CIGA-Informando 34 - Ciga-Brasil
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CIGA-Informando 34 - Ciga-Brasil
tro Ap Cen oio C sil A-Bra IG de In te g r a ção e ANO 7 - NÚMERO 34 - MAIO 2005 - TIRAGEM: 1500 EXEMPLARES Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Tel. +41 061 423 03 47 Fax +41 061 423 03 46 [email protected] www.cigabrasil.ch Foto: Rubens Zischler «O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.» Fernando Pessoa Caras amigas e amigos A primavera chegou, ainda que pouco ensolarada e fria para o nosso jeito brasileiro. Mas temos certeza de que logo o sol vai mostrar a cara e poderemos curtir um ótimo verão, como diria Fernando Pessoa, «intensamente», não importa quanto tempo ele durar. O final de 2004 e o início de 2005 foram marcados por momentos inesquecíveis, como a tragédia nas Filipinas ou a comoção mundial na morte do Papa João Paulo II. São momentos que ficam na história, pelo impacto que causam na vida de milhares de pessoas. Existem outros momentos, que talvez não fiquem registrados na história oficial, mas que tornam-se inesquecíveis, como o nascimento de um filho ou neto, o primeiro beijo ou a realização de um sonho. Momentos como a glória do artista, que no palco ou nas ruas, faz sua arte, diverte, causa espanto e chama para si a atenção, ainda que por alguns minutos. Para Marcelo Madeira, o lançamento do livro «A vizinha suíça e outras crônicas» deve ter sido um desses momentos mágicos, que ficam guardados para sempre. Nesta edição, o autor, que também é músico, fala sobre seu livro, sua carreira musical e seus planos. Além de Marcelo, o CIGA-Informando conversou também com Fabiana Macchi, professora e tradutora que nos deu uma pequena aula de literatura intercultural. Fabiana traduziu para o português diversos autores de língua alemã, e muitas obras que abordam de uma ou outra forma o tema da migração. Para completar nossa série de entrevistas, fomos ouvir um grupo muito especial: cinco mulheres bem diferentes, que no palco soltam sua energia e dão vida ao grupo «Trompas de Falópio». Com um repertório formado por músicas bregas de diversos autores, elas dão um show de energia, descontração e alegria, que contagia, diverte e envolve o público. Falando em alegria e energia, a preparação da nossa Festa Junina está a pleno vapor. Será no dia 19 de junho, desta vez em outro local, no Salão da Burggartenschulhaus, em Bottmingen, em função das Continua página 3 ➙ CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 1 obras no Lindenberg. Confiram os detalhes na Agenda desta edição e reservem essa data para se divertirem conosco. mento da taxa anual por família para o CIGABrasil. Muitos já pagaram a anuidade de 2005 e não precisam pagar novamente. Para quem ainda não o fez, lembramos novamente que o pagamento não é obrigatório, mas essa contribuição é muito importante para cobrir nossos custos com a produção do CIGA-Informando, a manutenção da homepage e a parte administrativa. A Festa Junina vai marcar também o reinício das atividades regulares para o público neste ano, adiadas por causa das obras no prédio e no terreno do local que sempre utilizamos. Até as férias de verão tudo deve estar normalizado e voltaremos à carga. Além disso, investimos neste ano também em atividades com outras organizações brasileiras e estrangeiras e com o Serviço de Apoio aos Estrangeiros do Cantão de Baselland. Assim, no dia 7 de maio participaremos do Seminário de Grupos Brasileiros na Suíça, que discutirá a criação de um órgão nacional que represente a comunidade brasileira no país. Se você tiver alguma sugestão sobre as funções que essa entidade deve assumir, envie-nos. Também participamos, no final de abril, da Mittenand Fescht, em Pratteln, e estamos auxiliando na organização de outra festa multicultural prevista para o dia 19 de novembro. O serviço de informação que o CIGA-Brasil oferece a todos gratuitamente, seja por telefone, E-mail ou pessoalmente, tem tido um eco positivo e ficamos felizes em continuar prestando esse auxílio. Assim também nossos eventos, com entrada gratuita, atingem um ótimo público e nos incentivam a organizar novos programas. O trabalho dos profissionais que atuam no CIGA-Brasil é voluntário, mas esse serviço implica também em custos de material, telefone, correio, eletricidade e outros, que precisam ser cobertos. Por isso agradecemos desde já pela colaboração de todos. Uma ótima primavera a todos e até a Festa Junina! Junto com esta edição estamos enviando, como no ano passado, os Boletos para o paga- Equipes do CIGA-Brasil. DINHEIRO URGENTE !!!!! International Affairs VISITE NOSSOS WEBSITES: www.mmcinternational.ch & www.miamipochon.com (a maior imobiliária de Miami / Caribe / Am. Sul) E M P R É S T I M O S : CHF 1'000 até CHF 140'000 Rápido, confidencial, você decide o prazo e valor da mensalidade. CARTÕES DE CRÉDITO: Encomende seu VISA ou MASTERCARD International pagando apenas 50% da anuidade no primeiro ano. Crédito já aprovado! Atendemos todos os dias da semana inclusive sábado e domingo. CONSULTE-NOS: Tel.: 032 721 18 15 • Fax: 032 724 70 18 Natel: 079 639 00 00 • E-mail: [email protected] 2 3 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando Há pouco mais de um ano surgiu na Suíça um grupo musical sui-generis. Formado por cinco mulheres, acompanhadas por um músico, o grupo está revisitando sucessos bregas de todos os tempos, numa interpretação original e divertida. Como descreve Mariângela Galvão-Tresch, a presidente, «As Trompas de Falópio», fazem uma música cômica, ou uma comédia musical, uma homenagem ao inconsciente coletivo que ainda hoje cantarola «feiticeira... feiticeira...» ou «você é doida demais...» pelos cantos da