By Heart et avec cœur, de Tiago Rodrigues

Transcrição

By Heart et avec cœur, de Tiago Rodrigues
03 NOV 14
Quotidien Paris
OJD : 40558
164 RUE AMBROISE CROIZAT
93528 SAINT DENIS CEDEX - 01 49 22 73 29
Surface approx. (cm²) : 434
N° de page : 24
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THEATRE
By Heart et avec cœur,
de Tiago Rodrigues
Au Théâtre de la Bastille, le metteur en scène mouille sa chemise dans une implication totale
chaque soir, testant sans filet un geste de resistance artistique et politique
T
iago Rodrigues, acteur, metteur en scene et
II fait alors le pari que nous avons tous une relation intime
fondateur de la compagnie Mundo Perfeito, avec les livres et pouvons en appiendre des passages par
vient, a ti ente sept ans, d'être nomme du acteur cœur I Ine expérimentation qu'il va tester sur le plateau
artistique du Théâtre national de Lisbonne Une A ses risques et pénis (et aux nôtres, spectateurs) puisque
reconnaissance prestigieuse qui prend acte de la piece ne peut commencer que lorsque la dizaine de
volontaires ont pris part sur les chaises qui les attendent
son rôle sur la scene portugaise et internationale
face au public La suite relève d'une alchimie entre
Au Portugal, ilmonte des auteuis inédits et joue pieces
et performances du nord au sud du pav s a l'etran
la scene et la salle ou le performer doit aussi etre
TIAGO
ger il croise les collaborations, notamment
un vel itable chef d'orchestre Conduire a
' RODRIGUES AIME TRAVAILLER DANS
avec les Belges TG Sian ou le Libanais Rabrh
la fois l'enjeu de réussite de l'exercice avec
UNE LANGUE QUI N'EST
ses apprentis maîs aussi eviter la monotonie,
Mroue, tournant en Fuiope, en Amérique
PAS SA LANGUE
voire l'ennui poui le public, qui fuirait
du Sud, au Mo\en Orient et en Asie
MATERNELLE. « ON PERD
II était en juin 2013, au Theatre cles Ab
d'avoir a assister seulement a ce travail de
LA TRADITION DES MOTS,
besses dans le cadre des Chantiers d Euiope
répétition AloisTiago Rodugues dans
MAIS ON GAGNE
un rôle faussement tranquille d'animateur
du Theatre de la Mlle, avec Trois Doigts sous
LALIIERTÉDELA
évoque ses passions littéraires pour George
le genou une piece subtile qu'il avait ecrite
. TRANSGRESSION.» et mise en scene a partir de ses investigations
Stemei, Oliver Sacks ou Boris Pasternak et
ses démêles avec le pouvoir, cite François Truffaut
sm le travail des censeuis duiant la politique
maîs finit par inviter ses volontaires a apprendre
salazarrste II v racontart de façon décalée et ludique
les incroyables notes et interdits qui frappaient chaque
des sonnets d'amoui de \\ ilham Shakespeare II orchestre
oeuvre theatiale (lorsqu'elle n'était pas totalement interdite l'apprentissage comme un travail de chœui Revient vers
le public avec qui il dialogue et qu'il interpelle « Mous
comme celle de Biecht)
\vec By Heart, qu'il présente au Théâtre de laBastille, Tlago avons appris au vingtième siecle que I on pouvait tout nous
Rodrigues fait une nouv elle fois theatre dè toutes les idees qtu retirer notre famille, nos maisons notre pay? Beaucoup
le meuvent et lm servent a entrer en relation avec les autres de gens vivent cela »
MARINA DA SILVA
Que signifie apprendre par cœur et avec cceui pour un
acteur mars aussi pour tout un chacun9 Une interrogation qui
luivientdesarelationemouvanteavecsagiand mere Can
Au Theatre de la Bastille 76 rue de la Roquette
dida, qui perd peu a peu la vue et lut demande de lm choisii Parlyii - 0 1 4 3 5 7 4 2 1 4 Jusquau 14 noxembre
des hvies dont elle pourra apprendre des morceaux poui les Puis tournee internationale et au Theatre de la Garonne
gardei enmemone lorsqu'elle ne pomra plus lue
a Toulouse les 27 et 28 mars 2015
LARIEGE HE PEUT COMMENCER QUE LORSQUE LA DIZAINE DE VOLONTAIRES ONT PRIS PLACE SUR LES CHAISES QUI LES ATTENDENT FACE
AU PUBLIC PHOTO DR
BASTILLE2
8470091400508/GOP/OTO/1
Tous droits réservés à l'éditeur
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Dez anos a falar sobre
a memória e o teatro
como gesto de evocação
Crítica de Teatro
By Heart
mmmMM
mmm
De Tiago Rodrigues/Mundo Perfeito
23 Novembro, 21h30, Teatro Maria
Matos, lotação esgotada
Paraíso 1
mmmMM
Espectáculo de Mala Voadora/
Association Arsène, encenação Jorge
Andrade
26 Novembro, 21h30, Teatro Maria
Matos , meia sala. Até dia 30
Ao longo de dez anos, mormente as
diferentes intensidades e resultados
do trabalho, os percursos das companhias Mala Voadora e Tiago Rodrigues/Mundo Perfeito tiveram como
preocupação central a relação entre
o discurso e a sua representação. Ou
seja, um constante diálogo sobre o
poder da palavra, atento ao seu poder efémero e consciente de que
habita um contexto social e político
onde a imagem, na sua velocidade e
múltiplas valências, é predominante
no discurso público.
