A Cura pela Missa - MESC Sagrada Família

Transcrição

A Cura pela Missa - MESC Sagrada Família
A cura pela Missa
Robert Degrandis e Linda Shubert
A celebração da Eucaristia é o centro da espiritualidade católica. O sacrifício da missa, legítimo
centro de nossa fé, é fundamental para nosso relacionamento com Deus.
“Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de ter pronunciado a bênção, ele o
partiu; depois, dando-o aos discípulos, disse: “Tomai, comei, isto é o meu corpo’. A seguir,
tomou uma taça e, depois de ter dado graças, deu-a a eles, dizendo: ‘Bebei dela todos, pois isto
é o meu sangue, o sangue da Aliança, derramado em prol da multidão, para o perdão dos
pecados’” (Mt 26, 26-28).
Recorda-nos o Concílio Vaticano II que no Sacrifício Eucarístico perpetua o Sacrifício da Cruz.
Nos primeiros dias do cristianismo, a Eucaristia era tida como sacramento de cura e transformação. Dessa
forma, todas às vezes que assistimos a celebração da missa, presenciamos uma cerimônia curativa. É uma
oração de confiança no poder de Jesus Cristo de transformar nossas necessidades espirituais, emocionais e
físicas. Crendo verdadeiramente que Jesus está presente na hóstia consagrada, devemos ter esperança de
obter a integridade da graça, quando recebemos seu corpo em nós.
Como católicos, somos felizes por ter todos os dias a “suprema” celebração de cura na santa
missa. O poder e o amor curativos do Senhor Jesus manifestam-se do início ao fim da missa.
É significativo que rezemos em todas as missas imediatamente antes da comunhão: “Senhor, eu
não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo”. Graças sejam
dadas a nosso Deus de misericórdia, que é tão generoso em partilhar o amor e o poder curativos de seu
Filho Jesus.
I. Lugares de Cura
Os homens de todas as crenças sempre tiveram seus lugares sagrados. O altar – “lugar de
sacrifício” – construído de terra ou de pedras, eram erigidos como memoriais em locais onde Deus
encontrava com o homem.
O Senhor está presente com o seu povo hoje em lugares sagrados. Nas nossas igrejas, com a
presença eucarística de Deus, devemos experimentar muito mais a presença curativa do Senhor.
Ao entrar numa igreja católica, reflita nos elementos curativos ali presentes. Na intemporalidade
de Deus, experiências de fé e cura e atos de amor ainda permanecem em nossas igrejas. Por isso o desafio
é o sentir-se em casa na igreja, tomando parte na missa e sentindo o profundo desejo de cultuar.
Quando entramos na missa, entramos em um mundo espiritual, saímos de nosso tempo e
entramos no tempo de Deus. Para avaliar o poder da missa, precisamos estar conscientes de quanto Deus
nos ama. Em todas as alianças, Deus tomou a iniciativa e estabeleceu os termos. Todas refletiam o amor e
a misericórdia de Deus. Em cada Eucaristia celebrada, Cristo troca a sua força pela nossa fraqueza.
Quando nos sacrificamos a Deus como forma de culto, recebemos uma bênção de conversão. Em
nosso arrependimento, nosso perdão, nossa renovação da aliança, aumentamos a capacidade de sacrificar
nossas vidas.
Nas suas duas partes – liturgia da Palavra e liturgia da Eucaristia – Jesus realiza a cura aos que
estão de coração aberto. Desafio de transformar as parábolas em histórias da vida, adorando um Cristo
vivo e não um Deus de livro de história.
II. Sacramentos como canais de milagres
Uma palavra, um toque ou um elemento material como o óleo transmitem o poder do Espírito,
atos sacramentais como mensageiros do Espírito que muda a vida de uma pessoa na sua essência.
(Caso de Johnny – A cura pela Missa, 26 – 29ed.)