casa, pelos corredores do trabalho, pelos quatro cantos do mundo! Os ensaios são tão engraçados que deveriam ser abertos ao público, à televisão, à rádio e à imprensa escrita...» Por E-mail, o grupo conversou com o CIGA-Informando: O nome foi decidido democraticamente: a idéia do nome nasceu ao mesmo tempo que a idéia do grupo. Anunciei a decisão às Trompas escolhidas a dedo e ninguém conseguiu ter uma idéia melhor! «As Trompas de Falópio» pegou e hoje podemos encontrar várias significações, sejam orgânicas, reprodutivas, psicológicas. O fato é que somos todas trompudas, mulheres-mães e doidas assumidas. Quando e como surgiu o grupo Trompas de Falópio? As Trompas de Falópio estrearam no dia 31 de março de 2004, no Pôle Sud, em Lausanne. O grupo foi criado depois de uma experiência metafísica na festa do casamento de Jorge Nascimento, músico baiano. Botamos a boca no microfone e o que saiu foi «Feiticeira, Feiticeira», uma pérola do cantor Carlos Alexandre. Os convidados gostaram, a suiçada cantou junto o refrão e decidimos continuar a brincadeira. Quem faz parte do grupo e o que vocês apresentam? O grupo é formado por: Mariângela Galvão-Tresch (cineasta), Inês Volet (assis- Aliás, como vocês decidiram colocar no grupo esse nome tão original? 4 tente social), Angélica Currat (dona de Casa Grande), Mara Nogueira (escriturária) e Vilma Delemont (comerciária). Ainda: Floriano Inácio Junior (músico), na guitarra, percussão, teclados, etc, etc, etc… Nosso repertório conta com pérolas, diamantes, platinas dos mais maravilhosos bregueiros (assumidos ou não) brasileiros e internacionais: Carlos Alexandre, Reginaldo Rossi, Peninha, Sidney Magal, entre outros. O último show aconteceu no Cercle Chilien, de Lausanne, e incluímos músicas latino-americanas para que os espanofônicos pudessem aproveitar plenamente. Aí, mesmo que algumas das músicas não fossem bregas no sentido lúdico/cafona do termo, a nossa interpretação foi. Cafetacuba e Lila Downs, ambos do México, foram revisitados. O público lotou o Cercle Chilian e a festa foi um sucesso! Foto: Arquivo Vocês são profissionais da música ou têm o grupo como hobby? Não dá prá ser profissional. Pagamos apenas o cachê de Juninho e passamos o Angélica solta a voz chapéu. O público tem sempre sido generoso, mas não dá nem prá pensar em viver disso. Mas, também não é apenas um hobby. É mais. É uma realização coletiva de cinco mulheres bem diferentes, que aprendem e sofrem juntas durante os ensaios prá depois terem direito ao orgasmo coletivo, simultâneo e múltiplo durante o show! Inês Volet garante que «as Trompas para mim é o que há de mais feminino... Se eu deixo minha reflexão viajar ainda mais, eu diria que as condições sociopoliticalhas aonde crescemos nos deu esta coisa que somos e que não podemos explicar porque, como tudo se transforma, quando estamos no palco somos mais do que quando não somos as Trompas. Só quem nos viu pode saber que eles também não são mais os mesmos de antes de nos verem....» Até agora, onde vocês se apresentaram e qual foi a reação do público? Nós já nos apresentamos no Pôle Sud, em Lausanne, na Gelateria Luna Llena, em Bern, no Cercle Chilien, em Lausanne. A reação? Vocês deveriam perguntar aos nossos fãs... O que nós vemos, ouvimos e sentimos é uma alegria maravilhada. Uma Foto: Arquivo Foto: Arquivo A música brega está em alta Quais são os planos do grupo para 2005? Estamos abertas (ai!) aos convites, propostas. Por enquanto, ainda não temos nada certo. Mas temos dois shows preparados, ensaiados, prontinhos para serem servidos! Em breve, editaremos um DVD do show para divulgação. Mariângela passa o chapéu explosão de felicidade! Todo mundo canta e ri junto. Já teve até gente que chorou com tanta emoção… A música brega parece estar voltando à moda. Vocês sentem esse efeito também? A moda é passageira e As Trompas de Falópio são o cobrador e o motorista! Contatos: Mariângela Galvão Tresch Tel: 076 474 98 38 5 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando AGENDA Festa Junina do CIGA-Brasil Data: 19 de junho de 2005 / Horário: das 11 às 18 horas. ATENÇÃO! NOVO LOCAL: SALÃO DA BURGGARTENSCHULHAUS (Antiga Escola Internacional), em BOTTMINGEN (Acesso com os trams 10 e 17 ou com o ônibus 34, descendo no ponto de Bottmingen e atravessando a rua em direção ao Bottmingerschloss. A escola fica ao lado do castelo) No Arraial do CIGA-Brasil vamos ter brincadeiras para as crianças, apresentação do Grupo de Capoeira Chapéu de Couro, a tradicional quadrilha e diversão para grandes e pequenos. Ainda estamos recrutando pares que queiram participar da Quadrilha. Haverá pelo menos três ensaios antes da festa e a coordenação dos trabalhos é da Sueli: (061) 311 41 59 ou (076) 589 12 22. Junte-se você também aos casais caipiras que vão animar a Quadrilha! Não faltarão as comidas tradicionais das festas de São João. A música ao vivo ficará por conta do Sindicato do Samba e da Sambrasiléia. Venha se divertir conosco e traga seus amigos!!! A entrada é grátis!!! Patrocínio: Satellite Solutions Künzle e Brazil Fashion Art. ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ ★ Brasilianische und deutsche Küche Riehen Grenze - Tram 6 - in Lörrach - Baselstr. 