Ensemble MPMP 2 novembro 19h00 Igreja de S. Roque Jan
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Ensemble MPMP 2 novembro 19h00 Igreja de S. Roque Jan
Ensemble MPMP 2 novembro 19h00 Igreja de S. Roque Jan Wierzba, direção Alexandre Delgado, comentários PROGRAMA «Grandiosa Missa» Grandiosa Missa - Joaquim Casimiro Júnior Noemi - Luiz Freitas Branco Missa - Augusto Machado DADOS BIOGRÁFICOS DO GRUPO O Ensemble MPMP é um grupo de instrumentação flexível exclusivamente dedicado à interpretação de música portuguesa de todas as épocas. Os músicos que o integram pertencem à mais nova geração de intérpretes portugueses, premiados e com atividade regular em algumas das mais importantes orquestras nacionais. Apresentouse, pela primeira vez, em 2012, com a interpretação de Libera Me de Constança Capdeville e de Audivi vocem de caelo e Pater peccavi, de Duarte Lobo, no Conservatório de Música do Porto e na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML). Destacam-se a sua colaboração com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, aquando do lançamento da oitava glosas, tendo sido dirigido por João Paulo Santos, e o projecto "Latitudes", um ciclo que tem como objetivo a interpretação de autores portugueses vivos de diversas origens, experiências, locais e escolas. Tal propósito tem servido para enriquecer tanto o panorama musical português, como também a própria experiência de todos intervenientes, sejam estes compositores, músicos ou o próprio público. O Ensemble MPMP apresentou, com a colaboração especial da pianista Ana Telles, o concerto de lançamento de um CD, integralmente dedicado a obras de João Pedro Oliveira (Mosaic, ed. mpmp). Apresentou-se, ainda, em 2013, no Festival Prémio Jovens Músicos de (CCB) e no Festival de São Roque, tendo estreado modernamente obras de Marcos Portugal e D. Pedro IV. Em 2014, foi representado pelo seu quarteto de cordas numa digressão ao Brasil (Brasília e Rio de Janeiro), e apresentou-se nos "Dias da Música", no Centro Cultural de Belém, com o espectáculo didático "Histórias da Música Portuguesa". É dirigido, desde a sua fundação, por Jan Wierzba. NOTAS DE PROGRAMA O programa proposto pelo Ensemble MPMP destaca três gerações diferentes de compositores portugueses, separadas por um intervalo de cerca de duas décadas: Joaquim Casimiro Júnior (1808-1862), Augusto Machado (1845-1924) e Luiz de Freitas Branco (1890-1955). Os três compositores partilham o facto de terem sido figuras cimeiras do seu tempo, mas as suas vias e obras são largamente desconhecidas nos dias de hoje. Com efeito, apesar de Luiz de Freitas Branco ser, dos três, o mais conhecido, a sua música religiosa continua por redescobrir, é raras vezes interpretada e não existem quaisquer gravações. Também Augusto Machado, de quem se fizeram, nos últimos anos, algumas óperas (nomeadamente no São Carlos), permanece um nome obscuro. Casimiro Júnior será talvez o caso mais flagrante, dado o enorme contraste com a fama e projeção que logrou conquistar durante a sua vida. De Joaquim Casimiro Júnior propõe-se, em estreia moderna, a Grandiosa Missa, também conhecida como Missa d'Arruda. Para Ernesto Vieira, Casimiro era «[..] o mais inspirado musico portuguez, a maior alma de artista que a arte musical tem produzido no nosso paiz [...]». Hoje em dia, é um autor praticamente desconhecido, apesar de alguns estudos musicológicos recentes se terem debruçado sobre a sua vasta obra. A Grandiosa Missa era considerada, pelo próprio Casimiro, como uma das suas melhores peças, e para Vieira havia nela «notaveis belezas e formosissimos effeitos de instrumentação». A análise da partitura denuncia, com efeito, uma notável qualidade de orquestração e de ideias musicais. Apesar de nunca ter