Nos braços Nos braços Nos braços Nos braços de Deus Nos braços

Transcrição

Nos braços Nos braços Nos braços Nos braços de Deus Nos braços
www.luteranos.com.br
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
17
LUTERANO
JOREV
JORNAL EVANGÉLICO LUTERANO - IGREJA EVANGÉLICA DE CONFISSÃO LUTERANA NO BRASIL - NOVEMBRO - Nº 723
Tema: Missão de Deus - Nossa Paixão
Lema: Deus ama quem oferta com alegria - 2Coríntios 9.7b
Nos braços
de Deus
Morte e
vida eterna
O mais
puro amor
4
12
Consolo
em Cristo
11
2
2
Editorial
Sínodo Planalto Rio-grandense
O Sínodo Planalto Rio-grandense
tem 23 Paróquias, 125 Comunidades,
Pontos de Pregação, Núcleos, Departamentos, Conselhos... Somos quase
60 mil pessoas batizadas. Ainda
temos grande influência de uma
Igreja rural, mas também cidades
de porte médio e muitas pequenas
cidades compõem o Sínodo. A distância, de um extremo ao outro
(Vacaria, Pastorado Missionário de
Tapejara, Paróquia de Getúlio
Vargas, até Esquina Primavera, na
Paróquia de Coronel Barros), passa
de 350 quilômetros.
Nossas Paróquias são bem estruturadas. Temos Grupos de OASE,
Legião Evangélica, Juventude
Evangélica, Grupos de Casais, Colégios Evangélicos, além de Obreiros e Obreiras de todos os Ministérios envolvidos na Missão de Deus,
a nossa paixão. No ano passado, a
Campanha de Missão envolveu a
todos. Fomos o Sínodo que mais arrecadou. Passamos de R$ 72.000,00.
Esse ano, muitas Paróquias estiveram novamente envolvidas nessa
tarefa missionária.
Algumas vezes, sentimos que falta
Jorev
Luterano
IECLB
Jornal da Igreja Evangélica de
Confissão Luterana no Brasil
www.luteranos.com.br
PASTOR PRESIDENTE
P. DR. WALTER ALTMANN
SECRETÁRIO GERAL
P. DR. NESTOR FRIEDRICH
JORNALISTA
LETÍCIA MONTANET-REG. PROF.: 10925
COMERCIAL
JUCIANE WILSMANN
CARTAS - SUGESTÕES DE PAUTA
ARTIGOS - ANÚNCIOS FAMILIARES
E ANÚNCIOS COMERCIAIS
RUA SENHOR DOS PASSOS, 202/4
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ASSINATURA ANUAL - 11 EDIÇÕES
R$ 20,00
_______________________________________
Proibida a reprodução
parcial ou integral
do conteúdo desta edição
sem a prévia e formal autorização
da Redação do Jorev Luterano.
vontade de sermos uma Igreja, um
Sínodo, uma Paróquia, uma Comunidade missionária. O trabalho de missão
parece ser muito custoso ou então
estamos, como Igreja, tão ocupados
conosco mesmo que já não temos tempo
para nos dedicarmos a ser Igreja
Missionária. Nessas horas, é importante lembrar que o trabalho de missão,
muito antes de ser nosso, é de Deus.
A Missão é de Deus. Foi Ele quem
enviou o seu Filho ao mundo para
nos trazer salvação.
Como filhos e filhas de Deus,
devemos reconhecer que, pela graça
de Deus, muito já estamos fazendo
pela Missão, como apostar no Planejamento Estratégico para que possamos, mais organizados, levar
adiante o desafio missionário, e perceber que em nosso Sínodo existem
muitos espaços que não foram ainda
ocupados e, por isso mesmo, não
fizemos ver e ouvir a nossa fé e as
ações que dela decorrem.
Que essa edição do Jorev Luterano traga informações preciosas
para o nosso crescimento espiritual. Pela leitura dos depoimentos
dos Presbíteros e de uma Obreira
do Sínodo você possa conhecer um
pouco mais do Sínodo Planalto
Rio-grandense e nos sintamos cada
vez mais como parte da IECLB. Boa
leitura!
Pastor Sinodal João Willig
CARTAS
Novos assinantes
Segue em anexo a lista dos novos
assinantes do Jorev da Paróquia Martin
Luther Litoral Norte do Rio Grande do
Sul.
Obrigado pela atenção e que Deus
continue abençoando a todos que trabalham para que tenhamos este belo
jornal em nossa Igreja.
Abraço fraterno,
Pastor Tiago Jaske
por e-mail
Die Zehn Gebote
“Die Zehn Gebote” – ein
ergreifender Artikel von Herrn Pastor
Weingärtner. Es ist heute sehr schwer,
die zehn Gebote wörtlich zu halten.
Klein aber fein!
Mit freundlichen Grüâen,
Erica Frank
Rio Grande/RS
Os Dez Mandamentos
‘Os Dez Mandamentos’ – um artigo
emocionante do Sr. Pastor Weingärtner
(edição 721 – setembro/09). Hoje em dia
é muito difícil seguir os Mandamentos
à risca. Artigo pequeno, mas finíssimo!
Cordiais saudações,
Erica Frank
Rio Grande/RS
Este espaço é seu
A sua opinião é fundamental no
nosso trabalho. Conhecer as suas
preferências, ouvir as suas dicas de
pauta, as suas sugestões para o jornal
e os seus comentários sobre as nossas
matérias é muito importante para que
possamos sempre oferecer um Jorev
melhor para você.
Faça o seu Jorev Luterano. Escreva
para nós e participe!
Estamos esperando o seu contato!
Rua Senhor dos Passos, 202/4º
90.020-180 – Porto Alegre/RS
ou
[email protected]
Indicadores Financeiros
UPM Outubro/2009 = 2,5001
Índice Setembro/2009 = 0,35%
Acumulado/2009 = 2,73%
Capa - Esta cruz estava na cabeceira
da cama da Diaconisa Doraci Edinger,
Irmã cedida pela IECLB para a Igreja
Luterana de Moçambique, assassinada na cidade de Nampula, em
2003, aos 53 anos (foto de Caroline
Strüssmann). Leia sobre o assunto
‘morte e seus desdobramentos’ nas
Editorias Atualidade (página 4), Fé Luterana (página 11) e Geral (página 12).
Diário da
redação
Futuros Obreiros
A IECLB e os Centros de Formação por ela reconhecidos convidam
jovens a estudarem Teologia com
vistas à atuação como Obreiros de
suas Comunidades.
Criada em 1946, em São
Leopoldo/RS, a Faculdades EST (Escola Superior de Teologia) é o mais
antigo Centro de Formação e pesquisa teológica da IECLB. Para candidatos ao Ministério na IECLB, o
Bacharelado está vinculado a um
curso de especialização com ênfase
na confessionalidade luterana e na
prática ministerial em Diaconia,
Educação Cristã e Pastorado.
Visite www.est.edu.br
O Bacharelado em Teologia com
ênfase em Missão da Fatev (Faculdade de Teologia Evangélica em
Curitiba) possui um curriculo que
transmite um conteúdo firmado na
Palavra de Deus e na contribuição
da Reforma e enfoca a realidade da
missão urbana. Os Professores
residentes e visitantes de diferentes
denominações evangélicas proporcionam uma troca de experiências
que enriquece a formação.
Visite www.fatev.edu.br
O curso da FLT (Faculdade Luterana de Teologia) prepara para o
Ministério Pastoral na IECLB priorizando uma formação mais intensiva que visa a desenvolver competências pessoais e ministeriais, como
a bíblico-teológica, a social-relacional, liderança, trabalho em equipe e
administração de conflitos.
Visite www.flt.edu.br
Companhia Premiada
Nesta nona edição do sorteio, os
assinantes do Jorev receberão CDs
da coleção Reavivar o Canto nas
Comunidades contendo belas músicas
da nossa Igreja e as assinantes receberão lindas bolsas personalizadas do Jorev.
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Alexandre Hall – Ibarama/RS
Denise de Menezes – Humaitá/RS
Erio Petry – São Leopoldo/RS
Guerda Brüttner – Ijuí/RS
Iria Bender – Santa Cruz do Sul/RS
Mariane Kirst – Brasília/DF
Melida Neumann – Salvador do
Sul/RS
Odilio Conrad – Itapiranga/SC
P. Kurt Rieck – Porto Alegre/RS
Paróquia São João de Laranja da
Terra – Laranja da Terra/ES
Paulo Jahnke – Vila Pavão/ES
Ricardo Goerl – Pomerode/SC
Rosalino Saar – Barra de São
Francisco/ES
Urbano Erich – Roca Sales/RS
Vera Person – Porto Alegre/RS
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
3
3
Curtas
Dia Sinodal da Igreja
Em uma celebração abençoada e
com a participação de mais de 1300
participantes, o Sínodo Planalto Riograndense viveu o seu Dia da Igreja na
Paróquia de Ernestina/RS, no dia de
Pentecostes, 31 de maio, comemorando
o centenário da presença luterana.
Gestão profissional nas Comunidades
Ao ministrar a aula magna do Curso
para gestão de comunidades cristãs, na noite
de 10 de agosto, o Secretário Geral da
IECLB, P. Dr. Nestor Friedrich, argumentou que essa iniciativa representa
o início de um processo de formação
que busca suprir necessidades detectadas nos últimos anos na área da
gestão em todos os níveis da estrutura
organizacional da Igreja.
Maestro Júlio Medaglia no ABCD
A Paróquia do ABCD/SP viveu
momentos especiais junto ao Maestro
Júlio Medaglia, que encantou com uma
palestra sobre O papel do canto coral nos
dias de hoje, realizada no dia 31 de agosto.
Sobe
Nada pode nos
separar do amor de
Deus nem a morte
(Rm 8.38-39)
Desce
Acreditar em soluções
mágicas para o consolo
da morte
Na ocasião, o Secretário de Formação, P. Dr. Romeu Martini, realizou uma
palestra sobre o Tema do Ano da IECLB
e o Pastor 1º Vice-Presidente, P. Homero
Severo Pinto, fez o lançamento da
Campanha de Missão Vai-Vem.
O dia, que foi de gratidão e comunhão com os irmãos em Cristo, começou com chuva e muito frio, mesmo
assim nada impediu a participação de
membros das diferentes Comunidades
da Paróquia e demais Comunidades do
Sínodo. Apesar do frio, o calor humano
foi intenso e todos ficaram abastecidos
para um novo período na vida familiar
e comunitária.
A Paróquia de Ernestina, a Comunidade, o Pastor Edson Koren e a Comissão do Dia da Igreja proporcionaram a
todos uma ótima organização e momentos que ficarão guardados na memória de todas as pessoas. O convívio,
a alegria e as palestras foram tão positivas que a Paróquia e Comunidade de
Ibirubá já estão se preparando para o
Dia Sinodal da Igreja 2011.
______.....______
“A impressão que muitas vezes
tenho é que nos iludimos com a idéia
de que as ‘as coisas da Igreja’ não precisam de tanto rigor quanto as demandas de uma empresa”, sublinhou o P.
Friedrich ao esclarecer que a má gestão
de uma Paróquia/Comunidade pode,
inclusive, comprometer a sua missão
e credibilidade.
Promovido pela Luterprev em parceria com a Faculdades EST e a Instituição Evangélica de Novo Hamburgo
(IENH), a aula magna reuniu Secretários, Administradores de Paróquia e
Presbíteros, entre outras lideranças de
Comunidades, no auditório do Colégio
Sinodal, em São Leopoldo/RS.
______.....______
O Reencontro de Casais é dez
Com o tema O Reencontro de Casais,
todos os casais que já participaram de
algum retiro especial do programa do
Reencontro foram motivados a festejar
os dez anos de atividades.
Instalação em Vera Cruz
No dia 26 de julho, às 19 horas, com
culto festivo, foi instalado na Paróquia
Martin Luther, na cidade de Vera Cruz/
RS, o Pastor Décio Weber, eleito para
exercer as suas atividades por um
período de quatro anos.
Natural de Três de Maio/RS, mas
trabalhando em Marechal Floriano/ES,
P. Décio é casado com Carmem Estelita
Toillier e pai de Eloísa e Artur.