1 Telefon: 0049 7621 577 028, www.lucileide.de TOP BRASIL MASSAGEM O CIGA-Brasil é uma associação sem fins lucrativos, sem vinculação política ou religiosa, que visa dar apoio aos brasileiros. «Trabalhos inspirados em temas brasileiros» com um toque brasileiro Formas de Atuação: Serviço de Informação e Aconselhamento Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina Atendimento por telefone e com hora marcada: (061) 273 83 05. Sempre às quintas e sextas-feiras, das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas. Ponto de Encontro: Atividades mensais. Cantinho das Crianças: Atividades para crianças de 2 a 5 anos, todas as terças e quintas-feiras, das 14 às 17h. Experimente uma massagem clássica ou de reflexão nos pés. Rubens Zischler, Tel: 078 806 93 98 E-mail: [email protected] http://www.zznet.ch/massagem Peças em cerâmica, quadros, bonecas em trajes típicos, biquinis, calças de capoeira, sandálias para show, bolsas. Teka. Tel: (0049) 77 62 37 66. A PARTIR DE MAIO: Malibu Fitness AG Dornacherstr. 210 4053 Basel Tel. 061 338 90 20 Para contribuir com o CIGA-Brasil envie-nos seu endereço e deposite a anuidade de CHF. 30,- na Conta Corrente: 16 1.108.616.07 – 769 (BL Kantonalbank – Ag. Liestal) Danças e Ritmos Tanzstudio Basler Medienhaus, Marktgasse 8, Basel Várias opções de cursos de dança. FAÇO BABY-SITTER. WILMA: 061 382 11 69 Inf. e inscrições: Clarice dos Santos Schützenstr. 8 – 4127 – Birsfelden Tel: (061) 312 97 30 / (079) 516 39 22 E-mail: [email protected] 6 EXPEDIENTE Contato com a redação: CIGA-Brasil Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Tel/Fax: (061) 423 03 47/46 E-mail: [email protected] www.cigabrasil.ch CIGA-Informando é uma publicação bimensal do CIGA-Brasil. Tiragem: 1500 exemplares Redação e edição: Irene Zwetsch Fotos: Rubens Zischler Layout & Realização: Wilber’s Grafik & Druck Services E-Mail: [email protected] Colaboradores desta edição: Claudinê Gonçalves, Deborah Biermann, Regina von Arx. O fechamento redacional da próxima edição será no dia 1 de julho. Até esta data todos os textos e anúncios devem chegar às nossas mãos. 7 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando Foto: Arquivo Tradução faz a ponte entre culturas distintas Professora, tradutora, viajante, migrante atenta ao mundo que a cerca e empenhada em fazer a ponte entre mundos lingüísticos diferentes, encurtando distâncias entre as culturas. A gaúcha Fabiana Macchi conversou por E-mail conosco para falar sobre seu trabalho e a publicação no Brasil de uma de suas mais recentes traduções. Aglaja era romena e veio na adolescência para a Suíça. Era uma imigrante, como nós. Essa não foi a primeira autora migrante que você traduziu. Por que a predileção por autores com esse perfil? Não sei se chega a ser uma predileção, mas a emigração é um tema que me impressiona e que está de alguma forma presente na biografia ou nas obras da maioria dos autores que traduzi. Meu primeiro encontro com essa temática foi através de Bertolt Brecht, sobre quem fiz minha tese de mestrado. Brecht era um autor engajado, político, no sentido amplo da palavra, e viveu 20 anos no exílio durante o regime nazista e a Segunda Guerra Mundial. Depois de Brecht, e por causa dele, acabei pesquisando sobre outros autores alemães que partiram para o exílio no mesmo período. A literatura alemã do século XX é profundamente marcada pela ruptura causada pela II Guerra e pelo exílio. A produção literária dos autores exilados ficou, em boa parte, perdida, espalhada por diversos países. Até hoje pesquisadores e editores procuram recuperar a obra destes autores e, com isso, uma boa parte da história literária alemã deste período sombrio. Em dezembro de 2004 foi lançada no Brasil a versão em português do livro «Warum das Kind in der Polenta kocht», da autora suíça Aglaja Veteranyi, traduzido por você. Do que ele trata? O livro conta a história de uma família de artistas de circo que foge da ditadura de Ceausescu, na Romênia, e vem para a Europa ocidental em busca do sonho de liberdade, riqueza, fama e felicidade. Quem nos conta a história é uma menina, filha do palhaço e de uma trapezista. A realidade, porém, se mostra bem diferente do sonho. A menina tenta compreender esta realidade: as outras mentalidades que acaba conhecendo, as condições de vida nos países pelos quais viajam, a situação política na Romênia, a própria condição de ser sempre estrangeira, mas tudo isso da perspectiva inocente de uma criança. Além da história em si, que é cheia de surpresas e cativa o leitor, «Por que a criança cozinha na polenta» se torna fascinante porque nós, leitores adultos, conseguimos desvendar a realidade que está por trás dos relatos aparentemente ingênuos da menina. O livro é extremamente poético, mesmo revelando uma dura realidade. 8 muito. Participei de um grupo de estudos de comunicação intercultural com estudantes de várias universidades alemãs e de vários países do mundo, tive a oportunidade de organizar seminários nesta área. Também fiz parte de um grupo acadêmico de tradução literária no qual discutíamos os originais e as nossas traduções. Havia tradutores de nove línguas, incluindo russo, polonês, islandês, árabe e uma língua africana falada na República dos Camarões, além das línguas européias tradicionais. Foi um período extremamente importante na minha formação. Depois do mestrado, passei a dar aulas no Instituto de Tradução e Interpretação da Universidade de Mainz, onde permaneci até 2002, quando, por motivos pessoais, voltei a morar na Suíça. Nunca pensei em emigrar, palavra que parece tão definitiva. Pensava sempre em morar um tempo no exterior, ver outros mares, estudar. As coisas foram acontecendo, inevitavelmente: onze anos de Alemanha e agora, nesta segunda vez, já quase três anos de Suíça. Não sofro mais choques culturais drásticos e dramáticos, nem aqui nem no Brasil. Incorporei um relativismo cultural que me serve bem. Sinto falta de algumas coisas, claro, da família, dos amigos, de um certo ritmo de vida. Por outro lado, tenho o privilégio de, através do meu trabalho tanto de tradutora como de professora, ter um contato muito intenso com a língua portuguesa e com a cultura brasileira. Mesmo em autores