CIGA-Informando 34 - Ciga-Brasil

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CIGA-Informando 34 - Ciga-Brasil
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ANO 7 - NÚMERO 34 - MAIO 2005 - TIRAGEM: 1500 EXEMPLARES
Binningerstrasse 19
4103 Bottmingen
Tel. +41 061 423 03 47
Fax +41 061 423 03 46
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www.cigabrasil.ch
Foto: Rubens Zischler
«O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.»
Fernando Pessoa
Caras amigas e amigos
A primavera chegou, ainda que pouco
ensolarada e fria para o nosso jeito brasileiro.
Mas temos certeza de que logo o sol vai
mostrar a cara e poderemos curtir um ótimo
verão, como diria Fernando Pessoa, «intensamente», não importa quanto tempo ele durar.
O final de 2004 e o início de 2005 foram
marcados por momentos inesquecíveis, como a
tragédia nas Filipinas ou a comoção mundial na
morte do Papa João Paulo II. São momentos
que ficam na história, pelo impacto que
causam na vida de milhares de pessoas. Existem
outros momentos, que talvez não fiquem registrados na história oficial, mas que tornam-se
inesquecíveis, como o nascimento de um filho
ou neto, o primeiro beijo ou a realização de
um sonho. Momentos como a glória do artista,
que no palco ou nas ruas, faz sua arte, diverte,
causa espanto e chama para si a atenção, ainda
que por alguns minutos. Para Marcelo
Madeira, o lançamento do livro «A vizinha
suíça e outras crônicas» deve ter sido um desses momentos mágicos, que ficam guardados
para sempre. Nesta edição, o autor, que também é músico, fala sobre seu livro, sua carreira
musical e seus planos.
Além de Marcelo, o CIGA-Informando conversou também com Fabiana Macchi, professora e tradutora que nos deu uma pequena aula
de literatura intercultural. Fabiana traduziu
para o português diversos autores de língua
alemã, e muitas obras que abordam de uma ou
outra forma o tema da migração.
Para completar nossa série de entrevistas,
fomos ouvir um grupo muito especial: cinco
mulheres bem diferentes, que no palco soltam
sua energia e dão vida ao grupo «Trompas de
Falópio». Com um repertório formado por
músicas bregas de diversos autores, elas dão
um show de energia, descontração e alegria,
que contagia, diverte e envolve o público.
Falando em alegria e energia, a preparação
da nossa Festa Junina está a pleno vapor. Será
no dia 19 de junho, desta vez em outro local,
no Salão da Burggartenschulhaus, em Bottmingen, em função das Continua página 3 ➙
CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 1 obras no Lindenberg. Confiram os detalhes na Agenda
desta edição e reservem essa data para se
divertirem conosco.
mento da taxa anual por família para o CIGABrasil. Muitos já pagaram a anuidade de 2005 e
não precisam pagar novamente. Para quem
ainda não o fez, lembramos novamente que o
pagamento não é obrigatório, mas essa contribuição é muito importante para cobrir nossos custos com a produção do CIGA-Informando, a manutenção da homepage e a parte
administrativa.
A Festa Junina vai marcar também o reinício das atividades regulares para o público
neste ano, adiadas por causa das obras no prédio e no terreno do local que sempre utilizamos. Até as férias de verão tudo deve estar
normalizado e voltaremos à carga. Além disso,
investimos neste ano também em atividades
com outras organizações brasileiras e estrangeiras e com o Serviço de Apoio aos Estrangeiros do Cantão de Baselland. Assim, no dia 7
de maio participaremos do Seminário de Grupos Brasileiros na Suíça, que discutirá a criação
de um órgão nacional que represente a comunidade brasileira no país. Se você tiver alguma
sugestão sobre as funções que essa entidade
deve assumir, envie-nos. Também participamos,
no final de abril, da Mittenand Fescht, em
Pratteln, e estamos auxiliando na organização
de outra festa multicultural prevista para o dia
19 de novembro.
O serviço de informação que o CIGA-Brasil
oferece a todos gratuitamente, seja por telefone, E-mail ou pessoalmente, tem tido um eco
positivo e ficamos felizes em continuar prestando esse auxílio. Assim também nossos
eventos, com entrada gratuita, atingem um
ótimo público e nos incentivam a organizar
novos programas. O trabalho dos profissionais
que atuam no CIGA-Brasil é voluntário, mas
esse serviço implica também em custos de
material, telefone, correio, eletricidade e outros, que precisam ser cobertos. Por isso agradecemos desde já pela colaboração de todos.
Uma ótima primavera a todos e até a Festa
Junina!
Junto com esta edição estamos enviando,
como no ano passado, os Boletos para o paga-
Equipes do CIGA-Brasil.
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
Há pouco mais de um ano surgiu na Suíça um grupo musical sui-generis. Formado por cinco
mulheres, acompanhadas por um músico, o grupo está revisitando sucessos bregas de todos
os tempos, numa interpretação original e divertida.
Como descreve Mariângela Galvão-Tresch, a presidente, «As Trompas de Falópio», fazem uma
música cômica, ou uma comédia musical, uma homenagem ao inconsciente coletivo que ainda
hoje cantarola «feiticeira... feiticeira...» ou «você é doida demais...» pelos cantos da casa, pelos
corredores do trabalho, pelos quatro cantos do mundo! Os ensaios são tão engraçados que
deveriam ser abertos ao público, à televisão, à rádio e à imprensa escrita...»
