉCADA de 70, impulsionada por dez ANOS de avanço feminino"
Advérbios, expressando noção de tempo.
c) "homens QUE incorporaram OUTRAS atitudes"
Pronomes, sendo o primeiro classificado como relativo e o segundo como indefinido.
d) "ela reconhece QUE os homens tiveram pouco tempo PARA incorporar as transformações"
Conjunções, estabelecendo ligação entre as orações.
e) "SEM rancores, MAS não menos inquieta"
Preposições, subordinando um elemento da frase a um outro elemento anterior.
120. Em qual das opções há uma análise ERRADA quanto à variação nominal de gênero ou de número?
a) homem - mulher
Substantivos que indicam oposição semântica de sexo através de vocábulos distintos.
b) jornalista - amante
Substantivos com uma só forma para os dois gêneros.
c) o rapaz ALEMÃO - a moça ALEMÃ
Adjetivos cujo plural apresenta grafia e pronúncia iguais.
d) muito frio - friíssimo
Formas do superlativo absoluto: o analítico e o sintético.
e) vice-diretor - beija-flor
Compostos cuja flexão de plural só ocorre no segundo elemento.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puccamp) MEU CARO DEPUTADO
O senhor nem pode imaginar o quanto eu e a minha família ficamos agradecidos. A gente imaginava que o senhor
nem ia se lembrar de nós, quando saiu a nomeação do Otavinho meu filho. Ele agora está se sentindo outro. Só fala no
senhor, diz que na próxima campanha vai trabalhar ainda mais para o senhor. No primeiro dia de serviço ele queria ir na
repartição com a camiseta da campanha mas eu não deixei, não ia ficar bem, apesar que eu acho que o Otavinho tem
muita capacidade e merecia o emprego. Pode mandar puxar por ele que ele dá conta, é trabalhador, responsável,
dedicado, a educação que ele recebeu de mim e da mãe foi sempre no caminho do bem.
Faço questão que na próxima eleição o senhor mande mais material que eu procuro todos os amigos e os
conhecidos. O Brasil precisa de gente como o senhor, homens de reputação despojada, com quem a gente pode contar.
Meu vizinho Otacílio, a mulher, os parentes todos também votaram no senhor. Ele tem vergonha, mas eu peço por ele,
que ele merece: ele tem uma sobrinha, Maria Lúcia Capistrano do Amara, que é professora em Capão da Serra e é muito
adoentada, mas o serviço de saúde não quer dar aposentadoria. Posso lhe garantir que a moça está mesmo sem
condições, passa a maior parte do tempo com dores no peito e na coluna que nenhum médico sabe o que é. Eu disse que
ia falar com o senhor, meu caro deputado, não prometi nada, mas o Otavinho e a mulher tem esperanças que o senhor vai
dar um jeitinho. É gente muito boa e amiga, o senhor não vai se arrepender.
Mais uma vez obrigado por tudo, Deus lhe pague. O Otavinho manda um abraço para o senhor. Aqui vai o nosso
abraço também. O senhor pode contar sempre com a gente.
Miroel Ferreira (Miré)
121. A palavra "gente" é bastante repetida no texto, assumindo aspectos distintos. Indique a alternativa em que se
interpreta INCORRETAMENTE um de seus empregos, considerando o contexto.
a) Na frase "A GENTE imaginava que o senhor nem ia se lembrar de nós", ela se reporta ao círculo doméstico e auxilia no
tom da intimidade e da confissão.
b) Na expressão "com quem a GENTE pode contar" ela traduz, de forma precisa, as camadas mais humildes da população
brasileira.
c) Na frase "O Brasil precisa de GENTE como o senhor", ela se refere a pessoas supostamente vocacionadas para a
representação do interesse público.
d) Na frase "É GENTE muito boa e amiga", ela equivale a "pessoas", humanamente valorizadas e apresentadas com
intimidade.
e) Na expressão "contar sempre com a GENTE", ela equivale a "nós", valorizado o termo como um coletivo familiar e
confiável.
122. (Fuvest) Conheci que (1) Madalena era boa em demasia...
A culpa foi desta vida agreste que (2) me deu uma alma agreste.
Procuro recordar o que (3) dizíamos.
Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que (4) piava há dois anos?
Esqueço que (5) eles me deixaram e que (6) esta casa está quase deserta.
Nas frases acima o "que" aparece seis vezes; em três delas é pronome relativo. Quais?
a) 1, 2 e 4.
b) 2, 4 e 6.
c) 3, 4 e 5.
d) 2, 3 e 4.
e) 2, 3 e 5.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest) Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e
nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.
E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher,
para que serve esta narrativa? Para nada, mas sou forçado a escrever.
Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as
idéias não vêm, ou vêm muito numerosas - e a folha permanece meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas
linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar corrigi-las. Afasto o papel.
Emoções indefiníveis me agitam - inquietação terrível, desejo doido de voltar, tagarelar novamente com
Madalena, como fazíamos todos os dias, e esta hora. Saudade? Não, não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no
coração.
Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas palavras eram apenas palavras, reprodução imperfeita de
fatos exteriores, e as dela tinham alguma coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu apagava as luzes,
deixava que a sombra nos envolvesse até ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.
Lá fora os sapos arengavam, o vento gemia, as árvores do pomar tornavam-se massas negras.
- Casimiro!
Casimiro Lopes estava no jardim, acocorado ao pé da janela, vigiando.
- Casimiro!
A figura de Casimiro Lopes aparece à janela, os sapos gritam, o vento sacode as árvores, apenas visíveis na treva.
Maria das Dores entra e vai abrir o comutador. Detenho-a: não quero luz.
O tique-taque do relógio diminui, os grilos começam a cantar. E Madalena surge no lado de lá da mesa. Digo
baixinho:
- Madalena!
A voz dela me chega aos ouvidos. Não, não é aos ouvidos. Também já não a vejo com os olhos.
Estou encostado na mesa, as mãos cruzadas. Os objetos fundiram-se, e não enxergo sequer a toalha branca.
- Madalena...
A voz de Madalena continua a acariciar-me. Que diz ela? Pede-me naturalmente que mande algum dinheiro a
mestre Caetano. Isto me irrita, mas a irritação é diferente das outras, é uma irritação antiga, que me deixa inteiramente
calmo. Loucura estar uma pessoa ao mesmo tempo zangada e tranquila. Mas estou assim. Irritado contra quem? Contra
mestre Caetano. Não obstante ele ter morrido, acho bom que vá trabalhar. Mandrião!
A toalha reaparece, mas não sei se é esta toalha que tenho sobre as mãos cruzadas ou a que estava aqui há cinco
anos.
Rumor do vento, dos sapos, dos grilos. A porta do escritório abre-se de manso, os passos de seu Ribeiro afastamse. Uma coruja pia na torre da igreja. Terá realmente piado a coruja? Será a mesma que piava há dois anos? Talvez seja
até o mesmo pio daquele tempo.
Agora seu Ribeiro esta conversando com D. Glória no salão. Esqueço que eles me deixaram e que esta casa está
quase deserta.
- Casimiro!
Penso que chamei Casimiro Lopes. A cabeça dele, com o chapéu de couro de sertanejo, assoma de quando em
quando à janela, mas ignoro se a visão que me dá é atual ou remota.
Agitam-se em mim sentimentos inconciliáveis: encolerizo-me e enterneço-me; bato na mesa e tenho vontade de
chorar.
Aparentemente estou sossegado: as mãos continuam cruzadas sobre a toalha e os dedos parecem de pedra.
Entretanto ameaço Madalena com o punho. Esquisito.
Distingo no ramerrão da fazenda as mais insignificantes minudências. Maria das Dores, na cozinha, dá lição ao
papagaio. Tubarão rosna acolá no jardim. O gado muge no estábulo.
O salão fica longe: para irmos lá temos de atravessar um corredor comprido. Apesar disso a palestra de seu
Ribeiro e D. Glória é bastante clara. A dificuldade seria reproduzir o que eles dizem. É preciso admitir que estão
conversando sem palavras.
Padilha assobia no alpendre. Onde andará Padilha?
Se eu convencesse Madalena de que ela não tem razão... Se lhe explicasse que é necessário vivermos em paz...
Não me entende. Não nos entendemos. O que vai acontecer será muito diferente do que esperamos. Absurdo.
Há um grande silêncio. Estamos em julho. O nordeste não sopra e os sapos dormem. Quanto às corujas, Marciano
subiu ao forro da igreja e acabou com elas a pau. E foram tapados os buracos de grilos.
Repito que tudo isso continua a azucrinar-me.
O que não percebo é o tique-taque do relógio. Que horas são? Não posso ver o mostrador assim às escuras.
Quando me sentei aqui, ouviam-se as pancadas do pêndulo, ouviam-se muito bem. Seria conveniente dar corda ao
relógio, mas não consigo mexer-me.
(Ramos, Graciliano, SÃO BERNARDO, Rio de Janeiro, Record, 1989)
123. "Maria das Dores entra e vai abrir o comutador. Detenho-a: não quero luz."
Os dois pontos (:) usados acima estabelecem uma relação de subordinação entre as orações. Qual tipo de subordinação?
a) Temporal.
b) Final.
c) Causal.
d) Concessiva.
e) Conclusiva.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufrj) Na verdade, à primeira vista, seu aspecto era de um velho como tantos outros, de idade indefinida, rugas, cabelos
brancos, uma barba que lhe dará um vago ar de sabedoria e respeitabilidade. Mas uma certa agilidade e o porte ereto
darão a impressão de que, apesar da aparência de velho, o viajante guardará o vigor da juventude. E os olhos... ah, o
brilho dos olhos será absolutamente sem idade, um brilho deslumbrado como o de um bebê, curioso como o de um
menino, desafiador como o de um jovem, sábio como o de um homem maduro, maroto como o de um velhinho bemhumorado que conseguisse somar tudo isso.
(MACHADO, Ana Maria. O CANTO DA PRAÇA. Rio de Janeiro: Salamandra, 1986.)
124. As conjunções "mas" e "e" , que iniciam o segundo e o terceiro períodos, são especialmente importantes na
ESTRUTURAÇÃO e no SENTIDO DO TEXTO. Explique por quê.
125. Confronte os trechos destacados nos trechos A e B.
A
"apesar da aparência DE VELHO"
B
"seu aspecto era DE UM VELHO
COMO TANTOS OUTROS"
"maroto como o DE UM VELHINHO
BEM-HUMORADO"
a) Como se justifica a ausência de artigo no trecho destacado no trecho A?
b) No trecho B, o artigo indefinido tem seu sentido reiterado em um dos dois trechos destacados.
Que recurso linguístico é responsável por essa reiteração? Explique sua resposta.
126. (Puccamp) A própria ONU admite não ter acesso a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire.
Deslocando-se o sujeito, a frase anterior está corretamente pontuada em:
a) Admite, a própria ONU, não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
b) Admite a própria ONU, não ter acesso, a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire.
c) Admite, a própria ONU não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
d) Admite a própria ONU: não ter acesso a 600 mil refugiados, hutus no leste do Zaire.
e) Admite, a própria ONU: não ter acesso a 600 mil refugiados hutus, no leste do Zaire.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Puccamp)
Tribalização
O continente africano, que tantas vezes e por tanto tempo já foi o espelho sombrio e espoliado dos progressos da
civilização ocidental, infelizmente continua sujeito a um processo que, no limite, resume-se a uma implosão civilizatória.
Se os tempos são de globalização, o espelho de horrores africano coloca-nos diante da antítese mais extrema, a
da tribalização. Chegam-se ao fim do século 20 com o mais velho continente mergulhado em conflitos étnicos, miséria,
endemias e estagnação econômica.
A situação tornou-se agora extremamente grave, e entre Zaire e Ruanda parece inevitável uma guerra aberta.
Tudo sob o olhar distante e pouco interessado das grandes potências ocidentais. A própria ONU admite não ter acesso a
600 mil refugiados hutus no leste do Zaire e pediu fotos de satélite para identificar onde eles estariam. Segundo a
comissária da União Européia, 1 milhão de pessoas podem morrer. Seria patético, se não fosse absolutamente trágico.
A responsabilidade do Ocidente é inegável. Basta lembrar o antigo nome do Zaire, Congo Belga, para tomar
consciência do passado colonialista que em muitos casos criou divisões geopolíticas e unidades de governo pouco ou nada
coerentes com tradições tribais, étnicas ou mesmo territoriais.
Infelizmente, uma parte relativamente grande da mídia e dos governantes dos países "civilizados" retrata os
conflitos como puramente tribais, como se o genocídio africano não tivesse começado faz alguns séculos, sob o comando
de potências colonialistas.
Mais, parece evidente que a "tribalização", ou seja, a predominância de fatores locais, étnicos e de disputa
territorial, nada mais é que o resultado de uma situação de estagnação e fome epidêmica em que boa parte do continente
continua mergulhada em decorrência de seus sistemas econômicos, totalmente marginalizados da globalização.
Lamentavelmente, a dívida em vidas, riqueza e cultura do Ocidente com a África tende apenas a crescer.
(Adaptado da Folha de São Paulo, 31/10/96, 1-2.)
127. Há uma oração subordinada adverbial final em:
a) A situação tornou-se agora extremamente grave, e entre Zaire e Ruanda uma guerra aberta parece inevitável.
b) A própria ONU admite não ter acesso a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire e pediu fotos de satélite para
identificar onde eles estariam.
c) Segundo a comissária da União Européia, 1 milhão de pessoas podem morrer.
d) Infelizmente, uma parte significativa da mídia e dos governantes dos países "civilizados" retratam os conflitos como se o
genocídio africano não tivesse começado sob o comando de potências colonialistas.
e) Lamentavelmente, a dívida em vidas, riqueza e cultura do Ocidente com a África tende apenas a crescer.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas palavras, especialmente nas que eram ditas com fé. No entanto,
todas as palavras que ele dissera, nos púlpitos, na salas de aula, nas reuniões, nas catequeses, nos corredores, nos ouvidos
dos reis, clérigos, inquisidores, duques, marqueses, ouvidores, governadores, ministros, presidentes, rainhas, príncipes,
indígenas, desses milhões de palavras ditas com esforço de pensamento, poucas - ou nenhuma delas - havia surtido efeito.
O mundo continuava exatamente o de sempre. O homem, igual a si mesmo.
Ana Miranda, BOCA DO INFERNO
128. Antônio Vieira acreditava nas palavras.
No entanto, poucas palavras haviam surtido efeito.
Assinale a alternativa que contém período de mesma classificação sintática que o período anterior
a) Vivera como um santo; o que se dizia dele, entretanto, era bem diferente.
b) Como não tivera culpa comprovada, Teles de Menezes pôde voltar à sua terra natal.
c) Enquanto isso se passava, na Universidade do México me dedicaram umas conclusões de teologia.
d) Se lgnácio de Loyola estivesse vivo estaria aplaudindo e apoiando seu soldado.
e) Afinal, tudo aconteceu por culpa do pedido que meu pai lhe fizera.
129. (Ufrs) Considere as seguintes possibilidades de substituição de preposições do texto.
I - A preposição "para" poderia ser substituída por "a" (ref.7).
II - A preposição "a" poderia ser substituída por "de" (ref.8).
III - A preposição "a", na combinação "ao" (ref.9), poderia ser substituída por "por", gerando-se, assim, uma nova
combinação.
Quais delas mantêm o significado original das expressões que as contêm?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufrs) "O futebol é muito maior do que a criação artística"
1
Por que cargas d'água o futebol não tem na literatura brasileira a correspondência de sua verdadeira dimensão
na nossa sociedade? Na verdade, pode-se ... (I) ... essa questão ¨para todas as demais manifestações artísticas - música,
cinema, teatro e artes plásticas. De ...(II)... muito, o futebol £se infiltrou de tal forma no ¤tecido social brasileiro que está
presente no nosso dia-a-dia de maneira sufocante. Respirarmos futebol e falamos de futebol, quer gostemos ou não de
futebol. Ele já faz parte da própria natureza do brasileiro. Mas isso não está devidamente expresso na poesia ou na prosa,
nem impresso nas obras espalhadas pelas galerias de arte, tampouco projetado nas telas de cinema, representado
devidamente nos palcos ou ¥capturado em seu rico gestual pelas coreografias de balé.
2
Talvez a resposta esteja com o professor, ensaísta, poeta, escritor e gênio em geral, Décio Pignatari, que, ©a
propósito, me disse certa vez: "É que o futebol é muito maior do que a criação artística".
3
O que o mestre queria dizer, se ¦entendi, é que o futebol incorpora a graça do balé, a dinâmica do cinema, a
expressão do ser e dos movimentos das artes plásticas; ele cria os mais inverossímeis personagens, tece as tramas mais
insólitas que a ficção possa conceber e nos §derrama um belo verso, ªao menos, ... (III) ... cada partida. Assim, criou sua
própria semântica, uma linguagem que dispensa as demais.
(Adaptado de: HELENA JR., Alberto. O FUTEBOL É MUITO MAIOR DO QUE A CRIAÇÃO ARTÍSTICA. "Folha de São Paulo", 03
de setembro, 1997, p. 12, 3° caderno.)
130. Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I - As aspas são usadas no texto para introduzir trechos citados de outro autor.
II - O texto limita-se a lançar uma possível resposta para a pergunta feita nas linhas no parágrafo 1.
III - Segundo o texto, as manifestações artísticas são linguagens.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e III
e) I, II e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg) O termo "Política", em qualquer de seus usos, na linguagem comum ou na linguagem dos especialistas e
profissionais, refere-se ao exercício de alguma forma de poder e, naturalmente, às múltiplas consequências desse
exercício. Toda maneira pela qual o poder é exercido, se reveste de grande complexidade, às vezes não aparente à
primeira vista. Por exemplo, se o governo decreta um novo imposto, esse ato não consiste numa decisão que "vai e não
volta". Ao contrário, a criação de um novo imposto, cuja decretação constitui obviamente um ato de poder, ou seja, um
ato político, é precedida, de forma variável conforme o caso, por uma série de outros atos em que tomam parte diversos
detentores de alguma espécie de poder, tais como governantes, técnicos, assessores, grupos de interesse, indivíduos ou
entidades influentes e assim por diante. E também se desencadeia uma inter-relação entre a "fonte do poder" (a que criou
e implantou o imposto) e os submetidos a esse poder (os que, direta ou indiretamente, são afetados pelo imposto). Basta
pensar um pouco para ver como qualquer ato de poder é complexo e cheio de implicações. E é este o terreno da Política.
Contudo, definir a Política apenas como algo relacionado ao poder não chega a ser satisfatório. Se pensarmos
bem, veremos que a frase "a Política tem a ver com o exercício do poder" não quer dizer muita coisa, principalmente
porque há inúmeras dificuldades para que se saiba o que é "poder". Nada impede, por exemplo, que se diga que o poder é
um fluido mágico, como já se acreditou e ainda se acredita até hoje. Que significa "ter poder"? Não pode ser
simplesmente estar investido em algum cargo, pois acontece com frequência que os ocupantes de um cargo qualquer se
submetam à vontade de outras pessoas, não ocupantes de cargo algum - as chamadas "eminências pardas". Não basta,
também, usar expressões como "carisma" ou "magnetismo" ou "poder do dinheiro", pois isto tampouco explica muita
coisa, ou não explica nada. E, pior ainda, o poder só pode ser visto, sentido, avaliado, ao exercer-se. Antes do momento
em que se exerce, ele é somente uma conjectura, uma presunção, algo que se acha que vai acontecer. Para usar uma
comparação fácil, a situação é como a que existe antes do jogo de um grande time de futebol com um clubezinho do
interior. O time grande tem "poder" de sobra para vencer os desconhecidos obscuros da cidade pequena. Não obstante,
pode ocorrer que, num jogo decisivo, o poderoso perca. Claro que não é uma coisa "normal", é uma exceção explicável de
mil formas. Mas acontece, da mesma maneira que em situações equivalentes na vida social, na coletividade, na
administração pública.
A tarefa de procurar entender o que é realmente o poder deve ser deixada a cargo de gente como os filósofos e
teóricos, que têm por ocupação examinar a realidade para além dos interesses imediatos das pessoas. É uma tarefa muito
importante (...). Entretanto, para quem está preocupado com problemas mais próximos, como nós, deve-se levar em
conta que é inútil, em termos práticos, a curto prazo, discutir sobre o que é o poder, pois este só se torna visível ao
manifestar-se. Ou seja, é em ação que se analisa o poder. É no processo, na inter-relação, não na elaboração intelectual
abstrata. Estendendo a analogia futebolística, neste caso muito ilustrativa: só se sabe quem ganhou depois que o jogo
acaba. Antes, tudo está sujeito a fatores no mais das vezes imprevisíveis. Assim é também, em tudo, o jogo disso que
chamamos vagamente de "poder".
RIBEIRO, João Ubaldo. POLÍTICA; quem manda, por que manda, como manda. 2ヘ ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
p.13-15.
131. Em todas as alternativas, está presente a relação de idéias identificada entre parênteses, EXCETO em
a) Se pensarmos bem, veremos que a frase "A Política tem a ver com o exercício do poder" não quer dizer muita coisa.
(condicionalidade)
b) ... há inúmeras dificuldades para que se saiba o que é "poder".
(finalidade)
c) Nada impede, por exemplo, que se diga que o poder é um fluido mágico, como já se acreditou..
(conformidade)
d) Não pode ser simplesmente estar investido em algum cargo, pois acontece com frequência que os ocupantes de um
cargo qualquer se submetam à vontade de outras pessoas.
(explicação)
e) ... o poder só pode ser visto, sentido, avaliado, ao exercer-se.
(temporalidade)
132. (Unitau) Em "A crença de que ESSES dois objetivos podem existir paralelamente é, devido ao estágio primitivo de
nosso conhecimento científico, uma questão de fé", o autor empregou a palavra em destaque porque
a) é uma indicação da distância espacial entre o escritor e o leitor.
b) é uma indicação da proximidade temporal entre o escritor e o leitor.
c) é uma indicação da distância temporal entre o escritor e o leitor.
d) é uma referência coesiva a elementos da frase posterior.
e) é uma referência coesiva a elementos da frase anterior.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Unitau)
"Vivemos numa época de tamanha insegurança externa e interna, e de tamanha carência de objetivos
firmes, que a simples confissão de nossas convicções pode ser importante, mesmo que essas convicções, como todo
julgamento de valor, não possam ser provadas por deduções lógicas.
Surge imediatamente a pergunta: podemos considerar a busca da verdade - ou, para dizer mais modestamente,
nossos esforços para compreender o universo cognoscível através do pensamento lógico construtivo - como um objeto
autônomo de nosso trabalho? Ou nossa busca da verdade deve ser subordinada a algum outro objetivo, de caráter
prático, por exemplo? Essa questão não pode ser resolvida em bases lógicas. A decisão, contudo, terá considerável
influência sobre nosso pensamento e nosso julgamento moral, desde que se origine numa convicção profunda e
inabalável Permitam-me fazer uma confissão: para mim, o esforço no sentido de obter maior percepção e compreensão é
um dos objetivos independentes sem os quais nenhum ser pensante é capaz de adotar uma atitude consciente e positiva
ante a vida.
Na própria essência de nosso esforço para compreender o fato de, por um lado, tentar englobar a grande e
complexa variedade das experiências humanas, e de, por outro lado, procurar a simplicidade e a economia nas hipóteses
básicas. A crença de que esses dois objetivos podem existir paralelamente é, devido ao estágio primitivo de nosso
conhecimento científico, uma questão de fé. Sem essa fé eu não poderia ter uma convicção firme e inabalável acerca do
valor independente do conhecimento.
Essa atitude de certo modo religiosa de um homem engajado no trabalho científico tem influência sobre toda sua
personalidade. Além do conhecimento proveniente da experiência acumulada, e além das regras do pensamento lógico,
não existe, em princípio, nenhuma autoridade cujas confissões e declarações possam ser consideradas "Verdade " pelo
cientista. Isso leva a uma situação paradoxal: uma pessoa que devota todo seu esforço a objetivos materiais se tornará, do
ponto de vista social, alguém extremamente individualista, que, a princípio, só tem fé em seu próprio julgamento, e em
nada mais. É possível afirmar que o individualismo intelectual e a sede de conhecimento científico apareceram
simultaneamente na história e permaneceram inseparáveis desde então. "
(Einstein, in: "O Pensamento Vivo de Einstein", p. 13 e 14, 5a. edição, Martin Claret Editores)
133. Na frase "... nenhuma autoridade 'cujas' confissões...", a palavra, entre aspas, no plano morfológico, sintático e
semântico é:
a) pronome indefinido, complemento nominal, deles.
b) pronome relativo, adjunto adnominal, deles.
c) pronome relativo, complemento nominal, delas.
d) pronome indefinido, adjunto adnominal, delas.
e) pronome relativo, complemento nominal, deles.
134. Observe:
I. "Essa atitude de certo modo religiosa de 'um' homem engajado no trabalho..."
II. "Pedro comprou 'um' jornal"
III. "Maria mora no apartamento 'um'."
IV. "Quantos namorados você tem?" 'Um'.
A palavra "um" nas frases acima é, no plano morfológico, respectivamente:
a) artigo indefinido em I e numeral em II, III e IV.
b) artigo indefinido em I e II e numeral em III e IV.
c) artigo indefinido em I e III e numeral em II e IV.
d) artigo indefinido em I, II, III e IV.
e) artigo indefinido em III e IV e numeral em I e II.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrrj) SEM DATA
1
Há seis ou sete dias que eu não ia ao Flamengo. Agora à tarde lembrou-me lá passar antes de vir para casa. Fui a
pé; achei aberta a porta do jardim, ¦entrei e parei logo.
2
"Lá estão eles", disse comigo.
3
Ao fundo, à entrada do saguão, dei com os dois velhos sentados, olhando um para o outro. Aguiar estava
encostado ao portal direito, com as mãos sobre os joelhos. D. Carmo, à esquerda, tinha os braços cruzados à cinta.
§Hesitei entre ir adiante ¤ou desandar o caminho; continuei parado alguns segundos até que recuei pé ante pé. Ao
transpor a porta para a rua, vi-lhes no rosto e na atitude £uma expressão a que não acho nome certo ou claro: digo o que
me pareceu. Queriam ser risonhos e ¥mal se podiam consolar. ¢Consolava-os a saudade de si mesmos.
(ASSIS. Machado. "Memorial de Aires". in: OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro, Aguilar, 1989.)
135. "Tinha QUE consolá-los."
A alternativa em que a palavra em maiúsculo apresenta valor gramatical correspondente ao
exemplo em destaque é
a) uma expressão a QUE não acho nome certo. (ref. 2)
b) ... OU desandar o caminho. (ref. 3)
c) e MAL se podiam consolar. (ref. 4)
d) entrei E parei logo. (ref. 5)
e) hesitei ENTRE ir adiante ... (ref. 6)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) Texto: "Os Três Amores"
I
MINH'ALMA é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora ...
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora...
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes...
- Tu és Eleonora...
II
Meu coração desmaia pensativo,
Cismando em tua rosa predileta.
Sou teu pálido amante vaporoso,
Sou teu Romeu... teu lânguido poeta!
Sonho-te às vezes virgem... seminua
Roubo-te um casto beijo à luz da lua
- E tu és Julieta...
III
Na volúpia das noites andaluzas
O sangue ardente em minhas veias rola...
Sou D. Juan!... Donzelas amorosas,
Vós conheceis-me os trenos na viola!
Sobre o leito do amor teu seio brilha...
Eu morro, se desfaço-te a mantilha...
Tu és - Júlia, a Espanhola!...
Castro Alves
136. A pontuação utilizada pelo poeta (reticências, travessões e exclamações) destaca uma organização linguística onde é
notória uma:
a) seleção vocabular redundante, monótona.
b) preocupação com uma sintaxe expressiva.
c) pontuação correta, mas inexpressiva.
d) presença excessiva do registro coloquial.
e) objetividade advinda de uma linguagem predominantemente denotativa.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ita)
OS CÃES
- Lutar. Podes escachá-los ou não; o essencial¢ é que lutes. Vida é luta. Vida SEM LUTA£ é um mar morto no
centro do organismo universal.
DAÍ A POUCO demos COM UMA BRIGA de cães¤; fato que AOS OLHOS DE UM HOMEM VULGAR não teria valor.
Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles¥ estava um osso, MOTIVO DA GUERRA,
e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães
mordiam-se¢, rosnavam, COM O FUROR NOS OLHOS... Quincas Borba meteu a bengala DEBAIXO DO¦ BRAÇO, e parecia
EM ÊXTASE.
- Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando.
Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado AO CHÃO, e só continuou A ANDAR, quando a briga
cessou£ INTEIRAMENTE, e um dos cães, MORDIDO e vencido, foi levar a sua fome A OUTRA PARTE. Notei que ficara
sinceramente ALEGRE, posto§ contivesse a ALEGRIA, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a beleza do
espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada para os
efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as
criaturas humanas é que disputam¤ aos cães os ossos e outros manjares menos APETECÍVEIS; luta que se complica muito,
porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos etc.
137. Identificadas as classes das palavras retiradas do texto e relacionando a segunda coluna em relação à primeira,
assinale a sequência correta a seguir:
(1) adjetivo
(2) substantivo
(3) verbo
(4) pronome
(5) advérbio
(6) conjunção
(7) preposição
(8) locução adjetiva
(9) locução adverbial
(10) locução substantiva
(11) locução prepositiva
(
(
(
(
(
(
) o essencial (referência 1)
) sem luta (referência 2)
) de cães (referência 3)
) ao pé deles (referência 4)
) debaixo do (referência 5)
) posto (referência 6)
a) 1-8-8-9-11-3
b) 1-9-8-9-7-3
c) 2-8-8-9-11-6
d) 2-9-10-10-9-11
e) 2-8-8-10-9-6
138. Com relação aos segmentos do texto em destaque:
A. "....o essencial é QUE LUTES"
B. " as criaturas humanas é QUE DISPUTAM AOS CÃES"
C. " com todo o acúmulo de sagacidade que LHE DERAM"
é correto afirmar que:
a) são orações substantivas, introduzidas por conjunção integrante.
b) apenas em "A" e "B" o "que" funciona como conjunção integrante.
c) apenas em "B" e "C" o "que" funciona como pronome relativo.
d) apenas em "A" temos oração substantiva.
e) a palavra "que" funciona respectivamente como conjunção integrante, pronome relativo e pronome relativo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrrj) CORRIDINHO
O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
É descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.
(PRADO, Adélia. O CORAÇÃO DISPARADO. Rio de Janeiro, Nova Fronteira. 1977.)
139. A oração que apresenta a idéia de causalidade é
a) "para o amor desistir." (v. 5)
b) " ...sem saber..." (v. 9)
c) "desembarca do trem," (v. 11)
d) "de tanto caminhar a pé." (v. 13)
e) "Mas água o amor não é." (v. 21)
140. (Puc-rio) Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações abaixo sobre a estrutura mórfica das
palavras.
I - O elemento "i" destacado em "decidir" é do mesmo tipo que aquele destacado em "felicidade".
II - As palavras "ficaram" e "deram" apresentam desinências modo-temporais que podem ser usadas em dois tempos
verbais diferentes.
III - "Indenização" e "abandonada" são palavras formadas a partir de substantivos.
IV - No texto, a palavra "comprado" (ref.2) tem as mesmas possibilidades de flexão que "abandonada" (ref.3).
V- Os sufixos de "motorista" e "costureira" apresentam o mesmo valor semântico.
a) F - F - V - V - F
b) F - V - F - F - V
c) V - F - V - F - V
d) V - V - V - F - F
e) V - F - F - F - V
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Puc-rio) Costureira receberá indenização de ex-noivo
Casamento adiado por 17 anos vale 20 salários para mulher "enganada"
1
Belo Horizonte - ¤Abandonada pelo noivo depois de 17 anos de namoro, a costureira Nair Francisca de Oliveira
está comemorando um ganho inusitado: o Tribunal de Alçada de Minas Gerais condenou o motorista aposentado Otacílio
Garcia dos Reis, de 54 anos, a pagar à ex-noiva uma indenização de 20 salários mínimos por danos morais. Ela receberá
ainda 30% do valor da casa que os dois estavam construindo juntos, em Passos, sudoeste de Minas. "Estou cobrando pelo
tempo que fui enganada", diz ela.
2
Nair não revela a idade, diz apenas que tem mais de 40 anos. Ela lembra que, mais do que o ¢término do namoro,
o que a fez decidir pela ação de danos morais foram as falsas palavras de Otacílio. Ao romper com a noiva, ele disse que,
além de não gostar dela, sabia que não tinha sido o primeiro homem de sua vida. "Me caluniou e humilhou minha
família", lamenta Nair, que não consegue explicar como pôde ficar tantos anos ao lado de uma pessoa que ela diz, agora,
não conhecer.
3
Otacílio foi longe ao explicar o motivo do fim do relacionamento. Disse à ex-noiva que tinha por ela apenas um
"vício carnal" e que nenhum homem seria capaz de resistir aos encantos de seu corpo bem feito. "Ele daria um bom ator",
analisa Nair, lembrando que, a cada ano, a desculpa para não oficializar a união mudava. A costureira confessa que nunca
teve vontade de terminar o namoro, mesmo tendo-o iniciado sem gostar muito de Otacílio. Ele teria insistido no
relacionamento. "Eu dei tempo ao tempo e acabei gostando dele", afirma, frustrada com o tempo perdido, especialmente
pelo fato de não ter tido filhos. "Engraçado, eu nunca evitei. Não sei por que não aconteceu."
4
Papéis - A história de Nair e Otacílio começou em 1975. Após quatro anos de namoro, ficaram noivos e deram
entrada nos papéis para o casamento religioso. Na ocasião, já haviam £ comprado um terreno, onde construíram a casa,
que, segundo Nair, foi erguida com o dinheiro de seu trabalho de costureira, com a ajuda dos pais e também com dinheiro
de Otacílio. Hoje, o que seria o lar dos dois é uma casa alugada. O advogado de Nair, José Cirilo de Oliveira, pretende
requerer uma indenização também pelo tempo de aluguel.
5
"Fiquei satisfeito com a vitória de Nair, não tanto pelo valor da indenização, mas porque houve realmente a má
intenção por parte do ex-noivo", afirma Oliveira. Os juízes da 3ヘ Câmara Cível do Tribunal de Alçada também ficaram
sensibilizados com o caso da noiva abandonada. O relator do processo, juiz Dorival Guimarães Pereira, justificou sua
decisão destacando que "o casamento é o sonho dourado de toda mulher, objetivando com ele, a par da felicidade
pessoal de constituir um lar, também atingir o seu bem-estar social, a subsistência e o seu futuro econômico".
6
A costureira, entretanto, afirma que não estava preocupada com os ganhos financeiros do casamento.
(Roselena Nicolau - JORNAL DO BRASIL, 11/08/1996)
141. As orações reduzidas "Ao romper com a noiva" (par.2) e "mesmo tendo-o iniciado (par.3) podem ser substituídas no
texto adequadamente por:
a) Porque rompeu com a noiva; se bem que o tenha iniciado.
b) Quando rompeu com a noiva; desde que o tenha iniciado.
c) Porque rompeu com a noiva; desde que o tinha iniciado.
d) Desde que rompeu com a noiva; ainda que o tenha iniciado.
e) Quando rompeu com a noiva; se bem que o tenha iniciado.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
Lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão: - "Ai! nada somos,
Pois ela se morreu, silente e fria..."
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhes sorria.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: - "Por que não vieram juntos?"
(Alphonsus de Guimaraens)
142. "A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa."
Oração principal do período:
a) A lua lhe foi mãe carinhosa
b) A lua a viu nascer
c) A lua a viu amar
d) A lua há de envolvê-la entre lírios e pétalas de rosa
e) A lua lhe foi mãe carinhosa e a viu nascer
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) A expressão "deletar um arquivo de computador" não é mais jargão de quem lida com informática. O termo já se
tornou uma palavra da língua portuguesa escrita no Brasil.
Ele faz parte de um conjunto de cerca de 6.000 novas palavras incluídas na recente edição do "Vocabulário
Ortográfico da Língua Portuguesa", lançando pela Academia Brasileira de Letras (ABL). Além de reconhecidas, as novas
palavras passam a ter uma grafia oficial definida.
Agora são aceitas expressões como "deletar um arquivo", "assistir a uma teleconferência" e até "tomar suco de
acerola", frutinha comum no mercado, mas rara nos dicionários.
Também foram incluídos "Internet", "intranet", "scanear", "mouse", "teleducação" e "acessar", entre outros já de
uso corrente. Eles se somam às 400 mil palavras da primeira edição do vocabulário, de 1982.
Diferentemente de um dicionário, que explica o significado de um termo, um vocabulário apenas relaciona
palavras. Seu objetivo é consolidar a grafia delas (o modo como são escritas), classificá-las segundo o gênero (masculino
ou feminino) e categoria morfológica (substantivo, adjetivo etc). É também um instrumento normatizador oficial, por ser
da Academia. (...)
Mas, para um termo ser aceito como uma palavra, não basta que ele seja usado por um grupo de pessoas. Além
da difusão, é preciso que ele substitua outro em determinada área. É o caso de "deletar", explica Antônio José Chediak,
coordenador da equipe que fez o vocabulário.
O mesmo não ocorre com "printar". "Em português, existe a palavra imprimir. Julgamos que o uso de "printar"
não é amplo o suficiente para incorporá-lo como palavra nova", diz Arnaldo Niskier, presidente da Academia Brasileira de
Letras.
A diferença entre os dois casos é explicada por um limite: a manutenção da identidade de uma língua. "É preciso
estar aberto à globalização, evitando exageros."
(FOLHA DE S. PAULO, 10/09/98)
143. "Agora são aceitas expressões como 'deletar um arquivo', 'assistir a uma teleconferência' e até 'tomar suco de
acerola'..."
O significado de ATÉ coincide com o do texto anterior em:
a) Vou até o supermercado fazer compras para o Natal.
b) Mesmo que você me peça, só esperarei até as 5 horas.
c) O chefe do departamento até que apreciou nosso relatório.
d) Queria dançar até sentir os pés dormentes.
e) Até o dono da escola prestigiou o nosso espetáculo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest-gv)
O ESTRUME
Súbito deu-me a consciência um repelão, acusou-me de ter feito capitular a probidade de D. Plácida, obrigando-a a um
papel torpe, depois de uma longa vida de trabalho e privações. Medianeira não era melhor que concubina, e eu tinha-a
baixado a esse ofício, à custa de obséquios e dinheiros. Foi o que me disse a consciência; fiquei uns dez minutos sem saber
que lhe replicasse. Ela acrescentou que eu me aproveitara da fascinação exercida por Virgília sobre a ex-costureira, da
gratidão desta, enfim da necessidade. Notou a resistência de D. Plácida, as lágrimas dos primeiros dias, as caras feias, os
silêncios, os olhos baixos, e a minha arte em suportar tudo isso, até vencê-la. E repuxou-me outra vez de um modo irritado
e nervoso.
Concordei que assim era, mas aleguei que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade: era uma
compensação. Se não fossem os meus amores, provavelmente D. Plácida acabaria como tantas outras criaturas humanas;
donde se poderia deduzir que o vício é muitas vezes o estrume da virtude. O que não impede que a virtude seja uma flor
cheirosa e sã. A consciência concordou, e eu fui abrir a porta à Virgília.
144. "Súbito deu-me a consciência um repelão..."
a) Substitua o termo "súbito" por outra palavra ou expressão que conserve o mesmo sentido.
b) Dê a classe gramatical da palavra súbito no contexto transcrito.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Faap)
"UMA VELA PARA DARIO"
Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até
parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da
chuva, e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os
lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, o cachimbo a seu lado tinha apagado. Um rapaz de bigode
pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe
retiraram os sapatos, Dario roncou pela garganta e um fio de espuma saiu do canto da boca.
Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os moradores da rua
conversavam de uma porta à outra, as crianças foram acordadas e vieram de pijama às janelas. O senhor gordo repetia
que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não
se via guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele.
Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo transportou-o na direção do táxi
estacionado na esquina. Já tinha introduzido no carro metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele morresse na
viagem? A turba concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado à parede - não tinha os
sapatos e o alfinete de pérola na gravata.
(Dalton Trevisan)
145. "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."
Há no texto três orações, e estão numeradas. A primeira - CADA PESSOA SE PUNHA NA PONTA DOS PÉS - chama-se:
a) absoluta
b) principal
c) coordenada assindética
d) coordenada sindética
e) subordinada
146. "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."
Há no texto três orações, e estão numeradas. A segunda - QUE CHEGAVA - é subordinada:
a) substantiva subjetiva
b) substantiva objetiva direta
c) adverbial causal
d) adverbial final
e) adjetiva
147. "(1) Cada pessoa / (2) que chegava, / (1) se punha na ponta dos pés, / (3) embora não pudesse ver."
Há no texto três orações, e estão numeradas. A terceira - EMBORA NÃO PUDESSE VER - oferece uma idéia de:
a) causa
b) fim
c) condição
d) concessão
e) consequência
148. Começando o período com a terceira oração, respeitando o sentido, escreveríamos assim:
a) cada pessoa que chegava não podia ver, porque se punha na ponta dos pés
b) cada pessoa que chegava não podia ver, se se pusesse na ponta dos pés
c) cada pessoa que chegava não podia ver, mas se punha na ponta dos pés
d) cada pessoa que chegava não podia ver, a fim de se pôr na ponta dos pés
e) cada pessoa que chegava não podia ver, quando se punha na ponta dos pés
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 6 QUESTÕES.
(G1)
"EU"
Hildebrando Pontes Neto
Eu não era novo nem velho.
Vivia jogado no canto de um quarto junto de velhos brinquedos. O que eu mais queria era que ele me desse
atenção, lesse o que eu tenho para contar.
Mas que nada! Brincava naquele quarto e nem me olhava.
Eu me sentia um grande inútil.
Um dia não aguentei mais: Chorei tanto, parecia que eu tinha feito xixi no quarto.
No dia seguinte, me senti melhor, minhas páginas secaram todas.
Um dia o menino entrou no quarto com um lápis e uma folha de papel. Rabiscou a folha e fez desenhos. Em
seguida, me segurou, me folheou e me abriu no meio, com cara de quem queria me rabiscar.
Eu acabava de ser descoberto! Preso entre as suas mãos o meu coração disparou de alegria. Era muita emoção
para um livro só.
O menino me colocou no chão e, com o lápis, começou a me rabiscar.
- Não faça isso comigo. Não suporto lápis com ponta fina! Eles me matam de cócegas!
- Puxa, um livro que fala? Devo estar sonhando!
- Claro que falo, só que você já cansou de me ver jogado neste quarto e nunca ligou pra mim. Já fui ponte para
seus carrinhos, telhado, garagem, e você nunca se interessou por mim. Você só quer brincar e ver televisão. Tenho
estórias lindas, desenhos maravilhosos e você nunca "se ligou" em mim.
- Você tem razão, só que não estou acostumado a ler livros! Quer ser meu amigo?
- Amigo pra valer?
- Pra valer!
O que mais importava é que havia me tornado amigo do menino. Do quarto de brinquedos passei para o seu
quarto e ele só dormia depois de ouvir as estórias que eu contava. Aquelas saídas do meu coração ...
149. Leia as frases a seguir e rescreva-as utilizando maiúsculo para destacar todos os substantivos que você encontrar:
a) O livro não era novo nem velho.
b) - O menino me colocou no chão e alí fiquei!
c) - Eu tenho estórias lindas para contar!
d) - Meus desenhos são maravilhosos!
150. Observe as frases a seguir. Copie os substantivos que estão no plural. A seguir reescreva-os no singular:
a) - As pontas finas me fazem rir!
b) - Os meninos me faziam de pontes, garagens e telhados.
151. Escolha dois substantivos das frases a seguir e forme, com cada um deles, uma frase exclamativa.
a) - As pontas finas me fazem rir!
b) - Os meninos me faziam de pontes, garagens e telhados.
152. Leia as frases a seguir, reescreva-as e destaque com letras maiúsculas todos os substantivos que você encontrar:
a) O menino entrou no quarto com um lápis e uma folha.
b) - Já fui até uma ponte!
153. Leia o trecho a seguir e copie-o a seguir empregando corretamente a letra maiúscula e a pontuação necessária:
"o livro falou
Que alegria eu ter sido descoberto
Agora eu posso contar as estórias saídas do meu coração "
154. Indique com a letra V se as afirmativas forem verdadeiras e com F se forem falsas:
a) (
) A palavra amigo é formada por três sílabas e iniciada por consoante.
b) (
) Usamos a letra M antes de p ou b e no final de algumas palavras.
c) (
) A palavra colocou é um substantivo comum formado por três sílabas.
d) (
) Os substantivos que no singular são terminados em L, no plural trocam o L por IS.
e) (
) Todas as frases são iniciadas por letra maiúscula.
155. (Fuvest) "A cláusula mostra QUE tu não queres enganar."
A classe gramatical da palavra QUE no trecho anterior é a mesma da palavra QUE na seguinte frase:
a) Ficam desde já excluídos os sonhadores, os QUE amem o mistério.
b) Não foi a religião QUE te inspirou esse anúncio.
c) QUE não pedes um diálogo de amor, é claro.
d) QUE foi então, senão a triste, longa e aborrecida experiência?
e) Quem és tu, QUE sabes tanto?
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Fuvest)
17 DE JULHO
1
Um dia desta semana, farto de vendavais, naufrágios, boatos, mentiras, polêmicas, farto de ver como se
descompõem os homens, acionistas e diretores, importadores e industriais, farto de mim, de ti, de todos, de um tumulto
sem vida, de um silêncio sem quietação, peguei de uma página de anúncios, e disse comigo:
2
Eia, passemos em revista as procuras e ofertas, caixeiros desempregados, pianos, magnésias, sabonetes, oficiais
de barbeiro, casas para alugar, amas-de-leite, cobradores, coqueluche, hipotecas, professores, tosses crônicas...
3
E o meu espírito, estendendo e juntando as mãos e os braços, como fazem os nadadores, que caem do alto,
mergulhou por uma coluna a seguir. Quando voltou à tona trazia entre os dedos esta pérola:
4
"Uma viúva interessante, distinta, de boa família e independente de meios, deseja encontrar por esposo um
homem de meia-idade, sério, instruído, e também com meios de vida, que esteja como ela cansado de, viver só; resposta
por carta ao escritório desta folha, com as iniciais M. R...., anunciando, a fim de ser procurada essa carta."
5
Gentil viúva, eu não sou o homem que procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato,
porque tu não és qualquer pessoa, tu vales alguma cousa mais que o comum das mulheres. Ai de quem está só! dizem as
sagradas letras; mas não foi a religião que te inspirou esse anúncio. Nem motivo teológico, nem metafísico. Positivo
também não, porque o positivismo é infenso às segundas núpcias. Que foi então, senão a triste, longa e aborrecida
experiência? Não queres amar; estás cansada de viver só.
6
E a cláusula de ser o esposo outro aborrecido, farto de solidão, mostra que tu não queres enganar, nem sacrificar
ninguém. Ficam desde já excluídos os sonhadores, os que amem o mistério e procurem justamente esta ocasião de
comprar um bilhete na loteria da vida. Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meiaidade, zona em que as paixões arrefecem, onde as flores vão perdendo a cor purpúrea e o viço eterno. Não há de ser um
náufrago, à espera de uma tábua de salvação, pois que exiges que também possua. E há de ser instruído, para encher com
as cousas do espírito as longas noites do coração, e contar (sem as mãos presas) a tomada de Constantinopla.
7
Viúva dos meus pecados, quem és tu que sabes tantos? O teu anúncio lembra a carta de certo capitão da guarda
de Nero. Rico, interessante, aborrecido, como tu, escreveu um dia ao grave Sêneca, perguntando-lhe como se havia de
curar do, tédio que sentia, e explicava-se por figura: "Não é a tempestade que me aflige, é o enjôo do mar. "Viúva minha,
o que tu queres realmente, não é um marido, é um remédio contra o enjôo. Vês que a travessia ainda é longa, - porque a
tua idade está entre trinta e dous e trinta e oito anos, - o mar é agitado, o navio joga muito; precisas de um preparado
para matar esse mal cruel e indefinível. Não te contentas com o remédio de Sêneca, que era justamente a solidão, "a vida
retirada, em que a alma acha todo o seu sossego". Tu já provaste esse preparado; não te fez nada. Tentas outro; mas
queres menos um companheiro que uma companhia.
(Machado de Assis, A Semana, 1892.)
156. Assinale a alternativa em que o período proposto está corretamente pontuado.
a) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra como é que se explica, a vitória
eleitoral de Gladstone.
b) Neste ponto, viúva amiga, é natural que lhe perguntes, a propósito da Inglaterra, como é que se explica a vitória
eleitoral de Gladstone.
c) Neste ponto, viúva amiga é natural que, lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que explica a vitória eleitoral,
de Gladstone?
d) Neste ponto, viúva amiga, é natural, que lhe perguntes a propósito da Inglaterra, como é que, se explica a vitória
eleitoral de Gladstone.
e) Neste ponto viúva amiga, é natural que lhe perguntes a propósito da Inglaterra como é, que se explica, a vitória
eleitoral de Gladstone?
157. "Que não pedes um diálogo de amor, é claro, DESDE QUE IMPÕES a cláusula da meia-idade."
O segmento em destaque poderia ser substituído, sem alteração do sentido da frase, por:
a) desde que imponhas.
b) se bem que impões.
c) contanto que imponhas.
d) conquanto imponhas.
e) porquanto impões.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) - Olá! estão apreciando a lua? Realmente, está deliciosa; está uma noite para namorados... . Sim, deliciosa... Há
muito que não vejo uma noite assim... Olhem só para baixo, os bicos de gás... Deliciosa! para namorados... Os namorados
gostam sempre da lua. No meu tempo, em Icaraí...
Era Siqueira, o terrível major. Rubião não sabia que dissesse; Sofia, passados os primeiros instantes, readquiriu a
posse de si mesma; respondeu que, em verdade, a noite era linda; depois contou que Rubião teimava em dizer que as
noites do Rio não podiam comparar-se às de Barbacena, e, a propósito disso, referira uma anedota de um padre Mendes...
Não era Mendes?
- Mendes, sim, o padre Mendes, murmurou Rubião.
O major mal podia conter o assombro. Tinha visto as duas mãos presas, a cabeça do Rubião meia inclinada, o
movimento rápido de ambos, quando ele entrou no jardim; e sai-lhe de tudo isto um padre Mendes... Olhou para Sofia;
viu-a risonha, tranquila, impenetrável. Nenhum medo, nenhum acanhamento; falava com tal simplicidade, que o major
pensou ter visto mal. Mas Rubião estragou tudo. Vexado, calado não fez mais que tirar o relógio para ver as horas, levá-lo
ao ouvido, como se lhe parecesse que não andava, depois limpá-lo com o lenço, devagar, devagar, sem olhar para um nem
para outro...
- Bem, conversem, vou ver as amigas, que não podem estar sós. Os homens já acabaram o maldito voltarete?
- Já, respondeu o major olhando curiosamente para Sofia. Já, e até perguntaram por este senhor; por isso é que
eu vim ver se o achava no jardim. Mas estavam aqui há muito tempo?
- Agora mesmo, disse Sofia.
Depois, batendo carinhosamente no ombro do major, passou do jardim à casa não entrou pela porta da sala de
visitas, mas por outra que dava para a de jantar; de maneira que, quando chegou àquela pelo interior, era como se
acabasse de dar ordens para o chá
Rubião, voltando a si, ainda não achou que dizer, e contudo urgia dizer alguma coisa. Boa idéia era a anedota do
padre Mendes; o pior é que não havia padre nem anedota e ele era incapaz de inventar nada. Pareceu-lhe bastante isto:
- O padre! o Mendes! Muito engraçado o padre Mendes!
- Conheci-o, disse o major sorrindo. O padre Mendes? Conhecido; morreu cônego. Esteve algum tempo em
Minas?
- Creio que esteve, murmurou o outro espantado.
- Era filho aqui de Saquarema; era um que não tinha este olho, continuou o major levando o dedo ao olho
esquerdo. Conheci-o muito, se é que é o mesmo; pode ser que seja outro.
- Pode ser.
- Morreu cônego. Era homem de bons costumes, mas amigo de ver moças bonitas, como se mira um painel de
mestre; e que maior mestre que Deus? dizia ele. Esta D. Sofia, por exemplo, nunca ele a viu na rua que me não dissesse:
Hoje vi aquela bonita senhora do Palha... Morreu cônego, era filho de Saquarema,.. E, na verdade, tinha bom gosto...
Realmente, a mulher do nosso Palha é um primor, bela de cara e de figura; eu ainda a acho mais bem feita que bonita...
Que lhe parece?
- Parece que sim...
- E boa pessoa, excelente dona de casa, continuou o major acendendo um charuto.
(Machado de Assis, "Quincas Borba", cap. XLII)
158. " O major mal podia conter o assombro."
"... falava com tal simplicidade, que o major pensou ter visto mal."
a) -Em cada frase, qual o sentido da palavra mal?
b) Sem alterar o sentido da segunda frase, completar: O major pensou ter visto mal, ...
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucmg) NÃO EXISTEM LÍNGUAS IMUTÁVEIS
Uma das coisas que aprendemos na escola é que o português veio do latim. Ou seja, que o português é uma
língua que não foi sempre o português, não foi sempre como é. Se estudássemos um pouco mais esse tipo de assunto,
aprenderíamos que também o latim é uma língua que veio de outras línguas, e que o latim provavelmente não foi a língua
falada pelos primeiros seres humanos. Isto é: a) o latim não é uma língua totalmente pura; b) o latim também é uma
língua que não permaneceu sempre igual a si mesma, qualquer que seja o estágio escolhido para análise; c) as coisas não
terminam com um exemplo em latim.
Os fatos, grosseiramente, são da seguinte ordem: 1) o latim nem sempre foi o latim de Cícero, César, Virgílio, etc.
Antes de sê-lo, foi uma língua "pouco cultivada". Em primeiro lugar, apenas falada; em segundo, falada principalmente por
pessoas não cultas, pois não havia "no início" do latim tais pessoas cultas, como ocorreu mais tarde; 2) depois de ter sido
língua de César, Cícero, etc., o latim mudou tanto que, entre outras coisas, veio a ser o francês, o italiano, o espanhol, o
português, etc.
Ora, o que ocorreu com o latim não ocorreu por castigo ou por azar. Ocorreu com outras línguas, como o alemão,
o inglês, o grego, o português. Na verdade, com todas as línguas. E continua ocorrendo. Não há língua que permaneça
uniforme. Todas as línguas mudam. Esta é uma das poucas verdades indiscutíveis em relação às línguas, sobre a qual não
pode haver nenhuma dúvida.
[...] não há razão de ordem científica para exigir que alunos - ou outras pessoas - conheçam formas arcaicas, que
nunca ouvem e que são raras mesmo nos textos escritos mais correntes. Dito de outro modo: se temos claro que as
línguas mudam, fica claro também por que os falantes não conhecem certas formas linguísticas: é que elas não são mais
usadas na época em que os falantes se tornam falantes. Se não são usadas, não são ouvidas. Se não são ouvidas (e ouvidas
muitas vezes), não podem ser aprendidas.
Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram
e, por isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros. Há muitas formas que nós
eventualmente pensamos que ainda são vivas, porque são ensinadas na escola e por isso são utilizadas eventualmente,
mas, na verdade, já estão mortas, ou quase, porque não são mais usadas regularmente. Por exemplo, quem é que
encontra falantes reais que utilizam sempre as regências de verbos como assistir, visar, preferir, etc. como as gramáticas
mandam? O que estou sugerindo é que, de fato, devemos considerar formas como "assistir ao jogo" como arcaísmos e,
consequentemente, formas como assistir o jogo como padrões, "corretas". Simplesmente por uma razão: no português de
hoje, 'ser espectador de' se diz assistir, e não assistir a.
