revista l`attitude - Instituto Cenorpsi
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L’attitude ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 “A arte é a assinatura da civilização” A Revista L’attitude é uma publicação anual do Instituto Cenorpsi, através de sua extensão, o Núcleo de Estudos e Pesquisas que é constituído por seus membros pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. Seu conteúdo privilegia o saber e práticas humanas que promovam a atitude nos diversos campos de trabalho e em distintas latitudes geográficas. www.cenorpsi.com [email protected] Os artigos publicados são de integral responsabilidade dos autores. Esta obra pode ser reproduzida, desde que citada devidamente a fonte. Ficha Catalográfica L’attitude / Instituto Cenorpsi (Núcleo de Estudos e Pesquisas) – v. 1, n. 1, Online, jan./dez. 2011. 2011 – Anual CDD 050 r e v ist a l’att itu d e Sumário 3 Editorial .......................................................................................... 4 Personalidade Música, arte e existência Marcela Caselle Paulino .................................................................... 5 Artigo Um novo ambiente para as organizações: competitividade e gestão de pessoas Osvaldo Gastaldon ........................................................................... 8 Ensaios Uma experiência em humanização hospitalar Sandra Maria da Silva Vieira Suguiura .................................................... 11 A filosofia da educação platônica: o desejo de sabedoria e a Paideia justa Vanessa Rufino Vieira Gomes Morita ..................................................... 13 O jogo simbólico no desenvolvimento da criatividade e habilidades das crianças Angélica Bocca Rossi ........................................................................ 15 Artigos Científicos A arte visual na educação básica Joelma Fátima Rocha dos Santos .......................................................... 17 A situação dos alunos de licenciatura, frente à falta de professores no país Wanderson Militão Gualberto da Fonseca ............................................... 23 Post-scriptum Corrente ou concorrente? Joaquim Marciano Ribeiro Filho ........................................................... 34 ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e Editorial Chegamos. Após quase duas décadas de observações, pensamentos e dúvidas; discussões e desenvolvimento; capacitações e práticas, finalmente elaboramos o primeiro número desta revista, que mesmo com sua intencionalidade simples, cada fenômeno foi artística e subjetivamente planejado. Para este número selecionamos a temática: arte. Simplesmente pelo fato de nosso cenário existencial ser uma tela artística em que, enquanto personagens, nós possuímos movimento e autonomia; e, além disso, somos a própria arte: pintamo-nos, manifestamo-nos, restauramo-nos... e, nesse processo, possuímos a oportunidade de (re)criar, pois somos atores e autores. Pensando em nossa criação de diversidades profissionais e nos cenários de atuação, selecionamos os trabalhos que nos evidenciaram o fato de constantemente termos que possuir a atitude; pensamos que seja esta a mensagem explícita em cada um deles. Entretanto, qual será a mensagem que se tornará evidente a você ao absorver esse conjunto de informações? Provavelmente, na diversidade de possibilidades, que a face de seu conhecimento e de suas práticas está ausente neste mosaico ou ainda que você deva favorecer novamente a ampliação dessa tela assinada por civilizadores. Desejamos que a construção desse periódico seja não apenas embasada na ciência, mas também seja cultural e beneficamente influenciadora para compartilharmos o que estamos pensando, almejando, criando, enfim, o que nós, nobres promotores do conhecimento estamos praticando. Sim, chegamos; no entanto, não pretendemos estacionar. Há um longo caminho a percorrer, visto que queremos insaciavelmente estabelecer relações com a diversidade e contribuir, pelo menos, inicial e subjetivamente para uma sociedade una. Em vista disso, mesmo que delongue, estamos construindo a história em distintos e harmônicos tons, e como afirma a poesia: “basta lembrar que no inverno sob a neve amarga, vive lá as sementes, que com o amor do sol, na primavera, chegará a ser uma rosa”. Joaquim Marciano Ribeiro Filho Editor ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 4 r e v ist a l’att itu d e Personalidade 5 Música, arte e existência Marcela Caselle Paulino, 26, cantora há 15 anos, cursou canto no Conservatório Souza Lima/Berklee e atualmente cursa música na Faculdade de Artes Alcântara Machado – FAAM, em São Paulo. L’attitude – Em tese, um profissional na música não possui tanto reconhecimento e valor se compararmos com outras atividades. Em seu ponto de vista, em que a música vem contribuindo em nossa sociedade? Marcela Caselle Paulino - Na verdade, a música sempre foi uma aliada de grande importância no processo de aprendizagem e na formação do indivíduo. Mais do que entretenimento ou fonte de conhecimento, a linguagem musical contribui significativamente no aspecto afetivo, social, cognitivo e motor. Através dela, conseguimos desenvolver memória, concentração, raciocínio, sensibilidade, criatividade, comunicação, disciplina, entre outras coisas. Por tantos benefícios gerados é uma incoerência o tratamento dado à arte em nosso país. L’attitude – O que é música para você? Marcela Caselle - A música é a menor distância entre o homem e Deus. Só a alma compreende. L’attitude – O que você poderia nos informar sobre a história da música? Marcela Caselle - Considerando o termo de maneira abrangente, a história da música envolve origens, influências, evolução, técnicas, formas e compositores. Como toda arte, a música é um reflexo da sociedade de determinada época. L’attitude – Pensando agora na sua história: quais razões lhe motivaram a escolher o caminho musical? Marcela Caselle - O amor pela música e o incentivo que fui recebendo ao longo dos ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e anos, através do convívio com profissionais renomados. L’attitude – E, o que lhe mantém nesta carreira artística? Marcela Caselle - A certeza de que nada me faria mais feliz e realizada. Tenho consciência das dificuldades dessa escolha, mas vale o sacrifício. Para mim não há nada mais prazeroso do que criar e cantar. L’attitude – Uma das perguntas que a humanidade faz é “Quem sou eu?”. Hoje, com sua experiência, como responderia está indagação filosófica? Marcela Caselle - Alguém que busca aprender, dividir e somar sempre. As pessoas precisam se conscientizar de que pessoas “melhores” e “piores” sempre existirão, mas o que vale mesmo é procurar dar sempre o melhor de nós pra tudo que nos propomos a fazer. L’attitude – Como você avalia o seu desempenho profissional até o presente momento? Marcela Caselle - Costumo dizer que sou uma eterna aprendiza. No início, me cobrava demais e nunca me dava por satisfeita, depois fui percebendo que a tal perfeição não existe. Desde então, conduzo meu trabalho dentro das minhas limitações do momento. Tudo é uma questão de vivência e dedicação, assim a evolução se torna mera consequência. L’attitude – Sua performance profissional lhe auxiliou no desenvolvimento de sua personalidade? Marcela Caselle - Entendo que, a minha personalidade e a minha formação musical é que auxiliaram na minha performance profissional. A partir delas é que damos o tom e o diferencial em um trabalho artístico. L’attitude – Você já encontrou barreiras para desenvolver seus pensamentos, desejos, ações, enfim, já vivenciou imposições que desejavam impedir sua criatividade nesse ramo? Marcela Caselle - Sim, já me sugeriram partir para outro gênero musical de respaldo imediato e garantido ou, mesmo propostas mais comerciais sempre frisando a ideia de me ver como produto. Dizendo isso, pode parecer utopia, entretanto, para mim o meu trabalho é arte. Minha música é a minha verdade; e ela não está à venda. L’attitude – E qual foi a situação profissional mais difícil que você vivenciou? Marcela Caselle - Quando vim estudar música em São Paulo, me deparei com a exploração no sentido literal da palavra, é um absurdo o que donos de bares e casas noturnas propõem a músicos que se apre- ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 6 r e v ist a l’att itu d e sentam em seus estabelecimentos. Como levar um bom trabalho, acompanhada de bons músicos, recebendo de 50, 100 reais por 2 horas de apresentação? da, afinal, a vida muitas vezes nos leva por caminhos nem sempre esperados. L’attitude – O que aconteceu depois? Marcela Caselle - Sim, acabo de gravar o meu segundo cd demo com gravações de minha autoria e algumas regravações de canções consagradas. Marcela Caselle - Cheguei à conclusão de que entrando nesse esquema teria que pagar para trabalhar. Sendo assim, decidi investir e buscar oportunidade através de gravações que disponibilizaria na internet. Assim, o retorno tem vindo, seja por meio de bons contatos ou trabalhos em parcerias. L’attitude – Hoje, quais são suas metas profissionais a longo-prazo? L’attitude – Algum projeto seu está em andamento? L’attitude – Qual mensagem desejaria compartilhar com o mundo? Marcela Caselle - Cantar é se expressar, é revelar o seu verdadeiro eu, é afugentar os males, é reflexão, é cura. Permitam-se, façam da música parte de vocês. Marcela Caselle - Atenho-me à ideia da construção de uma carreira artística sóli- Marcela Caselle www.myspace.com/marcelacaselle ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 7 r e v ist a l’att itu d e Artigo 8 Um novo ambiente para as organizações: competitividade e gestão de pessoas Osvaldo Gastaldon1 Introdução O modelo de gestão baseado nas grandes corporações americanas que datam do início da década de 1920 mudou. Tais organizações tinham como foco central a busca de capital, recurso esse, escasso por excelência. O defensor desta ideia é Sumantra Ghoshal (1999). Esse pensador apregoa que agora “o novo recurso escasso é o conhecimento. Juntamente com a iniciativa, criatividade e em associação com o cliente, o conhecimento é um fator de sucesso [...] e só pode ser desenvolvido pelas pessoas [...]” (1999, p. 21). As mudanças que estão ocorrendo de forma global, necessariamente envolvem, as organizações, que, fundamentalmente, devem tomar medidas para se adaptar às novas