que ficaram na Europa durante a II Guerra, percebe-se a necessidade de tematizar a ruptura causada pela guerra, de reescrever a própria identidade a partir de novos parâmetros. E talvez seja isso que me interesse mais profundamente, para além da superfície de uma biografia que contenha o elemento deslocamento geográfico. Por outro lado, acabei traduzindo vários autores da chamada «Literatura Intercultural», uma tendência literária que se desenvolveu a partir da década de 70, inicialmente na Alemanha e depois nos outros países de língua alemã. A função desta literatura feita por estrangeiros era, inicialmente, dar voz às questões e reivindicações dos imigrantes, denunciando a discriminação, registrando o isolamento, o estranhamento, a perda da identidade ou a luta para redefini-la. É claro que estes temas são familiares para que quem vive fora do seu país, como nós. Mas a temática não é meu único critério. Escolho os autores conscientemente, pela qualidade literária, por um certo grau de inventividade, pela empatia que sinto com o texto, pela vontade de fazer aquela obra circular entre outros leitores. Traduzi e escrevi, por exemplo, sobre Gino Chiellino, italiano, residente na Alemanha desde 1970, um dos autores da primeira hora da literatura intercultural. Aglaja Veteranyi era um dos expoentes da nova geração desta literatura. Como foi sua história de migração? Vim para a Suíça há 15 anos para trabalhar na área de comércio exterior, mas não cheguei a ficar dois anos neste setor. O meu negócio era tradução, português, literatura, eu queria fazer uma pós-graduação. Fui parar em Germersheim, no sul da Alemanha, uma cidadezinha com 20 mil habitantes e nenhum cinema, onde fica o maior centro de formação de tradutores dos países de língua alemã e um dos maiores do mundo. Por incompatibilidade dos sistemas universitários, tive praticamente de refazer a graduação, para só depois poder fazer o mestrado. Hoje, com a uniformização dos sistemas universitários, estes trânsitos ficam mais fáceis. Passei anos recolhida, estudando. Tive a sorte de ser bolsista de uma fundação alemã que me possibilitava participar de seminários por toda a Alemanha, viajei Pois é, além de tradutora você também é professora. Fale um pouco desse seu trabalho e da sua formação. Sempre trabalhei paralelamente como tradutora e professora, desde o Brasil, e sempre achei que estas duas atividades se complementam perfeitamente. O trabalho de tradução é mais introspectivo e solitário, enquanto dar aulas pressupõe comunicação, flexibilidade, empatia, requer uma permanente atualização pessoal e profissional. Sou uma professora convicta, adoro dar aulas, acho o contato com os alunos extremamente enriquecedor. Fiz Letras no Brasil, Português e Inglês, com duas habilitações, em Tradução e em Interpretação. Logo após o mestrado na Alemanha, passei a dar aulas no Instituto de Tradução e Interpretação Continua página 10 ➙ 9 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 9 da Universidade de Mainz, assumindo as disciplinas de Português Brasileiro e de Prática de Tradução, já que até então a universidade oferecia apenas a Língua Portuguesa em sua variedade européia. Trabalhávamos com vários tipos de textos, desde técnicos até literários. Desenvolvi com os alunos uma oficina de tradução literária e chegamos a publicar um conto traduzido na oficina. No ano passado, fui chamada pela Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (Zürcher Hochschule Winterthur) para implantar o programa de Língua Portuguesa no Instituto de Tradução e Interpretação e ministrar as disciplinas correspondentes. Isso significa que, a partir de agora, o Instituto forma tradutores aptos a traduzir a partir do Português, o que até então não existia na Suíça alemã. Isso representa um importante acréscimo à presença do Português nos meios acadêmicos suíços e também uma oportunidade profissional a mais para a geração de brasileiras e brasileiros que cresceram aqui, bilíngües, e se interessam pela profissão de tradutor. Além de Português, também leciono alemão para estrangeiros, na Klubschule Migros, em Berna. Tenho alunos dos quatro cantos do globo. No início do curso, quando o pessoal se apresenta e diz de onde vem, às vezes volto para casa e vou direto conferir no atlas a localização exata de um ou outro país: onde é que fica o Cazaquistão, mesmo? É muito interessante. dos segundos, até chegarmos à situação atual. Na Suíça, por exemplo, de cada quatro crianças em idade escolar, uma é filha de pai ou mãe oriundo de outra cultura. É natural que esta maior permeabilidade entre culturas e fronteiras se apresente também na arte e na literatura, o que eu considero uma oportunidade para ambas. Mas a literatura alemã, e as literaturas em geral, não estavam mais imunes a influências estrangeiras antigamente. As influências se davam apenas de outra forma. Vários gêneros literários que consagraram grandes autores da literatura alemã, por exemplo, eram importados, adaptados, e não genuinamente germânicos. Hoje você tem escritores usando a língua alemã para registrar um olhar não-alemão sobre o mundo, para falar de temas diversos dos que até agora a tradição literária conhecia. E isso é uma grande oportunidade para a literatura e para a própria língua, de romper os próprios limites, de se renovar. É uma chance para o leitor, de penetrar novos mundos, é uma chance - gosto de acreditar nisso - para o mundo, de dar voz às minorias, de tomar conhecimento de culturas remotas. Essa idéia me fascina. Na verdade, é semelhante à função da tradução, de viabilizar algo que até então seria impossível, de desbloquear o caminho da comunicação. Há um escritor de um povo nômade da Mongólia, por