[...] A questão não é, entretanto, saber se há ou não alguém com autoridade (um gramático, por exemplo)
dizendo que agora se pode dizer assim ou assado. Que agora falar assim ou assado está certo. O argumento interessante é
de outra natureza, não o de autoridade. O que estou afirmando é que os fatos linguísticos são esses. E que contra tais
fatos não adianta espernear. Se nós espernearmos contra esses fatos, deveríamos espernear contra todas as formas de
mudança, inclusive as que ocorreram nos séculos III, X, XII, XVII, etc. Por que só os fatos de hoje são ruins e devem ser
desprezados? E tem mais: tais fatos podem ser explicados. Além de poderem ser explicados, eles explicam, por sua vez,
por que nossos alunos (ou nossos vizinhos) falam como falam. Além de, evidentemente, explicarem também por que nós
mesmos falamos assim... Ou seja, explicam por que falar assim não é errado, mas é simplesmente falar segundo as regras
da língua de hoje, do português vivo. Se pensássemos dessa forma em relação às línguas, sem defender, explícita ou
implicitamente, que as formas antigas são as únicas corretas ou, pelo menos, que são melhores que as atuais, nossa
pedagogia das línguas mudaria. Por exemplo, todos perceberíamos que gastar um tempo enorme com regências e
colocações inusitadas é, a rigor, inútil. A prova é que a maioria dos que as estudam não aprende tais formas, ou, pelo
menos, não as usa.
POSSENTI, Sírio. POR QUE (NÃO) ENSINAR GRAMÁTICA NA ESCOLA. Campinas, SP: ALB, Mercado de Letras, 1996, p. 37-40.
159. Assinale a opção em que as alterações de pontuação propostas para o trecho em destaque estejam de acordo com a
norma culta.
NÓS NOS ACOSTUMAMOS A PENSAR QUE HÁ FORMAS DA LÍNGUA QUE NÃO SÃO MAIS USADAS, QUE SÓ OS DICIONÁRIOS
REGISTRAM E, POR ISSO, SÃO CHAMADAS DE ARCAÍSMOS. MAS NOS ACOSTUMAMOS TAMBÉM A PENSAR QUE OS
ARCAÍSMOS SÃO SEMPRE FORMAS REALMENTE ANTIGAS. ORA, ISSO É UM ENGANO. HÁ ARCAÍSMOS MAIS ARCAICOS DO
QUE OUTROS.
a) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e, por
isso, são chamados de arcaísmos. Mas, nos acostumamos também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano: há arcaísmos mais arcaicos que outros.
b) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e por
isso, são chamadas de arcaísmos, mas nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos, mais arcaicos do que outros.
c) Nós nos acostumamos a pensar que há formas da língua que não mais usadas, que só os dicionários registram e, por
isso, são chamados de arcaísmos. Mas nos acostumamos, também, a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano - há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
d) Nós nos acostumamos a pensar, que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e
por isso, são chamados de arcaísmos. Mas, nos acostumamos também a pensar que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano. Há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
e) Nós nos acostumamos pensar que há formas da língua que não são mais usadas, que só os dicionários registram e, por
isso, são chamadas de arcaísmos. Mas nos acostumamos também a pensar, que os arcaísmos são sempre formas
realmente antigas. Ora, isso é um engano; há arcaísmos mais arcaicos do que outros.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Os Músicos
"Faz calor. Os grandes espelhos da parede vieram da Europa no fundo do porão; cristal puro. "Tua vó fez risinhos e
boquinhas, namorou dentro desse espelho". Respondo: "Minha avó nunca viu esse espelho, ela veio noutro porão". Nesse
instante chegam os músicos, três: piano, violino, bateria; o mais moço, o pianista tem quarenta anos, mas é também o
mais triste, um rosto de quem vai perder as últimas esperanças, ainda tem um restinho mas sabe que vai perdê-las num
dia de calor tocando os Contos dos Bosques de Viena, enquanto lá embaixo as pessoas comem bebem suam sem ao
menos por um instante levantar os olhos para o balcão onde ele trabalha com os outros dois: Stein, no violino - cinquenta
e seis anos, meio século atrás: espancado com uma vara fina, trancado no banheiro, privado de comida "nem que eu
morra você vai ser um grande concertista" e quando Sara, sua mãe, morreu, ele tocou Strauss no restaurante com o
coração cheio de alegria - Elpídio na bateria, cinquenta anos, mulato, coloca um lenço no pecoço para proteger o
colarinho, o gerente não gosta mas ele não pode mudar de camisa todos os dias, tem oito filhos, se fosse rico - "fazia filho
na mulher dos outros, mas sou pobre e faço na minha mesmo" - e todos começam, não exatamente ao mesmo tempo, a
tocar a valsa da Viúva Alegre. Na mesa ao lado está o sujeito que é casado com a Miss Brasil. Todas as mesas estão
ocupadas. Os garçons passam apressados carregando pratos e travessas. No ar, um grande borborinho."
(Ruben Fonseca, LÚCIA MCCARTNEY)
160. Sobre a construção dos períodos do texto de Ruben Fonseca é correto afirmar:
I. O emprego da conjunção "mas" em "o pianista tem quarenta anos, MAS é também o mais triste" explica-se pelo sentido
opositivo que há entre ser ele o mais moço dos três e quase já não ter esperança.
II. Em "ENQUANTO lá embaixo as pessoas comem bebem suam", conjunção marca a sequência das ações que se
desenrolam logo após a perda das últimas esperanças do músico.
III. O sentido da frase "minha avó nunca viu esse espelho, ela veio noutro porão" fica inteiramente preservado se ela for
reescrita como segue: "minha avó nunca viu esse espelho, PORQUE ela veio noutro porão".
IV. o sentido da frase "os garçons passam apressados carregando pratos e travessas" fica inteiramente preservado se ela
for reescrita como segue: "os garçons passam apressados, SE BEM QUE carregando pratos e travessas".
a) somente a I e a III estão corretas.
b) somente a I e a II estão corretas.
c) somente a III e a IV estão corretas.
d) somente a I e a IV estão corretas.
e) somente a II e a IV estão corretas.
161. (Cesgranrio) Aponte a opção em que a palavra em destaque pertence à mesma classe gramatical de "o" em
"(...): "o" de que a lei seja respeitada por todos." (1Ž parágrafo)
a) "(...) deu uma satisfação "a" um anseio (...)". (1Ž parágrafo)
b) "(...) não esgotam "a" pauta de urgências (...)". (2Ž parágrafo)
c) "(...) que combina o furor legiferante "a" tradição de impunidade, (...)". (3Ž parágrafo)
d) "(...) e permanente tendência em desobedecê-"las". (3Ž parágrafo)
e) "(...) uma Constituição como "a" de Capistrano (...)". (4Ž parágrafo)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Cesgranrio)
O IMPÉRIO DA LEI
1
O desfecho da crise política deu uma satisfação a um anseio fundamental dos brasileiros: o de que a lei seja
respeitada por todos. Estamos, agora, diante da imperiosa necessidade de dar prosseguimento ao processo de
regeneração dos costumes políticos e da restauração dos princípios éticos na vida pública, que nada mais é do que se
conseguir em novas bases um consenso em torno da obediência civil.
2
Existem reformas pendentes nas áreas política e econômica, lacunas constitucionais a serem preenchidas,
regulamentações não realizadas, aprimoramentos da Carta que deverão ocorrer em datas já definidas. Mas estas tarefas
não esgotam a pauta de urgências da cidadania. É indispensável inculcar no cidadão comum o respeito à lei.
3
Esta aspiração é antiga no Brasil. Capistrano de Abreu já sonhava com uma Constituição com dois únicos artigos:
1- A partir, desta data, todo brasileiro passa a ter vergonha na cara; 2- Revogam-se as disposições em contrário. Num país
que combina o furor legiferante à tradição de impunidade, o historiador compreendeu que o problema era menos a
ausência de leis do que a generalizada e permanente tendência em desobedecê-las. Simplificar e cumprir foram suas
palavras de ordem.
4
O sociólogo americano Phillip Schmitter se confessou abismado pela naturalidade com que os brasileiros
transgridem as leis em vigor. É de se duvidar se uma Constituição como a de Capistrano "pegaria" no Brasil. Uma vez
adotado o "cumpra-se a lei", as normas vigentes não seriam suficientes? Caso não fossem que mecanismos garantiriam o
imediato cumprimento da nova lei? Mais: a desobediência à nova lei não aprofundaria ainda mais a desconfiança nas
instituições? São questões que surgem espontaneamente num país cuja cidadania ainda não internalizou a lei.
Jornal do Brasil, 01/10/92, p.10
162. "(...), lacunas constitucionais A SEREM PREENCHIDAS, (...)"
Aponte a opção que apresenta a classificação sintática CORRETA da oração em destaque:
a) oração subordinada substantiva completiva nominal.
b) oração subordinada adjetiva restritiva.
c) oração subordinada adverbial final.
d) oração subordinada substantiva objetiva indireta.
e) oração subordinada adverbial conformativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita)
"A tevê, apesar de nos trazer uma imagem concreta, não fornece uma reprodução fiel da realidade. Uma
reportagem de tevê, com transmissão direta, é o resultado de vários pontos de vista: 1) do realizador, que controla e
seleciona as imagens num monitor; 2) do produtor, que poderá efetuar cortes arbitrários; 3) do 'cameraman', que
seleciona os ângulos de filmagem; finalmente de todos aqueles capazes de intervir no processo da transmissão. Por outro
lado, alternando sempre os 'closes' (apenas o rosto de um personagem no vídeo, por exemplo) com cenas reduzidas (a
vista geral de uma multidão), a televisão não dá ao espectador a liberdade de escolher o essencial ou acidental, ou seja,
aquilo que ele deseja ver em grandes ou pequenos planos. Dessa forma, o veículo impõe ao receptor a sua maneira
especialíssima de ver o real"
(Muniz Sodré, A comunicação do grotesco)
163. As orações "apesar do nos trazer uma imagem concreta" e "alternando sempre os 'closes' com cenas reduzidas", no
texto, traduzem respectivamente a idéia de:
a) restrição e adição.
b) concessão e causa.
c) condição e tempo.
d) adversidade e concessão.
e) oposição e consequência.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Uff) 1 Acompanho com assombro o que andam dizendo sobre os primeiros 500 anos do brasileiro. Concordo com todas
as opiniões emitidas e com as minhas em primeiríssimo lugar. Tenho para mim que há dois referenciais literários para nos
definir. De um lado, o produto daquilo que Gilberto Freyre chamou de casa-grande e senzala, o homem miscigenado,
potente e tendendo a ser feliz. De outro, o Macunaíma, herói sem nenhuma definição, ou sem nenhum caráter - como
queria o próprio Mário de Andrade.
2
Fomos e seremos assim, em nossa essência, embora as circunstâncias mudem e nós mudemos com elas.
Retomando a imagem literária, citemos a Capitu menina - e teremos como sempre a intervenção soberana de Machado de
Assis.
3
Um rapaz da platéia me perguntou onde ficaria o homem de Guimarães Rosa - outra coordenada que nos ajuda a
definir o brasileiro. Evidente que o universo de Rosa é sobretudo verbal, mas o homem é causa e efeito do verbo. Por isso
mesmo, o personagem rosiano tem a ver com o homem de Gilberto Freyre e de Mário de Andrade. É um refugo
consciente da casa-grande e da senzala, o opositor de uma e de outra, criando a sua própria vereda mas sem esquecer o
ressentimento social do qual se afastou e contra o qual procura lutar.
4
É também macunaímico, pois sem definição catalogada na escala de valores culturais oriundos de sua formação
racial. Nem por acaso um dos personagens mais importantes do mundo de Rosa é uma mulher que se faz passar por
jagunço. Ou seja, um herói - ou heroína - sem nenhum caráter.
5
Tomando Gilberto Freyre como a linha vertical e Mário de Andrade como a linha horizontal de um ângulo reto,
teríamos Guimarães Rosa como a hipotenusa fechando o triângulo. A imagem geométrica pode ser forçada, mas foi a que
me veio na hora - e acho que fui entendido.
CONY, Carlos Heitor. "Folha Ilustrada", 5Ž Caderno, São Paulo, 21/04/2000, p.12.
164. Assinale a opção em que o pronome em destaque recebe uma referência a elemento anteriormente expresso no
texto:
a) "mas foi A que me veio na hora - e acho que fui entendido." (par.5)
b) "De um lado, o produto DAQUILO que Gilberto Freyre chamou de casa-grande e senzala," (par.1)
c) "De outro, o Macunaíma, herói sem NENHUMA definição, ou sem nenhum caráter" (par.1)
d) "Um rapaz da platéia me perguntou onde ficaria o homem de Guimarães Rosa - OUTRA coordenada que nos ajuda a
definir o brasileiro". (par.2)
e) "Acompanho com assombro O que andam dizendo sobre os primeiros 500 anos do brasileiro." (par.1)
165. "Fomos e seremos assim, em nossa essência, EMBORA as circunstâncias mudem e nós mudemos com elas." (par.2)
Assinale a opção em que, ao reescrever-se o fragmento acima, substituiu-se o conectivo destacado por outro de valor
condicional, fazendo-se alterações aceitáveis.
a) Fomos e seremos assim em nossa essência, porque as circunstâncias mudaram e nós mudamos com elas.
b) Fomos e seremos assim em nossa essência, enquanto as circunstâncias mudarem e nós mudarmos com elas.
c) Éramos e somos assim em nossa essência, à medida que as circunstâncias mudaram e nós mudamos com elas.
d) Teríamos sido e seríamos assim em nossa essência, se as circunstâncias mudassem e nós mudássemos com elas.
e) Temos sido e somos assim em nossa essência, conforme as circunstâncias têm mudado e nós temos mudado com elas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar,
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, MORTE E VIDA SEVERINA)
166. Substituindo-se os dois-pontos por uma conjunção, em "(...) pela colheita: recebe-se (...)", mantém-se o sentido do
texto APENAS em "(...) pela colheita,
a) embora se receba (...)".
b) ou se recebe (...)".
c) ainda que se receba (...)".
d) já que se recebe (...)".
e) portanto se recebe (...)".
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj)
Camelôs
Manuel Bandeira
Abençoado seja o camelô dos brinquedos de tostão:
O que vende balõezinhos de cor
O macaquinho que trepa no coqueiro
O cachorrinho que bate com o rabo
Os homenzinhos que jogam boxe
A perereca verde que de repente dá um pulo que engraçado
E as canetinhas-tinteiro que jamais escreverão coisa [alguma]
Alegria das calçadas.
Uns falam pelos cotovelos:
- "O cavalheiro chega em casa e diz: 'Meu filho, vai buscar [um pedaço de banana para eu acender o charuto.'
Naturalmente o menino pensará: 'Papai está malu..."]
Outros, coitados, têm a língua atada.
Todos, porém, sabem mexer nos cordéis com o tino [ingênuo de demiurgos de inutilidades.]
E ensinam no tumulto das ruas os mitos heróicos da meninice...
E dão aos homens que passam preocupados ou tristes uma lição de infância.
p.131).
(ln: "Libertinagem. Seleta em prosa e verso." (Org. Emanuel de Momes), Rio de Janeiro: José Olympio, 1971,
Desabrigo (fragmento)
Antônio Fraga
Foi aí que um camelô aproveitando o ajuntamento começou a dizer
- Os senhores vendo eu aqui me exibir pensarão que sou um mágico arruinado que não podendo trabalhar no
palco vem aqui fazer uns truques pra depois correr o chapéu pedindo uns níqueis Mas não sou nada disso Sou um
representante da afamada fábrica de perfumes mercúrio que não manda distribuir prospectos não bota anúncio no rádio
nem nos jornais nem mesmo anúncios luminosos Esta casa meus senhores prefere contratar técnico propagandista que
saia por aí distribuindo gratuitamente os seus produtos. Entre os maravilhosos preparados da fábrica de perfumes
mercúrio encontra-se esta loção - a afamada loção mercúrio que elimina a caspa e a calvície mas não dá cabo da cabeça
do freguês. Se os senhores fossem adquirir este produto nas farmácias ou drogarias lhes cobrariam dez ou quinze mil réis
Eu estou autorizado a distribuí-lo gratuitamente às pessoas que adquirirem o reputado sabonete minerva pelo qual cobro
apenas dois mil réis para cobrir as despesas da publicidade...
Um aqui para o cavalheiro... outro para a
senhorita...
("Desabrigo". Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Esportes -DGDIC, 1990, pp. 28-29)
167. Como esses elementos identificados no item anterior se convertem em recursos expressivos?
168. (Ufba) O valor do sinal de pontuação está devidamente indicado em:
(01) "E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava?" (parágrafo 1) - Interrogação
como recurso retórico, gerando esclarecimentos.
(02) "Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para
carnaval de criança." (parágrafo 4) - Dois-pontos introduzindo uma enumeração.
(04) "... minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância
vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte..." (parágrafo 4) - Travessões marcando um comentário à parte.
(08) "... mas ah! Deus nos ajudaria! não choveria!" (parágrafo 7) - Exclamações marcando entusiasmo e alegria.
(16) "Enfim, enfim! chegaram três horas da tarde..." (parágrafo 8) - Exclamação expressando sensação de alívio.
(32) "... o jogo de dados de um destino é irracional?" (parágrafo 9) - Interrogação marcando uma pergunta a um
personagem imaginário.
(64) "... enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa." (parágrafo 11) - Dois-pontos introduzindo síntese do
que foi enunciado anteriormente.
Soma (
)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufba)
RESTOS DO CARNAVAL
1
NÃO, não deste último carnaval. Mas não sei por que este me transportou para a minha infância e para as
quartas-feiras de cinzas nas ruas mortas onde esvoaçavam despojos de serpentina e confete. Uma ou outra beata com um
véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval. Até que viesse o
outro ano. E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo
se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que
tinham sido feitas. Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim. Carnaval
era meu, meu.
2
No entanto, na realidade, eu dele pouco participava. Nunca tinha ido a um baile infantil, nunca me haviam
fantasiado. Em compensação deixavam-me ficar até umas 11 horas da noite à porta do pé da escada do sobrado onde
morávamos, olhando ¢ávida os outros se divertirem. Duas coisas preciosas eu ganhava então e economizava-as com
¤avareza para durarem os três dias: um lança-perfume e um saco de confete. Ah, está se tornando difícil escrever. Porque
sinto como ficarei de ¥coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo
sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz.
3
E as máscaras? Eu tinha medo, mas era um medo vital e necessário porque vinha de encontro à minha mais
profunda suspeita de que o rosto humano também fosse uma espécie de máscara. À porta do meu pé de escada, se um
mascarado falava comigo, eu de súbito entrava no contato indispensável com o meu mundo interior, que não era feito só
de duendes e príncipes encantados, mas de pessoas com o seu mistério. Até meu susto com os mascarados, pois, era
essencial para mim.
4
Não me fantasiavam: no meio das preocupações com minha mãe doente, ninguém em casa tinha cabeça para
carnaval de criança. Mas eu pedia a uma de minhas irmãs para enrolar aqueles meus cabelos lisos que me causavam tanto
desgosto e tinha então a vaidade de possuir cabelos frisados pelo menos durante três dias por ano. Nesses três dias,
ainda, minha irmã acedia ao meu sonho intenso de ser uma moça - eu mal podia esperar pela saída de uma infância
vulnerável - e pintava minha boca de batom bem forte, passando também ruge nas minhas faces. Então eu me sentia
bonita e feminina, eu escapava da meninice.
5
Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia acreditar que tanto me fosse
dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da
fantasia era no figurino Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho,
pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se criando.
Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas
que jamais vira.
6
Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe de minha amiga talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel
- resolveu fazer para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela
primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser ¦outra que não eu mesma.
7
Até os preparativos já me deixavam tonta de felicidade. Nunca me sentira tão ocupada: minuciosamente, minha
amiga e eu calculávamos tudo, embaixo da fantasia usaríamos combinação, pois se chovesse e a fantasia se derretesse
pelo menos estaríamos de algum modo vestidas - à idéia de uma chuva que de repente nos deixasse, nos nossos ¨pudores
femininos de oito anos, de combinação na rua, morríamos previamente de vergonha - mas ah! Deus nos ajudaria! não
choveria! Quanto ao fato de minha fantasia só existir por causa das sobras de outra, engoli com alguma dor meu orgulho
que sempre fora feroz, e aceitei humilde o que o destino me dava de esmola.
8
Mas por que exatamente aquele carnaval, o único de fantasia, teve que ser tão melancólico? De manhã cedo no
domingo eu já estava de cabelos enrolados para que até de tarde o frisado pegasse bem. Mas os minutos não passavam,
de tanta ansiedade. Enfim, enfim! chegaram três horas da tarde: com cuidado para não rasgar o papel, eu me vesti de
rosa.
9
Muitas coisas que me aconteceram tão piores que estas, eu já perdoei. No entanto essa não posso sequer
entender agora: o jogo de dados de um destino é irracional? É impiedoso. Quando eu estava vestida de papel crepom
todo armado, ainda com os cabelos enrolados e ainda sem batom e ruge - minha mãe de súbito piorou muito de saúde,
um alvoroço repentino se criou em casa e mandaram-me comprar depressa um remédio na farmácia. Fui correndo vestida
de rosa - mas o rosto ainda nu não tinha a ©máscara de moça que cobriria minha tão ªexposta vida infantil - , fui
correndo, correndo, perplexa, atônita, entre serpentinas, confetes e gritos de carnaval. A alegria dos outros me espantava.
10
Quando horas depois a atmosfera em casa acalmou-se, minha irmã me penteou e pintou-me. Mas alguma coisa
tinha morrido em mim. E, como nas histórias que eu havia lido sobre fadas que encantavam e desencantavam pessoas, eu
fora desencantada; não era mais uma rosa, era de novo uma ¢¡simples menina. Desci até a rua e ali de pé eu não era uma
flor, era um palhaço pensativo de lábios encarnados. Na minha £fome de sentir êxtase, às vezes começava a ficar alegre
mas com remorso lembrava-me do estado grave de minha mãe e de novo eu morria.
11
Só horas depois é que veio a salvação. E se depressa agarrei-me a ela é porque tanto precisava me salvar. Um
menino de uns 12 anos, o que para mim significava um rapaz, ¢£esse menino muito bonito parou diante de mim e, numa
mistura de carinho, grossura, brincadeira e sensualidade, cobriu meus cabelos, já lisos, de confete: por um instante
ficamos nos defrontando, sorrindo, sem falar. E eu então, §mulherzinha de 8 anos, considerei pelo resto da noite que
enfim alguém me havia reconhecido: eu era, sim, uma rosa.
(LISPECTOR, Clarice. FELICIDADE CLANDESTINA: CONTOS. 7 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991.
p.31-5.)
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parênteses a soma dos itens corretos.
169. "Uma ou outra beata com um véu cobrindo a cabeça ia à igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que se
segue ao carnaval." (parágrafo 1)
O sentido do trecho acima está mantido em:
(01) Um véu cobria a cabeça de uma ou outra beata, ao atravessar a rua tão extremamente vazia que se segue ao
carnaval, indo para a igreja.
(02) Atravessando a rua, com um véu cobrindo a cabeça, uma ou outra beata ia à igreja tão extremamente vazia que se
segue ao carnaval.
(04) Ao cobrir a cabeça com um véu, uma ou outra beata ia para a igreja, atravessando a rua tão extremamente vazia que
se segue ao carnaval.
(08) A rua tão extremamente vazia que se segue ao carnaval era atravessada por uma ou outra beata que ia à igreja com
um véu na cabeça.
(16) Cobrindo a cabeça com um véu, para atravessar a rua extremamente vazia que se segue ao carnaval, uma ou outra
beata ia à igreja.
(32) Uma ou outra beata que ia à igreja com um véu cobrindo-lhe a cabeça atravessava a rua tão extremamente vazia que
se segue ao carnaval.
Soma (
)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fgv) Leia atentamente o texto seguinte.
1
Religiosamente, pela manhã, ele dava milho na mão para a galinha cega. As bicadas tontas, de violentas, faziam
doer a palma da mão calosa. E ele sorria. Depois a conduzia ao poço, onde ela bebia com os pés dentro da água. A
sensação direta da água nos pés lhe anunciava que era hora de matar a sede; curvava o pescoço rapidamente, mas nem
sempre apenas o bico atingia a água: muita vez, no furor da sede longamente guardada, toda a cabeça mergulhava no
líquido, e ela a sacudia, assim molhada, no ar. Gotas inúmeras se espargiam nas mãos e no rosto do carroceiro agachado
junto do poço. Aquela água era como uma bênção para ele. Como água benta, com que um Deus misericordioso e
acessível aspergisse todas as dores animais. Bênção, água benta, ou coisa parecida: uma impressão de doloroso triunfo, de
sofredora vitória sobre a desgraça inexplicável, injustificável, na carícia dos pingos de água, que não enxugava e lhe
secavam lentamente na pele. Impressão, aliás, algo confusa, sem requintes psicológicos e sem literatura.
2
Depois de satisfeita a sede, ele a colocava no pequeno cercado de tela separado do terreiro (as outras galinhas
martirizavam muito a branquinha) que construíra especialmente para ela. De tardinha dava-lhe outra vez milho e água e
deixava a pobre cega num poleiro solitário, dentro do cercado.
3
Porque o bico e as unhas não mais catassem e ciscassem, puseram-se a crescer. A galinha ia adquirindo um
aspecto irrisório de rapace, ironia do destino, o bico recurvo, as unhas aduncas. E tal crescimento já lhe atrapalhava os
passos, lhe impedia de comer e beber. Ele notou essa miséria e, de vez em quando, com a tesoura, aparava o excesso de
substância córnea no serzinho desgraçado e querido.
4
Entretanto, a galinha já se sentia de novo quase feliz. Tinha delidas lembranças da claridade sumida. No terreiro
plano ela podia ir e vir à vontade até topar a tela de arame, e abrigar-se do sol debaixo do seu poleiro solitário. Ainda
tinha liberdade - o pouco de liberdade necessário à sua cegueira. E milho. Não compreendia nem procurava compreender
aquilo. Tinham soprado a lâmpada e acabou-se. Quem tinha soprado não era da conta dela. Mas o que lhe doía
fundamente era já não poder ver o galo de plumas bonitas. E não sentir mais o galo perturbá-la com o seu có-có-có
malicioso. O ingrato.
(João Alphonsus - Galinha Cega. Em MORICONI, Italo, "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século". São Paulo:
Objetiva, 2000.)
170. Observe o período abaixo:
ELE FALA MAIS / DO QUE EU (FALO).
Entre as duas orações destacadas, há uma relação de comparação.
Agora observe o período seguinte:
"As bicadas tontas, de violentas, faziam doer a mão calosa." (par.1)
Nesse período, qual a relação estabelecida entre, de um lado, DE VIOLENTAS e, de outro, FAZIAM DOER A MÃO CALOSA?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita) O tempo do pescador é medido pelos ciclos da natureza, pelo decorrer dos dias e noites no ambiente marítimo e pelo
comportamento das espécies. Na pesca tradicional os róis, sob a orientação dos capitães e mestres de pesca, dividem
tarefas através do tempo de trabalho por eles estipulado. O senso de liberdade, ¢tão caro aos homens do mar, está muito
ligado à autonomia sobre o tempo, £podendo-se mesmo dizer que decorre dela.
Quando os pescadores são incorporados à pesca empresarial, a autoridade do mestre, que lhe é conferida pelo
conhecimento que detém e pela tradição, ¤vê-se substituída pelas ordens dos patrões e dissolvida pela interferência do
pessoal de terra no trabalho dos embarcados.
(Maldonado, S.C. PESCADORES DO MAR. São Paulo: Ática, 1986.)
171. Assinale a opção que apresenta as respectivas funções da palavra "se" empregada em: ".....podendo-se mesmo
dizer....."(ref.2) e ".....vê-se substituída....."(ref.3)?
a) Partícula de realce; pronome reflexivo.
b) Índice de indeterminação do sujeito; partícula de realce.
c) Pronome apassivador; pronome apassivador.
d) Parte integrante do verbo; parte integrante do verbo.
e) Parte integrante do verbo; pronome apassivador.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) "Queria dizer aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu desvairado em busca
do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão narrada em capítulo especial, é
provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo é que dá o título ao livro, e por que antes um que outro, questão prenhe de questões, que nos levariam longe... Eia! chora os dous recentes mortos, se tens lágrimas. Se só tens
riso, ri-te! É a mesma cousa. O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar, como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não
discernir os risos e as lágrimas dos homens."
Machado de Assis
172. " ... e por que antes um que outro..." - por que (separado) tal qual na oração:
a) não veio ............ choveu
b) reza, filho, ............ Deus te ouvirá
c) sei ............ não sabes: não estudas
d) trouxe o guarda-chuva ............ estava chovendo
e) o professor ensina, ............ o aluno vença
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsc) TEXTO: O banco da língua
"És a um só tempo esplendor e sepultura"! - disse o bardo Olavo Bilac da "Última Flor do Lácio", talvez já
prenunciando a gradual deterioração da língua portuguesa, em constante mutação etimológica.
Quem fala, faz a língua. Eis um truísmo levado ao pé da letra pelos jovens desta era cibernética, que levam uma
existência muito mais oral do que escritural. Antigamente, para comunicar-se com um primo no oeste do Estado, o jovem
era obrigado a escrever uma carta. Hoje, disca pelo celular - e bate um papo recheado de gírias e abreviaturas.
Quem não ama a sua língua? A dita língua "mãe" é o verdadeiro DNA da alma nacional. A religião, os costumes, o
folclore, as tradições, tudo pode ser subvertido por uma revolução, ou pela dominação do mais forte. A linguagem, não. A
língua é um distintivo vocal que nenhuma tirania pode revogar. Os galeses cultivam a sua, vertente derivada do Celta, com
um zelo tal que, em pleno Reino Unido, os filmes de televisão em Cardiff e região exibem legenda no dialeto gaélico. Os
bascos, todos sabemos, valem-se até do terrorismo para preservar e manter a "língua-mãe".
A língua materna deveria ser, portanto, essa conjunção carnal entre a pátria e a sua expressão oral e escrita. Há
patriotas que matam e morrem por esses valores. O brasileiro parece ser uma despreocupada exceção. Vibra pela pátria
só quando Ronaldinho penetra na meia-lua, na antesala (sic) de um gol.
Nosso Português parece tão "esbarrondado", como gostam de denunciar os d'além-mar, referindo-se ao "dialeto
brasileiro, falho, rasgado e desmoronado", que as autoridades educacionais deveriam criar uma espécie de "Banco da
Palavra", uma agência fortemente reguladora como o Banco Central.
Não é o Banco Central o "guardião da moeda"? Pois é: estamos urgentemente necessitados de um guardião para
a nossa língua. (...) Linguagens populares e jargões, além de um autêntico festival de anglicismos, estão "dialetizando" o
Português brasileiro. Experimentem ler os nomes de lojas e lanchonetes em algum Shopping Center: o que mais se vê são
os genitivos saxônicos, estilo McDonald's, Bob's, Ric's, Sac's - e por aí afora. (...)
O "Banco" de preservação do Português poderia valorizar e depurar o seu ensino nas escolas de primeiro e
segundo graus. As autoridades francesas, por exemplo, lançaram programas de resistência ao tropel do Inglês, que
assume a categoria de um novo Esperanto - uma língua quase universal. Loja com nome estrangeiro paga mais imposto...
Português e Espanhol são ambas línguas românticas, neolatinas, derivadas do romance, o dialeto da Península
Ibérica depois da dominação de Roma. Mas nossas semelhanças param por aí: enquanto a língua de Cervantes é sempre
cultivada como um patrimônio nacional, a de Camões é bela, sim, mas pouco a querem os seus próprios jovens locutores e
escritores.
Sérgio da Costa Ramos, "Diário
Catarinense", 23/08/98, p. 55.
VOCABULÁRIO:
bardo - 1 Poeta heróico ou lírico entre os celtas e gálios. 2 Trovador.
truísmo - 1 Verdade evidente, que está a entrar pelos olhos de toda a gente. 2 Evidência, verdade banal, trivialidade.
173. Considerando as proposições abaixo, assinale a(s) VERDADEIRA(S).
01. Na frase "O brasileiro parece ser uma despreocupada exceção", a palavra DESPREOCUPADA é formada pelo processo
de composição.
02. Com relação à divisão silábica, as palavras SU - BLI - ME e SUB - RO - GAR estão corretas.
04. A frase a seguir não apresenta erro quanto à concordância nominal: ELA PARECIA MEIO DESANIMADA.
08. Em "Deveria ser adotado um outro procedimento que, ressalte-SE já era esperado por todos", o pronome SE está
empregado corretamente.
16. Quanto à pontuação, a frase a seguir, do 3Ž parágrafo do texto, está correta: "(...) Os galeses cultivam a sua, vertente
derivada do Celta, com um zelo tal que, em pleno Reino Unido, os filmes de televisão (...)."
32. Na frase "Estes livros importados custam muito CARO", o vocábulo CARO funciona como advérbio.
174. (Vunesp) Observe os seguintes fragmentos do texto:
"...viver em voz ALTA." e " ... que ligasse o rádio um pouco ALTO..."
Indique a classe gramatical das palavras em maiúsculo e o processo de derivação que ocorre no segundo fragmento.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Vunesp)
A PALAVRA
"Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito - como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes
sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é
este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se
reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa
boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido
alguma frase espontânea e distraída que eu disse com naturalidade porque senti no momento - e depois esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário, e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o
canário cantar; que falasse com ele, cantarolasse, batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando
trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador;
até mesmo que ligasse o rádio um pouco alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma pequena frase melódica de Beethoven e o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma secreta ligação entre a alma do velho artista morto e o
pequeno pássaro cor de ouro?
Alguma coisa que eu disse distraído - talvez palavras de algum poeta antigo - foi despertar melodias esquecidas
dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino muito distante, uma princesa muito
triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao coração do povo; iluminasse um pouco as suas pobres choupanas e as suas
remotas esperanças."
(BRAGA, Rubem. "A Palavra". In: AI DE TI, COPACABANA! 5ヘ ed., Rio de Janeiro, Sabiá, 1963, pp.
195/196)
175. Observe o período:
"Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém."
a) Substitua a segunda oração por um substantivo ou pronome substantivo.
b) substitua a terceira oração por um adjetivo.
176. Classifique as orações do período transcrito do texto:
"Alguma coisa que eu disse distraído... foi despertar MELODIAS esquecidas dentro da alma de alguém."
177. Partindo das seguintes expressões: "ofício imprudente" e "ferimento de alguém", crie um período composto em que
a segunda oração expresse a causa da primeira.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Uerj) Texto I
A***
Falo a ti - doce virgem dos meus sonhos,
Visão dourada dum cismar tão puro,
Que sorrias por noites de vigília
Entre as rosas gentis do meu futuro.
Tu m'inspiraste, oh musa do silêncio,
Mimosa flor da lânguida saudade!
Por ti correu meu estro ardente e louco
Nos verdores febris da mocidade.
Tu, que foste a vestal dos sonhos d'ouro,
O anjo-tutelar dos meus anelos,
Estende sobre mim as asas brancas...
Desenrola os anéis dos teus cabelos!
(20/08/1859)
(ABREU, Casimiro. "Obras". Rio de Janeiro: MEC, 1955, p. 49-50.)
Vocabulário:
estro = imaginação criadora
vestal = mulher casta ou virgem
anelo = desejo ardente
Texto II
Sempre que se agita esta questão das "reivindicações", escovam-se os velhos chavões, e, com um grande ar de
importância, os ¢filósofos decidem sem apelação que a mulher não pode ser mais do que o anjo do lar, a vestal
encarregada de vigiar o fogo sagrado, a £depositária das tradições da família... e das chaves da despensa. Todo esse
dispêndio de palavras ¤inúteis serve apenas para encobrir a ¥fealdade da única razão séria que podemos apresentar
contra as pretensões das mulheres: o nosso egoísmo, o receio que temos de que nos despojem das nossas prerrogativas
seculares - o medo de perder as posições, as regalias, as honras que o preconceito bárbaro confiou exclusivamente ao
nosso século. Compreende-se: quem se habituou a empunhar o bastão do comando não se resigna facilmente a passá-lo
a outras mãos: é mais fácil deixar a vida do que deixar o poder.
(18/08/1901)
(BILAC, Olavo. VOSSA INSOLÊNCIA. São Paulo: Cia. das Letras, 1997, p. 313.)
Texto III
O mal de Isaías é ser ambíguo. Ser e não-ser. Não é índio, nem cristão. Não é homem, nem deixa de ser, ¢coitado.
Ser dois é não ser nenhum. Mas está acima de suas forças. Ele não pode deixar de participar de um nós comigo que é
excludente dos mairuns e que quase me ofende. Também não pode sentir consigo mesmo que ele é apenas um mairum
entre os outros. O pobre não pára de escarafunchar a cuca, se aclarando e se confundindo cada vez mais. Este casamento
com Inimá. Será que ele gosta dela? (...)
Outro dia fiquei muito tempo atrás dele, no pátio, confundida com toda gente que se junta ali, na hora do pôr do
sol, para comer e conversar. Vi bem que ele não falava com ninguém e que ninguém falava com ele. Nem Inimá. Ouvi
depois, ouvi bem que ele murmurava sozinho. Cheguei mais perto e ouvi melhor; era uma ladainha em latim, como as de
meu pai:
Tra-lá-lá, ora pro nobis
Tre-lé-lé, ora pro nobis
Vamos ver se, agora de noite, nesse balanço de rede, eu me esqueço dos outros para pensar em mim. Preciso me
concentrar no meu problema. Tentei pensar o dia inteiro, sem conseguir. Há dias que é assim. Até parece que já não sou
capaz. Será a gravidez que me deixa lânguida? De onde virá essa lassidão? Estou grávida e não sei de quem. Vou parir aqui
entre os mairuns, este é problema. Se problema existe, porque isto bem pode ser uma solução. Com um filho crescendo
mairum eu não me integraria mais nesse mundo que eu quero fazer meu? Ser a mãe de fulaninho não será para mim
como para um homem ser o pai de fulano? Os homens aqui mudam de nome quando têm um filho homem. Maxihú é o
pai de Maxi. Teró por muito tempo Jaguarhú. Eu seria Iuicuihí se minha filha se chamasse Iucui? Ou Mairahú se meu filho
pudesse chamar-se Maíra? Será que pode? Melhor é que seja menina: Iuicui.
(RIBEIRO, Darcy. "Maíra". Rio de Janeiro: Record, 1990, p. 372-3.)
178. "Melhor é QUE seja menina" (texto III)
A palavra em maiúsculo introduz uma oração substantiva, não podendo ser analisada como pronome relativo. Um dos
trechos a seguir, porém, contém exemplo de um "que" relativo. Esse exemplo está indicado em:
a) "dum cismar tão puro, QUE sorrias por noites de vigília" (texto I - versos 2 e 3)
b) "Sempre QUE se agita esta questão das reivindicações femininas" (texto II)
c) "a única razão séria QUE podemos apresentar contra as pretensões" (texto II)
d) "Até parece QUE já não sou capaz" (texto III)
179. "ladainha EM LATIM" (texto III)
A locução adjetiva em maiúsculo na expressão anterior poderia ser substituída pelo adjetivo cognato latina, mantendo-se
o sentido original.
O mesmo ocorre em:
a) "flor DA SAUDADE" (texto I -verso 6) = saudosa
b) "anjo DO LAR" (texto II) = tutelar
c) "tradições DA FAMÍLIA" (texto II) = familiares
d) "pretensões DAS MULHERES" (texto II) = femininas
180. "O mal de Isaías é SER AMBÍGUO." (texto III)
O período anterior contém uma oração subordinada substantiva, reduzida de infinitivo.
A oração em maiúsculo que também se classifica como subordinada substantiva reduzida é:
a) "Ninguém chega a uma grande obra SEM PASSAR POR OBRAS PEQUENAS." (Machado de Assis)
b) "Publica-se um livro como se correm os dados: PARA VER O que sai." (Manuel Antônio de Almeida)
c) "PARA ENTENDER nós temos dois caminhos, o da sensibilidade e o da inteligência."(Manoel de Barros)
d) "O sujeito que não se considera um gênio não deve se dedicar A FAZER LITERATURA." (Nelson Rodrigues)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) "Alguns anos vivi em Itabira
Principalmente nasci em Itabira
POR ISSO sou triste, sou orgulhoso: de ferro."
(Carlos Drummond de Andrade).
181. Observe que o verso final do fragmento expressa uma conclusão. Em quais dos itens a oração em maiúsculo
apresenta a mesma idéia conclusiva?
1. "Penso, LOGO EXISTO"
(Descartes)
2. "Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que seja imortal, POSTO QUE É CHAMA..."
(Vinícius de Moraes)
3. " Lutar com palavras
é a luta mais vã.
ENTANTO LUTAMOS
mal rompe a manhã."
(Carlos Drummond de Andrade)
4. "Eu canto PORQUE O INSTANTE EXISTE
E a minha vida está completa."
(Cecília Meireles)
5. "... DEVO PEDIR, POIS, À CIÊNCIA, que me explique o que é a vida ..."
(Émile Zola)
Estão corretos apenas os itens:
a) 1, 2 e 3;
b) 4 e 5;
c) 1 e 5;
d) 2, 3 e 4;
e) 1, 3 e 4.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Puc-rio)
SEUS OLHOS
Oh! rouvre tes grands yeux dont la paupiere
tremble,
Tes yeux pleins de langueur;
Leur regard est si beau quand nous sommes
ensemble!
Rouvre-les; ce regard manque à ma vie, il semble
Que tu fermes ton coeur.
Turquety
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
Estrelas incertas, que as águas dormentes
Do mar vão ferir;
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Têm meiga expressão,
Mais doce que a brisa, - mais doce que o nauta
De noite cantando, - mais doce que a frauta
Quebrando a soidão.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
De vivo luzir,
São meigos infantes, gentis, engraçados
Brincando a sorrir.
São meigos infantes, brincando, saltando
Em jogo infantil,
Inquietos, travessos; - causando tormento,
Com beijos nos pagam a dor de um momento,
Com modo gentil.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Às vezes luzindo, serenos, tranquilos,
Às vezes, vulcão!
Às vezes, oh! sim, derramam tão fraco,
Tão frouxo brilhar,
Que a mim me parece que o ar lhes falece,
E os olhos tão meigos, que o pranto umedece
Me fazem, chorar.
Assim lindo infante, que dorme tranquilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa - a pensar.
Nas almas tão puras da virgem, do infante,
Às vezes do céu
Cai doce harmonia duma Harpa celeste,
Um vago desejo; e a mente se veste
De pranto co'um véu.
Quer sejam saudades, que sejam desejos
Da pátria melhor;
Eu amo seus olhos que choram sem causa
Um pranto sem dor.
Eu amo seus olhos tão negros, tão puros,
De vivo fulgor;
Seus olhos que exprimem tão doce harmonia,
Que falam de amores com tanta poesia,
Com tanto pudor.
Seus olhos tão negros, tão belos, tão puros,
Assim é que são;
Eu amo esses olhos que falam de amores
Com tanta paixão.
(Gonçalves Dias, A. POESIA E PROSA COMPLETAS. Rio de Janeiro, Ed. Nova Aguilar, 1998, pp. 131-132.)
182. Aponte a única opção que apresenta um conjunto de palavras que, no texto, pertencem à mesma classe morfológica.
a) luzir (I. 2) - ferir (I. 4) - sorrir (I. 13)
b) que (o ar lhes falece) (I. 25) - que (o pranto umedece) (I. 26) - que (dorme tranquilo) (I. 28)
c) luzir (I. 11) - brilhar (I. 24) - dor (I. 40)
d) dormentes (I. 3) - tormento (I. 16) - infante (I.32)
e) desejo (I. 35) - amo (I. 39) - vivo (I. 42)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) Leia a seguir alguns trechos do capítulo 36, da obra SÃO BERNARDO, de Graciliano Ramos, e responda às questões.
"Foi aí que me surgiu a idéia esquisita de, com o auxílio de mais entendidas que eu, compor esta história. A idéia
gorou, o que já declarei. Há cerca de quatro meses, porém, enquanto escrevia a certo sujeito de Minas, recusando um
negócio confuso de porcos e gado zebu, ouvi um grito de coruja e sobressaltei-me."
(...)
De repente voltou-me a idéia de construir o livro. Assinei a carta ao homem dos porcos e, depois de vacilar um
instante, porque nem sabia começar a tarefa, redigi um capítulo.
Desde então procuro descascar fatos, aqui sentado à mesa da sala de jantar, fumando cachimbo e bebendo café,
à hora em que os grilos cantam e a folhagem das laranjeiras se tinge de preto.
(...)
Anteontem e ontem, por exemplo, foram dias perdidos: Tentei de balde canalizar para termo razoável esta prosa
que se derrama como a chuva da serra, e o que me apareceu foi um grande desgosto. Desgosto e a vaga compreensão de
muitas coisas que sinto.
183. Leia com atenção as afirmações a seguir.
I. Em "Há cerca de quatro meses...", se empregássemos o verbo HAVER por FAZER, teríamos: Fazem cerca de quatro
meses.
II. Em "fumando cachimbo e bebendo café", há paralelismo sintático e ambas as orações são subordinadas adverbiais
temporais, reduzidas de gerúndio.
III. A oração "que me apareceu" é subordinada adjetiva, iniciada pejo conectivo que, pronome relativo, cuja função
sintática é sujeito.
Podemos considerar corretas as informações:
a) I e II apenas;
b) II e III apenas;
c) I e III apenas;
d) todas;
e) nenhuma.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(G1) "O primeiro pêlo"
Elias, aquele pedacinho de gente, com a cara mais atrevida deste mundo, plantou-se diante do pai, que lia o jornal:
- Pai, eu já sou um homem! - Como o pai não desse sinal de ter ouvido, repetiu:
- Pai eu já sou um homem!
- Você sempre foi, meu filho. Desde que nasceu - respondeu, afinal, o pai.
- Isso eu já sei. Quero dizer, agora já sou grande.
- Não me parece que você tenha crescido muito de ontem para hoje... - disse o pai, olhando o garoto de alto a baixo.
- É que eu sou ... eu sou...
- Já sei. Você quer dizer que se tornou adulto.
- É, é isso mesmo.
- E por que o senhor meu filho acha que se tornou um adulto de ontem para hoje?
- O senhor está vendo aqui? - e apontava um pontinho preto no queixo. - Está vendo?
- Não vejo nada. Venha mais para perto. Ahnn! Será que estou vendo um pelinho aí?
- É o meu fio de barba, pai. Eu já sou homem.
- Ora, meu filho! É apenas um fio, e um fio não faz uma barba toda. Aliás, lembra-se da sua avó, minha mãe? A vovó tinha
uma verruguinha no queixo e três fios de barba. Veja bem: três fios. Nem por isso ela dizia que era homem!
- Mas eu já sou um adul... isso que o senhor disse. Por isso, preciso de um aumento de mesada, quero chegar tarde em
casa e levar a chave da porta.
- É uma pena, é uma pena... - lamentou o pai, balançando a cabeça.
- Pena o quê, pai?
- Pena, por que eu ia dar-lhe um presente agora que você completa doze anos. Mas... preciso mudar de presente.
- Mudar, pai?
- Claro. Quando você era menino, ia ganhar uma bicicleta dessa que você sempre quis. Mas, sendo um homem, vou dar a
você um aparelho de barba.
O garoto apoiou-se num pé, depois no outro, profundamente pensativo. Ah! Ia perder aquela sonhada bicicleta! Resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa. Eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo - concordou o pai. - E peça à sua mãe para tirar esse pelinho daí com uma pinça. Não fica bem um menino com
barba de homem.
(Mário Donato - Folhinha de S. Paulo).
184. Copie os substantivos da frase a seguir e passe-os para o plural.
O menino falou para o pai que já era um homem, mas o pai que lia o jornal, parecia não ter ouvido o que ele disse.
185. Reescreva as frases a seguir no feminino:
a) Pai, eu já sou um homem!
b) Por que o senhor meu filho acha que se tornou um adulto de ontem para hoje?
c) O garoto queria a bicicleta de presente.
186. Reescreva as frases a seguir substituindo a palavra em destaque por seu antônimo:
a) Quero chegar TARDE em casa.
b) Minha mesada precisa AUMENTAR.
187. Reescreva o texto a seguir usando corretamente a pontuação:
Ao saber da troca de presentes que seu pai iria fazer, o garoto ficou profundamente pensativo e resolveu
Pai, vamos fazer uma coisa eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo
Certo, concordou o pai.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) MEU POVO, MEU POEMA
Meu povo e meu poema crescem juntos
como cresce no fruto
a árvore nova
No povo meu poema vai nascendo
como no canavial
nasce verde o açúcar
No povo meu poema está maduro
como o sol
na garganta do futuro
Meu povo em meu poema
se reflete
como a espiga se funde em terra fértil
Ao povo seu poema aqui devolvo
menos como quem canta
do que planta
(Ferreira Gullar)
188. 1 "Dei o nome de PRIMEIROS CANTOS às poesias que agora público, porque espero que não serão as últimas.
Muitas delas não têm uniformidade nas estrofes, porque menosprezo regras de mera convenção; adotei todos os ritmos
da metrificação portuguesa, e usei deles como me pareceram quadrar melhor com o que eu pretendia exprimir.
2
Não têm unidade de pensamento entre si, porque foram compostas em épocas diversas - debaixo de céu diverso
- e sob a influência de impressões momentâneas.(...)
3
Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma,
reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o pensamento que me vem de improviso, e as idéias que em mim desperta
a vista de uma paisagem ou do oceano - o aspecto enfim da natureza. Casar assim o pensamento com o sentimento - o
coração com o entendimento - a idéia com a paixão - colorir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com
a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia - a Poesia grande e santa - a Poesia
como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir."
(DIAS, Gonçalves, "Prólogo aos primeiros cantos")
Observe a conjunção "como" em:
...Poesia 'como' eu a compreendo... (fim do 3Ž parágrafo do texto de Gonçalves Dias)
...'como' cresce no fruto... (v.2 do poema de Ferreira Gullar)
Ela apresenta, respectivamente, as idéias de:
a) causa - conformidade.
b) causa - comparação.
c) comparação - conformidade.
d) conformidade - comparação.
e) conformidade - causa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) Ossian o bardo é triste como a sombra
Que seus cantos povoa. O Lamartine
É monótono e belo como a noite,
Como a lua no mar e o som das ondas...
Mas pranteia uma eterna monodia,
Tem na lira do gênio uma só corda;
Fibra de amor e Deus que um sopro agita:
Se desmaia de amor a Deus se volta,
Se pranteia por Deus de amor suspira.
Basta de Shakespeare. Vem tu agora,
Fantástico alemão, poeta ardente
Que ilumina o clarão das gotas pálidas
Do nobre Johannisberg! Nos teus romances
Meu coração deleita-se... Contudo,
Parece-me que vou perdendo o gosto,
(...)
(Álvares de Azevedo, "Lira dos vinte anos")
189. "Fibra de amor e Deus que um sopro agita:" (verso 7)
Os dois pontos no final deste verso introduzem uma
a) citação.
b) explicação.
c) enumeração.
d) gradação.
e) concessão.
190. (Puccamp) O século está estressado porque não sabe de quem se deve defender, nem como: somos demasiado
poderosos para poder evitar nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os
resíduos. Porque a sujeira nascia da indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos)
nascem do bem-estar que ninguém quer mais perder.
No desenvolvimento do texto, há palavras que se referem às anteriores "século" e "meio". São elas, respectivamente:
a) porque - como
b) porque - se
c) se - o
d) o - que
e) que - ninguém
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Puccamp)
Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através
das metáforas e das realidades que marcaram esses cem últimos anos, aparece a verdadeira doença do progresso...
O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes Irmãos e dos
Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante. Não é um balanço tranquilizador. Mas o horror desses
acontecimentos não reside apenas na quantidade, que, certamente, é assustadora.
Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em ritmos antes
inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da energia eólica ao motor
de explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete
interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu
questionamento. O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos
saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno
está intimamente ligado ao fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a
sobrevivência do planeta. Um excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui mais o saber
que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um buraco na camada de ozônio.
O equivalente tecnológico da separação dos saberes foi a linha de montagem. Nesta, cada um conhece apenas
uma fase do trabalho. Privado da satisfação de ver o produto acabado, cada um é também liberado de qualquer
responsabilidade. Poderia produzir venenos, sem que o soubesse - e isso ocorre com frequência. Mas a linha de
montagem permite também fabricar aspirina em quantidade para o mundo todo. E rápido. Tudo se passa num ritmo
acelerado, desconhecido dos séculos anteriores. Sem essa aceleração, o Muro de Berlim poderia ter durado milênios,
como a Grande Muralha da China. É bom que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, mas pagamos o preço
dessa rapidez. Poderíamos destruir o planeta num dia.
Nosso século foi o da comunicação instantânea, presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um
botão e entra-se em comunicação com Pequim. Aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um
foguete é lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime.
Ciência, tecnologia, comunicação, ação à distância, princípio da linha de montagem: tudo isso tornou possível o
Holocausto. A perseguição racial e o genocídio não foram uma invenção de nosso século; herdamos do passado o hábito
de brandir a ameaça de um complô judeu para desviar o descontentamento dos explorados. Mas o que torna tão terrível
o genocídio nazista é que foi rápido, tecnologicamente eficaz e buscou o consenso servindo-se das comunicações de
massa e do prestígio da ciência.
Foi fácil fazer passar por ciência uma teoria pseudocientífica porque, num regime de separação dos saberes, o
químico que aplicava os gases asfixiantes não julgava necessário ter opiniões sobre a antropologia física. O Holocausto foi
possível porque se podia aceitá-lo e justificá-lo sem ver seus resultados. Além de um número, afinal restrito, de pessoas
responsáveis e de executantes diretos (sádicos e loucos), milhões de outros puderam colaborar à distância, realizando
cada qual um gesto que nada tinha de aterrador.
Assim, este século soube fazer do melhor de si o pior de si. Tudo o que aconteceu de terrível a seguir não foi se
não repetição, sem grande inovação.
O século do triunfo tecnológico foi também o da descoberta da fragilidade. Um moinho de vento podia ser
reparado, mas o sistema do computador não tem defesa diante da má intenção de um garoto precoce. O século está
estressado porque não sabe de quem se deve defender, nem como: somos demasiado poderosos para poder evitar
nossos inimigos. Encontramos o meio de eliminar a sujeira, mas não o de eliminar os resíduos. Porque a sujeira nascia da
indigência, que podia ser reduzida, ao passo que os resíduos (inclusive os radioativos) nascem do bem-estar que ninguém
quer mais perder. Eis porque nosso século foi o da angústia e da utopia de curá-la.
Espaço, tempo, informação, crime, castigo, arrependimento, absolvição, indignação, esquecimento, descoberta,
crítica, nascimento, vida mais longa, morte... tudo em altíssima velocidade. A um ritmo de STRESS. Nosso século é o do
enfarte.
(Adaptado de Umberto Eco, Rápida Utopia. VEJA, 25 anos, Reflexões para o futuro. São Paulo, 1993).
191. A frase INCORRETA quanto ao emprego do termo destacado é:
a) O homem contemporâneo conheceu o pior de si exatamente QUANDO atingiu o melhor de si.
b) As considerações do autor sobre o Holocausto, CUJO horror todos conhecem, abordam importantes aspectos da
contemporaneidade.
c) A fragilidade torna-se mais aguda QUANDO é menos esperada, como a que o homem descobriu no século do triunfo
tecnológico.
d) Hoje, QUANDO se aperta um botão, pode-se estar salvando numerosas vidas, mas pode-se também estar cometendo
pavorosos crimes.
e) O século XX está estressado porque não sabe de quem deve se defender nem como, é ONDE se diz que somos
demasiado poderosos para poder evitar nossos inimigos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsm) COMPORTAMENTO ANIMAL - 76 - SUPER - OUTUBRO 1998
A outra face do macaco
TEXTO I
Os chimpanzés, nossos primos genéticos, também fazem uso da força bruta de forma gratuita e com requintes de
crueldade. Já não estamos sós no inferno da violência.
(Por Gabriela Aguerre)
TEXTO II
No livro "Uma Janela para a Vida", no qual relata suas três décadas de experiência nas selvas da Tanzânia,
tornando-se uma das pioneiras da observação direta dos chimpanzés, Jane Goodall relata sua decepção com o
comportamento dos animais. "Durante muitos anos acreditei que os chimpanzés eram, no geral, bem mais legais do que
nós. De repente descobri que, sob certas circunstâncias, podiam ser igualmente brutais, que também tinham em sua
natureza um lado obscuro. Isso doeu."