formas de gerir pessoas, como afirma Ghoshal. É importante compreender que as pessoas e a forma como estas são gerenciadas podem fazer a grande diferença nesse momento de rápidas mudanças ambientais, pois consistem num diferencial difícil de ser imitado, mas, no entanto proporcionam uma vantagem competitiva poderosa, como sustentam Pfeffer (1995) e Ulrich (1998). É necessário haver uma transformação na forma de pensar das organizações, que, em muitos casos, ainda não veem as pessoas como fator competitivo; são mais propensas a acreditar e investir em novas tecnologias, produtos, processos e técnicas de gestão. Importa colocar as pessoas em um novo patamar, e, é preciso antes resgatá-las do longo período de esquecimento que passaram, para depois poder obter o retorno. Como ad1 Graduado em Administração de Empresas e Ciências Contábeis pela Unifev; Mestre em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; e, Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e verte Ghoshal: “Não é possível, claro, transformar uma organização sem revitalizar seus funcionários; é preciso influir no seu comportamento e em sua maneira de pensar” (1999, p. 21). A questão do conhecimento O mundo vem passando por uma mudança significativa que é a era do conhecimento (Stewart, 1998), consequentemente, as pessoas e as organizações não estão excluídas desse processo. Esse fato muito importa, pois, como defende Ghoshal (1999), a criatividade, a iniciativa e o conhecimento são reconhecidamente fatores de sucesso organizacional que passam a suplantar o capital. Estes novos fatores apontados por Ghoshal são características humanas, então a importância das pessoas fica evidente, nesta nova base da competição. Reconhecendo este fato, Davenport e Prusak, afirmam: “O conhecimento existe dentro das pessoas, faz parte da complexidade e imprevisibilidade humanas” (1998, p. 6). Ghoshal (1999) lembra que para as organizações que pretenderem transformar essas características pertinentes às pessoas, em uma possível vantagem competitiva, tornase necessário desenvolver um gerenciamento das pessoas que ofereça as condições ideais para tal. Algumas empresas já pensam assim, como aponta Kozel Jr. (1997) McDonald‟s, Wall Mart, Disney e Citibank, saíram na frente nesse quesito, desenvolveram formas de ge- renciamento onde se acredita e valoriza o potencial das pessoas e, por meio desses, conseguem criar uma „diferenciação‟, isto é, uma vantagem competitiva sobre empresas que não apresentam uma gestão de pessoas inovadora. Para Ulrich (1998), constituir-se-á um trabalho muito importante da área de Gestão de Pessoas, criar organizações nas quais o capital intelectual (conhecimento) seja uma constante. No enfoque da importância do conhecimento para as organizações, Davenport & Prusak, pontificam: “Hoje as empresas necessitam de qualidade, valor, bom atendimento, inovação e velocidade de chegada ao mercado para que possam ter sucesso, e esses fatores serão ainda mais críticos no futuro. Cada vez mais as empresas serão diferenciadas com base naquilo que as pessoas sabem” (1998, p. 15). O conhecimento defendido pelos autores, apesar de ser vital, parece encontrar-se apenas em algumas pessoas e nas organizações para as quais trabalham, dessa forma destacam-se, entre tantas outras que, por não dominarem este „novo idioma‟ – universal e indispensável – terminam dominadas e subordinadas às diretrizes daquelas que assim não atuam. Em se tratando dessa nova „ordem competitiva‟, em especial o conhecimento e a importância das pessoas para o desenvolvimento desse conhecimento, vale ressaltar a observação de Naisbitt e Abuderne apud Almeida et al. (1993, p. 18): ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 9 r e v ist a l’att itu d e A nova empresa difere da velha tanto nos objetivos como nos seus pressupostos básicos. Na época industrial, quando o recurso estratégico era o capital, o objetivo da companhia podia ser apenas obter lucros. Mas na era da informação, o recurso estratégico é a informação, o conhecimento e a criatividade. Só há um modo da empresa ter acesso a esses bens – através das pessoas em que tais recursos residem [...] Assim, o pressuposto básico da empresa reinventada é que as pessoas – o capital humano – são o seu bem mais precioso. ção das vantagens competitivas, por promoverem as mudanças e, ainda, em última análise, prepararem a organização para assimilar essas mudanças, de ordem externa, fugindo ao controle dessas empresas, e, por conseguinte, manter-se como empresa competitiva é resultado de real envolvimento dos funcionários. Considerações finais Mediante as opiniões dos autores, torna-se possível afirmar que hoje o fator que uma empresa pode apresentar como diferencial neste cenário agressivamente competitivo é o capital humano. Com o despertar das organizações para a era do conhecimento e consequente constatação que as pessoas são as responsáveis pela geração e desenvolvimento do mesmo, as empresas passam a cuidar para que esse potencial dos funcionários seja bem aproveitado. Wood (1995) salienta que está no gerenciamento de pessoas o ponto crucial da organização, porque ali se pode desenvolver uma vantagem competitiva para a empresa através das pessoas, lembrando que o inverso também é verdadeiro. Finalizando, baseado em Möller (1997), pode-se afirmar que a base da competitividade mudou, a globalização exige novas habilidades. Nesse novo contexto, pode-se concluir que as pessoas assumem o papel de responsáveis pela criação e manuten- REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. I. R. et al. Por que administrar estrategicamente recursos humanos? R A E, vol. 33, n. 2, 1993. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. GHOSHAL, S. A empresa individualizada. HSM Management, n. 14, ano 3, 1999. KOZEL Jr., J. O top do marketing brasileiro. São Paulo: Sipione Cultural, 1997. MOLLER, C. O lado humano da qualidade. São Paulo: Pioneira, 1997. PFEFFER, J. Vantagem competitiva através de pessoas. São Paulo: Makron Books, 1995. STEWART, T. A. Capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. ULRICH, D. Os campeões de recursos humanos. São Paulo: Futura, 1988. WOOD Jr., T. et al. Mudança organizacional: aprofundando temas atuais em administração de empresas. São Paulo: Atlas, 1995. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 10 r e v ist a l’att itu d e Ensaio 11 Uma experiência em humanização hospitalar Sandra Maria da Silva Vieira Suguiura2 É significativo iniciar questionando: o que é humanizar? Pessini & Bertachini (2004), oferecem uma resposta humanizadora: Humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, para que o sofrimento humano e as percepções de dor ou de prazer sejam humanizados, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que o sujeito ouça, do outro, palavras de reconhecimento. É na linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Sem comunicação, não há humanização. A humanização depende da nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com os nossos semelhantes (PESSINI; BERTACHINI, 2004, p. 5). A humanização no contexto hospitalar é fundamental, pois se atende e se convive com pessoas que se encontram em uma situação de fragilidade, angústia, desespero e muitas vezes sem nenhuma esperança. Cada um se deve colocar no lugar do Outro, porque muitas vezes o que se impera é a ignorância ao fechar os olhos; situações diversas que por profissionais são presenciadas. Precisa-se aprender a acolher, a ouvir e principalmente a se doar sem esperar nada em troca; um doar, um acolher e um ouvir incondicional. Muitas vezes se age com egoísmo e na individualidade, por isso, os profissionais precisam se unir para um bem comum, tratando as pessoas como são: pessoas, seres humanos. Observa-se ainda que um abraço, um sorriso, um toque é mais importante que palavras. A humanização é possível em todos os lugares não só no âmbito hospitalar; mas também: nas UBS, nas escolas, nos asilos, nas casas de recuperação, no âmbito fa2 Graduada em Psicologia pela UFMS e pós-graduanda em Saúde Pública com Ênfase em Saúde da Família pela Unoeste. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e miliar, entre outros. Geralmente se encontram nas instituições de saúde pessoas que estão doentes não apenas física, mas também emocionalmente. Com isso, nos dias atuais são comuns instituições adaptadas ao descaso onde pessoas ignoradas não são atendidas adequadamente. Deve-se pensar nesse momento, sobre a humanização, a incondicionalidade de humanos que atendem humanos. A humanização deve estar em qualquer ambiente de recuperação, e ela é composta não apenas pelo cuidado medicamentoso, mas também com a presença da família que são ícones de acolhimento, afeto, carinho e respeito, incluindo os profissionais. O Instituto Adelina Thiago Dias é uma instituição referência no atendimento em psiquiatria no Estado do Mato Grosso do Sul, conforme apontam informações em seu site: conhecem o significado de humanizar, que trabalham para promoção da saúde de todos os pacientes, sendo o destaque institucional a interação entre os pacientes e os profissionais. Foi ali, praticando, que aprendi o que é humanizar. Portanto, exercer a humanização na Saúde possibilita a recuperação do respeito à vida humana nos aspectos social, ético, educacional e psíquico; aspectos que estão presentes em todos os relacionamentos humanos. A partir do ano de 2004, a instituição passou, de acordo com dados relativos ao Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares – PNASH-Psiquiatria a figurar entre os melhores hospitais psiquiátricos do País, pois atingiu 80,2% dos pontos na vistoria realizada por técnicos do Ministério da Saúde. Em 2006 na nova avaliação do PNASH o Hospital atingiu a pontuação expressiva de 92,5% dos pontos na vistoria realizada pelos técnicos do Ministério da Saúde (INSTITUTO, 2011). Pensando nisso, registro minha experiência neste Instituto, na cidade de Paranaíba, Mato Grosso do Sul, do qual considero um centro humanizador de excelência em Saúde Mental. A instituição possui estrutura física ampla, alimentação nutricional e higiene; profissionais qualificados que REFERÊNCIAS INSTITUTO Adelina Thiago Dias. Disponível em: <www.loucospelavida.com.br>. Acesso em: 24 jun. 2011. PESSINI, L.; BERTACHINI, L. (orgs.). Humanização e cuidados paliativos. São Paulo: EDUNISC-Edições Loyola, 2004. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 12 r e v ist a l’att itu d e Ensaio 13 A filosofia da educação platônica: o desejo de sabedoria e a Paideia justa Vanessa Rufino Vieira Gomes Morita3 A filosofia platônica busca soluções refletindo a partir das ideias de Sócrates, seu mestre, com questões sobre o conhecimento: como é possível conhecer e a sua importância, visto que a partir das reflexões sobre o conhecimento empírico e epistemológico é possível o ato do saber, mesmo a partir das ideias sensíveis e inteligíveis. A partir da análise metodológica de seu mestre, Platão seguia a prática da maiêutica, aprofundando suas ideias a partir do diálogo e indagação com questões éticas, políticas e sociais de forma virtuosa buscando o respeito às leis e valorizando a forma de governo democrático, ou seja, a aretê, sendo então proposta na cidadania ateniense e como se tornar o homem virtuoso com princípios de cidadania para uma boa pólis, um bom governo/cidade (Estado), onde cada indivíduo que busca a felicidade se desenvolve a partir do desempenho de sua função. Na obra A Replúbica de Platão, o filósofo, expõe os desafios éticos e políticos que devem ser desenvolvidos a partir da Paideia, ou seja, educação, onde o cidadão ateniense se preocupará em ser bom, praticar o bem e ser justo a partir de então, logo a reforma moral e política ateniense precisa redefinir o que vem a ser justiça, focando a alma, a partir de homem virtuoso e do ideal de cidade justa. A cidade ideal seria aquela constituida de três estratos: o guardião, governantes e artesãos, e que todos devem viver em harmonia e constituir a felicidade, no entanto cada um enganja-se para desempenhar a sua função, como produzir bens materiais (artesãos); protege-se de ameaças internas e externas (guardiãos); e outros defininem as leis (governantes). Platão propõe que os filósofos sejam os governantes ou governantes sejam filósofos, pois tais viveram bastante a partir de reflexões, sendo que para ser filósofo a partir das 3 Licenciada em História pela UFMS e Filosofia pela Unimes; especialista em Educação Inclusiva pela Fatece; e, graduanda em Pedagogia pela Unesp/Univesp. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e ideias platônicas, precisa-se ter mais de quarenta anos, ter então experiências empíricas e epistemológicas, conhecer o ethos e procurar garantir a felicidade e organização justa da pólis. A Alegoria da Caverna de Platão faz com que seus leitores associem a sua teoria do conhecimento, em busca das ideias verdadeiras, próprias dos sábios, um processo de libertação do prisioneiro, com a saída do estado da ignorância e do mundo da opinião para o estado de sabedoria e o mundo inteligível. Na educação vejo como uma reflexão do cotidiano, do próprio conhecimento em si, do que se conhece e como é possível conhecer, sair da alienação, do senso comum para repensar por si só, ou seja, adquirir autonomia, como hoje com nossos alunos para que questionem seu próprio processo de aprendizagem. Nas situações de aprendizagem a alegoria da caverna pode ser comparada com o momento que o aluno a partir de uma situação problema ou não, ou ainda de espanto ou admiração, lembrando que a partir da reflexão do próprio cotidiano é possível filosofar e sair da "caverna": seja de um local que você se encontra presente; seja de companhias; ou ainda de seu próprio conhecimento, questionando quem o faz: você ou a mídia? E quando é a mídia que influencia? Como recebe tais informações? Reflete, analisa ou a utiliza pelo "modismo". Sócrates acreditava na liberdade da alma, ou seja, mesmo após a sua condenação, depois da morte a partir de uma justificativa injusta, ele acreditava que princípios eram importantes e tais se estabeleceriam mesmo após a morte, como de fato, até hoje ouvimos falar do filósofo. Acredito que quando Platão escreveu Alegoria da Caverna, se baseou em seu mestre, como o prisioneiro que se liberta, e mesmo com olhos ofuscados ele não deixou de acreditar na importância de se conhecer primeiramente e mesmo quando um dos deuses disse a ele que era um dos homens mais sábios, Sócrates não perdeu a humildade em dizer que nada sabia e que a partir do não saber (ignorância) vai em busca de novas "verdades". O pensamento socrático está baseado na maiêutica (“parto das ideias”) e na irônia (“perguntas”) e Platão seguindo seu mestre, dá continuidade na maiêutica se preocupando com o mundo sensível e inteligível e a partir da dialética, desenvolve seu conhecimento. Assim, nas concepções pedagógicas, acredito que ambos estão corretos, pois é possível conhecer a partir do diálogo e de forma empírica, pela busca do Bem (valores) através da educação e uma sociedade mais justa. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 14 r e v ist a l’att itu d e Ensaio 15 O jogo simbólico no desenvolvimento da criatividade e habilidades das crianças Angélica Bocca Rossi4 Antes de refletir propriamente sobre o jogo simbólico, deve-se entender o que significam cada uma destas palavras. De acordo com o Dicionário Michaelis, jogo é compreendido como brincadeira, divertimento, passatempo; divertimento ou exercício de crianças, em que elas fazem prova da sua habilidade, destreza ou astúcia; e, simbólico é pertencente ou relativo a símbolo; então, símbolo é qualquer coisa usada para representar outra, especialmente objeto material que serve para representar qualquer coisa imaterial. Se jogo é uma brincadeira, um divertimento sem deixar de ser um exercício e há seriedade em seu desenvolvimento, logo não há necessidade de discorrer sobre a importância do jogo na educação escolar, especialmente na primeira fase, a educação infantil. Em relação à palavra simbólico, a própria definição oferece sua real ideia: representação. Desta forma, agrupando essas palavras se obtém, simultaneamente, um significado simples e complexo, pois sua definição pode ser compreendida como uma brincadeira divertida com significado abstrato. Desse modo, nesse momento, explicitar-se-á sobre esta brincadeira, sua importância e os efeitos que causam na formação das crianças em relação à sua criatividade e desenvolvimento afetivo-cognitivo. De acordo com a Enciclopédia Multilíngue Livre – Wikipédia, jogo simbólico significa: faz de conta e caracteriza-se por recriar a realidade usando sistemas simbólicos; ele 4 Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Padre Anchieta; especialista em EaD pelo Senac, Paraná; Assessora Acadêmico-pedagógica e Administrativa em IES; e, Tutora no Polo de Apoio Presencial na Unopar – Marília, São Paulo. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e estimula a imaginação e a fantasia da criança, favorecendo a interpretação e resignificação do mundo real. Nesse sentido, tratando-se da importância da resignificação do mundo real para crianças ela é uma atividade para ser desenvolvida dentro das escolas de educação infantil, visto que quando uma criança de 2 a 6 anos faz uso do jogo simbólico em suas atividades dentro do ambiente escolar ela está interpretando exatamente como vê o mundo em que vive. Assim, são muitas às vezes em que a criança reproduz o comportamento dos pais, irmãos, amigos, parentes, professores, entre outros; para a criança a oportunidade é singular, mesmo que ela não perceba, pois é o momento em que está exteriorizando seus sentimentos. Com esta brincadeira, pode-se observar o quanto a criança gosta ou não de alguém ou de alguma situação e, principalmente, dependendo de que papel ela está desempenhando, verifica-se claramente como ela gostaria que a situação ou os atores se comportassem e qual resultado gostariam de obter, ou, ainda, como agiriam com o resultado obtido. Notase também, como determinadas situações afetam emocionalmente cada criança e se a observação estiver focada, ou seja, se a atividade tiver sido planejada com objetivos claros, é possível perceber quais aspectos cognitivos são afetados, positiva ou negativamente. Além disso, é uma ótima oportunidade dela se libertar de seus medos e, até mesmo, responder às suas frustrações, mesmo que sem saber ou sem exteriorizar os fatos. Frise-se ainda que esse cenário seja um momento de riqueza no que se refere ao seu comportamento social, pois praticará as situações do jogo com as outras crianças, renunciando, concordando, cedendo, impondo, desenvolvendo, reagindo de outras formas, seja chorando ou desistindo; todos esses momentos são riquíssimos de observação do comportamento para o professor. O jogo simbólico é tão importante para a criança quanto é para um professor de educação infantil, pois com ele tanto crianças expressam seus sentimentos sem receios, como os professores podem, por meio da observação focada, concluir as razões dos comportamentos de cada aluno. A recomendação é que o jogo simbólico seja planejado, com objetivos claros e que os professores façam relatórios durante o jogo, individual e do grupo, para ter subsídios na reflexão. Além disso, que os temas dos jogos simbólicos não sejam sempre os mesmos, ou seja, que ao planejar os professores possam oferecer situações diversificadas das situações da vida cotidiana, para que a observação seja com foco no objetivo. Com atitudes como estas um professor de educação infantil, terá muito mais subsídios para preparar suas aulas e conhecerá mais sobre seus alunos, o que lhe garantirá um melhor relacionamento e consequentemente adequados resultados em suas ações pedagógicas. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 16 r e v ist a l’att itu d e Artigo científico 17 A arte visual na educação básica Joelma Fátima Rocha dos Santos5 RESUMO A Arte Visual na Educação Básica promove o respeito à individualidade, à autonomia, à criação, à diversidade e às produções individuais de cada criança e adolescente. Por isso, os alunos devem ser estimulados a desenvolver suas competências e habilidades através das trocas de experiências, do prazer lúdico gerador do processo de produção e contatos com diversas obras de arte. O presente trabalho desenvolvido in loco utilizouse da experiência dedutiva (observação de um princípio geral para se chegar a conclusões particulares) com alunos do ensino infantil, através da prática da autora, buscando formar um ponto de vista a respeito da importância da arte visual no ambiente escolar; considerando ao final que a atuação dos profissionais da Educação Básica e os conteúdos propostos são o que se diferenciam na sala de aula, na sociedade e no mundo. Palavras-chave: Criatividade; Desenvolvimento; Arte; Educação Básica. ABSTRACT The Visual Arts in the Basic Education promotes respect for the individuality, autonomy, the creation, production and diversity of individual children and adolescents. Therefore, students should be encouraged to develop their skills and abilities through exchanges of experiences, generating playful pleasure of the production process and contacts with various works of art. This work was used in loco of deductive experience (observation of 5 Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Educação, Ciências e Artes Dom Bosco – FAECA e Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano; bacharela em Teologia pelo Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria; especialista em Educação Infantil pela Unicid; e, pós-graduanda em Tecnologia e Educação a Distância pela Unicid. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e a general principle to arrive at particular conclusions) with students from pre-school, through the practice of the author, seeking to form a view about the importance of visual art in the school environment; considering the end of the performance of education professionals and the contents are proposed that are differentiated in the classroom, in society and the world. Keywords: Creation; Development; Art; Basic Education. Desde os primórdios e às antigas gerações, a Arte tem a capacidade de expressar, comunicar e transmitir ideias, pensamentos, imagens, sentimentos e realidades de diferentes formas. Ao rabiscar, desenhar, pintar e criar é possível manifestar relações com a humanidade e com diversas culturas e civilizações. A arte, a linguagem e o conhecimento, de modo geral, são frutos da ação humana sobre o mundo, sobre a realidade. Ao mesmo tempo em que os criamos, agem sobre nós, identificandonos de muitas maneiras, dependentes do tempo histórico e dos grupos sociais em que nascemos. A arte, a linguagem e o conhecimento fazem parte do acervo cultural do homem, como resultado de suas necessidades filosóficas, biológicas, psicológicas e sociais, entre outras. Estabelecemos novas realidades, novas formas de inserção no mundo e de visão deste mesmo mundo, quando, como autores e atores, dançamos, pintamos, tocamos instrumentos, entre muitas outras possibilidades elaborando e reconhecendo de modo sensível nosso pertencimento ao mundo (BRASIL, 2007, p. 48). A Arte, mais que uma visão de belo e estético, deve ser vista como uma manifestação cultural e patrimônio da humanidade. Nasce da necessidade do ser humano de imaginar, manifestar sensações, emoções, pensamentos, ideias, desejos, frustrações, tristezas, alegrias e tantos outros sentimentos pertencentes à vida e ao mundo. Desde o nascimento a arte faz parte da vida humana. Estampada nas ruas, nas vitrines, nos outdoors, nas telas de televisão, nas embalagens de algum produto comercializado, nas fabricações têxteis, nas manifestações culturais e em tantas outras formas, a criança e o adolescente, até a vida adulta se depara com as artes visuais em seus vários estilos e formas. Desta forma, a criança e o adolescente, ao chegar à sala de aula, já têm uma visão de arte. Esta ideia deve ser respeitada e ampliada na educação atual. Como nos diz Kramer & Leite (1998), “para ser educativa a arte precisa ser arte e não arte educativa”. Sendo assim, a disciplina de Artes, na Educação Básica, na Educação Brasileira, necessita ter como objetivo “alargar e aprofundar o conhecimento do ser humano, possibilitando-lhe maior participação social” (BRASIL, 2007). A arte na educação possibilita ao ser humano uma experiência transformadora capaz de conduzir e desenvolver nos estudantes várias interpretações a cerca da realidade do mundo. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 18 r e v ist a l’att itu d e As obras de arte são modos instigantes de ver e ler o mundo, estão impregnadas de conteúdos sociais que, portanto, podem ser analisados e debatidos, pelas várias interpretações que podem suscitar. O olhar crítico que as crianças desenvolvem com esse tipo de conhecimento, muitas vezes, surpreende-nos. É preciso apostar muito nas crianças e nos adolescentes, em suas capacidades de aprender e conhecer (BRASIL, 2007, p. 49). Quando a criança e o adolescente têm contato com a Arte é possível possibilitar uma experiência inovadora “provocando novas formas de sentir, pensar, compreender, dizer e fazer” (BRASIL, 2007). O encontro com a estética, a cultura, o belo, promove “diferentes formas de expressão e de compreensão da vida” (BRASIL, 2007). O trabalho apresentado demonstra a importância da disciplina de Artes na Educação Brasileira e manifesta sua capacidade de criar, formar e transformar, assim, promovendo crianças e jovens ao senso crítico, criativo e transformador, tendo um novo olhar de mundo e da sociedade. O ensino de artes no Brasil A Arte no Brasil sofreu várias mudanças no decorrer das décadas. O ensino de Artes, na educação tradicionalista, segundo Santos (2010) estava voltado para o domínio técnico, mais centrado na figura do professor que trabalhava com exercícios por eles selecionados e livros didáticos. Por volta dos anos 20 ao 70, o ensino de Artes, contagiada pela tendência escolanovista, voltou-se para o desenvolvimento da criança, valorizando as formas de expressão e compreensão do mundo, respeitando sempre suas necessidades e aspirações. O ensino valorizava a espontaneidade e o crescimento do aluno. As atividades tornaram-se um espaço de invenção, autonomia e descobertas com grande valorização na autoexpressão do aluno. Em São Paulo, no ano de 1922, com a Semana de Arte Moderna, ocorreu um grande marco para a caracterização de um pensamento modernista. Com as crescentes novas expressões e o surgimento dos museus ocorreu uma crescente abertura nas Artes Plásticas. Qualquer professor poderia lecionar desenho ou artes plásticas nos anos 60 mesmo não possuindo formação específica. A qualidade desta disciplina ficava a desejar por falta de profissionais qualificados. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no ano de 1971, a Arte com o título de Educação Artística, foi incluída pela primeira vez no currículo escolar. No entanto, foi considerada como atividades educativas e não como disciplina. Nos anos 80 surgiu o Movimento Arte – Educação que tinha como objetivo conscientizar e organizar os profissionais do Ensino de Arte. Com este movimento ampliou-se e organizaram-se os profissionais da área que se encontraram isolados e desmotivados dentro da escola. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, iniciam-se as discussões sobre a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, porém, ocorreram manifestações e protestos de inúmeros educadores contrários a uma versão da lei que retirava a obrigatoriedade da ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 19 r e v ist a l’att itu d e área. Revogaram-se as disposições anteriores e Arte passa a ser considerada obrigatória na Educação Básica com a Lei n. 9394/96; no art. 26, §2º: “o ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da Educação Básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos” (BRASIL, 1996). Na década atual se vivenciam as características desse novo marco curricular as reivindicações de identificar a área por Arte, e não mais por Educação Artística, e de incluí-la na estrutura como área, com conteúdos próprios ligados à cultura artística e não apenas como atividade. Hoje o ensino de Artes visa uma experiência transformadora, capaz de criar oportunidades de vivência com a cultura, com as diferentes manifestações e expressões artísticas. As explorações com diversos tipos de materiais gráficos, plásticos e obras de artes promovem uma ação transformadora que associa a vivência com a cultura a uma atitude criadora nos alunos da educação básica. A arte como experiência pessoal e social As atividades artísticas proporcionam vivências íntimas em cada um e vivências nas relações interpessoais. No contexto pessoal as expressões artísticas manifestam sentimentos de dor, alegria, satisfação, tristeza, inquietudes, pensamentos, ideias, desejos, sonhos, frustrações, serenidade e várias outras demonstrações pessoais e próprias do ser humano. Nes- sas expressões o indivíduo dialoga consigo mesmo, com a arte criada e com o mundo a sua volta. Ao reelaborar as experiências pessoais e sociais vivenciadas, ampliase o universo de expressão da criança e do adolescente, como também sua percepção, sensibilidade, criatividade e conhecimento do mundo. A criança e o adolescente motivados pelas formas de expressões têm mais facilidade na concentração, noções de estético e belo, e maior facilidades nas formas de se expressar criticamente. A disciplina de Arte da Educação Básica colabora na construção de autoconhecimento, autoconfiança e autocrítica do educando. O fazer artístico colabora na busca da própria identidade e também no desenvolvimento das habilidades de perceber a realidade, compreendê-la, codificá-la e reelaborá-la. Assim, Arte desenvolve a inteligência, o raciocínio espacial e lógico, a compreensão da comunicação, a coordenação motora e os sentidos. Ao expressar artisticamente são desenvolvidos meios para solucionar problemas e conflitos pessoais, pois o educando necessitará de realizar uma releitura da sua vida, medos, obstáculos e conceitos a serem superados. Além das produções e expressões individuais que proporcionam a construção do eu, é possível produzir o fazer artístico em grupo. Essa prática desencadeia a vivência da sociabilidade, do respeito, da crítica, da autocrítica, da tolerância, da cooperação, do domínio próprio, do reconhecimento de princípios éticos, entre outros. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 20 r e v ist a l’att itu d e A vivência das Artes Visuais de forma compartilhada ensina o indivíduo a aprender a lidar com suas próprias limitações e com as limitações do outro. Serão muitas vezes levados a situações em que será induzido a atitudes de compreensão, aceitação e perdão em relação a si mesmo e aos outros. A Arte atua diretamente no processo de construção da vida do homem em sociedade. Possibilita a construção da individualidade do educando mediante a sua interação consigo mesmo, com o outro e com o meio. O papel do professor de artes visuais O professor de Arte tem a missão de explorar a prática da Arte de diferentes formas com a finalidade do desenvolvimento do intelecto, do aprendizado e das relações humanas, tanto para a formação pessoal de novos alunos quanto à formação social. Sua metodologia deve transcender a vivência intelectual e cultural para promover o desenvolvimento integral da criança e do adolescente. O método deve oportunizar a exploração da transdisciplinaridade e propiciar a compreensão do seu universo interior e exterior. Infelizmente muitos educadores, sem conscientização da importância de seu papel transformador, apresentam conteúdos que favorece apenas cópias ou desenhos livres sem ligação com a realidade dos educandos. A vivência da arte transcende o seu papel ao fazer parte da vida dos alunos e os conduzem a uma “realização pessoal, satisfação, prazer, equilíbrio, alegria, paz, compreensão, confiança, reciprocidade, identificação com o outro e comunhão com o semelhante e com o universo” (PROSSER, 2006, p. 16). Considerações finais Pode-se afirmar que o ensino de Arte no processo pedagógico amplia o mundo expressivo, cognitivo e perceptivo do ser humano. Possibilita maior exploração e compreensão de suas próprias potencialidades e colabora para que se obtenham rendimentos nos diversos campos do saber. A Arte vivenciada por meio de conceitos éticos contribui intensamente na formação integral do homem e do cidadão independente de sua classe social, etnia e cor. Ao contrário do que se imagina, a Arte pode, sim transformar os valores e a sociedade violenta em que vivemos. Quanto mais forem levadas a sério, mais a prática artística e a reflexão sobre a prática artística serão mais eficientes na construção de uma nova realidade. E não se trata de utopia abstrata: tratase de algo possível e palpável, de resultados a curto, médio e longo prazos. Basta experimentá-las e explorá-las nas suas incontáveis possibilidades (PROSSER, 2006, p. 16). As escolas, os educadores da educação básica em geral, os gestores e todos os formadores do ensino de Artes têm um papel imprescindível de formar, educar, capacitar e conduzir os educandos no caminho do bem, da cooperação, do diálogo e da vivência na sociedade. Assim se formará crianças e jovens com senso crítico, criativo e ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 21 r e v ist a l’att itu d e transformador, tendo um novo olhar de mundo e de sociedade. 22 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998. ____. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. ____. Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. ____. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino fundamental de nove anos: orientação para a inclusão da criança de seis anos de idade. Brasília. 2007. KRAMER, S.; LEITE, M. I. Infância e produção cultural. Campinas: Papirus. 1998. PROSSER, E. S. Ensino de artes. Curitiba: Iesde, 2006. SANTOS, J. F. R. A importância das artes visuais na educação infantil. São José do Rio Preto: Unicid, 2010. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e Artigo científico 23 A situação dos alunos de licenciatura, frente à falta de professores no país6 Wanderson Militão Gualberto da Fonseca7 RESUMO A situação da educação do Brasil tem sofrido grandes transformações. O Governo finalmente se conscientizou da importância dos docentes e da necessidade de incentivar a comunidade a seguir a carreira de professor. Mas isso não é tudo. A forma com que o docente é formado também sofre transformações que a muito eram esperadas. Este novo profissional não é mais, apenas um transmissor de conhecimento, e sim um formador de pensadores. Nos dias atuais, muito tem se falado em relação aos cursos de licenciaturas criados pelo Governo Federal com a implantação dos Institutos Federais (IF‟s). Busca-se mostrar a situação do Licenciando no país: o início precoce na profissão, as consequências de uma fraca base no Ensino Médio e a busca do Governo em reverter o quadro da situação no Brasil. Palavras-chave: Educação; Licenciatura; Professor. ABSTRACT The situation of the education of Brazil has suffered great transformations. The Government finally was acquired knowledge of the importance of the teachers and the necessity to stimulate the community to follow the teacher career. But this is not everything. The form with that the teacher is also formed suffers transformations that were very waited. This new professional is not more, only one transmitter of 6 7 Artigo apresentado no I Simpósio Baiano de Licenciatura, realizado na UESB, em Vitória da Conquista/Bahia, nos dias 11 e 12 de agosto de 2011. Graduando de Licenciatura em Física no IFNMG – Campus Salinas. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e knowledge, and yes a former of thinkers. In the current days, much has been said with regard to the courses of formation of professors created by the Federal Government with the implantation of the Federal Institute (IF's). One search to show the situation of graduating in the country: the precocious beginning in the profession, the consequences of a weak base in average education and the search of the Government in reverting the picture of the situation in Brazil. Keywords: Education; Graduation; Teacher. Introdução Nos dias atuais, muito tem sido dito sobre a formação de novos professores, principalmente de Biologia, Física, Matemática e Química para suprir a carência desses profissionais no Brasil. Estima-se que faltem hoje 200 mil professores para o Ensino Médio. O problema se torna ainda mais preocupante ao se analisar o crescente número de alunos nos Ensino Fundamental e Médio, pois a formação de professores não acompanha tal crescimento. Para tentar minimizar, temporariamente este problema, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) autoriza alunos de licenciatura a lecionarem, provocando uma educação aquém daquela que deveria ser promovida, fato este que irá refletir diretamente sobre a formação do estudante, dificultando seu acesso ao Ensino Superior. Estas e outras questões contribuem para a evasão do aluno quando este ingressa na graduação. Destaca-se ainda, a fragilidade na formação da identidade do licenciando, que, ao iniciar precocemente na docência, por ainda não ter uma base pedagógica sólida para atuar no magistério está sujeito a falhas que podem determinar a construção de sua identidade enquanto docente. Neste sentido, será que vale a pena colocá-los dentro da sala de aula antes do tempo? O que tem sido feito por esses acadêmicos? Qual o futuro desses professores? Isso fez com que o Governo voltasse seus olhos para aqueles que estão buscando formação para o magistério. Programas como o PIBID/CAPES foram meios encontrados para contribuir para a melhor formação de professores e diminuir a taxa de evasão nos cursos de licenciaturas. Conforme afirma Pimenta e Guedin (2005) sobre afirmações de Donald Shön, é necessário que a formação não mais se dê nos moldes de um currículo normativo que primeiro apresenta a ciência, depois a sua aplicação e por último um estágio que supõe a aplicação pelos alunos dos conhecimentos técnicos profissionais. O professor assim formado, conforme a análise de Shön, não consegue dar respostas às situações que emergem no dia-a-dia profissional, porque estas ultrapassam os conhecimentos elaborados pela ciência e as respostas técnicas que poderiam oferecer ainda não estão formuladas (PIMENTA; GUEDIN, 2005, p. 19). ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 24 r e v ist a l’att itu d e A situação do professor no país A formação de educadores está em foco em todo o país, mas ainda assim continua sendo um dos grandes desafios para o atual e os próximos governos. Os jovens, ao contrário do que se via há uns 20 anos, não se interessam em serem formadores de opiniões. Isso acontece por causa do cenário atual de desvalorização do magistério e indefinição da identidade do professor e isso devido ao descaso sofrido pela classe nas últimas décadas, até os dias atuais. Os profissionais da educação não conseguem exercer com louvor sua principal função, devido ao trabalho burocrático que toma grande parte de seu precioso tempo, que deveria ser dedicado, exclusivamente ao transmitir do conhecimento e formar mentes pensantes. Talvez o erro mais sério que nós, docentes, cometemos, seja o de nos deixarmos invadir excessivamente pelas exigências externas de nosso trabalho, isto é: o cumprimento de normas de diferentes tipos, sem viver intensamente o papel de educadores das crianças que a sociedade nos confia a cada ano [...] (NIDELCOFF, 1979, p. 5) O que se percebe, é uma queda crescente no número de docentes em todo o país. Fato este que já preocupa o Governo, que buscando minimizar o impacto que isso tem sobre a população, iniciando campanhas para motivar seus cidadãos a seguirem esta carreira. Segundo os últimos dados do Censo do Ensino Superior, realizado pelo MEC o número de graduandos nos cursos de licenciatura caiu de 77 mil para 64 mil entre os anos de 2005 a 2009. Uma queda de 17% em apenas quatro anos. E isso enquanto o número de concluintes do Ensino Superior cresceu 13% e o número de docentes sem diplomas teve um aumento de 7% no mesmo período. Outro agravante é que a maioria dos docentes formados busca atuar fora das salas de aula, ou em instituições privadas. Mozart Ramos Neves, membro do movimento Todos Pela Educação disse em uma entrevista que “muitos desses formandos preferem seguir na área acadêmica, ir para colégios particulares ou atuar em outras áreas, onde ganham mais. Eles não vão para as escolas públicas” (CONPEC, 2011). O Brasil está defasado quando o assunto são os regentes de aulas no Ensino Médio da rede pública. Segundo levantamento feio pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2009 há um déficit de mais de 235 mil professores na rede, e o fator predominante pela falta de interesse dos jovens em ingressarem no magistério, conforme a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação ainda é a baixa remuneração no Brasil. Em comparativo com a Alemanha, por exemplo, um professor recebe por ano em torno de R$ 85 mil, enquanto no Brasil, não passa dos R$ 34,4 mil. A Constituição Brasileira de 1988 dispõe no artigo 205 que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família e será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 