Percebemos que foram desenvolvendo um trabalho interrogativo
sobre a possibilidade de construção
de um teatro onde a palavra, mais
do que evocada, é convocada como
construtor potencial de imagens.
Imagens que, precisamente, desenham universos e, por isso, activam
uma relação de verosimilhança e proximidade que é, hoje, comummente
definida como pós-dramática.
Não terá sido certamente intencional mas as peças aproximam-se mais
do que possivelmente imaginavam.
Paraíso 1 é um ensaio sobre a possibilidade de descrição de um espaço
utópico, aqui genericamente intitulado “paraíso”, espaço em branco,
como a tela branca que vai surgindo
inusitadamente durante o espectáculo. “A representação de uma paisagem obedece a regras específicas”,
diz-se a dado momento, defendendo
que a imagem perfeita, logo, a sua
descrição, não passa de uma idealização, de uma imagem, portanto de
uma convocação da memória.
By Heart sugere que o livro, ou a
forma escrita e o que a sua organização sequencial promove, é o modelo mais aproximado de um mundo
reconhecível. A escrita constitui-se
assim como mecanismo operativo
que fixa a palavra mas não lhe corresponde, apenas se aproxima da sua
liberdade. Mas se em By Heart a ideia
de mundo nos parece escapar pelo
modo como a realidade vai invadindo e moldando a narrativa, fruto de
um exercício de deificação da palavra como reduto último da liberdade,
porque da memória e do pensamento, em Paraíso 1 a inversão do ponto
de origem permite especular sobre
em que se constitui essa mesma liberdade. Aqui, é o espaço e não o texto,
ou seja, o lugar e não o modo, que
surge como motor de uma acção ao
propor que a sua enunciação seja,
em si mesma, uma acção.
Nesse sentido, a estrutura autoreferencial que vai sendo construída, alicerçada que está na memória,
sublinha que é o acto de enunciação,
e não o de descrição, que define o
tempo da própria acção. Ou seja, a
sua vida. É um princípio semelhante
ao que estrutura By Heart a partir de
uma citação do filósofo George Steiner: “Assim que 10 pessoas sabem
um poema de cor, não há nada que
a KGB, a CIA ou a Gestapo possam
fazer. Esse poema vai sobreviver.”
O exemplo escolhido é o soneto
30, de William Shakespeare: “Quando em meu mudo e doce pensamento,/ chamo à lembrança as coisas que
passaram.” O que se propõe é, afinal,
que o que quer que resulte da descrição seja, em si mesmo, uma acção.
A presença dos espectadores no
palco de By Heart, convidados a memorizar o poema, sugere que a ausência de uma identidade própria
constitui a base de uma nova organização social, onde, tal como dizem
as personagens sem biografia em Paraíso 1, nos vemos no reflexo do lago
“como se estivéssemos no centro do
que acabámos de descrever”.