192. Analise o período:
"Durante muitos anos, acreditei que os chimpanzés eram, no geral, bem mais legais do que nós."
Se a segunda oração fosse substituída por uma reduzida, o período composto apresentaria a seguinte forma:
a) Durante muitos anos, acreditei no comportamento dos chimpanzés, que seriam, no geral, bem mais legais do que nós.
b) Durante muitos anos, acreditei que os chimpanzés seriam, no geral, bem mais legais do que nós.
c) Durante muitos anos, acreditei serem os chimpanzés, no geral, bem mais legais do que nós.
d) Durante muitos anos, acreditei que os chimpanzés fossem, no geral, bem mais legais do que nós somos.
e) Durante muitos anos, acreditei nos chimpanzés. Eles seriam, no geral, bem mais legais do que nós.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj)
POÉTICA
1
Que é a Poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados.
2
Que é o Poeta?
um homem
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem.
(RICARDO, Cassiano. "Jeremias Sem-Chorar". Rio de Janeiro: José Oiympio, 1964.)
193. Nas orações do poema de Cassiano Ricardo, observa-se o uso de:
a) linguagem culta
b) discurso indireto livre
c) pontuação inadequada
d) inversão entre os termos
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufu) 1 "Como sempre, as festas de fim de ano se cercam de uma etiqueta caridosa. De repente, o chique é encenar uma
pose de desprendimento e até de prodigalidade: na temporada de Natal, dar é mais importante do que receber. É assim
que o espírito de Papai Noel toma conta da programação da TV - e perdura, por reverberação, até que se apaguem os
fogos do reveillon. São shows de confraternização, jogos de futebol beneficentes, gente chorando, astros fungando,
duplas sertanejas cantando de mãos dadas e, principalmente , muita publicidade condoída pedindo dinheiro para causas
humanitárias.
2
Ótimo que existam campanhas granjeando fundos para ajudar os pobres. Ótimo que elas funcionem. No final da
linha, um desgraçado terá encontrado auxílio, remédio e agasalho, e o mundo terá ficado um pouco menos selvagem,
ainda que momentaneamente. Mas há um problema - sempre há - na crescente propaganda da caridade. O problema é
que ela não rompe com o egoísmo, mas, paradoxalmente, tende a reforçá-lo. Nesse sentido é deseducativa. O
telespectador é instado a doar seus trocados menos pelos benefícios que proporcionará aos outros e mais pelos prazeres
que experimentará ao fazer a doação. A caridade deixa de ter o sentido de repartir o que se tem com quem nada tem para
tornar-se mecanismo obscuro de comprar sensações. "Você vai se sentir maior e melhor", promete o anúncio de uma
obra filantrópica. Portanto, doe e goze. Sai barato.
3
É claro, não foi a publicidade de TV que inventou a perversão invertida que há no gesto de quem dá migalhas aos
fracos - ela apenas encontrou aí sua via de convencimento e, mais exatamente, de sedução. Doar para ter prazer, longe de
ser um modo de amar o próximo, institucionaliza-se como um recurso permitido para cultivar o narcisismo, o mesmo
narcisismo que há em ter o carro importado que o outro não tem, a gravata que o outro não tem, o cartão de crédito que
o outro não tem.
4
Mas a perversão não fica só NISSO. Além de não tocar nas causas que fabricam as multidões de desvalidos, as
campanhas de filantropia se aproveitam da imagem dos miseráveis para comover sua clientela de novos caridosos,
deslumbrados consigo mesmos. Transformam os necessitados na cenografia de um grande fetiche, que é o exato oposto
da fraternidade, pois fraternidade é estar ao lado do outro como irmão, jamais como alguém superior que simplesmente
entrega o que não lhe falta. Mas NISSO também consiste o fetiche, em fazer parecer esmola o que deveria ser um direito.
Como mensagem de Ano-Novo, isso tudo é algo de medonho."
(In: Revista Veja de 7/jan/98)
194. Construa um parágrafo explicando a que elemento(s) as palavras em destaque se referem:
a) "Mas a perversão não fica só NISSO." (par.4)
b) "Mas NISSO também consiste o fetiche..." (par.4)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) O espectador de olhar imediatista talvez tenha dificuldade para apreender a principal qualidade de KENOMA. Tal
mérito não ocupa a tela de modo escancarado, mas por meio do acúmulo de imagens. É preciso aceitar o ritmo
cadenciado e os silêncios da narrativa para perceber a sintonia da direção com o ambiente retratado - um grotão
esquecido do Brasil, registrado por uma câmera realista, às vezes documental, mas com toques lúdicos. Mérito
significativo em se tratando de um relato de investigação sobre uma realidade social e geográfica distante dos
realizadores. Ainda mais em uma época tomada por filmes cujo ritmo acelerado impede a permanência das imagens na
retina e a apreensão de seus significados após a sessão.
(ÉPOCA, 31/08/98, p. 89)
195. No 2Ž período do texto, o advérbio NÃO localizar-se-ia melhor se posto imediatamente antes do elemento que está
negando:
a) tal mérito.
b) a tela.
c) de modo escancarado.
d) por meio do acúmulo.
e) de imagens.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrs)
UMA OUTRA EUCARISTIA
1
Em 1592, inspirado nas descrições do viajante Hans Staden, o alemão De Bry desenhou as cerimônias de
canibalismo de índios brasileiros. São documentos de £alto valor histórico (...). Porém, não podem ser vistos como retratos
exatos: o artista, sob a influência do Renascimento, mitigou a violência ¢antropofágica com imagens idealizadas de índios,
que ganharam traços e corpos esbeltos de europeus. As índias ficaram rechonchudas como as divas sensuais do pintor
holandês Rubens.
2
No século XX, o pintor brasileiro Portinari trabalhou o mesmo tema. Utilizando formas densas, rudes e nada
idealizadas, Portinari evitou o ângulo do colonizador e procurou não fazer julgamentos. A Antropologia persegue a mesma
coisa: investigar, descrever e interpretar as culturas em toda a sua diversidade desconcertante.
3
Assim, ela é capaz de revelar que o canibalismo é uma experiência simbólica e transcendental - jamais alimentar.
4
Até os anos 50, waris e kaxinawás comiam pedaços dos corpos de seus mortos. Ainda hoje, os yanomamis
misturam as cinzas dos amigos no purê de banana. Ao observar esses rituais, a Antropologia aprendeu que, na
antropofagia que chegou ao século XX, o que há é um ato amoroso e religioso, destinado a ajudar a alma do morto a
alcançar o céu. A SUPER, ao contar toda a história para você, pretende superar os olhares preconceituosos, ampliar o
conhecimento que os brasileiros têm do Brasil e estimular o respeito às culturas indígenas. Você vai ver que o canibalismo,
para os índios, é tão digno quanto a eucaristia para os católicos. É sagrado.
(Adaptado de: SUPERINTERESSANTE. Agosto, 1997, p.4.)
196. Assinale a alternativa na qual se faz uma afirmativa incorreta sobre possíveis alterações na pontuação do texto.
a) Os dois-pontos no parágrafo1 poderiam ser substituídos por ponto-e-vírgula, sem acarretar erro.
b) A vírgula no parágrafo 2 poderia ser substituída por dois-pontos, sem acarretar erro.
c) Os dois-pontos do parágrafo 2 poderiam ser substituídos por travessão, sem acarretar erro.
d) O travessão no parágrafo 3 poderia ser substituído por vírgula, sem acarretar o erro.
e) As vírgulas do parágrafo 4 poderiam ser substituídas por travessão, sem acarretar erro.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Uff) TEXTO I
Rio de Janeiro
Fios nervos riscos faíscas.
As cores nascem e morrem
Com impudor violento
Onde meu vermelho? Virou cinza.
Passou a boa! Peço a palavra!
Meus amigos todos estão satisfeitos
Com a vida dos outros.
Fútil nas sorveterias.
Pedante nas livrarias
Nas praias nu nu nu nu nu nu.
Tu tu tu tu tu no meu coração.
Mas tantos assassinatos, meu Deus.
E tantos adultérios também.
E tantos tantíssinos contos-de-vigário ...
(Este povo quer me passar a perna.)
Meu coração vai molemente dentro do táxi.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Poesia e prosa". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988, p.11.)
TEXTO II
Uma cidade é uma cidade é uma cidade. Ela é feita à imagem e semelhança de nosso sangue mais secreto. Uma
cidade não é um diamante transparente. Ela espelha, palmo a palmo, o mundo dos homens, suas contradições, abusões,
virtudes e desterros. Milímetro por milímetro. A mão do homem em toda parte. No asfalto. No basalto domado. Na
pedreira. Nos calçadões. Na rua, onde os veículos veiculam nosso exaspero e desespero. Uma cidade nos revela. Nos
denuncia naquilo que escondemos. Grande construção, empreitada de porte enorme, regougo de martelos e martírios¢.
Construímos nossa cidade. Somos construídos por ela. Os elos e cordames nos enlaçam, nos sufocam. Boiamos e nadamos
dia e noite, levados numa escuma onde borbulhas se abrem, como furúnculos maduros. Onde está a saída, ou a entrada?
(PELLEGRINO, Hélio. "A burrice do demônio". Rio de Janeiro: Rocco, 1988, p.82)
Vocabulário:
1 - "abusão": engano, ilusão, erro; superstição, crendice.
2 - "basalto": rocha vulcânica.
3 - "regougo": voz da raposa ou qualquer som que a imite; ronco.
TEXTO III
Qual será o futuro das cidades?
1
As megacidades vão mudar de endereço no próximo milênio.
2
Na periferia da globalização, as metrópoles subdesenvolvidas concentrarão não apenas população, mas também
miséria. Crescendo um ritmo veloz, dificilmente conseguirão dar a tantas pessoas habitação, transportes e saneamento
básico adequados. Mas não serão as únicas a enfrentar esses problemas. Mesmo metrópoles do topo da hierarquia global,
como Nova York, já sofrem com congestionamentos, poluição e violência.
3
Independentemente de tamanho ou localização, as cidades vão enfrentar ao menos um desafio comum: o
aumento da tensão urbana provocado pela crescente desigualdade entre seus moradores. Não há mágica tecnológica à
vista capaz de resolver as dificuldades. Os urbanistas apontam o planejamento como antídoto para o caos. Os governos
precisam apostar em parcerias com a iniciativa privada e a sociedade civil. ¢Será necessário coordenar ações locais e
iniciativas conjuntas entre cidades de uma mesma região.
("Caderno Especial, FOLHA DE S. PAULO", p.1, 02/5/1999.)
197. a) Reescreva as duas frases de acordo com a orientação entre parênteses:
Construímos nossa cidade. (voz passiva)
Somos construídos por ela. (voz ativa)
b) Explique, agora, com uma frase completa, o sentido do trecho:
Construímos nossa cidade. Somos construídos por ela. (ref.1, texto II)
198. Reescreva o seguinte fragmento do texto III, transformando a oração reduzida em outra iniciada por conectivo,
conservando o mesmo valor sintático da oração e fazendo apenas as alterações necessárias:
Será necessário coordenar ações locais e iniciativas conjuntas entre as cidades de uma mesma região. (ref.1 - par.3)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) As duas manas Lousadas! Secas, escuras e gárrulas como cigarras, desde longos anos, em Oliveira, eram elas as
esquadrinhadoras de todas as vidas, as espalhadoras de todas as maledicências, as tecedeiras de todas as intrigas. E na
desditosa cidade, não existia nódoa, pecha, bule rachado, coração dorido, algibeira arrasada, janela entreaberta, poeira a
um canto, vulto a uma esquina, bolo encomendado nas Matildes, que seus olhinhos furantes de azeviche sujo não
descortinassem e que sua solta língua, entre os dentes ralos, não comentasse com malícia estridente.
(Eça de Queirós, "A ilustre Casa de Ramires")
199. No texto, o emprego de artigos definidos e a omissão de artigos indefinidos têm como efeito, respectivamente,
a) atribuir às personagens traços negativos de caráter; apontar Oliveira como cidade onde tudo acontece.
b) acentuar a exclusividade do comportamento típico das personagens; marcar a generalidade das situações que são
objeto de seus comentários.
c) definir a conduta das duas irmãs como criticável; colocá-las como responsáveis pela maioria dos acontecimentos na
cidade.
d) particularizar a maneira de ser das manas Lousadas; situá-las numa cidade onde são famosas pela maledicência.
e) associar as ações das duas irmãs; enfatizar seu livre acesso a qualquer ambiente na cidade.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufrs) ¢Quando tratavam de maneiras ........ mesa, os manuais de civilidade medievais - ou talvez devamos dizer
"manuais de cortesia", tendo em vista a época - condenavam as manifestações de gula, a agitação, a sujeira, a falta de
consideração pelos outros convivas. £Tudo isso persiste nos séculos XVII e XVIII, porém novas prescrições se acrescentam
........ antigas. ¤Em geral, elas desenvolvem ........ idéia de limpeza - já presente na Idade Média -, ordenando que se usem
os novos utensílios de mesa: pratos, copos, facas, colheres e garfos individuais. ¥O emprego dos dedos é cada vez mais
proscrito, bem como a transferência dos alimentos diretamente da travessa comum para a boca.
¦Isso evidencia não só uma obsessão pela limpeza, como ainda um progresso do individualismo: o prato, o copo,
a faca, a colher e o garfo individuais na verdade erguem paredes invisíveis entre os comensais. §Na Idade Média, levava-se
a mão ao prato comum, duas ou três pessoas tomavam a sopa numa só escudela, todos comiam a carne na mesma
travessa e bebiam de uma única taça que circulava pela mesa; facas e colheres, ainda inadequadas, passavam de um
conviva a outro; e cada qual mergulhava seu pedaço de pão ou de carne em saleiros e molheiras comuns. ¨Nos séculos
XVII e XVIII, ao contrário, cada comensal é dono de um prato, um copo, uma faca, uma colher, um garfo, um guardanapo e
um pedaço de pão. ©Tudo que é retirado das travessas, molheiras e saleiros comuns deve ser pego com os utensílios
adequados e depositado no prato antes de ser tocado com os próprios talheres e levado ........ boca. ªCada conviva é
encerrado numa espécie de gaiola imaterial. ¢¡Por que tais precauções, dois séculos antes de Pasteur descobrir a
existência dos micróbios? ¢¢O que vem a ser essa sujeira que tanto se teme? ¢£Não será principalmente o medo do
contato com o outro?
(Adaptado de FLANDRIN, Jean-Louis. A DISTINÇÃO PELO GOSTO. In: CHARTIER, Roger (Org.) HISTÓRIA DA
VIDA PRIVADA 3: Da Renascença ao Século das Luzes. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. p. 267-8)
200. Considere as afirmativas seguintes sobre a pontuação do texto.
I - As aspas no 1Ž período indicam que se trata de palavras literais de outro autor, como se pode comprovar pela presença
do verbo DIZER introduzindo a citação.
II - Os travessões do 3Ž período poderiam ser substituídos por parênteses, sem que fosse alterado o sentido original da
frase.
III - No contexto, o trecho NÃO SERÁ (1Ž período) poderia ser substituído por É, e a frase terminada com ponto final, uma
vez que a última pergunta do texto é retórica e disfarça uma afirmação.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas III
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
201. Levando em conta as regras de pontuação do português culto, considere as possibilidades seguintes de substituição
do dois-pontos do (5Ž período)
I - Ponto, seguido de maiúscula.
II - Ponto-e-vírgula, seguido de minúscula.
III - Vírgula, seguida de minúscula.
Quais são corretas?
a) Apenas I
b) Apenas III
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Faap) SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Vinícius de Morais)
202. Na segunda estrofe há dois adjetivos:
a) calma e vento
b) olhos e chama
c) última e imóvel
d) paixão e pressentimento
e) momento e drama
203. "Que dos olhos desfez a última chama"
Oração subordinada:
a) substantiva subjetiva
b) substantiva objetiva direta
c) substantiva objetiva indireta
d) substantiva completiva nominal
e) adjetiva
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrs) ¢Apesar de não termos ilusões quanto ao caráter das nossas elites, existia uma certa resistência a essa espécie de
niilismo a que o Brasil nos leva. £Os escândalos na área financeira estão acabando até com isso. ¤Fica cada vez mais difícil
espantar os burgueses. ¥Os burgueses não se espantam com mais nada. ¦Alguns talvez se surpreendam quando ouvem
um filho pequeno ou um neto repetindo uma letra dos Mamonas, mas nestes casos o espanto é divertido, ou pelo menos
resignado. §A necessidade de se ser absolutamente claro sobre que tipos de atividade sexual causam AIDS e como fazer
para preveni-la acabou com qualquer preocupação da imprensa e da propaganda com o pundonor (grande palavra)
alheio, embora ainda façam alguns rodeios. ¨A linguagem ficou mais leve, ficamos menos hipócritas. ©Burgueses
epatáveis ainda existem, mas o acúmulo de agressões a seus ouvidos e pruridos os insensibilizou e hoje, se reagem, não é
em público.
(VERÍSSIMO, L. F. CONLUIO. Porto Alegre: Extra Classe, junho/julho de 1996. p.3).
204. Assinale a alternativa em que há uma associação correta entre o pronome e a palavra que ele substitui no texto.
a) que (1Ž período) - essa espécie de niilismo (1Ž período)
b) isso (2Ž período) - niilismo (1Ž período)
c) Ia (6Ž período) - atividade sexual (6Ž período)
d) seus (8Ž período) - agressões (8Ž período)
e) os (8Ž período) - ouvidos e pruridos (8Ž período)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
CARTA
Senhor,
A feição deles [os indígenas] é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais caso de encobrir ou deixar de encobrir suas vergonhas do que de
mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência. (...) E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem
procurarem maneiras de encobrir suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem raspadas
e feitas. O Capitão mandou pôr por baixo da cabeça de cada um seu cochim; e o da cabeleira esforçava-se por não a
estragar. E deitaram um manto por cima deles; e consentindo, aconchegaram-se e adormeceram. (...)
Ali por então não houve mais fala ou entendimento com eles, por a barbaria deles ser tamanha que se não
entendia nem ouvia ninguém. Acenamos-lhes que se fossem. E assim o fizeram e passaram-se para além do rio. (... )
Esse que o agasalhou era já de idade, e andava por galantaria, cheio de penas, pegadas pelo corpo, que parecia
seteado como São Sebastião. Outros traziam carapuças de penas amarelas; e outros de vermelhas; e outros de verdes. E
uma daquelas moças era toda tingida, de baixo a cima, daquela tintura, e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua
vergonha (que ela não tinha!) tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições, envergonhava,
por não terem as suas como ela. (...) E [Diogo Dias] levou consigo um gaiteiro nosso com sua gaita. E meteu-se a dançar
com eles, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam, e andavam com ele muito bem ao som da gaita. Depois de
dançarem fez-lhes ali muitas voltas ligeiras, andando no chão, e salto real, de que se eles espantavam e riam e folgavam
muito. E conquanto com aquilo os segurou e afagou muito, tomavam logo uma esquiveza como monteses, e foram-se
para cima... Bastará [isso para Vossa Alteza ver] que até aqui, como quer que se eles em alguma parte amansassem, logo
de uma mão para outra se esquivavam, como pardais, [com medo] do cevadoiro. E tudo se passa como eles querem - para
os bem amansarmos! (...)
Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que
esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e
frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com
quanto trigo e legumes comemos.
Nesse dia enquanto ali andavam, dançaram e bailaram sempre com os nossos, ao som de um tamboril nosso,
como se fossem mais amigos nossos do que nós seus. Se lhes a gente acenava, se queriam vir às naus, aprontavam-se logo
para isso, de modo tal que, se os convidáramos a todos, todos vieram. Porém não levamos esta noite às naus senão
quatro ou cinco; a saber, o Capitão-Mor, dois; e Simão de Miranda, um que já trazia por pajem, e Aires Gomes a outro,
pajem também.
Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto
que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E portanto, se os degredados que aqui hão de ficar
aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão
cristãos e hão de crer na santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente, esta gente é boa e de
bela simplicidade.
Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei D. Manuel, escrita do porto seguro de Vera Cruz com a data de 1Ž de maio do ano
1500, em linguagem atualizada por Carolina Michaelis de Vasconcelos). in: CALMOM, Pedro. HISTÓRIA DO BRASIL - I. Rio
de Janeiro: José Olympio, 1959, pp. 64-83.
O ENFRENTAMENTO DOS MUNDOS
Os índios perceberam a chegada do europeu como um acontecimento espantoso, só assimilável em sua visão
mítica do mundo. Seriam gente de seu deus sol, o criador -Maíra -, que vinha milagrosamente sobre as ondas do mar
grosso. Não havia como interpretar seus desígnios, tanto podiam ser ferozes como pacíficos, espoliadores ou dadores.
Provavelmente seriam pessoas generosas, achavam os índios. Mesmo porque, no seu mundo, mais belo era dar
que receber. Ali, ninguém jamais espoliara ninguém e a pessoa alguma se negava louvor por sua bravura e criatividade.
Visivelmente, os recém-chegados, saídos do mar, eram feios, fétidos e infectos. Não havia como negá-lo. (... )
Aquele desencontro de gente índia que enchia as praias, encantada de ver as velas enfunadas, e que era vista
com fascínio pelos barbudos navegantes recém-chegados, era, também o enfrentamento biótico mortal da higidez e da
morbidade. A indiada não conhecia doenças, além de coceiras e desvanecimentos por perda momentânea da alma. A
branquitude trazia da cárie dental à bexiga, à coqueluche, à tuberculose e o sarampo. Desencadeia-se, ali, desde a
primeira hora, uma guerra biológica implacável. De um lado, povos peneirados, nos séculos e milênios, por pestes a que
sobreviveram e para as quais desenvolveram resistência. De outro lado, povos indenes, indefesos, que começavam a
morrer aos magotes. Assim é que a civilização se impõe, primeiro como uma epidemia de pestes mortais. Depois, pela
dizimação através de guerras, de extermínio e da escravização. Entretanto, esses eram tão-só os passos iniciais de uma
escalada do calvário das dores inenarráveis do extermínio genocida e etnocida.
RIBEIRO, Darcy. O POVO BRASILEIRO: A FORMAÇÃO E O SENTIDO DO BRASIL. São Paulo: Companhia das Letras, 1995, pp.
46-47.
205. A Carta de Pero Vaz de Caminha, redigida com exuberância descritiva e até com uma enternecida afetividade,
afigura-se como uma espécie de "Certidão de Batismo" de nosso país, na perspectiva da cultura ibérica, branca, cristã,
mercantilista. E é como um reflexo dessa visão de mundo que está escrita, como de resto foi escrita a literatura
ultramarina portuguesa da época. O Capitão-Mor Cabral, o escrivão Caminha e outros trouxeram de Portugal um
vocabulário que, sem dúvida, se revelou insuficiente para descrever as coisas novas do Novo Mundo que viam e
interpretavam. Por isto, é frequente na Carta o emprego de expressões e orações comparativas, na tentativa de exprimir o
desconhecido, o inusitado, o extraordinário. Baseado neste comentário:
a) Cite uma dessas frases comparativas.
b) Interprete-a, de acordo com o contexto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) Durante este período de depressão contemplativa uma coisa apenas magoava-me: não tinha o ar angélico do
Ribas, não cantava tão bem como ele. Que faria se morresse, entre os anjos, sem saber cantar?
Ribas, quinze anos, era feio, magro, linfático. Boca sem lábios, de velha carpideira, desenhada em angústia - a
súplica feita boca, a prece perene rasgada em beiços sobre dentes; o queixo fugia-lhe pelo rosto, infinitamente, como uma
gota de cera pelo fuste de um círio...
Mas, quando, na capela, mãos postas ao peito, de joelhos, voltava os olhos para o medalhão azul do teto, que
sentimento! que doloroso encanto! que piedade! um olhar penetrante, adorador, de enlevo, que subia, que furava o céu
como a extrema agulha de um templo gótico!
E depois cantava as orações com a doçura feminina de uma virgem aos pés de Maria, alto, trêmulo, aéreo, como
aquele prodígio celeste de garganteio da freira Virgínia em um romance do conselheiro Bastos.
Oh! não ser eu angélico como o Ribas! Lembro-me bem de o ver ao banho: tinha as omoplatas magras para fora,
como duas asas!
O ATENEU. Raul Pompéia
206. ... o queixo fugia-LHE pelo rosto. O pronome em maiúsculo é oblíquo, mas no texto tem o valor de:
a) possessivo
b) demonstrativo
c) relativo
d) interrogativo
e) indefinido
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb)
A palavra e a publicidade
Hoje em dia, a publicidade tem sob sua responsabilidade o dicionário da linguagem universal. Se ela, a
publicidade, fosse Pinóquio, seu nariz daria várias voltas ao mundo.
"Encontre a verdade": a verdade está na cerveja Heineken. "Você deve apreciar a autenticidade em todas as suas
formas": a autenticidade está na fumaça dos cigarros Winston. Os sapatos esportivos Converse são "solidários" e a nova
câmara Canon chama-se Rebelde: "Para que você mostre do que é capaz". No novo universo da computação, a empresa
Oracle proclama a revolução: "A revolução está em nosso destino". A Apple propõe a liberdade: "Pense diferente".
Comendo hambúrgueres Burger King, você pode manifestar seu inconformismo: "Às vezes, é preciso romper as regras".
Contra a inibição, Kodak, que "fotografa sem limites". A resposta está nos cartões Dinners: "A resposta correta em
qualquer idioma". Os cartões Visa reafirmam a personalidade: "Eu posso". Os automóveis Rover permitem que "você
expresse sua potência", e a empresa Ford bem que gostaria que "a vida fosse tão bem feita" como seu modelo mais
recente. Não há melhor amiga da natureza que a Shell: "Nossa prioridade é a proteção do meio ambiente", Os perfumes
Givenchy oferecem "eternidade", os perfumes Dior£, "fuga"; os lenços Hermes, "sonhos e lendas". ¤Quem não sabe que a
"chispa da vida" brilha em quem bebe Coca-Cola? Se alguém quiser saber, as fotocópias Xerox, "para compartilhar o
conhecimento". Contra a dúvida, os desodorantes Gillette: "Para ter confiança em você mesmo."
[Eduardo Galeano. "Algumas estações da palavra no inferno", In: PALAVRA, nŽ6, 9/99, p.82 (com adaptações).]
207. Com relação ao texto, julgue os itens a seguir.
(1) O trecho "Encontre a verdade": a verdade está na cerveja Heineken" pode ser substituído por "ENCONTRE-A": ELA
ESTÁ NA CERVEJA HEINEKEN, sem que se alterem as relações de idéias e a clareza da mensagem transmitida.
(2) No segundo parágrafo, os dois pontos foram usados várias vezes pelo autor como recurso para estabelecer relações de
sentido consideradas verdadeiras.
(3) A vírgula foi empregada duas vezes para indicar a elipse do verbo SIGNIFICAR (ref.2).
(4) A expressão "Quem não sabe" (ref.3) tem a finalidade de explicitar que TODO MUNDO SABE BRILHAR, DESTACAR-SE.
208. (Cesgranrio) Em "... qualquer dos outros a quem a morena poderá pertencer..." (par.10), o emprego do pronome
relativo obedeceu a regência do verbo. Assinale a opção em que este emprego está INCORRETO.
a) Observe os movimentos da dança de que lhe falei ontem à noite.
b) Há grupos humanos em cuja cultura encontramos muitas festas.
c) A deterioração cultural contra a qual o povo lutou foi inevitável.
d) São grandes as transformações com as quais as culturas passam.
e) Todos se referiram à fonte de onde foram retiradas aquelas quadrinhas.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Cesgranrio)
A MORTE DA PORTA-ESTANDARTE
1
Que adianta ao negro ficar olhando para as bandas do Mangue ou para os lados da Central?
2
Madureira é longe e a amada só pela madrugada entrará na praça, à frente do seu cordão.
3
Todos percebem que ele está desassossegado, que uma paixão o está queimando por dentro.
4
Sua agonia vem da certeza de que é impossível que alguém possa olhar para Rosinha sem se apaixonar. E nem de
longe admite que ela queira repartir o amor.
5
A praça transbordava. (...) Só depois que Rosinha chegasse começaria o Carnaval.(...)
6
A praça inteira está cantando, tremendo. O corpo de Rosinha não tardaria a boiar sobre ela como uma pétala.(...)
7
Acima das vagas humanas os estandartes palpitam como velas.(...)
8
Dezenas de estandartes pareciam falar, transmitiam mensagens ardentes, sacudiam-se, giravam, paravam,
desfalecendo, reclinavam-se para beijar, fugiam...(...)
9
Se quiser agora sair daquele lugar, já não poderá mais, se sente pregado ali. O gemido cavernoso de uma cuíca
próxima ressoa-lhe fundo no coração. - Cuíca de meu agouro, vai roncar no inferno...(...)
10
E está sofrendo o preto. Os felizes estão-se divertindo. Era preferível ser como os outros, qualquer dos outros a
quem a morena poderá pertencer ainda, do que ser alguém como ele, de quem ela pode escapar. Uma rapariga como
Rosinha, a felicidade de tê-la, por maior que seja, não é tão grande como o medo de perdê-la.(...)
11
O negro está hesitante. As horas caminham e o bloco de Madureira é capaz de não vir mais. Os turistas ingleses
contemplam o espetáculo à distância, e combinam o medo com a curiosidade.(...)
12
No fundo da praça uma correria e começo de pânico. Ouvem-se apitos. As portas de aço descem com fragor. As
canções das Escolas de samba prosseguem mais vivas, sinfonizando o espaço poeirento. A inglesa velha está afobada,
puxa a família, entra por uma porta semicerrada.
13
- Mataram uma moça!(...)
14
O crime do negro abriu uma clareira silenciosa no meio do povo. Ficaram todos estarrecidos de espanto vendo
Rosinha fechar os olhos. O preto ajoelhado bebia-lhe mudamente o último sorriso, e inclinava a cabeça de um lado para
outro como se estivesse contemplando uma criança. (...)
(Aníbal M. Machado)
209. Em "Ficaram todos estarrecidos de espanto VENDO Rosinha fechar os olhos." (par14), a oração reduzida em
maiúsculo pode ser assim desenvolvida:
a) embora não vissem.
b) contanto que vissem.
c) por isso viam.
d) enquanto viam.
e) de modo que viam.
210. Assinale a relação INCORRETA entre a oração e a idéia que ela apresenta.
a) "... sem se apaixonar." (par.4) - concessão
b) "... depois que Rosinha chegasse ..." (par. 10) - tempo
c) "... para beijar." (par.8) - finalidade
d) "... e o bloco de Madureira é capaz ..." (par.11) - adição
e) "... se sente pregado ali." (par.9) - condição
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest)
O SENÃO DO LIVRO
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros
capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a
sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu
tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este
livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,
ameaçam o céu, escorregam e caem...
(Machado de Assis, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS)
211. O emprego dos pronomes ESTE e ESSE, no início do texto,
a) tem a finalidade de distinguir entre o que já se mencionou (mundo) e o que se vai mencionar (livro).
b) marca a oposição entre o concreto (mundo real) e o abstrato (mundo da ficção).
c) faz uma distinção decorrente da diferença entre a posição do narrador e a do leitor.
d) é consequência da oposição entre passado (livro) e presente (mundo).
e) é indiferente; assim como hoje, esses pronomes não têm valor distintivo.
212. A alternativa em que o termo SENÃO apresenta o mesmo valor gramatical expresso em "O SENÃO do livro" é:
a) O motivo não pode ser outro SENÃO que a melancólica paisagem.
b) Falara como pai, SENÃO como juiz.
c) Ninguém SENÃO seu irmão o ouvia.
d) Resplandecia aos olhos dos homens, formosa sem SENÃO.
e) Não o apanhara SENÃO para ter uma parte na glória e no serviço.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uelondrina) Assinale, a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
213. Transpondo a frase "Na semana que vem eles já terão terminado o trabalho" para a voz passiva, obtém-se a forma
verbal,.......
a) será terminado
b) terminarão
c) terminar-se-á
d) terá sido terminado
e) haverão de ter terminado
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) INTRODUÇÃO: As questões seguintes tomam por base o poema A E I O U, do simbolista Alphonsus de
Guimaraens (1870-1921) e um fragmento do conto UMA HISTÓRIA DE MIL ANOS, do escritor, editor e polemista Monteiro
Lobato (1882-1948).
AEIOU
Manhã de primavera. Quem não pensa
Em doce amor, e quem não amará?
Começa a vida. A luz do céu é imensa...
A adolescência é toda sonhos. A.
O luar erra nas almas. Continua
O mesmo sonho e oiro, a mesma fé.
Olhos que vemos sob a luz da lua...
A mocidade é toda lírios. E.
Descamba o sol nas púrpuras do ocaso.
As rosas morrem. Como é triste aqui!
O fado incerto, os vendavais do acaso...
Marulha o pranto pelas faces. I.
A noite tomba. O outono chega. As flores
Penderam murchas. Tudo, tudo é pó.
Não mais beijos de amor, não mais amores...
Ó sons de sinos a finados! O.
Abre-se a cova. Lutulenta e lenta,
A morte vem. Consoladora és tu!
Sudários rotos na mansão poeirenta...
Crânios e tíbias de defunto. U.
in: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1960. p.506.
UMA HISTÓRIA DE MIL ANOS
- HU... HU...
É como nos invios da mata soluça a juriti.
Dois HUS - um que sobe, outro que desce.
O destino do u!... Veludo verde-negro transmutado em som - voz das tristezas sombrias. Os aborígines,
maravilhosos denominadores das coisas, possuíam o senso impressionista da onomatopéia. URUTÁU, URÚ, URUTÚ,
INAMBÚ - que sons definirão melhor essas criaturinhas solitárias, amigas da penumbra e dos recessos?
A juriti, pombinha eternamente magoada, é toda US. Não canta, geme em U - geme um gemido aveludado, lilás,
sonorização dolente da saudade.
O caçador passarinheiro sabe como ela morre sem luta ao mínimo ferimento. Morre em U...
Já o sanhaço é todo AS. Ferido, debate-se, desfere bicadas, pia lancinante.
A juriti apaga-se como chama de algodão. Frágil torrão de vida, extingue-se como se extingue a vida do torrão de
açúcar aos simples contacto da água. Um U que se funde.
in: LOBATO, Monteiro. NEGRINHA. 9ヘ ed.
São Paulo: Brasiliense, 1959, p. 135.
214. Os efeitos estilísticos dos textos literários são muitas vezes obtidos pela adoção de procedimentos bastante simples.
É característica, no poema de Alphonsus de Guimaraens, a insistência em períodos simples, bem como a repetição de
vocábulos no conto de Lobato. Releia os textos e, a seguir,
a) transcreva e classifique a única oração subordinada que aparece no poema de Alphonsus de Guimaraens;
b) indique a classe de palavra em que se enquadra "u", no último período do texto de Monteiro Lobato, e justifique sua
resposta com base no contexto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
ALTÉIA
Cláudio Manuel da Costa
Aquele pastor amante,
Que nas úmidas ribeiras
Deste cristalino rio
Guiava as brancas ovelhas;
Aquele, que muitas vezes
Afinando a doce avena,
Parou as ligeiras águas,
Moveu as bárbaras penhas;
Sobre uma rocha sentado
Caladamente se queixa:
Que para formar as vozes,
Teme, que o ar as perceba.
(in POEMAS de Cláudio Manuel da Costa. São Paulo: Cultrix, 1966, p. 156.)
215. Levando em conta que as três estrofes citadas constituem num período completo:
a) Aponte a função sintática de "Aquele pastor amante".
b) Classifique a oração integrada pelos versos: "Aquele pastor amante,", "Sobre uma rocha sentado" e "Caladamente se
queixa."
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Uff) 1 Educai o coração da mulher, esclarecei seu intelecto com o estudo de coisas úteis e com a prática dos deveres,
inspirando nela o deleite que se experimenta ao cumpri-los; purgai a sua alma de tantas nocivas frivolidades pueris de que
se acha rodeada mal abre os olhos à luz.
2
Cessai aqueles tolos discursos com os quais atordoais sua razão, fazendo-a crer que é rainha, quando nada mais é
que a escrava dos vossos caprichos. Não façais dela a mulher da Bíblia; a mulher de hoje em dia pode sair-se melhor do
que aquela; nem muito menos a mulher da Idade Média: da qual estamos todas tão distantes que não poder-nos-ia servir
de modelo; mas a mulher que deve progredir com o século dezenove, ao lado do homem, rumo à regeneração dos povos.
3
Guarde-se bem o homem de ter a mulher para seu joguete, ou sua escrava; trate-a como uma companheira da
sua vida, devendo ela participar de suas alegres e tristes aventuras; considere-a desde o berço até seu leito de morte,
como aquela que exerce uma influência real sobre o destino dele, e por conseguinte sobre o destino das nações; dediquelhe, por último, uma educação como exige a grande tarefa que ela deve cumprir na sociedade como o benéfico
ascendente do coração; e a mulher será como deve ser, filha e irmã dedicadíssima, terna e pudica esposa, boa e
providente mãe.
(1859)
FLORESTA, Nísia. Cintilações de uma alma brasileira. Florianópolis/ Santa Cruz: Ed. Mulheres/ Ed. Da UNISC, 1997.
p. 115-7.
216. Assinale a opção em que o termo em destaque não se vincula sintaticamente ao substantivo que o antecede:
a) "esclarecei seu intelecto COM O ESTUDO DE COISAS ÚTEIS" (par.1)
b) "Cessai aqueles todos discursos COM OS QUAIS atordoais sua razão" (par.2)
c) "a mulher DE HOJE EM DIA pode sair-se melhor do que aquela" (par.2)
d) "quando nada mais é que a escrava DOS VOSSOS CAPRICHOS" (par.2)
e) "trate-a como uma companheira DA SUA VIDA" (par.3)
217. Na flexão dos diminutivos, o uso coloquial, com frequência, se diferencia do uso prescrito pela gramática normativa.
Assinale o par de palavras em que os DOIS USOS ocorrem:
a) colherzinhas - florzinhas
b) mulherzinhas - coraçõezinhos
c) florezinhas - mulherezinhas
d) mulherzinhas - coraçãozinhos
e) colherezinhas - floreszinhas
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Puccamp)
A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta,
que acabam por estreitar um problema extremamente complexo, permanecendo a discussão quase sempre em torno da
droga que está mais em evidência.
Vários aspectos relacionados ao problema (abuso das chamadas drogas lícitas, como medicamentos, inalação de
solventes, etc.) ou não são discutidos, ou não merecem a devida atenção. A sociedade parece ser pouco sensível, por
exemplo, aos problemas do alcoolismo, que representa a primeira causa de internação da população adulta masculina em
hospitais psiquiátricos. Recente estudo epidemiológico realizado em São Paulo apontou que 8% a 10% da população
adulta apresentavam problemas de abuso ou dependência de álcool. Por outro lado, a comunidade mostra-se
extremamente sensível ao uso e abuso de drogas ilícitas, como maconha, cocaína, heroína, etc.
Dois grupos mantêm acalorada discussão. O primeiro acredita que somente penalizando traficantes e usuários
pode-se controlar o problema, atitude essa centrada, evidentemente, em aspectos repressivos.
Essa corrente atingiu o seu maior momento logo após o movimento militar de 1964. Seus representantes
acreditam, por exemplo, que "no fim da linha" usuários fazem sempre um pequeno comércio, o que, no fundo, os
igualaria aos traficantes, dificultando o papel da Justiça. Como solução, apontam, com frequência, para os
reconhecidamente muito dependentes, programas extensos a serem desenvolvidos em fazendas de recuperação,
transformando o tratamento em um programa agrário.
Na outra ponta, um grupo "neoliberal" busca uma solução nas regras do mercado. Seus integrantes acreditam
que, liberando e taxando essas drogas através de impostos, poderiam neutralizar seu comércio, seu uso e seu abuso. As
experiências dessa natureza em curso em outros países não apresentam resultados animadores.
Como uma terceira opção, pode-se olhar a questão considerando diversos ângulos. O usuário eventual não
necessita de tratamento, deve ser apenas alertado para os riscos. O dependente deve ser tratado, e, para isso, a
descriminalização do usuário é fundamental, pois facilitaria muito seu pedido de ajuda. O traficante e o produtor devem
ser penalizados. Quanto ao argumento de que usuários vendem parte do produto: é fruto de desconhecimento de como
se dão as relações e as trocas entre eles.
Duplamente penalizados, pela doença (dependência) e pela lei, os usuários aguardam melhores projetos, que
cuidem não só dos aspectos legais, mas também dos aspectos de saúde que são inerentes ao problema.
(Adaptado de Marcos P. T. Ferraz, Folha de São Paulo)
218. A questão da descriminalização das drogas se presta a frequentes simplificações de caráter maniqueísta, "que"
acabam por estreitar um problema extremamente complexo, permanecendo a discussão quase sempre em torno da
droga "que" está mais em evidência.
Os elementos referidos pelos pronomes "que" e "que", entre aspas no texto, são, respectivamente:
a) caráter maniqueísta - droga
b) as drogas - a discussão
c) a questão da descriminalização das drogas - problema extremamente complexo
d) frequentes simplificações de caráter maniqueísta - a droga
e) a descriminalização - caráter maniqueísta
219. A alternativa em que o advérbio exprime idéia de INTENSIDADE é:
a) a sociedade parece ser pouco sensível.
b) usuários fazem sempre um pequeno comércio.
c) ... atitude essa centrada, evidentemente, em aspectos repressivos.
d) ... somente penalizando traficantes e usuários.
e) ... duplamente penalizados.
220. As experiências dessa natureza em curso em outros países não apresentam resultados animadores.
A frase anterior, com elementos deslocados, está corretamente pontuada em:
a) Não apresentam resultados, animadores em outros países, as experiências dessa natureza em curso.
b) Em curso em outros países, as experiências dessa natureza, não apresentam resultados animadores.
c) Em outros países, não apresentam resultados animadores - as experiências dessa natureza em curso.
d) Em outros países as experiências dessa natureza, em curso, não apresentam, resultados animadores.
e) Não apresentam, as experiências dessa natureza em curso em outros países, resultados animadores.
221. A alternativa que contém uma oração com função de objeto direto é:
a) A sociedade parece ser pouco sensível, por exemplo, aos problemas do alcoolismo, que representa a primeira causa de
internação da população adulta masculina em hospitais psiquiátricos.
b) Por outro lado, a comunidade mostra-se extremamente sensível ao uso e abuso de drogas ilícitas, como maconha,
cocaína, heroína, etc.
c) Recente estudo epidemiológico realizado em São Paulo apontou que 8% a 10% da população adulta apresentavam
problemas de abuso ou dependência de álcool.
d) Quanto ao argumento de que usuários vendem parte do produto: é fruto de desconhecimento de como se dão as
relações e as trocas entre eles.
e) Duplamente penalizados, pela doença (dependência) e pela lei, os usuários aguardam melhores projetos, que cuidem
não só dos aspectos legais, mas também dos aspectos de saúde que são inerentes ao problema.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) BAILADO RUSSO
Guilherme de Almeida
A mão firme e ligeira
puxou com força a fieira:
e o pião
fez uma elipse tonta
no ar e fincou a ponta
no chão.
É o pião com sete listas
de cores imprevistas.
Porém,
nas suas voltas doudas,
não mostra as cores todas
que tem:
- fica todo cinzento,
no ardente movimento...
E até
parece estar parado,
teso, paralisado,
de pé.
Mas gira. Até que, aos poucos,
em torvelins tão loucos
assim,
já tonto, bamboleia,
e bambo, cambaleia...
Enfim,
tomba. E, como uma cobra,
corre mole e desdobra
então,
em hipérboles lentas,
sete cores violentas
no chão.
222. "O pião parece estar parado mas gira". Começando o período pela segunda oração, sem prejuízo do sentido,
escreveríamos:
a) O pião gira, porque parece estar parado
b) O pião gira, quando parece estar parado
c) O pião gira, embora pareça estar parado
d) O pião gira, desde que pareça estar parado
e) O pião gira, para que pareça estar parado
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg) Já que não basta ficarem mexendo toda hora no valor e no nome do dinheiro? Nos juros, no crédito, nas alíquotas
de importação, no câmbio, na Ufir e nas regras do imposto de renda? Já não basta mudarem as formas da Lua, as marés, a
direção dos ventos e o mapa da Europa? E as regras das campanhas eleitorais, o ministério, o comprimento das saias, a
largura das gravatas? Não basta os deputados mudarem de partido, homens virarem mulher, mulheres virarem homem e
os economistas virarem lobisomem, quando saem do Banco Central e ingressam na banca privada?
Já não basta os prefeitos, como imperadores romanos, tentarem mudar o nome de avenidas cruciais, como a
Vieira Souto, no Rio de Janeiro, ou se lançarem à aventura maluca de destruir largos pedaços da cidade para rasgar
avenidas, como em São Paulo? Já não basta mudarem toda hora as teorias sobre o que engorda e o que emagrece? Não
basta mudarem a capital federal, o número de estados, o número de municípios e até o nome do país, que já foi Estados
Unidos do Brasil e depois virou República Federativa do Brasil?
Não, não basta. Lá vêm eles de novo, querendo mudar as regras de escrever o idioma. "Minha pátria é a língua
portuguesa", escreveu Fernando Pessoa pela pena de um de seus heterônimos, Bernardo Soares, autor do "Livro do
Desassossego". Desassossegados estamos. Querem mexer na pátria. Quando mexem no modo de escrever o idioma,
põem a mão num espaço íntimo e sagrado como a terra de onde se vem, o clima a que se acostumou, o pão que se come.
Aprovou-se recentemente no Senado mais uma reforma ortográfica da Língua Portuguesa. É a terceira nos
últimos 52 anos, depois das de 1943 e 1971 - muita reforma, para pouco tempo. Uma pessoa hoje com 60 anos aprendeu
a escrever "idéa", depois, em 1943, mudou para "idéia", ficou feliz em 1971 porque "idéia" passou incólume, mas agora
vai escrever "ideia", sem acento.
Reformas ortográficas são quase sempre um exercício vão, por dois motivos. Primeiro, porque tentam banhar de
lógica o que, por natureza, possui extensas zonas infensas à lógica, como é o caso de um idioma. Escreve-se "Egito", e não
"Egipto", mas "egípcio", e não "egício", e daí? Escreve-se "muito", mas em geral se fala "muinto". Segundo, porque,
quando as reformas se regem pela obsessão de fazer coincidir a fala com a escrita, como é o caso das reformas da Língua
Portuguesa, estão correndo atrás do inalcançável. A pronúncia muda no tempo e no espaço. A flor que já foi "azálea" está
virando "azaléa" e não se pode dizer que esteja errado o que todo o povo vem consagrando. "Poder" se pronuncia
"poder" no Sul do Brasil e "puder" no Brasil do Nordeste. Querer que a grafia coincida sempre com a pronúncia é como
correr atrás do arco-íris, e a comparação não é fortuita, pois uma língua é uma coisa bela, mutável e misteriosa como um
arco-íris.
Acresce que a atual reforma, além de vã, é frívola. Sua justificativa é unificar as grafias do Português do Brasil e de
Portugal. Ora, no meio do caminho percebeu-se que seria uma violência fazer um português escrever "fato" quando fala
"facto", ou "recepção" quando fala "receção", da mesma forma como seria cruel fazer um brasileiro escrever "facto" ou
"receção" (que ele só conhece, e bem, com dois ss, no sentido de inferno astral da economia). Deixou-se, então, que cada
um continuasse a escrever como está acostumado, no que se fez bem, mas, se a reforma era para unificar e não unifica,
para que então fazê-la? Unifica um pouco, responderão os defensores da reforma. Mas, se é só um pouco, o que adianta?
Aliás, para que unificar? O último argumento dos propugnadores da reforma é que, afinal, ela é pequena - mexe com a
grafia de 600, entre as cerca de 110.000 palavras da Língua Portuguesa, ou apenas 0,54% do total. Se é tão pequena, volta
a pergunta: para que fazê-la?
Fala-se que a reforma simplifica o idioma e, assim, torna mais fácil seu ensino. Engano. A representação escrita da
língua é um bem que percorre as gerações, passando de uma à outra, e será tão mais bem transmitida quanto mais
estável for, ou, pelo menos, quanto menos interferências arbitrárias sofrer. Não se mexa assim na língua. O preço disso é
banalizá-la como já fizeram com a moeda, no Brasil.
(Roberto Pompeu de Toledo - VEJA, 24.05.95. Texto adaptado pela equipe de Língua Portuguesa da COPEVE/UFMG.)
223. Em todas as alternativas, as afirmações que acompanham as frases do texto são pertinentes, EXCETO em
a) Querer que a grafia coincida sempre com a pronúncia é como correr atrás do arco-íris, e a comparação não é fortuita,
pois uma língua é uma coisa bela, mutável e misteriosa como um arco-íris.
O articulador "pois" e a vírgula que o precede podem ser substituídos por dois pontos, sem que se altere a relação entre
as idéias.
b) Já não basta ficarem mexendo toda hora no valor e no nome do dinheiro?
A frase utiliza recursos da linguagem coloquial.
c) (...) seria cruel fazer um brasileiro escrever "facto" ou "receção" (que ele só conhece, e bem, com dois ss, no sentido de
inferno astral da economia).
O articulador "que" remate a dois termos antecedentes.
d) E as regras das campanhas eleitorais, o ministério, o comprimento das saias, a largura das gravatas?
O paralelismo entre elementos não afins cria uma enumeração inusitada.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsc) UM MORRO AO FINAL DA PÁSCOA
Como tapetes flutuantes, elas surgiram de repente, em "muita quantidade", balançando nas águas translúcidas
de um mar que refletia as cores do entardecer. Os marujos as reconheceram de imediato, antes que sumissem no
horizonte: chamavam-se BOTELHOS as grandes algas que dançavam nas ondulações formadas pelo avanço da frota
imponente. Pouco mais tarde, mas ainda antes da escuridão se estendesse sobre a amplitude do oceano, outra espécie de
planta marinha iria lamber o casco das naves, alimentando a expectativa e desafiando os conhecimentos daqueles
homens temerários o bastante para navegar por águas desconhecidas. Desta vez eram RABOS-DE-ASNO: um emaranhado
de ervas felpudas "que nascem pelos penedos do mar". Para marinheiros experimentados, sua presença era sinal claro
das proximidade de terra.
Se ainda restassem dúvidas, elas acabariam no alvorecer do dia seguinte, quando os grasnados de aves marinhas
romperam o silêncio dos mares e dos céus. As aves da anunciação, que voavam barulhentas por entre mastros e velas,
chamavam-se FURA-BUXOS. Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como
indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos
homens que se fazem ao mar: "Terra à vista!"
(BUENO, Eduardo. "A Viagem do Descobrimento:" a verdadeira história da expedição de Cabral, 1999, p.7.)
224. Observe o período a seguir e assinale a(s) proposição(ões) em que o mesmo foi reescrito CORRETAMENTE.
... Após quase um século de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido como indício de que, muito em
breve, algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar:
"Terra à vista!"
01. A frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao mar é: "Terra à vista!" Após quase um século de navegação
atlântica, o surgimento dessa gaivota, era tida como indício de que, muito em breve, algum marinheiro de olhar, aguçado,
haveria de gritá-la.
02. "Terra à vista!" Algum marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar, muito em breve, a frase mais aguardada pelos
homens que se fazem ao mar. O surgimento dessa gaivota era tido como indício de tal fato, após quase um século de
navegação atlântica.
04. Após quase um século, de navegação atlântica, o surgimento dessa gaivota era, tido como indício de que, muito em
breve, algum marinheiro haveria de gritar "Terra à vista", de olhar aguçado, a frase mais aguardada pelos homens que se
fazem ao mar.
08. O surgimento dessa gaivota, após quase um século de navegação atlântica, era tido como indício de que, muito breve ,
algum marinheiro de olhar, aguçado haveria de gritar, a frase, mais aguardada pelos homens que se fazem do mar: "Terra
à vista".
16. O surgimento dessa gaivota era tido, após quase um século de navegação, como indício de que muito em breve, algum
marinheiro de olhar aguçado haveria de gritar: "Terra à vista!", a frase mais aguardada pelos homens que se fazem ao
mar.
32. Após quase um século de navegação, atlântica, o surgimento dessa gaivota era tido, como indício de que muito, em
breve, algum marinheiro de olhar aguçado, haveriam de gritar a frase mais aguardada : "Terra à vista!" pelos homens que
se fazem, ao mar.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmt) SE NÃO HOUVESSE montanhas!
Se não houvesse paredes!
Se o sonho tecesse malhas
e os braços colhessem rêdes!
Se a noite e o dia passassem
como nuvens, sem cadeias,
e os instantes da memória
fossem vento nas areias!
Se não houvesse saudade,
solidão nem despedida...
Se a vida inteira não fôsse, além de breve, perdida!
Eu tinha um cavalo de asas,
que morreu sem ter pascigo.
E em labirintos se movem
os fantasmas que persigo.
(Canções - Cecília Meireles)
Na(s) questão(ões) a seguir assinale nos parênteses (V) se for verdadeiro e (F) se for falso.
225. Julgue os itens.
(
(
(
) A oração principal das orações condicionais do texto encontra-se subentendida.
) Na quarta estrofe, há uma oração cujos termos estão em ordem inversa.
) Assim como "cavalo de asas" equivale a cavalo alado, água de chuva equivale à água fluvial.
226. (Unirio) EM "ACORDEI PENSANDO EM RIOS - QUE DÃO SEMPRE UM TOQUE FEMININO A QUALQUER CIDADE - E ME
DIZENDO QUE O ÚNICO POSSÍVEL DEFEITO DO RIO DE JANEIRO É NÃO TER UM RIO." o
autor usou o travessão para:
a) ligar grupos de palavras.
b) iniciar diálogo.
c) substituir parênteses.
d) destacar um aposto.
e) destacar um adjunto adnominal explicativo.
227. (Unirio) Em todas as opções a seguir há uma oração subordinada adjetiva, EXCETO em:
a) ESSE RIO, HOJE SECRETO, QUE CORRE COMO UM MALFEITOR DEBAIXO DE RUAS. (parágrafo 2Ž)
b) ... ENTÃO REEDITADO PELA JOSÉ OLYMPIO, UM ARTIGO QUE É UM VERDADEIRO POEMA EM PROSA. (parágrafo 4Ž)
c) ... DIZ QUE CADA CASA DO VALE, COMO A SUA, TINHA SUA PONTE SOBRE O RIO ... (parágrafo 7Ž)
d) A TROMBA D'ÁGUA QUE DESCIA DO CORCOVADO ... (parágrafo 9Ž)
e) COM EXCEÇÃO DO RIO TIETÊ, QUE É PRATICAMENTE DO TAMANHO DO RENO... (parágrafo 15Ž)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucmg)
AS PRÁTICAS ESCOLARES DE LEITURA
Na escola, tal como a conhecemos, a leitura de textos nunca deixou de estar presente, em qualquer das
disciplinas que nela se ministram (técnicas ou não). Mas é no interior daquela disciplina que teria a própria leitura como
seu objeto de estudos (as aulas de língua e literatura) que esta prática é mais surpreendente. Nas aulas de português, a
presença da leitura tem tido um objetivo muito particular: o da transformação do texto que se lê em modelo, isto por
diferentes caminhos:
a) O texto transformado em objeto de uma leitura vozeada (ou da oralização do texto escrito), em que se lê para
'provar' que se sabe ler. Recomendava-se, em geral, que o próprio professor fizesse uma leitura em voz alta do texto, e
depois solicitasse que seus alunos lessem o texto: aluno por aluno (às vezes sadicamente, aquele aluno que o professor
percebe estar com a alma vagando longe da sala de aula) vão lendo partes do texto. Lê melhor aquele que melhor se
aproxima do modelo de leitura dado: a leitura do professor. Evidentemente, trata-se hoje de uma prática felizmente já
ausente das aulas contemporâneas;
b) O texto transformado em objeto de uma imitação. A leitura nada mais é do que a motivação para a produção
de outros textos pelo aluno. Com ela, dois resultados podem ser perseguidos: ou que o aluno escreva outro texto tratando
do mesmo tema (ainda que tal tema lhe seja distante) ou que o aluno tome o texto como modelo formal para escrever,
sobre outro tema, mas na forma do texto lido (e os alunos então escrevem poesias, crônicas, contos, fábulas, etc., sempre
de acordo com o modelo a ser seguido);
c) O texto transformado em objeto de uma fixação de sentidos. Os sentidos que o professor ou algum outro leitor
privilegiado tenha dado ao texto passam a ser os sentidos do texto. Ao aluno, em sua leitura do texto, cabe descobrir tais
sentidos previamente definidos. Lê melhor quem mais se aproximar dos sentidos que já se atribuíram ao texto. Não se
trata de o aluno (leitor) construir sentidos do texto a partir das pistas que este lhe fornece associadas à experiência vivida
por ele próprio, mas se trata de o aluno "redescobrir" a leitura desejada, num exercício de adivinhações que não mobiliza
a história de vida do leitor (que inclui também outras leituras), mas mobiliza apenas sua experiência escolar, que sempre
lhe disse que deve 'aproximar-se' do já dado para melhor se safar da tarefa.
Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de
leitura cujos objetivos são para ele incompreensíveis. Afinal, para que aprender a ler em voz alta, se pretendo ser torneiro
mecânico, eletricista, projetista, ou o que seja? Para que escrever sobre este tema, se sobre ele já escreveu o autor que
acabo de ler e nada tenho de diferente para dizer? Para que aprender a escrever poesias, crônicas, contos, se não farei
nada disso depois? Para que ler o texto que estou lendo, se não houvesse estas perguntas de interpretação que tenho que
responder para me ver "aprovado" em português?
Não se trata de leituras de sujeitos que, querendo aprender, vão em busca de textos e, cheios de perguntas
próprias, sobre eles se debruçam em busca de respostas. O que poderia ser uma oportunidade de encontros de sujeitos
torna-se um meio de estimular operações mentais (especialmente da memória), e não um meio de, operando
mentalmente, produzir sentidos e, consequentemente, construir categorias de compreensão da realidade vivida a partir
das informações e opiniões dadas pelo autor do texto lido.
GERALDI, João Wanderley. LINGUAGEM E ENSINO: EXERCÍCIO DE MILITÂNCIA e divulgação. Campinas, SP: Mercado de
Letras - ALB, 1996, p.118-120.
228. Assinale a alternativa em que as alterações de pontuação propostas para o trecho a seguir estejam de acordo com a
norma culta.
"Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de leitura
cujos objetivos são para ele incompreensíveis."
a) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem, a qualquer interesse do próprio leitor: são exercícios de leitura,
cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.
b) Em resumo: estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse do próprio leitor - são exercícios de leitura
cujos objetivos são, para ele, incompreensíveis.
c) Em resumo, estes três tipos de práticas, não respondem a qualquer interesse do próprio leitor - são exercícios de leitura
cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.
d) Em resumo; estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio leitor: são exercícios de leitura
cujos objetivos são para ele incompreensíveis.
e) Em resumo, estes três tipos de práticas não respondem a qualquer interesse, do próprio leitor. São exercícios de leitura,
cujos objetivos são para ele, incompreensíveis.
229. (Ufmt) Com base no texto
1 Sinto muito
2 Agora o cinto é prá valer.
(Campanha Detran - 1995)
Julgue os itens.
(
(
(
) Este texto propaganda joga com a sonoridade de duas palavras homógrafas.
) A palavra "sinto" é um verbo, e a palavra "cinto" é um substantivo.
) A expressão "prá valer" remete à obrigatoriedade do uso do cinto.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Ufmt) Na(s) questão(ões) a seguir julgue os itens e escreva nos parênteses (V) se for verdadeiro ou (F) se for falso.
230. De acordo com o texto
O estudioso americano Edward Peters, autor do livro TORTURA, tem uma explicação definitiva para mostrar como e
porque a prática se perpetua em determinadas sociedades: "O futuro da tortura depende do que a sociedade faz com o
torturador."
(O poder da pauleira e do choque - "Veja", 01/11/95)
Julgue os itens.
(
(
(
) As vírgulas estão adequadamente empregadas: separam um aposto dos demais termos.
) A última oração do período é subordinada substantiva completiva nominal.
) No vocábulo "explicação" (linha 2) a letra x representa a combinação de dois fonemas.
231. Leia o texto e as passagens adiante
...o sol da liberdade, em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria NESSE INSTANTE...
(HINO NACIONAL BRASILEIRO)
"sol da liberdade em raios fúlgidos / brilhou no céu da Pátria..." - EM CERTO INSTANTE.
(CECÍLIA MEIRELES)
REDIJA um pequeno texto, JUSTIFICANDO a substituição do final do Hino Nacional Brasileiro, feita por Cecília Meireles:
NESSE INSTANTE por EM CERTO INSTANTE
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufmg)
LIBERDADE
Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponda a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se
tem escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e
felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que
onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à
própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à
escravidão. Nossos bisavós gritavam: "Liberdade, Igualdade e Fraternidade!"; nossos avós cantaram: "Ou ficar a pátria
livre / ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade! / abre as asas sobre nós!", e nós recordamos
todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos / brilhou no céu da Pátria..."- em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e
certamente morrer por ela.
Ser livre - como diria o famoso conselheiro... - é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso
coração, mesmo tendo que partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser
responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado - é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho
que seja isso.)
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar
acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.
Por isso os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças
deseja ir. ( Às vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)
Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se
pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!...
Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos, e
perdeu a vida.
E os loucos que sonhsram sair de seus pavilhões, usando a fórmula de incêndio para chegarem à liberdade,
morreram queimados, com o mapa da liberdade nas mãos!...
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançála estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas
correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para a frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e
os loucos. E cantando aqueles hinos que falam de asas, de raios fúlgidos - linguagem de seus antepassados, estranha
linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...
MEIRELLES, Cecília. ESCOLHA O SEU SONHO (crônicas). Rio de Janeiro: Distribuidora Record, 196A. p.9-10
232. REDIJA um pequeno texto, EXPLICANDO a função dos parênteses usados no texto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) REFLEXIVO
O que não escrevi, calou-me.
O que não fiz, partiu-me.
O que não senti, doeu-se.
O que não vivi, morreu-se.
O que adiei, adeus-se.
(Affonso Romano de Sant'Anna)
233. Assinale a classificação gramatical correta para os vocábulos 'O' e 'se':
"O que adiei, adeus-se" (5Ž verso)
a) artigo - pronome reflexivo
b) pronome pessoal oblíquo - pronome apassivador
c) pronome pessoal oblíquo - pronome reflexivo
d) pronome demonstrativo - palavra de realce
e) pronome demonstrativo - pronome apassivador
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Texto I Leito de folhas verdes
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arasóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma;
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
(Gonçalves Dias)
Texto II
"Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas
da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tique-taque soturno,
vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo,
sentado entre dous sacos, o da vida e o da morte, a tirar moedas da vida para dá-las à morte, e a contá-las assim:
- Outra de menos...
- Outra de menos...
- Outra de menos...
- Outra de menos...
O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse
contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem,
o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na
algibeira, para saber a hora exata em que morre."
(Machado de Assis, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS)
234. Assinale a alternativa em que se encontra a oração subordinada em maiúsculo com o mesmo valor semântico de "AO
DESPEDIR-SE DO SOL FRIO E GASTO, o derradeiro homem há de ter um relógio na algibeira":
a) "SENTADO ENTRE DOUS SACOS, o da vida e o da morte, imaginava então um velho diabo".
b) "PORQUE O RELÓGIO PARAVA, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca".
c) "QUANDO EU PERDIA O SONO, o bater da pêndula fazia-me muito mal".
d) "PARA QUE NÃO DEIXASSE DE BATER NUNCA, eu dava-lhe corda."
e) "invenções há, QUE SE TRANSFORMAM OU ACABAM; o relógio é definitivo e perpétuo".
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES.
(Ufrs) TER CEM ANOS, SER CENTENÁRIA
1
Porto Alegre está ficando assim, quando e onde menos se espera aparece um centenário. [...] ¢Bem, £nós
sabemos que uma ¦cidade centenária é muito mais que uma ¢¡cidade de cem anos, uma cidade onde meramente vivem
figuras e centenários de cem anos. ¥Esta, basta deixá-la§ vagar ao sabor do ©calendário, ¨que mal ou bem corre¢¨;
ªaquela, porém, precisa muito mais. Precisa, ¤por exemplo, da ¢£vibração que ¢¥só acomete os dispostos a segurar o
tempo pelos cabelos e impor-lhe¢¢ um ritmo, para fazer história, consistência, com a matéria-prima trivial, dispersão.
2
Com seus mais de duzentos anos de existência, Porto Alegre se candidata ¢¦agora à honraria de ser centenária.
Coisas, ambientes, filhos ilustres, artistas, instituições, ruas porto-alegrenses estão fazendo ¢¤acontecer, ¢§ao longo dos
anos, a cidade -¢© este silencioso depósito de sucessivas camadas de heroísmo, covardia, ousadia, destempero, fracasso,
vitórias, esperanças, desinteresses, contrariedades, e desejos, em combinações díspares,¢ª humanas.
(Fischer, L.A. TER CEM ANOS, SER CENTENÁRIA. Porto & Vírgula, Porto Alegre, n° 26 agosto/1994, p.1)
235. Vários pronomes no texto retomam elementos anteriormente referidos. Assinale a alternativa em que a associação
entre o pronome e o elemento substituído está correta.
a) esta (ref. 4) - uma cidade centenária (ref. 5)
b) La (ref. 6) - uma cidade centenária (ref. 5)
c) que (ref. 7) - calendário (ref. 8)
d) aquela (ref. 9) - uma cidade de cem anos (ref. 10)
e) lhe (ref. 11) - vibração (ref. 12)
236. As alternativas a seguir apresentam algumas possibilidades de alteração na posição das expressões adverbiais 'só'
(ref. 14), 'agora' (ref. 15) e 'ao longo dos anos' (ref. 16).
Assinale a única alternativa em que a reordenação causaria MUDANÇA no significado da frase em questão.
a) Só poderia aparecer entre acomete e os dispostos (par 1).
b) Só poderia aparecer entre segurar e o tempo (par. 1).
c) Agora poderia aparecer entre Porto Alegre e se candidata (par. 2).
d) Agora poderia aparecer antes de Porto Alegre (par. 2).
e) Ao longo dos anos poderia aparecer antes de coisas (par. 2).
237. Observe as seguintes possibilidades de alteração na pontuação do texto.
I - Substituição do ponto-e-vírgula (ref. 17) por ponto.
II - Substituição do travessão na (ref. 18) por vírgula.
III - Supressão da segunda vírgula na (ref. 19).
Quais delas acarretariam erro?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) Apenas I e III
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpr) Na(s) questão(ões) a seguir, escreva no espaço apropriado a soma dos itens corretos.
238. Leia o texto seguinte:
A multimídia é uma tecnologia que combina sons, imagens e textos.
No futuro a multimídia apresentará recursos ainda mais sofisticados.
Os preços dos equipamentos de multimídia tendem a ficar cada vez menores.
Mas os preços dos equipamentos de multimídia continuam inacessíveis para a maioria da população brasileira.
O poder aquisitivo da maioria da população brasileira é baixo.
Que alternativa(s) reúne(m) corretamente em um só período as sentenças acima, mantendo-lhes o sentido e as relações
implícitas?
01) A multimídia, cuja tecnologia que combina sons, imagens e textos, apresentará recursos futuros ainda mais
sofisticados mas, mesmo com os preços em queda, os equipamentos ainda custam muito para a maioria da população
brasileira, que o poder aquisitivo é baixo.
02) Como a multimídia é uma tecnologia que combina sons, imagens e textos, no futuro ela apresentará recursos ainda
mais sofisticados pela queda dos preços; entretanto, a maioria do povo brasileiro não tem acesso à multimídia, porque o
seu poder aquisitivo é baixo.
04) A multimídia, uma tecnologia que combina sons, imagens e textos, apresentará no futuro recursos ainda mais
sofisticados a preços cada vez menores, mas ainda inacessíveis para a maioria da população brasileira, cujo poder
aquisitivo é baixo.
08) Embora os preços dos equipamentos de multimídia - uma tecnologia que combina sons, imagens e textos e que no
futuro apresentará recursos ainda mais sofisticados - tendam a cair, eles ainda continuam altos para a maioria da
população brasileira, cujo poder aquisitivo é baixo.
16) Os preços dos equipamentos de multimídia têm caído, embora ele ainda é alto para a maioria da população brasileira,
cujo o poder aquisitivo é baixo, apesar de a multimídia ser uma tecnologia que combina sons, imagens e textos,
apresentando no futuro recursos ainda mais sofisticados.
32) Os preços dos equipamentos de multimídia - uma tecnologia que combina sons, imagens e textos e que no futuro
apresentarão recursos ainda mais sofisticados - tendem a cair, embora eles ainda continuam altos para a maioria da
população brasileira, cujo poder aquisitivo é baixo.
64) Os preços dos equipamentos de multimídia continuam altos para a maioria da população brasileira, cujo poder
aquisitivo é baixo e tende a cair, embora a tecnologia que combine sons, imagens e textos devem apresentar recursos no
futuro ainda mais sofisticados.
Soma = ( )
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) Soneto de Fernando Pessoa / Álvaro de Campos
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
(Fernando Pessoa, Obra poética, Rio de Janeiro, Cia. J. Aguilar Ed., 1974, p. 301)
239. "O ar que respiro, este licor que bebo, pertencem ao meu modo de existir."
É composto o sujeito do verbo PERTENCEM.
a) Qual é esse sujeito composto?
b) Qual a classificação das orações que acompanham cada membro desse sujeito?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) Os trechos a seguir foram extrídos de diferentes capítulos da obra SÃO BERNARDO, de Graciliano Ramos.
"RESOLVI estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S.
Bernardo, onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões." (Cap.4)
"AMANHECI um dia pensando em casar. Foi uma idéia que me veio sem que nenhum rabo de saia a provocasse. Não me
ocupo com amores, devem ter notado, e sempre me pareceu que mulher é um bicho esquisito, difícil de governar. (Cap.
11)
"CONHECI que Madalena era boa em demasia, mas não conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e nunca
se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste." (Cap.
19)
240. As orações subordinadas desempenham funções sintáticas nas orações principais. Considerando, no terceiro trecho,
os períodos:
I. "Conheci QUE MADALENA ERA BOA EM DEMASIA, mas não conheci tudo de uma vez."
II. "A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, QUE ME DEU UMA ALMA AGRESTE."
Pode-se dizer que as orações em destaque simples desempenham, respectivamente, funções sintáticas de:
a) objeto direto e adjunto adnominal.
b) adjunto adverbial e sujeito.
c) objeto indireto e adjunto adverbial.
d) sujeito e adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal e sujeito.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Unitau)
"Certas instituições encontram sua autoridade na palavra divina. Acreditemos ou não nos dogmas, é
preciso reconhecer que seus dirigentes são obedecidos porque um Deus fala através de sua boca. Suas qualidades
pessoais importam pouco. Quando prevaricam, eles são punidos no inferno, como aconteceu, na opinião de muita gente
boa, com o Papa Bonifácio VIII, simoníaco reconhecido. Mas o carisma é da própria Igreja, não de seus ministros. A prova
de que ela é divina, dizia um erudito, é que os homens ainda não a destruíram.
Outras associações humanas, como a universidade, retiram do saber o respeito pelos seus atos e palavras. Sem a
ciência rigorosa e objetiva, ela pode atingir situações privilegiadas de mando, como ocorreu com a Sorbonne. Nesse caso,
ela é mais temida do que estimada pelos cientistas, filósofos, pesquisadores. Jaques Le Goff mostra o quanto a
universidade se degradou quando se tornou uma polícia do intelecto a serviço do Estado e da Igreja.
As instituições políticas não possuem nem Deus nem a ciência como fonte de autoridade. Sua justificativa é
impedir que os homens se destruam mutuamente e vivam em segurança anímica e corporal. Se um Estado não garante
esses itens, ele não pode aspirar à legítima obediência civil ou armada. Sem a confiança pública, desmorona a soberania
justa. Só resta a força bruta ou a propaganda mentirosa para amparar uma potência política falida.
O Estado deve ser visto com respeito pelos cidadãos. Há um espécie de aura a ser mantida, através do essencial
decoro. Em todas as suas falas e atos, os poderosos precisam apresentar-se ao povo como pessoas confiáveis e sérias. No
Executivo, no Parlamento e, sobretudo, no Judiciário, esta é a raiz do poder legítimo.
Com a fé pública, os dirigentes podem governar em sentido estrito, administrando as atividades sociais,
econômicas, religiosas, etc. Sem ela, os governantes são reféns das oligarquias instaladas no próprio âmbito do Estado.
Essas últimas, sugando para si o excedente econômico, enfraquecem o Estado, tornando-o uma instituição inane."
(Roberto Romano, excerto do texto "Salários de Senadores e legitimidade do Estado", publicado na Folha
de São Paulo, 17/10/1994, 1Ž caderno, página 3)
241. Em:
"A prova de que ela é 'divina', dizia um 'erudito', é que os homens ainda não 'a' destruíram ", as palavras, entre aspas, são,
no plano morfológico e sintático, respectivamente,
a) substantivo e complemento nominal, advérbio e objeto direto, artigo e locução adverbial.
b) adjetivo e predicativo, substantivo e sujeito, pronome e objeto direto.
c) substantivo e predicativo, adjetivo e objeto direto, pronome e objeto indireto.
d) adjetivo e complemento nominal, advérbio e aposto, artigo e objeto direto.
e) substantivo e predicativo, adjetivo e sujeito, artigo e objeto direto.
242. Em:
I - Suas qualidades IMPORTAM pouco.
II - As indústrias nacionais IMPORTAM muita mercadoria.
as palavras em destaque, são, entre si,
a) homônimas.
b) antônimas.
c) sinônimas.
d) hiperônimas.
e) hipônimas.
243. Em:
I - CERTAS instituições encontram sua autoridade na palavra divina.
II - Instituições CERTAS encontram caminho no mercado financeiro.
As palavras, em destaque, são, no plano morfológico e semântico (significado)
a) adjetivo em I e substantivo em II, com significado de "algumas" em I e "corretas" em II.
b) substantivo em I e adjetivo em II, com significado de "muitas" em I e "íntegras" em II.
c) advérbio em I e II, com significado de "algumas" em I e "algumas" em II.
d) adjetivos em I e II, com significado de "algumas" em I e "íntegras" em II.
e) advérbio em I e adjetivo em II, com significado de "poucas" em I e "poucas" em II.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
O ENTERRADO VIVO
É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.
É sempre no meu peito aquela garra.
É sSempre no meu tédio aquele aceno.
É sSempre no meu sono aquela guerra.
É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.
É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. OBRAS COMPLETAS. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967, p. 81)
244. A palavra "sempre", no último verso do poema de Drummond, é repetida, porém manifestada em classes gramaticais
diferentes.
a) Quais são essas classes gramaticais?
b) Que efeito de sentido essa diferença de classe gramatical provoca no poema?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(G1) Pipoca
A origem exata da pipoca é desconhecida. O que se sabe é que, muito antes de Colombo descobrir a América, os índios do
Norte do continente já comiam pipoca. Eles começaram a fazer pipoca com a espiga inteira colocada num espeto e levada
ao fogo. Depois, passaram a jogar os grãos soltos diretamente em fogo baixo. Havia um terceiro método, mais sofisticado,
que consistia em cozinhar a pipoca numa panela de barro cheia de areia quente. O resultado é sempre o mesmo: os grãos
de milho explodem. Isso acontece porque o grão contém água em seu interior. A explosão da pipoca portanto nada mais é
que a expansão do vapor de água dentro do grão.
(Revista Super Interessante)
245. Retire do texto "Pipoca" cinco substantivos comuns. Atribua a cada um deles um adjetivo.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) INTRODUÇÃO: As questões baseiam-se na primeira parte de num poema do parnasiano Alberto de Oliveira
(1857-1937) e um poema do modernista Oswald de Andrade (1890-1954).
FLOR AZUL - I
Abre uma flor sem nome entre as flores da serra.
À quentura do sol e seio azul descerra.
Dela, por conhecê-la, um sábio pensativo
Aproxima-se, vai, do parênquima vivo
Das folhas, observar com a lente estoma e estoma;
Analisa-lhe o suco, aspira o fino aroma
Ao seu cálice, toca a leve contextura,
Os estames lhe conta, o ovário lhe procura
E sonda; até que enfim: "Ora! - seguro exclama É uma..." E grego e latim, nome híbrido lhe chama Dissonante e confuso. Após se afasta e some.
E eu fiquei, flor azul, sem te saber o nome!
In: OLIVEIRA, Alberto de. POESIAS COMPLETAS. Rio de Janeiro: Núcleo Editorial da UERJ, 1978, vol. II, p. 421.
ESTRONDAM EM TI AS IARAS
Desde Bilac
Somos internacionalistas e portugueses júniors
Gostamos de Camembert, do Nilo, de Frinéia e de Marx Carvões do mar
Náufragos entre sustos e paisagens
- "I don'know my elders!"
Desde Gonzaga
Somos pastores e desembargadores
Desde a Prosopopéia
Somos brasileiros
in: ANDRADE, Oswald de. POESIAS REUNIDAS. 5ヘ ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978, p. 200.
246. A RETICÊNCIA é um procedimento de discurso que consiste em interromper a sequência de uma frase, devido a
diferentes razões, como, por exemplo, evitar uma expressão chula ou indecorosa, ou deixar de expressar algo que pode
ser facilmente subentendido. Partindo desta informação, releia o poema de Alberto de Oliveira e, a seguir,
a) mencione o verso em que ocorre um caso de reticência e justifique a utilização desse recurso pelo poeta;
b) explique, com base na leitura do poema, o caráter irônico da fala do poeta à flor, no último verso.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com uma portinha pequena. Logo à entrada, um cheiro mole e
salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a umidade
fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado, coberta de
teias de aranha, coava a luz suja do saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o ranger de um berço, o chorar
doloroso de uma criança.
(Eça de Queirós, O PRIMO BASÍLIO)
247. O segmento do texto em que a preposição DE estabelece uma relação de causa é:
a) "ao pé de uma casa amarelada".
b) "escada, de degraus gastos".
c) "gradeadozinho de arame".
d) "parda do pó acumulado".
e) "luz suja do saguão".
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uff) Trechos da carta de Pero Vaz de Caminha
1
Muitos deles ou quase a maior parte dos que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que
andavam sem eles, tinham os beiços furados e nos buracos uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha;
outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e os dois nos cabos. Aí andavam outros, quartejados de cores, a
saber, metade deles da sua própria cor , e metade de tintura preta, a modos de azulada; e outros quartejados de
escaques. Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos
pelas espáduas, e suas vergonhas tão altas, tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as muito bem olharmos,
não tínhamos nenhuma vergonha.
2
Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até a outra ponta que contra o norte
vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa.
Tem, ao longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e
muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa.
3
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra
com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa
alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de
Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.
4
Águas são muitas: infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem
das águas que tem.
(Carta de Pero Vaz de Caminha in: PEREIRA, Paulo Roberto (org.) "Os três únicos testemunhos do descobrimento
do Brasil". Rio de Janeiro: Lacerda, 1999, p.39-40.)
Vocabulário:
1- "espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha": associação de imagem, com a tampa de um vasilhame de
couro, para transportar água ou vinho, que recebia o nome de "espelho" por ser feita de madeira polida.
2- "tintura preta, a modos de azulada": é uma tintura feita com o sumo do fruto jenipapo.
3- "escaques": quadrados de cores alternadas como os do tabuleiro de xadrez.
4- "parma": lisa como a palma da mão.
5- "chã": terreno plano, planície.
248. Assinale a opção em que a palavra destacada é um pronome pessoal.
a) "Muitos deles ou quase a maior parte DOS que andavam ali traziam aqueles bicos de osso nos beiços." (par.1)
b) "E alguns, que andavam sem eles, tinham OS beiços furados" (par.1)
c) "outros traziam três daqueles bicos, a saber, um no meio e OS dois nos cabos." (par.1)
d) "assim frios e temperados, como OS de Entre Douro e Minho," (par.3)
e) "porque neste tempo de agora OS achávamos como os de lá." (par.3)
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufpe) "Três semanas atrás, escrevendo aqui sobre a arrogância no jornalismo, eu dizia que muita gente hoje tem mais
medo de ser condenada pela imprensa do que pela justiça, já que esta tem regras fixas e instâncias de apelação. O poder
da imprensa é arbitrário e seus danos irreparáveis. "O desmentido nunca tem a força do mentido". Na justiça, há pelo
menos um código para dizer o que é crime; na imprensa 'não há um código' - não há norma nem para estabelecer o que é
notícia, quanto mais ética. 'Mas' a grande diferença é que, no julgamento da imprensa, as pessoas são culpadas até prova
ao contrário."
(Zuenir Ventura / JB - 26/05/95)
Na(s) questão(ões) a seguir escreva nos parêntesses (V) se a afirmação for verdadeira ou (F) se for falsa.
249. A conjunção 'Mas', no último período do texto, inicia uma oração introduzindo um sentido contrário. Assinale a(s)
que está(ão) no mesmo caso:
( ) "ANTES sede breve que prolixo".
( ) "EMBORA tenha fracassado o esforço, valeu a pena a contribuição."
( ) "O time é limitado tecnicamente, CONTUDO sua marca forte é o contra-ataque."
( ) "Chamar a ambulância não está nos seus planos, PORÉM está nos nossos."
( ) "A energia elétrica terá preços mais acessíveis, APESAR DE ter custos muito altos."
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Faap) Ó tu que vens de longe, ó tu que vens cansada,
entra, e sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho.
Vives sozinha sempre e nunca foste amada.
A neve anda a branquear lividamente a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.
E amanhã quando a luz do sol dourar radiosa
essa estrada sem fim, deserta, horrenda e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:
Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...
(Alceu Wamosy)
250. RICA é a rima que se processa entre palavras de classe gramatical diferente, como esta:
a) cansada / amada
b) estrada / alvorada
c) ninho / caminho
d) radiosa / formosa
e) sozinha / minha
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufsc) A CARTA DE PÊRO VAZ DE CAMINHA
Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pêro Vaz de Caminha descreve como foi o contato entre os
portugueses e os tupiniquins, que aconteceu em 24 de abril de 1500: "O Capitão quando eles vieram, estava sentado em
uma cadeira, aos pés de uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, muito grande, ao pescoço (...)
Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a ninguém.
Todavia um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar,
como se quisesse dizer-nos que havia ouro da terra. E também olhou para um castiçal de prata, e assim mesmo acenava
para a terra, e novamente para o castiçal, como se lá também houvesse prata! (...) Viu um deles umas contas de rosário,
brancas; fez sinal que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço, e depois tirou-as e meteu-as em volta
do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se davam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar,
isto não queríamos nós entender, por que não lho havíamos de dar! E depois tornou as contas a quem lhas dera. E então
estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem procurarem maneiras de esconder suas vergonhas, as quais não eram
fanadas; e as cabeleiras delas estavam raspadas e feitas. O Capitão mandou pôr por de baixo de cada um seu coxim; e o da
cabeleira esforçava-se por não a estragar. E deitaram um manto por cima deles; e, consentindo, aconchegaram-se e
adormeceram".
(COLEÇÃO BRASIL 500 ANOS, Fasc. I, Abril, SP, 1999.)
VOCABULÁRIO:
Alcatifa - tapete, carpete
Fanadas - murchas.
Coxim - almofada que serve de assento.
251. Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S).
01. Na oração "... isto não queríamos nós entender...", o pronome demonstrativo exerce a função sintática de objeto
direto e o pronome pessoal reto, a de sujeito simples.
02. Em "Para realizar o que queria, havia um entrave", a palavra ENTRAVE pode ser substituída por obstáculo sem perder
o sentido; logo, ENTRAVE é sinônimo de OBSTÁCULO.
04. Na oração "Num dos trechos de sua carta a D. Manuel, Pêro Vaz de Caminha descreve como foi o contato...", a vírgula
foi empregada corretamente, porque o adjunto adverbial está deslocado.
08. Em "E depois TORNOU as contas a quem lhas dera", a palavra destacada pode ser substituída por DEVOLVEU.
16. Em "E eles entraram", o verbo ENTRAR está conjugado no pretérito imperfeito do Modo Indicativo.
32. Nos exemplos a seguir, as expressões equivalem aos adjetivos:
EXPRESSÃO
Notícia NÃO VERDADEIRA
ADJETIVO
inverídica
EXPRESSÃO
Água DO MAR
ADJETIVO
marinha
EXPRESSÃO
Azul DO CÉU
ADJETIVO
celeste
EXPRESSÃO
Escrita EM FORMA DE CUNHA
ADJETIVO
cuneiforme
252. (Vunesp) Nesta tira de Maurício de Sousa, publicada em 1972, o autor toma como referência os versos iniciais da
"Canção do Exílio" de Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). Ao se apropriar de tais versos, o cachorro Bidu provoca um
processo de ruptura que desencadeia o elemento central de animação do episódio. Tomando por base esta informação,
aponte:
a) os vocábulos envolvidos nesse processo de ruptura;
b) a razão por que as aspas foram colocadas apenas na frase do segundo quadro, embora também a do primeiro faça
referência à "Canção do Exílio".
253. (Unicamp) No vestibular Unicamp/91, havia uma questão baseada em um engano do jornalista Gilberto Dimenstein,
da Folha de S. Paulo, que, ao tentar explicitar um "círculo vicioso", confundia-se. Em sua coluna do dia 19/06/91, ele
voltou a cometer exatamente o mesmo equívoco:
"Dúvida procedente: até que ponto Collor também é "República de Alagoas"? Ou é seu refém? Não é sem motivo que
apelidaram o porta-voz Cláudio Humberto Rosa e Silva de "biscoito Tostines". Não se sabe se ele continua porta-voz
porque sabe demais. Ou se porque sabe demais é porta-voz."
Compare o texto da publicidade do biscoito ("Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?") com
o de Gilberto Dimenstein e responda:
a) Qual o trecho que, segundo o jornalista, justifica o apelido de Cláudio Humberto?
b) Como deveria ter sido escrito esse trecho, para que o apelido de Cláudio Humberto fizesse sentido?
c) Se Gilberto Dimenstein fosse coerente com sua maneira de construir círculos viciosos, como escreveria a propaganda do
biscoito Tostines?
254. (Unicamp) (...) vejo na televisão e no rádio que o 'cujo' bateu asas e voou. Virou ave migratória.
O comentário acima, do escritor Otto Lara Rezende (Folha Ilustrada de 08/11/92), refere-se ao fato de que o uso do
pronome relativo "cujo" é cada vez menos frequente. Isso faz com que os falantes, ao tentarem utilizar esse pronome na
escrita, construam sequências sintáticas que levam a interpretações estranhas. Veja o exemplo seguinte:
O povo não só quer o impeachment desse aventureiro chamado Collor, como o confisco dos bens nada honestos
do sr. Paulo Cesar Farias e companhia. E que a esse PFL e ao Brizola (cuja ficha de filiação ao PDT já rasguei) reste a
vingança do povo...
(L. A. N., Painel do Leitor, Folha de S. Paulo, 30/07/92)
a) O que L. A. N. pretendeu dizer com a oração entre parênteses?
b) O que ele disse literalmente?
c) Que tipo de conhecimento deve ter o leitor para entender o que L. A. N. quis dizer?
255. (Ufes) NÃO atende adequadamente ao sentido do texto da figura a seguir e às exigências da língua padrão:
a) Para quem ama mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo, cochilar de tarde na praia, comer pipoca no cinema,
participar de happy-hour, admirar noites estreladas, comprar lingerie preta, assistir a comédia italiana, tomar champagne,
vestir jeans, brincar carnaval e banhar-se em banheira de hidromassagem, nada mais natural do que também ter um
Peugeot 106.
b) Se eu amo pão de queijo, happy-hour, noites estreladas, lingerie preta, comédia italiana, champagne, banhos de
cachoeira, cochilo de tarde na praia, jeans, carnaval e banheira de hidromassagem, é lógico que eu também tenha um
Peugeot 106.
c) Embora eu tenha um Peugeot 106, eu amo mergulhar na cachoeira, pão de queijo, cochilar de tarde na praia, comer
pipoca no cinema, happy-hour, noites estreladas, lingerie preta, comédia italiana, champagne, jeans, carnaval e banheira
de hidromassagem.
d) Além de ter um Peugeot 106, eu também amo praticar ações tais quais mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo,
cochilar de tarde na praia, comer pipoca no cinema, participar de happy-hour, admirar noites estreladas, acariciar lingerie
preta, assistir a comédia italiana, tomar champagne, usar jeans, dançar no carnaval e banhar-me em banheira de
hidromassagem.
e) Se eu tenho um Peugeot 106, é óbvio que eu também ame mergulhar na cachoeira, comer pão de queijo, cochilar de
tarde na praia, comer pipoca no cinema, participar de happy-hour, observar noites estreladas, admirar lingerie preta,
assistir a comédia italiana, tomar champagne, vestir jeans, dançar durante o carnaval e banhar-me em banheira de
hidromassagem.
256. (Vunesp)
DE SÓCRATES FlLÓSOFO
Caminhando Sócrates, um atrevido se descomediu com ele, e lhe deu um coice. Estranhando alguns a paciência
do filósofo, disse:
- Pois eu que lhe hei de fazer depois de dado?
Responderam:
- Demandá-lo em juízo pela injúria.
Replicou:
- Se ele em dar coices confessa ser jumento, quereis que leve um jumento a juízo?
BERNARDES, Padre Manuel. Nova Floresta ("Injúrias", tomo V, cap. XXXI, p. 382). in: OBRAS COMPLETAS DO
PADRE MANUEL BERNARDES (reprod. fac-similiada da ed. de 1728). São Paulo: Ed. Anchieta, 1946.
Nesta fábula do Padre Manuel Bernardes (1644-1710), o grande moralista barroco se serve do filósofo Sócrates para
ensinar que, quase sempre, os danos de uma injúria recaem em quem a comete e não em quem a sofre. Com base neste
comentário, examine atentamente o texto e responda:
a) Qual a diferença entre o pensamento de Sócrates e o raciocínio de seus acompanhantes quanto ao "coice" recebido?
b) Na refinada elaboração sintática de Manuel Bernardes, como se classifica a oração de que se serve Sócrates para
atribuir ao agressor as qualidades de "jumento"?
257. (Unicamp) No dia 10/11/96, os jornais divulgaram a carta mediante a qual o médico Adib Jatene solicitava ao
Presidente da República sua demissão do cargo de Ministro da Saúde, e a carta do Presidente da República, aceitando a
demissão. Dessas cartas foram extraídos, respectivamente, os dois trechos a seguir:
A Sua Excelência, o Senhor Doutor Fernando Henrique Cardoso, Presidente da República Federativa do Brasil.
................................
Repito a frase aprendida de Vossa Excelência: "A política não é a arte do possível. É a arte de tornar o possível
necessário."
Estou tranquilo porque dei minha contribuição com lealdade e no limite de minha capacidade, sem trair os ideais
dos que lutam no setor saúde pela equidade e pela garantia de acesso às camadas mais sofridas da população. Outros
complementarão o trabalho, sob a liderança de Vossa Excelência, para que seja possível atender ao necessário que
detectamos.
Aproveito para manifestar-lhe o meu melhor apreço,
Cordialmente,
Adib Jatene
Ministro da Saúde
Meu Caro Jatene,
Exatamente porque acredito que é preciso tornar possível o necessário, apoiei a CPMF e fiz, junto consigo, os
esforços para aumentar a dotação do Ministério da Saúde. Só assim foi possível quase dobrar, em dois anos, os recursos
do SUS. Ainda sim, eles são insuficientes. O que fazer? Continuar lutando, como continuarei: pena que sem você, embora
com sua inspiração.
................................
Resta agradecer, muito sinceramente, sua colaboração, sua coragem para diagnosticar os problemas do
ministério e enfrentar as soluções, e o ânimo que você infundiu em todos nós.
Tenha a certeza de que suas declarações mostrando a disposição de continuar a luta pela saúde não ficarão nas
palavras. O Brasil precisa de gente como você.
Com afetuoso abraço.
Fernando Henrique Cardoso
a) Os autores das duas cartas utilizam registros linguísticos diferentes, no interior da variedade culta do português escrito.
Aponte nos textos essas diferenças de registros e explique o efeito que cada um deles produz.
b) O uso culto de consigo é o que as gramáticas exemplificam por meio de frases como: O vento traz consigo a
tempestade. Compare esse uso com o que foi feito pelo presidente no primeiro parágrafo de sua carta e explique as
diferenças.
c) Pelo que se lê no primeiro parágrafo das duas cartas, Jatene teria aprendido com Fernando Henrique o conceito de
política que procurou aplicar enquanto ministro, mas uma leitura atenta desses parágrafos aponta uma grande diferença.
Explique essa diferença.
258. (Enem)
Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que adquire no contexto. No
contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE,
a) em I, indica reflexividade e equivale a "a si mesmas".
b) em II, indica reciprocidade e equivale a "a si mesma".
c) em III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras".
d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras".
e) em II e III, indica reflexividade e equivale a "a si mesma" e "a si mesmas", respectivamente.
259. (Puccamp) No centro da Convenção sobre Mudança Climática esteve o reconhecimento de que o planeta pode passar
por mudanças catastróficas no próximo século, com o agravamento do efeito estufa.
A delegação brasileira na reunião de Buenos Aires, ONDE se deu o encontro, assim como em Kyoto, foi chefiada pelo
ministro da Ciência e Tecnologia. ELA teve um papel destacado no Japão, ao apresentar proposta que desembocou no
"mecanismo de desenvolvimento limpo" (MDL), questão central na pauta da Argentina.
Os pronomes em destaque referem-se a outras palavras do texto. São elas, respectivamente:
a) o centro - Mudança Climática
b) Buenos Aires - a delegação brasileira
c) o planeta - a reunião
d) Kyoto - estufa
e) a Convenção - mudanças catastróficas
260. (Uerj) " Vestibular UERJ 2001. Construindo o cidadão do futuro."
No enunciado acima, extraído de um folheto de divulgação deste Vestibular; o vocábulo FUTURO classifica-se
gramaticalmente como substantivo. Se, entretanto, houvesse alteração para "Construindo o cidadão FUTURO", a mesma
palavra seria um adjetivo.
Casos como esse permitem considerar substantivos e adjetivos como nomes, que se diferenciam, sobretudo pelas
respectivas características a seguir:
a) invariabilidade mórfica - variabilidade em gênero e número
b) designação de seres e conceitos - expressão de um fenômeno
c) termo gerador de nomes derivados - resultado de uma derivação.
d) papel sintático de termo núcleo - papel sintático de modificador de outro nome
261. (Uerj) Flexão é o processo de fazer variar um vocábulo, em sua estrutura interna, para nele expressar dadas
categorias gramaticais como gênero e número.
A partir desse conceito, a palavra destacada que admite flexão de gênero é:
a) "Fez-se triste o que se fez AMANTE" (Vinícius de Moraes)
b) "Paisagens da minha terra,/ Onde o ROUXINOL não canta." (Manuel Bandeira)
c) "Sou um HOMEM comum/ de carne e de memória/ de osso e de esquecimento" (Ferreira Gullar)
d) "Meu AMIGO, vamos cantar,/ vamos chorar de mansinho/ e ouvir muita vitrola" (Carlos Drummond de Andrade)
262. (G1) No período:
"Cada paulistano produz diariamente um quilo de lixo, que na sua totalidade transforma-se em uma montanha de 12 mil
toneladas..." a palavra QUE e a oração iniciada por ela são, respectivamente:
a) pronome relativo - oração adverbial;
b) pronome relativo - oração adjetiva;
c) conjunção integrante - oração adjetiva;
d) conjunção integrante - oração substantiva;
e) pronome relativo - oração adverbial.
263. (Uece) A flexão nominal está correta em:
a) assistência MÉDICA-OFTALMOLÓGICA
b) informações HISTÓRICO-CULTURAIS
c) questões JURÍDICAS-POLÍTICAS
d) sapatos BRANCO-GELOS
264. (Ufv) Assinale a alternativa em que aparecem mais exemplos de classes distintas de palavras:
a) "... basta um olhar de compreensão..."
b) "A proteção dele não precisa..."
c) "... quem vive cheio de obrigações..."
d) "Se você tem três pretendentes..."
e) "Se você não tem namorado..."
265. (Ufv) Assinale a alternativa em que as palavras em maiúsculo pertencem à mesma classe gramatical:
a) "... aquele a quem SE quer proteger..." - "Ande como SE o chão estivesse repleto de sons de flauta..."
b) "Quem não tem namorado é alguém QUE tirou
férias..." - "... carinho escondido na hora em QUE passa o filme..."
c) "... ao lado dele a gente treme, SUA frio..." - "... sorria lírios para quem passe debaixo de SUA janela."
d) "... de poesia [...] lida BEM devagar..." - "... não se chateia com o fato de seu BEM ser paquerado."
e)"... ponha a SAIA mais leve..." - "... SAIA do quintal de si mesma..."
266. (Mackenzie) I - "O velho sorriu-SE, deixando apenas escapar em tom de dúvida um significativo - Qual..."
II - "Nada (...) SE conseguiu com a receita; o mal continuou."
III - "- Só lhe direi, respondeu a comadre depois de alguma hesitação, SE me prometerdes guardar todo o segredo, que o
caso é muito sério."
IV - "As três velhas conversaram por largo tempo, não porque muitas coisas SE tivessem a dizer..."
Aponte a sequência correta quanto à classificação morfológica da palavra SE nessas frases de Manuel Antônio de Almeida.
a) I - partícula expletiva, II - partícula apassivadora, III - conjunção subordinativa condicional, IV - pronome reflexivo.
b) I - partícula apassivadora, II - partícula expletiva, III - conjunção subordinativa condicional, IV - pronome reflexivo.
c) I - pronome reflexivo, II - partícula apassivadora, III - conjunção subordinativa integrante, IV - pronome reflexivo.
d) I - partícula expletiva, II - partícula reflexivo, III - conjunção subordinativa condicional, IV - pronome reflexivo.
e) I - partícula apassivadora, II - partícula apassivadora, III - conjunção subordinativa condicional, IV - partícula
apassivadora.
267. (Mackenzie) Aponte a alternativa que contém um QUE classificado morfologicamente como PARTÍCULA EXPLETIVA
(OU DE REALCE).
a) "A vida é tão bela QUE chega a dar medo."
b) "Havia uma escada QUE parava de repente no ar."
c) "Oh! QUE revoada, QUE revoada de asas!"
d) "O vento QUE vinha desde o princípio do mundo / Estava brincando com teus cabelos..."
e) "Nós / é QUE vamos empurrando, dia a dia, sua cadeira de rodas."
268. (Mackenzie) I - " 'O' valor da oração era superfino e muito mais excelso que 'o' das obras terrenas."
II - "Os quatro algarismos foram crescendo tanto, que encheram 'a' igreja de alto 'a' baixo."
III - "Vejamos primeiro 'o' que é que 'o' traz aqui."
IV - "Assim é 'o' homem, assim são 'as' cousas que 'o' cercam."
V - "Camilo teve medo e (...) começou 'a' rarear 'as' visitas 'à' casa de Vilela."
Aponte a sequência totalmente correta quanto à classe gramatical das palavras destacadas nas respectivas frases.
a) I - artigo definido, artigo definido.
b) II - artigo definido, pronome pessoal oblíquo.
c) III - pronome demonstrativo, pronome pessoal oblíquo.
d) IV - artigo definido, preposição, pronome pessoal oblíquo.
e) V - preposição, preposição, contração da preposição com o artigo.
269. (Mackenzie) Aponte a alternativa que apresenta um uso adequado de conjunções ou locuções conjuntivas.
a) Ele transforma-se num cavalheiro, na medida que vai crescendo.
b) Perdeu o dinheiro, mas não teve, no entanto, nenhum gesto de desespero.
c) Somos de paz, pois deves parar com as provocações.
d) Não foi e nem ficou.
e) Gosto de avião; prefiro, porém, navio.
270. (Mackenzie) "Na ata da reunião, registraram-se todas as opiniões dos presentes."
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a classificação da partícula se, na frase acima.
a) índice de indeterminação do sujeito
b) pronome reflexivo (objeto direto)
c) partícula apassivadora
d) conjunção subordinativa integrante
e) palavra de realce
271. (Udesc) Examine as afirmativas a seguir.
I- Em 'Aproximou-se do grupo que jogava bridge e percebeu que eram seus amigos' ocorre silepse de número ou
concordância ideológica.
II- 'Deus, anjo, fada e alma' são substantivos concretos, pois representam entidades que subsistem por si mesmas.
III- 'Chefe, cônjuge, testemunha e vítima' são substantivos comuns de dois gêneros.
IV- Em 'O rico quer ficar riquíssimo' ocorreu um superlativo absoluto sintético.
V- Defectivos são verbos como 'precaver-se' e 'reaver', que não são conjugados em todas as formas; faltam-lhes tempo(s)
ou pessoa(s).
Estão CORRETAS as afirmativas:
a) somente I e III
b) somente II, III e IV
c) somente I, IV e V
d) somente I, II, IV e V
e) somemte III e V
272. (Uelondrina) Na frase "Dada a atitude de CERTOS estudantes, criticá-los é O que se faz NECESSÁRIO", as palavras em
destaque são, respectivamente,
a) pronome relativo - artigo - advérbio.
b) pronome indefinido - pronome demonstrativo - adjetivo.
c) pronome demonstrativo - artigo - advérbio.
d) pronome indefinido - pronome demonstrativo - substantivo.
e) pronome demonstrativo - artigo - adjetivo.
273. (Ita) Indique a alternativa em que há erro gramatical:
a) Não vá sem eu.
b) Ele é contra eu estar aqui.
c) Ele é contra mim, estar aqui é crime.
d) Com eu estar doente, não houve palestra.
e) Não haveria entre mim e ti entendimento possível.
274. (Fuvest) Nas frases a seguir, cada espaço pontilhado corresponde a uma conjunção retirada.
1. "Porém já cinco sóis eram passados...... dali nos partíramos..."
2. ......estivesse doente faltei à escola.
3. ......haja maus nem por isso devemos descrer dos bons.
4. Pedro será aprovado...... estude.
5. ...... chova sairei de casa.
As conjunções retiradas são, respectivamente:
a) quando, ainda que, sempre que, desde que, como.
b) que, como, embora desde que, ainda que.
c) como, que, porque, ainda que, desde que.
d) que, ainda que, embora, como, logo que.
e) que, quando, embora, desde que, já que.
275. (Fuvest) "É da história do mundo que (1) as elites nunca introduziram mudanças que (2) favorecessem a sociedade
como um todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que (3) estas lideranças empresariais teriam motivação para
fazer a distribuição de rendas que (4) uma nação equilibrada precisa ter."
O vocábulo que está numerado em suas quatro ocorrências, nas quais se classifica como conjunção integrante e como
pronome relativo. Assinalar a alternativa que registra a classificação correta em cada caso, pela ordem:
a) 1. pronome relativo, 2. conjunção integrante, 3. pronome relativo, 4. conjunção integrante;
b) 1. conjunção integrante, 2. pronome relativo, 3. pronome relativo, 4. conjunção integrante;
c) 1. pronome relativo, 2. pronome relativo, 3. conjunção integrante, 4. conjunção integrante;
d) 1. conjunção integrante, 2. pronome relativo, 3. conjunção integrante, 4. pronome relativo;
e) 1. pronome relativo, 2. conjunção integrante, 3. conjunção integrante, 4. pronome relativo.
276. (Unitau) Dê as classes gramaticais das palavras, em destaque:
O pior
O PIOR dos problemas da GENTE é
que NINGUÉM tem NADA com ISSO.
(Mário Quintana)
277. (Fuvest) Na frase, "TODO homem é mortal, porém o homem TODO não é mortal", o termo TODO é empregado com
significados diferentes.
a) Indique o sentido presente em cada uma das expressões.
b) Justifique sua resposta.
278. (Fuvest) "Ele é o homem,
eu sou apenas
uma mulher."
Nesses versos, reforça-se a oposição entre os termos 'homem' e 'mulher'.
a) Identifique os recursos linguísticos utilizados para provocar esse reforço.
b) Explique por que esses recursos causam tal efeito.
279. (Fatec) Observe o texto publicitário a seguir reproduzido, que explora de forma criativa o uso da conjunção.
Assinale a afirmação correta a respeito dos procedimentos linguísticos encontrados em "Viver ou Sonhar?" e "Viver e
Sonhar.".
a) Temos, respectivamente, conjunção coordenativa aditiva e conjunção coordenativa alternativa, pois, quando se joga
com o sentido das frases, opondo-se as ações umas às outras, as conjunções podem assumir valores e significados
diferentes ou até mesmo opostos.
b) A primeira frase traz uma conjunção coordenativa alternativa com valor aditivo, e a segunda frase, uma conjunção
coordenativa aditiva com valor adversativo. Isto se dá devido à intenção do autor de fazer um jogo de palavras muito em
uso na linguagem publicitária.
c) Vê-se que a conjunção coordenativa, presente em ambos os casos, apesar de adquirir significativos diferentes, não
altera o sentido das frases, já que liga elementos independentes, estabelecendo relações de alternância, no primeiro caso,
e de igualdade ou alternância, no segundo caso.
d) Temos, respectivamente, conjunção coordenativa alternativa e conjunção coordenativa aditiva. A mudança de sentido
obtida com a troca das conjunções está na escolha a ser feita: a primeira implica exclusão de ações, o que leva à indecisão,
enquanto a segunda expressa a soma de uma ação à outra, resultando disso um modo mais completo de vida.
e) Temos, respectivamente, conjunção coordenativa alternativa e conjunção coordenativa aditiva. O autor do texto
publicitário, ao fazer um jogo, alternando as conjunções, tenta obter uma mudança de sentido; porém, como podemos
observar com uma leitura mais cuidadosa, nem toda troca de conjunção caracteriza uma alternância de pensamento.
280. (Puccamp) O termo ONDE encontra-se corretamente empregado na frase:
a) A suspeita de falsificação nasceu por causa daquela folha onde havia uma rasura.
b) Não sei onde foi que te decepcionei: ao não responder à tua carta? Ao não me desculpar por isso?
c) Nos piores momentos é onde podemos reconhecer os verdadeiros amigos.
d) Não tenho saudades de minha infância, onde sofri tantas injustiças.
e) À saída dos torcedores é onde costuma haver muito tumulto.
281. (Uelondrina) Pergunta-se QUANTOS são AO CERTO OS que foram premiados.
As classes a que pertencem as expressões em destaque na frase acima são, respectivamente,
a) advérbio de intensidade, locução prepositiva, artigo definido.
b) pronome interrogativo, advérbio de modo, artigo definido.
c) advérbio de intensidade, locução prepositiva, pronome demonstrativo.
d) pronome interrogativo, locução adverbial, pronome demonstrativo.
e) pronome indefinido, locução adverbial, artigo definido.
282. (Uelondrina) O rapaz QUE O procurou SÓ queria saber seu novo endereço.
Os termos em destaque são, respectivamente,
a) conjunção integrante - pronome pessoal - advérbio.
b) pronome relativo - pronome pessoal - advérbio.
c) conjunção integrante - pronome pessoal - adjetivo.
d) conjunção integrante - artigo - advérbio.
e) pronome relativo - artigo - adjetivo.
283. (G1) Localize e classifique as conjunções, nos períodos a seguir:
a) Eugênio voltava tarde para a casa porque ninava Ana Maria.
b) Como Simão é judeu, seus pais se opõem ao nosso casamento.
c) Caso eu morra, virá buscá-la.
d) Eugênio respondeu como lhe aconselhara Olívia.
e) Eugênio amava mais Olívia do que Eunice.
284. (G1) Identifique o SE:
(1) reflexivo
(2) recíproco
(3) índice de indeterminação do sujeito
(4) partícula apassivadora
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) Eles se ajudaram durante o naufrágio.
) Rufino se desesperou.
) Acenderam-se as luzes.
) Precisa-se de calma.
) Vive-se bem na casa dos Cintra.
285. (G1) Identifique as classes gramaticais das palavras em destaque:
a) "Eu NASCI no ano de 1890, numa PEQUENA ALDEIA da CALÁBRIA."
b) "Essa ERA A VOZ DA TERRA onde COMEÇAVA a minha vida e terminava o meu mundo."
286. (G1) Classifique os numerais em destaque das frases a seguir:
"PRIMEIRO passo: misturam-se DOIS TERÇOS de xícara de açúcar com DOIS ovos. Depois, adiciona-se o DOBRO da
quantidade de açúcar em farinha."
287. (G1) IDENTIFIQUE grifando e CLASSIFIQUE escrevendo, no espaço, as conjunções do período a seguir:
a) Ulisses chamou por Zeus e pediu ajuda.
_______________________________________
b) O velho soberano vagava na escuridão porque perdera as esperanças.
_______________________________________
c) Telêmaco avisou Penélope, todavia ela não o escutou.
_______________________________________
d) Tamanha era a fama dos Deuses que a notícia chegou aos ouvidos de Ulisses.
_______________________________________
e) Ulisses tornou-se mendigo uma vez que pretendia fazer uma surpresa.
_______________________________________
288. (G1) Identifique o SE em:
(1) reflexivo
(2) recíproco
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) Eles se ajudaram durante o naufrágio.
) Rufino se desesperou.
) Os jornalistas se espantaram.
) O cachorro se mexia muito.
) Os oito homens se revezavam.
289. (G1) Grife e classifique os advérbios ou locuções adverbiais:
a) Ele parou ATRÁS, à DIREITA da calçada.
b) Elas ficaram feridas LEVEMENTE, mas os carros ficaram COMPLETAMENTE amassados.
290. (G1) Circule as interjeições e locuções interjetivas das frases a seguir:
a) Meu Deus! Por que tanta injustiça?!
b) Você pode se machucar! Cuidado!
c) Gostei de ver! Muito bem!
d) Psiu! As crianças estão dormindo.
e) Vocês foram de muita ajuda. Obrigada!
f) Adeus, Crianças!
291. (G1) Grife e classifique os advérbios ou locuções adverbiais:
a) NÃO esperaria MAIS, que elas podiam voar.
b) Ela estava TIMIDAMENTE encolhida à ESQUERDA da pilha de tijolos.
292. (G1) Circule as interjeições e locuções interjetivas das frases a seguir:
a) Calma, que tudo acabará bem.
b) Credo, que coisa horrível!
c) Que miséria, meu Deus!
d) Xi! meu dinheiro acabou...
e) A festa vai começar. Oba!
f) Ah! Você aqui a esta hora?!
293. (G1) Classifique morfologicamente (classes gramaticais) as palavras em destaque a seguir:
"A MÁQUINA de ferro DESDOBRA a pasta DE MADEIRA em camadinhas FINAS."
294. (G1) Classifique os advérbios ou locuções adverbiais em destaque:
a) As cidades brasileiras estão MAIS poluídas.
b) O festival de teatro começou ontem À NOITE.
c) Encontrei balas DENTRO da caixa.
d) O burrinho caminhava LENTAMENTE a estrada deserta.
e) TALVEZ aconteça uma tragédia.
295. (G1) Dê duas classificações para cada substantivo a seguir:
a) terça-feira
b) Pedrinho
296. (G1) Classifique os substantivos uniformes em epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros:
a) onça
b) estudante
c) pessoa
d) formiga
e) jornalista
297. (G1) Identifique e dê o significado das preposições presentes nas frases a seguir:
a) Eles tomam café e creme.
b) Eles escrevem a carta a máquina.
c) Eles compraram flores para a festa.
d) As meninas do vôlei choraram de decepção.
e) Ele veio pela via Dutra.
f) Ela foi àquele clube.
g) Após o recreio houve uma festa.
h) Entre a cozinha e o quarto fica a sala.
298. (G1) Classifique o grau dos adjetivos:
a) Eles são os menos baixos do time.
b) Ela era menor do que a amiga.
c) Elas estavam felicíssimas.
d) Há um aluno da sexta série que é muito estudioso.
e) Ele é o aluno mais calmo da sala.