Por E-mail, o grupo conversou com o CIGA-Informando:
O nome foi decidido democraticamente:
a idéia do nome nasceu ao mesmo tempo
que a idéia do grupo. Anunciei a decisão às
Trompas escolhidas a dedo e ninguém conseguiu ter uma idéia melhor!
«As Trompas de Falópio» pegou e hoje
podemos encontrar várias significações,
sejam orgânicas, reprodutivas, psicológicas.
O fato é que somos todas trompudas, mulheres-mães e doidas assumidas.
Quando e como surgiu o grupo Trompas de
Falópio?
As Trompas de Falópio estrearam no dia
31 de março de 2004, no Pôle Sud, em
Lausanne. O grupo foi criado depois de uma
experiência metafísica na festa do casamento de Jorge Nascimento, músico baiano.
Botamos a boca no microfone e o que saiu
foi «Feiticeira, Feiticeira», uma pérola do
cantor Carlos Alexandre. Os convidados
gostaram, a suiçada cantou junto o refrão e
decidimos continuar a brincadeira.
Quem faz parte do grupo e o que vocês
apresentam?
O grupo é formado por: Mariângela
Galvão-Tresch (cineasta), Inês Volet (assis-
Aliás, como vocês decidiram colocar no
grupo esse nome tão original?
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tente social), Angélica Currat (dona de Casa
Grande), Mara Nogueira (escriturária) e
Vilma Delemont (comerciária).
Ainda: Floriano Inácio Junior (músico), na
guitarra, percussão, teclados, etc, etc, etc…
Nosso repertório conta com pérolas, diamantes, platinas dos mais maravilhosos
bregueiros (assumidos ou não) brasileiros e
internacionais: Carlos Alexandre, Reginaldo
Rossi, Peninha, Sidney Magal, entre outros.
O último show aconteceu no Cercle
Chilien, de Lausanne, e incluímos músicas
latino-americanas para que os espanofônicos
pudessem aproveitar plenamente. Aí,
mesmo que algumas das músicas não fossem
bregas no sentido lúdico/cafona do termo, a
nossa interpretação foi. Cafetacuba e Lila
Downs, ambos do México, foram revisitados.
O público lotou o Cercle Chilian e a festa foi
um sucesso!
Foto: Arquivo
Vocês são profissionais da música ou têm o
grupo como hobby?
Não dá prá ser profissional. Pagamos
apenas o cachê de Juninho e passamos o
Angélica solta a voz
chapéu. O público tem sempre sido generoso, mas não dá nem prá pensar em viver
disso. Mas, também não é apenas um hobby.
É mais. É uma realização coletiva de cinco
mulheres bem diferentes, que aprendem e
sofrem juntas durante os ensaios prá depois
terem direito ao orgasmo coletivo, simultâneo e múltiplo durante o show!
Inês Volet garante que «as Trompas para
mim é o que há de mais feminino... Se eu
deixo minha reflexão viajar ainda mais, eu
diria que as condições sociopoliticalhas
aonde crescemos nos deu esta coisa que
somos e que não podemos explicar porque,
como tudo se transforma, quando estamos
no palco somos mais do que quando não
somos as Trompas. Só quem nos viu pode
saber que eles também não são mais os mesmos de antes de nos verem....»
Até agora, onde vocês se apresentaram e
qual foi a reação do público?
Nós já nos apresentamos no Pôle Sud, em
Lausanne, na Gelateria Luna Llena, em Bern,
no Cercle Chilien, em Lausanne.
A reação? Vocês deveriam perguntar aos
nossos fãs... O que nós vemos, ouvimos e sentimos é uma alegria maravilhada. Uma
Foto: Arquivo
Foto: Arquivo
A música brega está em alta
Quais são os planos do grupo para 2005?
Estamos abertas (ai!) aos convites, propostas. Por enquanto, ainda não temos nada
certo. Mas temos dois shows preparados,
ensaiados, prontinhos para serem servidos!
Em breve, editaremos um DVD do show para
divulgação.
Mariângela passa o chapéu
explosão de felicidade! Todo mundo canta e
ri junto. Já teve até gente que chorou com
tanta emoção…
A música brega parece estar voltando à
moda. Vocês sentem esse efeito também?
A moda é passageira e As Trompas de
Falópio são o cobrador e o motorista!
Contatos:
Mariângela Galvão Tresch
Tel: 076 474 98 38
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
AGENDA
Festa Junina do CIGA-Brasil
Data: 19 de junho de 2005 / Horário: das 11 às 18 horas.
ATENÇÃO! NOVO LOCAL: SALÃO DA BURGGARTENSCHULHAUS
(Antiga Escola Internacional), em BOTTMINGEN
(Acesso com os trams 10 e 17 ou com o ônibus 34, descendo
no ponto de Bottmingen e atravessando a rua em direção ao
Bottmingerschloss. A escola fica ao lado do castelo)
No Arraial do CIGA-Brasil vamos ter brincadeiras para as crianças, apresentação do Grupo de
Capoeira Chapéu de Couro, a tradicional quadrilha e diversão para grandes e pequenos.