Os espectáculos são, naturalmente, mais do que este mecanismo dialéctico entre texto e imagem. Mas
não deixam de sofrer os dois de um
mesmo dilema: a dificuldade de tomarem uma posição relativamente
ao material escolhido e, inclusivamente, escolherem entre a força da
palavra e a fraqueza da imagem. Em
By Heart a cozedura de citações com
as vidas de vários escritores, e a do
próprio autor Tiago Rodrigues, na
sua relação com eles, propõe uma
normatividade narrativa que só peca por ser menos ambiciosa, como
acontecera em Três Dedos Abaixo do
Joelho. Em Paraíso 1 a profusão de
efeitos sonoros e visuais parece contradizer um diálogo sobre o que de
artificial existe no acto de evocação,
como já haviam feito em Desempacotando a Minha Biblioteca.
Tiago Bartolomeu Costa
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MEDIAPART
By Heart
05 NOVEMBRE 2014 | PAR
VÉRONIQUE KLEIN
À l’heure où « partager » est synonyme d’un clic sur Face
book, d’un tweet de 140 signes TTC, que mémoire signifie
Giga, le metteur en scène Tiago Rodrigues, tout nouvellement
nommé directeur du Théâtre National de Lisbonne Dona
Maria II, propose une forme de transmission autrement
sensible. Chaque soir, il propose à dix spectateurs à le
rejoindre sur scène et d’apprendre pendant la durée du
spectacle les 14 vers du sonnet 30 de Shakespeare. Il
prévient, le spectacle ne commencera que lorsque les dix
Magda Bizarro
chaises qui l’entourent seront occupées. Les volontaires
s’assoient, un peu intimidés. Vêtu d’un t-shirt avec la photo de Boris Pasternak côté face, et de celle
de Georges Steiner dans le dos, Tiago Rodrigues, tel un chef d’orchestre commence : Quand je fais
comparoir les images passées, chacun répète, Quand, puis je fais... puis quand je fais… Jusqu’à la
fin du vers. En un peu plus d'une heure, les dix volontaires vont apprendre « par cœur », « by
heart » c’est-à-dire avec le cœur. L’idée n’est pas de contribuer à lutter contre les troubles de
mémoire, mais bien au-delà de la problématique neurologique, de questionner la mémoire, la
transmission comme arme de construction massive.
Par coeur
Apprendre un texte par cœur, c’est garantir sa pérennité. Personne ne peut vous voler
votre mémoire. George Steiner disait « Quand dix personnes connaissent un poème par cœur, il n’y
a rien que le KGB, la CIA, la Gestapo ne puissent faire. Ce poème survivra’ . C’est que qu’a mis en
application la veuve du poète russe Ossip Mandelstam, Nadja Mandelstam qui invitait chaque jour
dans sa cuisine dix personnes à qui elle demandait d’apprendre par cœur un poème de son mari,
dont les œuvres étaient détruites. Il se trouve que l’histoire de la mémoire littéraire croise celle de
Tiago. Sa grand-mère, Candicià était férue de littérature. Son fils, journaliste et son petit-fils, acteur
lui amenait des cageots de livres, qu’elle plaçait sous son lit. A quatre-vingt dix ans, elle
commençait à perdre la vue et a demandé à son petit-fils de lui choisir un livre qu’elle pourrait
apprendre par cœur. Ainsi, devenue aveugle, elle pourrait continuer à « lire dans sa tête ». Extrayant
les livres des cageots, Tiago, en même temps qu’il instruit ses dix soldats de chœur, nous fait
voyager dans sa propre mémoire, de la cuisine de sa grand-mère aux citations de de Steiner,nous
tient en haleine avec le début du texte de Fareinheit 451. A la fin du spectacle, les dix spectateurs
volontaires récitent le sonnet dans son intégralité, comme l’on fait les dix personnes, invitées par
Tiago autour du lit de la grand-mère mourante. L’acteur est au bord des larmes et la salle traversée
par une même émotion à l’écoute de ces voix fragiles. La vulnérabilité est l’un des mots préféré
de Tiago dans la langue française. On a le sentiment alors de former une communauté bien vivante,
avec un coeur et un cerveau, de partager ensemble un moment éphémère qui s’imprime
durablement dans nos corps. On s’engouffre dans le métro et l’on se surprend à avoir envie de
glisser à son voisin « Quand je fais comparoir les images passées /Au tribunal muet des songes
recueillisJe soupire au défaut des défuntes pensées/ Et pleure de nouveaux pleurs les jours trop tôt
cueillis… » . Heureux de savoir pas cœur au moins les deux premiers vers, devenus résistants des
forces poétiques.