299. (G1) Defina a locução adverbial (o que é e a que classes gramaticais está ligada)
300. (G1) Identifique MORFOLOGICAMENTE o "a" entre aspas e coloque o acento indicado de crase, se necessário::
a) Se Alexandre chegar, dê os meus cumprimentos "a" ele.
b) Graças "a" Deus, você chegou.
c) Quem não assistiu "a" chegada de Velasco?
d) Observou "a" que entrou atrasada.
e) "As" aulas devem começar pontualmente "as" 7h25min.
f) Caminhava passo "a" passo "a" procura de um lugar onde pudesse estar "a" vontade.
301. (G1) Retire os advérbios das frases e os classifique:
a) O novo refrigerante não agradou os consumidores.
b) Fábio sempre esquece alguma coisa em casa.
c) Mariana ficou um pouco nervosa no jogo.
d) Aquele jogador chuta calmamente a bola.
302. (G1) Retire as locuções adverbiais das frases e as classifique:
a) O atacante deu uns dez passos à esquerda.
b) Os meninos do time faziam uma reunião, de vez em quando.
c) O exército marchou a cavalo.
d) Todos se sentiam à vontade naquela festa.
303. (G1) Indique circulando e classifique as conjunções dos períodos a seguir:
a) Eles se ajudaram durante o naufrágio mas não conseguiram sobreviver ao mar.
b) Rufino estava tão desesperado que desmaiou.
c) Mal anoitece os tubarões desaparecem.
d) Como ia lhe dizendo, conversei com o jornalista.
e) O náufrago foi mais esperto do que os repórteres.
f) Se não houver imprevistos, Alexandre chegará à sua cidade natal.
304. (G1) Indique morfologicamente as funções do "a":
a) Precisei sair a pé.
b) Viu-a no cinema.
c) Você já a encontrou?
d) A notícia corria de boca em boca.
e) A que chegar atrasada, não entrará.
305. (G1) Indique morfologicamente as funções do "a":
a) Abriu a porta a pontapés.
b) Caiu a poucos metros do hospital.
c) Daqui a Salvador é longe.
d) Ninguém a respeita.
e) As que rirem por último, rirão melhor.
306. (G1) Indique morfologicamente as funções do "a":
a) Escreva toda a crônica a lápis.
b) Ficou a falar besteiras sozinho.
c) Aonde irão as crianças nestes trajes?
d) Deixei-a entrar.
e) Os nascidos a 18 de dezembro vivem a sonhar.
307. (G1) Indique morfologicamente as funções do "a":
a) Comprou-as barato.
b) Jane foi a que mais me emocionou.
c) Dia a dia ele se revela.
d) Os atores ficaram entre mim e a platéia.
e) A cavalo dado não se olham os dentes.
308. (G1) Identifique e classifique as conjunções coordenativas dos períodos a seguir:
a) Ora xingava a mãe do juiz, ora reclamava dos jogadores.
b) O pai procurou o filho e humildemente pediu-lhe desculpas.
c) Não corra, que é perigoso.
d) O professor não só veio como vai dar prova.
e) Ele foi eleito, porém suas loucuras não tinham o apoio da população.
309. (G1) Identifique e classifique as conjunções coordenativas dos períodos a seguir:
a) O vigário era muito festeiro; logo, qualquer pipoca estourada o atraía.
b) Os preços das verduras estão altos; diminuiremos, portanto, o seu consumo.
c) Esperei-a; ela, porém, não veio.
d) Aceitarás minha sugestão, ou darás outra?
e) Estudem, porque em breve farão uma prova.
310. (G1) Identifique a conjunção e classifique-a:
a) Se a televisão não apresentasse tanto filme enlatado, o seu nível seria melhor.
b) Quando ela acordou, os lençóis estavam molhados por causa da febre.
c) Tamanho era o medo, que a mulher teve de fazer queixa contra o marido.
d) Quanto mais a criança chorava, mais o pai ia perdendo a paciência.
e) O coração envelhece como os outros músculos.
311. (G1) Identifique a conjunção e classifique-a:
a) Segundo noticiou o jornal, aquele ilustre homem não pagará pelo crime cometido.
b) Você gaguejou tanto que não explicou nada.
c) O filho é maior que o pai.
d) O único terno do rapaz rasgou, de modo que não pôde ir ao baile.
e) A empregada foi atendida porque o deputado exigiu.
312. (G1) Observando a idéia expressa pela oração, classifique COMO em conjunção subordinativa causal, comparativa ou
conformativa:
a) COMO o aluno foi para a escola com fome, não obteve bom resultado na prova.
b) COMO foi determinado no início, o tempo da prova está esgotado.
c) COMO um cachorrinho novo, a criança só queria saber de brincadeiras.
d) COMO a maioria dos alunos não havia entendido a matéria, o professor a explicou novamente.
e) A audiência será realizada COMO a lei determina.
313. (G1) Observando a idéia expressa pela oração, classifique o QUE em conjunção subordinativa consecutiva,
comparativa, final:
a) Fiz-lhe sinal QUE começasse o discurso.
b) Era um pacote tão grande QUE não cabia no porta-malas.
c) Tratava-se de uma criança mais inteligente QUE estudiosa.
d) Falou tanto QUE acabou rouco.
314. (G1) Observando a idéia expressa pela oração, classifique DESDE QUE em conjunção subordinativa temporal, causal
ou condicional.
a) DESDE QUE você não concorde, nada posso fazer.
b) DESDE QUE você concorde, tudo dará certo.
c) DESDE QUE a criança acordou, o cachorro ficou mudo.
d) Compro-lhe a blusa, DESDE QUE você a use de verdade.
315. (G1) Nas frases que seguem há conjunções COORDENATIVAS e SUBORDINATIVAS. Identifique-as e classifique-as:
a) As conquistas científicas devem ser utilizadas em favor dos homens e do bem comum.
b) Quando cheguei à feira, encontrei o carregador ocupado.
c) Eu ficarei em casa, a menos que você não queira.
d) Enquanto eu jantava, ele fazia o café.
e) Disse que viria cedo, mas até agora não apareceu.
316. (G1) Nas frases que seguem há conjunções COORDENATIVAS e SUBORDINATIVAS. Identifique-as e classifique-as:
a) Ele não percebia, mas muitas vezes agia com a esposa tal como o patrão agia com ele.
b) Não se demore, pois preciso de você.
c) Teremos visita para o jantar; não se demore, pois.
d) Chegou e disse que ia sair.
e) Como houvesse carência de informações, quase se desconheciam os riscos provocados pelas usinas nucleares.
317. (G1) Informe a classe gramatical a que pertencem as palavras em destaque:
QUANDO NUM país O corrupto é considerado UM homem ESPERTO, CHEGOU o momento de mudar TUDO e começar
uma NOVA HISTÓRIA ONDE IMPEREM a DIGNIDADE E o respeito PELO SER HUMANO.
318. (G1) Transforme o verbo em substantivo:
a) Lembrar-se da mãe.
b) Conhecer o verso.
c) Repetir passadas valsas.
d) Conhecer o segredo do trinco.
e) Assistir aos jogos.
319. (G1) Transforme o verbo em substantivo:
a) Dedicar-se à pesquisa.
b) Procurar a paz.
c) Invadir a área.
d) Agradecer a todos.
e) Explicar a experiência.
320. (G1) Transforme o substantivo em verbo.
a) A venda do apartamento.
b) A necessidade de alimentos.
c) A confiança no amigo.
d) A aprovação do projeto.
e) A desistência da vaga.
321. (G1) Transforme o substantivo em verbo.
a) O amor à justiça.
b) A descoberta da verdade.
c) A derrubada da mata.
d) A ajuda aos desamparados.
e) A resolução do problema.
322. (G1) Nas frases a seguir, o termo em maiúsculo é um complemento. Indique se é um complemento nominal ou
complemento verbal:
a) Narrava SUCESSOS LONGOS.
b) A narração de LONGOS SUCESSOS cansava os ouvintes.
c) Misturava ASSUNTOS.
d) A mistura de ASSUNTOS complicava a exposição.
323. (G1) Nas frases a seguir, o termo em maiúsculo é um complemento. Indique se é um complemento nominal ou
complemento verbal:
a) Tratava DOS BOIS.
b) O tratamento DOS BOIS, na fazenda, estava a cargo de um veterinário.
c) As Folias anunciavam A FESTA.
d) O anúncio DA FESTA era feito pelas Folias.
324. (G1) Transforme o verbo em substantivo:
a) O professor saiu da sala.
b) Arrumou os livros na estante.
c) O avião subiu.
d) Doou sangue.
e) O cruzeiro caiu.
325. (G1) Transforme o verbo em substantivo:
a) Corrigiu o exercício na lousa.
b) Dispensou a classe.
c) Trocou o óleo do carro.
d) Assistiu às aulas.
e) Realizou o trabalho com perfeição.
326. (G1) Localize e classifique as conjunções analisando-as:
a) Façam silêncio, que estamos em um hospital.
b) Não fique triste porque estou ao seu lado.
c) O mecânico abriu o capô e debruçou-se sobre o motor.
d) Você irá comigo ou ficará estudando?
e) As crianças brincaram bastante, porém deixaram tudo em ordem.
327. (G1) Localize e classifique as conjunções analisando-as:
a) Passa-me o dinheiro ou eu a matarei.
b) A empregada não veio nem deu notícias.
c) Entre pois a casa é sua.
d) Ora chorava, ora ria exageradamente.
e) Não obteve visto, portanto não sairá de férias.
328. (G1) Localize e classifique as conjunções analisando-as:
a) Júnior caiu da moto, porém não se machucou.
b) O diretor não compareceu à reunião nem mandou um representante.
c) Vamos embora, porque já é tarde.
d) Venceremos com glória ou perderemos com dignidade.
e) Estava à toa, portanto fui dormir.
329. (G1) Localize e classifique as conjunções analisando-as:
a) Não responda, que é melhor.
b) Teremos fé e iremos adiante.
c) Gritei alto, todavia ninguém me escutou.
d) Ora ri, ora chora.
330. (G1) Localize e classifique as conjunções analisando-as:
a) Ela é muito esforçada, por conseguinte conseguirá tudo o que quer.
b) Ela errou, entretanto está arrependida.
c) Compre um carro ou contrate um táxi.
d) Ela mente muito, suas promessas não são pois confiáveis.
331. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Iremos até o fim do projeto, mesmo que haja dificuldades.
b) Se sairmos agora ainda poderemos encontrá-lo.
c) Assim que ele reassumiu o cargo, a situação melhorou.
d) Faça o exercício como foi ensinado.
e) Passe em casa depois que terminar o serviço.
332. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Logo que entrei na sala, encontrei alguns amigos.
b) Se esforçou tanto que conseguiu um lugar na equipe.
c) Seu entusiasmo aumentava, à medida que as notícias chegavam.
d) Nada foi feito como eu pedi.
e) Nós ficaremos contentes se você vier à festa.
333. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Como estava muito gripado não foi à festa.
b) Ele é tão gentil quanto os irmãos .
c) Ele ficou descansando enquanto visitávamos a fazenda.
d) As inscrições foram encerradas uma vez que não havia mais vagas.
e) Algumas crianças comportaram-se melhor que seus pais.
334. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) A emoção foi tão grande que ela não conteve as lágrimas.
b) Empreste-me as ferramentas para que eu possa consertar esta máquina.
c) Por mais que a consolassem ela continuava a chorar.
d) Ele agiu exatamente como exigia a situação.
e) Quando a encontrei, quase não pude reconhecê-la.
335. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Diga-me a hora de sua chegada, a fim de que eu vá buscá-lo.
b) Tamanha foi a sua emoção que quase desmaiou.
c) O nervosismo aumenta à medida que a hora do julgamento se aproxima.
d) O pessoal saiu antes que eu desse o aviso.
e) Ela não poderá se matricular a menos que haja alguma desistência.
336. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) O frio era tão intenso que, de madrugada, nevou.
b) Eu me senti bem mais à vontade que você.
c) Mal amanhece, os turistas invadem a praia.
d) Todos ficaram até o fim da reunião, embora tivessem compromissos.
e) À proporção que as horas passavam, o calor aumentava.
337. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Ela venceu o concurso porque estava bem preparada.
b) Não faça essas acusações, a não ser que possa prová-las.
c) Ainda que tenha perdido essa oportunidade, não deve desanimar.
d) Ele fez como todo mundo faz.
338. (G1) Localize e classifique as conjunções:
a) Mesmo que não precisasse, ela me ajudaria.
b) Ele avançou para mim como uma fera.
c) Fiz tudo conforme combinamos.
d) A corrida foi tão longa que cansou.
339. (G1) Identifique os advérbios e classifique-os:
a) Meu filho agiu corretamente quando não aceitou a proposta.
b) A escola fica perto de uma praça e talvez se possa levar as crianças para tomar sol.
c) Quero ficar aqui como fazia sempre.
d) Como você resolveu o seu problema ontem?
340. (G1) Identifique as locuções adverbiais e classifique-as:
a) Gosto de andar a cavalo.
b) De vez em quando vou ao cinema.
341. (G1) Informe se o advérbio destacado refere-se ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio:
a) A água da piscina estava MUITO quente.
b) Moro BEM longe do serviço.
342. (G1) Identifique os advérbios e classifique-os:
a) Não faltarei à aula amanhã.
b) O supermercado Barateiro fica longe da minha casa e, por isso prefiro este aqui.
c) Como você foi à festa ontem?
d) Ela lia devagar e atentamente o seu novo livro.
343. (G1) Identifique as locuções adverbiais e classifique-as:
a) Saiu às pressas sem olhar para mim.
b) Comi os doces que estavam em cima da pia.
344. (G1) Informe se o advérbio refere-se ao verbo, ao adjetivo ou a outro advérbio:
a) O leite estava bem frio.
b) Comeu bem devagar aquele sanduíche de presunto.
345. (G1) Grife as conjunções, nas orações a seguir. Em seguida classifique-as:
a) Quer lembrava seus lindos cabelos, quer enxergava o seu rosto.
b) O rosto não só lembrava sua serenidade como também não deixava transparecer seus
sentimentos.
c) À medida que as provas se aproximam, vamos ficando nervosos.
d) Aproximou-se do pai, embora não falasse com ele.
e) Rodrigo estava tão doente que Jimena ajudou-o a montar o cavalo.
f) Levantem-se, que estão diante do rei.
g) Caso Jimena chegasse um pouco mais tarde, não veria D. Rodrigo.
h) A noiva afastou-se de Rodrigo para que honrasse seu pai.
i) Sentia-se aliviado com a súbita partida de El Cid porque pretendia exercitar sua autoridade.
j) Quanto mais eles se separavam, tanto mais se amavam.
346. (G1) Indique com a letra V se as afirmativas forem verdadeiras e com F, se forem falsas.
a) (
) As palavras monossílabas são formadas por quatro ou mais sílabas.
b) (
) O plural da palavra papel é papéis.
c) (
) Os substantivos que no singular são terminados em R, no plural, recebem o acréscimo de ES.
d) (
) A palavra abriu é um substantivo comum formado por duas sílabas.
e) (
) A palavra carrinho é um substantivo comum, formada por quatro sílabas.
347. (G1) Reescreva as palavras destacadas EM MAIÚSCULO por seu antônimo:
a) Os convivas que estavam na festa do CASAMENTO foram bem servidos.
b) A festa desorganizou-se e Emília ficou muito TRISTE.
c) Os animais, de longe, olhavam e não entendiamTUDO!
d) Rabicó é um porco muito BOM!
348. (G1) Escreva cinco adjetivos que combinem com a palavra: casamento.
349. (G1) Passe as orações para o plural:
a) Ele armou a mesa da festa debaixo de uma laranjeira.
b) O porco deu um berro e disparou pelo campo.
350. (G1) Leia as frases a seguir com atenção e escreva com letras maiúsculas somente os substantivos. Chamamos de
substantivos as palavras que dão nome a tudo que existe.
- Zezinho cuidou da asa do passarinho.
- Todos os dias ele ia lá no quintal ver o Leco.
- O menino percebia que o pássaro estava melhorando.
351. (G1) Explique como podemos verificar se um substantivo é masculino ou feminino. Cite dois exemplos.
352. (G1) Assinalar a alternativa que contém o superlativo erudito dos adjetivos pobre, ágil e doce
a) paupérrimo, agílimo, dulcíssimo;
b) pobrérrimo, agilíssimo, docíssimo;
c) paupérrimo, agilérrimo, docílimo;
d) pobríssimo, agílimo, docíssimo;
e) paupérrimo, agilérrimo, docêrrimo.
353. (G1) Indicar a ÚNICA frase correta na relação a seguir:
a) O rapaz colocou-se entre eu e você;
b) Entre mim e você há um grande segredo;
c) Aquela notícia chegou até eu;
d) Você trouxe o livro para mim ler;
e) Nunca vi ele tão zangado.
354. (G1) Destacar a frase em que o pronome relativo está corretamente empregado:
a) Este é o laboratório em cuja honestidade você pode confiar.
b) Feliz a nação cujos os filhos temem a Deus.
c) Vendi aquele sítio maravilhoso, cujo me deixou bastante triste.
d) Preciso de ajuda, sem a cuja não poderei terminar o trabalho.
e) Os alunos, cujos pais telefonei, concordaram com o adiamento da viagem.
355. (G1) No período:
"Queria chorar e sentia os olhos enxutos", o conectivo que une as duas orações indica:
a) junção de idéias, portanto é uma conjunção aditiva;
b) contraste de idéias, portanto é uma conjunção aditiva;
c) disjunção de idéias, portanto é uma conjunção conclusiva;
d) contraste de idéias, portanto é uma conjunção adversativa;
e) disjunção de idéias, portanto é uma conjunção condicional.
356. (G1) Em "O casal de índios levou-os à sua aldeia, que estava deserta, onde ofereceu frutas aos convidados", temos:
a) dois pronomes possessivos e dois pronomes pessoais;
b) um pronome pessoal, um pronome possessivo e dois pronomes relativos;
c) dois pronomes pessoais e dois pronomes relativos;
d) um pronome pessoal, um pronome possessivo, um pronome relativo e um pronome interrogativo;
e) dois pronomes possessivos e dois pronomes relativos.
357. (G1) Complete os pares acrescentando um substantivo abstrato da mesma família (cognato):
a) Solitário - __________.
b) Solidário - __________.
c) Solicitador - __________.
358. (G1) Identifique as classes gramaticais das palavras em destaque:
"Eu NASCI no ano de 1979, numa PEQUENA CIDADE da VENEZUELA."
359. (G1) Classifique os numerais em destaque da frase a seguir:
"PRIMEIRO passo: misturam-se UM TERÇO de xícara de farinha com TRÊS ovos. A seguir coloca-se o DOBRO da quantidade
de açúcar cistal."
360. (Fuvest) Segundo a ONU, os subsídios dos RICOS prejudicam o Terceiro Mundo de várias formas:
1. mantêm baixos os preços internacionais, desvalorizando as exportações dos países POBRES; 2. excluem os POBRES de
vender para os mercados RICOS; 3. expõem os produtores pobres à concorrência de produtos mais baratos em seus
próprios países.
("Folha de S. Paulo", 02/11/97, E-12)
Neste texto, as palavras em maiúsculo RICO e POBRE pertencem a diferentes classes de palavras, conforme o grupo
sintático em que estão inseridas.
a) Obedecendo à ordem em que aparecem no texto, identifique a classe a que pertencem, em cada ocorrência em
maiúsculo, as palavras RICO e POBRE
b) Escreva duas frases com a palavra BRASILEIRO, empregando-a cada vez em uma dessas classes.
361. (Ita) lndique a opção cuja forma não será utilizada para completar a frase a seguir:
Vemo- ________ raramente por aqui. _________ poucas vezes em que a vimos, sequer chegou ________ tempo de
participar das cerimônias _________ que fora convidada _________ cerca de quatro meses.
a) Artigo definido feminino no plural.
b) Contração de preposição com artigo feminino.
c) Preposição.
d) Verbo 'haver' na terceira pessoa do singular.
e) Pronome oblíquo átono.
362. (Fuvest) ... se decida a pedir a este rio (...)
QUE me faça aquele enterro (...)
... e aquele acompanhamento
de água QUE sempre desfila
(QUE o rio, aqui no Recife,
não seca, vai toda a vida).
Nas ocorrências assinaladas, a partícula QUE serve, RESPECTIVAMENTE, para
I. introduzir um complemento para DECIDA; referir a ÁGUA o ato de DESFILAR, introduzir uma justificativa para o uso de
SEMPRE.
II. introduzir um complemento para DECIDA; estabelecer uma relação com AQUELE; introduzir uma justificativa para o uso
de AQUI.
III. introduzir um complemento para PEDIR; referir a ACOMPANHAMENTO o ato de DESFILAR, introduzir uma justificativa
para o uso de SEMPRE.
Em relação ao texto, está correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) I e II.
c) II e III.
d) II.
e) III.
363. (Fuvest) É mudo AQUELE a quem irmão chamamos,
E a mão que tantas vezes apertamos
Agora é fria já!
Não mais nos bancos esse rosto amigo
Hoje escondido no fatal jazigo
Conosco sorrirá!
Nestes versos de Casimiro de Abreu, o pronome em maiúsculo revela um emprego denotativo de
a) tempo presente e proximidade física.
b) tempo passado e proximidade física.
c) tempo futuro e afastamento físico.
d) tempo futuro e proximidade física.
e) tempo passado e afastamento físico.
364. (Pucmg) Assinale a alternativa em que a mudança de posição do termo destacado não implique a possibilidade de
mudança de sentido do enunciado.
a) Belo Horizonte já foi uma LINDA cidade.
Belo Horizonte já foi uma cidade LINDA.
b) Filho MEU não irá para o exército.
MEU filho não irá para o exército.
c) Meu carro NOVO é maior.
Meu NOVO carro é maior.
d) Por ALGUM dinheiro ele seria capaz de vender a casa.
Por dinheiro ALGUM ele seria capaz de vender a casa.
e) Com uma SIMPLES dose do medicamento ficou curada.
Com uma dose SIMPLES do medicamento ficou curada.
365. (Pucmg) Para todas as alternativas, é possível, recorrendo às regras da norma culta escrita, a construção de um único
período envolvendo as duas orações através do uso do pronome cujo (e variações), referente ao item destacado, EXCETO:
a) O comerciante é meu vizinho. O filho DELE foi sequestrado.
b) Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo. Sou fã incondicional de SUAS obras.
c) Foram derrubadas várias árvores. As folhas DESSAS ÁRVORES apresentavam sinais de doença.
d) O retrato de meu avô continua me fitando da parede. Tenho poucas lembranças DELE.
e) O ministro será homenageado pelo Congresso. A população jamais se esquecerá das ações DELE.
366. (Pucmg) Assinale a opção cujo período, ao ser reescrito, está adequado à norma culta da língua.
a) Puseram os ovos na geladeira, antes que a empregada pensasse em fazer outra omelete para o menino.
PUSERAM-LOS NA GELADEIRA, ANTES QUE A EMPREGADA PENSASSE EM FAZER-LHE OUTRA OMELETE.
b) Para nós, é muito difícil convencer o delegado.
É-NOS MUITO DIFÍCIL CONVENCER-LHE.
c) Não quero fazer a paciente esperar.
NÃO QUERO FAZER ELA ESPERAR.
d) Visitaria os presos se tivesse tempo.
VISITARIA-OS SE TIVESSE TEMPO.
e) Tem visto Helena ultimamente?
TEM-NA VISTO ULTIMAMENTE?
367. (Pucmg) Para todas as alternativas, é possível, recorrendo às regras da norma culta escrita, a construção de um único
período envolvendo as duas orações através do uso do pronome cujo (e variações), referente ao item destacado, EXCETO:
a) O professor foi demitido. Não aprecio as aulas DELE.
b) A ponte era muito alta. Nosso barco passou por baixo de SEUS arcos.
c) Os familiares das vítimas nunca foram contactados. DELES ninguém teve mais notícia.
d) O livro infelizmente está esgotado. SUA leitura foi indicada por nosso professor de Português.
e) Meu escritor favorito é Machado. Minha mãe pertencia à família DELE.
368. (Pucmg) Assinale a alternativa em que a sentença destacada (formulada segundo regras do português oral) tenha
sido reestruturada de acordo com a norma escrita culta.
'Se eu ver ele, dou o recado pra ele.'
a) Vendo-o, darei-lhe o recado.
b) Na hipótese de o vir, eu lhe darei o recado.
c) Se eu o ver, lhe darei o recado.
d) Se o vir, darei o recado a ele.
e) Quando vê-lo, dar-lhe-ei o recado.
369. (Uelondrina) PERTO DE mil pessoas estiveram PRESENTES ao festival DE INVERNO.
As expressões em maiúsculo na frase anterior são, respectivamente,
a) locução adverbial - adjetivo - substantivo
b) advérbio - substantivo - locução adjetiva
c) locução prepositiva - adjetivo - locução adjetiva
d) locução prepositiva - adjetivo - locução adverbial
e) locução adverbial - advérbio - substantivo
370. (Puccamp) Selecione a alternativa que preenche corretamente as lacunas.
- Você não quer vir conosco, e não diz o ........ da recusa.
- Quer mesmo saber ........? Simplesmente ........ não tenho um centavo no bolso.
a) por que - porque - porque
b) por que - porquê - por que
c) por quê - porquê - porque
d) porque - por que - por que
e) porquê - por quê - porque
371. (Mackenzie) Digam o que quiserem dizer os hipocondríacos: a vida é uma coisa doce.
(Machado de Assis)
Os dois pontos representam a seguinte relação de idéias:
a) consequência
b) concessão
c) adição
d) adversidade
e) explicação
372. (Fatec) Assinale a alternativa em que a substituição do pronome da frase I, realizada na frase II, está correta.
a) I- o que me fazia perder os estribos
II- o que fazia eu perder os estribos
b) I- Deixar-me-iam ficar
II- Deixariam eu ficar
c) I- furava-me os ouvidos
II- furava meus ouvidos
d) I- Não seria mau que me achassem nos atos algum, involuntário, digno de pena.
II- Não seria mau que a mim achassem nos atos algum, involuntário, digno de pena.
e) I- arranjar-lhes por qualquer meio o indispensável
II- arranjá-los por qualquer meio o indispensável
373. (Ufrj) O IMPOSSÍVEL CARINHO
Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
- Eu soubesse repor No coração despedaçado
As mais puras alegrias da tua infância!
(BANDEIRA, Manuel. ESTRELA DA VIDA INTEIRA. 9ヘ ed.. Rio de Janeiro: José Olympio, 1982. p.118.)
O poema de Bandeira constrói-se com base na relação entre o eu-lírico e seu interlocutor.
A existência desse interlocutor é evidenciada em vocábulos que pertencem a duas diferentes classes gramaticais.
a) Identifique essas duas classes gramaticais.
b) Diga que traço gramatical comum aos vocábulos indica a presença do interlocutor.
374. (Fuvest) Em que frase o espaço em branco dever ser preenchido APENAS com pronome relativo e não com pronome
relativo regido de preposição?
a) Trata-se de jóias de família ________ jamais me desfarei.
b) O candidato expôs planos _________ ninguém confiou.
c) Nesta rua, os serviços ___________ você tem acesso são inúmeros.
d) Foi positivo o resultado _________ a empresa atingiu.
e) Eis o documento ___________ cópia me refiro.
375. (Ita) Em relação ao texto a seguir, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas:
Nos ecossistemas naturais, como as matas, os cerrados e os campos nativos, há um perfeito equilíbrio entre os seres
vivos, e entre estes e o meio. Esta condição resulta da interação entre as espécies, e da adaptação destas ao meio ao
longo de extensos períodos de tempo. São sistemas quase fechados ____(1)____, devido a razões pouco conhecidas,
novas espécies dificilmente se estabelecem neles de modo natural. Em qualquer deles, a densidade populacional de um
inseto fitófago, isto é, que se alimenta de plantas, é controlada principalmente pela densidade populacional da espécie de
planta ____(2)____ ele tem preferência e por seus inimigos naturais (parasitos, predadores e patógenos, ou seja, seres
que ____(3)____ causam doenças), além evidentemente dos fatores físicos como a temperatura, a umidade e a luz, entre
outros.
(CIÊNCIA HOJE. N.6, maio/junho/1983.)
a) que - que - os
b) por que - a qual - lhe
c) porque - na qual - lhes
d) porque - pela qual - lhe
e) por que - pela qual - os
376. (Ita) Assinale a opção em que a palavra "onde" está corretamente empregada:
a) Após o comício, houve briga onde estavam envolvidos estudantes de duas escolas diferentes.
b) Os músicos criaram um clima de alegria onde o anfitrião foi responsabilizado.
c) Foi importante a reforma do estatuto da escola, de onde resultou melhoria no ensino.
d) Viver em um país onde saúde e educação são valorizadas é direito de qualquer cidadão.
e) Na reunião de segunda-feira, várias decisões foram tomadas pelos sócios da empresa, onde também foi decidido o
reajuste das tarifas.
377. (Uelondrina) A frase em que se emprega corretamente o pronome em destaque é:
a) Ninguém sabe PORQUE, ele se recusa a assinar o recibo.
b) Deu-me algumas razões, CUJAS me pareceram inconsistentes.
c) Por favor, vá dizer a VOSSA EXCELÊNCIA que já chegamos.
d) O delegado chamou o detento para LHE interrogar.
e) Li o poema, analisei-LHE os versos, mas nada entendi.
378. (Uelondrina) A palavra em destaque está INCORRETAMENTE flexionada na frase:
a) QUAISQUER que fossem as medidas, ele as impugnava.
b) Os BEIJA-FLORES aí estão, desfrutando a primavera.
c) Os móbiles estavam presos por CORDELZINHOS.
d) - São BEIJOS-DE-FRADE - explicou-me, apontando as ervas.
e) Dois dos GUARDA-ROUPAS estavam infestados de cupins.
379. (Uelondrina) Assinale, a alternativa que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada.
Ele era infiel até ...... si mesmo, motivo ...... não conseguia que ...... levassem a sério.
a) contra
b) a
c) a
d) contra
e) contra
- pelo que
- que
- pelo qual
- em que
- que
- o
- lhe
- o
- lhe
- lhe
380. (Uelondrina) A frase em que as palavras em maiúsculo pertencem à mesma classe gramatical é:
a) Hoje eu O vi empurrando O carro que acabou de comprar do irmão.
b) Os canteiros de flores COLORIDAS eram o ENCANTO daquela pracinha.
c) Era SEMPRE atraente, mas naquele MOMENTO pareceu-lhe deslumbrante.
d) Pensou em sair DALI DEPRESSA, mas ela o reteve mais um pouco.
e) Naquele CORRE-CORRE nada mais se ACHAVA no lugar.
381. (Ufes) Não, Hagar não tem como única habilidade aparar as flechadas dos adversários nas batalhas. Veja na figura
adiante, como ele estruturou bem sua frase, demonstrando dominar a norma culta, no tocante ao uso do PRONOME
RELATIVO e da PREPOSIÇÃO, quando necessária.
É a única coisa EM QUE sou bom.
Demonstre que você também tem esse domínio, indicando a opção em que o período, resultante da ligação entre as
frases, ESTÁ BEM ESTRUTURADO.
a) PERÍODO: "Mas existe uma responsabilidade estrutural que não é imposta de fora para dentro. Todos querem fugir
dela." ISTO É - 15/7/98
FRASES: Mas existe uma responsabilidade estrutural que não é imposta de fora para dentro, que todos querem fugir
dela.
b) PERÍODO: "Mas eles são artistas de cinema. A atividade deles é fazer show usando movimentos extremamente
plásticos."VEJA - 8/10/97
FRASES: Mas eles são artistas de cinema, cuja a atividade é fazer "show" usando movimentos extremamente plásticos.
c) PERÍODO: "Um bom exemplo de gestão pública criativa é o mutirão do reflorestamento. Por meio dele, em 12 anos, foi
plantado 1,7 milhões de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em morros urbanos do Grande Rio (...)"
ÉPOCA - 27/7/98
FRASES: Um bom exemplo de gestão pública criativa é o mutirão do reflorestamento que por meio dele, em 12 anos, foi
plantado 1,7 milhão de mudas de árvores nativas da Mata Atlântica em morros urbanos do Grande Rio.
d) PERÍODO: "A secura do ar na Indonésia e na Malásia provocou incêndios florestais, poluiu cidades e enfumaçou o céu
de tal forma que até a semana passada havia provocado dois desastres horrendos. Num deles, um jato de passageiros
estatelou-se no chão da Indonésia matando todas as 234 pessoas a bordo." VEJA - 8/10/97
FRASES: A secura do ar na Indonésia e na Malásia provocou incêndios florestais, poluiu cidades e enfumaçou o céu de
tal forma que até a semana passada havia provocado dois desastres horrendos, num dos quais um jato de passageiros
estatelou-se no chão matando todas as 234 pessoas a bordo.
e) PERÍODO: "Para a Maritel, com 19 anos no mercado, a invasão dos bichos importados atrapalha o crescimento da
empresa. Por essa razão, assim como os concorrentes, trabalha com personagens licenciados." FOLHA DE S. PAULO 2/9/98
FRASES: Para a Maritel, com 19 anos no mercado, a invasão dos bichos importados atrapalha o crescimento da empresa,
razão porque, assim como os concorrentes, trabalha com personagens licenciados.
382. (Ufsc) Leia as frases abaixo e assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S).
01. As palavras ARDIL, FUNIL, FÓSSIL e RÉPTIL formam o plural mudando o il para is.
02. A frase "Houve muitos comentários sobre o escândalo sexual de Bill Clinton" pode ser reescrita como "Houveram
muitos comentários sobre o escândalo sexual de Bill Clinton".
04. Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conjunção é denominada ASSINDÉTICA, como o exemplo a
seguir: Antigamente, para comunicar-se com um primo no oeste do Estado , o jovem era obrigado a escrever uma carta.
08. Nos versos
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
há uma prosopopéia.
16. Em "O alfaiate COSE a roupa, enquanto sua mulher COZE as verduras para o jantar" e em "A garota fez a DESCRIÇÃO
do assaltante com muita DISCRIÇÃO", os pares cose/coze e descrição/discrição são, respectivamente, homônimos e
parônimos.
32. Há erro na correspondência entre o substantivo e o seu diminutivo erudito nos pares: RADÍCULA / RAIZ; GRÂNULO /
GRÃO; AURÍCULA / ORELHA.
383. (Ufu) Em todas as alternativas a palavra em destaque indica circunstância de tempo, EXCETO:
a) "Mas Eduardo tampouco estava de acordo e era uma opinião de peso, JÁ que o comerciante concorda em dividir as
despesas do enterro." (J. Amado)
b) "Ao seu lado, solidários na dor e na cabeça, vagabundos diversos faziam coro às suas lamentações e suspiros. JÁ tivera
conhecimento da notícia, compreendeu Curió ao ver a cena." (J. Amado)
c) "Chegara o tempo do merecido descanso. JÁ poderia falar livremente de Joaquim Soares da Cunha, louvar-lhe a conduta
de funcionário, esposo e pai." (J. Amado)
d) "Mas JÁ estavam atrasados para a peixada de Mestre Manuel e o jeito, daí a pouco, foi despertar Quincas." (J. Amado)
e) "A pergunta coçava-lhe a garganta, não resistiu: - O padre JÁ veio?." (J. Amado)
384. (Ufu) Preencha, com pronomes relativos, as lacunas das orações abaixo.
I - "Fisionomia melancólica, fitou o cadáver. Sapatos lustrosos, ________ brilhava a luz das velas, calça de vinco perfeito,
paletó negro assentado, as mãos devotas cruzadas no peito." (J. Amado)
II - "Cabo Martim, ________ em matéria de educação só perdia para o próprio Quincas, retirou da cabeça o surrado
chapéu, cumprimentou os presentes." (J. Amado)
III - "Não gostava dessas magricelas, _________ cintura a gente nem podia apertar." (J. Amado)
IV - "Curió, ________ infância em parte decorrera num asilo de menores dirigido por padres, buscava na embotada
memória uma oração completa." (J. Amado)
Assinale, a seguir, a alternativa correta.
a) Todas as lacunas podem ser preenchidas com o pronome relativo CUJO (A).
b) III e IV podem ser preenchidas com o pronome relativo CUJO (A).
c) Todas as lacunas podem ser preenchidas com o pronome relativo QUE.
d) I e II podem ser preenchidas com o pronome relativo ONDE.
e) II e III podem ser preenchidas com o pronome relativo QUE.
385. (Fuvest) Cultivar amizades, semear empregos e preservar a cultura fazem parte da nossa natureza.
a) Explique o efeito expressivo que, por meio da seleção lexical, se obteve nesta frase.
b) Reescreva a frase, substituindo por substantivos cognatos os verbos CULTIVAR, SEMEAR e PRESERVAR, fazendo
também as adaptações necessárias.
386. (Fuvest) I. Para se candidatar a um emprego, o recém-formado compete com levas de executivos de altíssimo
gabarito, desempregados. O jovem, sem experiência, literalmente, dança.
II. Acostumados às apagadas, às vezes literalmente, mulheres dos dirigentes do Kremlin, os russos achavam que ela era
influente demais, exibida, arrogante.
a) O advérbio "literalmente" está adequadamente empregado nos dois textos? Justifique sua resposta.
b) A que palavra, em II, se refere a expressão "às vezes literalmente"? Qual o duplo sentido produzido pela relação que aí
se estabeleceu?
387. (Fuvest)
A gente via Brejeirinha: primeiro, os cabelos, compridos, lisos, louro-cobre; e, no meio deles, coisicas
diminutas: a carinha não-comprida, o perfilzinho agudo, um narizinho que-carícia. Aos tantos, não parava, andorinhava,
espiava agora - o xixixi e o empapar-se da paisagem - as pestanas til-til. Porém, disse-se-dizia ela, pouco se vê, pelos
entrefios: - "TANTO CHOVE, QUE ME GELA"
(Guimarães Rosa, "Partida do audaz navegante", PRIMEIRAS ESTÓRIAS)
a) Os diminutivos com que o narrador caracteriza a personagem traduzem também sua atitude em relação a ela.
Identifique essa atitude, explicando-a brevemente.
b) "Andorinhava" é palavra criada por Guimarães Rosa. Explique o processo de formação dessa palavra. Indique
resumidamente o sentido dessa palavra no texto.
388. (Mackenzie) I - Na oração
Eu considerava aquele homem meu amigo,
o predicado é verbo-nominal com predicativo do objeto.
II - No período
O jovem anseia que os mais velhos confiem nele, a oração subordinada é substantiva objetiva indireta, mas está faltando a
preposição regida pelo verbo ansiar.
III - No período
A ser muito sincero, não sei como isto aconteceu, a oração subordinada é adverbial final reduzida de infinitivo.
Quanto às afirmações anteriores, assinale:
a) se apenas I está correta.
b) se apenas II está correta.
c) se apenas III está correta.
d) se todas estão corretas.
e) se todas estão incorretas.
389. (Mackenzie) No vôo do instante, ele sentiu uma coisinha caindo em seu coração, e advinhou que era tarde, que nada
mais adiantava.
(Guimarães Rosa)
Assinale a alternativa correta quanto ao texto anterior.
a) O adjunto adverbial anteposto apresenta uma metáfora que expressa a fugacidade do tempo.
b) A oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio reforça, pela escolha lexical do verbo, a idéia de leveza, trazida
pelo nome vôo.
c) As duas orações subordinadas à oração /e adivinhou/ apontam para a reversibilidade dos fatos.
d) Na primeira oração, o sujeito COISINHA mostra o agente da ação de voar.
e) A quinta oração justapõe-se à quarta, na idéia decrescente da perda.
390. (Ufsc) Assinale, nas proposições a seguir, apenas a(s) VERDADEIRA(S) na correspondência entre o(s) termo(s)
destacado(s) e aquele(s) que está(ão) entre parênteses:
01. A nova Lei de Trânsito impõe AOS MOTORISTAS novas regras. (objeto indireto)
02. O processo foi-LHE favorável. (complemento nominal)
04. A prova terminou MUITO cedo. (adjunto adverbial de intensidade)
08. Estou certo DE QUE ELA PASSARÁ NOS EXAMES. (oração subordinada substantiva completiva nominal)
16. Loja com nome estrangeiro paga mais IMPOSTO. (objeto direto)
32. Dorme, CIDADE MALDITA, teu sono de escravidão. (aposto)
391. (Ufv) Dizem algumas gramáticas que o sujeito não pode ser regido de preposição. Assinale a alternativa em que
aparece exemplo ilustrativo de obediência a essa proscrição:
a) "A proteção dele não precisa ser parruda..."
b) "... quem não se chateia com o fato de o seu bem ser paquerado."
c) "... quando se chega ao lado dele a gente treme..."
d) "... quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado..."
e) "... quem não fala sozinho, não ri de si mesmo..."
392. (Fgv) (Pontuação):
Pontue o texto a seguir, utilizando-se dos sinais gráficos adequados (vírgula, ponto-e-vírgula, ponto e outros) efetuando a
paragrafação devida. Não é necessário reescrever o texto. Em havendo paragrafação, indique-a claramente com duas
barras oblíquas (//).
Responda rápido o que você comeu hoje pela manhã se você não se lembrou parabéns senão leia o resto desta
reportagem ao menos dela você não esquecerá se quiser manter a memória em forma o primeiro passo para conservar as
lembranças na ponta da língua é praticar exercitar a memória puxar pelas idéias exigir do próprio cérebro acredite ele
pode detesta rotina e quer fitness todos os dias.
(ALMEIDA, Gilberto. "Lembre-se. Você pode." Revista ABRIL. Novembro de 1995, p.2.)
393. (Mackenzie) Os trechos a seguir tiveram sinais de pontuação suprimidos e alterados. Aponte aquele cuja pontuação
permaneceu gramaticalmente correta.
a) "A idéia do ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé de colocar na cadeia 'os
meninos' que participam de brigas entre torcidas organizadas é para ficar no jargão esportivo, uma 'bola fora'."
b) "Parece que, o Pelé do milésimo gol, que pedia escola para 'esses meninos,' também era bem mais sábio do que o que
hoje lhes propõe 'cadeia'."
c) "Os otimistas olham e dizem: Ah, está meio cheio. Mas os pessimistas, vêem o mesmo copo, a mesma quantidade de
água e acham que está meio vazio."
d) "A pesquisa, descrita na edição de hoje da revista científica britânica 'Nature', é mais um dado na busca pelos cientistas
de compreender os mecanismos moleculares da embriogênese, ou seja, a formação e desenvolvimento dos seres vivos."
e) "Como os bens públicos não podem ser penhorados os precatórios entram em ordem cronológica no orçamento do
governo."
394. (Udesc) Indique a alternativa em que a justificativa de emprego da vírgula está INCORRETA.
a) "E isso não é para admirar, pois o dinheiro representa realmente o denominador comum de tudo que tem valor
material nesta vida (...)" - A vírgula foi empregada para assinalar o limite entre orações subordinadas.
b) "E contudo não há coisa mais limitada do que o dinheiro, a riqueza." - A vírgula foi empregada para isolar expressões de
igual função sintática.
c) "Pois que ele só nos vale até certo ponto, ou seja, até se chocar com os limites dessa coisa intransponível que se chama
a natureza humana. - As duas vírgulas marcam a inserção de uma expressão explicativa.
d) "A roda da grã-finagem internacional, que também se chama o café-society ou os idle-rich, os riscos ociosos." - A vírgula
antes de QUE se justifica porque marca o início de uma oração adjetiva explicativa.
e) "Se você perde a perna num acidente, o dinheiro lhe dará a melhor perna artificial do mundo - mas ARTIFICIAL." - A
vírgula marca a posição antecipada da oração subordinada em relação à oração principal.
395. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período
de pontuação correta.
a) Seria oportuno afirmar que nem todos são capazes de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
b) Seria oportuno afirmar, que nem todos são capazes de uma resposta, adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
c) Seria oportuno, afirmar que nem todos são capazes, de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
d) Seria oportuno afirmar que, nem todos são capazes de uma resposta adequada, a tantas perguntas feitas pelos
examinadores.
e) Seria oportuno, afirmar que nem todos são capazes de uma resposta adequada a tantas perguntas feitas, pelos
examinadores.
396. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período
de pontuação correta.
a) Não é necessário de fato que ele compareça pessoalmente, um seu representante, legal, devidamente credenciado,
poderá tomar, todas as providências.
b) Não é necessário, de fato, que, ele, compareça pessoalmente, um seu representante legal devidamente credenciado
poderá tomar: todas as providências.
c) Não é necessário, de fato que ele compareça pessoalmente; um seu representante, legal devidamente, credenciado,
poderá tomar todas as providências.
d) Não é necessário, de fato, que ele compareça pessoalmente; um seu representante legal, devidamente credenciado,
poderá tomar todas as providências.
e) Não é necessário de fato que ele compareça, pessoalmente; um seu representante, legal, devidamente credenciado
poderá tomar, todas as providências.
397. (Fuvest) Considere os períodos I, II e III, pontuados por duas maneiras diferentes.
I - Ouvi dizer de certa cantora que era um elefante que engolira um rouxinol.
Ouvi dizer de certa cantora, que era um elefante, que engolira um rouxinol.
II - A versão apresentada à imprensa é evidentemente falsa.
A versão apresentada à imprensa é, evidentemente, falsa.
III - Os freios do Buick guincham nas rodas e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Os freios do Buick guincham nas rodas, e os pneumáticos deslizam rente à calçada.
Com pontuação diferente ocorre alteração de sentido somente em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
398. (Fuvest) "A ferida foi reconhecida grave."
(MACHADO DE ASSIS, 'A causa secreta')
A transposição da frase acima para a voz ativa está corretamente indicada em:
a) Reconheceu-se a ferida como grave.
b) Reconheceu-se uma grave ferida.
c) Reconheceram a gravidade da ferida.
d) Reconheceu-se que era uma ferida grave.
e) Reconheceram como grave a ferida.
399. (Unitau) "Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo:
- "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga
é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa!!!..."
(MANUEL BANDEIRA)
Comente três tipos diferentes de pontuação.
400. (Fuvest) Assinale a alternativa que está com a pontuação correta.
a) Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
b) Citando o dito, da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo quando, uma pessoa vê outra pessoa arrufada
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
c) Citando, o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada
costuma perguntar-lhe: "Gentes quem matou seus cachorrinhos?"
d) Citando o dito da rainha de Navarra, ocorre-me que entre nosso povo, quando uma pessoa vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes quem matou seus cachorrinhos?"
e) Citando o dito, da rainha de Navarra, ocorre-me, que, entre nosso povo, quando uma pessoa, vê outra pessoa arrufada,
costuma perguntar-lhe: "Gentes, quem matou seus cachorrinhos?"
401. (Fuvest) Das frases adiantes, a única inteiramente de acordo com as normas gramaticais é:
a) Os votos e as sentenças do ministro, por mais que se os vejam de prismas diversos, atestam cultura jurídica indiscutível.
b) Soltam rojões contra o gabinete do ministro e depois se cotizam para pagar os vidros que as explosões dos rojões
quebraram.
c) O maestro diz que lhe dói os ouvidos quando escuta uma nova desafinada.
d) Deve haver uma lei geral e devem haver leis especiais.
e) Nós é que, senhor Presidente, não podemos concordar com tal ilegalidade.
402. (Ufes) "Diz um conhecido provérbio nos países orientais que para se caminhar mil milhas é preciso dar o primeiro
passo."
Jan/Fev. 95 Tendência
O texto está corretamente pontuado em:
a) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
b) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas é preciso, dar o primeiro passo.
c) Diz um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
d) Diz um conhecido provérbio, nos países orientais, que, para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
e) Diz, um conhecido provérbio nos países orientais, que para se caminhar mil milhas, é preciso dar o primeiro passo.
403. (Fei) Assinalar a alternativa cujo período dispensa o uso de vírgula:
a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens frente à nova situação.
b) O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas com suas propriedades típicas.
c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora examinava o documento.
d) Suas palavras embora gentis continham um fundo de ironia.
e) Tudo isto é muito válido mas tem seus inconvenientes.
404. (Ita) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases:
Uma tarde destas eu vinha da cidade para o Brás. Então encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro. E eu conheço essa
garota de vista e de chapéu.
a) Ao vir da cidade para o Brás uma tarde destas, encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro que conheço de vista e de
chapéu.
b) Uma tarde destas, quando eu vinha da cidade para o Brás de chapéu, no Metrô aqui do bairro encontrei uma garota, a
qual conheço de vista.
c) Ao vir da cidade para o Brás uma tarde destas, encontrei, aqui do bairro, uma garota no Metrô que conheço de vista e
de chapéu.
d) Eu conheço uma garota aqui do bairro, de vista e de chapéu, que encontrei no Metrô, quando vinha da cidade para o
bairro.
e) Uma tarde destas, vindo da cidade para o Brás, encontrei no Metrô uma garota aqui do bairro, a qual conheço de vista
e de chapéu.
405. (Ita) Assinale a opção que corresponde ao período com a melhor pontuação:
a) "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida, também, até a edição definitiva, que o
editor dá, de graça, aos vermes".
b) "Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida; também, até a edição definitiva, que o
editor dá de graça aos vermes".
c) "Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior; e que será corrigida também; até a edição definitiva que o
editor dá de graça aos vermes".
d) "Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o
editor dá de graça aos vermes".
406. (Ufpe) Assinale O PAR de frases que apresenta falha(s), na pontuação.
a) As mulheres, dizem as feministas, aperfeiçoam os homens.
A voz de Gilka, está cheia de acentos nunca dantes escutados.
b) Nada, nos másculos versos de Francisca Júlia denuncia, a mulher.
Em TRÊS MARIAS, o esmagamento do personagem é mais contundente.
c) Em 1980, a autora, sai de cena, discretamente, como sempre viveu.
Agora, na residência deles, falou da viagem das irmãs.
d) A garota, sentia-se como única responsável pela caçula.
O olhar, iluminava sua face, com um sorriso doce.
e) Menina, venha cá. Vamos nadar?
Durante 10 anos, o governo holandês ocupou a ilha.
407. (Puccamp) Ainda não foram anunciadas as novas diretrizes para a negociação salarial.
A voz passiva analítica está corretamente transposta para a voz passiva sintética em:
a) Ainda não se anunciou as novas diretrizes para a negociação salarial.
b) As novas diretrizes para a negociação salarial não se tinha ainda anunciado.
c) Ainda não se anunciaram as novas diretrizes para a negociação salarial.
d) Anunciar-se-á as novas diretrizes para a negociação salarial, ainda não feito.
e) Ainda não tinham anunciado as novas diretrizes para a negociação salarial.
408. (Puccamp) Identifique a alternativa em que se corrige a má estruturação do texto a seguir:
Ele chegou cansado do trabalho. Parecendo mesmo desanimado. Assistindo à televisão a família não o notou.
a) Uma vez chegado do trabalho, cansado, parecia até mesmo desanimado. A família não o notou enquanto assistia à
televisão.
b) Tendo chegado do trabalho cansado, parecia mesmo desanimado. A família assistia à televisão. Não o notaram.
c) Desde que chegou cansado do trabalho, parecia mesmo desanimado. Como assistisse à televisão, a família não o notou.
d) Chegou cansado do trabalho, parecendo mesmo desanimado. A família, que assistia à televisão, nem o notou.
e) Parecia mesmo desanimado, porque chegava do trabalho cansado. Enquanto que a família nem o notara, assistindo à
televisão.
409. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a alternativa que corresponde ao
período de pontuação correta.
a) Seria inaceitável acreditar que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam ao mérito dos alunos.
b) Seria inaceitável acreditar, que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam ao mérito dos alunos.
c) Seria inaceitável, acreditar que as notas, passadas para a relação definitiva, não correspondiam ao mérito dos alunos.
d) Seria inaceitável acreditar, que as notas passadas, para a relação definitiva, não correspondiam ao mérito dos alunos.
e) Seria inaceitável, acreditar que as notas passadas para a relação definitiva não correspondiam, ao mérito dos alunos.
410. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a alternativa que corresponde ao
período de pontuação correta.
a) O carteiro conversador amável não gosta de livros, tornam pesada a carga, matinal, e não são, mais úteis, que as cartas.
b) O carteiro, conversador, amável, não gosta de livros, tornam pesada a carga, matinal e não são mais úteis: que as
cartas.
c) O carteiro, conversador amável, não gosta de livros: tornam pesada a carga matinal e não são mais úteis que as cartas.
d) O carteiro, conversador amável, não gosta de livros, tornam pesada: a carga matinal e não são mais úteis que as cartas.
e) O carteiro, conversador amável não gosta: de livros, tornam pesada a carga, matinal, e não são mais úteis que as cartas.
411. (Uelondrina) Assinale a alternativa em que a pontuação NÃO está correta.
a) Releiam as últimas linhas do texto; elas parecem totalmente sem sentido.
b) Nem todos redigiram, em poucos minutos o bilhete solicitado; mas o professor, fez questão, de ler todos os textos
cuidadosamente.
c) Deixei-lhes um aviso bem claro: não pretendo refazer o que está ruim por desleixo deles próprios.
d) Assim que a secretária, entrando na sala distraidamente, viu o advogado, compreendeu a gravidade do fato.
e) Vocês, testemunhas oculares do fato, podem contestar a versão do rapaz, que, aliás, não é nada convincente.
412. (Uelondrina) Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes.
I. Pedro, o gerente do banco ligou e deixou um recado.
Pedro, o gerente do banco, ligou e deixou um recado.
II. De repente perceberam que estavam brigando à toa.
De repente, perceberam que estavam brigando à toa.
III. Os doces visivelmente deteriorados foram postos na lixeira.
Os doces, visivelmente deteriorados, foram postos na lixeira.
Com a alteração da pontuação, houve mudança de sentido SOMENTE em
a) I
b) II
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
413. (G1) Pontue com vírgula as orações a seguir:
a) Você é capaz Pedrinho de encontrar um bom exemplo?
b) Conte uma história Dona Benta.
c) Minha irmã foi à escola eu fiquei em casa.
d) Meninos de quem é a vez?
e) Marina venha até aqui.
414. (G1) Pontue corretamente:
Narizinho disse
Emília, não fique triste
Rabicó voltará e fará de você uma princesa
Narizinho, você acredita naquele porcalhão
415. (G1) Leia com atenção e reescreva o texto a seguir, usando corretamente a pontuação e a letra maiúscula.
Leco perguntou ao menino
Você quer voar comigo pra bem longe
Não Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de futebol
416. (G1) No trecho a seguir faltam alguns sinais de pontuação. Reescreva-o empregando a pontuação correta.
A Bruxa Onilda ficou tão feliz com sua vitória, que resolveu dar uma festa e disse Querida prima, agora é você a convidada
para uma grande comemoração. Oh Onilda Onde será E passaram a noite toda dançando com os bruxos mais feios da
cidade.
417. (G1) "Podem me chamar de porco chauvinista. Mas feminista ao volante me tira do sério."
Este trecho admite algumas outras pontuações. Assinalar a alternativa cuja pontuação seja inadmissível.
a) Podem me chamar de porco chauvinista, mas feminista ao volante me tira do sério.
b) Podem me chamar de, porco chauvinista. Mas feminista ao volante me tira do sério.
c) Podem me chamar de porco chauvinista, mas feminista, ao volante, me tira do sério.
d) Podem me chamar de porco chauvinista. Mas feminista, ao volante, me tira do sério.
e) Podem me chamar de porco, chauvinista, mas feminista ao volante me tira do sério.
418. (G1) Justifique o emprego da vírgula utilizando o seguinte código:
a) A vírgula separa enumerações
b) A vírgula separa orações adjetivas restritivas
c) A vírgula separa um aposto
d) A vírgula separa um vocativo
1) (
2) (
3) (
4) (
) Juca, corra ou perderá o ônibus.
) Li jornais, revistas, livros.
) Recife, a Veneza Brasileira, está em festa.
) Estes são os meninos, que foram presos.
419. (G1) Pontue corretamente o diálogo:
- Pituca cuidado com estes sequestradores
- Não há mais perigo tio vamos libertá-lo
- E como é que você vai me salvar
- Já chamei a polícia
- Que horror E se ela não vier
- Fique calmo Ela está chegando
420. (G1) Empregue a vírgula nas frases a seguir:
1) Naquele instante acima de tudo queria desaparecer.
2) Dentro do quarto jogada pelos cantos estava a velha boneca de pano.
3) O pensamento porém estava longe.
4) Pai mãe irmãos discutiam na hora do jantar problemas de família.