Estiveram presentes no culto um
grande número de Obreiros, bem como
o P. Sinodal do Sínodo CentroCampanha Sul, P. Valdir Nilo Trebien.
Tudo começou no ano de 1997, com
a chegada do casal Darli e P. Claudio
Schefer à Paróquia Bom Pastor, de
Brusque-Centro/SC, às atividades pastorais na Comunidade. Passados alguns meses, cinco casais foram convidados a fazerem um retiro de casais
em São Leopoldo/RS.
De lá para cá, cerca de 140 casais já
participaram dos Retiros e muitos grupos estão ativos. Para festejar e agradecer a Deus por tantos casamentos renovados e amizades feitas sob a sua bênção, realizou-se um Retiro especial no
Hotel Vila do Coral, em Bombinhas/SC,
nos dias 15 e 16 de agosto, com a participação de 51 casais.
Na história da humanidade, a voz
foi o primeiro e mais importante instrumento musical. Muito depois é que
vieram outros instrumentos, primeiro
rudimentares e depois cada vez mais
sofisticados até a música eletrônica. No
entanto, nada nunca irá substituir a voz
como instrumento de comunicação.
O evento iniciou com a Organista
da Paróquia do ABCD, Margarida
Antonoff, executando o hino Castelo
Forte é nosso Deus e com a apresentação
do Coro da cidade de Santo André,
dirigido por Roberto Ondei.
Após a palestra, houve espaço para
perguntas e diálogos. Por fim, o
Maestro autografou seu livro Música
Maestro - do canto gregoriano ao sintetizador.
______.....______
Viver a fé em família
Realizada sob o tema Viver a fé em
família, no dia 12 de setembro, no município de Dezesseis de Novembro/ RS, a
12ª Assembleia Sinodal do Sínodo
Noroeste Riograndense, deixou uma
Mensagem às Comunidades, aqui resumida: nós, representantes das 159
Comunidades do Sínodo Noroeste Riograndense queremos anunciar a palavra de Jesus Não tenha medo. Tenha fé.
Lembramos a palavra do apóstolo Paulo
dizendo a Timóteo que ele foi educado
na fé sincera pela avó Lóide e pela mãe
Eunice (2 Tm 1.5). Que esta fé sincera
possa ser ensinada e vivenciada também em nossas famílias hoje.
O Pastor 2º Vice-Presidente da
IECLB, P. Carlos Möller, na pregação no
culto de abertura, citando Paulo Freire
em sua metáfora do rio que vira mar,
desafiou à persistência na fé ao enfrentar os desafios e as dificuldades da
vida e lembrou a palavra de Lutero,
que insistia que Presbíteros não desanimassem na oração e na imposição de
mãos em favor das pessoas em aflição.
Ofertas Nacionais
1º de novembro
23º Domingo após Pentecostes
Projeto apoiado pelo Fundo de
Missão no Sínodo da Amazônia
Como Igreja, semeamos a Palavra de Deus e entre os frutos visíveis aos nossos olhos estão as
comunidades de fé. Assim tem
sido ao longo da história e não foi
diferente na região amazônica do
Brasil. Sementes foram lançadas
e inúmeras Comunidades de Confissão Luterana se estabeleceram,
presença que fez e quer continuar
fazendo a diferença num pluralismo religioso, vivenciando o Evangelho de forma integral e contextualizada, neste chão para o qual
o mundo volta seus olhos.
22 de novembro
Último Domingo do Ano
Eclesiástico – Cristo Rei
Plano de Formação Cristã
Contínua
Na vivência diária do Batismo,
experimentamos quão boa, perfeita e agradável é a vontade de
Deus. A Educação Cristã faz parte
dessa experiência. Ela fundamentase no Batismo e acontece ao longo de
toda a vida. Pela Educação Cristã,
cada membro é preparado para o
testemunho do Evangelho de Jesus
Cristo no mundo.
29 de novembro
1º Domingo de Advento
Apoio às Comunidades
necessitadas e novas - OGA
A Obra Gustavo Adolfo, há
quase cem anos, atua como um
serviço solidário da e na IECLB,
apoiando financeiramente pequenas Comunidades na construção
do seu templo, centro comunitário ou casa pastoral. Desta forma, a OGA sempre foi e continuará sendo um importante instrumento a serviço da missão de
Deus na IECLB.
4
Atualidade
A morte é o nosso fim?
Creio na ressurreição e na vida eterna
Costumamos dizer que a morte faz parte da vida.
Nem por isso lidamos com a morte de modo tão natural
assim. Na verdade, a morte inquieta e gera insegurança
à maioria das pessoas, por isso evitamos o assunto.
Temos dificuldades de falar da realidade que envolve
a nossa própria morte. Aliás, na sociedade ocidental a
morte é, cada vez mais, encarada como tabu. Explorase a morte espetáculo, a do outro, distante de nós, mas
ignora-se a morte própria e a de pessoas próximas. As
pessoas falecidas são, inclusive, maquiadas para
amenizar a ‘feiúra’ da morte, mas ninguém foge da
morte e, quando nos confrontamos com ela, em nós
mesmos, na perda de familiares e de pessoas amigas,
somos profundamente abalados. Abre-se um vazio,
normalmente, preenchido pela dor, pela saudade e pela
lembrança da pessoa que a morte levou.
Geralmente, apenas quando as pessoas se
defrontam com a morte dos seus entes queridos, elas
vão em busca das respostas para essa realidade. A
morte suscita em nós uma série de perguntas
existenciais: o que é a morte? Por que morrer? Para onde vão
as pessoas que morrem? A morte é o nosso fim? Como a fé cristã
responde as perguntas que o ser humano faz diante da morte?
Existe consolo para a morte?
De acordo com a tradição bíblica, o ser humano é
visto como uma unidade. Ele é corpo e espírito e estas
dimensões não se separam com a morte. O ser humano
morre em sua inteireza. Isto significa que não há uma
continuação retilínea da nossa vida para o além da
morte. Com a morte se extingue o ser humano em corpo
e espírito, ou seja, existe um fim, sim, que precisa ser
encarado em toda a sua realidade.
É difícil encarar a realidade da morte e dizer que
ela é o fim desta vida. Normalmente, se procura fugir
dessa verdade. Fugindo dela, certas expressões
religiosas constroem uma ‘Teologia’ com respostas
muito fáceis. A Teologia cristã, porém, não se constrói
em cima de uma fuga. Para ela, a fé, como dádiva de
Deus, nos ajuda a olharmos a realidade da morte como
fim da nossa vida. Ela nos encoraja a lidarmos com a
morte de maneira realista, sem subterfúgios. Ela não
Se não há ressurreição de mortos, então Cristo não ressuscitou.
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a nossa
fé (1Co 15.13-14)
nos engana com doutrinas que pregam a continuação
desta vida através de uma imortalidade da alma.
Este tipo de doutrina não nos ajuda a aceitar a nossa
condição de finitude. Ao mesmo tempo, a fé cristã nos
consola e nos dá esperança, pois, a partir da cruz,
morte e ressurreição de Jesus Cristo, nos foi dada a
promessa de que Deus ‘vivifica os mortos e chama à
existência as coisas que não existem’ (Rm 4.17).
A ressurreição dos mortos, no sentido bíblico, não
é dada a partir de algo que sobrou em nós. Ressurreição
significa que Deus reconstitui a vida a partir do nada.
Conforme Gênesis 3.19, somos pó e ao pó tornaremos.
Ressurreição é nova intervenção criadora de Deus.
Cremos que, assim como do pó fomos formados, pó
voltaremos a ser, ou seja, assim como Deus uma vez
criou tudo do nada, ele o pode fazer novamente na
ressurreição.
A partir da fé cristã, portanto, podemos enfrentar
a morte como o fim da nossa vida, sabendo, porém,
que a morte não é o fim do nosso ser. As pessoas
falecidas não podem ser separadas do amor de Deus
por nada neste mundo e nem mesmo pela própria
morte (Rm 8.38-39).
Vivemos na finitude, mas cremos no Deus infinito
e cremos na ressurreição e na vida eterna. Em nossa
pequenez, não podemos fazer nada diante da morte,
nem pelas pessoas que faleceram, a não ser nos
entregarmos às mãos misericordiosas de Deus, crendo
que fará nova criação e dará nova vida ao ser humano.
Diante de todas as perguntas que permanecem sobre
como e quando tudo vai acontecer, o que vale é a certeza
de que na eternidade estaremos definitivamente reunidos com Cristo e ‘transformados seremos todos’ (cf. 1Co
15.51).
A Catequista Dra. Erli Mansk
atua em tempo parcial na
Coordenação de liturgia da
IECLB
Fé ativa no humor
Nunca a tecnologia da comunicação nos deixou
tão próximos. Mesmo assim, não é fácil um bom
relacionamento com vizinhos. Via Internet,
podemos nos comunicar com uma pessoa amiga
no outro lado do mundo, em tempo real, e,
inclusive, ver o seu rosto na tela do computador,
mas os altos muros e as cercas elétricas impedemnos de uma conversa por sobre eles com nossos
vizinhos.
Esta experiência se tornou mais concreta desde
março, quando passamos a morar em um bairro
de São Leopoldo/RS, ainda uma cidade muita
violenta, embora a política de segurança tenha
baixado alguns índices de roubos e crimes nos
últimos tempos.
Nossa casa se encontra num bairro dividido
entre moradias de classe média e um loteamento
popular de aproximadamente 40 anos. Uma rua
com o nome de um descendente de alemão divide
estas duas situações sociais. É um muro invisível,
como em tantas outras cidades brasileiras.
Moramos no lado das casas de classe média,
cujos muros impedem a proximidade e sobre os
quais correm cercas elétricas. Não faltam cães de
guarda que latem à noite, quando vira-latas
passam pela rua. Também não faltam grades nas
janelas e portas com fortes sistemas de segurança.
Algumas garagens são feitas para dois ou três
carros. Provavelmente, os que têm apenas um fizeram
grandes garagens pensando no futuro.
Do outro lado da rua estão as casas populares,
construídas por um plano habitacional de algum
Governo do passado. Algumas foram reformadas e
ampliadas, outras guardam a arquitetura original,
pequenas e frágeis. Os muros são baixos e as casas que
têm cercas permitem ver o pátio. Também há muitos
cachorros, gatos e, em alguns lares, galinhas.
Pela fé, somos livres.
Pelo o amor,
somos servos
Muito sugestivos são os nomes dos bairros. De um
lado, temos Jardim América. Do outro, Vila Esperança.
Certamente, existe a esperança de muitos de viverem
num jardim América, já que tal bairro que é separado
do outro por uma rua chamada John Kennedy.
Ao se aproximar a Primavera e o Verão, outra
grande distinção salta aos olhos. No lado popular, há
rodas de mulheres e crianças em frente às casas ao
anoitecer. O chimarrão corre de mão em mão. As
crianças brincam sob os olhares de pais e mães que
vieram da labuta diária. A frente da casa se estende
para a rua, criando um espaço de convívio. Do outro
lado da rua, as frentes estão desertas. Todos se
recolheram cedo para o mundo privado do lar.
Na esquina popular, há um terreno baldio. Sob
a sombra de abacateiros, um grupo de jovens se
reúne constantemente para consumir drogas.
Alguns são filhos de vizinhos. Outros vêm de longe.
Metade deles foi aluno da minha esposa. Prometem
cuidar da casa da Professora, embora saibamos,
como o sabe a polícia, que praticam pequenos furtos.
Assim é o mundo que nos cerca. Os que buscam
segurança perdem a liberdade. Os que circulam
livremente estão inseguros. Parece que liberdade e
segurança não se abraçam. Enquanto nos
empenhamos para que a justiça e a paz se beijem
(Salmo 85.11), uma frase do reformador Martim
Lutero tenta fazer de nós uma ponte entre estes
dois mundos tão próximos e tão distantes: pela fé,
somos livres, senhores da situação. Pelo o amor,
somos servos.
Em palavras de alguém outro, à fé que se torna
ativa no amor, acrescentaria: a fé também precisa
se tornar ativa no humor. O mal não suporta os
gracejos da graça de Deus. Deste jeito,
suportamos as tensões entre
segurança e liberdade.