Au théâtre de la Bastille à Paris jusqu'au 14 novembre à 19h
www.theatre-bastille.com/ tél: 01 43 57 42 14
11 NOV 14
Quotidien
OJD : 275310
Surface approx. (cm²) : 121
80 BOULEVARD AUGUSTE-BLANQUI
75707 PARIS CEDEX 13 - 01 57 28 20 00
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CULTURE
LHISTOIRE DU JOUR
Tiago Rodrigues,
un Lisboète à Paris
L
e hasard fait bien les choses : le 27 octobre, Tiago Rodrigues
était nommé directeur du Théâtre national Dona Maria II
de Lisbonne, l'équivalent portugais de la Comédie-Française. Une semaine plus tard, il arrivait à Paris, où il présente jusqu'au vendredi 14 novembre By Heart, au Théâtre de la Bastille. Il
a pris possession de la petite salle, où il propose aux spectateurs
de vivre une belle expérience, autour de la mémoire. Tiago Rodrigues en a eu l'idée grâce à sa grand-mère, qui habite un village du
nord du Portugal. Elle aurait aimé étudier, elle n'a pas pu, parce
qu'elle était pauvre. Mais elle n'a jamais cessé de lire, sa passion.
Quand, récemment, sa vue a baissé et qu'elle a su que c'était irrémédiable, elle a demande à son petit-fils de lui choisir un livre
qu'elle apprendrait par coeur, avant de devenir aveugle. Tiago Rodrigues a choisi les sonnets de Shakespeare. Le 25 avril, jour de ses
94 ans, sa grand-mère a récité le sonnet numéro 30. By Heart.
On ne racontera pas ici comment Tiago Rodrigues entrelace
cette histoire, celle dè la littérature et de l'Histoire. C'est tout l'enjeu de son spectacle, qui convie dix personnes à le rejoindre sur
scène, où il mène le jeu, en français,
avec une grande délicatesse, doublée
un
I F tt AVRII
rï
savoir-faire aguerri. Plus tard, on
LL L.\J Mv KIL,
je retrouve au Café des Anges, à côté du
JOUR DE SES 94 ANS
théâtre : un Lisboète à Paris, amoureux
%
de sa ville où il a grandi entre une mère
SA GRAND-MERE
médecin et un père journaliste, engagé
dans la resse de aucne ui a
A DÉPITE I F QONNFT
P
g
q affronté
A KLUIL LL OUNINLI
ia dictature salazariste. A 37 ans, Tiago
NUMÉRO 30
Rodrigues appartient à la première génération née sous la démocratie.
{( BY HEART »
Auteur, metteur en scène, acteur, c'est
un boulimique du travail, qui a croisé
sur sa route les Flamands du Tg STAN
ou le Libanais Rabih Mroué, avec qui il a joué à Paris. En 2003, il a
fondé une compagnie, Mundo Perfeito : un nom ironique et battant, pour un théâtre d'intervention sensible.
Dans ses conversations avec le gouvernement portugais, Tiago
Rodrigues a tout mis sur la table, quand il s'est agi de sa nomination au Théâtre national Dona Maria II. Il a été choisi parce qu'il
représente une jeunesse liée à l'international, désireuse de renouveler le répertoire. Il prendra ses fonctions le 1er janvier 2015.
Il est confiant : « Je n'ai jamais dirigé de théâtre, mais j'ai dirigé
beaucoup de laboratoires de théâtre », conclut-il. Avec une pensée
pour sa grand-mère, et leur amour partage des mots, By Heart, rn
BRIGITTE SALINO
9
BASTILLE2
7646991400509/GCD/OTO/1
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Tiago Rodrigues, le miracle du coeur
Par Armelle Héliot le 6 novembre 2014 17h49 | Réactions (0)
À propos de ce blog
Dans la petite salle du Théâtre de la Bastille a lieu chaque soir un événement hors
norme. Un spectacle qui semble d'une simplicité fraternelle, un spectacle bref, mais
si profond, si intelligent, si ambitieux et si magnifique que l'on en sort
complètement remué.
Le Figaro est le seul journal au mon
nom d’un héros de théâtre.