421. (G1) Empregue o ponto de exclamação:
1) Como são lindas as noites aqui.
2) Que pena. Que falta de sorte.
3) Meu Deus. Que surpresa.
4) Apoiado. Que belas palavras.
422. (G1) Empregue o ponto de interrogação:
1) Para que o chamaram.
2) Quem sou. Onde estou. Para onde vou.
3) O que fará você. Realmente, não sei.
4) Cristina chorou muito, quem o imaginaria.
423. (Ita) Assinale a opção cujas frases estão correta e adequadamente pontuadas.
I. Quase tudo como as medalhas tem duas faces a idéia de amizade: opõe-se à de ódio; a de curiosidade, à de indiferença.
II. Quase tudo como as medalhas, tem duas faces a idéia de amizade; opõe-se à de ódio; a de curiosidade à de indiferença.
III. Quase tudo, como as medalhas, tem duas faces: a idéia de amizade opõe-se à de ódio; a de curiosidade, à de
indiferença.
IV. Além de vidas humanas, o bem supremo está em jogo no conflito Israel/palestinos: outro valor inestimável, a
democracia.
V Além de vidas humanas, o bem supremo está em jogo: no conflito Israel/palestinos, outro valor inestimável - a
democracia.
VI. Além de vidas humanas, o bem supremo, está em jogo no conflito Israel/palestinos outro valor inestimável: a
democracia.
a) I e IV.
b) II e V.
c) III e VI.
d) I e VI.
e) III e IV.
424. (Fuvest) Os sinais de Pontuação foram bem utilizados em:
a) Nesse instante, muito pálido, macérrimo, Prudente de Morais entrou no Catete, sentou-se e, seco, declarou ao silêncio
atônito dos que o contemplavam: "Voltei."
b) "Mãe onde estão os nossos: os parentes, os amigos e os vizinhos?" Mãe, não respondia.
c) Os estados, que ainda devem ao governo, não poderão obter financiamentos, mas os estados que já resgataram suas
dívidas ainda terão créditos.
d) Ao permitir a apreensão, de jornais e revistas, o projeto, retira do leitor o direito a ser informado pelo veículo que ele
escolheu.
e) Assim, passa-se a permitir, condenações absurdas, desproporcionais aos danos causados.
425. (Ita) Assinale a opção que corresponde ao período com a melhor pontuação:
a) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino; ela avança de
forma assustadora entre as mulheres, contaminadas em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
b) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino; ela avança de
forma assustadora, entre as mulheres contaminadas, em sua maioria pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
c) "Os especialistas em Aids alertam: embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino, ela avança, de
forma assustadora entre as mulheres contaminadas, em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
d) "Os especialistas em Aids alertam: embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino, ela avança de
forma assustadora entre as mulheres, contaminadas, em sua maioria, pela via sexual ou por meio de drogas injetáveis."
e) "Os especialistas em Aids alertam, embora a doença nunca tenha sido prerrogativa do sexo masculino: ela avança, de
forma assustadora, entre as mulheres contaminadas, em sua maioria pela via sexual, ou por meio de drogas injetáveis."
426. (Uelondrina) Assinale a frase em que a pontuação está correta.
a) Estudou muito; não pôde porém, fazer a prova.
b) Dizia o velhinho "Vivam tranquilamente a juventude meus filhos".
c) O homem que é um ser racional domina a natureza.
d) O tempo para a prova terminou; vocês podem, porém, continuar.
e) É importante, que se conscientizem do que deve ser feito.
427. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período
de pontuação correta.
a) Ninguém ignora, que a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação ao estudo.
b) Ninguém ignora que a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação ao estudo.
c) Ninguém ignora que, a melhor preparação para um bom desempenho profissional está na dedicação, ao estudo.
d) Ninguém ignora que a melhor preparação, para um bom desempenho profissional está, na dedicação ao estudo.
e) Ninguém ignora, que a melhor preparação para um bom, desempenho profissional está na dedicação, ao estudo.
428. (Fgv) Pontue o texto a seguir, utilizando-se exclusivamente dos seguintes sinais gráficos: DOIS PONTOS, VÍRGULA,
PONTO. Quando ocorrer ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não transcreva o texto.
A revista Cláudia numa das edições do segundo semestre do ano passado abordou como tema um dos principais
problemas deste final de século a comunicação
A edição referia-se especificamente aos problemas de comunicação os quais ocasionavam brigas entre cônjuges
sem nenhuma razão concreta tais conflitos dizia-se ocorriam apenas porque cada um dos interlocutores não entendia a
mensagem enviada pelo outro e consequentemente enviava respostas diferentes das esperadas
Esse fato pode ser ampliado para outros campos do relacionamento humano nas empresas por exemplo não é
raro que um funcionário de talento elabore um bom projeto de melhoria técnica em sua área mas não consiga aprovação
porque não se comunicou adequadamente
429. (Fgv) Pontue o texto a seguir, utilizando-se apenas dos seguintes sinais gráficos: DOIS PONTOS, VÍRGULA, PONTO.
Quando ocorrer ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.
Um administrador inevitavelmente trabalha com pessoas e na maioria dos casos seu sucesso profissional
dependerá do sucesso que consiga obter no relacionamento interpessoal consequentemente saber lidar com diversos
tipos de pessoas é uma virtude indispensável para quem pretenda sair-se bem na carreira é exatamente nesse ponto que
o estereótipo pode tornar-se um problema
Durante uma reunião com pessoas de outra cultura por exemplo um executivo de uma empresa multinacional se
não tomar o devido cuidado pode avaliar mal a situação ou a atitude das pessoas provocando consequências negativas
para a conclusão de um negócio
430. (Uelondrina) Os períodos a seguir apresentam diferenças de pontuação. Assinale , na folha de respostas, a letra que
corresponde ao período de pontuação correta.
a) Escolheram dentre os exemplares, mais antigos, os que eram mais baratos, apesar de terem se encantado com um
romance inglês, do século XIX.
b) Escolheram dentre os exemplares mais antigos os que eram mais baratos; apesar, de terem se encantado com um
romance inglês, do século XIX.
c) Escolheram - dentre os exemplares, mais antigos - os que eram mais baratos, apesar, de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
d) Escolheram dentre os exemplares mais antigos, os que eram mais baratos - apesar de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
e) Escolheram, dentre os exemplares mais antigos, os que eram mais baratos, apesar de terem se encantado com um
romance inglês do século XIX.
431. (Uelondrina) Leia com atenção as frases a seguir, pontuadas de duas maneiras diferentes.
I. O lixo proveniente de hospitais tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido.
O lixo, proveniente de hospitais, tem de ter um tratamento diferente do que tem recebido.
II. As últimas declarações do presidente da entidade, na esperança de conseguir mais doações, têm sido dramáticas
quanto ao futuro das crianças carentes.
As últimas declarações do presidente da entidade - na esperança de conseguir mais doações - têm sido dramáticas quanto
ao futuro das crianças carentes.
III. A água, de que precisamos em grande quantidade, só é devidamente consumida em dietas.
A água de que precisamos em grande quantidade só é devidamente consumida em dietas.
Com a mudança de pontuação, houve alteração de sentido:
a) somente em I.
b) somente em I e I I.
c) somente em I e III.
d) somente em II e III.
e) em, I, II e III.
432. (Uelondrina) A frase pontuada de maneira correta é:
a) Revendo suas promessas, concluiu que ele, como sempre, não estava sendo sincero.
b) Revendo suas promessas, concluiu que ele como sempre, não estava sendo, sincero.
c) Revendo suas promessas concluiu: que ele como, sempre, não estava sendo sincero.
d) Revendo suas promessas concluiu, que ele como sempre, não estava sendo sincero.
e) Revendo suas promessas, concluiu, que ele como sempre não estava sendo, sincero.
433. (Ufes) Levando-se em conta que a pontuação é um dos recursos da língua escrita para a produção de sentido, podese afirmar que a interpretação CONTRARIA o sentido do texto em
1) O acusado não confessou o crime demonstrando sangue-frio.
Significa que o acusado não demonstrou sangue-frio quando confessou o crime.
2) O acusado não confessou o crime, demonstrando sangue-frio.
Significa que o acusado, ao não confessar o crime, demonstrou sangue-frio.
3) Os clientes que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança solicitaram o retorno ao sistema antigo.
Significa que todos os clientes estavam descontentes com o novo sistema de cobrança e solicitaram o retorno ao sistema
antigo.
4) Os clientes, que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança, solicitaram o retorno ao sistema antigo.
Significa que apenas alguns clientes - aqueles que estavam descontentes com o novo sistema de cobrança - solicitaram o
retorno ao sistema antigo.
5) O pedreiro mal-humorado empilhou os tijolos sobre o piso.
Significa que o pedreiro que empilhou os tijolos sobre o piso é habitualmente mal-humorado.
6) O pedreiro, mal-humorado, empilhou os tijolos sobre o piso.
Significa que o pedreiro que empilhou os tijolos sobre o piso estava momentaneamente mal-humorado.
a) 1 e 2.
b) 3 e 4.
c) 1, 2, 3 e 4.
d) 1, 2, 5 e 6.
e) 3, 4, 5 e 6.
434. (Ita) Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescrições das regras gramaticais da
norma culta:
a) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular convencional, baseado,
principalmente na avaliação dos conteúdos. (FOLHA DE S. PAULO, 24/8/1999.)
b) Elevar-se é uma aspiração humana a que a música, essa arte próxima do divino, assiste com uma harmonia quase
celestial. (BRAVO! - 7/1998.)
c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (ISTO É, 5/11/1997.)
d) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos males do sono. (ÉPOCA,
3/8/1998.)
e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar o que é o teatro infantil fora de um contexto social. (O ESTADO DE S. PAULO,
4/7/1999.)
435. (Fgv) Nas frases abaixo, em cada um dos parênteses, você pode colocar ou não um sinal de pontuação. Quando
decidir usar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte.
Habituada a alardear previsões catastróficas(__) nem sempre confirmadas(__) a Organização Mundial de
Saúde(__) OMS(__) resolveu promover(__) um tardio acerto de contas(__) com as conquistas(__) forjadas no interminável
duelo da humanidade(__) contra a morte(__) o relatório anual da entidade(__) divulgado neste mês(__) conclui o
seguinte(__) "a população mundial(__) nunca teve uma perspectiva(__) de vida tão saudável(__) o século XXI não traz
simplesmente a probabilidade de uma vida mais longa(__) mas também(__) uma qualidade de vida superior(__) com
menos doenças(__)"
436. (Ita) Leia o texto seguinte:
Levantamento inédito com dados da Receita revela quantos são, quanto ganham e no que trabalham OS RICOS
BRASILEIROS QUE PAGAM IMPOSTOS. (...)
Entre os nove que ganham mais de 10 milhões por ano, há cinco empresários, dois empregados do setor privado,
um que vive de rendas. O outro, QUEM DIRIA, é servidor público. ("Veja", 12/7/2000.)
a) A ausência de vírgula no trecho em destaque, no primeiro parágrafo, afeta o sentido? Justifique.
b) Por que o emprego da vírgula é obrigatório no trecho em destaque, no segundo parágrafo? O que esse trecho permite
inferir?
437. (Ufpe) Os enunciados a seguir são fragmentos do livro "A língua portuguesa e a unidade do Brasil", de Barbosa Lima
Sobrinho (Nova Fronteira, 2000). Em uma das alternativas, a pontuação foi modificada, tornando-se INCORRETA. Assinalea.
a) A língua literária, quando se torna excessivamente livresca, ou aristocrática, perde sua função natural.
b) Nenhum povo cometeria, hoje, o erro de restringir ainda mais o campo de ação de um determinado idioma, quando a
tendência é para alargar as fronteiras.
c) De qualquer modo, porém, o que convém é não perder terreno, isto é, não reduzir o número de pessoas que o utilizam
como idioma comum.
d) A conclusão, pois, é de que, se temos o privilégio de nos entendermos facilmente de extremo a extremo do Brasil,
devemo-lo à língua portuguesa.
e) A língua portuguesa é, que nos prendeu através dos séculos da formação; ela é que assiste, ao nosso desenvolvimento e
à nossa expansão.
438. (Unicamp) Os trechos que seguem mostram que certas construções típicas do português falado, consideradas
incorretas pelas gramáticas normativas da língua, já estão sendo utilizadas na modalidade escrita.
- Concentre sua atenção nas matérias que você tem maior dificuldade.. (Fovest, 03/01/89)
- Uma casa, onde na frente funcionava um bar, foi totalmente destruída por um incêndio, na madrugada de ontem.
("O Liberal, Belém", 27/09/89)
a) Transcreva as marcas típicas da linguagem oral presentes nos trechos acima.
b) Reescreva-as de modo a adequá-las às exigências da gramática normativa.
439. (Ime) Nas frases a seguir há erros ou impropriedades. Reescreva-as e justifique a correção.
a) "Remeteremos, em seguida, os pedidos que encomendaram-nos."
b) "Ela veio, de modos que você agora está dispensado."
440. (Fuvest) "Os meninos de rua que procuram trabalho são repelidos pela população."
a) Reescreva a frase, alterando-lhe o sentido apenas com o emprego de vírgulas.
b) Explique a alteração de sentido ocorrida.
441. (Fgv) (Transformação de períodos):
EXEMPLO: Paulo é grande e seu irmão, Pedro, é maior.
1. nexo lógico de comparação;
primeira possibilidade: Pedro é maior do que Paulo, seu irmão.
segunda possibilidade: Paulo é menor do que Pedro, seu irmão.
O rio Tietê continua sujo e falta água em São Paulo.
Em três estruturas diferentes, reconstrua - com duas possibilidades cada - período acima, efetuando as alterações
necessárias para estabelecer entre as orações nexos lógicos de:
1. contraste
2. condicionalidade
3. finalidade.
442. (Fuvest) "Galileu duvidou TANTO de Aristóteles QUANTO das Escrituras."
A mesma noção expressa pelo par em maiúsculo está também em:
a) A criança TANTO chorou QUE a mãe comprou o brinquedo.
b) QUER você queira, QUER não, partimos amanhã.
c) NÃO SÓ o argumento é falso, COMO o discurso todo mente.
d) Ele apresentou DE TAL FORMA os fatos QUE convenceu a todos.
e) Ele MAIS bradou QUE verdadeiramente lutou contra a opinião pública.
443. (Mackenzie) CONFORME DECLAREI, Madalena possuía um excelente coração. Descobri nela manifestações de ternura
QUE ME SENSIBILIZARAM. E, COMO SABEM, não sou homem de sensibilidades. É certo QUE TENHO EXPERIMENTADO
MUDANÇAS NESTES DOIS ÚLTIMOS ANOS. MAS ISTO PASSA.
(Graciliano Ramos)
Aponte a alternativa correta sobre a classificação das orações destacadas em maiúsculo desse parágrafo e seus
respectivos efeitos de sentido.
a) "Conforme declarei" e "como sabem" são orações subordinadas adverbiais conformativas, que servem para o autor
dialogar com o leitor.
b) "Como sabem" é uma oração subordinada substantiva objetiva direta que aponta para o objeto do saber do narrador.
c) "Que me sensibilizaram" é uma oração subordinada substantiva objetiva direta, que aponta para o objeto da
descoberta do narrador.
d) "Que tenho experimentado mudanças nestes dois últimos anos" é uma oração subordinada substantiva subjetiva, que
aponta para a involução do narrador em termos de aquisição de sensibilidade.
e) "Mas isto passa" é uma oração coordenada sindética adversativa, cortada do período a que pertence, para demonstrar
a dureza do narrador ao constatar que as ternuras de Madalena, que tanto o sensibilizaram, iriam passar.
444. (Mackenzie) DOIS VERSOS PARA GRETA GARBO
O teu sorriso é imemorial como as Pirâmides
e puro como a flor que abriu na manhã de hoje.
(Mário Quintana)
Assinale a alternativa correta sobre o texto.
a) O poeta descreveu o sorriso por meio de duas orações subordinadas adverbiais comparativas e uma oração
subordinada adjetiva restritiva.
b) A flor com a qual se compara o sorriso da mulher é toda flor de toda manhã da vida do poeta.
c) O poeta fala da mulher, musa inspiradora, mas não a posiciona como sua interlocutora.
d) Os termos que têm a função sintática de predicativo do sujeito insinuam figuras de um leve erotismo na descrição do
sorriso da mulher.
e) A oração subordinada adjetiva explicativa, que abriu na manhã de hoje, expande o conceito de flor, a que é comparado
o sorriso.
445. (Mackenzie) Guilherme possui a revista. Nesta revista, foram publicados os artigos. Necessito dos artigos da revista.
Falei ontem, por telefone, com o pai de Guilherme.
Aponte a alternativa que apresenta a transformação correta dessa sequência de frases em um período composto por
subordinação.
a) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos que necessito e falei ontem, por telefone, com o pai dele.
b) Guilherme possui a revista, na qual foram publicados os artigos que necessito, e falei ontem, por telefone, com o pai
dele.
c) Guilherme possui a revista em que foram publicados os artigos os quais necessito e falei ontem, por telefone, com o pai
dele.
d) Guilherme possui a revista onde foram publicados os artigos os quais necessito, por isso falei ontem, por telefone, com
seu pai.
e) Guilherme, com cujo pai falei ontem, por telefone, possui a revista em que foram publicados os artigos de que
necessito.
446. (Mackenzie) "Nem que venham agora contra mim o sol e a lua, não recuarei das minhas idéias."
Assinale a alternativa que apresenta um significado aproximado quanto à relação entre as orações.
a) "Como fosse acanhado, não interrogava as pessoas."
b) "Creio que ele não respondeu nada, nem teria tempo para isso."
c) "Todos os dias vêm ao mundo marrecos, perus e pintos, sem que isso ponha comichões na pena dos novelistas."
d) "Não pôde ouvir o resto, que não passou de um sussurro."
e) "Nem bem veio ao mundo, já começou a sofrer."
447. (Uelondrina) Nada o demoveu do propósito DE PRESTAR ASSISTÊNCIA A TODOS AQUELES que a ele se dirigiram.
A oração em destaque no período acima classifica-se como subordinada substantiva
a) objetiva direta.
b) apositiva.
c) subjetiva.
d) objetiva indireta.
e) completiva nominal.
448. (Fuvest) "Uma forte massa de ar polar veio junto com a frente fria e causou acentuada queda da temperatura. As
lavouras de trigo da Região Sul foram danificadas. Isso, associado ao longo período com registro de pouca chuva, deve
reduzir o potencial produtivo da cultura."
(Adaptado de "O Estado de S. Paulo", 04/08/93, Suplemento Agrícola)
Reescreva o texto acima, reunindo em um só, composto por subordinação, os três períodos que o compõem, mantendo as
relações lógicas, existentes entre eles e fazendo as adaptações necessárias.
449. (Unicamp) Leia atentamente os textos a seguir:
I. Estes são alguns dos equipamentos que a reserva de mercado não permitia a entrada no país sem a autorização do
DEPIN.
(FSP, 18.10.92 )
II. Fazer pesquisa insinuando que 64% dos brasileiros acham que existe corrupção no governo Itamar não é um ato
inteligente, de um jornal de que todos gostamos e que é dever de nós brasileiros lutar pela conservação de sua isenção".
(Adaptado de Ewerton Almeida, vice-líder do PMDB da Bahia, Painel do Leitor, FSP 08.06.93)
Reescreva os trechos acima, introduzindo as sequências "cuja entrada" e "cuja isenção", respectivamente. (faça apenas as
alterações necessárias, decorrentes da nova estrutura das frases.)
450. (Fuvest) Ao ligar dois termos de uma oração, a preposição pode expressar, entre outros aspectos, uma relação
temporal, espacial ou nocional. Nos versos
"Amor total e falho... Puro e impuro...
Amor de velho adolescente..."
a preposição de estabelece uma relação nocional. Essa mesma relação ocorre em:
a) "Este fundo de hotel é um fim de mundo."
b) "A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão."
c) "Depois fui pirata mouro, / flagelo da Tripolitânia."
d) "Chegarei de madrugada, / quando cantar a seriema."
e) "Só os roçados da morte / compensam aqui cultivar."
451. (Fuvest) "Palmeiras perde jogo e cabeça na Argentina"
("O Estado de S. Paulo", 31/03/94)
A alternativa em que o efeito expressivo decorre do mesmo expediente sintático e semântico observado acima é:
a) Foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor.
b) Maria Luísa disse que era nervosa e mulher.
c) (...) como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido.
d) "O rato! o rato!" exclamou a moça sufocada e afastando-se.
e) Peço-lhe desculpar-me e que não mencione mais esse fato.
452. (Fuvest) "As palavras, paralelamente, iam ficando sem vida. Já a oração era morna, depois fria, depois inconsciente..."
(MACHADO DE ASSIS, 'Entre Santos')
"Nas feiras, praças e esquinas do Nordeste, costuma-se ferir a madeira com o que houver à mão: gilete, canivete
ou prego. Já nos ateliês sediados entre Salvador e o Chuí, artistas cultivados preferem a sutileza da goiva ou do buril."
(Veja, 17/08/94, p. 50)
"Ele só se movimenta correndo e perdeu o direito de brincar sozinho na rua onde mora - por diversas vezes já
atravessou-a com o sinal fechado para pedestres, desviando-se dos motoristas apavorados."
(Veja, 24/8/94, p. 50)
Nos textos, o termo JÁ exprime, respectivamente, a idéia de:
a) tempo, causalidade, intensificação.
b) oposição, espaço, tempo.
c) tempo, oposição, intensificação.
d) intensificação, oposição, tempo.
e) tempo, espaço, tempo.
453. (Ita) Cada alternativa da questão a seguir consta de dois itens. A primeira oração do item 1 deve estar na forma
reduzida correta no item 2. Assinale a alternativa em que isso 'não' ocorre:
a) 1 - Porque saiu de casa, se machucou.
2 - Por sair de casa, se machucou.
b) 1 - Quando saiu de casa, ouviu um apito.
2 - Tendo saído de casa, ouviu um apito.
c) 1 - Já que se aprontara, queria ver o
espetáculo.
2 - Tendo se aprontado, queria ver o
espetáculo.
d) 1 - Porque saiu da linha, foi despedido.
2 - Saindo da linha, foi despedido.
e) 1 - Depois que soube o resultado, alegrou-se.
2 - Sabido o resultado, alegrou-se.
454. (Ita) O item 2 deve apresentar a oração reduzida correta, no infinitivo flexionado, ou não.
a) 1 - Para que soubésseis do ocorrido,
trouxe-vos o jornal.
2 - Para saberdes do ocorrido, trouxe-vos o
jornal.
b) 1 - Afirmou que estávamos prontos.
2 - Afirmou estarmos prontos.
c) 1 - Afirmaram que estavam prontos.
2 - Afirmaram estar prontos.
d) 1 - Mandou que saíssemos.
2 - Mandou-nos sairmos.
e) 1 - Pediu que trouxésseis o material.
2 - Pediu trazerdes o material.
455. (Ita) O item 2 deve ligar as orações do item 1, empregando corretamente um pronome relativo. Assinale a alternativa
em que isso 'não' ocorre:
a) 1 - O caminho era longo. O atalho do caminho era perigoso.
2 - O caminho, cujo atalho era perigoso, era longo.
b) 1 - O caminho era longo. O atalho do caminho era perigoso.
2 - Longo era o caminho cujo atalho era perigoso.
c) 1 - São pessoas necessárias, com o auxílio delas sobreviverei.
2 - São pessoas necessárias, cujo auxílio sobreviverei.
d) 1 - Era honorável figura, o presidente. De suas mãos recebi o prêmio.
2- O presidente, de cujas mãos recebi o prêmio, era honorável figura.
e) 1 - A árvore era antiga, pelos galhos dela passavam fios telefônicos.
2 - A árvore, por cujos galhos fios telefônicos passavam, era antiga.
456. (Unicamp) O autor do texto a seguir conhece um tipo de raciocínio cuja estrutura lembra propriedades de um círculo
e tenta reproduzi-lo. No entanto, não é bem-sucedido.
(...) Gera-se, assim, o círculo vicioso do pessimismo. As coisas não andam porque ninguém confia no governo. E porque
ninguém confia no governo as coisas não andam.
(Gilberto Dimenstein, FOLHA DE SÃO PAULO, 22.11.90)
a) Reescreva o trecho de maneira que ele passe a ter estruturas de um verdadeiro círculo vicioso.
b) Comparando o que você fez e o que fez o autor, explique em que ele se equivocou.
457. (Fuvest) Assinalar a alternativa que apresenta orações de mesma classificação que as deste período: "Não se
descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos".
a) Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano.
b) Foi até a esquina, parou, tomou fôlego.
c) Depois que aconteceu aquela miséria, temia passar ali.
d) Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam juro.
e) Não podia dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.
458. (Unicamp) A organização sintática dada a certos trechos exige do leitor um esforço desnecessário de interpretação. A
seguir você tem um exemplo disso.
"Ao chegar ao ancoradouro, recebeu Alzira Alves Filha um colar indígena feito de escamas de pirarucu e frutos do
mar, que estava acompanhada de um grupo de adeptos do Movimento Evangélico Unido."
("Folha de S. Paulo", 12/02/92)
a) Reescreva o trecho, apenas alterando a ordem, de forma a tornar a leitura mais simples.
b) Com base na solução que você propôs, explique por que, do ponto de vista da estrutura sintática do português, o
trecho acima oferece dificuldade desnecessária para a compreensão.
459. (Fuvest) Leia as frases a seguir e assinale a que está correta.
a) A jovem que eu lhe falei à pouco vai ser entrevistada.
b) A jovem que a pouco foi entrevistada é aquela que eu lhe falei.
c) A jovem de cuja eu lhe falei há pouco é aquela que foi entrevistada.
d) A jovem que há pouco foi entrevistada é aquela que eu lhe falei.
e) A jovem que há pouco foi entrevistada é aquela que eu lhe falei.
460. (Fuvest) "Tão barato que não conseguimos nem contratar uma holandesa de olhos azuis para este anúncio."
No texto, a orientação semântica introduzida pelo termo NEM estabelece uma relação de:
a) exclusão.
b) negação.
c) adição.
d) intensidade.
e) alternância.
461. (Fuvest) "Bem cuidado como é, o livro apresenta alguns defeitos."
Começando com "O livro apresenta alguns defeitos",o sentido da frase não será alterado se se continuar com
a) desde que bem cuidado.
b) contanto que bem cuidado.
c) à medida que é bem cuidado.
d) tanto que é bem cuidado.
e) ainda que bem cuidado.
462. (Fei) Assinalar a alternativa cuja oração reduzida entre aspas é uma oração subordinada adverbial concessiva:
a) Acredito "ter realizado um bom trabalho".
b) "Olhando direito", você perceberá que está desbotado.
c) Emocionou-se "ao encontrar-nos".
d) "Temendo a vingança do inimigo", nada contou.
e) Saiu "sem desculpar-se da agressão".
463. (Ita) A oração "posto contivesse a alegria" indica:
a) conformidade
b) causa
c) proporção
d) condição
e) concessão
464. (Puccamp) Apreciavam muito a região, embora não tivessem tido oportunidade de conhecê-la muito.
A alternativa em que aparece a mesma circunstância expressa, na frase anterior, pela conjunção EMBORA é:
a) Parece que ela foi mesmo designada para o cargo, ainda que não tivesse terminado o estágio probatório.
b) Desde que ela decidiu não lutar pelos seus direitos, tudo se acalmou na sua casa.
c) Como tudo continuasse sempre igual, resolveram eles mesmos propor mudanças.
d) Ela fazia tudo conforme seu pai determinava.
e) À proporção que os migrantes chegavam, eram atendidos pelos funcionários de plantão.
465. (Puccamp) A alternativa em que se encontra uma oração subordinada substantiva objetiva direta iniciada com a
conjunção SE é:
a) Só obteremos a aprovação se tivermos encaminhado corretamente os papéis.
b) Haverá racionamento de água em todo o país, se persistir a seca.
c) Falava como se fosse especialista no assunto.
d) Se um deles entrasse, todos exigiriam entrar também.
e) Queria saber dos irmãos se alguém tinha alguma coisa contra o rapaz.
466. (Uelondrina) Não é dado ao ser humano CONHECER TODA A EXTENSÃO DA SUA IGNORÂNCIA, o que, em tese, lhe
poupa o perigo do desânimo.
A oração destacada no período anterior classifica-se como
a) subordinada substantiva predicativa.
b) subordinada substantiva objetiva indireta.
c) subordinada substantiva subjetiva.
d) subordinada substantiva objetiva direta.
e) subordinada substantiva completiva nominal.
467. (Uelondrina) Essa questão apresenta um período que você deverá modificar, iniciando-o conforme se sugere, MAS
SEM ALTERAR A IDÉIA CONTIDA NO PRIMEIRO. Em consequência, outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale a
alternativa que contém o elemento adequado ao novo período.
Fechado o debate, iniciou-se a votação.
COMECE COM: Iniciou-se ......
a) para
b) à medida que
c) assim que
d) de modo que
e) contudo
468. (Uelondrina) Essa questão apresenta um período que você deverá modificar, iniciando-o conforme se sugere, MAS
SEM ALTERAR A IDÉIA CONTIDA NO PRIMEIRO. Em consequência, outras partes da frase sofrerão alterações. Assinale a
alternativa que contém o elemento adequado ao novo período.
Pretendemos pagar todas as prestações, mas não podemos marcar datas.
COMECE COM: Não podemos marcar ......
a) ainda que
b) à medida que
c) tanto que
d) porque
e) já que
469. (G1) Classifique as orações adjetivas marcando:
R (restritiva)
E (explicativa)
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) O garoto PARA QUEM ESCREVEREI A CARTA não me conhece.
) O futebol, QUE É UM ESPORTE POPULAR, enlouquece as torcidas.
) A dor QUE DISSIMULA dói mais.
) Aqui vivem mais de mil pessoas, QUE PASSAM FOME.
) A criança CUJO PAI NÃO FOI ENCONTRADO será recolhida pelo juiz.
470. (G1) Informe a função sintática das orações subordinadas:
(1) Sujeito
(2) Objeto direto
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) Mamãe pediu QUE EU VOLTASSE CEDO.
) É possível QUE ELE FALE A VERDADE.
) Mandou QUE ELES SE CALASSEM.
) O porteiro exigiu QUE APRESENTÁSSEMOS A CARTEIRINHA.
) Era evidente QUE A MENINA LEVARIA A CULPA.
471. (G1) Classifique as orações em maiúsculo de acordo com o seguinte código:
A - Adverbial Condicional
B - Adverbial Temporal
C - Adverbial Conformativa
D - Adverbial Comparativa
E - Adverbial Proporcional
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) SEGUNDO ME INFORMARAM, amanhã será feriado.
) LOGO QUE CHEGAMOS AO CINEMA, o filme começou.
) QUANTO MAIS ELE FALAVA, menos entendíamos.
) Comprarei o livro CASO TENHA DINHEIRO.
) Ele corria mais QUE UM AVESTRUZ.
472. (G1) Classifique as orações em maiúsculo utilizando o seguinte código:
A - Adverbial Causal
B - Adverbial Consecutiva
C - Adverbial Final
D - Adverbial Concessiva
a) (
b) (
c) (
d) (
) COMO TIVESSE DOENTE, foi dispensada do trabalho.
) Insistirei PARA QUE ELA VENHA.
) A música era tão linda QUE COMOVEU A TODOS.
) Apreciei a peça, EMBORA NÃO GOSTASSE DE COMÉDIA.
473. (G1) Assinale a alternativa em que aparece uma oração subordinada adjetiva explicativa:
a) Há, em nossas vidas, momentos que parecem eternos.
b) Ela se formou no mês em que ele aniversariou.
c) Ganhou um cavalo que se chamava Sun Set.
d) Moro na casa em que meus avós moravam.
e) A perseverança, que é a marca dos fortes, leva a sucessos na vida.
474. (G1) "COMO NINGUÉM RECLAMASSE, o juiz não marcou pênalti."
A oração em destaque é:
a) ( ) Oração Subordinada Adverbial Consecutiva
b) ( ) Oração Subordinada Adverbial Final
c) ( ) Oração Subordinada Adverbial Temporal
d) ( ) Oração Subordinada Adverbial Conformativa
e) ( ) Oração Subordinada Adverbial Causal
475. (G1) "Tudo saiu COMO HAVÍAMOS PREVISTO."
Na oração em destaque, temos:
a) Oração Subordinada Adverbial Comparativa
b) Oração Subordinada Adverbial Condicional
c) Oração Subordinada Adverbial Conformativa
d) Oração Subordinada Adverbial Causal
e) Oração Subordinada Adverbial Concessiva
476. (G1) "Tenho consciência DE QUE CUMPRI O MEU DEVER"
A oração em destaque é:
a) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
d) Oração Subordinada Substantiva Apositiva
e) Oração Subordinada Substantiva Predicativa
477. (G1) "Minha opinião é QUE PODEMOS RESOLVER O NEGÓCIO"
Na oração em destaque temos:
a) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta
b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal
c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta
d) Oração Subordinada Substantiva Predicativa
e) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
478. (G1) Complete com a preposição adequada e em seguida classifique as orações subordinadas substantivas marcando:
OI (Objetiva Indireta)
CN (Completiva Nominal)
a) (
b) (
c) (
d) (
e) (
) Não havia dúvida ____ que o livro era excelente.
) Não queria lembrar-se ____ que o maltrataram.
) O pai insistiu _____ que o filho estudasse.
) Estou convencido ____ que ele é especial.
) Não podíamos aspirar ___ que nos recebessem amigavelmente.
479. (G1) Nas frases a seguir transforme os adjetivos em maiúsculo em orações adjetivas:
1) Dirigiu-se ao aluno com palavras ESTIMULANTES.
2) A torcida ofereceu espetáculos EMOCIONANTES.
3) Ele tomou uma atitude SURPREENDENTE.
4) Há nesta novela cenas COMOVENTES.
5) Não gosto de pessoas FINGIDAS.
480. (G1) Classifique as orações reduzidas (em maiúsculo) desenvolvendo-as numa subordinada:
1) Vi a criança DORMINDO NO SOFÁ.
Reduzida de _____________________
Desenvolvida: ____________________
2) É preciso FAZER ALGO.
Reduzida de _____________________
Desenvolvida: ____________________
3) TERMINADO O CURSO, recebeu o diploma.
Reduzida de _____________________
Desenvolvida: ____________________
481. (G1) a) Decidiu-se QUE ELA VIAJARIA AMANHÃ.
b) É quase certo QUE AS ELEIÇÕES SERÃO ADIADAS.
As orações em destaque devem ser classificadas respectivamente como orações subordinadas substantivas
______________ .
482. (G1) a) Lembre-se DE QUE A FESTA SERÁ AMANHÃ.
b) Ele insistia EM QUE TODOS PARTICIPASSEM DA REUNIÃO.
Sintaticamente as orações em destaque são classificadas como orações subordinadas substantivas _____________ .
483. (G1) a) Tenho esperanças DE QUE ELE VOLTE LOGO.
b) Ficarei à espera DE QUE VOCÊ ME TELEFONE.
Sintaticamente as orações em destaque são analisadas como orações subordinadas substantivas ______________ .
484. (G1) a) Preciso de um favor: QUE VOCÊ VÁ AO MERCADO PARA MIM.
b) Uma coisa é certa: QUE ELE NÃO VENCERÁ AS ELEIÇÕES.
Analisando sintaticamente as orações em destaque teremos orações subordinadas substantivas ____________________ .
485. (G1) "Ricardo é um rapaz atraente."
Substitua o adjetivo "atraente" por uma oração subordinada adjetiva e classifique-a.
486. (G1) Destaque as orações subordinadas adjetivas do texto e classifique-as:
"A água que deste ao animal foi recolhida na fonte que fica atrás daquela gruta onde as pessoas iam rezar."
487. (G1) Complete com as seguintes conjunções: segundo, tão... quanto, enquanto, a fim de, quanto menos... mais; e em
seguida classifique as orações adverbiais:
1) __________ participamos, __________ perdemos.
2) O povo mobilizou-se __________ protestar.
3) Nossa História é __________ importante _____ nosso progresso.
4) __________ afirmam os médicos, fumar é prejudicial à saúde.
5) __________ não mudarem as leis, nada se resolverá.
488. (G1) "A situação é difícil, mas ainda há esperanças."
Reescreva o texto empregando a conjunção MESMO QUE.
489. (G1) Empregue a conjunção adequada para que a oração se transforme numa Adverbial Temporal.
_______________ ouvia música, meu pai parecia dormir.
490. (G1) "UMA VEZ QUE A FERA ESTAVA FAMINTA, ela atacou o caçador."
A oração em maiúsculo trata-se de uma Adverbial __________ .
491. (G1) "AINDA QUE VOCÊ NÃO ME CONTE, descobrirei a verdade."
A oração em maiúsculo é uma Adverbial __________ .
492. (G1) "Ele estava tão distraído QUE NÃO ME VIU."
A oração em maiúsculo é uma Adverbial __________ .
493. (G1) "Pode ir, CONTANTO QUE NÃO DEMORE."
A oração em maiúsculo é uma Adverbial __________ .
494. (G1) "ENQUANTO UNS TRABALHAM, outros descansam."
A oração em maiúsculo é uma Adverbial __________ .
495. (G1) "Ela se vestia COMO UMA RAINHA."
A oração em maiúsculo é uma Adverbial ___________ .
496. (G1) "Pode ir, ________________ não demore."
Para obtermos uma oração subordinada adverbial condicional, qual das conjunções a seguir deverá ser empregada: se uma vez que - embora - contanto que.
497. (G1) "Exigimos uma coisa: a sua EXPULSÃO do time."
Substitua o substantivo "expulsão" por uma oração subordinada substantiva e classifique-a.
498. (G1) "É necessário o seu COMPARECIMENTO ao consultório."
Substitua o substantivo "comparecimento" por uma oração subordinada substantiva e classifique-a.
499. (G1) "Sabíamos de sua VOLTA."
Substitua o substantivo "volta" por uma oração subordinada substantiva e classifique-a.
500. (G1) "Tinha medo dos ATAQUES inimigos."
Substitua o substantivo "ataques" por uma oração subordinada substantiva e classifique-a.
501. (G1) "Não gostaram da tua PARTIDA."
Substitua o substantivo "partida" por uma oração subordinada substantiva e classifique-a.
502. (G1) "Minha esperança era a CHEGADA do médico."
Substitua o substantivo "chegada" por uma oração subordinada substantiva e em seguida classifique-a.
503. (Mackenzie) O capitalismo de hoje é o capitalismo dos que têm a melhor capacidade de sobreviver. É a fórmula de
Darwin, em síntese. No nível ideológico, isso se reflete no individualismo exacerbado.
(Revista "Isto é")
1. Cada um é convidado a se virar sem olhar os outros.
2. Isso é o oposto de uma ideologia de solidariedade.
3. Não importam os custos sociais e ecológicos.
4. A palavra de ordem é a competitividade a todo e qualquer preço.
A relação entre as idéias propostas no início e as afirmações numeradas é de:
a) exclusão.
b) confluência.
c) condição.
d) restrição.
e) oposição.
504. (Mackenzie) Quando a Secretaria de Estado do Meio Ambiente decidiu que os caminhões não participariam do
rodízio de veículos entre os dias 5 e 30 de agosto, muitos paulistanos ficaram com a impressão de que estavam sendo
passados para trás.
(Revista "Veja")
De acordo com o texto, assinale a alternativa INCORRETA.
a) A decisão da Secretaria define-se por meio de uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
b) A idéia central do período está na terceira oração, que é considerada sintaticamente a oração principal.
c) A circunstância do tempo expressa-se na primeira oração, que é a subordinada adverbial temporal.
d) O relato dos fatos faz-se num estilo rápido e jornalístico, por meio de orações coordenadas assindéticas.
e) O entendimento da impressão faz-se por meio de uma oração subordinada substantiva completiva nominal.
505. (Mackenzie) Se, na capital do Estado mais próspero da União, ainda há confusão no uso da urna eletrônica, TUDO
INDICA QUE, EM OUTRAS PARTES DO PAÍS, O CENÁRIO NÃO SERÁ DIFERENTE.
É, pois, urgente ampliar as campanhas de esclarecimento do eleitorado.
("Folha de São Paulo")
Assinale a alternativa correta sobre a relação entre as orações dos períodos anteriores.
a) O trecho em maiúsculo constitui um único bloco, que contém a oração principal do período e uma segunda oração com
função de objeto direto.
b) O trecho em maiúsculo, da oração que o antecede, uma circunstância de concessão.
c) Entre o trecho em maiúsculo e o período que o sucede há uma relação de coordenação adversativa.
d) Propõe-se, no final, uma solução ao problema apresentado, por meio de uma oração reduzida de particípio, com função
de sujeito.
e) O trecho subsequente ao bloco em maiúsculo é sintaticamente único, já que "ampliar as campanhas..." constitui um
predicativo de "é urgente".
506. (Ita) Para que os enunciados apresentados se reduzam a uma só frase, algumas adaptações e correções devem ser
feitas. Assinale a opção que melhor os reestrutura - gramatical e estilisticamente, respeitando as sugestões dadas nos
parênteses e as relações de sentido denotadas pelos próprios enunciados.
I. A família de Justino não pode contar mais com as inúmeras opções. (Oração concessiva)
II. Sua família já habituar-se com essas opções. (Oração adjetiva no passado)
III. Justino ser assaltado cinco vezes, (Oração subordinada temporal)
IV. Ocorrido o quinto assalto, 'Justino não teve dúvidas'. (A oração entre aspas é a principal)
V. Decisão de Justino: fechar a loja e mudar do Brás.
a) Embora a família de Justino não pôde contar mais com as inúmeras opções com que já se habituara, ele não teve
dúvidas de fechar a loja e mudar do Brás após ser assaltado pela quinta vez.
b) Ao ser assaltado pela quinta vez, Justino, apesar da sua família não contar mais com as inúmeras opções às quais já
tinha se habituada, não teve dúvidas: fechou a loja e mudou do Brás.
c) Apesar de que sua família não pudesse contar mais com as inúmeras e habituais opções, Justino, quando foi assaltado
cinco vezes, não teve dúvidas após a última: fechou a loja e mudou do Brás.
d) Ocorrido o quinto assalto, Justino, que foi assaltado quatro vezes antes, não teve dúvidas em fechar a loja e mudar-se
do Brás, mesmo que sua família não contasse mais com as inúmeras opções em que tinha se habituado.
e) Embora sua família não pudesse contar mais com as inúmeras opções a que estava habituada, Justino, assim que foi
assaltado pela quinta vez, não teve dúvidas: fechou a loja e mudou-se do Brás.
507. (Ita) Para que os enunciados apresentados se reduzam a uma só frase, algumas adaptações e correções devem ser
feitas. Assinale a opção que melhor os reestrutura - gramatical e estilisticamente, respeitando as sugestões dadas nos
parênteses e as relações de sentido denotadas pelos próprios enunciados.
I. A riqueza é uma árvore fatal. (Oração principal)
II. Muitos gananciosos adormecem na sua sombra. (Oração adjetiva)
III. Eles também morrem na sua sombra. (Oração subordinada coordenada à anterior)
a) A riqueza é uma árvore fatal onde muitos gananciosos adormecem e morrem na sua sombra.
b) Muitos gananciosos adormecem e morrem na
sombra da riqueza; ela é uma árvore fatal.
c) A riqueza é uma arvore fatal a cuja sombra muitos gananciosos adormecem e morrem.
d) A riqueza, sob cuja sombra muitos gananciosos adormecem e na qual morrem, é uma árvore fatal.
e) A riqueza é uma árvore fatal em que muitos gananciosos adormecem na sua sombra e nela morrem.
508. (Ita) Para que os enunciados apresentados se reduzam a uma só frase, algumas adaptações e correções devem ser
feitas. Assinale a opção que melhor os reestrutura - gramatical e estilisticamente, respeitando as sugestões dadas nos
parênteses e as relações de sentido denotadas pelos próprios enunciados.
I. A raposa lembra os despeitados. (Oração principal)
II. Atributo dos despeitados: fingem-se superiores a tudo.
III. A raposa desdenha das uvas. (Oração adjetiva)
IV. Causa do desdenho: não poder alcançar as uvas.
a) Porque não pode alcançar as uvas de que ela desdenha, a raposa, fingindo-se superior a tudo, lembra os despeitados.
b) A raposa, desdenhando das uvas que não se podem alcançar, lembra os despeitados que se fingem superiores a tudo.
c) A raposa, que desdenha as uvas porque não pode alcançá-las, lembra os despeitados, que se fingem superiores a tudo.
d) Como não pode alcançar as uvas, a raposa que se finge superior a tudo e as desdenha, lembra os despeitados.
e) Fingindo-se superior a tudo, a raposa que desdenha das uvas porque não as pode alcançar, lembra os despeitados.
509. (Ita) Empregando os pronomes relativos e fazendo as adaptações e correções necessárias, transforme as orações
coordenadas a seguir em subordinadas.
O poema "Profissão de Fé" sintetiza alguns dos princípios do Parnasianismo Ele foi escrito por Bilac. Muitos ainda
preferem (ou dão preferência) seus poemas.
a) O poema "Profissão de Fé", que sintetiza alguns dos princípios do Parnasianismo, foi escrito por Bilac, cujo autor de
poemas é ainda o preferido de muitos.
b) Bilac, cujos poemas muitos ainda dão preferência, escreveu aquele que sintetiza alguns dos princípios do
Parnasianismo: "Profissão de Fé".
c) Bilac, a cujo autor muitos ainda dão preferência, escreveu o poema "Profissão de Fé", que sintetiza alguns dos princípios
do Parnasianismo
d) Bilac, a cujos poemas muitos ainda dão preferência, é o autor de "Profissão de Fé", poema que sintetiza alguns dos
princípios do Parnasianismo
e) Bilac, que escreveu muitos poemas aos quais muitos preferem, é o autor do poema onde ele sintetiza os princípios do
Parnasianismo: "Profissão de Fé".
510. (Uelondrina) Embora possa parecer incrível, nem todos os participantes da reunião compreenderam que o intuito do
diretor, ainda que manifestado discretamente, era beneficiar todo o corpo docente da Escola.
Sobre o período anterior é correto afirmar que
a) contém 6 orações.
b) é composto por coordenação e subordinação.
c) apresenta 2 orações reduzidas.
d) encerra 2 orações objetivas diretas.
e) a primeira oração tem valor concessivo.
511. (Puccamp) REFEITAS AS CONTAS, percebeu-se que tudo estava em ordem.
A oração em maiúsculo está corretamente substituída, sem alteração do sentido da frase dada, em:
a) À medida que se refaziam as contas.
b) Enquanto se refaziam as contas.
c) Embora se refizessem as contas.
d) Depois de se refazerem as contas.
e) Ainda que se refizessem as contas.
512. (Mackenzie) Assinale a alternativa em que a relação de significado entre a oração subordinada e a principal NÃO
equivale a:
"Embora o amasse, não aceitou seu pedido de casamento."
a) Já que o amava, não aceitou seu pedido de casamento.
b) Ainda que o amasse, não aceitou seu pedido de casamento.
c) Apesar de amá-lo, não aceitou seu pedido de casamento.
d) Não aceitou seu pedido de casamento, por mais que o amasse.
e) Mesmo que o amasse, não aceitou seu pedido de casamento.
513. (Fuvest) MESMO SEM VER quem está do outro lado da linha, os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos, namoram e
alguns chegam até a casar.
(Época, nŽ 1, 25/05/98)
a) O segmento destacado constitui uma oração reduzida. Substitua-a por uma oração desenvolvida (introduzida por
conjunção e com o verbo no modo indicativo ou subjuntivo), sem produzir alteração do sentido.
b) Reescreva a oração "os fãs dos bate-papos virtuais viram amigos" sem mudar-lhe o sentido e sem provocar incorreção,
apenas substituindo o verbo.
514. (Uff) No trecho abaixo, há relações de comparação que estão linguisticamente marcadas por formas diferentes.
Transcreva os termos correspondentes de apenas UMA destas relações de comparação.
A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições
justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica anuncia a raça inteligente e ilustrada.
ALENCAR
, José de. Pós-Escrito. "Diva".
Rio de Janeiro, Aguilar, 1965, V.L, p.399, 400, 01.
515. (Uelondrina) Considere as frases a seguir.
I. Eles estavam preocupados com o problema que causaram.
I. Eles apresentaram suas explicações.
III. As explicações não eram convincentes.
Reunidas em um só período, elas estarão em correta relação lógica e sintática na frase:
a) Apresentaram suas explicações porque estavam preocupados com o problema causado por eles, pois não eram
convincentes.
b) As explicações não eram convincentes, mas eles as apresentaram, contudo estavam preocupados com o problema que
haviam causado.
c) Preocupados com o problema que haviam causado, eles apresentaram suas explicações, ainda que não convincentes.
d) Quando apresentaram suas explicações, elas não eram convincentes, portanto estavam preocupados com os problemas
que causaram.
e) Quanto mais eles apresentavam suas explicações, mais elas não eram convincentes, à medida que eles estavam
preocupados com o problema que causaram.
516. (Uelondrina) Sua displicência era tanta QUE NÃO COMUNICOU O HORÁRIO DA PARTIDA DO TREM.
A oração destacada exprime
a) tempo.
b) consequência.
c) causa.
d) explicação.
e) concessão.
517. (Uelondrina) Dentre as destacadas, a oração subordinada substantiva objetiva direta é:
a) Disseram QUE ELE FEZ UM MAU NEGÓCIO.
b) O rapaz CUJO CURRÍCULO ANALISAMOS ONTEM está aqui.
c) Recebeu-o na sala DE ONDE SE VIA TODO O JARDIM.
d) Tinha avisado o pai DE QUE NÃO ESTARIA LIVRE NAQUELE HORÁRIO.
e) Não é certo QUE AS PLANILHAS DE GASTOS SEJAM APRESENTADAS.
518. (Ufes) Leia:
"Os países asiáticos não padeciam dos mesmos males econômicos que nós, CONQUANTO sofressem de outro tipo
de déficit, o déficit democrático inerente ao autoritarismo confuciano."
FOLHA DE S.PAULO - 26/7/98
A opção que substitui a palavra CONQUANTO, no texto acima, sem alterar o sentido básico da frase e sem exigir alteração
da forma verbal, é:
a) ainda que.
b) porquanto.
c) entretanto.
d) enquanto.
e) apesar de.
519. (G1) Analisar as orações do período a seguir, seguindo o esquema:
a) escrever em maiúsculo os verbos;
b) separar as orações com um traço;
c) classificar as conjunções.
I. Você fez bem todos os exercícios; deve, pois, ter aprendido.
II. Ela ria, no entanto as lágrimas rolavam de seus olhos.
III. Sinto-me perdida desde que ele partiu.
IV. Como foi determinado no início, o tempo da prova está esgotado.
520. (Fuvest) Ao se discutirem as idéias expostas na assembléia, chegou-se à seguinte conclusão: pôr em confronto ESSAS
IDÉIAS com outras menos polêmicas seria avaliar melhor o peso DESSAS IDÉIAS, à luz do princípio geral que vem regendo
AS MESMAS IDÉIAS.
a) Transcreva o texto, substituindo as expressões destacadas por PRONOMES PESSOAIS que lhes sejam correspondentes e
efetuando as alterações necessárias.
b) Reescreva a oração AO SE DISCUTIREM AS IDÉIAS EXPOSTAS NA ASSEMBLÉIA, introduzindo-a pela conjunção adequada
e mantendo a correlação entre os tempos verbais.
521. (Mackenzie) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas a seguir:
"Como __________ mais de mil desentendimentos entre __________ e ele, um amigo __________, __________ de nos
reconciliar.
a) aconteceu; eu; interveio; afim
b) aconteceram; mim; interveio; a fim
c) aconteceu; mim; interveio; a fim
d) houveram; eu; interviu; a fim
e) houve; mim; interviu; a fim
522. (Ita) Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto a seguir:
Há endereços na lnternet que trazem respostas às dúvidas sobre finanças pessoais e mostram as razões _______________
todos devem fazer um orçamento de seus gastos. O usuário _______________ interesse é investir no exterior, por
exemplo, pode selecionar uma lista de fundos de investimento e obter dados como a moeda _______________ são
calculados os ganhos e o país _______________ pertencem os fundos. O que ainda atrapalha os brasileiros é a lentidão
_______________ os dados são transmitidos.
a) por que - cujo - com que - onde - na qual
b) pelas quais - cujo - em que - a que - com que
c) com que - em que o - na qual - a quem - em que
d) porque - por cujo - em que - ao qual - na qual
e) do porquê - para quem o - com que - a que - com que
523. (Fgv) No quadro a seguir se reproduz, em parte e com certa aproximação, um cheque de conta corrente bancária. O
valor do cheque, em algarismos, já está anotado.
Complete de forma legível o preenchimento do cheque, ESCREVENDO POR EXTENSO O CORRESPONDENTE VALOR.
Escreva também, no espaço devido, A CIDADE EM QUE ESTAMOS - E COMPLETE A DATA.
NÃO ASSINE.
Atenção: Existem práticas que não seguem as regras da ortografia. É habitual escrever nos cheques, por exemplo, TREIS
em vez de TRÊS; porém apenas a segunda forma (TRÊS) está gramaticalmente correta. Assim, na resposta a esta questão,
o candidato deverá ater-se às regras da ortografia.
524. (G1) " Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos
apreender e escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério."
a) Qual a diferença entre "aprender" e "apreender" ?
b) O demonstrativo "essa" refere-se ao que já foi mencionado ou ao que será dito em seguida? Deveríamos empregar
"esta" ou "essa" na frase "A linguagem secreta das coisas é __________: falam , embora com uma voz que não é
humana"? Por quê?
525. (Fuvest) Assinalar a alternativa em que a acentuação e a pontuação estejam corretas:
a) Multidão, cujo amor cobicei, até à morte, era assim que eu me vingava, às vezes, de ti, deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana sem a ouvir como o Prometeu de Esquilo fazia aos seus verdugos.
b) Multidão cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava as vezes de ti, deixava burburinhar, em volta do
meu corpo, a gente humana sem a ouvir, como o Prometeu de Ésquilo, fazia aos seus verdugos.
c) Multidão, cujo amor cobicei até à morte; era assim que eu me vingava as vezes de ti; deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana; sem a ouvir como o Prometeu de Esquilo fazia aos seus verdugos.
d) Multidão, cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava às vezes de ti; deixava burburinhar em volta do
meu corpo a gente humana, sem a ouvir, como o Prometeu de Ésquilo fazia aos seus verdugos.
e) Multidão, cujo amor cobicei até à morte, era assim que eu me vingava, às vêzes, de ti, deixava burburinhar em volta do
meu corpo, a gente humana, sem a ouvir, como o 'Prometeu de Ésquilo fazia aos seus verdugos.
526. (Ita) Assinale a opção que melhor reestrutura - gramatical e estilisticamente - o seguinte grupo de frases:
A eutanásia é uma prática (O. Principal). Pela eutanásia busca-se ou visa-se abreviar a vida de pessoas enfermas. Na
eutanásia, o abreviar deve ser sem dor e sofrimento e os enfermos ter que ser incuráveis. A igreja condena essa prática.
a) A eutanásia, condenada pela Igreja, é uma prática pela qual se busca abreviar - sem dor e sofrimento - a vida de
enfermos reconhecidamente incuráveis.
b) A eutanásia que visa abreviar a vida de enfermos, sem dor e sofrimento e desde que sejam incuráveis, é uma prática
condenada pela Igreja.
c) Condenada pela Igreja, a eutanásia é uma prática onde se visa abreviar, sem dor e sofrimento, a vida de enfermos
reconhecidamente incuráveis.
d) A eutanásia - prática pela qual se busca abreviar, sem dor e sofrimento, a vida de enfermos decididamente incuráveis é condenada pela Igreja.
e) A eutanásia, que é condenada pela Igreja, é uma prática em que, sem dor e sofrimento, se visa abreviar a vida dos
enfermos que sejam definitivamente incuráveis.
527. (Ufrj) O Padeiro (fragmento)
Rubem Braga
Tomo meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um
homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha,
mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo?
"Então você não é ninguém? ".
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a
campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de
dentro perguntando quem era: e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "Não é ninguém, não senhora, é o
padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém...
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.