Ainda estamos recrutando pares que queiram participar da Quadrilha. Haverá pelo menos três
ensaios antes da festa e a coordenação dos trabalhos é da Sueli: (061) 311 41 59 ou
(076) 589 12 22. Junte-se você também aos casais caipiras que vão animar a Quadrilha!
Não faltarão as comidas tradicionais das festas de São João.
A música ao vivo ficará por conta do Sindicato do Samba e da Sambrasiléia.
Venha se divertir conosco e traga seus amigos!!! A entrada é grátis!!!
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O CIGA-Brasil é uma associação sem fins
lucrativos, sem vinculação política ou religiosa, que visa dar apoio aos brasileiros.
«Trabalhos inspirados em
temas brasileiros»
com um toque brasileiro
Formas de Atuação:
Serviço de Informação e Aconselhamento
Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina
Atendimento por telefone e com hora
marcada: (061) 273 83 05.
Sempre às quintas e sextas-feiras,
das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas.
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crianças de 2 a 5 anos, todas as terças
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Para contribuir com o CIGA-Brasil
envie-nos seu endereço e deposite a
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EXPEDIENTE
Contato com a redação:
CIGA-Brasil
Binningerstrasse 19
4103 Bottmingen
Tel/Fax: (061) 423 03 47/46
E-mail: [email protected]
www.cigabrasil.ch
CIGA-Informando é uma publicação
bimensal do CIGA-Brasil.
Tiragem: 1500 exemplares
Redação e edição: Irene Zwetsch
Fotos: Rubens Zischler
Layout & Realização:
Wilber’s Grafik & Druck Services
E-Mail: [email protected]
Colaboradores desta edição:
Claudinê Gonçalves, Deborah Biermann,
Regina von Arx.
O fechamento redacional da próxima
edição será no dia 1 de julho.
Até esta data todos os textos e anúncios
devem chegar às nossas mãos.
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
Foto: Arquivo
Tradução faz a ponte entre
culturas distintas
Professora, tradutora,
viajante, migrante atenta ao mundo que a cerca
e empenhada em fazer a
ponte entre mundos
lingüísticos diferentes,
encurtando distâncias
entre as culturas. A
gaúcha Fabiana Macchi
conversou por E-mail
conosco para falar sobre
seu trabalho e a publicação no Brasil de uma
de suas mais recentes
traduções.
Aglaja era romena e veio na adolescência
para a Suíça. Era uma imigrante, como nós.
Essa não foi a primeira autora migrante que
você traduziu. Por que a predileção por
autores com esse perfil?
Não sei se chega a ser uma predileção,
mas a emigração é um tema que me impressiona e que está de alguma forma presente
na biografia ou nas obras da maioria dos
autores que traduzi. Meu primeiro encontro
com essa temática foi através de Bertolt
Brecht, sobre quem fiz minha tese de
mestrado. Brecht era um autor engajado,
político, no sentido amplo da palavra, e
viveu 20 anos no exílio durante o regime
nazista e a Segunda Guerra Mundial. Depois
de Brecht, e por causa dele, acabei pesquisando sobre outros autores alemães que
partiram para o exílio no mesmo período.
A literatura alemã do século XX é profundamente marcada pela ruptura causada
pela II Guerra e pelo exílio. A produção
literária dos autores exilados ficou, em boa
parte, perdida, espalhada por diversos países. Até hoje pesquisadores e editores procuram recuperar a obra destes autores e, com
isso, uma boa parte da história literária
alemã deste período sombrio.
Em dezembro de 2004 foi lançada no Brasil a
versão em português do livro «Warum das
Kind in der Polenta kocht», da autora suíça
Aglaja Veteranyi, traduzido por você. Do
que ele trata?
O livro conta a história de uma família de
artistas de circo que foge da ditadura de
Ceausescu, na Romênia, e vem para a Europa
ocidental em busca do sonho de liberdade,
riqueza, fama e felicidade. Quem nos conta
a história é uma menina, filha do palhaço e
de uma trapezista. A realidade, porém, se
mostra bem diferente do sonho. A menina
tenta compreender esta realidade: as outras
mentalidades que acaba conhecendo, as
condições de vida nos países pelos quais viajam, a situação política na Romênia, a
própria condição de ser sempre estrangeira,
mas tudo isso da perspectiva inocente de
uma criança. Além da história em si, que é
cheia de surpresas e cativa o leitor, «Por que
a criança cozinha na polenta» se torna fascinante porque nós, leitores adultos,
conseguimos desvendar a realidade que
está por trás dos relatos aparentemente
ingênuos da menina. O livro é extremamente poético, mesmo revelando uma dura
realidade.
8
muito. Participei de um grupo de estudos de
comunicação intercultural com estudantes
de várias universidades alemãs e de vários
países do mundo, tive a oportunidade de
organizar seminários nesta área. Também fiz
parte de um grupo acadêmico de tradução
literária no qual discutíamos os originais e as
nossas traduções. Havia tradutores de nove
línguas, incluindo russo, polonês, islandês,
árabe e uma língua africana falada na
República dos Camarões, além das línguas
européias tradicionais. Foi um período
extremamente importante na minha formação. Depois do mestrado, passei a dar
aulas no Instituto de Tradução e Interpretação da Universidade de Mainz, onde permaneci até 2002, quando, por motivos
pessoais, voltei a morar na Suíça.