Tiago Rodrigues est un poète, un voyant, un artiste qui nous conduit, mine de rien
sur les chemins escarpés de la mémoire et de la poésie, du sens de la littérature et
de la mort, du théâtre.
Les photographies sont de MAGDA BIZARRO.
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C’est bien en effet le Figaro de la cé
dramatique de Pierre Caron de Beau
première page du quotidien de sa for
la liberté de blâmer, il n’est point d
Traditionnellement, le théâtre a tou
importante au cœur du Figaro.
La vitalité de cet art est telle, que, p
un blog remis sans cesse à jour est id
les spectacles à l’affiche, les projets
lumière tous les artistes qui constitu
monde qui fascine, divertit et enseig
07/11/14 12:07
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On ne veut pas vous raconter ce moment de grâce d'une profondeur bouleversante.
Il faut aller de toute urgence à 19h à la Bastille.
Il faut écouter, voir, partager, participer même.
L’auteur
Armelle Héliot
(1349 billets)
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Tiago Rodrigues, le miracle du coeur — Le grand théâtre du...
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Dans le coeur de Tiago Rodrigues qui est comédien, metteur en scène et vient d'être
nommé à la direction du Théâtre national de Lisbonne Dona Maria II, il y a sa
grand-mère Candida et au coeur de sa vie il y a un sonnet de Shakespeare.
Les Sonnets de Shakespeare et tant d'autres textes. Il y a Shakespeare et tant
d'autres poètes.
On aurait mauvaise grâce à raconter ce moment qui émerveille et donne de la force,
du courage.
Rechercher
Quelques photographies... en disent plus long que bien des discours...Non. Il ne
s'agit pas d'un spectacle interactif. D'ailleurs Tiago Rodrigues déteste l'interactivité.
Notes récentes
Cela parle de mémoire, de culture, de vie, de transmission.
Non c'est ailleurs. Plus haut. Incroyablement loin et au plus profond de chacun. Un
miracle, on vous le répète.
Cela s'intitule By heart, par coeur.
Théâtre de la Bastille, à 19h jusqu'au 14 novembre (01 43 57 42 14).
Tiago Rodrigues, le miracle du coeur
Jean Gillibert : la mort d'un géant du
Adieu à Christiane Minazzoli
Bonaventure Gacon, un texte pour le
Marie Gillain, étourdissante Vénus à
Puissance d'Agota Kristof, lumières d
DolcEVITA ou la transfiguration de Se
Le Bal des vampires : le talent mène
Adieu à Marie Dubois
Lavaudant, Marie NDiaye, la jeunesse
Tags: By Heart, Théâtre de la Bastille, Tiago Rodrigues
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Nuage de tags
07/11/14 12:07
L’imagination au pouvoir
Thomas Walgrave
Mon opinion, la voici : s’il est une chose à notre époque qui puisse être
utile, c’est la violence. Nous savons ce que nous pouvons attendre de nos
princes. Tout ce qu’ils nous ont concédé leur a été arraché par la
nécessité. Et même les concessions nous ont été jetées comme une grâce
mendiée et un misérable jouet d’enfant.
Ces mots, extraits d’une lettre de Georg Büchner adressée à ses parents
en 1833, ont été les premiers que j’ai entendu prononcer sur une scène
par Tiago Rodrigues. C’était en été 1997, lorsque Jorge Silva Melo invita
la compagnie de théâtre belge tg STAN à présenter au Centro Cultural de
Belém (C.C.B.) une série de spectacles et animer un atelier de deux
semaines réunissant environ 25 jeunes comédiens portugais. À l’époque,
tout et tous étaient jeunes : le C.C.B. avait à peine 5 ans, tg STAN un peu
plus de 8, Jorge n’en avait pas encore 50. À 21 ans (le même âge qu’avait
Büchner quand il écrivit la lettre en question), Tiago était le plus jeune
d’entre nous. Il fréquentait encore le Conservatoire (École Supérieure de
Théâtre et de Cinéma). Il n’avait sans doute pas la technique de certains
de ses collègues plus âgés, mais il est entré sur cette scène de Black Box
et a prononcé les mots de Büchner avec une telle clarté, une telle
authenticité et une telle intelligence qu’il était impossible de ne pas le
remarquer. Voilà qui allait marquer le début d’une longue idylle avec tg
STAN. D’ailleurs, Tiago cosignerait près de sept spectacles avec la
compagnie belge (outre quelques participations ponctuelles à diverses
autres pièces), mais voilà qui est une autre histoire.