P. Dr. Oneide Bobsin
Pastor da IECLB
e Reitor da Faculdades EST
Presidência
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
Caminhar juntos
Nosso segundo idioma materno é
sistêmico. A experiência, assim nos
ensina a Psicologia, que nós, como
crianças, fazemos em nossa família nos
ensina um sistema de pensamento e de
ações que nos acompanham por toda a
vida e isso num contexto sistêmico: o
irmão mais velho, mais novo é, nesse
sistema, o ‘primeiro’ e o ‘último’.
Nesse sistema, reagimos de maneira muito sensível e assumimos nele
posição. Muitas vezes, gerações futuras, inconscientemente, expiam ou
vingam o preço dos pais, avós e bisavós. Às vezes, na pessoa errada, como
nos alerta o livro de Êxodo 34.7 ou
Lamentações 5.7. Isso não é diferente na
Igreja. Precisamos de visão, processos e
estrutura e nos postar, contribuir, para
o processo ou, como temos chamado,
de missão e planejamento a partir das
nossas raízes biológicas e espirituais.
Nossa espiritualidade tem uma
enorme influência sobre a forma como
vivemos e agimos. Inúmeras pesquisas
apontam que ‘pessoas religiosas’ caminham na sua vida de maneira estável e
Deus sem você é Deus.
Você sem Deus,
quem é?
segura, apesar de estações incertas pelas
quais passam e superam. Experimentamos que o acoplar às nossas
origens não apenas nos situa, mas
também nos oferece um lar e um novo
desafio. Caminhar juntos tem sido, com
resultados cada vez mais positivos, a
AGENDA DA PRESIDÊNCIA
NOVEMBRO
nossa marca como família e como
IECLB, desde a infância até nossa fase
adulta, seja na OASE, nos Grupos, no
trabalho de homens luteranos reunidos na LELUT, por exemplo.
A presente edição apresenta estágios
dessa caminhada, lembra a importância da educação cristã continuada,
ressalta a finitude da vida em Finados,
com seu luto e sua esperança, no
contexto do ano eclesiástico que está por
findar. Que possamos aprender em
nossos caminhos com Abraão Deus sem
você é Deus. Você sem Deus, quem é?
Carlos Möller
Pastor 2º Vice-Presidente
da IECLB
IECLB e CNBB promovem encontro
“Gostaria de, novamente, falar sobre a minha satisfação de estarmos reunidos aqui”, afirmou o Pastor Presidente da IECLB, P. Dr. Walter Altmann, durante o II Encontro de Bispos Católicos e Pastores Sinodais, realizado em
Curitiba/PR, de 18 a 20 de agosto.
“Tenho certeza de que esse
encontro significa um impulso vigoroso para as causas ecumênicas
das nossas igrejas”, completou.
Durante três dias, 34 representantes da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) e da IECLB
– incluindo o Pastor Presidente
Walter Altmann e os Pastores 1º e
2º Vice-Presidentes, P. Homero
Severo Pinto e P. Carlos Möller –,
discutiram temas ligados ao
Ecumenismo no Brasil, entre os
quais: a história da caminhada da Comissão Bilateral
Brasileira, um olhar ecumênico sobre dioceses e Sínodos,
o panorama do Cristianismo no Brasil e elementos
históricos da assinatura da Declaração Conjunta sobre a
Doutrina da Justificação, ocorrida em 1999, na Alemanha.
O encontro foi organizado pela Comissão Bilateral de
5
Diálogo em comemoração aos 10 anos da assinatura da
Declaração Conjunta e teve o apoio da Presidência da
IECLB, da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e da Federação Luterana Mundial (FLM).
O que mudou nesses 10 anos?
“Fazer essa pergunta é crucial
para orientar a caminhada daqui
para frente”, avaliou o Pastor Sinodal Manfredo Siegle, do Sínodo
Norte Catarinense, Coordenador
pela IECLB da Comissão Bilateral
“O que percebemos no encontro é
que existem muitos sinais de compreensão e de atividades conjuntas
entre Obreiros das duas igrejas,
mas que resultam muito mais pela
vontade individual de cada um”.
Como fazer com que as pessoas nas
Comunidades, nas bases, conheçam e compreendam o
sentido da Declaração Conjunta? “Esse encontro quer
justamente reforçar o clima de confiança mútua já
existente buscando o aprofundamento do diálogo entre
as igrejas. Sem isso, não se pode trabalhar nas bases”,
completou o P. Manfredo Siegle.
4-8/11
Exame Pró-Ministério
São Leopoldo/RS
P. Homero Pinto
P. Carlos Möller
6-8/11
Investidura do novo
Bispo de Stavanger
Rev. Erling Pettersen
e visita à Sociedade
Missionária Norueguesa
Stavanger/Noruega
P. Walter Altmann
9/11
Colóquio de ordenandos
com a Presidência
Porto Alegre/RS
P. Carlos Möller
P. Homero Pinto
14/11
Conselho Sinodal
Sínodo Rio dos Sinos
Porto Alegre/RS
P. Walter Altmann
20-21/11
Reunião do CI (extraordinária)
São Leopoldo/RS
P. Walter Altmann
P. Homero Pinto
P. Carlos Möller
28/11
Conselho Sinodal
Sínodo Norte Catarinense
Rio Negro/PR
P. Carlos Möller
30/11-1/12
Comissão de Designação e Envio
São Leopoldo/RS
P. Walter Altmann
P. Homero Pinto
P. Carlos Möller
CMI elege norueguês para Secretaria Geral Fraternidade Ecumênica
O Teólogo e Pastor luterano norueguês,
Olav Fykse Tveit, 48 anos, foi eleito pelo Comitê
Central, no dia 27 de agosto, Secretário Geral
do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Tveit é
o sétimo e o mais jovem eleito para o cargo
desde a fundação do
organismo ecumênico,
há 60 anos. A eleição
ocorreu durante a reunião do Comitê Central, do qual participa
o Pastor Presidente da
IECLB, P. Dr. Walter
Altmann como Moderador. Na abertura do
encontro, P. Altmann havia nominado três
decisões de ‘particular importância para a
vida do CMI’ e seu futuro: a eleição do novo
Secretário Geral, o local da próxima Assembleia do CMI, que acontece em 2013, e
orientações relacionadas ao relatório do grupo
de trabalho de governança, prestação de
contas e política de pessoal. “Não é a nossa causa que está em jogo, mas
o plano de Deus”, afirmou.
“Realmente sinto
que esta tarefa é um
chamado de Deus. Sinto
que temos muito que fazer em conjunto”, disse
P. Tveit ao tomar conhecimento da sua escolha.
Ele pediu aos integrantes do Comitê para
continuarem orando por ele: “Por favor, não
parem!”, disse.
Aos pés
do Cristo
Redentor,
no Rio de
Janeiro/RJ, o
Conselho
Nacional de Igrejas Cristãs do
Brasil (CONIC) realizou, no dia 10
de setembro, o lançamento do
material promocional da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, sob o tema Fraternidade
e Economia.
“O objetivo da Campanha da
Fraternidade 2010 é unir as igrejas
cristãs e, principalmente, a nossa
sociedade, que é formada por
pessoas de boa vontade, na promoção de uma economia a serviço
da vida, sem exclusões, criando
uma cultura de solidariedade e
trazendo paz”, disse o Secretário
Geral do CONIC, Reverendo Luiz
Alberto Barbosa.
A abertura da cerimônia ficou
a cargo do Presidente do CONIC,
Pastor 2 o Vice-Presidente da
IECLB e Pastor Sinodal do Sínodo
Brasil Central, P. Carlos Möller, e
do Arcebispo do Rio de Janeiro,
Dom Orani João Tempesta.
A campanha de 2010 será a terceira que terá caráter ecumênico.
A primeira ocorreu em 2000 e a segunda, cinco anos depois. Além do
CONIC, em 2010 as organizações
envolvidas serão a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e Cáritas.
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Ministério
A Igreja quer ser apoio e força
nas diferentes fases da vida
Pa. Sonja Hendrich Jauregui, 45 anos,
nascida em Cochabamba, na Bolívia, mas
residindo no Brasil desde a infância, noiva
do P. Sinodal João Willig (o Casamento será
em fevereiro de 2010), exerce o Pastorado
Escolar no Colégio Evangélico Augusto
Pestana (CEAP), no Sínodo Planalto Riograndense
Como foi a escolha pelo Pastorado?
No final de 1981, decidi estudar
Teologia e nem tinha o conhecimento
que mulheres poderiam exercer o
Ministério Pastoral. O incentivo veio
da vida e educação que recebi da
minha mãe. Desde pequena participava do Culto Infantil, depois da Juventude Evangélica e com a Confirmação
passei a ser também Orientadora de
Culto Infantil e Professora em um trabalho social da Comunidade.
Quanto tempo de Ministério?
Iniciei os meus estudos em Teologia
na Escola Superior de Teologia em 1982
e conclui o Bacharelado em 1990. Entre
1987 e 1988, realizei o estágio prático
na Comunidade Evangélica Luterana
do Alto Araguaia (fronteira dos
Estados do MT, MS e GO). Recebi a
ordenação ao Ministério Pastoral no
dia 12 de fevereiro de 1995, na
Paróquia de Funil, localizada na zona
da mata mineira e que tem como sede
a cidade de Conceição de Ipanema, onde
permaneci até 1997. Na condição de
Pastora licenciada, tive a oportunidade
de auxiliar a Paróquia de Igrejinha/RS,
que aguardava a chegada do Pastor
que havia sido eleito recentemente. A
partir desta atividade, passei a ser
conhecida na região, sendo convidada
a trabalhar na Paróquia de Sapiranga,
onde permaneci até 2007. Em fevereiro
de 2007, iniciava um novo campo de
trabalho e em uma nova cidade. Não
estaria agora atuando em uma
Paróquia ou Comunidade. Iniciava um
desafio novo: o Pastorado Escolar.
Qual é o papel do Pastorado Escolar?
As escolas evangélicas têm um
papel importante e especial, pois o seu
trabalho está alicerçado nos princípios
cristãos. Um dos maiores desafios do
Pastorado Escolar é descobrir um jeito
e uma linguagem de ser Igreja no
contexto escolar. O Pastorado Escolar,
então, teria a tarefa de acompanhar a
comunidade escolar em seus desafios
e projetos, bem como estar ao lado das
pessoas que formam esta comunidade
na vivência da espiritualidade e dos
valores cristãos, de forma aberta,
ampla e respeitosa. O Pastorado Escolar também é uma forma de ajudar a
escola em sua identidade evangélicoluterana, contribuindo para um diálogo entre Teologia e Pedagogia e mantendo um contato com a comunidade
eclesial, sem com isso ser confessionalista. Escola é um espaço laico,
secular, ecumênico e multirreligioso.
Qualquer construção precisa levar a
sério esta realidade.
O que é ser Pastora?
O Ministério Pastoral, apenas um
dos facilitadores da missão de Deus,
bem como os Ministérios Catequético,
Diaconal e Missionário, precisa ser
visto a partir do Sacerdócio geral de todos
os crentes, ou seja, toda a Igreja é responsável por sua missão, mesmo que ela
eleja pessoas para assumirem os
diversos Ministérios em seu meio. Os
diversos Ministérios são um chamado
da Comunidade, mas também, e principalmente, um chamado do próprio
Deus para que a sua mensagem seja
levada a todos os cantos do mundo.
Assim, o trabalho da comunidade
cristã precisa ser sempre colocado sob
as Escrituras Sagradas para que a Comunidade e o Obreiro realizem a
missão de Deus e não apenas a sua
própria missão pessoal e individualista.
Pastorado Escolar
no CEAP
Um dos assuntos que sempre nos
deparamos na Igreja é o trabalho
com crianças, adolescentes e jovens.
Propostas têm surgido e, aos poucos,
temos encontrado formas e jeitos de
enfrentar este desafio presente nas
Comunidades da IECLB e nos
trabalhos realizados nas escolas.
Nesse sentido, em 2008, o
Pastorado Escolar no Colégio Evangélico Augusto Pestana (CEAP)
passou a ser integral. Até o ano de
2007, este Pastorado era exercido de
forma parcial por um dos Obreiros
da Comunidade Evangélica de Ijuí
(CEI). Mesmo sendo agora um trabalho realizado de forma autônoma, o
Pastorado Escolar continua ligado à
CEI.