Nunca pensei em emigrar, palavra que
parece tão definitiva. Pensava sempre em
morar um tempo no exterior, ver outros
mares, estudar. As coisas foram acontecendo, inevitavelmente: onze anos de Alemanha e agora, nesta segunda vez, já quase
três anos de Suíça. Não sofro mais choques
culturais drásticos e dramáticos, nem aqui
nem no Brasil. Incorporei um relativismo cultural que me serve bem. Sinto falta de algumas coisas, claro, da família, dos amigos, de
um certo ritmo de vida. Por outro lado,
tenho o privilégio de, através do meu trabalho tanto de tradutora como de professora,
ter um contato muito intenso com a língua
portuguesa e com a cultura brasileira.
Mesmo em autores que ficaram na
Europa durante a II Guerra, percebe-se a
necessidade de tematizar a ruptura causada
pela guerra, de reescrever a própria identidade a partir de novos parâmetros. E talvez
seja isso que me interesse mais profundamente, para além da superfície de uma
biografia que contenha o elemento deslocamento geográfico.
Por outro lado, acabei traduzindo vários
autores da chamada «Literatura Intercultural», uma tendência literária que se desenvolveu a partir da década de 70, inicialmente
na Alemanha e depois nos outros países de
língua alemã. A função desta literatura feita
por estrangeiros era, inicialmente, dar voz às
questões e reivindicações dos imigrantes,
denunciando a discriminação, registrando o
isolamento, o estranhamento, a perda da
identidade ou a luta para redefini-la. É claro
que estes temas são familiares para que
quem vive fora do seu país, como nós. Mas a
temática não é meu único critério. Escolho os
autores conscientemente, pela qualidade
literária, por um certo grau de inventividade,
pela empatia que sinto com o texto, pela
vontade de fazer aquela obra circular entre
outros leitores. Traduzi e escrevi, por exemplo, sobre Gino Chiellino, italiano, residente
na Alemanha desde 1970, um dos autores da
primeira hora da literatura intercultural.
Aglaja Veteranyi era um dos expoentes da
nova geração desta literatura.
Como foi sua história de migração?
Vim para a Suíça há 15 anos para trabalhar na área de comércio exterior, mas não
cheguei a ficar dois anos neste setor. O meu
negócio era tradução, português, literatura,
eu queria fazer uma pós-graduação. Fui
parar em Germersheim, no sul da Alemanha,
uma cidadezinha com 20 mil habitantes e
nenhum cinema, onde fica o maior centro de
formação de tradutores dos países de língua
alemã e um dos maiores do mundo. Por
incompatibilidade dos sistemas universitários, tive praticamente de refazer a graduação, para só depois poder fazer o mestrado. Hoje, com a uniformização dos sistemas
universitários, estes trânsitos ficam mais
fáceis. Passei anos recolhida, estudando. Tive
a sorte de ser bolsista de uma fundação
alemã que me possibilitava participar de
seminários por toda a Alemanha, viajei
Pois é, além de tradutora você também é
professora. Fale um pouco desse seu trabalho e da sua formação.
Sempre trabalhei paralelamente como
tradutora e professora, desde o Brasil, e sempre achei que estas duas atividades se complementam perfeitamente. O trabalho de
tradução é mais introspectivo e solitário,
enquanto dar aulas pressupõe comunicação,
flexibilidade, empatia, requer uma permanente atualização pessoal e profissional. Sou
uma professora convicta, adoro dar aulas,
acho o contato com os alunos extremamente
enriquecedor.
Fiz Letras no Brasil, Português e Inglês,
com duas habilitações, em Tradução e em
Interpretação. Logo após o mestrado na
Alemanha, passei a dar aulas no Instituto de
Tradução e Interpretação Continua página 10 ➙
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 9 da Universidade de
Mainz, assumindo as disciplinas de Português Brasileiro e de Prática de Tradução, já
que até então a universidade oferecia apenas a Língua Portuguesa em sua variedade
européia. Trabalhávamos com vários tipos de
textos, desde técnicos até literários. Desenvolvi com os alunos uma oficina de tradução
literária e chegamos a publicar um conto
traduzido na oficina.
No ano passado, fui chamada pela
Universidade de Ciências Aplicadas de
Zurique (Zürcher Hochschule Winterthur)
para implantar o programa de Língua
Portuguesa no Instituto de Tradução e
Interpretação e ministrar as disciplinas correspondentes. Isso significa que, a partir de
agora, o Instituto forma tradutores aptos a
traduzir a partir do Português, o que até
então não existia na Suíça alemã. Isso representa um importante acréscimo à presença
do Português nos meios acadêmicos suíços e
também uma oportunidade profissional
a mais para a geração de brasileiras
e brasileiros que cresceram aqui, bilíngües, e
se interessam pela profissão de tradutor.
Além de Português, também leciono
alemão para estrangeiros, na Klubschule
Migros, em Berna. Tenho alunos dos quatro
cantos do globo. No início do curso, quando
o pessoal se apresenta e diz de onde vem, às
vezes volto para casa e vou direto conferir
no atlas a localização exata de um ou outro
país: onde é que fica o Cazaquistão, mesmo?