Ao entrar na igreja, considere a graça de Deus que o trouxe ao momento presente. Jesus, na sua
vida terrena, tinha infinita paciência com nossa demora para aprender e ainda assim, continua ainda hoje a
nos atrair a si. É preciso que invistamos nesse momento, que mergulhemos na realidade do dom de Deus
– quando vamos a missa, não podemos encarar esse momento como um passatempo, mas sempre como
uma experiência de conversão – Jesus quer que você se abra para o amor d’Ele, não que represente um
papel. Os atletas aquecem-se antes do jogo; a oração e o nosso “aquecimento” antes da missa. Se viermos
gelados e não em harmonia, será fácil nos tornar ritualistas. Invista nesse momento, ele jamais se repetirá.
Água Benta: há relatos de pessoas que foram curadas enquanto se persignavam com água benta. O uso
da água benta na igreja deveria incentivar as famílias a usarem-na em casa. Quando se persignar com
água benta, espere que o Senhor o abençoe profundamente. A água é consagrada para curar e libertar de
tudo que é prejudicial, impuro, nocivo e que não pertença ao Reino de Deus.
Sinal da Cruz: sinal de esperança que resume a nossa fé. Vimos sob o nome e a autoridade do Rei dos
Reis e fazemos o sinal da cruz como nossa marca de realeza. Deus nos aceita, afirma e ama por
intermédio de Jesus Cristo no Espírito Santo. Durante esse rito inicial da Missa, podemos pedir a cura de
quaisquer atitudes negativas que se tenha desenvolvido ao longo da vida. Nosso Pai quer curá-lo no
corpo, na mente e no espírito.
“E a paz de Deus que ultrapassa toda a compreensão, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos em Jesus Cristo” (Fl 4,7).
O Espírito produz ordem, disciplina e moderação no homem. O Espírito também ocasiona
amizade e comunhão com Jesus Cristo. Quem quer que se abra à ação do Espírito ficará repleto de
profunda paz interior. Muitos de nós tentamos fazer as coisas sozinhos, em vez de deixar que o Espírito
de Deus faça-as por nosso intermédio.
Leve para casa e aplique o que aprendeu na missa. Os efeitos da missa são ocasionados, em
grande parte, pela resposta da comunidade cheia de fé, incentivada e animada pelo sacerdote.
Rito Penitencial: Há alguma coisa em seu coração que refreia a força plena do amor de Deus? Há
barreiras que bloqueiam o fluxo da graça? Precisamos ser levados à percepção de nosso valor. Ao
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confessar a Deus suas fraquezas e faltas, peça-lhe o discernimento da razão de fazer as coisas que faz.
Seja paciente consigo mesmo. Quanto mais você crescer no Espírito, mais verá suas fraquezas, faltas e
fracassos à luz da misericórdia e do amor dele. Quando reconhecemos que não conseguimos fazer uma
coisa sozinhos, o Senhor pode agir. Quando depositamos nossas fraquezas diante dele, ficamos totalmente
receptivos a sua graça curativa. Podemos perdoar os outros porque ele nos perdoa. O rito penitencial é a
chave para a cura pela missa. Precisamos de constante perdão em nossas relações de pai e mãe, com
irmãos, irmãs, parentes, cônjuges. Dentro da Igreja Católica, precisamos perdoar bispos, padres, freiras,
membros do conselho paroquial e líderes leigos. Precisamos perdoar profissionais como médicos,
enfermeiros, advogados, juízes, professores. Qual a pessoa que mais o magoou na sua vida? As origens de
muitas doenças estão relacionadas a amargura, ressentimento e rancor. Perdão é decisão, não
sentimento. Quando perdoamos injustiças, apenas decidimos obedecer a Deus. Não permitimos que os
erros dos outros ditem nossas atitudes, nossos atos e emoções. Algo maravilhoso acontecerá quando você
se entregar a esse processo de cura. Deus vai abrir seu coração e lhe dar nova vitalidade, nova energia e
nova saúde. O perdão é o amor em ação.
Sinta o amor curativo de Deus penetrar sua vida. Tenha a coragem de abandonar toda a amargura
e o ódio e decida amar com o amor divino. O Senhor lhe dará força para perdoar. O Senhor penetrará
fundo em seu coração e removerá tudo o que bloqueia a abundância do seu amor. Que hoje as feridas do
passado sejam curadas pelo seu ato de perdão.