exemplo, que escreve diretamente em alemão. A França registra um fenômeno semelhante, a Itália também. Certamente outros países da Europa também possuem autores de outras culturas escrevendo em suas línguas e ampliando as fronteiras dos seus cânones literários. Ultimamente foram lançados vários livros, em diferentes línguas, que abordam o tema migração. Você acredita que essa é uma tendência da literatura mundial, um efeito da globalização? Bem, nos países de língua alemã Alemanha, Áustria e Suíça - esta tendência remonta ao período de reconstrução da Alemanha depois da II Guerra e ao período do milagre econômico, nos anos 50, 60 e início dos 70. A partir dos anos 50, chegaram várias levas de estrangeiros para trabalhar nesses países. O escritor suíço Max Frisch sintetizou muito bem a situação: «Chamamos mão-de-obra, vieram seres humanos». Mais tarde, chegaram os refugiados políticos e depois, os refugiados econômicos. Daí já haviam os filhos dos primeiros mais tarde os Que outros autores você traduziu e quais os principais temas abordados? Traduzi muito Ernst Jandl, um poeta austríaco genial. Jandl faleceu em 2000, aos 75 anos de idade, e pertencia àquela geração de escritores que renovou a linguagem poética na segunda metade do século XX. Tenho uma coletânea de poemas que mapeiam toda a sua produção poética e que deve ser publicada em breve no Brasil. Ele utiliza a linguagem de uma forma surpreendente, desenvolve o sentido do poema com recursos visuais e sonoros. Seus temas são a vida, a morte, a solidão, as convenções soci10 Você já pensou em escrever seu próprio livro, talvez sobre o fenômeno da «Literatura Intercultural»? A literatura intercultural é um tema imenso e complexo, seria necessário fazer um bom recorte para falar deste fenômeno. Tenho vários projetos na gaveta, quem sabe esse poderia vir a ser mais um. Mas, no momento, estou escrevendo a minha dissertação de doutorado sobre teoria de tradução literária. O tempo é bem escasso. Porém, eu não abro mão de traduzir. Se continuar traduzindo autores migrantes, como pretendo, quem sabe um dia tenha material suficiente e representativo para publicar um volume de amostra desta literatura, sem a pretensão de ser exaustiva, claro. ais. Jandl era um crítico veemente dos valores burgueses. Paradoxalmente, ele se tornou muito popular, pois seus poemas também são muito jocosos. Ele fazia leituras acompanhado de músicos de jazz - os ingressos se esgotavam num instante - e atualmente há vários poemas seus em livros didáticos. Kurt Schwitters, artista dadaísta, é mais conhecido por suas pinturas, colagens e esculturas, mas também escreveu textos poemas e prosas curtas - muito interessantes. Ele também era um crítico sagaz da sociedade burguesa, da arte bem-comportada, mas acabou se distanciando dos dadaístas por considerá-los aleatórios demais. Para ele o critério estético era fundamental. Publiquei um ensaio sobre ele e vários poemas e textos traduzidos na revista Sibila, editada em São Paulo pelo poeta Régis Bonvicino. Traduzi vários poemas de Aglaja Veteranyi, além do romance, e tenho muitas traduções não publicadas de diversos autores, de H. M. Enzensberger a Erich Fried, passando por autores da antiga RDA, autores experimentais e outros autores migrantes - como Francesco Micieli, que também mora em Berna. Contatos: [email protected] «Porque a criança cozinha na polenta», Aglaja Veteranyi, Editora DBA (www.editoradba.com.br). Tradução: Fabiana Macchi Quem é Fabiana Macchi Fabiana Macchi nasceu em Porto Alegre, formou-se em Letras na Ufrgs e trabalhou como revisora, tradutora e professora no Brasil. Em 1990, veio para a Suíça para trabalhar na Embaixada do Brasil, em Berna, onde permaneceu por dois anos. De 1991 a 2002, morou na Alemanha, onde concluiu o Mestrado em Tradução e foi docente de Tradução, Língua Portuguesa e Cultura Brasileira no Instituto de Lingüística Aplicada e Ciências da Cultura da Universidade de Mainz. Na Alemanha, Fabiana também participou de grupos de estudo e trabalho sobre Tradução Literária e sobre Comunicação Intercultural, organizando seminários internacionais e intercâmbios. De volta à Suíça, atualmente é professora de Língua Portuguesa e Cultura Brasileira no Instituto de Tradução e Interpretação da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique, professora de alemão na 11 Klubschule Migros e doutoranda em Teoria de Tradução na Universidade de Mainz, Alemanha. Tradutora e ensaísta, tem publicado no Brasil traduções e introduções à obra de autores alemães, suíços e austríacos contemporâneos e experimentais. É membro do conselho editorial da revista Sibila de Poesia e Cultura, editada pelo poeta Régis Bonvicino em São Paulo, e participa regularmente de congressos internacionais. CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando Livro de crônicas retrata a vida nossa de cada dia Quando paramos para pensar, muitas situações da nossa vida poderiam muito bem virar história ou cena de novela. Para um bom observador, as coisas mais corriqueiras são matéria-prima para músicas ou crônicas que retratam o cotidiano. Marcelo Madeira é um desses felizardos, que tem olhos para ver, ouvidos para ouvir e talento para transformar essas observações em arte. Por E-mail, Marcelo contou um pouco de suas experiências e da edição de seu primeiro livro. Para obter a concentração necessária, eu precisei de muita disciplina. Depois de ver ou ouvir algo sugestivo, eu elaborava mentalmente o começo, o meio e o fim da história e só assim passava para o papel. Você acabou de editar o livro «A vizinha suíça e outras crônicas». Qual é o tema da obra? O tema é o cotidiano. É o que está na rua, na mídia. São quatorze crônicas que se