É muito interessante.
dos segundos, até chegarmos à situação
atual. Na Suíça, por exemplo, de cada quatro
crianças em idade escolar, uma é filha de pai
ou mãe oriundo de outra cultura. É natural
que esta maior permeabilidade entre culturas e fronteiras se apresente também na
arte e na literatura, o que eu considero uma
oportunidade para ambas. Mas a literatura
alemã, e as literaturas em geral, não estavam
mais imunes a influências estrangeiras
antigamente. As influências se davam apenas de outra forma. Vários gêneros literários
que consagraram grandes autores da literatura alemã, por exemplo, eram importados, adaptados, e não genuinamente germânicos.
Hoje você tem escritores usando a língua
alemã para registrar um olhar não-alemão
sobre o mundo, para falar de temas diversos
dos que até agora a tradição literária conhecia. E isso é uma grande oportunidade para
a literatura e para a própria língua, de
romper os próprios limites, de se renovar. É
uma chance para o leitor, de penetrar novos
mundos, é uma chance - gosto de acreditar
nisso - para o mundo, de dar voz às minorias,
de tomar conhecimento de culturas remotas.
Essa idéia me fascina. Na verdade, é semelhante à função da tradução, de viabilizar
algo que até então seria impossível, de desbloquear o caminho da comunicação. Há um
escritor de um povo nômade da Mongólia,
por exemplo, que escreve diretamente em
alemão. A França registra um fenômeno
semelhante, a Itália também. Certamente
outros países da Europa também possuem
autores de outras culturas escrevendo em
suas línguas e ampliando as fronteiras dos
seus cânones literários.
Ultimamente foram lançados vários livros,
em diferentes línguas, que abordam o tema
migração. Você acredita que essa é uma
tendência da literatura mundial, um efeito
da globalização?
Bem, nos países de língua alemã Alemanha, Áustria e Suíça - esta tendência
remonta ao período de reconstrução da
Alemanha depois da II Guerra e ao período
do milagre econômico, nos anos 50, 60 e início dos 70. A partir dos anos 50, chegaram
várias levas de estrangeiros para trabalhar
nesses países. O escritor suíço Max Frisch sintetizou muito bem a situação: «Chamamos
mão-de-obra, vieram seres humanos». Mais
tarde, chegaram os refugiados políticos e
depois, os refugiados econômicos. Daí já
haviam os filhos dos primeiros mais tarde os
Que outros autores você traduziu e quais os
principais temas abordados?
Traduzi muito Ernst Jandl, um poeta austríaco genial. Jandl faleceu em 2000, aos 75
anos de idade, e pertencia àquela geração
de escritores que renovou a linguagem
poética na segunda metade do século XX.
Tenho uma coletânea de poemas que
mapeiam toda a sua produção poética e que
deve ser publicada em breve no Brasil. Ele
utiliza a linguagem de uma forma surpreendente, desenvolve o sentido do poema com
recursos visuais e sonoros. Seus temas são a
vida, a morte, a solidão, as convenções soci10
Você já pensou em escrever seu próprio
livro, talvez sobre o fenômeno da
«Literatura Intercultural»?
A literatura intercultural é um tema
imenso e complexo, seria necessário fazer
um bom recorte para falar deste fenômeno.
Tenho vários projetos na gaveta, quem sabe
esse poderia vir a ser mais um. Mas, no
momento, estou escrevendo a minha dissertação de doutorado sobre teoria de tradução
literária. O tempo é bem escasso. Porém, eu
não abro mão de traduzir. Se continuar
traduzindo autores migrantes, como pretendo, quem sabe um dia tenha material
suficiente e representativo para publicar um
volume de amostra desta literatura, sem a
pretensão de ser exaustiva, claro.
ais. Jandl era um crítico veemente dos valores burgueses. Paradoxalmente, ele se
tornou muito popular, pois seus poemas
também são muito jocosos. Ele fazia leituras
acompanhado de músicos de jazz - os ingressos se esgotavam num instante - e atualmente há vários poemas seus em livros
didáticos.
Kurt Schwitters, artista dadaísta, é mais
conhecido por suas pinturas, colagens e
esculturas, mas também escreveu textos poemas e prosas curtas - muito interessantes.
Ele também era um crítico sagaz da
sociedade burguesa, da arte bem-comportada, mas acabou se distanciando dos dadaístas por considerá-los aleatórios demais. Para
ele o critério estético era fundamental.
Publiquei um ensaio sobre ele e vários poemas e textos traduzidos na revista Sibila, editada em São Paulo pelo poeta Régis
Bonvicino.
Traduzi vários poemas de Aglaja
Veteranyi, além do romance, e tenho muitas
traduções não publicadas de diversos
autores, de H. M. Enzensberger a Erich Fried,
passando por autores da antiga RDA,
autores experimentais e outros autores
migrantes - como Francesco Micieli, que também mora em Berna.
Contatos: [email protected]
«Porque a criança
cozinha na polenta»,
Aglaja Veteranyi,
Editora DBA
(www.editoradba.com.br).
Tradução: Fabiana Macchi
Quem é Fabiana Macchi
Fabiana Macchi nasceu em Porto
Alegre, formou-se em Letras na
Ufrgs e trabalhou como revisora,
tradutora e professora no Brasil.