O perdão é um ato da vontade e não das emoções. Quando decide perdoar, Deus dá poder a essa
decisão e a leva, a tempo, da cabeça ao coração. Aquilo que você consegue perdoar, Deus pode curar.
Tudo o que precisamos é ter a capacidade para receber, como esponja que fica completamente embebida
de água – somos essas esponjas que flutuam em um oceano de misericórdia. Quando perdoamos e
recebemos o perdão divino, ficamos impregnados da sua misericórdia, que significa amor e perdão em
ação. O Pai ignora o acusador, olha pra você e vê alguém limpo, livre e íntegro, purificado no sangue do
Filho. Recordemos a presença do Senhor na vida de Irmã Faustina Kowalska, na Polônia em 1931 – “Eu
sou a própria Misericórdia”.
Três palavras hebraicas que revelam a dimensão da misericórdia: rahoum, hanoum e hesed –
sugerem compaixão maternal - “Pode a mãe esquecer a sua criança...” (Is 49,15) – ternura, piedade
soberana, bondade afetuosa. Uma circunstância que nos qualifica para a misericórdia é a extrema
necessidade. No mundo de hoje há uma necessidade desesperada de misericórdia.
Os cristãos são chamados a curar a sociedade, a ser os que curam, a ser abertos e compassivos
para com os outros. Quando recebeis meu Espírito Santo, um dos muitos dons é o da misericórdia. A
misericórdia é o elo que falta no amor. Não podeis amar sem ter misericórdia. Pedimos a misericórdia de
Deus mas não damos misericórdia., porque preferimos não amar ou escolhemos quem desejamos amar.
No Catecismo aprendemos as obras de misericórdia:
Corporais – dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos
sem-teto, visitar os enfermos, remir os cativos e enterrar os mortos.
Espirituais – ensinar os ignorantes, dar bons conselhos, repreender os que erram, sofrer com paciência as
fraquezas do próximo, perdoar as injúrias, consolar os aflitos, rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
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Glória: somos convidados a rezar e saborear cada palavra do Glória, que tem grande poder para abrir
nossos corações. A oração torna-se nossa oração. No louvor, Jesus é o centro de nossa oração. Alguma
coisa acontece bem no íntimo, quando esquecemos e nós mesmos, voltamos a atenção para Deus e
abrimos nossos corações à adoração e ao louvor. O louvor é cura, ao darmos louvor, recebemos a cura.
Louvor é um trabalho duro, é precisamente nesse trabalho que o Espírito vem. Precisamos dar graças a
Deus de maneira informal. Agradeça-lhe aquele amor que permite que você trabalhe, respire e aproveite e
a vida. Quando lhe agradecemos as provações do momento, nossos corações abrem-se à ação do Espírito
Santo.
Oração da Coleta: chamados a presença do Senhor, nossas distrações acabam e somos convidados a
juntar nossos corações e mentes na oração. Compartilhemos hoje o transbordamento de nossa vida em
oração. Se os fiéis fizerem orações cotidianas, os benefícios transbordarão na missa. A vitalidade de uma
Igreja depende, em grande parte, da vida de oração de seus membros. Muitas paróquias adotaram o
método de pequenos grupos de oração e participação nas residências, registrando nelas uma vida
renovada. Há 3 etapas de uma vida de oração: a oração comunitária (missa), a oração em pequeno grupo
de oração e a oração individual. Você deve ser o intercessor da sua casa, o canal pelo qual o poder
curativo de Deus inunda sua família. A oração cotidiana pelos membros da família opera milagres.
As pessoas de oração são basicamente mais felizes e mais capazes de lidar com os
“contratempos” da vida. Como católicos precisamos entender a obrigação muito séria de nos tornar
pessoas de oração.