No ano que passou, o Pastorado
Escolar procurou estar presente no
cotidiano da escola, bem como nas
atividades especiais. Era importante
se fazer conhecer e também ser um
ouvido atento às necessidades das
pessoas que fazem parte da grande
família CEAP.
Aos poucos, o Pastorado Escolar
foi tomando forma, mostrando a sua
cara e hoje cada vez mais as pessoas
veem este serviço como importante.
Uma das propostas missionárias da
nossa Igreja é a Igreja do Cuidado.
Vejo aí um bom ponto de partida
para construirmos o Pastorado
Escolar. Precisamos estar sensíveis
à dor e aos sonhos do outro. A Igreja
quer ser apoio e força, mesmo que
nem todas as pessoas a vejam como
este espaço de acolhida e orientação
nas diferentes fases da vida.
Vida no Limiar da Morte
Na Europa, já há muitos anos, existe uma formação para pessoas que trabalham com o ‘acompanhamento a pessoas em fase terminal’. Quando o
curso foi trazido para o Brasil, esse recebeu o nome
de ‘Vida no limiar da morte’. Inicialmente, foi realizada a capacitação de um grupo de Obreiros e lideranças na IECLB por duas profissionais da área da
Supervisão e Diaconia das Instituições Diaconais
de Bethel da Alemanha.
Os desdobramentos dessa capacitação resultaram na decisão de adaptar o projeto à realidade brasileira. A multiplicação desse projeto ficou a cargo da
Coordenação de Diaconia que integra a Secretaria da
Ação Comunitária da Secretaria Geral da IECLB.
Diversos Sínodos já realizaram a capacitação
de lideranças e Obreiros por meio do curso ‘Vida
no limiar da morte’. O curso acontece em sete módulos nos quais os participantes ocupam-se a cada
encontro com diferentes temáticas, seja capacitando-se para a realização de visitas, seja para o
acompanhamento a pessoas doentes, doentes
Participantes do curso ‘Vida no Limiar da Morte’, no culto de
enceramento, em Cascavel/PR, no Sínodo Rio Paraná
terminais e seus familiares.
O curso é também um momento de aprendizado,
fortalecimento pessoal e comunitário por meio de reflexões e dinâmicas propostas. Neste ano, a Coordenação
de Diaconia realizou um curso em parceria com o Sínodo Rio Paraná do qual participaram 42 pessoas de
diferentes Comunidades.
Queremos realizar essa tarefa diaconal
lembrando uma das obras de misericórdia Estive
enfermo e me visitaste (Mt 25.36) e a forma do próprio
Cristo agir quando, antes de qualquer ação,
perguntava Que queres que eu te faça? Essa sensibilidade evangélica aos que vivem neste momento
particular da vida é fundamental. Morrer com
dignidade pressupõe, além de um bom atendimento por profissionais da saúde, a solidariedade
dos amigos, vizinhos e comunidade cristã nesta
ultima etapa da vida.
Finalizo com as palavras da Dra. Cicely
Saunders, fundadora do Vida no Limiar da Morte: Tu és
importante, porque tu és tu. Tu és importante até o último
momento de tua vida, e nós faremos tudo o que estiver ao
nosso alcance para que tu não apenas morras em Paz, mas
que tu possas viver bem até o fim.
Diácona Leila Schwingel
Coordenadora de Diaconia
Secretaria da Ação Comunitária
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Presbitério
Pastoreai o rebanho de Deus, não por
constrangimento, mas de boa vontade
Na sua vida, qual é o espaço para a fé?
A cada dia, procuro ler os versículos
bíblicos dos livros ou devocionários
bem como os textos complementares
para reflexão e ter um comportamento
adaptado às mensagens, dividindo,
sempre que possível, as leituras com a
minha família e com as pessoas com as
quais me encontro para divulgar as
maravilhosas bondades do Senhor.
De onde vem a motivação para participar das atividades da IECLB?
A minha participação na IECLB se
deve principalmente ao interesse que
tenho em partilhar as mensagens
provenientes do Evangelho, as quais
honram e louvam a graça e as dádivas
do Senhor, pois, pela graça, somos salvos,
mediante a fé, e isto não vem de nós, é dom de
Deus (Efésios 2.8).
Na IECLB, qual é a sua trajetória?
Na juventude, participava dos
encontros e frequentava os cultos,
embora com uma certa dificuldade de
acesso, pois os meios de locomoção eram
o cavalo, a carroça, a bicicleta e só
posteriormente o carro. Quando exerci
o Magistério, de 1965 a 2003, sempre
arranjei espaço e momentos para
lecionar o Ensino Religioso e participar
dos cursos proporcionados pela IECLB
e pela Secretaria da Educação, inclusive
ecumênicos. Também já ministrei Culto
Infantil e Escola Dominical fora do
horário escolar.
dal do Sínodo Planalto Rio-grandense
e curso a Escola Sinodal de Formação
no Lar da Igreja, em Panambi/RS.
Quais os cargos que já ocupou na
Igreja?
Na Comunidade de Ibirubá, nunca
ocupei cargos, porém sempre me
coloquei à disposição e participei de
cursos que visavam a um aperfeiçoamento na orientação religiosa. Também
colaboramos, minha esposa e eu, com
a organização de Encontros Bíblicos.
Em Quinze de Novembro, fui Secretário no Presbitério. Atualmente, sou
Conselheiro por parte da Paróquia de
Quinze de Novembro no Conselho Sino-
Como a sua formação profissional
auxilia no trabalho na Igreja?
Sou Professor aposentado e, atualmente, leciono a Língua Alemã e trabalho com a minha esposa no nosso sítio
ecológico. Sou licenciado pelo Goethe
Institut em Língua Alemã e pela
Unicruz em Estudos Sociais, além de
especializado em Educação Ambiental
pela Unicruz. Como religião e ambiente
combinam bem, compartilho textos da
minha autoria no Devocionário
Sementes da Esperança.
Como motivar outros membros a
participarem do Presbitério?
Ser Presbítero significa participar
assiduamente das atividades propostas pela Igreja cuja finalidade deve
basear-se em uma verdadeira Comunidade cristã, na qual predomina a
igualdade somada à humildade em
busca de seres humanos distantes para
a formação do rebanho direcionado aos
princípios de Jesus. Para que outros
membros participem do Presbitério,
seria necessário convidá-los com o
oferecimento de uma estrutura religiosa na qual permanecem a fé, a esperança
e o amor, sendo que o amor é o maior
(1Coríntios 13.13), portanto o mensageiro presbiterial deve precaver-se
também da fé e esperança no Senhor.
Alseno Pott, 67 anos, nascido na cidade
gaúcha de Ibirubá, mas residindo em Quinze
de Novembro/RS, Professor aposentado, é
casado com Líria, com quem tem uma filha,
Vânia, e dois netos, Gustavo e Gabriel. Na
IECLB, é membro na Comunidade de
Quinze de Novembro, pertencente ao
Sínodo Planalto Rio-grandense
Qual é saldo desta dedicação à Igreja?
O saldo de toda a dedicação à
Igreja se encontra fundamentado em
1Pedro 5.2 Pastoreai o rebanho de Deus
que há entre vós, não por constrangimento
nem por ganância, mas de boa vontade e
em João 20.29 Bem-aventurados os que
não viram e creram. Faço isso por boa
vontade e fé.
Paróquia de
Quinze de Novembro
Na Comunidade, são realizadas
reuniões mensais entre os membros
do Presbitério e o Obreiro.
Há reuniões semanais entre as
senhoras da OASE com visitação
mensal às pessoas que têm dificuldade de locomoção.
Encontros bíblicos, de músicas e
cantos religiosos ou comunitários
sacros.
Ensaios do coral da OASE e coral
de trombones, os quais fazem
apresentações nos cultos dominicais,
auxiliando com os cantos religiosos
comunitários.
Encontros com Coordenadoras e
Professoras de Culto Infantil, sendo
que os cultos com as crianças acontecem duas vezes por mês nos fins de
semana.
Reuniões e participação dos
membros voluntários que auxiliam
no preparo ambiental e até espiritual
com o Obreiro.
Com a Paróquia, são realizadas
três reuniões anuais entre a sua
Diretoria, Conselho Paroquial com o
Conselheiro Sinodal.
Penso que a Comunidade, a
Paróquia e o Sínodo devem andar de
mãos dadas para que possamos
conquistar a meta mais premente:
trazer o irmão cristão para os cultos,
tarefa essa que cabe não somente ao
Presbitério e aos Conselheiros, porém
a todos nós como cristãos batizados.
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UNIDADE
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Mulheres
Discípulas de Jesus, servimos
ao Senhor com alegria
Loni Irene Schemmer, 66
anos, nascida em
Palmitos/SC, Técnica
de Enfermagem, é
casada com Lotário
Schemmer e mãe de Luiz
Henrique. Na IECLB,
Loni é Presidente da
Associação dos Grupos
das Senhoras Evangélicas do Sínodo Planalto
Rio-grandense
Na IECLB, qual é a sua caminhada?
A minha caminhada na IECLB
iniciou no Ensino Confirmatório,
continuando na Juventude Evangélica
(JE), participando ativamente nas
Escolas de Lideres da época,
posteriormente na OASE nos Estudos
Bíblicos, visitas a doentes e trabalhos
manuais. Na Diretoria do Grupo Local,
fui Secretária, Vice-Presidente e
Presidente. Também fui Coordenadora
do último Congresso da OASE da RE
III, que aconteceu em Panambi/RS,
Vice-Presidente e Presidente da OASE
Sinodal. Desde 2006, sou Presidente da
Associação do Grupos das Senhoras
Evangélicas do Sínodo Planalto RioGrandense, um trabalho muito
gratificante, pois na OASE se tem um
exemplo de viver a fé na pratica.
palestra desafiadora
para nossas mulheres,
voltado ao projeto maior
da IECLB Missão de Deus Nossa Paixão.
Fale sobre as suas
atividades como Presidente Sinodal da OASE
do Sínodo Planalto Riograndense.
Como Presidente,
meu dia-a-dia é manter
contato com as colegas
de Diretoria. Lá preparamos os nossos programas para que
as nossas mulheres do Sínodo, quando
reunidas, se sintam bem acolhidas.
Estes encontros são, num primeiro
momento, com as Coordenadoras
Apresentação de relatório de atividades do
Sínodo Planalto Rio-grandense no Conselho
Nacional da OASE, em Luziânia/GO
Encontro das Coordenadoras Paroquiais, no
Lar da Igreja, em Panambi/RS
nossa Igreja. O objetivo é proporcionar
crescimento e fortalecimento da fé em
Jesus Cristo, enfatizar o estudo da
doutrina da nossa Igreja, proporcionar
um ambiente de acolhimento mútuo,
levar a mulher a valorizar a si mesma,
aceitando-se como um ser feito a imagem e semelhança de Deus, apoiar a
mulher, ajudando-a a encontrar soluções para os seus problemas, incentivar o desenvolvimento dos dons
pessoais, integrar a mulher na Igreja
acentuando a sua participação e capacidade de decisão, encorajar a
mulher a testemunhar a sua fé, oferecer
à mulher condições para perceber a
realidade que a cerca e incentivá-la
para uma ação responsável no presente
visando também às novas gerações e
preparar a mulher para um trabalho
diaconal.
Paroquiais, quando são instruídas de
como devem conduzir seus trabalhos
nas Paróquias. Em um segundo momento, recebemos as Presidentes e Vices dos Grupos locais para manter um
contato bem estreito com elas, verificando como está sendo desenvolvido
o seu trabalho e mostrando principalmente a responsabilidade que cada
uma delas assume na OASE em relação
às leis vigentes em nosso País.
Encontro anual das Presidentes Sinodais
(Conselho Nacional da OASE), em Luziânia/GO
Loni entregando donativos recolhidos no
Sínodo Planalto Rio-grandense (OASE) para
o Asilo Pella Bethânia
Com quais temas e demandas as
mulheres do Sínodo Planalto Riograndense lidam no seu dia-a-dia?