1
Juillet encore, cette fois en 2006. Tiago Rodrigues m’a demandé de
participer à Urgências 2006, le second volet d’une série de courtes pièces
jouées au Théâtre Maria Matos, écrites par une douzaine de dramaturges
portugais et interprétées par un groupe de comédiens autour de la
question : qu’est-ce que tu as d’urgent à me dire ?
La compagnie de théâtre Mundo Perfeito avait été fondée trois ans plus
tôt et Urgências était la première cristallisation d’une compagnie qui,
quelques années plus tard, allait occuper une place essentielle dans le
panorama du théâtre portugais et international. Autour de Tiago
Rodrigues, acteur, metteur en scène et écrivain, et de Magda Bizarro,
productrice, photographe et responsable financière, Mundo Perfeito
produit des spectacles toujours innovateurs, qui concilient le
contemporain à l’accessible, la densité à l’humeur. À un rythme
vertigineux (32 productions en 10 ans!), Mundo Perfeito développe des
projets qui, très souvent, commencent par l’écriture d’un nouveau texte.
Résultat : un répertoire étonnant, inspiré par l’urgence de susciter le
débat autour d’une série de questions pressantes.
La succession de productions de Mundo Perfeito s’apparente à un
processus d’apprentissage, reflétant une insatiable curiosité et une foi
profonde dans le principe humaniste de l’homo universalis, l’image de
l’artiste qui préfère acquérir une connaissance générale du monde plutôt
que de choisir une spécialisation.
Un one-man-ensemble. Cependant, la compagnie Mundo Perfeito est
tout sauf une entreprise solitaire. La compagnie se veut clairement être
une maison ouverte, à la recherche constante de compagnons pour son
auto-proclamée "bataille contre les forces du mal", laquelle est menée
grâce à une série de collaborations avec un nombre impressionnant
2
d’artistes portugais et internationaux : les Libanais Rabih Mroué et Tony
Chakar dans Yesterday's Man (2007) ; João Canijo, le Congolais Faustin
Linyekula, la compagnie nord-américaine Nature Theater of Oklahoma et
le Croate Sergej Pristas, pour ne parler que de quelques-uns de ceux qui
ont participé à plusieurs éditions de Estúdios (2008 à 2010) ; Tim Etchells,
Alex Cassal, Miguel Castro Caldas, José Luís Peixoto, José Maria Vieira
Mendes et Jacinto Lucas Pires, entre autres, dans Hotel Lutécia (2010) ;
des compagnies comme tg STAN dans Bérénice (2005), la Companhia
Maior dans Bela Adormecida (2010), les Hollandais Dood Paard dans The
Jew (2011) et les Brésiliens du groupe Foguetes Maravilha dans Mundo
Maravilha (2012).
En outre, cette maison ouverte a accueilli une série d’hôtes réguliers.
Tout au long de ces dernières années, un ensemble de comédiens a fini
par faire de facto corps avec la compagnie, sans perdre pour autant sa
liberté de s’engager dans d’autres projets hors de Mundo Perfeito.
Refusant tout compromis, l’ensemble formé par Cláudia Gaiolas, Tónan
Quito, Paula Diogo, Gonçalo Waddington et quelques autres est
fondamental dans la mesure où Mundo Perfeito, pour l’essentiel, fait du
théâtre vivant : spectacles enracinés à 200 pour cent dans l’ici-etmaintenant, à mille lieues des conventionnelles répétitions, fortement
engagés dans la rencontre singulière entre ces acteurs et ce public, dans
cet espace, ce soir-là. Cela implique une grande responsabilité (et liberté)
de la part des comédiens auxquels, chaque soir, incombe le devoir de
réinventer le spectacle.
Par-dessus tout, c’est une manière particulièrement généreuse de faire
du théâtre, en tirant parti au maximum du singulier pouvoir de ce moyen
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de communication, générosité qui donne origine à des spectacles tout à
fait accessibles, sans jamais être ni paternalistes ni populistes.