sido possível, modernamente, interpretar a missa completa, o maestro Ivo Cruz dirigiu em 1938 um seu excerto (um interlúdio para clarinete e orquestra) que chegou a ser gravado, em 1997, pela Orquestra Clássica do Porto. De Augusto Machado propõe-se a estreia moderna (e talvez absoluta?) de uma Missa que terá composto com, aproximadamente, vinte e cinco anos. Sendo uma obra de juventude, a Missa de Augusto Machado revela, portanto, pouca influência dos compositores com quem viria a conviver mais tarde (como Massenet e Saint-Saëns), mas denuncia já um seguro métier e a compreensão criteriosa dos valores discursivos da música romântica da primeira metade do século. A apresentação desta obra revela-se fundamental para o conhecimento do que ainda constitui, hoje, um vazio na História da Música portuguesa: o século XIX. Por isso, tal como a obra anterior, será para o efeito realizada edição moderna da partitura (sob a coordenação de Edward Luiz Ayres d'Abreu), oferecendo assim a possibilidade de vir a ser de novo apresentada (e eventualmente gravada) em condições adequadas de legibilidade. De Luiz de Freitas Branco interpretar-se-á uma obra raríssima (apenas tocada uma vez nas últimas décadas). Noemi, cantata bíblica, com texto em português, baseia-se num episódio do Livro de Rut do Antigo Testamento, centrando-se na personagem de Noemi, sogra de Rut. É um episódio que celebra a abnegação e a fidelidade aos laços familiares, para o que Freitas Branco adoptou uma estrutura próxima da cantata e da oratória barroca, alternando recitativos do narrador, coros, corais, árias e duetos, precedidos por uma abertura instrumental. Segundo Alexandre Delgado, Noemi é uma das obras mais injustamente negligenciadas de Freitas Branco: «[de] uma sinceridade comovente [...], a singeleza e a depuração desta cantata extrai uma profunda espiritualidade de um episódio particularmente recôndito e marginal do Antigo Testamento [...] [através de um] encontro do universo gregoriano, da oratória barroca e de um «novo classicismo» novecentista». O concerto será comentado pelo compositor e musicólogo Alexandre Delgado. Jan Wierzba Diretor Musical Natural da Polónia e educado no Porto, Jan Wierzba é mestrando na Royal Northern College of Music, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi um dos maestros convidados a prestar provas na masterclass com Bernard Haitink. Dirigiu recentemente a Stockport Symphony Orchestra, Orquestra Clássica do Sul e North Welsh Sinfonia. Apresentar-se-á com a Orquestra do Estágio Gulbenkian para Orquestra e a Nottingham Youth Orchestra. Diretor Musical do Ensemble MPMP, foi assistente de Christian Lindberg (Royal Liverpool Philharmonic), maestro assistente da Orquestra de Câmara Portuguesa, assistente de Krystjan Jarvi (Baltic Youth Philharmonic) e de Marc Tardue na Carmen de Bizet, no Coliseu do Porto. Foi maestro do Coro do Círculo Portuense de Ópera (2007-2009). Estuda com Clark Rundell e Mark Heron. Licenciou-se em direção de orquestra pela Academia Nacional Superior de Orquestra com Jean Marc Burfin. Participou em várias masterclasses com Neeme Jarvi, Jorma Panula e Paavo Jarvi. Dirigiu agrupamentos como Orquestra Nacional do Porto, Orquestra Clássica do Sul, Orquestra Sinfónica de Jovens da Estónia, Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, Orquestra de Câmara Portuguesa. Estreou várias obras com destaque para a ópera “Ainda não vi-te as mãos” de Edward Luiz Ayres d’Abreu. Licenciado em Piano pela Escola Superior de Música Artes e Espetáculo (ESMAE), foi vencedor do 1º Prémio em Música de Câmara do Prémio Jovens Músicos e detentor do prémio Rotary Club Foz, atribuído a três dos melhores licenciados da ESMAE.
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