Em 1990, veio para a Suíça para trabalhar na Embaixada do Brasil, em
Berna, onde permaneceu por dois
anos. De 1991 a 2002, morou na
Alemanha, onde concluiu o Mestrado em Tradução e foi docente de
Tradução, Língua Portuguesa e
Cultura Brasileira no Instituto de
Lingüística Aplicada e Ciências da
Cultura da Universidade de Mainz.
Na Alemanha, Fabiana também participou de grupos de estudo e trabalho sobre Tradução Literária e
sobre Comunicação Intercultural,
organizando seminários internacionais e intercâmbios.
De volta à Suíça, atualmente é professora de Língua Portuguesa e
Cultura Brasileira no Instituto de
Tradução e Interpretação da Universidade de Ciências Aplicadas de
Zurique, professora de alemão na
11
Klubschule Migros e doutoranda em
Teoria de Tradução na Universidade
de Mainz, Alemanha.
Tradutora e ensaísta, tem publicado
no Brasil traduções e introduções à
obra de autores alemães, suíços e
austríacos contemporâneos e experimentais. É membro do conselho editorial da revista Sibila de Poesia e
Cultura, editada pelo poeta Régis
Bonvicino em São Paulo, e participa
regularmente de congressos internacionais.
CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
Livro de crônicas retrata a vida
nossa de cada dia
Quando paramos para
pensar, muitas situações
da nossa vida poderiam
muito bem virar história
ou cena de novela. Para
um bom observador, as
coisas mais corriqueiras
são matéria-prima para
músicas ou crônicas que
retratam o cotidiano.
Marcelo Madeira é um
desses felizardos, que tem
olhos para ver, ouvidos
para ouvir e talento para
transformar essas observações em arte. Por
E-mail, Marcelo contou
um pouco de suas experiências e da edição de seu
primeiro livro.
Para obter a concentração necessária, eu
precisei de muita disciplina. Depois de ver ou
ouvir algo sugestivo, eu elaborava mentalmente o começo, o meio e o fim da história e
só assim passava para o papel.
Você acabou de editar o livro «A vizinha
suíça e outras crônicas». Qual é o tema da
obra?
O tema é o cotidiano. É o que está na rua,
na mídia. São quatorze crônicas que se passam em Portugal, no Brasil e na Suíça. Com
bom humor, o livro aborda temas como a
mentira, o preconceito, o convívio entre
noras e sogras, os computadores, a Comunidade Européia, a vizinha do lado, enfim,
diversos assuntos corriqueiros do nosso dia a
dia.
Você, como imigrante, acha que essas histórias acontecem com muitos brasileiros que
estão fora do Brasil? Como foi a sua história
no exterior?
De certa forma, sim. É claro que são
histórias caricatas, pintadas em cores exorbitantes, mas os fatos narrados no livro são
inspirados em fatos reais, vividos por mim ou
contados por amigos.
A minha história de como vim parar na
Suíça daria uma crônica. Eu já estava decidido, depois de um ano de preparativos, a
morar em Lisboa. Estava na sala com a mala
pronta quando recebo um telefonema do meu
pai dizendo que ele e minha mãe também se
mudariam para a Europa, para Zurique,
na Suíça, já que ele fora transferido pela
Qual sua motivação para escrever o livro e
como foi o processo de criação?
A maior motivação veio por uma necessidade minha de relatar, com bom humor, as
sutilezas do comportamento humano. Os
desejos, os medos, as paixões e as ambições.
Muitas vezes, a crônica possibilita em poucas
palavras despertar no leitor pequenos lances
que passam desapercebidos no corre-corre
do cotidiano.
12
Na Suíça, eu não trabalho mais em
Propaganda, aqui tenho trabalhado cada vez
mais com música e desde o ano passado
estou também muito envolvido em escrever
artigos e crônicas.
O gosto pela escrita começou cedo. Aos
12 anos, recebi um prêmio em São Paulo num
concurso de contos e tive minha primeira
estória publicada. Dois anos depois, ganhei
novamente o mesmo concurso, aos 14 anos.
Agora, com o lançamento do livro, é uma
nova fase que se inicia. O trabalho de divulgação é a parte mais gratificante. Tenho conhecido pessoas muito bacanas.
empresa TAP transportes aéreos portugueses. Eu achei o máximo porque íamos ser vizinhos no mesmo continente. Passados alguns
meses eu vim visitá-los e fui ficando. Hoje
meus pais moram em Salvador e eu fiquei em
Zurique.
Certamente você já viveu muitas situações
interessantes na Suíça, que poderiam virar
crônicas. Como você escolheu as histórias
para publicar?
A Suíça é um prato cheio para um cronista. Se a gente mexe e remexe, atrás dessa
seriedade tem situações bem cômicas. E essa
mistura de culturas é o tempero ideal para
fazer anedotas. Mas não me prendi só ao
cenário suíço, são histórias que poderiam
passar em qualquer lugar.
Escrevi várias crônicas e acabei escolhendo para o livro aquelas com que o leitor
pudesse mais se identificar. Eu tive muito
retorno de amigos e leitores da revista Via
Brasil, onde algumas crônicas foram publicadas, e seus comentários foram para mim
um bom termômetro.
As duas facetas do Marcelo se completam?