Liturgia da Palavra: “Sede praticantes da Palavra e não apenas ouvintes” (Tg 1,22). Todos devem
estar prontos para escutar, receptivos e abertos para ouvir e se comover com a Palavra de Deus. Ler
antecipadamente as Escrituras já nos prepara ainda mais para o momento da proclamação da Palavra na
Missa. Nossos ouvidos estarão tão abertos, nossos corações preparados que a eficácia será perfeita. “Toda
Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3,16), por isso, quando se iniciar a liturgia da Palavra, peça ao
Espírito Santo que fale por intermédio dos versículos bíblicos, com uma palavra de instrução,
discernimento, compreensão e cura. Abra-se à obra que o Espírito Santo deseja realizar nesse dia. É a
Palavra de Deus. Ela pode atravessar alma e espírito. É Deus pedindo passagem para nos ensinar sua
verdade e sua luz. Palavra que se torna sopro de vida para quem a lê. O propósito das leituras é inspirarnos a querer estar abertos para deixar Jesus agir em nós. Quando praticamos a Palavra de Deus, o Espírito
Santo nos inspira para que sejamos afetados profundamente. “As palavras que eu vos disse são espírito e
vida” (Jo 6,63), ouvindo a palavra de Deus, crescemos na fé.
Quando estudamos as Escrituras, o Espírito Santo nos ensina as verdades mais profundas da fé.
Precisamos nos enraizar na palavra de Deus; a Palavra tem propósito de inflamar nossos corações para
que desejemos responder ao Senhor.
Homilia: o pregador que estimula e dá esperança na sua pregação, produz vida. As homilias que dizem
primordialmente o que Jesus fez por nós oferecem cura e esperança. O Senhor fala por meio da liturgia da
Palavra, atraindo as pessoas a uma percepção mais profunda de sua presença e de seu amor. O poder que
flui através da pregação vem da intimidade com Jesus muito mais do que quaisquer habilidades
aprendidas nos cursos de homilética. As pessoas vêm à Igreja para encontrar amor e perdão. Os
sacerdotes precisam comunicar esse amor na homilia. Algumas técnicas: rezar uma hora antes da
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celebração, falar a partir da experiência pessoal, usar histórias ou ilustrações de realidades, transmitir a
Boa Nova de Jesus Cristo, elevar a voz uma ou duas vezes durante a homilia, falar de assuntos práticos,
ser positivo e inspirador, fornecer algum material de apoio (indicação de leitura) e incentivar a leitura
cotidiana das Escrituras. Da parte dos fiéis: atitude de espera - o Senhor deixa-os ouvir o que lhes é
proveitoso, ungindo o sacerdote para falar palavras que deseja que ele fale e ungindo os fiéis para
ouvirem as palavras que deseja que ouçam. Atitude de reflexão – quando uma idéia atrair-lhe a atenção
durante a missa, não a deixe escapar. Creia que a Palavra d’Ele para você se realizará. Crescemos na fé à
medida que refletimos profundamente na Palavra divina e deixamos que ela crie raízes. Atitude de
resposta – sede praticantes da Palavra. O conhecimento de verdade que alcançamos suscita uma resposta.
Como responder a tal Palavra? Talvez a Palavra fale sobre o perdão... o amor ao próximo... a ajuda a
quem está pelo caminho...
Credo: quando recitamos o Credo, pedimos a graça de continuar a dizer “sim” em níveis cada vez mais
profundos. Dizemos como o apóstolo Paulo: “vivo, mas não sou eu, é Cristo que vive em mim”. Quando
pronunciamos o Credo, nos abrimos ao Espírito Santo e renovamos as promessas do Batismo e os votos
de Confirmação.
Oração dos fiéis: a intercessão é chamado sagrado no Corpo de Cristo. Quando ocorrem grandes curas na
celebração é sinal de que os intercessores foram fiéis na oração. Jesus nos chama a rezar pelo mundo em
crise, pelos líderes das nações, pelos meios de comunicação, pelos que sofreram abusos sexuais, pela
reconciliação das famílias, para que os pais inspirem os filhos, para que os filhos fiquem repletos do amor
de Cristo, pelos padres para que se tornem homens de oração, rezar pelas vocações e por tantas
necessidades específicas. Quanto mais pessoas rezarem, mais energia espiritual é gerada. Eis a riqueza de
nos reunirmos em dois ou mais para rezar, pois o próprio Senhor estará em nosso meio. Tenha a mente de
Jesus. Deixe a mente d’Ele estar em você. Tudo que fazemos por palavras ou atos pode ser feito em nome
de Jesus.