O tema mais desafiador nos últimos
tempos é a autoestima, temática que
trabalhamos nos nossos encontros de
núcleos com resultado visível. Com
relação às demandas, oferecemos canto
coral, visita a doentes e enlutados,
auxílios em mantimentos, roupas,
medicamentos, uma semana de lazer
no Lar da Igreja, em Panambi/RS, sem
custo para as mesmas e o maior evento
acontece no mês de dezembro, quando
reunimos mais de mil mulheres em
torno do Advento e sempre com uma
Loni com a Secretaria Luiza no Conselho
Nacional da OASE, em Curitiba/PR
Quais são as suas responsabilidades,
metas e desafios neste trabalho?
As minhas metas e desafios são, em
primeiro lugar, mostrar para as nossas
mulheres que a IECLB tem trabalhos
em que elas podem crescer na fé e como
pessoa, valorizando o que temos na
Como se dá o seu trabalho voltado
para a missão?
A fé se processa no meu cotidiano
quando me dedico ao trabalho com as
mulheres da OASE, mostrando que
dentro da Igreja elas têm lugar e são
valorizadas. Na OASE, aprendemos
que não é pelo esforço próprio e sim
pela graça de Deus que somos
estimuladas para servir e crescer na
fé, no amor, no entendimento da
palavra de Deus. Nós mulheres temos
na OASE oportunidades para desenvolver os dons e, como discípulas de
Jesus, servir nas nossas Comunidades,
cumprindo as tarefas a nós confiadas
e não esquecendo das palavras ditas
pelo Salmista Servi ao Senhor com alegria.
OASE Florianópolis
rumo aos cem anos
Domingo, 28 de junho, em culto
festivo realizado no templo da
Comunidade Evangélica Luterana
de Florianópolis-Centro/SC, as
senhoras da OASE Florianópolis
Centro comemoraram seus 99 anos
de existência juntamente com as
mais de 150 pessoas presentes ao
evento. Ao chegar ao templo, as
pessoas eram recepcionadas pelas
senhoras da OASE e recebiam um
pacotinho com sementes de girassol
e o tema Rendei Graças ao Senhor que
deverá acompanhar a OASE neste
período que antecede as comemorações de seus 100 anos.
O culto teve ativa participação
das senhoras da OASE na liturgia e
no louvor e abriu as comemorações
OASE Florianópolis Centro rumo aos cem
anos dando início aos festejos
previstos para serem realizados em
junho de 2010. Ao final do culto, as
integrantes do grupo se dirigiram
ao estacionamento da Igreja onde
receberam um balão branco ou azul
contendo seu nome e que foram
lançados ao ar ao som do repicar
dos sinos e de foguetes.
Em 17 de junho de 1910, no salão
nobre da antiga Escola Alemã da
Comunidade Evangélica de
Florianópolis, com a presença de 28
senhoras, foi fundada a associação
denominada Verei der Frauenhilfe, que,
com o passar dos anos, transformou-se na OASE, com a realização
de trabalhos diferenciados por meio
do Grupo Dorcas, no qual senhoras
preparam enxovais para serem
distribuídos a mães carentes de
Florianópolis ou pelo Centro de
Lazer Corações Alegres, hoje com
mais de 40 idosos, além de um grupo
de visitação a pessoas enfermas ou
impossibilitadas de participarem
nas reuniões semanais.
O grupo da OASE Florianópolis
Centro possui reuniões às terçasfeiras com muitos abraços, tristezas
divididas, alegrias multiplicadas e
onde se faz presente o louvor a
Cristo, o meditar em Sua palavra e
a intercessão. O Evangelho é o
alicerce da OASE e o amor de Cristo
é seu combustível. Participando da
OASE, as senhoras confessam que
Cristo é esperança, luz, alegria, paz
e justiça e querem transmitir isso
ao mundo por meio das suas
palavras e ações.
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
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Fé Luterana
Nada pode nos separar do amor de Deus
Novembro é o mês do Domingo da Eternidade, o último domingo do
Ano Eclesiástico, oportunidade em que lembramos com saudade os
nossos mortos, os entes queridos já falecidos. Sob esta perspectiva,
convidamos para reflexão o P. Nilson Hermes Mathies, Pastor em
Blumenau/SC, na Paróquia da Vila Itoupava, e especialista em
Clínica Pastoral. Também participa o P. Astor Albrecht, formado em
Teologia pela EST, em São Leopoldo/RS, e exercendo o Ministério
Pastoral na Paróquia Evangélica de Confissão Luterana em
Indaiatuba/SP. Contribui, ainda, a Pa. Carmen Michel Siegle,
formada pela Faculdades EST, Obreira da IECLB na Paróquia
Imigrante, em São Leopoldo, onde desde 2006 mensalmente é
celebrado um culto direcionado às famílias enlutadas de um mês e de
um ano de falecimento e recentemente foi iniciado um grupo de apoio
e aconselhamento com pessoas enlutadas. O encerramento fica a
cargo do P. Rolf Rieck, Pastor na Paróquia São Mateus da
Comunidade Evangélica de Joinville/SC, Coordenador do Colegiado
de Obreiros e Obreiras da União Paroquial e Assessor do
Departamento de Formação Contínua do Sínodo Norte Catarinense.
Por que comigo?
Consolo? Em Cristo, tem!
Pastor Nilson Hermes Mathies
Pastor Astor Albrecht
Eu tinha apenas dez anos de idade quando meu pai sofreu
um acidente. Lembro bem dele, deitado na cama, inerte.
Tinha um pequeno ferimento na testa e um pequeno
arranhão na mão. Por mais que a minha mãe tentasse
acordá-lo, ele não se mexia. Ao clarear o dia, um vizinho o
levou para o hospital, mas logo veio a notícia de que havia
falecido. Daquele dia em diante e por muitos anos, minha
mãe, meus quatro irmãos e eu nos perguntávamos: Por que conosco? Por que comigo?
Seria castigo ou culpa de Deus? Seria nossa culpa? Encontrar um culpado, uma
razão e uma resposta me fizeram buscar e ir ao encontro da Comunidade. O fato
mais marcante foi um presente que ganhei no dia da Confirmação, e guardo até
hoje – um crucifixo. Foi no sofrimento de Deus, em seu filho Jesus Cristo, que
comecei a superar a minha dor. Na solidariedade, no aconchego dos seus braços
abertos na cruz, encontrei alguém que entendia a minha dor e não se afastou de
mim, pelo contrário, me conduziu para a convivência comunitária, para o
testemunho de fé e me desafiou a viver uma vida com sentido e paz.
Mesmo que não tenha encontrado todas as respostas para as
perguntas da vida, encontrei alguém que pudesse me orientar e
indicar o caminho da vida verdadeira. Hoje, quando me encontro
diante de dificuldades, sei onde procurar alguém que tem a
resposta para as minhas inquietações, dúvidas da vida e para a
morte. Saber que em Jesus Cristo tenho aconchego e segurança
me faz levar a vida com fé e com a certeza de que nada pode nos
separar do amor de Deus, nem mesmo a morte.
Para refletir, leia João 14
Na vida, enfrentamos crises e problemas financeiros e
de relacionamento estão na ordem do dia, mas quando
comparadas com a perda de uma pessoa amada, essas
crises não são nada. Quando a morte nos separa dos pais
ou de um filho ou filha, onde encontrar consolo?
O espiritismo ‘oferece’ um contato com a pessoa falecida.
Ouvir se ela está bem parece razoável para um coração
machucado. Contudo, somos exortados a não fazê-lo: consultar os mortos é
proibido (Dt 18.9-14). Quem crê no nome do Senhor deve se afastar desta oferta.
Se Deus proíbe, é para o nosso bem. O espiritismo ensina que a pessoa falecida
irá nascer e morrer novamente, por incontáveis vezes. Há consolo nisso? Se uma
vez a morte traz tamanha dor, que dirá ela se repetindo? Nisso, não há consolo!
No luto, sentimos saudade e tristeza, mas a fé quer levantar os olhos para
receber ajuda e consolo que vem do Senhor (Sl 121). Nosso Senhor Jesus conhece
a dor do luto. Ele chorou com a morte de Lázaro. Há mais: ele venceu a morte! A
morte, esta nossa inimiga, não pôde com Jesus! Ele foi e é maior, por isso Ele pode
dizer porque eu vivo, vós também vivereis. Sua ressurreição é a firme certeza
de que todos que em Jesus creram e descansam também ressuscitarão.
A morte tem a força de nos afastar uns dos outros por um tempo,
mas a morte não afasta o cristão do Senhor Jesus. A morte pode
tirar seus pais ou até um filho dos seus braços, mas não pode
tirar dos braços do Salvador. Por quê? Porque o Pai ouve a oração
de Jesus Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo
os que me deste (Jo 17.24).
Para refletir, leia Apocalipse 21.1-7
Amparados nas mãos de Deus
Nossa vida fica trancada no túmulo?
Pastora Carmen Michel Siegle
Pastor Rolf Rieck
A leitura do Evangelho faz-nos perceber que entre Jesus
e os discípulos havia laços muito fortes que os mantinham
ligados. Não apenas laços de amizade, mas, sobretudo, de
fé. A segurança de estar no caminho certo e a coragem para
enfrentar dificuldades nasciam da certeza de que ao lado
de Jesus estavam protegidos e bem guardados.
Dá para imaginar o tamanho do medo, da insegurança e
da tristeza desses discípulos ao verem Jesus pregado na cruz. Dúvidas, dor, vazio,
lembranças de um tempo ido, saudades de uma presença, decepção, culpa,
incertezas... Havia um laço muito forte que ligava os discípulos a Jesus. A tristeza
pela sua morte levou-os a pensar que o laço havia se rompido. Sobre isso falavam
no caminho. Conversavam enquanto caminhavam. Caminhavam extremamente
entristecidos, mas não caminhavam sozinhos, pois afirma o Evangelho que Jesus,
o ressuscitado, alcança-os no caminho, abraça-os na dor e revela de maneira
muito carinhosa na oração, no partir do pão e na comunhão o quanto continua
vivo e presente.
A notícia de que Cristo ressuscitou e vive entre nós levou o apóstolo Paulo a
uma certeza: nem morte, nem vida, nem o presente, nem o futuro. Em todo o universo não há
nada que possa nos separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Jesus Cristo (Rm 8.38-39).
No culto, na Palavra, no partir do pão, da vida e na comunhão, somos
lembrados que Deus é conosco, que Ele está entre nós para nos abrigar em seus
braços, inclusive na hora da morte. Despedir-se em paz de nossos queridos e
viver na paz do ressuscitado torna-se possível para aquele que aprendeu a confiar
nessa Presença.
Para refletir, leia Lucas 24.13-35
Todos ficamos mais à vontade para falar de vida que de
morte. Observando os interesses que movem a humanidade,
não fica dúvida de que a vida é melhor do que a morte. Afinal,
com a morte, as possibilidades humanas acabam. Por isso,
o que nos move é a vida. Há, porém, um ponto exato na
história da humanidade em que algo absolutamente
inimaginável e inexplicável acontece e que desdiz as
impossibilidades com a morte: a morte de Jesus .
A justificada ansiedade humana em ver um sentido para tudo o que se vive
encontra uma pista para prosseguir quando mortais passam a aguardar a
ressurreição. Somente uma nova lei e uma nova ordem podem dar sentido a esta
possibilidade após o fim da vida. Como isso é acontece? Os relatos de Gênesis
deixam em aberto a suspeita de que a morte foi inaugurada com o pecado.
Deus, o Criador, mostra à sua criatura que há uma diferença entre o certo e o
errado. Mostra que o errado leva à morte. Mesmo assim, manteve na humanidade
um ‘sonho bom’, ou seja, a esperança de que a morte não seja o fim de tudo, que há
vida após a morte. Depois, Deus concretiza isto tudo através da morte de seu
único filho, Jesus. Ele morreu e ressuscitou para nos mostrar que, apesar da
nossa impos-bilidade de andar certo, Sua graça nos possibilita viver a certeza da
eternidade.
A ressurreição é este ponto fundamental da fé, que vai além do nosso limitado
raciocínio. A ressurreição não é apenas uma esperança. É certeza que surge do
testemunho de pessoas que já experimentaram a fé, a vida nova em Jesus Cristo.
Jesus é vida! Destranca o túmulo da morte e faz viver.