Em qual das duas áreas você se expressa
mais espontaneamente?
Sim. As duas facetas se completam. A preocupação que eu tenho em passar uma mensagem, numa forma delicada, atento à linguagem, é a mesma quando escrevo uma
crônica ou uma canção. São duas formas de
se expressar, mas que eu uso com o mesmo
fim: contar uma estória.
Na sua opinião, que imagem o Brasil e os brasileiros têm na Suíça?
Os suíços gostam de receber os brasileiros
porque além da força de trabalho, eles
recebem também, a dança, a música e a alegria do Brasil.
Você começou sua carreira na Suíça como
músico. Fale um pouco dessa fase da sua
vida e agora do início da carreira como
escritor.
Comecei a trabalhar com música em 1991
fazendo trilha sonora para curtas metragens,
peças de teatro e danças. A partir de 1995
compunha para importantes companhias de
teatro em São Paulo e já fazia a direção musical dos espetáculos. Foi a minha escola musical.
Eu sou publicitário, formado em Propaganda e Marketing e trabalhei durante oito
anos como produtor de comerciais de TV.
Eu vim para Europa porque em 1999 lancei um CD com músicas próprias executadas
pela banda Tupinikings e a partir daí fechei
alguns contratos nos USA e na Europa. Tive
músicas re-mixadas e trilhas incidentais de
filmes, um deles com a Michele Pfeifer.
Minhas composições são administradas
pela LX Editora em Lisboa e pela SUISA em
Zurique. Hoje tenho músicas executadas na
América do Sul, na América do Norte, na
Europa, na Ásia e na Oceania, o que eu considero uma dádiva de Deus.
Como você encara a integração dos brasileiros na Suíça? Você acredita que as diversas associações brasileiras existentes no país
contribuem para essa integração?
Cada caso é um caso. Há pessoas que vêm
com a intenção de se integrar, estas conseguem vencer as barreiras, e gostam de
viver na Suíça. E outras que apenas se adaptam, vivendo sua rotina do dia-a-dia e
acabam não se integrando verdadeiramente.
É muito importante o trabalho das associações brasileiras. Por serem dirigidas por
pessoas integradas, elas podem nos auxiliar,
passando suas experiências e motivando
aquelas que querem realmente se integrar.
Continua página 14
13
➙
CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 13 Você já teve a
chance de apresentar seu trabalho (tanto em
música como agora o livro) em diversos pontos da Suíça. Como tem sido a receptividade
do público, tanto estrangeiro quanto
brasileiro?
Sim, já viajei com a música por toda a
Suíça. Assim como de brasileiros, recebo
também convite de estrangeiros para apresentações em festas particulares e eventos. A
receptividade é sempre ótima. A música
brasileira é muito bem conceituada e
respeitada por aqui.
Com o livro, estou indo, no final de abril
para Genebra, a convite do Grupo Raízes e
em Zurique haverá o café literário no Cebrac.
Em maio vou a Berna num evento promovido pelo Grupo Atitude e a Basiléia para um
encontro literário com o pessoal do CigaBrasil.
Fui convidado pela associação Abrace
para realizar uma exposição no Ticino, na
qual também tocaremos música ao vivo. E,
além disso, estou em contato com as
Bibliotecas de Schliren e de Winterthur que
recebem autores de língua estrangeira.
Nós sabemos que você já está com outro
livro na manga... Quais são seus próximos
planos?
Eu continuo a escrever crônicas. Recentemente escrevi um artigo sobre o drama
vivido por Terri Schiavo que foi publicado na
edição de abril da revista Via Brasil. E, há a
possibilidade também de minhas crônicas
serem publicadas numa revista dirigida à
comunidade brasileira na Alemanha. Além
disso, estou trabalhando num material inédito para editar um outro livro.
O livro «A vizinha suíça e outras crônicas»
pode ser adquirido diretamente com o
autor (veja contato no Box), ao preço de
CHF 10.–, ou na Brasil Shop (Sperrstrasse 5,
Basel), por CHF 15.–.
Quem é Marcelo Madeira
Marcelo Candido Madeira, nascido em 20 de dezembro de 1969,
é brasileiro e português.
Músico e publicitário, Marcelo trabalhou muitos anos na área de
Comunicação Social, especialmente com produção e pós-produção de cinema e vídeo publicitários.
Na área da música, o artista trabalhou com direção musical e
trilha sonora de teatro e cinema.
Algumas de suas músicas fizeram
parte da trilha sonora de diversas
peças de teatro e de alguns
filmes, como é o caso de «Menina
d’água», que integra a trilha
sonora do filme «Dinner Rush!, de
Bob Girald, com Danny Aiello e
Jonh Corbertt (USA, 2001) e do
filme «White Oleander», de Peter
Kosmisky, com Michele Pfeifer e
Renée Zellweger (USA, 2002).
Violonista, Marcelo foi o produtor
do CD «Pimenta Malagueta» com
várias composições próprias (SP,
1998 e 1999) e fundador da
banda «Tupinikings». Realizou
também Workshops de Sensibilização Musical de ritmos e cons14
trução de instrumentos a partir de
sucatas para crianças e adolescentes nos Centros Culturais do
SESC. Atualmente faz parte do
Casting da Editora Musical LX em
Lisboa, Portugal.