Liturgia Eucarística: o dízimo é expressão de nossa dependência total de Deus e de nosso amor por
nossos irmãos e irmãs. Muitos não percebem que a coleta é um ato de amor e gratidão. Tudo é vosso,
Senhor. Vós me destes tudo, agora devolvo tudo a vós. A viúva do Evangelho (Lc 21,2) adorou o Senhor
com sua doação, demonstrando um coração aberto e afetuoso. A fidelidade ao ato de dar abre nossos
corações para receber o que Ele quer dar. No ofertório, assim como a água desaparece no vinho, nós nos
unimos a Cristo Jesus. Se há alguma coisa que você não consegue entregar ao Senhor, então você não a
possui; é ela que o possui. Quanto mais nos oferecemos a Jesus, mais o Espírito Santo nos possui e supre
com abundância.
Consagração: A consagração deve ser vista à luz das leituras evangélicas de João 14-16. Quando o pão e
o vinho são transformados no Corpo e Sangue de Jesus, há uma transformação espiritual em cada uma das
pessoas presentes. Recordemos histórias reais belíssimas acontecidas nos campos de concentração em
muitos lugares em situações passadas de perseguição e guerra. Nos campos de concentração da Sibéria,
sacerdotes e prisioneiros católicos não mediam esforços, dispunham-se a correr todos os riscos para obter
o consolo deste Sacramento. Celebravam em barracões de depósito cheios de correntes de ar ou
encolhidos na lama e na neve, no canto dos alicerces de construção de uma passagem subterrânea. Nessas
condições primitivas, a missa os aproximava de Deus mais do que é possível imaginar.
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Quando o sacerdote ergue para o Senhor, na consagração, o pedacinho de pão, sentimos a força
da presença do Espírito Santo em nós e podemos olhar nossos corações como Jesus nos vê: ternos,
suaves, abertos, entregues, puros, livres. Olhemo-nos como Jesus nos vê: belos, amados, íntegros, aceitos,
redimidos, purificados em seu sangue. O Espírito Santo fala na linguagem de visões, sonhos e
imaginação. Deus falou em visões e sonhos com Abraão (Gn 13) e com Jacó (Gn 30).
Pai Nosso: uma oração de relacionamento. Algumas pessoas levantam as mãos comunicando a Deus sua
abertura. Aproximemo-nos do Senhor em atitude de arrependimento e humildade. Jesus nos ensina a
chamar Deus de Pai. Muitos ainda vêem Deus como alguém para ser temido, porque foram formados num
cristianismo negativo. Esse Deus tem caminhos mais altos que os nossos. Rezamos para que seu nome
seja mantido santo em nossas vidas e nas vidas de todas as pessoas. Pedimos a Ele que reine em nossas
vidas pessoais e no mundo que há de vir. Rezamos para que seu Reino venha para famílias destruídas,
para corpos alquebrados, para vidas arruinadas. Deus sempre satisfaz às necessidades de seu povo, por
meios ordinários e extraordinários. Se você tem dificuldade para perdoar, peça a Deus que o ajude a ter
disposição para isso. Jesus conhecia a luta que teríamos neste mundo. Sacrifique a tentação e, em seu
lugar, peça ao Senhor o dom da santidade. Vencer as tentações é um processo constante. Podemos invocar
Jesus e Ele virá em poder. Não temos de ser atraídos nem apanhados pelo inimigo. Não precisamos ter
medo do mal, caminhamos com nosso Pai Celeste.
Saudação da paz: Vamos à Igreja rezar pela paz no mundo enquanto não estamos em paz com a gente
mesmo ou com nossas famílias. Há um tremendo potencial de cura quando nos reunimos em comunidade.
O sinal da paz é ocasião para expressar o amor cristão, com amor e reverência, aos que nos ladeiam.
Durante o sinal da paz, as pessoas tendem a deixar de lado a reverência do momento.
Fração do Pão: o próprio Cristo transformará nosso coração de pedra em coração de amor. O mais
profundo desejo do nosso coração é receber esse amor, porque fomos criados para recebê-lo. Na
Eucaristia, nossos corações são purificados da dor que sofremos.