Théâtre vivant. Pour Mundo Perfeito, il y a une autre façon de mêler la
scène et la vie : inviter Pedro Passos Coelho (Premier ministre), João
Adelino Faria (journaliste), Marcelo Rebelo de Sousa (homme politique et
commentateur TV), ou Alberto João Jardim ( Président de la région
autonome de Madère) à intervenir directement sur une scène. On
dessine un plan de Beyrouth sur les murs du théâtre. Les odeurs et les
bruits de la cuisine de O que se leva desta vida sont plus intenses que
ceux d’une cuisine de la vie réelle. À leur grand étonnement,
personnages et situations se révèlent à eux-mêmes, dans une salle de
théâtre, plus vrais que nature, hyperréels. Dans les spectacles de Mundo
Perfeito, la distance métaphorique entre scène et réalité semble être, à
première vue, pratiquement nulle. C’est le mouvement opposé à ce qui
se produit traditionnellement dans le théâtre de répertoire : une pièce de
l’Antiquité grecque, une autre de Shakespeare, d’Ibsen ou de Molière
sont mises en scène pour démontrer l’universalité de la condition
humaine, à travers le temps et l’espace. Dans l’univers de Mundo
Perfeito, ce n’est pas un Créonte qui nous place devant le miroir de la
corruption et de l’aveuglement du pouvoir, c’est plutôt un Pedro Passos
Coelho, enlevant ses chaussures et mangeant un croissant, qui devient
Créonte. Situations du quotidien élevées au rang de l’universalité. C’est
une manière de faire du théâtre proche peut-être de quelqu’un comme le
Hongrois Bela Pinter qui s’inspire de thèmes particulièrement locaux et
datés pour raconter des histoires véritablement universelles.
Ici, la fiction joue le rôle principal. Ce que Mundo Perfeito fait est tout
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sauf du théâtre documentaire. Bien au contraire, elle entraîne la réalité
sur la scène, réalité impudemment manipulée et fabulée, ponctuée de
"et si...", où l’imagination vagabonde en toute liberté. Il y a quelque
chose d’incroyablement subversif dans ce pouvoir de l’imagination, dans
cette volonté de revendiquer le droit de rêver à nouveau une réalité
toute nouvelle, bien que celle-ci ait encore les mêmes ingrédients de
l’ancienne. C’est quelque chose qui se rapproche de la naïveté presque
infantile et provocatrice des dadaïstes (il suffit de s’attarder sur le nom
de la compagnie), d’un Kurt Schwitters qui proclamerait : nous exigeons
l’abolition immédiate de tous les abus dans le monde entier (extrait du
manifeste An alle Bühnen der Welt).
À propos du monde : même si cela peut surprendre, Mundo Perfeito,
avec ses spectacles aux thèmes si particuliers est, de loin, la compagnie
de théâtre portugaise la plus réputée sur le plan international. Voilà qui
en dit long sur le besoin d’authenticité dans le théâtre, ainsi que sur le
malentendu du soi-disant « Euro théâtre universel ». Mais la prospérité
de la vie internationale de Mundo Perfeito est également un signe clair
du mode opératoire original de cette structure : il s’agit d’une entité
organique, située à mille lieues du mécanisme quasi martial de la
compagnie de théâtre conventionnelle, avec ses généraux artistiques, ses
brigades d’administrateurs, ses bureaux de production et ses experts en
communication, ses troupes de comédiens et de techniciens. Au sein de
la compagnie Mundo Perfeito, la table de la cuisine et la cabine
technique, la salle de bain et la loge, sont intimement liées. Inutile de
convoquer d’interminables réunions pour organiser les choses. Tiago a
comparé le fonctionnement de Mundo Perfeito à "un petit commerce de
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proximité, à une épicerie du coin de la rue, où l’essentiel est l’humanité,
l’authenticité et l’honnêteté, où chacun sait d’où proviennent les produits
et où ils vont". Mundo Perfeito est aussi une compagnie de guérilla, facile
à déplacer, voyageant peu chargée, réduisant autant que possible la
distance entre les rangs. Une structure totalement alignée sur les besoins
du projet artistique.
Dix ans de Mundo Perfeito. Un entrepôt rempli de décors. Une étagère
chargée de scénarios, les répliques soulignées au stabilo. Un chemin
jalonné de défis, parcouru à la vitesse d’une montagne russe, inspiré par
l’impérieux désir de découvrir de nouveaux territoires, de dépasser les
limites. Et là dehors il y a encore un monde entier, en attente de
perfection.
Thomas Walgrave
Directeur artistique du festival alkantara
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