Morando próximo a Zurique,
Marcelo realiza apresentações de
bossa nova e músicas próprias
com voz e violão, tanto na Suíça
como em Portugal.
Contatos com o artista, por Email:
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ou telefone: 043 377 83 33.
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CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
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17
CIGA-Informando Ano 7 - N° 34 - Maio 2005
Para quem gosta de ler....
Existe um site na internet que reúne
uma série de informações interessantes para quem gosta de literatura
ou fica procurando links de livros,
editoras ou escritores.
Vale a pena conferir a dica da REBRA
(Rede de Escritores Brasileiros), que
nos foi repassada pela escritora
Regina von Arx:
www.paginadolivro.com.br
Swissinfo vai praticamente acabar
O portal de informações «swissinfo»
será reduzido de nove para para quatro idiomas As redações em português, árabe, espanhol, japonês e
chinês serão extintas. Cerca de uma
centena de funcionários serão demitidos. As medidas de economia foram
anunciadas pela direção da Rádio e
Televisão Suíça (SSR-SRG) no dia 22
de março e o plano ainda tem de ser
aprovado pelos órgãos estatais de
controle. O plano de corte de despesas prevê a reestruturação das
empresas do grupo swissinfo e
Teletext.
O portal de informações da swissinfo
será futuramente apenas oferecido
em inglês, sendo que as informações
nos idiomas nacionais (francês,
alemão e italiano) estarão disponíveis nos sites das televisões regionais suíças.
No total, de 70 a 80 jornalistas e técnicos irão perder seus empregos na
swissinfo. O plano de cortes começa
a ser aplicado a partir da decisão das
autoridades estatais de controle, prevista para o outono, e deverá ser concluído no final de 2006.
swissinfo é parte do grupo de Rádio e
Televisão Suíça (SRG SSR idée
suisse). Seu objetivo é informar os
suíços do estrangeiro sobre notícias
Ano 7 - N° 34 - Maio 2005 CIGA-Informando
da sua pátria e os estrangeiros interessados na Suíça.
Criada em 1934, ela emprega atualmente 120 funcionários. Além da
produção multimídia, swissinfo/SRI
ainda oferece três programas musicais: Swiss Pop, Swiss Classic e Swiss
Jazz.
Para os estrangeiros em geral a
reestruturação representa a perda de
uma importante fonte de informação
em sua língua materna. De certa
forma, as notícias sobre a Suíça veiculadas por meio da swissinfo contribuem para a integração da população migrante no país. O processo
de integração também sofrerá com o
corte. Em última análise, considerando que todos os estrangeiros residentes na Suíça que possuem uma
televisão ou rádio em casa pagam o
imposto que ajuda a sustentar a
Rádio e Televisão Suíça (SSR-SRG), o
famoso «Billag» (www.billag.com),
poderíamos até exigir a contrapartida
de termos acesso a notícias em nossa
língua materna, o que até agora tem
sido muito bem desempenhado pelo
site: www.swissinfo.org. Fica aqui
nosso protesto! (Editoria, com swissinfo português).
Em defesa dos brasileiros no
exterior
Os mais de três milhões de brasileiros que residem fora do Brasil
poderão ganhar o direito de escolher
representantes no Congresso Nacional. No início de março, o senador
Cristovam Buarque apresentou proposta de emenda à Constituição
(PEC) com este propósito.
Segundo o senador, os deputados
eleitos por quem não mora, neste
momento, no Brasil, cuidariam da
elaboração de leis que possam auxi-
18
liar e garantir direitos a essas pessoas
e suas gerações futuras.
A PEC está atualmente na Comissão
de Constituição e Justiça do Senado
Federal aguardando a designação de
relator.
(Colaboração de Déborah Biermann)
BIG – o Jornal do Brasil no
Mundo
O «Brasil International Gazeta - BIG»
é um pioneiro jornal diário sobre o
Brasil, produzido por brasileiros, nas
línguas mais faladas do mundo e lido
por importantes formadores de
opinião nos cinco continentes.
Qualquer leitor, em qualquer parte
do mundo, pode ter acesso ao conteúdo do BIG, cadastrando-se no site
www.big-jb.com.br.
Produzido pela equipe da Gazeta
Mercantil, um dos 5 maiores jornais
econômicos do mundo, e o Jornal do
Brasil, mais tradicional – e único –
diário nacional que contém o nome
do País, de grande influência nas
esferas políticas, econômicas e culturais, o BIG chegará a milhares de
formadores de opinião no mundo
todo.
De segunda a sexta, circularão as versões em inglês e espanhol. Uma vez
por semana, em russo, chinês, árabe
e francês. Diariamente, o BIG também circulará em português no
Brasil, Portugal e nos países africanos de língua portuguesa.
A iniciativa inscreve-se, assim, nos
importantes esforços de nosso País
em prol da atualização e reforço da
percepção que se tem no exterior de
nossa economia, política, cultura,
enfim, de nossa realidade, desafios e
potencialidades.
(Colaboração de Déborah Biermann)
Langstr. 21 1°andar 8004 Zürich, Tel. 01 241 44 88, Fax 01 241 44 89
Sperrstr. 5, 4057 Basel, Tel. 061 683 73 33, Fax 061 683 73 34
[email protected]
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