(In: "Ai de ti, Copacabana." 4ヘ ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1964, pp. 44,45)
a) Que sentido assume o pronome indefinido NINGUÉM no texto acima?
b) Quando esse pronome indefinido é usado na função sintática de sujeito, a dupla negação pode ou não ocorrer.
Justifique essa afirmativa, exemplificando-a.
528. (Puccamp) CONFORME estava prestes a viajar para o exterior, não foi escolhida para o papel, QUE era a mais indicada
para representar aquele tipo de personagem.
A frase anterior está mal estruturada pelo uso inadequado das palavras em destaque. Mantida intacta a oração principal,
alterações têm de ser feitas para que o texto adquira coerência. Nesse caso, as palavras destacadas devem ser
substituídas, respectivamente, por:
a) Assim que - ainda que
b) Pois - visto que
c) Enquanto - ou
d) Se - à medida que
e) Como - embora
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj)
ÉTICA PARA MEU FILHO
(...) Veja: alguém pode lamentar ter procedido mal "mesmo estando razoavelmente certo de que não sofrerá represálias
por parte de nada nem de ninguém". É que, ao agirmos mal e nos darmos conta disso, compreendemos que já estamos
sendo castigados, que LESAMOS a nós mesmos - pouco ou muito - voluntariamente. Não há pior castigo do que perceber
que por nossos atos estamos boicotando o que na verdade queremos ser...
De onde vêm os remorsos? Para mim está muito claro: de nossa LIBERDADE. Se não fôssemos livres, não nos poderíamos
sentir culpados (nem orgulhosos, é claro) de nada e evitaríamos os remorsos. Por isso, quando sabemos que fizemos algo
VERGONHOSO procuramos afirmar que não tivemos outro remédio senão agir assim, que não pudemos escolher: "cumpri
ordens de meus superiores", "vi que todo o mundo fazia a mesma coisa", "perdi a cabeça", "é mais forte do que eu", "não
percebi o que estava fazendo", etc. Do mesmo modo, quando o pote de geléia que estava em cima do armário cai e
quebra, a criança pequena grita chorosa: "Não fui eu!". Grita exatamente porque "sabe que foi ela", se não fosse assim,
nem se daria ao trabalho de dizer nada, ou talvez até risse e pronto.
Em compensação, ao fazer um desenho muito bonito essa mesma criança irá proclamar: "Fiz sozinho, ninguém me
ajudou!"
Do mesmo modo, ao crescermos, queremos sempre ser livres para nos atribuir o mérito do que realizamos, mas
preferimos confessar-nos "escravos das circunstâncias" quando nossos atos não são exatamente gloriosos.
(SAVATER,Fernando. "Ética para meu filho" Trad. Mônica Stahel. São Paulo: Martins Fontes,1997. Tradução de:
Ética para Amador.)
529. O leitor do texto é construído por meio de um jogo com os pronomes.
Esse jogo é reconhecido pelo emprego de:
a) "eu", em diferentes momentos do texto, que identifica ora o leitor, ora o autor, ora a ambos
b) "nós", que inclui o autor e outras pessoas, combinado a um "eu" que torna o leitor responsável pelo enunciado
c) "eu" e "você", alternadamente, como numa conversa, combinado à presença de "ele", que é o próprio leitor
d) "você", a quem o autor se dirige em especial, e de "nós", que inclui o autor, o leitor e outros humanos
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) A explosão dos computadores pessoais, as "infovias", as grandes redes - a lnternet e a World Wide Web atropelaram o mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam a economia, reordenaram prioridades, redefiniram os
locais de trabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito de realidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas,
durante longos períodos de tempo, diante de telas de computadores, enquanto o CD-Rom trabalha. Não há dúvida de que
vivemos a revolução da informação e, diz o professor do MIT, Nicholas Negroponte, revoluções não são sutis.
(Jornal do Brasil, 13/02/96)
530. As aspas foram usadas em "infovias" pela mesma razão por que foram usadas em:
a) Mesmo quando a punição foi confirmada, o "Alemão", seu apelido no Grêmio, não esmoreceu.
b) ...fica fácil entender por que há cada vez mais pessoas preconizando a "fujimorização" do Brasil.
c) O Paralamas, que normalmente sai "carregado" de prêmios, só venceu em edição.
d) A renda média "per capita" da América latina baixou para 25% em 1995.
e) A torcida gritava "olé" a cada toque de seus jogadores.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj)
A CARREGADORA DE PEDRAS
1
Desde que conquistou o direito à jornada dupla de trabalho, a chamada mulher moderna ainda parece estar
longe de conseguir desfazer o mal-entendido que provocou ao brigar pela igualdade profissional com os homens. Não era
bem isso: mas no afã de se libertar de outras opressões, ela acabou partindo para o mercado de trabalho como se ele
fosse a solução de todos os problemas - financeiros, conjugais, maternais e muitos outros "ais". E pagou o preço da
precipitação, claro. Agora não adianta chorar sobre o leite derramado - até porque a maior parte das vezes continua
sendo ela que vai limpar, ah, ah. Mas, falando sério, todas sabemos que há muito a fazer para promover alguns ajustes e
atualizações nessa relação de direitos e deveres de homens e mulheres. Como falar sobre isso ajuda, vamos lá.
2
Em primeiro lugar, a questão do tempo livre. Que não existe, de fato. Aquele ditado que enquanto se descansa
carrega pedras foi feito para ela. Trabalhe fora ou dentro de casa, a mulher dificilmente se livra da carga das tarefas
domésticas mesmo que não se envolva pessoalmente. Costuma ser dela a responsabilidade pela arregimentação de
empregadas, faxineiras, babás, jardineiros, lavadeiras, passadeiras, prestadores de serviços em geral, sem falar no
abastecimento da casa. Quando dá tudo certo, ainda vai. Só que se alguma coisa der errado, a cobrança da família será
terrível. No vasto histórico da luta feminina, muitas mulheres conseguiram autorização de seus maridos para trabalhar
fora com a condição de que, antes de tudo, garantissem que os afazeres domésticos seriam cumpridos sem alteração.
Apesar de triste, o pacto legitimou, com um preço altíssimo, um sem número de vitórias pessoais. Aquelas - raras - que
por acaso tenham se livrado da dupla jornada costumam permanecer, por sua vez, exercendo no doce organograma do lar
as funções de mãe-supervisora nas folgas, feriados e fins de semana.
3
Depois, com o desaparecimento gradual da parceria patroa/empregada doméstica, homens e mulheres terão,
mais cedo do que se pensa, que lidar com a administração do caos doméstico. Sem privilégios. E a primeira providência
para esse futuro cor-de-rosa começa com a educação progressista dos filhos, os novos maridos e esposas que, tal qual os
personagens do desenho animado Os Jetsons, contarão com uma boa ajuda de um arsenal de maravilhas eletrônicas entre elas, uma empregada-robô. Que não enguiça. Porque, se enguiçar, já sabem quem vai mandar consertar. Ou não?
(Sônia Biondo - JB 12/10/96)
531. "Patroa/empregada" (3Ž parágrafo) e "empregada-robô" (3Ž parágrafo) têm na grafia sinais (barra, hífen) de
significados distintos.
Quais são esses significados, considerando-se as ocorrências destacadas?
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Unitau)
"A questão central da pedagogia é o problema das formas, dos processos dos métodos; certamente, não
considerados em si mesmos, pois as formas só fazem sentido na medida em que viabilizam o domínio de determinados
conteúdos.
O método é essencial ao processo pedagógico. Pedagogia, como é sabido, significa literalmente a condução da
criança, e a sua origem está no escravo que levava a criança até o local dos jogos, ou o local em que ela recebia instrução
do preceptor. Depois, esse escravo passou a ser o próprio educador. Os romanos, percebendo o nível de cultura dos
escravos gregos, confiavam a eles a educação dos filhos. Essa é a etimologia da palavra. Do ponto de vista semântico, o
sentido se alterou. No entanto, a paidéia não significava apenas infância, paidéia significava cultura, os ideais da cultura
grega. Assim, a palavra pedagogia, partindo de sua própria etimologia, significa não apenas a condução da criança, mas a
introdução da criança na cultura.
A pedagogia é o processo através do qual o homem se torna plenamente humano. No meu discurso distingui
entre a pedagogia geral, que envolve essa noção de cultura como tudo o que o homem constrói, e a pedagogia escolar,
ligada à questão do saber sistematizado, do saber elaborado, do saber metódico. A escola tem o papel de possibilitar o
acesso das novas gerações ao mundo do saber sistematizado, do saber metódico, científico. Ela necessita organizar
processos, descobrir formas adequadas a essa finalidade. Esta é a questão central da pedagogia escolar. Os conteúdos não
apresentam a questão central da pedagogia, porque se produzem a partir das relações sociais e se sistematizam com
autonomia em relação à escola. A sistematização dos conteúdos pressupõe determinadas habilidades que a escola
geralmente garante, mas não ocorre no interior das escolas de primeiro e segundo graus. A existência do saber
sistematizado coloca à pedagogia o seguinte problema: como torná-lo assimilável pelas novas gerações, ou seja, por
aqueles que participam de algum modo de sua produção enquanto agentes sociais, mas participam num estágio
determinado, estágio esse que é decorrente de toda uma trajetória histórica?"
(SAVIANI, D. "A pedagogia histórico-crítica no quadro das tendências críticas da Educação Brasileira", adap. da fala em
Seminário, Niterói, 1985).
532. Observe o trecho a seguir:
"Assim, a palavra pedagogia, partindo de sua própria etimologia, significa não apenas a condução da criança, mas a
introdução da criança na cultura".
Se a conjunção 'mas' for substituída por outra similar, o emprego da vírgula estará correto na alternativa:
a) ... a introdução, porém, da criança na cultura ...
b) ... a introdução portanto, da criança na cultura ...
c) ... a introdução, contudo da criança na cultura ...
d) ... a introdução porém, da criança na cultura ...
e) ... a introdução contudo, da criança na cultura...
533. Leia as frases a seguir:
'Essa" é a etimologia da palavra.
A pedagogia é o processo através 'do qual' o homem 'se' torna plenamente humano.
Como torná-'lo' assimilável pelas novas
gerações..."
As palavras entre aspas são, respectivamente, no plano morfológico:
a) pronome relativo, pronome demonstrativo, conjunção integrante, pronome oblíquo átono.
b) pronome indefinido, pronome demonstrativo, conjunção condicional, pronome oblíquo tônico.
c) pronome demonstrativo, pronome relativo, pronome oblíquo átono, pronome oblíquo átono.
d) pronome demonstrativo, pronome indefinido, pronome oblíquo tônico, pronome oblíquo tônico.
e) pronome indefinido, pronome relativo, conjunção integrante, pronome oblíquo átono.
534. (Fgv) Mas ele me tratou com o respeito que se dedica a um colega.
Justifique o uso da conjunção coordenativa adversativa MAS, nesse período.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj) O texto a seguir está publicado em obra dedicada "aos milhares de famílias de brasileiros sem terra".
Levantados do chão
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Como embaixo dos pés uma terra
Como água escorrendo da mão?
Como em sonho correr numa estrada?
Deslizando no mesmo lugar?
Como em sonho perder a passada
E no oco da Terra tombar?
Como então? Desgarrados da terra?
Como assim? Levantados do chão?
Ou na planta dos pés uma terra
Como água na palma da mão?
Habitar uma lama sem fundo?
Como em cama de pó se deitar?
Num balanço de rede sem rede
Ver o mundo de pernas pro ar?
Como assim? Levitante colono?
Pasto aéreo? Celeste curral?
Um rebanho nas nuvens? Mas como?
Boi alado? Alazão sideral?
Que esquisita lavoura! Mas como?
Um arado no espaço? Será?
Choverá que laranja? Que pomo?
Gomo? Sumo? Granizo? Maná?
(HOLLANDA, Chico Buarque de. ln: SALGADO, Sebastião. TERRA. S P: Companhia das Letras, 1997. p. 111.)
Atenção - vocabulário:
pomo (penúltimo verso) - fruto
maná (último verso) - alimento divino, alimento caído do céu
535. No texto, o eu-lírico constrói progressivamente sua visão da realidade: nas estrofes 1, 2, 3, tenta decifrar o significado
da imagem "levantados do chão"; nas estrofes 4, 5, 6, vai reforçando sua opinião crítica sobre a realidade.
Releia:
"Um rebanho nas nuvens? Mas como?" (verso 19)
"Um arado no espaço? Será?" (verso 22)
Nos versos acima, a conjunção adversativa "mas" e o futuro do presente do indicativo são utilizados para enfatizar esse
posicionamento crítico.
Explique por quê.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj)
FAVELÁRIO NACIONAL
1- Prosopopéia
Quem sou eu para te cantar, favela,
que cantas em mim e para ninguém a noite inteira de sexta
e a noite inteira de sábado
e nos desconheces, como igualmente não te conhecemos?
Sei apenas do teu mau cheiro: baixou a mim, na viração,
direto, rápido, telegrama nasal
anunciando morte... melhor, tua vida.
Decoro teus nomes. Eles
jorraram na enxurrada entre detritos
da grande chuva de janeiro 1966
em noites e dias e pesadelos consecutivos.
................................................................................
Tua dignidade é teu isolamento por cima da gente.
Não sei subir teus caminhos de rato, de cobra e baseado,
tuas perambeiras, templos de Mamalapunam
em suspensão carioca.
Tenho medo. Medo de ti, sem te conhecer,
medo só de te sentir, encravada
favela, erisipela, mal-do-monte
na coxa flava do Rio de Janeiro.
Medo: não de tua lâmina nem de teu revólver
nem de tua manha nem de teu olhar.
Medo de que sintas como sou culpado
e culpados somos de pouca ou nenhuma irmandade.
Custa ser irmão,
custa abandonar nossos privilégios
e trançar a planta
da justa igualdade.
Somos desiguais
e queremos ser
sempre desiguais.
E queremos ser
bonzinhos benévolos
comedidamente
sociologicamente
mui bem comportados.
Mas favela, ciao
que este nosso papo
está ficando tão desagradável
Vês que perdi o tom e a empáfia do começo?
(ANDRADE, Carlos Drummond de. "Corpo". São Paulo, Record, 1984, p.109-12.)
536. "Somos desiguais/ e queremos ser/ sempre desiguais/ E queremos ser/ bonzinhos benévolos/ comedidamente/
sociologicamente/ mui bem comportados" (versos 28 a 35)
a) Pleonasmo é a figura de linguagem através da qual a redundância de termos de sentido equivalente confere à
expressão mais vigor ou clareza.
Transcreva integralmente apenas um verso do fragmento acima em que um pleonasmo expressa crítica irônica, e
explique, em frase completa, por que se trata de ironia.
b) A estilística nos aponta meios diferentes de expressas o mesmo conteúdo, expandindo ou reduzindo o texto.
Empregando a conjunção aditiva e, reescreva os versos "comedidamente/ sociologicamente", fazendo apenas as
alterações necessárias para eliminar a repetição do sufixo-mente, sem modificar o sentido original do verso.
Explique, em uma frase completa, a diferença estilística entre os versos originais e sua resposta.
537. (Fuvest-gv) "Concordei que assim era, mas aleguei que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade:
era uma compensação."
Há neste período uma oração coordenada sindética adversativa que é ao mesmo tempo principal em relação a uma
subordinada substantiva objetiva direta.
a) Qual é essa oração coordenada sindética adversativa que é também principal?
b) Qual a sua oração subordinada substantiva objetiva direta?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(BANDEIRA, Manuel. "O Bicho". In: MANUEL BANDEIRA. POESIA E PROSA. Rio de Janeiro, Aguillar, 1958 vol. I, p.356)
538. Transforme o período composto da terceira estrofe em um período simples, mantendo a mesma informação.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp) Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
539. Na estrofe mencionada ocorrem cinco orações introduzidas por QUE. A análise demonstra que três dessas orações
têm uma classificação sintática; outras duas, outra. Aponte essas duas classificações sintáticas das orações introduzidas
por QUE.
540. (Vunesp) Esta questão refere-se às relações entre os pais e o filho expressas no texto. Responda:
O discurso de convencimento do pai é estruturado por orações coordenadas assindéticas e sindéticas. Qual é a relação
dessa estrutura com o sentido dessa parte específica do texto?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Vunesp)
APELO
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom
chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na
mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali
no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para
não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam e eu ficava só, sem o perdão
de sua presença e todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada - o meu jeito de querer bem. Acaso
é saudade, Senhora? As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço
a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas
raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
(TREVISAN, Dalton. "II - Os Mistérios de Coritiba", In OS DESASTRES DO AMOR - Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 1968)
541. "As suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham."
Observando o período acima, responda:
a) Que tipo de relação se estabelece entre as duas orações através da conjunção "E"?
b) Como pode ser justificado o emprego do segundo verbo do período no presente, enquanto o primeiro apresenta-se no
pretérito?
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrj)
1500
A imaginação do senhor
Flutua sobre a baía.
As pitangas e os cajus
Descansam o dia inteiro.
O céu, de manhã à tarde,
Faz pinturas de baú.
O Pão de Açúcar sonhou
Que um carro saiu da Urca
Transportando com amor
Meninas muito dengosas,
Umas, nuinhas da silva,
Outras, vestidas de tanga,
E mais outras, de maillot.
Chega um índio na piroga,
Tira uma gaita do cinto,
Desfia um lundu tão bom
Que uma índia sai da onda,
Suspende o corpo no mar.
Nasce ali mesmo um garoto
Do corpo moreno dela,
No dia seguinte mesmo
O indiozinho já está
De arco e flecha na mão
Olhando pro fim do mar
De repente uma fragata
Brotou do chão da baía,
Sai um velho de tamancos,
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
E a fruta aqui é bem boa."
No mesmo instante o garoto
Lhe respondeu "Sai, azar!
"Despede uma flecha no velho
Cheiinho de barbas brancas,
Pensa que é Dão Sebastião,
Dá um tremor no seu corpo
E zarpou para Lisboa.
(MENDES, Murilo. POESIA COMPLETA E PROSA. Rio de Janeiro: Nova Aguilar. 1994. pp. 143-144)
542. Para mostrar uma sucessão de fatos, o poeta utiliza um tipo de combinação de orações que é predominante em todo
o poema.
a) Como se chama esse tipo de combinação?
b) Transcreva três versos consecutivos que exemplifiquem tal procedimento.
543. (G1) Identifique o POIS como conjunção coordenativa explicativa ou conjunção coordenativa conclusiva:
a) Deitei-me cedo, POIS estava muito cansado.
b) O político não agiu com lealdade; perdeu, POIS, na disputa pela reeleição.
c) O aluno não estudou o suficiente; ficou, POIS, reprovado.
d) As mulheres entendem de economia, POIS são elas as responsáveis pela organização do orçamento familiar.
544. (Fgv) (Relações ente as idéias, uso de conectivos, síntese):
Reorganize as idéias do texto a seguir, em apenas um parágrafo. Deixe claras as relações entre elas, servindo-se de
conectivos que reduzam o trecho a poucos períodos.
A mulher enfrenta sérios obstáculos no mercado de trabalho. A mulher negra é duas vezes discriminada. Pesquisa do
IBGE: 84,5% das mulheres negras brasileiras são chefes de família. Ganham até três salários mínimos. Os homens brancos
chegam a ganhar até quatro vezes mais que as mulheres negras, nas mesmas atividades.
(Adaptado de "Marginalidade à flor da pele". ISTO É, 30-08-1995, p.34.)
545. (G1) Todos os períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de cada um deles e
classifique-as.
a) Todos prometeram ajudar; muitos, porém, não cumpriram a promessa.
b) "O homem ao meu lado acende outro cigarro, dá uma tragada e joga-o pela janela". (Stanislaw Ponte Preta)
c) Ele trabalhava durante o dia e estudava à noite.
d) A criança ora cantava, ora se punha a correr pela sala.
546. (G1) Todos os períodos dados a seguir são compostos por coordenação. Separe as orações de cada um deles e
classifique-as.
a) "Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai apagar-se. Não tenho sono". (Graciliano Ramos)
b) Entre, mas não faça barulho que a patroa está dormindo.
c) Não falte à reunião, pois quero falar com você.
d) Vá para casa que eu tomarei conta de tudo.
547. (G1) "Sentia-se doente; TINHA, POIS, QUE IR AO MÉDICO."
A oração em destaque deve ser analisada como ______________________________ .
548. (G1) Complete:
Num período composto por coordenação, as orações que não vêm introduzidas por uma conjunção coordenativa são
chamadas de _______________ .
549. (G1) Una as orações de cada um dos pares a seguir com a conjunção coordenativa adequada:
1) O lavrador abriu sulcos. Depositou as sementes.
2) Precisamos preservar a natureza. Não sobreviveremos.
550. (G1) Nas frases: "Ser OU não ser"; "Ser E não ser"; "Ser MAS não ser", as relações estabelecidas pelas conjunções em
maiúscula são respectivamente de ____________, ____________ e ____________ .
551. (G1) No período: "Paredes ficaram tortas, animais enlouqueceram e as plantas caíram", temos duas orações
coordenadas _______________ e uma oração coordenada _______________ _________________.
552. (G1) As relações estabelecidas pelas conjunções coordenativas em maiúsculo a seguir, são de __________,
__________ e __________ .
1) Dê-lhe uma gorjeta, QUE ele merece.
2) Dedicou-se muito ao estudo; merece, POIS, uma boa recompensa.
3) A chuva foi violenta, POIS cercas foram derrubadas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest) "Vivemos mais uma grave crise, repetitiva dentro do ciclo de graves crises que ocupa a energia desta nação. A
frustração cresce e a desesperança não cede. Empresários empurrados à condição de liderança oficial se reúnem em
eventos como este, para lamentar o estado de coisas. O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a
auto-absolvição?
É da história do mundo que as elites nunca introduziram mudanças que favorecessem a sociedade como um
todo. Estaríamos nos enganando se achássemos que estas lideranças empresariais aqui reunidas teriam a motivação para
fazer a distribuição de poderes e rendas que uma nação equilibrada precisa ter. Aliás, é ingenuidade imaginar que a
vontade de distribuir renda passe pelo empobrecimento da elite. É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos
riqueza suficiente para distribuir. Faço sempre, para meu desânimo, a soma do faturamento das nossas mil maiores e
melhores empresas, e chego a um número menor do que o faturamento de apenas duas empresas japonesas. Digamos, a
Mitsubishi e mais um pouquinho. Sejamos francos. Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica,
mas ao mesmo tempo extremamente representativos como população. "
("Discurso de Semler aos Empresários", Folha de S. Paulo, 11/09/91)
553. Dentre os períodos transcritos do texto, um é composto por coordenação e contém uma oração coordenada
sindética adversativa. Assinalar a alternativa correspondente a este período.
a) A frustração cresce e a desesperança não cede.
b) O que dizer sem resvalar para o pessimismo, a crítica pungente ou a auto-absolvição?
c) É também ocioso pensar que nós, da tal elite, temos riqueza suficiente para distribuir.
d) Sejamos francos.
e) Em termos mundiais somos irrelevantes como potência econômica, mas ao mesmo tempo extremamente
representativos como população.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufrrj) ANO NOVO, UMA VIDA NOVA
1
Hoje estamos ingressando em 1998. Chegamos mais perto do fim do século XX e do início do terceiro milênio.
Estaremos chegando mais perto de nós mesmos?
2
Há uma abissal distância entre o que somos e o que queremos ser. Um apetite do Absoluto e a consciência aguda
de nossa finitude. Olhamos para trás: a infância que resta na memória com sabor de paraíso perdido, a adolescência
tecida em sonhos e utopias, os propósitos altruístas. Agora, nas atuais circunstâncias, o salário exíguo num país tão caro;
os filhos, sem projeto, apegados à casa; os apetrechos eletrônicos que perenizam a criança que ainda existe em nós.
3
Em volta, a violência da paisagem urbana e nossa dificuldade de conectar efeitos e causas. Dentro do coração o
medo de quem vive numa cidade que lhe é hostil. Como se meninos de rua fossem cogumelos espontâneos e não frutos
do darwinismo econômico que segrega a maioria pobre e favorece a minoria abastada. O mesmo executivo que teme o
sequestro e brada contra os bandidos, abastece o crime ao consumir drogas.
4
Ano Novo, vida nova. A começar pelo "réveillon". Há o jeito velho de empanturrar-se de carnes e doces,
encharcando-se de bebidas alcoólicas, como se a alegria saísse do forno e a felicidade viesse engarrafada. ¢Ou a opção de
um momento de silêncio, um gesto litúrgico, uma oração, a efusão de espíritos em abraços afetuosos.
5
No fundo da garganta, um travo. Vontade de remar contra a corrente e, enquanto tantos celebram a pósmodernidade, pedir colo a Deus e resgatar boas coisas: uma oração em família, a leitura espiritual, a solidão entre matas,
o gesto solidário que ameniza a dor de um enfermo. Reencontrar, o ano que se inicia, a própria humanidade. Despir-nos
do lobo voraz que na arena competitiva do mercado nos faz estranhos a nós mesmos. Por que acelerar tanto, se teremos
de parar no próximo sinal vermelho? Por que não escrever ao patrocinador do programa de violência e de pornografia na
TV, e comunicar nossa disposição de cancelar o consumo de seus produtos? Por que não competir mais conosco em busca
de melhores índices de virtudes e de valores morais, em vez de competir com o próximo?
6
Ano novo de eleições. Olhemos a cidade. As obras que beneficiam certas empresas trazem proveito à maioria da
população? Melhoraram o transporte público, o serviço de saúde, a rede educacional, os sacolões? Nosso bairro tem um
bom sistema sanitário, as ruas são limpas, há áreas de lazer? Participamos do debate sobre o uso de verbas públicas? O
político em quem votamos teve desempenho satisfatório? Prestou contas de seu mandato?
7
Em política, tolerância é cumplicidade com maracutaias. Voto é delegação e, na verdadeira democracia, governa
o povo através de seus representantes e de mobilizações diretas junto ao poder público. Quanto mais cidadania, mais
democracia.
8
Ano de nova qualidade de vida. De menos ansiedade e mais profundidade. Ano de comemorar 50 anos da
Declaração Universal dos Direitos Humanos. De celebrar dez anos, em janeiro, da ressurreição de Henfil e, em dezembro,
de Chico Mendes.
9
Aceitar a proposta de Jesus a Nicodemos: nascer de novo. Mergulhar em nós, abrir espaço à presença do Inefável.
Braços e corações abertos também ao semelhante. Recriar-nos e reapropriar-nos da realidade circundante, livre de
pasteurização que nos massifica na mediocridade bovina de quem rumina hábitos mesquinhos, como se a vida fosse uma
janela da qual contemplamos, noite após noite, a realidade desfilar nos ilusórios devaneios de uma telenovela.
10
Feliz homem novo. Feliz mulher nova.
(Frei Beto. "O Globo", 01 de janeiro de 1998. p.7.)
554. A conjunção "ou" (ref. 1) estabelece entre as duas últimas frases uma relação semântica de
a) exclusão.
b) adição.
c) explicação.
d) oposição.
e) conclusão.
555. (Unirio) "Este não pode NEM observar as posições resultantes das jogadas." (par.2)
Sem alterar o sentido do texto, a palavra em maiúsculo na passagem anterior pode ser substituída por:
a) sequer.
b) ainda.
c) porém.
d) só.
e) também.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ita) Parei num cruzamento. Lembrei-me do garoto do porão. Se um dia eu precisasse fugir, tentaria levá-lo comigo.
Queria dar a ele uma chance. Atravessei a rua e me lembrei de como eu era diferente, apenas algumas semanas atrás.
Não vacilava ao receber uma ordem, por mais incompreensível que fosse. Ler algumas páginas do diário do Dr. Bertonni
foi o mesmo que virar o mundo pelo avesso. Eu tinha direito a ração, casa e trabalho. Pensava que fosse feliz por isso.
Enquanto desvendava a história do mundo, através dos antigos jornais e pelo diário, era tomado pelo medo. Muitas vezes
pensei ter perdido a felicidade por saber tanto. Mas agora eu percebo: meses atrás eu não era feliz, mas apenas
ignorante.
(Costa, Marcos Túlio. O CANTO DA AVE MALDITA. Rio de Janeiro: Record, 1986.)
556. Nesse mesmo texto, assinale a opção correspondente à função da conjunção "mas" na última linha do texto:
a) Estabelece uma oposição entre felicidade e ignorância.
b) Opõe o tempo presente ao tempo passado.
c) Opõe perceber a conhecer.
d) Complementa a idéia de felicidade com a idéia de ignorância.
e) Contrapõe a vida pregressa do narrador a uma certa noção de ignorância.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) O MARTÍRlO DO ARTISTA
Arte ingrata! E conquanto, em desalento,
A órbita elipsoidal dos olhos lhe arda,
Busca exteriorizar o pensamento
Que em suas fronetais células guarda!
Tarda-lhe a Idéia! A inspiração lhe tarda!
E ei-lo a tremer, rasga o papel, violento,
Como o soldado que rasgou a farda
No desespero do último momento!
Tenta chorar e os olhos sente enxutos! ...
É como o paralítico que, à míngua
Da própria voz e na que ardente o lavra
Febre de em vão falar, com os dedos brutos
Para falar, puxa e repuxa a língua,
E não lhe vem à boca uma palavra!
Augusto dos Anjos
557. Observe o emprego da partícula "e", em:
I. "Tenta chorar e os olhos sente enxutos!..."
II. "puxa e repuxa a língua,"
III. "E não lhe vem à boca uma palavra!"
Analisando a relação que a referida partícula estabelece nas três construções, pode-se dizer que:
a) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção aditiva.
b) em cada caso, seu valor é diferente, ou seja: em I, é de conjunção adversativa; em II, é de conjunção aditiva; em III, é de
conjunção temporal.
c) em I e em II, seu valor é de conjunção aditiva; em III é de, simplesmente, introdutora do verso.
d) nos três casos, seu valor é o mesmo, ou seja, de conjunção adversativa.
e) em I e III, seu valor é de conjunção adversativa; em II, seu valor é de conjunção aditiva.
558. (G1) "Chamou-o, MAS ELE APERTOU O PASSINHO..." A oração em destaque tem como classificação sintática:
a) Subordinada Substantiva Adversativa.
b) Subordinada Adjetiva Restritiva.
c) Coordenada Sindética Objetiva Direta.
d) Coordenada Sindética Adversativa.
e) Coordenada Assindética Adversativa.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Ufmg) TEXTO 1
No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras.
Houve um tempo em que, romântica, ela batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por
uma roupinha velha.
Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Eram parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vestilos, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos.
A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem.
Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto.
A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro
de nosso carro.
Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em
mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros.
Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade. A
rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica.
Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos
de um eficiente sistema de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava
apertar o botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía.
Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma.
A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro; arranca os relógios dos braços
distraídos.
Acuada, a cidade passou de opressora a vítima dos morros. No Brasil de hoje, a riqueza é refém da miséria.
A constituição do perfil da miséria no Brasil está diretamente relacionada com a crescente modernização do país.
SOUZA, Josias de. "A vingança da miséria". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 31 out. 1994.Caderno Opinião, p.2. (Texto
adaptado)
TEXTO 2
O jornalismo dos anos 90 no Brasil responde a
duas direções fundamentais.
De um lado, o jornalismo que resiste às exigências do mercado: a prática do jornal vem marcada pela presença do autor
da reportagem, da crônica, do ensaio; pelos vôos ousados no campo da interpretação, da sensibilidade, da poesia; pelo
investimento em grandes trabalhos de investigação que incidem sobre a esfera social, política e moral; pela denúncia que
não busca a sensação barata, a venda fácil e certa da miséria humana; enfim, um jornalismo marcado pelo exercício diário
da ética e da inteligência, em que o leitor é convocado a participar ativamente dos problemas.
De outro lado, o jornalismo que responde à tendência do mercado: tal jornalismo consagra os manuais de redação e estilo
na produção do jornal, os quais ambicionam apagar a presença do autor e buscam, ao máximo, a prática da assim
chamada escrita "objetiva", supostamente destituída de opinião e recheada de dados estatísticos, mapas e tabelas cuja
função é "facilitar a leitura" e dar sustentação aos dados reunidos no texto.
Claro que tudo isso é um grande engano. Não há e nunca houve, de fato, nenhum jornalismo "objetivo" e "sem opinião":
todo texto - jornalístico ou não - manifesta uma opinião. Até mesmo a demonstração de uma fórmula ou teorema
matemático, aliás, não é feita da mesma forma por dois expositores. Os caminhos escolhidos para chegar ao mesmo
ponto revelam a diferença de estilo, revelam o autor.
ARBEX JR. José. "Quem escreve com as mãos?" CAROS AMIGOS, São Paulo, n. 25, p. 8-9, abr. 1999. (Texto adaptado)
TEXTO 3
A globalização da informação provoca uma fragilidade na audiência. Nós nos tornamos alvo em uma galeria de tiro e só
podemos nos safar se soubermos pensar por nós mesmos. Uma sociedade educada é a que poderá tomar decisões que
afetam seu futuro de modo coerente. Devemos ou não interceder nas pesquisas da engenharia genética? Devemos ou não
interceder junto ao governo para um maior controle da emissão de gases industriais, de modo a evitar graves mudanças
climáticas no futuro? E os asteróides? Vão cair ou não em nossas cabeças?
GLEISER, Marcelo. "Velocidade da informação desafia educação moderna". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 4 out.1998.
Caderno 5, p.14. (Texto adaptado)
TEXTO 4
Desde 1960, quando os ricos ganhavam 30 vezes mais que os pobres, a concentração da renda mundial mais do que
dobrou. Em 1994, os 20% mais ricos abocanharam 86% de tudo o que foi produzido no mundo. Sua renda era 78 vezes
superior à dos 20% mais pobres.
Esse é o lado menos conhecido da globalização. Ano a ano, o fosso que separa os incluídos dos excluídos vem
aumentando. Em 34 anos, o quinhão dos excluídos na economia global minguou de 2,3% para 1,1%. A concentração
chegou ao ponto de o patrimônio conjunto dos raros 447 bilionários que há no mundo ser equivalente à renda somada da
metade mais pobre da população mundial - cerca de 2,8 bilhões de pessoas.
TOLEDO, José Roberto de. "Globalização aprofunda o abismo entre ricos e pobres". FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 2 nov.
1997. Caderno Especial, p.12. (Texto adaptado)
559. Leia atentamente este parágrafo, observando as relações de sentido que se estabelecem entre as frases:
"Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas
em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros."
Em todas as alternativas, as palavras ou expressões destacadas traduzem corretamente as relações de sentido sugeridas
no trecho original, EXCETO em
a) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. DESSA MANEIRA, passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. POR CONSEGUINTE, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
b) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. ENTÃO, passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando
esmolas em mãos rotas. DESSA FORMA, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
c) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. LOGO passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando
esmolas em mãos rotas. ASSIM, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
d) Os semáforos ganharam uma inesperada função social. NO ENTANTO passamos a exercitar nossa infinita bondade
pingando esmolas em mãos rotas. EM CONTRAPARTIDA, continuávamos de bem com nossos travesseiros.
560. (Cesgranrio) Assinale a opção CORRETA quanto à análise das orações do período a seguir:
"É possível que os homens tenham reivindicado a liderança há muito tempo, e a tenham mantido através dos tempos para
compensar a sua incapacidade de gerar filhos."
a) A segunda oração é subordinada substantiva objetiva direta.
b) As orações das locuções verbais "tenham reivindicado" e "tenham mantido" estão coordenadas entre si.
c) A oração do verbo "compensar" expressa idéia de consequência.
d) A última oração é subordinada substantiva objetiva indireta.
e) Todas as orações subordinadas são reduzidas de infinitivo.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Fuvest) Transforma-se o amador na cousa amada,
por virtude do muito imaginar;
não tenho, logo, mais que desejar,
pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela está minh'alma transformada,
que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura semidéia,
que, como um acidente em seu sujeito,
assi co a alma minha se conforma,
está no pensamento como idéia:
e o vivo e puro amor de que sou feito,
como a matéria simples busca a forma.
(Camões, ed. A. J. da Costa Pimpão)
561. A relação semântica expressa pelo termo LOGO no verso "Não tenho, LOGO, mais que desejar" ocorre igualmente
em:
a) Não se lembrou de ter um retrato do menino. E LOGO o retrato que tanto desejara.
b) Acendia, tão LOGO anoitecia, um candeeiro de querosene.
c) É um ser humano, LOGO merece nosso respeito.
d) E era LOGO ele que chegava a esta conclusão.
e) Adoeceu, e LOGO naquele mês, quando estava cheio de compromissos.
562. A conjunção MAS, que aparece no início do primeiro terceto, é usada para
a) apresentar uma síntese das idéias contidas nos quartetos, que funcionam como tese e antítese.
b) opor à satisfação expressa nos quartetos a insatisfação trazida por uma idéia incompleta e pelo conformismo.
c) substituir o conectivo E, assumindo valor aditivo, já que não há oposição entre os quartetos e os tercetos.
d) iniciar um pensamento conclusivo, podendo ser substituído pelo conectivo PORTANTO.
e) introduzir uma ressalva em relação às idéias que foram expressas nos quartetos.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) No dia seguinte, 3 de março, entreguei pela manhã os originais a dona Jeni, datilógrafa. Ao meio-dia uma parenta
me visitou - e este caso insignificante exerceu grande influência na minha vida, talvez haja desviado o curso dela. Essa
pessoa indiscreta deu-me conselhos e aludiu a crimes vários praticados por mim. Agradeci e pedi-lhe que me denunciasse,
caso ainda não tivesse feito. A criatura respondeu-me com quatro pedras na mão e retirou-se. Minha mulher deu razão a
ela e conseguiu arrastar-me a um dos acessos de desespero que ultimamente se amiudavam. Como era possível trabalhar
em semelhante inferno? Nesse ponto surgiu Luccarini. Entrou sem pedir licença, atarantando, cochichou rapidamente que
iam prender-me e era urgente afastar-me de casa, recebeu um abraço e saiu.
Ótimo. Num instante decidi-me. Não me arredaria, esperaria tranquilo que me viessem buscar. Se quisesse andar
alguns metros, chegaria à praia, esconder-me-ia por detrás de uma duna, lá ficaria em segurança. Se me resolvesse a
tomar o bonde, iria até o fim da linha, saltaria em Bebedouro, passaria o resto do dia a percorrer aqueles lugares que
examinei para escrever o antepenúltimo capítulo do romance. Não valia a pena. Entrei na sala de jantar, abri uma garrafa
de aguardente, sentei-me à mesa, bebi alguns cálices, a monologar, a dar vazão à raiva que me assaltara. Propriamente
não era monólogo: minha mulher replicava com estridência. Escapava-me a significação da réplica, mas a voz aguda me
endoidecia, furava-me os ouvidos. Não conheço pior tortura que ouvir gritos. Devia existir uma razão econômica para esse
desconchavo: as minhas finanças equilibravam-se com dificuldade, evitávamos reuniões, festas, passeios. De fato as
privações não me inquietavam. Minha mulher, porém, sentia-se lesada, o que me fazia perder os estribos. De repente um
ciúme insensato. A incongruência me arrancava a palavra dura:
- Que estupidez!
Naquele momento a idéia da prisão dava-me quase prazer: via ali um princípio de liberdade. Eximira-me do
parecer, do ofício, da estampilha, dos horríveis cumprimentos ao deputado e ao senador; iria escapar a outras maçadas,
gotas espessas, amargas, corrosivas. Na verdade suponho que me revelei covarde e egoísta: várias crianças exigiam
sustento, a minha obrigação era permanecer junto a elas, arranjar-lhes por qualquer meio o indispensável. Desculpava-me
afirmando que isto se havia tornado impossível. Que diabo ia fazer, perseguido, a rolar de um canto para outro, em
sustos, mudando o nome, a barba longa, a reduzir-me, a endividar-me? Se a vida comum era ruim, essa que Luccarini me
oferecera num sussurro, a tremura e a humilhação constante, dava engulhos. Além disso eu estava curioso de saber a
arguição que armariam contra mim. Bebendo aguardente, imaginava a cara de um juiz, entretinha-me num longo diálogo,
e saía-me perfeitamente, como sucede em todas as conversas interiores que arquiteto. Uma compensação: nas exteriores
sempre me dou mal. Com franqueza, desejei que na acusação houvesse algum fundamento. E não vejam nisso bazófia ou
mentiras: na situação em que me achava justifica-se a insensatez. A cadeia era o único lugar que me proporcionaria o
mínimo de tranquilidade necessária para corrigir o livro. O meu protagonista se enleara nesta obsessão: escrever um
romance além das grades úmidas pretas. Convenci-me de que isto seria fácil: enquanto os homens de roupa zebrada
compusessem botões de punho e caixinhas de tartaruga, eu ficaria longas horas em silêncio, a consultar dicionários,
riscando linhas, metendo entrelinhas nos papéis datilografados por dona Jeni. Deixar-me-iam ficar até concluir a minha
tarefa? Afinal a minha pretensão não era tão absurda como parece. Indivíduos tímidos, preguiçosos, inquietos, de vontade
fraca habituam-se ao cárcere. Eu, que não gosto de andar, nunca vejo a paisagem, passo horas fabricando miudezas,
embrenhando-me em caraminholas, por que não haveria de acostumar-me também?
(Graciliano Ramos, MEMÓRIAS DO CÁRCERE)
563. Analise as afirmações a seguir, referentes ao período:
AGRADECI E PEDI-LHE QUE ME DENUNCIASSE, CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO.
I. A oração CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por A MENOS QUE JÁ O
TIVESSE FEITO.
II. AGRADECI E PEDI-LHE: esse trecho apresenta coordenação por adição entre as orações, sendo sua forma negativa
expressa por NÃO AGRADECI NEM LHE PEDI.
III. A oração QUE ME DENUNCIASSE é objeto direto de PEDI.
IV. O valor sintático e de sentido da oração CASO AINDA NÃO O TIVESSE FEITO é de condição.
Quanto a essas afirmações, devemos concluir que
a) estão corretas apenas a I e a IV.
b) estão corretas somente a II e a IV.
c) apenas a I e a II estão corretas.
d) somente a I, a II e a III estão corretas.
e) todas estão corretas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) 1 Toda cultura é particular. Não existe, nem pode existir uma cultura universal constituída. No nosso
século, os antropólogos vivem ensinando isso a quem quiser aprender.
2
Tal como acontece com cada indivíduo, os grupos humanos, grandes ou pequenos, vão adquirindo e renovando,
construindo, organizando e reorganizando, cada um a seu modo, os conhecimentos de que necessitam.
3
O movimento histórico da cultura consiste numa diversificação permanente. A cultura universal - que seria a
cultura da Humanidade - depende dessa diversificação, quer dizer, depende da capacidade de cada cultura afirmar sua
própria identidade, desenvolvendo suas características peculiares.
4
No entanto, as culturas particulares só conseguem mostrar sua riqueza, sua fecundidade, na relação de umas com
as outras. E essa relação sempre comporta riscos.
5
Em condições de uma grande desigualdade de poder material, os grupos humanos mais poderosos podem causar
grandes danos e destruições fatais às culturas dos grupos mais fracos.(...)
6
Todos tendemos a considerar nossa cultura particular mais universal do que as outras. (...) Cada um de nós tem
suas próprias convicções.(...)
7
Tanto indivíduos como grupos têm a possibilidade de se esforçar para incorporar às suas respectivas culturas
elementos das culturas alheias.
8
Apesar dos perigos da relação com outras culturas (descaracterização, perda da identidade, morte), a cultura de
cada pessoa, ou de cada grupo humano, é frequentemente mobilizada para tentativas de auto-relativização e de
autoquestionamento, em função do desafio do diálogo.
(Leandro Konder - O GLOBO, 02/08/98)
564. A locução "No entanto" (par.4), como um elemento de coesão, ao ligar dois segmentos do texto o faz:
a) relacionando pensamentos que se excluem.
b) apresentando uma condição para que algo aconteça.
c) ligando pensamentos totalmente contrários.
d) expressando uma ressalva ao que foi dito anteriormente.
e) estabelecendo uma relação de implicação causal entre os segmentos.
565. (Puccamp) A única frase em que a idéia de conclusão está corretamente introduzida pelo termo destacado é:
a) Na linha de montagem, cada trabalhador conhece apenas uma fase do trabalho, ASSIM ele está a par de todo o
processo de produção.
b) Informação, descoberta, crítica, nascimento, longa vida, morte... tudo em altíssima velocidade - a um ritmo de "stress"-,
PORTANTO, o nosso século é o do enfarte.
c) Os resíduos que não somos capazes de suprimir são gerados pelo bem-estar, LOGO, ninguém mais quer eliminá-los.
d) O século XX foi também o século da descoberta da fragilidade; é, POIS, o século do triunfo tecnológico.
e) A ação à distância salva vidas, mas também irresponsabiliza o crime, POR ISSO ela é um indiscutível êxito do nosso
século.
566. (Puccamp) "Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: QUANTO MAIS os separamos, TANTO MAIS
fácil submeter a ciência aos cálculos do poder."
..........................................................................................
"É bom que tudo se tenha resolvido no espaço de trinta anos, MAS pagamos o preço dessa rapidez."
As relações que as palavras destacadas introduzem no texto são, respectivamente, de
a) consequência - explicação
b) finalidade - tempo
c) conclusão - adição
d) proporção - contraste
e) alternância - concessão
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Mackenzie) Segundo a crença popular do Nordeste, quando morrem anjinhos, ainda não acostumados com as coisas da
vida e quase sem conhecer as coisas de Deus, é preciso que os seus olhos sejam mantidos abertos para que possam
encontrar com mais facilidade o caminho do céu. Pois, com os olhos fechados, os anjinhos errariam cegamente pelo
limbo, sem nunca encontrar a morada do Senhor.
(Sebastião Salgado)
567. Assinale a alternativa correta.
a) A oração "que os seus olhos sejam mantidos abertos" é subordinada substantiva objetiva direta.
b) No primeiro período há duas orações reduzidas, cuja função é caracterizar o sujeito da oração anterior, a qual é, por sua
vez, subordinada adverbial temporal.
c) A conjunção "pois" que inicia o segundo período dá idéia de conclusão.
d) A terceira pessoa do plural de "sejam mantidos abertos" indica a indeterminação do sujeito.
e) Quanto à predicação, o verbo "encontrar", da última oração, é transitivo direto e indireto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Uerj) MANIFESTO DA POESIA PAU-BRASIL
(fragmento)
Lançado por Oswald de Andrade, no CORREIO DA MANHÃ, em 18 de março de 1924.
1
Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo.
Copiar. Quadro de carneiros que não fosse lã mesmo não prestava. A interpretação do dicionário oral das Escolas de
Belas-Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas.
Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de
olho virado - o artista fotógrafo.
2
Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu
piano de manivela, o piano de patas. A Playela. E a ironia eslava compôs para a Playela. Stravinski.
3
A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.
4
Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano.
(...)
5
Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.
6
Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.
7
A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas,
um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
(apud TELES, Gilberto M. "Vanguarda Européia e Modernismo brasileiro". Petrópolis: Vozes, 1977.)
568. "Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiana." (par. 1)
Nesse trecho a opção pelo emprego do travessão evita a utilização explícita de um conectivo entre as duas orações.
Mantidos o sentido original e a coerência textual, o autor poderia ter optado pelo uso da seguinte conjunção:
a) pois
b) quando
c) entretanto
d) se bem que
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES.
(Unirio) POESIA AINDA VIAJA PELAS ÁGUAS DO MUNDO
1
Acordei pensando em rios - que dão sempre um toque feminino a qualquer cidade - e me dizendo que o único
possível defeito do Rio de Janeiro é não ter um rio. Pior ainda, é de ter sufocado o seu rio, exatamente o rio chamado
Carioca, do vale das Laranjeiras.
2
Esse rio, hoje secreto, que corre como um malfeitor debaixo de ruas, ninguém, nenhum poeta o cantou melhor e
mais ternamente do que Alceu Amoroso Lima.
3
Nascido à beira do Carioca quando o Carioca ainda se fazia ver e ouvir na maior parte do seu breve curso, Alceu
parece ter guardado a vida inteira o rumor do rio no ouvido. Ele nasceu ali, na Chácara da Casa Azul.
4
Quando o Rio completou 400 anos, em 1965, Alceu escreveu para "Aparência do Rio de Janeiro", de Gastão Cruls,
então reeditado pela José Olympio, um artigo que é um verdadeiro poema em prosa, chamado "O Nosso Carioca".
5
Começa assim: "Muito antes de existir o Rio de Janeiro, hoje quatrocentão, existia o rio Carioca. Aquele ficou
sendo rio por engano. O Carioca, esse já o era, havia séculos. Talvez por isso a contradança das coisas humanas fez do que
não era rio um Rio para sempre, e do que o era de fato, ao nascer o outro, uma reles galeria de águas pluviais, quando o
falso rio completa o seu quarto centenário. 'Das Caboclas' era também seu nome".
6
" 'Carioca', que nos dizem significar casa de branco, e outros, com mais probabilidade, casa de pedra, foi o nome
dado em virtude do depósito de pipas de água fresca (...) para a aguada das caravelas e dos bergantins. 'Das Caboclas' por
outros motivos, menos aquáticos que afrodíticos. O rio acompanhava, descoberto, o vale das Laranjeiras, desde a encosta
do Corcovado até o Flamengo".
7
No meio de sua deliciosa evocação, em que diz que cada casa do vale, como a sua, tinha sua ponte sobre o rio, e
que cada ponte parecia estar sempre sendo atravessada por meninas em flor, Alceu, numa breve e certeira observação do
grande crítico literário que era, põe o humilde Carioca a fluir entre os grandes rios clássicos e eternos.
8
Pessoalmente, só vi o Carioca à luz do sol uma vez, por ocasião das terríveis chuvaradas do ano de 1967.
9
A tromba d'água que descia do Corcovado foi tão persistente e se infiltrou pelo solo tão caudalosa que começou
de repente a fraturar o próprio leito da rua das Laranjeiras, que afinal se rachou em duas partes. Acho que foi esta a única
vez que o rejeitado Carioca teve fúria de grande rio.
10
Eu não conheço o assunto mas arriscaria o palpite de que nenhum país do mundo contém mais água doce do que
o Brasil. Temos rios descomunais. Só que em geral vadios, desocupados.
11
Ao contrário do que fizeram a Europa, os Estados Unidos, a antiga União Soviética, que comunicaram e
intercomunicaram seus rios, montando um tapete rolante de gente e de riquezas, aqui deixamos os rios na
vagabundagem.
12
Em termos de literatura, quem quiser sentir o que a operosidade dos europeus tem feito para pôr os rios a
trabalhar para os homens, basta ler Simenon. Os canais, diques e eclusas estão tão presentes em seus livros quanto os
desesperados e os criminosos. São romances em que a humanidade sofre e envereda pelos caminhos errados, mas as
barcaças e navios não se enganam nunca.
13
Os rios têm leito, rumo, juízo. Os homens que continuem cometendo seus desvarios que eles, ainda que subindo
e descendo de nível quando necessário, deslizam no maior sossego pelas águas ensinadas.
14
Enquanto isso nós, no Brasil, olhamos com tédio as correias de transmissão de poderosos rios a rolarem vazias
entre estradas esburacadas e arquejantes de caminhões.
15
Só no Brasil o transporte mais caro, o de caminhões, é muito maior que o de vias férreas e fluviais. Com exceção
do rio Tietê, que é praticamente do tamanho do Reno e que pelo jeito acaba ficando tão navegável e próspero quanto o
Reno. Obcecado com o interior de São Paulo, o Tietê corre de costas para o mar, para percorrer todo o Estado e acabar no
Paraná, na bacia do rio da Prata.
16
O Paraná e o Tietê já estão quase prontos para entrar num romance de Simenon, com seus canais artificiais e
suas eclusas, e os navios abarrotados de calcário, de soja, de milho, álcool de cana.
17
De qualquer forma ainda estamos, no Brasil, longe dos meus sonhos, que são ¢de um país ativíssimo mas
silencioso. Desde que li, já faz muito tempo, uma monografia sobre hidrovias e a interligação de nossas bacias
hidrográficas, fiquei escravo da miragem.
18
A idéia da monografia, escrita por gente do ramo, do Departamento Nacional de Portos e Vias Navegáveis, era
nada mais nada menos que a ligação pelas águas de Belém do Pará a Buenos Aires. Um mapa todo aquoso mostrava uma
grande hidrovia artificial na altura de Cáceres, em Mato Grosso, no rio Paraguai, e mais umas barragens e eclusas nas
bacias do Prata e do Amazonas.
19
Pronto! Estava completa a ligação de Belém com Buenos Aires, à bagatela de uns nove mil quilômetros de
imponderável mas indestrutível estrada. Se o Brasil, do tempo em que eu li a monografia para cá, tivesse gasto menos
dinheiro em quarteladas, Transamazônicas e Angras, teríamos atado para sempre esse nó de águas amazônicas e platinas.
20
Para um romance nesse cenário, Simenon não dava mais. Seria preciso convocar o Rosa.
Antonio Callado - in FOLHA DE SÃO PAULO. 09/04/1994.
569. Assinale a opção que contém o nexo sintático que melhor estabeleceria a ligação entre "AQUELE FICOU SENDO RIO
POR ENGANO" - e - "CARIOCA, ESSE JÁ O ERA, HAVIA SÉCULOS" (parágrafo 5Ž).
a) e
b) portanto
c) enquanto
d) se
e) logo
570. A opção INCORRETA sobre as orações do período "EU NÃO CONHEÇO O ASSUNTO MAS ARRISCARIA O PALPITE DE
QUE NENHUM PAÍS DO MUNDO CONTÉM MAIS ÁGUA DOCE DO QUE O BRASIL" assinala a existência de:
a) quatro orações.
b) três orações.
c) uma oração coordenada sindética.
d) uma oração completiva nominal.
e) uma oração subordinada adverbial.
571. O piso da sua cozinha está cheio de trincas? A panela de pressão estourou? Seu filho quase engoliu o olho do ursinho
de pelúcia? Quem¢ já passou por algum desse apuros provavelmente acreditou que foi apenas mais um entre tantos
acidentes domésticos. Nada£ disso. Pelas normas em vigor no Brasil, pisos não podem trincar; panelas de pressão devem
ser seguras o suficiente para não explodir; olhinhos dos bichos de pelúcia estão proibidos. As cenas mencionadas¤ acima¥,
portanto, não foram meros acidentes¦, mas consequência de um mal que infesta o mercado brasileiro - a§ má qualidade.
("Veja", 01/11/95)
Julgue os itens.
( ) As conjunções "portanto" (ref.1) e "mas" (ref.5) podem ser substituídas, sem prejuízo de sentido, por "logo" e
"porém", respectivamente.
( ) A palavra "olho", ao ser passada para o plural, recebe marca de plural "s" sem qualquer mudança de timbre da vogal
tônica.
( ) As palavras "já" (ref. 1) e "má" (ref.6) recebem acento gráfico por serem oxítonas terminadas em a.
( ) As palavras "disso" (ref. 2) e "acima" (ref.3) são elementos anafóricos que ajudam a construir a coesão do texto.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Virgília? Mas então era a mesma senhora que alguns anos depois...? A mesma; era justamente a senhora, que em
1869 devia assistir aos meus últimos dias, e que antes, muito antes, teve larga parte nas minhas mais íntimas sensações.
Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça e, com
certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto
não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que
lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele
feitiço, precário, eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era
clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção, - devoção,
ou talvez medo; creio que medo.
Aí tem o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida;
era aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas páginas vierem à luz, - tu que me lês
Virgília amada, não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que era
tão sincero então como agora; a morte não me tornou rabugento, nem injusto.
- Mas, dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-la depois de tantos anos?
Ah! indiscreta! ah! ignorantona!
(Machado de Assis, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS. 4ヘ ed. São Paulo: Ática, 1973.)
572. "Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, PORQUE isto não é romance, em
que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; MAS também não digo que lhe maculasse o
rosto nenhuma sarda ou espinha, não."
No período anterior, PORQUE e MAS introduzem, respectivamente, as idéias de
a) causa e conclusão.
b) explicação e oposição.
c) consequência e oposição.
d) oposição e alternância.
e) conclusão e consequência.