passam em Portugal, no Brasil e na Suíça. Com bom humor, o livro aborda temas como a mentira, o preconceito, o convívio entre noras e sogras, os computadores, a Comunidade Européia, a vizinha do lado, enfim, diversos assuntos corriqueiros do nosso dia a dia. Você, como imigrante, acha que essas histórias acontecem com muitos brasileiros que estão fora do Brasil? Como foi a sua história no exterior? De certa forma, sim. É claro que são histórias caricatas, pintadas em cores exorbitantes, mas os fatos narrados no livro são inspirados em fatos reais, vividos por mim ou contados por amigos. A minha história de como vim parar na Suíça daria uma crônica. Eu já estava decidido, depois de um ano de preparativos, a morar em Lisboa. Estava na sala com a mala pronta quando recebo um telefonema do meu pai dizendo que ele e minha mãe também se mudariam para a Europa, para Zurique, na Suíça, já que ele fora transferido pela Qual sua motivação para escrever o livro e como foi o processo de criação? A maior motivação veio por uma necessidade minha de relatar, com bom humor, as sutilezas do comportamento humano. Os desejos, os medos, as paixões e as ambições. Muitas vezes, a crônica possibilita em poucas palavras despertar no leitor pequenos lances que passam desapercebidos no corre-corre do cotidiano. 12 Na Suíça, eu não trabalho mais em Propaganda, aqui tenho trabalhado cada vez mais com música e desde o ano passado estou também muito envolvido em escrever artigos e crônicas. O gosto pela escrita começou cedo. Aos 12 anos, recebi um prêmio em São Paulo num concurso de contos e tive minha primeira estória publicada. Dois anos depois, ganhei novamente o mesmo concurso, aos 14 anos. Agora, com o lançamento do livro, é uma nova fase que se inicia. O trabalho de divulgação é a parte mais gratificante. Tenho conhecido pessoas muito bacanas. empresa TAP transportes aéreos portugueses. Eu achei o máximo porque íamos ser vizinhos no mesmo continente. Passados alguns meses eu vim visitá-los e fui ficando. Hoje meus pais moram em Salvador e eu fiquei em Zurique. Certamente você já viveu muitas situações interessantes na Suíça, que poderiam virar crônicas. Como você escolheu as histórias para publicar? A Suíça é um prato cheio para um cronista. Se a gente mexe e remexe, atrás dessa seriedade tem situações bem cômicas. E essa mistura de culturas é o tempero ideal para fazer anedotas. Mas não me prendi só ao cenário suíço, são histórias que poderiam passar em qualquer lugar. Escrevi várias crônicas e acabei escolhendo para o livro aquelas com que o leitor pudesse mais se identificar. Eu tive muito retorno de amigos e leitores da revista Via Brasil, onde algumas crônicas foram publicadas, e seus comentários foram para mim um bom termômetro. As duas facetas do Marcelo se completam? Em qual das duas áreas você se expressa mais espontaneamente? Sim. As duas facetas se completam. A preocupação que eu tenho em passar uma mensagem, numa forma delicada, atento à linguagem, é a mesma quando escrevo uma crônica ou uma canção. São duas formas de se expressar, mas que eu uso com o mesmo fim: contar uma estória. Na sua opinião, que imagem o Brasil e os brasileiros têm na Suíça? Os suíços gostam de receber os brasileiros porque além da força de trabalho, eles recebem também, a dança, a música e a alegria do Brasil. Você começou sua carreira na Suíça como músico. Fale um pouco dessa fase da sua vida e agora do início da carreira como escritor. Comecei a trabalhar com música em 1991 fazendo trilha sonora para curtas metragens, peças de teatro e danças. A partir de 1995 compunha para importantes companhias de teatro em São Paulo e já fazia a direção musical dos espetáculos. Foi a minha escola musical. Eu sou publicitário, formado em Propaganda e Marketing e trabalhei durante oito anos como produtor de comerciais de TV. Eu vim para Europa porque em 1999 lancei um CD com músicas próprias executadas pela banda Tupinikings e a partir daí fechei alguns contratos nos USA e na Europa. Tive músicas re-mixadas e trilhas incidentais de filmes, um deles com a Michele Pfeifer. Minhas composições são administradas pela LX Editora em Lisboa e pela SUISA em Zurique. Hoje tenho músicas executadas na América do Sul, na América do Norte, na Europa, na Ásia e na Oceania, o que eu considero uma dádiva de Deus. Como você encara a integração dos brasileiros na Suíça? Você acredita que as diversas associações brasileiras existentes no país contribuem para essa integração? Cada caso é um caso. Há pessoas que vêm com a intenção de se integrar, estas conseguem vencer as barreiras, e gostam de viver na Suíça. E outras que apenas se adaptam, vivendo sua rotina do dia-a-dia e acabam não se integrando verdadeiramente. É muito importante o trabalho das associações brasileiras. Por serem dirigidas por pessoas integradas, elas podem nos auxiliar, passando suas experiências e motivando aquelas que querem realmente se integrar. Continua página 14 13 ➙ CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando ➙ Continuação da página 13 Você já teve a chance de apresentar seu trabalho (tanto em música como agora o livro) em diversos pontos da Suíça. Como tem sido a receptividade do público, tanto estrangeiro quanto brasileiro? Sim, já viajei com a música por toda a Suíça. Assim como de brasileiros, recebo também convite de estrangeiros para apresentações em festas particulares e eventos. A receptividade é sempre ótima. A música brasileira é muito bem conceituada e respeitada por aqui. Com o livro, estou indo, no final de abril para Genebra, a convite do Grupo Raízes e em Zurique haverá o café literário no Cebrac. Em maio vou a Berna num evento promovido pelo Grupo Atitude e a