Para refletir, leia 1 Tessalonicenses 4.13-18
12
Geral
Finados: celebração da obra
da mais pura forma de amor
O filósofo dinamarquês, Søren Kierkegaard escreveu há
um século e meio que ‘a obra de amor em rememorar um
morto é a obra do mais fiel amor’. A razão, ele explica, é que
tal gesto de amor é o mais puro e desinteressado porque
não pode ser devolvido. É a dádiva, talvez a única, que
escapa a toda economia, toda transação e até mesmo toda
reciprocidade, todo negócio. Finados é a ocasião em que
celebramos esta forma de amor.
Entre as histórias bíblicas, a que mais reflete este amor
aparece em uma narrativa singela e quase que emudecida,
bem como frequentemente esquecida nos calendários
eclesiásticos. Não é sobre a Sexta-Feira Santa onde
predomina a agonia da paixão de onde passamos direta-
mente ao Domingo de Páscoa, o dia da ressurreição, mas
trata-se do sábado que se insere no meio do que se chama o
trivium, os três dias que, no calendário judaico, separam a
morte de Cristo e sua ressurreição. Pouco se sabe daquele
sábado, o dia santo para Jesus, agora morto, e também para
seus discípulos. Pelo que se saiba, não há palavras, não há
discursos, nem milagres, nem profecias. É o momento em
que não há negócio, quer dizer, é o momento do ócio, como
prescreve o terceiro mandamento.
No entanto, há memória que vem enriquecida por uma
fragrância no ar, um aroma de bálsamo feito de ervas que
haviam sido preparadas por aquelas mulheres que viram
onde o corpo do finado amado fora colocado (Mc 16:1). Não
há palavras que foram registradas, mas um gesto apenas,
uma obra de luto e amor em meio a todo lamento que
conecta a Sexta-Feira da Paixão ao Domingo da ressurreição.
É este sábado das mulheres com suas orações, lamentos e
cheiros que preenche o espaço infestado pelo odor miserável
da morte.
Este é o gesto daquelas mulheres que, desafiando o
veredicto da morte, mantiveram viva a obra de um amor
que é de outra economia, de outro negócio que se assemelha
mesmo ao ócio, que oferece a dádiva da rememoração,
mantendo vivo na lembrança aquele amado cujo corpo
putrescente jaz em uma tumba.
É este momento de rememoração que liga o que de outro
modo estaria desconexo, a Sexta-Feira da Paixão e o
Domingo de Páscoa. É esta desconexão que leva as igrejas e
suas comunidades a duas tendências maléficas à
espiritualidade cristã. Uma é o dolorismo ou o fatalismo
que não consegue ver além da paixão e exalta a dor. A outra
é o otimismo entusiasta de quem celebra a ressurreição,
mas já se esqueceu que o corpo que ressurge leva consigo as
feridas e cicatrizes da morte. Com o dolorismo, surgem
expressões como ‘cada um deve levar sua cruz’, ou ‘é a
vontade de Deus’ e tudo termina em um fatalismo. Com o
entusiasmo exultante, promovem-se a prosperidade, as
curas mágicas e outros engodos.
É aquele sábado de silêncio, de aromas, de lamentos, mas,
sobretudo, de rememoração do finado que restabelece a
esperança ao que sofre e o realismo ao que exulta. Foram
aquelas mulheres, testemunhas do corpo do amado ser
depositado em
sepulcro, que
no sábado se
dedicaram ao
ocioso trabalho de rememoração, amor e lamento
que as trouxe
ao lugar onde
o corpo foi colocado. Se não
fosse por essas
mulheres de
finados, talvez
o cristianismo
confessasse
somente aparições de Jesus,
mas não a ressurreição do
corpo. O que as
trouxe com
óleos e aromas
para o sepulcro no Domingo de Páscoa é
o que se chama
de prática da
ressurreição,
algo que é sempre um trabalho de amor e luto.
Embora a ciência e as evidências não comprovem esta
relação entre Sexta-Feira e Domingo, é isto que a fé afirma e
do que a esperança se nutre. A lida do Dia de Finados é
precisamente esta expressão de um amor que se entrega e
não busca ou aguarda retorno. Parecendo uma contradição
ou paradoxo, é precisamente este gesto de oferta
incondicional que já não conta em devolução, mas possibilita
acesso ao que não se pode esperar. Esta é a esperança contra
toda esperança de que nos fala o apóstolo Paulo (Rm 4.18).
Sem esta prática que se aninha na dádiva de um gesto de
amor que não poderia ser retribuído, nada levaria à
surpresa da vida que ressurge. Este é o trabalho de finados,
a obra ociosa, o ócio sem negócio que nos brinda com
inusitada alegria.
P. Dr. Vitor Westhelle, que atuou
como Pastor da IECLB no oeste do
Paraná, quando foi também
Coordenador da CPT/PR, foi
Professor da EST, em São Leopoldo/
RS, atualmente é Professor de
Teologia na Lutheran School of
Theology at Chicago, nos Estados
Unidos, e recentemente publicou a
obra ‘O Deus escan-daloso: o uso e
abuso da cruz’, nos oferece esta profunda reflexão a respeito do
momento especial de lembrança dos nossos mortos.
Conaje
Por que animo outros
jovens a também
estudar Teologia?
Tenho sentimento
de amor pela IECLB
e por sua causa
neste mundo. Essa
Igreja precisa sempre de novos parceiros na caminhada. Sei que, assim como eu, muitos
jovens se sentem chamados pelo
Espírito Santo para assumirem um
Mistério ordenado na Igreja, mas
precisam de um incentivo. Para nós
que já estamos aqui na Faculdades
EST, é muito bom ver gente nova
chegando na casa, se apaixonando
pela Teologia e aumentando nossa
família acadêmica. Aqui, descobrimos novos horizontes e sentimos que nossos dons são aperfeiçoados e polidos a cada dia, dentro
e fora da sala de aula, no convívio,
na amizade e na espiritualidade.
Fernando José Matias
Se o pregador é
aquele que aponta
para Cristo, a verdadeira Teologia é
aquela que nos
direciona para a
Bíblia. Ela nos
auxilia a melhor identificar o que
Deus nos revelou acerca de si
mesmo. A partir disso, podemos
dizer que a Teologia, além de
ciência acadêmica, é também um
instrumento pelo qual realizamos
a nossa vocação. Desta forma,
podemos melhor desempenhar
nosso papel na manifestação do
Reino de Deus. Sejam bem-vindos
à Teologia! Naveguemos pelo conhecimento das águas profundas
do Evangelho.
Weslley Rodrigues
Todos somos chamados a servir a
Deus, por isso o
que faço é mostrar
para os jovens que
eles podem servir a Deus de um jeito
diferente, doando-se totalmente a
Ele, o servindo integralmente e
buscando na Teologia ferramentas
que auxiliem nesta tarefa: aprofundar-se na palavra de Deus, estar à
frente e ser responsável pelas
pessoas, levar o Evangelho a todos,
olhar para o próximo com o amor
de Cristo, ensinar valores éticos e
cristãos e orientar as pessoas
sempre na Palavra de Deus. A
Teologia mostra que o testemunho
do Evangelho deve condizer com a
sua vida diária. Teologia é um
curso fundamental, que dá base
para qualquer outro curso e mais:
dá base para a vida.
Douglas Aloísio Rengel
Comportamento
JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
13
Colaboradores destacados
Dando sequência à
série de matérias
especiais em comemoração aos 60 anos da
IECLB, nesta edição o P.
Rolf Droste, Pastor emérito
da IECLB, que ingressou no
pastorado em 1956, foi Pastor de
Comunidade, Diretor da Casa Matriz de
Diaconisas, Secretário Geral da IECLB
(1986-1994), Diretor Geral da Luterprev e,
atualmente, Presidente da Obra Gustavo
Adolfo (OGA), vai apresentar colaboradores
e membros destacados na constituição da
IECLB.
O Ministério leigo é o maior
Ao escrever sobre os leigos Kersten e Fuchs, nem tão
leigos, dei-me conta que o ‘Ministério leigo’ faz parte do
‘Ministério compartilhado’ adotado na IECLB (Pastoral,
Diaconal, Catequético e Missionário). É o maior dos
Ministérios na Igreja.
As entrevistas que o Jornal Evangélico Luterano vem
publicando com membros da Igreja mostram onde eles
recebem a sua formação. Citam pais, Professores e pessoas que lhes deram atenção e oportunidades. Não foi
muito diferente com Fuchs e Kersten. Kersten, por exemplo, disse ‘Pais e avós cuidaram de mim quando criança.
Levaram-me cedo aos cultos e ensinaram-me a cantar
e orar’. Ressalta que Professores evangélicos e Pastores
tiveram grande influência no seu crescimento espiritual.
Aqui vemos a importância da educação e formação
na Igreja. Ela é fundamental e merece permanente
investimento, porque é do ‘Ministério leigo’ que saem
os candidatos para os outros Ministérios, com
ordenação explícita e porque também o ‘Ministério
leigo’ tem a ordem para servir ao Senhor e testemunhar
o Evangelho. São exatamente os participantes do
‘Ministério leigo’ que estão em todos os cantos da
sociedade e têm um fantástico poder de penetração e
fermentação. Isto deve ser visto e valorizado.
Escola Normal Evangélica. Foi membro da Diretoria
do Sínodo Riograndense de 1942 a 1961 e membro do
Conselho Diretor da IECLB durante 20 anos. Depois de
1963, foi Secretário Geral do Sínodo (1963 a 1968),
Conheço o Professor Willy Fuchs desde 1944. Fui
colaborador dos Presidentes Schlieper e Gottschald e
seu aluno, no Instituto Pré-Teológico (IPT). Mais tarde,
do Secretário Geral, P. Rodolfo J. Schneider, em Porto
trabalhei com ele em diversas comissões e o conheci
Alegre. Teve participação destacada na formulação da
melhor. Passei a admirar sua dedicação e seu amor à
constituição da IECLB, quando, em 1968, os Sínodos
sua Igreja.
promoveram sua fusão e assumiram um só corpo
Fuchs nasceu em Forqueta, no Alto Taquari/RS, em
eclesiástico. Presidiu a Sociedade Evangélica Pella
1911. Queria ser colono, como seus pais. Quando o
Bethânia no tempo em que os prédios antigos foram
Pastor lhe sugeriu que estudasse para ser Pastor ou
substituídos por novos.
Professor, ele disse que isso seria a
Fuchs é um legítimo repreúltima coisa que faria, mas aconsentante daqueles muitos
teceu que o Professor da Forqueta
membros e colaboradores da
adoeceu e pediram que Fuchs o
Igreja, que trabalham nos bassubstituisse ‘porque tinha letra
tidores e subsidiam seus lídebonita’. A partir daí, ser Professor
res com o seu conhecimento.
passou a ser uma possibilidade.
Estudam leis, fazem contatos,
Certo dia, leu um artigo sobre o
alinhavam assuntos, prepaSeminário Evangélico de Profesram agendas de serviço, redisores, em São Leopoldo/RS. Matrigem cartas, elaboram docuculou-se e ali estudou nos anos de
mentos e estatutos. Aparecem
1930 a 1932. Em seguida, foi convipouco, mas deixam suas mardado para lecionar na Escola Sinocas. Trabalham durante a noite
dal de Candelária/RS. Mal deu para
para que os chefes apareçam
conhecer sua futura esposa, quando
bem equipados no dia seguinDohms lhe escreveu, em 7 de dete. Assim, o nome do Professor
zembro de 1934, que sua colaboFuchs pode não ser um nome
ração seria muito necessária no IPT,
que aparece na primeira linha
que Fuchs lhe expusesse suas exda Igreja, mas seguramente é
pectativas e, acima de tudo, dissesse Willy Fuchs faleceu no último dia 16 de outubro, um dos nomes que deixou o
‘sim’.
timbre do seu labor e saber, da
aos 98 anos, logo após a elaboração deste texto
Fuchs disse ‘sim’. ‘Esta decisão
sua dedicação e fidelidade no
mudou o rumo da minha vida’, afirmou. Lecionou no
setor da educação e da administração da Igreja. É uma
IPT de 1935 a 1959. A partir de 1938, também
graça muito especial quando Deus dá à Igreja pessoas
respondeu pelos assuntos de educação no Sínodo (até
deste quilate.