573. (Unitau) Em:
"Acreditemos ou não nos dogmas, é preciso reconhecer QUE SEUS DIRIGENTES SÃO OBEDECIDOS PORQUE UM DEUS FALA
ATRAVÉS DE SUA BOCA."
As orações, em destaque, no plano sintático são, respectivamente,
a) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial alternativa e coordenada explicativa.
c) coordenada assindética e coordenada explicativa.
d) coordenada assindética e subordinada adverbial conformativa.
e) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada adverbial causal.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fatec) Texto 1
POBRE ALIMÁRIA
"O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boléia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote."
Texto 2
"Volto da rua.
Noite glacial e melancólica.
Não há nem a mais leve nitidez de aspectos, porque nem a lua, nem as estrelas, ao menos, fulgem no
firmamento.
Há apenas uma noite escura, cerrada, que lembra o mistério.
(...)
À turva luz oscilante dos lampiões de petróleo, em linha, dando à noite lúgubres pavores de enterros, vêem-se
fundas e extensas valas cavadas e fresco, onde alguns homens ásperos, rudes, com o tom soturno dos mineiros, andam
colocando largos tubos de barro para o encanamento das águas da cidade.
A terra, em torno dos formidáveis ventres abertos, revolta e calcária, com imensa quantidade de pedras brutas
sobrepostas, dá idéia da derrocada de terrenos abalados por bruscas convulsões subterrâneas.
Instintivamente, diante dessas enormes bocas escancaradas na treva, ali, na rigidez do solo, sentindo na espinha
dorsal, como numa tecla elétrica onde se calca de repente a mão, um desconhecido tremor nervoso, que impressiona e
gela, pensa-se fatalmente na Morte..."
574. Assinale a alternativa correta, com relação à estrutura sintática e de significação dos versos "E como o motorneiro se
impacientasse/Porque levava os advogados para os escritórios/ Desatravancaram o veículo/ E o animal disparou".
a) Há uma relação de causa e efeito entre a impaciência do motorneiro e o ato de desatravancar o veículo.
b) Na oração "como o motorneiro se impacientasse" há uma comparação que se completa com a idéia da pressa dos
advogados, na oração seguinte.
c) A oração "porque levava os advogados para os escritórios" é consequência da impaciência do motorneiro.
d) Na oração "E o animal disparou" há uma relação de oposição, estabelecida pela conjunção.
e) As orações "E como o motorneiro se impacientasse" e "E o animal disparou" indicam relações de adição entre esses
dois fatos.
575. (Uerj) "A Internet é o portal da nova era, mas apenas 3% da população brasileira têm hoje acesso à rede."
("O Globo", 09/07/2000)
Analisando o emprego do conectivo MAS na construção acima, é possível concluir que, além de ligar duas partes da frase,
ele desempenha a seguinte função:
a) reafirmar o significado da primeira parte
b) permitir a compreensão interna das duas frases
c) desfazer a ambiguidade de sentido da primeira parte
d) evidenciar uma relação de sentido entre as duas partes.
576. (Mackenzie)
Hoje se reconhece cada vez mais a importância do tato durante toda a vida do homem. Os
animais de estimação permitem às pessoas que precisam desse estímulo sensorial exercitarem-no. O simples fato de tocar
um animal reduz a ansiedade e a tensão. Acariciá-los é não só um modo de expressar afeto, como também exerce um
efeito benéfico sobre o sistema cardiovascular do dono.
(Erika Friedmann)
Observe as afirmações seguintes.
I - O sujeito da primeira oração é indeterminado, uma vez que qualquer pessoa pode fazer o reconhecimento citado.
II - Na terceira oração, a palavra QUE é, morfologicamente, um pronome relativo, cujo antecedente é PESSOAS e,
sintaticamente, exerce a função de sujeito do verbo PRECISAR.
III - A última oração classifica-se como coordenada sindética aditiva.
Assinale:
a) se II e III estão corretas.
b) se todas estão corretas,
c) se apenas I está correta.
d) se todas estão incorretas.
e) se apenas II está correta.
577. (Fuvest) Considerando-se a relação lógica existente entre os dois segmentos dos provérbios adiante citados, o espaço
pontilhado NÃO poderá ser corretamente preenchido pela conjunção MAS, apenas em:
a) Morre o homem, (...) fica a fama.
b) Reino com novo rei (...) povo com nova lei.
c) Por fora bela viola, (...) por dentro pão bolorento.
d) Amigos, amigos! (...) negócios à parte.
e) A palavra é de prata, (...) o silêncio é de ouro.
578. (G1) Em qual das orações a seguir, a conjunção coordenativa POIS estabelece uma conclusão?
a) Venha logo, pois sua presença é importante.
b) As matrículas foram encerradas; nada pode ser feito, pois.
c) Fale mais alto, pois a ligação está ruim.
d) Não demore, pois não gosto de ficar sozinha.
e) Choveu, pois as ruas estão molhadas.
579. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque esteja corretamente analisada:
a) Fui à loja E COMPREI ROUPAS (Oração Coordenada Sindética Adversativa)
b) Não vá agora, QUE ESTÁ CHOVENDO (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
c) Tirou notas baixas, LOGO SERÁ REPROVADO. (Oração Coordenada Assindética)
d) Ora ouvia ORA FALAVA. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
e) Caiu, MAS NÃO SE MACHUCOU. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
580. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque está corretamente analisada:
a) ( ) Como sanduíche OU TOMO SUCO DE FRUTAS? (Oração Coordenada Assindética)
b) ( ) Não respeitava as pessoas NEM OS ANIMAIS. (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
c) ( ) A natureza é linda MAS O HOMEM NÃO A PROTEGE. (Oração Coordenada Sindética Adversativa)
d) ( ) Fez uma ótima prova; MERECE, POIS UM PRÊMIO. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
e) ( ) Povo educado, PAÍS DESENVOLVIDO. (Oração Coordenada Sindética Alternativa)
581. (G1) Assinale a alternativa em que a oração em destaque foi incorretamente analisada:
a) ( ) Compre o bilhete PORQUE O SORTEIO SERÁ AMANHÃ. (Oração Coordenada Sindética Conclusiva)
b) ( ) Viu o acidente E SOCORREU AS VÍTIMAS. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
c) ( ) O professor fala muito, QUESTIONA BASTANTE. (Oração Coordenada Assindética)
d) ( ) Volte cedo, POIS IREMOS À FESTA. (Oração Coordenada Sindética Explicativa)
e) ( ) Não correu NEM BRINCOU. (Oração Coordenada Sindética Aditiva)
582. (G1) Assinale a alternativa em que aparece uma oração coordenada sindética explicativa:
a) Sua casaca estava remendada, mas estava limpa.
b) Chora, que lágrimas lavam dor.
c) Todos trabalhando, ou varrendo o chão ou lavando as vidraças.
d) Ambos se amavam, contudo não se falam.
e) Cantou, chorou e se retirou do recinto.
583. (Uelondrina) Ele pensava numa nova edição do seu romance pela mesma editora; NÃO, PODERIA, POIS, TER
RESCINDIDO O CONTRATO COM ELA."
A oração destacada classifica-se como
a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial consecutiva.
c) subordinada adverbial condicional.
d) coordenada assindética explicativa.
e) coordenada sindética conclusiva.
584. (G1) No texto:
"Caso não criemos novas destinações para o lixo urbano e não modifiquemos nossos hábitos de consumo e
nossas atitudes frente ao problema do lixo, teremos, dentro de bem pouco tempo, uma situação verdadeiramente caótica
na Grande São Paulo" encontram-se:
a) 3 orações, sendo a primeira subordinada causal, a segunda coordenada aditiva e a terceira principal;
b) 5 orações, sendo a primeira subordinada adverbial, a segunda e terceira aditivas, a quarta oração principal e a quinta
oração subordinada adverbial temporal;
c) 3 orações sendo as duas primeiras subordinadas adverbiais condicionais, coordenadas entre si, e a última, oração
principal;
d) apenas duas orações, uma principal e uma subordinada adverbial causal;
e) todas as alternativas estão erradas.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Cesgranrio) 1 Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de
fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a mulher
e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos passados
esmorecera.
2
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aió um pedaço
de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
3
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
4
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E, pensando
bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho, queimado, tinha os
olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de animais alheios, descobria-se,
encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
5
Olhou em torno, com receio de que, fora. os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-a,
murmurando:
6
- Você é um bicho, Fabiano.
7
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades.
8
Chegara naquela situação medonha - e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
9
- Um bicho, Fabiano.
(Graciliano Ramos, VIDAS SECAS. Rio de Janeiro, Martins Editora, 1960, p. 20-21)
585. Assinale a classificação CORRETA da oração destacada:
"Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, DEPOIS TOMARA CONTA DA CASA DESERTA." (1Ž parágrafo)
a) Subordinada adverbial temporal
b) Subordinada adverbial proporcional
c) Subordinada adverbial consecutiva
d) Coordenada sindética conclusiva
e) Coordenada assindética
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unb) Na hora de se vestir para o trabalho, o marido olha para o armário e pergunta à mulher: "Querida (às vezes, esse
tratamento gentil é dispensado), você sabe onde estão as minhas meias pretas?" Como se tivesse uma ultravisão, a esposa
explica na mesma hora que elas se encontram ali mesmo, no canto esquerdo da segunda gaveta. Depois de alguns anos de
convívio, a maioria das mulheres se convenceu de que os homens fazem isso porque são preguiçosos e acham que o
melhor saldo do casamento é ter uma empregada para servi-los 24 horas por dia. Para muitos homens, pedir à mulher
informações sobre o tal par de meias é um direito natural - afinal, somos todos politicamente corretos, mas saber onde
estão as meias é um atributo feminino. Assim como é tarefa masculina lidar com mapas e saber orientar-se em estradas
ou cidades estranhas. Na interpretação cultural, a explicação é evidente. Ambos os comportamentos seriam heranças da
Pré-História. Enquanto os homens saíam para caçar e desenvolviam o sentido de orientação que hoje lhes permite lidar
com mapas e estradas, as mulheres ficavam na caverna, organizando as coisas, o que lhes facilita que na atualidade
encontrem logo as meias.
Para além da cultura¢, no entanto, e das óbvias diferenças corporais, há outras dessemelhanças. O cérebro do
homem e o da mulher são órgãos que até cumprem as mesmas funções, mas guardam diferenças radicais entre si. O
homem concentra sua atividade cerebral no lado esquerdo, no qual estão as funções da fala, do raciocínio lógico e de tudo
aquilo que se chama razão. O cérebro feminino tem volume menor, mas, em compensação, possui áreas£ nas quais os
neurônios são mais concentrados do que no dos homens. As mulheres utilizam os dois lados do cérebro, tanto o
esquerdo, o mais estudado, como o direito, ¤um verdadeiro lado negro da Lua, que se conhece muito menos, mas onde se
sabe que ficam guardadas as emoções, a memória afetiva e os rostos conhecidos.
K. Pastore & V. França. NEURÔNIOS QUE FAZEM A DIFERENÇA. In: VEJA, p.78, 22/3/95 (com adaptações).
Na(s) questão(ões) a seguir, assinale os números dos itens corretos.
586. Considerando as relações sintáticas entre as expressões do fragmento, julgue os itens a seguir.
(1) O conectivo "no entanto" (ref.1) indica que o segundo parágrafo contrapõe-se à idéia contida no primeiro.
(2) A expressão "nas quais" (ref.2) pode ser corretamente substituída pelo pronome relativo "que".
(3) No trecho "um verdadeiro lado negro da Lua, que se conhece muito menos, mas "onde" se sabe que ficam guardadas
as emoções" (ref.3), a palavra grifada equivale a "em que".
(4) No último período, a oração principal é "As mulheres utilizam os dois lados do cérebro, tanto o esquerdo, o mais
estudado, como o direito, um verdadeiro lado negro da Lua".
GABARITO
1. [C]
2. [D]
3. [E]
4. [C]
5. C E C C
6. [B]
7. V V V F F
8. [E]
9. [E]
10. [D]
11. [B]
12. [A]
13. [C]
14. [A]
15. [C]
16. [B]
17. [D]
18. [B]
19. [D]
20. [A]
21. Estas eram as idéias que iam passando pela minha cabeça, vagas e turvas, à medida que o mouro rolava convulso.
22. [B]
23. [D]
24. [A]
25. [E]
26. Porque o uso do pronome oblíquo "certo", isto é, de acordo com a norma gramatical, poderia ser interpretado como
uma incapacidade de o falante se ajustar ao novo grupo, mantendo-se numa posição de destaque em relação aos demais.
27. vocábulo: média
linha: 1
Garçom, traga uma média, por favor.
28. É fundamental que as autoridades e os conservacionistas lutem para preservar a classe média.
29. A preservação natural da classe média brasileira evitaria coisas constrangedoras como a recente reunião da classe
realizada em São Paulo. A essa reunião, de vários pontos do Brasil, compareceram dezessete pessoas.
30. [B]
31. [A]
32. [C]
33. [C]
34. [C]
35. 07
36. a) Porque - é conjunção subordinativa causal.
Para que - é conjunção subordinativa final.
b) Amo porque me amam: o amor tem uma causa, o amor dos outros.
Amo para que me amem: o amor tem uma finalidade, angariar o amor dos outros.
37. [A]
38. [B]
39. Item correto: 1
Itens errados: 0, 2 e 3
40. [D]
41. [D]
42. F V F F V F F
43. [C]
44. Bastante, depois, num gesto, exoticamente, na estufa de carinho.
45. a) "...que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental..."
b) "o poema dos cuidados maternos"
46. "Se considerarmos bem, a atualidade..."
"Se tivermos a compensação dos desejos que..."
47. F F V F
48. [D]
49. [B]
50. V F F F V
51. [D]
52. [A]
53. [B]
54. [B]
55. -ZEZINHO achou um PASSARINHO com uma ASA quebrada.
-LECO convidou o MENINO para conhecer outras TERRAS.
-Eles espalharam esta HISTÓRIA pelo MUNDO.
56. O menino perguntou ao pássaro:
- Você não pode ficar?
Não. Ser pássaro só tinha graça se vivesse voando por aí.
57. [B]
58. [D]
59. [E]
60. [D]
61. [D]
62. [C]
63. [E]
64. [C]
65. [E]
66. [C]
67. a) Substantivo e objeto direto.
b) Adjetivo e predicativo do sujeito.
68. [A]
69. [E]
70. [A]
71. [B]
72. [B]
73. a) Ele desceu as escadas PARA a rua. (DESTINO)
Ele desceu as escadas COM tristeza. (MODO)
Ele desceu as escadas SEM hesitação. (FALTA)
Ele desceu as escadas DE mármore. (MATÉRIA)
Ele desceu as escadas CONTRA minha vontade. (OPOSIÇÃO)
b) Escreva ao lado de cada frase a idéia indicada pela preposição em maiúsculo.
"... borboletas incertas, salpicos DE luz ..." (parágrafo 01)
MATÉRIA
"Passou POR entre as grades do portão..." (parágrafo 04)
R = MEIO
"... prosseguiu PARA o lado esquerdo... desapareceu." (parágrafo 04)
R = DIREÇÃO
"Ele ia descendo... SEM firmeza e SEM destino." (parágrafo 05)
R = FALTA
"... pede desculpas DE ter ocupado um lugar que não era seu." (parágrafo 05)
R = CAUSA
74. Itens corretos: 2 e 3
Itens errados: 1 e 4
75. [B]
76. [D]
77. [E]
78. [B]
79. [E]
80. [D]
81. [B]
82. [A]
83. [A]
84. [E]
85. a) A preposição ENTRE exige o uso do pronome do caso oblíquo MIM.
b) A inversão não altera o uso do MIM, pois assim exige a preposição ENTRE.
86. O sufixo INHO tem um valor AFETIVO, CARINHOSO.
87. Conheci José quando sonhava torná-lo escritor
88. Continue a vê-lo esporadicamente ( . ) era alegre ( , ) divertido ( . ) todo sábado ( ) de manhã ( , ) ia tomar cerveja e
uísque com outros escritores ( ) na Livraria Cultura ( , ) no Conjunto Nacional ( . ) às vezes nos telefonávamos para falar da
vida ( . ) escritores costumam ser competitivos e ciumentos ( , ) buscam defeitos nas obras alheias ( , ) como mulheres
vaidosas ( , ) comparando vestidos umas das outras ( . ) Marcos ( , ) não ( . ) conheci muitos autores beneficiados por suas
opiniões ( . ) era generoso ( . )
89. [E]
90. [B]
91. [A] ou [B]
92. [D]
93. [C]
94. [C]
95. a) O termo SÓ nas três passagens é adverbio, equivalendo a apenas.
b) Eu SÓ (advérbio = apenas) queria que você não ficasse SÓ (adjetivo = sozinho).
96. Para escrever: Adjunto Adverbial
divinas: Adjunto Adnominal
olhar: Núcleo do Objeto Indireto
preconceitos: Complemento Nominal
97. V V V V F
98. [A]
99. [C]
100. [E]
101. [C]
102. 01 + 08 + 16 = 25
103. [E]
104. [E]
105. [E]
106. [C]
107. [B]
108. [C]
109. [A]
110. [D]
111. [D]
112. [A]
113. [C]
114. Anulada pela CESGRANRIO
115. [C]
116. [D]
117. [E]
118. a) A primeira estrofe tem uma sintaxe entrecortada, cheia de pausas, enquanto na segunda estrofe há uma sintaxe
menos pausada.
b) A primeira estrofe trata de um processo verbal completo, como no particípio: "estancada", "isolada". A segunda estrofe
trata do esforço de construção do discurso, um processo incompleto; logo, tem a ver com o infinitivo e o gerúndio.
119. [C]
120. [C]
121. [B]
122. [D]
123. [C]
124. A conjunção "mas" introduz a noção de contraste entre a caracterização "à primeira vista" e a que se faz a seguir. A
conjunção "e" adiciona características que reiteram o contraste.
125. a) Não se quis caracterizar o substantivo velho, deixando-o no sentido geral.
b) A comparação "como tantos outros". "Tantos outros" reitera o sentido de indeterminação do artigo indefinido.
126. [A]
127. [B]
128. [A]
129. [E]
130. [D]
131. [B]
132. [E]
133. [C]
134. [B]
135. [E]
136. [B]
137. [C]
138. [D]
139. [D]
140. [B]
141. [E]
142. [D]
143. [E]
144. a) De repente deu-me a consciência um repelão..."
b) Súbito - funciona como advérbio.
145. [B]
146. [E]
147. [D]
148. [C]
149. a) O LIVRO não era novo nem velho.
b) - O MENINO me colocou no CHÃO e alí fiquei!
c) - Eu tenho ESTÓRIAS lindas para contar!
d) - Meus DESENHOS são maravilhosos!
150. a) pontas - PONTA
b) meninos - MENINO
pontes - PONTE
garagens - GARAGEM
telhados - TELHADO
151. a) Cuidado com as PONTAS dos lápis!
b) Eu era a PONTE e o TELHADO dos meninos!
152. a) O MENINO entrou no QUARTO com um LÁPIS e uma FOLHA.
b) - Já fui até uma PONTE!
153. "O livro falou:
- Que alegria eu ter sido descoberto!
Agora eu posso contar as estórias saídas do meu coração."
154. a) ( F
) A palavra amigo é formada por três sílabas e iniciada por consoante.
b) ( V ) Usamos a letra M antes de p ou b e no final de algumas palavras.
c) ( F
) A palavra colocou é um substantivo comum formado por três sílabas.
d) ( V ) Os substantivos que no singular são terminados em L, no plural trocam o L por IS.
e) ( V ) Todas as frases são iniciadas por letra maiúscula.
155. [C]
156. [B]
157. [E]
158. a) Nos dois casos, mal é advérbio, tendo o sentido oposto de bem.
b) O major pensou ter visto mal, já que falava com tanta simplicidade.
159. [C]
160. [A]
161. [E]
162. [B]
163. [B]
164. [A]
165. [D]
166. [D]
167. O uso do sufixo remete ao universo singelo da infância, que se encontra manifesto nos "brinquedos de tostão"
vendidos pelo camelô. Já o uso reiterado das orações adjetivas contribui para a caracterização do movimento dos
brinquedos, o qual atrai a atenção dos passantes.
168. 01 + 04 + 08 + 16 + 64 = 93
169. 08 + 32 = 40
170. No período destacado, a relação é de causa e consequência: "de violentas" indica aquilo que provoca a dor na mão
calosa (consequência das bicadas violentas).
171. [C]
172. [C]
173. F F V V V V
174. ALTA: adjetivo
ALTO: advérbio, por derivação imprópria
175. a) Agora sei ISSO.
b) Agora sei que outro dia eu disse uma palavra BOA.
176. "Alguma coisa foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém.": oração principal
"que eu disse distraído": oração subordinada adjetiva restritiva
177. Escrever é um ofício imprudente, visto que pode ferir alguém.
178. [C]
179. [C]
180. [D]
181. [C]
182. [C]
183. [B]
184. O menino - MENINOS
pai - PAIS
homem - HOMENS
jornal - JORNAIS
185. a) Pai, eu já sou uma mulher!
b) Por que a senhora minha filha acha que se tornou um adulto de ontem para hoje?
c) A garota queria a bicicleta de presente.
186. a) Quero chegar CEDO em casa.
b) Minha mesada precisa DIMINUIR.
187. Ao saber da troca de presentes que seu pai iria fazer, o garoto ficou profundamente pensativo e resolveu:
- Pai, vamos fazer uma coisa, eu deixo pra ficar homem mais tarde e o senhor me dá a bicicleta, certo?
- Certo, concordou o pai.
188. [D]
189. [B]
190. [C]
191. [E]
192. [C]
193. [A]
194. a) O "nisso" refere-se ao parágrafo anterior em que se analisou a questão da publicidade como elemento de
perversão.
b) Considerar alguém superior que simplesmente entrega o que não lhe falta.
195. [C]
196. [B]
197. a) Nossa cidade é construída por nós. ou Nossa cidade foi construída por nós.
Ela nos constrói.
b) Há uma reciprocidade na relação entre o homem e a cidade.
Ao mesmo tempo em que nós trabalhamos para expandir fisicamente a cidade, sofremos a influência dela.
198. Será necessário que se coordenem ações locais e iniciativas conjuntas entre as cidades de uma mesma região.
Será necessário que sejam coordenadas ações locais e iniciativas conjuntas entre as cidades de uma mesma região.
Será necessário que coordenem ações locais e iniciativas conjuntas entre cidades de uma mesma região.
199. [B]
200. [D]
201. [C]
202. [C]
203. [E]
204. [A]
205. a) "... tomavam logo uma esquiveza COMO MONTESES..."
b) Os índios são esquivos e rudes porque não têm civilização.
206. [A]
207. F F F F
208. [D]
209. [D]
210. [E]
211. [C]
212. [D]
213. [D]
214. a) Na frase, "olhos QUE VEMOS SOB A LUZ DA LUA", tem-se oração subordinada adjetiva restritiva.
b) Em "Um U se funde" tem-se o U acompanhado do artigo indefinido, o que o torna um substantivo.
215. a) Sujeito do verbo queixar-se, da última estrofe.
b) Oração principal.
216. [A]
217. [B]
218. [D]
219. [A]
220. [E]
221. [C]
222. [C]
223. [C]
224. F V F F F F
225. V V F
226. [E]
227. [C]
228. [B]
229. F V V
230. V F F
231. Utilizando a forma "em certo instante", Cecília Meireles deixa indefinido o momento em que brilha o sol da
liberdade, tirando a noção de que isso ocorre num tempo determinado.
232. Os parênteses são usados para conferir à informação um caráter acessório.
233. [D]
234. [C]
235. [C]
236. [B]
237. [C]
238. 04 + 08 = 12
239. a) "ar" e "licor" são os núcleos do sujeito composto.
b) "que respiro" e "que bebo" são orações subordinadas adjetivas restritivas.
240. [A]
241. [B]
242. [A]
243. [D]
244. a) Advérbio e substantivo (no meu SEMPRE)
b) A circunstância transforma-se em substância, reforçando a perenidade da ausência.
245. origem (subst.) conhecida (adj.)
continente (subst.) americano (adj.)
pipoca (subst.) doce (adj.)
panela (subst.) grande (adj.)
explosão (subst.) atômica (adj.)
246. a) - Ora! - seguro exclama - / É uma... Dissonante e confuso (...)
As reticências comprovam que o autor hesita em encenciar o nome científico das espécies biológicas.
b) O tom irônico está no fato de que o cientista desperdiçou tempo e pesquisa na identificação da "flor sem nome", pois o
poeta nem ousa reproduzir, porque é "dissonante e confuso".
247. [D]
248. [E]
249. F F V V F
250. [E]
251. V V V V F V
252. a) O substantivo próprio "Corinthians" e o comum "palmeiras".
b) A citação literal do poema ocorre apenas no segundo quadrinho. No primeiro, há apenas referência, com o texto
modificado por Bidu.
253. a) Não se sabe se... é porta voz."
b) Não se sabe se ele continua porta-voz porque sabe demais. Ou se sabe demais porque é porta-voz.
c) Vende mais porque é fresquinho ou porque é fresquinho vende mais?
254. a) Que ele (L. A. N.) tinha rasgado sua ficha de filiação ao PDT.
b) Que rasgou a ficha de filiação de Brizola.
c) Conhecimento do contexto político.
255. [C]
256. a) Sócrates busca a compreensão dos fatos; seus acompanhantes pensam apenas na condenação da injúria.
b) "em dar coices": oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo.
257. a) Adib Jatene emprega uma linguagem cerimosiosa que produz um distanciamento em relação ao presidente.
O presidente dirige-se a Jatene com uma linguagem mais íntima "meu caro", "você".
b) "Consigo" ao invés de ser usado como reflexivo apenas equivale a com você.
c) É a oposição entre os conceitos políticos: o de Jatene é "tornar o POSSÍVEL necessário" e o do presidente é "tornar
possível O NECESSÁRIO"
258. [E]
259. [B]
260. [D]
261. [D]
262. [B]
263. [B]
264. [B]
265. [B]
266. [A]
267. [E]
268. [C]
269. [E]
270. [C]
271. [D]
272. [B]
273. [A]
274. [B]
275. [D]
276. Ninguém e nada: pronomes indefinidos
Isso: pronome demonstrativo
Pior: adjetivo (no grau superlativo relativo)
Gente: substantivo.
277. a) "Todo homem": relativo a todos os homens.
"homem todo": relativo ao homem inteiro.
b) "Todo homem": todo é indefinido.
"homem todo": todo é adjetivo.
278. a) O artigo definido o e o artigo indefinido uma.
b) O artigo definido determina, particulariza o termo homem, enquanto o indefinido generaliza o termo mulher.
279. [D]
280. [A]
281. [D]
282. [B]
283. a) porque: subordinativa causal.
b) como: subordinativa causal.
c) caso: subordinativa condicional.
d) como: subordinativa conformativa.
e) do que: subordinativa comparativa.
284. a) ( 2 ) Eles se ajudaram durante o naufrágio.
b) ( 1 ) Rufino se desesperou.
c) ( 4 ) Acenderam-se as luzes.
d) ( 3 ) Precisa-se de calma.
e) ( 3 ) Vive-se bem na casa dos Cintra.
285. a) nasci: verbo; pequena: adjetivo; aldeia: substantivo; Calábria: substantivo.
b) era: verbo; a: artigo; voz: substantivo; da: preposição mais artigo; terra: substantivo; começava: verbo.
286. Primeiro: ordinal
Dois terços: fracionário
Dois: cardinal
Dobro: multiplicativo
287. a) coordenativa aditiva
b) subordinativa causal
c) coordenativa adversativa
d) subordinativa consecutiva
e) subordinativa causal
288. a) ( 2 ) Eles se ajudaram durante o naufrágio.
b) ( 1 ) Rufino se desesperou.
c) ( 1 ) Os jornalistas se espantaram.
d) ( 1 ) O cachorro se mexia muito.
e) ( 2 ) Os oito homens se revezavam.
289. a) Atrás: advérbio de lugar.
À direita: locução adverbial de lugar.
b) Levemente e completamente: advérbio de lugar.
290. a) meu Deus!
b) Cuidado!
c) Muito Bem!
d) Psiu!
e) Obrigada!
f) Adeus!
291. a) Não: advérbio de negação.
Mais: advérbio de intensidade.
b) Timidamente: advérbio de modo.
À esquerda: locução adverbial de lugar.
292. a) Calma
b) Credo
c) Que miséria, meu Deus!
d) Xi!
e) Oba!
f) Ah!
293. A: artigo
MÁQUINA: substantivo
DESDOBRA: verbo
DE: preposição
MADEIRA: substantivo
FINAS: adjetivo
294. a) intensidade
b) tempo
c) lugar
d) modo
e) dúvida
295. a) Comum e composto.
b) Próprio e concreto.
296. a) epiceno
b) comum-de-dois
c) sobrecomum
d) epiceno
e) comum-de-dois
297. b) A máquina: meio
c) para: finalidade
d) DO vôlei: posse ; de: causa
e) pela: meio
f) a: direção
g) após: tempo
h) entre: lugar
298. a) Superlativo relativo de inferioridade.
b) comparativo de inferioridade.
c) superlativo absoluto sintético
d) superlativo absoluto analítico
e) superlativo relativo de superioridade.
299. Conjunto de palavras que funcionam como advérbio, modificando, portanto, um verbo, um adjetivo, um outro
advérbio ou toda uma oração.
300. a) preposição
b) preposição
c) preposição mais artigo: à
d) artigo
e) artigo; preposição mais artigo: às
f) preposição; preposição mais artigo: à; preposição mais artigo: à.
301. a) não: advérbio de negação
b) sempre: tempo; em casa: loc. adv. lugar
c) pouco: intensidade; no jogo: loc. adv. lugar
d) calmamente: modo
302. a) à esquerda: lugar
b) de vez em quando: tempo
c) a cavalo: meio
d) à vontade: modo; naquela festa: lugar
303. a) mas: coordenativa adversativa
b) que: subordinativa consecutiva
c) mal: subordinativa temporal
d) como: subordinativa conformativa
e) se: subordinativa condicional
304. a) preposição
b) pronome
c) pronome
d) artigo
e) artigo
305. a) artigo; preposição
b) preposição
c) preposição
d) pronome
e) artigo
306. a) artigo; preposição
b) preposição
c) artigo
d) pronome
e) preposição; preposição
307. a) pronome
b) artigo
c) preposição
d) artigo
e) preposição
308. a) Ora ... ora: alternativas
b) e: aditiva
c) que: explicativa
d) como: aditiva
e) porém: adversativa
309. a) logo: conclusiva
b) portanto: conclusiva
c) porém: adversativa
d) ou: alternativa
e) porque: explicativa
310. a) se: subordinativa condicional
b) quando: subordinativa temporal
c) que: subordinativa consecutiva
d) quanto mais ... mais: subordinativa proporcional
e) como: subordinativa comparativa
311. a) segundo: subordinativa conformativa
b) que: subordinativa consecutiva
c) que: subordinativa comparativa
d) de modo que: subordinativa consecutiva
e) porque: subordinativa causal
312. a) causal
b) conformativa
c) comparativa
d) causal
e) conformativa
313. a) final
b) consecutiva
c) comparativa
d) consecutiva
314. a) condicional
b) condicional
c) temporal
d) condicional
315. a) e: coordenativa aditiva
b) quando: subordinativa temporal
c) a menos que: subordinativa concessiva
d) enquanto: subordinativa temporal
e) que: subordinativa integrante; mas: coordenativa adversativa
316. a) mas: coordenativa adversativa; tal como: subordinativa comparativa
b) pois: coordenativa explicativa
c) pois: coordenativa conclusiva
d) e: coordenativa aditiva; que: subordinativa integrante
e) como: subordinativa causal
317. Quando: conjunção;
num: preposição mais artigo;
o: artigo;
um: artigo;
esperto: adjetivo;
chegou: verbo;
tudo: pronome;
nova: adjetivo;
história: substantivo;
onde: pronome;
imperem: verbo;
dignidade: substantivo;
e: conjunção;
pelo: preposição mais artigo;
ser: substantivo;
humano: adjetivo
318. a) Lembrança da mãe.
b) Conhecimento do verso.
c) Repetição de passadas valsas.
d) Conhecimento do segredo do trinco.
e) Assistência aos jogos.
319. a) Dedicação à pesquisa.
b) Procura da paz.
c) Invasão da área.
d) Agradecimento a todos.
e) Explicação da experiência.
320. a) Vender o apartamento.
b) Necessitar de alimentos.
c) Confiar no amigo.
d) Aprovar o projeto.
e) Desistir da vaga.
321. a) Amar a justiça.
b) Descobrir a verdade.
c) Derrubar a mata.
d) Ajudar os desamparados.
e) Resolver o problema.
322. a) verbal
b) nominal
c) verbal
d) nominal
323. a) verbal
b) nominal
c) verbal
d) nominal
324. a) A saída do professor da sala.
b) Arrumação dos livros na estante.
c) A subida do avião.
d) Doação de sangue.
e) Queda do cruzeiro.
325. a) Correção do exercício na lousa.
b) Dispensa da classe.
c) Troca do óleo do carro.
d) Assistência às aulas.
e) Realização do trabalho com perfeição.
326. a) que: coordenativa explicativa
b) porque: coordenativa explicativa
c) e: coordenativa aditiva
d) ou: coordenativa alternativa
e) porém: coordenativa adversativa.
327. a) ou: coordenativa alternativa
b) nem: coordenativa aditiva
c) pois: coordenativa explicativa
d) Ora: coordenativa alternativa
e) portanto: coordenativa conclusiva
328. a) porém: coordenativa adversativa
b) nem: coordenativa aditiva.
c) porque: coordenativa explicativa
d) ou: coordenativa alternativa
e) portanto: coordenativa conclusiva.
329. a) que: coordenada explicativa
b) e: coordenada aditiva
c) todavia: coordenada adversativa
d) Ora: coordenada alternativa
330. a) por conseguinte: coordenada conclusiva
b) entretanto: coordenada adversativa
c) ou: coordenada alternativa
d) pois: coordenada conclusiva
331. a) mesmo que: subordinativa concessiva
b) se: subordinativa condicional
c) Assim que: subordinativa temporal
d) como: subordinativa conformativa
e) depois que: subordinativa temporal
332. a) Logo que: subordinada temporal
b) que: subordinada consecutiva
c) à medida que: subordinada proporcional
d) como: subordinada conformativa
e) se: subordinada condicional
333. a) Como: subordinada causal
b) tão... quanto: subordinada comparativa
c) enquanto: subordinada temporal
d) uma vez que: subordinada causal
e) que: subordinada comparativa
334. a) que: subordinada consecutiva
b) para que: subordinada final
c) Por mais que: subordinada concessiva
d) como: subordinada conformativa
e) Quando: subordinada temporal
335. a) a fim de que: subordinada final
b) que: subordinada consecutiva
c) à medida que: subordinada proporcional
d) antes que: subordinada temporal
e) a menos que: subordinada condicional
336. a) que: subordinada consecutiva
b) que: subordinada comparativa
c) mal: subordinada temporal
d) embora: subordinada concessiva
e) À proporção que: subordinada proporcional
337. a) porque: subordinada causal
b) a não se que: subordinada condicional
c) Ainda que: subordinada concessiva
d) como: subordinada comparativa
338. a) Mesmo que: subordinada concessiva
b) como: subordinada comparativa
c) conforme: subordinada conformativa
d) que: subordinada consecutiva
339. a) corretamente: modo; não: negação
b) perto: lugar; talvez: dúvida
c) aqui: lugar; sempre: tempo
d) ontem: tempo
340. a) a cavalo: meio
b) De vez em quando: tempo
341. a) adjetivo
b) advérbio
342. a) Não: negação; amanhã: tempo
b) longe: lugar; aqui: lugar
c) ontem: tempo
d) devagar: modo; atentamente: modo
343. a) às pressas: modo
b) em cima: lugar
344. a) Ao adjetivo
b) Ao advérbio
345. a) coordenada alternativa
b) coordenada aditiva
c) subordinada proporcional
d) subordinada concessiva
e) subordinada consecutiva
f) coordenada explicativa
g) subordinada condicional
h) subordinada final
i) subordinada causal
j) subordinada proporcional
346. a) ( F ) As palavras monossílabas são formadas por quatro ou mais sílabas.
b) ( V ) O plural da palavra papel é papéis.
c) ( V ) Os substantivos que no singular são terminados em R, no plural, recebem o acréscimo de ES.
d) ( F ) A palavra abriu é um substantivo comum formado por duas sílabas.
e) ( F
) A palavra carrinho é um substantivo comum, formada por quatro sílabas.
347. a) CASAMENTO - SEPARAÇÃO
b) TRISTE - ALEGRE
c) TUDO - NADA
d) BOM - MAU
348. Alegria
Beleza
Felicidade
Amor
Desejo
349. a) Eles armaram as mesas das festas debaixo de laranjeiras.
b) Os porcos deram berros e dispararam pelos campos.
350. - ZEZINHO cuidou da ASA do PASSARINHO.
- Todos os DIAS ele ia lá no QUINTAL ver o LECO.
- O MENINO percebia que o PÁSSARO estava melhorando.
351. É só verificar se o substantivo admite o artigo "o" ou "a".
o lápis (masculino)
a caneta (feminino)
352. [A]
353. [B]
354. [A]
355. [D]
356. [B]
357. a) Solitário - SOLIDÃO.
b) Solidário - SOLIDARIEDADE.
c) Solicitador - SOLICITAÇÃO.
358. Nasci: verbo;
Pequena: adjetivo;
Cidade: substantivo;
Venezuela: substantivo.
359. Primeiro: ordinal
Um terço: fracionário
Três: cardinal
Dobro: multiplicativo
360. a) Seguindo a sequência temos:
"ricos": substantivo
"pobres": adjetivo
"pobres": substantivo
"ricos": adjetivo
b) substantivo: Como o BRASILEIRO é solidário!
adjetivo: O povo BRASILEIRO quer justiça.
361. [A]
362. [E]
363. [E]
364. [A]
365. [D]
366. [E]
367. [C]
368. [D]
369. [C]
370. [E]
371. [D]
372. [C]
373. a) Classe gramatical dos verbos e classe gramatical dos pronomes.
b) O traço gramatical comum é a 2ヘ pessoa.
374. [D]
375. [D]
376. [D]
377. [E]
378. [C]
379. [C]
380. [D]
381. [D]
382. F F F V F V
383. [A]
384. [B]
385. a) Cultivar, semear e preservar são verbos que remetem ao universo da natureza agrícola. A escolha lexical sugere
que o homem aplique o mesmo processo da natureza em sua conduta social.
b) O CULTIVO de amizades, a SEMEADURA de empregos e a PRESERVAÇÃO da cultura fazem parte da nossa natureza.
386. a) Não. Apenas em II está sendo usado de modo adequado. Em II, o verbo DANÇA permite a interpretação no sentido
não literal de: "sair-se mal", "pode-se prejudicar".
b) A expressão "as vezes literalmente" refere-se a "apagadas". Em sentido literal, as mulheres soviéticas chegam a ser
excluídas, suprimindo qualquer referência sobre elas. Em sentido não-literal, as mulheres soviéticas são inexpressivas, sem
reação.
387. a) O narrador, que se insinua discretamente na expressão "a gente", adere ao universo infantil de sua personagem,
reproduz seu pensamento e a maneira peculiar de a criança ver e sentir o mundo. Os diminutivos são os recursos
expressivos que reforçam essa identidade narrador-personagem, bem como traduzem uma aproximação terna entre
ambos: "Brejeirinha " (nome próprio derivado de adjetivo "brejeira", sugerindo a beleza despojada, associada à natureza),
"coisas diminutas ", "carinha ", "perfilzinho ", "narizinho ".
b) O neologismo, tipicamente rosiano, "andorinhava" constrói-se por derivação sufixal. A criação do verbo a partir do
substantivo instaura uma constelação de sentidos, todos eles tendentes a valorizar as idéias conjugadas de movimento e
leveza, de mover-se com a graça de andorinha. No campo sonoro, há ainda o expressivo efeito que decorre da associação
entre "andar" e "andorinhava".
388. [D]
389. [A]
390. V V V V V F
391. [E]
392. "Responda rápido: O que você comeu hoje pela manhã? Se você não se lembrou, parabéns, senão leia o resto desta
reportagem. Ao menos, dela você não esquecerá".
"Se quiser manter a memória em forma, o primeiro passo para conservar as lembranças na ponta da língua é praticar,
exercitar a memória, puxar pelas idéias, exigir do próprio cérebro. Acredite: ele pode, detesta rotina e quer fitness todos
os dias".
393. [D]
394. [A]
395. [A]
396. [D]
397. [D]
398. [E]
399. "- 'Passei o dia à toa, à toa!' "
Travessão: indica o discurso direto
Vírgula: separa termos repetidos, de mesma função sintática.
Ponto-de-exclamação: indica estado emotivo.
400. [A]
401. [E]
402. [D]
403. [B]
404. [E]
405. [D]
406. [D]
407. [C]
408. [D]
409. [A]
410. [C]
411. [B]
412. [D]
413. a) Você é capaz, Pedrinho, de encontrar um bom exemplo?
b) Conte uma história, Dona Benta.
c) Minha irmã foi à escola, eu fiquei em casa.
d) Meninos, de quem é a vez?
e) Marina, venha até aqui.
414. Narizinho disse:
- Emília, não fique triste. Rabicó voltará e fará de você uma princesa.
- Narizinho, você acredita naquele porcalhão?
415. Leco perguntou ao menino:
- Você quer voar comigo pra bem longe?
- Não. Zezinho não tinha asas e, além disso, havia sua família, seus outros colegas, a escola, os jogos de futebol.
416. A Bruxa Onilda ficou tão feliz com sua vitória, que resolveu dar uma festa, e disse:
- Querida prima, agora é você a convidada para uma grande comemoração.
- Oh, Onilda, onde será?
E passaram a noite toda dançando com os bruxos mais feios da cidade.
417. [B]
418. 1) D
2) A
3) C
4) B
419. Pituca, cuidado com estes sequestradores!
Não há mais perigo, tio, vamos liberta-lo.
E como é que você vai me salvar?
Já chamei a polícia.
Que horror! E se ela não vier?
Fique calmo! Ela está chegando.
420. 1) ... instante, ... tudo, ... desaparecer.
2) ... quarto, ... cantos, ... pano.
3) ... pensamento, porém, ... longe.
4) Pai, mãe, irmãos discutiam, na... jantar, ... de família.
421. 1) ... aqui!
2) ... pena! ... sorte!
3) ... Deus! ... surpresa!
4) Apoiado! ... palavras!
422. 1) ... chamaram?
2) ... sou? ... estou? ... vou?
3) ... você?
4) ... imaginaria?
423. [C]
424. [A]
425. [D]
426. [D]
427. [B]
428.
A revista Cláudia, numa das edições do segundo semestre do ano passado, abordou como tema um dos principais
problemas deste final de século: a comunicação.
A edição referia-se especificamente aos problemas de comunicação,(1) os quais ocasionavam brigas entre
cônjuges sem nenhuma razão concreta. Tais conflitos, dizia-se, ocorriam apenas porque cada um dos interlocutores não
entendia a mensagem enviada pelo outro e, consequentemente, enviava respostas diferentes das esperadas.
Esse fato pode ser ampliado para outros campos do relacionamento humano. Nas empresas, por exemplo, não é
raro que um funcionário de talento elabore um bom projeto de melhoria técnica em sua área, mas não consiga
aprovação,(2) porque não se comunicou adequadamente.
Obs:
(1) - Após "comunicação" a vírgula é facultativa, dado que a palavra "problemas", a que se refere o pronome relativo,
pode considerar-se completada ou não em seu sentido.
(2) - A vírgula após a palavra "aprovação" não é obrigatória, já que se trata de uma oração adverbial causal colocada
depois de sua oração principal.
429. O advérbio INEVITAVELMENTE pode vir separado por vírgula, caso se queira enfatizar o termo.
A locução adverbial NA MAIORIA DOS CASOS, por estar deslocada, deve ser separada por vírgulas.
O uso da vírgula, depois do advérbio CONSEQuENTEMENTE que inicia oração, é facultativo.
O uso de dois-pontos depois de CARREIRA é usado para indicar uma explicação ou justificativa.
A expressão explicativa POR EXEMPLO deve estar entre vírgulas.
A oração subordinada adverbial que indica condição SE NÃO TOMAR O DEVIDO CUIDADO está deslocada e, portanto, deve
vir entre vírgulas.
A oração reduzida de gerúndio PROVOCANDO CONSEQuÊNCIAS deve vir antecedida por vírgula.
430. [E]
431. [C]
432. [A]
433. [B]
434. [A]
435. Habituada a alardear previsões catastróficas [_] [,] nem sempre confirmadas [,] a Organização Mundial de Saúde [,]
OMS [,] resolveu promover [_] um tardio acerto de contas [_] com as conquistas [_] forjadas no interminável duelo da
humanidade [_] contra a morte [.] o relatório anual da entidade [,] divulgado neste mês [,] conclui o seguinte [:] "a
população mundial [_] nunca teve uma perspectiva [_] de vida tão saudável [.] [;] o século XXI não traz simplesmente a
probabilidade de uma vida mais longa [,] mas também [_] uma qualidade de vida superior [,] com menos doenças [.]"
436. a) Sim, pois com a ausência de vírgula faz-se a seguinte leitura: "são todos os ricos brasileiros e todos eles pagam
impostos". Com a presença da vírgula, tem-se que somente dos ricos brasileiros que pagam impostos".
b) No trecho "quem diria" é obrigatório o uso da vírgula, pois funciona como uma intromissão do jornalista; uma
expressão de surpresa diante de fato inusitado.
437. [E]
438. a) "... nas matérias que você tem maior dificuldade..."
"Uma casa, onde na frente funcionava..."
b) ...nas matérias em que você tem...
Uma casa, em cuja frente funcionava...
439. a) Remeteremos, em seguida, os pedidos que NOS encomendaram. (Que é partícula atrativa).
b) Ela veio, de MODO que você agora está dispensado.
440. a) Os meninos de rua, que procuram trabalho, são repelidos pela população.
b) Sem vírgulas, temos uma oração adjetiva restritiva; com vírgulas, uma oração adjetiva explicativa.
441. 1. contraste - O rio continua sujo, por mais que falte água em São Paulo.
Falta água em São Paulo, se bem que o rio Tietê continua sujo.
2. condicionalidade - Caso o rio Tietê continue sujo, faltará água em São Paulo.
Caso falte água em São Paulo, o rio Tietê continuará sujo.
3. finalidade - O rio Tietê continua sujo para que falte água em São Paulo.
Não falta água em São Paulo para que o rio Tietê continue sujo.
442. [C]
443. [A]
444. [A]
445. [E]
446. [C]
447. [E]
448. Uma forte massa de ar polar, que veio junto com a frente fria e causou acentuada queda da temperatura,
danificando as lavouras de trigo da Região Sul, associada ao longo período com registro de pouca chuva, deve reduzir o
potencial produtivo da cultura.
449. I. Estes são alguns dos equipamentos cuja entrada no país sem a autorização do DEPIN a reserva de mercado não
permitia.
II. ...de um jornal de que todos gostamos e cuja isenção nós brasileiros devemos lutar para que seja conservada.
450. [E]
451. [A]
452. [C]
453. [B]
454. [D]
455. [C]
456. a) As coisas não andam porque ninguém confia no governo. E ninguém confia no governo porque as coisas não
andam.
b) Ele apenas inverteu as orações, mantendo a relação lógica entre elas.
457. [D]
458. a) Ao chegar ao ancoradouro, Alzira Alves Filha, que estava acompanhada de um grupo de adeptos do Movimento
Evangélico Unido, recebeu um colar indígena feito de escamas de pirarucu e frutos do mar.
b) Porque o pronome relativo que encontra-se muito distante do termo a que se refere.
459. [D]
460. [D]
461. [E]
462. [E]
463. [E]
464. [A]
465. [E]
466. [C]
467. [C]
468. [A]
469. a) R
b) E
c) R
d) E
e) R
470. a) 2
b) 1
c) 2
d) 2
e) 1
471. 1) C
2) B
3) E
4) A
5) D
472. 1) A
2) C
3) B
4) D
473. [E]
474. [E]
475. [C]
476. [A]
477. [D]
478. 1) CN - de
2) OI - de
3) OI - em
4) CN - de
5) OI - a
479. 1) que estimulam
2) que emocionam
3) que surpreendem
4) que comovem
5) que fingem
480. 1) Gerúndio - Adjetiva Restritiva
2) Infinitivo - Substantiva Subjetiva
3) Particípio - Adverbial Temporal
481. Subjetivas
482. Objetivas Indiretas
483. Completivas Nominais
484. Apositivas
485. que atrai
Restritiva
486. 1) que deste ao animal - Adjetiva Restritiva
2) que fica atrás daquela gruta - Adjetiva Restritiva
3) onde as pessoas iam rezar - Adjetiva Restritiva
487. 1) Quanto menos... mais - Adverbial proporcional
2) a fim - Adverbial final
3) tão... quanto - Adverbial comparativa
4) Segundo - Adverbial conformativa
5) Enquanto - Adverbial temporal
488. Mesmo que a situação seja difícil, ainda há esperanças.
ou
A situação é difícil, mesmo que ainda haja esperanças.
489. Quando ou Enquanto
490. Causal
491. Concessiva
492. Consecutiva
493. Condicional
494. Temporal
495. Comparativa
496. contanto que
497. Que ele seja expulso - Apositiva
498. Que você compareça ao consultório - Subjetiva
499. Que você voltaria - Objetiva Direta
500. De que os inimigos atacassem - Completiva Nominal
501. De que você partisse - Objetiva Indireta
502. Que o médico chegasse - Predicativa
503. [B]
504. [D]
505. [A]
506. [E]
507. [C]
508. [C]
509. [D]
510. [E]
511. [D]
512. [A]
513. a) "EMBORA (AINDA QUE) NÃO VEJAM quem está do outro lado da linha..."
b) "...os fãs dos bate-papos virtuais TORNAM-SE amigos.
514. O candidato deverá transcrever apenas UMA das possibilidades abaixo:
a) língua - nacionalidade do pensamento
b) pátria - nacionalidade do povo
c) língua - nacionalidade do pensamento / pátria-nacionalidade do povo
d) instituições justas e racionais - língua pura, nobre e rica
e) língua - nacionalidade do pensamento / pátria-nacionalidade do povo // instituições justas e racionais - língua pura,
nobre e rica
515. [C]
516. [B]
517. [A]
518. [A]
519. I. Você FEZ bem todos os exercícios; / DEVE, pois, TER APRENDIDO.
II. Ela RIA, / no entanto as lágrimas ROLAVAM de seus olhos.
III. SINTO-me perdida / desde que ele PARTIU.
IV. Como FOI DETERMINADO no início, / o tempo da prova ESTÁ esgotado.
I. pois: coordenada conclusiva
II. no entanto: coordenada adversativa
III. desde que: subordinada temporal
IV. como: subordinada conformativa
520. a) pô-LAS em confronto
avaliar melhor o SEU peso ou
avaliar melhor o peso DELAS
que AS VEM regendo ou
que vem regendo-AS ou
que vem regendo A ELAS.
b) ASSIM QUE se discutiram ou
LOGO QUE se discutiram
521. [B]
522. [B]
523. A forma correta de preenchimento do cheque é: um milhão, seiscentos e cinquenta mil, trezentos e dezesseis reais e
quatorze centavos.
São Paulo, 29 de junho de 1997
524. a) Aprender é tomar conhecimento; apreender é prender, segurar.
b) Ao que já foi mencionado. Deveríamos, empregar "esta", pois refere-se ao que será dito em seguida.
525. [D]
526. [A]
527. a) O pronome "ninguém" significa "pessoa sem importância".
b) Se o pronome (sujeito) é anteposto ao verbo, não ocorre a dupla negação: "Ninguém veio". Se, porém, ele é posposto
ao verbo, a dupla negação ocorre: "Não veio ninguém".
528. [E]
529. [D]
530. [B]
531. No primeiro caso, o valor da barra é de acréscimo, enquanto no segundo caso, o valor do hífen é de comparação.
532. [A]
533. [C]
534. A Conjunção MAS expressa uma OPOSIÇÃO ou RESSALVA á idéia anterior.
535. Tanto a conjunção adversativa "mas" quanto o futuro do presente do indicativo "Será" enfatizam a dúvida e o
questionamento quanto àquilo que as imagens "rebanho das nuvens" e "arado do espaço" expressam.
ou
A conjunção adversativa "mas" indica a oposição do eu-lírico à idéia expressa pela imagem formulada anteriormente, no
verso 19. E o futuro do presente do indicativo "Será" é empregado para marcar a dúvida quanto àquilo que a imagem
apresentada no verso 22 representa.
536. a) "bonzinhos benévolos"
A justaposição com o sintagma "queremos ser/sempre desiguais" torna claro que o sintagma subsequente "E queremos
ser/bonzinhos benévolos" tem sentido irônico.
b) comedia/e sociologicamente.
A reescritura tornou o texto mais sintético e evitou o eco.
537. a) "mas aleguei"
b) "que a velhice de D. Plácida estava agora ao abrigo da mendicidade".
538. O bicho não era nem cão, nem gato, nem rato.
539. "que fizeram", "que tiveram", "que a Musa antiga canta": orações subordinadas objetivas restritivas.
"Que eu canto o peito ilustre Lusitano", "Que outro valor mais alto se alevanta": orações coordenadas sindéticas
explicativas.
540. O pai procura usar uma estrutura sintática simples para poder comunicar-se melhor com o filho e convencê-lo a
aceitar a morte da tartaruga.
541. a) De oposição.
b) A ação de colocar água já se esgotou, mas a ação de murchar persiste no presente.
542. a) Coordenação.
b) Há várias opções:
Versos 14 a 16
Chega um índio na piroga,
Tira uma gaita do cinto,
Desfia um lundu tão bom
Versos 25 a 27
De repente uma fragata
Brotou do chão da baía,
Sai um velho de tamancos,
Versos 27 a 29
Sai um velho de tamancos,
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Versos 28 a 30
Fica em pé no portaló,
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
Versos 29 a 31
Dá um grito: "Bofé, vilões!
Descobrimos um riacho
E a fruta aqui é bem boa."
543. a) explicativa
b) conclusiva
c) conclusiva
d) explicativa
544. A mulher enfrenta sérios obstáculos no mercado de trabalho, mas a mulher negra é duas vezes discriminada, pois,
segundo pesquisa do IBGE, 84% das mulheres negras brasileiras são chefes de família e ganham até três salários mínimos,
enquanto os homens brancos chegam a ganhar nas mesmas atividades, até quatro vezes mais.
545. a) Todos prometeram ajudar: oração coordenada assindética
muitos, porém, não cumpriram... : oração coordenada sindética adversativa
b) O homem ao meu lado acende outro cigarro: assindética
dá uma tragada: assindética
e joga-o pela janela: sindética aditiva
c) Ele trabalhava durante o dia: assindética
e estudava à noite: sindética aditiva.
d) A criança ora cantava: sindética alternativa
ora se punha a correr pela sala: sindética alternativa.
546. a) Levanto-me: assindética
procuro uma vela: assindética
que a luz vai apagar-se : sindética explicativa
b) Entre: assindética
mas não faça barulho: sindética adversativa.
que a patroa está dormindo: sindética explicativa
c) Não falte à reunião: assindética
pois quero falar com você: sindética explicativa.
d) Vá para casa: assindética
que eu tomarei conta de tudo: sindética explicativa.
547. Oração Coordenada Sindética Conclusiva
548. Assindéticas
549. 1) O lavrador abriu sulcos e depositou as sementes.
2) Precisamos preservar a natureza ou não sobreviveremos.
550. alternância, adição e adversidade
551. assindéticas - sindética aditiva
552. 1) explicação
2) conclusão
3) explicação
553. [E]
554. [A]
555. [A]
556. [A]
557. [E]
558. [D]
559. [D]
560. [B]
561. [C]
562. [E]
563. [E]
564. [D]
565. [B]
566. [D]
567. [B]
568. [A]
569. [A]
570. [B]
571. V F F F
572. [B]
573. [E]
574. [A]
575. [D]
576. [A]
577. [B]
578. [B]
579. [B]
580. [D]
581. [A]
582. [B]
583. [E]
584. [C]
585. [E]
586. C E C C