Basiléia para um encontro literário com o pessoal do CigaBrasil. Fui convidado pela associação Abrace para realizar uma exposição no Ticino, na qual também tocaremos música ao vivo. E, além disso, estou em contato com as Bibliotecas de Schliren e de Winterthur que recebem autores de língua estrangeira. Nós sabemos que você já está com outro livro na manga... Quais são seus próximos planos? Eu continuo a escrever crônicas. Recentemente escrevi um artigo sobre o drama vivido por Terri Schiavo que foi publicado na edição de abril da revista Via Brasil. E, há a possibilidade também de minhas crônicas serem publicadas numa revista dirigida à comunidade brasileira na Alemanha. Além disso, estou trabalhando num material inédito para editar um outro livro. O livro «A vizinha suíça e outras crônicas» pode ser adquirido diretamente com o autor (veja contato no Box), ao preço de CHF 10.–, ou na Brasil Shop (Sperrstrasse 5, Basel), por CHF 15.–. Quem é Marcelo Madeira Marcelo Candido Madeira, nascido em 20 de dezembro de 1969, é brasileiro e português. Músico e publicitário, Marcelo trabalhou muitos anos na área de Comunicação Social, especialmente com produção e pós-produção de cinema e vídeo publicitários. Na área da música, o artista trabalhou com direção musical e trilha sonora de teatro e cinema. Algumas de suas músicas fizeram parte da trilha sonora de diversas peças de teatro e de alguns filmes, como é o caso de «Menina d’água», que integra a trilha sonora do filme «Dinner Rush!, de Bob Girald, com Danny Aiello e Jonh Corbertt (USA, 2001) e do filme «White Oleander», de Peter Kosmisky, com Michele Pfeifer e Renée Zellweger (USA, 2002). Violonista, Marcelo foi o produtor do CD «Pimenta Malagueta» com várias composições próprias (SP, 1998 e 1999) e fundador da banda «Tupinikings». Realizou também Workshops de Sensibilização Musical de ritmos e cons14 trução de instrumentos a partir de sucatas para crianças e adolescentes nos Centros Culturais do SESC. Atualmente faz parte do Casting da Editora Musical LX em Lisboa, Portugal. Morando próximo a Zurique, Marcelo realiza apresentações de bossa nova e músicas próprias com voz e violão, tanto na Suíça como em Portugal. Contatos com o artista, por Email: [email protected] ou telefone: 043 377 83 33. 15 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando O CIGA-Brasil informa o contato de médicos que fazem consultas em português Nenhum idioma sem cultura nenhuma cultura sem idioma ESCRITÓRIO DE TRADUÇÕES BABEL Tradução, redação e correção de textos em Português, Francês, Alemão, Espanhol e Italiano. Traduções de documentos para casamento, divórcio, adoções, contratos e outros. Tradução de diplomas. GINECOLOGIA: Dr. méd. Jorge E. Tapia Steinenvorstadt 33 – Basel Tel.: (061) 281 00 08 Mobile: (076) 586 01 44 Homologação de divórcio junto ao Supremo Tribunal Federal em Brasília. Preços módicos. Facilitamos pagamento para homologação de sentença estrangeira. Buffet Gourmet Party Service CONTATO: Sandra Lendi de Toledo Tradutora e intérprete reconhecida. Spalentorweg 4 - 4051 - Basiléia Tel / Fax: (061) 261 26 46 Natel: (079) 307 40 59 E-mail: [email protected] Temos diferentes tipos de salgados, doces e pão-de-queijo. Enviamos pelo correio para qualquer lugar da Suíça. Contatos: Angela Pires, Tel: 076 543 40 97 WWW.CASA-TROPICAL.COM CD’s • DVD’S • Jornais e revistas T-Shirts • Lingerie e Acessórios • Bebidas • Alimentação e Congelados • Agenciamento de Shows Entrega a domicílio “Le Matin” Dimanche+Croissants O Instituto TERRA BRASILIS oferece cursos de supletivo para jovens e adultos em Zurique e Berna. Para ingressar nas nossas turmas é preciso somente fazer um teste. Venha aprender alemão de uma maneira dinâmica, com exercícios para o dia-a-dia. Estudando com uma professora que fala português você poderá, além de tirar as suas dúvidas, fazer relação entre as gramáticas e assim aproveitar melhor o curso. Estamos selecionando professor/a de Português e Redação para Zurique. Zürich Schaffhauserstr. 560 8052 Zürich/Seebach Curso de Língua e Cultura do Brasil em Baselland, para crianças a partir do 2° ano primário. Vagas abertas em Binningen. Inf.: Denise Santiago: (061) 423 72 73. Bern Untermattweg 44 3027 Bern ARTESANATO Medicamentos pela VARIG Se você conhece alguém que precisa tomar remédios importados, esta é uma boa dica. A Fundação Rubem Berta, em parceria com a VARIG, presta um serviço de caráter humanitário na compra de medicamentos não fabricados no Brasil, sem qualquer ônus quanto aos serviços de compra e transporte. O solicitante paga somente o custo do medicamento. O contato deve ser feito por meio do setor de medicamentos: VARIG - Aeroporto de Congonhas - portaria 3 com Simone (Medhelp) Tel: (0055) 11 5091-2250, No Rio de Janeiro os telefones são: 21/2468-4818 e 21/2468-4820. Novo: Relooking, Massagens e estética CURSO DE PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS EM BASEL-STADT. 36, Rue des Pâquis, 1201 Genève 21 Tel./ Fax: 022 731 68 22 E-mail: [email protected] Curso de língua e cultura brasileira, para crianças a partir do 2° ano primário, apoiado pelo HSK. Informações pelo telefone: 061 482 35 71 com Rose Bowald. 