1963). Foi o primeiro titular do Departamento de
Willy Fuchs faleceu no último dia 16 de outubro, aos 98
Educação, criado em 1946. Em 1947, retomou a
anos, logo após a elaboração deste texto. Fuchs era casado com
formação de Professores, interrompida durante a
Luci Fuchs, nascida Filter, e com ela teve três filhas e três filhos.
Guerra. Realizou cursos rápidos de qualificação. Em
O casal residia, há alguns anos, no Lar Moriá da Casa Matriz
seguida, teve participação ativa na (re)abertura da
de Diaconisas, em São Leopoldo.
Professor Willy Fuchs,
uma vida para a Igreja
Benno Kersten, um Diácono Pastor
Benno Kersten era cidadão brasileiro, mas acima de tudo cidadão do Reino
de Deus. Usava terno escuro, tinha estatura mediana, primava pela boa
educação. Nascido em Petrópolis/RJ, em 1903, era Bancário no Rio de Janeiro
aos 17 anos. ‘Estudou Teologia’ desde a infância na ‘escola da vida’, no que
muito lhe ajudaram os pais e avós, Professores evangélicos e Pastores
dedicados, como ele escreveu mais tarde. Com 28 anos, foi eleito para o Conselho
Diretor do então ‘Sínodo das Comunidades Evangélicas Alemãs do Brasil
Central’.
A vida de Benno Kersten transcorria como a de muitos outros membros da
Igreja quando dois acontecimentos o colocaram diante de inesperadas tarefas:
o falecimento do Presidente do Sínodo, Pastor Friedrich Ludwig Hoepffner, e
as grandes dificuldades nas Comunidades, decorrentes das restrições impostas
pelo Estado Novo, agravadas na Segunda Guerra Mundial. Hoepffner foi
Presidente do Sínodo desde a sua fundação, em 1912, até 1941. O Prepósito
Martin Marczynski, representante do Conselho Superior Evangélico de Berlim
na América do Sul, residente em Buenos Aires, que viera para o enterro,
costurou a seguinte solução para a Direção do Sínodo: Benno Kersten assumiria
as funções administrativas da Presidência e ao Pastor Wilhelm Freyer, de São
Paulo, caberiam o acompanhamento dos Pastores e os contatos com a Igreja
da Alemanha.
Como cidadão brasileiro, Kersten, tinha liberdade de locomoção. Como o
‘Banco Germânico’ em que trabalhava foi confiscado pelo Governo, pôde
dedicar-se de corpo e alma à tarefa que recebera, à qual logo se juntaram
serviços pastorais. Diante dessa situação, o Prepósito Marczynski não só o
autorizou a usar o talar, mas lhe conferiu, por documento de 31 de outubro de
1942, enviado por correio, o cargo e a função de ‘Diácono’, com autorização
para pregar, ensinar, administrar os sacramentos e realizar outros serviços
pastorais. Na qualidade de Diácono Pastor, investiu Pastores, inaugurou
templos e representou pessoas e Comunidades perante autoridades.
Passada a Guerra, Kersten participou
da reunião dos Presidentes Sinodais,
realizada em 1946, em São Leopoldo. Ali,
Dohms apresentou os planos para a
constituição de uma Federação Sinodal.
Quando esta se constituiu (26.10.1949), com
sede e foro jurídico no Rio de Janeiro,
Kersten foi seu procurador. No seu Sínodo,
agora com o nome de Sínodo Evangélico do
Brasil Central, ele foi eleito Vice-Presidente
pela Assembleia Geral de 1948.
Benno Kersten era formado em
Ciências Econômicas, foi casado com
Hedwig Bielefeld, nascida na ilha de
Sumatra, Indonésia, onde seu pai trabalhara como Missionário. Tiveram dois
filhos e uma filha. A Sra. Kersten, com 97
anos de idade, reside no Rio de Janeiro.
Benno Kersten faleceu em 1985. Seu nome
está inscrito em importante capítulo da Benno Kersten era Bacharel em Ciências
história da nossa Igreja.
Econômicas
14
Deutsche Seite
Der Nachbar und der Nächste
Das Wort “Nachbar” hiess in alten Zeiten einmal
“Nahbur”, der nahe Bauer.. Es meinte den Bauern,
der nahe wohnte, der einem nahe war, nicht nur
was räumliche Nähe betraf. Man konnte zu ihm
gehen, mitten in der Nacht, und sagen: Mein Kind
ist krank. Oder man konnte ein Brot von ihm leihen.
Man liess die eigene Arbeit liegen und holte für die
Nachbarin die Hebamme, wenn es nötig war. Ein
paar Generationen vor uns, als unsere Vorfahren
sich hier im Urwaldd eine neue Existenz schufen,
war der Nachbar lebenswichtig. Für sich allein
hätte kaum einer diese harte Zeit überlebt. Für viele
Kolonisten wurde der Nachbar zum Nächsten.
Ja, der nahe Bauer. Wo ist er geblieben? Heute
wollen wir nicht mehr so bäurisch sein. Nachbarn?
In einem Hochhaus? Da kennt doch einer den
anderen nicht mehr. Es trennt uns nur eine Wand
oder eine Decke von 15 Zentimetern. Es ist also nicht
weit bis zu unserem “Nachbarn”. Da müsste doch
eine Kommunikation kein Problem sein, noch dazu
im Zeitalter der mobilen Telefone. Doch wenn einer
an die Wand oder an die Decke unseres apartamentos
klopft, so kann das nur bedeuten: Stört uns nicht. Sagt
euren Kindern, sie sollen mit dem Krach aufhören und Ruhe
halten!
Wie ist das nun mit unserem Nächsten? Wenn da kein naher
Bauer mehr ist, und wenn die Menschen, die in dem Ameisenhaufen
der Grossstadt leben, nur noch an uns vorübergehen, uns nicht mehr wirklich
nahekommen – und auch nicht wollen, dass wir ihnen nahekommen?
Ich glaube, wir dürfen uns hier nicht hinter soziologischen Mauern
verschanzen – einfacher ausgedrückt: Wir dürfen nicht sagen: Die Zeiten haben
sich halt geändert Heute gibt es das nicht mehr, was Jesus den Nächsten nennt.
Lesen wir einmal aufmerksam die Geschichte vom barmherzigen Samariter
(Lukas 10). Da ging es damals schon um die Frage: Wer ist denn mein Nächster?
Man zog ja nicht mehr durch die Wüste, wie früher, wo man einander gebraucht
hatte. Jesus gibt keine “soziologische” Antwort. Er
erzählt eine Geschichte. Und in dieser Geschichte
lehrt er uns, die Frage anders zu stellen. Nicht mehr:
“Wer ist mein Nächster?” sondern “Wem bin ich
zum Nächsten geworden?”. Der unter die Räuber
Gefallene hatte keinen Nächsten mehr auf der Welt.
Seine Mitmenschen hatten ihn ausgeraubt und in
seinem Blute am Strassenrand liegen lassen. Und
nun gehen da drei Menschen an ihm vorüber – drei,
die von Hause aus diesem Menschen fern waren.
Aber bei einem, dem Samariter, passiert das
Wunder: Er wird diesem einsamen, leidenden
Menschen ein Nächster . Wirklich ein Wunder –
damals wie heute. Es ist ein Wunder, das auch in
der Grossstadt und im Hochhaus passieren kann.
Ich habe dieses Wunder einmal in Verse zu
fassen versucht, die heute als Lied bei uns und auch
in Deutschland gesungen werden (Nr.466 im
deutschen Gesangbuch).Lassen wir unsere
Betrachtung in dieses Lied ausmünden:
Einer soll heute dein Nächster sein, einer, der sonst nicht
zählt,
einer, der nicht mehr glauben kann, der sich mit Zweifeln quält
Einer soll heute dein Nächster sein, einer dem Leid geschehn,
einer, der keinen Menschen hat, den Gott für sich ersehn.
Einer soll heute dein Nächster sein, einer, der sich entzweit,
der sich in seinem Sinn verscliesst, der mit sich selbst im Streit.
Einem sollst du heute Nächster sein, einem sollst du dich nahn,
sollst an ihm tun wie Jesus Christ selber an dir getan.
Pfarrer Lindolfo Weingärtner
Meine Zeit in Gottes Händen
In diesen Tagen besuchen viele Menschen den
Friedhof. Friedhöfe – wie der Name schon sagt –
sind Orte des Friedens, des Gedenkens, der Trauer
aber vor allem Orte der Hoffnung. Diese Hoffnung
wird auf vielen Grabsteinen durch Bibelworte
bezeugt. Auf einem Grabstein steht
geschrieben: „Meine Zeit steht in deinen
Händen“. Dieser Vers aus Psalm 31 erinnert
daran, dass ein Friedhof auch ein Ort ist, wo
die irdische Zeit, die Uhr und der Kalender
keine Rolle mehr spielen.
Da muss man sich fragen, warum wir, die
Lebenden, so hektisch durchs Leben gehen.
Wir rennen den ganzen Tag, die ganze Woche,
das ganze Jahr, um unsere Vorhaben zu
erledigen und trotzdem fehlt uns die Zeit. Wer
jetzt einen Kalender vor Augen hat, wird sich
vielleicht schon gefragt haben: „Mensch, wo
ist dieses Jahr nur wieder geblieben?“ Die
irdische Zeit ist flüchtig wie der Wind.
Tatsache ist, dass es nicht wenig Zeit ist,
die wir haben, sondern das es viel Zeit ist, die
wir nicht nutzen. Die Zeit unseres Lebens ist
zu kostbar, um sie zu nutzlos zu
verschwenden. Immer wieder hört man den Satz:
„Ich habe keine Zeit!“ Aber bedenken wir: Wer
meint, nie Zeit zu haben, ist wie tot für das Leben.
Sterben darum so viele Ehen, Familien und
Gemeinden, weil man sich keine Zeit nimmt für
das Miteinander?
Menschen unserer Zeit sind dauernd beschäftigt,
kommen kaum zur Ruhe. Sie haben für Gott und die
Kirche keine Zeit übrig. Sie sehen den Ehepartner,
ihre Kinder, den Nachbarn nur noch flüchtig. Aber
um ihnen nahe zu kommen, braucht man Zeit zum
Gespräch. Liebe braucht Zeit, und Liebe hat Zeit.
Wer keine Zeit hat, hat auch keine Zukunft, keine
Ewigkeit. Ihn interessiert nur das Heute. Er will viel
erleben und nichts verpassen. Wer denkt in dieser
hektischen Welt noch über sein gegenwärtiges Leben
hinaus? Viele sagen sogar: „Mit dem Tod ist ja
doch alles aus!“ Wirklich?
Wie wohltuend ist es da, wenn der Psalmist
betet: „Meine Zeit steht in deinen Händen.“ Das
ist Ausdruck von Geborgenheit. Wer so betet,
ist bereit, sein Leben vom Willen Gottes
bestimmen zu lassen. Auch nach dem Tod. Er
wird nicht sagen: „Ich habe keine Zeit“,
sondern: „Herr, wie kann ich dir und meinem
Nächsten mit meiner Zeit dienen?“
Es ist gut, wenn wir für jeden Tag einen
Plan machen, aber noch besser ist es, wenn
wir ihn morgens Gott im Gebet vorlegen und
damit einverstanden sind, dass tagsüber
etwas darin gestrichen oder eingefügt wird.
Gott hat uns Zeit gegeben, unser Leben,
miteinander und füreinander zu leben. Wir
können diese Zeit für unsere Lieben, unsere
Freunde, Eltern, Kinder und auch für uns
selbst nutzen – oder sie auch verpassen. Aber
die Zeit kommt nicht zurück. Auch wenn es
schwierig ist, versuchen wir mal Uhr und
Terminkalender zu vergessen. Legen wir
unsere Zeit in Gottes Hand!
Herr, wir sind dir dankbar für das
Geschenk der Zeit. Lass uns lernen, bewusst
damit in unserem Leben umzugehen.
Theologe Jaime Jung
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JOREV LUTERANO NOVEMBRO 2009
15
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Neste espaço, a Comunidade pode compartilhar os momentos significativos da vida cristã, como Nascimento,
Batismo, Confirmação, Benção Matrimonial, Encontros Familiares, Bodas e Sepultamento. Entre em contato conosco!