25 r e v ist a l’att itu d e cidadania e sua qualificação para o trabalho; e o artigo 206, nos incisos I e II, que o ensino será ministrado com base no princípio da igualdade de condições e da liberdade de aprender, ensinar e pesquisar (BRASIL, 2011e). Assim, quando falta um professor dentro da sala de aula, o direito de aprender do aluno não está sendo cumprido e isso fere um direito constitucional. A falta de aulas por qualquer motivo viola este artigo. Cabe ao Estado oferecer condições para que este direito seja respeitado e para isso é preciso que os professores em exercício tenham condições dignas de trabalho. É preciso um melhor preparo dos professores que formam professores e é importante que os acadêmicos de cursos de formação de professores tenham uma formação sólida. Falta de professores no Brasil x alunos de licenciatura A falta de professores é um problema tão grave, que hoje, no Brasil, um licenciando que concluiu apenas o primeiro período de um curso com duração total de oito, já consegue liberação do Estado para lecionar. O Governo tenta assim, minimizar a falta de profissionais, sem pensar nas consequências futuras de tal ato, que pode agravar a situação da educação a médio e longo prazo. Um professor não é apenas um transmissor de conhecimentos, e sim um formador de opiniões e caráter. É preciso que este profissional tenha uma boa formação docente para atuar com as crianças e jovens, evitando assim oferecer uma educação precária. Ao comparar esse início precoce dos licenciandos com um aluno de medicina, qual seria a provável posição de todos? Se um aluno de medicina fosse colocado para atuar em um hospital qualquer, para tentar suprir a falta de médicos existente no Brasil, algum pai levaria seu filho a este médico em formação? Provavelmente não. Então por qual motivo a formação das crianças brasileiras pode ser confiada a um professor despreparado? Deve-se haver uma preocupação com a formação dos jovens desde o início de seu ciclo escolar, para que possa ter uma base sólida que lhe permita ingressar em uma universidade assim que conclua o Ensino Médio. O início precoce na carreira pode causar uma experiência emocional desagradável neste acadêmico que terá que lidar com situações para as quais ainda não está preparado, e isso sem mencionar os alunos entregues a este novo profissional, que com certeza serão prejudicados, tanto em sua formação em relação ao conhecimento, como em sua formação social. E assim, este jovem terá dificuldades quando ingressar em uma instituição de Ensino Superior e talvez em algumas áreas de sua vida pessoal. Valorização do professor No dia 28 de Julho de 2010 a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) promoveu um debate sobre a formação de docentes no Brasil e entre os principais desafios relatados estão o de cumprir as ofertas de cursos/vagas; minimizar a evasão, garantindo apoio ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 26 r e v ist a l’att itu d e aos professores; criar modelos de cursos adequados aos docentes em exercício; e, promover inovação curricular e de projetos pedagógicos (BRASIL, 2011a). Isso vem mostrar que existe uma preocupação com a formação dos novos professores, mas não com a recuperação dos que já estão nas escolas. De acordo com pesquisa realizada com professores da rede estadual de Salinas/MG, ao serem perguntados a cerca de sua valorização profissional, por alguns segmentos, em relação às escolas 83,33% dos entrevistados responderam que são valorizados e em relação aos alunos essa porcentagem ficou em 75%. Mas em se tratando do Governo, esse número cai para 33,33%. Valorização do docente NÃO SIM 25,00% ALUNOS 75,00% 16,67% ESCOLA 83,33% ESTADO 33,33% 66,67% Assim, não é por acaso que o número de profissionais da área da educação não cresce de acordo com a demanda de alunos. Já na pesquisa realizada com 323 alunos da rede estadual da cidade de Salinas/MG, constatou-se que 45% dos alunos já pensaram em serem professores. Já pensou em ser professor? NÃO 55% SIM 45% ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 27 r e v ist a l’att itu d e Com a mesma pesquisa, ela ainda mostra que entre as opções de profissões propostas, a de professor está nos últimos lugares, constatando-se que o motivo que levou a maioria a desistir de lecionar, foi à falta de valorização do professor, a percepção da insatisfação destes profissionais e salários inferiores. Escolha da profissão ENGENHARIAS ADVOGADO MÉDICO PSICOLOGO PROFESSOR OUTROS 23,44% 20,31% 19,10% 18,58% 10,24% 8,33% Outro destaque é que, se para 88,21% dos alunos entrevistados, o magistrado não é valorizado, então, nota-se que tal pensamento é um fator a ser considerado para explicar o baixo interesse dos jovens em seguir a profissão no futuro, sendo imprescindível que se trabalhe a imagem do professor com estes jovens, pois é nessa idade que normalmente se escolhe qual profissão seguir. Assim, um dos importantes desafios do novo professor será conquistar o respeito de todos e mudar essa concepção distorcida que as pessoas têm sobre a profissão e o profissional. O docente sai da faculdade, hoje, desacreditado. Quando o licenciando se vê, antes de terminar sua graduação, frente a essa realidade, onde sabe que será mal conceituado e desvalorizado terá que se unir a outros de sua classe, que lutam há anos para mudar esse quadro e que, juntos nessa luta, repensem sua escolha para não ser a possibilidade de contribuir para o aumento das atuais e estrondosas taxas de evasão. O Governo tem buscado reverter o caos que se instaurou na educação e agora volta seus olhos para a peça mais importante para que as mudanças desejadas ocorram: os professores; os mesmos que durante décadas estiveram desamparados buscando mostrar a importância da categoria e assim trazer a valorização merecida. No entanto, este processo será lento, pois o Governo terá de enfrentar mais de um século de insatisfação daqueles que são responsáveis pela formação dos jovens. A valorização dos profissionais está garantida na Constituição Brasileira de 1988, no artigo 60, quando se refere à remuneração condigna dos trabalhadores da educação, mostrando que sempre se soube de sua importância. Mesmo assim, o que se observa, é ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 28 r e v ist a l’att itu d e o descaso com que a profissão tem sido tratada pela sociedade no decorrer dos anos. A Constituição do país, mais uma vez, não tem sido cumprida. O início prematuro do jovem professor no ambiente escolar É preciso que se respeite o período de maturação do novo professor, para que este tenha tempo de se preparar emocionalmente e desenvolver sua prática pedagógica tão importante para enfrentar as situações que vivenciará em uma sala de aula. Hoje, muitos professores ficam doentes, sem condições de continuar seu trabalho, devido à má preparação psicológica durante seu período de graduação e o abalo dos alicerces emocionais no exercício da função. Muitos desses mestres, não conseguem retornar a uma sala de aula depois de um abalo emocional intenso e o Brasil perde mais um de seus colaboradores na luta contra a pobreza. Um jovem, ao entrar para uma empresa, mesmo que já tenha feito algum tipo de curso, ou treinamento sobre a área em que vai atuar, recebe um preparo específico antes de iniciar suas atividades. É preciso que isso seja feito com o professor iniciante. O que se vê é que após a designação, ele simplesmente é direcionado a sala de aula, sem que seja apresentado devidamente ao ambiente escolar em que está sendo inserido e aos colegas de profissão, assim como as normas e regimentos da nova instituição. Não há nenhum apoio a este jovem docente; e para um iniciante, tomado de insegurança, o simples fato de preencher um diário escolar é extremamente complexo e isso não é algo que se aprende no ambiente acadêmico. Evasão nos cursos de licenciaturas Atualmente o grande problema nos cursos de Licenciaturas é a alta taxa de evasão nos períodos iniciais. Cada vez mais, acadêmicos têm chegado às instituições de Ensino Superior sem uma base mínima de conhecimentos para seguirem com seus estudos e tal fato está relacionado à fraca formação que recebem no Ensino Médio por professores, muitas vezes, mal preparados, sem conhecimento pedagógico necessário para lecionar e em alguns casos sem um diploma. Entre os principais motivos para evasão está a falta de identificação com o curso escolhido, dificuldades em conteúdos específicos e questões financeiras. Se não bastasse, quando os alunos tomam noção das dificuldades da profissão e da desvalorização profissional, resolvem buscar cursos que lhe proporcionem o que não irão encontrar lecionando: altos salários e reconhecimento. De acordo com dados levantados junto ao portal do Inep, os cursos de formação docente, com as maiores taxas de evasão entre os anos de 2007 a 2009 foram os cursos de licenciaturas em Física, Matemática, Biologia e Química, respectivamente. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 29 r e v ist a l’att itu d e Taxa de evasão nacional dos cursos de licenciatura plena 2007 2008 2009 MÉDIA 30 20% 13% 20% 23% 22% 22% 14% 16% BIOLOGIA 25% 24% 21% 14% FISICA MATEMÁTICA 22% 13% 11% 15% QUÍMICA Gráfico elaborado com informações baseadas nos dados do Inep: Sinopses Educação Superior (2007-2009). Muito precisa ser feito a fim de minimizar a taxa de evasão, pois o número de alunos que resolvem cursar Licenciatura, já não é o suficiente para suprir a defasagem de professores no país, e com as desistências o quadro se torna crítico. Tais atitudes terão que ser tomadas individualmente por cada instituição, após um estudo detalhado da realidade da comunidade onde a mesma está inserida. Assim, visto esta realidade, algumas instituições buscando diminuir tais taxas de desistência, têm oferecido disciplinas de nivelamento em matérias específicas, no início da vida acadêmica e apoio financeiro, para que este aluno tenha uma melhor condição de continuar sua graduação. PIBID/CAPES Uma das melhores iniciativas do Governo Federal em relação à educação brasileira é a criação do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID). A Capes, que antes respondia apenas pelos cursos de pós-graduação, passou a receber, em 2009, um orçamento de R$ 1 bilhão destinado a formação de professores (BRASIL, 2011c,d). O programa oferece bolsas para que alunos de licenciaturas sejam inseridos no ambiente escolar sobre supervisão, a fim de se familiarizarem com a realidade da comunidade escolar. Assim, esses alunos irão conhecendo aos poucos a profissão e os desafios e poderão realizar pesquisas que possam contribuir para melhoria da formação docente. Segundo Penin (1995), o conhecimento do cotidiano escolar é necessário por duas razões. Primeiro, porque sendo conhecido é possível conquistá-lo e planejar ações que permitam transformá-lo, assim como lutar por mudanças institucionais no sentido desejado. [...] Segundo, porque o cotidiano, sendo conhecido, pode fornecer informações a gestões institucionais democráticas que quei- ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e ram tomar medidas adequadas para facilitar o trabalho ao nível cotidiano das escolas e melhorar a qualidade do ensino aí realizado (PENIN, 1995, p. 161). O projeto foi aprovado pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, e publicado no Diário Oficial da União em 24 de dezembro de 2009, através da Portaria Normativa n. 16, de 23 de dezembro de 2009, em observância às prescrições do Decreto n. 6094, de 24 de abril de 2007, com o objetivo principal de unir as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e as Universidades Públicas, na busca pela melhoria do ensino brasileiro. Entre as propostas do PIBID está o incentivo à carreira do magistério nas áreas onde existe uma grande carência de profissionais com formação específica: Ciências e Matemática de quinta a oitava séries do Ensino Fundamental; e, Física, Química, Biologia e Matemática para o Ensino Médio tentando diminuir a taxa de evasão destes acadêmicos que hoje atinge mais de 60% de acordo com dados do INEP (BRASIL, 2011d). O valor da bolsa ainda está longe do ideal, uma vez que o acadêmico bolsista recebe apenas R$ 400 mensais e tem que se comprometer a se dedicar exclusivamente aos estudos, não podendo exercer nenhuma outra atividade renumerada durante o período. Mas uma vez que, hoje, no Brasil, muitos jovens saem de suas cidades para estudar, e muitos vêm de famílias carentes, este valor é insuficiente para garantir seu sustento. Isso em um país onde, até os professo- res, com anos no exercício da função, precisam ocupar dois ou três cargos para terem condições de uma vida mais digna. Considerações finais O agravamento da situação educacional no Brasil obriga aos governantes a trabalharem para uma mudança no quadro da valorização do profissional da educação. O brasileiro voltou seus olhos para os professores e com isso projetos têm sido criados a fim de estimular a formação docente, a melhoria na formação oferecida aos alunos de licenciatura e a valorização deste profissional tão importante no processo de desenvolvimento da Nação. Tais projetos foram elaborados para apresentarem resultados a médio e logo prazo, enquanto a situação exige medidas com resultados imediatos. Enquanto as Secretarias de Educação não se unirem, ficará impossível reverter o quadro atual. É preciso mais apoio ao profissional da educação, valorizando estes mestres, para que eles possam desenvolver suas atividades. Ao mesmo tempo, é indispensável um cuidado maior com os acadêmicos dos cursos de licenciatura, pois são eles que assumirão o papel de guiar o crescimento do país. Eles precisam de suporte para a iniciação à prática docente. Assim, o PIBID, programa que já deveria estar em execução há décadas, e que recentemente foi lançado, é um ponto a favor da Educação no país e o que se espera é que sejam obtidos bons resultados. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 31 r e v ist a l’att itu d e O licenciando é frágil e colocá-lo em uma sala de aula, sem uma formação docente sólida, é muito arriscado, tanto para os alunos, como para o graduando. É preciso respeitar o tempo necessário para que este novo profissional adquira seu amadurecimento pedagógico e o conhecimento específico, para criação de sua identidade profissional, pois somente assim, ele poderá oferecer aos jovens que lhe serão entregues, um ensino de qualidade e contribuirá para formar cidadãos mais estruturados em todas as áreas. O Brasil está no caminho certo, mas o processo se iniciou tardiamente e por isso será necessário paciência para que os resultados das transformações que vem ocorrendo possam ser visualizados. BIBLIOGRAFIA BRASIL. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Debate aborda desafios da formação de professores. Disponível em: <http://www. capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36 -noticias/3988-debate-aborda-desafios-da-f ormacao-de-professores>. Acesso em: 25 jun. 2011a. ____. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/ todas-noticias>. Acesso em: 24 jun. 2011b. ____. Ministério da Educação e Cultura. PIBID, apresentação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemi d=467&id=233&option=com_content&view= article>. Acesso em: 26 jun. 2011c. ____. Diário Oficial da União, n. 246: Portaria Normativa n. 16. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/images/stories/ download/bolsas/Portaria16_241209.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2011d. ____. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.dji.com.br/constituicao _federal/cf205a214.htm>. Acesso em: 26 jun. 2011e. BOTTEGA, R. M. D. Formação de professores em serviço: aspectos para discussão. Revista Trama, v. 3, n. 5, p. 171-9, jan./jun. 2007. CONPEC. Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária. Desinteresse pela carreira do magistério. Disponível em: <http://www.cenpec.org.br /noticias/ler/N%C3%BAmero-de-formandosem-cursos-que-preparam-docentes-cai-pe la-metade-em-4-anos>. Acesso em 15 fev. 2011. FREIRE, P. Educação e atualidade brasileira. São Paulo: Cortez, 2001. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 32 r e v ist a l’att itu d e ____. Educação e mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1979. ____. Política e educação. São Paulo: Editora, 1993. 33 GHIRALDELLI JR., P. Filosofia e história da educação brasileira. São Paulo: Manole, 2009. NIDELCOFF, M. T. Escola e a compreensão da realidade. São Paulo: Brasiliense, 1979. PENIN, S. Cotidiano e escola: a obra em construção. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995. PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2004. ____.; GUEDIN, E. (Orgs.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um processo. São Paulo: Cortez, 2005. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e Post-scriptum 34 Corrente ou concorrente? Joaquim Marciano Ribeiro Filho8 Em toda formação grupal que se preze existe o momento de integração que possui como proposta a promoção da união, recordando aos integrantes a valorização do trabalho em equipe, o que alude ao senso lendário dos Cavaleiros da Távola Redonda versus o Mito da Caverna de Platão. Esse atuar conjunto favorece a ideia de sociedade enquanto unidade, para alguns como utópica, e é uma das primeiras ações proferidas, e. g., na entrada de trabalhadores em empresas e de estudantes, principalmente durante o Ensino Superior; esse atuar é uma chama que aquece a solda e funde uma substância criando uma corrente humana. Com o decorrer do tempo, as alterações sociais e o descuido revelam aos de percepção nobre uma corrente frágil e ineficaz porque seus anéis se demonstraram metálicos não possuindo capacidade de serem potencialmente 8 desenvolvidos; neste ínterim, buscando a solução mais econômica, tais sonhos de equipe se tornam grupos funcionalmente concorrentes e com correntes individuais (sem o siso de equipe), em que a proposta então evolui para cada um por si. Esse é o hábito e histórico de muitas pessoas físicas e jurídicas; é uma prática comum oferecida aos supostos formandos que iniciam um curso como cúmplices atuantes e após alguns anos de convivência, docentes os instigam a compreenderem que agora eles deverão ser concorrentes; e em instituições empresariais durante processos de vin- Graduado em Psicologia; especialista em Psicopedagogia e em Gestão Empresarial com Ênfase em Marketing e Recursos Humanos; Presidente e Diretor do Instituto Cenorpsi; Consultor de Desenvolvimento Humano e Empresarial, Psicólogo, Psicopedagogo e Coordenador de Projetos e Programas Institucionais e Sociais do Cenorpsi Cellardoor; Editor da Revista L’attitude; e, Coordenador, Professor, Escritor, Conferencista e Membro-pesquisador do NEP. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e culação muitos se disponibilizam a trabalhar de forma conjunta e posteriormente não estão mais disponíveis, porém se compreende que a outrora cumplicidade ainda equivaleria a uma faísca mnemônica que impele a possibilidade de uma nova chama emergir. Nesta dança contínua de práticas da educação ao trabalho e deste àquele, percebe-se que as correntes propostas são efetivamente humanas, no entanto, com humanos metálicos, mecânicos e não compostos em suas fibras com a sensibilidade para identificação de sua própria identidade. Deste modo, atualmente convivemos com pessoas (familiares, governantes e desconhecidos) que não reconhecem a fronteira entre a individualidade e a sociabilidade, não possuindo ainda referência para sua identidade; sendo um autômato, executam ações de hábito com engrenagens que expressam ruídos convertidos em reclamações. Portanto, para superar esse estágio, nada é mais digno do que resignificar: converter hábitos em atitudes, ideias em ações e práticas em diálogos; aqui então, estabeleceu-se morfemas e fonemas que estão registrados para que se promovam a história de existências milenares e que sutilmente desejam acorrentar o saber culturalmente diverso disponibilizando-o nutritivamente em vocábulos despertadores. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 35 r e v ist a l’att itu d e Vivências: comédia, drama e tragédia OBRAS CINEMATOGRÁFICAS SUGERIDAS 36 EQUILIBRIUM (2002) Sinopse: Nos primeiros anos do século XXI aconteceu a 3ª Guerra Mundial. Aqueles que sobreviveram sabiam que a humanidade jamais poderia sobreviver a uma 4ª guerra e que a natureza volátil dos humanos não podia mais ser exposta. Então uma ramificação da lei foi criada, o Clero Grammaton, cuja única tarefa é procurar e erradicar a real fonte de crueldade entre os humanos: a capacidade de sentir, pois há a crença de que as emoções foram culpadas pelos fracassos das sociedades do passado. Desta forma existe um estado totalitário, a Libria, que é comandado pelo "Pai" (Sean Pertwee), que só aparece através de telões. Foi decretado que os cidadãos devem tomar diariamente Prozium, uma droga que nivela o nível emocional. As formas de expressão criativa estão contra a lei, sendo que ao violar qualquer regulamento a nãoobediência é punida com a pena de morte. John Preston (Christian Bale) é um Grammaton, um oficial da elite da lei, que caça e pune os "ofensores", além de ter poder para mandar destruir qualquer obra de arte. Um dia, acidentalmente, Preston não toma o Prozium. Pela primeira vez ele sente emoções e começa a fazer questionamentos sobre a ordem dominante. ILHA DO MEDO [SHUTTER ISLAND] (2009) Sinopse: 1954. Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) investiga o desaparecimento de um paciente no Shutter Island Ashecliffe Hospital, em Boston. No local, ele descobre que os médicos realizam experiências radicais com os pacientes, envolvendo métodos ilegais e antiéticos. Teddy tenta buscar mais informações, mas enfrenta a resistência dos médicos em lhe fornecer os arquivos que possam permitir que o caso seja aberto. Quando um furacão deixa a ilha sem comunicação, diversos prisioneiros conseguem escapar e tornam a situação ainda mais perigosa. UM PROFESSOR EM APUROS [TENURE] (2009) Sinopse: A vida acadêmica não se tornou aquilo que o professor de inglês Charlie Thurber (Luke Wilson) sonhou que seria. Ele é uma inspiração para seus alunos, mas a sua notável falta de habilidade política deixou sua carreira meio estagnada. Quando parecia que Charlie finalmente estaria prestes a subir em degrau mais alto, uma PhD de Yale (Gretchen Mol), junta-se ao pessoal da pequena faculdade e ameaça fazer sombras às aspirações de Charlie. Seu melhor amigo (David Koechner) é bem intencionado e um professor especializado em antropologia que lança uma campanha totalmente equivocada para promover a causa de Charlie. Enquanto isso, a irmã de Charlie pressiona-o a passar mais tempo com seu velho pai, um antigo professor que não consegue esconder sua decepção pela carreira estagnada do filho. Para complicar ainda mais, Charlie se vê atraído pela nova concorrente. ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 r e v ist a l’att itu d e COMO ESTRELAS NA TERRA, TODA CRIANÇA É ESPECIAL [TAARE ZAMEEN PAR] (2007) Sinopse: Ishaan Awasthi é um garotinho de oito anos de idade cheio de imaginação, mas ninguém parece dar muita atenção aos seus sonhos. Ele gosta de cores, peixes de aquário, cães e pipas. Tudo o que não é importante para o mundo dos adultos, mais preocupados com o trabalho e ordem. Ocorre que Ishaan, por ser muito sonhador, acaba não prestando atenção nas aulas da escola. Os pais, preocupados, acham que ele deve ser disciplinado e o mudam de escola. Num primeiro momento o garoto sofre o trauma da separação. Até que ele conhece seu novo professor de artes, Ram Shankar Nikumbh, um homem que traz alegria e otimismo a todas as crianças, menos Ishaan. Nikumbh fará de tudo para descobrir os motivos da infelicidade do menino e assim abrir caminho para que ele realize seus sonhos. 37 THAT’S WHAT I AM (2011) Sinopse: Andy Nichol é um garoto de 12 anos, que como a maioria da sua idade, tenta evitar confusão e motivos para ser ridicularizado e punido pelos colegas da escola. Adorado pelos alunos, Mr. Simon, interpretado por Harris, coloca Andy e Stanley como dupla em um projeto da escola. Stanley é perseguido por ser diferente: ruivo, com “a cabeça muito grande para seu corpo e as orelhas muito grandes para sua cabeça”. Nessa relação, Andy e Stanley aprenderão um sobre o outro, e Mr. Simon terá que enfrentar uma fofoca envolvendo preconceitos e intolerância. O filme conta a história de um garoto que sofre com o bullying, e decide fazer algo para mudar esta situação, junto com seus professores e sua família. REENCONTRANDO A FELICIDADE [RABBIT HOLE] (2011) Sinopse: Becca (Nicole Kidman) e Howie Corbett (Aaron Eckhart) formavam uma família feliz, mas suas vidas viraram do avesso após a morte do filho, Danny (Phoenix List), num acidente de carro. Depois de largar a carreira de executiva para virar dona de casa, ela tenta redefinir sua vida se cercando dos familiares e pessoas bem intencionadas para ajudar a superar a dor da perda. Enquanto dá início a uma "estranha" amizade com o jovem Jason (Miles Teller), motorista do carro no fatídico acidente, seu marido mergulha no passado, buscando apoio em estranhos que poderiam oferecer algo que a esposa não consegue. Assim, perdidos em seu sofrimento, os Corbett fazem escolhas surpreendentes para seu futuro. www.cenorpsi.com ano 1, n. 1, jan./dez. 2011 ALGUNS TRABALHOS DESENVOLVIDOS POR MEMBROS DO CENORPSI www.cenorpsi.com EVENTOS I Campanha da Acessibilidade Psicológica: Funcionalidades da Mediação em Organizações. I Mostra da Atitude: Uma Psicologia Para o Ser Humano. I Fórum de Psicologia e Diversidade Humana: Revelando as Faces Profissionais. II Campanha da Acessibilidade Psicológica: Pigmentar os Espaços e Promover a Resignificação de Conflitos. II Mostra da Atitude: A Importância das Legislações Para as Profissões. Campanha de Desenvolvimento Psicológico em Instituições: O Degustar do Psicológico. PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO Acompanhamento Funcional: Um Trabalho Psicológico Dirigido aos Cargos Profissionais. Processo Avaliativo em Instituições: Contribuições Psicológicas e Psicopedagógicas. Atuação em Psicologia Organizacional: Uma Formação Criativa aos Profissionais no Século XXI. Docência e Discência: Uma Relação Criativa de Múltiplas Faces. A Utilização da Orientação Psicológica na Multiprofissionalidade: Uma Possibilidade de Resolução de Conflitos nos Processos de Ensino. Tutoria Psicológica e Psicopedagógica Oportunizando o Desenvolvimento. nos Contextos Institucionais: Criando Práticas e A Psicologia Organizacional e o Desenvolvimento da Gestão do Conhecimento em Estratégias Projetáveis. Renove suas ideias. Participe desta história! [email protected] NORMAS GERAIS PARA PUBLICAÇÃO – Revista L’attitude A L’attitude é uma revista de cunho científico e cultural, voltada para a ampliação de conhecimentos e divulgação de ações humanas sob o interesse de todas as pessoas. I - REGRAS GERAIS: a) os trabalhos serão submetidos à apreciação da Comissão Editorial, garantindo sigilo e anonimato dos autores e dos pareceristas, que decidirão sobre a conveniência ou não da publicação, indicando, quando necessário, as alterações a serem feitas; b) fica subentendida o consentimento autorizado para a publicação do trabalho encaminhado e que o mesmo é inédito e original, atendendo a todo o procedimento técnico e ético, não sendo permitida a sua apresentação simultânea em outro periódico; c) a Revista reserva-se os direitos autorais do trabalho publicado por ela, inclusive traduzidos para outras línguas, permitindo, entretanto, a sua posterior reprodução com a devida citação da fonte; d) os originais e as ilustrações publicados não serão devolvidos ao(s) autor(es); e) as opiniões e os conceitos emitidos serão de interira responsabilidade do(s) autor(es); f) os trabalhos não publicados serão devolvidos ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es) com a devida justificativa pela não utilização. Na impossibilidade da devolução, os trabalhos ficarão a disposição do(s) autor(es) pelo prazo de um (1) ano; g) os trabalhos devem ser enviados para o e-mail: [email protected], com o Assunto: “Publicação Revista L’attitude”; e h) para publicar, o(s) autor(es) deverá(ão) ser associado(s) ao Instituto Cenorpsi, salvo relevância e autorização do editor responsável. Para se associar é necessário requisitar informações pelo e-mail, indicado na alínea anterior, com o Assunto: Associação ao Instituto Cenorpsi. II - TIPOS DE TRABALHOS - Assuntos Temáticos (sobre Saúde, Comportamento, Educação, Trabalho, Direito ou outra referência temática); - Ensaios; - Resenhas; - Artigos; - Artigos Científicos; - Atividades Diversas (ações praticadas pelo profissional na comunidade); - Relato de Experiência; - Relato de Pesquisa; e - Outro tipo relevante, sob a autorização do editor. III - APRESENTAÇÃO DO TRABALHO Os trabalhos deverão ser enviados em arquivo elaborado preferencialmente em programa Microsoft Word for Windows, em papel A4, fonte Arial, tamanho onze (11), com espaço simples e margens dois e meio centímetros (2,5 cm) de cada lado, não numeradas, sem cabeçalhos e rodapés, sendo que a estrutura do trabalho já deverá estar organizada. As legendas (para fotografias, desenhos, tabelas e gráficos, quadros, etc.), se houver, deverão ser claras e concisas, localizadas abaixo das figuras (e precedidas da numeração correspondente, também identificadas no corpo do trabalho). Tais imagens deverão ser apresentadas ordenada e sequencialmente ao disposto no manuscrito. a) Assuntos Temáticos, Ensaios e Atividades Diversas deverão possuir, exatamente, duas (2) laudas; b) Resenhas e Artigos deverão possuir, exatamente, uma (1) lauda; c) Artigos Científicos deverão possuir entre dez (10) a quinze (15) laudas; e d) Relato de Experiência e Relato de Pesquisa deverão possuir entre cinco (5) a sete (7) laudas. IV - ESTRUTURA DO TRABALHO a) título do trabalho, em português; b) nome(s) do(s) autor(es) em ordem alfabética, especialidades, qualificações profissionais e instituição a que pertence(m); c) Resumo e Palavras-chave em português e em inglês, espanhol ou francês, não devendo exceder duzentas (200) palavras em cada língua. O Resumo deve conter sucintamente o que foi feito, os resultados e as conclusões; d) Introdução; e) Fundamentação Teórica; f) Metodologia; g) Resultados; h) Discussão; i) Considerações finais; e j) Referências ou Bibliografia, quando utilizada, no máximo de quinze (15), seguindo orientações das normas da ABNT, em vigor. Os itens “c” ao “i”, devem ser apresentados obrigatoriamente em Relato de Experiência, Relato de Pesquisa e Artigos Científicos com dados in loco. O item “g” se exclui em Artigos Científicos de cunho bibliográfico, permanecendo os demais. Os itens “c” ao “i”, excluem-se em Assuntos Temáticos, Atividades Diversas, Ensaios, Artigos e Resenhas. O item “j” será condicionado ao seu uso em: Assuntos Temáticos, Atividades Diversas, Ensaios e Artigos. www.cenorpsi.com
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