16 PORTUGUÊS PARA CRIANÇAS Maiores informações: Danielle T. Jeanrenaud 043/ 300 9554 * 076/ 561 426 Empresa brasileira de artesanato procura representante comercial na Suíça: www.artesanatodobrasil.com Seja você um(a) representante do artesanato brasileiro. CONTACTE-NOS! Tel: +55 84 94183366 ou [email protected] A Associação STRUDEL oferece cursos de alemão que integram ao aprendizado da língua também aspectos da vida na Suíça e especialmente na região de Basel. Os professores valorizam os conhecimentos, experiências e a cultura dos alunos e incorporam esses conhecimentos nas aulas. Mais informações: STRUDEL Missionsstrasse 65, 4055 Basel Tel: 061 321 73 44, Fax: 061 321 73 45 E-mail: [email protected] www.strudel.ch Contatos Brasileiros Confira na homepage do CIGA-Brasil o endereço de outros fornecedores de produtos e serviços com um toque brasileiro. www.cigabrasil.ch. Se você tiver conhecidos que ainda não recebem o CIGA-Informando em casa grátis, envie o endereço pelo e-mail [email protected] Sou consultora AVON, cosméticos de primeira Qualidade. Me ligue para uma consulta sem Compromisso. Temos uma bermuda que ajuda a Emagrecer, muito eficiente. Tatiana Barth, Tel: 0049 776 280 79 09 Vende-se uma excelente casa de 3 andares em Vitória, perto da praia. Tratar com Lena Hofer: Tel: 031 941 0041 EXPOSIÇÃO A ceramista Dora Kuster está expondo peças de cerâmica na vitrine da livraria Bücher Menhir, na Nadelberg 32, em Basel. A técnica utilizada é o Paleteado, com Engobe e fumaça para dar efeito na cor. As peças ficam expostas até o dia 30 de maio. Contatos: (061) 811 23 58. 17 CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 Para quem gosta de ler.... Existe um site na internet que reúne uma série de informações interessantes para quem gosta de literatura ou fica procurando links de livros, editoras ou escritores. Vale a pena conferir a dica da REBRA (Rede de Escritores Brasileiros), que nos foi repassada pela escritora Regina von Arx: www.paginadolivro.com.br Swissinfo vai praticamente acabar O portal de informações «swissinfo» será reduzido de nove para para quatro idiomas As redações em português, árabe, espanhol, japonês e chinês serão extintas. Cerca de uma centena de funcionários serão demitidos. As medidas de economia foram anunciadas pela direção da Rádio e Televisão Suíça (SSR-SRG) no dia 22 de março e o plano ainda tem de ser aprovado pelos órgãos estatais de controle. O plano de corte de despesas prevê a reestruturação das empresas do grupo swissinfo e Teletext. O portal de informações da swissinfo será futuramente apenas oferecido em inglês, sendo que as informações nos idiomas nacionais (francês, alemão e italiano) estarão disponíveis nos sites das televisões regionais suíças. No total, de 70 a 80 jornalistas e técnicos irão perder seus empregos na swissinfo. O plano de cortes começa a ser aplicado a partir da decisão das autoridades estatais de controle, prevista para o outono, e deverá ser concluído no final de 2006. swissinfo é parte do grupo de Rádio e Televisão Suíça (SRG SSR idée suisse). Seu objetivo é informar os suíços do estrangeiro sobre notícias Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando da sua pátria e os estrangeiros interessados na Suíça. Criada em 1934, ela emprega atualmente 120 funcionários. Além da produção multimídia, swissinfo/SRI ainda oferece três programas musicais: Swiss Pop, Swiss Classic e Swiss Jazz. Para os estrangeiros em geral a reestruturação representa a perda de uma importante fonte de informação em sua língua materna. De certa forma, as notícias sobre a Suíça veiculadas por meio da swissinfo contribuem para a integração da população migrante no país. O processo de integração também sofrerá com o corte. Em última análise, considerando que todos os estrangeiros residentes na Suíça que possuem uma televisão ou rádio em casa pagam o imposto que ajuda a sustentar a Rádio e Televisão Suíça (SSR-SRG), o famoso «Billag» (www.billag.com), poderíamos até exigir a contrapartida de termos acesso a notícias em nossa língua materna, o que até agora tem sido muito bem desempenhado pelo site: www.swissinfo.org. Fica aqui nosso protesto! (Editoria, com swissinfo português). Em defesa dos brasileiros no exterior Os mais de três milhões de brasileiros que residem fora do Brasil poderão ganhar o direito de escolher representantes no Congresso Nacional. No início de março, o senador Cristovam Buarque apresentou proposta de emenda à Constituição (PEC) com este propósito. Segundo o senador, os deputados eleitos por quem não mora, neste momento, no Brasil, cuidariam da elaboração de leis que possam auxi- 18 liar e garantir direitos a essas pessoas e suas gerações futuras. A PEC está atualmente na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aguardando a designação de relator. (Colaboração de Déborah Biermann) BIG – o Jornal do Brasil no Mundo O «Brasil International Gazeta - BIG» é um pioneiro jornal diário sobre o Brasil, produzido por brasileiros, nas línguas mais faladas do mundo e lido por importantes formadores de opinião nos cinco continentes. Qualquer leitor, em qualquer parte do mundo, pode ter acesso ao conteúdo do BIG, cadastrando-se no site www.big-jb.com.br. Produzido pela equipe da Gazeta Mercantil, um dos 5 maiores jornais econômicos do mundo, e o Jornal do Brasil, mais tradicional – e único – diário nacional que contém o nome do País, de grande influência nas esferas políticas, econômicas e culturais, o BIG chegará a milhares de formadores de opinião no mundo todo. De segunda a sexta, circularão as versões em inglês e espanhol. Uma vez por semana, em russo, chinês, árabe e francês. Diariamente, o BIG também circulará em português no Brasil, Portugal e nos países africanos de língua portuguesa. A iniciativa inscreve-se, assim, nos importantes esforços de nosso País em prol da atualização e reforço da percepção que se tem no exterior de nossa economia, política, cultura, enfim, de nossa realidade, desafios e potencialidades. (Colaboração de Déborah Biermann) Langstr. 21 1°andar 8004 Zürich, Tel. 01 241 44 88, Fax 01 241 44 89 Sperrstr. 5, 4057 Basel, Tel. 061 683 73 33, Fax 061 683 73 34 [email protected] 19
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