Comunhão: nos campos de concentração, a missa sempre vale pelo perigo e pelo sacrifício. Segue o
testemunho de um Ministro da Eucaristia: “Ficar de pé na frente da comunidade, segurando o cálice com
o sangue de Cristo, não era uma tarefa difícil nem me deixava nervoso. Entretanto, num sábado, na
missa da noite, ao segurar o cálice durante a comunhão, tive uma intuição do que ele continha. Aquele
pequeno cálice continha o Sangue de Jesus Cristo. Não vinho e água, mas o mesmo Sangue que pingou
das chagas e da coroa de espinhos de Jesus há dois mil anos. Embora tenha agora uma forma diferente,
é, para os católicos, o mesmo Sangue que escorreu de suas costas depois da flagelação. Essa pequena
quantidade no cálice também manchou o madeiro da Cruz. De maneira admirável, a humanidade de
Jesus ficou evidente para mim, enquanto eu olhava para dentro do cálice. Senti verdadeira reverência ao
perceber que aquele era o mesmo sangue partilhado por nossos antepassados cristãos quando se
escondiam nas catacumbas de Roma; o mesmo sangue que todos os papas erguem em oferenda a Deus.
Agora, toda vez que seguro o cálice, entendo vigorosamente, que este é o Sangue de Jesus. Ainda não
tenho nenhuma sensação de mérito ou demérito, mas percebo o valor e a realidade do que está no
cálice”.
Ao vir para a santa comunhão, espero que o Senhor ministre para você. Ele é o Senhor do
problema que o oprime agora. Qual é o maior problema em sua vida agora? O que lhe tira a paz de
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espírito? O que o perturba? O que o deixa agitado? Seus filhos? Sua saúde? Sua descrença? Uma parte de
sua vida? Uma compulsão que não consegue controlar? São as finanças? O que é? Entre ao Senhor...
Quando fazemos uma “visita ao altar” para receber todo o Jesus, entramos em contato com o
Criador do mundo. “Se reconhecesses o dom de Deus...” (Jo 4,10). Ele vem nos curar física, espiritual,
emocional e psicologicamente. Quando estiver indo receber a comunhão, imagine Jesus entregando-lhe a
hóstia. Feche os olhos e concentre-se em Jesus. Veja a luz que vem das mãos de Jesus para o seu coração.
Entregue-se, perca-se em sua penetrante presença interior. Creia que Ele faz uma cura profunda da pessoa
interior. Deus é amo e quer curar-nos mais do que desejamos ser curados. Senhor, se quiseres, podes
curar-me... Ele quer eliminar os sentimentos de desvalor, culpa, medo, ressentimento, amargura, ódio,
autocondenação, falta de amor próprio...
Bênçao Final e conclusão: todos precisamos experimentar bênçãos. Pela missa, entramos na vida de
Jesus de maneira poderosa e vemos a maldição de nossas vidas ser trocada por bênçãos (Dt 23,5).
Participe de cada momento da missa de forma íntima, profunda e sincera. Somos chamados a levar
bênção aos outros. Quando os cristãos assumem sua vocação e começam a rezar com os outros, aumenta a
renovação dentro da Igreja. O impulso todo da evangelização baseia-se na Eucaristia.
Muitos se afastam da Igreja por causa de interpretações incorretas dos Sacramentos e dos
ensinamentos religiosos e outros se afastam porque foram magoados. O amor incondicional é o único
caminho para atrair de volta os que já deixaram a Igreja. Jesus o ama do jeito que você é!
DEGRANDIS & SCHUBERT, Linda. A Cura pela Missa. 29 ed. São Paulo, Loyola, 1987
“Uma vez que abraça a realidade humana, a Eucaristia torna possível, dia após dia, a
progressiva transfiguração do homem, por graça, chamado a ser conforme à imagem do Filho de Deus.
Nada há de autenticamente humano que não encontre no Sacramento da Eucaristia a forma adequada
para ser vivido em plenitude. Com efeito, não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas
somos nós que acabamos misteriosamente mudados por Ele. Cristo alimenta-nos, unindo-nos a Si; atrainos para dentro de Si”.
Sacramentum Caritatis, 71
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