Lembrança de falecimento
Com pesar, lembramos o falecimento da nossa mãe, sogra, avó e bisavó,
ocorrido no dia 17 de setembro de 2008,
HELMA BERGMANN MARKUS
Nascida em 6 de outubro de 1915, filha de Augusto e
Ana Horgemöller Bergmann, Helma casou-se com
Reinaldo Markus em 21 de abril de 1934 em Arroio
Grande, hoje Paverama/RS. Reinaldo faleceu em 19
de fevereiro de 1979.
Os familiares agradecem ao Pastor Cleber Fontinele
Lima, aos vizinhos e amigos que a visitaram nos seus
quase 93 anos de vida. Agradecemos, ainda, aos
Médicos, Enfermeiras e hospitais e aos corais pelas flores que enfeitaram o
seu túmulo. Obrigado da viúva Leda Markus Blume, Vera e Armando
Driemeyer, netos e bisnetos.
Na verdade,
não temos aqui cidade permanente,
mas buscamos a que a de vir.
Hebreus 13.14
Helma viveu sua vida toda no mesmo lugar onde nasceu.
Falecimento
Com pesar, participamos o falecimento de
P. EM. REINALDO KLUMB
Nascido em 11 de outubro de 1919, em São Lourenço do Sul/RS, veio a falecer
em 28 de julho último, na idade de 89 anos, nove meses e 17 dias. Em 18 de
abril de 1993, antecedeu-lhe na morte sua esposa, Irma Klumb, nascida
Drawanz, com quem se casara em 20 de outubro de 1947. P. Reinaldo deixa
enlutados o filho, Sigmar, a nora, Elaine, e a neta, Marcia Regina, bem como
Anna Mendonça Kunde, com quem uniu-se em novo matrimônio em 17 de
fevereiro de 1996, e a filha desta, Sirlei.
P. Reinaldo Klumb faleceu e foi velado em São Lourenço do Sul/RS, onde
residia, e foi sepultado na localidade de Coxilha do Barão/RS, onde se haviam
radicado seus antepassados desde o ano de 1860.
P. Reinaldo estudou na Escola Normal Evangélica em São Leopoldo/RS, entre
1936 e 1938, quando foi obrigado a interromper os estudos por dificuldades
financeiras da família. Após exercer atividades em São Lourenço do Sul,
casou e radicou-se com a família em Nova Gonçalves, 2º Distrito de Canguçu/
RS, onde exerceu o Magistério Estadual. Mais tarde, assumiu as funções de
Professor Catequista e, a partir de 1º de julho de 1963, passou a atuar como
Pastor na Paróquia Evangélica de Nova Gonçalves (IECLB). A partir de 1º de
agosto de 1979, entrou em inatividade por problemas de saúde, passando a
integrar o rol de Pastores eméritos da IECLB.
A família agradece a todas as pessoas que, de perto e de longe, manifestaram
a sua solidariedade na situação de luto e, com fé, deseja lembrar o lema
preferido do P. Reinaldo.
O Senhor é meu pastor:
nada me faltará.
Salmo 23
Encontro de família
4º ENCONTRO DA FAMÍLIA BECKER
Cidade: Coqueiros do Sul/RS
Data: 29 de novembro de 2009
Contatos:
Carazinho - 54 3331.4245 ou 9136.0547 (Sirio)
Coqueiros do Sul - (54) 3615.2175 ou 9602.0472 (Claci)
Passo Fundo - 54 8134.4258 / [email protected] (Daniel)
Bodas de Ouro
FLORÊNCIO SCHULTZ
e ROSALINA WESTPHAL SCHULTZ
No dia 20 de junho de
1959, Florêncio Schultz e
Rosalina Westphal uniram-se em matrimônio
na cidade de Baixo
Guandu/ES. Dez anos
depois, em 1969, o jovem
casal mudou-se para
Rondônia com seus três
filhos pequenos. Nesta
nova terra, passaram a
construir o seu novo lar.
Foi com muita alegria que neste ano de 2009, em 20 de junho, o casal
Florêncio e Rosalina comemorou suas Bodas de Ouro, na cidade de São
Francisco do Guaporé/RO.
A cerimônia de benção do casal, que participa da Comunidade dos
Migrantes, foi realizada em sua residência pelo P. Jeferson Rusch contando
com a presença de grande número de amigos bem como irmãos, filhos,
netos e bisnetos.
Feliz aquele que teme a Deus, o Senhor,
e vive de acordo com a sua vontade!
Se você for assim, ganhará o suficiente para viver,
será feliz, e tudo dará certo para você.
Salmo 128.1s
COLEGAS E IRMÃOS AMIGOS DO HPD 1
Se você sempre sentiu falta de um órgão e Organista infalível para
acompanhar o canto nos seus cultos, também nos confins de Comunidades
rurais, a sua necessidade está suprida.
Como resultado de muitos anos de música sacra na IECLB, apresento em
um único CD, em formato MP3 (compactado), com qualidade de som de CD,
os 306 hinos do HPD 1 (aproximadamente 9 horas de música).
Preço R$ 20,00 mais R$ 8,00 de porte.
Entre em contato!
P. Werner Joachim Dietz
[email protected]
47 3521.6756
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16
16
Gente Luterana
O Sínodo Planalto Rio-grandense, formado por 23 Paróquias, 125 Comunidades
e quase 60 mil pessoas batizadas, cuja ênfase missionária é formação de lideranças
leigas, formação contínua de Obreiros, diálogo com movimentos populares e a
busca de membros afastados, está representado nesta Editoria por nossa gente
luterana Patrícia Hoffmann e Marcelo Wuttig Friske
Sempre à disposição
Educando para a fé
Patrícia Hoffmann, 28 anos,
natural de Tapera/RS, reside em
Lagoa dos Três Cantos/RS. Na
IECLB, é membro na Comunidade de
Linha Glória, Paróquia de Tapera,
pertencente ao Sínodo Planalto Riograndense. ‘Luterana de berço’,
Patrícia é fruto de mais de quatro
gerações que confessam a fé luterana
em terras brasileiras e se orgulha
muito disso! “A fé se processa diariamente em minha vida pela oração,
no meu modo de sentir, ver, agir, ouvir, ensinar e ser luterana”, afirma.
A caminhada de Patrícia na
IECLB teve início no Batismo. Depois,
vieram os ensinamentos nos princípios da fé cristã: orar e agradecer a
Deus pelas bênçãos recebidas. “No
Ensino Confirmatório, entendi que
a Confirmação é uma espécie de
ordenação para a vida cristã. Depois, fui desafiada a ser Orientadora
do Culto Infantil e assim fui me
envolvendo no trabalho da Comunidade e me apaixonando por levar a
Palavra de Deus aos pequeninos. O
saldo foram 12 anos de envolvimen-
A missão de Deus
é viver pela graça
e em gratidão
to com o Culto Infantil e a minha
escolha pelo Magistério. Com novas
lideranças despertando para o trabalho no Culto Infantil, pude me envolver mais diretamente com a
Juventude Evangélica, o que trouxe
muitas experiências e alegrias para
minha vida”, comemora.
Atualmente Orientadora da
Juventude e do Ensino Confirmató-
rio da Comunidade de Linha Glória,
Coordenadora do Conselho Paroquial da
Juventude Evangélica (Copaje), Coordenadora do Conselho Sinodal da
Juventude Evangélica (Cosije) e VicePresidente do Conselho Nacional da
Juventude Evangélica (Conaje), Patrícia
é Educadora formada em Pedagogia com
Especialização em Educação “Como
Educadora, tenho a missão de despertar
e capacitar os educandos para reflexão e
a ação lembrando que o amor, a busca
pela dignidade individual e comunitária e o zelo pela integridade de toda a
criação são consequências de uma
educação que se espelha na ação divina”.
No Sínodo Planalto Rio-grandense,
os grandes temas são a Campanha de
Missão e a Educação Cristã Contínua
dos membros para formação de novas
lideranças. Segundo a Presbítera, o
desafio é encorajar membros na ação
de contribuir para a transformação
de maneira a serem colaboradores
na tarefa missionária, pois a missão
de Deus torna-se uma grande paixão para as pessoas que aceitam o
convite e estão atentas a todas as
oportunidades, transformações e
contextos.
“Consciente da missão que
Deus confiou a cada um de nós,
coloco meus dons a serviço
entendendo que a missão de
Deus é viver pela graça e em
gratidão pela obra redentora de Deus em Jesus,
abraçar o discipulado e,
em amor, colocar-se
a serviço. Assim,
sonho que a
IECLB
continue se desenvolvendo como Igreja comprometida com o Evangelho e com as
bases da Reforma de Lutero, que os
membros assumam cada vez mais a
Missão de Deus, que é a nossa paixão, e
que os jovens protagonizem a sua
história, envolvendo-se não só no trabalho em grupos de jovens, mas também no Presbitério e no trabalho da
Comunidade na propagação do Evangelho e da Palavra de Deus”, deseja.
Marcelo Wuttig Friske, 19 anos,
gaúcho de Ijuí, estudante, é membro da
IECLB na Comunidade Martim Lutero,
pertencente à Paróquia Ijuí Linha 3
Oeste, Sínodo Planalto Rio-grandense.
Luterano ‘de berço’, Marcelo ora todas
as noites. “No meu dia-a-dia, tento viver a confessionalidade agindo, estando
disposto a ajudar, perdoando, pedindo
desculpas, enfim ‘colocando disposição
à disposição’, como diz o trecho da música de Fernando Anitelli”.
Desde que ‘se conhece por gente’,
os pais de Marcelo participam
ativamente da IECLB e isso se tornou
‘hereditário’, pois o jovem é um
membro ativo na Igreja desde os
tempos de Culto Infantil. Depois,
veio o Ensino Confirmatório e, na
sequência, as atividades da JE
“Participei do Acampamento
Cultural e Artístico da JE. Dali pra
frente, minha participação só
aumentou e não só na JE, mas
na Comunidade, na Paróquia e
no Sínodo. Sinto um vínculo
tão forte com a IECLB que não
consigo me imaginar vivendo sem participar dela”.
Atualmente Representante Paroquial da JE no
Conselho Sinodal e
Vice-Coordenador da
JE Sinodal, Marcelo,
que está cursando
Ciência da Computação, faz
uso do
seu conhecimento de tecnologia
para auxiliar as atividades na
Igreja, como criar uma conta de e-mail
para o Conselho Sinodal da JE, cadastrar jovens para receber notícias,
ministrar oficinas para ensinar
sobre criação de sites, elaborar
cartazes de acampamentos e apresentações multimídia. No estágio na
área, não há um espaço específico
para a fé, “mas julgo indispensável
ser eu mesmo, cristão, no trabalho,
na faculdade e na Igreja. Isso parece
lógico, mas não é tão simples”.
No Sínodo Planalto Rio-grandense, Marcelo conta que entre os
grandes temas estão a Escola de
Formação, que foi planejada com
objetivo de construção de saberes
sobre a confessionalidade cristã por
meio de diálogo e troca de experiências. Importante também é a
campanha de missão para ‘lançar as
redes’ (pescadores de gente). Ainda a
JE, a partir do que foi proposto no seu
Congresso Nacional, se comprometeu a incentivar a visitação de
pessoas necessitadas e a doação de
sangue. Quanto aos desafios de ser
IECLB na região do Sínodo, Marcelo
afirma que “o desafio é nós todos,
membros da IECLB, participarmos
ativamente da nossa vivência de fé.
Devemos motivar as pessoas
afastadas a juntarem-se a nós”.
Sonho com membros
atuantes, ativos e
dispostos a ajudar
O Vice-Coordenador da JE
Sinodal revela que não consegue ser
‘expectador’. “Quando vejo, estou
ajudando em algo e sendo ativo.
Amadureci muito na IECLB. Aprendi a ser mais tolerante e a auxiliar
as pessoas quando essas passam por
dificuldades por simples gratidão de
ter aquela pessoa como amiga. Essa
é a minha motivação para participar da IECLB. Nesse sentido, meu
sonho para a nossa Igreja é que todos
os membros sejam atuantes, ativos
e estejam dispostos a ajudar o
próximo incondicionalmente”,
finaliza.

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